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Mato Grosso deve colher maior safra de milho de sua história
Líder nacional na produção de grãos, o Estado de Mato Grosso vai colher neste ano quase um terço (30%) de toda a safra de milho do país. Resultados como esse se traduzem no crescimento do país, puxado no primeiro trimestre pela agropecuária -o PIB teve alta de 1% nos três primeiros meses do ano, na comparação com o período anterior. Além disso, geram empregos e investimentos. Com a expansão da área de plantio, aumento de produtividade e chuvas regulares, a expectativa é que a safra do biênio 2016/2017 beire 30 milhões de toneladas de milho, aumento de quase 60% em relação à anterior. Se o número se confirmar, com o fim da colheita em agosto, será a maior safra de milho da história no Estado. Na colheita de soja, encerrada em março passado, também houve avanço. Foram 31 milhões de toneladas, 11,5% acima da safra anterior. E para os próximos anos, a expectativa é de mais crescimento. De acordo com previsão de estudo do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), a expansão da área dos dois grãos no Estado deve continuar em ritmo acelerado. Com isso, a estimativa é que a produção de grãos cresça entre 80% e 90% e chegue a 85 milhões de toneladas nos próximos oito anos. ESTRADAS "Os agricultores estão preparados para produzir, mas o Estado tem de ter condições para armazenar e escoar essa produção, com estradas melhores", afirma Normando Corral, presidente da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso) e do Imea. Mato Grosso está entre os cinco Estados que mais criaram vagas com carteira assinada no acumulado do primeiro semestre, de acordo com dados do governo. Produtores também investem em máquinas, tecnologia e em processos cada vez mais sustentáveis de produção, com a diversificação de culturas e a integração entre floresta e agropecuária. Além do cultivo de soja e milho, a fazenda do Grupo Morena, em Campo Novo do Parecis (MT), atua no setor agropecuário e tem em parte das terras uma floresta de eucaliptos, para produzir no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta e recuperar áreas degradadas. "O agricultor vem melhorando a produção e crescendo em áreas de pastagem degradadas, que estão sendo recuperadas", diz o empresário Romeu Ciochetta, que tem 10 mil hectares de plantio, área de médio porte. "O agricultor do Centro-Oeste investe em tecnologia, não quer ficar para trás", acrescenta. "Aqui, os funcionários são qualificados não só para lidar com o novo maquinário, mas para trabalhar na lavoura, na pecuária, em todas as culturas." Na fazenda Seis Amigos, na cidade de Tapurah, o foco é a criação de 370 mil suínos. Na área de cerca de 1.400 hectares, também é produzido feno, usado para alimentar animais da própria fazenda e de outras partes do país. As unidades de produção de leitão possuem, por exemplo, biodigestores que tratam o dejeto dos animais e produzem biogás, canalizado para geradores que produzem energia elétrica. "Temos capacidade para produzir o triplo da energia que já utilizamos." O projeto, feito neste ano, envolveu investimento de R$ 7 milhões. DIFERENÇA NOS PREÇOS No nordeste de Mato Grosso, Edio Brunetta, produtor de grande porte, colheu bons resultados na produção de milho e soja neste ano, mas com preços distantes dos do ano passado. O valor das commodities ajudou os produtores em 2016, o que compensou os custos e a estiagem na época, diz Brunetta. Neste ano, a história é outra. "A safra foi melhor, mas plantada com custo ainda muito alto. As sementes, os fertilizantes e outros insumos foram comprados com o dólar no patamar de R$ 3,80", diz Mas agora, na comercialização da colheita, a moeda e os preços das commodities internacionais caíram." Em 2016, a saca de milho foi vendida na região por mais de R$ 30. Neste ano, abaixo de R$ 15. Com a soja, ocorreu o mesmo, de R$ 65 para R$ 55, mas o custo de produção subiu entre 20% e 30%. Uma saída, diz Brunetta, foi plantar 50% de soja convencional, que paga melhor que a transgênica.
mercado
Mato Grosso deve colher maior safra de milho de sua históriaLíder nacional na produção de grãos, o Estado de Mato Grosso vai colher neste ano quase um terço (30%) de toda a safra de milho do país. Resultados como esse se traduzem no crescimento do país, puxado no primeiro trimestre pela agropecuária -o PIB teve alta de 1% nos três primeiros meses do ano, na comparação com o período anterior. Além disso, geram empregos e investimentos. Com a expansão da área de plantio, aumento de produtividade e chuvas regulares, a expectativa é que a safra do biênio 2016/2017 beire 30 milhões de toneladas de milho, aumento de quase 60% em relação à anterior. Se o número se confirmar, com o fim da colheita em agosto, será a maior safra de milho da história no Estado. Na colheita de soja, encerrada em março passado, também houve avanço. Foram 31 milhões de toneladas, 11,5% acima da safra anterior. E para os próximos anos, a expectativa é de mais crescimento. De acordo com previsão de estudo do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), a expansão da área dos dois grãos no Estado deve continuar em ritmo acelerado. Com isso, a estimativa é que a produção de grãos cresça entre 80% e 90% e chegue a 85 milhões de toneladas nos próximos oito anos. ESTRADAS "Os agricultores estão preparados para produzir, mas o Estado tem de ter condições para armazenar e escoar essa produção, com estradas melhores", afirma Normando Corral, presidente da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso) e do Imea. Mato Grosso está entre os cinco Estados que mais criaram vagas com carteira assinada no acumulado do primeiro semestre, de acordo com dados do governo. Produtores também investem em máquinas, tecnologia e em processos cada vez mais sustentáveis de produção, com a diversificação de culturas e a integração entre floresta e agropecuária. Além do cultivo de soja e milho, a fazenda do Grupo Morena, em Campo Novo do Parecis (MT), atua no setor agropecuário e tem em parte das terras uma floresta de eucaliptos, para produzir no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta e recuperar áreas degradadas. "O agricultor vem melhorando a produção e crescendo em áreas de pastagem degradadas, que estão sendo recuperadas", diz o empresário Romeu Ciochetta, que tem 10 mil hectares de plantio, área de médio porte. "O agricultor do Centro-Oeste investe em tecnologia, não quer ficar para trás", acrescenta. "Aqui, os funcionários são qualificados não só para lidar com o novo maquinário, mas para trabalhar na lavoura, na pecuária, em todas as culturas." Na fazenda Seis Amigos, na cidade de Tapurah, o foco é a criação de 370 mil suínos. Na área de cerca de 1.400 hectares, também é produzido feno, usado para alimentar animais da própria fazenda e de outras partes do país. As unidades de produção de leitão possuem, por exemplo, biodigestores que tratam o dejeto dos animais e produzem biogás, canalizado para geradores que produzem energia elétrica. "Temos capacidade para produzir o triplo da energia que já utilizamos." O projeto, feito neste ano, envolveu investimento de R$ 7 milhões. DIFERENÇA NOS PREÇOS No nordeste de Mato Grosso, Edio Brunetta, produtor de grande porte, colheu bons resultados na produção de milho e soja neste ano, mas com preços distantes dos do ano passado. O valor das commodities ajudou os produtores em 2016, o que compensou os custos e a estiagem na época, diz Brunetta. Neste ano, a história é outra. "A safra foi melhor, mas plantada com custo ainda muito alto. As sementes, os fertilizantes e outros insumos foram comprados com o dólar no patamar de R$ 3,80", diz Mas agora, na comercialização da colheita, a moeda e os preços das commodities internacionais caíram." Em 2016, a saca de milho foi vendida na região por mais de R$ 30. Neste ano, abaixo de R$ 15. Com a soja, ocorreu o mesmo, de R$ 65 para R$ 55, mas o custo de produção subiu entre 20% e 30%. Uma saída, diz Brunetta, foi plantar 50% de soja convencional, que paga melhor que a transgênica.
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Reaproximação com os EUA faz Cuba apostar no golfe para atrair turistas
Acariciado pela brisa do mar do Caribe, o balneário de Varadero, 130 km a leste de Havana, tem praias paradisíacas, hotéis internacionais e sol o ano inteiro. Varadero é também a grande aposta da comunista Cuba para atrair turistas adeptos do esporte mais capitalista: o golfe. O turismo local, que já recebe muitos golfistas canadenses e europeus, comemora o relaxamento das restrições de viagem de cidadãos americanos à ilha, oficializado nesta quinta-feira pelo governo de Barack Obama. Golfe A medida, tida como primeiro passo para atrair americanos adeptos do esporte, é parte da histórica reaproximação diplomática e econômica anunciada em dezembro por Havana e Washington. Embora o turismo não esteja listado no pacote, a expectativa é que muitos americanos aproveitarão brechas na nova legislação para passear na ilha, situada a apenas 150 km da Flórida. Especula-se que o acordo poderá levar até 1 milhão de cidadãos dos EUA a Cuba a cada ano. Eles se somarão aos 3 milhões de estrangeiros que já visitam a ilha anualmente e fazem do turismo o sustentáculo da economia cubana, ao lado do açúcar. "Americanos adoram golfe, e isso cria um segmento com enorme potencial", diz Pedro Klein, gerente do Clube de Golfe de Varadero, o único de Cuba a ter 18 buracos, como está na regra do esporte. O campo se situa numa colina ao lado da praia, proporcionando aos jogadores uma paisagem que mistura greens (espaços de jogo), coqueiros e o azul turquesa do mar. O complexo abriga uma mansão em estilo colonial –com suítes de luxo e um bar com vista panorâmica– construída pelo magnata americano Irénée Du Pont nos anos 1920, quando os EUA tinham grande influência na ilha. Empresas estrangeiras atuam na gestão do clube, mas o comando pertence ao Estado cubano. "Este é um campo de golfe socialista", orgulha-se Avelino, funcionário local. O socialismo, porém, nem sempre conviveu bem com o esporte das elites. Após a revolução de 1959, o então líder Fidel Castro foi fotografado dando tacadas com o parceiro argentino Ernesto Che Guevara em Havana. Os dois revolucionários, segundo relatos da época, estavam zombando de Dwight Eisenhower, presidente americano à época da revolução, conhecido por ser fã de golfe. O registro em preto e branco está exposto no bar do clube de Varadero. Fidel em seguida cerceou o golfe no país, por se tratar de hobby "burguês". A estigmatização durou até os anos 90, quando o regime investiu no turismo de luxo para resgatar Cuba da crise surgida com o colapso da aliada União Soviética. O clube de Varadero foi aberto em 1999 para concorrer com campos de golfe da República Dominicana. Mas, devido a entraves burocráticos, novos investimentos só surgiram depois que Fidel cedeu o poder ao irmão Raúl Castro, em 2006, iniciando a era da lenta abertura econômica. O projeto mais ambicioso é o Carbonera Golf Club, que será construído perto de Varadero. Avaliado em US$ 350 milhões (R$ 925 milhões), o Carbonera é uma parceria entre o Estado cubano e uma empresa britânica. No total, Cuba planeja ter 13 novos campos até 2025, inclusive em Havana. Os campos serão, em tese, abertos a cidadãos cubanos, mas a maioria deles carece dos recursos necessários à pratica do esporte. 'MULTIDÃO' Segundo investidores estrangeiros, a normalização da relação com os EUA deve acelerar o retorno do investimento e poderá transformar a ilha em um dos principais centros do golfe no mundo. Mas, em Varadero, nem todo mundo compartilha a expectativa pela reaproximação entre Havana e Washington. Para muitos turistas canadenses –nacionalidade de 90% dos golfistas em Cuba–, a possibilidade de invasão americana é má notícia. "Essa multidão acabará com a tranquilidade daqui. E aposto que os preços dos hotéis irão dobrar", resmunga um turista canadense. "Quando os americanos chegarem, eu deixarei de vir."
mundo
Reaproximação com os EUA faz Cuba apostar no golfe para atrair turistasAcariciado pela brisa do mar do Caribe, o balneário de Varadero, 130 km a leste de Havana, tem praias paradisíacas, hotéis internacionais e sol o ano inteiro. Varadero é também a grande aposta da comunista Cuba para atrair turistas adeptos do esporte mais capitalista: o golfe. O turismo local, que já recebe muitos golfistas canadenses e europeus, comemora o relaxamento das restrições de viagem de cidadãos americanos à ilha, oficializado nesta quinta-feira pelo governo de Barack Obama. Golfe A medida, tida como primeiro passo para atrair americanos adeptos do esporte, é parte da histórica reaproximação diplomática e econômica anunciada em dezembro por Havana e Washington. Embora o turismo não esteja listado no pacote, a expectativa é que muitos americanos aproveitarão brechas na nova legislação para passear na ilha, situada a apenas 150 km da Flórida. Especula-se que o acordo poderá levar até 1 milhão de cidadãos dos EUA a Cuba a cada ano. Eles se somarão aos 3 milhões de estrangeiros que já visitam a ilha anualmente e fazem do turismo o sustentáculo da economia cubana, ao lado do açúcar. "Americanos adoram golfe, e isso cria um segmento com enorme potencial", diz Pedro Klein, gerente do Clube de Golfe de Varadero, o único de Cuba a ter 18 buracos, como está na regra do esporte. O campo se situa numa colina ao lado da praia, proporcionando aos jogadores uma paisagem que mistura greens (espaços de jogo), coqueiros e o azul turquesa do mar. O complexo abriga uma mansão em estilo colonial –com suítes de luxo e um bar com vista panorâmica– construída pelo magnata americano Irénée Du Pont nos anos 1920, quando os EUA tinham grande influência na ilha. Empresas estrangeiras atuam na gestão do clube, mas o comando pertence ao Estado cubano. "Este é um campo de golfe socialista", orgulha-se Avelino, funcionário local. O socialismo, porém, nem sempre conviveu bem com o esporte das elites. Após a revolução de 1959, o então líder Fidel Castro foi fotografado dando tacadas com o parceiro argentino Ernesto Che Guevara em Havana. Os dois revolucionários, segundo relatos da época, estavam zombando de Dwight Eisenhower, presidente americano à época da revolução, conhecido por ser fã de golfe. O registro em preto e branco está exposto no bar do clube de Varadero. Fidel em seguida cerceou o golfe no país, por se tratar de hobby "burguês". A estigmatização durou até os anos 90, quando o regime investiu no turismo de luxo para resgatar Cuba da crise surgida com o colapso da aliada União Soviética. O clube de Varadero foi aberto em 1999 para concorrer com campos de golfe da República Dominicana. Mas, devido a entraves burocráticos, novos investimentos só surgiram depois que Fidel cedeu o poder ao irmão Raúl Castro, em 2006, iniciando a era da lenta abertura econômica. O projeto mais ambicioso é o Carbonera Golf Club, que será construído perto de Varadero. Avaliado em US$ 350 milhões (R$ 925 milhões), o Carbonera é uma parceria entre o Estado cubano e uma empresa britânica. No total, Cuba planeja ter 13 novos campos até 2025, inclusive em Havana. Os campos serão, em tese, abertos a cidadãos cubanos, mas a maioria deles carece dos recursos necessários à pratica do esporte. 'MULTIDÃO' Segundo investidores estrangeiros, a normalização da relação com os EUA deve acelerar o retorno do investimento e poderá transformar a ilha em um dos principais centros do golfe no mundo. Mas, em Varadero, nem todo mundo compartilha a expectativa pela reaproximação entre Havana e Washington. Para muitos turistas canadenses –nacionalidade de 90% dos golfistas em Cuba–, a possibilidade de invasão americana é má notícia. "Essa multidão acabará com a tranquilidade daqui. E aposto que os preços dos hotéis irão dobrar", resmunga um turista canadense. "Quando os americanos chegarem, eu deixarei de vir."
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Projeto cria smartphone que vira pulseira
Processador Snapdragon 810 (quatro núcleos), 128 Gbytes de armazenamento, 4 Gbytes de memória, conexão 4G, NFC, câmera de 13 Mpixels e tela Full HD de 5,3 polegadas. Essa lista de especificações já seria capaz de tornar qualquer smartphone atraente. Mas um projeto no site de financiamento coletivo Indiegogo vai além. Esses recursos são as de um aparelho chamado de "smartphone vestível". Basicamente, o telefone tem uma tela flexível que se enrola no braço e vira uma espécie de pulseira tecnológica. Blu O Blu (não confundir com a fabricante de smartphones de baixo custo) chamou a atenção por se tratar de um projeto ambicioso já que nem grandes fabricantes, como Apple, Samsung e LG, comercializam aparelhos de tela flexível. Apesar de rodar Android, ele conta com comandos por gestos na interface que se aproveitam do design de quando está enrolado no pulso. A interface também parece bastante modificada em relação à versão original do sistema do Google. O projeto ambicioso também tem meta ambiciosa: levantar US$ 1 milhão até o dia 17 de julho. Nos primeiros quatro dias, foram arrecadados pouco mais de US$ 60 mil. O preço mínimo para levar o Blu também chama a atenção para um aparelho com recursos de ponta: US$ 319. A entrega está prevista para agosto de 2016. * BLU META US$ 1 milhão CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA US$ 1 CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA PARA TER O PRODUTO US$ 319 CONTRIBUIÇÃO MÁXIMA US$ 1.497 FIM DA CAMPANHA 17 de julho ENTREGA agosto de 2016
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Projeto cria smartphone que vira pulseiraProcessador Snapdragon 810 (quatro núcleos), 128 Gbytes de armazenamento, 4 Gbytes de memória, conexão 4G, NFC, câmera de 13 Mpixels e tela Full HD de 5,3 polegadas. Essa lista de especificações já seria capaz de tornar qualquer smartphone atraente. Mas um projeto no site de financiamento coletivo Indiegogo vai além. Esses recursos são as de um aparelho chamado de "smartphone vestível". Basicamente, o telefone tem uma tela flexível que se enrola no braço e vira uma espécie de pulseira tecnológica. Blu O Blu (não confundir com a fabricante de smartphones de baixo custo) chamou a atenção por se tratar de um projeto ambicioso já que nem grandes fabricantes, como Apple, Samsung e LG, comercializam aparelhos de tela flexível. Apesar de rodar Android, ele conta com comandos por gestos na interface que se aproveitam do design de quando está enrolado no pulso. A interface também parece bastante modificada em relação à versão original do sistema do Google. O projeto ambicioso também tem meta ambiciosa: levantar US$ 1 milhão até o dia 17 de julho. Nos primeiros quatro dias, foram arrecadados pouco mais de US$ 60 mil. O preço mínimo para levar o Blu também chama a atenção para um aparelho com recursos de ponta: US$ 319. A entrega está prevista para agosto de 2016. * BLU META US$ 1 milhão CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA US$ 1 CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA PARA TER O PRODUTO US$ 319 CONTRIBUIÇÃO MÁXIMA US$ 1.497 FIM DA CAMPANHA 17 de julho ENTREGA agosto de 2016
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Astrologia
ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Entrada de Júpiter em Libra favorece parcerias, sociedades e acordos. Semana pede união de forças para metas em comum. Compreensão do que é pouco eficiente num trabalho. TOURO (21 abr. a 20 mai.) O dia a dia e alguns processos que estavam emperrados no trabalho podem se desenvolver com mais facilidade com Júpiter em Libra pelo próximo ano. Semana importante para se reposicionar no seu mercado. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Sua criatividade ganha impulso com Júpiter em Libra e novas perspectivas profissionais vão lhe animar. Uma informação, ideia ou mesmo uma consciência chegam para incitar as necessárias reviravoltas. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Receberá uma informação ou tem uma ideia que reconfigura tudo. Dois temas são essenciais nas escolhas que você deve fazer até o fim da semana: dinheiro e networking. Ou seja, recursos e colaboração/divulgação. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Oportunidade de trabalho ou (re)negociação se apresenta, mas deixe para decidir na quarta. Até lá, informe-se melhor sobre valores. Não seja impulsivo, com Júpiter as melhores ideias virão a partir da reflexão. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) A semana começa com um esclarecimento. Com isso, reorganize agenda e métodos de trabalho. Abrace novas ideias e colaboradores, alianças precisam de renovação. Júpiter em Libra traz recursos e dinheiro. LIBRA (23 set. a 22 out.) Júpiter em Libra por um ano traz sorte e proteção e isso já repercute no trabalho. Comece a idealizar um novo cenário, converse com possíveis interessados. Problemas com funcionários e clientes pedem cuidado. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Momento de resolver um relacionamento profissional, dialogar e rever acordos. Aumente a rede de contatos, divulgue seus trabalhos. Até o final da semana, eclipse lunar em Peixes inspira a criar um novo projeto. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Logo no início da semana, chega ideia, percepção ou pessoa que você precisa para promover aquela virada. Seu regente Júpiter em Libra vai expandir as fronteiras do seu trabalho e aumentar sua influência por um ano. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Os esforços de muito tempo vão dar resultados com Júpiter em Libra beneficiando a carreira. Mudança de valores. A semana é importante para fazer as escolhas que elevarão seu trabalho a um novo patamar. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) O desenvolvimento das coisas lhe entusiasma e você se coloca melhor diante das situações desafiadoras. Mas é preciso ser prático. Eclipse lunar em Peixes na sexta é sobre recursos materiais, dinheiro pode vir. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Júpiter em Libra favorece os recursos que vêm dos outros: crédito, patrocínio, financiamento, herança. Na sexta tem eclipse lunar em Peixes que fala alianças: quem é que está com você nessa nova etapa?
ilustrada
AstrologiaÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Entrada de Júpiter em Libra favorece parcerias, sociedades e acordos. Semana pede união de forças para metas em comum. Compreensão do que é pouco eficiente num trabalho. TOURO (21 abr. a 20 mai.) O dia a dia e alguns processos que estavam emperrados no trabalho podem se desenvolver com mais facilidade com Júpiter em Libra pelo próximo ano. Semana importante para se reposicionar no seu mercado. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Sua criatividade ganha impulso com Júpiter em Libra e novas perspectivas profissionais vão lhe animar. Uma informação, ideia ou mesmo uma consciência chegam para incitar as necessárias reviravoltas. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Receberá uma informação ou tem uma ideia que reconfigura tudo. Dois temas são essenciais nas escolhas que você deve fazer até o fim da semana: dinheiro e networking. Ou seja, recursos e colaboração/divulgação. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Oportunidade de trabalho ou (re)negociação se apresenta, mas deixe para decidir na quarta. Até lá, informe-se melhor sobre valores. Não seja impulsivo, com Júpiter as melhores ideias virão a partir da reflexão. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) A semana começa com um esclarecimento. Com isso, reorganize agenda e métodos de trabalho. Abrace novas ideias e colaboradores, alianças precisam de renovação. Júpiter em Libra traz recursos e dinheiro. LIBRA (23 set. a 22 out.) Júpiter em Libra por um ano traz sorte e proteção e isso já repercute no trabalho. Comece a idealizar um novo cenário, converse com possíveis interessados. Problemas com funcionários e clientes pedem cuidado. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Momento de resolver um relacionamento profissional, dialogar e rever acordos. Aumente a rede de contatos, divulgue seus trabalhos. Até o final da semana, eclipse lunar em Peixes inspira a criar um novo projeto. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Logo no início da semana, chega ideia, percepção ou pessoa que você precisa para promover aquela virada. Seu regente Júpiter em Libra vai expandir as fronteiras do seu trabalho e aumentar sua influência por um ano. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Os esforços de muito tempo vão dar resultados com Júpiter em Libra beneficiando a carreira. Mudança de valores. A semana é importante para fazer as escolhas que elevarão seu trabalho a um novo patamar. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) O desenvolvimento das coisas lhe entusiasma e você se coloca melhor diante das situações desafiadoras. Mas é preciso ser prático. Eclipse lunar em Peixes na sexta é sobre recursos materiais, dinheiro pode vir. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Júpiter em Libra favorece os recursos que vêm dos outros: crédito, patrocínio, financiamento, herança. Na sexta tem eclipse lunar em Peixes que fala alianças: quem é que está com você nessa nova etapa?
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Ilha de Paquetá, no Rio, tem cemitério poético com sepulturas para pássaros
Os túmulos bicentenários –para humanos– servem como referência para se chegar à praça onde fica o Cemitério dos Pássaros de Paquetá. Localizado na ilha de Paquetá, a pouco mais de 15 km do centro do Rio, o cemitério abriga pássaros como canários, sabiás e pombos. Os moradores juram que o cemitério é o único para pássaros em todo o mundo. As 24 tumbas foram colocadas em 1940 pelo artista plástico Pedro Paulo Bruno (1888-1949). Para homenageá-lo, há um busto de ferro no terminal de barcas, principal acesso ao local. Na ilha, onde transporte é bicicleta e charrete, o cemitério fica na rua Joaquim Manoel de Macedo (1820-1882), autor que usou Paquetá como cenário para o romance "A Moreninha" (1844). O cemitério tem ainda uma "vantagem ecológica". "É só colocar o bichinho no jazigo que, com 15 dias de sol, só ficam as penas. Assim, o túmulo é reutilizado", diz Aldemírio Penha da Encarnação, 85, levantando uma das tampas. Chamado de Seu Encarnação, ele cuida do local desde os anos 50. Dividia a função com o amigo Theófilo de Souza, morto em 2013. A filha de Theófilo também herdou a função e treina a neta, de seis anos, para manter o reduto preservado. "Todo o trabalho é gratuito", explica. Segundo Encarnação, cerca de dez pássaros são enterrados por mês, por pessoas que vêm do Brasil inteiro. "Uma vez uma senhora trouxe um papagaio, congelado, de São Paulo. Enterrou e foi embora, comovida". O local tem um painel com várias poesias sobre aves. O clima poético é encontrado já na placa de entrada, com um pássaro desenhado, que traz a frase: "Estou cantando para alegrar meus companheiros". O cemitério tem outras funções. Segundo seu zelador, lá são realizados saraus, piqueniques e jantares. "É um cemitério acolhedor, em que todos querem estar ainda em vida", diz Seu Encarnação, que não gosta de ser chamado de coveiro.
cotidiano
Ilha de Paquetá, no Rio, tem cemitério poético com sepulturas para pássarosOs túmulos bicentenários –para humanos– servem como referência para se chegar à praça onde fica o Cemitério dos Pássaros de Paquetá. Localizado na ilha de Paquetá, a pouco mais de 15 km do centro do Rio, o cemitério abriga pássaros como canários, sabiás e pombos. Os moradores juram que o cemitério é o único para pássaros em todo o mundo. As 24 tumbas foram colocadas em 1940 pelo artista plástico Pedro Paulo Bruno (1888-1949). Para homenageá-lo, há um busto de ferro no terminal de barcas, principal acesso ao local. Na ilha, onde transporte é bicicleta e charrete, o cemitério fica na rua Joaquim Manoel de Macedo (1820-1882), autor que usou Paquetá como cenário para o romance "A Moreninha" (1844). O cemitério tem ainda uma "vantagem ecológica". "É só colocar o bichinho no jazigo que, com 15 dias de sol, só ficam as penas. Assim, o túmulo é reutilizado", diz Aldemírio Penha da Encarnação, 85, levantando uma das tampas. Chamado de Seu Encarnação, ele cuida do local desde os anos 50. Dividia a função com o amigo Theófilo de Souza, morto em 2013. A filha de Theófilo também herdou a função e treina a neta, de seis anos, para manter o reduto preservado. "Todo o trabalho é gratuito", explica. Segundo Encarnação, cerca de dez pássaros são enterrados por mês, por pessoas que vêm do Brasil inteiro. "Uma vez uma senhora trouxe um papagaio, congelado, de São Paulo. Enterrou e foi embora, comovida". O local tem um painel com várias poesias sobre aves. O clima poético é encontrado já na placa de entrada, com um pássaro desenhado, que traz a frase: "Estou cantando para alegrar meus companheiros". O cemitério tem outras funções. Segundo seu zelador, lá são realizados saraus, piqueniques e jantares. "É um cemitério acolhedor, em que todos querem estar ainda em vida", diz Seu Encarnação, que não gosta de ser chamado de coveiro.
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Justiça condena ex-PM a 22 anos de prisão por morte de surfista em SC
O ex-policial militar Luis Paulo Motta Brentano foi condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato do surfista Ricardo dos Santos, conhecido como Ricardinho, após uma discussão, em janeiro do ano passado, na frente da casa do rapaz, na praia Guarda do Embaú, em Palhoça, na Grande Florianópolis. A sentença foi dada pela juíza Carolina Ranzolin Nerbass Fretta, na noite desta sexta (16), após dois dias de julgamento. Em até cinco dias, Bretano será levado da prisão do Batalhão da PM, em Joinville, onde está há quase dois anos, para uma penitenciária comum. Além da morte de Ricardinho, o ex-PM foi condenado também a oito meses de detenção por embriaguez ao volante e a quatro meses sem carteira de habilitação. O crime aconteceu depois de uma discussão entre Bretano e Ricardinho, em 19 de janeiro de 2015. De acordo com a Polícia Civil, o ex-policial estacionou o carro sobre canos de água na frente da casa do surfista e atirou ao ser repreendido pelo jovem. O texto do inquérito descrevia que, "quando solicitado que retirasse seu carro do local" por Ricardinho, Brentano "se negou a fazê-lo, chegando a afrontá-los (o surfista e o avô do surfista)" e, "do interior de seu veículo", disparou os tiros que mataram o atleta. O laudo do IGP (Instituto Geral de Perícias) mostrou que Brentano estava alcoolizado. Ele estava de folga e passava férias na praia com o irmão de 17 anos. Após o crime, a Polícia Militar expulsou Bretano, que era policial desde 2008, da corporação alegando que sua conduta não foi "compatível com o valor, a ética e a disciplina" de um policial militar. A morte de Ricardinho foi lamentada na ocasião pelos principais surfistas do mundo, como Gabriel Medina, campeão mundial em 2014, e Kelly Slater, dono de 11 títulos mundiais. Entre a elite do surfe mundial ele era conhecido como especialista em ondas gigantes e tubulares.
cotidiano
Justiça condena ex-PM a 22 anos de prisão por morte de surfista em SCO ex-policial militar Luis Paulo Motta Brentano foi condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato do surfista Ricardo dos Santos, conhecido como Ricardinho, após uma discussão, em janeiro do ano passado, na frente da casa do rapaz, na praia Guarda do Embaú, em Palhoça, na Grande Florianópolis. A sentença foi dada pela juíza Carolina Ranzolin Nerbass Fretta, na noite desta sexta (16), após dois dias de julgamento. Em até cinco dias, Bretano será levado da prisão do Batalhão da PM, em Joinville, onde está há quase dois anos, para uma penitenciária comum. Além da morte de Ricardinho, o ex-PM foi condenado também a oito meses de detenção por embriaguez ao volante e a quatro meses sem carteira de habilitação. O crime aconteceu depois de uma discussão entre Bretano e Ricardinho, em 19 de janeiro de 2015. De acordo com a Polícia Civil, o ex-policial estacionou o carro sobre canos de água na frente da casa do surfista e atirou ao ser repreendido pelo jovem. O texto do inquérito descrevia que, "quando solicitado que retirasse seu carro do local" por Ricardinho, Brentano "se negou a fazê-lo, chegando a afrontá-los (o surfista e o avô do surfista)" e, "do interior de seu veículo", disparou os tiros que mataram o atleta. O laudo do IGP (Instituto Geral de Perícias) mostrou que Brentano estava alcoolizado. Ele estava de folga e passava férias na praia com o irmão de 17 anos. Após o crime, a Polícia Militar expulsou Bretano, que era policial desde 2008, da corporação alegando que sua conduta não foi "compatível com o valor, a ética e a disciplina" de um policial militar. A morte de Ricardinho foi lamentada na ocasião pelos principais surfistas do mundo, como Gabriel Medina, campeão mundial em 2014, e Kelly Slater, dono de 11 títulos mundiais. Entre a elite do surfe mundial ele era conhecido como especialista em ondas gigantes e tubulares.
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Objetos tropicais esquentam a decoração da casa neste verão; veja dicas de compras
MICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Quer dar um toque tropical à decoração do seu espaço para combinar com o clima lá fora? A sãopaulo dá dicas do que comprar para esquentar os ambientes. * Joana Lira artista gráfica Como surgiu a linha Fruto Tropical? A observação da natureza tem sido um tema recorrente em meu trabalho. Essa linha nasceu do desejo de interpretar a riqueza, em cor e forma, da variedade de frutas na biodiversidade brasileira. E a escolha das cores? Quis trabalhar com uma paleta que trouxesse vitalidade, contraste, mas sem ser muito saturada.
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Objetos tropicais esquentam a decoração da casa neste verão; veja dicas de comprasMICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Quer dar um toque tropical à decoração do seu espaço para combinar com o clima lá fora? A sãopaulo dá dicas do que comprar para esquentar os ambientes. * Joana Lira artista gráfica Como surgiu a linha Fruto Tropical? A observação da natureza tem sido um tema recorrente em meu trabalho. Essa linha nasceu do desejo de interpretar a riqueza, em cor e forma, da variedade de frutas na biodiversidade brasileira. E a escolha das cores? Quis trabalhar com uma paleta que trouxesse vitalidade, contraste, mas sem ser muito saturada.
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Presente na mesa dos brasileiros há cem anos, União leva título de melhor açúcar
ANDREA MARTINS DE SÃO PAULO Para adoçar o cafezinho ou preparar sobremesas especiais, o açúcar União está presente no dia a dia dos consumidores brasileiros há mais de cem anos. Com 79% das menções, o produto, líder de mercado, foi eleito pela segunda vez o melhor na categoria por paulistanos das classes A e B que costumam cozinhar. A marca nasceu em 1910 com o engajamento dos irmãos Giuseppe e Nicola Carbone, que se apegaram ao mote "a união faz força" para convencer pequenos refinadores paulistas a deixar a rivalidade de lado e formar uma só empresa —União passou, então, a ser grafada com letra maiúscula. Na década de 1950, para se conectar também ao público, a empresa começou a publicar receitas nas embalagens do açúcar, muitas delas compiladas em livros. Hoje em dia, é possível acessá-las no site da marca. Comprada pela Camil em 2012, a empresa passou por um reposicionamento de marca dois anos depois e adotou o slogan "Por um Mundo mais Doce". Também exploraram o duplo sentido da palavra, as iniciativas "Doces Notícias", com histórias reais contadas por pessoas comuns, e "Doce Hora", que encorajava o público a utilizar a hora a mais que se ganha com o fim do horário de verão para deixar a vida de alguém mais doce. "A marca convida as pessoas a construir um mundo mais gostoso, com grandes e pequenos gestos", comenta Marcelo Reis, copresidente da Leo Burnett Tailor Made, agência responsável pelas campanhas. Além do açúcar refinado, a marca oferece outras versões do produto, como o açúcar fit, orgânico, demerara e de confeiteiro. A novidade é a linha de adoçantes sucralose, que "permite a substituição exata do açúcar [na receita], sem a necessidade de adaptação na quantidade", reforça Viviana Teran, gerente de marketing de União.
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Presente na mesa dos brasileiros há cem anos, União leva título de melhor açúcarANDREA MARTINS DE SÃO PAULO Para adoçar o cafezinho ou preparar sobremesas especiais, o açúcar União está presente no dia a dia dos consumidores brasileiros há mais de cem anos. Com 79% das menções, o produto, líder de mercado, foi eleito pela segunda vez o melhor na categoria por paulistanos das classes A e B que costumam cozinhar. A marca nasceu em 1910 com o engajamento dos irmãos Giuseppe e Nicola Carbone, que se apegaram ao mote "a união faz força" para convencer pequenos refinadores paulistas a deixar a rivalidade de lado e formar uma só empresa —União passou, então, a ser grafada com letra maiúscula. Na década de 1950, para se conectar também ao público, a empresa começou a publicar receitas nas embalagens do açúcar, muitas delas compiladas em livros. Hoje em dia, é possível acessá-las no site da marca. Comprada pela Camil em 2012, a empresa passou por um reposicionamento de marca dois anos depois e adotou o slogan "Por um Mundo mais Doce". Também exploraram o duplo sentido da palavra, as iniciativas "Doces Notícias", com histórias reais contadas por pessoas comuns, e "Doce Hora", que encorajava o público a utilizar a hora a mais que se ganha com o fim do horário de verão para deixar a vida de alguém mais doce. "A marca convida as pessoas a construir um mundo mais gostoso, com grandes e pequenos gestos", comenta Marcelo Reis, copresidente da Leo Burnett Tailor Made, agência responsável pelas campanhas. Além do açúcar refinado, a marca oferece outras versões do produto, como o açúcar fit, orgânico, demerara e de confeiteiro. A novidade é a linha de adoçantes sucralose, que "permite a substituição exata do açúcar [na receita], sem a necessidade de adaptação na quantidade", reforça Viviana Teran, gerente de marketing de União.
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Leitor critica coluna sobre procurador da Lava Jato
O colunista Bernardo Mello Franco, na coluna "O procurador na igreja" tenta desqualificar o procurador Deltan Dallagnol atacando e ridicularizando sua fé religiosa. Se quer encontrar motivos para criticar a atuação de Dallagnol ou do Ministério Público Federal por sua atuação na Operação Lava Jato, deveria tentar encontrar argumentações jurídicas. A fé religiosa das pessoas enquanto simples cidadãos é protegida pela nossa Constituição. LUIS ROBERTO NUNES FERREIRA (Santos, SP) RESPOSTA DO COLUNISTA BERNARDO MELLO FRANCO - A coluna não fez críticas à Lava Jato ou às convicções do procurador. Limitou-se a reproduzir trechos de sua fala em uma igreja durante evento público, ao qual a imprensa foi convidada. * Enquanto o deputado Jarbas Vasconcellos propõe em artigo na Folha o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara em meio à apuração de seu envolvimento na Operação Lava Jato, empresários pagam caro para um almoço a prestigiá-lo. Este é o Brasil da flexibilidade ética. MARIO ERNESTO HUMBERG, coordenador-geral do PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais) (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor critica coluna sobre procurador da Lava JatoO colunista Bernardo Mello Franco, na coluna "O procurador na igreja" tenta desqualificar o procurador Deltan Dallagnol atacando e ridicularizando sua fé religiosa. Se quer encontrar motivos para criticar a atuação de Dallagnol ou do Ministério Público Federal por sua atuação na Operação Lava Jato, deveria tentar encontrar argumentações jurídicas. A fé religiosa das pessoas enquanto simples cidadãos é protegida pela nossa Constituição. LUIS ROBERTO NUNES FERREIRA (Santos, SP) RESPOSTA DO COLUNISTA BERNARDO MELLO FRANCO - A coluna não fez críticas à Lava Jato ou às convicções do procurador. Limitou-se a reproduzir trechos de sua fala em uma igreja durante evento público, ao qual a imprensa foi convidada. * Enquanto o deputado Jarbas Vasconcellos propõe em artigo na Folha o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara em meio à apuração de seu envolvimento na Operação Lava Jato, empresários pagam caro para um almoço a prestigiá-lo. Este é o Brasil da flexibilidade ética. MARIO ERNESTO HUMBERG, coordenador-geral do PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais) (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Apple permite baixar versão de testes do novo sistema do iPhone; veja como
A Apple começou a permitir que usuários baixem a versão de testes do novo sistema operacional iOS 9, destinado a iPhones e iPads –é a primeira vez que a companhia dá essa possibilidade a consumidores finais. O sistema OS X El Capitan, para computadores Mac, também pode ser obtidos para testes. Com essa estratégia, a Apple quer que os usuários ajudem a identificar problemas nos sistemas antes do lançamento oficial dos programas –no caso do iOS, previsto para setembro, provavelmente ao mesmo tempo que a nova geração de iPhones. O iOS 9 será compatível com iPhones a partir do 4S, iPads a partir do 2 e a quinta geração do iPod Touch. Para fazer o download, é preciso acessar o site beta.apple.com, entrar com sua identificação (ID) nos sistemas da Apple e aceitar fazer parte do programa. É preciso ter em mente, entretanto, que essa é uma versão de testes, altamente sujeita a erros, problemas de compatibilidade com apps e efeitos na bateria. No caso do iOS 8, mesmo o programa final apresentou uma série de falhas. A Apple sugere que os usuários façam backup dos arquivos antes de instalar o programa e que preferencialmente o façam em um aparelho secundário, não no de uso principal. O QUE TEM Entre as novidades do iOS estão algumas melhorias na assistente virtual Siri, que passará a dar sugestões ao usuário com base em mensagens recebidas pelo smartphone. Por exemplo, ao chegar um e-mail com um pedido feito pelo interlocutor ("pode comprar pão?"), a Siri pode automaticamente sugerir um lembrete. Também é possível que a assistente virtual exiba o endereço e o telefone do restaurante, além de um app para fazer a reserva, depois de a pessoa ter recebido um convite para jantar. O iOS tem também um novo aplicativo de notícias, chamado News. Além da função de "seguir" determinada publicação, a ferramenta tem notícias recomendadas conforme as preferências inseridas pelo usuário e as definidas por um algoritmo conforme o histórico de leitura. Outra novidade é a possibilidade de usar múltiplas janelas no iPad, algo anteriormente introduzido em tablets com Android e no Surface, da Microsoft. Será possível, dessa maneira, alternar entre os apps de Facebook e Twitter sem deixar o Gmail, por exemplo.
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Apple permite baixar versão de testes do novo sistema do iPhone; veja comoA Apple começou a permitir que usuários baixem a versão de testes do novo sistema operacional iOS 9, destinado a iPhones e iPads –é a primeira vez que a companhia dá essa possibilidade a consumidores finais. O sistema OS X El Capitan, para computadores Mac, também pode ser obtidos para testes. Com essa estratégia, a Apple quer que os usuários ajudem a identificar problemas nos sistemas antes do lançamento oficial dos programas –no caso do iOS, previsto para setembro, provavelmente ao mesmo tempo que a nova geração de iPhones. O iOS 9 será compatível com iPhones a partir do 4S, iPads a partir do 2 e a quinta geração do iPod Touch. Para fazer o download, é preciso acessar o site beta.apple.com, entrar com sua identificação (ID) nos sistemas da Apple e aceitar fazer parte do programa. É preciso ter em mente, entretanto, que essa é uma versão de testes, altamente sujeita a erros, problemas de compatibilidade com apps e efeitos na bateria. No caso do iOS 8, mesmo o programa final apresentou uma série de falhas. A Apple sugere que os usuários façam backup dos arquivos antes de instalar o programa e que preferencialmente o façam em um aparelho secundário, não no de uso principal. O QUE TEM Entre as novidades do iOS estão algumas melhorias na assistente virtual Siri, que passará a dar sugestões ao usuário com base em mensagens recebidas pelo smartphone. Por exemplo, ao chegar um e-mail com um pedido feito pelo interlocutor ("pode comprar pão?"), a Siri pode automaticamente sugerir um lembrete. Também é possível que a assistente virtual exiba o endereço e o telefone do restaurante, além de um app para fazer a reserva, depois de a pessoa ter recebido um convite para jantar. O iOS tem também um novo aplicativo de notícias, chamado News. Além da função de "seguir" determinada publicação, a ferramenta tem notícias recomendadas conforme as preferências inseridas pelo usuário e as definidas por um algoritmo conforme o histórico de leitura. Outra novidade é a possibilidade de usar múltiplas janelas no iPad, algo anteriormente introduzido em tablets com Android e no Surface, da Microsoft. Será possível, dessa maneira, alternar entre os apps de Facebook e Twitter sem deixar o Gmail, por exemplo.
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Doria vai privatizar fabricação de cachimbos de crack na cracolândia
O próximo prefeito de São Paulo mostrou, na última semana, sua solução para um dos problemas da cidade, a cracolândia. "Durante a prefeitura desastrada de Fernando Haddad, a pedra de crack passou de cinco para oito reais", disse. "Com a força da iniciativa privada,vamos melhorar esta realidade". Uma parte do plano de Doria é privatizar a fabricação dos cachimbos. "Quero devolver a autoestima ao dependente, com cachimbos personalizados pelo artista Romero Britto,e também captar impostos de um mercado que ainda é informal", ressaltou. Doria negocia também a venda dos naming rights da cracolândia, que poderá se chamar Addiction Arena Ralph Lauren ou Crack Square Abercrombie & Fitch. Doria planeja privatizar ainda mais na prefeitura. Ele planeja até janeiro contratar um prefeito para poder passar o resto do mandato num "think tank" tendo ideias Campos do Jordão. "Não escolhi o nome ainda, estou esperando o mercado se manifestar", disse."Quero ver se o Justus está disponível". ZONA ELEITORAL
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Doria vai privatizar fabricação de cachimbos de crack na cracolândiaO próximo prefeito de São Paulo mostrou, na última semana, sua solução para um dos problemas da cidade, a cracolândia. "Durante a prefeitura desastrada de Fernando Haddad, a pedra de crack passou de cinco para oito reais", disse. "Com a força da iniciativa privada,vamos melhorar esta realidade". Uma parte do plano de Doria é privatizar a fabricação dos cachimbos. "Quero devolver a autoestima ao dependente, com cachimbos personalizados pelo artista Romero Britto,e também captar impostos de um mercado que ainda é informal", ressaltou. Doria negocia também a venda dos naming rights da cracolândia, que poderá se chamar Addiction Arena Ralph Lauren ou Crack Square Abercrombie & Fitch. Doria planeja privatizar ainda mais na prefeitura. Ele planeja até janeiro contratar um prefeito para poder passar o resto do mandato num "think tank" tendo ideias Campos do Jordão. "Não escolhi o nome ainda, estou esperando o mercado se manifestar", disse."Quero ver se o Justus está disponível". ZONA ELEITORAL
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'A alegria se apagou', diz mãe sobre morte de menino símbolo do PAC
Em 2008, o filho de Bianca Pereira virou símbolo do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em Manguinhos, zona norte do Rio. No início deste mês, aos 15 anos, Christiano Tavares morreu com suspeita de overdose. Foi o desfecho da história do menino que ganhou notoriedade ao conhecer de perto Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente da República, na entrega do conjunto habitacional no local. * No início de 2008, duas mulheres bateram na porta do meu barraco de madeira em Manguinhos e me ofereceram um apartamento que seria construído pelo Lula. Pensei que era um traficante, mas disseram que era mesmo o presidente da República. Eu aceitei, claro, fiquei muito feliz. Perto da inauguração, um jornal tirou uma foto do Christiano brincando em um vazamento de água. Não achei nada demais, até porque sou nascida e criada em Manguinhos e aqui as crianças sempre brincam em poças de água no barro. Eu já mergulhei em uma também. O governo gostou de usar a foto como propaganda. Falaram: símbolo do PAC. Deram óculos de natação para meu filho, sunga e o deixaram mergulhar na piscina no dia da inauguração, quando o Lula veio. Sabe quando ele mergulhou de novo? Nunca. Construíram um muro em volta da piscina, que acabou fechada para os moradores. Nunca houve aula de natação para as crianças, como tinha sido prometido. Mas naquele dia foi uma alegria só. Foi abraçado pelo presidente, conheceu gente importante, e só tinha 8 anos. Todos na favela começaram a dizer: olha o Lulinha! E ele adorava. Se apresentava como Lulinha e dizia que queria ser nadador, por isso ele achava que não precisava estudar. Mas, como ainda não sabia ler, voltou para a escola. O PAC foi o incentivo para ele aprender a ler. Só que era fraquinho, repetia muito. O professor me chamou para conversar a respeito. Me disse: seu filho só quer ficar no recreio. Ele abandonou a escola, ano passado, na sexta série. Dizia que iria voltar. Meu filho virou adolescente e ficou frustrado. Viu que nada daquilo que ele sonhava, ser nadador, famoso de novo, iria acontecer. Passava o tempo no computador e assistindo televisão. Tinha boca e não falava. A alegria de criança se apagou. Eu estava em casa dormindo quando meu irmão me ligou. Disseram que ele estava na praça escutando som quando caiu. Levaram para a Unidade de Pronto-Atendimento. Cheguei lá e o médico disse: tem nada para fazer, seu filho cheirou tíner [solvente de tinta] demais, overdose. Não quero acreditar que ele morreu por drogas. Costumava dizer que Christiano era uma estrela na minha vida. Sempre me trouxe sorte. Teve até uma vez que joguei a data de nascimento dele em uma rifa e ganhei eletrodoméstico. Tinha 20 anos quando ele nasceu. Depois tive duas meninas. Três filhos em quatro anos. E, então, meu marido me abandonou. Comecei a trabalhar aos 16 anos como costureira, mas, como não tinha formação, fui fazer faxina para sustentar as crianças. Ganho R$ 833 por mês, acordo às quatro e meia da manhã e pego dois ônibus para ir trabalhar. Seis da manhã já estou fazendo faxina. A gente se encontrava pouco. Quando Christiano me procurava para falar algo, era para pedir dinheiro. Principalmente roupa. Meu filho sempre usou roupa de marca. E eu fazia questão de comprar tudo para que ele não se misturasse com traficantes. Sei que vida fácil é o tráfico, mas sempre aconselhei meu filho a não ir para esse lado. Talvez, se eu tivesse um emprego melhor, poderia ter dado mais coisas para ele. Durante o PAC, quis trabalhar nas obras, pedia emprego para as assistentes do governo. Nunca consegui. Usaram o Cristiano como imagem, depois todo mundo sumiu. Manguinhos continua abandonado. É só ver o lixo por aí. A única coisa que funciona é a clínica para as grávidas. Minha filha de 13 anos está com seis meses [de gestação] e faz o pré-natal lá. Estou de luto, mas minha alegria vai voltar com essa bebê que já escolhemos o nome: Christiane Vitória. Queria que o governo olhasse mais para o povo da favela, não só para fazer propaganda.
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'A alegria se apagou', diz mãe sobre morte de menino símbolo do PACEm 2008, o filho de Bianca Pereira virou símbolo do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em Manguinhos, zona norte do Rio. No início deste mês, aos 15 anos, Christiano Tavares morreu com suspeita de overdose. Foi o desfecho da história do menino que ganhou notoriedade ao conhecer de perto Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente da República, na entrega do conjunto habitacional no local. * No início de 2008, duas mulheres bateram na porta do meu barraco de madeira em Manguinhos e me ofereceram um apartamento que seria construído pelo Lula. Pensei que era um traficante, mas disseram que era mesmo o presidente da República. Eu aceitei, claro, fiquei muito feliz. Perto da inauguração, um jornal tirou uma foto do Christiano brincando em um vazamento de água. Não achei nada demais, até porque sou nascida e criada em Manguinhos e aqui as crianças sempre brincam em poças de água no barro. Eu já mergulhei em uma também. O governo gostou de usar a foto como propaganda. Falaram: símbolo do PAC. Deram óculos de natação para meu filho, sunga e o deixaram mergulhar na piscina no dia da inauguração, quando o Lula veio. Sabe quando ele mergulhou de novo? Nunca. Construíram um muro em volta da piscina, que acabou fechada para os moradores. Nunca houve aula de natação para as crianças, como tinha sido prometido. Mas naquele dia foi uma alegria só. Foi abraçado pelo presidente, conheceu gente importante, e só tinha 8 anos. Todos na favela começaram a dizer: olha o Lulinha! E ele adorava. Se apresentava como Lulinha e dizia que queria ser nadador, por isso ele achava que não precisava estudar. Mas, como ainda não sabia ler, voltou para a escola. O PAC foi o incentivo para ele aprender a ler. Só que era fraquinho, repetia muito. O professor me chamou para conversar a respeito. Me disse: seu filho só quer ficar no recreio. Ele abandonou a escola, ano passado, na sexta série. Dizia que iria voltar. Meu filho virou adolescente e ficou frustrado. Viu que nada daquilo que ele sonhava, ser nadador, famoso de novo, iria acontecer. Passava o tempo no computador e assistindo televisão. Tinha boca e não falava. A alegria de criança se apagou. Eu estava em casa dormindo quando meu irmão me ligou. Disseram que ele estava na praça escutando som quando caiu. Levaram para a Unidade de Pronto-Atendimento. Cheguei lá e o médico disse: tem nada para fazer, seu filho cheirou tíner [solvente de tinta] demais, overdose. Não quero acreditar que ele morreu por drogas. Costumava dizer que Christiano era uma estrela na minha vida. Sempre me trouxe sorte. Teve até uma vez que joguei a data de nascimento dele em uma rifa e ganhei eletrodoméstico. Tinha 20 anos quando ele nasceu. Depois tive duas meninas. Três filhos em quatro anos. E, então, meu marido me abandonou. Comecei a trabalhar aos 16 anos como costureira, mas, como não tinha formação, fui fazer faxina para sustentar as crianças. Ganho R$ 833 por mês, acordo às quatro e meia da manhã e pego dois ônibus para ir trabalhar. Seis da manhã já estou fazendo faxina. A gente se encontrava pouco. Quando Christiano me procurava para falar algo, era para pedir dinheiro. Principalmente roupa. Meu filho sempre usou roupa de marca. E eu fazia questão de comprar tudo para que ele não se misturasse com traficantes. Sei que vida fácil é o tráfico, mas sempre aconselhei meu filho a não ir para esse lado. Talvez, se eu tivesse um emprego melhor, poderia ter dado mais coisas para ele. Durante o PAC, quis trabalhar nas obras, pedia emprego para as assistentes do governo. Nunca consegui. Usaram o Cristiano como imagem, depois todo mundo sumiu. Manguinhos continua abandonado. É só ver o lixo por aí. A única coisa que funciona é a clínica para as grávidas. Minha filha de 13 anos está com seis meses [de gestação] e faz o pré-natal lá. Estou de luto, mas minha alegria vai voltar com essa bebê que já escolhemos o nome: Christiane Vitória. Queria que o governo olhasse mais para o povo da favela, não só para fazer propaganda.
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Eike admite conhecer Baiano, mas diz que lobista nunca foi seu funcionário
Durante seu depoimento à CPI do BNDES, o empresário Eike Batista admitiu conhecer o Fernando Baiano, delator da Operação Lava Jato, e disse que esteve com o lobista –que nos encontros atuava como representante de um grupo estrangeiro interessado em fazer obras no porto do Açu (RJ)– duas ou três vezes, mas afirmou que ele nunca foi seu funcionário. "Ele não prestava serviço para a OSX [empresa de seu grupo]", resumiu. Em delação premiada, Baiano teria falado que o pecuarista amigo do ex-presidente Lula José Carlos Bumlai e ele teriam feito lobby para que a Sete Brasil –estatal criada para contratar sondas do pré-sal– contratasse os estaleiros do grupo de Eike e que Lula teria ajudado a intermediar o negócio. Eike afirmou que não soube de qualquer negociação e que esse negócio não se concretizou. Perguntado sobre como conheceu Baiano, Eike respondeu que não sabia. "Sei que ele apareceu no escritório". Sobre Bumlai, ele afirmou que o pecuarista também não teve vínculo seu grupo. A Folha revelou no início do mês que o BNDES contornou uma norma interna que o proíbe de conceder empréstimos a empresas cuja falência tenha sido requerida na Justiça e concedeu crédito de R$ 101,5 milhões ao pecuarista José Carlos Bumlai. Em nota, o BNDES informou que o banco "não deu qualquer tipo de tratamento privilegiado a empresa São Fernando ou ao empresário José Carlos Bumlai". Segundo a nota, "Os procedimentos de análise do BNDES são técnicos e impessoais e, neste caso específico, diferentemente do que insinua o texto da Folha, não houve violação de norma do Banco para favorecer a empresa. A operação da São Fernando Energia era um financiamento indireto. Desta forma, a análise da operação e o risco de crédito foram assumidos pelos agentes financeiros, tanto público quanto privado". BOBO Durante a sessão, Eike teve um embate com o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) sobre os financiamentos ao grupo EBX, do qual é fundador. O ex-mais rico do Brasil afirmou ser um "empresário diferente" por atrair recursos estrangeiros para o país e disse não depender de recursos públicos. Quando soube que não haveria a quantidade de petróleo anunciada nos campos de exploração de empresa, o empresário afirma que não utilizou todo o empréstimo junto ao Fundo da Marinha Mercante –que auxilia, com recursos públicos, a construção de navios e plataformas– Por isso, segundo Eike, os empréstimos que seu grupo tomou não geraram prejuízo nem ao Fundo nem ao BNDES. "Tudo foi garantido por avais pessoais e meu capital próprio. O senhor pode me considerar bobo", disse o empresário. Jordy respondeu que não o considerava bobo. "Eu fui otimista, achando que meus campos iam ter esse petróleo e era necessário construir meus próprios estaleiros e plataformas", completou o empresário. Eike afirmou ainda que pretende, "nos próximos 10 dias", resolver todo o problema de suas dívidas, que seriam hoje de US$ 1 bilhão, e voltar ao mercado com "patrimônio possível". "Depois de dois anos e meio, resolvi R$ 80 bilhões de dívidas com o sistema privado. Muito obrigado", disse o antigo homem mais rico do Brasil, agradecendo a ele mesmo. Perguntado pelo deputado se ele era um fenômeno, Eike respondeu: "Eu sei" –o que causou riso dentre os demais presentes à sessão. LULA Eike admitiu ter contribuído com campanhas de grandes partidos políticos, mas afirmou que o fez por "acreditar a democracia". Mas, após a derrocada nos negócios, o empresário afirmou que não caberia ao governo ajudar um "empresário bilionário em crise" e que a captação de recursos junto a bancos públicos foi feita quando não conhecia o ex-presidente Lula. "Nunca nos metemos com política. Não faz parte da cultura da minha família, do meu pai. Quando começamos a falar com o governo, já era tarde", admitiu Eike, que admitiu ter pedido encomendas da Petrobras a seu estaleiro.
poder
Eike admite conhecer Baiano, mas diz que lobista nunca foi seu funcionárioDurante seu depoimento à CPI do BNDES, o empresário Eike Batista admitiu conhecer o Fernando Baiano, delator da Operação Lava Jato, e disse que esteve com o lobista –que nos encontros atuava como representante de um grupo estrangeiro interessado em fazer obras no porto do Açu (RJ)– duas ou três vezes, mas afirmou que ele nunca foi seu funcionário. "Ele não prestava serviço para a OSX [empresa de seu grupo]", resumiu. Em delação premiada, Baiano teria falado que o pecuarista amigo do ex-presidente Lula José Carlos Bumlai e ele teriam feito lobby para que a Sete Brasil –estatal criada para contratar sondas do pré-sal– contratasse os estaleiros do grupo de Eike e que Lula teria ajudado a intermediar o negócio. Eike afirmou que não soube de qualquer negociação e que esse negócio não se concretizou. Perguntado sobre como conheceu Baiano, Eike respondeu que não sabia. "Sei que ele apareceu no escritório". Sobre Bumlai, ele afirmou que o pecuarista também não teve vínculo seu grupo. A Folha revelou no início do mês que o BNDES contornou uma norma interna que o proíbe de conceder empréstimos a empresas cuja falência tenha sido requerida na Justiça e concedeu crédito de R$ 101,5 milhões ao pecuarista José Carlos Bumlai. Em nota, o BNDES informou que o banco "não deu qualquer tipo de tratamento privilegiado a empresa São Fernando ou ao empresário José Carlos Bumlai". Segundo a nota, "Os procedimentos de análise do BNDES são técnicos e impessoais e, neste caso específico, diferentemente do que insinua o texto da Folha, não houve violação de norma do Banco para favorecer a empresa. A operação da São Fernando Energia era um financiamento indireto. Desta forma, a análise da operação e o risco de crédito foram assumidos pelos agentes financeiros, tanto público quanto privado". BOBO Durante a sessão, Eike teve um embate com o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) sobre os financiamentos ao grupo EBX, do qual é fundador. O ex-mais rico do Brasil afirmou ser um "empresário diferente" por atrair recursos estrangeiros para o país e disse não depender de recursos públicos. Quando soube que não haveria a quantidade de petróleo anunciada nos campos de exploração de empresa, o empresário afirma que não utilizou todo o empréstimo junto ao Fundo da Marinha Mercante –que auxilia, com recursos públicos, a construção de navios e plataformas– Por isso, segundo Eike, os empréstimos que seu grupo tomou não geraram prejuízo nem ao Fundo nem ao BNDES. "Tudo foi garantido por avais pessoais e meu capital próprio. O senhor pode me considerar bobo", disse o empresário. Jordy respondeu que não o considerava bobo. "Eu fui otimista, achando que meus campos iam ter esse petróleo e era necessário construir meus próprios estaleiros e plataformas", completou o empresário. Eike afirmou ainda que pretende, "nos próximos 10 dias", resolver todo o problema de suas dívidas, que seriam hoje de US$ 1 bilhão, e voltar ao mercado com "patrimônio possível". "Depois de dois anos e meio, resolvi R$ 80 bilhões de dívidas com o sistema privado. Muito obrigado", disse o antigo homem mais rico do Brasil, agradecendo a ele mesmo. Perguntado pelo deputado se ele era um fenômeno, Eike respondeu: "Eu sei" –o que causou riso dentre os demais presentes à sessão. LULA Eike admitiu ter contribuído com campanhas de grandes partidos políticos, mas afirmou que o fez por "acreditar a democracia". Mas, após a derrocada nos negócios, o empresário afirmou que não caberia ao governo ajudar um "empresário bilionário em crise" e que a captação de recursos junto a bancos públicos foi feita quando não conhecia o ex-presidente Lula. "Nunca nos metemos com política. Não faz parte da cultura da minha família, do meu pai. Quando começamos a falar com o governo, já era tarde", admitiu Eike, que admitiu ter pedido encomendas da Petrobras a seu estaleiro.
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Traficante foragido, 'El Chapo' é herói popular no México
Quando José Antonio Sevilla e seus três irmãos souberam que o notório traficante de drogas conhecido como "El Chapo" tinha escapado da prisão, gritaram de alegria. "El Chapo saiu! Ele é o maior!", disse Sevilla, 19, fã confesso do chefão mafioso, cujo nome completo é Joaquín Guzmán Loera. Sevilla, mecânico, ficou tão entusiasmado que participou de uma marcha comemorativa por Culiacán, a capital do Estado natal de Guzmán. Ele carregava uma placa que dizia "El Chapo é mais presidente que Peña Nieto", referindo-se ao presidente do México, Enrique Peña Nieto. No Estado de Sinaloa, a fuga do traficante em 11 de julho por um túnel sob a que deveria ser a prisão mais segura do país ressaltou sua posição de herói popular. As autoridades dos Estados Unidos acusam Guzmán de contribuir para "a morte e a destruição de milhões de vidas em todo o mundo, por meio do vício em drogas, da violência e da corrupção". No entanto, para muitos mexicanos, ele é uma combinação de Robin Hood com bilionário, uma fonte de alegria, respeito e até reverência por sua capacidade de iludir o governo do país, profundamente impopular. "Ele é como Al Capone", disse Adrián Cabrera, blogueiro de Culiacán que usa uma camiseta preta com a imagem do Chapo. "É como Lucky Luciano, Tony Soprano ou o Scarface. Ele é como um personagem de um programa de televisão, só que está vivo, é real." vídeo Guzmán nasceu nos anos 1950 em uma área conhecida como Triângulo de Ouro, que hoje é a maior região de plantio de maconha no México. Ao longo dos anos, ele subiu nas fileiras dos bandos de traficantes mexicanos até que chegou a chefe do maior de todos, o cartel de Sinaloa. A revista Forbes o incluiu em sua lista das pessoas mais ricas do mundo, com uma fortuna estimada em mais de US$ 1 bilhão. Ele já escapou da prisão antes, segundo alguns relatos, escondido em um carrinho de roupa suja. Já sua fuga recente foi elaborada: passou por um túnel de cerca de 1,5 quilômetro de extensão, equipado com luzes e ventilação. Muitos ao redor de Badiraguato dizem que Guzmán ajudava os moradores. Uma família com um membro doente poderia receber dinheiro para o tratamento, dizem eles, embora ninguém possa dar um exemplo específico. Veja vídeo Scarlett López, 22, que trabalha em uma empresa financeira em Culiacán, disse que, embora desaprove o tráfico de drogas que Guzmán praticava, ficou feliz por ele ter saído da prisão, porque isso significa que bandos ainda piores -como os Zetas, por exemplo, conhecidos por cortar a cabeça dos inimigos- terão menos probabilidade de se estabelecer no Estado. "Sinto-me melhor porque estamos protegidos", disse ela. Na capital do Estado há um santuário a um santo popular conhecido como Jesús Malverde, venerado pelos traficantes de drogas como um bandido que roubava dos ricos para dar aos pobres. O governo ofereceu uma recompensa de cerca de US$ 3,8 milhões por informações que levem à captura de Guzmán, mas as pessoas que visitam o santuário dizem que não vão ajudar. "Os traficantes de drogas fazem mais pelo povo do que o governo", disse Eric Reyes, 33, engenheiro de sistemas da Cidade do México, que parou no santuário por curiosidade, durante as férias. "Se você vive no território de um traficante, ele o trata bem. O governo não faz nada por você."
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Traficante foragido, 'El Chapo' é herói popular no MéxicoQuando José Antonio Sevilla e seus três irmãos souberam que o notório traficante de drogas conhecido como "El Chapo" tinha escapado da prisão, gritaram de alegria. "El Chapo saiu! Ele é o maior!", disse Sevilla, 19, fã confesso do chefão mafioso, cujo nome completo é Joaquín Guzmán Loera. Sevilla, mecânico, ficou tão entusiasmado que participou de uma marcha comemorativa por Culiacán, a capital do Estado natal de Guzmán. Ele carregava uma placa que dizia "El Chapo é mais presidente que Peña Nieto", referindo-se ao presidente do México, Enrique Peña Nieto. No Estado de Sinaloa, a fuga do traficante em 11 de julho por um túnel sob a que deveria ser a prisão mais segura do país ressaltou sua posição de herói popular. As autoridades dos Estados Unidos acusam Guzmán de contribuir para "a morte e a destruição de milhões de vidas em todo o mundo, por meio do vício em drogas, da violência e da corrupção". No entanto, para muitos mexicanos, ele é uma combinação de Robin Hood com bilionário, uma fonte de alegria, respeito e até reverência por sua capacidade de iludir o governo do país, profundamente impopular. "Ele é como Al Capone", disse Adrián Cabrera, blogueiro de Culiacán que usa uma camiseta preta com a imagem do Chapo. "É como Lucky Luciano, Tony Soprano ou o Scarface. Ele é como um personagem de um programa de televisão, só que está vivo, é real." vídeo Guzmán nasceu nos anos 1950 em uma área conhecida como Triângulo de Ouro, que hoje é a maior região de plantio de maconha no México. Ao longo dos anos, ele subiu nas fileiras dos bandos de traficantes mexicanos até que chegou a chefe do maior de todos, o cartel de Sinaloa. A revista Forbes o incluiu em sua lista das pessoas mais ricas do mundo, com uma fortuna estimada em mais de US$ 1 bilhão. Ele já escapou da prisão antes, segundo alguns relatos, escondido em um carrinho de roupa suja. Já sua fuga recente foi elaborada: passou por um túnel de cerca de 1,5 quilômetro de extensão, equipado com luzes e ventilação. Muitos ao redor de Badiraguato dizem que Guzmán ajudava os moradores. Uma família com um membro doente poderia receber dinheiro para o tratamento, dizem eles, embora ninguém possa dar um exemplo específico. Veja vídeo Scarlett López, 22, que trabalha em uma empresa financeira em Culiacán, disse que, embora desaprove o tráfico de drogas que Guzmán praticava, ficou feliz por ele ter saído da prisão, porque isso significa que bandos ainda piores -como os Zetas, por exemplo, conhecidos por cortar a cabeça dos inimigos- terão menos probabilidade de se estabelecer no Estado. "Sinto-me melhor porque estamos protegidos", disse ela. Na capital do Estado há um santuário a um santo popular conhecido como Jesús Malverde, venerado pelos traficantes de drogas como um bandido que roubava dos ricos para dar aos pobres. O governo ofereceu uma recompensa de cerca de US$ 3,8 milhões por informações que levem à captura de Guzmán, mas as pessoas que visitam o santuário dizem que não vão ajudar. "Os traficantes de drogas fazem mais pelo povo do que o governo", disse Eric Reyes, 33, engenheiro de sistemas da Cidade do México, que parou no santuário por curiosidade, durante as férias. "Se você vive no território de um traficante, ele o trata bem. O governo não faz nada por você."
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Ambientalistas capturam raro esquilo pelado para evitar que ele morra no inverno
Ambientalistas capturaram raro esquilo careca na Grã-Bretanha Um esquilo pelado escapou várias vezes de ambientalistas que queriam protegê-lo do frio do inverno na Grã-Bretanha. A curiosa criatura foi encontrada em um parque em Dunstable, uma pequena cidade na região de Bedfordshire, ao norte de Londres. Leia também: Diante de toque de recolher, memes com gatos viram febre entre moradores de Bruxelas A organização de defesa do meio ambiente Bedfordshire Wildlife Rescue começou a procurá-lo no parque Grove Gardens após receber vários telefonemas de frequentadores do local. Eles temiam que o animal congelasse no inverno. Os ambientalistas afirmaram pelo Facebook que conseguiram pegar o esquilo e que "o animal está agora em segurança". A temperatura registrada no fim de semana na região beirava 0ºC. Helen McRobie, especialista e ciência biomédica da Unversidade Anglia Ruskin, disse que nunca havia ouvido falar de um esquilo careca, mas que ele "precisa ser mantido aquecido uma vez que as temperaturas caiam". Leia também: Groenlândia, a terra dos dias de 3 horas e das baleias que 'engoliram unicórnios' "Isso é muito raro. Eu tenho estudado esquilos por anos, mas nunca encontrei algum totalmente sem pelos". "Se a pele tivesse padrões desiguais eu diria que isso possa ter sido causado por uma doença como a sarna, mas o esquilo é completamente careca, o que sugere um provável defeito genético".
bbc
Ambientalistas capturam raro esquilo pelado para evitar que ele morra no invernoAmbientalistas capturaram raro esquilo careca na Grã-Bretanha Um esquilo pelado escapou várias vezes de ambientalistas que queriam protegê-lo do frio do inverno na Grã-Bretanha. A curiosa criatura foi encontrada em um parque em Dunstable, uma pequena cidade na região de Bedfordshire, ao norte de Londres. Leia também: Diante de toque de recolher, memes com gatos viram febre entre moradores de Bruxelas A organização de defesa do meio ambiente Bedfordshire Wildlife Rescue começou a procurá-lo no parque Grove Gardens após receber vários telefonemas de frequentadores do local. Eles temiam que o animal congelasse no inverno. Os ambientalistas afirmaram pelo Facebook que conseguiram pegar o esquilo e que "o animal está agora em segurança". A temperatura registrada no fim de semana na região beirava 0ºC. Helen McRobie, especialista e ciência biomédica da Unversidade Anglia Ruskin, disse que nunca havia ouvido falar de um esquilo careca, mas que ele "precisa ser mantido aquecido uma vez que as temperaturas caiam". Leia também: Groenlândia, a terra dos dias de 3 horas e das baleias que 'engoliram unicórnios' "Isso é muito raro. Eu tenho estudado esquilos por anos, mas nunca encontrei algum totalmente sem pelos". "Se a pele tivesse padrões desiguais eu diria que isso possa ter sido causado por uma doença como a sarna, mas o esquilo é completamente careca, o que sugere um provável defeito genético".
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Galeria Vermelho inaugura sala de cinema focando videoarte
NINA RAHE DE SÃO PAULO Eduardo Brandão, 58, proprietário da Vermelho, galeria que representa artistas como Dora Longo Bahia e Iván Argote, explica porque decidiu abrir uma sala de cinema no espaço. A previsão de abertura é no dia 8/4 Quando sentiu a necessidade de adaptar o local a trabalhos realizados em vídeo? Tenho visto uma produção mais complexa por partes dos artistas. Não é mais o cara que vai com um amigo, uma máquina e edita o vídeo na hora que está sendo feito. É claro que existem peças mais e menos trabalhosas, mas o artista começou a criar com equipes de trabalho (como iluminador, fotógrafo), ocupando o papel de diretor. Existe uma vertente mais próxima do cinema e acho que isso é contemporâneo. Como será a programação? Nós começamos a trabalhar em janeiro para inaugurar em 8/4, mas ainda estamos estudando como será. Não sabemos se um filme por dia, por mês. O que entendo é que não dá para mostrar essa produção no cubo branco, em uma cadeira ruim e com uma caixa de som fuleira. São filmes, ainda que o código que se usa para entendê-los seja o da arte. E a ideia é que a sala funcione também como uma forma de impulsionar novos trabalhos.
saopaulo
Galeria Vermelho inaugura sala de cinema focando videoarteNINA RAHE DE SÃO PAULO Eduardo Brandão, 58, proprietário da Vermelho, galeria que representa artistas como Dora Longo Bahia e Iván Argote, explica porque decidiu abrir uma sala de cinema no espaço. A previsão de abertura é no dia 8/4 Quando sentiu a necessidade de adaptar o local a trabalhos realizados em vídeo? Tenho visto uma produção mais complexa por partes dos artistas. Não é mais o cara que vai com um amigo, uma máquina e edita o vídeo na hora que está sendo feito. É claro que existem peças mais e menos trabalhosas, mas o artista começou a criar com equipes de trabalho (como iluminador, fotógrafo), ocupando o papel de diretor. Existe uma vertente mais próxima do cinema e acho que isso é contemporâneo. Como será a programação? Nós começamos a trabalhar em janeiro para inaugurar em 8/4, mas ainda estamos estudando como será. Não sabemos se um filme por dia, por mês. O que entendo é que não dá para mostrar essa produção no cubo branco, em uma cadeira ruim e com uma caixa de som fuleira. São filmes, ainda que o código que se usa para entendê-los seja o da arte. E a ideia é que a sala funcione também como uma forma de impulsionar novos trabalhos.
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'Os atores de hoje são melhores do que os de antigamente', diz Robert Duvall
No festival SXSW (South by Southwest) para divulgar seu novo filme como diretor, "Wild Horses", Robert Duvall, 84, diz gostar da atual safra de atores. "Matthew McConaughey faz coisas impressionantes. Marlon Brando não poderia ter feito melhor na série 'True Detective'", disse ele, em entrevista à Folha. "Adoro os atores de agora. Joaquin Phoenix, Javier Bardem, Ricardo Darín. São melhores do que os de antigamente. Até Brad Pitt. As pessoas o criticam, mas ele pode fazer coisas maravilhosas." No ano passado, Duvall recebeu sua sétima indicação ao Oscar –como ator coadjuvante em "O Juiz"– e compareceu à cerimônia pela primeira vez em 15 anos. Apesar disso, ele conta que hoje não recebe mais muitas propostas boas de filmes e que não pretende dirigir ou atuar novamente tão cedo. "Toparia algo como um papel pequeno. Deixo para meus colegas mais novos. Eles são ótimos." Quando leu o roteiro de seu novo filme, Duvall não gostou. "Era péssimo, minha mulher queria que eu queimasse", diz. Mas algo chamou a sua atenção. "Mexi um pouco e fiz o filme mesmo assim." O longa, estrelado por ele e por James Franco (que Duvall diz ser só "ok" como ator), fala de um pai que expulsa o filho de sua vida por ele ser gay. Anos depois, o rapaz retorna, em meio à reabertura de uma investigação sobre o sumiço de um garoto.
ilustrada
'Os atores de hoje são melhores do que os de antigamente', diz Robert DuvallNo festival SXSW (South by Southwest) para divulgar seu novo filme como diretor, "Wild Horses", Robert Duvall, 84, diz gostar da atual safra de atores. "Matthew McConaughey faz coisas impressionantes. Marlon Brando não poderia ter feito melhor na série 'True Detective'", disse ele, em entrevista à Folha. "Adoro os atores de agora. Joaquin Phoenix, Javier Bardem, Ricardo Darín. São melhores do que os de antigamente. Até Brad Pitt. As pessoas o criticam, mas ele pode fazer coisas maravilhosas." No ano passado, Duvall recebeu sua sétima indicação ao Oscar –como ator coadjuvante em "O Juiz"– e compareceu à cerimônia pela primeira vez em 15 anos. Apesar disso, ele conta que hoje não recebe mais muitas propostas boas de filmes e que não pretende dirigir ou atuar novamente tão cedo. "Toparia algo como um papel pequeno. Deixo para meus colegas mais novos. Eles são ótimos." Quando leu o roteiro de seu novo filme, Duvall não gostou. "Era péssimo, minha mulher queria que eu queimasse", diz. Mas algo chamou a sua atenção. "Mexi um pouco e fiz o filme mesmo assim." O longa, estrelado por ele e por James Franco (que Duvall diz ser só "ok" como ator), fala de um pai que expulsa o filho de sua vida por ele ser gay. Anos depois, o rapaz retorna, em meio à reabertura de uma investigação sobre o sumiço de um garoto.
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Lula deverá anunciar ida para governo, dizem aliados
Aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que sua nomeação deverá ser anunciada após um café com a presidente Dilma Rousseff na manhã desta quarta-feira (16). Segundo petistas e integrantes do governo, sua nomeação, se confirmada, poderá ser acompanhada da entrada de um time no governo Dilma. Essa seria uma condição imposta por Lula para aceitar o apelo da presidente. Além dos dois, participam do café da manhã no Palácio da Alvorada os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Fazenda). Entre os nomes que Lula gostaria de levar para o governo está o de Celso Amorim para Relações Exteriores. Não está descartada a substituição de Aloizio Mercadante, na Educação. Outros nomes, como o de Ciro Gomes, são ventilados por petistas. Nas conversas, Lula alega que de nada valerá sua chegada ao governo sem a montagem de uma equipe que sinalize para mudanças, inclusive na política econômica. Esta última condição que seria apresentada por Lula preocupa não só o mercado como interlocutores do ex-presidente no empresariado, pelo receio de demandar medidas como venda de reservas internacionais, queda forçada dos juros e liberação de mais crédito na economia. Uma guinada na condução política do país justificaria sua presença na Esplanada dos Ministérios e afastaria a tese de que só pretenda escapar da prisão, já que ministros têm prerrogativa de foro privilegiado. Segundo relatos, o petista demonstrou incerteza diante da avaliação de que o PMDB não garantia apoio ao governo federal com sua nomeação para a Secretaria de Governo ou para a Casa Civil. Nas palavras do petista, é necessário construir um consenso com o partido aliado antes de sua entrada, se não ele pode se tornar um "elemento de desestabilização". "Não vou entrar no governo a qualquer custo", desabafou. Também pesou para a incerteza o fato de que sua família não ficaria protegida de um pedido de prisão do juiz Sergio Moro como ele e a maioria da população poderia criticá-lo por estar querendo fugir da Justiça. A entrada de Lula é vista no governo federal como a salvação da presidente, mas é avaliada com preocupação pelo mercado. Ainda nesta terça (15), Lula hesitava sobre a hipótese de ocupar a Secretaria de Governo. Na conversa com a presidente, impôs condições, incluindo carta branca para compor sua equipe. Essa engenharia foi objeto de discussão numa reunião que consumiu mais de quatro horas e invadiu a madrugada.
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Lula deverá anunciar ida para governo, dizem aliadosAliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que sua nomeação deverá ser anunciada após um café com a presidente Dilma Rousseff na manhã desta quarta-feira (16). Segundo petistas e integrantes do governo, sua nomeação, se confirmada, poderá ser acompanhada da entrada de um time no governo Dilma. Essa seria uma condição imposta por Lula para aceitar o apelo da presidente. Além dos dois, participam do café da manhã no Palácio da Alvorada os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Fazenda). Entre os nomes que Lula gostaria de levar para o governo está o de Celso Amorim para Relações Exteriores. Não está descartada a substituição de Aloizio Mercadante, na Educação. Outros nomes, como o de Ciro Gomes, são ventilados por petistas. Nas conversas, Lula alega que de nada valerá sua chegada ao governo sem a montagem de uma equipe que sinalize para mudanças, inclusive na política econômica. Esta última condição que seria apresentada por Lula preocupa não só o mercado como interlocutores do ex-presidente no empresariado, pelo receio de demandar medidas como venda de reservas internacionais, queda forçada dos juros e liberação de mais crédito na economia. Uma guinada na condução política do país justificaria sua presença na Esplanada dos Ministérios e afastaria a tese de que só pretenda escapar da prisão, já que ministros têm prerrogativa de foro privilegiado. Segundo relatos, o petista demonstrou incerteza diante da avaliação de que o PMDB não garantia apoio ao governo federal com sua nomeação para a Secretaria de Governo ou para a Casa Civil. Nas palavras do petista, é necessário construir um consenso com o partido aliado antes de sua entrada, se não ele pode se tornar um "elemento de desestabilização". "Não vou entrar no governo a qualquer custo", desabafou. Também pesou para a incerteza o fato de que sua família não ficaria protegida de um pedido de prisão do juiz Sergio Moro como ele e a maioria da população poderia criticá-lo por estar querendo fugir da Justiça. A entrada de Lula é vista no governo federal como a salvação da presidente, mas é avaliada com preocupação pelo mercado. Ainda nesta terça (15), Lula hesitava sobre a hipótese de ocupar a Secretaria de Governo. Na conversa com a presidente, impôs condições, incluindo carta branca para compor sua equipe. Essa engenharia foi objeto de discussão numa reunião que consumiu mais de quatro horas e invadiu a madrugada.
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Chuva que abastece reservatórios também traz lágrimas, diz leitor
Vendo os estragos das chuvas intensas no noticiário, é inevitável pensar que os reservatórios cheios também contêm muitas lágrimas. ROBERTO GODINHO (São Roque, SP) * Com as recentes chuvas, que devolveram a capacidade hídrica às nossas bacias, os governantes já se esqueceram da crise que vivemos nos últimos dois anos. Tenho certeza de que os investimentos em captação e armazenamento de água tratada foram abandonados. Nos lembraremos deles na próxima estiagem. MARCEL ANTONIO DE OLIVEIRA (Itatiba, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Chuva que abastece reservatórios também traz lágrimas, diz leitorVendo os estragos das chuvas intensas no noticiário, é inevitável pensar que os reservatórios cheios também contêm muitas lágrimas. ROBERTO GODINHO (São Roque, SP) * Com as recentes chuvas, que devolveram a capacidade hídrica às nossas bacias, os governantes já se esqueceram da crise que vivemos nos últimos dois anos. Tenho certeza de que os investimentos em captação e armazenamento de água tratada foram abandonados. Nos lembraremos deles na próxima estiagem. MARCEL ANTONIO DE OLIVEIRA (Itatiba, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Rede americana tenta abrir mercado de franquias de pet shop no Brasil
A norte-americana Petland aposta em criar uma grande rede de franquias de pet shops de bairro no Brasil. As lojas da empresa, que chegou ao Brasil em maio de 2014, têm tamanho médio de 200 metros quadrados. Segundo Rodrigo Albuquerque, sócio-diretor da Petland no Brasil, a empresa oferece ferramentas de administração para quem quer possuir um pet shop. "Este é um mercado que cresce, mas ainda de modo muito amador. Beira o artesanal em alguns momentos. A maior parte das operações são comandadas por veterinários com perfil técnico, que não têm conhecimento de varejo, gestão de pessoas para profissionalizar o negócio", diz. Entre as características das lojas da Petland estão o posicionamento das rações –que dão menos retorno financeiro– no fundo da loja para priorizar a venda de itens mais rentáveis. No fundo das lojas também ficam os filhotes de cachorros e uma área para interação com eles. Segundo Albuquerque, eles são adquiridos de fornecedores certificados, que têm de obedecer padrões específicos de tratamento dos animais. Albuquerque diz que a venda de acessórios é responsável por 30% do faturamento das unidades da empresa. A comercialização de filhotes e a realização de serviços são responsáveis por 25% da receita cada um. A ração traz apenas 15% do faturamento. A companhia tem atualmente 20 unidades. Planeja inaugurar outras 20 em 2016. Para o franqueado, o investimento necessário para abrir uma loja fica entre R$ 400 mil e R$ 600 mil. Até 2020, a meta é estar com 300 unidades, diz Albuquerque. O número é maior do que a soma das lojas que a rede tem em todo o mundo. São 160 unidades em 19 países, com a diferença de que, em muitos mercados em que a Petland está, optou-se por lojas maiores, com aproximadamente 1.000 metros quadrados. Além de criar pet shops novos, a companhia também busca trazer empresas já existentes para dentro de sua rede. Nesse caso, o investimento exigido do dono do pet shops é menor, definido conforme a necessidade de adequações que serão exigidas para que o pet shop entre no padrão da empresa, diz. DESAFIOS Os planos da companhia terão grandes desafio pela frente, segundo especialistas ouvidos pela Folha. Ana Paula Tozzi, da consultoria em varejo GS&AGR, diz que o relacionamento que se cria com o dono e com o veterinário de um pet shop de bairro é mais importante do que a padronização de marca, do atendimento ou dos produtos oferecidos, que são características do modelo de franquia. "Não acredito em uma franquia forte no segmento. Existem franquias de serviços padronizados, como as de lavanderias. Mas a relação do cliente com elas é diferente do que com os pet shops, pois nesse caso não se está lidando com vidas." Nelo Marraccini Neto, do Instituto Pet Brasil, aponta o fato de a maioria dos itens do mercado pet estarem disponíveis em muitas lojas como um empecilho às franquias no segmento. "O franqueador não terá um produto de marca própria para ser vendido exclusivamente na loja de seu franqueado. O que terá para oferecer será o marketing e processos para compra de mercadorias, o que é pouco. A franquia pode ir bem, desde que não prometa mundos e fundos."
mercado
Rede americana tenta abrir mercado de franquias de pet shop no BrasilA norte-americana Petland aposta em criar uma grande rede de franquias de pet shops de bairro no Brasil. As lojas da empresa, que chegou ao Brasil em maio de 2014, têm tamanho médio de 200 metros quadrados. Segundo Rodrigo Albuquerque, sócio-diretor da Petland no Brasil, a empresa oferece ferramentas de administração para quem quer possuir um pet shop. "Este é um mercado que cresce, mas ainda de modo muito amador. Beira o artesanal em alguns momentos. A maior parte das operações são comandadas por veterinários com perfil técnico, que não têm conhecimento de varejo, gestão de pessoas para profissionalizar o negócio", diz. Entre as características das lojas da Petland estão o posicionamento das rações –que dão menos retorno financeiro– no fundo da loja para priorizar a venda de itens mais rentáveis. No fundo das lojas também ficam os filhotes de cachorros e uma área para interação com eles. Segundo Albuquerque, eles são adquiridos de fornecedores certificados, que têm de obedecer padrões específicos de tratamento dos animais. Albuquerque diz que a venda de acessórios é responsável por 30% do faturamento das unidades da empresa. A comercialização de filhotes e a realização de serviços são responsáveis por 25% da receita cada um. A ração traz apenas 15% do faturamento. A companhia tem atualmente 20 unidades. Planeja inaugurar outras 20 em 2016. Para o franqueado, o investimento necessário para abrir uma loja fica entre R$ 400 mil e R$ 600 mil. Até 2020, a meta é estar com 300 unidades, diz Albuquerque. O número é maior do que a soma das lojas que a rede tem em todo o mundo. São 160 unidades em 19 países, com a diferença de que, em muitos mercados em que a Petland está, optou-se por lojas maiores, com aproximadamente 1.000 metros quadrados. Além de criar pet shops novos, a companhia também busca trazer empresas já existentes para dentro de sua rede. Nesse caso, o investimento exigido do dono do pet shops é menor, definido conforme a necessidade de adequações que serão exigidas para que o pet shop entre no padrão da empresa, diz. DESAFIOS Os planos da companhia terão grandes desafio pela frente, segundo especialistas ouvidos pela Folha. Ana Paula Tozzi, da consultoria em varejo GS&AGR, diz que o relacionamento que se cria com o dono e com o veterinário de um pet shop de bairro é mais importante do que a padronização de marca, do atendimento ou dos produtos oferecidos, que são características do modelo de franquia. "Não acredito em uma franquia forte no segmento. Existem franquias de serviços padronizados, como as de lavanderias. Mas a relação do cliente com elas é diferente do que com os pet shops, pois nesse caso não se está lidando com vidas." Nelo Marraccini Neto, do Instituto Pet Brasil, aponta o fato de a maioria dos itens do mercado pet estarem disponíveis em muitas lojas como um empecilho às franquias no segmento. "O franqueador não terá um produto de marca própria para ser vendido exclusivamente na loja de seu franqueado. O que terá para oferecer será o marketing e processos para compra de mercadorias, o que é pouco. A franquia pode ir bem, desde que não prometa mundos e fundos."
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Mensageiro Sideral: Adeus ao herói da geração geek
O ator Leonard Nimoy, eternizado por sua interpretação do sr. Spock, personagem da série "Jornada nas Estrelas", morreu nesta sexta (27), aos 83 anos. Diagnosticado com doença pulmonar obstrutiva crônica, ele foi diversas vezes levado ao hospital às pressas nos ... Leia post completo no blog
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Mensageiro Sideral: Adeus ao herói da geração geekO ator Leonard Nimoy, eternizado por sua interpretação do sr. Spock, personagem da série "Jornada nas Estrelas", morreu nesta sexta (27), aos 83 anos. Diagnosticado com doença pulmonar obstrutiva crônica, ele foi diversas vezes levado ao hospital às pressas nos ... Leia post completo no blog
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Cresce a importação de remédios em Goiás e Pernambunco
Entre os cinco Estados que mais importaram medicamentos nos últimos dez anos, Goiás e Pernambuco registraram a maior alta na participação total de compras feitas pelo país no exterior, segundo a Interfarma (associação de pesquisa farmacêutica). O estudo foi feito com base em dados do Ministério do Desenvolvimento. Em Goiás, os desembarques saltaram de 3% das importações nacionais, em 2005, para 17% no ano passado. O valor atingiu R$ 1,1 bilhão em 2014. Detentor de um polo farmacêutico em Anápolis, com 231 companhias, o Estado atraiu multinacionais como Roche e Pfizer na base da política de incentivos fiscais. "O ICMS [imposto estadual] de remédios importados é isento aqui. Só as farmacêuticas já representam 3% da arrecadação", diz a secretária de Fazenda, Ana Costa. Em Pernambuco, as operações do porto de Suape explicam a evolução do Estado, que saiu de zero para 3% no total de desembarques. "Importar pelo porto e distribuir o medicamento a partir daqui reduziu o valor do frete", diz Thiago Norões, secretário de Desenvolvimento Econômico. Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro registraram quedas de 12, 4 e 3 pontos percentuais, respectivamente, no total das compras do exterior. "A importação não é o problema. O que falta são condições para o país aumentar as exportações e tirar o setor do deficit", diz Pedro Bernardo, da Interfarma. * Perfume francês O plano estratégico da marca francesa de cosméticos Guerlain prevê a abertura de uma loja no Brasil. A data, no entanto, ainda não foi definida. O diretor internacional da grife, Charles Denut, adianta que não será neste ano. "Uma loja própria é muito importante para a imagem da marca, mas precisamos encontrar o local certo para instalá-la e podermos lançar esse projeto", afirma. "Por enquanto, estamos sendo bem-sucedidos com a Sephora [que comercializa os produtos da Guerlain com exclusividade no país]." Apesar de o Brasil não ter um mercado representativo para a marca, ele está entre os com maior potencial de desenvolvimento, de acordo com America Lopez, executiva da empresa no país. "Os brasileiros gostam muito de produtos de luxo e de serviços exclusivos, que é exatamente o perfil da Guerlain", acrescenta. No país, a prioridade será trabalhar o segmento de perfumes, no qual a companhia consegue entrar com preços mais atrativos. Entre os principais mercados consumidores da grife estão França, China e Rússia. * Biquíni brasileiro A grife de luxo Adriana Degreas, especializada em moda praia, colocará em operação duas lojas próprias no exterior ainda neste ano. O primeiro ponto será em Miami e, o segundo, em Hong Kong, que servirá como base do negócio para o mercado asiático. "A internacionalização da marca teve início há três anos, quando montamos 'show-rooms' na Europa e nos Estados Unidos", diz a estilista, que empresta seu nome ao empreendimento. De lá para cá, o mercado europeu alcançou 30% do faturamento da grife. O americano, 15%. A nova butique em Miami terá 84 m² e será erguida com recursos próprios. O negócio na China contará com investimentos de um empreendedor português, que atua no ramo da moda. "São mercados diferenciados, em que levaremos o 'life-style' da moda praia brasileira adaptada à modelagem dessas consumidoras." Os novos biquínis e maiôs -com preço médio de R$ 400 e R$ 1.300, respectivamente -, integram a coleção da estilista, apresentada na São Paulo Fashion Week. 80 são as lojas multimarcas no mundo em que marca está 40 mil é a produção anual de biquínis e maiôs na fábrica da grife 3 são os pontos próprios no Brasil * Crédito feminino As mulheres são a maioria do total de clientes dos maiores bancos no país que utilizam o microcrédito para abrir ou expandir um negócio. Com uma taxa de juros em torno de 4% ao mês e um limite de crédito que varia entre R$ 500 e R$ 15 mil, as empreendedoras encontraram nesse tipo de financiamento a chance de gerar renda, diz Jerônimo Ramos, superintendente da linha no Santander. "Elas são 70% dos clientes e estão tomando empréstimos para abrir comércios do ramo alimentício e de vestuário", afirma. Desde 2002, a instituição bancária desembolsou R$ 2,6 bilhões no microcrédito. No Itaú, 50,6% da carteira do banco é composta por mulheres. No microcrédito, o percentual é maior: 60%. "Elas são mais cautelosas ao investir e possuem baixa inadimplência", diz Eduardo Ferreira, superintendente de negócios inclusivos do Itaú. No microcrédito da Caixa, as mulheres são 60,83%. Na carteira total do Bradesco, 46%. * Bula... A Genzyme, empresa de biotecnologia, vai comercializar no Brasil dois novos medicamentos para esclerose múltipla, o alentuzumabe e a teriflunomida. A empresa não informou o valor investido no desenvolvimento. ...ampliada O laboratório Zambon obteve na Europa e nos Estados Unidos a aprovação para o medicamento Xadago, para pacientes com mal de Parkinson. No Brasil, a empresa trabalha para submeter o remédio à Anvisa. Voo... O Prime Fraction Club, de compartilhamento e gerenciamento de bens de luxo, registrou no ano passado uma alta de 36% na procura por gestão de aeronaves. ...compartilhado A expansão foi puxada principalmente por empresas que, para reduzir os seus custos, decidiram terceirizar a gestão dos veículos, segundo o grupo. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA
colunas
Cresce a importação de remédios em Goiás e PernambuncoEntre os cinco Estados que mais importaram medicamentos nos últimos dez anos, Goiás e Pernambuco registraram a maior alta na participação total de compras feitas pelo país no exterior, segundo a Interfarma (associação de pesquisa farmacêutica). O estudo foi feito com base em dados do Ministério do Desenvolvimento. Em Goiás, os desembarques saltaram de 3% das importações nacionais, em 2005, para 17% no ano passado. O valor atingiu R$ 1,1 bilhão em 2014. Detentor de um polo farmacêutico em Anápolis, com 231 companhias, o Estado atraiu multinacionais como Roche e Pfizer na base da política de incentivos fiscais. "O ICMS [imposto estadual] de remédios importados é isento aqui. Só as farmacêuticas já representam 3% da arrecadação", diz a secretária de Fazenda, Ana Costa. Em Pernambuco, as operações do porto de Suape explicam a evolução do Estado, que saiu de zero para 3% no total de desembarques. "Importar pelo porto e distribuir o medicamento a partir daqui reduziu o valor do frete", diz Thiago Norões, secretário de Desenvolvimento Econômico. Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro registraram quedas de 12, 4 e 3 pontos percentuais, respectivamente, no total das compras do exterior. "A importação não é o problema. O que falta são condições para o país aumentar as exportações e tirar o setor do deficit", diz Pedro Bernardo, da Interfarma. * Perfume francês O plano estratégico da marca francesa de cosméticos Guerlain prevê a abertura de uma loja no Brasil. A data, no entanto, ainda não foi definida. O diretor internacional da grife, Charles Denut, adianta que não será neste ano. "Uma loja própria é muito importante para a imagem da marca, mas precisamos encontrar o local certo para instalá-la e podermos lançar esse projeto", afirma. "Por enquanto, estamos sendo bem-sucedidos com a Sephora [que comercializa os produtos da Guerlain com exclusividade no país]." Apesar de o Brasil não ter um mercado representativo para a marca, ele está entre os com maior potencial de desenvolvimento, de acordo com America Lopez, executiva da empresa no país. "Os brasileiros gostam muito de produtos de luxo e de serviços exclusivos, que é exatamente o perfil da Guerlain", acrescenta. No país, a prioridade será trabalhar o segmento de perfumes, no qual a companhia consegue entrar com preços mais atrativos. Entre os principais mercados consumidores da grife estão França, China e Rússia. * Biquíni brasileiro A grife de luxo Adriana Degreas, especializada em moda praia, colocará em operação duas lojas próprias no exterior ainda neste ano. O primeiro ponto será em Miami e, o segundo, em Hong Kong, que servirá como base do negócio para o mercado asiático. "A internacionalização da marca teve início há três anos, quando montamos 'show-rooms' na Europa e nos Estados Unidos", diz a estilista, que empresta seu nome ao empreendimento. De lá para cá, o mercado europeu alcançou 30% do faturamento da grife. O americano, 15%. A nova butique em Miami terá 84 m² e será erguida com recursos próprios. O negócio na China contará com investimentos de um empreendedor português, que atua no ramo da moda. "São mercados diferenciados, em que levaremos o 'life-style' da moda praia brasileira adaptada à modelagem dessas consumidoras." Os novos biquínis e maiôs -com preço médio de R$ 400 e R$ 1.300, respectivamente -, integram a coleção da estilista, apresentada na São Paulo Fashion Week. 80 são as lojas multimarcas no mundo em que marca está 40 mil é a produção anual de biquínis e maiôs na fábrica da grife 3 são os pontos próprios no Brasil * Crédito feminino As mulheres são a maioria do total de clientes dos maiores bancos no país que utilizam o microcrédito para abrir ou expandir um negócio. Com uma taxa de juros em torno de 4% ao mês e um limite de crédito que varia entre R$ 500 e R$ 15 mil, as empreendedoras encontraram nesse tipo de financiamento a chance de gerar renda, diz Jerônimo Ramos, superintendente da linha no Santander. "Elas são 70% dos clientes e estão tomando empréstimos para abrir comércios do ramo alimentício e de vestuário", afirma. Desde 2002, a instituição bancária desembolsou R$ 2,6 bilhões no microcrédito. No Itaú, 50,6% da carteira do banco é composta por mulheres. No microcrédito, o percentual é maior: 60%. "Elas são mais cautelosas ao investir e possuem baixa inadimplência", diz Eduardo Ferreira, superintendente de negócios inclusivos do Itaú. No microcrédito da Caixa, as mulheres são 60,83%. Na carteira total do Bradesco, 46%. * Bula... A Genzyme, empresa de biotecnologia, vai comercializar no Brasil dois novos medicamentos para esclerose múltipla, o alentuzumabe e a teriflunomida. A empresa não informou o valor investido no desenvolvimento. ...ampliada O laboratório Zambon obteve na Europa e nos Estados Unidos a aprovação para o medicamento Xadago, para pacientes com mal de Parkinson. No Brasil, a empresa trabalha para submeter o remédio à Anvisa. Voo... O Prime Fraction Club, de compartilhamento e gerenciamento de bens de luxo, registrou no ano passado uma alta de 36% na procura por gestão de aeronaves. ...compartilhado A expansão foi puxada principalmente por empresas que, para reduzir os seus custos, decidiram terceirizar a gestão dos veículos, segundo o grupo. com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA
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Renato Augusto fala em vestir camisa do Figueirense para 'secar' Atlético-MG
Dependendo apenas de um tropeço do Atlético-MG para comemorar o hexacampeonato do Brasileiro neste domingo (8), os jogadores do Corinthians precisarão torcer pelo Figueirense, adversário da equipe mineira. O meia Renato Augusto promete levar a torcida a sério. Ele disse que pode usar uma camisa da equipe catarinense para ajudar a "secar" o vice-líder. "Vamos ter que ficar na torcida. Dependendo eu até pego uma camisa que já troquei com o Figueirense e visto", brincou. Caso o título não venha neste fim de semana, a próxima chance de conquistá-lo será contra o Vasco, no Rio, no dia 19. Após a vitória sobre o Coritiba neste sábado (7), o Corinthians precisa de mais dois pontos para que a conquista dependa apenas do seu próprio desempenho. Corinthians 2 x 1 Coritiba
esporte
Renato Augusto fala em vestir camisa do Figueirense para 'secar' Atlético-MGDependendo apenas de um tropeço do Atlético-MG para comemorar o hexacampeonato do Brasileiro neste domingo (8), os jogadores do Corinthians precisarão torcer pelo Figueirense, adversário da equipe mineira. O meia Renato Augusto promete levar a torcida a sério. Ele disse que pode usar uma camisa da equipe catarinense para ajudar a "secar" o vice-líder. "Vamos ter que ficar na torcida. Dependendo eu até pego uma camisa que já troquei com o Figueirense e visto", brincou. Caso o título não venha neste fim de semana, a próxima chance de conquistá-lo será contra o Vasco, no Rio, no dia 19. Após a vitória sobre o Coritiba neste sábado (7), o Corinthians precisa de mais dois pontos para que a conquista dependa apenas do seu próprio desempenho. Corinthians 2 x 1 Coritiba
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Sociedade não pode ficar imobilizada por incerteza, diz ministra do STF
A ministra Cármen Lúcia, vice-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), alerta para o risco de o país chegar às eleições do ano que vem no atual clima de instabilidade política. "Em um ano, estaremos com outra campanha eleitoral nas ruas. Se chegarmos nesse ambiente de incertezas, não sei como será a campanha de 2016. Essa fase de crise, de não se saber para onde ir, precisa ser superada." Para ela, a campanha presidencial tem mais visibilidade, mas a municipal é mais violenta. "Instituições podem chegar a consensos que se imponham para o cumprimento dos agentes que são isso mesmo, agentes, não donos do poder. A sociedade não pode ficar imobilizada por incerteza e medo do que pode acontecer", diz a ministra que assumirá a presidência do Supremo em um ano. A seguir, os principais trechos da entrevista à Folha. * Folha - O mensalão criou uma expectativa positiva em relação ao Supremo... Cármen Lúcia - Acho que existe para esses grandes casos. Com quase 100 milhões de processos [para serem julgados], D. Maria, lá do interior, também espera a resposta dela. Há excesso de recursos? Vejo a tendência de que a presteza dê à sociedade a certeza de que quem estiver correto, será absolvido em prazo curto, e o condenado, idem. Por outro lado, o processo tem sua fase de amadurecimento que não é bem percebida pelo cidadão. 'Já votou uma vez, por que votar de novo? Tenho de garantir o direito à defesa, mas com celeridade. Isso vale para casos rumorosos e para o traficante que recorre, sai, recorre e volta para a comunidade. Em um júri a respeito de um réu que matou sua mulher há 14 anos, o filho de oito anos que viu o crime já tem 22 anos. Será uma aplicação da lei, não justiça. As pessoas estão insatisfeitas com a economia, e nós vamos ter de passar por essa fase. Para o cidadão comum, o que está sendo retirado pelo ajuste, deve-se à má política ou ao dinheiro que vazou pela corrupção. Ele se sente agredido, cansado. "Já briguei contra a ditadura, elegemos um presidente que foi afastado, aí chegamos aqui." Se não ocorrer um acidente de percurso, em um ano, o país terá mulheres nas cúpulas dos poderes executivo e judiciário. Como avalia a mulher que está do outro lado da rua em Brasília? Ainda está longe. Houve caso de presidente que ficou apenas um dia no Supremo... Mulheres têm visões diferentes e complementares... Até as penitenciárias femininas são mais arrumadas. Que ninguém se engane, não é por estar no Supremo, que não sofro preconceito. Já ouvi que juízas são mais rigorosas em penal. Temos a mão que afaga e que educa. Como vê a reforma do estatuto da magistratura? Do jeito que está, não passa. Privilégios são incompatíveis com a República. O presidente [Ricardo] Lewandowski apenas acolheu sugestões para que fossem estudadas. A sra. é a favor da proposta de Lewandowski de aumento de salário no Judiciário? Penso que não é hora de aumento. Se todos têm de fazer um sacrifício, nós também temos. Acho que ele cogitou a recomposição de valores que outros servidores tiveram. O juiz é privilegiado? O Diário Oficial teria de publicar todos os contracheques. Todo cidadão deveria ter o direito de saber quanto ganha o juiz, o procurador, o promotor. Eu não sei. A lei da transparência ainda não foi devidamente valorizada. E a crise? É preciso saber para onde estamos indo, chegar a um consenso mínimo. Estamos a um ano de ter outra eleição. A campanha eleitoral presidencial dá muita visibilidade por causa das políticas públicas nacionais, mas não se morre por causa de presidente. Mata-se e morre-se por causa do vizinho candidato a vereador. Cidade pequena não tem partidos, tem lados. Prevê mais acirramento? Se chegarmos nesse ambiente de incertezas, não sei como vai ser a campanha do ano que vem. Mas essa fase de crise, de não saber para onde ir, precisa ser superada. Acho que o brasileiro precisa primeiro saber que ele tem de dizer o que quer. Não é com placas "abaixo tudo" porque com elas, o que vem no lugar? Precisamos sair disso. A sra. defende uma saída...? Uma saída institucional. Com a saída da presidente? Não, não estou falando de governantes, e sim dos cidadãos. A sociedade precisa se organizar, estabelecer qual o consenso que se pode extrair. Instituições têm voz pela imprensa livre e podem chegar a consensos que se imponham para o cumprimento dos agentes que são isso mesmo, agentes, não donos do poder. A sociedade não pode ficar imobilizada por incerteza e medo do que pode acontecer. Uma sociedade não continua nesse desassossego muito tempo. O essencial é que ninguém imagine que se possa fazer à revelia da Constituição. Ela não é sugestão, é lei, para ser cumprida. Nenhuma ruptura institucional será admitida, de jeito nenhum. Não há crise constitucional, há crise de confiabilidade em pessoas, mas qualquer afastamento –não estou dizendo da presidente–, mas de qualquer pessoa, não pode ser feito sem acatamento das leis. Agora, todos que exercemos cargos públicos, estabeleçamos de forma clara qual é o nosso papel. Não adianta imaginar que pode continuar por muito tempo como está. A economia precisa de soluções, precisa talvez esclarecer melhor o povo. Explique, todo mundo entende. Haverá quem não goste, mas não quem não entenda. É um momento difícil, como já teve outros. Nós, servidores públicos, temos de dar satisfação. Houve excesso na Lava Jato? Não acho que tenha havido excesso, não. Para isso, todo réu tem direito a seus advogados. Excessos os advogados levantam e são ouvidos. Se tiverem ocorrido, são cortados na instância superior. Mesmo no Supremo, no julgamento da ação penal 470 [do mensalão], nem quando não estava previsto se negou o direito de advogados de subirem à tribuna e falarem. Quando chegam habeas corpus, alegação de excessos, prestamos atenção. Nos que chegaram, não se apurou excesso.
poder
Sociedade não pode ficar imobilizada por incerteza, diz ministra do STFA ministra Cármen Lúcia, vice-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), alerta para o risco de o país chegar às eleições do ano que vem no atual clima de instabilidade política. "Em um ano, estaremos com outra campanha eleitoral nas ruas. Se chegarmos nesse ambiente de incertezas, não sei como será a campanha de 2016. Essa fase de crise, de não se saber para onde ir, precisa ser superada." Para ela, a campanha presidencial tem mais visibilidade, mas a municipal é mais violenta. "Instituições podem chegar a consensos que se imponham para o cumprimento dos agentes que são isso mesmo, agentes, não donos do poder. A sociedade não pode ficar imobilizada por incerteza e medo do que pode acontecer", diz a ministra que assumirá a presidência do Supremo em um ano. A seguir, os principais trechos da entrevista à Folha. * Folha - O mensalão criou uma expectativa positiva em relação ao Supremo... Cármen Lúcia - Acho que existe para esses grandes casos. Com quase 100 milhões de processos [para serem julgados], D. Maria, lá do interior, também espera a resposta dela. Há excesso de recursos? Vejo a tendência de que a presteza dê à sociedade a certeza de que quem estiver correto, será absolvido em prazo curto, e o condenado, idem. Por outro lado, o processo tem sua fase de amadurecimento que não é bem percebida pelo cidadão. 'Já votou uma vez, por que votar de novo? Tenho de garantir o direito à defesa, mas com celeridade. Isso vale para casos rumorosos e para o traficante que recorre, sai, recorre e volta para a comunidade. Em um júri a respeito de um réu que matou sua mulher há 14 anos, o filho de oito anos que viu o crime já tem 22 anos. Será uma aplicação da lei, não justiça. As pessoas estão insatisfeitas com a economia, e nós vamos ter de passar por essa fase. Para o cidadão comum, o que está sendo retirado pelo ajuste, deve-se à má política ou ao dinheiro que vazou pela corrupção. Ele se sente agredido, cansado. "Já briguei contra a ditadura, elegemos um presidente que foi afastado, aí chegamos aqui." Se não ocorrer um acidente de percurso, em um ano, o país terá mulheres nas cúpulas dos poderes executivo e judiciário. Como avalia a mulher que está do outro lado da rua em Brasília? Ainda está longe. Houve caso de presidente que ficou apenas um dia no Supremo... Mulheres têm visões diferentes e complementares... Até as penitenciárias femininas são mais arrumadas. Que ninguém se engane, não é por estar no Supremo, que não sofro preconceito. Já ouvi que juízas são mais rigorosas em penal. Temos a mão que afaga e que educa. Como vê a reforma do estatuto da magistratura? Do jeito que está, não passa. Privilégios são incompatíveis com a República. O presidente [Ricardo] Lewandowski apenas acolheu sugestões para que fossem estudadas. A sra. é a favor da proposta de Lewandowski de aumento de salário no Judiciário? Penso que não é hora de aumento. Se todos têm de fazer um sacrifício, nós também temos. Acho que ele cogitou a recomposição de valores que outros servidores tiveram. O juiz é privilegiado? O Diário Oficial teria de publicar todos os contracheques. Todo cidadão deveria ter o direito de saber quanto ganha o juiz, o procurador, o promotor. Eu não sei. A lei da transparência ainda não foi devidamente valorizada. E a crise? É preciso saber para onde estamos indo, chegar a um consenso mínimo. Estamos a um ano de ter outra eleição. A campanha eleitoral presidencial dá muita visibilidade por causa das políticas públicas nacionais, mas não se morre por causa de presidente. Mata-se e morre-se por causa do vizinho candidato a vereador. Cidade pequena não tem partidos, tem lados. Prevê mais acirramento? Se chegarmos nesse ambiente de incertezas, não sei como vai ser a campanha do ano que vem. Mas essa fase de crise, de não saber para onde ir, precisa ser superada. Acho que o brasileiro precisa primeiro saber que ele tem de dizer o que quer. Não é com placas "abaixo tudo" porque com elas, o que vem no lugar? Precisamos sair disso. A sra. defende uma saída...? Uma saída institucional. Com a saída da presidente? Não, não estou falando de governantes, e sim dos cidadãos. A sociedade precisa se organizar, estabelecer qual o consenso que se pode extrair. Instituições têm voz pela imprensa livre e podem chegar a consensos que se imponham para o cumprimento dos agentes que são isso mesmo, agentes, não donos do poder. A sociedade não pode ficar imobilizada por incerteza e medo do que pode acontecer. Uma sociedade não continua nesse desassossego muito tempo. O essencial é que ninguém imagine que se possa fazer à revelia da Constituição. Ela não é sugestão, é lei, para ser cumprida. Nenhuma ruptura institucional será admitida, de jeito nenhum. Não há crise constitucional, há crise de confiabilidade em pessoas, mas qualquer afastamento –não estou dizendo da presidente–, mas de qualquer pessoa, não pode ser feito sem acatamento das leis. Agora, todos que exercemos cargos públicos, estabeleçamos de forma clara qual é o nosso papel. Não adianta imaginar que pode continuar por muito tempo como está. A economia precisa de soluções, precisa talvez esclarecer melhor o povo. Explique, todo mundo entende. Haverá quem não goste, mas não quem não entenda. É um momento difícil, como já teve outros. Nós, servidores públicos, temos de dar satisfação. Houve excesso na Lava Jato? Não acho que tenha havido excesso, não. Para isso, todo réu tem direito a seus advogados. Excessos os advogados levantam e são ouvidos. Se tiverem ocorrido, são cortados na instância superior. Mesmo no Supremo, no julgamento da ação penal 470 [do mensalão], nem quando não estava previsto se negou o direito de advogados de subirem à tribuna e falarem. Quando chegam habeas corpus, alegação de excessos, prestamos atenção. Nos que chegaram, não se apurou excesso.
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Com produção de vinhos, hotel chileno tem quartos decorados por artistas
Roteiros de férias quase sempre são abarrotados de programas. A gente praticamente se obriga a fazer muito mais do que faria num dia comum. Apertamos em poucas horas idas obrigatórias a museus, passeios cansativos e aqueles restaurantes imperdíveis onde algum amigo esteve. Descansar pra quê? Para quem prefere o "dolce far niente", o Chile tem uma boa opção a 200 km de Santiago. Um lugar com paisagem deslumbrante, comida de qualidade e vinho feito no próprio quintal. Ideal para comer, dormir, relaxar, mas com opções de atividades para quem acha que pode morrer de tédio em um lugar assim. Trata-se do Viña Vik, um vinhedo que inaugurou seu hotel-butique no final de 2014 e ainda está sendo descoberto pelo mundo. Numa área de 4.300 hectares no vale Millahue (lugar onde se encontra o ouro), na zona central do Chile, o hotel foi construído em um ponto elevado, de onde pode-se ver a maior parte do vinhedo. São 22 suítes, cada uma decorada por um artista plástico. Para completar, janelas vão do chão ao teto mostrando a paisagem do vale. O esforço para sair do quarto, entretanto, pode valer a pena. Há caminhadas, passeios guiados de bicicleta e a cavalo. As atividades mais bacanas são as que envolvem lazer, comida e bebida, de preferência o vinho que é feito localmente. Mesmo que seu único interesse por vinho seja bebê-lo, a ida à vinícola vale nem que seja apenas para conhecer o projeto do arquiteto chileno Smiljan Radic. Ele desenhou um enorme espelho-d'água com 90 rochas de granito na entrada do lugar. Entre todos os passeios, o mais inesquecível no quesito "comer, beber e aproveitar a vida" talvez seja a "parrillada" no meio dos vinhedos ao entardecer. É possível fazer piqueniques no meio dessa paisagem e também participar da colheita das uvas. A vinícola foi uma iniciativa do empresário norueguês Alexander Vik, que resolveu produzir vinhos de alta qualidade. Procura aqui, procura ali. Testa a terra aqui, testa acolá, acabou comprando essa área, que se revelou perfeita para plantar uvas tintas. Os dias ensolarados e noites frescas do vale do Millahue produzem desde 2006 vinhos com cabernet, cabernet franc, carménère, merlot e syrah. Na adega da vinícola, há 1.600 barris de carvalho francês novinhos –que são usados uma única vez. A maioria das atividades do hotel, cuja diária parte de US$ 300 (R$ 1.000), também é oferecida a não hospedes.
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Com produção de vinhos, hotel chileno tem quartos decorados por artistasRoteiros de férias quase sempre são abarrotados de programas. A gente praticamente se obriga a fazer muito mais do que faria num dia comum. Apertamos em poucas horas idas obrigatórias a museus, passeios cansativos e aqueles restaurantes imperdíveis onde algum amigo esteve. Descansar pra quê? Para quem prefere o "dolce far niente", o Chile tem uma boa opção a 200 km de Santiago. Um lugar com paisagem deslumbrante, comida de qualidade e vinho feito no próprio quintal. Ideal para comer, dormir, relaxar, mas com opções de atividades para quem acha que pode morrer de tédio em um lugar assim. Trata-se do Viña Vik, um vinhedo que inaugurou seu hotel-butique no final de 2014 e ainda está sendo descoberto pelo mundo. Numa área de 4.300 hectares no vale Millahue (lugar onde se encontra o ouro), na zona central do Chile, o hotel foi construído em um ponto elevado, de onde pode-se ver a maior parte do vinhedo. São 22 suítes, cada uma decorada por um artista plástico. Para completar, janelas vão do chão ao teto mostrando a paisagem do vale. O esforço para sair do quarto, entretanto, pode valer a pena. Há caminhadas, passeios guiados de bicicleta e a cavalo. As atividades mais bacanas são as que envolvem lazer, comida e bebida, de preferência o vinho que é feito localmente. Mesmo que seu único interesse por vinho seja bebê-lo, a ida à vinícola vale nem que seja apenas para conhecer o projeto do arquiteto chileno Smiljan Radic. Ele desenhou um enorme espelho-d'água com 90 rochas de granito na entrada do lugar. Entre todos os passeios, o mais inesquecível no quesito "comer, beber e aproveitar a vida" talvez seja a "parrillada" no meio dos vinhedos ao entardecer. É possível fazer piqueniques no meio dessa paisagem e também participar da colheita das uvas. A vinícola foi uma iniciativa do empresário norueguês Alexander Vik, que resolveu produzir vinhos de alta qualidade. Procura aqui, procura ali. Testa a terra aqui, testa acolá, acabou comprando essa área, que se revelou perfeita para plantar uvas tintas. Os dias ensolarados e noites frescas do vale do Millahue produzem desde 2006 vinhos com cabernet, cabernet franc, carménère, merlot e syrah. Na adega da vinícola, há 1.600 barris de carvalho francês novinhos –que são usados uma única vez. A maioria das atividades do hotel, cuja diária parte de US$ 300 (R$ 1.000), também é oferecida a não hospedes.
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Poroshenko diz que Rússia usa Ucrânia para testar armas avançadas
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, acusou neste sábado a Rússia de usar a região do leste ucraniano como uma "zona de testes" para seu armamento mais avançado. Em uma reunião com uma comitiva de senadores dos Estados Unidos, liderada pelo republicano John McCain, Poroshenko afirmou que os ucranianos conseguiram criar um exército forte, mas que lutam com armas ultrapassadas frente aos modernos equipamentos fornecidos pela Rússia aos separatistas, usando assim a Ucrânia como "uma zona de testes". Em comunicado, Poroshenko agradeceu o apoio dos EUA e ressaltou a importância da realização de manobras militares conjuntas. Além disso, comemorou a aprovação no Senado americano de um projeto de lei que prevê auxílio financeiro e o envio de armas à Ucrânia, apesar da oposição do presidente Barack Obama. "Não é só a ajuda financeira ou econômica, é um respaldo a nossa segurança", disse Poroshenko. Já McCain afirmou que a visita a Kiev foi para expressar seu apoio à independência e à integridade territorial da Ucrânia. Cerca de 6.500 pessoas, entre combatentes e civis, morreram e mais de 14 mil ficaram feridos no conflito do leste da Ucrânia, de acordo com dados divulgados pela ONU. O governo de Kiev acusa a Rússia não só de apoiar as milícias separatistas que controlam parte das regiões de Donetsk e Lugansk, mas também de enviar tropas regulares à zona do conflito, fatos negados de forma reiterada pelo Kremlin. OCIDENTE Em entrevista concedida na sexta-feira durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que a Rússia está "aberta ao mundo" e seguirá cooperando com os países ocidentais, apesar das tensões geradas pela crise ucraniana. A Rússia tenta há um ano reforçar seus vínculos diplomáticos e comerciais com países emergentes como Brasil, China e Índia, principalmente após a deflagração da crise na Ucrânia, onde as forças de Kiev lutam contra rebeldes pró-russos no leste do país. Em razão do conflito, os países ocidentais impuseram uma série de sanções a Moscou.
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Poroshenko diz que Rússia usa Ucrânia para testar armas avançadasO presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, acusou neste sábado a Rússia de usar a região do leste ucraniano como uma "zona de testes" para seu armamento mais avançado. Em uma reunião com uma comitiva de senadores dos Estados Unidos, liderada pelo republicano John McCain, Poroshenko afirmou que os ucranianos conseguiram criar um exército forte, mas que lutam com armas ultrapassadas frente aos modernos equipamentos fornecidos pela Rússia aos separatistas, usando assim a Ucrânia como "uma zona de testes". Em comunicado, Poroshenko agradeceu o apoio dos EUA e ressaltou a importância da realização de manobras militares conjuntas. Além disso, comemorou a aprovação no Senado americano de um projeto de lei que prevê auxílio financeiro e o envio de armas à Ucrânia, apesar da oposição do presidente Barack Obama. "Não é só a ajuda financeira ou econômica, é um respaldo a nossa segurança", disse Poroshenko. Já McCain afirmou que a visita a Kiev foi para expressar seu apoio à independência e à integridade territorial da Ucrânia. Cerca de 6.500 pessoas, entre combatentes e civis, morreram e mais de 14 mil ficaram feridos no conflito do leste da Ucrânia, de acordo com dados divulgados pela ONU. O governo de Kiev acusa a Rússia não só de apoiar as milícias separatistas que controlam parte das regiões de Donetsk e Lugansk, mas também de enviar tropas regulares à zona do conflito, fatos negados de forma reiterada pelo Kremlin. OCIDENTE Em entrevista concedida na sexta-feira durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que a Rússia está "aberta ao mundo" e seguirá cooperando com os países ocidentais, apesar das tensões geradas pela crise ucraniana. A Rússia tenta há um ano reforçar seus vínculos diplomáticos e comerciais com países emergentes como Brasil, China e Índia, principalmente após a deflagração da crise na Ucrânia, onde as forças de Kiev lutam contra rebeldes pró-russos no leste do país. Em razão do conflito, os países ocidentais impuseram uma série de sanções a Moscou.
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Turquia adianta festa por batalha para dia dos 100 anos do genocídio armênio
A Turquia foi acusada de fazer pouco caso do centenário iminente do genocídio armênio, ao adiantar a comemoração da vitória em Galípoli para o mesmo dia. O aniversário das operações militares de 1915 na península de Galípoli sempre foi comemorado em 25 de abril, o dia seguinte às cerimônias para lembrar o massacre de mais de 1 milhão de armênios no Império Otomano. Mas este ano o presidente Recep Tayyip Erdogan convidou líderes de outros países a se unirem a ele em Galípoli no dia 24 de abril. "É uma manobra política muito indecente", comentou o pesquisador Ohannes Kiliçdagi, que escreve no semanário armênio "Agos". "É política barata tentar dissolver a pressão sobre a Turquia no ano do centenário, organizando esse evento em Galípoli. Todo o mundo sabe que as duas cerimônias em memória de Galípoli sempre foram realizadas nos dias 18 de março e 25 de abril, todos os anos." O príncipe Charles, o príncipe Harry, o primeiro-ministro australiano Tony Abbott e o premiê da Nova Zelândia, John Key, confirmaram sua presença nos eventos em Galípoli. Como parte da programação, haverá cerimônias religiosas em vários cemitérios militares em 24 de abril. Ao mesmo tempo, centenas de pessoas vão se reunir na praça Taksim, em Istambul, onde um evento em memória do genocídio armênio é promovido anualmente desde 2010. Haverá outro evento público em Diyarbakir, no leste do país. A cidade é um centro importante a partir do qual o governador estadual comandou os massacres em 1915. O evento principal terá lugar em Ierevan, a capital da Armênia. Os esforços do governo turco para afastar a atenção internacional da comemoração do massacre foram descritos por armênios como "vergonhosos". "Não é apenas Galípoli", disse o colunista e escritor armênio Nazar Buyum. "Alguém teve a audácia de sugerir a organização de um concerto memorial para Galípoli numa igreja armênia em Istambul no dia 24 de abril. O governo está fazendo tudo para minimizar o centenário do genocídio." A Turquia se recusa a admitir a responsabilidade pelo massacre de centenas de milhares de armênios no Império Otomano. O professor Ayhan Aktar, da Universidade Bilgi, em Istambul, pesquisa há anos a negação do genocídio armênio na Turquia e não se surpreendeu com a decisão do governo de mudar a data dos eventos em memória de Galípoli. "Há 97 anos a Turquia vem difundindo a história dos turcos que morreram nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial, argumentando que armênios podem ter morrido na guerra, sim, mas que nossos antepassados também morreram. Esta iniciativa vem apenas levar adiante essa linha de defesa. É uma indecência, uma vergonha." MEDO Enquanto o chefe do governo armênio e muitos armênios no exterior manifestaram ultraje com a jogada diplomática da Turquia, a reação dentro da Turquia está sendo moderada. Para Kiliçdagi, a razão disso é em parte o medo persistente de violência contra a comunidade armênia no país. "Embora a situação tenha melhorado até certo ponto, e embora a solidariedade com a comunidade armênia tenha crescido, muitos aprenderam a viver com medo constante", ele explicou. "O medo virou praticamente um reflexo. Os armênios ainda são um grupo vulnerável na Turquia." As operações da Primeira Guerra Mundial em Galípoli -ou Çanakkale, em turco-começaram em 18 de março de 1915, com o bombardeio naval britânico da península. Os turcos usam essa data para comemorar sua vitória contra o ataque aliado e homenagear os soldados mortos na batalha. Os desembarques navais na costa de Galípoli terminaram com uma derrota devastadora e são lembrados por australianos e neozelandeses em 25 de abril, conhecido como o dia Anzac (das forças armadas da Austrália e Nova Zelândia). Depois do anúncio de Ancara de que todas as comemorações oficiais de Galípoli serão adiantadas para 24 de abril, críticos se apressaram para observar que não aconteceu nenhum evento militar significativo em Galípoli nessa data e que os armênios têm mais razões de reivindicar a data, porque foi em 24 de abril de 1915 que as autoridades otomanas começaram a prender intelectuais armênios em Istambul. No ano passado, quando Erdogan transmitiu suas condolências aos netos dos armênios mortos, houve esperanças de um degelo entre Armênia e Turquia. Mas as iniciativas deste ano desagradaram profundamente à comunidade armênia na Turquia, que tem 100 mil membros. "Depois das palavras de Erdogan no ano passado, esta iniciativa foi uma decepção enorme", comentou Nayat Karakose, coordenador de programas da Fundação Hrant Dink, de Istambul, que leva o nome de um jornalista turco-armênio assassinado em 2007. A fundação promove pesquisas, cultura e a reconciliação entre turcos e armênios. "Esperávamos um passo mais positivo que esta tentativa de afastar a atenção internacional do esforço da Armênia para promover a conscientização pública sobre o genocídio." O jornalista turco e ativista dos direitos humanos Orhan Kemal Cengiz disse que as eleições parlamentares próximas impossibilitam qualquer concessão significativa por parte do partido governista da Justiça e do Desenvolvimento. "O partido quer angariar mais votos nacionalistas. Erdogan é um político altamente pragmático, que tem muita consciência das vantagens políticas que pode obter com qualquer passo que der", disse Cengiz. "Mas a questão armênia é uma questão de consciência e moralidade, razão pela qual Erdogan não é o líder que vai resolvê-la." Tradução de CLARA ALLAIN
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Turquia adianta festa por batalha para dia dos 100 anos do genocídio armênioA Turquia foi acusada de fazer pouco caso do centenário iminente do genocídio armênio, ao adiantar a comemoração da vitória em Galípoli para o mesmo dia. O aniversário das operações militares de 1915 na península de Galípoli sempre foi comemorado em 25 de abril, o dia seguinte às cerimônias para lembrar o massacre de mais de 1 milhão de armênios no Império Otomano. Mas este ano o presidente Recep Tayyip Erdogan convidou líderes de outros países a se unirem a ele em Galípoli no dia 24 de abril. "É uma manobra política muito indecente", comentou o pesquisador Ohannes Kiliçdagi, que escreve no semanário armênio "Agos". "É política barata tentar dissolver a pressão sobre a Turquia no ano do centenário, organizando esse evento em Galípoli. Todo o mundo sabe que as duas cerimônias em memória de Galípoli sempre foram realizadas nos dias 18 de março e 25 de abril, todos os anos." O príncipe Charles, o príncipe Harry, o primeiro-ministro australiano Tony Abbott e o premiê da Nova Zelândia, John Key, confirmaram sua presença nos eventos em Galípoli. Como parte da programação, haverá cerimônias religiosas em vários cemitérios militares em 24 de abril. Ao mesmo tempo, centenas de pessoas vão se reunir na praça Taksim, em Istambul, onde um evento em memória do genocídio armênio é promovido anualmente desde 2010. Haverá outro evento público em Diyarbakir, no leste do país. A cidade é um centro importante a partir do qual o governador estadual comandou os massacres em 1915. O evento principal terá lugar em Ierevan, a capital da Armênia. Os esforços do governo turco para afastar a atenção internacional da comemoração do massacre foram descritos por armênios como "vergonhosos". "Não é apenas Galípoli", disse o colunista e escritor armênio Nazar Buyum. "Alguém teve a audácia de sugerir a organização de um concerto memorial para Galípoli numa igreja armênia em Istambul no dia 24 de abril. O governo está fazendo tudo para minimizar o centenário do genocídio." A Turquia se recusa a admitir a responsabilidade pelo massacre de centenas de milhares de armênios no Império Otomano. O professor Ayhan Aktar, da Universidade Bilgi, em Istambul, pesquisa há anos a negação do genocídio armênio na Turquia e não se surpreendeu com a decisão do governo de mudar a data dos eventos em memória de Galípoli. "Há 97 anos a Turquia vem difundindo a história dos turcos que morreram nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial, argumentando que armênios podem ter morrido na guerra, sim, mas que nossos antepassados também morreram. Esta iniciativa vem apenas levar adiante essa linha de defesa. É uma indecência, uma vergonha." MEDO Enquanto o chefe do governo armênio e muitos armênios no exterior manifestaram ultraje com a jogada diplomática da Turquia, a reação dentro da Turquia está sendo moderada. Para Kiliçdagi, a razão disso é em parte o medo persistente de violência contra a comunidade armênia no país. "Embora a situação tenha melhorado até certo ponto, e embora a solidariedade com a comunidade armênia tenha crescido, muitos aprenderam a viver com medo constante", ele explicou. "O medo virou praticamente um reflexo. Os armênios ainda são um grupo vulnerável na Turquia." As operações da Primeira Guerra Mundial em Galípoli -ou Çanakkale, em turco-começaram em 18 de março de 1915, com o bombardeio naval britânico da península. Os turcos usam essa data para comemorar sua vitória contra o ataque aliado e homenagear os soldados mortos na batalha. Os desembarques navais na costa de Galípoli terminaram com uma derrota devastadora e são lembrados por australianos e neozelandeses em 25 de abril, conhecido como o dia Anzac (das forças armadas da Austrália e Nova Zelândia). Depois do anúncio de Ancara de que todas as comemorações oficiais de Galípoli serão adiantadas para 24 de abril, críticos se apressaram para observar que não aconteceu nenhum evento militar significativo em Galípoli nessa data e que os armênios têm mais razões de reivindicar a data, porque foi em 24 de abril de 1915 que as autoridades otomanas começaram a prender intelectuais armênios em Istambul. No ano passado, quando Erdogan transmitiu suas condolências aos netos dos armênios mortos, houve esperanças de um degelo entre Armênia e Turquia. Mas as iniciativas deste ano desagradaram profundamente à comunidade armênia na Turquia, que tem 100 mil membros. "Depois das palavras de Erdogan no ano passado, esta iniciativa foi uma decepção enorme", comentou Nayat Karakose, coordenador de programas da Fundação Hrant Dink, de Istambul, que leva o nome de um jornalista turco-armênio assassinado em 2007. A fundação promove pesquisas, cultura e a reconciliação entre turcos e armênios. "Esperávamos um passo mais positivo que esta tentativa de afastar a atenção internacional do esforço da Armênia para promover a conscientização pública sobre o genocídio." O jornalista turco e ativista dos direitos humanos Orhan Kemal Cengiz disse que as eleições parlamentares próximas impossibilitam qualquer concessão significativa por parte do partido governista da Justiça e do Desenvolvimento. "O partido quer angariar mais votos nacionalistas. Erdogan é um político altamente pragmático, que tem muita consciência das vantagens políticas que pode obter com qualquer passo que der", disse Cengiz. "Mas a questão armênia é uma questão de consciência e moralidade, razão pela qual Erdogan não é o líder que vai resolvê-la." Tradução de CLARA ALLAIN
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Microsoft faz 40 anos em meio a demissões e novas apostas
"Estamos perto do momento em que computadores e robôs serão capazes de ver, de se mover e de interagir com naturalidade", escreveu Bill Gates na carta aos funcionários no sábado (4), em comemoração ao 40º aniversário da empresa que fundou. "A Microsoft está mais bem posicionada do que nunca para liderar esses avanços", disse. Ele mencionava a nova gestão da companhia, desde o ano passado é liderada pelo indiano Satya Nadella. O novo presidente fez as ações da empresa subirem 13% desde então. Isso por meio de cortes de gastos –foram demitidas 18 mil pessoas (14% da força de trabalho), tendo sido a última rodada na semana passada. E também por meio de apostas que fazem coro com a futurologia de Gates, como uma assistente virtual ativada por voz e óculos de realidade virtual. Outras mudanças notáveis são a incorporação da Nokia (e a substituição de sua marca pela da Microsoft nos celulares) e o "enterro" do Internet Explorer, que ganhará sucessor no futuro Windows 10. A forma de distribuição desse novo sistema (grátis até para quem tem versão pirata) ilustra de certa forma toda a transição: o faturamento com vendas, tanto de software quanto de hardware (aparelhos), perde importância em relação ao com assinaturas, como as do Office e do Skype. Nos dispositivos móveis, área onde tropeçou repetidamente, a empresa mudou seu foco para as faixas de preço baixas e intermediárias. O último lançamento foi o de um par de smartphones medianos: os Lumia 640 e 640 XL, que chegaram ao Brasil na semana passada por R$ 799 e por R$ 999. A estratégia de "preço agressivo" vem sendo frutífera no Brasil, onde os Lumia estão ganhando participação de mercado, segundo Stephen Elop, ex-presidente da Nokia e atual responsável por dispositivos na Microsoft. Com os novos aparelhos, a Microsoft tenta conquistar assinantes oferecendo uma licença do Office e armazenamento "em nuvem" no OneDrive grátis só por um ano. Também na semana passada, a Microsoft anunciou um novo tablet, o Surface 3 (sem previsão de lançamento brasileiro), com o mesmo pacote de serviços, e o app Office Lens, de digitalização, para as plataformas de concorrentes Android e iOS. BRASIL "Por aqui, o Android é mais forte que nos outros países", disse Elop durante o anúncio dos novos Lumia, na terça passada (31), em São Paulo. Enquanto isso, o iPhone e o Windows Phone estão "pau a pau" em segundo e terceiro lugares, conforme pesquisa de mercado da Microsoft. Segundo relatório do instituto de pesquisa Gartner, a Microsoft vendeu 2,3 milhões de celulares no Brasil no ano passado (3,6% do mercado), ante 2,9 milhões de iPhones (4,6%). O dado exclui, contudo, as vendas da Nokia, de 6,7 milhões de unidades (10,6%). Isso contrasta com a diminuição da fatia da Microsoft em celulares no mundo. Sobre as apostas da empresa, Elop disse (quando questionado sobre um possível relógio inteligente) que "o que importa agora é tentar descobrir a próxima maneira de interação tecnológica".
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Microsoft faz 40 anos em meio a demissões e novas apostas"Estamos perto do momento em que computadores e robôs serão capazes de ver, de se mover e de interagir com naturalidade", escreveu Bill Gates na carta aos funcionários no sábado (4), em comemoração ao 40º aniversário da empresa que fundou. "A Microsoft está mais bem posicionada do que nunca para liderar esses avanços", disse. Ele mencionava a nova gestão da companhia, desde o ano passado é liderada pelo indiano Satya Nadella. O novo presidente fez as ações da empresa subirem 13% desde então. Isso por meio de cortes de gastos –foram demitidas 18 mil pessoas (14% da força de trabalho), tendo sido a última rodada na semana passada. E também por meio de apostas que fazem coro com a futurologia de Gates, como uma assistente virtual ativada por voz e óculos de realidade virtual. Outras mudanças notáveis são a incorporação da Nokia (e a substituição de sua marca pela da Microsoft nos celulares) e o "enterro" do Internet Explorer, que ganhará sucessor no futuro Windows 10. A forma de distribuição desse novo sistema (grátis até para quem tem versão pirata) ilustra de certa forma toda a transição: o faturamento com vendas, tanto de software quanto de hardware (aparelhos), perde importância em relação ao com assinaturas, como as do Office e do Skype. Nos dispositivos móveis, área onde tropeçou repetidamente, a empresa mudou seu foco para as faixas de preço baixas e intermediárias. O último lançamento foi o de um par de smartphones medianos: os Lumia 640 e 640 XL, que chegaram ao Brasil na semana passada por R$ 799 e por R$ 999. A estratégia de "preço agressivo" vem sendo frutífera no Brasil, onde os Lumia estão ganhando participação de mercado, segundo Stephen Elop, ex-presidente da Nokia e atual responsável por dispositivos na Microsoft. Com os novos aparelhos, a Microsoft tenta conquistar assinantes oferecendo uma licença do Office e armazenamento "em nuvem" no OneDrive grátis só por um ano. Também na semana passada, a Microsoft anunciou um novo tablet, o Surface 3 (sem previsão de lançamento brasileiro), com o mesmo pacote de serviços, e o app Office Lens, de digitalização, para as plataformas de concorrentes Android e iOS. BRASIL "Por aqui, o Android é mais forte que nos outros países", disse Elop durante o anúncio dos novos Lumia, na terça passada (31), em São Paulo. Enquanto isso, o iPhone e o Windows Phone estão "pau a pau" em segundo e terceiro lugares, conforme pesquisa de mercado da Microsoft. Segundo relatório do instituto de pesquisa Gartner, a Microsoft vendeu 2,3 milhões de celulares no Brasil no ano passado (3,6% do mercado), ante 2,9 milhões de iPhones (4,6%). O dado exclui, contudo, as vendas da Nokia, de 6,7 milhões de unidades (10,6%). Isso contrasta com a diminuição da fatia da Microsoft em celulares no mundo. Sobre as apostas da empresa, Elop disse (quando questionado sobre um possível relógio inteligente) que "o que importa agora é tentar descobrir a próxima maneira de interação tecnológica".
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Venezuelanos disputam comida com cães no lixo de feira de Caracas
A cada início de tarde, dezenas de pessoas rondam o depósito de lixo do feirão de Coche, no sul de Caracas, à espera da mercadoria vencida ou estragada. Sempre que uma lata de lixo é despejada, elas se agacham e, em silêncio, começam a revirar detritos. Adultos e crianças disputam espaço com cachorros sarnentos, num retrato cada vez mais comum da crise que devasta a Venezuela. Após horas no local, o desempregado Luis Losada, 40, exibe uma sacola de plástico com pedaços de mandioca e batata. "Com isso farei uma sopa, e teremos jantar lá em casa", diz Losada à Folha. Passavam das 14h, e ele não havia tomado café da manhã nem almoçado. "Venho a cada dois dias. A prioridade é alimentar meus netos. Se sobra, eu também como." A alguns metros dali, meninos em uniforme escolar sorriem após encontrar uma bolsa contendo algo parecido com ração animal. "É para cachorro, mas serve para nós", diz um deles. Ao ver a reportagem, uma senhora grita: "Estamos morrendo de fome, diga ao mundo todo." Não há cifras, mas comerciantes são unânimes em apontar cada vez mais gente que espera o fim da feira para buscar comida. "Eu mesmo já tive de catar tomates no lixo, mas fiz isso em outro mercado, para que ninguém me reconhecesse", diz Igor Perez, 41, feirante em Coche. O que leva venezuelanos a práticas outrora impensáveis no país com a maior reserva de petróleo do mundo é uma crise econômica que, em 2015, gerou queda do PIB em 10% e inflação de 275%. Um quilo de carne vale ao menos 5.000 bolívares (US$ 5 na cotação paralela usada por particulares) —um quarto do salário mínimo. Uma maçã vale 1.000 bolívares. Já os alimentos a preço regulado, usados por anos como base de apoio ao governo chavista, desapareceram das prateleiras, no sinal mais visível do desabastecimento. A crise começou em 2012, após uma década de políticas hostis ao setor produtivo, como expropriações e controles de preço e de câmbio. A situação se deteriorou em 2014, com a queda do preço do petróleo, base da economia. O resultado é uma taxa de pobreza de 76%, segundo estudo das universidades Andrés Bello, Central e Simón Bolívar. O índice era de 55% em 1998, quando Hugo Chávez foi eleito à Presidência. "Tudo desmoronou quando Chávez morreu [em 2013]. [O atual presidente Nicolás] Maduro é um inútil", diz Losada, o desempregado. Membro do partido chavista, ele admite ter votado contra a sigla na eleição parlamentar de dezembro, vencido pela oposição. "Sou formado em administração, já tive emprego, mas hoje reviro lixo para alimentar minha família."
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Venezuelanos disputam comida com cães no lixo de feira de CaracasA cada início de tarde, dezenas de pessoas rondam o depósito de lixo do feirão de Coche, no sul de Caracas, à espera da mercadoria vencida ou estragada. Sempre que uma lata de lixo é despejada, elas se agacham e, em silêncio, começam a revirar detritos. Adultos e crianças disputam espaço com cachorros sarnentos, num retrato cada vez mais comum da crise que devasta a Venezuela. Após horas no local, o desempregado Luis Losada, 40, exibe uma sacola de plástico com pedaços de mandioca e batata. "Com isso farei uma sopa, e teremos jantar lá em casa", diz Losada à Folha. Passavam das 14h, e ele não havia tomado café da manhã nem almoçado. "Venho a cada dois dias. A prioridade é alimentar meus netos. Se sobra, eu também como." A alguns metros dali, meninos em uniforme escolar sorriem após encontrar uma bolsa contendo algo parecido com ração animal. "É para cachorro, mas serve para nós", diz um deles. Ao ver a reportagem, uma senhora grita: "Estamos morrendo de fome, diga ao mundo todo." Não há cifras, mas comerciantes são unânimes em apontar cada vez mais gente que espera o fim da feira para buscar comida. "Eu mesmo já tive de catar tomates no lixo, mas fiz isso em outro mercado, para que ninguém me reconhecesse", diz Igor Perez, 41, feirante em Coche. O que leva venezuelanos a práticas outrora impensáveis no país com a maior reserva de petróleo do mundo é uma crise econômica que, em 2015, gerou queda do PIB em 10% e inflação de 275%. Um quilo de carne vale ao menos 5.000 bolívares (US$ 5 na cotação paralela usada por particulares) —um quarto do salário mínimo. Uma maçã vale 1.000 bolívares. Já os alimentos a preço regulado, usados por anos como base de apoio ao governo chavista, desapareceram das prateleiras, no sinal mais visível do desabastecimento. A crise começou em 2012, após uma década de políticas hostis ao setor produtivo, como expropriações e controles de preço e de câmbio. A situação se deteriorou em 2014, com a queda do preço do petróleo, base da economia. O resultado é uma taxa de pobreza de 76%, segundo estudo das universidades Andrés Bello, Central e Simón Bolívar. O índice era de 55% em 1998, quando Hugo Chávez foi eleito à Presidência. "Tudo desmoronou quando Chávez morreu [em 2013]. [O atual presidente Nicolás] Maduro é um inútil", diz Losada, o desempregado. Membro do partido chavista, ele admite ter votado contra a sigla na eleição parlamentar de dezembro, vencido pela oposição. "Sou formado em administração, já tive emprego, mas hoje reviro lixo para alimentar minha família."
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Menos discurso, mais ação
Há bons argumentos favoráveis e bons argumentos contrários à existência de um ministério exclusivo para a cultura, à fusão entre o Ministério da Cultura e o da Educação, à fusão entre o Ministério da Cultura, o do Esporte e o do Turismo e a outros modelos de arranjos institucionais. Na França, referência internacional em política cultural, há o Ministério da Cultura e da Comunicação. No Reino Unido, onde se valoriza o impacto econômico e social das indústrias criativas, há o Departamento de Cultura, Mídia e Esporte, com status de ministério. Na verdade, poucos países apresentam atualmente um ministério exclusivo para a cultura. O que não significa, necessariamente, desprezo ao setor ou ausência de reconhecimento da importância da cultura em suas múltiplas dimensões. A cultura, como se sabe, é muito maior do que o Ministério da Cultura. Ter um ministério exclusivo também não significa, necessariamente, que o poder público valorize a cultura, compreenda de fato seu papel estratégico e realize uma política à altura. Os cinco anos e alguns meses de Dilma Rousseff na Presidência demonstraram um divórcio entre retórica e prática em diversas áreas, incluindo a cultura. A despeito do discurso bem-intencionado, sobretudo nas campanhas eleitorais, tivemos um período ruim para a política cultural, de muita discussão e pouca ação, em que o orçamento do MinC foi progressivamente reduzido (em termos proporcionais ao orçamento total) e diversos programas foram descontinuados, à exceção do audiovisual. Como sinal de austeridade, diante da recessão que vigora no Brasil e do gigantesco deficit fiscal herdado, o novo governo anunciou a redução do número de ministérios. Formalizou a fusão entre o Ministério da Cultura e o da Educação, provocando a ira de parte relevante do setor cultural. No último sábado (21), o presidente interino Michel Temer decidiu recriar a pasta da Cultura. Foi uma medida necessária para diminuir a temperatura da crise que se instalou. No entanto, assim como a fusão anteriormente anunciada, não representa um fato necessariamente positivo ou negativo. A questão não é institucional; o que mais importa para a sociedade é um conjunto de definições concretas que encerre o divórcio entre retórica e prática no que diz respeito à política pública de cultura. Trata-se de apontar claramente, por meio de ações, qual é o papel da cultura para a gestão Temer. A intenção, afirmou o presidente interino, é impulsionar a área. A indicação de Marcelo Calero para o cargo de ministro da Cultura indica a vontade de transformar o desejo em realidade. É um gestor experiente, que soube manter e aperfeiçoar a bem-sucedida política implementada em minha gestão à frente do Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, entre 2012 e 2015, no governo Eduardo Paes. É preciso formular uma política objetiva, baseada na ideia de que a cultura pertence ao campo da sociedade e acontece no plano local. Ao poder público cabe estimular, promover e proteger, e não produzir. Deve-se levar em conta a dimensão simbólica, econômica e cidadã. E ter orçamento compatível, capacidade operacional, centralidade entre as políticas governamentais e parceria com os municípios. A cultura pode ser um antídoto contra a recessão, por sua capacidade de gerar renda, emprego, inclusão e felicidade. Portanto luz, câmera ação! SÉRGIO SÁ LEITÃO é diretor-presidente da produtora AfroReggae Audiovisual. Foi chefe de gabinete do Ministério da Cultura (governo Lula) e secretário municipal de cultura do Rio de Janeiro (governo Eduardo Paes)
opiniao
Menos discurso, mais açãoHá bons argumentos favoráveis e bons argumentos contrários à existência de um ministério exclusivo para a cultura, à fusão entre o Ministério da Cultura e o da Educação, à fusão entre o Ministério da Cultura, o do Esporte e o do Turismo e a outros modelos de arranjos institucionais. Na França, referência internacional em política cultural, há o Ministério da Cultura e da Comunicação. No Reino Unido, onde se valoriza o impacto econômico e social das indústrias criativas, há o Departamento de Cultura, Mídia e Esporte, com status de ministério. Na verdade, poucos países apresentam atualmente um ministério exclusivo para a cultura. O que não significa, necessariamente, desprezo ao setor ou ausência de reconhecimento da importância da cultura em suas múltiplas dimensões. A cultura, como se sabe, é muito maior do que o Ministério da Cultura. Ter um ministério exclusivo também não significa, necessariamente, que o poder público valorize a cultura, compreenda de fato seu papel estratégico e realize uma política à altura. Os cinco anos e alguns meses de Dilma Rousseff na Presidência demonstraram um divórcio entre retórica e prática em diversas áreas, incluindo a cultura. A despeito do discurso bem-intencionado, sobretudo nas campanhas eleitorais, tivemos um período ruim para a política cultural, de muita discussão e pouca ação, em que o orçamento do MinC foi progressivamente reduzido (em termos proporcionais ao orçamento total) e diversos programas foram descontinuados, à exceção do audiovisual. Como sinal de austeridade, diante da recessão que vigora no Brasil e do gigantesco deficit fiscal herdado, o novo governo anunciou a redução do número de ministérios. Formalizou a fusão entre o Ministério da Cultura e o da Educação, provocando a ira de parte relevante do setor cultural. No último sábado (21), o presidente interino Michel Temer decidiu recriar a pasta da Cultura. Foi uma medida necessária para diminuir a temperatura da crise que se instalou. No entanto, assim como a fusão anteriormente anunciada, não representa um fato necessariamente positivo ou negativo. A questão não é institucional; o que mais importa para a sociedade é um conjunto de definições concretas que encerre o divórcio entre retórica e prática no que diz respeito à política pública de cultura. Trata-se de apontar claramente, por meio de ações, qual é o papel da cultura para a gestão Temer. A intenção, afirmou o presidente interino, é impulsionar a área. A indicação de Marcelo Calero para o cargo de ministro da Cultura indica a vontade de transformar o desejo em realidade. É um gestor experiente, que soube manter e aperfeiçoar a bem-sucedida política implementada em minha gestão à frente do Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, entre 2012 e 2015, no governo Eduardo Paes. É preciso formular uma política objetiva, baseada na ideia de que a cultura pertence ao campo da sociedade e acontece no plano local. Ao poder público cabe estimular, promover e proteger, e não produzir. Deve-se levar em conta a dimensão simbólica, econômica e cidadã. E ter orçamento compatível, capacidade operacional, centralidade entre as políticas governamentais e parceria com os municípios. A cultura pode ser um antídoto contra a recessão, por sua capacidade de gerar renda, emprego, inclusão e felicidade. Portanto luz, câmera ação! SÉRGIO SÁ LEITÃO é diretor-presidente da produtora AfroReggae Audiovisual. Foi chefe de gabinete do Ministério da Cultura (governo Lula) e secretário municipal de cultura do Rio de Janeiro (governo Eduardo Paes)
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Morre enfermeira que beija soldado em foto icônica da 2ª Guerra Mundial
Morreu neste sábado (10) aos 92 anos Greta Friedman, que foi imortalizada em uma foto como a enfermeira que aparece beijando um marinheiro na festa do fim da Segunda Guerra Mundial na Times Square, em Nova York. Segundo seu filho, Joshua Friedman, ela morreu no Estado americano da Virgínia após complicações provocadas por diferentes doenças, incluindo pneumonia. Ela será enterrada ao lado do marido, Mischa, em Arlington. Nascida em 1924 em Wiener Neustadt, na Áustria, ela também foi vítima da guerra. Judia, teve que deixar seu país em 1939, quando os nazistas já ocupavam a região, e mudou-se para Nova York. Na época da foto, Greta era uma assistente de dentista que estava de folga em 14 de agosto de 1945, dia em que o Japão se rendeu aos Estados Unidos, marcando o fim da Segunda Guerra Mundial. Ela participava das comemorações quando foi surpreendida pelo quartel-mestre da Marinha George Mendonsa. "Eu não vi que ele se aproximava, e quando eu percebi ele já tinha me abraçado", disse ao canal CBS em 2012. Greta e George não se reencontrariam até 1980, quando a revista "Life" os juntou. Na ocasião, o soldado disse que ele e sua futura mulher celebravam o fim da guerra quando ele começou a beijar outras mulheres na rua. O beijo foi registrado pelo fotógrafo Alfred Eisenstaedt e virou capa da revista "Life", na época uma das publicações mais importantes dos EUA. A imagem é considerada uma das mais famosas do século 20. Em 1985, Eisenstaedt disse que tirou quatro poses em dez segundos. "Se ela estivesse vestida com cores escuras eu nunca teria tirado aquela foto, assim como se o soldado estivesse usando um uniforme branco", disse. O fotógrafo morreu em 1995 e Mendonsa, em 2014.
mundo
Morre enfermeira que beija soldado em foto icônica da 2ª Guerra MundialMorreu neste sábado (10) aos 92 anos Greta Friedman, que foi imortalizada em uma foto como a enfermeira que aparece beijando um marinheiro na festa do fim da Segunda Guerra Mundial na Times Square, em Nova York. Segundo seu filho, Joshua Friedman, ela morreu no Estado americano da Virgínia após complicações provocadas por diferentes doenças, incluindo pneumonia. Ela será enterrada ao lado do marido, Mischa, em Arlington. Nascida em 1924 em Wiener Neustadt, na Áustria, ela também foi vítima da guerra. Judia, teve que deixar seu país em 1939, quando os nazistas já ocupavam a região, e mudou-se para Nova York. Na época da foto, Greta era uma assistente de dentista que estava de folga em 14 de agosto de 1945, dia em que o Japão se rendeu aos Estados Unidos, marcando o fim da Segunda Guerra Mundial. Ela participava das comemorações quando foi surpreendida pelo quartel-mestre da Marinha George Mendonsa. "Eu não vi que ele se aproximava, e quando eu percebi ele já tinha me abraçado", disse ao canal CBS em 2012. Greta e George não se reencontrariam até 1980, quando a revista "Life" os juntou. Na ocasião, o soldado disse que ele e sua futura mulher celebravam o fim da guerra quando ele começou a beijar outras mulheres na rua. O beijo foi registrado pelo fotógrafo Alfred Eisenstaedt e virou capa da revista "Life", na época uma das publicações mais importantes dos EUA. A imagem é considerada uma das mais famosas do século 20. Em 1985, Eisenstaedt disse que tirou quatro poses em dez segundos. "Se ela estivesse vestida com cores escuras eu nunca teria tirado aquela foto, assim como se o soldado estivesse usando um uniforme branco", disse. O fotógrafo morreu em 1995 e Mendonsa, em 2014.
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Aplicativos de táxis vão atuar no mercado de luxo
O Easy Taxi e o 99Taxis se preparam para aproveitar o mercado criado pela Prefeitura de São Paulo ao não regulamentar o Uber e lançar uma nova categoria de serviço, a dos táxis pretos. Serão 5.000 novos alvarás para carros de luxo, com ar-condicionado e GPS. Eles poderão cobrar até 25% a mais do que o normal e terão liberdade para dar descontos. Quando os novos motoristas entrarem na praça, o Easy Taxi colocará um filtro no aplicativo que permitirá ao usuário escolher o tipo de táxi quer contratar. "Quem quiser um carro que chegue mais rápido poderá optar pelo branco", afirma o presidente da empresa, Dennis Wang. O 99Taxis também ajusta a sua plataforma, diz o diretor-executivo Paulo Veras. "Está claro que uma parcela do público quer carros melhores e está disposta a pagar por isso. Tão logo seja feito o sorteio dos novos alvarás, vamos disponibilizar [o serviço de táxis pretos]." Ambos os executivos elogiam a medida que a prefeitura tomou depois da polêmica em torno da regulamentação do Uber. A nova categoria de táxis não contará com a sua adesão. Mesmo com a apreensão de veículos de motoristas do serviço, ele continua a atuar. Para as empresas de aplicativos, isso não interfere nos negócios. "Somos de indústrias diferentes. Trabalhamos com carros legais", diz Wang. "Poderíamos escolher cadastrar qualquer um. Mas seguimos a regulamentação. Foi uma decisão de negócios. Usar quem não está autorizado a prestar o serviço não é inovação", afirma Veras. * Dinheiro de turista Um projeto de lei que permite aos turistas estrangeiros entrarem sem visto no Brasil por até três meses durante os Jogos Olímpicos do Rio deverá ser votado no Senado na terça-feira (27). "Estamos de olho principalmente no turista americano, que é o que fica mais tempo e o que mais consome", afirma o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves. O projeto foi aprovado pela Câmara no início deste mês. O objetivo é melhorar a balança comercial do setor (recursos que os brasileiros desembolsam no exterior menos o que os estrangeiros deixam no Brasil). Férias De janeiro a setembro, o país teve um deficit de US$ 9,8 bilhões (cerca de R$ 38 bilhões na cotação atual). O resultado é 31% menor do que o registrado no mesmo período de 2014. Com o dólar alto e a crise nacional, o gasto do turista verde-amarelo fora do país diminuiu. Em 2014, com a moeda brasileira mais apreciada, o valor foi de US$ 14 bilhões. * Na ponta da língua Principal prêmio de lembrança de marca do Brasil, a Folha Top of Mind anunciará nesta segunda-feira (26) à noite os vencedores de 50 categorias variadas, como carro, meio ambiente, banco e alimentação, entre outras. O evento comemora 25 anos da pesquisa realizada pelo Datafolha sobre as marcas mais lembradas no país. O instituto entrevistou 8.142 pessoas. O Datafolha mobilizou 328 profissionais. Desse total, 286 eram entrevistadores, que percorreram 244 municípios espalhados por todo o Brasil. Os resultados mapeados permitiram um recorte inédito sobre as marcas tradicionais que atuam em regiões específicas do país. Essas informações fazem parte da edição especial da revista sobre os 25 anos da Folha Top of Mind, que circula em todo o território nacional na próxima terça-feira (27), com a Folha. A cerimônia de premiação será realizada a partir das 19h no Tom Brasil, em São Paulo. * Fusões e aquisições diminuem em setembro O número de fusões e aquisições registradas no país em setembro foi 40,2% menor que no mesmo período do ano passado, de acordo com dados da PwC. Ao todo, 52 transações foram fechadas. Em 2014, haviam sido 87 –o maior volume desde, pelo menos, 2002. A média mensal para setembro nos últimos cinco anos ficou em 66. No acumulado do ano, no entanto, a retração é mais suave (-11,7%). No mesmo período, houve um crescimento do capital estrangeiro nas operações. Nos nove primeiros meses de 2014, a participação de recursos de outros países nas negociações foi de 42,7%. Até setembro deste ano, a parcela é de 50%. A maioria desses negócios envolveu companhias americanas (37,8%). Em seguida, aparecem as inglesas (7,8%), as alemãs (6,6%) e as francesas (5,4%). O capital chinês participou de apenas sete operações, o que representa 2,7% do total. No ano passado, porém, haviam sido quatro. * Investimento... A Scania acaba de concluir o primeiro teste de ônibus movido a GNV em São Paulo. Em um itinerário de 5.000 km, o custo por quilômetro foi 28% inferior ao do diesel. ...ambiental O teste realizado pela empresa também aponta que a emissão de gases poluentes é 70% menor do que um similar a diesel. Os resultados foram aferidos pela Netz Engenharia Automotiva. Pão líquido O faturamento do mercado de cerveja em 2015 deve chegar a R$ 71 bilhões, segundo um estudo da Mintel, empresa de consultoria do setor de alimentos. * Hora do café com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN
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Aplicativos de táxis vão atuar no mercado de luxoO Easy Taxi e o 99Taxis se preparam para aproveitar o mercado criado pela Prefeitura de São Paulo ao não regulamentar o Uber e lançar uma nova categoria de serviço, a dos táxis pretos. Serão 5.000 novos alvarás para carros de luxo, com ar-condicionado e GPS. Eles poderão cobrar até 25% a mais do que o normal e terão liberdade para dar descontos. Quando os novos motoristas entrarem na praça, o Easy Taxi colocará um filtro no aplicativo que permitirá ao usuário escolher o tipo de táxi quer contratar. "Quem quiser um carro que chegue mais rápido poderá optar pelo branco", afirma o presidente da empresa, Dennis Wang. O 99Taxis também ajusta a sua plataforma, diz o diretor-executivo Paulo Veras. "Está claro que uma parcela do público quer carros melhores e está disposta a pagar por isso. Tão logo seja feito o sorteio dos novos alvarás, vamos disponibilizar [o serviço de táxis pretos]." Ambos os executivos elogiam a medida que a prefeitura tomou depois da polêmica em torno da regulamentação do Uber. A nova categoria de táxis não contará com a sua adesão. Mesmo com a apreensão de veículos de motoristas do serviço, ele continua a atuar. Para as empresas de aplicativos, isso não interfere nos negócios. "Somos de indústrias diferentes. Trabalhamos com carros legais", diz Wang. "Poderíamos escolher cadastrar qualquer um. Mas seguimos a regulamentação. Foi uma decisão de negócios. Usar quem não está autorizado a prestar o serviço não é inovação", afirma Veras. * Dinheiro de turista Um projeto de lei que permite aos turistas estrangeiros entrarem sem visto no Brasil por até três meses durante os Jogos Olímpicos do Rio deverá ser votado no Senado na terça-feira (27). "Estamos de olho principalmente no turista americano, que é o que fica mais tempo e o que mais consome", afirma o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves. O projeto foi aprovado pela Câmara no início deste mês. O objetivo é melhorar a balança comercial do setor (recursos que os brasileiros desembolsam no exterior menos o que os estrangeiros deixam no Brasil). Férias De janeiro a setembro, o país teve um deficit de US$ 9,8 bilhões (cerca de R$ 38 bilhões na cotação atual). O resultado é 31% menor do que o registrado no mesmo período de 2014. Com o dólar alto e a crise nacional, o gasto do turista verde-amarelo fora do país diminuiu. Em 2014, com a moeda brasileira mais apreciada, o valor foi de US$ 14 bilhões. * Na ponta da língua Principal prêmio de lembrança de marca do Brasil, a Folha Top of Mind anunciará nesta segunda-feira (26) à noite os vencedores de 50 categorias variadas, como carro, meio ambiente, banco e alimentação, entre outras. O evento comemora 25 anos da pesquisa realizada pelo Datafolha sobre as marcas mais lembradas no país. O instituto entrevistou 8.142 pessoas. O Datafolha mobilizou 328 profissionais. Desse total, 286 eram entrevistadores, que percorreram 244 municípios espalhados por todo o Brasil. Os resultados mapeados permitiram um recorte inédito sobre as marcas tradicionais que atuam em regiões específicas do país. Essas informações fazem parte da edição especial da revista sobre os 25 anos da Folha Top of Mind, que circula em todo o território nacional na próxima terça-feira (27), com a Folha. A cerimônia de premiação será realizada a partir das 19h no Tom Brasil, em São Paulo. * Fusões e aquisições diminuem em setembro O número de fusões e aquisições registradas no país em setembro foi 40,2% menor que no mesmo período do ano passado, de acordo com dados da PwC. Ao todo, 52 transações foram fechadas. Em 2014, haviam sido 87 –o maior volume desde, pelo menos, 2002. A média mensal para setembro nos últimos cinco anos ficou em 66. No acumulado do ano, no entanto, a retração é mais suave (-11,7%). No mesmo período, houve um crescimento do capital estrangeiro nas operações. Nos nove primeiros meses de 2014, a participação de recursos de outros países nas negociações foi de 42,7%. Até setembro deste ano, a parcela é de 50%. A maioria desses negócios envolveu companhias americanas (37,8%). Em seguida, aparecem as inglesas (7,8%), as alemãs (6,6%) e as francesas (5,4%). O capital chinês participou de apenas sete operações, o que representa 2,7% do total. No ano passado, porém, haviam sido quatro. * Investimento... A Scania acaba de concluir o primeiro teste de ônibus movido a GNV em São Paulo. Em um itinerário de 5.000 km, o custo por quilômetro foi 28% inferior ao do diesel. ...ambiental O teste realizado pela empresa também aponta que a emissão de gases poluentes é 70% menor do que um similar a diesel. Os resultados foram aferidos pela Netz Engenharia Automotiva. Pão líquido O faturamento do mercado de cerveja em 2015 deve chegar a R$ 71 bilhões, segundo um estudo da Mintel, empresa de consultoria do setor de alimentos. * Hora do café com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN
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Eterno Cabeção da 'Malhação' se reinventa como cantor de funk
Sérgio Hondjakoff saiu do elenco de "Malhação" há dez anos, mas a novela nunca o deixou. É com o nome de seu personagem no folhetim, Cabeção, que ele reconstrói sua carreira, agora como cantor. Afastado das novelas desde 2009, quando fez "Bela, a Feia", da Record, Hondjakoff, 30, é hoje metade da dupla de funk Dino Boyer e Cabeção, que lançou neste mês sua segunda música, "A Paulistinha", na internet. "A gente faz um funk mais light, nossas letras não têm nenhuma sacada muito maliciosa. É até um pouco ingênuo", resume Hondjakoff. "Nossa definição é pop funk melody. É na 'vibe' do Claudinho & Buchecha. Uma mistura de música popular com batidão", completa Boyer. Apesar de ter ficado conhecido como ator, Hondjakoff tinha tido uma experiência musical nos anos 1990, no grupo infantil Terra Encantada, com o qual gravou um disco. "Era tipo um Trem da Alegria. Foi um momento bem legal, quando emagreci pela primeira vez. Eu era super gordinho. Era show de bola." Por ora, ele não compõe. "Escrevo umas palavras soltas. Dificilmente consigo reunir uma ideia clara e acreditar nela", diz. "Tenho algumas poesias que não são muito comerciais, digamos assim." A decisão de adotar a alcunha Cabeção como nome artístico, conta, foi para facilitar o reconhecimento. "A gente optou por fazer alusão ao grande personagem que nunca foi esquecido", diz Dino. Hoje, Hondjakoff não se importa em ser o eterno Cabeção, papel que interpretou de 2000 a 2005. "No começo da 'Malhação', eu ficava incomodado. Hoje acho uma coisa boa. Estou bem mais maduro. É uma honra ter esse apelido. É sonoro", diz, rindo. Ele deixou o elenco da trama juvenil com pompa: em sua última cena, todo o elenco gritava o nome de seu personagem, que começou a trama como irmão do mocinho Marcelo (Fábio Azevedo) e foi ficando, ganhando espaço. "Eu sabia que era uma oportunidade única de aprender", afirma, explicando por que ficou tanto tempo na novela. "E também pelo lado financeiro. Precisava ficar." Quando começou a enjoar do papel, pediu para sair. "Faltou um pouco de maturidade. Eu poderia ter ficado mais, eles queriam. Enfim." Logo que saiu, foi coadjuvante em "Pé na Jaca" e protagonista de um dos primeiros vídeos virais brasileiros, ao dar uma entrevista embriagado em Brasília. Ali popularizam-se o recém-criado YouTube e uma série de frases proferidas pelo ator –como "eterno nessa Brasila" e "sapinhôôô". Depois, os papéis foram minguando e ele mudou para a Record, onde fez apenas uma novela. Ficou fora da TV até 2014, quando passou alguns meses no "Video Show", da Globo. Mas aí já estava seguindo a carreira de cantor. "Já na época da 'Malhação' eu falava com o Cauã [Reymond] para a gente fazer uma música. A gente enrolava, enrolava, e nunca saiu o funk do Ogromóvel [o carro que seus personagens dividiam]." Agora o foco é cantar, diz. Dino e Hondjakoff buscam uma gravadora para o primeiro disco e planejam um clipe de "A Paulistinha".
ilustrada
Eterno Cabeção da 'Malhação' se reinventa como cantor de funkSérgio Hondjakoff saiu do elenco de "Malhação" há dez anos, mas a novela nunca o deixou. É com o nome de seu personagem no folhetim, Cabeção, que ele reconstrói sua carreira, agora como cantor. Afastado das novelas desde 2009, quando fez "Bela, a Feia", da Record, Hondjakoff, 30, é hoje metade da dupla de funk Dino Boyer e Cabeção, que lançou neste mês sua segunda música, "A Paulistinha", na internet. "A gente faz um funk mais light, nossas letras não têm nenhuma sacada muito maliciosa. É até um pouco ingênuo", resume Hondjakoff. "Nossa definição é pop funk melody. É na 'vibe' do Claudinho & Buchecha. Uma mistura de música popular com batidão", completa Boyer. Apesar de ter ficado conhecido como ator, Hondjakoff tinha tido uma experiência musical nos anos 1990, no grupo infantil Terra Encantada, com o qual gravou um disco. "Era tipo um Trem da Alegria. Foi um momento bem legal, quando emagreci pela primeira vez. Eu era super gordinho. Era show de bola." Por ora, ele não compõe. "Escrevo umas palavras soltas. Dificilmente consigo reunir uma ideia clara e acreditar nela", diz. "Tenho algumas poesias que não são muito comerciais, digamos assim." A decisão de adotar a alcunha Cabeção como nome artístico, conta, foi para facilitar o reconhecimento. "A gente optou por fazer alusão ao grande personagem que nunca foi esquecido", diz Dino. Hoje, Hondjakoff não se importa em ser o eterno Cabeção, papel que interpretou de 2000 a 2005. "No começo da 'Malhação', eu ficava incomodado. Hoje acho uma coisa boa. Estou bem mais maduro. É uma honra ter esse apelido. É sonoro", diz, rindo. Ele deixou o elenco da trama juvenil com pompa: em sua última cena, todo o elenco gritava o nome de seu personagem, que começou a trama como irmão do mocinho Marcelo (Fábio Azevedo) e foi ficando, ganhando espaço. "Eu sabia que era uma oportunidade única de aprender", afirma, explicando por que ficou tanto tempo na novela. "E também pelo lado financeiro. Precisava ficar." Quando começou a enjoar do papel, pediu para sair. "Faltou um pouco de maturidade. Eu poderia ter ficado mais, eles queriam. Enfim." Logo que saiu, foi coadjuvante em "Pé na Jaca" e protagonista de um dos primeiros vídeos virais brasileiros, ao dar uma entrevista embriagado em Brasília. Ali popularizam-se o recém-criado YouTube e uma série de frases proferidas pelo ator –como "eterno nessa Brasila" e "sapinhôôô". Depois, os papéis foram minguando e ele mudou para a Record, onde fez apenas uma novela. Ficou fora da TV até 2014, quando passou alguns meses no "Video Show", da Globo. Mas aí já estava seguindo a carreira de cantor. "Já na época da 'Malhação' eu falava com o Cauã [Reymond] para a gente fazer uma música. A gente enrolava, enrolava, e nunca saiu o funk do Ogromóvel [o carro que seus personagens dividiam]." Agora o foco é cantar, diz. Dino e Hondjakoff buscam uma gravadora para o primeiro disco e planejam um clipe de "A Paulistinha".
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Restauração 'desastrada' na Espanha pode ganhar prêmio internacional
A restauração feita pelo Carlos Quevedo Rojas, no Castelo de Matrera, uma degradada construção do século 19, em Villamartín, no sul da Espanha, causou polêmica no mês passado, por, segundo seus críticos, mudar a aparência original. No entanto, a obra pode, nos próximos dias, mudar de patamar. Ela está concorrendo ao prêmio internacional de arquitetura "Architizer A+", na categoria preservação. Outros quatro projetos de restauro são candidatas ao prêmio, cujo resultado será divulgado no dia 12 desse mês. A premiação existe desde 2009, com objetivo de aumentar o contato entre os profissionais e projetos. ENTENDA O castelo estava em ruínas há décadas. Em 2013, o que restava de seu interior desmoronou, restando somente dois muros externos. Para consertar isso, uma nova parede cinza no interior foi construída -mas não muito parecida com o modelo original. A história da restauração do castelo se tornou popular quando o canal de televisão espanhol "La Sexta" entrevistou moradores que criticaram a reforma feita pelo arquiteto, classificando-a como um estrago. A associação espanhola de conservação histórica, Hispania Nostra, juntou-se ao coro dos descontentes, intitulando a obra como um "desastre, completamente lamentável, surpreendendo moradores e estrangeiros de uma maneira negativa". Ela disse que recebeu dezenas de mensagens de outros países condenando o restauro. O arquiteto Quevedo Rojas, natural de Villamartin, disse que projetos de restauração são sempre matérias de debate e alegou que a reparação completa do castelo não é possível porque isso é proibido pela lei. "Eu entendo a surpresa das pessoas. É normal que mudanças em lugares culturais como esse leve a críticas", afirmou Rojas. Jose Maria Gutierrez Lopez, diretor do Museu de História de Villamartin, garantiu que as autoridades locais estão felizes com o resultado, e atribuiu as críticas às normas de restauração da Espanha. "Entristece-me ver as pessoas reclamando agora que está restaurado, sendo que em 2013 foi difícil conseguir 200 assinaturas para encampar o projeto". A restauração está sendo comparada ao afresco Ecce Homo, a famosa restauração da imagem de Cristo na cidade de Borja, também na Espanha. O trabalho feito por Cecilia Giménez chegou a ser chamado de "a pior restauração do mundo". O castelo é de propriedade particular e não é aberto ao público, mas pode ser visto de longe.
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Restauração 'desastrada' na Espanha pode ganhar prêmio internacionalA restauração feita pelo Carlos Quevedo Rojas, no Castelo de Matrera, uma degradada construção do século 19, em Villamartín, no sul da Espanha, causou polêmica no mês passado, por, segundo seus críticos, mudar a aparência original. No entanto, a obra pode, nos próximos dias, mudar de patamar. Ela está concorrendo ao prêmio internacional de arquitetura "Architizer A+", na categoria preservação. Outros quatro projetos de restauro são candidatas ao prêmio, cujo resultado será divulgado no dia 12 desse mês. A premiação existe desde 2009, com objetivo de aumentar o contato entre os profissionais e projetos. ENTENDA O castelo estava em ruínas há décadas. Em 2013, o que restava de seu interior desmoronou, restando somente dois muros externos. Para consertar isso, uma nova parede cinza no interior foi construída -mas não muito parecida com o modelo original. A história da restauração do castelo se tornou popular quando o canal de televisão espanhol "La Sexta" entrevistou moradores que criticaram a reforma feita pelo arquiteto, classificando-a como um estrago. A associação espanhola de conservação histórica, Hispania Nostra, juntou-se ao coro dos descontentes, intitulando a obra como um "desastre, completamente lamentável, surpreendendo moradores e estrangeiros de uma maneira negativa". Ela disse que recebeu dezenas de mensagens de outros países condenando o restauro. O arquiteto Quevedo Rojas, natural de Villamartin, disse que projetos de restauração são sempre matérias de debate e alegou que a reparação completa do castelo não é possível porque isso é proibido pela lei. "Eu entendo a surpresa das pessoas. É normal que mudanças em lugares culturais como esse leve a críticas", afirmou Rojas. Jose Maria Gutierrez Lopez, diretor do Museu de História de Villamartin, garantiu que as autoridades locais estão felizes com o resultado, e atribuiu as críticas às normas de restauração da Espanha. "Entristece-me ver as pessoas reclamando agora que está restaurado, sendo que em 2013 foi difícil conseguir 200 assinaturas para encampar o projeto". A restauração está sendo comparada ao afresco Ecce Homo, a famosa restauração da imagem de Cristo na cidade de Borja, também na Espanha. O trabalho feito por Cecilia Giménez chegou a ser chamado de "a pior restauração do mundo". O castelo é de propriedade particular e não é aberto ao público, mas pode ser visto de longe.
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Famílias se articulam para reverter ocupação de escolas em SP
Em resposta às ocupações de escolas estaduais paulistas, pais e estudantes têm se organizado para liberar colégios bloqueados ou evitar que novos sejam tomados. Balanço da Secretaria da Educação aponta que 29 unidades foram desocupadas desde o início do movimento, há 15 dias. Mas, como houve novas ocupações, o número de colégios bloqueados subiu de 151 para 174 entre terça e quarta-feira (25). O protesto de alunos, pais e movimentos sociais pede a suspensão da reorganização da rede, proposta pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). A ação prevê o fechamento de 92 unidades e o remanejamento de 300 mil estudantes. O governo diz que ela irá melhorar a qualidade do ensino em SP. As ocupações despertaram reação de quem quer que as aulas sejam retomadas. Foi o caso da comerciante Rosemeire de Souza Ferreira, 38. Junto com colegas, ela tem feito vigília em duas escolas de Osasco (Grande SP) para evitar que haja ocupação. Uma das unidades, a Leonardo Villas Boas, chegou a ser ocupada. "No fim da semana passada, não ficou ninguém lá. Pulamos o muro e arrebentamos o cadeado. Minha filha precisa de aula." Os protestos na região começaram antes mesmo da ocupação. Há um mês, circulava a informação de que os colégios seriam fechados. "Fomos para a rua e revertemos. Agora o pessoal quer fechar a escola? Não pode." Na zona oeste da capital, a aluna Flávia Moura, 17, escreveu carta encaminhada à Secretaria de Educação. Sua escola, Andronico de Mello, foi ocupada na segunda (23). "Hoje, ao chegar em minha escola, fui informada de que o prédio havia sido tomado. O grupo tirou de mim e de meus colegas o direito a mais um dia de aula", afirmou. A mãe dela, a professora Cláudia Aparecida Moura, organiza com outras mães protesto contra a ocupação. A Secretaria da Educação afirma que suas diretorias de ensino têm recebido outras mensagens como essa. A orientação, diz a pasta, é que o dirigente de ensino faça intermediação entre as partes. LIBERADA No caso dos pais de Fabíola, 17, houve reviravolta na avaliação sobre o movimento. No primeiro dia da ocupação da escola Fernão Dias Paes, em Pinheiros (zona oeste), os pais foram buscá-la, aos gritos. Agora, após algumas conversas, a jovem está liberada para protestar. "Ela está lutando pelos direitos dos estudantes", disse a mãe, Nazaré Santos Silva. "Não sei por que o governador não volta atrás."
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Famílias se articulam para reverter ocupação de escolas em SPEm resposta às ocupações de escolas estaduais paulistas, pais e estudantes têm se organizado para liberar colégios bloqueados ou evitar que novos sejam tomados. Balanço da Secretaria da Educação aponta que 29 unidades foram desocupadas desde o início do movimento, há 15 dias. Mas, como houve novas ocupações, o número de colégios bloqueados subiu de 151 para 174 entre terça e quarta-feira (25). O protesto de alunos, pais e movimentos sociais pede a suspensão da reorganização da rede, proposta pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). A ação prevê o fechamento de 92 unidades e o remanejamento de 300 mil estudantes. O governo diz que ela irá melhorar a qualidade do ensino em SP. As ocupações despertaram reação de quem quer que as aulas sejam retomadas. Foi o caso da comerciante Rosemeire de Souza Ferreira, 38. Junto com colegas, ela tem feito vigília em duas escolas de Osasco (Grande SP) para evitar que haja ocupação. Uma das unidades, a Leonardo Villas Boas, chegou a ser ocupada. "No fim da semana passada, não ficou ninguém lá. Pulamos o muro e arrebentamos o cadeado. Minha filha precisa de aula." Os protestos na região começaram antes mesmo da ocupação. Há um mês, circulava a informação de que os colégios seriam fechados. "Fomos para a rua e revertemos. Agora o pessoal quer fechar a escola? Não pode." Na zona oeste da capital, a aluna Flávia Moura, 17, escreveu carta encaminhada à Secretaria de Educação. Sua escola, Andronico de Mello, foi ocupada na segunda (23). "Hoje, ao chegar em minha escola, fui informada de que o prédio havia sido tomado. O grupo tirou de mim e de meus colegas o direito a mais um dia de aula", afirmou. A mãe dela, a professora Cláudia Aparecida Moura, organiza com outras mães protesto contra a ocupação. A Secretaria da Educação afirma que suas diretorias de ensino têm recebido outras mensagens como essa. A orientação, diz a pasta, é que o dirigente de ensino faça intermediação entre as partes. LIBERADA No caso dos pais de Fabíola, 17, houve reviravolta na avaliação sobre o movimento. No primeiro dia da ocupação da escola Fernão Dias Paes, em Pinheiros (zona oeste), os pais foram buscá-la, aos gritos. Agora, após algumas conversas, a jovem está liberada para protestar. "Ela está lutando pelos direitos dos estudantes", disse a mãe, Nazaré Santos Silva. "Não sei por que o governador não volta atrás."
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Folha promove fórum que debaterá desafios para gestão escolar
A Folha e o Instituto Unibanco realizam, em 27 e 28 de setembro, o 3º Seminário Internacional de Gestão Escolar. O evento debaterá formas de melhorar a gestão de instituições de ensino e acontece no Cinearte, no Conjunto Nacional (av. Paulista, 2073) a partir das 9h. Quais são as competências de gestão e os referenciais desejáveis para a atuação dos gestores educacionais? Quais as estratégias, abordagens e didáticas mais adequadas à cognição de adultos em contexto profissional? De que forma é possível desenvolver competências sistêmicas que mobilizem e conectem todos os atores das redes de ensino em um processo de gestão articulado, que trabalha em prol da equidade e das altas expectativas? Como desenhar carreiras mais atrativas para gestores, que os valorize e combine progressão e desenvolvimento efetivo de competências de gestão? Essas e outras questões serão debatidas no evento, o terceiro da série inaugurada em 2015. Pesquisadores e gestores nacionais e internacionais que estudaram, desenvolveram e/ou implementaram programas e políticas de desenvolvimento profissional e estratégias formativas voltadas para a gestão da educação apresentarão os desafios enfrentados e os avanços conquistados a partir de diferentes perspectivas. O evento é gratuito. Para participar, basta se inscreve pelo site. Confira os palestrantes e a programação completa.
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Folha promove fórum que debaterá desafios para gestão escolarA Folha e o Instituto Unibanco realizam, em 27 e 28 de setembro, o 3º Seminário Internacional de Gestão Escolar. O evento debaterá formas de melhorar a gestão de instituições de ensino e acontece no Cinearte, no Conjunto Nacional (av. Paulista, 2073) a partir das 9h. Quais são as competências de gestão e os referenciais desejáveis para a atuação dos gestores educacionais? Quais as estratégias, abordagens e didáticas mais adequadas à cognição de adultos em contexto profissional? De que forma é possível desenvolver competências sistêmicas que mobilizem e conectem todos os atores das redes de ensino em um processo de gestão articulado, que trabalha em prol da equidade e das altas expectativas? Como desenhar carreiras mais atrativas para gestores, que os valorize e combine progressão e desenvolvimento efetivo de competências de gestão? Essas e outras questões serão debatidas no evento, o terceiro da série inaugurada em 2015. Pesquisadores e gestores nacionais e internacionais que estudaram, desenvolveram e/ou implementaram programas e políticas de desenvolvimento profissional e estratégias formativas voltadas para a gestão da educação apresentarão os desafios enfrentados e os avanços conquistados a partir de diferentes perspectivas. O evento é gratuito. Para participar, basta se inscreve pelo site. Confira os palestrantes e a programação completa.
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Peça do autor de 'House of Cards' chega a SP com Malvino Salvador
DE SÃO PAULO O drama "Chuva Constante" chega a São Paulo na sexta (13), no Teatro Vivo (zona sul de São Paulo), após uma temporada no Rio de Janeiro. Em cena, Augusto Zacchi e Malvino Salvador são dois policiais, velhos conhecidos, que têm a amizade abalada e colocada à prova quando temas como honra e lealdade vêm à tona. A peça foi interpretada na Broadway, em 2009, por Daniel Craig (o James Bond) e Hugh Jackman (o Wolverine). O texto é do norte-americano Keith Huff, autor e produtor de séries de sucesso, como "House of Cards" e "Mad Men". A direção é assinada por Paulo de Moraes. Teatro Vivo. Av. Dr. Chucri Zaidan, 860, Morumbi, tel. 97420-1520. Sex.: 21h30. Sáb.: 21h. Dom.: 18h. Estreia: 13/3. Até 31/5. 90 min. 14 anos. Ingr.: R$ 60 (sex. e dom.) e R$ 80 (sáb.). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br.
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Peça do autor de 'House of Cards' chega a SP com Malvino SalvadorDE SÃO PAULO O drama "Chuva Constante" chega a São Paulo na sexta (13), no Teatro Vivo (zona sul de São Paulo), após uma temporada no Rio de Janeiro. Em cena, Augusto Zacchi e Malvino Salvador são dois policiais, velhos conhecidos, que têm a amizade abalada e colocada à prova quando temas como honra e lealdade vêm à tona. A peça foi interpretada na Broadway, em 2009, por Daniel Craig (o James Bond) e Hugh Jackman (o Wolverine). O texto é do norte-americano Keith Huff, autor e produtor de séries de sucesso, como "House of Cards" e "Mad Men". A direção é assinada por Paulo de Moraes. Teatro Vivo. Av. Dr. Chucri Zaidan, 860, Morumbi, tel. 97420-1520. Sex.: 21h30. Sáb.: 21h. Dom.: 18h. Estreia: 13/3. Até 31/5. 90 min. 14 anos. Ingr.: R$ 60 (sex. e dom.) e R$ 80 (sáb.). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br.
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Citações a Aécio são feitas de boa vontade por delatores da Lava Jato
As citações ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) têm sido feitas com prazer pelos delatores da OAS e da Odebrecht. EU AVISEI De acordo com integrante da equipe que acompanha as delações, tanto executivos da Odebrecht quanto Léo Pinheiro, da OAS, acham que Aécio colocou fogo na Operação Lava Jato porque imaginava que ela só atingiria o PT. Pouco teria se importado com as empreiteiras. NEM VI Recados enviados inclusive por Marcelo Odebrecht, que dizia ser amigo do tucano, teriam sido desprezados pelo mineiro. Aécio Neves diz que não esteve com o empresário no ano passado. QUE PENA Já o senador e chanceler José Serra (PSDB-SP), na visão deles, por exemplo, não teria levantado a Operação Lava Jato como bandeira. Por isso, citações a ele têm sido feitas com constrangimento. Na Odebrecht, o tucano mantém um grande amigo, o ex-presidente da empresa Pedro Novis. TUDO ERRADO O advogado tributarista Eduardo Ferrão, de Brasília, nega que tenha feito delação premiada. O nome dele apareceu em sites que especulavam sobre a identidade do profissional que estaria entregando à Justiça inclusive ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). A OUTRA VOZ "Isso é uma leviandade e uma irresponsabilidade. Só faz delação quem praticou ilícito", afirma, negando ser ele o delator. "Querem transformar advogados em alvos. O momento é delicado. Tudo o que é dito pela acusação é honesto; pela defesa, é chicana. Quem responde a uma acusação parte de onde, se os advogados estão todos sob suspeita?" PARA TODOS Ferrão diz ainda que uma pessoa acusada "enfrenta todo o aparato repressivo do Estado, uma estrutura forte, pesada e às vezes até violenta. E só conta com o seu advogado. Por isso, quando ele é fragilizado, é a democracia que se fragiliza". INFÂNCIA PERDIDA O diretor Belisario Franca recebeu convidados para a pré-estreia do documentário "Menino 23 - Infâncias Perdidas no Brasil", na segunda (4). Os cineastas Roberto Gervitz e Fabrizia Pinto, o historiador Sidney Aguilar e o fotógrafo João Quesado estiveram Espaço Itaú de Cinema da rua Augusta. Juliana Camargo, presidente da ONG Ampara Animal, e Juliana Fabri, do Instituto Verdescola também passaram por lá. DE VOLTA PRA CASA Lírio Parisotto, que está em Nova York, deve alugar um jato particular e voltar no domingo ao Brasil. De acordo com interlocutores diretos, ele está "transtornado" depois de ter sido acusado de agredir Luiza Brunet. NO BOLSO Os mesmos interlocutores acreditam que uma separação do casal pode envolver valores de até R$ 100 milhões. Parisotto está entre os 30 empresários mais ricos do país, com fortuna estimada em US$ 1,6 bilhão. NO NINHO A comunicação da campanha de Marta Suplicy (PMDB-SP) à Prefeitura de SP está sendo comandada por dois nomes ligados a José Serra. Xico Graziano, que é do PSDB, cuida das redes sociais. Lu Fernandes chefiará a assessoria de imprensa. CARTADA FINAL Embora as conversas com o PTB estejam avançadas, integrantes da campanha de Marta não descartam atrair Andrea Matarazzo (PSD) para a vice na chapa da senadora. Ele reafirma que não será "vice de ninguém". MENU REFUGIADO A chef Bel Coelho cozinhou com refugiados em almoço promovido pela ONG Adus (Instituto de Reintegração do Refugiado). O marido da chef, o compositor Rica Amabis, Marcelo Haydu, diretor da entidade, e o refugiado o refugiado Merveille Kindu Kimia participaram do evento, no domingo (3), nos Jardins. TÉRMINO Atores do "Musical Mamonas" que também interpretariam a banda Mamonas Assassinas em uma série da Record foram informados por e-mail da suspensão do programa. "Foi só uma mensagem e depois silêncio", diz Tulio Rivadavia, empresário dos atores Ruy Brissac, Adriano Tunes e Patrick Amstaldem. Os atores continuam com os papeis no musical, que entrará em cartaz no Rio de Janeiro. AGORA DOUTOR Silvio Santos agora é doutor em comunicação. Ele recebeu o diploma honoris causa na gravação de seu programa, que vai ao ar no domingo (10), dos reitores da faculdade Facspar, do grupo Inepe/Facinepe, instalado no RS e no PR. Eles justificaram a concessão do título pela "contribuição inestimável [do apresentador] para o aprimoramento dos estudos da comunicação no Brasil". PAUSA Os ginastas Diego e Daniele Hypolito encontraram tempo em meio aos treinos para a Olimpíada para participar da campanha #SomosTodosJuízes, da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Os irmãos vão falar sobre o combate a pequenas corrupções no dia a dia. CURTO-CIRCUITO Daniele Toledo lança nesta quarta (6) na Livraria Cultura do Conjunto Nacional o livro "Tristeza em Pó", onde conta sua vida depois de ser acusada de matar a própria filha. Deltan Dallagnol fará o encerramento do congresso ABVCAP, que é realizado nesta quarta (6) e amanhã no RJ. O hotel Emiliano, em SP, lançou novo menu no Spa e novas sobremesas no restaurante. Os dois espaços são abertos ao público. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI, THAIS ARBEX e FILLIPE MAURO
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Citações a Aécio são feitas de boa vontade por delatores da Lava JatoAs citações ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) têm sido feitas com prazer pelos delatores da OAS e da Odebrecht. EU AVISEI De acordo com integrante da equipe que acompanha as delações, tanto executivos da Odebrecht quanto Léo Pinheiro, da OAS, acham que Aécio colocou fogo na Operação Lava Jato porque imaginava que ela só atingiria o PT. Pouco teria se importado com as empreiteiras. NEM VI Recados enviados inclusive por Marcelo Odebrecht, que dizia ser amigo do tucano, teriam sido desprezados pelo mineiro. Aécio Neves diz que não esteve com o empresário no ano passado. QUE PENA Já o senador e chanceler José Serra (PSDB-SP), na visão deles, por exemplo, não teria levantado a Operação Lava Jato como bandeira. Por isso, citações a ele têm sido feitas com constrangimento. Na Odebrecht, o tucano mantém um grande amigo, o ex-presidente da empresa Pedro Novis. TUDO ERRADO O advogado tributarista Eduardo Ferrão, de Brasília, nega que tenha feito delação premiada. O nome dele apareceu em sites que especulavam sobre a identidade do profissional que estaria entregando à Justiça inclusive ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). A OUTRA VOZ "Isso é uma leviandade e uma irresponsabilidade. Só faz delação quem praticou ilícito", afirma, negando ser ele o delator. "Querem transformar advogados em alvos. O momento é delicado. Tudo o que é dito pela acusação é honesto; pela defesa, é chicana. Quem responde a uma acusação parte de onde, se os advogados estão todos sob suspeita?" PARA TODOS Ferrão diz ainda que uma pessoa acusada "enfrenta todo o aparato repressivo do Estado, uma estrutura forte, pesada e às vezes até violenta. E só conta com o seu advogado. Por isso, quando ele é fragilizado, é a democracia que se fragiliza". INFÂNCIA PERDIDA O diretor Belisario Franca recebeu convidados para a pré-estreia do documentário "Menino 23 - Infâncias Perdidas no Brasil", na segunda (4). Os cineastas Roberto Gervitz e Fabrizia Pinto, o historiador Sidney Aguilar e o fotógrafo João Quesado estiveram Espaço Itaú de Cinema da rua Augusta. Juliana Camargo, presidente da ONG Ampara Animal, e Juliana Fabri, do Instituto Verdescola também passaram por lá. DE VOLTA PRA CASA Lírio Parisotto, que está em Nova York, deve alugar um jato particular e voltar no domingo ao Brasil. De acordo com interlocutores diretos, ele está "transtornado" depois de ter sido acusado de agredir Luiza Brunet. NO BOLSO Os mesmos interlocutores acreditam que uma separação do casal pode envolver valores de até R$ 100 milhões. Parisotto está entre os 30 empresários mais ricos do país, com fortuna estimada em US$ 1,6 bilhão. NO NINHO A comunicação da campanha de Marta Suplicy (PMDB-SP) à Prefeitura de SP está sendo comandada por dois nomes ligados a José Serra. Xico Graziano, que é do PSDB, cuida das redes sociais. Lu Fernandes chefiará a assessoria de imprensa. CARTADA FINAL Embora as conversas com o PTB estejam avançadas, integrantes da campanha de Marta não descartam atrair Andrea Matarazzo (PSD) para a vice na chapa da senadora. Ele reafirma que não será "vice de ninguém". MENU REFUGIADO A chef Bel Coelho cozinhou com refugiados em almoço promovido pela ONG Adus (Instituto de Reintegração do Refugiado). O marido da chef, o compositor Rica Amabis, Marcelo Haydu, diretor da entidade, e o refugiado o refugiado Merveille Kindu Kimia participaram do evento, no domingo (3), nos Jardins. TÉRMINO Atores do "Musical Mamonas" que também interpretariam a banda Mamonas Assassinas em uma série da Record foram informados por e-mail da suspensão do programa. "Foi só uma mensagem e depois silêncio", diz Tulio Rivadavia, empresário dos atores Ruy Brissac, Adriano Tunes e Patrick Amstaldem. Os atores continuam com os papeis no musical, que entrará em cartaz no Rio de Janeiro. AGORA DOUTOR Silvio Santos agora é doutor em comunicação. Ele recebeu o diploma honoris causa na gravação de seu programa, que vai ao ar no domingo (10), dos reitores da faculdade Facspar, do grupo Inepe/Facinepe, instalado no RS e no PR. Eles justificaram a concessão do título pela "contribuição inestimável [do apresentador] para o aprimoramento dos estudos da comunicação no Brasil". PAUSA Os ginastas Diego e Daniele Hypolito encontraram tempo em meio aos treinos para a Olimpíada para participar da campanha #SomosTodosJuízes, da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Os irmãos vão falar sobre o combate a pequenas corrupções no dia a dia. CURTO-CIRCUITO Daniele Toledo lança nesta quarta (6) na Livraria Cultura do Conjunto Nacional o livro "Tristeza em Pó", onde conta sua vida depois de ser acusada de matar a própria filha. Deltan Dallagnol fará o encerramento do congresso ABVCAP, que é realizado nesta quarta (6) e amanhã no RJ. O hotel Emiliano, em SP, lançou novo menu no Spa e novas sobremesas no restaurante. Os dois espaços são abertos ao público. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI, THAIS ARBEX e FILLIPE MAURO
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Planejar é preciso
Após mobilizar uma força-tarefa envolvendo cerca de 50 técnicos, em um trabalho que durou 18 meses, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo apresentará à sociedade nesta segunda-feira (5) os resultados auferidos pelo Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEGM). Esse indicador foi concebido em 2014 para medir o desempenho concreto dos municípios nas áreas de educação, saúde, planejamento, gestão fiscal, meio ambiente, cidades protegidas e governança em tecnologia da informação. Pela primeira vez no país, a população de um Estado terá à disposição na internet uma fotografia em alta definição e de fácil compreensão mostrando como os prefeitos de 644 municípios paulistas geriram e aplicaram os recursos públicos. Esse retrato inicial, cujos dados referem-se a 2014, apresenta aspectos preocupantes. Salta aos olhos que os gestores municipais precisam ser capacitados para assegurar que a execução do Orçamento seja mais efetiva e evite desperdícios na máquina administrativa. No quesito planejamento, o índice revelou que a maior parte das ações de governo é custeada com recursos financeiros distintos dos previstos no Orçamento e não é coerente com os programas municipais. Os dados reforçam a necessidade de o gestor público planejar com mais efetividade a aplicação dos recursos advindos de tributos, em conformidade com os preceitos da responsabilidade fiscal e social. Para atingir as metas propostas e prestar bons serviços à população, é preciso fazer a lição de casa e utilizar os instrumentos legais, como o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a própria Lei Orçamentária Anual. É com base nesse arcabouço jurídico que as administrações municipais irão elaborar seu planejamento e, principalmente, gastar o dinheiro do contribuinte com muito mais qualidade. Na educação, em que o gasto médio anual por aluno da rede municipal é de R$ 8.608, o IEGM mostra que 76% dos municípios aplicaram algum programa de avaliação do rendimento escolar e que 91% das escolas possuem laboratórios ou salas de aula com computadores. Em compensação, veio à tona um número alarmante: 48% das prefeituras atrasaram o envio do material escolar e só 11% entregaram o uniforme antes do início das aulas –48% nem sequer o forneceram. Na saúde, o gasto médio anual por habitante chegou a R$ 746,72. O estudo apontou que em 87% dos municípios constatou-se a presença de médicos nas equipes de saúde da família e uma média anual de 1,7 consulta por paciente. Chama a atenção, todavia, o fato de apenas 17% dos locais de atendimento médico-hospitalar apresentarem auto de vistoria dos Bombeiros. O mais grave: o tempo de espera por uma consulta com especialista atingiu 57 dias, em média. Outros dados que merecem menção: 72% das cidades não têm um plano emergencial para a crise hídrica, só 37% dispõem de coleta seletiva total e apenas 20% possuem plano de contingência de defesa civil. Também vale destacar que 30% das prefeituras não possuem órgão ou servidor responsável pelo controle interno das contas municipais. Essa ferramenta, ao expor a performance das administrações municipais de forma transparente e acessível, tem por objetivo o aperfeiçoamento das políticas públicas e a valorização dos bons gestores. É compromisso do Tribunal de Contas do Estado não só fiscalizar e punir quem se desvia da norma mas também oferecer mecanismos preventivos e proativos de orientação e capacitação para a execução de boas práticas administrativas. Com a divulgação dos resultados do IEGM, a população passa a ter acesso a uma informação de qualidade para avaliar os resultados alcançados pelos gestores e decidir se eles são merecedores dos cargos que provisoriamente ocupam. CRISTIANA DE CASTRO MORAES, 48, é presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo SIDNEY BERALDO, 64, é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e coordenador do projeto Índice de Efetividade da Gestão Municipal * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Planejar é precisoApós mobilizar uma força-tarefa envolvendo cerca de 50 técnicos, em um trabalho que durou 18 meses, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo apresentará à sociedade nesta segunda-feira (5) os resultados auferidos pelo Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEGM). Esse indicador foi concebido em 2014 para medir o desempenho concreto dos municípios nas áreas de educação, saúde, planejamento, gestão fiscal, meio ambiente, cidades protegidas e governança em tecnologia da informação. Pela primeira vez no país, a população de um Estado terá à disposição na internet uma fotografia em alta definição e de fácil compreensão mostrando como os prefeitos de 644 municípios paulistas geriram e aplicaram os recursos públicos. Esse retrato inicial, cujos dados referem-se a 2014, apresenta aspectos preocupantes. Salta aos olhos que os gestores municipais precisam ser capacitados para assegurar que a execução do Orçamento seja mais efetiva e evite desperdícios na máquina administrativa. No quesito planejamento, o índice revelou que a maior parte das ações de governo é custeada com recursos financeiros distintos dos previstos no Orçamento e não é coerente com os programas municipais. Os dados reforçam a necessidade de o gestor público planejar com mais efetividade a aplicação dos recursos advindos de tributos, em conformidade com os preceitos da responsabilidade fiscal e social. Para atingir as metas propostas e prestar bons serviços à população, é preciso fazer a lição de casa e utilizar os instrumentos legais, como o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a própria Lei Orçamentária Anual. É com base nesse arcabouço jurídico que as administrações municipais irão elaborar seu planejamento e, principalmente, gastar o dinheiro do contribuinte com muito mais qualidade. Na educação, em que o gasto médio anual por aluno da rede municipal é de R$ 8.608, o IEGM mostra que 76% dos municípios aplicaram algum programa de avaliação do rendimento escolar e que 91% das escolas possuem laboratórios ou salas de aula com computadores. Em compensação, veio à tona um número alarmante: 48% das prefeituras atrasaram o envio do material escolar e só 11% entregaram o uniforme antes do início das aulas –48% nem sequer o forneceram. Na saúde, o gasto médio anual por habitante chegou a R$ 746,72. O estudo apontou que em 87% dos municípios constatou-se a presença de médicos nas equipes de saúde da família e uma média anual de 1,7 consulta por paciente. Chama a atenção, todavia, o fato de apenas 17% dos locais de atendimento médico-hospitalar apresentarem auto de vistoria dos Bombeiros. O mais grave: o tempo de espera por uma consulta com especialista atingiu 57 dias, em média. Outros dados que merecem menção: 72% das cidades não têm um plano emergencial para a crise hídrica, só 37% dispõem de coleta seletiva total e apenas 20% possuem plano de contingência de defesa civil. Também vale destacar que 30% das prefeituras não possuem órgão ou servidor responsável pelo controle interno das contas municipais. Essa ferramenta, ao expor a performance das administrações municipais de forma transparente e acessível, tem por objetivo o aperfeiçoamento das políticas públicas e a valorização dos bons gestores. É compromisso do Tribunal de Contas do Estado não só fiscalizar e punir quem se desvia da norma mas também oferecer mecanismos preventivos e proativos de orientação e capacitação para a execução de boas práticas administrativas. Com a divulgação dos resultados do IEGM, a população passa a ter acesso a uma informação de qualidade para avaliar os resultados alcançados pelos gestores e decidir se eles são merecedores dos cargos que provisoriamente ocupam. CRISTIANA DE CASTRO MORAES, 48, é presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo SIDNEY BERALDO, 64, é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e coordenador do projeto Índice de Efetividade da Gestão Municipal * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Esperança de cura
É comum que volta e meia apareçam na imprensa e nas redes sociais alternativas às quais se atribui o poder excepcional de curar o câncer, sendo inevitável que legiões de pacientes e familiares se mobilizem para obter cada droga milagrosa noticiada. O que está por trás desse comportamento é um dos sentimentos mais caros que acompanha os homens, a esperança. Quando o problema é a saúde, o homem tende a reagir não apenas de forma racional, mas muitas vezes agregando um forte componente emocional que o faz acreditar que nenhuma doença é mais forte do que ele, exercitando seu sentimento da esperança. Ao longo de algumas décadas atuando como cirurgião e tendo cuidado de muitíssimas centenas de pacientes com câncer, aprendi que a esperança é legítima e fundamental. Meu primeiro paciente com câncer tinha um tumor avançado, sem condições de tratamento e, segundo seus médicos anteriores, iria sobreviver apenas alguns meses, que foi o que realmente aconteceu. Em seu leito de morte, ele, agradecido, me fez a seguinte observação: "Você é jovem e preciso lhe dizer: nunca tire totalmente a esperança de alguém, como fizeram comigo". Porque é justamente a esperança que nos dá alento para combater as intempéries e barreiras do dia a dia, mesmo quando essas parecem intransponíveis. No caso do câncer, onde tantas surpresas acontecem, por que não acreditar nos efeitos de um novo medicamento, de uma planta, de uma bênção, de uma cirurgia não convencional ou até mesmo espiritual? Raras vezes, em toda minha vida profissional, vi pessoas aceitarem a ineficácia dos tratamentos e esperarem o fim da vida com leveza. Contudo, existe um óbice: a esperança vã não deve ser oferecida, muito menos vendida. Escrevo este texto pensando nas pessoas que recentemente se empolgaram com a fosfoetanolamina, divulgada de modo viral pelas redes sociais e pela mídia escrita e televisiva. A cura do câncer é desejada por qualquer paciente, mas não cabe depositar esperanças em alternativas não comprovadas cientificamente. Não fosse a metodologia científica desenvolvida nas últimas décadas –que inclui testes iniciais em animais ou em laboratório e, a seguir, "in anima nobile", com o objetivo de se definir doses eficazes e efeitos colaterais indesejáveis– seria impossível aquilatar o impacto dos diversos tipos de tratamento disponibilizados para as doenças, em especial o câncer, e assim tornar possível, hoje, curar-se cerca de 60% dos casos. Ora, a fosfoetanolamina nunca foi devidamente estudada e, dessa forma, é injusto com todos os pacientes que buscam curar ou controlar seus tumores malignos ser divulgada como salvadora da pátria. Um outro problema é o da obtenção de medicamentos por via judicial, que, diga-se de passagem, cria sinucas de bico para os juízes, que têm que decidir sobre questões que não lhe são familiares. Esse caminho custa para o nosso sistema público de saúde algo como R$ 1 bilhão por ano para atender casos nos quais nem sempre se justifica o emprego do medicamento solicitado. O paciente precisa ter esperança, mas esta não pode ser inconsequente. O ditado "mal não faz" aqui não se aplica. RAUL CUTAIT, 65, professor associado do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP, é membro da Academia Nacional de Medicina * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Esperança de curaÉ comum que volta e meia apareçam na imprensa e nas redes sociais alternativas às quais se atribui o poder excepcional de curar o câncer, sendo inevitável que legiões de pacientes e familiares se mobilizem para obter cada droga milagrosa noticiada. O que está por trás desse comportamento é um dos sentimentos mais caros que acompanha os homens, a esperança. Quando o problema é a saúde, o homem tende a reagir não apenas de forma racional, mas muitas vezes agregando um forte componente emocional que o faz acreditar que nenhuma doença é mais forte do que ele, exercitando seu sentimento da esperança. Ao longo de algumas décadas atuando como cirurgião e tendo cuidado de muitíssimas centenas de pacientes com câncer, aprendi que a esperança é legítima e fundamental. Meu primeiro paciente com câncer tinha um tumor avançado, sem condições de tratamento e, segundo seus médicos anteriores, iria sobreviver apenas alguns meses, que foi o que realmente aconteceu. Em seu leito de morte, ele, agradecido, me fez a seguinte observação: "Você é jovem e preciso lhe dizer: nunca tire totalmente a esperança de alguém, como fizeram comigo". Porque é justamente a esperança que nos dá alento para combater as intempéries e barreiras do dia a dia, mesmo quando essas parecem intransponíveis. No caso do câncer, onde tantas surpresas acontecem, por que não acreditar nos efeitos de um novo medicamento, de uma planta, de uma bênção, de uma cirurgia não convencional ou até mesmo espiritual? Raras vezes, em toda minha vida profissional, vi pessoas aceitarem a ineficácia dos tratamentos e esperarem o fim da vida com leveza. Contudo, existe um óbice: a esperança vã não deve ser oferecida, muito menos vendida. Escrevo este texto pensando nas pessoas que recentemente se empolgaram com a fosfoetanolamina, divulgada de modo viral pelas redes sociais e pela mídia escrita e televisiva. A cura do câncer é desejada por qualquer paciente, mas não cabe depositar esperanças em alternativas não comprovadas cientificamente. Não fosse a metodologia científica desenvolvida nas últimas décadas –que inclui testes iniciais em animais ou em laboratório e, a seguir, "in anima nobile", com o objetivo de se definir doses eficazes e efeitos colaterais indesejáveis– seria impossível aquilatar o impacto dos diversos tipos de tratamento disponibilizados para as doenças, em especial o câncer, e assim tornar possível, hoje, curar-se cerca de 60% dos casos. Ora, a fosfoetanolamina nunca foi devidamente estudada e, dessa forma, é injusto com todos os pacientes que buscam curar ou controlar seus tumores malignos ser divulgada como salvadora da pátria. Um outro problema é o da obtenção de medicamentos por via judicial, que, diga-se de passagem, cria sinucas de bico para os juízes, que têm que decidir sobre questões que não lhe são familiares. Esse caminho custa para o nosso sistema público de saúde algo como R$ 1 bilhão por ano para atender casos nos quais nem sempre se justifica o emprego do medicamento solicitado. O paciente precisa ter esperança, mas esta não pode ser inconsequente. O ditado "mal não faz" aqui não se aplica. RAUL CUTAIT, 65, professor associado do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP, é membro da Academia Nacional de Medicina * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Vale mais a pena manter uma casa na praia ou ficar em um bom hotel?
Comprar uma casa na praia ou no campo é o sonho de muitos, porém, poucos analisam a questão. O que compensa mais: ter um imóvel bem localizado para aproveitar os feriados e as férias ou se hospedar em um bom hotel? Se formos pensar na compra de um apartamento na Riviera de São Lourenço (litoral norte paulista), por exemplo, o investimento estará em torno de R$ 600 mil. Consideramos um apartamento de 60 metros quadrados, com o metro quadrado avaliado em R$ 9,3 mil, e somamos R$ 40 mil gastos em mobília e eletrodomésticos. Além disso, é necessário considerar os gastos anuais com manutenção, tais como: TV a cabo/telefonia/internet (cerca de R$ 1.200), IPTU (R$ 5.400), condomínio (R$ 700), e faxineira (R$ 2.000). Total: R$ 9.300 por ano. Ainda que tenhamos o dinheiro à vista, ao escolhermos a compra do imóvel, estamos deixando de ganhar os juros do dinheiro, caso ele fosse investido. O rendimento em um banco, por exemplo, seria em torno de 10% (após impostos). Sobre R$ 600 mil, seriam R$ 60 mil ao ano. Se a opção for não comprar a casa de férias, será possível somar o rendimento do dinheiro da compra (R$ 60 mil) à economia com os custos de manutenção do imóvel (R$ 9.300 mil), o que representaria R$ 69,3 mil a mais na sua conta por ano! Por outro lado, se considerarmos uma hospedagem em hotéis de três, quatro ou cinco estrelas no Brasil, os valores médios de diárias (considerando um casal e duas crianças menores de dez anos) são os seguintes, segundo pesquisa via internet: Em hotel três estrelas, diária familiar de R$ 344. Quatro estrelas, R$ 832,00. Cinco estrelas, R$ 1.256. Fazendo as contas, com os R$ 69,3 mil de rendimento, veremos que uma família de quatro pessoas poderia se hospedar tranquilamente por 66 dias em um hotel cinco estrelas com esse dinheiro. Se essa mesma família optar por um hotel quatro estrelas, poderá ficar hospedada por 83 dias. E se a escolha for por um hotel três estrelas, a família conseguirá ficar hospedada por quase sete meses no ano: 201 dias. Outro fator interessante é que na opção por hospedagem em hotéis pelo Brasil, a família tem a possibilidade de conhecer lugares diferentes, variando seus destinos. Fazendo a opção pela compra de um imóvel, por outro lado, é possível criar raízes e desenvolver uma história pessoal com um lugar. Qualquer que seja a sua preferência, considere também os aspectos econômicos da sua escolha. Faça as contas e veja quanto vale sua preferência. Fale com o Samy: Facebook: facebook.com/carodinheiro
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Vale mais a pena manter uma casa na praia ou ficar em um bom hotel?Comprar uma casa na praia ou no campo é o sonho de muitos, porém, poucos analisam a questão. O que compensa mais: ter um imóvel bem localizado para aproveitar os feriados e as férias ou se hospedar em um bom hotel? Se formos pensar na compra de um apartamento na Riviera de São Lourenço (litoral norte paulista), por exemplo, o investimento estará em torno de R$ 600 mil. Consideramos um apartamento de 60 metros quadrados, com o metro quadrado avaliado em R$ 9,3 mil, e somamos R$ 40 mil gastos em mobília e eletrodomésticos. Além disso, é necessário considerar os gastos anuais com manutenção, tais como: TV a cabo/telefonia/internet (cerca de R$ 1.200), IPTU (R$ 5.400), condomínio (R$ 700), e faxineira (R$ 2.000). Total: R$ 9.300 por ano. Ainda que tenhamos o dinheiro à vista, ao escolhermos a compra do imóvel, estamos deixando de ganhar os juros do dinheiro, caso ele fosse investido. O rendimento em um banco, por exemplo, seria em torno de 10% (após impostos). Sobre R$ 600 mil, seriam R$ 60 mil ao ano. Se a opção for não comprar a casa de férias, será possível somar o rendimento do dinheiro da compra (R$ 60 mil) à economia com os custos de manutenção do imóvel (R$ 9.300 mil), o que representaria R$ 69,3 mil a mais na sua conta por ano! Por outro lado, se considerarmos uma hospedagem em hotéis de três, quatro ou cinco estrelas no Brasil, os valores médios de diárias (considerando um casal e duas crianças menores de dez anos) são os seguintes, segundo pesquisa via internet: Em hotel três estrelas, diária familiar de R$ 344. Quatro estrelas, R$ 832,00. Cinco estrelas, R$ 1.256. Fazendo as contas, com os R$ 69,3 mil de rendimento, veremos que uma família de quatro pessoas poderia se hospedar tranquilamente por 66 dias em um hotel cinco estrelas com esse dinheiro. Se essa mesma família optar por um hotel quatro estrelas, poderá ficar hospedada por 83 dias. E se a escolha for por um hotel três estrelas, a família conseguirá ficar hospedada por quase sete meses no ano: 201 dias. Outro fator interessante é que na opção por hospedagem em hotéis pelo Brasil, a família tem a possibilidade de conhecer lugares diferentes, variando seus destinos. Fazendo a opção pela compra de um imóvel, por outro lado, é possível criar raízes e desenvolver uma história pessoal com um lugar. Qualquer que seja a sua preferência, considere também os aspectos econômicos da sua escolha. Faça as contas e veja quanto vale sua preferência. Fale com o Samy: Facebook: facebook.com/carodinheiro
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Um retrato da crise
As manifestações contra o governo Dilma Rousseff de 12 de abril foram menores do que as de 15 de março. Mas os problemas de quem protestou desta vez talvez sejam bem maiores do que há um mês. E vão piorar daqui em diante. Na avenida Paulista, a coluna encontrou, "de cara", vários retratos do atual cenário de desaceleração da renda, precarização do trabalho e aumento do desemprego. São as mais recentes "heranças malditas" do governo Dilma. Elas estavam escamoteadas e distantes da população até a reeleição por políticas insustentáveis, que agora cobram seu preço com desemprego e empobrecimento via recessão. Os últimos dados de renda e emprego do IBGE mostram que os brasileiros vão perdendo ganhos de salário e se tornando desempregados em velocidade crescente. As empresas também substituem funcionários mais caros por mais baratos em ritmo e volume maiores. E uma coisa leva à outra. A taxa de desemprego depende, basicamente, de duas variáveis: número de vagas disponíveis e total de pessoas procurando trabalho, algo que pode variar rapidamente. Se a renda de uma família diminui por causa da inflação, por exemplo, é possível que um dos filhos que só estudava precise voltar a trabalhar. Isso contará no cálculo do desemprego, já que mais gente estará atrás de trabalho, fazendo subir a taxa. No momento, há uma confluência negativa de dois fatores: mais gente procurando empregos e milhares de empresas fechando vagas. É isso que explica o salto de 5,3% para 5,9% na taxa de desemprego entre janeiro e fevereiro. E os 7,3% no trimestre encerrado em fevereiro. O exemplo de Rafael Kudo, 35, que vendia lanches e bebidas na Paulista no protesto: de empregador, virou empregado, aumentando a taxa de desemprego. Ex-dono de uma confecção que quebrou, teve de procurar com a mulher trabalho terceirizado em uma empresa concorrente do mesmo ramo. Nos finais de semana, trabalha como ambulante. Sua renda familiar (variável) despencou de algo entre R$ 8.000 e R$ 10.000/mês para R$ 4.000. Dono de um auto elétrico, Humberto Santos, 57, também reclama da queda na renda com o movimento menor de clientes. Só não demite porque têm os três filhos como funcionários. Já o estudante de história Ederson Maurício, 29, perdeu o emprego de R$ 1.800 líquidos/mês de monitor de qualidade em uma montadora. Agora faz bicos. No protesto, vendia cerveja com a namorada, Aline, agente de turismo que ganha R$ 2.000/mês. Mesmo quem já parou de trabalhar está perdendo. Caso das aposentadas Maria Santos, 66, e Rosa Lia, 73, que cortaram lazer, alimentos e vestuário. Como outros 10 milhões de aposentados que recebem mais de um salário mínimo por mês, elas tiveram seus benefícios reajustados em 6,23% neste ano, abaixo da inflação oficial dos últimos 12 meses, de 8,13%. A bronca contra a corrupção, revelada antes da reeleição de Dilma, tem sido o grande mote das últimas manifestações. Mas a reprovação à presidente só despencou de 20% da população em outubro para 60% agora depois que as vidas de Rafael, Humberto, Ederson, Maria e Rosa começaram a piorar.
colunas
Um retrato da criseAs manifestações contra o governo Dilma Rousseff de 12 de abril foram menores do que as de 15 de março. Mas os problemas de quem protestou desta vez talvez sejam bem maiores do que há um mês. E vão piorar daqui em diante. Na avenida Paulista, a coluna encontrou, "de cara", vários retratos do atual cenário de desaceleração da renda, precarização do trabalho e aumento do desemprego. São as mais recentes "heranças malditas" do governo Dilma. Elas estavam escamoteadas e distantes da população até a reeleição por políticas insustentáveis, que agora cobram seu preço com desemprego e empobrecimento via recessão. Os últimos dados de renda e emprego do IBGE mostram que os brasileiros vão perdendo ganhos de salário e se tornando desempregados em velocidade crescente. As empresas também substituem funcionários mais caros por mais baratos em ritmo e volume maiores. E uma coisa leva à outra. A taxa de desemprego depende, basicamente, de duas variáveis: número de vagas disponíveis e total de pessoas procurando trabalho, algo que pode variar rapidamente. Se a renda de uma família diminui por causa da inflação, por exemplo, é possível que um dos filhos que só estudava precise voltar a trabalhar. Isso contará no cálculo do desemprego, já que mais gente estará atrás de trabalho, fazendo subir a taxa. No momento, há uma confluência negativa de dois fatores: mais gente procurando empregos e milhares de empresas fechando vagas. É isso que explica o salto de 5,3% para 5,9% na taxa de desemprego entre janeiro e fevereiro. E os 7,3% no trimestre encerrado em fevereiro. O exemplo de Rafael Kudo, 35, que vendia lanches e bebidas na Paulista no protesto: de empregador, virou empregado, aumentando a taxa de desemprego. Ex-dono de uma confecção que quebrou, teve de procurar com a mulher trabalho terceirizado em uma empresa concorrente do mesmo ramo. Nos finais de semana, trabalha como ambulante. Sua renda familiar (variável) despencou de algo entre R$ 8.000 e R$ 10.000/mês para R$ 4.000. Dono de um auto elétrico, Humberto Santos, 57, também reclama da queda na renda com o movimento menor de clientes. Só não demite porque têm os três filhos como funcionários. Já o estudante de história Ederson Maurício, 29, perdeu o emprego de R$ 1.800 líquidos/mês de monitor de qualidade em uma montadora. Agora faz bicos. No protesto, vendia cerveja com a namorada, Aline, agente de turismo que ganha R$ 2.000/mês. Mesmo quem já parou de trabalhar está perdendo. Caso das aposentadas Maria Santos, 66, e Rosa Lia, 73, que cortaram lazer, alimentos e vestuário. Como outros 10 milhões de aposentados que recebem mais de um salário mínimo por mês, elas tiveram seus benefícios reajustados em 6,23% neste ano, abaixo da inflação oficial dos últimos 12 meses, de 8,13%. A bronca contra a corrupção, revelada antes da reeleição de Dilma, tem sido o grande mote das últimas manifestações. Mas a reprovação à presidente só despencou de 20% da população em outubro para 60% agora depois que as vidas de Rafael, Humberto, Ederson, Maria e Rosa começaram a piorar.
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Enviar peça para o NE é tão caro quanto para os EUA, diz empresário
O custo para transportar uma pá de turbina eólica construída em São Paulo para o Nordeste brasileiro é o mesmo do que enviar para os EUA, o triplo da distância.A informação foi apresentada nesta terça (21) por Marcelo Soares, presidente da Tecsis, empresa que exporta pás para produção de energia eólica, durante a abertura do segundo dia do Fórum Economia Limpa, promovido pela Folha e Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade).A companhia faz suas peças em Sorocaba (SP) e as envia para cidades do interior do Nordeste e para Houston, nos EUA, entre outras localidades.As más condições de transporte no Brasil e a alta tributação fazem com que o custo da logística fique entre 10% a 15% do preço da peça no país; para os EUA, é de 12%, segundo o presidente da empresa.Leia a reportagem
tv
Enviar peça para o NE é tão caro quanto para os EUA, diz empresárioO custo para transportar uma pá de turbina eólica construída em São Paulo para o Nordeste brasileiro é o mesmo do que enviar para os EUA, o triplo da distância.A informação foi apresentada nesta terça (21) por Marcelo Soares, presidente da Tecsis, empresa que exporta pás para produção de energia eólica, durante a abertura do segundo dia do Fórum Economia Limpa, promovido pela Folha e Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade).A companhia faz suas peças em Sorocaba (SP) e as envia para cidades do interior do Nordeste e para Houston, nos EUA, entre outras localidades.As más condições de transporte no Brasil e a alta tributação fazem com que o custo da logística fique entre 10% a 15% do preço da peça no país; para os EUA, é de 12%, segundo o presidente da empresa.Leia a reportagem
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Minuto da Política: veja destaques desta terça-feira
Nesta terça-feira (7) foi revelado que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu as prisões do presidente do Senado, Renan Calheiros, do ex-presidente José Sarney, do senador Romero Jucá e do deputado afastado Eduardo Cunha, todos do PMDB. O caso será avaliado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, relator da Lava Jato no tribunal. No caso dos senadores e de Sarney, o pedido se baseia nas gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Já no caso de Cunha, o procurador avalia que, mesmo afastado do mandato, ele tem tentado atrapalhar as investigações contra si. Veja este e outros destaques neste vídeo, com Angela Boldrini.
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Minuto da Política: veja destaques desta terça-feiraNesta terça-feira (7) foi revelado que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu as prisões do presidente do Senado, Renan Calheiros, do ex-presidente José Sarney, do senador Romero Jucá e do deputado afastado Eduardo Cunha, todos do PMDB. O caso será avaliado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, relator da Lava Jato no tribunal. No caso dos senadores e de Sarney, o pedido se baseia nas gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Já no caso de Cunha, o procurador avalia que, mesmo afastado do mandato, ele tem tentado atrapalhar as investigações contra si. Veja este e outros destaques neste vídeo, com Angela Boldrini.
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Brasil: Famílias das vítimas de Pedrinhas ainda esperam por indenização
JULIANA COISSI, DE SÃO PAULO O trio de irmãos Evelyn, 13, Pedro William 11 e Marisa Elisa, 10, não conhecem os cinco netos de Maria do Socorro Lima, 57 -Fábio e Flávia, 12, Rodrigo, 6, Kainã, 3 e Kaique, 1. Em ... Leia post completo no blog
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Brasil: Famílias das vítimas de Pedrinhas ainda esperam por indenizaçãoJULIANA COISSI, DE SÃO PAULO O trio de irmãos Evelyn, 13, Pedro William 11 e Marisa Elisa, 10, não conhecem os cinco netos de Maria do Socorro Lima, 57 -Fábio e Flávia, 12, Rodrigo, 6, Kainã, 3 e Kaique, 1. Em ... Leia post completo no blog
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Projeto Varre Vila ganha reportagem fotográfica em livro e exposição
Uma reportagem fotográfica registrou a história e mostra o orgulho dos moradores participantes do projeto Varre Vila nas comunidades de Nossa Senhora Aparecida e União de Vila Nova, em São Miguel Paulista, e Jardim Robru e Parque Santa Rita, em Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo. O projeto começou há 4 anos, quando o líder comunitário Ionilton Gomes de Aragão, educador e ex-agente de saúde, resolveu tentar diminuir o lixo e a sujeira na sua vizinhança. E ele conseguiu com armas poderosas: informação, comunicação e mobilização. A situação inicial não era diferente daquela que milhares de comunidades vivem pelo Brasil afora: o lixo domiciliar se avoluma nos chamados pontos viciados dos bairros, que podem ser terrenos baldios, casas abandonadas, becos, ilhas de avenidas. Em Nossa Senhora Aparecida, o ponto era uma rotatória que é a confluência de seis ruas. A empresa de limpeza passava três vezes por semana, em horas marcadas. A regra é colocar duas horas antes da coleta, mas os moradores colocavam lixo lá o tempo todo, o que atraía ratos e insetos. Para começar a resolver, Aragão entrou em contato com a empresa responsável pela coleta e pediu que limpassem totalmente a rotatória. Mobilizou alguns vizinhos e fez guarda no local após a limpeza. Todo lixo jogado fora de hora era imediatamente retirado pelo grupo de vigília, de forma que o morador que ia depositar sempre era o primeiro a sujar o espaço público. O grupo informava a quem ia depositar o lixo os horários corretos da passagem do caminhão. Em um mês, conta Aragão, a mensagem sobre a necessidade de respeitar os horários para que a rua ficasse limpa foi captada. A mobilização aumentou e resolveram então propor que cada morador varresse a porta de sua casa diariamente. Deu resultado. Convocando reuniões relâmpago nas ruas, para dar informes das iniciativas, passar videos sobre limpeza e melhorias possíveis na comunidade e tomar decisões locais, Aragão foi entendendo que a informação sobre a coleta não chegava aos moradores. Como resultado, havia falta de confiança no processo todo, e também nas empresas de limpeza e nos serviços da prefeitura. No final das contas, isso alimentava o fluxo de lixo na rua. Aragão sistematizou o projeto Varre Vila e conseguiu apoio da empresa que atua na área, a Soma, para contratação de moradores como agentes de limpeza da região e a produção de sacolas de lixo com o nome da comunidade. Depois da empresa, o projeto contatou a prefeitura. A mobilização prosseguiu e os moradores continuam cuidando dos bairros. "Nas áreas do Varre Vila, 95% do problema de pontos viciados está solucionado", diz Aragão. A rotatória virou símbolo do movimento e hoje há uma sede do projeto no local. Os contratados pela limpeza agora já se ocupam de melhorias como jardins. "Uma coisa vai puxando a outra. Se a comunidade cuida, o poder público comparece. A gente provoca a atenção", diz Aragão. Além da coleta regular de lixo, há um calendário com dias fixos em que a comunidade pode despejar entulho e bagulhos (móveis quebrados, objetos descartados) em caçambas. Aragão planeja fazer uma pequisa nas comunidades para avaliar aceitação e conhecimento que as pessoas têm do Varre Vila. " 2016 é o ano de firmar o projeto", diz ele. Em maio, deve ser lançada uma campanha nas comunidades participantes. Cada família tem de dar conta de cinco tópicos para obter um selo de sustentável: 1 - Varrer a porta da casa diariamente; 2 - Fazer a coleta seletiva; 3 - Separar o óleo de cozinha; 4 - Usar recipiente para compostagem e 5 - Não ter foco de dengue em casa. No núcleos do Varre Vila instalados hoje na capital, as atividades estão se diversificando. Em ecopontos experimentais, hortas comunitárias com cultivo de ervas medicinais para uma farmácia viva estão sendo produzidos. Aragão planeja também instalar Casas do Cuidado. "Ali, quem cuida da comunidade vai ser cuidado. Isso valoriza o trabalho das pessoas. Serão encontros dos agentes de saúde e dos trabalhadores do Varre Vila". A parceria, conta Aragão, é muito proveitosa. "Trabalhando juntos, eles economizam esforços. Os agentes comunitários de saúde conhecem as pessoas da comunidade. Quando vão visitar as casas, levam também sacos de lixo." Em São Paulo, o projeto deve se expandir para a Brasilândia com o nome de Nossa Vila Limpa, e a empresa Inova. Fora do Estado, o Varre Vila virou Varre Grota em Maceió, Alagoas, e Aragão está estudando propostas para realizar trabalhos semelhantes em Aracaju (SE), Guarulhos (SP) e Salvador (BA). Em 2020, a meta é "ter um bairro em cada capital brasileira com projeto desse tipo", diz Aragão. A reportagem fotográfica que mostra a comunidade está no livro e na exposição "Se Essa Vila Fosse Minha", coordenados pelo documentarista italiano Daniele Ottobre, com fotos de Paulo Vitale, Marlene Bergamo e Anna La Stella. Ottobre foi convidado a fazer um documentário sobre o projeto e diz que não se animou muito no começo. "Mas me supreendi com o que vi", diz. "Acho que a comunidade pode dar exemplo às periferias de outros países. Quando vi as pessoas que estavam limpando a rua e colocando águas nos vasos das plantas, fiquei encantado. Então resolvi mostrar mais que tudo a beleza, o orgulho das pessoas que moram ali", conta. O lançamento do livro e a abertura da mostra de fotos serão na segunda, 21 de março, na Galeria Olido, no centro. As obras estarão à venda e a renda será revertida para melhorias da praça da rotatória que é símbolo do projeto. LIVRO E EXPOSIÇÃO "SE ESSA VILA FOSSE MINHA" QUANDO Lançamento em 21/3, às 19h; visitação de 22/3 a 22/5 (ter. a dom.), das 13h às 20h ONDE Galeria Olido (1.º pavimento) - av. São João, 473, centro, São Paulo, tels. (11) 3331-8399 e (11) 3397-0171
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Projeto Varre Vila ganha reportagem fotográfica em livro e exposiçãoUma reportagem fotográfica registrou a história e mostra o orgulho dos moradores participantes do projeto Varre Vila nas comunidades de Nossa Senhora Aparecida e União de Vila Nova, em São Miguel Paulista, e Jardim Robru e Parque Santa Rita, em Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo. O projeto começou há 4 anos, quando o líder comunitário Ionilton Gomes de Aragão, educador e ex-agente de saúde, resolveu tentar diminuir o lixo e a sujeira na sua vizinhança. E ele conseguiu com armas poderosas: informação, comunicação e mobilização. A situação inicial não era diferente daquela que milhares de comunidades vivem pelo Brasil afora: o lixo domiciliar se avoluma nos chamados pontos viciados dos bairros, que podem ser terrenos baldios, casas abandonadas, becos, ilhas de avenidas. Em Nossa Senhora Aparecida, o ponto era uma rotatória que é a confluência de seis ruas. A empresa de limpeza passava três vezes por semana, em horas marcadas. A regra é colocar duas horas antes da coleta, mas os moradores colocavam lixo lá o tempo todo, o que atraía ratos e insetos. Para começar a resolver, Aragão entrou em contato com a empresa responsável pela coleta e pediu que limpassem totalmente a rotatória. Mobilizou alguns vizinhos e fez guarda no local após a limpeza. Todo lixo jogado fora de hora era imediatamente retirado pelo grupo de vigília, de forma que o morador que ia depositar sempre era o primeiro a sujar o espaço público. O grupo informava a quem ia depositar o lixo os horários corretos da passagem do caminhão. Em um mês, conta Aragão, a mensagem sobre a necessidade de respeitar os horários para que a rua ficasse limpa foi captada. A mobilização aumentou e resolveram então propor que cada morador varresse a porta de sua casa diariamente. Deu resultado. Convocando reuniões relâmpago nas ruas, para dar informes das iniciativas, passar videos sobre limpeza e melhorias possíveis na comunidade e tomar decisões locais, Aragão foi entendendo que a informação sobre a coleta não chegava aos moradores. Como resultado, havia falta de confiança no processo todo, e também nas empresas de limpeza e nos serviços da prefeitura. No final das contas, isso alimentava o fluxo de lixo na rua. Aragão sistematizou o projeto Varre Vila e conseguiu apoio da empresa que atua na área, a Soma, para contratação de moradores como agentes de limpeza da região e a produção de sacolas de lixo com o nome da comunidade. Depois da empresa, o projeto contatou a prefeitura. A mobilização prosseguiu e os moradores continuam cuidando dos bairros. "Nas áreas do Varre Vila, 95% do problema de pontos viciados está solucionado", diz Aragão. A rotatória virou símbolo do movimento e hoje há uma sede do projeto no local. Os contratados pela limpeza agora já se ocupam de melhorias como jardins. "Uma coisa vai puxando a outra. Se a comunidade cuida, o poder público comparece. A gente provoca a atenção", diz Aragão. Além da coleta regular de lixo, há um calendário com dias fixos em que a comunidade pode despejar entulho e bagulhos (móveis quebrados, objetos descartados) em caçambas. Aragão planeja fazer uma pequisa nas comunidades para avaliar aceitação e conhecimento que as pessoas têm do Varre Vila. " 2016 é o ano de firmar o projeto", diz ele. Em maio, deve ser lançada uma campanha nas comunidades participantes. Cada família tem de dar conta de cinco tópicos para obter um selo de sustentável: 1 - Varrer a porta da casa diariamente; 2 - Fazer a coleta seletiva; 3 - Separar o óleo de cozinha; 4 - Usar recipiente para compostagem e 5 - Não ter foco de dengue em casa. No núcleos do Varre Vila instalados hoje na capital, as atividades estão se diversificando. Em ecopontos experimentais, hortas comunitárias com cultivo de ervas medicinais para uma farmácia viva estão sendo produzidos. Aragão planeja também instalar Casas do Cuidado. "Ali, quem cuida da comunidade vai ser cuidado. Isso valoriza o trabalho das pessoas. Serão encontros dos agentes de saúde e dos trabalhadores do Varre Vila". A parceria, conta Aragão, é muito proveitosa. "Trabalhando juntos, eles economizam esforços. Os agentes comunitários de saúde conhecem as pessoas da comunidade. Quando vão visitar as casas, levam também sacos de lixo." Em São Paulo, o projeto deve se expandir para a Brasilândia com o nome de Nossa Vila Limpa, e a empresa Inova. Fora do Estado, o Varre Vila virou Varre Grota em Maceió, Alagoas, e Aragão está estudando propostas para realizar trabalhos semelhantes em Aracaju (SE), Guarulhos (SP) e Salvador (BA). Em 2020, a meta é "ter um bairro em cada capital brasileira com projeto desse tipo", diz Aragão. A reportagem fotográfica que mostra a comunidade está no livro e na exposição "Se Essa Vila Fosse Minha", coordenados pelo documentarista italiano Daniele Ottobre, com fotos de Paulo Vitale, Marlene Bergamo e Anna La Stella. Ottobre foi convidado a fazer um documentário sobre o projeto e diz que não se animou muito no começo. "Mas me supreendi com o que vi", diz. "Acho que a comunidade pode dar exemplo às periferias de outros países. Quando vi as pessoas que estavam limpando a rua e colocando águas nos vasos das plantas, fiquei encantado. Então resolvi mostrar mais que tudo a beleza, o orgulho das pessoas que moram ali", conta. O lançamento do livro e a abertura da mostra de fotos serão na segunda, 21 de março, na Galeria Olido, no centro. As obras estarão à venda e a renda será revertida para melhorias da praça da rotatória que é símbolo do projeto. LIVRO E EXPOSIÇÃO "SE ESSA VILA FOSSE MINHA" QUANDO Lançamento em 21/3, às 19h; visitação de 22/3 a 22/5 (ter. a dom.), das 13h às 20h ONDE Galeria Olido (1.º pavimento) - av. São João, 473, centro, São Paulo, tels. (11) 3331-8399 e (11) 3397-0171
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PT não tem bandido, tem pessoas que podem ter errado, diz Gleisi
Líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PR) afirmou nesta segunda-feira (24) que dentro de seu partido "não tem bandido", mas "pessoas que podem ter errado". Diante de uma plateia formada por militantes e dirigentes petistas, além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, Gleisi disse que "não é na primeira denúncia" que a legenda vai "abaixar a cabeça". "Aqui não tem bandido, aqui tem pessoas que podem ter errado. Aqui tem gente que se preocupa com o Brasil", disse a senadora durante evento do PT. "Não é na primeira denúncia que abaixamos a cabeça, que vamos para o exterior", completou. Gleisi integra a lista de parlamentares investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na Operação Lava Jato. Ela também é ré na corte. Ela é suspeita de ter recebido dinheiro de caixa dois da Odebrecht durante suas campanhas em 2008, 2010 e 2014. A petista nega as acusações e diz que as doações eleitorais foram feitas dentro da lei. Durante encontro das bancadas do PT na Câmara e no Senado para debater a situação econômica do país, a senadora fez um discurso contra o governo Michel Temer e as reformas propostas pelo peemedebista que, segundo ela, tiram direitos dos trabalhadores. "Estamos firmes, fortes e ativos. Não é a perseguição a Lula que vai nos deixar calados", disse Gleisi. A senadora é candidata à presidência do PT pelas mãos de Lula, que costurou um nome único para tentar evitar rachas internos no partido. O ex-presidente conseguiu que dois pré-candidatos da corrente majoritária petista, a CNB (Construindo um Novo Brasil), retirassem suas candidaturas em benefício de Gleisi. Falta o senador Lindbergh Farias (RJ), que ainda insiste em disputar o cargo. 'SEM CULPA' Atual presidente do PT, Rui Falcão fez um discurso em defesa de Lula, disse que a Lava Jato é uma "novela" e que o ex-presidente precisa "fechar" o enredo em depoimento ao juiz Sergio Moro. Falcão saiu em defesa de petistas que estão presos, ainda que sem citar nenhum nominalmente. Antonio Palocci, José Dirceu e João Vaccari Neto estão presos em Curitiba. "Temos companheiros presos sem culpa formada e é preciso estender nossa solidariedade a eles", disse Falcão.
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PT não tem bandido, tem pessoas que podem ter errado, diz GleisiLíder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PR) afirmou nesta segunda-feira (24) que dentro de seu partido "não tem bandido", mas "pessoas que podem ter errado". Diante de uma plateia formada por militantes e dirigentes petistas, além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, Gleisi disse que "não é na primeira denúncia" que a legenda vai "abaixar a cabeça". "Aqui não tem bandido, aqui tem pessoas que podem ter errado. Aqui tem gente que se preocupa com o Brasil", disse a senadora durante evento do PT. "Não é na primeira denúncia que abaixamos a cabeça, que vamos para o exterior", completou. Gleisi integra a lista de parlamentares investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na Operação Lava Jato. Ela também é ré na corte. Ela é suspeita de ter recebido dinheiro de caixa dois da Odebrecht durante suas campanhas em 2008, 2010 e 2014. A petista nega as acusações e diz que as doações eleitorais foram feitas dentro da lei. Durante encontro das bancadas do PT na Câmara e no Senado para debater a situação econômica do país, a senadora fez um discurso contra o governo Michel Temer e as reformas propostas pelo peemedebista que, segundo ela, tiram direitos dos trabalhadores. "Estamos firmes, fortes e ativos. Não é a perseguição a Lula que vai nos deixar calados", disse Gleisi. A senadora é candidata à presidência do PT pelas mãos de Lula, que costurou um nome único para tentar evitar rachas internos no partido. O ex-presidente conseguiu que dois pré-candidatos da corrente majoritária petista, a CNB (Construindo um Novo Brasil), retirassem suas candidaturas em benefício de Gleisi. Falta o senador Lindbergh Farias (RJ), que ainda insiste em disputar o cargo. 'SEM CULPA' Atual presidente do PT, Rui Falcão fez um discurso em defesa de Lula, disse que a Lava Jato é uma "novela" e que o ex-presidente precisa "fechar" o enredo em depoimento ao juiz Sergio Moro. Falcão saiu em defesa de petistas que estão presos, ainda que sem citar nenhum nominalmente. Antonio Palocci, José Dirceu e João Vaccari Neto estão presos em Curitiba. "Temos companheiros presos sem culpa formada e é preciso estender nossa solidariedade a eles", disse Falcão.
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Para financiamento imobiliário, Caixa Econômica Federal é o banco preferido
CAROLINA DANTAS DE SÃO PAULO Responsável por cerca de 70% dos financiamentos imobiliários da cidade de São Paulo e do Brasil, a Caixa Econômica Federal é a opção predileta dos paulistanos para obter crédito e adquirir um imóvel. Para Teotonio Costa Rezende, diretor de habitação do banco, as razões são as taxas de juros mais baixas, o programa Minha Casa Minha Vida —criado em 2009, foi exclusividade da Caixa até 2011— e os feirões de imóveis. Do 1,4 milhão de moradias financiadas no Brasil em 2014, 309 mil foram no Estado de São Paulo -o banco não cede o total na cidade. A aprovação de 37% é ainda maior na faixa entre 26 e 40 anos (44%) e entre moradores da região leste (50%). Infográfico/Arte Folha "Eu financiei meu apartamento em 2008, pouco tempo antes do Minha Casa Minha Vida ser lançado. Acabei comprando por um preço menor", conta Érisson Martins, 32, que ainda paga o imóvel. Ele diz que as taxas mais baixas o fizeram optar pela Caixa. "Além disso", ele conta, "o banco tem os trâmites mais ágeis para resgate do FGTS". Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP (sindicato paulista do mercado imobiliário), associa um dos fatores sucesso do banco à demanda por imóveis de valores mais baixos. "A Caixa financia valores menores, de até R$ 700 mil. E esse valor está disponível em determinadas regiões da cidade", explica. A perspectiva de recessão, porém, fez o banco chegar "no limite para saques de poupança", diz Bernardes. Em abril, as regras mudaram. Agora, quem quiser financiar o imóvel com resgate de poupança poderá parcelar apenas 50% do valor -antes, eram 80%. As taxas de juros também subiram de entre 8% e 9% ao ano para entre 10% e 11%, e a Caixa cortou 20% do crédito disponível para casa própria. Neste ano, serão R$ 103,8 bilhões para esse fim contra R$ 134,9 bilhões em 2013, no auge histórico. Bernardes, do Secovi-SP, diz acreditar que, se o ritmo decrescente se mantiver, podem faltar recursos em 2016 para os financiamentos. Serviço: Empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Além do financiamento imobiliário, o banco também é responsável pela loteria oficial brasileira O que oferece: Feirões com imóveis usados ou na planta a preços mais baixos. Criação: Fundado em janeiro de 1861, no Rio de Janeiro. Contato: www.caixa.gov.br; Tel.: 0800-726-0101. Mapa/Folha
saopaulo
Para financiamento imobiliário, Caixa Econômica Federal é o banco preferidoCAROLINA DANTAS DE SÃO PAULO Responsável por cerca de 70% dos financiamentos imobiliários da cidade de São Paulo e do Brasil, a Caixa Econômica Federal é a opção predileta dos paulistanos para obter crédito e adquirir um imóvel. Para Teotonio Costa Rezende, diretor de habitação do banco, as razões são as taxas de juros mais baixas, o programa Minha Casa Minha Vida —criado em 2009, foi exclusividade da Caixa até 2011— e os feirões de imóveis. Do 1,4 milhão de moradias financiadas no Brasil em 2014, 309 mil foram no Estado de São Paulo -o banco não cede o total na cidade. A aprovação de 37% é ainda maior na faixa entre 26 e 40 anos (44%) e entre moradores da região leste (50%). Infográfico/Arte Folha "Eu financiei meu apartamento em 2008, pouco tempo antes do Minha Casa Minha Vida ser lançado. Acabei comprando por um preço menor", conta Érisson Martins, 32, que ainda paga o imóvel. Ele diz que as taxas mais baixas o fizeram optar pela Caixa. "Além disso", ele conta, "o banco tem os trâmites mais ágeis para resgate do FGTS". Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP (sindicato paulista do mercado imobiliário), associa um dos fatores sucesso do banco à demanda por imóveis de valores mais baixos. "A Caixa financia valores menores, de até R$ 700 mil. E esse valor está disponível em determinadas regiões da cidade", explica. A perspectiva de recessão, porém, fez o banco chegar "no limite para saques de poupança", diz Bernardes. Em abril, as regras mudaram. Agora, quem quiser financiar o imóvel com resgate de poupança poderá parcelar apenas 50% do valor -antes, eram 80%. As taxas de juros também subiram de entre 8% e 9% ao ano para entre 10% e 11%, e a Caixa cortou 20% do crédito disponível para casa própria. Neste ano, serão R$ 103,8 bilhões para esse fim contra R$ 134,9 bilhões em 2013, no auge histórico. Bernardes, do Secovi-SP, diz acreditar que, se o ritmo decrescente se mantiver, podem faltar recursos em 2016 para os financiamentos. Serviço: Empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Além do financiamento imobiliário, o banco também é responsável pela loteria oficial brasileira O que oferece: Feirões com imóveis usados ou na planta a preços mais baixos. Criação: Fundado em janeiro de 1861, no Rio de Janeiro. Contato: www.caixa.gov.br; Tel.: 0800-726-0101. Mapa/Folha
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Leitor critica coluna de Demétrio Magnoli sobre classe média
Sobre Viva a classe média, a tese de Demétrio Magnoli sobre a diversidade sociológica das classes médias é por demais filosófica. Por quem ele advoga? A classe média referida por Marilena Chaui é a mesma mencionada por Luiz Fernando Vianna. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor critica coluna de Demétrio Magnoli sobre classe médiaSobre Viva a classe média, a tese de Demétrio Magnoli sobre a diversidade sociológica das classes médias é por demais filosófica. Por quem ele advoga? A classe média referida por Marilena Chaui é a mesma mencionada por Luiz Fernando Vianna. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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La Reina tem bons sabores, mas precisa acertar calor e sal
"Adoro pão com ovo." A frase estampada na camiseta da chef Renata Braune, do novo La Reina, dá pistas do gostoso espírito da casa. Uma cozinha de memória familiar, um ambiente simples com "música de elevador", preços mais contidos. Aqui, de certa forma, ela rompe com seu passado na cozinha francesa -ficou quase 20 anos no tradicional Chef Rouge- para explorar sabores ora cariocas, ora paulistanos, ora mediterrâneos. Petiscos e interessantes drinques à base de cerveja ou vinho reforçam o fraco da chef pelo clima boêmio. As croquetas de presunto serrano e alho-poró (R$ 24) são uma boa forma de abrir os trabalhos. Sob a sua superfície crocante, revela-se um recheio pastoso, feito à base de um bechamel espesso. Surgem outros itens aconchegantes, como os ovos mexidos (R$ 20), supercremosos, preparados com creme de leite e manteiga. Na receita, seu sabor elementar é enriquecido pela presença de linguiça, páprica e pimenta. Também familiar, o picadinho (R$ 39) tem seus méritos (carne cortada na ponta da faca, tenra e úmida), mas a cozinha erra no básico: sal de mais, calor de menos. Chega à mesa ao lado de farofa de ovo, banana grelhada (chocha), arroz e abóbora assada -esta, firme e adocicada. O espeto de frango ao curry com chutney de abacaxi, gengibre e arroz com grão-de-bico e legumes (R$ 39, só no jantar) padeceu do mesmo mal: morno e salgado. As sobremesas despertam o paladar. Os churros (R$ 14) ganham ponto pela massa, leve e neutra, e perdem com o doce de leite, muito denso. Já o peitinho de mulata (R$ 14) -um creme à base de leite condensado coberto por calda de chocolate (em pó, menos gorduroso) e suspiros-, é muito gostoso (um doce... doce!), mas falha no padrão. Nas três visitas, o creme foi servido com consistências diferentes: ora untuoso, ora molenga demais. La Reina Deli Bar ONDE: R. JOAQUIM ANTUNES, 621, PINHEIROS; TEL. (11) 2366-0216 QUANDO: TER. A QUI., 12H ÀS 17H30 E 18H30 ÀS 23H30; SEX., 12H ÀS 17H30 E 19H30 À 0H; SÁB., 13H ÀS 17H E 19H30 À 0H; DOM., DAS 12 ÀS 15H30 E DAS 19H ÀS 23H30 avaliação regular ■
comida
La Reina tem bons sabores, mas precisa acertar calor e sal"Adoro pão com ovo." A frase estampada na camiseta da chef Renata Braune, do novo La Reina, dá pistas do gostoso espírito da casa. Uma cozinha de memória familiar, um ambiente simples com "música de elevador", preços mais contidos. Aqui, de certa forma, ela rompe com seu passado na cozinha francesa -ficou quase 20 anos no tradicional Chef Rouge- para explorar sabores ora cariocas, ora paulistanos, ora mediterrâneos. Petiscos e interessantes drinques à base de cerveja ou vinho reforçam o fraco da chef pelo clima boêmio. As croquetas de presunto serrano e alho-poró (R$ 24) são uma boa forma de abrir os trabalhos. Sob a sua superfície crocante, revela-se um recheio pastoso, feito à base de um bechamel espesso. Surgem outros itens aconchegantes, como os ovos mexidos (R$ 20), supercremosos, preparados com creme de leite e manteiga. Na receita, seu sabor elementar é enriquecido pela presença de linguiça, páprica e pimenta. Também familiar, o picadinho (R$ 39) tem seus méritos (carne cortada na ponta da faca, tenra e úmida), mas a cozinha erra no básico: sal de mais, calor de menos. Chega à mesa ao lado de farofa de ovo, banana grelhada (chocha), arroz e abóbora assada -esta, firme e adocicada. O espeto de frango ao curry com chutney de abacaxi, gengibre e arroz com grão-de-bico e legumes (R$ 39, só no jantar) padeceu do mesmo mal: morno e salgado. As sobremesas despertam o paladar. Os churros (R$ 14) ganham ponto pela massa, leve e neutra, e perdem com o doce de leite, muito denso. Já o peitinho de mulata (R$ 14) -um creme à base de leite condensado coberto por calda de chocolate (em pó, menos gorduroso) e suspiros-, é muito gostoso (um doce... doce!), mas falha no padrão. Nas três visitas, o creme foi servido com consistências diferentes: ora untuoso, ora molenga demais. La Reina Deli Bar ONDE: R. JOAQUIM ANTUNES, 621, PINHEIROS; TEL. (11) 2366-0216 QUANDO: TER. A QUI., 12H ÀS 17H30 E 18H30 ÀS 23H30; SEX., 12H ÀS 17H30 E 19H30 À 0H; SÁB., 13H ÀS 17H E 19H30 À 0H; DOM., DAS 12 ÀS 15H30 E DAS 19H ÀS 23H30 avaliação regular ■
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"Eu só quero saber a verdade", diz irmão de vítima em obra do Itaquerão
O acidente no estádio do Corinthians com um guindaste, que matou dois funcionários durante a construção, está perto de completar dois anos e ainda não tem um laudo oficial. O Ministério do Trabalho contratou o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para estudar as causas do desastre, mas o relatório ainda não foi divulgado. A Folha apurou que o laudo já foi terminado e deve ser conhecido nos próximos dias. Irmão do operário Ronaldo Oliveira dos Santos, que morreu na ocasião, Braz Abilio Oliveira dos Santos espera a conclusão da investigação ansioso para saber o que de fato aconteceu naquele dia 27 de novembro de 2013. "Está demorando muito para sair a conclusão. Eu quero só a verdade. Não vai trazer a vida dele de volta, mas eu tenho o direito de saber a verdade", afirma. "Eu tenho certeza que duas pessoas tiveram culpa nisso. A pessoa que autorizou e a pessoa que executou. E quero ver o que o laudo vai dizer. Quero só a verdade", completa Braz. Sua família já recebeu a indenização, paga pela seguradora da obra, 45 dias depois da queda do guindaste. "Por contrato, não posso falar o valor. Mas foi tudo feito certinho, até nos deixou surpreso pela rapidez que tudo aconteceu. A vida da minha família mudou bastante. Minha mãe conseguiu reformar a casa e fazer um tratamento de saúde que precisava", diz. Além de Ronaldo, Fabio Pereira também faleceu no acidente. Pouco antes do acidente completar um ano e meio, em maio de 2015, o instituto informou que o laudo sairia no primeiro semestre de 2015, o que não aconteceu. Dias após o acidente, foi divulgado que o laudo estaria pronto em janeiro de 2014. Novamente procurado, o órgão informou que a demora no prazo se deve "à complexidade de variáveis estudadas que concorreram para o acidente. Além disso, algumas informações fundamentais para a realização dos estudos só foram obtidas no final de 2014". A Folha solicitou ao IPT uma lista com alguns dos principais trabalhos realizados por ele nos últimos anos e o tempo para cada um. O único que chega perto da demora do registrado no caso do estádio do Corinthians é o da linha amarela do metrô, acidente que matou sete pessoas, em 2007. DEMORA EM LAUDOS APÓS ACIDENTES 1. Acidente Linha Amarela: 24 meses; 2. Mapeamento de áreas de risco de deslizamentos na cidade de São Paulo: 15 meses; 3. Plano Municipal de Redução de Riscos em Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra: 14 meses; 4. Projeto de desenvolvimento de cimento dentário com empresa privada: 12 meses; 5. Queda da ponte em Piracicaba: 11 meses; 6. Mapeamento de áreas de risco e de preservação permanente em São Roque (SP): 6 meses; 7. Acidente Monotrilho: 5 meses; 8. Acidente TAM: 1 mês (neste caso, foram executados somente ensaios de mancha de areia para avaliação da macrotextura do revestimento asfáltico da pista de pouso principal do Aeroporto de Congonhas após a execução do grooving).
esporte
"Eu só quero saber a verdade", diz irmão de vítima em obra do ItaquerãoO acidente no estádio do Corinthians com um guindaste, que matou dois funcionários durante a construção, está perto de completar dois anos e ainda não tem um laudo oficial. O Ministério do Trabalho contratou o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para estudar as causas do desastre, mas o relatório ainda não foi divulgado. A Folha apurou que o laudo já foi terminado e deve ser conhecido nos próximos dias. Irmão do operário Ronaldo Oliveira dos Santos, que morreu na ocasião, Braz Abilio Oliveira dos Santos espera a conclusão da investigação ansioso para saber o que de fato aconteceu naquele dia 27 de novembro de 2013. "Está demorando muito para sair a conclusão. Eu quero só a verdade. Não vai trazer a vida dele de volta, mas eu tenho o direito de saber a verdade", afirma. "Eu tenho certeza que duas pessoas tiveram culpa nisso. A pessoa que autorizou e a pessoa que executou. E quero ver o que o laudo vai dizer. Quero só a verdade", completa Braz. Sua família já recebeu a indenização, paga pela seguradora da obra, 45 dias depois da queda do guindaste. "Por contrato, não posso falar o valor. Mas foi tudo feito certinho, até nos deixou surpreso pela rapidez que tudo aconteceu. A vida da minha família mudou bastante. Minha mãe conseguiu reformar a casa e fazer um tratamento de saúde que precisava", diz. Além de Ronaldo, Fabio Pereira também faleceu no acidente. Pouco antes do acidente completar um ano e meio, em maio de 2015, o instituto informou que o laudo sairia no primeiro semestre de 2015, o que não aconteceu. Dias após o acidente, foi divulgado que o laudo estaria pronto em janeiro de 2014. Novamente procurado, o órgão informou que a demora no prazo se deve "à complexidade de variáveis estudadas que concorreram para o acidente. Além disso, algumas informações fundamentais para a realização dos estudos só foram obtidas no final de 2014". A Folha solicitou ao IPT uma lista com alguns dos principais trabalhos realizados por ele nos últimos anos e o tempo para cada um. O único que chega perto da demora do registrado no caso do estádio do Corinthians é o da linha amarela do metrô, acidente que matou sete pessoas, em 2007. DEMORA EM LAUDOS APÓS ACIDENTES 1. Acidente Linha Amarela: 24 meses; 2. Mapeamento de áreas de risco de deslizamentos na cidade de São Paulo: 15 meses; 3. Plano Municipal de Redução de Riscos em Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra: 14 meses; 4. Projeto de desenvolvimento de cimento dentário com empresa privada: 12 meses; 5. Queda da ponte em Piracicaba: 11 meses; 6. Mapeamento de áreas de risco e de preservação permanente em São Roque (SP): 6 meses; 7. Acidente Monotrilho: 5 meses; 8. Acidente TAM: 1 mês (neste caso, foram executados somente ensaios de mancha de areia para avaliação da macrotextura do revestimento asfáltico da pista de pouso principal do Aeroporto de Congonhas após a execução do grooving).
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Santander Río investirá US$ 1,382 bilhão na Argentina até 2018
O Banco Santander Río, integrante do grupo espanhol Santander, iniciou um plano de investimentos na Argentina de 20,183 bilhões de pesos (US$ 1,382 bilhão) até 2018, confirmaram à Agência Efe fontes da entidade financeira. Com 2,5 milhões de clientes na Argentina, o banco destinará os recursos à abertura de filiais, à construção de dois edifícios corporativos e à incorporação de tecnologia. Segundo as fontes consultadas, a entidade está "otimista" em relação ao futuro econômico do país, com grande margem de crescimento possível nos bancos, principalmente no segmento de crédito. Do total previsto para o plano de investimentos de 2016 a 2018, cerca de 6,938 bilhões de pesos (US$ 475,2 milhões) serão destinados à tecnologia. Outros 6,32 bilhões de pesos (US$ 433 milhões) serão aplicados na modernização de edifícios e pontos de atendimento ao cliente, e 3,691 bilhões de pesos (US$ 253 milhões) terão como destino a abertura de filiais. Além disso, serão destinados 3,231 bilhões de pesos (US$ 221 milhões) à construção de dois novos edifícios corporativos na capital argentina. O Santander Río, que já possui 398 filiais –41 delas abriram em 2015–, começou a abrir pontos de atendimento em lugares de baixo recurso e em áreas rurais como uma estratégia de "inclusão bancária" em lugares onde a população não tem fácil acesso aos serviços financeiros. O banco, que conta com 7,66 mil empregados e planeja contratar mais 754 neste ano, obteve em 2015 um lucro líquido de 4,208 bilhões de pesos (US$ 288,2 milhões), 30,2% a mais que em 2014. De acordo com dados mais recentes do Banco Central argentino, o Santander Río é o segundo maior banco no país por nível de ativos e de patrimônio líquido e o terceiro por volume de empréstimos e depósitos, embora seja o primeiro de todos esses quesitos caso só sejam levadas em conta as entidades privadas.
mercado
Santander Río investirá US$ 1,382 bilhão na Argentina até 2018O Banco Santander Río, integrante do grupo espanhol Santander, iniciou um plano de investimentos na Argentina de 20,183 bilhões de pesos (US$ 1,382 bilhão) até 2018, confirmaram à Agência Efe fontes da entidade financeira. Com 2,5 milhões de clientes na Argentina, o banco destinará os recursos à abertura de filiais, à construção de dois edifícios corporativos e à incorporação de tecnologia. Segundo as fontes consultadas, a entidade está "otimista" em relação ao futuro econômico do país, com grande margem de crescimento possível nos bancos, principalmente no segmento de crédito. Do total previsto para o plano de investimentos de 2016 a 2018, cerca de 6,938 bilhões de pesos (US$ 475,2 milhões) serão destinados à tecnologia. Outros 6,32 bilhões de pesos (US$ 433 milhões) serão aplicados na modernização de edifícios e pontos de atendimento ao cliente, e 3,691 bilhões de pesos (US$ 253 milhões) terão como destino a abertura de filiais. Além disso, serão destinados 3,231 bilhões de pesos (US$ 221 milhões) à construção de dois novos edifícios corporativos na capital argentina. O Santander Río, que já possui 398 filiais –41 delas abriram em 2015–, começou a abrir pontos de atendimento em lugares de baixo recurso e em áreas rurais como uma estratégia de "inclusão bancária" em lugares onde a população não tem fácil acesso aos serviços financeiros. O banco, que conta com 7,66 mil empregados e planeja contratar mais 754 neste ano, obteve em 2015 um lucro líquido de 4,208 bilhões de pesos (US$ 288,2 milhões), 30,2% a mais que em 2014. De acordo com dados mais recentes do Banco Central argentino, o Santander Río é o segundo maior banco no país por nível de ativos e de patrimônio líquido e o terceiro por volume de empréstimos e depósitos, embora seja o primeiro de todos esses quesitos caso só sejam levadas em conta as entidades privadas.
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'Concierge virtual' reúne restaurantes estrelados e personaliza atendimento
TATIANA BABADOBULOS DE SÃO PAULO "Nem se eu conhecesse o dono do restaurante teria o tratamento VIP que tive." A afirmação é do consultor e administrador de empresas Luiz Cláudio Oliveira, 46, depois de fazer uma reserva com o aplicativo Experiences. Lançado em março para o sistema iOS, o programa reúne 16 restaurantes que custam a partir de R$ 130 por pessoa. Um dos diferenciais do aplicativo é ser tratado como habitué em um restaurante em que nunca se esteve antes, além de pagar a conta sem precisar pedi-la. Com o app, é possível selecionar o estabelecimento a partir da data de preferência e do horário. A busca por local ainda não está disponível. Ele também oferece opções para escolher itens como posição da mesa, copo com gelo e limão etc. Para usar o serviço não basta baixar o aplicativo. É preciso ser convidado por usuário (cada um tem direito a cinco convites), ser indicado por restaurante cadastrado ou se candidatar no Experiences -e esperar ser aprovado. Segundo Josué Alencar, CEO do Experiences, o programa libera mais convites caso queira chamar mais pessoas. Quando baixar o aplicativo, o usuário pode colocar sua foto e ser reconhecido assim que chegar ao local escolhido. Luiz Cláudio foi convidado por um amigo e, na quinta-feira anterior ao Dia das Mães, não havia feito reserva para o almoço com a mulher e a filha. "Escolhi o A Bela Sintra. Quando cheguei, falei da reserva, pois não coloquei minha foto no aplicativo. O maître veio e me chamou pelo nome." Experiência semelhante teve a empresária Renata Reis, 37, quando foi ao Nakka pela primeira vez. "Quando cheguei, me identificaram e as minhas solicitações foram atendidas", conta ela, que já usou o aplicativo também para ir ao Piselli, nos Jardins. Na hora de pagar a conta, não é preciso pegar a carteira, pois o débito é feito diretamente no cartão cadastrado. "A sensação que tive é que sou uma frequentadora do local", diz Renata. "Não precisei esperar a conta chegar. Valeu cada centavo", diz Luiz Claudio, sobre a taxa cobrada de 15%. Os restaurantes cadastrados relatam aumento no número de novos clientes. Juscelino Pereira, do Piselli, diz que o "atendimento personalizado" já é dado aos frequentadores antigos, mas que, agora, "a clientela nova ganha relação mais próxima".
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'Concierge virtual' reúne restaurantes estrelados e personaliza atendimentoTATIANA BABADOBULOS DE SÃO PAULO "Nem se eu conhecesse o dono do restaurante teria o tratamento VIP que tive." A afirmação é do consultor e administrador de empresas Luiz Cláudio Oliveira, 46, depois de fazer uma reserva com o aplicativo Experiences. Lançado em março para o sistema iOS, o programa reúne 16 restaurantes que custam a partir de R$ 130 por pessoa. Um dos diferenciais do aplicativo é ser tratado como habitué em um restaurante em que nunca se esteve antes, além de pagar a conta sem precisar pedi-la. Com o app, é possível selecionar o estabelecimento a partir da data de preferência e do horário. A busca por local ainda não está disponível. Ele também oferece opções para escolher itens como posição da mesa, copo com gelo e limão etc. Para usar o serviço não basta baixar o aplicativo. É preciso ser convidado por usuário (cada um tem direito a cinco convites), ser indicado por restaurante cadastrado ou se candidatar no Experiences -e esperar ser aprovado. Segundo Josué Alencar, CEO do Experiences, o programa libera mais convites caso queira chamar mais pessoas. Quando baixar o aplicativo, o usuário pode colocar sua foto e ser reconhecido assim que chegar ao local escolhido. Luiz Cláudio foi convidado por um amigo e, na quinta-feira anterior ao Dia das Mães, não havia feito reserva para o almoço com a mulher e a filha. "Escolhi o A Bela Sintra. Quando cheguei, falei da reserva, pois não coloquei minha foto no aplicativo. O maître veio e me chamou pelo nome." Experiência semelhante teve a empresária Renata Reis, 37, quando foi ao Nakka pela primeira vez. "Quando cheguei, me identificaram e as minhas solicitações foram atendidas", conta ela, que já usou o aplicativo também para ir ao Piselli, nos Jardins. Na hora de pagar a conta, não é preciso pegar a carteira, pois o débito é feito diretamente no cartão cadastrado. "A sensação que tive é que sou uma frequentadora do local", diz Renata. "Não precisei esperar a conta chegar. Valeu cada centavo", diz Luiz Claudio, sobre a taxa cobrada de 15%. Os restaurantes cadastrados relatam aumento no número de novos clientes. Juscelino Pereira, do Piselli, diz que o "atendimento personalizado" já é dado aos frequentadores antigos, mas que, agora, "a clientela nova ganha relação mais próxima".
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Astros do Rock in Rio tocam em SP; Katy Perry e Slipknot são atrações
AMANDA NOGUEIRA DE SÃO PAULO A programação de setembro, que já estava repleta de boas opções, ficou ainda mais robusta com a vinda de atrações internacionais que, como de costume, desembarcam para o Rock in Rio e fazem conexão em São Paulo. A partir deste domingo (20), o "efeito bumerangue" trará, em múltiplas datas e locais, por exemplo, a banda teen OneRepublic, dona de singles como "Apologize" e "Counting Stars". Além dos jovens multi-instrumentistas, a musa pop Katy Perry faz show, com direito a figurinos neon e a uma pirâmide no cenário, de sua terceira turnê mundial, a "The Prismatic World Tour", entoando hits como "Roar" e "Part of Me". Na ala rock -e suas variações- do megafestival que homenageia o gênero, destacam-se quatro representantes de peso que também vêm à capital paulista. Um deles é Faith No More, que, na sexta visita ao país, apresenta seu recém-lançado álbum "Sol Invictus". A abertura fica a cargo do quinteto chileno Como Asesinar a Felipes. Após apresentação de Deftones, a banda californiana de hard rock System of a Down faz show com exibição de animação sobre o genocídio armênio em turnê que relembra o massacre. Com máscaras e macacões industriais, os integrantes do Slipknot mostram o primeiro álbum lançado após a morte de um de seus co-fundadores; e o Nightwish, com nova formação, promove o álbum "Endless Forms Most Beautiful", inspirado em citações de Charles Darwin em "A Origem das Espécies". O rescaldo também serve de segunda chance para quem tentou, sem sucesso, comprar ingressos para o evento carioca -esgotados desde abril. * Allianz Parque. Av. Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca, tel. 4003-1527. 33 mil pessoas. Katy Perry, sex. (25): a partir das 19h45. 14 anos. Ingr.: R$ 100 a R$ 580. Ingr. p/ 4003-1527 ou livepass.com.br. Espaço das Américas. R. Tagipuru, 795, Barra Funda, tel. 3864-5566. 8.000 pessoas. OneRepublic, 95 min., 14 anos, dom. (20): 21h. Faith No More, 90 min., 16 anos, qui. (24): 22h. Ingr.: R$ 180 a R$ 370 (estudantes: R$ 90 a R$ 185). Ingr. p/ 4003-1527 ou livepass.com.br. Pq. Anhembi - nova arena Anhembi. Av. Olavo Fontoura, 1.209, Santana, região norte, tel. 4003-1527. System of a Down. Sex. (25): 23h30. Abertura: Deftones, sex. (25): 22h. Ingr.: R$ 200 a R$ 520. Slipknot. Dom. (27): 20h30. Abertura: 19h. 14 anos. Ingr.: de R$ 100 a R$ 520. Estac. [R$ 30 (moto), R$ 40 (carro) e R$ 70 (ônibus)]. Ingr. p/ livepass.com.br. Tom Brasil. R. Bragança Paulista, 1.281, Santo Amaro, tel. 4003-1212. 4.000 pessoas. Nightwish. Sáb. (26): 22h. 90 min. 14 anos. Ingr.: R$ 120 a R$ 380. Valet (R$ 40). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br.
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Astros do Rock in Rio tocam em SP; Katy Perry e Slipknot são atraçõesAMANDA NOGUEIRA DE SÃO PAULO A programação de setembro, que já estava repleta de boas opções, ficou ainda mais robusta com a vinda de atrações internacionais que, como de costume, desembarcam para o Rock in Rio e fazem conexão em São Paulo. A partir deste domingo (20), o "efeito bumerangue" trará, em múltiplas datas e locais, por exemplo, a banda teen OneRepublic, dona de singles como "Apologize" e "Counting Stars". Além dos jovens multi-instrumentistas, a musa pop Katy Perry faz show, com direito a figurinos neon e a uma pirâmide no cenário, de sua terceira turnê mundial, a "The Prismatic World Tour", entoando hits como "Roar" e "Part of Me". Na ala rock -e suas variações- do megafestival que homenageia o gênero, destacam-se quatro representantes de peso que também vêm à capital paulista. Um deles é Faith No More, que, na sexta visita ao país, apresenta seu recém-lançado álbum "Sol Invictus". A abertura fica a cargo do quinteto chileno Como Asesinar a Felipes. Após apresentação de Deftones, a banda californiana de hard rock System of a Down faz show com exibição de animação sobre o genocídio armênio em turnê que relembra o massacre. Com máscaras e macacões industriais, os integrantes do Slipknot mostram o primeiro álbum lançado após a morte de um de seus co-fundadores; e o Nightwish, com nova formação, promove o álbum "Endless Forms Most Beautiful", inspirado em citações de Charles Darwin em "A Origem das Espécies". O rescaldo também serve de segunda chance para quem tentou, sem sucesso, comprar ingressos para o evento carioca -esgotados desde abril. * Allianz Parque. Av. Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca, tel. 4003-1527. 33 mil pessoas. Katy Perry, sex. (25): a partir das 19h45. 14 anos. Ingr.: R$ 100 a R$ 580. Ingr. p/ 4003-1527 ou livepass.com.br. Espaço das Américas. R. Tagipuru, 795, Barra Funda, tel. 3864-5566. 8.000 pessoas. OneRepublic, 95 min., 14 anos, dom. (20): 21h. Faith No More, 90 min., 16 anos, qui. (24): 22h. Ingr.: R$ 180 a R$ 370 (estudantes: R$ 90 a R$ 185). Ingr. p/ 4003-1527 ou livepass.com.br. Pq. Anhembi - nova arena Anhembi. Av. Olavo Fontoura, 1.209, Santana, região norte, tel. 4003-1527. System of a Down. Sex. (25): 23h30. Abertura: Deftones, sex. (25): 22h. Ingr.: R$ 200 a R$ 520. Slipknot. Dom. (27): 20h30. Abertura: 19h. 14 anos. Ingr.: de R$ 100 a R$ 520. Estac. [R$ 30 (moto), R$ 40 (carro) e R$ 70 (ônibus)]. Ingr. p/ livepass.com.br. Tom Brasil. R. Bragança Paulista, 1.281, Santo Amaro, tel. 4003-1212. 4.000 pessoas. Nightwish. Sáb. (26): 22h. 90 min. 14 anos. Ingr.: R$ 120 a R$ 380. Valet (R$ 40). Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br.
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Aviso
Excepcionalmente nesta quarta (20) a coluna não é publicada
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Quase 70% das unidades da USP querem aderir ao Enem
Mais de 60% das unidades da USP no Estado pretende aderir ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), segundo o pró-reitor de graduação da instituição Antonio Carlos Hernandes. A ideia é separar 15% das vagas para entrada na universidade via Sisu —sistema de seleção unificada que distribui vagas utilizando a nota do Enem. Entre as 28 de 42 unidades —que reúnem 245 cursos— da instituição que aceitaram estão Medicina, FEA (Economia e Administração), Largo São Francisco (Direito) e FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas ) na capital paulista, além de várias no interior: os institutos de Física, Informática Arquitetura e Urbanismo de São Carlos, todas as unidades do campus de Ribeirão Preto, a Esalq (Piracicaba), Bauru e Pirassununga. Entre as contra estão a ECA (Escola de Comunicação e Artes), que já se posicionou à pró-reitoria de Graduação e a Poli (que não respondeu formalmente, mas já vem afirmando extraoficialmente que não vai querer, segundo Hernandes). A adesão ao modelo federal de ingresso a universidades passou a ser discutida na universidade com mais intensidade neste ano. Segundo a assessoria de imprensa da USP, para que o modelo seja implementado é necessária ainda a aprovação de dois conselhos: de graduação e universitário. "Isso é uma decisão [da USP, como instituição]", disse Hernandes, ressaltando porém que a definição só acontece após a reunião do conselho, que confirmará também o percentual de vagas. A próxima reunião do conselho universitário está prevista para o próximo dia 12. Ali será definida a quantidade de vagas para a Fuvest e quais cursos terão adesão ao Sisu. A ampliação das formas de ingresso de estudantes à USP foi abordada pelo reitor da USP, Marco Antonio Zago, durante a abertura do Primeiro Congresso de Graduação da USP, que contou com palestra do prefeito de São Paulo e professor da universidade, Fernando Haddad (PT), que implementou o Enem quando era ministro da Educação.
educacao
Quase 70% das unidades da USP querem aderir ao EnemMais de 60% das unidades da USP no Estado pretende aderir ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), segundo o pró-reitor de graduação da instituição Antonio Carlos Hernandes. A ideia é separar 15% das vagas para entrada na universidade via Sisu —sistema de seleção unificada que distribui vagas utilizando a nota do Enem. Entre as 28 de 42 unidades —que reúnem 245 cursos— da instituição que aceitaram estão Medicina, FEA (Economia e Administração), Largo São Francisco (Direito) e FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas ) na capital paulista, além de várias no interior: os institutos de Física, Informática Arquitetura e Urbanismo de São Carlos, todas as unidades do campus de Ribeirão Preto, a Esalq (Piracicaba), Bauru e Pirassununga. Entre as contra estão a ECA (Escola de Comunicação e Artes), que já se posicionou à pró-reitoria de Graduação e a Poli (que não respondeu formalmente, mas já vem afirmando extraoficialmente que não vai querer, segundo Hernandes). A adesão ao modelo federal de ingresso a universidades passou a ser discutida na universidade com mais intensidade neste ano. Segundo a assessoria de imprensa da USP, para que o modelo seja implementado é necessária ainda a aprovação de dois conselhos: de graduação e universitário. "Isso é uma decisão [da USP, como instituição]", disse Hernandes, ressaltando porém que a definição só acontece após a reunião do conselho, que confirmará também o percentual de vagas. A próxima reunião do conselho universitário está prevista para o próximo dia 12. Ali será definida a quantidade de vagas para a Fuvest e quais cursos terão adesão ao Sisu. A ampliação das formas de ingresso de estudantes à USP foi abordada pelo reitor da USP, Marco Antonio Zago, durante a abertura do Primeiro Congresso de Graduação da USP, que contou com palestra do prefeito de São Paulo e professor da universidade, Fernando Haddad (PT), que implementou o Enem quando era ministro da Educação.
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Nada de Roma ou Paris: explore a Europa em 18 destinos fora do comum
No dia 1º de janeiro de 2017, o euro completou 15 anos em circulação, e, para celebrar, o site "Booking" selecionou os melhores destinos para se conhecer a história, a gastronomia e a cultura da União Europeia. A lista foge das cidades mais procuradas do bloco, como Paris, Roma e Londres, e se concentra em lugares que entraram para a UE mais recentemente. Veja abaixo. * TÂRGU JIU, ROMÊNIA É uma cidade romena aos pés das montanhas dos Cárpatos e é aconselhada pelos usuários do "Booking" pelos seus monumentos, sua arte e sua cultura. PÉCS, HUNGRIA Quinta maior cidade da Hungria, está situada no meio dos Montes Mecsek e é rica em museus e monumentos. Já foi a Capital Europeia da Cultura e é famosa pela sua catedral. PLOVDIV, BULGÁRIA É uma das cidades mais antigas do mundo e também a mais antiga ainda habitada na Europa. Encanta pelo seus sítios arqueológicos, museus e monumentos e pelo seu centro histórico, além de estar às margens do rio Maritsa. VILJANDI, ESTÔNIA Localizada no sul do país, o município é considerado o coração da música folk local, e os viajantes o recomendam pela suas belezas naturais e rica vida cultural. OSTRAVA, REPÚBLICA TCHECA A cidade desfruta de uma maravilhosa vista para a cordilheira Beskides. Além de seus quatro teatros permanentes, possui inúmeros museus, monumentos e um belo zoológico. SPLIT, CROÁCIA Na costa da Dalmácia, une o passado e o presente, o que resulta em uma extraordinária beleza. É bastante renomada por suas praias e pela vida noturna em um centro histórico cercado por um antigo palácio romano. FROMBORK, POLÔNIA Sede de uma magnífica basílica de mais de 700 anos, a cidade é indicada pelo seus museus e monumentos, além de sua antiga história. PLEVEN, BULGÁRIA Os primeiros traços de civilização encontrados na cidade são datados de 5000 a.C. Por isso, é o local ideal para explorar as origens da humanidade. DROBETA TURNU-SEVERIN, ROMÊNIA Às margens do rio Danúbio, é uma antiga cidade romana. Sua rica e antiga história são representadas pela vila medieval do município e pela Torre da Água. Os passeios de barco também são indicados pelos usuários do "Booking". VALLETA, MALTA Capital de Malta, tem cerca de 320 atrações históricas, o que a torna um dos lugares com maior densidade desse tipo de monumento no mundo, já que, ao longo do tempo, a ilha foi dominada por diversos povos. LEVOCA, ESLOVÁQUIA Na região oriental do país, foi oficialmente mencionada pela primeira vez no século 13, mas acredita-se que é habitada há muito mais tempo. Os turistas a avaliam positivamente pelo seu centro histórico, sua arquitetura e sua história. DAUGAVPILS, LETÔNIA Segunda maior cidade da Letônia, fica às margens do rio Daugava. Os visitantes a procuram por sua história, igrejas e museus. Entre as atrações principais estão a Catedral de São Boris e Gleb e o zoo de Latgale. SLUBICE, POLÔNIA Faz fronteira com a Alemanha e é aconselhada pelos viajantes por causa de seus mercados, comidas e restaurantes. SOFIA, BULGÁRIA A capital búlgara é uma cidade eclética e cheia de grandes parques. Além disso, muitos turistas a amam por causa de sua gastronomia e seus passeios relaxantes. VILLÁNY, HUNGRIA A cidade é famosa por seus vinhos. Na província de Baranya, a gastronomia, as enotecas e as paisagens naturais são o que mais atraem os turistas. NICÓSIA, CHIPRE Capital do Chipre, Nicósia foi muito danificada ao longo dos anos por conquistadores e hoje é uma cidade dividida entre norte, dos turcos, e sul, dos gregos. Sua gastronomia esbanja frutos do mar, peixes e queijos de diversos tipos. MOTOVUN, CROÁCIA Antiga cidade croata, é muito procurada por quem quer tranquilidade e se deliciar com seus ótimos vinhos e comidas. SATU MARE, ROMÊNIA A bela cidade é renomada pela simpatia de seu povo, pela gastronomia e por atrações como o Castelo Karolyi, a Torre dos Pescadores e a Torre dos Bombeiros.
turismo
Nada de Roma ou Paris: explore a Europa em 18 destinos fora do comumNo dia 1º de janeiro de 2017, o euro completou 15 anos em circulação, e, para celebrar, o site "Booking" selecionou os melhores destinos para se conhecer a história, a gastronomia e a cultura da União Europeia. A lista foge das cidades mais procuradas do bloco, como Paris, Roma e Londres, e se concentra em lugares que entraram para a UE mais recentemente. Veja abaixo. * TÂRGU JIU, ROMÊNIA É uma cidade romena aos pés das montanhas dos Cárpatos e é aconselhada pelos usuários do "Booking" pelos seus monumentos, sua arte e sua cultura. PÉCS, HUNGRIA Quinta maior cidade da Hungria, está situada no meio dos Montes Mecsek e é rica em museus e monumentos. Já foi a Capital Europeia da Cultura e é famosa pela sua catedral. PLOVDIV, BULGÁRIA É uma das cidades mais antigas do mundo e também a mais antiga ainda habitada na Europa. Encanta pelo seus sítios arqueológicos, museus e monumentos e pelo seu centro histórico, além de estar às margens do rio Maritsa. VILJANDI, ESTÔNIA Localizada no sul do país, o município é considerado o coração da música folk local, e os viajantes o recomendam pela suas belezas naturais e rica vida cultural. OSTRAVA, REPÚBLICA TCHECA A cidade desfruta de uma maravilhosa vista para a cordilheira Beskides. Além de seus quatro teatros permanentes, possui inúmeros museus, monumentos e um belo zoológico. SPLIT, CROÁCIA Na costa da Dalmácia, une o passado e o presente, o que resulta em uma extraordinária beleza. É bastante renomada por suas praias e pela vida noturna em um centro histórico cercado por um antigo palácio romano. FROMBORK, POLÔNIA Sede de uma magnífica basílica de mais de 700 anos, a cidade é indicada pelo seus museus e monumentos, além de sua antiga história. PLEVEN, BULGÁRIA Os primeiros traços de civilização encontrados na cidade são datados de 5000 a.C. Por isso, é o local ideal para explorar as origens da humanidade. DROBETA TURNU-SEVERIN, ROMÊNIA Às margens do rio Danúbio, é uma antiga cidade romana. Sua rica e antiga história são representadas pela vila medieval do município e pela Torre da Água. Os passeios de barco também são indicados pelos usuários do "Booking". VALLETA, MALTA Capital de Malta, tem cerca de 320 atrações históricas, o que a torna um dos lugares com maior densidade desse tipo de monumento no mundo, já que, ao longo do tempo, a ilha foi dominada por diversos povos. LEVOCA, ESLOVÁQUIA Na região oriental do país, foi oficialmente mencionada pela primeira vez no século 13, mas acredita-se que é habitada há muito mais tempo. Os turistas a avaliam positivamente pelo seu centro histórico, sua arquitetura e sua história. DAUGAVPILS, LETÔNIA Segunda maior cidade da Letônia, fica às margens do rio Daugava. Os visitantes a procuram por sua história, igrejas e museus. Entre as atrações principais estão a Catedral de São Boris e Gleb e o zoo de Latgale. SLUBICE, POLÔNIA Faz fronteira com a Alemanha e é aconselhada pelos viajantes por causa de seus mercados, comidas e restaurantes. SOFIA, BULGÁRIA A capital búlgara é uma cidade eclética e cheia de grandes parques. Além disso, muitos turistas a amam por causa de sua gastronomia e seus passeios relaxantes. VILLÁNY, HUNGRIA A cidade é famosa por seus vinhos. Na província de Baranya, a gastronomia, as enotecas e as paisagens naturais são o que mais atraem os turistas. NICÓSIA, CHIPRE Capital do Chipre, Nicósia foi muito danificada ao longo dos anos por conquistadores e hoje é uma cidade dividida entre norte, dos turcos, e sul, dos gregos. Sua gastronomia esbanja frutos do mar, peixes e queijos de diversos tipos. MOTOVUN, CROÁCIA Antiga cidade croata, é muito procurada por quem quer tranquilidade e se deliciar com seus ótimos vinhos e comidas. SATU MARE, ROMÊNIA A bela cidade é renomada pela simpatia de seu povo, pela gastronomia e por atrações como o Castelo Karolyi, a Torre dos Pescadores e a Torre dos Bombeiros.
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Bonnie Tyler vai cantar 'Total Eclipse of the Heart' durante eclipse solar
A cantora Bonnie Tyler, conhecida pelo hit dos anos 1980 "Total Eclipse of the Heart", vai cantar a música ao vivo durante o eclipse solar que acontece na próxima segunda-feira (21). A apresentação será a bordo do cruzeiro "Oasis of the Sea" (Oásis do Mar), da Royal Caribbean. A banda "DNCE", de Joe Jonas, fará o backing vocal. "Vai ser muito emocionante! Afinal, isso não acontece com frequência, não é?", disse a cantora à revista americana "Time". O eclipse completo será o primeiro desde 1979. Por um breve período, a Lua se posiciona entre o Sol e a Terra e bloqueia a passagem de luz, deixando partes do planeta na "penumbra". O fenômeno completo poderá ser observado em países da América do Norte, e parcialmente por alguns países da Europa, África e América do Sul, segundo a Nasa. No Brasil, o eclipse poderá ser observado apenas de forma parcial nas regiões Norte e Nordeste, por volta das 17h. O evento deve durar aproximadamente 2 minutos e 40 segundos. Por isso, Tyler cortou trechos da música para que a performance dure o mesmo tempo. "Total Eclipse of the Heart" permanece um sucesso até hoje e é pedido clássico nos karaokês. Assista ao clipe da música: Assista ao clipe
ilustrada
Bonnie Tyler vai cantar 'Total Eclipse of the Heart' durante eclipse solarA cantora Bonnie Tyler, conhecida pelo hit dos anos 1980 "Total Eclipse of the Heart", vai cantar a música ao vivo durante o eclipse solar que acontece na próxima segunda-feira (21). A apresentação será a bordo do cruzeiro "Oasis of the Sea" (Oásis do Mar), da Royal Caribbean. A banda "DNCE", de Joe Jonas, fará o backing vocal. "Vai ser muito emocionante! Afinal, isso não acontece com frequência, não é?", disse a cantora à revista americana "Time". O eclipse completo será o primeiro desde 1979. Por um breve período, a Lua se posiciona entre o Sol e a Terra e bloqueia a passagem de luz, deixando partes do planeta na "penumbra". O fenômeno completo poderá ser observado em países da América do Norte, e parcialmente por alguns países da Europa, África e América do Sul, segundo a Nasa. No Brasil, o eclipse poderá ser observado apenas de forma parcial nas regiões Norte e Nordeste, por volta das 17h. O evento deve durar aproximadamente 2 minutos e 40 segundos. Por isso, Tyler cortou trechos da música para que a performance dure o mesmo tempo. "Total Eclipse of the Heart" permanece um sucesso até hoje e é pedido clássico nos karaokês. Assista ao clipe da música: Assista ao clipe
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PM prende jovem acusado de matar tenente durante assalto em São Paulo
A Polícia Militar prendeu, na noite de sábado (6), um cabeleireiro de 20 anos sob suspeita de participar da morte do tenente da PM Hugo Manfrin Silvério, 35, na última quinta-feira (4), na Cachoeirinha, zona norte de São Paulo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o detido apontou o comparsa que teria lhe ajudado no crime, que também teve a prisão temporária decretada pela Justiça. Ele foi reconhecido por uma testemunha. Em vídeo divulgado no WhatsApp, no entanto, o cabeleireiro nega envolvimento com o caso e aponta um adolescente como o real comparsa do assassino. Segundo sua versão, o autor dos disparos havia invadido a casa do PM com o adolescente para roubar e lá, não no veículo, descobriram que ele era policial. Com isso, a decisão foi de levá-lo para uma favela da região, onde o mataria. O adolescente desistiu e fugiu, pois não queria envolvimento com o assassinato do PM. "Eu fui ajudá-lo, pois ele estava com dificuldades de dirigir o carro (um Ônix vermelho) do 'polícia'. Eu nem sabia que era PM, já estava amarrado", disse. Segundo seu relato, o policial foi morto ao tentar fugir com o carro em movimento. "Ele me deu um soco no rosto e tentou abrir a porta, mas foi baleado", disse. O advogado do acusado não foi localizado neste domingo.
cotidiano
PM prende jovem acusado de matar tenente durante assalto em São PauloA Polícia Militar prendeu, na noite de sábado (6), um cabeleireiro de 20 anos sob suspeita de participar da morte do tenente da PM Hugo Manfrin Silvério, 35, na última quinta-feira (4), na Cachoeirinha, zona norte de São Paulo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o detido apontou o comparsa que teria lhe ajudado no crime, que também teve a prisão temporária decretada pela Justiça. Ele foi reconhecido por uma testemunha. Em vídeo divulgado no WhatsApp, no entanto, o cabeleireiro nega envolvimento com o caso e aponta um adolescente como o real comparsa do assassino. Segundo sua versão, o autor dos disparos havia invadido a casa do PM com o adolescente para roubar e lá, não no veículo, descobriram que ele era policial. Com isso, a decisão foi de levá-lo para uma favela da região, onde o mataria. O adolescente desistiu e fugiu, pois não queria envolvimento com o assassinato do PM. "Eu fui ajudá-lo, pois ele estava com dificuldades de dirigir o carro (um Ônix vermelho) do 'polícia'. Eu nem sabia que era PM, já estava amarrado", disse. Segundo seu relato, o policial foi morto ao tentar fugir com o carro em movimento. "Ele me deu um soco no rosto e tentou abrir a porta, mas foi baleado", disse. O advogado do acusado não foi localizado neste domingo.
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Tradução' para cegos e surdos se espalha por espetáculos em São Paulo
Em um cantinho ao lado do palco, Rafaella Sessenta, 32, alonga braços e pernas. Posiciona-se frente a uma câmera e aguarda a largada: o início de um show em tributo a Michael Jackson, realizado no domingo (31/5) em São Paulo.Rafaella é tradutora de libras (Língua Brasileira de Sinais) e trabalha em eventos culturais há oito anos. Ela diz que é preciso traduzir ao público surdo as letras e também o ritmo das músicas.Para entrar na cadência do astro do pop, dança junto (até mimetiza as mãos arqueadas de "Thriller") e imita o tocar de instrumentos que se sobressaem: faz gestos de um bateristas, dedilha uma guitarra.Enquanto isso, a audiodescritora Livia Motta, 62, fica em uma cabine, ao fundo da plateia. Sua função é narrar aos espectadores cegos, munidos de fones de ouvido, o que acontece sobre o palco. No roteiro, conta ela, também faz um histórico sobre as músicas, o artista e a coreografia. Leia a reportagem completa em http://folha.com/no1637854 ----------------------------------------­-----------------------Reportagem: Maria Luísa BarsanelliFotografia: Felix Lima
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Tradução' para cegos e surdos se espalha por espetáculos em São PauloEm um cantinho ao lado do palco, Rafaella Sessenta, 32, alonga braços e pernas. Posiciona-se frente a uma câmera e aguarda a largada: o início de um show em tributo a Michael Jackson, realizado no domingo (31/5) em São Paulo.Rafaella é tradutora de libras (Língua Brasileira de Sinais) e trabalha em eventos culturais há oito anos. Ela diz que é preciso traduzir ao público surdo as letras e também o ritmo das músicas.Para entrar na cadência do astro do pop, dança junto (até mimetiza as mãos arqueadas de "Thriller") e imita o tocar de instrumentos que se sobressaem: faz gestos de um bateristas, dedilha uma guitarra.Enquanto isso, a audiodescritora Livia Motta, 62, fica em uma cabine, ao fundo da plateia. Sua função é narrar aos espectadores cegos, munidos de fones de ouvido, o que acontece sobre o palco. No roteiro, conta ela, também faz um histórico sobre as músicas, o artista e a coreografia. Leia a reportagem completa em http://folha.com/no1637854 ----------------------------------------­-----------------------Reportagem: Maria Luísa BarsanelliFotografia: Felix Lima
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Justiça dos EUA autoriza Marin a sair de casa para passeios de até 4 horas
O ex-presidente da CBF José Maria Marin, 83, preso em regime domiciliar em Nova York, conseguiu nesta terça-feira (26) autorização da Justiça americana para ter uma saída de casa a mais semanalmente. O juiz federal Raymond Dearie atendeu a pedido de um dos advogado do ex-dirigente, Charles Stillman, para flexibilizar as condições da prisão domiciliar. Assim, Marin poderá sair de casa nas tardes de quinta-feira, durante até quatro horas. Na quarta-feira passada (20), o pedido da defesa de Marin alegou que ele precisava "tomar ar fresco, limpar sua cabeça, caminhar com sua mulher e ser 'apenas uma pessoa'". Em uma segunda carta, apresentada no mesmo dia, porém mais tarde, Stillman retirou a frase e disse que Marin queria "ter atividade recreativa, como caminhadas" em um raio não maior do que 3 km de seu apartamento na Trump Tower e sempre acompanhado de segurança. Até então, ele só podia sair de casa acompanhado por segurança privada para se encontrar com advogados, participar de audiências, ir uma vez por semana ao mercado e outra à igreja. Em março, Marin conseguiu uma pequena vitória ao se livrar da escolta de seguranças privados 24 horas por dia, sete dias por semana, após pagar fiança de US$ 200 mil em espécie à Justiça americana. Uma despesa a menos: custava-lhe US$ 90 mil mensais a escolta obrigatória na prisão domiciliar –um apartamento avaliado em US$ 2,5 milhões a duas quadras do Central Park. ACUSAÇÃO O ex-presidente da CBF foi extraditado para os Estados Unidos em 3 de novembro de 2015, após cinco meses preso na Suíça. Ele é acusado pelo governo americano de participar de um esquema mundial de propinas e subornos no âmbito de comercialização de jogos e direitos de marketing de competições. Marin se declara inocente. A Justiça dos EUA adiou no último dia 13 a decisão sobre a data do julgamento de Marin e de outros cartolas acusados de envolvimento no escândalo de corrupção da Fifa. De acordo com o procurador Evan Norris, o julgamento voltou à "estaca zero" após o juiz Raymond Dearie não dar aval para o julgamento ser realizado na data de 27 de fevereiro de 2017, inicialmente proposta pela Procuradoria de Justiça dos EUA. A próxima audiência foi marcada para 3 de agosto, e nos próximos dias o juiz deverá fixar data-limite para movimentações jurídicas menores, como prazo para petições. Cronologia José Maria Marin
esporte
Justiça dos EUA autoriza Marin a sair de casa para passeios de até 4 horasO ex-presidente da CBF José Maria Marin, 83, preso em regime domiciliar em Nova York, conseguiu nesta terça-feira (26) autorização da Justiça americana para ter uma saída de casa a mais semanalmente. O juiz federal Raymond Dearie atendeu a pedido de um dos advogado do ex-dirigente, Charles Stillman, para flexibilizar as condições da prisão domiciliar. Assim, Marin poderá sair de casa nas tardes de quinta-feira, durante até quatro horas. Na quarta-feira passada (20), o pedido da defesa de Marin alegou que ele precisava "tomar ar fresco, limpar sua cabeça, caminhar com sua mulher e ser 'apenas uma pessoa'". Em uma segunda carta, apresentada no mesmo dia, porém mais tarde, Stillman retirou a frase e disse que Marin queria "ter atividade recreativa, como caminhadas" em um raio não maior do que 3 km de seu apartamento na Trump Tower e sempre acompanhado de segurança. Até então, ele só podia sair de casa acompanhado por segurança privada para se encontrar com advogados, participar de audiências, ir uma vez por semana ao mercado e outra à igreja. Em março, Marin conseguiu uma pequena vitória ao se livrar da escolta de seguranças privados 24 horas por dia, sete dias por semana, após pagar fiança de US$ 200 mil em espécie à Justiça americana. Uma despesa a menos: custava-lhe US$ 90 mil mensais a escolta obrigatória na prisão domiciliar –um apartamento avaliado em US$ 2,5 milhões a duas quadras do Central Park. ACUSAÇÃO O ex-presidente da CBF foi extraditado para os Estados Unidos em 3 de novembro de 2015, após cinco meses preso na Suíça. Ele é acusado pelo governo americano de participar de um esquema mundial de propinas e subornos no âmbito de comercialização de jogos e direitos de marketing de competições. Marin se declara inocente. A Justiça dos EUA adiou no último dia 13 a decisão sobre a data do julgamento de Marin e de outros cartolas acusados de envolvimento no escândalo de corrupção da Fifa. De acordo com o procurador Evan Norris, o julgamento voltou à "estaca zero" após o juiz Raymond Dearie não dar aval para o julgamento ser realizado na data de 27 de fevereiro de 2017, inicialmente proposta pela Procuradoria de Justiça dos EUA. A próxima audiência foi marcada para 3 de agosto, e nos próximos dias o juiz deverá fixar data-limite para movimentações jurídicas menores, como prazo para petições. Cronologia José Maria Marin
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Chorando se foi
BRASÍLIA - Na história recente do Brasil, é difícil encontrar outro personagem com a ousadia, a ganância e a ambição de Eduardo Cunha. As três características o ajudaram a se tornar um dos políticos mais poderosos das últimas décadas. Ao mesmo tempo, aceleraram sua queda, consumada nesta quinta (7) com a renúncia à presidência da Câmara. Cunha construiu a carreira nos bastidores, à sombra de padrinhos como Fernando Collor, Anthony Garotinho e Michel Temer. Aprendeu a manejar o submundo do Congresso e forjou alianças com lobistas e grandes empresários. Assim se transformou em intermediário entre os donos do dinheiro e políticos em busca de financiadores de campanha. A desarticulação do governo Dilma abriu espaço para voos mais altos. O deputado farejou a oportunidade, candidatou-se à presidência da Câmara e impôs uma derrota humilhante ao Planalto. Ao assumir a cadeira, criou uma bancada particular maior do que qualquer partido e passou a sonhar até com a Presidência. A Lava Jato interrompeu a ascensão meteórica, mas Cunha não jogou a toalha. Chantageou governo e oposição e, ao se sentir rifado pelo PT, abriu o processo de impeachment como ato deliberado de vingança. A ousadia que o ajudou a abrir portas já havia começado a atrapalhá-lo. O deputado se fragilizou ao travar brigas simultâneas com o Planalto, o presidente do Senado e o procurador-geral da República. Conseguiu derrubar o governo, mas não foi capaz de parar as investigações. Ao virar a bola da vez, acabou abandonado pelos aliados de ocasião. Sua queda era negociada havia semanas, mas ele insistia em negar as articulações. Ontem voltou a mentir ao dizer que sai para "pôr fim à instabilidade" na Câmara. Na verdade, seu único objetivo é tentar evitar a cassação e uma mudança forçada para Curitiba. No último ato, Cunha só surpreendeu numa coisa: conhecido pela frieza, embargou a voz e chorou diante das câmeras.
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Chorando se foiBRASÍLIA - Na história recente do Brasil, é difícil encontrar outro personagem com a ousadia, a ganância e a ambição de Eduardo Cunha. As três características o ajudaram a se tornar um dos políticos mais poderosos das últimas décadas. Ao mesmo tempo, aceleraram sua queda, consumada nesta quinta (7) com a renúncia à presidência da Câmara. Cunha construiu a carreira nos bastidores, à sombra de padrinhos como Fernando Collor, Anthony Garotinho e Michel Temer. Aprendeu a manejar o submundo do Congresso e forjou alianças com lobistas e grandes empresários. Assim se transformou em intermediário entre os donos do dinheiro e políticos em busca de financiadores de campanha. A desarticulação do governo Dilma abriu espaço para voos mais altos. O deputado farejou a oportunidade, candidatou-se à presidência da Câmara e impôs uma derrota humilhante ao Planalto. Ao assumir a cadeira, criou uma bancada particular maior do que qualquer partido e passou a sonhar até com a Presidência. A Lava Jato interrompeu a ascensão meteórica, mas Cunha não jogou a toalha. Chantageou governo e oposição e, ao se sentir rifado pelo PT, abriu o processo de impeachment como ato deliberado de vingança. A ousadia que o ajudou a abrir portas já havia começado a atrapalhá-lo. O deputado se fragilizou ao travar brigas simultâneas com o Planalto, o presidente do Senado e o procurador-geral da República. Conseguiu derrubar o governo, mas não foi capaz de parar as investigações. Ao virar a bola da vez, acabou abandonado pelos aliados de ocasião. Sua queda era negociada havia semanas, mas ele insistia em negar as articulações. Ontem voltou a mentir ao dizer que sai para "pôr fim à instabilidade" na Câmara. Na verdade, seu único objetivo é tentar evitar a cassação e uma mudança forçada para Curitiba. No último ato, Cunha só surpreendeu numa coisa: conhecido pela frieza, embargou a voz e chorou diante das câmeras.
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Oswaldo de Oliveira projeta estreia com mudanças no Paulista
No primeiro tempo da vitória por 3 a 2 sobre o Red Bull, neste domingo (25), o técnico Oswaldo de Oliveira repetiu a escalação que começou a partida contra o Shandong Luneng (CHN), no último 18. A repetição, no entanto, não significa que o time que vai estrear contra o Audax, no dia 31 de janeiro, pelo Campeonato Paulista, também será esse. "A equipe que começou os dois jogos foi a equipe que se apresentou primeiro, que tem um pouco mais de lastro físico. Mas, é claro que com duas semanas, alguns já conseguiram uma melhor forma física e vou querer começar o ano com o que há de melhor", disse o técnico do Palmeiras. O treinador comentou o fato de só poder inscrever 28 jogadores para disputar o Estadual. "Isso complica até mesmo a integração de jogadores que brilharam na Copa São Paulo, como o Gabriel Jesus, o Gabriel Leite, o Chistopher e o Juninho", disse o treinador. "Não consigo ver esta limitação como algo positivo", afirmou.
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Oswaldo de Oliveira projeta estreia com mudanças no PaulistaNo primeiro tempo da vitória por 3 a 2 sobre o Red Bull, neste domingo (25), o técnico Oswaldo de Oliveira repetiu a escalação que começou a partida contra o Shandong Luneng (CHN), no último 18. A repetição, no entanto, não significa que o time que vai estrear contra o Audax, no dia 31 de janeiro, pelo Campeonato Paulista, também será esse. "A equipe que começou os dois jogos foi a equipe que se apresentou primeiro, que tem um pouco mais de lastro físico. Mas, é claro que com duas semanas, alguns já conseguiram uma melhor forma física e vou querer começar o ano com o que há de melhor", disse o técnico do Palmeiras. O treinador comentou o fato de só poder inscrever 28 jogadores para disputar o Estadual. "Isso complica até mesmo a integração de jogadores que brilharam na Copa São Paulo, como o Gabriel Jesus, o Gabriel Leite, o Chistopher e o Juninho", disse o treinador. "Não consigo ver esta limitação como algo positivo", afirmou.
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Chanceler russo nega que ataques na Síria mirem oposição a Assad
O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, negou acusações de que novos ataques aéreos na Síria tenham mirado outros alvos que não grupos terroristas e disse que "líderes internacionais" querem "demonizar" o ditador do país árabe, Bashar al-Assad. "A ofensiva não vai além do Estado Islâmico, Al-Nusra ou outros grupos terroristas reconhecidos pelo Conselho de Segurança da ONU ou pela Rússia", disse Lavrov em entrevista na sede da ONU em Nova York, nesta quinta-feira (1º). Lavrov disse que o governo de Vladimir Putin não considera terrorista o Exército Livre da Síria, grupo de oposição a Assad apoiado pelos EUA. "Achamos que deveria fazer parte do processo político", rebateu. O governo americano afirmou que os ataques "aparentemente" atingiram áreas não dominadas pelo Estado Islâmico. O senador republicano John McCain disse que recrutas do Exército Livre da Síria foram atingidos. Assad é o principal aliado do governo russo no Oriente Médio. EUA e outros países afirmam que sua deposição é condição para o fim da guerra na Síria. Para Lavrov, parte da comunidade internacional tenta "demonizar" Assad. "Fizeram isso com Saddam Hussein. O Iraque é hoje um lugar melhor? Assassinaram Muammar Gaddafi na frente do público. A Líbia é hoje um lugar melhor?", questionou. O chanceler voltou a afirmar que é necessária uma resolução política para o conflito no país. Porém, sustentou, "não se pode condicionar a luta contra o EI a mudanças no sistema político sírio". Lavrov defendeu um diálogo entre diferentes grupos da sociedade síria para que se chegue a um acordo como saída para a guerra. "O EI está construindo um califado do Paquistão a Portugal e tomando todo o território no caminho. Tem o seu sistema financeiro, fornece serviços sociais, tudo com a sua ideologia. É perigoso", disse.
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Chanceler russo nega que ataques na Síria mirem oposição a AssadO chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, negou acusações de que novos ataques aéreos na Síria tenham mirado outros alvos que não grupos terroristas e disse que "líderes internacionais" querem "demonizar" o ditador do país árabe, Bashar al-Assad. "A ofensiva não vai além do Estado Islâmico, Al-Nusra ou outros grupos terroristas reconhecidos pelo Conselho de Segurança da ONU ou pela Rússia", disse Lavrov em entrevista na sede da ONU em Nova York, nesta quinta-feira (1º). Lavrov disse que o governo de Vladimir Putin não considera terrorista o Exército Livre da Síria, grupo de oposição a Assad apoiado pelos EUA. "Achamos que deveria fazer parte do processo político", rebateu. O governo americano afirmou que os ataques "aparentemente" atingiram áreas não dominadas pelo Estado Islâmico. O senador republicano John McCain disse que recrutas do Exército Livre da Síria foram atingidos. Assad é o principal aliado do governo russo no Oriente Médio. EUA e outros países afirmam que sua deposição é condição para o fim da guerra na Síria. Para Lavrov, parte da comunidade internacional tenta "demonizar" Assad. "Fizeram isso com Saddam Hussein. O Iraque é hoje um lugar melhor? Assassinaram Muammar Gaddafi na frente do público. A Líbia é hoje um lugar melhor?", questionou. O chanceler voltou a afirmar que é necessária uma resolução política para o conflito no país. Porém, sustentou, "não se pode condicionar a luta contra o EI a mudanças no sistema político sírio". Lavrov defendeu um diálogo entre diferentes grupos da sociedade síria para que se chegue a um acordo como saída para a guerra. "O EI está construindo um califado do Paquistão a Portugal e tomando todo o território no caminho. Tem o seu sistema financeiro, fornece serviços sociais, tudo com a sua ideologia. É perigoso", disse.
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Em blog, casal ensina a repaginar a casa gastando poucos recursos
DE SÃO PAULO Como repaginar a casa gastando pouco? Esse é o mote do blog Studio 1202, criado pelo casal Joel e Mirna Alves, designer de interiores e engenheira elétrica, respectivamente. "Queremos estimular o consumo consciente. Nada é lixo", diz ele, que, assim como a esposa, é natural de São Bernardo do Campo (região metropolitana de São Paulo). Os dois ensinam, por exemplo, a transformar um quarto com pequenos truques de decoração e a construir móveis para a casa. "Somos muito criteriosos em relação à técnica, não escrevemos com base em 'achismo'. E tentamos transmiti-la de forma simples", afirma o designer. Ensinar a resolver pequenos problemas da casa, como vazamentos e portas emperradas, é outra proposta da página. Para Joel, muitas vezes, bastam orientações e uma chave de fenda para resolvê-los. Além do blog, o casal mantém um canal no Youtube onde compartilha vídeos com dicas de bricolagem e 'faça você mesmo'. "Os vídeos são mais dinâmicos, e vão direto ao ponto", diz ele. Veja, a seguir, algumas dicas publicadas no Studio 1202.
sobretudo
Em blog, casal ensina a repaginar a casa gastando poucos recursos DE SÃO PAULO Como repaginar a casa gastando pouco? Esse é o mote do blog Studio 1202, criado pelo casal Joel e Mirna Alves, designer de interiores e engenheira elétrica, respectivamente. "Queremos estimular o consumo consciente. Nada é lixo", diz ele, que, assim como a esposa, é natural de São Bernardo do Campo (região metropolitana de São Paulo). Os dois ensinam, por exemplo, a transformar um quarto com pequenos truques de decoração e a construir móveis para a casa. "Somos muito criteriosos em relação à técnica, não escrevemos com base em 'achismo'. E tentamos transmiti-la de forma simples", afirma o designer. Ensinar a resolver pequenos problemas da casa, como vazamentos e portas emperradas, é outra proposta da página. Para Joel, muitas vezes, bastam orientações e uma chave de fenda para resolvê-los. Além do blog, o casal mantém um canal no Youtube onde compartilha vídeos com dicas de bricolagem e 'faça você mesmo'. "Os vídeos são mais dinâmicos, e vão direto ao ponto", diz ele. Veja, a seguir, algumas dicas publicadas no Studio 1202.
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Abertura ganha no Irã, mas por pouco
A vitória do presidente Hasan Rowhani na eleição iraniana indica que a maioria dos iranianos aprova a também relativa abertura para o mundo ensaiada pelo governante. Mas o resultado menos amplo do que se poderia esperar ante o cenário econômico (57% dos votos) mostra que o público esperava resultados ainda mais suculentos desse ensaio. Houve de fato melhorias em alguns dos principais indicadores, a saber: 1 - A economia, que retrocedera 7% em 2012, quando as sanções impostas pela comunidade internacional faziam pleno efeito, cresceu 6,6% no ano passado. 2 - A produção de petróleo, o grande recurso iraniano, aumentou de 3,3 milhões de barris/dia para 4,3 milhões. 3 - A inflação, que girava em torno de 40% ao ano, caiu para perto de 10%. Dados positivos que, no entanto, foram incapazes de afetar seriamente o desemprego, que continua perto dos 10% e, no caso dos jovens abaixo de 25 anos, salta para 27% —justamente na faixa etária que congrega 40% da população. Tudo somado, tem-se que "há ainda alguma distância a percorrer para desenvolver plenamente seu enorme potencial de investimento e de comércio, consideradas suas vastas reservas de hidrocarbonetos, um setor não-petrolífero relativamente diversificado, um grande mercado doméstico e uma força de trabalho jovem e bem educada", como diz o mais recente relatório do Fundo Monetário Internacional. Parece claro que os dados positivos levaram a maioria a dar um voto de confiança a Rowhani, mas "a distância a percorrer" apontada pelo FMI fez com que fosse uma maioria menos ampla do que o crescimento econômico autorizaria a esperar. Há que se levar ainda em consideração o fato de que Rowhani é tudo o que restou no Irã de contraponto ao conservadorismo extremo, depois que o movimento reformista foi perseguido e virtualmente anulado. Uma parte dos votos para o presidente se deve à expectativa de que a abertura para o mundo —caracterizado pelo acordo com as grandes potências em torno do programa nuclear iraniano— acabe, cedo ou tarde, levando a uma abertura também interna. É esse o desafio que se apresenta, agora, para o segundo mandato de Rowhani. Não só para ele, aliás: não parece ser do interesse do Ocidente dificultar a vida do presidente com, por exemplo, a revisão do acordo sobre o programa nuclear, como anunciado na campanha pelo presidente Donald Trump. Só dificultaria a vida de um presidente moderado e, por extensão, levaria água ao moinho da oposição conservadora.
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Abertura ganha no Irã, mas por poucoA vitória do presidente Hasan Rowhani na eleição iraniana indica que a maioria dos iranianos aprova a também relativa abertura para o mundo ensaiada pelo governante. Mas o resultado menos amplo do que se poderia esperar ante o cenário econômico (57% dos votos) mostra que o público esperava resultados ainda mais suculentos desse ensaio. Houve de fato melhorias em alguns dos principais indicadores, a saber: 1 - A economia, que retrocedera 7% em 2012, quando as sanções impostas pela comunidade internacional faziam pleno efeito, cresceu 6,6% no ano passado. 2 - A produção de petróleo, o grande recurso iraniano, aumentou de 3,3 milhões de barris/dia para 4,3 milhões. 3 - A inflação, que girava em torno de 40% ao ano, caiu para perto de 10%. Dados positivos que, no entanto, foram incapazes de afetar seriamente o desemprego, que continua perto dos 10% e, no caso dos jovens abaixo de 25 anos, salta para 27% —justamente na faixa etária que congrega 40% da população. Tudo somado, tem-se que "há ainda alguma distância a percorrer para desenvolver plenamente seu enorme potencial de investimento e de comércio, consideradas suas vastas reservas de hidrocarbonetos, um setor não-petrolífero relativamente diversificado, um grande mercado doméstico e uma força de trabalho jovem e bem educada", como diz o mais recente relatório do Fundo Monetário Internacional. Parece claro que os dados positivos levaram a maioria a dar um voto de confiança a Rowhani, mas "a distância a percorrer" apontada pelo FMI fez com que fosse uma maioria menos ampla do que o crescimento econômico autorizaria a esperar. Há que se levar ainda em consideração o fato de que Rowhani é tudo o que restou no Irã de contraponto ao conservadorismo extremo, depois que o movimento reformista foi perseguido e virtualmente anulado. Uma parte dos votos para o presidente se deve à expectativa de que a abertura para o mundo —caracterizado pelo acordo com as grandes potências em torno do programa nuclear iraniano— acabe, cedo ou tarde, levando a uma abertura também interna. É esse o desafio que se apresenta, agora, para o segundo mandato de Rowhani. Não só para ele, aliás: não parece ser do interesse do Ocidente dificultar a vida do presidente com, por exemplo, a revisão do acordo sobre o programa nuclear, como anunciado na campanha pelo presidente Donald Trump. Só dificultaria a vida de um presidente moderado e, por extensão, levaria água ao moinho da oposição conservadora.
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Banco Central tem lucro de R$ 35,2 bilhões no primeiro semestre
O Banco Central registrou lucro de R$ 35,2 bilhões no primeiro semestre de 2015. A instituição obteve ainda R$ 46,4 bilhões de lucro com a equalização das operações cambiais. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (21), após aprovação do balanço da instituição pelo Conselho Monetário Nacional. Somando os valores, o lucro total da instituição chega a R$ 81,6 bilhões. Os ganhos obtidos são encaminhados ao Tesouro e são utilizados exclusivamente para o abatimento da dívida pública. O prazo para essa operação é de até 10 dias úteis. O BC afirma que o resultado positivo foi alcançado por conta da diferença entre receitas e despesas nas operações em moeda local, como transações com títulos em carteira e operações compromissadas, remuneração da conta única do Tesouro Nacional e reembolso, por parte do Tesouro, do custo de captação das reservas internacionais. Os ativos em moedas estrangeiras tiveram variação positiva de R$ 170,6 bilhões. Como esses ativos estão em moeda estrangeira, é sempre esperado um avanço dos ativos nos momentos de valorização do dólar. A moeda norte-americana encerrou o dia valendo R$ 3,55. Considerando o desempenho no primeiro semestre, as reservas internacionais tiveram um resultado líquido de R$ 83,4 bilhões. Já as perdas com as operações de swap cambial registraram prejuízo de R$ 37 bilhões no mesmo período.
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Banco Central tem lucro de R$ 35,2 bilhões no primeiro semestreO Banco Central registrou lucro de R$ 35,2 bilhões no primeiro semestre de 2015. A instituição obteve ainda R$ 46,4 bilhões de lucro com a equalização das operações cambiais. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (21), após aprovação do balanço da instituição pelo Conselho Monetário Nacional. Somando os valores, o lucro total da instituição chega a R$ 81,6 bilhões. Os ganhos obtidos são encaminhados ao Tesouro e são utilizados exclusivamente para o abatimento da dívida pública. O prazo para essa operação é de até 10 dias úteis. O BC afirma que o resultado positivo foi alcançado por conta da diferença entre receitas e despesas nas operações em moeda local, como transações com títulos em carteira e operações compromissadas, remuneração da conta única do Tesouro Nacional e reembolso, por parte do Tesouro, do custo de captação das reservas internacionais. Os ativos em moedas estrangeiras tiveram variação positiva de R$ 170,6 bilhões. Como esses ativos estão em moeda estrangeira, é sempre esperado um avanço dos ativos nos momentos de valorização do dólar. A moeda norte-americana encerrou o dia valendo R$ 3,55. Considerando o desempenho no primeiro semestre, as reservas internacionais tiveram um resultado líquido de R$ 83,4 bilhões. Já as perdas com as operações de swap cambial registraram prejuízo de R$ 37 bilhões no mesmo período.
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Estrangeiros que vierem à Olimpíada do Rio não precisarão de visto
Estrangeiros que quiserem vir ao Brasil para assistir a disputa da Olimpíada e da Paraolimpíada do Rio, no ano que vem, não precisarão de visto para entrar no país. O projeto de lei que estabelece a isenção foi aprovado nesta quarta-feira (28) pelo Senado –já tinha sido aprovado na Câmara. Para entrar em vigor, depende apenas da sanção da presidente Dilma Rousseff. O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, em evento na última segunda-feira (26) com empresários do setor, afirmou que havia costurado um acordo com os líderes dos partidos no Senado para aprovar o texto. "Entre a inclusão em pauta e as votações na Câmara e no Senado, o projeto correu em menos de um mês. É uma grande vitória do setor, disse ele, em comunicado. Ainda aos empresários, no começo da semana, ele adiantara que a medida, pensada inicialmente para atrair turistas americanos, já havia despertado o interesse de outros países, como Austrália, Canadá, Japão e China –a tramitação pode, segundo Alves, acelerar tratativas para eventuais acordos bilaterais de dispensa de vistos. De acordo com o projeto, uma portaria conjunta dos ministérios das Relações Exteriores, da Justiça e do Turismo poderá determinar a "dispensa unilateral" da exigência de visto para estrangeiros no Brasil até o dia 18 de setembro de 2016 (último dia de disputa dos Jogos Paraolímpicos). Os turistas poderão permanecer no país sem visto por 90 dias. O projeto não estabelece que os estrangeiros precisem comprovar a compra de ingressos para algum evento olímpico para obter a isenção, e tampouco delimita que eles circulem apenas no Rio, principal local das disputas.
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Estrangeiros que vierem à Olimpíada do Rio não precisarão de vistoEstrangeiros que quiserem vir ao Brasil para assistir a disputa da Olimpíada e da Paraolimpíada do Rio, no ano que vem, não precisarão de visto para entrar no país. O projeto de lei que estabelece a isenção foi aprovado nesta quarta-feira (28) pelo Senado –já tinha sido aprovado na Câmara. Para entrar em vigor, depende apenas da sanção da presidente Dilma Rousseff. O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, em evento na última segunda-feira (26) com empresários do setor, afirmou que havia costurado um acordo com os líderes dos partidos no Senado para aprovar o texto. "Entre a inclusão em pauta e as votações na Câmara e no Senado, o projeto correu em menos de um mês. É uma grande vitória do setor, disse ele, em comunicado. Ainda aos empresários, no começo da semana, ele adiantara que a medida, pensada inicialmente para atrair turistas americanos, já havia despertado o interesse de outros países, como Austrália, Canadá, Japão e China –a tramitação pode, segundo Alves, acelerar tratativas para eventuais acordos bilaterais de dispensa de vistos. De acordo com o projeto, uma portaria conjunta dos ministérios das Relações Exteriores, da Justiça e do Turismo poderá determinar a "dispensa unilateral" da exigência de visto para estrangeiros no Brasil até o dia 18 de setembro de 2016 (último dia de disputa dos Jogos Paraolímpicos). Os turistas poderão permanecer no país sem visto por 90 dias. O projeto não estabelece que os estrangeiros precisem comprovar a compra de ingressos para algum evento olímpico para obter a isenção, e tampouco delimita que eles circulem apenas no Rio, principal local das disputas.
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Os 17 perfis de futebol mais engraçados da internet
Assistir a uma partida de futebol hoje em dia é muito mais divertido. Pelas redes sociais, você já fica sabendo na hora dos lances e polêmicas de todas as partidas que estão acontecendo ao mesmo tempo. Sem contar os memes e piadas dos lances mais inusitados. Por isso, pedimos a dois sites de humor esportivo para indicar o que eles seguem internet afora. Indicações de Rafael Grostein, co-criador do Desimpedidos, e um dos palestrantes do youPIX CON, que acontece nesta quarta-feira (23) em São Paulo. O programa São Paulo Milgrau no Youtube é o melhor. Mashups geniais com efeitos especiais. Veja vídeo Cobertura dos jogos do Corinthians pelo olhar do torcedor. Veja vídeo Curadoria de lances curiosos e de performance. Humorista de twitter, provavelmente o melhor de futebol. Alem de jogar muito é um mito do Instagram. Consegue ser divertido ao mesmo tempo que entende de futebol. Impecável curadoria de lances de habilidade dos principais craques do futebol. p(wideVideoPlayer). Veja vídeo Canal que compila lances de boleiros amadores do mundo todo. Veja vídeo Videos muito divertidos de desafios de precisão com os mais variados esportes. Veja vídeo Indicações do Olé do Brasil, site de humor esportivo. Humor: Olé do Brasil é disparado o melhor. Sério, olha como é bom: www.oledobrasil.com.br (risos). Produz tirinhas e vídeos excelentes. Desimpedidos, que produz vídeos e faz ótimas ações. Veja vídeo Mostra lances bonitos e golaços. Mostra lances bonitos e golaços. Mostra lances bonitos e golaços. Mostra lances bonitos e golaços. Manda muito bem! É muito engraçado!
asmais
Os 17 perfis de futebol mais engraçados da internetAssistir a uma partida de futebol hoje em dia é muito mais divertido. Pelas redes sociais, você já fica sabendo na hora dos lances e polêmicas de todas as partidas que estão acontecendo ao mesmo tempo. Sem contar os memes e piadas dos lances mais inusitados. Por isso, pedimos a dois sites de humor esportivo para indicar o que eles seguem internet afora. Indicações de Rafael Grostein, co-criador do Desimpedidos, e um dos palestrantes do youPIX CON, que acontece nesta quarta-feira (23) em São Paulo. O programa São Paulo Milgrau no Youtube é o melhor. Mashups geniais com efeitos especiais. Veja vídeo Cobertura dos jogos do Corinthians pelo olhar do torcedor. Veja vídeo Curadoria de lances curiosos e de performance. Humorista de twitter, provavelmente o melhor de futebol. Alem de jogar muito é um mito do Instagram. Consegue ser divertido ao mesmo tempo que entende de futebol. Impecável curadoria de lances de habilidade dos principais craques do futebol. p(wideVideoPlayer). Veja vídeo Canal que compila lances de boleiros amadores do mundo todo. Veja vídeo Videos muito divertidos de desafios de precisão com os mais variados esportes. Veja vídeo Indicações do Olé do Brasil, site de humor esportivo. Humor: Olé do Brasil é disparado o melhor. Sério, olha como é bom: www.oledobrasil.com.br (risos). Produz tirinhas e vídeos excelentes. Desimpedidos, que produz vídeos e faz ótimas ações. Veja vídeo Mostra lances bonitos e golaços. Mostra lances bonitos e golaços. Mostra lances bonitos e golaços. Mostra lances bonitos e golaços. Manda muito bem! É muito engraçado!
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Projeto social Gastromotiva organiza jantar com chefs peruanos em SP
Os chefs peruanos Virgilio Martinez (Central), Renzo Garibaldi (Osso) e Mitsuharu Tsumura (Micha) vão cozinhar juntos pela primeira vez em um jantar beneficente em São Paulo em maio. Trata-se da terceira edição do jantar Great Food for a Better World em prol da Gastromotiva, organização que promove a inclusão social por meio da gastronomia desde 2006. No ano passado, o evento trouxe para o Brasil o chef espanhol Quique Dacosta e, em 2014, foi realizado no Eleven Madison Park, em Nova York. O jantar deste ano, organizado pelo fundador da Gastromotiva David Hertz e pela crítica gastronômica e colunista da Folha Alexandra Forbes, terá um menu peruano com alguns ingredientes brasileiros. "Estamos há dois meses indo atrás de ingredientes e recorrendo a chefs nos bastidores", conta Forbes. Caso do chef Alberto Landgraff que ajudou a conseguir vieiras de Picinguaba –as únicas não congeladas que existem no mercado, explica ela– para substituir navajas, um molusco com aparência semelhante a de uma navalha encontrado no Peru. "O intuito é fazer um jantar absolutamente fora do comum. E isso não só na comida, mas também nos vinhos", diz Forbes. Harmonizados com os pratos, serão servidos seis vinhos: o Sauternes Chateau d'Yquem e os tintos Chateau Cheval Blanc e Chateau Palmer (nobilíssimos vinhos bordaleses); champagne Dom Perignon e mais dois grandes crus da Borgonha, brancos. O evento, para 100 pessoas, será no dia 3 de maio na Estação São Paulo. Os fundos arrecadados com a venda dos ingressos (R$ 2.500 por pessoa no site gastromotiva.org ) serão usados para financiar a formação de mais uma turma da Gastromotiva. No dia 4 de maio, pela manhã, os chefs peruanos darão uma palestra aberta na faculdade Anhembi Morumbi, que cede seu espaço para aulas da entidade. Mais detalhes sobre preço e inscrição ainda não foram divulgados. GASTROMOTIVA - GREAT FOOD FOR A BETTER WORLD Quando 3 de maio, às 20h Onde Estação São Paulo, r. Ferreira de Araújo, 625, Pinheiros Quanto R$ 2.500, para comprar: www.gastromotiva.org ou pelo e-mail rsvp@gastromotiva.org
comida
Projeto social Gastromotiva organiza jantar com chefs peruanos em SPOs chefs peruanos Virgilio Martinez (Central), Renzo Garibaldi (Osso) e Mitsuharu Tsumura (Micha) vão cozinhar juntos pela primeira vez em um jantar beneficente em São Paulo em maio. Trata-se da terceira edição do jantar Great Food for a Better World em prol da Gastromotiva, organização que promove a inclusão social por meio da gastronomia desde 2006. No ano passado, o evento trouxe para o Brasil o chef espanhol Quique Dacosta e, em 2014, foi realizado no Eleven Madison Park, em Nova York. O jantar deste ano, organizado pelo fundador da Gastromotiva David Hertz e pela crítica gastronômica e colunista da Folha Alexandra Forbes, terá um menu peruano com alguns ingredientes brasileiros. "Estamos há dois meses indo atrás de ingredientes e recorrendo a chefs nos bastidores", conta Forbes. Caso do chef Alberto Landgraff que ajudou a conseguir vieiras de Picinguaba –as únicas não congeladas que existem no mercado, explica ela– para substituir navajas, um molusco com aparência semelhante a de uma navalha encontrado no Peru. "O intuito é fazer um jantar absolutamente fora do comum. E isso não só na comida, mas também nos vinhos", diz Forbes. Harmonizados com os pratos, serão servidos seis vinhos: o Sauternes Chateau d'Yquem e os tintos Chateau Cheval Blanc e Chateau Palmer (nobilíssimos vinhos bordaleses); champagne Dom Perignon e mais dois grandes crus da Borgonha, brancos. O evento, para 100 pessoas, será no dia 3 de maio na Estação São Paulo. Os fundos arrecadados com a venda dos ingressos (R$ 2.500 por pessoa no site gastromotiva.org ) serão usados para financiar a formação de mais uma turma da Gastromotiva. No dia 4 de maio, pela manhã, os chefs peruanos darão uma palestra aberta na faculdade Anhembi Morumbi, que cede seu espaço para aulas da entidade. Mais detalhes sobre preço e inscrição ainda não foram divulgados. GASTROMOTIVA - GREAT FOOD FOR A BETTER WORLD Quando 3 de maio, às 20h Onde Estação São Paulo, r. Ferreira de Araújo, 625, Pinheiros Quanto R$ 2.500, para comprar: www.gastromotiva.org ou pelo e-mail rsvp@gastromotiva.org
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Renato Augusto diz que Corinthians deve dinheiro para jogadores
O meia Renato Augusto confirmou nesta terça-feira (6) que o Corinthians deve "alguns meses" de direito de imagem para os jogadores do elenco profissional. Ele não disse o valor exato. "O atraso é de alguns meses de direito de imagem e não na carteira [de trabalho]. Sei que será resolvido. São coisas que acontecem", disse o meia. Apesar das negociações para contratar reforços, o clube atravessa problemas financeiros devido a problemas de fluxo de caixa e pagamentos de dívidas feitos em 2014. Outros atletas já haviam reclamado internamente quanto a valores não pagos. Ralf é um dos que tem dinheiro a receber atrasados. No ano passado, quando apareceu uma proposta da Fiorentina (ITA), a diretoria o manteve no Brasil com a promessa de que igualaria o que o volante ganharia na Itália. O clube também deve ao elenco a premiação pelo título paulista e pela Recopa Sul-Americana de 2013. Os R$ 40 mil para cada jogador pela classificação para a Libertadores de 2015 também não foram quitados. Nem todos os integrantes do elenco possuem contratos de direito de imagem. Apenas os mais antigos, como o próprio Renato Augusto, Fabio Santos, Ralf e Emerson Sheik. Os que têm menos tempo na equipe recebem integralmente o salário de acordo com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O caixa corintiano foi prejudicado em 2014 por causa de acordo para pagar impostos atrasados na gestão do presidente Andrés Sanchez (2008-2011). Foram R$ 50 milhões comprometidos ao governo, sendo que R$ 15 milhões foram dados à vista. Para completar, o Corinthians teve em 2014 as maiores rendas de sua história, mas não teve como usar o dinheiro no futebol. Os R$ 43 milhões de arrecadação foram destinados ao fundo que vai ajudar a pagar a construção do Itaquerão.
esporte
Renato Augusto diz que Corinthians deve dinheiro para jogadoresO meia Renato Augusto confirmou nesta terça-feira (6) que o Corinthians deve "alguns meses" de direito de imagem para os jogadores do elenco profissional. Ele não disse o valor exato. "O atraso é de alguns meses de direito de imagem e não na carteira [de trabalho]. Sei que será resolvido. São coisas que acontecem", disse o meia. Apesar das negociações para contratar reforços, o clube atravessa problemas financeiros devido a problemas de fluxo de caixa e pagamentos de dívidas feitos em 2014. Outros atletas já haviam reclamado internamente quanto a valores não pagos. Ralf é um dos que tem dinheiro a receber atrasados. No ano passado, quando apareceu uma proposta da Fiorentina (ITA), a diretoria o manteve no Brasil com a promessa de que igualaria o que o volante ganharia na Itália. O clube também deve ao elenco a premiação pelo título paulista e pela Recopa Sul-Americana de 2013. Os R$ 40 mil para cada jogador pela classificação para a Libertadores de 2015 também não foram quitados. Nem todos os integrantes do elenco possuem contratos de direito de imagem. Apenas os mais antigos, como o próprio Renato Augusto, Fabio Santos, Ralf e Emerson Sheik. Os que têm menos tempo na equipe recebem integralmente o salário de acordo com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O caixa corintiano foi prejudicado em 2014 por causa de acordo para pagar impostos atrasados na gestão do presidente Andrés Sanchez (2008-2011). Foram R$ 50 milhões comprometidos ao governo, sendo que R$ 15 milhões foram dados à vista. Para completar, o Corinthians teve em 2014 as maiores rendas de sua história, mas não teve como usar o dinheiro no futebol. Os R$ 43 milhões de arrecadação foram destinados ao fundo que vai ajudar a pagar a construção do Itaquerão.
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Não temos mais espaço para erro no Brasileiro, diz Dorival
Logo após a classificação para as oitavas de final da Copa do Brasil, o técnico do Santos, Dorival Júnior, afirmou que o foco agora do time é sair e se distanciar da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. O time ocupa a 17ª posição com 13 pontos -mesma pontuação do Goiás, primeiro clube fora da zona da degola. A primeira chance de sair do grupo dos últimos quatro colocados é no domingo, quando recebe o Joinville na Vila Belmiro. Além do Joinville, o Santos tem outros três rivais diretos na briga contra o rebaixamento nas próximas rodadas: Flamengo, Coritiba e Vasco, sendo apenas um deles longe da Vila Belmiro, no Maracanã —contra o time rubro-negro. "Precisamos atuar com regularidade. Contra o Palmeiras, jogamos bem, mas eles foram efetivos. Temos que estar atentos a isso. No Brasileiro conhecemos o nível de exigência e não tem espaço para erro. O Santos teve possibilidade de erro, agora não dá mais para ter. Na virada do turno, as coisas serão mais complicadas, o perde e ganha é mais frequente. Não podemos ficar por muito tempo nessa zona e se acostumar. Aí o problema fica mais sério", disse Dorival Júnior. O meio-campista Elano seguiu o mesmo raciocínio do treinador. "Temos que botar a cabeça no travesseiro e pensar na batalha que vai ser contra o Joinville. Estamos em uma situação incômoda no Brasileiro, uma competição em que perdemos jogos jogando bem. Mas vencer faz voltar a confiança que tínhamos no Paulista", disse. 'sos8qan748qi1ii5gxhlm00hq', '5cd3fd7d-0951-4678-8783-c9b64fe9c4af', '555ko5nyef7h16n3u283nrr5n', 'perfsos8qan748qi1ii5gxhlm00hq-555ko5nyef7h16n3u283nrr5n', 'eplayer41', {age:1435250785000}
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Não temos mais espaço para erro no Brasileiro, diz DorivalLogo após a classificação para as oitavas de final da Copa do Brasil, o técnico do Santos, Dorival Júnior, afirmou que o foco agora do time é sair e se distanciar da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. O time ocupa a 17ª posição com 13 pontos -mesma pontuação do Goiás, primeiro clube fora da zona da degola. A primeira chance de sair do grupo dos últimos quatro colocados é no domingo, quando recebe o Joinville na Vila Belmiro. Além do Joinville, o Santos tem outros três rivais diretos na briga contra o rebaixamento nas próximas rodadas: Flamengo, Coritiba e Vasco, sendo apenas um deles longe da Vila Belmiro, no Maracanã —contra o time rubro-negro. "Precisamos atuar com regularidade. Contra o Palmeiras, jogamos bem, mas eles foram efetivos. Temos que estar atentos a isso. No Brasileiro conhecemos o nível de exigência e não tem espaço para erro. O Santos teve possibilidade de erro, agora não dá mais para ter. Na virada do turno, as coisas serão mais complicadas, o perde e ganha é mais frequente. Não podemos ficar por muito tempo nessa zona e se acostumar. Aí o problema fica mais sério", disse Dorival Júnior. O meio-campista Elano seguiu o mesmo raciocínio do treinador. "Temos que botar a cabeça no travesseiro e pensar na batalha que vai ser contra o Joinville. Estamos em uma situação incômoda no Brasileiro, uma competição em que perdemos jogos jogando bem. Mas vencer faz voltar a confiança que tínhamos no Paulista", disse. 'sos8qan748qi1ii5gxhlm00hq', '5cd3fd7d-0951-4678-8783-c9b64fe9c4af', '555ko5nyef7h16n3u283nrr5n', 'perfsos8qan748qi1ii5gxhlm00hq-555ko5nyef7h16n3u283nrr5n', 'eplayer41', {age:1435250785000}
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Ex-empregado de fazenda, vencedor da São Silvestre teme ficar fora da Rio-16
"É difícil vencer os quenianos". Não importa a nacionalidade do atleta africano que esteja à frente, é assim que os brasileiros costumam se referir a eles após as provas. Nesta quinta (31), entre os cerca de 30 mil corredores da São Silvestre, fora mesmo um queniano quem dominou e levou o título da mais tradicional corrida de rua do país para o Quênia pela 26ª vez. Stanley Biwott, 29, cruzou a linha de chegada na avenida Paulista em 44min31 (o recorde da atual distância pertence ao queniano Paul Tergat, com 43min12, em 1995). "Foi uma vitória fantástica", disse Biwott, atleta de poucas palavras. Trabalhador de uma fazenda de gado leiteiro no Quênia até 2006, em menos de uma década como profissional ele já alcançou bons resultados. No último dia 1º de novembro, ganhou a famosa Maratona de Nova York. Em 2012, terminou em primeiro a corrida de 42.195 m em Paris. Dois anos antes, venceu a Maratona de São Paulo com o tempo de 2h11min21, apenas dois segundos acima do recorde que pertence a Vanderlei Cordeiro de Lima. No maior período que passou no Brasil, Biwott ainda ganhou a Volta da Pampulha, em Belo Horizonte, em 2009, e no fim do mesmo ano correu pela primeira vez a São Silvestre e ficou em sétimo. Em 2016, entretanto, Biwott ainda não sabe se voltará ao país para os Jogos do Rio, em agosto. O problema é justamente ser queniano. "No Quênia é muito difícil conseguir a vaga olímpica na maratona. Se eu for selecionado, ficarei muito feliz. Mas não estou certo disso. A seletiva é muito difícil", disse, em tom de desânimo. Explica-se: o Quênia é a Meca dos maratonistas da atualidade. O melhor tempo da vida de Biwott na distância foi 2h04min55, nas ruas de Londres, em 2014. Neste ano, também na capital inglesa, correu em 2h06min41 –o que o deixa em 22º na lista da IAAF, entidade que rege o atletismo, em 2015). Neste mesmo ranking mundial, há 15 quenianos com tempos melhores que o dele na temporada. E apenas três deles podem se classificar para a Olimpíada do Rio. O melhor brasileiro do ano, por exemplo, é Marilson Gomes dos Santos, com 2h11min, o que equivale ao 190º lugar da lista. A frente dele são 140 quenianos com marcas melhores somente nestes últimos 12 meses. O único brasileiro já assegurado na maratona da Rio-2016, por ter ficado entre os 20 primeiros no Mundial de Pequim, em agosto (foi 18º), é Solonei Rocha da Silva. Nesta São Silvestre, porém, ele ficou em 14ª. Posição pior do que a de 2009, quando tinha apenas três meses de atletismo e foi 13º na corrida. REPETECO BRASILEIRO O melhor brasileiro da prova neste ano, assim como em 2014, foi Giovani dos Santos, em quinto lugar (44min58). O "grande foco" do atleta mineiro para 2016 está nos Jogos do Rio. Ele vai tentar o índice nos 10.000 m e na maratona. "Quero chegar na Olimpíada com chance de medalha", afirmou Giovani. * STANLEY BIWOTT (QUÊNIA) Nascimento 21.abr.1986 (29 anos) Principais conquistas - Volta da Pampulha-2009 - Maratona de SP-2010 - Maratona de Paris-2012 - Maratona de Nova York-2015 - São Silvestre-2015 * Confira os resultados da 91ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre Masculino 1: Stanley Biwott (QUE) - 44min31s 2: Leul Gebresilase (ETI) - 44min34s 3: Feyisa Lilesa (ETI) - 44min38s 4: Edwin Kipsang (QUE) - 44min41s 5: Giovani dos Santos (BRA) - 44min58s Feminino 1: Ymer Wude Ayalew (ETI) - 54min0s 2: Delvine Relin (QUE) - 54min03s 3: Failuna Matanga (TAN) - 54min11s 4: Sueli Pereira (BRA) - 54min15s 5: Joziane Cardoso (BRA) - 54min22s
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Ex-empregado de fazenda, vencedor da São Silvestre teme ficar fora da Rio-16"É difícil vencer os quenianos". Não importa a nacionalidade do atleta africano que esteja à frente, é assim que os brasileiros costumam se referir a eles após as provas. Nesta quinta (31), entre os cerca de 30 mil corredores da São Silvestre, fora mesmo um queniano quem dominou e levou o título da mais tradicional corrida de rua do país para o Quênia pela 26ª vez. Stanley Biwott, 29, cruzou a linha de chegada na avenida Paulista em 44min31 (o recorde da atual distância pertence ao queniano Paul Tergat, com 43min12, em 1995). "Foi uma vitória fantástica", disse Biwott, atleta de poucas palavras. Trabalhador de uma fazenda de gado leiteiro no Quênia até 2006, em menos de uma década como profissional ele já alcançou bons resultados. No último dia 1º de novembro, ganhou a famosa Maratona de Nova York. Em 2012, terminou em primeiro a corrida de 42.195 m em Paris. Dois anos antes, venceu a Maratona de São Paulo com o tempo de 2h11min21, apenas dois segundos acima do recorde que pertence a Vanderlei Cordeiro de Lima. No maior período que passou no Brasil, Biwott ainda ganhou a Volta da Pampulha, em Belo Horizonte, em 2009, e no fim do mesmo ano correu pela primeira vez a São Silvestre e ficou em sétimo. Em 2016, entretanto, Biwott ainda não sabe se voltará ao país para os Jogos do Rio, em agosto. O problema é justamente ser queniano. "No Quênia é muito difícil conseguir a vaga olímpica na maratona. Se eu for selecionado, ficarei muito feliz. Mas não estou certo disso. A seletiva é muito difícil", disse, em tom de desânimo. Explica-se: o Quênia é a Meca dos maratonistas da atualidade. O melhor tempo da vida de Biwott na distância foi 2h04min55, nas ruas de Londres, em 2014. Neste ano, também na capital inglesa, correu em 2h06min41 –o que o deixa em 22º na lista da IAAF, entidade que rege o atletismo, em 2015). Neste mesmo ranking mundial, há 15 quenianos com tempos melhores que o dele na temporada. E apenas três deles podem se classificar para a Olimpíada do Rio. O melhor brasileiro do ano, por exemplo, é Marilson Gomes dos Santos, com 2h11min, o que equivale ao 190º lugar da lista. A frente dele são 140 quenianos com marcas melhores somente nestes últimos 12 meses. O único brasileiro já assegurado na maratona da Rio-2016, por ter ficado entre os 20 primeiros no Mundial de Pequim, em agosto (foi 18º), é Solonei Rocha da Silva. Nesta São Silvestre, porém, ele ficou em 14ª. Posição pior do que a de 2009, quando tinha apenas três meses de atletismo e foi 13º na corrida. REPETECO BRASILEIRO O melhor brasileiro da prova neste ano, assim como em 2014, foi Giovani dos Santos, em quinto lugar (44min58). O "grande foco" do atleta mineiro para 2016 está nos Jogos do Rio. Ele vai tentar o índice nos 10.000 m e na maratona. "Quero chegar na Olimpíada com chance de medalha", afirmou Giovani. * STANLEY BIWOTT (QUÊNIA) Nascimento 21.abr.1986 (29 anos) Principais conquistas - Volta da Pampulha-2009 - Maratona de SP-2010 - Maratona de Paris-2012 - Maratona de Nova York-2015 - São Silvestre-2015 * Confira os resultados da 91ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre Masculino 1: Stanley Biwott (QUE) - 44min31s 2: Leul Gebresilase (ETI) - 44min34s 3: Feyisa Lilesa (ETI) - 44min38s 4: Edwin Kipsang (QUE) - 44min41s 5: Giovani dos Santos (BRA) - 44min58s Feminino 1: Ymer Wude Ayalew (ETI) - 54min0s 2: Delvine Relin (QUE) - 54min03s 3: Failuna Matanga (TAN) - 54min11s 4: Sueli Pereira (BRA) - 54min15s 5: Joziane Cardoso (BRA) - 54min22s
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Prefeitura de Paris estuda leiloar 'cadeados do amor' retirados de pontes
A Prefeitura de Paris analisa a possibilidade de leiloar os cadeados que os apaixonados colocavam nas pontes da cidade –cujas grades foram trocadas por questões de segurança. De acordo com o jornal "Le Parisien", o secretário municipal de Cultura, Bruno Julliard, estuda solucionar a questão de o que fazer com os cadeados por meio de leilões. Calcula-se que, quando o trabalho de retirada dos cadeados for totalmente concluído, serão recuperadas 70 toneladas de cadeados. Por enquanto, foram recolhidas 50 toneladas de cadeados que estavam na Pont des Arts, próximo ao museu do Louvre. Ainda é preciso retirar as aproximadamente 20 toneladas na Pont de l'Archevêché, perto da catedral de Notre Dame. Segundo o jornal, além da enorme quantidade de matéria-prima, a prefeitura leva em conta o "valor simbólico" dos objetos e, por isso, está em busca de uma solução que permita "fazer algo útil". Isso poderia incluir um leilão das melhores peças em benefício de associações ou ainda a doação dos cadeados a artistas que queiram produzir "propostas originais". Paris tenta acabar de vez com a tradição dos cadeados pendurados em pontes e para isso está substituindo as grandes retiras por vidros antirreflexos.
turismo
Prefeitura de Paris estuda leiloar 'cadeados do amor' retirados de pontesA Prefeitura de Paris analisa a possibilidade de leiloar os cadeados que os apaixonados colocavam nas pontes da cidade –cujas grades foram trocadas por questões de segurança. De acordo com o jornal "Le Parisien", o secretário municipal de Cultura, Bruno Julliard, estuda solucionar a questão de o que fazer com os cadeados por meio de leilões. Calcula-se que, quando o trabalho de retirada dos cadeados for totalmente concluído, serão recuperadas 70 toneladas de cadeados. Por enquanto, foram recolhidas 50 toneladas de cadeados que estavam na Pont des Arts, próximo ao museu do Louvre. Ainda é preciso retirar as aproximadamente 20 toneladas na Pont de l'Archevêché, perto da catedral de Notre Dame. Segundo o jornal, além da enorme quantidade de matéria-prima, a prefeitura leva em conta o "valor simbólico" dos objetos e, por isso, está em busca de uma solução que permita "fazer algo útil". Isso poderia incluir um leilão das melhores peças em benefício de associações ou ainda a doação dos cadeados a artistas que queiram produzir "propostas originais". Paris tenta acabar de vez com a tradição dos cadeados pendurados em pontes e para isso está substituindo as grandes retiras por vidros antirreflexos.
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Marianne Pinotti e Ana Estela Haddad: Dia de cuidar de quem cuida
O cuidado que uma mãe oferece ao filho é determinante para sua estruturação e para o seu desenvolvimento, em muitos aspectos. Para além da garantia do bem-estar físico, é na profunda relação de afetividade que se ensina o indizível, que se transmitem valores –seja por meio dos exemplos que a mãe dá ou pelas comunicações que estabelece apenas com um olhar. O cuidar se traduz na alegria diante de aprendizados e conquistas, trazendo segurança e confiança. É o abraço na hora do choro, que sustenta emocionalmente. É a escuta. É o esperar o tempo do outro. É o coração apertado nos momentos de distância. É o desenvolvimento de um ser forjado no tempo que lhe é dedicado. Essas reflexões foram essenciais para a criação de políticas públicas transversais, no âmbito do "Ser Mãe em São Paulo", uma ação da Prefeitura de São Paulo que reúne diversas atividades no mês de maio. Uma dessas ações será voltada às mães que cuidam de filhos com algum tipo de deficiência. Muitas delas, frequentemente, lidam com o preconceito e a discriminação imputados a seus filhos –o que elas descrevem como algo que dói na alma e na carne. Outras lidam com dúvidas que surgem no cotidiano, seja em relação à saúde, à educação ou ao desenvolvimento. E há aquelas que convivem constantemente com o medo do agravamento de um quadro de saúde (muitas deficiências são oriundas de doenças raras, de difícil diagnóstico e tratamento, por exemplo) e até da morte. Além disso, em alguns lares, a dedicação quase exclusiva pode também gerar conflitos familiares. Tudo isso pode provocar um constante estado de estresse e desencadear quadros depressivos. Além disso, por dedicarem tanto tempo e energia aos filhos, algumas mães não encontram tempo ou sequer se lembram de agendar consultas ou de fazer exames preventivos. Deixam também de lado o trabalho e abandonam projetos pessoais. E é preciso lembrar que, quanto maior a vulnerabilidade socioeconômica, mais graves essas questões se apresentam. Como proposta inicial para atender à população de "mães-cuidadoras", o "Ser Mãe em São Paulo" programou uma roda de conversa para que possam falar sobre suas experiências em um ambiente seguro, mediado por profissionais capacitados. Como desdobramento desta ação, serão realizados cursos, no segundo semestre deste ano, com três eixos principais: o primeiro é voltado a conhecimentos técnicos específicos (transferência da cama para a cadeira de rodas, prevenção de escaras, manejo de sonda, por exemplo); o segundo trata dos direitos das pessoas com deficiência; e o terceiro traz estratégias para que a mãe aprenda a cuidar de si mesma, de sua saúde física, mental e emocional. Esperamos alcançar uma parcela de mães que, muitas vezes, têm suas necessidades específicas pouco reconhecidas. Também desejamos, com este texto, homenagear, na figura das mães-cuidadoras de pessoas com deficiência, todas as demais. Porque, como disse o teólogo Leonardo Boff, nós não temos apenas cuidado; nós somos cuidado e, sem ele, deixamos de ser humanos. Se mãe é quem cuida, a maternidade nada mais é que a suprema manifestação da humanidade. Por fim, queremos convidar todos os leitores hoje, Dia das Mães, e em todos os dias, a cuidarem daquelas que sempre cuidam. MARIANNE PINOTTI, secretária da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo ANA ESTELA HADDAD, primeira-dama do município de São Paulo e Coordenadora da Política Municipal para o Desenvolvimento Integral da Primeira Infância (São Paulo Carinhosa) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Marianne Pinotti e Ana Estela Haddad: Dia de cuidar de quem cuidaO cuidado que uma mãe oferece ao filho é determinante para sua estruturação e para o seu desenvolvimento, em muitos aspectos. Para além da garantia do bem-estar físico, é na profunda relação de afetividade que se ensina o indizível, que se transmitem valores –seja por meio dos exemplos que a mãe dá ou pelas comunicações que estabelece apenas com um olhar. O cuidar se traduz na alegria diante de aprendizados e conquistas, trazendo segurança e confiança. É o abraço na hora do choro, que sustenta emocionalmente. É a escuta. É o esperar o tempo do outro. É o coração apertado nos momentos de distância. É o desenvolvimento de um ser forjado no tempo que lhe é dedicado. Essas reflexões foram essenciais para a criação de políticas públicas transversais, no âmbito do "Ser Mãe em São Paulo", uma ação da Prefeitura de São Paulo que reúne diversas atividades no mês de maio. Uma dessas ações será voltada às mães que cuidam de filhos com algum tipo de deficiência. Muitas delas, frequentemente, lidam com o preconceito e a discriminação imputados a seus filhos –o que elas descrevem como algo que dói na alma e na carne. Outras lidam com dúvidas que surgem no cotidiano, seja em relação à saúde, à educação ou ao desenvolvimento. E há aquelas que convivem constantemente com o medo do agravamento de um quadro de saúde (muitas deficiências são oriundas de doenças raras, de difícil diagnóstico e tratamento, por exemplo) e até da morte. Além disso, em alguns lares, a dedicação quase exclusiva pode também gerar conflitos familiares. Tudo isso pode provocar um constante estado de estresse e desencadear quadros depressivos. Além disso, por dedicarem tanto tempo e energia aos filhos, algumas mães não encontram tempo ou sequer se lembram de agendar consultas ou de fazer exames preventivos. Deixam também de lado o trabalho e abandonam projetos pessoais. E é preciso lembrar que, quanto maior a vulnerabilidade socioeconômica, mais graves essas questões se apresentam. Como proposta inicial para atender à população de "mães-cuidadoras", o "Ser Mãe em São Paulo" programou uma roda de conversa para que possam falar sobre suas experiências em um ambiente seguro, mediado por profissionais capacitados. Como desdobramento desta ação, serão realizados cursos, no segundo semestre deste ano, com três eixos principais: o primeiro é voltado a conhecimentos técnicos específicos (transferência da cama para a cadeira de rodas, prevenção de escaras, manejo de sonda, por exemplo); o segundo trata dos direitos das pessoas com deficiência; e o terceiro traz estratégias para que a mãe aprenda a cuidar de si mesma, de sua saúde física, mental e emocional. Esperamos alcançar uma parcela de mães que, muitas vezes, têm suas necessidades específicas pouco reconhecidas. Também desejamos, com este texto, homenagear, na figura das mães-cuidadoras de pessoas com deficiência, todas as demais. Porque, como disse o teólogo Leonardo Boff, nós não temos apenas cuidado; nós somos cuidado e, sem ele, deixamos de ser humanos. Se mãe é quem cuida, a maternidade nada mais é que a suprema manifestação da humanidade. Por fim, queremos convidar todos os leitores hoje, Dia das Mães, e em todos os dias, a cuidarem daquelas que sempre cuidam. MARIANNE PINOTTI, secretária da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo ANA ESTELA HADDAD, primeira-dama do município de São Paulo e Coordenadora da Política Municipal para o Desenvolvimento Integral da Primeira Infância (São Paulo Carinhosa) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Justiça condena menores por morte de ciclista na lagoa Rodrigo de Freitas
A Justiça condenou nesta segunda-feira (29) dois menores por participação na morte do médico Jaime Gold, assassinado em maio deste ano na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro. A decisão não seguiu o pedido do Ministério Público, que na semana passada solicitou a condenação de apenas um deles. O processo corre em segredo de Justiça. Na sentença, a juíza Michelle de Gouvêa Pestana Sampaio, da Vara da Infância e Juventude do Rio, condenou o primeiro menor e o terceiro –ambos de 16 anos–, apreendidos por participação no assassinato de Gold. O segundo suspeito foi absolvido. De acordo com a decisão da magistrada, os dois jovens deverão cumprir medidas socioeducativas e internação por até três anos. Neste período eles permanecerão sob os cuidados do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas). O assassinato de Gold, 57, ganhou repercussão internacional. Ele estava de bicicleta na pista de lazer da lagoa quando foi abordado por duas pessoas em frente ao centro náutico do Botafogo. Ele foi esfaqueado no abdômen e no braço e morreu horas depois. Os bandidos fugiram com a bicicleta. DEPOIMENTO DOS MENORES Em depoimento dado em junho pelos três adolescentes apreendidos sob suspeita de esfaquear e matar Gold, um dos jovens –o primeiro– foi inocentado. Inicialmente apontado como suspeito, o menor –o único apreendido pela polícia– não participou do crime, disseram os outros dois jovens que se entregaram. Um deles havia até incriminado o adolescente, mas mudou a versão durante audiência. A apreensão do terceiro menor provocou uma reviravolta no caso que já havia sido dado como encerrado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil. Segundo os agentes, os dois primeiros suspeitos haviam cometido o crime. De acordo com a polícia, o primeiro menor foi apreendido após ser reconhecido por uma testemunha. Ele, no entanto, nega que tenha participado do crime. Já o terceiro suspeito, que se apresentou na madrugada do dia 2, afirmou que participou do crime com o segundo menor, descartando a participação do primeiro. Ele afirmou que foi responsável pela compra da faca e depois pelo descarte. Mas também nega ter der dado as facadas em Gold. A Folha tentou, mas não conseguiu falar com os advogados dos menores.
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Justiça condena menores por morte de ciclista na lagoa Rodrigo de FreitasA Justiça condenou nesta segunda-feira (29) dois menores por participação na morte do médico Jaime Gold, assassinado em maio deste ano na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro. A decisão não seguiu o pedido do Ministério Público, que na semana passada solicitou a condenação de apenas um deles. O processo corre em segredo de Justiça. Na sentença, a juíza Michelle de Gouvêa Pestana Sampaio, da Vara da Infância e Juventude do Rio, condenou o primeiro menor e o terceiro –ambos de 16 anos–, apreendidos por participação no assassinato de Gold. O segundo suspeito foi absolvido. De acordo com a decisão da magistrada, os dois jovens deverão cumprir medidas socioeducativas e internação por até três anos. Neste período eles permanecerão sob os cuidados do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas). O assassinato de Gold, 57, ganhou repercussão internacional. Ele estava de bicicleta na pista de lazer da lagoa quando foi abordado por duas pessoas em frente ao centro náutico do Botafogo. Ele foi esfaqueado no abdômen e no braço e morreu horas depois. Os bandidos fugiram com a bicicleta. DEPOIMENTO DOS MENORES Em depoimento dado em junho pelos três adolescentes apreendidos sob suspeita de esfaquear e matar Gold, um dos jovens –o primeiro– foi inocentado. Inicialmente apontado como suspeito, o menor –o único apreendido pela polícia– não participou do crime, disseram os outros dois jovens que se entregaram. Um deles havia até incriminado o adolescente, mas mudou a versão durante audiência. A apreensão do terceiro menor provocou uma reviravolta no caso que já havia sido dado como encerrado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil. Segundo os agentes, os dois primeiros suspeitos haviam cometido o crime. De acordo com a polícia, o primeiro menor foi apreendido após ser reconhecido por uma testemunha. Ele, no entanto, nega que tenha participado do crime. Já o terceiro suspeito, que se apresentou na madrugada do dia 2, afirmou que participou do crime com o segundo menor, descartando a participação do primeiro. Ele afirmou que foi responsável pela compra da faca e depois pelo descarte. Mas também nega ter der dado as facadas em Gold. A Folha tentou, mas não conseguiu falar com os advogados dos menores.
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Meninos usam saias contra proibição de bermudas em escola da Inglaterra
Cerca de 30 garotos britânicos vestiram saias para protestar contra as regras de uniforme de sua escola, que não permitem que eles usem bermudas. Os estudantes da ISCA Academy, de Exeter, na Inglaterra, pediram autorização para mudar o uniforme por causa do calor. "Nós não somos autorizados a usar bermudas, e eu não vou ficar usando calça o dia inteiro." A diretora da escola, Aimee Mitchell, disse que, com as altas temperaturas, "ficaria feliz de considerar uma mudança" nas regras de uniforme para o futuro. "Reconhecemos que os últimos dias foram excepcionalmente quentes e estamos fazendo o possível para que os estudantes e os funcionários da escola fiquem confortáveis, na medida do possível", acrescentou. "Bermudas não são atualmente parte do uniforme para garotos, e nós não queremos fazer nenhuma mudança sem consultar os estudantes e suas famílias."
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Meninos usam saias contra proibição de bermudas em escola da InglaterraCerca de 30 garotos britânicos vestiram saias para protestar contra as regras de uniforme de sua escola, que não permitem que eles usem bermudas. Os estudantes da ISCA Academy, de Exeter, na Inglaterra, pediram autorização para mudar o uniforme por causa do calor. "Nós não somos autorizados a usar bermudas, e eu não vou ficar usando calça o dia inteiro." A diretora da escola, Aimee Mitchell, disse que, com as altas temperaturas, "ficaria feliz de considerar uma mudança" nas regras de uniforme para o futuro. "Reconhecemos que os últimos dias foram excepcionalmente quentes e estamos fazendo o possível para que os estudantes e os funcionários da escola fiquem confortáveis, na medida do possível", acrescentou. "Bermudas não são atualmente parte do uniforme para garotos, e nós não queremos fazer nenhuma mudança sem consultar os estudantes e suas famílias."
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Imagens sangrentas conduzem bom novo livro de Veronica Stigger
Não parece um acaso que, tomados em conjunto, os livros publicados por Veronica Stigger formem até em sua feição gráfica um grupo dos mais díspares. É como se a tentativa de reuni-los revelasse o que têm de desconjuntado e brancaleônico, à maneira de uma coleção de bricabraques que não se deixa apanhar de uma só vez. Essa impressão geral reitera qualquer coisa de recorrente, em escala reduzida, nos procedimentos de escrita à primeira vista dessemelhantes de cada livro: de maneira mais evidente, talvez, o flerte com o disparate, ao qual se pode atribuir um duplo sentido. Se às vezes tal flerte confere ímpeto à fabulação extravagante e profusa, como acontece em "Gran Cabaret Demenzial" (2007), também pode se realizar na compilação de vozes alheias, como se vê nos diálogos anônimos de "Delírio de Damasco" (2012). Entre demência e delírio, espetáculo noturno e escuta de vozes, o disparate é ainda visão lúcida de um mundo destrambelhado e afronta ao verniz dos bons costumes cívicos e literários. É um registro amplo que vai do grand-guignol cartunesco de "Os Anões" (2010) à burla mais comedida do premiado "Opisanie?wiata" (2013). Seu novo livro, "Sul", assume a maneira da miscelânea. É um volume que reúne em menos de cem páginas textos de gêneros diversos: um conto, uma peça e um poema. Esse último, intitulado "O Coração dos Homens", é sucedido por outro poema, escondido dentro de páginas coladas, que o leitor tem que abrir para ler. O rasgo revela "A Verdade sobre o Coração dos Homens", como que um avesso do poema anterior, desdizendo as memórias de infância ali compiladas. O gesto de abrir à força as páginas e o jogo de citações internas criado pela relação entre os poemas geminados retomam dois fios condutores do livro: as imagens cruentas de lacerações e secreções e os procedimentos de permutação textual. É algo que se vê no sangrento rodízio de gestos criado em "2035", espécie de fábula distópica que alterna afagos e chicotadas, ou no quase nonsense de "Mancha", em que Carol 1 e Carol 2 trocam perguntas e respostas desencontradas para explicar as poças de sangue espalhadas no chão, nos móveis, e, afinal, nelas mesmas. A brutalidade da brincadeira, ou a frivolidade da violência, têm algo de uma selvageria infantil já sugerida pela capa do livro. Os opostos se atraem e se confundem. O furto, apropriação indébita sem dívida nem culpa, alimenta a fábula, composta com verve e inteligência por meio da recolha e montagem (à maneira de uma colagem) de um repertório pessoal de procedência variada. SUL AUTORA Veronica Stigger EDITORA 34 QUANTO R$ 35 (96 PÁGS.)
ilustrada
Imagens sangrentas conduzem bom novo livro de Veronica StiggerNão parece um acaso que, tomados em conjunto, os livros publicados por Veronica Stigger formem até em sua feição gráfica um grupo dos mais díspares. É como se a tentativa de reuni-los revelasse o que têm de desconjuntado e brancaleônico, à maneira de uma coleção de bricabraques que não se deixa apanhar de uma só vez. Essa impressão geral reitera qualquer coisa de recorrente, em escala reduzida, nos procedimentos de escrita à primeira vista dessemelhantes de cada livro: de maneira mais evidente, talvez, o flerte com o disparate, ao qual se pode atribuir um duplo sentido. Se às vezes tal flerte confere ímpeto à fabulação extravagante e profusa, como acontece em "Gran Cabaret Demenzial" (2007), também pode se realizar na compilação de vozes alheias, como se vê nos diálogos anônimos de "Delírio de Damasco" (2012). Entre demência e delírio, espetáculo noturno e escuta de vozes, o disparate é ainda visão lúcida de um mundo destrambelhado e afronta ao verniz dos bons costumes cívicos e literários. É um registro amplo que vai do grand-guignol cartunesco de "Os Anões" (2010) à burla mais comedida do premiado "Opisanie?wiata" (2013). Seu novo livro, "Sul", assume a maneira da miscelânea. É um volume que reúne em menos de cem páginas textos de gêneros diversos: um conto, uma peça e um poema. Esse último, intitulado "O Coração dos Homens", é sucedido por outro poema, escondido dentro de páginas coladas, que o leitor tem que abrir para ler. O rasgo revela "A Verdade sobre o Coração dos Homens", como que um avesso do poema anterior, desdizendo as memórias de infância ali compiladas. O gesto de abrir à força as páginas e o jogo de citações internas criado pela relação entre os poemas geminados retomam dois fios condutores do livro: as imagens cruentas de lacerações e secreções e os procedimentos de permutação textual. É algo que se vê no sangrento rodízio de gestos criado em "2035", espécie de fábula distópica que alterna afagos e chicotadas, ou no quase nonsense de "Mancha", em que Carol 1 e Carol 2 trocam perguntas e respostas desencontradas para explicar as poças de sangue espalhadas no chão, nos móveis, e, afinal, nelas mesmas. A brutalidade da brincadeira, ou a frivolidade da violência, têm algo de uma selvageria infantil já sugerida pela capa do livro. Os opostos se atraem e se confundem. O furto, apropriação indébita sem dívida nem culpa, alimenta a fábula, composta com verve e inteligência por meio da recolha e montagem (à maneira de uma colagem) de um repertório pessoal de procedência variada. SUL AUTORA Veronica Stigger EDITORA 34 QUANTO R$ 35 (96 PÁGS.)
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Eduardo Braga assume Minas e Energia e pede apoio para Petrobras
O novo ministro de Minas e Energia, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), assumiu oficialmente o cargo nesta sexta-feira (2) após longo pronunciamento de Edison Lobão, ex-ministro e senador pelo PMDB do Maranhão. Em sua mensagem de despedida, Lobão disse ter cumprido sua missão a frente da pasta "apesar das dificuldades". Lobão disse ainda que, durante sua gestão, não atendeu a todas as recomendações técnicas dos servidores do ministério, mas que todas as medidas tomadas passaram pela aprovação de seu corpo técnico. Foi em sua gestão que o governo aprovou uma verdadeira revolução no setor elétrico, na tentativa de baixar em 20% o preço da energia para o consumidor. A mudança fez com que parte dos tributos –antes repassados às tarifas– tivessem de ser assumidos pelo Tesouro Nacional criando uma conta bilionária para a União. O mesmo instrumento também fez com que grande parte das concessões do setor tivessem suas renovações antecipadas. Parte dos efeitos e prejuízos dessa medida, especialmente para empresas do setor elétrico, seguem desconhecidos. Como é o caso de indenizações pendentes para empresas de transmissão de energia. Lobão agora retorna para o Congresso Nacional, onde ocupa o cargo pelo PMDB do Maranhão por mais quatro anos. PETROBRAS Sobre o escândalo de corrupção na Petrobras, que vem sendo investigado pela Polícia Federal, o ex-ministro Lobão evitou comentar. Disse apenas que a petroleira torna o Brasil maior e elogiou a gestão da atual presidente Graça Foster. Graça, que já colocou seu cargo à disposição da presidente Dilma Rousseff, não compareceu à cerimônia. Já o novo ministro, Eduardo Braga, disse que as denúncias "constituem fatores de perturbação no mercado". Por isso, o que for investigado terá de ser levado em conta para punição dos culpados. Disse ainda que a Petrobras precisa do "apoio de todos brasileiros para que possa prosseguir na sua tarefa de transformar o Brasil, em um futuro próximo, em um grande exportador mundial de petróleo". "A Petrobras tem dado respostas aos órgãos de fiscalização e controle com absoluta transparência", disse. "Não podemos confundir isso [as denúncias] com a Petrobras. Ela é maior que tudo isso. Temos que fortalecer a e aprimorar a governança", completou. Eduardo Braga falou sobre a conjuntura internacional para a venda do combustível, que teve uma queda forte de preços nos últimos meses do ano passado. Ele disse que há "uma estratégia para desvalorização do barril do petróleo", mas que essa política não pode ser sustentada indefinidamente. CORTES Braga disse, ainda em seu discurso, que o ano de 2015 será "dos mais difíceis". "Executaremos, sob a liderança da presidente Dilma, um necessário e indispensável programa de ajustes capaz de reconduzir o país, em no máximo dois anos, a retomada sustentável do crescimento econômico." Eduardo Braga prometeu concluir em 90 dias um diagnóstico sobre todo o setor energético do país, apontando metas, submetas, problemas e soluções. "A cada trimestre e não anualmente nós vamos acompanhar as submetas para alcançar as metas. De forma regionalizada e setorial", afirmou. ENERGIA Ao falar de energia elétrica, Eduardo Braga, disse, sem explicar quais medidas pode vir a tomar, que é "inevitável" acabar com "subsídios aleatórios e indiscriminados" que pressionam as contas públicas e que podem trazer "consequências danosas sobre a economia". Sobre possíveis reajustes extraordinários da conta de luz ou aumento de preços, o ministro disse que é "prematuro falar sobre isso". "Precisamos ter conhecimento dos cenários que teremos pela frente. As informações preliminares que temos são muito boas. Dependendo de como for a questão do clima, menos pressão há sobre a tarifa", acrescentou.
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Eduardo Braga assume Minas e Energia e pede apoio para PetrobrasO novo ministro de Minas e Energia, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), assumiu oficialmente o cargo nesta sexta-feira (2) após longo pronunciamento de Edison Lobão, ex-ministro e senador pelo PMDB do Maranhão. Em sua mensagem de despedida, Lobão disse ter cumprido sua missão a frente da pasta "apesar das dificuldades". Lobão disse ainda que, durante sua gestão, não atendeu a todas as recomendações técnicas dos servidores do ministério, mas que todas as medidas tomadas passaram pela aprovação de seu corpo técnico. Foi em sua gestão que o governo aprovou uma verdadeira revolução no setor elétrico, na tentativa de baixar em 20% o preço da energia para o consumidor. A mudança fez com que parte dos tributos –antes repassados às tarifas– tivessem de ser assumidos pelo Tesouro Nacional criando uma conta bilionária para a União. O mesmo instrumento também fez com que grande parte das concessões do setor tivessem suas renovações antecipadas. Parte dos efeitos e prejuízos dessa medida, especialmente para empresas do setor elétrico, seguem desconhecidos. Como é o caso de indenizações pendentes para empresas de transmissão de energia. Lobão agora retorna para o Congresso Nacional, onde ocupa o cargo pelo PMDB do Maranhão por mais quatro anos. PETROBRAS Sobre o escândalo de corrupção na Petrobras, que vem sendo investigado pela Polícia Federal, o ex-ministro Lobão evitou comentar. Disse apenas que a petroleira torna o Brasil maior e elogiou a gestão da atual presidente Graça Foster. Graça, que já colocou seu cargo à disposição da presidente Dilma Rousseff, não compareceu à cerimônia. Já o novo ministro, Eduardo Braga, disse que as denúncias "constituem fatores de perturbação no mercado". Por isso, o que for investigado terá de ser levado em conta para punição dos culpados. Disse ainda que a Petrobras precisa do "apoio de todos brasileiros para que possa prosseguir na sua tarefa de transformar o Brasil, em um futuro próximo, em um grande exportador mundial de petróleo". "A Petrobras tem dado respostas aos órgãos de fiscalização e controle com absoluta transparência", disse. "Não podemos confundir isso [as denúncias] com a Petrobras. Ela é maior que tudo isso. Temos que fortalecer a e aprimorar a governança", completou. Eduardo Braga falou sobre a conjuntura internacional para a venda do combustível, que teve uma queda forte de preços nos últimos meses do ano passado. Ele disse que há "uma estratégia para desvalorização do barril do petróleo", mas que essa política não pode ser sustentada indefinidamente. CORTES Braga disse, ainda em seu discurso, que o ano de 2015 será "dos mais difíceis". "Executaremos, sob a liderança da presidente Dilma, um necessário e indispensável programa de ajustes capaz de reconduzir o país, em no máximo dois anos, a retomada sustentável do crescimento econômico." Eduardo Braga prometeu concluir em 90 dias um diagnóstico sobre todo o setor energético do país, apontando metas, submetas, problemas e soluções. "A cada trimestre e não anualmente nós vamos acompanhar as submetas para alcançar as metas. De forma regionalizada e setorial", afirmou. ENERGIA Ao falar de energia elétrica, Eduardo Braga, disse, sem explicar quais medidas pode vir a tomar, que é "inevitável" acabar com "subsídios aleatórios e indiscriminados" que pressionam as contas públicas e que podem trazer "consequências danosas sobre a economia". Sobre possíveis reajustes extraordinários da conta de luz ou aumento de preços, o ministro disse que é "prematuro falar sobre isso". "Precisamos ter conhecimento dos cenários que teremos pela frente. As informações preliminares que temos são muito boas. Dependendo de como for a questão do clima, menos pressão há sobre a tarifa", acrescentou.
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Restaurante aposta em massas e frutos do mar em shopping de Santo André
DE SÃO PAULO O restaurante Portofino Cucina Italiana fez sua estreia no Boulevard Gastronômico do Grand Plaza Shopping, em Santo André, no fim do ano passado. É dos mesmos donos do Cruzeiro's Bar e de outros bares, como o Villa Caetano's e o Caetano's Bar, ambos na zona norte de São Paulo. Apesar de operar dentro do centro de compras, a casa tem salão próprio, longe do burburinho da praça de alimentação. É aconchegante, decorado em madeira e com coloridos azulejos hidráulicos no bar. O cardápio reflete a culinária de Portofino, um vilarejo de pescadores localizado na região da Ligúria, na Itália. No restaurante, portanto, brilham não só as massas, mas também os pratos com peixes e frutos do mar. O carro-chefe, aliás, é o "spaghetti del mar", que leva macarrão, mexilhões, lula, camarões e molho pomodoro (R$ 84; serve até três pessoas). Outras pedidas também são interessantes, como papardelle à carbonara, com pancetta e molho à base de ovos, creme de leite e queijo. Se preferir carnes, a sugestão é a paleta de cordeiro assada, servida com batatas, cebolas, brócolis e arroz branco (R$ 89). Grand Plaza Shopping. Av. Industrial, 600, boulevard gastronômico, 526B, Santo André, tel. 4436-4930. Seg. a qui.: 12h às 23h. Sex. e sáb.: 12h a 0h. Dom.: 12h às 22h.
saopaulo
Restaurante aposta em massas e frutos do mar em shopping de Santo AndréDE SÃO PAULO O restaurante Portofino Cucina Italiana fez sua estreia no Boulevard Gastronômico do Grand Plaza Shopping, em Santo André, no fim do ano passado. É dos mesmos donos do Cruzeiro's Bar e de outros bares, como o Villa Caetano's e o Caetano's Bar, ambos na zona norte de São Paulo. Apesar de operar dentro do centro de compras, a casa tem salão próprio, longe do burburinho da praça de alimentação. É aconchegante, decorado em madeira e com coloridos azulejos hidráulicos no bar. O cardápio reflete a culinária de Portofino, um vilarejo de pescadores localizado na região da Ligúria, na Itália. No restaurante, portanto, brilham não só as massas, mas também os pratos com peixes e frutos do mar. O carro-chefe, aliás, é o "spaghetti del mar", que leva macarrão, mexilhões, lula, camarões e molho pomodoro (R$ 84; serve até três pessoas). Outras pedidas também são interessantes, como papardelle à carbonara, com pancetta e molho à base de ovos, creme de leite e queijo. Se preferir carnes, a sugestão é a paleta de cordeiro assada, servida com batatas, cebolas, brócolis e arroz branco (R$ 89). Grand Plaza Shopping. Av. Industrial, 600, boulevard gastronômico, 526B, Santo André, tel. 4436-4930. Seg. a qui.: 12h às 23h. Sex. e sáb.: 12h a 0h. Dom.: 12h às 22h.
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Leia trecho do livro "Entre o Mundo e Eu", finalista do National Book Award
RESUMO Em livro a sair pela Objetiva no dia 19, autor negro nascido em Baltimore, cidade altamente segregada, propõe leitura da história dos EUA à luz da questão racial. Escrito em forma de carta ao filho em seu aniversário de 15 anos, ensaio concorre ao National Book Award, cujos vencedores serão anunciados no dia 18. Ele sempre esteve bem diante de mim. O medo estava lá, nos extravagantes rapazes da minha vizinhança, com seus grandes anéis e medalhões, seus grandes e inflados casacos, suas jaquetas de couro compridas com golas de pelo, que eram a armadura que vestiam contra seu mundo. Ficavam na esquina da Gwynn Oak com a Liberty, ou da Cold Spring com Park Heights, ou do lado de fora do Mondawmin Mall, com as mãos enfiadas nas roupas de malha Russell. Penso agora naqueles rapazes e tudo que vejo é medo, tudo que vejo são eles se preparando para enfrentar os fantasmas dos velhos dias ruins, quando a turba do Mississippi se reunia em torno de seus avós para que as partes do corpo negro fossem incendiadas e depois cortadas. O medo se manifestava no bebop que praticavam, em seus desleixados jeans, suas grandes camisetas, no ângulo calculado de seus bonés de beisebol, num catálogo de comportamentos e roupas adotado para inspirar a crença de que exerciam a firme posse de tudo que queriam. Vi isso em seus costumes de guerra. Eu devia ter cinco anos e estava sentado nos degraus da frente da minha casa na avenida Woodbrook quando vi dois garotos sem camisa circularem um em volta do outro, bem de perto, batendo ombros. Desde então, sei que uma luta de rua tem um ritual, regulamentos e códigos que, por sua própria necessidade de existência, atestam toda a vulnerabilidade dos corpos dos adolescentes negros. Ouvi o medo na primeira música que conheci, a música que irrompia de grandes toca-fitas, cheios de arrogância. Os rapazes que ficavam na Garrison e na Liberty, em Park Heights, gostavam dessa música porque ela lhes dizia, contra toda evidência e probabilidade, que eles eram os senhores de suas próprias vidas, suas próprias ruas e seus próprios corpos. Vi o medo nas garotas, em seu riso alto, em seus brincos dourados de bambu que anunciavam três vezes seus nomes. E vi o medo em seu linguajar brutal, seu olhar duro, que diziam que o cortariam com os olhos e o destruiriam com suas palavras pelo pecado de brincar demais. "Não se atreva a dizer meu nome", diziam. Eu os observava depois da escola, em posição de combate, como boxeadores, vaselina nos cabelos, brincos de fora, calçando Reeboks, saltando um sobre o outro. Senti o medo nas visitas à casa da minha vó, na Filadélfia. Você não chegou a conhecê-la. Eu mal a conhecia, mas me lembro de seus modos rudes, de sua voz áspera. E eu sabia que o pai do meu pai estava morto, que meu tio Oscar estava morto e que meu tio David estava morto, e que nenhuma dessas situações tinha sido natural. E vi o medo em meu próprio pai, que ama você, que dá conselhos a você, que me deu dinheiro para cuidar de você. Meu pai tinha tanto medo. Eu o senti na chicotada de seu cinto de couro preto, que ele aplicava mais com ansiedade do que com raiva, meu pai que me batia como se alguém pudesse me levar embora, porque era exatamente isso que estava acontecendo por toda parte a nossa volta. Todo mundo tinha, de algum modo, perdido um filho para as ruas, para a prisão, para as drogas, para as armas. Dizia-se que essas garotas perdidas eram doces como o mel e não fariam mal a uma mosca. Dizia-se que esses rapazes perdidos tinham acabado de receber um GED [General Education Development] e começado a mudar suas vidas. E agora eles tinham ido embora, e seu legado era um grande medo. Eles lhe contaram essa história? Quando sua avó tinha 16 anos, um jovem bateu a sua porta. Esse jovem era o namorado de sua Nana Jo. Não havia mais ninguém em casa. Mamãe deixou que esse jovem se sentasse e esperasse até sua Nana Jo voltar. Mas sua bisavó chegou primeiro. Ela pediu ao jovem que fosse embora. Depois deu uma surra terrível em sua avó, uma última vez, para que ela se lembrasse de quão facilmente poderia perder seu corpo. Mamãe nunca esqueceu. Lembro-me de seu aperto forte em minha mãozinha quando atravessávamos a rua. Ela me dizia que, se alguma vez eu me soltasse e fosse atropelado e morto por um carro, ela me bateria e me traria de volta à vida. Quando eu tinha seis anos, mamãe e papai me levaram a um parque local. Escapei à vigilância deles e achei um playground. Seus avós passaram ansiosos minutos me procurando. Quando me encontraram, papai fez o que todo pai que conheço teria feito –levou a mão ao cinto. Lembro-me de ter ficado olhando para ele numa espécie de atordoamento, aterrorizado, naquela meia distância entre castigo e agressão. Depois, ouvi a voz de papai: "Ou eu bato nele, ou bate a polícia". Talvez isso tenha me salvado. Talvez não. Tudo que sei é que a violência surgiu do medo como a fumaça surge do fogo, e não sei dizer se essa violência, mesmo administrada com medo e amor, fez soar o alarme ou nos chocou de saída. O que sei é que pais que surraram seus filhos adolescentes por insolência depois os viram ir para as ruas, onde empregaram a mesma forma de justiça e foram a ela submetidos. E conheci mães que batiam com o cinto nas filhas, o que não conseguiu salvá-las de traficantes de drogas com o dobro de sua idade. Nós, os filhos, nos valíamos de nosso humor mais sombrio para lidar com isso. Ficávamos no beco, onde lançávamos bolas de basquete através de caixotes com buracos, e zombávamos do garoto cuja mãe o constrangera batendo nele diante de toda a turma da quinta série. Viajávamos no ônibus 5, que levava ao Centro, rindo de alguma garota cuja mãe era conhecida porque estava sempre procurando alguma coisa –cabos, fios de extensão, potes, panelas. Ríamos, mas sei que tínhamos medo daqueles que mais nos amavam. Nossos pais recorriam ao chicote do mesmo modo que os flageladores, nos anos de peste, recorriam ao flagelo. Ser negro na Baltimore da minha juventude era estar nu ante os elementos do mundo, ante todas as armas de fogo, os punhos, as facas, o crack, o estupro e a doença. A nudez não é um erro, nem patologia. A nudez é o resultado correto e intencional da política, o desfecho previsível para pessoas que foram forçadas, durante séculos, a viver com medo. A lei não nos protegia. E agora, na sua época, a lei se tornou um pretexto para detenções e revistas, isto é, para levar adiante a agressão ao seu corpo. TA-NEHISI COATES, 40, escritor e jornalista da revista "The Atlantic". PAULO GEIGER é editor e tradutor do inglês e do hebraico.
ilustrissima
Leia trecho do livro "Entre o Mundo e Eu", finalista do National Book AwardRESUMO Em livro a sair pela Objetiva no dia 19, autor negro nascido em Baltimore, cidade altamente segregada, propõe leitura da história dos EUA à luz da questão racial. Escrito em forma de carta ao filho em seu aniversário de 15 anos, ensaio concorre ao National Book Award, cujos vencedores serão anunciados no dia 18. Ele sempre esteve bem diante de mim. O medo estava lá, nos extravagantes rapazes da minha vizinhança, com seus grandes anéis e medalhões, seus grandes e inflados casacos, suas jaquetas de couro compridas com golas de pelo, que eram a armadura que vestiam contra seu mundo. Ficavam na esquina da Gwynn Oak com a Liberty, ou da Cold Spring com Park Heights, ou do lado de fora do Mondawmin Mall, com as mãos enfiadas nas roupas de malha Russell. Penso agora naqueles rapazes e tudo que vejo é medo, tudo que vejo são eles se preparando para enfrentar os fantasmas dos velhos dias ruins, quando a turba do Mississippi se reunia em torno de seus avós para que as partes do corpo negro fossem incendiadas e depois cortadas. O medo se manifestava no bebop que praticavam, em seus desleixados jeans, suas grandes camisetas, no ângulo calculado de seus bonés de beisebol, num catálogo de comportamentos e roupas adotado para inspirar a crença de que exerciam a firme posse de tudo que queriam. Vi isso em seus costumes de guerra. Eu devia ter cinco anos e estava sentado nos degraus da frente da minha casa na avenida Woodbrook quando vi dois garotos sem camisa circularem um em volta do outro, bem de perto, batendo ombros. Desde então, sei que uma luta de rua tem um ritual, regulamentos e códigos que, por sua própria necessidade de existência, atestam toda a vulnerabilidade dos corpos dos adolescentes negros. Ouvi o medo na primeira música que conheci, a música que irrompia de grandes toca-fitas, cheios de arrogância. Os rapazes que ficavam na Garrison e na Liberty, em Park Heights, gostavam dessa música porque ela lhes dizia, contra toda evidência e probabilidade, que eles eram os senhores de suas próprias vidas, suas próprias ruas e seus próprios corpos. Vi o medo nas garotas, em seu riso alto, em seus brincos dourados de bambu que anunciavam três vezes seus nomes. E vi o medo em seu linguajar brutal, seu olhar duro, que diziam que o cortariam com os olhos e o destruiriam com suas palavras pelo pecado de brincar demais. "Não se atreva a dizer meu nome", diziam. Eu os observava depois da escola, em posição de combate, como boxeadores, vaselina nos cabelos, brincos de fora, calçando Reeboks, saltando um sobre o outro. Senti o medo nas visitas à casa da minha vó, na Filadélfia. Você não chegou a conhecê-la. Eu mal a conhecia, mas me lembro de seus modos rudes, de sua voz áspera. E eu sabia que o pai do meu pai estava morto, que meu tio Oscar estava morto e que meu tio David estava morto, e que nenhuma dessas situações tinha sido natural. E vi o medo em meu próprio pai, que ama você, que dá conselhos a você, que me deu dinheiro para cuidar de você. Meu pai tinha tanto medo. Eu o senti na chicotada de seu cinto de couro preto, que ele aplicava mais com ansiedade do que com raiva, meu pai que me batia como se alguém pudesse me levar embora, porque era exatamente isso que estava acontecendo por toda parte a nossa volta. Todo mundo tinha, de algum modo, perdido um filho para as ruas, para a prisão, para as drogas, para as armas. Dizia-se que essas garotas perdidas eram doces como o mel e não fariam mal a uma mosca. Dizia-se que esses rapazes perdidos tinham acabado de receber um GED [General Education Development] e começado a mudar suas vidas. E agora eles tinham ido embora, e seu legado era um grande medo. Eles lhe contaram essa história? Quando sua avó tinha 16 anos, um jovem bateu a sua porta. Esse jovem era o namorado de sua Nana Jo. Não havia mais ninguém em casa. Mamãe deixou que esse jovem se sentasse e esperasse até sua Nana Jo voltar. Mas sua bisavó chegou primeiro. Ela pediu ao jovem que fosse embora. Depois deu uma surra terrível em sua avó, uma última vez, para que ela se lembrasse de quão facilmente poderia perder seu corpo. Mamãe nunca esqueceu. Lembro-me de seu aperto forte em minha mãozinha quando atravessávamos a rua. Ela me dizia que, se alguma vez eu me soltasse e fosse atropelado e morto por um carro, ela me bateria e me traria de volta à vida. Quando eu tinha seis anos, mamãe e papai me levaram a um parque local. Escapei à vigilância deles e achei um playground. Seus avós passaram ansiosos minutos me procurando. Quando me encontraram, papai fez o que todo pai que conheço teria feito –levou a mão ao cinto. Lembro-me de ter ficado olhando para ele numa espécie de atordoamento, aterrorizado, naquela meia distância entre castigo e agressão. Depois, ouvi a voz de papai: "Ou eu bato nele, ou bate a polícia". Talvez isso tenha me salvado. Talvez não. Tudo que sei é que a violência surgiu do medo como a fumaça surge do fogo, e não sei dizer se essa violência, mesmo administrada com medo e amor, fez soar o alarme ou nos chocou de saída. O que sei é que pais que surraram seus filhos adolescentes por insolência depois os viram ir para as ruas, onde empregaram a mesma forma de justiça e foram a ela submetidos. E conheci mães que batiam com o cinto nas filhas, o que não conseguiu salvá-las de traficantes de drogas com o dobro de sua idade. Nós, os filhos, nos valíamos de nosso humor mais sombrio para lidar com isso. Ficávamos no beco, onde lançávamos bolas de basquete através de caixotes com buracos, e zombávamos do garoto cuja mãe o constrangera batendo nele diante de toda a turma da quinta série. Viajávamos no ônibus 5, que levava ao Centro, rindo de alguma garota cuja mãe era conhecida porque estava sempre procurando alguma coisa –cabos, fios de extensão, potes, panelas. Ríamos, mas sei que tínhamos medo daqueles que mais nos amavam. Nossos pais recorriam ao chicote do mesmo modo que os flageladores, nos anos de peste, recorriam ao flagelo. Ser negro na Baltimore da minha juventude era estar nu ante os elementos do mundo, ante todas as armas de fogo, os punhos, as facas, o crack, o estupro e a doença. A nudez não é um erro, nem patologia. A nudez é o resultado correto e intencional da política, o desfecho previsível para pessoas que foram forçadas, durante séculos, a viver com medo. A lei não nos protegia. E agora, na sua época, a lei se tornou um pretexto para detenções e revistas, isto é, para levar adiante a agressão ao seu corpo. TA-NEHISI COATES, 40, escritor e jornalista da revista "The Atlantic". PAULO GEIGER é editor e tradutor do inglês e do hebraico.
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'Campanha do medo' marca reta final de plebiscito britânico sobre UE
A decisão mais importante para a relação do Reino Unido com o resto da Europa nesta geração será tomada na próxima quinta-feira (23), quando oseleitores britânicos decidem em plebiscito se o país continua ou não a integrar a União Europeia. Na semana anterior ao pleito, o país assistiu a uma disputa acirrada nas pesquisas e nos ânimos, incluindo o trágico assassinato de uma deputada de esquerda por um suspeito com fortes elementos de extrema-direita. Após uma pausa na campanha, suspensa após a morte da deputada trabalhista Jo Cox na quinta-feira, alguns esperam que a campanha seja retomada em tom mais ameno. O debate inesperadamente acre da campanha, carregado de ataques pessoais, apelos emocionais e argumentos exagerados, surpreendeu muitos mesmo nos círculos políticos. Analistas também apontam que a campanha foi marcada pela dificuldade, em ambos os lados, de colocar a discussão em termos concretos, fazendo do medo a principal tática para atrair os eleitores. Para Charlotte Galpin, pesquisadora britânica na Universidade de Copenhague, os britânicos chegarão "com opiniões distorcidas" à votação mais importante sobre a integração regional desde 1975, ano em que dois terços dos eleitores confirmaram a entrada do país na Comunidade Econômica Europeia. "A mídia britânica dá pouca importância à política europeia e o tema é pouco estudado nas escolas e universidades a não ser em currículos específicos. Então as pessoas não sabem como articular os argumentos", disse Galpin à BBC Brasil. Ela aponta uma sondagem feita no ano passado pelo instituto Eurobarometer, em que o Reino Unido foi considerado o país da União Europeia cujos cidadãos têm o pior nível de conhecimento do funcionamento do bloco. "As pessoas não sabem discutir levando em conta as realidades da União Europeia e acabam sendo atraídas pela campanha do medo, cujos argumentos são mais fáceis de entender." PAÍS AO MEIO Pesquisas divulgadas no fim de semana confirmam que o país está rachado ao meio entre ficar na UE ou sair do bloco: a mais importante delas, do instituto YouGov, dá 44% para a opção de "ficar na EU" e 43% para a opção de "sair da UE". Apesar do empate técnico, partidários do "fica" veem nos números um retorno dos eleitores ao status quo, após um aumento súbito no apoio à saída registrado neste mês. Dois terços dos entrevistados na pesquisa foram sondados após a morte da deputada Jo Cox. A lógica é que o crime abalaria seriamente a campanha pela separação. Ao mesmo tempo, as sondagens revelam o peso que terá a posição dos indecisos - grupo, que segundo as pesquisas, giraria em torno de 10%. Ambos os lados têm martelado seus argumentos e reduzido a discussão a apenas dois temas: imigração e economia. No primeiro tema, a discussão foi visceral e pautada, em grande parte, pelo partido nacionalista Ukip e seu líder, Nigel Farage. A mais recente aposta de marketing de Farage - um cartaz mostrando um fluxo de refugiados sírios destinado a afugentar os eleitores preocupados com os níveis de imigração - foi classificada de "racista" e criticada por ambos os lados da campanha. Outro ponto que tem gerado confusão e temor é a possibilidade da entrada da Turquia na União Europeia - coisa que o premiê, David Cameron, partidário da permanência do Reino Unido no bloco, tem ressaltado que não ocorrerá antes de "décadas" de negociação. Minando seus esforços está o seu próprio ministro da Justiça, Michael Gove, para quem a entrada de países como a Turquia na UE poderia levar a um aumento de 5 milhões de imigrantes no Reino Unido até 2030 - uma população do tamanho da Escócia. Isto, argumentam os partidários da saída, levaria ao colapso do sistema de saúde, o esgotamento dos benefícios sociais e a superlotação das escolas. O destino do Reino Unido INCERTEZAS Do outro lado, os defensores da permanência na União Europeia também são acusados de embarcar na campanha do medo e de tentar vender a versão de que a saída do bloco representará uma catástrofe econômica para o Reino Unido. A cartada mais controversa nessa estratégia veio do ministro da Economia, George Osborne, que apresentou um dramático "orçamento de emergência" para um cenário de saída. Nos cálculos de Osborne, essa opção deixaria um rombo nas contas públicas de 30 bilhões de libras (quase R$ 150 bilhões), que teria de ser coberto com aumentos de impostos, cortes na saúde, educação e defesa, e anos de políticas de austeridade. A projeção foi duramente criticada por parlamentares do próprio partido Conservador, que acusaram o ministro de fazer uma campanha do medo com ameaças vazias. A aprovação do orçamento seria muito improvável no Parlamento, depois que quase 60 deputados conservadores disseram que se rebelariam e rejeitariam a proposta. Poucos questionem, porém, que a separação seria um baque econômico para o país. Na sexta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou suas próprias projeções para um cenário de saída, estimando que encolheria a economia britânica entre 1,5% a 5,5% até 2019. O país exporta metade de sua produção para países da União Europeia e, se sair do bloco, teria de renegociar cerca de 60 acordos comerciais da UE com o resto do mundo, incluindo com países importantes, como EUA, China, Japão, Índia e Austrália. 'CAMPANHA DO MEDO' O que praticamente não se ouviu foram razões positivas para a permanência na União Europeia, concordam analistas. Entrevistado pelo público na BBC no domingo à noite, o premiê David Cameron admitiu que precisa "melhorar" sua argumentação em favor do bloco. "O que aprendi em seis anos é que não existe problema no mundo que não seja melhor resolvido com seus aliados, seus amigos, seus vizinhos", disse Cameron. Para Raoul Ruparel, co-diretor do centro de estudos OpenEurope, a discussão configurou o que ele e outros acadêmicos chamam de "Project Fear": Projeto Medo. "Isso não quer dizer que os argumentos não tenham méritos. Alguns têm e outros não têm, mas todos são argumentos negativos que destacam os riscos associados com uma opção ou outra", escreveu Ruparel. "A realidade é que até o momento (o plebiscito) foi a campanha do medo contra a campanha do medo." Charlotte Galpin, da Universidade de Copenhague, diz que a ausência de viés positivo no debate condiz com o forte ceticismo existente no Partido Conservador em relação à integração europeia. "Vimos um debate primariamente dominado por homens brancos, principalmente do Partido Conservador. Vimos pouquíssimas especialistas mulheres, pouquíssimas vozes de minorias", disse a pesquisadora. "Há diversas proteções europeias para os trabalhadores e para as mulheres vítimas de violência doméstica, por exemplo. Na questão do meio ambiente, a legislação europeia melhorou muito a qualidade das praias britânicas", exemplifica. "As vozes enfatizando estes aspectos não receberam tanta atenção."
mundo
'Campanha do medo' marca reta final de plebiscito britânico sobre UEA decisão mais importante para a relação do Reino Unido com o resto da Europa nesta geração será tomada na próxima quinta-feira (23), quando oseleitores britânicos decidem em plebiscito se o país continua ou não a integrar a União Europeia. Na semana anterior ao pleito, o país assistiu a uma disputa acirrada nas pesquisas e nos ânimos, incluindo o trágico assassinato de uma deputada de esquerda por um suspeito com fortes elementos de extrema-direita. Após uma pausa na campanha, suspensa após a morte da deputada trabalhista Jo Cox na quinta-feira, alguns esperam que a campanha seja retomada em tom mais ameno. O debate inesperadamente acre da campanha, carregado de ataques pessoais, apelos emocionais e argumentos exagerados, surpreendeu muitos mesmo nos círculos políticos. Analistas também apontam que a campanha foi marcada pela dificuldade, em ambos os lados, de colocar a discussão em termos concretos, fazendo do medo a principal tática para atrair os eleitores. Para Charlotte Galpin, pesquisadora britânica na Universidade de Copenhague, os britânicos chegarão "com opiniões distorcidas" à votação mais importante sobre a integração regional desde 1975, ano em que dois terços dos eleitores confirmaram a entrada do país na Comunidade Econômica Europeia. "A mídia britânica dá pouca importância à política europeia e o tema é pouco estudado nas escolas e universidades a não ser em currículos específicos. Então as pessoas não sabem como articular os argumentos", disse Galpin à BBC Brasil. Ela aponta uma sondagem feita no ano passado pelo instituto Eurobarometer, em que o Reino Unido foi considerado o país da União Europeia cujos cidadãos têm o pior nível de conhecimento do funcionamento do bloco. "As pessoas não sabem discutir levando em conta as realidades da União Europeia e acabam sendo atraídas pela campanha do medo, cujos argumentos são mais fáceis de entender." PAÍS AO MEIO Pesquisas divulgadas no fim de semana confirmam que o país está rachado ao meio entre ficar na UE ou sair do bloco: a mais importante delas, do instituto YouGov, dá 44% para a opção de "ficar na EU" e 43% para a opção de "sair da UE". Apesar do empate técnico, partidários do "fica" veem nos números um retorno dos eleitores ao status quo, após um aumento súbito no apoio à saída registrado neste mês. Dois terços dos entrevistados na pesquisa foram sondados após a morte da deputada Jo Cox. A lógica é que o crime abalaria seriamente a campanha pela separação. Ao mesmo tempo, as sondagens revelam o peso que terá a posição dos indecisos - grupo, que segundo as pesquisas, giraria em torno de 10%. Ambos os lados têm martelado seus argumentos e reduzido a discussão a apenas dois temas: imigração e economia. No primeiro tema, a discussão foi visceral e pautada, em grande parte, pelo partido nacionalista Ukip e seu líder, Nigel Farage. A mais recente aposta de marketing de Farage - um cartaz mostrando um fluxo de refugiados sírios destinado a afugentar os eleitores preocupados com os níveis de imigração - foi classificada de "racista" e criticada por ambos os lados da campanha. Outro ponto que tem gerado confusão e temor é a possibilidade da entrada da Turquia na União Europeia - coisa que o premiê, David Cameron, partidário da permanência do Reino Unido no bloco, tem ressaltado que não ocorrerá antes de "décadas" de negociação. Minando seus esforços está o seu próprio ministro da Justiça, Michael Gove, para quem a entrada de países como a Turquia na UE poderia levar a um aumento de 5 milhões de imigrantes no Reino Unido até 2030 - uma população do tamanho da Escócia. Isto, argumentam os partidários da saída, levaria ao colapso do sistema de saúde, o esgotamento dos benefícios sociais e a superlotação das escolas. O destino do Reino Unido INCERTEZAS Do outro lado, os defensores da permanência na União Europeia também são acusados de embarcar na campanha do medo e de tentar vender a versão de que a saída do bloco representará uma catástrofe econômica para o Reino Unido. A cartada mais controversa nessa estratégia veio do ministro da Economia, George Osborne, que apresentou um dramático "orçamento de emergência" para um cenário de saída. Nos cálculos de Osborne, essa opção deixaria um rombo nas contas públicas de 30 bilhões de libras (quase R$ 150 bilhões), que teria de ser coberto com aumentos de impostos, cortes na saúde, educação e defesa, e anos de políticas de austeridade. A projeção foi duramente criticada por parlamentares do próprio partido Conservador, que acusaram o ministro de fazer uma campanha do medo com ameaças vazias. A aprovação do orçamento seria muito improvável no Parlamento, depois que quase 60 deputados conservadores disseram que se rebelariam e rejeitariam a proposta. Poucos questionem, porém, que a separação seria um baque econômico para o país. Na sexta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou suas próprias projeções para um cenário de saída, estimando que encolheria a economia britânica entre 1,5% a 5,5% até 2019. O país exporta metade de sua produção para países da União Europeia e, se sair do bloco, teria de renegociar cerca de 60 acordos comerciais da UE com o resto do mundo, incluindo com países importantes, como EUA, China, Japão, Índia e Austrália. 'CAMPANHA DO MEDO' O que praticamente não se ouviu foram razões positivas para a permanência na União Europeia, concordam analistas. Entrevistado pelo público na BBC no domingo à noite, o premiê David Cameron admitiu que precisa "melhorar" sua argumentação em favor do bloco. "O que aprendi em seis anos é que não existe problema no mundo que não seja melhor resolvido com seus aliados, seus amigos, seus vizinhos", disse Cameron. Para Raoul Ruparel, co-diretor do centro de estudos OpenEurope, a discussão configurou o que ele e outros acadêmicos chamam de "Project Fear": Projeto Medo. "Isso não quer dizer que os argumentos não tenham méritos. Alguns têm e outros não têm, mas todos são argumentos negativos que destacam os riscos associados com uma opção ou outra", escreveu Ruparel. "A realidade é que até o momento (o plebiscito) foi a campanha do medo contra a campanha do medo." Charlotte Galpin, da Universidade de Copenhague, diz que a ausência de viés positivo no debate condiz com o forte ceticismo existente no Partido Conservador em relação à integração europeia. "Vimos um debate primariamente dominado por homens brancos, principalmente do Partido Conservador. Vimos pouquíssimas especialistas mulheres, pouquíssimas vozes de minorias", disse a pesquisadora. "Há diversas proteções europeias para os trabalhadores e para as mulheres vítimas de violência doméstica, por exemplo. Na questão do meio ambiente, a legislação europeia melhorou muito a qualidade das praias britânicas", exemplifica. "As vozes enfatizando estes aspectos não receberam tanta atenção."
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Acidente entre trem e ônibus mata quatro e fere nove na Paraíba
Quatro pessoas morreram e pelo menos nove ficaram feridas na tarde desta segunda-feira (29) após um acidente entre um ônibus e um trem no distrito de Várzea Nova, no município de Santa Rita, na região metropolitana de João Pessoa, na Paraíba. Três passageiros morreram no local. A quarta vítima, Cléia Percilia, 35, foi encaminhada para o hospital de emergência Senador Humberto Lucena, na capital. Ela passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada desta terça (1°). Duas pessoas tiveram alta hospitalar, uma de 18 anos e outra de 59 anos, pela manhã. Até o início da tarde, continuavam internadas sete pessoas –duas em estado grave, porém, estável–, segundo boletim da unidade de saúde. Uma das vítimas, a professora Edilane Macedo, 49, morava nas proximidades do local do acidente e iria descer do ônibus após atravessar a linha férrea. A dona de casa Nathianara Carneiro, amiga de Edilane, lamentou a morte da amiga. "Ela era uma mulher de muita fé, íntegra. Ela voltava de João Pessoa, onde foi resolver problemas para a casa", afirmou. Imagens de um estabelecimento comercial que fica nas proximidades da linha férrea mostram o momento da batida entre os dois veículos. O vídeo começa às 15h31 e, poucos segundos depois, o ônibus faz uma conversão à esquerda. Ao tentar passar pelos trilhos, o ônibus para por alguns segundos. É nesse momento que ocorre a batida. Quinze segundos depois, o ônibus aparece virado. Veja vídeo Após o acidente, o motorista do ônibus fugiu, mas foi localizado posteriormente. Tanto o motorista quanto os dois maquinistas foram ouvidos pela polícia e liberados, porque não houve flagrante. Segundo o delegado da 6ª Delegacia Distrital, Antônio Alves de Farias, os três foram indiciados sob suspeita de homicídio culposo (quando não há intenção de matar). O delegado disse que perícias mostraram que não havia problema com o ônibus e que o trem operava sem o equipamento que mede a velocidade. "Convoquei o chefe de manutenção da CBTU [Companhia Brasileira de Trens Urbanos João Pessoa] para saber o porquê e responsabilizar a CBTU ", disse. A CBTU emitiu nota na qual afirma que a velocidade do trem estava dentro do limite permitido e que no local do acidente a sinalização ferroviária estava adequada. A empresa disse ainda que aguarda a perícia que será realizada e que abriu uma sindicância para apurar os fatos. Nesta terça, diretores da companhia foram ao hospital, onde receberam notícias dos acidentados e lamentaram o ocorrido. Já a direção da Rodoviária Santa Rita, responsável pelo Sistema Integrado Metropolitano (SIM), divulgou nota lamentando o acidente e afirmando que está prestando assistência às vítimas e familiares. A empresa disse que o motorista trabalha há 17 anos na empresa e que sua conduta profissional sempre foi exemplar, que o veículo envolvido no acidente está dentro dos padrões de operação exigidos, com apenas cinco anos de uso, e que todos o relatórios de inspeção técnica veicular estão em dia. Por fim, a direção da empresa reiterou que iniciou os procedimentos para apurar as causas do acidente e que vem contribuindo com as autoridades competentes.
cotidiano
Acidente entre trem e ônibus mata quatro e fere nove na ParaíbaQuatro pessoas morreram e pelo menos nove ficaram feridas na tarde desta segunda-feira (29) após um acidente entre um ônibus e um trem no distrito de Várzea Nova, no município de Santa Rita, na região metropolitana de João Pessoa, na Paraíba. Três passageiros morreram no local. A quarta vítima, Cléia Percilia, 35, foi encaminhada para o hospital de emergência Senador Humberto Lucena, na capital. Ela passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada desta terça (1°). Duas pessoas tiveram alta hospitalar, uma de 18 anos e outra de 59 anos, pela manhã. Até o início da tarde, continuavam internadas sete pessoas –duas em estado grave, porém, estável–, segundo boletim da unidade de saúde. Uma das vítimas, a professora Edilane Macedo, 49, morava nas proximidades do local do acidente e iria descer do ônibus após atravessar a linha férrea. A dona de casa Nathianara Carneiro, amiga de Edilane, lamentou a morte da amiga. "Ela era uma mulher de muita fé, íntegra. Ela voltava de João Pessoa, onde foi resolver problemas para a casa", afirmou. Imagens de um estabelecimento comercial que fica nas proximidades da linha férrea mostram o momento da batida entre os dois veículos. O vídeo começa às 15h31 e, poucos segundos depois, o ônibus faz uma conversão à esquerda. Ao tentar passar pelos trilhos, o ônibus para por alguns segundos. É nesse momento que ocorre a batida. Quinze segundos depois, o ônibus aparece virado. Veja vídeo Após o acidente, o motorista do ônibus fugiu, mas foi localizado posteriormente. Tanto o motorista quanto os dois maquinistas foram ouvidos pela polícia e liberados, porque não houve flagrante. Segundo o delegado da 6ª Delegacia Distrital, Antônio Alves de Farias, os três foram indiciados sob suspeita de homicídio culposo (quando não há intenção de matar). O delegado disse que perícias mostraram que não havia problema com o ônibus e que o trem operava sem o equipamento que mede a velocidade. "Convoquei o chefe de manutenção da CBTU [Companhia Brasileira de Trens Urbanos João Pessoa] para saber o porquê e responsabilizar a CBTU ", disse. A CBTU emitiu nota na qual afirma que a velocidade do trem estava dentro do limite permitido e que no local do acidente a sinalização ferroviária estava adequada. A empresa disse ainda que aguarda a perícia que será realizada e que abriu uma sindicância para apurar os fatos. Nesta terça, diretores da companhia foram ao hospital, onde receberam notícias dos acidentados e lamentaram o ocorrido. Já a direção da Rodoviária Santa Rita, responsável pelo Sistema Integrado Metropolitano (SIM), divulgou nota lamentando o acidente e afirmando que está prestando assistência às vítimas e familiares. A empresa disse que o motorista trabalha há 17 anos na empresa e que sua conduta profissional sempre foi exemplar, que o veículo envolvido no acidente está dentro dos padrões de operação exigidos, com apenas cinco anos de uso, e que todos o relatórios de inspeção técnica veicular estão em dia. Por fim, a direção da empresa reiterou que iniciou os procedimentos para apurar as causas do acidente e que vem contribuindo com as autoridades competentes.
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Chibana vai à final do judô e garante mais uma medalha para o Brasil
O judoca brasileiro Charles Chibana vai disputar o ouro na categoria meio-leve (até 66 kg) nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. O paulista se classificou para a decisão ao bater o venezuelano Sergio Mattey após dois wazaris. Na primeira luta, ele havia passado pelo salvadorenho Gustavo Eduardo Aguilera. Chibana enfrentará na final o cubano Antoine Bouchard. As disputas por medalha começam às 21h (de Brasília). Rafaela Silva e Alex Pombo Silva também disputaram as semifinais hoje, nas categorias abaixo de 57 kg e 73 kg respectivamente, mas perderam. Eles lutam pela medalha de bronze ainda neste domingo (12). MEDALHAS Vieram do judô as primeiras medalhas do Brasil nos Jogos de Toronto, no último sábado (11). Érika Miranda derrotou a canadense Ecaterina Guica na categoria até 52 kg e conquistou o primeiro ouro do país. Felipe Kitadai conseguiu a prata na modalidade abaixo de 60 kg e Nathália Brígida levou o bronze na categoria até 48 kg. Para o Pan de Toronto, a meta estabelecida pela CBJ (Confederação Brasileira de Judô) é medalhar em todas as 14 categorias em disputa, no masculino e no feminino. Há quatro anos, em Guadalajara-2011, foram 13: sete com os homens (dos quais seis ouros e uma prata) e seis com as mulheres (duas de bronzes). O judô é considerado pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) o carro-chefe do time nacional para os Jogos Olímpicos do Rio-2016. A modalidade vai, seguidamente, ao pódio olímpico desde Los Angeles-1984. Na edição de Londres-2012, foram quatro medalhas: uma de ouro e três de bronze.
esporte
Chibana vai à final do judô e garante mais uma medalha para o BrasilO judoca brasileiro Charles Chibana vai disputar o ouro na categoria meio-leve (até 66 kg) nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. O paulista se classificou para a decisão ao bater o venezuelano Sergio Mattey após dois wazaris. Na primeira luta, ele havia passado pelo salvadorenho Gustavo Eduardo Aguilera. Chibana enfrentará na final o cubano Antoine Bouchard. As disputas por medalha começam às 21h (de Brasília). Rafaela Silva e Alex Pombo Silva também disputaram as semifinais hoje, nas categorias abaixo de 57 kg e 73 kg respectivamente, mas perderam. Eles lutam pela medalha de bronze ainda neste domingo (12). MEDALHAS Vieram do judô as primeiras medalhas do Brasil nos Jogos de Toronto, no último sábado (11). Érika Miranda derrotou a canadense Ecaterina Guica na categoria até 52 kg e conquistou o primeiro ouro do país. Felipe Kitadai conseguiu a prata na modalidade abaixo de 60 kg e Nathália Brígida levou o bronze na categoria até 48 kg. Para o Pan de Toronto, a meta estabelecida pela CBJ (Confederação Brasileira de Judô) é medalhar em todas as 14 categorias em disputa, no masculino e no feminino. Há quatro anos, em Guadalajara-2011, foram 13: sete com os homens (dos quais seis ouros e uma prata) e seis com as mulheres (duas de bronzes). O judô é considerado pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) o carro-chefe do time nacional para os Jogos Olímpicos do Rio-2016. A modalidade vai, seguidamente, ao pódio olímpico desde Los Angeles-1984. Na edição de Londres-2012, foram quatro medalhas: uma de ouro e três de bronze.
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Fed pode prolongar turbulência até março de 2016, diz economista
A falta de transparência do Federal Reserve (banco central americano) deve prolongar o circo armado em torno da decisão sobre a elevação de juros nos EUA, afirma o economista Andrew Levin. Ex-assessor da atual presidente do Fed, Janet Yellen, ele defende que o banco passe a expor mais abertamente com qual cenário trabalha. Nesta semana, o Fed decidiu manter a taxa básica entre zero e 0,25%, praticada desde a crise de 2008. Alguns analistas começam a esperar que a elevação não aconteça antes de 2016, o que pode estender a volatilidade no mercado financeiro até a reunião de março, diz Levin, hoje professor na Faculdade de Dartmouth. Moedas no mundo inteiro se desvalorizaram diante do dólar com a expectativa de que recursos hoje aplicados em mercados emergentes sejam transferidos para os EUA. "Isso cria muita incerteza e não ajuda a economia dos EUA nem a do mundo." * Folha - Por que a expectativa pela decisão do Fed causou tanta volatilidade? Andrew Levin - A estratégia de curto prazo do Fed se tornou tão opaca que até os analistas mais experimentados têm que adivinhar o que esperar das reuniões. É urgente que os membros do comitê de política monetária passem a considerar estratégias mais transparentes. A falta de transparência traz danos à economia? Cria muita incerteza e não ajuda a economia dos EUA nem a do mundo. Políticas monetárias —e governamentais, em geral— têm que ser previsíveis, claras, transparentes e comunicadas de forma sistemática para que o público tome decisões bem-informado. A prosperidade do setor privado depende, em parte, das decisões do Fed. Não só nos EUA. Isso serve para qualquer banco central no mundo e, certamente, para o Fed, porque suas decisões trazem consequências, não somente para os americanos, mas para pessoas no mundo todo. Como tornar a comunicação mais clara? Existem teorias econômicas relativamente simples como a regra de Taylor que seriam facilmente compreendidas pelo público e pelos investidores. O Fed poderia começar a usar esses modelos para explicar a sua estratégia. Os membros podem discordar de um indicador ou de outro e deixar isso claro e sugerir alternativas. Mas, ao expor essas discussões, eles certamente ajudariam a evitar o problema que tivemos nos últimos dois meses. O senhor era favorável à elevação dos juros nesta semana? O Fed não deveria estar nem próximo de começar a elevar a taxa. Por quê? Membros do Fed disseram, em comunicados, que os EUA estão próximos do pleno emprego [a taxa atual de desemprego é de 5,1% e o pleno emprego se dá aos 5%]. Mas o indicador convencional não incorpora o desemprego oculto, formado, por exemplo, por pessoas que não encontram emprego de período integral. O "verdadeiro" desemprego está em cerca de 7,25%. E a inflação? Os comunicados recentes do comitê sustentam que os membros estão "razoavelmente confiantes" de que a inflação caminhará em direção à meta de 2% [a taxa está em 0,2%]. Mas não parece sábio dar tanto peso ao indicador de inflação do Fed, que se mostrou excessivamente otimista, em detrimento do exame mais atencioso de salários e preços. A volatilidade vai continuar? Infelizmente, deve continuar. As pessoas passarão os próximos meses tentando adivinhar se os membros do Fed vão aumentar os juros em dezembro. E, lá por novembro, teremos o mesmo ciclo que tivemos nos últimos dois meses. E a incerteza pode não ser resolvida em dezembro. Muita gente no mercado acha que não haverá mudança antes do ano que vem. Então, podemos ter a mesma situação em março. A incerteza afeta particularmente mercados emergentes como o Brasil? Para qualquer país, é sempre verdade que é bom ter instituições sólidas e boas políticas, para que, quando chegam tempos mais difíceis, e turbulências sempre acontecem, a economia esteja mais protegida e menos suscetível. Há o agravante da China. As principais economias no mundo estão preocupadas com a China, não só com o mercado de ações e o câmbio, mas com a composição fundamental da economia chinesa e as políticas do país. Não parece que essas equações serão resolvidas logo. Provavelmente, será um processo longo e doloroso, para o mundo inteiro, porque a China é hoje uma das maiores, senão a maior economia do mundo. - Formação: - doutor em economia pela Universidade Stanford Carreira: - professor de economia na faculdade de Dartmouth - economista no Federal Reserve por 20 anos, foi assessor especial do então presidente, Ben Bernanke, e sua então vice, Janet Yellen, entre 2012 e 2012 - ex-conselheiro no FMI (Fundo Monetário Internacional) - foi consultor do Banco Central Europeu e do Banco Central do Canada - foi scholar visitante do BC do Japão e do BC da Holanda
mercado
Fed pode prolongar turbulência até março de 2016, diz economistaA falta de transparência do Federal Reserve (banco central americano) deve prolongar o circo armado em torno da decisão sobre a elevação de juros nos EUA, afirma o economista Andrew Levin. Ex-assessor da atual presidente do Fed, Janet Yellen, ele defende que o banco passe a expor mais abertamente com qual cenário trabalha. Nesta semana, o Fed decidiu manter a taxa básica entre zero e 0,25%, praticada desde a crise de 2008. Alguns analistas começam a esperar que a elevação não aconteça antes de 2016, o que pode estender a volatilidade no mercado financeiro até a reunião de março, diz Levin, hoje professor na Faculdade de Dartmouth. Moedas no mundo inteiro se desvalorizaram diante do dólar com a expectativa de que recursos hoje aplicados em mercados emergentes sejam transferidos para os EUA. "Isso cria muita incerteza e não ajuda a economia dos EUA nem a do mundo." * Folha - Por que a expectativa pela decisão do Fed causou tanta volatilidade? Andrew Levin - A estratégia de curto prazo do Fed se tornou tão opaca que até os analistas mais experimentados têm que adivinhar o que esperar das reuniões. É urgente que os membros do comitê de política monetária passem a considerar estratégias mais transparentes. A falta de transparência traz danos à economia? Cria muita incerteza e não ajuda a economia dos EUA nem a do mundo. Políticas monetárias —e governamentais, em geral— têm que ser previsíveis, claras, transparentes e comunicadas de forma sistemática para que o público tome decisões bem-informado. A prosperidade do setor privado depende, em parte, das decisões do Fed. Não só nos EUA. Isso serve para qualquer banco central no mundo e, certamente, para o Fed, porque suas decisões trazem consequências, não somente para os americanos, mas para pessoas no mundo todo. Como tornar a comunicação mais clara? Existem teorias econômicas relativamente simples como a regra de Taylor que seriam facilmente compreendidas pelo público e pelos investidores. O Fed poderia começar a usar esses modelos para explicar a sua estratégia. Os membros podem discordar de um indicador ou de outro e deixar isso claro e sugerir alternativas. Mas, ao expor essas discussões, eles certamente ajudariam a evitar o problema que tivemos nos últimos dois meses. O senhor era favorável à elevação dos juros nesta semana? O Fed não deveria estar nem próximo de começar a elevar a taxa. Por quê? Membros do Fed disseram, em comunicados, que os EUA estão próximos do pleno emprego [a taxa atual de desemprego é de 5,1% e o pleno emprego se dá aos 5%]. Mas o indicador convencional não incorpora o desemprego oculto, formado, por exemplo, por pessoas que não encontram emprego de período integral. O "verdadeiro" desemprego está em cerca de 7,25%. E a inflação? Os comunicados recentes do comitê sustentam que os membros estão "razoavelmente confiantes" de que a inflação caminhará em direção à meta de 2% [a taxa está em 0,2%]. Mas não parece sábio dar tanto peso ao indicador de inflação do Fed, que se mostrou excessivamente otimista, em detrimento do exame mais atencioso de salários e preços. A volatilidade vai continuar? Infelizmente, deve continuar. As pessoas passarão os próximos meses tentando adivinhar se os membros do Fed vão aumentar os juros em dezembro. E, lá por novembro, teremos o mesmo ciclo que tivemos nos últimos dois meses. E a incerteza pode não ser resolvida em dezembro. Muita gente no mercado acha que não haverá mudança antes do ano que vem. Então, podemos ter a mesma situação em março. A incerteza afeta particularmente mercados emergentes como o Brasil? Para qualquer país, é sempre verdade que é bom ter instituições sólidas e boas políticas, para que, quando chegam tempos mais difíceis, e turbulências sempre acontecem, a economia esteja mais protegida e menos suscetível. Há o agravante da China. As principais economias no mundo estão preocupadas com a China, não só com o mercado de ações e o câmbio, mas com a composição fundamental da economia chinesa e as políticas do país. Não parece que essas equações serão resolvidas logo. Provavelmente, será um processo longo e doloroso, para o mundo inteiro, porque a China é hoje uma das maiores, senão a maior economia do mundo. - Formação: - doutor em economia pela Universidade Stanford Carreira: - professor de economia na faculdade de Dartmouth - economista no Federal Reserve por 20 anos, foi assessor especial do então presidente, Ben Bernanke, e sua então vice, Janet Yellen, entre 2012 e 2012 - ex-conselheiro no FMI (Fundo Monetário Internacional) - foi consultor do Banco Central Europeu e do Banco Central do Canada - foi scholar visitante do BC do Japão e do BC da Holanda
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Se Temer perde, quem ganha?
Suponha-se que dê tudo certo na economia, segundo planos e critérios do governo Michel Temer. Ou não. O que pode ser da política, no mês que vem ou em 2018? As ameaças do próprio PMDB de pular do barco dão o que pensar sobre o roteiro do destino até faz pouco tempo risonho e franco do presidente que "aprovava tudo" no Congresso. Um governo "semiparlamentarista", que teria maioria firme porque loteara os ministérios na medida do tamanho dos partidos de sua coalizão, de resto uma aliança ideologicamente coesa, de conservadora a reacionária. Suponha-se a hipótese "vai dar certo". Nesse prognóstico, aprovam-se a reforma da Previdência e, ora menos relevante, a trabalhista, que causam medo ou raiva em quase qualquer pessoa com quem se converse na rua. A economia cresceria um minguado mas inesperado 1% neste ano e gordos 4% no ano eleitoral de 2018, com inflação e juros declinantes. Não é chute. São as previsões dos economistas do Itaú, por exemplo. Muito parlamentar do PMDB parece por ora indiferente a esse cenário. Do PMDB de Temer, da "Ponte para o Futuro", e do "Avança, Brasil", de Renan Calheiros, programas liberais que encheram a linguiça da coalizão que depôs Dilma Rousseff. Quase metade do PMDB se negou a votar a terceirização. Calheiros, homem-bomba, avacalha Temer em público e nas internas. Não se sabe bem o que quer ou quantas tropas tem. Mas Calheiros e o refugo da terceirização azedaram ainda mais a votação das reformas. Deram ideias para aliados: se até o PMDB se escafede, por que queimar o filme votando projetos detestados? Neste momento, a "sólida coalizão" de Temer não parece associar seu futuro ao sucesso do governo. Alguns peemedebistas o dizem explicitamente, nas internas. A melhora da economia talvez não se converta em ativo eleitoral, dizem, pois Temer não vai liderar sua sucessão em 2018, não apenas por ser impopular ou por tocar reformas amargas e comandar enrolados de escol na Lava Jato. Além do mais, segue o raciocínio do desencanto, um refresco no PIB não apagaria a memória azeda de três anos de recessão, que também ficaria carimbada nos governistas mais autênticos. Um candidato viável a presidente viria do PSDB ou do espaço exterior da política politiqueira, um "outsider" sideral, com ou sem economia melhor. Política é feita de nuvens, certo, que ora são escuras, mas podem se dissipar. No momento, porém, o clima no Congresso está muito ruim, para surpresa também deste jornalista. Temer está à beira de passar as tropas em revista as ameaçando de tiros na cabeça em caso de motim. Caso o tempo feche de vez, ninguém será vitorioso em 2018. Mesmo sem pânico financeiro pela derrota das "reformas", a perspectiva de crescimento baixaria. O presidente tomaria posse em 2019 para governar sob penúria, sem dinheiro. Aliás, até no cenário de reformas aprovadas e crescimento bom haveria refresco nas contas federais apenas em 2021. O alerta vale também para a esquerda, que deve pensar melhor no que deseja. Na hipótese de contribuir para a ruína de Temer e suas reformas e, mais improvável, de vencer 2018, terá de governar uma terra arrasada e um povo com expectativas irrealistas de reviravolta econômica e social.
colunas
Se Temer perde, quem ganha?Suponha-se que dê tudo certo na economia, segundo planos e critérios do governo Michel Temer. Ou não. O que pode ser da política, no mês que vem ou em 2018? As ameaças do próprio PMDB de pular do barco dão o que pensar sobre o roteiro do destino até faz pouco tempo risonho e franco do presidente que "aprovava tudo" no Congresso. Um governo "semiparlamentarista", que teria maioria firme porque loteara os ministérios na medida do tamanho dos partidos de sua coalizão, de resto uma aliança ideologicamente coesa, de conservadora a reacionária. Suponha-se a hipótese "vai dar certo". Nesse prognóstico, aprovam-se a reforma da Previdência e, ora menos relevante, a trabalhista, que causam medo ou raiva em quase qualquer pessoa com quem se converse na rua. A economia cresceria um minguado mas inesperado 1% neste ano e gordos 4% no ano eleitoral de 2018, com inflação e juros declinantes. Não é chute. São as previsões dos economistas do Itaú, por exemplo. Muito parlamentar do PMDB parece por ora indiferente a esse cenário. Do PMDB de Temer, da "Ponte para o Futuro", e do "Avança, Brasil", de Renan Calheiros, programas liberais que encheram a linguiça da coalizão que depôs Dilma Rousseff. Quase metade do PMDB se negou a votar a terceirização. Calheiros, homem-bomba, avacalha Temer em público e nas internas. Não se sabe bem o que quer ou quantas tropas tem. Mas Calheiros e o refugo da terceirização azedaram ainda mais a votação das reformas. Deram ideias para aliados: se até o PMDB se escafede, por que queimar o filme votando projetos detestados? Neste momento, a "sólida coalizão" de Temer não parece associar seu futuro ao sucesso do governo. Alguns peemedebistas o dizem explicitamente, nas internas. A melhora da economia talvez não se converta em ativo eleitoral, dizem, pois Temer não vai liderar sua sucessão em 2018, não apenas por ser impopular ou por tocar reformas amargas e comandar enrolados de escol na Lava Jato. Além do mais, segue o raciocínio do desencanto, um refresco no PIB não apagaria a memória azeda de três anos de recessão, que também ficaria carimbada nos governistas mais autênticos. Um candidato viável a presidente viria do PSDB ou do espaço exterior da política politiqueira, um "outsider" sideral, com ou sem economia melhor. Política é feita de nuvens, certo, que ora são escuras, mas podem se dissipar. No momento, porém, o clima no Congresso está muito ruim, para surpresa também deste jornalista. Temer está à beira de passar as tropas em revista as ameaçando de tiros na cabeça em caso de motim. Caso o tempo feche de vez, ninguém será vitorioso em 2018. Mesmo sem pânico financeiro pela derrota das "reformas", a perspectiva de crescimento baixaria. O presidente tomaria posse em 2019 para governar sob penúria, sem dinheiro. Aliás, até no cenário de reformas aprovadas e crescimento bom haveria refresco nas contas federais apenas em 2021. O alerta vale também para a esquerda, que deve pensar melhor no que deseja. Na hipótese de contribuir para a ruína de Temer e suas reformas e, mais improvável, de vencer 2018, terá de governar uma terra arrasada e um povo com expectativas irrealistas de reviravolta econômica e social.
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Snapchat agora indica 'nível de amizade' entre as pessoas
A última atualização do Snapchat, aplicativo de fotos e vídeos que se autodestroem em dez segundos, lançada nesta segunda-feira (6), apresentou um recurso que mostra aos usuários a proximidade que eles tem com seus amigos. O "nível de amizade" é medido por meio de figurinhas. Cada 'emoji' que aparece ao lado do nome do usuário indica um nível de relacionamento entre as pessoas. Uma chama de fogo, por exemplo, mostra que você e esse usuário mandaram "snaps" um para o outro pelo número de dias consecutivos indicados ao lado. O emoction com "sorriso torto" revela que o usuário recebe mais mensagens desse amigo do que manda (isso indica que a amizade virtual pode estar um tanto desequilibrada). Na atualização anterior, havia sido excluído o recurso "Melhores Amigos", que mostrava as três pessoas com que cada usuário trocava mensagens mais frequentemente. Fãs do aplicativo –a maioria deles adolescentes– na época, bombardearam o Twitter com críticas à mudança. Um dos pontos que foi mais comentado era de que namorados e namoradas não iriam mais poder monitorar com quem seu parceiro estava trocando mensagens. Além desse recurso, mais duas coisas apareceram com a atualização do app: um ícone em formato de lua, acima na tela, que permite que o usuário ative ou desative um modo de baixa luminosidade para a câmera –isso só aparece quando a pessoa está em um ambiente mais escuro. Outra novidade é a sessão "Need Love" ("precisa de amor", na tradução) que aparece logo abaixo de "Recentes", quando o usuário está selecionando amigos para mandar a mensagem. Essa nova categoria é um lembrete do aplicativo para o usuário mandar mais "snaps" a amigos que ele não interage há um tempo.
tec
Snapchat agora indica 'nível de amizade' entre as pessoasA última atualização do Snapchat, aplicativo de fotos e vídeos que se autodestroem em dez segundos, lançada nesta segunda-feira (6), apresentou um recurso que mostra aos usuários a proximidade que eles tem com seus amigos. O "nível de amizade" é medido por meio de figurinhas. Cada 'emoji' que aparece ao lado do nome do usuário indica um nível de relacionamento entre as pessoas. Uma chama de fogo, por exemplo, mostra que você e esse usuário mandaram "snaps" um para o outro pelo número de dias consecutivos indicados ao lado. O emoction com "sorriso torto" revela que o usuário recebe mais mensagens desse amigo do que manda (isso indica que a amizade virtual pode estar um tanto desequilibrada). Na atualização anterior, havia sido excluído o recurso "Melhores Amigos", que mostrava as três pessoas com que cada usuário trocava mensagens mais frequentemente. Fãs do aplicativo –a maioria deles adolescentes– na época, bombardearam o Twitter com críticas à mudança. Um dos pontos que foi mais comentado era de que namorados e namoradas não iriam mais poder monitorar com quem seu parceiro estava trocando mensagens. Além desse recurso, mais duas coisas apareceram com a atualização do app: um ícone em formato de lua, acima na tela, que permite que o usuário ative ou desative um modo de baixa luminosidade para a câmera –isso só aparece quando a pessoa está em um ambiente mais escuro. Outra novidade é a sessão "Need Love" ("precisa de amor", na tradução) que aparece logo abaixo de "Recentes", quando o usuário está selecionando amigos para mandar a mensagem. Essa nova categoria é um lembrete do aplicativo para o usuário mandar mais "snaps" a amigos que ele não interage há um tempo.
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Uber contrata hackers que controlaram carro à distância
O serviço de caronas privadas Uber Technologies contratou dois grandes pesquisadores em segurança de veículos, conforme aumenta seu trabalho em tecnologia para carros autodirigíveis. Charlie Miller, que trabalhou no Twitter, e Chris Valasek, ex-funcionário da empresa de segurança IOActive, pediram demissão nesta sexta-feira (28) e se juntarão ao Uber na próxima semana. Miller e Valasek ganharam ampla atenção este mês após demonstrarem que poderiam hackear um modelo Jeep em movimento. O Uber disse que Miller e Valasek vão se juntar ao Centro de Tecnologias Avançadas da empresa, um laboratório de pesquisa que o Uber abriu nos Estados Unidos em fevereiro e contratou dúzias de especialistas em veículos autônomos. Uma porta-voz do Uber disse que Miller e Valasek trabalharão com os principais funcionários de segurança "para continuar a construir um programa de segurança de nível mundial no Uber".
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Uber contrata hackers que controlaram carro à distânciaO serviço de caronas privadas Uber Technologies contratou dois grandes pesquisadores em segurança de veículos, conforme aumenta seu trabalho em tecnologia para carros autodirigíveis. Charlie Miller, que trabalhou no Twitter, e Chris Valasek, ex-funcionário da empresa de segurança IOActive, pediram demissão nesta sexta-feira (28) e se juntarão ao Uber na próxima semana. Miller e Valasek ganharam ampla atenção este mês após demonstrarem que poderiam hackear um modelo Jeep em movimento. O Uber disse que Miller e Valasek vão se juntar ao Centro de Tecnologias Avançadas da empresa, um laboratório de pesquisa que o Uber abriu nos Estados Unidos em fevereiro e contratou dúzias de especialistas em veículos autônomos. Uma porta-voz do Uber disse que Miller e Valasek trabalharão com os principais funcionários de segurança "para continuar a construir um programa de segurança de nível mundial no Uber".
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Migrantes e refugiados enfrentam mais hostilidade e perigos que no passado; entenda a história das migrações
As pessoas que buscam asilo na Europa são a imagem de um mundo em movimento, agora mais do que em qualquer momento do passado recente. Em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que o número de pessoas deslocadas em todo o planeta havia ultrapassado os 50 milhões pela primeira vez desde o final da Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945). Hoje, o total se aproxima dos 60 milhões. As migrações têm uma história tão antiga quanto a do homem (e a da mulher e a da criança). Eis um retrato da imigração atual em direção à Europa, no contexto da história e da geografia. A imigração atual costuma ser frequentemente comparada à fuga de refugiados depois da Segunda Guerra. É impossível calcular com precisão os números envolvidos nos dois casos, embora hoje tenhamos sistemas de registro e acompanhamento muito melhores do que os disponíveis há uma década. Apesar disso, a ONU reporta que o número de refugiados da Segunda Guerra chegou aos 50 milhões –total inferior ao atual, mas de uma época na qual a população mundial era menor. No entanto, não é só uma questão de números. Os imigrantes do pós-guerra eram geralmente vistos como uma vantagem para as terras que os recebiam e contavam com boa acolhida por boa parte do público. É uma situação que contrasta com a de hoje, em que muitos dos imigrantes que atravessam as fronteiras da Europa são recebidos com desconfiança. Anthony Messina, que publicou um livro sobre as ondas migratórias durante a Segunda Guerra, disse que essa diferença deve-se, em parte, porque no passado a Europa Setentrional tinha forte escassez de mão de obra. Além disso, porque os imigrantes do pós-guerra eram em sua maioria brancos e europeus, diferentemente dos atuais, vindos da África e do Oriente Médio. "Depois da Segunda Guerra, havia aceitação quanto a acolher populações deslocadas, havia uma busca por soluções", diz Susanne Schmeidl, especialista em migrações internacionais da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália. "Agora temos imensos deslocamentos, e a atitude é cada vez mais: 'Volte para o lugar de onde você veio!'. É assustador." No entanto, o acolhimento de deslocados durante a Segunda Guerra em muitos casos não se estendeu aos refugiados judeus, muitos dos quais deixaram a Europa, dirigindo-se para Estados Unidos, Israel, Canadá e Austrália, entre outros países. Enquanto as maciças ondas migratórias da Segunda Guerra estavam ligadas a um conflito mundial igualmente maciço, a imigração atual é propelida por diversas guerras civis e batalhas locais prolongadas. Isso significa que hoje as pessoas têm de se refugiar não só uma, mas diversas vezes. Nos últimos cinco anos, pelo menos 15 conflitos irromperam ou se reacenderam. Segundo a ONU, mais de um quarto dos refugiados palestinos, para mencionar apenas uma categoria, foram deslocados pela segunda (ou terceira, ou quarta) vez pela guerra civil na Síria. Outras pessoas se veem deslocadas mais de uma vez por motivos diferentes, entre os quais desastres naturais associados à mudança no clima ou pela dificuldade de ganhar a vida em um novo país. Depois que Wajih al-Zouhairy concluiu o ensino médio em Damasco, em 2013, ele fugiu para evitar uma convocação forçada para o Exército. De início, ele ficou por perto, optando, como quase dois milhões de outros sírios, por buscar refúgio na vizinha Turquia. Ele trabalhava durante 16 horas por dia vendendo queijo e ovos em um mercado de Istambul, mas ainda assim não conseguia juntar o dinheiro de que necessitaria para bancar seus estudos universitários. Por isso, algumas semanas atrás, ele decidiu se mudar de novo e pagou contrabandistas para que o levassem de barco à ilha grega de Kos. Zouhairy, 22, hoje está em Berlim, onde vive em acomodações temporárias entre multidões de outros imigrantes. "As coisas estão muito ruins na Síria, não temos sistemas", disse ele em inglês. "Na Síria, todo mundo acha que a Alemanha tem os melhores sistemas, mas agora as coisas aqui parecem iguaizinhas à Síria!" Hoje, as atenções estão concentradas nos migrantes que partem para outros países. No entanto, segundo a ONU, mais de metade dos chamados "deslocados internos" se movimentam dentro de seus países de origem. Um dos maiores movimentos de massa do planeta acontece na China, que serve —e de muitas maneiras não serve— de lar a 253 milhões de trabalhadores migrantes. Trata-se de chineses das áreas rurais que se mudaram para as cidades atraídos pela demanda ampliada por mão de obra barata, ou foram forçados a deixar suas terras pelos empreendimentos imobiliários que invadem áreas rurais. Esses migrantes são em geral pobres, transitórios e desprovidos dos benefícios que cabem aos moradores das cidades, o que leva a que sejam chamados de "liudong renkou", ou "população flutuante". As imagens de migrantes desesperados em embarcações precárias hoje se tornaram comuns, mas foi a Guerra do Vietnã que nos propiciou a primeira oportunidade real de ver pessoas deslocadas nas telas de nossas TVs. Isso resultou em um amplo incentivo ao trabalho humanitário, no Ocidente, e em uma atitude positiva para com as pessoas que fugiam de barco do Vietnã, de acordo com Tim Hatton, que escreveu um livro sobre correntes migratórias mundiais e a economia do planeta. Depois da queda de Saigon, em 1975, os Estados Unidos receberam mais de um milhão de refugiados de Vietnã, Camboja e Laos. A Europa também os acolheu, em menor escala. A França, por exemplo, acolheu mais de 128 mil refugiados. Em uma resposta movida pela emoção, o filósofo francês Jean-Paul Sartre tomou a incomum decisão de aderir a um comitê de figuras bem conhecidas de variadas inclinações políticas, entre as quais o cantor e ator Yves Montand, em nome da causa humanitária. "Estou tomando o partido do homem", disse Sartre na época. "O que conta, aqui, é o que está em jogo —seres humanos em risco de morte". Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos acolhiam refugiados de maneira especialmente calorosa, porque eles estavam fugindo do comunismo, uma posição que era vista como politicamente importante. No entanto, a partir dos anos 1980, essa boa vontade começou a se erodir, e as normas de imigração foram enrijecidas, especialmente depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro. As imagens que definem a crise dos imigrantes na Europa são as de crianças mortas varridas para as praias, cadáveres flutuando no mar e fileiras de caixões em hangares de aeroportos. As estatísticas variam, mas dados da Organização Internacional para a Migração e da ONU mostram que cerca de 8.880 imigrantes morreram na rota do Mediterrâneo, possivelmente a mais perigosa do mundo, e em rotas terrestres europeias, de 2011 até agora. Os especialistas alertam que muitos migrantes simplesmente desaparecem no caminho e que, para cada cadáver encontrado, há pelo menos dois outros que passam sem qualquer registro. A falta de dados limita qualquer comparação com os índices de mortalidade do passado. No entanto, um motivo para o grande número de mortes pode ser que algumas das rotas migratórias são novas e nunca foram testadas —portanto, são mais perigosas, disse Messina. Outro fator pode ser o papel e a organização cada vez maiores dos grupos de contrabando de pessoas, que se preocupam mais com lucros do que com a segurança dos migrantes. Ainda que o contrabando de pessoas exista há muito tempo, os migrantes das últimas décadas costumavam fazer a jornada para a Europa sozinhos, em pequenos grupos ou como famílias. Depois da crise do petróleo em 1973, algumas rotas legais de ingresso na Europa foram fechadas e mais pessoas começaram a tentar chegar ilegalmente. A mesma coisa aconteceu depois da crise financeira. Uma quebra no sistema europeu de asilo exacerbou o problema, de acordo com Khalid Koser, especialista em migração radicado em Genebra e pesquisador do Instituto Lowy de Política Internacional. Os migrantes econômicos, as pessoas que buscam asilo, os refugiados e as vítimas do tráfico de pessoas cada vez mais usam as mesmas rotas e meios de transporte para chegar ao exterior, e pode ser difícil distinguir entre os grupos. Arte: Pedidos de asilo "Nos anos 1970 ou 1980, você podia vir à Europa como imigrante ou refugiado. Agora, o único caminho é fingir que está buscando asilo, diz Koser. "Assim, há um grande número de pessoas cuja única forma de entrar é solicitar asilo, ainda que elas tecnicamente não possam ser definidas como elegíveis para asilo." Mais de metade dos refugiados do planeta hoje são crianças, constatou a ONU no ano passado. É difícil calcular precisamente o seu número, e especialistas dizem que o único indicador real é o número de crianças que buscam asilo —o que representa apenas uma minúscula fração do total. Entre 2011 e 2014, cerca de 60 mil crianças desacompanhadas chegaram à Europa, de acordo com a agência europeia de estatísticas Eurostat. Ao longo do mesmo período, cerca de 150 mil crianças desacompanhadas foram detidas na fronteira sudoeste dos Estados Unidos, ainda que isso represente uma comparação imprecisa com a Europa porque apenas uma minúscula fração dos imigrantes que chegaram aos Estados Unidos solicitaram asilo. As autoridades federais norte-americanas informam que cerca de 65% das crianças desacompanhadas que solicitaram asilo em 2014 o receberam. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Migrantes e refugiados enfrentam mais hostilidade e perigos que no passado; entenda a história das migraçõesAs pessoas que buscam asilo na Europa são a imagem de um mundo em movimento, agora mais do que em qualquer momento do passado recente. Em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que o número de pessoas deslocadas em todo o planeta havia ultrapassado os 50 milhões pela primeira vez desde o final da Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945). Hoje, o total se aproxima dos 60 milhões. As migrações têm uma história tão antiga quanto a do homem (e a da mulher e a da criança). Eis um retrato da imigração atual em direção à Europa, no contexto da história e da geografia. A imigração atual costuma ser frequentemente comparada à fuga de refugiados depois da Segunda Guerra. É impossível calcular com precisão os números envolvidos nos dois casos, embora hoje tenhamos sistemas de registro e acompanhamento muito melhores do que os disponíveis há uma década. Apesar disso, a ONU reporta que o número de refugiados da Segunda Guerra chegou aos 50 milhões –total inferior ao atual, mas de uma época na qual a população mundial era menor. No entanto, não é só uma questão de números. Os imigrantes do pós-guerra eram geralmente vistos como uma vantagem para as terras que os recebiam e contavam com boa acolhida por boa parte do público. É uma situação que contrasta com a de hoje, em que muitos dos imigrantes que atravessam as fronteiras da Europa são recebidos com desconfiança. Anthony Messina, que publicou um livro sobre as ondas migratórias durante a Segunda Guerra, disse que essa diferença deve-se, em parte, porque no passado a Europa Setentrional tinha forte escassez de mão de obra. Além disso, porque os imigrantes do pós-guerra eram em sua maioria brancos e europeus, diferentemente dos atuais, vindos da África e do Oriente Médio. "Depois da Segunda Guerra, havia aceitação quanto a acolher populações deslocadas, havia uma busca por soluções", diz Susanne Schmeidl, especialista em migrações internacionais da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália. "Agora temos imensos deslocamentos, e a atitude é cada vez mais: 'Volte para o lugar de onde você veio!'. É assustador." No entanto, o acolhimento de deslocados durante a Segunda Guerra em muitos casos não se estendeu aos refugiados judeus, muitos dos quais deixaram a Europa, dirigindo-se para Estados Unidos, Israel, Canadá e Austrália, entre outros países. Enquanto as maciças ondas migratórias da Segunda Guerra estavam ligadas a um conflito mundial igualmente maciço, a imigração atual é propelida por diversas guerras civis e batalhas locais prolongadas. Isso significa que hoje as pessoas têm de se refugiar não só uma, mas diversas vezes. Nos últimos cinco anos, pelo menos 15 conflitos irromperam ou se reacenderam. Segundo a ONU, mais de um quarto dos refugiados palestinos, para mencionar apenas uma categoria, foram deslocados pela segunda (ou terceira, ou quarta) vez pela guerra civil na Síria. Outras pessoas se veem deslocadas mais de uma vez por motivos diferentes, entre os quais desastres naturais associados à mudança no clima ou pela dificuldade de ganhar a vida em um novo país. Depois que Wajih al-Zouhairy concluiu o ensino médio em Damasco, em 2013, ele fugiu para evitar uma convocação forçada para o Exército. De início, ele ficou por perto, optando, como quase dois milhões de outros sírios, por buscar refúgio na vizinha Turquia. Ele trabalhava durante 16 horas por dia vendendo queijo e ovos em um mercado de Istambul, mas ainda assim não conseguia juntar o dinheiro de que necessitaria para bancar seus estudos universitários. Por isso, algumas semanas atrás, ele decidiu se mudar de novo e pagou contrabandistas para que o levassem de barco à ilha grega de Kos. Zouhairy, 22, hoje está em Berlim, onde vive em acomodações temporárias entre multidões de outros imigrantes. "As coisas estão muito ruins na Síria, não temos sistemas", disse ele em inglês. "Na Síria, todo mundo acha que a Alemanha tem os melhores sistemas, mas agora as coisas aqui parecem iguaizinhas à Síria!" Hoje, as atenções estão concentradas nos migrantes que partem para outros países. No entanto, segundo a ONU, mais de metade dos chamados "deslocados internos" se movimentam dentro de seus países de origem. Um dos maiores movimentos de massa do planeta acontece na China, que serve —e de muitas maneiras não serve— de lar a 253 milhões de trabalhadores migrantes. Trata-se de chineses das áreas rurais que se mudaram para as cidades atraídos pela demanda ampliada por mão de obra barata, ou foram forçados a deixar suas terras pelos empreendimentos imobiliários que invadem áreas rurais. Esses migrantes são em geral pobres, transitórios e desprovidos dos benefícios que cabem aos moradores das cidades, o que leva a que sejam chamados de "liudong renkou", ou "população flutuante". As imagens de migrantes desesperados em embarcações precárias hoje se tornaram comuns, mas foi a Guerra do Vietnã que nos propiciou a primeira oportunidade real de ver pessoas deslocadas nas telas de nossas TVs. Isso resultou em um amplo incentivo ao trabalho humanitário, no Ocidente, e em uma atitude positiva para com as pessoas que fugiam de barco do Vietnã, de acordo com Tim Hatton, que escreveu um livro sobre correntes migratórias mundiais e a economia do planeta. Depois da queda de Saigon, em 1975, os Estados Unidos receberam mais de um milhão de refugiados de Vietnã, Camboja e Laos. A Europa também os acolheu, em menor escala. A França, por exemplo, acolheu mais de 128 mil refugiados. Em uma resposta movida pela emoção, o filósofo francês Jean-Paul Sartre tomou a incomum decisão de aderir a um comitê de figuras bem conhecidas de variadas inclinações políticas, entre as quais o cantor e ator Yves Montand, em nome da causa humanitária. "Estou tomando o partido do homem", disse Sartre na época. "O que conta, aqui, é o que está em jogo —seres humanos em risco de morte". Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos acolhiam refugiados de maneira especialmente calorosa, porque eles estavam fugindo do comunismo, uma posição que era vista como politicamente importante. No entanto, a partir dos anos 1980, essa boa vontade começou a se erodir, e as normas de imigração foram enrijecidas, especialmente depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro. As imagens que definem a crise dos imigrantes na Europa são as de crianças mortas varridas para as praias, cadáveres flutuando no mar e fileiras de caixões em hangares de aeroportos. As estatísticas variam, mas dados da Organização Internacional para a Migração e da ONU mostram que cerca de 8.880 imigrantes morreram na rota do Mediterrâneo, possivelmente a mais perigosa do mundo, e em rotas terrestres europeias, de 2011 até agora. Os especialistas alertam que muitos migrantes simplesmente desaparecem no caminho e que, para cada cadáver encontrado, há pelo menos dois outros que passam sem qualquer registro. A falta de dados limita qualquer comparação com os índices de mortalidade do passado. No entanto, um motivo para o grande número de mortes pode ser que algumas das rotas migratórias são novas e nunca foram testadas —portanto, são mais perigosas, disse Messina. Outro fator pode ser o papel e a organização cada vez maiores dos grupos de contrabando de pessoas, que se preocupam mais com lucros do que com a segurança dos migrantes. Ainda que o contrabando de pessoas exista há muito tempo, os migrantes das últimas décadas costumavam fazer a jornada para a Europa sozinhos, em pequenos grupos ou como famílias. Depois da crise do petróleo em 1973, algumas rotas legais de ingresso na Europa foram fechadas e mais pessoas começaram a tentar chegar ilegalmente. A mesma coisa aconteceu depois da crise financeira. Uma quebra no sistema europeu de asilo exacerbou o problema, de acordo com Khalid Koser, especialista em migração radicado em Genebra e pesquisador do Instituto Lowy de Política Internacional. Os migrantes econômicos, as pessoas que buscam asilo, os refugiados e as vítimas do tráfico de pessoas cada vez mais usam as mesmas rotas e meios de transporte para chegar ao exterior, e pode ser difícil distinguir entre os grupos. Arte: Pedidos de asilo "Nos anos 1970 ou 1980, você podia vir à Europa como imigrante ou refugiado. Agora, o único caminho é fingir que está buscando asilo, diz Koser. "Assim, há um grande número de pessoas cuja única forma de entrar é solicitar asilo, ainda que elas tecnicamente não possam ser definidas como elegíveis para asilo." Mais de metade dos refugiados do planeta hoje são crianças, constatou a ONU no ano passado. É difícil calcular precisamente o seu número, e especialistas dizem que o único indicador real é o número de crianças que buscam asilo —o que representa apenas uma minúscula fração do total. Entre 2011 e 2014, cerca de 60 mil crianças desacompanhadas chegaram à Europa, de acordo com a agência europeia de estatísticas Eurostat. Ao longo do mesmo período, cerca de 150 mil crianças desacompanhadas foram detidas na fronteira sudoeste dos Estados Unidos, ainda que isso represente uma comparação imprecisa com a Europa porque apenas uma minúscula fração dos imigrantes que chegaram aos Estados Unidos solicitaram asilo. As autoridades federais norte-americanas informam que cerca de 65% das crianças desacompanhadas que solicitaram asilo em 2014 o receberam. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Com excedente, usina de Itaipu escoa duas cataratas do Iguaçu por segundo
Com o reservatório cheio por causa da chuva, a usina hidrelétrica de Itaipu, no Paraná, passou a escoar o excedente de água não utilizada para a geração de energia, segundo a Itaipu Binacional, desde sexta-feira (16). Após chegar ao limite da cota normal de operação de 220,3 metros acima do nível do mar —o normal é entre 218,30 e 220,30 metros—, a usina começou a verter o excedente com uma vazão de 1.342 metros cúbicos de água por segundo, por uma das três calhas. A água excedente não pode ser utilizada para aliviar a seca em São Paulo pois o fluxo de um rio da magnitude do Paraná não pode ser revertido e não há dutos para enviar a água para o Estado. E também não é possível armazenar essa energia, que é distribuída para todo o país. A maior parte vai para as regiões Sul e Sudeste e para Brasília. Veja vídeo Neste sábado (17), o fluxo chegou a 2.642 metros cúbicos de água por segundo, o equivalente à vazão de duas Cataratas do Iguaçu, e a usina opera com 220,18 metros acima do nível do mar. Segundo a Itaipu Binacional, o aumento do nível é resultado da cheia dos rios Ivaí, Piquiri e Tibagi —decorrente do fenômeno meteorológico El Niño, que no sul do país se caracteriza por chuvas elevadas— e da baixa demanda por eletricidade nas regiões atendidas pelo sistema durante o fim de semana. Itaipu fornece cerca de 17% da energia consumida no Brasil e 75% no Paraguai. Do lado brasileiro a energia produzida pela hidrelétrica é escoada pelo Sistema Interligado Nacional, a partir da subestação de Foz do Iguaçu, no Paraná. A última vez que a calha foi aberta em Itaipu foi entre 11 e 27 de julho de 2015, por causa da cheia do Rio Paraná.
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Com excedente, usina de Itaipu escoa duas cataratas do Iguaçu por segundoCom o reservatório cheio por causa da chuva, a usina hidrelétrica de Itaipu, no Paraná, passou a escoar o excedente de água não utilizada para a geração de energia, segundo a Itaipu Binacional, desde sexta-feira (16). Após chegar ao limite da cota normal de operação de 220,3 metros acima do nível do mar —o normal é entre 218,30 e 220,30 metros—, a usina começou a verter o excedente com uma vazão de 1.342 metros cúbicos de água por segundo, por uma das três calhas. A água excedente não pode ser utilizada para aliviar a seca em São Paulo pois o fluxo de um rio da magnitude do Paraná não pode ser revertido e não há dutos para enviar a água para o Estado. E também não é possível armazenar essa energia, que é distribuída para todo o país. A maior parte vai para as regiões Sul e Sudeste e para Brasília. Veja vídeo Neste sábado (17), o fluxo chegou a 2.642 metros cúbicos de água por segundo, o equivalente à vazão de duas Cataratas do Iguaçu, e a usina opera com 220,18 metros acima do nível do mar. Segundo a Itaipu Binacional, o aumento do nível é resultado da cheia dos rios Ivaí, Piquiri e Tibagi —decorrente do fenômeno meteorológico El Niño, que no sul do país se caracteriza por chuvas elevadas— e da baixa demanda por eletricidade nas regiões atendidas pelo sistema durante o fim de semana. Itaipu fornece cerca de 17% da energia consumida no Brasil e 75% no Paraguai. Do lado brasileiro a energia produzida pela hidrelétrica é escoada pelo Sistema Interligado Nacional, a partir da subestação de Foz do Iguaçu, no Paraná. A última vez que a calha foi aberta em Itaipu foi entre 11 e 27 de julho de 2015, por causa da cheia do Rio Paraná.
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Justiça aperta cerco a premiê de Israel, que é alvo de delação de aliado
Um obscuro confidente de Binyamin Netanyahu —que enfrenta investigações em casos de corrupção, fraude e quebra de confiança— pode ser o pivô da queda do primeiro-ministro israelense, no poder desde 2009. O consultor político Ari Harow, ex-chefe de gabinete do premiê, assinou um acordo de delação premiada com a promotoria pública israelense pelo qual promete revelar os detalhes que Netanyahu gostaria que permanecessem às escuras e que podem levá-lo até mesmo para a cadeia. Se, até 4 de agosto —dia da assinatura do acordo—, Netanyahu parecia confiante de que as investigações não dariam em nada "porque não há nada" (palavras dele), o envolvimento de Ari Harow é um divisor de águas. Um indiciamento parece ser apenas questão de tempo. Por lei, Netanyahu não precisa renunciar caso seja indiciado. Mas a pressão pública e precedentes talvez o levem a isso. Segundo pesquisa divulgada na quinta-feira (10), 69% dos entrevistados afirmaram que o premiê deve deixar o cargo se for indiciado. E mais: 67% não acreditam em sua inocência. Ari Harow conhece intimamente todas as ligações de Netanyahu com doadores. Ele foi responsável pelo fluxo de verbas do premiê e lidava pessoalmente com captação de recursos para seu partido, o conservador Likud. A pedido de Netanyahu, Harow também gravava ligações ou encontros importantes do primeiro-ministro. Harow já testemunhou contra Netanyahu nos chamados "Caso 1.000" e "Caso 2.000", que investigam a suspeita de que Netanyahu e sua mulher, Sara, receberam centenas de milhares de dólares em charutos, bebidas alcoólicas e joias de bilionários. Ele teria ainda negociado troca de favores com um dos maiores jornais do país. É possível que Harow também detalhe o "Caso 3.000": um contrato duvidoso de US$ 2 bilhões para a compra de três submarinos do grupo alemão ThyssenKrupp. Até mesmo partidários do premiê já começam a verbalizar o que antes parecia um cenário improvável: os dias de Bibi Netanyahu à frente do governo estão contados. Irritado, ele fez um inflamado discurso para milhares de apoiadores. "Esta manhã um de vocês me disse, sabiamente: 'Bibi, eles não querem apenas te derrubar, eles querem derrubar todos nós, o Likud e o campo nacionalista! Eles sabem que não podem nos vencer nas urnas, então estão tentando passar por cima da democracia e nos derrubar sem eleições!" Netanyahu culpou a esquerda e a imprensa ("são a mesma coisa, vocês sabem"), por pressionarem a Justiça. Ironicamente, muitos apontam para o que o próprio Netanyahu disse há quase uma década, quando o então premiê, Ehud Olmert, do finado partido de centro Kadima, começou a ser investigados por corrupção: "O primeiro-ministro está imerso até o pescoço em investigações e não tem mandato público ou moral para lidar com os destinos da nação. (...) A coisa certa a fazer é que esse governo vá para casa", disse Bibi na TV –Olmert foi condenado a 19 meses de prisão e deixou a penitenciária em julho, depois de 16 meses. Nascido na Califórnia, Ari Harow, 44, chegou a Israel aos 12 anos. É formado em psicologia, com mestrado em ciência política. Aos 29, se tornou assessor para assuntos estrangeiros de Netanyahu. Serviu como diretor-geral do "Friends of the Likud" (amigos do Likud) nos EUA, arrecadando fundos para o partido do premiê. Tornou-se chefe de gabinete de Netanyahu em 2008, saiu do governo dois anos depois e criou a consultoria política 3H Global. Quando voltou a ser chefe de gabinete de Netanyahu, em 2013, a consultoria foi repassada ao irmão, Josh, em medida suspeita de ter sido para inglês ver (o "Caso 4.000"). Em 2015, ao assumir a busca de financiamento para a campanha do Likud, se tornou alvo da polícia. "Foi isso que derrubou Harow. Ele ficou sob suspeita de receber subornos e de outros comportamentos criminosos. Em um esforço para evitar uma pena de prisão, concordou em dizer aos investigadores tudo o que sabia sobre as atividades de Netanyahu. Será condenado apenas a meio ano de serviço comunitário e uma multa (de US$ 193 mil)", escreveu o analista político Ben Caspit no site Al Monitor. A consultoria de risco Eurasia Group divulgou análise prevendo que a polícia terminará as investigações até o fim deste ano por causa da delação de Harow. Netanyahu seria, então, indiciado em meados de 2018 e, pressionado por seu partido, renunciaria. "Mesmo que Netanyahu se mantenha muito popular entre os eleitores de centro-direita e seu partido Likud, os parceiros de coalizão provavelmente vão aproveitar a oportunidade criada por um indiciamento para destituí-lo", escreveu o analista de Oriente Médio Riccardo Fabiani. O que o analista não leva em consideração é a capacidade incomum do carismático Netanyahu de se manter no poder. Depois de seu primeiro mandato (1996-1999) e de quase uma década de ostracismo, conseguiu voltar à cena política em 2009, enfrentando —e vencendo— quatro eleições. Desta vez, no entanto, pode ser que a fênix da política israelense tenha perdido o dom de renascer.
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Justiça aperta cerco a premiê de Israel, que é alvo de delação de aliadoUm obscuro confidente de Binyamin Netanyahu —que enfrenta investigações em casos de corrupção, fraude e quebra de confiança— pode ser o pivô da queda do primeiro-ministro israelense, no poder desde 2009. O consultor político Ari Harow, ex-chefe de gabinete do premiê, assinou um acordo de delação premiada com a promotoria pública israelense pelo qual promete revelar os detalhes que Netanyahu gostaria que permanecessem às escuras e que podem levá-lo até mesmo para a cadeia. Se, até 4 de agosto —dia da assinatura do acordo—, Netanyahu parecia confiante de que as investigações não dariam em nada "porque não há nada" (palavras dele), o envolvimento de Ari Harow é um divisor de águas. Um indiciamento parece ser apenas questão de tempo. Por lei, Netanyahu não precisa renunciar caso seja indiciado. Mas a pressão pública e precedentes talvez o levem a isso. Segundo pesquisa divulgada na quinta-feira (10), 69% dos entrevistados afirmaram que o premiê deve deixar o cargo se for indiciado. E mais: 67% não acreditam em sua inocência. Ari Harow conhece intimamente todas as ligações de Netanyahu com doadores. Ele foi responsável pelo fluxo de verbas do premiê e lidava pessoalmente com captação de recursos para seu partido, o conservador Likud. A pedido de Netanyahu, Harow também gravava ligações ou encontros importantes do primeiro-ministro. Harow já testemunhou contra Netanyahu nos chamados "Caso 1.000" e "Caso 2.000", que investigam a suspeita de que Netanyahu e sua mulher, Sara, receberam centenas de milhares de dólares em charutos, bebidas alcoólicas e joias de bilionários. Ele teria ainda negociado troca de favores com um dos maiores jornais do país. É possível que Harow também detalhe o "Caso 3.000": um contrato duvidoso de US$ 2 bilhões para a compra de três submarinos do grupo alemão ThyssenKrupp. Até mesmo partidários do premiê já começam a verbalizar o que antes parecia um cenário improvável: os dias de Bibi Netanyahu à frente do governo estão contados. Irritado, ele fez um inflamado discurso para milhares de apoiadores. "Esta manhã um de vocês me disse, sabiamente: 'Bibi, eles não querem apenas te derrubar, eles querem derrubar todos nós, o Likud e o campo nacionalista! Eles sabem que não podem nos vencer nas urnas, então estão tentando passar por cima da democracia e nos derrubar sem eleições!" Netanyahu culpou a esquerda e a imprensa ("são a mesma coisa, vocês sabem"), por pressionarem a Justiça. Ironicamente, muitos apontam para o que o próprio Netanyahu disse há quase uma década, quando o então premiê, Ehud Olmert, do finado partido de centro Kadima, começou a ser investigados por corrupção: "O primeiro-ministro está imerso até o pescoço em investigações e não tem mandato público ou moral para lidar com os destinos da nação. (...) A coisa certa a fazer é que esse governo vá para casa", disse Bibi na TV –Olmert foi condenado a 19 meses de prisão e deixou a penitenciária em julho, depois de 16 meses. Nascido na Califórnia, Ari Harow, 44, chegou a Israel aos 12 anos. É formado em psicologia, com mestrado em ciência política. Aos 29, se tornou assessor para assuntos estrangeiros de Netanyahu. Serviu como diretor-geral do "Friends of the Likud" (amigos do Likud) nos EUA, arrecadando fundos para o partido do premiê. Tornou-se chefe de gabinete de Netanyahu em 2008, saiu do governo dois anos depois e criou a consultoria política 3H Global. Quando voltou a ser chefe de gabinete de Netanyahu, em 2013, a consultoria foi repassada ao irmão, Josh, em medida suspeita de ter sido para inglês ver (o "Caso 4.000"). Em 2015, ao assumir a busca de financiamento para a campanha do Likud, se tornou alvo da polícia. "Foi isso que derrubou Harow. Ele ficou sob suspeita de receber subornos e de outros comportamentos criminosos. Em um esforço para evitar uma pena de prisão, concordou em dizer aos investigadores tudo o que sabia sobre as atividades de Netanyahu. Será condenado apenas a meio ano de serviço comunitário e uma multa (de US$ 193 mil)", escreveu o analista político Ben Caspit no site Al Monitor. A consultoria de risco Eurasia Group divulgou análise prevendo que a polícia terminará as investigações até o fim deste ano por causa da delação de Harow. Netanyahu seria, então, indiciado em meados de 2018 e, pressionado por seu partido, renunciaria. "Mesmo que Netanyahu se mantenha muito popular entre os eleitores de centro-direita e seu partido Likud, os parceiros de coalizão provavelmente vão aproveitar a oportunidade criada por um indiciamento para destituí-lo", escreveu o analista de Oriente Médio Riccardo Fabiani. O que o analista não leva em consideração é a capacidade incomum do carismático Netanyahu de se manter no poder. Depois de seu primeiro mandato (1996-1999) e de quase uma década de ostracismo, conseguiu voltar à cena política em 2009, enfrentando —e vencendo— quatro eleições. Desta vez, no entanto, pode ser que a fênix da política israelense tenha perdido o dom de renascer.
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No Airbnb dos festivais, casas são ao mesmo tempo alojamento e palco
RESUMO Premiado pela associação europeia de festivais, evento de artes performáticas realizado em Nápoles adota modelo radical de economia compartilhada. Atores, dançarinos, diretores, técnicos, estudiosos e críticos se tornam hóspedes de napolitanos, que cedem suas casas tanto para alojamento quanto para apresentações. Quarto compartilhado. Comida compartilhada. Casa e palco, vida e arte compartilhados. O festival Altofest, de Nápoles, situa-se em algum lugar entre um Airbnb e um Uber Pool das artes performáticas. Criado pelo casal Anna Gesualdi e Giovanni Trono, diretores artísticos do Teatringestazione, grupo de teatro experimental da cidade italiana, o Altofest sobrevive há sete anos com um modelo colaborativo radical. Atores, dançarinos, diretores, técnicos, estudiosos ou críticos de arte convidados ficam hospedados em casas de cidadãos napolitanos, os "doadores". Eles cedem espaços de suas casas não só para pernoites mas também para a criação e a apresentação dos espetáculos. Os participantes recebem uma ajuda de custo para a montagem das obras (500 euros, depositados seis meses após o evento), e as passagens são negociadas com embaixadas e instituições de incentivo à cultura. À diferença dos aplicativos de hospedagem e transporte, o Altofest não embarcou na economia compartilhada em busca de lucro. Funciona essencialmente à base de trocas não monetárias –e tem sido bem-sucedido em seu negócio. Na última quinta (20), foi escolhido como um dos 26 eventos de maior destaque entre 715 festivais europeus, por indicação da EFA (a associação europeia de festivais). Compuseram o júri, entre outros, sir Jonathan Mills, ex-diretor do Festival de Edimburgo, Fruzsina Szép, diretora do Lollapalooza Berlim, e Peter Florence, um dos criadores do Hay Festival –realizado na cidade galesa de Hay-on-Wye e considerado inspiração para a Flip. O formato também chamou a atenção de Malta, que em 2018 terá Valletta como capital cultural europeia. Os organizadores dos eventos malteses importarão o sistema napolitano, fazendo algumas adaptações para melhorar a infraestrutura e a logística. No caso do Altofest deste ano, alojamentos e locais de apresentação nem sempre estavam próximos uns dos outros, e o deslocamento, em geral a pé, ocorria sob um sol de 40 graus numa cidade que tem lá seus aclives. Os artistas chegam cinco dias antes do festival, neste ano realizado de 5 a 9 de julho, e adaptam suas obras para salas, quartos e até banheiros das casas em que se hospedam. São apartamentos em prédios antigos de Sanità, bairro popular em processo incipiente de gentrificação, a levar em conta o perfil dos doadores de acomodação/palco. Alguns artistas, observadores convidados e equipes de produção ficam hospedados em outro bairro, na casa dos diretores Gesualdi e Trono, quartel-general do festival. Lá, no último andar de um edifício no centro histórico, em um apartamento de quatro quartos, dois banheiros e dois terrações, uma população flutuante de 15 a 50 pessoas dorme, trabalha, festeja e consome café em escala industrial (à noite, vinho, na Afterfest). APRESENTAÇÕES "Criamos um espaço para a promiscuidade, em que cada um corre o risco de se expor aos outros. O que é privado não é mais seu, torna-se intimidade compartilhada", diz a diretora do Altofest. Em uma determinada manhã, o terraço é tomado por varais com roupas recém-lavadas dos hóspedes e tecidos tingidos por Federica Terracina, artista italiana radicada em Paris. Ela prepara o figurino para a apresentação do percussionista napolitano Antonino Talamo, que abre o festival tocando na janela de uma loja de produtos orientais, vestido de san Gennaro (são Januário), padroeiro de Nápoles. "Para mim, a performance de Talamo foi a mais bem-sucedida em termos de envolvimento dos habitantes da cidade. Primeiro, por ser música; depois, por ser apresentada para quem passava na rua. Fiquei impressionado com a interação das pessoas", diz o francês Amar Benbia. Benbia, diretor de La Foule d'Eau, centro cultural para residências artísticas e "arte participativa" instalado em uma piscina abandonada na periferia de Paris, foi convidado para conhecer o modelo do Altofest e trocar experiências sobre produção cultural. Além das apresentações, a programação do festival inclui uma conversa com operadores culturais de diversas partes da Itália e de outros países da Europa (neste ano, França, Reino Unido, Espanha, Malta e Eslovênia) e debates diários com críticos e artistas no Observatório Crítico. Estes últimos sempre ocorrem após o almoço, na cozinha de um centro comunitário para mulheres de baixa renda de Sanità. A sonolência pós-prandial e a falta de ar-condicionado não contribuem para o desenvolvimento das discussões. Os diretores do Altofest valorizam mais a práxis e a intersecção vida e arte, mas alguns participantes buscam retorno teórico –fato que chama a atenção de Philip Hadcroft, consultor de negócios e especialista em marketing. "Muitos artistas estão envolvidos com os princípios ideológicos do festival, mas outros querem um olhar crítico sobre seu trabalho, ou trocar experiências sobre processos criativos e sobre formas de monetizar sua arte. Isso poderia ser feito, por exemplo, em um dia de conferências no fim do evento", diz. PROPOSTAS De dupla nacionalidade (australiana e britânica) e morador de Malta, Hadcroft integrou a comitiva envolvida na preparação dos eventos culturais para 2018. "Os participantes do Altofest parecem estar conectados mais profundamente com o tecido social do meio onde atuam do que os artistas que se apresentam em teatros convencionais. Eles mostram enorme solidariedade com áreas de baixa condição socioeconômica, exibem identificação total com uma das principais propostas do festival, que é a regeneração urbana e humana", afirma Hadcroft. A regeneração urbana também é um dos resultados esperados em cidades nomeadas pela União Europeia como capitais culturais. Durante o Altofest, esses resultados são alvos de micropolíticas: com estranhos (artistas, donos das casas e público) espremidos no mesmo espaço, espera-se um insight coletivo. "As pessoas reconhecem o espaço privado como algo diferente, onde podem escrever e ler algo novo", diz Gesualdi. Como a maioria das performances ocorre nas casas onde os artistas estão hospedados, as apresentações são para poucos –com boa vontade, um público de 20 pessoas. É preciso reservar com antecedência, como em restaurantes pequenos e exclusivos de chefs famosos. Mas algumas apresentações envolvem de fato o espaço público. Javier Cuevas e Sara Serrano, do projeto espanhol-norueguês Spanish Matchbox, fizeram os espectadores darem voltas e voltas em torno do prédio de arquitetura fascista da administração metropolitana de Nápoles antes de entrarem no edifício. Dentro, levaram audiência e funcionários municipais a entoar a palavra "baracca" (barraco, em italiano) na melodia do hino da Itália. Outro grupo espanhol, Societat Doctor Alonso, após apresentar nas ruínas de um aqueduto romano um espetáculo inspirado no filme "Andrei Rublev", de Tarkóvski, conduziu o público em procissão pelas ruas de Sanità, onde fica o sítio histórico. "É protesto ou enterro?", perguntou um morador sentado à soleira da porta. INTERAÇÃO Como 80% do público das apresentações é formado pelos próprios artistas, organizadores e doadores de acomodação, não fica claro até que ponto a população local se envolve e se transforma por causa do evento. "O mecanismo de doadores de espaço é uma das forças do festival. Mobilizar tanta gente para hospedar pessoas e criações artísticas é um verdadeiro sucesso, nada melhor para criar uma comunidade. O problema é ser uma comunidade um pouco fechada em si mesma. Todos ali já estão envolvidos com esse tipo de manifestação artística. Falta interação com os habitantes da cidade", diz Benbia. O mapa das apresentações se divide em duas áreas: Sanità e centro histórico. O público se desloca a pé entre os "palcos", que incluem, além das casas particulares, uma loja de roupas indianas, o aqueduto romano, uma igreja, um estacionamento dentro de uma gruta de pedra e galerias de arte. O percurso mais longo se traduz numa caminhada de cerca de 40 minutos. Anna Gesualdi diz que, ao lado da doação e da intimidade, o sacrifício é um motor do evento. "Adoramos falar que o festival é uma armadilha na qual se escolhe cair." Apesar do entusiasmo, Hadcroft sugere algumas mudanças. "É importante distinguir a parte cultural e criativa da infraestrutura e das operações necessárias para as performances. Se as apresentações são distantes umas das outras, é preciso pensar no transporte. Condições climáticas afetam a capacidade de o público se concentrar no espetáculo. Por isso, é bom pensar em formas de dar mais conforto." São aspectos que podem ser contornados, mesmo sem muito dinheiro, segundo ele. Mais difícil é conciliar essas adaptações com o projeto estético-ideológico do festival, baseado na premissa de que a arte, hoje mais do que nunca, só acontece e só é eficaz quando tira as pessoas de sua zona de conforto, como afirma Gesualdi. IARA BIDERMAN, 56, é jornalista.
ilustrissima
No Airbnb dos festivais, casas são ao mesmo tempo alojamento e palcoRESUMO Premiado pela associação europeia de festivais, evento de artes performáticas realizado em Nápoles adota modelo radical de economia compartilhada. Atores, dançarinos, diretores, técnicos, estudiosos e críticos se tornam hóspedes de napolitanos, que cedem suas casas tanto para alojamento quanto para apresentações. Quarto compartilhado. Comida compartilhada. Casa e palco, vida e arte compartilhados. O festival Altofest, de Nápoles, situa-se em algum lugar entre um Airbnb e um Uber Pool das artes performáticas. Criado pelo casal Anna Gesualdi e Giovanni Trono, diretores artísticos do Teatringestazione, grupo de teatro experimental da cidade italiana, o Altofest sobrevive há sete anos com um modelo colaborativo radical. Atores, dançarinos, diretores, técnicos, estudiosos ou críticos de arte convidados ficam hospedados em casas de cidadãos napolitanos, os "doadores". Eles cedem espaços de suas casas não só para pernoites mas também para a criação e a apresentação dos espetáculos. Os participantes recebem uma ajuda de custo para a montagem das obras (500 euros, depositados seis meses após o evento), e as passagens são negociadas com embaixadas e instituições de incentivo à cultura. À diferença dos aplicativos de hospedagem e transporte, o Altofest não embarcou na economia compartilhada em busca de lucro. Funciona essencialmente à base de trocas não monetárias –e tem sido bem-sucedido em seu negócio. Na última quinta (20), foi escolhido como um dos 26 eventos de maior destaque entre 715 festivais europeus, por indicação da EFA (a associação europeia de festivais). Compuseram o júri, entre outros, sir Jonathan Mills, ex-diretor do Festival de Edimburgo, Fruzsina Szép, diretora do Lollapalooza Berlim, e Peter Florence, um dos criadores do Hay Festival –realizado na cidade galesa de Hay-on-Wye e considerado inspiração para a Flip. O formato também chamou a atenção de Malta, que em 2018 terá Valletta como capital cultural europeia. Os organizadores dos eventos malteses importarão o sistema napolitano, fazendo algumas adaptações para melhorar a infraestrutura e a logística. No caso do Altofest deste ano, alojamentos e locais de apresentação nem sempre estavam próximos uns dos outros, e o deslocamento, em geral a pé, ocorria sob um sol de 40 graus numa cidade que tem lá seus aclives. Os artistas chegam cinco dias antes do festival, neste ano realizado de 5 a 9 de julho, e adaptam suas obras para salas, quartos e até banheiros das casas em que se hospedam. São apartamentos em prédios antigos de Sanità, bairro popular em processo incipiente de gentrificação, a levar em conta o perfil dos doadores de acomodação/palco. Alguns artistas, observadores convidados e equipes de produção ficam hospedados em outro bairro, na casa dos diretores Gesualdi e Trono, quartel-general do festival. Lá, no último andar de um edifício no centro histórico, em um apartamento de quatro quartos, dois banheiros e dois terrações, uma população flutuante de 15 a 50 pessoas dorme, trabalha, festeja e consome café em escala industrial (à noite, vinho, na Afterfest). APRESENTAÇÕES "Criamos um espaço para a promiscuidade, em que cada um corre o risco de se expor aos outros. O que é privado não é mais seu, torna-se intimidade compartilhada", diz a diretora do Altofest. Em uma determinada manhã, o terraço é tomado por varais com roupas recém-lavadas dos hóspedes e tecidos tingidos por Federica Terracina, artista italiana radicada em Paris. Ela prepara o figurino para a apresentação do percussionista napolitano Antonino Talamo, que abre o festival tocando na janela de uma loja de produtos orientais, vestido de san Gennaro (são Januário), padroeiro de Nápoles. "Para mim, a performance de Talamo foi a mais bem-sucedida em termos de envolvimento dos habitantes da cidade. Primeiro, por ser música; depois, por ser apresentada para quem passava na rua. Fiquei impressionado com a interação das pessoas", diz o francês Amar Benbia. Benbia, diretor de La Foule d'Eau, centro cultural para residências artísticas e "arte participativa" instalado em uma piscina abandonada na periferia de Paris, foi convidado para conhecer o modelo do Altofest e trocar experiências sobre produção cultural. Além das apresentações, a programação do festival inclui uma conversa com operadores culturais de diversas partes da Itália e de outros países da Europa (neste ano, França, Reino Unido, Espanha, Malta e Eslovênia) e debates diários com críticos e artistas no Observatório Crítico. Estes últimos sempre ocorrem após o almoço, na cozinha de um centro comunitário para mulheres de baixa renda de Sanità. A sonolência pós-prandial e a falta de ar-condicionado não contribuem para o desenvolvimento das discussões. Os diretores do Altofest valorizam mais a práxis e a intersecção vida e arte, mas alguns participantes buscam retorno teórico –fato que chama a atenção de Philip Hadcroft, consultor de negócios e especialista em marketing. "Muitos artistas estão envolvidos com os princípios ideológicos do festival, mas outros querem um olhar crítico sobre seu trabalho, ou trocar experiências sobre processos criativos e sobre formas de monetizar sua arte. Isso poderia ser feito, por exemplo, em um dia de conferências no fim do evento", diz. PROPOSTAS De dupla nacionalidade (australiana e britânica) e morador de Malta, Hadcroft integrou a comitiva envolvida na preparação dos eventos culturais para 2018. "Os participantes do Altofest parecem estar conectados mais profundamente com o tecido social do meio onde atuam do que os artistas que se apresentam em teatros convencionais. Eles mostram enorme solidariedade com áreas de baixa condição socioeconômica, exibem identificação total com uma das principais propostas do festival, que é a regeneração urbana e humana", afirma Hadcroft. A regeneração urbana também é um dos resultados esperados em cidades nomeadas pela União Europeia como capitais culturais. Durante o Altofest, esses resultados são alvos de micropolíticas: com estranhos (artistas, donos das casas e público) espremidos no mesmo espaço, espera-se um insight coletivo. "As pessoas reconhecem o espaço privado como algo diferente, onde podem escrever e ler algo novo", diz Gesualdi. Como a maioria das performances ocorre nas casas onde os artistas estão hospedados, as apresentações são para poucos –com boa vontade, um público de 20 pessoas. É preciso reservar com antecedência, como em restaurantes pequenos e exclusivos de chefs famosos. Mas algumas apresentações envolvem de fato o espaço público. Javier Cuevas e Sara Serrano, do projeto espanhol-norueguês Spanish Matchbox, fizeram os espectadores darem voltas e voltas em torno do prédio de arquitetura fascista da administração metropolitana de Nápoles antes de entrarem no edifício. Dentro, levaram audiência e funcionários municipais a entoar a palavra "baracca" (barraco, em italiano) na melodia do hino da Itália. Outro grupo espanhol, Societat Doctor Alonso, após apresentar nas ruínas de um aqueduto romano um espetáculo inspirado no filme "Andrei Rublev", de Tarkóvski, conduziu o público em procissão pelas ruas de Sanità, onde fica o sítio histórico. "É protesto ou enterro?", perguntou um morador sentado à soleira da porta. INTERAÇÃO Como 80% do público das apresentações é formado pelos próprios artistas, organizadores e doadores de acomodação, não fica claro até que ponto a população local se envolve e se transforma por causa do evento. "O mecanismo de doadores de espaço é uma das forças do festival. Mobilizar tanta gente para hospedar pessoas e criações artísticas é um verdadeiro sucesso, nada melhor para criar uma comunidade. O problema é ser uma comunidade um pouco fechada em si mesma. Todos ali já estão envolvidos com esse tipo de manifestação artística. Falta interação com os habitantes da cidade", diz Benbia. O mapa das apresentações se divide em duas áreas: Sanità e centro histórico. O público se desloca a pé entre os "palcos", que incluem, além das casas particulares, uma loja de roupas indianas, o aqueduto romano, uma igreja, um estacionamento dentro de uma gruta de pedra e galerias de arte. O percurso mais longo se traduz numa caminhada de cerca de 40 minutos. Anna Gesualdi diz que, ao lado da doação e da intimidade, o sacrifício é um motor do evento. "Adoramos falar que o festival é uma armadilha na qual se escolhe cair." Apesar do entusiasmo, Hadcroft sugere algumas mudanças. "É importante distinguir a parte cultural e criativa da infraestrutura e das operações necessárias para as performances. Se as apresentações são distantes umas das outras, é preciso pensar no transporte. Condições climáticas afetam a capacidade de o público se concentrar no espetáculo. Por isso, é bom pensar em formas de dar mais conforto." São aspectos que podem ser contornados, mesmo sem muito dinheiro, segundo ele. Mais difícil é conciliar essas adaptações com o projeto estético-ideológico do festival, baseado na premissa de que a arte, hoje mais do que nunca, só acontece e só é eficaz quando tira as pessoas de sua zona de conforto, como afirma Gesualdi. IARA BIDERMAN, 56, é jornalista.
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'Sou muito mais do que lésbica', diz youtuber do Canal das Bee
Quem vê a youtuber Jessica Tauane, 25, falar abertamente e com muito bom humor sobre sua sexualidade nos vídeos do Canal das Bee não imagina que ela já pensou em suicídio por não se aceitar como lésbica. "Eu era da igreja e sempre escutei que o que eu estava sentindo era muito errado, que era pecado", conta. Segundo a paulistana, ver que não estava sozinha nessa foi o que mais ajudou a superar a fase ruim. E foi pensando em fazer o mesmo por outras pessoas que, em 2012, ela criou o Canal das Bee, hoje com mais de 280 mil inscritos. "O canal surgiu de um sofrimento meu e conseguimos transformar num meio de tentar evitar que mais gente passe pelo que eu passei", diz a jovem formada em comunicação de multimeios. A descrição do Canal das Bee diz que não se trata de só um canal contra a homofobia. É "um canal contra o preconceito, contra a transfobia, a bifobia, a lesbofobia, o machismo. Um canal a favor da diversão, do riso e de viver a vida do jeito que você quiser". Assim como o canal, Jessica também não se encaixa em uma categoria só: é lésbica, gorda, religiosa, feminista, workaholic... Hoje, Jessica tenta atingir o público LGBT mais jovem e informar o maior número de pessoas para combater o preconceito. O sucesso do canal ela atribui à sinceridade e à autocrítica. Por isso usa seu outro canal, o Gorda de Boa, cujo nome é inspirado nos xingamentos que recebeu, para falar de seus outros temas, como viagens, alimentação, saúde. "Sou muito mais do que lésbica." A Folha conversou com ela sobre os canais, a militância e a relação com a religião, confira: Folha - Como foi a criação do Canal das Bee? Jessica Tauane - Quando eu me toquei da minha sexualidade, entrei em desespero. Eu era da igreja e sempre escutei que o que eu estava sentindo era muito errado, que era pecado. Daí eu entrei em depressão, fiquei muito tempo mal, não conseguia conversar com ninguém. Entrei no YouTube e havia um canal chamado Dedilhadas, feito por duas lésbicas. Eu, com todo aquele grilo, vi duas meninas lidando naturalmente com o motivo dos meus grilos, daí comecei a pesquisar, a ler e assistir a coisas sobre o assunto e fiquei com esperança. Eu as via e me perguntava: 'será que algum dia vou conseguir ser tão feliz assim?' Em 2012, eu já estava bem, já tinha conseguido me aceitar. Aquele canal que me ajudou tinha acabado. Aí eu pensei 'gente, acho que eu consigo fazer isso, conversar com esse pessoal que tá passando pelo que eu passei', porque existe muita gente nessa. O Canal das Bee surgiu daí. O canal surgiu de um sofrimento meu e a gente conseguiu transformar num meio de tentar evitar que mais gente passe pelo que eu passei, porque não é justo, não precisa. A que atribui o sucesso do Canal das Bee? Muita sinceridade e autocrítica. Uma vez fizemos um vídeo racista, quando me avisaram, fiquei desesperada, com vergonha, queria deletar. Mas fiz outro vídeo com a Jéssica Ipólito, que é sapatão e negra, abordando isso, a gente sentou e explicou os termos racistas, pedi desculpas. Eu tenho um canal no YouTube, falo de diversidade, e olha como isso não me exime de ser preconceituosa com grupos sociais aos quais eu não pertenço! Estamos sempre muito abertos e dispostos a melhorar, a gente faz tudo tão do fundo do coração, que as pessoas percebem isso. Como lida com as críticas? Já foi ameaçada? Quando as críticas são bem embasadas, de pessoas que não são preconceituosas, não tenho grilo nenhum, gosto de críticas construtivas. Mas quando vem chamar de gorda, veadinho, é porque o cara é burro. Atesta a importância do nosso trabalho. Levo com muito bom humor, mas só porque estou bem. A primeira vez que recebi um ataque coordenado, umas 10 mil pessoas no meu perfil pessoal, fiquei muito assustada. Dei uma desligada na internet, era muito ódio. Mas percebi que eles estão atacando justamente pra me fazer parar. Já me ameaçaram de morte, e isso dá um pânico enorme, mas eu não vou parar. Se eu me rendo, quem vai seguir o trabalho? É isso o que eles querem. Já aconteceu alguma coisa que te fez pensar em desistir? Um bilhão de vezes, mas sempre que eu penso nisso, acontece alguma coisa. Chega uma pessoa e me diz que pensou em se matar, mas assistiu ao Canal das Bee e desistiu. Daí eu penso 'poxa, tenho que seguir'. Eu não consigo parar, amo demais o que eu faço. O cenário dos vídeos fica no meu quarto, então eu já acordo olhando pro Canal das Bee, é a paixão da minha vida, ele me salva, me mantém viva. E a saída do armário? Entrei na universidade com 17 anos, tive a sorte de conhecer um menino que estava passando pelo mesmo que eu. Ele vinha de uma família conservadora, íamos pra balada gay no fim de semana, mas depois íamos à missa pra pedir perdão. A gente até ficou —era a última tentativa, o gay e a lésbica juntos tentando ser hétero. Eu fui ficar com uma menina só um ano depois, e demorei muitos anos pra conseguir de fato enfrentar a verdade. Eu pensava em ficar com uma menina e tentava esquecer, era horrível. Por isso que é importante ter amigos e espaços LGBT. Sempre fui muito amiga dos meus pais, conversava com eles sobre tudo, e de repente parei de contar. Tentei por muito tempo ser hétero. Falo que não existe cura gay, porque senão eu teria me curado com certeza absoluta! Eu rezava, fazia jejum, penitência, tentei tudo possível, pedia pra Deus fazer um milagre em mim porque não queria isso pra minha vida. O pior sentimento do mundo foi esse que eu senti naquela época, o medo de meus pais pararem de me amar. Só tive coragem de contar dois anos depois. Eu tinha acabado de levar um pé na bunda 'daqueles', e estava muito mal, minha mãe perguntava o que era, e eu dizia que só estava triste. Estava no quarto chorando e ela passou um recadinho por debaixo da porta: 'se estiver muito pesado, divide o peso com a mãe que eu te ajudo a carregar, vou te amar não importa o que acontecer'. Era ela dando a indireta direta de que queria saber. Fui correndo no quarto dela, chorando muito, mas ela já estava bem, então não foi tão traumático. Acho que eu consigo falar tranquilamente sobre isso hoje por isso. Vídeo de apresentação do canal Gorda de Boa Como decidiu criar o Gorda de Boa? Tenho uma doença de pele chamada hidradenite supurativa, que chega a me deixar de cama, pela dor. Eu já tinha ido a uns 18 médicos e não conseguia encontrar tratamento, até que fui a um que disse que quanto mais gordura no corpo, pior seria a doença. Ok, tinha que emagrecer. Mas como emagrecer se a pessoa não quer? Eu ainda estava só pensando em criar um canal pra me ajudar a lidar com a dieta, quando fui acampar na praia com a JoutJout [Julia Tolezano, youtuber] pra gravar um vídeo. Quando lançamos o vídeo, a maioria dos comentários era de meninas que não vão à praia por vergonha do corpo, mulheres que deixam de viver a vida por grilo com estética. Resolvi conversar com essas meninas, porque não precisa ser assim. Daí lancei o Gorda de Boa, mas acabou que a médica que me trata hoje em dia falou que não tem relação com o peso, é só genética. Refleti e vi que estava bem com a minha imagem. Toda mulher tem um peso que ela se gosta, peso ideal. E o meu é de 85 a 90 quilos. Me olho nas fotos e me acho mais gata assim. Olho os vídeos da época da dieta, com uns 20 quilos a menos, e não gosto, não me reconheço. O Gorda de Boa me completa. É muito bom que posso falar de tudo que eu quiser, coisa que no Canal das Bee é diferente. O Canal das Bee é LGBT, mas eu sou muito mais do que lésbica. Tenho muitos outros assuntos, mas se fosse no Canal das Bee falar de algo mais aleatório, ia perder o sentido. Como foi a repercussão quando participou do comercial de linha de maquiagem? Foi ótimo, muito legal! Imagina, foi com a Elke Maravilha! Foi logo antes de ela morrer, foi um presente pra mim conhecê-la. Nunca imaginei que eu, com esse meu jeitinho todo fora do padrão, seria chamada pra um comercial de beleza! Fiquei muito feliz, o engajamento da campanha mostrou até pra outras empresas que é possível, abriu um espaço. Fico emocionadíssima, porque o mercado publicitário impacta milhões de brasileiros todos os dias, está dando certo fazer esse meio de campo. Olha só o exemplo do MC Biel, se fosse 10 anos atrás, talvez ele estivesse até mais famoso depois do assédio, hoje em dia não é mais assim, cadê esse menino? Acabou com a carreira dele. E foi pela militância on-line, a gente vai lá e diz que não aceita mais, é muito bom. Participar de comerciais ajuda na militância? Recebeu alguma crítica quanto a isso? Não. Ajuda a manter o trabalho. É uma coisa muito particular minha, é uma estratégia que eu tenho. Eu entendo todos os problemas envolvidos, mas só consigo continuar o trabalho que eu faço se dialogar com o mercado publicitário. Fico feliz que tão me chamando, porque significa que estou produzindo um conteúdo bacana. Já foi um grilo pra mim, hoje acho ótimo, estou mais aberta. Estou bem porque sei o trabalho que eu faço, sei a dimensão disso tudo. Como avalia de que campanhas concorda em participar? Já recusou alguma? Já, claro. A primeira regra é não mexer no conteúdo do Canal das Bee. Se eu quiser começar todos os vídeos falando "Fora Temer", eu vou fazer isso. Em conteúdo não se mexe. Já recusamos algumas porque não tinham a nossa cara. Algumas até que geraram polêmica, e se a gente tivesse aceitado, poderiam dizer que "se o Canal das Bee tá de boa, então está tranquilo". Consegue se sustentar com os canais? É muito instável, a gente nunca sabe o quanto vamos receber, mas fazemos muito esforço pra que dê certo. A gente tem esse plano de realmente trabalhar produzindo conteúdo pra internet, e não queremos parar só no canal. É arriscado, mas estamos nessa, querendo fazer dar certo. Não criamos mais conteúdo só por falta de tempo, e na verdade nós não podemos parar, né, os emails e mensagens que chegam nos lembram do porquê de a gente precisar continuar, ainda falta muito por fazer. Por mais tempo que estejamos nessa, a gente ainda se desespera com as situações que as pessoas nos relatam, não tem como não.
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'Sou muito mais do que lésbica', diz youtuber do Canal das BeeQuem vê a youtuber Jessica Tauane, 25, falar abertamente e com muito bom humor sobre sua sexualidade nos vídeos do Canal das Bee não imagina que ela já pensou em suicídio por não se aceitar como lésbica. "Eu era da igreja e sempre escutei que o que eu estava sentindo era muito errado, que era pecado", conta. Segundo a paulistana, ver que não estava sozinha nessa foi o que mais ajudou a superar a fase ruim. E foi pensando em fazer o mesmo por outras pessoas que, em 2012, ela criou o Canal das Bee, hoje com mais de 280 mil inscritos. "O canal surgiu de um sofrimento meu e conseguimos transformar num meio de tentar evitar que mais gente passe pelo que eu passei", diz a jovem formada em comunicação de multimeios. A descrição do Canal das Bee diz que não se trata de só um canal contra a homofobia. É "um canal contra o preconceito, contra a transfobia, a bifobia, a lesbofobia, o machismo. Um canal a favor da diversão, do riso e de viver a vida do jeito que você quiser". Assim como o canal, Jessica também não se encaixa em uma categoria só: é lésbica, gorda, religiosa, feminista, workaholic... Hoje, Jessica tenta atingir o público LGBT mais jovem e informar o maior número de pessoas para combater o preconceito. O sucesso do canal ela atribui à sinceridade e à autocrítica. Por isso usa seu outro canal, o Gorda de Boa, cujo nome é inspirado nos xingamentos que recebeu, para falar de seus outros temas, como viagens, alimentação, saúde. "Sou muito mais do que lésbica." A Folha conversou com ela sobre os canais, a militância e a relação com a religião, confira: Folha - Como foi a criação do Canal das Bee? Jessica Tauane - Quando eu me toquei da minha sexualidade, entrei em desespero. Eu era da igreja e sempre escutei que o que eu estava sentindo era muito errado, que era pecado. Daí eu entrei em depressão, fiquei muito tempo mal, não conseguia conversar com ninguém. Entrei no YouTube e havia um canal chamado Dedilhadas, feito por duas lésbicas. Eu, com todo aquele grilo, vi duas meninas lidando naturalmente com o motivo dos meus grilos, daí comecei a pesquisar, a ler e assistir a coisas sobre o assunto e fiquei com esperança. Eu as via e me perguntava: 'será que algum dia vou conseguir ser tão feliz assim?' Em 2012, eu já estava bem, já tinha conseguido me aceitar. Aquele canal que me ajudou tinha acabado. Aí eu pensei 'gente, acho que eu consigo fazer isso, conversar com esse pessoal que tá passando pelo que eu passei', porque existe muita gente nessa. O Canal das Bee surgiu daí. O canal surgiu de um sofrimento meu e a gente conseguiu transformar num meio de tentar evitar que mais gente passe pelo que eu passei, porque não é justo, não precisa. A que atribui o sucesso do Canal das Bee? Muita sinceridade e autocrítica. Uma vez fizemos um vídeo racista, quando me avisaram, fiquei desesperada, com vergonha, queria deletar. Mas fiz outro vídeo com a Jéssica Ipólito, que é sapatão e negra, abordando isso, a gente sentou e explicou os termos racistas, pedi desculpas. Eu tenho um canal no YouTube, falo de diversidade, e olha como isso não me exime de ser preconceituosa com grupos sociais aos quais eu não pertenço! Estamos sempre muito abertos e dispostos a melhorar, a gente faz tudo tão do fundo do coração, que as pessoas percebem isso. Como lida com as críticas? Já foi ameaçada? Quando as críticas são bem embasadas, de pessoas que não são preconceituosas, não tenho grilo nenhum, gosto de críticas construtivas. Mas quando vem chamar de gorda, veadinho, é porque o cara é burro. Atesta a importância do nosso trabalho. Levo com muito bom humor, mas só porque estou bem. A primeira vez que recebi um ataque coordenado, umas 10 mil pessoas no meu perfil pessoal, fiquei muito assustada. Dei uma desligada na internet, era muito ódio. Mas percebi que eles estão atacando justamente pra me fazer parar. Já me ameaçaram de morte, e isso dá um pânico enorme, mas eu não vou parar. Se eu me rendo, quem vai seguir o trabalho? É isso o que eles querem. Já aconteceu alguma coisa que te fez pensar em desistir? Um bilhão de vezes, mas sempre que eu penso nisso, acontece alguma coisa. Chega uma pessoa e me diz que pensou em se matar, mas assistiu ao Canal das Bee e desistiu. Daí eu penso 'poxa, tenho que seguir'. Eu não consigo parar, amo demais o que eu faço. O cenário dos vídeos fica no meu quarto, então eu já acordo olhando pro Canal das Bee, é a paixão da minha vida, ele me salva, me mantém viva. E a saída do armário? Entrei na universidade com 17 anos, tive a sorte de conhecer um menino que estava passando pelo mesmo que eu. Ele vinha de uma família conservadora, íamos pra balada gay no fim de semana, mas depois íamos à missa pra pedir perdão. A gente até ficou —era a última tentativa, o gay e a lésbica juntos tentando ser hétero. Eu fui ficar com uma menina só um ano depois, e demorei muitos anos pra conseguir de fato enfrentar a verdade. Eu pensava em ficar com uma menina e tentava esquecer, era horrível. Por isso que é importante ter amigos e espaços LGBT. Sempre fui muito amiga dos meus pais, conversava com eles sobre tudo, e de repente parei de contar. Tentei por muito tempo ser hétero. Falo que não existe cura gay, porque senão eu teria me curado com certeza absoluta! Eu rezava, fazia jejum, penitência, tentei tudo possível, pedia pra Deus fazer um milagre em mim porque não queria isso pra minha vida. O pior sentimento do mundo foi esse que eu senti naquela época, o medo de meus pais pararem de me amar. Só tive coragem de contar dois anos depois. Eu tinha acabado de levar um pé na bunda 'daqueles', e estava muito mal, minha mãe perguntava o que era, e eu dizia que só estava triste. Estava no quarto chorando e ela passou um recadinho por debaixo da porta: 'se estiver muito pesado, divide o peso com a mãe que eu te ajudo a carregar, vou te amar não importa o que acontecer'. Era ela dando a indireta direta de que queria saber. Fui correndo no quarto dela, chorando muito, mas ela já estava bem, então não foi tão traumático. Acho que eu consigo falar tranquilamente sobre isso hoje por isso. Vídeo de apresentação do canal Gorda de Boa Como decidiu criar o Gorda de Boa? Tenho uma doença de pele chamada hidradenite supurativa, que chega a me deixar de cama, pela dor. Eu já tinha ido a uns 18 médicos e não conseguia encontrar tratamento, até que fui a um que disse que quanto mais gordura no corpo, pior seria a doença. Ok, tinha que emagrecer. Mas como emagrecer se a pessoa não quer? Eu ainda estava só pensando em criar um canal pra me ajudar a lidar com a dieta, quando fui acampar na praia com a JoutJout [Julia Tolezano, youtuber] pra gravar um vídeo. Quando lançamos o vídeo, a maioria dos comentários era de meninas que não vão à praia por vergonha do corpo, mulheres que deixam de viver a vida por grilo com estética. Resolvi conversar com essas meninas, porque não precisa ser assim. Daí lancei o Gorda de Boa, mas acabou que a médica que me trata hoje em dia falou que não tem relação com o peso, é só genética. Refleti e vi que estava bem com a minha imagem. Toda mulher tem um peso que ela se gosta, peso ideal. E o meu é de 85 a 90 quilos. Me olho nas fotos e me acho mais gata assim. Olho os vídeos da época da dieta, com uns 20 quilos a menos, e não gosto, não me reconheço. O Gorda de Boa me completa. É muito bom que posso falar de tudo que eu quiser, coisa que no Canal das Bee é diferente. O Canal das Bee é LGBT, mas eu sou muito mais do que lésbica. Tenho muitos outros assuntos, mas se fosse no Canal das Bee falar de algo mais aleatório, ia perder o sentido. Como foi a repercussão quando participou do comercial de linha de maquiagem? Foi ótimo, muito legal! Imagina, foi com a Elke Maravilha! Foi logo antes de ela morrer, foi um presente pra mim conhecê-la. Nunca imaginei que eu, com esse meu jeitinho todo fora do padrão, seria chamada pra um comercial de beleza! Fiquei muito feliz, o engajamento da campanha mostrou até pra outras empresas que é possível, abriu um espaço. Fico emocionadíssima, porque o mercado publicitário impacta milhões de brasileiros todos os dias, está dando certo fazer esse meio de campo. Olha só o exemplo do MC Biel, se fosse 10 anos atrás, talvez ele estivesse até mais famoso depois do assédio, hoje em dia não é mais assim, cadê esse menino? Acabou com a carreira dele. E foi pela militância on-line, a gente vai lá e diz que não aceita mais, é muito bom. Participar de comerciais ajuda na militância? Recebeu alguma crítica quanto a isso? Não. Ajuda a manter o trabalho. É uma coisa muito particular minha, é uma estratégia que eu tenho. Eu entendo todos os problemas envolvidos, mas só consigo continuar o trabalho que eu faço se dialogar com o mercado publicitário. Fico feliz que tão me chamando, porque significa que estou produzindo um conteúdo bacana. Já foi um grilo pra mim, hoje acho ótimo, estou mais aberta. Estou bem porque sei o trabalho que eu faço, sei a dimensão disso tudo. Como avalia de que campanhas concorda em participar? Já recusou alguma? Já, claro. A primeira regra é não mexer no conteúdo do Canal das Bee. Se eu quiser começar todos os vídeos falando "Fora Temer", eu vou fazer isso. Em conteúdo não se mexe. Já recusamos algumas porque não tinham a nossa cara. Algumas até que geraram polêmica, e se a gente tivesse aceitado, poderiam dizer que "se o Canal das Bee tá de boa, então está tranquilo". Consegue se sustentar com os canais? É muito instável, a gente nunca sabe o quanto vamos receber, mas fazemos muito esforço pra que dê certo. A gente tem esse plano de realmente trabalhar produzindo conteúdo pra internet, e não queremos parar só no canal. É arriscado, mas estamos nessa, querendo fazer dar certo. Não criamos mais conteúdo só por falta de tempo, e na verdade nós não podemos parar, né, os emails e mensagens que chegam nos lembram do porquê de a gente precisar continuar, ainda falta muito por fazer. Por mais tempo que estejamos nessa, a gente ainda se desespera com as situações que as pessoas nos relatam, não tem como não.
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Lugano cobra seis pontos nos próximos dois jogos da Libertadores
Depois do empate por 1 a 1 contra o River Plate, em Buenos Aires, nesta quinta (10), o zagueiro Diego Lugano elogiou a equipe e afirmou que é obrigação somar seis pontos nos dois próximos jogos da Libertadores contra o Trujillanos, da Venezuela. "No mínimo temos que fazer os seis pontos, com todo o respeito ao Trujillanos. Se não fizermos fica muito difícil passar de fase", disse o zagueiro. O São Paulo somou seu primeiro ponto com o empate e está em terceiro lugar do Grupo 1, atrás do The Strongest (BOL), com seis pontos, e do River, com quatro. Segundo o zagueiro, a derrota teria praticamente encerrado a participação da equipe na competição. "O empate era o mínimo que o São Paulo podia tirar daqui do Monumental [de Nuñez, estádio do River]. Com esse ponto, ainda deixamos a série em aberto", afirmou. O técnico do São Paulo, Edgardo Bauza, também comentou a situação e afirmou que, mesmo se o São Paulo chegar na última partida do grupo com possibilidades de classificação, a dificuldade será grande. A partida será contra o The Strongest, na Bolívia. "Vai ser muito duro terminar a disputa do grupo na altitude. Espero que cheguemos nessa partida com possibilidades", disse o treinador. Para ele, a partida foi boa para o São Paulo, mas não por causa do resultado, que manteve a equipe viva na competição. "Por um momento a equipe recuperou sua identidade e o desejo de defender uma história pesada como a do São Paulo, como não mostrou em outras partidas", afirmou. "Me interessa muito mais a atitude do que o resultado", finalizou Bauza.
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Lugano cobra seis pontos nos próximos dois jogos da LibertadoresDepois do empate por 1 a 1 contra o River Plate, em Buenos Aires, nesta quinta (10), o zagueiro Diego Lugano elogiou a equipe e afirmou que é obrigação somar seis pontos nos dois próximos jogos da Libertadores contra o Trujillanos, da Venezuela. "No mínimo temos que fazer os seis pontos, com todo o respeito ao Trujillanos. Se não fizermos fica muito difícil passar de fase", disse o zagueiro. O São Paulo somou seu primeiro ponto com o empate e está em terceiro lugar do Grupo 1, atrás do The Strongest (BOL), com seis pontos, e do River, com quatro. Segundo o zagueiro, a derrota teria praticamente encerrado a participação da equipe na competição. "O empate era o mínimo que o São Paulo podia tirar daqui do Monumental [de Nuñez, estádio do River]. Com esse ponto, ainda deixamos a série em aberto", afirmou. O técnico do São Paulo, Edgardo Bauza, também comentou a situação e afirmou que, mesmo se o São Paulo chegar na última partida do grupo com possibilidades de classificação, a dificuldade será grande. A partida será contra o The Strongest, na Bolívia. "Vai ser muito duro terminar a disputa do grupo na altitude. Espero que cheguemos nessa partida com possibilidades", disse o treinador. Para ele, a partida foi boa para o São Paulo, mas não por causa do resultado, que manteve a equipe viva na competição. "Por um momento a equipe recuperou sua identidade e o desejo de defender uma história pesada como a do São Paulo, como não mostrou em outras partidas", afirmou. "Me interessa muito mais a atitude do que o resultado", finalizou Bauza.
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Autogolpe na Turquia
A obstinada marcha autoritária imposta pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, faz agonizar a democracia no país. Assim como ocorreu na Venezuela após a tentativa de golpe contra Hugo Chávez, em 2002, Erdogan usa o fracassado movimento militar de julho como pretexto para implantar sua cartilha autoritária, que inclui o expurgo de cerca de 110 mil funcionários públicos e o silenciamento da imprensa crítica. A diferença é que o presidente turco avança nesse caminho sem disfarces e a grande velocidade. Alguns dias atrás, por exemplo, 12 parlamentares pró-curdos foram presos, sob acusações vagas de favorecer o terrorismo. Apoiado por uma coalizão que mistura islamistas e nacionalistas, Erdogan afirma que as medidas são necessárias para evitar novos intentos golpistas —a iniciativa recente deixou saldo de 270 mortos— e combater ataques extremistas, de fato bastante frequentes. Desde antes de julho, no entanto, o que se constata é outra coisa: a construção de um regime personalista autoritário. Todos os parlamentares presos são do Partido Democrático dos Povos, a segunda maior força de oposição no Congresso. Debilitado, representa um obstáculo a menos a separar Erdogan de sua grande ambição, substituir o atual sistema parlamentarista por um modelo presidencialista forte. Ao que tudo indica, o referendo sobre mudanças na Constituição, com realização prevista para o primeiro semestre de 2017, pode muito bem se revelar uma pantomima. Não há votação livre num país em que líderes oposicionistas são perseguidos e a imprensa sofre retaliações gravíssimas —180 veículos terminaram fechados e mais de 120 jornalistas foram presos. A pressão externa tem sido pouco eficaz. Apesar de criticado pelos Estados Unidos e pela União Europeia, Erdogan tem-se mostrado hábil em valer-se da importância estratégica da Turquia para desarmar sanções. Membro da Otan, o país tem papel crucial não somente no xadrez do Oriente Médio mas também na contenção de levas de refugiados sírios para o continente europeu. Erdogan, além disso, provavelmente terá uma Casa Branca mais favorável no ano quem vem, já que seu futuro ocupante, Donald Trump, costuma elogiar líderes autoritários. Cada vez mais, infelizmente, a Turquia se afasta do imaginado modelo democrático para o mundo muçulmano. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Autogolpe na TurquiaA obstinada marcha autoritária imposta pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, faz agonizar a democracia no país. Assim como ocorreu na Venezuela após a tentativa de golpe contra Hugo Chávez, em 2002, Erdogan usa o fracassado movimento militar de julho como pretexto para implantar sua cartilha autoritária, que inclui o expurgo de cerca de 110 mil funcionários públicos e o silenciamento da imprensa crítica. A diferença é que o presidente turco avança nesse caminho sem disfarces e a grande velocidade. Alguns dias atrás, por exemplo, 12 parlamentares pró-curdos foram presos, sob acusações vagas de favorecer o terrorismo. Apoiado por uma coalizão que mistura islamistas e nacionalistas, Erdogan afirma que as medidas são necessárias para evitar novos intentos golpistas —a iniciativa recente deixou saldo de 270 mortos— e combater ataques extremistas, de fato bastante frequentes. Desde antes de julho, no entanto, o que se constata é outra coisa: a construção de um regime personalista autoritário. Todos os parlamentares presos são do Partido Democrático dos Povos, a segunda maior força de oposição no Congresso. Debilitado, representa um obstáculo a menos a separar Erdogan de sua grande ambição, substituir o atual sistema parlamentarista por um modelo presidencialista forte. Ao que tudo indica, o referendo sobre mudanças na Constituição, com realização prevista para o primeiro semestre de 2017, pode muito bem se revelar uma pantomima. Não há votação livre num país em que líderes oposicionistas são perseguidos e a imprensa sofre retaliações gravíssimas —180 veículos terminaram fechados e mais de 120 jornalistas foram presos. A pressão externa tem sido pouco eficaz. Apesar de criticado pelos Estados Unidos e pela União Europeia, Erdogan tem-se mostrado hábil em valer-se da importância estratégica da Turquia para desarmar sanções. Membro da Otan, o país tem papel crucial não somente no xadrez do Oriente Médio mas também na contenção de levas de refugiados sírios para o continente europeu. Erdogan, além disso, provavelmente terá uma Casa Branca mais favorável no ano quem vem, já que seu futuro ocupante, Donald Trump, costuma elogiar líderes autoritários. Cada vez mais, infelizmente, a Turquia se afasta do imaginado modelo democrático para o mundo muçulmano. editoriais@grupofolha.com.br
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Guerra do Iraque foi ilegal, admite ex-número dois de Tony Blair
John Prescott, vice-primeiro-ministro do então chefe de governo britânico, Tony Blair, reconheceu neste domingo (10) que a guerra no Iraque foi ilegal. O governo de Blair foi o principal aliado do então presidente americano, George W. Bush, para invadir o país árabe em 2003. Na época, os governos alegaram que o ditador iraquiano Saddam Hussein mantinha um arsenal químico no país. O mea culpa foi feito em uma coluna publicada na edição deste domingo do "Sunday Mirror", dias depois da divulgação do Relatório Chilcot sobre a participação britânica nesse conflito. "Viverei com a decisão de ir à guerra e com suas catastróficas consequências pelo resto da minha vida", escreveu Prescott, que em 2003 era número dois de Blair. "Em 2004, o secretário-geral da ONU Kofi Annan disse que, posto que o objetivo principal da guerra do Iraque era a mudança de governo, a guerra era ilegal", lembra Prescott, hoje membro da Câmara dos Lordes. "Com grande pena e raiva, hoje acredito que estava certo", reconheceu. Prescott, contudo, jogou a maior parte da culpa nas mãos de Blair. Em seu artigo, ele afirma que o então premiê não divulgava informações que ajudassem os demais membros a tomar uma decisão e que preferia tomá-las sozinho. O ex-vice diz ainda que a decisão foi baseada em informações de pouca credibilidade, uma preocupação que nunca foi repassada aos membros do gabinete. Depois da publicação do informe Chilcot, Blair se desculpou pelos erros cometidos no conflito. Ele insistiu, porém, em que ir à guerra era o correto a fazer e que o mundo é um lugar mais seguro sem Hussein. Cerca de 150 mil iraquianos morreram nos seis anos que se seguiram à invasão do país. Mergulhado no caos, o país se transformou em terreno fértil para o surgimento de grupos extremistas como o Estado Islâmico. As tropas britânicas perderam 179 soldados no conflito.
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Guerra do Iraque foi ilegal, admite ex-número dois de Tony BlairJohn Prescott, vice-primeiro-ministro do então chefe de governo britânico, Tony Blair, reconheceu neste domingo (10) que a guerra no Iraque foi ilegal. O governo de Blair foi o principal aliado do então presidente americano, George W. Bush, para invadir o país árabe em 2003. Na época, os governos alegaram que o ditador iraquiano Saddam Hussein mantinha um arsenal químico no país. O mea culpa foi feito em uma coluna publicada na edição deste domingo do "Sunday Mirror", dias depois da divulgação do Relatório Chilcot sobre a participação britânica nesse conflito. "Viverei com a decisão de ir à guerra e com suas catastróficas consequências pelo resto da minha vida", escreveu Prescott, que em 2003 era número dois de Blair. "Em 2004, o secretário-geral da ONU Kofi Annan disse que, posto que o objetivo principal da guerra do Iraque era a mudança de governo, a guerra era ilegal", lembra Prescott, hoje membro da Câmara dos Lordes. "Com grande pena e raiva, hoje acredito que estava certo", reconheceu. Prescott, contudo, jogou a maior parte da culpa nas mãos de Blair. Em seu artigo, ele afirma que o então premiê não divulgava informações que ajudassem os demais membros a tomar uma decisão e que preferia tomá-las sozinho. O ex-vice diz ainda que a decisão foi baseada em informações de pouca credibilidade, uma preocupação que nunca foi repassada aos membros do gabinete. Depois da publicação do informe Chilcot, Blair se desculpou pelos erros cometidos no conflito. Ele insistiu, porém, em que ir à guerra era o correto a fazer e que o mundo é um lugar mais seguro sem Hussein. Cerca de 150 mil iraquianos morreram nos seis anos que se seguiram à invasão do país. Mergulhado no caos, o país se transformou em terreno fértil para o surgimento de grupos extremistas como o Estado Islâmico. As tropas britânicas perderam 179 soldados no conflito.
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Derrubar os juros
Com queda de 0,8% no terceiro trimestre, o PIB manteve a ininterrupta trajetória de retração iniciada no final de 2014. Contrariando prognósticos, a recessão se anuncia como a mais longa da história —e em breve poderá também ser a mais profunda, uma vez que a perda produção atinge 8,3%, percentual similar ao do pior momento já enfrentado, de 1981 a 1983. A expectativa de que o governo de Michel Temer reverteria a trajetória declinante, dando margem para um crescimento mais significativo em 2017, vai se dissolvendo. Nesse quadro, em que se verifica alta sensível do desemprego, redução de renda e excesso de endividamento de famílias e empresas, é quase indispensável uma reação firme do Banco Central, com corte rápido dos juros. O Comitê de Política Monetária (Copom), porém, optou por uma redução tímida da Selic —apenas 0,25 ponto percentual, para 13,75%. No entendimento do BC, os preços dos serviços ainda caem lentamente, as reformas para colocar ordem no Orçamento federal precisam se consolidar e o ambiente externo piorou com a eleição de Donald Trump nos EUA. De fato, juros maiores no exterior desvalorizam o real e causam impacto inflacionário, dificultando o esforço de fazer a inflação convergir para a meta de 4,5% em 2017. O problema é que a atual crise, por sua duração e profundidade, foge ao padrão histórico brasileiro e desafia interpretações convencionais. Desta vez não se trata de uma queda cíclica, que pode ser facilmente vencida. Há um componente mais estrutural, ocasionado pelo alto peso das dívidas. A reação de empresas e famílias é poupar o máximo possível, de modo a restaurar sua saúde financeira. Instaura-se um círculo vicioso, o que agrava os problemas financeiros. A incerteza quanto à saúde das contas públicas e do ambiente político torna o quadro mais sombrio. As receitas caem, mas as dívidas ficam, elevando cada vez mais o risco da insolvência. Em contextos como esse é preciso quebrar a espiral descendente por meio de medidas que restabeleçam a confiança e enfrentem o âmago do drama financeiro. A redução mais rápida dos juros precisa ser considerada. A inflação hoje já não é a grande ameaça. O risco maior é o país continuar patinando numa recessão sem fim. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Derrubar os jurosCom queda de 0,8% no terceiro trimestre, o PIB manteve a ininterrupta trajetória de retração iniciada no final de 2014. Contrariando prognósticos, a recessão se anuncia como a mais longa da história —e em breve poderá também ser a mais profunda, uma vez que a perda produção atinge 8,3%, percentual similar ao do pior momento já enfrentado, de 1981 a 1983. A expectativa de que o governo de Michel Temer reverteria a trajetória declinante, dando margem para um crescimento mais significativo em 2017, vai se dissolvendo. Nesse quadro, em que se verifica alta sensível do desemprego, redução de renda e excesso de endividamento de famílias e empresas, é quase indispensável uma reação firme do Banco Central, com corte rápido dos juros. O Comitê de Política Monetária (Copom), porém, optou por uma redução tímida da Selic —apenas 0,25 ponto percentual, para 13,75%. No entendimento do BC, os preços dos serviços ainda caem lentamente, as reformas para colocar ordem no Orçamento federal precisam se consolidar e o ambiente externo piorou com a eleição de Donald Trump nos EUA. De fato, juros maiores no exterior desvalorizam o real e causam impacto inflacionário, dificultando o esforço de fazer a inflação convergir para a meta de 4,5% em 2017. O problema é que a atual crise, por sua duração e profundidade, foge ao padrão histórico brasileiro e desafia interpretações convencionais. Desta vez não se trata de uma queda cíclica, que pode ser facilmente vencida. Há um componente mais estrutural, ocasionado pelo alto peso das dívidas. A reação de empresas e famílias é poupar o máximo possível, de modo a restaurar sua saúde financeira. Instaura-se um círculo vicioso, o que agrava os problemas financeiros. A incerteza quanto à saúde das contas públicas e do ambiente político torna o quadro mais sombrio. As receitas caem, mas as dívidas ficam, elevando cada vez mais o risco da insolvência. Em contextos como esse é preciso quebrar a espiral descendente por meio de medidas que restabeleçam a confiança e enfrentem o âmago do drama financeiro. A redução mais rápida dos juros precisa ser considerada. A inflação hoje já não é a grande ameaça. O risco maior é o país continuar patinando numa recessão sem fim. editoriais@grupofolha.com.br
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Letras mostram profundas lutas da consciência de Dylan
A imagem de Bob Dylan está inevitavelmente ligada à onda que revolucionou os EUA e grande parte do mundo ocidental nos anos 1960: o movimento por direitos civis, liberdades individuais, paz, amor livre, feminismo. Apesar de ele ter logo tentado distanciar sua trajetória dessa marca, ainda assim a conexão imediata que se faz com seu nome remete àquele período e àquelas ideias. Não é à toa que "Blowin' in the Wind" continue sendo cantada por pessoas ligadas à esquerda, inclusive no Brasil, como emblema de rebeldia contra o establishment. O momento mais simbólico de seu esforço para romper com os clichês que lhe foram então estampados ocorreu ainda em 1965, quando tocou no festival de música folk de Newport com uma banda que usava guitarras elétricas. Muitos fãs que o idolatravam como legítimo sucessor de Woody Guthrie e Peter Seeger o consideraram um traidor da causa, e sua performance gerou controvérsia que, em alguns aspectos, se assemelhou ao que ocorreu no Brasil na mesma época, quanto ao uso de equipamentos eletrônicos na MPB. Nos anos seguintes, Dylan afastou seu trabalho da política e o aproximou da filosofia e da religião. O álbum "Slow Train Coming" marca a sua conversão ao cristianismo, do qual também se distanciaria após algum tempo. As profundas lutas de sua consciência chegaram ao público na forma de letras de canções, que foram muito além do embate político dos tempos em que ele surgiu. Grande parte da sua melhor poesia foi composta depois disso. Muito dela está no álbum "Oh Mercy", de 1989. Como estes versos da canção "The Man In The Long Black Coat" : "Every man's conscience is vile and depraved/You cannot depend on it to be your guide when it's you who must keep it satisfied" (A consciência de cada homem é vil e depravada/Você não pode se guiar por ela quando é você que a tem de satisfazer"). No entanto é bastante provável que a decisão de dar-lhe o Nobel se deva principalmente às posições políticas simbolizadas pelo que ele produziu 50 anos atrás, neste momento em que a ascensão do populismo de extrema direita em diversos países constitui ameaça a muito do que foi conquistado pela humanidade neste meio século, inclusive graças à poesia de Dylan. CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA, livre-docente em comunicação pela USP, é editor da revista "Política Externa"
ilustrada
Letras mostram profundas lutas da consciência de DylanA imagem de Bob Dylan está inevitavelmente ligada à onda que revolucionou os EUA e grande parte do mundo ocidental nos anos 1960: o movimento por direitos civis, liberdades individuais, paz, amor livre, feminismo. Apesar de ele ter logo tentado distanciar sua trajetória dessa marca, ainda assim a conexão imediata que se faz com seu nome remete àquele período e àquelas ideias. Não é à toa que "Blowin' in the Wind" continue sendo cantada por pessoas ligadas à esquerda, inclusive no Brasil, como emblema de rebeldia contra o establishment. O momento mais simbólico de seu esforço para romper com os clichês que lhe foram então estampados ocorreu ainda em 1965, quando tocou no festival de música folk de Newport com uma banda que usava guitarras elétricas. Muitos fãs que o idolatravam como legítimo sucessor de Woody Guthrie e Peter Seeger o consideraram um traidor da causa, e sua performance gerou controvérsia que, em alguns aspectos, se assemelhou ao que ocorreu no Brasil na mesma época, quanto ao uso de equipamentos eletrônicos na MPB. Nos anos seguintes, Dylan afastou seu trabalho da política e o aproximou da filosofia e da religião. O álbum "Slow Train Coming" marca a sua conversão ao cristianismo, do qual também se distanciaria após algum tempo. As profundas lutas de sua consciência chegaram ao público na forma de letras de canções, que foram muito além do embate político dos tempos em que ele surgiu. Grande parte da sua melhor poesia foi composta depois disso. Muito dela está no álbum "Oh Mercy", de 1989. Como estes versos da canção "The Man In The Long Black Coat" : "Every man's conscience is vile and depraved/You cannot depend on it to be your guide when it's you who must keep it satisfied" (A consciência de cada homem é vil e depravada/Você não pode se guiar por ela quando é você que a tem de satisfazer"). No entanto é bastante provável que a decisão de dar-lhe o Nobel se deva principalmente às posições políticas simbolizadas pelo que ele produziu 50 anos atrás, neste momento em que a ascensão do populismo de extrema direita em diversos países constitui ameaça a muito do que foi conquistado pela humanidade neste meio século, inclusive graças à poesia de Dylan. CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA, livre-docente em comunicação pela USP, é editor da revista "Política Externa"
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Del Nero admite que não deixa o Brasil por orientação de advogados
Em depoimento à CPI do Futebol do Senado na tarde desta quarta-feira (16), o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, admitiu que não deixa o Brasil, desde o fim de maio, porque recebeu orientações para isso. "Meus advogados me aconselharam a não deixar o país", disse. Del Nero reafirmou que não foi por medo que voltou da Suíça para o Brasil após a prisão de José Maria Marin, também em maio: "Eu queria estar no Brasil para cuidar da confederação". Ele disse diante da CPI que é inocente das acusações feitas pelo Departamento de Justiça dos EUA. No último dia 3, o órgão acusou formalmente o brasileiro de corrupção, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito. Ele também é investigado pelo Comitê de Ética da Fifa. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá para a Justiça americana provas das acusações contra Del Nero e o ex-presidente da entidade, Ricardo Teixeira. "Nenhum dos procedimentos feitos me deu ciência do que fui acusado. Eles servirão apenas para comprovar a correção das minhas condutas. Não estou envolvido em nada", disse. O presidente da CPI, Romário (PSB-RJ), perguntou diretamente a Del Nero se ele é corrupto. "Eu não sou corrupto", foi a resposta. Durante a maior parte do depoimento, Del Nero tenta se descolar da gestão de Marin, que presidiu a CBF entre março de 2012 e abril de 2015, e de quem foi vice durante todo esse período. "Eu, como vice, via vários contratos da CBF, mas não todos. Vice é vice, vice não manda", declarou. O presidente licenciado, porém, evitou acusar Marin, atualmente em prisão domiciliar nos EUA. "Ele não está condenado. Temos que esperar o trânsito em julgado". ROMÁRIO Romário disse em duas oportunidades que Del Nero mentia. Primeiro sobre um empréstimo que o cartola teria recebido de um amigo, entre R$ 600 e R$ 700 mil. Del Nero disse que a movimentação consta em seu imposto de renda, e Romário negou –a CPI teve acesso ao sigilo fiscal do investigado. No segundo momento, Del Nero afirmou que nunca assinou contratos da Conmebol para a venda de direitos comerciais de competições da América do Sul. O dirigente é acusado de receber propina do empresário argentino Alejandro Bruzaco, da empresa TyC, na venda dos direitos da Libertadores. "Me encontrei três vezes com esse senhor, mas nunca assinei contrato algum de torneio da Conmebol. Quem assina é o presidente da entidade", disse Del Nero. Romário afirmou possuir documento que mostra que Del Nero assinou acordos da Conmebol, e que ele, mais uma vez, não dizia a verdade. O senador não mostrou o documento. LAPSOS DE MEMÓRIA Em alguns momentos, Del Nero teve lapsos de memória. O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) listou diversas movimentações financeiras do depoente. Ele não lembrava, por exemplo, de ter movimentado cerca de R$ 27 milhões entre 2014 e 2015. Foram listadas também compras de imóveis. Del Nero levou à comissão a documentação da compra de um iate e se exaltou quando foi citado que documentos da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) mostram que ele foi a Barbados, um paraíso fiscal, com o jatinho da CBF, em 2014. "Nunca fui a Barbados. Não movimentei R$ 27 milhões, não me encontrei com Marin e Hawilla [o empresário J Hawilla, envolvido no escândalo de corrupção da Fifa]", disse Del Nero. Segundo o FBI, ele esteve presente em uma reunião com Marin e Hawilla, supostamente para acordar pagamento de suborno à Traffic, de propriedade do empresário. Para Del Nero, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), a Anac e o FBI estão enganados.
esporte
Del Nero admite que não deixa o Brasil por orientação de advogadosEm depoimento à CPI do Futebol do Senado na tarde desta quarta-feira (16), o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, admitiu que não deixa o Brasil, desde o fim de maio, porque recebeu orientações para isso. "Meus advogados me aconselharam a não deixar o país", disse. Del Nero reafirmou que não foi por medo que voltou da Suíça para o Brasil após a prisão de José Maria Marin, também em maio: "Eu queria estar no Brasil para cuidar da confederação". Ele disse diante da CPI que é inocente das acusações feitas pelo Departamento de Justiça dos EUA. No último dia 3, o órgão acusou formalmente o brasileiro de corrupção, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito. Ele também é investigado pelo Comitê de Ética da Fifa. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá para a Justiça americana provas das acusações contra Del Nero e o ex-presidente da entidade, Ricardo Teixeira. "Nenhum dos procedimentos feitos me deu ciência do que fui acusado. Eles servirão apenas para comprovar a correção das minhas condutas. Não estou envolvido em nada", disse. O presidente da CPI, Romário (PSB-RJ), perguntou diretamente a Del Nero se ele é corrupto. "Eu não sou corrupto", foi a resposta. Durante a maior parte do depoimento, Del Nero tenta se descolar da gestão de Marin, que presidiu a CBF entre março de 2012 e abril de 2015, e de quem foi vice durante todo esse período. "Eu, como vice, via vários contratos da CBF, mas não todos. Vice é vice, vice não manda", declarou. O presidente licenciado, porém, evitou acusar Marin, atualmente em prisão domiciliar nos EUA. "Ele não está condenado. Temos que esperar o trânsito em julgado". ROMÁRIO Romário disse em duas oportunidades que Del Nero mentia. Primeiro sobre um empréstimo que o cartola teria recebido de um amigo, entre R$ 600 e R$ 700 mil. Del Nero disse que a movimentação consta em seu imposto de renda, e Romário negou –a CPI teve acesso ao sigilo fiscal do investigado. No segundo momento, Del Nero afirmou que nunca assinou contratos da Conmebol para a venda de direitos comerciais de competições da América do Sul. O dirigente é acusado de receber propina do empresário argentino Alejandro Bruzaco, da empresa TyC, na venda dos direitos da Libertadores. "Me encontrei três vezes com esse senhor, mas nunca assinei contrato algum de torneio da Conmebol. Quem assina é o presidente da entidade", disse Del Nero. Romário afirmou possuir documento que mostra que Del Nero assinou acordos da Conmebol, e que ele, mais uma vez, não dizia a verdade. O senador não mostrou o documento. LAPSOS DE MEMÓRIA Em alguns momentos, Del Nero teve lapsos de memória. O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) listou diversas movimentações financeiras do depoente. Ele não lembrava, por exemplo, de ter movimentado cerca de R$ 27 milhões entre 2014 e 2015. Foram listadas também compras de imóveis. Del Nero levou à comissão a documentação da compra de um iate e se exaltou quando foi citado que documentos da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) mostram que ele foi a Barbados, um paraíso fiscal, com o jatinho da CBF, em 2014. "Nunca fui a Barbados. Não movimentei R$ 27 milhões, não me encontrei com Marin e Hawilla [o empresário J Hawilla, envolvido no escândalo de corrupção da Fifa]", disse Del Nero. Segundo o FBI, ele esteve presente em uma reunião com Marin e Hawilla, supostamente para acordar pagamento de suborno à Traffic, de propriedade do empresário. Para Del Nero, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), a Anac e o FBI estão enganados.
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Pesquisa sugere que Van Gogh cortou a orelha ao saber que irmão iria casar
Afinal, o que levou o famoso pintor Vincent van Gogh (1853-1890) a cortar a própria orelha? Suposições e teorias não faltam. A mais conhecida –a de que o artista holandês se automutilou por causa de uma discussão com o pintor francês Paul Gauguin– acaba de ser colocada em xeque. O episódio teria sido motivado, na verdade, pela notícia de que o irmão mais novo de Van Gogh, Theo, estava prestes a se casar com Johanna Bonger. Além de ter uma relação próxima com o pintor, ele era o grande financiador de sua arte. Van Gogh teria se sentido ameaçado pelo matrimônio e surtado diante da iminente "perda". A tese é do pesquisador Martin Bailey, que publicou as descobertas em seu novo livro, "Studio of the South: Van Gogh in Provence", que narra o período em que o pintor holandês morou em Arles, no sul da França, entre 1888 e 1889. O fato de que Van Gogh não recebeu bem a notícia do casamento não é novidade. Estudos anteriores indicavam, no entanto, que ele só teria sido comunicado sobre o noivado após a automutilação, o que é contestado por Bailey. Ao analisar as correspondências da família, o pesquisador encontrou indícios de que o pintor recebeu uma carta do irmão com a notícia no dia 23 de dezembro de 1888. O conteúdo da postagem teria se perdido com o tempo. Na noite do mesmo dia, Van Gogh e Gauguin protagonizaram a célebre discussão e, logo depois, o artista cortou a orelha com uma lâmina de barbear. O pesquisador leva em conta evidências de que outros familiares já haviam sido comunicados do casamento. Uma delas é um telegrama recebido no dia 23 de dezembro pela noiva, enviado pelo irmão dela dando os parabéns. Theo também teria compartilhado a notícia com a mãe. Bailey argumenta que Van Gogh teria sido comunicado ao mesmo tempo, uma vez que Theo dificilmente teria gostado que o irmão ficasse sabendo do casamento por terceiros. Após o ato dramático, o pintor envolveu a orelha em um pedaço de papel e a levou até um bordel, onde teria entregue a uma jovem, que desmaiou. Na próxima manhã, Gauguin voltou à casa do colega, onde estavam Van Gogh e a polícia. O artista francês enviou então um telegrama a Theo, que pegou o trem noturno para Arlen e passou o Natal com o irmão no hospital. Theo e Johanna se casaram no ano seguinte.
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Pesquisa sugere que Van Gogh cortou a orelha ao saber que irmão iria casarAfinal, o que levou o famoso pintor Vincent van Gogh (1853-1890) a cortar a própria orelha? Suposições e teorias não faltam. A mais conhecida –a de que o artista holandês se automutilou por causa de uma discussão com o pintor francês Paul Gauguin– acaba de ser colocada em xeque. O episódio teria sido motivado, na verdade, pela notícia de que o irmão mais novo de Van Gogh, Theo, estava prestes a se casar com Johanna Bonger. Além de ter uma relação próxima com o pintor, ele era o grande financiador de sua arte. Van Gogh teria se sentido ameaçado pelo matrimônio e surtado diante da iminente "perda". A tese é do pesquisador Martin Bailey, que publicou as descobertas em seu novo livro, "Studio of the South: Van Gogh in Provence", que narra o período em que o pintor holandês morou em Arles, no sul da França, entre 1888 e 1889. O fato de que Van Gogh não recebeu bem a notícia do casamento não é novidade. Estudos anteriores indicavam, no entanto, que ele só teria sido comunicado sobre o noivado após a automutilação, o que é contestado por Bailey. Ao analisar as correspondências da família, o pesquisador encontrou indícios de que o pintor recebeu uma carta do irmão com a notícia no dia 23 de dezembro de 1888. O conteúdo da postagem teria se perdido com o tempo. Na noite do mesmo dia, Van Gogh e Gauguin protagonizaram a célebre discussão e, logo depois, o artista cortou a orelha com uma lâmina de barbear. O pesquisador leva em conta evidências de que outros familiares já haviam sido comunicados do casamento. Uma delas é um telegrama recebido no dia 23 de dezembro pela noiva, enviado pelo irmão dela dando os parabéns. Theo também teria compartilhado a notícia com a mãe. Bailey argumenta que Van Gogh teria sido comunicado ao mesmo tempo, uma vez que Theo dificilmente teria gostado que o irmão ficasse sabendo do casamento por terceiros. Após o ato dramático, o pintor envolveu a orelha em um pedaço de papel e a levou até um bordel, onde teria entregue a uma jovem, que desmaiou. Na próxima manhã, Gauguin voltou à casa do colega, onde estavam Van Gogh e a polícia. O artista francês enviou então um telegrama a Theo, que pegou o trem noturno para Arlen e passou o Natal com o irmão no hospital. Theo e Johanna se casaram no ano seguinte.
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