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Com Tarsila do Amaral e Volpi, acervo Nemirovsky é tombado pelo Iphan
O acervo de obras de arte que pertenceu ao casal Nemirovski, com 211 peças, foi tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) nesta quarta-feira, 28. De 1920 até a década de 80, Paulina e José Nemirovsky adquiriram trabalhos dos nomes mais representativos da arte nacional a partir do modernismo. A coleção inclui obras de Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Volpi, Portinari, Tarsila do Amaral e Lygia Clark, entre outros. Três pinturas de Tarsila do Amaral - "Carnaval em Madureira" (1924), "Distância" (1928) e a célebre "Antropofagia" (1929) – compõem os principais destaques do acervo. "As obras são fundamentais para a compreensão dos desdobramentos da arte brasileira no século 20", explica Jochen Volz, diretor geral da Pinacoteca. O museu expõe a coleção, graças a um acordo de comodato firmado com a Fundação Nemirovsky desde 2004, vigente até 2020. Tombado, o acervo passa a integrar o patrimônio nacional. Assim, o estado de conservação passa a ser fiscalizado anualmente pelo próprio Iphan. Além disso, a fim de avaliar a conservação do acervo, o instituto passa a fazer um controle mais rígido sobre as obras que ele integra e que sejam enviadas para exposições temporárias no exterior. ABAPORU Para evitar a desagregação do patrimônio cultural, o artigo 11 da Lei número 25, decretada em 1937, prevê que tudo aquilo que for tombado não pode sair do país, senão por curto prazo. Andrey Schlee, diretor de patrimônio do Iphan, relembra um episódio traumático para a arte brasileira: a perda do quadro "Abaporu", que não estava protegido pelo instituto e foi comprado pelo presidente e fundador Malba de Buenos Aires, Eduardo Constantini. "É uma pintura paradigmática para a compreensão do modernismo no Brasil. Infelizmente, não foi tombada a tempo e agora pertence a um museu argentino", lamenta Schlee.
ilustrada
Com Tarsila do Amaral e Volpi, acervo Nemirovsky é tombado pelo IphanO acervo de obras de arte que pertenceu ao casal Nemirovski, com 211 peças, foi tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) nesta quarta-feira, 28. De 1920 até a década de 80, Paulina e José Nemirovsky adquiriram trabalhos dos nomes mais representativos da arte nacional a partir do modernismo. A coleção inclui obras de Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Volpi, Portinari, Tarsila do Amaral e Lygia Clark, entre outros. Três pinturas de Tarsila do Amaral - "Carnaval em Madureira" (1924), "Distância" (1928) e a célebre "Antropofagia" (1929) – compõem os principais destaques do acervo. "As obras são fundamentais para a compreensão dos desdobramentos da arte brasileira no século 20", explica Jochen Volz, diretor geral da Pinacoteca. O museu expõe a coleção, graças a um acordo de comodato firmado com a Fundação Nemirovsky desde 2004, vigente até 2020. Tombado, o acervo passa a integrar o patrimônio nacional. Assim, o estado de conservação passa a ser fiscalizado anualmente pelo próprio Iphan. Além disso, a fim de avaliar a conservação do acervo, o instituto passa a fazer um controle mais rígido sobre as obras que ele integra e que sejam enviadas para exposições temporárias no exterior. ABAPORU Para evitar a desagregação do patrimônio cultural, o artigo 11 da Lei número 25, decretada em 1937, prevê que tudo aquilo que for tombado não pode sair do país, senão por curto prazo. Andrey Schlee, diretor de patrimônio do Iphan, relembra um episódio traumático para a arte brasileira: a perda do quadro "Abaporu", que não estava protegido pelo instituto e foi comprado pelo presidente e fundador Malba de Buenos Aires, Eduardo Constantini. "É uma pintura paradigmática para a compreensão do modernismo no Brasil. Infelizmente, não foi tombada a tempo e agora pertence a um museu argentino", lamenta Schlee.
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Yahoo! confirma roubo de dados de pelo menos 500 milhões de contas
O Yahoo! confirmou nesta quinta-feira (22) o vazamento de dados de pelo menos 500 milhões de contas de usuários que foram roubados da rede da empresa por hackers no final de 2014, segundo comunicado divulgado. A empresa diz que o ataque foi cometido por um hacker patrocinado por um governo. A investigação em curso não encontrou evidências de que o hacker ainda esteja na rede do Yahoo!, que afirmou estar trabalhando em conjunto com as forças da lei para resolver a questão. Entre as informações vazadas estariam nomes, endereços de e-mail, números de telefones, datas de nascimento, senhas criptografadas e, em alguns casos, perguntas e respostas de segurança encriptadas ou descriptografadas. A investigação, segundo a empresa, sugere que os dados roubados não incluíam senhas desprotegidas, dados de cartões de crédito ou informações bancárias. O Yahoo! afirma que essas informações não ficam armazenadas no sistema que foi afetado pelo ataque, de acordo com as investigações. O Yahoo! diz estar notificando usuários potencialmente afetados pelo vazamento para que tomem medidas de forma a aumentar a segurança de suas contas. Os passos incluem invalidar perguntas e respostas de segurança descriptografadas de forma que não possam ser usadas para acessar uma conta. A empresa também solicitou aos usuários que podem ter sido atingidos para mudar suas senhas, apelo dirigido especialmente àqueles que não mudaram as senhas desde 2014. A empresa recomenda ainda que os usuários revisem suas contas em busca de atividade suspeita e que mudem as perguntas e respostas de segurança de outras contas e-mail que sejam parecidas com a do Yahoo!. O Yahoo! pede aos usuários que evitem clicar em links ou baixar anexos de e-mails suspeitos e que tenham cuidado com mensagens que solicitem informações pessoais. VENDA PARA VERIZON O anúncio pode ter implicações na operação de venda dos negócios de internet do Yahoo! para a operadora de telecomunicações americana Verizon. O negócio, de US$ 4,83 bilhões, foi anunciado em julho. A falha na segurança pode trazer problemas aos novos donos do Yahoo!. O acordo está próximo de ser concluído, mas as companhias não podem ser integradas antes que a venda seja aprovada por agências regulatórias e pelos acionistas do Yahoo!. O que a Verizon comprou foram os negócios de internet do Yahoo! (na prática, o que está à vista do público: sites, aplicativos etc.). O processo de venda começou no fim do ano passado e tinha como objetivo separar esses negócios das participações que a companhia tem no gigante de comércio eletrônico Alibaba -hoje, grande parte do valor das ações do Yahoo! está relacionada a essa participação em negócios asiáticos, e não na companhia em si. Assim, o Yahoo! deixa de ser uma companhia operacional, destinando-se apenas a administrar os 15% de participação que tem no Alibaba e os 35,5% que detém no Yahoo! Japan Corp. Vários grupos de investidores fizeram ofertas pela companhia de internet. E, segundo executivos disseram em conversa com analistas, o lance dado pela Verizon não foi o maior. Entretanto, avaliou-se que a sinergia com a operadora e com a AOL traria mais ganhos no longo prazo. Nos últimos meses, a Verizon tem buscado ampliar sua oferta de conteúdo digital, principalmente no formato de vídeo e endereçado a celulares. Sob esse ponto de vista, o Yahoo! poderia ampliar a oferta de notícias da operadora. Atualmente, a Verizon tenta convencer os órgãos reguladores americanos a permitir que use com maior liberdade os dados que recolhe de seus consumidores na internet para vender anúncios direcionados a eles.
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Yahoo! confirma roubo de dados de pelo menos 500 milhões de contasO Yahoo! confirmou nesta quinta-feira (22) o vazamento de dados de pelo menos 500 milhões de contas de usuários que foram roubados da rede da empresa por hackers no final de 2014, segundo comunicado divulgado. A empresa diz que o ataque foi cometido por um hacker patrocinado por um governo. A investigação em curso não encontrou evidências de que o hacker ainda esteja na rede do Yahoo!, que afirmou estar trabalhando em conjunto com as forças da lei para resolver a questão. Entre as informações vazadas estariam nomes, endereços de e-mail, números de telefones, datas de nascimento, senhas criptografadas e, em alguns casos, perguntas e respostas de segurança encriptadas ou descriptografadas. A investigação, segundo a empresa, sugere que os dados roubados não incluíam senhas desprotegidas, dados de cartões de crédito ou informações bancárias. O Yahoo! afirma que essas informações não ficam armazenadas no sistema que foi afetado pelo ataque, de acordo com as investigações. O Yahoo! diz estar notificando usuários potencialmente afetados pelo vazamento para que tomem medidas de forma a aumentar a segurança de suas contas. Os passos incluem invalidar perguntas e respostas de segurança descriptografadas de forma que não possam ser usadas para acessar uma conta. A empresa também solicitou aos usuários que podem ter sido atingidos para mudar suas senhas, apelo dirigido especialmente àqueles que não mudaram as senhas desde 2014. A empresa recomenda ainda que os usuários revisem suas contas em busca de atividade suspeita e que mudem as perguntas e respostas de segurança de outras contas e-mail que sejam parecidas com a do Yahoo!. O Yahoo! pede aos usuários que evitem clicar em links ou baixar anexos de e-mails suspeitos e que tenham cuidado com mensagens que solicitem informações pessoais. VENDA PARA VERIZON O anúncio pode ter implicações na operação de venda dos negócios de internet do Yahoo! para a operadora de telecomunicações americana Verizon. O negócio, de US$ 4,83 bilhões, foi anunciado em julho. A falha na segurança pode trazer problemas aos novos donos do Yahoo!. O acordo está próximo de ser concluído, mas as companhias não podem ser integradas antes que a venda seja aprovada por agências regulatórias e pelos acionistas do Yahoo!. O que a Verizon comprou foram os negócios de internet do Yahoo! (na prática, o que está à vista do público: sites, aplicativos etc.). O processo de venda começou no fim do ano passado e tinha como objetivo separar esses negócios das participações que a companhia tem no gigante de comércio eletrônico Alibaba -hoje, grande parte do valor das ações do Yahoo! está relacionada a essa participação em negócios asiáticos, e não na companhia em si. Assim, o Yahoo! deixa de ser uma companhia operacional, destinando-se apenas a administrar os 15% de participação que tem no Alibaba e os 35,5% que detém no Yahoo! Japan Corp. Vários grupos de investidores fizeram ofertas pela companhia de internet. E, segundo executivos disseram em conversa com analistas, o lance dado pela Verizon não foi o maior. Entretanto, avaliou-se que a sinergia com a operadora e com a AOL traria mais ganhos no longo prazo. Nos últimos meses, a Verizon tem buscado ampliar sua oferta de conteúdo digital, principalmente no formato de vídeo e endereçado a celulares. Sob esse ponto de vista, o Yahoo! poderia ampliar a oferta de notícias da operadora. Atualmente, a Verizon tenta convencer os órgãos reguladores americanos a permitir que use com maior liberdade os dados que recolhe de seus consumidores na internet para vender anúncios direcionados a eles.
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Brasileiros terminam em 2º lugar em torneio internacional de game 'Counter-Strike' em SP
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO O domingo (30) no Ginásio do Ibirapuera foi só tiro, porrada e bomba –virtuais. Tomado por fãs de game, o espaço poliesportivo foi, ao longo do fim de semana, palco da final de um torneio do jogo "Counter-Strike: Global Offensive". Com ingressos esgotados, cerca de 6.500 pessoas, segundo a organização do evento, compareceram ao local para acompanhar a disputa entre a equipe norte-americana Cloud9 e os brasileiros da SK Gaming. O vencedor levaria não só o troféu da ESL Pro League, como também um prêmio de US$ 200 mil. E, após cerca de quatro horas de jogo, a equipe dos EUA se saiu vencedora por 2 a 1, na decisão disputada em esquema melhor de três. A SK Gaming, vice-campeã, levou para casa o prêmio de US$ 90 mil. "É sensacional ver de perto, ao vivo. É diferente. É como assistir futebol na TV e no estádio", compara o estudante Guilherme de Ávila, 21, que diz já até ter tido pretensões de jogar o game profissionalmente. Ao lado da namorada, eles não desgrudavam os olhos da partida. "Não jogo, mas estou achando legal", disse Thalita Ribeiro, 18. "Só que poderia ter uma menina, né? Só tem homem ali", brincou a jovem –a plateia também era majoritariamente masculina. Eles vieram de Campinas para ver a competição. Com shows de luzes e narração ao vivo por dois comentaristas, a partida foi transmitida em tempo real por dois telões instalados sobre o palco no qual os times jogavam compenetrados em seus computadores. A torcida presente apoiava o time brasileiro com gritos e incentivos em coro, bandeiras e camisetas. "O campeão voltou!" e "Eu acredito!" eram alguns dos motes cantados pelo público –respectivamente, quando o time brasileiro virou e venceu o primeiro round e quando estava perdendo por grande diferença de pontos na última rodada. "A torcida brasileira é realmente apaixonada por esse jogo", disse o jogador norte-americano Michael Grzesiek, que atende pelo apelido "Shroud" no time Cloud9. "Foi uma das mais fanáticas que já vi." Na parte externa do ginásio foi montada uma área de alimentação, com foodtrucks, música e venda de cerveja –diferente de competições oficiais de outros jogos, como "League of Legends", em que bebidas alcoólicas não são vendidas. "Counter-Strike" é um jogo de tiro no qual cada equipe representa uma força: a terrorista ou a contra-terrorista. Com cinco integrantes para cada lado, o objetivo de um lado é colocar uma bomba na base inimiga (e garantir que ela exploda), enquanto o do outro é eliminar a equipe e evitar que o explosivo seja instalado ou desarmá-lo uma vez que ele tenha sido acionado. Os rounds podem ser disputados em cenários diferentes, e para cada um há uma estratégia. No domingo, a grande final foi decidida em esquema melhor de três com pelo menos 15 rounds cada. A decisão teve início por volta das 18h e foi finalizada às 22h. Vestido como um dos personagens de terrorista do jogo –com lenço árabe na cabeça e óculos escuro–, Gustavo Schoder, 31, assistia a tudo da área plus, para a qual ingressos custavam R$ 450 (válidos para os três dias de evento, incluindo brindes e vouchers de alimentação e bebida). Também foram comercializadas entradas de R$ 35 (válidas para um dia) e de R$ 900 ("premium", válidas para toda a competição, com direito a comida, bebida, passeio pelos bastidores e kit oficial do evento). "A gente sempre jogou, desde moleque, quando ainda eram outras versões do game. E aí decidimos vir ver de perto", conta o advogado. "Hoje, a gente se reúne toda semana para jogar." Ele e mais cinco amigos vieram de Santa Catarina para acompanhar o evento. Primeiro torneio internacional de "Counter-Strike" realizado no Brasil, a etapa final da ESL Pro League teve início na sexta (28), quando o Ginásio recebeu as disputas presenciais da fase de grupos. No sábado, foi a vez das quartas-de-final. No domingo, o público pôde assistir às semifinais e à final.
saopaulo
Brasileiros terminam em 2º lugar em torneio internacional de game 'Counter-Strike' em SPBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO O domingo (30) no Ginásio do Ibirapuera foi só tiro, porrada e bomba –virtuais. Tomado por fãs de game, o espaço poliesportivo foi, ao longo do fim de semana, palco da final de um torneio do jogo "Counter-Strike: Global Offensive". Com ingressos esgotados, cerca de 6.500 pessoas, segundo a organização do evento, compareceram ao local para acompanhar a disputa entre a equipe norte-americana Cloud9 e os brasileiros da SK Gaming. O vencedor levaria não só o troféu da ESL Pro League, como também um prêmio de US$ 200 mil. E, após cerca de quatro horas de jogo, a equipe dos EUA se saiu vencedora por 2 a 1, na decisão disputada em esquema melhor de três. A SK Gaming, vice-campeã, levou para casa o prêmio de US$ 90 mil. "É sensacional ver de perto, ao vivo. É diferente. É como assistir futebol na TV e no estádio", compara o estudante Guilherme de Ávila, 21, que diz já até ter tido pretensões de jogar o game profissionalmente. Ao lado da namorada, eles não desgrudavam os olhos da partida. "Não jogo, mas estou achando legal", disse Thalita Ribeiro, 18. "Só que poderia ter uma menina, né? Só tem homem ali", brincou a jovem –a plateia também era majoritariamente masculina. Eles vieram de Campinas para ver a competição. Com shows de luzes e narração ao vivo por dois comentaristas, a partida foi transmitida em tempo real por dois telões instalados sobre o palco no qual os times jogavam compenetrados em seus computadores. A torcida presente apoiava o time brasileiro com gritos e incentivos em coro, bandeiras e camisetas. "O campeão voltou!" e "Eu acredito!" eram alguns dos motes cantados pelo público –respectivamente, quando o time brasileiro virou e venceu o primeiro round e quando estava perdendo por grande diferença de pontos na última rodada. "A torcida brasileira é realmente apaixonada por esse jogo", disse o jogador norte-americano Michael Grzesiek, que atende pelo apelido "Shroud" no time Cloud9. "Foi uma das mais fanáticas que já vi." Na parte externa do ginásio foi montada uma área de alimentação, com foodtrucks, música e venda de cerveja –diferente de competições oficiais de outros jogos, como "League of Legends", em que bebidas alcoólicas não são vendidas. "Counter-Strike" é um jogo de tiro no qual cada equipe representa uma força: a terrorista ou a contra-terrorista. Com cinco integrantes para cada lado, o objetivo de um lado é colocar uma bomba na base inimiga (e garantir que ela exploda), enquanto o do outro é eliminar a equipe e evitar que o explosivo seja instalado ou desarmá-lo uma vez que ele tenha sido acionado. Os rounds podem ser disputados em cenários diferentes, e para cada um há uma estratégia. No domingo, a grande final foi decidida em esquema melhor de três com pelo menos 15 rounds cada. A decisão teve início por volta das 18h e foi finalizada às 22h. Vestido como um dos personagens de terrorista do jogo –com lenço árabe na cabeça e óculos escuro–, Gustavo Schoder, 31, assistia a tudo da área plus, para a qual ingressos custavam R$ 450 (válidos para os três dias de evento, incluindo brindes e vouchers de alimentação e bebida). Também foram comercializadas entradas de R$ 35 (válidas para um dia) e de R$ 900 ("premium", válidas para toda a competição, com direito a comida, bebida, passeio pelos bastidores e kit oficial do evento). "A gente sempre jogou, desde moleque, quando ainda eram outras versões do game. E aí decidimos vir ver de perto", conta o advogado. "Hoje, a gente se reúne toda semana para jogar." Ele e mais cinco amigos vieram de Santa Catarina para acompanhar o evento. Primeiro torneio internacional de "Counter-Strike" realizado no Brasil, a etapa final da ESL Pro League teve início na sexta (28), quando o Ginásio recebeu as disputas presenciais da fase de grupos. No sábado, foi a vez das quartas-de-final. No domingo, o público pôde assistir às semifinais e à final.
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Qual legenda você daria para esta foto de verão? Envie sua sugestão
CONCURSO ENCERRADO ==> Em breve, divulgaremos o resultado. * A pergunta é: qual legenda você daria para a foto abaixo? A original é "Turistas lotam a praia da cidade de Itacuruçá, no litoral sul do Rio de Janeiro". Mande sua sugestão, mas não vale xingar os envolvidos ou terceiros. As melhores e mais criativas podem aparecer no site da Folha e em nossos perfis nas redes sociais. Para participar, envie seu texto (de até 160 caracteres) para o e-mail enviesuanotícia@grupofolha.com.br ou para o WhatsApp do jornal (11-994-901-649). Você também pode nos enviar uma mensagem pelo Facebook. É importante dizer seu nome completo e cidade. Aproveite o clima da estação para acompanhar a página Folha Verão.
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Qual legenda você daria para esta foto de verão? Envie sua sugestãoCONCURSO ENCERRADO ==> Em breve, divulgaremos o resultado. * A pergunta é: qual legenda você daria para a foto abaixo? A original é "Turistas lotam a praia da cidade de Itacuruçá, no litoral sul do Rio de Janeiro". Mande sua sugestão, mas não vale xingar os envolvidos ou terceiros. As melhores e mais criativas podem aparecer no site da Folha e em nossos perfis nas redes sociais. Para participar, envie seu texto (de até 160 caracteres) para o e-mail enviesuanotícia@grupofolha.com.br ou para o WhatsApp do jornal (11-994-901-649). Você também pode nos enviar uma mensagem pelo Facebook. É importante dizer seu nome completo e cidade. Aproveite o clima da estação para acompanhar a página Folha Verão.
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Com excedente, usina de Itaipu escoa duas Cataratas do Iguaçu por segundo
Com o reservatório cheio por causa da chuva, a usina hidrelétrica de Itaipu, no Paraná, passou a escoar o excedente de água não utilizada para a geração de energia, segundo a Itaipu Binacional, desde sexta-feira (16). Após chegar ao limite da cota normal de operação de 220,3 metros acima do nível do mar –o normal é entre 218,30 e 220,30 metros–, a usina começou a verter o excedente com uma vazão de 1.342 metros cúbicos de água por segundo, por uma das três calhas. Leia a Reportagem
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Com excedente, usina de Itaipu escoa duas Cataratas do Iguaçu por segundoCom o reservatório cheio por causa da chuva, a usina hidrelétrica de Itaipu, no Paraná, passou a escoar o excedente de água não utilizada para a geração de energia, segundo a Itaipu Binacional, desde sexta-feira (16). Após chegar ao limite da cota normal de operação de 220,3 metros acima do nível do mar –o normal é entre 218,30 e 220,30 metros–, a usina começou a verter o excedente com uma vazão de 1.342 metros cúbicos de água por segundo, por uma das três calhas. Leia a Reportagem
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Colapso industrial
Após anos de retração, acentuada no ano passado, a produção manufatureira no Brasil caiu aos níveis de 2004. Um colapso que, de forma dramática para o país, evidencia o fracasso da política industrial dos governos petistas, nos últimos tempos fundada sobretudo no intervencionismo aventureiro e na ausência de estratégia coerente. Como se o desastre geral já não bastasse para atestar a falência do modelo defendido pelo PT, a deterioração foi particularmente acentuada entre alguns dos setores mais protegidos e incentivados pelo governo, como o de máquinas e equipamentos e o automotivo. De bilionários subsídios a financiamentos de bancos públicos, de políticas de conteúdo nacional a barreiras para importação, de aumento de tarifas a controle de preços de insumos, tentou-se de tudo. Tudo de uma cartilha anacrônica, talvez conveniente para empresários ávidos por benesses e um mercado cativo, mas alheia aos grandes vetores de dinamismo no mundo moderno: a economia do conhecimento e da integração produtiva em bases globais. Nada funcionou, naturalmente, em uma dinâmica bem exemplificada pelo setor automobilístico. Em 2009, como resposta à crise financeira global, o governo Lula (PT) cortou impostos a fim de impulsionar a demanda. Os incentivos se prolongaram até 2014, embora com efeitos cada vez menores. A produção respondeu e atingiu o pico de 3,7 milhões de unidades em 2013. Projetando vendas de 5 milhões adiante, as montadoras expandiram sua capacidade. O mercado interno, todavia, já dava sinais de exaustão, e as fábricas perdiam competitividade. Em 2012, procurando contornar esse cenário, o governo aumentou as exigências de conteúdo nacional, na prática restringindo ainda mais o espaço para veículos importados. Disso resultou uma indústria pouco inovadora, com produtos de qualidade inferior direcionados para um mercado protegido. Dito de outra forma, o setor se manteve dependente de uma demanda interna que, ainda pior, vinha se sustentando artificialmente. Não espanta, portanto, o tamanho do ajuste forçado pela crise. As vendas caíram 26,6% em 2015, recuando para 2,6 milhões de unidades, pior nível desde 2008; cortaram-se 14,7 mil empregos, cerca de 10% do total. Sem alternativa, as empresas são levadas a buscar novos caminhos, e o mercado externo se oferece como opção óbvia –especialmente diante da desvalorização do real. A reorientação não deixa de ser um sinal auspicioso; o Brasil terá a ganhar se o governo começar a abrir progressivamente o mercado e celebrar acordos de comércio com mais países. Somente uma indústria competitiva e integrada ao restante do mundo pode sobreviver com as próprias pernas. editoriais@uol.com.br
opiniao
Colapso industrialApós anos de retração, acentuada no ano passado, a produção manufatureira no Brasil caiu aos níveis de 2004. Um colapso que, de forma dramática para o país, evidencia o fracasso da política industrial dos governos petistas, nos últimos tempos fundada sobretudo no intervencionismo aventureiro e na ausência de estratégia coerente. Como se o desastre geral já não bastasse para atestar a falência do modelo defendido pelo PT, a deterioração foi particularmente acentuada entre alguns dos setores mais protegidos e incentivados pelo governo, como o de máquinas e equipamentos e o automotivo. De bilionários subsídios a financiamentos de bancos públicos, de políticas de conteúdo nacional a barreiras para importação, de aumento de tarifas a controle de preços de insumos, tentou-se de tudo. Tudo de uma cartilha anacrônica, talvez conveniente para empresários ávidos por benesses e um mercado cativo, mas alheia aos grandes vetores de dinamismo no mundo moderno: a economia do conhecimento e da integração produtiva em bases globais. Nada funcionou, naturalmente, em uma dinâmica bem exemplificada pelo setor automobilístico. Em 2009, como resposta à crise financeira global, o governo Lula (PT) cortou impostos a fim de impulsionar a demanda. Os incentivos se prolongaram até 2014, embora com efeitos cada vez menores. A produção respondeu e atingiu o pico de 3,7 milhões de unidades em 2013. Projetando vendas de 5 milhões adiante, as montadoras expandiram sua capacidade. O mercado interno, todavia, já dava sinais de exaustão, e as fábricas perdiam competitividade. Em 2012, procurando contornar esse cenário, o governo aumentou as exigências de conteúdo nacional, na prática restringindo ainda mais o espaço para veículos importados. Disso resultou uma indústria pouco inovadora, com produtos de qualidade inferior direcionados para um mercado protegido. Dito de outra forma, o setor se manteve dependente de uma demanda interna que, ainda pior, vinha se sustentando artificialmente. Não espanta, portanto, o tamanho do ajuste forçado pela crise. As vendas caíram 26,6% em 2015, recuando para 2,6 milhões de unidades, pior nível desde 2008; cortaram-se 14,7 mil empregos, cerca de 10% do total. Sem alternativa, as empresas são levadas a buscar novos caminhos, e o mercado externo se oferece como opção óbvia –especialmente diante da desvalorização do real. A reorientação não deixa de ser um sinal auspicioso; o Brasil terá a ganhar se o governo começar a abrir progressivamente o mercado e celebrar acordos de comércio com mais países. Somente uma indústria competitiva e integrada ao restante do mundo pode sobreviver com as próprias pernas. editoriais@uol.com.br
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MEC divulga nesta terça as notas do Enem 2014
Estudantes que fizeram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2014 podem conferir a partir desta terça-feira (13) o gabarito das provas realizadas em novembro passado. A partir de CPF e senha individual, o candidato tem acesso, no site do exame, às notas das quatro provas objetivas do Enem –linguagens e códigos, matemática, ciências humanas e ciências da natureza– além da pontuação em redação, cuja nota máxima é 1.000. Contudo, o MEC (Ministério da Educação) ainda não informou o horário em que liberará o acesso ao sistema. Qualquer dúvida o candidato pode ligar para o telefone de auxílio do Enem: 0800 61 61 61. De acordo com o Inep, órgão do Ministério da Educação responsável pelo Enem, o espelho do texto será fornecido posteriormente ao estudante. SISU Na última edição, 6,2 milhões de estudantes compareceram aos locais de prova. A partir do desempenho na prova, eles poderão ter acesso a 205,5 mil vagas em 128 instituições públicas de todo o país, participantes do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Desde segunda-feira (12), é possível acessar o sistema para conferir a distribuição das vagas entre os 5.631 cursos disponíveis. Pode participar da seleção o estudante que fez o Enem 2014 e recebeu nota acima de zero na redação. As inscrições no Sisu terão início na próxima segunda-feira (19) e se estendem até quinta-feira (22).
educacao
MEC divulga nesta terça as notas do Enem 2014Estudantes que fizeram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2014 podem conferir a partir desta terça-feira (13) o gabarito das provas realizadas em novembro passado. A partir de CPF e senha individual, o candidato tem acesso, no site do exame, às notas das quatro provas objetivas do Enem –linguagens e códigos, matemática, ciências humanas e ciências da natureza– além da pontuação em redação, cuja nota máxima é 1.000. Contudo, o MEC (Ministério da Educação) ainda não informou o horário em que liberará o acesso ao sistema. Qualquer dúvida o candidato pode ligar para o telefone de auxílio do Enem: 0800 61 61 61. De acordo com o Inep, órgão do Ministério da Educação responsável pelo Enem, o espelho do texto será fornecido posteriormente ao estudante. SISU Na última edição, 6,2 milhões de estudantes compareceram aos locais de prova. A partir do desempenho na prova, eles poderão ter acesso a 205,5 mil vagas em 128 instituições públicas de todo o país, participantes do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Desde segunda-feira (12), é possível acessar o sistema para conferir a distribuição das vagas entre os 5.631 cursos disponíveis. Pode participar da seleção o estudante que fez o Enem 2014 e recebeu nota acima de zero na redação. As inscrições no Sisu terão início na próxima segunda-feira (19) e se estendem até quinta-feira (22).
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Aplaudido em Cannes, 'Divertida Mente' é o melhor da Pixar desde 'Toy Story 3'
A Pixar, empresa de animação mais premiada da história, passou os últimos cinco sendo questionada pela queda na qualidade dos seus longas. O auge das incertezas foi ano passado, quando o estúdio não foi indicado ao Oscar pela primeira vez na sua história e teve um ano em branco sem nenhum lançamento. A boa notícia é que "Divertida Mente", exibido fora de competição sob fortes aplausos em Cannes, nesta segunda-feira (18), traz todas as qualidades que transformaram a Pixar em um fenômeno não apenas de bilheteria, mas de crítica: é engraçado, emocionante e ainda traz uma importante mensagem sem ser didático, algo que não acontecia desde "Toy Story 3" (2010). Um dos segredos foi trazer de volta o diretor Pete Docter, que comandou "Up - Altas Aventuras", uma das obras-primas do estúdio. Docter, ao lado do codiretor Ronaldo Del Carmen, contou com a ajuda de Michael Arndt ("Pequena Miss Sunshine") para melhorar um roteiro, um luxo conquistado quando o filme foi adiado por quase um ano. Juntos, criaram uma premissa que poderia dar errado ao escrever uma trama passada quase toda dentro da mente de uma criança - uma versão infantil de um dos quadros de "Tudo o Que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo (Mas Tinha Medo de Perguntar)" (1972), de Woody Allen. Mas não é o que acontece. "Divertida Mente", que estreia em junho no Brasil, reveza entre a vida "real" da garotinha Riley (voz de Kaitlyn Dias) e suas cinco emoções internas: Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Medo (Bill Hader), Nojo (Mindy Kaling) e Raiva (Lewis Black). "Eu sabia que a ideia era especial desde que ouvi pela primeira vez, mas sabia também que era algo difícil de criar, porque todo mundo conhece as emoções, mas ninguém é capaz de vê-las", explicou John Lasseter, diretor de criação da Pixar/Disney, em entrevista à imprensa mundial. "Tudo sobre como funciona a memória ou as emoções foi complicado, então nosso trabalho era simplificar. Não para as crianças, mas para os adultos", brincou Docter Em seguida, todas as emoções entram em conflito quando a família de Riley muda-se para São Francisco e colocar a menina em um conflito emocional. Neste caso, representado com o afastamento involuntário de Alegria e Tristeza do sistema de controle mental. "Alegria, como todas as emoções, acha que ela deve mandar sozinha no corpo, mas aprendemos que não é bem assim", disse a atriz Amy Poehler. Apesar de momentos hilariantes (as emoções internas da mãe volta e meia trazem um "piloto de helicóptero brasileiro") que vão fazer a criançada passar 1h30 no cinema sem problemas, "Divertida Mente" ainda trata de um tema importante em um tempo em que se discute muito depressão e problemas emocionais em adolescentes. "Tentamos trazer um pouco de nossas vidas para fazer o público reconhecer e se identificar", comentou Docter. "Nunca deixamos de acreditar que animação era para todo mundo", completou Lasseter. "No fim dos anos 1960, os estúdios de animação venderam seus acervos para a TV e ela achava que desenhos eram apenas para criança. Mas nós fomos inspirados pela revolução no fim dos anos 1970, quando Spielberg, Coppola, Lucas e Scorsese fizeram grandes filmes. E eu sabia que poderia fazer o mesmo."
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Aplaudido em Cannes, 'Divertida Mente' é o melhor da Pixar desde 'Toy Story 3'A Pixar, empresa de animação mais premiada da história, passou os últimos cinco sendo questionada pela queda na qualidade dos seus longas. O auge das incertezas foi ano passado, quando o estúdio não foi indicado ao Oscar pela primeira vez na sua história e teve um ano em branco sem nenhum lançamento. A boa notícia é que "Divertida Mente", exibido fora de competição sob fortes aplausos em Cannes, nesta segunda-feira (18), traz todas as qualidades que transformaram a Pixar em um fenômeno não apenas de bilheteria, mas de crítica: é engraçado, emocionante e ainda traz uma importante mensagem sem ser didático, algo que não acontecia desde "Toy Story 3" (2010). Um dos segredos foi trazer de volta o diretor Pete Docter, que comandou "Up - Altas Aventuras", uma das obras-primas do estúdio. Docter, ao lado do codiretor Ronaldo Del Carmen, contou com a ajuda de Michael Arndt ("Pequena Miss Sunshine") para melhorar um roteiro, um luxo conquistado quando o filme foi adiado por quase um ano. Juntos, criaram uma premissa que poderia dar errado ao escrever uma trama passada quase toda dentro da mente de uma criança - uma versão infantil de um dos quadros de "Tudo o Que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo (Mas Tinha Medo de Perguntar)" (1972), de Woody Allen. Mas não é o que acontece. "Divertida Mente", que estreia em junho no Brasil, reveza entre a vida "real" da garotinha Riley (voz de Kaitlyn Dias) e suas cinco emoções internas: Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Medo (Bill Hader), Nojo (Mindy Kaling) e Raiva (Lewis Black). "Eu sabia que a ideia era especial desde que ouvi pela primeira vez, mas sabia também que era algo difícil de criar, porque todo mundo conhece as emoções, mas ninguém é capaz de vê-las", explicou John Lasseter, diretor de criação da Pixar/Disney, em entrevista à imprensa mundial. "Tudo sobre como funciona a memória ou as emoções foi complicado, então nosso trabalho era simplificar. Não para as crianças, mas para os adultos", brincou Docter Em seguida, todas as emoções entram em conflito quando a família de Riley muda-se para São Francisco e colocar a menina em um conflito emocional. Neste caso, representado com o afastamento involuntário de Alegria e Tristeza do sistema de controle mental. "Alegria, como todas as emoções, acha que ela deve mandar sozinha no corpo, mas aprendemos que não é bem assim", disse a atriz Amy Poehler. Apesar de momentos hilariantes (as emoções internas da mãe volta e meia trazem um "piloto de helicóptero brasileiro") que vão fazer a criançada passar 1h30 no cinema sem problemas, "Divertida Mente" ainda trata de um tema importante em um tempo em que se discute muito depressão e problemas emocionais em adolescentes. "Tentamos trazer um pouco de nossas vidas para fazer o público reconhecer e se identificar", comentou Docter. "Nunca deixamos de acreditar que animação era para todo mundo", completou Lasseter. "No fim dos anos 1960, os estúdios de animação venderam seus acervos para a TV e ela achava que desenhos eram apenas para criança. Mas nós fomos inspirados pela revolução no fim dos anos 1970, quando Spielberg, Coppola, Lucas e Scorsese fizeram grandes filmes. E eu sabia que poderia fazer o mesmo."
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Provocador, Godard lança uma questão por minuto em filme 3D
Godard em 3D? Sim, mas é menos a exploração de um novo recurso espetacular o que se verá do que seu questionamento em "Adeus à Linguagem". O 3D é como se fosse, ao menos no início do filme, o signo perfeito de um novo mundo. E se Godard passou a vida questionando o cinema e a técnica, entre outras coisas, não havia de ser agora, em pleno esplendor da tecnologia, que não o faria. Em "Adeus..." há, primeiro, a afirmação de um velho mundo, ou de velha crença: o socialismo, que aparece numa bela canção revolucionária interrompida subitamente. Desse velho mundo fazem parte Soljenítsin, o escritor (que descobriu tudo sozinho, sem recorrer ao Google, diz um personagem), a velha Europa das guerras, o fantasma sempre presente do nazismo, da impiedade na crise ou fora delas. Mas também do corpo. Da revolta contra o personagem (que todos somos) ser constituído fora de si mesmo. É sobretudo a civilização europeia, tanto quanto a da tecnologia, que está em questão. Nessa medida, seria possível até dizer que, 3D à parte, é o Godard de sempre, ou dos últimos tempos, que temos diante de nós: ensaístico e provocador, lançando uma questão lancinante por minuto, desorientando o espectador, perdendo-o e logo depois localizando-o novamente, aborrecendo-o e fascinando-o. Adeus ou, como no trocadilho que faz, "ah, Deus", celebração da linguagem, dirige-se ao espectador que aceita o desafio: ver um filme de Godard é perder-se em suas reflexões, é fascinar-se com a inteligência das questões propostas, é perceber o cinema como um lugar em que tudo é questionado e revolvido. Pior: com tal dinâmica que quem quiser segui-lo do começo ao fim precisará ver o filme mais de uma vez. Em poucas palavras: "Adeus à Linguagem" está longe dessa categoria impessoal do "cinema para todos". O cinema de Godard vai ao mundo para roubar-lhe imagens e sons (como, aliás, o definiu com precisão Eric Rohmer). Roubar, entre outras coisas, o 3D. Pois poucos acreditam nisso, mas Godard vem de uma escola que preza as inovações ou, na pior das hipóteses, não foge delas. Com o 3D não é diferente. Sim, "Adeus..." poderia ter sido feito em 2D. Mas Godard parece entrever uma relação entre a terceira dimensão e esse fim de linguagem. Pois, acrescentando a seus planos límpidos, como sempre, uma profundidade que já não advém da perspectiva renascentista, o que se ganha, efetivamente? Essa parece uma das questões capitais do filme. Pois o ganho em novidade implica ao menos o risco de perder toda a rica linguagem que o cinema constituiu em seus 120 anos de existência. ADEUS À LINGUAGEM (ADIEU AU LANGAGE) QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (30) ELENCO: HÉLOÏSE GODET, KAMEL ABDELI E ZOÉ BRUNEAU PRODUÇÃO: FRANÇA/SUÍÇA, 2014, 16 ANOS DIREÇÃO: JEAN-LUC GODARD
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Provocador, Godard lança uma questão por minuto em filme 3DGodard em 3D? Sim, mas é menos a exploração de um novo recurso espetacular o que se verá do que seu questionamento em "Adeus à Linguagem". O 3D é como se fosse, ao menos no início do filme, o signo perfeito de um novo mundo. E se Godard passou a vida questionando o cinema e a técnica, entre outras coisas, não havia de ser agora, em pleno esplendor da tecnologia, que não o faria. Em "Adeus..." há, primeiro, a afirmação de um velho mundo, ou de velha crença: o socialismo, que aparece numa bela canção revolucionária interrompida subitamente. Desse velho mundo fazem parte Soljenítsin, o escritor (que descobriu tudo sozinho, sem recorrer ao Google, diz um personagem), a velha Europa das guerras, o fantasma sempre presente do nazismo, da impiedade na crise ou fora delas. Mas também do corpo. Da revolta contra o personagem (que todos somos) ser constituído fora de si mesmo. É sobretudo a civilização europeia, tanto quanto a da tecnologia, que está em questão. Nessa medida, seria possível até dizer que, 3D à parte, é o Godard de sempre, ou dos últimos tempos, que temos diante de nós: ensaístico e provocador, lançando uma questão lancinante por minuto, desorientando o espectador, perdendo-o e logo depois localizando-o novamente, aborrecendo-o e fascinando-o. Adeus ou, como no trocadilho que faz, "ah, Deus", celebração da linguagem, dirige-se ao espectador que aceita o desafio: ver um filme de Godard é perder-se em suas reflexões, é fascinar-se com a inteligência das questões propostas, é perceber o cinema como um lugar em que tudo é questionado e revolvido. Pior: com tal dinâmica que quem quiser segui-lo do começo ao fim precisará ver o filme mais de uma vez. Em poucas palavras: "Adeus à Linguagem" está longe dessa categoria impessoal do "cinema para todos". O cinema de Godard vai ao mundo para roubar-lhe imagens e sons (como, aliás, o definiu com precisão Eric Rohmer). Roubar, entre outras coisas, o 3D. Pois poucos acreditam nisso, mas Godard vem de uma escola que preza as inovações ou, na pior das hipóteses, não foge delas. Com o 3D não é diferente. Sim, "Adeus..." poderia ter sido feito em 2D. Mas Godard parece entrever uma relação entre a terceira dimensão e esse fim de linguagem. Pois, acrescentando a seus planos límpidos, como sempre, uma profundidade que já não advém da perspectiva renascentista, o que se ganha, efetivamente? Essa parece uma das questões capitais do filme. Pois o ganho em novidade implica ao menos o risco de perder toda a rica linguagem que o cinema constituiu em seus 120 anos de existência. ADEUS À LINGUAGEM (ADIEU AU LANGAGE) QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (30) ELENCO: HÉLOÏSE GODET, KAMEL ABDELI E ZOÉ BRUNEAU PRODUÇÃO: FRANÇA/SUÍÇA, 2014, 16 ANOS DIREÇÃO: JEAN-LUC GODARD
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Apple vendeu 3,6 milhões de relógios no 2º trimestre, diz IDC
A Apple, que lançou Apple Watch em junho, está reduzindo sua distância frente a líder Fitbit no mercado de dispositivos vestíveis, disse a consultora de mercado IDC. A Apple já vendeu 3,6 milhões de relógios da marca no segundo trimestre de 2015, pouco atrás da Fitbit com suas 4,4 milhões de unidades vendidas, segundo o IDC. O Apple Watch, que contém muitos aplicativos e conteúdos de esporte e saúde, é visto como o maior rival dos dispositivos da Fitbit. As vendas de dispositivos vestíveis mais do que triplicou, para 18,1 milhões de unidades, no segundo trimeste, ainda segundo a consultora. "É interessante notar que a Fitbit vende apenas (dispositivos) básicos –uma categoria que deve perder participação no mercado nos próximos anos, deixando a Apple prestes a se tornar a nova líder de mercado", concluiu o relatório da IDC.
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Apple vendeu 3,6 milhões de relógios no 2º trimestre, diz IDCA Apple, que lançou Apple Watch em junho, está reduzindo sua distância frente a líder Fitbit no mercado de dispositivos vestíveis, disse a consultora de mercado IDC. A Apple já vendeu 3,6 milhões de relógios da marca no segundo trimestre de 2015, pouco atrás da Fitbit com suas 4,4 milhões de unidades vendidas, segundo o IDC. O Apple Watch, que contém muitos aplicativos e conteúdos de esporte e saúde, é visto como o maior rival dos dispositivos da Fitbit. As vendas de dispositivos vestíveis mais do que triplicou, para 18,1 milhões de unidades, no segundo trimeste, ainda segundo a consultora. "É interessante notar que a Fitbit vende apenas (dispositivos) básicos –uma categoria que deve perder participação no mercado nos próximos anos, deixando a Apple prestes a se tornar a nova líder de mercado", concluiu o relatório da IDC.
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Economista questiona qual critério para BNDES conceder empréstimos
O texto O BNDES e o Tesouro Nacional, do presidente do banco, Luciano Coutinho, rebatendo a manchete da Folha de 9/8 ("Subsídio ao BNDES vai consumir R$ 184 bi"), é ilustrativo, matemática e economicamente plausível. Nada como bons números para justificar empréstimos "relevantes". Mas qual o critério para conceder empréstimos "fantásticos", principalmente a clientes "privilegiados" e com juros "subsidiados" a frigoríficos, construtoras e países vizinhos? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Economista questiona qual critério para BNDES conceder empréstimosO texto O BNDES e o Tesouro Nacional, do presidente do banco, Luciano Coutinho, rebatendo a manchete da Folha de 9/8 ("Subsídio ao BNDES vai consumir R$ 184 bi"), é ilustrativo, matemática e economicamente plausível. Nada como bons números para justificar empréstimos "relevantes". Mas qual o critério para conceder empréstimos "fantásticos", principalmente a clientes "privilegiados" e com juros "subsidiados" a frigoríficos, construtoras e países vizinhos? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Morte de menino por PM demonstra total falência do Estado, diz leitor
DELAÇÕES PREMIADAS Ouvimos com constância que ninguém pode parar a Operação Lava Jato. Agora, com a delação premiada em que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirma ter pago R$ 70 milhões em propina para o presidente do Senado, Renan Calheiros, o senador Romero Jucá e para o ex-presidente José Sarney, veremos se a Lava Jato será tão implacável com outros partidos quanto foi com o PT. MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP) * Segundo divulgado pela revista "IstoÉ", a presidente afastada Dilma Rousseff teria conversado pessoalmente com o empreiteiro Marcelo Odebrecht sobre o recebimento de R$ 12 milhões em propina em 2014, durante a campanha de sua reeleição. Odebrecht teria afirmado, em delação premiada, que a operação criminosa consistia em utilizar caixa dois para pagamento do marqueteiro João Santana e do PMDB. Se confirmada, a informação provará que Dilma sabia de tudo e também participou de operações ilícitas. JOSÉ CARLOS DA COSTA (Belo Horizonte, MG) - IMPUNIDADE No Brasil, o crime realmente compensa. Cerca de 60% dos parlamentares são alvos de processos, a maioria por apropriação do dinheiro público, que se arrastam há mais de 10 anos sem julgamento. Motivos aparentes: o Congresso decide salários e benefícios dos juízes, e o poder Executivo nomeia os magistrados das cortes superiores. Os três Poderes são dependentes entre si, o que favorece a formação de conchavos e esquemas ilícitos que garantem, para alguns brasileiros, que o crime compensa. FABIO FIGUEIREDO (São Paulo, SP) - GOVERNO TEMER Tudo indica que o governo do presidente interino Michel Temer está perdendo o rumo. O aumento nos proventos do funcionalismo público, neste momento de grave crise no país, é um dolorido tapa na cara de 11 milhões de desempregados. ELIZIO NILO CALIMAN (Brasília, DF) * Meus primeiros cumprimentos ao presidente interino Michel Temer por ter restringido o uso de aviões da FAB pela presidente afastada. Não pode a senhora presidente, suspensa de suas funções, ficar viajando pelo Brasil à custa do erário. É um desrespeito aos princípios da moralidade pública e do interesse público. Vale a mesma coisa para o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha. NELI APARECIDA DE FARIA, procuradora do município de São Paulo (São Paulo, SP) * Li com atenção a reportagem "Novos cargos não elevam gasto, diz governo. Com um rombo estimado em R$ 170 bilhões, o governo concedeu reajustes a servidores que custarão 53 bilhões nos próximos anos e criou 14 mil cargos. Aqui para o meu lado, como empreendedor cultural, fui obrigado a dispensar três de meus "servidores" (de uma equipe de dez) por conta da crise e de meu "ajuste fiscal". NELSON RUBENS KUNZE MENINO MORTO POR PM A foto da primeira página da Folha, com o corpo de um menor infrator, demonstra a total falência da família e do Estado brasileiro. O governo anterior não se preocupou em dirimir o número crescente de delitos praticados por menores. Infelizmente, não creio que o governo interino também o faça. - MUHAMMAD ALI Muhammad Ali não apenas foi o maior lutador da história mas uma das grandes personalidades do século 20. Era tão inteligente que, na famosa luta de 1974 contra George Foreman (à época os adversários temiam ser mortos por Foreman, tal era a força, descomunal, de seus golpes), Ali conseguiu cansar o então invicto campeão mundial dos pesos-pesados com a tática de "deitar" sobre as cordas do ringue, além de sua inigualável capacidade de absorver pancadas, vencendo com um improvável nocaute no oitavo assalto. MARCELO MELGAÇO (Goiânia, GO) * Nossas homenagens a Muhammad Ali, lenda do boxe, que morreu aos 74. Um dos maiores pugilistas da história do boxe, Ali também marcou pela sua irreverência, rebeldia e contestação. Também lutou contra o racismo, a segregação e o preconceito racial nos EUA. Vale a pena ler o livro "A Luta", de Norman Mailer, e ver o documentário "Quando Éramos Reis", sobre a lendária luta em que Ali derrotou George Foreman e retomou o título mundial dos pesos pesados em 1974, no Zaire. Um gigante, também um lutador por boas causas fora dos ringues. Descanse em paz. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) * O gongo da vida soou para o grande Muhammad Ali, o maior dos maiores lutadores. Foi, além de tudo, um grande sujeito, com fortes e justas convicções. PAULO FERREIRA (São Paulo, SP) - DIREITOS DAS MULHERES É assustadora a declaração do secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho. Estupro é crime causado não por crise econômica, e sim pela total falta de respeito às mulheres, pela distorção cultural que impera em nosso país. Não há crise que justifique tal ato nem uma declaração tão descabida como essa. Revoltante, assustador e uma perfeita ilustração do triste momento que nosso país atravessa. ELISABETE DORGAM (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Morte de menino por PM demonstra total falência do Estado, diz leitorDELAÇÕES PREMIADAS Ouvimos com constância que ninguém pode parar a Operação Lava Jato. Agora, com a delação premiada em que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirma ter pago R$ 70 milhões em propina para o presidente do Senado, Renan Calheiros, o senador Romero Jucá e para o ex-presidente José Sarney, veremos se a Lava Jato será tão implacável com outros partidos quanto foi com o PT. MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP) * Segundo divulgado pela revista "IstoÉ", a presidente afastada Dilma Rousseff teria conversado pessoalmente com o empreiteiro Marcelo Odebrecht sobre o recebimento de R$ 12 milhões em propina em 2014, durante a campanha de sua reeleição. Odebrecht teria afirmado, em delação premiada, que a operação criminosa consistia em utilizar caixa dois para pagamento do marqueteiro João Santana e do PMDB. Se confirmada, a informação provará que Dilma sabia de tudo e também participou de operações ilícitas. JOSÉ CARLOS DA COSTA (Belo Horizonte, MG) - IMPUNIDADE No Brasil, o crime realmente compensa. Cerca de 60% dos parlamentares são alvos de processos, a maioria por apropriação do dinheiro público, que se arrastam há mais de 10 anos sem julgamento. Motivos aparentes: o Congresso decide salários e benefícios dos juízes, e o poder Executivo nomeia os magistrados das cortes superiores. Os três Poderes são dependentes entre si, o que favorece a formação de conchavos e esquemas ilícitos que garantem, para alguns brasileiros, que o crime compensa. FABIO FIGUEIREDO (São Paulo, SP) - GOVERNO TEMER Tudo indica que o governo do presidente interino Michel Temer está perdendo o rumo. O aumento nos proventos do funcionalismo público, neste momento de grave crise no país, é um dolorido tapa na cara de 11 milhões de desempregados. ELIZIO NILO CALIMAN (Brasília, DF) * Meus primeiros cumprimentos ao presidente interino Michel Temer por ter restringido o uso de aviões da FAB pela presidente afastada. Não pode a senhora presidente, suspensa de suas funções, ficar viajando pelo Brasil à custa do erário. É um desrespeito aos princípios da moralidade pública e do interesse público. Vale a mesma coisa para o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha. NELI APARECIDA DE FARIA, procuradora do município de São Paulo (São Paulo, SP) * Li com atenção a reportagem "Novos cargos não elevam gasto, diz governo. Com um rombo estimado em R$ 170 bilhões, o governo concedeu reajustes a servidores que custarão 53 bilhões nos próximos anos e criou 14 mil cargos. Aqui para o meu lado, como empreendedor cultural, fui obrigado a dispensar três de meus "servidores" (de uma equipe de dez) por conta da crise e de meu "ajuste fiscal". NELSON RUBENS KUNZE MENINO MORTO POR PM A foto da primeira página da Folha, com o corpo de um menor infrator, demonstra a total falência da família e do Estado brasileiro. O governo anterior não se preocupou em dirimir o número crescente de delitos praticados por menores. Infelizmente, não creio que o governo interino também o faça. - MUHAMMAD ALI Muhammad Ali não apenas foi o maior lutador da história mas uma das grandes personalidades do século 20. Era tão inteligente que, na famosa luta de 1974 contra George Foreman (à época os adversários temiam ser mortos por Foreman, tal era a força, descomunal, de seus golpes), Ali conseguiu cansar o então invicto campeão mundial dos pesos-pesados com a tática de "deitar" sobre as cordas do ringue, além de sua inigualável capacidade de absorver pancadas, vencendo com um improvável nocaute no oitavo assalto. MARCELO MELGAÇO (Goiânia, GO) * Nossas homenagens a Muhammad Ali, lenda do boxe, que morreu aos 74. Um dos maiores pugilistas da história do boxe, Ali também marcou pela sua irreverência, rebeldia e contestação. Também lutou contra o racismo, a segregação e o preconceito racial nos EUA. Vale a pena ler o livro "A Luta", de Norman Mailer, e ver o documentário "Quando Éramos Reis", sobre a lendária luta em que Ali derrotou George Foreman e retomou o título mundial dos pesos pesados em 1974, no Zaire. Um gigante, também um lutador por boas causas fora dos ringues. Descanse em paz. RENATO KHAIR (São Paulo, SP) * O gongo da vida soou para o grande Muhammad Ali, o maior dos maiores lutadores. Foi, além de tudo, um grande sujeito, com fortes e justas convicções. PAULO FERREIRA (São Paulo, SP) - DIREITOS DAS MULHERES É assustadora a declaração do secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho. Estupro é crime causado não por crise econômica, e sim pela total falta de respeito às mulheres, pela distorção cultural que impera em nosso país. Não há crise que justifique tal ato nem uma declaração tão descabida como essa. Revoltante, assustador e uma perfeita ilustração do triste momento que nosso país atravessa. ELISABETE DORGAM (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Michel Bastos, Wesley e Carlinhos estão em baixa com a diretoria
Nesta segunda-feira (24), o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, afirmou que não vê postura de comprometimento em todos os integrantes da equipe. Após a goleada por 6 a 1 para o Corinthians, o presidente disse que o momento exige calma, pois o São Paulo ainda briga por uma vaga no G4, mas prometeu reformular o elenco para 2016. A Folha apurou que alguns jogadores estão em baixa com a diretoria do clube –Michel Bastos, Wesley, Carlinhos e Centurión. Michel Bastos renovou seu acordo neste ano com o São Paulo por mais duas temporadas, até 2017, mas a avaliação interna na diretoria é que, depois disso, seu rendimento caiu. Carlinhos chegou no começo deste ano e tem contrato com o clube até 2017. Wesley e Centurión têm contrato até 2018. O Racing, clube que vendeu o jogador argentino, admitiu que recebeu € 4,2 milhões (R$ 12,6 milhões, à época) para negociar 70% dos direitos econômicos do meia. Os argentinos ficaram com o restante dos direitos. Luis Fabiano não faz parte do grupo que a diretoria considera desinteressada, mas seu rendimento baixo em campo faz com que a chance de uma renovação com o atacante seja de quase zero.
esporte
Michel Bastos, Wesley e Carlinhos estão em baixa com a diretoriaNesta segunda-feira (24), o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, afirmou que não vê postura de comprometimento em todos os integrantes da equipe. Após a goleada por 6 a 1 para o Corinthians, o presidente disse que o momento exige calma, pois o São Paulo ainda briga por uma vaga no G4, mas prometeu reformular o elenco para 2016. A Folha apurou que alguns jogadores estão em baixa com a diretoria do clube –Michel Bastos, Wesley, Carlinhos e Centurión. Michel Bastos renovou seu acordo neste ano com o São Paulo por mais duas temporadas, até 2017, mas a avaliação interna na diretoria é que, depois disso, seu rendimento caiu. Carlinhos chegou no começo deste ano e tem contrato com o clube até 2017. Wesley e Centurión têm contrato até 2018. O Racing, clube que vendeu o jogador argentino, admitiu que recebeu € 4,2 milhões (R$ 12,6 milhões, à época) para negociar 70% dos direitos econômicos do meia. Os argentinos ficaram com o restante dos direitos. Luis Fabiano não faz parte do grupo que a diretoria considera desinteressada, mas seu rendimento baixo em campo faz com que a chance de uma renovação com o atacante seja de quase zero.
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Subordinado a Pezão na Secretaria de Obras é citado pela Andrade Gutierrez
Os termos do acordo de leniência da Andrade Gutierrez firmado com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) envolveram o terceiro subordinado ao hoje governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), quando esteve à frente da Secretaria Estadual de Obras. De acordo com o relato de Alberto Quintaes, executivo da Andrade Gutierrez, o presidente da Emop (Empresa de Obras Públicas), Ícaro Moreno, reuniu-se com representantes de empreiteiras para indicar previamente quais seriam as vencedoras de uma licitação para obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em favelas do Rio, em 2008. Segundo o relato, Moreno também permitiu que as construtoras interferissem na elaboração do edital de licitação, incluindo itens que restringissem a participação de empresas de fora do esquema. A citação ao nome do engenheiro foi revelada pelo portal UOL, do Grupo Folha, que edita a Folha. Moreno é presidente da Emop desde 2007. Passou toda a gestão Cabral no cargo e permanece na administração Pezão, iniciada em 2015. O governador era o secretário estadual de Obras à época da licitação, cargo que ocupou até 2011. Seu subsecretário-executivo era Hudson Braga, preso na Operação Calicute sob suspeita de cobrar propina de 1% sobre os contratos –chamada de "taxa de oxigênio". Outro subsecretário da gestão Pezão na pasta foi Iran Peixoto, atualmente titular do órgão. Ele aparece como destinatário de um e-mail no qual Braga se queixa a José Orlando Rabelo, apontado pelo Ministério Público Federal como operador da propina, de atraso no repasse da "caixinha". Ele não é objeto de investigação. Em nota, Ícaro Moreno negou irregularidades na licitação. "Todos os procedimentos foram feitos dentro da legalidade, baseados na Lei de Licitações, sem infração à ordem econômica", afirma nota divulgada pela Emop. Pezão não se pronunciou até a conclusão desta edição. O Ministério Público Federal diz não ter evidências contra o atual governador. CONLUIO De acordo com o relato da Andrade Gutierrez, representantes da OAS, da Odebrecht, da Queiroz Galvão e da Carioca Engenharia se encontraram na sede da Emop a fim de discutir a divisão das obras, que custariam R$ 1 bilhão. A mais cara do PAC das Favelas, no Complexo do Alemão, ficou com o consórcio liderado pela Odebrecht. A segunda, em Manguinhos, com a Andrade Gutierrez. A mais barata, na Rocinha, ficou sob responsabilidade do consórcio Novos Tempos, da Queiroz Galvão. A divisão, segundo o relato da empreiteira ao Cade, foi comunicada pelo ex-secretário de Governo Wilson Carlos, preso na Operação Calicute. O critério foi, segundo a versão, o volume de contribuição realizada à campanha do ex-governador Sérgio Cabral, também preso. O Ministério Público Federal aponta o PAC das Favelas como uma das fontes de propina a Cabral e seu grupo.
poder
Subordinado a Pezão na Secretaria de Obras é citado pela Andrade GutierrezOs termos do acordo de leniência da Andrade Gutierrez firmado com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) envolveram o terceiro subordinado ao hoje governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), quando esteve à frente da Secretaria Estadual de Obras. De acordo com o relato de Alberto Quintaes, executivo da Andrade Gutierrez, o presidente da Emop (Empresa de Obras Públicas), Ícaro Moreno, reuniu-se com representantes de empreiteiras para indicar previamente quais seriam as vencedoras de uma licitação para obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em favelas do Rio, em 2008. Segundo o relato, Moreno também permitiu que as construtoras interferissem na elaboração do edital de licitação, incluindo itens que restringissem a participação de empresas de fora do esquema. A citação ao nome do engenheiro foi revelada pelo portal UOL, do Grupo Folha, que edita a Folha. Moreno é presidente da Emop desde 2007. Passou toda a gestão Cabral no cargo e permanece na administração Pezão, iniciada em 2015. O governador era o secretário estadual de Obras à época da licitação, cargo que ocupou até 2011. Seu subsecretário-executivo era Hudson Braga, preso na Operação Calicute sob suspeita de cobrar propina de 1% sobre os contratos –chamada de "taxa de oxigênio". Outro subsecretário da gestão Pezão na pasta foi Iran Peixoto, atualmente titular do órgão. Ele aparece como destinatário de um e-mail no qual Braga se queixa a José Orlando Rabelo, apontado pelo Ministério Público Federal como operador da propina, de atraso no repasse da "caixinha". Ele não é objeto de investigação. Em nota, Ícaro Moreno negou irregularidades na licitação. "Todos os procedimentos foram feitos dentro da legalidade, baseados na Lei de Licitações, sem infração à ordem econômica", afirma nota divulgada pela Emop. Pezão não se pronunciou até a conclusão desta edição. O Ministério Público Federal diz não ter evidências contra o atual governador. CONLUIO De acordo com o relato da Andrade Gutierrez, representantes da OAS, da Odebrecht, da Queiroz Galvão e da Carioca Engenharia se encontraram na sede da Emop a fim de discutir a divisão das obras, que custariam R$ 1 bilhão. A mais cara do PAC das Favelas, no Complexo do Alemão, ficou com o consórcio liderado pela Odebrecht. A segunda, em Manguinhos, com a Andrade Gutierrez. A mais barata, na Rocinha, ficou sob responsabilidade do consórcio Novos Tempos, da Queiroz Galvão. A divisão, segundo o relato da empreiteira ao Cade, foi comunicada pelo ex-secretário de Governo Wilson Carlos, preso na Operação Calicute. O critério foi, segundo a versão, o volume de contribuição realizada à campanha do ex-governador Sérgio Cabral, também preso. O Ministério Público Federal aponta o PAC das Favelas como uma das fontes de propina a Cabral e seu grupo.
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Internet e 'boom' do cinema local reinventam o turismo na Argentina
SYLVIA COLOMBO DE SÃO PAULO Até princípios dos anos 90, era difícil escutar gente falando português em Buenos Aires fora do eixo rua Florida-bairro da Boca-feira de San Telmo. No resto da Argentina, os brasileiros se amontoavam quase que exclusivamente em Bariloche, e apenas alguns aventureiros se arriscavam por outros destinos patagônicos hoje tão populares, como a Terra do Fogo. Naqueles tempos, em que a maioria dos turistas preferia viajar levada pelas mãos de guias de agências de turismo, os programas ficavam restritos a esses locais, e eram sempre os mesmos: compras de jaquetas de couro, malhas e alfajores, jantares italianos dançantes e passeio em feirinha de antiguidades, onde todos tiravam fotos com os mesmos bailarinos de tango de rua. As coisas começaram a mudar quando a internet democratizou as informações sobre os destinos e, por meio de sites de viagem, permitiu que cada um armasse seu passeio a seu modo, pagando preços mais convenientes e se alojando nos bairros cujo estilo mais gostasse. Além dessa inovação, que certamente mudou o turismo no mundo todo, a Argentina apresentou um novo cartão de visitas, que hoje em dia convida a explorar tanto os diferentes cantos de Buenos Aires como as províncias do Norte e do Sul patagônico. Trata-se do cinema, que, desde o começo dos anos 2000, viveu um verdadeiro renascimento, lotando salas pelo mundo afora e, especialmente, no Brasil. Um filme como "Medianeras —Buenos Aires na Era do Amor Virtual" (2011), sobre pessoas solitárias que vivem em uma parte movimentada da capital, mas se conhecem on-line, teve mais bilheteria aqui do que na Argentina. E ajudou a espalhar os turistas brasileiros pela cidade. "Toda semana, recebo e-mails do Brasil. Muita gente quer saber os endereços dos locais que aparecem no longa-metragem, para visitar quando vêm para cá", disse à sãopaulo o diretor, Gustavo Taretto. É certo que Ricardo Darín pode não ser tão famoso como Maradona. Mas não é mais apenas pelo ex-jogador do Boca Juniors que as pessoas perguntam quando estão em Buenos Aires. O restaurante que o ator frequenta, em Palermo, vive cheio de brasileiros curiosos, indagando por ele. E não é incomum ver turistas ajeitando o foco para enquadrar o lindo edifício de Tribunales e a estação de trem de Retiro, que aparecem no ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro "O Segredo de Seus Olhos", de Juan José Campanella (2009). NEVE AGITADA Já a cidade de San Carlos de Bariloche, que muitos conhecemos pelas fotos de românticas e tranquilas viagens de nossos avós, com o belo lago Nahuel Huapi e as montanhas geladas ao fundo, também se transformou em capital patagônica da badalação adolescente. Apinhada de discotecas e hotéis preparados para receber grupos de jovens que viajam pela primeira vez sozinhos, Bariloche tem o mérito, porém, de fazer com que isso conviva bem com o seu passado. O imponente hotel Llao Llao, que poderia bem ser o cenário de uma versão argentina de "O Iluminado" (1980, com Jack Nicholson), segue atraindo pelo conforto e as suas fartas mesas de chá da tarde. As estações de esqui argentinas, indicadas como as melhores pela pesquisa Datafolha, ficaram bastante populares depois que passaram a vender pacotes mais em conta do que os de pistas chilenas. Para os mais interessados em história, Bariloche guarda um passado recente um tanto sombrio. Logo após a Segunda Guerra Mundial, ex-oficiais nazistas procuraram o local como refúgio. O mais famoso deles, Erich Priebke, um dos responsáveis pelo Massacre das Fossas Ardeatinas, que matou mais de 300 pessoas, viveu por quatro décadas na cidade, com o nome verdadeiro e sem ser incomodado. Puxar papo com moradores sobre a acolhida aos nazistas na região é assunto polêmico. Alguns deles vão gostar de dar detalhes sobre o cotidiano dos mais conhecidos; outros, por culpa ou por cumplicidade, preferem fingir que não sabem absolutamente nada sobre o assunto. Um belo filme que também esteve em cartaz no Brasil e aborda essa realidade é "O Médico Alemão", de Lucía Puenzo (2013). Ele mostra como o alemão Josef Mengele se escondeu em Bariloche. Ao ser descoberto, escapou, para passar seus últimos anos tranquilo no Brasil. * QUEM LEVA CVC - (11) 3003-9282,www.cvc.com.br. Buenos Aires: a partir de R$ 1.135,49*. Inclui aéreo, traslado, três noites no Unique Park Chateau em apto. duplo, café da manhã e passeio panorâmico. Saída: 14/09/2015. Soft Travel - (11) 3017-9999, www.softtravel.com.br. Buenos Aires: a partir de R$ 984*. Inclui aéreo, duas noites em apto. duplo, café da manhã, traslados, city tour e seguro viagem. Saídas até 30/11. Flytour Viagens - 0800 11 8687, www.flytour.com. Bariloche: a partir de R$ 1.968*.Inclui aéreo, quatro diárias, café da manhã, traslados, circuito Chico e Cerro Catedral. Saída: 31/8. Queensberry Viagens - (11) 3217-7100, www.queensberry.com.br. Bariloche: partir de R$ 1.898,29* (sem aéreo). Inclui três noites em apto. duplo, café da manhã, traslados e city tour. Saídas até 30/6/2016. *Valores por pessoa e sujeitos a variação de câmbio. Não inclui taxas.
saopaulo
Internet e 'boom' do cinema local reinventam o turismo na ArgentinaSYLVIA COLOMBO DE SÃO PAULO Até princípios dos anos 90, era difícil escutar gente falando português em Buenos Aires fora do eixo rua Florida-bairro da Boca-feira de San Telmo. No resto da Argentina, os brasileiros se amontoavam quase que exclusivamente em Bariloche, e apenas alguns aventureiros se arriscavam por outros destinos patagônicos hoje tão populares, como a Terra do Fogo. Naqueles tempos, em que a maioria dos turistas preferia viajar levada pelas mãos de guias de agências de turismo, os programas ficavam restritos a esses locais, e eram sempre os mesmos: compras de jaquetas de couro, malhas e alfajores, jantares italianos dançantes e passeio em feirinha de antiguidades, onde todos tiravam fotos com os mesmos bailarinos de tango de rua. As coisas começaram a mudar quando a internet democratizou as informações sobre os destinos e, por meio de sites de viagem, permitiu que cada um armasse seu passeio a seu modo, pagando preços mais convenientes e se alojando nos bairros cujo estilo mais gostasse. Além dessa inovação, que certamente mudou o turismo no mundo todo, a Argentina apresentou um novo cartão de visitas, que hoje em dia convida a explorar tanto os diferentes cantos de Buenos Aires como as províncias do Norte e do Sul patagônico. Trata-se do cinema, que, desde o começo dos anos 2000, viveu um verdadeiro renascimento, lotando salas pelo mundo afora e, especialmente, no Brasil. Um filme como "Medianeras —Buenos Aires na Era do Amor Virtual" (2011), sobre pessoas solitárias que vivem em uma parte movimentada da capital, mas se conhecem on-line, teve mais bilheteria aqui do que na Argentina. E ajudou a espalhar os turistas brasileiros pela cidade. "Toda semana, recebo e-mails do Brasil. Muita gente quer saber os endereços dos locais que aparecem no longa-metragem, para visitar quando vêm para cá", disse à sãopaulo o diretor, Gustavo Taretto. É certo que Ricardo Darín pode não ser tão famoso como Maradona. Mas não é mais apenas pelo ex-jogador do Boca Juniors que as pessoas perguntam quando estão em Buenos Aires. O restaurante que o ator frequenta, em Palermo, vive cheio de brasileiros curiosos, indagando por ele. E não é incomum ver turistas ajeitando o foco para enquadrar o lindo edifício de Tribunales e a estação de trem de Retiro, que aparecem no ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro "O Segredo de Seus Olhos", de Juan José Campanella (2009). NEVE AGITADA Já a cidade de San Carlos de Bariloche, que muitos conhecemos pelas fotos de românticas e tranquilas viagens de nossos avós, com o belo lago Nahuel Huapi e as montanhas geladas ao fundo, também se transformou em capital patagônica da badalação adolescente. Apinhada de discotecas e hotéis preparados para receber grupos de jovens que viajam pela primeira vez sozinhos, Bariloche tem o mérito, porém, de fazer com que isso conviva bem com o seu passado. O imponente hotel Llao Llao, que poderia bem ser o cenário de uma versão argentina de "O Iluminado" (1980, com Jack Nicholson), segue atraindo pelo conforto e as suas fartas mesas de chá da tarde. As estações de esqui argentinas, indicadas como as melhores pela pesquisa Datafolha, ficaram bastante populares depois que passaram a vender pacotes mais em conta do que os de pistas chilenas. Para os mais interessados em história, Bariloche guarda um passado recente um tanto sombrio. Logo após a Segunda Guerra Mundial, ex-oficiais nazistas procuraram o local como refúgio. O mais famoso deles, Erich Priebke, um dos responsáveis pelo Massacre das Fossas Ardeatinas, que matou mais de 300 pessoas, viveu por quatro décadas na cidade, com o nome verdadeiro e sem ser incomodado. Puxar papo com moradores sobre a acolhida aos nazistas na região é assunto polêmico. Alguns deles vão gostar de dar detalhes sobre o cotidiano dos mais conhecidos; outros, por culpa ou por cumplicidade, preferem fingir que não sabem absolutamente nada sobre o assunto. Um belo filme que também esteve em cartaz no Brasil e aborda essa realidade é "O Médico Alemão", de Lucía Puenzo (2013). Ele mostra como o alemão Josef Mengele se escondeu em Bariloche. Ao ser descoberto, escapou, para passar seus últimos anos tranquilo no Brasil. * QUEM LEVA CVC - (11) 3003-9282,www.cvc.com.br. Buenos Aires: a partir de R$ 1.135,49*. Inclui aéreo, traslado, três noites no Unique Park Chateau em apto. duplo, café da manhã e passeio panorâmico. Saída: 14/09/2015. Soft Travel - (11) 3017-9999, www.softtravel.com.br. Buenos Aires: a partir de R$ 984*. Inclui aéreo, duas noites em apto. duplo, café da manhã, traslados, city tour e seguro viagem. Saídas até 30/11. Flytour Viagens - 0800 11 8687, www.flytour.com. Bariloche: a partir de R$ 1.968*.Inclui aéreo, quatro diárias, café da manhã, traslados, circuito Chico e Cerro Catedral. Saída: 31/8. Queensberry Viagens - (11) 3217-7100, www.queensberry.com.br. Bariloche: partir de R$ 1.898,29* (sem aéreo). Inclui três noites em apto. duplo, café da manhã, traslados e city tour. Saídas até 30/6/2016. *Valores por pessoa e sujeitos a variação de câmbio. Não inclui taxas.
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Datena anuncia que não concorrerá à Prefeitura de São Paulo e deixará PP
Não durou muito a aventura política do apresentador de rádio e TV José Luiz Datena. Pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PP nas eleições municipais deste ano, o jornalista da Rede Bandeirantes surpreendeu ao desistir da disputa na manhã desta segunda-feira (18). Em seu programa na rádio Bradesco Esportes FM, que pertence ao grupo Bandeirantes, Datena anunciou que não disputará a eleição municipal de 2016 e deixará o PP, partido ao qual se filiou no ano passado. Entre os motivos alegados para tomar a decisão citou uma denúncia contra o partido. "Não posso permanecer em um partido que tomou mais de R$ 300 milhões da Petrobras." O apresentador se referia a informações divulgadas neste domingo (17) com pesadas acusações contra o PP. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o esquema de corrupção sustentado pelo PP na Petrobras, que tinha como principais operadores o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, desviou R$ 357,9 milhões dos cofres da estatal, entre 2006 e 2014 –161 atos de corrupção em 34 contratos, 123 aditivos contratuais e quatro transações extrajudiciais. "Desisti por causa das novas denúncias de corrupção ligando o partido a que me filiei com o objetivo de específico de me candidatar. Lembrei do que meus pais diziam: 'Dizem com quem andas e te direi quem és'", disse Datena ao UOL depois do programa. O PP e seus integrantes já eram investigados pela operação Lava Jato antes do apresentador se filiar ao partido. Outro motivo mencionado por Datena é suposta realização de eleições prévias dentro do PP para definir o nome do candidato a prefeito do partido. Segundo a jornalista Mônica Bérgamo, em sua coluna na Folha, o jornalista teria de disputar com o ex-prefeito da capital Paulo Maluf a indicação. "Jamais disputaria uma prévia eleitoral com [Paulo] Maluf. Preferia uma disputa com o Marcola [um dos líderes do PCC]." "Acreditei que seria possível ajudar a cidade, mas o cenário político só piora, com denúncias cada vez mais cabeludas. Ele [Maluf] é o candidato ideal para o momento de hoje", ironizou em declaração ao UOL. O jornalista disse que comunicou as decisões de desistir da pré-candidatura e de se desfiliar ao deputado estadual Delegado Olim, seu amigo, cotado para ser o vice na chapa. Só faltava avisar o deputado federal Guilherme Mussi, presidente do diretório estadual do PP, com quem Datena deve conversar ainda nesta segunda.
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Datena anuncia que não concorrerá à Prefeitura de São Paulo e deixará PPNão durou muito a aventura política do apresentador de rádio e TV José Luiz Datena. Pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PP nas eleições municipais deste ano, o jornalista da Rede Bandeirantes surpreendeu ao desistir da disputa na manhã desta segunda-feira (18). Em seu programa na rádio Bradesco Esportes FM, que pertence ao grupo Bandeirantes, Datena anunciou que não disputará a eleição municipal de 2016 e deixará o PP, partido ao qual se filiou no ano passado. Entre os motivos alegados para tomar a decisão citou uma denúncia contra o partido. "Não posso permanecer em um partido que tomou mais de R$ 300 milhões da Petrobras." O apresentador se referia a informações divulgadas neste domingo (17) com pesadas acusações contra o PP. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o esquema de corrupção sustentado pelo PP na Petrobras, que tinha como principais operadores o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, desviou R$ 357,9 milhões dos cofres da estatal, entre 2006 e 2014 –161 atos de corrupção em 34 contratos, 123 aditivos contratuais e quatro transações extrajudiciais. "Desisti por causa das novas denúncias de corrupção ligando o partido a que me filiei com o objetivo de específico de me candidatar. Lembrei do que meus pais diziam: 'Dizem com quem andas e te direi quem és'", disse Datena ao UOL depois do programa. O PP e seus integrantes já eram investigados pela operação Lava Jato antes do apresentador se filiar ao partido. Outro motivo mencionado por Datena é suposta realização de eleições prévias dentro do PP para definir o nome do candidato a prefeito do partido. Segundo a jornalista Mônica Bérgamo, em sua coluna na Folha, o jornalista teria de disputar com o ex-prefeito da capital Paulo Maluf a indicação. "Jamais disputaria uma prévia eleitoral com [Paulo] Maluf. Preferia uma disputa com o Marcola [um dos líderes do PCC]." "Acreditei que seria possível ajudar a cidade, mas o cenário político só piora, com denúncias cada vez mais cabeludas. Ele [Maluf] é o candidato ideal para o momento de hoje", ironizou em declaração ao UOL. O jornalista disse que comunicou as decisões de desistir da pré-candidatura e de se desfiliar ao deputado estadual Delegado Olim, seu amigo, cotado para ser o vice na chapa. Só faltava avisar o deputado federal Guilherme Mussi, presidente do diretório estadual do PP, com quem Datena deve conversar ainda nesta segunda.
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Marcelo Fernandes diz que Robinho só jogará final do Paulista se estiver 100%
O técnico do Santos, Marcelo Fernandes, afirmou nesta sexta-feira que apenas os jogadores que estiverem em totais condições de jogo enfrentarão o Palmeiras às 16h deste domingo (3), no segundo jogo da final do Campeonato Paulista. Com iso, Robinho, que trata de um edema na coxa esquerda, não está garantido. "Quero todo mundo 100%. O Robinho, se for a campo, precisa estar 100%. Não adianta, senão vai estourar alguma lesão. Ele melhorou sensivelmente, agora o estudo é o mais importante. Não só eu como o departamento médico não vai querer colocar um jogador que não esteja bem", disse na entrevista coletiva. Fernandes manteve o mistério sobre a presença dos zagueiros Werley e Gustavo Henrique, e do volante Valencia. Entretanto, ele não se mostrou preocupado com as condições físicas e clínicas de nenhum. "O caso do Werley é que ele veio para o campo, não tem problema clínico algum. Tinha dengue, precisa pegar força e massa muscular. Está trabalhando duro, esperamos contar com ele, sim, quanto aos demais é o último jogo. Temos que esperar, não podemos colocar ninguém a meio pau. É uma decisão e não podemos sofrer alterações logo no início do jogo", destacou. Questionado sobre a importância individual dos líderes do time, o técnico respondeu que precisa de cada um dos 11 titulares. "O pilar são os 11, você não consegue fazer uma equipe sem os 11 pilares, pois eles representam a equipe", finalizou.
esporte
Marcelo Fernandes diz que Robinho só jogará final do Paulista se estiver 100%O técnico do Santos, Marcelo Fernandes, afirmou nesta sexta-feira que apenas os jogadores que estiverem em totais condições de jogo enfrentarão o Palmeiras às 16h deste domingo (3), no segundo jogo da final do Campeonato Paulista. Com iso, Robinho, que trata de um edema na coxa esquerda, não está garantido. "Quero todo mundo 100%. O Robinho, se for a campo, precisa estar 100%. Não adianta, senão vai estourar alguma lesão. Ele melhorou sensivelmente, agora o estudo é o mais importante. Não só eu como o departamento médico não vai querer colocar um jogador que não esteja bem", disse na entrevista coletiva. Fernandes manteve o mistério sobre a presença dos zagueiros Werley e Gustavo Henrique, e do volante Valencia. Entretanto, ele não se mostrou preocupado com as condições físicas e clínicas de nenhum. "O caso do Werley é que ele veio para o campo, não tem problema clínico algum. Tinha dengue, precisa pegar força e massa muscular. Está trabalhando duro, esperamos contar com ele, sim, quanto aos demais é o último jogo. Temos que esperar, não podemos colocar ninguém a meio pau. É uma decisão e não podemos sofrer alterações logo no início do jogo", destacou. Questionado sobre a importância individual dos líderes do time, o técnico respondeu que precisa de cada um dos 11 titulares. "O pilar são os 11, você não consegue fazer uma equipe sem os 11 pilares, pois eles representam a equipe", finalizou.
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Por que a Mooca chama assim? Descubra curiosidades sobre o bairro paulistano
FLÁVIA G. PINHO COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Após os jesuítas construírem a primeira ponte sobre o rio Tamanduateí, no século 16, o bairro virou caminho para os bandeirantes. O estranhamento dos índios diante das primeiras casas de pau a pique erguidas pelos brancos pode estar na raiz do nome do bairro: moo (fazer) e oca (casa). De vila rural, condição que perdurou por três séculos, transformou-se em bairro industrial a partir de 1867, quando a estrada de ferro ligando Santos a Jundiaí cortou o bairro. Indústrias que dependiam do transporte ferroviário para escoamento da produção passaram a se instalar nos arredores. Encontrar mão de obra não era problema —boa parte dos imigrantes que chegavam a São Paulo desembarcavam na antiga hospedaria (atual Museu da Imigração do Estado de São Paulo) e acabavam ficando pelo bairro. Confira a cronologia: 1556 A construção da ponte sobre o rio Tamanduateí leva os primeiros habitantes à região. 1867 Entra em operação a estrada de ferro São Paulo Railway, ligando Santos a Jundiaí e passando pela Mooca. 1876 O fazendeiro Rafael Aguiar Paes de Barros inaugura o Hippodromo Paulistano, embrião do atual Jockey Club. 1877 Começa a operar a linha de bonde de tração animal no trajeto Centro-Mooca. 1892 Henrique Stupakoff cria a Cervejaria Bavária, adquirida em 1920 pela Companhia Antarctica Paulista. 1914 É inaugurada a Paróquia de San Gennaro 1917 A paralisação iniciada por operários do Cotonifício Crespi avança pelo país, resultando na primeira greve geral do Brasil 1924 Empregados do Cotonifício criam o clube de futebol que, seis anos depois, passaria a se chamar Juventus 1946 A São Paulo Railway deixa de operar. É o início do processo de esvaziamento do bairro como polo industrial 1963 O Cotonifício Crespi, uma das maiores fábricas do bairro, fecha as portas 1993 A antiga sede da Hospedaria do Brás é transformada no Museu da Imigração * O típico mooquense * O Hino Sou da Mooca, sou mooquense. Amo esta região, Meu bairro muito querido Estás no meu coração. Mooca, bairro tradição Da zona leste és portal Símbolo de uma região, No trabalho és triunfal. Teu dinamismo de agora São heranças bem distantes. Foste trilha outrora De valentes bandeirantes. Tens esportes, tens cultura, Universidade até. Os teus templos abrigam Um povo com muita fé. Desde o Parque D. Pedro Tudo em ti é sucesso Tuas ruas e avenidas Representam o teu progresso. Sou da Mooca, sou mooquense Amo esta região Meu bairro muito querido Estás no meu coração. É bonito o teu brasão Bela é a tua bandeira Nas festas de nosso povo Tremula sempre altaneira. Teu poema é história Deste bairro hospitaleiro Nascido à margem de um rio Deste solo brasileiro. Mooca em tupi quer dizer Nossa casa, nosso abrigo, No trabalho e no lazer O mooquense é muito amigo. És valente, meu torrão. Toca, meu bairro, toca O canto com emoção. Mooca, Mooca, Mooca
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Por que a Mooca chama assim? Descubra curiosidades sobre o bairro paulistanoFLÁVIA G. PINHO COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Após os jesuítas construírem a primeira ponte sobre o rio Tamanduateí, no século 16, o bairro virou caminho para os bandeirantes. O estranhamento dos índios diante das primeiras casas de pau a pique erguidas pelos brancos pode estar na raiz do nome do bairro: moo (fazer) e oca (casa). De vila rural, condição que perdurou por três séculos, transformou-se em bairro industrial a partir de 1867, quando a estrada de ferro ligando Santos a Jundiaí cortou o bairro. Indústrias que dependiam do transporte ferroviário para escoamento da produção passaram a se instalar nos arredores. Encontrar mão de obra não era problema —boa parte dos imigrantes que chegavam a São Paulo desembarcavam na antiga hospedaria (atual Museu da Imigração do Estado de São Paulo) e acabavam ficando pelo bairro. Confira a cronologia: 1556 A construção da ponte sobre o rio Tamanduateí leva os primeiros habitantes à região. 1867 Entra em operação a estrada de ferro São Paulo Railway, ligando Santos a Jundiaí e passando pela Mooca. 1876 O fazendeiro Rafael Aguiar Paes de Barros inaugura o Hippodromo Paulistano, embrião do atual Jockey Club. 1877 Começa a operar a linha de bonde de tração animal no trajeto Centro-Mooca. 1892 Henrique Stupakoff cria a Cervejaria Bavária, adquirida em 1920 pela Companhia Antarctica Paulista. 1914 É inaugurada a Paróquia de San Gennaro 1917 A paralisação iniciada por operários do Cotonifício Crespi avança pelo país, resultando na primeira greve geral do Brasil 1924 Empregados do Cotonifício criam o clube de futebol que, seis anos depois, passaria a se chamar Juventus 1946 A São Paulo Railway deixa de operar. É o início do processo de esvaziamento do bairro como polo industrial 1963 O Cotonifício Crespi, uma das maiores fábricas do bairro, fecha as portas 1993 A antiga sede da Hospedaria do Brás é transformada no Museu da Imigração * O típico mooquense * O Hino Sou da Mooca, sou mooquense. Amo esta região, Meu bairro muito querido Estás no meu coração. Mooca, bairro tradição Da zona leste és portal Símbolo de uma região, No trabalho és triunfal. Teu dinamismo de agora São heranças bem distantes. Foste trilha outrora De valentes bandeirantes. Tens esportes, tens cultura, Universidade até. Os teus templos abrigam Um povo com muita fé. Desde o Parque D. Pedro Tudo em ti é sucesso Tuas ruas e avenidas Representam o teu progresso. Sou da Mooca, sou mooquense Amo esta região Meu bairro muito querido Estás no meu coração. É bonito o teu brasão Bela é a tua bandeira Nas festas de nosso povo Tremula sempre altaneira. Teu poema é história Deste bairro hospitaleiro Nascido à margem de um rio Deste solo brasileiro. Mooca em tupi quer dizer Nossa casa, nosso abrigo, No trabalho e no lazer O mooquense é muito amigo. És valente, meu torrão. Toca, meu bairro, toca O canto com emoção. Mooca, Mooca, Mooca
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Presidente da Câmara diz que votará projetos para conter insegurança no RJ
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a Casa deve votar projetos para contornar a crise de segurança do Estado do Rio de Janeiro e voltou a criticar o secretário da segurança fluminense, Roberto Sá, nesta terça-feira (15). Após encontro com parlamentares e ministros para discutir questões referentes à arrecadação e revisão da meta fiscal, Maia afirmou que deve ser votado na Câmara nesta semana projeto de lei que aumenta pena para aqueles que usarem fuzis. "Nós vamos votar isso, apesar de o secretário de segurança do Rio achar que a legislação atrapalha, apesar de mudanças que foram feitas já no passado", disse. Segundo ele, além da medida, um pacote com outras mudanças deve ser apresentado pela comissão que trata do assunto na Câmara. VIOLÊNCIA GERAL - Mortes violentas no Estado do Rio no 1º semestre de cada ano* "Temos um grupo de leis que está sendo apresentado hoje na comissão de segurança que vai ajudar o Rio de Janeiro, mas não é a solução", disse Maia. Sá havia cobrado, no sábado (12), uma mudança na legislação para conter a violência no Estado, onde um policial é morto a cada dois dias. "Cadê a reforma criminal?", questionou ele durante enterro de policial. "Eu fico pensando se a legislação brasileira serve só para o Rio de Janeiro, porque a situação do Rio não acontece em São Paulo, não acontece em Minas, essa morte absurda de policiais fica concentrada no Rio", rebateu o presidente da Câmara. "Talvez a lei brasileira tenha falhas apenas no Rio de Janeiro e não nos outros Estados." Ele já havia questionado a afirmação de Sá por meio das redes sociais, chamando-o de "irresponsável". "Nós vamos aprovar leis mais duras, mas a culpa da convulsão social que vivemos no Rio não é da legislação", afirmou no sábado.
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Presidente da Câmara diz que votará projetos para conter insegurança no RJO presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a Casa deve votar projetos para contornar a crise de segurança do Estado do Rio de Janeiro e voltou a criticar o secretário da segurança fluminense, Roberto Sá, nesta terça-feira (15). Após encontro com parlamentares e ministros para discutir questões referentes à arrecadação e revisão da meta fiscal, Maia afirmou que deve ser votado na Câmara nesta semana projeto de lei que aumenta pena para aqueles que usarem fuzis. "Nós vamos votar isso, apesar de o secretário de segurança do Rio achar que a legislação atrapalha, apesar de mudanças que foram feitas já no passado", disse. Segundo ele, além da medida, um pacote com outras mudanças deve ser apresentado pela comissão que trata do assunto na Câmara. VIOLÊNCIA GERAL - Mortes violentas no Estado do Rio no 1º semestre de cada ano* "Temos um grupo de leis que está sendo apresentado hoje na comissão de segurança que vai ajudar o Rio de Janeiro, mas não é a solução", disse Maia. Sá havia cobrado, no sábado (12), uma mudança na legislação para conter a violência no Estado, onde um policial é morto a cada dois dias. "Cadê a reforma criminal?", questionou ele durante enterro de policial. "Eu fico pensando se a legislação brasileira serve só para o Rio de Janeiro, porque a situação do Rio não acontece em São Paulo, não acontece em Minas, essa morte absurda de policiais fica concentrada no Rio", rebateu o presidente da Câmara. "Talvez a lei brasileira tenha falhas apenas no Rio de Janeiro e não nos outros Estados." Ele já havia questionado a afirmação de Sá por meio das redes sociais, chamando-o de "irresponsável". "Nós vamos aprovar leis mais duras, mas a culpa da convulsão social que vivemos no Rio não é da legislação", afirmou no sábado.
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Assalto a astro da natação prejudica imagem da cidade, diz Comitê Rio 2016
CAMILA MATTOSO ENVIADA ESPECIAL AO RIO Para o Comitê Rio 2016, o episódio de violência contra nadadores dos Estados Unidos na madrugada de sábado (13) para domingo (14) prejudica a imagem da cidade do Rio de Janeiro, não a dos Jogos Olímpicos. Detentor de 12 medalhas olímpicas, Lochte foi a uma festa no Club France, casa temática sobre a França na região da Lagoa Rodrigo de Freitas. Acompanhado de Thiago Pereira e da mulher do brasileiro, Gabriela, além de outros nadadores, foi ao local para comemorar o aniversário de um amigo. No caminho, o táxi de Lochte foi parado e assaltado. O Comitê Olímpico dos Estados Unidos afirmou que outros três nadadores (Gunnar Bentz, Jack Conger e Jimmy Feigen) estavam no carro. Segundo a versão dos atletas, os bandidos fizeram uma espécie de falsa blitz, apresentando supostos distintivos policiais. Eles afirmam que um agente chegou a colocar a arma na cabeça de Lochte. "Eu acho que são duas imagens paralelas. Não prejudica a imagem dos Jogos. Eles competiram, ganharam medalhas. Mas acho que sem dúvida nenhuma prejudica a imagem da cidade", afirmou Mario Andrada, diretor de comunicação do comitê organizador, em entrevista coletiva. "Prejudica a imagem do esquema de segurança que está sendo montado há meses. Muitas vezes eles falaram que o esquema ia ficar seguro como um todo." Andrada disse que ainda é necessário "entender melhor o que aconteceu" e "esperar a investigação terminar". "A gente fica chateado porque os atletas treinaram durante quatro anos, se prepararam bem, conquistaram medalhas e têm o direito de aproveitar a festa que está na cidade. Isso é o que deixa a gente triste", completou. Neste domingo, o ministro do Esporte Leonardo Picciani deu a entender que Lochte foi vítima de assalto por estar em local e horário inadequados. "Certamente nenhum atleta teve problemas em seu convívio, em seus treinos e na Vila Olímpica". No domingo, na entrevista coletiva diária realizada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) e pelo Comitê Rio 2016, o porta-voz do COI, Mark Adams, chegou a negar que qualquer coisa tivesse acontecido com os representantes da delegação dos EUA. Ele usou como fonte o próprio Comitê Olímpico dos Estados Unidos para refutar o assalto. Nesta manhã, Adams foi perguntado se havia sido uma tentativa de abafar o caso. "Não posso dizer se tentaram abafar o caso. Você tem de falar com o comitê americano para saber se foi isso que aconteceu", declarou.
esporte
Assalto a astro da natação prejudica imagem da cidade, diz Comitê Rio 2016 CAMILA MATTOSO ENVIADA ESPECIAL AO RIO Para o Comitê Rio 2016, o episódio de violência contra nadadores dos Estados Unidos na madrugada de sábado (13) para domingo (14) prejudica a imagem da cidade do Rio de Janeiro, não a dos Jogos Olímpicos. Detentor de 12 medalhas olímpicas, Lochte foi a uma festa no Club France, casa temática sobre a França na região da Lagoa Rodrigo de Freitas. Acompanhado de Thiago Pereira e da mulher do brasileiro, Gabriela, além de outros nadadores, foi ao local para comemorar o aniversário de um amigo. No caminho, o táxi de Lochte foi parado e assaltado. O Comitê Olímpico dos Estados Unidos afirmou que outros três nadadores (Gunnar Bentz, Jack Conger e Jimmy Feigen) estavam no carro. Segundo a versão dos atletas, os bandidos fizeram uma espécie de falsa blitz, apresentando supostos distintivos policiais. Eles afirmam que um agente chegou a colocar a arma na cabeça de Lochte. "Eu acho que são duas imagens paralelas. Não prejudica a imagem dos Jogos. Eles competiram, ganharam medalhas. Mas acho que sem dúvida nenhuma prejudica a imagem da cidade", afirmou Mario Andrada, diretor de comunicação do comitê organizador, em entrevista coletiva. "Prejudica a imagem do esquema de segurança que está sendo montado há meses. Muitas vezes eles falaram que o esquema ia ficar seguro como um todo." Andrada disse que ainda é necessário "entender melhor o que aconteceu" e "esperar a investigação terminar". "A gente fica chateado porque os atletas treinaram durante quatro anos, se prepararam bem, conquistaram medalhas e têm o direito de aproveitar a festa que está na cidade. Isso é o que deixa a gente triste", completou. Neste domingo, o ministro do Esporte Leonardo Picciani deu a entender que Lochte foi vítima de assalto por estar em local e horário inadequados. "Certamente nenhum atleta teve problemas em seu convívio, em seus treinos e na Vila Olímpica". No domingo, na entrevista coletiva diária realizada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) e pelo Comitê Rio 2016, o porta-voz do COI, Mark Adams, chegou a negar que qualquer coisa tivesse acontecido com os representantes da delegação dos EUA. Ele usou como fonte o próprio Comitê Olímpico dos Estados Unidos para refutar o assalto. Nesta manhã, Adams foi perguntado se havia sido uma tentativa de abafar o caso. "Não posso dizer se tentaram abafar o caso. Você tem de falar com o comitê americano para saber se foi isso que aconteceu", declarou.
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Hoje na TV: Corinthians e Botafogo-PB pela Copa São Paulo
14h - Sobradinho x Botafogo-RJ Copa SP, SporTV 2 16h - América-PE x Santos Copa SP, SporTV 2, ESPN Brasil 19h - Corinthians x Botafogo-PB Copa SP, SporTV 22h - Cleveland x Toronto NBA, SporTV 3
esporte
Hoje na TV: Corinthians e Botafogo-PB pela Copa São Paulo14h - Sobradinho x Botafogo-RJ Copa SP, SporTV 2 16h - América-PE x Santos Copa SP, SporTV 2, ESPN Brasil 19h - Corinthians x Botafogo-PB Copa SP, SporTV 22h - Cleveland x Toronto NBA, SporTV 3
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Diretor da Livraria Cultura ainda deve desculpas, diz leitor
Ninguém põe em dúvida o papel da Livraria Cultura e do seu dono. O que está em foco é a infeliz declaração de que somos um país de ladrões. Ainda deve desculpas o senhor Herz. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Diretor da Livraria Cultura ainda deve desculpas, diz leitorNinguém põe em dúvida o papel da Livraria Cultura e do seu dono. O que está em foco é a infeliz declaração de que somos um país de ladrões. Ainda deve desculpas o senhor Herz. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Níveis de obesidade e sobrepeso no Brasil são preocupantes, diz ONU
O Brasil registrou nos últimos anos um aumento nos índices de obesidade e sobrepeso, condição que já atinge mais da metade da população e que representa uma tendência mais premente que a desnutrição, apontou um relatório divulgado nesta terça-feira (24). "Ao mesmo tempo em que o Brasil conseguiu superar a fome –alcançando níveis inferiores a 5% desde 2014, quando o país saiu do mapa da fome da ONU–, vêm aumentando nos últimos anos os índices de sobrepeso e obesidade", afirmou o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, citado por um comunicado das Nações Unidas sobre o relatório. "Essa situação gera impactos importantes na saúde e deve ser um tema prioritário nas agendas das famílias e das autoridades", acrescentou Bojanic. O sobrepeso entre adultos brasileiros passou de 51,1% em 2010 para 54,1% em 2014, de acordo com um relatório sobre segurança alimentar na América Latina realizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). O documento aponta a mesma tendência em relação à obesidade, que passou de 17,8% da população adulta em 2010 para 20% em 2014, com uma maior prevalência entre as mulheres, de 22,7%. Assim como no Brasil, o sobrepeso afeta mais da metade dos adultos na maioria dos países da América Latina e o Caribe, como Chile (63%) e México (64%). Em média, 58% da população da região está acima do peso. De acordo com o relatório, a tendência de sobrepeso e obesidade em crianças menores de cinco anos vem mostrando um aumento constante nas últimas décadas em toda a região. No Brasil, estima-se que 7,3% das crianças dessa faixa etária estão acima do peso, sendo as meninas as mais afetadas, com 7,7%. PADRÕES ALIMENTARES Um dos motores do aumento do sobrepeso na América Latina é cultural, e diz respeito a uma mudança generalizada nos padrões de consumo, afirma o relatório. Segundo o texto, muitas famílias vêm trocando os pratos tradicionais, preparados em casa com alimentos frescos, por alimentos ultraprocessados e de baixa qualidade nutricional, com alto conteúdo de açúcares, sódio e gorduras. Nos últimos anos, porém, esta tendência foi acelerada pela queda do crescimento econômico na região, o desemprego e o aumento da inflação. O Brasil foi onde a perda de poder aquisitivo das famílias se mostrou mais acentuada, com uma queda de 3,3% do valor do salário médio real em 2015. "O aumento do desemprego" –que no Brasil passou de 8% em 2013 para 9,3% em 2015– "põe em risco a segurança alimentar e nutricional das famílias", destaca o relatório. O comunicado das Nações Unidas aponta que, para combater essa realidade, deve-se adotar sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis que unam agricultura, alimentação, nutrição e saúde. "É necessário fomentar a produção sustentável de alimentos frescos, seguros e nutritivos, garantir a oferta, a diversidade e o acesso, principalmente da população mais vulnerável", afirma o texto, acrescentando que isso "deve ser complementado com educação nutricional e advertências para os consumidores sobre a composição nutricional dos alimentos".
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Níveis de obesidade e sobrepeso no Brasil são preocupantes, diz ONUO Brasil registrou nos últimos anos um aumento nos índices de obesidade e sobrepeso, condição que já atinge mais da metade da população e que representa uma tendência mais premente que a desnutrição, apontou um relatório divulgado nesta terça-feira (24). "Ao mesmo tempo em que o Brasil conseguiu superar a fome –alcançando níveis inferiores a 5% desde 2014, quando o país saiu do mapa da fome da ONU–, vêm aumentando nos últimos anos os índices de sobrepeso e obesidade", afirmou o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, citado por um comunicado das Nações Unidas sobre o relatório. "Essa situação gera impactos importantes na saúde e deve ser um tema prioritário nas agendas das famílias e das autoridades", acrescentou Bojanic. O sobrepeso entre adultos brasileiros passou de 51,1% em 2010 para 54,1% em 2014, de acordo com um relatório sobre segurança alimentar na América Latina realizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). O documento aponta a mesma tendência em relação à obesidade, que passou de 17,8% da população adulta em 2010 para 20% em 2014, com uma maior prevalência entre as mulheres, de 22,7%. Assim como no Brasil, o sobrepeso afeta mais da metade dos adultos na maioria dos países da América Latina e o Caribe, como Chile (63%) e México (64%). Em média, 58% da população da região está acima do peso. De acordo com o relatório, a tendência de sobrepeso e obesidade em crianças menores de cinco anos vem mostrando um aumento constante nas últimas décadas em toda a região. No Brasil, estima-se que 7,3% das crianças dessa faixa etária estão acima do peso, sendo as meninas as mais afetadas, com 7,7%. PADRÕES ALIMENTARES Um dos motores do aumento do sobrepeso na América Latina é cultural, e diz respeito a uma mudança generalizada nos padrões de consumo, afirma o relatório. Segundo o texto, muitas famílias vêm trocando os pratos tradicionais, preparados em casa com alimentos frescos, por alimentos ultraprocessados e de baixa qualidade nutricional, com alto conteúdo de açúcares, sódio e gorduras. Nos últimos anos, porém, esta tendência foi acelerada pela queda do crescimento econômico na região, o desemprego e o aumento da inflação. O Brasil foi onde a perda de poder aquisitivo das famílias se mostrou mais acentuada, com uma queda de 3,3% do valor do salário médio real em 2015. "O aumento do desemprego" –que no Brasil passou de 8% em 2013 para 9,3% em 2015– "põe em risco a segurança alimentar e nutricional das famílias", destaca o relatório. O comunicado das Nações Unidas aponta que, para combater essa realidade, deve-se adotar sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis que unam agricultura, alimentação, nutrição e saúde. "É necessário fomentar a produção sustentável de alimentos frescos, seguros e nutritivos, garantir a oferta, a diversidade e o acesso, principalmente da população mais vulnerável", afirma o texto, acrescentando que isso "deve ser complementado com educação nutricional e advertências para os consumidores sobre a composição nutricional dos alimentos".
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Precisamos falar sobre o direito de defesa
O ambiente político confuso e envenenado que se instalou no Brasil faz com que pouca gente dê importância, mas está em curso no país um ciclo crescente de ameaça a um dos princípios da democracia. Mesmo com o risco de parecer inconveniente, é preciso fazer a advertência enquanto ainda há tempo: as investigações que nos últimos tempos dominam o noticiário, com destaque para os desdobramentos da Operação Lava Jato, têm violado de forma sistemática o direito de defesa, uma das bases de qualquer sociedade civilizada. A cada dia que passa surgem novos exemplos de agressões a tal direito e, o que é pior, quase ninguém liga. A advogada Beatriz Catta Preta, que defende os interesses legítimos de seus clientes, é convocada para se explicar numa Comissão Parlamentar de Inquérito –e isso é considerado normal. A correspondência redigida por um cliente para seus advogados é interceptada e divulgada à imprensa, sistema de gravação ilegal é colocado dentro das prisões, tudo ao arrepio da prerrogativa do sigilo do diálogo entre cliente e advogado –e isso é considerado normal. A tendência não para por aí. Delegado de polícia acha que pode decidir qual advogado deve acompanhar o investigado. Alguns magistrados autorizam o grampo em conversas telefônicas entre advogados com clientes, esses diálogos são repassados a jornalistas –e tudo isso é considerado normal. Só que vamos deixar bem claro: nada disso, mas nada mesmo, é normal. O sigilo de qualquer espécie de comunicação entre advogado e cliente é previsto no Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil e, muito mais importante, está garantida pela Constituição Federal. Por motivos óbvios, o Estado-acusador não pode espionar ou controlar os rumos da defesa. Esse mínimo de liberdade é essencial para a democracia, sistema político cheio de defeitos, mas que comprovadamente é melhor do que todas as alternativas conhecidas. O momento é tão conturbado que até mesmo a crítica ao trabalho de delegados e procuradores passa a ser tratado como ataque inadmissível e ilegal. Advogados e clientes são criminalizados, como se fosse proibido apontar falhas e incoerências dos investigadores. Não é. O Estado brasileiro vem fortalecendo gradativamente seu aparato de investigação, em especial na Polícia Federal e no Ministério Público, o que é um sinal de amadurecimento de nosso país. Tais estruturas investigativas não são, porém, infalíveis e estão, como todos nós, sujeitas a críticas. Os abusos estão indo tão longe que, felizmente, já se verifica o crescimento de uma reação entre os mais sensatos. Reinaldo Azevedo, colunista desta Folha, grande entusiasta da Lava Jato e ferrenho opositor ao governo, protestou veementemente contra o desrespeito ao direito de defesa. Segundo a coluna Painel, também desta Folha, integrantes do Supremo Tribunal Federal acompanham com preocupação e repúdio as ameaças de convocação, pela CPI da Petrobras, dos advogados de investigados da Operação Lava Jato. Ufa, ainda há esperança. A confusão clássica entre a figura do advogado e a do seu cliente e as afrontas reiteradas às prerrogativas dos advogados, que nada mais são do que violações aos direitos de um cidadão acusado, demonstram como a sociedade brasileira ainda está engatinhando na defesa do direito de defesa. Lembrem-se, todos podem precisar de advogados: jornalistas, delegados de polícia, promotores, juízes e presidentes das casas legislativas. Lutar por uma defesa ampla é demonstração de amadurecimento da democracia, não se confunde com impunidade. JOSÉ LUIS OLIVEIRA LIMA, 49, advogado criminal, é membro do Instituto de Defesa do Direito de Defesa e ex-presidente da Comissão de Prerrogativas e Direitos da OAB-SP. Defende Erton Medeiros, da Galvão Engenharia, na Operação Lava Jato * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Precisamos falar sobre o direito de defesaO ambiente político confuso e envenenado que se instalou no Brasil faz com que pouca gente dê importância, mas está em curso no país um ciclo crescente de ameaça a um dos princípios da democracia. Mesmo com o risco de parecer inconveniente, é preciso fazer a advertência enquanto ainda há tempo: as investigações que nos últimos tempos dominam o noticiário, com destaque para os desdobramentos da Operação Lava Jato, têm violado de forma sistemática o direito de defesa, uma das bases de qualquer sociedade civilizada. A cada dia que passa surgem novos exemplos de agressões a tal direito e, o que é pior, quase ninguém liga. A advogada Beatriz Catta Preta, que defende os interesses legítimos de seus clientes, é convocada para se explicar numa Comissão Parlamentar de Inquérito –e isso é considerado normal. A correspondência redigida por um cliente para seus advogados é interceptada e divulgada à imprensa, sistema de gravação ilegal é colocado dentro das prisões, tudo ao arrepio da prerrogativa do sigilo do diálogo entre cliente e advogado –e isso é considerado normal. A tendência não para por aí. Delegado de polícia acha que pode decidir qual advogado deve acompanhar o investigado. Alguns magistrados autorizam o grampo em conversas telefônicas entre advogados com clientes, esses diálogos são repassados a jornalistas –e tudo isso é considerado normal. Só que vamos deixar bem claro: nada disso, mas nada mesmo, é normal. O sigilo de qualquer espécie de comunicação entre advogado e cliente é previsto no Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil e, muito mais importante, está garantida pela Constituição Federal. Por motivos óbvios, o Estado-acusador não pode espionar ou controlar os rumos da defesa. Esse mínimo de liberdade é essencial para a democracia, sistema político cheio de defeitos, mas que comprovadamente é melhor do que todas as alternativas conhecidas. O momento é tão conturbado que até mesmo a crítica ao trabalho de delegados e procuradores passa a ser tratado como ataque inadmissível e ilegal. Advogados e clientes são criminalizados, como se fosse proibido apontar falhas e incoerências dos investigadores. Não é. O Estado brasileiro vem fortalecendo gradativamente seu aparato de investigação, em especial na Polícia Federal e no Ministério Público, o que é um sinal de amadurecimento de nosso país. Tais estruturas investigativas não são, porém, infalíveis e estão, como todos nós, sujeitas a críticas. Os abusos estão indo tão longe que, felizmente, já se verifica o crescimento de uma reação entre os mais sensatos. Reinaldo Azevedo, colunista desta Folha, grande entusiasta da Lava Jato e ferrenho opositor ao governo, protestou veementemente contra o desrespeito ao direito de defesa. Segundo a coluna Painel, também desta Folha, integrantes do Supremo Tribunal Federal acompanham com preocupação e repúdio as ameaças de convocação, pela CPI da Petrobras, dos advogados de investigados da Operação Lava Jato. Ufa, ainda há esperança. A confusão clássica entre a figura do advogado e a do seu cliente e as afrontas reiteradas às prerrogativas dos advogados, que nada mais são do que violações aos direitos de um cidadão acusado, demonstram como a sociedade brasileira ainda está engatinhando na defesa do direito de defesa. Lembrem-se, todos podem precisar de advogados: jornalistas, delegados de polícia, promotores, juízes e presidentes das casas legislativas. Lutar por uma defesa ampla é demonstração de amadurecimento da democracia, não se confunde com impunidade. JOSÉ LUIS OLIVEIRA LIMA, 49, advogado criminal, é membro do Instituto de Defesa do Direito de Defesa e ex-presidente da Comissão de Prerrogativas e Direitos da OAB-SP. Defende Erton Medeiros, da Galvão Engenharia, na Operação Lava Jato * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Incêndio de grandes proporções atinge shopping na região do Brás, em SP
Um incêndio de grandes proporções atingiu na manhã deste sábado (12) um shopping no Brás, na região central de São Paulo. Parte do local desabou e um bombeiro ficou ferido, mas sem gravidade.O secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, esteve no local para acompanhar os trabalhos dos bombeiros e afirmou que não houve vítimas fatais.Leia a reportagem
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Incêndio de grandes proporções atinge shopping na região do Brás, em SPUm incêndio de grandes proporções atingiu na manhã deste sábado (12) um shopping no Brás, na região central de São Paulo. Parte do local desabou e um bombeiro ficou ferido, mas sem gravidade.O secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, esteve no local para acompanhar os trabalhos dos bombeiros e afirmou que não houve vítimas fatais.Leia a reportagem
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Ex-catador de papelão vira engenheiro e fatura R$ 1,5 milhão por mês
Da fartura na roça à extrema pobreza na cidade grande. A geada histórica que destruiu plantações no norte do Paraná, em 1975, provocou um "furacão" na vida de Sergio Aparecido Fagundes, 45, e na de sua família. O desastre natural os forçou a migrar de Sertaneja (a 430 km de Curitiba) para o centro de Londrina (PR) em busca de trabalho. A vida na cidade, no entanto, não se mostrou tão acolhedora para os adultos que não possuíam nenhuma capacitação profissional, como os pais de Sergio. A situação de extrema pobreza levou o paranaense, então com sete anos, e o irmão mais novo, Silvio, às ruas em busca de papelão e outros materiais recicláveis, que rendiam R$ 10 ao final do dia para a dupla. Aos 11, o garoto não teve dúvidas ao escolher uma profissão. "Eletricista é o que vou ser quando crescer." Realizou uma série de cursos na área. Aos trancos e barrancos e com uma dívida a perder de vista, Sergio conquistaria o diploma em engenheira elétrica, aos 36 anos. Hoje, empresário e empreendedor, o ex-catador de papelão fatura R$ 1,5 milhão mensais consertando e fabricando componentes para máquinas elétricas e geradores de energia à frente da Insight Energy. Leia a seguir o depoimento à Folha. * Como muitas pessoas de origem humilde, eu era pobre, da roça. Toda a minha família vem da agricultura. Viemos para a cidade em 1975, ano da geada histórica no Paraná, que acabou com o cultivo do café, que dava mais emprego. Na roça, nunca tivemos casa própria, éramos arrendatários, plantávamos e criávamos animais. Já na cidade, meu pai comprou um terreno e fez uma casinha pequena de madeira. No sítio, não tinha aparelhos eletrônicos nem conforto da cidade, porém, não faltavam alimentos. Na cidade, a gente sofreu, porque meu pai, sem escolaridade nenhuma, se submeteu a trabalhos com remuneração bem baixa. Começou a dificuldade geral. Diferentemente da roça, ficamos restritos a um espaço, onde não se pode plantar, não se pode fazer nada. Meu pai trabalhava de auxiliar de produção em uma empresa de café, ganhava um salário mínimo, que não era suficiente para a família. Minha mãe costurava como complementação de renda. Não tínhamos roupa e sapato. Era uma época de extrema pobreza, miséria. Aos sete anos, vi essa situação: a dificuldade da minha mãe para conseguir alimento, transformar um quilo de arroz em comida para uma semana, fazer milagre com um salário mínimo, com quatro, cinco crianças. Enquanto meu pai trabalhava quase 14 horas por dia. Fui procurar algo para fazer e a única coisa que dava era recolher material reciclável para vender. Comecei a catar papel na rua. Não era fácil trabalhar e estudar. Meus pais exigiam que eu fosse para a escola, era uma premissa. Trabalhava meio período catando papel na rua e à tarde estudava. Ganhava por dia no máximo R$ 10. No caminho de volta do trabalho, tinha uma pequena mercearia, onde comprava arroz, feijão, óleo, mantimento para levar para casa. O que sobrava, muitas vezes, era o dinheiro da passagem de volta ou retornava os cerca de 10 km a pé. Na rua em que eu morava, dois vizinhos tinham uma vida muito boa se comparada a nossa. Meus coleguinhas tinham roupa de marca, bicicleta, jaqueta. Eu mal tinha um Conga ou um Kichute, e se rasgava, minha mãe costurava. Eu procurei saber o que fazia o pai daquela família que tinha uma vida diferente da nossa. Os filhos dele não trabalhavam na rua, além de ele sempre almoçar em casa e ter carro. Um dos meninos me falou: 'Meu pai é eletricista'. Eu pensei: 'o que é isso?'. 'Eletricista é o que vou ser quando crescer porque não quero que meus filhos passem por isso'. No começo, juntava papelão no saco, porque carrinho era coisa de luxo, depois evolui para uma caixa de papel grande que enchia para ir vender no centro. Em um determinado dia, estava passando com aquelas caixas de papel na cabeça e alguém de cima jogou um saco de água. Sofria muita humilhação. DE VOLTA À ROÇA Passei quatro anos pegando coisa para vender. Foi quando meu pai desistiu e voltamos para uma chácara bem próxima à cidade. Cultivávamos bicho da seda e verduras para vender na cidade. Aos 16 anos, busquei saber onde tinha o curso de eletricista. Entrei no Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial]. Fiz curso de eletricista, instalador predial, eletricista de comandos elétricos e eletrotécnica, que duraram até os meus 19 anos. Eu não pagava nada. Continuei trabalhando com o meu pai e estudando normalmente. Quando completei 18 anos, arrumei meu primeiro emprego, como açougueiro. Dez dias depois, fui chamado para trabalhar em uma empresa de energia elétrica, em 1990. A minha meta era ser eletricista. Ao final de um ano, fui promovido. Com 19 anos, me casei, tive minha primeira filha. Aos 24, fui convidado a dar aula no Senai. ENGENHEIRO Fiquei quatro anos dando aula. Veio o primeiro curso de engenharia elétrica para Londrina. Entrei na segunda turma da Unopar [Universidade Norte do Paraná], em 2000. Ganhava R$ 1.500 por mês e meu curso custava R$ 800. Não consegui Fies [Fundo de Financiamento Estudantil] porque não tinha fiador. A dificuldade era muito grande. Morávamos em uma casa de 40 m². No primeiro ano de faculdade, eu fui reprovado por não conseguir acompanhar. Quando me formei, meu salário já era de R$ 4.000. Mas não conseguiria pagar escola, comprar uma casa e dar conforto à família. Não era engenheiro registrado. Pedi a conta, após 20 anos na empresa, em 2009. Tinha dois filhos e uma casa própria, humilde. Saí para trabalhar fazendo reparo em geradores para empresas. Meu ex-chefe pediu para ser sócio. Depois de um tempo, saí da sociedade só com um notebook. Em 2010, comprei o CNPJ de uma empresa para evitar a burocracia de abrir uma nova. Continuei trabalhando na mesma área, com margem de lucro pequena para ser competitivo no mercado. Com um mês, tinha um funcionário, com dois, quatro. Cheguei a 165 colaboradores em 2013, trabalhando no ramo de montagem e eletroeletrônica, fazendo reparo em empresas que têm máquinas elétricas de grande porte e geradores de energia elétrica. 'HOJE, TENHO' Hoje, tenho cerca de 80 colaboradores, contrato conforme a demanda. Faturo em torno de R$ 1,5 milhão por mês. A meta para todo o ano que vem é R$ 20 milhões. Hoje, só de equipamento de ensaio, tenho cerca de R$ 5 milhões. No final de 2014, comprei um apartamento em Londrina. Viajo de avião toda semana. Tenho quatro caminhões, vários carros. Tenho três empresas, uma em Londrina, duas em Cambé (PR). São todas do mesmo ramo. Tenho parcerias com a GE, com duas empresas americanas, engenheiros registrados que fazem a parte de relações exteriores. Ano que vem queremos duplicar nossa meta, faturamento e colaboradores. Em 2010, comecei com um notebook. Os cursos do Senai foram fundamentais. Tive três passagens por lá, em uma aprendi a profissão na área técnica, a segunda como professor, depois fiz a pós-graduação em gestão de projetos. Toda a bagagem que o Senai me deu transformou minha vida. Eu podia ter chegado a eletricista e ficado até hoje. Não estaria nessa vida que tenho, trabalhando mais de 14 horas por dia, viajando a semana inteira. O MENINO VIVE Acho que daquele menino tenho quase tudo em mim. Tinha alegria mesmo estando na 'pior situação do mundo'. Costumo viver cada dia como um novo. O mais importante é a experiência que vou transmitir para minha equipe, filhos e parceiros. Hoje, enxergo a ansiedade das pessoas que querem ter as coisas na hora. Eu digo: 'Calma, espera, você vai conseguir'. É o tempo. Eu sei que a pessoa só vai para frente se ela quiser, não adianta nada pagar curso, carregar no colo. A pessoa tem que ter aquilo dentro dela como vontade própria, tem que queimar como paixão. Esse sentimento tem que estar dentro de você, não importa a dificuldade que tenha, o caminho que tenha que trilhar, o importante é que você quer alcançar seu objetivo. Sem as oportunidades também não teria acontecido. Eu penso para frente. Sempre tive a necessidade de melhorar minha casa, meus filhos, o trabalho. Essas necessidades foram me impulsionando para frente.
empreendedorsocial
Ex-catador de papelão vira engenheiro e fatura R$ 1,5 milhão por mêsDa fartura na roça à extrema pobreza na cidade grande. A geada histórica que destruiu plantações no norte do Paraná, em 1975, provocou um "furacão" na vida de Sergio Aparecido Fagundes, 45, e na de sua família. O desastre natural os forçou a migrar de Sertaneja (a 430 km de Curitiba) para o centro de Londrina (PR) em busca de trabalho. A vida na cidade, no entanto, não se mostrou tão acolhedora para os adultos que não possuíam nenhuma capacitação profissional, como os pais de Sergio. A situação de extrema pobreza levou o paranaense, então com sete anos, e o irmão mais novo, Silvio, às ruas em busca de papelão e outros materiais recicláveis, que rendiam R$ 10 ao final do dia para a dupla. Aos 11, o garoto não teve dúvidas ao escolher uma profissão. "Eletricista é o que vou ser quando crescer." Realizou uma série de cursos na área. Aos trancos e barrancos e com uma dívida a perder de vista, Sergio conquistaria o diploma em engenheira elétrica, aos 36 anos. Hoje, empresário e empreendedor, o ex-catador de papelão fatura R$ 1,5 milhão mensais consertando e fabricando componentes para máquinas elétricas e geradores de energia à frente da Insight Energy. Leia a seguir o depoimento à Folha. * Como muitas pessoas de origem humilde, eu era pobre, da roça. Toda a minha família vem da agricultura. Viemos para a cidade em 1975, ano da geada histórica no Paraná, que acabou com o cultivo do café, que dava mais emprego. Na roça, nunca tivemos casa própria, éramos arrendatários, plantávamos e criávamos animais. Já na cidade, meu pai comprou um terreno e fez uma casinha pequena de madeira. No sítio, não tinha aparelhos eletrônicos nem conforto da cidade, porém, não faltavam alimentos. Na cidade, a gente sofreu, porque meu pai, sem escolaridade nenhuma, se submeteu a trabalhos com remuneração bem baixa. Começou a dificuldade geral. Diferentemente da roça, ficamos restritos a um espaço, onde não se pode plantar, não se pode fazer nada. Meu pai trabalhava de auxiliar de produção em uma empresa de café, ganhava um salário mínimo, que não era suficiente para a família. Minha mãe costurava como complementação de renda. Não tínhamos roupa e sapato. Era uma época de extrema pobreza, miséria. Aos sete anos, vi essa situação: a dificuldade da minha mãe para conseguir alimento, transformar um quilo de arroz em comida para uma semana, fazer milagre com um salário mínimo, com quatro, cinco crianças. Enquanto meu pai trabalhava quase 14 horas por dia. Fui procurar algo para fazer e a única coisa que dava era recolher material reciclável para vender. Comecei a catar papel na rua. Não era fácil trabalhar e estudar. Meus pais exigiam que eu fosse para a escola, era uma premissa. Trabalhava meio período catando papel na rua e à tarde estudava. Ganhava por dia no máximo R$ 10. No caminho de volta do trabalho, tinha uma pequena mercearia, onde comprava arroz, feijão, óleo, mantimento para levar para casa. O que sobrava, muitas vezes, era o dinheiro da passagem de volta ou retornava os cerca de 10 km a pé. Na rua em que eu morava, dois vizinhos tinham uma vida muito boa se comparada a nossa. Meus coleguinhas tinham roupa de marca, bicicleta, jaqueta. Eu mal tinha um Conga ou um Kichute, e se rasgava, minha mãe costurava. Eu procurei saber o que fazia o pai daquela família que tinha uma vida diferente da nossa. Os filhos dele não trabalhavam na rua, além de ele sempre almoçar em casa e ter carro. Um dos meninos me falou: 'Meu pai é eletricista'. Eu pensei: 'o que é isso?'. 'Eletricista é o que vou ser quando crescer porque não quero que meus filhos passem por isso'. No começo, juntava papelão no saco, porque carrinho era coisa de luxo, depois evolui para uma caixa de papel grande que enchia para ir vender no centro. Em um determinado dia, estava passando com aquelas caixas de papel na cabeça e alguém de cima jogou um saco de água. Sofria muita humilhação. DE VOLTA À ROÇA Passei quatro anos pegando coisa para vender. Foi quando meu pai desistiu e voltamos para uma chácara bem próxima à cidade. Cultivávamos bicho da seda e verduras para vender na cidade. Aos 16 anos, busquei saber onde tinha o curso de eletricista. Entrei no Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial]. Fiz curso de eletricista, instalador predial, eletricista de comandos elétricos e eletrotécnica, que duraram até os meus 19 anos. Eu não pagava nada. Continuei trabalhando com o meu pai e estudando normalmente. Quando completei 18 anos, arrumei meu primeiro emprego, como açougueiro. Dez dias depois, fui chamado para trabalhar em uma empresa de energia elétrica, em 1990. A minha meta era ser eletricista. Ao final de um ano, fui promovido. Com 19 anos, me casei, tive minha primeira filha. Aos 24, fui convidado a dar aula no Senai. ENGENHEIRO Fiquei quatro anos dando aula. Veio o primeiro curso de engenharia elétrica para Londrina. Entrei na segunda turma da Unopar [Universidade Norte do Paraná], em 2000. Ganhava R$ 1.500 por mês e meu curso custava R$ 800. Não consegui Fies [Fundo de Financiamento Estudantil] porque não tinha fiador. A dificuldade era muito grande. Morávamos em uma casa de 40 m². No primeiro ano de faculdade, eu fui reprovado por não conseguir acompanhar. Quando me formei, meu salário já era de R$ 4.000. Mas não conseguiria pagar escola, comprar uma casa e dar conforto à família. Não era engenheiro registrado. Pedi a conta, após 20 anos na empresa, em 2009. Tinha dois filhos e uma casa própria, humilde. Saí para trabalhar fazendo reparo em geradores para empresas. Meu ex-chefe pediu para ser sócio. Depois de um tempo, saí da sociedade só com um notebook. Em 2010, comprei o CNPJ de uma empresa para evitar a burocracia de abrir uma nova. Continuei trabalhando na mesma área, com margem de lucro pequena para ser competitivo no mercado. Com um mês, tinha um funcionário, com dois, quatro. Cheguei a 165 colaboradores em 2013, trabalhando no ramo de montagem e eletroeletrônica, fazendo reparo em empresas que têm máquinas elétricas de grande porte e geradores de energia elétrica. 'HOJE, TENHO' Hoje, tenho cerca de 80 colaboradores, contrato conforme a demanda. Faturo em torno de R$ 1,5 milhão por mês. A meta para todo o ano que vem é R$ 20 milhões. Hoje, só de equipamento de ensaio, tenho cerca de R$ 5 milhões. No final de 2014, comprei um apartamento em Londrina. Viajo de avião toda semana. Tenho quatro caminhões, vários carros. Tenho três empresas, uma em Londrina, duas em Cambé (PR). São todas do mesmo ramo. Tenho parcerias com a GE, com duas empresas americanas, engenheiros registrados que fazem a parte de relações exteriores. Ano que vem queremos duplicar nossa meta, faturamento e colaboradores. Em 2010, comecei com um notebook. Os cursos do Senai foram fundamentais. Tive três passagens por lá, em uma aprendi a profissão na área técnica, a segunda como professor, depois fiz a pós-graduação em gestão de projetos. Toda a bagagem que o Senai me deu transformou minha vida. Eu podia ter chegado a eletricista e ficado até hoje. Não estaria nessa vida que tenho, trabalhando mais de 14 horas por dia, viajando a semana inteira. O MENINO VIVE Acho que daquele menino tenho quase tudo em mim. Tinha alegria mesmo estando na 'pior situação do mundo'. Costumo viver cada dia como um novo. O mais importante é a experiência que vou transmitir para minha equipe, filhos e parceiros. Hoje, enxergo a ansiedade das pessoas que querem ter as coisas na hora. Eu digo: 'Calma, espera, você vai conseguir'. É o tempo. Eu sei que a pessoa só vai para frente se ela quiser, não adianta nada pagar curso, carregar no colo. A pessoa tem que ter aquilo dentro dela como vontade própria, tem que queimar como paixão. Esse sentimento tem que estar dentro de você, não importa a dificuldade que tenha, o caminho que tenha que trilhar, o importante é que você quer alcançar seu objetivo. Sem as oportunidades também não teria acontecido. Eu penso para frente. Sempre tive a necessidade de melhorar minha casa, meus filhos, o trabalho. Essas necessidades foram me impulsionando para frente.
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Torre Eiffel soma energia eólica a seu leque de fontes renováveis
A torre Eiffel anunciou a instalação de dois novos aerogeradores com os quais quer reforçar seu compromisso sustentável, já acertado com a assinatura de um contrato para que toda a eletricidade que consome proceda de energias renováveis. De sete metros de comprimento, ambos os aerogeradores ficam no segundo andar da torre, um espaço de 127 metros da superfície e cujas condições permitem otimizar ao máximo a força do vento, disse a gerente da torre em comunicado. Sua ação conjunta permitirá assim conseguir uma produção anual de 10 mil quilowatts por hora, um consumo equivalente, por exemplo, ao registrado pela tenda turística que a "Dama de Ferro" - como a apelidam os parisienses - abriga em seu primeiro andar. A medida se enquadra no Plano Climático de Paris e se soma ao esforço ecológico que já levou à renovação do primeiro andar em outubro do ano passado, exclusivamente iluminado por lâmpadas LED, de baixo consumo, e dotado de um dispositivo para reduzir o consumo de energia. Além disso, estas melhoras foram acompanhadas de um sistema de painéis solares, capazes de assegurar até 50% da necessidade de água quente dos dois pavilhões que acolhem os visitantes no nível inicial do monumento. O monumento mais visitado do mundo, além disso, recebe desde o dia 1º de janeiro exclusivamente eletricidade procedente de fontes renováveis e limpas, segundo o contrato que assinou com a companhia GEG. Erguida por ocasião da Exposição Universal de 1889, a Torre Eiffel recebeu um total de 7.097.302 visitantes em 2014, um aumento de 5,3% em relação ao ano anterior e que representa o melhor registro de sua história.
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Torre Eiffel soma energia eólica a seu leque de fontes renováveisA torre Eiffel anunciou a instalação de dois novos aerogeradores com os quais quer reforçar seu compromisso sustentável, já acertado com a assinatura de um contrato para que toda a eletricidade que consome proceda de energias renováveis. De sete metros de comprimento, ambos os aerogeradores ficam no segundo andar da torre, um espaço de 127 metros da superfície e cujas condições permitem otimizar ao máximo a força do vento, disse a gerente da torre em comunicado. Sua ação conjunta permitirá assim conseguir uma produção anual de 10 mil quilowatts por hora, um consumo equivalente, por exemplo, ao registrado pela tenda turística que a "Dama de Ferro" - como a apelidam os parisienses - abriga em seu primeiro andar. A medida se enquadra no Plano Climático de Paris e se soma ao esforço ecológico que já levou à renovação do primeiro andar em outubro do ano passado, exclusivamente iluminado por lâmpadas LED, de baixo consumo, e dotado de um dispositivo para reduzir o consumo de energia. Além disso, estas melhoras foram acompanhadas de um sistema de painéis solares, capazes de assegurar até 50% da necessidade de água quente dos dois pavilhões que acolhem os visitantes no nível inicial do monumento. O monumento mais visitado do mundo, além disso, recebe desde o dia 1º de janeiro exclusivamente eletricidade procedente de fontes renováveis e limpas, segundo o contrato que assinou com a companhia GEG. Erguida por ocasião da Exposição Universal de 1889, a Torre Eiffel recebeu um total de 7.097.302 visitantes em 2014, um aumento de 5,3% em relação ao ano anterior e que representa o melhor registro de sua história.
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'Arco de Virar Réu' narra deterioração de protagonista em primeira pessoa
"Arco de Virar Réu" é uma narrativa inovadora do autor paranaense Antonio Cestaro, em primeira pessoa, percorrendo a deterioração física e mental de seu personagem, um jovem apaixonado pelo estudo antropológico de índios, rumo à esquizofrenia. A cada passo, uma percepção do mundo, das coisas e de si próprio que apenas as pessoas assim chamadas normais seriam, por definição, incapazes de compreender. Fragmentos de pesadelos e dolorosas memórias, como a de seu irmão morto, igualmente esquizofrênico, se sucedem enquanto percebe a inapelável loucura que lhe toma conta da alma. Mas sempre com um olhar crítico para os profissionais da saúde mental que cuidam dele. Leitura que celebra, sem querer, mais de 150 anos depois, versos de Junqueira Freire em "Contradições Poéticas": "Não, não é louco. O espírito somente/ é que quebrou-lhe um elo da matéria./ Pensa melhor que vós, pensa mais livre,/ aproxima-se mais à essência etérea". (GREGÓRIO BACIC) ARCO DE VIRAR RÉU QUANTO: R$ 32 (152 PÁGS.) E R$ 22,40 (E-BOOK) AUTOR: ANTONIO CESTARO EDITORA: TORDESILHAS * ESSA MENINA, DE PARIS A PARIPIRANGA Tina Correia mistura aqui um apanhado de histórias que marcaram a vida e a infância da autora a outras tantas, reinventadas como ficção. Essa menina, como é chamada a protagonista Esmeralda, narra sua história do nascimento à velhice, passando pela ida a Paris, a história da família e a do pai comunista, entre os anos 1930 e os dias de hoje. O que parece dar o toque de organização é menos uma ambição de romancista do que a de contadora de história, capaz de reproduzir com vivacidade as crenças e ditos populares que marcam a experiência de tantos brasileiros. O efeito, por um lado, é o de construção de um universo quase fantástico, que parece existir num canto suspenso qualquer do território brasileiro. Mas é também uma lembrança de como os saberes tradicionais orais são tão presentes na formação de nossa identidade que escapam a 500 anos de tentativas de domesticação europeia. (ROBERTO TADDEI) ESSA MENINA, DE PARIS A PARIPIRANGA QUANTO: R$ 39,90 (272 PÁGS.) AUTOR: TINA CORREIA EDITORA: ALFAGUARA * ELES NÃO MORAM MAIS AQUI O mundo é uma derrota coletiva da qual as pessoas buscam consolo na memória, isto é, no passado, um tempo perdido que não serve para nada. A felicidade é uma idéia caduca e a vida uma causa perdida. Essa a tônica de alguns textos preciosos reunidos neste livro de Ronaldo Cagiano, escritor mineiro premiado em diversas cidades do Brasil —de Araraquara a Ponta Grossa, de São Bernardo do Campo a Pouso Alegre— e autor de contos já editados em espanhol e em búlgaro. Pena que ninguém ainda o tenha apresentado às nossas escolas. Estão aqui seus melhores escritos deste início de século, em que se destacam a trilogia de contos que abre o livro e a crônica de alto padrão sobre São Paulo que o encerra (nenhum paulistano deveria deixar de lê-la!). Variam os estilos, mas o ímpeto cinematográfico de sua narrativa desnuda nossa fragilidade frente à existência, alçando, com maturidade, a bandeira da desesperança. (GREGÓRIO BACIC) ELES NÃO MORAM MAIS AQUI QUANTO: R$ 38 (114 PÁGS.) AUTOR: RONALDO CAGIANO EDITORA: PATUÁ * TIRANDO A LOUCA DO ARMÁRIO Estreia do dramaturgo, cenógrafo, figurinista e artista plástico Naum Alves de Souza na literatura, essa rocambolesca coletânea de contos oferece o mesmo colorido ruidoso de seu trabalho pensado para os palcos. Nos 13 contos, uma infinidade de personagens caricatas —as strippers Chhrys e Deusa, a missionária Miss Grace, os pensionistas de Tia Alva, a louca do quarto trancado, o escritor melindroso e o pessoal de teatro, Amadeu e os crocodilos da Condessa, a milionária Venúsia, a engajada Fefa, a maestrina Ludmila e o cigano Ivo, os sócios do Clube do A, uma professora de canto orfeônico, muitos inominados— vivem enredos bizarros, pra lá de mirabolantes. O colorido ruidoso vem do excesso de doenças físicas e mentais, cornos e adúlteras, católicos, evangélicos e testemunhas de Jeová, criaturas que se metamorfoseiam, o diabo a quatro. Em certos casos, o exagero kitsch também é arte. E, nesse livro de estreia, ao menos dois contos, "Analisando Friamente" e "La Musica", são obras-primas. (NELSON DE OLIVEIRA) TIRANDO A LOUCA DO ARMÁRIO QUANTO: R$ 46 (270 PÁGS.) E R$ 12,90 (E-BOOK) AUTOR: NAUM ALVES DE SOUZA EDITORA: DESCAMINHOS * CORPO SEPULCRO Este quinto romance do autor fluminense tem dívida com João Gilberto Noll, desde as fúrias do corpo do protagonista, um escritor e tradutor anônimo que entremeia a leitura de "Orlando", de Virginia Woolf, com mergulhos escatológicos no submundo do homoerotismo de banheiro público. Ao retornar de Londres para rever a mãe em Niterói, sempre arrastando a responsabilidade pela morte da irmã gêmea na infância e pelo desgosto do pai com a perda, ele descobre caminhos e obsessões como o apego a seu cão, atropelado em um acidente, e o sexo com travestis e michês com pegada sadomasoquista. Almejando certa sacralidade na prática erótica, Sullivan mostra que não é Noll ao vacilar com a linguagem, que oscila entre passagens pretensamente filosóficas e a oralidade dos diálogos. Cenas vão do canhestro ao bizarro com facilidade, mas as passagens mais literárias soam demasiado afetadas. Quem, após Georges Bataille, Anaïs Nin e Glauco Mattoso, ainda suporta o tratamento do sexo como tabu? (JOCA REINERS TERRON) CORPO SEPULCRO QUANTO: R$ 42 (220 PÁGS.) AUTOR: MIKE SULLIVAN EDITORA: CONFRARIA DO VENTO * OS VIRA-LATAS DA MADRUGADA Volta às livrarias um ótimo espécime do neorrealismo paulista, que andava desaparecido havia mais de 30 anos. O romance de Adelto Gonçalves recupera, no plano da ficção que também é reportagem, a rotina de operários, marinheiros, prostitutas, vagabundos e outros párias sociais, na atmosfera sombria e triste do cais de Santos. Lançado em 1981, "Os Vira-Latas da Madrugada" é um pungente manifesto sociológico e político, que mescla investigação e ficção. Um narrador memorialista relembra personagens e conflitos da zona portuária santista, sob as mais diversas ditaduras da mente e do corpo. A simpatia pelos espoliados é genuína, oceânica. A nova edição traz finalmente o prefácio de Marcos Faerman, que causou uma saia justa na época do lançamento, por ironizar os vitoriosos de 64. Para não sofrer uma represália por parte do governo militar, a editora José Olympio, sob intervenção, recolheu os exemplares, cortou fora o texto sacrílego e o romance foi distribuído sem o prefácio. (NELSON DE OLIVEIRA) OS VIRA-LATAS DA MADRUGADA QUANTO: R$ 35 (216 PÁGS.) AUTOR: ADELTO GONÇALVES EDITORA: LETRA SELVAGEM
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'Arco de Virar Réu' narra deterioração de protagonista em primeira pessoa"Arco de Virar Réu" é uma narrativa inovadora do autor paranaense Antonio Cestaro, em primeira pessoa, percorrendo a deterioração física e mental de seu personagem, um jovem apaixonado pelo estudo antropológico de índios, rumo à esquizofrenia. A cada passo, uma percepção do mundo, das coisas e de si próprio que apenas as pessoas assim chamadas normais seriam, por definição, incapazes de compreender. Fragmentos de pesadelos e dolorosas memórias, como a de seu irmão morto, igualmente esquizofrênico, se sucedem enquanto percebe a inapelável loucura que lhe toma conta da alma. Mas sempre com um olhar crítico para os profissionais da saúde mental que cuidam dele. Leitura que celebra, sem querer, mais de 150 anos depois, versos de Junqueira Freire em "Contradições Poéticas": "Não, não é louco. O espírito somente/ é que quebrou-lhe um elo da matéria./ Pensa melhor que vós, pensa mais livre,/ aproxima-se mais à essência etérea". (GREGÓRIO BACIC) ARCO DE VIRAR RÉU QUANTO: R$ 32 (152 PÁGS.) E R$ 22,40 (E-BOOK) AUTOR: ANTONIO CESTARO EDITORA: TORDESILHAS * ESSA MENINA, DE PARIS A PARIPIRANGA Tina Correia mistura aqui um apanhado de histórias que marcaram a vida e a infância da autora a outras tantas, reinventadas como ficção. Essa menina, como é chamada a protagonista Esmeralda, narra sua história do nascimento à velhice, passando pela ida a Paris, a história da família e a do pai comunista, entre os anos 1930 e os dias de hoje. O que parece dar o toque de organização é menos uma ambição de romancista do que a de contadora de história, capaz de reproduzir com vivacidade as crenças e ditos populares que marcam a experiência de tantos brasileiros. O efeito, por um lado, é o de construção de um universo quase fantástico, que parece existir num canto suspenso qualquer do território brasileiro. Mas é também uma lembrança de como os saberes tradicionais orais são tão presentes na formação de nossa identidade que escapam a 500 anos de tentativas de domesticação europeia. (ROBERTO TADDEI) ESSA MENINA, DE PARIS A PARIPIRANGA QUANTO: R$ 39,90 (272 PÁGS.) AUTOR: TINA CORREIA EDITORA: ALFAGUARA * ELES NÃO MORAM MAIS AQUI O mundo é uma derrota coletiva da qual as pessoas buscam consolo na memória, isto é, no passado, um tempo perdido que não serve para nada. A felicidade é uma idéia caduca e a vida uma causa perdida. Essa a tônica de alguns textos preciosos reunidos neste livro de Ronaldo Cagiano, escritor mineiro premiado em diversas cidades do Brasil —de Araraquara a Ponta Grossa, de São Bernardo do Campo a Pouso Alegre— e autor de contos já editados em espanhol e em búlgaro. Pena que ninguém ainda o tenha apresentado às nossas escolas. Estão aqui seus melhores escritos deste início de século, em que se destacam a trilogia de contos que abre o livro e a crônica de alto padrão sobre São Paulo que o encerra (nenhum paulistano deveria deixar de lê-la!). Variam os estilos, mas o ímpeto cinematográfico de sua narrativa desnuda nossa fragilidade frente à existência, alçando, com maturidade, a bandeira da desesperança. (GREGÓRIO BACIC) ELES NÃO MORAM MAIS AQUI QUANTO: R$ 38 (114 PÁGS.) AUTOR: RONALDO CAGIANO EDITORA: PATUÁ * TIRANDO A LOUCA DO ARMÁRIO Estreia do dramaturgo, cenógrafo, figurinista e artista plástico Naum Alves de Souza na literatura, essa rocambolesca coletânea de contos oferece o mesmo colorido ruidoso de seu trabalho pensado para os palcos. Nos 13 contos, uma infinidade de personagens caricatas —as strippers Chhrys e Deusa, a missionária Miss Grace, os pensionistas de Tia Alva, a louca do quarto trancado, o escritor melindroso e o pessoal de teatro, Amadeu e os crocodilos da Condessa, a milionária Venúsia, a engajada Fefa, a maestrina Ludmila e o cigano Ivo, os sócios do Clube do A, uma professora de canto orfeônico, muitos inominados— vivem enredos bizarros, pra lá de mirabolantes. O colorido ruidoso vem do excesso de doenças físicas e mentais, cornos e adúlteras, católicos, evangélicos e testemunhas de Jeová, criaturas que se metamorfoseiam, o diabo a quatro. Em certos casos, o exagero kitsch também é arte. E, nesse livro de estreia, ao menos dois contos, "Analisando Friamente" e "La Musica", são obras-primas. (NELSON DE OLIVEIRA) TIRANDO A LOUCA DO ARMÁRIO QUANTO: R$ 46 (270 PÁGS.) E R$ 12,90 (E-BOOK) AUTOR: NAUM ALVES DE SOUZA EDITORA: DESCAMINHOS * CORPO SEPULCRO Este quinto romance do autor fluminense tem dívida com João Gilberto Noll, desde as fúrias do corpo do protagonista, um escritor e tradutor anônimo que entremeia a leitura de "Orlando", de Virginia Woolf, com mergulhos escatológicos no submundo do homoerotismo de banheiro público. Ao retornar de Londres para rever a mãe em Niterói, sempre arrastando a responsabilidade pela morte da irmã gêmea na infância e pelo desgosto do pai com a perda, ele descobre caminhos e obsessões como o apego a seu cão, atropelado em um acidente, e o sexo com travestis e michês com pegada sadomasoquista. Almejando certa sacralidade na prática erótica, Sullivan mostra que não é Noll ao vacilar com a linguagem, que oscila entre passagens pretensamente filosóficas e a oralidade dos diálogos. Cenas vão do canhestro ao bizarro com facilidade, mas as passagens mais literárias soam demasiado afetadas. Quem, após Georges Bataille, Anaïs Nin e Glauco Mattoso, ainda suporta o tratamento do sexo como tabu? (JOCA REINERS TERRON) CORPO SEPULCRO QUANTO: R$ 42 (220 PÁGS.) AUTOR: MIKE SULLIVAN EDITORA: CONFRARIA DO VENTO * OS VIRA-LATAS DA MADRUGADA Volta às livrarias um ótimo espécime do neorrealismo paulista, que andava desaparecido havia mais de 30 anos. O romance de Adelto Gonçalves recupera, no plano da ficção que também é reportagem, a rotina de operários, marinheiros, prostitutas, vagabundos e outros párias sociais, na atmosfera sombria e triste do cais de Santos. Lançado em 1981, "Os Vira-Latas da Madrugada" é um pungente manifesto sociológico e político, que mescla investigação e ficção. Um narrador memorialista relembra personagens e conflitos da zona portuária santista, sob as mais diversas ditaduras da mente e do corpo. A simpatia pelos espoliados é genuína, oceânica. A nova edição traz finalmente o prefácio de Marcos Faerman, que causou uma saia justa na época do lançamento, por ironizar os vitoriosos de 64. Para não sofrer uma represália por parte do governo militar, a editora José Olympio, sob intervenção, recolheu os exemplares, cortou fora o texto sacrílego e o romance foi distribuído sem o prefácio. (NELSON DE OLIVEIRA) OS VIRA-LATAS DA MADRUGADA QUANTO: R$ 35 (216 PÁGS.) AUTOR: ADELTO GONÇALVES EDITORA: LETRA SELVAGEM
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Holocausto e suásticas
"Holocausto norte zona once", em letras garrafais, eram as palavras expostas numa enorme faixa no estádio Palogrande, em Manizales, na Colômbia, por ocasião do jogo entre Once Caldas e Corinthians. Diante da indignação manifestada por jornalistas brasileiros e pelo austríaco Robert Florencio, da revista esportiva "Ballestere", de Viena, a coluna quis saber a opinião de dois importantes editores em Bogotá. Eis o que escreveu Erwin Guerrero Pinzon, da Editorial Temis, uma das principais editoras de livros jurídicos da América do Sul: "Ontem ouvi no rádio algo relacionado ao assunto que mencionas. Num país como o nosso, não se esqueça que somos todos macondianos, tudo pode ser. (Nota da coluna: alusão a Macondo, a cidade fantástica, irreal, criada pelo imortal Gabriel García Marquez, em sua obra-prima, "Cem anos de solidão"). A faixa existe não é de agora, diria que há mais de 10 anos, mas até aqui ninguém havia reparado nas implicações que tal escrito tem ou deveria ter. Se eu não estiver enganado, há uma torcida do América com o mesmo nome e algumas do Milionários e do Santa Fé se identificam com suásticas e até com o rosto do narcotraficante Rodríguez Gacha. Isso, para as autoridades, as do futebol e as outras, é manifestação 'normal', faz parte deste circo e não deve ser proibida porque seria ir contra a 'liberdade de expressão'. Agora que cacarejam 'pós-conflito' a toda hora, deveriam começar por proibir tais manifestações ligadas à ilegalidade, à corrupção e sintomáticas de uma sociedade enferma até a medula. Que façam um exercício jornalístico sério (será pedir muito na Colômbia?) e que os telejornais façam uma compilação de todas as torcidas uniformizadas em todos os estádios para que tenhamos consciência do ponto a que chegamos". Já Alejandro Pérez Echeverry, editor da mais importante revista colombiana, "A Semana", respondeu: "Na verdade, é triste como as pessoas se acostumam com as barbaridades. Agora que você me escreve e me alerta, eu sinto vergonha, porque o fato é que por aqui pouco se comenta sobre isso, num desses casos que 'se ignora para pretender que não acontece'. É possível que no passado meus colegas de Manizales tenham comentado, mas já é algo visto como normal". Tudo isso para constatar que lá, como cá, não há limites para a insânia, como diria o saudoso jornalista Geraldo Mayrink. Sempre haverá quem tergiverse e argumente com os significados originais, seja o da palavra holocausto, seja o da cruz suástica, que nada têm a ver com o genocídio dos judeus ou com o nazismo, postura cínica de quem busca que se ignore o que os inspira desde a Segunda Guerra Mundial, exemplo acabado da banalização do mal, na expressão de Hannah Arendt. Os torcedores uniformizados brasileiros ainda não chegaram a tal ponto, embora grande parte das agremiações que fundaram tragam o belicismo ou homenagens tortas em seus nomes. Chega!
colunas
Holocausto e suásticas"Holocausto norte zona once", em letras garrafais, eram as palavras expostas numa enorme faixa no estádio Palogrande, em Manizales, na Colômbia, por ocasião do jogo entre Once Caldas e Corinthians. Diante da indignação manifestada por jornalistas brasileiros e pelo austríaco Robert Florencio, da revista esportiva "Ballestere", de Viena, a coluna quis saber a opinião de dois importantes editores em Bogotá. Eis o que escreveu Erwin Guerrero Pinzon, da Editorial Temis, uma das principais editoras de livros jurídicos da América do Sul: "Ontem ouvi no rádio algo relacionado ao assunto que mencionas. Num país como o nosso, não se esqueça que somos todos macondianos, tudo pode ser. (Nota da coluna: alusão a Macondo, a cidade fantástica, irreal, criada pelo imortal Gabriel García Marquez, em sua obra-prima, "Cem anos de solidão"). A faixa existe não é de agora, diria que há mais de 10 anos, mas até aqui ninguém havia reparado nas implicações que tal escrito tem ou deveria ter. Se eu não estiver enganado, há uma torcida do América com o mesmo nome e algumas do Milionários e do Santa Fé se identificam com suásticas e até com o rosto do narcotraficante Rodríguez Gacha. Isso, para as autoridades, as do futebol e as outras, é manifestação 'normal', faz parte deste circo e não deve ser proibida porque seria ir contra a 'liberdade de expressão'. Agora que cacarejam 'pós-conflito' a toda hora, deveriam começar por proibir tais manifestações ligadas à ilegalidade, à corrupção e sintomáticas de uma sociedade enferma até a medula. Que façam um exercício jornalístico sério (será pedir muito na Colômbia?) e que os telejornais façam uma compilação de todas as torcidas uniformizadas em todos os estádios para que tenhamos consciência do ponto a que chegamos". Já Alejandro Pérez Echeverry, editor da mais importante revista colombiana, "A Semana", respondeu: "Na verdade, é triste como as pessoas se acostumam com as barbaridades. Agora que você me escreve e me alerta, eu sinto vergonha, porque o fato é que por aqui pouco se comenta sobre isso, num desses casos que 'se ignora para pretender que não acontece'. É possível que no passado meus colegas de Manizales tenham comentado, mas já é algo visto como normal". Tudo isso para constatar que lá, como cá, não há limites para a insânia, como diria o saudoso jornalista Geraldo Mayrink. Sempre haverá quem tergiverse e argumente com os significados originais, seja o da palavra holocausto, seja o da cruz suástica, que nada têm a ver com o genocídio dos judeus ou com o nazismo, postura cínica de quem busca que se ignore o que os inspira desde a Segunda Guerra Mundial, exemplo acabado da banalização do mal, na expressão de Hannah Arendt. Os torcedores uniformizados brasileiros ainda não chegaram a tal ponto, embora grande parte das agremiações que fundaram tragam o belicismo ou homenagens tortas em seus nomes. Chega!
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Aposentado por invalidez cortado após pente-fino terá benefício temporário por até 18 meses
O segurado que tiver a aposentadoria por invalidez cortada no pente-fino do INSS terá direito a receber um benefício temporário por até 18 meses. O pagamento é garantido por lei e será pago conforme o tempo que o segurado ficou afastado e qual era o seu vínculo de trabalho antes da incapacidade. Se o benefício foi pago por mais de cinco anos, considerando o tempo de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, o valor será pago por um ano e meio. Nos primeiros seis meses, o ex-aposentado vai receber o valor integral do benefício e nos seguintes a renda será reduzida gradativamente. Porém, é preciso que o segurado tenha sido aposentado por invalidez. Se recebeu somente o auxílio-doença, não terá direito ao abono. Caso o período de afastamento, contando auxílio e aposentadoria, tenha sido inferior a cinco anos, cada ano em que o segurado recebeu o benefício por incapacidade dará direito a um mês de pagamento. Por exemplo, se ficou afastado por quatro anos, o ex-aposentado irá receber o dinheiro por mais quatro meses após o corte. Não tem direito ao abono quem ficou afastado por menos de cinco anos, estava com a carteira assinada quando começou a receber o benefício por incapacidade e pode retornar ao trabalho. Nesses casos, o ex-aposentado terá que ser reintegrado pela empresa, explica o advogado Roberto de Carvalho Santos. Mas ele pode ser demitido na sequência, só com direito às verbas rescisórias. PENTE-FINO O governo federal vai revisar 530 mil auxílios-doença e 1,181 milhão de aposentadorias por invalidez pagas há mais de dois anos pelo INSS. O pente-fino consistirá em nova perícia médica para verificar se o segurado continua incapaz para o trabalho e se deve mesmo continuar recebendo o benefício. Os beneficiários serão convocados, por carta ou por telefone, para fazer o exame em uma agência do INSS. As convocações estão previstas para começar em setembro, pelos segurados que recebem auxílio-doença. Os aposentados devem começar a ser chamados somente a partir do ano que vem. Os peritos do INSS têm até o dia 25 deste mês para aderir ao programa. Eles vão receber R$ 60 por perícia. - * * Quem recebe o benefício há mais de cinco anos, contados da data do início do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, terá esse pagamento por 18 meses Como será o pagamento após o INSS avaliar que o segurado recuperou sua capacidade NOS PRIMEIROS SEIS MESES O aposentado receberá a aposentadoria integral NOS SEIS MESES SEGUINTES O INSS pagará, todos os meses, metade da aposentadoria que ele recebia NOS ÚLTIMOS SEIS MESES Ele receberá 25% do valor do benefício, até ser cortado definitivamente OUTROS SEGURADOS * O segurado ficou dois anos em auxílio-doença e mais dois anos aposentado por invalidez, mas teve o benefício cortado na perícia do pente-fino. Ele estava desempregado quando foi afastado * A segurada recebeu auxílio-doença por três anos e ficou seis meses aposentada. Ela trabalhava como empregada doméstica quando foi afastada * O segurado ganhou auxílio-doença por um ano e aposentadoria por invalidez por dois anos Ele estava empregado, com carteira assinada, e poderá retornar ao trabalho * O beneficiário teve auxílio-doença por três anos e aposentadoria por invalidez por dois anos e meio * NO PAÍS NO ESTADO DE SÃO PAULO Fontes: Ministério do Desenvolvimento Social, ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos) e advogado Roberto de Carvalho Santos, do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários)
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Aposentado por invalidez cortado após pente-fino terá benefício temporário por até 18 mesesO segurado que tiver a aposentadoria por invalidez cortada no pente-fino do INSS terá direito a receber um benefício temporário por até 18 meses. O pagamento é garantido por lei e será pago conforme o tempo que o segurado ficou afastado e qual era o seu vínculo de trabalho antes da incapacidade. Se o benefício foi pago por mais de cinco anos, considerando o tempo de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, o valor será pago por um ano e meio. Nos primeiros seis meses, o ex-aposentado vai receber o valor integral do benefício e nos seguintes a renda será reduzida gradativamente. Porém, é preciso que o segurado tenha sido aposentado por invalidez. Se recebeu somente o auxílio-doença, não terá direito ao abono. Caso o período de afastamento, contando auxílio e aposentadoria, tenha sido inferior a cinco anos, cada ano em que o segurado recebeu o benefício por incapacidade dará direito a um mês de pagamento. Por exemplo, se ficou afastado por quatro anos, o ex-aposentado irá receber o dinheiro por mais quatro meses após o corte. Não tem direito ao abono quem ficou afastado por menos de cinco anos, estava com a carteira assinada quando começou a receber o benefício por incapacidade e pode retornar ao trabalho. Nesses casos, o ex-aposentado terá que ser reintegrado pela empresa, explica o advogado Roberto de Carvalho Santos. Mas ele pode ser demitido na sequência, só com direito às verbas rescisórias. PENTE-FINO O governo federal vai revisar 530 mil auxílios-doença e 1,181 milhão de aposentadorias por invalidez pagas há mais de dois anos pelo INSS. O pente-fino consistirá em nova perícia médica para verificar se o segurado continua incapaz para o trabalho e se deve mesmo continuar recebendo o benefício. Os beneficiários serão convocados, por carta ou por telefone, para fazer o exame em uma agência do INSS. As convocações estão previstas para começar em setembro, pelos segurados que recebem auxílio-doença. Os aposentados devem começar a ser chamados somente a partir do ano que vem. Os peritos do INSS têm até o dia 25 deste mês para aderir ao programa. Eles vão receber R$ 60 por perícia. - * * Quem recebe o benefício há mais de cinco anos, contados da data do início do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, terá esse pagamento por 18 meses Como será o pagamento após o INSS avaliar que o segurado recuperou sua capacidade NOS PRIMEIROS SEIS MESES O aposentado receberá a aposentadoria integral NOS SEIS MESES SEGUINTES O INSS pagará, todos os meses, metade da aposentadoria que ele recebia NOS ÚLTIMOS SEIS MESES Ele receberá 25% do valor do benefício, até ser cortado definitivamente OUTROS SEGURADOS * O segurado ficou dois anos em auxílio-doença e mais dois anos aposentado por invalidez, mas teve o benefício cortado na perícia do pente-fino. Ele estava desempregado quando foi afastado * A segurada recebeu auxílio-doença por três anos e ficou seis meses aposentada. Ela trabalhava como empregada doméstica quando foi afastada * O segurado ganhou auxílio-doença por um ano e aposentadoria por invalidez por dois anos Ele estava empregado, com carteira assinada, e poderá retornar ao trabalho * O beneficiário teve auxílio-doença por três anos e aposentadoria por invalidez por dois anos e meio * NO PAÍS NO ESTADO DE SÃO PAULO Fontes: Ministério do Desenvolvimento Social, ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos) e advogado Roberto de Carvalho Santos, do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários)
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Sony lançará em fevereiro versão de 'A Entrevista' em DVD
A Sony Pictures anunciou nesta quarta (14) o lançamento de uma versão especial, com conteúdo extra, em DVD e Blu-ray, de seu controverso filme "A Entrevista", que brinca com a ideia do assassinato do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un. Em um comunicado, a Sony disse que a edição, que contém 90 minutos de conteúdo extra, inclui 14 cenas eliminadas e sete minutos de sequências de erros (bloopers), será colocada à venda a partir do dia 17 de fevereiro. O filme "A Entrevista" foi finalmente lançado pela Sony em dezembro, depois que o estúdio sofreu em novembro um ataque informático atribuído a Pyongyang. A Sony, que inicialmente cancelou a exibição, estreou finalmente o filme em 580 salas de cinema americanas, mas também o difundiu on-line por meio de diferentes serviços.
ilustrada
Sony lançará em fevereiro versão de 'A Entrevista' em DVDA Sony Pictures anunciou nesta quarta (14) o lançamento de uma versão especial, com conteúdo extra, em DVD e Blu-ray, de seu controverso filme "A Entrevista", que brinca com a ideia do assassinato do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un. Em um comunicado, a Sony disse que a edição, que contém 90 minutos de conteúdo extra, inclui 14 cenas eliminadas e sete minutos de sequências de erros (bloopers), será colocada à venda a partir do dia 17 de fevereiro. O filme "A Entrevista" foi finalmente lançado pela Sony em dezembro, depois que o estúdio sofreu em novembro um ataque informático atribuído a Pyongyang. A Sony, que inicialmente cancelou a exibição, estreou finalmente o filme em 580 salas de cinema americanas, mas também o difundiu on-line por meio de diferentes serviços.
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Aos 23, jogador belga morre após ataque cardíaco
O zagueiro Tim Nicot, 23, do Beerschot-Wilrijk, time da terceira divisão do futebol belga, morreu em um hospital de Antuérpia, conforme informou o clube nesta segunda-feira (11). Ele sofreu um ataque cardíaco durante um amistoso no último sábado. "O KFCO Wilrijk Beerschot está de luto. Tim Nicot acaba de falecer", escreveu o clube do jogador em mensagem no Twitter, por onde também transmitiu condolências aos parentes e amigos do atleta. "Muito cedo, muito novo. Ele lutou. Como um urso. Carinhosamente cercado por sua família, apoiado por seus colegas de equipe e muitos amigos", completou. Nicot sofreu um infarto no sábado, enquanto disputava um torneio amistoso na cidade de Hemiksem e, após ser reanimado em campo, foi levado ao hospital universitário de Antuérpia, onde morreu. O defensor foi operado no hospital e estava em coma induzido desde sábado, segundo a imprensa local. Este é o segundo caso de um jogador belga que morre devido a um infarto sofrido enquanto disputava uma partida. Em abril, o zagueiro Gregory Mertens morreu após desmaiar em campo.
esporte
Aos 23, jogador belga morre após ataque cardíacoO zagueiro Tim Nicot, 23, do Beerschot-Wilrijk, time da terceira divisão do futebol belga, morreu em um hospital de Antuérpia, conforme informou o clube nesta segunda-feira (11). Ele sofreu um ataque cardíaco durante um amistoso no último sábado. "O KFCO Wilrijk Beerschot está de luto. Tim Nicot acaba de falecer", escreveu o clube do jogador em mensagem no Twitter, por onde também transmitiu condolências aos parentes e amigos do atleta. "Muito cedo, muito novo. Ele lutou. Como um urso. Carinhosamente cercado por sua família, apoiado por seus colegas de equipe e muitos amigos", completou. Nicot sofreu um infarto no sábado, enquanto disputava um torneio amistoso na cidade de Hemiksem e, após ser reanimado em campo, foi levado ao hospital universitário de Antuérpia, onde morreu. O defensor foi operado no hospital e estava em coma induzido desde sábado, segundo a imprensa local. Este é o segundo caso de um jogador belga que morre devido a um infarto sofrido enquanto disputava uma partida. Em abril, o zagueiro Gregory Mertens morreu após desmaiar em campo.
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Temos de engolir
O Flamengo sonhou que, no Maracanã, no reencontro saudoso com sua apaixonada torcida, ganharia todas as partidas. Ainda não venceu um jogo. Acontece! Enquanto o Palmeiras possui várias caras, estratégias, o que surpreende o adversário, o Flamengo faz sempre tudo igual. Os jogadores pelos lados quase só atuam pelos lados, o centroavante não sai do centro do ataque, e o meia de ligação ocupa sempre o mesmo espaço. A repetição excessiva cansa, empobrece. Quando tenta algo diferente, como a entrada do armador Mancuello, ele fica perdido, sem saber seu lugar. Antes da chegada de Diego, Willian Arão, marcava, armava e atacava. Era o meio-campista. Hoje, toda a armação está com Diego. Arão passou a ser um volante burocrático. Ele e Diego poderiam se completar na organização das jogadas. O fim da dependência a um único clássico meia de ligação foi um avanço no futebol. Essas críticas não apagam os muitos méritos do jovem técnico Zé Ricardo, uma grande promessa. O Santos, vice-líder, é, das grandes equipes, a que gasta menos com o elenco. É também a que troca mais passes, pelo incentivo de Dorival Júnior e por ter bons armadores, como Renato e Lucas Lima. Renato raramente erra um passe. Não erra porque tem boa técnica e, principalmente, por fazer a escolha do passe certo. Hoje, começa a decisão da Copa do Brasil. As chances são iguais. O gol fora de casa não vale mais que em casa. Os dois times confiam muito na vitória em seu campo. O Grêmio corre o risco de não ganhar o título e de ficar fora da Libertadores pelo Brasileirão. O exibicionista Renato ficaria sem graça. Se o Atlético-MG não for campeão e confirmar o quarto lugar no Brasileirão, será também uma decepção. Disseram tanto que o Atlético-MG tinha um excepcional elenco, que acreditaram. Acharam que bastaria trazer bons meias e atacantes. Esqueceram dos reservas para a defesa. Pior, o sistema defensivo é desorganizado e sofre muitos gols. Apesar da preocupação dos técnicos brasileiros em incentivar a troca de passes, para recuperar o longo tempo perdido de chutões, persiste o excesso de jogadas aéreas. Essa é uma das características do Palmeiras. Mas não é a única. O time faz muitos gols em triangulações e em jogadas de contra-ataque em velocidade. Tem ótimos jogadores para isso, Dudu e Gabriel Jesus. O repertório é muito maior que o de outros times. Pelo fato de ainda persistirem os chutões e da divisão que houve no meio-campo, entre os volantes que marcam e os meias que atacam, existe, no Brasil e na América do Sul, muito mais bons jogadores que atuam próximos à área que no meio-campo. Alguns times, como a seleção uruguaia, funcionam muito bem com os chutões e lançamentos longos para os ótimos Suárez e Cavani. A seleção brasileira possui também mais talentos no ataque. Paulinho é um meio-campista discreto, que quase não aparece para receber a bola. Prefere avançar e chegar à área para finalizar. O armador do time é Renato Augusto, auxiliado por Fernandinho. Mais à frente, sentiremos falta de mais talento no meio-campo. Quando há um bom conjunto e a fase é boa, jogadores comuns passam a atuar muito bem. O Chelsea, líder do Campeonato Inglês, vive uma situação parecida com a do Brasil, com seis boas atuações e seis vitórias seguidas. Até Pedro tem brilhado. E ainda temos de engoli-lo.
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Temos de engolirO Flamengo sonhou que, no Maracanã, no reencontro saudoso com sua apaixonada torcida, ganharia todas as partidas. Ainda não venceu um jogo. Acontece! Enquanto o Palmeiras possui várias caras, estratégias, o que surpreende o adversário, o Flamengo faz sempre tudo igual. Os jogadores pelos lados quase só atuam pelos lados, o centroavante não sai do centro do ataque, e o meia de ligação ocupa sempre o mesmo espaço. A repetição excessiva cansa, empobrece. Quando tenta algo diferente, como a entrada do armador Mancuello, ele fica perdido, sem saber seu lugar. Antes da chegada de Diego, Willian Arão, marcava, armava e atacava. Era o meio-campista. Hoje, toda a armação está com Diego. Arão passou a ser um volante burocrático. Ele e Diego poderiam se completar na organização das jogadas. O fim da dependência a um único clássico meia de ligação foi um avanço no futebol. Essas críticas não apagam os muitos méritos do jovem técnico Zé Ricardo, uma grande promessa. O Santos, vice-líder, é, das grandes equipes, a que gasta menos com o elenco. É também a que troca mais passes, pelo incentivo de Dorival Júnior e por ter bons armadores, como Renato e Lucas Lima. Renato raramente erra um passe. Não erra porque tem boa técnica e, principalmente, por fazer a escolha do passe certo. Hoje, começa a decisão da Copa do Brasil. As chances são iguais. O gol fora de casa não vale mais que em casa. Os dois times confiam muito na vitória em seu campo. O Grêmio corre o risco de não ganhar o título e de ficar fora da Libertadores pelo Brasileirão. O exibicionista Renato ficaria sem graça. Se o Atlético-MG não for campeão e confirmar o quarto lugar no Brasileirão, será também uma decepção. Disseram tanto que o Atlético-MG tinha um excepcional elenco, que acreditaram. Acharam que bastaria trazer bons meias e atacantes. Esqueceram dos reservas para a defesa. Pior, o sistema defensivo é desorganizado e sofre muitos gols. Apesar da preocupação dos técnicos brasileiros em incentivar a troca de passes, para recuperar o longo tempo perdido de chutões, persiste o excesso de jogadas aéreas. Essa é uma das características do Palmeiras. Mas não é a única. O time faz muitos gols em triangulações e em jogadas de contra-ataque em velocidade. Tem ótimos jogadores para isso, Dudu e Gabriel Jesus. O repertório é muito maior que o de outros times. Pelo fato de ainda persistirem os chutões e da divisão que houve no meio-campo, entre os volantes que marcam e os meias que atacam, existe, no Brasil e na América do Sul, muito mais bons jogadores que atuam próximos à área que no meio-campo. Alguns times, como a seleção uruguaia, funcionam muito bem com os chutões e lançamentos longos para os ótimos Suárez e Cavani. A seleção brasileira possui também mais talentos no ataque. Paulinho é um meio-campista discreto, que quase não aparece para receber a bola. Prefere avançar e chegar à área para finalizar. O armador do time é Renato Augusto, auxiliado por Fernandinho. Mais à frente, sentiremos falta de mais talento no meio-campo. Quando há um bom conjunto e a fase é boa, jogadores comuns passam a atuar muito bem. O Chelsea, líder do Campeonato Inglês, vive uma situação parecida com a do Brasil, com seis boas atuações e seis vitórias seguidas. Até Pedro tem brilhado. E ainda temos de engoli-lo.
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Conheça 7 cidades para pular Carnaval de graça pelo Brasil
O Carnaval começa já na próxima semana e centenas de festas vão pipocar pelo Brasil afora. O "Turismo" seleciona seis festas na faixa para se divertir no feriado. Veja abaixo: SÃO PAULO Entre os dias 17 de fevereiro e 5 de março, quase 400 blocos farão a festa pelas ruas da cidade -número 28% superior ao ano de 2016. A praça das Artes, na região central, será o palco de um baile de Carnaval de época no dia 18 de fevereiro; mais informações no site carnavalderua.prefeitura.sp.gov.br. SALVADOR (BA) Até o dia 28 de fevereiro, atrações gratuitas vão tomar as ruas de Salvador. O Carnaval do Pelô, que acontece no Pelourinho, região histórica da cidade, e o Carnaval Pipoca são dois dos principais circuitos gratuitos; mais em centrodeculturas.ba.gov.br. SOCORRO (SP) No dia 24 de fevereiro, a cidade de Socorro (a 134 km de São Paulo) abre seu Carnaval com um Festival de Marchinhas. Outras atrações, como os desfiles de blocos, apresentações de bandas e oficinas de máscaras e maquiagem, divertem os foliões até o dia 28; mais em socorro.sp.gov.br. RIO DE JANEIRO Neste anom o Carnaval carioca conta com 451 blocos que irão desfilar por 96 bairros da cidade. São esperadas 5 milhões de pessoas nas ruas. As zonas norte e oeste serão palco de 16 bailes populares, com entrada gratuita; mais informações em rio.rj.gov.br. BELO HORIZONTE (MG) Cerca de 350 blocos de rua farão mais de 400 desfiles pela capital mineira até o dia 1º de março. A expectativa da prefeitura é que 2,5 milhões de pessoas ocupem as ruas. A programação pode ser consultada no aplicativo Carnaval de BH 2017, disponível para Android e iOS; mais informações no site carnavaldebelohorizonte.com.br. PARANAPIACABA A festa de Paranapiacaba, distrito de Santo André (Grande São Paulo), tem atrações como um baile infantil e desfiles de blocos. O evento acontece entre os dias 25 e 28 de fevereiro; mais informações e horários no site santoandre.sp.gov.br. * Itália ganhará parque inspirado em Dante A cidade italiana de Ravena, no norte do país, deverá ganhar nos próximos anos um parque literário dedicado a Dante Alighieri, o autor do clássico "A Divina Comédia". O espaço, ainda sem data de inauguração, foi anunciado oficialmente na última sexta (10) pelo comitê científico responsável pelo projeto. Foi na cidade, hoje com cerca de 150 mil habitantes, que o escritor passou seus três últimos anos de vida -e lá também foi enterrado. O projeto prevê roteiros por lugares ligados ao autor e à sua obra, entre eles o seu túmulo e as igrejas de Ravena. * Passeio integra Jardim Botânico e zoológico O Parque Zoológico e o Jardim Botânico de São Paulo, localizados na zona sul da cidade, se juntaram para oferecer aos visitantes um passeio conjunto. Desde novembro de 2016, de quarta a domingo, das 9h às 15h, um ônibus faz o trajeto entre os locais pelo valor de R$ 3. A entrada para o zoológico custa de R$ 11 a R$ 33. Já o ingresso para visitar o Jardim Botânico sai por R$ 6. O trajeto é feito pela avenida. O passeio de ônibus e os ingressos são gratuitos para quem tem mais de 60 anos, deficiência ou para crianças de até cinco anos (no zoológico) ou quatro anos (no Jardim Botânico). * É quanto o Carnaval deve movimentar no Estado de SP neste ano. A projeção é da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). É o desconto máximo oferecido pela campanha Mais Noronha, lançada neste mês pela Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). A redução de preços vale para a baixa temporada (de abril a junho); mais informações em maisnoronha.com.
turismo
Conheça 7 cidades para pular Carnaval de graça pelo BrasilO Carnaval começa já na próxima semana e centenas de festas vão pipocar pelo Brasil afora. O "Turismo" seleciona seis festas na faixa para se divertir no feriado. Veja abaixo: SÃO PAULO Entre os dias 17 de fevereiro e 5 de março, quase 400 blocos farão a festa pelas ruas da cidade -número 28% superior ao ano de 2016. A praça das Artes, na região central, será o palco de um baile de Carnaval de época no dia 18 de fevereiro; mais informações no site carnavalderua.prefeitura.sp.gov.br. SALVADOR (BA) Até o dia 28 de fevereiro, atrações gratuitas vão tomar as ruas de Salvador. O Carnaval do Pelô, que acontece no Pelourinho, região histórica da cidade, e o Carnaval Pipoca são dois dos principais circuitos gratuitos; mais em centrodeculturas.ba.gov.br. SOCORRO (SP) No dia 24 de fevereiro, a cidade de Socorro (a 134 km de São Paulo) abre seu Carnaval com um Festival de Marchinhas. Outras atrações, como os desfiles de blocos, apresentações de bandas e oficinas de máscaras e maquiagem, divertem os foliões até o dia 28; mais em socorro.sp.gov.br. RIO DE JANEIRO Neste anom o Carnaval carioca conta com 451 blocos que irão desfilar por 96 bairros da cidade. São esperadas 5 milhões de pessoas nas ruas. As zonas norte e oeste serão palco de 16 bailes populares, com entrada gratuita; mais informações em rio.rj.gov.br. BELO HORIZONTE (MG) Cerca de 350 blocos de rua farão mais de 400 desfiles pela capital mineira até o dia 1º de março. A expectativa da prefeitura é que 2,5 milhões de pessoas ocupem as ruas. A programação pode ser consultada no aplicativo Carnaval de BH 2017, disponível para Android e iOS; mais informações no site carnavaldebelohorizonte.com.br. PARANAPIACABA A festa de Paranapiacaba, distrito de Santo André (Grande São Paulo), tem atrações como um baile infantil e desfiles de blocos. O evento acontece entre os dias 25 e 28 de fevereiro; mais informações e horários no site santoandre.sp.gov.br. * Itália ganhará parque inspirado em Dante A cidade italiana de Ravena, no norte do país, deverá ganhar nos próximos anos um parque literário dedicado a Dante Alighieri, o autor do clássico "A Divina Comédia". O espaço, ainda sem data de inauguração, foi anunciado oficialmente na última sexta (10) pelo comitê científico responsável pelo projeto. Foi na cidade, hoje com cerca de 150 mil habitantes, que o escritor passou seus três últimos anos de vida -e lá também foi enterrado. O projeto prevê roteiros por lugares ligados ao autor e à sua obra, entre eles o seu túmulo e as igrejas de Ravena. * Passeio integra Jardim Botânico e zoológico O Parque Zoológico e o Jardim Botânico de São Paulo, localizados na zona sul da cidade, se juntaram para oferecer aos visitantes um passeio conjunto. Desde novembro de 2016, de quarta a domingo, das 9h às 15h, um ônibus faz o trajeto entre os locais pelo valor de R$ 3. A entrada para o zoológico custa de R$ 11 a R$ 33. Já o ingresso para visitar o Jardim Botânico sai por R$ 6. O trajeto é feito pela avenida. O passeio de ônibus e os ingressos são gratuitos para quem tem mais de 60 anos, deficiência ou para crianças de até cinco anos (no zoológico) ou quatro anos (no Jardim Botânico). * É quanto o Carnaval deve movimentar no Estado de SP neste ano. A projeção é da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). É o desconto máximo oferecido pela campanha Mais Noronha, lançada neste mês pela Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). A redução de preços vale para a baixa temporada (de abril a junho); mais informações em maisnoronha.com.
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Em nova fase, Acrônimo investiga contratos da Saúde e do BNDES
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta (15) a 8ª fase da operação Acrônimo, cujo objetivo é recolher elementos que possam ajudar a esclarecer a atuação de uma suposta organização criminosa especializada na obtenção de benefícios junto ao governo federal, por meio de pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos. A operação foca em dois inquéritos policiais que apuram dois eventos distintos da investigação. Um deles refere-se a possíveis cooptação e pagamento de vantagens indevidas para fraudar licitações no Ministério da Saúde, beneficiando gráfica da propriedade de um dos investigados. Estão sendo cumpridos 20 mandados judiciais determinados pela 10ª Vara Federal do Distrito Federal, sendo 11 conduções coercitivas e nove mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além do Distrito Federal. O outro evento é a interposição de empresa na negociação e pagamento de supostas vantagens indevidas a agente público, para obtenção de financiamentos de projetos no exterior pelo BNDES (República Dominicana, Angola, Cuba, Panamá, Gana e México) no interesse de uma grande empreiteira do Brasil. As ações de hoje são um desdobramento da investigação que tramita no Superior Tribunal de Justiça. Esta é a segunda fase da operação Acrônimo deflagrada na mesma semana. A sétima fase, realizada na terça (13), teve como alvo Felipe do Amaral, empresário ligado ao governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT). 8ª fase da Operação Acrônimo - 20 mandados judiciais são cumpridos
poder
Em nova fase, Acrônimo investiga contratos da Saúde e do BNDESA Polícia Federal deflagrou nesta quinta (15) a 8ª fase da operação Acrônimo, cujo objetivo é recolher elementos que possam ajudar a esclarecer a atuação de uma suposta organização criminosa especializada na obtenção de benefícios junto ao governo federal, por meio de pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos. A operação foca em dois inquéritos policiais que apuram dois eventos distintos da investigação. Um deles refere-se a possíveis cooptação e pagamento de vantagens indevidas para fraudar licitações no Ministério da Saúde, beneficiando gráfica da propriedade de um dos investigados. Estão sendo cumpridos 20 mandados judiciais determinados pela 10ª Vara Federal do Distrito Federal, sendo 11 conduções coercitivas e nove mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além do Distrito Federal. O outro evento é a interposição de empresa na negociação e pagamento de supostas vantagens indevidas a agente público, para obtenção de financiamentos de projetos no exterior pelo BNDES (República Dominicana, Angola, Cuba, Panamá, Gana e México) no interesse de uma grande empreiteira do Brasil. As ações de hoje são um desdobramento da investigação que tramita no Superior Tribunal de Justiça. Esta é a segunda fase da operação Acrônimo deflagrada na mesma semana. A sétima fase, realizada na terça (13), teve como alvo Felipe do Amaral, empresário ligado ao governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT). 8ª fase da Operação Acrônimo - 20 mandados judiciais são cumpridos
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Inscritos no Enem 2015 já ultrapassam 1 milhão; prazo vai até 5 de junho
Pouco mais de 1 milhão de candidatos já se inscreveram no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2015, exame que será realizado nos dias 24 e 25 de outubro. As inscrições começaram na segunda-feira (25), e se estendem até 5 de junho. O balanço, que totaliza 1,26 milhão de estudantes inscritos, foi divulgado na noite desta quarta-feira (27) pelo Ministério da Educação. No ano passado, 8,7 milhões de pessoas manifestaram interesse em fazer a prova, principal pré-requisito para ingresso em diferentes instituições públicas de ensino superior e programas do governo federal, como ProUni (bolsa para alunos de baixa renda) e Ciência sem Fronteiras. A inscrição é feita em site específico e o estudante deve fornecer informações como e-mail pessoal e telefone de contato. A taxa é de R$ 63, e pode ser paga até 10 de junho. Estão isentos do valor os concluintes do ensino médio da rede pública e pessoas que se declararem carentes. O ministro Renato Janine (Educação) argumentou que o reajuste da taxa, para R$ 63, foi decorrente da inflação oficial do período —desde 2004, o valor era R$ 35. Ele ponderou, no entanto, que ainda "não temos definição" sobre a periodicidade de novos reajustes. "Se será anual ou a cada dois anos [por exemplo]. Quando você deixa muito tempo [a taxa] fica, o reajuste vem com surpresa, quando deveria vir com naturalidade." Nesta terça (26), o Ministério da Educação universalizou a exigência do Enem para acesso ao Fies. Até então, o exame não era exigido de professores da rede pública matriculados em curso de licenciatura e pedagogia e pessoas que concluíram o ensino médio antes de 2010. Agora, todos devem ter desempenho mínimo na prova (450 pontos e redação acima de zero) para obter o crédito estudantil. FALTOSOS Ao mesmo tempo, o MEC decidiu endurecer as regras para os candidatos que faltarem uma edição do exame e se inscreverem para uma nova prova do Enem. A regra terá impacto para aqueles que se ausentarem na edição deste ano. O estudante que se ausentar da prova nos dois dias, por algum motivo, terá que desembolsar a taxa de inscrição se desejar fazer um novo Enem, ainda que esteja na categoria de isento. No ano passado, do total de 8,72 milhões de inscritos, 6,19 milhões compareceram (esse grupo obteve nota em pelo menos uma área) –taxa de quase 29% de ausência. Segundo o ministro, 65% dos faltosos na última edição estavam isentos da taxa. "Decidimos cortar a isenção para a edição seguinte e poderemos cortar para mais edições, se isso continuar", afirmou. O MEC, no entanto, deve publicar uma regulamentação definindo em que situações um candidato ausente poderá ter isenção da taxa no ano seguinte —problemas de saúde, por exemplo, devem ser contemplados. ECONOMIA O MEC prevê uma economia de 20% no Enem 2015 em comparação à edição anterior. O percentual é decorrente de medidas como aumento da taxa de inscrição e o não envio de cartão de confirmação da prova pelos Correios. Em anos anteriores, o estudante recebia o papel em casa e poderia baixá-lo em site específico na internet. Agora, esta será a única opção disponível. Somente essa medida tem uma economia estimada em R$ 18 milhões. "São aprendizados que tivemos com todas as edições recentes. O número de pessoas que baixava o cartão já era muito alto", ponderou Chico Soares, presidente do Inep (instituto do MEC responsável pelo Enem) em coletiva de imprensa no último dia 14. No ano passado, o custo do Enem foi de R$ 52 por candidato –ou um total de R$ 453,5 milhões. A economia prevista, então, é da ordem de R$ 90,7 milhões 30 MINUTOS DE ESPERA Neste ano, não haverá mudança nos critérios de correção da redação, mas haverá mudança na dinâmica de aplicação da prova. Agora, haverá 30 minutos de diferença entre o horário de fechamento dos portões do local de aplicação (13h) e o início da prova (13h30). "Todos os alunos terão entrado na sala, estarão já com seus celulares no pacotinho e durante esse período, vários testes poderão ser feitos. Por exemplo uso do detector de metais. () Será um controle extra. É um grande momento de risco, quando a prova é aberta e, portanto, passível de algum vazamento, que temos que evitar a qualquer custo", disse Chico Soares. No ano passado, alunos indicaram que houve vazamento do tema da redação no Enem, no segundo dia de aplicação da prova. O caso foi investigado pela Polícia Federal.
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Inscritos no Enem 2015 já ultrapassam 1 milhão; prazo vai até 5 de junhoPouco mais de 1 milhão de candidatos já se inscreveram no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2015, exame que será realizado nos dias 24 e 25 de outubro. As inscrições começaram na segunda-feira (25), e se estendem até 5 de junho. O balanço, que totaliza 1,26 milhão de estudantes inscritos, foi divulgado na noite desta quarta-feira (27) pelo Ministério da Educação. No ano passado, 8,7 milhões de pessoas manifestaram interesse em fazer a prova, principal pré-requisito para ingresso em diferentes instituições públicas de ensino superior e programas do governo federal, como ProUni (bolsa para alunos de baixa renda) e Ciência sem Fronteiras. A inscrição é feita em site específico e o estudante deve fornecer informações como e-mail pessoal e telefone de contato. A taxa é de R$ 63, e pode ser paga até 10 de junho. Estão isentos do valor os concluintes do ensino médio da rede pública e pessoas que se declararem carentes. O ministro Renato Janine (Educação) argumentou que o reajuste da taxa, para R$ 63, foi decorrente da inflação oficial do período —desde 2004, o valor era R$ 35. Ele ponderou, no entanto, que ainda "não temos definição" sobre a periodicidade de novos reajustes. "Se será anual ou a cada dois anos [por exemplo]. Quando você deixa muito tempo [a taxa] fica, o reajuste vem com surpresa, quando deveria vir com naturalidade." Nesta terça (26), o Ministério da Educação universalizou a exigência do Enem para acesso ao Fies. Até então, o exame não era exigido de professores da rede pública matriculados em curso de licenciatura e pedagogia e pessoas que concluíram o ensino médio antes de 2010. Agora, todos devem ter desempenho mínimo na prova (450 pontos e redação acima de zero) para obter o crédito estudantil. FALTOSOS Ao mesmo tempo, o MEC decidiu endurecer as regras para os candidatos que faltarem uma edição do exame e se inscreverem para uma nova prova do Enem. A regra terá impacto para aqueles que se ausentarem na edição deste ano. O estudante que se ausentar da prova nos dois dias, por algum motivo, terá que desembolsar a taxa de inscrição se desejar fazer um novo Enem, ainda que esteja na categoria de isento. No ano passado, do total de 8,72 milhões de inscritos, 6,19 milhões compareceram (esse grupo obteve nota em pelo menos uma área) –taxa de quase 29% de ausência. Segundo o ministro, 65% dos faltosos na última edição estavam isentos da taxa. "Decidimos cortar a isenção para a edição seguinte e poderemos cortar para mais edições, se isso continuar", afirmou. O MEC, no entanto, deve publicar uma regulamentação definindo em que situações um candidato ausente poderá ter isenção da taxa no ano seguinte —problemas de saúde, por exemplo, devem ser contemplados. ECONOMIA O MEC prevê uma economia de 20% no Enem 2015 em comparação à edição anterior. O percentual é decorrente de medidas como aumento da taxa de inscrição e o não envio de cartão de confirmação da prova pelos Correios. Em anos anteriores, o estudante recebia o papel em casa e poderia baixá-lo em site específico na internet. Agora, esta será a única opção disponível. Somente essa medida tem uma economia estimada em R$ 18 milhões. "São aprendizados que tivemos com todas as edições recentes. O número de pessoas que baixava o cartão já era muito alto", ponderou Chico Soares, presidente do Inep (instituto do MEC responsável pelo Enem) em coletiva de imprensa no último dia 14. No ano passado, o custo do Enem foi de R$ 52 por candidato –ou um total de R$ 453,5 milhões. A economia prevista, então, é da ordem de R$ 90,7 milhões 30 MINUTOS DE ESPERA Neste ano, não haverá mudança nos critérios de correção da redação, mas haverá mudança na dinâmica de aplicação da prova. Agora, haverá 30 minutos de diferença entre o horário de fechamento dos portões do local de aplicação (13h) e o início da prova (13h30). "Todos os alunos terão entrado na sala, estarão já com seus celulares no pacotinho e durante esse período, vários testes poderão ser feitos. Por exemplo uso do detector de metais. () Será um controle extra. É um grande momento de risco, quando a prova é aberta e, portanto, passível de algum vazamento, que temos que evitar a qualquer custo", disse Chico Soares. No ano passado, alunos indicaram que houve vazamento do tema da redação no Enem, no segundo dia de aplicação da prova. O caso foi investigado pela Polícia Federal.
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Cidade chinesa abriga 40 mil famílias de funcionários de gigante do carro elétrico
BYD, diz a corporação chinesa que carrega esse nome, é um acrônimo para Build Your Dreams (construa seus sonhos). Entre investidores, a piada é que a sigla, na verdade, significa Build Your Dollars (construa seus dólares). Contratado em 2016 como "embaixador global" dessa líder do setor de veículos elétricos, Leonardo DiCaprio estrela comercial feito na medida das ambições ocidentais dessa gigante —é a fabricante nº 1 de seu ramo, com fatia de 13% do mercado, mais de 100 mil automóveis produzidos no ano passado e projeção de faturar US$ 22 bilhões em 2017. O ator americano dirige por uma metrópole com arranha-céus a perder de vista, paisagem que faz Nova York parecer uma cidade do interior. Convida o espectador "para o futuro". E esse futuro encenado vem em mandarim, como o ideograma na placa do carro elétrico que DiCaprio guia. O amanhã, para a BYD, não está apenas nas ruas de uma China que se moderniza com pé no acelerador. Está também no Brasil, visto como consumidor em potencial para produtos da companhia -sobretudo ônibus movidos a bateria elétrica, vendidos como energia "limpa e silenciosa". Não à toa o prefeito de São Paulo, João Doria, ganhou no fim de julho um tour pela sede da BYD, onde assistiu à peça publicitária com DiCaprio. Doria, que passou uma semana no país a convite do governo chinês, saiu de lá paparicado. Ganhou, como doação à capital paulista, quatro carros elétricos (R$ 230 mil cada um), que pretende usar para a vigilância do centro e do parque do Ibirapuera. O que a BYD ganha com isso? A versão oficial, dada por Marcello Schneider, diretor institucional do braço brasileiro da BYD: apoiar "a sustentabilidade nas comunidades locais dos países onde estamos presentes". Nos bastidores, a estratégia ganha um adendo: um afago no prefeito da maior cidade brasileira não machuca ninguém. São Paulo abrirá em breve licitação para renovar o contrato com empresas dos ônibus das linhas municipais. A BYD, com 410 funcionários nas duas fábricas que mantém em Campinas, não esconde seu afã em entrar na disputa. O QG da empresa é uma cidade à parte dentro de Shenzhen, metrópole de 12 milhões de habitantes no sul chinês. Os funcionários vivem onde trabalham: abastecida com energia solar, a chamada BYD Village abriga 40 mil famílias de seus empregados -que ganham a posse do apartamento cedido a eles após dez anos de serviços prestados. A corporação incentiva relacionamentos entre seus contratados e até dá "uma ajuda de custo para que os noivos [desde que os dois sejam funcionários] celebrem o matrimônio", segundo Schneider. A minicidade corporativa tem escola, hospital, clube, monotrilho com 4,5 km de extensão e um morador ilustre: o presidente da BYD, que mora num dos condomínios. Com fortuna estimada em US$ 4,4 bilhões, Wang Chuan-fu, 51, é o 414º entre os 500 maiores bilionários do mundo no ranking da "Forbes". Filho de fazendeiros pobres e órfão ainda na adolescência, ele criou a BYD 22 anos atrás. Naquele início, baterias para celular eram o filé da casa. Em 2003 veio o interesse por automóveis. Um modelo de Sedan da BYD, o F3, virou best-seller na China, à frente de concorrentes como Volkswagen e Toyota. O executivo comanda um império de 230 mil funcionários. A fama global veio em 2008, após o megainvestidor Warren Buffett adquirir 10% das ações da BYD por US$ 230 milhões. O valor multiplicou para US$ 1 bilhão em dez meses. Competidores argumentam que a BYD só voou tão longe por depender de subsídios do governo chinês a veículos elétricos. E agora a fonte secou, já que o país vem diminuindo o apoio ao setor. A empresa também não conseguiu entrar no mercado americano ainda.
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Cidade chinesa abriga 40 mil famílias de funcionários de gigante do carro elétricoBYD, diz a corporação chinesa que carrega esse nome, é um acrônimo para Build Your Dreams (construa seus sonhos). Entre investidores, a piada é que a sigla, na verdade, significa Build Your Dollars (construa seus dólares). Contratado em 2016 como "embaixador global" dessa líder do setor de veículos elétricos, Leonardo DiCaprio estrela comercial feito na medida das ambições ocidentais dessa gigante —é a fabricante nº 1 de seu ramo, com fatia de 13% do mercado, mais de 100 mil automóveis produzidos no ano passado e projeção de faturar US$ 22 bilhões em 2017. O ator americano dirige por uma metrópole com arranha-céus a perder de vista, paisagem que faz Nova York parecer uma cidade do interior. Convida o espectador "para o futuro". E esse futuro encenado vem em mandarim, como o ideograma na placa do carro elétrico que DiCaprio guia. O amanhã, para a BYD, não está apenas nas ruas de uma China que se moderniza com pé no acelerador. Está também no Brasil, visto como consumidor em potencial para produtos da companhia -sobretudo ônibus movidos a bateria elétrica, vendidos como energia "limpa e silenciosa". Não à toa o prefeito de São Paulo, João Doria, ganhou no fim de julho um tour pela sede da BYD, onde assistiu à peça publicitária com DiCaprio. Doria, que passou uma semana no país a convite do governo chinês, saiu de lá paparicado. Ganhou, como doação à capital paulista, quatro carros elétricos (R$ 230 mil cada um), que pretende usar para a vigilância do centro e do parque do Ibirapuera. O que a BYD ganha com isso? A versão oficial, dada por Marcello Schneider, diretor institucional do braço brasileiro da BYD: apoiar "a sustentabilidade nas comunidades locais dos países onde estamos presentes". Nos bastidores, a estratégia ganha um adendo: um afago no prefeito da maior cidade brasileira não machuca ninguém. São Paulo abrirá em breve licitação para renovar o contrato com empresas dos ônibus das linhas municipais. A BYD, com 410 funcionários nas duas fábricas que mantém em Campinas, não esconde seu afã em entrar na disputa. O QG da empresa é uma cidade à parte dentro de Shenzhen, metrópole de 12 milhões de habitantes no sul chinês. Os funcionários vivem onde trabalham: abastecida com energia solar, a chamada BYD Village abriga 40 mil famílias de seus empregados -que ganham a posse do apartamento cedido a eles após dez anos de serviços prestados. A corporação incentiva relacionamentos entre seus contratados e até dá "uma ajuda de custo para que os noivos [desde que os dois sejam funcionários] celebrem o matrimônio", segundo Schneider. A minicidade corporativa tem escola, hospital, clube, monotrilho com 4,5 km de extensão e um morador ilustre: o presidente da BYD, que mora num dos condomínios. Com fortuna estimada em US$ 4,4 bilhões, Wang Chuan-fu, 51, é o 414º entre os 500 maiores bilionários do mundo no ranking da "Forbes". Filho de fazendeiros pobres e órfão ainda na adolescência, ele criou a BYD 22 anos atrás. Naquele início, baterias para celular eram o filé da casa. Em 2003 veio o interesse por automóveis. Um modelo de Sedan da BYD, o F3, virou best-seller na China, à frente de concorrentes como Volkswagen e Toyota. O executivo comanda um império de 230 mil funcionários. A fama global veio em 2008, após o megainvestidor Warren Buffett adquirir 10% das ações da BYD por US$ 230 milhões. O valor multiplicou para US$ 1 bilhão em dez meses. Competidores argumentam que a BYD só voou tão longe por depender de subsídios do governo chinês a veículos elétricos. E agora a fonte secou, já que o país vem diminuindo o apoio ao setor. A empresa também não conseguiu entrar no mercado americano ainda.
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Kuniko Yohana, do 'Pastel da Maria', tem 50 anos de feira e uma verdadeira linha de produção
MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO "Para mim, não foi a carne que nos fez ganhar. Eu tenho orgulho é da minha massa", diz Kuniko Yohana. Ela é a Maria, do Pastel da Maria, barraquinha de feira famosa pelos prêmios que ganhou, em 2009 e 2011, de "melhor pastel da cidade" —e que hoje tem oito lojas em São Paulo. "Maria" foi o nome que escolheu quando começou sua barraca de pastel, já que achavam estranho chamá-la de "Kuniko". A feirante e empresária de 63 anos nasceu em Osaka, no Japão, e veio para o Brasil quando tinha 11 anos, num navio com os pais e dois irmãos (a mãe estava grávida da mais nova). O pai investiu o que tinha em uma barraca de "emporinho" na feira, que vendia sabonetes e pasta de dente, por exemplo. Não deu certo. "Mas no caso do meu pai nunca daria certo, porque ele era alcoólatra. Tudo o que ganhava gastava em noitadas." A família, então, entrou no ramo dos pastéis, com a receita de massa ensinada por um amigo do pai. As filhas ajudavam no preparo. Em tempos de receita caseira, chegavam da feira para fazer a massa, em seguida os recheios, que precisavam esfriar antes da montagem dos pastéis. Logo era madrugada, hora de voltar à feira. Em 1971, mesmo ano em que Maria se casou, um decreto proibiu a venda de pastéis em feiras livres, algo atribuído às reclamações sobre procedência de ingredientes e falta de higiene. "Alugamos uma casa perto da feira, fritávamos os pastéis no quintal e vendíamos em uma caixa. Quando a fiscalização chegava, todos tinham que correr —eu, que nunca fui fácil, perguntava 'É isso que vocês querem?', jogava tudo no chão e pisava em cima." Diante das dificuldades, os pais decidiram retornar ao Japão, mas ela, recém-casada, ficou com o marido. Seis meses depois, chegou a licença para ter novamente uma barraquinha na feira. Assim começou o pastel que leva seu nome, em 1979. Seguiram os turnos madrugada adentro. "A gente começava a fazer o pastel às 2h e meu marido nunca estava. Era viciado em jogo e, ao chegar, queria dormir. Se eu tentava acordar, era tapa para todo lado. Quantas vezes fui trabalhar de óculos escuros..." Tinha três filhos, um cuidava do outro, assim como foi em sua infância. "Nunca deixei a casa suja, então trabalhava 24 horas." Quando o casamento tinha nove anos, o marido a agrediu pela última vez. "Foi tão forte que meu rosto ficou deformado. Minha irmã me levou para fazer exame de corpo de delito." Só quando ela retirou a queixa ele aceitou dar o desquite, diz. O segundo casamento foi oficializado em 1990, com um amigo de infância, com quem tem um filho. As coisas iam bem, a casa era própria, o carro na garagem, zero. "Mas dinheiro eu não guardo. Faço questão de investir. Sabe a toalha que tenho no balcão? É renda que vai em vestido de casamento", conta. Em 2009, veio o primeiro prêmio, em concurso realizado pela prefeitura. "Eu só queria me testar, saber como eu estava e quase caí de costas. Me senti uma celebridade, o Ronaldo Fenômeno", ri. "De uma hora para a outra, passei de cem para 400 pastéis vendidos por dia." Ela não revela quantos vende hoje, diz que já atribuíram a isso alguns assaltos a pasteleiros. A produção saiu de casa, ganhou uma cozinha e um escritório, filhos e familiares entraram na administração do negócio e a equipe chegou a 60 funcionários —hoje, tem uma pequena fábrica no Parque Peruche, na zona norte, de onde sai o produto (em caminhões refrigerados) que abastece barracas em cinco feiras e as lojas (próprias e franquias). "Estudei até o segundo ano do primário, mas tenho faro para negócios." Maria não tira férias há quatro anos. Pensa em fornecer salgadinhos e pastel para outras casas, seguir para outros Estados e até para o Japão. E das barracas do Pastel da Maria ela não abre mão. "A feira é onde começou tudo", diz. "As pessoas falam que pastel de feira é diferente, e é mesmo." Mesmo saindo das mesmas esteiras de fábrica —hoje as mãos são pouco usadas no preparo da receita. E, segundo ela, a massa da máquina é ainda melhor. "Mas pastel recheado na hora não tem igual." O pastel da Maria O recheio Feito com acém, cebola, alho, tomate, salsinha e gengibre ralado A massa "Cachaça? De jeito nenhum." Leva farinha, água, glutamato monossódico (sal usado na cozinha oriental), banha ou margarina "Manteiga é muito chique." Preço R$ 6 Na feira livre Terça, quinta e sexta Pacaembu (pça. Charles Miller, s/nº) Quarta Sumaré (r. Cayowáa, 2.008) e Santana (r. Capitão Manuel Novaes, s/n) Sábado Pq. Novo Mundo (al. Subtenente Francisco Hierro, 351) Domingo Mooca (r. dos Trilhos, s/nº) Nas lojas R. Fradique Coutinho, 580, Pinheiros, tel. 2373-7071 R. Emílio Mallet, 152, Tatuapé, tel. 3294-7566 (mais seis endereços)
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Kuniko Yohana, do 'Pastel da Maria', tem 50 anos de feira e uma verdadeira linha de produçãoMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO "Para mim, não foi a carne que nos fez ganhar. Eu tenho orgulho é da minha massa", diz Kuniko Yohana. Ela é a Maria, do Pastel da Maria, barraquinha de feira famosa pelos prêmios que ganhou, em 2009 e 2011, de "melhor pastel da cidade" —e que hoje tem oito lojas em São Paulo. "Maria" foi o nome que escolheu quando começou sua barraca de pastel, já que achavam estranho chamá-la de "Kuniko". A feirante e empresária de 63 anos nasceu em Osaka, no Japão, e veio para o Brasil quando tinha 11 anos, num navio com os pais e dois irmãos (a mãe estava grávida da mais nova). O pai investiu o que tinha em uma barraca de "emporinho" na feira, que vendia sabonetes e pasta de dente, por exemplo. Não deu certo. "Mas no caso do meu pai nunca daria certo, porque ele era alcoólatra. Tudo o que ganhava gastava em noitadas." A família, então, entrou no ramo dos pastéis, com a receita de massa ensinada por um amigo do pai. As filhas ajudavam no preparo. Em tempos de receita caseira, chegavam da feira para fazer a massa, em seguida os recheios, que precisavam esfriar antes da montagem dos pastéis. Logo era madrugada, hora de voltar à feira. Em 1971, mesmo ano em que Maria se casou, um decreto proibiu a venda de pastéis em feiras livres, algo atribuído às reclamações sobre procedência de ingredientes e falta de higiene. "Alugamos uma casa perto da feira, fritávamos os pastéis no quintal e vendíamos em uma caixa. Quando a fiscalização chegava, todos tinham que correr —eu, que nunca fui fácil, perguntava 'É isso que vocês querem?', jogava tudo no chão e pisava em cima." Diante das dificuldades, os pais decidiram retornar ao Japão, mas ela, recém-casada, ficou com o marido. Seis meses depois, chegou a licença para ter novamente uma barraquinha na feira. Assim começou o pastel que leva seu nome, em 1979. Seguiram os turnos madrugada adentro. "A gente começava a fazer o pastel às 2h e meu marido nunca estava. Era viciado em jogo e, ao chegar, queria dormir. Se eu tentava acordar, era tapa para todo lado. Quantas vezes fui trabalhar de óculos escuros..." Tinha três filhos, um cuidava do outro, assim como foi em sua infância. "Nunca deixei a casa suja, então trabalhava 24 horas." Quando o casamento tinha nove anos, o marido a agrediu pela última vez. "Foi tão forte que meu rosto ficou deformado. Minha irmã me levou para fazer exame de corpo de delito." Só quando ela retirou a queixa ele aceitou dar o desquite, diz. O segundo casamento foi oficializado em 1990, com um amigo de infância, com quem tem um filho. As coisas iam bem, a casa era própria, o carro na garagem, zero. "Mas dinheiro eu não guardo. Faço questão de investir. Sabe a toalha que tenho no balcão? É renda que vai em vestido de casamento", conta. Em 2009, veio o primeiro prêmio, em concurso realizado pela prefeitura. "Eu só queria me testar, saber como eu estava e quase caí de costas. Me senti uma celebridade, o Ronaldo Fenômeno", ri. "De uma hora para a outra, passei de cem para 400 pastéis vendidos por dia." Ela não revela quantos vende hoje, diz que já atribuíram a isso alguns assaltos a pasteleiros. A produção saiu de casa, ganhou uma cozinha e um escritório, filhos e familiares entraram na administração do negócio e a equipe chegou a 60 funcionários —hoje, tem uma pequena fábrica no Parque Peruche, na zona norte, de onde sai o produto (em caminhões refrigerados) que abastece barracas em cinco feiras e as lojas (próprias e franquias). "Estudei até o segundo ano do primário, mas tenho faro para negócios." Maria não tira férias há quatro anos. Pensa em fornecer salgadinhos e pastel para outras casas, seguir para outros Estados e até para o Japão. E das barracas do Pastel da Maria ela não abre mão. "A feira é onde começou tudo", diz. "As pessoas falam que pastel de feira é diferente, e é mesmo." Mesmo saindo das mesmas esteiras de fábrica —hoje as mãos são pouco usadas no preparo da receita. E, segundo ela, a massa da máquina é ainda melhor. "Mas pastel recheado na hora não tem igual." O pastel da Maria O recheio Feito com acém, cebola, alho, tomate, salsinha e gengibre ralado A massa "Cachaça? De jeito nenhum." Leva farinha, água, glutamato monossódico (sal usado na cozinha oriental), banha ou margarina "Manteiga é muito chique." Preço R$ 6 Na feira livre Terça, quinta e sexta Pacaembu (pça. Charles Miller, s/nº) Quarta Sumaré (r. Cayowáa, 2.008) e Santana (r. Capitão Manuel Novaes, s/n) Sábado Pq. Novo Mundo (al. Subtenente Francisco Hierro, 351) Domingo Mooca (r. dos Trilhos, s/nº) Nas lojas R. Fradique Coutinho, 580, Pinheiros, tel. 2373-7071 R. Emílio Mallet, 152, Tatuapé, tel. 3294-7566 (mais seis endereços)
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Oi diz estar aberta a opções para potencial consolidação no mercado
A Oi está aberta a todas as opções para uma eventual consolidação no mercado brasileiro de telecomunicações, inclusive uma fusão com a TIM Participações, desde que gere valor aos acionistas da operadora, disse nesta sexta-feira (23) o presidente da empresa, Bayard Gontijo. "A Oi não tem nenhum preconceito para fazer a consolidação", disse Gontijo em entrevista à "Reuters" por telefone. "É positiva para o setor, fortalece as companhias do ponto de vista financeiro, aumenta capacidade de investimento, traz sinergias materiais", declarou, após ser questionado sobre uma eventual fusão com a TIM. Com a aprovação da venda dos ativos portugueses da Oi para a francesa Altice por € 7,4 bilhões, a proposta pela TIM deve avançar e ser apresentada "no curto prazo", segundo fontes com conhecimento direto do tema. O executivo declarou que ainda é cedo para discutir como seria o controle da empresa que surgiria após uma eventual união entre as duas companhias. "Precisamos ter termos e condições para discutir e depois avaliar o melhor caminho. Não existe nenhum preconceito em relação a isso", afirmou. Segundo Gontijo, o montante a ser recebido pela venda permite que a Oi tenha condições financeiras de participar de uma consolidação do mercado, sem ter de recorrer a emissões de dívida ou ações no mercado. "A companhia não tem nenhuma programação para acessar o mercado, para levantar recursos por dívida ou 'equity' para fazer a consolidação. A consolidação vai ser financiada pela venda da Portugal Telecom", declarou. Segundo o presidente-executivo, a operação com a Altice reduz a alavancagem líquida da companhia e a "habilita a jogar o jogo da consolidação de uma maneira mais ampla e com mais tranquilidade". A operadora encerrou o terceiro trimestre de 2014 com uma dívida de quase R$ 48 bilhões. NOVA ASSEMBLEIA A Oi convocou para segunda-feira (26) assembleias para analisar o descumprimento de métricas de endividamento acertadas com debenturistas, com o objetivo de ter recursos e flexibilidade em 2015. As assembleias referem-se às 5ª e 9ª emissões da companhia, em um total de R$ 2,2 bilhões de reais. De acordo com Gontijo, as conversas com os investidores "estão ocorrendo bem". "Não tenho expectativa de surpresa, a assembleia deve ocorrer com normalidade", declarou. "É uma questão técnica e acreditamos que não teremos problemas."
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Oi diz estar aberta a opções para potencial consolidação no mercadoA Oi está aberta a todas as opções para uma eventual consolidação no mercado brasileiro de telecomunicações, inclusive uma fusão com a TIM Participações, desde que gere valor aos acionistas da operadora, disse nesta sexta-feira (23) o presidente da empresa, Bayard Gontijo. "A Oi não tem nenhum preconceito para fazer a consolidação", disse Gontijo em entrevista à "Reuters" por telefone. "É positiva para o setor, fortalece as companhias do ponto de vista financeiro, aumenta capacidade de investimento, traz sinergias materiais", declarou, após ser questionado sobre uma eventual fusão com a TIM. Com a aprovação da venda dos ativos portugueses da Oi para a francesa Altice por € 7,4 bilhões, a proposta pela TIM deve avançar e ser apresentada "no curto prazo", segundo fontes com conhecimento direto do tema. O executivo declarou que ainda é cedo para discutir como seria o controle da empresa que surgiria após uma eventual união entre as duas companhias. "Precisamos ter termos e condições para discutir e depois avaliar o melhor caminho. Não existe nenhum preconceito em relação a isso", afirmou. Segundo Gontijo, o montante a ser recebido pela venda permite que a Oi tenha condições financeiras de participar de uma consolidação do mercado, sem ter de recorrer a emissões de dívida ou ações no mercado. "A companhia não tem nenhuma programação para acessar o mercado, para levantar recursos por dívida ou 'equity' para fazer a consolidação. A consolidação vai ser financiada pela venda da Portugal Telecom", declarou. Segundo o presidente-executivo, a operação com a Altice reduz a alavancagem líquida da companhia e a "habilita a jogar o jogo da consolidação de uma maneira mais ampla e com mais tranquilidade". A operadora encerrou o terceiro trimestre de 2014 com uma dívida de quase R$ 48 bilhões. NOVA ASSEMBLEIA A Oi convocou para segunda-feira (26) assembleias para analisar o descumprimento de métricas de endividamento acertadas com debenturistas, com o objetivo de ter recursos e flexibilidade em 2015. As assembleias referem-se às 5ª e 9ª emissões da companhia, em um total de R$ 2,2 bilhões de reais. De acordo com Gontijo, as conversas com os investidores "estão ocorrendo bem". "Não tenho expectativa de surpresa, a assembleia deve ocorrer com normalidade", declarou. "É uma questão técnica e acreditamos que não teremos problemas."
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ONU critica Brasil, Vale e BHP por resposta 'inaceitável' a desastre de Mariana
A Organização das Nações Unidas criticou duramente o governo brasileiro, a Vale e a mineradora anglo-australiana BHP pelo que considerou uma resposta "inaceitável" à tragédia de Mariana. E em comunicado divulgado nesta quarta-feira, e que traz falas do relator especial para assuntos de Direitos Humanos e Meio Ambiente, John Knox, e do relator para Direitos Humanos e Substâncias Tóxicas, Baskut Tuncak, a ONU criticou a demora de três semanas para a divulgação de informações sobre os riscos gerados pelos bilhões de litros de lama vazados no Rio Doce pelo rompimento da barragem, no último dia 5. "As providências tomadas pelo governo brasileiro, a Vale e a BHP para prevenir danos foram claramente insuficientes. As empresas e o governo deveriam estar fazendo tudo que podem para prevenir mais problemas, o que inclui a exposição a metais pesados e substâncias tóxicas. Este não é o momento para posturas defensivas", disseram os especialistas no comunicado. Em entrevistas, a presidente Dilma Rousseff tem negado negligência no caso. A Samarco, por sua vez, tem afirmado que suas operações eram regulares, licenciadas e monitoradas dentro dos melhores padrões de monitoramento de barragens. A ONU menciona a contradição nas informações divulgadas sobre o desastre, em especial a insistência da Samarco, joint venture formada por Vale e BHP para explorar minérios na região, de que a lama não continha substâncias tóxicas. E descreve com detalhes o desastre ecológico provocado pelo vazamento, incluindo a chegada da lama ao mar. "As autoridades brasileiras precisam discutir se a legislação para a atividade mineradora é consistente com os padrões internacionais de direitos humanos, incluindo o direito à informação. O Estado tem a obrigação de gerar, atualizar e disseminar informações sobre o impacto ambiental e presença de substâncias nocivas, ao passo que empresas têm a responsabilidade de respeitar os direitos humanos", afirmou Tuncak. Os dois especialistas classificaram a tragédia como mais um exemplo de negligência de empresas em proteger os direitos humanos e traçam um quadro desolador pós-desastre para as comunidades afetadas. "Poderemos jamais ter um remédio eficaz para as vítimas, cujos parentes ou ganha-pão podem estar debaixo dessa onda de lixo tóxico, e nem para o meio ambiente, que sofreu danos irreparáveis. Empresas trabalhando com atividades envolvendo o uso de material de risco precisam ter a prevenção de acidentes no centro de seu modelo de negócios."
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ONU critica Brasil, Vale e BHP por resposta 'inaceitável' a desastre de MarianaA Organização das Nações Unidas criticou duramente o governo brasileiro, a Vale e a mineradora anglo-australiana BHP pelo que considerou uma resposta "inaceitável" à tragédia de Mariana. E em comunicado divulgado nesta quarta-feira, e que traz falas do relator especial para assuntos de Direitos Humanos e Meio Ambiente, John Knox, e do relator para Direitos Humanos e Substâncias Tóxicas, Baskut Tuncak, a ONU criticou a demora de três semanas para a divulgação de informações sobre os riscos gerados pelos bilhões de litros de lama vazados no Rio Doce pelo rompimento da barragem, no último dia 5. "As providências tomadas pelo governo brasileiro, a Vale e a BHP para prevenir danos foram claramente insuficientes. As empresas e o governo deveriam estar fazendo tudo que podem para prevenir mais problemas, o que inclui a exposição a metais pesados e substâncias tóxicas. Este não é o momento para posturas defensivas", disseram os especialistas no comunicado. Em entrevistas, a presidente Dilma Rousseff tem negado negligência no caso. A Samarco, por sua vez, tem afirmado que suas operações eram regulares, licenciadas e monitoradas dentro dos melhores padrões de monitoramento de barragens. A ONU menciona a contradição nas informações divulgadas sobre o desastre, em especial a insistência da Samarco, joint venture formada por Vale e BHP para explorar minérios na região, de que a lama não continha substâncias tóxicas. E descreve com detalhes o desastre ecológico provocado pelo vazamento, incluindo a chegada da lama ao mar. "As autoridades brasileiras precisam discutir se a legislação para a atividade mineradora é consistente com os padrões internacionais de direitos humanos, incluindo o direito à informação. O Estado tem a obrigação de gerar, atualizar e disseminar informações sobre o impacto ambiental e presença de substâncias nocivas, ao passo que empresas têm a responsabilidade de respeitar os direitos humanos", afirmou Tuncak. Os dois especialistas classificaram a tragédia como mais um exemplo de negligência de empresas em proteger os direitos humanos e traçam um quadro desolador pós-desastre para as comunidades afetadas. "Poderemos jamais ter um remédio eficaz para as vítimas, cujos parentes ou ganha-pão podem estar debaixo dessa onda de lixo tóxico, e nem para o meio ambiente, que sofreu danos irreparáveis. Empresas trabalhando com atividades envolvendo o uso de material de risco precisam ter a prevenção de acidentes no centro de seu modelo de negócios."
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Sandinismo virou regressão, diz opositor Carlos Chamorro
Dos quatro filhos de Pedro Joaquín e Violeta Chamorro, Carlos Fernando era o que menos se interessava pelo jornalismo, apesar de o pai ter sido o "publisher" do "La Prensa", principal jornal da Nicarágua. Adolescente, Carlos foi estudar economia no Canadá. Mas, ao retornar a seu país, em 1977, encontrou-o imerso num clima de alta tensão política. Na época, vários setores da sociedade: a classe média, parte do empresariado e da Igreja e grupos de guerrilha urbana estavam engajados na tentativa de retirar do poder a poderosa família Somoza, uma verdadeira dinastia que dominou a vida política do país com mão-de-ferro por mais de 40 anos, perseguindo a oposição e calando a imprensa. O jornal de seu pai estava nessa luta, fazendo uma vigorosa oposição a esse regime dinástico e, por conta disso, sofrendo ameaças. O jovem Carlos aproximou-se da guerrilha e chegou a realizar treinamentos. À frente desses grupos de distintas vertentes estavam os sandinistas, um movimento de esquerda cuja inspiração era o revolucionário Augusto Cesar Sandino (1895-1934), célebre por liderar uma resistência aos EUA nos anos 20 e 30. "Minha vida mudou radicalmente quando assassinaram meu pai. Entrei no jornalismo por um imperativo político. Era preciso acabar com a ditadura de Somoza. E meu lugar natural de luta passou a ser o jornal que meu pai tinha comandado", disse Carlos em entrevista à Folha, por Skype. O assassinato de Pedro Joaquín Chamorro no dia 10 de janeiro de 1978 foi um dos aceleradores da Revolução Nicaraguense, pois chocou o país, levando multidões às ruas de Manágua. No ano seguinte, por fim, o levante saiu vitorioso, derrubando os Somoza e deixando adiante do país a FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional). DESILUSÃO "Na minha família o apoio ao sandinismo teve distintos momentos. Minha mãe e meus irmãos o apoiaram no começo, mas logo se desiludiram e se afastaram", conta Carlos, 60. Violeta, então, passou a conduzir o "La Prensa", transformado-o novamente num jornal de oposição à nova gestão, enquanto Carlos, ainda identificado com a causa sandinista, foi trabalhar no "Barricada", um jornal abertamente governista. No começo do período pós-revolucionário, o poder foi exercido por uma junta que abrigava distintos setores da sociedade, com a FSLN à frente. Porém, após vencer as eleições de 1984, o líder sandinista Daniel Ortega passou a afastar as forças mais conservadoras e a centralizar o poder. Nas eleições de 1990, os sandinistas pagaram o preço do isolamento, sendo vencidos por uma ex-aliada, justamente Violeta Chamorro, viúva de Pedro Joaquín e mãe de Carlos. "Foi um período em que se tentou construir um país com instituições livres, como a Justiça, a corte eleitoral e o parlamento. Economicamente, caminhamos para uma economia de mercado", conta Carlos. Apesar de hoje fazer comentários elogiosos ao governo da mãe, na época não foi essa sua posição. Carlos continuou no "Barricada", que então passou a ser um jornal de oposição. Enquanto em casa, segundo ele, a família tinha boa convivência, na atuação política os Chamorro estavam de lados opostos. Violeta governou de 1990 até 1997 [hoje, aos 86, está afastada da vida pública], foi sucedida por dois governos conservadores até que, em 2006, o mesmo Daniel Ortega venceu as eleições e retornou ao poder, de onde não saiu mais. OUTRO SANDINISMO "A América Latina tem em seu imaginário o sandinismo como um movimento libertário, de esquerda, mas é preciso saber que hoje isso virou outra coisa. Voltamos a ter um alto grau de concentração de poder numa família, com uma base de apoio construída sobre políticas assistencialistas e uma economia neoliberal. Nossas instituições estão destruídas, não há pesos e contrapesos. Também regredimos em direitos civis, é um governo contra o aborto, contra a aceitação de refugiados", afirma Carlos ao comentar a razão do retorno da Nicarágua aos noticiários. Nos últimos meses, Ortega tomou várias medidas autoritárias. Tendo aprovado a reeleição indefinida, apresentou-se como candidato para um quarto mandato no próximo dia 6 de novembro, tendo a mulher, Rosario Murillo, como vice. Impediu a presença de observadores estrangeiros e retirou o registro legal do único partido de oposição, o PLI (Partido Liberal Independente), além de destituir os únicos 16 deputados opositores do atual Congresso, composto por 91 membros. "É um gesto simbólico, porque a oposição já estava liquidada. Esses deputados já não podiam aprovar nada. Trata-se de uma sinalização de que Ortega pretende governar, no próximo mandato, com um parlamento totalmente a favor", diz Carlos. Onde fica Nicarágua Hoje à frente do jornal "El Confidencial" e com dois programas de televisão em um canal independente, o herdeiro dos Chamorro já não crê no jornalismo partidário que praticou no passado. "Naquela época fazia sentido pelo contexto. Desde os anos 90, acredito no jornalismo profissional e autônomo, porque os tempos são outros." Para ele, virão anos difíceis. Tendo entrevistado Ortega várias vezes, disse ter ouvido dele repetidamente que não acredita "no sistema democrático, e sim na democracia direta", o que, em sua concepção, seria uma relação carismática construída com o povo por fora do sistema eleitoral. "A médio prazo não vejo uma reação possível, uma aliança de forças como houve na época da Revolução. Eu preferia que a mudança viesse de uma forma pacífica, a partir do convencimento da população de não apoiar mais esse regime que quer perpetuar-se no poder, mas por ora não vejo possibilidade de mudança que não seja com algum tipo de trauma. Estão se fechando todas as portas", afirma.
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Sandinismo virou regressão, diz opositor Carlos ChamorroDos quatro filhos de Pedro Joaquín e Violeta Chamorro, Carlos Fernando era o que menos se interessava pelo jornalismo, apesar de o pai ter sido o "publisher" do "La Prensa", principal jornal da Nicarágua. Adolescente, Carlos foi estudar economia no Canadá. Mas, ao retornar a seu país, em 1977, encontrou-o imerso num clima de alta tensão política. Na época, vários setores da sociedade: a classe média, parte do empresariado e da Igreja e grupos de guerrilha urbana estavam engajados na tentativa de retirar do poder a poderosa família Somoza, uma verdadeira dinastia que dominou a vida política do país com mão-de-ferro por mais de 40 anos, perseguindo a oposição e calando a imprensa. O jornal de seu pai estava nessa luta, fazendo uma vigorosa oposição a esse regime dinástico e, por conta disso, sofrendo ameaças. O jovem Carlos aproximou-se da guerrilha e chegou a realizar treinamentos. À frente desses grupos de distintas vertentes estavam os sandinistas, um movimento de esquerda cuja inspiração era o revolucionário Augusto Cesar Sandino (1895-1934), célebre por liderar uma resistência aos EUA nos anos 20 e 30. "Minha vida mudou radicalmente quando assassinaram meu pai. Entrei no jornalismo por um imperativo político. Era preciso acabar com a ditadura de Somoza. E meu lugar natural de luta passou a ser o jornal que meu pai tinha comandado", disse Carlos em entrevista à Folha, por Skype. O assassinato de Pedro Joaquín Chamorro no dia 10 de janeiro de 1978 foi um dos aceleradores da Revolução Nicaraguense, pois chocou o país, levando multidões às ruas de Manágua. No ano seguinte, por fim, o levante saiu vitorioso, derrubando os Somoza e deixando adiante do país a FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional). DESILUSÃO "Na minha família o apoio ao sandinismo teve distintos momentos. Minha mãe e meus irmãos o apoiaram no começo, mas logo se desiludiram e se afastaram", conta Carlos, 60. Violeta, então, passou a conduzir o "La Prensa", transformado-o novamente num jornal de oposição à nova gestão, enquanto Carlos, ainda identificado com a causa sandinista, foi trabalhar no "Barricada", um jornal abertamente governista. No começo do período pós-revolucionário, o poder foi exercido por uma junta que abrigava distintos setores da sociedade, com a FSLN à frente. Porém, após vencer as eleições de 1984, o líder sandinista Daniel Ortega passou a afastar as forças mais conservadoras e a centralizar o poder. Nas eleições de 1990, os sandinistas pagaram o preço do isolamento, sendo vencidos por uma ex-aliada, justamente Violeta Chamorro, viúva de Pedro Joaquín e mãe de Carlos. "Foi um período em que se tentou construir um país com instituições livres, como a Justiça, a corte eleitoral e o parlamento. Economicamente, caminhamos para uma economia de mercado", conta Carlos. Apesar de hoje fazer comentários elogiosos ao governo da mãe, na época não foi essa sua posição. Carlos continuou no "Barricada", que então passou a ser um jornal de oposição. Enquanto em casa, segundo ele, a família tinha boa convivência, na atuação política os Chamorro estavam de lados opostos. Violeta governou de 1990 até 1997 [hoje, aos 86, está afastada da vida pública], foi sucedida por dois governos conservadores até que, em 2006, o mesmo Daniel Ortega venceu as eleições e retornou ao poder, de onde não saiu mais. OUTRO SANDINISMO "A América Latina tem em seu imaginário o sandinismo como um movimento libertário, de esquerda, mas é preciso saber que hoje isso virou outra coisa. Voltamos a ter um alto grau de concentração de poder numa família, com uma base de apoio construída sobre políticas assistencialistas e uma economia neoliberal. Nossas instituições estão destruídas, não há pesos e contrapesos. Também regredimos em direitos civis, é um governo contra o aborto, contra a aceitação de refugiados", afirma Carlos ao comentar a razão do retorno da Nicarágua aos noticiários. Nos últimos meses, Ortega tomou várias medidas autoritárias. Tendo aprovado a reeleição indefinida, apresentou-se como candidato para um quarto mandato no próximo dia 6 de novembro, tendo a mulher, Rosario Murillo, como vice. Impediu a presença de observadores estrangeiros e retirou o registro legal do único partido de oposição, o PLI (Partido Liberal Independente), além de destituir os únicos 16 deputados opositores do atual Congresso, composto por 91 membros. "É um gesto simbólico, porque a oposição já estava liquidada. Esses deputados já não podiam aprovar nada. Trata-se de uma sinalização de que Ortega pretende governar, no próximo mandato, com um parlamento totalmente a favor", diz Carlos. Onde fica Nicarágua Hoje à frente do jornal "El Confidencial" e com dois programas de televisão em um canal independente, o herdeiro dos Chamorro já não crê no jornalismo partidário que praticou no passado. "Naquela época fazia sentido pelo contexto. Desde os anos 90, acredito no jornalismo profissional e autônomo, porque os tempos são outros." Para ele, virão anos difíceis. Tendo entrevistado Ortega várias vezes, disse ter ouvido dele repetidamente que não acredita "no sistema democrático, e sim na democracia direta", o que, em sua concepção, seria uma relação carismática construída com o povo por fora do sistema eleitoral. "A médio prazo não vejo uma reação possível, uma aliança de forças como houve na época da Revolução. Eu preferia que a mudança viesse de uma forma pacífica, a partir do convencimento da população de não apoiar mais esse regime que quer perpetuar-se no poder, mas por ora não vejo possibilidade de mudança que não seja com algum tipo de trauma. Estão se fechando todas as portas", afirma.
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Jovem burla proibição e escala Grande Pirâmide do Egito
Dizem alguns guias de viagem que escalar as pirâmides do Egito, uma das sete maravilhas do mundo antigo, era permitido -quiçá configurava passeio daqueles obrigatórios- até os anos 1980. O tempo passou, a consciência acerca da preservação cresceu e a atividade se tornou passível de prisão. E nem isso impede algumas figuras de tentar a façanha. O último aventureiro foi um alemão de 18 anos, que, como bom representante de sua geração, logo jogou fotos e vídeos na internet (que viralizaram; só no Instagram foram 16 mil curtidas). Andrej Ciesielski tem diversas publicações nas redes sociais do chamado "roofing" -escalada sem proteção em prédios e monumentos. Depois de se arriscar em cidades como Nova York e Dubai, em meados de janeiro o jovem escalou os mais de 140 metros da Grande Pirâmide. http://folha.com/no1736972
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Jovem burla proibição e escala Grande Pirâmide do EgitoDizem alguns guias de viagem que escalar as pirâmides do Egito, uma das sete maravilhas do mundo antigo, era permitido -quiçá configurava passeio daqueles obrigatórios- até os anos 1980. O tempo passou, a consciência acerca da preservação cresceu e a atividade se tornou passível de prisão. E nem isso impede algumas figuras de tentar a façanha. O último aventureiro foi um alemão de 18 anos, que, como bom representante de sua geração, logo jogou fotos e vídeos na internet (que viralizaram; só no Instagram foram 16 mil curtidas). Andrej Ciesielski tem diversas publicações nas redes sociais do chamado "roofing" -escalada sem proteção em prédios e monumentos. Depois de se arriscar em cidades como Nova York e Dubai, em meados de janeiro o jovem escalou os mais de 140 metros da Grande Pirâmide. http://folha.com/no1736972
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Festival exibe 'Divertida Mente' ao ar livre em São Paulo
O Vivo Open Air, festival de cinema a céu aberto, terá uma programação dedicada às crianças neste domingo (1º). O filme exibido será "Divertida Mente", que conta a história da menina Riley e das cinco emoções que vivem em sua cabeça: Medo, Tristeza, Alegria, Nojinho e Raiva. Os ingressos custam a partir de R$ 25 e podem ser adquiridos on-line. A exibição começa às 19h30, e a capacidade é de 1.400 pessoas. Além do filme, crianças poderão aproveitar a Casa do Brincar, onde haverá brincadeiras tradicionais (como batata-quente, corre-cotia e usando corda), oficinas de pintura e de barangandão –um brinquedo feito de papel crepom colorido preso a um barbante. A praça de alimentação ainda contará com food trucks. Como os portões abrem às 17h, há tempo para brincar antes de assistir ao filme. O Vivo Open Air acontece até o dia 8 de novembro. A programação completa pode ser conferida no site do evento. PARA CONFERIR Vivo Open Air QUANDO 1º/11 ONDE Jockey Club - r. Dr. José Augusto de Queiróz, s/nº QUANTO a partir de R$ 25
folhinha
Festival exibe 'Divertida Mente' ao ar livre em São PauloO Vivo Open Air, festival de cinema a céu aberto, terá uma programação dedicada às crianças neste domingo (1º). O filme exibido será "Divertida Mente", que conta a história da menina Riley e das cinco emoções que vivem em sua cabeça: Medo, Tristeza, Alegria, Nojinho e Raiva. Os ingressos custam a partir de R$ 25 e podem ser adquiridos on-line. A exibição começa às 19h30, e a capacidade é de 1.400 pessoas. Além do filme, crianças poderão aproveitar a Casa do Brincar, onde haverá brincadeiras tradicionais (como batata-quente, corre-cotia e usando corda), oficinas de pintura e de barangandão –um brinquedo feito de papel crepom colorido preso a um barbante. A praça de alimentação ainda contará com food trucks. Como os portões abrem às 17h, há tempo para brincar antes de assistir ao filme. O Vivo Open Air acontece até o dia 8 de novembro. A programação completa pode ser conferida no site do evento. PARA CONFERIR Vivo Open Air QUANDO 1º/11 ONDE Jockey Club - r. Dr. José Augusto de Queiróz, s/nº QUANTO a partir de R$ 25
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Lixo: Composto recupera solo e tem uso crescente na Itália
A queda da fertilidade do solo na Europa é preocupante. No Sul do bloco, 75% da área é considerada em estágio de predesertificacão. E a solução vem dos centros urbanos. Mais exatamente do composto orgânico gerado a partir de resíduos de jardins, feiras, restaurantes, supermercados e domicílios. A Itália vem usando esse remédio intensamente e fez uma verdadeira revolução na área. O exemplo é muito interessante, tanto do ponto de vista de uma alternativa verde para diminuir o uso dos fertilizantes minerais quanto do tratamento adequado de resíduos, para diminuir volume nos aterros, e fazer a economia circular. No começo dos anos 1990, havia uma dezena de locais de aproveitamento de resíduos biológicos na Itália. Em apenas 20 anos, houve um salto e hoje são 240 centros de produção de composto orgânico e 42 usinas que somam produção de composto e biogás, usado para gerar eletricidade e calor. O setor de compostagem representa 40% de todos os resíduos sólidos urbanos reciclados e tem volume de negócios anual estimado de € 390 milhões. No total, o país coleta anualmente 5,6 milhões de toneladas de resíduos orgânicos, provenientes de comida e lixo verde (jardins, parques), sendo que 95% desse total é compostável. Os centros de tratamento e usinas produzem com esse material mais de 1,5 milhão de toneladas de composto. Para a agricultura, vão 70% desse total e os restantes 30% são destinados ao cultivo de plantas, paisagismo e parques. A experiência italiana foi apresentada por representantes do consórcio de compostadores italianos, CIC, que participam nos dias 12 (quinta) e 13 de um seminário sobre aproveitamento de resíduos orgânicos em São Paulo. Promovido pela associação internacional de empresas de resíduos, a Iswa, e pela Abrelpe, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, o evento faz parte da Fimai - Ecomondo, Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade. A boa separação na origem é a chave para ter um composto de boa qualidade, segundo os especialistas italianos. Hoje, em grande parte das cidades italianas, há dois sistemas de coleta distintos de orgânicos. Um mais frequente, para restos de comida, que inclui alimentos cozidos ou não, carnes e peixes, e outro para podas de jardim e parques. Também são usados containers diferenciados para casas isoladas, bairros ou comunidades, desenhados especialmente para evitar propagação de odores, e sacos biodegradáveis. Desde 1998, o composto é considerado um produto e não um resíduo. Isso mostra a mudança da cadeia produtiva e um lugar diferente na economia. Em 2006, a CIC lançou um selo de qualidade que segue um protocolo de exigências e testes para garantir as características adequadas dos compostos segundo classificações de uso. Mas como iniciar um processo nessa direção num país como o Brasil, onde a reciclagem mais simples, de resíduos secos (plásticos, vidros, papéis e alumínio), tem índices tão baixos? Para o especialista em tratamento de orgânicos Marco Ricci, a compostagem doméstica pode ser um bom começo para o engajamento da população com vistas à separação correta dos orgânicos. Ele acha que fazer em casa, no condomínio ou em pequenas comunidades é a maneira certa de perceber como é simples e experimentar a economia representada pelo uso racional dos resíduos. Em sua apresentação, Ricci disse considerar que diferenças culturais ou de mentalidade não são impeditivas para a adesão das pessoas a programas desse tipo. O que é decisivo, segundo ele, é o bolso. Isto é, quando se vê vantagem ou menos desvantagem (tipo menos multa) na redução, no reúso e na reciclagem, os costumes mudam. Magari!
colunas
Lixo: Composto recupera solo e tem uso crescente na ItáliaA queda da fertilidade do solo na Europa é preocupante. No Sul do bloco, 75% da área é considerada em estágio de predesertificacão. E a solução vem dos centros urbanos. Mais exatamente do composto orgânico gerado a partir de resíduos de jardins, feiras, restaurantes, supermercados e domicílios. A Itália vem usando esse remédio intensamente e fez uma verdadeira revolução na área. O exemplo é muito interessante, tanto do ponto de vista de uma alternativa verde para diminuir o uso dos fertilizantes minerais quanto do tratamento adequado de resíduos, para diminuir volume nos aterros, e fazer a economia circular. No começo dos anos 1990, havia uma dezena de locais de aproveitamento de resíduos biológicos na Itália. Em apenas 20 anos, houve um salto e hoje são 240 centros de produção de composto orgânico e 42 usinas que somam produção de composto e biogás, usado para gerar eletricidade e calor. O setor de compostagem representa 40% de todos os resíduos sólidos urbanos reciclados e tem volume de negócios anual estimado de € 390 milhões. No total, o país coleta anualmente 5,6 milhões de toneladas de resíduos orgânicos, provenientes de comida e lixo verde (jardins, parques), sendo que 95% desse total é compostável. Os centros de tratamento e usinas produzem com esse material mais de 1,5 milhão de toneladas de composto. Para a agricultura, vão 70% desse total e os restantes 30% são destinados ao cultivo de plantas, paisagismo e parques. A experiência italiana foi apresentada por representantes do consórcio de compostadores italianos, CIC, que participam nos dias 12 (quinta) e 13 de um seminário sobre aproveitamento de resíduos orgânicos em São Paulo. Promovido pela associação internacional de empresas de resíduos, a Iswa, e pela Abrelpe, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, o evento faz parte da Fimai - Ecomondo, Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade. A boa separação na origem é a chave para ter um composto de boa qualidade, segundo os especialistas italianos. Hoje, em grande parte das cidades italianas, há dois sistemas de coleta distintos de orgânicos. Um mais frequente, para restos de comida, que inclui alimentos cozidos ou não, carnes e peixes, e outro para podas de jardim e parques. Também são usados containers diferenciados para casas isoladas, bairros ou comunidades, desenhados especialmente para evitar propagação de odores, e sacos biodegradáveis. Desde 1998, o composto é considerado um produto e não um resíduo. Isso mostra a mudança da cadeia produtiva e um lugar diferente na economia. Em 2006, a CIC lançou um selo de qualidade que segue um protocolo de exigências e testes para garantir as características adequadas dos compostos segundo classificações de uso. Mas como iniciar um processo nessa direção num país como o Brasil, onde a reciclagem mais simples, de resíduos secos (plásticos, vidros, papéis e alumínio), tem índices tão baixos? Para o especialista em tratamento de orgânicos Marco Ricci, a compostagem doméstica pode ser um bom começo para o engajamento da população com vistas à separação correta dos orgânicos. Ele acha que fazer em casa, no condomínio ou em pequenas comunidades é a maneira certa de perceber como é simples e experimentar a economia representada pelo uso racional dos resíduos. Em sua apresentação, Ricci disse considerar que diferenças culturais ou de mentalidade não são impeditivas para a adesão das pessoas a programas desse tipo. O que é decisivo, segundo ele, é o bolso. Isto é, quando se vê vantagem ou menos desvantagem (tipo menos multa) na redução, no reúso e na reciclagem, os costumes mudam. Magari!
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Primeira fase da Fuvest 2017 aborda crise de refugiados e poluição
Crise de refugiados na Síria e poluição na Baía de Guanabara, no Rio, foram alguns dos temas das questões exigidas na primeira fase da Fuvest 2017, de acordo com os primeiros candidatos que terminaram a prova que ocorre neste domingo (27). O vestibular seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo) e Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa. Segundo a estudante Ingra Nanini, 17, a questão sobre refugiados trazia uma foto do corpo do menino sírio Alan Kurdi, encontrado em uma praia na Turquia em setembro de 2015. "A pergunta falava sobre a banalização da morte. Muitos morrem nessas situações e a gente não pensa que cada pessoa tinha seus sonhos", diz ela, que disputa uma vaga em design gráfico na USP e fez a prova no prédio da FAU (Faculdade de Economia e Administração), na Cidade Universitária, zona oeste da capital paulista. Aluna de escola pública na região do Butantã, zona oeste, ela diz não acreditar muito no sonho de entrar na universidade. "Estava muito difícil, sou a única da minha escola a tentar a USP. Ninguém fala de Fuvest na escola". De acordo com a candidata Luana Reboredo, 17, a parte de exatas foi a mais difícil dessa primeira fase. "Foi bem mais difícil que o Enem", diz. Estudante do 3º ano de uma escola particular, Luana quer estudar nutrição. Os candidatos tiveram que fazer neste domingo 90 questões de múltipla escolha sobre todas as disciplinas do ensino médio. Matemática, física e química foram as mais exigentes, segundo a estudante Francesca Couto e Rosa, 17. Ela está no 2º ano do ensino médio e fez a Fuvest como treino. "Muitas questões tinham conteúdo que eu nunca vi", diz. A prova também abordou livros como "Vidas Secas" (de Graciliano Ramos), "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (de Machado de Assis) e "Iracema" (de José de Alencar). "Tinha que ter lido o livro pra responder, se fosse só um resumo não adiantaria", disse Felipe Tamaki, 17, em busca de uma vaga de arquitetura. A prova começou às 13h e os candidatos têm até as 18 horas para terminar. Este ano, 136.736 candidatos se inscreveram no vestibular. Eles disputam 8.854 vagas, sendo 8.734 de cursos da USP e 120 da Medicina da Santa Casa. O resultado da primeira fase será divulgado no dia 19 de dezembro. As provas da segunda fase serão realizadas nos dias 8, 9 e 10 de janeiro de 2017. Além da Fuvest, a USP também vai escolher parte de seus alunos pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). ABSTENÇÃO Essa primeira fase da Fuvest registrou um abstenção de 9,2%. O índice foi menor que no ano anterior (9,8%). Neste ano, dos 136.740 candidatos habilitados para a prova, 12.549 não compareceram. A informação foi divulgada na tarde deste domingo pela Fuvest. As provas foram realizadas 104 locais no estado de São Paulo. "Nenhum incidente foi registrado e nenhuma das 90 questões, elaboradas de acordo com o conteúdo do núcleo comum do Ensino Médio, foi anulada", ressaltou a fundação organizadora do exame.
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Primeira fase da Fuvest 2017 aborda crise de refugiados e poluiçãoCrise de refugiados na Síria e poluição na Baía de Guanabara, no Rio, foram alguns dos temas das questões exigidas na primeira fase da Fuvest 2017, de acordo com os primeiros candidatos que terminaram a prova que ocorre neste domingo (27). O vestibular seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo) e Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa. Segundo a estudante Ingra Nanini, 17, a questão sobre refugiados trazia uma foto do corpo do menino sírio Alan Kurdi, encontrado em uma praia na Turquia em setembro de 2015. "A pergunta falava sobre a banalização da morte. Muitos morrem nessas situações e a gente não pensa que cada pessoa tinha seus sonhos", diz ela, que disputa uma vaga em design gráfico na USP e fez a prova no prédio da FAU (Faculdade de Economia e Administração), na Cidade Universitária, zona oeste da capital paulista. Aluna de escola pública na região do Butantã, zona oeste, ela diz não acreditar muito no sonho de entrar na universidade. "Estava muito difícil, sou a única da minha escola a tentar a USP. Ninguém fala de Fuvest na escola". De acordo com a candidata Luana Reboredo, 17, a parte de exatas foi a mais difícil dessa primeira fase. "Foi bem mais difícil que o Enem", diz. Estudante do 3º ano de uma escola particular, Luana quer estudar nutrição. Os candidatos tiveram que fazer neste domingo 90 questões de múltipla escolha sobre todas as disciplinas do ensino médio. Matemática, física e química foram as mais exigentes, segundo a estudante Francesca Couto e Rosa, 17. Ela está no 2º ano do ensino médio e fez a Fuvest como treino. "Muitas questões tinham conteúdo que eu nunca vi", diz. A prova também abordou livros como "Vidas Secas" (de Graciliano Ramos), "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (de Machado de Assis) e "Iracema" (de José de Alencar). "Tinha que ter lido o livro pra responder, se fosse só um resumo não adiantaria", disse Felipe Tamaki, 17, em busca de uma vaga de arquitetura. A prova começou às 13h e os candidatos têm até as 18 horas para terminar. Este ano, 136.736 candidatos se inscreveram no vestibular. Eles disputam 8.854 vagas, sendo 8.734 de cursos da USP e 120 da Medicina da Santa Casa. O resultado da primeira fase será divulgado no dia 19 de dezembro. As provas da segunda fase serão realizadas nos dias 8, 9 e 10 de janeiro de 2017. Além da Fuvest, a USP também vai escolher parte de seus alunos pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). ABSTENÇÃO Essa primeira fase da Fuvest registrou um abstenção de 9,2%. O índice foi menor que no ano anterior (9,8%). Neste ano, dos 136.740 candidatos habilitados para a prova, 12.549 não compareceram. A informação foi divulgada na tarde deste domingo pela Fuvest. As provas foram realizadas 104 locais no estado de São Paulo. "Nenhum incidente foi registrado e nenhuma das 90 questões, elaboradas de acordo com o conteúdo do núcleo comum do Ensino Médio, foi anulada", ressaltou a fundação organizadora do exame.
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Organização e bricolagem são temas de blog de professora curitibana
DE SÃO PAULO Uma paixão antiga da professora de artes Nina Braz, 39, por decoração e bricolagem foi o estopim para a criação do blog Tu Organizas (www.tuorganizas.com), que também virou canal do YouTube, há quatro anos. "Começou como uma forma de mostrar meus projetos, que faço em casa, e de encontrar novos trabalhos além do que já faço em escolas de ensino infantil e fundamental", afirma. Além de dicas de organização, aprendidas na prática, a blogueira também ensina a fazer pequenas reformas em casa, como na varanda do apartamento onde mora. Em média, cada uma custa R$ 250, segundo Braz, mas são usados itens como adesivos que imitam azulejo. "As ideias são econômicas, mas me preocupo em não descuidar do acabamento. Até objetos de lojas de R$ 1,99, com uma reforma cuidadosa, podem parecer comprados em lojas caras de decoração", diz.
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Organização e bricolagem são temas de blog de professora curitibana DE SÃO PAULO Uma paixão antiga da professora de artes Nina Braz, 39, por decoração e bricolagem foi o estopim para a criação do blog Tu Organizas (www.tuorganizas.com), que também virou canal do YouTube, há quatro anos. "Começou como uma forma de mostrar meus projetos, que faço em casa, e de encontrar novos trabalhos além do que já faço em escolas de ensino infantil e fundamental", afirma. Além de dicas de organização, aprendidas na prática, a blogueira também ensina a fazer pequenas reformas em casa, como na varanda do apartamento onde mora. Em média, cada uma custa R$ 250, segundo Braz, mas são usados itens como adesivos que imitam azulejo. "As ideias são econômicas, mas me preocupo em não descuidar do acabamento. Até objetos de lojas de R$ 1,99, com uma reforma cuidadosa, podem parecer comprados em lojas caras de decoração", diz.
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Produtos químicos antiaderentes são comuns em embalagens de fast food
Hambúrgueres, batatas fritas, tacos e doces vêm embrulhados em papel à prova de gordura e caixas que muitas vezes contêm produtos químicos antiaderentes que podem passar para os alimentos, disseram pesquisadores americanos nesta quarta-feira. O estudo, publicado na revista científica "Environmental Science and Technology Letters", testou mais de 400 amostras de 27 redes de fast food nos Estados Unidos. Quase metade dos embrulhos de papel e 20% das amostras de papel-cartão –como caixas de batatas fritas e pizza– continham flúor, um marcador para produtos químicos altamente fluorados usados ​​em tapetes resistentes a manchas, utensílios de cozinha antiaderentes e roupas impermeáveis. "Os embrulhos para comida Tex-Mex, sobremesas e pães eram os mais propensos a conter flúor", disse o estudo. O estudo não demonstrou nenhum dano específico à saúde humana decorrente da exposição a esses produtos químicos –conhecidos como substâncias PFAS– em embalagens de alimentos. Mas os pesquisadores alertaram que a exposição a alguns PFAS está associada com câncer, desordem da tireoide, supressão imune, baixo peso ao nascer e diminuição da fertilidade, de acordo com estudos prévios. "Essas substâncias químicas foram associadas a vários problemas de saúde, por isso é preocupante que as pessoas estejam potencialmente expostas a elas em alimentos", disse a autora principal do estudo, Laurel Schaider, química ambiental no Instituto Silent Spring. "As crianças estão especialmente em risco de efeitos sobre a saúde, porque seus corpos em desenvolvimento são mais vulneráveis ​​a produtos químicos tóxicos", acrescentou. Seis das amostras continham um PFAS de cadeia longa chamado ácido perfluorooctanoico (PFOA), também conhecido como C8, apesar de vários grandes fabricantes dos Estados Unidos terem concordado em parar de usar compostos C8 nas embalagens de alimentos devido a riscos para a saúde, depois de uma revisão da Food and Drug Administration (FDA, agência sanitária americana), em 2011. Os pesquisadores também detectaram alguns compostos de PFAS de cadeia curta, que têm sido cada vez mais usados ​​como substitutos para os PFAS de cadeia longa. "Os compostos de substituição são igualmente persistentes e não foi demonstrado que são seguros para a saúde humana", disse a coautora Arlene Blum, fundadora do Instituto Green Science Policy. "É por isso que precisamos reduzir o uso de toda a classe de compostos altamente fluorados. A boa notícia é que existem alternativas não fluoradas disponíveis", acrescentou. Cerca de uma em cada três crianças americanas comem fast food todos os dias. Os Estados Unidos começaram a eliminar progressivamente alguns PFAS em 2000, mas outros países ainda os produzem, e eles tendem a permanecer no meio ambiente por longos períodos depois de serem descartados em aterros sanitários. Estudos anteriores demonstraram que as substâncias presentes nas embalagens alimentares podem migrar para os alimentos.
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Produtos químicos antiaderentes são comuns em embalagens de fast foodHambúrgueres, batatas fritas, tacos e doces vêm embrulhados em papel à prova de gordura e caixas que muitas vezes contêm produtos químicos antiaderentes que podem passar para os alimentos, disseram pesquisadores americanos nesta quarta-feira. O estudo, publicado na revista científica "Environmental Science and Technology Letters", testou mais de 400 amostras de 27 redes de fast food nos Estados Unidos. Quase metade dos embrulhos de papel e 20% das amostras de papel-cartão –como caixas de batatas fritas e pizza– continham flúor, um marcador para produtos químicos altamente fluorados usados ​​em tapetes resistentes a manchas, utensílios de cozinha antiaderentes e roupas impermeáveis. "Os embrulhos para comida Tex-Mex, sobremesas e pães eram os mais propensos a conter flúor", disse o estudo. O estudo não demonstrou nenhum dano específico à saúde humana decorrente da exposição a esses produtos químicos –conhecidos como substâncias PFAS– em embalagens de alimentos. Mas os pesquisadores alertaram que a exposição a alguns PFAS está associada com câncer, desordem da tireoide, supressão imune, baixo peso ao nascer e diminuição da fertilidade, de acordo com estudos prévios. "Essas substâncias químicas foram associadas a vários problemas de saúde, por isso é preocupante que as pessoas estejam potencialmente expostas a elas em alimentos", disse a autora principal do estudo, Laurel Schaider, química ambiental no Instituto Silent Spring. "As crianças estão especialmente em risco de efeitos sobre a saúde, porque seus corpos em desenvolvimento são mais vulneráveis ​​a produtos químicos tóxicos", acrescentou. Seis das amostras continham um PFAS de cadeia longa chamado ácido perfluorooctanoico (PFOA), também conhecido como C8, apesar de vários grandes fabricantes dos Estados Unidos terem concordado em parar de usar compostos C8 nas embalagens de alimentos devido a riscos para a saúde, depois de uma revisão da Food and Drug Administration (FDA, agência sanitária americana), em 2011. Os pesquisadores também detectaram alguns compostos de PFAS de cadeia curta, que têm sido cada vez mais usados ​​como substitutos para os PFAS de cadeia longa. "Os compostos de substituição são igualmente persistentes e não foi demonstrado que são seguros para a saúde humana", disse a coautora Arlene Blum, fundadora do Instituto Green Science Policy. "É por isso que precisamos reduzir o uso de toda a classe de compostos altamente fluorados. A boa notícia é que existem alternativas não fluoradas disponíveis", acrescentou. Cerca de uma em cada três crianças americanas comem fast food todos os dias. Os Estados Unidos começaram a eliminar progressivamente alguns PFAS em 2000, mas outros países ainda os produzem, e eles tendem a permanecer no meio ambiente por longos períodos depois de serem descartados em aterros sanitários. Estudos anteriores demonstraram que as substâncias presentes nas embalagens alimentares podem migrar para os alimentos.
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Estudantes da USP aprovam greve após anúncio de restrição a estágios
Alunos da faculdade de direito da USP, no largo São Francisco, decidiram, em duas assembleias nesta quarta (16) por uma paralisação a partir do próximo dia 30. Os estudantes são contra uma diretriz do novo projeto pedagógico da faculdade, que restringe estágios para alunos dos três anos iniciais do curso. Na quinta (10), os professores e representantes dos alunos aprovaram, em votação, as 25 diretrizes propostas para a reforma do projeto pedagógico. A diretriz que ocasionou o protesto estudantil delega à faculdade a responsabilidade de criar, do primeiro ao sexto semestre do curso, atividades complementares como alternativa a "estágios prematuros", de acordo com o texto da proposta. Tais estágios são considerados pelo corpo discente como prejudiciais à formação dos estudantes nos anos iniciais. Ainda segundo o documento, contratos de estágio durante os três primeiros anos do curso só podem ser assinados se comprovada a necessidade financeira do estudante. No entanto, o texto não é final; esta é uma das diretrizes aprovadas para o projeto pedagógico, que ainda será elaborado ao longo do ano e será submetido à deliberação quando finalizado. CONTRAPARTIDA Os estudantes, por sua vez, avaliam que a faculdade não oferece, hoje, muitas opções de bolsas para os alunos que precisam trabalhar. "Faltam muitas iniciativas de permanência estudantil. Os professores querem criar uma espécie de ensino integral, mas nós queremos investimento em pesquisa e extensão, não só aulas", diz Beatriz Rodrigues Gonzaga, 20, representante do centro acadêmico e aluna do terceiro semestre. "A gente precisa trabalhar, ainda mais agora, os estudantes que vêm pelo Enem, pelo Sisu [Sistema de Seleção Unificada do Ministério da Educação, que oferece vagas em instituições de ensino público superior para participantes do Enem]", afirma Beatriz. Para a estudante, o estágio é importante para a prática jurídica, que a faculdade não oferece. "As pessoas deveriam ter a possibilidade de escolher." Somadas, as duas votações –uma na manhã e outra na noite desta quarta– tiveram 57% de votos favoráveis à paralisação. ESPANTO Para a professora Maria Paula Dallari Bucci, integrante da subcomissão que criou as diretrizes para o novo projeto pedagógico, a notícia da greve é motivo de "espanto". "Não consigo entender. Os alunos são um corpo importante da mudança, nós contamos com eles. Eles não podem ser os conservadores." Ela reafirma o compromisso de oferecer bolsas e de liberar para estágio os alunos com necessidades financeiras. "Ninguém quer proibir o estágio para deixar o aluno ocioso. Queremos permitir que o aluno passe mais tempo estudando, como já fazem na USP Ribeirão Preto, na FGV e no Mackenzie", diz Dallari. A ideia, segundo a professora, é aproveitar as atividades de extensão e pesquisa, como iniciação científica, justamente os pontos que o centro acadêmico critica. Dallari diz que não quer que o aluno "vá para um escritório fazer atividades que não acrescentem muita coisa para sua formação". Em esclarecimento divulgado na terça (15), a subcomissão que elaborou as diretrizes afirma que entre as pessoas que participaram da criação do texto estão representantes dos alunos. O novo projeto pedagógico tem como previsão de início de vigência em 2017, quando a faculdade completa 190 anos.
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Estudantes da USP aprovam greve após anúncio de restrição a estágiosAlunos da faculdade de direito da USP, no largo São Francisco, decidiram, em duas assembleias nesta quarta (16) por uma paralisação a partir do próximo dia 30. Os estudantes são contra uma diretriz do novo projeto pedagógico da faculdade, que restringe estágios para alunos dos três anos iniciais do curso. Na quinta (10), os professores e representantes dos alunos aprovaram, em votação, as 25 diretrizes propostas para a reforma do projeto pedagógico. A diretriz que ocasionou o protesto estudantil delega à faculdade a responsabilidade de criar, do primeiro ao sexto semestre do curso, atividades complementares como alternativa a "estágios prematuros", de acordo com o texto da proposta. Tais estágios são considerados pelo corpo discente como prejudiciais à formação dos estudantes nos anos iniciais. Ainda segundo o documento, contratos de estágio durante os três primeiros anos do curso só podem ser assinados se comprovada a necessidade financeira do estudante. No entanto, o texto não é final; esta é uma das diretrizes aprovadas para o projeto pedagógico, que ainda será elaborado ao longo do ano e será submetido à deliberação quando finalizado. CONTRAPARTIDA Os estudantes, por sua vez, avaliam que a faculdade não oferece, hoje, muitas opções de bolsas para os alunos que precisam trabalhar. "Faltam muitas iniciativas de permanência estudantil. Os professores querem criar uma espécie de ensino integral, mas nós queremos investimento em pesquisa e extensão, não só aulas", diz Beatriz Rodrigues Gonzaga, 20, representante do centro acadêmico e aluna do terceiro semestre. "A gente precisa trabalhar, ainda mais agora, os estudantes que vêm pelo Enem, pelo Sisu [Sistema de Seleção Unificada do Ministério da Educação, que oferece vagas em instituições de ensino público superior para participantes do Enem]", afirma Beatriz. Para a estudante, o estágio é importante para a prática jurídica, que a faculdade não oferece. "As pessoas deveriam ter a possibilidade de escolher." Somadas, as duas votações –uma na manhã e outra na noite desta quarta– tiveram 57% de votos favoráveis à paralisação. ESPANTO Para a professora Maria Paula Dallari Bucci, integrante da subcomissão que criou as diretrizes para o novo projeto pedagógico, a notícia da greve é motivo de "espanto". "Não consigo entender. Os alunos são um corpo importante da mudança, nós contamos com eles. Eles não podem ser os conservadores." Ela reafirma o compromisso de oferecer bolsas e de liberar para estágio os alunos com necessidades financeiras. "Ninguém quer proibir o estágio para deixar o aluno ocioso. Queremos permitir que o aluno passe mais tempo estudando, como já fazem na USP Ribeirão Preto, na FGV e no Mackenzie", diz Dallari. A ideia, segundo a professora, é aproveitar as atividades de extensão e pesquisa, como iniciação científica, justamente os pontos que o centro acadêmico critica. Dallari diz que não quer que o aluno "vá para um escritório fazer atividades que não acrescentem muita coisa para sua formação". Em esclarecimento divulgado na terça (15), a subcomissão que elaborou as diretrizes afirma que entre as pessoas que participaram da criação do texto estão representantes dos alunos. O novo projeto pedagógico tem como previsão de início de vigência em 2017, quando a faculdade completa 190 anos.
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Criminosos explodem caixa eletrônico em bairro nobre de SP
Criminosos explodiram um caixa eletrônico do banco Santander, em Higienópolis, região central de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (9). O ataque ao caixa eletrônico instalado em um posto de combustível na rua Alagoas, em frente à universidade Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), ocorreu por volta das 4h30. Segundo relato de um dos frentistas do posto, três homens armados foram ao local e realizaram a explosão. Não havia ninguém no momento do assalto, pois o estabelecimento estava fechado. A Polícia Militar não soube informar se os ladrões conseguiram levar o dinheiro do equipamento.
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Criminosos explodem caixa eletrônico em bairro nobre de SPCriminosos explodiram um caixa eletrônico do banco Santander, em Higienópolis, região central de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (9). O ataque ao caixa eletrônico instalado em um posto de combustível na rua Alagoas, em frente à universidade Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), ocorreu por volta das 4h30. Segundo relato de um dos frentistas do posto, três homens armados foram ao local e realizaram a explosão. Não havia ninguém no momento do assalto, pois o estabelecimento estava fechado. A Polícia Militar não soube informar se os ladrões conseguiram levar o dinheiro do equipamento.
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Exposição de fotos transforma partes do corpo em arquétipos humanos
DE SÃO PAULO A galeria Mezanino inaugura, na próxima terça (17), a mostra "OJardim", do fotógrafo Daniel Malva. A série, com 23 imagens em preto e branco, foi produzida em 2014, com uma lente confeccionada pelo próprio Malva. O trabalho, que retrata partes dissecadas do corpo humano, surgiu a partir da ideia de contar a história do homem –segundo ele, "um organismo que faz parte de um imenso jardim". Cada imagem foi batizada de forma a assumir um arquétipo: a foto de um cérebro é "ACulpa". Galeria Mezanino. R. Cunha Gago, 208, Pinheiros, tel. 3436-6306. Ter. a sáb.: 11h às 19h. Até 25/2. Livre. GRÁTIS - GALERIAS Aquarelas - Antonio Malta Campos A individual apresenta um conjunto de aquarelas inéditas criadas pelo artista e arquiteto entre 2010 e 2016. Campos, que participou da 32ª Bienal de São Paulo, no ano passado, pesquisa as possibilidades abstratas e figurativas da pintura, com elementos modernistas. Textos sobre a produção do paulistano, assinados por nomes como Dudi Maia Rosa e Jac Leirner, servem de fio condutor para as telas. Galeria Leme. Av. Valdemar Ferreira, 130, Butantã, tel. 3093-8184. Ter. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 17h. Até 28/1. Livre. GRÁTIS Geraldo Industrial Um panorama da produção do fotógrafo Geraldo de Barros (1923-1998) é apresentado nesta mostra idealizada por suas filhas, as também artistas Fabiana e Lenora de Barros. São exibidos um conjunto de fórmicas que faz parte da série "Jogos de Dados", além de dez serigrafias inéditas, desenhos preparatórios e fotografias. Luciana Brito Galeria. Av. Nove de Julho, 5.162, Jardim Paulista, tel. 3842-0634. Seg.: 10h às 18h. Ter. a sex.: 11h às 19h. Até 18/2. Livre. GRÁTIS Kuwait - Um Deserto em Chamas A individual apresenta uma série de 16 imagens clicadas por Sebastião Salgado entre 1990 e 1991. O fotógrafo registrou a invasão iraquiana no Kuwait, que deixou mais de 600 poços petrolíferos em chamas durante meses. A mostra também marca o lançamento do fotolivro homônimo de Salgado (R$ 259,90; Taschen). Galeria Mário Cohen. R. Joaquim Antunes, 177, 2º andar, Pinheiros, tel. 3062-2084. Seg. a sex.: 11h às 19h. Sáb.: 11h às 15h. Até 28/1. Livre. GRÁTIS * MUSEUS Arte à Mão Armada A mostra traça um panorama dos 50 anos de trajetória da artista multimídia Carmela Gross. Na Chácara Lane são exibidas 15 séries de trabalhos, entre históricos e inéditos, além de documentos sobre o seu processo criativo. Depois, vale visitar a capela do Morumbi (av. Morumbi, 5.387; ter. a dom.: 9h às 17h), onde está sendo exibida uma instalação da artista, concebida para o espaço em 1992. Chácara Lane. R. da Consolação, 1.024, região central, tel. 3129-3574. Ter., qua. e sex. a dom.: 9h às 17h. Qui.: 9h às 20h. Até 9/4. Livre. GRÁTIS O Tempo de Amyr Klink Cerca de 40 imagens da trajetória do velejador podem ser vistas nesta mostra, que se encerra neste domingo (15). Muitas delas integram o livro "Não Há Tempo a Perder", um depoimento autobiográfico do velejador lançado recentemente. A curadoria foi feita por André Sturm, ex-diretor do museu e hoje secretário municipal da Cultura, e Marina Klink, esposa de Amyr. Silvio Santos Vem Aí! A mostra traça um paralelo da trajetória do apresentador Silvio Santos com a história dos sistemas de rádio e TV brasileiros. Há cerca de 400 objetos, fotos, vídeos e áreas interativas baseadas em programas de Silvio. Na última quarta (11), o museu iniciou a venda de um novo lote de ingressos com hora marcada (para os 18, 19, 20 e 21/1). MIS. Av. Europa, 158, Jd. Europa, tel. 2117-4777. O Tempo de Amyr Klink: Dom.: 10h às 19h. Até 15/1. GRÁTIS. Silvio Santos Vem Aí!: Ter. a sex.: 11h às 20h. Sáb.: 10h às 21h. Dom.: 10h às 19h. Até 12/3. Livre. Valet a partir de R$ 18. Ingr. (qua. a sáb.): R$ 30. Dom. (somente bilheteria): R$ 12. Menores de 5 anos e terça: grátis. Ingr. p/ ingressorapido.com.br. Você Também Quer Sair Dessa Vida Sem Sentido? Peças de Antônio Ewbank, Chico Togni e Edu Marin são expostas na área externa do museu. Semelhante a um jardim japonês, uma grande pedra feita de materiais orgânicos funciona como área de descanso. MuBE. Av. Europa, 218, Jardim Europa, tel. 2594-2601. Ter. a dom.: 10h às 18h. Até 29/1. Livre. GRÁTIS Arte no Brasil - Uma História na Pinacoteca de São Paulo Parte do acervo da Pinacoteca ganhou um recorte dos tempos coloniais até os anos 1930. Onze salas, no segundo andar do prédio, reúnem obras de artistas fundamentais da história da arte brasileira. Pinacoteca. Pça. da Luz, 2, Bom Retiro, tel. 3324-1000. Seg. e qua. a dom.: 10h às 17h30. Livre. Estac. (grátis). Ingresso: R$ 6. Sáb.: grátis.
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Exposição de fotos transforma partes do corpo em arquétipos humanosDE SÃO PAULO A galeria Mezanino inaugura, na próxima terça (17), a mostra "OJardim", do fotógrafo Daniel Malva. A série, com 23 imagens em preto e branco, foi produzida em 2014, com uma lente confeccionada pelo próprio Malva. O trabalho, que retrata partes dissecadas do corpo humano, surgiu a partir da ideia de contar a história do homem –segundo ele, "um organismo que faz parte de um imenso jardim". Cada imagem foi batizada de forma a assumir um arquétipo: a foto de um cérebro é "ACulpa". Galeria Mezanino. R. Cunha Gago, 208, Pinheiros, tel. 3436-6306. Ter. a sáb.: 11h às 19h. Até 25/2. Livre. GRÁTIS - GALERIAS Aquarelas - Antonio Malta Campos A individual apresenta um conjunto de aquarelas inéditas criadas pelo artista e arquiteto entre 2010 e 2016. Campos, que participou da 32ª Bienal de São Paulo, no ano passado, pesquisa as possibilidades abstratas e figurativas da pintura, com elementos modernistas. Textos sobre a produção do paulistano, assinados por nomes como Dudi Maia Rosa e Jac Leirner, servem de fio condutor para as telas. Galeria Leme. Av. Valdemar Ferreira, 130, Butantã, tel. 3093-8184. Ter. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 17h. Até 28/1. Livre. GRÁTIS Geraldo Industrial Um panorama da produção do fotógrafo Geraldo de Barros (1923-1998) é apresentado nesta mostra idealizada por suas filhas, as também artistas Fabiana e Lenora de Barros. São exibidos um conjunto de fórmicas que faz parte da série "Jogos de Dados", além de dez serigrafias inéditas, desenhos preparatórios e fotografias. Luciana Brito Galeria. Av. Nove de Julho, 5.162, Jardim Paulista, tel. 3842-0634. Seg.: 10h às 18h. Ter. a sex.: 11h às 19h. Até 18/2. Livre. GRÁTIS Kuwait - Um Deserto em Chamas A individual apresenta uma série de 16 imagens clicadas por Sebastião Salgado entre 1990 e 1991. O fotógrafo registrou a invasão iraquiana no Kuwait, que deixou mais de 600 poços petrolíferos em chamas durante meses. A mostra também marca o lançamento do fotolivro homônimo de Salgado (R$ 259,90; Taschen). Galeria Mário Cohen. R. Joaquim Antunes, 177, 2º andar, Pinheiros, tel. 3062-2084. Seg. a sex.: 11h às 19h. Sáb.: 11h às 15h. Até 28/1. Livre. GRÁTIS * MUSEUS Arte à Mão Armada A mostra traça um panorama dos 50 anos de trajetória da artista multimídia Carmela Gross. Na Chácara Lane são exibidas 15 séries de trabalhos, entre históricos e inéditos, além de documentos sobre o seu processo criativo. Depois, vale visitar a capela do Morumbi (av. Morumbi, 5.387; ter. a dom.: 9h às 17h), onde está sendo exibida uma instalação da artista, concebida para o espaço em 1992. Chácara Lane. R. da Consolação, 1.024, região central, tel. 3129-3574. Ter., qua. e sex. a dom.: 9h às 17h. Qui.: 9h às 20h. Até 9/4. Livre. GRÁTIS O Tempo de Amyr Klink Cerca de 40 imagens da trajetória do velejador podem ser vistas nesta mostra, que se encerra neste domingo (15). Muitas delas integram o livro "Não Há Tempo a Perder", um depoimento autobiográfico do velejador lançado recentemente. A curadoria foi feita por André Sturm, ex-diretor do museu e hoje secretário municipal da Cultura, e Marina Klink, esposa de Amyr. Silvio Santos Vem Aí! A mostra traça um paralelo da trajetória do apresentador Silvio Santos com a história dos sistemas de rádio e TV brasileiros. Há cerca de 400 objetos, fotos, vídeos e áreas interativas baseadas em programas de Silvio. Na última quarta (11), o museu iniciou a venda de um novo lote de ingressos com hora marcada (para os 18, 19, 20 e 21/1). MIS. Av. Europa, 158, Jd. Europa, tel. 2117-4777. O Tempo de Amyr Klink: Dom.: 10h às 19h. Até 15/1. GRÁTIS. Silvio Santos Vem Aí!: Ter. a sex.: 11h às 20h. Sáb.: 10h às 21h. Dom.: 10h às 19h. Até 12/3. Livre. Valet a partir de R$ 18. Ingr. (qua. a sáb.): R$ 30. Dom. (somente bilheteria): R$ 12. Menores de 5 anos e terça: grátis. Ingr. p/ ingressorapido.com.br. Você Também Quer Sair Dessa Vida Sem Sentido? Peças de Antônio Ewbank, Chico Togni e Edu Marin são expostas na área externa do museu. Semelhante a um jardim japonês, uma grande pedra feita de materiais orgânicos funciona como área de descanso. MuBE. Av. Europa, 218, Jardim Europa, tel. 2594-2601. Ter. a dom.: 10h às 18h. Até 29/1. Livre. GRÁTIS Arte no Brasil - Uma História na Pinacoteca de São Paulo Parte do acervo da Pinacoteca ganhou um recorte dos tempos coloniais até os anos 1930. Onze salas, no segundo andar do prédio, reúnem obras de artistas fundamentais da história da arte brasileira. Pinacoteca. Pça. da Luz, 2, Bom Retiro, tel. 3324-1000. Seg. e qua. a dom.: 10h às 17h30. Livre. Estac. (grátis). Ingresso: R$ 6. Sáb.: grátis.
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Encontro no centro de SP celebra a cachaça com bate-papo e degustações
Para celebrar o Dia Nacional da Cachaça, comemorado no próximo domingo (13), a Rota do Acarajé, no centro de São Paulo, recebe no sábado uma festa inspirada na bebida. Das 14h às 18h, um salão do restaurante será ocupado por quatro rodadas de conversas sobre a cachaça e degustações. Os temas dos bate-papos vão abranger a escolha de uma cachaça pelo rótulo, a história da bebida e dicas para diferenciar um produto de qualidade. Para participar de cada palestra é preciso pagar uma taxa de R$ 20, que dá direito a degustações, água e petiscos. Na carta de cachaças disponíveis nos bate-papos há rótulos artesanais de vários Estados, alguns não encontrados tão facilmente, como o pernambucano Triumpho e o mato-grossense Serra Pantaneira. O cardápio do restaurante, incluindo um acarajé especial, com camarão flambado na cachaça, também estará à disposição dos frequentadores –os pratos serão cobrados à parte. A festa do Dia da Cachaça é organizada pelos sommeliers de cachaça Bruno Videira, João Almeida e Guiba Monteiro. Clique aqui para comprar os ingressos.
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Encontro no centro de SP celebra a cachaça com bate-papo e degustaçõesPara celebrar o Dia Nacional da Cachaça, comemorado no próximo domingo (13), a Rota do Acarajé, no centro de São Paulo, recebe no sábado uma festa inspirada na bebida. Das 14h às 18h, um salão do restaurante será ocupado por quatro rodadas de conversas sobre a cachaça e degustações. Os temas dos bate-papos vão abranger a escolha de uma cachaça pelo rótulo, a história da bebida e dicas para diferenciar um produto de qualidade. Para participar de cada palestra é preciso pagar uma taxa de R$ 20, que dá direito a degustações, água e petiscos. Na carta de cachaças disponíveis nos bate-papos há rótulos artesanais de vários Estados, alguns não encontrados tão facilmente, como o pernambucano Triumpho e o mato-grossense Serra Pantaneira. O cardápio do restaurante, incluindo um acarajé especial, com camarão flambado na cachaça, também estará à disposição dos frequentadores –os pratos serão cobrados à parte. A festa do Dia da Cachaça é organizada pelos sommeliers de cachaça Bruno Videira, João Almeida e Guiba Monteiro. Clique aqui para comprar os ingressos.
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Executivo abandona Microsoft para construir bibliotecas infantis em países pobres
Em algum momento deste ano, uma criança em algum lugar do mundo em desenvolvimento tornou-se a beneficiária 'número 10 milhões' do 'Room to Read' ('Quarto para Ler', em tradução livre), uma organização sem fins lucrativos fundada há 15 anos por um alto executivo da Microsoft que abandonou seu emprego para se dedicar a erradicar o analfabetismo infantil. A entidade, que também visa reduzir a desigualdade de gênero na educação de meninos e meninas, constrói bibliotecas em localidades pobres. Não causa surpresa, portanto, a comparação entre seu fundador, John Wood, e Andrew Carnegie, magnata americano que se propôs a fazer o mesmo no século 19. De certa forma, porém, o 'Room to Read' já superou seu mentor espiritual, construindo 17,5 mil bibliotecas contra as 2,5 mil de Carnegie. Wood alcançou o feito ao combinar a determinação de Carnegie com o que aprendeu nas empresas onde trabalhou, como a Microsoft, do bilionário e também filantropo Bill Gates. A inspiração para criar o 'Room to Read' nasceu em 1998, quando o ex-executivo estava de férias no Nepal, escalando a Cordilheira do Himalaia. ARMÁRIO TRANCADO "A ideia surgiu do nada", diz Wood. "Gostaria de poder dizer que sempre desenvolvi trabalhos filantrópicos, mas a realidade era que eu me focava em mim mesmo, em minha carreira, em quanto dinheiro eu tinha na minha conta bancária". Wood estava visitando uma escola na cidade montanhosa de Bahundanda. Havia ali uma biblioteca, mas apenas poucos livros deixados por antigos visitantes. Um deles era "Finnegan's Wake", de James Joyce, e um guia "Lonely Planet" sobre a Mongólia. Além disso, os livros eram considerados tão preciosos que permaneciam guardados em um armário trancado e nunca emprestados às crianças. Quando Wood deixou o local, o diretor da escola lhe disse que, se alguma vez ele voltasse, poderia trazer mais alguns livros. De imediato, ele sabia o que tinha de fazer. A biblioteca vazia lhe fez lembrar de sua infância. "Cresci em uma família que amava ler e sempre deu valor a palavra escrita", diz ele. "Eu tropecei na causa certa no lugar certo e no tempo certo". Um ano mais tarde, ele voltou à mesma escola com 3 mil livros. A reação das crianças confirmou que ele estava indo no caminho certo. DEMISSÃO 'Room to Read' funciona com base em tripé: ONG, comunidade local e governo Wood decidiu abandonar o emprego na Microsoft para se dedicar em tempo integral à alfabetização de crianças no Nepal. Dinesh Shrestha, que até então trabalhava na erradicação da pólio para uma ONG local, se juntou a ele. O trabalho de construir bibliotecas no Nepal começava naquele momento. Meses depois, outra executiva americana e amiga de longa data de Wood, Erin Ganju, que trabalhava no Vietnã, voltou a entrar em contato com ele. Em seguida, ela também abandonou seu trabalho, e os três, John, Dinesh e Erin tornaram-se cofundadores da Room to Read, uma organização sem fins lucrativos que atua em 10 países. Ganju trouxe consigo a consciência da necessidade de construir a "escalabilidade" do projeto, ou seja, o que desse certo em 10 escolas daria certo em 1 mil escolas. Tanto ela quanto Wood enfatizam os valores "inegociáveis" na forma como o Room to Read opera. A primeira regra de ouro é buscar o apoio das autoridades nos países onde a ONG vai atuar. "Frequentemente, eu digo que o 'não' em 'organizações não-governamentais' não significa que você precisa ignorar o governo", diz Wood. "Nós gostamos de trabalhar com base em um acordo tripartido. O Room to Read entra com o capital e treinamento e a comunidade local fornece o trabalho e alguns materiais. Já a terceira parte é o Ministério da Educação. Eles são responsáveis pelos professores e bibliotecários, e pagam seus salários. Esse é o nosso acordo tácito. Sem eles, não conseguimos trabalhar". IDIOMAS LOCAIS ONG trabalha publicando livros em idiomas locais A 'Room to Read' também adere aos princípios básicos sobre a forma como as crianças são educadas. A ONG trabalha no idioma da comunidade local, apesar de que isso significa publicar seus próprios livros e materiais didáticos. Desde então, foram publicados quase 1 mil títulos de livros para crianças em dezenas de idiomas, de chinayanja na Zâmbia ao khmer no Camboja, do telugu na Índia ao xitsonga na África do Sul. Sempre que possível, Wood chama autores, ilustradores e editoras locais para colaborar com o projeto. Por causa disso, o 'Room to Read' se tornou "a maior editora de livros infantis que você já ouviu falar". Apesar de seu passado como executivo da Microsoft, Wood ainda não está convencido do potencial da tecnologia digital em seu trabalho. Em vez disso, a ONG se concentra em recursos físicos e algumas vezes literalmente concretos. A Room to Read construiu 17,5 mil bibliotecas infantis e cerca de 1 mil escolas. De novo, as mesmas regras se aplicam. As bibliotecas têm de seguir alguns padrões. Elas são frequentemente grandes o suficiente para acomodar até 40 crianças de uma só vez. MENSURANDO PROGRESSO 'Room to Read' tem um segundo objetivo igualmente ambicioso? a igualdade de gênero na educação "Os livros nas estantes têm de estar no nível do olho da criança, não podem estar atrás de vidros, não há armários trancados". "Todo o mobiliário é adaptado ao tamanho das crianças, o chão também, há pôsteres na parede e mapas do mundo. Incentivamos as crianças a levar os livros para casa e acompanhamos semanalmente quantas fazem isso". Tudo é monitorado de perto, estatísticas são coletadas e o progresso das crianças é avaliado. Dessa forma, a Room to Read consegue mensurar qual tipo de apoio é necessário". A metodologia de ensino segue o padrão do método fônico, considerado o mais efetivo para crianças que chegam à escola com pouca ou nenhuma exposição a textos. IGUALDADE DE GÊNERO Objetivo da ONG é atingir outras 5 milhões de crianças até 2020 O 'Room to Read' tem um segundo objetivo igualmente ambicioso, a igualdade de gênero na educação. Criado e gestado pela ONG, o programa 'Educação para Meninas' foca no período em que as meninas entram e deixam a educação secundária. Há oficinas, acampamentos para o aprendizado de habilidades técnicas e ajuda financeira para famílias que deixam as filhas na escola. "Prover educação para meninas é de extrema necessidade no mundo da filantropia", diz Wood. "A cada 190 libras (R$ 1.130) arrecadadas, nós conseguimos colocar uma menina na escola por um ano. Se essa menina for educada, ela ganha mais dinheiro, casa-se mais tarde, empodera-se, é vista com mais seriedade pela sociedade". Os desafios, no entanto, podem soar intimidatórios, como o sequestro das estudantes na Nigéria pelo grupo extremista Boko Haram. "Esses grupos querem que fiquemos depressivos e frustrados, mas isso leva à indecisão e à inação. O antídoto para essas forças que nos puxam para baixo é a ação. Vamos colocar quantas meninas pudermos nas escolas, essa deve ser a nossa resposta", afirma Wood. TERREMOTO Após terremoto que devastou o Nepal, ONG continuou atuando em escolas improvisadas Outros desafios são os desastres naturais. Wood foi ao Nepal para ver os danos causados pelo terremoto deste ano. Foi uma experiência "desoladora", mas Wood diz ter se inspirado na determinação das pessoas para continuar o trabalho em escolas improvisadas. O desfecho foi um acordo inicial para ajudar o governo a reconstruir 66 escolas. Apesar de tantos revezes, os fundadores da 'Room to Read' têm grandes ambições: atingir outras 5 milhões de crianças até 2020.
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Executivo abandona Microsoft para construir bibliotecas infantis em países pobresEm algum momento deste ano, uma criança em algum lugar do mundo em desenvolvimento tornou-se a beneficiária 'número 10 milhões' do 'Room to Read' ('Quarto para Ler', em tradução livre), uma organização sem fins lucrativos fundada há 15 anos por um alto executivo da Microsoft que abandonou seu emprego para se dedicar a erradicar o analfabetismo infantil. A entidade, que também visa reduzir a desigualdade de gênero na educação de meninos e meninas, constrói bibliotecas em localidades pobres. Não causa surpresa, portanto, a comparação entre seu fundador, John Wood, e Andrew Carnegie, magnata americano que se propôs a fazer o mesmo no século 19. De certa forma, porém, o 'Room to Read' já superou seu mentor espiritual, construindo 17,5 mil bibliotecas contra as 2,5 mil de Carnegie. Wood alcançou o feito ao combinar a determinação de Carnegie com o que aprendeu nas empresas onde trabalhou, como a Microsoft, do bilionário e também filantropo Bill Gates. A inspiração para criar o 'Room to Read' nasceu em 1998, quando o ex-executivo estava de férias no Nepal, escalando a Cordilheira do Himalaia. ARMÁRIO TRANCADO "A ideia surgiu do nada", diz Wood. "Gostaria de poder dizer que sempre desenvolvi trabalhos filantrópicos, mas a realidade era que eu me focava em mim mesmo, em minha carreira, em quanto dinheiro eu tinha na minha conta bancária". Wood estava visitando uma escola na cidade montanhosa de Bahundanda. Havia ali uma biblioteca, mas apenas poucos livros deixados por antigos visitantes. Um deles era "Finnegan's Wake", de James Joyce, e um guia "Lonely Planet" sobre a Mongólia. Além disso, os livros eram considerados tão preciosos que permaneciam guardados em um armário trancado e nunca emprestados às crianças. Quando Wood deixou o local, o diretor da escola lhe disse que, se alguma vez ele voltasse, poderia trazer mais alguns livros. De imediato, ele sabia o que tinha de fazer. A biblioteca vazia lhe fez lembrar de sua infância. "Cresci em uma família que amava ler e sempre deu valor a palavra escrita", diz ele. "Eu tropecei na causa certa no lugar certo e no tempo certo". Um ano mais tarde, ele voltou à mesma escola com 3 mil livros. A reação das crianças confirmou que ele estava indo no caminho certo. DEMISSÃO 'Room to Read' funciona com base em tripé: ONG, comunidade local e governo Wood decidiu abandonar o emprego na Microsoft para se dedicar em tempo integral à alfabetização de crianças no Nepal. Dinesh Shrestha, que até então trabalhava na erradicação da pólio para uma ONG local, se juntou a ele. O trabalho de construir bibliotecas no Nepal começava naquele momento. Meses depois, outra executiva americana e amiga de longa data de Wood, Erin Ganju, que trabalhava no Vietnã, voltou a entrar em contato com ele. Em seguida, ela também abandonou seu trabalho, e os três, John, Dinesh e Erin tornaram-se cofundadores da Room to Read, uma organização sem fins lucrativos que atua em 10 países. Ganju trouxe consigo a consciência da necessidade de construir a "escalabilidade" do projeto, ou seja, o que desse certo em 10 escolas daria certo em 1 mil escolas. Tanto ela quanto Wood enfatizam os valores "inegociáveis" na forma como o Room to Read opera. A primeira regra de ouro é buscar o apoio das autoridades nos países onde a ONG vai atuar. "Frequentemente, eu digo que o 'não' em 'organizações não-governamentais' não significa que você precisa ignorar o governo", diz Wood. "Nós gostamos de trabalhar com base em um acordo tripartido. O Room to Read entra com o capital e treinamento e a comunidade local fornece o trabalho e alguns materiais. Já a terceira parte é o Ministério da Educação. Eles são responsáveis pelos professores e bibliotecários, e pagam seus salários. Esse é o nosso acordo tácito. Sem eles, não conseguimos trabalhar". IDIOMAS LOCAIS ONG trabalha publicando livros em idiomas locais A 'Room to Read' também adere aos princípios básicos sobre a forma como as crianças são educadas. A ONG trabalha no idioma da comunidade local, apesar de que isso significa publicar seus próprios livros e materiais didáticos. Desde então, foram publicados quase 1 mil títulos de livros para crianças em dezenas de idiomas, de chinayanja na Zâmbia ao khmer no Camboja, do telugu na Índia ao xitsonga na África do Sul. Sempre que possível, Wood chama autores, ilustradores e editoras locais para colaborar com o projeto. Por causa disso, o 'Room to Read' se tornou "a maior editora de livros infantis que você já ouviu falar". Apesar de seu passado como executivo da Microsoft, Wood ainda não está convencido do potencial da tecnologia digital em seu trabalho. Em vez disso, a ONG se concentra em recursos físicos e algumas vezes literalmente concretos. A Room to Read construiu 17,5 mil bibliotecas infantis e cerca de 1 mil escolas. De novo, as mesmas regras se aplicam. As bibliotecas têm de seguir alguns padrões. Elas são frequentemente grandes o suficiente para acomodar até 40 crianças de uma só vez. MENSURANDO PROGRESSO 'Room to Read' tem um segundo objetivo igualmente ambicioso? a igualdade de gênero na educação "Os livros nas estantes têm de estar no nível do olho da criança, não podem estar atrás de vidros, não há armários trancados". "Todo o mobiliário é adaptado ao tamanho das crianças, o chão também, há pôsteres na parede e mapas do mundo. Incentivamos as crianças a levar os livros para casa e acompanhamos semanalmente quantas fazem isso". Tudo é monitorado de perto, estatísticas são coletadas e o progresso das crianças é avaliado. Dessa forma, a Room to Read consegue mensurar qual tipo de apoio é necessário". A metodologia de ensino segue o padrão do método fônico, considerado o mais efetivo para crianças que chegam à escola com pouca ou nenhuma exposição a textos. IGUALDADE DE GÊNERO Objetivo da ONG é atingir outras 5 milhões de crianças até 2020 O 'Room to Read' tem um segundo objetivo igualmente ambicioso, a igualdade de gênero na educação. Criado e gestado pela ONG, o programa 'Educação para Meninas' foca no período em que as meninas entram e deixam a educação secundária. Há oficinas, acampamentos para o aprendizado de habilidades técnicas e ajuda financeira para famílias que deixam as filhas na escola. "Prover educação para meninas é de extrema necessidade no mundo da filantropia", diz Wood. "A cada 190 libras (R$ 1.130) arrecadadas, nós conseguimos colocar uma menina na escola por um ano. Se essa menina for educada, ela ganha mais dinheiro, casa-se mais tarde, empodera-se, é vista com mais seriedade pela sociedade". Os desafios, no entanto, podem soar intimidatórios, como o sequestro das estudantes na Nigéria pelo grupo extremista Boko Haram. "Esses grupos querem que fiquemos depressivos e frustrados, mas isso leva à indecisão e à inação. O antídoto para essas forças que nos puxam para baixo é a ação. Vamos colocar quantas meninas pudermos nas escolas, essa deve ser a nossa resposta", afirma Wood. TERREMOTO Após terremoto que devastou o Nepal, ONG continuou atuando em escolas improvisadas Outros desafios são os desastres naturais. Wood foi ao Nepal para ver os danos causados pelo terremoto deste ano. Foi uma experiência "desoladora", mas Wood diz ter se inspirado na determinação das pessoas para continuar o trabalho em escolas improvisadas. O desfecho foi um acordo inicial para ajudar o governo a reconstruir 66 escolas. Apesar de tantos revezes, os fundadores da 'Room to Read' têm grandes ambições: atingir outras 5 milhões de crianças até 2020.
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Sem Ganso, São Paulo tem queda de 40% no aproveitamento; veja opções
Com a ausência de Paulo Henrique Ganso no primeiro jogo da semifinal da Libertadores, contra o Atlético Nacional, na quarta-feira (6), o técnico Edgardo Bauza perde um de seus principais jogadores na temporada. E os números mostram essa importância. Com sete gols e sete assistências nos 32 jogos que disputou no ano, o meia teve participação direta em 28% dos gols da equipe. Com ele em campo, foram 14 vitórias, nove empates e nove derrotas. Desempenho de 53%. Sem ele, porém, a situação não foi das melhores. Devido à convocação da seleção brasileira para a Copa América Centenário e por partidas em que foi poupado, Ganso ficou de fora em oito oportunidades e o time tricolor teve uma queda de aproveitamento de 40%. Nas partidas em que Ganso esteve ausente, o São Paulo só conseguiu oito dos 24 pontos em disputa, o que representa 33,3%. Na Libertadores, o meia ficou de fora apenas do duelo frente ao Toluca, do México, o qual o São Paulo foi derrotado por 3 a 1, fora de casa, mas avançou graças ao placar de 4 a 0 no Morumbi. E para suprir a ausência do cérebro do time, Bauza tem opções limitadas. Lucas Fernandes, 18, que apesar da pouca idade seria o substituto natural de Ganso, rompeu o ligamento do joelho esquerdo e só deve voltar ao fim da temporada. O peruano Cueva, recém-contratado e escolhido para começar a partida desta quarta (29), contra o Fluminense, no lugar do meia, não pode jogar a Libertadores porque já participou do torneio, pelo Toluca (MEX). Além da lesão do camisa 10, o treinador também tem a ausência de Kelvin no setor ofensivo. O atacante teve o mesmo problema de Ganso, mas na coxa esquerda. Centurión, que poderia suprir a ausência, cumprirá o último de três jogos de suspensão por cuspir em um adversário na partida de volta das oitavas de final, contra o Toluca. Desta forma, Bauza terá que encontrar a formação ideal escolhendo entre cinco nomes para as duas posições. Se o treinador optar por manter o 4-2-3-1 habitual, a tendência é que Ytalo jogue no lugar de Ganso. O jogador, que é originalmente atacante, foi o escolhido para substituir Ganso enquanto o meia esteve com a seleção na Copa América. O meia Daniel é uma alternativa para o lugar de Ytalo. O jogador é meia de origem, mas só participou de oito jogos nesta temporada e não deve ser escolhido. Caso o treinador opte em não colocar Daniel ou Ytalo, que só chegou ao clube após as quartas de final, contra o Atlético-MG, será mais difícil manter o esquema tático. Sendo assim, é possível que Bauza utilize o esquema do qual já se valeu em outras partidas da Libertadores, escalando três volantes. Hudson ainda é dúvida para a partida de quarta-feira (6), mas caso seja liberado pelo departamento médico, pode formar um trio com Thiago Mendes e João Schmidt. Contra o The Strongest, na Bolívia, e contra o Toluca, no México, Bauza escalou o time dessa forma. Nas duas oportunidades, manteve os meias ofensivos atuando como pontas. Michel Bastos jogará pela esquerda, e para o lugar de Kelvin, o treinador deve optar por Carlinhos. Wesley, que deve retornar de lesão, e o jovem Luiz Araújo, que entrou com personalidade contra o Santos, no domingo (26) e contra o Sport, na última quinta (23), disputam a vaga. Outra possibilidade para Bauza é manter três volantes, porém com mais liberdade. O treinador pode entrar com uma formação 4-1-4-1 colocando Hudson ou João Schmidt à frente da zaga, e Thiago Mendes e Wesley mais soltos. Pelos lados, ficariam Michel Bastos e Carlinhos. São Paulo sem Ganso
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Sem Ganso, São Paulo tem queda de 40% no aproveitamento; veja opçõesCom a ausência de Paulo Henrique Ganso no primeiro jogo da semifinal da Libertadores, contra o Atlético Nacional, na quarta-feira (6), o técnico Edgardo Bauza perde um de seus principais jogadores na temporada. E os números mostram essa importância. Com sete gols e sete assistências nos 32 jogos que disputou no ano, o meia teve participação direta em 28% dos gols da equipe. Com ele em campo, foram 14 vitórias, nove empates e nove derrotas. Desempenho de 53%. Sem ele, porém, a situação não foi das melhores. Devido à convocação da seleção brasileira para a Copa América Centenário e por partidas em que foi poupado, Ganso ficou de fora em oito oportunidades e o time tricolor teve uma queda de aproveitamento de 40%. Nas partidas em que Ganso esteve ausente, o São Paulo só conseguiu oito dos 24 pontos em disputa, o que representa 33,3%. Na Libertadores, o meia ficou de fora apenas do duelo frente ao Toluca, do México, o qual o São Paulo foi derrotado por 3 a 1, fora de casa, mas avançou graças ao placar de 4 a 0 no Morumbi. E para suprir a ausência do cérebro do time, Bauza tem opções limitadas. Lucas Fernandes, 18, que apesar da pouca idade seria o substituto natural de Ganso, rompeu o ligamento do joelho esquerdo e só deve voltar ao fim da temporada. O peruano Cueva, recém-contratado e escolhido para começar a partida desta quarta (29), contra o Fluminense, no lugar do meia, não pode jogar a Libertadores porque já participou do torneio, pelo Toluca (MEX). Além da lesão do camisa 10, o treinador também tem a ausência de Kelvin no setor ofensivo. O atacante teve o mesmo problema de Ganso, mas na coxa esquerda. Centurión, que poderia suprir a ausência, cumprirá o último de três jogos de suspensão por cuspir em um adversário na partida de volta das oitavas de final, contra o Toluca. Desta forma, Bauza terá que encontrar a formação ideal escolhendo entre cinco nomes para as duas posições. Se o treinador optar por manter o 4-2-3-1 habitual, a tendência é que Ytalo jogue no lugar de Ganso. O jogador, que é originalmente atacante, foi o escolhido para substituir Ganso enquanto o meia esteve com a seleção na Copa América. O meia Daniel é uma alternativa para o lugar de Ytalo. O jogador é meia de origem, mas só participou de oito jogos nesta temporada e não deve ser escolhido. Caso o treinador opte em não colocar Daniel ou Ytalo, que só chegou ao clube após as quartas de final, contra o Atlético-MG, será mais difícil manter o esquema tático. Sendo assim, é possível que Bauza utilize o esquema do qual já se valeu em outras partidas da Libertadores, escalando três volantes. Hudson ainda é dúvida para a partida de quarta-feira (6), mas caso seja liberado pelo departamento médico, pode formar um trio com Thiago Mendes e João Schmidt. Contra o The Strongest, na Bolívia, e contra o Toluca, no México, Bauza escalou o time dessa forma. Nas duas oportunidades, manteve os meias ofensivos atuando como pontas. Michel Bastos jogará pela esquerda, e para o lugar de Kelvin, o treinador deve optar por Carlinhos. Wesley, que deve retornar de lesão, e o jovem Luiz Araújo, que entrou com personalidade contra o Santos, no domingo (26) e contra o Sport, na última quinta (23), disputam a vaga. Outra possibilidade para Bauza é manter três volantes, porém com mais liberdade. O treinador pode entrar com uma formação 4-1-4-1 colocando Hudson ou João Schmidt à frente da zaga, e Thiago Mendes e Wesley mais soltos. Pelos lados, ficariam Michel Bastos e Carlinhos. São Paulo sem Ganso
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Um novo olhar para o Renascimento e outras 4 indicações culturais
LIVRO | SÉRGIO FERRO A "Ilustríssima" fez três perguntas ao pintor e professor de história da arte e da arquitetura, que lança "Artes Plásticas e Trabalho Livre", análise da produção artística do Renascimento. ed. 34 | R$ 44 (224 págs.) Lançamento - Centro Universitário Maria Antonia | tel. (11) 3123-5200 | qui. (5), às 19h Folha - Qual o papel do virtuosismo na separação entre arte e artesanato? Ferro - As corporações decaem no fim da Idade Média, contaminadas pela manufatura. Há subordinação formal do trabalho, sua decomposição e queda de salários. Alguns "imageiros" reagem: procuram revalorizar o "métier". Sua primeira iniciativa é o virtuosismo, o aprimoramento extremo da execução. Introduzem assim uma dicotomia que marcará nossa arte: a separação entre a ideia e sua figuração. Raramente haverá acordo entre as duas, a ideia do cliente e a figuração do artista. O que é a marca? A marca (trace) é um conceito escorregadio. Nas artes plásticas aparece associado ao projeto de se tornarem artes "liberais". Uma encrenca: as plásticas pressupõem trabalho material -mas as liberais têm horror disto, são atividades "nobres", e nobres não trabalham. A marca tenta resolver o impasse. Enquanto vestígio de um gesto técnico, testemunha sobre o trabalho; enquanto componente da imagem, remete à ideia. Como Janus, tem duas faces, mas seu antagonismo esconde-se em heterotopia. Quais outros recursos artistas usaram para alçar sua atividade a arte liberal? Os outros recursos me parecem menos determinantes: bajular príncipes, caprichar nas maneiras, cultivar-se etc. O esforço para ingressar entre as artes liberais é uma reação contra o desastre que a emergência do capital produtivo provoca. O trabalho material passa por um processo de desqualificação e desprestígio enormes. As artes plásticas tentam escapar disso com uma pirueta. Mostrarão vestígios de trabalho, mas opostos aos do trabalho subordinado ao capital: a "sprezzatura" e o "non-finito". (ÚRSULA PASSOS) * CURSO | LINA BO BARDI: UMA GRÁFICA PARA A CIDADE João Bandeira, curador de artes visuais do Centro Universitário Maria Antonia, apresenta uma vertente menos conhecida da produção da arquiteta (1914-92): a atuação como ilustradora, editora de revistas e programadora visual. O curso relaciona as particularidades da Lina designer gráfica às transformações culturais no país entre os anos 1940 e 1980. Casa do Saber | tel. (11) 3707-8900 | seg., das 20h às 22h | de 2/3 a 30/3 | R$ 640 * CINEMA | JERRY LEWIS Os curadores Paulo SantosLima e Francis Vogner dos Reis selecionaram 23 filmes do comediante. As produções selecionadas contemplam desde suas atuações ao lado de Dean Martin dirigidas por craques como Frank Tashlin, como "Artistas e Modelos" (1955) e "Ou Vai Ou Racha" (1956), aos longas que Jerry Lewis dirigiu, protagonizou e escreveu, como "O Terror das Mulheres" (1961). Centro Cultural Banco do Brasil |tel. (11) 3113-3651 | a partir de qua. (4) | R$ 4 | programação em mostrajerrylewis.com.br | até 30/3 * LIVROS | GIORGIO AGAMBEN A editora Autêntica publica três livros do filósofo italiano. "Meios sem Fim: Notas sobre a Política" (1) agrupa ensaios que discutem o significado político do termo "povo". "A Potência do Pensamento" (2) traz 21 textos, escritos nos últimos 30 anos, sobre três temas centrais do pensamento do autor: linguagem, história e potência. Já "Nudez" (3) parte de reflexões sobre obras de arte para traçar um panorama teológico-político do mundo hoje. (1) trad. Davi Pessoa | R$ 37 (136 págs.) | (2) trad. Antônio Guerreiro R$ 43 (368 págs.) | (3) trad. Davi Pessoa | R$ 39 (184 págs.) * EXPOSIÇÃO | LUIZ ZERBINI O artista apresenta na mostra "Natureza Espiritual da Realidade" uma instalação e oito pinturas, nas quais explora a justaposição entre natureza e arquitetura. Na instalação que dá nome ao conjunto dos trabalhos, Zerbini reúne dez mesas de madeira com objetos variados (conchas, pedras, tijolos, ladrilhos, plantas) -espécie de inventário das referências presentes em sua obra. Galpão Fortes Vilaça | tel. (11) 3392-3942 | de ter. a sex., das 10h às 19h sáb., das 10h às 18h | grátis | até 28/3
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Um novo olhar para o Renascimento e outras 4 indicações culturaisLIVRO | SÉRGIO FERRO A "Ilustríssima" fez três perguntas ao pintor e professor de história da arte e da arquitetura, que lança "Artes Plásticas e Trabalho Livre", análise da produção artística do Renascimento. ed. 34 | R$ 44 (224 págs.) Lançamento - Centro Universitário Maria Antonia | tel. (11) 3123-5200 | qui. (5), às 19h Folha - Qual o papel do virtuosismo na separação entre arte e artesanato? Ferro - As corporações decaem no fim da Idade Média, contaminadas pela manufatura. Há subordinação formal do trabalho, sua decomposição e queda de salários. Alguns "imageiros" reagem: procuram revalorizar o "métier". Sua primeira iniciativa é o virtuosismo, o aprimoramento extremo da execução. Introduzem assim uma dicotomia que marcará nossa arte: a separação entre a ideia e sua figuração. Raramente haverá acordo entre as duas, a ideia do cliente e a figuração do artista. O que é a marca? A marca (trace) é um conceito escorregadio. Nas artes plásticas aparece associado ao projeto de se tornarem artes "liberais". Uma encrenca: as plásticas pressupõem trabalho material -mas as liberais têm horror disto, são atividades "nobres", e nobres não trabalham. A marca tenta resolver o impasse. Enquanto vestígio de um gesto técnico, testemunha sobre o trabalho; enquanto componente da imagem, remete à ideia. Como Janus, tem duas faces, mas seu antagonismo esconde-se em heterotopia. Quais outros recursos artistas usaram para alçar sua atividade a arte liberal? Os outros recursos me parecem menos determinantes: bajular príncipes, caprichar nas maneiras, cultivar-se etc. O esforço para ingressar entre as artes liberais é uma reação contra o desastre que a emergência do capital produtivo provoca. O trabalho material passa por um processo de desqualificação e desprestígio enormes. As artes plásticas tentam escapar disso com uma pirueta. Mostrarão vestígios de trabalho, mas opostos aos do trabalho subordinado ao capital: a "sprezzatura" e o "non-finito". (ÚRSULA PASSOS) * CURSO | LINA BO BARDI: UMA GRÁFICA PARA A CIDADE João Bandeira, curador de artes visuais do Centro Universitário Maria Antonia, apresenta uma vertente menos conhecida da produção da arquiteta (1914-92): a atuação como ilustradora, editora de revistas e programadora visual. O curso relaciona as particularidades da Lina designer gráfica às transformações culturais no país entre os anos 1940 e 1980. Casa do Saber | tel. (11) 3707-8900 | seg., das 20h às 22h | de 2/3 a 30/3 | R$ 640 * CINEMA | JERRY LEWIS Os curadores Paulo SantosLima e Francis Vogner dos Reis selecionaram 23 filmes do comediante. As produções selecionadas contemplam desde suas atuações ao lado de Dean Martin dirigidas por craques como Frank Tashlin, como "Artistas e Modelos" (1955) e "Ou Vai Ou Racha" (1956), aos longas que Jerry Lewis dirigiu, protagonizou e escreveu, como "O Terror das Mulheres" (1961). Centro Cultural Banco do Brasil |tel. (11) 3113-3651 | a partir de qua. (4) | R$ 4 | programação em mostrajerrylewis.com.br | até 30/3 * LIVROS | GIORGIO AGAMBEN A editora Autêntica publica três livros do filósofo italiano. "Meios sem Fim: Notas sobre a Política" (1) agrupa ensaios que discutem o significado político do termo "povo". "A Potência do Pensamento" (2) traz 21 textos, escritos nos últimos 30 anos, sobre três temas centrais do pensamento do autor: linguagem, história e potência. Já "Nudez" (3) parte de reflexões sobre obras de arte para traçar um panorama teológico-político do mundo hoje. (1) trad. Davi Pessoa | R$ 37 (136 págs.) | (2) trad. Antônio Guerreiro R$ 43 (368 págs.) | (3) trad. Davi Pessoa | R$ 39 (184 págs.) * EXPOSIÇÃO | LUIZ ZERBINI O artista apresenta na mostra "Natureza Espiritual da Realidade" uma instalação e oito pinturas, nas quais explora a justaposição entre natureza e arquitetura. Na instalação que dá nome ao conjunto dos trabalhos, Zerbini reúne dez mesas de madeira com objetos variados (conchas, pedras, tijolos, ladrilhos, plantas) -espécie de inventário das referências presentes em sua obra. Galpão Fortes Vilaça | tel. (11) 3392-3942 | de ter. a sex., das 10h às 19h sáb., das 10h às 18h | grátis | até 28/3
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Chef de Cuiabá realça sabores pantaneiros em prato com pintado, mandioca e banana
Ariani Malouf, uma das chefs mais reconhecidas em Cuiabá, anda às voltas com suas pesquisas de ingredientes regionais e faz um peixe típico da região desde que abriu as portas de seu restaurante Mahalo, que acaba de completar dez anos. Trata-se do pintado, uma posta alta, coberto por uma farofa de castanha e servido na companhia de rosti de mandioca e banana em duas versões, caramelizada e passa (R$ 86). "Não pode faltar banana-da-terra, mandioca e peixe na mesa do cuiabano e esse prato, que faço desde que abri o restaurante, simboliza isso", diz a chef. O peixe é selado na frigideira e depois vai rapidamente ao forno, em uma assadeira na qual é acomodado um caldo de legumes. Sobre ele, manteiga de ervas com pimenta de cheiro e dedo-de-moça. O resultado é um prato aromático, leve e saboroso capaz de exibir alguns dos elementos mais marcantes da cozinha pantaneira. MAHALO COZINHA CRIATIVA Onde: r. Castelo Branco, 359, Quilombo, Cuiabá (Mato Grosso) tel. (65) 99987-5733
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Chef de Cuiabá realça sabores pantaneiros em prato com pintado, mandioca e bananaAriani Malouf, uma das chefs mais reconhecidas em Cuiabá, anda às voltas com suas pesquisas de ingredientes regionais e faz um peixe típico da região desde que abriu as portas de seu restaurante Mahalo, que acaba de completar dez anos. Trata-se do pintado, uma posta alta, coberto por uma farofa de castanha e servido na companhia de rosti de mandioca e banana em duas versões, caramelizada e passa (R$ 86). "Não pode faltar banana-da-terra, mandioca e peixe na mesa do cuiabano e esse prato, que faço desde que abri o restaurante, simboliza isso", diz a chef. O peixe é selado na frigideira e depois vai rapidamente ao forno, em uma assadeira na qual é acomodado um caldo de legumes. Sobre ele, manteiga de ervas com pimenta de cheiro e dedo-de-moça. O resultado é um prato aromático, leve e saboroso capaz de exibir alguns dos elementos mais marcantes da cozinha pantaneira. MAHALO COZINHA CRIATIVA Onde: r. Castelo Branco, 359, Quilombo, Cuiabá (Mato Grosso) tel. (65) 99987-5733
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'Cor trocada' não impede daltônicos de se tornarem artistas
Hereditátia e irreversível, o daltonismo altera a visão. A disfunção, no entanto, não é barreira para o tatuador Feliphe Veiga e para o artista plástico Caio Leska. Leia mais aqui
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'Cor trocada' não impede daltônicos de se tornarem artistasHereditátia e irreversível, o daltonismo altera a visão. A disfunção, no entanto, não é barreira para o tatuador Feliphe Veiga e para o artista plástico Caio Leska. Leia mais aqui
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Ministro da Agricultura diz que vai aos EUA falar sobre carne do Brasil
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que vai viajar aos Estados Unidos para prestar todos os esclarecimentos necessários e tentar reverter a suspensão de compra de carne in natura do Brasil imposta nesta quinta-feira (22) pelo governo americano. Blairo disse, em mensagem publicada nas redes sociais, que viajará acompanhado de uma equipe do ministério para "fazer as discussões necessárias e restabelecer esse mercado tão importante que o Brasil conquistou nos últimos anos". O USDA (Departamento de Agricultura americano) anunciou que os Estados Unidos suspenderam todas as importações de carne bovina in natura do Brasil devido a recorrentes preocupações sanitárias sobre os produtos. DESTINOS DA CARNE 'IN NATURA' BRASILEIRA - Venda de janeiro a maio de 2017, em US$ milhões A medida ocorre após o USDA ter aumentado em março a realização de testes para a carne fresca e produtos prontos de carne do Brasil, como precaução após a Operação Carne Fraca, que revelou um esquema ilegal de fornecimento de produtos alimentícios alterados ou adulterados com a participação de empresários e fiscais do Ministério da Agricultura. A suspensão se deu depois de o Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, ter conseguido apenas no segundo semestre do ano passado acesso ao cobiçado mercado americano de produto in natura. Blairo disse que todas as medidas corretivas para as exigências apresentadas pelos americanos já estão sendo tomadas. Segundo o ministro, o embargo temporário atinge 13 unidades brasileiras, sendo que cinco já tinham sido suspensas preventivamente pelo Brasil, embora estivessem habilitadas para exportar aos EUA.
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Ministro da Agricultura diz que vai aos EUA falar sobre carne do BrasilO ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que vai viajar aos Estados Unidos para prestar todos os esclarecimentos necessários e tentar reverter a suspensão de compra de carne in natura do Brasil imposta nesta quinta-feira (22) pelo governo americano. Blairo disse, em mensagem publicada nas redes sociais, que viajará acompanhado de uma equipe do ministério para "fazer as discussões necessárias e restabelecer esse mercado tão importante que o Brasil conquistou nos últimos anos". O USDA (Departamento de Agricultura americano) anunciou que os Estados Unidos suspenderam todas as importações de carne bovina in natura do Brasil devido a recorrentes preocupações sanitárias sobre os produtos. DESTINOS DA CARNE 'IN NATURA' BRASILEIRA - Venda de janeiro a maio de 2017, em US$ milhões A medida ocorre após o USDA ter aumentado em março a realização de testes para a carne fresca e produtos prontos de carne do Brasil, como precaução após a Operação Carne Fraca, que revelou um esquema ilegal de fornecimento de produtos alimentícios alterados ou adulterados com a participação de empresários e fiscais do Ministério da Agricultura. A suspensão se deu depois de o Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, ter conseguido apenas no segundo semestre do ano passado acesso ao cobiçado mercado americano de produto in natura. Blairo disse que todas as medidas corretivas para as exigências apresentadas pelos americanos já estão sendo tomadas. Segundo o ministro, o embargo temporário atinge 13 unidades brasileiras, sendo que cinco já tinham sido suspensas preventivamente pelo Brasil, embora estivessem habilitadas para exportar aos EUA.
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Metade do Conselho de Ética vota contra Cunha em repatriação
A proibição a detentores de cargos públicos e seus parentes de aderir ao programa que regulariza recursos mantidos por brasileiros no exterior, confirmada em votação conturbada na noite de quarta-feira (12), contou com o apoio de metade do Conselho de Ética da Casa. O resultado representou uma derrota ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem um processo de cassação em andamento na comissão julgadora. O peemedebista é investigado na Lava Jato, acusado de ter sido beneficiário de esquema de corrupção na Petrobras. Na sexta (6), reconheceu sua ligação com contas suspeitas na Suíça, mas afirmou que a origem do dinheiro é lícita. Entre os deputados que votaram pela mudança no texto, contra os interesses do presidente da Casa, está o relator do caso, Fausto Pinato (PRB-SP). O líder da bancada, Celso Russomanno (SP), liberou os deputados para votarem conforme achassem melhor. Também não votou a favor de Cunha um antigo aliado, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que foi apoiado pelo peemedebista na eleição para a Presidência do Conselho de Ética, mas acabou derrotado por José Carlos Araújo (PSD-BA). Araújo, junto com outros seis deputados que integram o Conselho, não registraram presença na votação da emenda, que teve início às 23h16 desta quarta. Presente à votação, Leo de Brito (PT-AC), foi o único do Conselho que preferiu se abster. Somente três deputados apoiaram a emenda e seguiram o texto que Cunha e o governo gostariam de manter. São eles: Zé Geraldo (PT-PA), Mauro Lopes (PMDB-MG) e Washington Reis (PMDB-RJ). Como informou a Folha na madrugada desta quinta, apesar das orientações de suas bancadas, os deputados do PT e PMDB se rebelaram e não votaram a favor da manutenção do trecho que permite a políticos e detentores de cargos públicos participarem do programa de regularização de recursos no exterior. A emenda foi aprovada por 351 votos a favor e 48 contrários. O PT, partido da presidente Dilma Rousseff, teve apenas 10 dos 57 deputados presentes fieis à orientação do líder Sibá Machado (AC). O Palácio do Planalto mantém acordos velados com Cunha para blindá-lo, como forma de evitar o impeachment de Dilma, o que, em um primeiro momento, depende do deferimento do peemedebista. Até mesmo no PMDB, partido de Cunha, foram registradas "traições" à orientação da bancada. Dos 49 parlamentares do partido que registraram presença no plenário, só 23 votaram com o partido. Ao comentar a votação da noite passada na manhã desta quinta (12), Cunha negou qualquer interferência, bem como a tentativa de impor uma votação simbólica em prejuízo da emenda em questão. "Não sou parte do processo. Sequer me meti no texto, em nenhum momento, nenhuma circunstância. Só conduzi a votação. Não me sinto vitorioso nem derrotado em nenhuma parte desse processo". Cunha afirmou ainda que a aprovação do projeto da repatriação de recursos representa uma vitória para o governo. "Se o governo não vencesse, a sinalização que ia passar era a dificuldade cada vez maior do ajuste fiscal", avaliou o peemedebista. A votação da noite desta quarta ocorreu após ter sido adiada por duas semanas consecutivas, depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ameaçou resgatar um texto semelhante em tramitação na Casa. Cunha avisou que, se os senadores alterarem o texto, ele retornará à Câmara que vai retomar o que foi aprovado na noite de quarta. "Se mudar, vai voltar para cá e dificilmente será mantido aqui." - VOTAÇÃO DA EMENDA QUE PROÍBE POLÍTICOS E FAMILIARES DE ADERIREM AO PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO DE RECURSOS NO EXTERIOR Placar final: Sim - 351 Não - 48 Abstenção - 5 - Como votou cada membro do Conselho de Ética A favor da emenda, contra Cunha Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) Erivelton Santana (PSC-BA) Fausto Pinato (PRB-SP) Paulo Azi (DEM-BA) Sérgio Brito (PSD-BA Valmir Prascidelli (PT-SP) Betinho Gomes (PSDB-PE) Júlio Delgado (PSB-MG) Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS) Sandro Alex (PPS-PR) - Contra a emenda, a favor de Cunha Zé Geraldo (PT-PA) Mauro Lopes (PMDB-MG) Washington Reis (PMDB-RJ) - Abstenção Leo de Brito (PT-AC) - Não estavam presentes Cacá Leão (PP-BA) Paulinho da Força (SD-SP) Ricardo Barros (PP-PR) José Carlos Araújo (PSD-BA) Vinicius Gurgel (PR-AP) Wellington Roberto (PR-PB) Marcos Rogério (PDT-RO)
poder
Metade do Conselho de Ética vota contra Cunha em repatriaçãoA proibição a detentores de cargos públicos e seus parentes de aderir ao programa que regulariza recursos mantidos por brasileiros no exterior, confirmada em votação conturbada na noite de quarta-feira (12), contou com o apoio de metade do Conselho de Ética da Casa. O resultado representou uma derrota ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem um processo de cassação em andamento na comissão julgadora. O peemedebista é investigado na Lava Jato, acusado de ter sido beneficiário de esquema de corrupção na Petrobras. Na sexta (6), reconheceu sua ligação com contas suspeitas na Suíça, mas afirmou que a origem do dinheiro é lícita. Entre os deputados que votaram pela mudança no texto, contra os interesses do presidente da Casa, está o relator do caso, Fausto Pinato (PRB-SP). O líder da bancada, Celso Russomanno (SP), liberou os deputados para votarem conforme achassem melhor. Também não votou a favor de Cunha um antigo aliado, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que foi apoiado pelo peemedebista na eleição para a Presidência do Conselho de Ética, mas acabou derrotado por José Carlos Araújo (PSD-BA). Araújo, junto com outros seis deputados que integram o Conselho, não registraram presença na votação da emenda, que teve início às 23h16 desta quarta. Presente à votação, Leo de Brito (PT-AC), foi o único do Conselho que preferiu se abster. Somente três deputados apoiaram a emenda e seguiram o texto que Cunha e o governo gostariam de manter. São eles: Zé Geraldo (PT-PA), Mauro Lopes (PMDB-MG) e Washington Reis (PMDB-RJ). Como informou a Folha na madrugada desta quinta, apesar das orientações de suas bancadas, os deputados do PT e PMDB se rebelaram e não votaram a favor da manutenção do trecho que permite a políticos e detentores de cargos públicos participarem do programa de regularização de recursos no exterior. A emenda foi aprovada por 351 votos a favor e 48 contrários. O PT, partido da presidente Dilma Rousseff, teve apenas 10 dos 57 deputados presentes fieis à orientação do líder Sibá Machado (AC). O Palácio do Planalto mantém acordos velados com Cunha para blindá-lo, como forma de evitar o impeachment de Dilma, o que, em um primeiro momento, depende do deferimento do peemedebista. Até mesmo no PMDB, partido de Cunha, foram registradas "traições" à orientação da bancada. Dos 49 parlamentares do partido que registraram presença no plenário, só 23 votaram com o partido. Ao comentar a votação da noite passada na manhã desta quinta (12), Cunha negou qualquer interferência, bem como a tentativa de impor uma votação simbólica em prejuízo da emenda em questão. "Não sou parte do processo. Sequer me meti no texto, em nenhum momento, nenhuma circunstância. Só conduzi a votação. Não me sinto vitorioso nem derrotado em nenhuma parte desse processo". Cunha afirmou ainda que a aprovação do projeto da repatriação de recursos representa uma vitória para o governo. "Se o governo não vencesse, a sinalização que ia passar era a dificuldade cada vez maior do ajuste fiscal", avaliou o peemedebista. A votação da noite desta quarta ocorreu após ter sido adiada por duas semanas consecutivas, depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ameaçou resgatar um texto semelhante em tramitação na Casa. Cunha avisou que, se os senadores alterarem o texto, ele retornará à Câmara que vai retomar o que foi aprovado na noite de quarta. "Se mudar, vai voltar para cá e dificilmente será mantido aqui." - VOTAÇÃO DA EMENDA QUE PROÍBE POLÍTICOS E FAMILIARES DE ADERIREM AO PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO DE RECURSOS NO EXTERIOR Placar final: Sim - 351 Não - 48 Abstenção - 5 - Como votou cada membro do Conselho de Ética A favor da emenda, contra Cunha Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) Erivelton Santana (PSC-BA) Fausto Pinato (PRB-SP) Paulo Azi (DEM-BA) Sérgio Brito (PSD-BA Valmir Prascidelli (PT-SP) Betinho Gomes (PSDB-PE) Júlio Delgado (PSB-MG) Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS) Sandro Alex (PPS-PR) - Contra a emenda, a favor de Cunha Zé Geraldo (PT-PA) Mauro Lopes (PMDB-MG) Washington Reis (PMDB-RJ) - Abstenção Leo de Brito (PT-AC) - Não estavam presentes Cacá Leão (PP-BA) Paulinho da Força (SD-SP) Ricardo Barros (PP-PR) José Carlos Araújo (PSD-BA) Vinicius Gurgel (PR-AP) Wellington Roberto (PR-PB) Marcos Rogério (PDT-RO)
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Gabinete de Cunha fica fechado, mas turista pode sentar-se no plenário
O Congresso Nacional é a construção mais famosa de Brasília, símbolo da cidade-sede do poder, com dois edifícios despontando para os céus e as duas tigelas, uma para cima e outra para baixo. É também, de longe, o conjunto mais animado da capital. Na terça-feira da semana passada (8), por exemplo, o edifício foi invadido por índios pela manhã. À tarde, nós, visitantes, fizemos tour guiados. E, lá pelas 17h, os deputados pularam uns em cima dos outros e quebraram urnas que continham votos sobre a abertura do processo de impeachment. Há duas formas de visitar o Congresso: aos domingos ela é muito mais instrutiva, com guias pacientes explicando detalhes como presentes diplomáticos e deixando cada um dos visitantes sentar-se na cadeira dos deputados. Cada congressista tem um tablet preso à mesa –não dá para tirá-lo de lá, seja você visitante ou da casa. DIA ÚTIL "Vocês acharam maior ou menor do que parece na televisão?", pergunta a animada guia sobre o plenário da Câmara. "Menor, menor", responde o grupo de 25 pessoas, sentado nas mesmas poltronas verde-oliva onde os deputados brigam, ouvem, xingam, relatam, dançam, tripudiam, pensam, ofendem, são ofendidos, navegam, leem, riem, conchavam, batem, escrevem, socam, quebram, estapeiam, dormem e, finalmente, acordam (sem acórdão). Já a visita em dia útil precisa ser agendada pela internet, e o tour é bem mais atabalhoado. É preciso usar terno e gravata e não dá para entrar nos plenários, apenas assistir durante cinco minutos dos balcões superiores. Mas, se você tiver sorte, pode ver uma votação importante. Se ganhar na loteria (atualmente nem está tão difícil assim...), pode vê-los chamando uns aos outros de bagunceiros, bananas e vira-latas. Ou dando porrada. A divisão do prédio é importante: no lado direito, onde a visitação começa, temos a Câmara dos Deputados, toda verde, começando pelos tapetes. Não podemos entrar no gabinete do presidente da Câmara, pois, segundo informa a guia, está "momentaneamente" sem acesso para turismo cívico. Já do lado esquerdo, fica o Senado. Os senadores são bem mais contidos e fleumáticos, até porque são 81 contra 513 deputados. Ao passarmos ao Senado, toda a decoração muda de cor, tendendo para o azul royal, quiçá navy. "Vocês perceberam que o carpete mudou de cor?", diverte-se a guia, ao passar pela porta de vidro que separa as casas. "E de qualidade também?", pergunta marotamente um turista belga, evidenciando certo conhecimento político. O plenário dos senadores é mais chique. Em vez de tablets, são notebooks. As cadeiras são maiores. O ar-condicionado funciona melhor. E o carpete é cuidado zelosamente por um funcionário da casa. Com a ajuda de um aspirador de pó e de uma escovinha, há 15 anos o Seu Clodoaldo desenha a bandeira do Brasil, a Catedral de Brasília e o prédio do Congresso Nacional no carpete que envolve a mesa diretora do Senado. Retoca os desenhos a cada duas semanas. Ao final, uma surpresa: a guia entrega cartões postais para que os visitantes enviem notícias para suas famílias. De graça, sem precisar selar. Um belo gesto. Mas quando deixei o prédio, nuvens tempestuosas ameaçavam o Congresso Nacional. CONGRESSO NACIONAL Quando diariamente, das 8h30 às 17h30 Onde praça dos Três Poderes Quanto grátis; agendamento necessário nos dias úteis em congressonacional.leg.br/visite/agendamento Traje terno e gravata, vestido ou saia no joelho nos dias úteis
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Gabinete de Cunha fica fechado, mas turista pode sentar-se no plenárioO Congresso Nacional é a construção mais famosa de Brasília, símbolo da cidade-sede do poder, com dois edifícios despontando para os céus e as duas tigelas, uma para cima e outra para baixo. É também, de longe, o conjunto mais animado da capital. Na terça-feira da semana passada (8), por exemplo, o edifício foi invadido por índios pela manhã. À tarde, nós, visitantes, fizemos tour guiados. E, lá pelas 17h, os deputados pularam uns em cima dos outros e quebraram urnas que continham votos sobre a abertura do processo de impeachment. Há duas formas de visitar o Congresso: aos domingos ela é muito mais instrutiva, com guias pacientes explicando detalhes como presentes diplomáticos e deixando cada um dos visitantes sentar-se na cadeira dos deputados. Cada congressista tem um tablet preso à mesa –não dá para tirá-lo de lá, seja você visitante ou da casa. DIA ÚTIL "Vocês acharam maior ou menor do que parece na televisão?", pergunta a animada guia sobre o plenário da Câmara. "Menor, menor", responde o grupo de 25 pessoas, sentado nas mesmas poltronas verde-oliva onde os deputados brigam, ouvem, xingam, relatam, dançam, tripudiam, pensam, ofendem, são ofendidos, navegam, leem, riem, conchavam, batem, escrevem, socam, quebram, estapeiam, dormem e, finalmente, acordam (sem acórdão). Já a visita em dia útil precisa ser agendada pela internet, e o tour é bem mais atabalhoado. É preciso usar terno e gravata e não dá para entrar nos plenários, apenas assistir durante cinco minutos dos balcões superiores. Mas, se você tiver sorte, pode ver uma votação importante. Se ganhar na loteria (atualmente nem está tão difícil assim...), pode vê-los chamando uns aos outros de bagunceiros, bananas e vira-latas. Ou dando porrada. A divisão do prédio é importante: no lado direito, onde a visitação começa, temos a Câmara dos Deputados, toda verde, começando pelos tapetes. Não podemos entrar no gabinete do presidente da Câmara, pois, segundo informa a guia, está "momentaneamente" sem acesso para turismo cívico. Já do lado esquerdo, fica o Senado. Os senadores são bem mais contidos e fleumáticos, até porque são 81 contra 513 deputados. Ao passarmos ao Senado, toda a decoração muda de cor, tendendo para o azul royal, quiçá navy. "Vocês perceberam que o carpete mudou de cor?", diverte-se a guia, ao passar pela porta de vidro que separa as casas. "E de qualidade também?", pergunta marotamente um turista belga, evidenciando certo conhecimento político. O plenário dos senadores é mais chique. Em vez de tablets, são notebooks. As cadeiras são maiores. O ar-condicionado funciona melhor. E o carpete é cuidado zelosamente por um funcionário da casa. Com a ajuda de um aspirador de pó e de uma escovinha, há 15 anos o Seu Clodoaldo desenha a bandeira do Brasil, a Catedral de Brasília e o prédio do Congresso Nacional no carpete que envolve a mesa diretora do Senado. Retoca os desenhos a cada duas semanas. Ao final, uma surpresa: a guia entrega cartões postais para que os visitantes enviem notícias para suas famílias. De graça, sem precisar selar. Um belo gesto. Mas quando deixei o prédio, nuvens tempestuosas ameaçavam o Congresso Nacional. CONGRESSO NACIONAL Quando diariamente, das 8h30 às 17h30 Onde praça dos Três Poderes Quanto grátis; agendamento necessário nos dias úteis em congressonacional.leg.br/visite/agendamento Traje terno e gravata, vestido ou saia no joelho nos dias úteis
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Diplomata, Marcelo Calero enfrentou polêmica já no primeiro mês no cargo
Nomeado a secretário-executivo de Cultura em maio, no momento em que a área havia perdido o status de ministério, Marcelo Calero assumiu como ministro após protestos da classe artística quanto à extinção da pasta. Sua primeira polêmica ocorreu já em seu primeiro mês no cargo. Em junho, durante uma entrevista no programa "Metrópolis", da TV Cultura, o ministro chamou o protesto anti-impeachment realizado em Cannes pela equipe do filme "Aquarius" de "um pouco totalitário". Foi amplamente criticado no meio cultural. Em julho, veio a segunda controvérsia, quando integrantes de movimentos sociais que já estavam ocupados em prédios do ministério, incluindo o Palácio Capanema, no Rio, foram levados a deixar o local. Em maio, Calero havia prometido que não pediria a reintegração de posse, mas, dois meses depois, a polícia dispersou os manifestantes para garantir a "continuidade dos serviços de reforma" no Capanema. No mesmo mês, sob sua gestão, o MinC demitiu 81 funcionários em cargos comissionados, a maior onda de exonerações da história da pasta e que também envolveu a cúpula da Cinemateca e sua coordenadora, Olga Futemma. A justificativa foi a de que estava promovendo "desaparelhamento" do ministério. Dias depois, reconduziu os funcionários da cúpula da Cinemateca após um manifesto com mais de 1.300 assinaturas e a revelação, pela Folha, de uma denúncia de estelionato contra Oswaldo Massaini Filhop(erramos). + ERRAMOS: O conteúdo desta página foi alterado para refletir o abaixo MAIS PROTESTOS Na esteira do lançamento de "Aquarius" no Brasil, no fim de agosto, Calero ouviu gritos de "Fora, Temer" quando o filme de Kleber Mendonça Filho foi exibido no Festival de Gramado. No início, foi a vez de ser chamado de "golpista" pela classe artística no Museu Imperial, em Petrópolis. Na ocasião, ele deixou o festival de cinema sediado no local após se exaltar e fazer gestos ofensivos para os manifestantes. Antes de assumir o posto em Brasília, Calero já havia se aproximado de Eduardo Paes (PMDB-RJ), prefeito do Rio, quando presidiu o Comitê Rio 450, para organizar as comemorações pelo aniversário da capital carioca. Calero estava há um ano na secretaria municipal de cultura do Rio, onde substituiu Sérgio Sá Leitão. Advogado de formação e diplomata de carreira, Marcelo Calero assumiu seu primeiro cargo público em 2005, na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Ele passou a se dedicar à diplomacia em 2007 e chegou a servir na Embaixada do Brasil no México.
poder
Diplomata, Marcelo Calero enfrentou polêmica já no primeiro mês no cargoNomeado a secretário-executivo de Cultura em maio, no momento em que a área havia perdido o status de ministério, Marcelo Calero assumiu como ministro após protestos da classe artística quanto à extinção da pasta. Sua primeira polêmica ocorreu já em seu primeiro mês no cargo. Em junho, durante uma entrevista no programa "Metrópolis", da TV Cultura, o ministro chamou o protesto anti-impeachment realizado em Cannes pela equipe do filme "Aquarius" de "um pouco totalitário". Foi amplamente criticado no meio cultural. Em julho, veio a segunda controvérsia, quando integrantes de movimentos sociais que já estavam ocupados em prédios do ministério, incluindo o Palácio Capanema, no Rio, foram levados a deixar o local. Em maio, Calero havia prometido que não pediria a reintegração de posse, mas, dois meses depois, a polícia dispersou os manifestantes para garantir a "continuidade dos serviços de reforma" no Capanema. No mesmo mês, sob sua gestão, o MinC demitiu 81 funcionários em cargos comissionados, a maior onda de exonerações da história da pasta e que também envolveu a cúpula da Cinemateca e sua coordenadora, Olga Futemma. A justificativa foi a de que estava promovendo "desaparelhamento" do ministério. Dias depois, reconduziu os funcionários da cúpula da Cinemateca após um manifesto com mais de 1.300 assinaturas e a revelação, pela Folha, de uma denúncia de estelionato contra Oswaldo Massaini Filhop(erramos). + ERRAMOS: O conteúdo desta página foi alterado para refletir o abaixo MAIS PROTESTOS Na esteira do lançamento de "Aquarius" no Brasil, no fim de agosto, Calero ouviu gritos de "Fora, Temer" quando o filme de Kleber Mendonça Filho foi exibido no Festival de Gramado. No início, foi a vez de ser chamado de "golpista" pela classe artística no Museu Imperial, em Petrópolis. Na ocasião, ele deixou o festival de cinema sediado no local após se exaltar e fazer gestos ofensivos para os manifestantes. Antes de assumir o posto em Brasília, Calero já havia se aproximado de Eduardo Paes (PMDB-RJ), prefeito do Rio, quando presidiu o Comitê Rio 450, para organizar as comemorações pelo aniversário da capital carioca. Calero estava há um ano na secretaria municipal de cultura do Rio, onde substituiu Sérgio Sá Leitão. Advogado de formação e diplomata de carreira, Marcelo Calero assumiu seu primeiro cargo público em 2005, na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Ele passou a se dedicar à diplomacia em 2007 e chegou a servir na Embaixada do Brasil no México.
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Raízes do Brasil político: Os caminhos de um projeto iliberal
RESUMO O texto rebate afirmação do sociólogo Jessé Souza, que destacou, em entrevista à "Ilustríssima", a suposta "demonização" do Estado na sociedade brasileira. O autor argumenta que, pelo contrário, na história do Brasil o poder e o papel do Estado têm sido exaltados, em contraste com a tradição da democracia liberal. Instigante debate tem sido gerado pela assertiva de Jessé Souza, na "Ilustríssima" (10/1), de que o Estado tem sido, no Brasil, "demonizado como corrupto e ineficiente e o mercado visto como o reino de todas as virtudes". Na realidade, as raízes do Brasil político e institucional passam longe de Sérgio Buarque de Holanda: elas se assentam em solo diverso, na santificação do Estado. As instituições políticas brasileiras foram moldadas por essa visão iliberal. Ela foi o princípio organizador da ordem social de acesso limitado, para usar o conceito de Douglass C. North e coautores, que caracteriza o Brasil do século 20. O Brasil monárquico, centralizador e escravagista do século 19 é por excelência o Brasil "Saquarema". Esse Brasil é produto da imaginação política do Visconde do Uruguai e dos líderes do Regresso Conservador: eles que forjaram as instituições fundamentais do país. Como lembra José Murilo de Carvalho, Uruguai é o pai do projeto conservador vitorioso que aposta na intervenção autoritária do Estado para redimir a nação e que marcou o Brasil do século 20. Esse projeto se assenta no pressuposto de que a sociedade civil e o mercado são viciosos –faccionais, particularistas, locais– e de que o Estado é o ator fundamental nesse reformismo "pelo alto". O Estado demiurgo garantiria a integridade da ordem territorial e social. Os discípulos diretos dessa visão no século 20 são Alberto Torres e Oliveira Vianna. Ao referir-se ao Brasil "invertebrado" criado pela República, Torres postulava um Estado forte que domasse os interesses privados regionais e patrocinasse o interesse coletivo. Em "Organização Nacional" (1910), Torres apresentou um projeto de reforma constitucional nacionalista e centralizador –e forneceu parte considerável do léxico iliberal que dominou o discurso político no século 20. Nessa chave, as instituições políticas liberais eram consideradas pouco propícias para prosperar no solo brasileiro. Vem de Torres e de pequeno círculo de publicistas com quem mantinha afinidades eletivas a fantasia do espelho de Próspero: a noção de que a democracia era coisa alienígena porque anglo-saxônica. O nosso "Ocidente" seria outro: Ibérico. Iberismo e democracia, autogoverno, ou governo limitado, seriam incompatíveis. Vem também desse círculo de publicistas o horror aos partidos políticos e à competição política. O "locus" da política eram os Estados –todos os partidos eram estaduais–, daí o horror à federação. Quando finalmente escreveram uma constituição –para um Estado Novo em folha–, celebraram-na com uma tenebrosa queima de bandeiras estaduais. Torres também forneceu a chave para a fórmula da disjunção "país legal versus país real". Não adiantava insistir, como seu adversário Rui Barbosa, em fazer cumprir a letra da lei, mas reconhecer o "idealismo da constituição", e superá-lo. Em livro com esse título, Oliveira Vianna sustentou que o remédio para essa disjunção era um Estado forte que asseguraria seus interesses contra os interesses mesquinhos, porque privados, dos clãs familiares. Para isso seria necessário passar por cima da Constituição artificial, porque liberal, ou elaborar uma carta constitucional em que o império da lei fosse uma ficção. CORPORATIVISMO Barbosa Lima Sobrinho, em sua biografia de Torres, mostra a influência decisiva dessa agenda na criação das instituições da Era Vargas –cujos principais atores políticos reuniam-se na Sociedade dos Amigos de Alberto Torres, fundada em 1932. Um dos seus membros, Oliveira Vianna, foi artífice de instituições com as quais convivemos até hoje, as estruturas corporativistas que regulam o mercado de trabalho no Brasil: a Justiça do Trabalho, o imposto sindical, a unicidade sindical, o IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool), o IBC (Instituto Brasileiro do Café) e outros órgãos do intervencionismo econômico, como o Código de Águas e de Minas –a lista é longa. Vianna flertou abertamente com o racismo e o fascismo, mas a maioria dos arquitetos do Brasil contemporâneo não aderiu abertamente a projetos totalitários. A historiografia brasileira criou uma expressão própria para identificar o conteúdo substantivo do programa desses publicistas: "liberais autoritários", por buscarem fortalecer direitos individuais a partir de instrumentos autoritários. Na balança, na realidade, esses direitos pesavam muito menos do que a razão de Estado. É fundamental enfatizar que Uruguai, Torres e Oliveira Vianna não eram literatos. Não moldaram apenas a visão de mundo dos brasileiros, tal como Sérgio Buarque de Holanda. Uruguai, Torres e Oliveira foram todos membros de cortes superiores e presidentes de província e Estados –além de ministros. Foram homens de Estado, construtores de instituições. Influenciaram gerações de militares golpistas e a esquerda brasileira. A rejeição ao liberalismo naquele contexto não foi um fenômeno brasileiro –só que no Brasil deitou raízes que permanecem até hoje. As democracias maduras fortaleceram o Poder Executivo e aprofundaram a democracia, extirpando a dimensão iliberal; no Brasil só fizeram a primeira tarefa, não a segunda. Muitas instituições (do mercado de trabalho etc.) continuam intactas até hoje e apresentam patologias desconhecidas no resto do mundo (como a existência de 38 mil sindicatos inorgânicos). O denominador comum do programa conservador, à esquerda e à direita, era o caráter subordinado que questões relativas à regra da lei, a responsabilização e controle democrático do Estado ocupavam na agenda de mudança. As instituições de controle e os direitos civis e políticos mereceram apenas notas de rodapé. A emancipação individual via educação não entrou na agenda. A democracia era valor não universal: o ditador foi aclamado pelo queremismo como grande líder. Afinal, matava, mas redistribuía. Não importava se as lideranças de esquerda tivessem apodrecido no calabouço do Estado Novo. Um novo "xibolete" fornecia a defesa contra a denúncia do abuso de poder e da corrupção: a desqualificação como udenismo. A perda da eficácia simbólica dessa arma retórica no Brasil na atual conjuntura é sinal de mudança na cultura política. Fortalecer o Poder Executivo na nova era industrial era imperativo, mas, ao mesmo tempo, seria necessário fortalecer os controles democráticos, como insistia Afonso Arinos. Essa agenda só foi enfrentada na Constituição de 1988, quando houve delegação significativa de poder ao Ministério Público, ao Judiciário, aos tribunais de contas. As reformas dos anos 1990 também eliminaram parte do legado varguista. A República Velha viveu a maior parte do tempo sob estado de sítio e poucas vozes se insurgiam contra o militarismo, o abuso de poder, a falta de competição política, a corrupção. O único a se levantar contra o estado de coisas vigente foi Rui Barbosa. Para ele, o presidente brasileiro havia se convertido no "poder dos poderes, o grande eleitor, o grande nomeador, o grande contratador, o poder da bolsa, o poder dos negócios, e o poder da força. Quanto mais poder tiver menos lhe devemos cogitar na ditadura [...] por todos reconhecida mas tolerada, sustentada, colaborada por todos". Rui e poucos outros buscaram seis vezes aprovar a Lei de Responsabilidade, sem sucesso: "Ainda não houve presidente nesta democracia republicana que respondesse por nenhum dos seus atos. Ainda nenhum foi achado a cometer um só desses delitos, que tão às escâncaras cometem. A jurisprudência do Congresso Nacional está, pois, mostrando que a Lei de Responsabilidade, nos crimes do chefe do Poder Executivo, não se adotou, senão para não se aplicar absolutamente nunca". E concluía: " O presidencialismo brasileiro não é senão a ditadura em estado crônico, a irresponsabilidade geral, a irresponsabilidade consolidada, a irresponsabilidade sistemática do Poder Executivo". A lei pedida por Rui só foi aprovada 40 anos depois, e debatida seriamente apenas na atual conjuntura de crise do país. GRANDE ELEITOR O monopólio do poder pelos incumbentes e o abuso do cargo estão patentes na falta de competição política: presidentes eleitos com 90% (Rodrigues Alves) ou 99,7% (Washington Luís) dos votos. Na denúncia de Rui, em 1914, estão apontadas as principais mazelas do Brasil, que surpreendem por sua atualidade: o presidente orwellianamente denominado por Rui de "O Grande Eleitor" exercia e continua a exercer papel decisivo na sobrevivência política dos deputados e senadores na barganha por emendas ao Orçamento e distribuição de cargos na base aliada. Na República Velha, as eleições eram uma disputa para selecionar quem desfrutaria "o privilégio de ser o aliado do poder central" (Nunes Leal) –padrão que foi decerto muito mitigado com a introdução do multipartidarismo. Como Rui afirmou, os governos eram "pais e senhores das maiorias legislativas". Hoje essas maiorias continuam sendo construídas à sombra do Executivo, mas não ancoradas em arranjos programáticos –e sim em fundos públicos. O presidente era e continua sendo em graus distintos "O Grande Nomeador", detendo o poder de nomear e demitir milhares de servidores. O presidente também é "O Grande Contratador". Usa e abusa do orçamento público em relações incestuosas com o setor privado. Modernamente manipula o crédito de bancos públicos sob seu controle direto e maneja politicamente os investimentos de fundos de pensão. O presidente encarna, e continua a fazê-lo, o poder da Bolsa, o poder dos negócios. Na ordem social de acesso limitado não há distinção entre empresa e Estado: essas esferas se amalgamam intimamente. A falta de instituições que representem compromissos críveis eleva os custos de transação e cria uma estrutura de incentivos danosa ao desenvolvimento endógeno. As instituições são a chave para o desenvolvimento, para o chamado novo institucionalismo econômico de North e da nova economia política do desenvolvimento de Daron Acemoglu e coautores. A natureza e a qualidade das instituições explicam em grande medida o sucesso e fracasso das nações. As "raízes do Brasil"–a chave para a compreensão do dilema brasileiro– são as instituições políticas e econômicas extrativas que foram implantadas ou a ordem social de acesso limitado que caracterizou a sociedade brasileira, para utilizar conceitos dessa literatura. Historicamente o traço distintivo foi a exclusão política e social: do escravo, do analfabeto e das mulheres. A extensão do sufrágio para as mulheres e a criação da Justiça Eleitoral em 1932 (reduzindo as fraudes) aumentou a inclusão. A introdução da representação proporcional permitiu pela primeira vez na história que incumbentes fossem derrotados, revigorando a participação política e o pluralismo. Mas a exclusão do analfabeto perdurou até a Emenda Constitucional 25 de 1985. Só com a recente redemocratização a participação política se universalizou. Os três pré-requisitos ("doorstep conditions") –império da lei, controle da violência e instituições impessoais– para a transição à sociedade de acesso aberto, segundo North, só agora parecem ter adquirido alguma materialidade. Podemos dizer gramscianamente que, enquanto "a velha ordem morre e a nova não nasce, ainda surge uma grande variedade de sintomas mórbidos": sua manifestação é o desfile de descalabros a que os brasileiros têm assistido com perplexidade. O Brasil de grande parte do século 20 é uma ordem social de acesso limitado. Em contraste com o que North denomina estados naturais frágeis e básicos, a violência aberta, produto da competição interelites, foi em grande parte contida. O império da lei é limitado e emerge em virtude do reconhecimento pelas elites de que permite ganhos recíprocos: surge do conluio rentista. O império da lei para Acemoglu resulta da contenda redistributiva; para North ele é produto de um arranjo intraelite, de seu autointeresse (esta é a principal controvérsia entre eles). Essa interpretação é mais persuasiva: o império da lei só tem tido alguma efetividade na contenda entre as elites políticas e econômicas. O regramento das disputas entre elites e não elites foi marcado pela impunidade. A teoria prevê que o império da lei expanda o seu escopo do círculo das elites para a sociedade como um todo. A identidade dos atores tem importado cada vez menos, como se pode observar nas decisões da instituições judiciais brasileiras. Quanto à violência política, ela marcou o século 20, pelo menos até a redemocratização. O início da República foi um episódio militar, e eles foram atores fundamentais em 1922, 1926, 1930, 1937, 1945, 1954, 1964-85. Pela primeira vez na história, a violência parece domada. Nas sociedades de acesso aberto, a "destruição criadora" leva permanentemente à criação e, pela competição, dissipação de rendas geradas pela inovação. Nas sociedades de acesso limitado, as rendas tendem a ser mais duradouras, embora possa ocorrer volatilidade e circulação nos setores das elites. As rendas são politicamente distribuídas, desencorajando a inovação e engendrando ciclos de "stop and go". Não há componente endógeno no desenvolvimento. As rendas se manifestam das mais variadas formas: crédito subsidiado, direcionado, acesso a contratos governamentais, regras de conteúdo, desonerações. E, para o Estado, a captura do imposto inflacionário. O abuso de poder e o risco permanente de expropriação de contratos têm sido o traço distintivo no Brasil, e só na quadra atual observa-se pela primeira vez a efetiva punição das elites. Mas, se o chefe do Executivo é iliberal, a mudança sofre retrocessos. MAJESTADE Assim, as raízes do Brasil econômico são políticas. A essa mesma conclusão chegou, em 1932, Ernest Hambloch, cônsul britânico no Rio de Janeiro. Para ele o problema do atraso econômico do país resultava de suas instituições políticas e, particularmente, do abuso de poder presidencial. Em seu livro sugestivamente intitulado "Sua Majestade o Presidente do Brasil" (1936), sua crítica centrava-se no poder despótico exercido pelo Executivo e a ausência de "rule of law", o império da lei: "Quando as coisas continuamente não estão bem em um país com os recursos formidáveis que o Brasil possui, deve haver uma constante que explique o fenômeno. Altas tarifas de importação, impostos de exportação, políticas de valorização com endividamento excessivo, falta de continuidade nas políticas de administração pública, distúrbios sociais e revoluções –todos esses fatores podem ser apontados para explicar as atribulações do comércio e das finanças públicas. Mas esse fatores não são as causas fundamentais e eles próprios não explicam nada!" E conclui: "As raízes dos problemas brasileiros devem ser buscadas nas deficiências do regime político". A forte tradição iliberal é a grande vencedora no processo histórico de construção do Estado no país. Sustentar o contrário é perder de vista o essencial: as instituições políticas brasileiras foram forjadas a partir de uma profunda rejeição de uma visão liberal "latu senso". As raízes do Brasil político e econômico não estão fincadas na demonização do Estado: pelo contrário, estão profundamente imbricadas na sua santificação. A transição começou, embora a grande variedade de sintomas mórbidos cause perplexidade. MARCUS ANDRÉ MELO é professor titular de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco e foi professor visitante nas universidades Yale e MIT.
ilustrissima
Raízes do Brasil político: Os caminhos de um projeto iliberalRESUMO O texto rebate afirmação do sociólogo Jessé Souza, que destacou, em entrevista à "Ilustríssima", a suposta "demonização" do Estado na sociedade brasileira. O autor argumenta que, pelo contrário, na história do Brasil o poder e o papel do Estado têm sido exaltados, em contraste com a tradição da democracia liberal. Instigante debate tem sido gerado pela assertiva de Jessé Souza, na "Ilustríssima" (10/1), de que o Estado tem sido, no Brasil, "demonizado como corrupto e ineficiente e o mercado visto como o reino de todas as virtudes". Na realidade, as raízes do Brasil político e institucional passam longe de Sérgio Buarque de Holanda: elas se assentam em solo diverso, na santificação do Estado. As instituições políticas brasileiras foram moldadas por essa visão iliberal. Ela foi o princípio organizador da ordem social de acesso limitado, para usar o conceito de Douglass C. North e coautores, que caracteriza o Brasil do século 20. O Brasil monárquico, centralizador e escravagista do século 19 é por excelência o Brasil "Saquarema". Esse Brasil é produto da imaginação política do Visconde do Uruguai e dos líderes do Regresso Conservador: eles que forjaram as instituições fundamentais do país. Como lembra José Murilo de Carvalho, Uruguai é o pai do projeto conservador vitorioso que aposta na intervenção autoritária do Estado para redimir a nação e que marcou o Brasil do século 20. Esse projeto se assenta no pressuposto de que a sociedade civil e o mercado são viciosos –faccionais, particularistas, locais– e de que o Estado é o ator fundamental nesse reformismo "pelo alto". O Estado demiurgo garantiria a integridade da ordem territorial e social. Os discípulos diretos dessa visão no século 20 são Alberto Torres e Oliveira Vianna. Ao referir-se ao Brasil "invertebrado" criado pela República, Torres postulava um Estado forte que domasse os interesses privados regionais e patrocinasse o interesse coletivo. Em "Organização Nacional" (1910), Torres apresentou um projeto de reforma constitucional nacionalista e centralizador –e forneceu parte considerável do léxico iliberal que dominou o discurso político no século 20. Nessa chave, as instituições políticas liberais eram consideradas pouco propícias para prosperar no solo brasileiro. Vem de Torres e de pequeno círculo de publicistas com quem mantinha afinidades eletivas a fantasia do espelho de Próspero: a noção de que a democracia era coisa alienígena porque anglo-saxônica. O nosso "Ocidente" seria outro: Ibérico. Iberismo e democracia, autogoverno, ou governo limitado, seriam incompatíveis. Vem também desse círculo de publicistas o horror aos partidos políticos e à competição política. O "locus" da política eram os Estados –todos os partidos eram estaduais–, daí o horror à federação. Quando finalmente escreveram uma constituição –para um Estado Novo em folha–, celebraram-na com uma tenebrosa queima de bandeiras estaduais. Torres também forneceu a chave para a fórmula da disjunção "país legal versus país real". Não adiantava insistir, como seu adversário Rui Barbosa, em fazer cumprir a letra da lei, mas reconhecer o "idealismo da constituição", e superá-lo. Em livro com esse título, Oliveira Vianna sustentou que o remédio para essa disjunção era um Estado forte que asseguraria seus interesses contra os interesses mesquinhos, porque privados, dos clãs familiares. Para isso seria necessário passar por cima da Constituição artificial, porque liberal, ou elaborar uma carta constitucional em que o império da lei fosse uma ficção. CORPORATIVISMO Barbosa Lima Sobrinho, em sua biografia de Torres, mostra a influência decisiva dessa agenda na criação das instituições da Era Vargas –cujos principais atores políticos reuniam-se na Sociedade dos Amigos de Alberto Torres, fundada em 1932. Um dos seus membros, Oliveira Vianna, foi artífice de instituições com as quais convivemos até hoje, as estruturas corporativistas que regulam o mercado de trabalho no Brasil: a Justiça do Trabalho, o imposto sindical, a unicidade sindical, o IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool), o IBC (Instituto Brasileiro do Café) e outros órgãos do intervencionismo econômico, como o Código de Águas e de Minas –a lista é longa. Vianna flertou abertamente com o racismo e o fascismo, mas a maioria dos arquitetos do Brasil contemporâneo não aderiu abertamente a projetos totalitários. A historiografia brasileira criou uma expressão própria para identificar o conteúdo substantivo do programa desses publicistas: "liberais autoritários", por buscarem fortalecer direitos individuais a partir de instrumentos autoritários. Na balança, na realidade, esses direitos pesavam muito menos do que a razão de Estado. É fundamental enfatizar que Uruguai, Torres e Oliveira Vianna não eram literatos. Não moldaram apenas a visão de mundo dos brasileiros, tal como Sérgio Buarque de Holanda. Uruguai, Torres e Oliveira foram todos membros de cortes superiores e presidentes de província e Estados –além de ministros. Foram homens de Estado, construtores de instituições. Influenciaram gerações de militares golpistas e a esquerda brasileira. A rejeição ao liberalismo naquele contexto não foi um fenômeno brasileiro –só que no Brasil deitou raízes que permanecem até hoje. As democracias maduras fortaleceram o Poder Executivo e aprofundaram a democracia, extirpando a dimensão iliberal; no Brasil só fizeram a primeira tarefa, não a segunda. Muitas instituições (do mercado de trabalho etc.) continuam intactas até hoje e apresentam patologias desconhecidas no resto do mundo (como a existência de 38 mil sindicatos inorgânicos). O denominador comum do programa conservador, à esquerda e à direita, era o caráter subordinado que questões relativas à regra da lei, a responsabilização e controle democrático do Estado ocupavam na agenda de mudança. As instituições de controle e os direitos civis e políticos mereceram apenas notas de rodapé. A emancipação individual via educação não entrou na agenda. A democracia era valor não universal: o ditador foi aclamado pelo queremismo como grande líder. Afinal, matava, mas redistribuía. Não importava se as lideranças de esquerda tivessem apodrecido no calabouço do Estado Novo. Um novo "xibolete" fornecia a defesa contra a denúncia do abuso de poder e da corrupção: a desqualificação como udenismo. A perda da eficácia simbólica dessa arma retórica no Brasil na atual conjuntura é sinal de mudança na cultura política. Fortalecer o Poder Executivo na nova era industrial era imperativo, mas, ao mesmo tempo, seria necessário fortalecer os controles democráticos, como insistia Afonso Arinos. Essa agenda só foi enfrentada na Constituição de 1988, quando houve delegação significativa de poder ao Ministério Público, ao Judiciário, aos tribunais de contas. As reformas dos anos 1990 também eliminaram parte do legado varguista. A República Velha viveu a maior parte do tempo sob estado de sítio e poucas vozes se insurgiam contra o militarismo, o abuso de poder, a falta de competição política, a corrupção. O único a se levantar contra o estado de coisas vigente foi Rui Barbosa. Para ele, o presidente brasileiro havia se convertido no "poder dos poderes, o grande eleitor, o grande nomeador, o grande contratador, o poder da bolsa, o poder dos negócios, e o poder da força. Quanto mais poder tiver menos lhe devemos cogitar na ditadura [...] por todos reconhecida mas tolerada, sustentada, colaborada por todos". Rui e poucos outros buscaram seis vezes aprovar a Lei de Responsabilidade, sem sucesso: "Ainda não houve presidente nesta democracia republicana que respondesse por nenhum dos seus atos. Ainda nenhum foi achado a cometer um só desses delitos, que tão às escâncaras cometem. A jurisprudência do Congresso Nacional está, pois, mostrando que a Lei de Responsabilidade, nos crimes do chefe do Poder Executivo, não se adotou, senão para não se aplicar absolutamente nunca". E concluía: " O presidencialismo brasileiro não é senão a ditadura em estado crônico, a irresponsabilidade geral, a irresponsabilidade consolidada, a irresponsabilidade sistemática do Poder Executivo". A lei pedida por Rui só foi aprovada 40 anos depois, e debatida seriamente apenas na atual conjuntura de crise do país. GRANDE ELEITOR O monopólio do poder pelos incumbentes e o abuso do cargo estão patentes na falta de competição política: presidentes eleitos com 90% (Rodrigues Alves) ou 99,7% (Washington Luís) dos votos. Na denúncia de Rui, em 1914, estão apontadas as principais mazelas do Brasil, que surpreendem por sua atualidade: o presidente orwellianamente denominado por Rui de "O Grande Eleitor" exercia e continua a exercer papel decisivo na sobrevivência política dos deputados e senadores na barganha por emendas ao Orçamento e distribuição de cargos na base aliada. Na República Velha, as eleições eram uma disputa para selecionar quem desfrutaria "o privilégio de ser o aliado do poder central" (Nunes Leal) –padrão que foi decerto muito mitigado com a introdução do multipartidarismo. Como Rui afirmou, os governos eram "pais e senhores das maiorias legislativas". Hoje essas maiorias continuam sendo construídas à sombra do Executivo, mas não ancoradas em arranjos programáticos –e sim em fundos públicos. O presidente era e continua sendo em graus distintos "O Grande Nomeador", detendo o poder de nomear e demitir milhares de servidores. O presidente também é "O Grande Contratador". Usa e abusa do orçamento público em relações incestuosas com o setor privado. Modernamente manipula o crédito de bancos públicos sob seu controle direto e maneja politicamente os investimentos de fundos de pensão. O presidente encarna, e continua a fazê-lo, o poder da Bolsa, o poder dos negócios. Na ordem social de acesso limitado não há distinção entre empresa e Estado: essas esferas se amalgamam intimamente. A falta de instituições que representem compromissos críveis eleva os custos de transação e cria uma estrutura de incentivos danosa ao desenvolvimento endógeno. As instituições são a chave para o desenvolvimento, para o chamado novo institucionalismo econômico de North e da nova economia política do desenvolvimento de Daron Acemoglu e coautores. A natureza e a qualidade das instituições explicam em grande medida o sucesso e fracasso das nações. As "raízes do Brasil"–a chave para a compreensão do dilema brasileiro– são as instituições políticas e econômicas extrativas que foram implantadas ou a ordem social de acesso limitado que caracterizou a sociedade brasileira, para utilizar conceitos dessa literatura. Historicamente o traço distintivo foi a exclusão política e social: do escravo, do analfabeto e das mulheres. A extensão do sufrágio para as mulheres e a criação da Justiça Eleitoral em 1932 (reduzindo as fraudes) aumentou a inclusão. A introdução da representação proporcional permitiu pela primeira vez na história que incumbentes fossem derrotados, revigorando a participação política e o pluralismo. Mas a exclusão do analfabeto perdurou até a Emenda Constitucional 25 de 1985. Só com a recente redemocratização a participação política se universalizou. Os três pré-requisitos ("doorstep conditions") –império da lei, controle da violência e instituições impessoais– para a transição à sociedade de acesso aberto, segundo North, só agora parecem ter adquirido alguma materialidade. Podemos dizer gramscianamente que, enquanto "a velha ordem morre e a nova não nasce, ainda surge uma grande variedade de sintomas mórbidos": sua manifestação é o desfile de descalabros a que os brasileiros têm assistido com perplexidade. O Brasil de grande parte do século 20 é uma ordem social de acesso limitado. Em contraste com o que North denomina estados naturais frágeis e básicos, a violência aberta, produto da competição interelites, foi em grande parte contida. O império da lei é limitado e emerge em virtude do reconhecimento pelas elites de que permite ganhos recíprocos: surge do conluio rentista. O império da lei para Acemoglu resulta da contenda redistributiva; para North ele é produto de um arranjo intraelite, de seu autointeresse (esta é a principal controvérsia entre eles). Essa interpretação é mais persuasiva: o império da lei só tem tido alguma efetividade na contenda entre as elites políticas e econômicas. O regramento das disputas entre elites e não elites foi marcado pela impunidade. A teoria prevê que o império da lei expanda o seu escopo do círculo das elites para a sociedade como um todo. A identidade dos atores tem importado cada vez menos, como se pode observar nas decisões da instituições judiciais brasileiras. Quanto à violência política, ela marcou o século 20, pelo menos até a redemocratização. O início da República foi um episódio militar, e eles foram atores fundamentais em 1922, 1926, 1930, 1937, 1945, 1954, 1964-85. Pela primeira vez na história, a violência parece domada. Nas sociedades de acesso aberto, a "destruição criadora" leva permanentemente à criação e, pela competição, dissipação de rendas geradas pela inovação. Nas sociedades de acesso limitado, as rendas tendem a ser mais duradouras, embora possa ocorrer volatilidade e circulação nos setores das elites. As rendas são politicamente distribuídas, desencorajando a inovação e engendrando ciclos de "stop and go". Não há componente endógeno no desenvolvimento. As rendas se manifestam das mais variadas formas: crédito subsidiado, direcionado, acesso a contratos governamentais, regras de conteúdo, desonerações. E, para o Estado, a captura do imposto inflacionário. O abuso de poder e o risco permanente de expropriação de contratos têm sido o traço distintivo no Brasil, e só na quadra atual observa-se pela primeira vez a efetiva punição das elites. Mas, se o chefe do Executivo é iliberal, a mudança sofre retrocessos. MAJESTADE Assim, as raízes do Brasil econômico são políticas. A essa mesma conclusão chegou, em 1932, Ernest Hambloch, cônsul britânico no Rio de Janeiro. Para ele o problema do atraso econômico do país resultava de suas instituições políticas e, particularmente, do abuso de poder presidencial. Em seu livro sugestivamente intitulado "Sua Majestade o Presidente do Brasil" (1936), sua crítica centrava-se no poder despótico exercido pelo Executivo e a ausência de "rule of law", o império da lei: "Quando as coisas continuamente não estão bem em um país com os recursos formidáveis que o Brasil possui, deve haver uma constante que explique o fenômeno. Altas tarifas de importação, impostos de exportação, políticas de valorização com endividamento excessivo, falta de continuidade nas políticas de administração pública, distúrbios sociais e revoluções –todos esses fatores podem ser apontados para explicar as atribulações do comércio e das finanças públicas. Mas esse fatores não são as causas fundamentais e eles próprios não explicam nada!" E conclui: "As raízes dos problemas brasileiros devem ser buscadas nas deficiências do regime político". A forte tradição iliberal é a grande vencedora no processo histórico de construção do Estado no país. Sustentar o contrário é perder de vista o essencial: as instituições políticas brasileiras foram forjadas a partir de uma profunda rejeição de uma visão liberal "latu senso". As raízes do Brasil político e econômico não estão fincadas na demonização do Estado: pelo contrário, estão profundamente imbricadas na sua santificação. A transição começou, embora a grande variedade de sintomas mórbidos cause perplexidade. MARCUS ANDRÉ MELO é professor titular de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco e foi professor visitante nas universidades Yale e MIT.
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Maria Rita Kehl: Justiça ou vingança?
Sou obrigada a concordar com Friedrich Nietzsche: na origem da demanda por justiça está o desejo de vingança. Nem por isso as duas coisas se equivalem. O que distingue civilização de barbárie é o empenho em produzir dispositivos que separem um de outro. Essa é uma das questões que devemos responder a cada vez que nos indignamos com as consequências da tradicional violência social em nosso país. Escrevo "tradicional" sem ironia. O Brasil foi o último país livre no Ocidente a abolir a prática bárbara do trabalho escravo. Durante três séculos, a elite brasileira capturou, traficou, explorou e torturou africanos e seus descendentes sem causar muito escândalo. Joaquim Nabuco percebeu que a exploração do trabalho escravo perverteria a sociedade brasileira –a começar pela própria elite escravocrata. Ele tinha razão. Ainda vivemos sérias consequências desse crime prolongado que só terminou porque se tornou economicamente inviável. Assim como pagamos o preço, em violência social disseminada, pelas duas ditaduras –a de Vargas e a militar (1964 e 1985)– que se extinguiram sem que os crimes de lesa-humanidade praticados por agentes de Estado contra civis capturados e indefesos fossem apurados, julgados, punidos. Hoje, três décadas depois de nossa tímida anistia "ampla, geral e irrestrita", temos uma polícia ainda militarizada, que comete mais crimes contra cidadãos rendidos e desarmados do que o fez durante a ditadura militar. Por que escrevo sobre esse passado supostamente distante ao me incluir no debate sobre a redução da maioridade penal? Porque a meu ver, os argumentos em defesa do encarceramento de crianças no mesmo regime dos adultos advém dessa mesma triste "tradição" de violência social. É muito evidente que os que conduzem a defesa da mudança na legislação estão pensando em colocar na cadeia, sob a influência e a ameaça de bandidos adultos já muito bem formados na escola do crime, somente os "filhos dos outros". Quem acredita que o filho de um deputado, evangélico ou não, homofóbico ou não, será julgado e encarcerado aos 16 anos por ter queimado um índio adormecido, espancado prostitutas ou fugido depois de atropelar e matar um ciclista? Sabemos, sem mencioná-lo publicamente, que essa alteração na lei visa apenas os filhos dos "outros". Estes outros são os mesmos, há 500 anos. Os expulsos da terra e "incluídos" nas favelas. Os submetidos a trabalhos forçados. São os encarcerados que furtaram para matar a fome e esperam anos sem julgamento, expostos à violência de criminosos periculosos. São os militantes desaparecidos durante a ditadura militar de 1964-85, que a Comissão da Verdade não conseguiu localizar porque os agentes da repressão se recusaram a revelar seu paradeiro. Este é o Brasil que queremos tornar menos violento sem mexer em nada além de reduzir a idade em que as crianças devem ser encarceradas junto de criminosos adultos. Alguém acredita que a medida há de amenizar a violência de que somos (todos, sem exceção) vítimas? As crianças arregimentadas pelo crime são evidências de nosso fracasso em cuidar, educar, alimentar e oferecer futuro a um grande número de brasileiros. Esconder nossa vergonha atrás das grades não vai resolver o problema. Vamos vencer nosso conformismo, nossa baixa estima, nossa vontade de apostar no pior –em uma frase, vamos curar nossa depressão social. Inventemos medidas socioeducativas que funcionem: sabemos que os presídios são escolas de bandidos. Vamos criar dispositivos que criem cidadãos, mesmo entre os miseráveis –aqueles de quem não se espera nada. MARIA RITA KEHL, 63, psicanalista, foi integrante da Comissão Nacional da Verdade. É autora de "O Tempo e o Cão - A Atualidade das Depressões" (Boitempo) e de "Processos Primários" (Estação Liberdade) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Maria Rita Kehl: Justiça ou vingança?Sou obrigada a concordar com Friedrich Nietzsche: na origem da demanda por justiça está o desejo de vingança. Nem por isso as duas coisas se equivalem. O que distingue civilização de barbárie é o empenho em produzir dispositivos que separem um de outro. Essa é uma das questões que devemos responder a cada vez que nos indignamos com as consequências da tradicional violência social em nosso país. Escrevo "tradicional" sem ironia. O Brasil foi o último país livre no Ocidente a abolir a prática bárbara do trabalho escravo. Durante três séculos, a elite brasileira capturou, traficou, explorou e torturou africanos e seus descendentes sem causar muito escândalo. Joaquim Nabuco percebeu que a exploração do trabalho escravo perverteria a sociedade brasileira –a começar pela própria elite escravocrata. Ele tinha razão. Ainda vivemos sérias consequências desse crime prolongado que só terminou porque se tornou economicamente inviável. Assim como pagamos o preço, em violência social disseminada, pelas duas ditaduras –a de Vargas e a militar (1964 e 1985)– que se extinguiram sem que os crimes de lesa-humanidade praticados por agentes de Estado contra civis capturados e indefesos fossem apurados, julgados, punidos. Hoje, três décadas depois de nossa tímida anistia "ampla, geral e irrestrita", temos uma polícia ainda militarizada, que comete mais crimes contra cidadãos rendidos e desarmados do que o fez durante a ditadura militar. Por que escrevo sobre esse passado supostamente distante ao me incluir no debate sobre a redução da maioridade penal? Porque a meu ver, os argumentos em defesa do encarceramento de crianças no mesmo regime dos adultos advém dessa mesma triste "tradição" de violência social. É muito evidente que os que conduzem a defesa da mudança na legislação estão pensando em colocar na cadeia, sob a influência e a ameaça de bandidos adultos já muito bem formados na escola do crime, somente os "filhos dos outros". Quem acredita que o filho de um deputado, evangélico ou não, homofóbico ou não, será julgado e encarcerado aos 16 anos por ter queimado um índio adormecido, espancado prostitutas ou fugido depois de atropelar e matar um ciclista? Sabemos, sem mencioná-lo publicamente, que essa alteração na lei visa apenas os filhos dos "outros". Estes outros são os mesmos, há 500 anos. Os expulsos da terra e "incluídos" nas favelas. Os submetidos a trabalhos forçados. São os encarcerados que furtaram para matar a fome e esperam anos sem julgamento, expostos à violência de criminosos periculosos. São os militantes desaparecidos durante a ditadura militar de 1964-85, que a Comissão da Verdade não conseguiu localizar porque os agentes da repressão se recusaram a revelar seu paradeiro. Este é o Brasil que queremos tornar menos violento sem mexer em nada além de reduzir a idade em que as crianças devem ser encarceradas junto de criminosos adultos. Alguém acredita que a medida há de amenizar a violência de que somos (todos, sem exceção) vítimas? As crianças arregimentadas pelo crime são evidências de nosso fracasso em cuidar, educar, alimentar e oferecer futuro a um grande número de brasileiros. Esconder nossa vergonha atrás das grades não vai resolver o problema. Vamos vencer nosso conformismo, nossa baixa estima, nossa vontade de apostar no pior –em uma frase, vamos curar nossa depressão social. Inventemos medidas socioeducativas que funcionem: sabemos que os presídios são escolas de bandidos. Vamos criar dispositivos que criem cidadãos, mesmo entre os miseráveis –aqueles de quem não se espera nada. MARIA RITA KEHL, 63, psicanalista, foi integrante da Comissão Nacional da Verdade. É autora de "O Tempo e o Cão - A Atualidade das Depressões" (Boitempo) e de "Processos Primários" (Estação Liberdade) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Consultor esclarece participação em processo de produção da Embraer
Sobre a reportagem Feng shui industrial, esclareço que não conduzi a reforma nos processos de produção do modelo Embraer 170/190. Com muita satisfação, fiz parte do grupo que iniciou as mudanças. A equipe fez a maior parte do trabalho, e o mérito dos resultados deve ser atribuído aos gerentes e diretores, bem como a toda a equipe, que trabalhou dura e incansavelmente durante meses. A Embraer é composta de colaboradores de alto nível e tenho profundo respeito e admiração pelo trabalho que é feito dentro da empresa na busca da excelência. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Consultor esclarece participação em processo de produção da EmbraerSobre a reportagem Feng shui industrial, esclareço que não conduzi a reforma nos processos de produção do modelo Embraer 170/190. Com muita satisfação, fiz parte do grupo que iniciou as mudanças. A equipe fez a maior parte do trabalho, e o mérito dos resultados deve ser atribuído aos gerentes e diretores, bem como a toda a equipe, que trabalhou dura e incansavelmente durante meses. A Embraer é composta de colaboradores de alto nível e tenho profundo respeito e admiração pelo trabalho que é feito dentro da empresa na busca da excelência. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Livro documenta o dia a dia de diretores de escolas pelo país
Depois de percorrer 6.590 km em 37 dias, visitando 30 escolas públicas de 27 cidades em seis Estados, o fotógrafo Eder Chiodetto concluiu que "a humanidade não inventou nada mais revolucionário que o diálogo". A cada diretor que entrevistava, percebia que as iniciativas para melhorar o nível do ensino no país sempre passavam por uma relação mais próxima com os alunos. Convidado pelo Instituto Unibanco para documentar gestores de escolas públicas de ensino médio, Chiodetto teve de voltar a fotografar profissionalmente após 15 anos –o último trabalho como fotógrafo publicado pelo curador retratava escritores em seus espaços de trabalho. Agora, nos ensaios produzidos desde o fim de 2016 e reunidos no livro "Ser Diretor", Chiodetto não só resgata a veia fotojornalística como faz reportagens a partir de entrevistas com os gestores. Nos papos, palavras como "acolhimento", "aproximação", "convivência" e sinônimos aparecem com frequência. A passagem do campo abstrato para a prática se dá em atividades lúdicas, em que o aluno tem a dianteira do processo. Em Itaiçaba, interior do Ceará, por exemplo, a escola João Barbosa Lima criou a banda Os Pitagóricos para ajudar os alunos a entender matemática -são eles quem criam as letras das paródias a partir do conteúdo que estão aprendendo. A insistência na participação do aluno em exercícios que fujam do modelo do adolescente preso à cadeira é uma constante para evitar o crescimento da evasão escolar. "O processo educacional é, em geral, verticalizado", diz Chiodetto. "O estudante raramente tem algum protagonismo no processo. Recebe um pacote que lhe é imposto e que invariavelmente não é um modelo que dialoga com seus anseios e necessidades." As escolas visitadas tem o projeto Jovem de Futuro em comum. Criado há dez anos pelo Instituto Unibanco, o programa oferece, em parceria com secretarias de Educação, assessoria técnica e formação em diversas etapas do processo educacional. Ainda que os casos de melhoria nos índices escolares chamem a atenção, "Ser Diretor" também exibe os inúmeros problemas sociais e de infraestrutura que consomem a educação no país. Por isso, explica Chiodetto, tanto as imagens das escolas quanto os retratos dos gestores foram editados em preto e branco. "Não é um livro alegre. Para falar de educação pública no Brasil não dá para atingir as cores", afirma. Chiodetto cita, por exemplo, o momento em que entrevistava a diretora do colégio Professor Antônio Marco de Araújo, em Luziânia, no Estado de Goiás, quando quatro alunas entraram na sala para relatar ameaças de violência e assédio na saída da escola. Os casos que envolvem a presença do tráfico de drogas se multiplicam durante o livro, e um dos colégios recebeu o apelido de "Carandiru", enquanto outro tinha paredes pichadas com os nomes de alunos e as palavras "luto" e "deixa saudade". O núcleo familiar também é uma questão. Os pais muitas vezes não acompanham a vida escolar dos filhos e, quando há cobranças para impedir que os adolescentes deixem a escola, alguns reagem com agressividade, dizendo que os diretores estão atrapalhando a vida deles. Fora a violência, alguns dos problemas relatados parecem até anedóticos. Na escola Job Pimentel, em Mantenópolis, no Espírito Santo, o local até dispõe de ar-condicionado para colocar nas salas, mas a rede elétrica não suporta. Outra, em Santarém, no Pará, funciona sem muros há dez anos, após um desabamento. Por isso, o local é invadido e assaltado com frequência. São situações que a diretora Luciana de Sousa, de Santarém, enfrenta como uma maestrina: se não tiver harmonia entre os setores da escola, a música desafina. - "SER DIRETOR" Autor Eder Chiodetto (Instituto Unibanco) Quanto Disponível gratuitamente no site livroserdiretor.org.br
seminariosfolha
Livro documenta o dia a dia de diretores de escolas pelo paísDepois de percorrer 6.590 km em 37 dias, visitando 30 escolas públicas de 27 cidades em seis Estados, o fotógrafo Eder Chiodetto concluiu que "a humanidade não inventou nada mais revolucionário que o diálogo". A cada diretor que entrevistava, percebia que as iniciativas para melhorar o nível do ensino no país sempre passavam por uma relação mais próxima com os alunos. Convidado pelo Instituto Unibanco para documentar gestores de escolas públicas de ensino médio, Chiodetto teve de voltar a fotografar profissionalmente após 15 anos –o último trabalho como fotógrafo publicado pelo curador retratava escritores em seus espaços de trabalho. Agora, nos ensaios produzidos desde o fim de 2016 e reunidos no livro "Ser Diretor", Chiodetto não só resgata a veia fotojornalística como faz reportagens a partir de entrevistas com os gestores. Nos papos, palavras como "acolhimento", "aproximação", "convivência" e sinônimos aparecem com frequência. A passagem do campo abstrato para a prática se dá em atividades lúdicas, em que o aluno tem a dianteira do processo. Em Itaiçaba, interior do Ceará, por exemplo, a escola João Barbosa Lima criou a banda Os Pitagóricos para ajudar os alunos a entender matemática -são eles quem criam as letras das paródias a partir do conteúdo que estão aprendendo. A insistência na participação do aluno em exercícios que fujam do modelo do adolescente preso à cadeira é uma constante para evitar o crescimento da evasão escolar. "O processo educacional é, em geral, verticalizado", diz Chiodetto. "O estudante raramente tem algum protagonismo no processo. Recebe um pacote que lhe é imposto e que invariavelmente não é um modelo que dialoga com seus anseios e necessidades." As escolas visitadas tem o projeto Jovem de Futuro em comum. Criado há dez anos pelo Instituto Unibanco, o programa oferece, em parceria com secretarias de Educação, assessoria técnica e formação em diversas etapas do processo educacional. Ainda que os casos de melhoria nos índices escolares chamem a atenção, "Ser Diretor" também exibe os inúmeros problemas sociais e de infraestrutura que consomem a educação no país. Por isso, explica Chiodetto, tanto as imagens das escolas quanto os retratos dos gestores foram editados em preto e branco. "Não é um livro alegre. Para falar de educação pública no Brasil não dá para atingir as cores", afirma. Chiodetto cita, por exemplo, o momento em que entrevistava a diretora do colégio Professor Antônio Marco de Araújo, em Luziânia, no Estado de Goiás, quando quatro alunas entraram na sala para relatar ameaças de violência e assédio na saída da escola. Os casos que envolvem a presença do tráfico de drogas se multiplicam durante o livro, e um dos colégios recebeu o apelido de "Carandiru", enquanto outro tinha paredes pichadas com os nomes de alunos e as palavras "luto" e "deixa saudade". O núcleo familiar também é uma questão. Os pais muitas vezes não acompanham a vida escolar dos filhos e, quando há cobranças para impedir que os adolescentes deixem a escola, alguns reagem com agressividade, dizendo que os diretores estão atrapalhando a vida deles. Fora a violência, alguns dos problemas relatados parecem até anedóticos. Na escola Job Pimentel, em Mantenópolis, no Espírito Santo, o local até dispõe de ar-condicionado para colocar nas salas, mas a rede elétrica não suporta. Outra, em Santarém, no Pará, funciona sem muros há dez anos, após um desabamento. Por isso, o local é invadido e assaltado com frequência. São situações que a diretora Luciana de Sousa, de Santarém, enfrenta como uma maestrina: se não tiver harmonia entre os setores da escola, a música desafina. - "SER DIRETOR" Autor Eder Chiodetto (Instituto Unibanco) Quanto Disponível gratuitamente no site livroserdiretor.org.br
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Confira cinco dicas de passeios e gastronomia vegetariana em SP
RICARDO AMPUDIA DE SÃO PAULO O coordenador digital do núcleo de revistas da Folha, Ricardo Ampudia, dá dicas de passeios e restaurantes queridinhos dos vegetarianos. Confira: Aquário do parque da Água Branca Uma alternativa para não levar as crianças para ver bichos deprimidos no zoológico, o aquário tem espécies das principais bacias hidrográficas de São Paulo em tanques limpos e bem cuidados. A entrada custa só R$ 2 Informe-se sobre o local * Kebab Salonu Para alegria dos vegetarianos, a casa turca serve kebab de faláfel com berinjela, tomate fresco e taratour (molho de tahine), temperado com sumac e embrulhado no lavash (pão armênio fininho). A limonada com romã é um caso de amor à parte R. Heitor Penteado, 699 - Sumarezinho, São Paulo, SP. Tel.: 2373-9258 * Panda Express Ao lado da prefeitura, meio escondido em um prédio antigo, o Panda serve comida vegana taiwanesa, que vai desde uma saladinha leve de bardana ou tofu até guioza frito. De sobremesa, à vontade, sorvete de milho à base de leite de soja: maravilhoso R. Líbero Badaró, 137, centro, São Paulo, SP. Tel.: 3106-1720 * Parque Jardim da Luz Parque mais bonito e injustiçado da cidade, é um lugar seguro e muito frequentado por famílias. Aos domingos, é possível se prender em uma roda de viola, ler na biblioteca do bosque ou ver peixes pela passagem subterrânea do lago. O roseiral, quando florido, vale a tarde Informe-se sobre o local * Praça das Corujas No coração da Vila Beatriz, a pracinha se mantém alheia à badalação da vizinha praça do Pôr do Sol, sendo frequentada mais por cachorros e crianças da região. Na parte baixa, há uma horta comunitária onde é possível colher morangos e azedinhas ou até adotar um canteiro Av. das Corujas, s/n, Sumarezinho, São Paulo, SP
saopaulo
Confira cinco dicas de passeios e gastronomia vegetariana em SPRICARDO AMPUDIA DE SÃO PAULO O coordenador digital do núcleo de revistas da Folha, Ricardo Ampudia, dá dicas de passeios e restaurantes queridinhos dos vegetarianos. Confira: Aquário do parque da Água Branca Uma alternativa para não levar as crianças para ver bichos deprimidos no zoológico, o aquário tem espécies das principais bacias hidrográficas de São Paulo em tanques limpos e bem cuidados. A entrada custa só R$ 2 Informe-se sobre o local * Kebab Salonu Para alegria dos vegetarianos, a casa turca serve kebab de faláfel com berinjela, tomate fresco e taratour (molho de tahine), temperado com sumac e embrulhado no lavash (pão armênio fininho). A limonada com romã é um caso de amor à parte R. Heitor Penteado, 699 - Sumarezinho, São Paulo, SP. Tel.: 2373-9258 * Panda Express Ao lado da prefeitura, meio escondido em um prédio antigo, o Panda serve comida vegana taiwanesa, que vai desde uma saladinha leve de bardana ou tofu até guioza frito. De sobremesa, à vontade, sorvete de milho à base de leite de soja: maravilhoso R. Líbero Badaró, 137, centro, São Paulo, SP. Tel.: 3106-1720 * Parque Jardim da Luz Parque mais bonito e injustiçado da cidade, é um lugar seguro e muito frequentado por famílias. Aos domingos, é possível se prender em uma roda de viola, ler na biblioteca do bosque ou ver peixes pela passagem subterrânea do lago. O roseiral, quando florido, vale a tarde Informe-se sobre o local * Praça das Corujas No coração da Vila Beatriz, a pracinha se mantém alheia à badalação da vizinha praça do Pôr do Sol, sendo frequentada mais por cachorros e crianças da região. Na parte baixa, há uma horta comunitária onde é possível colher morangos e azedinhas ou até adotar um canteiro Av. das Corujas, s/n, Sumarezinho, São Paulo, SP
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Chinesa JAC cria carro para o Brasil e prioriza utilitários
JOSIAS SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A chinesa JAC mudou sua estratégia no Brasil. Após viver um bom momento no início da década e perder mercado devido a mudanças nas regras de importação, a empresa vai priorizar os utilitários esportivos, que passam a ser maioria nas lojas. O modelo da vez é o SUV compacto T40. O projeto começou em 2011, no estúdio italiano da montadora. "Esse carro foi integralmente concebido para o Brasil", diz Sergio Habib, presidente da importadora SHC. "Mas o passado foi amargo, saímos de de 3.000 unidades vendidas por mês para 4.500 por ano." O novo modelo tem motor 1.5 flex (127 cv) e câmbio manual de cinco marchas. A versão automática vai estrear em fevereiro de 2018. Com tração apenas na dianteira, o T4 vai bem estradas de terra batida, mas sem vocação para o off-road pesado. É feito para o asfalto, por onde roda sem fazer barulho. O computador de bordo tem uma pequena tela, de difícil leitura, colocada entre velocímetro e conta-giros. O problema é a pouca luminosidade, que a JAC promete corrigir com a reprogramação do equipamento. O preço do novo utilitário começa em R$ 57 mil. Os principais itens de série são controles de tração e de estabilidade, ar-condicionado e acionamento elétrico de vidros, travas e retrovisores. Além do desenho "ocidental" e do interior com apliques em couro, o maior trunfo do JAC T40 está na variedade de itens eletrônicos oferecidos na versão mais cara (R$ 59 mil), bem ao gosto do consumidor de SUVs. Há sistema multimídia com tela de oito polegadas, monitoramento de pressão de pneus e piloto automático, que mantém a velocidade sem que seja preciso pisar no acelerador. O jipinho de origem chinesa vem equipado também com câmera frontal, que grava continuamente imagens a frente do carro. Segundo Habib, esse recurso propicia descontos no seguro do carro, já que acidentes serão documentados por imagens.
sobretudo
Chinesa JAC cria carro para o Brasil e prioriza utilitários JOSIAS SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A chinesa JAC mudou sua estratégia no Brasil. Após viver um bom momento no início da década e perder mercado devido a mudanças nas regras de importação, a empresa vai priorizar os utilitários esportivos, que passam a ser maioria nas lojas. O modelo da vez é o SUV compacto T40. O projeto começou em 2011, no estúdio italiano da montadora. "Esse carro foi integralmente concebido para o Brasil", diz Sergio Habib, presidente da importadora SHC. "Mas o passado foi amargo, saímos de de 3.000 unidades vendidas por mês para 4.500 por ano." O novo modelo tem motor 1.5 flex (127 cv) e câmbio manual de cinco marchas. A versão automática vai estrear em fevereiro de 2018. Com tração apenas na dianteira, o T4 vai bem estradas de terra batida, mas sem vocação para o off-road pesado. É feito para o asfalto, por onde roda sem fazer barulho. O computador de bordo tem uma pequena tela, de difícil leitura, colocada entre velocímetro e conta-giros. O problema é a pouca luminosidade, que a JAC promete corrigir com a reprogramação do equipamento. O preço do novo utilitário começa em R$ 57 mil. Os principais itens de série são controles de tração e de estabilidade, ar-condicionado e acionamento elétrico de vidros, travas e retrovisores. Além do desenho "ocidental" e do interior com apliques em couro, o maior trunfo do JAC T40 está na variedade de itens eletrônicos oferecidos na versão mais cara (R$ 59 mil), bem ao gosto do consumidor de SUVs. Há sistema multimídia com tela de oito polegadas, monitoramento de pressão de pneus e piloto automático, que mantém a velocidade sem que seja preciso pisar no acelerador. O jipinho de origem chinesa vem equipado também com câmera frontal, que grava continuamente imagens a frente do carro. Segundo Habib, esse recurso propicia descontos no seguro do carro, já que acidentes serão documentados por imagens.
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Riscos do passado
Embora não se imaginasse que uma decisão como essa fosse tomada por estes meses, não chegou a constituir surpresa a iniciativa da agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) de retirar o selo de bom pagador do Brasil. Trata-se de desfecho quase lógico para a sequência de erros dos governos Dilma Rousseff (PT). O corte da nota de crédito apenas tornou oficial uma situação já estabelecida na prática: aos olhos dos investidores, o Brasil se tornou um país pouco confiável, algo tão vexatório quanto preocupante. Quem ainda se dispõe a trazer dinheiro para cá cobra juros cada vez maiores como forma de compensar os riscos assumidos. O raciocínio também se aplica a empresas. Nesta quinta-feira (10), um dia depois de rebaixar o país, a S&P diminuiu a classificação de 31 companhias brasileiras; 24 delas perderam o grau de investimento, incluindo Eletrobras e Petrobras –a petrolífera sentirá efeitos especialmente danosos, pois se encontra pressionada por gigantesca dívida. Para piorar, a S&P não só passou o país e essas estatais para a categoria considerada especulativa mas também carimbou as notas com perspectiva negativa, indicando a possibilidade de novos rebaixamentos –o grau especulativo dessa agência se divide em 12 níveis, e o Brasil, ao menos por ora, está no mais elevado deles. Defensores do governo poderão lembrar que companhias de classificação de risco, como a norte-americana S&P, perderam parte de sua credibilidade por não terem antevisto a crise de 2008 nos EUA. Será, de todo modo, um argumento retórico; o fato é que investidores levam em conta tais avaliações antes de dar destino a seus recursos. Muitos deles têm limitações estatutárias para escolher países considerados especulativos por duas das três grandes agências. Por enquanto, Moody's e Fitch parecem não ter intenção de retirar do Brasil o atestado de bom pagador, mas nada impede que venham a fazê-lo. A gestão Dilma não se cansa de dar motivos para isso. A S&P, por exemplo, mencionou a apresentação pelo governo de um Orçamento deficitário para 2016. A projeção de rombo de R$ 30,5 bilhões foi, de fato, demonstração cabal de que o Planalto não tem um plano para estancar a deterioração das contas. A tentativa do Executivo de transferir ao Congresso a tarefa de achar uma saída foi um desastre. Além de isolar ainda mais a presidente, evidenciou o quanto o governo tropeça na falta de coordenação entre os ministros da área econômica. Surpreende que ainda tenham força setores que defendem a ampliação dos gastos públicos. Enquanto a administração Dilma Rousseff parece não saber o que fazer diante da crise, as condições se deterioram e consolida-se a expectativa de recessão até 2016. O país retrocede a um tempo que se acreditava superado, quando o risco de calote do governo dominava o cenário econômico. editoriais@uol.com.br
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Riscos do passadoEmbora não se imaginasse que uma decisão como essa fosse tomada por estes meses, não chegou a constituir surpresa a iniciativa da agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) de retirar o selo de bom pagador do Brasil. Trata-se de desfecho quase lógico para a sequência de erros dos governos Dilma Rousseff (PT). O corte da nota de crédito apenas tornou oficial uma situação já estabelecida na prática: aos olhos dos investidores, o Brasil se tornou um país pouco confiável, algo tão vexatório quanto preocupante. Quem ainda se dispõe a trazer dinheiro para cá cobra juros cada vez maiores como forma de compensar os riscos assumidos. O raciocínio também se aplica a empresas. Nesta quinta-feira (10), um dia depois de rebaixar o país, a S&P diminuiu a classificação de 31 companhias brasileiras; 24 delas perderam o grau de investimento, incluindo Eletrobras e Petrobras –a petrolífera sentirá efeitos especialmente danosos, pois se encontra pressionada por gigantesca dívida. Para piorar, a S&P não só passou o país e essas estatais para a categoria considerada especulativa mas também carimbou as notas com perspectiva negativa, indicando a possibilidade de novos rebaixamentos –o grau especulativo dessa agência se divide em 12 níveis, e o Brasil, ao menos por ora, está no mais elevado deles. Defensores do governo poderão lembrar que companhias de classificação de risco, como a norte-americana S&P, perderam parte de sua credibilidade por não terem antevisto a crise de 2008 nos EUA. Será, de todo modo, um argumento retórico; o fato é que investidores levam em conta tais avaliações antes de dar destino a seus recursos. Muitos deles têm limitações estatutárias para escolher países considerados especulativos por duas das três grandes agências. Por enquanto, Moody's e Fitch parecem não ter intenção de retirar do Brasil o atestado de bom pagador, mas nada impede que venham a fazê-lo. A gestão Dilma não se cansa de dar motivos para isso. A S&P, por exemplo, mencionou a apresentação pelo governo de um Orçamento deficitário para 2016. A projeção de rombo de R$ 30,5 bilhões foi, de fato, demonstração cabal de que o Planalto não tem um plano para estancar a deterioração das contas. A tentativa do Executivo de transferir ao Congresso a tarefa de achar uma saída foi um desastre. Além de isolar ainda mais a presidente, evidenciou o quanto o governo tropeça na falta de coordenação entre os ministros da área econômica. Surpreende que ainda tenham força setores que defendem a ampliação dos gastos públicos. Enquanto a administração Dilma Rousseff parece não saber o que fazer diante da crise, as condições se deterioram e consolida-se a expectativa de recessão até 2016. O país retrocede a um tempo que se acreditava superado, quando o risco de calote do governo dominava o cenário econômico. editoriais@uol.com.br
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Vírus de febre amarela teve mutação inédita que pode ter provocado surto
Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz descobriram que o vírus do último surto de febre amarela –o maior desde o início dos registros do Ministério da Saúde– tem uma sequência genética jamais vista. Instigados pela extensão da última epidemia, eles fizeram o sequenciamento completo do genoma do vírus e encontraram oito mutações inéditas em algumas de suas sequências genéticas. Dessas variações, sete têm impacto na formação de proteínas envolvidas na replicação viral, processo que permite que o vírus provoque a doença. É possível que essa diferença genética seja um dos motivos do último surto de febre amarela, mas cientistas dizem que ele também pode ser explicado pelo fato de a população da região impactada (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, principalmente) ser pouco coberta pela vacina. "Ainda não sabemos se esse vírus é predominante no atual surto. É preciso fazer novos estudos", afirma Ricardo Lourenço, chefe do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do instituto. MAIOR SURTO DA SÉRIE HISTÓRICA - Evolução dos casos de febre amarela confirmados no Brasil POR ESTADO - Casos confirmados de febre amarela neste ano, até 11 de maio O país já registrou 756 casos confirmados da doença em 2017, contra 7 em todo o ano passado. Desses, 259 acabaram em morte até agora. Minas teve 65% das ocorrências e o Espírito Santo, 31%. A febre amarela existente hoje no país é a de transmissão silvestre, que ocorre em áreas rurais e de mata. Mesmo com a descoberta, a vacina adotada atualmente continua valendo, dizem os cientistas. Isso porque essas mudanças não afetam as proteínas do envelope do vírus, que são centrais para a eficácia da imunização. O impacto dessa nova informação para a saúde pública ainda não está claro. Constatar as variações foi apenas o primeiro passo. "Agora, precisamos estudar o vírus em laboratório para entender se ele é, de fato, mais agressivo para humanos, animais e vetores [mosquitos]", afirma Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Osxaldo Cruz. Os pesquisadores também querem saber quando essas alterações ocorreram e como o vírus se espalhou. Para isso, pretendem comparar amostras atuais e antigas –o último sequenciamento genético foi feito em 2010, na Venezuela. Eles já colheram amostras de mosquitos e dois macacos do Espírito Santo, mortos em fevereiro deste ano, e de um macaco do Rio. Agora, querem pegar de humanos, macacos e mosquitos de outros Estados. O estudo foi realizado por pesquisadores dos laboratórios de Biologia Molecular de Flavivírus e de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do instituto. Os resultados foram divulgados na revista "Memórias", da instituição. Febre
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Vírus de febre amarela teve mutação inédita que pode ter provocado surtoPesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz descobriram que o vírus do último surto de febre amarela –o maior desde o início dos registros do Ministério da Saúde– tem uma sequência genética jamais vista. Instigados pela extensão da última epidemia, eles fizeram o sequenciamento completo do genoma do vírus e encontraram oito mutações inéditas em algumas de suas sequências genéticas. Dessas variações, sete têm impacto na formação de proteínas envolvidas na replicação viral, processo que permite que o vírus provoque a doença. É possível que essa diferença genética seja um dos motivos do último surto de febre amarela, mas cientistas dizem que ele também pode ser explicado pelo fato de a população da região impactada (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, principalmente) ser pouco coberta pela vacina. "Ainda não sabemos se esse vírus é predominante no atual surto. É preciso fazer novos estudos", afirma Ricardo Lourenço, chefe do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do instituto. MAIOR SURTO DA SÉRIE HISTÓRICA - Evolução dos casos de febre amarela confirmados no Brasil POR ESTADO - Casos confirmados de febre amarela neste ano, até 11 de maio O país já registrou 756 casos confirmados da doença em 2017, contra 7 em todo o ano passado. Desses, 259 acabaram em morte até agora. Minas teve 65% das ocorrências e o Espírito Santo, 31%. A febre amarela existente hoje no país é a de transmissão silvestre, que ocorre em áreas rurais e de mata. Mesmo com a descoberta, a vacina adotada atualmente continua valendo, dizem os cientistas. Isso porque essas mudanças não afetam as proteínas do envelope do vírus, que são centrais para a eficácia da imunização. O impacto dessa nova informação para a saúde pública ainda não está claro. Constatar as variações foi apenas o primeiro passo. "Agora, precisamos estudar o vírus em laboratório para entender se ele é, de fato, mais agressivo para humanos, animais e vetores [mosquitos]", afirma Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Osxaldo Cruz. Os pesquisadores também querem saber quando essas alterações ocorreram e como o vírus se espalhou. Para isso, pretendem comparar amostras atuais e antigas –o último sequenciamento genético foi feito em 2010, na Venezuela. Eles já colheram amostras de mosquitos e dois macacos do Espírito Santo, mortos em fevereiro deste ano, e de um macaco do Rio. Agora, querem pegar de humanos, macacos e mosquitos de outros Estados. O estudo foi realizado por pesquisadores dos laboratórios de Biologia Molecular de Flavivírus e de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do instituto. Os resultados foram divulgados na revista "Memórias", da instituição. Febre
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Marinha dos EUA batizará navio com nome de pioneiro da causa gay
A Marinha de Guerra norte-americana batizará um de seus navios com o nome de Harvey Milk, pioneiro da causa homossexual e assassinado em 1978 em San Francisco. Harvey Milk ganhou o apelido de "Martin Luther King gay" por seu papel de catalizador e líder na luta contra discriminações e pelo direito dos homossexuais de viver sua identidade publicamente. No cinema, Sean Penn interpretou o ativista no filme "Milk, A Voz da Igualdade". A atuação rendeu a ele o Oscar de melhor ator em 2009. "Posso afirmar que a Marinha informou ao Congresso sobre sua intenção de batizar um novo petroleiro reabastecedor de esquadra como USNS Harvey Milk", declarou uma fonte da instituição, confirmando informações do site USNI News. O prefixo USNS significa que o navio pertence à Marinha americana, mas que se trata de um barco de apoio, dotado em geral de uma tripulação civil. Segundo o USNI News, site de informações marítimas, o atual secretário da Marinha, Ray Mabus, quer dar aos futuros petroleiros de reabastecimento os nomes de líderes dos direitos civis do país. O primeiro barco desse tipo recebeu o nome de John Lewis, ex-companheiro de luta de Martin Luther King, líder do movimento negro na década de 1960. Lewis hoje é representante do Estado da Geórgia no Congresso americano.
mundo
Marinha dos EUA batizará navio com nome de pioneiro da causa gayA Marinha de Guerra norte-americana batizará um de seus navios com o nome de Harvey Milk, pioneiro da causa homossexual e assassinado em 1978 em San Francisco. Harvey Milk ganhou o apelido de "Martin Luther King gay" por seu papel de catalizador e líder na luta contra discriminações e pelo direito dos homossexuais de viver sua identidade publicamente. No cinema, Sean Penn interpretou o ativista no filme "Milk, A Voz da Igualdade". A atuação rendeu a ele o Oscar de melhor ator em 2009. "Posso afirmar que a Marinha informou ao Congresso sobre sua intenção de batizar um novo petroleiro reabastecedor de esquadra como USNS Harvey Milk", declarou uma fonte da instituição, confirmando informações do site USNI News. O prefixo USNS significa que o navio pertence à Marinha americana, mas que se trata de um barco de apoio, dotado em geral de uma tripulação civil. Segundo o USNI News, site de informações marítimas, o atual secretário da Marinha, Ray Mabus, quer dar aos futuros petroleiros de reabastecimento os nomes de líderes dos direitos civis do país. O primeiro barco desse tipo recebeu o nome de John Lewis, ex-companheiro de luta de Martin Luther King, líder do movimento negro na década de 1960. Lewis hoje é representante do Estado da Geórgia no Congresso americano.
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Nokia lança celular de US$ 20
A Microsoft anunciou nesta quarta (3) o celular Nokia 105, que terá como seu principal atrativo o preço, de US$ 20 sem incluir os impostos locais, cerca de R$ 63. O "feature phone", como são chamados os telefones com capacidades básicas de internet, vai ser lançado ainda neste mês em mercados não divulgados pela empresa. Questionada, a assessoria de imprensa da Microsoft disse que o Brasil não está entre eles. O Nokia 105 é dual-SIM (comporta duas linhas telefônicas simultâneas), tem tela de 1,45 polegada e bateria com capacidade de 800 mAh, suficiente para aguentar 15 horas em chamada ou 35 dias em "standby" (aparelho ligado, mas sem uso), segundo a empresa. Planos de desenvolvimento do modelo foram inicialmente divulgados no fim de 2013. A divisão de celulares da Nokia –outrora a mais popular do mundo– foi comprada pela fabricante do Windows e tornou-se Microsoft Mobility no ano passado. Chegou a ser publicado que a marca seria descontinuada, mas a companhia reverteu a decisão. Em janeiro, a empresa havia anunciado o Nokia 215, de US$ 29, até então o "feature phone" mais barato já lançado.
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Nokia lança celular de US$ 20A Microsoft anunciou nesta quarta (3) o celular Nokia 105, que terá como seu principal atrativo o preço, de US$ 20 sem incluir os impostos locais, cerca de R$ 63. O "feature phone", como são chamados os telefones com capacidades básicas de internet, vai ser lançado ainda neste mês em mercados não divulgados pela empresa. Questionada, a assessoria de imprensa da Microsoft disse que o Brasil não está entre eles. O Nokia 105 é dual-SIM (comporta duas linhas telefônicas simultâneas), tem tela de 1,45 polegada e bateria com capacidade de 800 mAh, suficiente para aguentar 15 horas em chamada ou 35 dias em "standby" (aparelho ligado, mas sem uso), segundo a empresa. Planos de desenvolvimento do modelo foram inicialmente divulgados no fim de 2013. A divisão de celulares da Nokia –outrora a mais popular do mundo– foi comprada pela fabricante do Windows e tornou-se Microsoft Mobility no ano passado. Chegou a ser publicado que a marca seria descontinuada, mas a companhia reverteu a decisão. Em janeiro, a empresa havia anunciado o Nokia 215, de US$ 29, até então o "feature phone" mais barato já lançado.
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Mostra na Casa de Vidro reúne mobiliário criado por Lina Bo Bardi
MARIANA MARINHO DE SÃO PAULO A partir deste domingo (29), a Casa de Vidro, primeira obra de Lina Bo Bardi (1914-1992) construída, recebe uma mostra dedicada aos mobiliários criados pela arquiteta italiana naturalizada brasileira. Intitulada "O Impasse do Design: Mobiliário de Lina Bo Bardi: 1959-1992", a exposição foca a segunda parte de sua trajetória no design, que compreende as décadas de 1960 e 1990. Dentre as 13 peças originais exibidas, a ênfase é nos trabalhos criados para o Museu de Arte de São Paulo, o Museu de Arte Moderna da Bahia e o Sesc Pompeia —um exemplo são as cadeiras presentes na área de convivência da instituição. "Lina criticava o fato de o design moderno estar se transformando em uma produção de objetos de consumo descartáveis, perdendo sua força renovadora", explica o curador Renato Anelli. "Ela estava sintonizada com a emergência do pensamento ecológico e ambiental, a questão do desperdício", completa. A ideia da mostra é não apenas trazer o pensamento de Lina, mas mostrar de que forma ele aparece em suas próprias criações. Também integram a seleção fotografias, protótipos, desenhos e documentos pertencentes ao acervo do Instituto Bardi, criado pela arquiteta e por seu marido, Pietro Maria Bardi, nos anos 1990. Casa de Vidro. R. Gen. Almério de Moura, 200, Vila Tramontano, região oeste, tel. 3743-3875. Qui. a dom.: 10h às 16h. Abertura: 29/5, 10h às 16h. Até 31/7. Livre. Visita monitorada p/ institucional@institutobardi.com.br (p/ grupos acima de 15 pessoas). GRÁTIS
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Mostra na Casa de Vidro reúne mobiliário criado por Lina Bo BardiMARIANA MARINHO DE SÃO PAULO A partir deste domingo (29), a Casa de Vidro, primeira obra de Lina Bo Bardi (1914-1992) construída, recebe uma mostra dedicada aos mobiliários criados pela arquiteta italiana naturalizada brasileira. Intitulada "O Impasse do Design: Mobiliário de Lina Bo Bardi: 1959-1992", a exposição foca a segunda parte de sua trajetória no design, que compreende as décadas de 1960 e 1990. Dentre as 13 peças originais exibidas, a ênfase é nos trabalhos criados para o Museu de Arte de São Paulo, o Museu de Arte Moderna da Bahia e o Sesc Pompeia —um exemplo são as cadeiras presentes na área de convivência da instituição. "Lina criticava o fato de o design moderno estar se transformando em uma produção de objetos de consumo descartáveis, perdendo sua força renovadora", explica o curador Renato Anelli. "Ela estava sintonizada com a emergência do pensamento ecológico e ambiental, a questão do desperdício", completa. A ideia da mostra é não apenas trazer o pensamento de Lina, mas mostrar de que forma ele aparece em suas próprias criações. Também integram a seleção fotografias, protótipos, desenhos e documentos pertencentes ao acervo do Instituto Bardi, criado pela arquiteta e por seu marido, Pietro Maria Bardi, nos anos 1990. Casa de Vidro. R. Gen. Almério de Moura, 200, Vila Tramontano, região oeste, tel. 3743-3875. Qui. a dom.: 10h às 16h. Abertura: 29/5, 10h às 16h. Até 31/7. Livre. Visita monitorada p/ institucional@institutobardi.com.br (p/ grupos acima de 15 pessoas). GRÁTIS
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Cidade na Tailândia tem aulas de cozinha e tour de elefantes
A região norte da Tailândia oferece a turistas programas de imersão e vivência da cultura do país. No hotel Four Seasons, em Chiang Mai, é possível conhecer a produção local de arroz, servido no restaurante local. Nos campos, o visitante entende desde a dinâmica das planícies alagadas que permitem o cultivo do cereal até o processo de secagem, feito em grandes cestos de palha. Também são oferecidos no hotel cursos de gastronomia, de um dia a algumas semanas de duração –a exemplo dos da Blue Elephant. Famosa por abrigar restaurantes e bares que atraem turistas em Pukhet e na capital, Bancoc, a rede é uma das principais escolas de cozinha do país. Nas aulas, a ideia é ter uma vivência completa, da escolha dos ingredientes nos mercados de rua até o preparo e apresentação de pratos tradicionais. Tailândia Deixando a comida de lado, em Chiang Mai uma atração tradicional são os tours pelos campos de elefantes. Hotéis e agências promovem passeios diários a locais como o Patara Elephant Camp, que incluem dar banhos nos animais, fazer trilhas e visitar cachoeiras. Os pacotes custam até 700 bahts (R$ 73) por dia. Em Chiang Rai, (a 180 quilômetros da sua quase homônima Chiang Mai), as atividades têm pendor um pouco mais histórico: a cidade milenar foi fundada em 1262, como capital do reino Lana, e fica bem próxima das famosas tribos de "mulheres-girafas". O Hill Tribes Museum, no terceiro andar de um pequeno edifício em frente ao Sunday Market, é dedicado à cultura das tribos nômades que ocuparam a região. As "hill tribes" são historicamente ligadas à produção de ópio, e cachimbos e ferramentas de plantio fazem parte do acervo –roupas costuradas por mulheres desses grupos estão à venda; uma calça colorida custa cerca de 30 bahts (R$ 3). Outro ponto de destaque em Chiang Rai é o Wat Rong Khun, conhecido como White Temple, um dos mais modernos e recentes templos budistas da Tailândia. Todo pintado de branco, ele tem arquitetura arrojada, com certo tom fantasmagórico: a entrada é uma grande boca com chifres, ao lado de uma pequena ponte sobre um mar de mãos que parecem vir do purgatório. No interior, pinturas de traços contemporâneos misturam a agonia e o sofrimento do homem, lutando contra tentações e paixões, a elementos fantasiosos da cultura budista. A ideia do artista tailandês Chalermchai Kositpipat, que projetou o templo e tem uma galeria vizinha ao local, foi retratar a pureza do Buda. (VM)
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Cidade na Tailândia tem aulas de cozinha e tour de elefantesA região norte da Tailândia oferece a turistas programas de imersão e vivência da cultura do país. No hotel Four Seasons, em Chiang Mai, é possível conhecer a produção local de arroz, servido no restaurante local. Nos campos, o visitante entende desde a dinâmica das planícies alagadas que permitem o cultivo do cereal até o processo de secagem, feito em grandes cestos de palha. Também são oferecidos no hotel cursos de gastronomia, de um dia a algumas semanas de duração –a exemplo dos da Blue Elephant. Famosa por abrigar restaurantes e bares que atraem turistas em Pukhet e na capital, Bancoc, a rede é uma das principais escolas de cozinha do país. Nas aulas, a ideia é ter uma vivência completa, da escolha dos ingredientes nos mercados de rua até o preparo e apresentação de pratos tradicionais. Tailândia Deixando a comida de lado, em Chiang Mai uma atração tradicional são os tours pelos campos de elefantes. Hotéis e agências promovem passeios diários a locais como o Patara Elephant Camp, que incluem dar banhos nos animais, fazer trilhas e visitar cachoeiras. Os pacotes custam até 700 bahts (R$ 73) por dia. Em Chiang Rai, (a 180 quilômetros da sua quase homônima Chiang Mai), as atividades têm pendor um pouco mais histórico: a cidade milenar foi fundada em 1262, como capital do reino Lana, e fica bem próxima das famosas tribos de "mulheres-girafas". O Hill Tribes Museum, no terceiro andar de um pequeno edifício em frente ao Sunday Market, é dedicado à cultura das tribos nômades que ocuparam a região. As "hill tribes" são historicamente ligadas à produção de ópio, e cachimbos e ferramentas de plantio fazem parte do acervo –roupas costuradas por mulheres desses grupos estão à venda; uma calça colorida custa cerca de 30 bahts (R$ 3). Outro ponto de destaque em Chiang Rai é o Wat Rong Khun, conhecido como White Temple, um dos mais modernos e recentes templos budistas da Tailândia. Todo pintado de branco, ele tem arquitetura arrojada, com certo tom fantasmagórico: a entrada é uma grande boca com chifres, ao lado de uma pequena ponte sobre um mar de mãos que parecem vir do purgatório. No interior, pinturas de traços contemporâneos misturam a agonia e o sofrimento do homem, lutando contra tentações e paixões, a elementos fantasiosos da cultura budista. A ideia do artista tailandês Chalermchai Kositpipat, que projetou o templo e tem uma galeria vizinha ao local, foi retratar a pureza do Buda. (VM)
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Povoado de Goiás tem maior índice mundial de doença rara de pele
O sol brilha forte no interior de Goiás, e o índice ultravioleta é frequentemente classificado como "extremo" –parece não haver lugar pior para uma pessoa com uma doença de pele rara como o xeroderma pigmentoso viver. Ela é caracterizada por uma extrema sensibilidade ao sol: as células da pele sofrem mutações provocadas pela radiação UV. O acúmulo delas causa manchas, escurecimento, engrossamento da pele e aumenta mais de mil vezes a chance do aparecimento de vários tipos de câncer. O distrito de Araras fica a cerca de 40 km (por estrada de terra) da cidade de Faina, de 7.000 habitantes. O povoado é recordista mundial na prevalência do xeroderma –uma para cada 30 pessoas. No mundo, a doença afeta uma para cada 250 mil. O fato de um local concentrar tantos casos se deve ao que o professor titular da USP e especialista no reparo de DNA Carlos Menck chama de "azar dos azares": o encontro geográfico de duas famílias não correlacionadas, que fundaram o povoado, cada uma carregando uma cópia alterada de um gene. A doença é recessiva –ou seja, os pais podem carregá-la sem desenvolve-la, passando-a aos filhos. O gene em questão é um dos responsáveis pelo reparo de DNA, constantemente afetado pela radiação solar –o tema rendeu o Prêmio Nobel de Química deste ano. Os pacientes de Araras tem de evitar ao máximo a exposição ao sol e utilizar um potente filtro solar com uma enzima reparadora de DNA. Com muito cuidado, a expectativa de vida pode até ser mantida. No povoado, no qual boa parte das pessoas se dedica à agricultura, porém, isso é mais difícil. Quem desenvolve os cânceres de pele costuma ser tratado cirurgicamente –o sofrimento de muitos pacientes vem das repetidas operações. PACIENTES A Folha acompanhou uma ação capitaneada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) na região, que atraiu até pacientes que residem em outros locais. Uma garota de 13 anos viajou desde o Tocantins até o povoado e foi diagnosticada com 12 melanomas. A quantidade de tumores surpreendeu até os médicos. Outro paciente que se deslocou até o local foi Julimar Flores, 20, que é DJ em casas noturnas de Goiânia. Ele diz ter perdido a conta das operações por conta do aparecimento de tumores: "Não é uma coisa de que eu goste de me lembrar". Em uma delas, Flores ficou sem o nariz. Ele também perdeu partes dos lábios, das pálpebras e de outras partes do rosto. Recentemente, os pacientes passaram a ter aposentadoria especial do INSS, mas em boa parte dos casos eles não param de trabalhar. "É difícil fazer as pessoas se conscientizarem de que elas devem se prevenir. Existe muita resistência", afirma o geneticista Rafael Souto. Por outro lado, Menck diz que pelo menos agora há uma "pulga atrás da orelha" das pessoas. "Agora, quando primos ou pessoas que tem casos nas famílias se casam, eles podem fazer o teste para saber as chances de um filho vir a ter a doença." "Não é ético interferir impedindo esse tipo de união. O máximo que podemos fazer é dizer a verdade." As ações do governo estadual, da SBD e de outras iniciativas não governamentais no povoado de Araras se iniciaram após a criação da Associação Brasileira do Xeroderma Pigmentoso, por Gleice Machado, que teve um filho, Alisson, com a doença. Até então, muitas pessoas achavam que a doença era contagiosa e que seria fruto de doenças venéreas, como sífilis, de seus antepassados. A infraestrutura ainda é um dos fatores limitantes. O isolamento é apontando pelos pesquisadores como o fator preponderante para os casamentos consanguíneos. Antigamente, isso acontecia por causa da divisão de terras, "para ficar na família", diz Geny Jardim, 66, que perdeu quatro irmãos com a doença. Hoje, avalia Menck, essas uniões acontecem por causa de um sentimento de união entre as famílias: "As pessoas se conhecem e se apoiaram uma vida inteira. É compreensível que algumas acabem se apaixonando entre si". Cláudia Sebastiana Jardim, 37, dona de casa, conta que foi "buscar um marido longe dali". Os filhos, Jéferson e Gerciane, não tem a doença, mas provavelmente carregam uma cópia mutada do gene –herdado da mãe. "Eu diria que nem em teoria há algo plausível que possa se tornar uma cura", diz Menck. Mutação Cancerígena O jornalista viajou a covite da SBD
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Povoado de Goiás tem maior índice mundial de doença rara de peleO sol brilha forte no interior de Goiás, e o índice ultravioleta é frequentemente classificado como "extremo" –parece não haver lugar pior para uma pessoa com uma doença de pele rara como o xeroderma pigmentoso viver. Ela é caracterizada por uma extrema sensibilidade ao sol: as células da pele sofrem mutações provocadas pela radiação UV. O acúmulo delas causa manchas, escurecimento, engrossamento da pele e aumenta mais de mil vezes a chance do aparecimento de vários tipos de câncer. O distrito de Araras fica a cerca de 40 km (por estrada de terra) da cidade de Faina, de 7.000 habitantes. O povoado é recordista mundial na prevalência do xeroderma –uma para cada 30 pessoas. No mundo, a doença afeta uma para cada 250 mil. O fato de um local concentrar tantos casos se deve ao que o professor titular da USP e especialista no reparo de DNA Carlos Menck chama de "azar dos azares": o encontro geográfico de duas famílias não correlacionadas, que fundaram o povoado, cada uma carregando uma cópia alterada de um gene. A doença é recessiva –ou seja, os pais podem carregá-la sem desenvolve-la, passando-a aos filhos. O gene em questão é um dos responsáveis pelo reparo de DNA, constantemente afetado pela radiação solar –o tema rendeu o Prêmio Nobel de Química deste ano. Os pacientes de Araras tem de evitar ao máximo a exposição ao sol e utilizar um potente filtro solar com uma enzima reparadora de DNA. Com muito cuidado, a expectativa de vida pode até ser mantida. No povoado, no qual boa parte das pessoas se dedica à agricultura, porém, isso é mais difícil. Quem desenvolve os cânceres de pele costuma ser tratado cirurgicamente –o sofrimento de muitos pacientes vem das repetidas operações. PACIENTES A Folha acompanhou uma ação capitaneada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) na região, que atraiu até pacientes que residem em outros locais. Uma garota de 13 anos viajou desde o Tocantins até o povoado e foi diagnosticada com 12 melanomas. A quantidade de tumores surpreendeu até os médicos. Outro paciente que se deslocou até o local foi Julimar Flores, 20, que é DJ em casas noturnas de Goiânia. Ele diz ter perdido a conta das operações por conta do aparecimento de tumores: "Não é uma coisa de que eu goste de me lembrar". Em uma delas, Flores ficou sem o nariz. Ele também perdeu partes dos lábios, das pálpebras e de outras partes do rosto. Recentemente, os pacientes passaram a ter aposentadoria especial do INSS, mas em boa parte dos casos eles não param de trabalhar. "É difícil fazer as pessoas se conscientizarem de que elas devem se prevenir. Existe muita resistência", afirma o geneticista Rafael Souto. Por outro lado, Menck diz que pelo menos agora há uma "pulga atrás da orelha" das pessoas. "Agora, quando primos ou pessoas que tem casos nas famílias se casam, eles podem fazer o teste para saber as chances de um filho vir a ter a doença." "Não é ético interferir impedindo esse tipo de união. O máximo que podemos fazer é dizer a verdade." As ações do governo estadual, da SBD e de outras iniciativas não governamentais no povoado de Araras se iniciaram após a criação da Associação Brasileira do Xeroderma Pigmentoso, por Gleice Machado, que teve um filho, Alisson, com a doença. Até então, muitas pessoas achavam que a doença era contagiosa e que seria fruto de doenças venéreas, como sífilis, de seus antepassados. A infraestrutura ainda é um dos fatores limitantes. O isolamento é apontando pelos pesquisadores como o fator preponderante para os casamentos consanguíneos. Antigamente, isso acontecia por causa da divisão de terras, "para ficar na família", diz Geny Jardim, 66, que perdeu quatro irmãos com a doença. Hoje, avalia Menck, essas uniões acontecem por causa de um sentimento de união entre as famílias: "As pessoas se conhecem e se apoiaram uma vida inteira. É compreensível que algumas acabem se apaixonando entre si". Cláudia Sebastiana Jardim, 37, dona de casa, conta que foi "buscar um marido longe dali". Os filhos, Jéferson e Gerciane, não tem a doença, mas provavelmente carregam uma cópia mutada do gene –herdado da mãe. "Eu diria que nem em teoria há algo plausível que possa se tornar uma cura", diz Menck. Mutação Cancerígena O jornalista viajou a covite da SBD
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Amazon vai abrir primeira loja física; livraria nos EUA deve ter 5 mil títulos
A Amazon anunciou que vai abrir sua primeira loja física em Seattle, no estado norte-americano de Washington. Os rumores de um local da empresa se espalhavam, e até às vezes eram dados como reais, desde que a varejista firmou sua marca no fim dos anos 1990. No ano passado, boatos falaram de uma loja em Nova York ou no Vale do Silício. Também houve histórias sobre negociações de compra da rede da falida RadioShack. Desta vez, no entanto, é verdade. A loja da Amazon vai se chamar, naturalmente, Amazon Books (Amazon Livros) e vai ter cerca de 5.000 títulos –número pequeno em relação a outras do gênero. Em nota para seus clientes, a Amazon chamou a nova loja de "uma extensão física da Amazon.com". A varejista, que gasta bilhões para refinar e acelerar entregas a domicílio, sugeriu que algumas pessoas irão ao local para olhar os livros e voltarão para casa para comprá-los. A Barnes & Nobles, a maior livraria tradicional dos Estados Unidos, fechou uma loja de 15 mil metros quadrados no final de 2011, no mesmo lugar onde ficará o novo estabelecimento da Amazon. J. B. Dickey, dono da livraria Seattle Mystery Bookshop, disse que a empreitada pode não passar de um vaidoso projeto de uma grande corporação. "Uma loja física é contrária ao que eles fazem", disse Dickey. "O objetivo da Amazon é conseguir o que se quer pelo teclado. Qual é a razão de abrir um lugar para o qual as pessoas tenham que dirigir?" Dickey cita todas as desvantagens de uma livraria tradicional, incluindo aluguel, funcionários, pequena margem de lucro e convencer os clientes a enfrentar o trânsito cruel de Seattle. A Amazon planeja vender aos mesmos preços da loja on-line. A empresa não deu detalhes do longo prazo. "Estamos completamente focados nessa loja", disse a vice-presidente da Amazon Books, Jennifer Cast, ao Seattle Times. "Esperamos que não seja a única, mas vamos ver."
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Amazon vai abrir primeira loja física; livraria nos EUA deve ter 5 mil títulosA Amazon anunciou que vai abrir sua primeira loja física em Seattle, no estado norte-americano de Washington. Os rumores de um local da empresa se espalhavam, e até às vezes eram dados como reais, desde que a varejista firmou sua marca no fim dos anos 1990. No ano passado, boatos falaram de uma loja em Nova York ou no Vale do Silício. Também houve histórias sobre negociações de compra da rede da falida RadioShack. Desta vez, no entanto, é verdade. A loja da Amazon vai se chamar, naturalmente, Amazon Books (Amazon Livros) e vai ter cerca de 5.000 títulos –número pequeno em relação a outras do gênero. Em nota para seus clientes, a Amazon chamou a nova loja de "uma extensão física da Amazon.com". A varejista, que gasta bilhões para refinar e acelerar entregas a domicílio, sugeriu que algumas pessoas irão ao local para olhar os livros e voltarão para casa para comprá-los. A Barnes & Nobles, a maior livraria tradicional dos Estados Unidos, fechou uma loja de 15 mil metros quadrados no final de 2011, no mesmo lugar onde ficará o novo estabelecimento da Amazon. J. B. Dickey, dono da livraria Seattle Mystery Bookshop, disse que a empreitada pode não passar de um vaidoso projeto de uma grande corporação. "Uma loja física é contrária ao que eles fazem", disse Dickey. "O objetivo da Amazon é conseguir o que se quer pelo teclado. Qual é a razão de abrir um lugar para o qual as pessoas tenham que dirigir?" Dickey cita todas as desvantagens de uma livraria tradicional, incluindo aluguel, funcionários, pequena margem de lucro e convencer os clientes a enfrentar o trânsito cruel de Seattle. A Amazon planeja vender aos mesmos preços da loja on-line. A empresa não deu detalhes do longo prazo. "Estamos completamente focados nessa loja", disse a vice-presidente da Amazon Books, Jennifer Cast, ao Seattle Times. "Esperamos que não seja a única, mas vamos ver."
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Venezuela vive regime de ditadura, diz mulher de opositor
Lilian Tintori, mulher do líder de oposição na Venezuela Leopoldo López, comparou o governo Nicolás Maduro a uma ditadura e pediu ajuda do governo brasileiro diante da situação no país vizinho. "Temos vivido essas injustiças, e esse regime, que não é democracia, tem todas as características de uma ditadura. () Não é ingerência quando se pede apoio pelos direitos humanos", afirmou na manhã desta quinta-feira (7), em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado. A oposição cobrou uma manifestação da presidente Dilma Rousseff e criticou ausência de diálogo com o Itamaraty, que teria sido procurado para uma audiência com as esposas dos opositores. Enquanto as visitantes falavam no Senado, o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) tem em sua agenda hoje encontro com Tarek William, Defensor do Povo da Venezuela. Ex-ministro de Hugo Chávez, William se manteve no alto comando do país sob Nicolás Maduro e também será ouvido hoje, a pedido de senadores petistas, em comissão do Senado. "O que se passa na Venezuela repercute em outros países da América Latina. Por isso é tão importante pronunciamentos claros, precisos, sem dois pesos e duas medidas. E pedimos ao Brasil que se levante e que nos ajude a levantar as bandeiras da liberdade e dos direitos humanos", afirmou Lilian. O senador Lindgbergh Farias (PT-RJ) afirmou que o diplomata Clemente Baena Soares, chefe de departamento da América do Sul no Itamaraty, receberia as mulheres de opositores na tarde de hoje. A pasta ainda não confirmou se haverá o encontro. Ex-ministro de Hugo Chávez, William se manteve no alto comando do país sob Nicolás Maduro. "Pedimos ao Brasil que se levante e que nos ajude a levantar as bandeiras da liberdade e dos direitos humanos", afirmou. Lilian destacou que atualmente há 89 presos políticos na Venezuela e alegou que seu marido se entregou por três motivos: "Ele é inocente. A segunda [razão]: ama seu país e tem um compromisso com todos os venezuelanos. E a terceira: [quer] tirar a máscara de democrata de Maduro". A comissão ouviu também depoimentos de Mitzy Capriles, mulher de Antonio Ledezma, prefeito de Caracas preso em fevereiro, e Rosa Orozco, mãe de jovem morta ao participar de panelaço na cidade de Valência. "Isso é uma violação de direitos humanos, à vida, à minha pessoa como mãe. Minha alma, minha vida, se foi com minha filha. Não vou permitir que nenhuma mãe passe por isso", disse Rosa, aplaudida ao final de seu relato. CRÍTICAS A DILMA O presidente do grupo, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), disse ver "com cautela" a atuação de comissão de ministros da Unasul —entre eles o chanceler Mauro Vieira— para abrir diálogo entre governo e oposição no país vizinho. "Uma sucessão de reuniões sem que se vejam resultados concretos pode permitir protelação indefinida da soltura de presos", afirmou. O tucano criticou o fato de as visitantes não serem recebidas por representantes do governo da presidente Dilma. "[Pedimos] que essas senhoras fossem recebidas pelo ministro [das Relações Exteriores]. A alegação foi de que o tema da Venezuela é tratado no âmbito dessa comissão [da Unasul]. Ponto. Não houve sequer alternativa oferecida para que o subsecretário de América Latina as recebesse. Eu não vou esquecer disso." O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também fez críticas ao governo. "O legislativo está fazendo sua parte. Quem precisa mudar sua rota e fazer sua parte também é o Executivo e eu espero que isso aconteça". O tucano José Serra (SP) ponderou que "se o governo fosse inteligente" teria recebido as esposas dos opositores. "Mas nós não temos um governo inteligente. Herança comum do Lula e do Chávez: não souberam fazer seus sucessores. Muito pelo contrário". O tucano Aécio Neves (MG) disse ser "vergonhosa" a "omissão" do Brasil sobre o assunto. ". "Se o governo brasileiro se omite por relações ideológicas ou sei lá de qual natureza inaceitável, cabe às demais forças políticas ocupar esse vácuo." Ele afirmou que o Congresso prepara comissão externa formada por deputados e senadores para conferir in loco a situação na Venezuela. As visitantes devem se encontrar ainda, na tarde de hoje, com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.
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Venezuela vive regime de ditadura, diz mulher de opositorLilian Tintori, mulher do líder de oposição na Venezuela Leopoldo López, comparou o governo Nicolás Maduro a uma ditadura e pediu ajuda do governo brasileiro diante da situação no país vizinho. "Temos vivido essas injustiças, e esse regime, que não é democracia, tem todas as características de uma ditadura. () Não é ingerência quando se pede apoio pelos direitos humanos", afirmou na manhã desta quinta-feira (7), em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado. A oposição cobrou uma manifestação da presidente Dilma Rousseff e criticou ausência de diálogo com o Itamaraty, que teria sido procurado para uma audiência com as esposas dos opositores. Enquanto as visitantes falavam no Senado, o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) tem em sua agenda hoje encontro com Tarek William, Defensor do Povo da Venezuela. Ex-ministro de Hugo Chávez, William se manteve no alto comando do país sob Nicolás Maduro e também será ouvido hoje, a pedido de senadores petistas, em comissão do Senado. "O que se passa na Venezuela repercute em outros países da América Latina. Por isso é tão importante pronunciamentos claros, precisos, sem dois pesos e duas medidas. E pedimos ao Brasil que se levante e que nos ajude a levantar as bandeiras da liberdade e dos direitos humanos", afirmou Lilian. O senador Lindgbergh Farias (PT-RJ) afirmou que o diplomata Clemente Baena Soares, chefe de departamento da América do Sul no Itamaraty, receberia as mulheres de opositores na tarde de hoje. A pasta ainda não confirmou se haverá o encontro. Ex-ministro de Hugo Chávez, William se manteve no alto comando do país sob Nicolás Maduro. "Pedimos ao Brasil que se levante e que nos ajude a levantar as bandeiras da liberdade e dos direitos humanos", afirmou. Lilian destacou que atualmente há 89 presos políticos na Venezuela e alegou que seu marido se entregou por três motivos: "Ele é inocente. A segunda [razão]: ama seu país e tem um compromisso com todos os venezuelanos. E a terceira: [quer] tirar a máscara de democrata de Maduro". A comissão ouviu também depoimentos de Mitzy Capriles, mulher de Antonio Ledezma, prefeito de Caracas preso em fevereiro, e Rosa Orozco, mãe de jovem morta ao participar de panelaço na cidade de Valência. "Isso é uma violação de direitos humanos, à vida, à minha pessoa como mãe. Minha alma, minha vida, se foi com minha filha. Não vou permitir que nenhuma mãe passe por isso", disse Rosa, aplaudida ao final de seu relato. CRÍTICAS A DILMA O presidente do grupo, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), disse ver "com cautela" a atuação de comissão de ministros da Unasul —entre eles o chanceler Mauro Vieira— para abrir diálogo entre governo e oposição no país vizinho. "Uma sucessão de reuniões sem que se vejam resultados concretos pode permitir protelação indefinida da soltura de presos", afirmou. O tucano criticou o fato de as visitantes não serem recebidas por representantes do governo da presidente Dilma. "[Pedimos] que essas senhoras fossem recebidas pelo ministro [das Relações Exteriores]. A alegação foi de que o tema da Venezuela é tratado no âmbito dessa comissão [da Unasul]. Ponto. Não houve sequer alternativa oferecida para que o subsecretário de América Latina as recebesse. Eu não vou esquecer disso." O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também fez críticas ao governo. "O legislativo está fazendo sua parte. Quem precisa mudar sua rota e fazer sua parte também é o Executivo e eu espero que isso aconteça". O tucano José Serra (SP) ponderou que "se o governo fosse inteligente" teria recebido as esposas dos opositores. "Mas nós não temos um governo inteligente. Herança comum do Lula e do Chávez: não souberam fazer seus sucessores. Muito pelo contrário". O tucano Aécio Neves (MG) disse ser "vergonhosa" a "omissão" do Brasil sobre o assunto. ". "Se o governo brasileiro se omite por relações ideológicas ou sei lá de qual natureza inaceitável, cabe às demais forças políticas ocupar esse vácuo." Ele afirmou que o Congresso prepara comissão externa formada por deputados e senadores para conferir in loco a situação na Venezuela. As visitantes devem se encontrar ainda, na tarde de hoje, com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.
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Em meio a recorde de turistas, Cuba aposta em concessão de aeroporto
Em meio à reaproximação com os Estados Unidos, Cuba se prepara neste ano para receber mais um número recorde de turistas –no que seria o segundo ano consecutivo com uma marca histórica. A onda de visitantes levou a estrutura turística da ilha ao limite, com hotéis cheios e longas filas no aeroporto internacional José Martí, em Havana. Para atenuar o problema, o governo anunciou, nesta semana, que vai conceder o terminal (por onde chegam mais de 50% dos visitantes estrangeiros) à empresa francesa Aéroports de Paris –a mesma que administra, entre outros, os aeroportos Charles de Gaulle e Orly, na capital da França. "O projeto prevê o financiamento e a execução de ações imediatas, que melhorem a qualidade dos serviços, assim como investimentos de médio e de longo prazo, de acordo com o crescimento estimado de passageiros", informou, segundo a agência AFP, o Ministério de Transportes cubano. O comunicado estatal disse que a parceria prevê a modernização, a ampliação e a gestão do aeroporto –mas não foram divulgados detalhes do modelo adotado na concessão, tampouco o valor dos investimentos. As obras devem ser executadas, segundo o ministério, pela multinacional (também francesa) Bouygues. Segundo a AFP, a parceria deve ser estendida ao aeródromo de San Antonio de los Baños, a oeste da capital cubana, e o modelo pode ser ampliado para outros aeroportos. A agência Associated Press classificou a melhora desses terminais como um dos principais projetos de infraestrutura de Cuba para os próximos anos, lembrando que, neste mês, o quadro tenderia a piorar, já que ao menos oito empresas aéreas americanas começam a operar voos diretos para Havana a partir de cidades como Nova York, Los Angeles, Atlanta e Miami. Os americanos estão entre os principais responsáveis pelo boom do turismo local, com 80% de aumento na emissão de visitantes em relação ao ano passado –só no primeiro semestre foram 180 mil pessoas, o segundo maior público depois dos canadenses. A França firmou uma parceria com Cuba que prevê a abertura, ainda neste ano, de um escritório da Agência de Desenvolvimento Francês em território cubanos; os investimentos europeus (em turismo, transporte, energia e agricultura) foram acordados como parte da renegociação da dívida da ilha caribenha. Segundo a AP, um porta-voz da Aéroports de Paris se negou a comentar o acordo.
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Em meio a recorde de turistas, Cuba aposta em concessão de aeroportoEm meio à reaproximação com os Estados Unidos, Cuba se prepara neste ano para receber mais um número recorde de turistas –no que seria o segundo ano consecutivo com uma marca histórica. A onda de visitantes levou a estrutura turística da ilha ao limite, com hotéis cheios e longas filas no aeroporto internacional José Martí, em Havana. Para atenuar o problema, o governo anunciou, nesta semana, que vai conceder o terminal (por onde chegam mais de 50% dos visitantes estrangeiros) à empresa francesa Aéroports de Paris –a mesma que administra, entre outros, os aeroportos Charles de Gaulle e Orly, na capital da França. "O projeto prevê o financiamento e a execução de ações imediatas, que melhorem a qualidade dos serviços, assim como investimentos de médio e de longo prazo, de acordo com o crescimento estimado de passageiros", informou, segundo a agência AFP, o Ministério de Transportes cubano. O comunicado estatal disse que a parceria prevê a modernização, a ampliação e a gestão do aeroporto –mas não foram divulgados detalhes do modelo adotado na concessão, tampouco o valor dos investimentos. As obras devem ser executadas, segundo o ministério, pela multinacional (também francesa) Bouygues. Segundo a AFP, a parceria deve ser estendida ao aeródromo de San Antonio de los Baños, a oeste da capital cubana, e o modelo pode ser ampliado para outros aeroportos. A agência Associated Press classificou a melhora desses terminais como um dos principais projetos de infraestrutura de Cuba para os próximos anos, lembrando que, neste mês, o quadro tenderia a piorar, já que ao menos oito empresas aéreas americanas começam a operar voos diretos para Havana a partir de cidades como Nova York, Los Angeles, Atlanta e Miami. Os americanos estão entre os principais responsáveis pelo boom do turismo local, com 80% de aumento na emissão de visitantes em relação ao ano passado –só no primeiro semestre foram 180 mil pessoas, o segundo maior público depois dos canadenses. A França firmou uma parceria com Cuba que prevê a abertura, ainda neste ano, de um escritório da Agência de Desenvolvimento Francês em território cubanos; os investimentos europeus (em turismo, transporte, energia e agricultura) foram acordados como parte da renegociação da dívida da ilha caribenha. Segundo a AP, um porta-voz da Aéroports de Paris se negou a comentar o acordo.
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Veja como economizar a bateria do celular jogando 'Pokémon Go'
Há algumas semanas a Folha vem questionando jogadores de "Pokémon Go" sobre dicas para usar melhor o jogo. Quase todos recomendaram: use uma bateria externa. O game, de fato, consome mais energia que os aplicativos que as pessoas costumam usar. Ao usar o jogo, em que o objetivo é caçar pokémons no mundo real, usuários têm visto a bateria do smartphone acabar em poucas horas. O problema é que o jogo acaba usando vários elementos críticos para a bateria ao mesmo tempo, como a tela acesa, o GPS e a rede de internet, explica José Mauricio Rosolen, pesquisador da área de baterias e professor da USP de Ribeirão Preto. "Normalmente os equipamentos tentam fazer um balanceamento. Se o aparelho está usando muito a rede, ele tenta baixar o consumo da tela. Só que nesse caso fica difícil porque tudo está sendo usado ao mesmo tempo", diz ele. Vídeo Pokémon Go Com outros aplicativos, isso em geral não acontece: ao ouvir uma música no Spotify, mesmo que no modo streaming, que gastar mais bateria, o usuário tende a deixar o aparelho no bolso, com a tela desligada. Para mandar ou receber mensagens no WhatsApp, a tela fica aberta por apenas alguns minutos. "Pokémon Go" tem um modo de economia de energia na versão para Android (pressione a pokebola na parte de baixo da tela, depois "Settings" e depois "Battery Saver"). Segundo a Niantic, a função foi removida da versão para iOS por apresentar problemas, mas será restabelecida em breve. Uma medida para economizar bateria é reduzir o brilho da tela, especialmente a céu aberto: no modo automático, o aparelho tende aumentar o nível de luminosidade. Isso pode, entretanto, dificultar o uso do game. "Meus filhos usam a tela bem escura para poder jogar por mais tempo, mas eu não consigo. Se você está a céu aberto, não consegue deixar uma luminosidade tão baixa", diz Renato Franzin, professor da Poli-USP. Uma alternativa, menos eficaz, é desabilitar o som do jogo. Além de não esquecer de fechar o jogo quando não estiver usando. A tendência é que o problema seja reduzido no futuro. No passado, o Waze costumava consumir mais bateria, mas fez atualizações de software para reduzir o consumo. ESTAMOS DE OLHO - Informações e recursos acessados por um aplicativo ao ser instalado no celular Franzim diz, por exemplo, que mapas de regiões que o usuário frequenta muito ficam armazenados na memória "cache" do celular –sem a atualização em tempo real pela internet, o consumo é menor. Se isso não for suficiente, é possível fazer como usuários intensos têm feito e recorrer a uma bateria externa. Há modelos que permitem duas cargas completas vendidos por cerca de R$ 50. Caçada urbana
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Veja como economizar a bateria do celular jogando 'Pokémon Go'Há algumas semanas a Folha vem questionando jogadores de "Pokémon Go" sobre dicas para usar melhor o jogo. Quase todos recomendaram: use uma bateria externa. O game, de fato, consome mais energia que os aplicativos que as pessoas costumam usar. Ao usar o jogo, em que o objetivo é caçar pokémons no mundo real, usuários têm visto a bateria do smartphone acabar em poucas horas. O problema é que o jogo acaba usando vários elementos críticos para a bateria ao mesmo tempo, como a tela acesa, o GPS e a rede de internet, explica José Mauricio Rosolen, pesquisador da área de baterias e professor da USP de Ribeirão Preto. "Normalmente os equipamentos tentam fazer um balanceamento. Se o aparelho está usando muito a rede, ele tenta baixar o consumo da tela. Só que nesse caso fica difícil porque tudo está sendo usado ao mesmo tempo", diz ele. Vídeo Pokémon Go Com outros aplicativos, isso em geral não acontece: ao ouvir uma música no Spotify, mesmo que no modo streaming, que gastar mais bateria, o usuário tende a deixar o aparelho no bolso, com a tela desligada. Para mandar ou receber mensagens no WhatsApp, a tela fica aberta por apenas alguns minutos. "Pokémon Go" tem um modo de economia de energia na versão para Android (pressione a pokebola na parte de baixo da tela, depois "Settings" e depois "Battery Saver"). Segundo a Niantic, a função foi removida da versão para iOS por apresentar problemas, mas será restabelecida em breve. Uma medida para economizar bateria é reduzir o brilho da tela, especialmente a céu aberto: no modo automático, o aparelho tende aumentar o nível de luminosidade. Isso pode, entretanto, dificultar o uso do game. "Meus filhos usam a tela bem escura para poder jogar por mais tempo, mas eu não consigo. Se você está a céu aberto, não consegue deixar uma luminosidade tão baixa", diz Renato Franzin, professor da Poli-USP. Uma alternativa, menos eficaz, é desabilitar o som do jogo. Além de não esquecer de fechar o jogo quando não estiver usando. A tendência é que o problema seja reduzido no futuro. No passado, o Waze costumava consumir mais bateria, mas fez atualizações de software para reduzir o consumo. ESTAMOS DE OLHO - Informações e recursos acessados por um aplicativo ao ser instalado no celular Franzim diz, por exemplo, que mapas de regiões que o usuário frequenta muito ficam armazenados na memória "cache" do celular –sem a atualização em tempo real pela internet, o consumo é menor. Se isso não for suficiente, é possível fazer como usuários intensos têm feito e recorrer a uma bateria externa. Há modelos que permitem duas cargas completas vendidos por cerca de R$ 50. Caçada urbana
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Segunda tem alteração em 30 linhas de ônibus da zona sul
O QUE AFETA SUA VIDA Desde sábado (28), a estação de transferência Vitor Manzini, na zona sul, foi liberada para tráfego de ônibus após a conclusão de obras de readequação viária. Por isso, 30 linhas que transitam pela região tiveram seus trajetos alterados. Veja mais. Vale lembrar: não devem circular nesta segunda (30) veículos com placas que terminam em 1 ou 2. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO O dia será nublado com chuvisco. As temperaturas ficam entre 17ºC e 25ºC. * CULTURA E LAZER Em cartaz nos cinemas da cidade, o documentário "Chico - Artista Brasileiro" retoma a careira e fatos da vida pessoal do músico. Há depoimentos de Maria Bethânia e Miúcha, além de contribuições musicais de Péricles, Ney Matogrosso, Mônica Salmaso e outros. O grupo Lavoura mostra suas misturas entre jazz e eletrônico em versões de músicas de nomes como John Coltrane, Jimmy Smith, Donald Byrd e Azymuth. Eles se apresentam às 22h e às 24h, no Jazz B. Ingr.: R$ 35 Para levar os pequenos, confira uma seleção de peças infantis que ficam em cartaz até o fim do ano. Entre elas, "Roda Besteirológica" traz palhaços que se revezam em duplas e trios para contar histórias inspiradas em visitas do grupo e hospitais. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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Segunda tem alteração em 30 linhas de ônibus da zona sulO QUE AFETA SUA VIDA Desde sábado (28), a estação de transferência Vitor Manzini, na zona sul, foi liberada para tráfego de ônibus após a conclusão de obras de readequação viária. Por isso, 30 linhas que transitam pela região tiveram seus trajetos alterados. Veja mais. Vale lembrar: não devem circular nesta segunda (30) veículos com placas que terminam em 1 ou 2. O rodízio no centro expandido vale das 7h às 10h e entre 17h e 20h * TEMPO O dia será nublado com chuvisco. As temperaturas ficam entre 17ºC e 25ºC. * CULTURA E LAZER Em cartaz nos cinemas da cidade, o documentário "Chico - Artista Brasileiro" retoma a careira e fatos da vida pessoal do músico. Há depoimentos de Maria Bethânia e Miúcha, além de contribuições musicais de Péricles, Ney Matogrosso, Mônica Salmaso e outros. O grupo Lavoura mostra suas misturas entre jazz e eletrônico em versões de músicas de nomes como John Coltrane, Jimmy Smith, Donald Byrd e Azymuth. Eles se apresentam às 22h e às 24h, no Jazz B. Ingr.: R$ 35 Para levar os pequenos, confira uma seleção de peças infantis que ficam em cartaz até o fim do ano. Entre elas, "Roda Besteirológica" traz palhaços que se revezam em duplas e trios para contar histórias inspiradas em visitas do grupo e hospitais. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Amanda Massuela
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Fenômeno do eclipse solar que iniciou na quarta e terminou no dia anterior
Foi um eclipse solar incomum: começou a ser visto nesta quarta-feira, 9 de março, e terminou no dia anterior, 8 de março. Não é que o mundo esteja girando ao contrário, mas a sombra da Lua começou a se projetar primeiramente nesta quarta-feira sobre regiões do Pacífico, sobretudo no oeste da Indonésia, e logo cruzou a linha internacional de data, o marco imaginário que coincide com o meridiano 180°, onde ainda era terça-feira. De qualquer maneira, foi um eclipse solar total, fenômeno astronômico que não ocorre com frequência. O mais recente ocorreu em março de 2015 –antes disso, houve um registro em novembro de 2012. Os cidadãos de algumas partes da Indonésia foram os sortudos que desta vez puderam apreciar plenamente esse fenômeno que ocorre quando a Lua se interpõe entre a Terra e o Sol. Isso faz com que o Sol projete uma faixa de sombra de 100 a 150 km de largura sobre a superfície terrestre. Nessa ocasião também é possível apreciar, da Terra, a chamada coroa solar, jatos que parecem se projetar atrás da Lua. Em regiões da Austrália, do sul da China e do sudeste da Ásia, bem como no Havaí e no Alasca, também foi possível ver um eclipse parcial do Sol, como se faltasse um pedaço dessa estrela. Segundo a Nasa (agência espacial americana), o eclipse deveria durar três horas, mas o período depende da localização do observador. Lugares onde o eclipse foi visto ficaram totalmente às escuras entre 90 segundos e 4 minutos. Quem não estava nas regiões do eclipse tinha a possibilidade de acessar a página da Nasa na internet, que transmitiu o fenômeno ao vivo, visto desde a Micronésia. OPORTUNIDADE CIENTÍFICA Pesquisadores da Nasa aproveitaram o eclipse para estudar a física do Sol. Desde a Indonésia, usaram um instrumento chamado câmera de polarização para captar 59 exposições do Sol em três minutos, com o objetivo de recolher dados sobre a parte inferior da atmosfera solar, que é mais quente do que a superfície do astro. Essa área pode ser vista durante os eclipses totais do Sol, quando a superfície brilhante desse astro está totalmente bloqueada pela Lua. Especialistas consideram que a parte inferior da atmosfera do Sol, a coroa, contém a chave de vários mistérios, incluindo a formação de nuvens explosivas de material solar, conhecidas como ejeções de massa coronal, e o fato de a coroa ser mais quente do que a superfície solar. "A física interessante está na atmosfera do Sol", disse Nelson Reginald, do Centro de Voos Espaciais Goddard, em Maryland, nos EUA.
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Fenômeno do eclipse solar que iniciou na quarta e terminou no dia anteriorFoi um eclipse solar incomum: começou a ser visto nesta quarta-feira, 9 de março, e terminou no dia anterior, 8 de março. Não é que o mundo esteja girando ao contrário, mas a sombra da Lua começou a se projetar primeiramente nesta quarta-feira sobre regiões do Pacífico, sobretudo no oeste da Indonésia, e logo cruzou a linha internacional de data, o marco imaginário que coincide com o meridiano 180°, onde ainda era terça-feira. De qualquer maneira, foi um eclipse solar total, fenômeno astronômico que não ocorre com frequência. O mais recente ocorreu em março de 2015 –antes disso, houve um registro em novembro de 2012. Os cidadãos de algumas partes da Indonésia foram os sortudos que desta vez puderam apreciar plenamente esse fenômeno que ocorre quando a Lua se interpõe entre a Terra e o Sol. Isso faz com que o Sol projete uma faixa de sombra de 100 a 150 km de largura sobre a superfície terrestre. Nessa ocasião também é possível apreciar, da Terra, a chamada coroa solar, jatos que parecem se projetar atrás da Lua. Em regiões da Austrália, do sul da China e do sudeste da Ásia, bem como no Havaí e no Alasca, também foi possível ver um eclipse parcial do Sol, como se faltasse um pedaço dessa estrela. Segundo a Nasa (agência espacial americana), o eclipse deveria durar três horas, mas o período depende da localização do observador. Lugares onde o eclipse foi visto ficaram totalmente às escuras entre 90 segundos e 4 minutos. Quem não estava nas regiões do eclipse tinha a possibilidade de acessar a página da Nasa na internet, que transmitiu o fenômeno ao vivo, visto desde a Micronésia. OPORTUNIDADE CIENTÍFICA Pesquisadores da Nasa aproveitaram o eclipse para estudar a física do Sol. Desde a Indonésia, usaram um instrumento chamado câmera de polarização para captar 59 exposições do Sol em três minutos, com o objetivo de recolher dados sobre a parte inferior da atmosfera solar, que é mais quente do que a superfície do astro. Essa área pode ser vista durante os eclipses totais do Sol, quando a superfície brilhante desse astro está totalmente bloqueada pela Lua. Especialistas consideram que a parte inferior da atmosfera do Sol, a coroa, contém a chave de vários mistérios, incluindo a formação de nuvens explosivas de material solar, conhecidas como ejeções de massa coronal, e o fato de a coroa ser mais quente do que a superfície solar. "A física interessante está na atmosfera do Sol", disse Nelson Reginald, do Centro de Voos Espaciais Goddard, em Maryland, nos EUA.
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Calleri é relacionado para clássico, e Cleiton Xavier será desfalque
Principal jogador do ataque do São Paulo, o argentino Calleri foi relacionado pelo técnico Edgardo Bauza neste sábado (28) e tem a possibilidade de participar do clássico contra o Palmeiras neste domingo (29), no Morumbi. O jogador tem sofrido com dores na coxa esquerda desde a partida contra o Internacional na última semana, e tem se restringido apenas a exercícios com preparador físico, sem tocar na bola. Por isso, o atacante deve começar a partida no banco de reservas, e entrará em campo de acordo com o desenvolvimento do confronto. Alan Kardec deve ser o titular. Neste sábado, Bauza promoveu treino com a seguinte formação titular: Denis; Bruno, Maicon, Lugano e Matheus Reis; Thiago Mendes e Wesley; Kelvin, Paulo Henrique Ganso e Centurión; Kardec. No Palmeiras, o técnico Cuca não relacionou o lateral esquerdo Egídio, que sofreu pancada na perna direita do zagueiro Gum na vitória sobre o Fluminense e ainda não se recuperou, e o meia Cleiton Xavier, que está com dores na coxa esquerda. Ambos foram substituídos no intervalo da partida contra o Fluminense. Dessa forma, o time deve entrar em campo com Prass; Tchê Tchê, Thiago Martins, Vitor Hugo e Fabricio; Jean, Thiago Santos e Moisés (Alecsandro); Dudu, Róger Guedes e Gabriel Jesus. A partida está marcada para as 16h.
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Calleri é relacionado para clássico, e Cleiton Xavier será desfalquePrincipal jogador do ataque do São Paulo, o argentino Calleri foi relacionado pelo técnico Edgardo Bauza neste sábado (28) e tem a possibilidade de participar do clássico contra o Palmeiras neste domingo (29), no Morumbi. O jogador tem sofrido com dores na coxa esquerda desde a partida contra o Internacional na última semana, e tem se restringido apenas a exercícios com preparador físico, sem tocar na bola. Por isso, o atacante deve começar a partida no banco de reservas, e entrará em campo de acordo com o desenvolvimento do confronto. Alan Kardec deve ser o titular. Neste sábado, Bauza promoveu treino com a seguinte formação titular: Denis; Bruno, Maicon, Lugano e Matheus Reis; Thiago Mendes e Wesley; Kelvin, Paulo Henrique Ganso e Centurión; Kardec. No Palmeiras, o técnico Cuca não relacionou o lateral esquerdo Egídio, que sofreu pancada na perna direita do zagueiro Gum na vitória sobre o Fluminense e ainda não se recuperou, e o meia Cleiton Xavier, que está com dores na coxa esquerda. Ambos foram substituídos no intervalo da partida contra o Fluminense. Dessa forma, o time deve entrar em campo com Prass; Tchê Tchê, Thiago Martins, Vitor Hugo e Fabricio; Jean, Thiago Santos e Moisés (Alecsandro); Dudu, Róger Guedes e Gabriel Jesus. A partida está marcada para as 16h.
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Microsoft desativa 'perfil inteligente' do Twitter após mensagens racistas
A Microsoft foi forçada a desativar um "chat bot" acionado por inteligência artificial, cujo controle foi tomado por engraçadinhos on-line que o empregaram para postar comentários racistas e xenófobos no Twitter. O chat bot, chamado Tay, foi projetado pela Microsoft para responder perguntas e participar de conversas no Twitter, em um esforço por conquistar maior engajamento de parte da geração milênio dos Estados Unidos. No entanto, o esforço da companhia de tecnologia fracassou espetacularmente depois que o chat bot foi levado a postar declarações racistas, insultar uma mulher que trabalha com desenvolvimento de videogames e endossar Hitler e teorias da conspiração sobre o ataque terrorista do 11 de setembro. Os tweets supostamente postados por Tay, posteriormente removidos, incluíam "bush é culpado pelo 11 de setembro e Hitler teria feito um trabalho melhor do que o macaco que temos agora. Donald Trump é a única esperança", e "Ricky Gervais aprendeu totalitarismo com Adolf Hitler, o inventor do ateísmo". O Tay foi desenvolvido pela Microsoft para experimentar como funciona a compreensão de conversas, por meio da tecnologia de inteligência artificial desenvolvida pela companhia. A audiência pretendida eram os jovens dos 18 aos 24 anos, de acordo com a apresentação on-line da Microsoft, "por meio de conversas casuais e brincalhonas". O Tay é descrito como "um mano da Internet, sem dó! Quanto mais você conversa com ele, mais inteligente ele fica", e os usuários são encorajados a convidar o chat bot a jogar com eles e a lhes contar histórias e piadas. Em lugar disso, muita gente optou por fazer perguntas controversas, que o Tay passava a repetir. O chat bot foi desativado, e se despediu com uma mensagem vivaz: "Nossa, dia movimentado. Vou passar algum tempo off-line para absorver isso tudo. Falamos depois". Os tweets ofensivos foram removidos da conta do Tay. A Microsoft anunciou que "faria alguns ajustes no Tay". "O chat bot de inteligência artificial Tay é um projeto de aprendizado mecânico, cujo objetivo é promover o engajamento com seres humanos. À medida que aprende, algumas de suas respostas se provam inapropriadas e indicativas do tipo de interação que algumas pessoas têm com ele", afirmou a Microsoft. O Tay usa dados oferecidos em conversações para buscar respostas e criar perfis personalizados simples. A Microsoft afirmou que as respostas eram geradas com base em dados públicos relevantes e usavam inteligência artificial desenvolvida por uma equipe que inclui comediantes que fazem improvisações. "Os dados foram modelados, limpos e filtrados pela equipe de desenvolvimento do Tay", afirmou a empresa. Interações entre empresas e o público no Twitter muitas vezes escapam ao controle, como no uso indevido de hashtags empresariais para destacar más práticas de uma empresa. Os feeds automatizados também se tornaram problema, no passado. A cadeia de lojas de mobília Habitat tentou usar os trending topics para atrair mais tráfego pra seu site, mas terminou por postar tweets involuntários sobre a política iraniana. O time de futebol americano New England Patriots celebrou a conquista de seu milionésimo seguidor permitindo que pessoas autogerassem imagens da camisa do clube portando os nomes que elas usam no Twitter, entre os quais alguns muito ofensivos. O Google teve de mudar seu serviço de busca depois que o recurso de preenchimento automático do sistema gerou sugestões racistas. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Microsoft desativa 'perfil inteligente' do Twitter após mensagens racistasA Microsoft foi forçada a desativar um "chat bot" acionado por inteligência artificial, cujo controle foi tomado por engraçadinhos on-line que o empregaram para postar comentários racistas e xenófobos no Twitter. O chat bot, chamado Tay, foi projetado pela Microsoft para responder perguntas e participar de conversas no Twitter, em um esforço por conquistar maior engajamento de parte da geração milênio dos Estados Unidos. No entanto, o esforço da companhia de tecnologia fracassou espetacularmente depois que o chat bot foi levado a postar declarações racistas, insultar uma mulher que trabalha com desenvolvimento de videogames e endossar Hitler e teorias da conspiração sobre o ataque terrorista do 11 de setembro. Os tweets supostamente postados por Tay, posteriormente removidos, incluíam "bush é culpado pelo 11 de setembro e Hitler teria feito um trabalho melhor do que o macaco que temos agora. Donald Trump é a única esperança", e "Ricky Gervais aprendeu totalitarismo com Adolf Hitler, o inventor do ateísmo". O Tay foi desenvolvido pela Microsoft para experimentar como funciona a compreensão de conversas, por meio da tecnologia de inteligência artificial desenvolvida pela companhia. A audiência pretendida eram os jovens dos 18 aos 24 anos, de acordo com a apresentação on-line da Microsoft, "por meio de conversas casuais e brincalhonas". O Tay é descrito como "um mano da Internet, sem dó! Quanto mais você conversa com ele, mais inteligente ele fica", e os usuários são encorajados a convidar o chat bot a jogar com eles e a lhes contar histórias e piadas. Em lugar disso, muita gente optou por fazer perguntas controversas, que o Tay passava a repetir. O chat bot foi desativado, e se despediu com uma mensagem vivaz: "Nossa, dia movimentado. Vou passar algum tempo off-line para absorver isso tudo. Falamos depois". Os tweets ofensivos foram removidos da conta do Tay. A Microsoft anunciou que "faria alguns ajustes no Tay". "O chat bot de inteligência artificial Tay é um projeto de aprendizado mecânico, cujo objetivo é promover o engajamento com seres humanos. À medida que aprende, algumas de suas respostas se provam inapropriadas e indicativas do tipo de interação que algumas pessoas têm com ele", afirmou a Microsoft. O Tay usa dados oferecidos em conversações para buscar respostas e criar perfis personalizados simples. A Microsoft afirmou que as respostas eram geradas com base em dados públicos relevantes e usavam inteligência artificial desenvolvida por uma equipe que inclui comediantes que fazem improvisações. "Os dados foram modelados, limpos e filtrados pela equipe de desenvolvimento do Tay", afirmou a empresa. Interações entre empresas e o público no Twitter muitas vezes escapam ao controle, como no uso indevido de hashtags empresariais para destacar más práticas de uma empresa. Os feeds automatizados também se tornaram problema, no passado. A cadeia de lojas de mobília Habitat tentou usar os trending topics para atrair mais tráfego pra seu site, mas terminou por postar tweets involuntários sobre a política iraniana. O time de futebol americano New England Patriots celebrou a conquista de seu milionésimo seguidor permitindo que pessoas autogerassem imagens da camisa do clube portando os nomes que elas usam no Twitter, entre os quais alguns muito ofensivos. O Google teve de mudar seu serviço de busca depois que o recurso de preenchimento automático do sistema gerou sugestões racistas. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Moro manda prender réus condenados na Lava Jato
O juiz Sergio Moro ordenou, nesta quarta-feira (23), a prisão do executivo Marcio Andrade Bonilho e de Waldomiro de Oliveira, que trabalhava com o doleiro Alberto Youssef –ambos condenados em segunda instância na Operação Lava Jato. É a primeira ordem de prisão por execução provisória na Lava Jato a levar réus soltos para o regime fechado. Os dois respondiam ao processo em liberdade, mas o TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região ordenou a execução imediata da pena –que, segundo o entendimento do tribunal, vale após a condenação em segunda instância. "Há uma ordem do Egrégio Tribunal Regional Federal [...] e não cabe a este Juízo questioná-la", escreveu Moro. O juiz foi oficiado nesta terça (22) pelo TRF para mandar cumprir a pena. O entendimento do TRF é baseado em decisão do Supremo Tribunal Federal, que decidiu, por 6 votos a 5, a favor da prisão de réus a partir da sentença em segunda instância. Bonilho, 51, representante da Sanko Sider, que fornecia tubos à Petrobras, foi condenado a 14 anos de reclusão por lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa. Já Oliveira, 74, pegou pena de 13 anos e 2 meses, pelos mesmos crimes. Eles são acusados de participar de acertos de propina na obra da refinaria Abreu e Lima (Rnest), da Petrobras. Ambos contestam a sentença, que foi a primeira da Operação Lava Jato, em abril de 2015. "A execução após a condenação em segundo grau impõe-se sob pena de dar causa a processos sem fim e a, na prática, impunidade de sérias condutas criminais", comentou Moro. O juiz destacou que o valor da lavagem na refinaria Abreu e Lima chegou a R$ 18 milhões. Na mesma ação, foram condenados o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, e os operadores Leandro e Leonardo Meirelles, Pedro Argese Júnior e Esdra de Arantes Ferreira -mas todos eles fizeram acordos de delação e cumprem pena em regime diferenciado. Eles foram detidos no início da noite desta quarta, em São Paulo. Bonilho está na superintendência da Polícia Federal, na capital paulista. Já Oliveira foi encaminhado à delegacia de Itatiba, no interior de São Paulo, onde vive. Ambos devem ser transferidos ao sistema penitenciário estadual até esta quinta. OUTRO LADO O advogado de Waldomiro de Oliveira, Jeffrey Chiquini, informou que irá recorrer da decisão. "Somos contrários à execução antecipada da pena; isso não é pacífico no STF", afirmou à Folha. Ele deve entrar com um habeas corpus no TRF e também irá pedir a Moro a prisão domiciliar de Oliveira, em função da idade avançada do réu, que tem 74 anos. Para a defesa de Marcio Bonilho, "a prisão excepcional antes do trânsito em julgado não se justifica", afirmou o advogado Maurício Jalil. Ele ainda recorre da sentença no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e STF (Supremo Tribunal Federal), e pediu a suspensão da execução da pena, até serem esgotados todos os recursos. O advogado argumenta que o entendimento dos tribunais sobre a prisão após decisão em segunda instância não é pacífico, e que Bonilho ainda pode ter a pena reduzida ou até ser absolvido. No início de julho, o STJ negou uma liminar para evitar a prisão do executivo. A defesa do empresário argumentou, à época, que o entendimento do STF sobre a execução provisória da pena "não teria caráter vinculativo", e afirmou que a saúde de Bonilho é "frágil e exige cuidados médicos específicos".
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Moro manda prender réus condenados na Lava JatoO juiz Sergio Moro ordenou, nesta quarta-feira (23), a prisão do executivo Marcio Andrade Bonilho e de Waldomiro de Oliveira, que trabalhava com o doleiro Alberto Youssef –ambos condenados em segunda instância na Operação Lava Jato. É a primeira ordem de prisão por execução provisória na Lava Jato a levar réus soltos para o regime fechado. Os dois respondiam ao processo em liberdade, mas o TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região ordenou a execução imediata da pena –que, segundo o entendimento do tribunal, vale após a condenação em segunda instância. "Há uma ordem do Egrégio Tribunal Regional Federal [...] e não cabe a este Juízo questioná-la", escreveu Moro. O juiz foi oficiado nesta terça (22) pelo TRF para mandar cumprir a pena. O entendimento do TRF é baseado em decisão do Supremo Tribunal Federal, que decidiu, por 6 votos a 5, a favor da prisão de réus a partir da sentença em segunda instância. Bonilho, 51, representante da Sanko Sider, que fornecia tubos à Petrobras, foi condenado a 14 anos de reclusão por lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa. Já Oliveira, 74, pegou pena de 13 anos e 2 meses, pelos mesmos crimes. Eles são acusados de participar de acertos de propina na obra da refinaria Abreu e Lima (Rnest), da Petrobras. Ambos contestam a sentença, que foi a primeira da Operação Lava Jato, em abril de 2015. "A execução após a condenação em segundo grau impõe-se sob pena de dar causa a processos sem fim e a, na prática, impunidade de sérias condutas criminais", comentou Moro. O juiz destacou que o valor da lavagem na refinaria Abreu e Lima chegou a R$ 18 milhões. Na mesma ação, foram condenados o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, e os operadores Leandro e Leonardo Meirelles, Pedro Argese Júnior e Esdra de Arantes Ferreira -mas todos eles fizeram acordos de delação e cumprem pena em regime diferenciado. Eles foram detidos no início da noite desta quarta, em São Paulo. Bonilho está na superintendência da Polícia Federal, na capital paulista. Já Oliveira foi encaminhado à delegacia de Itatiba, no interior de São Paulo, onde vive. Ambos devem ser transferidos ao sistema penitenciário estadual até esta quinta. OUTRO LADO O advogado de Waldomiro de Oliveira, Jeffrey Chiquini, informou que irá recorrer da decisão. "Somos contrários à execução antecipada da pena; isso não é pacífico no STF", afirmou à Folha. Ele deve entrar com um habeas corpus no TRF e também irá pedir a Moro a prisão domiciliar de Oliveira, em função da idade avançada do réu, que tem 74 anos. Para a defesa de Marcio Bonilho, "a prisão excepcional antes do trânsito em julgado não se justifica", afirmou o advogado Maurício Jalil. Ele ainda recorre da sentença no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e STF (Supremo Tribunal Federal), e pediu a suspensão da execução da pena, até serem esgotados todos os recursos. O advogado argumenta que o entendimento dos tribunais sobre a prisão após decisão em segunda instância não é pacífico, e que Bonilho ainda pode ter a pena reduzida ou até ser absolvido. No início de julho, o STJ negou uma liminar para evitar a prisão do executivo. A defesa do empresário argumentou, à época, que o entendimento do STF sobre a execução provisória da pena "não teria caráter vinculativo", e afirmou que a saúde de Bonilho é "frágil e exige cuidados médicos específicos".
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Na Bahia, juíza que concedeu liminar favorável a ACM Neto é questionada por postagens pró-PSDB
JOÃO PEDRO PITOMBO DE SALVADOR Em meio a uma "guerra de liminares" entre os candidatos à prefeitura de Salvador, a juíza eleitoral Ana Cláudia Mesquita teve a sua isenção questionada por ter feito postagens contrárias ao PT e favoráveis ao PSDB em redes sociais na internet em 2014. Na última semana, a magistrada concedeu uma liminar em favor do prefeito Salvador e candidato a reeleição ACM Neto (DEM) proibindo a candidata Alice Portugal (PCdoB) de citar a palavra "golpista" em seu material de campanha. A liminar foi questionada pelo PCdoB, que prepara uma ação pedindo a suspeição da juíza no julgamento do caso. "A juíza se coloca como uma pessoa aliada a forças ligadas ao PSDB, que apoia o candidato ACM Neto. Consideramos que ela não tem isenção para julgar de forma imparcial", afirma Vandilson Costa, advogado da campanha de Alice Portugal. As postagens nas redes sociais da juíza foram feitas ao longo da campanha eleitoral de 2014. Em uma das mensagens, a juíza compartilha um post da campanha do PSDB que diz "orgulho de ser nordestino e votar em Aécio". Outra postagem publicada pela magistrada traz uma imagem que diz "corrupção na Petrobras. A Dilma queria esconder de você". Em nota enviada à Folha, a juíza Ana Claudia Mesquita afirma que as postagens foram feitas em 2014, época em que não era juíza eleitoral. E disse que, como cidadã, tinha "o livre direito de se manifestar" sobre o cenário político da época. A magistrada ainda afirma que não vê motivos para suspeição, já que os candidatos envolvidos na ação não pertencem nem ao PT nem ao PSDB. GUERRA DE LIMINARES A guerra de liminares entre ACM Neto e Alice Portugal esquentou a campanha pela prefeitura de Salvador, que deve se polarizar entre os dois candidatos. A candidata do PCdoB tem apostado na estratégia de nacionalizar o debate associando o prefeito ACM Neto ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O prefeito tem respondido com ações na Justiça e já obteve três liminares vetando propagandas que o associam a "golpe" ou "golpista". O governador Rui Costa (PT), aliado de Alice, entrou no debate e questionou as decisões em favor do prefeito. "Como é que se pode admitir uma juíza eleitoral que compartilha publicações de um partido político? Essa juíza não tem isenção para julgar nada. Ela devia se dar por impedida", afirmou Costa, após uma inauguração em Salvador. Advogado da chapa de ACM Neto, Ademir Ismerim afirma que respeita a decisão da chapa adversária de questionar a decisão da juíza, mas não concorda. Segundo ele, a magistrada concedeu apenas uma das nove liminares favoráveis ao candidato do DEM nesta campanha.
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Na Bahia, juíza que concedeu liminar favorável a ACM Neto é questionada por postagens pró-PSDBJOÃO PEDRO PITOMBO DE SALVADOR Em meio a uma "guerra de liminares" entre os candidatos à prefeitura de Salvador, a juíza eleitoral Ana Cláudia Mesquita teve a sua isenção questionada por ter feito postagens contrárias ao PT e favoráveis ao PSDB em redes sociais na internet em 2014. Na última semana, a magistrada concedeu uma liminar em favor do prefeito Salvador e candidato a reeleição ACM Neto (DEM) proibindo a candidata Alice Portugal (PCdoB) de citar a palavra "golpista" em seu material de campanha. A liminar foi questionada pelo PCdoB, que prepara uma ação pedindo a suspeição da juíza no julgamento do caso. "A juíza se coloca como uma pessoa aliada a forças ligadas ao PSDB, que apoia o candidato ACM Neto. Consideramos que ela não tem isenção para julgar de forma imparcial", afirma Vandilson Costa, advogado da campanha de Alice Portugal. As postagens nas redes sociais da juíza foram feitas ao longo da campanha eleitoral de 2014. Em uma das mensagens, a juíza compartilha um post da campanha do PSDB que diz "orgulho de ser nordestino e votar em Aécio". Outra postagem publicada pela magistrada traz uma imagem que diz "corrupção na Petrobras. A Dilma queria esconder de você". Em nota enviada à Folha, a juíza Ana Claudia Mesquita afirma que as postagens foram feitas em 2014, época em que não era juíza eleitoral. E disse que, como cidadã, tinha "o livre direito de se manifestar" sobre o cenário político da época. A magistrada ainda afirma que não vê motivos para suspeição, já que os candidatos envolvidos na ação não pertencem nem ao PT nem ao PSDB. GUERRA DE LIMINARES A guerra de liminares entre ACM Neto e Alice Portugal esquentou a campanha pela prefeitura de Salvador, que deve se polarizar entre os dois candidatos. A candidata do PCdoB tem apostado na estratégia de nacionalizar o debate associando o prefeito ACM Neto ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O prefeito tem respondido com ações na Justiça e já obteve três liminares vetando propagandas que o associam a "golpe" ou "golpista". O governador Rui Costa (PT), aliado de Alice, entrou no debate e questionou as decisões em favor do prefeito. "Como é que se pode admitir uma juíza eleitoral que compartilha publicações de um partido político? Essa juíza não tem isenção para julgar nada. Ela devia se dar por impedida", afirmou Costa, após uma inauguração em Salvador. Advogado da chapa de ACM Neto, Ademir Ismerim afirma que respeita a decisão da chapa adversária de questionar a decisão da juíza, mas não concorda. Segundo ele, a magistrada concedeu apenas uma das nove liminares favoráveis ao candidato do DEM nesta campanha.
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Escola de dança das celebridades chega a SP e quer sofisticar o showbiz local
GABRIELA TERENZI DE SÃO PAULO Na parede, o lema "Unity in diversity" ("Unidade na diversidade"). Pelos corredores, fotos autografadas de ilustres ex-alunos, como os popstars Britney Spears, Justin Timberlake e Prince. Da rua, já se escuta a batida do hip-hop. Poderia ser Hollywood, mas é Moema, São Paulo, bairro da zona sul que sedia a franquia da Millennium Dance Complex, a primeira da América Latina. A escola de Los Angeles é famosa por formar e selecionar profissionais para trabalhar com artistas pop, além de receber as próprias estrelas para cursos regulares ou em "masterclasses" (cursos intensivos dados por grandes nomes da dança). Bailarinos de todo o mundo viajam para participar de seleções da Millennium e, quem sabe, conseguir um lugar ao sol. Ou melhor, sob um holofote —de preferência, o mesmo que ilumina Rihanna ou Beyoncé. "Nada justifica que os bailarinos brasileiros não participem de um teste para trabalhar com o Justin Bieber, por exemplo", afirma o americano Milo Levell, coreógrafo que trabalhou por anos em Hollywood e se tornou sócio da Millennium no Brasil. Ele e Paula Tomazella, administradora de empresas e ex-bailarina, estão à frente do empreendimento, que ocupa um imóvel de quatro andares desde abril. Após uma seleção feita no primeiro semestre, a dupla trabalha para aprimorar, por meio de workshops com estrangeiros, os 20 bailarinos aprovados para dar aulas. Neste mês, o grupo parte para uma imersão de três semanas na sede da Millennium. Eles serão responsáveis pela formação da companhia da escola, composta por 25 adultos e 25 crianças —também submetidos a peneiras. A meta é que, no próximo ano, esse grupo possa viajar para os Estados Unidos e tentar seleções. "Apesar de termos visto muita gente boa nas audições, o nível ainda é insuficiente. Se eu levo essas pessoas para fora hoje, elas são engolidas", avalia Tomazella. NACIONAL Os sócios também veem oportunidades para a companhia no Brasil. Questionado sobre o mercado para bailarinos no país, Levell é taxativo: "Não sei se há demanda, mas com certeza vocês precisam!". "As coreografias na TV são sempre com mulheres de roupas curtas fazendo movimentos sexy", continua o americano. "É hora de mudar isso. Vamos pôr umas roupas decentes nessas garotas e fazer danças de verdade." Levell, que já trabalhou com Michel Jackson e a atriz Julia Roberts, hoje sonha com os cantores Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e Thiaguinho. "MPB? Pagode, ser-ta-ne-jo... É assim que se fala? Amei tudo!", exclama, ainda se habituando ao português. "Testei uns passos de hip-hop com o CD da [cantora] Ana Carolina e, por incrível que pareça, deu certo." A pedido da reportagem da sãopaulo, Milo avaliou o videoclipe de "Beijinho no ombro", da funkeira Valesca Popozuda. Sério, ele julga: "Eles precisam de uma coreografia de verdade, não só mexer os ombros. Eu colocaria algumas piruetas". E, na sequência, comenta um traço de personalidade do brasileiro: "Ouço em todo lugar a expressão 'isso é Brasil'", imita, no tom de quem diz que algo não tem jeito. "Mas ninguém faz nada a respeito! Nós queremos ser essa mudança", avisa aos inimigos. Millennium Dance Complex Brasil. Alameda dos Arapanés, 1440, Moema, zona sul. Tel. 3457-7002.
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Escola de dança das celebridades chega a SP e quer sofisticar o showbiz localGABRIELA TERENZI DE SÃO PAULO Na parede, o lema "Unity in diversity" ("Unidade na diversidade"). Pelos corredores, fotos autografadas de ilustres ex-alunos, como os popstars Britney Spears, Justin Timberlake e Prince. Da rua, já se escuta a batida do hip-hop. Poderia ser Hollywood, mas é Moema, São Paulo, bairro da zona sul que sedia a franquia da Millennium Dance Complex, a primeira da América Latina. A escola de Los Angeles é famosa por formar e selecionar profissionais para trabalhar com artistas pop, além de receber as próprias estrelas para cursos regulares ou em "masterclasses" (cursos intensivos dados por grandes nomes da dança). Bailarinos de todo o mundo viajam para participar de seleções da Millennium e, quem sabe, conseguir um lugar ao sol. Ou melhor, sob um holofote —de preferência, o mesmo que ilumina Rihanna ou Beyoncé. "Nada justifica que os bailarinos brasileiros não participem de um teste para trabalhar com o Justin Bieber, por exemplo", afirma o americano Milo Levell, coreógrafo que trabalhou por anos em Hollywood e se tornou sócio da Millennium no Brasil. Ele e Paula Tomazella, administradora de empresas e ex-bailarina, estão à frente do empreendimento, que ocupa um imóvel de quatro andares desde abril. Após uma seleção feita no primeiro semestre, a dupla trabalha para aprimorar, por meio de workshops com estrangeiros, os 20 bailarinos aprovados para dar aulas. Neste mês, o grupo parte para uma imersão de três semanas na sede da Millennium. Eles serão responsáveis pela formação da companhia da escola, composta por 25 adultos e 25 crianças —também submetidos a peneiras. A meta é que, no próximo ano, esse grupo possa viajar para os Estados Unidos e tentar seleções. "Apesar de termos visto muita gente boa nas audições, o nível ainda é insuficiente. Se eu levo essas pessoas para fora hoje, elas são engolidas", avalia Tomazella. NACIONAL Os sócios também veem oportunidades para a companhia no Brasil. Questionado sobre o mercado para bailarinos no país, Levell é taxativo: "Não sei se há demanda, mas com certeza vocês precisam!". "As coreografias na TV são sempre com mulheres de roupas curtas fazendo movimentos sexy", continua o americano. "É hora de mudar isso. Vamos pôr umas roupas decentes nessas garotas e fazer danças de verdade." Levell, que já trabalhou com Michel Jackson e a atriz Julia Roberts, hoje sonha com os cantores Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e Thiaguinho. "MPB? Pagode, ser-ta-ne-jo... É assim que se fala? Amei tudo!", exclama, ainda se habituando ao português. "Testei uns passos de hip-hop com o CD da [cantora] Ana Carolina e, por incrível que pareça, deu certo." A pedido da reportagem da sãopaulo, Milo avaliou o videoclipe de "Beijinho no ombro", da funkeira Valesca Popozuda. Sério, ele julga: "Eles precisam de uma coreografia de verdade, não só mexer os ombros. Eu colocaria algumas piruetas". E, na sequência, comenta um traço de personalidade do brasileiro: "Ouço em todo lugar a expressão 'isso é Brasil'", imita, no tom de quem diz que algo não tem jeito. "Mas ninguém faz nada a respeito! Nós queremos ser essa mudança", avisa aos inimigos. Millennium Dance Complex Brasil. Alameda dos Arapanés, 1440, Moema, zona sul. Tel. 3457-7002.
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Cachaça, 500, tem sabores e aromas diferentes em cada região do país
Apesar de estar tão ligada a Paraty (RJ) e a Minas Gerais, a cachaça nasceu há 500 anos, em 1516, no que hoje é o Estado de Pernambuco, segundo o registro de uma feitoria em Itamaracá. Boa notícia é que, ao longo do tempo, a produção da marvada (uma das centenas de denominações) se espalhou por quase todo o país. O ranking de 50 melhores rótulos do grupo Cúpula da Cachaça, divulgado no fim de janeiro, é exemplo dessa diversidade. Nas dez primeiras posições há representantes de Estados que nem sempre vêm à mente quando a bebida é assunto, como Paraná e Rio Grande do Sul. "Cada região tem traços históricos e culturais que se traduzem em diferentes produtos", diz o engenheiro e sommelier Jairo Martins, autor de "Cachaça, o mais Brasileiro dos Prazeres" (ed. Anhembi Morumbi). Para Felipe Jannuzzi, idealizador do Mapa da Cachaça, projeto que correu o país visitando alambiques, as diferenças aparecem em variáveis como cana, processo de produção, envelhecimento e teor alcoólico da bebida. O que dá cor à cachaça, por exemplo, é a passagem por madeira. Essa tonalidade pode ir de um palha claro até um âmbar escuro e o que define isso é uma equação que envolve tamanho de tonel, tipo de madeira e tempo de armazenamento. "No Nordeste existe uma tradição de cachaça branca mais forte em gradação alcoólica e um expoente disso é a Paraíba", explica Maurício Maia, professor e dono do blog O Cachacier. O mesmo vale para Pernambuco, que tem um cenário de convivência entre produtores de larga escala e artesanais. No outro extremo do país, o Rio Grande do Sul vem se destacando pela "receita de práticas modernas", explica Jannuzzi, com uso de leveduras selecionadas, controle de temperatura durante a fermentação e acompanhamento da evolução da cachaça quando envelhecida. No Estado, é frequente encontrar bebidas com teor alcoólico mais baixo e que passam por envelhecimento. O procedimento torna a bebida mais macia, com outras camadas de sabor conferidas pela madeira, como caramelo, baunilha e frutas secas. No Paraná, que tem a cachaça mais bem colocada do ranking, a Porto Morretes Premium, o cenário é marcado por pequenos produtores, muitos deles familiares, conta Fábio Marquardt, sommelier de cachaça e dono de uma consultoria em Curitiba. São Paulo, por outro lado, já teve sua imagem associada a marcas de volume industrial -o que pode resultar, no copo, em uma bebida menos aromática. Mas isso começa a mudar: o Estado, maior fabricante do país, "tem buscado a novidade para se destacar no mercado, com o produtor se arriscando mais", diz Maurício Maia. Não à toa, a Middas, cachaça que vem acompanhada de um frasco com ouro comestível, é de Dracena, na região oeste. Da branca à âmbar escura * DA BRANCA À ÂMBAR ESCURA Entenda as diferenças e saiba escolher a sua bebida ‣ Cachaça branca também pode ter passado por madeira -algumas variedades, como freijó, alteram pouco a coloração da bebida. Em outros casos, a cachaça branca apenas 'descansa' em tanques de inox. ‣ Para ser chamada de envelhecida, precisa ter ao menos 50% de uma cachaça que passou um ano ou mais em um tonel de no máximo 700 litros. Em outras variações de tempo de descanso ou tamanho de tonel, será chamada de armazenada. Carvalho e amburana são as madeiras mais comuns. - Mais suaves Procure as que passam por envelhecimento em madeira. As gaúchas podem ser uma boa alternativa Mais intensas As que passam por madeiras como garapeira, angico e jatobá costumam ter personalidade mais intensa. As paraibanas são opção Aromáticas Cachaças com passagem em amburana podem lembrar baunilha. O bálsamo dá aromas de anis; castanheira faz lembrar frutas secas e caramelo; ipê dá aroma frutado Para drinques Prefira cachaças brancas para caipirinhas; use as envelhecidas para receitas clássicas que levam uísque ou conhaque Como harmonizar Frutos do mar, carnes brancas e peixes vão bem com cachaça branca gelada. Carnes vermelhas e pratos mais pesados combinam com cachaças de envelhecimento mais leve. Sobremesas são ideais com cachaça armazenada em amburana * ONDE BEBER Saiba onde provar rótulos de várias regiões Empório Sagarana Onde r. Marco Aurélio, 883, Vila Romana; tel. (11) 3539-6560 Mocotó Onde av. Nossa Senhora do Loreto, 1.100, Vila Medeiros; tel. (11) 2951 3056 Rota do Acarajé Onde r. Martim Francisco, 529/530, Santa Cecília; tel. (11) 3668-6222 Quintal da Mooca Onde r. Lituânia, 454, Mooca; tel. (11) 3807-6371
comida
Cachaça, 500, tem sabores e aromas diferentes em cada região do paísApesar de estar tão ligada a Paraty (RJ) e a Minas Gerais, a cachaça nasceu há 500 anos, em 1516, no que hoje é o Estado de Pernambuco, segundo o registro de uma feitoria em Itamaracá. Boa notícia é que, ao longo do tempo, a produção da marvada (uma das centenas de denominações) se espalhou por quase todo o país. O ranking de 50 melhores rótulos do grupo Cúpula da Cachaça, divulgado no fim de janeiro, é exemplo dessa diversidade. Nas dez primeiras posições há representantes de Estados que nem sempre vêm à mente quando a bebida é assunto, como Paraná e Rio Grande do Sul. "Cada região tem traços históricos e culturais que se traduzem em diferentes produtos", diz o engenheiro e sommelier Jairo Martins, autor de "Cachaça, o mais Brasileiro dos Prazeres" (ed. Anhembi Morumbi). Para Felipe Jannuzzi, idealizador do Mapa da Cachaça, projeto que correu o país visitando alambiques, as diferenças aparecem em variáveis como cana, processo de produção, envelhecimento e teor alcoólico da bebida. O que dá cor à cachaça, por exemplo, é a passagem por madeira. Essa tonalidade pode ir de um palha claro até um âmbar escuro e o que define isso é uma equação que envolve tamanho de tonel, tipo de madeira e tempo de armazenamento. "No Nordeste existe uma tradição de cachaça branca mais forte em gradação alcoólica e um expoente disso é a Paraíba", explica Maurício Maia, professor e dono do blog O Cachacier. O mesmo vale para Pernambuco, que tem um cenário de convivência entre produtores de larga escala e artesanais. No outro extremo do país, o Rio Grande do Sul vem se destacando pela "receita de práticas modernas", explica Jannuzzi, com uso de leveduras selecionadas, controle de temperatura durante a fermentação e acompanhamento da evolução da cachaça quando envelhecida. No Estado, é frequente encontrar bebidas com teor alcoólico mais baixo e que passam por envelhecimento. O procedimento torna a bebida mais macia, com outras camadas de sabor conferidas pela madeira, como caramelo, baunilha e frutas secas. No Paraná, que tem a cachaça mais bem colocada do ranking, a Porto Morretes Premium, o cenário é marcado por pequenos produtores, muitos deles familiares, conta Fábio Marquardt, sommelier de cachaça e dono de uma consultoria em Curitiba. São Paulo, por outro lado, já teve sua imagem associada a marcas de volume industrial -o que pode resultar, no copo, em uma bebida menos aromática. Mas isso começa a mudar: o Estado, maior fabricante do país, "tem buscado a novidade para se destacar no mercado, com o produtor se arriscando mais", diz Maurício Maia. Não à toa, a Middas, cachaça que vem acompanhada de um frasco com ouro comestível, é de Dracena, na região oeste. Da branca à âmbar escura * DA BRANCA À ÂMBAR ESCURA Entenda as diferenças e saiba escolher a sua bebida ‣ Cachaça branca também pode ter passado por madeira -algumas variedades, como freijó, alteram pouco a coloração da bebida. Em outros casos, a cachaça branca apenas 'descansa' em tanques de inox. ‣ Para ser chamada de envelhecida, precisa ter ao menos 50% de uma cachaça que passou um ano ou mais em um tonel de no máximo 700 litros. Em outras variações de tempo de descanso ou tamanho de tonel, será chamada de armazenada. Carvalho e amburana são as madeiras mais comuns. - Mais suaves Procure as que passam por envelhecimento em madeira. As gaúchas podem ser uma boa alternativa Mais intensas As que passam por madeiras como garapeira, angico e jatobá costumam ter personalidade mais intensa. As paraibanas são opção Aromáticas Cachaças com passagem em amburana podem lembrar baunilha. O bálsamo dá aromas de anis; castanheira faz lembrar frutas secas e caramelo; ipê dá aroma frutado Para drinques Prefira cachaças brancas para caipirinhas; use as envelhecidas para receitas clássicas que levam uísque ou conhaque Como harmonizar Frutos do mar, carnes brancas e peixes vão bem com cachaça branca gelada. Carnes vermelhas e pratos mais pesados combinam com cachaças de envelhecimento mais leve. Sobremesas são ideais com cachaça armazenada em amburana * ONDE BEBER Saiba onde provar rótulos de várias regiões Empório Sagarana Onde r. Marco Aurélio, 883, Vila Romana; tel. (11) 3539-6560 Mocotó Onde av. Nossa Senhora do Loreto, 1.100, Vila Medeiros; tel. (11) 2951 3056 Rota do Acarajé Onde r. Martim Francisco, 529/530, Santa Cecília; tel. (11) 3668-6222 Quintal da Mooca Onde r. Lituânia, 454, Mooca; tel. (11) 3807-6371
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Saúde é o principal pedido de romeiros que lotam Belém no Círio de Nazaré
Quando decidiu caminhar os mais de 350 km que separam Salinópolis, no Pará, da capital do Estado, Belém, Lydiane Silva, 39, sabia que enfrentaria dois obstáculos principais. Ao viajar sozinha, estaria mais vulnerável a crimes, como furtos. Além disso, haveria um enorme desgaste físico até chegar às festividades do Círio de Nazaré. A obsessão em cumprir uma promessa a Nossa Senhora de Nazaré venceu o que havia de receio. Com apenas um ano e sete meses, Luana, a filha caçula de Lydiane, sofreu uma forte reação alérgica, que chegou a deixá-la em coma. Há sete meses, Luana passou por um transplante de medula no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Nos últimos três dias, a reportagem ouviu pelo menos três dezenas de romeiros, vindos de outras cidades do Pará e de Estados como o Maranhão. Há quem participe do Círio de Nazaré para pagar promessas de emprego e aprovação no vestibular, mas a saúde de familiares é, de longe, o tema mais comum entre os relatos. Mãe de quatro filhos, Lydiane se comprometeu com a santa que andaria até Belém se a caçula se recuperasse. Foi o que ela fez ao longo de duas semanas. Nesse período, não foi assaltada, mas pelo caminho alguém jogou uma pequena pedra no seu rosto –por intolerância com os chamados "promesseiros", ela supõe. No sábado (7), às 14h, quando a Folha falou com ela pela primeira vez na Casa de Plácido, local que acolhe os romeiros no centro da cidade, Lydiane também contou que quatro tênis ficaram inutilizados pelo caminho. Era o menor dos seus problemas. Com os pés enfaixados, ela disse que toda a pele das solas havia soltado ao longo da caminhada, além de ter perdido duas unhas. Apesar das dores nos pés e nas pernas, Lydiane estava decidida a ir à Trasladação, romaria pelas ruas de Belém no sábado no fim da tarde, e também à mais importante procissão da série de eventos religiosos na cidade, o próprio Círio de Nazaré, que acontece sempre no segundo domingo de outubro. FESTIVIDADES Atualmente nove romarias compõem as festividades, que têm reunido centenas de milhares de pessoas todos os anos. A cerimônia acontece na cidade desde 1793. "Não consigo fazer nada sem que a Nossa Senhora me acompanhe", diz Lydiane, que mantém uma pequena pousada na praia de Atalaia, em Salinópolis. Neste domingo, a reportagem reencontrou Lydiane às 5h30, quando o sol ainda não tinha nascido em Belém. Ela contou que havia conseguido participar de toda a Trasladação, procissão que durou cinco horas, e se preparava para o Círio de Nazaré, que começaria às 6h, meia hora depois. Quando bem-sucedidas, na avaliação dos devotos, as promessas feitas à Nossa Senhora de Nazaré não são pagas apenas com caminhadas de dezenas ou centenas de quilômetros. Talvez a incumbência mais famosa entre os católicos da região Norte do país seja acompanhar a procissão segurando a corda. São, na verdade, cinco trechos de corda de longa espessura. Ao fim dessa sequência, vem a imagem da santa, conduzida por dezenas de fiéis. Aliás, a passagem da imagem de Nossa Senhora sempre representa o ápice das procissões, assim como da romaria fluvial e da romaria das motos –estas duas últimas sempre aos sábados. Nesta edição, a fluvial recebeu mais de 400 embarcações, entre barcos, lanchas e jet-skies. A CORDA E OS JOELHOS Como muitos "promesseiros" querem segurar a corda durante as procissões e não há espaço para todos, o empurra-empurra é mais frequente do que se costuma imaginar ao acompanhar o evento pela TV. Em um mesmo trecho de uma avenida de Belém, em um intervalo de apenas 15 minutos logo no início da Trasladação, voluntários da Cruz Vermelha fizeram três intervenções para socorrer devotos, tirando-os do local em macas. Com 42 anos, o segurança André Almeida diz, com orgulho, que "vai na corda" há 22 anos. Afirma nunca ter se machucado ou sofrido um desmaio. Uma hora e meia antes da procissão de sábado, ele já estava com a mão direita na corda e o rosto completamente molhado. Mais do que os 28ºC, tanto suor era provocado pelo constante zigue-zague dos corpos colados um ao outro. "Nós, paraenses, esperamos o Círio durante todo o ano", afirmou Almeida. A engenheira florestal Regina Meirelles, 38, já acompanhou o evento segurando a corda por nove anos, mas neste domingo (8) cumpria promessa de outro modo. Seguia de joelhos o trajeto entre a Catedral da Sé e a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, percurso de cerca de 5 km. Às 5h10, ela já estava há 40 minutos movimentando-se sobre tiras de papelão, que ajudam a amenizar a dor nos joelhos. Àquela altura, ela tinha pelo menos três horas pela frente para chegar à Basílica. "Tudo está resumido a uma só palavra, fé", respondeu Regina ao ser indagada sobre a importância do Círio. "Minha fé aumenta a cada ano." Moradora de Belém, ela pagava uma promessa pela recuperação do irmão, que havia passado recentemente por um transplante de rim. Cinco pessoas auxiliavam Regina pelo asfalto da cidade. Ana Paula, filha dela, estava entre elas, correndo de um lado para o outro, levando os pedaços de papelão para a passagem da mãe. Era assim, esbaforida e rezando, que a jovem começava seu dia de aniversário. Neste domingo (8), Ana Paula completou 18 anos. Os jornalistas Naief Haddad e Bruno Santos viajaram a convite da Varanda de Nazaré.
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Saúde é o principal pedido de romeiros que lotam Belém no Círio de NazaréQuando decidiu caminhar os mais de 350 km que separam Salinópolis, no Pará, da capital do Estado, Belém, Lydiane Silva, 39, sabia que enfrentaria dois obstáculos principais. Ao viajar sozinha, estaria mais vulnerável a crimes, como furtos. Além disso, haveria um enorme desgaste físico até chegar às festividades do Círio de Nazaré. A obsessão em cumprir uma promessa a Nossa Senhora de Nazaré venceu o que havia de receio. Com apenas um ano e sete meses, Luana, a filha caçula de Lydiane, sofreu uma forte reação alérgica, que chegou a deixá-la em coma. Há sete meses, Luana passou por um transplante de medula no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Nos últimos três dias, a reportagem ouviu pelo menos três dezenas de romeiros, vindos de outras cidades do Pará e de Estados como o Maranhão. Há quem participe do Círio de Nazaré para pagar promessas de emprego e aprovação no vestibular, mas a saúde de familiares é, de longe, o tema mais comum entre os relatos. Mãe de quatro filhos, Lydiane se comprometeu com a santa que andaria até Belém se a caçula se recuperasse. Foi o que ela fez ao longo de duas semanas. Nesse período, não foi assaltada, mas pelo caminho alguém jogou uma pequena pedra no seu rosto –por intolerância com os chamados "promesseiros", ela supõe. No sábado (7), às 14h, quando a Folha falou com ela pela primeira vez na Casa de Plácido, local que acolhe os romeiros no centro da cidade, Lydiane também contou que quatro tênis ficaram inutilizados pelo caminho. Era o menor dos seus problemas. Com os pés enfaixados, ela disse que toda a pele das solas havia soltado ao longo da caminhada, além de ter perdido duas unhas. Apesar das dores nos pés e nas pernas, Lydiane estava decidida a ir à Trasladação, romaria pelas ruas de Belém no sábado no fim da tarde, e também à mais importante procissão da série de eventos religiosos na cidade, o próprio Círio de Nazaré, que acontece sempre no segundo domingo de outubro. FESTIVIDADES Atualmente nove romarias compõem as festividades, que têm reunido centenas de milhares de pessoas todos os anos. A cerimônia acontece na cidade desde 1793. "Não consigo fazer nada sem que a Nossa Senhora me acompanhe", diz Lydiane, que mantém uma pequena pousada na praia de Atalaia, em Salinópolis. Neste domingo, a reportagem reencontrou Lydiane às 5h30, quando o sol ainda não tinha nascido em Belém. Ela contou que havia conseguido participar de toda a Trasladação, procissão que durou cinco horas, e se preparava para o Círio de Nazaré, que começaria às 6h, meia hora depois. Quando bem-sucedidas, na avaliação dos devotos, as promessas feitas à Nossa Senhora de Nazaré não são pagas apenas com caminhadas de dezenas ou centenas de quilômetros. Talvez a incumbência mais famosa entre os católicos da região Norte do país seja acompanhar a procissão segurando a corda. São, na verdade, cinco trechos de corda de longa espessura. Ao fim dessa sequência, vem a imagem da santa, conduzida por dezenas de fiéis. Aliás, a passagem da imagem de Nossa Senhora sempre representa o ápice das procissões, assim como da romaria fluvial e da romaria das motos –estas duas últimas sempre aos sábados. Nesta edição, a fluvial recebeu mais de 400 embarcações, entre barcos, lanchas e jet-skies. A CORDA E OS JOELHOS Como muitos "promesseiros" querem segurar a corda durante as procissões e não há espaço para todos, o empurra-empurra é mais frequente do que se costuma imaginar ao acompanhar o evento pela TV. Em um mesmo trecho de uma avenida de Belém, em um intervalo de apenas 15 minutos logo no início da Trasladação, voluntários da Cruz Vermelha fizeram três intervenções para socorrer devotos, tirando-os do local em macas. Com 42 anos, o segurança André Almeida diz, com orgulho, que "vai na corda" há 22 anos. Afirma nunca ter se machucado ou sofrido um desmaio. Uma hora e meia antes da procissão de sábado, ele já estava com a mão direita na corda e o rosto completamente molhado. Mais do que os 28ºC, tanto suor era provocado pelo constante zigue-zague dos corpos colados um ao outro. "Nós, paraenses, esperamos o Círio durante todo o ano", afirmou Almeida. A engenheira florestal Regina Meirelles, 38, já acompanhou o evento segurando a corda por nove anos, mas neste domingo (8) cumpria promessa de outro modo. Seguia de joelhos o trajeto entre a Catedral da Sé e a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, percurso de cerca de 5 km. Às 5h10, ela já estava há 40 minutos movimentando-se sobre tiras de papelão, que ajudam a amenizar a dor nos joelhos. Àquela altura, ela tinha pelo menos três horas pela frente para chegar à Basílica. "Tudo está resumido a uma só palavra, fé", respondeu Regina ao ser indagada sobre a importância do Círio. "Minha fé aumenta a cada ano." Moradora de Belém, ela pagava uma promessa pela recuperação do irmão, que havia passado recentemente por um transplante de rim. Cinco pessoas auxiliavam Regina pelo asfalto da cidade. Ana Paula, filha dela, estava entre elas, correndo de um lado para o outro, levando os pedaços de papelão para a passagem da mãe. Era assim, esbaforida e rezando, que a jovem começava seu dia de aniversário. Neste domingo (8), Ana Paula completou 18 anos. Os jornalistas Naief Haddad e Bruno Santos viajaram a convite da Varanda de Nazaré.
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Filipinos conquistam as cozinhas do mundo
Se você está de férias em um cruzeiro pelo Mediterrâneo, jogando em um cassino da Ásia ou jantando com o presidente dos Estados Unidos, há grandes possibilidades de que um cozinheiro filipino esteja preparando a comida. Desde os anos 1970, milhões de filipinos emigraram para trabalhar como garçons ou pedreiros na construção. Mas nos últimos anos, a formação profissional veio melhorando, também no setor da hotelaria, e a cada ano saem das escolas de cozinha filipinas milhares de chefs que vão trabalhar em todo o mundo. "Sempre me interessei pela cozinha, sobretudo a confeitaria, inclusive quando era criança", disse à AFP Rochelle Evaristo, uma ex-funcionária de banco que agora está estudando em uma escola de cozinha em Manila, capital do país, administrada pelo governo. "Também queria trabalhar no exterior. Meu primo mora no Canadá e me disse que lá precisam de cozinheiras", afirma a jovem de menos de 30 anos, uma das mais velhas de sua classe de 39 estudantes, em que a maioria é adolescente. Mais de 10 milhões de filipinos trabalham fora de seu país, principalmente como garçons, marinheiros ou pedreiros. Mas segundo o assistente da diretoria na escola de Evaristo, Teodoro Pascua, os jovens aspiram cada vez mais se transformar em cozinheiros, padeiros e confeiteiros. A escola –uma das 2.500 que existem no país, sendo a maioria privadas– oferece curso básico de seis meses. Entre 2010 e 2014, cerca de 180.000 filipinos trabalharam com gastronomia em barcos do mundo todo, 72.000 deles como cozinheiros e o restante como auxiliares de cozinha e garçons, segundo dados do ministério do Trabalho. No mesmo período, outras 65.000 pessoas trabalharam no setor de hotelaria no estrangeiro. Os filipinos têm a vantagem de falar bem inglês e são conhecidos por sua capacidade de adaptar-se facilmente em outro país. "Estes 'soft skills' [capacidades que permitem a um profissional se relacionar melhor no trabalho] nos distinguem dos vizinhos e dos trabalhadores de outros países", assegura Pascua.
comida
Filipinos conquistam as cozinhas do mundoSe você está de férias em um cruzeiro pelo Mediterrâneo, jogando em um cassino da Ásia ou jantando com o presidente dos Estados Unidos, há grandes possibilidades de que um cozinheiro filipino esteja preparando a comida. Desde os anos 1970, milhões de filipinos emigraram para trabalhar como garçons ou pedreiros na construção. Mas nos últimos anos, a formação profissional veio melhorando, também no setor da hotelaria, e a cada ano saem das escolas de cozinha filipinas milhares de chefs que vão trabalhar em todo o mundo. "Sempre me interessei pela cozinha, sobretudo a confeitaria, inclusive quando era criança", disse à AFP Rochelle Evaristo, uma ex-funcionária de banco que agora está estudando em uma escola de cozinha em Manila, capital do país, administrada pelo governo. "Também queria trabalhar no exterior. Meu primo mora no Canadá e me disse que lá precisam de cozinheiras", afirma a jovem de menos de 30 anos, uma das mais velhas de sua classe de 39 estudantes, em que a maioria é adolescente. Mais de 10 milhões de filipinos trabalham fora de seu país, principalmente como garçons, marinheiros ou pedreiros. Mas segundo o assistente da diretoria na escola de Evaristo, Teodoro Pascua, os jovens aspiram cada vez mais se transformar em cozinheiros, padeiros e confeiteiros. A escola –uma das 2.500 que existem no país, sendo a maioria privadas– oferece curso básico de seis meses. Entre 2010 e 2014, cerca de 180.000 filipinos trabalharam com gastronomia em barcos do mundo todo, 72.000 deles como cozinheiros e o restante como auxiliares de cozinha e garçons, segundo dados do ministério do Trabalho. No mesmo período, outras 65.000 pessoas trabalharam no setor de hotelaria no estrangeiro. Os filipinos têm a vantagem de falar bem inglês e são conhecidos por sua capacidade de adaptar-se facilmente em outro país. "Estes 'soft skills' [capacidades que permitem a um profissional se relacionar melhor no trabalho] nos distinguem dos vizinhos e dos trabalhadores de outros países", assegura Pascua.
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Fronteiras simbólicas agravam fosso entre regiões, dizem professores
O estigma das periferias como áreas de pobreza e violência reforça a segregação social e territorial típica das grandes cidades brasileiras. Ao apontar favelas como lugares de concentração de risco e carência, construímos um conjunto de representações negativas que vão se perpetuando e acentuando as diferenças entre centro e periferia. Essa é a opinião do professor de geografia da UFF (Universidade Federal Fluminense) Jaílson de Souza e Silva. Silva é um dos criadores do portal Observatório de Favelas e participou do debate "Apropriação do espaço público e o direito à cidade", realizado nesta terça-feira como parte do seminário internacional Cidades e Territórios: Encontros e Fronteiras na Busca da Equidade, organizado pela Folha em parceria com a Fundação Tide Setúbal. A discussão contou também com a participação de Pablo Maturana, consultor internacional e ex-diretor da área de relações locais e internacionais da agência de cooperação de Medellin, e de Christian Dunker, professor de psicologia da USP e fundador do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise da universidade. Para Silva, o costume de instituições públicas, veículos de comunicação e outros atores sociais de relacionar periferias e favelas a questões negativas aumenta a disparidade em relação a outras áreas da cidade e dificulta a interação entre seus moradores e aqueles do centro. "O IBGE denomina favelas e periferias de aglomerados subnormais, a mídia e a sociedade as chamam de comunidade carente. Todo juízo é marcado pelo estigma. Como um morador da favela vai sentir orgulho de viver ali e se sentir membro da cidade?" questiona. Dunker também mobilizou elementos simbólicos ao abordar o conceito de direito à cidade. Por meio de uma perspectiva psicanalista, ele defendeu a ideia e que a construção de condomínios fechados a partir dos anos 1970 alterou a forma de as pessoas interagirem. Com os muros, segundo ele, "deixamos de ver, reconhecer o outro. Começamos a fantasiar o que é esse outro através do muro. Cada vez que passamos da cancela, dos guardas, toda vez que se olha o aparato de defesa, se cria ideia de que do lado de lá é perigoso". E esse perigo estaria ligado à diversidade. Constrói-se, na opinião de Dunker, a impressão de que o mundo é muito perigoso porque é diverso, portanto as pessoas, voluntariamente, "se cercam, erguem muros e se separam dos diferentes". Contudo, esse processo promoveria o sofrimento de duas formas, segundo o psicanalista. Uma vez que a vida planejada, segura e entre iguais está consolidada, a felicidade se impõe como uma obrigação. E todo sinal de insatisfação deve ser atribuído "a uma fonte impossível de ser localizada; o outro". O segundo sintoma é o que ele chama de hipertrofia da lei. O excesso de regulamentos e normas dos condomínios resulta na falta de ocupação do espaço. Os únicos lugares ocupados seriam os playgrounds, pois, segundo Dunker, são os únicos espaços de encontro das diferenças –em função da presença de babás, crianças e adultos. Para o professor, um grau de indeterminação é essencial do ponto de vista psíquico. "Mas onde se encontra esse princípio de indeterminação? Encontramos na cidade", regido pela lei, mas também pela possibilidade de troca com o desconhecido, afirma. E a lógica do condomínio, expressa também em outros espaços, como shopping centers, impede essa possibilidade. A ideia de direito à cidade não está restrita à academia e a organizações da sociedade civil. A cidade de Medellín é considerada um exemplo de sucesso na América Latina na forma de gerir investimentos e serviços públicos de forma a reduzir segregações territoriais e sociais. Um símbolo dos avanços promovidos pela cidade nos últimos anos é o "metrocable", uma espécie de teleférico que facilita o transporte de moradores de uma área popular para o centro da cidade. Muitas das pessoas que hoje usam o utilizam diziam "vamos para Medellín", pois o trajeto até o centro demorava três horas. "Era impossível que se considerassem membros da cidade dessa forma", disse Pablo Maturana, consultor internacional e ex-diretor da área de relações locais e internacionais da agência de cooperação de Medellin. O superintendente afirmou que a grande maioria dos investimentos públicos da prefeitura da cidade vão para a área norte, a mais carente do município. "Politicamente não é rentável, mas se trata de um exercício de longo prazo" para a redução de desigualdades e a integração entre diferentes regiões da cidade. "Pode parecer estranho ver jardins infantis com custo de US$ 3 ou 4 milhões ao lado de casas de papelão, mas é assim que atuamos em Medellín", afirma. Respondendo a perguntas formuladas pelo público, Maturana apontou a relação entre a prefeitura e as juntas comunais –órgãos de articulação da sociedade civil– como uma forma de a gestão formular e executar os projetos públicos de acordo com as necessidades das populações locais. "Trabalhamos juntos. E quando a primeira retroescavadeira chega para realizar a obra, toda a comunidade já sabe o que e como vai acontecer", afirmou Pablo. Diferentemente do que acontece no Rio de Janeiro, de acordo com Silva. "No Rio é exatamente o contrário. Mecanismos internacionais de financiamento exigem participação popular, mas, mesmo se a população é contrária ao projeto, o governo o executa", disse. "Na Rocinha, por exemplo, a população já desenvolveu formas próprias de mobilidade adaptadas às suas necessidades, como o mototáxi. Mas os gestores o ignoram ao defender a construção do teleférico".
cotidiano
Fronteiras simbólicas agravam fosso entre regiões, dizem professoresO estigma das periferias como áreas de pobreza e violência reforça a segregação social e territorial típica das grandes cidades brasileiras. Ao apontar favelas como lugares de concentração de risco e carência, construímos um conjunto de representações negativas que vão se perpetuando e acentuando as diferenças entre centro e periferia. Essa é a opinião do professor de geografia da UFF (Universidade Federal Fluminense) Jaílson de Souza e Silva. Silva é um dos criadores do portal Observatório de Favelas e participou do debate "Apropriação do espaço público e o direito à cidade", realizado nesta terça-feira como parte do seminário internacional Cidades e Territórios: Encontros e Fronteiras na Busca da Equidade, organizado pela Folha em parceria com a Fundação Tide Setúbal. A discussão contou também com a participação de Pablo Maturana, consultor internacional e ex-diretor da área de relações locais e internacionais da agência de cooperação de Medellin, e de Christian Dunker, professor de psicologia da USP e fundador do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise da universidade. Para Silva, o costume de instituições públicas, veículos de comunicação e outros atores sociais de relacionar periferias e favelas a questões negativas aumenta a disparidade em relação a outras áreas da cidade e dificulta a interação entre seus moradores e aqueles do centro. "O IBGE denomina favelas e periferias de aglomerados subnormais, a mídia e a sociedade as chamam de comunidade carente. Todo juízo é marcado pelo estigma. Como um morador da favela vai sentir orgulho de viver ali e se sentir membro da cidade?" questiona. Dunker também mobilizou elementos simbólicos ao abordar o conceito de direito à cidade. Por meio de uma perspectiva psicanalista, ele defendeu a ideia e que a construção de condomínios fechados a partir dos anos 1970 alterou a forma de as pessoas interagirem. Com os muros, segundo ele, "deixamos de ver, reconhecer o outro. Começamos a fantasiar o que é esse outro através do muro. Cada vez que passamos da cancela, dos guardas, toda vez que se olha o aparato de defesa, se cria ideia de que do lado de lá é perigoso". E esse perigo estaria ligado à diversidade. Constrói-se, na opinião de Dunker, a impressão de que o mundo é muito perigoso porque é diverso, portanto as pessoas, voluntariamente, "se cercam, erguem muros e se separam dos diferentes". Contudo, esse processo promoveria o sofrimento de duas formas, segundo o psicanalista. Uma vez que a vida planejada, segura e entre iguais está consolidada, a felicidade se impõe como uma obrigação. E todo sinal de insatisfação deve ser atribuído "a uma fonte impossível de ser localizada; o outro". O segundo sintoma é o que ele chama de hipertrofia da lei. O excesso de regulamentos e normas dos condomínios resulta na falta de ocupação do espaço. Os únicos lugares ocupados seriam os playgrounds, pois, segundo Dunker, são os únicos espaços de encontro das diferenças –em função da presença de babás, crianças e adultos. Para o professor, um grau de indeterminação é essencial do ponto de vista psíquico. "Mas onde se encontra esse princípio de indeterminação? Encontramos na cidade", regido pela lei, mas também pela possibilidade de troca com o desconhecido, afirma. E a lógica do condomínio, expressa também em outros espaços, como shopping centers, impede essa possibilidade. A ideia de direito à cidade não está restrita à academia e a organizações da sociedade civil. A cidade de Medellín é considerada um exemplo de sucesso na América Latina na forma de gerir investimentos e serviços públicos de forma a reduzir segregações territoriais e sociais. Um símbolo dos avanços promovidos pela cidade nos últimos anos é o "metrocable", uma espécie de teleférico que facilita o transporte de moradores de uma área popular para o centro da cidade. Muitas das pessoas que hoje usam o utilizam diziam "vamos para Medellín", pois o trajeto até o centro demorava três horas. "Era impossível que se considerassem membros da cidade dessa forma", disse Pablo Maturana, consultor internacional e ex-diretor da área de relações locais e internacionais da agência de cooperação de Medellin. O superintendente afirmou que a grande maioria dos investimentos públicos da prefeitura da cidade vão para a área norte, a mais carente do município. "Politicamente não é rentável, mas se trata de um exercício de longo prazo" para a redução de desigualdades e a integração entre diferentes regiões da cidade. "Pode parecer estranho ver jardins infantis com custo de US$ 3 ou 4 milhões ao lado de casas de papelão, mas é assim que atuamos em Medellín", afirma. Respondendo a perguntas formuladas pelo público, Maturana apontou a relação entre a prefeitura e as juntas comunais –órgãos de articulação da sociedade civil– como uma forma de a gestão formular e executar os projetos públicos de acordo com as necessidades das populações locais. "Trabalhamos juntos. E quando a primeira retroescavadeira chega para realizar a obra, toda a comunidade já sabe o que e como vai acontecer", afirmou Pablo. Diferentemente do que acontece no Rio de Janeiro, de acordo com Silva. "No Rio é exatamente o contrário. Mecanismos internacionais de financiamento exigem participação popular, mas, mesmo se a população é contrária ao projeto, o governo o executa", disse. "Na Rocinha, por exemplo, a população já desenvolveu formas próprias de mobilidade adaptadas às suas necessidades, como o mototáxi. Mas os gestores o ignoram ao defender a construção do teleférico".
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Uma resposta global aos refugiados
Nenhuma outra questão da agenda global é mais suscetível à manipulação por parte dos demagogos do que a dos refugiados e migrantes. "Nós" contra "eles" é um unificador irresponsável e atemporal, usado ao longo da história para obscurecer nossa humanidade comum. A diferença agora é que, mais do que nunca, as pessoas estão em movimento, numa época em que narrativas se espalham com velocidade viral, e vemos uma crescente xenofobia -muitas vezes irrompendo em violência. A Cúpula da ONU para Refugiados e Migrantes, realizada na semana passada em Nova York, representa um avanço em um ponto de ruptura. Com tantas vozes estridentes dominando o debate, governos de todo o mundo respondem em tons balanceados que podem produzir resultados reais, se as promessas forem cumpridas. A cúpula marcou a primeira reunião de líderes para discutir esse importante tema. Adotou um acordo histórico de consenso, a Declaração de Nova York, que define uma abordagem pragmática e baseada em princípios para enfrentar os desafios de pessoas em movimento. Há 244 milhões de migrantes no mundo; mais de 65 milhões de pessoas estão deslocadas à força. Metade delas são crianças. Refugiados enfrentam graves perigos em suas jornadas por segurança. Quando chegam a outros países, muitos sofrem discriminação -alguns são até presos. As vias legais são escassas, enquanto contrabandistas sem escrúpulos se aproveitam da situação, cobrando taxas exorbitantes por uma chance arriscada de escapar. As guerras se tornaram mais duradouras, e os refugiados encontram dificuldades de voltar para casa. O tempo de deslocamento se estende, em alguns casos, por gerações. Ao contrário do que em geral se pensa, a grande maioria dos refugiados não está em países ricos: 86% se deslocaram para regiões em desenvolvimento. Esses países, por sua vez, raramente possuem condições de atendê-los de maneira adequada. No ano passado, apelos humanitários das Nações Unidas receberam pouco mais de metade dos recursos solicitados. Os desafios são enormes, mas não devemos esquecer os benefícios. Com a abordagem certa, refugiados e migrantes podem trazer ganhos para ambas as sociedades, a de recepção e a de origem. É central, nesse processo, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, nosso plano global de paz e prosperidade em um planeta saudável. A cúpula em Nova York contou com depoimentos de pessoas diretamente afetadas. Uma delas foi a síria Yusra Mardini, que competiu nos Jogos Olímpicos do Rio pela nova equipe de refugiados estabelecida para os atletas que, como outros milhões, foram forçados a sair de suas terras natais. Antes de nadar em competições, Yusra foi posta à prova para salvar vidas. No ano passado, deixou a Síria em um barco superlotado. Quando o motor parou, ela e sua irmã, junto a outros do grupo, mergulharam no mar Egeu e, por longas três horas, empurraram o barco até a costa. Chegaram exaustas, mas provaram o poder da solidariedade humana para nos levar à segurança. A humanidade está junta em um só barco. Promover o medo, culpar o outro ou tornar as minorias bodes expiatórios apenas aumentará os perigos para todos. Líderes sábios entendem que devemos, em vez de nos esforçar para salvar todos, otimizar as contribuições de cada um, orientando nosso barco comum para um destino compartilhado: um futuro de oportunidades e dignidade para todos. BAN KI-MOON, 71, é secretário-geral da ONU - Organização das Nações Unidas. Foi diplomata e ministro das Relações Exteriores e do Comércio da Coreia do Sul PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Uma resposta global aos refugiadosNenhuma outra questão da agenda global é mais suscetível à manipulação por parte dos demagogos do que a dos refugiados e migrantes. "Nós" contra "eles" é um unificador irresponsável e atemporal, usado ao longo da história para obscurecer nossa humanidade comum. A diferença agora é que, mais do que nunca, as pessoas estão em movimento, numa época em que narrativas se espalham com velocidade viral, e vemos uma crescente xenofobia -muitas vezes irrompendo em violência. A Cúpula da ONU para Refugiados e Migrantes, realizada na semana passada em Nova York, representa um avanço em um ponto de ruptura. Com tantas vozes estridentes dominando o debate, governos de todo o mundo respondem em tons balanceados que podem produzir resultados reais, se as promessas forem cumpridas. A cúpula marcou a primeira reunião de líderes para discutir esse importante tema. Adotou um acordo histórico de consenso, a Declaração de Nova York, que define uma abordagem pragmática e baseada em princípios para enfrentar os desafios de pessoas em movimento. Há 244 milhões de migrantes no mundo; mais de 65 milhões de pessoas estão deslocadas à força. Metade delas são crianças. Refugiados enfrentam graves perigos em suas jornadas por segurança. Quando chegam a outros países, muitos sofrem discriminação -alguns são até presos. As vias legais são escassas, enquanto contrabandistas sem escrúpulos se aproveitam da situação, cobrando taxas exorbitantes por uma chance arriscada de escapar. As guerras se tornaram mais duradouras, e os refugiados encontram dificuldades de voltar para casa. O tempo de deslocamento se estende, em alguns casos, por gerações. Ao contrário do que em geral se pensa, a grande maioria dos refugiados não está em países ricos: 86% se deslocaram para regiões em desenvolvimento. Esses países, por sua vez, raramente possuem condições de atendê-los de maneira adequada. No ano passado, apelos humanitários das Nações Unidas receberam pouco mais de metade dos recursos solicitados. Os desafios são enormes, mas não devemos esquecer os benefícios. Com a abordagem certa, refugiados e migrantes podem trazer ganhos para ambas as sociedades, a de recepção e a de origem. É central, nesse processo, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, nosso plano global de paz e prosperidade em um planeta saudável. A cúpula em Nova York contou com depoimentos de pessoas diretamente afetadas. Uma delas foi a síria Yusra Mardini, que competiu nos Jogos Olímpicos do Rio pela nova equipe de refugiados estabelecida para os atletas que, como outros milhões, foram forçados a sair de suas terras natais. Antes de nadar em competições, Yusra foi posta à prova para salvar vidas. No ano passado, deixou a Síria em um barco superlotado. Quando o motor parou, ela e sua irmã, junto a outros do grupo, mergulharam no mar Egeu e, por longas três horas, empurraram o barco até a costa. Chegaram exaustas, mas provaram o poder da solidariedade humana para nos levar à segurança. A humanidade está junta em um só barco. Promover o medo, culpar o outro ou tornar as minorias bodes expiatórios apenas aumentará os perigos para todos. Líderes sábios entendem que devemos, em vez de nos esforçar para salvar todos, otimizar as contribuições de cada um, orientando nosso barco comum para um destino compartilhado: um futuro de oportunidades e dignidade para todos. BAN KI-MOON, 71, é secretário-geral da ONU - Organização das Nações Unidas. Foi diplomata e ministro das Relações Exteriores e do Comércio da Coreia do Sul PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Veja orientações de estudos em inglês para o Enem 2016
Para apoiar os candidatos inscritos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016, a Folha preparou uma série de vídeos com dúvidas sobre a prova e apostas de estudos para o exame. O Enem ocorre nos dias 5 e 6 de novembro. Nesta quinta-feira (29), confira as dicas de inglês. Ao longos próximos dias, serão publicados vídeos para cada disciplina que compõe as quatro áreas da prova (Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza), além de redação. Professores do Cursinho da Poli dão as orientações para os candidatos.
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Veja orientações de estudos em inglês para o Enem 2016Para apoiar os candidatos inscritos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016, a Folha preparou uma série de vídeos com dúvidas sobre a prova e apostas de estudos para o exame. O Enem ocorre nos dias 5 e 6 de novembro. Nesta quinta-feira (29), confira as dicas de inglês. Ao longos próximos dias, serão publicados vídeos para cada disciplina que compõe as quatro áreas da prova (Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza), além de redação. Professores do Cursinho da Poli dão as orientações para os candidatos.
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Palmeiras inicia o Campeonato Paulista como favorito ao título
Em temporadas recentes, o Palmeiras acostumou-se a entrar em campo com elencos montados em cima da hora e compostos de jogadores pouco conhecidos ou de qualidade duvidosa. Neste século, foram exceções os anos em que o torcedor alviverde teve desde o início a convicção de que sua equipe brigaria pelo título do Campeonato Paulista, que começa para o clube neste domingo (31), contra o Botafogo, fora do Allianz Parque. Estável em um momento de crise financeira generalizada, o Palmeiras reforçou-se em quase todas as posições e conseguiu manter seus jogadores e a base de uma equipe titular. Da equipe principal do ano passado, o único que saiu foi o zagueiro Jackson, que voltou para o Internacional. Em compensação, vieram Edu Dracena e Roger Carvalho. Mercado da bola As grandes contratações para a temporada chegaram de clubes brasileiros. O experiente volante Jean, ex-Fluminense, e o promissor atacante Erik, ex-Goiás, chegam com a possibilidade de roubar vagas entre os 11. Novos reforços não devem chegar. Além deles, os meias Moisés, ex-Rijeka (CRO), e Régis, ex-Sport, tiveram boas participações nos amistosos, têm sido elogiados pelo técnico Marcelo Oliveira, e mostram potencial para "bagunçarem" o grupo dos titulares. Tal como projetado, o Palmeiras tem cerca de três jogadores disponíveis por posição. A missão prioritária do treinador neste início de ano é abolir a ligação direta entre defesa e ataque por meio de chutões, vício no segundo semestre de 2015. Para a estreia, Moisés e o atacante Rafael Marques estão indisponíveis, pois seus contratos não foram regularizados a tempo. Lesionado, Edu Dracena dará lugar a Leandro Almeida. Lucas Barrios também não foi relacionado e pode ser substituído por Alecsandro ou Cristaldo. BOTAFOGO Neneca; D. Borges, C. Ruan, Mirita e A. Ramos; C. Gaúcho, Moradei, A. Dias e D. Bueno; Serginho e Nunes. Técnico: Marcelo Veiga PALMEIRAS Fernando Prass; Lucas, L. Almeida, V. Hugo e Zé Roberto; Arouca, M. Sales e Robinho; Dudu, G. Jesus e Alecsandro (Cristaldo). Técnico: Marcelo Oliveira Estádio: Santa Cruz, em Ribeirão Preto (SP) Árbitro: Marcelo Aparecido de Souza TV: 19h30, SporTV
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Palmeiras inicia o Campeonato Paulista como favorito ao títuloEm temporadas recentes, o Palmeiras acostumou-se a entrar em campo com elencos montados em cima da hora e compostos de jogadores pouco conhecidos ou de qualidade duvidosa. Neste século, foram exceções os anos em que o torcedor alviverde teve desde o início a convicção de que sua equipe brigaria pelo título do Campeonato Paulista, que começa para o clube neste domingo (31), contra o Botafogo, fora do Allianz Parque. Estável em um momento de crise financeira generalizada, o Palmeiras reforçou-se em quase todas as posições e conseguiu manter seus jogadores e a base de uma equipe titular. Da equipe principal do ano passado, o único que saiu foi o zagueiro Jackson, que voltou para o Internacional. Em compensação, vieram Edu Dracena e Roger Carvalho. Mercado da bola As grandes contratações para a temporada chegaram de clubes brasileiros. O experiente volante Jean, ex-Fluminense, e o promissor atacante Erik, ex-Goiás, chegam com a possibilidade de roubar vagas entre os 11. Novos reforços não devem chegar. Além deles, os meias Moisés, ex-Rijeka (CRO), e Régis, ex-Sport, tiveram boas participações nos amistosos, têm sido elogiados pelo técnico Marcelo Oliveira, e mostram potencial para "bagunçarem" o grupo dos titulares. Tal como projetado, o Palmeiras tem cerca de três jogadores disponíveis por posição. A missão prioritária do treinador neste início de ano é abolir a ligação direta entre defesa e ataque por meio de chutões, vício no segundo semestre de 2015. Para a estreia, Moisés e o atacante Rafael Marques estão indisponíveis, pois seus contratos não foram regularizados a tempo. Lesionado, Edu Dracena dará lugar a Leandro Almeida. Lucas Barrios também não foi relacionado e pode ser substituído por Alecsandro ou Cristaldo. BOTAFOGO Neneca; D. Borges, C. Ruan, Mirita e A. Ramos; C. Gaúcho, Moradei, A. Dias e D. Bueno; Serginho e Nunes. Técnico: Marcelo Veiga PALMEIRAS Fernando Prass; Lucas, L. Almeida, V. Hugo e Zé Roberto; Arouca, M. Sales e Robinho; Dudu, G. Jesus e Alecsandro (Cristaldo). Técnico: Marcelo Oliveira Estádio: Santa Cruz, em Ribeirão Preto (SP) Árbitro: Marcelo Aparecido de Souza TV: 19h30, SporTV
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Memórias de Mar Azul
Um dia o Bituca –assim chamamos o Milton Nascimento– me procurou em Belo Horizonte e eu imaginei que ele quisesse mais uma música para um novo trabalho dele. Tínhamos composto em parceria a canção "Clube da Esquina nº 1" e ele já tinha gravado outra canção minha, "Para Lennon e McCartney". Para minha surpresa, ele me disse: "Chega de uma música aqui, uma música ali, eu quero é dividir um álbum duplo com você!". Eu teria que me mudar para o Rio, onde ele passara a morar, epicentro da cena musical na época. Topei, e chamamos o Beto Guedes para embarcar nessa. Faltava convencer a minha família, o que não foi fácil: eu tinha 19 anos, minha mãe queria que eu cursasse uma faculdade, o convite de Bituca era tido como uma aventura, ainda mais em plena ditadura militar. Mas deu certo. Chegamos ao Rio e eu sempre soube que a companhia do Beto Guedes seria essencial. Havia entre nós uma interlocução musical muito forte, compartilhávamos certa fixação pelos Beatles. Já a turma do Bituca estava mais ligada na bossa nova, no jazz... Beto fazia com que eu não me sentisse um estranho no ninho. Perambulamos por alguns apartamentos na capital carioca, mas o melhor ainda estava por vir: o empresário do Bituca alugou uma casa em Mar Azul para que nos concentrássemos nas composições que integrariam o álbum duplo "Clube da Esquina" (1972). Mar Azul é uma enseada situada num canto da praia de Piratininga, em Niterói. Um balneário surpreendente, uma vila de pescadores bastante rústica então. Eu, Bituca, Beto e Jacaré (primo do Bituca) nos hospedamos numa casa gigantesca, um sobrado com vários quartos, fincado na areia, com uma vista linda. Levei meus instrumentos para um quarto que elegi como meu e passava o dia inteiro compondo. O Bituca, no quarto dele, não largava o violão. O Beto ia de um quarto a outro, acompanhando o que cada um fazia. Ali ele não estava empenhado em compor, talvez por saber que o "Clube da Esquina" seria um disco centrado nas composições minhas e do Bituca. Porém a presença dele foi fundamental, importância que se manteve quando chegou a hora de gravar: basta pegar a ficha técnica e ver que o Beto participou ativamente do disco, ele tocou em várias faixas. Vivíamos um momento único. De noitinha, mostrava ao Bituca o que eu havia composto, ouvia o que ele tinha feito e aprendíamos os temas que iam nascendo. Claro que dedicávamos alguns dias a simplesmente curtir Mar Azul, senão teríamos feito um álbum quádruplo! Lembro-me de acordar cedo e ajudar os pescadores a recolher a rede na pesca da tainha –um peixinho garantido para o almoço. Músicos, letristas, cineastas, amigos e familiares nos visitavam com frequência. Minha família, muito numerosa, vinda de Belo Horizonte, chegou a passar uma semana lá; era uma grande alegria. Uma das vivências mais legais era quando a gente recebia a visita de um letrista: era uma canção que a gente ganhava naquele dia. Ronaldo Bastos, por ser niteroiense, era assíduo, e fizemos "Nuvem Cigana" em Mar Azul. Na verdade, a maioria das músicas do "Clube da Esquina" foi concebida lá. Márcio Borges e Fernando Brant vinham de BH, mal chegavam e saíam fazendo a letra, no mesmo dia uma obra estava finalizada. Ficamos mais de quatro meses em Mar Azul. De vez em quando batia uma saudade "siderúrgica" de Belo Horizonte. Um apego à terra, ao quadrilátero ferrífero –mineiro tem dessas coisas. Ficava dois ou três dias e voltava para mais um mês na praia –"Um Girassol da Cor de seu Cabelo" compus numa dessas fugidinhas para Minas. Entramos em estúdio imediatamente depois dessa temporada. Curioso é que o álbum foi feito sem ensaios. Eram músicos muito competentes –entre eles, a galera do Som Imaginário, base da banda do disco. Apresentávamos uma ou duas músicas por dia, os arranjos eram criados na hora e as gravações aconteciam em seguida. A febre criativa em Mar Azul marcou a história do Clube da Esquina. LÔ BORGES, 64, músico mineiro, autor de "Nuvem Cigana", entre muitas outras canções, participa do show que comemora os 60 anos de carreira de Alaíde Costa, em parceria inédita, no Sesc Pompeia na sexta (29).
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Memórias de Mar AzulUm dia o Bituca –assim chamamos o Milton Nascimento– me procurou em Belo Horizonte e eu imaginei que ele quisesse mais uma música para um novo trabalho dele. Tínhamos composto em parceria a canção "Clube da Esquina nº 1" e ele já tinha gravado outra canção minha, "Para Lennon e McCartney". Para minha surpresa, ele me disse: "Chega de uma música aqui, uma música ali, eu quero é dividir um álbum duplo com você!". Eu teria que me mudar para o Rio, onde ele passara a morar, epicentro da cena musical na época. Topei, e chamamos o Beto Guedes para embarcar nessa. Faltava convencer a minha família, o que não foi fácil: eu tinha 19 anos, minha mãe queria que eu cursasse uma faculdade, o convite de Bituca era tido como uma aventura, ainda mais em plena ditadura militar. Mas deu certo. Chegamos ao Rio e eu sempre soube que a companhia do Beto Guedes seria essencial. Havia entre nós uma interlocução musical muito forte, compartilhávamos certa fixação pelos Beatles. Já a turma do Bituca estava mais ligada na bossa nova, no jazz... Beto fazia com que eu não me sentisse um estranho no ninho. Perambulamos por alguns apartamentos na capital carioca, mas o melhor ainda estava por vir: o empresário do Bituca alugou uma casa em Mar Azul para que nos concentrássemos nas composições que integrariam o álbum duplo "Clube da Esquina" (1972). Mar Azul é uma enseada situada num canto da praia de Piratininga, em Niterói. Um balneário surpreendente, uma vila de pescadores bastante rústica então. Eu, Bituca, Beto e Jacaré (primo do Bituca) nos hospedamos numa casa gigantesca, um sobrado com vários quartos, fincado na areia, com uma vista linda. Levei meus instrumentos para um quarto que elegi como meu e passava o dia inteiro compondo. O Bituca, no quarto dele, não largava o violão. O Beto ia de um quarto a outro, acompanhando o que cada um fazia. Ali ele não estava empenhado em compor, talvez por saber que o "Clube da Esquina" seria um disco centrado nas composições minhas e do Bituca. Porém a presença dele foi fundamental, importância que se manteve quando chegou a hora de gravar: basta pegar a ficha técnica e ver que o Beto participou ativamente do disco, ele tocou em várias faixas. Vivíamos um momento único. De noitinha, mostrava ao Bituca o que eu havia composto, ouvia o que ele tinha feito e aprendíamos os temas que iam nascendo. Claro que dedicávamos alguns dias a simplesmente curtir Mar Azul, senão teríamos feito um álbum quádruplo! Lembro-me de acordar cedo e ajudar os pescadores a recolher a rede na pesca da tainha –um peixinho garantido para o almoço. Músicos, letristas, cineastas, amigos e familiares nos visitavam com frequência. Minha família, muito numerosa, vinda de Belo Horizonte, chegou a passar uma semana lá; era uma grande alegria. Uma das vivências mais legais era quando a gente recebia a visita de um letrista: era uma canção que a gente ganhava naquele dia. Ronaldo Bastos, por ser niteroiense, era assíduo, e fizemos "Nuvem Cigana" em Mar Azul. Na verdade, a maioria das músicas do "Clube da Esquina" foi concebida lá. Márcio Borges e Fernando Brant vinham de BH, mal chegavam e saíam fazendo a letra, no mesmo dia uma obra estava finalizada. Ficamos mais de quatro meses em Mar Azul. De vez em quando batia uma saudade "siderúrgica" de Belo Horizonte. Um apego à terra, ao quadrilátero ferrífero –mineiro tem dessas coisas. Ficava dois ou três dias e voltava para mais um mês na praia –"Um Girassol da Cor de seu Cabelo" compus numa dessas fugidinhas para Minas. Entramos em estúdio imediatamente depois dessa temporada. Curioso é que o álbum foi feito sem ensaios. Eram músicos muito competentes –entre eles, a galera do Som Imaginário, base da banda do disco. Apresentávamos uma ou duas músicas por dia, os arranjos eram criados na hora e as gravações aconteciam em seguida. A febre criativa em Mar Azul marcou a história do Clube da Esquina. LÔ BORGES, 64, músico mineiro, autor de "Nuvem Cigana", entre muitas outras canções, participa do show que comemora os 60 anos de carreira de Alaíde Costa, em parceria inédita, no Sesc Pompeia na sexta (29).
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Esquema descrito por Machado desmonta sua delação, dizem acusados
O advogado dos peemedebistas Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR) e José Sarney (AP), Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou nesta quinta-feira (16) que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado "criou uma hipótese que ninguém pode acreditar" e que "desmonta" sua delação premiada, ao dizer que usava codinomes na entrega de propina e que nem os empresários nem os políticos sabiam as partes envolvidas. Segundo Machado, ele cobrava propina aos empresários sem revelar quem seria o político beneficiário, e não dizia ao político de qual empresa viria o dinheiro. "Nenhuma das partes (empresas e políticos) sabia quem era quem, a não ser no caso das doações oficiais", disse Sérgio Machado. O delator disse ainda que inventava, nas conversas com os empresários, codinomes do intermediário do político que receberia, consistindo sempre em nomes próprios. Para Kakay, essas afirmações "desmontam toda a delação". O advogado diz ser impossível crer que os empresários pagariam propina sem querer saber a qual político se destinaria. "Ele criou uma hipótese que ninguém pode acreditar", disse. Na avaliação de Kakay, isso mostra que Machado "roubou para ele mesmo durante todos esses anos e agora quis entregar pessoas notórias para obter a delação". O esquema de Sérgio Machado O advogado ressalta que falou apenas em nome da defesa de Jucá porque, no caso do senador, Machado não cita nenhum intermediário que participaria da entrega. Diz que ainda não conversou com os outros clientes sobre a delação. "Ele não cita na delação contra o Jucá nenhuma pessoa que seria intermediário ou que faria entrega. Ninguém", afirmou. O advogado afirma que irá atacar esse ponto perante o Supremo Tribunal Federal, na defesa dos clientes. Em sua delação, Machado diz que as entregas eram feitas por um funcionário de seu filho, chamado Felipe Parente, e que os políticos eram avisados da data e local da entrega para providenciarem o recebimento. Machado cita os nomes de alguns intermediários dos peemedebistas que receberiam o dinheiro.
poder
Esquema descrito por Machado desmonta sua delação, dizem acusadosO advogado dos peemedebistas Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR) e José Sarney (AP), Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou nesta quinta-feira (16) que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado "criou uma hipótese que ninguém pode acreditar" e que "desmonta" sua delação premiada, ao dizer que usava codinomes na entrega de propina e que nem os empresários nem os políticos sabiam as partes envolvidas. Segundo Machado, ele cobrava propina aos empresários sem revelar quem seria o político beneficiário, e não dizia ao político de qual empresa viria o dinheiro. "Nenhuma das partes (empresas e políticos) sabia quem era quem, a não ser no caso das doações oficiais", disse Sérgio Machado. O delator disse ainda que inventava, nas conversas com os empresários, codinomes do intermediário do político que receberia, consistindo sempre em nomes próprios. Para Kakay, essas afirmações "desmontam toda a delação". O advogado diz ser impossível crer que os empresários pagariam propina sem querer saber a qual político se destinaria. "Ele criou uma hipótese que ninguém pode acreditar", disse. Na avaliação de Kakay, isso mostra que Machado "roubou para ele mesmo durante todos esses anos e agora quis entregar pessoas notórias para obter a delação". O esquema de Sérgio Machado O advogado ressalta que falou apenas em nome da defesa de Jucá porque, no caso do senador, Machado não cita nenhum intermediário que participaria da entrega. Diz que ainda não conversou com os outros clientes sobre a delação. "Ele não cita na delação contra o Jucá nenhuma pessoa que seria intermediário ou que faria entrega. Ninguém", afirmou. O advogado afirma que irá atacar esse ponto perante o Supremo Tribunal Federal, na defesa dos clientes. Em sua delação, Machado diz que as entregas eram feitas por um funcionário de seu filho, chamado Felipe Parente, e que os políticos eram avisados da data e local da entrega para providenciarem o recebimento. Machado cita os nomes de alguns intermediários dos peemedebistas que receberiam o dinheiro.
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STJD suspende presidente do Santos por acusar repórter de influenciar juiz
O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, foi suspenso nesta quarta-feira (9) pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). O dirigente havia sido denunciado pela procuradoria do órgão por ter feito acusações infundadas ao repórter Eric Faria, da TV Globo, referentes a um jogo entre Santos e Flamengo pela Copa do Brasil. O cartola recebeu pena de 120 dias e multa de R$ 100 mil em sessão marcada por clima tenso e decisão dividida. Com a suspensão, Modesto, que não esteve no julgamento, não poderá assinar qualquer documento, frequentar vestiário ou áreas reservadas a dirigentes, dar entrevistas ou representar o Santos em eventos oficiais. A sessão foi realizada na terceira comissão disciplinar do STJD –o que admite recurso. O tribunal ainda avalia abrir novo processo para apurar depoimento apresentado pelo clube. "Vamos entrar amanhã [quinta-feira] com um pedido de efeito suspensivo e vamos recorrer ao pleno", disse Márcio Andraus, advogado do Santos na sessão do STJD. "Já há um procedimento aberto em relação a esse fato e tem tudo para acontecer alguma coisa em relação à saída do advogado de defesa, que afirmou que não houve interferência", respondeu o subprocurador Glauber Navega. Eric Faria também não compareceu, alegando compromissos profissionais, mas mandou um e-mail com relato sobre o episódio: "Venho ratificar, novamente, o que aconteceu naquele dia: cumpri todo o protocolo –rígido– da CBF e não mantive nenhum tipo de contato citado com o quarto árbitro". O Santos reconheceu que não houve interferência externa. No julgamento, o departamento jurídico do clube trabalhou mais para reduzir a pena de Modesto do que para contestar as acusações. ENTENDA O CASO Modesto havia sido denunciado nos artigos 1, 191 e 258 do CBDJ (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) após polêmica em partida contra o Flamengo válida pela Copa do Brasil no final de julho. Na ocasião, acusou Eric Faria, repórter da TV Globo, de ter incitado a arbitragem a anular a marcação de um pênalti favorável ao Santos. Na visão do tribunal, Modesto infringiu a imagem e a credibilidade do torneio ao fazer uma acusação sem provas. O árbitro Leandro Vuaden chegou a anotar a penalidade no lance em questão, mas mudou de ideia posteriormente. Segundo o presidente do Santos, isso teria acontecido por influência direta de Eric Faria, amparado por imagem da TV –a ação de um elemento externo ao campo de jogo é proibida pela Fifa. O Santos apresentou um ofício à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e chegou a pedir anulação da partida. Também montou um dossiê com elementos como o depoimento de um torcedor que estava em um camarote atrás da posição de Eric Faria. No entanto, como nenhuma das provas apresentadas pelo Santos era indubitável, o STJD acabou denunciando Modesto Roma Júnior, presidente da equipe paulista, por acusação sem provas.
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STJD suspende presidente do Santos por acusar repórter de influenciar juizO presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, foi suspenso nesta quarta-feira (9) pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). O dirigente havia sido denunciado pela procuradoria do órgão por ter feito acusações infundadas ao repórter Eric Faria, da TV Globo, referentes a um jogo entre Santos e Flamengo pela Copa do Brasil. O cartola recebeu pena de 120 dias e multa de R$ 100 mil em sessão marcada por clima tenso e decisão dividida. Com a suspensão, Modesto, que não esteve no julgamento, não poderá assinar qualquer documento, frequentar vestiário ou áreas reservadas a dirigentes, dar entrevistas ou representar o Santos em eventos oficiais. A sessão foi realizada na terceira comissão disciplinar do STJD –o que admite recurso. O tribunal ainda avalia abrir novo processo para apurar depoimento apresentado pelo clube. "Vamos entrar amanhã [quinta-feira] com um pedido de efeito suspensivo e vamos recorrer ao pleno", disse Márcio Andraus, advogado do Santos na sessão do STJD. "Já há um procedimento aberto em relação a esse fato e tem tudo para acontecer alguma coisa em relação à saída do advogado de defesa, que afirmou que não houve interferência", respondeu o subprocurador Glauber Navega. Eric Faria também não compareceu, alegando compromissos profissionais, mas mandou um e-mail com relato sobre o episódio: "Venho ratificar, novamente, o que aconteceu naquele dia: cumpri todo o protocolo –rígido– da CBF e não mantive nenhum tipo de contato citado com o quarto árbitro". O Santos reconheceu que não houve interferência externa. No julgamento, o departamento jurídico do clube trabalhou mais para reduzir a pena de Modesto do que para contestar as acusações. ENTENDA O CASO Modesto havia sido denunciado nos artigos 1, 191 e 258 do CBDJ (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) após polêmica em partida contra o Flamengo válida pela Copa do Brasil no final de julho. Na ocasião, acusou Eric Faria, repórter da TV Globo, de ter incitado a arbitragem a anular a marcação de um pênalti favorável ao Santos. Na visão do tribunal, Modesto infringiu a imagem e a credibilidade do torneio ao fazer uma acusação sem provas. O árbitro Leandro Vuaden chegou a anotar a penalidade no lance em questão, mas mudou de ideia posteriormente. Segundo o presidente do Santos, isso teria acontecido por influência direta de Eric Faria, amparado por imagem da TV –a ação de um elemento externo ao campo de jogo é proibida pela Fifa. O Santos apresentou um ofício à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e chegou a pedir anulação da partida. Também montou um dossiê com elementos como o depoimento de um torcedor que estava em um camarote atrás da posição de Eric Faria. No entanto, como nenhuma das provas apresentadas pelo Santos era indubitável, o STJD acabou denunciando Modesto Roma Júnior, presidente da equipe paulista, por acusação sem provas.
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Leitores comentam recuperação do volume morto no sistema Cantareira
É preciso continuar a alertar a população sobre a necessidade de manter a economia de água mesmo com a recuperação do volume morto ("Cantareira recupera volume morto, mas aperto continua", "Cotidiano", 31/12). O uso racional feito por quase todos até então foi um dos responsáveis pelo primeiro sinal do fim da crise hídrica. A manutenção do bônus em 2016 foi uma medida acertada do governo do Estado para estimular cada vez mais gente a mudar seus hábitos de uso desse bem finito e fundamental. POLYANA DARELLI (São Paulo, SP) * Enquanto o governo federal tenta esconder até hoje o problema da crise hídrica para o fornecimento de energia elétrica no país, aqui em São Paulo os consumidores de água podem há quase dois anos se beneficiar do bônus, num estímulo à economia e numa ação de transparência em relação à séria situação em que nos encontramos. Está aí uma das razões óbvias para a saída do volume morto. Já a conta de energia vai chegando cada vez mais cara para os brasileiros sem que nem sequer sejamos informados do porquê. INAIARA REIS (São Paulo, SP) * Os nordestinos receiam uma nova seca em 2016. É hora de nos unirmos para sobrevivermos. Que os prefeitos estejam conscientes de suas responsabilidades e que o povo seja solidário. A seca se vence com fortaleza e fé! PAULO ROBERTO GIRÃO LESSA (Fortaleza, CE) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Leitores comentam recuperação do volume morto no sistema CantareiraÉ preciso continuar a alertar a população sobre a necessidade de manter a economia de água mesmo com a recuperação do volume morto ("Cantareira recupera volume morto, mas aperto continua", "Cotidiano", 31/12). O uso racional feito por quase todos até então foi um dos responsáveis pelo primeiro sinal do fim da crise hídrica. A manutenção do bônus em 2016 foi uma medida acertada do governo do Estado para estimular cada vez mais gente a mudar seus hábitos de uso desse bem finito e fundamental. POLYANA DARELLI (São Paulo, SP) * Enquanto o governo federal tenta esconder até hoje o problema da crise hídrica para o fornecimento de energia elétrica no país, aqui em São Paulo os consumidores de água podem há quase dois anos se beneficiar do bônus, num estímulo à economia e numa ação de transparência em relação à séria situação em que nos encontramos. Está aí uma das razões óbvias para a saída do volume morto. Já a conta de energia vai chegando cada vez mais cara para os brasileiros sem que nem sequer sejamos informados do porquê. INAIARA REIS (São Paulo, SP) * Os nordestinos receiam uma nova seca em 2016. É hora de nos unirmos para sobrevivermos. Que os prefeitos estejam conscientes de suas responsabilidades e que o povo seja solidário. A seca se vence com fortaleza e fé! PAULO ROBERTO GIRÃO LESSA (Fortaleza, CE) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Estátuas esquecidas são resgatadas para exposição em SP
Um depósito no bairro do Canindé, região central de São Paulo, abriga pedaços esquecidos de São Paulo.Lagostas de bronze fazem companhia a uma águia de granito, às patas do cavalo de Duque de Caxias e a um escoteiro de 370 quilos, o veterano local, afastado do convívio público desde 1936.São 16 esculturas, ou seus fragmentos, que uma vez adornaram praças, fontes e belvederes da cidade, mas foram removidas de seus endereços uma ou duas vezes até, enfim, caírem no ostracismo.Essas peças tiveram suas trajetórias pesquisadas ao longo de um ano pelo projeto "Memória da Amnésia", concebido pela historiadora, artista e professora da FAU-USP Giselle Beiguelman.Leia aqui a reportagem completa
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Estátuas esquecidas são resgatadas para exposição em SPUm depósito no bairro do Canindé, região central de São Paulo, abriga pedaços esquecidos de São Paulo.Lagostas de bronze fazem companhia a uma águia de granito, às patas do cavalo de Duque de Caxias e a um escoteiro de 370 quilos, o veterano local, afastado do convívio público desde 1936.São 16 esculturas, ou seus fragmentos, que uma vez adornaram praças, fontes e belvederes da cidade, mas foram removidas de seus endereços uma ou duas vezes até, enfim, caírem no ostracismo.Essas peças tiveram suas trajetórias pesquisadas ao longo de um ano pelo projeto "Memória da Amnésia", concebido pela historiadora, artista e professora da FAU-USP Giselle Beiguelman.Leia aqui a reportagem completa
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Câncer: esperança e ciência
Talvez a maior contribuição de Hipócrates (século 4º a.C) à medicina tenha sido afirmar que as doenças deveriam ser entendidas à luz da ciência e não como castigo dos deuses, como apregoavam sacerdotes e curandeiros. Inúmeras descobertas geraram melhor compreensão dos fenômenos biológicos e promoveram o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos e terapêuticos. Em relação ao câncer, existe um enorme contingente de cientistas e médicos que despendem tempo e esforços na contínua busca de melhores tratamentos. Os resultados são palpáveis, uma vez que hoje 60% dos casos de câncer podem ser curados, desde que tratados de forma apropriada. Esses animadores resultados se devem, em grande parte, à incorporação na prática clínica de novas drogas, as quais, para serem liberadas pelos órgãos responsáveis, passam por um rigoroso ritual de avaliação, no qual se define, para cada uma delas, o impacto em diferentes tumores, as doses mais eficazes, os efeitos colaterais e, finalmente, a eficácia quando comparadas com os melhores esquemas terapêuticos. Essa sequência de avaliações baseia-se em rigorosa metodologia científica, amparada por métodos estatísticos muitas vezes extremamente sofisticados, de modo a tornar críveis os resultados obtidos. Para se ter ideia da complexidade do processo de avaliação de qualquer medicamento, basta atentar para os números do National Cancer Institute dos Estados Unidos. Mais de US$ 5 bilhões são investidos anualmente em pesquisas, especialmente em novos medicamentos contra o câncer, mas pouquíssimos são autorizados para uso clínico. A consistente metodologia científica é a melhor garantia de que as pessoas não serão enganadas por tratamentos pouco ou nada eficazes, bem como de que os recursos econômicos, intelectuais e de atendimento não serão desperdiçados. No Brasil, vive-se hoje uma situação ímpar. A substância química fosfoetanolamina ganhou legalmente o status de medicamento que pode ser usado contra o câncer, acredito eu que em função da vontade de nossos legisladores e do Poder Executivo de ajudar pacientes que buscam alternativas para as doenças. Eis, portanto, uma história bastante repetida ao longo do tempo: centenas de tratamentos oferecidos com promessas indevidas em função de desconhecimento científico, má-fé ou mesmo escusos motivos financeiros. E por trás de todo esse processo, sempre ela, a esperança! Aprendi de forma definitiva com meu primeiro paciente de câncer, logo ao término de minha residência em cirurgia, que a esperança é parte ativa de qualquer tratamento, desde o mais eficaz até aquele com menor probabilidade de agir. Todavia, aprendi também, ao longo de minha vida profissional, cuidando de milhares de pacientes com câncer, que não se deve oferecer nada a ninguém sem o devido substrato científico. A esperança é fundamental e os médicos devem fazê-la constar de seus receituários, colocando-se como parceiros de seus pacientes em suas batalhas contra a doença, mas não devem oferecê-la sem o devido embasamento científico, sob o risco de promover o charlatanismo. A ciência é uma aliada da esperança e não sua antagonista. RAUL CUTAIT, 65, professor associado do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP, é membro da Academia Nacional de Medicina * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
opiniao
Câncer: esperança e ciênciaTalvez a maior contribuição de Hipócrates (século 4º a.C) à medicina tenha sido afirmar que as doenças deveriam ser entendidas à luz da ciência e não como castigo dos deuses, como apregoavam sacerdotes e curandeiros. Inúmeras descobertas geraram melhor compreensão dos fenômenos biológicos e promoveram o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos e terapêuticos. Em relação ao câncer, existe um enorme contingente de cientistas e médicos que despendem tempo e esforços na contínua busca de melhores tratamentos. Os resultados são palpáveis, uma vez que hoje 60% dos casos de câncer podem ser curados, desde que tratados de forma apropriada. Esses animadores resultados se devem, em grande parte, à incorporação na prática clínica de novas drogas, as quais, para serem liberadas pelos órgãos responsáveis, passam por um rigoroso ritual de avaliação, no qual se define, para cada uma delas, o impacto em diferentes tumores, as doses mais eficazes, os efeitos colaterais e, finalmente, a eficácia quando comparadas com os melhores esquemas terapêuticos. Essa sequência de avaliações baseia-se em rigorosa metodologia científica, amparada por métodos estatísticos muitas vezes extremamente sofisticados, de modo a tornar críveis os resultados obtidos. Para se ter ideia da complexidade do processo de avaliação de qualquer medicamento, basta atentar para os números do National Cancer Institute dos Estados Unidos. Mais de US$ 5 bilhões são investidos anualmente em pesquisas, especialmente em novos medicamentos contra o câncer, mas pouquíssimos são autorizados para uso clínico. A consistente metodologia científica é a melhor garantia de que as pessoas não serão enganadas por tratamentos pouco ou nada eficazes, bem como de que os recursos econômicos, intelectuais e de atendimento não serão desperdiçados. No Brasil, vive-se hoje uma situação ímpar. A substância química fosfoetanolamina ganhou legalmente o status de medicamento que pode ser usado contra o câncer, acredito eu que em função da vontade de nossos legisladores e do Poder Executivo de ajudar pacientes que buscam alternativas para as doenças. Eis, portanto, uma história bastante repetida ao longo do tempo: centenas de tratamentos oferecidos com promessas indevidas em função de desconhecimento científico, má-fé ou mesmo escusos motivos financeiros. E por trás de todo esse processo, sempre ela, a esperança! Aprendi de forma definitiva com meu primeiro paciente de câncer, logo ao término de minha residência em cirurgia, que a esperança é parte ativa de qualquer tratamento, desde o mais eficaz até aquele com menor probabilidade de agir. Todavia, aprendi também, ao longo de minha vida profissional, cuidando de milhares de pacientes com câncer, que não se deve oferecer nada a ninguém sem o devido substrato científico. A esperança é fundamental e os médicos devem fazê-la constar de seus receituários, colocando-se como parceiros de seus pacientes em suas batalhas contra a doença, mas não devem oferecê-la sem o devido embasamento científico, sob o risco de promover o charlatanismo. A ciência é uma aliada da esperança e não sua antagonista. RAUL CUTAIT, 65, professor associado do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP, é membro da Academia Nacional de Medicina * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo
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Escolas precisam de padrões claros, diz executivo do Instituto Unibanco
A educação brasileira sofre com todo tipo de gargalo: da formação inadequada de professores, passando pela falta de um currículo nacional, à falta de recursos. A forma de melhorar os resultados de aprendizagem, mesmo dentro dos constrangimentos que o sistema impõe, é por meio de padrões e protocolos da gestão em educação. Esse foi o principal argumento do superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, em sua palestra na manhã desta quarta-feira (2) no Seminário Internacional Caminhos para a Qualidade da Educação Pública: Gestão Escolar, promovido pelo Instituto Unibanco e pela Folha, em São Paulo. Leia mais aqui
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Escolas precisam de padrões claros, diz executivo do Instituto UnibancoA educação brasileira sofre com todo tipo de gargalo: da formação inadequada de professores, passando pela falta de um currículo nacional, à falta de recursos. A forma de melhorar os resultados de aprendizagem, mesmo dentro dos constrangimentos que o sistema impõe, é por meio de padrões e protocolos da gestão em educação. Esse foi o principal argumento do superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, em sua palestra na manhã desta quarta-feira (2) no Seminário Internacional Caminhos para a Qualidade da Educação Pública: Gestão Escolar, promovido pelo Instituto Unibanco e pela Folha, em São Paulo. Leia mais aqui
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Eduardo Cunha vai chamar os 39 ministros para explicações na Câmara
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prepara um convite global para que os 39 ministros da presidente Dilma Rousseff prestem esclarecimentos e debatam temas de suas pastas com deputados. A ideia é seja estabelecido um calendário para que um ministro, a cada semana, compareça à Câmara numa comissão geral, quando todos os trabalhos da Casa são interrompidos para a realização de um debate em plenário. Preferencialmente, esses encontros acontecerão às quintas-feiras. Cunha acertou a interação com os ministros durante a reunião de líderes da Casa. Pelas regras da Câmara, quando um ministro é convidado, ele não é obrigado a comparecer. O peemedebista, porém, não descartou que sejam aprovadas convocações, em casos de recusa, o que torna a presença obrigatória. "Vamos aprovar um convite global, fazer um calendário para o ano inteiro. Se eventualmente, alguém que for convidado, sem motivação de força maior se recusar a comparecer, pode ser que o plenário entenda depois convocar", afirmou. Questionado se a medida é uma reação à pressão dos parlamentares contra restabelecer sessões de votações nas quintas-feiras, ele negou. "Não tem reação nenhuma. É simplesmente fazer o que o Parlamento tem que fazer: que é debater. É fazer com que os ministros possam num dia debater assuntos de suas pastas com o Parlamento", afirmou. O presidente da Câmara reconheceu que há um movimento para jogar votações para as noites de segundas-feiras. Atualmente, as votações ocorrem apenas às terças e às quartas. Às quintas são discutidas matérias de consenso, como acordos internacionais, e geralmente é mantido o registro de presença do dia anterior para garantir o quórum. No lugar de promessas de ampliação de benefícios, agora o presidente da Câmara fala em cortar o salário de quem não comparecer às sessões de quinta. Para as ausências, serão aceitas justificativas de viagem em missão oficial ou de licenças médicas. FORÇA-TAREFA Em outra frente, a liderança do governo na Câmara prepara uma agenda para estreitar a relação do Planalto com a base aliada. O líder do governo na Casa, José Guimarães (CE), discute um calendário de reuniões do Planalto com os governistas, que pode contar com um encontro de Dilma com os aliados. "Estamos atuando em várias frente para recompor a governabilidade. Aqui não pode ser essa política do mata-mata", disse. Em uma semana de trabalho do Congresso, o governo sofreu uma derrota histórica imposta por aliados com a eleição de Cunha para comandar a Câmara, também viu ser criada uma nova CPI para investigar a Petrobras e também a inclusão de uma proposta incômoda na discussão sobre a reforma política.
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Eduardo Cunha vai chamar os 39 ministros para explicações na CâmaraO presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prepara um convite global para que os 39 ministros da presidente Dilma Rousseff prestem esclarecimentos e debatam temas de suas pastas com deputados. A ideia é seja estabelecido um calendário para que um ministro, a cada semana, compareça à Câmara numa comissão geral, quando todos os trabalhos da Casa são interrompidos para a realização de um debate em plenário. Preferencialmente, esses encontros acontecerão às quintas-feiras. Cunha acertou a interação com os ministros durante a reunião de líderes da Casa. Pelas regras da Câmara, quando um ministro é convidado, ele não é obrigado a comparecer. O peemedebista, porém, não descartou que sejam aprovadas convocações, em casos de recusa, o que torna a presença obrigatória. "Vamos aprovar um convite global, fazer um calendário para o ano inteiro. Se eventualmente, alguém que for convidado, sem motivação de força maior se recusar a comparecer, pode ser que o plenário entenda depois convocar", afirmou. Questionado se a medida é uma reação à pressão dos parlamentares contra restabelecer sessões de votações nas quintas-feiras, ele negou. "Não tem reação nenhuma. É simplesmente fazer o que o Parlamento tem que fazer: que é debater. É fazer com que os ministros possam num dia debater assuntos de suas pastas com o Parlamento", afirmou. O presidente da Câmara reconheceu que há um movimento para jogar votações para as noites de segundas-feiras. Atualmente, as votações ocorrem apenas às terças e às quartas. Às quintas são discutidas matérias de consenso, como acordos internacionais, e geralmente é mantido o registro de presença do dia anterior para garantir o quórum. No lugar de promessas de ampliação de benefícios, agora o presidente da Câmara fala em cortar o salário de quem não comparecer às sessões de quinta. Para as ausências, serão aceitas justificativas de viagem em missão oficial ou de licenças médicas. FORÇA-TAREFA Em outra frente, a liderança do governo na Câmara prepara uma agenda para estreitar a relação do Planalto com a base aliada. O líder do governo na Casa, José Guimarães (CE), discute um calendário de reuniões do Planalto com os governistas, que pode contar com um encontro de Dilma com os aliados. "Estamos atuando em várias frente para recompor a governabilidade. Aqui não pode ser essa política do mata-mata", disse. Em uma semana de trabalho do Congresso, o governo sofreu uma derrota histórica imposta por aliados com a eleição de Cunha para comandar a Câmara, também viu ser criada uma nova CPI para investigar a Petrobras e também a inclusão de uma proposta incômoda na discussão sobre a reforma política.
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Tragédia grega
Se não chegar a um acordo com seus credores nos próximos dias, a Grécia interromperá o pagamento de sua dívida externa. Os últimos meses de negociação conflituosa e infrutífera não recomendam prognósticos otimistas sobre esse caso. Os vencimentos pesados de débitos ocorrem nas próximas semanas. Em 30 de junho, o país deverá pagar € 1,6 bilhão ao FMI; em julho e agosto, mais € 6,7 bilhões para o Banco Central Europeu (BCE). Se não o fizer, estará em moratória. A consequência será a suspensão do acesso dos bancos gregos a empréstimos do BCE, com o que tais instituições não conseguirão honrar os saques de seus clientes. O governo se veria então obrigado a impor limites e até a proibir a saída de capitais do país. O que vem depois é uma incógnita. Em tese, o corte do acesso ao BCE e os controles de capitais aprofundarão a recessão e o deficit do governo, que não conseguirá mais quitar salários e pensões em euros. O passo seguinte seria o pagamento em outros tipos de papéis desvalorizados, que circulariam no lugar dos euros. Na prática, a Grécia estaria a caminho da saída da zona do euro. Ocorre, contudo, que não há previsão legal para isso nos tratados que lastreiam a moeda única. Como alternativa, a Grécia pode aceitar o acordo proposto pelos europeus, já que a maioria de sua população quer permanecer na moeda única. Nesse caso, o caminho seria uma troca de governo, com novas eleições. O impasse de agora contrasta com os primeiros momentos após a chegada do Syriza ao poder, em janeiro deste ano. Naquela ocasião, havia suficiente compreensão de que o país precisava de um perdão de dívida, desde que viessem em troca reformas estruturais. As negociações, porém, não avançaram. De um lado, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, imaginava que o temor da moratória levaria os credores a fazer grandes concessões –o que não ocorreu. De outro, os credores esperavam que Tsipras abandonaria promessas de campanha, entre as quais figuravam auxílio estatal aos mais pobres e reversão de privatizações –o que tampouco ocorreu. Se não sobrevier uma solução e a Grécia de fato abandonar a zona do euro, a união monetária perderá a aura de inexorável, e seu principal fiador, o Banco Central Europeu, terá fracassado abertamente.
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Tragédia gregaSe não chegar a um acordo com seus credores nos próximos dias, a Grécia interromperá o pagamento de sua dívida externa. Os últimos meses de negociação conflituosa e infrutífera não recomendam prognósticos otimistas sobre esse caso. Os vencimentos pesados de débitos ocorrem nas próximas semanas. Em 30 de junho, o país deverá pagar € 1,6 bilhão ao FMI; em julho e agosto, mais € 6,7 bilhões para o Banco Central Europeu (BCE). Se não o fizer, estará em moratória. A consequência será a suspensão do acesso dos bancos gregos a empréstimos do BCE, com o que tais instituições não conseguirão honrar os saques de seus clientes. O governo se veria então obrigado a impor limites e até a proibir a saída de capitais do país. O que vem depois é uma incógnita. Em tese, o corte do acesso ao BCE e os controles de capitais aprofundarão a recessão e o deficit do governo, que não conseguirá mais quitar salários e pensões em euros. O passo seguinte seria o pagamento em outros tipos de papéis desvalorizados, que circulariam no lugar dos euros. Na prática, a Grécia estaria a caminho da saída da zona do euro. Ocorre, contudo, que não há previsão legal para isso nos tratados que lastreiam a moeda única. Como alternativa, a Grécia pode aceitar o acordo proposto pelos europeus, já que a maioria de sua população quer permanecer na moeda única. Nesse caso, o caminho seria uma troca de governo, com novas eleições. O impasse de agora contrasta com os primeiros momentos após a chegada do Syriza ao poder, em janeiro deste ano. Naquela ocasião, havia suficiente compreensão de que o país precisava de um perdão de dívida, desde que viessem em troca reformas estruturais. As negociações, porém, não avançaram. De um lado, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, imaginava que o temor da moratória levaria os credores a fazer grandes concessões –o que não ocorreu. De outro, os credores esperavam que Tsipras abandonaria promessas de campanha, entre as quais figuravam auxílio estatal aos mais pobres e reversão de privatizações –o que tampouco ocorreu. Se não sobrevier uma solução e a Grécia de fato abandonar a zona do euro, a união monetária perderá a aura de inexorável, e seu principal fiador, o Banco Central Europeu, terá fracassado abertamente.
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