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Mudança climática causou extinção de réptil marinho com cara de golfinho
Apesar de bem adaptado ao ambiente marinho e –aparentemente– bem-sucedido nos períodos Triássico e Jurássico, um réptil muito parecido com os golfinhos atuais se tornou extinto há 90 milhões de anos, quase 30 milhões de anos antes do fim dos dinossauros, no fim do período Cretáceo. A dúvida era o porquê, já que essa extinção não poderia ser ligada a um evento como um meteorito ou a erupção de um vulcão. A competição com outros répteis marinhos e a escassez de alimentos já haviam sido apontadas como possíveis causas desse sumiço precoce, mas um novo publicado na nesta segunda-feira (8) na revista científica "Nature Communications" conclui que a culpada foi a mudança climática. Valentin Fischer e colegas, da Universidade de Liege, na Bélgica, e da Universidade de Oxford, no Reino Unido, entre outras instituições, conseguiram estimar a diversidade dos ictiossauros ao longo do tempo e correlacionaram os resultados com dados do ambiente, como mudanças do nível do mar e o balanço químico dos oceanos. Eles então descobriram que esses bichos eram altamente diversos no início do Cretáceo –com mais espécies, formatos de corpo e nichos ecológicos. Já os últimos ictossauros tinham uma baixa taxa evolutiva –ou seja, sua velocidade de incorporação de mudanças era menor. Esses dados dão suporte para a tese de que mudanças climáticas do Cretáceo –grandes variações da temperatura e nos níveis do mar, por exemplo –foram as principais culpadas pelo desaparecimento dos animais, junto com sua evolução mais lenta –uma falha em desenvolver novas características e de adaptar-se ao novo ambiente. Ou seja, cai por terra a hipótese de que esses répteis com cara de golfinho teriam sido superados por outros répteis marinhos ou peixes. O estudo também identificou um evento há cerca de 100 milhões de anos como também um corresponsável pela redução da diversidade dos animais. Dessa forma, o processo de desaparecimento teria ocorrido em duas etapas.
ambiente
Mudança climática causou extinção de réptil marinho com cara de golfinhoApesar de bem adaptado ao ambiente marinho e –aparentemente– bem-sucedido nos períodos Triássico e Jurássico, um réptil muito parecido com os golfinhos atuais se tornou extinto há 90 milhões de anos, quase 30 milhões de anos antes do fim dos dinossauros, no fim do período Cretáceo. A dúvida era o porquê, já que essa extinção não poderia ser ligada a um evento como um meteorito ou a erupção de um vulcão. A competição com outros répteis marinhos e a escassez de alimentos já haviam sido apontadas como possíveis causas desse sumiço precoce, mas um novo publicado na nesta segunda-feira (8) na revista científica "Nature Communications" conclui que a culpada foi a mudança climática. Valentin Fischer e colegas, da Universidade de Liege, na Bélgica, e da Universidade de Oxford, no Reino Unido, entre outras instituições, conseguiram estimar a diversidade dos ictiossauros ao longo do tempo e correlacionaram os resultados com dados do ambiente, como mudanças do nível do mar e o balanço químico dos oceanos. Eles então descobriram que esses bichos eram altamente diversos no início do Cretáceo –com mais espécies, formatos de corpo e nichos ecológicos. Já os últimos ictossauros tinham uma baixa taxa evolutiva –ou seja, sua velocidade de incorporação de mudanças era menor. Esses dados dão suporte para a tese de que mudanças climáticas do Cretáceo –grandes variações da temperatura e nos níveis do mar, por exemplo –foram as principais culpadas pelo desaparecimento dos animais, junto com sua evolução mais lenta –uma falha em desenvolver novas características e de adaptar-se ao novo ambiente. Ou seja, cai por terra a hipótese de que esses répteis com cara de golfinho teriam sido superados por outros répteis marinhos ou peixes. O estudo também identificou um evento há cerca de 100 milhões de anos como também um corresponsável pela redução da diversidade dos animais. Dessa forma, o processo de desaparecimento teria ocorrido em duas etapas.
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PAC em extinção
Um chavão entre defensores de uma determinada política pública é afirmar que as verbas orçamentárias nela aplicadas não constituem gasto, mas investimento. Já se empregou o argumento em favor da educação, da pesquisa científica, da saúde, até do Ministério Público. O que se quer dizer, claro, é que despesas nessas áreas resultarão em benefícios de maior monta para a sociedade —o que nem sempre corresponde à realidade, mas muitas vezes soa plausível. Não deixa de ser curioso observar, assim, que os investimentos propriamente ditos, na acepção econômica do termo, recebem na prática um tratamento vexatório por parte dos governos. Trata-se aqui dos dispêndios destinados a ampliar a infraestrutura e a capacidade de ofertar serviços. Exemplos típicos são as obras em estradas, portos e melhorias urbanas; as compras de veículos e computadores; em educação e saúde, a construção de escolas e hospitais (mas não os salários pagos a professores e médicos). Atividades como essas acabaram relegadas a segundo plano após a redemocratização do país, quando os programas de seguridade social passaram a consumir parcelas crescentes da receita pública. A mudança de prioridades foi mais que razoável; restou, porém, o desafio de evitar o depauperamento da infraestrutura nacional —dramático na conjuntura de ajuste forçado das finanças do governo. No recém-anunciado projeto de Orçamento de 2018, reservam-se meros R$ 2 bilhões ao PAC, o programa de obras preferenciais lançado há dez anos. É fato que a dotação crescerá com a revisão da meta de deficit; não se altera, entretanto, o panorama sombrio dos investimentos do Tesouro Nacional. Estes caíram de R$ 92 bilhões, em 2014, para cerca de R$ 65 bilhões no ano passado, em valores corrigidos. Nos últimos 12 meses somam R$ 54 bilhões (dos quais R$ 32 bilhões do PAC), apenas 4% da despesa total (em 2014 eram 7,5%). Dados o teto fixado para os desembolsos federais e a expansão inexorável dos encargos previdenciários, a tendência de queda dificilmente será revertida. Inexiste solução simples ou definitiva para o problema. Não haverá, porém, como contornar nos próximos anos o imperativo da privatização, seja pela concessão de serviços à iniciativa privada, seja na forma de venda de estatais —cujos recursos também se exauriram. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
PAC em extinçãoUm chavão entre defensores de uma determinada política pública é afirmar que as verbas orçamentárias nela aplicadas não constituem gasto, mas investimento. Já se empregou o argumento em favor da educação, da pesquisa científica, da saúde, até do Ministério Público. O que se quer dizer, claro, é que despesas nessas áreas resultarão em benefícios de maior monta para a sociedade —o que nem sempre corresponde à realidade, mas muitas vezes soa plausível. Não deixa de ser curioso observar, assim, que os investimentos propriamente ditos, na acepção econômica do termo, recebem na prática um tratamento vexatório por parte dos governos. Trata-se aqui dos dispêndios destinados a ampliar a infraestrutura e a capacidade de ofertar serviços. Exemplos típicos são as obras em estradas, portos e melhorias urbanas; as compras de veículos e computadores; em educação e saúde, a construção de escolas e hospitais (mas não os salários pagos a professores e médicos). Atividades como essas acabaram relegadas a segundo plano após a redemocratização do país, quando os programas de seguridade social passaram a consumir parcelas crescentes da receita pública. A mudança de prioridades foi mais que razoável; restou, porém, o desafio de evitar o depauperamento da infraestrutura nacional —dramático na conjuntura de ajuste forçado das finanças do governo. No recém-anunciado projeto de Orçamento de 2018, reservam-se meros R$ 2 bilhões ao PAC, o programa de obras preferenciais lançado há dez anos. É fato que a dotação crescerá com a revisão da meta de deficit; não se altera, entretanto, o panorama sombrio dos investimentos do Tesouro Nacional. Estes caíram de R$ 92 bilhões, em 2014, para cerca de R$ 65 bilhões no ano passado, em valores corrigidos. Nos últimos 12 meses somam R$ 54 bilhões (dos quais R$ 32 bilhões do PAC), apenas 4% da despesa total (em 2014 eram 7,5%). Dados o teto fixado para os desembolsos federais e a expansão inexorável dos encargos previdenciários, a tendência de queda dificilmente será revertida. Inexiste solução simples ou definitiva para o problema. Não haverá, porém, como contornar nos próximos anos o imperativo da privatização, seja pela concessão de serviços à iniciativa privada, seja na forma de venda de estatais —cujos recursos também se exauriram. editoriais@grupofolha.com.br
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Manifestantes pretendem bloquear caminho de Doria à prefeitura
A greve desta sexta deve ser marcada por uma queda de braço entre João Doria e os organizadores do protesto. Eles dizem que, apesar da iniciativa do prefeito paulista de fazer acordo para que funcionários usem Uber e táxi 99 de graça, até mesmo ele corre o risco de não chegar ao trabalho. PEDRAS NO CAMINHO Os sindicalistas e líderes de movimentos sociais pretendem bloquear pontos estratégicos em vias da cidade para impedir a passagem de carros, o que inclui o centro, onde o prefeito despacha. "A não ser que Doria vá trabalhar de helicóptero [ele chega no trabalho no horário]. Na sexta [hoje] nós só não vamos travar o ar", diz Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares. CARONA Um movimento começou a surgir também para que funcionários da prefeitura usassem o Uber e o 99 para irem ao Largo da Batata no fim da tarde, onde haverá um protesto. CASTIGO A assessoria da prefeitura diz que os aplicativos mostram o trajeto da viagem e que, se o destino dos carros chamados pelos servidores não for um endereço da prefeitura, eles serão punidos. PONTO O juiz Sergio Moro transferiu o depoimento de Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, desta sexta (28) para o dia 4 de maio. Uma das razões apresentadas: a greve convocada pelos sindicatos, que deve causar transtornos nos transportes públicos. RITMO DO BRASIL O espetáculo "Um Certo Canto Brasileiro", com coreografia de Anselmo Zolla, teve estreia na quarta (26), no Auditório do Masp. Os bailarinos Vera Lafer e Edgar Dias participaram da apresentação. As atrizes Christiane Torloni e Tuna Dwek e o diretor José Possi Neto estiveram na plateia. MISS SIMPATIA A secretaria municipal de Saúde do Rio está querendo acabar com o estigma de funcionário público carrancudo e mal humorado. O órgão importou uma campanha que foi feita na Inglaterra para incentivar os funcionários das emergências públicas a se apresentarem antes de começar o atendimento. Esse passo "apresente-se ao paciente" agora consta no guia de procedimentos que os profissionais de saúde precisam seguir. PASSO CERTO A São Paulo Companhia de Dança fechou parceria com produtores da Alemanha e da Inglaterra para se apresentar nos países em 2018 e 2019. O acerto dos repertórios foi feito durante a turnê internacional de 45 dias da qual o grupo acabou de voltar –a viagem foi totalmente custeada por produtores locais de Israel, Bélgica, Alemanha e França. A ideia é repetir o modelo de financiamento nos próximos anos. CADERNO DE MULTAS A prefeitura regional da Sé aplicou 804 autuações desde o começo do ano por infrações como pichações, falta de licença de funcionamento de estabelecimentos e obras irregulares, entre outros. O número corresponde a 22% de todas as multas similares aplicadas nos 32 distritos da cidade, segundo o prefeito regional Eduardo Odloak. É MEU Já as apreensões na região, principalmente de ambulantes ilegais, chegaram a 10 mil, sendo que quase a metade delas (4.455) foi realizada no mês de abril. A Sé fez 30 mil apreensões em todo o ano passado. MENTOR Militante da causa negra no cinema, o cineasta Jeferson De está fazendo a supervisão artística do filme "Abolição", de Alice Gomes, que fala sobre o movimento abolicionista no Brasil. Paulo Rangel, primeiro promotor negro do Ministério Público nomeado desembargador do TJ- RJ, e Luciene Lacerda, da organização da Marcha de Mulheres Negras, participam do documentário. O longa será lançado ano que vem pela parceria pela entre GloboNews e GloboFilmes. ARTE NA VEIA O fotógrafo Julian Lennon, filho de John Lennon, abriu exposição na quarta-feira (28) na Leica Gallery, em Higienópolis. Valéria Blay, diretora da galeria, e Jaime Blay, presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, estiveram lá. CURTO-CIRCUITO A Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo toca nesta sexta (28) às 20h no Theatro Municipal sob regência de Ligia Amadio. O músico Mestrinho lança nesta sexta (28) na internet o clipe da música "Serei Para Ti", com participação da cantora Ivete Sangalo. A banda BNegão & Seletores de Frequência se apresenta nesta sexta (28) no SON Estrella Galicia, na Vila Madalena. Às 21h. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
colunas
Manifestantes pretendem bloquear caminho de Doria à prefeituraA greve desta sexta deve ser marcada por uma queda de braço entre João Doria e os organizadores do protesto. Eles dizem que, apesar da iniciativa do prefeito paulista de fazer acordo para que funcionários usem Uber e táxi 99 de graça, até mesmo ele corre o risco de não chegar ao trabalho. PEDRAS NO CAMINHO Os sindicalistas e líderes de movimentos sociais pretendem bloquear pontos estratégicos em vias da cidade para impedir a passagem de carros, o que inclui o centro, onde o prefeito despacha. "A não ser que Doria vá trabalhar de helicóptero [ele chega no trabalho no horário]. Na sexta [hoje] nós só não vamos travar o ar", diz Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares. CARONA Um movimento começou a surgir também para que funcionários da prefeitura usassem o Uber e o 99 para irem ao Largo da Batata no fim da tarde, onde haverá um protesto. CASTIGO A assessoria da prefeitura diz que os aplicativos mostram o trajeto da viagem e que, se o destino dos carros chamados pelos servidores não for um endereço da prefeitura, eles serão punidos. PONTO O juiz Sergio Moro transferiu o depoimento de Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, desta sexta (28) para o dia 4 de maio. Uma das razões apresentadas: a greve convocada pelos sindicatos, que deve causar transtornos nos transportes públicos. RITMO DO BRASIL O espetáculo "Um Certo Canto Brasileiro", com coreografia de Anselmo Zolla, teve estreia na quarta (26), no Auditório do Masp. Os bailarinos Vera Lafer e Edgar Dias participaram da apresentação. As atrizes Christiane Torloni e Tuna Dwek e o diretor José Possi Neto estiveram na plateia. MISS SIMPATIA A secretaria municipal de Saúde do Rio está querendo acabar com o estigma de funcionário público carrancudo e mal humorado. O órgão importou uma campanha que foi feita na Inglaterra para incentivar os funcionários das emergências públicas a se apresentarem antes de começar o atendimento. Esse passo "apresente-se ao paciente" agora consta no guia de procedimentos que os profissionais de saúde precisam seguir. PASSO CERTO A São Paulo Companhia de Dança fechou parceria com produtores da Alemanha e da Inglaterra para se apresentar nos países em 2018 e 2019. O acerto dos repertórios foi feito durante a turnê internacional de 45 dias da qual o grupo acabou de voltar –a viagem foi totalmente custeada por produtores locais de Israel, Bélgica, Alemanha e França. A ideia é repetir o modelo de financiamento nos próximos anos. CADERNO DE MULTAS A prefeitura regional da Sé aplicou 804 autuações desde o começo do ano por infrações como pichações, falta de licença de funcionamento de estabelecimentos e obras irregulares, entre outros. O número corresponde a 22% de todas as multas similares aplicadas nos 32 distritos da cidade, segundo o prefeito regional Eduardo Odloak. É MEU Já as apreensões na região, principalmente de ambulantes ilegais, chegaram a 10 mil, sendo que quase a metade delas (4.455) foi realizada no mês de abril. A Sé fez 30 mil apreensões em todo o ano passado. MENTOR Militante da causa negra no cinema, o cineasta Jeferson De está fazendo a supervisão artística do filme "Abolição", de Alice Gomes, que fala sobre o movimento abolicionista no Brasil. Paulo Rangel, primeiro promotor negro do Ministério Público nomeado desembargador do TJ- RJ, e Luciene Lacerda, da organização da Marcha de Mulheres Negras, participam do documentário. O longa será lançado ano que vem pela parceria pela entre GloboNews e GloboFilmes. ARTE NA VEIA O fotógrafo Julian Lennon, filho de John Lennon, abriu exposição na quarta-feira (28) na Leica Gallery, em Higienópolis. Valéria Blay, diretora da galeria, e Jaime Blay, presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, estiveram lá. CURTO-CIRCUITO A Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo toca nesta sexta (28) às 20h no Theatro Municipal sob regência de Ligia Amadio. O músico Mestrinho lança nesta sexta (28) na internet o clipe da música "Serei Para Ti", com participação da cantora Ivete Sangalo. A banda BNegão & Seletores de Frequência se apresenta nesta sexta (28) no SON Estrella Galicia, na Vila Madalena. Às 21h. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
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PSC tenta mudar imagem e escala umbandista em SP
Lideranças do PSC paulista, sobretudo jovens, se articulam para tentar mostrar que o partido é mais do que o conservadorismo associado a personagens como os deputados Jair Bolsonaro (RJ) e pastor Marco Feliciano (SP). Na Grande São Paulo, o partido tem 20 grupos de jovens, e outros 28 no Estado. Uma das metas é amenizar a imagem de que o PSC, que significa Partido Social Cristão, é uma entidade só de cristãos –a maioria, evangélicos. "Somos abertos a todos aqueles que querem o melhor para o país. Podem ser gays, feministas, pessoas de outros partidos, espíritas. Não temos restrições", diz Leandro Bomfim, presidente da Juventude do PSC de Guarulhos. Maurima Geraldo Nunes, 50, representa esse novo perfil que o partido busca. Conhecida como "Nega Furacão", é umbandista. A supervisora de vendas começou trabalhos no comitê do partido na década de 1980. Em 2016, foi candidata a vereadora em Guarulhos e obteve 198 votos. Por onde passa, muitos curiosos perguntam sobre a sua religião em um partido cristão. Nunes garante que foi bem recebida e que não há preconceitos. "Não temos vergonha de sermos nós mesmos", diz. A estudante de direito Arielly Pedroso, 18, membro da Assembleia de Deus, é uma das integrantes mais novas no partido. Atualmente concilia os estudos com a rotina num escritório. Os trabalhos no partido são voluntários. "Gosto de participar e lutar pelos direitos", diz. "O PSC independe de Feliciano e Bolsonaro, tem suas bandeiras e uma juventude muito forte. Temos o ser humano em primeiro lugar, baseado nos princípios bíblicos", diz Felipe Tavares, outra liderança jovem do PSC.
poder
PSC tenta mudar imagem e escala umbandista em SPLideranças do PSC paulista, sobretudo jovens, se articulam para tentar mostrar que o partido é mais do que o conservadorismo associado a personagens como os deputados Jair Bolsonaro (RJ) e pastor Marco Feliciano (SP). Na Grande São Paulo, o partido tem 20 grupos de jovens, e outros 28 no Estado. Uma das metas é amenizar a imagem de que o PSC, que significa Partido Social Cristão, é uma entidade só de cristãos –a maioria, evangélicos. "Somos abertos a todos aqueles que querem o melhor para o país. Podem ser gays, feministas, pessoas de outros partidos, espíritas. Não temos restrições", diz Leandro Bomfim, presidente da Juventude do PSC de Guarulhos. Maurima Geraldo Nunes, 50, representa esse novo perfil que o partido busca. Conhecida como "Nega Furacão", é umbandista. A supervisora de vendas começou trabalhos no comitê do partido na década de 1980. Em 2016, foi candidata a vereadora em Guarulhos e obteve 198 votos. Por onde passa, muitos curiosos perguntam sobre a sua religião em um partido cristão. Nunes garante que foi bem recebida e que não há preconceitos. "Não temos vergonha de sermos nós mesmos", diz. A estudante de direito Arielly Pedroso, 18, membro da Assembleia de Deus, é uma das integrantes mais novas no partido. Atualmente concilia os estudos com a rotina num escritório. Os trabalhos no partido são voluntários. "Gosto de participar e lutar pelos direitos", diz. "O PSC independe de Feliciano e Bolsonaro, tem suas bandeiras e uma juventude muito forte. Temos o ser humano em primeiro lugar, baseado nos princípios bíblicos", diz Felipe Tavares, outra liderança jovem do PSC.
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Dólar alto e crise levam confederações a cortar investimentos em meio ao Pan
A crise econômica e a alta do dólar forçaram o esporte olímpico brasileiro a apertar o cinto no investimento, em meio ao início do Pan de Toronto e a menos de 400 dias dos Jogos Olímpicos do Rio. Confederações esportivas têm de improvisar, cortar ou reajustar orçamentos para manter a preparação. Embora tenham tentado preservar os principais atletas, algumas entidades reconheceram que o planejamento sairá "menos completo" que o projetado. Em março, a moeda dos EUA chegou a ser cotada a R$ 3,29, seu maior valor desde abril de 2003. Nesta quarta-feira (8), ela fechou a R$ 3,23. Devido à disparada da moeda americana, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), por exemplo, deixou de mandar as seleções principais de natação a todas as etapas dos circuitos norte-americano e europeu, como tinha previsto. "Sofremos um impacto muito grande no orçamento, e ainda tenho de mandar 143 pessoas para [o Mundial de] Kazan e para o Mundial júnior de Cingapura, em agosto", afirmou o diretor técnico da CBDA, Ricardo de Moura. Carlos Fernandes, presidente da confederação de taekwondo, cogitou tomar medida ainda mais drástica. "Eu não ia enviar equipe para o Mundial da Rússia [em maio], porque não tínhamos condição. Só fomos porque o COB [Comitê Olímpico do Brasil] nos ajudou. Sem dinheiro, não fazemos nada." O país trouxe dois bronzes do evento, com Venilton Teixeira e Iris Tang Sing. O COB disse que teve de repensar contratos e serviços para manter o orçamento. "Nas operações do dia a dia, a alta do dólar aumenta os custos do envio de equipes a treinamentos e competições no exterior, assim como onera a compra de equipamentos esportivos", disse em nota. O comitê, contudo, afirmou que a ida ao Pan não se tornou problemática porque a maioria das passagens internacionais foi comprada em 2014, antes da crise atual. A situação contrasta com a do CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro), que levará 270 atletas ao Parapan de Toronto no final do mês. No ano passado, a entidade fez o planejamento para o evento com o dólar cotado a R$ 2,60, mas contabiliza enorme prejuízo. "Houve um acréscimo de R$ 400 mil entre o planejado e o executado no Parapan", contou Edilson Rocha, o Tubiba, diretor-técnico do CPB. Para amenizar o dano, o comitê tem antecipado compra de passagens ou mesmo buscado acordo para viagens em grupo. "Não vai afetar preparação de nossos principais atletas, mas prejudicou." O diretor-executivo da confederação de vela, Daniel Santiago, aumenta o coro. Ele disse ter tido aumento de 50% em sua despesa no apoio a competições internacionais e compra de equipamentos. Até mesmo esportes mais estruturados lidaram com perdas. A CBJ (Confederação Brasileira de Judô) não teve o contrato com a Sadia renovado. Repasses de outro patrocinador foram reduzidos. "Em relação à equipe olímpica, tudo está mantido por enquanto. Mas economizamos despesas em eventos nacionais", contou Ney Wilson, gestor técnico da CBJ. O vôlei apenas limitou gastos com táxi, por exemplo, entre as sedes da confederação no Rio e em Saquarema.
esporte
Dólar alto e crise levam confederações a cortar investimentos em meio ao PanA crise econômica e a alta do dólar forçaram o esporte olímpico brasileiro a apertar o cinto no investimento, em meio ao início do Pan de Toronto e a menos de 400 dias dos Jogos Olímpicos do Rio. Confederações esportivas têm de improvisar, cortar ou reajustar orçamentos para manter a preparação. Embora tenham tentado preservar os principais atletas, algumas entidades reconheceram que o planejamento sairá "menos completo" que o projetado. Em março, a moeda dos EUA chegou a ser cotada a R$ 3,29, seu maior valor desde abril de 2003. Nesta quarta-feira (8), ela fechou a R$ 3,23. Devido à disparada da moeda americana, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), por exemplo, deixou de mandar as seleções principais de natação a todas as etapas dos circuitos norte-americano e europeu, como tinha previsto. "Sofremos um impacto muito grande no orçamento, e ainda tenho de mandar 143 pessoas para [o Mundial de] Kazan e para o Mundial júnior de Cingapura, em agosto", afirmou o diretor técnico da CBDA, Ricardo de Moura. Carlos Fernandes, presidente da confederação de taekwondo, cogitou tomar medida ainda mais drástica. "Eu não ia enviar equipe para o Mundial da Rússia [em maio], porque não tínhamos condição. Só fomos porque o COB [Comitê Olímpico do Brasil] nos ajudou. Sem dinheiro, não fazemos nada." O país trouxe dois bronzes do evento, com Venilton Teixeira e Iris Tang Sing. O COB disse que teve de repensar contratos e serviços para manter o orçamento. "Nas operações do dia a dia, a alta do dólar aumenta os custos do envio de equipes a treinamentos e competições no exterior, assim como onera a compra de equipamentos esportivos", disse em nota. O comitê, contudo, afirmou que a ida ao Pan não se tornou problemática porque a maioria das passagens internacionais foi comprada em 2014, antes da crise atual. A situação contrasta com a do CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro), que levará 270 atletas ao Parapan de Toronto no final do mês. No ano passado, a entidade fez o planejamento para o evento com o dólar cotado a R$ 2,60, mas contabiliza enorme prejuízo. "Houve um acréscimo de R$ 400 mil entre o planejado e o executado no Parapan", contou Edilson Rocha, o Tubiba, diretor-técnico do CPB. Para amenizar o dano, o comitê tem antecipado compra de passagens ou mesmo buscado acordo para viagens em grupo. "Não vai afetar preparação de nossos principais atletas, mas prejudicou." O diretor-executivo da confederação de vela, Daniel Santiago, aumenta o coro. Ele disse ter tido aumento de 50% em sua despesa no apoio a competições internacionais e compra de equipamentos. Até mesmo esportes mais estruturados lidaram com perdas. A CBJ (Confederação Brasileira de Judô) não teve o contrato com a Sadia renovado. Repasses de outro patrocinador foram reduzidos. "Em relação à equipe olímpica, tudo está mantido por enquanto. Mas economizamos despesas em eventos nacionais", contou Ney Wilson, gestor técnico da CBJ. O vôlei apenas limitou gastos com táxi, por exemplo, entre as sedes da confederação no Rio e em Saquarema.
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'Ele prometeu me pegar', diz Gabriel sobre Lugano no 'Jogo da Paz'
Jogo da paz? Se antes da partida, neste domingo (26), os jogadores de Santos e São Paulo chegaram ao Pacaembu no mesmo ônibus, em uma campanha pela paz, durante os 90 minutos o jogo válido pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro foi quente, houve discussão, empurra-empurra, expulsão e ameaças. "Ele disse que ia me pegar, acho que ele ficou bravo por causa de uma falta anterior. Eu disse que é coisa do futebol", disse o atacante Gabriel sobre o zagueiro do São Paulo Diego Lugano, que acabou expulso por reclamar com o árbitro Raphael Claus pelo amarelo que ganhou em falta sobre Gabriel. Após o jogo Lugano ainda disse que não é chegando no mesmo ônibus que os times ou jogadores darão exemplo para que torcedores briguem menos. "Isso não muda muito [chegar no mesmo ônibus]. Tem que ter coisas e argumentos mais sólidos. Dentro de campo todo mundo compete, tem a rivalidade, tudo é normal", disse Lugano. inutos antes, o lateral-esquerdo Zeca havia entrado forte em Hudson e o são-paulino levantou rápido e empurrou o rival. Os jogadores dos dois times chegaram perto, houve empurra-empurra, mas a confusão acabou apenas com um cartão amarelo para Hudson e outro para Lucas Lima, um dos mais exaltados no lance. A torcida do Santos, que foi única no estádio por determinação da Secretaria de Segurança Pública — o mando era santista — gritou olé durante a parte final do segundo tempo, o que parece ter irritado os atletas do São Paulo em campo. "Não temos que provocar ninguém, [olé] é coisa do jogo. Acho que ele [Lugano] ficou mais bravo pelo placar", disse Lucas Lima. Os santistas venceram por 3 a 0, foram aos 19 pontos no Campeonato Brasileiro e agora ocupam a terceira posição no Nacional.
esporte
'Ele prometeu me pegar', diz Gabriel sobre Lugano no 'Jogo da Paz'Jogo da paz? Se antes da partida, neste domingo (26), os jogadores de Santos e São Paulo chegaram ao Pacaembu no mesmo ônibus, em uma campanha pela paz, durante os 90 minutos o jogo válido pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro foi quente, houve discussão, empurra-empurra, expulsão e ameaças. "Ele disse que ia me pegar, acho que ele ficou bravo por causa de uma falta anterior. Eu disse que é coisa do futebol", disse o atacante Gabriel sobre o zagueiro do São Paulo Diego Lugano, que acabou expulso por reclamar com o árbitro Raphael Claus pelo amarelo que ganhou em falta sobre Gabriel. Após o jogo Lugano ainda disse que não é chegando no mesmo ônibus que os times ou jogadores darão exemplo para que torcedores briguem menos. "Isso não muda muito [chegar no mesmo ônibus]. Tem que ter coisas e argumentos mais sólidos. Dentro de campo todo mundo compete, tem a rivalidade, tudo é normal", disse Lugano. inutos antes, o lateral-esquerdo Zeca havia entrado forte em Hudson e o são-paulino levantou rápido e empurrou o rival. Os jogadores dos dois times chegaram perto, houve empurra-empurra, mas a confusão acabou apenas com um cartão amarelo para Hudson e outro para Lucas Lima, um dos mais exaltados no lance. A torcida do Santos, que foi única no estádio por determinação da Secretaria de Segurança Pública — o mando era santista — gritou olé durante a parte final do segundo tempo, o que parece ter irritado os atletas do São Paulo em campo. "Não temos que provocar ninguém, [olé] é coisa do jogo. Acho que ele [Lugano] ficou mais bravo pelo placar", disse Lucas Lima. Os santistas venceram por 3 a 0, foram aos 19 pontos no Campeonato Brasileiro e agora ocupam a terceira posição no Nacional.
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Políticas de sofrimento
Há gente que sofre calada e sozinha. Há outros que tornam sua insatisfação fonte e origem para a transformação de si ou do mundo. Há ainda aqueles que, no desprezo por seu próprio mal-estar, dedicam-se a explorar o sofrimento alheio. Não faz muito que o Brasil constituiu uma nova valência política para o sofrimento, deslocando seu circuito de afetos do medo e da inveja, típicos da cultura de condomínio, para o ódio e a intolerância. O investimento na indiferença e na individualização do sofrimento é agora colhido na forma da violência. Reagimos a isso empobrecendo nossa imaginação política, apelando por mais e melhores leis, por instituições mais fortes e mais duras ou ainda por líderes melhores e mais poderosos. Há outra resposta possível. Trata-se de advogar uma política menor, que começasse no cotidiano miúdo da recuperação da escuta e da fala e que seja capaz de reinventar a experiência da intimidade como partilha do desconhecido. Um retorno dessa paixão pela ignorância criadora tem como tarefa reverter a ascensão do novo irracionalismo brasileiro e sua alergia de arte, cultura e debate intelectual. Contra a soberba dos convictos e a guerra das identidades que fermentam um fundamentalismo à brasileira é preciso uma retomada do comum. Descobrir que o mais íntimo está fora de nós. Lembrar que nossa identidade não é o último capital humano que nos resta. Suspender a equação que nos faz pensar que o Estado é o dono do espaço público, assim como o mercado é a única lei dos espaços privados. Entre o desabrigo de um e a precarização do outro é necessária uma nova política para o sofrimento. Ela começa pelo reconhecimento do comum e da intimidade. Diante do imperativo de felicidade e do conformismo de uma vida em estado de risco, exceção e sobrevivência, é preciso levar mais a sério o potencial transformativo dos que sofrem. Reconhecer o fragmento de verdade que existe nas contradições de nossos desejos. Podemos nos manter indiferentes diante da sua depressão, da sua hiperatividade, da sua anorexia. Desde que ela não aconteça na sua família, na sua escola ou na sua empresa. Desde que ela não atinja quem você ama, daí então perceberemos como o sofrimento nos faz comuns. Esquecemos de ser "comuns" uns aos outros porque agora todos somos "alguém". Alguém especial, diferenciado e cheio de talentos. Todos com exceção dos invisíveis e dos zumbis. Todos com exceção das mulheres seviciadas nos ônibus, dos marrons, gays, negros de periferia, craqueiros, desempregados, vítimas do Estado, jovens suicidas, vítimas do mercado, portadores de neurodiversidades, ribeirinhos desalojados por construções de hidroelétricas. Pensando bem, todos nós podemos entrar nesta lista. Como dizia Lacan, o universal são as exceções. Mas o sofrimento não torna ninguém pior ou melhor por si mesmo. Ele não é desculpa nem mérito. Consumidos por uma lógica judicialista, para a qual tudo é contrato e propriedade, só conhecemos vítimas e carrascos, senhores e escravos. Nós nos tornamos revolucionários indignados, purificadores de almas, alheias e próprias. Mães de Whatsapp perseguindo filhos alheios. Pais protegendo seus filhos da nudez artística. Filhos para os quais todo o mal vem de fora. Todos unidos em torno da ideia de que a contrariedade é injustiça contra o consumidor. Nossos pacientes queixam-se cada vez mais da rarefação da intimidade, da ausência da experiência comum, seja no amor, seja na política. Entre sofrer calado, sozinho e em pílulas ou se reunir ao coro dos descontentes, indignados e purificadores, precisamos de outra política para o sofrimento. Escolher o que fazer com seu sofrimento é uma escolha ética e também política. CHRISTIAN INGO LENZ DUNKER, psicanalista e professor-titular do Instituto de Psicologia da USP, é autor de "Reinvenção da Intimidade: políticas do sofrimento cotidiano" (editora Ubu) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Políticas de sofrimentoHá gente que sofre calada e sozinha. Há outros que tornam sua insatisfação fonte e origem para a transformação de si ou do mundo. Há ainda aqueles que, no desprezo por seu próprio mal-estar, dedicam-se a explorar o sofrimento alheio. Não faz muito que o Brasil constituiu uma nova valência política para o sofrimento, deslocando seu circuito de afetos do medo e da inveja, típicos da cultura de condomínio, para o ódio e a intolerância. O investimento na indiferença e na individualização do sofrimento é agora colhido na forma da violência. Reagimos a isso empobrecendo nossa imaginação política, apelando por mais e melhores leis, por instituições mais fortes e mais duras ou ainda por líderes melhores e mais poderosos. Há outra resposta possível. Trata-se de advogar uma política menor, que começasse no cotidiano miúdo da recuperação da escuta e da fala e que seja capaz de reinventar a experiência da intimidade como partilha do desconhecido. Um retorno dessa paixão pela ignorância criadora tem como tarefa reverter a ascensão do novo irracionalismo brasileiro e sua alergia de arte, cultura e debate intelectual. Contra a soberba dos convictos e a guerra das identidades que fermentam um fundamentalismo à brasileira é preciso uma retomada do comum. Descobrir que o mais íntimo está fora de nós. Lembrar que nossa identidade não é o último capital humano que nos resta. Suspender a equação que nos faz pensar que o Estado é o dono do espaço público, assim como o mercado é a única lei dos espaços privados. Entre o desabrigo de um e a precarização do outro é necessária uma nova política para o sofrimento. Ela começa pelo reconhecimento do comum e da intimidade. Diante do imperativo de felicidade e do conformismo de uma vida em estado de risco, exceção e sobrevivência, é preciso levar mais a sério o potencial transformativo dos que sofrem. Reconhecer o fragmento de verdade que existe nas contradições de nossos desejos. Podemos nos manter indiferentes diante da sua depressão, da sua hiperatividade, da sua anorexia. Desde que ela não aconteça na sua família, na sua escola ou na sua empresa. Desde que ela não atinja quem você ama, daí então perceberemos como o sofrimento nos faz comuns. Esquecemos de ser "comuns" uns aos outros porque agora todos somos "alguém". Alguém especial, diferenciado e cheio de talentos. Todos com exceção dos invisíveis e dos zumbis. Todos com exceção das mulheres seviciadas nos ônibus, dos marrons, gays, negros de periferia, craqueiros, desempregados, vítimas do Estado, jovens suicidas, vítimas do mercado, portadores de neurodiversidades, ribeirinhos desalojados por construções de hidroelétricas. Pensando bem, todos nós podemos entrar nesta lista. Como dizia Lacan, o universal são as exceções. Mas o sofrimento não torna ninguém pior ou melhor por si mesmo. Ele não é desculpa nem mérito. Consumidos por uma lógica judicialista, para a qual tudo é contrato e propriedade, só conhecemos vítimas e carrascos, senhores e escravos. Nós nos tornamos revolucionários indignados, purificadores de almas, alheias e próprias. Mães de Whatsapp perseguindo filhos alheios. Pais protegendo seus filhos da nudez artística. Filhos para os quais todo o mal vem de fora. Todos unidos em torno da ideia de que a contrariedade é injustiça contra o consumidor. Nossos pacientes queixam-se cada vez mais da rarefação da intimidade, da ausência da experiência comum, seja no amor, seja na política. Entre sofrer calado, sozinho e em pílulas ou se reunir ao coro dos descontentes, indignados e purificadores, precisamos de outra política para o sofrimento. Escolher o que fazer com seu sofrimento é uma escolha ética e também política. CHRISTIAN INGO LENZ DUNKER, psicanalista e professor-titular do Instituto de Psicologia da USP, é autor de "Reinvenção da Intimidade: políticas do sofrimento cotidiano" (editora Ubu) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Acima da média, 'Chico Xavier' exibe acerto de roteiro e direção
O cinema é um veículo propício às coisas do além, do mundo dos milagres, dos espíritos ou dos fantasmas. Daí "Chico Xavier "" O Filme" (2010, livre, Warner, 22h30) ser um achado. Existe ali, claro, o elogio do médium, de seu modo de ser, da bondade, da humildade. Mas, se isso é essencial ao filme de Daniel Filho, seu sucesso deriva em grande medida da confrontação clássica entre crença e descrença. Temos, por um lado, uma mãe que busca contato com seu filho (morto, claro) e enfrenta a descrença do pai, que acha tudo isso uma besteira. Inútil dizer quem terá razão: todos sabemos desde o início. No entanto, a adequação entre o roteiro assinado por Marcos Bernstein e a direção de Daniel Filho é evidente, o que produz um filme acima da média. Sem falar que a direção de atores –sobretudo a de Nelson Xavier no papel de Chico Xavier, mas não só ele– é muito forte.
ilustrada
Acima da média, 'Chico Xavier' exibe acerto de roteiro e direçãoO cinema é um veículo propício às coisas do além, do mundo dos milagres, dos espíritos ou dos fantasmas. Daí "Chico Xavier "" O Filme" (2010, livre, Warner, 22h30) ser um achado. Existe ali, claro, o elogio do médium, de seu modo de ser, da bondade, da humildade. Mas, se isso é essencial ao filme de Daniel Filho, seu sucesso deriva em grande medida da confrontação clássica entre crença e descrença. Temos, por um lado, uma mãe que busca contato com seu filho (morto, claro) e enfrenta a descrença do pai, que acha tudo isso uma besteira. Inútil dizer quem terá razão: todos sabemos desde o início. No entanto, a adequação entre o roteiro assinado por Marcos Bernstein e a direção de Daniel Filho é evidente, o que produz um filme acima da média. Sem falar que a direção de atores –sobretudo a de Nelson Xavier no papel de Chico Xavier, mas não só ele– é muito forte.
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Por que, afinal, pessoas que se odeiam continuam casadas?
A paixão tem prazo de validade (cerca de três/quatro anos) e três destinos possíveis: a indiferença mútua, quando então há uma separação sem rancor; o amor companheiro, seu melhor resultado, quando a amizade erótica entre pessoas que se conhecem e se admiram toma o lugar das ilusões; e o sadomasoquismo, quando o amor é substituído pelo rancor surdo, num processo de vingança interminável, de ambas as partes. O triste é perceber que o sadomasoquismo leva a mais bodas de ouro do que o amor: olhe em volta, nos restaurantes, os casais de meia idade em silêncio, desfilando seu desprezo recíproco para a plateia. Sempre me intrigou o porquê desse fenômeno. Afinal, se eles se odeiam, por que não se separam? Quarenta anos de clínica me levaram a entender: porque não podem; eles se encontram numa prisão, e um é carcereiro do outro. Numa prisão você perde a liberdade: por definição é um lugar de onde você não pode sair quando quiser. Perder a liberdade não é ruim em si, vive-se perdendo a liberdade por vontade, em troca de um projeto bacana, como ter filhos, por exemplo. Há mesmo aqueles que têm horror à liberdade, arranjam alguém (um ditador; um deus; um líder populista) para obedecer e acham que estão com a vida resolvida, pois fazer escolhas os assusta. Ora, até aí, nada; é escolha deles, que sejam felizes, é como na anedota: "O que você acha dos padres se casarem?" "Bem, se eles se amam, por que não?" Mas a prisão não é uma escolha, ela traz revolta e ressentimento, ela produz ódio. O problema é que esse ódio não se dirige ao "sistema" e os guardas estão bem defendidos. Sobra o companheiro de cárcere. Se Jesus disse "ama o próximo", porque é complicado amar o distante, também se acaba por odiar o próximo... porque ele está ao nosso alcance. Essa é a tristeza do casamento-prisão: odeia-se o cônjuge-carcereiro. Lá se está a contragosto -e mostrando isso-, forçado, aturando, porque se entrou por paixão efêmera, por linha de montagem social, para não parecer esquisitão, solteirona, gay, porque todo mundo se casa, estava na hora de entrar para o rol dos homens sérios, para sair da prisão que era a casa dos pais, ter uma festa de arromba, descansar do medo de mulher desconhecida, arranjar alguém que o sustente, para sair bem na foto. É por isso que, no consultório, muitas vezes faço essa pergunta: o que te prende a esse casamento? Muitas vezes uma pergunta parece uma ordem disfarçada ("Sai logo dessa droga!"). Não é o caso: quero conhecer mesmo os grilhões daquela prisão. Isso faz da separação uma possibilidade séria: "É, de fato, eu não morreria se me separasse, mas... não quero! Há muitas coisas boas no meu casamento, além dos filhos. Bem, se eu posso me separar e não quero, por que eu fico me queixando do outro? Por que eu sou um ressentido crônico contra alguém que considero meu carcereiro?" Nessa hora, a pessoa retorna de algum modo ao início de seu relacionamento, quando estava nele porque queria, e não aprisionado. Nessa hora a pessoa pode escolher se casar. Só pode se casar quem pode se separar. É quando o casamento não é mais uma prisão.
colunas
Por que, afinal, pessoas que se odeiam continuam casadas?A paixão tem prazo de validade (cerca de três/quatro anos) e três destinos possíveis: a indiferença mútua, quando então há uma separação sem rancor; o amor companheiro, seu melhor resultado, quando a amizade erótica entre pessoas que se conhecem e se admiram toma o lugar das ilusões; e o sadomasoquismo, quando o amor é substituído pelo rancor surdo, num processo de vingança interminável, de ambas as partes. O triste é perceber que o sadomasoquismo leva a mais bodas de ouro do que o amor: olhe em volta, nos restaurantes, os casais de meia idade em silêncio, desfilando seu desprezo recíproco para a plateia. Sempre me intrigou o porquê desse fenômeno. Afinal, se eles se odeiam, por que não se separam? Quarenta anos de clínica me levaram a entender: porque não podem; eles se encontram numa prisão, e um é carcereiro do outro. Numa prisão você perde a liberdade: por definição é um lugar de onde você não pode sair quando quiser. Perder a liberdade não é ruim em si, vive-se perdendo a liberdade por vontade, em troca de um projeto bacana, como ter filhos, por exemplo. Há mesmo aqueles que têm horror à liberdade, arranjam alguém (um ditador; um deus; um líder populista) para obedecer e acham que estão com a vida resolvida, pois fazer escolhas os assusta. Ora, até aí, nada; é escolha deles, que sejam felizes, é como na anedota: "O que você acha dos padres se casarem?" "Bem, se eles se amam, por que não?" Mas a prisão não é uma escolha, ela traz revolta e ressentimento, ela produz ódio. O problema é que esse ódio não se dirige ao "sistema" e os guardas estão bem defendidos. Sobra o companheiro de cárcere. Se Jesus disse "ama o próximo", porque é complicado amar o distante, também se acaba por odiar o próximo... porque ele está ao nosso alcance. Essa é a tristeza do casamento-prisão: odeia-se o cônjuge-carcereiro. Lá se está a contragosto -e mostrando isso-, forçado, aturando, porque se entrou por paixão efêmera, por linha de montagem social, para não parecer esquisitão, solteirona, gay, porque todo mundo se casa, estava na hora de entrar para o rol dos homens sérios, para sair da prisão que era a casa dos pais, ter uma festa de arromba, descansar do medo de mulher desconhecida, arranjar alguém que o sustente, para sair bem na foto. É por isso que, no consultório, muitas vezes faço essa pergunta: o que te prende a esse casamento? Muitas vezes uma pergunta parece uma ordem disfarçada ("Sai logo dessa droga!"). Não é o caso: quero conhecer mesmo os grilhões daquela prisão. Isso faz da separação uma possibilidade séria: "É, de fato, eu não morreria se me separasse, mas... não quero! Há muitas coisas boas no meu casamento, além dos filhos. Bem, se eu posso me separar e não quero, por que eu fico me queixando do outro? Por que eu sou um ressentido crônico contra alguém que considero meu carcereiro?" Nessa hora, a pessoa retorna de algum modo ao início de seu relacionamento, quando estava nele porque queria, e não aprisionado. Nessa hora a pessoa pode escolher se casar. Só pode se casar quem pode se separar. É quando o casamento não é mais uma prisão.
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Doria promete manter atos políticos fora de São Paulo mesmo em dias úteis
O prefeito João Doria   (PSDB) afirmou nesta quinta-feira (17) que trabalha até 18 horas por dia e que vai manter as viagens a outros Estados em dias úteis. Como mostrou reportagem da Folha nesta quinta-feira (17), sem ter resolvido graves problemas da cidade, como apagão de semáforos e buraqueira, Doria tem usado dias úteis para eventos políticos em outros Estados. Só nesta semana, o tucano já esteve no Rio Grande do Norte e no Tocantins. "Trabalho de 16 a 18 horas por dia. Quem estiver em dúvida sobre isso me acompanhe. Chegue cedo e fique até tarde. Faço dois expedientes por dia estando aqui", disse. O prefeito afirmou também não haver razão para não prosseguir com as viagens. "Eu sou um gestor, um administrador. Exatamente como no setor privado. No dia em que um gestor privado de uma grande empresa não puder viajar, não puder realizar o seu exercício de ser um gestor independentemente de estar fisicamente no local, pode ser que eu revise essa posição", disse. Ele voltou a dizer que o trabalho na prefeitura é em equipe. "[A cidade] tem um bom time e esse time cumpre as funções no dia a dia. Por isso temos secretários, presidentes, superintendentes", disse. TRANSTORNOS AO PAULISTANO Desde que assumiu o cargo, há quase oito meses, Doria não conseguiu mudar o cenário geral de semáforos quebrados, praças e parques com falhas de zeladoria e ruas e avenidas esburacadas. Nesta semana, ele reservou dois dias para agendas em outros Estados, o que ajuda a projetar seu nome no cenário nacional com vistas à eleição presidencial do ano que vem. Doria trava disputa silenciosa com o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), seu padrinho político. 'GESTOR DA CIDADE' Na segunda, enquanto o tucano visitava Palmas, e nesta quarta-feira (17), quando esteve em Natal (RN), a Folha acompanhou a rotina da capital e ouviu moradores afetados por uma série de problemas. Em linhas gerais, ao serem informados sobre as viagens do tucano, eles cobraram um Doria prefeito e "gestor da cidade." Pesquisa Datafolha realizada em abril mostrou que a maioria dos moradores (55%) da cidade rejeitava a possibilidade de o prefeito deixar o cargo no ano que vem para ser candidato a governador ou a presidente. Por isso, ainda na segunda-feira à noite, diante de cobranças nas redes sociais, ele publicou um vídeo para dar explicações sobre a agenda lotada em Palmas. Ele diz ter viajado a fim de buscar exemplos para São Paulo na área de educação, bancando as viagens do seu próprio bolso. Na mensagem, ele mostrou seu smartphone e disse ser possível comandar a maior cidade do país a distância. "Não há nenhum impedimento para a viagem de um prefeito. Hoje o mundo é digital. Por aqui [pelo celular], você acompanha tudo, participa de tudo", disse, ao classificar sua gestão como descentralizada e moderna. TRAVESSIAS Nesta quarta (16), Doria cruzou com um jatinho particular cerca de 2.900 mil km durante a manhã para receber o título de cidadão natalense, na capital do Rio Grande do Norte. À tarde, almoçou ali com empresários e visitou uma grande indústria varejista. À rádio CBN o prefeito disse que a cidade não é um império "em que há um imperador que fala e manda e apenas ele tem o poder de decidir". "Eu tenho uma ótima equipe de governo". Sobre as pretensões políticas, disse: "O futuro a Deus pertence". Em nota, a prefeitura disse que "tentar desqualificar as viagens a partir de depoimentos isolados de moradores é algo que (...) demonstra falta de entendimento da dinâmica da gestão municipal". "Os problemas citados, aliás, são situações que demandam atuação das prefeituras regionais e de secretarias", não a presença de Doria –problemas para os quais, diz, as soluções estão sendo adotadas. Para o cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV, a imagem dele pode ser afetada com essas viagens. "A prefeitura está tendo dificuldade para enfrentar problemas básicos. Quando o cidadão vê o prefeito recebendo título de cidadão num lugar, sendo recebido como candidato a presidente em outro, é óbvio que a cobrança começa a surgir", diz. "A impressão que fica é que ele está com uma agenda que não tem a prefeitura como futuro", afirma.
cotidiano
Doria promete manter atos políticos fora de São Paulo mesmo em dias úteisO prefeito João Doria   (PSDB) afirmou nesta quinta-feira (17) que trabalha até 18 horas por dia e que vai manter as viagens a outros Estados em dias úteis. Como mostrou reportagem da Folha nesta quinta-feira (17), sem ter resolvido graves problemas da cidade, como apagão de semáforos e buraqueira, Doria tem usado dias úteis para eventos políticos em outros Estados. Só nesta semana, o tucano já esteve no Rio Grande do Norte e no Tocantins. "Trabalho de 16 a 18 horas por dia. Quem estiver em dúvida sobre isso me acompanhe. Chegue cedo e fique até tarde. Faço dois expedientes por dia estando aqui", disse. O prefeito afirmou também não haver razão para não prosseguir com as viagens. "Eu sou um gestor, um administrador. Exatamente como no setor privado. No dia em que um gestor privado de uma grande empresa não puder viajar, não puder realizar o seu exercício de ser um gestor independentemente de estar fisicamente no local, pode ser que eu revise essa posição", disse. Ele voltou a dizer que o trabalho na prefeitura é em equipe. "[A cidade] tem um bom time e esse time cumpre as funções no dia a dia. Por isso temos secretários, presidentes, superintendentes", disse. TRANSTORNOS AO PAULISTANO Desde que assumiu o cargo, há quase oito meses, Doria não conseguiu mudar o cenário geral de semáforos quebrados, praças e parques com falhas de zeladoria e ruas e avenidas esburacadas. Nesta semana, ele reservou dois dias para agendas em outros Estados, o que ajuda a projetar seu nome no cenário nacional com vistas à eleição presidencial do ano que vem. Doria trava disputa silenciosa com o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), seu padrinho político. 'GESTOR DA CIDADE' Na segunda, enquanto o tucano visitava Palmas, e nesta quarta-feira (17), quando esteve em Natal (RN), a Folha acompanhou a rotina da capital e ouviu moradores afetados por uma série de problemas. Em linhas gerais, ao serem informados sobre as viagens do tucano, eles cobraram um Doria prefeito e "gestor da cidade." Pesquisa Datafolha realizada em abril mostrou que a maioria dos moradores (55%) da cidade rejeitava a possibilidade de o prefeito deixar o cargo no ano que vem para ser candidato a governador ou a presidente. Por isso, ainda na segunda-feira à noite, diante de cobranças nas redes sociais, ele publicou um vídeo para dar explicações sobre a agenda lotada em Palmas. Ele diz ter viajado a fim de buscar exemplos para São Paulo na área de educação, bancando as viagens do seu próprio bolso. Na mensagem, ele mostrou seu smartphone e disse ser possível comandar a maior cidade do país a distância. "Não há nenhum impedimento para a viagem de um prefeito. Hoje o mundo é digital. Por aqui [pelo celular], você acompanha tudo, participa de tudo", disse, ao classificar sua gestão como descentralizada e moderna. TRAVESSIAS Nesta quarta (16), Doria cruzou com um jatinho particular cerca de 2.900 mil km durante a manhã para receber o título de cidadão natalense, na capital do Rio Grande do Norte. À tarde, almoçou ali com empresários e visitou uma grande indústria varejista. À rádio CBN o prefeito disse que a cidade não é um império "em que há um imperador que fala e manda e apenas ele tem o poder de decidir". "Eu tenho uma ótima equipe de governo". Sobre as pretensões políticas, disse: "O futuro a Deus pertence". Em nota, a prefeitura disse que "tentar desqualificar as viagens a partir de depoimentos isolados de moradores é algo que (...) demonstra falta de entendimento da dinâmica da gestão municipal". "Os problemas citados, aliás, são situações que demandam atuação das prefeituras regionais e de secretarias", não a presença de Doria –problemas para os quais, diz, as soluções estão sendo adotadas. Para o cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV, a imagem dele pode ser afetada com essas viagens. "A prefeitura está tendo dificuldade para enfrentar problemas básicos. Quando o cidadão vê o prefeito recebendo título de cidadão num lugar, sendo recebido como candidato a presidente em outro, é óbvio que a cobrança começa a surgir", diz. "A impressão que fica é que ele está com uma agenda que não tem a prefeitura como futuro", afirma.
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Servidores do Rio protestam contra medidas de ajuste fiscal do governo
Servidores do Estado do Rio deram início, na manhã desta terça-feira (6), a mais um protesto contra o pacote de medidas de ajuste fiscal proposto pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Os funcionários públicos se reúnem em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). Nesta terça, o pacote começa a ser votado pelos deputados estaduais. O prédio da Alerj está cercado por grades e há grande contingente policial no local. A ideia do Muspe (Movimento Unificado dos Servidores Estaduais) é que o Legislativo devolva integralmente ao Executivo. Nesta terça, está prevista a votação do trecho do pacote que propõe a redução do salário do governador e de secretários, bem como a extinção de pastas da administração estadual. A avenida Presidente Antônio Carlos, que passa em frente a Alerj, foi fechada por volta das 11h. Caso o pacote avance, o movimento, formado por 42 categorias de servidores pretende organizar uma greve geral nos dias 14 e 15 deste mês. Há também uma proposta, ainda indefinida, de que seja montado um acampamento permanente na frente da Alerj. O Muspe é formado por servidores da segurança —policiais civis e militares, agentes penitenciários e bombeiros—, da Justiça, educação, saúde e cultura. O presidente da Associação dos Bombeiros do Rio, Mesac Eflain, afirmou que com a chegada de dezembro, o parcelamento de salários e a dúvida quanto o depósito do 13º salário, os ânimos estão exaltados. Ele afirma que o Muspe, do qual é um dos dirigentes, não tem qualquer orientação pela radicalização do protesto, com uso de desobediência civil ou até violência por parte dos manifestantes. "Mas nós [dirigentes] não somos deuses. As pessoas têm livre arbítrio e estão em situação precária, sem salários e passando dificuldade em casa. As pessoas estão ficando impacientes. Não sabemos como vai ser a reação das pessoas", disse. Até 11h44 não havia registro de tumultos.
mercado
Servidores do Rio protestam contra medidas de ajuste fiscal do governoServidores do Estado do Rio deram início, na manhã desta terça-feira (6), a mais um protesto contra o pacote de medidas de ajuste fiscal proposto pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Os funcionários públicos se reúnem em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). Nesta terça, o pacote começa a ser votado pelos deputados estaduais. O prédio da Alerj está cercado por grades e há grande contingente policial no local. A ideia do Muspe (Movimento Unificado dos Servidores Estaduais) é que o Legislativo devolva integralmente ao Executivo. Nesta terça, está prevista a votação do trecho do pacote que propõe a redução do salário do governador e de secretários, bem como a extinção de pastas da administração estadual. A avenida Presidente Antônio Carlos, que passa em frente a Alerj, foi fechada por volta das 11h. Caso o pacote avance, o movimento, formado por 42 categorias de servidores pretende organizar uma greve geral nos dias 14 e 15 deste mês. Há também uma proposta, ainda indefinida, de que seja montado um acampamento permanente na frente da Alerj. O Muspe é formado por servidores da segurança —policiais civis e militares, agentes penitenciários e bombeiros—, da Justiça, educação, saúde e cultura. O presidente da Associação dos Bombeiros do Rio, Mesac Eflain, afirmou que com a chegada de dezembro, o parcelamento de salários e a dúvida quanto o depósito do 13º salário, os ânimos estão exaltados. Ele afirma que o Muspe, do qual é um dos dirigentes, não tem qualquer orientação pela radicalização do protesto, com uso de desobediência civil ou até violência por parte dos manifestantes. "Mas nós [dirigentes] não somos deuses. As pessoas têm livre arbítrio e estão em situação precária, sem salários e passando dificuldade em casa. As pessoas estão ficando impacientes. Não sabemos como vai ser a reação das pessoas", disse. Até 11h44 não havia registro de tumultos.
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Operação policial muda rotina de 'hotel dos cartolas' na Suíça
Tudo mudou em 24 horas no luxuoso e tradicional hotel Baur au Lac, à beira do lago em Zurique, onde os cartolas da Fifa foram presos, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Até esta terça-feira (26), antes da operação policial, o acesso era livre ao local, tradicionalmente usado pelos dirigentes como hospedagem em encontros da entidade. É lá que eles costumam tomar cafés e chocolates quentes (e caros) após as reuniões sobre o futuro do futebol. A diária mínima não costuma sair por menos de R$ 2,5 mil. Dirigentes como o presidente da Uefa, Michel Platini, o príncipe da Jordânia e candidato a presidente da entidade, Ali bin Al-Hussein, e o da CBF, Marco Polo del Nero, circulavam e conversavam com os jornalistas tranquilamente até esta terça. Por volta das 6h desta quarta (27) (1h, horário de Brasília), tudo mudou. Policiais suíços chegaram à recepção, comunicaram que estavam à procura dos acusados e os prenderam, incluindo Marin. Imediatamente, a mulher de José Maria Marin, Neusa Marin, comunicou a Del Nero o ocorrido. Uma foto registrada pelo jornal "The New York Times" mostra o que seriam funcionários do hotel protegendo os acusados com um lençol branco na saída para o carro policial. Desde então, logo após às 6h30, para evitar o contato com os cartolas da Fifa, seguranças passaram a impedir o acesso de qualquer um que não seja hóspede, inclusive de registro de imagem mais próxima da porta principal. O que era conhecido como o hotel dos cartolas em eventos da entidade agora virou também o local onde sete deles foram detidos na véspera de seu congresso que deve reeleger Joseph Blatter presidente pela quinta vez. Às 21h10 do horário local desta quarta, o motorista do presidente da CBF, Marco Polo del Nero, descansava do lado de fora.
esporte
Operação policial muda rotina de 'hotel dos cartolas' na SuíçaTudo mudou em 24 horas no luxuoso e tradicional hotel Baur au Lac, à beira do lago em Zurique, onde os cartolas da Fifa foram presos, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Até esta terça-feira (26), antes da operação policial, o acesso era livre ao local, tradicionalmente usado pelos dirigentes como hospedagem em encontros da entidade. É lá que eles costumam tomar cafés e chocolates quentes (e caros) após as reuniões sobre o futuro do futebol. A diária mínima não costuma sair por menos de R$ 2,5 mil. Dirigentes como o presidente da Uefa, Michel Platini, o príncipe da Jordânia e candidato a presidente da entidade, Ali bin Al-Hussein, e o da CBF, Marco Polo del Nero, circulavam e conversavam com os jornalistas tranquilamente até esta terça. Por volta das 6h desta quarta (27) (1h, horário de Brasília), tudo mudou. Policiais suíços chegaram à recepção, comunicaram que estavam à procura dos acusados e os prenderam, incluindo Marin. Imediatamente, a mulher de José Maria Marin, Neusa Marin, comunicou a Del Nero o ocorrido. Uma foto registrada pelo jornal "The New York Times" mostra o que seriam funcionários do hotel protegendo os acusados com um lençol branco na saída para o carro policial. Desde então, logo após às 6h30, para evitar o contato com os cartolas da Fifa, seguranças passaram a impedir o acesso de qualquer um que não seja hóspede, inclusive de registro de imagem mais próxima da porta principal. O que era conhecido como o hotel dos cartolas em eventos da entidade agora virou também o local onde sete deles foram detidos na véspera de seu congresso que deve reeleger Joseph Blatter presidente pela quinta vez. Às 21h10 do horário local desta quarta, o motorista do presidente da CBF, Marco Polo del Nero, descansava do lado de fora.
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Suspeito de ocultar patrimônio, Lula não está imune, diz Sergio Moro
O juiz federal Sergio Moro autorizou a ofensiva da Operação Lava Jato sobre o ex-presidente Lula afirmando que há indícios de que o petista atuou no "esquema criminoso que vitimou a Petrobrás" e ocultou e dissimulou patrimônio. A investigação menciona a suspeita dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. "A aparente ocultação e dissimulação de patrimônio pelo ex-presidente, o apartamento e o sítio, as reformas e aquisições de bens e serviços, em valores vultosos, por empreiteiras envolvidas no esquema criminoso da Petrobrás, necessitam ser investigadas a fundo. Também o último fato, o armazenamento de bens do ex-presidente, com os custos expressivos arcados pela OAS, necessitam melhor apuração", afirmou o juiz no despacho que deu aval à Operação Alethéia, nesta sexta. "Embora o ex-presidente mereça todo o respeito, em virtude da dignidade do cargo que ocupou (sem prejuízo do respeito devido a qualquer pessoa), isso não significa que está imune à investigação, já que presentes justificativas para tanto", justificou. Nesta sexta-feira (4), a Polícia Federal deflagrou a 24ª fase da Operação Lava Jato, que apura se empreiteiras e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram Lula por meio do sítio em Atibaia e o tríplex no Guarujá. O ex-presidente nega as acusações. Em nota divulgada nesta sexta, a força-tarefa do Ministério Público Federal afirmou que Lula foi "um dos principais beneficiários" de crimes cometidos no âmbito da Petrobras. Cronologia do Lula PROVAS No despacho, Moro diz ainda que as provas colhidas "são no sentido de que Luis Inácio Lula da Silva é o real proprietário do sítio em Atibaia e que este sofreu reformas significativas,de valor expressivo, ainda que sem dimensionamento do valor total, por ação de José Carlos Bumlai e da Odebrecht, além da OAS ter providenciado a aquisição e a instalação da cozinha no local". Moro menciona também as evidências de que a OAS pagou a aquisição e instalação da cozinha do triplex ligado a Lula no Guarujá. Para o juiz, não pode ser "coincidência" o fato de a empreiteira estar vinculada tanto ao apartamento como à reforma do sítio em Atibaia. "Apesar do MPF ter reunido um acervo considerável de provas, especialmente em relação ao apartamento e o sítio, a complexidade dos fatos, encobertos por aparentes falsidades e pela utilização de pessoas interpostas, autoriza o aprofundamento das investigações", frisou Moro. A íntegra do despacho revela que ele indeferiu um pedido do Ministério Público Federal de prisão temporária de Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, e José de Filippi Júnior, ex-presidente do mesmo instituto e tesoureiro da campanha de reeleição de Lula em 2006 e de Dilma Rousseff em 2010. Okamoto é figura central na trajetória de Lula e hoje em dia o braço-direito do ex-presidente. Alethea: 24º fase da Lava-jato - Quem foi alvo de condução coercitiva da PF Moro também recusou pedido de prisão de Paulo Roberto Valente Gordilho, diretor da OAS. O despacho mostra que foram quebrados os sigilos do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras. O instituto, segundo o documento, recebeu doações que somam R$ 34.940.522,15 entre 2011 e 2014 - deste montante, R$ 20,7 milhões saíram dos cofres das empresas Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, todas alvos da Lava Jato. A LILS Palestras recebeu R$ 21.080.216,67 entre 2011 e 2014, sendo que R$ 9.920.898,56 vieram dessas mesmas empreiteiras. O magistrado afirmou: "Não se pode concluir pela ilicitude dessas transferências, mas é forçoso reconhecer que tratam-se de valores vultosos para doações e palestras, o que, no contexto do esquema criminoso da Petrobras, gera dúvidas sobre a generosidade das aludidas empresas e autoriza pelo menos o aprofundamento das investigações". Veja vídeo A investigação aponta ainda que o Instituto Lula repassou R$ 1.349.446,54 entre 2012 a 2014 à empresa G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda, que tem como sócio-administrador Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente, além de Fernando Bittar e Kalil Bittar. "Também destaque-se pagamento, não tão vultoso, de R$ 114.000,00 para a empresa Flexbr Tecnologia Ltda., que tem o mesmo endereço da referida empresa G4, mas por sócios outros filhos do ex-presidente, como Marcos Claudio Lula da Silva, Sandro Luis Lula da Silva e a nora Marlene Araújo Lula da Silva. Também a LILS Palestras efetuou pagamento de R$ 72.621,20 à Flexbr, além de ter efetuado pagamentos entre 2011 a 2013 de R$ 227.138,85 a outro filho do ex-presidente, Luis Claudio Lula da Silva", diz Moro. O documento mostra que assessores de confiança de Lula em seu instituto e na LILS Palestras recebiam mediante contratos de consultoria. Entre os citados está Clara Ant, que, de acordo com o despacho, recebeu R$ 292.441,95 em 2014.
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Suspeito de ocultar patrimônio, Lula não está imune, diz Sergio MoroO juiz federal Sergio Moro autorizou a ofensiva da Operação Lava Jato sobre o ex-presidente Lula afirmando que há indícios de que o petista atuou no "esquema criminoso que vitimou a Petrobrás" e ocultou e dissimulou patrimônio. A investigação menciona a suspeita dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. "A aparente ocultação e dissimulação de patrimônio pelo ex-presidente, o apartamento e o sítio, as reformas e aquisições de bens e serviços, em valores vultosos, por empreiteiras envolvidas no esquema criminoso da Petrobrás, necessitam ser investigadas a fundo. Também o último fato, o armazenamento de bens do ex-presidente, com os custos expressivos arcados pela OAS, necessitam melhor apuração", afirmou o juiz no despacho que deu aval à Operação Alethéia, nesta sexta. "Embora o ex-presidente mereça todo o respeito, em virtude da dignidade do cargo que ocupou (sem prejuízo do respeito devido a qualquer pessoa), isso não significa que está imune à investigação, já que presentes justificativas para tanto", justificou. Nesta sexta-feira (4), a Polícia Federal deflagrou a 24ª fase da Operação Lava Jato, que apura se empreiteiras e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram Lula por meio do sítio em Atibaia e o tríplex no Guarujá. O ex-presidente nega as acusações. Em nota divulgada nesta sexta, a força-tarefa do Ministério Público Federal afirmou que Lula foi "um dos principais beneficiários" de crimes cometidos no âmbito da Petrobras. Cronologia do Lula PROVAS No despacho, Moro diz ainda que as provas colhidas "são no sentido de que Luis Inácio Lula da Silva é o real proprietário do sítio em Atibaia e que este sofreu reformas significativas,de valor expressivo, ainda que sem dimensionamento do valor total, por ação de José Carlos Bumlai e da Odebrecht, além da OAS ter providenciado a aquisição e a instalação da cozinha no local". Moro menciona também as evidências de que a OAS pagou a aquisição e instalação da cozinha do triplex ligado a Lula no Guarujá. Para o juiz, não pode ser "coincidência" o fato de a empreiteira estar vinculada tanto ao apartamento como à reforma do sítio em Atibaia. "Apesar do MPF ter reunido um acervo considerável de provas, especialmente em relação ao apartamento e o sítio, a complexidade dos fatos, encobertos por aparentes falsidades e pela utilização de pessoas interpostas, autoriza o aprofundamento das investigações", frisou Moro. A íntegra do despacho revela que ele indeferiu um pedido do Ministério Público Federal de prisão temporária de Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, e José de Filippi Júnior, ex-presidente do mesmo instituto e tesoureiro da campanha de reeleição de Lula em 2006 e de Dilma Rousseff em 2010. Okamoto é figura central na trajetória de Lula e hoje em dia o braço-direito do ex-presidente. Alethea: 24º fase da Lava-jato - Quem foi alvo de condução coercitiva da PF Moro também recusou pedido de prisão de Paulo Roberto Valente Gordilho, diretor da OAS. O despacho mostra que foram quebrados os sigilos do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras. O instituto, segundo o documento, recebeu doações que somam R$ 34.940.522,15 entre 2011 e 2014 - deste montante, R$ 20,7 milhões saíram dos cofres das empresas Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, todas alvos da Lava Jato. A LILS Palestras recebeu R$ 21.080.216,67 entre 2011 e 2014, sendo que R$ 9.920.898,56 vieram dessas mesmas empreiteiras. O magistrado afirmou: "Não se pode concluir pela ilicitude dessas transferências, mas é forçoso reconhecer que tratam-se de valores vultosos para doações e palestras, o que, no contexto do esquema criminoso da Petrobras, gera dúvidas sobre a generosidade das aludidas empresas e autoriza pelo menos o aprofundamento das investigações". Veja vídeo A investigação aponta ainda que o Instituto Lula repassou R$ 1.349.446,54 entre 2012 a 2014 à empresa G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda, que tem como sócio-administrador Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente, além de Fernando Bittar e Kalil Bittar. "Também destaque-se pagamento, não tão vultoso, de R$ 114.000,00 para a empresa Flexbr Tecnologia Ltda., que tem o mesmo endereço da referida empresa G4, mas por sócios outros filhos do ex-presidente, como Marcos Claudio Lula da Silva, Sandro Luis Lula da Silva e a nora Marlene Araújo Lula da Silva. Também a LILS Palestras efetuou pagamento de R$ 72.621,20 à Flexbr, além de ter efetuado pagamentos entre 2011 a 2013 de R$ 227.138,85 a outro filho do ex-presidente, Luis Claudio Lula da Silva", diz Moro. O documento mostra que assessores de confiança de Lula em seu instituto e na LILS Palestras recebiam mediante contratos de consultoria. Entre os citados está Clara Ant, que, de acordo com o despacho, recebeu R$ 292.441,95 em 2014.
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'Comida' degustou cinco cervejas colaborativas; veja comentários
COLABORATIVAS Os filhotes, degustados pelo nosso colunista de cervejas, Sandro Macedo 6 O'CLOCK Aromas cítricos e amargor acentuado, cortesia dos lúpulos americanos, típicos em outras Sixpoint QUANTO R$ 26,20 (500 ml), na Cerveja Gourmet (tel. 11/3675-0761) EXTRA FANCY IPA Mistura três lúpulos numa cerveja leve e menos amarga que outras do gênero. Aroma de maracujá QUANTO R$ 19 (310 ml), na BrewDog (tel. 11/ 3032-4007) YBA-IÁ Mais complexa que as outras Colorado, essa leva aveia e trigo, que lhe dá sabor mais ácido QUANTO R$ 22 (600 ml), na Cervejoteca (tel. 11/5084-6047) HELLO MY NAME IS ZÉ Ótima combinação do lúpulo da BrewDog com o maracujá da 2Cabeças. Aromática e amarga QUANTO R$ 19,99 (330 ml), na BeerShop (beershop.com.br) SAISON DE CAIPIRA Feita com adição de cana-de-açúcar, tem sabor levemente avinagrado, lembrando uma lambic QUANTO R$ 25 (375 ml), no Empório Frei Caneca (tel. 11/3472-2082) A CERVEJA EM SEIS PASSOS 1. MALTAGEM Os grãos (cevada e outros cereais) são molhados para liberar açúcares e aquecidos para germinar e virar malte; dias depois, o processo é interrompido secando o malte no forno 2. MOAGEM Os grãos são quebrados para facilitar a liberação de açúcares na brassagem; grãos bem torrados dão cervejas escuras; grãos subtorrados, cervejas claras 3. BRASSAGEM Os grãos maltados são mergulhados em água quente para produzir um líquido doce chamado mosto; no processo, os amidos dos grãos são convertidos em açúcar 4. FERVURA O mosto é fervido; adiciona-se o lúpulo. A fervura esteriliza o mosto e faz com que o lúpulo libere aromas e amargor; nessa etapa, podem ser adicionadas frutas 5. FERMENTAÇÃO O mosto coado e resfriado (até cerca de 20°C) é levado ao recipiente de fermentação, onde a levedura é adicionada; por uma semana, os açúcares viram álcool 6. MATURAÇÃO O líquido vai para outro recipiente, onde, num descanso, aromas e sabores são melhorados; depois, a bebida é envasada
comida
'Comida' degustou cinco cervejas colaborativas; veja comentáriosCOLABORATIVAS Os filhotes, degustados pelo nosso colunista de cervejas, Sandro Macedo 6 O'CLOCK Aromas cítricos e amargor acentuado, cortesia dos lúpulos americanos, típicos em outras Sixpoint QUANTO R$ 26,20 (500 ml), na Cerveja Gourmet (tel. 11/3675-0761) EXTRA FANCY IPA Mistura três lúpulos numa cerveja leve e menos amarga que outras do gênero. Aroma de maracujá QUANTO R$ 19 (310 ml), na BrewDog (tel. 11/ 3032-4007) YBA-IÁ Mais complexa que as outras Colorado, essa leva aveia e trigo, que lhe dá sabor mais ácido QUANTO R$ 22 (600 ml), na Cervejoteca (tel. 11/5084-6047) HELLO MY NAME IS ZÉ Ótima combinação do lúpulo da BrewDog com o maracujá da 2Cabeças. Aromática e amarga QUANTO R$ 19,99 (330 ml), na BeerShop (beershop.com.br) SAISON DE CAIPIRA Feita com adição de cana-de-açúcar, tem sabor levemente avinagrado, lembrando uma lambic QUANTO R$ 25 (375 ml), no Empório Frei Caneca (tel. 11/3472-2082) A CERVEJA EM SEIS PASSOS 1. MALTAGEM Os grãos (cevada e outros cereais) são molhados para liberar açúcares e aquecidos para germinar e virar malte; dias depois, o processo é interrompido secando o malte no forno 2. MOAGEM Os grãos são quebrados para facilitar a liberação de açúcares na brassagem; grãos bem torrados dão cervejas escuras; grãos subtorrados, cervejas claras 3. BRASSAGEM Os grãos maltados são mergulhados em água quente para produzir um líquido doce chamado mosto; no processo, os amidos dos grãos são convertidos em açúcar 4. FERVURA O mosto é fervido; adiciona-se o lúpulo. A fervura esteriliza o mosto e faz com que o lúpulo libere aromas e amargor; nessa etapa, podem ser adicionadas frutas 5. FERMENTAÇÃO O mosto coado e resfriado (até cerca de 20°C) é levado ao recipiente de fermentação, onde a levedura é adicionada; por uma semana, os açúcares viram álcool 6. MATURAÇÃO O líquido vai para outro recipiente, onde, num descanso, aromas e sabores são melhorados; depois, a bebida é envasada
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Aplicativo Share to Win vende estoque encalhado a preço menor
DE SÃO PAULO Mercadoria parada gera custos para o lojista. Dessa premissa surgiu o aplicativo Share to Win. Seu criador, Eduardo Moreira, 40, compra os produtos "empatados" e os revende com ao menos 50% de desconto do preço original. Antes da compra, porém, os usuários precisam compartilhar a oferta nas redes sociais. "As lojas conseguem algum caixa e ainda fazem propaganda", diz Moreira, que fica com uma porcentagem das vendas. No lançamento, na última quarta-feira (20), cerca de 50 TVs de 32 polegadas foram vendidas por R$ 129 cada, em dez segundos. O valor original era R$ 1.299. A expectativa de Moreira é zerar em um dia lotes de 10 mil peças de redes varejistas. O aplicativo é gratuito e funciona em Android. O lançamento para iOS está previsto para agosto.
sobretudo
Aplicativo Share to Win vende estoque encalhado a preço menor DE SÃO PAULO Mercadoria parada gera custos para o lojista. Dessa premissa surgiu o aplicativo Share to Win. Seu criador, Eduardo Moreira, 40, compra os produtos "empatados" e os revende com ao menos 50% de desconto do preço original. Antes da compra, porém, os usuários precisam compartilhar a oferta nas redes sociais. "As lojas conseguem algum caixa e ainda fazem propaganda", diz Moreira, que fica com uma porcentagem das vendas. No lançamento, na última quarta-feira (20), cerca de 50 TVs de 32 polegadas foram vendidas por R$ 129 cada, em dez segundos. O valor original era R$ 1.299. A expectativa de Moreira é zerar em um dia lotes de 10 mil peças de redes varejistas. O aplicativo é gratuito e funciona em Android. O lançamento para iOS está previsto para agosto.
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Mais um ministro da Justiça de FHC critica ação de Moro contra Lula
Ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, o advogado José Carlos Dias engrossa o coro dos que criticam a decisão do juiz Sergio Moro de conduzir Lula coercitivamente para prestar depoimento. "Houve um abuso", afirma. "Lula não foi intimado. Portanto, não poderia ter sido levado coercitivamente." José Gregori, que também foi titular da Justiça de FHC, já tinha criticado a decisão. ASSIM NÃO Dias critica, no entanto, advogados que fazem paralelo entre o momento atual e a ditadura. "Naquela época as pessoas eram torturadas e desapareciam. Hoje é totalmente diferente. Temos que criticar os excessos, mas essa comparação é absurda", afirma o ex-ministro. Leia a coluna completa aqui.
colunas
Mais um ministro da Justiça de FHC critica ação de Moro contra LulaMinistro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, o advogado José Carlos Dias engrossa o coro dos que criticam a decisão do juiz Sergio Moro de conduzir Lula coercitivamente para prestar depoimento. "Houve um abuso", afirma. "Lula não foi intimado. Portanto, não poderia ter sido levado coercitivamente." José Gregori, que também foi titular da Justiça de FHC, já tinha criticado a decisão. ASSIM NÃO Dias critica, no entanto, advogados que fazem paralelo entre o momento atual e a ditadura. "Naquela época as pessoas eram torturadas e desapareciam. Hoje é totalmente diferente. Temos que criticar os excessos, mas essa comparação é absurda", afirma o ex-ministro. Leia a coluna completa aqui.
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Do que os governos menos precisam é de maridos
Em entrevista ao apresentador Ratinho veiculada pelo SBT na sexta-feira (28), o presidente Michel Temer declarou que, tal como as donas de casa, "os governos precisam passar a ter marido" para evitar a quebra fiscal. "Por exemplo, reitero, o teto de gastos públicos. Você não pode gastar mais do que arrecada. É fazer como se faz na sua casa", completou. As diferenças entre as finanças de uma família e do governo federal são muitas. Primeiro, os gastos públicos geradores de emprego e renda afetam toda a dinâmica do sistema econômico, contribuindo para aumentar a arrecadação de impostos. Os resultados das políticas de austeridade em diversos países da periferia europeia podem servir de exemplo: ao agravar a recessão e a frustração de receitas do governo, os cortes no Orçamento acabaram ampliando o deficit fiscal inicial. As condições em que famílias e governo federal financiam uma eventual diferença entre gastos e arrecadação tampouco são as mesmas. A maior parte das famílias brasileiras tem pouco acesso a crédito. Já o governo federal, apesar dos juros altos para padrões internacionais —mesmo se levados em conta o patamar de nossa dívida e nossa taxa de inflação—, não encontrou nenhuma dificuldade em vender seus títulos públicos no mercado desde o início da crise. Além disso, ao contrário das famílias, os governos têm a capacidade de elevar seus impostos e aumentar sua própria base de arrecadação. Se taxar sobretudo aqueles que consomem uma parcela relativamente pequena de sua renda (os mais ricos) e ampliar a renda dos que consomem relativamente mais (os mais pobres), o governo pode dar um estímulo à economia sem desequilibrar o Orçamento. Soma-se a isso o fato de que, no Brasil, os que estão no topo da distribuição de renda pagam impostos baixíssimos para padrões internacionais e os que estão na base consomem essencialmente tudo aquilo que ganham. Por fim, assim como a família que tem a opção de endividar-se para comprar uma casa ou educar seus filhos, os investimentos públicos também podem trazer retorno no longo prazo. Gastos com a melhoria da infraestrutura do país, por exemplo, não apenas geram empregos agora mas também elevam a produtividade e a competitividade das empresas no futuro. Assim, a comparação do Orçamento da União com o orçamento doméstico para convencer a população de que é necessário cortar gastos e investimentos públicos em meio à crise econômica —um artifício recorrente no discurso de políticos mundo afora— já é ruim. Mas parece não ser ruim o suficiente para Michel Temer, que achou por bem acrescentar à metáfora a sua dose habitual de machismo. E do pior tipo: o elitista. Os dados de 2015 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que 40,5% dos domicílios brasileiros são chefiados por mulheres. No Nordeste, esse percentual é ainda mais alto -de 42,9%. Considerando que as mulheres têm, em média, um rendimento menor —diferença esta que certamente afeta a resposta dada à pergunta da Pnad sobre quem chefia os domicílios com cônjuge—, é seguro dizer que a estúpida metáfora de Temer não deve ajudá-lo a diminuir a alta rejeição ao seu governo revelada na mais recente pesquisa do Datafolha. Se de maridos não precisamos, de trastes ainda menos.
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Do que os governos menos precisam é de maridosEm entrevista ao apresentador Ratinho veiculada pelo SBT na sexta-feira (28), o presidente Michel Temer declarou que, tal como as donas de casa, "os governos precisam passar a ter marido" para evitar a quebra fiscal. "Por exemplo, reitero, o teto de gastos públicos. Você não pode gastar mais do que arrecada. É fazer como se faz na sua casa", completou. As diferenças entre as finanças de uma família e do governo federal são muitas. Primeiro, os gastos públicos geradores de emprego e renda afetam toda a dinâmica do sistema econômico, contribuindo para aumentar a arrecadação de impostos. Os resultados das políticas de austeridade em diversos países da periferia europeia podem servir de exemplo: ao agravar a recessão e a frustração de receitas do governo, os cortes no Orçamento acabaram ampliando o deficit fiscal inicial. As condições em que famílias e governo federal financiam uma eventual diferença entre gastos e arrecadação tampouco são as mesmas. A maior parte das famílias brasileiras tem pouco acesso a crédito. Já o governo federal, apesar dos juros altos para padrões internacionais —mesmo se levados em conta o patamar de nossa dívida e nossa taxa de inflação—, não encontrou nenhuma dificuldade em vender seus títulos públicos no mercado desde o início da crise. Além disso, ao contrário das famílias, os governos têm a capacidade de elevar seus impostos e aumentar sua própria base de arrecadação. Se taxar sobretudo aqueles que consomem uma parcela relativamente pequena de sua renda (os mais ricos) e ampliar a renda dos que consomem relativamente mais (os mais pobres), o governo pode dar um estímulo à economia sem desequilibrar o Orçamento. Soma-se a isso o fato de que, no Brasil, os que estão no topo da distribuição de renda pagam impostos baixíssimos para padrões internacionais e os que estão na base consomem essencialmente tudo aquilo que ganham. Por fim, assim como a família que tem a opção de endividar-se para comprar uma casa ou educar seus filhos, os investimentos públicos também podem trazer retorno no longo prazo. Gastos com a melhoria da infraestrutura do país, por exemplo, não apenas geram empregos agora mas também elevam a produtividade e a competitividade das empresas no futuro. Assim, a comparação do Orçamento da União com o orçamento doméstico para convencer a população de que é necessário cortar gastos e investimentos públicos em meio à crise econômica —um artifício recorrente no discurso de políticos mundo afora— já é ruim. Mas parece não ser ruim o suficiente para Michel Temer, que achou por bem acrescentar à metáfora a sua dose habitual de machismo. E do pior tipo: o elitista. Os dados de 2015 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que 40,5% dos domicílios brasileiros são chefiados por mulheres. No Nordeste, esse percentual é ainda mais alto -de 42,9%. Considerando que as mulheres têm, em média, um rendimento menor —diferença esta que certamente afeta a resposta dada à pergunta da Pnad sobre quem chefia os domicílios com cônjuge—, é seguro dizer que a estúpida metáfora de Temer não deve ajudá-lo a diminuir a alta rejeição ao seu governo revelada na mais recente pesquisa do Datafolha. Se de maridos não precisamos, de trastes ainda menos.
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G7 assume compromisso com esforços para garantir crescimento global
O G7, grupo que reúne as principais economias mundiais, prometeu nesta sexta-feira (27) buscar forte crescimento global, enquanto debateu sobre o mercado cambial e políticas de estímulo. Os países também expressaram preocupação com a Coreia do Norte, Rússia e disputas marítimas que envolvem a China. Os líderes do G7, que participaram de uma cúpula na região central do Japão, prometeram usar "todas as ferramentas políticas" para impulsionar a demanda e aliviar as restrições de oferta. "O crescimento global permanece moderado e abaixo do potencial, enquanto os riscos de fraco crescimento persistem", disseram em declaração. "O crescimento global é a nossa prioridade urgente". O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que o G7 divide "um forte sentimento de crise" sobre a perspectiva global. "O risco mais preocupante é contração da economia global", liderada pela desaceleração nas economias emergentes, disse Abe em entrevista coletiva depois de presidir a cúpula de dois dias. "Há um risco de a economia mundial cair em crise se as respostas políticas adequadas não forem feitas." No geral, por meio da declaração de 32 páginas, o G7 se comprometeu com taxas de câmbio baseadas no mercado e evitar a "desvalorização competitiva" de suas moedas. Abe destacou a necessidade de uma política fiscal flexível para sustentar a recuperação econômica, enquanto a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, tem permanecido cética quanto aos gastos públicos para impulsionar o crescimento. O G7 chamou o excesso de capacidade industrial global, especialmente do aço, de "desafio estrutural urgente com implicações globais". Sobre as reformas de suas sociedades e economias, os países prometeram "continuar as reformas estruturais para reforçar o crescimento, a produtividade e o potencial de produção e dar exemplo respondendo aos desafios estruturais". Um ponto no qual a Alemanha insiste há anos. PONTOS POLÊMICOS Por sua vez, os presidentes dos países do G7 expressaram sua preocupação diante do agravamento das tensões marítimas nos mares da China meridional e oriental. O texto não cita nenhum país em particular, mas a alusão à China é evidente. As tensões se agravaram nos últimos tempos no mar da China meridional, reivindicado praticamente em sua totalidade por Pequim, que construiu ali ilhas artificiais, irritando países como Vietnã e Filipinas. A China, que na véspera havia convocado a cúpula a não se envolver "em temas que não lhe competem", não deve demorar a reagir. O G7 também exigiu que a Coreia do Norte cumpra inteiramente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e interrompa seus testes nucleares, lançamento de mísseis e outros "atos de provocação". O grupo condenou também a "anexação ilegal" da península da Crimeia, da Ucrânia, pela Rússia. A declaração ameaçou impor "medidas mais restritivas" para elevar os custos de Moscou, mas informou que as sanções podem ser suspensas se o país implementar os acordos anteriores e respeitar a soberania da Ucrânia. Quanto ao referendo britânico que ocorrerá no próximo mês sobre se o país deixará a União Europeia, o G7 informou que uma saída "será um sério risco para o crescimento global".
mercado
G7 assume compromisso com esforços para garantir crescimento globalO G7, grupo que reúne as principais economias mundiais, prometeu nesta sexta-feira (27) buscar forte crescimento global, enquanto debateu sobre o mercado cambial e políticas de estímulo. Os países também expressaram preocupação com a Coreia do Norte, Rússia e disputas marítimas que envolvem a China. Os líderes do G7, que participaram de uma cúpula na região central do Japão, prometeram usar "todas as ferramentas políticas" para impulsionar a demanda e aliviar as restrições de oferta. "O crescimento global permanece moderado e abaixo do potencial, enquanto os riscos de fraco crescimento persistem", disseram em declaração. "O crescimento global é a nossa prioridade urgente". O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que o G7 divide "um forte sentimento de crise" sobre a perspectiva global. "O risco mais preocupante é contração da economia global", liderada pela desaceleração nas economias emergentes, disse Abe em entrevista coletiva depois de presidir a cúpula de dois dias. "Há um risco de a economia mundial cair em crise se as respostas políticas adequadas não forem feitas." No geral, por meio da declaração de 32 páginas, o G7 se comprometeu com taxas de câmbio baseadas no mercado e evitar a "desvalorização competitiva" de suas moedas. Abe destacou a necessidade de uma política fiscal flexível para sustentar a recuperação econômica, enquanto a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, tem permanecido cética quanto aos gastos públicos para impulsionar o crescimento. O G7 chamou o excesso de capacidade industrial global, especialmente do aço, de "desafio estrutural urgente com implicações globais". Sobre as reformas de suas sociedades e economias, os países prometeram "continuar as reformas estruturais para reforçar o crescimento, a produtividade e o potencial de produção e dar exemplo respondendo aos desafios estruturais". Um ponto no qual a Alemanha insiste há anos. PONTOS POLÊMICOS Por sua vez, os presidentes dos países do G7 expressaram sua preocupação diante do agravamento das tensões marítimas nos mares da China meridional e oriental. O texto não cita nenhum país em particular, mas a alusão à China é evidente. As tensões se agravaram nos últimos tempos no mar da China meridional, reivindicado praticamente em sua totalidade por Pequim, que construiu ali ilhas artificiais, irritando países como Vietnã e Filipinas. A China, que na véspera havia convocado a cúpula a não se envolver "em temas que não lhe competem", não deve demorar a reagir. O G7 também exigiu que a Coreia do Norte cumpra inteiramente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e interrompa seus testes nucleares, lançamento de mísseis e outros "atos de provocação". O grupo condenou também a "anexação ilegal" da península da Crimeia, da Ucrânia, pela Rússia. A declaração ameaçou impor "medidas mais restritivas" para elevar os custos de Moscou, mas informou que as sanções podem ser suspensas se o país implementar os acordos anteriores e respeitar a soberania da Ucrânia. Quanto ao referendo britânico que ocorrerá no próximo mês sobre se o país deixará a União Europeia, o G7 informou que uma saída "será um sério risco para o crescimento global".
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Negócio cria 3ª maior operadora de canais de televisão dos EUA
A Media General, empresa dona de canais de TV nos EUA, anunciou a compra da Meredith, que edita as revistas "Better Homes and Gardens" "Martha Stewart Living" e "Family Circle", por US$ 3,1 bilhões. Com o negócio, a Media General ficará com 17 estações de TV locais da Meredith e ampliará seu alcance para quase um terço das residências americanas, tornando-se a terceira maior do país. A Media General tem comprado estações de TV nos últimos anos depois de vender sua divisão de jornais para uma subsidiária da Berkshire Hathaway, que pertence ao bilionário Warren Buffett. O negócio ainda depende da aprovação dos conselhos da General Media e da Meredith. A previsão é que a aquisição esteja concluída até junho de 2016.
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Negócio cria 3ª maior operadora de canais de televisão dos EUAA Media General, empresa dona de canais de TV nos EUA, anunciou a compra da Meredith, que edita as revistas "Better Homes and Gardens" "Martha Stewart Living" e "Family Circle", por US$ 3,1 bilhões. Com o negócio, a Media General ficará com 17 estações de TV locais da Meredith e ampliará seu alcance para quase um terço das residências americanas, tornando-se a terceira maior do país. A Media General tem comprado estações de TV nos últimos anos depois de vender sua divisão de jornais para uma subsidiária da Berkshire Hathaway, que pertence ao bilionário Warren Buffett. O negócio ainda depende da aprovação dos conselhos da General Media e da Meredith. A previsão é que a aquisição esteja concluída até junho de 2016.
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Gestão Haddad autoriza festa contra adversários na véspera da eleição
PAULA REVERBEL GABRIELA SÁ PESSOA DE SÃO PAULO A Subprefeitura da Sé autorizou a realização de festival de música crítico aos candidatos João Doria (PSDB), Celso Russomanno (PRB) e Marta Suplicy (PMDB) na praça Roosevelt no sábado (1º), véspera da eleição. Os três estão à frente nas pesquisas do prefeito Fernando Haddad (PT), candidato à reeleição. Na quarta (28), o Ministério Público pediu uma liminar à Justiça Eleitoral para cancelar o evento. O promotores José Carlos Bonilha e Vera Lúcia Taberti argumentam que a descrição e o local da festa têm cunho político-partidário. "Este ano foi ano de golpe na democracia brasileira. Agora, em São Paulo nos ameaçam Marta, Russomanno e Doria com seus retrocessos", dizia a divulgação no Facebook do festival #ResisteSP. A página foi alterada. Segundo os organizadores, a citação aos três candidatos se deve à liderança nas pesquisas e por representarem o conservadorismo. Afirmam, também, que o evento não está ligado a nenhum partido. A lei veda realização de eventos de caráter eleitoral a menos de 200 metros de escolas e igrejas funcionamento e de estabelecimentos militares. Nas imediações da Roosevelt, há duas igrejas e duas escolas. Além disso, a praça abriga uma base da Polícia Militar e outra da Guarda Civil Metropolitana. Moradores da região procuraram a prefeitura argumentando que o agendamento do festival deveria ter sido feito com 30 dias de antecedência. Baseavam-se em uma norma da subprefeitura, de 2015, e em um acordo do mesmo ano entre a gestão da Sé e o Ministério Público Estadual, firmado devido a reclamações de barulho. Procurada pelos moradores, a prefeitura inicialmente afirmou que não autorizaria o festival, mas voltou atrás. As associações de bairro procuraram a Promotoria Eleitoral na terça-feira (27). O festival #ResisteSP programou shows gratuitos do cantor pernambucano Otto, do rapper Rincón Sapiência, entre outros músicos. Também está prevista discotecagem dos coletivos Santo Forte, Discopedia, Batekoo e Soundsystem. Nas eleições de 2012, dois eventos semelhantes aconteceram na praça Roosevelt. O festival Amor Sim, Russomanno Não aconteceu dois dias antes do primeiro turno. A uma semana do segundo turno, a edição Existe Amor em SP levou uma multidão à Roosevelt para ver shows de Criolo e Gaby Amarantos. Alguns organizadores do Existe Amor em SP passaram a integrar a gestão em 2013. Rodrigo Savazoni foi nomeado chefe de gabinete na Secretaria Municipal de Cultura. Alê Youssef e Pedro Alexandre Sanches integraram a curadoria da Virada Cultural. OUTRO LADO Procurada pela Folha, a prefeitura informou que autorizou a realização de um show. O pedido registrado não explicita cunho político. Ainda de acordo com a administração, o acordo de 2015 pede agendamento com mínimo de 30 dias apenas para eventos com mais de mil pessoas. No pedido, o público estimado pelo #ResisteSP é de "aproximadamente mil pessoas", dispensando a antecedência. Os organizadores afirmam que festa não manifestará apoio a partidos e não recebeu aporte financeiro de campanhas. "Não escondemos que é contra o conservadorismo, mas não representa nenhum candidato", diz Warley Alves, produtor cultural.
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Gestão Haddad autoriza festa contra adversários na véspera da eleiçãoPAULA REVERBEL GABRIELA SÁ PESSOA DE SÃO PAULO A Subprefeitura da Sé autorizou a realização de festival de música crítico aos candidatos João Doria (PSDB), Celso Russomanno (PRB) e Marta Suplicy (PMDB) na praça Roosevelt no sábado (1º), véspera da eleição. Os três estão à frente nas pesquisas do prefeito Fernando Haddad (PT), candidato à reeleição. Na quarta (28), o Ministério Público pediu uma liminar à Justiça Eleitoral para cancelar o evento. O promotores José Carlos Bonilha e Vera Lúcia Taberti argumentam que a descrição e o local da festa têm cunho político-partidário. "Este ano foi ano de golpe na democracia brasileira. Agora, em São Paulo nos ameaçam Marta, Russomanno e Doria com seus retrocessos", dizia a divulgação no Facebook do festival #ResisteSP. A página foi alterada. Segundo os organizadores, a citação aos três candidatos se deve à liderança nas pesquisas e por representarem o conservadorismo. Afirmam, também, que o evento não está ligado a nenhum partido. A lei veda realização de eventos de caráter eleitoral a menos de 200 metros de escolas e igrejas funcionamento e de estabelecimentos militares. Nas imediações da Roosevelt, há duas igrejas e duas escolas. Além disso, a praça abriga uma base da Polícia Militar e outra da Guarda Civil Metropolitana. Moradores da região procuraram a prefeitura argumentando que o agendamento do festival deveria ter sido feito com 30 dias de antecedência. Baseavam-se em uma norma da subprefeitura, de 2015, e em um acordo do mesmo ano entre a gestão da Sé e o Ministério Público Estadual, firmado devido a reclamações de barulho. Procurada pelos moradores, a prefeitura inicialmente afirmou que não autorizaria o festival, mas voltou atrás. As associações de bairro procuraram a Promotoria Eleitoral na terça-feira (27). O festival #ResisteSP programou shows gratuitos do cantor pernambucano Otto, do rapper Rincón Sapiência, entre outros músicos. Também está prevista discotecagem dos coletivos Santo Forte, Discopedia, Batekoo e Soundsystem. Nas eleições de 2012, dois eventos semelhantes aconteceram na praça Roosevelt. O festival Amor Sim, Russomanno Não aconteceu dois dias antes do primeiro turno. A uma semana do segundo turno, a edição Existe Amor em SP levou uma multidão à Roosevelt para ver shows de Criolo e Gaby Amarantos. Alguns organizadores do Existe Amor em SP passaram a integrar a gestão em 2013. Rodrigo Savazoni foi nomeado chefe de gabinete na Secretaria Municipal de Cultura. Alê Youssef e Pedro Alexandre Sanches integraram a curadoria da Virada Cultural. OUTRO LADO Procurada pela Folha, a prefeitura informou que autorizou a realização de um show. O pedido registrado não explicita cunho político. Ainda de acordo com a administração, o acordo de 2015 pede agendamento com mínimo de 30 dias apenas para eventos com mais de mil pessoas. No pedido, o público estimado pelo #ResisteSP é de "aproximadamente mil pessoas", dispensando a antecedência. Os organizadores afirmam que festa não manifestará apoio a partidos e não recebeu aporte financeiro de campanhas. "Não escondemos que é contra o conservadorismo, mas não representa nenhum candidato", diz Warley Alves, produtor cultural.
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Perto de completar 250 jogos no Santos, Robinho pede vitória e gol
Em meio à negociação para prolongar sua estadia na Vila Belmiro, Robinho chegará, neste domingo (16), diante do Cruzeiro, ao jogo de número 250 pelo Santos. O jogador será homenageado com uma placa comemorativa antes da partida, ao lado de Elano e Cicinho, que chegaram a marca de 300 e 100 partidas pelo clube, respectivamente. Robinho estreou no profissional em 24 de março de 2002, na vitória por 2 a 0 contra o Guarani, na Vila Belmiro. "É motivo de orgulho fazer 250 jogos. Mais importante vai ser se meu time ganhar. Vou pedir a Deus de presente que seja 250 jogos com vitória e um gol meu", disse. Caso o atacante marque, fará do Cruzeiro sua segunda maior vítima. Isto porque depois do Figueirense, no qual ele marcou seis vezes, o Cruzeiro levou quatro gols do camisa sete. Além destes, Corinthians, Coritiba, Grêmio, Paraná, Paysandu e Portuguesa foram vazados quatro vezes por Robinho. Na semana passada ele acertou sua rescisão contratual com o Milan, que ainda será homologada. Sendo assim, após o contrato de empréstimo que tem com o Santos e que vai até o fim de junho, ele ficará livre para negociar, sem ter custos sobre seus direitos econômicos, o que aumenta as chances do Santos em tê-lo por mais tempo. O que impede a equipe alvinegra de confirmar a permanência do jogador é uma dívida, referente aos direitos de imagem do atleta que estão em atraso. ROBINHO NO SANTOS: 2002 - 37 jogos - 11 gols (média 0,3 por jogo) 2003 - 61 jogos - 16 gols (média 0,3 por jogo) 2004 - 57 jogos - 32 gols (média 0,6 por jogo) 2005 - 34 jogos - 24 gols (média 0,7 por jogo) 2010 - 23 jogos - 11 gols (média 0,5 por jogo) 2014 - 21 jogos - 9 gols (média 0,4 por jogo) 2015 - 16 jogos - 7 gols (média 0,4 por jogo)
esporte
Perto de completar 250 jogos no Santos, Robinho pede vitória e golEm meio à negociação para prolongar sua estadia na Vila Belmiro, Robinho chegará, neste domingo (16), diante do Cruzeiro, ao jogo de número 250 pelo Santos. O jogador será homenageado com uma placa comemorativa antes da partida, ao lado de Elano e Cicinho, que chegaram a marca de 300 e 100 partidas pelo clube, respectivamente. Robinho estreou no profissional em 24 de março de 2002, na vitória por 2 a 0 contra o Guarani, na Vila Belmiro. "É motivo de orgulho fazer 250 jogos. Mais importante vai ser se meu time ganhar. Vou pedir a Deus de presente que seja 250 jogos com vitória e um gol meu", disse. Caso o atacante marque, fará do Cruzeiro sua segunda maior vítima. Isto porque depois do Figueirense, no qual ele marcou seis vezes, o Cruzeiro levou quatro gols do camisa sete. Além destes, Corinthians, Coritiba, Grêmio, Paraná, Paysandu e Portuguesa foram vazados quatro vezes por Robinho. Na semana passada ele acertou sua rescisão contratual com o Milan, que ainda será homologada. Sendo assim, após o contrato de empréstimo que tem com o Santos e que vai até o fim de junho, ele ficará livre para negociar, sem ter custos sobre seus direitos econômicos, o que aumenta as chances do Santos em tê-lo por mais tempo. O que impede a equipe alvinegra de confirmar a permanência do jogador é uma dívida, referente aos direitos de imagem do atleta que estão em atraso. ROBINHO NO SANTOS: 2002 - 37 jogos - 11 gols (média 0,3 por jogo) 2003 - 61 jogos - 16 gols (média 0,3 por jogo) 2004 - 57 jogos - 32 gols (média 0,6 por jogo) 2005 - 34 jogos - 24 gols (média 0,7 por jogo) 2010 - 23 jogos - 11 gols (média 0,5 por jogo) 2014 - 21 jogos - 9 gols (média 0,4 por jogo) 2015 - 16 jogos - 7 gols (média 0,4 por jogo)
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Nova protagonista da série britânica 'Doctor Who' será uma mulher
A atriz inglesa Jodie Whittaker será a primeira mulher a interpretar o personagem protagonista de "Doctor Who", a cultuada série de ficção científica da BBC, anunciou neste domingo o canal britânico. A atriz de 35 anos, da série policial "Broadchurch", fará sua estreia na série no episódio especial de Natal 2017, indicou a BBC, que lançou neste domingo um breve trailer, logo após a final do torneio de tênis de Wimbledon. Criada em 1963, a série "Doctor Who" bateu o recorde de longevidade na categoria de série SF, segundo o livro Guinness dos recordes. "Doctor Who" narra as aventuras do personagem principal, um alienígena da raça dos Senhores do Tempo (Time Lords), chamado Doutor que viaja a bordo de uma máquina que pode viajar através do espaço e tempo e que aparenta uma cabine telefônica azul. Jodie Whittaker será a 13ª a interpretar o papel, após o escocês Peter Capaldi que fazia o papel desde 2013. A série celebrou o seu 50º aniversário há quatro anos, transmitindo simultaneamente em cerca de 100 países um episódio especial. Trailer
ilustrada
Nova protagonista da série britânica 'Doctor Who' será uma mulherA atriz inglesa Jodie Whittaker será a primeira mulher a interpretar o personagem protagonista de "Doctor Who", a cultuada série de ficção científica da BBC, anunciou neste domingo o canal britânico. A atriz de 35 anos, da série policial "Broadchurch", fará sua estreia na série no episódio especial de Natal 2017, indicou a BBC, que lançou neste domingo um breve trailer, logo após a final do torneio de tênis de Wimbledon. Criada em 1963, a série "Doctor Who" bateu o recorde de longevidade na categoria de série SF, segundo o livro Guinness dos recordes. "Doctor Who" narra as aventuras do personagem principal, um alienígena da raça dos Senhores do Tempo (Time Lords), chamado Doutor que viaja a bordo de uma máquina que pode viajar através do espaço e tempo e que aparenta uma cabine telefônica azul. Jodie Whittaker será a 13ª a interpretar o papel, após o escocês Peter Capaldi que fazia o papel desde 2013. A série celebrou o seu 50º aniversário há quatro anos, transmitindo simultaneamente em cerca de 100 países um episódio especial. Trailer
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Fifa estende punição por doping do meia Fred para nível mundial
A Fifa informou nesta sexta-feira (5) que estendeu a punição por doping do meia Fred para nível mundial. Dessa forma, ele não pode participar de nenhuma partida profissional e nem de amistosos. Fred já havia sido suspenso por um ano pela Conmebol, em dezembro de 2015, por ter sido flagrado positivo em um exame antidoping realizado durante a Copa América do Chile, em junho. Até então, a punição era válida apenas para competições organizadas pela Conmebol. O início da contagem da suspensão é 27 de junho de 2015. Após a partida em que o Brasil foi eliminado pelo Paraguai na Copa América, foi encontrada a substância hidroclorotiazida, um diurético usado, normalmente, para mascarar o uso de produtos mais fortes, como anabolizantes ou drogas sociais. O jogador nega o uso de qualquer substância e diz não saber como ela entrou em seu corpo. No início de novembro do ano passado, a defesa usou o argumento de que nenhuma outra substância, como estimulantes, foi encontrada no corpo do atleta, na tentativa de absolvê-lo.
esporte
Fifa estende punição por doping do meia Fred para nível mundialA Fifa informou nesta sexta-feira (5) que estendeu a punição por doping do meia Fred para nível mundial. Dessa forma, ele não pode participar de nenhuma partida profissional e nem de amistosos. Fred já havia sido suspenso por um ano pela Conmebol, em dezembro de 2015, por ter sido flagrado positivo em um exame antidoping realizado durante a Copa América do Chile, em junho. Até então, a punição era válida apenas para competições organizadas pela Conmebol. O início da contagem da suspensão é 27 de junho de 2015. Após a partida em que o Brasil foi eliminado pelo Paraguai na Copa América, foi encontrada a substância hidroclorotiazida, um diurético usado, normalmente, para mascarar o uso de produtos mais fortes, como anabolizantes ou drogas sociais. O jogador nega o uso de qualquer substância e diz não saber como ela entrou em seu corpo. No início de novembro do ano passado, a defesa usou o argumento de que nenhuma outra substância, como estimulantes, foi encontrada no corpo do atleta, na tentativa de absolvê-lo.
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Instagram censura postagem da Folha
O Facebook, controlador do Instagram, apagou uma postagem feita na página da Folha na rede social. A postagem se referia a uma entrevista da revista "Serafina" com Maria Alice Vergueiro. Logo após a publicação da reportagem, no domingo (30), a foto da veterana atriz com os seios nus, a mesma da capa da revista, foi postada na conta do jornal no Instagram, que possui cerca de 500 mil seguidores. A postagem foi apagada na tarde desta quarta-feira (2). Esta foi a primeira vez que uma postagem da Folha foi censurada no Instagram. No Facebook já houve censura por seis vezes, todas devido a imagens que continham nudez. Procurado pela reportagem da Folha, o Instagram informou que a postagem permanecerá apagada. "Nem sempre é fácil encontrar o equilíbrio entre permitir que as pessoas se expressem de maneira criativa e manter uma experiência confortável para nossa comunidade global, com culturas e idades diversas, mas nós tentamos fazer o nosso melhor", apontou a empresa.
poder
Instagram censura postagem da FolhaO Facebook, controlador do Instagram, apagou uma postagem feita na página da Folha na rede social. A postagem se referia a uma entrevista da revista "Serafina" com Maria Alice Vergueiro. Logo após a publicação da reportagem, no domingo (30), a foto da veterana atriz com os seios nus, a mesma da capa da revista, foi postada na conta do jornal no Instagram, que possui cerca de 500 mil seguidores. A postagem foi apagada na tarde desta quarta-feira (2). Esta foi a primeira vez que uma postagem da Folha foi censurada no Instagram. No Facebook já houve censura por seis vezes, todas devido a imagens que continham nudez. Procurado pela reportagem da Folha, o Instagram informou que a postagem permanecerá apagada. "Nem sempre é fácil encontrar o equilíbrio entre permitir que as pessoas se expressem de maneira criativa e manter uma experiência confortável para nossa comunidade global, com culturas e idades diversas, mas nós tentamos fazer o nosso melhor", apontou a empresa.
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Novo líder do simulador acumula ganho de 164,7%
O participante Laercio Marinzek registra valorização de 164,7% em sua carteira de ações e lidera o ranking do Folhainvest, simulador da Bolsa fruto de parceria da Folha com a BM&FBovespa. Em segundo, está Odair Machado, com 163,9%, seguido por Guilherme Barros, com 153,5%. Em quarto, está Roger Thiago Alves Rodrigues, com 142,5%, e, em quinto, Gerd Spliter, com 135,3%. Os interessados podem se cadastrar no site do simulador. A premiação inclui cursos sobre investimentos, acesso a banco de dados de cotações e iPads, mas pode haver substituição desses itens por produtos equivalentes ou com valor financeiro similar.
mercado
Novo líder do simulador acumula ganho de 164,7%O participante Laercio Marinzek registra valorização de 164,7% em sua carteira de ações e lidera o ranking do Folhainvest, simulador da Bolsa fruto de parceria da Folha com a BM&FBovespa. Em segundo, está Odair Machado, com 163,9%, seguido por Guilherme Barros, com 153,5%. Em quarto, está Roger Thiago Alves Rodrigues, com 142,5%, e, em quinto, Gerd Spliter, com 135,3%. Os interessados podem se cadastrar no site do simulador. A premiação inclui cursos sobre investimentos, acesso a banco de dados de cotações e iPads, mas pode haver substituição desses itens por produtos equivalentes ou com valor financeiro similar.
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Atrevido, Merquior foi uma figura central
Quando conheci Merquior, em 1969, ele era um jovem secretário de embaixada em Paris. Diplomata formado no período democrático, anterior ao golpe, ele não se curvava às restrições impostas pela ditadura e tratava de manter a amizade e a conversa com intelectuais de esquerda, com os quais tinha interesses e bibliografia em comum. No ambiente policial que reinava, essa independência, certamente honrosa, requeria alguma coragem. Com o tempo, Merquior evoluiu para o ataque à esquerda, cujas ideias entretanto o interessavam vivamente, levando-o a posições paradoxais. Assim, em plena ditadura, ele publicou um panorama das posições estético-sociais de Marcuse, Benjamin e Adorno, cheio de assuntos avançados, que para os militares seriam tabu. Era um atrevimento, mas um atrevimento com cobertura, pois a tese do trabalho era de que esses autores representavam o atraso, bem ao contrário de Heidegger –o que salvo engano invertia tudo. Com estratégia parecida, sempre em nome da razão, Merquior polemizava contra o marxismo, a psicanálise e a arte moderna, numa espécie de crítica ao pensamento crítico e à negatividade, ou seja, a tudo que apontasse para além da ordem burguesa. Resultava daí uma espécie desconcertante de guerrilha a favor do establishment, ou de conformismo combativo. A massa de referências artísticas, teóricas e históricas que Merquior mobilizava em seus estudos fazia dele um caso à parte em nossa crítica. Não estávamos acostumados a ver os nossos autores submetidos a uma reflexão tão numerosa e cosmopolita. Pode ser que houvesse alguma desproporção entre esse aparato conceitual imponente e os resultados da análise, mas não há dúvida de que a leitura da crítica de Merquior ajudava e de que ele foi uma das figuras centrais de minha geração. Dito isso, a literatura e as ideias para ele contavam mais que o resto. A sua conversa inesgotável, sempre interessante e civilizada, que jorrava como uma força da natureza, era um espetáculo memorável. ROBERTO SCHWARZ, 76, é crítico literário e escritor, autor de "A Lata de Lixo da História" (Companhia das Letras).
ilustrissima
Atrevido, Merquior foi uma figura centralQuando conheci Merquior, em 1969, ele era um jovem secretário de embaixada em Paris. Diplomata formado no período democrático, anterior ao golpe, ele não se curvava às restrições impostas pela ditadura e tratava de manter a amizade e a conversa com intelectuais de esquerda, com os quais tinha interesses e bibliografia em comum. No ambiente policial que reinava, essa independência, certamente honrosa, requeria alguma coragem. Com o tempo, Merquior evoluiu para o ataque à esquerda, cujas ideias entretanto o interessavam vivamente, levando-o a posições paradoxais. Assim, em plena ditadura, ele publicou um panorama das posições estético-sociais de Marcuse, Benjamin e Adorno, cheio de assuntos avançados, que para os militares seriam tabu. Era um atrevimento, mas um atrevimento com cobertura, pois a tese do trabalho era de que esses autores representavam o atraso, bem ao contrário de Heidegger –o que salvo engano invertia tudo. Com estratégia parecida, sempre em nome da razão, Merquior polemizava contra o marxismo, a psicanálise e a arte moderna, numa espécie de crítica ao pensamento crítico e à negatividade, ou seja, a tudo que apontasse para além da ordem burguesa. Resultava daí uma espécie desconcertante de guerrilha a favor do establishment, ou de conformismo combativo. A massa de referências artísticas, teóricas e históricas que Merquior mobilizava em seus estudos fazia dele um caso à parte em nossa crítica. Não estávamos acostumados a ver os nossos autores submetidos a uma reflexão tão numerosa e cosmopolita. Pode ser que houvesse alguma desproporção entre esse aparato conceitual imponente e os resultados da análise, mas não há dúvida de que a leitura da crítica de Merquior ajudava e de que ele foi uma das figuras centrais de minha geração. Dito isso, a literatura e as ideias para ele contavam mais que o resto. A sua conversa inesgotável, sempre interessante e civilizada, que jorrava como uma força da natureza, era um espetáculo memorável. ROBERTO SCHWARZ, 76, é crítico literário e escritor, autor de "A Lata de Lixo da História" (Companhia das Letras).
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Governo não tem como baixar o preço do diesel, afirma Dilma
Em meio à maior crise que enfrenta desde o início de seu governo, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (25), em Feira de Santana (BA), que não é possível reduzir o preço do diesel, uma das principais reivindicações dos caminhoneiros que bloqueiam estradas em ao menos 12 Estados, provocando o desabastecimento em várias regiões do país. "O governo não tem como baixar o preço do diesel", disse. Segundo a presidente, o governo não elevou o preço do óleo, mas apenas recompôs o valor da Cide (tributo regulador do preço de combustíveis). "O que fizemos foi recompor a Cide. E não elevamos uma vírgula o preço dos combustíveis e nem abaixamos", afirmou. A presidente reclamou que o governo foi criticado quando baixou a Cide, e também quando o tributo foi retomado. "Quando a parte dura da crise começou, nós baixamos a Cide para poder ter um enfrentamento da crise. Agora nós achamos que é hora de voltar com a Cide." Dilma não detalhou quais medidas o governo vai oferecer aos caminhoneiros em rodada de negociações que está prevista para ocorrer nesta tarde, em Brasília. Os caminhoneiros, que fazem protestos pelo país desde a semana passada, pedem redução no preço do diesel e do pedágio, tabelamento dos fretes e a sanção, por parte de Dilma, de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho -a categoria quer a liberação de mais horas trabalhadas por dia para aumentar os ganhos. O governo teve dificuldades nos últimos dias para resolver o problema porque não conseguia identificar líderes que respondessem por todo o conjunto de manifestantes. Responsáveis, em média, por 58% do transporte de mercadorias no país, segundo o Ministério dos Transportes, os caminhões têm participação ainda mais alta em setores como o de grãos. Nesta quarta, o número de rodovias federais com trechos interditados pela paralisação caiu. São 99 pontos nesta manhã, ante 115 registrados na noite de terça, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Em São Paulo, a paralisação afeta apenas uma rodovia estadual, de acordo com a polícia. Cerca de 150 caminhoneiros se reúnem as margens da rodovia Raposo Tavares, na altura do quiilômetro 433, na cidade de Cândido Mota (431 km de São Paulo). Apenas uma faixa da rodovia está liberada, por onde passam veículos de passeio e caminhões que transportam carga viva, informou a assessoria de imprensa da Polícia Rodoviária Estadual. SÃO PAULO Apesar de ter só uma rodovia diretamente atingida, São Paulo começa a ter o abastecimento de frutas afetado pela greve. O Ceagesp registra uma queda de 10% no recebimento de frutas produzidas na região Sul do país, como melancia, maçã, pera e ameixa. Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina estão entre os Estados mais afetados pela manifestação dos caminhoneiros. Atacadistas também apontam que, a partir do final desta semana, a oferta de produtos como banana, mamão e morango também pode diminuir. As cargas dessas mercadorias estão paradas em Governador Valadares (MG) e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (MG) e de Curitiba (PR). Segundo a assessoria de imprensa do entreposto, há carregamentos retidos nas rodovias desde o último domingo (22), o que já ocasionou perdas. O abastecimento de verduras, legumes e hortaliças, no entanto, ainda não é afetado, pois cerca de 80% desses alimentos vendidos na Ceagesp são produzidos no Cinturão Verde de São Paulo, região que abrange cidades como Mogi das Cruzes, Suzano e Jundiaí -região onde ainda não há bloqueio de rodovias. Ao contrário do que ocorreu em regiões dos Estados do Sul do país e no Mato Grosso, São Paulo não enfrenta escassez de combustível. Segundo José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro (sindicato dos postos), o Estado -principalmente a região metropolitana de SP- não foi afetada porque as rodovias que ligam os centros distribuidores às principais cidades não foram bloqueadas. "Ainda não tivemos queixa dos postos de São Paulo. A Castello Branco, por exemplo, não teve problema", diz. Barueri, que tem ligação com a rodovia, concentra um polo distribuidor de combustível.
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Governo não tem como baixar o preço do diesel, afirma DilmaEm meio à maior crise que enfrenta desde o início de seu governo, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (25), em Feira de Santana (BA), que não é possível reduzir o preço do diesel, uma das principais reivindicações dos caminhoneiros que bloqueiam estradas em ao menos 12 Estados, provocando o desabastecimento em várias regiões do país. "O governo não tem como baixar o preço do diesel", disse. Segundo a presidente, o governo não elevou o preço do óleo, mas apenas recompôs o valor da Cide (tributo regulador do preço de combustíveis). "O que fizemos foi recompor a Cide. E não elevamos uma vírgula o preço dos combustíveis e nem abaixamos", afirmou. A presidente reclamou que o governo foi criticado quando baixou a Cide, e também quando o tributo foi retomado. "Quando a parte dura da crise começou, nós baixamos a Cide para poder ter um enfrentamento da crise. Agora nós achamos que é hora de voltar com a Cide." Dilma não detalhou quais medidas o governo vai oferecer aos caminhoneiros em rodada de negociações que está prevista para ocorrer nesta tarde, em Brasília. Os caminhoneiros, que fazem protestos pelo país desde a semana passada, pedem redução no preço do diesel e do pedágio, tabelamento dos fretes e a sanção, por parte de Dilma, de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho -a categoria quer a liberação de mais horas trabalhadas por dia para aumentar os ganhos. O governo teve dificuldades nos últimos dias para resolver o problema porque não conseguia identificar líderes que respondessem por todo o conjunto de manifestantes. Responsáveis, em média, por 58% do transporte de mercadorias no país, segundo o Ministério dos Transportes, os caminhões têm participação ainda mais alta em setores como o de grãos. Nesta quarta, o número de rodovias federais com trechos interditados pela paralisação caiu. São 99 pontos nesta manhã, ante 115 registrados na noite de terça, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Em São Paulo, a paralisação afeta apenas uma rodovia estadual, de acordo com a polícia. Cerca de 150 caminhoneiros se reúnem as margens da rodovia Raposo Tavares, na altura do quiilômetro 433, na cidade de Cândido Mota (431 km de São Paulo). Apenas uma faixa da rodovia está liberada, por onde passam veículos de passeio e caminhões que transportam carga viva, informou a assessoria de imprensa da Polícia Rodoviária Estadual. SÃO PAULO Apesar de ter só uma rodovia diretamente atingida, São Paulo começa a ter o abastecimento de frutas afetado pela greve. O Ceagesp registra uma queda de 10% no recebimento de frutas produzidas na região Sul do país, como melancia, maçã, pera e ameixa. Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina estão entre os Estados mais afetados pela manifestação dos caminhoneiros. Atacadistas também apontam que, a partir do final desta semana, a oferta de produtos como banana, mamão e morango também pode diminuir. As cargas dessas mercadorias estão paradas em Governador Valadares (MG) e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (MG) e de Curitiba (PR). Segundo a assessoria de imprensa do entreposto, há carregamentos retidos nas rodovias desde o último domingo (22), o que já ocasionou perdas. O abastecimento de verduras, legumes e hortaliças, no entanto, ainda não é afetado, pois cerca de 80% desses alimentos vendidos na Ceagesp são produzidos no Cinturão Verde de São Paulo, região que abrange cidades como Mogi das Cruzes, Suzano e Jundiaí -região onde ainda não há bloqueio de rodovias. Ao contrário do que ocorreu em regiões dos Estados do Sul do país e no Mato Grosso, São Paulo não enfrenta escassez de combustível. Segundo José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro (sindicato dos postos), o Estado -principalmente a região metropolitana de SP- não foi afetada porque as rodovias que ligam os centros distribuidores às principais cidades não foram bloqueadas. "Ainda não tivemos queixa dos postos de São Paulo. A Castello Branco, por exemplo, não teve problema", diz. Barueri, que tem ligação com a rodovia, concentra um polo distribuidor de combustível.
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Portos suíços armazenam 79 obras de Picasso há mais de três anos
Um lote de 79 obras de Picasso, avaliadas em 300 milhões de euros (R$ 1,33 bilhão), está armazenado nos portos de Genebra desde outubro de 2012, depois que Catherine Hutin-Blay, enteada do artista, as enviou da França, informou nesta segunda-feira (15) o jornal "Le Point". Vários famosos e valiosos retratos de sua mãe, Jacqueline Picasso, última mulher do pintor, estão entre as obras que estão há mais de três anos nos portos, lugar que funciona não só como ponto de entrada de mercadorias na Suíça, mas como centro logístico de armazenagem. Filha do primeiro casamento de Jacqueline Picasso, Hutin-Blay, hoje com 67 anos, herdou após o suicídio da mãe, em outubro de 1986, mais de mil quadros do pintor, assim como centenas de gravuras, esculturas e um grande patrimônio imobiliário. O famoso retrato "Jacqueline em traje turco", avaliado em 35 milhões de euros (R$ 155 milhões), o favorito da viúva de Picasso, é uma das obras que dormem há quase quatro anos em "outro cofre suíço", segundo informou no domingo o portal "Agefi". Outras visões da mãe da herdeira pintadas por Picasso, "Jacqueline sentada na cadeira de balanço", estimada em 30 milhões de euros (R$ 133 milhões), e "Jacqueline de mãos cruzadas", valorada em dez milhões (R$ 44 milhões), figuram igualmente na lista. O jornal "Le Point", que tentou sem sucesso obter a opinião dos advogados de Hutin-Blay sobre esse envio de uma tonelada à beira do lago Leman, diz não compreender "tanto mistério, pois os quadros de Picasso foram enviados normalmente, acompanhados de seus documentos alfandegários e licenças de exportação". A personalidade da dona das obras dá ao caso uma dimensão particular, entre outras razões porque Hutin-Blay sempre se apresentou como uma colecionadora, e não como uma mulher de negócios interessada no dinheiro, e ainda menos como alguém capaz de se afastar de vários grandes retratos de sua mãe. "Não revendo obras, a menos que me sinta obrigada", disse ao "Le Parisien" em julho de 2013 a filha de Jacqueline Roque, que em 2015, segundo a imprensa, em relação a uma denúncia de roubo que ela mesma tinha apresentado, garantiu que seria impossível se separar de uma representação de sua mãe. O gabinete de advogados que a representa não quis se pronunciar a respeito, alegando a existência desse processo penal aberto na França e o necessário sigilo. O "Le Point" ressalta em seu site que tal procedimento não tem relação alguma com as obras enviadas à Suíça. Para o "Le Point", as razões pelas quais Hutin-Blay, residente em Paris, decidiu expedir quadros tão prestigiados aos portos de Genebra podem ser as melhores possibilidades oferecidas pela Suíça para vendê-los com discrição.
ilustrada
Portos suíços armazenam 79 obras de Picasso há mais de três anosUm lote de 79 obras de Picasso, avaliadas em 300 milhões de euros (R$ 1,33 bilhão), está armazenado nos portos de Genebra desde outubro de 2012, depois que Catherine Hutin-Blay, enteada do artista, as enviou da França, informou nesta segunda-feira (15) o jornal "Le Point". Vários famosos e valiosos retratos de sua mãe, Jacqueline Picasso, última mulher do pintor, estão entre as obras que estão há mais de três anos nos portos, lugar que funciona não só como ponto de entrada de mercadorias na Suíça, mas como centro logístico de armazenagem. Filha do primeiro casamento de Jacqueline Picasso, Hutin-Blay, hoje com 67 anos, herdou após o suicídio da mãe, em outubro de 1986, mais de mil quadros do pintor, assim como centenas de gravuras, esculturas e um grande patrimônio imobiliário. O famoso retrato "Jacqueline em traje turco", avaliado em 35 milhões de euros (R$ 155 milhões), o favorito da viúva de Picasso, é uma das obras que dormem há quase quatro anos em "outro cofre suíço", segundo informou no domingo o portal "Agefi". Outras visões da mãe da herdeira pintadas por Picasso, "Jacqueline sentada na cadeira de balanço", estimada em 30 milhões de euros (R$ 133 milhões), e "Jacqueline de mãos cruzadas", valorada em dez milhões (R$ 44 milhões), figuram igualmente na lista. O jornal "Le Point", que tentou sem sucesso obter a opinião dos advogados de Hutin-Blay sobre esse envio de uma tonelada à beira do lago Leman, diz não compreender "tanto mistério, pois os quadros de Picasso foram enviados normalmente, acompanhados de seus documentos alfandegários e licenças de exportação". A personalidade da dona das obras dá ao caso uma dimensão particular, entre outras razões porque Hutin-Blay sempre se apresentou como uma colecionadora, e não como uma mulher de negócios interessada no dinheiro, e ainda menos como alguém capaz de se afastar de vários grandes retratos de sua mãe. "Não revendo obras, a menos que me sinta obrigada", disse ao "Le Parisien" em julho de 2013 a filha de Jacqueline Roque, que em 2015, segundo a imprensa, em relação a uma denúncia de roubo que ela mesma tinha apresentado, garantiu que seria impossível se separar de uma representação de sua mãe. O gabinete de advogados que a representa não quis se pronunciar a respeito, alegando a existência desse processo penal aberto na França e o necessário sigilo. O "Le Point" ressalta em seu site que tal procedimento não tem relação alguma com as obras enviadas à Suíça. Para o "Le Point", as razões pelas quais Hutin-Blay, residente em Paris, decidiu expedir quadros tão prestigiados aos portos de Genebra podem ser as melhores possibilidades oferecidas pela Suíça para vendê-los com discrição.
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Caixa suspende crédito para móveis e eletros no Minha Casa Minha Vida
A Caixa suspendeu na última sexta-feira (20) as contratações do Minha Casa Melhor, uma linha de crédito para beneficiários do Minha Casa Minha Vida comprarem móveis e eletrodomésticos. A liberação do dinheiro é feita por meio de um cartão específico para este programa. Em nota, o banco estatal informou que as novas contratações estão sendo discutidas no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida fase 3, sem data para sair do papel. Disse ainda que os cartões referentes a contratos já assinados continuam valendo. O cartão do Minha Casa Melhor é uma linha de até R$ 5.000, que podem ser pagos em até 48 meses, com juros de 5% ao ano. Os varejistas cadastrados no programa são obrigados a dar, no mínimo, 5% de desconto sobre o preço à vista. Lançado em junho de 2013 pelo Palácio do Planalto, o Minha Casa Melhor dividiu opiniões dentro do governo e tinha resistência por parte do banco estatal, devido ao seu impacto sobre as contas públicas e ao risco de inadimplência. Se todos os beneficiários tomassem o crédito, seriam necessário R$ 18,8 bilhões, mas o Tesouro Nacional colocou à disposição da Caixa R$ 3 bilhões para serem emprestados.
mercado
Caixa suspende crédito para móveis e eletros no Minha Casa Minha VidaA Caixa suspendeu na última sexta-feira (20) as contratações do Minha Casa Melhor, uma linha de crédito para beneficiários do Minha Casa Minha Vida comprarem móveis e eletrodomésticos. A liberação do dinheiro é feita por meio de um cartão específico para este programa. Em nota, o banco estatal informou que as novas contratações estão sendo discutidas no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida fase 3, sem data para sair do papel. Disse ainda que os cartões referentes a contratos já assinados continuam valendo. O cartão do Minha Casa Melhor é uma linha de até R$ 5.000, que podem ser pagos em até 48 meses, com juros de 5% ao ano. Os varejistas cadastrados no programa são obrigados a dar, no mínimo, 5% de desconto sobre o preço à vista. Lançado em junho de 2013 pelo Palácio do Planalto, o Minha Casa Melhor dividiu opiniões dentro do governo e tinha resistência por parte do banco estatal, devido ao seu impacto sobre as contas públicas e ao risco de inadimplência. Se todos os beneficiários tomassem o crédito, seriam necessário R$ 18,8 bilhões, mas o Tesouro Nacional colocou à disposição da Caixa R$ 3 bilhões para serem emprestados.
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Cientistas estudam 'dissolução do ego' e outros efeitos do uso de LSD
Cientistas do Reino Unido e de outras partes do mundo publicaram nesta semana um dos estudos mais completos sobre os efeitos cerebrais do alucinógeno LSD (ácido lisérgico, na sigla em alemão). Uma das características do uso da droga é a "perda de ritmo" dos neurônios. Grupos que funcionavam juntos deixam de fazê-lo com a droga. Isso está ligado a uma perda da noção de si, conhecida como "dissolução do ego". No experimento, os efeitos alucinógenos duraram cerca de 8 horas, período em que que os testes foram feitos. O estudo mostrou também que outras áreas do cérebro contribuíam para o processamento visual, o que pode explicar as alucinações visuais geralmente ligadas à droga. Segundo os autores, o efeito entrópico –"desorganização"– provocado pelo psicodélico pode ser uma ferramenta para reparar padrões defeituosos provocados por doenças mentais. O estudo saiu na revista "Pnas". Os próximos trabalhos devem mostrar os efeitos do LSD sobre a experiência de se ouvir música e a relação entre "dissolução do ego" e aumento de conectividade global dos neurônios.
equilibrioesaude
Cientistas estudam 'dissolução do ego' e outros efeitos do uso de LSDCientistas do Reino Unido e de outras partes do mundo publicaram nesta semana um dos estudos mais completos sobre os efeitos cerebrais do alucinógeno LSD (ácido lisérgico, na sigla em alemão). Uma das características do uso da droga é a "perda de ritmo" dos neurônios. Grupos que funcionavam juntos deixam de fazê-lo com a droga. Isso está ligado a uma perda da noção de si, conhecida como "dissolução do ego". No experimento, os efeitos alucinógenos duraram cerca de 8 horas, período em que que os testes foram feitos. O estudo mostrou também que outras áreas do cérebro contribuíam para o processamento visual, o que pode explicar as alucinações visuais geralmente ligadas à droga. Segundo os autores, o efeito entrópico –"desorganização"– provocado pelo psicodélico pode ser uma ferramenta para reparar padrões defeituosos provocados por doenças mentais. O estudo saiu na revista "Pnas". Os próximos trabalhos devem mostrar os efeitos do LSD sobre a experiência de se ouvir música e a relação entre "dissolução do ego" e aumento de conectividade global dos neurônios.
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Barça e Real têm jogos difíceis na briga pela liderança; veja partidas na Europa
Os três favoritos ao título do Campeonato Espanhol jogam neste domingo (8). O Real Madrid visita o Sevilla, pela 11ª rodada, o Barcelona, em casa, pega o Villarreal, e o Atlético de Madri recebe o Sporting Gijón. O Real divide a liderança com o Barça, ambos com 24 pontos. O Atlético tem 20. Mesmo sem Messi, ainda lesionado, o Barcelona tem jogado bem, com Neymar assumindo o papel de protagonista. No meio da semana, o brasileiro foi destaque na vitória por 3 a 0 do clube sobre o Bate Borisov, pela Liga dos Campeões. INGLÊS Já o Campeonato Inglês tem um duelo de muita rivalidade em Londres. Às 14h (com ESPN), o vice-líder Arsenal recebe o Tottenham, buscando esquecer a goleada sofrida para o Bayern de Munique, na Alemanha, por 5 a 1, na Liga dos Campeões. Já os Spurs estão em ascensão e, na quinta colocação, já vislumbram a entrada no G4. Líder do Inglês, com os mesmos 25 pontos do Arsenal, mas em vantagem no saldo de gols, às 11h30, o Manchester City visita o lanterna Aston Villa. ITALIANO A Roma, que está a apenas um ponto de Inter de Milão e Fiorentina, líderes do Italiano, disputa o clássico da capital italiana contra a Lazio neste domingo (8), às 12h (com Fox Sports), em busca da primeira posição na tabela. A equipe, no entanto, não poderá contar com Totti, De Rossi e Maicon, todos lesionados.
esporte
Barça e Real têm jogos difíceis na briga pela liderança; veja partidas na EuropaOs três favoritos ao título do Campeonato Espanhol jogam neste domingo (8). O Real Madrid visita o Sevilla, pela 11ª rodada, o Barcelona, em casa, pega o Villarreal, e o Atlético de Madri recebe o Sporting Gijón. O Real divide a liderança com o Barça, ambos com 24 pontos. O Atlético tem 20. Mesmo sem Messi, ainda lesionado, o Barcelona tem jogado bem, com Neymar assumindo o papel de protagonista. No meio da semana, o brasileiro foi destaque na vitória por 3 a 0 do clube sobre o Bate Borisov, pela Liga dos Campeões. INGLÊS Já o Campeonato Inglês tem um duelo de muita rivalidade em Londres. Às 14h (com ESPN), o vice-líder Arsenal recebe o Tottenham, buscando esquecer a goleada sofrida para o Bayern de Munique, na Alemanha, por 5 a 1, na Liga dos Campeões. Já os Spurs estão em ascensão e, na quinta colocação, já vislumbram a entrada no G4. Líder do Inglês, com os mesmos 25 pontos do Arsenal, mas em vantagem no saldo de gols, às 11h30, o Manchester City visita o lanterna Aston Villa. ITALIANO A Roma, que está a apenas um ponto de Inter de Milão e Fiorentina, líderes do Italiano, disputa o clássico da capital italiana contra a Lazio neste domingo (8), às 12h (com Fox Sports), em busca da primeira posição na tabela. A equipe, no entanto, não poderá contar com Totti, De Rossi e Maicon, todos lesionados.
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As lembranças da garota de recados de Abujamra e Antunes Filho
Não faz muito tempo, eu sonhei com Antônio Abujamra. Foi um daqueles sonhos hiper-realistas, com cheiro, textura e calor. Ele me pegou pelo ombro, como já tinha feito antes, e eu caí no choro. Conheci Abujamra em 2008, no projeto Geografia da Palavra, na Funarte, onde ele dirigiria a peça "Os Possessos", adaptação de Albert Camus para o livro de Dostoiévski. Havia gente do Brasil inteiro, entre bolsistas de atuação, direção, iluminação, cenografia e produção. O coordenador era Abu e ele nos encantava, nos ensinava e nos massacrava. Eu, que estava lá para aprender com ele como dirigir uma peça, fui alçada ao palco. Meu objetivo: ser perfeita para não ser alvejada. Ele dizia: "Anda bonito!", e lá ia eu, tentando andar bonito. Um dia, no CPT (Centro de Pesquisa Teatral), comentei com Antunes Filho que estava trabalhando com o Abujamra. "E como é que está aquele gordo? Diga que eu perguntei." Eu, que no início tinha medo da figura contundente de Abu, tomei coragem e me aproximei pela primeira vez. Fiquei nervosa como uma menina apaixonada. Para mim, ele era o Ravengar, era o provocador da TV Cultura e, para além disso, era o homem que comportava todos os sonhos do mundo. Como eu o admirava! Respirei fundo e contei que era dramaturga e que estava com Antunes em seu Núcleo de Dramaturgia. "E você é uma boa autora? Me traga uma de suas peças, quero ler. Ah, e fale para aquele magro que ele é um grande filho da... não. Apenas diga que eu estou com saudades dele." No dia seguinte, entreguei a ele minha peça "Urubu Comum", cuidadosamente encadernada. Se eu tivesse coragem, teria desenhado corações. Mas não o fiz. Escrevi uma dedicatória pedindo para ele ter paciência com o meu texto e me identifiquei como "endoscopia" (tinha faltado num ensaio por causa desse exame). Ele pegou o texto e agradeceu. Para minha surpresa, Abujamra chega ao ensaio seguinte falando alto, batendo com o texto na minha cabeça e me pegando pelo ombro: "Você é uma autora de personagens femininos! Adorei a Senhora G. Que mulher!". Sim, ele tinha lido e parecia ter gostado. Na sexta-feira seguinte, como de praxe, encontrei Antunes: "Abujamra leu 'Urubu Comum' e disse que eu escrevo personagens femininos. E masculinos, Antunes? Você acha que eu não entendo a cabeça dos homens?". Ele não deu nenhuma importância para o meu comentário carente de aprovação e apenas disparou: "Diga ao gordo que ele tinha que fazer o Professor F.; sempre achei a cara dele". Professor F. era o marido da Senhora G., um homem com chagas que vive dentro de uma banheira, no meio da sala de seu apartamento. "Abu, o Antunes disse que você deveria fazer a minha peça." Ficcionalizei, para gerar impacto. Ele, ocupado, levantou os olhos e respondeu: "O magro disse isso, é? Se ele for dirigir, eu faço". O ensaio se dispersou e eu fiquei com um sonho a mais na cabeça. Abujamra e Antunes tinham morado juntos em Paris quando jovens. Lembro que na época meu objetivo era arrancar alguma história que os dois tivessem vivido juntos, mas, mesmo com minha insistência discreta, nenhum deles nunca me revelou muito sobre o período. Durante aqueles meses, eu me fiz de garota de recados, levando e trazendo insultos jocosos e elogios sinceros, aquele tipo de coisa que só é possível nas grandes amizades. Coube a mim imaginar o que o gordo e o magro faziam na Cidade Luz enquanto viam e discutiam teatro. O projeto da Funarte terminou. Algum tempo depois, Abu me convidou para ir a sua casa, para conversar comigo. Ele dirigiria uma leitura de "Fedra", de Racine, e me escalou como Hipólito. Lembro de ter entrado em seu apartamento com a maior das cerimônias, mas, estranhamente, em alguns segundos, eu já me sentia à vontade. Eu não tinha mais medo de Abu, tinha paixão, aquela que devotamos ao pai, ao avô. Tinha a felicidade de estar em sua casa e de dividir com ele o seu tempo. Abu estava sentado em sua poltrona, sorrindo suave, de pantufas e cobertor no colo. Eu me sentei. "Está pronta para um grande fracasso? Porque o fracasso é a coisa mais importante na vida de um artista." Eu estava. Eu ainda estou. Em meu sonho, Abu estava lindo, jovem e brilhante como um astro. Enquanto eu chorava, me pegou pelos ombros e tentou me acalmar. "Por que você está assim? Eu estou ótimo! Agora vai e anda bonito." E desapareceu, como acontece nos sonhos, mesmo nos hiper-realistas. E eu segui, tentando andar bonito. MICHELLE FERREIRA, 34, atriz e diretora, é autora de "Tem Alguém que nos Odeia", produzida em abril pelo Teatro Nacional da Escócia, e de outras 11 peças.
ilustrissima
As lembranças da garota de recados de Abujamra e Antunes FilhoNão faz muito tempo, eu sonhei com Antônio Abujamra. Foi um daqueles sonhos hiper-realistas, com cheiro, textura e calor. Ele me pegou pelo ombro, como já tinha feito antes, e eu caí no choro. Conheci Abujamra em 2008, no projeto Geografia da Palavra, na Funarte, onde ele dirigiria a peça "Os Possessos", adaptação de Albert Camus para o livro de Dostoiévski. Havia gente do Brasil inteiro, entre bolsistas de atuação, direção, iluminação, cenografia e produção. O coordenador era Abu e ele nos encantava, nos ensinava e nos massacrava. Eu, que estava lá para aprender com ele como dirigir uma peça, fui alçada ao palco. Meu objetivo: ser perfeita para não ser alvejada. Ele dizia: "Anda bonito!", e lá ia eu, tentando andar bonito. Um dia, no CPT (Centro de Pesquisa Teatral), comentei com Antunes Filho que estava trabalhando com o Abujamra. "E como é que está aquele gordo? Diga que eu perguntei." Eu, que no início tinha medo da figura contundente de Abu, tomei coragem e me aproximei pela primeira vez. Fiquei nervosa como uma menina apaixonada. Para mim, ele era o Ravengar, era o provocador da TV Cultura e, para além disso, era o homem que comportava todos os sonhos do mundo. Como eu o admirava! Respirei fundo e contei que era dramaturga e que estava com Antunes em seu Núcleo de Dramaturgia. "E você é uma boa autora? Me traga uma de suas peças, quero ler. Ah, e fale para aquele magro que ele é um grande filho da... não. Apenas diga que eu estou com saudades dele." No dia seguinte, entreguei a ele minha peça "Urubu Comum", cuidadosamente encadernada. Se eu tivesse coragem, teria desenhado corações. Mas não o fiz. Escrevi uma dedicatória pedindo para ele ter paciência com o meu texto e me identifiquei como "endoscopia" (tinha faltado num ensaio por causa desse exame). Ele pegou o texto e agradeceu. Para minha surpresa, Abujamra chega ao ensaio seguinte falando alto, batendo com o texto na minha cabeça e me pegando pelo ombro: "Você é uma autora de personagens femininos! Adorei a Senhora G. Que mulher!". Sim, ele tinha lido e parecia ter gostado. Na sexta-feira seguinte, como de praxe, encontrei Antunes: "Abujamra leu 'Urubu Comum' e disse que eu escrevo personagens femininos. E masculinos, Antunes? Você acha que eu não entendo a cabeça dos homens?". Ele não deu nenhuma importância para o meu comentário carente de aprovação e apenas disparou: "Diga ao gordo que ele tinha que fazer o Professor F.; sempre achei a cara dele". Professor F. era o marido da Senhora G., um homem com chagas que vive dentro de uma banheira, no meio da sala de seu apartamento. "Abu, o Antunes disse que você deveria fazer a minha peça." Ficcionalizei, para gerar impacto. Ele, ocupado, levantou os olhos e respondeu: "O magro disse isso, é? Se ele for dirigir, eu faço". O ensaio se dispersou e eu fiquei com um sonho a mais na cabeça. Abujamra e Antunes tinham morado juntos em Paris quando jovens. Lembro que na época meu objetivo era arrancar alguma história que os dois tivessem vivido juntos, mas, mesmo com minha insistência discreta, nenhum deles nunca me revelou muito sobre o período. Durante aqueles meses, eu me fiz de garota de recados, levando e trazendo insultos jocosos e elogios sinceros, aquele tipo de coisa que só é possível nas grandes amizades. Coube a mim imaginar o que o gordo e o magro faziam na Cidade Luz enquanto viam e discutiam teatro. O projeto da Funarte terminou. Algum tempo depois, Abu me convidou para ir a sua casa, para conversar comigo. Ele dirigiria uma leitura de "Fedra", de Racine, e me escalou como Hipólito. Lembro de ter entrado em seu apartamento com a maior das cerimônias, mas, estranhamente, em alguns segundos, eu já me sentia à vontade. Eu não tinha mais medo de Abu, tinha paixão, aquela que devotamos ao pai, ao avô. Tinha a felicidade de estar em sua casa e de dividir com ele o seu tempo. Abu estava sentado em sua poltrona, sorrindo suave, de pantufas e cobertor no colo. Eu me sentei. "Está pronta para um grande fracasso? Porque o fracasso é a coisa mais importante na vida de um artista." Eu estava. Eu ainda estou. Em meu sonho, Abu estava lindo, jovem e brilhante como um astro. Enquanto eu chorava, me pegou pelos ombros e tentou me acalmar. "Por que você está assim? Eu estou ótimo! Agora vai e anda bonito." E desapareceu, como acontece nos sonhos, mesmo nos hiper-realistas. E eu segui, tentando andar bonito. MICHELLE FERREIRA, 34, atriz e diretora, é autora de "Tem Alguém que nos Odeia", produzida em abril pelo Teatro Nacional da Escócia, e de outras 11 peças.
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Blatter diz que foi ameaçado de prisão por Platini caso seguisse na Fifa
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou neste sábado (15) que o presidente da UEFA Michel Platini o ameaçou de prisão caso ele disputasse a última eleição da entidade. Na ocasião, Blatter foi reeleito para o quinto mandato a frente da instituição. Porém, quatro dias depois, diante do maior escândalo da história do futebol mundial, Blatter, anunciou que vai deixar o cargo, ocupado por ele há 17 anos. De acordo com o jornal holandês Volkskrant, a ameaça foi feita ao irmão de Blatter em Zurique, horas antes da votação. "Durante uma refeição, Platini sentou ao lado do meu irmão e disse: 'avise o Sepp [Joseph Blatter] para ele desistir de se candidatar ou ele será preso"", declarou o atual presidente da Fifa ao Volkskrant. Uma fonte próxima a Platini afirmou em entrevista à agência AFP que o ex-jogador classificou as declarações de Blatter como "história inventada". O francês é candidato à presidência da Fifa desde 29 de julho. A eleição será realizada em 26 de fevereiro de 2016, em Zurique. Até o momento, já anunciaram a candidatura o príncipe jordano Ali bin Al Hussein, que concorreu no último pleito, e o o sul-coreano Chung Mong-joon.
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Blatter diz que foi ameaçado de prisão por Platini caso seguisse na FifaO presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou neste sábado (15) que o presidente da UEFA Michel Platini o ameaçou de prisão caso ele disputasse a última eleição da entidade. Na ocasião, Blatter foi reeleito para o quinto mandato a frente da instituição. Porém, quatro dias depois, diante do maior escândalo da história do futebol mundial, Blatter, anunciou que vai deixar o cargo, ocupado por ele há 17 anos. De acordo com o jornal holandês Volkskrant, a ameaça foi feita ao irmão de Blatter em Zurique, horas antes da votação. "Durante uma refeição, Platini sentou ao lado do meu irmão e disse: 'avise o Sepp [Joseph Blatter] para ele desistir de se candidatar ou ele será preso"", declarou o atual presidente da Fifa ao Volkskrant. Uma fonte próxima a Platini afirmou em entrevista à agência AFP que o ex-jogador classificou as declarações de Blatter como "história inventada". O francês é candidato à presidência da Fifa desde 29 de julho. A eleição será realizada em 26 de fevereiro de 2016, em Zurique. Até o momento, já anunciaram a candidatura o príncipe jordano Ali bin Al Hussein, que concorreu no último pleito, e o o sul-coreano Chung Mong-joon.
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Adolescentes brasileiros têm taxas ruins de colesterol
O maior estudo já feito no Brasil para avaliar fatores de risco de doenças cardiovasculares não traz notícias muito animadoras sobre a saúde dos adolescentes do país. Quase metade deles está com níveis baixos do chamado colesterol bom, o HDL –índice pior do que o dos EUA– e um em cada cinco jovens tem colesterol total alto. A pesquisa, batizada de Erica (Estudo dos Riscos Cardiovasculares em Adolescentes), foi feita com jovens de 12 a 17 anos de todas as capitais do país. Ao todo, cerca de 75 mil adolescentes foram avaliados para questões como hipertensão, tabagismo, nível de atividade física e síndrome metabólica, entre outras. No caso do colesterol, porém, o universo é de 38 mil adolescentes que fizeram exames de sangue. Os resultados, publicados na edição de fevereiro da "Revista de Saúde Pública", apontam claramente para um quadro de obesidade e sedentarismo entre os adolescentes, segundo José Rocha Faria Neto, cardiologista e pesquisador da PUC-PR que ficou responsável pela análise dos dados nacionais relativos ao colesterol. Raul Dias dos Santos Filho, diretor da unidade de lípides do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP) e que não participou do estudo, vê os dados como "preocupantes". "O HDL [colesterol bom] baixo indica fortemente que esses jovens estão obesos, essa é uma alteração típica do excesso de peso. Se eles persistirem com esse perfil, vão adiantar em uns dez anos o risco de problemas cardíacos na vida adulta." Santos Filho afirma que o o nível baixo do HDL é um fator de risco para doenças cardiovasculares, embora não exista prova de que aumentá-lo seja protetor. "Mas quando ele está baixo não é bom. Há pacientes que infartaram e só tinham HDL baixo como fator de risco. E um terço das pessoas jovens que infartam também têm HDL baixo", diz. O HDL é considerado colesterol bom, protetor, porque ele remove o colesterol da parede das artérias, levando-o de volta ao fígado. Índices elevados dele estão associados a uma incidência menor de doenças cardíacas. COLESTEROL EM ADOLESCENTES Para Santos Filho, apesar dos resultados negativos, o estudo pode indicar uma mudança. "É bom para dizer que o problema existe e pode ser contornado com estilo de vida, ou seja, dieta e exercício físico, sem necessariamente usar medicamentos." A prática de exercícios físicos, em especial, consegue elevar o colesterol bom, que "resgata" moléculas de gordura, fazendo com que se forme menos placas de gordura nos vasos sanguíneos. Para Faria, embora a prevalência de LDL alto (colesterol ruim) tenha sido menos frequente (3,6% dos adolescentes), o achado merece atenção especial, porque pode indicar que parte deles tem hipercolesterolemia familiar, doença de causa genética. No Brasil, estima-se que menos de 1% da população com a doença esteja corretamente identificada. Sem tratamento adequado, cerca de 50% dos homens terão algum evento cardiovascular, como um infarto, antes dos 50 anos.
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Adolescentes brasileiros têm taxas ruins de colesterolO maior estudo já feito no Brasil para avaliar fatores de risco de doenças cardiovasculares não traz notícias muito animadoras sobre a saúde dos adolescentes do país. Quase metade deles está com níveis baixos do chamado colesterol bom, o HDL –índice pior do que o dos EUA– e um em cada cinco jovens tem colesterol total alto. A pesquisa, batizada de Erica (Estudo dos Riscos Cardiovasculares em Adolescentes), foi feita com jovens de 12 a 17 anos de todas as capitais do país. Ao todo, cerca de 75 mil adolescentes foram avaliados para questões como hipertensão, tabagismo, nível de atividade física e síndrome metabólica, entre outras. No caso do colesterol, porém, o universo é de 38 mil adolescentes que fizeram exames de sangue. Os resultados, publicados na edição de fevereiro da "Revista de Saúde Pública", apontam claramente para um quadro de obesidade e sedentarismo entre os adolescentes, segundo José Rocha Faria Neto, cardiologista e pesquisador da PUC-PR que ficou responsável pela análise dos dados nacionais relativos ao colesterol. Raul Dias dos Santos Filho, diretor da unidade de lípides do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP) e que não participou do estudo, vê os dados como "preocupantes". "O HDL [colesterol bom] baixo indica fortemente que esses jovens estão obesos, essa é uma alteração típica do excesso de peso. Se eles persistirem com esse perfil, vão adiantar em uns dez anos o risco de problemas cardíacos na vida adulta." Santos Filho afirma que o o nível baixo do HDL é um fator de risco para doenças cardiovasculares, embora não exista prova de que aumentá-lo seja protetor. "Mas quando ele está baixo não é bom. Há pacientes que infartaram e só tinham HDL baixo como fator de risco. E um terço das pessoas jovens que infartam também têm HDL baixo", diz. O HDL é considerado colesterol bom, protetor, porque ele remove o colesterol da parede das artérias, levando-o de volta ao fígado. Índices elevados dele estão associados a uma incidência menor de doenças cardíacas. COLESTEROL EM ADOLESCENTES Para Santos Filho, apesar dos resultados negativos, o estudo pode indicar uma mudança. "É bom para dizer que o problema existe e pode ser contornado com estilo de vida, ou seja, dieta e exercício físico, sem necessariamente usar medicamentos." A prática de exercícios físicos, em especial, consegue elevar o colesterol bom, que "resgata" moléculas de gordura, fazendo com que se forme menos placas de gordura nos vasos sanguíneos. Para Faria, embora a prevalência de LDL alto (colesterol ruim) tenha sido menos frequente (3,6% dos adolescentes), o achado merece atenção especial, porque pode indicar que parte deles tem hipercolesterolemia familiar, doença de causa genética. No Brasil, estima-se que menos de 1% da população com a doença esteja corretamente identificada. Sem tratamento adequado, cerca de 50% dos homens terão algum evento cardiovascular, como um infarto, antes dos 50 anos.
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Escócia considera vetar aprovação do Brexit no Parlamento, diz premiê
A Escócia fará o que for preciso para permanecer na União Europeia, incluindo tentar bloquear a aprovação da saída britânica do bloco no Parlamento local, disse a primeira-ministra do país, Nicola Sturgeon, neste domingo. O país, que abriga cinco milhões de habitantes, teve 62% dos votos pela permanência no plebiscito realizado na quinta (23) para decidir se o Reino Unido sairia ou não da UE, o chamado Brexit. Na soma geral dos votos, a saída foi aprovada por 51% dos eleitores. Perguntada se ela considera pedir ao Parlamento escocês que bloqueie uma moção de consenso legislativo sobre o tema, Sturgeon disse "é claro". A efetivação do Brexit precisa ser aprovado pelo Parlamento britânico e obter consenso nos legislativos locais da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. "Se o Parlamento escocês avaliar o tema com base no que é certo para a Escócia, então a opção de dizer que nós não votaremos por uma coisa que está contra o interesse da Escócia estará na mesa com certeza", disse a premiê, em entrevista à BBC. Defensor da independência escocesa e legenda de Sturgeon, o Partido Nacional da Escócia possui 56 dos 59 assentos reservados ao país no Parlamento britânico. Perguntada se ela poderia imaginar a fúria dos eleitores britânicos que escolheram sair da UE se o Parlamento escocês bloquear o Brexit, Sturgeon disse que sim, "mas talvez será similar à fúria de muitos escoceses agora ao vermos a possibilidade de sermos retirados da UE contra nossa vontade". A líder disse que procurará um caminho para negociar diretamente com a UE o melhor caminho para que a Escócia possa permanecer no bloco. Sturgeon reafirmou ainda que o Brexit legitima o país a voltar a debater a questão de sua independência do Reino Unido. "O contexto e as circunstâncias mudaram dramaticamente. O Reino Unido no qual a Escócia votou para permanecer em 2014 não existe mais", disse. Uma pesquisa divulgada neste domingo mostrou que 59% dos escoceses apoiam a saída do Reino Unido. O estudo foi feito pelo instituto ScotPulse. O plebiscito sobre a separação, em 2014, teve 55% dos votos pela permanência. A independência da Escócia colocaria fim a uma união de 300 anos entre as duas nações e levaria à criação de controles de fronteira no território que hoje é o Reino Unido. "Eu certamente não quero ver, em nenhuma circunstância, uma fronteira entre Escócia e Inglaterra", disse Sturgeon. "O quer que aconteça, a Inglaterra é nosso vizinho mais próximo e espero que será sempre nosso melhor amigo, mas essas são circunstâncias nas quais a Escócia não escolheu estar".
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Escócia considera vetar aprovação do Brexit no Parlamento, diz premiêA Escócia fará o que for preciso para permanecer na União Europeia, incluindo tentar bloquear a aprovação da saída britânica do bloco no Parlamento local, disse a primeira-ministra do país, Nicola Sturgeon, neste domingo. O país, que abriga cinco milhões de habitantes, teve 62% dos votos pela permanência no plebiscito realizado na quinta (23) para decidir se o Reino Unido sairia ou não da UE, o chamado Brexit. Na soma geral dos votos, a saída foi aprovada por 51% dos eleitores. Perguntada se ela considera pedir ao Parlamento escocês que bloqueie uma moção de consenso legislativo sobre o tema, Sturgeon disse "é claro". A efetivação do Brexit precisa ser aprovado pelo Parlamento britânico e obter consenso nos legislativos locais da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. "Se o Parlamento escocês avaliar o tema com base no que é certo para a Escócia, então a opção de dizer que nós não votaremos por uma coisa que está contra o interesse da Escócia estará na mesa com certeza", disse a premiê, em entrevista à BBC. Defensor da independência escocesa e legenda de Sturgeon, o Partido Nacional da Escócia possui 56 dos 59 assentos reservados ao país no Parlamento britânico. Perguntada se ela poderia imaginar a fúria dos eleitores britânicos que escolheram sair da UE se o Parlamento escocês bloquear o Brexit, Sturgeon disse que sim, "mas talvez será similar à fúria de muitos escoceses agora ao vermos a possibilidade de sermos retirados da UE contra nossa vontade". A líder disse que procurará um caminho para negociar diretamente com a UE o melhor caminho para que a Escócia possa permanecer no bloco. Sturgeon reafirmou ainda que o Brexit legitima o país a voltar a debater a questão de sua independência do Reino Unido. "O contexto e as circunstâncias mudaram dramaticamente. O Reino Unido no qual a Escócia votou para permanecer em 2014 não existe mais", disse. Uma pesquisa divulgada neste domingo mostrou que 59% dos escoceses apoiam a saída do Reino Unido. O estudo foi feito pelo instituto ScotPulse. O plebiscito sobre a separação, em 2014, teve 55% dos votos pela permanência. A independência da Escócia colocaria fim a uma união de 300 anos entre as duas nações e levaria à criação de controles de fronteira no território que hoje é o Reino Unido. "Eu certamente não quero ver, em nenhuma circunstância, uma fronteira entre Escócia e Inglaterra", disse Sturgeon. "O quer que aconteça, a Inglaterra é nosso vizinho mais próximo e espero que será sempre nosso melhor amigo, mas essas são circunstâncias nas quais a Escócia não escolheu estar".
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Milhares de contas do Twitter estão vinculadas ao EI, aponta estudo
Até o fim de 2014, ao menos 46.000 contas do Twitter foram relacionadas a simpatizantes da milícia radical Estado Islâmico (EI), apontou um estudo publicado nos Estados Unidos. O estudo, encomendado pelo Google Ideas e divulgado nesta quinta-feira (5) pelo Brookings Institution, declarou que, embora muitas contas relacionadas à facção tenham sido suspensas, continua alto o número de contas ativas. "De setembro a dezembro de 2014, os autores estimaram que ao menos 46.000 contas do Twitter foram utilizadas por partidários do EI, embora nem todas estivessem ativas ao mesmo tempo", indicou o documento. Os autores JM Berger e Jonathon Morgan disseram que a análise dos esforços em redes sociais de militantes do EI precisa ir além do núcleo principal da organização. "Análises prévias do Twitter do EI se basearam em segmentos limitados da rede global" da milícia, afirma o documento. Os pesquisadores descobriram a maior concentração de simpatizantes do EI online está na Arábia Saudita, seguida por Síria, Iraque e Estados Unidos. Quase um em cada cinco dos partidários da milícia escrevem em inglês. A língua árabe é utilizada por três em cada quatro simpatizantes. As contas tem em média mil seguidores, mais do que a maioria dos usuários do Twitter, e maioria das contas que postavam com mais frequência e que obtiveram mais seguidores foi suspensa. Os autores recomendaram que as empresas de redes sociais e o governo dos EUA "trabalhem juntos para dar uma resposta adequada aos radicais". O Twitter declarou nesta semana que está trabalhando com as autoridades para enfrentar ameaças cuja origem ainda não está especificada. Uma imagem publicada no site Pastebin mostrou o fundador do Twitter, Jack Dorsey, marcado por algo similar a uma mira telescópica junto a uma mensagem em árabe. "Você começou uma guerra perdida, e dissemos desde o início que não é sua guerra! Mas você não entende. Suspenda nossas contas e voltamos rapidamente, mas quando nossos leões solitários apagarem sua respiração não terá volta", dizia uma tradução da mensagem.
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Milhares de contas do Twitter estão vinculadas ao EI, aponta estudoAté o fim de 2014, ao menos 46.000 contas do Twitter foram relacionadas a simpatizantes da milícia radical Estado Islâmico (EI), apontou um estudo publicado nos Estados Unidos. O estudo, encomendado pelo Google Ideas e divulgado nesta quinta-feira (5) pelo Brookings Institution, declarou que, embora muitas contas relacionadas à facção tenham sido suspensas, continua alto o número de contas ativas. "De setembro a dezembro de 2014, os autores estimaram que ao menos 46.000 contas do Twitter foram utilizadas por partidários do EI, embora nem todas estivessem ativas ao mesmo tempo", indicou o documento. Os autores JM Berger e Jonathon Morgan disseram que a análise dos esforços em redes sociais de militantes do EI precisa ir além do núcleo principal da organização. "Análises prévias do Twitter do EI se basearam em segmentos limitados da rede global" da milícia, afirma o documento. Os pesquisadores descobriram a maior concentração de simpatizantes do EI online está na Arábia Saudita, seguida por Síria, Iraque e Estados Unidos. Quase um em cada cinco dos partidários da milícia escrevem em inglês. A língua árabe é utilizada por três em cada quatro simpatizantes. As contas tem em média mil seguidores, mais do que a maioria dos usuários do Twitter, e maioria das contas que postavam com mais frequência e que obtiveram mais seguidores foi suspensa. Os autores recomendaram que as empresas de redes sociais e o governo dos EUA "trabalhem juntos para dar uma resposta adequada aos radicais". O Twitter declarou nesta semana que está trabalhando com as autoridades para enfrentar ameaças cuja origem ainda não está especificada. Uma imagem publicada no site Pastebin mostrou o fundador do Twitter, Jack Dorsey, marcado por algo similar a uma mira telescópica junto a uma mensagem em árabe. "Você começou uma guerra perdida, e dissemos desde o início que não é sua guerra! Mas você não entende. Suspenda nossas contas e voltamos rapidamente, mas quando nossos leões solitários apagarem sua respiração não terá volta", dizia uma tradução da mensagem.
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Após ficar sem clube, Thiago Pereira acerta com Minas até Rio-2016
O nadador Thiago Pereira, vice-campeão dos 400 m medley nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, está de clube novo. O fluminense vai defender o Minas Tênis Clube até a Rio-2016. Pereira, que tem como base de treinamento atual a cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, já havia competido pelo clube mineiro entre 2001 e 2010. A estreia pela nova agremiação ocorrerá no Troféu Maria Lenk, agora em abril, na piscina do Fluminense, no Rio. "Volto para o local onde tudo começou, em 2001. Foi no Minas Tênis Clube que ganhei minha maior projeção nacional e internacional na modalidade. Também será pela equipe que vou realizar o meu maior desafio, que é disputar a Olimpíada do Brasil, no Rio de Janeiro, em 2016", disse o nadador. O torneio vai definir vagas para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho próximo, e para o Mundial de Kazan, na Rússia, em agosto. Pereira tem como objetivo disputar as duas competições. O nadador estava sem clube desde que rescindiu com o Sesi em janeiro. Além dele, outro destaque do Minas Tênis Clube é Cesar Cielo, campeão olímpico dos 50 m livre em Pequim-2008. No final de janeiro, Cielo fez uma série de mudanças em sua preparação rumo aos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Ele trocou de treinador e formou uma equipe multidisciplinar para acompanhá-lo durante esta e a próxima temporada.
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Após ficar sem clube, Thiago Pereira acerta com Minas até Rio-2016O nadador Thiago Pereira, vice-campeão dos 400 m medley nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, está de clube novo. O fluminense vai defender o Minas Tênis Clube até a Rio-2016. Pereira, que tem como base de treinamento atual a cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, já havia competido pelo clube mineiro entre 2001 e 2010. A estreia pela nova agremiação ocorrerá no Troféu Maria Lenk, agora em abril, na piscina do Fluminense, no Rio. "Volto para o local onde tudo começou, em 2001. Foi no Minas Tênis Clube que ganhei minha maior projeção nacional e internacional na modalidade. Também será pela equipe que vou realizar o meu maior desafio, que é disputar a Olimpíada do Brasil, no Rio de Janeiro, em 2016", disse o nadador. O torneio vai definir vagas para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho próximo, e para o Mundial de Kazan, na Rússia, em agosto. Pereira tem como objetivo disputar as duas competições. O nadador estava sem clube desde que rescindiu com o Sesi em janeiro. Além dele, outro destaque do Minas Tênis Clube é Cesar Cielo, campeão olímpico dos 50 m livre em Pequim-2008. No final de janeiro, Cielo fez uma série de mudanças em sua preparação rumo aos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Ele trocou de treinador e formou uma equipe multidisciplinar para acompanhá-lo durante esta e a próxima temporada.
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Livro sobre escritor e ativista político permite entender Rússia de Putin
O político Boris Nemtsov, opositor de Vladimir Putin assassinado em Moscou no dia 27 de fevereiro, é o mais recente nome de uma lista de inimigos do presidente russo mortos misteriosamente. Entre eles está a jornalista Anna Politkovskaia, alvejada em 2006, e é a partir desse episódio que Emmanuel Carrère começa a narrar a história de outro desafeto de Putin: o ativista e escritor Eduard Savenko, codinome "Limonov" —título do livro do escritor francês publicado no Brasil em 2013 e de desconcertante atualidade. A trajetória de Limonov é digna da ficção: "Foi delinqüente na Ucrânia, ídolo do underground soviético; mendigo, depois mordomo de um bilionário em Manhattan; escritor da moda em Paris; soldado perdido nos Bálcãs; e agora, no imenso caos do pós-comunismo, velho chefe carismático de um partido de jovens desesperados". A agremiação a que se refere Carrère tem a singela denominação de Partido Nacional-Bolchevique e traduz aquilo que esteve na base da Rússia czarista, do sistema soviético e do "neoeurasianismo" de Putin: um projeto imperialista alheio a valores universalizantes, "ocidentais". O livro de Carrère não é sobre um perseguido político do tipo Nemtsov, mas sobre um tipo de aventureiro tão fracassado quanto Limonov e tão vencedor quanto Putin. Entre ambos, a ambição sem limites, não do individualista "burguês", materialista e vaidoso, mas do profeta que deseja ser venerado por sua força —e que faz esses dois inimigos do comunismo idolatrarem a audácia de Stalin. Todas as atitudes de Limonov revelam uma inveja patológica e uma vocação de herói espiritual tipicamente russa. Despreza os dissidentes soviéticos porque chegou tarde demais para rivalizar com eles, preferindo a aura de delinquente e o convívio com criminosos comuns, vangloriando-se de ser o único homem capaz de perceber as semelhanças entre os lavabos de uma "penitenciária modelo" russa e de um hotel de Nova York projetado pelo designer Philippe Starck (pois frequentou ambos). Ele se rói de ciúme de Joseph Brodsky (ganhador do Nobel de literatura) e escreve livros autobiográficos sobre seus casamentos com megeras ninfomaníacas e seus tempos de michê nos EUA. Entretanto, abdica do sucesso nas rodas intelectuais parisienses para se associar aos sérvios no genocídio de croatas e bósnios, expondo-se à execração para triunfar na admiração estupefata de quem sabe que, perto dele, o escritor-soldado, os "beatniks" eram adolescentes disfuncionais. Limonov tem orgulho do fracasso como Putin tem orgulho de seu cinismo mafioso. A diferença é que, aos 72 anos, ele rumina as memórias de sua vida romanesca, enquanto o czar do pós-comunismo tem ogivas nucleares. LIVRO LIMONOV *** AUTOR: Emmanuel Carrère TRADUTOR: André Telleseditora: Alfaguara (2013, 1ª edição, 344 págs., R$ 44,90) * LIVRO UM ROMANCE RUSSO *** Livro sobre prisioneiro húngaro confinado na Rússia expõe vínculos de Carrère com país e técnica de se incluir na investigação romanesca. AUTOR: Emmanuel Carrère TRADUTOR: André Telles EDITORA: Alfaguara (2008, 1ª edição, 248 págs., R$ 41,90) FILME ADEUS, CAMARADAS! *** Documentário sobre a derrocada do comunismo destaca "underground" vivido por Limonov na juventude. DIREÇÃO: Andrei Nekrasov DISTRIBUIDORA: Versátil (2011; DVD R$ 49,90) - LIVRO A 25ª HORA ** Virgil Gheorghiu; tradução de André Telles (Intrínseca, 2014, 352 págs., R$ 39,90) No romance do filósofo romeno (adaptado em 1963, com o ator Anthony Quinn), um camponês é perseguido erroneamente como judeu durante a Segunda Guerra e faz périplo por campos de concentração até que um equívoco substitua outro: um médico nazista vê nele o protótipo da raça ariana. Drama pessoal atravessado pela tragédia histórica da manipulação totalitária. - DISCO VILLA-LOBOS - SINFONIA Nº 10 - AMERÍNDIA ** Osesp regida por Isaac Karabtchevsky (Naxos; R$ 38,50) A "Décima Sinfonia" (1952) traz o Coro da Osesp, o barítono Leonardo Neiva e o baixo Saulo Javan entoando cantos baseados em relatos ameríndios (na língua tupi) e em escritos do padre Anchieta. Sinfonia-oratório com cinco movimentos, é a obra mais ambiciosa e monumental de Villa-Lobos, fruto de uma encomenda para celebrar a fundação de São Paulo, em 1554. - FILME O MÉDICO ALEMÃO * Lucía Puenzo (Imovision, R$ 39,90) Em 1960, na Patagônia, médico se aproxima de família cuja filha tem problema de crescimento e usa técnicas que, somadas a seus contatos com comunidade germânica local, acaba por sugerir sua identidade: Josef Mengele (1911-1979), nazista que fez experimentos humanos em campos de concentração e morreria incógnito no Brasil. Baseado em romance da própria cineasta, trama se sustenta na atmosfera sinistra.
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Livro sobre escritor e ativista político permite entender Rússia de PutinO político Boris Nemtsov, opositor de Vladimir Putin assassinado em Moscou no dia 27 de fevereiro, é o mais recente nome de uma lista de inimigos do presidente russo mortos misteriosamente. Entre eles está a jornalista Anna Politkovskaia, alvejada em 2006, e é a partir desse episódio que Emmanuel Carrère começa a narrar a história de outro desafeto de Putin: o ativista e escritor Eduard Savenko, codinome "Limonov" —título do livro do escritor francês publicado no Brasil em 2013 e de desconcertante atualidade. A trajetória de Limonov é digna da ficção: "Foi delinqüente na Ucrânia, ídolo do underground soviético; mendigo, depois mordomo de um bilionário em Manhattan; escritor da moda em Paris; soldado perdido nos Bálcãs; e agora, no imenso caos do pós-comunismo, velho chefe carismático de um partido de jovens desesperados". A agremiação a que se refere Carrère tem a singela denominação de Partido Nacional-Bolchevique e traduz aquilo que esteve na base da Rússia czarista, do sistema soviético e do "neoeurasianismo" de Putin: um projeto imperialista alheio a valores universalizantes, "ocidentais". O livro de Carrère não é sobre um perseguido político do tipo Nemtsov, mas sobre um tipo de aventureiro tão fracassado quanto Limonov e tão vencedor quanto Putin. Entre ambos, a ambição sem limites, não do individualista "burguês", materialista e vaidoso, mas do profeta que deseja ser venerado por sua força —e que faz esses dois inimigos do comunismo idolatrarem a audácia de Stalin. Todas as atitudes de Limonov revelam uma inveja patológica e uma vocação de herói espiritual tipicamente russa. Despreza os dissidentes soviéticos porque chegou tarde demais para rivalizar com eles, preferindo a aura de delinquente e o convívio com criminosos comuns, vangloriando-se de ser o único homem capaz de perceber as semelhanças entre os lavabos de uma "penitenciária modelo" russa e de um hotel de Nova York projetado pelo designer Philippe Starck (pois frequentou ambos). Ele se rói de ciúme de Joseph Brodsky (ganhador do Nobel de literatura) e escreve livros autobiográficos sobre seus casamentos com megeras ninfomaníacas e seus tempos de michê nos EUA. Entretanto, abdica do sucesso nas rodas intelectuais parisienses para se associar aos sérvios no genocídio de croatas e bósnios, expondo-se à execração para triunfar na admiração estupefata de quem sabe que, perto dele, o escritor-soldado, os "beatniks" eram adolescentes disfuncionais. Limonov tem orgulho do fracasso como Putin tem orgulho de seu cinismo mafioso. A diferença é que, aos 72 anos, ele rumina as memórias de sua vida romanesca, enquanto o czar do pós-comunismo tem ogivas nucleares. LIVRO LIMONOV *** AUTOR: Emmanuel Carrère TRADUTOR: André Telleseditora: Alfaguara (2013, 1ª edição, 344 págs., R$ 44,90) * LIVRO UM ROMANCE RUSSO *** Livro sobre prisioneiro húngaro confinado na Rússia expõe vínculos de Carrère com país e técnica de se incluir na investigação romanesca. AUTOR: Emmanuel Carrère TRADUTOR: André Telles EDITORA: Alfaguara (2008, 1ª edição, 248 págs., R$ 41,90) FILME ADEUS, CAMARADAS! *** Documentário sobre a derrocada do comunismo destaca "underground" vivido por Limonov na juventude. DIREÇÃO: Andrei Nekrasov DISTRIBUIDORA: Versátil (2011; DVD R$ 49,90) - LIVRO A 25ª HORA ** Virgil Gheorghiu; tradução de André Telles (Intrínseca, 2014, 352 págs., R$ 39,90) No romance do filósofo romeno (adaptado em 1963, com o ator Anthony Quinn), um camponês é perseguido erroneamente como judeu durante a Segunda Guerra e faz périplo por campos de concentração até que um equívoco substitua outro: um médico nazista vê nele o protótipo da raça ariana. Drama pessoal atravessado pela tragédia histórica da manipulação totalitária. - DISCO VILLA-LOBOS - SINFONIA Nº 10 - AMERÍNDIA ** Osesp regida por Isaac Karabtchevsky (Naxos; R$ 38,50) A "Décima Sinfonia" (1952) traz o Coro da Osesp, o barítono Leonardo Neiva e o baixo Saulo Javan entoando cantos baseados em relatos ameríndios (na língua tupi) e em escritos do padre Anchieta. Sinfonia-oratório com cinco movimentos, é a obra mais ambiciosa e monumental de Villa-Lobos, fruto de uma encomenda para celebrar a fundação de São Paulo, em 1554. - FILME O MÉDICO ALEMÃO * Lucía Puenzo (Imovision, R$ 39,90) Em 1960, na Patagônia, médico se aproxima de família cuja filha tem problema de crescimento e usa técnicas que, somadas a seus contatos com comunidade germânica local, acaba por sugerir sua identidade: Josef Mengele (1911-1979), nazista que fez experimentos humanos em campos de concentração e morreria incógnito no Brasil. Baseado em romance da própria cineasta, trama se sustenta na atmosfera sinistra.
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Não há motivo para impeachment
Quando a nossa ordem jurídica afirma que são crimes de responsabilidade os "atos do presidente da República que atentem contra a Constituição", faz um claro reconhecimento da excepcionalidade das hipóteses de afastamento do chefe da nação. No presidencialismo, ao contrário do parlamentarismo, a perda do mandato só pode se dar em casos graves e marcados por provada má-fé presidencial. "Atentar" contra a Constituição significa violentá-la brutalmente, de forma induvidosa e injustificada. Nada disso se aplica à presidente Dilma Rousseff. Uma mulher honrada e digna, sobre quem não pesa um ato ilícito sequer. Apenas duas acusações frágeis lhe são dirigidas. A edição de seis decretos de créditos suplementares que teriam contrariado metas fiscais e o atraso no repasse de subvenções da União ao Banco do Brasil para execução do Plano Safra, em 2015. Neste último, acusam a presidente de simular uma operação de crédito, vedada pela Lei de Responsabilidade Fiscal. No entanto, este plano de custeio do agronegócio é gerido diretamente pelo ministro da Fazenda, não existindo qualquer ato jurídico praticado pela Presidência da República. As denúncias não se sustentam. Um decreto que abre crédito suplementar apenas rearranja gastos dentro do próprio orçamento e jamais ferirá metas fiscais. Além disso, houve uma lei que ajustou essas metas à situação econômica. E foi isso o que o governo fez. Baixou decretos tanto para remanejar o orçamento quanto para contingenciar gastos. Cumpriu as metas anuais. Tudo com aval do Congresso Nacional. O argumento das "pedaladas fiscais" é ainda mais frágil. Renomados juristas e técnicos experientes refutam a tese de "operação de crédito" na relação entre o governo e o Banco do Brasil para execução do Plano Safra. Entendem, sim, que houve um mero contrato de prestação de serviços, em que um atraso de pagamento não configuraria "empréstimo". Fosse assim, poderíamos dizer que um trabalhador empresta dinheiro à empresa quando esta atrasa seu salário, o que é absurdo. Vale lembrar que o Tribunal de Contas da União sempre permitiu tais mecanismos nos governos de Fernando Henrique e de Lula e jamais reprovou as contas dos ex-presidentes. Pelo contrário, o TCU também solicitou decretos de abertura de crédito suplementar para recompor seu próprio orçamento. Nem mesmo o relatório da comissão especial da Câmara conseguiu demonstrar a má-fé ou a procedência das denúncias. Acusa sem provas e transfere a responsabilidade para o Senado, não sem antes pretender afastar a presidente do cargo. Pune-se primeiro para depois investigar. De que ato ilegal da presidente se fala, então? Qual é a sua ação dolosa? Onde está a má-fé de Dilma se suas decisões foram amparadas em pareceres de órgãos técnicos que atestavam a sua legalidade? Como haveria crime de responsabilidade se, depois que o TCU mudou seu entendimento, nenhum outro decreto foi expedido? Onde existe a ilicitude se alguns decretos visavam o pagamento de despesas obrigatórias, e outros foram baixados para atender decisões do próprio TCU? Onde está o "atentado à Constituição"? Não há. Não existe dolo, má-fé ou ato ilícito que caracterize um "atentado à Constituição". Não acreditamos na consumação deste impeachment, pois ele desrespeita a Carta Magna e impõe uma ruptura com nosso Estado democrático de Direito. Levar adiante esse processo é promover um golpe de Estado sem armas, fundado apenas em retórica jurídica incompreensível aos olhos da quase totalidade dos cidadãos. Se a Câmara respeitar a Constituição, não haverá impeachment. JOSÉ EDUARDO CARDOZO, 56, é advogado-geral da União. Foi ministro da Justiça entre 2011 e 2016 (governo Dilma) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Não há motivo para impeachmentQuando a nossa ordem jurídica afirma que são crimes de responsabilidade os "atos do presidente da República que atentem contra a Constituição", faz um claro reconhecimento da excepcionalidade das hipóteses de afastamento do chefe da nação. No presidencialismo, ao contrário do parlamentarismo, a perda do mandato só pode se dar em casos graves e marcados por provada má-fé presidencial. "Atentar" contra a Constituição significa violentá-la brutalmente, de forma induvidosa e injustificada. Nada disso se aplica à presidente Dilma Rousseff. Uma mulher honrada e digna, sobre quem não pesa um ato ilícito sequer. Apenas duas acusações frágeis lhe são dirigidas. A edição de seis decretos de créditos suplementares que teriam contrariado metas fiscais e o atraso no repasse de subvenções da União ao Banco do Brasil para execução do Plano Safra, em 2015. Neste último, acusam a presidente de simular uma operação de crédito, vedada pela Lei de Responsabilidade Fiscal. No entanto, este plano de custeio do agronegócio é gerido diretamente pelo ministro da Fazenda, não existindo qualquer ato jurídico praticado pela Presidência da República. As denúncias não se sustentam. Um decreto que abre crédito suplementar apenas rearranja gastos dentro do próprio orçamento e jamais ferirá metas fiscais. Além disso, houve uma lei que ajustou essas metas à situação econômica. E foi isso o que o governo fez. Baixou decretos tanto para remanejar o orçamento quanto para contingenciar gastos. Cumpriu as metas anuais. Tudo com aval do Congresso Nacional. O argumento das "pedaladas fiscais" é ainda mais frágil. Renomados juristas e técnicos experientes refutam a tese de "operação de crédito" na relação entre o governo e o Banco do Brasil para execução do Plano Safra. Entendem, sim, que houve um mero contrato de prestação de serviços, em que um atraso de pagamento não configuraria "empréstimo". Fosse assim, poderíamos dizer que um trabalhador empresta dinheiro à empresa quando esta atrasa seu salário, o que é absurdo. Vale lembrar que o Tribunal de Contas da União sempre permitiu tais mecanismos nos governos de Fernando Henrique e de Lula e jamais reprovou as contas dos ex-presidentes. Pelo contrário, o TCU também solicitou decretos de abertura de crédito suplementar para recompor seu próprio orçamento. Nem mesmo o relatório da comissão especial da Câmara conseguiu demonstrar a má-fé ou a procedência das denúncias. Acusa sem provas e transfere a responsabilidade para o Senado, não sem antes pretender afastar a presidente do cargo. Pune-se primeiro para depois investigar. De que ato ilegal da presidente se fala, então? Qual é a sua ação dolosa? Onde está a má-fé de Dilma se suas decisões foram amparadas em pareceres de órgãos técnicos que atestavam a sua legalidade? Como haveria crime de responsabilidade se, depois que o TCU mudou seu entendimento, nenhum outro decreto foi expedido? Onde existe a ilicitude se alguns decretos visavam o pagamento de despesas obrigatórias, e outros foram baixados para atender decisões do próprio TCU? Onde está o "atentado à Constituição"? Não há. Não existe dolo, má-fé ou ato ilícito que caracterize um "atentado à Constituição". Não acreditamos na consumação deste impeachment, pois ele desrespeita a Carta Magna e impõe uma ruptura com nosso Estado democrático de Direito. Levar adiante esse processo é promover um golpe de Estado sem armas, fundado apenas em retórica jurídica incompreensível aos olhos da quase totalidade dos cidadãos. Se a Câmara respeitar a Constituição, não haverá impeachment. JOSÉ EDUARDO CARDOZO, 56, é advogado-geral da União. Foi ministro da Justiça entre 2011 e 2016 (governo Dilma) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Na Bolívia, líder do MST diz que "eles têm Obama e nós temos Francisco"
"Assim como o capitalismo tem Obama, nós temos o papa Francisco". A frase é de João Pedro Stedile, líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), e foi dita a centenas de militantes de movimentos sociais de vários países que participarão de um encontro com o papa nesta quinta (9), em Santa Cruz de la Sierra. Um dos coordenadores do encontro, Stedile se encarregou de dar algumas orientações aos participantes. Em espanhol, pediu que não houvesse "provocações de nenhum tipo" e que os militantes não tentassem tirar fotos ou entregar presentes ao pontífice. "Todos querem entregar um bilhete ou uma carta ao papa. A melhor maneira é falar diretamente com o Senhor, em oração", disse, em tom bem-humorado. O encontro desta quinta foi articulado em outubro do ano passado, durante uma primeira reunião do papa com cerca de 150 líderes de movimentos sociais e com o presidente boliviano, Evo Morales, no Vaticano. "Os capitalistas têm lá o G7 [grupo dos países mais ricos do planeta], o Obama, a [chanceler alemã,] Angela Merkel. Os trabalhadores têm quem? Chávez morreu, Fidel está doente. O Francisco tem assumido esse papel de liderança, graças a Deus. Ele tem acertado todas", disse Stedile à Folha. CARAVANA Para o encontro, vieram quatro ônibus do Brasil. Além dos sem-terra, havia militantes indígenas, quilombolas e do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM). A viagem mais longa coube ao ônibus que partiu de Porto Alegre. Foram 68 horas de trajeto, das quais cerca de 20 horas parados na aduana boliviana, que só funciona durante o dia. Dois passageiros acabaram impedidos de continuar viagem por problemas de documentação. Nos cerca de 655 km em território boliviano até Santa Cruz, o ônibus gaúcho foi parado e revistado cinco vezes, atrasando ainda mais a chegada, na madrugada desta quarta (8). As demais comitivas brasileiras partiram de Brasília, São Paulo e do Paraná. Havia também ônibus do Paraguai, do Chile e da Argentina. "Foi uma viagem com muitas descobertas", brincou a militante gaúcha Karina Rocha, do MNLM.
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Na Bolívia, líder do MST diz que "eles têm Obama e nós temos Francisco""Assim como o capitalismo tem Obama, nós temos o papa Francisco". A frase é de João Pedro Stedile, líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), e foi dita a centenas de militantes de movimentos sociais de vários países que participarão de um encontro com o papa nesta quinta (9), em Santa Cruz de la Sierra. Um dos coordenadores do encontro, Stedile se encarregou de dar algumas orientações aos participantes. Em espanhol, pediu que não houvesse "provocações de nenhum tipo" e que os militantes não tentassem tirar fotos ou entregar presentes ao pontífice. "Todos querem entregar um bilhete ou uma carta ao papa. A melhor maneira é falar diretamente com o Senhor, em oração", disse, em tom bem-humorado. O encontro desta quinta foi articulado em outubro do ano passado, durante uma primeira reunião do papa com cerca de 150 líderes de movimentos sociais e com o presidente boliviano, Evo Morales, no Vaticano. "Os capitalistas têm lá o G7 [grupo dos países mais ricos do planeta], o Obama, a [chanceler alemã,] Angela Merkel. Os trabalhadores têm quem? Chávez morreu, Fidel está doente. O Francisco tem assumido esse papel de liderança, graças a Deus. Ele tem acertado todas", disse Stedile à Folha. CARAVANA Para o encontro, vieram quatro ônibus do Brasil. Além dos sem-terra, havia militantes indígenas, quilombolas e do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM). A viagem mais longa coube ao ônibus que partiu de Porto Alegre. Foram 68 horas de trajeto, das quais cerca de 20 horas parados na aduana boliviana, que só funciona durante o dia. Dois passageiros acabaram impedidos de continuar viagem por problemas de documentação. Nos cerca de 655 km em território boliviano até Santa Cruz, o ônibus gaúcho foi parado e revistado cinco vezes, atrasando ainda mais a chegada, na madrugada desta quarta (8). As demais comitivas brasileiras partiram de Brasília, São Paulo e do Paraná. Havia também ônibus do Paraguai, do Chile e da Argentina. "Foi uma viagem com muitas descobertas", brincou a militante gaúcha Karina Rocha, do MNLM.
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Em MG, Caetano Veloso defende liberdade de expressão de artistas
Caetano Veloso defendeu a liberdade artística e criticou o que chamou de "ameaça de situação opressiva", neste domingo (8), antes de uma apresentação em Belo Horizonte. Em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram, o cantor colocou um trecho de uma entrevista coletiva da qual participou na capital mineira, dizendo que pessoas compram a ideia da defesa dos bons costumes, mas estão, na verdade, defendendo a censura. "Algumas pessoas podem estar enganadas, pensando que estão defendendo os bons costumes e a segurança da família, mas na verdade isso é um esboço de opressão. Se as pessoas aderirem a isso, então a gente uma ameaça de situação opressiva, e as pessoas vão ficar limitadas", disse o artista. "Eu vivi o período da ditadura e não quero nada parecido com isso", declarou. Entrevista de Caetano Veloso em Minas A entrevista de Caetano aconteceu no Palácio das Artes, mesmo lugar onde o artista Pedro Moraleida foi criticado pela exposição "Faça Você Mesmo Sua Capela Sistina", no qual as obras relacionam símbolos religiosos e sexo. De acordo com o site "G1", o cantor visitou a exposição de Moraleida e afirmou que as obras não diferem da arte feita no país ao longo dos anos. "Não há nada aqui que já não tenha sido feito na história da arte. Faz pensar em Basquiat, faz pensar em Hélio Oiticica na parte conteudística do trabalho dele, faz pensar no que vem acontecendo na arte desde o século 20", disse. Caetano estava acompanhado da mulher, Paula Lavigne. Os dois fazem parte, junto com diversos outros artistas, do projeto 342 Artes —lançado neste domingo— que quer combater a censura e a difamação da classe artística. Em um vídeo postado na página do projeto nas redes sociais, artistas como Malu Mader, Vik Muniz, Adriana Varejão e Teresa Cristina aparecem apoiando a iniciativa. "São muitas as vozes que nao irão se calar. Não aceitaremos censura nem difamação", diz a publicação. Em outro vídeo, publicado pela iniciativa no sábado (7), Fernanda Montenegro chama políticos para defenderem a liberdade cultural. "Tudo é cultura, inclusive a de repressão. Mas só há um tipo de cultura que constrói um país: a da liberdade. A cultura liberta cria a alma de uma nação, e essa nossa luta de sobrevivência cultural, peço aos poucos bons políticos que existem que se posicionem. Saiam, por favor, desse silêncio acovardado. Porque, do contrário, nem a pele desses políticos, que poderão estar ao nosso lado pela liberdade dentro desse país, vai se salvar", afirmou a atriz. Fernanda Montenegro As polêmicas começaram quando o Queermuseu, que teve sua exposição cancelada no Rio Grande do Sul após ser acusado de incentivar a pedofilia, e do MAM, em São Paulo, criticado após um ator nu interagir com espectadores de uma peça, incluindo uma criança.
ilustrada
Em MG, Caetano Veloso defende liberdade de expressão de artistasCaetano Veloso defendeu a liberdade artística e criticou o que chamou de "ameaça de situação opressiva", neste domingo (8), antes de uma apresentação em Belo Horizonte. Em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram, o cantor colocou um trecho de uma entrevista coletiva da qual participou na capital mineira, dizendo que pessoas compram a ideia da defesa dos bons costumes, mas estão, na verdade, defendendo a censura. "Algumas pessoas podem estar enganadas, pensando que estão defendendo os bons costumes e a segurança da família, mas na verdade isso é um esboço de opressão. Se as pessoas aderirem a isso, então a gente uma ameaça de situação opressiva, e as pessoas vão ficar limitadas", disse o artista. "Eu vivi o período da ditadura e não quero nada parecido com isso", declarou. Entrevista de Caetano Veloso em Minas A entrevista de Caetano aconteceu no Palácio das Artes, mesmo lugar onde o artista Pedro Moraleida foi criticado pela exposição "Faça Você Mesmo Sua Capela Sistina", no qual as obras relacionam símbolos religiosos e sexo. De acordo com o site "G1", o cantor visitou a exposição de Moraleida e afirmou que as obras não diferem da arte feita no país ao longo dos anos. "Não há nada aqui que já não tenha sido feito na história da arte. Faz pensar em Basquiat, faz pensar em Hélio Oiticica na parte conteudística do trabalho dele, faz pensar no que vem acontecendo na arte desde o século 20", disse. Caetano estava acompanhado da mulher, Paula Lavigne. Os dois fazem parte, junto com diversos outros artistas, do projeto 342 Artes —lançado neste domingo— que quer combater a censura e a difamação da classe artística. Em um vídeo postado na página do projeto nas redes sociais, artistas como Malu Mader, Vik Muniz, Adriana Varejão e Teresa Cristina aparecem apoiando a iniciativa. "São muitas as vozes que nao irão se calar. Não aceitaremos censura nem difamação", diz a publicação. Em outro vídeo, publicado pela iniciativa no sábado (7), Fernanda Montenegro chama políticos para defenderem a liberdade cultural. "Tudo é cultura, inclusive a de repressão. Mas só há um tipo de cultura que constrói um país: a da liberdade. A cultura liberta cria a alma de uma nação, e essa nossa luta de sobrevivência cultural, peço aos poucos bons políticos que existem que se posicionem. Saiam, por favor, desse silêncio acovardado. Porque, do contrário, nem a pele desses políticos, que poderão estar ao nosso lado pela liberdade dentro desse país, vai se salvar", afirmou a atriz. Fernanda Montenegro As polêmicas começaram quando o Queermuseu, que teve sua exposição cancelada no Rio Grande do Sul após ser acusado de incentivar a pedofilia, e do MAM, em São Paulo, criticado após um ator nu interagir com espectadores de uma peça, incluindo uma criança.
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Oitavo no 1º dia de treinos, Nasr diz ter ficado surpreso com competitividade
A oitava colocação conquistada neste primeiro dia de treinos livres para o GP do Bahrein, quarta etapa do Mundial de F-1, que será disputado neste domingo, ao meio-dia (de Brasília), surpreendeu Felipe Nasr. Desde o começo do ano seu Sauber tem sofrido com o desgaste dos pneus em temperaturas elevadas, como é o caso no Bahrein. Mas, pelo menos pelo que se viu neste primeiro dia, o problema parece ter sido solucionado. "Preciso dizer que este resultado foi inesperado, não achava que nosso carro seria tão competitivo. A gente já imaginava que na segunda sessão o equilíbrio do carro seria melhor, o que aconteceu. E ele se mostrou bem tanto em voltas rápidas como em simulações de corrida", afirmou Nasr, que fechou o dia na frente do companheiro de Sauber, Marcus Ericsson, o 11º colocado. "Até eu fiquei surpreso, mas temos que ter calma porque foi apenas um dia de treino, mas acho que estamos no caminho certo." De acordo com o piloto brasileiro, ainda é cedo para afirmar que ele terá condições de se classificar entre os dez primeiros, como aconteceu no GP da China, no último domingo. "Ainda temos que melhorar nosso desempenho com os pneus macios, mas já começamos de um jeito melhor do que imaginávamos. Foi um bom começo e até aqui tudo é positivo. Antecipamos as mudanças em nosso carro para tentar diminuir o desgaste dos pneus e isso parece ter dado resultado." Já Felipe Massa, que encerrou o dia em décimo lugar, não ficou totalmente satisfeito com seu desempenho. O treino que define o grid da quarta etapa do Mundial deste ano acontece neste sábado, a partir das 12h (de Brasília).
esporte
Oitavo no 1º dia de treinos, Nasr diz ter ficado surpreso com competitividadeA oitava colocação conquistada neste primeiro dia de treinos livres para o GP do Bahrein, quarta etapa do Mundial de F-1, que será disputado neste domingo, ao meio-dia (de Brasília), surpreendeu Felipe Nasr. Desde o começo do ano seu Sauber tem sofrido com o desgaste dos pneus em temperaturas elevadas, como é o caso no Bahrein. Mas, pelo menos pelo que se viu neste primeiro dia, o problema parece ter sido solucionado. "Preciso dizer que este resultado foi inesperado, não achava que nosso carro seria tão competitivo. A gente já imaginava que na segunda sessão o equilíbrio do carro seria melhor, o que aconteceu. E ele se mostrou bem tanto em voltas rápidas como em simulações de corrida", afirmou Nasr, que fechou o dia na frente do companheiro de Sauber, Marcus Ericsson, o 11º colocado. "Até eu fiquei surpreso, mas temos que ter calma porque foi apenas um dia de treino, mas acho que estamos no caminho certo." De acordo com o piloto brasileiro, ainda é cedo para afirmar que ele terá condições de se classificar entre os dez primeiros, como aconteceu no GP da China, no último domingo. "Ainda temos que melhorar nosso desempenho com os pneus macios, mas já começamos de um jeito melhor do que imaginávamos. Foi um bom começo e até aqui tudo é positivo. Antecipamos as mudanças em nosso carro para tentar diminuir o desgaste dos pneus e isso parece ter dado resultado." Já Felipe Massa, que encerrou o dia em décimo lugar, não ficou totalmente satisfeito com seu desempenho. O treino que define o grid da quarta etapa do Mundial deste ano acontece neste sábado, a partir das 12h (de Brasília).
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Ex-capitã da seleção brasileira vira motorista de ônibus no Rio de Janeiro
RESUMO - Após representar a seleção feminina de futebol em três Copas do Mundo, em sul-americanos e em uma Olimpíada, Elane dos Santos, 48, agora encara o trânsito da cidade do Rio de Janeiro. Sem opções após o clube onde jogava acabar com a equipe feminina, ela decidiu pendurar as chuteiras, tirou uma carteira de habilitação tipo "D" e virou motorista de ônibus, profissão que exerce com orgulho até hoje no Rio. * Minha vida sempre foi um pouco diferente. O que mais amava era jogar futebol. Mesmo sendo menina, sempre fui uma das primeiras a ser escolhida nas partidas. Futebol sempre foi um hobby, até que um dia, jogando na rua da minha casa, um olheiro me viu e disse que tinha talento e me chamou para jogar em um clube. Tinha apenas 15 anos, mas deste dia em diante minha vida nunca mais foi a mesma. Quando falei para minha família que queria jogar futebol, cheguei a ficar com medo, mas desde o início tive apoio. Meus irmãos amaram a ideia e iam comigo em todos os treinos. Nos jogos, toda família ia. Quando entrei em campo pela primeira vez, foi emocionante. Nunca havia imaginado que uma menina poderia entrar em um gramado, jogar em um estádio e muito menos vestir a camisa da seleção brasileira. Comecei no São Cristóvão (RJ). Após três jogos, apareceu um pessoal do Bonsucesso (RJ) e me levou para lá. Depois, fui para Portuguesa (RJ) e, por último, para o Radar (RJ), que foi meu último clube antes da seleção. Meu dia a dia era muito complicado. Morava na zona oeste do Rio, tinha que pegar três ônibus e um trem para chegar até o clube. Voltava tarde da noite, mas ia todos os dias feliz da vida. Queria jogar, mesmo tendo que fazer esse sacrifício. Quando a primeira seleção foi montada para jogar o pré-mundial na China, em 1982, eu era muito nova, tinha apenas 17 anos, achava que não teria a menor chance. Mas uma zagueira se machucou e fui convocada. Foi um sentimento inacreditável, fui representar meu país. Era um desafio para todas, nenhuma tinha saído do país. Foram as melhores seleções e algumas que nem conhecíamos, como a dos Estados Unidos. Não tínhamos apoio, mas ainda conseguimos um terceiro lugar. Depois que voltei da seleção conheci outras pessoas, dirigentes e acabei indo para São Paulo, onde morei por 15 anos. Nos grandes clubes, joguei no Santos, no Corinthians e no São Paulo. Joguei três Copas do Mundo, três sul-americanos e a Olimpíada. Me sentia realizada. FIM DO TIME Estava no São Paulo quando acabaram com o time e minha vida parou. Tive que voltar para o Rio. Minha vida virou de cabeça para baixo. Ainda tentei trabalhar em um projeto de uma escolinha com outra jogadora que morava perto da minha casa, mas era temporário e não assinavam a carteira. Precisava dar uma estabilidade à minha vida quando decidi largar tudo e tentar algo diferente. A única coisa que sabia fazer era dirigir. Tirei a carteira "D" e decidi virar motorista de ônibus. Apareceu uma oportunidade, fiz um teste e virei motorista. Esse nunca foi meu projeto de vida. Mas foi a oportunidade que me apareceu. Estou há oito anos e me sustento fazendo isso. Tenho orgulho do que faço, mas quando parei de jogar futebol, foi o período mais difícil da minha vida. Sinto falta de ter estudado mais, mas tive que largar meus estudos muito cedo e me arrependo. Passei 12 anos jogando pela seleção e nunca recebi nenhuma ajuda. Fico triste pois vejo tantos ex-atletas homens trabalhando como olheiros, dentro dos clubes e federações, e nós fomos esquecidas. Fico triste pois vejo que nada mudou. Até hoje as atletas não têm apoio. Temos a Marta que foi eleita cinco vezes a melhor do mundo, mas não há uma continuidade. Não temos ninguém que possa substituí-la. Hoje meu desafio é outro. Antes, era capitã da seleção brasileira e tinha que dar minha cara a tapa. Agora, sou responsável por levar vidas dentro de um ônibus. Não esqueci o que vivi no futebol. Algumas pessoas até me questionam. Como alguém que defendeu tanto o país em várias competições vira motorista de ônibus? Não tenho o que dizer, infelizmente, é a realidade do meu país. Acordo 3h30, só tenho uma folga por semana e todos os dias tenho que estar deitada às 21h para dormir. Não é uma vida perfeita, tenho que ter garra, lutar e persistir. Aprendi isso defendendo as cores do meu Brasil. Sofro, sinto saudade de tudo que vivi e faria qualquer coisa para lutar pelo meu esporte. Vivi dias felizes e, se tivesse que voltar aos meus 20 anos e fazer tudo de novo, não pensaria duas vezes. Tive uma boa carreira, realizei sonhos, representei meu país e fui vencedora. Embora não tenha colhido os frutos, faria tudo novamente. No meu coração, sempre lembrarei os dias em que fui capitã da seleção brasileira.
esporte
Ex-capitã da seleção brasileira vira motorista de ônibus no Rio de JaneiroRESUMO - Após representar a seleção feminina de futebol em três Copas do Mundo, em sul-americanos e em uma Olimpíada, Elane dos Santos, 48, agora encara o trânsito da cidade do Rio de Janeiro. Sem opções após o clube onde jogava acabar com a equipe feminina, ela decidiu pendurar as chuteiras, tirou uma carteira de habilitação tipo "D" e virou motorista de ônibus, profissão que exerce com orgulho até hoje no Rio. * Minha vida sempre foi um pouco diferente. O que mais amava era jogar futebol. Mesmo sendo menina, sempre fui uma das primeiras a ser escolhida nas partidas. Futebol sempre foi um hobby, até que um dia, jogando na rua da minha casa, um olheiro me viu e disse que tinha talento e me chamou para jogar em um clube. Tinha apenas 15 anos, mas deste dia em diante minha vida nunca mais foi a mesma. Quando falei para minha família que queria jogar futebol, cheguei a ficar com medo, mas desde o início tive apoio. Meus irmãos amaram a ideia e iam comigo em todos os treinos. Nos jogos, toda família ia. Quando entrei em campo pela primeira vez, foi emocionante. Nunca havia imaginado que uma menina poderia entrar em um gramado, jogar em um estádio e muito menos vestir a camisa da seleção brasileira. Comecei no São Cristóvão (RJ). Após três jogos, apareceu um pessoal do Bonsucesso (RJ) e me levou para lá. Depois, fui para Portuguesa (RJ) e, por último, para o Radar (RJ), que foi meu último clube antes da seleção. Meu dia a dia era muito complicado. Morava na zona oeste do Rio, tinha que pegar três ônibus e um trem para chegar até o clube. Voltava tarde da noite, mas ia todos os dias feliz da vida. Queria jogar, mesmo tendo que fazer esse sacrifício. Quando a primeira seleção foi montada para jogar o pré-mundial na China, em 1982, eu era muito nova, tinha apenas 17 anos, achava que não teria a menor chance. Mas uma zagueira se machucou e fui convocada. Foi um sentimento inacreditável, fui representar meu país. Era um desafio para todas, nenhuma tinha saído do país. Foram as melhores seleções e algumas que nem conhecíamos, como a dos Estados Unidos. Não tínhamos apoio, mas ainda conseguimos um terceiro lugar. Depois que voltei da seleção conheci outras pessoas, dirigentes e acabei indo para São Paulo, onde morei por 15 anos. Nos grandes clubes, joguei no Santos, no Corinthians e no São Paulo. Joguei três Copas do Mundo, três sul-americanos e a Olimpíada. Me sentia realizada. FIM DO TIME Estava no São Paulo quando acabaram com o time e minha vida parou. Tive que voltar para o Rio. Minha vida virou de cabeça para baixo. Ainda tentei trabalhar em um projeto de uma escolinha com outra jogadora que morava perto da minha casa, mas era temporário e não assinavam a carteira. Precisava dar uma estabilidade à minha vida quando decidi largar tudo e tentar algo diferente. A única coisa que sabia fazer era dirigir. Tirei a carteira "D" e decidi virar motorista de ônibus. Apareceu uma oportunidade, fiz um teste e virei motorista. Esse nunca foi meu projeto de vida. Mas foi a oportunidade que me apareceu. Estou há oito anos e me sustento fazendo isso. Tenho orgulho do que faço, mas quando parei de jogar futebol, foi o período mais difícil da minha vida. Sinto falta de ter estudado mais, mas tive que largar meus estudos muito cedo e me arrependo. Passei 12 anos jogando pela seleção e nunca recebi nenhuma ajuda. Fico triste pois vejo tantos ex-atletas homens trabalhando como olheiros, dentro dos clubes e federações, e nós fomos esquecidas. Fico triste pois vejo que nada mudou. Até hoje as atletas não têm apoio. Temos a Marta que foi eleita cinco vezes a melhor do mundo, mas não há uma continuidade. Não temos ninguém que possa substituí-la. Hoje meu desafio é outro. Antes, era capitã da seleção brasileira e tinha que dar minha cara a tapa. Agora, sou responsável por levar vidas dentro de um ônibus. Não esqueci o que vivi no futebol. Algumas pessoas até me questionam. Como alguém que defendeu tanto o país em várias competições vira motorista de ônibus? Não tenho o que dizer, infelizmente, é a realidade do meu país. Acordo 3h30, só tenho uma folga por semana e todos os dias tenho que estar deitada às 21h para dormir. Não é uma vida perfeita, tenho que ter garra, lutar e persistir. Aprendi isso defendendo as cores do meu Brasil. Sofro, sinto saudade de tudo que vivi e faria qualquer coisa para lutar pelo meu esporte. Vivi dias felizes e, se tivesse que voltar aos meus 20 anos e fazer tudo de novo, não pensaria duas vezes. Tive uma boa carreira, realizei sonhos, representei meu país e fui vencedora. Embora não tenha colhido os frutos, faria tudo novamente. No meu coração, sempre lembrarei os dias em que fui capitã da seleção brasileira.
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Operador do PMDB cita Palocci em delação da Lava Jato
Apontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como um dos operadores do PMDB na Petrobras, o lobista Fernando Soares, conhecido como Baiano, citou em depoimentos prestados para fechar um acordo de delação premiada os nomes do ex-ministro Antonio Palocci e do empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. Baiano relatou ter visto Palocci presenciar o acerto de doação ilícita à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. Ele disse que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa também estava no comitê. Palocci nega que o encontro tenha ocorrido. A versão de que Palocci teria pedido R$ 2 milhões para a campanha de Dilma foi apresentada por Costa em seu acordo de delação premiada. Segundo o ex-diretor, o montante foi entregue pelo doleiro Alberto Youssef. O doleiro, no entanto, negou repetidas vezes que tenha feita essa operação. Palocci era um dos coordenadores da campanha de Dilma em 2010. Baiano mencionou também o nome de Bumlai como um de seus contatos no PT que teria pedido contribuições para o partido. O lobista prestou depoimentos entre segunda e quarta-feira desta semana na Polícia Federal em Curitiba. Ele está preso desde novembro do ano passado, sob acusação de ter pago propina para fechar negócios na diretoria internacional da Petrobras. Em um único negócio que intermediou —a compra de dois navios-sondas por cerca de US$ 1 bilhão— foram pagos US$ 15 milhões de suborno, o que ele negava antes de iniciar a delação. Só por essa transação, o lobista foi condenado a 16 anos de prisão. OUTRO LADO A assessoria do ex-ministro Antonio Palocci nega que ela tenha se encontrado com o lobista Fernando Soares e o ex-diretor Paulo Roberto Costa, juntos ou separadamente. O advogado de Palocci, José Roberto Batochio, criticou as delações e disse que elas "começam a resvalar para a fabricação de falsas versões salva-vidas dos condenados". O PT afirmou que "todas as doações para a campanha de 2010 foram feitas dentro da estrita legalidade e declaradas à Justiça Eleitoral". O defensor de Fernando Baiano, Sergio Riera, não quis se pronunciar. A Folha não conseguiu localizar a defesa do empresário José Carlos Bumlai.
poder
Operador do PMDB cita Palocci em delação da Lava JatoApontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como um dos operadores do PMDB na Petrobras, o lobista Fernando Soares, conhecido como Baiano, citou em depoimentos prestados para fechar um acordo de delação premiada os nomes do ex-ministro Antonio Palocci e do empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. Baiano relatou ter visto Palocci presenciar o acerto de doação ilícita à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. Ele disse que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa também estava no comitê. Palocci nega que o encontro tenha ocorrido. A versão de que Palocci teria pedido R$ 2 milhões para a campanha de Dilma foi apresentada por Costa em seu acordo de delação premiada. Segundo o ex-diretor, o montante foi entregue pelo doleiro Alberto Youssef. O doleiro, no entanto, negou repetidas vezes que tenha feita essa operação. Palocci era um dos coordenadores da campanha de Dilma em 2010. Baiano mencionou também o nome de Bumlai como um de seus contatos no PT que teria pedido contribuições para o partido. O lobista prestou depoimentos entre segunda e quarta-feira desta semana na Polícia Federal em Curitiba. Ele está preso desde novembro do ano passado, sob acusação de ter pago propina para fechar negócios na diretoria internacional da Petrobras. Em um único negócio que intermediou —a compra de dois navios-sondas por cerca de US$ 1 bilhão— foram pagos US$ 15 milhões de suborno, o que ele negava antes de iniciar a delação. Só por essa transação, o lobista foi condenado a 16 anos de prisão. OUTRO LADO A assessoria do ex-ministro Antonio Palocci nega que ela tenha se encontrado com o lobista Fernando Soares e o ex-diretor Paulo Roberto Costa, juntos ou separadamente. O advogado de Palocci, José Roberto Batochio, criticou as delações e disse que elas "começam a resvalar para a fabricação de falsas versões salva-vidas dos condenados". O PT afirmou que "todas as doações para a campanha de 2010 foram feitas dentro da estrita legalidade e declaradas à Justiça Eleitoral". O defensor de Fernando Baiano, Sergio Riera, não quis se pronunciar. A Folha não conseguiu localizar a defesa do empresário José Carlos Bumlai.
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Em Belo Horizonte, noite de um dos maiores clássicos do futebol
Na escala dos maiores clássicos do futebol mundial, o Brasil x Argentina de hoje à noite no Mineirão só perde para Alemanha x Brasil, Brasil x Itália e Alemanha x Itália. Os dois primeiros somam nove títulos mundiais, o terceiro, oito. Brasileiros e argentinos, juntos, ganharam sete Copas do Mundo. É claro que tais avaliações sempre têm um quê de subjetividade, e os uruguaios poderão dizer, com toda razão, que Brasil x Uruguai também reúne sete Copas. Só que o Uruguai, embora tradicionalmente respeitabilíssimo, não tem mais o mesmo protagonismo, e o futebol argentino era favorito e foi o mais prejudicado pela Segunda Guerra Mundial, quando as Copas previstas para 1942 e 1946 não foram disputadas. Seja como for, o embate entre Messi e Neymar desta noite tem tudo o que o amante do futebol pode desejar. Pouco importa para a grandeza do clássico se a seleção brasileira lidera as eliminatórias sul-americanas e a argentina ocupa modesto, e surpreendente, sexto lugar depois de dez jogos, fora, portanto, da zona de classificação. A diferença de cinco pontos entre ambos pode aumentar para oito, cair para dois ou ficar como está. É mais que improvável, porém, a ausência argentina na Copa da Rússia em 2018, mesmo que os hermanos percam em Belo Horizonte. Como não é nada improvável uma vitória deles, algo que desde já deve ser encarado com naturalidade, pois a má colocação atual tem tudo a ver com a ausência do gênio Lionel Messi. Ele não participou dos últimos três jogos, quando a Argentina só empatou com Venezuela e Peru, fora de casa, e perdeu para o Paraguai, em Córdoba, assim como não enfrentou o Brasil, ainda sob Dunga, no 1 a 1 em Buenos Aires. Com Messi, a Argentina liderava as eliminatórias e é curioso observar que a defesa argentina, considerada o ponto fraco do time, sofreu até agora os mesmos nove gols sofridos pela seleção brasileira, enquanto o ataque, o ponto forte, marcou apenas 11 vezes, contra 23 gols brasileiros. A noite é enorme para os dois treinadores. Tite, em momento iluminado, fará sua estreia neste encontro que atrai a atenção mundial, e Edgardo Bauza está sob fogo intenso da torcida e da imprensa argentinas. Desnecessário lembrar a carga emocional de Neymar e companhia na volta ao palco do maior vexame da história do futebol brasileiro, local da vitória argentina, na mesma Copa de 2014, sobre o Irã, por 1 a 0, gol de Messi, nos acréscimos, em dia do goleiro sul-americano Sergio Romero, autor de três defesas dificílimas. Melhor lembrar das eliminatórias para a Copa de 2006, em junho de 2004, quando o Brasil venceu por 3 a 1, três gols de Ronaldo, todos de pênaltis sofridos por ele no Mineirão. Embora a CBF e a AFA não concordem, será o 99º jogo oficial entre as seleções de duas das cinco maiores escolas do futebol mundial, com 37 vitórias brasileiras, 36 argentinas e 25 empates. Que o árbitro chileno Julio Bascuñan não atrapalhe o jogo que o planeta Terra verá de joelhos, porque, como se sabe, o mundo é uma bola. Em homenagem ao Rei Pelé e Diego Maradona, a Di Stéfano e Mané Garrincha, na cidade de Tostão.
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Em Belo Horizonte, noite de um dos maiores clássicos do futebolNa escala dos maiores clássicos do futebol mundial, o Brasil x Argentina de hoje à noite no Mineirão só perde para Alemanha x Brasil, Brasil x Itália e Alemanha x Itália. Os dois primeiros somam nove títulos mundiais, o terceiro, oito. Brasileiros e argentinos, juntos, ganharam sete Copas do Mundo. É claro que tais avaliações sempre têm um quê de subjetividade, e os uruguaios poderão dizer, com toda razão, que Brasil x Uruguai também reúne sete Copas. Só que o Uruguai, embora tradicionalmente respeitabilíssimo, não tem mais o mesmo protagonismo, e o futebol argentino era favorito e foi o mais prejudicado pela Segunda Guerra Mundial, quando as Copas previstas para 1942 e 1946 não foram disputadas. Seja como for, o embate entre Messi e Neymar desta noite tem tudo o que o amante do futebol pode desejar. Pouco importa para a grandeza do clássico se a seleção brasileira lidera as eliminatórias sul-americanas e a argentina ocupa modesto, e surpreendente, sexto lugar depois de dez jogos, fora, portanto, da zona de classificação. A diferença de cinco pontos entre ambos pode aumentar para oito, cair para dois ou ficar como está. É mais que improvável, porém, a ausência argentina na Copa da Rússia em 2018, mesmo que os hermanos percam em Belo Horizonte. Como não é nada improvável uma vitória deles, algo que desde já deve ser encarado com naturalidade, pois a má colocação atual tem tudo a ver com a ausência do gênio Lionel Messi. Ele não participou dos últimos três jogos, quando a Argentina só empatou com Venezuela e Peru, fora de casa, e perdeu para o Paraguai, em Córdoba, assim como não enfrentou o Brasil, ainda sob Dunga, no 1 a 1 em Buenos Aires. Com Messi, a Argentina liderava as eliminatórias e é curioso observar que a defesa argentina, considerada o ponto fraco do time, sofreu até agora os mesmos nove gols sofridos pela seleção brasileira, enquanto o ataque, o ponto forte, marcou apenas 11 vezes, contra 23 gols brasileiros. A noite é enorme para os dois treinadores. Tite, em momento iluminado, fará sua estreia neste encontro que atrai a atenção mundial, e Edgardo Bauza está sob fogo intenso da torcida e da imprensa argentinas. Desnecessário lembrar a carga emocional de Neymar e companhia na volta ao palco do maior vexame da história do futebol brasileiro, local da vitória argentina, na mesma Copa de 2014, sobre o Irã, por 1 a 0, gol de Messi, nos acréscimos, em dia do goleiro sul-americano Sergio Romero, autor de três defesas dificílimas. Melhor lembrar das eliminatórias para a Copa de 2006, em junho de 2004, quando o Brasil venceu por 3 a 1, três gols de Ronaldo, todos de pênaltis sofridos por ele no Mineirão. Embora a CBF e a AFA não concordem, será o 99º jogo oficial entre as seleções de duas das cinco maiores escolas do futebol mundial, com 37 vitórias brasileiras, 36 argentinas e 25 empates. Que o árbitro chileno Julio Bascuñan não atrapalhe o jogo que o planeta Terra verá de joelhos, porque, como se sabe, o mundo é uma bola. Em homenagem ao Rei Pelé e Diego Maradona, a Di Stéfano e Mané Garrincha, na cidade de Tostão.
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Canadense é primeira vítima de ataque em Londres a ter o nome divulgado
A primeira vítima do atentado em Londres a ter seu nome divulgado foi a canadense Christine Archibald. Neste domingo (4), uma produtora da CTV News do Canadá fez um post no Twitter com uma mensagem escrita pela família de Christine, uma das sete pessoas mortas no ataque deste sábado, em Londres. No texto, a família, da Colúmbia Britânica, conta que a jovem, que trabalhava em um abrigo para sem tetos no Canadá, havia se mudado para a Europa com o noivo. "Ela não entenderia a insensível crueldade que causou sua morte. Por favor, honrem-na fazendo da sua comunidade um lugar melhor." Uma familiar contou à imprensa que ela e o noivo estavam juntos no momento do ataque. Veja o tuíte O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, confirmou que um francês estava entre os mortos. A imprensa do país informou que sete franceses ficaram feridos, quatro gravemente, e uma pessoa estava desaparecida. Veja o tuíte O Serviço de Ambulância de Londres informou que ao menos 48 pessoas foram levadas a cinco hospitais da capital. Segundo autoridades, 21 delas estavam feridas gravemente. Na noite deste sábado (3), Londres sofreu dois ataques terroristas em torno da ponte de Londres, que passa sobre o rio Tâmisa. Um carro branco, descrito como uma van, atropelou entre 15 e 20 pessoas sobre a ponte; homens com facas atacaram pessoas que estavam em um restaurante a poucas quadras do local, no mercado de Borough. De acordo com os relatos, a van desviou da pista para a direita e seguiu em direção aos pedestres que caminhavam pela calçada. Segundo a polícia, há um total de sete mortos e pelo menos 48 feridos —além das vítimas, três suspeitos foram mortos a tiros por policiais. O Estado Islâmico reivindicou os ataques neste domingo.
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Canadense é primeira vítima de ataque em Londres a ter o nome divulgadoA primeira vítima do atentado em Londres a ter seu nome divulgado foi a canadense Christine Archibald. Neste domingo (4), uma produtora da CTV News do Canadá fez um post no Twitter com uma mensagem escrita pela família de Christine, uma das sete pessoas mortas no ataque deste sábado, em Londres. No texto, a família, da Colúmbia Britânica, conta que a jovem, que trabalhava em um abrigo para sem tetos no Canadá, havia se mudado para a Europa com o noivo. "Ela não entenderia a insensível crueldade que causou sua morte. Por favor, honrem-na fazendo da sua comunidade um lugar melhor." Uma familiar contou à imprensa que ela e o noivo estavam juntos no momento do ataque. Veja o tuíte O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, confirmou que um francês estava entre os mortos. A imprensa do país informou que sete franceses ficaram feridos, quatro gravemente, e uma pessoa estava desaparecida. Veja o tuíte O Serviço de Ambulância de Londres informou que ao menos 48 pessoas foram levadas a cinco hospitais da capital. Segundo autoridades, 21 delas estavam feridas gravemente. Na noite deste sábado (3), Londres sofreu dois ataques terroristas em torno da ponte de Londres, que passa sobre o rio Tâmisa. Um carro branco, descrito como uma van, atropelou entre 15 e 20 pessoas sobre a ponte; homens com facas atacaram pessoas que estavam em um restaurante a poucas quadras do local, no mercado de Borough. De acordo com os relatos, a van desviou da pista para a direita e seguiu em direção aos pedestres que caminhavam pela calçada. Segundo a polícia, há um total de sete mortos e pelo menos 48 feridos —além das vítimas, três suspeitos foram mortos a tiros por policiais. O Estado Islâmico reivindicou os ataques neste domingo.
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Mocotó Café serve receitas sertanejas que confortam
Um clima interiorano ronda a fila do Mocotó Café: um conversa com outro que conversa com outro. O sistema é o mesmo da Comedoria: paga-se no caixa e fica a esperar o número da comanda ser chamado para retirar o pedido -que, às vezes, é servido à mesa, com gentileza. Para quem conhece a matriz sob comando de Rodrigo Oliveira, na região norte, os sabores do café soam familiares e trazem certo aconchego. Os dadinhos de tapioca e queijo coalho (R$ 12), os torresmos (a versão menos carnuda, mais duros do que crocantes, quando ficam acomodados na estufa; R$ 14), o pudim de tapioca com coco queimado (de consistência cremosa e calda no ponto de caramelo, tinindo; R$ 10). Mais vale o cuscuz de milho cozido no vapor com leite, delicado e molhadinho, com ovo de gema mole, que escorrega, e carne-seca úmida (R$ 10), do que o baião de dois (R$ 19). Este, combina arroz e feijão-fradinho bem firme, que toma emprestada a gordura da carne-seca, da linguiça e do queijo coalho -tudo coroado, moderadamente, com manteiga de garrafa. O escondidinho, que intercala macio purê de mandioca, requeijão do Norte (com consistência de Catupiry), carne-seca e queijo coalho, é servido em pedaços (e não no ramekin), e perde logo sua valiosa quentura (R$ 24). Para finalizar, uma alegria: café coado Vento Norte, especialíssimo, aromático e com boa acidez (que nos faz salivar, repare), vindo de Piatã, uma região beneficiada pela grande altitude na Chapada Diamantina (Bahia). Faz boa companhia o trio de bolinhos da casa (R$ 5): mandioca, fubá com coco cremoso e chocolate -este, leve e aerado. Em sintonia com os novos ares do mercado, que agora expande suas fronteiras para além do interior paulista, o Café Mocotó também coloca à venda produtos sertanejos, como farinha de mandioca, tapioca granulada, manteiga de garrafa e molhos de pimenta. Mocotó Café QUANDO DE SEG. A SÁB., DAS 8H ÀS 18H ONDE MERCADO DE PINHEIROS - R. PEDRO CRISTI, 89; TEL. (11) 3031-7932
comida
Mocotó Café serve receitas sertanejas que confortamUm clima interiorano ronda a fila do Mocotó Café: um conversa com outro que conversa com outro. O sistema é o mesmo da Comedoria: paga-se no caixa e fica a esperar o número da comanda ser chamado para retirar o pedido -que, às vezes, é servido à mesa, com gentileza. Para quem conhece a matriz sob comando de Rodrigo Oliveira, na região norte, os sabores do café soam familiares e trazem certo aconchego. Os dadinhos de tapioca e queijo coalho (R$ 12), os torresmos (a versão menos carnuda, mais duros do que crocantes, quando ficam acomodados na estufa; R$ 14), o pudim de tapioca com coco queimado (de consistência cremosa e calda no ponto de caramelo, tinindo; R$ 10). Mais vale o cuscuz de milho cozido no vapor com leite, delicado e molhadinho, com ovo de gema mole, que escorrega, e carne-seca úmida (R$ 10), do que o baião de dois (R$ 19). Este, combina arroz e feijão-fradinho bem firme, que toma emprestada a gordura da carne-seca, da linguiça e do queijo coalho -tudo coroado, moderadamente, com manteiga de garrafa. O escondidinho, que intercala macio purê de mandioca, requeijão do Norte (com consistência de Catupiry), carne-seca e queijo coalho, é servido em pedaços (e não no ramekin), e perde logo sua valiosa quentura (R$ 24). Para finalizar, uma alegria: café coado Vento Norte, especialíssimo, aromático e com boa acidez (que nos faz salivar, repare), vindo de Piatã, uma região beneficiada pela grande altitude na Chapada Diamantina (Bahia). Faz boa companhia o trio de bolinhos da casa (R$ 5): mandioca, fubá com coco cremoso e chocolate -este, leve e aerado. Em sintonia com os novos ares do mercado, que agora expande suas fronteiras para além do interior paulista, o Café Mocotó também coloca à venda produtos sertanejos, como farinha de mandioca, tapioca granulada, manteiga de garrafa e molhos de pimenta. Mocotó Café QUANDO DE SEG. A SÁB., DAS 8H ÀS 18H ONDE MERCADO DE PINHEIROS - R. PEDRO CRISTI, 89; TEL. (11) 3031-7932
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Em meio a crises, cobrança por sacola plástica é o menor dos problemas
Com todo o respeito a quem protesta contra o pagamento das sacolinhas plásticas em supermercados, mas no momento em que o país passa por grave crise política e econômica, pagar R$ 0,08 ou R$ 0,10 por cada sacolinha, sinceramente, é o menor dos nossos problemas. Luciano Harary (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Em meio a crises, cobrança por sacola plástica é o menor dos problemasCom todo o respeito a quem protesta contra o pagamento das sacolinhas plásticas em supermercados, mas no momento em que o país passa por grave crise política e econômica, pagar R$ 0,08 ou R$ 0,10 por cada sacolinha, sinceramente, é o menor dos nossos problemas. Luciano Harary (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Ministro autoriza inquérito contra Pedro Paulo por agressão a ex-mulher
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux determinou abertura de inquérito contra o secretário-executivo de Coordenação de Governo do Rio, Pedro Paulo (PMDB-RJ), por suspeita de ter agredido sua ex-mulher, Alexandra Marcondes Teixeira. Fux atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República. Pedro Paulo é uma espécie de supersecretário do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e pré-candidato à sua sucessão. É responsável pelas principais obras que acontecem hoje no Rio e já é tratado por Paes como futuro prefeito da cidade. O episódio da agressão, no entanto, coloca em risco a candidatura. O caso está no STF porque Pedro Paulo é deputado federal –ele está licenciado para a secretaria, mas ainda mantém direito a foro privilegiado. Fux acolheu diligências pedidas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como a toma de depoimentos. A ex-mulher do secretário, Alexandra Teixeira, será chamada a prestar esclarecimentos e terá que justificar as sucessivas alterações em sua versão sobre o episódio. Em depoimento gravado em vídeo e entregue à Procuradoria-Geral da República por Pedro Paulo, a turismóloga defende o ex-marido e tenta esvaziar o depoimento da única testemunha, Ana Paula Bernardes, babá de sua filha à época. Bernardes também será chamada, além do médico que assinou o laudo e do responsável pelo o exame de corpo delito, entre outros. O inquérito é amparado por laudo do IML (Instituto Médico Legal) e testemunhos da babá e da própria ex-mulher. Em entrevista à Folha, o próprio secretário admitiu agressão, mas disse que foi um momento "de descontrole". "Resolvemos isso do ponto de vista da família, fizemos nosso acordo judicial". Para Janot, é preciso esclarecer dúvidas sobre o caso, diante das versões desencontradas e, especialmente, mudanças na fala da ex-mulher. A defesa do secretário alega, entre outros pontos, que os ferimentos da ex-mulher decorreram da tentativa de conte-la e que o laudo de exame de corpo de delito é impreciso no tocante as lesões constatadas no corpo de Alexandra Teixeira.
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Ministro autoriza inquérito contra Pedro Paulo por agressão a ex-mulherO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux determinou abertura de inquérito contra o secretário-executivo de Coordenação de Governo do Rio, Pedro Paulo (PMDB-RJ), por suspeita de ter agredido sua ex-mulher, Alexandra Marcondes Teixeira. Fux atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República. Pedro Paulo é uma espécie de supersecretário do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e pré-candidato à sua sucessão. É responsável pelas principais obras que acontecem hoje no Rio e já é tratado por Paes como futuro prefeito da cidade. O episódio da agressão, no entanto, coloca em risco a candidatura. O caso está no STF porque Pedro Paulo é deputado federal –ele está licenciado para a secretaria, mas ainda mantém direito a foro privilegiado. Fux acolheu diligências pedidas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como a toma de depoimentos. A ex-mulher do secretário, Alexandra Teixeira, será chamada a prestar esclarecimentos e terá que justificar as sucessivas alterações em sua versão sobre o episódio. Em depoimento gravado em vídeo e entregue à Procuradoria-Geral da República por Pedro Paulo, a turismóloga defende o ex-marido e tenta esvaziar o depoimento da única testemunha, Ana Paula Bernardes, babá de sua filha à época. Bernardes também será chamada, além do médico que assinou o laudo e do responsável pelo o exame de corpo delito, entre outros. O inquérito é amparado por laudo do IML (Instituto Médico Legal) e testemunhos da babá e da própria ex-mulher. Em entrevista à Folha, o próprio secretário admitiu agressão, mas disse que foi um momento "de descontrole". "Resolvemos isso do ponto de vista da família, fizemos nosso acordo judicial". Para Janot, é preciso esclarecer dúvidas sobre o caso, diante das versões desencontradas e, especialmente, mudanças na fala da ex-mulher. A defesa do secretário alega, entre outros pontos, que os ferimentos da ex-mulher decorreram da tentativa de conte-la e que o laudo de exame de corpo de delito é impreciso no tocante as lesões constatadas no corpo de Alexandra Teixeira.
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PM do Rio investiga participação de oficiais em protestos nos batalhões
A Corregedoria da Polícia Militar do Rio abriu um inquérito para investigar a participação de oficiais nos bloqueios em portas de batalhões iniciados no último dia 10. Nesta quarta, foram recolhidos para averiguação celulares de oficiais considerados suspeitos. As buscas foram autorizadas pela juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Justiça Militar do Rio. A Folha teve acesso a um dos mandados de busca e apreensão, que autoriza ainda a quebra de sigilo de dados telefônicos dos aparelhos, incluindo agenda telefônica e mensagens trocadas em aplicativos de comunicação. Com uma pauta de reivindicações que ia do pagamento de salários atrasados a melhores condições de trabalho, os protestos tiveram como inspiração manifestações ocorridas no início do mês no Espírito Santo, provocando uma onda de saques e assassinatos. Grupo de soldados tentam deixar batalhão No Rio, os bloqueios foram iniciados no dia 10 e perderam força após o pagamento dos salários do mês de janeiro, que ocorreu no dia 14. A Folha confirmou que ao menos dois oficiais tiveram os telefones apreendidos nesta quarta. A PM não informou o número de investigados. Em nota, disse que a conduta de alguns policiais e familiares durante as manifestações apresentou "indícios de transgressões disciplinares e/ou crimes de natureza comum ou militar". "É natural que esses fatos sejam apurados para atribuir responsabilidades", afirma a corporação. Um dos investigados é marido da ex-deputada estadual pelo PSOL Janira Rocha, que é tenente da reserva. Segundo ela, a busca foi feita em sua casa às 7h por três homens da corregedoria da PM. "Eu denunciei o caso nas redes sociais e recebi a informação que vários policiais cujos familiares participaram do movimento receberam a visita da corregedoria", disse. De acordo com ela, mandados do tipo foram cumpridos em diversos pontos do Estado nesta quarta. Rocha criticou a medida, alegando que o movimento foi coordenado por familiares e não pelos próprios policiais. "Eles estão identificando as mulheres mais atuantes e apreendendo o celular de seus maridos, no intuito de descobrir se fizeram parte ou não do movimento", afirmou. "Isso é absurdo porque ninguém pode ser responsabilizados por atos de terceiros." "Querem imputar na gente responsabilidade pelos protestos, mas em nenhum momento houve esse tipo de situação", defendeu-se o tenente Nilton da Silva Pereira, que também teve o celular apreendido na manhã desta quarta. Ele lidera o movimento SOS Polícia, que vem promovendo uma série de protestos contra a situação da segurança no estado do Rio e teve importante papel nos protestos contra o pacote anticrise do governo estadual no final de 2016. O tenente nega, porém, ligação com o movimento das mulheres de policiais. "O SOS Polícia é uma coisa nova e eles estão querendo nos desarticular", acusou.
cotidiano
PM do Rio investiga participação de oficiais em protestos nos batalhõesA Corregedoria da Polícia Militar do Rio abriu um inquérito para investigar a participação de oficiais nos bloqueios em portas de batalhões iniciados no último dia 10. Nesta quarta, foram recolhidos para averiguação celulares de oficiais considerados suspeitos. As buscas foram autorizadas pela juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Justiça Militar do Rio. A Folha teve acesso a um dos mandados de busca e apreensão, que autoriza ainda a quebra de sigilo de dados telefônicos dos aparelhos, incluindo agenda telefônica e mensagens trocadas em aplicativos de comunicação. Com uma pauta de reivindicações que ia do pagamento de salários atrasados a melhores condições de trabalho, os protestos tiveram como inspiração manifestações ocorridas no início do mês no Espírito Santo, provocando uma onda de saques e assassinatos. Grupo de soldados tentam deixar batalhão No Rio, os bloqueios foram iniciados no dia 10 e perderam força após o pagamento dos salários do mês de janeiro, que ocorreu no dia 14. A Folha confirmou que ao menos dois oficiais tiveram os telefones apreendidos nesta quarta. A PM não informou o número de investigados. Em nota, disse que a conduta de alguns policiais e familiares durante as manifestações apresentou "indícios de transgressões disciplinares e/ou crimes de natureza comum ou militar". "É natural que esses fatos sejam apurados para atribuir responsabilidades", afirma a corporação. Um dos investigados é marido da ex-deputada estadual pelo PSOL Janira Rocha, que é tenente da reserva. Segundo ela, a busca foi feita em sua casa às 7h por três homens da corregedoria da PM. "Eu denunciei o caso nas redes sociais e recebi a informação que vários policiais cujos familiares participaram do movimento receberam a visita da corregedoria", disse. De acordo com ela, mandados do tipo foram cumpridos em diversos pontos do Estado nesta quarta. Rocha criticou a medida, alegando que o movimento foi coordenado por familiares e não pelos próprios policiais. "Eles estão identificando as mulheres mais atuantes e apreendendo o celular de seus maridos, no intuito de descobrir se fizeram parte ou não do movimento", afirmou. "Isso é absurdo porque ninguém pode ser responsabilizados por atos de terceiros." "Querem imputar na gente responsabilidade pelos protestos, mas em nenhum momento houve esse tipo de situação", defendeu-se o tenente Nilton da Silva Pereira, que também teve o celular apreendido na manhã desta quarta. Ele lidera o movimento SOS Polícia, que vem promovendo uma série de protestos contra a situação da segurança no estado do Rio e teve importante papel nos protestos contra o pacote anticrise do governo estadual no final de 2016. O tenente nega, porém, ligação com o movimento das mulheres de policiais. "O SOS Polícia é uma coisa nova e eles estão querendo nos desarticular", acusou.
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Rio tem maior temperatura do ano e sensação térmica atinge 47,7ºC
A última semana de 2016 não será fácil para os cariocas. A previsão é de predomínio de sol e muito calor nessa reta final de ano, com temperaturas acima dos 34°C. O dia marcou o registro da maior temperatura de 2016, até o momento. Os termômetros atingiram 42,3ºC, na estação de Guaratiba, na zona oeste, no início da tarde. No mesmo local, foi registrada a sensação térmica de 47,7ºC, a segunda maior do ano (a maior, de 49,3ºC, foi registrada ainda na primavera, no último dia 11). Mais cedo, às 7h30, o centro havia registrado sensação térmica de 40°C. As informações são do Centro de Operações Rio. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), órgão oficial, previa temperatura máxima de 38°C para esta terça, com baixa probabilidade de chuva. Na quarta (28), a temperatura máxima tem um leve recuo e deve atingir os 34°C. Nos demais dias, as temperaturas voltam a subir e atingem 37°C (quinta), 38°C (sexta) e 36° (sábado), véspera de Ano Novo. Para a noite da virada, a previsão é de céu com poucas nuvens. A água morna e cristalina das praias da zona sul atraiu milhares de pessoas nesta segunda (26). No Arpoador, banhistas ficaram na água até de noite. Às 17h, a sensação térmica chegou a 44,9ºC na estação Barra/Riocentro na zona oeste. Já a temperatura máxima foi de 38,9ºC, às 15h, em Irajá, na zona norte. O centro de operações do Rio emitiu alerta para evitar a exposição prolongada ao sol devido ao raios ultravioleta. De acordo com o centro, o índice UV (ultra violeta) será de 13, considerado extremo, na faixa das 11h às 15h. Quanto mais alto o índice, maiores os riscos de câncer da pele.
cotidiano
Rio tem maior temperatura do ano e sensação térmica atinge 47,7ºCA última semana de 2016 não será fácil para os cariocas. A previsão é de predomínio de sol e muito calor nessa reta final de ano, com temperaturas acima dos 34°C. O dia marcou o registro da maior temperatura de 2016, até o momento. Os termômetros atingiram 42,3ºC, na estação de Guaratiba, na zona oeste, no início da tarde. No mesmo local, foi registrada a sensação térmica de 47,7ºC, a segunda maior do ano (a maior, de 49,3ºC, foi registrada ainda na primavera, no último dia 11). Mais cedo, às 7h30, o centro havia registrado sensação térmica de 40°C. As informações são do Centro de Operações Rio. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), órgão oficial, previa temperatura máxima de 38°C para esta terça, com baixa probabilidade de chuva. Na quarta (28), a temperatura máxima tem um leve recuo e deve atingir os 34°C. Nos demais dias, as temperaturas voltam a subir e atingem 37°C (quinta), 38°C (sexta) e 36° (sábado), véspera de Ano Novo. Para a noite da virada, a previsão é de céu com poucas nuvens. A água morna e cristalina das praias da zona sul atraiu milhares de pessoas nesta segunda (26). No Arpoador, banhistas ficaram na água até de noite. Às 17h, a sensação térmica chegou a 44,9ºC na estação Barra/Riocentro na zona oeste. Já a temperatura máxima foi de 38,9ºC, às 15h, em Irajá, na zona norte. O centro de operações do Rio emitiu alerta para evitar a exposição prolongada ao sol devido ao raios ultravioleta. De acordo com o centro, o índice UV (ultra violeta) será de 13, considerado extremo, na faixa das 11h às 15h. Quanto mais alto o índice, maiores os riscos de câncer da pele.
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'Onde se queimam livros, acabam-se queimando pessoas', já disse o poeta
Sou fascinado pelo incontornável clichê: a fotografia do escritor em primeiro plano, a estante coalhada de livros ao fundo, o fetiche das lombadas atraindo-me o olhar como um convite à curiosidade e ao prazer. Tento identificá-las, apreciando a imagem por minutos, detendo-me em velhas capas conhecidas, adivinhando outras tantas que nunca tive em mãos. Por idêntico motivo, ao entrar pela primeira vez em uma residência qualquer, passeio a vista pelo ambiente, exploro o local em busca de volumes empilhados à toa ou dispostos em fileiras contíguas sobre as prateleiras. Invejo os rituais de uma possível organização, deixo-me seduzir pelo caos da eventual desordem. Durante a visita, se tiver oportunidade, roço a ponta dos dedos pelo costado dos tomos mais ao alcance, acaricio o dorso das encadernações e brochuras. Leio títulos, distingo autores, descubro temas, constato minhas ignorâncias. "Eu, que imaginava o Paraíso/ tendo uma biblioteca como modelo", propõem, aliás, os versos do "Poema dos Dons", de Jorge Luis Borges. A escritora Marguerite Yourcenar, por sua vez, afirmava que a melhor maneira de se conhecer alguém é observando seus livros. Um homem, afinal, é aquilo que lê. Os desavisados não devem, porém, confundir tal constatação com a ideia de que lemos só aquilo que nos conforta e anima. Livros não são escritos para consolar certezas. Na verdade, mostram-se muito mais úteis quando conseguem semear a dúvida, desestabilizar credos, vergalhar convicções. Por isso mesmo, livros sempre foram considerados perigosos pelos regimes de força, pelas mentes autoritárias e cheias de verdades, pelos inquisidores da vida alheia. Nos antigos ordálios da Antiguidade e da Idade Média, escritos considerados perniciosos eram atirados ao fogo e submetidos ao "juízo de Deus". Se queimassem, ficava provada a acusação que recaía sobre eles. Caso, por improvável milagre, viessem a saltar das chamas, ficariam absolvidos das denúncias. Mais tarde, nos autos de fé da Inquisição, os próprios autores foram atirados à fogueira. "Onde se queimam livros, acabam-se queimando pessoas", advertia o poeta judeo-alemão Heinrich Heine. Com efeito, antes dos campos de extermínio em massa, os nazistas começaram queimando obras literárias, científicas e filosóficas. Em 1933, montanhas de livros, de autores como Albert Einstein, Sigmund Freud, Stefan Zweig e Thomas Mann, foram incineradas em praças públicas pela juventude hitlerista, sob o pretexto de purificar a cultura germânica. Na chamada Revolução Cultural chinesa, deu-se o mesmo. No macarthismo dos Estados Unidos, idem. No Chile de Pinochet, também. No Brasil, claro, não escapamos da sanha dos Torquemadas literários. Durante o Estado Novo, romances de Jorge Amado e José Lins do Rego foram queimados, após apreensões em livrarias e bibliotecas, determinadas por interventores e chefes militares. Nem mesmo Monteiro Lobato e suas "Reinações de Narizinho", obra considerada maléfica à infância pelos censores, escaparam da pirocracia. Na ditadura civil-militar implantada em 1964, ter livros em casa voltou a ser temerário. Estantes eram devassadas em busca de volumes que servissem para incriminar os respectivos leitores. À época, o cretinismo dos repressores foi responsável por notas de tragicomédia. Livros sobre arte cubista, por exemplo, eram apreendidos por fazer hipotética propaganda ideológica de Cuba. Na semana que passou, uma milícia virtual se vangloriou de ter "desmascarado" um repórter deste Folha, Artur Rodrigues, rotulando-o de "militante travestido de jornalista", pelo fato de ele aparecer numa foto diante de alguns livros de estimação, todos muitos seletos, ressalte-se. Entre eles, a biografia de Carlos Marighella, escrita pelo jornalista Mário Magalhães, vencedora de diversos prêmios nacionais, incluindo o Jabuti. De tão obtusa, a afirmativa nem mereceria maiores refutações. Há quem diga que o melhor mesmo a fazer é ignorar a estridência desse tipo de midiativismo que investe na desinformação, na fragilidade do repertório cultural de seus seguidores e na consequente infantilização do debate público. Levá-lo demasiadamente a sério seria compactuar com um espetáculo bufão, dar cabimento à frivolidade como discurso e prática política. Tenho cá minhas dúvidas. Primeiro, inviabilizam exposições de arte. Depois, expõem jornalistas à fúria das redes por causa de livros. O que virá em seguida?
colunas
'Onde se queimam livros, acabam-se queimando pessoas', já disse o poetaSou fascinado pelo incontornável clichê: a fotografia do escritor em primeiro plano, a estante coalhada de livros ao fundo, o fetiche das lombadas atraindo-me o olhar como um convite à curiosidade e ao prazer. Tento identificá-las, apreciando a imagem por minutos, detendo-me em velhas capas conhecidas, adivinhando outras tantas que nunca tive em mãos. Por idêntico motivo, ao entrar pela primeira vez em uma residência qualquer, passeio a vista pelo ambiente, exploro o local em busca de volumes empilhados à toa ou dispostos em fileiras contíguas sobre as prateleiras. Invejo os rituais de uma possível organização, deixo-me seduzir pelo caos da eventual desordem. Durante a visita, se tiver oportunidade, roço a ponta dos dedos pelo costado dos tomos mais ao alcance, acaricio o dorso das encadernações e brochuras. Leio títulos, distingo autores, descubro temas, constato minhas ignorâncias. "Eu, que imaginava o Paraíso/ tendo uma biblioteca como modelo", propõem, aliás, os versos do "Poema dos Dons", de Jorge Luis Borges. A escritora Marguerite Yourcenar, por sua vez, afirmava que a melhor maneira de se conhecer alguém é observando seus livros. Um homem, afinal, é aquilo que lê. Os desavisados não devem, porém, confundir tal constatação com a ideia de que lemos só aquilo que nos conforta e anima. Livros não são escritos para consolar certezas. Na verdade, mostram-se muito mais úteis quando conseguem semear a dúvida, desestabilizar credos, vergalhar convicções. Por isso mesmo, livros sempre foram considerados perigosos pelos regimes de força, pelas mentes autoritárias e cheias de verdades, pelos inquisidores da vida alheia. Nos antigos ordálios da Antiguidade e da Idade Média, escritos considerados perniciosos eram atirados ao fogo e submetidos ao "juízo de Deus". Se queimassem, ficava provada a acusação que recaía sobre eles. Caso, por improvável milagre, viessem a saltar das chamas, ficariam absolvidos das denúncias. Mais tarde, nos autos de fé da Inquisição, os próprios autores foram atirados à fogueira. "Onde se queimam livros, acabam-se queimando pessoas", advertia o poeta judeo-alemão Heinrich Heine. Com efeito, antes dos campos de extermínio em massa, os nazistas começaram queimando obras literárias, científicas e filosóficas. Em 1933, montanhas de livros, de autores como Albert Einstein, Sigmund Freud, Stefan Zweig e Thomas Mann, foram incineradas em praças públicas pela juventude hitlerista, sob o pretexto de purificar a cultura germânica. Na chamada Revolução Cultural chinesa, deu-se o mesmo. No macarthismo dos Estados Unidos, idem. No Chile de Pinochet, também. No Brasil, claro, não escapamos da sanha dos Torquemadas literários. Durante o Estado Novo, romances de Jorge Amado e José Lins do Rego foram queimados, após apreensões em livrarias e bibliotecas, determinadas por interventores e chefes militares. Nem mesmo Monteiro Lobato e suas "Reinações de Narizinho", obra considerada maléfica à infância pelos censores, escaparam da pirocracia. Na ditadura civil-militar implantada em 1964, ter livros em casa voltou a ser temerário. Estantes eram devassadas em busca de volumes que servissem para incriminar os respectivos leitores. À época, o cretinismo dos repressores foi responsável por notas de tragicomédia. Livros sobre arte cubista, por exemplo, eram apreendidos por fazer hipotética propaganda ideológica de Cuba. Na semana que passou, uma milícia virtual se vangloriou de ter "desmascarado" um repórter deste Folha, Artur Rodrigues, rotulando-o de "militante travestido de jornalista", pelo fato de ele aparecer numa foto diante de alguns livros de estimação, todos muitos seletos, ressalte-se. Entre eles, a biografia de Carlos Marighella, escrita pelo jornalista Mário Magalhães, vencedora de diversos prêmios nacionais, incluindo o Jabuti. De tão obtusa, a afirmativa nem mereceria maiores refutações. Há quem diga que o melhor mesmo a fazer é ignorar a estridência desse tipo de midiativismo que investe na desinformação, na fragilidade do repertório cultural de seus seguidores e na consequente infantilização do debate público. Levá-lo demasiadamente a sério seria compactuar com um espetáculo bufão, dar cabimento à frivolidade como discurso e prática política. Tenho cá minhas dúvidas. Primeiro, inviabilizam exposições de arte. Depois, expõem jornalistas à fúria das redes por causa de livros. O que virá em seguida?
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Ironias de Temer
Reconhecido, até por seus adversários, como político habilidoso e de trato gentil, o presidente Michel Temer (PMDB) deu mostras de incorrer, por vezes, nos equívocos da autossuficiência e do desdém. Há menos de um mês, celebrando com uma plateia de empresários a sanção de um projeto que amplia o prazo para o pagamento de dívidas tributárias, referiu-se jocosamente aos que, fora do palácio, protestavam contra a flexibilização de direitos trabalhistas. Eles "aplaudem este grande momento do governo federal", sorriu Temer, sugerindo aos empresários que contratassem os manifestantes ao final do evento. "Se não têm emprego, quem sabe arrumam", arrematou. Mais recentemente, diante de outro público seleto, criticou as ocupações de escolas e universidades contra a reforma do ensino médio e a PEC (proposta de emenda à Constituição) que limita a expansão dos gastos públicos. Ignora-se, considerou o presidente, o conteúdo da PEC 241; "vi uma entrevista", prosseguiu, em que um aluno traduzia a sigla como "Proposta de Ensino Comercial". Diga-se de passagem que a resposta do estudante poderá ter sido, ela própria, irônica. Temer, de todo modo, dera seu recado: a ignorância alimentava os protestos. Importa pouco que logo em seguida, talvez percebendo o tom provocador que adotava, o presidente tenha estendido também aos adeptos da PEC a acusação de desconhecer o seu teor. A mordida, por assim dizer, foi mais fundo do que o sopro a sucedê-la. Há bons motivos para discordar da mobilização estudantil. No refluxo das manifestações de rua, concentram-se em setores específicos e propensos ao ativismo os bolsões de resistência ao governo Temer, fundados em palavras de ordem de indisfarçável simplismo. A PEC 241 não impõe cortes aos orçamentos da educação e da saúde. Se bem-sucedida, propiciará queda significativa nas altíssimas taxas de juros, precisamente o foco das condenações vindas de quem associa a administração do PMDB aos interesses do capital financeiro. Por sua vez, ainda que inabilmente apresentada por medida provisória, a reforma do ensino médio avança em inúmeros aspectos, como o aumento da carga horária e da liberdade dos alunos na estruturação de sua grade curricular. Se a discussão é eminentemente técnica, cabe intensificar os esforços de debate e esclarecimento. As ironias de Michel Temer vão no sentido contrário, beirando a provocação. Age como se lhe bastasse a satisfação do Congresso e do mercado, prescindindo do apoio do conjunto da população. O cargo de presidente exige unir, e não dividir a sociedade —até mesmo Donald Trump, de quem Temer não tem a aprender nada em termos de diplomacia, sabe disso. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Ironias de TemerReconhecido, até por seus adversários, como político habilidoso e de trato gentil, o presidente Michel Temer (PMDB) deu mostras de incorrer, por vezes, nos equívocos da autossuficiência e do desdém. Há menos de um mês, celebrando com uma plateia de empresários a sanção de um projeto que amplia o prazo para o pagamento de dívidas tributárias, referiu-se jocosamente aos que, fora do palácio, protestavam contra a flexibilização de direitos trabalhistas. Eles "aplaudem este grande momento do governo federal", sorriu Temer, sugerindo aos empresários que contratassem os manifestantes ao final do evento. "Se não têm emprego, quem sabe arrumam", arrematou. Mais recentemente, diante de outro público seleto, criticou as ocupações de escolas e universidades contra a reforma do ensino médio e a PEC (proposta de emenda à Constituição) que limita a expansão dos gastos públicos. Ignora-se, considerou o presidente, o conteúdo da PEC 241; "vi uma entrevista", prosseguiu, em que um aluno traduzia a sigla como "Proposta de Ensino Comercial". Diga-se de passagem que a resposta do estudante poderá ter sido, ela própria, irônica. Temer, de todo modo, dera seu recado: a ignorância alimentava os protestos. Importa pouco que logo em seguida, talvez percebendo o tom provocador que adotava, o presidente tenha estendido também aos adeptos da PEC a acusação de desconhecer o seu teor. A mordida, por assim dizer, foi mais fundo do que o sopro a sucedê-la. Há bons motivos para discordar da mobilização estudantil. No refluxo das manifestações de rua, concentram-se em setores específicos e propensos ao ativismo os bolsões de resistência ao governo Temer, fundados em palavras de ordem de indisfarçável simplismo. A PEC 241 não impõe cortes aos orçamentos da educação e da saúde. Se bem-sucedida, propiciará queda significativa nas altíssimas taxas de juros, precisamente o foco das condenações vindas de quem associa a administração do PMDB aos interesses do capital financeiro. Por sua vez, ainda que inabilmente apresentada por medida provisória, a reforma do ensino médio avança em inúmeros aspectos, como o aumento da carga horária e da liberdade dos alunos na estruturação de sua grade curricular. Se a discussão é eminentemente técnica, cabe intensificar os esforços de debate e esclarecimento. As ironias de Michel Temer vão no sentido contrário, beirando a provocação. Age como se lhe bastasse a satisfação do Congresso e do mercado, prescindindo do apoio do conjunto da população. O cargo de presidente exige unir, e não dividir a sociedade —até mesmo Donald Trump, de quem Temer não tem a aprender nada em termos de diplomacia, sabe disso. editoriais@grupofolha.com.br
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Abrigo não pode impedir que morador fique no chão, diz secretário de Doria
A gestão João Doria (PSDB) negou nesta terça-feira (23) que os usuários de drogas e moradores de rua levados para o centro de acolhida da prefeitura nos últimos dias tenham dormido no chão após operação na região da cracolândia, no centro de São Paulo. "O que acontece é que muitos moradores de rua se enrolam em cobertores e deitam no chão. A prefeitura não pode impedir que eles fiquem no chão. Ninguém dormiu no chão", afirmou o secretário de assistência social, Filipe Sabará. A cena foi flagrada pela Folha na segunda (22). Ao menos duas dezenas de homens dormindo enfileirados no chão frio e duro, sem colchão, tentando se proteger com cobertores acinzentados, dentro do complexo Prates, no Bom Retiro. Frequentadores do local disseram faltar estrutura para atender mais pessoas –por já estar lotado. Eles pediram para não ter os nomes revelados com medo de represálias. Um homem afirmou haver 55 beliches improvisados na quadra e temer que novos moradores pudessem ficar em lugar descoberto até de noite. Nesta terça, policiais e agentes de saúde continuam na região. Além de manter os dependentes químicos dispersos, a prefeitura também tem emparedado imóveis. Moradores reclamam que não puderam nem tirar seus pertences de dentro dos imóveis. OPERAÇÃO A operação realizada no domingo terminou com 50 suspeitos presos e três adolescentes apreendidos. De acordo com as investigações, 30 barracas de venda de crack e outras drogas funcionavam na cracolândia. A feira criminosa era tão organizada que aceitava até cartão de débito e crédito na comercialização dos entorpecentes. Doria chegou a dizer no dia da operação que a a cracolândia tinha "acabado". No dia seguinte, porém, o prefeito atenuou o tom do discurso e passou a usar expressões mais semelhantes às do governador Geraldo Alckmin (PSDB) –que tratou a operação na região como um "primeiro passo". Doria disse que a ação é contínua e que não se acaba com o consumo de drogas "com um passe de mágica". "Tem que fazer o processo de abordagem e isso leva tempo. Não há milagre", disse ele, rebatizando a área como Nova Luz. O tucano também negou qualquer disputa com o governo durante a ação. Sem o prefeito, Alckmin visitou novamente a cracolândia nesta segunda. Chegou a ser abordado na rua por dependentes químicos. "Temos que ter realidade de que não vai resolver em 24 horas. É uma questão crônica que envolve questão policial, social e de saúde pública", disse. Descaminhos da cracolândia * Criação: Governo do Estado (jan.2013, sob Alckmin) Objetivos: Tratar o usuário com medidas ambulatoriais, inclusive internações compulsórias O que oferece: Acesso a tratamento, internação se preciso, encaminhamento a capacitação e recolocação profissional Orçamento anual: R$ 80 milhões Gasto por usuário: R$ 1.350 por mês (internação) Criação: Prefeitura de SP (jan.2014, sob Haddad) - Foi extinto por Doria Objetivos: Reinserir o dependente na sociedade e estimular a diminuição do consumo de drogas O que oferece: Moradia em hotéis, 3 refeições por dia, apoio em tratamentos, profissionalização e emprego Orçamento anual: R$ 12 milhões Gasto por usuário: R$ 1.320 por mês Criação: Prefeitura de SP (mai.2017, sob Doria) Objetivos: Unir os dois programas, visando tanto a reinserção do usuário como o tratamento clínico O que oferece: Moradia distante do "fluxo", trabalho em empresas privadas e encaminhamento a tratamento Orçamento anual: Ainda não estimado Gasto por usuário: Ainda não estimado - Operações e projetos na região que não deram certo Set.2005 A gestão Serra-Kassab dá início ao projeto Nova Luz, que pretendia recuperar a área com investimento público e privado, mas o modelo não vingou Fev.2008 O então prefeito Gilberto Kassab (PSD) afirma que a cracolândia não existe mais. "Não, não existe mais a cracolândia. Hoje é uma nova realidade", declarou. O consumo de drogas, no entanto, continuou explícito Jan.2012 Polícia Militar intensifica a Operação Centro Legal e ocupa as principais ruas da Luz com cerca de 300 homens. Dependentes que se concentravam na rua Helvétia se dispersam para outros pontos da região 15.jan.2014 Assistentes sociais e funcionários da prefeitura retiram usuários e limpam a rua. Segundo a prefeitura, 300 pessoas foram cadastradas no programa Braços Abertos, da gestão Haddad (PT). O tráfico, porém, persistiu 23.jan.2014 Três policiais civis à paisana vão ao local para prender um traficante e usuários reagem com paus e pedras. A confusão aumentou com chegada de reforços e terminou com cerca de 30 detidos 29.abr.2015 Operação desarticulada da prefeitura e do governo do Estado transforma o centro em uma praça de guerra, com bombas de gás, furtos a pedestres e depredação de ônibus. Dois dias depois, fluxo retornou. Haddad chamou ação de 'sucesso' 5.ago.2016 Polícia realiza operação com 500 homens na cracolândia e ocupação do Cine Marrocos, no centro, e prende ao menos 32 pessoas
cotidiano
Abrigo não pode impedir que morador fique no chão, diz secretário de DoriaA gestão João Doria (PSDB) negou nesta terça-feira (23) que os usuários de drogas e moradores de rua levados para o centro de acolhida da prefeitura nos últimos dias tenham dormido no chão após operação na região da cracolândia, no centro de São Paulo. "O que acontece é que muitos moradores de rua se enrolam em cobertores e deitam no chão. A prefeitura não pode impedir que eles fiquem no chão. Ninguém dormiu no chão", afirmou o secretário de assistência social, Filipe Sabará. A cena foi flagrada pela Folha na segunda (22). Ao menos duas dezenas de homens dormindo enfileirados no chão frio e duro, sem colchão, tentando se proteger com cobertores acinzentados, dentro do complexo Prates, no Bom Retiro. Frequentadores do local disseram faltar estrutura para atender mais pessoas –por já estar lotado. Eles pediram para não ter os nomes revelados com medo de represálias. Um homem afirmou haver 55 beliches improvisados na quadra e temer que novos moradores pudessem ficar em lugar descoberto até de noite. Nesta terça, policiais e agentes de saúde continuam na região. Além de manter os dependentes químicos dispersos, a prefeitura também tem emparedado imóveis. Moradores reclamam que não puderam nem tirar seus pertences de dentro dos imóveis. OPERAÇÃO A operação realizada no domingo terminou com 50 suspeitos presos e três adolescentes apreendidos. De acordo com as investigações, 30 barracas de venda de crack e outras drogas funcionavam na cracolândia. A feira criminosa era tão organizada que aceitava até cartão de débito e crédito na comercialização dos entorpecentes. Doria chegou a dizer no dia da operação que a a cracolândia tinha "acabado". No dia seguinte, porém, o prefeito atenuou o tom do discurso e passou a usar expressões mais semelhantes às do governador Geraldo Alckmin (PSDB) –que tratou a operação na região como um "primeiro passo". Doria disse que a ação é contínua e que não se acaba com o consumo de drogas "com um passe de mágica". "Tem que fazer o processo de abordagem e isso leva tempo. Não há milagre", disse ele, rebatizando a área como Nova Luz. O tucano também negou qualquer disputa com o governo durante a ação. Sem o prefeito, Alckmin visitou novamente a cracolândia nesta segunda. Chegou a ser abordado na rua por dependentes químicos. "Temos que ter realidade de que não vai resolver em 24 horas. É uma questão crônica que envolve questão policial, social e de saúde pública", disse. Descaminhos da cracolândia * Criação: Governo do Estado (jan.2013, sob Alckmin) Objetivos: Tratar o usuário com medidas ambulatoriais, inclusive internações compulsórias O que oferece: Acesso a tratamento, internação se preciso, encaminhamento a capacitação e recolocação profissional Orçamento anual: R$ 80 milhões Gasto por usuário: R$ 1.350 por mês (internação) Criação: Prefeitura de SP (jan.2014, sob Haddad) - Foi extinto por Doria Objetivos: Reinserir o dependente na sociedade e estimular a diminuição do consumo de drogas O que oferece: Moradia em hotéis, 3 refeições por dia, apoio em tratamentos, profissionalização e emprego Orçamento anual: R$ 12 milhões Gasto por usuário: R$ 1.320 por mês Criação: Prefeitura de SP (mai.2017, sob Doria) Objetivos: Unir os dois programas, visando tanto a reinserção do usuário como o tratamento clínico O que oferece: Moradia distante do "fluxo", trabalho em empresas privadas e encaminhamento a tratamento Orçamento anual: Ainda não estimado Gasto por usuário: Ainda não estimado - Operações e projetos na região que não deram certo Set.2005 A gestão Serra-Kassab dá início ao projeto Nova Luz, que pretendia recuperar a área com investimento público e privado, mas o modelo não vingou Fev.2008 O então prefeito Gilberto Kassab (PSD) afirma que a cracolândia não existe mais. "Não, não existe mais a cracolândia. Hoje é uma nova realidade", declarou. O consumo de drogas, no entanto, continuou explícito Jan.2012 Polícia Militar intensifica a Operação Centro Legal e ocupa as principais ruas da Luz com cerca de 300 homens. Dependentes que se concentravam na rua Helvétia se dispersam para outros pontos da região 15.jan.2014 Assistentes sociais e funcionários da prefeitura retiram usuários e limpam a rua. Segundo a prefeitura, 300 pessoas foram cadastradas no programa Braços Abertos, da gestão Haddad (PT). O tráfico, porém, persistiu 23.jan.2014 Três policiais civis à paisana vão ao local para prender um traficante e usuários reagem com paus e pedras. A confusão aumentou com chegada de reforços e terminou com cerca de 30 detidos 29.abr.2015 Operação desarticulada da prefeitura e do governo do Estado transforma o centro em uma praça de guerra, com bombas de gás, furtos a pedestres e depredação de ônibus. Dois dias depois, fluxo retornou. Haddad chamou ação de 'sucesso' 5.ago.2016 Polícia realiza operação com 500 homens na cracolândia e ocupação do Cine Marrocos, no centro, e prende ao menos 32 pessoas
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Agência de risco Fitch diz não ver perspectiva para o Brasil a curto prazo
A analista para o Brasil da agência de classificação de risco Fitch afirmou em debate, nesta quarta-feira (27), que apenas "algum tipo de resolução política" poderia trazer alívio para a avaliação do país. Shelly Shetty afirmou que "os desafios econômicos enfrentados em 2015" perduram em 2016, "com nenhum final real ou insight a curto prazo". "Claramente uma resolução política [poderia trazer] gradual estabilização e um retorno ao crescimento", disse Shetty em evento da Câmara do Comércio Brasil-EUA, em Nova York. Nesse cenário, haveria "alguma confiança" quanto às tentativas do governo de estabilização da dívida, o que permitiria a construção de uma "ponte para medidas estruturais". A dívida pública federal cresceu 21,7% em 2015, atingindo R$ 2,79 trilhões. O Brasil perdeu o grau de investimento da Fitch em dezembro e tem perspectiva negativa, o que significa que pode sofrer novos rebaixamentos. Isso pode se concretizar, sustentou Shetty, em cenários em que forem constatadas a ausência de tentativas reais para consolidar as contas fiscais, a redução da meta fiscal, ou ainda perda de reservas internacionais e fluxos de capital "significativos".
mercado
Agência de risco Fitch diz não ver perspectiva para o Brasil a curto prazoA analista para o Brasil da agência de classificação de risco Fitch afirmou em debate, nesta quarta-feira (27), que apenas "algum tipo de resolução política" poderia trazer alívio para a avaliação do país. Shelly Shetty afirmou que "os desafios econômicos enfrentados em 2015" perduram em 2016, "com nenhum final real ou insight a curto prazo". "Claramente uma resolução política [poderia trazer] gradual estabilização e um retorno ao crescimento", disse Shetty em evento da Câmara do Comércio Brasil-EUA, em Nova York. Nesse cenário, haveria "alguma confiança" quanto às tentativas do governo de estabilização da dívida, o que permitiria a construção de uma "ponte para medidas estruturais". A dívida pública federal cresceu 21,7% em 2015, atingindo R$ 2,79 trilhões. O Brasil perdeu o grau de investimento da Fitch em dezembro e tem perspectiva negativa, o que significa que pode sofrer novos rebaixamentos. Isso pode se concretizar, sustentou Shetty, em cenários em que forem constatadas a ausência de tentativas reais para consolidar as contas fiscais, a redução da meta fiscal, ou ainda perda de reservas internacionais e fluxos de capital "significativos".
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Serafina: Sete modelos celebram a passagem do tempo
Em seu sétimo aniversário, Serafina celebra junto com sete mulheres que não brigam com o tempo. Pelo contrário, despem-se de todos os medos e preconceitos e ensinam que a passagem das primaveras é, sim, um desafio. Um desafio de se reinventar e renascer sempre.Veja mais aqui
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Serafina: Sete modelos celebram a passagem do tempoEm seu sétimo aniversário, Serafina celebra junto com sete mulheres que não brigam com o tempo. Pelo contrário, despem-se de todos os medos e preconceitos e ensinam que a passagem das primaveras é, sim, um desafio. Um desafio de se reinventar e renascer sempre.Veja mais aqui
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Federação Paulista propõe fim de ingresso físico para organizadas
A Federação Paulista de Futebol (FPF) entrou em acordo com o Ministério Público para acabar com a venda de ingressos físicos para as torcidas organizadas. Sugerido pela FPF, que representou os 20 times da primeira divisão do Estadual em reunião nesta quinta (21), o acerto prevê que os clubes serão responsáveis por realizar a venda on-line para as uniformizadas. Cada integrante de organizada terá um cartão próprio, que será carregado com o ingresso virtual da partida. Dessa forma, todos os bilhetes emitidos serão identificados. O sistema é similar ao utilizado por alguns clubes em seus programas de sócio-torcedor. A entrada desses torcedores no estádio também acontecerá por um local diferente dos torcedores "comuns". "Com essa iniciativa vamos tentar sufocar as organizadas. Se tiver só ingresso virtual, será difícil ter cambismo e ficará mais fácil impedir a entrada de quem se envolver em briga", afirmou o promotor Paulo Castilho. INÍCIO IMEDIATO Tanto Castilho quanto a federação esperam que o novo sistema comece a funcionar já durante o Estadual. O texto do acordo será redigido nos próximos dias, e um novo encontro deve acontecer na próxima semana para que o documento seja assinado pelos dirigentes dos clubes. O debate sobre as organizadas ganhou fôlego após as declarações do presidente do São Paulo, Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, que admitiu à Folha ajudar as torcidas com doação de ingressos. De acordo com Castilho, desde o fortalecimento do juizado do torcedor, em junho do ano passado, os casos de violência entre as torcidas paulistas diminuiu. "Ficou mais fácil punir, 82 pessoas já foram afastadas dos estádios", disse.
esporte
Federação Paulista propõe fim de ingresso físico para organizadasA Federação Paulista de Futebol (FPF) entrou em acordo com o Ministério Público para acabar com a venda de ingressos físicos para as torcidas organizadas. Sugerido pela FPF, que representou os 20 times da primeira divisão do Estadual em reunião nesta quinta (21), o acerto prevê que os clubes serão responsáveis por realizar a venda on-line para as uniformizadas. Cada integrante de organizada terá um cartão próprio, que será carregado com o ingresso virtual da partida. Dessa forma, todos os bilhetes emitidos serão identificados. O sistema é similar ao utilizado por alguns clubes em seus programas de sócio-torcedor. A entrada desses torcedores no estádio também acontecerá por um local diferente dos torcedores "comuns". "Com essa iniciativa vamos tentar sufocar as organizadas. Se tiver só ingresso virtual, será difícil ter cambismo e ficará mais fácil impedir a entrada de quem se envolver em briga", afirmou o promotor Paulo Castilho. INÍCIO IMEDIATO Tanto Castilho quanto a federação esperam que o novo sistema comece a funcionar já durante o Estadual. O texto do acordo será redigido nos próximos dias, e um novo encontro deve acontecer na próxima semana para que o documento seja assinado pelos dirigentes dos clubes. O debate sobre as organizadas ganhou fôlego após as declarações do presidente do São Paulo, Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, que admitiu à Folha ajudar as torcidas com doação de ingressos. De acordo com Castilho, desde o fortalecimento do juizado do torcedor, em junho do ano passado, os casos de violência entre as torcidas paulistas diminuiu. "Ficou mais fácil punir, 82 pessoas já foram afastadas dos estádios", disse.
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Maia se encontra com banqueiros e empresários em viagem a SP
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) teve agenda intensa em São Paulo nesta segunda (24). Além de marcar jantar com o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), ele esteve com empresários e banqueiros. CIRCUITO Uma dos encontros foi com o presidente do Santander, Sérgio Rial. De acordo com a assessoria do banco, Maia foi lá para conhecer projetos de sustentabilidade da instituição. Leia a coluna completa aqui.
colunas
Maia se encontra com banqueiros e empresários em viagem a SPO presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) teve agenda intensa em São Paulo nesta segunda (24). Além de marcar jantar com o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), ele esteve com empresários e banqueiros. CIRCUITO Uma dos encontros foi com o presidente do Santander, Sérgio Rial. De acordo com a assessoria do banco, Maia foi lá para conhecer projetos de sustentabilidade da instituição. Leia a coluna completa aqui.
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Filho de Laerte, quadrinista Rafael Coutinho lança livro em SP
Ocorre neste sábado (24), em São Paulo, o lançamento e sessão de autógrafos do livro "O Beijo Adolescente 3", do quadrinista Rafael Coutinho. Filho da cartunista Laerte, Coutinho está lançando o terceiro volume da graphic novel pela sua editora, a Narval Comix. Junto com o lançamento, a editora promove a exposição e venda de desenhos feitos durante a série "Transando com Laerte" (Canal Brasil). "O livro ficou do jeitinho que eu sempre sonhei que poderia ficar", diz o artista no convite do lançamento. O evento, na Casa Samambaia, na Vila Madalena, contará também com venda de camisetas inspiradas no livro e gravuras em serigrafia. LANÇAMENTO DE "O BEIJO ADOLESCENTE 3" ONDE Casa Sambaia (R. Gonçalo Afonso, 65, São Paulo) QUANDO sábado, 24, das 15h às 20h
ilustrada
Filho de Laerte, quadrinista Rafael Coutinho lança livro em SPOcorre neste sábado (24), em São Paulo, o lançamento e sessão de autógrafos do livro "O Beijo Adolescente 3", do quadrinista Rafael Coutinho. Filho da cartunista Laerte, Coutinho está lançando o terceiro volume da graphic novel pela sua editora, a Narval Comix. Junto com o lançamento, a editora promove a exposição e venda de desenhos feitos durante a série "Transando com Laerte" (Canal Brasil). "O livro ficou do jeitinho que eu sempre sonhei que poderia ficar", diz o artista no convite do lançamento. O evento, na Casa Samambaia, na Vila Madalena, contará também com venda de camisetas inspiradas no livro e gravuras em serigrafia. LANÇAMENTO DE "O BEIJO ADOLESCENTE 3" ONDE Casa Sambaia (R. Gonçalo Afonso, 65, São Paulo) QUANDO sábado, 24, das 15h às 20h
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O Purgatório da Bento Freitas
Amanhece o domingo cinza. Um homem está deitado no meio da via, na altura da rua General Jardim. Um grupo de travestis caminha até ele, tenta salvá-lo do iminente atropelamento. O sujeito levanta o pescoço e vê o cilindro branco do antigo hotel Hilton no topo da rua. Não. O que ele vê é um foguete da Nasa, um churros gigantesco, um canhão apontado para o céu. E grita com o dedo em riste: "Foguete, churros, canhão!" As meninas o arrastam com dificuldade até a marquise do prédio modernista do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), na esquina onde fazem ponto. Andares acima dali, durante o dia, trabalha silenciosamente Paulo Mendes da Rocha, na realidade paralela de seu escritório sem computadores. Agora na mesma calçada há um forte cheiro de mijo e movimentos de obstinada agitação entre o hotel Kim, uma boate sem fachada, um galpão de sucata, um bar azul escuro e o hotel Tenda. Do outro lado da rua, o Três Corações, um boteco, algumas portas e janelas fechadas. O batidão que sai dos inferninhos é indiferente ao amanhecer. Na porta de cada um, rodas de gente acordada demais. Falam aos berros, beliscam-se como caranguejos, compram cerveja dos ambulantes, barganham a última linha, tentam arrumar companhia para entrar num daqueles hotéis –voltar pra casa não é uma hipótese. Ainda que hora dessas já sejamos todos semiprofissionais, a maioria irá falhar. Ao redor destes grupos, orbitam homens cansados, carregando sacolas pretas. Eles as alimentam com latas e garrafas que deixamos para trás. Aceitam também um cigarro quase guimba, que ajuda a fazer o tempo passar. Outros não bebem nem catam garrafa, não vendem, alugam e tampouco compram nada –estão ali para mosquear. A mistura de prontuários, tipos e intercambiáveis orientações sexuais lembra o Baixo Augusta antes da gourmetização noturna que trouxe aqueles poleiros de concreto com nomes moderninhos e janelas minúsculas riscando o céu. Na quadra acima da Bento Freitas, os estabelecimentos L'Amour (um puteiro) e 355 (dizem que se chama Shiva) tem sido alugados para festas cujo público carrega mais dinheiro, moda e pretensões de arte que o usual por ali. Os ambulantes e as simpáticas aviões da área têm ajustado os preços de acordo. O movimento ainda parece fora da mira de empreendedores noturnos profissas –e é bom que assim continue, pois o purgatório resistirá à faca. Poucas horas antes, num microcosmo berlinense por trás da fachada pintada de preto, uma compacta multidão de iniciados acompanhava os graves baixo-ventre e os baixos vertiginosos de Paulo Tessuto, vulgo Carlos Capslock, às da madrugada eletrônica desta e de outras pistas. Entre idas e vindas ao rubro Baiuca's Bar, do outro lado da rua –onde alimentamos nossos subversivos instintos, a jukebox e tiramos fotos idiotas– este é o melhor lugar para se estar. Não é verdade, evidentemente, mas é o que decidimos acreditar naquela noite, colados demais, eu e vocês duas, os suores misturados sob a luz estroboscópica, mãos e tentáculos enredados à beira do precipício etc. Mas isso tudo tem que acabar. Logo ultrapasso o homem que vê coisas no cilindro branco do antigo hotel Hilton, vejo que ele dorme aninhado a uma garrafa de plástico na calçada, e me esforço para ganhar os poucos metros que tenho até a minha cama enquanto o sol nasce gelado –ou talvez o frio seja meu.
colunas
O Purgatório da Bento FreitasAmanhece o domingo cinza. Um homem está deitado no meio da via, na altura da rua General Jardim. Um grupo de travestis caminha até ele, tenta salvá-lo do iminente atropelamento. O sujeito levanta o pescoço e vê o cilindro branco do antigo hotel Hilton no topo da rua. Não. O que ele vê é um foguete da Nasa, um churros gigantesco, um canhão apontado para o céu. E grita com o dedo em riste: "Foguete, churros, canhão!" As meninas o arrastam com dificuldade até a marquise do prédio modernista do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), na esquina onde fazem ponto. Andares acima dali, durante o dia, trabalha silenciosamente Paulo Mendes da Rocha, na realidade paralela de seu escritório sem computadores. Agora na mesma calçada há um forte cheiro de mijo e movimentos de obstinada agitação entre o hotel Kim, uma boate sem fachada, um galpão de sucata, um bar azul escuro e o hotel Tenda. Do outro lado da rua, o Três Corações, um boteco, algumas portas e janelas fechadas. O batidão que sai dos inferninhos é indiferente ao amanhecer. Na porta de cada um, rodas de gente acordada demais. Falam aos berros, beliscam-se como caranguejos, compram cerveja dos ambulantes, barganham a última linha, tentam arrumar companhia para entrar num daqueles hotéis –voltar pra casa não é uma hipótese. Ainda que hora dessas já sejamos todos semiprofissionais, a maioria irá falhar. Ao redor destes grupos, orbitam homens cansados, carregando sacolas pretas. Eles as alimentam com latas e garrafas que deixamos para trás. Aceitam também um cigarro quase guimba, que ajuda a fazer o tempo passar. Outros não bebem nem catam garrafa, não vendem, alugam e tampouco compram nada –estão ali para mosquear. A mistura de prontuários, tipos e intercambiáveis orientações sexuais lembra o Baixo Augusta antes da gourmetização noturna que trouxe aqueles poleiros de concreto com nomes moderninhos e janelas minúsculas riscando o céu. Na quadra acima da Bento Freitas, os estabelecimentos L'Amour (um puteiro) e 355 (dizem que se chama Shiva) tem sido alugados para festas cujo público carrega mais dinheiro, moda e pretensões de arte que o usual por ali. Os ambulantes e as simpáticas aviões da área têm ajustado os preços de acordo. O movimento ainda parece fora da mira de empreendedores noturnos profissas –e é bom que assim continue, pois o purgatório resistirá à faca. Poucas horas antes, num microcosmo berlinense por trás da fachada pintada de preto, uma compacta multidão de iniciados acompanhava os graves baixo-ventre e os baixos vertiginosos de Paulo Tessuto, vulgo Carlos Capslock, às da madrugada eletrônica desta e de outras pistas. Entre idas e vindas ao rubro Baiuca's Bar, do outro lado da rua –onde alimentamos nossos subversivos instintos, a jukebox e tiramos fotos idiotas– este é o melhor lugar para se estar. Não é verdade, evidentemente, mas é o que decidimos acreditar naquela noite, colados demais, eu e vocês duas, os suores misturados sob a luz estroboscópica, mãos e tentáculos enredados à beira do precipício etc. Mas isso tudo tem que acabar. Logo ultrapasso o homem que vê coisas no cilindro branco do antigo hotel Hilton, vejo que ele dorme aninhado a uma garrafa de plástico na calçada, e me esforço para ganhar os poucos metros que tenho até a minha cama enquanto o sol nasce gelado –ou talvez o frio seja meu.
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Cunha virou unanimidade negativa até entre quem defende impeachment
"Cunha virou unanimidade negativa. E ele tem meios de manobrar suficientemente para ter sobrevida, em um processo mais vagaroso [de sua cassação]. E há chance de ele presidir a sessão que decide sobre o futuro de Dilma, e isso é simbólico", afirma o editor de "Poder", Fábio Zanini, que participou de transmissão ao vivo da "TV Folha". Ele conversou com o repórter especial da Folha Fernando Canzian e Alessandro Janoni, diretor de pesquisas do Datafolha. Os três analisaram as manifestações deste domingo, que em São Paulo ocorreram na avenida Paulista, e falaram sobre especial publicado neste domingo com a análise dos 13 anos do PT no poder -a reportagem é de Fernando Canzian. Sobre os protestos em São Paulo, Zanini lembra que os organizadores já tinham admitido que foram pegos de surpresa e não houve muito tempo para convocar. "É fato que ela foi menor. A ver se esse é o começo de uma onda que vai evoluir nas próximas ou se ficará assim", diz Zanini. Em São Paulo, 40,3 mil pessoas foram protestar, segundo o Datafolha -número distante do pico, registrado em março, com 210 mil presentes. Janoni, por sua vez, citou os dados colhidos entre quem estava na Paulista. Falaram sobre a expectativa dos participantes em relação a um eventual governo temer. Só 19% acham que ele faria um ótimo ou bom governo. Para um contingente maior, quase um terço (28%), Temer seria um governante ruim ou péssimo. E 47% entendem que ele seria regular. "Acho que não caiu a ficha, as pessoas não pararam para pensar o que seria um governo Michel Temer. Ainda temos um longo processo de ajuste da economia, vamos sofrer muito", diz Zanini. "A economia e a operação Lava Jato retroalimentam sim a percepção e opinião das pessoas sobre a perspectiva ruim", afirma Janoni.
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Cunha virou unanimidade negativa até entre quem defende impeachment"Cunha virou unanimidade negativa. E ele tem meios de manobrar suficientemente para ter sobrevida, em um processo mais vagaroso [de sua cassação]. E há chance de ele presidir a sessão que decide sobre o futuro de Dilma, e isso é simbólico", afirma o editor de "Poder", Fábio Zanini, que participou de transmissão ao vivo da "TV Folha". Ele conversou com o repórter especial da Folha Fernando Canzian e Alessandro Janoni, diretor de pesquisas do Datafolha. Os três analisaram as manifestações deste domingo, que em São Paulo ocorreram na avenida Paulista, e falaram sobre especial publicado neste domingo com a análise dos 13 anos do PT no poder -a reportagem é de Fernando Canzian. Sobre os protestos em São Paulo, Zanini lembra que os organizadores já tinham admitido que foram pegos de surpresa e não houve muito tempo para convocar. "É fato que ela foi menor. A ver se esse é o começo de uma onda que vai evoluir nas próximas ou se ficará assim", diz Zanini. Em São Paulo, 40,3 mil pessoas foram protestar, segundo o Datafolha -número distante do pico, registrado em março, com 210 mil presentes. Janoni, por sua vez, citou os dados colhidos entre quem estava na Paulista. Falaram sobre a expectativa dos participantes em relação a um eventual governo temer. Só 19% acham que ele faria um ótimo ou bom governo. Para um contingente maior, quase um terço (28%), Temer seria um governante ruim ou péssimo. E 47% entendem que ele seria regular. "Acho que não caiu a ficha, as pessoas não pararam para pensar o que seria um governo Michel Temer. Ainda temos um longo processo de ajuste da economia, vamos sofrer muito", diz Zanini. "A economia e a operação Lava Jato retroalimentam sim a percepção e opinião das pessoas sobre a perspectiva ruim", afirma Janoni.
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Brasileiros avançam na repescagem do Mundial de Surfe em Bells Beach
Após dois dias sem competição, a etapa de Bells Beach foi retomada na noite deste sábado (4) - manhã de domingo na Austrália. Os brasileiros Filipe Toledo, Adriano de Souza e Jadson André venceram na repescagem e avançaram para a terceira rodada da etapa do Circuito Mundial de Surfe. Filipe Toledo, vencedor da primeira etapa em Gold Coast, conseguiu uma nota 9.17, segunda mais alta do dia, e eliminou o havaiano Dusty Payne. Confira a manobra: Toledo Na próxima fase, ele enfrentará outro havaiano, Sebastian Zietz, que conseguiu a vaga após eliminar o estreante Ítalo Ferreira. Adriano de Souza, o Mineirinho, eliminou o experiente C.J Hobgood com uma pequena diferença: 16.27 a 15.54. A oitava bateria do dia colocou os brasileiros Jadson André e Miguel Pupo frente a frente. Melhor para Jadson, que enfrentará o australiano Taj Burrow na terceira rodada. Já Wiggolly Dantas não conseguiram derrotar Matt Banting e está fora da etapa. Gabriel Medina havia vencido na estreia e já estava classificado. Ele terá pela frente o australiano Mason Ho. SILVANA LIMA Silvana Lima disputará a repescagem para garantir uma vaga na quinta rodada. Ela enfrentará a norte-americana Lakey Peterson.
esporte
Brasileiros avançam na repescagem do Mundial de Surfe em Bells BeachApós dois dias sem competição, a etapa de Bells Beach foi retomada na noite deste sábado (4) - manhã de domingo na Austrália. Os brasileiros Filipe Toledo, Adriano de Souza e Jadson André venceram na repescagem e avançaram para a terceira rodada da etapa do Circuito Mundial de Surfe. Filipe Toledo, vencedor da primeira etapa em Gold Coast, conseguiu uma nota 9.17, segunda mais alta do dia, e eliminou o havaiano Dusty Payne. Confira a manobra: Toledo Na próxima fase, ele enfrentará outro havaiano, Sebastian Zietz, que conseguiu a vaga após eliminar o estreante Ítalo Ferreira. Adriano de Souza, o Mineirinho, eliminou o experiente C.J Hobgood com uma pequena diferença: 16.27 a 15.54. A oitava bateria do dia colocou os brasileiros Jadson André e Miguel Pupo frente a frente. Melhor para Jadson, que enfrentará o australiano Taj Burrow na terceira rodada. Já Wiggolly Dantas não conseguiram derrotar Matt Banting e está fora da etapa. Gabriel Medina havia vencido na estreia e já estava classificado. Ele terá pela frente o australiano Mason Ho. SILVANA LIMA Silvana Lima disputará a repescagem para garantir uma vaga na quinta rodada. Ela enfrentará a norte-americana Lakey Peterson.
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Mortes: Pituca, o engenheiro que era músico
No fim dos anos 60, o jovem Pituca decidiu ser músico. Estudava flauta, tocava contrabaixo, fazia teatro –a vida seguia entre as bandas e a incipiente militância em São Paulo. Até que o pai disse não: queria um filho "com futuro". Ele era bom de números, afinal. Formou-se então engenheiro naval, pela USP. E, mesmo tendo integrado a promissora banda de Tom Zé, engoliu em seco e foi ensinar engenharia na Unimep, em Piracicaba. Mas o sonho não o abandonaria jamais. Aposentar-se-ia lá, não sem uma trajetória sindicalista. Quando a Unimep demitiu mais de cem funcionários via intranet, foi à Câmara local denunciar. Fundador do PT na cidade, em 2012 tentou uma vaga na Casa. Perdeu. Mas havia a música. Marco tocou em várias bandas ao mesmo tempo. Quando se aposentou em 2014, decidiu deixar de lado a política e a engenharia (havia feito até um mestrado na Unicamp) para dedicar-se ao sonho adolescente: ser músico profissional. Por mais de um ano viveu nas nuvens. Ensaiava três vezes por semana no estúdio que montou em casa. Como "não era domesticado", diz a viúva, tocava nos bares da noite, muitas vezes sem cobrar. Fazia o que amava. "Mas foi só um sopro", nas palavras de sua mulher. Em janeiro, passou mal. Infartou, com os rins debilitados. Morreu dia 19, aos 66 anos, deixando quatro filhos, cientes de que se foi feliz. Engenheiro, professor, sindicalista e, por fim, músico. No título do jornal da cidade, a despedida era para o "flautista" Marco Antonio de Faria. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: Pituca, o engenheiro que era músicoNo fim dos anos 60, o jovem Pituca decidiu ser músico. Estudava flauta, tocava contrabaixo, fazia teatro –a vida seguia entre as bandas e a incipiente militância em São Paulo. Até que o pai disse não: queria um filho "com futuro". Ele era bom de números, afinal. Formou-se então engenheiro naval, pela USP. E, mesmo tendo integrado a promissora banda de Tom Zé, engoliu em seco e foi ensinar engenharia na Unimep, em Piracicaba. Mas o sonho não o abandonaria jamais. Aposentar-se-ia lá, não sem uma trajetória sindicalista. Quando a Unimep demitiu mais de cem funcionários via intranet, foi à Câmara local denunciar. Fundador do PT na cidade, em 2012 tentou uma vaga na Casa. Perdeu. Mas havia a música. Marco tocou em várias bandas ao mesmo tempo. Quando se aposentou em 2014, decidiu deixar de lado a política e a engenharia (havia feito até um mestrado na Unicamp) para dedicar-se ao sonho adolescente: ser músico profissional. Por mais de um ano viveu nas nuvens. Ensaiava três vezes por semana no estúdio que montou em casa. Como "não era domesticado", diz a viúva, tocava nos bares da noite, muitas vezes sem cobrar. Fazia o que amava. "Mas foi só um sopro", nas palavras de sua mulher. Em janeiro, passou mal. Infartou, com os rins debilitados. Morreu dia 19, aos 66 anos, deixando quatro filhos, cientes de que se foi feliz. Engenheiro, professor, sindicalista e, por fim, músico. No título do jornal da cidade, a despedida era para o "flautista" Marco Antonio de Faria. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Nadal vence e enfrentará japonês na final do Torneio de Barcelona
O tenista espanhol Rafael Nadal se classificou neste sábado (23) à final do tradicional Torneio de Barcelona, na qual enfrentará o campeão das últimas duas edições, o japonês Kei Nishikori. Nadal, número 5 do ranking mundial e primeiro cabeça de chave da competição, derrotou o alemão Philipp Kohlschreiber (nº 10) por 2 sets a 0, com um duplo 6/3, enquanto Nishikori (nº 2) superou o francês Benoit Paire por 6/3 e 6/2. Apenas uma partida separa Nadal de recorde de títulos em quadras de saibro, que atualmente pertence ao argentino Guillermo Villas, com 49 conquistas. Nadal que emplacar o seu segundo tíutlo antes de Roland Garros. Na semana passada, foi campeão pela nona vez do Masters 1.000 de Monte Carlo. Em Barcelona, onde também aspira um nono título, Nadal eliminou nesta semana os compatriotas Marcel Granollers e Albert Montañes, além do italiano Fabio Fognini. O Torneio de Barcelona é disputado sobre saibro e o campeão embolsa a quantia de 460 mil euros em premiação, além de somar 500 pontos no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).
esporte
Nadal vence e enfrentará japonês na final do Torneio de BarcelonaO tenista espanhol Rafael Nadal se classificou neste sábado (23) à final do tradicional Torneio de Barcelona, na qual enfrentará o campeão das últimas duas edições, o japonês Kei Nishikori. Nadal, número 5 do ranking mundial e primeiro cabeça de chave da competição, derrotou o alemão Philipp Kohlschreiber (nº 10) por 2 sets a 0, com um duplo 6/3, enquanto Nishikori (nº 2) superou o francês Benoit Paire por 6/3 e 6/2. Apenas uma partida separa Nadal de recorde de títulos em quadras de saibro, que atualmente pertence ao argentino Guillermo Villas, com 49 conquistas. Nadal que emplacar o seu segundo tíutlo antes de Roland Garros. Na semana passada, foi campeão pela nona vez do Masters 1.000 de Monte Carlo. Em Barcelona, onde também aspira um nono título, Nadal eliminou nesta semana os compatriotas Marcel Granollers e Albert Montañes, além do italiano Fabio Fognini. O Torneio de Barcelona é disputado sobre saibro e o campeão embolsa a quantia de 460 mil euros em premiação, além de somar 500 pontos no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).
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Astrologia
Lua Nova em Touro inicia período positivo para a agricultura e pecuária, mas traz controle de informação. ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Começa hoje novo mês lunar. Ótimo para você iniciar projetos de longo prazo, que tenham como objetivo melhorar sua situação financeira e material. Touro é o signo da concretização e do trabalho duro, focado. Com estes ingredientes, os próximos 28 dias serão excelentes para você. TOURO (21 abr. a 20 mai.) É no seu signo que acontece a lunação do mês de maio. Momento importante e especial o de hoje, que traz a magia da fertilidade, da concentração de força capaz de criar, fazer e acontecer. Por dez dias, concentre-se em tudo que faz bem à sua saúde, bem-estar e vida íntima. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) A Lua nova de hoje marca o momento mais profundo de revisão íntima, aquela que antecede seu aniversário. Que serve como um exame de consciência, bom para avaliar seu comportamento nos últimos meses e descobrir os pontos falhos, as origens de erros e derrotas. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Quem vive sem esperanças, sem planos de futuro? Pouquíssima gente! Com o encontro do Sol e da Lua em Touro, começa o mês lunar propício a todos os cancerianos se deixarem entusiasmar por sonhos e esperanças, e com elas construírem seus futuros, com fé e trabalho. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Se for para conquistar uma posição de real destaque, de reconhecimento por sua capacidade, valor, trabalho, é agora que deve acontecer. Nos próximos dez ou 15 dias, obterá provas de que valeu a pena ir onde ninguém foi e insistir em pontos tão simples e básicos da vida. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Para você, a lunação de hoje marca importantes realizações no plano filosófico, já que poderá comprovar teorias e visões pessoais. Viagens e contato com gente de culturas e valores diferentes apenas enriquecerão seu modo de encarar a vida. Abra-se para esta experiência. LIBRA (23 set. a 22 out.) Maluquices alheias à parte, o astral de hoje promete! Com a Lua nova em Touro, a promessa é de gente afinada com seus valores, apostando firme em projetos e empreendimentos bons para todo mundo. Busque pessoas leais com quem conviver, negociar e amar. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) A partir de hoje e até a próxima lunação –que acontecerá em junho– há mais chance de ver realizadas suas intenções de ter companheiros e amigos consistentes, com quem possa contar de verdade. Amores, relacionamentos afetivos, tudo deve prosperar, com carinho e desvelo. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Chegou o período do ano bom para você colocar em prática, no dia a dia mesmo, aquele monte de teorias sobre trabalho, estilo de vida e valores! É na tarefa a ser feita, no cuidado com a saúde, no jeito como cuida do seu bicho, do seu corpo, como escolhe sua comida etc. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) A fértil Lua nova em Touro embala desejos de prazer, traz fertilidade, inspira inventos e diversões. É a época do ano de se divertir e deixar sua sensualidade florescer com doçura, enfeitando suas aparições por aí. Filhos, amores, criatividade, tudo entra em alta agora. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Quantas vezes você já pensou em plantar um vasinho de flores ou temperos no cantinho onde mora? Tome a Lua nova de hoje, poderosa para fazer crescer plantas, enfeitar jardins, trazer beleza em casa, e bote a mão na massa. Descobrirá vínculos e raízes poderosas. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Tome pé dos estudos a partir de hoje. A Lua nova em Touro é excelente para iniciar ou retomar treinos e aprendizados. Você vai produzir mais, se comunicar melhor e com as palavras e ideias, moverá montanhas. Seus argumentos precisarão ser muito consistentes.
ilustrada
AstrologiaLua Nova em Touro inicia período positivo para a agricultura e pecuária, mas traz controle de informação. ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Começa hoje novo mês lunar. Ótimo para você iniciar projetos de longo prazo, que tenham como objetivo melhorar sua situação financeira e material. Touro é o signo da concretização e do trabalho duro, focado. Com estes ingredientes, os próximos 28 dias serão excelentes para você. TOURO (21 abr. a 20 mai.) É no seu signo que acontece a lunação do mês de maio. Momento importante e especial o de hoje, que traz a magia da fertilidade, da concentração de força capaz de criar, fazer e acontecer. Por dez dias, concentre-se em tudo que faz bem à sua saúde, bem-estar e vida íntima. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) A Lua nova de hoje marca o momento mais profundo de revisão íntima, aquela que antecede seu aniversário. Que serve como um exame de consciência, bom para avaliar seu comportamento nos últimos meses e descobrir os pontos falhos, as origens de erros e derrotas. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Quem vive sem esperanças, sem planos de futuro? Pouquíssima gente! Com o encontro do Sol e da Lua em Touro, começa o mês lunar propício a todos os cancerianos se deixarem entusiasmar por sonhos e esperanças, e com elas construírem seus futuros, com fé e trabalho. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Se for para conquistar uma posição de real destaque, de reconhecimento por sua capacidade, valor, trabalho, é agora que deve acontecer. Nos próximos dez ou 15 dias, obterá provas de que valeu a pena ir onde ninguém foi e insistir em pontos tão simples e básicos da vida. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Para você, a lunação de hoje marca importantes realizações no plano filosófico, já que poderá comprovar teorias e visões pessoais. Viagens e contato com gente de culturas e valores diferentes apenas enriquecerão seu modo de encarar a vida. Abra-se para esta experiência. LIBRA (23 set. a 22 out.) Maluquices alheias à parte, o astral de hoje promete! Com a Lua nova em Touro, a promessa é de gente afinada com seus valores, apostando firme em projetos e empreendimentos bons para todo mundo. Busque pessoas leais com quem conviver, negociar e amar. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) A partir de hoje e até a próxima lunação –que acontecerá em junho– há mais chance de ver realizadas suas intenções de ter companheiros e amigos consistentes, com quem possa contar de verdade. Amores, relacionamentos afetivos, tudo deve prosperar, com carinho e desvelo. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Chegou o período do ano bom para você colocar em prática, no dia a dia mesmo, aquele monte de teorias sobre trabalho, estilo de vida e valores! É na tarefa a ser feita, no cuidado com a saúde, no jeito como cuida do seu bicho, do seu corpo, como escolhe sua comida etc. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) A fértil Lua nova em Touro embala desejos de prazer, traz fertilidade, inspira inventos e diversões. É a época do ano de se divertir e deixar sua sensualidade florescer com doçura, enfeitando suas aparições por aí. Filhos, amores, criatividade, tudo entra em alta agora. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Quantas vezes você já pensou em plantar um vasinho de flores ou temperos no cantinho onde mora? Tome a Lua nova de hoje, poderosa para fazer crescer plantas, enfeitar jardins, trazer beleza em casa, e bote a mão na massa. Descobrirá vínculos e raízes poderosas. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Tome pé dos estudos a partir de hoje. A Lua nova em Touro é excelente para iniciar ou retomar treinos e aprendizados. Você vai produzir mais, se comunicar melhor e com as palavras e ideias, moverá montanhas. Seus argumentos precisarão ser muito consistentes.
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'Às vezes me deixo contaminar pelo pessimismo', diz Temer
O vice-presidente, Michel Temer, disse nesta quinta-feira (24) que às vezes se deixa contaminar pelo pessimismo. Temer fez o que chamou de confissão ao discursar para representantes de empresas durante cerimônia de aniversário da revista "IstoÉ Dinheiro". Ao comentar o momento crítico do país, ele afirmou: "às vezes, confesso, me deixo contaminar pelo pessimismo". Temer ressaltou, no entanto, que ao assistir ao entusiasmo de empresas premiadas na solenidade voltava a apostar no "redesenvolvimento no país". "Há dificuldades na economia. Mas são superáveis", disse. Durante o evento, Temer recebeu o apoio do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para superar a crise política e econômica do país. Alckmin dirigiu-se a Temer, a quem chamou de presidente, para declarar seu apoio. "Presidente Temer, conte conosco para superar os desafios." Nesta quinta, a presidente Dilma Rousseff viajou para Nova York, onde participará da abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Nesse período, Temer assume a Presidência. PROPAGANDA Temer foi o protagonista da propaganda do PMDB veiculada na noite desta quinta. A peça afirma que o país enfrenta crises econômica e política, cujo resultado é "uma sociedade angustiada à espera de soluções, cansada de sempre pagar a conta, pessimista diante do nó que não se desfaz". Primeiro na linha sucessória de Dilma, o vice-presidente diz que "é imprescindível unir forças, colocar o Brasil acima de qualquer interesse partidário ou motivações pessoais".
poder
'Às vezes me deixo contaminar pelo pessimismo', diz TemerO vice-presidente, Michel Temer, disse nesta quinta-feira (24) que às vezes se deixa contaminar pelo pessimismo. Temer fez o que chamou de confissão ao discursar para representantes de empresas durante cerimônia de aniversário da revista "IstoÉ Dinheiro". Ao comentar o momento crítico do país, ele afirmou: "às vezes, confesso, me deixo contaminar pelo pessimismo". Temer ressaltou, no entanto, que ao assistir ao entusiasmo de empresas premiadas na solenidade voltava a apostar no "redesenvolvimento no país". "Há dificuldades na economia. Mas são superáveis", disse. Durante o evento, Temer recebeu o apoio do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para superar a crise política e econômica do país. Alckmin dirigiu-se a Temer, a quem chamou de presidente, para declarar seu apoio. "Presidente Temer, conte conosco para superar os desafios." Nesta quinta, a presidente Dilma Rousseff viajou para Nova York, onde participará da abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Nesse período, Temer assume a Presidência. PROPAGANDA Temer foi o protagonista da propaganda do PMDB veiculada na noite desta quinta. A peça afirma que o país enfrenta crises econômica e política, cujo resultado é "uma sociedade angustiada à espera de soluções, cansada de sempre pagar a conta, pessimista diante do nó que não se desfaz". Primeiro na linha sucessória de Dilma, o vice-presidente diz que "é imprescindível unir forças, colocar o Brasil acima de qualquer interesse partidário ou motivações pessoais".
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Procura-se! Uma sala pra Dilma!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Pensamentos do dia: "Se corrupção desse caroço, o Brasil seria uma jaca". "Nem direita, nem esquerda. Quando o assunto é corrupção, o Brasil é ambidestro." E o Lula ministro da Casa Civil do Amigo! Está instalado no Brasil: o ex-presidencialismo. Tem que procurar uma sala pra Dilma! Rarará! E o site "Kibe Loco" lançou o Kinder Ovo Delação. Vem sempre com uma supressa: o Delcídio! O Delcídio de novo! Delcídio não, Deu Merda! Deu Ruim! Deu Ruim do Amaral! A delacídio do Delcídio deu merda! Pra todo mundo! Só sobrou o Sarney e o Eymael! Rarará! O Delcídio fez cabelo e bigode do Mercadante. Aquele bigode que eu chamo de rodapé de perereca! Rarará! E o Mercadante devia ser preso: é ministro da Educação e fala "adevogado". Não passou no Enem! E a reunião do Mercadante com a Granda Chefa Toura Sentada Dilma? Acho que ele nunca ouviu tanto palavrão na vida: "Caraca, porra, viado, bigodudo de merda". Rarará!. E o Aécio tem dois problemas: urnas e Furnas. Temos que rezar um terço por ele! Rarará! E o Delcídio afirma que ele é o "profeta do caos" e que o Mercandante é "o amigo da onça". Parecem nomes de lutadores de telecatch! UFC! "Hoje Arena Brasília! Profeta do Caos X Amigo da Onça!". Rarará! E o tuiteiro Vuintrieri: "A política brasileira parece aquela cena da taverna de Bastardos Inglórios, os poucos que sobram vivos, chega alguém de fora e mata também". Rarará! É mole? É mole, mas sobe! E depois de tanta delação fui assistir ao "MasterChef Brasil". Ufa! Alívio! Humor e comida. Meu medo é que algum chef resolvesse fazer uma delação gourmet! Que tivesse caído um fio de bigode do Mercadante na comida! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje, só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Procura-se! Uma sala pra Dilma!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Pensamentos do dia: "Se corrupção desse caroço, o Brasil seria uma jaca". "Nem direita, nem esquerda. Quando o assunto é corrupção, o Brasil é ambidestro." E o Lula ministro da Casa Civil do Amigo! Está instalado no Brasil: o ex-presidencialismo. Tem que procurar uma sala pra Dilma! Rarará! E o site "Kibe Loco" lançou o Kinder Ovo Delação. Vem sempre com uma supressa: o Delcídio! O Delcídio de novo! Delcídio não, Deu Merda! Deu Ruim! Deu Ruim do Amaral! A delacídio do Delcídio deu merda! Pra todo mundo! Só sobrou o Sarney e o Eymael! Rarará! O Delcídio fez cabelo e bigode do Mercadante. Aquele bigode que eu chamo de rodapé de perereca! Rarará! E o Mercadante devia ser preso: é ministro da Educação e fala "adevogado". Não passou no Enem! E a reunião do Mercadante com a Granda Chefa Toura Sentada Dilma? Acho que ele nunca ouviu tanto palavrão na vida: "Caraca, porra, viado, bigodudo de merda". Rarará!. E o Aécio tem dois problemas: urnas e Furnas. Temos que rezar um terço por ele! Rarará! E o Delcídio afirma que ele é o "profeta do caos" e que o Mercandante é "o amigo da onça". Parecem nomes de lutadores de telecatch! UFC! "Hoje Arena Brasília! Profeta do Caos X Amigo da Onça!". Rarará! E o tuiteiro Vuintrieri: "A política brasileira parece aquela cena da taverna de Bastardos Inglórios, os poucos que sobram vivos, chega alguém de fora e mata também". Rarará! É mole? É mole, mas sobe! E depois de tanta delação fui assistir ao "MasterChef Brasil". Ufa! Alívio! Humor e comida. Meu medo é que algum chef resolvesse fazer uma delação gourmet! Que tivesse caído um fio de bigode do Mercadante na comida! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Hoje, só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Beach Park, no Ceará, reúne diversão e adrenalina à beira mar
GISELLE HIRATA ENVIADA ESPECIAL A AQUIRAZ (CE) O frio na barriga começa logo na subida das escadas intermináveis. O chão vai ficando distante e, a cada degrau, a vontade de desistir aumenta. Lá em cima, se bater aquele medinho, a dica é: feche os olhos e vai na fé! Vaikuntudo, uma das novas atrações do megaparque Beach Park, entra em um tipo de categoria que poderia ser classificada como "não vou mais!". A sensação é de estar no meio de um tornado, de ser engolido por um ralo gigante a 25 metros de altura, caindo em 20 segundos a uma velocidade que chega a 43 km/h. Ainda bem que por aquelas bandas corre uma brisa gostosa do mar. O brinquedo é uma das 18 atrações do parque aquático, que fica em Aquiraz, cidade litorânea na região metropolitana de Fortaleza. Ali, o inverno tem cara de verão: com sol e calor, temperatura na casa dos 27ºC, o que dá uma forcinha na hora de encarar aquele que é considerado um dos maiores toboáguas do mundo. E é nesse clima tropical que a adrenalina toma conta do corpo de quem enfrenta outro algoz dos corações fracos, o imponente Insano, com seus 41 metros de altura. A dificuldade começa ao ter que subir 14 andares, sem descanso. Em seguida, vem a experiência de queda livre em cinco segundos, que facilmente pode atingir (acredite!) uma velocidade de 105 km/h. Dica importante: ao escorregar, prenda a respiração. A diversidade é uma das estratégias do parque para atrair um público variado: de crianças e vovôs até os que curtem uma aventura com boas doses de coragem. Os brinquedos e os mais de 7,7 milhões de litros de água são divididos em setores: família, que são os mais tranquilos; moderados, com um pouco de emoção; radicais, que são nível "hard" até para os corajosos. Um exemplo para os pequenos é o Acqua Circo, espaço temático com piso emborrachado e lonas de cobertura. Longe das piscinas, também dá para curtir o Porto das Dunas, praia onde o complexo está localizado. Vale a pena experimentar uma boa caranguejada com vista para o mar em um dos vários restaurantes dispostos por ali. Para terminar, fica aqui um registro: olhou para o brinquedo, achou legal, mas não tem coragem de ir, nem comece a subir as escadas. "Amarelar" não combina em nada com o colorido do parque beira-mar. Uma vaia descontraída costuma acompanhar os desistentes, junto com os gritos "arregou, arregou, arregou". Para esses, o melhor consolo talvez seja, simplesmente, pegar uma boia e relaxar nas águas calmas da Correnteza Encantada. * A jornalista viajou a convite do Holiday Inn Fortaleza * NÃO VOLTE SEM... ...tomar um banho de cascata do balde gigante do Acqua Show * QUEM LEVA LITORAL VERDE VIAGENS litoralverde.com.br Tel. 0800 021 2020 A partir de R$ 2.339,85. Inclui aéreo, 4 noites em apto. duplo com café da manhã, jantar e acesso ao Beach Park MASCARO TOUR mascarotour.com.br Tel. 2175-0940 A partir de R$ 1.472. Inclui aéreo, 4 noites em apto duplo com café da manhã no Holiday Inn Fortaleza (www.ihg.com ), traslados e city tour COPASTUR PRIME copasturprime.com.br Tel. 2394-2136 A partir de R$ 7.070. Inclui aéreo, 7 noites em apto duplo com café da manhã e um dia de visita ao Beach Park
saopaulo
Beach Park, no Ceará, reúne diversão e adrenalina à beira marGISELLE HIRATA ENVIADA ESPECIAL A AQUIRAZ (CE) O frio na barriga começa logo na subida das escadas intermináveis. O chão vai ficando distante e, a cada degrau, a vontade de desistir aumenta. Lá em cima, se bater aquele medinho, a dica é: feche os olhos e vai na fé! Vaikuntudo, uma das novas atrações do megaparque Beach Park, entra em um tipo de categoria que poderia ser classificada como "não vou mais!". A sensação é de estar no meio de um tornado, de ser engolido por um ralo gigante a 25 metros de altura, caindo em 20 segundos a uma velocidade que chega a 43 km/h. Ainda bem que por aquelas bandas corre uma brisa gostosa do mar. O brinquedo é uma das 18 atrações do parque aquático, que fica em Aquiraz, cidade litorânea na região metropolitana de Fortaleza. Ali, o inverno tem cara de verão: com sol e calor, temperatura na casa dos 27ºC, o que dá uma forcinha na hora de encarar aquele que é considerado um dos maiores toboáguas do mundo. E é nesse clima tropical que a adrenalina toma conta do corpo de quem enfrenta outro algoz dos corações fracos, o imponente Insano, com seus 41 metros de altura. A dificuldade começa ao ter que subir 14 andares, sem descanso. Em seguida, vem a experiência de queda livre em cinco segundos, que facilmente pode atingir (acredite!) uma velocidade de 105 km/h. Dica importante: ao escorregar, prenda a respiração. A diversidade é uma das estratégias do parque para atrair um público variado: de crianças e vovôs até os que curtem uma aventura com boas doses de coragem. Os brinquedos e os mais de 7,7 milhões de litros de água são divididos em setores: família, que são os mais tranquilos; moderados, com um pouco de emoção; radicais, que são nível "hard" até para os corajosos. Um exemplo para os pequenos é o Acqua Circo, espaço temático com piso emborrachado e lonas de cobertura. Longe das piscinas, também dá para curtir o Porto das Dunas, praia onde o complexo está localizado. Vale a pena experimentar uma boa caranguejada com vista para o mar em um dos vários restaurantes dispostos por ali. Para terminar, fica aqui um registro: olhou para o brinquedo, achou legal, mas não tem coragem de ir, nem comece a subir as escadas. "Amarelar" não combina em nada com o colorido do parque beira-mar. Uma vaia descontraída costuma acompanhar os desistentes, junto com os gritos "arregou, arregou, arregou". Para esses, o melhor consolo talvez seja, simplesmente, pegar uma boia e relaxar nas águas calmas da Correnteza Encantada. * A jornalista viajou a convite do Holiday Inn Fortaleza * NÃO VOLTE SEM... ...tomar um banho de cascata do balde gigante do Acqua Show * QUEM LEVA LITORAL VERDE VIAGENS litoralverde.com.br Tel. 0800 021 2020 A partir de R$ 2.339,85. Inclui aéreo, 4 noites em apto. duplo com café da manhã, jantar e acesso ao Beach Park MASCARO TOUR mascarotour.com.br Tel. 2175-0940 A partir de R$ 1.472. Inclui aéreo, 4 noites em apto duplo com café da manhã no Holiday Inn Fortaleza (www.ihg.com ), traslados e city tour COPASTUR PRIME copasturprime.com.br Tel. 2394-2136 A partir de R$ 7.070. Inclui aéreo, 7 noites em apto duplo com café da manhã e um dia de visita ao Beach Park
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Conselho da Petrobras aprova venda de 49% da Gaspetro por R$ 1,9 bilhão
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou, durante reunião ocorrida nesta sexta-feira (23), a venda de 49% da empresa Gaspetro, subsidiária que tem participações minoritárias em 19 distribuidoras de gás natural canalizado no país, por R$ 1,9 bilhão. De acordo com fato relevante divulgado na noite desta sexta, a Mitsui Gás e Energia do Brasil, subsidiária da japonesa Mistui, concordou em pagar o montante bilionário pelo negócio. A operação está prevista para ser concluída em dezembro, o que ajuda a Petrobras a levantar recursos, em um ano marcado por cortes de investimentos da estatal. A venda dos ativos de distribuição da Gaspetro pode ser a única grande operação de desinvestimento da Petrobras este ano -o plano de negócios prevê a venda de US$ 15,1 bilhões em ativos até o final de 2016. Para vender a subsidiária, o Conselho da estatal aprovou também a cisão da empresa em duas companhias distintas. Uma ficará com os ativos de distribuição de gás canalizado, parte que será vendida à japonesa. A outra foi batizada de Petrobras Logística e controlará a Transportadora Associada de Gás (TAG), que é dona da malha brasileira de gasodutos e fazia parte da Gaspetro. A reunião do Conselho que decidiu pela venda durou pelo menos dez horas, começou às 9h e terminou às 19h. A Mitsui Gás e Energia do Brasil já tem participação societária em oito companhias estaduais de distribuição de gás natural no Brasil. BR DISTRIBUIDORA Também por meio de fato relevante, a estatal informou ainda que seu Conselho aprovou o adiamento, por prazo indeterminado, da abertura de capital da BR Distribuidora, subsidiária dona de postos de combustíveis pelo país. O Conselho apenas referendou uma decisão que já havia sido anunciada no último dia 14, de que a empresa estaria autorizada a procurar um parceiro estratégico para o negócio. A diretoria e seus conselheiros entenderam que o momento atual do mercado de ações no Brasil não está favorável e um parceiro estratégico disposto a comprar uma fatia na empresa seria opção à abertura de capital na bolsa.
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Conselho da Petrobras aprova venda de 49% da Gaspetro por R$ 1,9 bilhãoO Conselho de Administração da Petrobras aprovou, durante reunião ocorrida nesta sexta-feira (23), a venda de 49% da empresa Gaspetro, subsidiária que tem participações minoritárias em 19 distribuidoras de gás natural canalizado no país, por R$ 1,9 bilhão. De acordo com fato relevante divulgado na noite desta sexta, a Mitsui Gás e Energia do Brasil, subsidiária da japonesa Mistui, concordou em pagar o montante bilionário pelo negócio. A operação está prevista para ser concluída em dezembro, o que ajuda a Petrobras a levantar recursos, em um ano marcado por cortes de investimentos da estatal. A venda dos ativos de distribuição da Gaspetro pode ser a única grande operação de desinvestimento da Petrobras este ano -o plano de negócios prevê a venda de US$ 15,1 bilhões em ativos até o final de 2016. Para vender a subsidiária, o Conselho da estatal aprovou também a cisão da empresa em duas companhias distintas. Uma ficará com os ativos de distribuição de gás canalizado, parte que será vendida à japonesa. A outra foi batizada de Petrobras Logística e controlará a Transportadora Associada de Gás (TAG), que é dona da malha brasileira de gasodutos e fazia parte da Gaspetro. A reunião do Conselho que decidiu pela venda durou pelo menos dez horas, começou às 9h e terminou às 19h. A Mitsui Gás e Energia do Brasil já tem participação societária em oito companhias estaduais de distribuição de gás natural no Brasil. BR DISTRIBUIDORA Também por meio de fato relevante, a estatal informou ainda que seu Conselho aprovou o adiamento, por prazo indeterminado, da abertura de capital da BR Distribuidora, subsidiária dona de postos de combustíveis pelo país. O Conselho apenas referendou uma decisão que já havia sido anunciada no último dia 14, de que a empresa estaria autorizada a procurar um parceiro estratégico para o negócio. A diretoria e seus conselheiros entenderam que o momento atual do mercado de ações no Brasil não está favorável e um parceiro estratégico disposto a comprar uma fatia na empresa seria opção à abertura de capital na bolsa.
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PF indicia integrante da Vale e mais sete pessoas por tragédia de Mariana
A Polícia Federal concluiu nesta quinta-feira (9) o inquérito que apura crimes ambientais no rompimento da barragem de Fundão e incluiu entre os indiciados, além de seis membros da cúpula da Samarco e de um engenheiro da VogBR, o responsável da Vale pelo Complexo de Alegria, em Mariana (MG). Seus nomes não foram revelados. Como pessoas jurídicas, a Samarco, a Vale e a VogBR também foram indiciadas. De acordo com o delegado Roger Lima de Moura, responsável pela apuração, a Vale contribuiu para o rompimento porque jogava aproximadamente 27% do rejeito de lama da barragem, porcentagem diferente do que era informado pela empresa, que seria de aproximadamente 5%. Como a Folha revelou, a PF chegou à conclusão de que a Vale adulterou laudos referentes à composição dos rejeitos que eram depositados a Fundão. A empresa, junto à anglo-australiana BHP Billiton, é dona da Samarco. A barragem de Fundão se rompeu em 5 de novembro do ano passado, matou 19 pessoas e deixou um rastro de destruição ambiental que passou por dois Estados e chegou ao litoral do Espírito Santo, a 600 km de distância. Em apresentação dos resultados do inquérito, Moura afirmou que as principais causas que contribuíram para o rompimento foram problemas de drenagem, uso de material de baixa qualidade para a construção da barragem, monitoramento deficiente e falta de controle da quantidade de rejeitos despejados no reservatório. O inquérito, segundo o delegado, também conclui que o local onde a barragem se rompeu –chamado de "recuo da ombreira esquerda"– foi construído sem projeto. Desde 2012, a barragem de Fundão não tinha um responsável técnico no Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura). A Polícia Federal também aponta que a Samarco diminuiu em 29% os investimentos em geotecnia de 2012 a 2015, mas aumentou os investimentos em produção, que elevam a quantidade de rejeitos. Moura diz que a empresa de consultoria VogBR também contribuiu para o rompimento porque não tinha subsídios para dar um laudo que comprovasse que a barragem era estável. Em entrevista à Folha, o engenheiro que fez esse laudo, Samuel Loures, rebateu as conclusões e disse que seus cálculos estavam corretos. Além desses indiciamentos por suspeita de crime ambiental, seis pessoas da Samarco, inclusive o ex-presidente Ricardo Vescovi, e o engenheiro da VogBR foram indiciados pela Polícia Civil de Minas Gerais sob suspeita de homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar), inundação e poluição de água potável. Os inquéritos seguem para o Ministério Público Federal, que decidirá se apresenta denúncia à Justiça. OUTRO LADO A assessoria da Vale divulgou nota em que "repudia com veemência" o indiciamento de seu funcionário. A empresa afirma que "jamais teve qualquer responsabilidade pela gestão da barragem de Fundão". "Mais uma vez, a empresa reforça a informação de que, na média dos últimos três anos, destinou aproximadamente 5% do volume total de rejeitos depositados pela Samarco na barragem de Fundão, no mesmo período. Antes deste período, a barragem não tinha sequer atingido 50% de sua capacidade total. Além disso, nunca houve variação significativa, em tonelagem, do volume de rejeitos enviado pela Vale à Samarco", diz a mineradora, em nota. A Samarco também repudiou o indiciamento e afirmou, em nota, que a barragem "sempre foi declarada estável". "Em nenhuma oportunidade, qualquer inspeção, avaliação, relatório de consultorias especializadas internas ou externas registraram ou fizeram qualquer advertência de que a operação da barragem estivesse sujeita a qualquer risco de ruptura. A Samarco sempre operou com altos padrões de segurança em todos os seus processos e mantém todos os seus monitoramentos em linha com as exigências legais e com as melhores práticas do mercado internacional de mineração", diz a empresa. Sobre o recuo, a mineradora diz que a obra fazia "parte da operação" e seguiu as "premissas e requisitos constantes do manual de operação da barragem elaborado pelo seu projetista". "A operação da barragem, inclusive seu recuo temporário, sempre foi do conhecimento dos órgãos ambientais e de fiscalização, não sendo necessária a apresentação do projeto do recuo por ser mera intervenção decorrente da operação", afirma. O advogado de Loures e da VogBR, Leonardo Marinho, disse que precisa ter acesso ao relatório da Polícia Federal antes de tomar um posicionamento. O Caminho da Lama
cotidiano
PF indicia integrante da Vale e mais sete pessoas por tragédia de MarianaA Polícia Federal concluiu nesta quinta-feira (9) o inquérito que apura crimes ambientais no rompimento da barragem de Fundão e incluiu entre os indiciados, além de seis membros da cúpula da Samarco e de um engenheiro da VogBR, o responsável da Vale pelo Complexo de Alegria, em Mariana (MG). Seus nomes não foram revelados. Como pessoas jurídicas, a Samarco, a Vale e a VogBR também foram indiciadas. De acordo com o delegado Roger Lima de Moura, responsável pela apuração, a Vale contribuiu para o rompimento porque jogava aproximadamente 27% do rejeito de lama da barragem, porcentagem diferente do que era informado pela empresa, que seria de aproximadamente 5%. Como a Folha revelou, a PF chegou à conclusão de que a Vale adulterou laudos referentes à composição dos rejeitos que eram depositados a Fundão. A empresa, junto à anglo-australiana BHP Billiton, é dona da Samarco. A barragem de Fundão se rompeu em 5 de novembro do ano passado, matou 19 pessoas e deixou um rastro de destruição ambiental que passou por dois Estados e chegou ao litoral do Espírito Santo, a 600 km de distância. Em apresentação dos resultados do inquérito, Moura afirmou que as principais causas que contribuíram para o rompimento foram problemas de drenagem, uso de material de baixa qualidade para a construção da barragem, monitoramento deficiente e falta de controle da quantidade de rejeitos despejados no reservatório. O inquérito, segundo o delegado, também conclui que o local onde a barragem se rompeu –chamado de "recuo da ombreira esquerda"– foi construído sem projeto. Desde 2012, a barragem de Fundão não tinha um responsável técnico no Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura). A Polícia Federal também aponta que a Samarco diminuiu em 29% os investimentos em geotecnia de 2012 a 2015, mas aumentou os investimentos em produção, que elevam a quantidade de rejeitos. Moura diz que a empresa de consultoria VogBR também contribuiu para o rompimento porque não tinha subsídios para dar um laudo que comprovasse que a barragem era estável. Em entrevista à Folha, o engenheiro que fez esse laudo, Samuel Loures, rebateu as conclusões e disse que seus cálculos estavam corretos. Além desses indiciamentos por suspeita de crime ambiental, seis pessoas da Samarco, inclusive o ex-presidente Ricardo Vescovi, e o engenheiro da VogBR foram indiciados pela Polícia Civil de Minas Gerais sob suspeita de homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar), inundação e poluição de água potável. Os inquéritos seguem para o Ministério Público Federal, que decidirá se apresenta denúncia à Justiça. OUTRO LADO A assessoria da Vale divulgou nota em que "repudia com veemência" o indiciamento de seu funcionário. A empresa afirma que "jamais teve qualquer responsabilidade pela gestão da barragem de Fundão". "Mais uma vez, a empresa reforça a informação de que, na média dos últimos três anos, destinou aproximadamente 5% do volume total de rejeitos depositados pela Samarco na barragem de Fundão, no mesmo período. Antes deste período, a barragem não tinha sequer atingido 50% de sua capacidade total. Além disso, nunca houve variação significativa, em tonelagem, do volume de rejeitos enviado pela Vale à Samarco", diz a mineradora, em nota. A Samarco também repudiou o indiciamento e afirmou, em nota, que a barragem "sempre foi declarada estável". "Em nenhuma oportunidade, qualquer inspeção, avaliação, relatório de consultorias especializadas internas ou externas registraram ou fizeram qualquer advertência de que a operação da barragem estivesse sujeita a qualquer risco de ruptura. A Samarco sempre operou com altos padrões de segurança em todos os seus processos e mantém todos os seus monitoramentos em linha com as exigências legais e com as melhores práticas do mercado internacional de mineração", diz a empresa. Sobre o recuo, a mineradora diz que a obra fazia "parte da operação" e seguiu as "premissas e requisitos constantes do manual de operação da barragem elaborado pelo seu projetista". "A operação da barragem, inclusive seu recuo temporário, sempre foi do conhecimento dos órgãos ambientais e de fiscalização, não sendo necessária a apresentação do projeto do recuo por ser mera intervenção decorrente da operação", afirma. O advogado de Loures e da VogBR, Leonardo Marinho, disse que precisa ter acesso ao relatório da Polícia Federal antes de tomar um posicionamento. O Caminho da Lama
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Cachê de R$ 150 mil de Caetano Veloso é o mais caro da Virada Cultural 2015
Medalhão da Virada Cultural, que começa neste sábado (21) em São Paulo, o show de Caetano Veloso –no domingo (20), às 18h, para encerrar o evento no palco Júlio Prestes– custou R$ 150 mil à organização. Segundo a prefeitura, é o maior cachê do evento. O Monobloco fará o show de abertura da Virada, hoje, às 18h. O valor pago a Caetano é cinco vezes maior do que será pago ao trio Hermeto Pascoal, Arismar e Nenê –uma das atrações mais queridas pelos realizadores deste ano, como disse o curador José Mauro Gnaspini ao anunciar a programação da Virada. Eles receberão R$ 30 mil para o show no Theatro Municipal. . Virada Cultural toma ruas de SP com mais de 1.500 atrações; veja destaques Com orçamento de R$ 14 milhões, semelhante ao de 2014, o evento está pagando cachês no mesmo patamar –ou ligeiramente maiores– do que no ano passado. Boa parte das principais atrações ficou na casa dos R$ 30 mil. Por exemplo, o show da cantora de soul americana Martha Reeves & The Vandellas, que encerraria a programação no palco Júlio Prestes (assim como Caetano), foi contratada por R$ 123 mil, corrigidos pela inflação (a apresentação acabou cancelada após uma tempestade, e foi remarcada para novembro, no Ibirapuera). Outra atração internacional de 2014, o show da banda Uriah Heep saiu por R$ 134 mil, valor também ajustado de acordo com a inflação. SEM DÓLAR A ausência de grandes shows de artistas estrangeiros na Virada –os que virão, estarão nos festivais parceiros Experimenta Portugal e Cultura Inglesa– "foi uma opção, considerando o custo", disse à Folha o secretário de Cultura, Nabil Bonduki. "Para trazer um artista de fora, tem os custos de passagem, hospedagem, o cachê em dólar ou euro", afirma Bonduki. "Com o cachê de um estrangeiro fazemos a roda de choro inteira [130 músicos se revezando por 24 horas na praça do Patriarca]." O secretário defende os recursos destinados ao evento. "É complicado medir o público do evento, mas se considerarmos que será de um milhão, a Virada sai a R$ 14 por pessoa", comenta. "É muito difícil promover uma atividade cultural em ambiente fechado cobrando esse valor de ingresso, com esse custo-benefício." Bonduki diz trabalhar "com a perspectiva de reduzir o peso da Virada" no orçamento da pasta –em 2015, foi de 3%, de um total de R$ 410 milhões liberados pela administração. "A meta é fazer um movimento de ocupação do centro ao longo do ano inteiro, com menos ônus para a prefeitura", diz. O secretário cita como exemplos o Theatro Municipal, o Mês da Cultura Independente, com festas de rua, e a Mostra Internacional de Cinema. OUTROS LOCAIS Disse também que está dialogando com mais embaixadas –como o caso de Portugal, que organizou a programação do Ibirapuera na Virada– para estabelecer parcerias. Em 2015, a festa expandiu a programação para a periferia, com quatro palcos de funk. Por outro lado, encolheu o perímetro do centro, para evitar arrastões. Serão menos locais, que incluem vans ou atrações itinerantes: 48 em 2015 ante os 62 de 2014 Cai também o número de palcos: 16 agora, 17 em 2014 e 24 em 2013. O policiamento será reforçado na madrugada, com 54 bases da Polícia Militar instaladas nas rotas de circulação do evento (destacadas no mapa acima, em azul). MINHOCÃO A programação da Virada sofreu uma pequena reviravolta na noite de quinta (18), quando a programação no Minhocão foi cancelada por falta de segurança no local. As 11 atividades previstas migrarão para o entorno. Até a conclusão desta edição, a CET não havia informado se a via fecharia para carros às 15h do sábado, como o previsto para o evento, ou às 21h30, como ocorre tradicionalmente neste dia.
ilustrada
Cachê de R$ 150 mil de Caetano Veloso é o mais caro da Virada Cultural 2015Medalhão da Virada Cultural, que começa neste sábado (21) em São Paulo, o show de Caetano Veloso –no domingo (20), às 18h, para encerrar o evento no palco Júlio Prestes– custou R$ 150 mil à organização. Segundo a prefeitura, é o maior cachê do evento. O Monobloco fará o show de abertura da Virada, hoje, às 18h. O valor pago a Caetano é cinco vezes maior do que será pago ao trio Hermeto Pascoal, Arismar e Nenê –uma das atrações mais queridas pelos realizadores deste ano, como disse o curador José Mauro Gnaspini ao anunciar a programação da Virada. Eles receberão R$ 30 mil para o show no Theatro Municipal. . Virada Cultural toma ruas de SP com mais de 1.500 atrações; veja destaques Com orçamento de R$ 14 milhões, semelhante ao de 2014, o evento está pagando cachês no mesmo patamar –ou ligeiramente maiores– do que no ano passado. Boa parte das principais atrações ficou na casa dos R$ 30 mil. Por exemplo, o show da cantora de soul americana Martha Reeves & The Vandellas, que encerraria a programação no palco Júlio Prestes (assim como Caetano), foi contratada por R$ 123 mil, corrigidos pela inflação (a apresentação acabou cancelada após uma tempestade, e foi remarcada para novembro, no Ibirapuera). Outra atração internacional de 2014, o show da banda Uriah Heep saiu por R$ 134 mil, valor também ajustado de acordo com a inflação. SEM DÓLAR A ausência de grandes shows de artistas estrangeiros na Virada –os que virão, estarão nos festivais parceiros Experimenta Portugal e Cultura Inglesa– "foi uma opção, considerando o custo", disse à Folha o secretário de Cultura, Nabil Bonduki. "Para trazer um artista de fora, tem os custos de passagem, hospedagem, o cachê em dólar ou euro", afirma Bonduki. "Com o cachê de um estrangeiro fazemos a roda de choro inteira [130 músicos se revezando por 24 horas na praça do Patriarca]." O secretário defende os recursos destinados ao evento. "É complicado medir o público do evento, mas se considerarmos que será de um milhão, a Virada sai a R$ 14 por pessoa", comenta. "É muito difícil promover uma atividade cultural em ambiente fechado cobrando esse valor de ingresso, com esse custo-benefício." Bonduki diz trabalhar "com a perspectiva de reduzir o peso da Virada" no orçamento da pasta –em 2015, foi de 3%, de um total de R$ 410 milhões liberados pela administração. "A meta é fazer um movimento de ocupação do centro ao longo do ano inteiro, com menos ônus para a prefeitura", diz. O secretário cita como exemplos o Theatro Municipal, o Mês da Cultura Independente, com festas de rua, e a Mostra Internacional de Cinema. OUTROS LOCAIS Disse também que está dialogando com mais embaixadas –como o caso de Portugal, que organizou a programação do Ibirapuera na Virada– para estabelecer parcerias. Em 2015, a festa expandiu a programação para a periferia, com quatro palcos de funk. Por outro lado, encolheu o perímetro do centro, para evitar arrastões. Serão menos locais, que incluem vans ou atrações itinerantes: 48 em 2015 ante os 62 de 2014 Cai também o número de palcos: 16 agora, 17 em 2014 e 24 em 2013. O policiamento será reforçado na madrugada, com 54 bases da Polícia Militar instaladas nas rotas de circulação do evento (destacadas no mapa acima, em azul). MINHOCÃO A programação da Virada sofreu uma pequena reviravolta na noite de quinta (18), quando a programação no Minhocão foi cancelada por falta de segurança no local. As 11 atividades previstas migrarão para o entorno. Até a conclusão desta edição, a CET não havia informado se a via fecharia para carros às 15h do sábado, como o previsto para o evento, ou às 21h30, como ocorre tradicionalmente neste dia.
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Debate sobre a Previdência deve ir além da questão fiscal
O enfrentamento da questão fiscal é a principal motivação para a reforma da Previdência apresentada pelo governo: argumenta-se que, sem aporte contínuo de recursos, essa despesa se tornará insustentável. Embora esse argumento esteja correto, havendo números consistentes para corroborá-lo, concentrar a discussão exclusivamente nesse ponto, negligenciando outros aspectos, pode gerar importantes efeitos adversos e comprometer melhorias quando do desenho da concessão de benefícios. Assim, é preciso atenção a diversos fatores de risco, como as distorções geradas no mercado de trabalho, as quais contribuiriam para a elevação da evasão do sistema e da informalidade, capazes até de impedir ganhos futuros de produtividade. Também são preocupantes os impactos negativos sobre a poupança agregada –por conseguinte, sobre crescimento econômico–, uma vez que a proposta exigirá níveis maiores de transferências de quem tem maior propensão a poupar para inativos, que poupam menos. Ademais, é necessário observar os efeitos sobre os incentivos à educação, dada a perda real de renda das famílias. Certamente, o complexo debate em torno da Previdência precisará de consistentes análises sobre esses e outros efeitos. Dessa forma, mesmo com a aprovação da proposta do governo, de forma integral ou não, as discussões deverão continuar. Porém, será imprescindível que elas não se restrinjam à sustentabilidade fiscal do sistema. Um melhor desenho previdenciário para o país deverá estar no centro das análises, e esse desafio não poderia ser maior, uma vez que diversos itens estão envolvidos. A concessão de benefícios não só influencia o padrão de vida das pessoas mais velhas mas também o bem-estar da população. De uma forma geral, para os indivíduos e as famílias, o principal objetivo nesse sentido é estabelecer um padrão de consumo durante toda a vida e, eventualmente, servir como seguro, garantindo renda diante uma eventualidade. Para o governo, por sua vez, a Previdência pode ser vista como um mecanismo de redistribuição de renda e um instrumento capaz de promover a eficiência e o crescimento econômico, especialmente por meio do melhor funcionamento no mercado de trabalho e de uma eficiente acumulação de ativos. Relativamente aos sistemas previdenciários, eles podem ser classificados, em sua estrutura básica, como de repartição e capitalização. No primeiro caso, há transferência de renda, mediada pelo Estado, entre gerações de ativos e inativos; no segundo, o indivíduo forma sua própria poupança ao longo do ciclo laboral. Os efeitos na economia decorrem da preponderância de cada um desses sistemas e, logicamente, de seus riscos associados. No Brasil, prevalecem os sistemas de repartição, porém deve ser mais bem avaliada a adoção de sistemas multipilares, nos quais se possa separar a parte previdenciária da assistencial, deixando mais claras suas fontes de financiamento. Outra possibilidade a ser considerada é a expansão do sistema capitalizado, pela sua importância para a formação de poupança de longo prazo. Naturalmente, qualquer sugestão de reforma ao sistema previdenciário necessita ser acompanhada de correta mensuração dos impactos gerais e de ampla avaliação dos riscos envolvidos, e o objetivo principal deve ser sempre o fortalecimento do vínculo entre contribuições e benefícios. O debate atual precisa evoluir nessa direção. FLAVIO ATALIBA BARRETO, doutor pela Escola Brasileira de Economia e Finanças da FGV e professor do curso de pós-graduação em economia da Universidade Federal do Ceará, é diretor-geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará da Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará. CARLOS ALBERTO MANSO, doutor pela Universidade Federal do Ceará, é do núcleo de Economia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará.
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Debate sobre a Previdência deve ir além da questão fiscalO enfrentamento da questão fiscal é a principal motivação para a reforma da Previdência apresentada pelo governo: argumenta-se que, sem aporte contínuo de recursos, essa despesa se tornará insustentável. Embora esse argumento esteja correto, havendo números consistentes para corroborá-lo, concentrar a discussão exclusivamente nesse ponto, negligenciando outros aspectos, pode gerar importantes efeitos adversos e comprometer melhorias quando do desenho da concessão de benefícios. Assim, é preciso atenção a diversos fatores de risco, como as distorções geradas no mercado de trabalho, as quais contribuiriam para a elevação da evasão do sistema e da informalidade, capazes até de impedir ganhos futuros de produtividade. Também são preocupantes os impactos negativos sobre a poupança agregada –por conseguinte, sobre crescimento econômico–, uma vez que a proposta exigirá níveis maiores de transferências de quem tem maior propensão a poupar para inativos, que poupam menos. Ademais, é necessário observar os efeitos sobre os incentivos à educação, dada a perda real de renda das famílias. Certamente, o complexo debate em torno da Previdência precisará de consistentes análises sobre esses e outros efeitos. Dessa forma, mesmo com a aprovação da proposta do governo, de forma integral ou não, as discussões deverão continuar. Porém, será imprescindível que elas não se restrinjam à sustentabilidade fiscal do sistema. Um melhor desenho previdenciário para o país deverá estar no centro das análises, e esse desafio não poderia ser maior, uma vez que diversos itens estão envolvidos. A concessão de benefícios não só influencia o padrão de vida das pessoas mais velhas mas também o bem-estar da população. De uma forma geral, para os indivíduos e as famílias, o principal objetivo nesse sentido é estabelecer um padrão de consumo durante toda a vida e, eventualmente, servir como seguro, garantindo renda diante uma eventualidade. Para o governo, por sua vez, a Previdência pode ser vista como um mecanismo de redistribuição de renda e um instrumento capaz de promover a eficiência e o crescimento econômico, especialmente por meio do melhor funcionamento no mercado de trabalho e de uma eficiente acumulação de ativos. Relativamente aos sistemas previdenciários, eles podem ser classificados, em sua estrutura básica, como de repartição e capitalização. No primeiro caso, há transferência de renda, mediada pelo Estado, entre gerações de ativos e inativos; no segundo, o indivíduo forma sua própria poupança ao longo do ciclo laboral. Os efeitos na economia decorrem da preponderância de cada um desses sistemas e, logicamente, de seus riscos associados. No Brasil, prevalecem os sistemas de repartição, porém deve ser mais bem avaliada a adoção de sistemas multipilares, nos quais se possa separar a parte previdenciária da assistencial, deixando mais claras suas fontes de financiamento. Outra possibilidade a ser considerada é a expansão do sistema capitalizado, pela sua importância para a formação de poupança de longo prazo. Naturalmente, qualquer sugestão de reforma ao sistema previdenciário necessita ser acompanhada de correta mensuração dos impactos gerais e de ampla avaliação dos riscos envolvidos, e o objetivo principal deve ser sempre o fortalecimento do vínculo entre contribuições e benefícios. O debate atual precisa evoluir nessa direção. FLAVIO ATALIBA BARRETO, doutor pela Escola Brasileira de Economia e Finanças da FGV e professor do curso de pós-graduação em economia da Universidade Federal do Ceará, é diretor-geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará da Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará. CARLOS ALBERTO MANSO, doutor pela Universidade Federal do Ceará, é do núcleo de Economia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará.
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Conflitos com Roberto Carlos começaram na década de 1950
Tim Maia e Roberto Carlos dividiam os violões e as atenções no conjunto Sputniks, nos anos 1950. No fim da década, eles se apresentaram no programa "Clube do Rock", na TV Tupi, do compositor e empresário Carlos Imperial. Depois do programa, Roberto aproveitou a ocasião para conseguir com Imperial uma apresentação solo na próxima edição do programa. Roberto logo contou a novidade aos colegas da banda e armou-se ali mesmo uma confusão com Tim Maia. "Seu filho-da-puta! Eu boto você no meu conjunto e você vai cantar sozinho, porra!", berrou ele, em episódio relatado na biografia "Vale Tudo - O Som e A Fúria de Tim Maia", de Nelson Motta. O livro narra algumas rusgas entre os dois cantores, como quando o "síndico" culpou Roberto e a TV Globo pelo cancelamento de uma temporada de shows no Canecão, no Rio, em 1987. Tim Maia também não poupou alfinetadas ao ex-companheiro nas entrevistas que concedeu. "Eu toco nos que sobram, porque os bons estão com o Roberto Carlos", disse ao "Jornal do Brasil" em 1983, quando perguntado sobre os poucos lugares disponíveis para shows no Rio. Em entrevista concedida em 1995 aos repórteres Marcio Gaspar e Lauro Lisboa Garcia, publicada em 2009 pela revista "Brasileiros", Tim falou sobre as inúmeras tentativas de contatar Roberto quando voltou ao Brasil. "Nós fomos criados juntos. Por isso, eu achei muito estranho quando eu voltei dos Estados Unidos e ele me deu a maior podada. Porque quando eu voltei, precisava de um apoio."
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Conflitos com Roberto Carlos começaram na década de 1950Tim Maia e Roberto Carlos dividiam os violões e as atenções no conjunto Sputniks, nos anos 1950. No fim da década, eles se apresentaram no programa "Clube do Rock", na TV Tupi, do compositor e empresário Carlos Imperial. Depois do programa, Roberto aproveitou a ocasião para conseguir com Imperial uma apresentação solo na próxima edição do programa. Roberto logo contou a novidade aos colegas da banda e armou-se ali mesmo uma confusão com Tim Maia. "Seu filho-da-puta! Eu boto você no meu conjunto e você vai cantar sozinho, porra!", berrou ele, em episódio relatado na biografia "Vale Tudo - O Som e A Fúria de Tim Maia", de Nelson Motta. O livro narra algumas rusgas entre os dois cantores, como quando o "síndico" culpou Roberto e a TV Globo pelo cancelamento de uma temporada de shows no Canecão, no Rio, em 1987. Tim Maia também não poupou alfinetadas ao ex-companheiro nas entrevistas que concedeu. "Eu toco nos que sobram, porque os bons estão com o Roberto Carlos", disse ao "Jornal do Brasil" em 1983, quando perguntado sobre os poucos lugares disponíveis para shows no Rio. Em entrevista concedida em 1995 aos repórteres Marcio Gaspar e Lauro Lisboa Garcia, publicada em 2009 pela revista "Brasileiros", Tim falou sobre as inúmeras tentativas de contatar Roberto quando voltou ao Brasil. "Nós fomos criados juntos. Por isso, eu achei muito estranho quando eu voltei dos Estados Unidos e ele me deu a maior podada. Porque quando eu voltei, precisava de um apoio."
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Medidas não incluem alta de impostos e Previdência, dizem novos ministros
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmaram que as primeiras medidas econômicas do presidente em exercício Michel Temer não envolverão aumento de impostos e reforma na Previdência. Segundo os ministros, as medidas serão anunciadas no final da manhã de terça-feira (24) para que antes possam ser apresentadas ao presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL). A previsão inicial era de que elas fossem divulgadas na segunda-feira (23). "Não estamos no momento contemplando aumento de impostos. Não estamos descartando, dizendo que nunca será aumentado o imposto, mas no momento não estamos contemplando o aumento", disse Meirelles. Ele acrescentou que o governo interino está "tendo muito cuidado para fazer o anúncio de números, como é o caso da meta fiscal, ou de medidas que tenham sido analisadas com cuidado e profundidade". O objetivo, ele diz, é que seja "tudo bem negociado, bem estruturado, de maneira que possamos de fato ter medidas que possam fazer efeito em prazo relativamente rápido". " Não podemos começar a construir um arcabouço de fortalecimento econômico falando em aumento de impostos. Aumento de impostos é algo que, em tese, pode ser discutido em um futuro não muito próximo, se for necessário. Não é nosso cenário agora", afirmou Jucá. Indagado se a reforma da Previdência entrará no novo pacote de medidas, Jucá respondeu negativamente: "nem Previdência e nem aumento da carga tributária". Jucá disse ainda que o adiamento do anúncio das medidas de segunda para terça foi motivado pela decisão de discutir o tema antes no Congresso. "Foi para que se construam outras medidas e a gente levante alguns pontos que estão no Congresso e que serão priorizados com a palavra do presidente e com a ação do governo", explicou. De acordo com Jucá, " algumas destas medidas serão pinçadas, serão elencadas de projetos que estão tramitando". Os ministros e o secretário de Parcerias do governo, Moreira Franco, participaram de reunião com Temer na tarde deste sábado (21) no escritório do presidente em exercício, na zona sul de São Paulo. No fim da tarde, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, chegou ao local. Segundo a assessoria de imprensa de Temer, Trabuco não participou do encontro com os ministros e depois dessa reunião o presidente do Bradesco conversou com Temer por cerca de 20 minutos. Segundo Jucá, " o presidente tem ouvido pessoas importantes de diversos setores, e o Dr. Trabuco é presidente do Bradesco, um dos maiores bancos do Brasil. Ele tem conversado com outras pessoas do setor financeiro, do setor empresarial e do setor sindical". Após conversar com Trabuco, Temer foi atendido por um acupunturista, que levou uma maca ao escritório na zona sul de São Paulo.
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Medidas não incluem alta de impostos e Previdência, dizem novos ministrosO ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmaram que as primeiras medidas econômicas do presidente em exercício Michel Temer não envolverão aumento de impostos e reforma na Previdência. Segundo os ministros, as medidas serão anunciadas no final da manhã de terça-feira (24) para que antes possam ser apresentadas ao presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL). A previsão inicial era de que elas fossem divulgadas na segunda-feira (23). "Não estamos no momento contemplando aumento de impostos. Não estamos descartando, dizendo que nunca será aumentado o imposto, mas no momento não estamos contemplando o aumento", disse Meirelles. Ele acrescentou que o governo interino está "tendo muito cuidado para fazer o anúncio de números, como é o caso da meta fiscal, ou de medidas que tenham sido analisadas com cuidado e profundidade". O objetivo, ele diz, é que seja "tudo bem negociado, bem estruturado, de maneira que possamos de fato ter medidas que possam fazer efeito em prazo relativamente rápido". " Não podemos começar a construir um arcabouço de fortalecimento econômico falando em aumento de impostos. Aumento de impostos é algo que, em tese, pode ser discutido em um futuro não muito próximo, se for necessário. Não é nosso cenário agora", afirmou Jucá. Indagado se a reforma da Previdência entrará no novo pacote de medidas, Jucá respondeu negativamente: "nem Previdência e nem aumento da carga tributária". Jucá disse ainda que o adiamento do anúncio das medidas de segunda para terça foi motivado pela decisão de discutir o tema antes no Congresso. "Foi para que se construam outras medidas e a gente levante alguns pontos que estão no Congresso e que serão priorizados com a palavra do presidente e com a ação do governo", explicou. De acordo com Jucá, " algumas destas medidas serão pinçadas, serão elencadas de projetos que estão tramitando". Os ministros e o secretário de Parcerias do governo, Moreira Franco, participaram de reunião com Temer na tarde deste sábado (21) no escritório do presidente em exercício, na zona sul de São Paulo. No fim da tarde, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, chegou ao local. Segundo a assessoria de imprensa de Temer, Trabuco não participou do encontro com os ministros e depois dessa reunião o presidente do Bradesco conversou com Temer por cerca de 20 minutos. Segundo Jucá, " o presidente tem ouvido pessoas importantes de diversos setores, e o Dr. Trabuco é presidente do Bradesco, um dos maiores bancos do Brasil. Ele tem conversado com outras pessoas do setor financeiro, do setor empresarial e do setor sindical". Após conversar com Trabuco, Temer foi atendido por um acupunturista, que levou uma maca ao escritório na zona sul de São Paulo.
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Intelectual pede que Instituto Rio Branco mude gabarito sobre sua teoria
O cientista político argentino Carlos Escudé pediu nesta quinta-feira (4) ao Instituto Rio Branco que altere o gabarito de pergunta sobre doutrina que ele criou. O pedido foi feito na forma de uma carta aberta ao instituto, que incluiu, na primeira fase do concurso de admissão à carreira diplomática, uma questão sobre a teoria do realismo periférico. Trata-se de uma corrente das relações internacionais na América Latina que foi muito influente nos anos 1990. Escudé, que contesta o gabarito oficial deste quarta-feira, foi procurado pelo advogado Felipe Monteiro, que presta o concurso há mais de três anos e que apresentou recurso sobre a questão. "Qualquer aumento de pontuação será fundamental para mim", explicou Monteiro à Folha. "A minha pontuação está bem próxima da possível nota de corte. Mas eu acredito que a resposta de Escudé terá uma repercussão mais ampla, na medida em que demonstra as falhas do atual modelo do concurso", acrescentou. Na carta, Escudé rebate a afirmação, apontada como correta pelo gabarito, de que a doutrina do realismo periférico se insurge contra princípios como patriotismo, interesse nacional, segurança e sobrevivência nacional. "A Carta de Escudé comprova que a própria banca se embaraça quando elabora as questões do certame. Na realidade, nós, candidatos, pleiteamos um edital mais objetivo e justo, condizente com as prioridades da atual agenda da política externa brasileira", defendeu Monteiro. O prazo para a apresentação de recursos contra o gabarito vai até esta quinta, às 18h, e a análise ficará a cargo das bancas examinadoras do Instituto Rio Branco. De acordo com o edital, a questão pode ser anulada ou o gabarito, alterado. A publicação do resultado da prova e do gabarito definitivo no Diário Oficial da União está prevista para o final de agosto. Leia a íntegra da carta de Carlos Escudé: * Prezados Senhores, Tenho grande respeito e até admiração pelo Instituto Rio Branco, que eu considero um modelo entre as academias diplomáticas no mundo, e por isso me chamou muita atenção que, certamente por descuido, tenham avaliado de forma equivocada uma pergunta sobre a minha teoria e doutrina de Realismo Periférico (RP), no exame de admissão tomado no último domingo, 31 de Julho. Os candidatos deviam dizer se a seguinte declaração é verdadeira ou falsa: "O RP pode ser classificado como uma teoria desconstrutivista, na medida em que se insurge contra postulados por ele considerados deletérios, contraproducentes e (ou) ideológicos, tais como patriotismo, interesse nacional, segurança e sobrevivência nacional, entre outras." A resposta oficial dos examinadores é que esta afirmação é verdadeira, quando na verdade é absolutamente falso que o RP renegue o patriotismo, o interesse nacional, a segurança e a sobrevivência nacional. Isto pode ser afirmado apenas a partir de um preconceito ideológico profundo contra o RP, já que uma doutrina que rechace esses valores seria indecente e insustentável. O que acontece é que esses "princípios" não têm o mesmo significado para todos. Do ponto de vista do RP, na política externa a própria definição de "interesse nacional" de um país periférico corre através da adoção de políticas que melhorem sua inserção internacional, gerando oportunidades econômicas e financeiras que favoreçam o bem-estar do cidadão. Para o RP. o bem-estar do povo é a essência do "interesse nacional". Portanto, no caso de um Estado periférico, ser patriótico implica favorecer este tipo de política, e rejeitar confrontos desnecessários com as grandes potências, que geram sanções ou perdas que são contraproducentes para o bem-estar do povo. Não obstante, o RP só se opõe aos confrontos "desnecessários". Também há confrontos inevitáveis, em que não se pode abdicar sob pena de prejudicar a cidadania. Por isso, a capacidade limitada de confrontação de um Estado periférico deve ser reservado a momentos críticos. Isso é consistente com o "interesse nacional" e lutar pela vida deste princípio é "patriótico". Por outro lado, a defesa desta versão de "interesse nacional" é indispensável para a "segurança e sobrevivência nacional." Portanto, também não se pode dizer que o RP considere estes valores deletérios, muito pelo contrário. Há aqueles que não concordam com esses conceitos, e creem (por exemplo) que a Guerra das Malvinas foi um feito patriótico argentino. Esta é uma posição que deve ser respeitada, embora represente o oposto do RP. Para o RP, essa guerra não foi patriótica pois era claro, desde o início, que a Argentina ia perder, e que os interesses do povo argentino seriam danificados. Mas seria absurdo se eu afirmasse que a doutrina dos apoiadores da "gesta de Malvinas" da Argentina despreza o "patriotismo"! Simplesmente temos conceitos diferentes do que é "patriotismo". Outro exemplo claro é a bomba atômica de um país periférico. A partir do nacionalismo tradicional, certamente se pode dizer que é "patriótico" que um norte-coreano apoie um programa nuclear em seu Estado. Em vez disso, porque a cidadania norte-coreana é muito mais pobre devido às sanções que sofre devido ao seu programa nuclear, com base no RP diríamos que este programa é contrário ao interesse da cidadania, e opor-se ao mesmo seria o único "patriotismo" possível. Um exame em que estigmatiza o RP, afirmando que ele considera deletérios valores tão importantes como o patriotismo, é apenas propaganda política contrária ao RP. É profundamente anti-intelectual. E é absolutamente indigno do grande Instituto Rio Branco, que deve manter a sua qualidade de excelência para o benefício de todos os sul-americanos. Saúdo-vos com respeito distinto. Carlos Escudé
mundo
Intelectual pede que Instituto Rio Branco mude gabarito sobre sua teoriaO cientista político argentino Carlos Escudé pediu nesta quinta-feira (4) ao Instituto Rio Branco que altere o gabarito de pergunta sobre doutrina que ele criou. O pedido foi feito na forma de uma carta aberta ao instituto, que incluiu, na primeira fase do concurso de admissão à carreira diplomática, uma questão sobre a teoria do realismo periférico. Trata-se de uma corrente das relações internacionais na América Latina que foi muito influente nos anos 1990. Escudé, que contesta o gabarito oficial deste quarta-feira, foi procurado pelo advogado Felipe Monteiro, que presta o concurso há mais de três anos e que apresentou recurso sobre a questão. "Qualquer aumento de pontuação será fundamental para mim", explicou Monteiro à Folha. "A minha pontuação está bem próxima da possível nota de corte. Mas eu acredito que a resposta de Escudé terá uma repercussão mais ampla, na medida em que demonstra as falhas do atual modelo do concurso", acrescentou. Na carta, Escudé rebate a afirmação, apontada como correta pelo gabarito, de que a doutrina do realismo periférico se insurge contra princípios como patriotismo, interesse nacional, segurança e sobrevivência nacional. "A Carta de Escudé comprova que a própria banca se embaraça quando elabora as questões do certame. Na realidade, nós, candidatos, pleiteamos um edital mais objetivo e justo, condizente com as prioridades da atual agenda da política externa brasileira", defendeu Monteiro. O prazo para a apresentação de recursos contra o gabarito vai até esta quinta, às 18h, e a análise ficará a cargo das bancas examinadoras do Instituto Rio Branco. De acordo com o edital, a questão pode ser anulada ou o gabarito, alterado. A publicação do resultado da prova e do gabarito definitivo no Diário Oficial da União está prevista para o final de agosto. Leia a íntegra da carta de Carlos Escudé: * Prezados Senhores, Tenho grande respeito e até admiração pelo Instituto Rio Branco, que eu considero um modelo entre as academias diplomáticas no mundo, e por isso me chamou muita atenção que, certamente por descuido, tenham avaliado de forma equivocada uma pergunta sobre a minha teoria e doutrina de Realismo Periférico (RP), no exame de admissão tomado no último domingo, 31 de Julho. Os candidatos deviam dizer se a seguinte declaração é verdadeira ou falsa: "O RP pode ser classificado como uma teoria desconstrutivista, na medida em que se insurge contra postulados por ele considerados deletérios, contraproducentes e (ou) ideológicos, tais como patriotismo, interesse nacional, segurança e sobrevivência nacional, entre outras." A resposta oficial dos examinadores é que esta afirmação é verdadeira, quando na verdade é absolutamente falso que o RP renegue o patriotismo, o interesse nacional, a segurança e a sobrevivência nacional. Isto pode ser afirmado apenas a partir de um preconceito ideológico profundo contra o RP, já que uma doutrina que rechace esses valores seria indecente e insustentável. O que acontece é que esses "princípios" não têm o mesmo significado para todos. Do ponto de vista do RP, na política externa a própria definição de "interesse nacional" de um país periférico corre através da adoção de políticas que melhorem sua inserção internacional, gerando oportunidades econômicas e financeiras que favoreçam o bem-estar do cidadão. Para o RP. o bem-estar do povo é a essência do "interesse nacional". Portanto, no caso de um Estado periférico, ser patriótico implica favorecer este tipo de política, e rejeitar confrontos desnecessários com as grandes potências, que geram sanções ou perdas que são contraproducentes para o bem-estar do povo. Não obstante, o RP só se opõe aos confrontos "desnecessários". Também há confrontos inevitáveis, em que não se pode abdicar sob pena de prejudicar a cidadania. Por isso, a capacidade limitada de confrontação de um Estado periférico deve ser reservado a momentos críticos. Isso é consistente com o "interesse nacional" e lutar pela vida deste princípio é "patriótico". Por outro lado, a defesa desta versão de "interesse nacional" é indispensável para a "segurança e sobrevivência nacional." Portanto, também não se pode dizer que o RP considere estes valores deletérios, muito pelo contrário. Há aqueles que não concordam com esses conceitos, e creem (por exemplo) que a Guerra das Malvinas foi um feito patriótico argentino. Esta é uma posição que deve ser respeitada, embora represente o oposto do RP. Para o RP, essa guerra não foi patriótica pois era claro, desde o início, que a Argentina ia perder, e que os interesses do povo argentino seriam danificados. Mas seria absurdo se eu afirmasse que a doutrina dos apoiadores da "gesta de Malvinas" da Argentina despreza o "patriotismo"! Simplesmente temos conceitos diferentes do que é "patriotismo". Outro exemplo claro é a bomba atômica de um país periférico. A partir do nacionalismo tradicional, certamente se pode dizer que é "patriótico" que um norte-coreano apoie um programa nuclear em seu Estado. Em vez disso, porque a cidadania norte-coreana é muito mais pobre devido às sanções que sofre devido ao seu programa nuclear, com base no RP diríamos que este programa é contrário ao interesse da cidadania, e opor-se ao mesmo seria o único "patriotismo" possível. Um exame em que estigmatiza o RP, afirmando que ele considera deletérios valores tão importantes como o patriotismo, é apenas propaganda política contrária ao RP. É profundamente anti-intelectual. E é absolutamente indigno do grande Instituto Rio Branco, que deve manter a sua qualidade de excelência para o benefício de todos os sul-americanos. Saúdo-vos com respeito distinto. Carlos Escudé
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Embora mudanças assustem, livro mostra que nem sempre elas são ruins
Você já olhou uma foto sua de quando era mais novo? Às vezes, estamos tão diferentes que nem nos reconhecemos. Afinal, as coisas mudam (e isso, pode ter certeza, é algo muito comum nas nossas vidas). Seus pais podem trocar de emprego, por exemplo e até mesmo você pode mudar de escola ou de casa. E é uma grande transformação que está prestes a acontecer na vida de Gregório. Ao ouvir de seu pai que "as coisas iam mudar", um montão de coisas começou a surgir em sua fértil imaginação. Será algo dentro de sua casa? Mas ele olha para fora, tudo parece estar tão normal... O livro mostra que algumas mudanças podem transformar nossa vida completamente, mas que isso pode não ser um bicho de sete cabeças. 'TUDO MUDA' AUTOR Anthony Browne (tradução Clarice Duque Estrada) EDITORA Pequena Zahar PREÇO R$ 39,90 INDICAÇÃO a partir de 5 anos
folhinha
Embora mudanças assustem, livro mostra que nem sempre elas são ruinsVocê já olhou uma foto sua de quando era mais novo? Às vezes, estamos tão diferentes que nem nos reconhecemos. Afinal, as coisas mudam (e isso, pode ter certeza, é algo muito comum nas nossas vidas). Seus pais podem trocar de emprego, por exemplo e até mesmo você pode mudar de escola ou de casa. E é uma grande transformação que está prestes a acontecer na vida de Gregório. Ao ouvir de seu pai que "as coisas iam mudar", um montão de coisas começou a surgir em sua fértil imaginação. Será algo dentro de sua casa? Mas ele olha para fora, tudo parece estar tão normal... O livro mostra que algumas mudanças podem transformar nossa vida completamente, mas que isso pode não ser um bicho de sete cabeças. 'TUDO MUDA' AUTOR Anthony Browne (tradução Clarice Duque Estrada) EDITORA Pequena Zahar PREÇO R$ 39,90 INDICAÇÃO a partir de 5 anos
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Mortes: Levou os irmãos para SP atrás de oportunidades
Nascida na cidade de Livramento de Nossa Senhora, no interior da Bahia, Marizete contrariou os pais quando tinha pouco mais de 20 anos e seguiu em direção à capital paulista. Nos anos seguintes, voltou e buscou cada um dos irmãos, até que todos estivessem em São Paulo. Mais velha numa família de sete filhos, ela buscava mais oportunidades. "Ela queria que os mais novos estudassem. Eles trabalhavam na roça, tinham galinha dentro de casa, sem banheiro", conta a sobrinha Vanessa. Em São Paulo, Marizete estudou e se tornou assistente administrativa da subprefeitura do Butantã, trabalho que exerceu até se aposentar. Já a dedicação aos irmãos continuou. "Ela sempre foi independente e ativa, mas como não se casou nem teve filhos, vivia por nós. Levava e trazia, cuidava, queria ajudar em tudo", lembra Vanessa. Apesar de ser um auxílio constante para a família, não aceitava amparo da mesma forma. Não queria atrapalhar e até se ofendia com ofertas de ajuda ou presentes. Mesmo quando descobriu um câncer, preferia ir às sessões de quimioterapia de ônibus para não atrapalhar os irmãos e sobrinhos. O otimismo, no entanto, estava sempre com ela. Durante o tratamento contra a doença, repetia a frase "já deu certo!" com frequência. Dias antes de morrer, chegou a garantir aos parentes que ficaria boa e faria seu famoso feijão farofado com linguiça quando conseguisse voltar para casa. Morreu no dia 10, aos 65 anos, após lutar contra o câncer. Deixa seis irmãos e oito sobrinhos. coluna.obituario@uol.com.br - MORTES José Augusto Muller de Oliveira Gomes - Aos 76, casado com Maria Clara. Deixa os filhos José Guilherme, Cristiana, Paulo André e Camila, noras, genros e netas. Cemitério do Santíssimo Sacramento. Maria Apparecida Sampaio Vitale Jacob - Aos 79, casada com Donivaldo Jacob. Deixa os filhos Heloisa Maria, Renata Maria e Luiz Oscar Vitale Jacob. Cemitério do Sylvestre, em Amparo, SP. Maria Heloísa Whitaker Fredini (Loliza) - Aos 57. Deixa a mãe, os irmãos Maria Cecília, Paulo, Sérgio e Cristiano, tios e sobrinhos. Crematório da Vila Alpina. Norma Sidnei Chain Silva - Aos 75, casada com Aécio Flavio. Deixa os filhos Adriano Rogério e Sandra Helena. Cemitério Municipal de Bebedouro, SP. * 7º DIA Luiz Flavio Gonçalves - Hoje (15/9), às 19h30, na igreja São João de Brito, r. Nebraska, 868, Brooklin. Maria Beatriz Saba Domingos Urbano - Amanhã (16/9), às 11h, na igreja N. S. do Perpétuo Socorro, r. Honório Líbero, 90, Jd. Paulistano. Maria Thereza Dutra - Hoje (15/9), às 12h30, na igreja de São Pedro e São Paulo, r. Circular do Bosque, 31, Morumbi. * 1º MÊS Wilson Garcia Lozano - Hoje (15/9), às 19h, na igreja Sagrado Coração de Jesus, av. Morumbi, 8.825, Cidade Monções. * 3º ANO Paulo Miguel Albuquerque Silveira - Amanhã (16/9), às 16h30, na igreja São Judas Tadeu, av. Jabaquara, 2.682, Jabaquara.
cotidiano
Mortes: Levou os irmãos para SP atrás de oportunidadesNascida na cidade de Livramento de Nossa Senhora, no interior da Bahia, Marizete contrariou os pais quando tinha pouco mais de 20 anos e seguiu em direção à capital paulista. Nos anos seguintes, voltou e buscou cada um dos irmãos, até que todos estivessem em São Paulo. Mais velha numa família de sete filhos, ela buscava mais oportunidades. "Ela queria que os mais novos estudassem. Eles trabalhavam na roça, tinham galinha dentro de casa, sem banheiro", conta a sobrinha Vanessa. Em São Paulo, Marizete estudou e se tornou assistente administrativa da subprefeitura do Butantã, trabalho que exerceu até se aposentar. Já a dedicação aos irmãos continuou. "Ela sempre foi independente e ativa, mas como não se casou nem teve filhos, vivia por nós. Levava e trazia, cuidava, queria ajudar em tudo", lembra Vanessa. Apesar de ser um auxílio constante para a família, não aceitava amparo da mesma forma. Não queria atrapalhar e até se ofendia com ofertas de ajuda ou presentes. Mesmo quando descobriu um câncer, preferia ir às sessões de quimioterapia de ônibus para não atrapalhar os irmãos e sobrinhos. O otimismo, no entanto, estava sempre com ela. Durante o tratamento contra a doença, repetia a frase "já deu certo!" com frequência. Dias antes de morrer, chegou a garantir aos parentes que ficaria boa e faria seu famoso feijão farofado com linguiça quando conseguisse voltar para casa. Morreu no dia 10, aos 65 anos, após lutar contra o câncer. Deixa seis irmãos e oito sobrinhos. coluna.obituario@uol.com.br - MORTES José Augusto Muller de Oliveira Gomes - Aos 76, casado com Maria Clara. Deixa os filhos José Guilherme, Cristiana, Paulo André e Camila, noras, genros e netas. Cemitério do Santíssimo Sacramento. Maria Apparecida Sampaio Vitale Jacob - Aos 79, casada com Donivaldo Jacob. Deixa os filhos Heloisa Maria, Renata Maria e Luiz Oscar Vitale Jacob. Cemitério do Sylvestre, em Amparo, SP. Maria Heloísa Whitaker Fredini (Loliza) - Aos 57. Deixa a mãe, os irmãos Maria Cecília, Paulo, Sérgio e Cristiano, tios e sobrinhos. Crematório da Vila Alpina. Norma Sidnei Chain Silva - Aos 75, casada com Aécio Flavio. Deixa os filhos Adriano Rogério e Sandra Helena. Cemitério Municipal de Bebedouro, SP. * 7º DIA Luiz Flavio Gonçalves - Hoje (15/9), às 19h30, na igreja São João de Brito, r. Nebraska, 868, Brooklin. Maria Beatriz Saba Domingos Urbano - Amanhã (16/9), às 11h, na igreja N. S. do Perpétuo Socorro, r. Honório Líbero, 90, Jd. Paulistano. Maria Thereza Dutra - Hoje (15/9), às 12h30, na igreja de São Pedro e São Paulo, r. Circular do Bosque, 31, Morumbi. * 1º MÊS Wilson Garcia Lozano - Hoje (15/9), às 19h, na igreja Sagrado Coração de Jesus, av. Morumbi, 8.825, Cidade Monções. * 3º ANO Paulo Miguel Albuquerque Silveira - Amanhã (16/9), às 16h30, na igreja São Judas Tadeu, av. Jabaquara, 2.682, Jabaquara.
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Despedida do colágeno
Demos um longo abraço de despedida. Fiz uma mala pequena, basicamente roupas fáceis de tirar do corpo, e me mudei para um muquifo metido a cool no centro da cidade. Decidi, por unanimidade entre as milhares de vozes da minha cabeça, que 36 anos não é uma idade limítrofe vulgarmente conhecida em todos os eventos da cidade como "seu marido não veio?" ou "caraca, você ainda não teve filho?" e sim o auge da juventude pulsante. Para comemorar em grande estilo, tatuei uma planta carnívora na virilha, furei a orelha direita em três lugares, comprei uma sandália praticamente sem sola pra usar com uma saia que arrasta quatro centímetros pelo chão, inventei a festa "pelados com conteúdo" e chamei todas as pessoas que marquei com um "x" mental "um dia te pego" nos últimos anos. Em vez de bebida, os convidados tinham apenas que trazer livros muito cabeça e, em um uníssono caótico, lê-los para mim totalmente despidos. Os que liam em francês tinham "free pass" em todos os cômodos, sendo cômodos também uma metáfora para as repartições do meu corpo. Na minha nova casa com minha nova idade com meu novo status, não entravam: crises de ansiedade; pílulas pra fingir que somos adultos quando na real estamos cagando de medo AKA tarja preta; mãe e/ou pai falando de doenças e que "envelhecer é a pior coisa do mundo"; amiga grávida explicando "todos os problemas graves que podem rolar quando se decide esperar muito"; obrigações matrimoniais tais qual visitar uma tia-avó entrevada em Piraporinha Mirim; exames de rotina que se chamam "exames de rotina após os 35"; pastinha no desktop alcunhada de "desgraça" com todos os muitos pagamentos fixos do mês; e pequenos festejos internos e diários em áreas chaves da musculatura chamados "despedida do colágeno". Me ligaram de uma produtora falando em ajustes para um roteiro de TV e eu os mandei chamar um adulto responsável. Neste momento estou com ressaca, dois piercings inflamados e cistite, não rola pensar num roteiro pra TV. Aliás, eu nem tenho mais TV. Eu odeio TV! Sim, pode me demitir, mídia golpista! Também odeio carro, dinheiro, Nova York, garrafinhas de água, assovio na rua e sei lá, depois pesquiso mais alguma coisa no Google. Marquei de tomar sorvete com a Má, a Jú e a Dê e não vou passar a tarde trabalhando nem a pau. Para tudo, ele tá on-line! Se ele me mandou um snap terça e deu like na foto quarta, mas não me atendeu quinta, eu vou ou não na festa sexta? Ah, vamos de ônibus, vai! Economiza. Sim, pra Bahia! Demora nada. Gente, tô na dúvida entre a medalha Om, a regata do Ganesha e esse anel que muda de cor de acordo com a minha aura! A primeira coisa que comprei foi um colchão. Acho "estilo" só ele, no chão, uma coisa entre o desapego e a decoração japonesa. Fogão, geladeira e sofá eu preciso pensar se é mais legal ser contra ou a favor. Que papel é esse passando por debaixo da porta? Será o condomínio? Se for eu tô "fu", porque meu pai secou a fonte depois que eu bati o carro dele. Tô nem aí, odeio o inimigo automóvel. Não, peraí, é o resultado da minha "reserva ovular" também conhecido como "eita porra". Demos um longo abraço de reconciliação e, depois de um banho de hidromassagem, ficamos horas refestelados no imenso sofá de penas de ganso em adoração à gigantesca TV de tela curva. Adoro minha vida.
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Despedida do colágenoDemos um longo abraço de despedida. Fiz uma mala pequena, basicamente roupas fáceis de tirar do corpo, e me mudei para um muquifo metido a cool no centro da cidade. Decidi, por unanimidade entre as milhares de vozes da minha cabeça, que 36 anos não é uma idade limítrofe vulgarmente conhecida em todos os eventos da cidade como "seu marido não veio?" ou "caraca, você ainda não teve filho?" e sim o auge da juventude pulsante. Para comemorar em grande estilo, tatuei uma planta carnívora na virilha, furei a orelha direita em três lugares, comprei uma sandália praticamente sem sola pra usar com uma saia que arrasta quatro centímetros pelo chão, inventei a festa "pelados com conteúdo" e chamei todas as pessoas que marquei com um "x" mental "um dia te pego" nos últimos anos. Em vez de bebida, os convidados tinham apenas que trazer livros muito cabeça e, em um uníssono caótico, lê-los para mim totalmente despidos. Os que liam em francês tinham "free pass" em todos os cômodos, sendo cômodos também uma metáfora para as repartições do meu corpo. Na minha nova casa com minha nova idade com meu novo status, não entravam: crises de ansiedade; pílulas pra fingir que somos adultos quando na real estamos cagando de medo AKA tarja preta; mãe e/ou pai falando de doenças e que "envelhecer é a pior coisa do mundo"; amiga grávida explicando "todos os problemas graves que podem rolar quando se decide esperar muito"; obrigações matrimoniais tais qual visitar uma tia-avó entrevada em Piraporinha Mirim; exames de rotina que se chamam "exames de rotina após os 35"; pastinha no desktop alcunhada de "desgraça" com todos os muitos pagamentos fixos do mês; e pequenos festejos internos e diários em áreas chaves da musculatura chamados "despedida do colágeno". Me ligaram de uma produtora falando em ajustes para um roteiro de TV e eu os mandei chamar um adulto responsável. Neste momento estou com ressaca, dois piercings inflamados e cistite, não rola pensar num roteiro pra TV. Aliás, eu nem tenho mais TV. Eu odeio TV! Sim, pode me demitir, mídia golpista! Também odeio carro, dinheiro, Nova York, garrafinhas de água, assovio na rua e sei lá, depois pesquiso mais alguma coisa no Google. Marquei de tomar sorvete com a Má, a Jú e a Dê e não vou passar a tarde trabalhando nem a pau. Para tudo, ele tá on-line! Se ele me mandou um snap terça e deu like na foto quarta, mas não me atendeu quinta, eu vou ou não na festa sexta? Ah, vamos de ônibus, vai! Economiza. Sim, pra Bahia! Demora nada. Gente, tô na dúvida entre a medalha Om, a regata do Ganesha e esse anel que muda de cor de acordo com a minha aura! A primeira coisa que comprei foi um colchão. Acho "estilo" só ele, no chão, uma coisa entre o desapego e a decoração japonesa. Fogão, geladeira e sofá eu preciso pensar se é mais legal ser contra ou a favor. Que papel é esse passando por debaixo da porta? Será o condomínio? Se for eu tô "fu", porque meu pai secou a fonte depois que eu bati o carro dele. Tô nem aí, odeio o inimigo automóvel. Não, peraí, é o resultado da minha "reserva ovular" também conhecido como "eita porra". Demos um longo abraço de reconciliação e, depois de um banho de hidromassagem, ficamos horas refestelados no imenso sofá de penas de ganso em adoração à gigantesca TV de tela curva. Adoro minha vida.
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Exportações de fabricante de calçados crescerão 30%
A alta do dólar deverá ajudar a elevar em 30% as exportações da fabricante de calçados Piccadilly no próximo ano. Hoje, elas representam entre 25% e 30% do total produzido em suas seis plantas. Além da cotação da moeda, a troca de presidente na Argentina -que terá o segundo turno de sua eleição no próximo domingo (22)- também deverá favorecer os embarques da empresa. Há cerca de cinco anos, o país era o principal destino das vendas internacionais da companhia, com 70% do total exportado. Após a adoção de medidas protecionistas pelo governo Kirchner, a participação dos vizinhos caiu para 20% em 2014. "Estamos bem esperançosos com as eleições. A expectativa é que possa haver uma retomada. Com as restrições na Argentina, tivemos de diversificar as exportações", diz a presidente da Piccadilly, Cristine Grings Nogueira. A empresa não divulga dados de vendas deste ano. "Ainda não jogamos a toalha. Estamos trabalhando para fechar 2015 positivo." Nesta segunda-feira (16), foi lançada uma nova marca para o público de seis a 12 anos que poderá alavancar o segmento infantil. Batizada de Lilybi, irá substituir a Piccadilly For Girls. "Queremos descolar de possíveis comparações com [os sapatos da] Piccadilly. Não havia uma rejeição clara à marca [For Girls], mas um potencial não explorado." Com a mudança, alguns processos, como o de distribuição, vão passar a ser feitos de modo independente ao da Piccadilly. Faturamento da Piccadilly - Em R$ milhões * Mudança de status A exportação brasileira de cafés especiais cresceu 10,5% no acumulado até outubro em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2015, 7,5 milhões de sacas de 60 kg do produto foram embarcadas para o exterior, 25% de um total de 29,8 milhões exportados. "Atendemos a uma demanda global. Tanto os países produtores quanto os consumidores tradicionais têm procurado cafés de maior qualidade", afirma Luciana Florêncio, do Cecafé (conselho dos exportadores). O produto diferenciado (orgânico ou com certificação de origem, entre outras categorias) custa, no mínimo, 20% a mais que a média do goma arábica natural e responde por 33% (US$ 1,67 bilhão) do valor das exportações. Apesar de a alta do dólar ter ajudado na venda internacional, Florêncio não credita o aumento de negócios do segmento à moeda estrangeira. "É possível dizer é que existe uma elevação do consumo. Há uma maior atratividade de preço, mas não se pode fazer uma correlação exata." US$ 5 BILHÕES é o valor total das exportações de café até outubro US$ 156 foi o preço médio da saca de 60 kg dos dois tipos de café em setembro de 2015 36 MILHÕES é a quantidade de sacas que a Cecafé, entidade que reúne exportadores, planeja embarcar neste ano * PRESENÇA ESTRANGEIRA Alemanha, Reino Unido e Espanha aparecem entre os países europeus mais receptivos a quem vem de fora, segundo pesquisa do instituto Pew Research Center. Para 66% dos alemães, os imigrantes trazem talentos e força de trabalho útil. Em seguida, vêm os britânicos, com 52%, e os espanhóis -47%. A maior parte dos entrevistados gregos (70%), italianos (69%) e franceses (52%), no entanto, admite crer que os estrangeiros que decidem morar em seus países ameaçam empregos e benefícios. DE FORA - O aumento do número de imigrantes é, em %*... * Natal Virtual Cerca de 72% dos consumidores brasileiros pretendem fazer suas compras de Natal pela internet, segundo levantamento da Deloitte, que ouviu mil pessoas. Convenção... O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), uma associação civil de empresas, definiu a delegação para a COP 21, em Paris. ...verde As 12 empresas escolhidas são: CPFL Energia, CPFL Renováveis, Ecofrotas, EDP, Fibria, Itaú, KPMG, Vale, Votorantim, Santander, CEMIG e Schneider Electric. * Hora do café com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN
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Exportações de fabricante de calçados crescerão 30%A alta do dólar deverá ajudar a elevar em 30% as exportações da fabricante de calçados Piccadilly no próximo ano. Hoje, elas representam entre 25% e 30% do total produzido em suas seis plantas. Além da cotação da moeda, a troca de presidente na Argentina -que terá o segundo turno de sua eleição no próximo domingo (22)- também deverá favorecer os embarques da empresa. Há cerca de cinco anos, o país era o principal destino das vendas internacionais da companhia, com 70% do total exportado. Após a adoção de medidas protecionistas pelo governo Kirchner, a participação dos vizinhos caiu para 20% em 2014. "Estamos bem esperançosos com as eleições. A expectativa é que possa haver uma retomada. Com as restrições na Argentina, tivemos de diversificar as exportações", diz a presidente da Piccadilly, Cristine Grings Nogueira. A empresa não divulga dados de vendas deste ano. "Ainda não jogamos a toalha. Estamos trabalhando para fechar 2015 positivo." Nesta segunda-feira (16), foi lançada uma nova marca para o público de seis a 12 anos que poderá alavancar o segmento infantil. Batizada de Lilybi, irá substituir a Piccadilly For Girls. "Queremos descolar de possíveis comparações com [os sapatos da] Piccadilly. Não havia uma rejeição clara à marca [For Girls], mas um potencial não explorado." Com a mudança, alguns processos, como o de distribuição, vão passar a ser feitos de modo independente ao da Piccadilly. Faturamento da Piccadilly - Em R$ milhões * Mudança de status A exportação brasileira de cafés especiais cresceu 10,5% no acumulado até outubro em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2015, 7,5 milhões de sacas de 60 kg do produto foram embarcadas para o exterior, 25% de um total de 29,8 milhões exportados. "Atendemos a uma demanda global. Tanto os países produtores quanto os consumidores tradicionais têm procurado cafés de maior qualidade", afirma Luciana Florêncio, do Cecafé (conselho dos exportadores). O produto diferenciado (orgânico ou com certificação de origem, entre outras categorias) custa, no mínimo, 20% a mais que a média do goma arábica natural e responde por 33% (US$ 1,67 bilhão) do valor das exportações. Apesar de a alta do dólar ter ajudado na venda internacional, Florêncio não credita o aumento de negócios do segmento à moeda estrangeira. "É possível dizer é que existe uma elevação do consumo. Há uma maior atratividade de preço, mas não se pode fazer uma correlação exata." US$ 5 BILHÕES é o valor total das exportações de café até outubro US$ 156 foi o preço médio da saca de 60 kg dos dois tipos de café em setembro de 2015 36 MILHÕES é a quantidade de sacas que a Cecafé, entidade que reúne exportadores, planeja embarcar neste ano * PRESENÇA ESTRANGEIRA Alemanha, Reino Unido e Espanha aparecem entre os países europeus mais receptivos a quem vem de fora, segundo pesquisa do instituto Pew Research Center. Para 66% dos alemães, os imigrantes trazem talentos e força de trabalho útil. Em seguida, vêm os britânicos, com 52%, e os espanhóis -47%. A maior parte dos entrevistados gregos (70%), italianos (69%) e franceses (52%), no entanto, admite crer que os estrangeiros que decidem morar em seus países ameaçam empregos e benefícios. DE FORA - O aumento do número de imigrantes é, em %*... * Natal Virtual Cerca de 72% dos consumidores brasileiros pretendem fazer suas compras de Natal pela internet, segundo levantamento da Deloitte, que ouviu mil pessoas. Convenção... O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), uma associação civil de empresas, definiu a delegação para a COP 21, em Paris. ...verde As 12 empresas escolhidas são: CPFL Energia, CPFL Renováveis, Ecofrotas, EDP, Fibria, Itaú, KPMG, Vale, Votorantim, Santander, CEMIG e Schneider Electric. * Hora do café com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN
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Futuro em jogo
Mantenho minha crença de que ainda poderemos nos tornar o primeiro grande país desenvolvido do mundo com uma economia de baixo carbono. A mudança do atual regime de desenvolvimento para um modelo sustentável não é apenas um grande desafio, mas a nossa maior oportunidade econômica, comercial e de mudanças sociais do século 21. Pena que, engolfado por múltiplas crises e tendo como prioridade apenas sobreviver ao verdadeiro desmanche de um projeto de poder, o governo brasileiro chegue hoje a Paris, na mais importante conferência mundial sobre o clima da atualidade, sem ter o que apresentar de substantivo. Corremos o risco de ver, mais uma vez, o manejo artificial e conveniente de estatísticas para de alguma forma não expor a realidade. E a realidade é a retomada do crescimento do desmatamento na Amazônia e os efeitos de uma das mais extensas tragédias ambientais do mundo, a de Mariana, ainda pouco dimensionados em suas consequências.  Além disso, carregamos os saldos negativos das crises hídrica e energética, o sepultamento da política de biocombustíveis e a contradição da expansão de incentivos ao transporte individual, um dos maiores emissores de gases de efeito estufa no mundo, em detrimento do investimento em sistemas de transporte coletivo eficientes e menos poluidores. No campo legal, o Brasil já tem institucionalizados instrumentos para o alcance de uma economia de baixo carbono. Definimos, inclusive, metas de médio prazo. A questão central é que, tal como acontece nas demais políticas públicas nacionais, não há qualquer efetividade para torná-las factíveis e reais. As metas são concretas. Os meios são vagos. Lembro que, em 2009, instituiu-se às pressas a Política Nacional de Mudanças do Clima - PNMC, muito mais para dar algum protagonismo político à então candidata Dilma Rousseff do que como uma política estratégica para o país. A PNMC brasileira previa dobrar o reflorestamento de 5,5 milhões de hectares para 11 milhões na década seguinte. Até hoje pouco foi feito. Também não saiu do papel o Inventário Florestal Nacional, incluindo a mensuração do estoque de carbono das florestas brasileiras. Seis anos depois, as principais iniciativas para reduzir as emissões são apenas promessas. O século 21 poderá ser o século ambiental, se formos capazes de enfrentar com generosidade e responsabilidade os atuais desafios, a bordo de uma inédita e necessária solidariedade entre as nações em torno dessa causa comum, que será crucial para o destino do nosso processo civilizatório.  O Brasil tem o dever de avançar mais nesse tema e, quem sabe, tornar-se referência de um novo modelo de desenvolvimento sustentável.
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Futuro em jogoMantenho minha crença de que ainda poderemos nos tornar o primeiro grande país desenvolvido do mundo com uma economia de baixo carbono. A mudança do atual regime de desenvolvimento para um modelo sustentável não é apenas um grande desafio, mas a nossa maior oportunidade econômica, comercial e de mudanças sociais do século 21. Pena que, engolfado por múltiplas crises e tendo como prioridade apenas sobreviver ao verdadeiro desmanche de um projeto de poder, o governo brasileiro chegue hoje a Paris, na mais importante conferência mundial sobre o clima da atualidade, sem ter o que apresentar de substantivo. Corremos o risco de ver, mais uma vez, o manejo artificial e conveniente de estatísticas para de alguma forma não expor a realidade. E a realidade é a retomada do crescimento do desmatamento na Amazônia e os efeitos de uma das mais extensas tragédias ambientais do mundo, a de Mariana, ainda pouco dimensionados em suas consequências.  Além disso, carregamos os saldos negativos das crises hídrica e energética, o sepultamento da política de biocombustíveis e a contradição da expansão de incentivos ao transporte individual, um dos maiores emissores de gases de efeito estufa no mundo, em detrimento do investimento em sistemas de transporte coletivo eficientes e menos poluidores. No campo legal, o Brasil já tem institucionalizados instrumentos para o alcance de uma economia de baixo carbono. Definimos, inclusive, metas de médio prazo. A questão central é que, tal como acontece nas demais políticas públicas nacionais, não há qualquer efetividade para torná-las factíveis e reais. As metas são concretas. Os meios são vagos. Lembro que, em 2009, instituiu-se às pressas a Política Nacional de Mudanças do Clima - PNMC, muito mais para dar algum protagonismo político à então candidata Dilma Rousseff do que como uma política estratégica para o país. A PNMC brasileira previa dobrar o reflorestamento de 5,5 milhões de hectares para 11 milhões na década seguinte. Até hoje pouco foi feito. Também não saiu do papel o Inventário Florestal Nacional, incluindo a mensuração do estoque de carbono das florestas brasileiras. Seis anos depois, as principais iniciativas para reduzir as emissões são apenas promessas. O século 21 poderá ser o século ambiental, se formos capazes de enfrentar com generosidade e responsabilidade os atuais desafios, a bordo de uma inédita e necessária solidariedade entre as nações em torno dessa causa comum, que será crucial para o destino do nosso processo civilizatório.  O Brasil tem o dever de avançar mais nesse tema e, quem sabe, tornar-se referência de um novo modelo de desenvolvimento sustentável.
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Em depoimento, Bill Cosby detalhou assédio a mulheres, diz 'New York Times'
Em depoimento obtido pelo "The New York Times", o comediante Bill Cosby descreve em detalhes como assediou e drogou mulheres com quem manteve relações sexuais. Segundo o jornal, que divulgou o conteúdo do documento na noite de sábado (18), o interrogatório aconteceu há dez anos em um hotel na Filadélfia e se estendeu por mais de quatro dias. Na ocasião, o ator se defendia de uma ação judicial registrada por uma jovem que o acusava de tê-la drogado e molestado. O comediante de 77 anos já foi acusado de abuso sexual por quase 30 mulheres, que alegam terem sido drogadas e estupradas por ele nos anos 1970 e 1980. No interrogatório divulgado pelo jornal, Cosby não se reconhece como um predador sexual. Ele se apresenta, porém, como um playboy que se aproveitava da própria fama e premeditava como fingir interesse nos problemas das vítimas, além de usar sedativos para se aproximar delas. Ele também assume ter dado quaaludes –calmante popularmente utilizado em festas– a mulheres nos anos 1970, mas não sem o consentimento delas. "Era o mesmo que convidar para tomar um drinque", afirmou o ator. Há duas semanas, a Associated Press publicou o conteúdo de um documento que acusava Cosby de comprar o medicamento com a intenção de sedar jovens com quem queria ter relações sexuais.
ilustrada
Em depoimento, Bill Cosby detalhou assédio a mulheres, diz 'New York Times'Em depoimento obtido pelo "The New York Times", o comediante Bill Cosby descreve em detalhes como assediou e drogou mulheres com quem manteve relações sexuais. Segundo o jornal, que divulgou o conteúdo do documento na noite de sábado (18), o interrogatório aconteceu há dez anos em um hotel na Filadélfia e se estendeu por mais de quatro dias. Na ocasião, o ator se defendia de uma ação judicial registrada por uma jovem que o acusava de tê-la drogado e molestado. O comediante de 77 anos já foi acusado de abuso sexual por quase 30 mulheres, que alegam terem sido drogadas e estupradas por ele nos anos 1970 e 1980. No interrogatório divulgado pelo jornal, Cosby não se reconhece como um predador sexual. Ele se apresenta, porém, como um playboy que se aproveitava da própria fama e premeditava como fingir interesse nos problemas das vítimas, além de usar sedativos para se aproximar delas. Ele também assume ter dado quaaludes –calmante popularmente utilizado em festas– a mulheres nos anos 1970, mas não sem o consentimento delas. "Era o mesmo que convidar para tomar um drinque", afirmou o ator. Há duas semanas, a Associated Press publicou o conteúdo de um documento que acusava Cosby de comprar o medicamento com a intenção de sedar jovens com quem queria ter relações sexuais.
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Confrontos entre curdos e Estado Islâmico deixam 31 mortos na Síria
Pelo menos 24 jihadistas do grupo terrorista Estado Islâmico e sete membros das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) morreram nas últimas 24 horas em confrontos registrados na província de Al Hasakah, no nordeste da Síria. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os enfrentamentos, nos quais participaram aviões da coalizão internacional lideradas pelos Estados Unidos, ocorreram nos arredores da cidade de Tell Tamer. As milícias curdas contam também com o apoio de combatentes dos grupos cristãos Haras al Khabur e o Conselho Militar Assírio. O Observatório, que conta com uma ampla rede de voluntários em todo o país, afirmou que a YPG conquistaram avanços na região, situada a 40 quilômetros ao leste de Al Hasakah, capital da província de mesmo nome. O EI sofreu recentemente importantes derrotas nesta província após combates contra as milícias curdas e seus aliados.
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Confrontos entre curdos e Estado Islâmico deixam 31 mortos na SíriaPelo menos 24 jihadistas do grupo terrorista Estado Islâmico e sete membros das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) morreram nas últimas 24 horas em confrontos registrados na província de Al Hasakah, no nordeste da Síria. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os enfrentamentos, nos quais participaram aviões da coalizão internacional lideradas pelos Estados Unidos, ocorreram nos arredores da cidade de Tell Tamer. As milícias curdas contam também com o apoio de combatentes dos grupos cristãos Haras al Khabur e o Conselho Militar Assírio. O Observatório, que conta com uma ampla rede de voluntários em todo o país, afirmou que a YPG conquistaram avanços na região, situada a 40 quilômetros ao leste de Al Hasakah, capital da província de mesmo nome. O EI sofreu recentemente importantes derrotas nesta província após combates contra as milícias curdas e seus aliados.
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Bolívia é único país da América do Sul sem medalhas olímpicas
A Olimpíada já premiou com medalhas no Rio de Janeiro atletas de 65 dos 206 países participantes do evento. Outras 141 delegações não conseguiram ir ao pódio até agora nesta edição brasileira dos Jogos. A festa olímpica prossegue por mais uma semana com a variedade de espetáculos oferecida pelas 42 modalidades do evento. Nesse jogo, as medalhas simbolizam o potencial de cada uma das delegações. Os Estados Unidos, sem qualquer surpresa, lideram disparado o quadro de conquistas. São a potência olímpica do mundo. China, Grã-Bretanha (última organizadora dos Jogos), Rússia, Alemanha e Japão (sede do próximo evento, em 2020) aparecem a seguir. Mais de uma centena de países nunca ganharam uma única medalha olímpica. Entre eles figurava Fiji, formada por ilhas da Oceania, mas a delegação quebrou esse tabu no Rio ao chegar ao título do rúgbi de 7. Na decisão da modalidade, que retornou aos Jogos depois de 92 anos de ausência, Fiji bateu a Grã-Bretanha e provocou uma festa dos torcedores, com buzinaço, nas ruas de Suva, a capital do país. A primeira aparição de Fiji nos Jogos Olímpicos foi em Melbourne, em 1956, na vela, boxe e atletismo. Desta vez a Olimpíada faz a sua estreia na América do Sul como palco da competição. Exceto a Bolívia, o único país que passou em branco até agora, os demais sul-americanos conquistaram medalhas. Esse fraco desempenho boliviano não se deve à ausência nos Jogos. A Bolívia competiu pela primeira vez na Olimpíada de 1936, em Berlim. Depois de perder os quatro Jogos seguintes, enviou uma equipe para a edição de 1964, em Tóquio, e desde então só ficou fora em 1980. Em 1984, Nelly Chavez-Wright, 42ª colocada na maratona, tornou-se a primeira mulher a representar o país. A delegação boliviana veio para o Rio com cinco atletas. O Brasil, com o total de 108 medalhas, é o líder do subcontinente, integrado por 12 países e sete territórios. A seguir aparecem Argentina, Colômbia, Chile, Venezuela, Uruguai, Peru, Equador e Suriname –e Paraguai e Guiana, estes com apenas uma medalha cada um. A primeira participação do Brasil foi na Olimpíada de Antuérpia, na Bélgica, em 1920, quando ganhou três medalhas, uma de bronze, uma de prata e uma de ouro, esta com Guilherme Paraense (tiro esportivo). De lá para cá, só deixou de participar em 1928. Na última edição, em Londres, obteve 17 medalhas (3 de ouro, 5 de prata e 9 de bronze). O plano do Comitê Olímpico do Brasil era atingir pelo menos 25, no Rio. Até o momento tem um ouro, duas pratas e 3 bronzes. Pouco para uma meta dos sonhos, a de ficar entre os top 10 da Olimpíada.
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Bolívia é único país da América do Sul sem medalhas olímpicasA Olimpíada já premiou com medalhas no Rio de Janeiro atletas de 65 dos 206 países participantes do evento. Outras 141 delegações não conseguiram ir ao pódio até agora nesta edição brasileira dos Jogos. A festa olímpica prossegue por mais uma semana com a variedade de espetáculos oferecida pelas 42 modalidades do evento. Nesse jogo, as medalhas simbolizam o potencial de cada uma das delegações. Os Estados Unidos, sem qualquer surpresa, lideram disparado o quadro de conquistas. São a potência olímpica do mundo. China, Grã-Bretanha (última organizadora dos Jogos), Rússia, Alemanha e Japão (sede do próximo evento, em 2020) aparecem a seguir. Mais de uma centena de países nunca ganharam uma única medalha olímpica. Entre eles figurava Fiji, formada por ilhas da Oceania, mas a delegação quebrou esse tabu no Rio ao chegar ao título do rúgbi de 7. Na decisão da modalidade, que retornou aos Jogos depois de 92 anos de ausência, Fiji bateu a Grã-Bretanha e provocou uma festa dos torcedores, com buzinaço, nas ruas de Suva, a capital do país. A primeira aparição de Fiji nos Jogos Olímpicos foi em Melbourne, em 1956, na vela, boxe e atletismo. Desta vez a Olimpíada faz a sua estreia na América do Sul como palco da competição. Exceto a Bolívia, o único país que passou em branco até agora, os demais sul-americanos conquistaram medalhas. Esse fraco desempenho boliviano não se deve à ausência nos Jogos. A Bolívia competiu pela primeira vez na Olimpíada de 1936, em Berlim. Depois de perder os quatro Jogos seguintes, enviou uma equipe para a edição de 1964, em Tóquio, e desde então só ficou fora em 1980. Em 1984, Nelly Chavez-Wright, 42ª colocada na maratona, tornou-se a primeira mulher a representar o país. A delegação boliviana veio para o Rio com cinco atletas. O Brasil, com o total de 108 medalhas, é o líder do subcontinente, integrado por 12 países e sete territórios. A seguir aparecem Argentina, Colômbia, Chile, Venezuela, Uruguai, Peru, Equador e Suriname –e Paraguai e Guiana, estes com apenas uma medalha cada um. A primeira participação do Brasil foi na Olimpíada de Antuérpia, na Bélgica, em 1920, quando ganhou três medalhas, uma de bronze, uma de prata e uma de ouro, esta com Guilherme Paraense (tiro esportivo). De lá para cá, só deixou de participar em 1928. Na última edição, em Londres, obteve 17 medalhas (3 de ouro, 5 de prata e 9 de bronze). O plano do Comitê Olímpico do Brasil era atingir pelo menos 25, no Rio. Até o momento tem um ouro, duas pratas e 3 bronzes. Pouco para uma meta dos sonhos, a de ficar entre os top 10 da Olimpíada.
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Bolsa brasileira acompanha alívio no exterior e sobe; dólar recua
A Bolsa brasileira sobe nesta sexta-feira (10), impulsionada por uma melhora nos mercados asiáticos e pelo alívio causado após a apresentação de um programa de reformas na Grécia. Com o alívio nas incertezas, o dólar recua e é cotado abaixo de R$ 3,20. Às 14h20, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tinha avanço de 1,73%, para 52.679 pontos. Das 66 ações negociadas, 52 subiam, 13 caíam e uma se mantinha inalterada no horário. No mercado cambial, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha queda de 0,79%, para R$ 3,189, às 14h21. No mesmo horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, tinha queda de 0,87%, para R$ 3,188. Na avaliação de Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Corretora, a tendência da Bolsa é de alta nesta sexta-feira, principalmente após a reação dos mercados asiáticos nos últimos dois dias. "O que pode frear a alta são os problemas internos, com a dificuldade política envolvendo o governo. Os empresários não investem, os consumidores não consomem. Mas como o exterior melhorou, a nossa Bolsa deve reagir a esse cenário mais otimista", avalia. As Bolsas chinesas, que enfrentaram turbulências no início da semana que afetaram os principais mercados mundiais, subiram nesta sessão. Para analistas, a alta foi impulsionada por medidas de apoio vindas do governo chinês, o que pareceu acalmar os investidores depois do pânico de vendas que levou a uma desvalorização de um terço do seu valor nos mercados da China continental desde seu pico em junho. Na quinta-feira, a agência que regula o mercado de capitais da China proibiu acionistas com participações superiores a 5% de venderem seus papéis nos próximos seis meses. Separadamente, os principais acionistas dos maiores bancos chineses, incluindo ICBC, e empresas, como a Sinopec, prometeram manter suas participações e aumentar suas cotas nas companhias listadas. GRÉCIA Após enviar, na quinta-feira à noite, a proposta de reformas à União Europeia para conseguir ajuda dos credores, o premiê grego, Alexis Tsipras, pediu ao Parlamento do país que apoie as medidas. Após entrar em uma reunião do partido sob aplausos, Tsipras convocou seus partidários do Syriza a darem seu apoio às novas propostas antes de uma votação relâmpago no Parlamento sobre as negociações, pedindo que ajudem a manter a Grécia na zona do euro. "Estamos sendo confrontados com decisões cruciais", disse Tsipras a parlamentares, segundo uma autoridade do governo. "Nós temos um mandato para conseguir um acordo melhor do que o ultimato que o Eurogrupo nos deu, mas certamente não um mandato para tirar a Grécia da zona do euro." O endosso parlamentar dos compromissos imediatos das reformas que a Grécia está oferecendo aos credores europeus permitiria ao país avançar na corrida para obter um novo empréstimo, evitar a falência do Estado e uma possível saída da zona do euro. No entanto, cinco membros radicais do Syriza afirmaram nesta sexta-feira que é preferível sair da zona do euro e voltar ao dracma do que um acordo com credores internacionais com medidas de austeridade e sem qualquer alívio da dívida. MUNDO O otimismo com a melhora nos mercados chineses e na Grécia foi acompanhado por outras Bolsas no mundo. Na Europa, o índice FTSEurofirst 300 fechou com alta de 2,08%, a 1.543 pontos, com o índice de blue chips da zona do euro Euro STOXX 50 avançando 3,18%. Em Londres, o índice Financial Times avançou 1,39%, para 6.673 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX subiu 2,90%, para 11.315 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 ganhou 3,07%, para 4.903 pontos. Em Milão, o índice FTSE-MIB teve valorização de 3%, para 22.937 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou alta de 3,08%, para 11.036 pontos. E a Bolsa de Lisboa encerrou o dia com valorização de 3,04%, para 5.700 pontos. Nos EUA, os índices também acompanham o bom humor internacional. Às 14h18, o índice Dow Jones subia 1,11%, para 17.743 pontos. Já o S&P 500 tinha alta de 1,23%, para 2.076 pontos, enquanto o índice da Bolsa Nasdaq avançava 1,33%, para 4.988 pontos, às 14h19. AÇÕES As ações da Petrobras sobem mais de 2% nesta sexta-feira, mesmo com a notícia de que a Corte de Nova York negou pedido da empresa para encerrar a ação coletiva movida na Justiça americana contra a companhia por suposto prejuízo causado pela corrupção. A Corte teria concordado em permitir a resolução por arbitragem (extrajudicial) da disputa pelas ações de títulos emitidos nos Estados Unidos em 2012 que já prescreveram. As demais acusações continuarão a ser julgadas em Nova York. Às 14h19, as ações preferenciais da Petrobras –mais negociadas e sem direito a voto– subiam 2,77%, para R$ 11,87. Os papéis ordinários –com direito a voto– tinham alta de 3%, para R$ 13,37, no mesmo horário. As ações da Vale, que foram bastante afetadas pela crise na China, sobem nesta sessão. Os papéis preferenciais da mineradora tinham alta de 2,06%, para R$ 14,84, às 14h19. No mesmo horário, as ações ordinárias subiam 2,33%, para R$ 17,56.
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Bolsa brasileira acompanha alívio no exterior e sobe; dólar recuaA Bolsa brasileira sobe nesta sexta-feira (10), impulsionada por uma melhora nos mercados asiáticos e pelo alívio causado após a apresentação de um programa de reformas na Grécia. Com o alívio nas incertezas, o dólar recua e é cotado abaixo de R$ 3,20. Às 14h20, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tinha avanço de 1,73%, para 52.679 pontos. Das 66 ações negociadas, 52 subiam, 13 caíam e uma se mantinha inalterada no horário. No mercado cambial, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha queda de 0,79%, para R$ 3,189, às 14h21. No mesmo horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, tinha queda de 0,87%, para R$ 3,188. Na avaliação de Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Corretora, a tendência da Bolsa é de alta nesta sexta-feira, principalmente após a reação dos mercados asiáticos nos últimos dois dias. "O que pode frear a alta são os problemas internos, com a dificuldade política envolvendo o governo. Os empresários não investem, os consumidores não consomem. Mas como o exterior melhorou, a nossa Bolsa deve reagir a esse cenário mais otimista", avalia. As Bolsas chinesas, que enfrentaram turbulências no início da semana que afetaram os principais mercados mundiais, subiram nesta sessão. Para analistas, a alta foi impulsionada por medidas de apoio vindas do governo chinês, o que pareceu acalmar os investidores depois do pânico de vendas que levou a uma desvalorização de um terço do seu valor nos mercados da China continental desde seu pico em junho. Na quinta-feira, a agência que regula o mercado de capitais da China proibiu acionistas com participações superiores a 5% de venderem seus papéis nos próximos seis meses. Separadamente, os principais acionistas dos maiores bancos chineses, incluindo ICBC, e empresas, como a Sinopec, prometeram manter suas participações e aumentar suas cotas nas companhias listadas. GRÉCIA Após enviar, na quinta-feira à noite, a proposta de reformas à União Europeia para conseguir ajuda dos credores, o premiê grego, Alexis Tsipras, pediu ao Parlamento do país que apoie as medidas. Após entrar em uma reunião do partido sob aplausos, Tsipras convocou seus partidários do Syriza a darem seu apoio às novas propostas antes de uma votação relâmpago no Parlamento sobre as negociações, pedindo que ajudem a manter a Grécia na zona do euro. "Estamos sendo confrontados com decisões cruciais", disse Tsipras a parlamentares, segundo uma autoridade do governo. "Nós temos um mandato para conseguir um acordo melhor do que o ultimato que o Eurogrupo nos deu, mas certamente não um mandato para tirar a Grécia da zona do euro." O endosso parlamentar dos compromissos imediatos das reformas que a Grécia está oferecendo aos credores europeus permitiria ao país avançar na corrida para obter um novo empréstimo, evitar a falência do Estado e uma possível saída da zona do euro. No entanto, cinco membros radicais do Syriza afirmaram nesta sexta-feira que é preferível sair da zona do euro e voltar ao dracma do que um acordo com credores internacionais com medidas de austeridade e sem qualquer alívio da dívida. MUNDO O otimismo com a melhora nos mercados chineses e na Grécia foi acompanhado por outras Bolsas no mundo. Na Europa, o índice FTSEurofirst 300 fechou com alta de 2,08%, a 1.543 pontos, com o índice de blue chips da zona do euro Euro STOXX 50 avançando 3,18%. Em Londres, o índice Financial Times avançou 1,39%, para 6.673 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX subiu 2,90%, para 11.315 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 ganhou 3,07%, para 4.903 pontos. Em Milão, o índice FTSE-MIB teve valorização de 3%, para 22.937 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou alta de 3,08%, para 11.036 pontos. E a Bolsa de Lisboa encerrou o dia com valorização de 3,04%, para 5.700 pontos. Nos EUA, os índices também acompanham o bom humor internacional. Às 14h18, o índice Dow Jones subia 1,11%, para 17.743 pontos. Já o S&P 500 tinha alta de 1,23%, para 2.076 pontos, enquanto o índice da Bolsa Nasdaq avançava 1,33%, para 4.988 pontos, às 14h19. AÇÕES As ações da Petrobras sobem mais de 2% nesta sexta-feira, mesmo com a notícia de que a Corte de Nova York negou pedido da empresa para encerrar a ação coletiva movida na Justiça americana contra a companhia por suposto prejuízo causado pela corrupção. A Corte teria concordado em permitir a resolução por arbitragem (extrajudicial) da disputa pelas ações de títulos emitidos nos Estados Unidos em 2012 que já prescreveram. As demais acusações continuarão a ser julgadas em Nova York. Às 14h19, as ações preferenciais da Petrobras –mais negociadas e sem direito a voto– subiam 2,77%, para R$ 11,87. Os papéis ordinários –com direito a voto– tinham alta de 3%, para R$ 13,37, no mesmo horário. As ações da Vale, que foram bastante afetadas pela crise na China, sobem nesta sessão. Os papéis preferenciais da mineradora tinham alta de 2,06%, para R$ 14,84, às 14h19. No mesmo horário, as ações ordinárias subiam 2,33%, para R$ 17,56.
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Variedade de perfis rompe segregação social na cidade, afirma urbanista
A mistura de perfis de moradores pode produzir uma "sociedade mais diversa e tolerante, em que uma classe se beneficia da outra", afirma Paula Santoro, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. "É muito importante a manutenção de áreas para habitação popular nas regiões já estruturadas da cidade, para rompermos com o padrão de segregação que coloca todos os pobres nas periferias, onde não há emprego nem serviços", explica Paula. Na proposta de revisão da lei de zoneamento enviada pela prefeitura à Câmara, as Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social) tiveram um aumento territorial de 100% em relação à lei hoje vigente. São áreas destinadas a habitação popular, dividas em três faixas: habitação de interesse social (HIS 1), para famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 2.364), HIS 2 para renda de até seis (R$ 4.728) e habitação de moradia popular (HMP) para renda familiar até dez salários mínimos (R$ 7.880). Veja fotos A demarcação desses territórios em bairros de classe média e média alta é objeto da campanha Nenhuma Zeis a Menos, capitaneada por movimentos de sem-teto e núcleos da FAU-USP e da Defensoria Pública do Estado. DISPUTA As Zeis são foco de polêmica por parte daqueles que não querem moradia popular perto de suas casas, entre os que tiveram seu próprio terreno demarcado como Zeis e entre os movimentos que batalham para garantir a concretização delas. O advogado Fabio Araújo, 39, é um dos que tiveram o terreno de sua casa, em Itaquera (zona leste), apontado como Zona Mista de Interesse Social (ZMIS), que permite tanto habitação social como comércio. "Se a proposta é levar pobres para a região central, algo está errado: moro a 16 quilômetros do centro. Cadê a Zeis em Moema?", diz. Santoro explica ainda que a ideia de que a região contemplada com Zeis sofre desvalorização é um mito. "Nenhum trabalho feito até hoje comprovou essa tese", diz.
cotidiano
Variedade de perfis rompe segregação social na cidade, afirma urbanistaA mistura de perfis de moradores pode produzir uma "sociedade mais diversa e tolerante, em que uma classe se beneficia da outra", afirma Paula Santoro, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. "É muito importante a manutenção de áreas para habitação popular nas regiões já estruturadas da cidade, para rompermos com o padrão de segregação que coloca todos os pobres nas periferias, onde não há emprego nem serviços", explica Paula. Na proposta de revisão da lei de zoneamento enviada pela prefeitura à Câmara, as Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social) tiveram um aumento territorial de 100% em relação à lei hoje vigente. São áreas destinadas a habitação popular, dividas em três faixas: habitação de interesse social (HIS 1), para famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 2.364), HIS 2 para renda de até seis (R$ 4.728) e habitação de moradia popular (HMP) para renda familiar até dez salários mínimos (R$ 7.880). Veja fotos A demarcação desses territórios em bairros de classe média e média alta é objeto da campanha Nenhuma Zeis a Menos, capitaneada por movimentos de sem-teto e núcleos da FAU-USP e da Defensoria Pública do Estado. DISPUTA As Zeis são foco de polêmica por parte daqueles que não querem moradia popular perto de suas casas, entre os que tiveram seu próprio terreno demarcado como Zeis e entre os movimentos que batalham para garantir a concretização delas. O advogado Fabio Araújo, 39, é um dos que tiveram o terreno de sua casa, em Itaquera (zona leste), apontado como Zona Mista de Interesse Social (ZMIS), que permite tanto habitação social como comércio. "Se a proposta é levar pobres para a região central, algo está errado: moro a 16 quilômetros do centro. Cadê a Zeis em Moema?", diz. Santoro explica ainda que a ideia de que a região contemplada com Zeis sofre desvalorização é um mito. "Nenhum trabalho feito até hoje comprovou essa tese", diz.
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Intocável, Tchê Tchê vira trunfo alviverde na reta final por taça
Em um meio de campo que conta com Cleiton Xavier, Arouca, Gabriel, Moisés, Jean e Thiago Santos, Danilo Neves chegou ao Palmeiras em maio, após o Campeonato Paulista, sem a empolgação de uma grande contratação. Seis meses se passaram, e com o apelido que ganhou ainda nas categorias de base, Tchê Tchê, 24, tornou-se intocável em uma equipe que passou por inúmeras mudanças ao longo do Brasileiro, que é líder (com 67 pontos). Em 33 partidas do Nacional, o jogador atuou em 32 –ficou fora contra o Botafogo, na 17ª rodada– e ganhou a confiança da torcida palmeirense, que se acostumou com a sua força de marcação e personalidade em campo. "O Tchê Tchê sempre foi versátil. Lembro que no primeiro jogo dele no profissional, pelo Pão de Açúcar, eu o coloquei como um ponta e ele foi muito bem. Voltava para marcar e aparecia para atacar", lembrou Serginho, primeiro treinador do jogador no profissional. O volante chegou ao clube empresa em janeiro de 2007, quase três anos após a equipe ser filiada à Federação Paulista de Futebol. Tchê Tchê passou a integrar a categoria sub-15 do Pão de Açúcar após ser aprovado na Supercopa Compre Bem, um torneio de supermercado, que teve a participação de mais de 15 mil adolescentes. "No começo ele era muito retraído e ficou assustado com a estrutura do time, que era muito boa perto do que os garotos já tinham vivenciado. O que caracterizava Tchê Tchê era a humildade. Ele sempre foi muito humilde", afirmou Serginho. No ano passado, o volante se transferiu para a Ponte Preta e, na sequência, para o Boa Esporte, mas foi pouco aproveitado nos dois clubes. Após as tentativas frustradas de se consolidar em equipes maiores, retornou ao clube que o revelou a pedido do treinador Fernando Diniz. O time, porém, havia mudado o nome para Osasco Audax. A aposta do técnico, que levou o time ao vice-campeonato paulista deste ano com um futebol ofensivo, foi certeira: Tchê Tchê levou o prêmio de revelação do Estadual. Em abril, o jogador revelou à Folha que Diniz era considerado um "paizão" para ele. No Palmeiras, ele ganhou em Cuca um novo treinador, por quem também desenvolveu grande carinho. "Antes de chegar aqui, Cuca me ligou duas vezes. É um privilégio jogar com ele agora. Ele me dá muita liberdade, temos conversas boas, ele me pergunta se eu estou me sentindo bem. Cuca é uma pessoa extraordinária e me dá respaldo", disse Tchê Tchê numa das primeiras entrevistas com a camisa alviverde. Neste domingo (6), diante do Internacional, em casa, o jogador fará o seu 35º jogo pelo Palmeiras, mas não terá ao seu lado o seu principal companheiro, o meia Moisés. A equipe alviverde tentará ao menos manter os cinco pontos de vantagem em relação ao vice-líder, Flamengo. Ambos formaram dupla em 30 oportunidades no Nacional e se tornaram amigos até mesmo fora de campo. "É uma pessoa por quem peguei um carinho grande e uma amizade boa, tanto dentro de campo quanto fora. Tem visão e passe longo. Fará falta, mas quem entrar dará conta", destacou Tchê Tchê em entrevista na quarta (2). O técnico Cuca não revelou quem substituirá Moisés, mas a tendência é de que Cleiton Xavier ganhe mais uma oportunidade no time titular. Caso opte por uma equipe defensiva, a opção será Thiago Santos. A formação é pouco provável já que o adversário briga contra o descenso.
esporte
Intocável, Tchê Tchê vira trunfo alviverde na reta final por taçaEm um meio de campo que conta com Cleiton Xavier, Arouca, Gabriel, Moisés, Jean e Thiago Santos, Danilo Neves chegou ao Palmeiras em maio, após o Campeonato Paulista, sem a empolgação de uma grande contratação. Seis meses se passaram, e com o apelido que ganhou ainda nas categorias de base, Tchê Tchê, 24, tornou-se intocável em uma equipe que passou por inúmeras mudanças ao longo do Brasileiro, que é líder (com 67 pontos). Em 33 partidas do Nacional, o jogador atuou em 32 –ficou fora contra o Botafogo, na 17ª rodada– e ganhou a confiança da torcida palmeirense, que se acostumou com a sua força de marcação e personalidade em campo. "O Tchê Tchê sempre foi versátil. Lembro que no primeiro jogo dele no profissional, pelo Pão de Açúcar, eu o coloquei como um ponta e ele foi muito bem. Voltava para marcar e aparecia para atacar", lembrou Serginho, primeiro treinador do jogador no profissional. O volante chegou ao clube empresa em janeiro de 2007, quase três anos após a equipe ser filiada à Federação Paulista de Futebol. Tchê Tchê passou a integrar a categoria sub-15 do Pão de Açúcar após ser aprovado na Supercopa Compre Bem, um torneio de supermercado, que teve a participação de mais de 15 mil adolescentes. "No começo ele era muito retraído e ficou assustado com a estrutura do time, que era muito boa perto do que os garotos já tinham vivenciado. O que caracterizava Tchê Tchê era a humildade. Ele sempre foi muito humilde", afirmou Serginho. No ano passado, o volante se transferiu para a Ponte Preta e, na sequência, para o Boa Esporte, mas foi pouco aproveitado nos dois clubes. Após as tentativas frustradas de se consolidar em equipes maiores, retornou ao clube que o revelou a pedido do treinador Fernando Diniz. O time, porém, havia mudado o nome para Osasco Audax. A aposta do técnico, que levou o time ao vice-campeonato paulista deste ano com um futebol ofensivo, foi certeira: Tchê Tchê levou o prêmio de revelação do Estadual. Em abril, o jogador revelou à Folha que Diniz era considerado um "paizão" para ele. No Palmeiras, ele ganhou em Cuca um novo treinador, por quem também desenvolveu grande carinho. "Antes de chegar aqui, Cuca me ligou duas vezes. É um privilégio jogar com ele agora. Ele me dá muita liberdade, temos conversas boas, ele me pergunta se eu estou me sentindo bem. Cuca é uma pessoa extraordinária e me dá respaldo", disse Tchê Tchê numa das primeiras entrevistas com a camisa alviverde. Neste domingo (6), diante do Internacional, em casa, o jogador fará o seu 35º jogo pelo Palmeiras, mas não terá ao seu lado o seu principal companheiro, o meia Moisés. A equipe alviverde tentará ao menos manter os cinco pontos de vantagem em relação ao vice-líder, Flamengo. Ambos formaram dupla em 30 oportunidades no Nacional e se tornaram amigos até mesmo fora de campo. "É uma pessoa por quem peguei um carinho grande e uma amizade boa, tanto dentro de campo quanto fora. Tem visão e passe longo. Fará falta, mas quem entrar dará conta", destacou Tchê Tchê em entrevista na quarta (2). O técnico Cuca não revelou quem substituirá Moisés, mas a tendência é de que Cleiton Xavier ganhe mais uma oportunidade no time titular. Caso opte por uma equipe defensiva, a opção será Thiago Santos. A formação é pouco provável já que o adversário briga contra o descenso.
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Legados e autoengano
No centro de imprensa do Castelão, o colega americano com quem eu havia conversado antes da Copa, e feito críticas à bagunça vigente, se aproxima de braços abertos e sorriso nos lábios, exclamando: "Bendita hora em que a Copa veio para o Brasil!". Ele acabara de chegar de Manaus e estava extasiado com o estádio e com a facilidade de locomoção para chegar e sair dele, além de encantado com as populações ribeirinhas, "tão pobres, mas tão felizes". Foi então que travamos o seguinte diálogo: "Você sabe qual é a capacidade do estádio?", perguntei. "Sim, pouco mais de 42 mil pessoas", ele respondeu. "Pois é, e o Campeonato Amazonense todo reúne menos de 42 mil torcedores, com média inferior a 700 por jogo. Depois da Copa vai virar elefante branco", expliquei. E acrescentei: "Além do mais, você não teve problemas com o trânsito porque foi feriado em Manaus" –na verdade, ponto facultativo, mas simplifiquei. Entre surpreso, curioso e cínico, ele retrucou: "O estádio vai virar elefante branco? Problema de vocês, não meu!". Só então caiu a ficha que depois ficaria ainda mais clara: o mundo adorou a Copa e não é problema dele o que ficou como herança para os nativos. A Fifa acaba de dizer o mesmo ao repórter Jamil Chade depois de contabilizar a cifra recordista de R$ 8,4 bilhões de saldo com a "Copa das Copas": não quer nem saber se estádios como os de Manaus, Brasília, Cuiabá (que até fechado já esteve) e Natal estão às moscas, para não falar das confusões que envolvem o Maracanã e a Arena Corinthians –e nem mencionar que até o Pacaembu corre o risco de virar um elefantinho branquinho. Lembremos, ainda, que o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, justificou, em agosto do ano passado, parte da recessão vivida pelo país em função da desindustrialização causada pelos feriados durante a Copa. Lembremos, também, que o prestidigitador ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que prometia estádios repletos pós-Copa porque multiusos, agora esconde seu mutismo e o jogo na Ciência e Tecnologia. Tudo problema nosso, não dos gringos, é claro. A história se repete a menos de 500 dias dos Jogos Olímpicos no Rio. As autoridades mentem e douram a pílula. Acredita quem quer e há quem queira, feliz da vida. Não há atrasos, os gastos estão controlados, só falta alguém dizer que será a "Olimpíada das Olimpíadas" para termos mais uma piada pronta. Carlos Nuzman, o cartola que bateu o recorde de acúmulo de cargos na era olímpica moderna de mais de um século, ao juntar a presidência do COB com a do Rio-16, diante da constatação de que a Baía da Guanabara não será despoluída como um dos prometidos verdadeiros legados dos Jogos, saiu-se com mais uma frase de seu vocabulário sem pudor, ao repórter Silvio Barsetti: "As águas nos locais de competição são iguais para todos. Os melhores vão ganhar". Ou seja, para ele, no mar ou no esgoto, dá no mesmo.
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Legados e autoenganoNo centro de imprensa do Castelão, o colega americano com quem eu havia conversado antes da Copa, e feito críticas à bagunça vigente, se aproxima de braços abertos e sorriso nos lábios, exclamando: "Bendita hora em que a Copa veio para o Brasil!". Ele acabara de chegar de Manaus e estava extasiado com o estádio e com a facilidade de locomoção para chegar e sair dele, além de encantado com as populações ribeirinhas, "tão pobres, mas tão felizes". Foi então que travamos o seguinte diálogo: "Você sabe qual é a capacidade do estádio?", perguntei. "Sim, pouco mais de 42 mil pessoas", ele respondeu. "Pois é, e o Campeonato Amazonense todo reúne menos de 42 mil torcedores, com média inferior a 700 por jogo. Depois da Copa vai virar elefante branco", expliquei. E acrescentei: "Além do mais, você não teve problemas com o trânsito porque foi feriado em Manaus" –na verdade, ponto facultativo, mas simplifiquei. Entre surpreso, curioso e cínico, ele retrucou: "O estádio vai virar elefante branco? Problema de vocês, não meu!". Só então caiu a ficha que depois ficaria ainda mais clara: o mundo adorou a Copa e não é problema dele o que ficou como herança para os nativos. A Fifa acaba de dizer o mesmo ao repórter Jamil Chade depois de contabilizar a cifra recordista de R$ 8,4 bilhões de saldo com a "Copa das Copas": não quer nem saber se estádios como os de Manaus, Brasília, Cuiabá (que até fechado já esteve) e Natal estão às moscas, para não falar das confusões que envolvem o Maracanã e a Arena Corinthians –e nem mencionar que até o Pacaembu corre o risco de virar um elefantinho branquinho. Lembremos, ainda, que o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, justificou, em agosto do ano passado, parte da recessão vivida pelo país em função da desindustrialização causada pelos feriados durante a Copa. Lembremos, também, que o prestidigitador ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que prometia estádios repletos pós-Copa porque multiusos, agora esconde seu mutismo e o jogo na Ciência e Tecnologia. Tudo problema nosso, não dos gringos, é claro. A história se repete a menos de 500 dias dos Jogos Olímpicos no Rio. As autoridades mentem e douram a pílula. Acredita quem quer e há quem queira, feliz da vida. Não há atrasos, os gastos estão controlados, só falta alguém dizer que será a "Olimpíada das Olimpíadas" para termos mais uma piada pronta. Carlos Nuzman, o cartola que bateu o recorde de acúmulo de cargos na era olímpica moderna de mais de um século, ao juntar a presidência do COB com a do Rio-16, diante da constatação de que a Baía da Guanabara não será despoluída como um dos prometidos verdadeiros legados dos Jogos, saiu-se com mais uma frase de seu vocabulário sem pudor, ao repórter Silvio Barsetti: "As águas nos locais de competição são iguais para todos. Os melhores vão ganhar". Ou seja, para ele, no mar ou no esgoto, dá no mesmo.
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Sobre vinhos e vegetarianos
Existe "vinho para vegetarianos"? A resposta é: existe vinho pra tudo. Para encontrar as melhores combinações, provei algumas receitas (excluí apenas carnes, algumas tinham ovos e lácteos) com vários vinhos. Como há milhares de tipos de vegetais, não dá pra criar uma regra única para a cozinha vegetariana. O que fiz, para começar esta brincadeira, foi degustar vinhos inclinando-me para sabores mais verdes. Assim, as dicas são para pratos que têm como elemento principal berinjela, abobrinha, brócolis, couves, ervilhas e vagens, por aí. Se sua preparação for com temperos quentes, como curry ou páprica, cardamomo ou cominho, vamos de tinto. O Mediterrâneo é um mar (ok, ok) de vinhos interessantes. Minervois, Corbières, Provence ou Côtes du Rhône têm vinhos com aromas de ervas, boa estrutura, mas delicadeza, e permitem que os vegetais não se desestruturem em boca. Valpolicella ou Bardolino, no extremo norte da Itália, também têm ótimas opções. Se pensar em temperos mais frios, com legumes crus salpicadinhos de manjericão, coentro, salsinha ou salsão podemos migrar pra sauvignon blanc –Vale de Casablanca, no Chile, ou Sancerre, na França, são dicas certeiras, assim como Soave, no Vêneto, ou os brancos da costa Portuguesa, da Península de Setúbal ou Bucelas. Se seu prato tiver algo de queijo (uma quiche ou legumes gratinados), arrisque! Garanto que um vinho aromático, delicadamente frutado na boca (sim, com uma leve doçura) e boa acidez são ótimas opções. Bons alsacianos cumprem bem este papel, assim como os vizinhos alemães, rieslings chilenos, de Marlborough (Nova Zelândia) ou de Clare Valley (Austrália). Gentil d'Alsace 2012 Notas de pêssego e algo floral. Boca delicada, ótima acidez e uma textura doce e frutada QUANTO R$ 58 ONDE De la Croix; tel. (11) 3034-6214 Periquita Branco 2013 Aromas oleosos minerais, meio amanteigado, com notas salgadas e textura cremosa QUANTO R$ 45 ONDE Pão de Açúcar; tel. 0800-773-2732 Chateau Sainte Eulalie Minervois 2011 Fruta negra e um toque de chá preto, delicado, mas se funde bem com vegetais mais escuros QUANTO R$73,00 ONDE Tastevin; tel. (21) 2633-8866 Villa Erbice Valpolicella Superiore 2010 Caramelo, folhas de louro. Desaparece, mas deixa os legumes evidentes QUANTO R$142,00 ONDE Premium Wines; tel. (11) 2574-8303
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Sobre vinhos e vegetarianosExiste "vinho para vegetarianos"? A resposta é: existe vinho pra tudo. Para encontrar as melhores combinações, provei algumas receitas (excluí apenas carnes, algumas tinham ovos e lácteos) com vários vinhos. Como há milhares de tipos de vegetais, não dá pra criar uma regra única para a cozinha vegetariana. O que fiz, para começar esta brincadeira, foi degustar vinhos inclinando-me para sabores mais verdes. Assim, as dicas são para pratos que têm como elemento principal berinjela, abobrinha, brócolis, couves, ervilhas e vagens, por aí. Se sua preparação for com temperos quentes, como curry ou páprica, cardamomo ou cominho, vamos de tinto. O Mediterrâneo é um mar (ok, ok) de vinhos interessantes. Minervois, Corbières, Provence ou Côtes du Rhône têm vinhos com aromas de ervas, boa estrutura, mas delicadeza, e permitem que os vegetais não se desestruturem em boca. Valpolicella ou Bardolino, no extremo norte da Itália, também têm ótimas opções. Se pensar em temperos mais frios, com legumes crus salpicadinhos de manjericão, coentro, salsinha ou salsão podemos migrar pra sauvignon blanc –Vale de Casablanca, no Chile, ou Sancerre, na França, são dicas certeiras, assim como Soave, no Vêneto, ou os brancos da costa Portuguesa, da Península de Setúbal ou Bucelas. Se seu prato tiver algo de queijo (uma quiche ou legumes gratinados), arrisque! Garanto que um vinho aromático, delicadamente frutado na boca (sim, com uma leve doçura) e boa acidez são ótimas opções. Bons alsacianos cumprem bem este papel, assim como os vizinhos alemães, rieslings chilenos, de Marlborough (Nova Zelândia) ou de Clare Valley (Austrália). Gentil d'Alsace 2012 Notas de pêssego e algo floral. Boca delicada, ótima acidez e uma textura doce e frutada QUANTO R$ 58 ONDE De la Croix; tel. (11) 3034-6214 Periquita Branco 2013 Aromas oleosos minerais, meio amanteigado, com notas salgadas e textura cremosa QUANTO R$ 45 ONDE Pão de Açúcar; tel. 0800-773-2732 Chateau Sainte Eulalie Minervois 2011 Fruta negra e um toque de chá preto, delicado, mas se funde bem com vegetais mais escuros QUANTO R$73,00 ONDE Tastevin; tel. (21) 2633-8866 Villa Erbice Valpolicella Superiore 2010 Caramelo, folhas de louro. Desaparece, mas deixa os legumes evidentes QUANTO R$142,00 ONDE Premium Wines; tel. (11) 2574-8303
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Dupla sul-africana Die Antwoord leva maçaroca sonora ao Lolla
Acha Lady Gaga bizarra? Bom, ela se declarou fã da dupla sul-africana Die Antwoord, mas Ninja e Yo-Landi Vi$$er a consideram um tanto "mainstream". Como resposta, o casal –que tocou no Lollapalooza Brasil na noite deste sábado (12)– tirou sarro dela e do seu famoso vestido de carne crua (Yo-Landi é vegana). No clipe "Fatty Boom Boom", uma sósia de Gaga embarca num carro tipo safári, escapa de um tiroteio e encontra um médico chinfrim, que a põe numa cadeira tipo consultório de dentista e extraí um inseto de sua vagina. Ela termina devorada por um leão. Esta pequena introdução ao Die Antwoord ("a resposta", em africâner; pronuncia-se "dii éntvuórt") ilustra bem o estilo "dane-se" do casal. A bem da verdade, eles não titubeariam em usar o palavrão que começa com "f" para se autodescrever (no dialeto deles, se diz "fokken"). Claro que dá para questionar o quão autêntico é o estilo "bad ass" de uma atração escalada para o palco batizado com nome de um dos patrocinadores do festival: a marca de desodorante do slogan "find your magic" (encontre sua mágica). A mágica do Die Antwoord é justamente dar vazão a esta ânsia tipicamente juvenil de mandar a sociedade para aquele lugar, ainda que depois de mostrar o dedo do meio nas redes sociais possa postar uma foto de cupcake no Instagram. Não era incomum encontrar fãs da atração seguinte, Marina and the Diamonds, ornados com fofas tiaras de chifre de unicórnio, vibrando com o deboche cheio de energia do Die –sobretudo nas faixas "Baby's on Fire" e "Ugly Boy". Na maçaroca sonora do duo, comumente descrita como "rap-rave", sobram versos como "fuck your rules" (foda-se suas regras), de "Happy Go Sucky Fucky". Mais do que a música, é a imagem que importa para sucesso do Die Antwoord. Amostras do que se pode esperar de um show de Ninja e Yo-Landi: 1) Projeções de Gasparzinho, o fantasminha camarada, ostentando uma baita de uma ereção (alguém da plateia define como o "Dollynho fálico"); 2) Mais imagens perturbadoras, desta vez de um tipo peculiar de seu país: o branco marginalizado, numa estética que remete ao clássico de 1932 "Freaks". Ela vem de clipes como "I Fink U Freeky", feito em parceria com o fotógrafo Roger Ballen (que teve exposição em 2015 no MAC-USP); 3) Figurinos pop e bem urbanos. Os dois começam o show vestidos iguais: moletom laranja que lembra o uniforme de uma usina nuclear. Até o fim, trocam umas dez vezes de roupa. Para ele, peças como cueca samba-canção com estampa do "Dark Side of the Moon", do Pink Floyd, e uma calça moletom decorada com folhas de maconha que brilham no escuro. Para ela, shorts tipo "hot pants" e tops com monstrengos no bojo. Estilo que levaram à ficção distópica "Chappie" (2015), que estrelaram a convite do diretor e conterrâneo Neill Blomkamp. O show acaba com o maior hit deles, "Enter the Ninja", em que ele canta sobre sua vida ser "como um videogame". Faz sentido.
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Dupla sul-africana Die Antwoord leva maçaroca sonora ao LollaAcha Lady Gaga bizarra? Bom, ela se declarou fã da dupla sul-africana Die Antwoord, mas Ninja e Yo-Landi Vi$$er a consideram um tanto "mainstream". Como resposta, o casal –que tocou no Lollapalooza Brasil na noite deste sábado (12)– tirou sarro dela e do seu famoso vestido de carne crua (Yo-Landi é vegana). No clipe "Fatty Boom Boom", uma sósia de Gaga embarca num carro tipo safári, escapa de um tiroteio e encontra um médico chinfrim, que a põe numa cadeira tipo consultório de dentista e extraí um inseto de sua vagina. Ela termina devorada por um leão. Esta pequena introdução ao Die Antwoord ("a resposta", em africâner; pronuncia-se "dii éntvuórt") ilustra bem o estilo "dane-se" do casal. A bem da verdade, eles não titubeariam em usar o palavrão que começa com "f" para se autodescrever (no dialeto deles, se diz "fokken"). Claro que dá para questionar o quão autêntico é o estilo "bad ass" de uma atração escalada para o palco batizado com nome de um dos patrocinadores do festival: a marca de desodorante do slogan "find your magic" (encontre sua mágica). A mágica do Die Antwoord é justamente dar vazão a esta ânsia tipicamente juvenil de mandar a sociedade para aquele lugar, ainda que depois de mostrar o dedo do meio nas redes sociais possa postar uma foto de cupcake no Instagram. Não era incomum encontrar fãs da atração seguinte, Marina and the Diamonds, ornados com fofas tiaras de chifre de unicórnio, vibrando com o deboche cheio de energia do Die –sobretudo nas faixas "Baby's on Fire" e "Ugly Boy". Na maçaroca sonora do duo, comumente descrita como "rap-rave", sobram versos como "fuck your rules" (foda-se suas regras), de "Happy Go Sucky Fucky". Mais do que a música, é a imagem que importa para sucesso do Die Antwoord. Amostras do que se pode esperar de um show de Ninja e Yo-Landi: 1) Projeções de Gasparzinho, o fantasminha camarada, ostentando uma baita de uma ereção (alguém da plateia define como o "Dollynho fálico"); 2) Mais imagens perturbadoras, desta vez de um tipo peculiar de seu país: o branco marginalizado, numa estética que remete ao clássico de 1932 "Freaks". Ela vem de clipes como "I Fink U Freeky", feito em parceria com o fotógrafo Roger Ballen (que teve exposição em 2015 no MAC-USP); 3) Figurinos pop e bem urbanos. Os dois começam o show vestidos iguais: moletom laranja que lembra o uniforme de uma usina nuclear. Até o fim, trocam umas dez vezes de roupa. Para ele, peças como cueca samba-canção com estampa do "Dark Side of the Moon", do Pink Floyd, e uma calça moletom decorada com folhas de maconha que brilham no escuro. Para ela, shorts tipo "hot pants" e tops com monstrengos no bojo. Estilo que levaram à ficção distópica "Chappie" (2015), que estrelaram a convite do diretor e conterrâneo Neill Blomkamp. O show acaba com o maior hit deles, "Enter the Ninja", em que ele canta sobre sua vida ser "como um videogame". Faz sentido.
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Por mais que se quisesse criticar Janot, suspeição seria incabível
A primeira surpresa, na sessão desta quarta (13) do Supremo Tribunal Federal, veio do ministro Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça de Michel Temer, tido como seu aliado até agora. Também ele rejeitou o pedido de Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado de Temer, no sentido de considerar Rodrigo Janot "suspeito" para apresentar investigações e denúncias contra o presidente da República. Foi um massacre —do qual não participou Gilmar Mendes, o mais ferrenho crítico do procurador-geral da República no STF. A questão não era difícil. Um juiz, e por extensão, um membro do Ministério Público, podem ser considerados suspeitos ou impedidos de participar num processo. A lei prevê condições claras para que isso aconteça. Mas qual lei? A única divergência entre os ministros se abriu nesse ponto. Para o relator do caso, Edson Fachin, questões sobre o procurador-geral da República devem ser reguladas pelo regimento interno do Supremo Tribunal Federal. Mas a maioria do STF considerou que a lei a ser seguida é o próprio Código do Processo Penal. Ali, está estabelecido que será "impedido" o juiz ou o promotor que, por exemplo, for parente ou cônjuge do réu, ou que já tiver atuado no processo em outra ocasião, como advogado ou juiz em diferente instância. "Suspeição" é matéria um pouco mais subjetiva. Seria necessário ver indícios de "amizade íntima" ou "inimizade capital" entre acusado e acusador, entre réu e juiz. Também se levanta a eventualidade de um juiz ou promotor terem aconselhado o possível réu sobre como se conduzir no processo. Para a defesa de Temer, existiam esses dois motivos. Janot persegue Temer; falou, por exemplo, nas "flechadas que estava disposto a desferir contra ele. Só uma metáfora, consideraram os ministros do STF. Janot estava dizendo apenas que, enquanto houver elementos e evidências de crime, continuará exercendo sua função constitucional. De resto, era uma frase que se pode aplicar a qualquer suspeito; não visava a pessoa específica de Michel Temer. Havia outro argumento: um subordinado de Janot, Anselmo Lopes, teria dado conselhos à defesa de Joesley Batista sobre como fazer um acordo de delação premiada. Novamente o plenário do STF considerou o argumento insuficiente. A suspeição teria de incidir sobre o comportamento individual de Janot, que não tem como responder, nesse caso, pelo que seus assessores façam ou deixem de fazer. De resto, o argumento se baseava apenas em matéria jornalística. Por mais que se quisesse criticar Janot, não haveria como aceitar o pedido de suspeição. Restava um segundo recurso apresentado pela defesa de Temer —e também por Cezar Bittencourt, advogado de Rodrigo Rocha Loures. Contestava-se todo o acordo de delação premiada dos donos da J&F. Para a defesa de Temer, seria necessário que o STF determinasse a suspensão de qualquer nova denúncia contra o presidente. Era necessário investigar, por exemplo, as ligações de Marcelo Miller, na época assessor de Janot, com Joesley. O advogado de Rocha Loures foi mais longe, insistindo na tese de que toda a conversa entre Joesley e Temer, no Palácio do Jaburu, não passava de armação. Foi Marco Aurélio Mello quem reagiu mais vivamente. Nunca vi, disse ele, alguém pedir ao STF que impeça futuras ações do Ministério Público. Gilmar Mendes contradisse o seu colega. Mariz de Oliveira disse que não queria impedir ninguém de atuar, mas apenas que, numa eventual denúncia, o STF a rejeitasse caso as circunstâncias da delação não tivessem sido investigadas a fundo. Como contestar as provas de uma acusação, antes mesmo que esta seja formalizada? Seria esta a hora adequada para esse debate? A sessão foi suspensa, com essa pergunta no ar.
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Por mais que se quisesse criticar Janot, suspeição seria incabívelA primeira surpresa, na sessão desta quarta (13) do Supremo Tribunal Federal, veio do ministro Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça de Michel Temer, tido como seu aliado até agora. Também ele rejeitou o pedido de Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado de Temer, no sentido de considerar Rodrigo Janot "suspeito" para apresentar investigações e denúncias contra o presidente da República. Foi um massacre —do qual não participou Gilmar Mendes, o mais ferrenho crítico do procurador-geral da República no STF. A questão não era difícil. Um juiz, e por extensão, um membro do Ministério Público, podem ser considerados suspeitos ou impedidos de participar num processo. A lei prevê condições claras para que isso aconteça. Mas qual lei? A única divergência entre os ministros se abriu nesse ponto. Para o relator do caso, Edson Fachin, questões sobre o procurador-geral da República devem ser reguladas pelo regimento interno do Supremo Tribunal Federal. Mas a maioria do STF considerou que a lei a ser seguida é o próprio Código do Processo Penal. Ali, está estabelecido que será "impedido" o juiz ou o promotor que, por exemplo, for parente ou cônjuge do réu, ou que já tiver atuado no processo em outra ocasião, como advogado ou juiz em diferente instância. "Suspeição" é matéria um pouco mais subjetiva. Seria necessário ver indícios de "amizade íntima" ou "inimizade capital" entre acusado e acusador, entre réu e juiz. Também se levanta a eventualidade de um juiz ou promotor terem aconselhado o possível réu sobre como se conduzir no processo. Para a defesa de Temer, existiam esses dois motivos. Janot persegue Temer; falou, por exemplo, nas "flechadas que estava disposto a desferir contra ele. Só uma metáfora, consideraram os ministros do STF. Janot estava dizendo apenas que, enquanto houver elementos e evidências de crime, continuará exercendo sua função constitucional. De resto, era uma frase que se pode aplicar a qualquer suspeito; não visava a pessoa específica de Michel Temer. Havia outro argumento: um subordinado de Janot, Anselmo Lopes, teria dado conselhos à defesa de Joesley Batista sobre como fazer um acordo de delação premiada. Novamente o plenário do STF considerou o argumento insuficiente. A suspeição teria de incidir sobre o comportamento individual de Janot, que não tem como responder, nesse caso, pelo que seus assessores façam ou deixem de fazer. De resto, o argumento se baseava apenas em matéria jornalística. Por mais que se quisesse criticar Janot, não haveria como aceitar o pedido de suspeição. Restava um segundo recurso apresentado pela defesa de Temer —e também por Cezar Bittencourt, advogado de Rodrigo Rocha Loures. Contestava-se todo o acordo de delação premiada dos donos da J&F. Para a defesa de Temer, seria necessário que o STF determinasse a suspensão de qualquer nova denúncia contra o presidente. Era necessário investigar, por exemplo, as ligações de Marcelo Miller, na época assessor de Janot, com Joesley. O advogado de Rocha Loures foi mais longe, insistindo na tese de que toda a conversa entre Joesley e Temer, no Palácio do Jaburu, não passava de armação. Foi Marco Aurélio Mello quem reagiu mais vivamente. Nunca vi, disse ele, alguém pedir ao STF que impeça futuras ações do Ministério Público. Gilmar Mendes contradisse o seu colega. Mariz de Oliveira disse que não queria impedir ninguém de atuar, mas apenas que, numa eventual denúncia, o STF a rejeitasse caso as circunstâncias da delação não tivessem sido investigadas a fundo. Como contestar as provas de uma acusação, antes mesmo que esta seja formalizada? Seria esta a hora adequada para esse debate? A sessão foi suspensa, com essa pergunta no ar.
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Morre o escritor, historiador e político colombiano Otto Morales Benítez
O escritor, historiador e político liberal colombiano Otto Morales Benítez morreu neste sábado aos 94 anos em Bogotá, informaram fontes oficiais. "Morreu Otto Morales Benítez, um lutador pela paz da Colômbia. Grande liberal, grande historiador e grande amigo. Meus pêsames a sua família", escreveu o presidente Juan Manuel Santos em sua conta no Twitter. Benítez, advogado de profissão, nasceu no povoado de Riosucio, no departamento de Caldas (centro), em 7 de agosto de 1920. Representando o Partido Liberal ocupou diversos cargos no governo e em duas ocasiões foi indicado à presidência da Colômbia. Em sua longa carreira política foi ministro do Trabalho e de Agricultura, senador, deputado regional e membro da Câmara dos Representantes (Deputados). Como profundo conhecedor da história do país, foi diretor da Comissão de Paz do governo do presidente Belisario Betancur (1982-1986). Além disso, foi membro das academias de História, Língua e Jurisprudência em países da América e da Europa, e recebeu doutorados honoris causa de várias universidades colombianas, assim como do México e do Peru. Morales, autor de mais de 200 livros nos quais abordou diversidade de temas históricos e de outros gêneros, será sepultado em Bogotá, segundo seus familiares.
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Morre o escritor, historiador e político colombiano Otto Morales BenítezO escritor, historiador e político liberal colombiano Otto Morales Benítez morreu neste sábado aos 94 anos em Bogotá, informaram fontes oficiais. "Morreu Otto Morales Benítez, um lutador pela paz da Colômbia. Grande liberal, grande historiador e grande amigo. Meus pêsames a sua família", escreveu o presidente Juan Manuel Santos em sua conta no Twitter. Benítez, advogado de profissão, nasceu no povoado de Riosucio, no departamento de Caldas (centro), em 7 de agosto de 1920. Representando o Partido Liberal ocupou diversos cargos no governo e em duas ocasiões foi indicado à presidência da Colômbia. Em sua longa carreira política foi ministro do Trabalho e de Agricultura, senador, deputado regional e membro da Câmara dos Representantes (Deputados). Como profundo conhecedor da história do país, foi diretor da Comissão de Paz do governo do presidente Belisario Betancur (1982-1986). Além disso, foi membro das academias de História, Língua e Jurisprudência em países da América e da Europa, e recebeu doutorados honoris causa de várias universidades colombianas, assim como do México e do Peru. Morales, autor de mais de 200 livros nos quais abordou diversidade de temas históricos e de outros gêneros, será sepultado em Bogotá, segundo seus familiares.
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Grupo pop se destaca no Líbano ao cantar sobre amor gay
"Cheire o jasmim. Queria ter te mantido perto de mim, te apresentado aos meus pais. Cozinhado sua comida, varrido sua casa. Mimado seus filhos", canta Hamed Sinno, gemendo por entre seu bigode de Freddie Mercury, dirigindo-se a outro homem. Sinno é vocalista do libanês Mashrou' Leila (programa noturno), uma das bandas independentes de maior projeção no mundo árabe –que grava, nestes meses, seu próximo álbum. Saídos do subterrâneo de Beirute, em um país onde homossexuais por vezes são perseguidos, inclusive pelo Estado, o Mashrou' Leila é considerado hoje um ícone do pop árabe de sua geração. Foi a primeira banda do Oriente Médio a ser capa da edição regional da revista "Rolling Stone - Middle East", no ano passado. Em julho, vai tocar em cidades europeias. A reportagem da Folha visitou esses jovens –todos arquitetos, exceto Sinno, que é designer gráfico– em seu estúdio no centro da capital. A entrevista foi conduzida enquanto sons desconexos escapavam da sala de gravação, onde eles preparavam seu quarto disco, sem nome. A música "3 Minutes" já está disponível no YouTube. Será o primeiro álbum da banda desde que, há dois anos, deixaram seus empregos para viver de música. "Nós decidimos que tínhamos que largar tudo o que tínhamos", afirma o guitarrista Firas Abu-Fakher –aos 27 anos, o caçula da banda. "Foi assustador. Se não funcionasse, teríamos que voltar para os nossos empregos." O Mashrou' Leila produz seu quarto álbum, porém, com o conforto de quem já conquistou seu espaço. Desde a estreia em 2008, a banda encantou no país com sua personalidade forte para o mercado pop árabe, visto como demasiado superficial. "Nós cantamos sobre a batalha diária em Beirute, onde negociamos diariamente nosso espaço", afirma Abu-Fakher. "São sentimentos como a solidão diante da estrutura social, coisas que nos formam como humanos." O sucesso da banda, afirma o violinista Haig Papazian, não tinha precedente. "Não havia bandas libanesas cantando em árabe que cruzassem a fronteira entre subterrâneo e mainstream." O terceiro disco foi produzido com a doação de fãs, por meio da campanha "ocupe o pop árabe". "A ideia era que as pessoas apoiassem as bandas", afirma Papazian. O próximo álbum deve ser lançado em novembro, com influência eletrônica, desviando-se de discos anteriores. "Artistas hoje não experimentam", diz o violinista. Mas o quarto trabalho da banda manterá uma das características que a empurraram para fora dos subterrâneos de Beirute: letras sobre o cotidiano, sobre as experiências de seus membros. "Muitas pessoas se identificam com nossas músicas porque representam a realidade delas", diz Papazian.
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Grupo pop se destaca no Líbano ao cantar sobre amor gay"Cheire o jasmim. Queria ter te mantido perto de mim, te apresentado aos meus pais. Cozinhado sua comida, varrido sua casa. Mimado seus filhos", canta Hamed Sinno, gemendo por entre seu bigode de Freddie Mercury, dirigindo-se a outro homem. Sinno é vocalista do libanês Mashrou' Leila (programa noturno), uma das bandas independentes de maior projeção no mundo árabe –que grava, nestes meses, seu próximo álbum. Saídos do subterrâneo de Beirute, em um país onde homossexuais por vezes são perseguidos, inclusive pelo Estado, o Mashrou' Leila é considerado hoje um ícone do pop árabe de sua geração. Foi a primeira banda do Oriente Médio a ser capa da edição regional da revista "Rolling Stone - Middle East", no ano passado. Em julho, vai tocar em cidades europeias. A reportagem da Folha visitou esses jovens –todos arquitetos, exceto Sinno, que é designer gráfico– em seu estúdio no centro da capital. A entrevista foi conduzida enquanto sons desconexos escapavam da sala de gravação, onde eles preparavam seu quarto disco, sem nome. A música "3 Minutes" já está disponível no YouTube. Será o primeiro álbum da banda desde que, há dois anos, deixaram seus empregos para viver de música. "Nós decidimos que tínhamos que largar tudo o que tínhamos", afirma o guitarrista Firas Abu-Fakher –aos 27 anos, o caçula da banda. "Foi assustador. Se não funcionasse, teríamos que voltar para os nossos empregos." O Mashrou' Leila produz seu quarto álbum, porém, com o conforto de quem já conquistou seu espaço. Desde a estreia em 2008, a banda encantou no país com sua personalidade forte para o mercado pop árabe, visto como demasiado superficial. "Nós cantamos sobre a batalha diária em Beirute, onde negociamos diariamente nosso espaço", afirma Abu-Fakher. "São sentimentos como a solidão diante da estrutura social, coisas que nos formam como humanos." O sucesso da banda, afirma o violinista Haig Papazian, não tinha precedente. "Não havia bandas libanesas cantando em árabe que cruzassem a fronteira entre subterrâneo e mainstream." O terceiro disco foi produzido com a doação de fãs, por meio da campanha "ocupe o pop árabe". "A ideia era que as pessoas apoiassem as bandas", afirma Papazian. O próximo álbum deve ser lançado em novembro, com influência eletrônica, desviando-se de discos anteriores. "Artistas hoje não experimentam", diz o violinista. Mas o quarto trabalho da banda manterá uma das características que a empurraram para fora dos subterrâneos de Beirute: letras sobre o cotidiano, sobre as experiências de seus membros. "Muitas pessoas se identificam com nossas músicas porque representam a realidade delas", diz Papazian.
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Pai que deve pensão pode parar no SPC, decide Superior Tribunal
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu nesta terça-feira (17) que o nome do devedor de pensão alimentícia pode ser inscrito em serviços de proteção ao crédito, como SPC e Serasa. A decisão dos ministros da Quarta Turma do tribunal segue determinação do novo Código de Processo Civil, que entra em vigor em março de 2016. Com o julgamento, os juízes de todo o país, no entanto, já podem aplicar a partir de agora esse entendimento. Os ministros discutiram o caso de um devedor que não pagou a pensão do filho menor de idade e que não possuía bens para serem penhorados. A mãe recorreu à Justiça para que ele fosse inserido no cadastro de proteção ao cliente. Inicialmente, o juiz negou o pedido da mãe sob o argumento de que o direito de família corre em segredo, sendo que a finalidade é para preservar os envolvidos. A mãe do menor recorreu alegando que os direitos fundamentais da criança devem prevalecer na questão. Para os ministros, o interesse do menor tem prioridade sobre o direito do devedor de ter o nome preservado. A medida poderia ainda forçar o pagamento da pensão. Relator do caso, o ministro Luís Felipe Salomão sustentou que "não se verifica justificativa plausível para inviabilizar o protesto e a inscrição do nome do devedor alimentar no SPC ou no Serasa. "O segredo de justiça não se sobrepõe (...) ao direito à sobrevivência e dignidade do menor", disse o ministro. Segundo ele, entre as medidas previstas para forçar o pagamento da pensão, está inclusive a prisão do pai, o que seria muito mais grave do que o cadastro nos serviços de proteção ao crédito. Segundo o ministro, não deve haver divulgação de dados do processo ou do alimentando envolvido, devendo o registro se dar de forma sucinta, com a publicação ao comércio e afins apenas que o pai é devedor numa execução em curso.
cotidiano
Pai que deve pensão pode parar no SPC, decide Superior TribunalO STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu nesta terça-feira (17) que o nome do devedor de pensão alimentícia pode ser inscrito em serviços de proteção ao crédito, como SPC e Serasa. A decisão dos ministros da Quarta Turma do tribunal segue determinação do novo Código de Processo Civil, que entra em vigor em março de 2016. Com o julgamento, os juízes de todo o país, no entanto, já podem aplicar a partir de agora esse entendimento. Os ministros discutiram o caso de um devedor que não pagou a pensão do filho menor de idade e que não possuía bens para serem penhorados. A mãe recorreu à Justiça para que ele fosse inserido no cadastro de proteção ao cliente. Inicialmente, o juiz negou o pedido da mãe sob o argumento de que o direito de família corre em segredo, sendo que a finalidade é para preservar os envolvidos. A mãe do menor recorreu alegando que os direitos fundamentais da criança devem prevalecer na questão. Para os ministros, o interesse do menor tem prioridade sobre o direito do devedor de ter o nome preservado. A medida poderia ainda forçar o pagamento da pensão. Relator do caso, o ministro Luís Felipe Salomão sustentou que "não se verifica justificativa plausível para inviabilizar o protesto e a inscrição do nome do devedor alimentar no SPC ou no Serasa. "O segredo de justiça não se sobrepõe (...) ao direito à sobrevivência e dignidade do menor", disse o ministro. Segundo ele, entre as medidas previstas para forçar o pagamento da pensão, está inclusive a prisão do pai, o que seria muito mais grave do que o cadastro nos serviços de proteção ao crédito. Segundo o ministro, não deve haver divulgação de dados do processo ou do alimentando envolvido, devendo o registro se dar de forma sucinta, com a publicação ao comércio e afins apenas que o pai é devedor numa execução em curso.
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Alalaô: Águia de 23 m de altura representa Cristo Redentor em desfile da Portela
A Portela levou à Marquês de Sapucaí uma águia de 23 metros de altura em formato de Cristo Redentor como parte do enredo de homenagem aos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro. A escola foi a segunda a ... Leia post completo no blog
cotidiano
Alalaô: Águia de 23 m de altura representa Cristo Redentor em desfile da PortelaA Portela levou à Marquês de Sapucaí uma águia de 23 metros de altura em formato de Cristo Redentor como parte do enredo de homenagem aos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro. A escola foi a segunda a ... Leia post completo no blog
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Renato Gaúcho é apresentado no Grêmio e diz que clube tem bom elenco
Após a saída de Roger Machado, o Grêmio apresentou nesta segunda-feira (19) Renato Gaúcho, 54, como novo técnico. O treinador assume o clube gaúcho pela terceira vez. Ele esteve à frente da equipe entre 2010 e 2011 e em 2013, conseguindo classificar o Grêmio para a Libertadores nas duas ocasiões. Como atleta, Renato Gaúcho também vestiu o uniforme gremista e conquistou títulos como a Libertadores (1983) e o Campeonato Gaúcho (1985 e 1986). Em sua apresentação, Gaúcho elogiou os jogadores do clube. "O Grêmio tem um grupo muito bom, merecia estar bem melhor colocado no campeonato. De uma forma ou de outra vou procurar contribuir para que a gente comece a vencer, pois no Brasil, o treinador vive de vitórias", disse. Gaúcho terá de superar um desafio: nenhum técnico começa e termina um ano no Grêmio desde Mano Menezes, em 2007. Além de Gaúcho, o Grêmio também apresentou Valdir Espinosa, que assume como coordenador técnico, e Adalberto Preis, novo vice-presidente de futebol. O primeiro treino do novo técnico acontece já nesta segunda-feira (19). Sua estreia será na quarta-feira (21), contra o Atlético-PR, pela Copa do Brasil. No Brasileiro, a equipe aparece na 11ª colocação, com 37 pontos.
esporte
Renato Gaúcho é apresentado no Grêmio e diz que clube tem bom elencoApós a saída de Roger Machado, o Grêmio apresentou nesta segunda-feira (19) Renato Gaúcho, 54, como novo técnico. O treinador assume o clube gaúcho pela terceira vez. Ele esteve à frente da equipe entre 2010 e 2011 e em 2013, conseguindo classificar o Grêmio para a Libertadores nas duas ocasiões. Como atleta, Renato Gaúcho também vestiu o uniforme gremista e conquistou títulos como a Libertadores (1983) e o Campeonato Gaúcho (1985 e 1986). Em sua apresentação, Gaúcho elogiou os jogadores do clube. "O Grêmio tem um grupo muito bom, merecia estar bem melhor colocado no campeonato. De uma forma ou de outra vou procurar contribuir para que a gente comece a vencer, pois no Brasil, o treinador vive de vitórias", disse. Gaúcho terá de superar um desafio: nenhum técnico começa e termina um ano no Grêmio desde Mano Menezes, em 2007. Além de Gaúcho, o Grêmio também apresentou Valdir Espinosa, que assume como coordenador técnico, e Adalberto Preis, novo vice-presidente de futebol. O primeiro treino do novo técnico acontece já nesta segunda-feira (19). Sua estreia será na quarta-feira (21), contra o Atlético-PR, pela Copa do Brasil. No Brasileiro, a equipe aparece na 11ª colocação, com 37 pontos.
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Ex-militar chileno será julgado nos EUA pela morte do músico Victor Jara
Os fantasmas da brutal ditadura chilena (1973-1990) povoarão um tribunal da Flórida, onde terá lugar o julgamento de um militar processado pela família do cantor popular Victor Jara, morto a tiros após ser torturado, há mais de quatro décadas. A família do músico está processando o ex-tenente Pedro Pablo Barrientos Núñez com base na alegação de que o oficial era o responsável pelos soldados no estádio onde Jara foi torturado e morto nos dias seguintes ao golpe que levou Augusto Pinochet ao poder em 1973. Barrientos se mudou para os EUA em 1989 e vive hoje na Flórida. O início do julgamento está marcado para a próxima segunda, num tribunal federal em Orlando, a quase 6.500 quilômetros do local onde Jara desapareceu e foi morto. A mulher da Jara, Joan, sua filha, Amanda, que tinha 8 quando o pai morreu, e sua enteada, Manuela, que tinha 13, entraram com o processo sob a Lei de Proteção à Vítima de Tortura dos EUA, que permite ações civis contra torturadores. Em um comunicado, Joan Jara disse que o julgamento se estende a todos os que passaram tantas décadas procurando por respostas sobre seus seres amados que foram torturados, desaparecidos ou mortos sob o regime de Pinochet. Victor Jara era um cantor popular e ativista político que havia feito campanha para o socialista Salvador Allende, eleito presidente do Chile em 1970. Os esforços de Allende pela estatização de indústrias, incluindo a retomada de empresas mineradoras norte-americanas que exploravam o cobre no Chile, atraiu a oposição no país e nos EUA, que se opunha à influência esquerdista na América Latina durante a Guerra Fria. Em setembro de 1973, o oficial do Exército Augusto Pinochet (1915-2006) orquestrou um golpe contra o governo de Allende. O presidente acabou se suicidando após o naufrágio da resistência ao golpe dentro do Palácio de La Moneda, sede do governo chileno. Pinochet e a junta militar que ele liderou fecharam o Congresso e extinguiram partidos de oposição e sindicatos. Soldados passaram a perseguir os apoiadores de Allende e outros inimigos ideológicos do regime, enviando-os ao Estádio Nacional, onde muitos eram torturados ou desapareciam. Anos mais tarde, comissões estabeleceram em 3.200 o número de mortos ou desaparecidos, além de dezenas de milhares de pessoas torturadas, presas ou interrogadas, durante a ditadura chilena. Em um relatório de 2000, a CIA (agência norte-americana de inteligência) declarou que tinha informação de que o golpe estava sendo tramado, mas que não o havia instigado. Alguns historiadores argumentam que os esforços dos EUA para desestabilizar o governo de Allende ajudaram a fomentar o golpe. O texto do processo aberto pela família Jara sustenta que a música e as convicções políticas do cantor, que enfatizavam a desigualdade social no país, constituíam uma ameaça ao nascente governo pinochetista. Victor Jara foi preso numa ofensiva militar à universidade onde ele trabalhava e foi levado ao Estádio Nacional, que havia sido transformado numa prisão improvisada para cerca de 5.000 detentos. Num dos vestiários do subsolo, ele apanhou brutalmente e levou mais de 40 tiros, inclusive na cabeça, segundo o processo. Barrientos e os soldados sob seu comando estavam entre os militares destacados para o estádio, ainda segundo o texto do processo, que afirma que o réu era o responsável pela detenção em massa no estádio. O advogado de Barrientos, Luis Calderón, não quis se pronunciar antes do julgamento. Nos papéis da defesa, Barrientos argumenta que a queixa da família de Jara deveria ser levada a um tribunal chileno. Sua defesa argumenta ainda que os Jara abandonaram o depoimento de uma testemunha que havia previamente dito que Barrientos havia atirado em Jara durante uma roleta russa, o que levantara dúvidas sobre a responsabilidade efetiva do então tenente na morte do músico. Para a defesa, tais alegações genéricas não comprovam que Barrientos teria agido de maneira calculada ou intencional para conduzir tortura e execuções. Em 1978, Joan Jara tentou abrir uma investigação penal no Chile, mas seus esforços foram impedidos por uma lei que garantiu a anistia aos que haviam cometidos crimes entre 1973 e 1978. Em 2012, o Tribunal de Apelação de Santiago declarou Barrientos culpado da morte de Jara, mas não pôde ir adiante com a acusação, porque a lei chilena não permite julgamentos a revelia, o que exauriu as possibilidade da família diante da Justiça do país, segundo o texto do processo. Parentes de vítimas do regime de Pinochet tiveram sucesso em outras causas contra oficiais militares. Em 2003, um tribunal de Miami concedeu uma indenização de US$ 4 milhões à família de um economista chileno morto por um esquadrão militar conhecido como Caravana da Morte. Além de obter reparação, o mais importante no processo da família Jara é jogar luz sobre o que aconteceu aos detentos no estádio, disse Dixon Osburn, diretor-executivo da ONG jurídica Center for Justice & Accountability, que auxiliou as famílias tanto naquele caso como neste. Durante sua prisão no estádio, que durou três dias, Jara escreveu seu último poema que, segundo o processo, foi entregue a sua mulher por outro detento. Nele, o cantor dizia: "Como me sai mal o canto / quando tenho que cantar o espanto! // Espanto como o que vivo/ como o que morro, espanto".
mundo
Ex-militar chileno será julgado nos EUA pela morte do músico Victor JaraOs fantasmas da brutal ditadura chilena (1973-1990) povoarão um tribunal da Flórida, onde terá lugar o julgamento de um militar processado pela família do cantor popular Victor Jara, morto a tiros após ser torturado, há mais de quatro décadas. A família do músico está processando o ex-tenente Pedro Pablo Barrientos Núñez com base na alegação de que o oficial era o responsável pelos soldados no estádio onde Jara foi torturado e morto nos dias seguintes ao golpe que levou Augusto Pinochet ao poder em 1973. Barrientos se mudou para os EUA em 1989 e vive hoje na Flórida. O início do julgamento está marcado para a próxima segunda, num tribunal federal em Orlando, a quase 6.500 quilômetros do local onde Jara desapareceu e foi morto. A mulher da Jara, Joan, sua filha, Amanda, que tinha 8 quando o pai morreu, e sua enteada, Manuela, que tinha 13, entraram com o processo sob a Lei de Proteção à Vítima de Tortura dos EUA, que permite ações civis contra torturadores. Em um comunicado, Joan Jara disse que o julgamento se estende a todos os que passaram tantas décadas procurando por respostas sobre seus seres amados que foram torturados, desaparecidos ou mortos sob o regime de Pinochet. Victor Jara era um cantor popular e ativista político que havia feito campanha para o socialista Salvador Allende, eleito presidente do Chile em 1970. Os esforços de Allende pela estatização de indústrias, incluindo a retomada de empresas mineradoras norte-americanas que exploravam o cobre no Chile, atraiu a oposição no país e nos EUA, que se opunha à influência esquerdista na América Latina durante a Guerra Fria. Em setembro de 1973, o oficial do Exército Augusto Pinochet (1915-2006) orquestrou um golpe contra o governo de Allende. O presidente acabou se suicidando após o naufrágio da resistência ao golpe dentro do Palácio de La Moneda, sede do governo chileno. Pinochet e a junta militar que ele liderou fecharam o Congresso e extinguiram partidos de oposição e sindicatos. Soldados passaram a perseguir os apoiadores de Allende e outros inimigos ideológicos do regime, enviando-os ao Estádio Nacional, onde muitos eram torturados ou desapareciam. Anos mais tarde, comissões estabeleceram em 3.200 o número de mortos ou desaparecidos, além de dezenas de milhares de pessoas torturadas, presas ou interrogadas, durante a ditadura chilena. Em um relatório de 2000, a CIA (agência norte-americana de inteligência) declarou que tinha informação de que o golpe estava sendo tramado, mas que não o havia instigado. Alguns historiadores argumentam que os esforços dos EUA para desestabilizar o governo de Allende ajudaram a fomentar o golpe. O texto do processo aberto pela família Jara sustenta que a música e as convicções políticas do cantor, que enfatizavam a desigualdade social no país, constituíam uma ameaça ao nascente governo pinochetista. Victor Jara foi preso numa ofensiva militar à universidade onde ele trabalhava e foi levado ao Estádio Nacional, que havia sido transformado numa prisão improvisada para cerca de 5.000 detentos. Num dos vestiários do subsolo, ele apanhou brutalmente e levou mais de 40 tiros, inclusive na cabeça, segundo o processo. Barrientos e os soldados sob seu comando estavam entre os militares destacados para o estádio, ainda segundo o texto do processo, que afirma que o réu era o responsável pela detenção em massa no estádio. O advogado de Barrientos, Luis Calderón, não quis se pronunciar antes do julgamento. Nos papéis da defesa, Barrientos argumenta que a queixa da família de Jara deveria ser levada a um tribunal chileno. Sua defesa argumenta ainda que os Jara abandonaram o depoimento de uma testemunha que havia previamente dito que Barrientos havia atirado em Jara durante uma roleta russa, o que levantara dúvidas sobre a responsabilidade efetiva do então tenente na morte do músico. Para a defesa, tais alegações genéricas não comprovam que Barrientos teria agido de maneira calculada ou intencional para conduzir tortura e execuções. Em 1978, Joan Jara tentou abrir uma investigação penal no Chile, mas seus esforços foram impedidos por uma lei que garantiu a anistia aos que haviam cometidos crimes entre 1973 e 1978. Em 2012, o Tribunal de Apelação de Santiago declarou Barrientos culpado da morte de Jara, mas não pôde ir adiante com a acusação, porque a lei chilena não permite julgamentos a revelia, o que exauriu as possibilidade da família diante da Justiça do país, segundo o texto do processo. Parentes de vítimas do regime de Pinochet tiveram sucesso em outras causas contra oficiais militares. Em 2003, um tribunal de Miami concedeu uma indenização de US$ 4 milhões à família de um economista chileno morto por um esquadrão militar conhecido como Caravana da Morte. Além de obter reparação, o mais importante no processo da família Jara é jogar luz sobre o que aconteceu aos detentos no estádio, disse Dixon Osburn, diretor-executivo da ONG jurídica Center for Justice & Accountability, que auxiliou as famílias tanto naquele caso como neste. Durante sua prisão no estádio, que durou três dias, Jara escreveu seu último poema que, segundo o processo, foi entregue a sua mulher por outro detento. Nele, o cantor dizia: "Como me sai mal o canto / quando tenho que cantar o espanto! // Espanto como o que vivo/ como o que morro, espanto".
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Crise no Rio é 'didática', afirma Meirelles ao defender reformas
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (8) que a crise fiscal do Rio de Janeiro, causada principalmente pelo aumento das despesas com aposentadorias e pensões, é "didática" do que pode acontecer se a reforma da Previdência não for feita. "A Previdência é injusta, pois concede privilégios fundamentalmente para grupos menores de assalariados. No caso da idade mínima, por exemplo. A redução atingirá fundamentalmente e principalmente grupos de assalariados com renda mais elevada. Assalariados de menor renda tem comportamento natural de entrada e saída do mercado formal, então o tempo médio de contribuição é baixo", disse. Ele declarou ainda que o governo está fazendo uma espécie de "pente fino" nos gastos sociais. "É impressionante o que existe de falta de cuidado no uso do recurso público, incluindo a concessão de programas sociais", afirmou. O ministro também anunciou que a multa e o imposto devidos pela regularização de recursos ilegais no exterior somarão, depois do pagamento da participação a estados e municípios e da compensação do deficit das estatais, R$ 26, 4 bilhões adicionais para a União. Nesta segunda (7( governo anunciou que o programa arrecadou R$ 46,8 bilhões. A declaração foi dada após participação do ministro em seminário de infraestrutura e desenvolvimento que acontece na sede da CNI (Confederação Nacional da Indústria). De acordo com Meirelles, a prioridade para este montante será a redução de restos a pagar de anos anteriores. Como antecipou a Folha, o ministro afirmou que a ideia é quitar entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões dessas despesas, que hoje somam R$ 63 bilhões. Em segundo lugar, a ideia é usar esse dinheiro como um colchão, até o final do ano, de eventuais riscos fiscais que apareçam. Além disso, o governo quer compensar parcialmente ou totalmente a frustração da meta do resultado primário dos estados, que pode chegar a entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões. De acordo com o ministro, a ideia também é que esses recursos ajudem a garantir o cumprimento da meta fiscal do ano, de R$ 170,5 bilhões. Ele afirmou que o governo consegue entregar um resultado negativo menor. Mas disse que a prioridade é a quitação dos restos a pagar. "Temos condições de fazer isso [entregar um resultado primário menor], mas também temos condições de liquidar um valor maior de restos a pagar. É muito importante, achamos que para maior credibilidade do teto de gastos, maior consistência, a redução dos gastos a pagar é mais importante".
mercado
Crise no Rio é 'didática', afirma Meirelles ao defender reformasO ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (8) que a crise fiscal do Rio de Janeiro, causada principalmente pelo aumento das despesas com aposentadorias e pensões, é "didática" do que pode acontecer se a reforma da Previdência não for feita. "A Previdência é injusta, pois concede privilégios fundamentalmente para grupos menores de assalariados. No caso da idade mínima, por exemplo. A redução atingirá fundamentalmente e principalmente grupos de assalariados com renda mais elevada. Assalariados de menor renda tem comportamento natural de entrada e saída do mercado formal, então o tempo médio de contribuição é baixo", disse. Ele declarou ainda que o governo está fazendo uma espécie de "pente fino" nos gastos sociais. "É impressionante o que existe de falta de cuidado no uso do recurso público, incluindo a concessão de programas sociais", afirmou. O ministro também anunciou que a multa e o imposto devidos pela regularização de recursos ilegais no exterior somarão, depois do pagamento da participação a estados e municípios e da compensação do deficit das estatais, R$ 26, 4 bilhões adicionais para a União. Nesta segunda (7( governo anunciou que o programa arrecadou R$ 46,8 bilhões. A declaração foi dada após participação do ministro em seminário de infraestrutura e desenvolvimento que acontece na sede da CNI (Confederação Nacional da Indústria). De acordo com Meirelles, a prioridade para este montante será a redução de restos a pagar de anos anteriores. Como antecipou a Folha, o ministro afirmou que a ideia é quitar entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões dessas despesas, que hoje somam R$ 63 bilhões. Em segundo lugar, a ideia é usar esse dinheiro como um colchão, até o final do ano, de eventuais riscos fiscais que apareçam. Além disso, o governo quer compensar parcialmente ou totalmente a frustração da meta do resultado primário dos estados, que pode chegar a entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões. De acordo com o ministro, a ideia também é que esses recursos ajudem a garantir o cumprimento da meta fiscal do ano, de R$ 170,5 bilhões. Ele afirmou que o governo consegue entregar um resultado negativo menor. Mas disse que a prioridade é a quitação dos restos a pagar. "Temos condições de fazer isso [entregar um resultado primário menor], mas também temos condições de liquidar um valor maior de restos a pagar. É muito importante, achamos que para maior credibilidade do teto de gastos, maior consistência, a redução dos gastos a pagar é mais importante".
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Assessor de Dilma relatou reunião fechada a empreiteiro
Em conversa com o empreiteiro Otávio Marques de Azevedo, da Andrade Gutierrez, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Thomas Traumann deu informações sobre uma reunião fechada da presidente Dilma Rousseff com ministros. A conversa, por meio de mensagens de celular, ocorreu em outubro de 2011, quando Traumann exercia a função de assessor especial de Dilma. A transcrição está em um documento da Operação Lava Jato . O caso foi revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo". "No café da manha, chefa disse q o entroncamento de rotas c/ GRU e VRC invabiliza Caieiras", escreveu Traumann. Ele se referia a uma proposta de construção de um novo aeroporto na Grande São Paulo, no município de Caieiras, que poderia afetar os aeroportos de Guarulhos e Viracopos. Esses dois aeroportos foram concedidos à iniciativa privada no primeiro mandato de Dilma. Azevedo perguntou se a manifestação da presidente tinha sido pública, ao que Traumann respondeu que não. "Só ministros." O então assessor especial já havia trabalhado na área de comunicação da empreiteira. As conversas com o empresário foram interceptadas pela Polícia Federal em investigação da Lava Jato. Azevedo, hoje delator, foi detido em junho de 2015. Em outras mensagens, de 2012, o empresário e o agora ex-ministro falam sobre o novo cargo que ele desempenharia no governo Dilma, como porta-voz da Presidência. Também discutem a reforma do estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, para a Copa de 2014. Traumann orienta o empreiteiro a "afinar o discurso" com o Internacional, dono do estádio. A empreiteira à época negociava um acordo para assumir a reforma em troca de receber parte da gestão do complexo. A reportagem procurou o ex-ministro, mas não conseguiu localizá-lo nesta terça-feira (12).
poder
Assessor de Dilma relatou reunião fechada a empreiteiroEm conversa com o empreiteiro Otávio Marques de Azevedo, da Andrade Gutierrez, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Thomas Traumann deu informações sobre uma reunião fechada da presidente Dilma Rousseff com ministros. A conversa, por meio de mensagens de celular, ocorreu em outubro de 2011, quando Traumann exercia a função de assessor especial de Dilma. A transcrição está em um documento da Operação Lava Jato . O caso foi revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo". "No café da manha, chefa disse q o entroncamento de rotas c/ GRU e VRC invabiliza Caieiras", escreveu Traumann. Ele se referia a uma proposta de construção de um novo aeroporto na Grande São Paulo, no município de Caieiras, que poderia afetar os aeroportos de Guarulhos e Viracopos. Esses dois aeroportos foram concedidos à iniciativa privada no primeiro mandato de Dilma. Azevedo perguntou se a manifestação da presidente tinha sido pública, ao que Traumann respondeu que não. "Só ministros." O então assessor especial já havia trabalhado na área de comunicação da empreiteira. As conversas com o empresário foram interceptadas pela Polícia Federal em investigação da Lava Jato. Azevedo, hoje delator, foi detido em junho de 2015. Em outras mensagens, de 2012, o empresário e o agora ex-ministro falam sobre o novo cargo que ele desempenharia no governo Dilma, como porta-voz da Presidência. Também discutem a reforma do estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, para a Copa de 2014. Traumann orienta o empreiteiro a "afinar o discurso" com o Internacional, dono do estádio. A empreiteira à época negociava um acordo para assumir a reforma em troca de receber parte da gestão do complexo. A reportagem procurou o ex-ministro, mas não conseguiu localizá-lo nesta terça-feira (12).
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Protestos contra Temer espalham-se por espetáculos no país e no exterior
O cineasta Kleber Mendonça Filho, a atriz Sônia Braga e, com eles, o time de atores do filme "Aquarius" fizeram escola. O protesto realizado pelo grupo no último dia 17 no Festival de Cannes contra o afastamento de Dilma Rousseff acabou gerando uma onda de manifestações similares, com força particular no teatro e na dança. A impressão em sulfite de frases como "Fora Temer" e "Temer Jamais" tornou-se "um item que você leva na bolsa para qualquer oportunidade", diz a atriz Roberta Estrela D'Alva. "Sempre pode ter uma câmera da rede golpe gravando ao vivo", diz a atriz, referindo-se "às brechas" na cobertura jornalística televisiva. Veterana de um cenário teatral que se abastece de linguagens da arte de rua, ela estava no elenco da peça "Garrincha", criação do americano Bob Wilson, e conta que foi nesse clima de guerrilha midiática que a última sessão da peça, no dia 29 de maio, terminou: após os aplausos, começaram a pipocar, sobre o palco e na plateia, as duas principais frases de rejeição ao governo interino de Temer. São as mesmas sentenças que se espalharam pela Virada Cultural em São Paulo, no mês passado. A coreógrafa Lia Rodrigues já havia feito algo parecido no dia 20, quando abriu o Projeto Brasil, mostra de dança e teatro que passa por várias cidades alemãs até o próximo dia 26 –com cerca de 30 espetáculos brasileiros. Lia assina a criação de "Para que o Céu Não Caia". Logo após a sessão da peça, os intérpretes levantaram módulos com letras que formavam a frase "Against the Coup in Brazil" (contra o golpe no Brasil). No mesmo festival, houve manifestações similares da Cia Hiato e do coreógrafo Marcelo Evelin. Segundo a organização do festival, a imagem do jogo de letras da peça de Lia Rodrigues ganhou 64 mil impressões, encartadas no "Frankfurter Allgemeine", principal jornal alemão. Outras investidas que acusam o governo interino de Michel Temer de ter cometido um golpe parlamentar estão prometidas na grade. "Preparamos cartazes e mostraremos ao final da sessão", diz Karin Serafin, dançarina do grupo de dança Cena 11, que tem sessões a partir do dia 10 em Frankfurt. "Será um protesto silencioso", comenta. "As manifestações que tenho acompanhado são assim. E há inclusive manifestações que partem da plateia." A tática é antiga, diz Estrela D'Alva. "Aprendi em anos de ativismo na Frente 3 de Fevereiro, quando já abríamos bandeiras com frases em estádios de futebol bem na hora do gol, quando a TV filmava a torcida", conta. A Frente 3 de Fevereiro combatia o racismo, estampando frases como "Brasil Negro Salve". 'TERRORISMO POÉTICO' A atriz cita o historiador e ativista americano Hakim Bey como um dos pais de um tipo de ação que passou a ser chamada de "terrorismo poético", onde a palavra terrorismo deixa de conotar uma violência física. Desestabilizar o poder é um tópico da obra de Bay, com a sugestão de que se faça com leveza e humor. Bom exemplo foi o ato do ator e diretor Guilherme Weber no "Programa do Jô" no último dia 2: ao despedir-se do apresentador, o artista encaixou: "Não deu tempo de falar, mas, ultimamente, Fora Temer". Sem erguer o punho e sem avolumar a voz. A Folha contatou a Presidência da República para que comentasse os protestos, mas não houve resposta até a conclusão desta edição. EVANGÉLICOS E RUÍNA DO PT Se o presidente interino Michel Temer estiver certo e "essa coisa de ideologia" de fato estiver "fora de moda", a classe teatral inteira vai precisar trocar de guarda-roupa ainda neste inverno. As bandeiras da esquerda não pararam de ganhar menção em cena no período que segue o afastamento de Dilma da Presidência. Antes que o leitor tache o cenário de "petralha", é bom dizer que há tiros para todos os lados. A performance "Efeito Cassandra - Na Calada da Voz", do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, menciona situações de machismo entre deputados. A peça "O Avesso do Claustro" resgata a figura de dom Helder Câmara em contraposição ao papel conservador de evangélicos no Congresso. E a série "Abnegação" vê o PT de forma crítica, sem condescendência. Com assinatura do grupo Tablado de Arruar, a trilogia chegará neste mês ao terceiro volume, colocando novamente holofotes sobre o esfacelamento de valores morais no jogo político dos anos Lula. "Se eu estivesse sofrendo assim eu ia querer que alguém me desse a mão. Mesmo que fosse o cara que está justamente metendo a pica na pessoa que eu amo", diz em determinado momento da peça um advogado do PT, no tom frio e cheio de cinismo que atravessa boa parte dos diálogos deste último episódio, que estreia no dia 23, no Sesc Ipiranga (o primeiro episódio começou a ser reapresentado nesta quinta). O autor das peças, Alexandre Dal Farra, conta que "Abnegação 3 - Restos" inclui um epílogo em que Dilma Rousseff se despede do poder. O texto tem, em tratamento tragicômico, o estilo truncado do discurso da presidente afastada, com longas explicações sobre a inabilidade de falar bem e dialogar com políticos que ela, durante este pronunciamento fictício, classifica como mesquinhos. Já 'O Pão e a Pedra', da Cia. do Latão, parte de um olhar sobre a greve de metalúrgicos em 1979 no ABC paulista. No centro da trama, uma mulher se disfarça de homem para conseguir mais oportunidades em um ambiente machista. A peça então, com elementos documentais inclusive, revê situações que abarcam as expectativas ideológicas de operários, movimentos estudantis e da ala progressista da igreja. No Sesc Consolação, também entra em cartaz neste final de semana as duas peças de Samir Yazbek (codireção de Helio Cícero) que integram o projeto "Brasil: o Futuro que Nunca Chega". A primeira tem o nome Princesa Isabel no subtítulo. A segunda se inspira na figura de D. Pedro 2º. Yazbek brinca que esta dose dupla poderia também se chamar "Brasil: o Passado que Nunca Passa". Ele entende que ambas as peças desvelam o perfil de um país que não consegue se desamarrar de velhos problemas econômicos e sociais. A peça sobre a Princesa Isabel retorna ao momento em que o Império perde força por defender a abolição da escravatura, mostra o jogo entre governo e legisladores. A peça sobre D. Pedro 2º investiga uma passagem do imperador pelo Oriente Médio e a decorrente abertura do país à imigração libanesa –com menções à xenofobia e ao retrato atemporal de discursos fascistas na internet. BRASIL - O FUTURO QUE NUNCA CHEGA QUANDO qui. e sáb., às 21h ("Brasil: o Futuro que Nunca Chega - Princesa Isabel"); sex., às 21h, e dom., às 18h ("D. Pedro 2º"); até 10/7 ONDE Sesc Consolação, r. Dr. Vila Nova, 245, tel. (11) 3234-3000 QUANTO R$ 12 a R$ 40 CLASSIFICAÇÃO 12 anos O PÃO E A PEDRA QUANDO qui. a sáb., às 19h30; dom., às 18h ONDE Tusp, r. Maria Antônia, 294, tel. (11) 3123-5233 QUANTO R$ 20 CLASSIFICAÇÃO 18 anos TRILOGIA ABNEGAÇÃO QUANDO qui. a sáb., às 21h, e dom., às 18h; até 12/6 (parte 1); de 16 a 19/6 (parte 2); de 23/6 a 17/7 (parte 3) ONDE Sesc Ipiranga, R. Bom Pastor, 822, tel. (11) 3340-2000. QUANTO R$ 7,50 a R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 16 anos (parte 1 e 4) e 18 anos (parte 2)
ilustrada
Protestos contra Temer espalham-se por espetáculos no país e no exteriorO cineasta Kleber Mendonça Filho, a atriz Sônia Braga e, com eles, o time de atores do filme "Aquarius" fizeram escola. O protesto realizado pelo grupo no último dia 17 no Festival de Cannes contra o afastamento de Dilma Rousseff acabou gerando uma onda de manifestações similares, com força particular no teatro e na dança. A impressão em sulfite de frases como "Fora Temer" e "Temer Jamais" tornou-se "um item que você leva na bolsa para qualquer oportunidade", diz a atriz Roberta Estrela D'Alva. "Sempre pode ter uma câmera da rede golpe gravando ao vivo", diz a atriz, referindo-se "às brechas" na cobertura jornalística televisiva. Veterana de um cenário teatral que se abastece de linguagens da arte de rua, ela estava no elenco da peça "Garrincha", criação do americano Bob Wilson, e conta que foi nesse clima de guerrilha midiática que a última sessão da peça, no dia 29 de maio, terminou: após os aplausos, começaram a pipocar, sobre o palco e na plateia, as duas principais frases de rejeição ao governo interino de Temer. São as mesmas sentenças que se espalharam pela Virada Cultural em São Paulo, no mês passado. A coreógrafa Lia Rodrigues já havia feito algo parecido no dia 20, quando abriu o Projeto Brasil, mostra de dança e teatro que passa por várias cidades alemãs até o próximo dia 26 –com cerca de 30 espetáculos brasileiros. Lia assina a criação de "Para que o Céu Não Caia". Logo após a sessão da peça, os intérpretes levantaram módulos com letras que formavam a frase "Against the Coup in Brazil" (contra o golpe no Brasil). No mesmo festival, houve manifestações similares da Cia Hiato e do coreógrafo Marcelo Evelin. Segundo a organização do festival, a imagem do jogo de letras da peça de Lia Rodrigues ganhou 64 mil impressões, encartadas no "Frankfurter Allgemeine", principal jornal alemão. Outras investidas que acusam o governo interino de Michel Temer de ter cometido um golpe parlamentar estão prometidas na grade. "Preparamos cartazes e mostraremos ao final da sessão", diz Karin Serafin, dançarina do grupo de dança Cena 11, que tem sessões a partir do dia 10 em Frankfurt. "Será um protesto silencioso", comenta. "As manifestações que tenho acompanhado são assim. E há inclusive manifestações que partem da plateia." A tática é antiga, diz Estrela D'Alva. "Aprendi em anos de ativismo na Frente 3 de Fevereiro, quando já abríamos bandeiras com frases em estádios de futebol bem na hora do gol, quando a TV filmava a torcida", conta. A Frente 3 de Fevereiro combatia o racismo, estampando frases como "Brasil Negro Salve". 'TERRORISMO POÉTICO' A atriz cita o historiador e ativista americano Hakim Bey como um dos pais de um tipo de ação que passou a ser chamada de "terrorismo poético", onde a palavra terrorismo deixa de conotar uma violência física. Desestabilizar o poder é um tópico da obra de Bay, com a sugestão de que se faça com leveza e humor. Bom exemplo foi o ato do ator e diretor Guilherme Weber no "Programa do Jô" no último dia 2: ao despedir-se do apresentador, o artista encaixou: "Não deu tempo de falar, mas, ultimamente, Fora Temer". Sem erguer o punho e sem avolumar a voz. A Folha contatou a Presidência da República para que comentasse os protestos, mas não houve resposta até a conclusão desta edição. EVANGÉLICOS E RUÍNA DO PT Se o presidente interino Michel Temer estiver certo e "essa coisa de ideologia" de fato estiver "fora de moda", a classe teatral inteira vai precisar trocar de guarda-roupa ainda neste inverno. As bandeiras da esquerda não pararam de ganhar menção em cena no período que segue o afastamento de Dilma da Presidência. Antes que o leitor tache o cenário de "petralha", é bom dizer que há tiros para todos os lados. A performance "Efeito Cassandra - Na Calada da Voz", do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, menciona situações de machismo entre deputados. A peça "O Avesso do Claustro" resgata a figura de dom Helder Câmara em contraposição ao papel conservador de evangélicos no Congresso. E a série "Abnegação" vê o PT de forma crítica, sem condescendência. Com assinatura do grupo Tablado de Arruar, a trilogia chegará neste mês ao terceiro volume, colocando novamente holofotes sobre o esfacelamento de valores morais no jogo político dos anos Lula. "Se eu estivesse sofrendo assim eu ia querer que alguém me desse a mão. Mesmo que fosse o cara que está justamente metendo a pica na pessoa que eu amo", diz em determinado momento da peça um advogado do PT, no tom frio e cheio de cinismo que atravessa boa parte dos diálogos deste último episódio, que estreia no dia 23, no Sesc Ipiranga (o primeiro episódio começou a ser reapresentado nesta quinta). O autor das peças, Alexandre Dal Farra, conta que "Abnegação 3 - Restos" inclui um epílogo em que Dilma Rousseff se despede do poder. O texto tem, em tratamento tragicômico, o estilo truncado do discurso da presidente afastada, com longas explicações sobre a inabilidade de falar bem e dialogar com políticos que ela, durante este pronunciamento fictício, classifica como mesquinhos. Já 'O Pão e a Pedra', da Cia. do Latão, parte de um olhar sobre a greve de metalúrgicos em 1979 no ABC paulista. No centro da trama, uma mulher se disfarça de homem para conseguir mais oportunidades em um ambiente machista. A peça então, com elementos documentais inclusive, revê situações que abarcam as expectativas ideológicas de operários, movimentos estudantis e da ala progressista da igreja. No Sesc Consolação, também entra em cartaz neste final de semana as duas peças de Samir Yazbek (codireção de Helio Cícero) que integram o projeto "Brasil: o Futuro que Nunca Chega". A primeira tem o nome Princesa Isabel no subtítulo. A segunda se inspira na figura de D. Pedro 2º. Yazbek brinca que esta dose dupla poderia também se chamar "Brasil: o Passado que Nunca Passa". Ele entende que ambas as peças desvelam o perfil de um país que não consegue se desamarrar de velhos problemas econômicos e sociais. A peça sobre a Princesa Isabel retorna ao momento em que o Império perde força por defender a abolição da escravatura, mostra o jogo entre governo e legisladores. A peça sobre D. Pedro 2º investiga uma passagem do imperador pelo Oriente Médio e a decorrente abertura do país à imigração libanesa –com menções à xenofobia e ao retrato atemporal de discursos fascistas na internet. BRASIL - O FUTURO QUE NUNCA CHEGA QUANDO qui. e sáb., às 21h ("Brasil: o Futuro que Nunca Chega - Princesa Isabel"); sex., às 21h, e dom., às 18h ("D. Pedro 2º"); até 10/7 ONDE Sesc Consolação, r. Dr. Vila Nova, 245, tel. (11) 3234-3000 QUANTO R$ 12 a R$ 40 CLASSIFICAÇÃO 12 anos O PÃO E A PEDRA QUANDO qui. a sáb., às 19h30; dom., às 18h ONDE Tusp, r. Maria Antônia, 294, tel. (11) 3123-5233 QUANTO R$ 20 CLASSIFICAÇÃO 18 anos TRILOGIA ABNEGAÇÃO QUANDO qui. a sáb., às 21h, e dom., às 18h; até 12/6 (parte 1); de 16 a 19/6 (parte 2); de 23/6 a 17/7 (parte 3) ONDE Sesc Ipiranga, R. Bom Pastor, 822, tel. (11) 3340-2000. QUANTO R$ 7,50 a R$ 25 CLASSIFICAÇÃO 16 anos (parte 1 e 4) e 18 anos (parte 2)
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Aldeias doentes
Os mais de 15 mil xavantes do Brasil se espalham por uma dezena de terras indígenas em Mato Grosso. A etnia ficou famosa nos anos 1940 como a primeira a ser "pacificada" no Centro-Oeste e hoje se destaca por uma triste estatística: a cada três dias morre uma de suas crianças, em geral por diarreia. Foram 116 mortes até os cinco anos de idade em 2014. Isso representa 15% do total de óbitos indígenas nessa faixa etária no país (785); nenhum outro povo teve tantos. Na origem das mortes está a falta de saneamento e de pronto atendimento (diarreias, afinal, são tratáveis). Banheiros são raros, e a água de beber acaba contaminada. A situação nas aldeias da terra Sangradouro, contudo, é diversa. Desde 1957, com a chegada de uma missão de padres salesianos, esses xavantes contam com algum atendimento de saúde. Morrem menos crianças por diarreia em Sangradouro, mas suas aldeias sofrem com uma doença de adultos típica das cidades, que quase não se vê nas localidades mais distantes: diabetes. A prevalência ali chega a 28,2%. Na população brasileira, é de 7,6%. A epidemia tem relação direta com a proximidade de áreas urbanas, a distribuição de cestas básicas com doces antes ausentes da alimentação tradicional e dinheiro –de Bolsa Família e aposentadorias– para comprar refrigerantes e biscoitos. Com o consumo de açúcar, veio também o diabetes tipo 2 e suas sequelas, como a amputação de membros inferiores. O caso dos xavantes ilustra bem o desafio de prover assistência de saúde aos mais de 700 mil índios do país, acometidos não só pelas moléstias da pobreza rural como também as do desenvolvimento. Para dificultar a tarefa, muitos vivem em comunidades pequenas e isoladas. A maioria na Amazônia, não raro acessíveis só de barco (existem 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas para dar conta de tamanho pesadelo logístico). Não bastasse isso, as repartições federais que cuidam da saúde indígena padecem dos males ancestrais do Estado brasileiro: ineficiência e corrupção. Esta corroeu o serviço antes prestado pela Funasa, substituída em 2010 pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde. Os protestos indígenas continuam. A Sesai pretende terceirizar o atendimento criando um terceiro órgão, privado, o Instituto Nacional de Saúde Indígena, para contornar amarras do setor público. Pode ser uma saída. O projeto nem foi oficializado, porém, e já sofre oposição de ONGs indígenas e do Ministério Público Federal. As crianças e os diabéticos xavantes vão ter de esperar um pouco mais. editoriais@uol.com.br Assista
opiniao
Aldeias doentesOs mais de 15 mil xavantes do Brasil se espalham por uma dezena de terras indígenas em Mato Grosso. A etnia ficou famosa nos anos 1940 como a primeira a ser "pacificada" no Centro-Oeste e hoje se destaca por uma triste estatística: a cada três dias morre uma de suas crianças, em geral por diarreia. Foram 116 mortes até os cinco anos de idade em 2014. Isso representa 15% do total de óbitos indígenas nessa faixa etária no país (785); nenhum outro povo teve tantos. Na origem das mortes está a falta de saneamento e de pronto atendimento (diarreias, afinal, são tratáveis). Banheiros são raros, e a água de beber acaba contaminada. A situação nas aldeias da terra Sangradouro, contudo, é diversa. Desde 1957, com a chegada de uma missão de padres salesianos, esses xavantes contam com algum atendimento de saúde. Morrem menos crianças por diarreia em Sangradouro, mas suas aldeias sofrem com uma doença de adultos típica das cidades, que quase não se vê nas localidades mais distantes: diabetes. A prevalência ali chega a 28,2%. Na população brasileira, é de 7,6%. A epidemia tem relação direta com a proximidade de áreas urbanas, a distribuição de cestas básicas com doces antes ausentes da alimentação tradicional e dinheiro –de Bolsa Família e aposentadorias– para comprar refrigerantes e biscoitos. Com o consumo de açúcar, veio também o diabetes tipo 2 e suas sequelas, como a amputação de membros inferiores. O caso dos xavantes ilustra bem o desafio de prover assistência de saúde aos mais de 700 mil índios do país, acometidos não só pelas moléstias da pobreza rural como também as do desenvolvimento. Para dificultar a tarefa, muitos vivem em comunidades pequenas e isoladas. A maioria na Amazônia, não raro acessíveis só de barco (existem 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas para dar conta de tamanho pesadelo logístico). Não bastasse isso, as repartições federais que cuidam da saúde indígena padecem dos males ancestrais do Estado brasileiro: ineficiência e corrupção. Esta corroeu o serviço antes prestado pela Funasa, substituída em 2010 pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde. Os protestos indígenas continuam. A Sesai pretende terceirizar o atendimento criando um terceiro órgão, privado, o Instituto Nacional de Saúde Indígena, para contornar amarras do setor público. Pode ser uma saída. O projeto nem foi oficializado, porém, e já sofre oposição de ONGs indígenas e do Ministério Público Federal. As crianças e os diabéticos xavantes vão ter de esperar um pouco mais. editoriais@uol.com.br Assista
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