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Explosão em hospital da Cidade do México mata dois e fere dezenas
Uma grande explosão num hospital da Cidade do México nesta quinta-feira (29) deixou ao menos dois mortos e deixou 56 feridos —dos quais 22 crianças. Os números foram informados por Claudia Dominguez, porta-voz da agência de defesa civil da Cidade do México. "Ao menos duas pessoas morreram e mais de 60 ficaram feridas", disse o prefeito da Cidade do México, Angel Mancera, em uma coletiva de imprensa. Mais cedo, o chefe da delegação de Cuajimalpa, Adrián Rubalcava, havia dito à emissora "MVS" que "três adultos e quatro menores" morreram na explosão. O incidente aparentemente aconteceu quando uma mangueira de um caminhão cisterna que abastecia o Hospital Maternidade e Infantil de Cuajimalpa estourou, resultando num vazamento que desatou a explosão. O hospital está "completamente destruído", disse Rubalcava desde o local da emergência. Segundo ele, uma das zonas mais afetadas é a dos berçários. Segundo o prefeito da Cidade do México, Miguel Angel Mancera, a maioria das vítimas tem apenas ferimentos leves. O diretor da Defesa Civil da cidade, Fausto Lugo, informou que 37 dos feridos foram transportados para outros hospitais e que há possibilidade de haver mais vítimas sob os escombros. O chefe do governo da capital mexicana, Miguel Ángel Mancera, destacou que a principal preocupação no momento é a retirada de escombros para verificar se há pessoas presas. O mais recente acidente similar aconteceu em 7 de maio de 2013, quando a explosão de um caminhão cisterna carregado com gás nos arredores da capital mexicana deixou 22 mortos, a metade deles menores, e mais de 30 feridos.
mundo
Explosão em hospital da Cidade do México mata dois e fere dezenasUma grande explosão num hospital da Cidade do México nesta quinta-feira (29) deixou ao menos dois mortos e deixou 56 feridos —dos quais 22 crianças. Os números foram informados por Claudia Dominguez, porta-voz da agência de defesa civil da Cidade do México. "Ao menos duas pessoas morreram e mais de 60 ficaram feridas", disse o prefeito da Cidade do México, Angel Mancera, em uma coletiva de imprensa. Mais cedo, o chefe da delegação de Cuajimalpa, Adrián Rubalcava, havia dito à emissora "MVS" que "três adultos e quatro menores" morreram na explosão. O incidente aparentemente aconteceu quando uma mangueira de um caminhão cisterna que abastecia o Hospital Maternidade e Infantil de Cuajimalpa estourou, resultando num vazamento que desatou a explosão. O hospital está "completamente destruído", disse Rubalcava desde o local da emergência. Segundo ele, uma das zonas mais afetadas é a dos berçários. Segundo o prefeito da Cidade do México, Miguel Angel Mancera, a maioria das vítimas tem apenas ferimentos leves. O diretor da Defesa Civil da cidade, Fausto Lugo, informou que 37 dos feridos foram transportados para outros hospitais e que há possibilidade de haver mais vítimas sob os escombros. O chefe do governo da capital mexicana, Miguel Ángel Mancera, destacou que a principal preocupação no momento é a retirada de escombros para verificar se há pessoas presas. O mais recente acidente similar aconteceu em 7 de maio de 2013, quando a explosão de um caminhão cisterna carregado com gás nos arredores da capital mexicana deixou 22 mortos, a metade deles menores, e mais de 30 feridos.
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Eleições impulsionam mercado; Bolsa sobe 1,87% e dólar cai 1,41%, a R$ 3,20
Os investidores gostaram do resultado das eleições municipais deste domingo (2), que evidenciou o enfraquecimento do PT e fortalecimento dos partidos da base aliada do presidente Michel Temer (PMDB). O real teve a maior valorização frente ao dólar entre as principais moedas nesta segunda-feira (3), para o patamar de R$ 3,20. O Ibovespa subiu 1,87%, descolando-se da Bolsa de Nova York, que operou em baixa durante toda a sessão. Os juros futuros, principalmente os de longo prazo, e o CDS (credit default swap) brasileiro, outro indicador de percepção de risco, tiveram forte queda. Segundo analistas, o cenário político foi o principal fator que impulsionou o mercado doméstico neste pregão. "O resultado das urnas fortalece a base aliada do governo Temer e facilita a aprovação das medidas do ajuste fiscal no Congresso", avalia Ricardo Gomes da Silva, superintendente de câmbio da Correparti Corretora. "Se as eleições tivessem sido favoráveis ao PT, o mercado estaria de cabeça para baixo. O resultado tirou um peso sobre o dólar", acrescenta. Apesar de ter perdido a eleições em cidades importantes, como o Rio de Janeiro, o PMDB, partido de Temer, se mantém com o maior números de prefeitos em todo país. O PSDB, além de ter vencido em São Paulo logo no primeiro turno, permanece como segunda maior força no cenário nacional. O partido tem exigido do governo Temer compromisso com ajuste fiscal e as reformas trabalhista e da Previdência. Já o PT, partido dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, perdeu mais da metade das prefeituras que obtivera nas eleições de 2012, caindo do 3º para 10º lugar no ranking. "O resultado eleitoral foi favorável a Temer e abre caminho para a aprovação da PEC 241, que limita o avanço dos gastos públicos pelo IPCA do ano anterior", comenta José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, em relatório. "Estas eleições municipais dão uma ideia de como será o jogo na eleição presidencial de 2018, com o PSDB ganhando força, em detrimento do PT", comenta Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos. Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, com a inesperada vitória do tucano João Doria no primeiro turno, "a capital paulista passa uma mensagem forte a Brasília, de que as reformas econômicas têm sinal verde da principal capital do país". Segundo Perfeito, o efeito econômico disso pôde ser visto no pregão desta segunda-feira, com com alta da Bolsa e queda do dólar. "Mas o mais importante é ver os juros longos caírem mais, sinalizando que o mercado 'leu' a vitória de Doria como um referendo às reformas", escreve. Também agradam aos investidores a disposição de Doria em privatizar o autódromo de Interlagos e todo o complexo do Anhembi. BOLSA O Ibovespa fechou com ganho de 1,87%, aos 59.461,23 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6 bilhões. As ações da Petrobras avançaram 2,94%, a R$ 13,97 (PN), e 2,97%, a R$ 15,59 (ON). Os papéis da estatal foram beneficiados pela alta de mais de 3,5% do petróleo no mercado internacional, com o otimismo dos investidores em relação ao acordo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para conter o excesso de oferta. Os papéis PNA da mineradora Vale ganharam 2,53%, a R$ 15,79, e os ON tinham valorização de 1,62%, a R$ 18,10. As ações PN da Bradespar, acionista da mineradora, avançaram 5,53%, liderando as altas do índice. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subiu 2,39%; Bradesco PN, +2,26%; Bradesco ON, +1,97%; Banco do Brasil ON, +2,36%; Santander unit, +0,50%; e BM&FBovespa ON, +3,50%. CÂMBIO E JUROS O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 1,41%, a R$ 3,2060. A moeda americana à vista, que encerra o pregão mais cedo, perdeu 0,59%, a R$ 3,2257. A moeda americana teve comportamento misto frente a outras moedas nesta sessão, mas a maior desvalorização foi frente ao real. Pela manhã, o Banco Central leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 milhões. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 recuou de 13,770% para 13,720%. O contrato de DI para janeiro de 2018 caiu de 12,190% pra 12,090%, no patamar mais baixo desde janeiro de 2015. O contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 11,580% para 11,380%, no menor nível em quase dois anos. O mercado aposta numa redução da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, em 19 de outubro. O CDS de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, perdia 1,92%, aos 267,762 pontos. EXTERIOR Em Nova York, após as fortes altas na sexta-feira (30), o índice S&P 500 terminou em queda de 0,33%; o Dow Jones, -0,30%; e o Nasdaq, -0,21%. Os índices foram pressionados pelo indicador ISM de manufatura de setembro, que avançou para 51,5 em setembro, acima da mediana das estimativas de analistas (50,4) e ante 49,4 em agosto. O dado elevou as apostas de uma alta dos juros americanos ainda neste ano, o que impulsionou o dólar frente a várias moedas nesta sessão. Nesta sexta-feira (7), saem os números sobre a criação de empregos nos EUA em setembro, que podem ampliar a probabilidade de aumento dos juros americanos no curto prazo, caso venham fortes. Na Europa, a Bolsa de Londres terminou com ganho de 1,22%; Paris, +0,12%; Madri, -0,32%; e Milão, -0,77%. A Bolsa de Frankfurt está fechada por causa de um feriado. Na Ásia, as Bolsas chinesas não operam nesta semana também causa de um feriado. O índice NIkkei da Bolsa de Tóquio ganhou 0,90%.
mercado
Eleições impulsionam mercado; Bolsa sobe 1,87% e dólar cai 1,41%, a R$ 3,20Os investidores gostaram do resultado das eleições municipais deste domingo (2), que evidenciou o enfraquecimento do PT e fortalecimento dos partidos da base aliada do presidente Michel Temer (PMDB). O real teve a maior valorização frente ao dólar entre as principais moedas nesta segunda-feira (3), para o patamar de R$ 3,20. O Ibovespa subiu 1,87%, descolando-se da Bolsa de Nova York, que operou em baixa durante toda a sessão. Os juros futuros, principalmente os de longo prazo, e o CDS (credit default swap) brasileiro, outro indicador de percepção de risco, tiveram forte queda. Segundo analistas, o cenário político foi o principal fator que impulsionou o mercado doméstico neste pregão. "O resultado das urnas fortalece a base aliada do governo Temer e facilita a aprovação das medidas do ajuste fiscal no Congresso", avalia Ricardo Gomes da Silva, superintendente de câmbio da Correparti Corretora. "Se as eleições tivessem sido favoráveis ao PT, o mercado estaria de cabeça para baixo. O resultado tirou um peso sobre o dólar", acrescenta. Apesar de ter perdido a eleições em cidades importantes, como o Rio de Janeiro, o PMDB, partido de Temer, se mantém com o maior números de prefeitos em todo país. O PSDB, além de ter vencido em São Paulo logo no primeiro turno, permanece como segunda maior força no cenário nacional. O partido tem exigido do governo Temer compromisso com ajuste fiscal e as reformas trabalhista e da Previdência. Já o PT, partido dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, perdeu mais da metade das prefeituras que obtivera nas eleições de 2012, caindo do 3º para 10º lugar no ranking. "O resultado eleitoral foi favorável a Temer e abre caminho para a aprovação da PEC 241, que limita o avanço dos gastos públicos pelo IPCA do ano anterior", comenta José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, em relatório. "Estas eleições municipais dão uma ideia de como será o jogo na eleição presidencial de 2018, com o PSDB ganhando força, em detrimento do PT", comenta Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos. Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, com a inesperada vitória do tucano João Doria no primeiro turno, "a capital paulista passa uma mensagem forte a Brasília, de que as reformas econômicas têm sinal verde da principal capital do país". Segundo Perfeito, o efeito econômico disso pôde ser visto no pregão desta segunda-feira, com com alta da Bolsa e queda do dólar. "Mas o mais importante é ver os juros longos caírem mais, sinalizando que o mercado 'leu' a vitória de Doria como um referendo às reformas", escreve. Também agradam aos investidores a disposição de Doria em privatizar o autódromo de Interlagos e todo o complexo do Anhembi. BOLSA O Ibovespa fechou com ganho de 1,87%, aos 59.461,23 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6 bilhões. As ações da Petrobras avançaram 2,94%, a R$ 13,97 (PN), e 2,97%, a R$ 15,59 (ON). Os papéis da estatal foram beneficiados pela alta de mais de 3,5% do petróleo no mercado internacional, com o otimismo dos investidores em relação ao acordo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para conter o excesso de oferta. Os papéis PNA da mineradora Vale ganharam 2,53%, a R$ 15,79, e os ON tinham valorização de 1,62%, a R$ 18,10. As ações PN da Bradespar, acionista da mineradora, avançaram 5,53%, liderando as altas do índice. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subiu 2,39%; Bradesco PN, +2,26%; Bradesco ON, +1,97%; Banco do Brasil ON, +2,36%; Santander unit, +0,50%; e BM&FBovespa ON, +3,50%. CÂMBIO E JUROS O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 1,41%, a R$ 3,2060. A moeda americana à vista, que encerra o pregão mais cedo, perdeu 0,59%, a R$ 3,2257. A moeda americana teve comportamento misto frente a outras moedas nesta sessão, mas a maior desvalorização foi frente ao real. Pela manhã, o Banco Central leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 milhões. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 recuou de 13,770% para 13,720%. O contrato de DI para janeiro de 2018 caiu de 12,190% pra 12,090%, no patamar mais baixo desde janeiro de 2015. O contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 11,580% para 11,380%, no menor nível em quase dois anos. O mercado aposta numa redução da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, em 19 de outubro. O CDS de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, perdia 1,92%, aos 267,762 pontos. EXTERIOR Em Nova York, após as fortes altas na sexta-feira (30), o índice S&P 500 terminou em queda de 0,33%; o Dow Jones, -0,30%; e o Nasdaq, -0,21%. Os índices foram pressionados pelo indicador ISM de manufatura de setembro, que avançou para 51,5 em setembro, acima da mediana das estimativas de analistas (50,4) e ante 49,4 em agosto. O dado elevou as apostas de uma alta dos juros americanos ainda neste ano, o que impulsionou o dólar frente a várias moedas nesta sessão. Nesta sexta-feira (7), saem os números sobre a criação de empregos nos EUA em setembro, que podem ampliar a probabilidade de aumento dos juros americanos no curto prazo, caso venham fortes. Na Europa, a Bolsa de Londres terminou com ganho de 1,22%; Paris, +0,12%; Madri, -0,32%; e Milão, -0,77%. A Bolsa de Frankfurt está fechada por causa de um feriado. Na Ásia, as Bolsas chinesas não operam nesta semana também causa de um feriado. O índice NIkkei da Bolsa de Tóquio ganhou 0,90%.
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Ajuste fiscal de Crivella no Rio atinge desfiles de Carnaval e paradas LGBT
O ajuste fiscal promovido pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), atingiu as finanças de dois dos principais eventos da cidade. Além do desfile das escolas de samba, as paradas LGBTs tiveram verbas públicas cortadas e têm dificuldade em se viabilizar. A Riotur afirmou nesta sexta (16) que vai buscar apoio da iniciativa privada para compensar o corte de 50% nos repasses para as escolas de samba, que receberão R$ 1 milhão cada. Iniciativa semelhante, contudo, ainda não teve sucesso para garantir uma das paradas LGBTs tradicionais da cidade. Marcada para o dia 16 de julho, a Parada LGBT de Madureira ainda não conseguiu os R$ 370 mil necessários para a realização do evento. Até 2016, a entidade responsável pelo ato recebia verba pública. O município também já disse que não repassará recursos para a Parada LGBT de Copacabana, prevista para outubro e que levou, no ano passado, 800 mil à orla, segundo os organizadores. A justificativa para os cortes é a crise nos cofres municipais. O rombo estimado no Orçamento é de R$ 4 bilhões. O corte nos dois grandes eventos tem levado a oposição a criticar o que chama de "fundamentalismo religioso" do prefeito. Crivella é bispo licenciado da Igreja Universal, que condena o Carnaval e a homossexualidade. "O prefeito está deixando as convicções religiosas dele interferir", disse o vereador David Miranda (PSOL). Loren Alexander, organizadora do evento em Madureira, discorda da avaliação. Ela afirma que decidiu não buscar dinheiro público porque "o Rio está falido". "O prefeito me beija, me abraça em frente de todos os secretários. Em momento nenhum discrimina trans, gays, lésbica ou qualquer segmento do LGBT. A questão é que os captadores não conseguiram captar", disse ela. O diretor do Grupo Arco-Íris Julio Moreira, que organiza o ato em Copacabana, afirmou que espera até a semana que vem, quando termina o prazo de captação de patrocínio para o evento em Madureira, para tomar "uma posição mais radical". "Se não há uma posição direta do prefeito, há uma máquina que tenta burocratizar o processo para que a coisa não ande. A gente sabe que há gente de dentro dos gabinetes com uma posição ideológica mais conservadora", afirmou Moreira. Durante a campanha, Crivella negou que sua crença religiosa iria interferir nas decisões administrativas. Ele também havia garantido que manteria o investimento público nos dois eventos –tendo inclusive recebido apoio das escolas de samba. O gabinete do prefeito não quis se pronunciar. CARNAVAL A Riotur afirmou em nota que "estuda o desenvolvimento de mecanismos para que sejam captados investimentos da iniciativa privada", tal como é feito para os blocos de rua. Disse ainda que a prefeitura investe na manutenção do Sambódromo, tendo gasto R$ 655 mil para a iluminação nos dias de desfile. "Não existe motivo para polêmica. O Carnaval do Rio está garantido. E vai continuar sendo o maior espetáculo do planeta", diz a nota da Riotur. Alguns integrantes de escolas de samba estão convocando pelas redes sociais uma manifestação para este sábado (17) na porta da prefeitura. Em seu primeiro ano de mandato, Crivella não assistiu aos desfiles da escola de samba, nem entregou a chave ao Rei Momo, evento tradicional do Carnaval. SÃO PAULO Em São Paulo, a 21ª edição da Parada do Orgulho LGBT será neste domingo (18). O valor investido pela gestão Doria (PSDB) no evento foi de R$ 1,4 milhão, semelhante ao do ano passado. Outra parte foi bancada por empresas. Pelo mundo, a marcha de Nova York é considerada a mais antiga. Sua primeira edição, em 1970, relembrava a "revolta de Stonewall", evento considerado um marco na luta pelos direitos LGBT. Há 19 anos, a cidade israelense Tel Aviv também realiza a sua parada anual, a maior da Ásia e Oriente Médio.
cotidiano
Ajuste fiscal de Crivella no Rio atinge desfiles de Carnaval e paradas LGBTO ajuste fiscal promovido pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), atingiu as finanças de dois dos principais eventos da cidade. Além do desfile das escolas de samba, as paradas LGBTs tiveram verbas públicas cortadas e têm dificuldade em se viabilizar. A Riotur afirmou nesta sexta (16) que vai buscar apoio da iniciativa privada para compensar o corte de 50% nos repasses para as escolas de samba, que receberão R$ 1 milhão cada. Iniciativa semelhante, contudo, ainda não teve sucesso para garantir uma das paradas LGBTs tradicionais da cidade. Marcada para o dia 16 de julho, a Parada LGBT de Madureira ainda não conseguiu os R$ 370 mil necessários para a realização do evento. Até 2016, a entidade responsável pelo ato recebia verba pública. O município também já disse que não repassará recursos para a Parada LGBT de Copacabana, prevista para outubro e que levou, no ano passado, 800 mil à orla, segundo os organizadores. A justificativa para os cortes é a crise nos cofres municipais. O rombo estimado no Orçamento é de R$ 4 bilhões. O corte nos dois grandes eventos tem levado a oposição a criticar o que chama de "fundamentalismo religioso" do prefeito. Crivella é bispo licenciado da Igreja Universal, que condena o Carnaval e a homossexualidade. "O prefeito está deixando as convicções religiosas dele interferir", disse o vereador David Miranda (PSOL). Loren Alexander, organizadora do evento em Madureira, discorda da avaliação. Ela afirma que decidiu não buscar dinheiro público porque "o Rio está falido". "O prefeito me beija, me abraça em frente de todos os secretários. Em momento nenhum discrimina trans, gays, lésbica ou qualquer segmento do LGBT. A questão é que os captadores não conseguiram captar", disse ela. O diretor do Grupo Arco-Íris Julio Moreira, que organiza o ato em Copacabana, afirmou que espera até a semana que vem, quando termina o prazo de captação de patrocínio para o evento em Madureira, para tomar "uma posição mais radical". "Se não há uma posição direta do prefeito, há uma máquina que tenta burocratizar o processo para que a coisa não ande. A gente sabe que há gente de dentro dos gabinetes com uma posição ideológica mais conservadora", afirmou Moreira. Durante a campanha, Crivella negou que sua crença religiosa iria interferir nas decisões administrativas. Ele também havia garantido que manteria o investimento público nos dois eventos –tendo inclusive recebido apoio das escolas de samba. O gabinete do prefeito não quis se pronunciar. CARNAVAL A Riotur afirmou em nota que "estuda o desenvolvimento de mecanismos para que sejam captados investimentos da iniciativa privada", tal como é feito para os blocos de rua. Disse ainda que a prefeitura investe na manutenção do Sambódromo, tendo gasto R$ 655 mil para a iluminação nos dias de desfile. "Não existe motivo para polêmica. O Carnaval do Rio está garantido. E vai continuar sendo o maior espetáculo do planeta", diz a nota da Riotur. Alguns integrantes de escolas de samba estão convocando pelas redes sociais uma manifestação para este sábado (17) na porta da prefeitura. Em seu primeiro ano de mandato, Crivella não assistiu aos desfiles da escola de samba, nem entregou a chave ao Rei Momo, evento tradicional do Carnaval. SÃO PAULO Em São Paulo, a 21ª edição da Parada do Orgulho LGBT será neste domingo (18). O valor investido pela gestão Doria (PSDB) no evento foi de R$ 1,4 milhão, semelhante ao do ano passado. Outra parte foi bancada por empresas. Pelo mundo, a marcha de Nova York é considerada a mais antiga. Sua primeira edição, em 1970, relembrava a "revolta de Stonewall", evento considerado um marco na luta pelos direitos LGBT. Há 19 anos, a cidade israelense Tel Aviv também realiza a sua parada anual, a maior da Ásia e Oriente Médio.
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Policial do Senado diz que chefe tentava 'blindar' parlamentares
Paulo Igor Bosco Silva, 29, o policial legislativo que deu origem à Operação Métis ao informar à Polícia Federal sobre as atividades suspeitas da Polícia do Senado no sentido de proteger parlamentares, enviou à PF uma carta de dez páginas em que denunciou o seu superior, Pedro Ricardo Carvalho, por supostamente estar "tentando impedir, ou pelo menos embaraçando a investigação", em referência à Operação Lava Jato e "outras investigações criminais". "A intenção das medidas determinadas pelo noticiado [o chefe da Polícia do Senado, Pedro Carvalho] era blindar tais pessoas de medidas destinada a esclarecer eventuais ilícitos por eles praticados de investigações legítimas conduzidas pelos órgãos federais de persecução criminal", escreveu Silva. Não há registros, nos autos do inquérito da PF, de que Silva tenha feito algum acordo de delação premiada –ele teria agido apenas como o autor de uma "notícia-crime", e com ela pediu a abertura de um inquérito policial. "Pedro Ricardo Araújo Carvalho, atual diretor da Polícia do Senado, determinou medidas para impedir diligências investigativas até mesmo em relação a ex-senadores da República. O que demonstra de forma inequívoca a desvinculação entre a ordem por ele emanada do intuito de proteção das atividades parlamentares", afirmou o policial legislativo. Silva disse que pessoalmente advertiu o então chefe do Serviço Jurídico da Polícia do Senado "para a possibilidade de existirem escutas ambientais e outras diligências legalmente autorizadas" e que tais varreduras poderiam atrapalhar uma eventual investigação federal. Contudo, disse não saber o resultado de seu alerta. Silva afirmou que, ao regressarem de uma varredura realizada em São Luís (MA) na casa de um genro do ex-senador Edison Lobão Filho, os servidores da Polícia do Senado "externaram publicamente, diante de vários colegas do setor, extrema preocupação por terem cumprido a diligência". O policial afirmou que o serviço foi realizado "no período em que o senador Lobão Filho estava sendo alvo de investigações" da Polícia Federal. "A Polícia do Senado não possui atribuição para realizar medidas de contra-inteligência fora das dependências da Casa Legislativa, muito menos em ambientes não relacionados às atividades parlamentares", escreveu o policial. Em depoimento prestado à PF, Paulo Igor Silva reconheceu a autoria do ofício, disse que atravessou "um dilema moral" ao decidir fazer a denúncia e que sempre procurava "escapar dessas ordens" de varredura, pois as considerava ilegais. Ele dizia aos seus superiores que não sabia operar os aparelhos de rastreamento.
poder
Policial do Senado diz que chefe tentava 'blindar' parlamentaresPaulo Igor Bosco Silva, 29, o policial legislativo que deu origem à Operação Métis ao informar à Polícia Federal sobre as atividades suspeitas da Polícia do Senado no sentido de proteger parlamentares, enviou à PF uma carta de dez páginas em que denunciou o seu superior, Pedro Ricardo Carvalho, por supostamente estar "tentando impedir, ou pelo menos embaraçando a investigação", em referência à Operação Lava Jato e "outras investigações criminais". "A intenção das medidas determinadas pelo noticiado [o chefe da Polícia do Senado, Pedro Carvalho] era blindar tais pessoas de medidas destinada a esclarecer eventuais ilícitos por eles praticados de investigações legítimas conduzidas pelos órgãos federais de persecução criminal", escreveu Silva. Não há registros, nos autos do inquérito da PF, de que Silva tenha feito algum acordo de delação premiada –ele teria agido apenas como o autor de uma "notícia-crime", e com ela pediu a abertura de um inquérito policial. "Pedro Ricardo Araújo Carvalho, atual diretor da Polícia do Senado, determinou medidas para impedir diligências investigativas até mesmo em relação a ex-senadores da República. O que demonstra de forma inequívoca a desvinculação entre a ordem por ele emanada do intuito de proteção das atividades parlamentares", afirmou o policial legislativo. Silva disse que pessoalmente advertiu o então chefe do Serviço Jurídico da Polícia do Senado "para a possibilidade de existirem escutas ambientais e outras diligências legalmente autorizadas" e que tais varreduras poderiam atrapalhar uma eventual investigação federal. Contudo, disse não saber o resultado de seu alerta. Silva afirmou que, ao regressarem de uma varredura realizada em São Luís (MA) na casa de um genro do ex-senador Edison Lobão Filho, os servidores da Polícia do Senado "externaram publicamente, diante de vários colegas do setor, extrema preocupação por terem cumprido a diligência". O policial afirmou que o serviço foi realizado "no período em que o senador Lobão Filho estava sendo alvo de investigações" da Polícia Federal. "A Polícia do Senado não possui atribuição para realizar medidas de contra-inteligência fora das dependências da Casa Legislativa, muito menos em ambientes não relacionados às atividades parlamentares", escreveu o policial. Em depoimento prestado à PF, Paulo Igor Silva reconheceu a autoria do ofício, disse que atravessou "um dilema moral" ao decidir fazer a denúncia e que sempre procurava "escapar dessas ordens" de varredura, pois as considerava ilegais. Ele dizia aos seus superiores que não sabia operar os aparelhos de rastreamento.
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No Recife, vantagem de Geraldo Júlio se mantém, mostra pesquisa Datafolha
JOÃO PEDRO PITOMBO DE SALVADOR Na reta final da campanha pela Prefeitura do Recife, o candidato à reeleição, Geraldo Júlio (PSB), consolidou-se na liderança e está próximo de vencer a disputa. Pesquisa Datafolha aponta que Júlio tem 59% das intenções de votos válidos contra 41% de João Paulo Lima (PT). O resultado é praticamente igual ao da pesquisa anterior, de 11 de outubro, que apontava Geraldo com 58% contra 42% de João Paulo. Considerando os votos gerais, incluindo brancos, nulos e indecisos, o prefeito subiu de 47% para 50% das intenções de voto. O petista manteve 34%. Pesquisa Datafolha - Recife Brancos e nulos somavam 13% das intenções de voto e agora são 11%. Indecisos eram 6%, agora 5%. O levantamento entrevistou 1.024 eleitores do Recife nesta terça (25) e tem margem de erro de três pontos para mais ou para menos. Ao todo, 91% dos eleitores recifenses afirmaram estar totalmente decididos em quem votar no domingo (30). Outros 8% afirmam que ainda podem mudar de candidato. Júlio por pouco não venceu no primeiro turno: teve 49,34% dos votos válidos contra 23,76% de João Paulo, 18,59% de Daniel Coelho e 5,43% de Priscila Krause. Edilson Silva (PSOL) teve 2,1%. Carlos Augusto (PV), Simone Fontana (PSTU) e Pantaleão (PCO) não chegaram a 1%. O Datafolha ainda aponta que Geraldo Júlio foi o escolhido entre a maioria dos eleitores de Coelho (PSDB) e Krause (DEM). Entre os eleitores de Coelho, 43% afirmam que votarão no prefeito e 30% dizem votar no petista. Já entre quem votou em Krause, 59% dizem votar agora em Júlio e 23% afirmam que votarão em João Paulo. Para o segundo turno, Coelho e Krause anunciaram neutralidade. Mas os seus partidos, PSDB e DEM, defenderam o apoio a Júlio. No geral, o prefeito tem melhor desempenho entre os jovens até 24 anos e os mais ricos, com renda maior que dez salários mínimos. João Paulo vai melhor entre os eleitores com entre 25 e 34 anos e entre os mais pobres, com renda até dois salários mínimos.
poder
No Recife, vantagem de Geraldo Júlio se mantém, mostra pesquisa DatafolhaJOÃO PEDRO PITOMBO DE SALVADOR Na reta final da campanha pela Prefeitura do Recife, o candidato à reeleição, Geraldo Júlio (PSB), consolidou-se na liderança e está próximo de vencer a disputa. Pesquisa Datafolha aponta que Júlio tem 59% das intenções de votos válidos contra 41% de João Paulo Lima (PT). O resultado é praticamente igual ao da pesquisa anterior, de 11 de outubro, que apontava Geraldo com 58% contra 42% de João Paulo. Considerando os votos gerais, incluindo brancos, nulos e indecisos, o prefeito subiu de 47% para 50% das intenções de voto. O petista manteve 34%. Pesquisa Datafolha - Recife Brancos e nulos somavam 13% das intenções de voto e agora são 11%. Indecisos eram 6%, agora 5%. O levantamento entrevistou 1.024 eleitores do Recife nesta terça (25) e tem margem de erro de três pontos para mais ou para menos. Ao todo, 91% dos eleitores recifenses afirmaram estar totalmente decididos em quem votar no domingo (30). Outros 8% afirmam que ainda podem mudar de candidato. Júlio por pouco não venceu no primeiro turno: teve 49,34% dos votos válidos contra 23,76% de João Paulo, 18,59% de Daniel Coelho e 5,43% de Priscila Krause. Edilson Silva (PSOL) teve 2,1%. Carlos Augusto (PV), Simone Fontana (PSTU) e Pantaleão (PCO) não chegaram a 1%. O Datafolha ainda aponta que Geraldo Júlio foi o escolhido entre a maioria dos eleitores de Coelho (PSDB) e Krause (DEM). Entre os eleitores de Coelho, 43% afirmam que votarão no prefeito e 30% dizem votar no petista. Já entre quem votou em Krause, 59% dizem votar agora em Júlio e 23% afirmam que votarão em João Paulo. Para o segundo turno, Coelho e Krause anunciaram neutralidade. Mas os seus partidos, PSDB e DEM, defenderam o apoio a Júlio. No geral, o prefeito tem melhor desempenho entre os jovens até 24 anos e os mais ricos, com renda maior que dez salários mínimos. João Paulo vai melhor entre os eleitores com entre 25 e 34 anos e entre os mais pobres, com renda até dois salários mínimos.
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Por que há tanto dinheiro nas eleições presidenciais americanas?
A resposta intuitiva à questão posta no título acima é de que haveria um "mercado de doações" de campanha americana. Um leilão para quem dá mais para influenciar decisões de governo. Wall Street, indústria da Defesa? Mas a questão é mais complicada: negar que exista esse mercado não equivale a negar a influência decisiva do poder econômico na política. Dois cientistas políticos do MIT e um de Harvard invertem a questão em artigo clássico intitulado "Why there is so little money in US Politics?" (Por que há tão pouco dinheiro na política dos EUA). Os autores argumentam que, considerando as somas colossais envolvidas nas decisões de política pública, deveria existir muito mais dinheiro nas campanhas do que efetivamente se observa. A própria ideia de que há pouco dinheiro na política americana é contraintuitiva, e a presença de um candidato bilionário —que banca US$ 100 milhões (um quarto de sua campanha) do próprio bolso— reforçaria sua implausibilidade. No entanto, usando dados de milhares de observações, não se encontram evidências de que há relação entre doações e votação nominal de parlamentares. Os pesquisadores concluem que doações seriam mais bem caracterizadas como decisões de consumo de natureza ideológica (crescem com a renda) do que de investimento. Seriam forma de participação política. As contribuições individuais alcançam cerca de 70% do total, e os tetos das doações tipicamente não são alcançados. E mais: um terço das 500 maiores companhias americanas não faz doação. As doações aumentam quando as eleições se tornam competitivas, o que contradiz também a ideia de um mercado. Utilizando uma técnica estatística avançada sobre uma base de 100 milhões de registros de doações, desde 1979, relativas a todos os parlamentares eleitos e/ou candidatos no nível estadual e federal, Adam Bonica construiu um mapa ideológico das doações consistente com os argumentos dos autores citados. E aponta para a intensificação da polarização política com dados sobre o Congresso desde 1879: o aumento da distância ideológica entre os dois partidos nos EUA ocorreu porque republicanos se tornaram mais conservadores. As doações de campanha são reguladas nos EUA desde 1911, sendo vedadas para empresas ou sindicatos. O marco legal é a Feca (Ato de campanhas de eleições federais, de 1971), que estabeleceu limites para os doadores. NA JUSTIÇA Decisões judiciais passaram a flexibilizar os tetos de contribuições. A Suprema Corte decidiu que os gastos feitos por alguns Political Action Committees (PACs) constituíam despesas geridas "independentes" dos candidatos (a chamada "coordenação" entre PACs e candidatos era e continua proibida). A ação dos PACs representaria exercício de liberdade de expressão. As sucessivas flexibilizações culminaram com a decisão, em 2010, de abolir os limites para doações, levando à criação dos chamados Super PACs, que podem receber doações sem teto. Mais preocupante são os chamados doadores 501.c, que não estão submetidos à exigência de identificação. Nas duas últimas décadas houve mudança no padrão de doações. Contribuições do 1% mais rico do eleitorado saltaram de 9% para 42% do total entre 1980 e 2012. Também preocupante, o comparecimento às urnas dos 10% mais ricos é quase o dobro dos 10% mais pobres. O padrão de financiamento na campanha presidencial nos EUA não tem paralelo. Embora haja financiamento público, os candidatos o têm rejeitado porque sua aceitação implicaria teto de gastos. A expectativa de gasto total para a campanha atual (eleição à Presidência e para o Congresso) é de um recorde de US$ 6,6 bilhões. O contraste entre o caso americano e o brasileiro não poderia ser mais eloquente: o custo das eleições no Brasil é o segundo mais elevado do mundo exatamente porque existe um mercado (oligopolizado) de investimento eleitoral corrupto cuja taxa de retorno tem sido elevadíssima. A Lava Jato foi fundamental para aumentar o custo e a incerteza do investimento eleitoral corrupto, com impacto no médio e longo prazo sobre o custo das eleições e essa taxa de retorno. MARCUS ANDRÉ MELO é professor titular de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco. É coautor de "Brazil in Transition" (Princeton University Press)
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Por que há tanto dinheiro nas eleições presidenciais americanas?A resposta intuitiva à questão posta no título acima é de que haveria um "mercado de doações" de campanha americana. Um leilão para quem dá mais para influenciar decisões de governo. Wall Street, indústria da Defesa? Mas a questão é mais complicada: negar que exista esse mercado não equivale a negar a influência decisiva do poder econômico na política. Dois cientistas políticos do MIT e um de Harvard invertem a questão em artigo clássico intitulado "Why there is so little money in US Politics?" (Por que há tão pouco dinheiro na política dos EUA). Os autores argumentam que, considerando as somas colossais envolvidas nas decisões de política pública, deveria existir muito mais dinheiro nas campanhas do que efetivamente se observa. A própria ideia de que há pouco dinheiro na política americana é contraintuitiva, e a presença de um candidato bilionário —que banca US$ 100 milhões (um quarto de sua campanha) do próprio bolso— reforçaria sua implausibilidade. No entanto, usando dados de milhares de observações, não se encontram evidências de que há relação entre doações e votação nominal de parlamentares. Os pesquisadores concluem que doações seriam mais bem caracterizadas como decisões de consumo de natureza ideológica (crescem com a renda) do que de investimento. Seriam forma de participação política. As contribuições individuais alcançam cerca de 70% do total, e os tetos das doações tipicamente não são alcançados. E mais: um terço das 500 maiores companhias americanas não faz doação. As doações aumentam quando as eleições se tornam competitivas, o que contradiz também a ideia de um mercado. Utilizando uma técnica estatística avançada sobre uma base de 100 milhões de registros de doações, desde 1979, relativas a todos os parlamentares eleitos e/ou candidatos no nível estadual e federal, Adam Bonica construiu um mapa ideológico das doações consistente com os argumentos dos autores citados. E aponta para a intensificação da polarização política com dados sobre o Congresso desde 1879: o aumento da distância ideológica entre os dois partidos nos EUA ocorreu porque republicanos se tornaram mais conservadores. As doações de campanha são reguladas nos EUA desde 1911, sendo vedadas para empresas ou sindicatos. O marco legal é a Feca (Ato de campanhas de eleições federais, de 1971), que estabeleceu limites para os doadores. NA JUSTIÇA Decisões judiciais passaram a flexibilizar os tetos de contribuições. A Suprema Corte decidiu que os gastos feitos por alguns Political Action Committees (PACs) constituíam despesas geridas "independentes" dos candidatos (a chamada "coordenação" entre PACs e candidatos era e continua proibida). A ação dos PACs representaria exercício de liberdade de expressão. As sucessivas flexibilizações culminaram com a decisão, em 2010, de abolir os limites para doações, levando à criação dos chamados Super PACs, que podem receber doações sem teto. Mais preocupante são os chamados doadores 501.c, que não estão submetidos à exigência de identificação. Nas duas últimas décadas houve mudança no padrão de doações. Contribuições do 1% mais rico do eleitorado saltaram de 9% para 42% do total entre 1980 e 2012. Também preocupante, o comparecimento às urnas dos 10% mais ricos é quase o dobro dos 10% mais pobres. O padrão de financiamento na campanha presidencial nos EUA não tem paralelo. Embora haja financiamento público, os candidatos o têm rejeitado porque sua aceitação implicaria teto de gastos. A expectativa de gasto total para a campanha atual (eleição à Presidência e para o Congresso) é de um recorde de US$ 6,6 bilhões. O contraste entre o caso americano e o brasileiro não poderia ser mais eloquente: o custo das eleições no Brasil é o segundo mais elevado do mundo exatamente porque existe um mercado (oligopolizado) de investimento eleitoral corrupto cuja taxa de retorno tem sido elevadíssima. A Lava Jato foi fundamental para aumentar o custo e a incerteza do investimento eleitoral corrupto, com impacto no médio e longo prazo sobre o custo das eleições e essa taxa de retorno. MARCUS ANDRÉ MELO é professor titular de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco. É coautor de "Brazil in Transition" (Princeton University Press)
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Ueba! Cunha tá sujo no truco!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Manchete do "Piauí Herald": "Dilma topa delação premiada, mas PF não entende o depoimento". Será que a Dilma já renunciou e a gente não entendeu? Rarará. E as duas palavras mais pronunciadas da semana: denúncia e pronúncia. E fudúncia! Rarará! Personagens da semana: Xuxa, Cunha e Collor! Estreia da Xuxa na Record! Xuxa no Templo do Xalomão! Xuxa x Xatanás! Xai desse corpo! A Xuxa agora senta no sofá e imita a Ellen DeGeneres. Mas ela tá mais pra Hebe. Hebe Degeneres. Muda o nome do programa pra "Xuxa no Xofá"! E diz que se rodar o disco da Xuxa ao contrário aparece a voz do Edir Macedo. Rarará! E o Cunha? O Cunha tomou no Cunha. O Congresso tá um Deus nos Acunha! Ele vai dizer que quem pegou a propina foi um menor infrator. Pro Cunha, US$ 5 milhões não é propina, propina só acima de 16. Maioridade propinal! E quando um cara é pego roubando no truco, o povo grita: "Cunha, um no dedo e dois na unha". O Cunha tá sujo até no truco! Rarará! E o Collor? O Darth Vader! O Collor tá nessa desde 1989. O Collor vai pedir aposentadoria por anos de propina. Aposentadoria por tempo de propina. E tem gente que apoia o Cunha só porque ele é anti-Dilma. Anti-Dilma tem que ser honesto. Anti-Dilma ladrão não vale! Imagine um ladrão roubando seu carro: "Ei, esse é o meu carro, você está roubando o meu carro". E o ladrão: "Mas eu sou anti-Dilma". "Ah, tudo bem, pode levar o carro". Rarará! E o Fernando Henrique pedindo a renúncia da Dilma: "ÔÔuôuôu, assim não é possííííível. Essa mulher não tem claaasse. Vamos botar umas trufas no lugar. Chama a Rainha Elizabeth. A Rainha Sylvia. Queremos uma renúncia Chandon safra 73". O FHC quer uma renúncia Chandon safra 73! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! É que em Porto Alegre tem o escritório de advocacia Crescente & Pinto! Nessa ordem! Com essa dupla agora vai! E um dos editores da Agência Brasil se chama Aécio Amado! "Meu filho, você vai se chamar Aécio Amado e vai trabalhar pra Dilma". Rarará. Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Ueba! Cunha tá sujo no truco!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Manchete do "Piauí Herald": "Dilma topa delação premiada, mas PF não entende o depoimento". Será que a Dilma já renunciou e a gente não entendeu? Rarará. E as duas palavras mais pronunciadas da semana: denúncia e pronúncia. E fudúncia! Rarará! Personagens da semana: Xuxa, Cunha e Collor! Estreia da Xuxa na Record! Xuxa no Templo do Xalomão! Xuxa x Xatanás! Xai desse corpo! A Xuxa agora senta no sofá e imita a Ellen DeGeneres. Mas ela tá mais pra Hebe. Hebe Degeneres. Muda o nome do programa pra "Xuxa no Xofá"! E diz que se rodar o disco da Xuxa ao contrário aparece a voz do Edir Macedo. Rarará! E o Cunha? O Cunha tomou no Cunha. O Congresso tá um Deus nos Acunha! Ele vai dizer que quem pegou a propina foi um menor infrator. Pro Cunha, US$ 5 milhões não é propina, propina só acima de 16. Maioridade propinal! E quando um cara é pego roubando no truco, o povo grita: "Cunha, um no dedo e dois na unha". O Cunha tá sujo até no truco! Rarará! E o Collor? O Darth Vader! O Collor tá nessa desde 1989. O Collor vai pedir aposentadoria por anos de propina. Aposentadoria por tempo de propina. E tem gente que apoia o Cunha só porque ele é anti-Dilma. Anti-Dilma tem que ser honesto. Anti-Dilma ladrão não vale! Imagine um ladrão roubando seu carro: "Ei, esse é o meu carro, você está roubando o meu carro". E o ladrão: "Mas eu sou anti-Dilma". "Ah, tudo bem, pode levar o carro". Rarará! E o Fernando Henrique pedindo a renúncia da Dilma: "ÔÔuôuôu, assim não é possííííível. Essa mulher não tem claaasse. Vamos botar umas trufas no lugar. Chama a Rainha Elizabeth. A Rainha Sylvia. Queremos uma renúncia Chandon safra 73". O FHC quer uma renúncia Chandon safra 73! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! É que em Porto Alegre tem o escritório de advocacia Crescente & Pinto! Nessa ordem! Com essa dupla agora vai! E um dos editores da Agência Brasil se chama Aécio Amado! "Meu filho, você vai se chamar Aécio Amado e vai trabalhar pra Dilma". Rarará. Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Tempestade provoca queda de 177 árvores em SP e confusão no trânsito
Após o forte temporal que atingiu São Paulo no começo da tarde desta quinta-feira (26) perder intensidade, o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) retirou o em estado de atenção para alagamentos em toda a cidade. Durante a tempestade, porém, o trânsito ficou acima de média e, segundo a prefeitura 117 árvores caíram nesta quinta. Em Higienópolis, uma delas danificou o portão de um prédio, na rua Maranhão. As regiões das prefeituras regionais da Sé (26), Pinheiros (12) e Vila Mariana (15) foram as mais atingidas. Todas as regiões foram colocadas em atenção por volta das 12h18, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), órgão ligado à Prefeitura de São Paulo. Saíram dessa condição às 14h55. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), porém, há previsão de pancadas de chuva e trovoadas isoladas durante o restante da tarde e à noite. A chuva desta quinta ocorre em decorrência de áreas de instabilidade com forte intensidade vindas da região de Campinas, no interior paulista. Por volta das 13h, choveu com mais intensidade na região de São Mateus (zona leste) e na região entre Jabaquara e Morumbi (zona sul). A cidade permaneceu em atenção até as 14h55, quando a chuva se deslocou para o litoral paulista. A temperatura máxima deve chegar aos 28ºC, enquanto a umidade relativa do ar deve permanecer acima dos 55%. Por volta das 13h, a cidade tinha 61 km de filas, o que corresponde a 7% dos 868 km de vias monitoradas –a média superior para o horário é de 5%. As piores regiões foram oeste, com 22 km, seguida pelo centro (14 km), leste (11 km), sul (9 km ) e norte (3 km). Nesse horário, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não havia registrado nenhum ponto de alagamento na cidade.
cotidiano
Tempestade provoca queda de 177 árvores em SP e confusão no trânsitoApós o forte temporal que atingiu São Paulo no começo da tarde desta quinta-feira (26) perder intensidade, o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) retirou o em estado de atenção para alagamentos em toda a cidade. Durante a tempestade, porém, o trânsito ficou acima de média e, segundo a prefeitura 117 árvores caíram nesta quinta. Em Higienópolis, uma delas danificou o portão de um prédio, na rua Maranhão. As regiões das prefeituras regionais da Sé (26), Pinheiros (12) e Vila Mariana (15) foram as mais atingidas. Todas as regiões foram colocadas em atenção por volta das 12h18, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), órgão ligado à Prefeitura de São Paulo. Saíram dessa condição às 14h55. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), porém, há previsão de pancadas de chuva e trovoadas isoladas durante o restante da tarde e à noite. A chuva desta quinta ocorre em decorrência de áreas de instabilidade com forte intensidade vindas da região de Campinas, no interior paulista. Por volta das 13h, choveu com mais intensidade na região de São Mateus (zona leste) e na região entre Jabaquara e Morumbi (zona sul). A cidade permaneceu em atenção até as 14h55, quando a chuva se deslocou para o litoral paulista. A temperatura máxima deve chegar aos 28ºC, enquanto a umidade relativa do ar deve permanecer acima dos 55%. Por volta das 13h, a cidade tinha 61 km de filas, o que corresponde a 7% dos 868 km de vias monitoradas –a média superior para o horário é de 5%. As piores regiões foram oeste, com 22 km, seguida pelo centro (14 km), leste (11 km), sul (9 km ) e norte (3 km). Nesse horário, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não havia registrado nenhum ponto de alagamento na cidade.
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Economista Marcos Lisboa passa a assinar coluna aos domingos na Folha
O economista Marcos Lisboa, diretor-presidente do Insper, passa a ter uma coluna publicada aos domingos no site da Folha e na versão impressa. Doutor em economia pela Universidade da Pensilvânia, nos EUA, Lisboa tem vasta experiência de gestão, nos setores público e privado, e como professor. Em seus textos, pretende fornecer estimativas para "as diversas escolhas que podem ser feitas para superar os desafios que o país enfrenta". "O Brasil vive um momento de debate sobre temas difíceis. É o momento de fazer escolhas", afirma Lisboa, que planeja tratar de outros temas de política pública, como educação. Na chefia do Insper desde 2013, quando assumiu a vice-presidência, ele foi diretor-executivo e vice-presidente do Itaú-Unibanco, cargos que ocupou de 2006 a 2013. Foi também presidente do Instituto de Resseguros do Brasil, de 2005 a 2006. Entre 2003 e 2005, durante o governo Lula, Lisboa foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, comandado por Antonio Palocci. Atuou ainda como professor na FGV (Fundação Getulio Vargas) e na Universidade Stanford. Lisboa, 52, nasceu no Rio de Janeiro, onde se graduou e fez mestrado na UFRJ (Universidade Federal Fluminense). É casado com a também economista Zeina Latif e tem três filhos e um enteado. Ele entra no espaço que era de Henrique Meirelles, que deixou de escrever em maio deste ano, após ser nomeado ministro da Fazenda pelo presidente interino, Michel Temer.
poder
Economista Marcos Lisboa passa a assinar coluna aos domingos na FolhaO economista Marcos Lisboa, diretor-presidente do Insper, passa a ter uma coluna publicada aos domingos no site da Folha e na versão impressa. Doutor em economia pela Universidade da Pensilvânia, nos EUA, Lisboa tem vasta experiência de gestão, nos setores público e privado, e como professor. Em seus textos, pretende fornecer estimativas para "as diversas escolhas que podem ser feitas para superar os desafios que o país enfrenta". "O Brasil vive um momento de debate sobre temas difíceis. É o momento de fazer escolhas", afirma Lisboa, que planeja tratar de outros temas de política pública, como educação. Na chefia do Insper desde 2013, quando assumiu a vice-presidência, ele foi diretor-executivo e vice-presidente do Itaú-Unibanco, cargos que ocupou de 2006 a 2013. Foi também presidente do Instituto de Resseguros do Brasil, de 2005 a 2006. Entre 2003 e 2005, durante o governo Lula, Lisboa foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, comandado por Antonio Palocci. Atuou ainda como professor na FGV (Fundação Getulio Vargas) e na Universidade Stanford. Lisboa, 52, nasceu no Rio de Janeiro, onde se graduou e fez mestrado na UFRJ (Universidade Federal Fluminense). É casado com a também economista Zeina Latif e tem três filhos e um enteado. Ele entra no espaço que era de Henrique Meirelles, que deixou de escrever em maio deste ano, após ser nomeado ministro da Fazenda pelo presidente interino, Michel Temer.
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Causa estranheza a notícia de que o papa tenha tumor na cabeça, diz leitor
Causa estranheza a notícia de que Jorge Mario Bergoglio tenha um tumor na cabeça (Vaticano diz que suposto tumor do papa é falso ). Não que esteja isento, pois é um homem de carne e osso como a gente. No entanto, a poucos dias do término do sínodo sobre família, a divulgação se espalha no momento em que uma pequena parcela (interna) resiste às mudanças colocadas por Francisco, o líder expoente da Igreja Católica. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
paineldoleitor
Causa estranheza a notícia de que o papa tenha tumor na cabeça, diz leitorCausa estranheza a notícia de que Jorge Mario Bergoglio tenha um tumor na cabeça (Vaticano diz que suposto tumor do papa é falso ). Não que esteja isento, pois é um homem de carne e osso como a gente. No entanto, a poucos dias do término do sínodo sobre família, a divulgação se espalha no momento em que uma pequena parcela (interna) resiste às mudanças colocadas por Francisco, o líder expoente da Igreja Católica. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Desafio à razão
SÃO PAULO - Você sabe que um sistema tributário fracassou quando ele faz com que a opção mais racional para o comerciante seja deixar de vender. É isso o que aconteceu com o novo ICMS interestadual. Antes de a regra ser provisoriamente suspensa pelo STF, o Sebrae divulgara uma pesquisa com 535 pequenas lojas voltadas ao comércio eletrônico que mostrou que 34% delas restringiram suas vendas após a entrada em vigor da nova legislação. Não é despropositada a ideia de cobrar o imposto tanto no Estado onde está o consumidor final como naquele em que a mercadoria foi fabricada, e não apenas no da origem do produto, como era antes. Fazê-lo tende até a corrigir algumas distorções. O problema é que o método escolhido para implementar a mudança resultou num cipoal de regras tão complexo que os pequenos comerciantes têm dificuldades para lidar. A menos que as vendas para outros Estados proporcionem lucro superior às despesas extras com contadores e com a burocracia adicional, não vale a pena efetuá-las. Uma regulação que mata os "animal spirits" dos empreendedores é um convite, ou bem à recessão, ou à informalidade. E o novo ICMS não é um caso isolado. A complexidade do sistema brasileiro é proverbial. O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação estima que, desde 1988, a cada mês, sejam editadas no país mil novas normas tributárias. Um empresário que queira andar na linha precisa dedicar um pedaço não desprezível de seus recursos a acompanhar a parte dessa barafunda que lhe diz respeito. Não será agora, num momento em que um governo quebrado tenta criar impostos emergenciais, que se fará uma reforma tributária que preste. O governo Dilma cometeu muitos pecados econômicos, mas, se há um que nos custará caro, foi não ter aproveitado o momento de alta na arrecadação para tornar o nosso sistema se não inteiramente racional, ao menos racionalmente viável.
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Desafio à razãoSÃO PAULO - Você sabe que um sistema tributário fracassou quando ele faz com que a opção mais racional para o comerciante seja deixar de vender. É isso o que aconteceu com o novo ICMS interestadual. Antes de a regra ser provisoriamente suspensa pelo STF, o Sebrae divulgara uma pesquisa com 535 pequenas lojas voltadas ao comércio eletrônico que mostrou que 34% delas restringiram suas vendas após a entrada em vigor da nova legislação. Não é despropositada a ideia de cobrar o imposto tanto no Estado onde está o consumidor final como naquele em que a mercadoria foi fabricada, e não apenas no da origem do produto, como era antes. Fazê-lo tende até a corrigir algumas distorções. O problema é que o método escolhido para implementar a mudança resultou num cipoal de regras tão complexo que os pequenos comerciantes têm dificuldades para lidar. A menos que as vendas para outros Estados proporcionem lucro superior às despesas extras com contadores e com a burocracia adicional, não vale a pena efetuá-las. Uma regulação que mata os "animal spirits" dos empreendedores é um convite, ou bem à recessão, ou à informalidade. E o novo ICMS não é um caso isolado. A complexidade do sistema brasileiro é proverbial. O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação estima que, desde 1988, a cada mês, sejam editadas no país mil novas normas tributárias. Um empresário que queira andar na linha precisa dedicar um pedaço não desprezível de seus recursos a acompanhar a parte dessa barafunda que lhe diz respeito. Não será agora, num momento em que um governo quebrado tenta criar impostos emergenciais, que se fará uma reforma tributária que preste. O governo Dilma cometeu muitos pecados econômicos, mas, se há um que nos custará caro, foi não ter aproveitado o momento de alta na arrecadação para tornar o nosso sistema se não inteiramente racional, ao menos racionalmente viável.
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Flamengo critica árbitro que não marcou toque de mão que o favoreceu
Nesta segunda-feira (7), o Flamengo publicou em seu site oficial uma nota em que repudia a arbitragem do clássico contra o Fluminense neste domingo (6). "Neste domingo, a arbitragem atrapalhou o sucesso do Fla-Flu, o clássico mais charmoso do Brasil", diz a nota. A particularidade da nota vem do fato do Flamengo citar o erro da arbitragem que o favoreceu: o toque de mão de Wallace no lance do primeiro gol. O Flamengo venceu por 3 a 1. "Lamentamos os critérios e os erros que influenciaram diretamente no número de cartões amarelos anotados e na ausência de marcação de um toque de mão no primeiro gol rubro-negro. O Clube de Regatas do Flamengo ratifica sua posição contrária aos equívocos dos árbitros que têm sido tão comuns no Brasileiro. Posição que marcamos não apenas nos momentos em que somos prejudicados, mas, igualmente, também quando somos favorecidos de qualquer forma", explica trecho da nota. A nota ainda relembra a interferência da arbitragem no clássico do primeiro turno. "Vale ainda enfatizar que a arbitragem influenciou o resultado dos dois Fla-Flus deste Brasileiro: o do turno (em uma marcação de pênalti inexistente, inversões de faltas e uma expulsão controversa) e o do returno", completa. Veja vídeo CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA "O Clube de Regatas do Flamengo vem reiterar seu total descontentamento e repúdio a respeito da arbitragem nos jogos do Campeonato Brasileiro de 2015. No último final de semana, mais uma vez os torcedores presenciaram uma série de equívocos que mancham o espetáculo do futebol. Neste domingo (6.09), a arbitragem atrapalhou o sucesso do Fla-Flu, o clássico mais charmoso do Brasil. Lamentamos os critérios e os erros que influenciaram diretamente no número de cartões amarelos anotados e na ausência de marcação de um toque de mão no primeiro gol rubro-negro. O Clube de Regatas do Flamengo ratifica sua posição contrária aos equívocos dos árbitros que têm sido tão comuns no Brasileiro. Posição que marcamos não apenas nos momentos em que somos prejudicados, mas, igualmente, também quando somos favorecidos de qualquer forma. Sobre o clássico, vale ainda enfatizar que a arbitragem influenciou o resultado dos dois Fla-Flus deste Brasileiro: o do turno (em uma marcação de pênalti inexistente, inversões de faltas e uma expulsão controversa) e o do returno. Amplamente visto pela sociedade, imprensa e autoridades como uma instituição transparente e que cumpre com todas as suas obrigações, o Clube de Regatas do Flamengo compreende que toda atividade exercida por homens e mulheres está sujeita a erros. Mas, novamente, não acreditamos que a ocorrência de tais erros venha a diminuir sem que alguma ação concreta seja tomada pela Confederação Brasileira de Futebol e pela Comissão Nacional de Arbitragem, de quem cobramos uma maior atenção à imparcialidade e à credibilidade do futebol brasileiro, outrora o mais admirado do mundo."
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Flamengo critica árbitro que não marcou toque de mão que o favoreceuNesta segunda-feira (7), o Flamengo publicou em seu site oficial uma nota em que repudia a arbitragem do clássico contra o Fluminense neste domingo (6). "Neste domingo, a arbitragem atrapalhou o sucesso do Fla-Flu, o clássico mais charmoso do Brasil", diz a nota. A particularidade da nota vem do fato do Flamengo citar o erro da arbitragem que o favoreceu: o toque de mão de Wallace no lance do primeiro gol. O Flamengo venceu por 3 a 1. "Lamentamos os critérios e os erros que influenciaram diretamente no número de cartões amarelos anotados e na ausência de marcação de um toque de mão no primeiro gol rubro-negro. O Clube de Regatas do Flamengo ratifica sua posição contrária aos equívocos dos árbitros que têm sido tão comuns no Brasileiro. Posição que marcamos não apenas nos momentos em que somos prejudicados, mas, igualmente, também quando somos favorecidos de qualquer forma", explica trecho da nota. A nota ainda relembra a interferência da arbitragem no clássico do primeiro turno. "Vale ainda enfatizar que a arbitragem influenciou o resultado dos dois Fla-Flus deste Brasileiro: o do turno (em uma marcação de pênalti inexistente, inversões de faltas e uma expulsão controversa) e o do returno", completa. Veja vídeo CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA "O Clube de Regatas do Flamengo vem reiterar seu total descontentamento e repúdio a respeito da arbitragem nos jogos do Campeonato Brasileiro de 2015. No último final de semana, mais uma vez os torcedores presenciaram uma série de equívocos que mancham o espetáculo do futebol. Neste domingo (6.09), a arbitragem atrapalhou o sucesso do Fla-Flu, o clássico mais charmoso do Brasil. Lamentamos os critérios e os erros que influenciaram diretamente no número de cartões amarelos anotados e na ausência de marcação de um toque de mão no primeiro gol rubro-negro. O Clube de Regatas do Flamengo ratifica sua posição contrária aos equívocos dos árbitros que têm sido tão comuns no Brasileiro. Posição que marcamos não apenas nos momentos em que somos prejudicados, mas, igualmente, também quando somos favorecidos de qualquer forma. Sobre o clássico, vale ainda enfatizar que a arbitragem influenciou o resultado dos dois Fla-Flus deste Brasileiro: o do turno (em uma marcação de pênalti inexistente, inversões de faltas e uma expulsão controversa) e o do returno. Amplamente visto pela sociedade, imprensa e autoridades como uma instituição transparente e que cumpre com todas as suas obrigações, o Clube de Regatas do Flamengo compreende que toda atividade exercida por homens e mulheres está sujeita a erros. Mas, novamente, não acreditamos que a ocorrência de tais erros venha a diminuir sem que alguma ação concreta seja tomada pela Confederação Brasileira de Futebol e pela Comissão Nacional de Arbitragem, de quem cobramos uma maior atenção à imparcialidade e à credibilidade do futebol brasileiro, outrora o mais admirado do mundo."
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Israel ratifica que só muçulmanos podem rezar na Esplanada das Mesquitas
O primeiro-ministro de Israel, BInyamin Netanyahu, afirmou neste sábado (24) que não pretende mudar o status quo na Esplanada das Mesquitas e que seguirá sendo um lugar de reza só para muçulmanos. "Israel reconhece a importância do Monte do Templo para os fiéis das três religiões monoteístas, judeus, muçulmanos e cristãos, e reafirma seu compromisso de manter sem mudanças o status quo, em palavra e em prática", diz Netanyahu, em comunicado divulgado por seu escritório. A Esplanada das Mesquitas é conhecida como Monte do Templo pelos judeus e Nobre Santuário pelos muçulmanos e está no epicentro dos confrontos entre palestinos e israelenses. As declarações de Netanyahu vieram horas após o encontro entre o secretário de Estado americano, John Kerry, o rei Abdullah 2º da Jordânia e o líder palestino, Mamhoud Abbas, em Amã. Netanyahu insistiu que seu país não tem intenção de mudar as regras do jogo no lugar e reafirmou "a importância do papel especial do reino Hashemita da Jordânia, como reflete o tratado de paz de 1994, e o papel histórico do rei Abdullah 2º". Desde o tratado, a Jordânia tem a custódia dos lugares sagrados muçulmanos e cristãos de Jerusalém Oriental, tomados por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967. "Israel continuará implementando sua política: os muçulmanos rezam no Monte do Templo. Os não muçulmanos visitam o Monte do Templo", assinalou, sugerindo que os judeus não poderão rezar no lugar, algo que a extrema direita israelense e grupos nacionalistas judeus reivindicam e que os palestinos consideram uma provocação e uma mudança do status quo. Também ressaltou que os visitantes e os que veneram o complexo têm direito a fazê-lo "em paz, sem violência, sem ameaças, sem intimidação e provocação", em referência aos muçulmanos que repreendem os grupos de extremistas judeus que visitam o lugar acompanhados por forças de segurança israelenses. Kerry anunciou neste sábado um acordo entre Jordânia e Israel para estabelecer novas medidas que regulem a Esplanada, como incluir videovigilância do local 24 horas por dia. O anúncio foi feito por Kerry junto ao ministro jordaniano das Relações Exteriores, Nasser Judé, após uma reunião com o rei. O secretário de Estado disse que Netanyahu aceitou "uma excelente proposta do rei Abdullah para oferecer videovigilância por 24 horas de todos os lugares" do complexo, terceiro lugar sagrado do Islã, também venerado pelos judeus.
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Israel ratifica que só muçulmanos podem rezar na Esplanada das MesquitasO primeiro-ministro de Israel, BInyamin Netanyahu, afirmou neste sábado (24) que não pretende mudar o status quo na Esplanada das Mesquitas e que seguirá sendo um lugar de reza só para muçulmanos. "Israel reconhece a importância do Monte do Templo para os fiéis das três religiões monoteístas, judeus, muçulmanos e cristãos, e reafirma seu compromisso de manter sem mudanças o status quo, em palavra e em prática", diz Netanyahu, em comunicado divulgado por seu escritório. A Esplanada das Mesquitas é conhecida como Monte do Templo pelos judeus e Nobre Santuário pelos muçulmanos e está no epicentro dos confrontos entre palestinos e israelenses. As declarações de Netanyahu vieram horas após o encontro entre o secretário de Estado americano, John Kerry, o rei Abdullah 2º da Jordânia e o líder palestino, Mamhoud Abbas, em Amã. Netanyahu insistiu que seu país não tem intenção de mudar as regras do jogo no lugar e reafirmou "a importância do papel especial do reino Hashemita da Jordânia, como reflete o tratado de paz de 1994, e o papel histórico do rei Abdullah 2º". Desde o tratado, a Jordânia tem a custódia dos lugares sagrados muçulmanos e cristãos de Jerusalém Oriental, tomados por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967. "Israel continuará implementando sua política: os muçulmanos rezam no Monte do Templo. Os não muçulmanos visitam o Monte do Templo", assinalou, sugerindo que os judeus não poderão rezar no lugar, algo que a extrema direita israelense e grupos nacionalistas judeus reivindicam e que os palestinos consideram uma provocação e uma mudança do status quo. Também ressaltou que os visitantes e os que veneram o complexo têm direito a fazê-lo "em paz, sem violência, sem ameaças, sem intimidação e provocação", em referência aos muçulmanos que repreendem os grupos de extremistas judeus que visitam o lugar acompanhados por forças de segurança israelenses. Kerry anunciou neste sábado um acordo entre Jordânia e Israel para estabelecer novas medidas que regulem a Esplanada, como incluir videovigilância do local 24 horas por dia. O anúncio foi feito por Kerry junto ao ministro jordaniano das Relações Exteriores, Nasser Judé, após uma reunião com o rei. O secretário de Estado disse que Netanyahu aceitou "uma excelente proposta do rei Abdullah para oferecer videovigilância por 24 horas de todos os lugares" do complexo, terceiro lugar sagrado do Islã, também venerado pelos judeus.
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Justiça suspende obra para Rio-2016 na lagoa Rodrigo de Freitas
A Justiça Federal concedeu liminar suspendendo as obras de arquibancadas flutuantes no entorno da lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio. O empreendimento faz parte dos Jogos Olímpicos de 2016. O projeto do Comitê Organizador dos Jogos prevê a instalação das arquibancadas para 10 mil espectadores. A estrutura abrigaria banheiros, lanchonetes e lojas, além dos assentos. Na lagoa serão realizadas as competições de remo e canoagem. A decisão foi dada na quarta-feira retrasada (8), mas divulgada nesta quinta (16) pelo site do Ministério Público Federal, autor do pedido de liminar. As arquibancadas estavam em construção mesmo com o parecer de revisão das obras do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O Ministério Público Federal, por meio do procurador Jaime Mitropoulos, realizava investigação desde novembro de 2014. O procurador argumentou que "os interesses na organização dos jogos, por mais bem-intencionados que sejam, não podem ser privilegiados frente ao interesse maior de proteger o conjunto paisagístico da Lagoa Rodrigo de Freitas, que é um interesse de toda a sociedade". A lagoa é considerada APP (área de preservação permanente), de acordo com a Lei Orgânica do Município. O conjunto paisagístico e o espelho d'água também são tombados pelo Iphan. A liminar foi concedida pela juíza Maria Cristina Ribeiro Botelho Kanto, da 29ª Vara Federal, e tem caráter preventivo. A decisão também impede que as intervenções comecem até que sejam sanadas todas as dúvidas a respeito das medidas de proteção ao patrimônio e ao meio ambiente. Ainda de acordo com a juíza, o embargo será desfeito caso o Iphan autorize as obras. Procurado pela Folha, o Comitê Organizador dos Jogos não se pronunciou sobre o caso.
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Justiça suspende obra para Rio-2016 na lagoa Rodrigo de FreitasA Justiça Federal concedeu liminar suspendendo as obras de arquibancadas flutuantes no entorno da lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio. O empreendimento faz parte dos Jogos Olímpicos de 2016. O projeto do Comitê Organizador dos Jogos prevê a instalação das arquibancadas para 10 mil espectadores. A estrutura abrigaria banheiros, lanchonetes e lojas, além dos assentos. Na lagoa serão realizadas as competições de remo e canoagem. A decisão foi dada na quarta-feira retrasada (8), mas divulgada nesta quinta (16) pelo site do Ministério Público Federal, autor do pedido de liminar. As arquibancadas estavam em construção mesmo com o parecer de revisão das obras do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O Ministério Público Federal, por meio do procurador Jaime Mitropoulos, realizava investigação desde novembro de 2014. O procurador argumentou que "os interesses na organização dos jogos, por mais bem-intencionados que sejam, não podem ser privilegiados frente ao interesse maior de proteger o conjunto paisagístico da Lagoa Rodrigo de Freitas, que é um interesse de toda a sociedade". A lagoa é considerada APP (área de preservação permanente), de acordo com a Lei Orgânica do Município. O conjunto paisagístico e o espelho d'água também são tombados pelo Iphan. A liminar foi concedida pela juíza Maria Cristina Ribeiro Botelho Kanto, da 29ª Vara Federal, e tem caráter preventivo. A decisão também impede que as intervenções comecem até que sejam sanadas todas as dúvidas a respeito das medidas de proteção ao patrimônio e ao meio ambiente. Ainda de acordo com a juíza, o embargo será desfeito caso o Iphan autorize as obras. Procurado pela Folha, o Comitê Organizador dos Jogos não se pronunciou sobre o caso.
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A onda populista que a eleição de Trump coroou
A onda populista que a eleição de Trump veio coroar soou um alarme tardio sobre o que pode estar errado no mundo. Há um monte de coisas erradas, a começar pelas consequências sociais de uma desregulação predatória dos mercados, associada a uma lógica de dois pesos e duas medidas, e a uma cultura de privilégios, da qual Trump é beneficiário. Curiosamente, esse estado de alerta também provocou uma reação menos propensa a resistir do que a fazer concessões. É o que se pode chamar de discurso de adequação ou normalização (ou simplesmente demagogia) e que costuma funcionar à base de inversões, silogismos e sofismas. Que os eleitores americanos tenham decidido viver no mundo de Trump, celebrando "as forças do nativismo, do autoritarismo, da misoginia e do racismo", como escreveu David Remnick na "New Yorker", basta para lhes dar razão? A culpa é das forças progressistas e dos avanços dos direitos individuais, como pretendem demagogos e provocadores? O papel da disseminação viral da mentira noticiosa, reproduzida por algoritmos do Facebook e do Google com eficácia e proporções inéditas durante a campanha, foi tema de editorial do "New York Times" no fim de semana passado. Mas se a maioria (é preciso lembrar que, no caso das eleições americanas, essa maioria é relativa: Hillary venceu no voto popular por mais de dois milhões de votos) se submete aos populismos, a despeito da desfaçatez e das imposturas nas quais se baseiam, é por uma forma perversa ou suicida de empatia: para se sentir ouvida e acolhida em seus preconceitos e na esperança de soluções simplistas para problemas complexos e contradições. Pensar não é simples. É melhor não duvidar que um milionário como Donald Trump, mesmo coberto de processos, conhecido por práticas ilícitas e truculentas nos negócios e decidido a derrubar o sistema de saúde para todos proposto por seu antecessor, esteja comprometido com o futuro e o bem-estar das vítimas da globalização e do neoliberalismo. Uma pesquisa de boca de urna reproduzida por este jornal mostrou que o eleitor de Trump, além de branco, não estava exatamente entre os despossuídos. O presidente eleito teve 50% dos votos de quem ganha entre US$ 50 mil e US$ 100 mil por ano, e 48% de quem ganha mais de US$ 250 mil. Hillary ficou com 53% de quem recebe abaixo de US$ 30 mil, e 51% de quem ganha entre US$ 30 mil e US$ 50 mil anuais. Ou seja, se for para seguir os silogismos da razão populista, só nos resta concluir que são os racistas e os xenófobos (e não os despossuídos) as principais vítimas da globalização. Durante a ascensão espetacular de Trump, li perplexo a entrevista de um jovem de 22 anos, relativamente bem-sucedido e com diploma universitário, que explicava à revista "The Atlantic" seu voto no candidato republicano como uma forma de repúdio ao "politicamente correto", aí incluído tudo o que fosse defesa das minorias. Há um discurso de segundo grau escondido no ataque aos direitos das minorias como causa das mazelas do mundo. Sou escritor, sempre escrevi o que quis e, apesar de reconhecer os excessos, desvios e absurdos do politicamente correto, nunca me senti cerceado na minha liberdade de criticar os limites das políticas de identidade. Em sua lógica aloprada e reveladora, os novos demagogos poderiam retrucar que é porque não sou racista nem homofóbico. Claro. O fato é que, contra a burrice de boa-fé, embora desgastante, ainda há a possibilidade de contrapor o bom senso. Já contra a má-fé e o cinismo, a argumentação se reduz consideravelmente. A vitória de um candidato com discurso veementemente racista numa sociedade na qual a defesa dos direitos individuais é uma das bases da organização democrática torna incoerente o argumento sobre a suposta ameaça do politicamente correto à liberdade de expressão. Antes, confirma a pertinência e a urgência do combate ao racismo, à discriminação e aos preconceitos, por vias e formas mais inteligentes e mais eficazes do que o politicamente correto. É improvável que o mesmo sujeito que reivindica o direito à expressão racista e homofóbica veja algum problema em banir o que contradiz as convicções da maioria (religiosa ou o que seja) com a qual ele de alguma forma se identifica. Contrapor as minorias a uma maioria por elas ameaçada é uma falsa questão e uma armadilha. A defesa dos direitos das minorias apenas incorpora a diferença como direito de todos. O que está em jogo nos populismos é, ao contrário, a redução da maioria a uma massa uniforme, a impostura da democracia convertida em regime de exclusão.
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A onda populista que a eleição de Trump coroouA onda populista que a eleição de Trump veio coroar soou um alarme tardio sobre o que pode estar errado no mundo. Há um monte de coisas erradas, a começar pelas consequências sociais de uma desregulação predatória dos mercados, associada a uma lógica de dois pesos e duas medidas, e a uma cultura de privilégios, da qual Trump é beneficiário. Curiosamente, esse estado de alerta também provocou uma reação menos propensa a resistir do que a fazer concessões. É o que se pode chamar de discurso de adequação ou normalização (ou simplesmente demagogia) e que costuma funcionar à base de inversões, silogismos e sofismas. Que os eleitores americanos tenham decidido viver no mundo de Trump, celebrando "as forças do nativismo, do autoritarismo, da misoginia e do racismo", como escreveu David Remnick na "New Yorker", basta para lhes dar razão? A culpa é das forças progressistas e dos avanços dos direitos individuais, como pretendem demagogos e provocadores? O papel da disseminação viral da mentira noticiosa, reproduzida por algoritmos do Facebook e do Google com eficácia e proporções inéditas durante a campanha, foi tema de editorial do "New York Times" no fim de semana passado. Mas se a maioria (é preciso lembrar que, no caso das eleições americanas, essa maioria é relativa: Hillary venceu no voto popular por mais de dois milhões de votos) se submete aos populismos, a despeito da desfaçatez e das imposturas nas quais se baseiam, é por uma forma perversa ou suicida de empatia: para se sentir ouvida e acolhida em seus preconceitos e na esperança de soluções simplistas para problemas complexos e contradições. Pensar não é simples. É melhor não duvidar que um milionário como Donald Trump, mesmo coberto de processos, conhecido por práticas ilícitas e truculentas nos negócios e decidido a derrubar o sistema de saúde para todos proposto por seu antecessor, esteja comprometido com o futuro e o bem-estar das vítimas da globalização e do neoliberalismo. Uma pesquisa de boca de urna reproduzida por este jornal mostrou que o eleitor de Trump, além de branco, não estava exatamente entre os despossuídos. O presidente eleito teve 50% dos votos de quem ganha entre US$ 50 mil e US$ 100 mil por ano, e 48% de quem ganha mais de US$ 250 mil. Hillary ficou com 53% de quem recebe abaixo de US$ 30 mil, e 51% de quem ganha entre US$ 30 mil e US$ 50 mil anuais. Ou seja, se for para seguir os silogismos da razão populista, só nos resta concluir que são os racistas e os xenófobos (e não os despossuídos) as principais vítimas da globalização. Durante a ascensão espetacular de Trump, li perplexo a entrevista de um jovem de 22 anos, relativamente bem-sucedido e com diploma universitário, que explicava à revista "The Atlantic" seu voto no candidato republicano como uma forma de repúdio ao "politicamente correto", aí incluído tudo o que fosse defesa das minorias. Há um discurso de segundo grau escondido no ataque aos direitos das minorias como causa das mazelas do mundo. Sou escritor, sempre escrevi o que quis e, apesar de reconhecer os excessos, desvios e absurdos do politicamente correto, nunca me senti cerceado na minha liberdade de criticar os limites das políticas de identidade. Em sua lógica aloprada e reveladora, os novos demagogos poderiam retrucar que é porque não sou racista nem homofóbico. Claro. O fato é que, contra a burrice de boa-fé, embora desgastante, ainda há a possibilidade de contrapor o bom senso. Já contra a má-fé e o cinismo, a argumentação se reduz consideravelmente. A vitória de um candidato com discurso veementemente racista numa sociedade na qual a defesa dos direitos individuais é uma das bases da organização democrática torna incoerente o argumento sobre a suposta ameaça do politicamente correto à liberdade de expressão. Antes, confirma a pertinência e a urgência do combate ao racismo, à discriminação e aos preconceitos, por vias e formas mais inteligentes e mais eficazes do que o politicamente correto. É improvável que o mesmo sujeito que reivindica o direito à expressão racista e homofóbica veja algum problema em banir o que contradiz as convicções da maioria (religiosa ou o que seja) com a qual ele de alguma forma se identifica. Contrapor as minorias a uma maioria por elas ameaçada é uma falsa questão e uma armadilha. A defesa dos direitos das minorias apenas incorpora a diferença como direito de todos. O que está em jogo nos populismos é, ao contrário, a redução da maioria a uma massa uniforme, a impostura da democracia convertida em regime de exclusão.
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Após longa disputa, Sanders anuncia apoio a Hillary e critica Trump
Após meses de acirrada disputa pela candidatura democrata à Casa Branca, o senador Bernie Sanders anunciou nesta terça (12) seu apoio a Hillary Clinton, prometendo fazer o possível para ajudá-la a derrotar o provável adversário republicano, Donald Trump, na eleição presidencial de novembro. Sanders fez o anúncio ao lado de Hillary em um comício em Portsmouth, no Estado de New Hampshire (nordeste), sua primeira participação num evento de campanha da virtual candidata democrata. "Vim aqui para tornar o mais claro possível por que estou apoiando Hillary Clinton", disse Sanders, num discurso marcado por alertas sobre o risco de uma vitória de Trump. "Na verdade esta campanha não é sobre Hillary Clinton, Donald Trump ou Bernie Sanders. Esta campanha é sobre as necessidades do povo americano e as sérias crises que nós enfrentamos. E não tenho nenhuma dúvida de que, à medida que nos aproximamos de novembro, Hillary Clinton é de longe a melhor candidata para lidar com isso." O esperado endosso de Sanders a Hillary reduz as tensões que dominaram as últimas semanas da disputa entre os dois nas prévias democratas. A campanha do senador não poupou críticas ao sistema de escolha do candidato do partido, que considerou favorável à ex-secretária de Estado. PROPOSTAS A pressão na cúpula democrata para que o senador oficializasse seu apoio a Hillary tornou-se mais intensa desde que ela garantiu a candidatura, ao obter o número necessário de delegados do partido, no início do mês passado. Em discretas negociações nas últimas semanas, as duas campanhas se aproximaram em vários pontos da plataforma democrata, facilitando o apoio de Sanders. "Não é segredo que Hillary Clinton e eu discordamos em alguns temas", disse o senador no palanque de New Hampshire. Segundo ele, porém, a aproximação entre as campanhas produziu de longe a plataforma mais progressista da história do Partido Democrata. Centrada na defesa da justiça social e em ataques aos abusos do mercado financeiro, a campanha de Sanders já havia empurrado o discurso de Hillary para a esquerda durante as prévias. Fez o mesmo com a plataforma democrata aprovada no último fim de semana, que incluiu várias propostas do senador, como a gratuidade do ensino universitário para famílias com renda mensal abaixo de R$ 34 mil, a ampliação do sistema de saúde a populações pobres e o aumento do salário mínimo para US$15 (R$ 49,5) por hora (hoje é US$ 7,25, o equivalente a R$ 4.147 por mês). RELAÇÃO COM HILLARY Diferentemente da campanha republicana, a disputa democrata transcorreu sem muitos ataques pessoais entre Hillary e Sanders, mas não faltaram momentos de atrito. Franca favorita desde o início, a ex-secretária de Estado teve um páreo muito mais duro do que esperava contra Sanders, que conquistou uma legião de seguidores jovens e, mesmo derrotado, mudou o tom da campanha. Ao anunciar seu apoio, porém, Sanders encheu Hillary de elogios, "uma das pessoas mais inteligentes que já conhecemos". Num discurso metódico, em que passou pelos principais temas de sua campanha, Sanders bateu em Trump em cada um deles, contrastando-o com Hillary. "Enquanto Donald Trump está ocupado insultando mexicanos, muçulmanos, mulheres, afroamericanos e veteranos [de guerra], Hillary Clinton entende que nossa diversidade é uma de nossas maiores forças", disse. Hillary espera agora herdar parte do apoio dos "sanderistas", especialmente os jovens, entre os quais seu desempenho nas prévias do partido deixou a desejar. Para isso, ela conta com outra arma eleitoral poderosa, o endosso do presidente Barack Obama, que também tem alta popularidade com os jovens. Outro que está de olho no público de Sanders é Donald Trump, apelando aos que consideram Hillary parte inseparável de um sistema político corrupto. "Estou surpreso que Bernie Sanders não tenha sido fiel a si mesmo e a seus seguidores. Eles não estão felizes por ele ter se vendido!", tuitou Trump, dizendo-se de "braços abertos" aos sanderistas desiludidos. Em 2008, quando perdeu a mesma disputa para Barack Obama, Hillary declarou seu endosso a ele quatro dias depois de ficar clara sua derrota. Bernie demorou 34 dias para fazer o mesmo. Ao agradecer o endosso de Sanders, Hillary abraçou o senador e repetiu o slogan de sua campanha: "Juntos, somos mais fortes". Sua candidatura deve ser oficializada na convenção democrata, entre 25 e 28 de julho, na Filadélfia. New Hampshire, onde Sanders estreou na campanha de Hillary, tem significado especial para o senador, que venceu as prévias no Estado com 22 pontos percentuais de diferença. Há também um peso na eleição de novembro, já que New Hampshire é um "Estado-pêndulo", como são chamados aqueles onde não há vantagem histórica para nenhum dos dois partidos. Na eleição presidencial de 2008, Obama ganhou em New Hampshire com 54,38% dos votos. Voltou a vencer no Estado em 2012, mas com um percentual menor, 51,9%.
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Após longa disputa, Sanders anuncia apoio a Hillary e critica TrumpApós meses de acirrada disputa pela candidatura democrata à Casa Branca, o senador Bernie Sanders anunciou nesta terça (12) seu apoio a Hillary Clinton, prometendo fazer o possível para ajudá-la a derrotar o provável adversário republicano, Donald Trump, na eleição presidencial de novembro. Sanders fez o anúncio ao lado de Hillary em um comício em Portsmouth, no Estado de New Hampshire (nordeste), sua primeira participação num evento de campanha da virtual candidata democrata. "Vim aqui para tornar o mais claro possível por que estou apoiando Hillary Clinton", disse Sanders, num discurso marcado por alertas sobre o risco de uma vitória de Trump. "Na verdade esta campanha não é sobre Hillary Clinton, Donald Trump ou Bernie Sanders. Esta campanha é sobre as necessidades do povo americano e as sérias crises que nós enfrentamos. E não tenho nenhuma dúvida de que, à medida que nos aproximamos de novembro, Hillary Clinton é de longe a melhor candidata para lidar com isso." O esperado endosso de Sanders a Hillary reduz as tensões que dominaram as últimas semanas da disputa entre os dois nas prévias democratas. A campanha do senador não poupou críticas ao sistema de escolha do candidato do partido, que considerou favorável à ex-secretária de Estado. PROPOSTAS A pressão na cúpula democrata para que o senador oficializasse seu apoio a Hillary tornou-se mais intensa desde que ela garantiu a candidatura, ao obter o número necessário de delegados do partido, no início do mês passado. Em discretas negociações nas últimas semanas, as duas campanhas se aproximaram em vários pontos da plataforma democrata, facilitando o apoio de Sanders. "Não é segredo que Hillary Clinton e eu discordamos em alguns temas", disse o senador no palanque de New Hampshire. Segundo ele, porém, a aproximação entre as campanhas produziu de longe a plataforma mais progressista da história do Partido Democrata. Centrada na defesa da justiça social e em ataques aos abusos do mercado financeiro, a campanha de Sanders já havia empurrado o discurso de Hillary para a esquerda durante as prévias. Fez o mesmo com a plataforma democrata aprovada no último fim de semana, que incluiu várias propostas do senador, como a gratuidade do ensino universitário para famílias com renda mensal abaixo de R$ 34 mil, a ampliação do sistema de saúde a populações pobres e o aumento do salário mínimo para US$15 (R$ 49,5) por hora (hoje é US$ 7,25, o equivalente a R$ 4.147 por mês). RELAÇÃO COM HILLARY Diferentemente da campanha republicana, a disputa democrata transcorreu sem muitos ataques pessoais entre Hillary e Sanders, mas não faltaram momentos de atrito. Franca favorita desde o início, a ex-secretária de Estado teve um páreo muito mais duro do que esperava contra Sanders, que conquistou uma legião de seguidores jovens e, mesmo derrotado, mudou o tom da campanha. Ao anunciar seu apoio, porém, Sanders encheu Hillary de elogios, "uma das pessoas mais inteligentes que já conhecemos". Num discurso metódico, em que passou pelos principais temas de sua campanha, Sanders bateu em Trump em cada um deles, contrastando-o com Hillary. "Enquanto Donald Trump está ocupado insultando mexicanos, muçulmanos, mulheres, afroamericanos e veteranos [de guerra], Hillary Clinton entende que nossa diversidade é uma de nossas maiores forças", disse. Hillary espera agora herdar parte do apoio dos "sanderistas", especialmente os jovens, entre os quais seu desempenho nas prévias do partido deixou a desejar. Para isso, ela conta com outra arma eleitoral poderosa, o endosso do presidente Barack Obama, que também tem alta popularidade com os jovens. Outro que está de olho no público de Sanders é Donald Trump, apelando aos que consideram Hillary parte inseparável de um sistema político corrupto. "Estou surpreso que Bernie Sanders não tenha sido fiel a si mesmo e a seus seguidores. Eles não estão felizes por ele ter se vendido!", tuitou Trump, dizendo-se de "braços abertos" aos sanderistas desiludidos. Em 2008, quando perdeu a mesma disputa para Barack Obama, Hillary declarou seu endosso a ele quatro dias depois de ficar clara sua derrota. Bernie demorou 34 dias para fazer o mesmo. Ao agradecer o endosso de Sanders, Hillary abraçou o senador e repetiu o slogan de sua campanha: "Juntos, somos mais fortes". Sua candidatura deve ser oficializada na convenção democrata, entre 25 e 28 de julho, na Filadélfia. New Hampshire, onde Sanders estreou na campanha de Hillary, tem significado especial para o senador, que venceu as prévias no Estado com 22 pontos percentuais de diferença. Há também um peso na eleição de novembro, já que New Hampshire é um "Estado-pêndulo", como são chamados aqueles onde não há vantagem histórica para nenhum dos dois partidos. Na eleição presidencial de 2008, Obama ganhou em New Hampshire com 54,38% dos votos. Voltou a vencer no Estado em 2012, mas com um percentual menor, 51,9%.
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Festival de bandas, feiras de vinil e oficina de percussão chegam a SP
LUIZA WOLF DE SÃO PAULO Nesta semana, três eventos que combinam passeio e música chegam à cidade. Saiba mais sobre cada um deles abaixo. 3ª EDIÇÃO DA EXPO CULTURAL SÃO PAULO O evento mescla música e exposições. O principal objetivo da terceira edição da feira é lançar novas bandas: há shows todos os dias, e o grupo vencedor será anunciado no domingo (9), às 21h. Entre uma apresentação e outra, o público pode conferir exposições de tatuagens, de vinis e de instrumentos musicais. Para aplacar a fome, há feira gastronômica. Pça. Heróis da FEB. Pça. Campo de Bagatelle, s/nº, Santana, região norte, s/tel. Sex. (7) a dom. (9): 10h às 22h. Livre. Ingr.: um quilo de alimento não perecível ou um brinquedo em bom estado (contribuição voluntária). * PERCUSSION SHOW A primeira edição da feira tem uma mostra que expõe cerca de 500 itens, entre eles instrumentos e acessórios, como pratos e baquetas. O evento também conta com pocket shows. Para assistir à apresentação "Bateras 100% Brasil" -que conta com instrumentistas como Paulinho Fonseca (do Jota Quest) e Bacalhau (do Ultraje a Rigor)-, no domingo (9), às 11h, é preciso se inscrever pelo site baterasbrasil.com.br. Fundação Bienal de São Paulo - pq. do Ibirapuera. Pavilhão - av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 3, Parque Ibirapuera, região sul, tel. 5576-7600. 350 pessoas. Qui. (6) e sex. (7): 16h às 22h. Sáb. (8): 12h às 22h. Dom. (9): 12h às 19h. Livre. Ingr.: R$ 10. * FEIRA DE DISCOS Bimestral, o evento chegou à cidade em 2011 e já ocupou bares, lojas e museus. Desta vez, ele ocorre na praça Franklin Roosevelt, no centro. No sábado (8), quem gosta de ouvir música à moda antiga pode caçar vinis de todos os gêneros —a organização promete contemplar artistas de rock, soul, jazz, samba, funk, indie, MPB e música erudita, entre outros. Além de comprar, é possível negociar trocas de vinis com os expositores. Para animar a tarde, DJs vão discotecar ao ar livre. Pça. Roosevelt. Pça. Franklin Roosevelt, s/nº, Consolação, região central, s/tel. Sáb. (8): 11h às 19h. Livre. Grátis.
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Festival de bandas, feiras de vinil e oficina de percussão chegam a SPLUIZA WOLF DE SÃO PAULO Nesta semana, três eventos que combinam passeio e música chegam à cidade. Saiba mais sobre cada um deles abaixo. 3ª EDIÇÃO DA EXPO CULTURAL SÃO PAULO O evento mescla música e exposições. O principal objetivo da terceira edição da feira é lançar novas bandas: há shows todos os dias, e o grupo vencedor será anunciado no domingo (9), às 21h. Entre uma apresentação e outra, o público pode conferir exposições de tatuagens, de vinis e de instrumentos musicais. Para aplacar a fome, há feira gastronômica. Pça. Heróis da FEB. Pça. Campo de Bagatelle, s/nº, Santana, região norte, s/tel. Sex. (7) a dom. (9): 10h às 22h. Livre. Ingr.: um quilo de alimento não perecível ou um brinquedo em bom estado (contribuição voluntária). * PERCUSSION SHOW A primeira edição da feira tem uma mostra que expõe cerca de 500 itens, entre eles instrumentos e acessórios, como pratos e baquetas. O evento também conta com pocket shows. Para assistir à apresentação "Bateras 100% Brasil" -que conta com instrumentistas como Paulinho Fonseca (do Jota Quest) e Bacalhau (do Ultraje a Rigor)-, no domingo (9), às 11h, é preciso se inscrever pelo site baterasbrasil.com.br. Fundação Bienal de São Paulo - pq. do Ibirapuera. Pavilhão - av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 3, Parque Ibirapuera, região sul, tel. 5576-7600. 350 pessoas. Qui. (6) e sex. (7): 16h às 22h. Sáb. (8): 12h às 22h. Dom. (9): 12h às 19h. Livre. Ingr.: R$ 10. * FEIRA DE DISCOS Bimestral, o evento chegou à cidade em 2011 e já ocupou bares, lojas e museus. Desta vez, ele ocorre na praça Franklin Roosevelt, no centro. No sábado (8), quem gosta de ouvir música à moda antiga pode caçar vinis de todos os gêneros —a organização promete contemplar artistas de rock, soul, jazz, samba, funk, indie, MPB e música erudita, entre outros. Além de comprar, é possível negociar trocas de vinis com os expositores. Para animar a tarde, DJs vão discotecar ao ar livre. Pça. Roosevelt. Pça. Franklin Roosevelt, s/nº, Consolação, região central, s/tel. Sáb. (8): 11h às 19h. Livre. Grátis.
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Hollande diz a Macri que facilitará crédito a franceses na Argentina
O presidente da França, François Hollande, se reuniu nesta quarta-feira (24) em Buenos Aires com o presidente argentino, Mauricio Macri. Hollande foi o segundo chefe de governo que o novo mandatário da Argentina recebeu desde sua posse, em 10 de dezembro de 2015. Há oito dias, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, também passou pela Casa Rosada. Com Hollande, Macri conversou sobre cooperação na área de segurança, principalmente no combate ao narcotráfico e ao terrorismo. Também discutiu formas de aumentar a relação comercial entre os países -o francês veio acompanhado de cerca de 30 executivos de grandes empresas. Hollande afirmou que seu governo facilitará a concessão de crédito para companhias francesas instaladas no país. "Queremos ajudar a Argentina na sua reincorporação no mercado financeiro global e esperamos que logo consigam uma solução para a gestão da dívida soberana", acrescentou. Os dirigentes ainda assinaram 27 acordos bilaterais nas áreas de cultura, ciência, energia nuclear e agronegócios. Hollande prestará uma homenagem nesta quinta-feira (25) às vítimas da ditadura argentina e se encontrará com representantes da associação das Avós da Praça de Maio. Em seguida, segue para o Uruguai —ele já passou pelo Peru. Com a viagem, pretende aproximar a França (que está em estado de "emergência econômica") da América do Sul. O último chefe de Estado francês que esteve na Argentina havia sido Jacques Chirac, em 1997. No próximo mês, Macri receberá o presidente americano, Barack Obama. Os encontros com chefes de governo fazem parte do projeto do argentino de voltar a se relacionar com as grandes potências globais e atrair capital estrangeiro. Nos últimos 12 anos, a Argentina foi governada por Néstor e Cristina Kirchner, que se afastaram —principalmente Cristina— dos Estados Unidos e da Europa.
mundo
Hollande diz a Macri que facilitará crédito a franceses na ArgentinaO presidente da França, François Hollande, se reuniu nesta quarta-feira (24) em Buenos Aires com o presidente argentino, Mauricio Macri. Hollande foi o segundo chefe de governo que o novo mandatário da Argentina recebeu desde sua posse, em 10 de dezembro de 2015. Há oito dias, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, também passou pela Casa Rosada. Com Hollande, Macri conversou sobre cooperação na área de segurança, principalmente no combate ao narcotráfico e ao terrorismo. Também discutiu formas de aumentar a relação comercial entre os países -o francês veio acompanhado de cerca de 30 executivos de grandes empresas. Hollande afirmou que seu governo facilitará a concessão de crédito para companhias francesas instaladas no país. "Queremos ajudar a Argentina na sua reincorporação no mercado financeiro global e esperamos que logo consigam uma solução para a gestão da dívida soberana", acrescentou. Os dirigentes ainda assinaram 27 acordos bilaterais nas áreas de cultura, ciência, energia nuclear e agronegócios. Hollande prestará uma homenagem nesta quinta-feira (25) às vítimas da ditadura argentina e se encontrará com representantes da associação das Avós da Praça de Maio. Em seguida, segue para o Uruguai —ele já passou pelo Peru. Com a viagem, pretende aproximar a França (que está em estado de "emergência econômica") da América do Sul. O último chefe de Estado francês que esteve na Argentina havia sido Jacques Chirac, em 1997. No próximo mês, Macri receberá o presidente americano, Barack Obama. Os encontros com chefes de governo fazem parte do projeto do argentino de voltar a se relacionar com as grandes potências globais e atrair capital estrangeiro. Nos últimos 12 anos, a Argentina foi governada por Néstor e Cristina Kirchner, que se afastaram —principalmente Cristina— dos Estados Unidos e da Europa.
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Latam é eleita a melhor aérea em serviço de bordo e em programa de milhagens
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Um dos momentos mais aguardados do voo, a entrega de refeições é a ponta de um enorme trabalho nos bastidores. No aeroporto de Guarulhos, só a Latam embarca 550 mil pratos por mês, em uma operação que soma cerca de mil funcionários e funciona 24 horas, todos os dias da semana. Com pratos como escondidinho de carne-seca e cheesecake de goiaba, esse serviço de bordo tem agradado aos paulistanos, que elegeram a Latam como a melhor nessa categoria, com 30% de menções. A segunda colocada, Gol, teve 8%. O serviço contempla todo o atendimento dos comissários durante o voo, como atender pedidos e tirar dúvidas dos passageiros. A empresa também vence em programa de milhagem. O Latam Fidelidade é considerado o melhor por 13% dos entrevistados. Entre os mais ricos, o número sobe para 22%. Maior empresa aérea da América do Sul. a companhia surgiu a partir da fusão da chilena LAN, criada como estatal em 1929, e a paulista TAM, aberta em 1976 em Marília, no interior do Estado. As duas empresas anunciaram a união em 2010, mas passaram a atuar sob a mesma marca, Latam, apenas em maio deste ano. Com sede em Santiago, o grupo transportou 6,1 milhões de passageiros e 274 milhões de toneladas de carga no mês passado. A empresa planeja construir um hub -aeroporto que concentra muitos voos e conexões no Nordeste, mas ainda não definiu se ele será em Fortaleza, Natal ou Recife. A decisão, prevista inicialmente para 2015, foi adiada devido à situação econômica do país e não tem data para ser anunciada. Com a crise, a Latam enfrenta quedas no volume de voos. De abril a junho de 2016, a oferta de assentos em voos nacionais, reduzida por falta de demanda, caiu 13,7% em relação ao mesmo período de 2015. Mesmo nesse período turbulento, a companhia lucrou US$ 1,3 milhão (cerca de R$ 4,2 milhões) no segundo trimestre deste ano. Junto com a nova marca, também vieram mudanças nos programas: o Latam Fidelidade, somado em pontos Multiplus, e o Latam Pass, medido por quilômetros voados. Rio de Janeiro e cidades do Nordeste são os principais destinos domésticos pelos quais usuários trocam milhas e, Miami, o principal destino internacional. "Usar pontos pode mitigar os efeitos da alta do câmbio na emissão de passagens", diz Adriana Gomes, diretora de marketing da Latam Brasil. Uma forma de compensar quem privilegia viajar com a empresa -mesmo quando seus bilhetes não estejam em promoção.
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Latam é eleita a melhor aérea em serviço de bordo e em programa de milhagensRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Um dos momentos mais aguardados do voo, a entrega de refeições é a ponta de um enorme trabalho nos bastidores. No aeroporto de Guarulhos, só a Latam embarca 550 mil pratos por mês, em uma operação que soma cerca de mil funcionários e funciona 24 horas, todos os dias da semana. Com pratos como escondidinho de carne-seca e cheesecake de goiaba, esse serviço de bordo tem agradado aos paulistanos, que elegeram a Latam como a melhor nessa categoria, com 30% de menções. A segunda colocada, Gol, teve 8%. O serviço contempla todo o atendimento dos comissários durante o voo, como atender pedidos e tirar dúvidas dos passageiros. A empresa também vence em programa de milhagem. O Latam Fidelidade é considerado o melhor por 13% dos entrevistados. Entre os mais ricos, o número sobe para 22%. Maior empresa aérea da América do Sul. a companhia surgiu a partir da fusão da chilena LAN, criada como estatal em 1929, e a paulista TAM, aberta em 1976 em Marília, no interior do Estado. As duas empresas anunciaram a união em 2010, mas passaram a atuar sob a mesma marca, Latam, apenas em maio deste ano. Com sede em Santiago, o grupo transportou 6,1 milhões de passageiros e 274 milhões de toneladas de carga no mês passado. A empresa planeja construir um hub -aeroporto que concentra muitos voos e conexões no Nordeste, mas ainda não definiu se ele será em Fortaleza, Natal ou Recife. A decisão, prevista inicialmente para 2015, foi adiada devido à situação econômica do país e não tem data para ser anunciada. Com a crise, a Latam enfrenta quedas no volume de voos. De abril a junho de 2016, a oferta de assentos em voos nacionais, reduzida por falta de demanda, caiu 13,7% em relação ao mesmo período de 2015. Mesmo nesse período turbulento, a companhia lucrou US$ 1,3 milhão (cerca de R$ 4,2 milhões) no segundo trimestre deste ano. Junto com a nova marca, também vieram mudanças nos programas: o Latam Fidelidade, somado em pontos Multiplus, e o Latam Pass, medido por quilômetros voados. Rio de Janeiro e cidades do Nordeste são os principais destinos domésticos pelos quais usuários trocam milhas e, Miami, o principal destino internacional. "Usar pontos pode mitigar os efeitos da alta do câmbio na emissão de passagens", diz Adriana Gomes, diretora de marketing da Latam Brasil. Uma forma de compensar quem privilegia viajar com a empresa -mesmo quando seus bilhetes não estejam em promoção.
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Sobe para 28 o número de mortos em ataque a hotel de Burkina Fasso
O número de mortos no ataque desta sexta-feira (15) ao Hotel Splendid e ao Café Cappuccino, na capital de Burkina Fasso, chegou a ao menos 28 em balanço oficial divulgado neste domingo (17). As vítimas do ataque são de 18 nacionalidades, segundo as autoridades burquinenses, que não deram detalhes. Segundo o Itamaraty, não há informação de brasileiros entre elas. Informações dos governos dos países de origem das vítimas indicam que há ao menos seis canadenses, dois franceses e dois suíços entre os mortos. O Ministério de Relações Exteriores da Ucrânia afirmou que uma mulher ucraniana e sua filha morreram no ataque ao café em Uagadugu. Segundo o porta-voz do ministério, Yevgeny Ignatovsky, a mulher e seu marido eram donos do café Cappuccino, onde ao menos dez morreram quando um grupo armado abriu fogo contra todos no local. O grupo ainda colocou fogo no prédio antes de seguir para o Hotel Splendid, onde outros 18 foram mortos. As vítimas incluem ainda um cidadão português que estava hospedado no hotel com sua mulher, de origem francesa. Segundo a imprensa portuguesa, um outro cidadão do país, consultor da União Europeia, estava no hotel no momento do ataque, mas saiu ileso. Entre os mortos, está também um cidadão holandês de 67 anos que fazia trabalho voluntário em Burkina Fasso. O ministro holandês de Relações Exteriores, Bert Koenders, disse lamentar que uma pessoa que contribua com o desenvolvimento do país seja uma vítima de um ataque como o perpetrado em Uagadugu. O missionário americano Michael Riddering, 45, também foi morto no ataque, segundo informou sua sogra, Carol Boyle. Ele estava no café Cappuccino, onde se encontraria com um grupo de futuros voluntários do orfanato e centro de apoio à mulher que gerenciava ao lado de sua mulher, Amy Boyle-Riddering, com quem tinha quatro filhos. Riddering chegou mais cedo ao café e aguardava o grupo com um pastor local. Quando os disparos começaram, os dois correram para direções diferentes. O pastor conseguiu se esconder e sobreviveu ao ataque. LUTO O governo de Burkina Fasso decretou três dias de luto após o ataque, invasão e tomada de reféns no Café Cappuccino e no Hotel Splendid. A ação, reivindicada pela Al Qaeda no Magreb Islâmico, braço da rede terrorista, durou ao menos doze horas até que as tropas burquinenses retomaram o controle do prédio, com a ajuda de forças francesas vindas do vizinho Mali. Quatro criminosos morreram na ação, um deles num hotel próximo para o qual teria fugido após o ataque. Em uma mensagem à nação, o presidente do país, Roch Marc Christian Kabore, disse que o povo burquinense precisa se unir na luta contra o terrorismo. Ele anunciou ainda que as forças de segurança estão ampliando os postos de controle nas entradas da capital e de outras grandes cidades, assim como nas fronteiras do país.
mundo
Sobe para 28 o número de mortos em ataque a hotel de Burkina FassoO número de mortos no ataque desta sexta-feira (15) ao Hotel Splendid e ao Café Cappuccino, na capital de Burkina Fasso, chegou a ao menos 28 em balanço oficial divulgado neste domingo (17). As vítimas do ataque são de 18 nacionalidades, segundo as autoridades burquinenses, que não deram detalhes. Segundo o Itamaraty, não há informação de brasileiros entre elas. Informações dos governos dos países de origem das vítimas indicam que há ao menos seis canadenses, dois franceses e dois suíços entre os mortos. O Ministério de Relações Exteriores da Ucrânia afirmou que uma mulher ucraniana e sua filha morreram no ataque ao café em Uagadugu. Segundo o porta-voz do ministério, Yevgeny Ignatovsky, a mulher e seu marido eram donos do café Cappuccino, onde ao menos dez morreram quando um grupo armado abriu fogo contra todos no local. O grupo ainda colocou fogo no prédio antes de seguir para o Hotel Splendid, onde outros 18 foram mortos. As vítimas incluem ainda um cidadão português que estava hospedado no hotel com sua mulher, de origem francesa. Segundo a imprensa portuguesa, um outro cidadão do país, consultor da União Europeia, estava no hotel no momento do ataque, mas saiu ileso. Entre os mortos, está também um cidadão holandês de 67 anos que fazia trabalho voluntário em Burkina Fasso. O ministro holandês de Relações Exteriores, Bert Koenders, disse lamentar que uma pessoa que contribua com o desenvolvimento do país seja uma vítima de um ataque como o perpetrado em Uagadugu. O missionário americano Michael Riddering, 45, também foi morto no ataque, segundo informou sua sogra, Carol Boyle. Ele estava no café Cappuccino, onde se encontraria com um grupo de futuros voluntários do orfanato e centro de apoio à mulher que gerenciava ao lado de sua mulher, Amy Boyle-Riddering, com quem tinha quatro filhos. Riddering chegou mais cedo ao café e aguardava o grupo com um pastor local. Quando os disparos começaram, os dois correram para direções diferentes. O pastor conseguiu se esconder e sobreviveu ao ataque. LUTO O governo de Burkina Fasso decretou três dias de luto após o ataque, invasão e tomada de reféns no Café Cappuccino e no Hotel Splendid. A ação, reivindicada pela Al Qaeda no Magreb Islâmico, braço da rede terrorista, durou ao menos doze horas até que as tropas burquinenses retomaram o controle do prédio, com a ajuda de forças francesas vindas do vizinho Mali. Quatro criminosos morreram na ação, um deles num hotel próximo para o qual teria fugido após o ataque. Em uma mensagem à nação, o presidente do país, Roch Marc Christian Kabore, disse que o povo burquinense precisa se unir na luta contra o terrorismo. Ele anunciou ainda que as forças de segurança estão ampliando os postos de controle nas entradas da capital e de outras grandes cidades, assim como nas fronteiras do país.
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Nova onda de imigração atrai para São Paulo latino-americanos e africanos
O sotaque estrangeiro no centro de São Paulo acompanhou a ascensão da cidade, desde a popular Rua 25 de Março, cuja vocação comercial foi despertada pelos árabes, à sede da Prefeitura, antigo prédio dos italianos Matarazzo. Se hoje os novos imigrantes vêm de locais tão distintos quanto Bolívia e Senegal, o destino continua sendo o centro de São Paulo. A prefeitura estima em 600 mil a população imigrante na cidade, a maioria morando ou trabalhando na região. "O centro sempre foi uma porta de entrada porque era onde ficava a Hospedaria de Imigrantes", diz Paulo Illes, coordenador de políticas para imigrantes da prefeitura. A hospedaria, que funcionava na Mooca -bairro vizinho ao centro- foi desativada em 1978 e abrigou o Memorial do Imigrante, até ser reinaugurada como Museu da Imigração em 2014 -mesmo ano em que a crise gerada com a vinda de haitianos do Acre para São Paulo evidenciou a necessidade de reabertura de um abrigo para os recém-chegados. Durante o segundo semestre de 2014, foram criados o Centro de Referência e Acolhida para Imigrantes (CRAI), pela prefeitura, e a Casa de Passagem Terra Nova, do governo estadual. Situados na Bela Vista, os abrigos acolhem principalmente refugiados. O.H., 38, veio de Burkina Faso. Músico, ele diz que se viu obrigado a deixar seu país após ser perseguido pelo governo em razão das letras que escrevia. Veio para São Paulo porque disseram que era um lugar bom para o "show business". Há sete meses no Brasil, o único trabalho que encontrou foi como pintor na construção civil. Desempregado, ele não desistiu da cidade, nem da carreira. "Eu nunca escrevi letras de amor, mas aqui é só o que me vem à cabeça. É verdade que é uma cidade de muito trabalho, mas o que eu vejo no cotidiano das pessoas é que elas enganam o tempo para encontrar amor", diz. Já para a peruana Rosa Delgado, 46, São Paulo significa trabalho. "Vivemos na correria, se não -como se diz?- o bicho pega", afirma. Rosa é dona do "Tradiciones Peruanas Restaurant", na av. Rio Branco. Filha de mãe inca e pai espanhol, ela saiu de Cuzco aos 16 anos e, desde então, só retornou para buscar artesanatos -que vendia para se sustentar- e visitar a família. Há 30 anos na estrada, já viveu na Bolívia, Chile e Argentina. Para ela, o mais característico da cidade, em comparação com os outros lugares por onde passou, são os moradores de rua. "É muito específico de São Paulo como as pessoas se abandonam". Pessoas morando nas ruas impressionam os imigrantes na cidade. Os haitianos Fedo Bacoult, 37, e Steave Pierre, 36, dizem que conterrâneos seus têm medo de trazer os filhos para cá ao verem jovens nas ruas, usando drogas. PROPAGANDA "Os haitianos vêm para São Paulo por causa da propaganda da cidade: é a mais rica e avançada, e nós estamos correndo atrás do dinheiro", afirma Bacoult. Mas, com os preços em alta, poupar é mais difícil. Por isso, apoiam os protestos nas ruas -mas de longe. "Eu não posso fazer igual aos brasileiros, eu sou imigrante. Eu participaria se tivesse certeza que seria pacífico", diz a haitiana Marie Meanty, 23. Os haitianos são considerados privilegiados pelo senegalês Massar Sarr, 42, representante dos imigrantes no conselho participativo da subprefeitura da Sé. Ele aponta como vantagem dos haitianos a facilitação do processo de regularização, promovida pelo governo federal em resposta ao aumento do fluxo após o terremoto que atingiu o Haiti em 2010. "Eu acho que tem que igualar pra todo mundo. Imigrante é imigrante", afirma Sarr. Para ele, os africanos, por serem uma migração mais recente, são menos organizados que os latino-americanos. "Os africanos que já estavam aqui, que vieram para estudar, não querem saber dos irmãos africanos que estão chegando agora", critica. Já o boliviano Luis Vásquez, 43, veio para São Paulo há 13 anos para fazer uma pós-graduação, mas ficou para ajudar a comunidade boliviana. Hoje, preside a Associação dos Empreendedores Bolivianos da Rua Coimbra. Ele critica o estigma que se criou em cima do boliviano como "trabalhador escravo". Vásquez diz que, por pior que sejam as condições de trabalho nas oficinas de costura, elas ainda são melhores -e mais rentáveis- do que a situação na Bolívia. "Para o imigrante, é bom morar na oficina. Ele não paga aluguel, não gasta com transporte e pode trabalhar mais tempo, já que ganha por peça fabricada", diz. Segundo ele, o que é negativo nesta situação é o isolamento em que se vive. Ele não espera que os novos imigrantes integrem-se de modo semelhante ao que aconteceu com europeus. "Tomara que não aconteça com a gente o que aconteceu com vocês. Os filhos esqueceram que os pais foram imigrantes, e às vezes nos tratam como bichos de outro planeta", diz. ATRATIVOS De acordo com Dulce Baptista, professora da PUC-SP e pesquisadora do Observatório das Metrópoles, os imigrantes buscam o centro da cidade tanto por uma questão histórica quanto prática. "O centro da cidade era um espaço privilegiado, de residência da classe alta. Conforme outros bairros se valorizaram, a região ficou esvaziada. Por isso, existe nela toda uma edificação que permite a estruturação de casas de cômodo, cortiços e moradias sublocadas", explica. A vantagem dessa estrutura, segundo ela, é o preço. Apesar do metro quadrado da região não ser o mais barato da cidade, os imigrantes podem dividir as residências com muitas pessoas. Outro fator que influencia na escolha é o deslocamento. Como a principal atividade dos imigrantes é o comércio popular, característico do centro, eles preferem morar na região para economizar em transporte. Mas a professora faz um alerta. "O centro vem passando por um processo de requalificação urbana e a tendência com isso é a expulsão de população atual. Os imóveis que hoje são habitados pelos imigrantes passam a ter um novo uso, dado pela atividade econômica que chega na região", diz. Colaboração ISADORA BRANT | Fotografia ISADORA BRANT e CARLOS CECCONELLO | Edição GIOVANNI BELLO
cotidiano
Nova onda de imigração atrai para São Paulo latino-americanos e africanosO sotaque estrangeiro no centro de São Paulo acompanhou a ascensão da cidade, desde a popular Rua 25 de Março, cuja vocação comercial foi despertada pelos árabes, à sede da Prefeitura, antigo prédio dos italianos Matarazzo. Se hoje os novos imigrantes vêm de locais tão distintos quanto Bolívia e Senegal, o destino continua sendo o centro de São Paulo. A prefeitura estima em 600 mil a população imigrante na cidade, a maioria morando ou trabalhando na região. "O centro sempre foi uma porta de entrada porque era onde ficava a Hospedaria de Imigrantes", diz Paulo Illes, coordenador de políticas para imigrantes da prefeitura. A hospedaria, que funcionava na Mooca -bairro vizinho ao centro- foi desativada em 1978 e abrigou o Memorial do Imigrante, até ser reinaugurada como Museu da Imigração em 2014 -mesmo ano em que a crise gerada com a vinda de haitianos do Acre para São Paulo evidenciou a necessidade de reabertura de um abrigo para os recém-chegados. Durante o segundo semestre de 2014, foram criados o Centro de Referência e Acolhida para Imigrantes (CRAI), pela prefeitura, e a Casa de Passagem Terra Nova, do governo estadual. Situados na Bela Vista, os abrigos acolhem principalmente refugiados. O.H., 38, veio de Burkina Faso. Músico, ele diz que se viu obrigado a deixar seu país após ser perseguido pelo governo em razão das letras que escrevia. Veio para São Paulo porque disseram que era um lugar bom para o "show business". Há sete meses no Brasil, o único trabalho que encontrou foi como pintor na construção civil. Desempregado, ele não desistiu da cidade, nem da carreira. "Eu nunca escrevi letras de amor, mas aqui é só o que me vem à cabeça. É verdade que é uma cidade de muito trabalho, mas o que eu vejo no cotidiano das pessoas é que elas enganam o tempo para encontrar amor", diz. Já para a peruana Rosa Delgado, 46, São Paulo significa trabalho. "Vivemos na correria, se não -como se diz?- o bicho pega", afirma. Rosa é dona do "Tradiciones Peruanas Restaurant", na av. Rio Branco. Filha de mãe inca e pai espanhol, ela saiu de Cuzco aos 16 anos e, desde então, só retornou para buscar artesanatos -que vendia para se sustentar- e visitar a família. Há 30 anos na estrada, já viveu na Bolívia, Chile e Argentina. Para ela, o mais característico da cidade, em comparação com os outros lugares por onde passou, são os moradores de rua. "É muito específico de São Paulo como as pessoas se abandonam". Pessoas morando nas ruas impressionam os imigrantes na cidade. Os haitianos Fedo Bacoult, 37, e Steave Pierre, 36, dizem que conterrâneos seus têm medo de trazer os filhos para cá ao verem jovens nas ruas, usando drogas. PROPAGANDA "Os haitianos vêm para São Paulo por causa da propaganda da cidade: é a mais rica e avançada, e nós estamos correndo atrás do dinheiro", afirma Bacoult. Mas, com os preços em alta, poupar é mais difícil. Por isso, apoiam os protestos nas ruas -mas de longe. "Eu não posso fazer igual aos brasileiros, eu sou imigrante. Eu participaria se tivesse certeza que seria pacífico", diz a haitiana Marie Meanty, 23. Os haitianos são considerados privilegiados pelo senegalês Massar Sarr, 42, representante dos imigrantes no conselho participativo da subprefeitura da Sé. Ele aponta como vantagem dos haitianos a facilitação do processo de regularização, promovida pelo governo federal em resposta ao aumento do fluxo após o terremoto que atingiu o Haiti em 2010. "Eu acho que tem que igualar pra todo mundo. Imigrante é imigrante", afirma Sarr. Para ele, os africanos, por serem uma migração mais recente, são menos organizados que os latino-americanos. "Os africanos que já estavam aqui, que vieram para estudar, não querem saber dos irmãos africanos que estão chegando agora", critica. Já o boliviano Luis Vásquez, 43, veio para São Paulo há 13 anos para fazer uma pós-graduação, mas ficou para ajudar a comunidade boliviana. Hoje, preside a Associação dos Empreendedores Bolivianos da Rua Coimbra. Ele critica o estigma que se criou em cima do boliviano como "trabalhador escravo". Vásquez diz que, por pior que sejam as condições de trabalho nas oficinas de costura, elas ainda são melhores -e mais rentáveis- do que a situação na Bolívia. "Para o imigrante, é bom morar na oficina. Ele não paga aluguel, não gasta com transporte e pode trabalhar mais tempo, já que ganha por peça fabricada", diz. Segundo ele, o que é negativo nesta situação é o isolamento em que se vive. Ele não espera que os novos imigrantes integrem-se de modo semelhante ao que aconteceu com europeus. "Tomara que não aconteça com a gente o que aconteceu com vocês. Os filhos esqueceram que os pais foram imigrantes, e às vezes nos tratam como bichos de outro planeta", diz. ATRATIVOS De acordo com Dulce Baptista, professora da PUC-SP e pesquisadora do Observatório das Metrópoles, os imigrantes buscam o centro da cidade tanto por uma questão histórica quanto prática. "O centro da cidade era um espaço privilegiado, de residência da classe alta. Conforme outros bairros se valorizaram, a região ficou esvaziada. Por isso, existe nela toda uma edificação que permite a estruturação de casas de cômodo, cortiços e moradias sublocadas", explica. A vantagem dessa estrutura, segundo ela, é o preço. Apesar do metro quadrado da região não ser o mais barato da cidade, os imigrantes podem dividir as residências com muitas pessoas. Outro fator que influencia na escolha é o deslocamento. Como a principal atividade dos imigrantes é o comércio popular, característico do centro, eles preferem morar na região para economizar em transporte. Mas a professora faz um alerta. "O centro vem passando por um processo de requalificação urbana e a tendência com isso é a expulsão de população atual. Os imóveis que hoje são habitados pelos imigrantes passam a ter um novo uso, dado pela atividade econômica que chega na região", diz. Colaboração ISADORA BRANT | Fotografia ISADORA BRANT e CARLOS CECCONELLO | Edição GIOVANNI BELLO
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Por que rico americano compra papel higiênico mais barato que pobre
Ser pobre sai caro. Este é um dos cruéis paradoxos do mercado: os que têm menos dinheiro pagam mais por bens essenciais. Essa é a conclusão de um estudo realizado nos Estados Unidos pelos acadêmicos da Universidade de Michingan Yesim Orhun e Mike Palazzolo. Os economistas quantificam como, por exemplo, uma pessoa classe média ou alta termina pagando menos por um rolo de papel higiênico que uma pessoa com menos recursos. O motivo? Eles podem se dar ao luxo de ir a supermercados onde produtos são vendidos por atacado e adquirir grandes quantidades —e, por isso, a um custo médio menor. Enquanto o consumidor pobre, normalmente, não tem alternativa a não ser comprar unidades avulsas em uma loja de bairro a um custo muito maior. Por isso, dizem, nos EUA os pobres pagam 5% a mais por cada rolo de papel higiênico que consomem. Isso parece pouco, mas começa a representar uma dificuldade financeira considerável quando somado ao gasto extra que eles provavelmente estão tendo com os demais bens básicos que compram de modo semelhante, disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Mike Palazzolo, um dos autores do estudo. CARTÃO DE CRÉDITO Uma pessoa de classe média nos EUA pode ter um cartão de sócio que permite que compre em locais como o Costco (supermercado atacadista) ou em grandes quantidades pela internet, com desconto. Em muitos casos, porém, é provável que precisem de cartões de crédito para obter a filiação inicial, assim como para que possam gastar centenas de dólares em compras de muitos produtos em atacados. Alternativas que estão, claro, fora do alcance de muitos lares de baixa renda. Além disso, como os mais pobres têm que comprar em pequenas quantidades, eles não têm um estoque em casa, o que faz com que não possam esperar que haja promoções especiais nos mercados para fazer a compra seguinte, como fazem as famílias mais ricas. O estudo de Orhum e Palazzolo diz que as famílias que ganham mais de US$ 100 mil por ano podem comprar seu papel higiênico em promoções em 40% das vezes, enquanto as famílias pobres só conseguem aproveitar em promoções 28% das vezes que vão ao mercado. VIVENDO O DIA É uma história conhecida por pessoas pobres de países em desenvolvimento como o Brasil. É comum, por exemplo, que uma pessoa pobre tenha que pagar mais pelo minuto do telefone celular pré-pago, o único que ela consegue comprar sem ter uma conta bancária, do que paga uma pessoa que tem plano pós-pago. Ou que as pessoas de baixa renda apelem à lojinha da esquina para comprar um cigarro avulso, ou uma fralda individual, novamente pagando mais do que a pessoa de classe média ou alta que paga por maiores quantidades no supermercado ou hipermercado nos arredores da cidade. Onde, além disso, normalmente só é possível chegar com um carro. PAÍSES DESENVOLVIDOS Mas Orhum e Palazzolo asseguram que o fenômeno também ocorre nos países desenvolvidos, que nos últimos anos se tornaram mais desiguais e tem proporções significativas de sua população vivendo com renda baixa. "Alguns de nossos colegas pensavam que essa situação não se daria nos EUA, que as pessoas não teriam que adaptar seus padrões de consumo para comprar bens aparentemente tão baratos como papel higiênico, mas nossa pesquisa demostra que sim, ocorre aqui o mesmo fenômeno que em muitos países em desenvolvimento", assegura Palazzolo à BBC Mundo. Os pesquisadores refutam a afirmação - de senso comum - que diz que os pobres tomam decisões equivocadas com seu dinheiro. O estudo sugere que, pelo menos neste caso, na realidade elas tomam as melhores decisões possíveis se consideradas as limitações de liquidez que geralmente enfrentam. "Discute-se muito sobre se os pobres tomam más decisões devido a uma falta de educação financeira. Mas nossas pesquisas descobriram que tomariam decisões corretas se pudessem", conclui Palazzolo.
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Por que rico americano compra papel higiênico mais barato que pobreSer pobre sai caro. Este é um dos cruéis paradoxos do mercado: os que têm menos dinheiro pagam mais por bens essenciais. Essa é a conclusão de um estudo realizado nos Estados Unidos pelos acadêmicos da Universidade de Michingan Yesim Orhun e Mike Palazzolo. Os economistas quantificam como, por exemplo, uma pessoa classe média ou alta termina pagando menos por um rolo de papel higiênico que uma pessoa com menos recursos. O motivo? Eles podem se dar ao luxo de ir a supermercados onde produtos são vendidos por atacado e adquirir grandes quantidades —e, por isso, a um custo médio menor. Enquanto o consumidor pobre, normalmente, não tem alternativa a não ser comprar unidades avulsas em uma loja de bairro a um custo muito maior. Por isso, dizem, nos EUA os pobres pagam 5% a mais por cada rolo de papel higiênico que consomem. Isso parece pouco, mas começa a representar uma dificuldade financeira considerável quando somado ao gasto extra que eles provavelmente estão tendo com os demais bens básicos que compram de modo semelhante, disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Mike Palazzolo, um dos autores do estudo. CARTÃO DE CRÉDITO Uma pessoa de classe média nos EUA pode ter um cartão de sócio que permite que compre em locais como o Costco (supermercado atacadista) ou em grandes quantidades pela internet, com desconto. Em muitos casos, porém, é provável que precisem de cartões de crédito para obter a filiação inicial, assim como para que possam gastar centenas de dólares em compras de muitos produtos em atacados. Alternativas que estão, claro, fora do alcance de muitos lares de baixa renda. Além disso, como os mais pobres têm que comprar em pequenas quantidades, eles não têm um estoque em casa, o que faz com que não possam esperar que haja promoções especiais nos mercados para fazer a compra seguinte, como fazem as famílias mais ricas. O estudo de Orhum e Palazzolo diz que as famílias que ganham mais de US$ 100 mil por ano podem comprar seu papel higiênico em promoções em 40% das vezes, enquanto as famílias pobres só conseguem aproveitar em promoções 28% das vezes que vão ao mercado. VIVENDO O DIA É uma história conhecida por pessoas pobres de países em desenvolvimento como o Brasil. É comum, por exemplo, que uma pessoa pobre tenha que pagar mais pelo minuto do telefone celular pré-pago, o único que ela consegue comprar sem ter uma conta bancária, do que paga uma pessoa que tem plano pós-pago. Ou que as pessoas de baixa renda apelem à lojinha da esquina para comprar um cigarro avulso, ou uma fralda individual, novamente pagando mais do que a pessoa de classe média ou alta que paga por maiores quantidades no supermercado ou hipermercado nos arredores da cidade. Onde, além disso, normalmente só é possível chegar com um carro. PAÍSES DESENVOLVIDOS Mas Orhum e Palazzolo asseguram que o fenômeno também ocorre nos países desenvolvidos, que nos últimos anos se tornaram mais desiguais e tem proporções significativas de sua população vivendo com renda baixa. "Alguns de nossos colegas pensavam que essa situação não se daria nos EUA, que as pessoas não teriam que adaptar seus padrões de consumo para comprar bens aparentemente tão baratos como papel higiênico, mas nossa pesquisa demostra que sim, ocorre aqui o mesmo fenômeno que em muitos países em desenvolvimento", assegura Palazzolo à BBC Mundo. Os pesquisadores refutam a afirmação - de senso comum - que diz que os pobres tomam decisões equivocadas com seu dinheiro. O estudo sugere que, pelo menos neste caso, na realidade elas tomam as melhores decisões possíveis se consideradas as limitações de liquidez que geralmente enfrentam. "Discute-se muito sobre se os pobres tomam más decisões devido a uma falta de educação financeira. Mas nossas pesquisas descobriram que tomariam decisões corretas se pudessem", conclui Palazzolo.
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Ministro do STF exagerou ao mandar soltar goleiro Bruno, diz leitor
HOSPITAIS Abordando antigo problema na saúde, a reportagem "Hospitais premiam médicos que indicam mais exames" ("Saúde + ciência", 26/2) expõe o incalculável prejuízo financeiro, social, moral e ético, envolvendo tanto o setor particular quanto o público. Engloba fabricantes de equipamentos diagnósticos; os que comercializam material cirúrgico, como visto na "máfia das próteses"; laboratórios que estimulam exames de alto custo. E, ainda pior, médicos e usuários dos serviços de saúde que se associam em condenável prática de solicitação de exames desnecessários. Comparando, o "Petrolão" não passa de um lindo bebezinho. SÉRGIO R. JUNQUEIRA FRANCO (Bebedouro, SP) * A reportagem mostra que a medicina se tornou comercial e utilitária, sendo o paciente apenas meio de lucro. Também sugere por que os vestibulares para medicina são os mais concorridos. Não há tantas vocações médicas, como o número poderia sugerir. Os próprios pacientes são envolvidos pela mercantilização; é comum ouvir de um paciente que tal médico não é bom porque "nem me pediu exames". É preciso uma Lava Jato na medicina dos hospitais e dos planos de saúde. ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF) - GOLEIRO BRUNO Dizer que passar a vida toda na prisão não traria a vítima de volta é motivo suficiente para o STF enviar de volta para a prisão o ex-goleiro Bruno. ("Ex-goleiro Bruno é solto por decisão do STF", "Cotidiano", 25/2) PAULO MARCOS G. LUSTOZA (Rio de Janeiro, RJ) * Há ministros no STF que fazem de tudo para estarem na crista da onda, como se usa dizer. Mas às vezes exageram, como foi o caso recentíssimo, quando o ministro Marco Aurélio Mello mandou soltar o goleiro Bruno, condenado a 22 anos de reclusão pelo assassinato de uma jovem. Assim fica difícil acabar com a impunidade no país, não é mesmo, ministro? MARIA ELISA AMARAL (São Paulo, SP) * Após intensa caçada pelo Batman, se o Coringa fosse preso no Brasil, seria julgado, condenado, recorreria a segunda instância, e seria liberado, pelo STF, por ser primário. Ao ser libertado argumentaria que sua condenação, mesmo que à prisão perpétua, não traria suas vítimas de volta. Pobre Gotham. PAULO DELLA VEDOVA (Mogi das Cruzes, SP) - PAPUDINHOS Não sei qual a surpresa com os deputados agraciados pelo Planalto que ganharam a alcunha de papudinhos. O que faltou ao jornal foi fazer essa mesma reportagem antes de Michel Temer assumir, pois revelaria o mesmo "modus operandi" e a única diferença seria na nomenclatura desse pessoal que seriam os "companheiros" da base aliada. Com certeza a única semelhança seria que toda essa farra é patrocinada com dinheiro de nossos impostos, só isso. ("Bancada dos papudinhos", "Poder", 26/2) ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) - BERNARDINHO Noves fora ter sido um dos grandes técnicos de vôlei do país, Bernardinho diz, ao sair, que "deixar a seleção é como um luto, mas ela não é minha prioridade". Ufa! Ainda bem! Quanta megalomania dita de maneira aparentemente humilde. ("Deixar a seleção é como um luto, mas ela não é minha prioridade", "Esporte", 26/2) ADEMAR G. FEITEIRO (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Que o Estado é ineficiente é óbvio. O contribuinte não tem seus direitos preservados, agora, se o bandido tem direito a reparo por danos morais por viver em local degradante (como se vai recuperar alguém nadando-se em Aqueronte?), imagine o cidadão comum. Vamos, também, pedir indenização por ausência de saúde, educação, segurança? Seremos indenizados pelas condições degradantes em que o Estado nos lançou? ("Estado inconstitucional", "Mercado", 25/2) MARIZA BACCI ZAGO (Atibaia, SP) * Não esquenta a cabeça Tati, normal mesmo ninguém é, só parece. Além do mais, qual é a norma do normal, quem define? Todo mundo que tem uma tendência maior à abstração passa por isso: o que é isso, o que estou fazendo aqui, tô dentro, tô fora? ("Bis", "Alalaô", 24/2) MARCELO PITTA COELHO (Americana, SP) * Excelente o texto de Hélio Schwartsman sobre a polêmica envolvendo as marchinhas de carnaval. São retratos de outra época e fazem parte da nossa história musical. Não seremos racistas por cantar algumas delas nos blocos ou bailes. Nossas atitudes no dia a dia, entre a quarta-feira de cinzas e o sábado gordo do seguinte, são muito mais relevantes no combate ao racismo e à intolerância sexual. ("A marcha da história", "Opinião", 26/2) CRISTINA RABELLO MESQUITA (Manaus, AM) * O articulista Demétrio Magnoli narra muito bem aspectos importantes da politização do Supremo, principalmente por provocações de partidos esquerdistas, quando medidas tomadas pela maioria não agradam os partidos hoje na oposição. Faltou dizer que essa politização fez da corte constitucional, com claro desvio de finalidade, em algo assemelhado a um relés juizado de porta de cadeia. ("Politizando o Supremo", "Poder", 25/2) ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) - TENDÊNCIAS/DEBATES Impertinente o tema proposto em "Carnaval deve ser politicamente correto?" ("Opinião", 25/02). Carnaval é a festa mais popular do país e não deve ser regulada pela ideologia do politicamente correto. As marchinhas nada têm de preconceituosas e concordo com o colunista Pedro Ernesto Araújo Mariano, quando afirma que elas "tinham o cunho de elogiar, de engrandecer os personagens retratados em seus versos", nada mais que isso. ABDIAS FERREIRA FILHO (São Paulo, SP) - EDITORIAL Um editorial ressaltando que "guerras contra a imprensa são antigo costume dos governantes que não querem prestar contas de seus atos" ("Mentiras em rede", 26/02/2017) soaria muito bem na imprensa europeia e americana. No caso da brasileira ""reconhecida, domesticamente, por alguns raros jornalistas sérios, e, internacionalmente, por alguns detentores de Pulitzer"" como parcial e desonesta, cheira a mais empulhação. CELSO BALLOTI (São Paulo, SP) * Curioso como o tratamento de Trump à imprensa ao barrar o NYT, CNN e Politico da coletiva de seu porta-voz assemelha-se ao tratamento dispensado à mesma por Lula e o PT quando no governo com seu "controle social da mídia" –ainda que esses busquem ignorá-lo. Tristemente, líderes populistas à direita e à esquerda, indistintamente, combatem os órgãos não porque se opõem a eles, mas porque dizem a verdade e tornam, desde seus pontos-de-vista, mais difícil governar. Preferem referir-se a eles como "fake news" ou "mídia golpista", para tirar o foco do que realmente importa: da desconfortável verdade. LUIZ DANIEL DE CAMPOS (São Paulo, SP) * Em relação ao editorial "Responsabilidade na USP" ("Opinião", 24/2), a Adusp não acredita em "recursos infinitos", e sim no combate à sonegação e na urgência de uma reforma fiscal justa. O repasse anual de 9,57% da Quota Parte do Estado do ICMS tornou-se insuficiente frente à enorme expansão de cursos e matrículas na USP, ampliadas em 75% só na graduação, sendo que o governo estadual sequer repassa o total de verbas previstas. A quem caberia, então, o título de irresponsável? KIMI TOMIZAKI E ELISABETTA SANTORO, vice-presidentes da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Ministro do STF exagerou ao mandar soltar goleiro Bruno, diz leitorHOSPITAIS Abordando antigo problema na saúde, a reportagem "Hospitais premiam médicos que indicam mais exames" ("Saúde + ciência", 26/2) expõe o incalculável prejuízo financeiro, social, moral e ético, envolvendo tanto o setor particular quanto o público. Engloba fabricantes de equipamentos diagnósticos; os que comercializam material cirúrgico, como visto na "máfia das próteses"; laboratórios que estimulam exames de alto custo. E, ainda pior, médicos e usuários dos serviços de saúde que se associam em condenável prática de solicitação de exames desnecessários. Comparando, o "Petrolão" não passa de um lindo bebezinho. SÉRGIO R. JUNQUEIRA FRANCO (Bebedouro, SP) * A reportagem mostra que a medicina se tornou comercial e utilitária, sendo o paciente apenas meio de lucro. Também sugere por que os vestibulares para medicina são os mais concorridos. Não há tantas vocações médicas, como o número poderia sugerir. Os próprios pacientes são envolvidos pela mercantilização; é comum ouvir de um paciente que tal médico não é bom porque "nem me pediu exames". É preciso uma Lava Jato na medicina dos hospitais e dos planos de saúde. ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF) - GOLEIRO BRUNO Dizer que passar a vida toda na prisão não traria a vítima de volta é motivo suficiente para o STF enviar de volta para a prisão o ex-goleiro Bruno. ("Ex-goleiro Bruno é solto por decisão do STF", "Cotidiano", 25/2) PAULO MARCOS G. LUSTOZA (Rio de Janeiro, RJ) * Há ministros no STF que fazem de tudo para estarem na crista da onda, como se usa dizer. Mas às vezes exageram, como foi o caso recentíssimo, quando o ministro Marco Aurélio Mello mandou soltar o goleiro Bruno, condenado a 22 anos de reclusão pelo assassinato de uma jovem. Assim fica difícil acabar com a impunidade no país, não é mesmo, ministro? MARIA ELISA AMARAL (São Paulo, SP) * Após intensa caçada pelo Batman, se o Coringa fosse preso no Brasil, seria julgado, condenado, recorreria a segunda instância, e seria liberado, pelo STF, por ser primário. Ao ser libertado argumentaria que sua condenação, mesmo que à prisão perpétua, não traria suas vítimas de volta. Pobre Gotham. PAULO DELLA VEDOVA (Mogi das Cruzes, SP) - PAPUDINHOS Não sei qual a surpresa com os deputados agraciados pelo Planalto que ganharam a alcunha de papudinhos. O que faltou ao jornal foi fazer essa mesma reportagem antes de Michel Temer assumir, pois revelaria o mesmo "modus operandi" e a única diferença seria na nomenclatura desse pessoal que seriam os "companheiros" da base aliada. Com certeza a única semelhança seria que toda essa farra é patrocinada com dinheiro de nossos impostos, só isso. ("Bancada dos papudinhos", "Poder", 26/2) ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) - BERNARDINHO Noves fora ter sido um dos grandes técnicos de vôlei do país, Bernardinho diz, ao sair, que "deixar a seleção é como um luto, mas ela não é minha prioridade". Ufa! Ainda bem! Quanta megalomania dita de maneira aparentemente humilde. ("Deixar a seleção é como um luto, mas ela não é minha prioridade", "Esporte", 26/2) ADEMAR G. FEITEIRO (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Que o Estado é ineficiente é óbvio. O contribuinte não tem seus direitos preservados, agora, se o bandido tem direito a reparo por danos morais por viver em local degradante (como se vai recuperar alguém nadando-se em Aqueronte?), imagine o cidadão comum. Vamos, também, pedir indenização por ausência de saúde, educação, segurança? Seremos indenizados pelas condições degradantes em que o Estado nos lançou? ("Estado inconstitucional", "Mercado", 25/2) MARIZA BACCI ZAGO (Atibaia, SP) * Não esquenta a cabeça Tati, normal mesmo ninguém é, só parece. Além do mais, qual é a norma do normal, quem define? Todo mundo que tem uma tendência maior à abstração passa por isso: o que é isso, o que estou fazendo aqui, tô dentro, tô fora? ("Bis", "Alalaô", 24/2) MARCELO PITTA COELHO (Americana, SP) * Excelente o texto de Hélio Schwartsman sobre a polêmica envolvendo as marchinhas de carnaval. São retratos de outra época e fazem parte da nossa história musical. Não seremos racistas por cantar algumas delas nos blocos ou bailes. Nossas atitudes no dia a dia, entre a quarta-feira de cinzas e o sábado gordo do seguinte, são muito mais relevantes no combate ao racismo e à intolerância sexual. ("A marcha da história", "Opinião", 26/2) CRISTINA RABELLO MESQUITA (Manaus, AM) * O articulista Demétrio Magnoli narra muito bem aspectos importantes da politização do Supremo, principalmente por provocações de partidos esquerdistas, quando medidas tomadas pela maioria não agradam os partidos hoje na oposição. Faltou dizer que essa politização fez da corte constitucional, com claro desvio de finalidade, em algo assemelhado a um relés juizado de porta de cadeia. ("Politizando o Supremo", "Poder", 25/2) ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC) - TENDÊNCIAS/DEBATES Impertinente o tema proposto em "Carnaval deve ser politicamente correto?" ("Opinião", 25/02). Carnaval é a festa mais popular do país e não deve ser regulada pela ideologia do politicamente correto. As marchinhas nada têm de preconceituosas e concordo com o colunista Pedro Ernesto Araújo Mariano, quando afirma que elas "tinham o cunho de elogiar, de engrandecer os personagens retratados em seus versos", nada mais que isso. ABDIAS FERREIRA FILHO (São Paulo, SP) - EDITORIAL Um editorial ressaltando que "guerras contra a imprensa são antigo costume dos governantes que não querem prestar contas de seus atos" ("Mentiras em rede", 26/02/2017) soaria muito bem na imprensa europeia e americana. No caso da brasileira ""reconhecida, domesticamente, por alguns raros jornalistas sérios, e, internacionalmente, por alguns detentores de Pulitzer"" como parcial e desonesta, cheira a mais empulhação. CELSO BALLOTI (São Paulo, SP) * Curioso como o tratamento de Trump à imprensa ao barrar o NYT, CNN e Politico da coletiva de seu porta-voz assemelha-se ao tratamento dispensado à mesma por Lula e o PT quando no governo com seu "controle social da mídia" –ainda que esses busquem ignorá-lo. Tristemente, líderes populistas à direita e à esquerda, indistintamente, combatem os órgãos não porque se opõem a eles, mas porque dizem a verdade e tornam, desde seus pontos-de-vista, mais difícil governar. Preferem referir-se a eles como "fake news" ou "mídia golpista", para tirar o foco do que realmente importa: da desconfortável verdade. LUIZ DANIEL DE CAMPOS (São Paulo, SP) * Em relação ao editorial "Responsabilidade na USP" ("Opinião", 24/2), a Adusp não acredita em "recursos infinitos", e sim no combate à sonegação e na urgência de uma reforma fiscal justa. O repasse anual de 9,57% da Quota Parte do Estado do ICMS tornou-se insuficiente frente à enorme expansão de cursos e matrículas na USP, ampliadas em 75% só na graduação, sendo que o governo estadual sequer repassa o total de verbas previstas. A quem caberia, então, o título de irresponsável? KIMI TOMIZAKI E ELISABETTA SANTORO, vice-presidentes da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Treino da Força Nacional tem de tiro até simulações de circuito off-road
"Eu vou colocar no 4 por 2 para ter noção de como ele se desenvolve [o motor ronca]. Perceba que o veículo vai se perdendo", diz o instrutor de off-road ao deslizar os pneus em alta velocidade sobre a lama, ameaçando sair da pista. "Eu coloco 4 por 4 e ele vai melhorar. E a qualquer momento eu coloco no 'drive' e auxilio com a troca de marcha como se fosse um câmbio manual. Eu vou obter uma performance na frenagem..." O carro dá uma freada e para na hora. O 2º sargento dos bombeiros de Goiás Marcelo Abadia dos Santos ainda entra num buraco com lama, sobe um morro íngreme e percorre cem metros com os dois pneus do lado esquerdo apoiados numa elevação lateral da pista. Parece que vai virar. No treinamento da Força Nacional de Segurança de Segurança, na Academia Nacional de Polícia, em Brasília, o circuito off-road simula estradas da região Norte, onde policiais do resto do país poderão ter de dirigir caminhonetes S-10 ou Mitsubishi Triton em missões na fronteira. Desde que acabou a Olimpíada, em agosto, o foco dos treinos migrou dos grandes eventos (manifestações, terrorismo) para questões que o governo elencou como prioritárias: combate ao homicídio, à violência contra a mulher e aos crimes na fronteira (tráfico de drogas e armas). Há hoje 800 homens de todo o país em treinamento para a Força Nacional. Além da academia cedida pela PF, onde a Folha esteve na terça-feira (31), a corporação dá cursos na Base Gama, na cidade-satélite de mesmo nome. Dos 800 em treinamento, 500 são PMs e bombeiros inativos do Rio e de São Paulo, a primeira turma de aposentados a fazer a instrução completa, que dura um mês (186 horas de aula) em regime de internato. Foram eles que a reportagem acompanhou. Às vésperas da Olimpíada, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, criou regra que permite recrutar inativos que tenham deixado a atividade até cinco anos antes. Até 2016, só policiais militares e civis e bombeiros da ativa entravam, cedidos por seus Estados mediante parcerias com o governo federal. A seleção dos ativos, pelos Estados, deve seguir critérios como ter experiência na rua e não responder a processos. Os governos enviam seus homens quando o ministério faz chamamentos, geralmente para temporadas de quatro meses a um ano. A chegada mais recente a Brasília foi na segunda (30), de um grupo de 35 alunos de Rondônia, Roraima, Sergipe e Rio. Os aposentados, diferentemente, cadastram-se por conta própria e são recrutados por uma equipe da Força que roda o país. Para serem escolhidos, precisam passar em testes físicos e de saúde. Com a meta de Moraes de aumentar, ainda este ano, de 1.000 para 7.000 os homens em atuação e fazer da Força a principal bandeira do governo Temer na área de segurança, os Estados não dariam conta de ceder policiais sem serem prejudicados no seu dia a dia –daí as mudanças. Segundo o coordenador do treinamento, major Alkimar Souza, o objetivo do governo é capacitar 6.000 em 2017. Em comparação, nos 12 anos de existência da corporação, 18 mil fizeram o treinamento (em média, 1.500 por ano). PADRONIZAÇÃO A academia fica em área de 800 mil m². Do circuito off-road os policiais vão a área de tiros. Quem reprova ali, no final da instrução, é eliminado. A Força Nacional só usa armas próprias, então, é preciso que todos se familiarizem com os modelos: pistolas Taurus 840 e carabinas IA2 da Imbel. Parte é doada aos Estados após as operações, como contrapartida da União pelos homens emprestados. Criada em 2004, no governo Lula, a Força Nacional esteve no noticiário no auge da recente crise prisional. Ela não tem efetivo fixo: montam-se operações à medida que surgem crises e governadores pedem ajuda ao Ministério da Justiça, sempre com objetivo específico e tempo determinado. São exemplos operações em favelas, presídios e terras indígenas. A PM no Ceará, terra do major Alkimar, por exemplo, tem método próprio de abordar. Como em outros Estados, em geral não mantém um diálogo com o suspeito, o que aumenta o risco de reações, mal-entendidos e disparos. Os que ingressam na Força aprendem a narrar, de forma clara, cada ato seu, dizer que garantem a vida do suspeito e, no diálogo, tentam fazê-lo até entregar sua arma. "É verbalizar antes de ser necessário atirar. Eu venho lá do meu Estado com as minhas técnicas, mas a padronização do procedimento é aquilo que se aplica em qualquer parte do Brasil, seguindo o eixo técnico-operacional e as normatividades das Nações Unidas e da Política Nacional de Direitos Humanos", diz o major Alkimar. Por esse motivo, o treinamento se chama INC (Instrução de Nivelamento de Conhecimento). Há um "ciclo básico" em que PMs aprendem sobre locais de crime (especialidade de peritos), bombeiros, sobre violência doméstica, todos veem tudo. Instrutores do Amazonas ensinam policiamento na selva. Os do Nordeste, como operar na caatinga. Também já houve aulas com americanos do FBI, sobre perícia e investigação, e com japoneses, de policiamento comunitário. Um dos reflexos de uma "formação de alto nível", como classifica o ministério, é que a Força Nacional nunca matou ninguém. Já teve 12 mortos –o último no Rio, baleado durante a Olimpíada. Fora de casa, o policial ganha diárias de R$ 144 a R$ 224,20, conforme a cidade de atuação (nas capitais, o valor é mais alto).Elas devem cobrir hospedagem e alimentação, mas muitas vezes (e durante o treinamento) os policiais ficam em alojamentos gratuitos, de forma que muitos cobiçam participar da Força –pois acumulam as diárias com o salário nos Estados. MUDANÇA E CRÍTICA Além de inativos, o governo autorizou recrutar militares que prestaram serviço temporário para as Forças Armadas, os reservistas. No último dia 24, foi retirada a exigência de que eles tenham cinco anos de experiência. Militares das Forças Armadas não têm formação para policiamento, pois sua missão é a segurança nacional. Para compensar, segundo o major Alkimar, a instrução deles será maior, de 45 dias. As flexibilizações têm gerado críticas de especialistas. Para o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, militares das Forças Armadas são treinados para eliminar o inimigo, enquanto as polícias ensinam que o criminoso deve ser punido pela lei. "O objetivo de fazer crescer uma guarda nacional não deveria ser conduzido dessa forma, porque, ao acelerar o processo, desconsidera doutrinas diferentes [das polícias e das Forças Armadas] e joga fora os investimentos nas academias de polícia", diz Lima.
cotidiano
Treino da Força Nacional tem de tiro até simulações de circuito off-road"Eu vou colocar no 4 por 2 para ter noção de como ele se desenvolve [o motor ronca]. Perceba que o veículo vai se perdendo", diz o instrutor de off-road ao deslizar os pneus em alta velocidade sobre a lama, ameaçando sair da pista. "Eu coloco 4 por 4 e ele vai melhorar. E a qualquer momento eu coloco no 'drive' e auxilio com a troca de marcha como se fosse um câmbio manual. Eu vou obter uma performance na frenagem..." O carro dá uma freada e para na hora. O 2º sargento dos bombeiros de Goiás Marcelo Abadia dos Santos ainda entra num buraco com lama, sobe um morro íngreme e percorre cem metros com os dois pneus do lado esquerdo apoiados numa elevação lateral da pista. Parece que vai virar. No treinamento da Força Nacional de Segurança de Segurança, na Academia Nacional de Polícia, em Brasília, o circuito off-road simula estradas da região Norte, onde policiais do resto do país poderão ter de dirigir caminhonetes S-10 ou Mitsubishi Triton em missões na fronteira. Desde que acabou a Olimpíada, em agosto, o foco dos treinos migrou dos grandes eventos (manifestações, terrorismo) para questões que o governo elencou como prioritárias: combate ao homicídio, à violência contra a mulher e aos crimes na fronteira (tráfico de drogas e armas). Há hoje 800 homens de todo o país em treinamento para a Força Nacional. Além da academia cedida pela PF, onde a Folha esteve na terça-feira (31), a corporação dá cursos na Base Gama, na cidade-satélite de mesmo nome. Dos 800 em treinamento, 500 são PMs e bombeiros inativos do Rio e de São Paulo, a primeira turma de aposentados a fazer a instrução completa, que dura um mês (186 horas de aula) em regime de internato. Foram eles que a reportagem acompanhou. Às vésperas da Olimpíada, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, criou regra que permite recrutar inativos que tenham deixado a atividade até cinco anos antes. Até 2016, só policiais militares e civis e bombeiros da ativa entravam, cedidos por seus Estados mediante parcerias com o governo federal. A seleção dos ativos, pelos Estados, deve seguir critérios como ter experiência na rua e não responder a processos. Os governos enviam seus homens quando o ministério faz chamamentos, geralmente para temporadas de quatro meses a um ano. A chegada mais recente a Brasília foi na segunda (30), de um grupo de 35 alunos de Rondônia, Roraima, Sergipe e Rio. Os aposentados, diferentemente, cadastram-se por conta própria e são recrutados por uma equipe da Força que roda o país. Para serem escolhidos, precisam passar em testes físicos e de saúde. Com a meta de Moraes de aumentar, ainda este ano, de 1.000 para 7.000 os homens em atuação e fazer da Força a principal bandeira do governo Temer na área de segurança, os Estados não dariam conta de ceder policiais sem serem prejudicados no seu dia a dia –daí as mudanças. Segundo o coordenador do treinamento, major Alkimar Souza, o objetivo do governo é capacitar 6.000 em 2017. Em comparação, nos 12 anos de existência da corporação, 18 mil fizeram o treinamento (em média, 1.500 por ano). PADRONIZAÇÃO A academia fica em área de 800 mil m². Do circuito off-road os policiais vão a área de tiros. Quem reprova ali, no final da instrução, é eliminado. A Força Nacional só usa armas próprias, então, é preciso que todos se familiarizem com os modelos: pistolas Taurus 840 e carabinas IA2 da Imbel. Parte é doada aos Estados após as operações, como contrapartida da União pelos homens emprestados. Criada em 2004, no governo Lula, a Força Nacional esteve no noticiário no auge da recente crise prisional. Ela não tem efetivo fixo: montam-se operações à medida que surgem crises e governadores pedem ajuda ao Ministério da Justiça, sempre com objetivo específico e tempo determinado. São exemplos operações em favelas, presídios e terras indígenas. A PM no Ceará, terra do major Alkimar, por exemplo, tem método próprio de abordar. Como em outros Estados, em geral não mantém um diálogo com o suspeito, o que aumenta o risco de reações, mal-entendidos e disparos. Os que ingressam na Força aprendem a narrar, de forma clara, cada ato seu, dizer que garantem a vida do suspeito e, no diálogo, tentam fazê-lo até entregar sua arma. "É verbalizar antes de ser necessário atirar. Eu venho lá do meu Estado com as minhas técnicas, mas a padronização do procedimento é aquilo que se aplica em qualquer parte do Brasil, seguindo o eixo técnico-operacional e as normatividades das Nações Unidas e da Política Nacional de Direitos Humanos", diz o major Alkimar. Por esse motivo, o treinamento se chama INC (Instrução de Nivelamento de Conhecimento). Há um "ciclo básico" em que PMs aprendem sobre locais de crime (especialidade de peritos), bombeiros, sobre violência doméstica, todos veem tudo. Instrutores do Amazonas ensinam policiamento na selva. Os do Nordeste, como operar na caatinga. Também já houve aulas com americanos do FBI, sobre perícia e investigação, e com japoneses, de policiamento comunitário. Um dos reflexos de uma "formação de alto nível", como classifica o ministério, é que a Força Nacional nunca matou ninguém. Já teve 12 mortos –o último no Rio, baleado durante a Olimpíada. Fora de casa, o policial ganha diárias de R$ 144 a R$ 224,20, conforme a cidade de atuação (nas capitais, o valor é mais alto).Elas devem cobrir hospedagem e alimentação, mas muitas vezes (e durante o treinamento) os policiais ficam em alojamentos gratuitos, de forma que muitos cobiçam participar da Força –pois acumulam as diárias com o salário nos Estados. MUDANÇA E CRÍTICA Além de inativos, o governo autorizou recrutar militares que prestaram serviço temporário para as Forças Armadas, os reservistas. No último dia 24, foi retirada a exigência de que eles tenham cinco anos de experiência. Militares das Forças Armadas não têm formação para policiamento, pois sua missão é a segurança nacional. Para compensar, segundo o major Alkimar, a instrução deles será maior, de 45 dias. As flexibilizações têm gerado críticas de especialistas. Para o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, militares das Forças Armadas são treinados para eliminar o inimigo, enquanto as polícias ensinam que o criminoso deve ser punido pela lei. "O objetivo de fazer crescer uma guarda nacional não deveria ser conduzido dessa forma, porque, ao acelerar o processo, desconsidera doutrinas diferentes [das polícias e das Forças Armadas] e joga fora os investimentos nas academias de polícia", diz Lima.
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Sebrae lança mutirão para empresas negociarem dívidas com o fisco
O Sebrae está lançando um mutirão de renegociação em todo o país para que micro e pequenas empresas possam regularizar sua situação com o fisco. As empresas estabelecidas no Estado de São Paulo são as que mais estão atrasadas nos pagamentos tributários, com uma dívida que supera R$ 7,3 bilhões. Leia a coluna completa aqui.
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Sebrae lança mutirão para empresas negociarem dívidas com o fiscoO Sebrae está lançando um mutirão de renegociação em todo o país para que micro e pequenas empresas possam regularizar sua situação com o fisco. As empresas estabelecidas no Estado de São Paulo são as que mais estão atrasadas nos pagamentos tributários, com uma dívida que supera R$ 7,3 bilhões. Leia a coluna completa aqui.
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No Brasil, 'Lobo de Wall Street' ensina a enriquecer nas crises
"A melhor época do mundo para ficar rico como empreendedor é agora, em momentos econômicos difíceis", provocou o ex-corretor de valores americano Jordan Belfort, 53, autoproclamado o "Verdadeiro Lobo de Wall Street". No Brasil para dar palestras, Belfort falou durante três horas na noite desta sexta (24), no Recife, para uma plateia de aspirantes a milionários que aceitaram pagar até R$ 2.997. Neste domingo (26), a programação se repete no Sheraton WTC, em São Paulo, com os mais de 2.000 ingressos já esgotados. "Pensa que estou brincando? Grandes fortunas são feitas em momentos como este, em que a economia está se reorganizando. A economia brasileira vai se recuperar, é um ciclo. E este é o momento certo", disse, atiçando a desconfiança de um público que chegou à palestra com planos de melhorar as vendas neste ano de crise. Preso por fraudar investidores em mais de US$ 200 milhões nos anos 90, Belfort ganhou fama mundial após sua história ser estrelada no cinema por Leonardo DiCaprio em "O Lobo de Wall Street", de Martin Scorsese, inspirado em sua autobiografia. Durante três horas, contou sua história e expôs, com ajuda de listas, um caminho para se alcançar a riqueza. Na plateia, uns aproveitavam para tirar uma "selfie" com o famoso milionário ao fundo, outros anotavam e gravavam as lições para mudar de vida. Houve quem saísse desconfiado, como o engenheiro civil Lúcio Martins, 27. "Tem que estar bem preparado. Não é assim, está na crise e sai ganhando", disse. Nos anos 90, Belfort chegou a ganhar US$ 50 milhões por ano com sua corretora. Levando uma vida de luxo e ostentação, construiu fortuna, que gastava de forma extravagante com álcool, drogas, prostitutas de luxo, carros, iates e helicópteros.
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No Brasil, 'Lobo de Wall Street' ensina a enriquecer nas crises"A melhor época do mundo para ficar rico como empreendedor é agora, em momentos econômicos difíceis", provocou o ex-corretor de valores americano Jordan Belfort, 53, autoproclamado o "Verdadeiro Lobo de Wall Street". No Brasil para dar palestras, Belfort falou durante três horas na noite desta sexta (24), no Recife, para uma plateia de aspirantes a milionários que aceitaram pagar até R$ 2.997. Neste domingo (26), a programação se repete no Sheraton WTC, em São Paulo, com os mais de 2.000 ingressos já esgotados. "Pensa que estou brincando? Grandes fortunas são feitas em momentos como este, em que a economia está se reorganizando. A economia brasileira vai se recuperar, é um ciclo. E este é o momento certo", disse, atiçando a desconfiança de um público que chegou à palestra com planos de melhorar as vendas neste ano de crise. Preso por fraudar investidores em mais de US$ 200 milhões nos anos 90, Belfort ganhou fama mundial após sua história ser estrelada no cinema por Leonardo DiCaprio em "O Lobo de Wall Street", de Martin Scorsese, inspirado em sua autobiografia. Durante três horas, contou sua história e expôs, com ajuda de listas, um caminho para se alcançar a riqueza. Na plateia, uns aproveitavam para tirar uma "selfie" com o famoso milionário ao fundo, outros anotavam e gravavam as lições para mudar de vida. Houve quem saísse desconfiado, como o engenheiro civil Lúcio Martins, 27. "Tem que estar bem preparado. Não é assim, está na crise e sai ganhando", disse. Nos anos 90, Belfort chegou a ganhar US$ 50 milhões por ano com sua corretora. Levando uma vida de luxo e ostentação, construiu fortuna, que gastava de forma extravagante com álcool, drogas, prostitutas de luxo, carros, iates e helicópteros.
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Confronto nos EUA após absolvição de policial que matou negro deixa feridos
A polícia dos Estados Unidos afirmou neste sábado (16) que ao menos dez agentes foram feridos durante um protesto em St. Louis, em Missouri, contra a absolvição de um ex-policial branco que matou um jovem negro. De acordo com a polícia, pelo menos 23 pessoas foram detidas após confrontos que tiveram início na noite de sexta (15). Agentes de segurança usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha para conter os manifestantes. Houve danos ao patrimônio público e privado, segundo autoridades. Os manifestantes protestavam contra a decisão em primeiro grau de um tribunal de St. Louis que absolveu o ex-policial Jason Stockley, 36, pela morte de Anthony Lamar Smith, 24, que foi baleado durante uma perseguição policial em 2011 e não resistiu aos ferimentos. O ex-policial diz que atirou porque se sentiu ameaçado. Ele afirmou que viu Smith –suspeito de traficar drogas– segurar uma arma antes da perseguição começar. O objeto, entretanto, não aparece em imagens gravadas por testemunhas e por uma câmera instalada na viatura policial. Para o juiz Timothy Wilson, a acusação não conseguiu demonstrar nada além de "uma dúvida razoável" de que o policial não atuou em legítima defesa. Após a decisão, aproximadamente 600 pessoas marcharam do centro da cidade ao tribunal. Eles gritavam palavras de ordem como "sem justiça, sem paz" e chamavam Stockley de assassino. A polícia afirmou que manifestantes quebraram janelas de uma biblioteca e de dois restaurantes, além de atirarem objetos nos policiais. Eles teriam ainda pichado a casa da prefeita de St. Louis, Lyda Krewson. Esta não é a primeira vez que St. Louis é palco de protestos por questões raciais. Em 2014, a morte de outro jovem negro, Michael Brown, também por um policial branco deu início a uma série de manifestações. Em agosto deste ano, três pessoas morreram em Charlottesville, na Virgínia, durante embate entre um grupo da extrema direita e manifestantes antirracismo.
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Confronto nos EUA após absolvição de policial que matou negro deixa feridosA polícia dos Estados Unidos afirmou neste sábado (16) que ao menos dez agentes foram feridos durante um protesto em St. Louis, em Missouri, contra a absolvição de um ex-policial branco que matou um jovem negro. De acordo com a polícia, pelo menos 23 pessoas foram detidas após confrontos que tiveram início na noite de sexta (15). Agentes de segurança usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha para conter os manifestantes. Houve danos ao patrimônio público e privado, segundo autoridades. Os manifestantes protestavam contra a decisão em primeiro grau de um tribunal de St. Louis que absolveu o ex-policial Jason Stockley, 36, pela morte de Anthony Lamar Smith, 24, que foi baleado durante uma perseguição policial em 2011 e não resistiu aos ferimentos. O ex-policial diz que atirou porque se sentiu ameaçado. Ele afirmou que viu Smith –suspeito de traficar drogas– segurar uma arma antes da perseguição começar. O objeto, entretanto, não aparece em imagens gravadas por testemunhas e por uma câmera instalada na viatura policial. Para o juiz Timothy Wilson, a acusação não conseguiu demonstrar nada além de "uma dúvida razoável" de que o policial não atuou em legítima defesa. Após a decisão, aproximadamente 600 pessoas marcharam do centro da cidade ao tribunal. Eles gritavam palavras de ordem como "sem justiça, sem paz" e chamavam Stockley de assassino. A polícia afirmou que manifestantes quebraram janelas de uma biblioteca e de dois restaurantes, além de atirarem objetos nos policiais. Eles teriam ainda pichado a casa da prefeita de St. Louis, Lyda Krewson. Esta não é a primeira vez que St. Louis é palco de protestos por questões raciais. Em 2014, a morte de outro jovem negro, Michael Brown, também por um policial branco deu início a uma série de manifestações. Em agosto deste ano, três pessoas morreram em Charlottesville, na Virgínia, durante embate entre um grupo da extrema direita e manifestantes antirracismo.
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Secretaria do Consumidor quer lei que limite juros do cartão
Leonardo Lepíscopo, diretor jurídico da defesa do Consumidor na Argentina, ficou impressionado com o valor dos juros do cartão de crédito do Brasil. Ele veio ao país em comitiva do CT-7 (Comitê Técnico nr. 7), órgão do Mercosul para políticas de defesa do consumidor. Ela era integrada ainda por Paraguai, Bolívia e Uruguai. TETO Na Argentina, uma lei determina que a taxa de juros do cartão seja, no máximo, 50% mais alta do que aquela que o mesmo banco cobra dos clientes via crédito consignado. No Brasil, a taxa é quase quatro vezes maior. O Paraguai tem regra igual. O secretário nacional do Consumidor, Arthur Rollo, diz que enviará as leis dos países vizinhos para o Congresso. "Quem sabe nasce um projeto de lei", diz. Leia a coluna completa aqui.
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Secretaria do Consumidor quer lei que limite juros do cartãoLeonardo Lepíscopo, diretor jurídico da defesa do Consumidor na Argentina, ficou impressionado com o valor dos juros do cartão de crédito do Brasil. Ele veio ao país em comitiva do CT-7 (Comitê Técnico nr. 7), órgão do Mercosul para políticas de defesa do consumidor. Ela era integrada ainda por Paraguai, Bolívia e Uruguai. TETO Na Argentina, uma lei determina que a taxa de juros do cartão seja, no máximo, 50% mais alta do que aquela que o mesmo banco cobra dos clientes via crédito consignado. No Brasil, a taxa é quase quatro vezes maior. O Paraguai tem regra igual. O secretário nacional do Consumidor, Arthur Rollo, diz que enviará as leis dos países vizinhos para o Congresso. "Quem sabe nasce um projeto de lei", diz. Leia a coluna completa aqui.
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STF amplia quebra de sigilo para apurar compra de carros por Collor
O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a ampliação de quebras de sigilo bancário para apurar a compra de carros de luxo pelo ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). A suspeita é que as aquisições dos veículos –como Ferrari, Porsche e Lamborghini, que foram apreendidos no âmbito da Operação Lava Jato foram realizadas como operações de lavagem de dinheiro com o objetivo de esconder o desvio de recursos da Petrobras, por meio de movimentações financeiras de empresas ligadas ao congressista. A extensão da quebra teve aval do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, que atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Serão levantados em instituições financeiras novos dados sobre clientes que efetuaram pagamentos de parcelas dos carros. Foram solicitados ainda cópia de contratos e extratos de pagamentos de financiamentos dos veículos. Os investigadores apontam que foram encontrados vultosos depósitos recebidos e efetuados em espécie, com informações de "dispendiosas transferências" para aquisição de carros de luxo, por empresas ligadas a Collor. As investigações revelam que o Lamborghini, que custou R$ 3,2 milhões –sendo que R$ 1,2 milhão foi pago em dinheiro vivo–, encontra-se com parcelas em atraso. Em uma manifestação ao STF, Janot argumentou que a inadimplência poderia ser provocada por problemas no repasse de suposta propina do esquema de corrupção. Além do Lamborghini, a empresa, a Água Branca, que tem Collor como sócio, possui um Bentley avaliado em mais de R$ 500 mil e uma Land Rover de R$ 500 mil. A empresa, diz o MP, não possui sede física, empregados nem efetiva participação de empresas. A Água Branca é ainda arrendatária de um Roll-Royce, ano 2005/2006. Chamou atenção dos investigadores que a compra dos veículos teriam ocorrido mediante fracionamento de várias parcelas em dinheiro e transferências no mesmo dia ou em dias sucessivos. Há indícios de que uma das transações foi efetuada por empresa que recebeu recursos do doleiro Alberto Youssef e que estaria em nomes de laranjas. DENÚNCIA Collor foi denunciado por Janot ao STF pelos crimes no esquema de desvios da estatal, como corrupção ativa e lavagem. O grupo do senador é acusado de receber R$ 26 milhões em propina. Além do senador, a PGR denunciou ao STF um ex-ministro de Collor, dois servidores de seu gabinete e um assessor ligado a uma de suas empresas de comunicação. Agora, os ministros do STF vão decidir se admitem a denúncia, transformando-os em réus e abrindo uma ação penal. A denúncia contra o senador foi mantida em sigilo porque há depoimentos de delatores que ainda não foram divulgados. Collor nega ligação com o esquema de corrupção da Petrobras e sustenta que é alvo de perseguição do MP. O senador alega ainda que a empresa tem funcionamento normal e não se trata de empresa de fachada.
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STF amplia quebra de sigilo para apurar compra de carros por CollorO STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a ampliação de quebras de sigilo bancário para apurar a compra de carros de luxo pelo ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). A suspeita é que as aquisições dos veículos –como Ferrari, Porsche e Lamborghini, que foram apreendidos no âmbito da Operação Lava Jato foram realizadas como operações de lavagem de dinheiro com o objetivo de esconder o desvio de recursos da Petrobras, por meio de movimentações financeiras de empresas ligadas ao congressista. A extensão da quebra teve aval do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, que atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Serão levantados em instituições financeiras novos dados sobre clientes que efetuaram pagamentos de parcelas dos carros. Foram solicitados ainda cópia de contratos e extratos de pagamentos de financiamentos dos veículos. Os investigadores apontam que foram encontrados vultosos depósitos recebidos e efetuados em espécie, com informações de "dispendiosas transferências" para aquisição de carros de luxo, por empresas ligadas a Collor. As investigações revelam que o Lamborghini, que custou R$ 3,2 milhões –sendo que R$ 1,2 milhão foi pago em dinheiro vivo–, encontra-se com parcelas em atraso. Em uma manifestação ao STF, Janot argumentou que a inadimplência poderia ser provocada por problemas no repasse de suposta propina do esquema de corrupção. Além do Lamborghini, a empresa, a Água Branca, que tem Collor como sócio, possui um Bentley avaliado em mais de R$ 500 mil e uma Land Rover de R$ 500 mil. A empresa, diz o MP, não possui sede física, empregados nem efetiva participação de empresas. A Água Branca é ainda arrendatária de um Roll-Royce, ano 2005/2006. Chamou atenção dos investigadores que a compra dos veículos teriam ocorrido mediante fracionamento de várias parcelas em dinheiro e transferências no mesmo dia ou em dias sucessivos. Há indícios de que uma das transações foi efetuada por empresa que recebeu recursos do doleiro Alberto Youssef e que estaria em nomes de laranjas. DENÚNCIA Collor foi denunciado por Janot ao STF pelos crimes no esquema de desvios da estatal, como corrupção ativa e lavagem. O grupo do senador é acusado de receber R$ 26 milhões em propina. Além do senador, a PGR denunciou ao STF um ex-ministro de Collor, dois servidores de seu gabinete e um assessor ligado a uma de suas empresas de comunicação. Agora, os ministros do STF vão decidir se admitem a denúncia, transformando-os em réus e abrindo uma ação penal. A denúncia contra o senador foi mantida em sigilo porque há depoimentos de delatores que ainda não foram divulgados. Collor nega ligação com o esquema de corrupção da Petrobras e sustenta que é alvo de perseguição do MP. O senador alega ainda que a empresa tem funcionamento normal e não se trata de empresa de fachada.
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Após prévias em Iowa, candidatos com baixo desempenho desistem
O mau desempenho nas prévias eleitorais para a eleição presidencial americana no Estado de Iowa, na segunda (1º), levaram à desistência de dois candidatos. Com menos de 2% dos votos, o democrata Martin O'Malley e o republicano Mike Huckabee deixam a disputa. Em discurso a seus seguidores, O'Malley, que foi governador de Maryland, admitiu que foi difícil superar o mínimo de votos. Ele obteve 0,6%, enquanto Hillary Clinton e Bernie Sanders empataram tecnicamente, na casa dos 49%. Resultados do Caucus em Iowa - Democratas "A luta continua. Nós lutamos muito, mas muito duro para tentar dar ao povo uma escolha, e o povo fez sua escolha nesta noite", disse, antes de fazer uma crítica à retórica de Donald Trump, à qual chamou de "racista e fascista". "Nós temos que defender fortemente os valores que nos fazem americanos. E é sobre isso também que é esta dura campanha". Do lado republicano, Mike Huckabee, que teve 1,8%, deixou a disputa em mensagem no Twitter. "Estou suspendendo oficialmente minha campanha. Muito obrigado por seu apoio", disse. Resultados do Caucus em Iowa - Republicanos No seu partido, o vencedor foi o senador pelo Texas Ted Cruz, com 27,7% dos votos, seguido pelo magnata Donald Trump, antes favorito, com 24,4%. O terceiro foi o senador pela Flórida Marco Rubio, com 23,1%. Além dos dois, outros quatro candidatos não alcançaram a marca, todos republicanos —a ex-executiva-chefe da HP Carly Fiorina, os governadores John Kasich (Ohio) e Chris Christie (Nova Jersey) e o ex-senador Rick Santorum. A expectativa é que estes deixem a disputa nos próximos dias ou após as prévias em New Hampshire, na próxima terça (9). A falta de recursos para campanha deverá ser o principal motivo para que desistam. Segundo a Comissão Eleitoral Federal americana, Huckabee tinha no final de dezembro US$ 100 mil (R$ 400 mil) em recursos próprios para campanha, enquanto O'Malley tinha como saldo US$ 200 mil (R$ 800 mil). Santorum, por exemplo, estava na mesma situação de Huckabee. Os demais candidatos ultrapassam o US$ 1 milhão, mas estão distantes dos primeiros colocados —Ted Cruz, por exemplo, tem US$ 18,8 milhões em caixa. Conheça os candidatos
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Após prévias em Iowa, candidatos com baixo desempenho desistemO mau desempenho nas prévias eleitorais para a eleição presidencial americana no Estado de Iowa, na segunda (1º), levaram à desistência de dois candidatos. Com menos de 2% dos votos, o democrata Martin O'Malley e o republicano Mike Huckabee deixam a disputa. Em discurso a seus seguidores, O'Malley, que foi governador de Maryland, admitiu que foi difícil superar o mínimo de votos. Ele obteve 0,6%, enquanto Hillary Clinton e Bernie Sanders empataram tecnicamente, na casa dos 49%. Resultados do Caucus em Iowa - Democratas "A luta continua. Nós lutamos muito, mas muito duro para tentar dar ao povo uma escolha, e o povo fez sua escolha nesta noite", disse, antes de fazer uma crítica à retórica de Donald Trump, à qual chamou de "racista e fascista". "Nós temos que defender fortemente os valores que nos fazem americanos. E é sobre isso também que é esta dura campanha". Do lado republicano, Mike Huckabee, que teve 1,8%, deixou a disputa em mensagem no Twitter. "Estou suspendendo oficialmente minha campanha. Muito obrigado por seu apoio", disse. Resultados do Caucus em Iowa - Republicanos No seu partido, o vencedor foi o senador pelo Texas Ted Cruz, com 27,7% dos votos, seguido pelo magnata Donald Trump, antes favorito, com 24,4%. O terceiro foi o senador pela Flórida Marco Rubio, com 23,1%. Além dos dois, outros quatro candidatos não alcançaram a marca, todos republicanos —a ex-executiva-chefe da HP Carly Fiorina, os governadores John Kasich (Ohio) e Chris Christie (Nova Jersey) e o ex-senador Rick Santorum. A expectativa é que estes deixem a disputa nos próximos dias ou após as prévias em New Hampshire, na próxima terça (9). A falta de recursos para campanha deverá ser o principal motivo para que desistam. Segundo a Comissão Eleitoral Federal americana, Huckabee tinha no final de dezembro US$ 100 mil (R$ 400 mil) em recursos próprios para campanha, enquanto O'Malley tinha como saldo US$ 200 mil (R$ 800 mil). Santorum, por exemplo, estava na mesma situação de Huckabee. Os demais candidatos ultrapassam o US$ 1 milhão, mas estão distantes dos primeiros colocados —Ted Cruz, por exemplo, tem US$ 18,8 milhões em caixa. Conheça os candidatos
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Irã recebe primeiros corpos de vítimas de tumulto em peregrinação em Meca
O Irã recebeu neste sábado (3), em uma cerimônia, os restos mortais de um primeiro grupo de 104 vítimas da correria que causou a morte de centenas de peregrinos em Meca, em setembro. O primeiro grupo de vítimas iranianas foi recebido pelo presidente do Irã, Hassan Rohani, e por várias autoridades. Ao todo, 465 iranianos morreram no incidente, ocorrido em 24 de setembro durante a tradicional peregrinação anual do "Hajj". Pelo menos 769 pessoas morreram e 934 ficaram feridas na correria, segundo a Arábia Saudita. Na cerimônia, Rohani insistiu nas críticas às autoridades sauditas, apesar de apontar que, por enquanto, a linguagem iraniana "foi a do afeto, da irmandade e do respeito, e que só foi usada a linguagem da diplomacia quando foi necessário". No entanto, acrescentou que "se for preciso, até poderá utilizar uma linguagem de autoridade" para tratar deste caso. Rohani expressou seus pêsames às famílias das vítimas e pediu que o episódio seja esclarecido. "Alguns foram culpados por este incidente, pois o Irã de modo algum deixará passar o sangue de nossos entes queridos se ficar provado que uma série de oficiais foram culpados neste incidente". O presidente lembrou que, "graças às pressões do governo iraniano, alguns corpos das inocentes vítimas finalmente foram devolvidas ao país e, amanhã, serão enterrados oficialmente nas províncias a que pertencem". O incidente causou uma profunda repulsa entre as autoridades e a imprensa iraniana com a gestão saudita da peregrinação. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ameaçou dar uma resposta "dura e severa" ao governo da Arábia Saudita -se o país não assumir sua responsabilidade pela tragédia- e abrir uma investigação séria sobre o incidente. Irã e Arábia Saudita estão em lados opostos em quase todos os conflitos regionais. Foi a maior tragédia da peregrinação, chamada de Hajj árabe, desde 1990, quando 1.426 peregrinos morreram pisoteados num túnel entre Mina e o centro de Meca.
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Irã recebe primeiros corpos de vítimas de tumulto em peregrinação em MecaO Irã recebeu neste sábado (3), em uma cerimônia, os restos mortais de um primeiro grupo de 104 vítimas da correria que causou a morte de centenas de peregrinos em Meca, em setembro. O primeiro grupo de vítimas iranianas foi recebido pelo presidente do Irã, Hassan Rohani, e por várias autoridades. Ao todo, 465 iranianos morreram no incidente, ocorrido em 24 de setembro durante a tradicional peregrinação anual do "Hajj". Pelo menos 769 pessoas morreram e 934 ficaram feridas na correria, segundo a Arábia Saudita. Na cerimônia, Rohani insistiu nas críticas às autoridades sauditas, apesar de apontar que, por enquanto, a linguagem iraniana "foi a do afeto, da irmandade e do respeito, e que só foi usada a linguagem da diplomacia quando foi necessário". No entanto, acrescentou que "se for preciso, até poderá utilizar uma linguagem de autoridade" para tratar deste caso. Rohani expressou seus pêsames às famílias das vítimas e pediu que o episódio seja esclarecido. "Alguns foram culpados por este incidente, pois o Irã de modo algum deixará passar o sangue de nossos entes queridos se ficar provado que uma série de oficiais foram culpados neste incidente". O presidente lembrou que, "graças às pressões do governo iraniano, alguns corpos das inocentes vítimas finalmente foram devolvidas ao país e, amanhã, serão enterrados oficialmente nas províncias a que pertencem". O incidente causou uma profunda repulsa entre as autoridades e a imprensa iraniana com a gestão saudita da peregrinação. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ameaçou dar uma resposta "dura e severa" ao governo da Arábia Saudita -se o país não assumir sua responsabilidade pela tragédia- e abrir uma investigação séria sobre o incidente. Irã e Arábia Saudita estão em lados opostos em quase todos os conflitos regionais. Foi a maior tragédia da peregrinação, chamada de Hajj árabe, desde 1990, quando 1.426 peregrinos morreram pisoteados num túnel entre Mina e o centro de Meca.
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Há dias sob ataque, Temer se coloca como vítima de Dilma em carta
Até aqui de mágoa Dilma Rousseff parece ter caído numa armadilha. Ao invés de seguir brigando com Eduardo Cunha, um oponente até aqui fácil de golpear, a petista acabou no ringue com Michel Temer. Em uma carta dramática à presidente da República, o peemedebista tenta se desvencilhar da veste de conspirador costurada pelo Planalto para usar o figurino de vítima. Aos olhos de aliados, cada detalhe de seu isolamento como "vice decorativo" é exposto no texto para preparar o terreno do divórcio. Jogo de cartas Tão logo tomou conhecimento da carta do vice, Dilma se apressou em formular uma resposta. Guerra Fria Ministros apontam erro tático do Executivo, justamente no momento em que a oposição sentia o golpe da estratégia palaciana de rivalizar com Cunha. Precisamos de um herói do impeachment, não de um vilão do impeachment, admitiu um parlamentar do DEM. Day after As manobras protelatórias da oposição para evitar que o Planalto vencesse a primeira batalha do impeachment na Câmara e assegurasse maioria na comissão especial mostraram que o governo exibiu algum grau de resistência ao longo da segunda-feira. Não digeriu Na reunião com juristas, a petista disse que não existe unificação do país fora da legalidade. A fala foi vista como indireta a Temer, que já falou na necessidade de reunificar o Brasil. Caneta Entre 2014 e 2015, como presidente interino, Temer de fato assinou alguns dos decretos das chamadas pedaladas fiscais, conforme apontou o ex-ministro Ciro Gomes. O vice, porém, não definia a política econômica, argumenta sua equipe. Ela sim, eu não Temer vê dedo do Planalto na munição usada por Ciro, que promete apresentar um pedido de impeachment caso o vice assuma. O governo, porém, nega ter alimentado o ex-ministro. Pressão Grupos pró-impeachment estão patrocinando nas redes sociais posts que aparecem de nove a 11 vezes na timeline de uma pessoa, convocando para a manifestação do dia 13, conforme empresas de monitoramento. Termômetro Segundo as avaliações, apesar do forte assédio sobre internautas, a adesão está menor do que a de manifestações anteriores. Perigo Os dados da rede mostram, ainda, forte mobilização para desgastar parlamentares favoráveis a Dilma. Relatórios indicam uso de robôs lotando caixas de e-mails de deputados e atacando seus perfis oficiais. Troca Chamados ao Planalto para sinalizar apoio ao mandato de Dilma, movimentos sociais tentarão usar a crise para barganhar com o governo pautas de seu interesse, como a retirada da urgência da lei antiterrorismo. Cabo-de-guerra Os grupos vão dizer que é difícil convencer as bases a ir às ruas sem acenos do governo. Irmão camarada Dias atrás, o deputado peemedebista Lúcio Vieira Lima disse a interlocutores: "Geddel é o melhor irmão do mundo. Ele não quer derrubar a Dilma para fazer Michel presidente. Quer tirá-la de lá para me fazer líder na Câmara". Créditos O governo paulista quer manter no cargo o chefe de gabinete da Secretaria da Educação, Fernando Padula Novaes, independentemente de quem assuma a pasta. A avaliação é que foi ele quem "segurou o rojão" da reorganização escolar. Nas urnas O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, enviará à Câmara municipal na quinta-feira projeto de lei que estabelece eleições diretas para a escolha dos subprefeitos da capital. Dois em um Haddad tem defendido que as eleições dos subprefeitos aconteçam no mesmo dia do pleito municipal do ano que vem. - TIROTEIO Há uma apreensão com a fragilidade jurídica do pedido de impeachment. Se o processo for aberto, será criada uma ferida institucional. DO ADVOGADO PEDRO SERRANO, um dos juristas contrários ao impeachment que participaram da reunião no Planalto com a presidente Dilma Rousseff. - CONTRAPONTO Comigo não morreu Na última sexta-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, ligou para o vice-presidente Michel Temer para avaliar o noticiário sobre a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Àquela altura, o vice já havia desmentido versão atribuída ao Palácio do Planalto de que, em reunião com a presidente, ele teria feito a avaliação de que não haveria lastro para a deposição. -É muito ruim quando se vaza uma conversa de presidente e vice-presidente -disse Temer a Wagner. -Pior ainda quando se vaza um diálogo que não ocorreu -rebateu o chefe da Casa Civil. com PAULO GAMA e THAIS ARBEX
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Há dias sob ataque, Temer se coloca como vítima de Dilma em cartaAté aqui de mágoa Dilma Rousseff parece ter caído numa armadilha. Ao invés de seguir brigando com Eduardo Cunha, um oponente até aqui fácil de golpear, a petista acabou no ringue com Michel Temer. Em uma carta dramática à presidente da República, o peemedebista tenta se desvencilhar da veste de conspirador costurada pelo Planalto para usar o figurino de vítima. Aos olhos de aliados, cada detalhe de seu isolamento como "vice decorativo" é exposto no texto para preparar o terreno do divórcio. Jogo de cartas Tão logo tomou conhecimento da carta do vice, Dilma se apressou em formular uma resposta. Guerra Fria Ministros apontam erro tático do Executivo, justamente no momento em que a oposição sentia o golpe da estratégia palaciana de rivalizar com Cunha. Precisamos de um herói do impeachment, não de um vilão do impeachment, admitiu um parlamentar do DEM. Day after As manobras protelatórias da oposição para evitar que o Planalto vencesse a primeira batalha do impeachment na Câmara e assegurasse maioria na comissão especial mostraram que o governo exibiu algum grau de resistência ao longo da segunda-feira. Não digeriu Na reunião com juristas, a petista disse que não existe unificação do país fora da legalidade. A fala foi vista como indireta a Temer, que já falou na necessidade de reunificar o Brasil. Caneta Entre 2014 e 2015, como presidente interino, Temer de fato assinou alguns dos decretos das chamadas pedaladas fiscais, conforme apontou o ex-ministro Ciro Gomes. O vice, porém, não definia a política econômica, argumenta sua equipe. Ela sim, eu não Temer vê dedo do Planalto na munição usada por Ciro, que promete apresentar um pedido de impeachment caso o vice assuma. O governo, porém, nega ter alimentado o ex-ministro. Pressão Grupos pró-impeachment estão patrocinando nas redes sociais posts que aparecem de nove a 11 vezes na timeline de uma pessoa, convocando para a manifestação do dia 13, conforme empresas de monitoramento. Termômetro Segundo as avaliações, apesar do forte assédio sobre internautas, a adesão está menor do que a de manifestações anteriores. Perigo Os dados da rede mostram, ainda, forte mobilização para desgastar parlamentares favoráveis a Dilma. Relatórios indicam uso de robôs lotando caixas de e-mails de deputados e atacando seus perfis oficiais. Troca Chamados ao Planalto para sinalizar apoio ao mandato de Dilma, movimentos sociais tentarão usar a crise para barganhar com o governo pautas de seu interesse, como a retirada da urgência da lei antiterrorismo. Cabo-de-guerra Os grupos vão dizer que é difícil convencer as bases a ir às ruas sem acenos do governo. Irmão camarada Dias atrás, o deputado peemedebista Lúcio Vieira Lima disse a interlocutores: "Geddel é o melhor irmão do mundo. Ele não quer derrubar a Dilma para fazer Michel presidente. Quer tirá-la de lá para me fazer líder na Câmara". Créditos O governo paulista quer manter no cargo o chefe de gabinete da Secretaria da Educação, Fernando Padula Novaes, independentemente de quem assuma a pasta. A avaliação é que foi ele quem "segurou o rojão" da reorganização escolar. Nas urnas O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, enviará à Câmara municipal na quinta-feira projeto de lei que estabelece eleições diretas para a escolha dos subprefeitos da capital. Dois em um Haddad tem defendido que as eleições dos subprefeitos aconteçam no mesmo dia do pleito municipal do ano que vem. - TIROTEIO Há uma apreensão com a fragilidade jurídica do pedido de impeachment. Se o processo for aberto, será criada uma ferida institucional. DO ADVOGADO PEDRO SERRANO, um dos juristas contrários ao impeachment que participaram da reunião no Planalto com a presidente Dilma Rousseff. - CONTRAPONTO Comigo não morreu Na última sexta-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, ligou para o vice-presidente Michel Temer para avaliar o noticiário sobre a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Àquela altura, o vice já havia desmentido versão atribuída ao Palácio do Planalto de que, em reunião com a presidente, ele teria feito a avaliação de que não haveria lastro para a deposição. -É muito ruim quando se vaza uma conversa de presidente e vice-presidente -disse Temer a Wagner. -Pior ainda quando se vaza um diálogo que não ocorreu -rebateu o chefe da Casa Civil. com PAULO GAMA e THAIS ARBEX
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Temer se reúne com Aécio e Renan para discutir ação de impeachment
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reuniu na manhã desta quarta-feira (27) o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o dirigente do maior partido de oposição do país, senador Aécio Neves (PSDB-MG). Foi o primeira vez que Temer e Aécio posaram publicamente juntos desde que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff começou a tramitar no Congresso. Antes mesmo de chegarem à casa de Renan, Temer e Aécio conversaram a portas fechadas na residência do senador tucano. O encontro ocorre um dia depois de Aécio garantir que o PSDB não vai se opor ao ingresso de quadros da sigla num eventual governo capitaneado pelo peemedebista. Aécio ainda havia afirmado que os contatos do vice com o PSDB deveriam ser feitos institucionalmente, ou seja, por meio dele e das lideranças da legenda no Congresso. Os tucanos, em especial o senador José Serra (SP), são cotados para ocupar ministérios no governo Temer. Temer permaneceu por pouco tempo com Renan e Aécio. Sua conversa mais longa se deu no momento em que esteve a sós com o senador tucano. Segundo a Folha apurou, o vice foi à casa de Aécio assinalar que pretende manter relações institucionais com os tucanos e discutir o trâmite do impeachment no Senado. O tucano ainda está reunido com Renan. Até o momento, ele não deu declarações à imprensa. Cronograma da comissão
poder
Temer se reúne com Aécio e Renan para discutir ação de impeachmentO presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reuniu na manhã desta quarta-feira (27) o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o dirigente do maior partido de oposição do país, senador Aécio Neves (PSDB-MG). Foi o primeira vez que Temer e Aécio posaram publicamente juntos desde que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff começou a tramitar no Congresso. Antes mesmo de chegarem à casa de Renan, Temer e Aécio conversaram a portas fechadas na residência do senador tucano. O encontro ocorre um dia depois de Aécio garantir que o PSDB não vai se opor ao ingresso de quadros da sigla num eventual governo capitaneado pelo peemedebista. Aécio ainda havia afirmado que os contatos do vice com o PSDB deveriam ser feitos institucionalmente, ou seja, por meio dele e das lideranças da legenda no Congresso. Os tucanos, em especial o senador José Serra (SP), são cotados para ocupar ministérios no governo Temer. Temer permaneceu por pouco tempo com Renan e Aécio. Sua conversa mais longa se deu no momento em que esteve a sós com o senador tucano. Segundo a Folha apurou, o vice foi à casa de Aécio assinalar que pretende manter relações institucionais com os tucanos e discutir o trâmite do impeachment no Senado. O tucano ainda está reunido com Renan. Até o momento, ele não deu declarações à imprensa. Cronograma da comissão
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Peça Única: Primeiro Olhar: Rochas (Paris-Inverno 2016)
A grife Rochas apresentou na quarta-feira (4), a coleção de inverno 2016 desenhada pelo estilista Alessandro Dell'Acqua. Na passarela montada no Palais de Tokyo, durante a semana de moda de Paris, as modelos desfilavam conjuntos que remetiam à moda dos anos ... Leia post completo no blog
ilustrada
Peça Única: Primeiro Olhar: Rochas (Paris-Inverno 2016)A grife Rochas apresentou na quarta-feira (4), a coleção de inverno 2016 desenhada pelo estilista Alessandro Dell'Acqua. Na passarela montada no Palais de Tokyo, durante a semana de moda de Paris, as modelos desfilavam conjuntos que remetiam à moda dos anos ... Leia post completo no blog
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PSDB vai incluir compromisso com a Lava Jato em termo de adesão a Temer
O PSDB cobrará do vice-presidente Michel Temer suporte "incondicional" à Operação Lava Jato em troca do apoio dos parlamentares da legenda à agenda do peemedebista no Congresso, caso ele assuma o Palácio do Planalto. O comprometimento com a continuidade das investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras integra o documento que lista cerca de dez exigências da sigla a Temer em nome do suporte dos tucanos a ele no Congresso. O presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves (PSDB-MG) ainda discute os últimos detalhes do texto com seus correligionários. Nesta terça-feira (26) ele se reuniu com a bancada do Senado e, agora durante a tarde, conversa com os deputados tucanos. Segundo a Folha apurou, o PSDB também pedirá compromissos do vice com uma reforma tributária, simplificando o sistema de arrecadação especialmente no que diz respeito ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O PSDB também pedirá compromissos com uma reforma política e com a profissionalização de órgãos reguladores. CONSTRANGIMENTO Integrantes do partido afirmam que o compromisso com a manutenção pela das atividades relacionadas à Lava Jato deve ser "inconteste", mas não pretendem rechaçar, de saída, nenhum nome cotado para a pasta da Justiça, por exemplo. O advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira lidera as apostas para a pasta mas tem sido criticado por ter assinado um manifesto contra a Lava Jato. O senador Aloysio Nunes não quis polemizar. "Fui defensor público e defendi homicidas, nem por isso sou cúmplice de assassinato", disse. O senador Aécio Neves, por sua vez, disse que não queria fulanizar a discussão, mas que o apoio à Lava Jato é o primeiro item da agenda proposta pelo PSDB a Temer. "Nosso ponto prioritário é que não pode haver interferência alguma nas investigações", disse. Os homens de Temer
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PSDB vai incluir compromisso com a Lava Jato em termo de adesão a TemerO PSDB cobrará do vice-presidente Michel Temer suporte "incondicional" à Operação Lava Jato em troca do apoio dos parlamentares da legenda à agenda do peemedebista no Congresso, caso ele assuma o Palácio do Planalto. O comprometimento com a continuidade das investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras integra o documento que lista cerca de dez exigências da sigla a Temer em nome do suporte dos tucanos a ele no Congresso. O presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves (PSDB-MG) ainda discute os últimos detalhes do texto com seus correligionários. Nesta terça-feira (26) ele se reuniu com a bancada do Senado e, agora durante a tarde, conversa com os deputados tucanos. Segundo a Folha apurou, o PSDB também pedirá compromissos do vice com uma reforma tributária, simplificando o sistema de arrecadação especialmente no que diz respeito ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O PSDB também pedirá compromissos com uma reforma política e com a profissionalização de órgãos reguladores. CONSTRANGIMENTO Integrantes do partido afirmam que o compromisso com a manutenção pela das atividades relacionadas à Lava Jato deve ser "inconteste", mas não pretendem rechaçar, de saída, nenhum nome cotado para a pasta da Justiça, por exemplo. O advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira lidera as apostas para a pasta mas tem sido criticado por ter assinado um manifesto contra a Lava Jato. O senador Aloysio Nunes não quis polemizar. "Fui defensor público e defendi homicidas, nem por isso sou cúmplice de assassinato", disse. O senador Aécio Neves, por sua vez, disse que não queria fulanizar a discussão, mas que o apoio à Lava Jato é o primeiro item da agenda proposta pelo PSDB a Temer. "Nosso ponto prioritário é que não pode haver interferência alguma nas investigações", disse. Os homens de Temer
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Policial que denuncia colega matador arrisca o pescoço, diz pesquisador
Passeando de noite por São Paulo, o canadense Graham Denyer Willis ouviu sirenes e dois tiros -pá, pá. No local, viu um homem sobre uma poça de sangue diante de PMs. Um oficial perguntou se ele poderia testemunhar. "Não. Só ouvi dois tiros." Ainda assim, o policial insistiu e deu duas instruções: "Você ouviu três tiros, e não dois. E ouviu policiais gritarem para o sujeito abaixar a arma antes de atirar". Willis deu de ombros, mas, ainda naquela noite, iria para uma delegacia. Isso porque, entre 2009 e 2012, ele acompanhou o dia a dia de investigadores de homicídios da cidade, em distritos e no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ao focar sua análise não em números, mas no cotidiano policial, Willis presenciou as ações e os desvios, as limitações e os medos de quem vive perto demais do crime. O resultado da pesquisa está no livro "The Killing Consensus: Police, Organized Crime and the Regulation of Life and Death in Urban Brazil" (consenso assassino: polícia, crime organizado e a regulação da vida e da morte no Brasil urbano), lançado neste ano. Hoje professor na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, Willis avalia que os entraves comuns na investigação de homicídios no Brasil se tornam mais complexos quando o agente da morte é um policial, em serviço ou mascarado -como parecem apontar os indícios de autoria das 19 mortes ocorridas de Barueri e Osasco no dia 13. Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) diz não haver indícios da existência de grupos paralelos organizados nas forças policiais. Segundo o órgão, os números de demissões e expulsões das corregedorias das polícias mostram que os crimes cometidos por policiais são apurados e punidos. De acordo com a nota, desde 2011, 1.321 policiais foram expulsos, 603 foram demitidos e 1.652, presos. Leia, a seguir, trechos da entrevista com Willis concedida à Folha. * Folha - Durante seus anos de pesquisa, quais indícios colheu de que há esquadrões da morte nas polícias? Graham Denyer Willis - Em 2012, quando ainda estava acompanhando detetives do DHPP, houve um pico de chacinas na cidade. Esse é um padrão muito específico de violência: homens encapuzados, geralmente em motocicletas, atiram em todos, numa ação que difere dos métodos associados ao crime organizado paulista. Notei que a investigação de chacinas assim era muito diferente da investigação dos demais homicídios. Ela é reportada para a delegacia da região, que informa o Centro de Operações da Polícia Militar e depois DHPP. Nesse percurso, que se torna mais lento, muita coisa acontece: batalhões locais se envolvem, a delegacia local também, no bom e no mau sentido. Como assim? Vi algumas vezes que, quando havia uma chacina, o batalhão local tomava a dianteira e chamava uma equipe específica de peritos da polícia científica. E aí surgem as perguntas: O que significa essa relação de proximidade com certos peritos? Quem está investigando quem? Essa é uma forma de levar para a cena do crime gente que seja mais compreensiva com o ocorrido. A intenção é acobertar evidências de forma a preservar quem cometeu as mortes de uma investigação isenta. E ainda que um policial seja processado, ele frequentemente sai impune. Isso quer dizer que a própria polícia faz vista grossa para colegas que integram esses grupos de matadores? Sim, com certeza. Altos oficiais e secretários de Segurança podem negar, mas os policiais sabem quem faz parte desses grupos. Há quem aprove esse tipo de ação, mas há outros que desaprovam. E por que eles não denunciam? Existe uma ideia de que todos têm de se unir quando um policial é atacado. Se algum policial pregar contra uma retaliação, ele será mal visto internamente e se tornará um alvo fácil. Se, por um lado, há interesse político em responsabilizar policiais que matam e praticam crimes, por outro lado ninguém quer ser o herói desta causa porque isso arriscaria seu pescoço. Policiais não se sentem protegidos para fazer essas denúncias. Muitos não confiam nos próprios programas de proteção à testemunha, que avaliam como uma piada diante dos grupos de extermínio. Qual é a diferença entre a ação de esquadrões da morte e a letalidade policial? A principal diferença é que as mortes ocorridas no expediente do policial, em abordagens e operações, é rotineira. É uma violência que ocorre todos os dias contra supostos criminosos. Com pouca variação, esse tipo de morte tem grande continuidade e cresceu neste ano. As chacinas, por contraste, são reacionárias e ocorrem em resposta a algo considerado injusto. Como em Osasco e Barueri, observamos a morte de um guarda civil metropolitano e de um policial militar dias antes da chacina. As mortes ocorrem em locais que os policiais sabem ou que acreditam ser redutos do crime organizado. Como o PCC costuma revidar esse tipo de ataque, uma vingança pode virar uma crise maior. Mas há notícias sobre esquadrões da morte muito antes de se ouvir falar em PCC. Historicamente, o Brasil tem esquadrões da morte. Muitos tinham inclusive um membro público, como o Cabo Bruno, celebrado por promover limpeza social no Jardim Ângela (zona sul de SP). Matavam aqueles que supunham ser bandidos, desordeiros ou pivetes. Agora, os esquadrões da morte têm que ser mais reservados, seja por receio de retaliação do crime organizado, seja porque sua corporação hoje sofre mais pressão para descobrir os autores de chacinas. Antes essas pressões não existiam. Que tipo de estrutura ou cultura favorece a formação de esquadrões da morte? Há uma cultura, dentro das polícias, de olhar para o outro lado. E há uma grande solidariedade na corporação. Se você vê seus colegas sendo assassinados, é muito difícil descolar a sua insegurança da ação que mata aqueles que você percebe como ameaça. Enquanto policiais forem assassinados, haverá apoio dentro das polícias para essas chacinas. Há um medo generalizado. Ao circular com policiais, durante a pesquisa, você foi contaminado por esses sentimentos de medo e insegurança? Sem dúvida. Houve vezes em que saía com policiais para uma investigação e percebia que eles estavam aterrorizados. Não admitiam, mas era evidente que estavam. Outras situações eram tensas porque eles eram hostilizados pela população. Qual é o papel da opinião pública nessa equação? Essa violência da polícia recebe apoio de muitos setores da sociedade brasileira. Não apenas isso: políticos eleitos também apoiam esse tipo de ação, de forma pública ou não. Então, há uma voz política que é, na maior parte das vezes, favorável. Como prevenir chacinas? É algo tão intrincado historicamente na estrutura das polícias, que é como se fosse a sua sombra. Não se trata, como se diz, de um punhado de maçãs podres em um cesto, é um pacto de vigilância que, na maior parte dos casos, é previsível. Dá pra dizer quando e onde vai acontecer. No livro, você diz que a queda de homicídios em SP se deve à ação do PCC nas periferias e não à política de segurança pública do Estado. Essa análise é bastante contestada. Se olharmos os dados de homicídios em São Paulo nos anos 1990, veremos que a maior parte ocorria em locais como Jardim Ângela, Capão Redondo e Cidade Tiradentes. É onde havia 113 mortes por 100 mil habitantes enquanto Pinheiros ou Jardins tinham 1 morte por 100 mil habitantes. Quando a queda de homicídios aconteceu, ela ocorreu nesses territórios. Se quisermos entender por que, temos que olhar para lá. E precisamos olhar para quem estava morrendo e não está mais: jovens, negros, de baixa escolaridade. São pessoas nesses territórios e nessa faixa etária aquelas reguladas pelo que o PCC chama de "lei do crime", regras de convivência para preservar territórios e que vivem neles. Gostaria muito de ver os dados de quem contesta essa informação. Não basta dizer que não é assim. É preciso provar.
cotidiano
Policial que denuncia colega matador arrisca o pescoço, diz pesquisadorPasseando de noite por São Paulo, o canadense Graham Denyer Willis ouviu sirenes e dois tiros -pá, pá. No local, viu um homem sobre uma poça de sangue diante de PMs. Um oficial perguntou se ele poderia testemunhar. "Não. Só ouvi dois tiros." Ainda assim, o policial insistiu e deu duas instruções: "Você ouviu três tiros, e não dois. E ouviu policiais gritarem para o sujeito abaixar a arma antes de atirar". Willis deu de ombros, mas, ainda naquela noite, iria para uma delegacia. Isso porque, entre 2009 e 2012, ele acompanhou o dia a dia de investigadores de homicídios da cidade, em distritos e no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ao focar sua análise não em números, mas no cotidiano policial, Willis presenciou as ações e os desvios, as limitações e os medos de quem vive perto demais do crime. O resultado da pesquisa está no livro "The Killing Consensus: Police, Organized Crime and the Regulation of Life and Death in Urban Brazil" (consenso assassino: polícia, crime organizado e a regulação da vida e da morte no Brasil urbano), lançado neste ano. Hoje professor na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, Willis avalia que os entraves comuns na investigação de homicídios no Brasil se tornam mais complexos quando o agente da morte é um policial, em serviço ou mascarado -como parecem apontar os indícios de autoria das 19 mortes ocorridas de Barueri e Osasco no dia 13. Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) diz não haver indícios da existência de grupos paralelos organizados nas forças policiais. Segundo o órgão, os números de demissões e expulsões das corregedorias das polícias mostram que os crimes cometidos por policiais são apurados e punidos. De acordo com a nota, desde 2011, 1.321 policiais foram expulsos, 603 foram demitidos e 1.652, presos. Leia, a seguir, trechos da entrevista com Willis concedida à Folha. * Folha - Durante seus anos de pesquisa, quais indícios colheu de que há esquadrões da morte nas polícias? Graham Denyer Willis - Em 2012, quando ainda estava acompanhando detetives do DHPP, houve um pico de chacinas na cidade. Esse é um padrão muito específico de violência: homens encapuzados, geralmente em motocicletas, atiram em todos, numa ação que difere dos métodos associados ao crime organizado paulista. Notei que a investigação de chacinas assim era muito diferente da investigação dos demais homicídios. Ela é reportada para a delegacia da região, que informa o Centro de Operações da Polícia Militar e depois DHPP. Nesse percurso, que se torna mais lento, muita coisa acontece: batalhões locais se envolvem, a delegacia local também, no bom e no mau sentido. Como assim? Vi algumas vezes que, quando havia uma chacina, o batalhão local tomava a dianteira e chamava uma equipe específica de peritos da polícia científica. E aí surgem as perguntas: O que significa essa relação de proximidade com certos peritos? Quem está investigando quem? Essa é uma forma de levar para a cena do crime gente que seja mais compreensiva com o ocorrido. A intenção é acobertar evidências de forma a preservar quem cometeu as mortes de uma investigação isenta. E ainda que um policial seja processado, ele frequentemente sai impune. Isso quer dizer que a própria polícia faz vista grossa para colegas que integram esses grupos de matadores? Sim, com certeza. Altos oficiais e secretários de Segurança podem negar, mas os policiais sabem quem faz parte desses grupos. Há quem aprove esse tipo de ação, mas há outros que desaprovam. E por que eles não denunciam? Existe uma ideia de que todos têm de se unir quando um policial é atacado. Se algum policial pregar contra uma retaliação, ele será mal visto internamente e se tornará um alvo fácil. Se, por um lado, há interesse político em responsabilizar policiais que matam e praticam crimes, por outro lado ninguém quer ser o herói desta causa porque isso arriscaria seu pescoço. Policiais não se sentem protegidos para fazer essas denúncias. Muitos não confiam nos próprios programas de proteção à testemunha, que avaliam como uma piada diante dos grupos de extermínio. Qual é a diferença entre a ação de esquadrões da morte e a letalidade policial? A principal diferença é que as mortes ocorridas no expediente do policial, em abordagens e operações, é rotineira. É uma violência que ocorre todos os dias contra supostos criminosos. Com pouca variação, esse tipo de morte tem grande continuidade e cresceu neste ano. As chacinas, por contraste, são reacionárias e ocorrem em resposta a algo considerado injusto. Como em Osasco e Barueri, observamos a morte de um guarda civil metropolitano e de um policial militar dias antes da chacina. As mortes ocorrem em locais que os policiais sabem ou que acreditam ser redutos do crime organizado. Como o PCC costuma revidar esse tipo de ataque, uma vingança pode virar uma crise maior. Mas há notícias sobre esquadrões da morte muito antes de se ouvir falar em PCC. Historicamente, o Brasil tem esquadrões da morte. Muitos tinham inclusive um membro público, como o Cabo Bruno, celebrado por promover limpeza social no Jardim Ângela (zona sul de SP). Matavam aqueles que supunham ser bandidos, desordeiros ou pivetes. Agora, os esquadrões da morte têm que ser mais reservados, seja por receio de retaliação do crime organizado, seja porque sua corporação hoje sofre mais pressão para descobrir os autores de chacinas. Antes essas pressões não existiam. Que tipo de estrutura ou cultura favorece a formação de esquadrões da morte? Há uma cultura, dentro das polícias, de olhar para o outro lado. E há uma grande solidariedade na corporação. Se você vê seus colegas sendo assassinados, é muito difícil descolar a sua insegurança da ação que mata aqueles que você percebe como ameaça. Enquanto policiais forem assassinados, haverá apoio dentro das polícias para essas chacinas. Há um medo generalizado. Ao circular com policiais, durante a pesquisa, você foi contaminado por esses sentimentos de medo e insegurança? Sem dúvida. Houve vezes em que saía com policiais para uma investigação e percebia que eles estavam aterrorizados. Não admitiam, mas era evidente que estavam. Outras situações eram tensas porque eles eram hostilizados pela população. Qual é o papel da opinião pública nessa equação? Essa violência da polícia recebe apoio de muitos setores da sociedade brasileira. Não apenas isso: políticos eleitos também apoiam esse tipo de ação, de forma pública ou não. Então, há uma voz política que é, na maior parte das vezes, favorável. Como prevenir chacinas? É algo tão intrincado historicamente na estrutura das polícias, que é como se fosse a sua sombra. Não se trata, como se diz, de um punhado de maçãs podres em um cesto, é um pacto de vigilância que, na maior parte dos casos, é previsível. Dá pra dizer quando e onde vai acontecer. No livro, você diz que a queda de homicídios em SP se deve à ação do PCC nas periferias e não à política de segurança pública do Estado. Essa análise é bastante contestada. Se olharmos os dados de homicídios em São Paulo nos anos 1990, veremos que a maior parte ocorria em locais como Jardim Ângela, Capão Redondo e Cidade Tiradentes. É onde havia 113 mortes por 100 mil habitantes enquanto Pinheiros ou Jardins tinham 1 morte por 100 mil habitantes. Quando a queda de homicídios aconteceu, ela ocorreu nesses territórios. Se quisermos entender por que, temos que olhar para lá. E precisamos olhar para quem estava morrendo e não está mais: jovens, negros, de baixa escolaridade. São pessoas nesses territórios e nessa faixa etária aquelas reguladas pelo que o PCC chama de "lei do crime", regras de convivência para preservar territórios e que vivem neles. Gostaria muito de ver os dados de quem contesta essa informação. Não basta dizer que não é assim. É preciso provar.
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Cerveró cita propina para campanha de Lula em 2006, segundo revista
Sem apresentar provas, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse ter negociado uma propina de R$ 4 milhões que seria paga pela Odebrecht à campanha à reeleição do então presidente Lula, em 2006. Segundo a revista "Época", essa é uma das informações oferecidas por Cerveró para firmar um acordo de delação. Ele já foi condenado a 17 anos de prisão. Seus advogados já se reuniram com os procuradores, mas o acordo não saiu pois o ex-diretor não tem provas e fala de episódios desimportantes para a investigação. Cerveró disse que a propina estaria ligada à reforma -não realizada- da refinaria de Pasadena (EUA), que seria tocada pela Odebrecht por encomenda da Petrobras. O acordo, disse, foi acertado às vésperas da eleição de 2006 entre ex-executivos da Odebrecht e ex-diretores da estatal num almoço no Rio. O ex-diretor descreveu ainda um encontro com o vice-presidente Michel Temer em 2007. Afirmou que estava sendo achacado por peemedebistas que exigiam US$ 700 mil mensais para mantê-lo no cargo. Recorreu ao pecuarista José Carlos Bumlai para o colocar em contato com Temer. O político confirmou a reunião, mas negou intervenção. Cerveró, sempre segundo à revista, disse ter pago US$ 6 milhões para os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA) e Renan Calheiros (PMDB-AL) com dinheiro de contratos para a construção de navios-sonda. Ele também contou que Lula "agraciou" o senador Fernando Collor (PTB-AL) com cargos na BR Distribuidora. O ex-diretor relatou ainda que ele próprio ajudou Collor a fechar negócio com uma rede de postos que rendeu propina ao senador alagoano. OUTRO LADO Em nota, a Odebrecht classificou o texto da "Época" como "ilações [...] baseadas em suposto contrato nunca firmado e em supostas afirmações de hipotética delação premiada". Os demais citados negam ter participado de qualquer irregularidade.
poder
Cerveró cita propina para campanha de Lula em 2006, segundo revistaSem apresentar provas, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse ter negociado uma propina de R$ 4 milhões que seria paga pela Odebrecht à campanha à reeleição do então presidente Lula, em 2006. Segundo a revista "Época", essa é uma das informações oferecidas por Cerveró para firmar um acordo de delação. Ele já foi condenado a 17 anos de prisão. Seus advogados já se reuniram com os procuradores, mas o acordo não saiu pois o ex-diretor não tem provas e fala de episódios desimportantes para a investigação. Cerveró disse que a propina estaria ligada à reforma -não realizada- da refinaria de Pasadena (EUA), que seria tocada pela Odebrecht por encomenda da Petrobras. O acordo, disse, foi acertado às vésperas da eleição de 2006 entre ex-executivos da Odebrecht e ex-diretores da estatal num almoço no Rio. O ex-diretor descreveu ainda um encontro com o vice-presidente Michel Temer em 2007. Afirmou que estava sendo achacado por peemedebistas que exigiam US$ 700 mil mensais para mantê-lo no cargo. Recorreu ao pecuarista José Carlos Bumlai para o colocar em contato com Temer. O político confirmou a reunião, mas negou intervenção. Cerveró, sempre segundo à revista, disse ter pago US$ 6 milhões para os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA) e Renan Calheiros (PMDB-AL) com dinheiro de contratos para a construção de navios-sonda. Ele também contou que Lula "agraciou" o senador Fernando Collor (PTB-AL) com cargos na BR Distribuidora. O ex-diretor relatou ainda que ele próprio ajudou Collor a fechar negócio com uma rede de postos que rendeu propina ao senador alagoano. OUTRO LADO Em nota, a Odebrecht classificou o texto da "Época" como "ilações [...] baseadas em suposto contrato nunca firmado e em supostas afirmações de hipotética delação premiada". Os demais citados negam ter participado de qualquer irregularidade.
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Superproteger não garante segurança e prejudica independência de crianças
Um vídeo que mostra um menino de seis anos sendo levado por um desconhecido, na av. Paulista, deixou pais com os nervos à flor da pele na última semana e levantou dúvidas sobre o equilíbrio entre os cuidados necessários com as crianças nas grandes cidades e a importância do estímulo à autonomia. O episódio, ocorrido no domingo (23), teve final feliz porque o pai flagrou a tentativa de rapto enquanto filmava uma apresentação musical. Três dias depois, o homem, de 52 anos, foi detido em uma unidade de saúde na zona norte da capital paulista. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, Rubens Santos da Silva já havia sido internado num hospital psiquiátrico em 2008, após uma tentativa de invasão do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. Um texto sobre o quase rapto, escrito pela mãe do garoto, a publicitária Juliana Nunes, 41, foi compartilhado nas redes sociais e gerou não só mensagens de apoio mas também muitas críticas aos pais, acusados de não cuidarem direito do menino. Juliana deixou o filho ir avisar ao pai, o designer Matheus Pellegrini, 39, que os dois iriam até uma banca de jornal. O espaço entre a criança e Pellegrini era de cinco metros. "Levi sabia onde o pai estava, não ia se perder. Fiquei na calçada com o cachorro. Em menos de cinco segundos, um cara o catou pelo braço", disse. CERCO A psicóloga Rosely Sayão conta que se surpreendeu com a reação ao caso, porque a mãe agiu corretamente, e a cena não é motivo para pânico. "Se os pais estão atentos, como estavam, o máximo que pode acontecer é isso: eles percebem e pegam a criança de volta. Ou de agora em diante a criança não vai poder mais andar dois ou três metros sozinha?", questiona. Segundo Rosely, após casos de grande repercussão como esse é comum que os pais "apertem o cerco" e restrinjam ainda mais o pouco contato que os filhos têm com o espaço público, com consequências negativas para o desenvolvimento da autonomia. "Quando chegarem à adolescência, eles vão sair, ainda que escondidos. E não vão saber usar o espaço público, porque não conhecem o mundo em que vivem", alerta. Isabel Marin, psicanalista e professora da PUC-SP, concorda. Para ela, há muitos pais que moram em condomínios, só frequentam shoppings e clubes e preferem que o filho brinque no tablet porque assim estariam a salvo da violência, mas, com isso, deixam de ensinar lições importantes. "O melhor caminho é dar as referências sobre como andar pela cidade, como se relacionar com desconhecidos, e que não necessariamente são inimigos. Isso se dá quando os pais se dispõem a ter o trabalho de viver isso ao vivo, em vez de se restringirem a espaços de conforto." Segundo a psicanalista, pais amedrontados ou acomodados superprotegem em vez de preparar os filhos para a vida. "Há pais que se poupam de se preocupar com o filho porque isso dá trabalho", aponta. Preocupada com a violência, a publicitária Andrea Attanasio Ramos, 40, mãe de dois meninos, de cinco e nove anos de idade, reconhece que evita programas para não correr riscos. "Em vez de ir ao teatro no centro, vou no do shopping, um lugar mais fechado. Acabo limitando passeios por conta do medo, embora eu saiba que é errado." "Sei que tenho que dar autonomia para eles amadurecerem, porque um dia eles vão ter que ir à padaria sozinhos e até tomar decisões profissionais mais tarde na vida." Já a administradora de empresas Katia Perlman, 40, mãe de gêmeos de 12 anos, acredita que o primeiro ponto a se considerar em busca de equilíbrio é ter consciência de que o medo pode fazer com que os pais criem crianças dependentes demais. "Eu tenho mais medo é de eles não saberem se virar sozinhos", conta. SEM MANUAL É bom lembrar que não existe idade ideal para que as crianças comecem a dar os primeiros passos sozinhos, como ir à padaria perto de casa. Mas aquelas que já tiveram essa experiência com os pais podem enfrentar esses pequenos desafios a partir dos sete ou oito anos, diz Isabel. Para Juliana Nunes, o quase rapto do filho ensinou uma lição importante: não basta dizer às crianças como se proteger dos perigos do mundo, é preciso estar sempre atento. "Eu sempre falo para ele gritar se alguém encostar nele, e ele não gritou. Hoje eu imagino que as crianças pensam que bandido tem cara de vilão de desenho, é mascarado, não um cara comum", disse à Folha. "Na hora ele não entendeu o que aconteceu. Depois, disse que esqueceu de gritar e que não sabia que o homem era mau. Foi muito rápido." Juliana diz, no entanto, que pretende continuar criando o filho livre, na medida do possível. "Não vou deixar de sair, de ir ao parque, de passear e de lhe dar essa autonomia. Na hora me senti culpada, mas depois percebi que não fiz nada de errado." Não mesmo. "Com seis anos, a criança não vai associar o que ouve dos pais [sobre os riscos] com a realidade", diz Rosely Sayão. Ela lembra que, na primeira infância, o olhar da criança para o mundo é diferente daquele do adulto: onde os pais veem risco, ela vê investigação e exploração. "Uma criança de nove ou dez anos tem condições de identificar algo estranho, mas uma mais nova, não."
equilibrioesaude
Superproteger não garante segurança e prejudica independência de criançasUm vídeo que mostra um menino de seis anos sendo levado por um desconhecido, na av. Paulista, deixou pais com os nervos à flor da pele na última semana e levantou dúvidas sobre o equilíbrio entre os cuidados necessários com as crianças nas grandes cidades e a importância do estímulo à autonomia. O episódio, ocorrido no domingo (23), teve final feliz porque o pai flagrou a tentativa de rapto enquanto filmava uma apresentação musical. Três dias depois, o homem, de 52 anos, foi detido em uma unidade de saúde na zona norte da capital paulista. Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, Rubens Santos da Silva já havia sido internado num hospital psiquiátrico em 2008, após uma tentativa de invasão do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. Um texto sobre o quase rapto, escrito pela mãe do garoto, a publicitária Juliana Nunes, 41, foi compartilhado nas redes sociais e gerou não só mensagens de apoio mas também muitas críticas aos pais, acusados de não cuidarem direito do menino. Juliana deixou o filho ir avisar ao pai, o designer Matheus Pellegrini, 39, que os dois iriam até uma banca de jornal. O espaço entre a criança e Pellegrini era de cinco metros. "Levi sabia onde o pai estava, não ia se perder. Fiquei na calçada com o cachorro. Em menos de cinco segundos, um cara o catou pelo braço", disse. CERCO A psicóloga Rosely Sayão conta que se surpreendeu com a reação ao caso, porque a mãe agiu corretamente, e a cena não é motivo para pânico. "Se os pais estão atentos, como estavam, o máximo que pode acontecer é isso: eles percebem e pegam a criança de volta. Ou de agora em diante a criança não vai poder mais andar dois ou três metros sozinha?", questiona. Segundo Rosely, após casos de grande repercussão como esse é comum que os pais "apertem o cerco" e restrinjam ainda mais o pouco contato que os filhos têm com o espaço público, com consequências negativas para o desenvolvimento da autonomia. "Quando chegarem à adolescência, eles vão sair, ainda que escondidos. E não vão saber usar o espaço público, porque não conhecem o mundo em que vivem", alerta. Isabel Marin, psicanalista e professora da PUC-SP, concorda. Para ela, há muitos pais que moram em condomínios, só frequentam shoppings e clubes e preferem que o filho brinque no tablet porque assim estariam a salvo da violência, mas, com isso, deixam de ensinar lições importantes. "O melhor caminho é dar as referências sobre como andar pela cidade, como se relacionar com desconhecidos, e que não necessariamente são inimigos. Isso se dá quando os pais se dispõem a ter o trabalho de viver isso ao vivo, em vez de se restringirem a espaços de conforto." Segundo a psicanalista, pais amedrontados ou acomodados superprotegem em vez de preparar os filhos para a vida. "Há pais que se poupam de se preocupar com o filho porque isso dá trabalho", aponta. Preocupada com a violência, a publicitária Andrea Attanasio Ramos, 40, mãe de dois meninos, de cinco e nove anos de idade, reconhece que evita programas para não correr riscos. "Em vez de ir ao teatro no centro, vou no do shopping, um lugar mais fechado. Acabo limitando passeios por conta do medo, embora eu saiba que é errado." "Sei que tenho que dar autonomia para eles amadurecerem, porque um dia eles vão ter que ir à padaria sozinhos e até tomar decisões profissionais mais tarde na vida." Já a administradora de empresas Katia Perlman, 40, mãe de gêmeos de 12 anos, acredita que o primeiro ponto a se considerar em busca de equilíbrio é ter consciência de que o medo pode fazer com que os pais criem crianças dependentes demais. "Eu tenho mais medo é de eles não saberem se virar sozinhos", conta. SEM MANUAL É bom lembrar que não existe idade ideal para que as crianças comecem a dar os primeiros passos sozinhos, como ir à padaria perto de casa. Mas aquelas que já tiveram essa experiência com os pais podem enfrentar esses pequenos desafios a partir dos sete ou oito anos, diz Isabel. Para Juliana Nunes, o quase rapto do filho ensinou uma lição importante: não basta dizer às crianças como se proteger dos perigos do mundo, é preciso estar sempre atento. "Eu sempre falo para ele gritar se alguém encostar nele, e ele não gritou. Hoje eu imagino que as crianças pensam que bandido tem cara de vilão de desenho, é mascarado, não um cara comum", disse à Folha. "Na hora ele não entendeu o que aconteceu. Depois, disse que esqueceu de gritar e que não sabia que o homem era mau. Foi muito rápido." Juliana diz, no entanto, que pretende continuar criando o filho livre, na medida do possível. "Não vou deixar de sair, de ir ao parque, de passear e de lhe dar essa autonomia. Na hora me senti culpada, mas depois percebi que não fiz nada de errado." Não mesmo. "Com seis anos, a criança não vai associar o que ouve dos pais [sobre os riscos] com a realidade", diz Rosely Sayão. Ela lembra que, na primeira infância, o olhar da criança para o mundo é diferente daquele do adulto: onde os pais veem risco, ela vê investigação e exploração. "Uma criança de nove ou dez anos tem condições de identificar algo estranho, mas uma mais nova, não."
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Livro explica como a Delta foi da quase falência ao sucesso
Nos EUA, diz-se que, ao morrer, não importa se você vai para o céu ou para o inferno, inevitavelmente você terá de passar pelo aeroporto de Atlanta. Pois o maior aeroporto do mundo em volume de passageiros transportados não seria o que é não fosse o desempenho da maior companhia aérea do mundo, a Delta Air Lines. Maior em volume de passageiros transportados -foram 129 milhões no ano passado (mais do que no mercado Brasil inteiro)-e segunda em receita, atrás da American Airlines, a Delta é hoje uma das mais rentáveis do setor, com margens de lucro operacionais que costumam frequentar a casa dos dois dígitos. Trata-se de um desempenho raro entre as companhias tradicionais e que se vê apenas em companhias jovens e de baixo custo -e ainda assim quando o preço do barril de petróleo está tranquilo e favorável. Mas quem vê a Delta hoje, com índices de pontualidade, regularidade, satisfação e rentabilidade que estão entre os melhores do mundo, esquece que há 11 anos a empresa esteve muito perto da falência, tendo acumulado mais de US$ 7 bilhões de prejuízo entre 2001 e 2005, pós 11 de setembro. Mas qual o segredo Delta? Como a empresa conseguiu sair de um processo de recuperação judicial em um ano e, em pouco tempo, recuperar não apenas as finanças, como também a excelência operacional e a moral de seus funcionários, voltando a ser uma das queridinhas do mercado financeiro? É o que tentam desvendar os jornalistas Seth Kaplan e Jay Shabat em "Glory Lost and Found: How Delta Climbed from Despair to Dominance in the Post-9/11 Era" [Glória perdida e reconquistada, como a Delta saiu do desespero para a liderança no pós 11 de setembro]. Em 456 páginas, o livro narra desde o surgimento da companhia em Atlanta em 1929 -quando um grupo de investidores locais, incluindo o filho do maior engarrafador de Coca Cola, comprou uma empresa aérea de pulverização cuja frota ficava ociosa na época da colheita-, até os dias atuais. O livro é fruto de quase uma década de pesquisas e se baseia em análises de balanços, depoimentos com executivos, pilotos e funcionários, da Delta e de empresas concorrentes. Foi escrito de forma independente, sem interferência da empresa, e é uma aula de história e economia da aviação. A complexidade e as particularidades do setor -da ciência de precificação de passagens à disputa por slots-são abordadas de forma simples e didática. E num setor tão afetado por variáveis externas, os autores contextualizam cada evento em seu momento histórico, econômico e cultural. Mais do que a história da Delta, aprende-se sobre empresas concorrentes e seus personagens e sobre a indústria de modo geral. David Neeleman, fundador da brasileira Azul, e que tanta dor de cabeça deu à Delta com a sua JetBlue, ganha algumas páginas e é retratado de forma elogiosa como um "serial entrepreneur" (empreendedor serial). TORRES GÊMEAS O livro remete o tempo todo ao 11 de setembro, reconstituindo como algumas das principais lideranças da indústria aeronáutica americana vivenciaram e reagiram à notícia dos ataques. Um dos pontos altos está na descrição dos bastidores das negociações da ajuda do governo às companhias aéreas logo após os ataques às Torres Gêmeas. As aéreas americanas, que iriam perder US$ 5 bilhões só no mês de setembro de 2011, estimavam perdas de US$ 24 bilhões como consequência dos ataques. Dias após os ataques, as empresas se uniram para pedir uma ajuda de US$ 5 bilhões ao governo e mais US$ 12,5 bilhões em garantias de crédito. Sem qualquer aviso prévio, o então presidente da Delta Leo Mullin, um consultor com passagem pelo mercado financeiro e o primeiro presidente da companhia a não vir da indústria aeronáutica, se viu na liderança das duras negociações que o setor viria a ter com congressistas. Donald Carty, presidente da American Airlines e da ATA (Air Transport Association), entidade que representa as companhias nesse tipo de situação, estava ocupado demais com a perda de dois aviões nos ataques terroristas. A Delta era a única das três grandes aéreas americanas a não ter avião sequestrado no dia 11 de setembro. Os outros dois eram da United. As aéreas conseguiram parte do que pleitearam: US$ 5 bilhões de socorro e US$ 10 bilhões em garantias. Mas, dias depois, medidas de segurança impostas pelo governo viriam a adicionar US$ 3,5 bilhões aos custos do setor. A Delta, que meses antes do 11 de setembro assinara um acordo extremamente favorável aos pilotos, que lhes garantiria os melhores salários da indústria, amargou US$ 1,1 bilhão de prejuízo só em 2001. A queda na demanda por viagens que se seguiu aos ataques, somada a uma série de trapalhadas de gestão, incluindo o lançamento, em 2003, de uma subsidiária de baixo custo chamada Song, inspirada na JetBlue mas cuja cor verde limão virou motivo de piada, levaram a empresa à quase falência. Mas após um ano e sete meses sob a proteção da lei americana de recuperação judicial, o Chapter 11, a Delta emergiu mais forte. Sob o comando de Richard Anderson, que se aposenta no mês de maio, fundiu-se em 2008 com a Northwestern Airlines e se transformou na maior empresa do mundo em valor de mercado. Kaplan e Shabat não trazem uma única resposta para explicar aquela que é considerada uma das mais extraordinárias restruturações empresariais nos EUA. Mas duas características muito particulares da Delta chamam a atenção. A primeira é a relação da empresa com seus funcionários. Tirando alguns períodos em seus quase 90 anos de história, a Delta sempre manteve ótimas relações trabalhistas, distribuindo bônus de forma generosa. Excluindo a classe dos pilotos, conseguiu convencer os demais a não se sindicalizarem –o que lhe garante mais flexibilidade para negociar acordos em tempos difíceis como em disparadas no preço do petróleo. A não sindicalização de mecânicos, em particular, permitiu à Delta nadar contra a corrente em outra questão crucial: compra de aviões. A maioria das empresas trabalha com contratos de leasing que permite fazer substituição periódicas, mantendo a frota sempre nova e, consequentemente, os custos de manutenção sob controle, a Delta voava "latas velhas" por décadas a fio -e mantidas em ordem por mecânicos com jornadas mais flexíveis de trabalho até o limite da vida útil. Durante o processo de recuperação judicial, a companhia preferiu investir na melhoria da experiência para os passageiros, modernizando interiores dos aviões, instalando Wi-Fi a bordo, retrofitando lounges em aeroportos e implementando facilidades como check-in pelo celular. Enquanto os concorrentes mantinham contratos bilionários com Boeing e Airbus para poder exibir frotas modernas, a Delta seguia comprando velhos MD-90s, cuja produção foi encerrada em 2000. Quando muito a empresa investia em upgrades de aviônicos, sistemas elétricos e eletrônicos das aeronaves. A empresa, que tem uma frota de 800 aviões, fez apenas uma grande aquisição nesta década. Em plena campanha de vendas dos novos Boeing 737 MAX ou Airbus 320 NEO, a nova geração de aeronaves de um corredor, mais eficientes e mais caras, a Delta encomendou 100 aviões do 737 antigo. Os autores não entram no mérito, mas talvez isso ajude a explicar porque, de modo geral, as empresas aéreas vivem na penúria e os fabricantes de aviões bem mais afortunados. Glory Lost and Found AUTORES Seth Kaplan e Jay Shabat EDITORA Airline Weekly QUANTO R$ 25 na amazon.com.br (456 págs.) AVALIAÇÃO Ótimo
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Livro explica como a Delta foi da quase falência ao sucessoNos EUA, diz-se que, ao morrer, não importa se você vai para o céu ou para o inferno, inevitavelmente você terá de passar pelo aeroporto de Atlanta. Pois o maior aeroporto do mundo em volume de passageiros transportados não seria o que é não fosse o desempenho da maior companhia aérea do mundo, a Delta Air Lines. Maior em volume de passageiros transportados -foram 129 milhões no ano passado (mais do que no mercado Brasil inteiro)-e segunda em receita, atrás da American Airlines, a Delta é hoje uma das mais rentáveis do setor, com margens de lucro operacionais que costumam frequentar a casa dos dois dígitos. Trata-se de um desempenho raro entre as companhias tradicionais e que se vê apenas em companhias jovens e de baixo custo -e ainda assim quando o preço do barril de petróleo está tranquilo e favorável. Mas quem vê a Delta hoje, com índices de pontualidade, regularidade, satisfação e rentabilidade que estão entre os melhores do mundo, esquece que há 11 anos a empresa esteve muito perto da falência, tendo acumulado mais de US$ 7 bilhões de prejuízo entre 2001 e 2005, pós 11 de setembro. Mas qual o segredo Delta? Como a empresa conseguiu sair de um processo de recuperação judicial em um ano e, em pouco tempo, recuperar não apenas as finanças, como também a excelência operacional e a moral de seus funcionários, voltando a ser uma das queridinhas do mercado financeiro? É o que tentam desvendar os jornalistas Seth Kaplan e Jay Shabat em "Glory Lost and Found: How Delta Climbed from Despair to Dominance in the Post-9/11 Era" [Glória perdida e reconquistada, como a Delta saiu do desespero para a liderança no pós 11 de setembro]. Em 456 páginas, o livro narra desde o surgimento da companhia em Atlanta em 1929 -quando um grupo de investidores locais, incluindo o filho do maior engarrafador de Coca Cola, comprou uma empresa aérea de pulverização cuja frota ficava ociosa na época da colheita-, até os dias atuais. O livro é fruto de quase uma década de pesquisas e se baseia em análises de balanços, depoimentos com executivos, pilotos e funcionários, da Delta e de empresas concorrentes. Foi escrito de forma independente, sem interferência da empresa, e é uma aula de história e economia da aviação. A complexidade e as particularidades do setor -da ciência de precificação de passagens à disputa por slots-são abordadas de forma simples e didática. E num setor tão afetado por variáveis externas, os autores contextualizam cada evento em seu momento histórico, econômico e cultural. Mais do que a história da Delta, aprende-se sobre empresas concorrentes e seus personagens e sobre a indústria de modo geral. David Neeleman, fundador da brasileira Azul, e que tanta dor de cabeça deu à Delta com a sua JetBlue, ganha algumas páginas e é retratado de forma elogiosa como um "serial entrepreneur" (empreendedor serial). TORRES GÊMEAS O livro remete o tempo todo ao 11 de setembro, reconstituindo como algumas das principais lideranças da indústria aeronáutica americana vivenciaram e reagiram à notícia dos ataques. Um dos pontos altos está na descrição dos bastidores das negociações da ajuda do governo às companhias aéreas logo após os ataques às Torres Gêmeas. As aéreas americanas, que iriam perder US$ 5 bilhões só no mês de setembro de 2011, estimavam perdas de US$ 24 bilhões como consequência dos ataques. Dias após os ataques, as empresas se uniram para pedir uma ajuda de US$ 5 bilhões ao governo e mais US$ 12,5 bilhões em garantias de crédito. Sem qualquer aviso prévio, o então presidente da Delta Leo Mullin, um consultor com passagem pelo mercado financeiro e o primeiro presidente da companhia a não vir da indústria aeronáutica, se viu na liderança das duras negociações que o setor viria a ter com congressistas. Donald Carty, presidente da American Airlines e da ATA (Air Transport Association), entidade que representa as companhias nesse tipo de situação, estava ocupado demais com a perda de dois aviões nos ataques terroristas. A Delta era a única das três grandes aéreas americanas a não ter avião sequestrado no dia 11 de setembro. Os outros dois eram da United. As aéreas conseguiram parte do que pleitearam: US$ 5 bilhões de socorro e US$ 10 bilhões em garantias. Mas, dias depois, medidas de segurança impostas pelo governo viriam a adicionar US$ 3,5 bilhões aos custos do setor. A Delta, que meses antes do 11 de setembro assinara um acordo extremamente favorável aos pilotos, que lhes garantiria os melhores salários da indústria, amargou US$ 1,1 bilhão de prejuízo só em 2001. A queda na demanda por viagens que se seguiu aos ataques, somada a uma série de trapalhadas de gestão, incluindo o lançamento, em 2003, de uma subsidiária de baixo custo chamada Song, inspirada na JetBlue mas cuja cor verde limão virou motivo de piada, levaram a empresa à quase falência. Mas após um ano e sete meses sob a proteção da lei americana de recuperação judicial, o Chapter 11, a Delta emergiu mais forte. Sob o comando de Richard Anderson, que se aposenta no mês de maio, fundiu-se em 2008 com a Northwestern Airlines e se transformou na maior empresa do mundo em valor de mercado. Kaplan e Shabat não trazem uma única resposta para explicar aquela que é considerada uma das mais extraordinárias restruturações empresariais nos EUA. Mas duas características muito particulares da Delta chamam a atenção. A primeira é a relação da empresa com seus funcionários. Tirando alguns períodos em seus quase 90 anos de história, a Delta sempre manteve ótimas relações trabalhistas, distribuindo bônus de forma generosa. Excluindo a classe dos pilotos, conseguiu convencer os demais a não se sindicalizarem –o que lhe garante mais flexibilidade para negociar acordos em tempos difíceis como em disparadas no preço do petróleo. A não sindicalização de mecânicos, em particular, permitiu à Delta nadar contra a corrente em outra questão crucial: compra de aviões. A maioria das empresas trabalha com contratos de leasing que permite fazer substituição periódicas, mantendo a frota sempre nova e, consequentemente, os custos de manutenção sob controle, a Delta voava "latas velhas" por décadas a fio -e mantidas em ordem por mecânicos com jornadas mais flexíveis de trabalho até o limite da vida útil. Durante o processo de recuperação judicial, a companhia preferiu investir na melhoria da experiência para os passageiros, modernizando interiores dos aviões, instalando Wi-Fi a bordo, retrofitando lounges em aeroportos e implementando facilidades como check-in pelo celular. Enquanto os concorrentes mantinham contratos bilionários com Boeing e Airbus para poder exibir frotas modernas, a Delta seguia comprando velhos MD-90s, cuja produção foi encerrada em 2000. Quando muito a empresa investia em upgrades de aviônicos, sistemas elétricos e eletrônicos das aeronaves. A empresa, que tem uma frota de 800 aviões, fez apenas uma grande aquisição nesta década. Em plena campanha de vendas dos novos Boeing 737 MAX ou Airbus 320 NEO, a nova geração de aeronaves de um corredor, mais eficientes e mais caras, a Delta encomendou 100 aviões do 737 antigo. Os autores não entram no mérito, mas talvez isso ajude a explicar porque, de modo geral, as empresas aéreas vivem na penúria e os fabricantes de aviões bem mais afortunados. Glory Lost and Found AUTORES Seth Kaplan e Jay Shabat EDITORA Airline Weekly QUANTO R$ 25 na amazon.com.br (456 págs.) AVALIAÇÃO Ótimo
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CPI da Funai relatada por PSDB desperta saudades de dona Ruth
O relatório final da CPI da Funai, de autoria do deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), é uma gracinha. Outros dirão: uma piada de mau gosto, que faria corar a antropóloga Ruth Cardoso (1930-2008), mas não parece afetar os atuais correligionários do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em suas 3.385 páginas, o relatório de Leitão, que é também presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, atira para todos os lados, como faria um jagunço. Pede o indiciamento de 50 pessoas, entre acusados de serem falsos índios, antropólogos, dirigentes de ONGs, promotores e funcionários públicos. Sobrou até o ex-ministro petista José Eduardo Cardozo (Justiça). Como superior imediato da Funai, ele teria responsabilidade nas supostas fraudes cometidas nos processos de demarcação. Nenhum ruralista, claro, aparece na lista. Em discurso recente, para defender a CPI, Leitão teve a pachorra de dizer que a iniciativa se fez em favor dos índios. "Essa CPI não é nem nunca foi contra o índio, contra o quilombola, contra o negro. Essa CPI é contra aqueles que usaram o índio, o negro, o quilombola para ganhar dinheiro obscuro, para praticar desvios de conduta e, acima de tudo, para não atendê-los", acusou. "O Brasil não vai bem nesse setor. Não vai bem mesmo! O Estado brasileiro falhou com essas minorias. [...]. O fato é que, nos últimos dez anos, o número de mortes de índios no Brasil aumentou quase 200%. De cada 100 índios mortos, 40 são crianças de 1 a 5 anos de idade. Ir contra essa CPI é ir a favor das falcatruas." Leitão não atenta apenas contra a lógica, mas também contra os números. Ele não cita a fonte de onde sacou os 200%, mas dados da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) indicam que, em 2015, houve 2.642 óbitos, contra 3.089 em 2014 –uma redução de 14%. Em 2013 haviam sido 2.789 as mortes. Não parece estar em curso um aumento de mortalidade entre povos indígenas. Também há imprecisão em afirmar que, de cada cem índios mortos, 40 são crianças de um a cinco anos de idade. Para a Sesai, são 29% do total os óbitos de zero a cinco anos. Isso quer dizer que a assistência de saúde oferecida aos povos indígenas pelo Estado brasileiro é boa? De modo algum. Menos ainda que as ONGs e a Funai estão matando índios. Cabe lembrar que o tucano Leitão andou frequentando o noticiário por outra proposta polêmica: o projeto de lei para permitir a remuneração de trabalhadores rurais com alimentação e moradia, e não só com dinheiro. Precisa dizer mais? Para quem não sabe, o PSDB já foi um partido bem menos troglodita do que alguns de seus integrante nos dias de hoje. Ao lado do PMDB, foi peça importante no reconhecimento de terras indígenas pela Constituição de 1988 como um direito originário desses povos. FHC foi o presidente que mais terras indígenas demarcou, 412 mil km². É possível até que numa mesa regada a vinho, seus amigos tucanos sejam tomados de vergonha, talvez até raiva, diante das convicções pré-capitalistas de seu correligionário mato-grossense, mas seria mais digno se viessem a público para repudiá-lo. Se querem mesmo refundar o partido, como andam pregando alguns ingênuos, podem começar honrando a memória de dona Ruth.
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CPI da Funai relatada por PSDB desperta saudades de dona RuthO relatório final da CPI da Funai, de autoria do deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), é uma gracinha. Outros dirão: uma piada de mau gosto, que faria corar a antropóloga Ruth Cardoso (1930-2008), mas não parece afetar os atuais correligionários do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em suas 3.385 páginas, o relatório de Leitão, que é também presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, atira para todos os lados, como faria um jagunço. Pede o indiciamento de 50 pessoas, entre acusados de serem falsos índios, antropólogos, dirigentes de ONGs, promotores e funcionários públicos. Sobrou até o ex-ministro petista José Eduardo Cardozo (Justiça). Como superior imediato da Funai, ele teria responsabilidade nas supostas fraudes cometidas nos processos de demarcação. Nenhum ruralista, claro, aparece na lista. Em discurso recente, para defender a CPI, Leitão teve a pachorra de dizer que a iniciativa se fez em favor dos índios. "Essa CPI não é nem nunca foi contra o índio, contra o quilombola, contra o negro. Essa CPI é contra aqueles que usaram o índio, o negro, o quilombola para ganhar dinheiro obscuro, para praticar desvios de conduta e, acima de tudo, para não atendê-los", acusou. "O Brasil não vai bem nesse setor. Não vai bem mesmo! O Estado brasileiro falhou com essas minorias. [...]. O fato é que, nos últimos dez anos, o número de mortes de índios no Brasil aumentou quase 200%. De cada 100 índios mortos, 40 são crianças de 1 a 5 anos de idade. Ir contra essa CPI é ir a favor das falcatruas." Leitão não atenta apenas contra a lógica, mas também contra os números. Ele não cita a fonte de onde sacou os 200%, mas dados da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) indicam que, em 2015, houve 2.642 óbitos, contra 3.089 em 2014 –uma redução de 14%. Em 2013 haviam sido 2.789 as mortes. Não parece estar em curso um aumento de mortalidade entre povos indígenas. Também há imprecisão em afirmar que, de cada cem índios mortos, 40 são crianças de um a cinco anos de idade. Para a Sesai, são 29% do total os óbitos de zero a cinco anos. Isso quer dizer que a assistência de saúde oferecida aos povos indígenas pelo Estado brasileiro é boa? De modo algum. Menos ainda que as ONGs e a Funai estão matando índios. Cabe lembrar que o tucano Leitão andou frequentando o noticiário por outra proposta polêmica: o projeto de lei para permitir a remuneração de trabalhadores rurais com alimentação e moradia, e não só com dinheiro. Precisa dizer mais? Para quem não sabe, o PSDB já foi um partido bem menos troglodita do que alguns de seus integrante nos dias de hoje. Ao lado do PMDB, foi peça importante no reconhecimento de terras indígenas pela Constituição de 1988 como um direito originário desses povos. FHC foi o presidente que mais terras indígenas demarcou, 412 mil km². É possível até que numa mesa regada a vinho, seus amigos tucanos sejam tomados de vergonha, talvez até raiva, diante das convicções pré-capitalistas de seu correligionário mato-grossense, mas seria mais digno se viessem a público para repudiá-lo. Se querem mesmo refundar o partido, como andam pregando alguns ingênuos, podem começar honrando a memória de dona Ruth.
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Por 'cascata gravíssima', Temer diz que é contra reajuste salarial do STF
O presidente Michel Temer se disse contrário ao reajuste salarial de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), previsto em um projeto em tramitação no Senado. "Isso daí gera uma cascata gravíssima", afirmou, em entrevista concedida ao jornal "O Globo" publicada neste domingo (11). "Os telefonemas que eu recebi dos governadores foram: 'Pelo amor de Deus, Temer, não deixa passar isso'." Segundo o presidente, os aumentos a outras categorias aprovados recentemente resultaram de "acordos firmados em escrito pelo governo anterior". Na entrevista, Temer diz que foi "cauteloso" em sua interinidade e que agora, depois de ter tomado posse definitivamente, vai ser "mais presidente" –e "tomar decisões que devem revelar autoridade". Ele reafirmou que seu governo não abrirá mão do projeto que cria um teto para os gastos públicos e não fixou uma data para a aprovação da reforma da Previdência, prometendo uma "campanha de convencimento" para lidar com o desgaste do processo. "Acho que não se consegue aprovar cedo. Vamos mandar [o projeto], vai ter movimento de rua e vai levar tempo", disse. "Duvido que se discuta se tiver segundo turno nas eleições municipais." Segundo o presidente, as duas medidas são fundamentais para recuperar a economia do país. "Quando aprovarmos o teto de gastos, encaminharmos a reforma da Previdência e ela começar a se processar no Congresso, o país vai crescer. Crescendo, cresce a arrecadação. Se cresce a confiança, cresce a arrecadação, cresce a estabilidade social." Temer disse ao jornal "O Globo" que vê as manifestações contra seu governo "com naturalidade". "Primeiro, o rescaldo do impeachment, pois é um ato politicamente doloroso pra quem sai", afirmou. "Quando saíram milhares de pessoas às ruas, nós começamos a dizer: tem que respeitar", completou, analisando o recrudescimento do movimento. Nos últimos atos, ministros como Eliseu Padilha (Casa Civil) e José Serra (Relações Exteriores) minimizaram os protestos –mas depois voltaram atrás, reconhecendo o erro. Na entrevista, Temer criticou, no entanto, a proposta defendida nas manifestações, de convocação de eleições diretas para presidente, chamando a ideia de "uma via transversal, que não é constitucional". "O jeito é irmos tranquilamente até 2018", disse. Temer, que reforçou a promessa de não ser candidato à reeleição em 2018, ainda afirmou que quer "debater o [argumento de que houve] golpe". "Acho que o golpe não pegou. Pegou como movimento político. Como movimento político é bem pensado até. Eu quero que explique o golpe (...) Me digam, qual é o golpe? Eu só quero governar." Sobre o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Temer reconhece que "falava muito" com o deputado afastado, mas que nos últimos dias o correligionário não o procurou. Segundo o presidente, uma eventual delação premiada de Cunha, que deve ter o processo de cassação votado nesta semana na Câmara e é investigado por envolvimento nas investigações da Operação Lava Jato, "não gerará nenhum constrangimento ao governo". "Mas é um simples achismo", completou. Ainda sobre os desdobramentos da Lava Jato, Temer afirmou ao "O Globo" que "jamais" interferirá nas investigações. "Cada Poder exerce o seu papel e seria um absurdo do Poder Executivo [tentar influir na operação]." No sábado (10), o ex-advogado-geral da União Fabio Medina Osório, demitido do cargo um dia antes, afirmou, em entrevista à revista "Veja", que o governo de Michel Temer "quer abafar a Lava Jato" e tem "muito receio" de até onde a investigação sobre o esquema de corrupção na Petrobras possa chegar. MESÓCLISE Além dos temas políticos, na entrevista ao jornal carioca Temer minimizou as vaias de que foi alvo nas cerimônias de abertura da Olimpíada e da Paraolimpíada, no Rio, dizendo ter se preparado para elas. Também afirmou que "vai esperar um pouco" para se mudar para o Palácio da Alvorada, por estar "bem" no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente (que "tem mais jeito de casa", segundo ele). E prometeu, entre risadas, se policiar para evitar o uso de mesóclises. "Tentá-lo-ei não fazê-lo." Temer também afirmou que dispensou a faixa presidencial no desfile militar de Sete de Setembro para evitar passar a impressão de "soberba" e que está refletindo sobre a obrigatoriedade de ter seu retrato em repartições públicas -"é um culto à personalidade", disse. Ao final da entrevista, ele disse aos jornalistas que se sente como o imperador Carlos Magno quando despacha no gabinete presidencial, no Palácio do Planalto –a mesa de Temer tem uma cadeira de espaldar mais alto, usada por ele, e outras 12 ao redor. "Eu me sinto aqui como Carlos Magno. Quando eu tinha 11 anos de idade, eu ganhei um livro chamado 'Carlos Magno e os 12 Cavaleiros da Távola Redonda' e eu li aquele livro e era assim: os doze cavaleiros", brincou. A Távola Redonda é associada à história do rei Artur, lendária figura britânica. Carlos Magno liderou os Doze Pares de França.
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Por 'cascata gravíssima', Temer diz que é contra reajuste salarial do STFO presidente Michel Temer se disse contrário ao reajuste salarial de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), previsto em um projeto em tramitação no Senado. "Isso daí gera uma cascata gravíssima", afirmou, em entrevista concedida ao jornal "O Globo" publicada neste domingo (11). "Os telefonemas que eu recebi dos governadores foram: 'Pelo amor de Deus, Temer, não deixa passar isso'." Segundo o presidente, os aumentos a outras categorias aprovados recentemente resultaram de "acordos firmados em escrito pelo governo anterior". Na entrevista, Temer diz que foi "cauteloso" em sua interinidade e que agora, depois de ter tomado posse definitivamente, vai ser "mais presidente" –e "tomar decisões que devem revelar autoridade". Ele reafirmou que seu governo não abrirá mão do projeto que cria um teto para os gastos públicos e não fixou uma data para a aprovação da reforma da Previdência, prometendo uma "campanha de convencimento" para lidar com o desgaste do processo. "Acho que não se consegue aprovar cedo. Vamos mandar [o projeto], vai ter movimento de rua e vai levar tempo", disse. "Duvido que se discuta se tiver segundo turno nas eleições municipais." Segundo o presidente, as duas medidas são fundamentais para recuperar a economia do país. "Quando aprovarmos o teto de gastos, encaminharmos a reforma da Previdência e ela começar a se processar no Congresso, o país vai crescer. Crescendo, cresce a arrecadação. Se cresce a confiança, cresce a arrecadação, cresce a estabilidade social." Temer disse ao jornal "O Globo" que vê as manifestações contra seu governo "com naturalidade". "Primeiro, o rescaldo do impeachment, pois é um ato politicamente doloroso pra quem sai", afirmou. "Quando saíram milhares de pessoas às ruas, nós começamos a dizer: tem que respeitar", completou, analisando o recrudescimento do movimento. Nos últimos atos, ministros como Eliseu Padilha (Casa Civil) e José Serra (Relações Exteriores) minimizaram os protestos –mas depois voltaram atrás, reconhecendo o erro. Na entrevista, Temer criticou, no entanto, a proposta defendida nas manifestações, de convocação de eleições diretas para presidente, chamando a ideia de "uma via transversal, que não é constitucional". "O jeito é irmos tranquilamente até 2018", disse. Temer, que reforçou a promessa de não ser candidato à reeleição em 2018, ainda afirmou que quer "debater o [argumento de que houve] golpe". "Acho que o golpe não pegou. Pegou como movimento político. Como movimento político é bem pensado até. Eu quero que explique o golpe (...) Me digam, qual é o golpe? Eu só quero governar." Sobre o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Temer reconhece que "falava muito" com o deputado afastado, mas que nos últimos dias o correligionário não o procurou. Segundo o presidente, uma eventual delação premiada de Cunha, que deve ter o processo de cassação votado nesta semana na Câmara e é investigado por envolvimento nas investigações da Operação Lava Jato, "não gerará nenhum constrangimento ao governo". "Mas é um simples achismo", completou. Ainda sobre os desdobramentos da Lava Jato, Temer afirmou ao "O Globo" que "jamais" interferirá nas investigações. "Cada Poder exerce o seu papel e seria um absurdo do Poder Executivo [tentar influir na operação]." No sábado (10), o ex-advogado-geral da União Fabio Medina Osório, demitido do cargo um dia antes, afirmou, em entrevista à revista "Veja", que o governo de Michel Temer "quer abafar a Lava Jato" e tem "muito receio" de até onde a investigação sobre o esquema de corrupção na Petrobras possa chegar. MESÓCLISE Além dos temas políticos, na entrevista ao jornal carioca Temer minimizou as vaias de que foi alvo nas cerimônias de abertura da Olimpíada e da Paraolimpíada, no Rio, dizendo ter se preparado para elas. Também afirmou que "vai esperar um pouco" para se mudar para o Palácio da Alvorada, por estar "bem" no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente (que "tem mais jeito de casa", segundo ele). E prometeu, entre risadas, se policiar para evitar o uso de mesóclises. "Tentá-lo-ei não fazê-lo." Temer também afirmou que dispensou a faixa presidencial no desfile militar de Sete de Setembro para evitar passar a impressão de "soberba" e que está refletindo sobre a obrigatoriedade de ter seu retrato em repartições públicas -"é um culto à personalidade", disse. Ao final da entrevista, ele disse aos jornalistas que se sente como o imperador Carlos Magno quando despacha no gabinete presidencial, no Palácio do Planalto –a mesa de Temer tem uma cadeira de espaldar mais alto, usada por ele, e outras 12 ao redor. "Eu me sinto aqui como Carlos Magno. Quando eu tinha 11 anos de idade, eu ganhei um livro chamado 'Carlos Magno e os 12 Cavaleiros da Távola Redonda' e eu li aquele livro e era assim: os doze cavaleiros", brincou. A Távola Redonda é associada à história do rei Artur, lendária figura britânica. Carlos Magno liderou os Doze Pares de França.
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Liberdade a José Dirceu 'surpreende', diz advogado pioneiro em delações
Advogado pioneiro em delações premiadas no Brasil, Antonio Figueiredo Basto afirmou nesta terça (2) que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de soltar o ex-ministro José Dirceu não deve ser questionada, mas é surpreendente. "Eu penso que não se discute decisão do Supremo, mas surpreende", disse à Folha, logo após o ministro Gilmar Mendes desempatar a discussão do pedido de liberdade de Dirceu na Segunda Turma da corte. Além dele, os ministros Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski defenderam a soltura. Celso de Mello e Edson Fachin se manifestaram pela manutenção da prisão preventiva. "Diante da posição que ele [Dirceu] ocupava dentro da Lava Jato, é surpreendente. Há prova contundente de que ele continuou recebendo [recursos indevidos] mesmo preso." Figueiredo Basto diz que, apesar da decisão, "não muda nada" em relação ao trabalho de delação com seus clientes. "Vamos continuar nas colaborações. É fundamental que continuem ocorrendo. As pessoas de bem têm que continuar trabalhando", disse. Entre os casos de delação que ficaram sob responsabilidade do advogado estão o do doleiro Alberto Youssef e do ex-senador Delcídio do Amaral. Dirceu, condenado duas vezes em primeira instância pela Lava Jato, está detido preventivamente desde 3 de agosto de 2015 em Curitiba. Pela manhã, antes da decisão do STF, o Ministério Público Federal ofereceu nova denúncia contra Dirceu, sob acusação do crime de lavagem de dinheiro.
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Liberdade a José Dirceu 'surpreende', diz advogado pioneiro em delaçõesAdvogado pioneiro em delações premiadas no Brasil, Antonio Figueiredo Basto afirmou nesta terça (2) que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de soltar o ex-ministro José Dirceu não deve ser questionada, mas é surpreendente. "Eu penso que não se discute decisão do Supremo, mas surpreende", disse à Folha, logo após o ministro Gilmar Mendes desempatar a discussão do pedido de liberdade de Dirceu na Segunda Turma da corte. Além dele, os ministros Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski defenderam a soltura. Celso de Mello e Edson Fachin se manifestaram pela manutenção da prisão preventiva. "Diante da posição que ele [Dirceu] ocupava dentro da Lava Jato, é surpreendente. Há prova contundente de que ele continuou recebendo [recursos indevidos] mesmo preso." Figueiredo Basto diz que, apesar da decisão, "não muda nada" em relação ao trabalho de delação com seus clientes. "Vamos continuar nas colaborações. É fundamental que continuem ocorrendo. As pessoas de bem têm que continuar trabalhando", disse. Entre os casos de delação que ficaram sob responsabilidade do advogado estão o do doleiro Alberto Youssef e do ex-senador Delcídio do Amaral. Dirceu, condenado duas vezes em primeira instância pela Lava Jato, está detido preventivamente desde 3 de agosto de 2015 em Curitiba. Pela manhã, antes da decisão do STF, o Ministério Público Federal ofereceu nova denúncia contra Dirceu, sob acusação do crime de lavagem de dinheiro.
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Não haveria impeachment se STF agisse antes, diz ministro da Justiça
O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, afirmou à Folha que a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki de afastar do mandato o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), "chegou tarde" e prejudicou a presidente Dilma Rousseff. Segundo Aragão, Dilma não estaria enfrentando um processo de impeachment caso o Supremo tivesse tomado essa medida em dezembro do ano passado, quando a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu ao STF o afastamento de Cunha da presidência da Câmara. "Minha opinião pessoal é que essa medida chegou tarde. O impeachment não teria começado se o STF tivesse feito isso antes. Eduardo Cunha só acatou o pedido de impeachment para se vingar do PT, porque ele não se favoreceu [com os votos de deputados petistas no Conselho de Ética da Casa]", afirmou o ministro. "Se tivesse havido o reconhecimento do modo de atuação, desviado do interesse público, do presidente da Câmara, não estaríamos aonde estamos, não teríamos esse espetáculo deprimente de 367 deputados fazendo dedicação de voto pró-impeachment a tudo, menos ao mérito do processo [às pedaladas fiscais e aos decretos de créditos suplementares]", completou. Apesar disso, o ministro avaliou que o momento "é importante para o país" porque mostra que "as instituições funcionam". "É bom a gente tirar o veneno da cobra, porque ela se torna menos ofensiva", afirmou. "Para o Brasil foi bom, ainda que chegue tarde e não beneficie a justiça que deve ser feita com a presidente", completou. Aragão refutou ainda qualquer tese de "jogo combinado" ou "maquinação" no STF para justificar a demora na decisão de afastar Cunha. Para ele, a "tardia" resposta da Corte foi "uma cautela do relator [Teori]". "Ele só poderia tomar uma decisão dessas se tivesse segurança que os colegas o acompanhariam no plenário". Segundo o ministro, "o momento da Justiça não é o momento da política". Aragão está em São Paulo e disse que ainda não conversou com Dilma sobre o assunto, mas repetiu a frase que a presidente no Pará ao avaliar o afastamento de Cunha: "Antes tarde do que nunca".
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Não haveria impeachment se STF agisse antes, diz ministro da JustiçaO ministro da Justiça, Eugênio Aragão, afirmou à Folha que a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki de afastar do mandato o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), "chegou tarde" e prejudicou a presidente Dilma Rousseff. Segundo Aragão, Dilma não estaria enfrentando um processo de impeachment caso o Supremo tivesse tomado essa medida em dezembro do ano passado, quando a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu ao STF o afastamento de Cunha da presidência da Câmara. "Minha opinião pessoal é que essa medida chegou tarde. O impeachment não teria começado se o STF tivesse feito isso antes. Eduardo Cunha só acatou o pedido de impeachment para se vingar do PT, porque ele não se favoreceu [com os votos de deputados petistas no Conselho de Ética da Casa]", afirmou o ministro. "Se tivesse havido o reconhecimento do modo de atuação, desviado do interesse público, do presidente da Câmara, não estaríamos aonde estamos, não teríamos esse espetáculo deprimente de 367 deputados fazendo dedicação de voto pró-impeachment a tudo, menos ao mérito do processo [às pedaladas fiscais e aos decretos de créditos suplementares]", completou. Apesar disso, o ministro avaliou que o momento "é importante para o país" porque mostra que "as instituições funcionam". "É bom a gente tirar o veneno da cobra, porque ela se torna menos ofensiva", afirmou. "Para o Brasil foi bom, ainda que chegue tarde e não beneficie a justiça que deve ser feita com a presidente", completou. Aragão refutou ainda qualquer tese de "jogo combinado" ou "maquinação" no STF para justificar a demora na decisão de afastar Cunha. Para ele, a "tardia" resposta da Corte foi "uma cautela do relator [Teori]". "Ele só poderia tomar uma decisão dessas se tivesse segurança que os colegas o acompanhariam no plenário". Segundo o ministro, "o momento da Justiça não é o momento da política". Aragão está em São Paulo e disse que ainda não conversou com Dilma sobre o assunto, mas repetiu a frase que a presidente no Pará ao avaliar o afastamento de Cunha: "Antes tarde do que nunca".
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Lava Jato pode adiar novamente início de operações de Angra 3
Já sofrendo efeitos da Operação Lava Jato desde o ano passado, a conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3 pode ser adiada novamente. A Folha apurou que a Eletronuclear não está satisfeita com o ritmo das obras, o que pode levar a uma nova revisão do cronograma. As obras civis da terceira planta nuclear brasileira foram iniciadas em 1984 e ficaram paradas por 25 anos. Reiniciada em 2009 com previsão de R$ 7 bilhões de gastos, a usina só deverá entrar em operação em 2018, com três anos de atraso em relação ao cronograma inicial, e deve custar R$ 15 bilhões. Com os novos desdobramentos da Lava Jato, há perspectiva de o atraso para a conclusão das obras ser ainda maior. Nesta terça, o presidente licenciado da Eletronuclear, o almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva, foi preso, acusado de receber R$ 4,5 milhões em propina ligada à construção da usina. A estatal não quis se pronunciar sobre potenciais efeitos da investigação na empresa. Os alvos da operação Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção Civil de Angra dos Reis e Paraty, há cerca de 2,3 mil pessoas nas obras civis da usina. "A previsão é que fossem quase cinco mil", diz Carlos Silva, vice-presidente do sindicato. "Trabalhei por 32 anos na central nuclear e não acredito que essa obra fique pronta em 2018." PARALISIA Hoje, sete das 10 maiores obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) passaram a ser alvo de investigações da Lava Jato. Além de Angra 3, a construção da usina de Belo Monte, no Pará, também é objeto de um inquérito. As demais são: Comperj (Complexo Petroquímico do Rio), as refinarias Abreu e Lima (PE), Getúlio Vargas (PR) e Premium 1 (MA) e contratos para fornecimentos de navios-sondas para o pré-sal. Em ritmo lento
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Lava Jato pode adiar novamente início de operações de Angra 3Já sofrendo efeitos da Operação Lava Jato desde o ano passado, a conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3 pode ser adiada novamente. A Folha apurou que a Eletronuclear não está satisfeita com o ritmo das obras, o que pode levar a uma nova revisão do cronograma. As obras civis da terceira planta nuclear brasileira foram iniciadas em 1984 e ficaram paradas por 25 anos. Reiniciada em 2009 com previsão de R$ 7 bilhões de gastos, a usina só deverá entrar em operação em 2018, com três anos de atraso em relação ao cronograma inicial, e deve custar R$ 15 bilhões. Com os novos desdobramentos da Lava Jato, há perspectiva de o atraso para a conclusão das obras ser ainda maior. Nesta terça, o presidente licenciado da Eletronuclear, o almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva, foi preso, acusado de receber R$ 4,5 milhões em propina ligada à construção da usina. A estatal não quis se pronunciar sobre potenciais efeitos da investigação na empresa. Os alvos da operação Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção Civil de Angra dos Reis e Paraty, há cerca de 2,3 mil pessoas nas obras civis da usina. "A previsão é que fossem quase cinco mil", diz Carlos Silva, vice-presidente do sindicato. "Trabalhei por 32 anos na central nuclear e não acredito que essa obra fique pronta em 2018." PARALISIA Hoje, sete das 10 maiores obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) passaram a ser alvo de investigações da Lava Jato. Além de Angra 3, a construção da usina de Belo Monte, no Pará, também é objeto de um inquérito. As demais são: Comperj (Complexo Petroquímico do Rio), as refinarias Abreu e Lima (PE), Getúlio Vargas (PR) e Premium 1 (MA) e contratos para fornecimentos de navios-sondas para o pré-sal. Em ritmo lento
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Curitiba e Goiânia têm inflação acima de 11%, aponta IBGE
O custo de vida dos moradores da região metropolitana de Curitiba e de Goiânia cresceu em ritmo maior do que de outras capitais e chegou a 11% no acumulado em 12 meses até novembro e acima da média nacional (10,28%). Os dados são do IPCA-15, a prévia da inflação oficial brasileira, divulgada na manhã desta quinta-feira (19) pelo IBGE. A inflação em Curitiba escalou para 11,88% na prévia de novembro. Além de reajustes de gasolina e energia que afetaram as cidades ao longo do ano, os preços na capital do Paraná foram pressionado pelo aumento do ICMS no Estado. Inflação - Variação em %, segundo IPCA-15 Já em Goiânia a inflação passou a acumular um avanço de 11,28%. Só em novembro a inflação local foi de 1,17%, segundo os dados do IBGE. A inflação na cidade tem sido puxada, entre outros fatores, pela alta dos alimentos. Outras quatro capitais brasileiras estão com a inflação na casa de dois dígitos no acumulado de 12 meses até novembro: São Paulo (10,67%), Rio de Janeiro (também 10,67%), Porto Alegre (10,65%) e Fortaleza (10,53%). Em novembro, Fortaleza teve a maior taxa de inflação para o mês no país, de 1,18%. O avanço foi influenciado pela alta de 2,92% no item ônibus urbano, cujas tarifas foram reajustadas em 14,58%. Inflação - Por grupos, segundo o IPCA-15 no mês de novembro de 2015, em %
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Curitiba e Goiânia têm inflação acima de 11%, aponta IBGEO custo de vida dos moradores da região metropolitana de Curitiba e de Goiânia cresceu em ritmo maior do que de outras capitais e chegou a 11% no acumulado em 12 meses até novembro e acima da média nacional (10,28%). Os dados são do IPCA-15, a prévia da inflação oficial brasileira, divulgada na manhã desta quinta-feira (19) pelo IBGE. A inflação em Curitiba escalou para 11,88% na prévia de novembro. Além de reajustes de gasolina e energia que afetaram as cidades ao longo do ano, os preços na capital do Paraná foram pressionado pelo aumento do ICMS no Estado. Inflação - Variação em %, segundo IPCA-15 Já em Goiânia a inflação passou a acumular um avanço de 11,28%. Só em novembro a inflação local foi de 1,17%, segundo os dados do IBGE. A inflação na cidade tem sido puxada, entre outros fatores, pela alta dos alimentos. Outras quatro capitais brasileiras estão com a inflação na casa de dois dígitos no acumulado de 12 meses até novembro: São Paulo (10,67%), Rio de Janeiro (também 10,67%), Porto Alegre (10,65%) e Fortaleza (10,53%). Em novembro, Fortaleza teve a maior taxa de inflação para o mês no país, de 1,18%. O avanço foi influenciado pela alta de 2,92% no item ônibus urbano, cujas tarifas foram reajustadas em 14,58%. Inflação - Por grupos, segundo o IPCA-15 no mês de novembro de 2015, em %
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Tribunal da Turquia ordena prisão de dois jornalistas
Um tribunal de Istambul, a maior cidade da Turquia, ordenou nesta quinta-feira (26) a prisão de dois jornalistas que trabalham em órgãos de oposição ao governo do presidente Recep Tayyip Erdogan. Can Dundar, editor-chefe do "Cumhuriyet", e Erdem Gul, chefe do escritório do jornal na capital, Ancara, aguardavam julgamento por acusações de terrorismo e revelar segredos de Estado quando foram detidos. Em maio deste ano, o "Cumhuriyet" publicou imagens que supostamente mostravam caminhões turcos transportando munição para militantes sírios. As imagens seriam de janeiro de 2014, quando autoridades locais turcas fizeram uma busca em veículos com destino à Síria –ação que resultou em atrito com o serviço nacional de inteligência. Segundo o jornal, as fotos provavam o contrabando de armas da Turquia para rebeldes que, na vizinha Síria, tentam depor o governo do ditador Bashar al-Assad. O governo turco nega as acusações. REPRESSÃO CRESCENTE A gestão do partido de Erdogan, o AK (Justiça e Desenvolvimento) –que venceu as eleições legislativas do início deste mês e governa a Turquia há mais de 12 anos–, é acusada de perseguição à imprensa e cerceamento da liberdade de expressão. No começo de novembro, a Justiça ordenou a prisão de dois diretores da revista de oposição "Nokta" que criticaram a vitória eleitoral do AK. Há duas semanas, a polícia turca usou helicóptero e canhões d'água em uma blitz contra o "Zaman", jornal de oposição mais vendido no país. Na véspera da eleição, o governo de Erdogan já havia tirado do ar dois canais de oposição, Ka­naltürk e Bu­gün TV. Durante transmissões ao vivo, a polícia entrou nas sedes dos canais e usou gás lacrimogêneo e jatos d'água contra funcionários das emissoras. Para ativistas, a ambição do presidente de obter poderes executivos –hoje o chefe de governo da Turquia, pelo menos formalmente, é o premiê Ahmet Davutoglu– resultará em repressão ainda maior à mídia.
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Tribunal da Turquia ordena prisão de dois jornalistasUm tribunal de Istambul, a maior cidade da Turquia, ordenou nesta quinta-feira (26) a prisão de dois jornalistas que trabalham em órgãos de oposição ao governo do presidente Recep Tayyip Erdogan. Can Dundar, editor-chefe do "Cumhuriyet", e Erdem Gul, chefe do escritório do jornal na capital, Ancara, aguardavam julgamento por acusações de terrorismo e revelar segredos de Estado quando foram detidos. Em maio deste ano, o "Cumhuriyet" publicou imagens que supostamente mostravam caminhões turcos transportando munição para militantes sírios. As imagens seriam de janeiro de 2014, quando autoridades locais turcas fizeram uma busca em veículos com destino à Síria –ação que resultou em atrito com o serviço nacional de inteligência. Segundo o jornal, as fotos provavam o contrabando de armas da Turquia para rebeldes que, na vizinha Síria, tentam depor o governo do ditador Bashar al-Assad. O governo turco nega as acusações. REPRESSÃO CRESCENTE A gestão do partido de Erdogan, o AK (Justiça e Desenvolvimento) –que venceu as eleições legislativas do início deste mês e governa a Turquia há mais de 12 anos–, é acusada de perseguição à imprensa e cerceamento da liberdade de expressão. No começo de novembro, a Justiça ordenou a prisão de dois diretores da revista de oposição "Nokta" que criticaram a vitória eleitoral do AK. Há duas semanas, a polícia turca usou helicóptero e canhões d'água em uma blitz contra o "Zaman", jornal de oposição mais vendido no país. Na véspera da eleição, o governo de Erdogan já havia tirado do ar dois canais de oposição, Ka­naltürk e Bu­gün TV. Durante transmissões ao vivo, a polícia entrou nas sedes dos canais e usou gás lacrimogêneo e jatos d'água contra funcionários das emissoras. Para ativistas, a ambição do presidente de obter poderes executivos –hoje o chefe de governo da Turquia, pelo menos formalmente, é o premiê Ahmet Davutoglu– resultará em repressão ainda maior à mídia.
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Saiba o que rolou e o que não rolou na Virada Cultural
ROLOU Segurança A PM não registrou feridos até o fim da tarde de ontem -contra sete atingidos por bala e quatro por faca em 2014. Os arrastões -marca da Virada passada- foram mais raros. O coronel Reinaldo Zychan celebrou a saída do evento 'dos cadernos policiais' Limpeza No geral, um batalhão de garis manteve o Centro limpo. A exceção: praça da Biblioteca Monteiro Lobato, point da Viradinha. As poucas lixeiras estavam tão cheias que o lixo começou a se amontoar em sacolas espalhadas no chão Bom Público Thiago Abravanel lotou a praça Princesa Isabel com canções de Tim Maia. O Theatro Municipal teve casa cheia, mas sem tantas filas como em outros anos. Emicida e Caetano atraíram uma multidão para a praça Júlio Prestes no fechamento da Virada. A Viradinha também teve bom público NÃO ROLOU Drogas Apesar do policiamento ostensivo, traficantes anunciavam maconha, cocaína, ecstasy e lança-perfume Minhocão Com a exclusão do viaduto na última hora, as atrações movidas para o entorno, como o karaokê que foi para a praça Marechal Deodoro, ficaram perdidas na programação; alguns food trucks desistiram de participar Som Alguns shows sofreram com falhas técnicas. Hermeto Pascoal chegou a dizer: "Quem é o viado que tá fazendo o som?". Daniela Mercury reclamou do ponto eletrônico: "Não estou ouvindo nada. Não ouço minha voz" Cancelado Por problemas de saúde, Vanusa não compareceu ao show que faria às 12h de domingo no palco da São João
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Saiba o que rolou e o que não rolou na Virada CulturalROLOU Segurança A PM não registrou feridos até o fim da tarde de ontem -contra sete atingidos por bala e quatro por faca em 2014. Os arrastões -marca da Virada passada- foram mais raros. O coronel Reinaldo Zychan celebrou a saída do evento 'dos cadernos policiais' Limpeza No geral, um batalhão de garis manteve o Centro limpo. A exceção: praça da Biblioteca Monteiro Lobato, point da Viradinha. As poucas lixeiras estavam tão cheias que o lixo começou a se amontoar em sacolas espalhadas no chão Bom Público Thiago Abravanel lotou a praça Princesa Isabel com canções de Tim Maia. O Theatro Municipal teve casa cheia, mas sem tantas filas como em outros anos. Emicida e Caetano atraíram uma multidão para a praça Júlio Prestes no fechamento da Virada. A Viradinha também teve bom público NÃO ROLOU Drogas Apesar do policiamento ostensivo, traficantes anunciavam maconha, cocaína, ecstasy e lança-perfume Minhocão Com a exclusão do viaduto na última hora, as atrações movidas para o entorno, como o karaokê que foi para a praça Marechal Deodoro, ficaram perdidas na programação; alguns food trucks desistiram de participar Som Alguns shows sofreram com falhas técnicas. Hermeto Pascoal chegou a dizer: "Quem é o viado que tá fazendo o som?". Daniela Mercury reclamou do ponto eletrônico: "Não estou ouvindo nada. Não ouço minha voz" Cancelado Por problemas de saúde, Vanusa não compareceu ao show que faria às 12h de domingo no palco da São João
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Unilever doa, sem registrar, sorvetes e geladeira para Prefeitura de SP
A lista de doações à Prefeitura de São Paulo registra que uma geladeira e sorvetes foram mandados pela Unilever para o gabinete da Secretaria do Governo Municipal. Os itens, que não constam na página oficial do que já foi concedido por empresas à administração, aparecem em uma relação enviada pela pasta ao gabinete do vereador Antonio Donato (PT), após ele pedir à secretaria detalhes dos bens e serviços ganhos pelo órgão. DOCE SABOR A carta encaminhada à Câmara anota que o trâmite da doação, que deveria incluir publicação no "Diário Oficial", "não será formalizado a pedido da Unilever", dona da marca Kibon. Segundo o documento, o gabinete também ganhou, por exemplo, ar-condicionado e "home theater" da Fast Shop e dois quadros do pintor Romero Britto dados pelo próprio prefeito João Doria (PSDB). Leia a coluna completa aqui.
colunas
Unilever doa, sem registrar, sorvetes e geladeira para Prefeitura de SPA lista de doações à Prefeitura de São Paulo registra que uma geladeira e sorvetes foram mandados pela Unilever para o gabinete da Secretaria do Governo Municipal. Os itens, que não constam na página oficial do que já foi concedido por empresas à administração, aparecem em uma relação enviada pela pasta ao gabinete do vereador Antonio Donato (PT), após ele pedir à secretaria detalhes dos bens e serviços ganhos pelo órgão. DOCE SABOR A carta encaminhada à Câmara anota que o trâmite da doação, que deveria incluir publicação no "Diário Oficial", "não será formalizado a pedido da Unilever", dona da marca Kibon. Segundo o documento, o gabinete também ganhou, por exemplo, ar-condicionado e "home theater" da Fast Shop e dois quadros do pintor Romero Britto dados pelo próprio prefeito João Doria (PSDB). Leia a coluna completa aqui.
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Ex-tesoureiro de presidente do PT recebeu R$ 2 mi da Odebrecht, diz PF
A Polícia Federal identificou ordens de pagamento de R$ 2 milhões da Odebrecht para William Ali Chaim, que trabalhou para o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso pela Operação Lava Jato, e é ex-tesoureiro da campanha do presidente do PT, Rui Falcão, a deputado federal. O nome de Chaim aparece na lista de beneficiários de repasses feitos pelo setor de Operações Estruturadas da empreiteira. Segundo os investigadores, era o departamento responsável por desembolsar propina, em movimentações registradas numa contabilidade paralela. Planilhas apreendidas pela PF apontam Chaim como o encarregado de recolher valores a serem pagos pela construtora a "Feira". De acordo com a Lava Jato, "Feira" é o codinome de João Santana, marqueteiro das campanhas presidenciais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014. Conforme a Polícia Federal, Chaim recebeu o montante em duas parcelas de R$ 1 milhão, nos dias 12 e 13 de novembro de 2014, oito meses após a deflagração da primeira etapa da Lava Jato. A entrega foi feita num flat, em Moema, na capital paulista. As informações constam no relatório da PF relativo à 26ª etapa da Lava Jato, deflagrada na manhã desta terça-feira (22) e batizada de "Xepa", que cumpriu ao todo 110 mandados judiciais em oito estados e no Distrito Federal, entre eles o de condução coercitiva de William Chaim. "Com relação aos recebedores[...], foi possível preliminarmente verificar que parte deles possui algum vínculo prévio com agentes públicos ou políticos ou que consistem eles mesmos em agentes públicos, o que corrobora a suspeita de que os valores movimentados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrechr tenham sido para pagamento de vantagens indevidas.", conclui a PF. O material revela ainda que a operação financeira entre a empresa e Chaim ficou a cargo de "MBO", "claramente indicando ser Marcelo Odebrecht" (dono da empreiteira que leva seu sobrenome e preso na Lava Jato), afirma a PF. OUTRO LADO A Folha não conseguiu localizar Chaim nem seus representantes. Advogado de José Dirceu, Roberto Podval afirma que não há nada que ligue seu cliente à Odebrecht. Rui Falcão informou, por meio da assessoria de imprensa do PT, que Chaim foi tesoureiro da sua campanha em 1998. Acrescenta que "atualmente mantém apenas relações de amizade com ele e acredita que não seja mais filiado ao PT". Xepa, a 25ª fase da Lava Jato
poder
Ex-tesoureiro de presidente do PT recebeu R$ 2 mi da Odebrecht, diz PFA Polícia Federal identificou ordens de pagamento de R$ 2 milhões da Odebrecht para William Ali Chaim, que trabalhou para o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso pela Operação Lava Jato, e é ex-tesoureiro da campanha do presidente do PT, Rui Falcão, a deputado federal. O nome de Chaim aparece na lista de beneficiários de repasses feitos pelo setor de Operações Estruturadas da empreiteira. Segundo os investigadores, era o departamento responsável por desembolsar propina, em movimentações registradas numa contabilidade paralela. Planilhas apreendidas pela PF apontam Chaim como o encarregado de recolher valores a serem pagos pela construtora a "Feira". De acordo com a Lava Jato, "Feira" é o codinome de João Santana, marqueteiro das campanhas presidenciais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014. Conforme a Polícia Federal, Chaim recebeu o montante em duas parcelas de R$ 1 milhão, nos dias 12 e 13 de novembro de 2014, oito meses após a deflagração da primeira etapa da Lava Jato. A entrega foi feita num flat, em Moema, na capital paulista. As informações constam no relatório da PF relativo à 26ª etapa da Lava Jato, deflagrada na manhã desta terça-feira (22) e batizada de "Xepa", que cumpriu ao todo 110 mandados judiciais em oito estados e no Distrito Federal, entre eles o de condução coercitiva de William Chaim. "Com relação aos recebedores[...], foi possível preliminarmente verificar que parte deles possui algum vínculo prévio com agentes públicos ou políticos ou que consistem eles mesmos em agentes públicos, o que corrobora a suspeita de que os valores movimentados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrechr tenham sido para pagamento de vantagens indevidas.", conclui a PF. O material revela ainda que a operação financeira entre a empresa e Chaim ficou a cargo de "MBO", "claramente indicando ser Marcelo Odebrecht" (dono da empreiteira que leva seu sobrenome e preso na Lava Jato), afirma a PF. OUTRO LADO A Folha não conseguiu localizar Chaim nem seus representantes. Advogado de José Dirceu, Roberto Podval afirma que não há nada que ligue seu cliente à Odebrecht. Rui Falcão informou, por meio da assessoria de imprensa do PT, que Chaim foi tesoureiro da sua campanha em 1998. Acrescenta que "atualmente mantém apenas relações de amizade com ele e acredita que não seja mais filiado ao PT". Xepa, a 25ª fase da Lava Jato
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'MasterChef' estreia nova temporada nesta terça com disputa profissional
Na hora de chorar, não importa o currículo. "A gente não diferencia choro profissional de amador", diz a chef argentina Paola Carosella, jurada do "MasterChef" (Band). Da mesma forma como ocorreu nas temporadas anteriores, é a maneira de lidar com a pressão que provocará ou não lágrimas e erros na nova temporada do reality, que estreia nesta terça (4). A diferença é que será a primeira vez que o programa terá cozinheiros profissionais como competidores. "Eles já trabalham em cozinha, entendem mais a pressão", diz o jurado francês Erick Jacquin. A dinâmica e o formato da atração, comandada por Ana Paula Padrão, seguem iguais, o que muda é o grau de dificuldade das provas e o critério de avaliação dos jurados (o time conta ainda com Henrique Fogaça). "Em uma prova usei como critério a temperatura", diz Paola. Para Jacquin, é mais difícil falar para uma pessoa com prática que ela pode estar errada. "Temos que respeitar essa experiência, dar a nossa opinião sem desvalorizar o trabalho deles", fala. Haverá desafios, por exemplo, em que os 14 concorrentes ao prêmio de R$ 170 mil terão que reinventar um prato de um chef ou pensar exclusivamente na apresentação estética da receita. O público pode esperar conflitos mais intensos desde o primeiro episódio, que já terá três eliminações, segundo o diretor Patricio Díaz. "Os participantes estão mais transparentes, não têm medo de expressar suas opiniões", afirma Díaz. NA TV MasterChef Profissionais QUANDO estreia nesta terça (4), a partir das 22h30, na Band
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'MasterChef' estreia nova temporada nesta terça com disputa profissionalNa hora de chorar, não importa o currículo. "A gente não diferencia choro profissional de amador", diz a chef argentina Paola Carosella, jurada do "MasterChef" (Band). Da mesma forma como ocorreu nas temporadas anteriores, é a maneira de lidar com a pressão que provocará ou não lágrimas e erros na nova temporada do reality, que estreia nesta terça (4). A diferença é que será a primeira vez que o programa terá cozinheiros profissionais como competidores. "Eles já trabalham em cozinha, entendem mais a pressão", diz o jurado francês Erick Jacquin. A dinâmica e o formato da atração, comandada por Ana Paula Padrão, seguem iguais, o que muda é o grau de dificuldade das provas e o critério de avaliação dos jurados (o time conta ainda com Henrique Fogaça). "Em uma prova usei como critério a temperatura", diz Paola. Para Jacquin, é mais difícil falar para uma pessoa com prática que ela pode estar errada. "Temos que respeitar essa experiência, dar a nossa opinião sem desvalorizar o trabalho deles", fala. Haverá desafios, por exemplo, em que os 14 concorrentes ao prêmio de R$ 170 mil terão que reinventar um prato de um chef ou pensar exclusivamente na apresentação estética da receita. O público pode esperar conflitos mais intensos desde o primeiro episódio, que já terá três eliminações, segundo o diretor Patricio Díaz. "Os participantes estão mais transparentes, não têm medo de expressar suas opiniões", afirma Díaz. NA TV MasterChef Profissionais QUANDO estreia nesta terça (4), a partir das 22h30, na Band
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STF autoriza que Lula seja ouvido na Lava Jato
Relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Teori Zavascki autorizou nesta sexta-feira (2) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja ouvido, na condição de "informante", em inquérito que investiga políticos com mandato no esquema de corrupção da Petrobras. Na mesma decisão, o ministro rejeitou o pedido do PSDB para que o STF se manifeste sobre se a Polícia Federal poderia investigar a presidente Dilma Rousseff na operação. O relator ainda prorrogou por 80 dias as investigações do inquérito que investiga quadrilha na Lava Jato. Em relação a Lula, Teori atendeu ao pedido da Polícia Federal, que também recebeu aval da Procuradoria Geral da República. O ministro destaca que o fato de o petista prestar depoimento não o coloca como investigado. "No caso, as manifestações dessas autoridades são coincidentes no sentido de que as pessoas a serem ouvidas em diligências complementares não ostentam a condição de investigadas, mas, segundo se depreende do requerimento da autoridade policial, a condição de informantes. Teori, no entanto, não especificou se Lula deve ser ouvido como testemunha, como indicou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Com isso, essa qualificação ficará a cargo da Polícia Federal. Em casos de depoimentos como testemunhas, se ficar comprovado que a pessoa faltou com a verdade ela pode ser responsabilizada. Também foi autorizado que sejam ouvidos ainda como testemunha o presidente do PT, Rui Falcão, José Eduardo Dutra e José Sérgio Gabrielli, ambos ex-presidentes da Petrobras, José Filippi Jr., ex-tesoureiro das campanhas de Lula e Dilma, e os ex-ministros Ideli Salvatti, Gilberto Carvalho e José Dirceu. Em parecer enviado ao STF, o procurador-geral destaca que não há elementos objetivos para incluir o petista como investigado na Lava Jato e que as apurações de pessoas sem prerrogativa de foro, como é o caso do ex-presidente, ocorrem na primeira instância, sendo concentradas na Justiça do Paraná. O depoimento de Lula foi pedido pelo delegado da Polícia Federal Josélio Azevedo de Sousa. Em seu relatório, o delegado afirma que, apesar de não haver provas do envolvimento direto de Lula, a investigação "não pode se furtar" a apurar se o ex-presidente foi ou não beneficiado pelo esquema na Petrobras. O delegado cita que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa "presumem que o ex-presidente tivesse conhecimento do esquema de corrupção", tendo em vista "as características e a dimensão" do caso. Mas frisa que ambos não dispõem de elementos concretos que impliquem a participação direta do então presidente Lula nos fatos. DILMA Sobre o pedido do PSDB para que o STF (Supremo Tribunal Federal) autorize a Polícia Federal a investigação e a tomar o depoimento da presidente Dilma Rousseff nas investigações do esquema de corrupção da Petrobras, Teori afirmou que a medida é "inviável". Isso porque o STF não é um órgão consultivo e a iniciativa teria que partir do Ministério Público Federal. "Quanto ao requerimento formulado pelo Deputado Federal Carlos Henrique Focesi Sampaio, é manifesta sua inviabilidade. Além de tratar de questão estranha ao âmbito deste inquérito, cuja provocação não dispensaria, segundo a jurisprudência aqui assentada, a iniciativa do Ministério Público, é importante registrar que o Supremo Tribunal Federal não profere decisões de caráter meramente consultivo, sem pertinência "com a essência da atividade jurisdicional". O PSDB usou como base para a ação o relatório da Polícia Federal que também requereu ao Supremo o depoimento do Lula. Para o PSDB, as mesmas condições de Lula se aplicam a presidente Dilma Rousseff. No entanto, na interpretação do delegado, por força de dispositivo da Constituição - art. 86, § 4º -, Dilma não poderia ser investigada enquanto ocupar o cargo de presidente. A ação do PSDB, porém, alega que a interpretação do delegado é equivocada, já que o próprio ministro Teori, ao analisar o tema em questão, deixou claro que o fato de um presidente estar no cargo, "não inviabiliza, (...), a instauração de procedimento meramente investigatório". OUTRO LADO Em nota, a assessoria de imprensa do Instituto Lula afirmou que Lula não será nem mesmo ouvido como testemunha e que está a disposição para prestar esclarecimentos. "A manifestação do ministro Teori Zavaski confirma o entendimento do Procurador Geral da República: o ex-presidente Lula não pode ser investigado nos inquéritos sobre a Petrobras, porque não há qualquer razão para isso", afirmou o instituto. "O ministro Teori vai além: Lula não pode nem mesmo ser ouvido como testemunha. O ex-presidente sempre esteve à disposição das autoridades da República para colaborar na busca da verdade e, se convidado, o fará como um dever de cidadania",concluiu.
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STF autoriza que Lula seja ouvido na Lava JatoRelator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Teori Zavascki autorizou nesta sexta-feira (2) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja ouvido, na condição de "informante", em inquérito que investiga políticos com mandato no esquema de corrupção da Petrobras. Na mesma decisão, o ministro rejeitou o pedido do PSDB para que o STF se manifeste sobre se a Polícia Federal poderia investigar a presidente Dilma Rousseff na operação. O relator ainda prorrogou por 80 dias as investigações do inquérito que investiga quadrilha na Lava Jato. Em relação a Lula, Teori atendeu ao pedido da Polícia Federal, que também recebeu aval da Procuradoria Geral da República. O ministro destaca que o fato de o petista prestar depoimento não o coloca como investigado. "No caso, as manifestações dessas autoridades são coincidentes no sentido de que as pessoas a serem ouvidas em diligências complementares não ostentam a condição de investigadas, mas, segundo se depreende do requerimento da autoridade policial, a condição de informantes. Teori, no entanto, não especificou se Lula deve ser ouvido como testemunha, como indicou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Com isso, essa qualificação ficará a cargo da Polícia Federal. Em casos de depoimentos como testemunhas, se ficar comprovado que a pessoa faltou com a verdade ela pode ser responsabilizada. Também foi autorizado que sejam ouvidos ainda como testemunha o presidente do PT, Rui Falcão, José Eduardo Dutra e José Sérgio Gabrielli, ambos ex-presidentes da Petrobras, José Filippi Jr., ex-tesoureiro das campanhas de Lula e Dilma, e os ex-ministros Ideli Salvatti, Gilberto Carvalho e José Dirceu. Em parecer enviado ao STF, o procurador-geral destaca que não há elementos objetivos para incluir o petista como investigado na Lava Jato e que as apurações de pessoas sem prerrogativa de foro, como é o caso do ex-presidente, ocorrem na primeira instância, sendo concentradas na Justiça do Paraná. O depoimento de Lula foi pedido pelo delegado da Polícia Federal Josélio Azevedo de Sousa. Em seu relatório, o delegado afirma que, apesar de não haver provas do envolvimento direto de Lula, a investigação "não pode se furtar" a apurar se o ex-presidente foi ou não beneficiado pelo esquema na Petrobras. O delegado cita que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa "presumem que o ex-presidente tivesse conhecimento do esquema de corrupção", tendo em vista "as características e a dimensão" do caso. Mas frisa que ambos não dispõem de elementos concretos que impliquem a participação direta do então presidente Lula nos fatos. DILMA Sobre o pedido do PSDB para que o STF (Supremo Tribunal Federal) autorize a Polícia Federal a investigação e a tomar o depoimento da presidente Dilma Rousseff nas investigações do esquema de corrupção da Petrobras, Teori afirmou que a medida é "inviável". Isso porque o STF não é um órgão consultivo e a iniciativa teria que partir do Ministério Público Federal. "Quanto ao requerimento formulado pelo Deputado Federal Carlos Henrique Focesi Sampaio, é manifesta sua inviabilidade. Além de tratar de questão estranha ao âmbito deste inquérito, cuja provocação não dispensaria, segundo a jurisprudência aqui assentada, a iniciativa do Ministério Público, é importante registrar que o Supremo Tribunal Federal não profere decisões de caráter meramente consultivo, sem pertinência "com a essência da atividade jurisdicional". O PSDB usou como base para a ação o relatório da Polícia Federal que também requereu ao Supremo o depoimento do Lula. Para o PSDB, as mesmas condições de Lula se aplicam a presidente Dilma Rousseff. No entanto, na interpretação do delegado, por força de dispositivo da Constituição - art. 86, § 4º -, Dilma não poderia ser investigada enquanto ocupar o cargo de presidente. A ação do PSDB, porém, alega que a interpretação do delegado é equivocada, já que o próprio ministro Teori, ao analisar o tema em questão, deixou claro que o fato de um presidente estar no cargo, "não inviabiliza, (...), a instauração de procedimento meramente investigatório". OUTRO LADO Em nota, a assessoria de imprensa do Instituto Lula afirmou que Lula não será nem mesmo ouvido como testemunha e que está a disposição para prestar esclarecimentos. "A manifestação do ministro Teori Zavaski confirma o entendimento do Procurador Geral da República: o ex-presidente Lula não pode ser investigado nos inquéritos sobre a Petrobras, porque não há qualquer razão para isso", afirmou o instituto. "O ministro Teori vai além: Lula não pode nem mesmo ser ouvido como testemunha. O ex-presidente sempre esteve à disposição das autoridades da República para colaborar na busca da verdade e, se convidado, o fará como um dever de cidadania",concluiu.
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LinkedIn vai pagar US$ 13 milhões a usuários por enviar muitos e-mails
O LinkedIn fechou um acordo para pagar US$ 13 milhões em indenizações para encerrar um processo coletivo movido contra ele na Justiça americana por enviar e-mails demais aos seus usuários. A rede social de foco profissional foi processada pela forma como enviava as mensagens. Quando um usuário da rede convidava um amigo para fazer parte dela, o LinkedIn encaminhava um e-mail com o convite. Caso ele não fosse respondido, dois novos lembretes eram lançados após alguns dias. Aí que estava o problema. Para os usuários que entraram na Justiça, eles concordavam com o primeiro e-mail enviado, mas não eram informados que outras duas mensagens também seriam encaminhadas para seus possíveis contatos. Assim, legalmente, eles também não davam permissão para que a rede social usasse seus dados pessoais nas mensagens extras. Quando o processo chegou ao fim, alguns usuários do LinkedIn receberam por e-mail uma mensagem dizendo que eles teriam direito à indenização. Ao site Business Insider, um porta-voz da rede disse que já houve mudanças em seu sistema para evitar que o episódio se repetisse. "Sobre o fato de mandarmos e-mail com lembretes para os membros doo LinkedIn, nós fizemos modificações em nosso produto e na nossa política de privacidade", afirmou. Recentemente, o LinkedIn já havia anunciado mudanças em seu serviço. Além de diminuir o número de e-mails, também passou a oferecer um chat mais similar ao de outras redes sociais.
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LinkedIn vai pagar US$ 13 milhões a usuários por enviar muitos e-mailsO LinkedIn fechou um acordo para pagar US$ 13 milhões em indenizações para encerrar um processo coletivo movido contra ele na Justiça americana por enviar e-mails demais aos seus usuários. A rede social de foco profissional foi processada pela forma como enviava as mensagens. Quando um usuário da rede convidava um amigo para fazer parte dela, o LinkedIn encaminhava um e-mail com o convite. Caso ele não fosse respondido, dois novos lembretes eram lançados após alguns dias. Aí que estava o problema. Para os usuários que entraram na Justiça, eles concordavam com o primeiro e-mail enviado, mas não eram informados que outras duas mensagens também seriam encaminhadas para seus possíveis contatos. Assim, legalmente, eles também não davam permissão para que a rede social usasse seus dados pessoais nas mensagens extras. Quando o processo chegou ao fim, alguns usuários do LinkedIn receberam por e-mail uma mensagem dizendo que eles teriam direito à indenização. Ao site Business Insider, um porta-voz da rede disse que já houve mudanças em seu sistema para evitar que o episódio se repetisse. "Sobre o fato de mandarmos e-mail com lembretes para os membros doo LinkedIn, nós fizemos modificações em nosso produto e na nossa política de privacidade", afirmou. Recentemente, o LinkedIn já havia anunciado mudanças em seu serviço. Além de diminuir o número de e-mails, também passou a oferecer um chat mais similar ao de outras redes sociais.
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Caiu a conexão suíça
BRASÍLIA - As anotações de Marcelo Odebrecht mostram que o presidente da maior empreiteira do país andava preocupado com o "risco swiss". Segundo os investigadores, era assim que ele se referia à possibilidade de a Lava Jato identificar contas da empresa na Suíça. O pequeno país europeu é conhecido pela qualidade do chocolate, pela precisão dos relógios e pela confidencialidade dos bancos. Por causa do último item, também ganhou a imagem de paraíso para corruptos e corruptores de todo o mundo. A Suíça endureceu suas leis para acabar com a má fama, mas os personagens do petrolão parecem não ter se dado conta (com trocadilho). É o que indica o novo capítulo da Lava Jato, iniciado nesta sexta-feira. Só na denúncia contra a cúpula da Odebrecht, que tem 205 páginas, a palavra "Suíça" aparece 114 vezes. De acordo com os procuradores, a paisagem alpina foi o cenário de um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro desviado da Petrobras. O Ministério Público Federal afirma que os petrodólares eram ocultados pela empreiteira em cinco contas no PKB Privatbank, com sede em Lugano. Antes de chegar lá, passavam por offshores registradas no Uruguai, nas Ilhas Virgens e em Belize. Parte da conexão suíça já havia caído no início do ano, quando a Lava Jato repatriou R$ 268 milhões do delator Pedro Barusco. A denúncia contra a Odebrecht abre outra avenida para a comprovação de crimes e a recuperação de dinheiro público. Os investigadores prometem não parar por aí. O próximo passo é identificar contas secretas de deputados, senadores e governadores que participaram da farra do petrolão. * "Severino descarta renúncia e adota tom dúbio sobre licença". Folha, 10.set.2005, pág. A4. "Cunha descarta renúncia, mesmo se for denunciado". Folha, 25.jul.2015, pág. A8. A história se repete como farsa, já dizia o velho filósofo alemão.
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Caiu a conexão suíçaBRASÍLIA - As anotações de Marcelo Odebrecht mostram que o presidente da maior empreiteira do país andava preocupado com o "risco swiss". Segundo os investigadores, era assim que ele se referia à possibilidade de a Lava Jato identificar contas da empresa na Suíça. O pequeno país europeu é conhecido pela qualidade do chocolate, pela precisão dos relógios e pela confidencialidade dos bancos. Por causa do último item, também ganhou a imagem de paraíso para corruptos e corruptores de todo o mundo. A Suíça endureceu suas leis para acabar com a má fama, mas os personagens do petrolão parecem não ter se dado conta (com trocadilho). É o que indica o novo capítulo da Lava Jato, iniciado nesta sexta-feira. Só na denúncia contra a cúpula da Odebrecht, que tem 205 páginas, a palavra "Suíça" aparece 114 vezes. De acordo com os procuradores, a paisagem alpina foi o cenário de um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro desviado da Petrobras. O Ministério Público Federal afirma que os petrodólares eram ocultados pela empreiteira em cinco contas no PKB Privatbank, com sede em Lugano. Antes de chegar lá, passavam por offshores registradas no Uruguai, nas Ilhas Virgens e em Belize. Parte da conexão suíça já havia caído no início do ano, quando a Lava Jato repatriou R$ 268 milhões do delator Pedro Barusco. A denúncia contra a Odebrecht abre outra avenida para a comprovação de crimes e a recuperação de dinheiro público. Os investigadores prometem não parar por aí. O próximo passo é identificar contas secretas de deputados, senadores e governadores que participaram da farra do petrolão. * "Severino descarta renúncia e adota tom dúbio sobre licença". Folha, 10.set.2005, pág. A4. "Cunha descarta renúncia, mesmo se for denunciado". Folha, 25.jul.2015, pág. A8. A história se repete como farsa, já dizia o velho filósofo alemão.
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Painel FC: Olimpíada em dois estádios da capital desagrada Prefeitura de São Paulo
Apesar de Fifa e COI darem como certo que São Paulo receberá 14 jogos da Olimpíada, a prefeitura paulistana reluta em aceitar a decisão. O governo municipal entende que, neste formato, o torneio pode gerar transtorno à cidade, sobretudo se ... Leia post completo no blog
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Painel FC: Olimpíada em dois estádios da capital desagrada Prefeitura de São PauloApesar de Fifa e COI darem como certo que São Paulo receberá 14 jogos da Olimpíada, a prefeitura paulistana reluta em aceitar a decisão. O governo municipal entende que, neste formato, o torneio pode gerar transtorno à cidade, sobretudo se ... Leia post completo no blog
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Facebook paga US$ 50 mi por vídeos de celebridades e de notícias, diz jornal
O Facebook vai pagar mais de US$ 50 milhões em acordos com cerca de 140 empresas de mídia e celebridades para a criação de vídeos para o seu serviço de vídeo por streaming ao vivo, de acordo com o "Wall Street Journal". Em março, a rede social já havia falado que pagaria alguns dos produtores de conteúdo, mas o levantamento do jornal é o mais abrangente sobre esses acertos. Pelo "Wall Street Journal", a empresa mais bem paga é o site de notícias "BuzzFedd" (US$ 3,1 milhões por um período de 12 meses), seguido por "The New York Times" (US$ 3 milhões) e CNN (US$ 2,5 milhões). A lista inclui ainda os clubes Barcelona e Real Madrid e celebridades como o ator Kevin Hart e o chef britânico Gordon Ramsay. O pagamento, diz o jornal, é uma estratégia do Facebook para estimular os produtores a criar uma boa quantidade de vídeos de alta qualidade, enquanto a empresa dirigida por Mark Zuckerberg não cria um plano para compensar financeiramente os criadores –por meio de receita com publicidade, por exemplo. O Facebook já é hoje o principal rival do YouTube (da Alphabet, dona também do Google) no mercado de vídeos on-line. Com essa nova safra de vídeos, Zuckeberg pretende que os usuários entrem mais vezes e passem mais tempo na rede social.
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Facebook paga US$ 50 mi por vídeos de celebridades e de notícias, diz jornalO Facebook vai pagar mais de US$ 50 milhões em acordos com cerca de 140 empresas de mídia e celebridades para a criação de vídeos para o seu serviço de vídeo por streaming ao vivo, de acordo com o "Wall Street Journal". Em março, a rede social já havia falado que pagaria alguns dos produtores de conteúdo, mas o levantamento do jornal é o mais abrangente sobre esses acertos. Pelo "Wall Street Journal", a empresa mais bem paga é o site de notícias "BuzzFedd" (US$ 3,1 milhões por um período de 12 meses), seguido por "The New York Times" (US$ 3 milhões) e CNN (US$ 2,5 milhões). A lista inclui ainda os clubes Barcelona e Real Madrid e celebridades como o ator Kevin Hart e o chef britânico Gordon Ramsay. O pagamento, diz o jornal, é uma estratégia do Facebook para estimular os produtores a criar uma boa quantidade de vídeos de alta qualidade, enquanto a empresa dirigida por Mark Zuckerberg não cria um plano para compensar financeiramente os criadores –por meio de receita com publicidade, por exemplo. O Facebook já é hoje o principal rival do YouTube (da Alphabet, dona também do Google) no mercado de vídeos on-line. Com essa nova safra de vídeos, Zuckeberg pretende que os usuários entrem mais vezes e passem mais tempo na rede social.
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Hoje na TV: The Strongest x São Paulo pela Libertadores
15h45 Arsenal x West Bromwich Inglês, ESPN Brasil 15h45 Milan x Carpi Italiano, ESPN 16h30 B. Cearense x Mogi Cruzes NBB, SporTV 2 19h Flamengo x Rio Claro NBB, SporTV 2 19h15 Paraná x Estanciano Copa do Brasil, Fox Sports 2 21h30 Santos-AP x Santos Copa do Brasil, SporTV e ESPN Brasil 21h45 The Strongest x São Paulo Libertadores, Fox Sports 21h45 River Plate x Trujilanos Libertadores, Fox Sports 2 22h30 H. Rockets x G. S. Warriors NBA, SporTV 2
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Hoje na TV: The Strongest x São Paulo pela Libertadores15h45 Arsenal x West Bromwich Inglês, ESPN Brasil 15h45 Milan x Carpi Italiano, ESPN 16h30 B. Cearense x Mogi Cruzes NBB, SporTV 2 19h Flamengo x Rio Claro NBB, SporTV 2 19h15 Paraná x Estanciano Copa do Brasil, Fox Sports 2 21h30 Santos-AP x Santos Copa do Brasil, SporTV e ESPN Brasil 21h45 The Strongest x São Paulo Libertadores, Fox Sports 21h45 River Plate x Trujilanos Libertadores, Fox Sports 2 22h30 H. Rockets x G. S. Warriors NBA, SporTV 2
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A corrupção é como o açúcar, diz papa em último dia de visita ao Quênia
No último dia de sua visita ao Quênia, o papa Francisco visitou uma grande favela de Nairobi e disse em um encontro de jovens que a corrupção funciona como o açúcar: tem gosto bom, mas vem com efeitos devastadores. Na igreja de São José, onde 1.500 pessoas o aguardavam, Francisco foi recebido em meio a cantos e danças. Ali, o papa afirmou que os ricos têm muito a aprender com os pobres, como laços de solidariedade e ajuda mútua. No entanto, condenou a desigualdade social que assola o país e defendeu que o acesso à água potável é um direito humano, assim como a moradia digna, a eletricidade, escolas e hospitais. Segundo dados da ONU, o Quênia ocupa a 147ª posição, entre 187 países, no ranking de IDH (o Brasil é o 79º). A expectativa média de vida é de 62 anos (no Brasil, 74), e 43,4% da população vive com menos de US$ 1,25 por dia (no Brasil, são 6,1%). Além disso, cerca de 60% da população de Nairobi mora em favelas, ainda que estas cubram apenas 6% da área residencial da cidade. "A atroz injustiça da marginalização urbana é uma ferida infligida por minorias que se agarram ao poder e à riqueza e que, de maneira egoísta, desperdiçam recursos, enquanto uma crescente maioria é forçada a ir para periferias abandonadas, sujas e decadentes." Cerca de 50 mil pessoas moram na favela de Kangemi, e a comunidade esperava que a visita do pontífice trouxesse ajuda ao local. Segundo uma residente, Emily Night, a água encanada, que não é potável, só chega ali durante três dias por semana, e muitas casas não têm banheiros. Além disso, a coleta de lixo só é fornecida para os que podem pagar pelo serviço. "Negar água a uma família, sob qualquer pretexto burocrático, é uma grande injustiça, especialmente quando alguém lucra com essa necessidade", disse Francisco. ENCONTRO COM JOVENS Mais tarde, Francisco participou de um encontro com jovens no estádio Kasarani, também na capital. Ali, disse que a corrupção é como o açúcar: "É doce, nós gostamos, é fácil. Também no Vaticano temos casos de corrupção", disse. "Por favor, não desenvolvam o gosto por esse açúcar que chamamos de corrupção." "Cada vez que aceitamos um suborno, destruímos nosso coração, nossa personalidade, nossa pátria" O papa também apontou uma ligação direta entre a violência e a desigualdade social. "O primeiro que temos que fazer é entender por que um jovem cheio de ilusões se deixa recrutar, por que aprende a matar", disse. "Se um jovem não pode estudar nem trabalhar, o que pode fazer? Pode se delinquir, cair na dependência, se suicidar, ou se envolver em uma atividade possa lhe dar um objetivo na vida." Ainda nesta sexta (27), Francisco se encontrou com bispos do Quênia e viajou para Uganda, sua próxima parada em um giro que realiza pela África. No domingo, ele visitará a República Centro Africana.
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A corrupção é como o açúcar, diz papa em último dia de visita ao QuêniaNo último dia de sua visita ao Quênia, o papa Francisco visitou uma grande favela de Nairobi e disse em um encontro de jovens que a corrupção funciona como o açúcar: tem gosto bom, mas vem com efeitos devastadores. Na igreja de São José, onde 1.500 pessoas o aguardavam, Francisco foi recebido em meio a cantos e danças. Ali, o papa afirmou que os ricos têm muito a aprender com os pobres, como laços de solidariedade e ajuda mútua. No entanto, condenou a desigualdade social que assola o país e defendeu que o acesso à água potável é um direito humano, assim como a moradia digna, a eletricidade, escolas e hospitais. Segundo dados da ONU, o Quênia ocupa a 147ª posição, entre 187 países, no ranking de IDH (o Brasil é o 79º). A expectativa média de vida é de 62 anos (no Brasil, 74), e 43,4% da população vive com menos de US$ 1,25 por dia (no Brasil, são 6,1%). Além disso, cerca de 60% da população de Nairobi mora em favelas, ainda que estas cubram apenas 6% da área residencial da cidade. "A atroz injustiça da marginalização urbana é uma ferida infligida por minorias que se agarram ao poder e à riqueza e que, de maneira egoísta, desperdiçam recursos, enquanto uma crescente maioria é forçada a ir para periferias abandonadas, sujas e decadentes." Cerca de 50 mil pessoas moram na favela de Kangemi, e a comunidade esperava que a visita do pontífice trouxesse ajuda ao local. Segundo uma residente, Emily Night, a água encanada, que não é potável, só chega ali durante três dias por semana, e muitas casas não têm banheiros. Além disso, a coleta de lixo só é fornecida para os que podem pagar pelo serviço. "Negar água a uma família, sob qualquer pretexto burocrático, é uma grande injustiça, especialmente quando alguém lucra com essa necessidade", disse Francisco. ENCONTRO COM JOVENS Mais tarde, Francisco participou de um encontro com jovens no estádio Kasarani, também na capital. Ali, disse que a corrupção é como o açúcar: "É doce, nós gostamos, é fácil. Também no Vaticano temos casos de corrupção", disse. "Por favor, não desenvolvam o gosto por esse açúcar que chamamos de corrupção." "Cada vez que aceitamos um suborno, destruímos nosso coração, nossa personalidade, nossa pátria" O papa também apontou uma ligação direta entre a violência e a desigualdade social. "O primeiro que temos que fazer é entender por que um jovem cheio de ilusões se deixa recrutar, por que aprende a matar", disse. "Se um jovem não pode estudar nem trabalhar, o que pode fazer? Pode se delinquir, cair na dependência, se suicidar, ou se envolver em uma atividade possa lhe dar um objetivo na vida." Ainda nesta sexta (27), Francisco se encontrou com bispos do Quênia e viajou para Uganda, sua próxima parada em um giro que realiza pela África. No domingo, ele visitará a República Centro Africana.
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Ataque contra show em Manchester põe Líbia no mapa do terror
O ruído da explosão de segunda-feira (22) em Manchester, em que 22 pessoas foram mortas, pode –ou deveria– ter servido de alerta à comunidade internacional. A narrativa dos últimos anos aponta para a redução do território da facção terrorista Estado Islâmico na Síria e no Iraque, suas principais fortalezas. É uma história contada em tom de vitória, enquanto serviços secretos monitoram militantes europeus que dali retornam, vistos como ameaça em potencial. Mas o recente atentado lembra os analistas de que há perigo em um terceiro país, ignorado entre tantas crises simultâneas: a Líbia. O homem-bomba de Manchester, Salman Ramadan Abedi, era filho de líbios. Ele teria visitado o país pouco antes de se explodir e possivelmente recebeu treinamento ali, uma questão central para as investigações britânicas. Seu pai e um de seus irmãos foram presos em Trípoli por uma milícia ligada ao governo. O irmão confessou, em interrogatório, fazer parte do EI –que reivindicou o ataque em Manchester. Esse pode ter sido, portanto, o primeiro ataque internacional do Estado Islâmico planejado em território líbio, como notou em um artigo recente o especialista Aaron Zelin, uma das principais referências nos estudos do terrorismo. Zelin é o autor do influente blog Jihadology. Assista ao vídeo GADDAFI Militantes viajaram à Líbia já em 2011 quando uma insurgência buscou, com sucesso, derrubar o então ditador Muammar Gaddafi. Ele foi capturado, arrastado pelo deserto e morto em outubro. Seu corpo pútrido foi exposto em um frigorífico. Esses guerreiros, alguns deles vindos da Europa, se uniram em um primeiro momento à rede Al Qaeda, escreve Zelin. Em seguida, foram às fileiras do Estado Islâmico, que estabeleceu ali uma de suas grandes bases. A Líbia era, à época, um importante território para facções radicais. O mercado negro negociava a abundância de armas disponíveis em um país pós-ditadura, sem ter um governo central forte. O Estado Islâmico se consolidou na Líbia pouco após declarar seu califado islâmico na Síria e no Iraque, enviando militantes ao país. Como naqueles dois países, a organização se beneficiou do caos político. O governo é hoje disputado entre duas facções, uma em Tobruk e a outra em Trípoli. Zelin estima que 2.000 estrangeiros se uniram ao Estado Islâmico na Líbia, a metade deles vinda da Tunísia. Segundo o "Financial Times", ao menos 16 jovens saíram do bairro do homem-bomba Abedi em Manchester para lutar com o EI na Líbia. "É bastante menor do que os 40 mil militantes estrangeiros na Síria, mas é ainda assim a quarta maior mobilização de estrangeiros na história do jihad global, eclipsado apenas pela guerra Síria, pelo jihad afegão e pela guerra no Iraque", escreveu. A situação é preocupante porque o Estado Islâmico perdeu em 2016 suas posições na cidade líbia de Sirte, o que significa que esses guerreiros podem ter começado a retornar a seus países de origem, onde podem realizar ataques. Na sexta (26), o Egito bombardeou posições de extremistas na Líbia após atiradores matarem 29 cristãos coptas. O EI reivindicou o ataque. * LÍBIA FRATURADA País por onde passou homem-bomba de Londres enfrenta disputa pelo poder RAIO-X População: 6,8 milhões de hab. (equivalente ao Maranhão) Área: 1,8 milhão de km2 (o dobro de MT) PIB: -3,3% (2016) DISPUTA Quem disputa o poder no país pós-Gaddafi — Trípoli É a base do Governo de Acordo Nacional, conhecido pela sigla GNA. Essa entidade foi formada com o apoio da ONU no início de 2016. Fayez al-Sarraj, um arquiteto, é o primeiro-ministro. Boa parte da comunidade internacional, incluindo os EUA, apoiam esta força, assim como diversas milícias. — Tobruk O Exército Nacional Líbio, liderado pelo general Khalifa Haftar, chefia Tobruk e a região leste do país. Seu poder é baseado na promessa de combater o terrorismo com vigor. Haftar havia servido com Gaddafi mas, em seguida, participou de um complô para derrubá-lo e participou da insurgência de 2011. O governo de Tobruk controla regiões de importante produção de petróleo. — Estado Islâmico A facção radical foi engordada pelos militantes estrangeiros que estavam na Líbia para a derrubada de Gaddafi. A organização era liderada pelo iraquiano Abu Nabil, morto em um ataque aéreo americano em 2015. Há dúvidas sobre quem é a cabeça da milícia hoje, possivelmente um homem chamado Abdul Qadr al-Nadji. — Ansar al-Sharia Organização terrorista formada em 2012 pela mescla de diversas milícias de menor porte. Há laços com a rede Al Qaeda – negados pelo próprio grupo – e diversos de seus membros viajaram à Síria, ao Iraque e ao Mali. Sua base é Benghazi. Fontes: CIA World Fact Book, agências de notícias, "Newsweek"
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Ataque contra show em Manchester põe Líbia no mapa do terrorO ruído da explosão de segunda-feira (22) em Manchester, em que 22 pessoas foram mortas, pode –ou deveria– ter servido de alerta à comunidade internacional. A narrativa dos últimos anos aponta para a redução do território da facção terrorista Estado Islâmico na Síria e no Iraque, suas principais fortalezas. É uma história contada em tom de vitória, enquanto serviços secretos monitoram militantes europeus que dali retornam, vistos como ameaça em potencial. Mas o recente atentado lembra os analistas de que há perigo em um terceiro país, ignorado entre tantas crises simultâneas: a Líbia. O homem-bomba de Manchester, Salman Ramadan Abedi, era filho de líbios. Ele teria visitado o país pouco antes de se explodir e possivelmente recebeu treinamento ali, uma questão central para as investigações britânicas. Seu pai e um de seus irmãos foram presos em Trípoli por uma milícia ligada ao governo. O irmão confessou, em interrogatório, fazer parte do EI –que reivindicou o ataque em Manchester. Esse pode ter sido, portanto, o primeiro ataque internacional do Estado Islâmico planejado em território líbio, como notou em um artigo recente o especialista Aaron Zelin, uma das principais referências nos estudos do terrorismo. Zelin é o autor do influente blog Jihadology. Assista ao vídeo GADDAFI Militantes viajaram à Líbia já em 2011 quando uma insurgência buscou, com sucesso, derrubar o então ditador Muammar Gaddafi. Ele foi capturado, arrastado pelo deserto e morto em outubro. Seu corpo pútrido foi exposto em um frigorífico. Esses guerreiros, alguns deles vindos da Europa, se uniram em um primeiro momento à rede Al Qaeda, escreve Zelin. Em seguida, foram às fileiras do Estado Islâmico, que estabeleceu ali uma de suas grandes bases. A Líbia era, à época, um importante território para facções radicais. O mercado negro negociava a abundância de armas disponíveis em um país pós-ditadura, sem ter um governo central forte. O Estado Islâmico se consolidou na Líbia pouco após declarar seu califado islâmico na Síria e no Iraque, enviando militantes ao país. Como naqueles dois países, a organização se beneficiou do caos político. O governo é hoje disputado entre duas facções, uma em Tobruk e a outra em Trípoli. Zelin estima que 2.000 estrangeiros se uniram ao Estado Islâmico na Líbia, a metade deles vinda da Tunísia. Segundo o "Financial Times", ao menos 16 jovens saíram do bairro do homem-bomba Abedi em Manchester para lutar com o EI na Líbia. "É bastante menor do que os 40 mil militantes estrangeiros na Síria, mas é ainda assim a quarta maior mobilização de estrangeiros na história do jihad global, eclipsado apenas pela guerra Síria, pelo jihad afegão e pela guerra no Iraque", escreveu. A situação é preocupante porque o Estado Islâmico perdeu em 2016 suas posições na cidade líbia de Sirte, o que significa que esses guerreiros podem ter começado a retornar a seus países de origem, onde podem realizar ataques. Na sexta (26), o Egito bombardeou posições de extremistas na Líbia após atiradores matarem 29 cristãos coptas. O EI reivindicou o ataque. * LÍBIA FRATURADA País por onde passou homem-bomba de Londres enfrenta disputa pelo poder RAIO-X População: 6,8 milhões de hab. (equivalente ao Maranhão) Área: 1,8 milhão de km2 (o dobro de MT) PIB: -3,3% (2016) DISPUTA Quem disputa o poder no país pós-Gaddafi — Trípoli É a base do Governo de Acordo Nacional, conhecido pela sigla GNA. Essa entidade foi formada com o apoio da ONU no início de 2016. Fayez al-Sarraj, um arquiteto, é o primeiro-ministro. Boa parte da comunidade internacional, incluindo os EUA, apoiam esta força, assim como diversas milícias. — Tobruk O Exército Nacional Líbio, liderado pelo general Khalifa Haftar, chefia Tobruk e a região leste do país. Seu poder é baseado na promessa de combater o terrorismo com vigor. Haftar havia servido com Gaddafi mas, em seguida, participou de um complô para derrubá-lo e participou da insurgência de 2011. O governo de Tobruk controla regiões de importante produção de petróleo. — Estado Islâmico A facção radical foi engordada pelos militantes estrangeiros que estavam na Líbia para a derrubada de Gaddafi. A organização era liderada pelo iraquiano Abu Nabil, morto em um ataque aéreo americano em 2015. Há dúvidas sobre quem é a cabeça da milícia hoje, possivelmente um homem chamado Abdul Qadr al-Nadji. — Ansar al-Sharia Organização terrorista formada em 2012 pela mescla de diversas milícias de menor porte. Há laços com a rede Al Qaeda – negados pelo próprio grupo – e diversos de seus membros viajaram à Síria, ao Iraque e ao Mali. Sua base é Benghazi. Fontes: CIA World Fact Book, agências de notícias, "Newsweek"
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Donos da JBS buscam obter R$ 15 bi com venda de ativos
Para combater a crise de confiança criada por sua delação premiada, os irmãos Joesley e Wesley Batista colocaram à venda diferentes negócios e esperam obter pelo menos R$ 15 bilhões nos próximos meses. O objetivo é obter recursos para abater parte dos R$ 70 bilhões que suas empresas devem no mercado, o que deixaria os bancos mais confortáveis para seguir renovando suas linhas de crédito, apesar da indefinição sobre o futuro do grupo. Nesta terça-feira (20), a JBS, maior empresa de proteína animal do mundo e carro-chefe dos negócios da família, informou que vai submeter a seu conselho de administração um programa de venda de ativos com o qual espera obter R$ 6 bilhões, além do R$ 1 bilhão pelo qual repassou ao frigorífico Minerva operações na Argentina, Uruguai e Paraguai, os sócios do Brasil no Mercosul. Se for bem sucedida, a JBS estima reduzir sua alavancagem (relação entre endividamento e geração de caixa) das atuais 4,2 vezes para 3 vezes. Em março, ela tinha R$ 10,7 bilhões em caixa para uma dívida de curto prazo de R$ 17,8 bilhões. O endividamento total da JBS chega a R$ 47,8 bilhões, com 62% nas mãos de bancos comerciais. Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Itaú dizem que só renovam as linhas de crédito se a empresa vender ativos. O plano da JBS é abrir mão de áreas menos estratégicas e manter operações mais lucrativas, como a processadora americana de frango Pillgrim's e os negócios de carne bovina nos EUA e no Brasil. Fazem parte do plano a irlandesa Moy Park, o negócio de confinamento de gado Five Rivers nos Estados Unidos e no Canadá, e a participação de 19% na fabricante de lácteos Vigor no Brasil (a holding J&F detém outros 73%). Adquirida da Marfrig por US$ 1,5 bilhão em 2015, a Moy Park possui 13 unidades na Europa, mas responde por apenas 3% das vendas da JBS. Executivos do setor acham que o negócio não deve atrair muito interesse, porque o potencial de crescimento do mercado europeu é baixo. A venda dos ativos, no entanto, está sujeita a anuência da BNDESPar, braço de investimentos do BNDES e sócia da JBS. Paulo Rabello de Castro, presidente do banco estatal, disse nesta terça que não foi informado do plano, mas que "a intenção é boa". Enquanto tentam preservar a JBS, os irmãos Batista dão sinais de que estão dispostos a vender todas as demais empresas da holding J&F, se for necessário. Além da Vigor, fazem parte do grupo Flora (higiene e limpeza), Eldorado (celulose), Âmbar (energia), Alpargatas (calçados) e o banco Original. Conforme informações repassadas pela J&F à agência de classificação de risco Standard & Poor's, o objetivo é levantar cerca de R$ 8 bilhões no curto prazo com a venda de ativos da holding.
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Donos da JBS buscam obter R$ 15 bi com venda de ativosPara combater a crise de confiança criada por sua delação premiada, os irmãos Joesley e Wesley Batista colocaram à venda diferentes negócios e esperam obter pelo menos R$ 15 bilhões nos próximos meses. O objetivo é obter recursos para abater parte dos R$ 70 bilhões que suas empresas devem no mercado, o que deixaria os bancos mais confortáveis para seguir renovando suas linhas de crédito, apesar da indefinição sobre o futuro do grupo. Nesta terça-feira (20), a JBS, maior empresa de proteína animal do mundo e carro-chefe dos negócios da família, informou que vai submeter a seu conselho de administração um programa de venda de ativos com o qual espera obter R$ 6 bilhões, além do R$ 1 bilhão pelo qual repassou ao frigorífico Minerva operações na Argentina, Uruguai e Paraguai, os sócios do Brasil no Mercosul. Se for bem sucedida, a JBS estima reduzir sua alavancagem (relação entre endividamento e geração de caixa) das atuais 4,2 vezes para 3 vezes. Em março, ela tinha R$ 10,7 bilhões em caixa para uma dívida de curto prazo de R$ 17,8 bilhões. O endividamento total da JBS chega a R$ 47,8 bilhões, com 62% nas mãos de bancos comerciais. Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Itaú dizem que só renovam as linhas de crédito se a empresa vender ativos. O plano da JBS é abrir mão de áreas menos estratégicas e manter operações mais lucrativas, como a processadora americana de frango Pillgrim's e os negócios de carne bovina nos EUA e no Brasil. Fazem parte do plano a irlandesa Moy Park, o negócio de confinamento de gado Five Rivers nos Estados Unidos e no Canadá, e a participação de 19% na fabricante de lácteos Vigor no Brasil (a holding J&F detém outros 73%). Adquirida da Marfrig por US$ 1,5 bilhão em 2015, a Moy Park possui 13 unidades na Europa, mas responde por apenas 3% das vendas da JBS. Executivos do setor acham que o negócio não deve atrair muito interesse, porque o potencial de crescimento do mercado europeu é baixo. A venda dos ativos, no entanto, está sujeita a anuência da BNDESPar, braço de investimentos do BNDES e sócia da JBS. Paulo Rabello de Castro, presidente do banco estatal, disse nesta terça que não foi informado do plano, mas que "a intenção é boa". Enquanto tentam preservar a JBS, os irmãos Batista dão sinais de que estão dispostos a vender todas as demais empresas da holding J&F, se for necessário. Além da Vigor, fazem parte do grupo Flora (higiene e limpeza), Eldorado (celulose), Âmbar (energia), Alpargatas (calçados) e o banco Original. Conforme informações repassadas pela J&F à agência de classificação de risco Standard & Poor's, o objetivo é levantar cerca de R$ 8 bilhões no curto prazo com a venda de ativos da holding.
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Candidato brasileiro faz campanha por Trump na Flórida
Com um largo sorriso no rosto e um boné na cabeça trazendo o slogan Make America Great Again ("Faça a América Grandiosa Novamente"), o brasileiro José Peixoto, de 56 anos, circula orgulhoso entre importantes republicanos durante um jantar promovido pelo partido em Miami para levantar fundos para as eleições. "Conheço muita gente aqui, e muita gente me conhece", diz ele, entre um cumprimento e outro, enquanto todos aguardam a chegada da estrela da noite –o candidato republicano a vice-presidente, Mike Pence. Ferrenho defensor de Trump para presidente, Peixoto também está concorrendo nas eleições deste ano. O sonho é alto: ele tenta ser o primeiro brasileiro a conquistar uma cadeira na Câmara dos Representantes. Atualmente, segundo levantamento do centro de pesquisa Pew Research, há apenas seis imigrantes entre os 535 membros do Congresso. Esta é a segunda tentativa de Peixoto de se eleger representante do 26° distrito congressista da Florida, que abrange a região no extremo sul da península, pelos próximos dois anos. Por ali, ele conta, há poucos dos 1,1 milhão de brasileiros que vivem nos EUA –fato que não interfere em suas ambições políticas: sua plataforma eleitoral tem pouco apelo junto aos compatriotas. Assim como Trump, o mineiro da cidade de Ipanema, de cerca de 20 mil habitantes, defende leis de imigração ainda mais rígidas do que as que ele mesmo enfrentou quando desembarcou nos Estados Unidos 31 anos atrás. Para ele, por pelo menos dez anos ninguém deveria ter o direito de obter a cidadania americana, nem qualquer tipo de auxílio do Estado. "E se precisarem de ajuda do governo, pé na bunda! É obrigação deles [imigrantes] correr atrás do arroz com feijão", sentencia, dizendo "ter pavor" de estrangeiro que chega aos EUA e não aprende inglês. Peixoto diz contar com a simpatia de eleitores americanos por não ser porto-riquenho ou cubano –os quais, segundo ele, mais usufruem dos benefícios do governo. Ele ainda gosta de repetir uma frase usada por John F. Kennedy em seu discurso de posse como presidente dos EUA em 1961: "Não pergunte o que o seu país pode fazer por você, mas sim o que você pode fazer pelo seu país." Questionado sobre o que acha sobre a polêmica proposta do republicano de expulsar os cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA, Peixoto –que confessa ter chegado a passar um tempo irregular em terras americana – ameniza: "Ele usou essa forma de se expressar de forma generalizada, apenas, pois sabe que não tem como mandar todo mundo de volta. Ele quer expulsar apenas os criminosos", diz. O mineiro também se alinha a Trump no que diz respeito à entrada muçulmanos em território americano. Enquanto o milionário fala em banir imigrantes vindos de regiões que "exportam terrorismo", o brasileiro afirma ser "anti-muçulmano, até que se prove que a pessoa é gente boa". Afinal, continua Peixoto, "eles estão atacando a gente." IDEIAS CONSERVADORAS Como tantos milhares de imigrantes ainda fazem todos os anos, Peixoto deixou o Brasil em 1985 em busca do sonho americano. Trabalhou como engraxate, frentista, caseiro e foi funcionário da rede de lanchonetes Burger King. Conheceu a esposa, Bianca, em uma curta viagem ao Rio de Janeiro –ela se juntaria a ele na Flórida pouco tempo depois. Mais tarde, os dois receberiam uma proposta para cuidar de uma casa mais ao sul do Estado, em Key Largo, região onde o casal se estabeleceu e vive até hoje com os três filhos. Hoje, Peixoto presta serviço de manutenção de casas. A esposa trabalha como professora de ensino primário. O mineiro conta que o interesse por política surgiu no início dos anos 1980, quando foi cabo eleitoral de Tancredo Neves na campanha para governador de Minas Gerais pelo PMDB. Nos Estados Unidos, filiou-se ao Partido Republicano há pouco mais de 20 anos por acreditar que é o que mais se adéqua às suas ideias conservadoras. Peixoto é contrário à criação de lei que regularize o aborto –mas diz ser contra punição à mulher e aos médicos que realizarem o procedimento– e ao casamento entre homossexuais –embora afirme não ser contra gays. "Sou contra eles quererem impor essa opção deles, dizer às crianças na escola que é normal. Não é!", diz, taxativo. O MOMENTO É DE TRUMP Além de defender um limite de dois mandatos para congressistas, o principal apelo de sua campanha é o trumpismo. Sua página no Facebook é recheada de memes e vídeos com críticas pesadas a Hillary Clinton, ao presidente Barack Obama e ao socialismo. Ele se autointitula "Trump pobre", por "falar o que tem vontade sem se preocupar em agradar a todo mundo", e afirma ser o único candidato de seu distrito a apoiar o magnata. Mesmo sendo filiado, Peixoto decidiu concorrer como apartidário, evitando as primárias contra o candidato à reeleição, Carlos Curbelo, e postando-se como porta-voz de Trump na corrida local ao Congresso. Curbelo declarou publicamente que não votará no presidenciável republicano. Apesar da estratégia, o brasileiro está pouco esperançoso de que, desta vez, conseguirá se eleger. Em 2012, quando concorreu pela primeira vez também como candidato independente, ele amargou um último lugar (entre quatro concorrentes), com apenas 1,1% dos votos. O grande obstáculo, afirma, não é o preconceito por ele ser latino, mas sim a falta de apoio financeiro para bancar a campanha. Ainda assim, ele segue firme na empreitada em favor de Trump no sul da Flórida, carregando faixas e placas com os nomes de Trump e Pence por onde vai e defendendo as polêmicas declarações do milionário, garantindo não ter nada com que ele discorde. Ele rebate as recentes denúncias de mulheres que teriam sido molestadas pelo magnata afirmando que o passado do presidenciável não deveria ser tão relevante no debate. E se opõe à ideia cogitada por alguns republicanos de que Mike Pence, fortemente aplaudido durante o jantar em Miami, deveria assumir a cabeça de chapa. "O momento é de Donald Trump", diz.
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Candidato brasileiro faz campanha por Trump na FlóridaCom um largo sorriso no rosto e um boné na cabeça trazendo o slogan Make America Great Again ("Faça a América Grandiosa Novamente"), o brasileiro José Peixoto, de 56 anos, circula orgulhoso entre importantes republicanos durante um jantar promovido pelo partido em Miami para levantar fundos para as eleições. "Conheço muita gente aqui, e muita gente me conhece", diz ele, entre um cumprimento e outro, enquanto todos aguardam a chegada da estrela da noite –o candidato republicano a vice-presidente, Mike Pence. Ferrenho defensor de Trump para presidente, Peixoto também está concorrendo nas eleições deste ano. O sonho é alto: ele tenta ser o primeiro brasileiro a conquistar uma cadeira na Câmara dos Representantes. Atualmente, segundo levantamento do centro de pesquisa Pew Research, há apenas seis imigrantes entre os 535 membros do Congresso. Esta é a segunda tentativa de Peixoto de se eleger representante do 26° distrito congressista da Florida, que abrange a região no extremo sul da península, pelos próximos dois anos. Por ali, ele conta, há poucos dos 1,1 milhão de brasileiros que vivem nos EUA –fato que não interfere em suas ambições políticas: sua plataforma eleitoral tem pouco apelo junto aos compatriotas. Assim como Trump, o mineiro da cidade de Ipanema, de cerca de 20 mil habitantes, defende leis de imigração ainda mais rígidas do que as que ele mesmo enfrentou quando desembarcou nos Estados Unidos 31 anos atrás. Para ele, por pelo menos dez anos ninguém deveria ter o direito de obter a cidadania americana, nem qualquer tipo de auxílio do Estado. "E se precisarem de ajuda do governo, pé na bunda! É obrigação deles [imigrantes] correr atrás do arroz com feijão", sentencia, dizendo "ter pavor" de estrangeiro que chega aos EUA e não aprende inglês. Peixoto diz contar com a simpatia de eleitores americanos por não ser porto-riquenho ou cubano –os quais, segundo ele, mais usufruem dos benefícios do governo. Ele ainda gosta de repetir uma frase usada por John F. Kennedy em seu discurso de posse como presidente dos EUA em 1961: "Não pergunte o que o seu país pode fazer por você, mas sim o que você pode fazer pelo seu país." Questionado sobre o que acha sobre a polêmica proposta do republicano de expulsar os cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA, Peixoto –que confessa ter chegado a passar um tempo irregular em terras americana – ameniza: "Ele usou essa forma de se expressar de forma generalizada, apenas, pois sabe que não tem como mandar todo mundo de volta. Ele quer expulsar apenas os criminosos", diz. O mineiro também se alinha a Trump no que diz respeito à entrada muçulmanos em território americano. Enquanto o milionário fala em banir imigrantes vindos de regiões que "exportam terrorismo", o brasileiro afirma ser "anti-muçulmano, até que se prove que a pessoa é gente boa". Afinal, continua Peixoto, "eles estão atacando a gente." IDEIAS CONSERVADORAS Como tantos milhares de imigrantes ainda fazem todos os anos, Peixoto deixou o Brasil em 1985 em busca do sonho americano. Trabalhou como engraxate, frentista, caseiro e foi funcionário da rede de lanchonetes Burger King. Conheceu a esposa, Bianca, em uma curta viagem ao Rio de Janeiro –ela se juntaria a ele na Flórida pouco tempo depois. Mais tarde, os dois receberiam uma proposta para cuidar de uma casa mais ao sul do Estado, em Key Largo, região onde o casal se estabeleceu e vive até hoje com os três filhos. Hoje, Peixoto presta serviço de manutenção de casas. A esposa trabalha como professora de ensino primário. O mineiro conta que o interesse por política surgiu no início dos anos 1980, quando foi cabo eleitoral de Tancredo Neves na campanha para governador de Minas Gerais pelo PMDB. Nos Estados Unidos, filiou-se ao Partido Republicano há pouco mais de 20 anos por acreditar que é o que mais se adéqua às suas ideias conservadoras. Peixoto é contrário à criação de lei que regularize o aborto –mas diz ser contra punição à mulher e aos médicos que realizarem o procedimento– e ao casamento entre homossexuais –embora afirme não ser contra gays. "Sou contra eles quererem impor essa opção deles, dizer às crianças na escola que é normal. Não é!", diz, taxativo. O MOMENTO É DE TRUMP Além de defender um limite de dois mandatos para congressistas, o principal apelo de sua campanha é o trumpismo. Sua página no Facebook é recheada de memes e vídeos com críticas pesadas a Hillary Clinton, ao presidente Barack Obama e ao socialismo. Ele se autointitula "Trump pobre", por "falar o que tem vontade sem se preocupar em agradar a todo mundo", e afirma ser o único candidato de seu distrito a apoiar o magnata. Mesmo sendo filiado, Peixoto decidiu concorrer como apartidário, evitando as primárias contra o candidato à reeleição, Carlos Curbelo, e postando-se como porta-voz de Trump na corrida local ao Congresso. Curbelo declarou publicamente que não votará no presidenciável republicano. Apesar da estratégia, o brasileiro está pouco esperançoso de que, desta vez, conseguirá se eleger. Em 2012, quando concorreu pela primeira vez também como candidato independente, ele amargou um último lugar (entre quatro concorrentes), com apenas 1,1% dos votos. O grande obstáculo, afirma, não é o preconceito por ele ser latino, mas sim a falta de apoio financeiro para bancar a campanha. Ainda assim, ele segue firme na empreitada em favor de Trump no sul da Flórida, carregando faixas e placas com os nomes de Trump e Pence por onde vai e defendendo as polêmicas declarações do milionário, garantindo não ter nada com que ele discorde. Ele rebate as recentes denúncias de mulheres que teriam sido molestadas pelo magnata afirmando que o passado do presidenciável não deveria ser tão relevante no debate. E se opõe à ideia cogitada por alguns republicanos de que Mike Pence, fortemente aplaudido durante o jantar em Miami, deveria assumir a cabeça de chapa. "O momento é de Donald Trump", diz.
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Petrobras anuncia nova captação para alongar dívida
A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (7) nova captação com o objetivo de alongar o prazo de vencimento de dívidas. A empresa espera levantar pelo menos US$ 2 bilhões. A operação segue o modelo adotado na captação realizada em maio, na qual a companhia lançou US$ 6,75 bilhões em títulos com vencimentos em 2021 e 2026. Os recursos foram usados para recomprar US$ 6 bilhões em dívidas que venciam entre 2017 e 2019. Na ocasião, a demanda pelos títulos foi bem superior à oferta. Mas os papéis foram precificados com os juros mais altos já pagos pela estatal em emissões de títulos internacionais: 8,375% na série com vencimento em cinco anos e 8,750% na série que vence em 10 anos. Agora, a Petrobras espera recomprar US$ 2 bilhões em títulos também com vencimento entre 2017 e 2019. Caso o apetite dos investidores seja superior a esse valor, os recursos excedentes serão usados para "fins corporativos gerais", conforme nota distribuída pela companhia. A captação será feita por meio da reabertura do lançamento dos títulos negociados em maio. Assim como naquela operação, a empresa trocará dívida mais barata de curto prazo por dívida mais cara com vencimento depois de 2020. Com uma dívida de US$ 126 bilhões, segundo o último balanço publicado, a Petrobras está pressionada pelo elevado volume de vencimentos entre 2017 e 2020. A agência de classificação de risco Fitch atribuiu rating BB, de grau especulativo, à emissão. Embora diga que a estatal tem hoje "robusta posição de caixa", a agência ainda vê riscos associados ao risco soberano. "Os ratings da Petrobras continuam refletindo seu estreito vínculo com o rating soberano do Brasil, devido ao controle da companhia pelo governo federal e à sua importância estratégica para o país", diz a Fitch, em nota distribuída nesta quinta. Além disso, dizem os analistas da agência, o governo vem contribuindo com a empresa ao permitir a manutenção de preços dos combustíveis em patamares superiores às cotações internacionais e com linhas de crédito de bancos estatais. "Na ausência de suporte implícito e explícito do governo, os indicadores de crédito da Petrobras não seriam compatíveis com o rating atribuído à companhia". A Ficth diz que, mantido o cenário atual, o caixa da empresa, de US$ 22,6 bilhões, está adequado aos compromissos de curto prazo da companhia.
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Petrobras anuncia nova captação para alongar dívidaA Petrobras anunciou nesta quinta-feira (7) nova captação com o objetivo de alongar o prazo de vencimento de dívidas. A empresa espera levantar pelo menos US$ 2 bilhões. A operação segue o modelo adotado na captação realizada em maio, na qual a companhia lançou US$ 6,75 bilhões em títulos com vencimentos em 2021 e 2026. Os recursos foram usados para recomprar US$ 6 bilhões em dívidas que venciam entre 2017 e 2019. Na ocasião, a demanda pelos títulos foi bem superior à oferta. Mas os papéis foram precificados com os juros mais altos já pagos pela estatal em emissões de títulos internacionais: 8,375% na série com vencimento em cinco anos e 8,750% na série que vence em 10 anos. Agora, a Petrobras espera recomprar US$ 2 bilhões em títulos também com vencimento entre 2017 e 2019. Caso o apetite dos investidores seja superior a esse valor, os recursos excedentes serão usados para "fins corporativos gerais", conforme nota distribuída pela companhia. A captação será feita por meio da reabertura do lançamento dos títulos negociados em maio. Assim como naquela operação, a empresa trocará dívida mais barata de curto prazo por dívida mais cara com vencimento depois de 2020. Com uma dívida de US$ 126 bilhões, segundo o último balanço publicado, a Petrobras está pressionada pelo elevado volume de vencimentos entre 2017 e 2020. A agência de classificação de risco Fitch atribuiu rating BB, de grau especulativo, à emissão. Embora diga que a estatal tem hoje "robusta posição de caixa", a agência ainda vê riscos associados ao risco soberano. "Os ratings da Petrobras continuam refletindo seu estreito vínculo com o rating soberano do Brasil, devido ao controle da companhia pelo governo federal e à sua importância estratégica para o país", diz a Fitch, em nota distribuída nesta quinta. Além disso, dizem os analistas da agência, o governo vem contribuindo com a empresa ao permitir a manutenção de preços dos combustíveis em patamares superiores às cotações internacionais e com linhas de crédito de bancos estatais. "Na ausência de suporte implícito e explícito do governo, os indicadores de crédito da Petrobras não seriam compatíveis com o rating atribuído à companhia". A Ficth diz que, mantido o cenário atual, o caixa da empresa, de US$ 22,6 bilhões, está adequado aos compromissos de curto prazo da companhia.
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Dados das redes se tornam aliados dos publicitários
JULLIANE SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Se a publicidade já foi baseada na persuasão, hoje ela deve ser precisa e relevante. Para entender o que vai motivar uma compra, o publicitário conta com o Big Data, conjunto enorme de dados não estruturados -encontrados em redes sociais, em fotos e vídeos e no comportamento do consumidor até concluir a compra on-line. "Ao estudar essas informações, você cria arquétipos, entende se o cliente é conservador ou agressivo, por exemplo, e pode fazer uma comunicação personalizada até no tom de voz", diz Rodrigo Turra, diretor da agência de marketing digital iProspect. A ação publicitária pode vir em aplicativo, site, e-book ou posts de redes sociais. "Quando sabemos exatamente quem é o cliente e o que ele quer, podemos trazer uma ideia criativa que não é uma peça publicitária. Pode ser evento ou uma boa oferta", diz Paulo Cunha, coordenador do curso de publicidade e propaganda da ESPM. Esse universo digital molda o novo profissional e amplia as possibilidades de trabalho. A publicitária Fernanda Snel, 26, entrou na faculdade pensando em criação e hoje é coordenadora de SEO, área que envolve otimização de conteúdo digital. "Sempre tive interesse em pesquisa e nos resultados de uma campanha. O trabalho de SEO envolve tudo isso", diz. Mas compreender a miscelânea de dados e traduzi-la em comunicação é só uma parte da formação de um bom publicitário "As competências básicas não mudaram. É preciso ser muito criativo, ampliar as visões de mundo e conhecer outras culturas", diz Cunha. PUBLICIDADE E PROPAGANDA ONDE ESTUDAR ESPM, PUC-MG, PUC-RS, UFG, UFPE, UFRGS, UnB, Unisinos, USP DURAÇÃO DO CURSO 4 anos O QUE FAZ Pesquisa o público-alvo e define os meios de comunicação adequados para cada campanha SALÁRIO INICIAL R$ 1.500 PERFIL DESEJADO PELAS EMPRESAS Capacidade de filtrar e interpretar informações variadas ONDE HÁ VAGAS Empresas especializadas em conteúdo corporativo VISÃO DE QUEM FAZ "É preciso ler muito e ter a inquietação de aprender sempre mais", Fernanda Snel, 26, coordenadora de SEO da iProspect
sobretudo
Dados das redes se tornam aliados dos publicitários JULLIANE SILVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Se a publicidade já foi baseada na persuasão, hoje ela deve ser precisa e relevante. Para entender o que vai motivar uma compra, o publicitário conta com o Big Data, conjunto enorme de dados não estruturados -encontrados em redes sociais, em fotos e vídeos e no comportamento do consumidor até concluir a compra on-line. "Ao estudar essas informações, você cria arquétipos, entende se o cliente é conservador ou agressivo, por exemplo, e pode fazer uma comunicação personalizada até no tom de voz", diz Rodrigo Turra, diretor da agência de marketing digital iProspect. A ação publicitária pode vir em aplicativo, site, e-book ou posts de redes sociais. "Quando sabemos exatamente quem é o cliente e o que ele quer, podemos trazer uma ideia criativa que não é uma peça publicitária. Pode ser evento ou uma boa oferta", diz Paulo Cunha, coordenador do curso de publicidade e propaganda da ESPM. Esse universo digital molda o novo profissional e amplia as possibilidades de trabalho. A publicitária Fernanda Snel, 26, entrou na faculdade pensando em criação e hoje é coordenadora de SEO, área que envolve otimização de conteúdo digital. "Sempre tive interesse em pesquisa e nos resultados de uma campanha. O trabalho de SEO envolve tudo isso", diz. Mas compreender a miscelânea de dados e traduzi-la em comunicação é só uma parte da formação de um bom publicitário "As competências básicas não mudaram. É preciso ser muito criativo, ampliar as visões de mundo e conhecer outras culturas", diz Cunha. PUBLICIDADE E PROPAGANDA ONDE ESTUDAR ESPM, PUC-MG, PUC-RS, UFG, UFPE, UFRGS, UnB, Unisinos, USP DURAÇÃO DO CURSO 4 anos O QUE FAZ Pesquisa o público-alvo e define os meios de comunicação adequados para cada campanha SALÁRIO INICIAL R$ 1.500 PERFIL DESEJADO PELAS EMPRESAS Capacidade de filtrar e interpretar informações variadas ONDE HÁ VAGAS Empresas especializadas em conteúdo corporativo VISÃO DE QUEM FAZ "É preciso ler muito e ter a inquietação de aprender sempre mais", Fernanda Snel, 26, coordenadora de SEO da iProspect
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Leandro Damião é apresentado no Cruzeiro em evento para sócios
Em evento na Toca da Raposa I com cerca de mil sócios, o atacante Leandro Damião foi apresentado no Cruzeiro nesta quarta-feira (14). Além dele, outros três reforços do time para a temporada também foram apresentados à torcida: o lateral-direito Fabiano, o volante chileno Seymour e o atacante Joel. "Muita felicidade por estar vestindo essa camisa. Agradeço à enorme torcida do Cruzeiro pela recepção que estou tendo, desde a minha chegada no aeroporto, nas redes socias, nas ruas. Os torcedores podem esperar muita raça dentro de campo. Sou um jogador que briga bastante pela bola e que visa sempre marcar os gols", disse Damião. O atacante jogou no Santos em 2014, e frustrou a torcida com um número reduzido de gols (11). O jogador foi comprado do Internacional por uma quantia de R$ 42 milhões, e foi a maior transferência do futebol brasileiro em 2014. Damião está entre os atletas que acionaram o Santos na Justiça por conta de salários atrasados. "Quero ajudar o Cruzeiro dentro de campo, fazendo muitos gols, o que é importante para mim. Esse grupo que nós temos é muito qualificado e tem capacidade de buscar os títulos que for disputar. Espero que a gente possa conseguir essa Libertadores, eu já tenho uma, e quero ser bicampeão com o Cruzeiro", disse.
esporte
Leandro Damião é apresentado no Cruzeiro em evento para sóciosEm evento na Toca da Raposa I com cerca de mil sócios, o atacante Leandro Damião foi apresentado no Cruzeiro nesta quarta-feira (14). Além dele, outros três reforços do time para a temporada também foram apresentados à torcida: o lateral-direito Fabiano, o volante chileno Seymour e o atacante Joel. "Muita felicidade por estar vestindo essa camisa. Agradeço à enorme torcida do Cruzeiro pela recepção que estou tendo, desde a minha chegada no aeroporto, nas redes socias, nas ruas. Os torcedores podem esperar muita raça dentro de campo. Sou um jogador que briga bastante pela bola e que visa sempre marcar os gols", disse Damião. O atacante jogou no Santos em 2014, e frustrou a torcida com um número reduzido de gols (11). O jogador foi comprado do Internacional por uma quantia de R$ 42 milhões, e foi a maior transferência do futebol brasileiro em 2014. Damião está entre os atletas que acionaram o Santos na Justiça por conta de salários atrasados. "Quero ajudar o Cruzeiro dentro de campo, fazendo muitos gols, o que é importante para mim. Esse grupo que nós temos é muito qualificado e tem capacidade de buscar os títulos que for disputar. Espero que a gente possa conseguir essa Libertadores, eu já tenho uma, e quero ser bicampeão com o Cruzeiro", disse.
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Ato contra Temer reúne milhares em SP e acaba em confusão
Um protesto contra o governo de Michel Temer reuniu milhares em São Paulo neste domingo (4) para pedir novas eleições. Com gritos de "diretas já!" e faixas com o slogan "fora, Temer", o grupo ironizou a fala do presidente no sábado (3), em visita à China, de que os atos reuniam só 40 pessoas. "Ontem [sábado] o presidente golpista do Brasil disse que a nossa manifestação teria 40 pessoas. Aqui estão as 40 pessoas. Já somos quase 100 mil na av. Paulista", discursou Guilherme Boulos, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e um dos organizadores, no início do ato. A PM não fez estimativas do número de manifestantes, assim como não fizera anteriormente. Em outro ataque a Temer, Boulos disse que "melhor seria estar ao lado de 40 manifestantes do que em um governo de 40 ladrões", numa aparente referência ao ministério do presidente que assumiu na última quarta (31). A manifestação foi convocada pelas frentes de esquerda Povo Sem Medo e Brasil Popular. Melhor organizado e maior do que as outras manifestações que ocorreram desde o início do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff (PT), esta reuniu um público mais velho do que em outros protestos. BOMBAS O ato começou às 16h30, na Paulista, seguiu em direção ao largo da Batata (zona oeste) e foi pacífico durante quase todo o tempo. Na dispersão, segundo relatos, um empurra-empurra em frente à estação Faria Lima do metrô, no largo, terminou com bombas lançadas pela Polícia Militar para dispersar a multidão. O tenente-coronel Henrique Motta disse que a PM foi socorrer o metrô, que havia fechado as portas por volta das 19h, por segurança, para evitar excesso de gente nas plataformas. Segundo Motta, tentaram forçar a entrada para a estação. "Quando chegou lá a equipe da Polícia Militar, os manifestantes -manifestantes, não, as pessoas que estavam forçando a porta, porque eu não posso dizer que são manifestantes, podia ser alguém que já estava aqui na praça- começaram a jogar pedras e paus", disse. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que houve um princípio de tumulto que se transformou em depredação. "Vândalos quebraram catracas, colocando em risco funcionários. A Polícia Militar atuou para restabelecer a ordem pública, sendo recebida a pedradas, intervindo com munição química e utilização de jato d'água", informou. Guardas do metrô afirmaram que fecharam as portas antes que houvesse depredação. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria da empresa. Após a confusão, a reportagem presenciou objetos sendo jogados na PM e bombas atiradas contra bares onde frequentadores xingavam policiais. A reportagem também presenciou bombas sendo jogadas contra jornalistas. Segundo a BBC Brasil, um de seus repórteres foi agredido com golpes de cassetete por policiais, mesmo após ter se identificado como jornalista. 'PREMEDITADO' "A tropa de choque entrou no meio da manifestação para provocar, depois começaram a jogar bombas e jatos de água. Foi premeditado, e é escandaloso que a polícia trate uma manifestação assim. Quem tem que responder é o governador Geraldo Alckmin e o comando da PM", afirmou Boulos. Manifestantes questionaram Motta sobre a ação. Um deles perguntou se a PM vai ao protesto para garantir a integridade física dos manifestantes ou para reprimir. "A sua pergunta é cretina. Aqui é para preservar as pessoas que vieram manifestar. A manifestação foi linda, bonita, maravilhosa, da Paulista até aqui. Depois elementos que estavam lá começaram a jogar garrafa. Tinha mascarado no meio e você viu", afirmou o tenente-coronel. A outro, disse ter "lado": "Eu represento o Estado. Eu estou aqui para manter a lei e a ordem". Durante o ato, adeptos da tática black bloc eram reprimidos pelos participantes, que exigiam que tirassem as máscaras. Uma das preocupações dos organizadores era que a manifestação não fosse tomada por atos violentos, como na semana passada, com black blocs destruindo fachadas de lojas e concessionárias. Organizadores diziam que eles não seriam bem-vindos. Um grupo que incluía parlamentares como o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), a candidata a prefeita Luiza Erundina (PSOL) e o candidato a vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) se colocou à frente para, segundo eles, formar barreira contra a violência policial. "São Paulo está sendo o principal centro de resistência ao governo Temer, é aqui que está tendo passeata dia a dia", disse Lindbergh, antes da confusão. Ele afirmou que estuda entrar, junto com Teixeira, com uma representação contra a violência da polícia na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos). Um novo ato foi marcado pela frente Povo sem Medo para o dia 8, às 17h, também no largo da Batata.
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Ato contra Temer reúne milhares em SP e acaba em confusãoUm protesto contra o governo de Michel Temer reuniu milhares em São Paulo neste domingo (4) para pedir novas eleições. Com gritos de "diretas já!" e faixas com o slogan "fora, Temer", o grupo ironizou a fala do presidente no sábado (3), em visita à China, de que os atos reuniam só 40 pessoas. "Ontem [sábado] o presidente golpista do Brasil disse que a nossa manifestação teria 40 pessoas. Aqui estão as 40 pessoas. Já somos quase 100 mil na av. Paulista", discursou Guilherme Boulos, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e um dos organizadores, no início do ato. A PM não fez estimativas do número de manifestantes, assim como não fizera anteriormente. Em outro ataque a Temer, Boulos disse que "melhor seria estar ao lado de 40 manifestantes do que em um governo de 40 ladrões", numa aparente referência ao ministério do presidente que assumiu na última quarta (31). A manifestação foi convocada pelas frentes de esquerda Povo Sem Medo e Brasil Popular. Melhor organizado e maior do que as outras manifestações que ocorreram desde o início do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff (PT), esta reuniu um público mais velho do que em outros protestos. BOMBAS O ato começou às 16h30, na Paulista, seguiu em direção ao largo da Batata (zona oeste) e foi pacífico durante quase todo o tempo. Na dispersão, segundo relatos, um empurra-empurra em frente à estação Faria Lima do metrô, no largo, terminou com bombas lançadas pela Polícia Militar para dispersar a multidão. O tenente-coronel Henrique Motta disse que a PM foi socorrer o metrô, que havia fechado as portas por volta das 19h, por segurança, para evitar excesso de gente nas plataformas. Segundo Motta, tentaram forçar a entrada para a estação. "Quando chegou lá a equipe da Polícia Militar, os manifestantes -manifestantes, não, as pessoas que estavam forçando a porta, porque eu não posso dizer que são manifestantes, podia ser alguém que já estava aqui na praça- começaram a jogar pedras e paus", disse. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que houve um princípio de tumulto que se transformou em depredação. "Vândalos quebraram catracas, colocando em risco funcionários. A Polícia Militar atuou para restabelecer a ordem pública, sendo recebida a pedradas, intervindo com munição química e utilização de jato d'água", informou. Guardas do metrô afirmaram que fecharam as portas antes que houvesse depredação. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria da empresa. Após a confusão, a reportagem presenciou objetos sendo jogados na PM e bombas atiradas contra bares onde frequentadores xingavam policiais. A reportagem também presenciou bombas sendo jogadas contra jornalistas. Segundo a BBC Brasil, um de seus repórteres foi agredido com golpes de cassetete por policiais, mesmo após ter se identificado como jornalista. 'PREMEDITADO' "A tropa de choque entrou no meio da manifestação para provocar, depois começaram a jogar bombas e jatos de água. Foi premeditado, e é escandaloso que a polícia trate uma manifestação assim. Quem tem que responder é o governador Geraldo Alckmin e o comando da PM", afirmou Boulos. Manifestantes questionaram Motta sobre a ação. Um deles perguntou se a PM vai ao protesto para garantir a integridade física dos manifestantes ou para reprimir. "A sua pergunta é cretina. Aqui é para preservar as pessoas que vieram manifestar. A manifestação foi linda, bonita, maravilhosa, da Paulista até aqui. Depois elementos que estavam lá começaram a jogar garrafa. Tinha mascarado no meio e você viu", afirmou o tenente-coronel. A outro, disse ter "lado": "Eu represento o Estado. Eu estou aqui para manter a lei e a ordem". Durante o ato, adeptos da tática black bloc eram reprimidos pelos participantes, que exigiam que tirassem as máscaras. Uma das preocupações dos organizadores era que a manifestação não fosse tomada por atos violentos, como na semana passada, com black blocs destruindo fachadas de lojas e concessionárias. Organizadores diziam que eles não seriam bem-vindos. Um grupo que incluía parlamentares como o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), a candidata a prefeita Luiza Erundina (PSOL) e o candidato a vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) se colocou à frente para, segundo eles, formar barreira contra a violência policial. "São Paulo está sendo o principal centro de resistência ao governo Temer, é aqui que está tendo passeata dia a dia", disse Lindbergh, antes da confusão. Ele afirmou que estuda entrar, junto com Teixeira, com uma representação contra a violência da polícia na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos). Um novo ato foi marcado pela frente Povo sem Medo para o dia 8, às 17h, também no largo da Batata.
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Governo Trump pretende revisar relações dos EUA com Cuba
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (3) uma revisão de suas relações com Cuba. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, a administração está fazendo "uma revisão completa de todas as políticas dos EUA em relação a Cuba", com foco em políticas de direitos humanos. Trump é crítico do processo de reaproximação com a ilha, iniciado em dezembro de 2014 pelo então presidente Barack Obama. Desde então, os EUA reabriram sua embaixada em Havana e atenuaram restrições de viagem entre os dois países. Entretanto, continua vigente o embargo contra Cuba, instaurado nos anos 1960 –cabe ao Congresso, controlado pelo Partido Republicano, a decisão de retomar o intercâmbio comercial. A Casa Branca não informou até que ponto planeja reverter as políticas de Obama em relação à ilha. Os EUA acusam o regime cubano de violações de direitos humanos e perseguição contra opositores.
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Governo Trump pretende revisar relações dos EUA com CubaO governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (3) uma revisão de suas relações com Cuba. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, a administração está fazendo "uma revisão completa de todas as políticas dos EUA em relação a Cuba", com foco em políticas de direitos humanos. Trump é crítico do processo de reaproximação com a ilha, iniciado em dezembro de 2014 pelo então presidente Barack Obama. Desde então, os EUA reabriram sua embaixada em Havana e atenuaram restrições de viagem entre os dois países. Entretanto, continua vigente o embargo contra Cuba, instaurado nos anos 1960 –cabe ao Congresso, controlado pelo Partido Republicano, a decisão de retomar o intercâmbio comercial. A Casa Branca não informou até que ponto planeja reverter as políticas de Obama em relação à ilha. Os EUA acusam o regime cubano de violações de direitos humanos e perseguição contra opositores.
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Em nota, ministro diz que projeto precariza relações de trabalho
O ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) publicou nota oficial em que critica o projeto de lei aprovado pela Câmara que regulamenta a terceirização no país. Para o ministro, responsável pela interlocução do governo com os movimentos sociais, o texto precariza as relações de trabalho no país. "O projeto é ruim, pois permite que toda relação de trabalho seja terceirizada, portanto, precarizada. Reduz os salários e os fundos de seguridade social. Não é bom para os trabalhadores. Não é bom para o país", disse o ministro na nota. O projeto foi aprovado por 324 votos a favor, 137 contra e duas abstenções. O relator do projeto sobre terceirização no país, deputado Arthur Maia (SD-BA), recusou a sugestão do Ministério da Fazenda de antecipar o recolhimento de contribuição previdenciária e, em alguns casos, elevar alíquotas. Contrário ao projeto, o governo sugeriu alterações ao texto com o objetivo de evitar perda de arrecadação. Queria que uma parte da contribuição previdenciária, correspondente a 11% da folha, fosse antecipada por todas as empresas que não estão no programa de desoneração. O texto, no entanto, mantém a lei atual. O INSS continua sob responsabilidade das terceirizadas, exceto nos casos em que a lei já prevê pagamento antecipado, como serviços de limpeza, vigilância e trabalho temporário.
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Em nota, ministro diz que projeto precariza relações de trabalhoO ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) publicou nota oficial em que critica o projeto de lei aprovado pela Câmara que regulamenta a terceirização no país. Para o ministro, responsável pela interlocução do governo com os movimentos sociais, o texto precariza as relações de trabalho no país. "O projeto é ruim, pois permite que toda relação de trabalho seja terceirizada, portanto, precarizada. Reduz os salários e os fundos de seguridade social. Não é bom para os trabalhadores. Não é bom para o país", disse o ministro na nota. O projeto foi aprovado por 324 votos a favor, 137 contra e duas abstenções. O relator do projeto sobre terceirização no país, deputado Arthur Maia (SD-BA), recusou a sugestão do Ministério da Fazenda de antecipar o recolhimento de contribuição previdenciária e, em alguns casos, elevar alíquotas. Contrário ao projeto, o governo sugeriu alterações ao texto com o objetivo de evitar perda de arrecadação. Queria que uma parte da contribuição previdenciária, correspondente a 11% da folha, fosse antecipada por todas as empresas que não estão no programa de desoneração. O texto, no entanto, mantém a lei atual. O INSS continua sob responsabilidade das terceirizadas, exceto nos casos em que a lei já prevê pagamento antecipado, como serviços de limpeza, vigilância e trabalho temporário.
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Pontapé no impeachment divide empresários e sindicalistas
A aceitação do pedido de impeachment a presidente Dilma Rousseff dividiu a opinião de empresários e sindicalistas. Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq (associação que reúne fabricantes de máquinas), acredita que falta legitimidade à condução do pedido. "Foi uma retaliação. Na situação em que está o presidente da Câmara [Eduardo Cunha, do PMDB-RJ] e considerando as acusações pesadas contra ele, creio que há uma clara perda de legitimidade [no processo]." A decisão não surpreende a Abinee (associação da indústria eletroeletrônica). "Não diria que o afastamento ajude a melhorar a situação da economia, mas uma solução temos de ter. Não dá para viver eternamente num impasse, com a possibilidade do impeachment no ar. Nenhum país aguenta conviver com isso durante muito tempo", diz Humberto Barbato, presidente da entidade. Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma (representa laboratórios multinacionais), afirma que a crise brasileira é "extremamente grave e leva à necessidade de uma condução muito serena sob pena de esse processo, independentemente do resultado, se tornar perigosamente traumático". Ex-deputado federal e ministro do governo Itamar Franco, o executivo vê diferenças na situação atual e em 1992, época do processo de impeachment do então presidente Collor. "Havia consenso sobre o que deveria ser feito. Desta vez, apesar da impopularidade da presidente, há uma enorme fragilidade dos partidos e das lideranças". 'OU MELHORA OU CAI FORA' Antes do anúncio de Cunha e após apresentar impactos da recessão econômica na indústria e no emprego neste ano, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, criticou a presidente Dilma Rousseff: "Ou o governo muda e tenta retomar a confiança dos consumidores e dos investidores ou [é] melhor arrumar as malas e cair fora." "O problema não é com o Brasil, mas sim com o governo brasileiro. Ou o governo muda de atitude, para ações exemplares, como o ajuste fiscal, a redução de gastos e desperdício, e parar de barganhar coisas, ou muda o governo. A nação brasileira não pode continuar pagando o pato", afirmou o executivo, em alusão à campanha liderada pela Fiesp contra a alta de impostos. Questionado sobre o presidente da Câmara, Skaf afirmou que "é duro ouvir todos os lados barganhando". Completou dizendo: "A sensação que nos dá é a de que eles estão usando os mandatos para fins puramente pessoais". Procuradas, CNI, Febraban e entidades que representam o varejo ainda não se pronunciaram sobre a questão. SINDICATOS A Força Sindical não tomou posição a favor ou contra o pedido de abertura de impeachment. Miguel Torres, presidente da central, diz que "o que importa é discutir o desenvolvimento do país e medidas para sair da crise, com ou sem impeachment". Para Ricardo Patah, presidente da UGT, a decisão de abrir o processo para o afastamento de Dilma foi uma retaliação "descabida". "Por mais que tenha questões, não há nada que comprove corrupção ou uma gestão fraudulenta."
poder
Pontapé no impeachment divide empresários e sindicalistasA aceitação do pedido de impeachment a presidente Dilma Rousseff dividiu a opinião de empresários e sindicalistas. Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq (associação que reúne fabricantes de máquinas), acredita que falta legitimidade à condução do pedido. "Foi uma retaliação. Na situação em que está o presidente da Câmara [Eduardo Cunha, do PMDB-RJ] e considerando as acusações pesadas contra ele, creio que há uma clara perda de legitimidade [no processo]." A decisão não surpreende a Abinee (associação da indústria eletroeletrônica). "Não diria que o afastamento ajude a melhorar a situação da economia, mas uma solução temos de ter. Não dá para viver eternamente num impasse, com a possibilidade do impeachment no ar. Nenhum país aguenta conviver com isso durante muito tempo", diz Humberto Barbato, presidente da entidade. Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma (representa laboratórios multinacionais), afirma que a crise brasileira é "extremamente grave e leva à necessidade de uma condução muito serena sob pena de esse processo, independentemente do resultado, se tornar perigosamente traumático". Ex-deputado federal e ministro do governo Itamar Franco, o executivo vê diferenças na situação atual e em 1992, época do processo de impeachment do então presidente Collor. "Havia consenso sobre o que deveria ser feito. Desta vez, apesar da impopularidade da presidente, há uma enorme fragilidade dos partidos e das lideranças". 'OU MELHORA OU CAI FORA' Antes do anúncio de Cunha e após apresentar impactos da recessão econômica na indústria e no emprego neste ano, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, criticou a presidente Dilma Rousseff: "Ou o governo muda e tenta retomar a confiança dos consumidores e dos investidores ou [é] melhor arrumar as malas e cair fora." "O problema não é com o Brasil, mas sim com o governo brasileiro. Ou o governo muda de atitude, para ações exemplares, como o ajuste fiscal, a redução de gastos e desperdício, e parar de barganhar coisas, ou muda o governo. A nação brasileira não pode continuar pagando o pato", afirmou o executivo, em alusão à campanha liderada pela Fiesp contra a alta de impostos. Questionado sobre o presidente da Câmara, Skaf afirmou que "é duro ouvir todos os lados barganhando". Completou dizendo: "A sensação que nos dá é a de que eles estão usando os mandatos para fins puramente pessoais". Procuradas, CNI, Febraban e entidades que representam o varejo ainda não se pronunciaram sobre a questão. SINDICATOS A Força Sindical não tomou posição a favor ou contra o pedido de abertura de impeachment. Miguel Torres, presidente da central, diz que "o que importa é discutir o desenvolvimento do país e medidas para sair da crise, com ou sem impeachment". Para Ricardo Patah, presidente da UGT, a decisão de abrir o processo para o afastamento de Dilma foi uma retaliação "descabida". "Por mais que tenha questões, não há nada que comprove corrupção ou uma gestão fraudulenta."
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Tinder lança 'Super Like' para outro usuário saber que você está a fim
Para todos aqueles que acreditam em amor à primeira vista, o Tinder, um dos aplicativos de paquera mais usados no mundo, resolveu dar uma ajuda e lançar uma nova ferramenta, o Super Like. A função estreou na Austrália, nesta quinta-feira (10), e será liberada nos outros países ainda em 2015. Ainda não há previsão de quando chegará ao Brasil. Nela, o usuário poderá avisar outro que está interessado. Para isso, basta mover o perfil da pessoa desejada para cima ou clicar na estrela azul. Quem receber o Super Like verá a borda do perfil do pretendente em azul e poderá escolher começar uma conversa -dando 'match'- ou não. O Super Like, no entanto, será restrito. Na Austrália, onde a função já está funcionando, é possível usá-la apenas uma vez por dia. Para os usuários com um coração enorme e que desejam usar a ferramenta com mais frequência, é possível comprar o pacote Tinder Plus, que, entre as funções, libera mais Super Likes diários. Antes, não dava para saber quando havia sido selecionado por outra pessoa. Era preciso que os dois dessem "like" para que abrir o chat entre eles. Outros aplicativos de paquera já tinham funções similares ao Super Like. O Happn, por exemplo, permite que os usuários enviem um "charme" para outro, que funciona da mesma maneira que a nova ferramenta do Tinder. Os homens, no entanto, têm apenas dez charmes gratuitos e precisam comprar outros para continuar usando.
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Tinder lança 'Super Like' para outro usuário saber que você está a fimPara todos aqueles que acreditam em amor à primeira vista, o Tinder, um dos aplicativos de paquera mais usados no mundo, resolveu dar uma ajuda e lançar uma nova ferramenta, o Super Like. A função estreou na Austrália, nesta quinta-feira (10), e será liberada nos outros países ainda em 2015. Ainda não há previsão de quando chegará ao Brasil. Nela, o usuário poderá avisar outro que está interessado. Para isso, basta mover o perfil da pessoa desejada para cima ou clicar na estrela azul. Quem receber o Super Like verá a borda do perfil do pretendente em azul e poderá escolher começar uma conversa -dando 'match'- ou não. O Super Like, no entanto, será restrito. Na Austrália, onde a função já está funcionando, é possível usá-la apenas uma vez por dia. Para os usuários com um coração enorme e que desejam usar a ferramenta com mais frequência, é possível comprar o pacote Tinder Plus, que, entre as funções, libera mais Super Likes diários. Antes, não dava para saber quando havia sido selecionado por outra pessoa. Era preciso que os dois dessem "like" para que abrir o chat entre eles. Outros aplicativos de paquera já tinham funções similares ao Super Like. O Happn, por exemplo, permite que os usuários enviem um "charme" para outro, que funciona da mesma maneira que a nova ferramenta do Tinder. Os homens, no entanto, têm apenas dez charmes gratuitos e precisam comprar outros para continuar usando.
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Haddad se desculpa e adota nova regra para atender morador de rua
Sob pressão e desgaste devido ao tratamento dado a moradores de rua na atual onda de frio em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) decidiu mudar a política de assistência e anunciou ações emergenciais para essa população no inverno. Entre as medidas, conforme antecipou a Folha nesta quinta (16), a disponibilização de tendas para abrigar essas pessoas em lugares públicos –as mesmas utilizadas durante a epidemia de dengue e a criação de um protocolo para evitar abusos na abordagem e no recolhimento dos pertences de quem está dormindo nas ruas. Nos últimos dias, em meio às baixas temperaturas, cinco moradores foram achados mortos nas vias públicas. A Promotoria decidiu investigar se houve omissão de Haddad na assistência às vítimas. Agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) foram criticados devido à retirada de papelões e colchões de moradores de rua –dentre outros objetos que eles utilizam para ser aquecerem no frio. "O que estamos tentando impedir é a refavelização", afirmou Haddad na terça (14). Acusado de ter sido higienista, ele pediu desculpas nesta quinta pela frase, mas disse que foi descontextualizada. "Me desculpo com as pessoas que eventualmente tenham levado a mal", afirmou. "O que eu disse é que quando assumimos havia 17 praças que tinham comunidades de barracas, onde a dificuldade de abordagem, tanto da guarda quanto da assistência e dos agentes comunitários de saúde, se dava pela presença do tráfico", completou. Entre os principais críticos do tratamento da gestão Haddad à população de rua estão integrantes da Igreja Católica que lidam com esse tema, como padre Julio Lancellotti. No final da tarde desta quinta, eles fizeram um protesto na Sé cobrando medidas do poder público. MAIS FLEXÍVEIS As tendas para os moradores de rua devem ser montadas antes do final deste mês nas regiões da Sé, Anhangabaú, Glicério e Mooca. Cada um desses alojamentos provisórios terá capacidade para 250 pessoas. E eles serão mais flexíveis que os albergues –que são alvo de críticas da população de rua devido à rigidez de regras. Terão, por exemplo, um canil supervisionado pelo Centro de Controle de Zoonoses, podendo receber animais. Também haverá espaço para casais, uma das principais carências dos albergues. Na gestão Gilberto Kassab (PSD), a prefeitura instalou tendas para moradores de rua no período diurno –e que foram retiradas por Haddad. Agora, a gestão petista nega ter ressuscitado a proposta. A secretária de Assistência Social, Luciana Temer, disse que a medida é uma ação emergencial, e não uma política pública como a que era adotada e que, para ela, atendia de forma "precarizada". PROTOCOLO O protocolo para atendimento a moradores de rua, tanto para agentes públicos como para empresas que façam serviços de zeladoria, será publicado no sábado (18). O secretário de Direitos Humanos, Felipe de Paula, afirmou que, durante a abordagem, será obrigatório deixar claro aquilo que pode e que não pode ser levado. "Bens pessoais, instrumentos de trabalho, desde documentos, muletas, mochilas, livros, receitas médicas, remédios, nada disso evidentemente pode ser retirado numa ação de zeladoria. Nunca pode, mas estamos deixando isso claro. Além de instrumentos de trabalho e itens portáteis de sobrevivência, como colchonete, cobertor, manta, travesseiros", disse. O secretário municipal da Segurança Urbana, Benedito Domingos Mariano, disse que será reforçado que a abordagem dos agentes da GCM não pode ocorrer à noite ou de madrugada, apenas de dia. Segundo ele, "os guardas não podem encostar em nenhum pertence dos moradores de rua" –cabendo à corporação apenas zelar pela segurança e orientar a ação de outros funcionários da prefeitura que fazem a retirada de entulhos nas calçadas. FALHAS NO ACOLHIMENTO - Apenas metade dos moradores de rua procura abrigos em São Paulo POR QUE A PROCURA É BAIXA - Apenas metade dos moradores de rua procura abrigos em São Paulo
cotidiano
Haddad se desculpa e adota nova regra para atender morador de ruaSob pressão e desgaste devido ao tratamento dado a moradores de rua na atual onda de frio em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) decidiu mudar a política de assistência e anunciou ações emergenciais para essa população no inverno. Entre as medidas, conforme antecipou a Folha nesta quinta (16), a disponibilização de tendas para abrigar essas pessoas em lugares públicos –as mesmas utilizadas durante a epidemia de dengue e a criação de um protocolo para evitar abusos na abordagem e no recolhimento dos pertences de quem está dormindo nas ruas. Nos últimos dias, em meio às baixas temperaturas, cinco moradores foram achados mortos nas vias públicas. A Promotoria decidiu investigar se houve omissão de Haddad na assistência às vítimas. Agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) foram criticados devido à retirada de papelões e colchões de moradores de rua –dentre outros objetos que eles utilizam para ser aquecerem no frio. "O que estamos tentando impedir é a refavelização", afirmou Haddad na terça (14). Acusado de ter sido higienista, ele pediu desculpas nesta quinta pela frase, mas disse que foi descontextualizada. "Me desculpo com as pessoas que eventualmente tenham levado a mal", afirmou. "O que eu disse é que quando assumimos havia 17 praças que tinham comunidades de barracas, onde a dificuldade de abordagem, tanto da guarda quanto da assistência e dos agentes comunitários de saúde, se dava pela presença do tráfico", completou. Entre os principais críticos do tratamento da gestão Haddad à população de rua estão integrantes da Igreja Católica que lidam com esse tema, como padre Julio Lancellotti. No final da tarde desta quinta, eles fizeram um protesto na Sé cobrando medidas do poder público. MAIS FLEXÍVEIS As tendas para os moradores de rua devem ser montadas antes do final deste mês nas regiões da Sé, Anhangabaú, Glicério e Mooca. Cada um desses alojamentos provisórios terá capacidade para 250 pessoas. E eles serão mais flexíveis que os albergues –que são alvo de críticas da população de rua devido à rigidez de regras. Terão, por exemplo, um canil supervisionado pelo Centro de Controle de Zoonoses, podendo receber animais. Também haverá espaço para casais, uma das principais carências dos albergues. Na gestão Gilberto Kassab (PSD), a prefeitura instalou tendas para moradores de rua no período diurno –e que foram retiradas por Haddad. Agora, a gestão petista nega ter ressuscitado a proposta. A secretária de Assistência Social, Luciana Temer, disse que a medida é uma ação emergencial, e não uma política pública como a que era adotada e que, para ela, atendia de forma "precarizada". PROTOCOLO O protocolo para atendimento a moradores de rua, tanto para agentes públicos como para empresas que façam serviços de zeladoria, será publicado no sábado (18). O secretário de Direitos Humanos, Felipe de Paula, afirmou que, durante a abordagem, será obrigatório deixar claro aquilo que pode e que não pode ser levado. "Bens pessoais, instrumentos de trabalho, desde documentos, muletas, mochilas, livros, receitas médicas, remédios, nada disso evidentemente pode ser retirado numa ação de zeladoria. Nunca pode, mas estamos deixando isso claro. Além de instrumentos de trabalho e itens portáteis de sobrevivência, como colchonete, cobertor, manta, travesseiros", disse. O secretário municipal da Segurança Urbana, Benedito Domingos Mariano, disse que será reforçado que a abordagem dos agentes da GCM não pode ocorrer à noite ou de madrugada, apenas de dia. Segundo ele, "os guardas não podem encostar em nenhum pertence dos moradores de rua" –cabendo à corporação apenas zelar pela segurança e orientar a ação de outros funcionários da prefeitura que fazem a retirada de entulhos nas calçadas. FALHAS NO ACOLHIMENTO - Apenas metade dos moradores de rua procura abrigos em São Paulo POR QUE A PROCURA É BAIXA - Apenas metade dos moradores de rua procura abrigos em São Paulo
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Projeto põe em risco poder do CNJ, órgão que vigia Judiciário
Mudanças sugeridas pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, na lei que rege o funcionamento dos tribunais podem reduzir o poder do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão criado para exercer o controle externo do Judiciário e que completa neste ano uma década de funcionamento. O capítulo de Lewandowski dedicado ao CNJ preocupa conselheiros e ministros, que atribuem sugestões a pressões de tribunais estaduais. O presidente do STF enviou minuta da chamada nova Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) aos colegas de tribunal. Ele pretende discutir alterações no texto antes de mandar o projeto ao Congresso Nacional, onde ele precisará ser votado. A minuta da nova lei da magistratura retoma questões já decididas pelo Supremo, como a autoridade do CNJ para julgar processos contra juízes, independentemente das corregedorias dos tribunais estaduais. Outra proposta prevê que um magistrado só poderá ser interrogado por outro de instância igual ou superior. "A medida quebra a isonomia e cria, pelo menos, três castas no CNJ", critica o conselheiro Gilberto Valente Martins, promotor de Justiça. Dos 15 conselheiros, seis não são magistrados. E só os que são ministros de tribunais superiores poderiam atuar em relação a qualquer réu. Os três juízes de primeiro grau não poderiam interrogar desembargadores. Além disso, os representantes do Ministério Público, da OAB, da Câmara e do Senado não poderiam investigar e nem julgar processos disciplinares contra magistrados. Para Joaquim Falcão, professor da FGV Direito Rio e ex-conselheiro do CNJ, a proposta é inconstitucional e cria conselheiros de duas classes. "O CNJ foi criado como um órgão multirrepresentativo: magistratura, Ministério Público, advocacia e sociedade", diz. "O CNJ não é um órgão dos juízes", continua. Na avaliação de Falcão, há a "tentativa de colocar outra vez os interesses da corporação de magistrados contra os interesses da sociedade". A minuta da nova Loman também estabelece que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não será submetido a decisões do CNJ. E prevê que o órgão não poderá expedir resoluções, o que pode invalidar conquistas importantes, como as resoluções sobre concursos públicos e nepotismo. "Ainda há um ranço de parte da magistratura contra o CNJ", afirma o ministro Gilmar Mendes, ex-presidente do órgão. "O Supremo não pode subscrever qualquer proposta para enfraquecer o CNJ. Estarei ao lado dos críticos dessas medidas", diz. ANTÍDOTO O ex-ministro do STF Ayres Britto, ex-presidente do CNJ, diz que "partilha da preocupação dos conselheiros contra qualquer tentativa de enfraquecer o CNJ, concebido como uma espécie de antídoto das disfunções financeiras e administrativas do Judiciário". "Estou imensamente preocupado com o risco de precarização, desprestígio e vulnerabilidade do CNJ, que deve operar com todo desembaraço", afirma Britto. Para Eliana Calmon, ex-corregedora nacional de Justiça, o CNJ está sendo esvaziado. Ela critica sobretudo a criação de conselho de presidentes de tribunais dentro do CNJ, sugestão do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil. "O colégio é um órgão atípico, não oficial, extremamente corporativista e que exerce grande poder de pressão sobre a magistratura", diz. Já o representante do Senado no conselho, Fabiano Silveira, afirma que, "depois de anos e anos de espera", a iniciativa de Lewandowski deve ser aplaudida. "Trata-se de uma primeira versão para debate", diz ele. Mas, como a redação da minuta teve a participação das entidades de classe, Silveira afirma considerar o texto "muito generoso em benefícios e vantagens financeiras à magistratura". ESVAZIAMENTO Às vésperas de completar dez anos, o CNJ encontra-se dividido e desestimulado. O órgão funciona precariamente em cinco locais diferentes e, atualmente, procura uma nova sede. Há 400 processos aguardando julgamento. Cerca de 40 tratam de resoluções e atos normativos com pedidos de inserção na pauta do órgão desde julho do ano passado. Em novembro, sete conselheiros reclamaram da lentidão em ofício enviado a Ricardo Lewandowski.
poder
Projeto põe em risco poder do CNJ, órgão que vigia JudiciárioMudanças sugeridas pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, na lei que rege o funcionamento dos tribunais podem reduzir o poder do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão criado para exercer o controle externo do Judiciário e que completa neste ano uma década de funcionamento. O capítulo de Lewandowski dedicado ao CNJ preocupa conselheiros e ministros, que atribuem sugestões a pressões de tribunais estaduais. O presidente do STF enviou minuta da chamada nova Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) aos colegas de tribunal. Ele pretende discutir alterações no texto antes de mandar o projeto ao Congresso Nacional, onde ele precisará ser votado. A minuta da nova lei da magistratura retoma questões já decididas pelo Supremo, como a autoridade do CNJ para julgar processos contra juízes, independentemente das corregedorias dos tribunais estaduais. Outra proposta prevê que um magistrado só poderá ser interrogado por outro de instância igual ou superior. "A medida quebra a isonomia e cria, pelo menos, três castas no CNJ", critica o conselheiro Gilberto Valente Martins, promotor de Justiça. Dos 15 conselheiros, seis não são magistrados. E só os que são ministros de tribunais superiores poderiam atuar em relação a qualquer réu. Os três juízes de primeiro grau não poderiam interrogar desembargadores. Além disso, os representantes do Ministério Público, da OAB, da Câmara e do Senado não poderiam investigar e nem julgar processos disciplinares contra magistrados. Para Joaquim Falcão, professor da FGV Direito Rio e ex-conselheiro do CNJ, a proposta é inconstitucional e cria conselheiros de duas classes. "O CNJ foi criado como um órgão multirrepresentativo: magistratura, Ministério Público, advocacia e sociedade", diz. "O CNJ não é um órgão dos juízes", continua. Na avaliação de Falcão, há a "tentativa de colocar outra vez os interesses da corporação de magistrados contra os interesses da sociedade". A minuta da nova Loman também estabelece que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não será submetido a decisões do CNJ. E prevê que o órgão não poderá expedir resoluções, o que pode invalidar conquistas importantes, como as resoluções sobre concursos públicos e nepotismo. "Ainda há um ranço de parte da magistratura contra o CNJ", afirma o ministro Gilmar Mendes, ex-presidente do órgão. "O Supremo não pode subscrever qualquer proposta para enfraquecer o CNJ. Estarei ao lado dos críticos dessas medidas", diz. ANTÍDOTO O ex-ministro do STF Ayres Britto, ex-presidente do CNJ, diz que "partilha da preocupação dos conselheiros contra qualquer tentativa de enfraquecer o CNJ, concebido como uma espécie de antídoto das disfunções financeiras e administrativas do Judiciário". "Estou imensamente preocupado com o risco de precarização, desprestígio e vulnerabilidade do CNJ, que deve operar com todo desembaraço", afirma Britto. Para Eliana Calmon, ex-corregedora nacional de Justiça, o CNJ está sendo esvaziado. Ela critica sobretudo a criação de conselho de presidentes de tribunais dentro do CNJ, sugestão do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil. "O colégio é um órgão atípico, não oficial, extremamente corporativista e que exerce grande poder de pressão sobre a magistratura", diz. Já o representante do Senado no conselho, Fabiano Silveira, afirma que, "depois de anos e anos de espera", a iniciativa de Lewandowski deve ser aplaudida. "Trata-se de uma primeira versão para debate", diz ele. Mas, como a redação da minuta teve a participação das entidades de classe, Silveira afirma considerar o texto "muito generoso em benefícios e vantagens financeiras à magistratura". ESVAZIAMENTO Às vésperas de completar dez anos, o CNJ encontra-se dividido e desestimulado. O órgão funciona precariamente em cinco locais diferentes e, atualmente, procura uma nova sede. Há 400 processos aguardando julgamento. Cerca de 40 tratam de resoluções e atos normativos com pedidos de inserção na pauta do órgão desde julho do ano passado. Em novembro, sete conselheiros reclamaram da lentidão em ofício enviado a Ricardo Lewandowski.
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Arábia Saudita irá cumprir acordo sobre petróleo, diz ministro
A Arábia Saudita irá aderir rigorosamente ao seu compromisso de produção dentro do acordo global firmado entre produtores de petróleo para reduzir volumes, disse nesta segunda-feira (16) o ministro saudita de Energia, Khalid al-Falih. Falih, que participa de um evento do setor de petróleo em Abu Dhabi, respondeu a pergunta sobre se esperava que a produção saudita ficasse abaixo de 10 milhões de barris por dia por muitos meses mais. Na semana passada, Falih disse que a produção de seu país havia caído abaixo de 10 milhões de barris por dia, o que significa que houve um corte de mais de 486 mil barris por dia, que foi o nível acertado para a contribuição saudita no acordo de produtores firmado no ano passado. Nesta segunda-feira, ele disse que "iremos aderir com rigor ao nosso compromisso", acrescentando que durante o período de seis meses do acordo a produção saudita poderá ficar na meta acertada ou, "como é o caso agora, ligeiramente abaixo". Os preços do petróleo caíam nesta segunda-feira, pressionados por dúvidas de que os grandes produtores de petróleo reduzirão a produção como prometido e com as expectativas de que a produção americana volte a aumentar neste ano. O petróleo Brent recuava 0,34%, a US$ 55,26 por barril, às 10h01 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos caía 0,36%, a US$ 52,18 por barril A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) concordou em reduzir a produção em 1,2 milhão de barris por dia, para 32,5 milhões de barris por dia, a partir de 1º de janeiro, em uma tentativa de superar o excesso da oferta mundial que derrubou os preços há mais de dois anos. A Rússia e outros importantes exportadores de fora da Opep disseram que também cortarão a produção. Mas a produção oferta de petróleo continua alta e, com os estoques próximos de níveis recordes em muitas áreas, os investidores duvidam que a Opep e seus aliados possam reduzir a produção o suficiente para elevar os preços. "Os cortes da Opep e dos países não membros acabam de começar e levará algum tempo para serem filtrados", disse Bjarne Schieldrop, analista de commodities da SEB Markets em Oslo. "Nós realmente não acreditamos que os preços do petróleo fiquem muito mais fortes no primeiro trimestre de 2017".
mercado
Arábia Saudita irá cumprir acordo sobre petróleo, diz ministroA Arábia Saudita irá aderir rigorosamente ao seu compromisso de produção dentro do acordo global firmado entre produtores de petróleo para reduzir volumes, disse nesta segunda-feira (16) o ministro saudita de Energia, Khalid al-Falih. Falih, que participa de um evento do setor de petróleo em Abu Dhabi, respondeu a pergunta sobre se esperava que a produção saudita ficasse abaixo de 10 milhões de barris por dia por muitos meses mais. Na semana passada, Falih disse que a produção de seu país havia caído abaixo de 10 milhões de barris por dia, o que significa que houve um corte de mais de 486 mil barris por dia, que foi o nível acertado para a contribuição saudita no acordo de produtores firmado no ano passado. Nesta segunda-feira, ele disse que "iremos aderir com rigor ao nosso compromisso", acrescentando que durante o período de seis meses do acordo a produção saudita poderá ficar na meta acertada ou, "como é o caso agora, ligeiramente abaixo". Os preços do petróleo caíam nesta segunda-feira, pressionados por dúvidas de que os grandes produtores de petróleo reduzirão a produção como prometido e com as expectativas de que a produção americana volte a aumentar neste ano. O petróleo Brent recuava 0,34%, a US$ 55,26 por barril, às 10h01 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos caía 0,36%, a US$ 52,18 por barril A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) concordou em reduzir a produção em 1,2 milhão de barris por dia, para 32,5 milhões de barris por dia, a partir de 1º de janeiro, em uma tentativa de superar o excesso da oferta mundial que derrubou os preços há mais de dois anos. A Rússia e outros importantes exportadores de fora da Opep disseram que também cortarão a produção. Mas a produção oferta de petróleo continua alta e, com os estoques próximos de níveis recordes em muitas áreas, os investidores duvidam que a Opep e seus aliados possam reduzir a produção o suficiente para elevar os preços. "Os cortes da Opep e dos países não membros acabam de começar e levará algum tempo para serem filtrados", disse Bjarne Schieldrop, analista de commodities da SEB Markets em Oslo. "Nós realmente não acreditamos que os preços do petróleo fiquem muito mais fortes no primeiro trimestre de 2017".
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Paraense fica com o bronze no boxe masculino no Pan de Toronto
O paraense Rafael Lima conquistou nesta quinta-feira (23) a medalha de bronze no boxe nos Jogos Pan Americanos de Toronto. Ele perdeu para o venezuelano Edgar Mata por 2 a 1 –a derrota por pontos não unânime. Lima já havia conquistado o bronze no Pan do Rio-07. "A gente treinou para ir para o ouro. Infelizmente o venezuelano foi superior no início do combate e eu não consegui reverter o placar. Queria pelo menos a prata. Já tinha conquistado um bronze [na Rio-07]", disse Lima, que saiu com o nariz aberto do combate. O Brasil encerra a participação no esporte sem chegar a nenhuma final. O mesmo havia acontecido em Santo Domingo-03, quando o país também levou dois bronzes. O outro bronze brasileiro foi conquistado pelo baiano Joedison Teixeira, na categoria até 64 kg. Em Guadalajara-11, o país conquistou duas pratas e cinco bronzes. O último ouro saiu no Rio-07, com o boxeador Pedro Lima, da categoria até 69 kg. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
esporte
Paraense fica com o bronze no boxe masculino no Pan de TorontoO paraense Rafael Lima conquistou nesta quinta-feira (23) a medalha de bronze no boxe nos Jogos Pan Americanos de Toronto. Ele perdeu para o venezuelano Edgar Mata por 2 a 1 –a derrota por pontos não unânime. Lima já havia conquistado o bronze no Pan do Rio-07. "A gente treinou para ir para o ouro. Infelizmente o venezuelano foi superior no início do combate e eu não consegui reverter o placar. Queria pelo menos a prata. Já tinha conquistado um bronze [na Rio-07]", disse Lima, que saiu com o nariz aberto do combate. O Brasil encerra a participação no esporte sem chegar a nenhuma final. O mesmo havia acontecido em Santo Domingo-03, quando o país também levou dois bronzes. O outro bronze brasileiro foi conquistado pelo baiano Joedison Teixeira, na categoria até 64 kg. Em Guadalajara-11, o país conquistou duas pratas e cinco bronzes. O último ouro saiu no Rio-07, com o boxeador Pedro Lima, da categoria até 69 kg. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
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Prioridades militares
As Forças Armadas desejam mais verba para a modernização de seus equipamentos. Nas palavras do ministro Raul Jungmann, da Defesa, os valores investidos estão a léguas do nível adequado. Em parte, a demanda está sendo atendida. Os dispêndios em compras, fabricação ou desenvolvimento de aviões, submarinos e blindados, entre outros, elevaram-se em 36% no ano passado, quando ultrapassaram os R$ 9 bilhões. É verdade que tal crescimento deu-se sobre uma base depreciada —os gastos de 2015 haviam passado por corte profundo, devido ao atabalhoado ajuste orçamentário promovido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Tão cedo não serão retomados, ao que parece, os R$ 12 bilhões de 2014. Ainda assim, a expansão não deixa de ser notável em um contexto de bloqueio geral da despesa pública, e pode ser tentador ver na medida uma política de boa vizinhança do governo Michel Temer (PMDB) com os militares. Sem descartar tal hipótese, deve-se considerar que a recuperação dos investimentos obedece à racionalidade administrativa: trata-se de contratos, grande parte deles com o resto do mundo, firmados pelo governo brasileiro. Projetos militares costumam ser alvo de questionamento, dado que o país não tem maior necessidade de se preparar para conflitos armados. Fora a ausência de contenciosos graves nas relações exteriores, a Amazônia, os Andes e as distâncias do Atlântico são barreiras naturais a ataques por terra e mar. Os empreendimentos de agora, de todo modo, parecem razoáveis para as imprescindíveis atividades de inteligência e vigilância de fronteiras e do espaço aéreo. Embora a Defesa disponha do quarto maior orçamento da Esplanada dos Ministérios —atrás somente de Previdência, Saúde e Educação—, seu gasto total, equivalente a 1,4% do PIB (R$ 87,6 bilhões em 2016), afigura-se modesto para os padrões internacionais. Entretanto, se pretendem obter mais recursos para investimentos, as Forças Armadas devem rever as exageradas despesas com pessoal, que consomem quase três quartos de seus recursos. São exorbitantes, em particular, os desembolsos com os inativos, que atingiram R$ 40 bilhões no ano passado. É portanto irracional, além de injusto, que os militares permaneçam intocados pela reforma previdenciária conduzida pelo governo Temer —ainda que possam manter um regime à parte, em razão das peculiaridades da carreira. Não se viram, até o momento, as prometidas propostas de alteração das generosas pensões da caserna. Essa, sim, parece uma política de boa vizinhança. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Prioridades militaresAs Forças Armadas desejam mais verba para a modernização de seus equipamentos. Nas palavras do ministro Raul Jungmann, da Defesa, os valores investidos estão a léguas do nível adequado. Em parte, a demanda está sendo atendida. Os dispêndios em compras, fabricação ou desenvolvimento de aviões, submarinos e blindados, entre outros, elevaram-se em 36% no ano passado, quando ultrapassaram os R$ 9 bilhões. É verdade que tal crescimento deu-se sobre uma base depreciada —os gastos de 2015 haviam passado por corte profundo, devido ao atabalhoado ajuste orçamentário promovido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Tão cedo não serão retomados, ao que parece, os R$ 12 bilhões de 2014. Ainda assim, a expansão não deixa de ser notável em um contexto de bloqueio geral da despesa pública, e pode ser tentador ver na medida uma política de boa vizinhança do governo Michel Temer (PMDB) com os militares. Sem descartar tal hipótese, deve-se considerar que a recuperação dos investimentos obedece à racionalidade administrativa: trata-se de contratos, grande parte deles com o resto do mundo, firmados pelo governo brasileiro. Projetos militares costumam ser alvo de questionamento, dado que o país não tem maior necessidade de se preparar para conflitos armados. Fora a ausência de contenciosos graves nas relações exteriores, a Amazônia, os Andes e as distâncias do Atlântico são barreiras naturais a ataques por terra e mar. Os empreendimentos de agora, de todo modo, parecem razoáveis para as imprescindíveis atividades de inteligência e vigilância de fronteiras e do espaço aéreo. Embora a Defesa disponha do quarto maior orçamento da Esplanada dos Ministérios —atrás somente de Previdência, Saúde e Educação—, seu gasto total, equivalente a 1,4% do PIB (R$ 87,6 bilhões em 2016), afigura-se modesto para os padrões internacionais. Entretanto, se pretendem obter mais recursos para investimentos, as Forças Armadas devem rever as exageradas despesas com pessoal, que consomem quase três quartos de seus recursos. São exorbitantes, em particular, os desembolsos com os inativos, que atingiram R$ 40 bilhões no ano passado. É portanto irracional, além de injusto, que os militares permaneçam intocados pela reforma previdenciária conduzida pelo governo Temer —ainda que possam manter um regime à parte, em razão das peculiaridades da carreira. Não se viram, até o momento, as prometidas propostas de alteração das generosas pensões da caserna. Essa, sim, parece uma política de boa vizinhança. editoriais@grupofolha.com.br
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Disputa Haddad-Marta afeta lei orçamentária de São Paulo
A Comissão de Finanças da Câmara de São Paulo derrubou na quarta-feira (10) uma série de vetos do prefeito Fernando Haddad (PT) a artigos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A decisão faz parte de uma disputa política entre um ex-aliado do prefeito, o vereador Ricardo Nunes (PMDB), e a administração municipal. A lei que prevê metas, receitas e despesas para 2017 foi aprovada no Legislativo municipal em junho. Nunes, que é relator da comissão, deixou a base aliada de Haddad neste ano para apoiar a candidatura à prefeitura de Marta Suplicy, ex-prefeita que saiu do PT rumo ao PMDB no meio do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Em junho, Nunes incluiu uma série de artigos na LDO, entre eles o que obrigava o prefeito a cumprir o pagamento de emendas parlamentares –verbas para obras pontuais na cidade indicadas por vereadores. A reclamação deles à época era que Haddad não estava liberando as verbas para todas as emendas aprovadas. No último dia 3, Haddad vetou esse e outros dez artigos incluídos por Nunes. Também foram barrados outros 53 itens sugeridos pelos demais vereadores. "As alterações foram todas aprovadas pela Câmara. Esses vetos são de um autoritarismo descomunal", afirmou o vereador do PMDB. Nesta quarta, Nunes e outros sete vereadores da Comissão de Finanças aprovaram o requerimento para derrubada dos vetos de Haddad. Representante do PT no colegiado, Jair Tatto não votou. Outros artigos vetados previam limite para gastos com subsídios pagos a empresas de ônibus. A gestão Haddad aumentou em 150% os repasses municipais às empresas de ônibus em 2016 na comparação com os cinco primeiros meses do último ano de Gilberto Kassab (PSD). Agora, a discussão terá que voltar ao plenário. Se a maioria dos vereadores votar a favor da retirada dos vetos, os artigos terão que ser incorporados à lei mesmo que o prefeito seja contra, o que inviabilizaria a execução do orçamento da cidade da maneira prevista por Haddad. A poucos dias do início oficial da campanha, o petista terá dificuldade para votar projetos até o fim do pleito. Ele ainda busca maioria para aprovação de dois projetos prioritários, o que cria o Arco Tietê –plano de desenvolvimento nas proximidades do rio– e o que libera publicidade em pontos de ônibus. EX-AMIGO Nunes fez parte da base aliada até o fim de 2015 e tinha trânsito com o prefeito. Junto com o colega de partido Nelo Rodolfo, fez parte das discussões para levar Gabriel Chalita para a Secretaria de Educação. Chalita migrou do PMDB para o PDT para ser vice de Haddad nas eleições. O prefeito também avalizou mudanças na lei de zoneamento que beneficiaram igrejas. Nunes sugeriu modificações aprovadas a pedido da diocese de Santo Amaro. OUTRO LADO O secretário de Relações Governamentais, José Américo Dias, disse que vai conversar com vereadores para que os vetos sejam mantidos quando forem votados em plenário, o que não há previsão para acontecer. "Acredito que essa decisão da comissão não vai trazer consequências para a LDO porque temos maioria no Legislativo", disse o secretário. Segundo Dias, a decisão da comissão tem mais caráter corporativista do que eleitoral, pelo fato de o vereador Ricardo Nunes apoiar Marta. "É natural vereadores da comissão serem contra vetos à mudanças propostas por eles. Por isso, eles querem manter aquilo que propuseram."
poder
Disputa Haddad-Marta afeta lei orçamentária de São PauloA Comissão de Finanças da Câmara de São Paulo derrubou na quarta-feira (10) uma série de vetos do prefeito Fernando Haddad (PT) a artigos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A decisão faz parte de uma disputa política entre um ex-aliado do prefeito, o vereador Ricardo Nunes (PMDB), e a administração municipal. A lei que prevê metas, receitas e despesas para 2017 foi aprovada no Legislativo municipal em junho. Nunes, que é relator da comissão, deixou a base aliada de Haddad neste ano para apoiar a candidatura à prefeitura de Marta Suplicy, ex-prefeita que saiu do PT rumo ao PMDB no meio do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Em junho, Nunes incluiu uma série de artigos na LDO, entre eles o que obrigava o prefeito a cumprir o pagamento de emendas parlamentares –verbas para obras pontuais na cidade indicadas por vereadores. A reclamação deles à época era que Haddad não estava liberando as verbas para todas as emendas aprovadas. No último dia 3, Haddad vetou esse e outros dez artigos incluídos por Nunes. Também foram barrados outros 53 itens sugeridos pelos demais vereadores. "As alterações foram todas aprovadas pela Câmara. Esses vetos são de um autoritarismo descomunal", afirmou o vereador do PMDB. Nesta quarta, Nunes e outros sete vereadores da Comissão de Finanças aprovaram o requerimento para derrubada dos vetos de Haddad. Representante do PT no colegiado, Jair Tatto não votou. Outros artigos vetados previam limite para gastos com subsídios pagos a empresas de ônibus. A gestão Haddad aumentou em 150% os repasses municipais às empresas de ônibus em 2016 na comparação com os cinco primeiros meses do último ano de Gilberto Kassab (PSD). Agora, a discussão terá que voltar ao plenário. Se a maioria dos vereadores votar a favor da retirada dos vetos, os artigos terão que ser incorporados à lei mesmo que o prefeito seja contra, o que inviabilizaria a execução do orçamento da cidade da maneira prevista por Haddad. A poucos dias do início oficial da campanha, o petista terá dificuldade para votar projetos até o fim do pleito. Ele ainda busca maioria para aprovação de dois projetos prioritários, o que cria o Arco Tietê –plano de desenvolvimento nas proximidades do rio– e o que libera publicidade em pontos de ônibus. EX-AMIGO Nunes fez parte da base aliada até o fim de 2015 e tinha trânsito com o prefeito. Junto com o colega de partido Nelo Rodolfo, fez parte das discussões para levar Gabriel Chalita para a Secretaria de Educação. Chalita migrou do PMDB para o PDT para ser vice de Haddad nas eleições. O prefeito também avalizou mudanças na lei de zoneamento que beneficiaram igrejas. Nunes sugeriu modificações aprovadas a pedido da diocese de Santo Amaro. OUTRO LADO O secretário de Relações Governamentais, José Américo Dias, disse que vai conversar com vereadores para que os vetos sejam mantidos quando forem votados em plenário, o que não há previsão para acontecer. "Acredito que essa decisão da comissão não vai trazer consequências para a LDO porque temos maioria no Legislativo", disse o secretário. Segundo Dias, a decisão da comissão tem mais caráter corporativista do que eleitoral, pelo fato de o vereador Ricardo Nunes apoiar Marta. "É natural vereadores da comissão serem contra vetos à mudanças propostas por eles. Por isso, eles querem manter aquilo que propuseram."
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Maria Inês Dolci: Suplementos que passaram no teste
Conforme solicitado pelos leitores informamos que dos 30 suplementos proteicos para atletas avaliados pela Proteste Associação de Consumidores, apenas 10 não apresentavam divergências entre as informações das embalagens sobre a quantidade de proteína e carboidrato, e o que efetivamente se ... Leia post completo no blog
mercado
Maria Inês Dolci: Suplementos que passaram no testeConforme solicitado pelos leitores informamos que dos 30 suplementos proteicos para atletas avaliados pela Proteste Associação de Consumidores, apenas 10 não apresentavam divergências entre as informações das embalagens sobre a quantidade de proteína e carboidrato, e o que efetivamente se ... Leia post completo no blog
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Sem empolgação
É provável que os organizadores das manifestações realizadas no domingo (13) contra a presidente Dilma Rousseff (PT) tenham razão ao afirmar que houve pouco tempo para promover seus atos. Todos foram pegos de surpresa quando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu deflagrar o processo de impeachment de Dilma. Passaram-se menos de duas semanas desde então, e pode-se argumentar que, mesmo com as redes sociais, não se mobilizam grandes multidões em prazo tão exíguo. Não se descarta, naturalmente, que o protagonismo de Cunha nesse episódio tenha afastado muitos que, de outro modo, se disporiam a protestar contra o governo da petista. O peemedebista, como se sabe, manobra para não ser julgado pelo Conselho de Ética da Câmara, e a maioria inconteste da sociedade defende sua cassação. Seja por que motivo for, o fato é que as manifestações tiveram desta vez uma adesão bem aquém da registrada em eventos anteriores. De acordo com medição do instituto Datafolha, 40,3 mil pessoas compareceram à avenida Paulista no último domingo. No maior protesto contra Dilma Rousseff, no dia 15 de março, 210 mil manifestantes tomaram o local. No dia 12 de abril, foram 100 mil; em 16 de agosto, 135 mil. A diferença se reproduziu Brasil afora. Segundo a Polícia Militar, os atos de março reuniram cerca de 1,7 milhão de pessoas nas capitais; agora, foram aproximadamente 75 mil (incluindo São Paulo). Grupos como Movimento Brasil Livre e Vem Pra Rua classificaram os protestos como mero aquecimento para os atos do ano que vem. A próxima manifestação já está programada para 13 de março. Os organizadores desses eventos, portanto, apostam que será vagaroso o ritmo de tramitação do impeachment na Câmara –e provavelmente estão certos. Parlamentares da oposição já deixaram claro que a chamada voz das ruas terá papel importante na formação da maioria necessária (ao menos 342 votos) para o processo de afastamento chegar ao Senado. Num cálculo oportunista, consideram que a deterioração da situação econômica levará mais gente aos atos contra Dilma Rousseff –e por isso mesmo preferem que a petista agonize por alguns meses. A missão mais árdua da oposição, contudo, não será mobilizar parcelas expressivas da população contra o atual governo, cujas taxas de reprovação estão entre as mais elevadas da história. Pesquisa Datafolha realizada durante a manifestação na avenida Paulista mostrou que só 19% afirmam que um eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB) será ótimo ou bom. Ou seja, talvez a maior dificuldade esteja em despertar esperança com a troca de poder. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Sem empolgaçãoÉ provável que os organizadores das manifestações realizadas no domingo (13) contra a presidente Dilma Rousseff (PT) tenham razão ao afirmar que houve pouco tempo para promover seus atos. Todos foram pegos de surpresa quando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu deflagrar o processo de impeachment de Dilma. Passaram-se menos de duas semanas desde então, e pode-se argumentar que, mesmo com as redes sociais, não se mobilizam grandes multidões em prazo tão exíguo. Não se descarta, naturalmente, que o protagonismo de Cunha nesse episódio tenha afastado muitos que, de outro modo, se disporiam a protestar contra o governo da petista. O peemedebista, como se sabe, manobra para não ser julgado pelo Conselho de Ética da Câmara, e a maioria inconteste da sociedade defende sua cassação. Seja por que motivo for, o fato é que as manifestações tiveram desta vez uma adesão bem aquém da registrada em eventos anteriores. De acordo com medição do instituto Datafolha, 40,3 mil pessoas compareceram à avenida Paulista no último domingo. No maior protesto contra Dilma Rousseff, no dia 15 de março, 210 mil manifestantes tomaram o local. No dia 12 de abril, foram 100 mil; em 16 de agosto, 135 mil. A diferença se reproduziu Brasil afora. Segundo a Polícia Militar, os atos de março reuniram cerca de 1,7 milhão de pessoas nas capitais; agora, foram aproximadamente 75 mil (incluindo São Paulo). Grupos como Movimento Brasil Livre e Vem Pra Rua classificaram os protestos como mero aquecimento para os atos do ano que vem. A próxima manifestação já está programada para 13 de março. Os organizadores desses eventos, portanto, apostam que será vagaroso o ritmo de tramitação do impeachment na Câmara –e provavelmente estão certos. Parlamentares da oposição já deixaram claro que a chamada voz das ruas terá papel importante na formação da maioria necessária (ao menos 342 votos) para o processo de afastamento chegar ao Senado. Num cálculo oportunista, consideram que a deterioração da situação econômica levará mais gente aos atos contra Dilma Rousseff –e por isso mesmo preferem que a petista agonize por alguns meses. A missão mais árdua da oposição, contudo, não será mobilizar parcelas expressivas da população contra o atual governo, cujas taxas de reprovação estão entre as mais elevadas da história. Pesquisa Datafolha realizada durante a manifestação na avenida Paulista mostrou que só 19% afirmam que um eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB) será ótimo ou bom. Ou seja, talvez a maior dificuldade esteja em despertar esperança com a troca de poder. editoriais@grupofolha.com.br
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'Mulher completa olhar do homem', afirma Mauricio Macri
Indagado pela Folha a respeito da presença marcante de mulheres na cúpula de seu governo –ele escolheu três ministras de peso e a vice-presidente, além de outras aliadas locais na campanha para as Legislativas deste ano–, o presidente argentino, Mauricio Macri, afirmou que defende o "empoderamento". "[Assumi] como política de Estado o empoderamento integral das mulheres para que ocupem o espaço que lhes corresponde na política, na sociedade, na economia e na cultura", declarou o político de centro-direita. Porém, apesar de defender que "nenhum desenvolvimento será possível sem que as mulheres estejam plenamente incluídas", o discurso do presidente argentino por vezes revela que, pessoalmente, Mauricio Macri ainda vê diferenças entre os gêneros. "A mulher tem muito para contribuir com sua liderança, sua abertura ao diálogo, sua tolerância, seu olhar crítico e essa energia intuitiva que complementa o olhar do homem", afirmou.
mundo
'Mulher completa olhar do homem', afirma Mauricio MacriIndagado pela Folha a respeito da presença marcante de mulheres na cúpula de seu governo –ele escolheu três ministras de peso e a vice-presidente, além de outras aliadas locais na campanha para as Legislativas deste ano–, o presidente argentino, Mauricio Macri, afirmou que defende o "empoderamento". "[Assumi] como política de Estado o empoderamento integral das mulheres para que ocupem o espaço que lhes corresponde na política, na sociedade, na economia e na cultura", declarou o político de centro-direita. Porém, apesar de defender que "nenhum desenvolvimento será possível sem que as mulheres estejam plenamente incluídas", o discurso do presidente argentino por vezes revela que, pessoalmente, Mauricio Macri ainda vê diferenças entre os gêneros. "A mulher tem muito para contribuir com sua liderança, sua abertura ao diálogo, sua tolerância, seu olhar crítico e essa energia intuitiva que complementa o olhar do homem", afirmou.
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Enfeites do Carnaval de SP viram atração em parque
Faz dez anos que Márcio Monti, 42, vai ao Anhembi durante o Carnaval fazer compras. Já adquiriu, entre outros, um tigre, uma ossada de dinossauro e algumas araras. Desde 2005, o empresário acompanha das arquibancadas os desfiles das escolas de São Paulo, de olho nas esculturas dos carros alegóricos. Márcio é dono da Sitiolândia, parque infantil temático que existe desde 1995 na Serra da Cantareira. Na próxima semana, promete estar lá. "O que tiver a ver com cultura e meio ambiente para as crianças vou pegar", afirma o empresário. Parque alegórico Foi assistindo aos Carnavais pela TV que teve a ideia de comprar as esculturas. Se as colocasse em seu parque, pensou, faria a alegria da criançada de 3 a 12 anos que visita o local em excursões. Diz ter comprado mais de 25. A primeira, um tucano da Império da Casa Verde, causou um enorme tumulto na marginal Tietê, em 2005. No impulso de ver o bicho imediatamente acomodado no meio da mata, não planejou bem o transporte. Resultado: a escultura não passava debaixo de uma ponte. "Foi uma loucura. Tinha até helicóptero. Decidiram serrar a cabeça do tucano. E eu lá chorando: 'Não, pelo amor de Deus, como eu vou arrumar isso?' Tomamos até multa", lembra o empresário. Nos desfiles, Márcio visita a dispersão e negocia as compras. Já grudou num cavalo branco da Nenê de Vila Matilde e só soltou o animal quando toparam vendê-lo. Ele não revela os valores desembolsados, mas diz que o resultado do Carnaval interfere nos preços. "A escola rebaixada vai pedir mais para tentar se reerguer. Quando é campeã, fica mais caro ainda. Se gastou 10, pedirá 20." As negociações são sempre complicadas, segundo ele. A Tom Maior já exigiu que Márcio devolvesse um esqueleto de dinossauro por ele ter levado mais ossos do que o negociado. "Acabei tendo que dar um valor a mais", conta. IMAGINAÇÃO O efeito de um tigre de 3,5 m de altura postado na saída de um labirinto infantil, porém, compensa o esforço, segundo ele. "Na imaginação das crianças, a escultura é uma coisa encantadora. Elas chegam em casa felizes." Assim como Márcio, pequenas escolas de outras cidades se interessam pelas peças. Rogério Tiguês, diretor de Carnaval da Império da Casa Verde, diz que a agremiação já vendeu esculturas para a Praia Grande, no litoral, e até para Uruguaiana (RS). Itatiba, Serra Negra e Cubatão também costumam recorrer ao Carnaval da capital. As transações entre escolas paulistanas são raras, porque o uso de uma mesma alegoria por agremiações diferentes acarreta perda de pontos. Mas acontecem: a Camisa 12, por exemplo, já comprou um tigre da Império e o transformou numa pantera. Há casos sem dinheiro envolvido. O biólogo Fábio Fagundes, coordenador na Tucuruvi, diz que cerca de 200 fantasias são doadas todos os anos para blocos de fora da cidade.
cotidiano
Enfeites do Carnaval de SP viram atração em parqueFaz dez anos que Márcio Monti, 42, vai ao Anhembi durante o Carnaval fazer compras. Já adquiriu, entre outros, um tigre, uma ossada de dinossauro e algumas araras. Desde 2005, o empresário acompanha das arquibancadas os desfiles das escolas de São Paulo, de olho nas esculturas dos carros alegóricos. Márcio é dono da Sitiolândia, parque infantil temático que existe desde 1995 na Serra da Cantareira. Na próxima semana, promete estar lá. "O que tiver a ver com cultura e meio ambiente para as crianças vou pegar", afirma o empresário. Parque alegórico Foi assistindo aos Carnavais pela TV que teve a ideia de comprar as esculturas. Se as colocasse em seu parque, pensou, faria a alegria da criançada de 3 a 12 anos que visita o local em excursões. Diz ter comprado mais de 25. A primeira, um tucano da Império da Casa Verde, causou um enorme tumulto na marginal Tietê, em 2005. No impulso de ver o bicho imediatamente acomodado no meio da mata, não planejou bem o transporte. Resultado: a escultura não passava debaixo de uma ponte. "Foi uma loucura. Tinha até helicóptero. Decidiram serrar a cabeça do tucano. E eu lá chorando: 'Não, pelo amor de Deus, como eu vou arrumar isso?' Tomamos até multa", lembra o empresário. Nos desfiles, Márcio visita a dispersão e negocia as compras. Já grudou num cavalo branco da Nenê de Vila Matilde e só soltou o animal quando toparam vendê-lo. Ele não revela os valores desembolsados, mas diz que o resultado do Carnaval interfere nos preços. "A escola rebaixada vai pedir mais para tentar se reerguer. Quando é campeã, fica mais caro ainda. Se gastou 10, pedirá 20." As negociações são sempre complicadas, segundo ele. A Tom Maior já exigiu que Márcio devolvesse um esqueleto de dinossauro por ele ter levado mais ossos do que o negociado. "Acabei tendo que dar um valor a mais", conta. IMAGINAÇÃO O efeito de um tigre de 3,5 m de altura postado na saída de um labirinto infantil, porém, compensa o esforço, segundo ele. "Na imaginação das crianças, a escultura é uma coisa encantadora. Elas chegam em casa felizes." Assim como Márcio, pequenas escolas de outras cidades se interessam pelas peças. Rogério Tiguês, diretor de Carnaval da Império da Casa Verde, diz que a agremiação já vendeu esculturas para a Praia Grande, no litoral, e até para Uruguaiana (RS). Itatiba, Serra Negra e Cubatão também costumam recorrer ao Carnaval da capital. As transações entre escolas paulistanas são raras, porque o uso de uma mesma alegoria por agremiações diferentes acarreta perda de pontos. Mas acontecem: a Camisa 12, por exemplo, já comprou um tigre da Império e o transformou numa pantera. Há casos sem dinheiro envolvido. O biólogo Fábio Fagundes, coordenador na Tucuruvi, diz que cerca de 200 fantasias são doadas todos os anos para blocos de fora da cidade.
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Terceirização e reforma trabalhista vão gerar empregos, diz Meirelles
O projeto de terceirização sancionado pelo presidente Michel Temer na semana passada e a minirreforma trabalhista que tramita no Congresso vão gerar mais empregos e melhorar a renda do brasileiro, disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nesta terça (4). Esses efeitos seriam comprovados pela experiência internacional, segundo o ministro. Outros países que flexibilizaram sua legislação trabalhista teriam diminuído o desemprego, afirmou. Diante de uma plateia de investidores em evento organizado pelo Bradesco, Meirelles usou dados do mercado de trabalho alemão como exemplo. Após implementar mudanças como o fim do piso salarial e a redução do seguro-desemprego, o número de vagas —sobretudo em tempo integral— e a renda do trabalhador subiram, disse o ministro. Críticos da flexibilização das leis que vem sendo promovida pelo governo afirmam que a liberação da terceirização de todas as atividades e a possibilidade de prevalência do acordado sobre o legislado em negociações trabalhistas vão piorar as condições de emprego no Brasil. Essas mudanças, junto com a reforma da Previdência, foram alvos de protesto na última sexta (31). Manifestantes ligados a partidos e movimentos de esquerda se concentraram em diversas capitais contra o que veem como desmonte da CLT e da aposentadoria. "O debate é positivo e faz parte da democracia. Estamos trabalhando em uma divulgação intensa para mostrar a necessidade das reformas e seus efeitos positivos", disse Meirelles quando questionado sobre a posição do governo em relação aos atos. "Temos interesse em esclarecer." Terceirização: como fica INFLAÇÃO Meirelles não quis corroborar a previsão de Michel Temer de inflação abaixo do centro da meta, de 4,5%, até o final do ano. Questionado se concordava com a expectativa, o ministro desconversou. "No momento [essa] é a previsão de muitos analistas. O fato é que o Brasil está voltando à normalidade", disse. O ministro voltou a defender uma expectativa de crescimento do PIB de 2,7% no último trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo ele, a retomada do crescimento econômico e a aprovação das reformas propostas pelo governo podem fazer o PIB potencial aumentar entre 3,5% e 4% em dez anos. Sem as reformas, o perneiras cairia para 2,3%, disse.
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Terceirização e reforma trabalhista vão gerar empregos, diz MeirellesO projeto de terceirização sancionado pelo presidente Michel Temer na semana passada e a minirreforma trabalhista que tramita no Congresso vão gerar mais empregos e melhorar a renda do brasileiro, disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nesta terça (4). Esses efeitos seriam comprovados pela experiência internacional, segundo o ministro. Outros países que flexibilizaram sua legislação trabalhista teriam diminuído o desemprego, afirmou. Diante de uma plateia de investidores em evento organizado pelo Bradesco, Meirelles usou dados do mercado de trabalho alemão como exemplo. Após implementar mudanças como o fim do piso salarial e a redução do seguro-desemprego, o número de vagas —sobretudo em tempo integral— e a renda do trabalhador subiram, disse o ministro. Críticos da flexibilização das leis que vem sendo promovida pelo governo afirmam que a liberação da terceirização de todas as atividades e a possibilidade de prevalência do acordado sobre o legislado em negociações trabalhistas vão piorar as condições de emprego no Brasil. Essas mudanças, junto com a reforma da Previdência, foram alvos de protesto na última sexta (31). Manifestantes ligados a partidos e movimentos de esquerda se concentraram em diversas capitais contra o que veem como desmonte da CLT e da aposentadoria. "O debate é positivo e faz parte da democracia. Estamos trabalhando em uma divulgação intensa para mostrar a necessidade das reformas e seus efeitos positivos", disse Meirelles quando questionado sobre a posição do governo em relação aos atos. "Temos interesse em esclarecer." Terceirização: como fica INFLAÇÃO Meirelles não quis corroborar a previsão de Michel Temer de inflação abaixo do centro da meta, de 4,5%, até o final do ano. Questionado se concordava com a expectativa, o ministro desconversou. "No momento [essa] é a previsão de muitos analistas. O fato é que o Brasil está voltando à normalidade", disse. O ministro voltou a defender uma expectativa de crescimento do PIB de 2,7% no último trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo ele, a retomada do crescimento econômico e a aprovação das reformas propostas pelo governo podem fazer o PIB potencial aumentar entre 3,5% e 4% em dez anos. Sem as reformas, o perneiras cairia para 2,3%, disse.
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Nova série de Sarah Jessica Parker para a HBO é confirmada
A HBO decidiu produzir a série "Divorce", protagonizada por Sarah Jessica Parker. A informação foi publicada nesta sexta-feira (17) pelo site "Deadline" e, mais tarde, confirmada pela revista "Variety". A comédia, com episódios de meia hora de duração, contará a história de um divórcio muito, muito longo entre Frances (Sarah Jessica) e Robert (Thomas Haden Church). Ela descobrirá que recomeçar a vida será muito mais difícil do que pensava. Sarah Jessica também será produtora-executiva da produção, ao lado de Sharon Horgan, criadora e roteirista da série, Paul Simms, Alison Benson e Aaron Kaplan. Molly Shannon e Talia Balsam também estão no elenco. O projeto de "Divorce" começou a ser desenvolvido no ano passado. Em dezembro, circularam os primeiros rumores do retorno de Sarah Jessica à HBO, que exibiu "Sex and the City" de 1998 a 2004, mas só agora a informação foi oficializada.
ilustrada
Nova série de Sarah Jessica Parker para a HBO é confirmadaA HBO decidiu produzir a série "Divorce", protagonizada por Sarah Jessica Parker. A informação foi publicada nesta sexta-feira (17) pelo site "Deadline" e, mais tarde, confirmada pela revista "Variety". A comédia, com episódios de meia hora de duração, contará a história de um divórcio muito, muito longo entre Frances (Sarah Jessica) e Robert (Thomas Haden Church). Ela descobrirá que recomeçar a vida será muito mais difícil do que pensava. Sarah Jessica também será produtora-executiva da produção, ao lado de Sharon Horgan, criadora e roteirista da série, Paul Simms, Alison Benson e Aaron Kaplan. Molly Shannon e Talia Balsam também estão no elenco. O projeto de "Divorce" começou a ser desenvolvido no ano passado. Em dezembro, circularam os primeiros rumores do retorno de Sarah Jessica à HBO, que exibiu "Sex and the City" de 1998 a 2004, mas só agora a informação foi oficializada.
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'Guerra' de páginas acende debate de como Facebook escolhe o que sai do ar
Uma nova polêmica sobre a remoção de páginas populares no Facebook nesta semana reacendeu o debate sobre como a empresa avalia o conteúdo denunciado na rede social. O estopim da controvérsia foi a desativação, no dia 1º de novembro, da página "Orgulho de ser hétero" –que reunia cerca de 2 milhões de pessoas. A decisão foi comemorada em páginas e comunidades de ativismo feminista e LGBT, que frequentemente a denunciavam pelo que dizem ser discurso de ódio. A partir daí, frequentadores da "Orgulho de ser hétero" teriam se organizado para orquestrar a remoção de páginas ligadas a estes grupos. Mensagens nas novas versões da página pediam apoio para coordenar denúncias a algumas delas. No mesmo dia, páginas como "Feminismo sem demagogia", "Cartazes e tirinhas LGBT" e "Moça, você é machista" também saíram do ar, assim como a da vlogueira Júlia Tolezano, a Jout Jout, cujos vídeos sobre assédio contra mulheres fazem sucesso nas redes sociais brasileiras. A desativação da página de Jout Jout causou indignação dos fãs e chamou a atenção da mídia. A prefeitura de Niterói, cidade natal da vlogueira, chegou a se manifestar em seu perfil oficial na rede. Na noite de quarta-feira (4), a página de Tolezano voltou ao ar, mas, até o fechamento desta reportagem, nenhuma das outras havia sido restaurada –algumas delas, entretanto, já têm novas versões. Procurado pela BBC Brasil, o Facebook não confirmou se havia conexão entre a desativação das páginas e a suposta ação organizada de ativistas de ambos os lados. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa afirmou que houve "erro de avaliação" na decisão de remover a página de Juliana Tolezano. "Após tomarmos conhecimento de algumas situações envolvendo páginas na plataforma, fizemos uma revisão detalhada e detectamos que a página da 'Jout Jout Prazer' foi removida por um erro de avaliação de uma denúncia. A página já foi restaurada e nos desculpamos pelas inconveniências causadas." Em outubro, a BBC Brasil conversou com a representante de políticas de produto do Facebook, a advogada Monica Bickert, a respeito do funcionamento e das polêmicas que cercam a retirada de conteúdo do ar. Bickert será a representante da empresa no festival americano de cultura e tecnologia South By Southwest, um dos mais importantes do mundo, em um painel que tratará de assédio on-line. Durante a conversa, ela disse que a "informação limitada" sobre o contexto de publicações denunciadas é um desafio da empresa e admitiu que nem sempre os revisores de conteúdos do Brasil são brasileiros ou falam português. No entanto, Bickert afirmou também que o Facebook tenta direcionar conteúdo a revisores que dominem o idioma quando necessário e compartilhar informações que podem ajudar a contextualizá-lo. Confira abaixo algumas das explicações de Bickert sobre como o Facebook decide o que deve sair do ar: A NECESSIDADE DE DENUNCIAR "Qualquer conteúdo no Facebook pode ser denunciado. Isso inclui perfis, páginas, grupos, posts, comentários em posts, fotos, vídeos, qualquer coisa. O mais comum é ir para o canto superior direito do conteúdo, clicar em 'denunciar' e responder algumas perguntas, e isso chega à nossa equipe." "Quero enfatizar que dependemos muito de as pessoas denunciarem as coisas para nós. Isso nos ajuda a garantir que as coisas que estão sendo denunciadas realmente estão tendo um impacto negativo na comunidade. Não saímos por aí removendo conteúdo. As pessoas reclamam para nós e aí revisamos." "Temos sistemas de segurança para detectar determinadas coisas como spam e imagens de pornografia infantil, então nem tudo necessariamente precisa ser denunciado para ser visto. Mas discurso de ódio e assédio precisam ser denunciados. Não estamos ativamente buscando por isso." BASTA UMA VEZ "Quero derrubar o mito de que é preciso denunciar uma página muitas vezes para derrubá-la. Basta uma denúncia." "Se alguém denuncia algum tipo de conteúdo, isso vem para nós e ele é revisado. Se alguém denuncia de novo, ele é revisado de novo, mas segundo os mesmos padrões. Denunciar algo 200 vezes não muda a decisão que foi tomada." "Temos automação para fazer a triagem das denúncias para revisão. Às vezes mais de dez pessoas denunciam um tipo de conteúdo. Em vez de colocar 10 revisores para olhar aquele conteúdo logo, nós consolidamos as denúncias com um processo automático de triagem." "Mas, na maior parte das vezes, as denúncias estão sendo revisadas por pessoas reais: discurso de ódio, ameaça de violência, automutilação. Os revisores cometerão erros, mas são pessoas de verdade." QUEM AVALIA O CONTEÚDO? E COMO? "Há uma mistura de empregados do Facebook e terceiros contratados para fazer triagem de denúncias e revisões iniciais." "Nossa equipe de revisores é bastante internacional. Eles falam diversas dezenas de línguas, incluindo português brasileiro. Também temos essa equipe espalhada para garantir que o conteúdo seja revisado sete dias por semana, 24 horas por dia." "Não é um sistema perfeito, mas tentamos que, para cada conteúdo denunciado em cada língua, tenhamos alguém com a experiência apropriada para revisá-lo imediatamente." "A principal maneira pela qual garantimos que as decisões dos revisores sejam consistentes é dando a eles instruções concretas. Se temos a denúncia de uma ameaça de violência, damos instruções sobre como eles podem avaliar a credibilidade daquele discurso. Há algo na linguagem que nos faz acreditar que isso é algo que pode realmente levar a um ato de violência contra essa pessoa?" "Porque claro, as pessoas usam palavras violentas o tempo todo, mas não queremos interferir com discurso que é de humor, satírico ou político, mas que não é uma ameaça séria." "Os revisores não têm liberdade para impor suas próprias opiniões na avaliação, precisam seguir as instruções que damos a eles. Semanalmente revisamos novamente parte do conteúdo que eles revisaram e vemos como as decisões foram tomadas." "Então se nós cometemos um erro, tentamos consertar este erro. E recebemos milhões de denúncias. Neste volume, erros definitivamente acontecem todas as semanas. Parte do processo é fazer auditorias e mostrar aos revisores onde o erro foi cometido." O 'PONTO CEGO' DAS DENÚNCIAS "Se alguém denuncia uma página para nós, o revisor vai olhar se esta página, como um todo, viola nossos padrões." "Ele vai analisar coisas como o nome da página, a imagem no topo da página, a seção "sobre" e parte do conteúdo da página. No entanto, algumas páginas têm 300 novas publicações por dia. O revisor analisará um número bem limitado desse conteúdo." "Se nessa página há uma publicação que viola nossos padrões e alguém denuncia a página, mas não esta publicação específica, pode ser que nosso revisor não a veja. Da mesma forma, se uma publicação é denunciada, o revisor pode avaliá-la e removê-la, mas pode não ver o contexto mais amplo da página, que também pode violar os padrões." O DILEMA DO CONTEXTO "Para nossos revisores [o contexto] é um desafio, muitas vezes. Eles estão diante de um computador vendo uma imagem, mas não sabem quem são essas pessoas na vida real, não sabem o que está acontecendo, então têm que fazer um julgamento com base em contexto muito limitado." "Eles têm que fazer o melhor com o contexto que têm. Outra coisa que podem fazer é pedir que alguém da empresa dê uma olhada no conteúdo de vez em quando. Isso acontece. Eu mesma já fiz isso. Tentamos tomar a melhor decisão que podemos." "Quando os revisores veem uma imagem de nudez de uma pessoa real, por exemplo, eles sabem que não permitimos fotos de genitais e, em alguns casos, não permitimos fotos de mulheres de topless. Fotos de amamentação e do corpo pós-cirurgia são permitidas, mas topless em geral não é permitido." "Parte da razão para isso é que precisamos ter certeza que imagens como esta estão sendo compartilhadas com o consentimento de quem aparece nelas, garantir que não é 'pornografia de vingança'. Erramos para o lado da segurança. Os revisores não conseguem, necessariamente, saber o contexto em que as fotos estão." "Há momentos em diferentes países em que as discussões podem ficar agressivas e começamos a ver mais coisas como discurso de ódio e bullying de indivíduos. Se sabemos de algo que pode ser um problema em algum país, tentamos garantir que nossos revisores estejam cientes disso. Isso não muda os padrões que aplicamos, mas é útil ter esta informação." "Mantemos os revisores informados sobre algumas das palavras que estão sendo usadas em discursos de ódio no Brasil, por exemplo, e sobre quais são algumas das tendências de como as pessoas podem atacar grupos ou indivíduos. Quando o idioma é um problema, direcionamos o conteúdo para funcionários que falam a língua." DISCURSO DE ÓDIO X LIBERDADE DE EXPRESSÃO "Estamos constantemente buscando novas formas de refinar nossas políticas e ver se há maneiras de permitir mais liberdade de expressão enquanto garantimos que as pessoas estão seguras, mas isso é um dos desafios que enfrentamos." "Um exemplo é o discurso de ódio. Não há uma única definição disso no mundo, então não podemos simplesmente dizer a nossos revisores: 'se for discurso de ódio, removam'. Decidimos focar nossa definição de discurso de ódio no ataque a uma pessoa ou grupo de pessoas." "A orientação que damos a eles é: se for um ataque direito a pessoas, baseado em característica como raça, religião, nacionalidade, identidade de gênero, nós removeremos. Mas se é uma crítica a um país ou instituição, por exemplo, deixamos essa crítica como parte do debate público." "O foco para nós é: se há um ataque a uma pessoa ou grupo de pessoas por causa de sua orientação sexual, por exemplo, não importa quem diz, se é um político ou outra pessoa. Se alguém ataca diretamente pessoas por ser gay, diz que são 'pessoas ruins', por exemplo, isso viola nossas políticas e pode ser removido." "Mas se alguém critica um político por seus posicionamentos sobre um assunto no Congresso, ou estão criticando uma instituição, como um grupo LGBT, permitimos esse tipo de discurso." "Garantir que as pessoas saibam que estão seguras e não sofrerão ataques no Facebook é uma parte importante de dar voz a quem poderia se sentir silenciado e impedido de participar de uma discussão." "Se as pessoas estão discutindo leis, assuntos políticos ou instituições, queremos possibilitar essas discussões. E se alguém está dizendo algo ignorante, o Facebook dá uma ótima oportunidade para que outras pessoas se envolvam na discussão para combater a ignorância e a intolerância." ASSÉDIO "Temos uma política contra assédio online que inclui, entre outros comportamentos, tentativas repetidas de deixar alguém desconfortável ou de assediar alguém." "Analisamos coisas como: quem está por trás da conta? Se é alguém que tem um registro de múltiplas instâncias de discurso de ódio, em determinado momento haverá consequências sérias. Pelo menos serão proibidos de postar por algum tempo." "Também olhamos para coisas como a autenticidade das contas, se elas são verdadeiras, se foram criadas diversas contas falsas para coordenar algum mau comportamento. Às vezes conseguimos detectar isso. Por isso exigimos que as pessoas usem suas identidades verdadeiras no site. Dá trabalho pôr isso em prática, mas estamos tentando acertar." "Se alguém é denunciado constantemente, isso fica registrado e é considerado contexto relevante para a análise de um conteúdo postado por essa pessoa." "Quando se trata de violência sexual, temos padrões muito rigorosos. Mesmo 'piadas' sobre estupro podem ser removidas de acordo com nossos padrões. Algumas pessoas podem achar isso engraçado, mas não aceitamos isso."
bbc
'Guerra' de páginas acende debate de como Facebook escolhe o que sai do arUma nova polêmica sobre a remoção de páginas populares no Facebook nesta semana reacendeu o debate sobre como a empresa avalia o conteúdo denunciado na rede social. O estopim da controvérsia foi a desativação, no dia 1º de novembro, da página "Orgulho de ser hétero" –que reunia cerca de 2 milhões de pessoas. A decisão foi comemorada em páginas e comunidades de ativismo feminista e LGBT, que frequentemente a denunciavam pelo que dizem ser discurso de ódio. A partir daí, frequentadores da "Orgulho de ser hétero" teriam se organizado para orquestrar a remoção de páginas ligadas a estes grupos. Mensagens nas novas versões da página pediam apoio para coordenar denúncias a algumas delas. No mesmo dia, páginas como "Feminismo sem demagogia", "Cartazes e tirinhas LGBT" e "Moça, você é machista" também saíram do ar, assim como a da vlogueira Júlia Tolezano, a Jout Jout, cujos vídeos sobre assédio contra mulheres fazem sucesso nas redes sociais brasileiras. A desativação da página de Jout Jout causou indignação dos fãs e chamou a atenção da mídia. A prefeitura de Niterói, cidade natal da vlogueira, chegou a se manifestar em seu perfil oficial na rede. Na noite de quarta-feira (4), a página de Tolezano voltou ao ar, mas, até o fechamento desta reportagem, nenhuma das outras havia sido restaurada –algumas delas, entretanto, já têm novas versões. Procurado pela BBC Brasil, o Facebook não confirmou se havia conexão entre a desativação das páginas e a suposta ação organizada de ativistas de ambos os lados. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa afirmou que houve "erro de avaliação" na decisão de remover a página de Juliana Tolezano. "Após tomarmos conhecimento de algumas situações envolvendo páginas na plataforma, fizemos uma revisão detalhada e detectamos que a página da 'Jout Jout Prazer' foi removida por um erro de avaliação de uma denúncia. A página já foi restaurada e nos desculpamos pelas inconveniências causadas." Em outubro, a BBC Brasil conversou com a representante de políticas de produto do Facebook, a advogada Monica Bickert, a respeito do funcionamento e das polêmicas que cercam a retirada de conteúdo do ar. Bickert será a representante da empresa no festival americano de cultura e tecnologia South By Southwest, um dos mais importantes do mundo, em um painel que tratará de assédio on-line. Durante a conversa, ela disse que a "informação limitada" sobre o contexto de publicações denunciadas é um desafio da empresa e admitiu que nem sempre os revisores de conteúdos do Brasil são brasileiros ou falam português. No entanto, Bickert afirmou também que o Facebook tenta direcionar conteúdo a revisores que dominem o idioma quando necessário e compartilhar informações que podem ajudar a contextualizá-lo. Confira abaixo algumas das explicações de Bickert sobre como o Facebook decide o que deve sair do ar: A NECESSIDADE DE DENUNCIAR "Qualquer conteúdo no Facebook pode ser denunciado. Isso inclui perfis, páginas, grupos, posts, comentários em posts, fotos, vídeos, qualquer coisa. O mais comum é ir para o canto superior direito do conteúdo, clicar em 'denunciar' e responder algumas perguntas, e isso chega à nossa equipe." "Quero enfatizar que dependemos muito de as pessoas denunciarem as coisas para nós. Isso nos ajuda a garantir que as coisas que estão sendo denunciadas realmente estão tendo um impacto negativo na comunidade. Não saímos por aí removendo conteúdo. As pessoas reclamam para nós e aí revisamos." "Temos sistemas de segurança para detectar determinadas coisas como spam e imagens de pornografia infantil, então nem tudo necessariamente precisa ser denunciado para ser visto. Mas discurso de ódio e assédio precisam ser denunciados. Não estamos ativamente buscando por isso." BASTA UMA VEZ "Quero derrubar o mito de que é preciso denunciar uma página muitas vezes para derrubá-la. Basta uma denúncia." "Se alguém denuncia algum tipo de conteúdo, isso vem para nós e ele é revisado. Se alguém denuncia de novo, ele é revisado de novo, mas segundo os mesmos padrões. Denunciar algo 200 vezes não muda a decisão que foi tomada." "Temos automação para fazer a triagem das denúncias para revisão. Às vezes mais de dez pessoas denunciam um tipo de conteúdo. Em vez de colocar 10 revisores para olhar aquele conteúdo logo, nós consolidamos as denúncias com um processo automático de triagem." "Mas, na maior parte das vezes, as denúncias estão sendo revisadas por pessoas reais: discurso de ódio, ameaça de violência, automutilação. Os revisores cometerão erros, mas são pessoas de verdade." QUEM AVALIA O CONTEÚDO? E COMO? "Há uma mistura de empregados do Facebook e terceiros contratados para fazer triagem de denúncias e revisões iniciais." "Nossa equipe de revisores é bastante internacional. Eles falam diversas dezenas de línguas, incluindo português brasileiro. Também temos essa equipe espalhada para garantir que o conteúdo seja revisado sete dias por semana, 24 horas por dia." "Não é um sistema perfeito, mas tentamos que, para cada conteúdo denunciado em cada língua, tenhamos alguém com a experiência apropriada para revisá-lo imediatamente." "A principal maneira pela qual garantimos que as decisões dos revisores sejam consistentes é dando a eles instruções concretas. Se temos a denúncia de uma ameaça de violência, damos instruções sobre como eles podem avaliar a credibilidade daquele discurso. Há algo na linguagem que nos faz acreditar que isso é algo que pode realmente levar a um ato de violência contra essa pessoa?" "Porque claro, as pessoas usam palavras violentas o tempo todo, mas não queremos interferir com discurso que é de humor, satírico ou político, mas que não é uma ameaça séria." "Os revisores não têm liberdade para impor suas próprias opiniões na avaliação, precisam seguir as instruções que damos a eles. Semanalmente revisamos novamente parte do conteúdo que eles revisaram e vemos como as decisões foram tomadas." "Então se nós cometemos um erro, tentamos consertar este erro. E recebemos milhões de denúncias. Neste volume, erros definitivamente acontecem todas as semanas. Parte do processo é fazer auditorias e mostrar aos revisores onde o erro foi cometido." O 'PONTO CEGO' DAS DENÚNCIAS "Se alguém denuncia uma página para nós, o revisor vai olhar se esta página, como um todo, viola nossos padrões." "Ele vai analisar coisas como o nome da página, a imagem no topo da página, a seção "sobre" e parte do conteúdo da página. No entanto, algumas páginas têm 300 novas publicações por dia. O revisor analisará um número bem limitado desse conteúdo." "Se nessa página há uma publicação que viola nossos padrões e alguém denuncia a página, mas não esta publicação específica, pode ser que nosso revisor não a veja. Da mesma forma, se uma publicação é denunciada, o revisor pode avaliá-la e removê-la, mas pode não ver o contexto mais amplo da página, que também pode violar os padrões." O DILEMA DO CONTEXTO "Para nossos revisores [o contexto] é um desafio, muitas vezes. Eles estão diante de um computador vendo uma imagem, mas não sabem quem são essas pessoas na vida real, não sabem o que está acontecendo, então têm que fazer um julgamento com base em contexto muito limitado." "Eles têm que fazer o melhor com o contexto que têm. Outra coisa que podem fazer é pedir que alguém da empresa dê uma olhada no conteúdo de vez em quando. Isso acontece. Eu mesma já fiz isso. Tentamos tomar a melhor decisão que podemos." "Quando os revisores veem uma imagem de nudez de uma pessoa real, por exemplo, eles sabem que não permitimos fotos de genitais e, em alguns casos, não permitimos fotos de mulheres de topless. Fotos de amamentação e do corpo pós-cirurgia são permitidas, mas topless em geral não é permitido." "Parte da razão para isso é que precisamos ter certeza que imagens como esta estão sendo compartilhadas com o consentimento de quem aparece nelas, garantir que não é 'pornografia de vingança'. Erramos para o lado da segurança. Os revisores não conseguem, necessariamente, saber o contexto em que as fotos estão." "Há momentos em diferentes países em que as discussões podem ficar agressivas e começamos a ver mais coisas como discurso de ódio e bullying de indivíduos. Se sabemos de algo que pode ser um problema em algum país, tentamos garantir que nossos revisores estejam cientes disso. Isso não muda os padrões que aplicamos, mas é útil ter esta informação." "Mantemos os revisores informados sobre algumas das palavras que estão sendo usadas em discursos de ódio no Brasil, por exemplo, e sobre quais são algumas das tendências de como as pessoas podem atacar grupos ou indivíduos. Quando o idioma é um problema, direcionamos o conteúdo para funcionários que falam a língua." DISCURSO DE ÓDIO X LIBERDADE DE EXPRESSÃO "Estamos constantemente buscando novas formas de refinar nossas políticas e ver se há maneiras de permitir mais liberdade de expressão enquanto garantimos que as pessoas estão seguras, mas isso é um dos desafios que enfrentamos." "Um exemplo é o discurso de ódio. Não há uma única definição disso no mundo, então não podemos simplesmente dizer a nossos revisores: 'se for discurso de ódio, removam'. Decidimos focar nossa definição de discurso de ódio no ataque a uma pessoa ou grupo de pessoas." "A orientação que damos a eles é: se for um ataque direito a pessoas, baseado em característica como raça, religião, nacionalidade, identidade de gênero, nós removeremos. Mas se é uma crítica a um país ou instituição, por exemplo, deixamos essa crítica como parte do debate público." "O foco para nós é: se há um ataque a uma pessoa ou grupo de pessoas por causa de sua orientação sexual, por exemplo, não importa quem diz, se é um político ou outra pessoa. Se alguém ataca diretamente pessoas por ser gay, diz que são 'pessoas ruins', por exemplo, isso viola nossas políticas e pode ser removido." "Mas se alguém critica um político por seus posicionamentos sobre um assunto no Congresso, ou estão criticando uma instituição, como um grupo LGBT, permitimos esse tipo de discurso." "Garantir que as pessoas saibam que estão seguras e não sofrerão ataques no Facebook é uma parte importante de dar voz a quem poderia se sentir silenciado e impedido de participar de uma discussão." "Se as pessoas estão discutindo leis, assuntos políticos ou instituições, queremos possibilitar essas discussões. E se alguém está dizendo algo ignorante, o Facebook dá uma ótima oportunidade para que outras pessoas se envolvam na discussão para combater a ignorância e a intolerância." ASSÉDIO "Temos uma política contra assédio online que inclui, entre outros comportamentos, tentativas repetidas de deixar alguém desconfortável ou de assediar alguém." "Analisamos coisas como: quem está por trás da conta? Se é alguém que tem um registro de múltiplas instâncias de discurso de ódio, em determinado momento haverá consequências sérias. Pelo menos serão proibidos de postar por algum tempo." "Também olhamos para coisas como a autenticidade das contas, se elas são verdadeiras, se foram criadas diversas contas falsas para coordenar algum mau comportamento. Às vezes conseguimos detectar isso. Por isso exigimos que as pessoas usem suas identidades verdadeiras no site. Dá trabalho pôr isso em prática, mas estamos tentando acertar." "Se alguém é denunciado constantemente, isso fica registrado e é considerado contexto relevante para a análise de um conteúdo postado por essa pessoa." "Quando se trata de violência sexual, temos padrões muito rigorosos. Mesmo 'piadas' sobre estupro podem ser removidas de acordo com nossos padrões. Algumas pessoas podem achar isso engraçado, mas não aceitamos isso."
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O outro grito de 'fora'
Avisa Dario Fernando Patiño, diretor de notícias da Ecuavisa, principal emissora privada de TV do Equador: "Se de algo têm medo os governantes equatorianos é dos indígenas e do povo de Quito. Na quinta-feira (13), estarão juntos em Quito". É uma alusão à confluência de dois movimentos dispostos a gritar "Fora, Correa" [Rafael Correa, o presidente]: há o "levantamento" lançado pela Conaie (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador), na forma de uma marcha iniciada no dia 2 e que chega a Quito para coincidir com uma greve geral, convocada pela Frente Unitária de Trabalhadores e pela Federação de Médicos, entre outras organizações sociais. Confluências semelhantes derrubaram os três antecessores de Correa, em 1997, 2000 e 2005. É, pois, um desafio formidável para o presidente, o que o levou a tomar duas medidas contrárias a seu hábito de buscar o confronto: primeiro, suspendeu a tramitação de emendas constitucionais a que se opõem os organizadores do protesto e, segundo, licenciou seu chanceler, Ricardo Patiño, para que comandasse um "diálogo nacional", razoavelmente bem-sucedido em cooptar organizações sociais para que respaldem o governo. A emenda mais contestada é a que estabelece a reeleição indefinida, o que permitiria ao presidente candidatar-se uma quarta vez, depois de ter vencido as eleições de 2006, 2009 e 2013. Mas há também propostas para aumentar impostos, taxando, por exemplo, heranças superiores a US$ 35.400 (R$ 122,2 mil). É curioso que um protesto de orientação esquerdista vise um projeto que afetará, segundo o governo, apenas 0,1% da população, que é a fatia que recebe heranças acima desse valor. Que o movimento é majoritariamente de esquerda ("esquerda extraviada", segundo o chanceler Patiño) vê-se claramente pela retórica com a qual se convocou o "levantamento": Correa e seu movimento político "chegaram ao governo oferecendo uma revolução, mas o que construíram é uma roupagem enganosa para encobrir um novo sistema de domínio e de opressão para favorecer as grandes empresas", em um modelo de "violenta modernização do capital". É uma crítica pela esquerda a um presidente que se diz esquerdista e que tinha, até este ano, bons números a apresentar. O cres­ci­men­to mé­dio da eco­no­mia, nos anos Correa, foi de 4% anual, o des­em­prego é inferior a 5% e a por­cen­tagem de pobres caiu de 45% a 25%. Os sa­lários subiram e a inflação se manteve em torno de 3% gra­ças à do­la­ri­za­ção da economia, que antecede o período Correa, mas foi por ele mantida, apesar de sua retórica anti-norte-americana. O problema é que a queda dos preços do petróleo, a principal exportação equatoriana, marcou o fim dos bons tempos: o próprio governo rebaixou a previsão de crescimento para este ano dos 4%, com o que se manteria a média dos anos Correa, para apenas 1,9%. Com isso, o modelo da chamada "Revolução Cidadã", muito calcado em subsídios, fica abalado e ressurge o fantasma do movimento indígena, ceifador de presidentes.
colunas
O outro grito de 'fora'Avisa Dario Fernando Patiño, diretor de notícias da Ecuavisa, principal emissora privada de TV do Equador: "Se de algo têm medo os governantes equatorianos é dos indígenas e do povo de Quito. Na quinta-feira (13), estarão juntos em Quito". É uma alusão à confluência de dois movimentos dispostos a gritar "Fora, Correa" [Rafael Correa, o presidente]: há o "levantamento" lançado pela Conaie (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador), na forma de uma marcha iniciada no dia 2 e que chega a Quito para coincidir com uma greve geral, convocada pela Frente Unitária de Trabalhadores e pela Federação de Médicos, entre outras organizações sociais. Confluências semelhantes derrubaram os três antecessores de Correa, em 1997, 2000 e 2005. É, pois, um desafio formidável para o presidente, o que o levou a tomar duas medidas contrárias a seu hábito de buscar o confronto: primeiro, suspendeu a tramitação de emendas constitucionais a que se opõem os organizadores do protesto e, segundo, licenciou seu chanceler, Ricardo Patiño, para que comandasse um "diálogo nacional", razoavelmente bem-sucedido em cooptar organizações sociais para que respaldem o governo. A emenda mais contestada é a que estabelece a reeleição indefinida, o que permitiria ao presidente candidatar-se uma quarta vez, depois de ter vencido as eleições de 2006, 2009 e 2013. Mas há também propostas para aumentar impostos, taxando, por exemplo, heranças superiores a US$ 35.400 (R$ 122,2 mil). É curioso que um protesto de orientação esquerdista vise um projeto que afetará, segundo o governo, apenas 0,1% da população, que é a fatia que recebe heranças acima desse valor. Que o movimento é majoritariamente de esquerda ("esquerda extraviada", segundo o chanceler Patiño) vê-se claramente pela retórica com a qual se convocou o "levantamento": Correa e seu movimento político "chegaram ao governo oferecendo uma revolução, mas o que construíram é uma roupagem enganosa para encobrir um novo sistema de domínio e de opressão para favorecer as grandes empresas", em um modelo de "violenta modernização do capital". É uma crítica pela esquerda a um presidente que se diz esquerdista e que tinha, até este ano, bons números a apresentar. O cres­ci­men­to mé­dio da eco­no­mia, nos anos Correa, foi de 4% anual, o des­em­prego é inferior a 5% e a por­cen­tagem de pobres caiu de 45% a 25%. Os sa­lários subiram e a inflação se manteve em torno de 3% gra­ças à do­la­ri­za­ção da economia, que antecede o período Correa, mas foi por ele mantida, apesar de sua retórica anti-norte-americana. O problema é que a queda dos preços do petróleo, a principal exportação equatoriana, marcou o fim dos bons tempos: o próprio governo rebaixou a previsão de crescimento para este ano dos 4%, com o que se manteria a média dos anos Correa, para apenas 1,9%. Com isso, o modelo da chamada "Revolução Cidadã", muito calcado em subsídios, fica abalado e ressurge o fantasma do movimento indígena, ceifador de presidentes.
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Gestão Haddad pretende fechar pista expressa das marginais de madrugada
Depois de reduzir os limites de velocidade das marginais Pinheiros e Tietê, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) pretende fechar as pistas expressas das vias durante a madrugada para evitar acidentes, conforme afirmou o secretário Jilmar Tatto (Transportes) nesta quinta-feira (30). "É o momento que os motoristas usam para correr muito, causa acidentes, caminhões principalmente. Do ponto de vista da segurança, é melhor só deixar na pista central e na pista local." O fechamento deve acontecer ainda neste ano, segundo Tatto, depois que a prefeitura construir guaritas para interditar os acessos. De acordo com o relatório "Segurança Viária e Redução de Velocidades", produzido pela CET em fevereiro para justificar a redução dos limites de velocidade, dos 23 acidentes fatais que aconteceram na marginal Pinheiros em 2013, 15 (65%) ocorreu durante a noite –depois das 19h e antes das 6h. Entre 0h e 5h, foram 6. Na marginal Tietê no mesmo período, contudo, apenas três dos 33 acidentes fatais aconteceram na madrugada. No dia 20, a prefeitura reduziu os limites de velocidade das pistas expressas de 90 km/h para 70 hm/h, e das locais de 70 km/h para 50 km/h, aumentando o trajeto em quatro minutos para quem cruza as vias de ponta a ponta.
cotidiano
Gestão Haddad pretende fechar pista expressa das marginais de madrugadaDepois de reduzir os limites de velocidade das marginais Pinheiros e Tietê, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) pretende fechar as pistas expressas das vias durante a madrugada para evitar acidentes, conforme afirmou o secretário Jilmar Tatto (Transportes) nesta quinta-feira (30). "É o momento que os motoristas usam para correr muito, causa acidentes, caminhões principalmente. Do ponto de vista da segurança, é melhor só deixar na pista central e na pista local." O fechamento deve acontecer ainda neste ano, segundo Tatto, depois que a prefeitura construir guaritas para interditar os acessos. De acordo com o relatório "Segurança Viária e Redução de Velocidades", produzido pela CET em fevereiro para justificar a redução dos limites de velocidade, dos 23 acidentes fatais que aconteceram na marginal Pinheiros em 2013, 15 (65%) ocorreu durante a noite –depois das 19h e antes das 6h. Entre 0h e 5h, foram 6. Na marginal Tietê no mesmo período, contudo, apenas três dos 33 acidentes fatais aconteceram na madrugada. No dia 20, a prefeitura reduziu os limites de velocidade das pistas expressas de 90 km/h para 70 hm/h, e das locais de 70 km/h para 50 km/h, aumentando o trajeto em quatro minutos para quem cruza as vias de ponta a ponta.
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Em meio à crise, revista de Doria ganha anunciantes e terá mais edições por ano
A primeira revista mensal do grupo Lide, fundado por João Doria, chega às bancas recheada de anúncios. Além de empresas como Audi, Vivo e Ultrafarma, fazem publicidade nela restaurantes paulistanos como o Piselli e o Rodeio. O governo de Goiás, comandado pelo tucano Marconi Perillo, também pagou por propaganda. São, no total, 21 anunciantes. NOVA ERA A Galeria Bia Doria, da primeira-dama de SP, também fez publicidade na revista "Lide", que não sentiu a crise no mercado editorial: ela era bimestral, mas, com "a ótima aceitação" dos anunciantes, segundo divulga a Doria Editora, passou a ser mensal. Entre os textos estão entrevistas, artigos sobre economia brasileira e análises sobre a era Trump. Leia a coluna completa aqui.
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Em meio à crise, revista de Doria ganha anunciantes e terá mais edições por anoA primeira revista mensal do grupo Lide, fundado por João Doria, chega às bancas recheada de anúncios. Além de empresas como Audi, Vivo e Ultrafarma, fazem publicidade nela restaurantes paulistanos como o Piselli e o Rodeio. O governo de Goiás, comandado pelo tucano Marconi Perillo, também pagou por propaganda. São, no total, 21 anunciantes. NOVA ERA A Galeria Bia Doria, da primeira-dama de SP, também fez publicidade na revista "Lide", que não sentiu a crise no mercado editorial: ela era bimestral, mas, com "a ótima aceitação" dos anunciantes, segundo divulga a Doria Editora, passou a ser mensal. Entre os textos estão entrevistas, artigos sobre economia brasileira e análises sobre a era Trump. Leia a coluna completa aqui.
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'Todas as concessões já foram feitas', diz Temer sobre Previdência
O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira (24) que o governo fez as mudanças que eram possíveis no texto da reforma da Previdência. "Todas as concessões já foram feitas", disse o presidente à reportagem da Folha e a outros dois jornalistas, durante almoço em homenagem ao primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, no Palácio do Itamaraty. "Hoje começa o processo de convencimento", ressaltou o presidente, ao falar sobre o cenário de votação da proposta na Câmara. Temer disse ainda que a reforma será votada quando for possível aprová-la, e citou os dias 8 e 9 de maio como prováveis, apesar da expectativa de que esse cronograma seja adiado. A previsão é de que o relatório da proposta seja votado na próxima semana na comissão especial. A intenção do governo é de que o texto aprovado não seja modificado pelo Senado, o que o obrigaria a retornar à Câmara e poderia sofrer novas flexibilizações. Questionado pela Folha sobre uma eventual decisão da bancada federal do PSB de não apoiar a reforma, Temer respondeu: "Não vai romper, não". A executiva nacional do PSB se reunirá nesta segunda-feira (24) para definir posição sobre o tema. Desde o final de semana, o governo tem trabalhado para evitar uma decisão contrária do partido. O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, do PSB, passou o final de semana em contato com a bancada federal pedindo apoio à proposta. Os ministros do núcleo político do Palácio do Planalto também fizeram ofensiva sobre dirigentes da sigla. O receio é que uma decisão desfavorável ao governo possa estimular decisões semelhantes de legendas como PTB e PPS. Ainda que a decisão da sigla seja contrária à reforma, o presidente não pretende afastar o ministro em um primeiro momento. Com a expectativa de um placar apertado no plenário da Câmara, a estratégia será a de tentar criar um racha na bancada da legenda. A ideia é que, depois da apreciação da reforma na Câmara e no Senado, Temer promova um encontro com o comando nacional do PSB para, aí sim, definir a permanência ou saída da sigla do governo. Em uma reunião neste domingo (23), o presidente deu a orientação de que ministros e deputados da base aliada deveriam fazer uma mobilização em prol do da reforma.
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'Todas as concessões já foram feitas', diz Temer sobre PrevidênciaO presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira (24) que o governo fez as mudanças que eram possíveis no texto da reforma da Previdência. "Todas as concessões já foram feitas", disse o presidente à reportagem da Folha e a outros dois jornalistas, durante almoço em homenagem ao primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, no Palácio do Itamaraty. "Hoje começa o processo de convencimento", ressaltou o presidente, ao falar sobre o cenário de votação da proposta na Câmara. Temer disse ainda que a reforma será votada quando for possível aprová-la, e citou os dias 8 e 9 de maio como prováveis, apesar da expectativa de que esse cronograma seja adiado. A previsão é de que o relatório da proposta seja votado na próxima semana na comissão especial. A intenção do governo é de que o texto aprovado não seja modificado pelo Senado, o que o obrigaria a retornar à Câmara e poderia sofrer novas flexibilizações. Questionado pela Folha sobre uma eventual decisão da bancada federal do PSB de não apoiar a reforma, Temer respondeu: "Não vai romper, não". A executiva nacional do PSB se reunirá nesta segunda-feira (24) para definir posição sobre o tema. Desde o final de semana, o governo tem trabalhado para evitar uma decisão contrária do partido. O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, do PSB, passou o final de semana em contato com a bancada federal pedindo apoio à proposta. Os ministros do núcleo político do Palácio do Planalto também fizeram ofensiva sobre dirigentes da sigla. O receio é que uma decisão desfavorável ao governo possa estimular decisões semelhantes de legendas como PTB e PPS. Ainda que a decisão da sigla seja contrária à reforma, o presidente não pretende afastar o ministro em um primeiro momento. Com a expectativa de um placar apertado no plenário da Câmara, a estratégia será a de tentar criar um racha na bancada da legenda. A ideia é que, depois da apreciação da reforma na Câmara e no Senado, Temer promova um encontro com o comando nacional do PSB para, aí sim, definir a permanência ou saída da sigla do governo. Em uma reunião neste domingo (23), o presidente deu a orientação de que ministros e deputados da base aliada deveriam fazer uma mobilização em prol do da reforma.
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Torcedores de Arsenal e Liverpool protestam contra preço de ingressos
Antes do clássico deste sábado (4) entre Arsenal e Liverpool, válido pela 31ª rodada do Campeonato Inglês, os torcedores das duas equipes se uniram e fizeram um protesto contra o alto valor cobrado nos ingressos. Algumas bandeiras foram estendidas na entrada do estádio do Arsenal pedindo a redução nos valores cobrados. O tíquete mais barato para assistir a partida foi de 64 libras (equivalente a R$294 no câmbio atual). Parte dos torcedores seguraram uma faixa em tom de ameaça a um boicote, dizendo que "futebol sem torcida não é nada". Quase todos os ingressos foram vendidos. Além disso, os torcedores reclamam que os clubes assinaram um acordo de 5 bilhões de libras (equivalente a R$22 bi) pelo direito de transmissão de TV, e, assim, os ingressos colocados a venda poderiam ser mais em conta. Recentemente, na 26ª rodada da competição nacional, a torcida do Crystal Palace aproveitou o jogo contra o Arsenal para, também, fazer um protesto contra os dirigentes do clube pelos altos valores cobrado nos ingressos dos jogos. Parte da torcida do clube inglês estendeu um bandeirão provocativo que citava o acordo bilionário.
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Torcedores de Arsenal e Liverpool protestam contra preço de ingressosAntes do clássico deste sábado (4) entre Arsenal e Liverpool, válido pela 31ª rodada do Campeonato Inglês, os torcedores das duas equipes se uniram e fizeram um protesto contra o alto valor cobrado nos ingressos. Algumas bandeiras foram estendidas na entrada do estádio do Arsenal pedindo a redução nos valores cobrados. O tíquete mais barato para assistir a partida foi de 64 libras (equivalente a R$294 no câmbio atual). Parte dos torcedores seguraram uma faixa em tom de ameaça a um boicote, dizendo que "futebol sem torcida não é nada". Quase todos os ingressos foram vendidos. Além disso, os torcedores reclamam que os clubes assinaram um acordo de 5 bilhões de libras (equivalente a R$22 bi) pelo direito de transmissão de TV, e, assim, os ingressos colocados a venda poderiam ser mais em conta. Recentemente, na 26ª rodada da competição nacional, a torcida do Crystal Palace aproveitou o jogo contra o Arsenal para, também, fazer um protesto contra os dirigentes do clube pelos altos valores cobrado nos ingressos dos jogos. Parte da torcida do clube inglês estendeu um bandeirão provocativo que citava o acordo bilionário.
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Cameron pretende cortar benefícios de obesos que não fizerem tratamento
Desempregados britânicos com problemas de obesidade que não cumprirem tratamento médico para emagrecer podem perder auxílio social, segundo um plano anunciado neste sábado (14) pelo primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron. O premiê britânico apresentou sua proposta ao ministério da Saúde para avaliação. De acordo com o projeto, tanto obesos como cidadãos com dependência química (álcool e outras drogas) "com condições tratáveis" que não se submeterem a tratamento poderão perder os subsídios estatais. "Alguns têm problemas com álcool ou drogas, mas recusam a se tratar. Em outros casos, há gente que tem problemas de peso que poderia ser resolvido, mas em vez disso escolhem levar uma vida sustentada pelas ajudas e não trabalhar", argumentou Cameron. Para o primeiro-ministro, "não é justo pedir aos contribuintes que trabalham duro que custeiem os subsídios das pessoas que recusam ajuda e tratamento que poderiam levá-los de volta à vida laboral". A três meses para as eleições gerais no Reino Unido, o líder conservador disse que seu governo "está decidido a proporcionar ajuda às pessoas para devolver a elas uma vida plena". A conselheira do ministério da Saúde Carol Black, encarregada de avaliar a proposta, assinalou que está "profundamente interessada em superar os desafios que este tipo de pessoa que solicita os subsídios representa". "Esta gente, além de ter problemas que se arrastaram durante muito tempo e complicações com seu estilo de vida, sofrem a grande desvantagem de não estarem integradas no mundo laboral, algo tão básico na sociedade", disse Black. No Reino Unido, onde a legislação atual não exige que se submeta a tratamento para pedir o benefício, cerca de 60% dos 2,5 milhões de pessoas que recebem subsídios por doença recebem essas ajudas há mais de cinco anos.
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Cameron pretende cortar benefícios de obesos que não fizerem tratamentoDesempregados britânicos com problemas de obesidade que não cumprirem tratamento médico para emagrecer podem perder auxílio social, segundo um plano anunciado neste sábado (14) pelo primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron. O premiê britânico apresentou sua proposta ao ministério da Saúde para avaliação. De acordo com o projeto, tanto obesos como cidadãos com dependência química (álcool e outras drogas) "com condições tratáveis" que não se submeterem a tratamento poderão perder os subsídios estatais. "Alguns têm problemas com álcool ou drogas, mas recusam a se tratar. Em outros casos, há gente que tem problemas de peso que poderia ser resolvido, mas em vez disso escolhem levar uma vida sustentada pelas ajudas e não trabalhar", argumentou Cameron. Para o primeiro-ministro, "não é justo pedir aos contribuintes que trabalham duro que custeiem os subsídios das pessoas que recusam ajuda e tratamento que poderiam levá-los de volta à vida laboral". A três meses para as eleições gerais no Reino Unido, o líder conservador disse que seu governo "está decidido a proporcionar ajuda às pessoas para devolver a elas uma vida plena". A conselheira do ministério da Saúde Carol Black, encarregada de avaliar a proposta, assinalou que está "profundamente interessada em superar os desafios que este tipo de pessoa que solicita os subsídios representa". "Esta gente, além de ter problemas que se arrastaram durante muito tempo e complicações com seu estilo de vida, sofrem a grande desvantagem de não estarem integradas no mundo laboral, algo tão básico na sociedade", disse Black. No Reino Unido, onde a legislação atual não exige que se submeta a tratamento para pedir o benefício, cerca de 60% dos 2,5 milhões de pessoas que recebem subsídios por doença recebem essas ajudas há mais de cinco anos.
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Força Nacional chega ao Rio Grande do Sul neste domingo
Em meio a uma crise de segurança pública, o Rio Grande do Sul recebe neste domingo (28) as primeiras equipes da Força Nacional, enviadas para reforçar o policiamento no Estado. Os policiais foram deslocados do Rio de Janeiro, onde atuavam na Olimpíada, para o Sul ainda na sexta-feira (26), quando o presidente interino Michel Temer (PMDB) aceitou o pedido do governador José Ivo Sartori (PMDB) para o envio das tropas. A equipe de 120 pessoas iria trabalhar na Paraolimpíada do Rio. Agora, atuará no policiamento ostensivo em Porto Alegre, junto com policiais militares. Em crise financeira, o Estado tem atrasado salários de servidores, inclusive de policiais, e enfrentado alta nos índices de criminalidade. Policiais militares e civis tiveram os salários parcelados, algumas vezes em parcelas menores que o salário mínimo. O efetivo diminuiu, e Sartori chegou a cortar o combustível para os carros da polícia. Na noite desta quinta-feira (25), o secretário de Segurança, Waltuir Jacini, deixou o cargo depois de mais um latrocínio (roubo seguido de morte) em Porto Alegre, tipo de crime que subiu 35% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2015 -de 66 para 89. Sartori diz que a crise da segurança "vem de longo tempo, de outras circunstâncias". Ele anunciou, após a demissão do secretário, a criação de um "gabinete de crise", capitaneado pelo seu vice, José Paulo Cairoli (PSD). PRESÍDIOS A intenção inicial era que a Força Nacional reforçasse o policiamento dos presídios do Estado, cuja população aumentou cerca de 15% no último ano -atualmente, são 34 mil detentos. Após reunião com o comando da Força, porém, ficou estabelecido que os soldados vão atuar nas ruas. O governador Sartori também pediu ajuda de Temer para comprar equipamentos, armamentos e construir um presídio na capital gaúcha. Ainda não houve resposta. Os 120 homens da Força Nacional estarão nas ruas de Porto Alegre a partir desta segunda (29), por tempo indeterminado. RIO GRANDE DO NORTE Também em crise na segurança, após uma onda de ataques a ônibus e postos policiais, o Rio Grande do Norte era outro que havia solicitado ao governo federal o envio de tropas da Força Nacional ao Estado. Nesta terça (23), homens dasForças Armadas, que ajudavam no policiamento local, deixaram o Estado após três semanas de atuação. O governador Robinson Faria (PSD) enviou um ofício ao governo federal no mesmo dia, mas ainda não obteve resposta. O Estado anunciou que reforçaria o policiamento da PM em pontos turísticos, corredores de transporte público e áreas comerciais. Até o início da semana, o Ministério da Defesa argumentava que as Forças Armadas e a Força Nacional estavam envolvidas em "operações de garantia da lei e da ordem" nos Jogos Olímpicos.
cotidiano
Força Nacional chega ao Rio Grande do Sul neste domingoEm meio a uma crise de segurança pública, o Rio Grande do Sul recebe neste domingo (28) as primeiras equipes da Força Nacional, enviadas para reforçar o policiamento no Estado. Os policiais foram deslocados do Rio de Janeiro, onde atuavam na Olimpíada, para o Sul ainda na sexta-feira (26), quando o presidente interino Michel Temer (PMDB) aceitou o pedido do governador José Ivo Sartori (PMDB) para o envio das tropas. A equipe de 120 pessoas iria trabalhar na Paraolimpíada do Rio. Agora, atuará no policiamento ostensivo em Porto Alegre, junto com policiais militares. Em crise financeira, o Estado tem atrasado salários de servidores, inclusive de policiais, e enfrentado alta nos índices de criminalidade. Policiais militares e civis tiveram os salários parcelados, algumas vezes em parcelas menores que o salário mínimo. O efetivo diminuiu, e Sartori chegou a cortar o combustível para os carros da polícia. Na noite desta quinta-feira (25), o secretário de Segurança, Waltuir Jacini, deixou o cargo depois de mais um latrocínio (roubo seguido de morte) em Porto Alegre, tipo de crime que subiu 35% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2015 -de 66 para 89. Sartori diz que a crise da segurança "vem de longo tempo, de outras circunstâncias". Ele anunciou, após a demissão do secretário, a criação de um "gabinete de crise", capitaneado pelo seu vice, José Paulo Cairoli (PSD). PRESÍDIOS A intenção inicial era que a Força Nacional reforçasse o policiamento dos presídios do Estado, cuja população aumentou cerca de 15% no último ano -atualmente, são 34 mil detentos. Após reunião com o comando da Força, porém, ficou estabelecido que os soldados vão atuar nas ruas. O governador Sartori também pediu ajuda de Temer para comprar equipamentos, armamentos e construir um presídio na capital gaúcha. Ainda não houve resposta. Os 120 homens da Força Nacional estarão nas ruas de Porto Alegre a partir desta segunda (29), por tempo indeterminado. RIO GRANDE DO NORTE Também em crise na segurança, após uma onda de ataques a ônibus e postos policiais, o Rio Grande do Norte era outro que havia solicitado ao governo federal o envio de tropas da Força Nacional ao Estado. Nesta terça (23), homens dasForças Armadas, que ajudavam no policiamento local, deixaram o Estado após três semanas de atuação. O governador Robinson Faria (PSD) enviou um ofício ao governo federal no mesmo dia, mas ainda não obteve resposta. O Estado anunciou que reforçaria o policiamento da PM em pontos turísticos, corredores de transporte público e áreas comerciais. Até o início da semana, o Ministério da Defesa argumentava que as Forças Armadas e a Força Nacional estavam envolvidas em "operações de garantia da lei e da ordem" nos Jogos Olímpicos.
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Brasileiros no exterior levam 5 Grands Prix em Cannes; país fica sem prêmio
Publicitários brasileiros que fazem carreira fora do país conquistaram 5 dos 24 Grands Prix distribuídos durante o festival internacional de publicidade Cannes Lions, encerrado neste sábado (24). O Grand Prix é o troféu máximo oferecido em cada uma das 24 categorias, que, por sua vez, contam com diversas subcategorias para as quais é possível ganhar Leões de Ouro, Prata e Bronze. Na conta oficial por país, o Brasil obteve 99 Leões (14 Ouros, 33 Pratas e 52 Bronzes) e nenhum Grand Prix. É mais do que no ano passado (90), mas o número de inscrições também subiu (7,7% para 3.020). Considerando o retorno sobre o investimento, sem entrar no mérito da cor do metal, foram necessárias 30 inscrições para cada troféu que as agências levaram para casa. O melhor desempenho do Brasil aconteceu em 2013, quando o país levou 115 troféus (incluindo dois GP, sendo um de Titanium, o mais cobicaço) e a Ogilvy Brasil faturou o prêmio de a agência do ano. E é do time da Ogilvy que brilhou em 2013, com a campanha de Dove ("Retrato de Real Beleza"), que vem a maioria dos GPs dos profissionais expatriados. Depois do sucesso de Dove, o criativo Anselmo Ramos, que já tinha atuado no exterior, mudou-se para os EUA para fundar a David Miami: neste ano, ele levou dois Grands Prix com campanhas para o Burger King. Também do time de Anselmo para a Dove em 2013, a dupla Rafael Rizuto e Eduardo Marques, hoje diretores-executivos de criação da agência 180LA, de Los Angeles (EUA), faturou dois GP: Promo & Ativação e o prestigioso GP da categoria Integrated, anunciado neste sábado. O quinto GP foi para um brasileiro que já está na Europa desde 2008, Miguel Bemfica, diretor criativo global da MRM/McCann na Espanha. Bemfica venceu o GP na categoria Entretenimento, com um filme de 17 minutos para o Santander. Exibido em salas de cinema com ingresso pago, "Beyond Money" (Além do Dinheiro) é uma ficção científica ao estilo Black Mirror, com Adriana Ugarte (que fez o último filme de Almodóvar) no papel principal. NEYMAR Para Bemfica, o Brasil pode comemorar os GPs, mesmo não sendo oficiais. "É como o Neymar jogando no Barcelona. Cada gol que ele faz deixa a gente feliz. A gente treina aqui fora para um dia voltar", afirma o publicitário pernambucano, que um ano antes de deixar o país fundou uma escola de criativos em SP, a Escola Cuca. "Nossos alunos e ex-alunos estão competindo comigo e já ganharam 26 prêmios em Cannes este ano", comemora. Ele segue na metáfora futebolística para explicar o destaque dos brasileiros no exterior. "Você bate bola na favela, vem aqui para o condomínio e arrasa. O país é uma ótima escola, tem a mídia dentro da agência, talento em abundância e um mercado difícil. A gente aprende a sobreviver na raça." O sucesso dos brasileiros em Cannes ganhou destaque na mídia especializada nos EUA. Uma semana antes da abertura do festival, a revista "Advertising Age" publicou uma reportagem mostrando que "os brasileiros são os novos suecos" para os headhunters de agência nos EUA. Há dez anos fora do Brasil, Rafael Rizuto, 37, saiu de Recife, sua cidade natal, direto para a uma agência no Bahrein. "Nunca tinha saído do Brasil", recorda. De lá foi para a Ogilvy e depois Leo Burnett, em Dubai. Em 2012, passou um ano no time de Anselmo Ramos na Ogilvy em São Paulo, depois foi para a Califórnia trabalhar na Pereira O'Dell, agência de San Francisco que tem como sócio o brasileiro PJ Pereira (que presidente do júri de Entretenimento este ano). Há dois anos, é diretor-executivo da 180LA. "Não penso em voltar. Minha mulher é americana, está grávida. Me considero um cidadão do mundo." Em dois anos na 180LA, acumula 20 Leões, incluindo 3 GPs, e atribui o sucesso à diversidade do time que montou. "Quando cheguei, só tinha americano branco fazendo propaganda tradicional. Hoje temos gente de 28 países, muitas mulheres. "É a prova de que uma equipe diversa melhora o resultado." Rizuti diz que o brasileiro e o americano têm visões muito diferentes da carreira. "Nos EUA é mais um trabalho. Para o brasileiro, é um estilo de vida. Tem um amor, uma dedicação. Nossas referências profissionais são celebridades: Nizan Guanaes, Washington Olivetto", afirma. "E tem a crise que faz a gente tirar leite de pedra. Aprendemos nadando contra a corrente e quando chegamos aqui e vendo o mar a favor, nadamos de braçada." CONFIRA TODOS OS GRANDS PRIX CRIADOS POR CRIATIVOS BRASILEIROS NO EXTERIOR DIRECT LIONS Agência David MIAMI (Anselmo Ramos) Campanha "Google Home of the Whopper", para Burger King BK PRINT & PUBLISHING Agência David Miami para Burger King foi com "Flamed grilled since 1954". ENTERTAINMENT Agência MRM/McCann Madrid (Miguel Bemfica, diretor-geral de criação) para o Santander com o curta-metragem "Beyond Money". Santander PROMO Agência 180 LA (Rafael Rizuto e Eduardo Marques, diretores executivos de criação), com a campanha "Boost your Voice", na qual as lojas da rede Boost Mobile se tornaram local de votação em bairros pobres, contribuindo para aumentar o número de pessoas que votaram nas eleições americanas. Boost INTEGRATED Agência 180 LA com "Boost your Voice"
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Brasileiros no exterior levam 5 Grands Prix em Cannes; país fica sem prêmioPublicitários brasileiros que fazem carreira fora do país conquistaram 5 dos 24 Grands Prix distribuídos durante o festival internacional de publicidade Cannes Lions, encerrado neste sábado (24). O Grand Prix é o troféu máximo oferecido em cada uma das 24 categorias, que, por sua vez, contam com diversas subcategorias para as quais é possível ganhar Leões de Ouro, Prata e Bronze. Na conta oficial por país, o Brasil obteve 99 Leões (14 Ouros, 33 Pratas e 52 Bronzes) e nenhum Grand Prix. É mais do que no ano passado (90), mas o número de inscrições também subiu (7,7% para 3.020). Considerando o retorno sobre o investimento, sem entrar no mérito da cor do metal, foram necessárias 30 inscrições para cada troféu que as agências levaram para casa. O melhor desempenho do Brasil aconteceu em 2013, quando o país levou 115 troféus (incluindo dois GP, sendo um de Titanium, o mais cobicaço) e a Ogilvy Brasil faturou o prêmio de a agência do ano. E é do time da Ogilvy que brilhou em 2013, com a campanha de Dove ("Retrato de Real Beleza"), que vem a maioria dos GPs dos profissionais expatriados. Depois do sucesso de Dove, o criativo Anselmo Ramos, que já tinha atuado no exterior, mudou-se para os EUA para fundar a David Miami: neste ano, ele levou dois Grands Prix com campanhas para o Burger King. Também do time de Anselmo para a Dove em 2013, a dupla Rafael Rizuto e Eduardo Marques, hoje diretores-executivos de criação da agência 180LA, de Los Angeles (EUA), faturou dois GP: Promo & Ativação e o prestigioso GP da categoria Integrated, anunciado neste sábado. O quinto GP foi para um brasileiro que já está na Europa desde 2008, Miguel Bemfica, diretor criativo global da MRM/McCann na Espanha. Bemfica venceu o GP na categoria Entretenimento, com um filme de 17 minutos para o Santander. Exibido em salas de cinema com ingresso pago, "Beyond Money" (Além do Dinheiro) é uma ficção científica ao estilo Black Mirror, com Adriana Ugarte (que fez o último filme de Almodóvar) no papel principal. NEYMAR Para Bemfica, o Brasil pode comemorar os GPs, mesmo não sendo oficiais. "É como o Neymar jogando no Barcelona. Cada gol que ele faz deixa a gente feliz. A gente treina aqui fora para um dia voltar", afirma o publicitário pernambucano, que um ano antes de deixar o país fundou uma escola de criativos em SP, a Escola Cuca. "Nossos alunos e ex-alunos estão competindo comigo e já ganharam 26 prêmios em Cannes este ano", comemora. Ele segue na metáfora futebolística para explicar o destaque dos brasileiros no exterior. "Você bate bola na favela, vem aqui para o condomínio e arrasa. O país é uma ótima escola, tem a mídia dentro da agência, talento em abundância e um mercado difícil. A gente aprende a sobreviver na raça." O sucesso dos brasileiros em Cannes ganhou destaque na mídia especializada nos EUA. Uma semana antes da abertura do festival, a revista "Advertising Age" publicou uma reportagem mostrando que "os brasileiros são os novos suecos" para os headhunters de agência nos EUA. Há dez anos fora do Brasil, Rafael Rizuto, 37, saiu de Recife, sua cidade natal, direto para a uma agência no Bahrein. "Nunca tinha saído do Brasil", recorda. De lá foi para a Ogilvy e depois Leo Burnett, em Dubai. Em 2012, passou um ano no time de Anselmo Ramos na Ogilvy em São Paulo, depois foi para a Califórnia trabalhar na Pereira O'Dell, agência de San Francisco que tem como sócio o brasileiro PJ Pereira (que presidente do júri de Entretenimento este ano). Há dois anos, é diretor-executivo da 180LA. "Não penso em voltar. Minha mulher é americana, está grávida. Me considero um cidadão do mundo." Em dois anos na 180LA, acumula 20 Leões, incluindo 3 GPs, e atribui o sucesso à diversidade do time que montou. "Quando cheguei, só tinha americano branco fazendo propaganda tradicional. Hoje temos gente de 28 países, muitas mulheres. "É a prova de que uma equipe diversa melhora o resultado." Rizuti diz que o brasileiro e o americano têm visões muito diferentes da carreira. "Nos EUA é mais um trabalho. Para o brasileiro, é um estilo de vida. Tem um amor, uma dedicação. Nossas referências profissionais são celebridades: Nizan Guanaes, Washington Olivetto", afirma. "E tem a crise que faz a gente tirar leite de pedra. Aprendemos nadando contra a corrente e quando chegamos aqui e vendo o mar a favor, nadamos de braçada." CONFIRA TODOS OS GRANDS PRIX CRIADOS POR CRIATIVOS BRASILEIROS NO EXTERIOR DIRECT LIONS Agência David MIAMI (Anselmo Ramos) Campanha "Google Home of the Whopper", para Burger King BK PRINT & PUBLISHING Agência David Miami para Burger King foi com "Flamed grilled since 1954". ENTERTAINMENT Agência MRM/McCann Madrid (Miguel Bemfica, diretor-geral de criação) para o Santander com o curta-metragem "Beyond Money". Santander PROMO Agência 180 LA (Rafael Rizuto e Eduardo Marques, diretores executivos de criação), com a campanha "Boost your Voice", na qual as lojas da rede Boost Mobile se tornaram local de votação em bairros pobres, contribuindo para aumentar o número de pessoas que votaram nas eleições americanas. Boost INTEGRATED Agência 180 LA com "Boost your Voice"
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'Evitamos ouvir o mundo lá fora', diz George Miller sobre prêmio de Cannes
Após premiar títulos polêmicos como "Juste la Fin du Monde", de Xavier Dolan, e "Personal Shopper", de Olivier Assayas, no Festival de Cannes, o diretor George Miller, presidente do júri, comentou as decisões controversas. A cerimônia ocorreu na noite deste domingo (22), na cidade da costa sul da França. "Esses são os resultados. Evitamos ouvir o que se dizia fora", disse o cineasta australiano. Ele presidiu o corpo de outros oito jurado, recebidos com algumas vaias na sala de imprensa após a premiação. Segundo Miller, por uma regra do festival, o júri não pode se pronunciar sobre os filmes que perderam. "I, Daniel Blake", de Ken Loach, levou a Palma de Ouro —segunda vez que o diretor britânico, conhecido por seus filmes sociais, leva o maior prêmio de Cannes. "Outro mundo é possível e necessário", disse Loach ao receber o prêmio, que aproveitou para criticar o neoliberalismo. Segundo o diretor de 79 anos, a União Europeia hoje incorpora esse modelo econômico. A imprensa internacional, contudo, apostava na comédia "Toni Erdmann", de Maren Ade, no indie "Paterson", de Jim Jarmusch, e no thriller "Elle", de Paul Verhoeven. "Aquarius", do brasileiro Kleber Mendonça Filho, também era bem cotado, mas saiu sem nenhum prêmio. O francês Assayas, cujo filme de fantasma foi um dos mais vaiados na sessão de imprensa, dividiu o prêmio de direção com o elogiado Cristian Mungiu, de "Bacalaureat". Já Dolan levou o grande prêmio do júri, o segundo mais importante depois da Palma de Ouro, por seu "Juste la Fin du Monde", sobre um homem (Gaspard Ulliel) que retorna à casa da família para informar os parentes que está morrendo. O filme foi tido como o pior da carreira de Dolan, 27. Membro do júri, László Nemes, que levou o grande prêmio especial no ano passado por "O Filho de Saul", teve de comentar por que deu esse mesmo troféu ao controverso filme de Dolan. "Achei que tinha um olhar cinematográfico nele. Gostamos muito do filme", disse o diretor húngaro. Dolan, recebido com palmas tímidas, comentou a recepção negativa pela imprensa. "É natural. As pessoas precisam realmente ver o filme." Compuseram o júri, além de Miller, as atrizes Vanessa Paradis, Kirsten Dunst e Valeria Golino, os diretores Nemes e Arnaud Desplechin, a produtora iraniana Katayoon Shahabi, além dos atores Mads Mikkelsen e Donald Sutherland. Kleber Mendonça Filho comentou o fato de "Aquarius" não ter sido lembrado pelo júri: "Prêmios são matemáticos, por mais que a imprensa, a crítica e cinéfilos defendam seus filmes amados", disse o diretor, em seu perfil pessoal no Facebook. O jornalista GUILHERME GENESTRETI se hospeda a convite do Festival de Cannes
ilustrada
'Evitamos ouvir o mundo lá fora', diz George Miller sobre prêmio de CannesApós premiar títulos polêmicos como "Juste la Fin du Monde", de Xavier Dolan, e "Personal Shopper", de Olivier Assayas, no Festival de Cannes, o diretor George Miller, presidente do júri, comentou as decisões controversas. A cerimônia ocorreu na noite deste domingo (22), na cidade da costa sul da França. "Esses são os resultados. Evitamos ouvir o que se dizia fora", disse o cineasta australiano. Ele presidiu o corpo de outros oito jurado, recebidos com algumas vaias na sala de imprensa após a premiação. Segundo Miller, por uma regra do festival, o júri não pode se pronunciar sobre os filmes que perderam. "I, Daniel Blake", de Ken Loach, levou a Palma de Ouro —segunda vez que o diretor britânico, conhecido por seus filmes sociais, leva o maior prêmio de Cannes. "Outro mundo é possível e necessário", disse Loach ao receber o prêmio, que aproveitou para criticar o neoliberalismo. Segundo o diretor de 79 anos, a União Europeia hoje incorpora esse modelo econômico. A imprensa internacional, contudo, apostava na comédia "Toni Erdmann", de Maren Ade, no indie "Paterson", de Jim Jarmusch, e no thriller "Elle", de Paul Verhoeven. "Aquarius", do brasileiro Kleber Mendonça Filho, também era bem cotado, mas saiu sem nenhum prêmio. O francês Assayas, cujo filme de fantasma foi um dos mais vaiados na sessão de imprensa, dividiu o prêmio de direção com o elogiado Cristian Mungiu, de "Bacalaureat". Já Dolan levou o grande prêmio do júri, o segundo mais importante depois da Palma de Ouro, por seu "Juste la Fin du Monde", sobre um homem (Gaspard Ulliel) que retorna à casa da família para informar os parentes que está morrendo. O filme foi tido como o pior da carreira de Dolan, 27. Membro do júri, László Nemes, que levou o grande prêmio especial no ano passado por "O Filho de Saul", teve de comentar por que deu esse mesmo troféu ao controverso filme de Dolan. "Achei que tinha um olhar cinematográfico nele. Gostamos muito do filme", disse o diretor húngaro. Dolan, recebido com palmas tímidas, comentou a recepção negativa pela imprensa. "É natural. As pessoas precisam realmente ver o filme." Compuseram o júri, além de Miller, as atrizes Vanessa Paradis, Kirsten Dunst e Valeria Golino, os diretores Nemes e Arnaud Desplechin, a produtora iraniana Katayoon Shahabi, além dos atores Mads Mikkelsen e Donald Sutherland. Kleber Mendonça Filho comentou o fato de "Aquarius" não ter sido lembrado pelo júri: "Prêmios são matemáticos, por mais que a imprensa, a crítica e cinéfilos defendam seus filmes amados", disse o diretor, em seu perfil pessoal no Facebook. O jornalista GUILHERME GENESTRETI se hospeda a convite do Festival de Cannes
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Blairo Maggi afirma que nunca teve contato com a Odebrecht
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, negou qualquer envolvimento em irregularidades apuradas na Operação Lava Jato. Seu nome foi citado pelo jornal "Valor Econômico" como um dos 83 que integram a lista do Procurador-Geral da República Rodrigo Janot, com pedidos de inquéritos baseados na delação dos ex-executivos da empreiteira Odebrecht. "A chance de eu estar nesse negócio é zero. Zero não, menos um [abaixo de zero]", disse Blairo Maggi durante uma visita a um frigorífico da Seara em Lapa, no Paraná, nesta terça (21). "Nunca tive contato com a Odebrecht. Conheci, quando era senador pelo Mato Grosso, um rapaz chamado Paulo Lins, da concessionária Rota do Oeste. Ele me procurou para falar das dificuldades da concessão." Blairo Maggi afirmou que, como senador, sempre recebeu todos e que se preocupa com as questões relacionadas a seu Estado. O Mato Grosso, um dos maiores produtores de soja do mundo, depende das obras dessa rodovia para garantir o escoamento da produção. Maggi defendeu o fim do sigilo da lista de Janot. "Precisa ser retirado imediatamente. Assim acaba logo com isso, e quem não está lá não sofre bulllying [assédio moral]."
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Blairo Maggi afirma que nunca teve contato com a OdebrechtO ministro da Agricultura, Blairo Maggi, negou qualquer envolvimento em irregularidades apuradas na Operação Lava Jato. Seu nome foi citado pelo jornal "Valor Econômico" como um dos 83 que integram a lista do Procurador-Geral da República Rodrigo Janot, com pedidos de inquéritos baseados na delação dos ex-executivos da empreiteira Odebrecht. "A chance de eu estar nesse negócio é zero. Zero não, menos um [abaixo de zero]", disse Blairo Maggi durante uma visita a um frigorífico da Seara em Lapa, no Paraná, nesta terça (21). "Nunca tive contato com a Odebrecht. Conheci, quando era senador pelo Mato Grosso, um rapaz chamado Paulo Lins, da concessionária Rota do Oeste. Ele me procurou para falar das dificuldades da concessão." Blairo Maggi afirmou que, como senador, sempre recebeu todos e que se preocupa com as questões relacionadas a seu Estado. O Mato Grosso, um dos maiores produtores de soja do mundo, depende das obras dessa rodovia para garantir o escoamento da produção. Maggi defendeu o fim do sigilo da lista de Janot. "Precisa ser retirado imediatamente. Assim acaba logo com isso, e quem não está lá não sofre bulllying [assédio moral]."
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'Sinto vergonha de ser brasileira', diz leitora sobre votação na Câmara
DENÚNCIA CONTRA TEMER Em 2018, teremos a chance de varrer essa turma do mapa político. Comigo não tem essa de votar "no menos ruim". Se não houver nenhum candidato sério e que mereça o meu voto, irei de nulo. Doze deputados federais do meu Estado votaram pelo arquivamento da denúncia. Espero que o povo guarde o nome de todos eles para dar a resposta no ano que vem. Sinto uma vergonha imensa de ser brasileira SELENE ALMEIDA (Belém, PA) * O uso da máquina pública de maneira desavergonhada pelo presidente Michel Temer para salvar seu cargo terá consequências no agravamento da nossa infindável crise política e (principalmente) econômica. Todos nós pagaremos mais uma vez o pato. ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) * O silêncio das panelas no meu bairro foi sepulcral! Seria vergonha ou aprovação tácita à feira livre no Congresso, da qual só vai sobrar a "xepa"? JORGE LUIZ PADILHA (Belo Horizonte, MG) * Vimos com pesar que os deputados estão divididos em três grupos: Fica Temer, Fora Temer e (a maioria) "$alve Temer". CARLOS GASPAR (São Paulo, SP) * Seria injusto e imoral Temer ser afastado da Presidência enquanto os irmãos Batista passeiam livres, leves e soltos em Nova York. Fim da linha para Janot. Que continue atirando o que resta de suas flechinhas em outra vizinhança. LUCIANO HARARY (São Paulo, SP) * Nas próximas eleições, teremos uma grande renovação no Parlamento. Diremos "não" a quem disse "sim" e mostraremos que o eleitor tem memória. MAURO MACHADO GONZAGA (Monte Carmelo, MG) * Curioso o fato de vários deputados terem justificado o seu voto pelo prosseguimento das investigações por serem contra as reformas, quando o que estava em julgamento era uma acusação de corrupção contra o presidente. Vale lembrar que acusações de corrupção também pesam contra líderes importantes dos seus partidos. MARCIO MACEDO (Belo Horizonte, MG) * Quem vai pagar caro não é o governo. Quem está pagando caro somos nós! IVAN GUEDES (Guarulhos, SP) - OAB O artigo do advogado Paulo José Iász de Morais é revelador do estado de anomia do Judiciário. Ao sentenciar que o Judiciário não é palco para disputas políticas, apenas comprova o grau de alienação da OAB em relação ao país. Enquanto magistrados como Gilmar Mendes submetem as normas legais aos seus interesses pessoais e políticos, a entidade que um dia já foi um bastião da legalidade no Brasil se perde em discursos vazios, que buscam esconder a sua completa inação diante do descalabro judicial do país. JOÃO DE DEUS SOUZA SILVA (Presidente Prudente, SP) - REFORMA DA PREVIDÊNCIA O ministro da Fazenda demonstrou seu desejo de ver a reforma da Previdência aprovada pela Câmara até outubro. No final desse mês, estaremos há menos de um ano das eleições de 2018. Como é muito alto o índice de rejeição ao que sobrou da proposta original e muitos candidatos ainda querem ficar bem perante suas bases, não me surpreenderei se essa discussão ficar para o início de 2019. LUIS BORGES (Belo Horizonte, MG) * As demissões para terceirização já estão agendadas, os perdões a dívidas foram concedidos, Temer bloqueou a investigação e agora precisa cortar os gastos decorrentes de tantas concessões. Vem mais coisa contra o trabalhador e não será bom para quem tem ou tinha emprego. Mas devo dizer que o brasileiro merece tudo isso e muito mais por se omitir. Por largar de lado a defesa de seus direitos. Quem tentou lutar foi rotulado e hostilizado. WAGNER SANTOS (Ribeirao Preto, SP) - NEYMAR NO PSG Jogar no Barcelona, entre os maiores craques, tem um lado bom e um ruim. Craques são um bom suporte, mas também podem ser sombras. Agora, Neymar será o craque maior do PSG. Há riscos na empreitada, mas faz parte. Também houve riscos na mudança para o Barcelona. Quanto ao dinheiro, se o time tem, não vejo problema. Duro é por aqui, onde times falidos pagam fortunas. HERCULANO JÚNIOR (Campinas, SP) * Acho inacreditáveis os valores envolvidos nessa negociação. Nós, brasileiros, que temos nossos problemas graves de saúde, infraestrutura, segurança e corrupção, podemos ficar tranquilos, pois um de nós está muito bem de vida e vale todo esse dinheiro. Mas isso é o capitalismo. O PSG pagou porque quis. REINALDO CUNHA (Passo Fundo, RS) * Tem gente achando essa cifra surreal, mas, convenhamos, Neymar também é um jogador das galáxias. Além disso, existe a lei da oferta e da procura. Se os dirigentes pediram esse valor pela rescisão, não podem alegar que ela estoura o teto da Uefa. RUY MEDEIROS (Sorocaba, SP) - SEM-TETO A reportagem "Prefeitura de SP retira sem-teto debaixo de viaduto do Centro" erra em afirmar que se tratava de uma ação de retirada de pessoas em situação de rua do viaduto Júlio de Mesquita Filho. O local receberia uma ação de zeladoria. Os moradores somente foram retirados após o incêndio causado por um deles, o que gerou riscos para as famílias. Dos 98 moradores da área, 60 foram acolhidos em abrigos da prefeitura. Funcionários da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social seguem abordando as pessoas que recusaram um primeiro atendimento. LUCAS TAVARES, chefe de gabinete da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)
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'Sinto vergonha de ser brasileira', diz leitora sobre votação na CâmaraDENÚNCIA CONTRA TEMER Em 2018, teremos a chance de varrer essa turma do mapa político. Comigo não tem essa de votar "no menos ruim". Se não houver nenhum candidato sério e que mereça o meu voto, irei de nulo. Doze deputados federais do meu Estado votaram pelo arquivamento da denúncia. Espero que o povo guarde o nome de todos eles para dar a resposta no ano que vem. Sinto uma vergonha imensa de ser brasileira SELENE ALMEIDA (Belém, PA) * O uso da máquina pública de maneira desavergonhada pelo presidente Michel Temer para salvar seu cargo terá consequências no agravamento da nossa infindável crise política e (principalmente) econômica. Todos nós pagaremos mais uma vez o pato. ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) * O silêncio das panelas no meu bairro foi sepulcral! Seria vergonha ou aprovação tácita à feira livre no Congresso, da qual só vai sobrar a "xepa"? JORGE LUIZ PADILHA (Belo Horizonte, MG) * Vimos com pesar que os deputados estão divididos em três grupos: Fica Temer, Fora Temer e (a maioria) "$alve Temer". CARLOS GASPAR (São Paulo, SP) * Seria injusto e imoral Temer ser afastado da Presidência enquanto os irmãos Batista passeiam livres, leves e soltos em Nova York. Fim da linha para Janot. Que continue atirando o que resta de suas flechinhas em outra vizinhança. LUCIANO HARARY (São Paulo, SP) * Nas próximas eleições, teremos uma grande renovação no Parlamento. Diremos "não" a quem disse "sim" e mostraremos que o eleitor tem memória. MAURO MACHADO GONZAGA (Monte Carmelo, MG) * Curioso o fato de vários deputados terem justificado o seu voto pelo prosseguimento das investigações por serem contra as reformas, quando o que estava em julgamento era uma acusação de corrupção contra o presidente. Vale lembrar que acusações de corrupção também pesam contra líderes importantes dos seus partidos. MARCIO MACEDO (Belo Horizonte, MG) * Quem vai pagar caro não é o governo. Quem está pagando caro somos nós! IVAN GUEDES (Guarulhos, SP) - OAB O artigo do advogado Paulo José Iász de Morais é revelador do estado de anomia do Judiciário. Ao sentenciar que o Judiciário não é palco para disputas políticas, apenas comprova o grau de alienação da OAB em relação ao país. Enquanto magistrados como Gilmar Mendes submetem as normas legais aos seus interesses pessoais e políticos, a entidade que um dia já foi um bastião da legalidade no Brasil se perde em discursos vazios, que buscam esconder a sua completa inação diante do descalabro judicial do país. JOÃO DE DEUS SOUZA SILVA (Presidente Prudente, SP) - REFORMA DA PREVIDÊNCIA O ministro da Fazenda demonstrou seu desejo de ver a reforma da Previdência aprovada pela Câmara até outubro. No final desse mês, estaremos há menos de um ano das eleições de 2018. Como é muito alto o índice de rejeição ao que sobrou da proposta original e muitos candidatos ainda querem ficar bem perante suas bases, não me surpreenderei se essa discussão ficar para o início de 2019. LUIS BORGES (Belo Horizonte, MG) * As demissões para terceirização já estão agendadas, os perdões a dívidas foram concedidos, Temer bloqueou a investigação e agora precisa cortar os gastos decorrentes de tantas concessões. Vem mais coisa contra o trabalhador e não será bom para quem tem ou tinha emprego. Mas devo dizer que o brasileiro merece tudo isso e muito mais por se omitir. Por largar de lado a defesa de seus direitos. Quem tentou lutar foi rotulado e hostilizado. WAGNER SANTOS (Ribeirao Preto, SP) - NEYMAR NO PSG Jogar no Barcelona, entre os maiores craques, tem um lado bom e um ruim. Craques são um bom suporte, mas também podem ser sombras. Agora, Neymar será o craque maior do PSG. Há riscos na empreitada, mas faz parte. Também houve riscos na mudança para o Barcelona. Quanto ao dinheiro, se o time tem, não vejo problema. Duro é por aqui, onde times falidos pagam fortunas. HERCULANO JÚNIOR (Campinas, SP) * Acho inacreditáveis os valores envolvidos nessa negociação. Nós, brasileiros, que temos nossos problemas graves de saúde, infraestrutura, segurança e corrupção, podemos ficar tranquilos, pois um de nós está muito bem de vida e vale todo esse dinheiro. Mas isso é o capitalismo. O PSG pagou porque quis. REINALDO CUNHA (Passo Fundo, RS) * Tem gente achando essa cifra surreal, mas, convenhamos, Neymar também é um jogador das galáxias. Além disso, existe a lei da oferta e da procura. Se os dirigentes pediram esse valor pela rescisão, não podem alegar que ela estoura o teto da Uefa. RUY MEDEIROS (Sorocaba, SP) - SEM-TETO A reportagem "Prefeitura de SP retira sem-teto debaixo de viaduto do Centro" erra em afirmar que se tratava de uma ação de retirada de pessoas em situação de rua do viaduto Júlio de Mesquita Filho. O local receberia uma ação de zeladoria. Os moradores somente foram retirados após o incêndio causado por um deles, o que gerou riscos para as famílias. Dos 98 moradores da área, 60 foram acolhidos em abrigos da prefeitura. Funcionários da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social seguem abordando as pessoas que recusaram um primeiro atendimento. LUCAS TAVARES, chefe de gabinete da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)
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Veja o passo a passo para plantar o seu próprio cacto
GISELLE HIRATA DE SÃO PAULO A loja Oito Minhocas, à convite da sãopaulo, ensina como plantar um cacto. Se você morre de vontade de ter vasinhos para decorar a sua casa, confira o passo a passo: NÃO PODE FALTAR → Vaso de barro → Cacto médio → Substrato → Argila expandida → Pedrinhas para decorar PREPARE O SUBSTRATO Misture em um recipiente: → 4 partes de terra → 2 partes de areia → 1 parte de pedrisco ou perlite HORA DE PLANTAR 1. No vaso de barro, proteja o fundo para não entupir a saída de água 2. Faça uma "caminha" de argila expandida 3. Coloque um pouco do substrato 4. Plante o cacto (dica: proteja as mãos com luvas grossas para evitar espinhadas) 5. Preencha o vaso com mais substrato 6. Decore com pedrinhas
saopaulo
Veja o passo a passo para plantar o seu próprio cactoGISELLE HIRATA DE SÃO PAULO A loja Oito Minhocas, à convite da sãopaulo, ensina como plantar um cacto. Se você morre de vontade de ter vasinhos para decorar a sua casa, confira o passo a passo: NÃO PODE FALTAR → Vaso de barro → Cacto médio → Substrato → Argila expandida → Pedrinhas para decorar PREPARE O SUBSTRATO Misture em um recipiente: → 4 partes de terra → 2 partes de areia → 1 parte de pedrisco ou perlite HORA DE PLANTAR 1. No vaso de barro, proteja o fundo para não entupir a saída de água 2. Faça uma "caminha" de argila expandida 3. Coloque um pouco do substrato 4. Plante o cacto (dica: proteja as mãos com luvas grossas para evitar espinhadas) 5. Preencha o vaso com mais substrato 6. Decore com pedrinhas
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A grande história do falso estupro
Na quinta (30), a revista norte-americana "Rolling Stone" comunicou a saída de seu editor-executivo, Will Dana, após 19 anos na empresa. O que poderia ser só uma troca de guarda, natural de tempos em tempos em qualquer publicação, marca o desfecho de um caso que deve entrar para a história do jornalismo por duas situações exemplares: a estrepitosa divulgação de um falso estupro que pôs uma comunidade universitária sob suspeita, seguida por um processo transparente, corajoso e inédito de (re)apuração e expurgação do relatado. O inferno da "Rolling Stone" começou em novembro, com a reportagem "Um Estupro no Campus - O ataque brutal e a luta por justiça na Universidade de Virgínia". A história é daquele tipo que céticos profissionais considerariam ideal demais para ser verdade. Tinha drama e "timing" nas medidas certas. Pelo menos cinco universidades americanas registravam casos de alunas que diziam ter sido estupradas por colegas dentro dos campi, e as instituições eram acusadas de tratar as denunciantes com descrédito e de tentar abafar o escândalo. Nesse cenário, a "Rolling Stone" tirou a sorte grande: achou uma vítima que, em busca de justiça, estava disposta a contar como havia sido estuprada por sete integrantes de uma fraternidade da escola. A reportagem foi um sucesso instantâneo, com quase 3 milhões de visitas ao site, mais do que qualquer matéria de celebridade publicada até então. Mas a festa durou pouco. Nos dias seguintes, outros veículos entraram no caso e foram levantando inconsistências variadas. Virou, diz Dana, controvérsia nacional. Atordoada, a "Rolling Stone" decidiu pedir que uma fonte externa e acima de qualquer suspeita investigasse os lapsos de apuração, edição e checagem. Steve Coll, diretor da Escola de Jornalismo de Columbia (NY) e detentor de dois prêmios Pulitzer, topou e chamou dois colegas. O trio trabalhou de graça. A empreitada levou quatro meses e rendeu um relatório gigantesco. É leitura obrigatória para jornalistas e aspirantes, mas pode ser interessante para qualquer leitor: é uma grande história descrita a partir da autopsia de suas entranhas. A tradução integral do texto está na página digital da ombudsman. Steve Coll mostra que a revista descuidou de procedimentos que, vistos de fora, parecem óbvios demais para escapar a repórter e editores experientes. Minha opinião é que falhas como essas ocorrem todos os dias, com consequências menos dramáticas e ruidosas. Ditadas pela visão mais cínica, podem ser uma omissão oportunista, para não correr o risco de espantar um personagem já circunstancialmente arredio. Numa visão mais humanista, podem ser alicerçadas na crença do jornalismo como missão que ajuda a melhorar o mundo. (Ambas não são excludentes.) Empatia, compaixão, agenda, militância tendem a flexibilizar as regras e –especialmente quando o entrevistado encarna a condição de vítima– borrar os limites do distanciamento necessário entre profissional e personagem. Num quadro delicado como o de um estupro, parece cruel demais fazer perguntas que possam denotar suspeita ou infligir mais sofrimento e humilhação a alguém que está às voltas com o trauma. Não nego que seja, mas é parte indescartável do ofício.
colunas
A grande história do falso estuproNa quinta (30), a revista norte-americana "Rolling Stone" comunicou a saída de seu editor-executivo, Will Dana, após 19 anos na empresa. O que poderia ser só uma troca de guarda, natural de tempos em tempos em qualquer publicação, marca o desfecho de um caso que deve entrar para a história do jornalismo por duas situações exemplares: a estrepitosa divulgação de um falso estupro que pôs uma comunidade universitária sob suspeita, seguida por um processo transparente, corajoso e inédito de (re)apuração e expurgação do relatado. O inferno da "Rolling Stone" começou em novembro, com a reportagem "Um Estupro no Campus - O ataque brutal e a luta por justiça na Universidade de Virgínia". A história é daquele tipo que céticos profissionais considerariam ideal demais para ser verdade. Tinha drama e "timing" nas medidas certas. Pelo menos cinco universidades americanas registravam casos de alunas que diziam ter sido estupradas por colegas dentro dos campi, e as instituições eram acusadas de tratar as denunciantes com descrédito e de tentar abafar o escândalo. Nesse cenário, a "Rolling Stone" tirou a sorte grande: achou uma vítima que, em busca de justiça, estava disposta a contar como havia sido estuprada por sete integrantes de uma fraternidade da escola. A reportagem foi um sucesso instantâneo, com quase 3 milhões de visitas ao site, mais do que qualquer matéria de celebridade publicada até então. Mas a festa durou pouco. Nos dias seguintes, outros veículos entraram no caso e foram levantando inconsistências variadas. Virou, diz Dana, controvérsia nacional. Atordoada, a "Rolling Stone" decidiu pedir que uma fonte externa e acima de qualquer suspeita investigasse os lapsos de apuração, edição e checagem. Steve Coll, diretor da Escola de Jornalismo de Columbia (NY) e detentor de dois prêmios Pulitzer, topou e chamou dois colegas. O trio trabalhou de graça. A empreitada levou quatro meses e rendeu um relatório gigantesco. É leitura obrigatória para jornalistas e aspirantes, mas pode ser interessante para qualquer leitor: é uma grande história descrita a partir da autopsia de suas entranhas. A tradução integral do texto está na página digital da ombudsman. Steve Coll mostra que a revista descuidou de procedimentos que, vistos de fora, parecem óbvios demais para escapar a repórter e editores experientes. Minha opinião é que falhas como essas ocorrem todos os dias, com consequências menos dramáticas e ruidosas. Ditadas pela visão mais cínica, podem ser uma omissão oportunista, para não correr o risco de espantar um personagem já circunstancialmente arredio. Numa visão mais humanista, podem ser alicerçadas na crença do jornalismo como missão que ajuda a melhorar o mundo. (Ambas não são excludentes.) Empatia, compaixão, agenda, militância tendem a flexibilizar as regras e –especialmente quando o entrevistado encarna a condição de vítima– borrar os limites do distanciamento necessário entre profissional e personagem. Num quadro delicado como o de um estupro, parece cruel demais fazer perguntas que possam denotar suspeita ou infligir mais sofrimento e humilhação a alguém que está às voltas com o trauma. Não nego que seja, mas é parte indescartável do ofício.
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Para Renan, reforma dá alívio a Dilma, mas economia precisa melhorar
O presidente do Senado, Renan Calheiros, alertou o governo de que a reforma ministerial traz um fôlego a Dilma Rousseff. A situação pode voltar a degringolar em pouco tempo, no entanto, caso a economia não dê sinais de melhora. JAMAIS O deputado Tarcísio Perondi (PMDB-RJ) responsabiliza o prefeito Eduardo Paes (PMDB-RJ), do Rio, pelo acordo de Dilma Rousseff com a ala do partido na Câmara dos Deputados que deve ganhar um ministério. Ele seria o verdadeiro sujeito oculto das negociações entre o líder da legenda, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), e o governo. JAMAIS 2 "Ele está perdendo pontos na bancada, está perdendo votos que poderiam ajudá-lo a ser escolhido candidato do PMDB à Presidência da República", diz Perondi. "Sou fã do Eduardo Paes, mas desse jeito ele nunca vai conseguir disputar a sucessão pelo nosso partido." JAMAIS 3 O argumento de que Paes não pode se indispor com o governo federal às vésperas da Olimpíada não comove o deputado. Afinal, o prefeito diz e repete que o evento será feito com pouco investimento público. DEDOS E ANÉIS No PT a opinião majoritária é a de que, na atual conjuntura, a única alternativa é salvar Dilma Rousseff do impeachment para que Lula tenha alguma chance de ser eleito presidente em 2018. De acordo com um dirigente, nada mais se espera da presidente. Apenas que ela consiga se segurar na cadeira e que chegue ao fim do mandato com a economia pelo menos um pouco melhor. LUZ AMARELA Enquanto se decidia a reforma ministerial no governo, na tarde de quarta (30), o Palácio do Planalto publicou em seu perfil no Twitter que aderiu a uma campanha "para alertar sobre a importância da prevenção do suicídio", chamada Setembro Amarelo. Junto, uma foto do prédio iluminado nessa cor. NA ONDA Dani Turcheto, 44, escolheu o Minhocão para fazer o show de lançamento de "Lapaemendoucomapompéia", seu terceiro CD, no dia 10, às 16h. Disposto a "ajudar a puxar a onda" do uso de áreas públicas, o sambista diz que "ficam todos os artistas querendo tocar nos mesmos espaços, mas a cidade está cheia de outros lugares legais". * De cidade ele gosta: além do nome do álbum juntar dois bairros paulistanos, as músicas têm temática urbana. E o show vai ocorrer "de qualquer forma". "Se chover, vou cobrir o som e a galera vai abrir o guarda-chuva." PASSAPORTE O apresentador Pedro Andrade assinou contrato com o GNT para ter um programa em 2016. "Pedro pelo Mundo" será gravado em vários países. O brasileiro, que mora nos EUA, onde comanda uma atração no canal Fusion, continua no "Manhattan Connection", da GloboNews. ANOS DEPOIS O primeiro volume da série "Diários da Presidência", de Fernando Henrique Cardoso, terá revelações do ex-presidente sobre os bastidores do escândalo da pasta rosa, nos anos 1990 –quando foi encontrada lista de supostas doações irregulares feitas para aliados do governo durante uma intervenção no Banco Econômico. FHC fala sobre a tentativa de intimidação de diretores do Banco Central por Antônio Carlos Magalhães. O livro sai em 29 de outubro pela Cia. das Letras. FAZENDO BONITO A blogueira Vic Ceridono lançou na terça (29) seu livro "Dia de Beauté", na Livraria Cultura do shopping Iguatemi. Foram ao evento a coordenadora de varejo Marcela Cimino, a joalheira Victoria Sayeg, a empresária Carina Duek e seu filho, Dan. A empresária Cristiane Quércia e o maquiador Marcos Costa passaram por lá. GRAFITE DO MUNDO Nove laterais de prédios do largo do Arouche, na região central, serão decoradas por duplas de artistas de rua do mundo todo durante o festival O.bra, que ocorre no fim deste mês em São Paulo. No chão, uma instalação de 10 metros de altura retratando sombras será feita pelo brasileiro Herbert Baglione. O evento trará ao Brasil grafiteiros de países como Ucrânia, Polônia, Irlanda, Inglaterra, Espanha, Japão e República Tcheca. PRIVADA CHIQUE Conhecida pelo comércio de luxo, a rua Oscar Freire vai ganhar banheiros abertos ao público. Os sanitários, que ainda estão sendo montados, serão patrocinados pelo papel higiênico Neve e devem funcionar até o fim de novembro. A marca diz que não vai controlar a entrada no espaço. MAIS COMÉDIA Eduardo Martini e Suzy Rêgo estão na peça "Valham-me Deuses", que estreou na quarta (30), no Teatro União Cultural. Assistiram à apresentação o consultor de etiqueta Fábio Arruda, a modelo Jacqueline Sato e o ator Fernando Vieira. CURTO-CIRCUITO O cantor Pélico faz show do disco "Euforia", nesta sexta (2), no Auditório Ibirapuera, às 21h. Com participação especial de Marcelo Jeneci e Letícia Spiller. 18 anos. Flavia Liz Di Paolo, guia turística de luxo, dá dicas sobre SP em duas páginas da nova edição da revista americana "Foreign Policy". A peça "Trair e Coçar É só Começar" inicia temporada nesta sexta (2) no Teatro Augusta, às 21h30. 12 anos. Até 13/12. A fotógrafa Caroline Bittencourt lança nesta sexta (2) o livro "Los Hermanos - Turnê 2012", na Livraria da Vila da Fradique, das 18h30 às 21h30. Ney Matogrosso faz show sábado (3) no Citibank Hall, às 22h. 16 anos. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Para Renan, reforma dá alívio a Dilma, mas economia precisa melhorarO presidente do Senado, Renan Calheiros, alertou o governo de que a reforma ministerial traz um fôlego a Dilma Rousseff. A situação pode voltar a degringolar em pouco tempo, no entanto, caso a economia não dê sinais de melhora. JAMAIS O deputado Tarcísio Perondi (PMDB-RJ) responsabiliza o prefeito Eduardo Paes (PMDB-RJ), do Rio, pelo acordo de Dilma Rousseff com a ala do partido na Câmara dos Deputados que deve ganhar um ministério. Ele seria o verdadeiro sujeito oculto das negociações entre o líder da legenda, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), e o governo. JAMAIS 2 "Ele está perdendo pontos na bancada, está perdendo votos que poderiam ajudá-lo a ser escolhido candidato do PMDB à Presidência da República", diz Perondi. "Sou fã do Eduardo Paes, mas desse jeito ele nunca vai conseguir disputar a sucessão pelo nosso partido." JAMAIS 3 O argumento de que Paes não pode se indispor com o governo federal às vésperas da Olimpíada não comove o deputado. Afinal, o prefeito diz e repete que o evento será feito com pouco investimento público. DEDOS E ANÉIS No PT a opinião majoritária é a de que, na atual conjuntura, a única alternativa é salvar Dilma Rousseff do impeachment para que Lula tenha alguma chance de ser eleito presidente em 2018. De acordo com um dirigente, nada mais se espera da presidente. Apenas que ela consiga se segurar na cadeira e que chegue ao fim do mandato com a economia pelo menos um pouco melhor. LUZ AMARELA Enquanto se decidia a reforma ministerial no governo, na tarde de quarta (30), o Palácio do Planalto publicou em seu perfil no Twitter que aderiu a uma campanha "para alertar sobre a importância da prevenção do suicídio", chamada Setembro Amarelo. Junto, uma foto do prédio iluminado nessa cor. NA ONDA Dani Turcheto, 44, escolheu o Minhocão para fazer o show de lançamento de "Lapaemendoucomapompéia", seu terceiro CD, no dia 10, às 16h. Disposto a "ajudar a puxar a onda" do uso de áreas públicas, o sambista diz que "ficam todos os artistas querendo tocar nos mesmos espaços, mas a cidade está cheia de outros lugares legais". * De cidade ele gosta: além do nome do álbum juntar dois bairros paulistanos, as músicas têm temática urbana. E o show vai ocorrer "de qualquer forma". "Se chover, vou cobrir o som e a galera vai abrir o guarda-chuva." PASSAPORTE O apresentador Pedro Andrade assinou contrato com o GNT para ter um programa em 2016. "Pedro pelo Mundo" será gravado em vários países. O brasileiro, que mora nos EUA, onde comanda uma atração no canal Fusion, continua no "Manhattan Connection", da GloboNews. ANOS DEPOIS O primeiro volume da série "Diários da Presidência", de Fernando Henrique Cardoso, terá revelações do ex-presidente sobre os bastidores do escândalo da pasta rosa, nos anos 1990 –quando foi encontrada lista de supostas doações irregulares feitas para aliados do governo durante uma intervenção no Banco Econômico. FHC fala sobre a tentativa de intimidação de diretores do Banco Central por Antônio Carlos Magalhães. O livro sai em 29 de outubro pela Cia. das Letras. FAZENDO BONITO A blogueira Vic Ceridono lançou na terça (29) seu livro "Dia de Beauté", na Livraria Cultura do shopping Iguatemi. Foram ao evento a coordenadora de varejo Marcela Cimino, a joalheira Victoria Sayeg, a empresária Carina Duek e seu filho, Dan. A empresária Cristiane Quércia e o maquiador Marcos Costa passaram por lá. GRAFITE DO MUNDO Nove laterais de prédios do largo do Arouche, na região central, serão decoradas por duplas de artistas de rua do mundo todo durante o festival O.bra, que ocorre no fim deste mês em São Paulo. No chão, uma instalação de 10 metros de altura retratando sombras será feita pelo brasileiro Herbert Baglione. O evento trará ao Brasil grafiteiros de países como Ucrânia, Polônia, Irlanda, Inglaterra, Espanha, Japão e República Tcheca. PRIVADA CHIQUE Conhecida pelo comércio de luxo, a rua Oscar Freire vai ganhar banheiros abertos ao público. Os sanitários, que ainda estão sendo montados, serão patrocinados pelo papel higiênico Neve e devem funcionar até o fim de novembro. A marca diz que não vai controlar a entrada no espaço. MAIS COMÉDIA Eduardo Martini e Suzy Rêgo estão na peça "Valham-me Deuses", que estreou na quarta (30), no Teatro União Cultural. Assistiram à apresentação o consultor de etiqueta Fábio Arruda, a modelo Jacqueline Sato e o ator Fernando Vieira. CURTO-CIRCUITO O cantor Pélico faz show do disco "Euforia", nesta sexta (2), no Auditório Ibirapuera, às 21h. Com participação especial de Marcelo Jeneci e Letícia Spiller. 18 anos. Flavia Liz Di Paolo, guia turística de luxo, dá dicas sobre SP em duas páginas da nova edição da revista americana "Foreign Policy". A peça "Trair e Coçar É só Começar" inicia temporada nesta sexta (2) no Teatro Augusta, às 21h30. 12 anos. Até 13/12. A fotógrafa Caroline Bittencourt lança nesta sexta (2) o livro "Los Hermanos - Turnê 2012", na Livraria da Vila da Fradique, das 18h30 às 21h30. Ney Matogrosso faz show sábado (3) no Citibank Hall, às 22h. 16 anos. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Traficante do 'pedágio do crack' é preso pela PM na zona oeste de SP
A Polícia Militar prendeu, na manhã desta quarta (24), o traficante que oferecia crack a motoristas que passavam na esquina da avenida José César de Oliveira com a rua Doutor Avelino Chaves, na Vila Leopoldina, bairro da zona oeste de São Paulo. O suspeito foi preso em flagrante em um cruzamento próximo ao local onde foi visto pela reportagem em uma espécie de pedágio do crack. Como a Folha mostrou na última segunda (22), ele se portava como flanelinha, mas não oferecia vagas de estacionamento, mas sim pedras de crack. De acordo com Antonio Rivoiro, capitão do 4º Batalhão da PM, o suspeito, que ainda não teve a identidade revelada, portava 137 pedras de crack, 17 porções de cocaína, 13 porções de maconha e mais um tablete de maconha. A droga estava escondida numa bolsa pequena. "Ele foi encontrado em atitude suspeita e tentou fugir para dentro dos prédios do CDHU [Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) quando viu os policiais." Rivoiro disse ainda que o suspeito possui ficha criminal por tráfico de drogas. Ele e a droga apreendida foram levados para o 91º DP (Ceagesp). A PM informou que a prisão ocorreu durante uma operação, iniciada em abril e que vai durar cem dias, para coibir crimes de roubo de veículos e cargas em São Paulo. MINICRACOLÂNDIAS A região em que o suspeito foi preso é uma das oito áreas consideradas pela prefeitura como "minicracolândias" fora do tradicional ponto de tráfico e consumo de crack na região da Luz, no centro. Diferentes da "matriz", essas áreas não contam com rede de apoio estruturada e permanente como no centro, que tem programas recuperação da prefeitura e do governo estadual. Em um dos pontos, no Jabaquara (zona sul), só há assistência social e médica uma vez a cada 15 dias. Também há pouca presença de ONGs que ajudem na alimentação dos dependentes ou que fiscalizem a atuação policial -algo comum na cracolândia da região central. No domingo (21), a cracolândia "original" passou por operação policial que prendeu traficantes e reprimiu aglomerações de viciados –em uma ação celebrada pelos governos tucanos de Geraldo Alckmin e João Doria.
cotidiano
Traficante do 'pedágio do crack' é preso pela PM na zona oeste de SPA Polícia Militar prendeu, na manhã desta quarta (24), o traficante que oferecia crack a motoristas que passavam na esquina da avenida José César de Oliveira com a rua Doutor Avelino Chaves, na Vila Leopoldina, bairro da zona oeste de São Paulo. O suspeito foi preso em flagrante em um cruzamento próximo ao local onde foi visto pela reportagem em uma espécie de pedágio do crack. Como a Folha mostrou na última segunda (22), ele se portava como flanelinha, mas não oferecia vagas de estacionamento, mas sim pedras de crack. De acordo com Antonio Rivoiro, capitão do 4º Batalhão da PM, o suspeito, que ainda não teve a identidade revelada, portava 137 pedras de crack, 17 porções de cocaína, 13 porções de maconha e mais um tablete de maconha. A droga estava escondida numa bolsa pequena. "Ele foi encontrado em atitude suspeita e tentou fugir para dentro dos prédios do CDHU [Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) quando viu os policiais." Rivoiro disse ainda que o suspeito possui ficha criminal por tráfico de drogas. Ele e a droga apreendida foram levados para o 91º DP (Ceagesp). A PM informou que a prisão ocorreu durante uma operação, iniciada em abril e que vai durar cem dias, para coibir crimes de roubo de veículos e cargas em São Paulo. MINICRACOLÂNDIAS A região em que o suspeito foi preso é uma das oito áreas consideradas pela prefeitura como "minicracolândias" fora do tradicional ponto de tráfico e consumo de crack na região da Luz, no centro. Diferentes da "matriz", essas áreas não contam com rede de apoio estruturada e permanente como no centro, que tem programas recuperação da prefeitura e do governo estadual. Em um dos pontos, no Jabaquara (zona sul), só há assistência social e médica uma vez a cada 15 dias. Também há pouca presença de ONGs que ajudem na alimentação dos dependentes ou que fiscalizem a atuação policial -algo comum na cracolândia da região central. No domingo (21), a cracolândia "original" passou por operação policial que prendeu traficantes e reprimiu aglomerações de viciados –em uma ação celebrada pelos governos tucanos de Geraldo Alckmin e João Doria.
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Mostra em SP torna visível um dos mais inventivos artistas brasileiros
Segue até 9 de fevereiro a imperdível mostra "Sergio Camargo: Luz e Matéria", com curadoria de Paulo Sérgio Duarte e Cauê Alves, no Itaú Cultural, em São Paulo. Com mais de cem obras, grande parte pertencente a coleções privadas, apresentadas em conjunto pela primeira vez, a exposição torna visível a produção de um dos mais inventivos artistas brasileiros do século 20. O caráter de ineditismo e o fato de não assistirmos a exibições abrangentes do artista com regularidade já tornariam a mostra obrigatória. Além desses aspectos, o recorte curatorial nos faz pensar nos atributos do branco, do silêncio e do vazio, elementos atravessadores do trabalho do artista, e como essas imagens podem nos revelar infinitas paisagens, situações e o processo íntimo da forma. A pesquisa do artista –que começa aos seus 16 anos na Academia Altamira, em Buenos Aires, sob a orientação de Lucio Fontana, e segue com Hans Arp, Constantin Brancusi e Georges Vantongerloo na Europa– envolvia reflexões e investigações sobre a estética construtivista no Brasil. Sergio Camargo (1930-90) manteve-se à margem, sem se alinhar a coletivos, manifestos ou utopias, mesmo se os tempos eram de compromissos estéticos, como os que pautaram o Grupo Frente, o concretismo e o neoconcretismo. As influências de Arp e Brancusi são bastante visíveis em seus trabalhos, mesmo os figurativos do início de carreira. Brancusi polia a superfície de suas obras até atingirem "um acabamento lustroso que proporcionasse um reflexo perfeito", segundo a crítica Rosalind Krauss. Essa característica permitia que forças distorcidas de luz e sombra refletissem a partir do ambiente em que o objeto era contemplado, fazendo com que ora o espectador pudesse ser projetado sobre aquela forma, ora pudesse ter múltiplas visões e sensações a respeito daquele objeto em bronze. Este método é recuperado por Camargo, cujas obras em madeira ou mármore conclamam a uma variação de movimento das formas pela pura incidência da luz ao criar sombras e espaços virtuais que aumentam a volumetria ou fabricam novos núcleos para aqueles sólidos. Há que considerar ainda a posição que o espectador toma em relação à obra, fazendo com que esse jogo de formas e matéria seja ampliado e deformado pela imaginação de cada um. Parece-me que sua obra adquire uma autonomia frente a outros escultores de sua geração especialmente pelo material escolhido, que se conecta com uma construção delicada, multiforme e, se pensarmos nos relevos de madeira da década de 1960, ambiguamente austera e desordenada, descontínua e organizada, veloz e insistente. Seus trabalhos atuam por oposições e rupturas de elementos em função de um sistema rigoroso, mas com um aspecto aleatório, que faz com que se aproxime do pedido de Athos Bulcão aos operários encarregados de montar seus trabalhos: que dispusessem os azulejos dos murais da forma mais humana possível, isto é, atendendo a uma construção de certa forma "ao acaso". É curioso perceber também como Camargo altera a ideia de cinetismo. Na relação entre cheio e vazio, simetria e corte, equilíbrio e casualidade, suas trombas e tocos, como costumava denominar algumas de suas obras, constroem uma sensação que avança de forma virtual e contínua no espaço, gerando uma atitude desestabilizadora ao fundar ordem e imprevisibilidade. Vale destacar a reprodução do último ateliê do artista que funcionou no Rio entre 1975 e 90 e a documentação fotográfica de duas obras magistrais em diálogo com o espaço urbano: o muro estrutural do Palácio do Itamaraty (1967-70) e uma parede com formas geométricas de concreto para o Centro Empresarial Itaú Unibanco (1987). FELIPE SCOVINO, 37, é professor da Escola de Belas Artes da UFRJ e crítico.
ilustrissima
Mostra em SP torna visível um dos mais inventivos artistas brasileirosSegue até 9 de fevereiro a imperdível mostra "Sergio Camargo: Luz e Matéria", com curadoria de Paulo Sérgio Duarte e Cauê Alves, no Itaú Cultural, em São Paulo. Com mais de cem obras, grande parte pertencente a coleções privadas, apresentadas em conjunto pela primeira vez, a exposição torna visível a produção de um dos mais inventivos artistas brasileiros do século 20. O caráter de ineditismo e o fato de não assistirmos a exibições abrangentes do artista com regularidade já tornariam a mostra obrigatória. Além desses aspectos, o recorte curatorial nos faz pensar nos atributos do branco, do silêncio e do vazio, elementos atravessadores do trabalho do artista, e como essas imagens podem nos revelar infinitas paisagens, situações e o processo íntimo da forma. A pesquisa do artista –que começa aos seus 16 anos na Academia Altamira, em Buenos Aires, sob a orientação de Lucio Fontana, e segue com Hans Arp, Constantin Brancusi e Georges Vantongerloo na Europa– envolvia reflexões e investigações sobre a estética construtivista no Brasil. Sergio Camargo (1930-90) manteve-se à margem, sem se alinhar a coletivos, manifestos ou utopias, mesmo se os tempos eram de compromissos estéticos, como os que pautaram o Grupo Frente, o concretismo e o neoconcretismo. As influências de Arp e Brancusi são bastante visíveis em seus trabalhos, mesmo os figurativos do início de carreira. Brancusi polia a superfície de suas obras até atingirem "um acabamento lustroso que proporcionasse um reflexo perfeito", segundo a crítica Rosalind Krauss. Essa característica permitia que forças distorcidas de luz e sombra refletissem a partir do ambiente em que o objeto era contemplado, fazendo com que ora o espectador pudesse ser projetado sobre aquela forma, ora pudesse ter múltiplas visões e sensações a respeito daquele objeto em bronze. Este método é recuperado por Camargo, cujas obras em madeira ou mármore conclamam a uma variação de movimento das formas pela pura incidência da luz ao criar sombras e espaços virtuais que aumentam a volumetria ou fabricam novos núcleos para aqueles sólidos. Há que considerar ainda a posição que o espectador toma em relação à obra, fazendo com que esse jogo de formas e matéria seja ampliado e deformado pela imaginação de cada um. Parece-me que sua obra adquire uma autonomia frente a outros escultores de sua geração especialmente pelo material escolhido, que se conecta com uma construção delicada, multiforme e, se pensarmos nos relevos de madeira da década de 1960, ambiguamente austera e desordenada, descontínua e organizada, veloz e insistente. Seus trabalhos atuam por oposições e rupturas de elementos em função de um sistema rigoroso, mas com um aspecto aleatório, que faz com que se aproxime do pedido de Athos Bulcão aos operários encarregados de montar seus trabalhos: que dispusessem os azulejos dos murais da forma mais humana possível, isto é, atendendo a uma construção de certa forma "ao acaso". É curioso perceber também como Camargo altera a ideia de cinetismo. Na relação entre cheio e vazio, simetria e corte, equilíbrio e casualidade, suas trombas e tocos, como costumava denominar algumas de suas obras, constroem uma sensação que avança de forma virtual e contínua no espaço, gerando uma atitude desestabilizadora ao fundar ordem e imprevisibilidade. Vale destacar a reprodução do último ateliê do artista que funcionou no Rio entre 1975 e 90 e a documentação fotográfica de duas obras magistrais em diálogo com o espaço urbano: o muro estrutural do Palácio do Itamaraty (1967-70) e uma parede com formas geométricas de concreto para o Centro Empresarial Itaú Unibanco (1987). FELIPE SCOVINO, 37, é professor da Escola de Belas Artes da UFRJ e crítico.
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Sony lançará novo 'Caça-Fantasmas'' em 2016, com protagonistas femininas
A popular saga cinematográfica "Os Caça-Fantasmas" terá uma nova sequência que será lançada nos Estados Unidos no dia 22 de julho de 2016, segundo confirmou nesta terça-feira (27) o diretor e roteirista do longa, Paul Feig, que acrescentou que o filme vai trazer uma grande diferença para os anteriores: mulheres como protagonistas. O filme contará em seu elenco com Kristen Wiig e Melissa McCarthy, que já trabalharam juntas em "Missão Madrinha de Casamento", assim como Kate McKinnon ("Life Partners") e Leslie Jones ("Top Five"). Kristen, Kate e Leslie são figuras frequentes de um dos mais tradicionais programas de comédia da televisão americana, o "Saturday Night Live". Ivan Reitman, o pai de "Os Caça-Fantasmas" (1984) e "Os Caça-Fantasmas 2" (1989), será o produtor do novo filme, que ainda não tem título oficial e cujo roteiro não foi divulgado. "Os Caça-Fantasmas" foi indicado a dois prêmios Oscar (efeitos especiais e canção) e relata as aventuras de um grupo de cientistas especializados em fenômenos paranormais que, depois de serem expulsos da universidade por seus experimentos particulares, decidem criar um negócio para capturar fantasmas em Nova York. O Instituto de Cinema dos EUA (AFI, sigla em inglês) elegeu o filme como o 28º na lista das 100 melhores comédias da história. O legado do filme, a partir do qual foram criadas várias adaptações para televisão, videogames e, inclusive, quadrinhos, deixou uma trilha sonora memorável e serviu como plataforma para o estrelato para muitos de seus atores, especialmente Bill Murray e seu humor inteligente. Harold Ramis, roteirista e protagonista dos dois filmes originais, morreu em fevereiro do ano passado, o que acabou com as especulações sobre o retorno da equipe original dos Caça-Fantasmas à grande tela.
ilustrada
Sony lançará novo 'Caça-Fantasmas'' em 2016, com protagonistas femininasA popular saga cinematográfica "Os Caça-Fantasmas" terá uma nova sequência que será lançada nos Estados Unidos no dia 22 de julho de 2016, segundo confirmou nesta terça-feira (27) o diretor e roteirista do longa, Paul Feig, que acrescentou que o filme vai trazer uma grande diferença para os anteriores: mulheres como protagonistas. O filme contará em seu elenco com Kristen Wiig e Melissa McCarthy, que já trabalharam juntas em "Missão Madrinha de Casamento", assim como Kate McKinnon ("Life Partners") e Leslie Jones ("Top Five"). Kristen, Kate e Leslie são figuras frequentes de um dos mais tradicionais programas de comédia da televisão americana, o "Saturday Night Live". Ivan Reitman, o pai de "Os Caça-Fantasmas" (1984) e "Os Caça-Fantasmas 2" (1989), será o produtor do novo filme, que ainda não tem título oficial e cujo roteiro não foi divulgado. "Os Caça-Fantasmas" foi indicado a dois prêmios Oscar (efeitos especiais e canção) e relata as aventuras de um grupo de cientistas especializados em fenômenos paranormais que, depois de serem expulsos da universidade por seus experimentos particulares, decidem criar um negócio para capturar fantasmas em Nova York. O Instituto de Cinema dos EUA (AFI, sigla em inglês) elegeu o filme como o 28º na lista das 100 melhores comédias da história. O legado do filme, a partir do qual foram criadas várias adaptações para televisão, videogames e, inclusive, quadrinhos, deixou uma trilha sonora memorável e serviu como plataforma para o estrelato para muitos de seus atores, especialmente Bill Murray e seu humor inteligente. Harold Ramis, roteirista e protagonista dos dois filmes originais, morreu em fevereiro do ano passado, o que acabou com as especulações sobre o retorno da equipe original dos Caça-Fantasmas à grande tela.
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Financiamento de veículos terá queda de juros maior que Selic, diz setor
A taxa de juros para financiamento de veículos deverá cair em ritmo maior que a Selic até o fim deste ano, afirma Luiz Montenegro, presidente do Banco Toyota e da Anef, entidade das empresas financeiras ligadas a montadoras. A projeção é que a Selic termine este ano entre 7% e 7,5%. "Para nós, é mais difícil fazer uma perspectiva de longo prazo, a taxa depende do DI futuro. Mas os juros do mercado devem cair um pouco mais, pois a inadimplência tende a melhorar", diz ele. Até agora, a redução da Selic tem sido mais acelerada, mas os atrasos de pagamento de veículos caíram nos últimos meses. A inadimplência de pessoas jurídicas recuou de 5,6%, em junho de 2016, para 3,8%, no mesmo mês deste ano. No caso de pessoas físicas, a queda é ainda menor, de 0,2 ponto percentual em um ano. Os recursos liberados para financiamento também cresceram de forma mais acelerada que no início de 2017. Até julho, foram R$ 54,1 bilhões, um aumento de 20,1% em relação a 2016. "A base de comparação é fraca, mas a alta reflete um crescimento consistente da confiança do consumidor, apesar das turbulências. Além disso, há a redução dos juros e da inflação, e uma maior estabilidade de câmbio." A projeção de que serão liberados R$ 96 bilhões para financiamento até o fim deste ano poderá ser revista nos próximos meses, a depender da melhora de projeções das montadoras, diz Montengro. COM O FREIO PUXADO - Queda da taxa de juros, em % a.a. * Justiça decide se publicidade deve alertar sobre gorduras O STJ deve julgar nesta semana um processo da ANR (Associação Nacional dos Restaurantes) contra uma regra da Anvisa que obriga a publicidade a alertar sobre alimentos com altos teores de açúcar, gorduras e sódio. A resolução, publicada em 2010, determina que nas peças publicitárias haja um aviso de que o produto contém substâncias que aumentam os riscos de doenças. Os restaurantes afirmam que a Anvisa não tem competência para determinar como deve ser a propaganda. O argumento convenceu a primeira instância da Justiça, mas a Anvisa recorreu e, no colegiado de desembargadores do Tribunal Regional Federal de São Paulo, venceu. A defesa da associação, da qual fazem parte grandes redes de fast food, afirma que o alerta ao fim da peça publicitária constitui restrição à manifestação de pensamento, o que fere a Constituição. O próprio texto legal já arrola quais as propagandas comerciais que constituem exceção e, portanto, estão sujeitas a restrições: tabaco, álcool, agrotóxicos, medicamentos e terapias. "Tentar vilanizar o produto não resolve o problema", afirma Eduardo Yoshikawa, consultor jurídico da ANR. * Acima do teto nos EUA O orçamento para a abertura da primeira unidade do restaurante Coco Bambu nos EUA, em Miami, estourou em US$ 4 milhões (R$ 12,6 milhões, na cotação atual). O custo será de US$ 10 milhões (R$ 31,5 milhões). "Nós tínhamos uma estimativa de US$ 6 milhões (R$ 19 milhões), mas não prevíamos uma consultoria. Os gastos foram maiores", afirma o sócio Afrânio Barreira. A abertura em Miami é um teste para uma expansão nos EUA. No Brasil, a empresa planeja, em 2018, crescer em cidades de porte médio, como Santo André, Barueri, Osasco e Uberlândia. Serão cinco unidades novas, com um investimento total de cerca de R$ 50 milhões. Nas novas lojas, metade do aporte é do grupo de Barreira, e o resto, uma soma de valores de quem vai gerenciar a loja com um outro investidor que pertence à rede. R$ 600 milhões Deverá ser a receita em 2017 22 É o número atual de lojas * No fim da ladeira A retração da indústria de pneus desacelerou, mas o setor ainda não prevê uma melhora no mercado interno neste ano, afirma Klaus Curt, presidente da Anip (associação do segmento). As vendas das empresas caíram 0,8% no primeiro semestre de 2017. As montadoras —que ampliaram sua produção em 23% no período— compraram 9,1% mais das empresas de pneus brasileiras. "O crescimento das montadoras é baseado em exportações, não há um aumento das compras no país. Poderá haver uma alta no fim deste ano, mas pequena." A indústria nacional de pneus sofre com a concorrência de produtos chineses, que tem ampliado sua participação no Brasil, afirma Curt. MERCADO DE PNEUS - Variação das vendas para as montadoras no 1º semestre de 2017, em %* * Ranking hoteleiro O Brasil é o país com o sexto maior número de hotéis, pousadas e similares, segundo o Ministério do Turismo. Ao todo, são 31,3 mil estabelecimentos, quase 23 mil a menos que o maior mercado do mundo, os Estados Unidos, e 11 mil a mais que o sétimo colocado, o México. Em número de quartos, o mercado brasileiro é o quinto colocado, com 1,01 milhão de unidades habitacionais. O país tem capacidade para acomodar cerca de 2,4 milhões de pessoas, de acordo com o IBGE, menos da metade dos 5 milhões de leitos do mercado americano. Os dados dos outros países usados no levantamento, fornecidos pela OMT (Organização Mundial do Turismo), foram coletados em 2015, enquanto os do Brasil são do ano passado. A variação de um ano para o outro não é tão significativa no setor a ponto de interferir na comparação, segundo técnicos do ministério. PAÍSES HOSPITALEIROS - Número de estabelecimentos de hospedagem por país * Mais... O Ministério de Minas e Energia publica nesta segunda (4) uma portaria com diretrizes para os leilões de energia nova, em dezembro. ...prazo O texto deve ampliar alguns prazos para entrega de documentos, a pedidos de setores como PCHs (pequenas hidrelétricas) e térmicas. Auxílio A classe média emergente tem potencial para destinar US$ 319 bilhões (R$ 1 trilhão) à caridade até 2030, segundo o instituto Idis e a CAF Charities Aid Foundation. A projeção se baseia em doações de 0,5% de sua renda. * com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
colunas
Financiamento de veículos terá queda de juros maior que Selic, diz setorA taxa de juros para financiamento de veículos deverá cair em ritmo maior que a Selic até o fim deste ano, afirma Luiz Montenegro, presidente do Banco Toyota e da Anef, entidade das empresas financeiras ligadas a montadoras. A projeção é que a Selic termine este ano entre 7% e 7,5%. "Para nós, é mais difícil fazer uma perspectiva de longo prazo, a taxa depende do DI futuro. Mas os juros do mercado devem cair um pouco mais, pois a inadimplência tende a melhorar", diz ele. Até agora, a redução da Selic tem sido mais acelerada, mas os atrasos de pagamento de veículos caíram nos últimos meses. A inadimplência de pessoas jurídicas recuou de 5,6%, em junho de 2016, para 3,8%, no mesmo mês deste ano. No caso de pessoas físicas, a queda é ainda menor, de 0,2 ponto percentual em um ano. Os recursos liberados para financiamento também cresceram de forma mais acelerada que no início de 2017. Até julho, foram R$ 54,1 bilhões, um aumento de 20,1% em relação a 2016. "A base de comparação é fraca, mas a alta reflete um crescimento consistente da confiança do consumidor, apesar das turbulências. Além disso, há a redução dos juros e da inflação, e uma maior estabilidade de câmbio." A projeção de que serão liberados R$ 96 bilhões para financiamento até o fim deste ano poderá ser revista nos próximos meses, a depender da melhora de projeções das montadoras, diz Montengro. COM O FREIO PUXADO - Queda da taxa de juros, em % a.a. * Justiça decide se publicidade deve alertar sobre gorduras O STJ deve julgar nesta semana um processo da ANR (Associação Nacional dos Restaurantes) contra uma regra da Anvisa que obriga a publicidade a alertar sobre alimentos com altos teores de açúcar, gorduras e sódio. A resolução, publicada em 2010, determina que nas peças publicitárias haja um aviso de que o produto contém substâncias que aumentam os riscos de doenças. Os restaurantes afirmam que a Anvisa não tem competência para determinar como deve ser a propaganda. O argumento convenceu a primeira instância da Justiça, mas a Anvisa recorreu e, no colegiado de desembargadores do Tribunal Regional Federal de São Paulo, venceu. A defesa da associação, da qual fazem parte grandes redes de fast food, afirma que o alerta ao fim da peça publicitária constitui restrição à manifestação de pensamento, o que fere a Constituição. O próprio texto legal já arrola quais as propagandas comerciais que constituem exceção e, portanto, estão sujeitas a restrições: tabaco, álcool, agrotóxicos, medicamentos e terapias. "Tentar vilanizar o produto não resolve o problema", afirma Eduardo Yoshikawa, consultor jurídico da ANR. * Acima do teto nos EUA O orçamento para a abertura da primeira unidade do restaurante Coco Bambu nos EUA, em Miami, estourou em US$ 4 milhões (R$ 12,6 milhões, na cotação atual). O custo será de US$ 10 milhões (R$ 31,5 milhões). "Nós tínhamos uma estimativa de US$ 6 milhões (R$ 19 milhões), mas não prevíamos uma consultoria. Os gastos foram maiores", afirma o sócio Afrânio Barreira. A abertura em Miami é um teste para uma expansão nos EUA. No Brasil, a empresa planeja, em 2018, crescer em cidades de porte médio, como Santo André, Barueri, Osasco e Uberlândia. Serão cinco unidades novas, com um investimento total de cerca de R$ 50 milhões. Nas novas lojas, metade do aporte é do grupo de Barreira, e o resto, uma soma de valores de quem vai gerenciar a loja com um outro investidor que pertence à rede. R$ 600 milhões Deverá ser a receita em 2017 22 É o número atual de lojas * No fim da ladeira A retração da indústria de pneus desacelerou, mas o setor ainda não prevê uma melhora no mercado interno neste ano, afirma Klaus Curt, presidente da Anip (associação do segmento). As vendas das empresas caíram 0,8% no primeiro semestre de 2017. As montadoras —que ampliaram sua produção em 23% no período— compraram 9,1% mais das empresas de pneus brasileiras. "O crescimento das montadoras é baseado em exportações, não há um aumento das compras no país. Poderá haver uma alta no fim deste ano, mas pequena." A indústria nacional de pneus sofre com a concorrência de produtos chineses, que tem ampliado sua participação no Brasil, afirma Curt. MERCADO DE PNEUS - Variação das vendas para as montadoras no 1º semestre de 2017, em %* * Ranking hoteleiro O Brasil é o país com o sexto maior número de hotéis, pousadas e similares, segundo o Ministério do Turismo. Ao todo, são 31,3 mil estabelecimentos, quase 23 mil a menos que o maior mercado do mundo, os Estados Unidos, e 11 mil a mais que o sétimo colocado, o México. Em número de quartos, o mercado brasileiro é o quinto colocado, com 1,01 milhão de unidades habitacionais. O país tem capacidade para acomodar cerca de 2,4 milhões de pessoas, de acordo com o IBGE, menos da metade dos 5 milhões de leitos do mercado americano. Os dados dos outros países usados no levantamento, fornecidos pela OMT (Organização Mundial do Turismo), foram coletados em 2015, enquanto os do Brasil são do ano passado. A variação de um ano para o outro não é tão significativa no setor a ponto de interferir na comparação, segundo técnicos do ministério. PAÍSES HOSPITALEIROS - Número de estabelecimentos de hospedagem por país * Mais... O Ministério de Minas e Energia publica nesta segunda (4) uma portaria com diretrizes para os leilões de energia nova, em dezembro. ...prazo O texto deve ampliar alguns prazos para entrega de documentos, a pedidos de setores como PCHs (pequenas hidrelétricas) e térmicas. Auxílio A classe média emergente tem potencial para destinar US$ 319 bilhões (R$ 1 trilhão) à caridade até 2030, segundo o instituto Idis e a CAF Charities Aid Foundation. A projeção se baseia em doações de 0,5% de sua renda. * com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
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'NYT' planeja fechar instalações editoriais e gráficas em Paris
A New York Times Co. anunciou na terça-feira (26) que estava planejando fechar suas instalações editoriais e de produção gráfica em Paris, uma decisão que poderia resultar na eliminação ou transferência de 70 postos de trabalho. As mudanças são parte de uma proposta para mudar o projeto do jornal internacional publicado pelo grupo em papel, e simplificar o processo de edição e produção, de acordo com um memorando interno enviado ao pessoal do "International New York Times". A organização concentrará as operações de edição e pré-produção gráfica em Nova York e Hong Kong, de acordo com o memorando. A redação do jornal e seu departamento de publicidade em Paris não serão afetados pela proposta. E uma edição em papel do "International New York Times" continuará a ser publicada e distribuída na Europa. "Precisamos levar adiante essa proposta para que possamos assegurar nossa capacidade de manter presença internacional em papel nos próximos anos, e fazê-lo da maneira que melhor atenda aos nossos leitores internacionais", escreveram Stephen Dunbar Johnson, presidente internacional; Joe Kahn, editor assistente da primeira página internacional; e Dick Stevenson, o editor do "New York Times" na Europa, no memorando. Dean Baquet, o editor executivo do "New York Times", disse em entrevista que a proposta "envolve mudar a maneira pela qual somos estruturados, de modo a que não tenhamos uma estrutura adequada apenas a um jornal em papel". "Acredito que precisemos liberar recursos para criar um jornal digital, e creio que essa decisão pode ser resumida dessa forma", ele disse. Ecoando declarações passadas, Baquet disse que isso significava que a redação do "New York Times" provavelmente seria menor e teria configuração diferente no futuro". Mas ele acrescentou que "não existem demissões planejadas para este ano na redação". "Se acredito que teremos de descobrir maneiras de cortar coisas que são parte de nosso passado como operação em papel, mas sem prejudicar o 'New York Times' em papel? Sim", ele disse. "Se acredito que o 'New York Times' chegará ao fim desse processo tendo uma redação enorme e robusta? Sim, com certeza isso acontecerá". Como a maioria das publicações em papel, o "New York Times" continua a enfrentar dificuldades para compensar a perda de circulação e de faturamento publicitário de sua edição em papel. Em fevereiro, o jornal anunciou que conduziria um exame abrangente da redação a fim de identificar áreas de possível corte de custos e determinar uma estratégia que fizesse sentido para a era digital. Baquet disse que a proposta quanto a Paris não era parte da revisão estratégica sobre a redação. A proposta de fechar as operações de edição e produção em Paris surge menos de duas semanas depois que o "New York Times" anunciou que investiria mais de US$ 50 milhões nos próximos três anos para bancar um plano ambicioso de aumento da receita digital mundial da publicação e de ampliação de sua audiência. O jornal formou uma nova equipe chamada NYT Global para comandar esse esforço. "O plano NYT Global, que está avançando a todo vapor, trata de nossa cobertura noticiosa e alcance digital em todo o mundo", disse Kahn. "O anúncio de hoje é para garantir que as operações em papel continuem a ser parte vital e lucrativa de nossa presença mundial por ainda muitos anos". Ele enfatizou que o plano tinha por objetivo "prolongar a vida" do produto em papel internacional. "A estrutura de custos da versão em papel não era viável", ele disse. "Pretendemos produzir uma versão em papel, por custo menor, por muitos anos". Em documentos encaminhados à Securities and Exchange Commission (SEC), a agência federal norte-americana de fiscalização do mercado de valores mobiliários, o "New York Times" anunciou ter "iniciado discussões com o conselho de trabalhadores envolvido, em Paris, sobre as medidas propostas". O jornal também anunciou que antecipava custos de US$ 15 milhões para implementar as medidas, o que inclui US$ 13 milhões para cobrir custos de transferência e demissão. "A França continua a ser um mercado vital para nós, e manteremos uma sucursal de notícias robusta em Paris, além de um escritório central de publicidade internacional lá", escreveram Arthur Sulzberger Jr., publisher do "New York Times"; Mark Thompson, seu presidente-executivo; e Baquet, em nota aos funcionários. "Lamentamos que a proposta inclua corte de postos em Paris e queremos expressar nossa apreciação aos colegas –passados e presentes– que, por meio de seu trabalho árduo, contribuíram para manter uma tradição de excelência no jornalismo internacional". As raízes das operações do jornal em Paris remontam a 1887, quando foi estabelecida a edição europeia do "New York Herald". O jornal vem sendo publicado continuamente desde então, exceto pelos quatro anos de ocupação alemã em Paris na Segunda Guerra Mundial. Depois do fechamento do jornal norte-americano que controlava a publicação parisiense, e que havia adotado o nome "New York Herald Tribune", o jornal de Paris se tornou o "International Herald Tribune", na metade dos anos 60, tendo a Washington Post Co. e a New York Times Co. como sócios. O "New York Times" assumiu controle completo do jornal em 2003, e mudou o nome do jornal para "International New York Times" em 2013. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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'NYT' planeja fechar instalações editoriais e gráficas em ParisA New York Times Co. anunciou na terça-feira (26) que estava planejando fechar suas instalações editoriais e de produção gráfica em Paris, uma decisão que poderia resultar na eliminação ou transferência de 70 postos de trabalho. As mudanças são parte de uma proposta para mudar o projeto do jornal internacional publicado pelo grupo em papel, e simplificar o processo de edição e produção, de acordo com um memorando interno enviado ao pessoal do "International New York Times". A organização concentrará as operações de edição e pré-produção gráfica em Nova York e Hong Kong, de acordo com o memorando. A redação do jornal e seu departamento de publicidade em Paris não serão afetados pela proposta. E uma edição em papel do "International New York Times" continuará a ser publicada e distribuída na Europa. "Precisamos levar adiante essa proposta para que possamos assegurar nossa capacidade de manter presença internacional em papel nos próximos anos, e fazê-lo da maneira que melhor atenda aos nossos leitores internacionais", escreveram Stephen Dunbar Johnson, presidente internacional; Joe Kahn, editor assistente da primeira página internacional; e Dick Stevenson, o editor do "New York Times" na Europa, no memorando. Dean Baquet, o editor executivo do "New York Times", disse em entrevista que a proposta "envolve mudar a maneira pela qual somos estruturados, de modo a que não tenhamos uma estrutura adequada apenas a um jornal em papel". "Acredito que precisemos liberar recursos para criar um jornal digital, e creio que essa decisão pode ser resumida dessa forma", ele disse. Ecoando declarações passadas, Baquet disse que isso significava que a redação do "New York Times" provavelmente seria menor e teria configuração diferente no futuro". Mas ele acrescentou que "não existem demissões planejadas para este ano na redação". "Se acredito que teremos de descobrir maneiras de cortar coisas que são parte de nosso passado como operação em papel, mas sem prejudicar o 'New York Times' em papel? Sim", ele disse. "Se acredito que o 'New York Times' chegará ao fim desse processo tendo uma redação enorme e robusta? Sim, com certeza isso acontecerá". Como a maioria das publicações em papel, o "New York Times" continua a enfrentar dificuldades para compensar a perda de circulação e de faturamento publicitário de sua edição em papel. Em fevereiro, o jornal anunciou que conduziria um exame abrangente da redação a fim de identificar áreas de possível corte de custos e determinar uma estratégia que fizesse sentido para a era digital. Baquet disse que a proposta quanto a Paris não era parte da revisão estratégica sobre a redação. A proposta de fechar as operações de edição e produção em Paris surge menos de duas semanas depois que o "New York Times" anunciou que investiria mais de US$ 50 milhões nos próximos três anos para bancar um plano ambicioso de aumento da receita digital mundial da publicação e de ampliação de sua audiência. O jornal formou uma nova equipe chamada NYT Global para comandar esse esforço. "O plano NYT Global, que está avançando a todo vapor, trata de nossa cobertura noticiosa e alcance digital em todo o mundo", disse Kahn. "O anúncio de hoje é para garantir que as operações em papel continuem a ser parte vital e lucrativa de nossa presença mundial por ainda muitos anos". Ele enfatizou que o plano tinha por objetivo "prolongar a vida" do produto em papel internacional. "A estrutura de custos da versão em papel não era viável", ele disse. "Pretendemos produzir uma versão em papel, por custo menor, por muitos anos". Em documentos encaminhados à Securities and Exchange Commission (SEC), a agência federal norte-americana de fiscalização do mercado de valores mobiliários, o "New York Times" anunciou ter "iniciado discussões com o conselho de trabalhadores envolvido, em Paris, sobre as medidas propostas". O jornal também anunciou que antecipava custos de US$ 15 milhões para implementar as medidas, o que inclui US$ 13 milhões para cobrir custos de transferência e demissão. "A França continua a ser um mercado vital para nós, e manteremos uma sucursal de notícias robusta em Paris, além de um escritório central de publicidade internacional lá", escreveram Arthur Sulzberger Jr., publisher do "New York Times"; Mark Thompson, seu presidente-executivo; e Baquet, em nota aos funcionários. "Lamentamos que a proposta inclua corte de postos em Paris e queremos expressar nossa apreciação aos colegas –passados e presentes– que, por meio de seu trabalho árduo, contribuíram para manter uma tradição de excelência no jornalismo internacional". As raízes das operações do jornal em Paris remontam a 1887, quando foi estabelecida a edição europeia do "New York Herald". O jornal vem sendo publicado continuamente desde então, exceto pelos quatro anos de ocupação alemã em Paris na Segunda Guerra Mundial. Depois do fechamento do jornal norte-americano que controlava a publicação parisiense, e que havia adotado o nome "New York Herald Tribune", o jornal de Paris se tornou o "International Herald Tribune", na metade dos anos 60, tendo a Washington Post Co. e a New York Times Co. como sócios. O "New York Times" assumiu controle completo do jornal em 2003, e mudou o nome do jornal para "International New York Times" em 2013. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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