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Frederico Vasconcelos: Hossepian e Livianu disputam a indicação para o colegiado do CNJ
O Procurador de Justiça Arnaldo Hossepian Salles Lima Júnior e o Promotor de Justiça Roberto Livianu estão em campanha. Eles buscam o apoio dos colegas do Ministério Público do Estado de São Paulo na disputa pela indicação para a vaga ... Leia post completo no blog
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Frederico Vasconcelos: Hossepian e Livianu disputam a indicação para o colegiado do CNJO Procurador de Justiça Arnaldo Hossepian Salles Lima Júnior e o Promotor de Justiça Roberto Livianu estão em campanha. Eles buscam o apoio dos colegas do Ministério Público do Estado de São Paulo na disputa pela indicação para a vaga ... Leia post completo no blog
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Em novo álbum, Clarice Falcão canta personagens fortes e nada fofas
Clarice Falcão é uma falsa fofa. Seu primeiro CD, "Monomania" (2013), era uma sucessão de baladas, que ela cantava em shows com um angelical vestido branco. Mas a personagem das letras era uma obcecada capaz de invadir o computador do amado, persegui-lo e até mesmo matá-lo. No novo álbum, "Problema Meu", produzido por Kassin, já são diversificados os tipos femininos, mas todos econômicos em fofura. A moça de "Deve Ter Sido Eu" planeja a morte da atual do ex. A de "Eu Escolhi Você" assim declara seu afeto: "Na minha vida já existiram/ Cinquenta opções de amor/ Quarenta e nove desistiram/ E você foi o que sobrou". "Não sou nem um pouco fofa. Sou uma péssima pessoa", diz a pernambucana radicada no Rio de Janeiro, com o humor gauche já conhecido por quem acompanha, na internet e na televisão, os vídeos do Porta dos Fundos. Ela comenta que o contraste entre forma e conteúdo proposto no primeiro CD não foi compreendido por todos —o que não surpreende numa época em que se leva a sério, por exemplo, uma brincadeira de Chico Buarque dizendo que compra músicas. Em vez de uma só personagem, ela agora oferece várias —em gêneros musicais variados. Em comum, são um tanto patéticas. Mas, desta vez, há as que estão por cima, como em "Eu Escolhi Você", "Irônico", "Eu Sou Problema Meu" e "Como É que Eu Vou Dizer que Acabou". "Adoro humor de gente por baixo, é o meu preferido. Mas, também, é o mais fácil de fazer. A história do perdedor é sempre mais interessante, porque ele está no lugar da vulnerabilidade. Escrever sobre vencedor é difícil", diz. FEMINISMO Criar mulheres mais fortes está ligado ao interesse crescente de Clarice pelo feminismo, explicitado no clipe que fez da sua versão (não incluída no álbum) de "Survivor", hit de Beyoncé. Em "Vagabunda", ela pratica de modo peculiar o conceito de sororidade, que é a aliança entre mulheres: a ex de um rapaz chama a atual para tomar um chope. Mas as vingativas não sumiram. A de "Vinheta" parece praguejar em "fluxo de pensamento", forma de que Clarice tanto gosta: "Que você foi atropelado/ levantou cambaleante/ deu de cara com um poste/ e quebrou quatorze dentes/ e aí foi assaltado por três caras gigantescos/ e na hora de sair foi atropelado novamente/ Acordou com amnésia em um hospital distante/ Amor, tomara que você esteja bem". Nem a fossa sumiu. Está, por exemplo, em "Se Esse Bar Fechar" e "L'Amour Toujours (I'll Fly with You)", sucesso do DJ italiano Gigi D'Agostino que Clarice, hoje com 26 anos, ouvia na pré-adolescência. "Eu ficava do lado do Micro System esperando tocar nas sete mais da Jovem Pan", recorda-se a cantora. As outras composições alheias são "A Volta do Mecenas", de Matheus Torreão, e "Banho de Piscina", de seu pai, o dramaturgo e diretor João Falcão —a mãe é a escritora Adriana Falcão. Não há fofura na família Falcão: "Eu quero ver você/ Numa piscina de óleo fervendo/ Pedindo socorro e eu te oferecendo/ Uma dose de rum pra você se esquentar". Letras assim combinam com o que ela já começa a ver como um estilo. Na última faixa, "Clarice", brinca com as críticas de que não toca bem violão, que suas melodias são simples e suas letras "não são chiques". "Sou cruel comigo. Mas, em algum lugar, tenho algo a oferecer, tanto que as músicas comunicam de alguma forma", conta ela. Seus shows lotam, mas é claro que a popularidade ainda vem mais do Porta dos Fundos —grupo do qual Clarice se afastou temporariamente para se dedicar à música e a outros projetos. E ser popular, no Brasil, é também apanhar nas redes sociais, ainda mais se dizendo feminista e chamando impeachment de golpe. "Quando começou essa polarização política, os ataques eram mais ao Gregorio [Duvivier, colunista da Folha e seu ex-marido], eu pegava a rebarba. Agora é diretamente para mim", comenta. "Como estou do lado que quero estar, não me incomoda muito. E, se a pessoa que está me xingando tem um avatar 'diga sim ao golpe', não me preocupo. Eu me preocuparia se ela gostasse de mim." LUIZ FERNANDO VIANNA é autor de 'Aldir Blanc - Resposta ao Tempo' (Casa da Palavra). PROBLEMA MEU ARTISTA Clarice Falcão GRAVADORA independente QUANTO R$ 30
ilustrada
Em novo álbum, Clarice Falcão canta personagens fortes e nada fofasClarice Falcão é uma falsa fofa. Seu primeiro CD, "Monomania" (2013), era uma sucessão de baladas, que ela cantava em shows com um angelical vestido branco. Mas a personagem das letras era uma obcecada capaz de invadir o computador do amado, persegui-lo e até mesmo matá-lo. No novo álbum, "Problema Meu", produzido por Kassin, já são diversificados os tipos femininos, mas todos econômicos em fofura. A moça de "Deve Ter Sido Eu" planeja a morte da atual do ex. A de "Eu Escolhi Você" assim declara seu afeto: "Na minha vida já existiram/ Cinquenta opções de amor/ Quarenta e nove desistiram/ E você foi o que sobrou". "Não sou nem um pouco fofa. Sou uma péssima pessoa", diz a pernambucana radicada no Rio de Janeiro, com o humor gauche já conhecido por quem acompanha, na internet e na televisão, os vídeos do Porta dos Fundos. Ela comenta que o contraste entre forma e conteúdo proposto no primeiro CD não foi compreendido por todos —o que não surpreende numa época em que se leva a sério, por exemplo, uma brincadeira de Chico Buarque dizendo que compra músicas. Em vez de uma só personagem, ela agora oferece várias —em gêneros musicais variados. Em comum, são um tanto patéticas. Mas, desta vez, há as que estão por cima, como em "Eu Escolhi Você", "Irônico", "Eu Sou Problema Meu" e "Como É que Eu Vou Dizer que Acabou". "Adoro humor de gente por baixo, é o meu preferido. Mas, também, é o mais fácil de fazer. A história do perdedor é sempre mais interessante, porque ele está no lugar da vulnerabilidade. Escrever sobre vencedor é difícil", diz. FEMINISMO Criar mulheres mais fortes está ligado ao interesse crescente de Clarice pelo feminismo, explicitado no clipe que fez da sua versão (não incluída no álbum) de "Survivor", hit de Beyoncé. Em "Vagabunda", ela pratica de modo peculiar o conceito de sororidade, que é a aliança entre mulheres: a ex de um rapaz chama a atual para tomar um chope. Mas as vingativas não sumiram. A de "Vinheta" parece praguejar em "fluxo de pensamento", forma de que Clarice tanto gosta: "Que você foi atropelado/ levantou cambaleante/ deu de cara com um poste/ e quebrou quatorze dentes/ e aí foi assaltado por três caras gigantescos/ e na hora de sair foi atropelado novamente/ Acordou com amnésia em um hospital distante/ Amor, tomara que você esteja bem". Nem a fossa sumiu. Está, por exemplo, em "Se Esse Bar Fechar" e "L'Amour Toujours (I'll Fly with You)", sucesso do DJ italiano Gigi D'Agostino que Clarice, hoje com 26 anos, ouvia na pré-adolescência. "Eu ficava do lado do Micro System esperando tocar nas sete mais da Jovem Pan", recorda-se a cantora. As outras composições alheias são "A Volta do Mecenas", de Matheus Torreão, e "Banho de Piscina", de seu pai, o dramaturgo e diretor João Falcão —a mãe é a escritora Adriana Falcão. Não há fofura na família Falcão: "Eu quero ver você/ Numa piscina de óleo fervendo/ Pedindo socorro e eu te oferecendo/ Uma dose de rum pra você se esquentar". Letras assim combinam com o que ela já começa a ver como um estilo. Na última faixa, "Clarice", brinca com as críticas de que não toca bem violão, que suas melodias são simples e suas letras "não são chiques". "Sou cruel comigo. Mas, em algum lugar, tenho algo a oferecer, tanto que as músicas comunicam de alguma forma", conta ela. Seus shows lotam, mas é claro que a popularidade ainda vem mais do Porta dos Fundos —grupo do qual Clarice se afastou temporariamente para se dedicar à música e a outros projetos. E ser popular, no Brasil, é também apanhar nas redes sociais, ainda mais se dizendo feminista e chamando impeachment de golpe. "Quando começou essa polarização política, os ataques eram mais ao Gregorio [Duvivier, colunista da Folha e seu ex-marido], eu pegava a rebarba. Agora é diretamente para mim", comenta. "Como estou do lado que quero estar, não me incomoda muito. E, se a pessoa que está me xingando tem um avatar 'diga sim ao golpe', não me preocupo. Eu me preocuparia se ela gostasse de mim." LUIZ FERNANDO VIANNA é autor de 'Aldir Blanc - Resposta ao Tempo' (Casa da Palavra). PROBLEMA MEU ARTISTA Clarice Falcão GRAVADORA independente QUANTO R$ 30
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Quem olha para a 'amarelinha' sem pensar em bandalheira?
A prisão na Suíça do vice-presidente da CBF, José Maria Marin, e de outros dirigentes da Fifa, numa operação articulada pelo FBI dos EUA contra corrupção praticada no futebol, foi noticiada no mundo todo. Outro escândalo internacional estrelado pela cartolagem –João Havelange e Ricardo Teixeira abriram a série, que mancha a memória do futebol do Brasil e passa a ser um peso a mais para as combalidas seleções brasileiras. Qual é o torcedor no planeta que vai olhar para a mítica camiseta amarela sem ter pensamentos relacionados à corrupção, à bandalheira? Partindo desse prisma, uma vítima em potencial certamente será a seleção nacional feminina, que estreia contra a Coreia do Sul no Campeonato Mundial, na próxima terça-feira (9), no Canadá. O torneio começa sábado. O título da Copa é inédito para as brasileiras, que acreditam nas chances de atingir essa meta. Foram vice em 2007. A equipe, na verdade, tem dois objetivos, o Mundial e os Jogos Olímpicos no ano que vem, em casa. Por isso, a disputa no Canadá ganha relevância, uma vez que serve também de parâmetro para a Olimpíada, na qual o Brasil raspou duas vezes no título, em Atenas-2004 e Pequim-2008, quando ficou com a medalha de prata. Em Londres-12, caiu nas quartas de final. Diante desse cenário, a opção foi montar uma seleção permanente. Assim, em abril do ano passado, Oswaldo Alvarez, o Vadão, um especialista na revelação de jogadores –entre outros, Rivaldo, Kaká e Júlio Baptista–, não vacilou em deixar o time masculino da Ponte Preta e aceitar o desafio de comandar a seleção das mulheres. Apesar de ser sua primeira experiência com equipes do gênero, após apreensão inicial, já parece adaptado e otimista. A meia-atacante Marta, craque consagrada e com importância equivalente à de Neymar no masculino, a meia Formiga e a atacante Cristiane, todas com participações em vários Mundiais, são alguns destaques que seguem na seleção. O time tem boa base e experiência, mas os obstáculos são difíceis, com rivais de elevado nível técnico como EUA, Alemanha, Suécia e Noruega. As norte-americanas sempre despontam entre as favoritas. Na última edição do Mundial, em 2011, elas acabaram superadas na decisão pelas japonesas, campeãs pela primeira vez. Relegado a um segundo plano durante anos, o futebol feminino do Brasil ganhou um reforço inesperado, o apoio da presidente Dilma Rousseff. O ministro do Esporte, George Hilton, ressaltou ter a presidente alertado para que ele dispensasse cuidados especiais ao desenvolvimento do futebol feminino. É como remar contra a maré, mas se espera que a "amarelinha" não seja olhada com desdém ou pressionada em consequência do escancaramento dessa gatunagem com digitais brasileiras. SEXISMO Acuada pelos escândalos, a Fifa pode começar a mudar sua postura já neste Mundial. O presidente Joseph Blatter, reeleito pela quarta vez, e os cartolas da entidade costumam anunciar verbalmente apoio ao futebol das mulheres. Um blefe, levando-se em conta denúncia da atacante Alex Morgan, dos EUA, que acusou o presidente da Fifa de sexismo. Morgan disse que o dirigente não a reconheceu durante premiação da Bola de Ouro em 2012, em cerimônia realizada no início de 2013, sendo que ela era uma das três concorrentes. A vencedora foi sua compatriota Abby Wambach. Em entrevista recente à revista "Time", a atacante afirmou que ficou impactada pela indiferença de Blatter, mas que seguirá hasteando a bandeira do feminismo no esporte. REFLEXÕES O desbaratamento da bandidagem articulada dentro da Fifa é um marco a ser comemorado pelos esportistas em geral e, em especial, pelos fãs do futebol, o esporte mais badalado no mundo e líder no interesse dos brasileiros. Já o modus operandi, com prisões articuladas por um país (EUA) em território de outro (Suíça), embora com a colaboração deste, caçando gente de vários pontos do planeta, é intrigante. Esse papel dos EUA de polícia do mundo é motivo de preocupação como destacou Hélio Schwartsman nesta Folha na sexta-feira (29). O tema exige reflexão. Outro alerta apareceu em texto no UOL, no qual Daniel Lisboa entrevistou o norte-americano John Shulman, especialista em mediação de negociações, cofundador do Centro para a Negociação e a Justiça dos EUA, e formado em direito pela Universidade Harvard. Ele acredita que a intervenção "não teve cunho legal, mas geopolítico". Destaca que não há um número de vítimas nos EUA que justifique tamanha mobilização. Shulman argumenta que "são os EUA mobilizando seu aparato legal interno em prol de questões geopolíticas. No caso, para colocar pressão na Rússia (sede da Copa de 2018), com quem o país tem tido problemas, e no Qatar (sede da Copa de 2022), onde também existem questões geopolíticas". Ressaltou ainda que todo mundo sabe que a Fifa é corrupta, mas que os EUA não estariam fazendo isso pelo bem do futebol. O jeito é manter os olhos bem abertos e os ouvidos atentos. Onde há fumaça há fogo.
colunas
Quem olha para a 'amarelinha' sem pensar em bandalheira?A prisão na Suíça do vice-presidente da CBF, José Maria Marin, e de outros dirigentes da Fifa, numa operação articulada pelo FBI dos EUA contra corrupção praticada no futebol, foi noticiada no mundo todo. Outro escândalo internacional estrelado pela cartolagem –João Havelange e Ricardo Teixeira abriram a série, que mancha a memória do futebol do Brasil e passa a ser um peso a mais para as combalidas seleções brasileiras. Qual é o torcedor no planeta que vai olhar para a mítica camiseta amarela sem ter pensamentos relacionados à corrupção, à bandalheira? Partindo desse prisma, uma vítima em potencial certamente será a seleção nacional feminina, que estreia contra a Coreia do Sul no Campeonato Mundial, na próxima terça-feira (9), no Canadá. O torneio começa sábado. O título da Copa é inédito para as brasileiras, que acreditam nas chances de atingir essa meta. Foram vice em 2007. A equipe, na verdade, tem dois objetivos, o Mundial e os Jogos Olímpicos no ano que vem, em casa. Por isso, a disputa no Canadá ganha relevância, uma vez que serve também de parâmetro para a Olimpíada, na qual o Brasil raspou duas vezes no título, em Atenas-2004 e Pequim-2008, quando ficou com a medalha de prata. Em Londres-12, caiu nas quartas de final. Diante desse cenário, a opção foi montar uma seleção permanente. Assim, em abril do ano passado, Oswaldo Alvarez, o Vadão, um especialista na revelação de jogadores –entre outros, Rivaldo, Kaká e Júlio Baptista–, não vacilou em deixar o time masculino da Ponte Preta e aceitar o desafio de comandar a seleção das mulheres. Apesar de ser sua primeira experiência com equipes do gênero, após apreensão inicial, já parece adaptado e otimista. A meia-atacante Marta, craque consagrada e com importância equivalente à de Neymar no masculino, a meia Formiga e a atacante Cristiane, todas com participações em vários Mundiais, são alguns destaques que seguem na seleção. O time tem boa base e experiência, mas os obstáculos são difíceis, com rivais de elevado nível técnico como EUA, Alemanha, Suécia e Noruega. As norte-americanas sempre despontam entre as favoritas. Na última edição do Mundial, em 2011, elas acabaram superadas na decisão pelas japonesas, campeãs pela primeira vez. Relegado a um segundo plano durante anos, o futebol feminino do Brasil ganhou um reforço inesperado, o apoio da presidente Dilma Rousseff. O ministro do Esporte, George Hilton, ressaltou ter a presidente alertado para que ele dispensasse cuidados especiais ao desenvolvimento do futebol feminino. É como remar contra a maré, mas se espera que a "amarelinha" não seja olhada com desdém ou pressionada em consequência do escancaramento dessa gatunagem com digitais brasileiras. SEXISMO Acuada pelos escândalos, a Fifa pode começar a mudar sua postura já neste Mundial. O presidente Joseph Blatter, reeleito pela quarta vez, e os cartolas da entidade costumam anunciar verbalmente apoio ao futebol das mulheres. Um blefe, levando-se em conta denúncia da atacante Alex Morgan, dos EUA, que acusou o presidente da Fifa de sexismo. Morgan disse que o dirigente não a reconheceu durante premiação da Bola de Ouro em 2012, em cerimônia realizada no início de 2013, sendo que ela era uma das três concorrentes. A vencedora foi sua compatriota Abby Wambach. Em entrevista recente à revista "Time", a atacante afirmou que ficou impactada pela indiferença de Blatter, mas que seguirá hasteando a bandeira do feminismo no esporte. REFLEXÕES O desbaratamento da bandidagem articulada dentro da Fifa é um marco a ser comemorado pelos esportistas em geral e, em especial, pelos fãs do futebol, o esporte mais badalado no mundo e líder no interesse dos brasileiros. Já o modus operandi, com prisões articuladas por um país (EUA) em território de outro (Suíça), embora com a colaboração deste, caçando gente de vários pontos do planeta, é intrigante. Esse papel dos EUA de polícia do mundo é motivo de preocupação como destacou Hélio Schwartsman nesta Folha na sexta-feira (29). O tema exige reflexão. Outro alerta apareceu em texto no UOL, no qual Daniel Lisboa entrevistou o norte-americano John Shulman, especialista em mediação de negociações, cofundador do Centro para a Negociação e a Justiça dos EUA, e formado em direito pela Universidade Harvard. Ele acredita que a intervenção "não teve cunho legal, mas geopolítico". Destaca que não há um número de vítimas nos EUA que justifique tamanha mobilização. Shulman argumenta que "são os EUA mobilizando seu aparato legal interno em prol de questões geopolíticas. No caso, para colocar pressão na Rússia (sede da Copa de 2018), com quem o país tem tido problemas, e no Qatar (sede da Copa de 2022), onde também existem questões geopolíticas". Ressaltou ainda que todo mundo sabe que a Fifa é corrupta, mas que os EUA não estariam fazendo isso pelo bem do futebol. O jeito é manter os olhos bem abertos e os ouvidos atentos. Onde há fumaça há fogo.
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PSDB deveria ser a favor de ajuste fiscal, diz leitor
Discordo da afirmação de Demétrio Magnoli (Teatro de sombras) de que os oposicionistas deveriam votar contra o ajuste fiscal, ajudando o Brasil a quebrar e levar junto o PT. Não creio que estejamos tão imobilizados assim, as ruas mostraram. E acredito até que o PSDB de Aécio deveria ser a favor desse ajuste, porque o era durante a campanha. Deveria mostrar que isso é uma questão de Estado e dizer que votou para consertar o que foi desarrumado pela presidente. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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PSDB deveria ser a favor de ajuste fiscal, diz leitorDiscordo da afirmação de Demétrio Magnoli (Teatro de sombras) de que os oposicionistas deveriam votar contra o ajuste fiscal, ajudando o Brasil a quebrar e levar junto o PT. Não creio que estejamos tão imobilizados assim, as ruas mostraram. E acredito até que o PSDB de Aécio deveria ser a favor desse ajuste, porque o era durante a campanha. Deveria mostrar que isso é uma questão de Estado e dizer que votou para consertar o que foi desarrumado pela presidente. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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'Primavera Árabe criou uma geração engajada', diz pesquisadora canadense
Conflito civil na Síria e no Iêmen, atentados terroristas no Iraque, atrito entre Arábia Saudita e Irã e fracasso na criação de um Estado na Líbia. Não são poucos os indícios que justificam um mau augúrio em relação ao Oriente Médio. Mas a professora canadense Bessma Momani está otimista. Às vésperas do aniversário de cinco anos da derrubada do ditador egípcio Hosni Mubarak, nesta quinta (11), ela afirma à Folha: o futuro pode, sim, ser bom. Momani, pesquisadora no Centro para Inovação na Governança Internacional, conversou com a reportagem durante uma passagem recente por Madri, enquanto promovia seu livro "Arab Dawn" ("Alvorecer Árabe", em tradução livre), uma análise da demografia no Oriente Médio. A obra reconhece que há desafios imensos para a segurança e a economia da região, mas há também índices pouco mencionados, que, vistos em conjunto, mostram uma geração cosmopolita, educada e empreendedora –ainda comprometida com a mudança política, apesar dos recentes fracassos em países como Síria, Líbia e Iêmen. Há altas porcentagens de jovens matriculados na universidade em países como a Arábia Saudita, por exemplo. No Líbano, mais de um terço dos empreendedores são mulheres. As populações estão cada vez mais urbanas e com mais acesso à internet (veja quadro abaixo). A análise demográfica, por vezes ignorada, é importante para o Oriente Médio. Quase 20% dos árabes têm entre 14 e 25 anos, segundo a ONU. Em países como o Iêmen, metade da população tem menos de 15 anos. Em breve, essa geração, se bem preparada, ocupará posições de poder em seus países. "Estou olhando para o futuro. Nenhuma região fica para sempre em situação de conflito", diz Momani. "Há algumas décadas, estudantes se especializavam na América Latina. O Oriente Médio era entediante", afirma, lembrando-se de crises e de regimes autoritários latino-americanos. A ideia de que o Oriente Médio esteja fadado ao atraso é antiga. Foi criticada, por exemplo, na obra clássica do palestino Edward Said "Orientalismo" (1978). A região é historicamente representada como se precisasse ser guiada pelos Estados Unidos ou pela Europa, em vez de ser ela própria o agente de sua mudança. REVOLUÇÕES A Primavera Árabe não trouxe transformações significativas de regime em grande parte da região, talvez exceto pela Tunísia. Mas isso não significa, para Momani, que a região esteja estancada. "Houve uma revolução social e cultural, e não acho que a revolução política já tenha terminado." Um dos fatores que mais lhe dão esperança é o fortalecimento da sociedade civil em países como Síria e Líbano. Em Beirute, por exemplo, jovens têm se organizado para pressionar o governo para resolver questões como o acúmulo de lixo nas ruas. "Não são movimentos institucionalizados. São informais, cotidianos. Não há líderes nem hierarquias", diz. O próprio empreendedorismo é outro exemplo de que a juventude não espera mais que o Estado lhes beneficie. "Jovens estão dizendo que não precisam do governo, podem fazer da maneira deles." Momani reuniu-se, durante sua pesquisa, com moradores de toda a região. Ela descreve a juventude árabe como "mais espiritual do que propriamente religiosa". "Eles aprendem a religião ouvindo sermões no YouTube. Não vão mais à mesquita. É positivo, porque é um aprendizado individual, sobre ser uma pessoa melhor e estar mais próximo de Deus", diz. Haveria, aí, espaço para combater a radicalização no Oriente Médio. Essa imagem apresentada em "Arab Dawn" não se parece muito com aquela retratada na imprensa internacional e por outros analistas. Parte do motivo é a convicção de Momani de que o pessimismo não ajuda. "Prestamos atenção ao terrorismo, à violência, à radicalização. Tratamos da região como uma questão de segurança e nos esquecemos dos indivíduos. Assim, damos a entender que não existe ninguém. Retiramos a faceta humana", afirma. Estudantes no exterior Liberdade de imprensa Acesso a internet Jovens matriculados População urbana
mundo
'Primavera Árabe criou uma geração engajada', diz pesquisadora canadenseConflito civil na Síria e no Iêmen, atentados terroristas no Iraque, atrito entre Arábia Saudita e Irã e fracasso na criação de um Estado na Líbia. Não são poucos os indícios que justificam um mau augúrio em relação ao Oriente Médio. Mas a professora canadense Bessma Momani está otimista. Às vésperas do aniversário de cinco anos da derrubada do ditador egípcio Hosni Mubarak, nesta quinta (11), ela afirma à Folha: o futuro pode, sim, ser bom. Momani, pesquisadora no Centro para Inovação na Governança Internacional, conversou com a reportagem durante uma passagem recente por Madri, enquanto promovia seu livro "Arab Dawn" ("Alvorecer Árabe", em tradução livre), uma análise da demografia no Oriente Médio. A obra reconhece que há desafios imensos para a segurança e a economia da região, mas há também índices pouco mencionados, que, vistos em conjunto, mostram uma geração cosmopolita, educada e empreendedora –ainda comprometida com a mudança política, apesar dos recentes fracassos em países como Síria, Líbia e Iêmen. Há altas porcentagens de jovens matriculados na universidade em países como a Arábia Saudita, por exemplo. No Líbano, mais de um terço dos empreendedores são mulheres. As populações estão cada vez mais urbanas e com mais acesso à internet (veja quadro abaixo). A análise demográfica, por vezes ignorada, é importante para o Oriente Médio. Quase 20% dos árabes têm entre 14 e 25 anos, segundo a ONU. Em países como o Iêmen, metade da população tem menos de 15 anos. Em breve, essa geração, se bem preparada, ocupará posições de poder em seus países. "Estou olhando para o futuro. Nenhuma região fica para sempre em situação de conflito", diz Momani. "Há algumas décadas, estudantes se especializavam na América Latina. O Oriente Médio era entediante", afirma, lembrando-se de crises e de regimes autoritários latino-americanos. A ideia de que o Oriente Médio esteja fadado ao atraso é antiga. Foi criticada, por exemplo, na obra clássica do palestino Edward Said "Orientalismo" (1978). A região é historicamente representada como se precisasse ser guiada pelos Estados Unidos ou pela Europa, em vez de ser ela própria o agente de sua mudança. REVOLUÇÕES A Primavera Árabe não trouxe transformações significativas de regime em grande parte da região, talvez exceto pela Tunísia. Mas isso não significa, para Momani, que a região esteja estancada. "Houve uma revolução social e cultural, e não acho que a revolução política já tenha terminado." Um dos fatores que mais lhe dão esperança é o fortalecimento da sociedade civil em países como Síria e Líbano. Em Beirute, por exemplo, jovens têm se organizado para pressionar o governo para resolver questões como o acúmulo de lixo nas ruas. "Não são movimentos institucionalizados. São informais, cotidianos. Não há líderes nem hierarquias", diz. O próprio empreendedorismo é outro exemplo de que a juventude não espera mais que o Estado lhes beneficie. "Jovens estão dizendo que não precisam do governo, podem fazer da maneira deles." Momani reuniu-se, durante sua pesquisa, com moradores de toda a região. Ela descreve a juventude árabe como "mais espiritual do que propriamente religiosa". "Eles aprendem a religião ouvindo sermões no YouTube. Não vão mais à mesquita. É positivo, porque é um aprendizado individual, sobre ser uma pessoa melhor e estar mais próximo de Deus", diz. Haveria, aí, espaço para combater a radicalização no Oriente Médio. Essa imagem apresentada em "Arab Dawn" não se parece muito com aquela retratada na imprensa internacional e por outros analistas. Parte do motivo é a convicção de Momani de que o pessimismo não ajuda. "Prestamos atenção ao terrorismo, à violência, à radicalização. Tratamos da região como uma questão de segurança e nos esquecemos dos indivíduos. Assim, damos a entender que não existe ninguém. Retiramos a faceta humana", afirma. Estudantes no exterior Liberdade de imprensa Acesso a internet Jovens matriculados População urbana
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Candidato venezuelano à Constituinte é morto a tiros, diz Ministério Público
José Félix Piñeda, candidato à Assembleia Constituinte, foi morto a tiros neste sábado (29), no município de Heres, no Estado de Bolívar, informou o Ministério Público venezuelano. "Um grupo de pessoas invadiu no sábado à noite a residência de Piñeda, de 39 anos, em Ciudad Bolívar (sudeste), e ele foi atingido por vários tiros", informou o MP no Twitter. Até o momento, o Ministério Público não vinculou o assassinato a motivações políticas. De acordo com informações preliminares, Piñeda estava em sua residência com a família e amigos quando duas pessoas invadiram o local, carregando armas de fogo. "Por José Félix Piñeda e por muitos, é necessário lutar por uma vitória que acabe com a aberração política que desejam implantar", escreveu nas redes sociais Francisco Rangel, governador do Estado de Bolívar –insinuando que foi um crime político. A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que denuncia o projeto de Maduro como uma fraude que acabará com a democracia, convocou um protesto para este domingo (30) em Caracas e bloqueios de avenidas em todo o país. Piñeda é o segundo candidato à Constituinte assassinado. No dia 10 de julho, José Luis Rivas Aranguren, 42, foi atingido por oito disparos feitos por dois homens, durante um comício na noite de segunda-feira (10) em Maracay, a 123 km de Caracas.
mundo
Candidato venezuelano à Constituinte é morto a tiros, diz Ministério PúblicoJosé Félix Piñeda, candidato à Assembleia Constituinte, foi morto a tiros neste sábado (29), no município de Heres, no Estado de Bolívar, informou o Ministério Público venezuelano. "Um grupo de pessoas invadiu no sábado à noite a residência de Piñeda, de 39 anos, em Ciudad Bolívar (sudeste), e ele foi atingido por vários tiros", informou o MP no Twitter. Até o momento, o Ministério Público não vinculou o assassinato a motivações políticas. De acordo com informações preliminares, Piñeda estava em sua residência com a família e amigos quando duas pessoas invadiram o local, carregando armas de fogo. "Por José Félix Piñeda e por muitos, é necessário lutar por uma vitória que acabe com a aberração política que desejam implantar", escreveu nas redes sociais Francisco Rangel, governador do Estado de Bolívar –insinuando que foi um crime político. A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que denuncia o projeto de Maduro como uma fraude que acabará com a democracia, convocou um protesto para este domingo (30) em Caracas e bloqueios de avenidas em todo o país. Piñeda é o segundo candidato à Constituinte assassinado. No dia 10 de julho, José Luis Rivas Aranguren, 42, foi atingido por oito disparos feitos por dois homens, durante um comício na noite de segunda-feira (10) em Maracay, a 123 km de Caracas.
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Temporal deixa SP com trânsito acima da média e com pontos de alagamentos
A chuva que atinge a cidade São Paulo desde a manhã desta quinta-feira (3) causa lentidão acima da média, principalmente nas marginais Tietê e Pinheiros, e deixa parte da capital paulista em atenção para alagamentos. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), às 11h, a cidade registrava 138 km de congestionamento –o que representa 15,9% dos 835 km de vias monitoradas, percentual acima do índice máximo para o horário, que é de 9,5%. Nesse horário, a pior via era a marginal Pinheiros com 10,2 km de morosidade na pista expressa, sentido Interlagos. No sentido Castello Branco, os motoristas enfrentavam 4,7 km de lentidão. Já marginal Tietê, no sentido Castello Branco, havia 7 km de congestionamento na pista expressa. No sentido Ayrton Senna, a lentidão era de 3,2 km na pista central. A companhia informou ainda que os motoristas enfrentavam congestionamento intenso na avenida 23 de Maio, sentido Santana, com 8,7 km. Durante o temporal, a CET registrou apenas um ponto de alagamento intransitável na avenida Nove de Julho, próximo ao terminal Bandeira, na região central da cidade, por volta das 9h40. Às 10h45, a via já estava liberada. Parte de uma árvore caiu na avenida Duque de Caxias, região central de São Paulo, interditando duas faixas da via. O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), órgão ligado à prefeitura, colocou as marginais, e parte das zonas oeste, sul, centro e leste em estado para alagamentos das 9h44 às 11h. Segundo o órgão, o índice de pluviométrico médio na cidade foi de 9,8 mm. A região mais afetada pela chuva foi o centro, com 25,8 mm, seguido pelas zonas oeste (12,2 mm), sul (11,9 mm), leste (6 mm) e norte (5,8 mm). O órgão não registrou nenhum transbordamento de córrego na capital paulista. Já na Grande São Paulo, os córregos Ribeirão dos Couros, em São Bernardo do Campo, e Ribeirão dos Meninos, em São Caetano, transbordaram. Em média, choveu 28,6 mm e 32,8 mm, respectivamente nessa regiões dos córregos. CHUVA A chuva desta quinta ocorre em decorrência de um avanço de áreas de instabilidade associadas a passagem de uma frente fria pelo oceano que mantém o tempo instável em São Paulo ao longo de todo o dia. Os meteorologistas do CGE afirma que deve chover de forma mais intensa durante o período da tarde, com fortes rajadas de vento, quedas de árvores e alta incidência de raios. Além disso, a continuidade das precipitações aumenta o potencial para deslizamentos de terra. Com isso, as temperaturas não sobem muito e as máximas devem permanecer abaixo dos 23ºC, enquanto a umidade relativa do ar fica acima dos 60%. PRÓXIMOS DIAS Essas áreas de instabilidade se afastam do litoral paulista, mas os ventos úmidos que passam a soprar do oceano ainda causam muita nebulosidade, chuvas fracas e chuviscos nos próximos dias. A previsão para esta sexta (4) é de chuva ao longo de dia, com temperaturas oscilando entre 16°C e 20°C. A nebulosidade continua no sábado (5) e deve ocorrer chuviscos durante a madrugada e no período da noite. A temperatura máxima na capital paulista deve ficar em torno de 24°C, e a mínima, de 17°C.
cotidiano
Temporal deixa SP com trânsito acima da média e com pontos de alagamentosA chuva que atinge a cidade São Paulo desde a manhã desta quinta-feira (3) causa lentidão acima da média, principalmente nas marginais Tietê e Pinheiros, e deixa parte da capital paulista em atenção para alagamentos. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), às 11h, a cidade registrava 138 km de congestionamento –o que representa 15,9% dos 835 km de vias monitoradas, percentual acima do índice máximo para o horário, que é de 9,5%. Nesse horário, a pior via era a marginal Pinheiros com 10,2 km de morosidade na pista expressa, sentido Interlagos. No sentido Castello Branco, os motoristas enfrentavam 4,7 km de lentidão. Já marginal Tietê, no sentido Castello Branco, havia 7 km de congestionamento na pista expressa. No sentido Ayrton Senna, a lentidão era de 3,2 km na pista central. A companhia informou ainda que os motoristas enfrentavam congestionamento intenso na avenida 23 de Maio, sentido Santana, com 8,7 km. Durante o temporal, a CET registrou apenas um ponto de alagamento intransitável na avenida Nove de Julho, próximo ao terminal Bandeira, na região central da cidade, por volta das 9h40. Às 10h45, a via já estava liberada. Parte de uma árvore caiu na avenida Duque de Caxias, região central de São Paulo, interditando duas faixas da via. O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), órgão ligado à prefeitura, colocou as marginais, e parte das zonas oeste, sul, centro e leste em estado para alagamentos das 9h44 às 11h. Segundo o órgão, o índice de pluviométrico médio na cidade foi de 9,8 mm. A região mais afetada pela chuva foi o centro, com 25,8 mm, seguido pelas zonas oeste (12,2 mm), sul (11,9 mm), leste (6 mm) e norte (5,8 mm). O órgão não registrou nenhum transbordamento de córrego na capital paulista. Já na Grande São Paulo, os córregos Ribeirão dos Couros, em São Bernardo do Campo, e Ribeirão dos Meninos, em São Caetano, transbordaram. Em média, choveu 28,6 mm e 32,8 mm, respectivamente nessa regiões dos córregos. CHUVA A chuva desta quinta ocorre em decorrência de um avanço de áreas de instabilidade associadas a passagem de uma frente fria pelo oceano que mantém o tempo instável em São Paulo ao longo de todo o dia. Os meteorologistas do CGE afirma que deve chover de forma mais intensa durante o período da tarde, com fortes rajadas de vento, quedas de árvores e alta incidência de raios. Além disso, a continuidade das precipitações aumenta o potencial para deslizamentos de terra. Com isso, as temperaturas não sobem muito e as máximas devem permanecer abaixo dos 23ºC, enquanto a umidade relativa do ar fica acima dos 60%. PRÓXIMOS DIAS Essas áreas de instabilidade se afastam do litoral paulista, mas os ventos úmidos que passam a soprar do oceano ainda causam muita nebulosidade, chuvas fracas e chuviscos nos próximos dias. A previsão para esta sexta (4) é de chuva ao longo de dia, com temperaturas oscilando entre 16°C e 20°C. A nebulosidade continua no sábado (5) e deve ocorrer chuviscos durante a madrugada e no período da noite. A temperatura máxima na capital paulista deve ficar em torno de 24°C, e a mínima, de 17°C.
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Apenas um grau
Para entender um país, vale a pena estudar seus símbolos de Estado: a bandeira e o hino nacional. Os do Brasil são muito expressivos; o verde, azul, amarelo e o branco da bandeira refletidos nas referências do hino. O Brasil atribui a si próprio a característica de ser um país verde. Nesta semana, em Paris, os líderes globais, incluindo a presidente Dilma Rousseff e o primeiro ministro britânico David Cameron, decidirão até que ponto o mundo, e o Brasil, vão se manter "verdes". Será a primeira tentativa séria das Nações Unidas, após o fracasso da cúpula em Copenhague, em 2009, de estabelecer meios para alcançar o objetivo comum entre os países: limitar o aumento da temperatura média global a 2ºC. Hoje, esse aumento é praticamente inevitável. A temperatura do planeta já avançou quase 1ºC desde 1850, e decisões sobre o uso de combustíveis fósseis tornam essa trajetória irreversível. Um grau pode não parecer muito, mas já sentimos as consequências: secas, enchentes e uma elevação no nível dos oceanos, que, juntamente com fenômenos naturais, provocam danos ainda maiores em centros urbanos costeiros. Tudo isso contribui para intensificar não só a miséria, mas também situações de conflito. Fala-se muito da crise humanitária na Síria, mas sem fazer menção à seca que afetou a região entre 2007 e 2011. Se não houver uma ação agora, o aumento da temperatura será de 4ºC até o fim do século. Isso poderá prejudicar boa parte do mundo, com riscos de desertificação de grandes áreas, aumento substancial de chuvas e secas ainda mais intensas. Uma abordagem inteligente perante um risco crescente e catastrófico é agir para diminuí-lo. Felizmente, parece haver um bom esforço para estabelecer em Paris o caminho para um futuro mais sustentável. O Brasil -que já vem conseguido uma redução clara nas suas emissões de gases de efeito estufa, graças a uma significativa diminuição nos índices de desmatamento- propõe cortar suas emissões em 37% até 2025. A União Europeia se comprometeu com pelo menos 40% até 2030, e o Reino Unido, com 50% até 2030 e 80% até 2050. Ao todo, quase 150 países já apresentaram suas contribuições, representando quase 90% das emissões globais. Entretanto, cumprir essas promessas não é suficiente para atingir a meta dos 2ºC. Temos que ir mais longe. Os argumentos contra uma maior ambição são conhecidos, mas fracos. Há quem reclame das consequências para a competitividade, mas o Reino Unido, por exemplo, já conseguiu reduzir suas emissões em quase 30% desde 1990, e sua economia aumentou em 60%. A parte da nossa economia atribuída ao baixo carbono está crescendo mais rapidamente que o restante. Há quem ache que podemos nos adaptar aos impactos das mudanças climáticas; mas a que custos em termos humanos e biológicos? Temos em Paris, vítima de uma ameaça global -o terrorismo-, uma oportunidade para definir ações coletivas contra outra ameaça global menos imediata, mas ainda significativa: a mudança climática. Uma união de forças entre as nações poderá dar um futuro aos nossos filhos e netos, para que lindos campos tenham mais flores e nossos bosques tenham mais vida. ALEX ELLIS, 48, é embaixador do Reino Unido no Brasil * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Apenas um grauPara entender um país, vale a pena estudar seus símbolos de Estado: a bandeira e o hino nacional. Os do Brasil são muito expressivos; o verde, azul, amarelo e o branco da bandeira refletidos nas referências do hino. O Brasil atribui a si próprio a característica de ser um país verde. Nesta semana, em Paris, os líderes globais, incluindo a presidente Dilma Rousseff e o primeiro ministro britânico David Cameron, decidirão até que ponto o mundo, e o Brasil, vão se manter "verdes". Será a primeira tentativa séria das Nações Unidas, após o fracasso da cúpula em Copenhague, em 2009, de estabelecer meios para alcançar o objetivo comum entre os países: limitar o aumento da temperatura média global a 2ºC. Hoje, esse aumento é praticamente inevitável. A temperatura do planeta já avançou quase 1ºC desde 1850, e decisões sobre o uso de combustíveis fósseis tornam essa trajetória irreversível. Um grau pode não parecer muito, mas já sentimos as consequências: secas, enchentes e uma elevação no nível dos oceanos, que, juntamente com fenômenos naturais, provocam danos ainda maiores em centros urbanos costeiros. Tudo isso contribui para intensificar não só a miséria, mas também situações de conflito. Fala-se muito da crise humanitária na Síria, mas sem fazer menção à seca que afetou a região entre 2007 e 2011. Se não houver uma ação agora, o aumento da temperatura será de 4ºC até o fim do século. Isso poderá prejudicar boa parte do mundo, com riscos de desertificação de grandes áreas, aumento substancial de chuvas e secas ainda mais intensas. Uma abordagem inteligente perante um risco crescente e catastrófico é agir para diminuí-lo. Felizmente, parece haver um bom esforço para estabelecer em Paris o caminho para um futuro mais sustentável. O Brasil -que já vem conseguido uma redução clara nas suas emissões de gases de efeito estufa, graças a uma significativa diminuição nos índices de desmatamento- propõe cortar suas emissões em 37% até 2025. A União Europeia se comprometeu com pelo menos 40% até 2030, e o Reino Unido, com 50% até 2030 e 80% até 2050. Ao todo, quase 150 países já apresentaram suas contribuições, representando quase 90% das emissões globais. Entretanto, cumprir essas promessas não é suficiente para atingir a meta dos 2ºC. Temos que ir mais longe. Os argumentos contra uma maior ambição são conhecidos, mas fracos. Há quem reclame das consequências para a competitividade, mas o Reino Unido, por exemplo, já conseguiu reduzir suas emissões em quase 30% desde 1990, e sua economia aumentou em 60%. A parte da nossa economia atribuída ao baixo carbono está crescendo mais rapidamente que o restante. Há quem ache que podemos nos adaptar aos impactos das mudanças climáticas; mas a que custos em termos humanos e biológicos? Temos em Paris, vítima de uma ameaça global -o terrorismo-, uma oportunidade para definir ações coletivas contra outra ameaça global menos imediata, mas ainda significativa: a mudança climática. Uma união de forças entre as nações poderá dar um futuro aos nossos filhos e netos, para que lindos campos tenham mais flores e nossos bosques tenham mais vida. ALEX ELLIS, 48, é embaixador do Reino Unido no Brasil * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Operação Lava Jato é pró-mercado, diz Janot em Davos
O procurador-geral Rodrigo Janot dirá nesta quarta-feira (18), para uma plateia essencialmente de empresários, que a Operação Lava Jato, que ele comanda e já mandou para a cadeia um punhado de executivos de grosso calibre, não é um ataque ao capitalismo. Ao contrário, dirá Janot, trata-se de defender a economia de mercado, porque tolerar a corrupção praticada por empresas leva inexoravelmente a um "capitalismo de compadrio". Esse tipo de capitalismo resulta inexoravelmente em distorções na competição –regra de ouro do capitalismo– porque os "compadres" dos governantes de turno têm preferências nas obras públicas, em troca de propinas. Janot chegou nesta terça-feira (17) a Davos, para participar de três sessões do encontro anual-2017 do Fórum Econômico Mundial. O procurador confessa ter ficado surpreso com o convite para vir a Davos, um convescote da quintessência do mundo empresarial global. Um dos executivos que já participou de encontros anteriores foi, por exemplo, Marcelo Odebrecht, o mais ilustre dos presos pela Lava Jato, pelo menos no âmbito empresarial. Janot rebate a tese, que circula em alguns ambientes empresariais e jurídicos no Brasil, de que a Lava Jato afasta investidores, temerosos de serem alcançados pelos braços da operação. "É justamente o contrário", diz Janot. "Atrai investidores porque gera segurança jurídica." Operação Lava Jato Em uma segunda intervenção no Fórum de Davos, na quinta-feira (19), Janot fará um breve apanhado sobre a operação que comanda. Dirá que, "sem instrumentos normativos", nada teria sido obtido. Entre eles, cita a lei de improbidade administrativa, a lei sobre o crime organizado e sobre a chamada "compliance", na verdade a delação premiada das empresas. "Sem delação premiada, não haveria a Lava Jato, pelo menos não na velocidade em que está hoje", acha o procurador. SIGILO Velocidade, aliás, que tende a aumentar assim que o Supremo Tribunal Federal voltar das férias em fevereiro. Janot pedirá ao ministro Teori Zavascki, que cuida da Lava Jato, que levante o sigilo sobre os depoimentos dos 77 executivos da Odebrecht. É razoável supor que um número importante de parlamentares de quase todos os partidos serão citados, o tornará o ambiente político ainda mais carregado. As intervenções de Janot em Davos se dão no âmbito do que o Fórum batizou de Paci (sigla em inglês para Iniciativa de Parcerias contra a Corrupção). Além da Lava Jato, o procurador falará também de "cibercrime", o crime praticado com o uso da internet. Janot já enviou ao governo uma nota técnica em que defende que o Brasil assine a Convenção de Budapeste, tratado internacional de direito penal e direito processual penal que define como tratar de forma harmônica os crimes praticados por meio da Internet e as formas de persecução. Trata basicamente de violações de direito autoral, fraudes relacionadas a computador, pornografia infantil e violações de segurança de redes - tema que está muito na moda a partir das acusações à Rússia de ter pirateado computadores do Partido Democrata norte-americano. O tratado tem um ponto sensível para todos os países, que é a criação de equipes conjuntas de investigação.
poder
Operação Lava Jato é pró-mercado, diz Janot em DavosO procurador-geral Rodrigo Janot dirá nesta quarta-feira (18), para uma plateia essencialmente de empresários, que a Operação Lava Jato, que ele comanda e já mandou para a cadeia um punhado de executivos de grosso calibre, não é um ataque ao capitalismo. Ao contrário, dirá Janot, trata-se de defender a economia de mercado, porque tolerar a corrupção praticada por empresas leva inexoravelmente a um "capitalismo de compadrio". Esse tipo de capitalismo resulta inexoravelmente em distorções na competição –regra de ouro do capitalismo– porque os "compadres" dos governantes de turno têm preferências nas obras públicas, em troca de propinas. Janot chegou nesta terça-feira (17) a Davos, para participar de três sessões do encontro anual-2017 do Fórum Econômico Mundial. O procurador confessa ter ficado surpreso com o convite para vir a Davos, um convescote da quintessência do mundo empresarial global. Um dos executivos que já participou de encontros anteriores foi, por exemplo, Marcelo Odebrecht, o mais ilustre dos presos pela Lava Jato, pelo menos no âmbito empresarial. Janot rebate a tese, que circula em alguns ambientes empresariais e jurídicos no Brasil, de que a Lava Jato afasta investidores, temerosos de serem alcançados pelos braços da operação. "É justamente o contrário", diz Janot. "Atrai investidores porque gera segurança jurídica." Operação Lava Jato Em uma segunda intervenção no Fórum de Davos, na quinta-feira (19), Janot fará um breve apanhado sobre a operação que comanda. Dirá que, "sem instrumentos normativos", nada teria sido obtido. Entre eles, cita a lei de improbidade administrativa, a lei sobre o crime organizado e sobre a chamada "compliance", na verdade a delação premiada das empresas. "Sem delação premiada, não haveria a Lava Jato, pelo menos não na velocidade em que está hoje", acha o procurador. SIGILO Velocidade, aliás, que tende a aumentar assim que o Supremo Tribunal Federal voltar das férias em fevereiro. Janot pedirá ao ministro Teori Zavascki, que cuida da Lava Jato, que levante o sigilo sobre os depoimentos dos 77 executivos da Odebrecht. É razoável supor que um número importante de parlamentares de quase todos os partidos serão citados, o tornará o ambiente político ainda mais carregado. As intervenções de Janot em Davos se dão no âmbito do que o Fórum batizou de Paci (sigla em inglês para Iniciativa de Parcerias contra a Corrupção). Além da Lava Jato, o procurador falará também de "cibercrime", o crime praticado com o uso da internet. Janot já enviou ao governo uma nota técnica em que defende que o Brasil assine a Convenção de Budapeste, tratado internacional de direito penal e direito processual penal que define como tratar de forma harmônica os crimes praticados por meio da Internet e as formas de persecução. Trata basicamente de violações de direito autoral, fraudes relacionadas a computador, pornografia infantil e violações de segurança de redes - tema que está muito na moda a partir das acusações à Rússia de ter pirateado computadores do Partido Democrata norte-americano. O tratado tem um ponto sensível para todos os países, que é a criação de equipes conjuntas de investigação.
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PF divulga planilhas, Moro se diz surpreso e determina sigilo
A divulgação das planilhas de supostos pagamentos da Odebrecht para pelo menos e 286 políticos teria surpreendido o juiz Sergio Moro, condutor da Operação Lava Jato, que decretou o sigilo do material nesta quarta (23). Os documentos foram anexados na terça (22) pela Polícia Federal num sistema de acompanhamento de decisões da Justiça Federal, onde costumam ser divulgadas informações da Lava Jato. Eram públicos até a manhã desta quarta-feira (23), mas já estão sob sigilo. "Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos", diz Moro no despacho. As planilhas foram apreendidas pela PF em buscas realizadas no endereço de um executivo da Odebrecht, Benedicto Barbosa Júnior, durante a 23ª fase da Lava Jato, em fevereiro, quando foi preso o marqueteiro das últimas campanhas presidenciais do PT, João Santana. Os repasses da empreiteira foram feitos nas campanhas municipais de 2012 e na eleição de 2014 e envolvem autoridades com foro privilegiado, como ministros, prefeitos, governadores, deputados e senadores. Parte dos políticos citados tem foro no STF (Supremo Tribunal Federal). Há dúvidas jurídicas se o documento poderia estar numa investigação de primeira instância federal, como é o caso da Lava Jato, e, inclusive, ter se tornado público, como ocorreu após a PF inseri-lo nos autos. Não é possível saber se as doações foram legais ou propina, fruto de caixa dois. Mesmo que os valores não constem na prestação dos políticos na Justiça Eleitoral, eles podem ter sido contabilizados como "doações ocultas", como são chamados os repasses feitos aos partidos, de forma legal, para depois serem destinados aos candidatos. No despacho assinado após a publicação do material, Moro indicou ter sido informado pela imprensa sobre a sua existência: "Constato que, aparentemente, na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior foram apreendidas listas com registros de pagamentos a agentes políticos". O juiz intimou o Ministério Público Federal a se manifestar "com urgência" sobre o envio do documento ao STF, "para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado". Em entrevista à Folha, o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, afirmou que tomaria providências se a PF não tivesse um comportamento "profissional". Procurado, o ministério afirmou que vai "analisar a situação". A PF não se manifestou até a publicação desta reportagem. A decretação do sigilo nas planilhas ocorre um dia depois de o ministro do STF, Teori Zavascki, criticar fortemente a atuação de Sergio Moro na liberação das escutas telefônicas envolvendo o ex-presidente Lula. Ao impor o sigilo nos grampos da Lava Jato contra o petista e determinar o envio da investigação referente a ele para o STF, Teori evitou ainda que Moro deflagrasse uma nova ação contra Lula, como um eventual pedido de prisão, como temiam integrantes do PT e do governo.
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PF divulga planilhas, Moro se diz surpreso e determina sigiloA divulgação das planilhas de supostos pagamentos da Odebrecht para pelo menos e 286 políticos teria surpreendido o juiz Sergio Moro, condutor da Operação Lava Jato, que decretou o sigilo do material nesta quarta (23). Os documentos foram anexados na terça (22) pela Polícia Federal num sistema de acompanhamento de decisões da Justiça Federal, onde costumam ser divulgadas informações da Lava Jato. Eram públicos até a manhã desta quarta-feira (23), mas já estão sob sigilo. "Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos", diz Moro no despacho. As planilhas foram apreendidas pela PF em buscas realizadas no endereço de um executivo da Odebrecht, Benedicto Barbosa Júnior, durante a 23ª fase da Lava Jato, em fevereiro, quando foi preso o marqueteiro das últimas campanhas presidenciais do PT, João Santana. Os repasses da empreiteira foram feitos nas campanhas municipais de 2012 e na eleição de 2014 e envolvem autoridades com foro privilegiado, como ministros, prefeitos, governadores, deputados e senadores. Parte dos políticos citados tem foro no STF (Supremo Tribunal Federal). Há dúvidas jurídicas se o documento poderia estar numa investigação de primeira instância federal, como é o caso da Lava Jato, e, inclusive, ter se tornado público, como ocorreu após a PF inseri-lo nos autos. Não é possível saber se as doações foram legais ou propina, fruto de caixa dois. Mesmo que os valores não constem na prestação dos políticos na Justiça Eleitoral, eles podem ter sido contabilizados como "doações ocultas", como são chamados os repasses feitos aos partidos, de forma legal, para depois serem destinados aos candidatos. No despacho assinado após a publicação do material, Moro indicou ter sido informado pela imprensa sobre a sua existência: "Constato que, aparentemente, na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior foram apreendidas listas com registros de pagamentos a agentes políticos". O juiz intimou o Ministério Público Federal a se manifestar "com urgência" sobre o envio do documento ao STF, "para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado". Em entrevista à Folha, o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, afirmou que tomaria providências se a PF não tivesse um comportamento "profissional". Procurado, o ministério afirmou que vai "analisar a situação". A PF não se manifestou até a publicação desta reportagem. A decretação do sigilo nas planilhas ocorre um dia depois de o ministro do STF, Teori Zavascki, criticar fortemente a atuação de Sergio Moro na liberação das escutas telefônicas envolvendo o ex-presidente Lula. Ao impor o sigilo nos grampos da Lava Jato contra o petista e determinar o envio da investigação referente a ele para o STF, Teori evitou ainda que Moro deflagrasse uma nova ação contra Lula, como um eventual pedido de prisão, como temiam integrantes do PT e do governo.
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Queima de empregos destrói vidas
Aos poucos, e se a sorte ajudar, nos aproximamos do ironicamente tão esperado fundo do poço. Dados do Ministério do Trabalho indicam uma sutil desaceleração da taxa de desemprego —que, no entanto, continua a subir— e a maioria dos analistas econômicos acredita que por volta de abril ou maio as demissões cessem. Daí para frente haveria uma (bem) lenta recuperação de vagas. Em consequência, pode-se divisar, entre a fumaça e os escombros da batalha, o tamanho do estrago causado pelo ajuste austericida, começado por Dilma Rousseff e continuado pelo seu vice e sucessor, Michel Temer. Como se esperava, um dos setores mais atingidos pela artilharia recessiva foi o mercado formal de trabalho. Quase 3 milhões de empregos com carteira assinada foram queimados entre 2015 e 2016. Significa dizer que cerca de 12 milhões de brasileiros, considerando-se que ao redor de cada demitido há uma família média de quatro pessoas, caíram na zona do desespero. Com o seguro-desemprego restringido, e sem a perspectiva de recuperar um salário fixo no curto ou médio prazo, aparece o palpável fantasma de ficar sem nenhuma renda para comer, vestir e morar. Em tais condições, faz-se qualquer coisa para sobreviver. Uma das saídas é o trabalho doméstico, cujo crescimento foi detectado pelo IBGE. As diaristas, que tinham minguado no período do lulismo pleno, isto é, até o final de 2014, voltaram a aparecer. Os jardineiros, que haviam se tornado escassos, retornaram. O vínculo doméstico é sintomático, pois as jovens trabalhadoras preferem empregar-se no setor de serviços, muitas vezes para ganhar o mesmo, mas onde tem mais perspectivas de evolução. Acabam por aceitar condições precárias, como jornadas hiperestendidas e alta rotatividade, por exemplo, em supermercados, antes de ceder à labuta residencial. No entanto, o comércio fechou cerca de 200 mil vagas só no ano passado, obrigando as moças a optar pelos caminhos antigos. Convém lembrar que parte delas, graças ao Prouni e ao Fies, chegaram à universidade no período anterior. Não deve ser raro, em decorrência, encontrar diaristas universitárias por aí. Quando a última porta se fecha, pois a crise atinge também a classe média, restam alternativas que afetam o indivíduo de maneira profunda, como a prostituição ou a criminalidade. São conhecidas as reportagens que dão conta do aumento do número de garotas de programa em função do desemprego. Quanto à violência, é difícil medir, pois virou endêmica no Brasil. Quantas vidas foram e ainda serão desperdiçadas nesse moinho destrutivo e desumano? * Paro por duas semanas. Volto em 18/2.
colunas
Queima de empregos destrói vidasAos poucos, e se a sorte ajudar, nos aproximamos do ironicamente tão esperado fundo do poço. Dados do Ministério do Trabalho indicam uma sutil desaceleração da taxa de desemprego —que, no entanto, continua a subir— e a maioria dos analistas econômicos acredita que por volta de abril ou maio as demissões cessem. Daí para frente haveria uma (bem) lenta recuperação de vagas. Em consequência, pode-se divisar, entre a fumaça e os escombros da batalha, o tamanho do estrago causado pelo ajuste austericida, começado por Dilma Rousseff e continuado pelo seu vice e sucessor, Michel Temer. Como se esperava, um dos setores mais atingidos pela artilharia recessiva foi o mercado formal de trabalho. Quase 3 milhões de empregos com carteira assinada foram queimados entre 2015 e 2016. Significa dizer que cerca de 12 milhões de brasileiros, considerando-se que ao redor de cada demitido há uma família média de quatro pessoas, caíram na zona do desespero. Com o seguro-desemprego restringido, e sem a perspectiva de recuperar um salário fixo no curto ou médio prazo, aparece o palpável fantasma de ficar sem nenhuma renda para comer, vestir e morar. Em tais condições, faz-se qualquer coisa para sobreviver. Uma das saídas é o trabalho doméstico, cujo crescimento foi detectado pelo IBGE. As diaristas, que tinham minguado no período do lulismo pleno, isto é, até o final de 2014, voltaram a aparecer. Os jardineiros, que haviam se tornado escassos, retornaram. O vínculo doméstico é sintomático, pois as jovens trabalhadoras preferem empregar-se no setor de serviços, muitas vezes para ganhar o mesmo, mas onde tem mais perspectivas de evolução. Acabam por aceitar condições precárias, como jornadas hiperestendidas e alta rotatividade, por exemplo, em supermercados, antes de ceder à labuta residencial. No entanto, o comércio fechou cerca de 200 mil vagas só no ano passado, obrigando as moças a optar pelos caminhos antigos. Convém lembrar que parte delas, graças ao Prouni e ao Fies, chegaram à universidade no período anterior. Não deve ser raro, em decorrência, encontrar diaristas universitárias por aí. Quando a última porta se fecha, pois a crise atinge também a classe média, restam alternativas que afetam o indivíduo de maneira profunda, como a prostituição ou a criminalidade. São conhecidas as reportagens que dão conta do aumento do número de garotas de programa em função do desemprego. Quanto à violência, é difícil medir, pois virou endêmica no Brasil. Quantas vidas foram e ainda serão desperdiçadas nesse moinho destrutivo e desumano? * Paro por duas semanas. Volto em 18/2.
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BC chinês diz que desaceleração econômica limita investimento no país
A desaceleração da economia e os problemas com o excesso de capacidade industrial da China têm reduzido as oportunidades de investimento no país, informou a agência de notícias oficial "Xinhua", citando o membro do comitê monetário do banco central chinês Fan Gang. Fan disse que eliminar as políticas ineficazes, reforçar os direitos imobiliários e aumentar a confiança das empresas privadas vai ajudar a estimular o investimento, de acordo com a Xinhua. O investimento privado cresceu apenas 2,1% nos primeiros oito meses do ano, o mesmo ritmo que no período de janeiro a julho, mantendo-se em mínimas recordes. Ele destacou que a China não pode conduzir reformas sem considerar o custo para o crescimento econômico porque isso criaria muitos problemas, incluindo o desemprego. O excesso de capacidade industrial continua sendo um dos principais pesos para o crescimento econômico. Pequim se comprometeu a acelerar o ritmo de seus cortes na capacidade industrial, particularmente sobre o aço. O país produz metade do aço do mundo. COMÉRCIO A pressão para baixo sobre o comércio da China está crescendo devido a vários fatores de desestabilização, disse uma autoridade do Ministério do Comércio nesta quinta-feira (29). Zhang Ji, um ministro assistente, não elaborou sobre os fatores de desestabilização, mas salientou que a demanda global permanece fraca e "impossível" de se alterar fundamentalmente neste ano, embora os números do comércio de janeiro a agosto tenham mostrado sinais positivos. "Nós temos que ter uma compreensão racional da situação", disse ele, acrescentando que os resultados mais recentes de um relatório da OMC (Organização Mundial do Comércio) também mostraram que o comércio global está em dificuldades. O volume do comércio mundial estimado pela OMC deverá crescer apenas 1,7% em 2016, uma previsão muito menor em comparação com os 2,8% de abril. É a primeira vez em 15 anos que o comércio internacional tem crescido mais lentamente do que a economia mundial. Zhang disse que o governo vai intensificar os esforços para desenvolver uma estratégia de diferenciação no processamento comercial para melhorar a competitividade, e vai continuar reduzindo os custos para as empresas chinesas, garantindo a transparência.
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BC chinês diz que desaceleração econômica limita investimento no paísA desaceleração da economia e os problemas com o excesso de capacidade industrial da China têm reduzido as oportunidades de investimento no país, informou a agência de notícias oficial "Xinhua", citando o membro do comitê monetário do banco central chinês Fan Gang. Fan disse que eliminar as políticas ineficazes, reforçar os direitos imobiliários e aumentar a confiança das empresas privadas vai ajudar a estimular o investimento, de acordo com a Xinhua. O investimento privado cresceu apenas 2,1% nos primeiros oito meses do ano, o mesmo ritmo que no período de janeiro a julho, mantendo-se em mínimas recordes. Ele destacou que a China não pode conduzir reformas sem considerar o custo para o crescimento econômico porque isso criaria muitos problemas, incluindo o desemprego. O excesso de capacidade industrial continua sendo um dos principais pesos para o crescimento econômico. Pequim se comprometeu a acelerar o ritmo de seus cortes na capacidade industrial, particularmente sobre o aço. O país produz metade do aço do mundo. COMÉRCIO A pressão para baixo sobre o comércio da China está crescendo devido a vários fatores de desestabilização, disse uma autoridade do Ministério do Comércio nesta quinta-feira (29). Zhang Ji, um ministro assistente, não elaborou sobre os fatores de desestabilização, mas salientou que a demanda global permanece fraca e "impossível" de se alterar fundamentalmente neste ano, embora os números do comércio de janeiro a agosto tenham mostrado sinais positivos. "Nós temos que ter uma compreensão racional da situação", disse ele, acrescentando que os resultados mais recentes de um relatório da OMC (Organização Mundial do Comércio) também mostraram que o comércio global está em dificuldades. O volume do comércio mundial estimado pela OMC deverá crescer apenas 1,7% em 2016, uma previsão muito menor em comparação com os 2,8% de abril. É a primeira vez em 15 anos que o comércio internacional tem crescido mais lentamente do que a economia mundial. Zhang disse que o governo vai intensificar os esforços para desenvolver uma estratégia de diferenciação no processamento comercial para melhorar a competitividade, e vai continuar reduzindo os custos para as empresas chinesas, garantindo a transparência.
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Leia a íntegra do discurso de Joseph Blatter
Após 17 anos à frente da Fifa, Joseph Blatter anunciou nesta terça-feira (2) que deixará o comando da entidade. A saída acontecerá após o maior escândalo da história da federação internacional, depois da prisão de sete dirigentes do futebol que estavam em Zurique para a eleição da Fifa. Dois depois, na sexta (29), Blatter foi reeleito, com mandato até 2019. No discurso de saída, o dirigente suíço informou que continuará a exercer suas atividades como presidente até a próxima eleição, que acontecerá entre dezembro e março de 2016. Confira abaixo a íntegra do discurso. * Venho refletindo profundamente sobre minha presidência e os cerca de 40 anos de minha vida que estão inextricavelmente ligados à Fifa e ao grande esporte do futebol. Amo a Fifa acima de tudo e desejo fazer apenas o que for melhor para ela e para o futebol. Senti-me compelido a disputar a reeleição, porque acreditava que isso fosse a melhor coisa para a organização. A eleição está encerrada, mas os desafios que a Fifa enfrenta, não. A Fifa necessita de uma reforma profunda. Embora eu tenha o mandato dos membros da Fifa, não sinto contar com um mandato de todo o mundo do futebol - os torcedores, os jogadores, os clubes, as pessoas que vivem, respiram e ama o futebol tanto quanto nós todos o fazemos na Fifa. Portanto, decidi renunciar ao meu mandato durante um congresso eleitoral extraordinário. Continuarei a exercer minhas funções como presidente da Fifa até essa eleição. O próximo Congresso ordinário da Fifa acontece em 13 de maio de 2016, na Cidade do México. Isso criaria demora desnecessária e insto o Comitê Executivo a organizar um Congresso Extraordinário para a eleição do meu sucessor o mais cedo possível. Isso precisará ser feito de acordo com os estatutos da Fifa e devemos permitir tempo suficiente para que os melhores candidatos se apresentem e façam suas campanhas. Porque não serei candidato, agora estou livre das restrições que as eleições inevitavelmente impõem. Poderei me concentrar em reformas fundamentais e abrangentes que transcendam nossos esforços anteriores. Há anos temos trabalhado com afinco para instaurar reformas administrativas mas fica claro para mim que embora elas precisem continuar, não são suficientes. O Comitê Executivo inclui representantes das confederações, sobre os quais não temos controle, mas por cujas ações a Fifa é considerada responsável. Precisamos de uma mudança estrutural profunda. O tamanho do Comitê Executivo precisa ser reduzido e seus membros deveriam ser eleitos no Congresso da Fifa. As verificações de integridade de todos os membros do Comitê Executivo precisam ser centralmente organizadas pela Fifa e não pelas confederações. Precisamos de limitação de mandatos não só para o presidente mas para todos os membros do Comitê Executivo. Lutei por essas mudanças no passado e, como todos sabem, meus esforços foram bloqueados. Desta vez, terei sucesso. Pedi a Domenico Scala que supervisione a introdução e implementação dessas e outras medidas. Scala é o presidente independente de nosso Comitê de Auditoria e Fiscalização, eleito pelo Congresso da Fifa. Também será presidente do comitê eleitoral extraordinário e com isso supervisionará a eleição de meu sucessor. Scala desfruta da confiança de ampla gama de constituintes dentro e fora da Fifa e tem o conhecimento e experiência necessários a ajudar as enfrentar essas grandes reformas. É meu profundo apreço pela Fifa e seus interesses, aos quais muito valorizo, que me levam a tomar esta decisão. Gostaria de agradecer àqueles que sempre me apoiaram de maneira construtiva e leal como presidente da Fifa e que tanto fizeram pelo esporte que todos amamos. O que me importa acima de tudo é que, quando tudo isso terminar, o futebol saia vencedor. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Leia a íntegra do discurso de Joseph BlatterApós 17 anos à frente da Fifa, Joseph Blatter anunciou nesta terça-feira (2) que deixará o comando da entidade. A saída acontecerá após o maior escândalo da história da federação internacional, depois da prisão de sete dirigentes do futebol que estavam em Zurique para a eleição da Fifa. Dois depois, na sexta (29), Blatter foi reeleito, com mandato até 2019. No discurso de saída, o dirigente suíço informou que continuará a exercer suas atividades como presidente até a próxima eleição, que acontecerá entre dezembro e março de 2016. Confira abaixo a íntegra do discurso. * Venho refletindo profundamente sobre minha presidência e os cerca de 40 anos de minha vida que estão inextricavelmente ligados à Fifa e ao grande esporte do futebol. Amo a Fifa acima de tudo e desejo fazer apenas o que for melhor para ela e para o futebol. Senti-me compelido a disputar a reeleição, porque acreditava que isso fosse a melhor coisa para a organização. A eleição está encerrada, mas os desafios que a Fifa enfrenta, não. A Fifa necessita de uma reforma profunda. Embora eu tenha o mandato dos membros da Fifa, não sinto contar com um mandato de todo o mundo do futebol - os torcedores, os jogadores, os clubes, as pessoas que vivem, respiram e ama o futebol tanto quanto nós todos o fazemos na Fifa. Portanto, decidi renunciar ao meu mandato durante um congresso eleitoral extraordinário. Continuarei a exercer minhas funções como presidente da Fifa até essa eleição. O próximo Congresso ordinário da Fifa acontece em 13 de maio de 2016, na Cidade do México. Isso criaria demora desnecessária e insto o Comitê Executivo a organizar um Congresso Extraordinário para a eleição do meu sucessor o mais cedo possível. Isso precisará ser feito de acordo com os estatutos da Fifa e devemos permitir tempo suficiente para que os melhores candidatos se apresentem e façam suas campanhas. Porque não serei candidato, agora estou livre das restrições que as eleições inevitavelmente impõem. Poderei me concentrar em reformas fundamentais e abrangentes que transcendam nossos esforços anteriores. Há anos temos trabalhado com afinco para instaurar reformas administrativas mas fica claro para mim que embora elas precisem continuar, não são suficientes. O Comitê Executivo inclui representantes das confederações, sobre os quais não temos controle, mas por cujas ações a Fifa é considerada responsável. Precisamos de uma mudança estrutural profunda. O tamanho do Comitê Executivo precisa ser reduzido e seus membros deveriam ser eleitos no Congresso da Fifa. As verificações de integridade de todos os membros do Comitê Executivo precisam ser centralmente organizadas pela Fifa e não pelas confederações. Precisamos de limitação de mandatos não só para o presidente mas para todos os membros do Comitê Executivo. Lutei por essas mudanças no passado e, como todos sabem, meus esforços foram bloqueados. Desta vez, terei sucesso. Pedi a Domenico Scala que supervisione a introdução e implementação dessas e outras medidas. Scala é o presidente independente de nosso Comitê de Auditoria e Fiscalização, eleito pelo Congresso da Fifa. Também será presidente do comitê eleitoral extraordinário e com isso supervisionará a eleição de meu sucessor. Scala desfruta da confiança de ampla gama de constituintes dentro e fora da Fifa e tem o conhecimento e experiência necessários a ajudar as enfrentar essas grandes reformas. É meu profundo apreço pela Fifa e seus interesses, aos quais muito valorizo, que me levam a tomar esta decisão. Gostaria de agradecer àqueles que sempre me apoiaram de maneira construtiva e leal como presidente da Fifa e que tanto fizeram pelo esporte que todos amamos. O que me importa acima de tudo é que, quando tudo isso terminar, o futebol saia vencedor. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Cosme e Damião
Cosme e Damião foram criados um na casa do outro. Nascidos no mesmo dia, estudavam na mesma classe, iam e voltavam juntos da escola. Eram até parecidos, muita gente duvidava que não fossem irmãos. Os apelidos vieram na adolescência. Churrascos, aniversários, cultos na igreja, não havia evento social em que um deles aparecesse sozinho. As diferenças se manifestavam aos domingos, nos jogos da várzea: de gênio impositivo, Damião era um meio-campista de rara habilidade, que fez fama no Jaçanã e adjacências com os dribles desconcertantes e os pontapés que revidava. Cosme, de compleição mais frágil, era goleiro reserva do mesmo time. Ao completar a maioridade, Damião abandonou o futebol e foi trabalhar numa metalúrgica da Vila Carrão; Cosme, num escritório da Barão de Itapetininga, no centro. A distância não os afastou. Pelo contrário, parece tê-los unidos ainda mais, especialmente quando começaram a namorar duas irmãs. Casaram na mesma cerimônia evangélica, deram uma festa e viajaram em lua de mel para uma casa na Praia Grande, emprestada pelos tios das mulheres. As irmãs não precisaram insistir para convencê-los a comprar dois apartamentos no conjunto habitacional em que viviam os pais delas, em Ermelino Matarazzo, na zona leste. Cosme teve duas filhas; Damião, um casal. A proximidade criou um estilo de vida comunitária que os amigos invejavam. Se um dos casais queria sair, os filhos ficavam com os tios; aos sábados e domingos os almoços se alternavam entre as casas dos pais e das duas filhas. As chaves das portas eram compartilhadas de modo a evitar a inconveniência da campainha. Os pequenos desentendimentos que infestam o cotidiano sempre se restringiram às irmãs. Os cunhados jamais se envolveram ou tomaram partido. Quando interferiam, era para convencê-las a relevar as idiossincrasias da outra. Na noite em que completou 50 anos, Damião sentiu uma dor, um aperto no peito. Cosme correu com ele para o hospital Santa Marcelina, referência na zona leste. Não fosse o pronto atendimento, teria morrido de ataque cardíaco. Teve alta com a recomendação de perder 20 quilos, parar de fumar e fazer exercícios. Seis meses mais tarde, num sábado em que as mulheres tinham viajado para o enterro de uma tia, na Praia Grande, Cosme desceu até a casa do cunhado para tomar um café e contar as novidades da semana, como de hábito. Encontrou-o de calção, camiseta e tênis. "Criou vergonha na cara, meu?" Damião tinha decidido seguir os conselhos médicos. Quando Cosme se ofereceu para fazer-lhe companhia na caminhada, recusou: "Depois, preciso passar na casa de um amigo." Cosme preparava uma caipirinha, quando o telefone tocou. Do outro lado, uma voz angustiada: "O Damião morreu aqui em casa, me ajuda pelo amor de Deus." Incrédulo, insistiu em saber quem era o interlocutor que chorava compulsivamente. Só se convenceu de que podia ser verdade quando ele descreveu as roupas que o cunhado vestia. No endereço, o rapaz o esperava na porta do prédio. Subiram até uma quitinete do segundo andar. Damião jazia na cama de casal, com um copo de leite pela metade, ao lado da mão inerte. Depois do silêncio contemplativo que a morte impõe, Cosme perguntou como Damião fora parar naquele local. "É uma longa história de amor." Os dois tinham um caso que durava quase dez anos, entre idas e vindas. Perplexo, Cosme olhou fundo nos olhos inchados do outro: "Se você amou o meu amigo, tem todo meu respeito, mas esse segredo vai morrer entre nós." Dirigiu-se à funerária e providenciou o transporte do corpo para o Instituto Médico Legal. Voltou para o lado do amigo, até chegar o camburão. Só então telefonou para as mulheres no litoral. Para as filhas e sobrinhos, deu a notícia pessoalmente. A todos contou que Damião tinha saído para tomar cerveja com amigos. Passou mal. Um deles, que morava na esquina do bar, levou-o para descansar em casa, trouxe-lhe um copo de leite para a azia e foi atender o telefone. Quando voltou, encontrou-o sem reação. Na saída do cemitério com a esposa, lamentou: "Que tristeza, ver meu amigo morto na cama de um estranho."
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Cosme e DamiãoCosme e Damião foram criados um na casa do outro. Nascidos no mesmo dia, estudavam na mesma classe, iam e voltavam juntos da escola. Eram até parecidos, muita gente duvidava que não fossem irmãos. Os apelidos vieram na adolescência. Churrascos, aniversários, cultos na igreja, não havia evento social em que um deles aparecesse sozinho. As diferenças se manifestavam aos domingos, nos jogos da várzea: de gênio impositivo, Damião era um meio-campista de rara habilidade, que fez fama no Jaçanã e adjacências com os dribles desconcertantes e os pontapés que revidava. Cosme, de compleição mais frágil, era goleiro reserva do mesmo time. Ao completar a maioridade, Damião abandonou o futebol e foi trabalhar numa metalúrgica da Vila Carrão; Cosme, num escritório da Barão de Itapetininga, no centro. A distância não os afastou. Pelo contrário, parece tê-los unidos ainda mais, especialmente quando começaram a namorar duas irmãs. Casaram na mesma cerimônia evangélica, deram uma festa e viajaram em lua de mel para uma casa na Praia Grande, emprestada pelos tios das mulheres. As irmãs não precisaram insistir para convencê-los a comprar dois apartamentos no conjunto habitacional em que viviam os pais delas, em Ermelino Matarazzo, na zona leste. Cosme teve duas filhas; Damião, um casal. A proximidade criou um estilo de vida comunitária que os amigos invejavam. Se um dos casais queria sair, os filhos ficavam com os tios; aos sábados e domingos os almoços se alternavam entre as casas dos pais e das duas filhas. As chaves das portas eram compartilhadas de modo a evitar a inconveniência da campainha. Os pequenos desentendimentos que infestam o cotidiano sempre se restringiram às irmãs. Os cunhados jamais se envolveram ou tomaram partido. Quando interferiam, era para convencê-las a relevar as idiossincrasias da outra. Na noite em que completou 50 anos, Damião sentiu uma dor, um aperto no peito. Cosme correu com ele para o hospital Santa Marcelina, referência na zona leste. Não fosse o pronto atendimento, teria morrido de ataque cardíaco. Teve alta com a recomendação de perder 20 quilos, parar de fumar e fazer exercícios. Seis meses mais tarde, num sábado em que as mulheres tinham viajado para o enterro de uma tia, na Praia Grande, Cosme desceu até a casa do cunhado para tomar um café e contar as novidades da semana, como de hábito. Encontrou-o de calção, camiseta e tênis. "Criou vergonha na cara, meu?" Damião tinha decidido seguir os conselhos médicos. Quando Cosme se ofereceu para fazer-lhe companhia na caminhada, recusou: "Depois, preciso passar na casa de um amigo." Cosme preparava uma caipirinha, quando o telefone tocou. Do outro lado, uma voz angustiada: "O Damião morreu aqui em casa, me ajuda pelo amor de Deus." Incrédulo, insistiu em saber quem era o interlocutor que chorava compulsivamente. Só se convenceu de que podia ser verdade quando ele descreveu as roupas que o cunhado vestia. No endereço, o rapaz o esperava na porta do prédio. Subiram até uma quitinete do segundo andar. Damião jazia na cama de casal, com um copo de leite pela metade, ao lado da mão inerte. Depois do silêncio contemplativo que a morte impõe, Cosme perguntou como Damião fora parar naquele local. "É uma longa história de amor." Os dois tinham um caso que durava quase dez anos, entre idas e vindas. Perplexo, Cosme olhou fundo nos olhos inchados do outro: "Se você amou o meu amigo, tem todo meu respeito, mas esse segredo vai morrer entre nós." Dirigiu-se à funerária e providenciou o transporte do corpo para o Instituto Médico Legal. Voltou para o lado do amigo, até chegar o camburão. Só então telefonou para as mulheres no litoral. Para as filhas e sobrinhos, deu a notícia pessoalmente. A todos contou que Damião tinha saído para tomar cerveja com amigos. Passou mal. Um deles, que morava na esquina do bar, levou-o para descansar em casa, trouxe-lhe um copo de leite para a azia e foi atender o telefone. Quando voltou, encontrou-o sem reação. Na saída do cemitério com a esposa, lamentou: "Que tristeza, ver meu amigo morto na cama de um estranho."
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TSE aponta indícios de irregularidades em prestação de contas de Aécio
A assessoria técnica do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) identificou indícios de irregularidades na prestação de contas da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) na disputa pela Presidência da República em 2014. Em pedido de informação enviado ao tucano pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora do processo de análise da prestação de contas, são listadas infrações e inconsistências, como divergências em datas e valores de doações declaradas pelo candidato e por doadores e omissões de despesas presentes na base de dados da Justiça Eleitoral. Em nota, a assessoria de imprensa do PSDB afirmou que todas as questões levantadas pelos técnicos da Justiça Eleitoral já foram corrigidas e são "exclusivamente de conteúdo formal". Segundo o partido, os equívocos existentes eram erros de digitação, de preenchimento e de informações de contas parciais. A prestação de contas de Aécio Neves ainda não foi julgada pela Justiça Eleitoral e também não tem prazo de análise. Segundo o relatório enviado ao tucano, foram declarados, por exemplo, repasses de diretórios estaduais do PSDB ao candidato que totalizam R$ 4,08 milhões em valores estimados. As doações, apesar de aparecerem na prestação de contas do tucano, não foram registradas à Justiça Eleitoral pelos respectivos doadores. O documento mostra ainda que foram omitidas na prestação de contas doações que somam R$ 750 mil feitas por empresas como Rossi Residencial e Ticket Serviços e divergência em relação a repasse feito pela empresa Construbase Engenharia. Em nota, a Rossi Residencial afirmou que o valor está dentro do limite legal e que os documentos pertinentes estão à disposição para consulta. De acordo com a Justiça Eleitoral, a campanha presidencial repassou R$ 500 mil que foram originalmente doados pela Construbase Engenharia a outros comitês financeiros, valor incompatível com o recebido pela campanha presidencial do tucano. A Justiça Eleitoral aponta também que o comitê financeiro do PSDB para a disputa presidencial registrou o recebimento em nome de Aécio Neves de doação de R$ 2 milhões, valor originalmente doado pela construtora Odebrecht. Em sua prestação de contas, no entanto, o candidato não apontou a transferência do referido valor. Em evento em Minas Gerais, o senador tucano explicou nesta segunda-feira (31) que já foram apresentadas as justificativas sobre a sua prestação de contas à Justiça Eleitoral. Ele lembrou que não há investigação sobre as contas de seu partido. "Não há denúncia, diferente do que ocorre em relação às contas da presidente da República, de utilização de empresas fantasmas, de pagamentos indevidos sem a correspondente prestação do serviço", disse. Em nota, o PSDB afirmou que "o processo de prestação de contas está na fase de instrução do órgão técnico da Justiça Eleitoral e a intimação determinada pela ministra Maria Tereza de Assis Moura visou tão somente o esclarecimento de alguns pontos que já foram devidamente detalhados à Justiça Eleitoral".
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TSE aponta indícios de irregularidades em prestação de contas de AécioA assessoria técnica do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) identificou indícios de irregularidades na prestação de contas da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) na disputa pela Presidência da República em 2014. Em pedido de informação enviado ao tucano pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora do processo de análise da prestação de contas, são listadas infrações e inconsistências, como divergências em datas e valores de doações declaradas pelo candidato e por doadores e omissões de despesas presentes na base de dados da Justiça Eleitoral. Em nota, a assessoria de imprensa do PSDB afirmou que todas as questões levantadas pelos técnicos da Justiça Eleitoral já foram corrigidas e são "exclusivamente de conteúdo formal". Segundo o partido, os equívocos existentes eram erros de digitação, de preenchimento e de informações de contas parciais. A prestação de contas de Aécio Neves ainda não foi julgada pela Justiça Eleitoral e também não tem prazo de análise. Segundo o relatório enviado ao tucano, foram declarados, por exemplo, repasses de diretórios estaduais do PSDB ao candidato que totalizam R$ 4,08 milhões em valores estimados. As doações, apesar de aparecerem na prestação de contas do tucano, não foram registradas à Justiça Eleitoral pelos respectivos doadores. O documento mostra ainda que foram omitidas na prestação de contas doações que somam R$ 750 mil feitas por empresas como Rossi Residencial e Ticket Serviços e divergência em relação a repasse feito pela empresa Construbase Engenharia. Em nota, a Rossi Residencial afirmou que o valor está dentro do limite legal e que os documentos pertinentes estão à disposição para consulta. De acordo com a Justiça Eleitoral, a campanha presidencial repassou R$ 500 mil que foram originalmente doados pela Construbase Engenharia a outros comitês financeiros, valor incompatível com o recebido pela campanha presidencial do tucano. A Justiça Eleitoral aponta também que o comitê financeiro do PSDB para a disputa presidencial registrou o recebimento em nome de Aécio Neves de doação de R$ 2 milhões, valor originalmente doado pela construtora Odebrecht. Em sua prestação de contas, no entanto, o candidato não apontou a transferência do referido valor. Em evento em Minas Gerais, o senador tucano explicou nesta segunda-feira (31) que já foram apresentadas as justificativas sobre a sua prestação de contas à Justiça Eleitoral. Ele lembrou que não há investigação sobre as contas de seu partido. "Não há denúncia, diferente do que ocorre em relação às contas da presidente da República, de utilização de empresas fantasmas, de pagamentos indevidos sem a correspondente prestação do serviço", disse. Em nota, o PSDB afirmou que "o processo de prestação de contas está na fase de instrução do órgão técnico da Justiça Eleitoral e a intimação determinada pela ministra Maria Tereza de Assis Moura visou tão somente o esclarecimento de alguns pontos que já foram devidamente detalhados à Justiça Eleitoral".
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Empresas aéreas reclamam com ministro por mudanças no ajuste fiscal
O aumento do dólar e a ameaça de perder benefícios de impostos com o ajuste fiscal levou as empresas aéreas a reclamar com o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, sobre a situação do setor. Segundo o presidente da Abear (Associação Brasileira de Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz, que abriu o seminário Aviação em Debate nesta quinta-feira (26), em Brasília, o começo do ano se apresentou complicado por causa das mudanças econômicas. Sanovicz diz que, somente as alterações do câmbio, das alíquotas da folha de pagamento e do Pis/Confins, partes do ajuste fiscal, terão um impacto anualizado de R$ 2 bilhões, o que representa 10% do faturamento do setor. Segundo ele, os aumentos de custos foram de 30% e as mudanças de alíquotas na folha de pagamento, de 1% do faturamento para 2,5%, vão fazer com que o setor pague mais do que pagava antes da desoneração do setor. O presidente da associação afirmou que o setor vai buscar no Congresso Nacional mudanças na proposta do governo por entender que está ameaçado de manter sua estrutura atual, que atende a 110 milhões de passageiros ao ano. As empresas já estudam reduzir voos e linhas, o que em geral atinge mais as áreas menos favorecidas. "A recomendação [do ministro da Fazenda] de levar o debate ao Congresso será cumprida", afirmou. NÚMEROS Os números dos dois primeiros meses do ano, contudo, ainda mostram um crescimento no setor. De acordo com os dados da associação, a quantidade de passageiros cresceu 6% em fevereiro em relação a 2014. Contudo, o crescimento foi maior nos voos de menor distância –que dão receita menor às empresas– o que fez com que o aumento da medição do número de passageiros transportados por quilômetro voado fosse menor, 4% no mês. O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, defendeu os ajustes propostos pelo governo, lembrando que o setor vem crescendo anualmente a uma taxa superior a 10% ao ano na última década. Segundo ele, o ajuste será feito, mas poderá ser modulado com o Congresso Nacional. "Não podemos nos afligir pelas circunstâncias de momento", disse o ministro. "É indiscutível que o ajuste é necessário. Precisamos do ajuste para que o mercado possa continuar a crescer. Se ele não for feito, a conta recai sobre cada um dos brasileiros". O ministro, que é do PMDB, partido que tem parte dos seus líderes em guerra com o governo, disse que o partido tem apenas "dissidências tópicas" e que tem tentado contribuir. "Nos projetos mais importantes aprovados, as relatorias e presidências têm sido do PMDB", disse Padilha. Segundo o ministro, em seis meses o governo vai anunciar novos aeroportos que poderão ser concedidos após os leilões já previstos dos aeroportos de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Salvador (BA). Segundo ele, seis unidades ainda podem ir a leilão porque há interesse do mercado nesses aeroportos. DRONES O presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Marcelo Guaranys, afirmou que em um mês deve colocar em consulta pública uma proposta de regulamentação de drones. Segundo o presidente da agência, serão tratados nessa regulamentação assuntos complexos, como segurança de voo e privacidade. Somente após a análise das contribuições da consulta é que a regulamentação será publicada, o que, segundo Guaranys, não tem prazo, mas ele espera estar com tudo pronto até os Jogos Olímpicos de 2016. "Estamos diante de um dos fatos mais revolucionários da aviação", afirmou o presidente da agência. De acordo com Guaranys, os EUA começaram agora a consulta pública para a regulamentação do setor. Ele afirmou que hoje, no Brasil, o uso dos drones é permitido apenas como recreação e que não há nenhuma regulamentação para o uso comercial dessas máquinas, o que pode ser impedido pela agência em qualquer ocasião. "O que queremos é dar limites para essas operações", afirmou Guaranys.
mercado
Empresas aéreas reclamam com ministro por mudanças no ajuste fiscalO aumento do dólar e a ameaça de perder benefícios de impostos com o ajuste fiscal levou as empresas aéreas a reclamar com o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, sobre a situação do setor. Segundo o presidente da Abear (Associação Brasileira de Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz, que abriu o seminário Aviação em Debate nesta quinta-feira (26), em Brasília, o começo do ano se apresentou complicado por causa das mudanças econômicas. Sanovicz diz que, somente as alterações do câmbio, das alíquotas da folha de pagamento e do Pis/Confins, partes do ajuste fiscal, terão um impacto anualizado de R$ 2 bilhões, o que representa 10% do faturamento do setor. Segundo ele, os aumentos de custos foram de 30% e as mudanças de alíquotas na folha de pagamento, de 1% do faturamento para 2,5%, vão fazer com que o setor pague mais do que pagava antes da desoneração do setor. O presidente da associação afirmou que o setor vai buscar no Congresso Nacional mudanças na proposta do governo por entender que está ameaçado de manter sua estrutura atual, que atende a 110 milhões de passageiros ao ano. As empresas já estudam reduzir voos e linhas, o que em geral atinge mais as áreas menos favorecidas. "A recomendação [do ministro da Fazenda] de levar o debate ao Congresso será cumprida", afirmou. NÚMEROS Os números dos dois primeiros meses do ano, contudo, ainda mostram um crescimento no setor. De acordo com os dados da associação, a quantidade de passageiros cresceu 6% em fevereiro em relação a 2014. Contudo, o crescimento foi maior nos voos de menor distância –que dão receita menor às empresas– o que fez com que o aumento da medição do número de passageiros transportados por quilômetro voado fosse menor, 4% no mês. O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, defendeu os ajustes propostos pelo governo, lembrando que o setor vem crescendo anualmente a uma taxa superior a 10% ao ano na última década. Segundo ele, o ajuste será feito, mas poderá ser modulado com o Congresso Nacional. "Não podemos nos afligir pelas circunstâncias de momento", disse o ministro. "É indiscutível que o ajuste é necessário. Precisamos do ajuste para que o mercado possa continuar a crescer. Se ele não for feito, a conta recai sobre cada um dos brasileiros". O ministro, que é do PMDB, partido que tem parte dos seus líderes em guerra com o governo, disse que o partido tem apenas "dissidências tópicas" e que tem tentado contribuir. "Nos projetos mais importantes aprovados, as relatorias e presidências têm sido do PMDB", disse Padilha. Segundo o ministro, em seis meses o governo vai anunciar novos aeroportos que poderão ser concedidos após os leilões já previstos dos aeroportos de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Salvador (BA). Segundo ele, seis unidades ainda podem ir a leilão porque há interesse do mercado nesses aeroportos. DRONES O presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Marcelo Guaranys, afirmou que em um mês deve colocar em consulta pública uma proposta de regulamentação de drones. Segundo o presidente da agência, serão tratados nessa regulamentação assuntos complexos, como segurança de voo e privacidade. Somente após a análise das contribuições da consulta é que a regulamentação será publicada, o que, segundo Guaranys, não tem prazo, mas ele espera estar com tudo pronto até os Jogos Olímpicos de 2016. "Estamos diante de um dos fatos mais revolucionários da aviação", afirmou o presidente da agência. De acordo com Guaranys, os EUA começaram agora a consulta pública para a regulamentação do setor. Ele afirmou que hoje, no Brasil, o uso dos drones é permitido apenas como recreação e que não há nenhuma regulamentação para o uso comercial dessas máquinas, o que pode ser impedido pela agência em qualquer ocasião. "O que queremos é dar limites para essas operações", afirmou Guaranys.
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Procuradoria entra com ação contra diplomata que tentou blindar Lula
O Ministério Público Federal propôs nesta sexta-feira (3) abertura de uma ação penal contra o diplomata João Pedro Corrêa Costa pela prática dos crimes de prevaricação e advocacia administrativa. Diretor do Departamento de Comunicação e Documentação do Ministério das Relações Exteriores, o ministro assinou um memorando para retardar a liberação de documentos referentes à construtora Odebrecht classificados como "reservados" entre 2003 e 2010, solicitados por um jornalista da Revista Época. Costa sugeriu que o material fosse reclassificado como "secreto". A sugestão era uma tentativa de impedir a divulgação de documentos sobre as relações entre a Odebrecht e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citado por Corrêa Costa. A empreiteira é investigada Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras. De acordo com documentos oficiais do próprio Itamaraty, a empresa patrocinou viagens de Lula ao exterior depois que ele deixou o Palácio do Planalto. Após o caso ser revelado por reportagem do jornal "O Globo", o Itamaraty decidiu autorizar o acesso aos documentos. A denúncia da Procuradoria da República no Distrito Federal acusa o diplomata de patrocinar interesse ilegítimo perante a Administração Pública. Para Aldo de Campos Costa, procurador da República que promoveu a ação, ao obstar o acesso à informação, o denunciado buscou satisfazer um sentimento de "aversão ao teor da cobertura jornalística desenvolvida pelo repórter". A Procuradoria informou que, como a soma da pena mínima imposta aos crimes de prevaricação e de advocacia administrativa é igual ou inferior a um ano, a legislação processual penal autoriza ao Ministério Público Federal, no ato de oferecimento da denúncia, propor a suspensão do processo, por até 4 anos, mediante o cumprimento de algumas medidas específicas. Cumpridas, a Justiça extingue o processo. No caso de Costa, foram elencadas três obrigações: o diplomata não poderá ausentar-se da cidade em que reside sem autorização judicial; deverá comparecer mensalmente em Juízo para informar e justificar as atividades e deverá pagar, ainda, uma prestação correspondente ao valor do seu salário. O Ministério Público Federal sugeriu que a quantia seja revertida à organização não-governamental (ONG) Artigo 19 Brasil, que atua em vários países na defesa e na promoção da liberdade de informação. Documentos "reservados" devem tornar-se públicos após cinco anos, enquanto os "secretos" permanecem sigilosos por 15 anos. Em nota, o ministério defendeu a postura do diplomata. A pasta argumenta que a consulta feita por Costa é um "procedimento administrativo rotineiro, regular e previsto em lei". "O procedimento é regularmente efetuado mediante solicitações específicas do gênero e não implica, necessariamente, reclassificação de sigilo, como efetivamente se observou no caso em questão", disse sobre a revisão do sigilo para "secreto". Essa reavaliação, segundo o Itamaraty, deve ser feita quando há necessidade, por exemplo, de "preservar dados comerciais de empresas brasileiras cuja divulgação possa afetar sua competitividade". Em abril, a "Época" publicou reportagem em que afirma que a Procuradoria da República em Brasília abriu uma investigação contra o ex-presidente Lula por tráfico de influência internacional e no Brasil. Segundo a revista, Lula é suspeito de usar sua influência para facilitar negócios da empreiteira Odebrecht com governos estrangeiros onde faz obras financiadas pelo BNDES. No início de maio, o Instituto Lula negou que o ex-presidente atue como lobista ou consultor.
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Procuradoria entra com ação contra diplomata que tentou blindar LulaO Ministério Público Federal propôs nesta sexta-feira (3) abertura de uma ação penal contra o diplomata João Pedro Corrêa Costa pela prática dos crimes de prevaricação e advocacia administrativa. Diretor do Departamento de Comunicação e Documentação do Ministério das Relações Exteriores, o ministro assinou um memorando para retardar a liberação de documentos referentes à construtora Odebrecht classificados como "reservados" entre 2003 e 2010, solicitados por um jornalista da Revista Época. Costa sugeriu que o material fosse reclassificado como "secreto". A sugestão era uma tentativa de impedir a divulgação de documentos sobre as relações entre a Odebrecht e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citado por Corrêa Costa. A empreiteira é investigada Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras. De acordo com documentos oficiais do próprio Itamaraty, a empresa patrocinou viagens de Lula ao exterior depois que ele deixou o Palácio do Planalto. Após o caso ser revelado por reportagem do jornal "O Globo", o Itamaraty decidiu autorizar o acesso aos documentos. A denúncia da Procuradoria da República no Distrito Federal acusa o diplomata de patrocinar interesse ilegítimo perante a Administração Pública. Para Aldo de Campos Costa, procurador da República que promoveu a ação, ao obstar o acesso à informação, o denunciado buscou satisfazer um sentimento de "aversão ao teor da cobertura jornalística desenvolvida pelo repórter". A Procuradoria informou que, como a soma da pena mínima imposta aos crimes de prevaricação e de advocacia administrativa é igual ou inferior a um ano, a legislação processual penal autoriza ao Ministério Público Federal, no ato de oferecimento da denúncia, propor a suspensão do processo, por até 4 anos, mediante o cumprimento de algumas medidas específicas. Cumpridas, a Justiça extingue o processo. No caso de Costa, foram elencadas três obrigações: o diplomata não poderá ausentar-se da cidade em que reside sem autorização judicial; deverá comparecer mensalmente em Juízo para informar e justificar as atividades e deverá pagar, ainda, uma prestação correspondente ao valor do seu salário. O Ministério Público Federal sugeriu que a quantia seja revertida à organização não-governamental (ONG) Artigo 19 Brasil, que atua em vários países na defesa e na promoção da liberdade de informação. Documentos "reservados" devem tornar-se públicos após cinco anos, enquanto os "secretos" permanecem sigilosos por 15 anos. Em nota, o ministério defendeu a postura do diplomata. A pasta argumenta que a consulta feita por Costa é um "procedimento administrativo rotineiro, regular e previsto em lei". "O procedimento é regularmente efetuado mediante solicitações específicas do gênero e não implica, necessariamente, reclassificação de sigilo, como efetivamente se observou no caso em questão", disse sobre a revisão do sigilo para "secreto". Essa reavaliação, segundo o Itamaraty, deve ser feita quando há necessidade, por exemplo, de "preservar dados comerciais de empresas brasileiras cuja divulgação possa afetar sua competitividade". Em abril, a "Época" publicou reportagem em que afirma que a Procuradoria da República em Brasília abriu uma investigação contra o ex-presidente Lula por tráfico de influência internacional e no Brasil. Segundo a revista, Lula é suspeito de usar sua influência para facilitar negócios da empreiteira Odebrecht com governos estrangeiros onde faz obras financiadas pelo BNDES. No início de maio, o Instituto Lula negou que o ex-presidente atue como lobista ou consultor.
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Prioridades nos gastos públicos em tempos de crise
Diariamente somos bombardeados com notícias de que a crise econômica, entre outros efeitos, diminuiu drasticamente a arrecadação dos governos, implicando em cortes nos gastos públicos. As crises recentes enfrentadas em São Paulo –como os graves problemas das escolas públicas estaduais, a greve na USP (Universidade de São Paulo), as panes quase diárias nos sistemas de trens na metrópole– estariam, em tese, associadas a estas necessidades de corte e às difíceis escolhas de prioridades neste contexto. Esta semana refleti sobre esse tema quando participava de uma banca de doutorado sobre o Metrô e suas opções de investimento ao longo da história. A discussão girava em torno dos critérios das escolhas realizadas para definição das linhas e os desafios para a implementação de um sistema que, até hoje, embora se denomine "Metrô" (abreviação de metropolitano) e esteja sob o controle do governo do Estado, circula apenas na capital. Comentávamos na banca sobre as idas e vindas de uma proposta de ligação do sistema com Guarulhos (Grande SP), a segunda cidade mais populosa do Estado, e as dificuldades do sistema da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) de ganhar maior qualidade em todas as regiões da metrópole que atende. Foi quando um dos participantes da banca chamou a atenção para o fato de que o Orçamento do Estado de São Paulo para a área de transportes vem caindo, enquanto o de uma área como a segurança pública vem aumentando ano a ano. Resolvi, então, examinar os números oficiais do Orçamento do Estado para 2016. Primeira surpresa: a previsão de receita do governo estadual para este ano –de mais de R$ 207 bilhões–, proposta no final de 2015, quando já estava claro que enfrentamos uma crise econômica, é maior que a dos anos anteriores. Ou seja, os recursos estaduais não exatamente despencaram, embora certamente não tenham crescido, considerando a inflação e eventuais erros de previsão. Examinando então os gastos previstos –que é onde podemos identificar as prioridades–, de fato, o orçamento da segurança pública, com quase R$ 25 bilhões previstos para 2016, cresce sem parar, enquanto outras áreas têm previsão de receitas reduzidas em relação aos anos anteriores. A maior parte do orçamento da segurança pública é destinada ao policiamento (cerca de R$ 17 bilhões), mas chama a atenção o fato de que o volume de recursos investido somente no sistema penitenciário (R$ 4,3 bilhões) é maior do que o de áreas como cultura (R$ 822,5 milhões), desenvolvimento social (R$ 928,5 milhões), habitação (R$ 1,6 bilhão) e saneamento e recursos hídricos (R$ 1,8 bilhão). O orçamento da segurança pública é muito próximo ao da educação e maior que o de uma área fundamental como a saúde, que conta com R$ 21,3 bilhões de acordo com o orçamento de 2016. Na área de transportes, nota-se que os investimentos no Metrô sofreram uma queda de mais de 20%, considerando o que foi realizado em 2015 e o que está previsto para 2016 (de R$ 3,9 bilhões para R$ 3,1 bilhões). Também os investimentos na CPTM sofreram cortes: R$ de 1,77 bilhão para R$ 1,63 bilhão. Analisando esses dados, que estão disponíveis no site da Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão, a pergunta que não quer calar é: por que os gastos em policiamento e no sistema penitenciário são a grande prioridade do governo Geraldo Alckmin (PSDB)? Isso reflete uma lógica que prioriza a repressão e punição, minimizando a importância de investimentos em áreas fundamentais para o desenvolvimento humano, como saúde, educação, habitação e cultura, cujos efeitos na segurança certamente são muito maiores que o da repressão e o do encarceramento. A crise das escolas públicas, onde faltam condições básicas para um ensino-aprendizagem de qualidade, e das universidades públicas estaduais, onde muitos funcionários, estudantes e professores estão em greve; o lentíssimo ritmo de expansão da rede de transporte coletivo de massas, que faz com que os sistemas do Metrô e da CPTM operem com muitos problemas de superlotação e desconforto para os usuários, sem contar o alto custo da tarifa; a grave crise habitacional que atinge especialmente a população mais pobre são apenas alguns exemplos que mostram os efeitos das escolhas de prioridade do governo. Mais do que nunca, em momentos de crise, é necessário discutirmos abertamente a priorização dos gastos públicos.
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Prioridades nos gastos públicos em tempos de criseDiariamente somos bombardeados com notícias de que a crise econômica, entre outros efeitos, diminuiu drasticamente a arrecadação dos governos, implicando em cortes nos gastos públicos. As crises recentes enfrentadas em São Paulo –como os graves problemas das escolas públicas estaduais, a greve na USP (Universidade de São Paulo), as panes quase diárias nos sistemas de trens na metrópole– estariam, em tese, associadas a estas necessidades de corte e às difíceis escolhas de prioridades neste contexto. Esta semana refleti sobre esse tema quando participava de uma banca de doutorado sobre o Metrô e suas opções de investimento ao longo da história. A discussão girava em torno dos critérios das escolhas realizadas para definição das linhas e os desafios para a implementação de um sistema que, até hoje, embora se denomine "Metrô" (abreviação de metropolitano) e esteja sob o controle do governo do Estado, circula apenas na capital. Comentávamos na banca sobre as idas e vindas de uma proposta de ligação do sistema com Guarulhos (Grande SP), a segunda cidade mais populosa do Estado, e as dificuldades do sistema da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) de ganhar maior qualidade em todas as regiões da metrópole que atende. Foi quando um dos participantes da banca chamou a atenção para o fato de que o Orçamento do Estado de São Paulo para a área de transportes vem caindo, enquanto o de uma área como a segurança pública vem aumentando ano a ano. Resolvi, então, examinar os números oficiais do Orçamento do Estado para 2016. Primeira surpresa: a previsão de receita do governo estadual para este ano –de mais de R$ 207 bilhões–, proposta no final de 2015, quando já estava claro que enfrentamos uma crise econômica, é maior que a dos anos anteriores. Ou seja, os recursos estaduais não exatamente despencaram, embora certamente não tenham crescido, considerando a inflação e eventuais erros de previsão. Examinando então os gastos previstos –que é onde podemos identificar as prioridades–, de fato, o orçamento da segurança pública, com quase R$ 25 bilhões previstos para 2016, cresce sem parar, enquanto outras áreas têm previsão de receitas reduzidas em relação aos anos anteriores. A maior parte do orçamento da segurança pública é destinada ao policiamento (cerca de R$ 17 bilhões), mas chama a atenção o fato de que o volume de recursos investido somente no sistema penitenciário (R$ 4,3 bilhões) é maior do que o de áreas como cultura (R$ 822,5 milhões), desenvolvimento social (R$ 928,5 milhões), habitação (R$ 1,6 bilhão) e saneamento e recursos hídricos (R$ 1,8 bilhão). O orçamento da segurança pública é muito próximo ao da educação e maior que o de uma área fundamental como a saúde, que conta com R$ 21,3 bilhões de acordo com o orçamento de 2016. Na área de transportes, nota-se que os investimentos no Metrô sofreram uma queda de mais de 20%, considerando o que foi realizado em 2015 e o que está previsto para 2016 (de R$ 3,9 bilhões para R$ 3,1 bilhões). Também os investimentos na CPTM sofreram cortes: R$ de 1,77 bilhão para R$ 1,63 bilhão. Analisando esses dados, que estão disponíveis no site da Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão, a pergunta que não quer calar é: por que os gastos em policiamento e no sistema penitenciário são a grande prioridade do governo Geraldo Alckmin (PSDB)? Isso reflete uma lógica que prioriza a repressão e punição, minimizando a importância de investimentos em áreas fundamentais para o desenvolvimento humano, como saúde, educação, habitação e cultura, cujos efeitos na segurança certamente são muito maiores que o da repressão e o do encarceramento. A crise das escolas públicas, onde faltam condições básicas para um ensino-aprendizagem de qualidade, e das universidades públicas estaduais, onde muitos funcionários, estudantes e professores estão em greve; o lentíssimo ritmo de expansão da rede de transporte coletivo de massas, que faz com que os sistemas do Metrô e da CPTM operem com muitos problemas de superlotação e desconforto para os usuários, sem contar o alto custo da tarifa; a grave crise habitacional que atinge especialmente a população mais pobre são apenas alguns exemplos que mostram os efeitos das escolhas de prioridade do governo. Mais do que nunca, em momentos de crise, é necessário discutirmos abertamente a priorização dos gastos públicos.
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Livro sobre Mujica guerrilheiro vira sucesso no Uruguai
Quando a polícia gritou "documentos!" ao entrar no bar La Vía, numa tarde de outono de 1970, o guerrilheiro tupamaro José Mujica, 35, agarrou-se à única coisa que carregava consigo, um revólver Colt 45. Os policiais caíram para cima dele e dispararam seis vezes. Preso, escaparia no ano seguinte do presídio de Punta Carretas (atualmente um shopping no centro de Montevidéu) por um túnel cavado junto a outros 110 "tupas". Seria recapturado em 1972. Só veria novamente a luz do sol em liberdade em 1985. As peripécias do atual presidente do Uruguai como guerrilheiro, os tempos na prisão e as contradições de sua personalidade são o eixo do livro "La Revolución Tranquila" (a revolução tranquila), ensaio biográfico recém-lançado no país vizinho que lidera listas de mais vendidos e será lançado nas próximas semanas em outros 11 países (no Brasil, ainda não há previsão). "Queria entender por que Mujica transformou-se em fenômeno internacional, ao mesmo tempo em que é visto com certo criticismo no Uruguai", diz o jornalista Mauricio Rabuffetti, 39, autor da obra, em entrevista à Folha. "Em assuntos como a maconha, a defesa do meio ambiente, a maneira de fazer política, há controvérsias sobre seu modo de atuar", afirma. Ele destaca que, por outro lado, no Japão, foi lançado um livro para crianças com ilustrações dos discursos de Mujica sobre a defesa da natureza, e que, nos últimos anos, jornalistas do mundo todo foram ao Uruguai para ouvi-lo. Através de entrevistas com companheiros de guerrilha, Rabuffetti reconstrói seu período atrás das grades, quando chegou a ter alucinações e se calou por vários meses. Também conta ações cinematográficas dos "tupas", como quando entraram na cidade de Pando, em 1969, forjando um cortejo fúnebre. No caixão, havia um saco de batatas. Ao redor dele, um grupo de guerrilheiros. No local, cometeram assaltos a bancos para financiar suas ações. O caso mais controverso é o do camponês Pascasio Báez, assassinado pelos "tupas" por ter revelado o local de um esconderijo. Até hoje, Mujica diz que foi um erro da guerrilha. Rabuffetti não encontrou provas de que Mujica tenha sido responsável direto por alguma morte. "Pela lógica da guerrilha, não faz sentido dizer quem apertou o gatilho, todos assumem os crimes e Mujica não se abstém disso." CONTRADIÇÕES O jornalista vê contradições no discurso de defesa do ambiente de Mujica, ao mesmo tempo em que mantém projetos polêmicos, como o de Aratiti –imenso empreendimento de mineração criticado por ambientalistas. Rabuffetti tenta entender, ainda, como o presidente mais austero do mundo foi eleito num país cada vez mais consumista. "Parece que os uruguaios admiram e votam pelo modelo de sobriedade de Mujica, mas vivem de outra maneira, consumindo como nunca." O livro traz as últimas declarações de renda do mandatário e constata que mais de 87% dos US$ 14 mil mensais que ele recebe são doados, principalmente ao partido [Frente Ampla]. No documento, além da chácara em que vive e o Fusca 1987, Mujica declara possuir dois tratores e alguns apetrechos agrícolas. O principal problema da gestão Mujica, a educação, também recebe atenção. Nos últimos anos, o Uruguai viu seus índices (considerados exemplares na América Latina) caírem. "Foi sua principal falha, e ele admite isso", diz. "Aqui há um ditado popular que diz que 'Nadies es más que nadies' [maneira errada de dizer que 'ninguém é melhor do que ninguém']. A eleição de Mujica e seu alto índice de aprovação [65%] são prova disso." LA REVOLUCIÓN TRANQUILA Autor Mauricio Rabuffetti Lançamento Aguilar (importado) Preço US$ 23 (279 páginas)
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Livro sobre Mujica guerrilheiro vira sucesso no UruguaiQuando a polícia gritou "documentos!" ao entrar no bar La Vía, numa tarde de outono de 1970, o guerrilheiro tupamaro José Mujica, 35, agarrou-se à única coisa que carregava consigo, um revólver Colt 45. Os policiais caíram para cima dele e dispararam seis vezes. Preso, escaparia no ano seguinte do presídio de Punta Carretas (atualmente um shopping no centro de Montevidéu) por um túnel cavado junto a outros 110 "tupas". Seria recapturado em 1972. Só veria novamente a luz do sol em liberdade em 1985. As peripécias do atual presidente do Uruguai como guerrilheiro, os tempos na prisão e as contradições de sua personalidade são o eixo do livro "La Revolución Tranquila" (a revolução tranquila), ensaio biográfico recém-lançado no país vizinho que lidera listas de mais vendidos e será lançado nas próximas semanas em outros 11 países (no Brasil, ainda não há previsão). "Queria entender por que Mujica transformou-se em fenômeno internacional, ao mesmo tempo em que é visto com certo criticismo no Uruguai", diz o jornalista Mauricio Rabuffetti, 39, autor da obra, em entrevista à Folha. "Em assuntos como a maconha, a defesa do meio ambiente, a maneira de fazer política, há controvérsias sobre seu modo de atuar", afirma. Ele destaca que, por outro lado, no Japão, foi lançado um livro para crianças com ilustrações dos discursos de Mujica sobre a defesa da natureza, e que, nos últimos anos, jornalistas do mundo todo foram ao Uruguai para ouvi-lo. Através de entrevistas com companheiros de guerrilha, Rabuffetti reconstrói seu período atrás das grades, quando chegou a ter alucinações e se calou por vários meses. Também conta ações cinematográficas dos "tupas", como quando entraram na cidade de Pando, em 1969, forjando um cortejo fúnebre. No caixão, havia um saco de batatas. Ao redor dele, um grupo de guerrilheiros. No local, cometeram assaltos a bancos para financiar suas ações. O caso mais controverso é o do camponês Pascasio Báez, assassinado pelos "tupas" por ter revelado o local de um esconderijo. Até hoje, Mujica diz que foi um erro da guerrilha. Rabuffetti não encontrou provas de que Mujica tenha sido responsável direto por alguma morte. "Pela lógica da guerrilha, não faz sentido dizer quem apertou o gatilho, todos assumem os crimes e Mujica não se abstém disso." CONTRADIÇÕES O jornalista vê contradições no discurso de defesa do ambiente de Mujica, ao mesmo tempo em que mantém projetos polêmicos, como o de Aratiti –imenso empreendimento de mineração criticado por ambientalistas. Rabuffetti tenta entender, ainda, como o presidente mais austero do mundo foi eleito num país cada vez mais consumista. "Parece que os uruguaios admiram e votam pelo modelo de sobriedade de Mujica, mas vivem de outra maneira, consumindo como nunca." O livro traz as últimas declarações de renda do mandatário e constata que mais de 87% dos US$ 14 mil mensais que ele recebe são doados, principalmente ao partido [Frente Ampla]. No documento, além da chácara em que vive e o Fusca 1987, Mujica declara possuir dois tratores e alguns apetrechos agrícolas. O principal problema da gestão Mujica, a educação, também recebe atenção. Nos últimos anos, o Uruguai viu seus índices (considerados exemplares na América Latina) caírem. "Foi sua principal falha, e ele admite isso", diz. "Aqui há um ditado popular que diz que 'Nadies es más que nadies' [maneira errada de dizer que 'ninguém é melhor do que ninguém']. A eleição de Mujica e seu alto índice de aprovação [65%] são prova disso." LA REVOLUCIÓN TRANQUILA Autor Mauricio Rabuffetti Lançamento Aguilar (importado) Preço US$ 23 (279 páginas)
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Nadal perde para italiano pela 2ª vez no ano e é eliminado em Barcelona
O espanhol Rafael Nadal, quarto do mundo, perdeu para o italiano Fabio Fognini, 30º do ranking, nesta quinta-feira (23), e foi eliminado nas oitavas de final do ATP 500 de Barcelona, na Espanha. Dono de oito títulos neste torneio, Nadal perdeu por 2 sets a 0, com parciais de 6/4 e 7/6 (6), em duas horas e um minuto de partida. Esta foi a segunda vitória de Fognini sobre o espanhol. Já havia vencido em fevereiro, pela semifinal do Aberto do Rio. "Foi um desastre. Fabio jogou melhor que eu e mereceu vencer. Eu não merecia. Meu desafio é voltar ao meu melhor nível novamente e vou trabalhar até que isso aconteça. E estou convicto que isso vai acontecer", disse Nadal após a partida. Nas quartas de final, Fognini vai encarar o espanhol Pablo Andujar.
esporte
Nadal perde para italiano pela 2ª vez no ano e é eliminado em BarcelonaO espanhol Rafael Nadal, quarto do mundo, perdeu para o italiano Fabio Fognini, 30º do ranking, nesta quinta-feira (23), e foi eliminado nas oitavas de final do ATP 500 de Barcelona, na Espanha. Dono de oito títulos neste torneio, Nadal perdeu por 2 sets a 0, com parciais de 6/4 e 7/6 (6), em duas horas e um minuto de partida. Esta foi a segunda vitória de Fognini sobre o espanhol. Já havia vencido em fevereiro, pela semifinal do Aberto do Rio. "Foi um desastre. Fabio jogou melhor que eu e mereceu vencer. Eu não merecia. Meu desafio é voltar ao meu melhor nível novamente e vou trabalhar até que isso aconteça. E estou convicto que isso vai acontecer", disse Nadal após a partida. Nas quartas de final, Fognini vai encarar o espanhol Pablo Andujar.
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A prefeitura deve exercer controle sobre o grafite em São Paulo? NÃO
CONTRASSENSO E IGNORÂNCIA Acredito que as medidas do prefeito João Doria em relação à arte de rua como a criação de "grafitódromos" e a pintura sobre grafites da av. 23 de Maio não foram tomadas por má-fé, mas por ignorância em relação a uma cultura de rua que é fortíssima na cidade de São Paulo e reconhecida no mundo todo. O prefeito, como quase todo filho da aristocracia, cresceu em uma bolha, vendo a rua como mero espaço de deslocamento, sempre de carro, entre sua casa e os lugares de seu interesse, e não como espaço de convivência, descoberta e sociabilidade. Esse lapso de formação típico dos filhos da elite paulistana fez com que ele desenvolvesse conceitos distorcidos que podem ser inofensivos para uma pessoa comum, mas desastrosos quando esse cidadão chega à prefeitura da cidade. É consenso entre os urbanistas que uma cidade segura é aquela que tem as ruas ocupadas por pessoas, fortalecendo o senso de comunidade. Recomendo ao prefeito a leitura de "Morte e vida de grandes cidades", de Jane Jacobs, para que entenda que cercadinhos como o "grafitódromo" e a Virada Cultural em Interlagos estimulam a "shoppingcenterização" da cidade e fazem com que as ruas fiquem cada vez mais vazias e inseguras, matando aos poucos a cidade. O prefeito precisa entender que a essência do grafite e da pichação está na ilegalidade. Para que um desenho no muro possa ser chamado de grafite, o artista tem que escolher o muro que quiser e fazer o desenho que bem entender, correndo o risco de ser pego pela policia e submetido ao rigor da lei. Faz parte do jogo. Quando o grafite é aceito pela sociedade, transforma-se em um outro tipo de arte, não menos valioso, mas diferente. A palavra "grafitódromo" é por si um contrassenso, pois quando um artista recebe autorização e cachê para pintar, ele passa a ter um cliente e não pode fazer o que lhe der na telha. O grafite em sua essência não pode ser regulado pelo poder público. Outro erro do prefeito está na confusão entre o combate ao que ele considera grafite e a pichação. Quando o grafite foi aceito e domesticado pela sociedade, a pichação herdou seu espaço contestador. Pichadores buscam sempre o enfrentamento com o poder público. Declarar guerra à a pichação de forma midiática pode trazer votos, mas é tudo o que os pichadores mais querem e terá um efeito devastador para a cidade, pois a reação será fortíssima. A pichação é um crime e deve ser combatida, mas é também uma forma de comunicação sofisticada, criada para que seus autores se comuniquem com seus pares e, ao mesmo tempo, agridam a sociedade que os oprime. Vejo nas pichações a mais perfeita tradução estética de São Paulo, um reflexo de seu caos arquitetônico, dos emaranhados de fios, do egoísmo e da vaidade que imperam na cidade. Ao pichar, jovens periféricos que são invisíveis à sociedade provocam o ódio e passam a ser notados. É melhor ser odiado do que ignorado, e quando o prefeito da cidade te odeia, ele reconhece que você existe, e não há prazer maior do que esse para os pichadores. Em Nova York, no final dos anos 1970, quando o grafite surgiu como um braço do movimento hip hop, os índices de criminalidade eram altíssimos e a policia tinha assuntos mais sérios a resolver. Só após a gestão Rudolph Giuliani (1994-2001), quando a criminalidade caiu, a policia pôde combater de forma efetiva crimes menores como o grafite. São Paulo está hoje no mesmo estágio de Nova York nos anos 1980 e só vai ser capaz de enfrentar a pichação de verdade quando resolver uma série de problemas gravíssimos que devem ser prioritários. Pichação se resolve com escola de qualidade e não com tinta cinza e bravatas na televisão. JOÃO WAINER, jornalista e cineasta, foi diretor da "TV Folha" e repórter especial do jornal. Dirigiu o documentário "Pixo" (2010) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
opiniao
A prefeitura deve exercer controle sobre o grafite em São Paulo? NÃOCONTRASSENSO E IGNORÂNCIA Acredito que as medidas do prefeito João Doria em relação à arte de rua como a criação de "grafitódromos" e a pintura sobre grafites da av. 23 de Maio não foram tomadas por má-fé, mas por ignorância em relação a uma cultura de rua que é fortíssima na cidade de São Paulo e reconhecida no mundo todo. O prefeito, como quase todo filho da aristocracia, cresceu em uma bolha, vendo a rua como mero espaço de deslocamento, sempre de carro, entre sua casa e os lugares de seu interesse, e não como espaço de convivência, descoberta e sociabilidade. Esse lapso de formação típico dos filhos da elite paulistana fez com que ele desenvolvesse conceitos distorcidos que podem ser inofensivos para uma pessoa comum, mas desastrosos quando esse cidadão chega à prefeitura da cidade. É consenso entre os urbanistas que uma cidade segura é aquela que tem as ruas ocupadas por pessoas, fortalecendo o senso de comunidade. Recomendo ao prefeito a leitura de "Morte e vida de grandes cidades", de Jane Jacobs, para que entenda que cercadinhos como o "grafitódromo" e a Virada Cultural em Interlagos estimulam a "shoppingcenterização" da cidade e fazem com que as ruas fiquem cada vez mais vazias e inseguras, matando aos poucos a cidade. O prefeito precisa entender que a essência do grafite e da pichação está na ilegalidade. Para que um desenho no muro possa ser chamado de grafite, o artista tem que escolher o muro que quiser e fazer o desenho que bem entender, correndo o risco de ser pego pela policia e submetido ao rigor da lei. Faz parte do jogo. Quando o grafite é aceito pela sociedade, transforma-se em um outro tipo de arte, não menos valioso, mas diferente. A palavra "grafitódromo" é por si um contrassenso, pois quando um artista recebe autorização e cachê para pintar, ele passa a ter um cliente e não pode fazer o que lhe der na telha. O grafite em sua essência não pode ser regulado pelo poder público. Outro erro do prefeito está na confusão entre o combate ao que ele considera grafite e a pichação. Quando o grafite foi aceito e domesticado pela sociedade, a pichação herdou seu espaço contestador. Pichadores buscam sempre o enfrentamento com o poder público. Declarar guerra à a pichação de forma midiática pode trazer votos, mas é tudo o que os pichadores mais querem e terá um efeito devastador para a cidade, pois a reação será fortíssima. A pichação é um crime e deve ser combatida, mas é também uma forma de comunicação sofisticada, criada para que seus autores se comuniquem com seus pares e, ao mesmo tempo, agridam a sociedade que os oprime. Vejo nas pichações a mais perfeita tradução estética de São Paulo, um reflexo de seu caos arquitetônico, dos emaranhados de fios, do egoísmo e da vaidade que imperam na cidade. Ao pichar, jovens periféricos que são invisíveis à sociedade provocam o ódio e passam a ser notados. É melhor ser odiado do que ignorado, e quando o prefeito da cidade te odeia, ele reconhece que você existe, e não há prazer maior do que esse para os pichadores. Em Nova York, no final dos anos 1970, quando o grafite surgiu como um braço do movimento hip hop, os índices de criminalidade eram altíssimos e a policia tinha assuntos mais sérios a resolver. Só após a gestão Rudolph Giuliani (1994-2001), quando a criminalidade caiu, a policia pôde combater de forma efetiva crimes menores como o grafite. São Paulo está hoje no mesmo estágio de Nova York nos anos 1980 e só vai ser capaz de enfrentar a pichação de verdade quando resolver uma série de problemas gravíssimos que devem ser prioritários. Pichação se resolve com escola de qualidade e não com tinta cinza e bravatas na televisão. JOÃO WAINER, jornalista e cineasta, foi diretor da "TV Folha" e repórter especial do jornal. Dirigiu o documentário "Pixo" (2010) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Bate-boca entre senadores interrompe tramitação da reforma trabalhista
Senadores bateram boca e quase entraram em confronto físico nesta terça-feira (23), quando o governo tentava avançar com a reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A leitura do relatório, marcada para esta terça, chegou a ser interrompida depois que parlamentares se agrediram com xingamentos de "bandido" e "vagabundo". A oposição tentou impedir a leitura do relatório por meio de um requerimento apresentado à mesa diretora da comissão. Contudo, o pedido foi rejeitado em votação apertada, por 13 votos a 11. A confusão começou quando o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) tentou subir na mesa e Fátima Bezerra (PT-RN) sentou-se para comandar a sessão. CAE Randolfe disse para o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) que ele "apoiava um governo corrupto". O tucano respondeu chamando Randolfe de "bandido", que retrucou: "me respeite, bandido é o senhor". Ataídes se irritou e partiu para cima de Randolfe, chamando-o de "moleque" e "vagabundo". Ataídes foi retirado da sala por seguranças. Enquanto saía, gritava: "Moleque! Vou te pegar lá fora". O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) saiu em defesa de Randolfe. "Eu tô de segurança porque ele é franzino", disse o petista, enquanto protegia o colega com os braços. Depois do bate-boca, senadores da oposição formaram um cordão em frente à mesa para impedir a leitura do relatório. No fundo da sala, sindicalistas que se opõem à reforma trabalhista gritavam palavras de ordem como "Fora, Temer", Jucá na cadeia" e "Cadê o Aécio?". O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi afastado do mandato na semana passada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), sob suspeita de corrupção e obstrução à Justiça. Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator da reforma trabalhista, deixou a sala no meio da confusão, aconselhado pelo líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). LEITURA DO RELATÓRIO A confusão interrompeu os trabalhos na comissão e apenas senadores puderam ficar na sala. O presidente da CAE, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), reabriu a sessão e deu o relatório como lido. Randolfe deixou a sala dizendo que o governo queria ler o texto "na marra". O senador chamou ainda a base governista de "autoritária". "Esse é um retrato de um governo que não se sustenta mais e precisa ficar fazendo sessão às pressas", disse. Já o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse que a oposição não "conseguiu ganhar no voto" e, por isso, tentou "ganhar no braço". "O que se deu foi uma cena triste. Arrancar de microfones, sopapo para cá, sopapo para acolá", disse o senador em plenário, logo após o encerramento da sessão. O senador Ataídes, que foi para cima de Randolfe, deixou a sessão afirmando que "só no Brasil [isso acontece]. Uma cena lamentável", disse. REFORMA A confusão e a leitura protocolar do texto nesta terça representam uma derrota no governo. Após intensas reuniões ao longo do fim de semana, o Palácio do Planalto manteve o discurso de "continuidade dos trabalhos" no Congresso, numa tentativa de dar aparência de "normalidade" em meio à crise política. A leitura do relatório, que sugere a alteração da reforma por meio de vetos e de uma medida provisória, era o primeiro passo nas mudanças na CLT no Senado. TEXTO O relatório apresentado por Ferraço menciona um "acordo institucional" com o governo para que alguns pontos sejam vetados do texto. "Concertamos junto ao Poder Executivo que alguns itens da proposta em tela devem ser vetados, podendo ser aprimorados por meio da edição de medida provisória", diz o texto. A edição de uma MP para modificar pontos em que haja desacordo na base foi proposta por Temer para evitar que o projeto sofra modificações e, com isso, tenha de voltar à Câmara. O relator apontou a necessidade de serem revistos seis pontos do texto aprovado pela Câmara dos Deputados: 1) possibilidade de gestantes e lactantes trabalharem em locais insalubres; 2) possibilidade de acordo individual para a jornada 12h X 36h; 3) criação do trabalho intermitente; 4) possibilidade de negociação do intervalo para almoço; 5) nomeação de um representante dos trabalhadores dentro das empresas; 6) revogação dos 15 minutos de descanso antes da mulher fazer hora extra. Ao sugerir modificações, Ferraço disse julgar que o Congresso tem de "buscar um equilibro que contemple o mercado de trabalho de diversos "Brasis", e não o de legislar pela exceção de acordo com demanda deste ou daquele setor", diz o texto. Com o relatório dado como lido, o próximo passo é a votação na CAE. Antes de ir a plenário do Senado, última etapa da votação na Casa, o projeto precisa ser apreciado por outros dois colegiados: Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O calendário inicial do governo era de aprovar a reforma trabalhista até meados de junho. Diante da crise, o cronograma deve ser alterado.
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Bate-boca entre senadores interrompe tramitação da reforma trabalhistaSenadores bateram boca e quase entraram em confronto físico nesta terça-feira (23), quando o governo tentava avançar com a reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A leitura do relatório, marcada para esta terça, chegou a ser interrompida depois que parlamentares se agrediram com xingamentos de "bandido" e "vagabundo". A oposição tentou impedir a leitura do relatório por meio de um requerimento apresentado à mesa diretora da comissão. Contudo, o pedido foi rejeitado em votação apertada, por 13 votos a 11. A confusão começou quando o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) tentou subir na mesa e Fátima Bezerra (PT-RN) sentou-se para comandar a sessão. CAE Randolfe disse para o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) que ele "apoiava um governo corrupto". O tucano respondeu chamando Randolfe de "bandido", que retrucou: "me respeite, bandido é o senhor". Ataídes se irritou e partiu para cima de Randolfe, chamando-o de "moleque" e "vagabundo". Ataídes foi retirado da sala por seguranças. Enquanto saía, gritava: "Moleque! Vou te pegar lá fora". O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) saiu em defesa de Randolfe. "Eu tô de segurança porque ele é franzino", disse o petista, enquanto protegia o colega com os braços. Depois do bate-boca, senadores da oposição formaram um cordão em frente à mesa para impedir a leitura do relatório. No fundo da sala, sindicalistas que se opõem à reforma trabalhista gritavam palavras de ordem como "Fora, Temer", Jucá na cadeia" e "Cadê o Aécio?". O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi afastado do mandato na semana passada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), sob suspeita de corrupção e obstrução à Justiça. Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator da reforma trabalhista, deixou a sala no meio da confusão, aconselhado pelo líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). LEITURA DO RELATÓRIO A confusão interrompeu os trabalhos na comissão e apenas senadores puderam ficar na sala. O presidente da CAE, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), reabriu a sessão e deu o relatório como lido. Randolfe deixou a sala dizendo que o governo queria ler o texto "na marra". O senador chamou ainda a base governista de "autoritária". "Esse é um retrato de um governo que não se sustenta mais e precisa ficar fazendo sessão às pressas", disse. Já o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse que a oposição não "conseguiu ganhar no voto" e, por isso, tentou "ganhar no braço". "O que se deu foi uma cena triste. Arrancar de microfones, sopapo para cá, sopapo para acolá", disse o senador em plenário, logo após o encerramento da sessão. O senador Ataídes, que foi para cima de Randolfe, deixou a sessão afirmando que "só no Brasil [isso acontece]. Uma cena lamentável", disse. REFORMA A confusão e a leitura protocolar do texto nesta terça representam uma derrota no governo. Após intensas reuniões ao longo do fim de semana, o Palácio do Planalto manteve o discurso de "continuidade dos trabalhos" no Congresso, numa tentativa de dar aparência de "normalidade" em meio à crise política. A leitura do relatório, que sugere a alteração da reforma por meio de vetos e de uma medida provisória, era o primeiro passo nas mudanças na CLT no Senado. TEXTO O relatório apresentado por Ferraço menciona um "acordo institucional" com o governo para que alguns pontos sejam vetados do texto. "Concertamos junto ao Poder Executivo que alguns itens da proposta em tela devem ser vetados, podendo ser aprimorados por meio da edição de medida provisória", diz o texto. A edição de uma MP para modificar pontos em que haja desacordo na base foi proposta por Temer para evitar que o projeto sofra modificações e, com isso, tenha de voltar à Câmara. O relator apontou a necessidade de serem revistos seis pontos do texto aprovado pela Câmara dos Deputados: 1) possibilidade de gestantes e lactantes trabalharem em locais insalubres; 2) possibilidade de acordo individual para a jornada 12h X 36h; 3) criação do trabalho intermitente; 4) possibilidade de negociação do intervalo para almoço; 5) nomeação de um representante dos trabalhadores dentro das empresas; 6) revogação dos 15 minutos de descanso antes da mulher fazer hora extra. Ao sugerir modificações, Ferraço disse julgar que o Congresso tem de "buscar um equilibro que contemple o mercado de trabalho de diversos "Brasis", e não o de legislar pela exceção de acordo com demanda deste ou daquele setor", diz o texto. Com o relatório dado como lido, o próximo passo é a votação na CAE. Antes de ir a plenário do Senado, última etapa da votação na Casa, o projeto precisa ser apreciado por outros dois colegiados: Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O calendário inicial do governo era de aprovar a reforma trabalhista até meados de junho. Diante da crise, o cronograma deve ser alterado.
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Após 2015 discreto, Alecsandro deve se manter titular no Palmeiras
Com oito atletas contratados para a temporada, entre eles alguns cobiçados por outros times, o Palmeiras criou uma competição interna pelas vagas no time titular. Exemplos são o volante ex-Fluminense Jean e o atacante ex-Goiás Erik, que têm pleiteado as vagas de Robinho e Gabriel Jesus, autores de três assistências e dois gols, respectivamente, na vitória por 4 a 1 sobre o XV de Piracicaba, nesta quinta (25). Porém, é o centroavante Alecsandro, 35, que tem surpreendido. Com performances de bom nível, que superam suas participações ao longo de 2015, ele ameaça cada vez mais o "medalhão" Lucas Barrios, que tem sofrido com lesões. Neste domingo (28), contra a Ferroviária, Alecsandro deve começar jogando mais uma vez, já que o paraguaio ainda se recupera de distensão muscular na coxa e Cristaldo não tem apresentado desempenho digno de nota. Nas cinco partidas no Paulista, Alecsandro anotou três gols – é artilheiro do time no torneio, ao lado de Gabriel Jesus. Além disso, deu duas assistências no ano."Gosto de ser cobrado por gols, atacante que faz a função que eu faço tem que ser cobrado por gols", disse após a goleada de quinta, quando foi um dos melhores em campo. O Palmeiras inicia neste domingo uma série de quatro jogos no Allianz Parque. Nesta sexta (26), o técnico Marcelo Oliveira disse que não pretende implantar um rodízio de jogadores em sua equipe, a despeito do calendário, que conta com o campeonato local e a Libertadores. "Minha tendência como técnico é não fazer rodízio, utilizar uma mesma base. No Brasil não há muitos treinos, e o treinamento passa a ser o jogo. Se você tem uma base, os jogadores vão acostumando a jogar juntos, vou repetir sempre que puder", disse. Poupado por desgaste contra o XV de Piracicaba, Zé Roberto voltará ao time. PALMEIRAS Prass; Lucas, R. Carvalho, V. Hugo e Zé Roberto; T. Santos, Arouca (Jean), Robinho e Dudu; G. Jesus e Alecsandro. T.: Marcelo Oliveira FERROVIÁRIA A. Cajuru; I. Julião, Luan, Marcão e Thallyson; R. Xavier, Juninho e Danielzinho; Caíque, T. Marques e Rafinha. T.: Sérgio Vieira Estádio: Allianz Parque, em São Paulo (SP)/ Árbitro: Thiago Duarte Peixoto/ TV: 17h, Globo e Band (para SP)
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Após 2015 discreto, Alecsandro deve se manter titular no PalmeirasCom oito atletas contratados para a temporada, entre eles alguns cobiçados por outros times, o Palmeiras criou uma competição interna pelas vagas no time titular. Exemplos são o volante ex-Fluminense Jean e o atacante ex-Goiás Erik, que têm pleiteado as vagas de Robinho e Gabriel Jesus, autores de três assistências e dois gols, respectivamente, na vitória por 4 a 1 sobre o XV de Piracicaba, nesta quinta (25). Porém, é o centroavante Alecsandro, 35, que tem surpreendido. Com performances de bom nível, que superam suas participações ao longo de 2015, ele ameaça cada vez mais o "medalhão" Lucas Barrios, que tem sofrido com lesões. Neste domingo (28), contra a Ferroviária, Alecsandro deve começar jogando mais uma vez, já que o paraguaio ainda se recupera de distensão muscular na coxa e Cristaldo não tem apresentado desempenho digno de nota. Nas cinco partidas no Paulista, Alecsandro anotou três gols – é artilheiro do time no torneio, ao lado de Gabriel Jesus. Além disso, deu duas assistências no ano."Gosto de ser cobrado por gols, atacante que faz a função que eu faço tem que ser cobrado por gols", disse após a goleada de quinta, quando foi um dos melhores em campo. O Palmeiras inicia neste domingo uma série de quatro jogos no Allianz Parque. Nesta sexta (26), o técnico Marcelo Oliveira disse que não pretende implantar um rodízio de jogadores em sua equipe, a despeito do calendário, que conta com o campeonato local e a Libertadores. "Minha tendência como técnico é não fazer rodízio, utilizar uma mesma base. No Brasil não há muitos treinos, e o treinamento passa a ser o jogo. Se você tem uma base, os jogadores vão acostumando a jogar juntos, vou repetir sempre que puder", disse. Poupado por desgaste contra o XV de Piracicaba, Zé Roberto voltará ao time. PALMEIRAS Prass; Lucas, R. Carvalho, V. Hugo e Zé Roberto; T. Santos, Arouca (Jean), Robinho e Dudu; G. Jesus e Alecsandro. T.: Marcelo Oliveira FERROVIÁRIA A. Cajuru; I. Julião, Luan, Marcão e Thallyson; R. Xavier, Juninho e Danielzinho; Caíque, T. Marques e Rafinha. T.: Sérgio Vieira Estádio: Allianz Parque, em São Paulo (SP)/ Árbitro: Thiago Duarte Peixoto/ TV: 17h, Globo e Band (para SP)
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Blitz em Congonhas contra transporte irregular tem choro e ajuda de taxistas
Um Chevrolet Spin chega ao aeroporto de Congonhas com dois passageiros no banco de trás. Fiscais da prefeitura abordam o veículo e interrogam o condutor, que se desespera, junta as mãos, e "jura por Deus" que não está cobrando pela corrida nem usando nenhum aplicativo. "Estou dando carona, são meus vizinhos. Eu juro", disse o motorista nesta terça (7), durante blitz acompanhada à distância pela Folha. Os fiscais estavam atrás de motoristas como os que usam o aplicativo Uber, que oferece transporte remunerado. A atividade é autorizada apenas a taxistas, que pressionam a gestão Fernando Haddad (PT) a combater o avanço do serviço na cidade. Após meia hora de conversa tensa com os fiscais, o motorista do Spin cai no choro, limpa o rosto e vai embora. Escapou de ter o carro apreendido porque os passageiros confirmaram sua história e os fiscais não conseguiram outras provas. Ele até tinha cartões de visita oferecendo corridas, mas disse usá-los em São Caetano do Sul (Grande SP), onde afirmou ser ele próprio taxista. "Na dúvida, pró réu", disse Carlos Souza, funcionário da prefeitura que coordenou a fiscalização em Congonhas. "Fiscalizamos todos os tipos de transporte irregular, o Uber é só um deles. Nunca sabemos o que vamos encontrar e não perseguimos nenhum tipo específico." GATO E RATO A fiscalização da prefeitura funciona como um jogo de gato e rato. Enquanto os fiscais estavam em Congonhas, a tela do Uber mostrava centenas de carros disponíveis pelo app em outros pontos espalhados pela cidade. Os ficais dizem não poder usar o expediente de chamar uma corrida para fazer o flagrante, como chegou a ser cogitado pelo secretário dos Transportes, Jilmar Tatto. No aeroporto, onde oito carros já foram apreendidos quando deixavam usuários, o aplicativo foi bloqueado pela empresa –quem tenta chamar uma corrida se depara com mensagem dizendo que o local não é atendido. O Uber diz que "algumas áreas têm desafios operacionais maiores e ficam desativadas". Segundo os fiscais, os motoristas do aplicativo fazem o que podem para escapar da fiscalização. Trocam informações por celular, aceleram quando avistam fiscais e até jogam o carro em cima dos agentes. Como não têm poder de polícia, os fiscais não podem obrigar que eles parem. Alguns motoristas formaram até grupos no WhatsApp, onde disparam alertas quando avistam uma blitz. Em uma das mensagens ouvidas pela Folha, um rapaz conta ter acelerado ao máximo para fugir de fiscais que tentaram pará-lo na região do Morumbi. Em Congonhas, a fiscalização conta com a ajuda dos maiores rivais do aplicativo: os taxistas. Quando sinalizam para um carro suspeito estacionar, os fiscais o direcionam para atrás de um táxi, pedem ao taxista para ficar parado e, assim, reduzir as chances de fuga. Quando alguém escapa, dizem os fiscais, taxistas e guardas civis também ajudam a fechar o trânsito para "encurralar" os motoristas. PRIMO A fiscalização no aeroporto continua. Um Corolla para no setor de embarque, com um passageiro no banco de trás e celular à mão. O motorista desce e pega a mala do homem, que sai apressado. Tudo leva a crer que se trata do Uber. Mas, na abordagem dos fiscais, o passageiro nega -e mostra a tela do celular com o Facebook aberto. "Não é Uber, não. Ele é meu primo, estava me dando carona. Se não estivesse atrasado ajudava a esclarecer, mas tenho que pegar um voo", diz o homem, já dentro do aeroporto. Ele não quis se identificar à reportagem. Aos fiscais, o motorista dá outra versão. Reconhece que estava transportando um cliente, mas diz que só presta serviço corporativo. "Trabalho apenas com pessoa jurídica. Abri minha empresa em maio, mas não deu tempo de passar o documento do carro para o nome dela", diz, sem revelar o nome. Seu carro acabou apreendido. "Ninguém gosta disso, né? Mas tem que fiscalizar mesmo, eu não concordo com a forma que a Uber trabalha." Outros cinco sedãs foram apreendidos no aeroporto -todos levando passageiros, mas nenhum com o Uber. Eles foram multados em R$ 1.916 e, para liberar o veículo, precisarão pagar taxa de R$ 521, acrescida de R$ 41 a cada 12 horas que o veículo ficar no pátio municipal. Enquanto a blitz rolava em Congonhas, outro grupo de fiscais monitorava hotéis na região oeste da cidade. Um Corolla preto foi flagrado quando deixava um passageiro do Uber na av. Faria Lima. Foi a 25ª apreensão desde que o app iniciou as atividades em São Paulo. A empresa não revela o tamanho de sua "frota", mas taxistas estimam que o número passe de 1.200 veículos. Motoristas do Uber dizem que a empresa disponibiliza telefone de emergência e que paga para liberar os veículos. "Não concordamos com as apreensões porque o serviço prestado pelos motoristas parceiros da Uber não é o de táxi. Acreditamos que os parceiros têm que ter seus direitos constitucionais de trabalhar (exercício da livre iniciativa e liberdade do exercício profissional) preservados", afirma a empresa. APLAUSO A blitz em Congonhas está quase acabando quando um taxista passa pelos fiscais aplaudindo a fiscalização. O trabalho foi encerrada antes das 11h. Como só haviam cinco fiscais, não havia como apreender mais carros, pois os veículos precisam ser guiados por eles até o pátio. Horas depois, um agente reconhece: "nosso trabalho aqui é enxugar gelo". Segundo a prefeitura, cerca de cem fiscais atuam no setor. Ela reconhece que o número é insuficiente e já pediu ajuda à Polícia Militar para ajudar na fiscalização.
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Blitz em Congonhas contra transporte irregular tem choro e ajuda de taxistasUm Chevrolet Spin chega ao aeroporto de Congonhas com dois passageiros no banco de trás. Fiscais da prefeitura abordam o veículo e interrogam o condutor, que se desespera, junta as mãos, e "jura por Deus" que não está cobrando pela corrida nem usando nenhum aplicativo. "Estou dando carona, são meus vizinhos. Eu juro", disse o motorista nesta terça (7), durante blitz acompanhada à distância pela Folha. Os fiscais estavam atrás de motoristas como os que usam o aplicativo Uber, que oferece transporte remunerado. A atividade é autorizada apenas a taxistas, que pressionam a gestão Fernando Haddad (PT) a combater o avanço do serviço na cidade. Após meia hora de conversa tensa com os fiscais, o motorista do Spin cai no choro, limpa o rosto e vai embora. Escapou de ter o carro apreendido porque os passageiros confirmaram sua história e os fiscais não conseguiram outras provas. Ele até tinha cartões de visita oferecendo corridas, mas disse usá-los em São Caetano do Sul (Grande SP), onde afirmou ser ele próprio taxista. "Na dúvida, pró réu", disse Carlos Souza, funcionário da prefeitura que coordenou a fiscalização em Congonhas. "Fiscalizamos todos os tipos de transporte irregular, o Uber é só um deles. Nunca sabemos o que vamos encontrar e não perseguimos nenhum tipo específico." GATO E RATO A fiscalização da prefeitura funciona como um jogo de gato e rato. Enquanto os fiscais estavam em Congonhas, a tela do Uber mostrava centenas de carros disponíveis pelo app em outros pontos espalhados pela cidade. Os ficais dizem não poder usar o expediente de chamar uma corrida para fazer o flagrante, como chegou a ser cogitado pelo secretário dos Transportes, Jilmar Tatto. No aeroporto, onde oito carros já foram apreendidos quando deixavam usuários, o aplicativo foi bloqueado pela empresa –quem tenta chamar uma corrida se depara com mensagem dizendo que o local não é atendido. O Uber diz que "algumas áreas têm desafios operacionais maiores e ficam desativadas". Segundo os fiscais, os motoristas do aplicativo fazem o que podem para escapar da fiscalização. Trocam informações por celular, aceleram quando avistam fiscais e até jogam o carro em cima dos agentes. Como não têm poder de polícia, os fiscais não podem obrigar que eles parem. Alguns motoristas formaram até grupos no WhatsApp, onde disparam alertas quando avistam uma blitz. Em uma das mensagens ouvidas pela Folha, um rapaz conta ter acelerado ao máximo para fugir de fiscais que tentaram pará-lo na região do Morumbi. Em Congonhas, a fiscalização conta com a ajuda dos maiores rivais do aplicativo: os taxistas. Quando sinalizam para um carro suspeito estacionar, os fiscais o direcionam para atrás de um táxi, pedem ao taxista para ficar parado e, assim, reduzir as chances de fuga. Quando alguém escapa, dizem os fiscais, taxistas e guardas civis também ajudam a fechar o trânsito para "encurralar" os motoristas. PRIMO A fiscalização no aeroporto continua. Um Corolla para no setor de embarque, com um passageiro no banco de trás e celular à mão. O motorista desce e pega a mala do homem, que sai apressado. Tudo leva a crer que se trata do Uber. Mas, na abordagem dos fiscais, o passageiro nega -e mostra a tela do celular com o Facebook aberto. "Não é Uber, não. Ele é meu primo, estava me dando carona. Se não estivesse atrasado ajudava a esclarecer, mas tenho que pegar um voo", diz o homem, já dentro do aeroporto. Ele não quis se identificar à reportagem. Aos fiscais, o motorista dá outra versão. Reconhece que estava transportando um cliente, mas diz que só presta serviço corporativo. "Trabalho apenas com pessoa jurídica. Abri minha empresa em maio, mas não deu tempo de passar o documento do carro para o nome dela", diz, sem revelar o nome. Seu carro acabou apreendido. "Ninguém gosta disso, né? Mas tem que fiscalizar mesmo, eu não concordo com a forma que a Uber trabalha." Outros cinco sedãs foram apreendidos no aeroporto -todos levando passageiros, mas nenhum com o Uber. Eles foram multados em R$ 1.916 e, para liberar o veículo, precisarão pagar taxa de R$ 521, acrescida de R$ 41 a cada 12 horas que o veículo ficar no pátio municipal. Enquanto a blitz rolava em Congonhas, outro grupo de fiscais monitorava hotéis na região oeste da cidade. Um Corolla preto foi flagrado quando deixava um passageiro do Uber na av. Faria Lima. Foi a 25ª apreensão desde que o app iniciou as atividades em São Paulo. A empresa não revela o tamanho de sua "frota", mas taxistas estimam que o número passe de 1.200 veículos. Motoristas do Uber dizem que a empresa disponibiliza telefone de emergência e que paga para liberar os veículos. "Não concordamos com as apreensões porque o serviço prestado pelos motoristas parceiros da Uber não é o de táxi. Acreditamos que os parceiros têm que ter seus direitos constitucionais de trabalhar (exercício da livre iniciativa e liberdade do exercício profissional) preservados", afirma a empresa. APLAUSO A blitz em Congonhas está quase acabando quando um taxista passa pelos fiscais aplaudindo a fiscalização. O trabalho foi encerrada antes das 11h. Como só haviam cinco fiscais, não havia como apreender mais carros, pois os veículos precisam ser guiados por eles até o pátio. Horas depois, um agente reconhece: "nosso trabalho aqui é enxugar gelo". Segundo a prefeitura, cerca de cem fiscais atuam no setor. Ela reconhece que o número é insuficiente e já pediu ajuda à Polícia Militar para ajudar na fiscalização.
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Daniel Craig será stormtrooper em novo 'Star Wars', diz ator
O ator inglês Simon Pegg (de "Missão Impossível") deixou escapar que Daniel Craig, atual intérprete de James Bond nos cinemas, será um stormtrooper (espécie de soldado) no novo filme da franquia "Star Wars", informou o periódico inglês "The Independent". Durante um evento em Londres, Pegg foi perguntado sobre uma possível participação sua no longa e disse: "Eu não fiz um stormtrooper. Daniel Craig, ele fez stormtrooper". Percebendo a gafe, Pegg retrucou. "Eu não deveria ter dito isso." Havia rumores de que Craig faria participações em "Star Wars - O despertar da Força", cujo lançamento está previso para dezembro. Mas a informação nunca foi confirmada pela produção do filme. Uma fonte da produtora teria dito que "Daniel pediu para fazer uma participação secreta e ficou feliz que seu nome não estava nos cartazes. Os fãs vão amar tentar descobrir qual personagem fantasiado é ele".
ilustrada
Daniel Craig será stormtrooper em novo 'Star Wars', diz atorO ator inglês Simon Pegg (de "Missão Impossível") deixou escapar que Daniel Craig, atual intérprete de James Bond nos cinemas, será um stormtrooper (espécie de soldado) no novo filme da franquia "Star Wars", informou o periódico inglês "The Independent". Durante um evento em Londres, Pegg foi perguntado sobre uma possível participação sua no longa e disse: "Eu não fiz um stormtrooper. Daniel Craig, ele fez stormtrooper". Percebendo a gafe, Pegg retrucou. "Eu não deveria ter dito isso." Havia rumores de que Craig faria participações em "Star Wars - O despertar da Força", cujo lançamento está previso para dezembro. Mas a informação nunca foi confirmada pela produção do filme. Uma fonte da produtora teria dito que "Daniel pediu para fazer uma participação secreta e ficou feliz que seu nome não estava nos cartazes. Os fãs vão amar tentar descobrir qual personagem fantasiado é ele".
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Terrorismo assume formas cada vez mais imprevisíveis, afirma leitor
ATENTADO NA FRANÇA O triste atentado em Nice, na França, demonstra a "simplificação" do terror atual. É quase impossível prever e evitar um atentado desse tipo, em que um indivíduo jogou um caminhão em cima de um grupo de pessoas. Quanta impotência... JUAN MANUEL TROCCOLI (São Paulo, SP) * Sobre o ataque a Nice, parece que agora temos uma nova ordem mundial: geopolítica x multiculturalismo. RONALDO GUIZZO (Ribeirão Preto, SP) - ELEIÇÕES MUNICIPAIS A pesquisa Datafolha traz números preocupantes para o futuro do PT na cidade de São Paulo e no Brasil. Uma das esperanças do partido para voltar ao Planalto em caso de estar impossibilitado o ex-presidente Lula é justamente o prefeito Fernando Haddad, que tem a maior taxa de rejeição entre os candidatos. Em caso de vitória de Celso Russomanno ou de Marta Suplicy, o partido dependerá dos desdobramentos da Operação Lava Jato para saber qual candidato pode ser apresentado em 2018 ("Datafolha mostra liderança de Russomanno em SP", "Poder", 15/7). ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) - CASSAÇÃO DE CUNHA Tradicionalmente e de acordo com algumas estatísticas sombrias, o mês de agosto tem se revelado trágico para a política nacional. O suicídio de Getúlio Vargas (24/8/1954) e a renúncia de Jânio Quadros (25/8/1961) ilustram bem a questão. Este ano parece confirmar a maldição, pois, ao que tudo indica, o correntista suíço Eduardo Cunha e a presidente afastada, Dilma Rousseff, perderão em definitivo seus mandatos. Agora é esperar para ver. EDUARDO IASBECK (Uberlandia, MG) * O título do artigo de Bernardo Mello Franco não poderia ser mais sugestivo. Efetivamente, o deputado Eduardo Cunha está no corredor da morte. De forma objetiva, o deputado, que até uns dias atrás era uma autoridade na Câmara, hoje está na dependência de conquistar votos que impeçam sua cassação. E mesmo que recorra ao STF, dificilmente vai escapar. Que o fato se repita também em relação aos demais, inclusive àqueles aos quais ele ameaçou num discurso agressivo na Comissão de Constituição e Justiça. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) - CORRUPÇÃO Com a afirmação de que, "pela primeira vez na história do Brasil, a presidente Dilma autorizou promotores a investigar autoridades corruptas, independentemente de quem fosse atingido", o texto "Confiança e degradação do Brasil" perde a sua credibilidade porque parte de premissa incorreta. O articulista desconhece a autonomia do Ministério Público e, consequentemente, a legislação brasileira. JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA ROBALDO, procurador de Justiça aposentado (Campo Grande,MS) * Assino embaixo da carta do leitor Geraldo Siffert Jr., que sugeriu que sejam divulgados os nomes dos políticos honestos do Brasil. O jornal tem um papel profético de denunciar o que está errado, mas também o de anunciar e divulgar que ainda existem pessoas boas na política, independentemente do partido ao qual pertençam. Isso é motivo de esperança. Agradeço desde já todo o esforço jornalístico necessário para encontrar o trigo entre o joio! TINI CATHARINA S. STOLTENBORG (Itobi, SP) - DIREITOS TRABALHISTAS Germano Siqueira tristemente defende o status quo da legislação trabalhista no Brasil, que, de tão paternalista, não apresenta semelhante no mundo. Para sindicatos e outras corporações pró-empregados, parece que nunca é tempo de mudar. É urgente uma reforma trabalhista que fomente as negociações, equilibre direitos e motive empreendedores a investir. Até quando vamos continuar sendo um país rico em direitos trabalhistas e pobre em empregabilidade? CÍCERO DOMINGOS PENHA (Uberlândia, MG) * Brilhante a exposição de Germano Siqueira, que alerta para a terceirização indiscriminada em votação no Congresso. Essa iniciativa vai na contramão do desenvolvimento econômico, contribuindo para o aumento da desigualdade. Hoje, a Justiça do Trabalho é um modelo rápido e exemplar em relação ao julgamento dos processos. MANOEL JOSÉ BUSSACOS (São Paulo, SP) - RIO-2016 O que podemos esperar da Olimpíada "do Rio de Janeiro quando vemos na Folha as condições das instalações da Força Nacional, destacada para trabalhar na segurança das arenas? É uma vergonha receber os agentes em tais condições LUCIANO VELUDO (Uberaba, MG) * Ao colunista Ruy Castro, meus parabéns pelo magnífico texto "Um novo Carnaval". Por mais que alguns – sempre os mesmos– tentem e queiram matá-lo, o Rio de Janeiro será sempre a imortal cidade maravilhosa. HILTON JORGE VALENTE (São Paulo, SP) - QUADRINHOS Gostaria de registrar minha decepção e descontentamento com a política de "espremer" e eliminar reportagens e cadernos da Folha. Isso não faz bem para o relacionamento com o assinante. O excelente caderno "Comida" foi defenestrado sem consulta. O "Guia Livros, Discos e Filmes", idem. Agora acabam com os quadrinhos importados. Oneram tanto que estão sendo cortados? Cortem alguns dos publicados atualmente. Não vão fazer nenhuma falta. SAMIR ABUJAMRA, cineasta (São Paulo, SP) - METRÔ A Folha desconsidera o tempo em que a obra da Linha 5 ficou parada e indica supostas irregularidades na licitação, o que a Justiça não comprovou. A construção pode sofrer alterações no cronograma por dificuldades nas desapropriações, escavações e licenças ambientais. Não se fabrica um trem da noite para o dia e a Linha 5 foi planejada. Execução das obras, compra de trens e implantação de sistema de sinalização foram programadas em etapas a serem concluídas em 2017, atendendo a 780 mil usuários/dia. ADELE CLÁUDIA NABHAN, chefe do departamento de imprensa do Metrô (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Terrorismo assume formas cada vez mais imprevisíveis, afirma leitorATENTADO NA FRANÇA O triste atentado em Nice, na França, demonstra a "simplificação" do terror atual. É quase impossível prever e evitar um atentado desse tipo, em que um indivíduo jogou um caminhão em cima de um grupo de pessoas. Quanta impotência... JUAN MANUEL TROCCOLI (São Paulo, SP) * Sobre o ataque a Nice, parece que agora temos uma nova ordem mundial: geopolítica x multiculturalismo. RONALDO GUIZZO (Ribeirão Preto, SP) - ELEIÇÕES MUNICIPAIS A pesquisa Datafolha traz números preocupantes para o futuro do PT na cidade de São Paulo e no Brasil. Uma das esperanças do partido para voltar ao Planalto em caso de estar impossibilitado o ex-presidente Lula é justamente o prefeito Fernando Haddad, que tem a maior taxa de rejeição entre os candidatos. Em caso de vitória de Celso Russomanno ou de Marta Suplicy, o partido dependerá dos desdobramentos da Operação Lava Jato para saber qual candidato pode ser apresentado em 2018 ("Datafolha mostra liderança de Russomanno em SP", "Poder", 15/7). ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP) - CASSAÇÃO DE CUNHA Tradicionalmente e de acordo com algumas estatísticas sombrias, o mês de agosto tem se revelado trágico para a política nacional. O suicídio de Getúlio Vargas (24/8/1954) e a renúncia de Jânio Quadros (25/8/1961) ilustram bem a questão. Este ano parece confirmar a maldição, pois, ao que tudo indica, o correntista suíço Eduardo Cunha e a presidente afastada, Dilma Rousseff, perderão em definitivo seus mandatos. Agora é esperar para ver. EDUARDO IASBECK (Uberlandia, MG) * O título do artigo de Bernardo Mello Franco não poderia ser mais sugestivo. Efetivamente, o deputado Eduardo Cunha está no corredor da morte. De forma objetiva, o deputado, que até uns dias atrás era uma autoridade na Câmara, hoje está na dependência de conquistar votos que impeçam sua cassação. E mesmo que recorra ao STF, dificilmente vai escapar. Que o fato se repita também em relação aos demais, inclusive àqueles aos quais ele ameaçou num discurso agressivo na Comissão de Constituição e Justiça. URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP) - CORRUPÇÃO Com a afirmação de que, "pela primeira vez na história do Brasil, a presidente Dilma autorizou promotores a investigar autoridades corruptas, independentemente de quem fosse atingido", o texto "Confiança e degradação do Brasil" perde a sua credibilidade porque parte de premissa incorreta. O articulista desconhece a autonomia do Ministério Público e, consequentemente, a legislação brasileira. JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA ROBALDO, procurador de Justiça aposentado (Campo Grande,MS) * Assino embaixo da carta do leitor Geraldo Siffert Jr., que sugeriu que sejam divulgados os nomes dos políticos honestos do Brasil. O jornal tem um papel profético de denunciar o que está errado, mas também o de anunciar e divulgar que ainda existem pessoas boas na política, independentemente do partido ao qual pertençam. Isso é motivo de esperança. Agradeço desde já todo o esforço jornalístico necessário para encontrar o trigo entre o joio! TINI CATHARINA S. STOLTENBORG (Itobi, SP) - DIREITOS TRABALHISTAS Germano Siqueira tristemente defende o status quo da legislação trabalhista no Brasil, que, de tão paternalista, não apresenta semelhante no mundo. Para sindicatos e outras corporações pró-empregados, parece que nunca é tempo de mudar. É urgente uma reforma trabalhista que fomente as negociações, equilibre direitos e motive empreendedores a investir. Até quando vamos continuar sendo um país rico em direitos trabalhistas e pobre em empregabilidade? CÍCERO DOMINGOS PENHA (Uberlândia, MG) * Brilhante a exposição de Germano Siqueira, que alerta para a terceirização indiscriminada em votação no Congresso. Essa iniciativa vai na contramão do desenvolvimento econômico, contribuindo para o aumento da desigualdade. Hoje, a Justiça do Trabalho é um modelo rápido e exemplar em relação ao julgamento dos processos. MANOEL JOSÉ BUSSACOS (São Paulo, SP) - RIO-2016 O que podemos esperar da Olimpíada "do Rio de Janeiro quando vemos na Folha as condições das instalações da Força Nacional, destacada para trabalhar na segurança das arenas? É uma vergonha receber os agentes em tais condições LUCIANO VELUDO (Uberaba, MG) * Ao colunista Ruy Castro, meus parabéns pelo magnífico texto "Um novo Carnaval". Por mais que alguns – sempre os mesmos– tentem e queiram matá-lo, o Rio de Janeiro será sempre a imortal cidade maravilhosa. HILTON JORGE VALENTE (São Paulo, SP) - QUADRINHOS Gostaria de registrar minha decepção e descontentamento com a política de "espremer" e eliminar reportagens e cadernos da Folha. Isso não faz bem para o relacionamento com o assinante. O excelente caderno "Comida" foi defenestrado sem consulta. O "Guia Livros, Discos e Filmes", idem. Agora acabam com os quadrinhos importados. Oneram tanto que estão sendo cortados? Cortem alguns dos publicados atualmente. Não vão fazer nenhuma falta. SAMIR ABUJAMRA, cineasta (São Paulo, SP) - METRÔ A Folha desconsidera o tempo em que a obra da Linha 5 ficou parada e indica supostas irregularidades na licitação, o que a Justiça não comprovou. A construção pode sofrer alterações no cronograma por dificuldades nas desapropriações, escavações e licenças ambientais. Não se fabrica um trem da noite para o dia e a Linha 5 foi planejada. Execução das obras, compra de trens e implantação de sistema de sinalização foram programadas em etapas a serem concluídas em 2017, atendendo a 780 mil usuários/dia. ADELE CLÁUDIA NABHAN, chefe do departamento de imprensa do Metrô (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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OAB pede rapidez na apuração de agressão a advogado no RS
Após o advogado Mauro Rogério Silva dos Santos, 51, ter sido agredido por policiais durante protesto contra o impeachment de Dilma Rousseff em Caxias do Sul, na serra gaúcha, o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, se reuniu com a Brigada Militar, pediu rapidez na investigação e disse que fatos como esse não podem se repetir. Um vídeo mostra Santos apanhando de policiais militares na última quarta-feira (31). Na sequência, um rapaz, filho do agredido, chuta a cabeça de um dos policiais, que desmaiou e chegou a ter convulsões. "Pedimos que fosse feita uma apuração rápida e rigorosa do caso. Entendemos que, pela prova inicial que se tem, que é o vídeo em que o colega advogado sofreu agressão, a Brigada tem de maneira rápida de tomar uma atitude em relação ao tema. Até porque vivemos um momento difícil, diferenciado no Brasil, com muitas manifestações, e não se pode imaginar que nelas possamos ter agressões como essa que observamos", disse Lamachia nesta sexta-feira (2). O vídeo foi divulgado pela Mídia Ninja, grupo de jornalistas independentes, mas é de autoria desconhecida. Ao menos três policiais aparecem na cena. As imagens mostram Santos sendo atingido com cassetete na cabeça, na barriga e nas pernas por um policial, enquanto outro PM o segura. Em outro momento, Santos está no chão e dois policiais o agridem. O registro mostra na sequência um rapaz correndo e chutando a cabeça de um dos policiais, que estava abaixado. De acordo com o dirigente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Santos está fisicamente bem, embora "um pouco machucado". "Situações como essa não podem se repetir [...] A investigação foi aberta e temos de aguardar. Somos os primeiros a defender o amplo direito à defesa de qualquer cidadão", disse. Lamachia foi a Caxias do Sul com dois membros da comissão nacional de defesa das prerrogativas e valorização da advocacia da OAB. MOTIVO O advogado agredido contou que costuma buscar o filho na saída da faculdade, por volta das 22h, mas por causa do protesto encontrou-o um pouco mais tarde. O protesto já havia acabado quando Santos chegou ao centro da cidade a pedido do filho, que junto com um grupo de jovens, assistia a abordagem policial a uma mulher e a um adolescente, apontados como autores de pichações contra o presidente Michel Temer (PMDB). As pichações chamavam Temer de "golpista". "Peguei minha carteira da OAB e me dirigi aos policias com cautela. 'Sou advogado', eu disse. 'O senhor se retire', um deles falou, já muito perto de mim. Logo um deles me empurrou e não consegui nem falar mais, me deram voz de prisão", disse o advogado. Depois de agredir o PM, o filho do advogado, Vinicius Zabot dos Santos, 21, levou dois tiros da polícia de arma não-letal, na perna e nas costas –as marcas se assemelham a tiros de sal, segundo o advogado. O filho de Santos agora é investigado pela Polícia Civil por tentativa de homicídio. Ele passou a noite na Penitenciária Industrial de Caxias do Sul e obteve liberdade provisória na manhã de quinta (1º). O policial atingido com o chute na cabeça foi o soldado Cristian Luiz Preto, 32, que desmaiou e chegou a ter convulsões, segundo a Brigada Militar (a PM gaúcha). Preto ficou internado no Hospital Pompeia e recebeu alta no final da manhã. Segundo a corporação, ele sofreu uma concussão. O motivo que provocou a cena filmada tem versões diferentes. Pela justificativa da polícia, Santos teria interferido na abordagem dos supostos pichadores e atrapalhou o trabalho da polícia. Segundo o delegado Rodrigo Duarte, os policias teriam reagido depois que o advogado deu uma cabeçada em um dos soldados, quebrando seus dentes. De acordo com o delegado, o vídeo divulgado nas redes sociais não mostra a agressão feita pelo advogado.
poder
OAB pede rapidez na apuração de agressão a advogado no RSApós o advogado Mauro Rogério Silva dos Santos, 51, ter sido agredido por policiais durante protesto contra o impeachment de Dilma Rousseff em Caxias do Sul, na serra gaúcha, o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, se reuniu com a Brigada Militar, pediu rapidez na investigação e disse que fatos como esse não podem se repetir. Um vídeo mostra Santos apanhando de policiais militares na última quarta-feira (31). Na sequência, um rapaz, filho do agredido, chuta a cabeça de um dos policiais, que desmaiou e chegou a ter convulsões. "Pedimos que fosse feita uma apuração rápida e rigorosa do caso. Entendemos que, pela prova inicial que se tem, que é o vídeo em que o colega advogado sofreu agressão, a Brigada tem de maneira rápida de tomar uma atitude em relação ao tema. Até porque vivemos um momento difícil, diferenciado no Brasil, com muitas manifestações, e não se pode imaginar que nelas possamos ter agressões como essa que observamos", disse Lamachia nesta sexta-feira (2). O vídeo foi divulgado pela Mídia Ninja, grupo de jornalistas independentes, mas é de autoria desconhecida. Ao menos três policiais aparecem na cena. As imagens mostram Santos sendo atingido com cassetete na cabeça, na barriga e nas pernas por um policial, enquanto outro PM o segura. Em outro momento, Santos está no chão e dois policiais o agridem. O registro mostra na sequência um rapaz correndo e chutando a cabeça de um dos policiais, que estava abaixado. De acordo com o dirigente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Santos está fisicamente bem, embora "um pouco machucado". "Situações como essa não podem se repetir [...] A investigação foi aberta e temos de aguardar. Somos os primeiros a defender o amplo direito à defesa de qualquer cidadão", disse. Lamachia foi a Caxias do Sul com dois membros da comissão nacional de defesa das prerrogativas e valorização da advocacia da OAB. MOTIVO O advogado agredido contou que costuma buscar o filho na saída da faculdade, por volta das 22h, mas por causa do protesto encontrou-o um pouco mais tarde. O protesto já havia acabado quando Santos chegou ao centro da cidade a pedido do filho, que junto com um grupo de jovens, assistia a abordagem policial a uma mulher e a um adolescente, apontados como autores de pichações contra o presidente Michel Temer (PMDB). As pichações chamavam Temer de "golpista". "Peguei minha carteira da OAB e me dirigi aos policias com cautela. 'Sou advogado', eu disse. 'O senhor se retire', um deles falou, já muito perto de mim. Logo um deles me empurrou e não consegui nem falar mais, me deram voz de prisão", disse o advogado. Depois de agredir o PM, o filho do advogado, Vinicius Zabot dos Santos, 21, levou dois tiros da polícia de arma não-letal, na perna e nas costas –as marcas se assemelham a tiros de sal, segundo o advogado. O filho de Santos agora é investigado pela Polícia Civil por tentativa de homicídio. Ele passou a noite na Penitenciária Industrial de Caxias do Sul e obteve liberdade provisória na manhã de quinta (1º). O policial atingido com o chute na cabeça foi o soldado Cristian Luiz Preto, 32, que desmaiou e chegou a ter convulsões, segundo a Brigada Militar (a PM gaúcha). Preto ficou internado no Hospital Pompeia e recebeu alta no final da manhã. Segundo a corporação, ele sofreu uma concussão. O motivo que provocou a cena filmada tem versões diferentes. Pela justificativa da polícia, Santos teria interferido na abordagem dos supostos pichadores e atrapalhou o trabalho da polícia. Segundo o delegado Rodrigo Duarte, os policias teriam reagido depois que o advogado deu uma cabeçada em um dos soldados, quebrando seus dentes. De acordo com o delegado, o vídeo divulgado nas redes sociais não mostra a agressão feita pelo advogado.
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Trump é presidente legítimo para 84% dos norte-americanos, diz pesquisa
Após a surpreendente vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA, 84% dos norte-americanos dizem aceitar o empresário como presidente legítimo. Entre os eleitores de Hillary Clinton, esse percentual é de 76%. Os resultados são de uma pesquisa do Instituto Gallup, realizada em 9 de novembro, um dia após o pleito presidencial. A vitória de Trump desencadeou protestos em diversas cidades dos EUA, com manifestantes bradando "not my presidente" (não é meu presidente). Os números são muito similares aos aferidos por George W. Bush após sua controversa vitória sobre Al Gore, em 2000. Naquele ano, a eleição foi decidida pela Suprema Corte, após uma disputa acirradíssima no Estado da Flórida. A pesquisa Gallup mostrou que 83% dos norte-americanos aceitavam Bush como legítimo presidente. Entre os eleitores de Gore, esse percentual foi de 68%. Assim como Gore, Hillary venceu no voto popular, mas perdeu nos votos do Colégio Eleitoral. DANOS A campanha presidencial de 2016 foi considerada uma das mais negativas e a agressivas da história. Parte substancial dos debates e dos anúncios de ambos os candidatos foram centrados em ataques pessoais. Mesmo assim, 58% dos norte-americanos acreditam que o processo eleitoral deste ano não causou danos permanentes aos EUA, ao passo que 38% consideram que isso ocorreu. O índice dos que acreditam que a campanha trouxe danos permanentes ao país é muito maior entre os eleitores de Hillary (60%) do que entre os de Trump (17%). Em 2000, o Gallup encontrou números bastante parecidos, com 59% dos norte-americanos afirmando que o processo eleitoral não trouxe danos aos Estados Unidos, enquanto 39% disseram que isso ocorreu. A pesquisa do Gallup foi realizada por meio de entrevistas por telefone, com 511 adultos dos 50 Estados norte-americanos, além do Distrito de Colúmbia. A margem de erro é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos.
mundo
Trump é presidente legítimo para 84% dos norte-americanos, diz pesquisaApós a surpreendente vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA, 84% dos norte-americanos dizem aceitar o empresário como presidente legítimo. Entre os eleitores de Hillary Clinton, esse percentual é de 76%. Os resultados são de uma pesquisa do Instituto Gallup, realizada em 9 de novembro, um dia após o pleito presidencial. A vitória de Trump desencadeou protestos em diversas cidades dos EUA, com manifestantes bradando "not my presidente" (não é meu presidente). Os números são muito similares aos aferidos por George W. Bush após sua controversa vitória sobre Al Gore, em 2000. Naquele ano, a eleição foi decidida pela Suprema Corte, após uma disputa acirradíssima no Estado da Flórida. A pesquisa Gallup mostrou que 83% dos norte-americanos aceitavam Bush como legítimo presidente. Entre os eleitores de Gore, esse percentual foi de 68%. Assim como Gore, Hillary venceu no voto popular, mas perdeu nos votos do Colégio Eleitoral. DANOS A campanha presidencial de 2016 foi considerada uma das mais negativas e a agressivas da história. Parte substancial dos debates e dos anúncios de ambos os candidatos foram centrados em ataques pessoais. Mesmo assim, 58% dos norte-americanos acreditam que o processo eleitoral deste ano não causou danos permanentes aos EUA, ao passo que 38% consideram que isso ocorreu. O índice dos que acreditam que a campanha trouxe danos permanentes ao país é muito maior entre os eleitores de Hillary (60%) do que entre os de Trump (17%). Em 2000, o Gallup encontrou números bastante parecidos, com 59% dos norte-americanos afirmando que o processo eleitoral não trouxe danos aos Estados Unidos, enquanto 39% disseram que isso ocorreu. A pesquisa do Gallup foi realizada por meio de entrevistas por telefone, com 511 adultos dos 50 Estados norte-americanos, além do Distrito de Colúmbia. A margem de erro é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos.
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Venezuela considera 'artifício ilegal' decisão que a enfraquece no Mercosul
A Venezuela condenou nesta quarta-feira (14) uma decisão que marginaliza o país dentro do Mercosul e pode levar à sua suspensão. "Tentar destruir o Mercosul via artifícios ilegais é um reflexo da política intolerante e o desespero dos burocratas", disse a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, em publicação no Twitter. Os quatro sócios fundadores do Mercosul —Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai— criaram uma presidência colegiada do bloco até o dia 1º de dezembro. É esse também o prazo para que a Venezuela cumpra todos os compromissos que assumiu há quatro anos, ao ser admitida no conglomerado. Se não o fizer, será suspensa. A oposição venezuelana comemorou a decisão do Mercosul como uma derrota para o governo do presidente Nicolás Maduro. Maduro "foi derrotado pelo Mercosul, a comunidade internacional hoje está ciente sobre a realidade [da Venezuela], onde se violam os direitos humanos e não há democracia", afirmou nesta quarta o deputado opositor Luis Florido, presidente da Comissão de Política Externa da Assembleia Nacional venezuelana. Florido destacou que a decisão obriga Maduro a liberar os presos políticos e permitir a realização, ainda neste ano, do referendo revogatório convocado pela oposição. Nesta terça-feira (13), o presidente admitiu contatos com opositores para dialogar sobre a crise, mas descartou a realização da consulta popular sobre seu mandato. MARGINALIZADA O Itamaraty trabalha com a certeza de que a Venezuela, mergulhada em uma crise de proporções inéditas, não terá condições de incorporar à sua legislação interna todas as regras impostas aos membros do bloco. Se essa expectativa se comprovar na prática, a marginalização de Caracas será completa. A decisão não foi unânime: Argentina, Brasil e Paraguai votaram a favor de uma presidência colegiada, mas o Uruguai preferiu abster-se. Acontece que, no minueto diplomático, o consenso se dá também quando há uma abstenção, em vez de um voto contrário.
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Venezuela considera 'artifício ilegal' decisão que a enfraquece no MercosulA Venezuela condenou nesta quarta-feira (14) uma decisão que marginaliza o país dentro do Mercosul e pode levar à sua suspensão. "Tentar destruir o Mercosul via artifícios ilegais é um reflexo da política intolerante e o desespero dos burocratas", disse a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, em publicação no Twitter. Os quatro sócios fundadores do Mercosul —Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai— criaram uma presidência colegiada do bloco até o dia 1º de dezembro. É esse também o prazo para que a Venezuela cumpra todos os compromissos que assumiu há quatro anos, ao ser admitida no conglomerado. Se não o fizer, será suspensa. A oposição venezuelana comemorou a decisão do Mercosul como uma derrota para o governo do presidente Nicolás Maduro. Maduro "foi derrotado pelo Mercosul, a comunidade internacional hoje está ciente sobre a realidade [da Venezuela], onde se violam os direitos humanos e não há democracia", afirmou nesta quarta o deputado opositor Luis Florido, presidente da Comissão de Política Externa da Assembleia Nacional venezuelana. Florido destacou que a decisão obriga Maduro a liberar os presos políticos e permitir a realização, ainda neste ano, do referendo revogatório convocado pela oposição. Nesta terça-feira (13), o presidente admitiu contatos com opositores para dialogar sobre a crise, mas descartou a realização da consulta popular sobre seu mandato. MARGINALIZADA O Itamaraty trabalha com a certeza de que a Venezuela, mergulhada em uma crise de proporções inéditas, não terá condições de incorporar à sua legislação interna todas as regras impostas aos membros do bloco. Se essa expectativa se comprovar na prática, a marginalização de Caracas será completa. A decisão não foi unânime: Argentina, Brasil e Paraguai votaram a favor de uma presidência colegiada, mas o Uruguai preferiu abster-se. Acontece que, no minueto diplomático, o consenso se dá também quando há uma abstenção, em vez de um voto contrário.
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Dólar caro reduz a 2% vantagem da Petrobras na gasolina
Com a disparada do dólar, a Petrobras está perto de perder uma vantagem que engordou seu faturamento nos últimos meses: a venda de gasolina e óleo diesel, seus principais produtos, a preços superiores aos do mercado internacional. A diferença em favor da estatal, que chegou ao pico de 57% na gasolina em janeiro, foi baixando gradualmente até chegar a apenas 2,3% nesta sexta-feira (13). O câmbio desfavorável só não zerou a vantagem da Petrobras porque os preços do derivado de petróleo no golfo do México (principal referência internacional) recuaram nesta semana. Os dados foram levantados pela consultoria CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) a pedido da Folha. Com a escalada do câmbio, analistas esperam, porém, que a situação se inverta e a estatal volte a vender gasolina no Brasil com prejuízo na parcela que importa. A companhia produz 2,2 milhões de barris/dia de derivados. As importações somam 490 mil barris/dia. Desde novembro, com a queda dos preços do petróleo e derivados no mercado externo e o reajuste dos preços internos de gasolina e diesel nas refinarias, a Petrobras vende os produtos acima da cotação internacional e não mais "subsidia" importações. Ou seja, até então, pagava mais caro para trazê-los ao país do que vendia às distribuidoras, o que abriu um buraco no caixa da empresa. Essa situação prevaleceu de 2011 a outubro de 2014. No período, a estatal deixou de faturar R$ 57,6 bilhões, segundo o CBIE. A partir de novembro, a Petrobras começou a ter ganhos estimados em R$ 5,3 bilhões até janeiro (dado mais recente disponível). Segundo Walter de Vitto, da Tendências Consultoria, a expectativa é que a vantagem da Petrobras termine com a disparada do dólar e o esperado aumento do consumo e dos preços da gasolina no hemisfério Norte com o fim do inverno por lá. O diesel também tende a subir com a safra de verão nos EUA. Henrique Florentino, analista da Um Investimentos, diz que a fase de vender combustíveis com "prêmio" está prestes a acabar. O único alento, afirma, é que no diesel a estatal ainda leva vantagem. Trata-se do derivado que mais pesa nas importações da companhia. No diesel, a Petrobras tem uma folga maior: 12,3% acima da referência internacional.
mercado
Dólar caro reduz a 2% vantagem da Petrobras na gasolinaCom a disparada do dólar, a Petrobras está perto de perder uma vantagem que engordou seu faturamento nos últimos meses: a venda de gasolina e óleo diesel, seus principais produtos, a preços superiores aos do mercado internacional. A diferença em favor da estatal, que chegou ao pico de 57% na gasolina em janeiro, foi baixando gradualmente até chegar a apenas 2,3% nesta sexta-feira (13). O câmbio desfavorável só não zerou a vantagem da Petrobras porque os preços do derivado de petróleo no golfo do México (principal referência internacional) recuaram nesta semana. Os dados foram levantados pela consultoria CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) a pedido da Folha. Com a escalada do câmbio, analistas esperam, porém, que a situação se inverta e a estatal volte a vender gasolina no Brasil com prejuízo na parcela que importa. A companhia produz 2,2 milhões de barris/dia de derivados. As importações somam 490 mil barris/dia. Desde novembro, com a queda dos preços do petróleo e derivados no mercado externo e o reajuste dos preços internos de gasolina e diesel nas refinarias, a Petrobras vende os produtos acima da cotação internacional e não mais "subsidia" importações. Ou seja, até então, pagava mais caro para trazê-los ao país do que vendia às distribuidoras, o que abriu um buraco no caixa da empresa. Essa situação prevaleceu de 2011 a outubro de 2014. No período, a estatal deixou de faturar R$ 57,6 bilhões, segundo o CBIE. A partir de novembro, a Petrobras começou a ter ganhos estimados em R$ 5,3 bilhões até janeiro (dado mais recente disponível). Segundo Walter de Vitto, da Tendências Consultoria, a expectativa é que a vantagem da Petrobras termine com a disparada do dólar e o esperado aumento do consumo e dos preços da gasolina no hemisfério Norte com o fim do inverno por lá. O diesel também tende a subir com a safra de verão nos EUA. Henrique Florentino, analista da Um Investimentos, diz que a fase de vender combustíveis com "prêmio" está prestes a acabar. O único alento, afirma, é que no diesel a estatal ainda leva vantagem. Trata-se do derivado que mais pesa nas importações da companhia. No diesel, a Petrobras tem uma folga maior: 12,3% acima da referência internacional.
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Funeral de Prince será em casa e somente para a família
O funeral do cantor Prince, que morreu na quinta (21) aos 57 anos, será em sua casa em Minnesota e restrito à família, segundo o site americano "TMZ", que noticiou a morte do artista. Antigos companheiros de banda e familiares começaram a chegar à cidade de Minneapolis, onde ele vivia, no fim da tarde deste sábado (23). O corpo de Prince foi liberado da autópsia na sexta (22), mas a causa da morte ainda não foi divulgada. O xerife Jim Olson, que acompanha o caso, afirmou que não havia sinais de violência e descartou a hipótese de suicídio. Ainda de acordo com o "TMZ", há relatos de que o artista tenha sido cremado. Um dos principais compositores da música pop nos anos 1970 e 1980, Prince protagonizou uma revolução musical e dos costumes. O corpo do cantor foi descoberto em seu complexo chamado de Paisley Park, localizado em Minnesota, na manhã desta quinta-feira (21). Prince já teria tido uma emergência médica no dia 15 de abril, pela qual foi forçado a fazer um pouso forçado com seu jato particular em Illinois. De acordo com o "Los Angeles Times", ele cancelou dois shows da turnê "Piano and a Microphone", mas foi liberado pelos médicos para retornar a Minnesota. Fontes do site disseram que ele tinha uma forte gripe. O "TMZ", porém, diz que Prince foi tratado por overdose há seis dias, citando uma fonte da cidade de Moline, onde o cantor esteve internado.
ilustrada
Funeral de Prince será em casa e somente para a famíliaO funeral do cantor Prince, que morreu na quinta (21) aos 57 anos, será em sua casa em Minnesota e restrito à família, segundo o site americano "TMZ", que noticiou a morte do artista. Antigos companheiros de banda e familiares começaram a chegar à cidade de Minneapolis, onde ele vivia, no fim da tarde deste sábado (23). O corpo de Prince foi liberado da autópsia na sexta (22), mas a causa da morte ainda não foi divulgada. O xerife Jim Olson, que acompanha o caso, afirmou que não havia sinais de violência e descartou a hipótese de suicídio. Ainda de acordo com o "TMZ", há relatos de que o artista tenha sido cremado. Um dos principais compositores da música pop nos anos 1970 e 1980, Prince protagonizou uma revolução musical e dos costumes. O corpo do cantor foi descoberto em seu complexo chamado de Paisley Park, localizado em Minnesota, na manhã desta quinta-feira (21). Prince já teria tido uma emergência médica no dia 15 de abril, pela qual foi forçado a fazer um pouso forçado com seu jato particular em Illinois. De acordo com o "Los Angeles Times", ele cancelou dois shows da turnê "Piano and a Microphone", mas foi liberado pelos médicos para retornar a Minnesota. Fontes do site disseram que ele tinha uma forte gripe. O "TMZ", porém, diz que Prince foi tratado por overdose há seis dias, citando uma fonte da cidade de Moline, onde o cantor esteve internado.
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Governador do Paraná não controlou gastos, diz leitor
Se o governador Beto Richa (PSDB) tivesse controlado os gastos públicos ("Descontrole financeiro da gestão do tucano Richa explica crise no Paraná", "Poder", 1/3), o Paraná não teria essa onda enorme de protestos de servidores nas ruas e praças de todo o Estado! * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Governador do Paraná não controlou gastos, diz leitorSe o governador Beto Richa (PSDB) tivesse controlado os gastos públicos ("Descontrole financeiro da gestão do tucano Richa explica crise no Paraná", "Poder", 1/3), o Paraná não teria essa onda enorme de protestos de servidores nas ruas e praças de todo o Estado! * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Sem favoritismo, Neymar concorre nesta 2ª a melhor jogador do mundo
Sete anos depois, um brasileiro voltará a subir, nesta segunda (11), no palco da festa de gala que a Fifa promove anualmente para anunciar o melhor jogador do mundo. Neymar, 23, foi pela primeira vez indicado entre os três finalistas. No entanto, não é o favorito para vencer —ele concorre com Lionel Messi, 28, seu parceiro no Barcelona, e o português do Real Madrid Cristiano Ronaldo, 30. O evento começa às 15h30 (de Brasília), em Zurique, na Suíça, e o argentino é o favorito. Mesmo assim, o Brasil volta a ter um membro na premiação que sempre protagonizou, tendo números superiores a qualquer outro país. A indicação de Neymar é a 15ª de um brasileiro entre os finalistas. Em segundo lugar na lista de mais indicações estão França, Argentina e Portugal, empatados com dez indicações cada um. O Brasil também foi o que mais venceu, com oito troféus para cinco atletas diferentes –Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, sendo este o último a ser finalista e ganhar, em 2007. Com exceção de Romário, que ganhou em 1994, mas não venceu em sua primeira indicação (perdeu para o italiano Roberto Baggio em 1993), todos os outros brasileiros vencedores faturaram o prêmio logo na primeira vez que estiveram entre os finalistas, o que não deve ocorrer com Neymar nesta segunda. "Não dá para comparar as fases de cada jogador. Todos os vencedores já chegaram a seus clubes naquela época em nível muito alto. A tendência é, no futuro, Messi e Cristiano Ronaldo não estarem mais na disputa, e Neymar será o protagonista", disse o ex-lateral esquerdo Roberto Carlos, hoje treinador do Delhy Dynamos, da Índia. Roberto Carlos, que brilhou em times como Inter de Milão e Real Madrid, foi o único brasileiro que teve ao menos uma indicação entre os finalistas e nunca venceu –ficou em segundo, em 1997, perdendo para o compatriota Ronaldo. É também o único brasileiro defensor entre os melhores do mundo. A aposta do mundo especializado do futebol é que Neymar não se torne o segundo brasileiro indicado a não ganhar. Se não vencer em 2015, o mais provável, deve brilhar nos próximos anos, se não tiver graves lesões. "Temos que valorizar o que o Neymar fez. Ele fez a escolha certa, por exemplo, de ir para o Barcelona, o melhor time do mundo. Teve um planejamento estratégico de carreira", disse o ex-técnico da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira. Neymar, portanto, não seguiria os passos de dois jogadores, principalmente, que eram apostas para ser o melhor do mundo depois dos cinco vencedores, mas fracassaram: Adriano, que teve problemas disciplinares, e Robinho, que nunca se tornou o craque mundial que se esperava da revelação santista. O PENTA DE MESSI? O posto de favorito para a temporada de 2015 está, mais uma vez, com Messi. O argentino deve levantar pela quinta vez o troféu. A votação para a Bola de Ouro, que tem no colégio eleitoral os capitães e técnicos das seleções dos países filiados à Fifa (207 desta vez, já que Kuait e Indonésia estão suspensos por problemas em suas administrações nas federações) e jornalistas, faz com que Neymar brigue pelo segundo lugar com Cristiano Ronaldo, vencedor do prêmio por três vezes, incluindo nos dois últimos anos. GOL MAIS BONITO Outro brasileiro, além de Neymar, estará em Zurique. O atacante Wendell Lira, 27, concorrerá contra Messi e o italiano Alessandro Florenzi, da Roma, pelo gol mais bonito da temporada 2015 –chamado de Prêmio Puskás, em homenagem ao lendário jogador húngaro Ferenc Puskás, morto em 2009 aos 79. Como a votação é aberta ao público no site da Fifa, há possibilidade de Lira vencer com o gol que fez atuando pelo Goianésia, de Goiás, contra o Atlético-GO, em março de 2015, no Goiano. Entre as mulheres, concorrem ao prêmio de melhor jogadora de 2015 a americana Carli Lloyd, a japonesa Aya Miyama e a alemã Celia Sasic. Entre os técnicos disputam Guardiola (Bayern de Munique), Luis Henrique (Barcelona) e Jorge Sampaoli (seleção chilena). * NA TV Bola de Ouro 15h30 Bandsports, Fox Sports e SporTV
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Sem favoritismo, Neymar concorre nesta 2ª a melhor jogador do mundoSete anos depois, um brasileiro voltará a subir, nesta segunda (11), no palco da festa de gala que a Fifa promove anualmente para anunciar o melhor jogador do mundo. Neymar, 23, foi pela primeira vez indicado entre os três finalistas. No entanto, não é o favorito para vencer —ele concorre com Lionel Messi, 28, seu parceiro no Barcelona, e o português do Real Madrid Cristiano Ronaldo, 30. O evento começa às 15h30 (de Brasília), em Zurique, na Suíça, e o argentino é o favorito. Mesmo assim, o Brasil volta a ter um membro na premiação que sempre protagonizou, tendo números superiores a qualquer outro país. A indicação de Neymar é a 15ª de um brasileiro entre os finalistas. Em segundo lugar na lista de mais indicações estão França, Argentina e Portugal, empatados com dez indicações cada um. O Brasil também foi o que mais venceu, com oito troféus para cinco atletas diferentes –Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, sendo este o último a ser finalista e ganhar, em 2007. Com exceção de Romário, que ganhou em 1994, mas não venceu em sua primeira indicação (perdeu para o italiano Roberto Baggio em 1993), todos os outros brasileiros vencedores faturaram o prêmio logo na primeira vez que estiveram entre os finalistas, o que não deve ocorrer com Neymar nesta segunda. "Não dá para comparar as fases de cada jogador. Todos os vencedores já chegaram a seus clubes naquela época em nível muito alto. A tendência é, no futuro, Messi e Cristiano Ronaldo não estarem mais na disputa, e Neymar será o protagonista", disse o ex-lateral esquerdo Roberto Carlos, hoje treinador do Delhy Dynamos, da Índia. Roberto Carlos, que brilhou em times como Inter de Milão e Real Madrid, foi o único brasileiro que teve ao menos uma indicação entre os finalistas e nunca venceu –ficou em segundo, em 1997, perdendo para o compatriota Ronaldo. É também o único brasileiro defensor entre os melhores do mundo. A aposta do mundo especializado do futebol é que Neymar não se torne o segundo brasileiro indicado a não ganhar. Se não vencer em 2015, o mais provável, deve brilhar nos próximos anos, se não tiver graves lesões. "Temos que valorizar o que o Neymar fez. Ele fez a escolha certa, por exemplo, de ir para o Barcelona, o melhor time do mundo. Teve um planejamento estratégico de carreira", disse o ex-técnico da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira. Neymar, portanto, não seguiria os passos de dois jogadores, principalmente, que eram apostas para ser o melhor do mundo depois dos cinco vencedores, mas fracassaram: Adriano, que teve problemas disciplinares, e Robinho, que nunca se tornou o craque mundial que se esperava da revelação santista. O PENTA DE MESSI? O posto de favorito para a temporada de 2015 está, mais uma vez, com Messi. O argentino deve levantar pela quinta vez o troféu. A votação para a Bola de Ouro, que tem no colégio eleitoral os capitães e técnicos das seleções dos países filiados à Fifa (207 desta vez, já que Kuait e Indonésia estão suspensos por problemas em suas administrações nas federações) e jornalistas, faz com que Neymar brigue pelo segundo lugar com Cristiano Ronaldo, vencedor do prêmio por três vezes, incluindo nos dois últimos anos. GOL MAIS BONITO Outro brasileiro, além de Neymar, estará em Zurique. O atacante Wendell Lira, 27, concorrerá contra Messi e o italiano Alessandro Florenzi, da Roma, pelo gol mais bonito da temporada 2015 –chamado de Prêmio Puskás, em homenagem ao lendário jogador húngaro Ferenc Puskás, morto em 2009 aos 79. Como a votação é aberta ao público no site da Fifa, há possibilidade de Lira vencer com o gol que fez atuando pelo Goianésia, de Goiás, contra o Atlético-GO, em março de 2015, no Goiano. Entre as mulheres, concorrem ao prêmio de melhor jogadora de 2015 a americana Carli Lloyd, a japonesa Aya Miyama e a alemã Celia Sasic. Entre os técnicos disputam Guardiola (Bayern de Munique), Luis Henrique (Barcelona) e Jorge Sampaoli (seleção chilena). * NA TV Bola de Ouro 15h30 Bandsports, Fox Sports e SporTV
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É inimaginável cassação com base em delação, diz defesa de Temer
A defesa do presidente Michel Temer afirmou aos ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que é "inimaginável" a cassação de uma chapa presidencial com base em depoimentos de delatores. Essa foi a última manifestação dos advogados antes do início do julgamento das ações que pedem a cassação da chapa vitoriosa em 2014 (Dilma Rousseff-Temer). A análise do caso foi interrompida em abril, após o processo voltar para a fase de instrução, com oitivas de novas testemunhas. A retomada está marcada para esta terça (6), às 19h. As delações a que a defesa do presidente se refere são as dos executivos da Odebrecht e do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que apontam uso de caixa dois na campanha da petista e do peemedebista. Para a defesa do presidente, os temas tratados pela empreiteira não deveriam fazer parte dos processos, por fugirem do escopo inicial da abertura das ações, em dezembro de 2014 e janeiro de 2015. E, por isso, não havia sentido ouvir os colaboradores, até porque, a delação ainda estava em sigilo no STF (Supremo Tribunal Federal). "A propósito, pode-se dizer que os depoimentos ao TSE romperam o sigilo", escreveram os representantes de Temer no memorial, uma espécie de resumo dos argumentos de defesa. Os advogados defendem que as ações deveriam ter ficado restritas à pauta original, que tratava apenas de investigação de uso de recurso de contratos da Petrobras na campanha, como para pagamento de gráficas usadas para imprimir panfletos e outros materiais. "Do exposto, em nenhum depoimento - absolutamente nenhum - foi confirmado doações de recursos provenientes de contratos da Petrobras para a campanha presidencial de 2014. Somente esta conclusão deveria ser enfrentada nesta ação, no que toca à arrecadação, dada a limitação decadencial de causa de pedir". Por fim, a defesa do Temer pede aos ministros que, se nada disso acima for considerado, que ao menos se faça distinção da responsabilidade de Dilma e de Temer, por meio da "individualização das condutas".
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É inimaginável cassação com base em delação, diz defesa de TemerA defesa do presidente Michel Temer afirmou aos ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que é "inimaginável" a cassação de uma chapa presidencial com base em depoimentos de delatores. Essa foi a última manifestação dos advogados antes do início do julgamento das ações que pedem a cassação da chapa vitoriosa em 2014 (Dilma Rousseff-Temer). A análise do caso foi interrompida em abril, após o processo voltar para a fase de instrução, com oitivas de novas testemunhas. A retomada está marcada para esta terça (6), às 19h. As delações a que a defesa do presidente se refere são as dos executivos da Odebrecht e do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que apontam uso de caixa dois na campanha da petista e do peemedebista. Para a defesa do presidente, os temas tratados pela empreiteira não deveriam fazer parte dos processos, por fugirem do escopo inicial da abertura das ações, em dezembro de 2014 e janeiro de 2015. E, por isso, não havia sentido ouvir os colaboradores, até porque, a delação ainda estava em sigilo no STF (Supremo Tribunal Federal). "A propósito, pode-se dizer que os depoimentos ao TSE romperam o sigilo", escreveram os representantes de Temer no memorial, uma espécie de resumo dos argumentos de defesa. Os advogados defendem que as ações deveriam ter ficado restritas à pauta original, que tratava apenas de investigação de uso de recurso de contratos da Petrobras na campanha, como para pagamento de gráficas usadas para imprimir panfletos e outros materiais. "Do exposto, em nenhum depoimento - absolutamente nenhum - foi confirmado doações de recursos provenientes de contratos da Petrobras para a campanha presidencial de 2014. Somente esta conclusão deveria ser enfrentada nesta ação, no que toca à arrecadação, dada a limitação decadencial de causa de pedir". Por fim, a defesa do Temer pede aos ministros que, se nada disso acima for considerado, que ao menos se faça distinção da responsabilidade de Dilma e de Temer, por meio da "individualização das condutas".
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O museu do ABBA é uma compilação de fatos aleatórios e bizarros
Se você não conhece Estocolmo, a capital da Suécia, recomendo fortemente que vá dar uma olhada no lugar. A cidade foi construída sobre um conjunto de 14 ilhas, ligadas por pontes que são uma delícia percorrer de bicicleta. Talvez a mais impressionante e esquisita dessas ilhas seja Djurgården, cujos imóveis são quase que exclusivamente ocupados por museus. É onde fica o Skansen, um espaço a céu aberto que funciona como zoológico e museu de arquitetura. Há também a Thielska Galleriet, uma galeria de arte dedicada às obras do final do século 19 e início do século 20. Há o Museu Nórdico, cujo objetivo é preservar a história da região, e o famoso museu marinho Vasa. E tem também o ABBA: O Museu, que é exatamente o que o nome anuncia. Significativamente, ABBA: O Museu também funciona como o Hall da Fama da Música Sueca. A Suécia é um país de apenas dez milhões de habitantes, coisa que torna mais impressionante ainda a capacidade do país de soltar no mundo artistas tão diferentes entre si quanto Robyn, The Knife, Entombed, e Refused (todos os quais são homenageados de alguma maneira no museu). Mas cada um desses artistas ocupa apenas alguns centímetros em uma sala cujas dimensões provavelmente equivalem a ¼ do museu do ABBA. O que é basicamente uma afirmação, por parte do governo sueco, de que, se você juntasse absolutamente todos os bons músicos já surgidos e que ainda surgirão no país, eles ainda não teriam a mesma importância que o ABBA na história da música sueca. Hoje em dia, muitos dos mais requisitados artesões de canções da música pop são, em vários casos, suecos, mas eles são quase todos personagens que operam nos bastidores. Pessoas anormalmente talentosas como Max Martin, Shellback acabam todas entregando suas músicas pop bizarramente contagiantes a lindos cantores e cantoras pop americanos, para que assim possam se tornar sucessos. O ABBA é um avatar de uma época mais simples, mais gloriosa da história musical de seu país, em que cancionistas despretensiosos e caseiros podiam se juntar com suas parceiras razoavelmente atraentes, e cantar eles mesmos a droga da música, com todo mundo usando botas de salto alto e roupas com lantejoulas, abrindo sorrisos maníacos sempre que uma câmera passava por perto. Até mesmo a nulidade das letras do ABBA mostrou-se, com o passar dos anos, uma grande vantagem para a banda. Foi o que permitiu que "Dancing Queen" se tornasse um hino gay, e é um dos motivos de Mamma Mia! funcionar tão bem como um musical. É fina a linha que separa a composição de uma música sobre coisa nenhuma e a de uma música que pode ser sobre qualquer coisa, e o ABBA a percorreu lindamente. Acredito que a história será gentil com o ABBA; pois, na verdade, o ABBA já escreveu uma parte grande pra caralho dela. ABBA: O Museu moderniza e "museifica" o arco básico da banda - essencialmente, os principais caras de duas das maiores bandas da Suécia se tornaram melhores amigos, e então cada um deles se casou com uma cantora famosa, e aí eles viraram uma banda que soltou sucesso atrás de sucesso, até que todo mundo se divorciou, e então, 20 anos depois, o Mamma Mia! Aconteceu, e todo mundo no ABBA ganhou quantias ridiculamente enormes de dinheiro. Há a exposição sobre o ABBA pré-ABBA, cujos itens mais notáveis são metade dos veículos em que as antigas bandas dos integrantes Björn Ulvaeus e Benny Andersson, The Hootenanny Singers e The Hep Stars, haviam saído em turnê —no sentido de que alguém cortou ao meio os carros velhos de cada um desses caras, e colou as metades na parede do museu do ABBA. Depois dessa, há a exposição sobre a Ascensão do ABBA à Fama, que explica que Ulvaeus e Andersson, junto com suas respectivas esposas Agnetha Fältskog e Anni-Frid Lyngstad (ambas já famosas por méritos próprios) ficavam compondo umas músicas para as quais ninguém dava a mínima, até que o single deles chamado "Waterloo" venceu o concurso de canções Eurovision de 1974, e eles estouraram. Depois há uma sala dedicada à época dourada do ABBA, que inclui a mesa de som na qual eles fizeram a maior parte de seus discos. Há exposições dedicadas ao tino para os negócios que tinha o empresário da banda, às roupas de palco, às miríades de discos de ouro e platina obtidos, aos microfones, aos equipamentos do estúdio, e ao ritual pré-show da banda. Não é necessário dizer que o lugar contém mais estátuas do ABBA do que é possível contar de cabeça (NA ÉPOCA ELES ERAM INCRÍVEIS. HOJE ESTÃO COM UMA CARA INCRÍVEL —VEJA AS ESTÁTUAS EM TAMANHO REAL DO ABBA NO MUSEU!", sugere o banner que há no site do museu). Além disso tudo, há um monte de exposições interativas, todas elas no mínimo moderadamente desorientadoras. Há uma mesa de som falsa em que você pode tentar e não conseguir mixar uma música do ABBA, um monte de cabines de karaokê com músicas do ABBA, e uma máquina incrivelmente aterrorizante que escaneia seu rosto e o coloca no corpo de um integrante do ABBA —o que eles chamam de seu "ABBAtar". Por mais improvável que seja, há também um display interativo que fornece informações sobre o Watain. Mas esse display é difícil de encontrar, e as informações são em sueco, porque o display fica no Hall da Fama da Música Sueca, uma área de tão baixa prioridade que o pessoal que administra o lugar só se deu ao trabalho de traduzir uma pequena parte dos textos para o inglês. O museu do ABBA, por outro lado, conta com traduções inglesas em praticamente tudo. Graças ao museu do ABBA, eu agora conheço uma quantidade bizarra de fatos aleatórios sobre a banda. Sei que o nome original do ABBA era Björn & Benny, Agnetha & Anni-Frid, e que nos primeiros anos eles não conseguiam entender por que ninguém gostava deles, até que um dia se deram conta de que o nome era uma merda. Sei que o empresário do ABBA, Stig Anderson, era um homem extremamente severo, mas muitas vezes afetuoso, porque o museu do ABBA fez questão de me informar disso. Sei que Björn e Benny compuseram os maiores sucessos do ABBA numa mesa de cozinha, porque o museu do ABBA contém uma reprodução da cozinha em que eles criaram músicas como "Waterloo", "Mamma Mia" e "Dancing Queen". Sei que o ABBA foi pioneiro no recém-nascido ramo da produção de clipes, e que a assinatura visual deles era incluir diferentes combinações dos rostos de cada integrante na tela, porque o museu do ABBA exibe em loop um documentário sobre os clipes da banda. Sei que o helicóptero que aparece na capa de Arrival (o disco de "Dancing Queen") é muito pequeno, porque alguém o enfiou numa sala do museu do ABBA. Mais do que qualquer outra coisa, porém, o museu do ABBA é um monumento às dimensões completamente insanas do sucesso que o ABBA fez. Desde que arranjaram um nome que não era imperdoavelmente pavoroso, eles não só venderam quantidades absurdas de discos e ganharam quantias absurdas de dinheiro, como também deram legitimidade à Suécia como uma fonte de música, o que significa que todo mundo desde o Ace of Base, passando pelo Icona Pop e chegando até o Watain, deve a eles no mínimo um pouco de gratidão (ou, no caso do Watain, talvez um sacrifício de sangue). Até hoje, o ABBA é para a música pop sueca o que os Beatles foram para o rock, ou James Brown foi para o funk —um grupo que criou um novo e revolucionário conjunto de valores musicais. Se os Beatles inventaram a música moderna e James Brown foi o pioneiro de uma pose, de uma atitude e de uma ousadia que seriam imitadas pelas gerações seguintes, o ABBA foi basicamente o pouso na lua da IKEAização [N. do T.: referência à IKEA, multinacional sueca especializada na venda de móveis domésticos de baixo custo] do pop. A música deles era um tanto vazia, não corria riscos, e não significava nada a um primeiro olhar, mas suas melodias eram tão à prova de balas, as canções tão estruturalmente puras, como um diamante ou uma bela mesa Malm, que fica impossível negar a genialidade deles. E há também o nível insano de detalhismo que o pessoal do ABBA aplicava em tudo o que fazia. "S.O.S foi composta em tom ré menor, o que é algo muito, muito difícil de se conseguir, dado que, nas palavras de Nigel Tufnel, do Spinal Tap, é um tom que "faz as pessoas começarem a chorar imediatamente". Igualmente impressionante é o fato de que "Move On é escrita em tempo de valsa —algo bem distante dos ritmos four-on-the-floor usados por muitos contemporâneos da banda. Ou que em "Money Money Money o grupo alcança uma nova nota a cada vez que canta a palavra "Money". Com certeza, o ABBA não tinha necessariamente que fazer nenhuma dessas coisas, mas o museu deles argumenta que, sendo o ABBA, o pessoal cujo trabalho - não, responsabilidade cívica - era criar sucessos da música pop de alcance global monoliticamente gigantescos, a coisa não valeria a pena se eles não incluíssem aqueles pequenos floreios no pacote. É essa tendência a encarar uma grande obra de arte da mesma maneira que talvez se encare um produto comercial perfeito, com as idiossincrasias e personalidades de seus criadores incrustadas no artesanato de uma obra, e não focando em sua mensagem direta, que torna muitas obras de arte nórdicas supremamente interessantes. Por exemplo, se você nunca ouviu falar sobre o escritor norueguês Karl Ove Knausgård, e alguém chegasse dizendo: "Bem, o cara só pega e escreve um livro sobre si mesmo, ele fazendo coisas normais, e as ferramentas literárias que usa são meio clichê, e os diálogos são às vezes bem artificiais, mas ele é considerado um dos maiores escritores vivos do mundo!" você provavelmente ficaria confuso. Mas, se você sentar para ler um dos livros dele, acaba entendendo qual é o lance da escrita de Knausgård, que é completamente diferente do objetivo por ele declarado de "escrever algo que seja significativo". (Para os que acompanham, Knausgård hoje em dia odeia a Suécia mas continua morando lá, coisa que —vai entender. De qualquer forma, Karl Ove, se você estiver lendo esse texto, repare em mim, senpai!!) E é basicamente isso o que rola com o ABBA —uma música como "Waterloo" ou "Dancing Queen" não vai atingir níveis Bob Dylanescos de profundidade na letra, mas basta ouvir uma vez para que aquilo não saia da sua cabeça nunca mais. Isso não é nada fácil. Já que o museu do ABBA foi criado com base principalmente em contribuições da própria banda, ele contém uma boa quantidade de omissões bastante escandalosas. O museu só menciona de passagem os divórcios entre Agnetha/Björn e Anni-Frid/Benny, que resultaram na separação da banda, e as placas insistem estranhamente em afirmar que a banda está em hiato, apesar de o grupo já haver declarado repetidas vezes que jamais gravará novas músicas e nunca mais se apresentará ao vivo. Embora a banda tenha contado com uma boa quantidade de detratores (o lendário crítico de rock Robert Christgau certa vez se referiu a eles como "o inimigo"), o museu joga os haters para escanteio, grudando no canto de uma sala um pôster contendo dois mini-ensaios de estilo ambíguo que na prática descartam as cenas progressiva e de esquerda da Suécia. Em ABBA: O Museu, é preciso buscar ativamente por evidências de que a Suécia já teve alguma outra música além do ABBA, e então você é informado de que essa música era, basicamente, um lixo. E também tem todo o lance de o museu do ABBA só aceitar cartões de crédito e débito, o que é uma coisa bem normal, quando você leva em conta que impressionantes 80% de todas as transações feitas na Suécia são conduzidas via cartão, e que a nação já está bem encaminhada no objetivo de abolir o dinheiro vivo. Mas aí a coisa se complica quando você se lembra de que o porta-voz de fato da ideia de abolir o dinheiro vivo na Suécia é ninguém mais, ninguém menos, do que Björn Ulveas, do ABBA, que, numa declaração publicada no site de ABBA: O Museu, insistiu que a abolição do dinheiro vivo acabaria por causar uma diminuição nos crimes relacionados às drogas (coisa que: risos). Mesmo quando se passa por cima do quanto isso é uma coisa totalmente não-rock-n-roll, há um quê muito sinistro em como ABBA: O Museu ignora tudo no mundo que não seja 100% cor-de-rosa. Assim como eles serem todos sorriso o tempo inteiro fazia o ABBA ter um efeito muito mais sinistro do que o conseguido por qualquer shock rocker da história —é sério, veja o clipe de "Waterloo" e tente não ir se esconder debaixo da cama—, a marcha forçada da alegria do museu, que apresenta o ABBA como a única banda sueca do universo até o momento em que eles resolveram se aposentar e permitir que as outras bandas suecas acontecessem, parece algo quase totalitário. Não digo isso para criticar a banda ou o museu dedicado a ela, de modo algum, contudo —trata-se de uma imagem perfeita do ABBA enquanto banda, ainda que seja um reflexo horrível da realidade. Mas, falando sério, quem quer viver na realidade? A realidade é triste e inconveniente. É um lugar em que temos que enfrentar o caos, o conflito, e, por fim, a morte. A coisa que torna o ABBA algo ao mesmo tempo mágico e aterrorizante é que eles descobriram como existir inteiramente separados de tais trivialidades deprimentes, encontrando a imortalidade na ordem e na alegria. Drew Millard é um dancing meme. Siga-o no Twitter. Tradução: Marcio Stockler Leia no site da VICE: O museu do ABBA é uma compilação de fatos aleatórios e bizarros
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O museu do ABBA é uma compilação de fatos aleatórios e bizarrosSe você não conhece Estocolmo, a capital da Suécia, recomendo fortemente que vá dar uma olhada no lugar. A cidade foi construída sobre um conjunto de 14 ilhas, ligadas por pontes que são uma delícia percorrer de bicicleta. Talvez a mais impressionante e esquisita dessas ilhas seja Djurgården, cujos imóveis são quase que exclusivamente ocupados por museus. É onde fica o Skansen, um espaço a céu aberto que funciona como zoológico e museu de arquitetura. Há também a Thielska Galleriet, uma galeria de arte dedicada às obras do final do século 19 e início do século 20. Há o Museu Nórdico, cujo objetivo é preservar a história da região, e o famoso museu marinho Vasa. E tem também o ABBA: O Museu, que é exatamente o que o nome anuncia. Significativamente, ABBA: O Museu também funciona como o Hall da Fama da Música Sueca. A Suécia é um país de apenas dez milhões de habitantes, coisa que torna mais impressionante ainda a capacidade do país de soltar no mundo artistas tão diferentes entre si quanto Robyn, The Knife, Entombed, e Refused (todos os quais são homenageados de alguma maneira no museu). Mas cada um desses artistas ocupa apenas alguns centímetros em uma sala cujas dimensões provavelmente equivalem a ¼ do museu do ABBA. O que é basicamente uma afirmação, por parte do governo sueco, de que, se você juntasse absolutamente todos os bons músicos já surgidos e que ainda surgirão no país, eles ainda não teriam a mesma importância que o ABBA na história da música sueca. Hoje em dia, muitos dos mais requisitados artesões de canções da música pop são, em vários casos, suecos, mas eles são quase todos personagens que operam nos bastidores. Pessoas anormalmente talentosas como Max Martin, Shellback acabam todas entregando suas músicas pop bizarramente contagiantes a lindos cantores e cantoras pop americanos, para que assim possam se tornar sucessos. O ABBA é um avatar de uma época mais simples, mais gloriosa da história musical de seu país, em que cancionistas despretensiosos e caseiros podiam se juntar com suas parceiras razoavelmente atraentes, e cantar eles mesmos a droga da música, com todo mundo usando botas de salto alto e roupas com lantejoulas, abrindo sorrisos maníacos sempre que uma câmera passava por perto. Até mesmo a nulidade das letras do ABBA mostrou-se, com o passar dos anos, uma grande vantagem para a banda. Foi o que permitiu que "Dancing Queen" se tornasse um hino gay, e é um dos motivos de Mamma Mia! funcionar tão bem como um musical. É fina a linha que separa a composição de uma música sobre coisa nenhuma e a de uma música que pode ser sobre qualquer coisa, e o ABBA a percorreu lindamente. Acredito que a história será gentil com o ABBA; pois, na verdade, o ABBA já escreveu uma parte grande pra caralho dela. ABBA: O Museu moderniza e "museifica" o arco básico da banda - essencialmente, os principais caras de duas das maiores bandas da Suécia se tornaram melhores amigos, e então cada um deles se casou com uma cantora famosa, e aí eles viraram uma banda que soltou sucesso atrás de sucesso, até que todo mundo se divorciou, e então, 20 anos depois, o Mamma Mia! Aconteceu, e todo mundo no ABBA ganhou quantias ridiculamente enormes de dinheiro. Há a exposição sobre o ABBA pré-ABBA, cujos itens mais notáveis são metade dos veículos em que as antigas bandas dos integrantes Björn Ulvaeus e Benny Andersson, The Hootenanny Singers e The Hep Stars, haviam saído em turnê —no sentido de que alguém cortou ao meio os carros velhos de cada um desses caras, e colou as metades na parede do museu do ABBA. Depois dessa, há a exposição sobre a Ascensão do ABBA à Fama, que explica que Ulvaeus e Andersson, junto com suas respectivas esposas Agnetha Fältskog e Anni-Frid Lyngstad (ambas já famosas por méritos próprios) ficavam compondo umas músicas para as quais ninguém dava a mínima, até que o single deles chamado "Waterloo" venceu o concurso de canções Eurovision de 1974, e eles estouraram. Depois há uma sala dedicada à época dourada do ABBA, que inclui a mesa de som na qual eles fizeram a maior parte de seus discos. Há exposições dedicadas ao tino para os negócios que tinha o empresário da banda, às roupas de palco, às miríades de discos de ouro e platina obtidos, aos microfones, aos equipamentos do estúdio, e ao ritual pré-show da banda. Não é necessário dizer que o lugar contém mais estátuas do ABBA do que é possível contar de cabeça (NA ÉPOCA ELES ERAM INCRÍVEIS. HOJE ESTÃO COM UMA CARA INCRÍVEL —VEJA AS ESTÁTUAS EM TAMANHO REAL DO ABBA NO MUSEU!", sugere o banner que há no site do museu). Além disso tudo, há um monte de exposições interativas, todas elas no mínimo moderadamente desorientadoras. Há uma mesa de som falsa em que você pode tentar e não conseguir mixar uma música do ABBA, um monte de cabines de karaokê com músicas do ABBA, e uma máquina incrivelmente aterrorizante que escaneia seu rosto e o coloca no corpo de um integrante do ABBA —o que eles chamam de seu "ABBAtar". Por mais improvável que seja, há também um display interativo que fornece informações sobre o Watain. Mas esse display é difícil de encontrar, e as informações são em sueco, porque o display fica no Hall da Fama da Música Sueca, uma área de tão baixa prioridade que o pessoal que administra o lugar só se deu ao trabalho de traduzir uma pequena parte dos textos para o inglês. O museu do ABBA, por outro lado, conta com traduções inglesas em praticamente tudo. Graças ao museu do ABBA, eu agora conheço uma quantidade bizarra de fatos aleatórios sobre a banda. Sei que o nome original do ABBA era Björn & Benny, Agnetha & Anni-Frid, e que nos primeiros anos eles não conseguiam entender por que ninguém gostava deles, até que um dia se deram conta de que o nome era uma merda. Sei que o empresário do ABBA, Stig Anderson, era um homem extremamente severo, mas muitas vezes afetuoso, porque o museu do ABBA fez questão de me informar disso. Sei que Björn e Benny compuseram os maiores sucessos do ABBA numa mesa de cozinha, porque o museu do ABBA contém uma reprodução da cozinha em que eles criaram músicas como "Waterloo", "Mamma Mia" e "Dancing Queen". Sei que o ABBA foi pioneiro no recém-nascido ramo da produção de clipes, e que a assinatura visual deles era incluir diferentes combinações dos rostos de cada integrante na tela, porque o museu do ABBA exibe em loop um documentário sobre os clipes da banda. Sei que o helicóptero que aparece na capa de Arrival (o disco de "Dancing Queen") é muito pequeno, porque alguém o enfiou numa sala do museu do ABBA. Mais do que qualquer outra coisa, porém, o museu do ABBA é um monumento às dimensões completamente insanas do sucesso que o ABBA fez. Desde que arranjaram um nome que não era imperdoavelmente pavoroso, eles não só venderam quantidades absurdas de discos e ganharam quantias absurdas de dinheiro, como também deram legitimidade à Suécia como uma fonte de música, o que significa que todo mundo desde o Ace of Base, passando pelo Icona Pop e chegando até o Watain, deve a eles no mínimo um pouco de gratidão (ou, no caso do Watain, talvez um sacrifício de sangue). Até hoje, o ABBA é para a música pop sueca o que os Beatles foram para o rock, ou James Brown foi para o funk —um grupo que criou um novo e revolucionário conjunto de valores musicais. Se os Beatles inventaram a música moderna e James Brown foi o pioneiro de uma pose, de uma atitude e de uma ousadia que seriam imitadas pelas gerações seguintes, o ABBA foi basicamente o pouso na lua da IKEAização [N. do T.: referência à IKEA, multinacional sueca especializada na venda de móveis domésticos de baixo custo] do pop. A música deles era um tanto vazia, não corria riscos, e não significava nada a um primeiro olhar, mas suas melodias eram tão à prova de balas, as canções tão estruturalmente puras, como um diamante ou uma bela mesa Malm, que fica impossível negar a genialidade deles. E há também o nível insano de detalhismo que o pessoal do ABBA aplicava em tudo o que fazia. "S.O.S foi composta em tom ré menor, o que é algo muito, muito difícil de se conseguir, dado que, nas palavras de Nigel Tufnel, do Spinal Tap, é um tom que "faz as pessoas começarem a chorar imediatamente". Igualmente impressionante é o fato de que "Move On é escrita em tempo de valsa —algo bem distante dos ritmos four-on-the-floor usados por muitos contemporâneos da banda. Ou que em "Money Money Money o grupo alcança uma nova nota a cada vez que canta a palavra "Money". Com certeza, o ABBA não tinha necessariamente que fazer nenhuma dessas coisas, mas o museu deles argumenta que, sendo o ABBA, o pessoal cujo trabalho - não, responsabilidade cívica - era criar sucessos da música pop de alcance global monoliticamente gigantescos, a coisa não valeria a pena se eles não incluíssem aqueles pequenos floreios no pacote. É essa tendência a encarar uma grande obra de arte da mesma maneira que talvez se encare um produto comercial perfeito, com as idiossincrasias e personalidades de seus criadores incrustadas no artesanato de uma obra, e não focando em sua mensagem direta, que torna muitas obras de arte nórdicas supremamente interessantes. Por exemplo, se você nunca ouviu falar sobre o escritor norueguês Karl Ove Knausgård, e alguém chegasse dizendo: "Bem, o cara só pega e escreve um livro sobre si mesmo, ele fazendo coisas normais, e as ferramentas literárias que usa são meio clichê, e os diálogos são às vezes bem artificiais, mas ele é considerado um dos maiores escritores vivos do mundo!" você provavelmente ficaria confuso. Mas, se você sentar para ler um dos livros dele, acaba entendendo qual é o lance da escrita de Knausgård, que é completamente diferente do objetivo por ele declarado de "escrever algo que seja significativo". (Para os que acompanham, Knausgård hoje em dia odeia a Suécia mas continua morando lá, coisa que —vai entender. De qualquer forma, Karl Ove, se você estiver lendo esse texto, repare em mim, senpai!!) E é basicamente isso o que rola com o ABBA —uma música como "Waterloo" ou "Dancing Queen" não vai atingir níveis Bob Dylanescos de profundidade na letra, mas basta ouvir uma vez para que aquilo não saia da sua cabeça nunca mais. Isso não é nada fácil. Já que o museu do ABBA foi criado com base principalmente em contribuições da própria banda, ele contém uma boa quantidade de omissões bastante escandalosas. O museu só menciona de passagem os divórcios entre Agnetha/Björn e Anni-Frid/Benny, que resultaram na separação da banda, e as placas insistem estranhamente em afirmar que a banda está em hiato, apesar de o grupo já haver declarado repetidas vezes que jamais gravará novas músicas e nunca mais se apresentará ao vivo. Embora a banda tenha contado com uma boa quantidade de detratores (o lendário crítico de rock Robert Christgau certa vez se referiu a eles como "o inimigo"), o museu joga os haters para escanteio, grudando no canto de uma sala um pôster contendo dois mini-ensaios de estilo ambíguo que na prática descartam as cenas progressiva e de esquerda da Suécia. Em ABBA: O Museu, é preciso buscar ativamente por evidências de que a Suécia já teve alguma outra música além do ABBA, e então você é informado de que essa música era, basicamente, um lixo. E também tem todo o lance de o museu do ABBA só aceitar cartões de crédito e débito, o que é uma coisa bem normal, quando você leva em conta que impressionantes 80% de todas as transações feitas na Suécia são conduzidas via cartão, e que a nação já está bem encaminhada no objetivo de abolir o dinheiro vivo. Mas aí a coisa se complica quando você se lembra de que o porta-voz de fato da ideia de abolir o dinheiro vivo na Suécia é ninguém mais, ninguém menos, do que Björn Ulveas, do ABBA, que, numa declaração publicada no site de ABBA: O Museu, insistiu que a abolição do dinheiro vivo acabaria por causar uma diminuição nos crimes relacionados às drogas (coisa que: risos). Mesmo quando se passa por cima do quanto isso é uma coisa totalmente não-rock-n-roll, há um quê muito sinistro em como ABBA: O Museu ignora tudo no mundo que não seja 100% cor-de-rosa. Assim como eles serem todos sorriso o tempo inteiro fazia o ABBA ter um efeito muito mais sinistro do que o conseguido por qualquer shock rocker da história —é sério, veja o clipe de "Waterloo" e tente não ir se esconder debaixo da cama—, a marcha forçada da alegria do museu, que apresenta o ABBA como a única banda sueca do universo até o momento em que eles resolveram se aposentar e permitir que as outras bandas suecas acontecessem, parece algo quase totalitário. Não digo isso para criticar a banda ou o museu dedicado a ela, de modo algum, contudo —trata-se de uma imagem perfeita do ABBA enquanto banda, ainda que seja um reflexo horrível da realidade. Mas, falando sério, quem quer viver na realidade? A realidade é triste e inconveniente. É um lugar em que temos que enfrentar o caos, o conflito, e, por fim, a morte. A coisa que torna o ABBA algo ao mesmo tempo mágico e aterrorizante é que eles descobriram como existir inteiramente separados de tais trivialidades deprimentes, encontrando a imortalidade na ordem e na alegria. Drew Millard é um dancing meme. Siga-o no Twitter. Tradução: Marcio Stockler Leia no site da VICE: O museu do ABBA é uma compilação de fatos aleatórios e bizarros
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Reprovação de conta aprofunda crise da Orquestra Sinfônica Brasileira
O anúncio de cancelamento da temporada 2016 da Orquestra Sinfônica Brasileira, no domingo (11), foi seguido por outra notícia ruim: na segunda (12), foi publicado no "Diário Oficial da União" um despacho do Ministério da Cultura que mantém a reprovação de contas de um projeto Orquestra para Todos, de 2004. O projeto se propunha a levar concertos, oficinas e audições para seleção de músicos em cinco capitais. Em 2014, o MinC encontrou inconsistências em alguns gastos e reprovou a prestação de contas. Agora, após nova análise técnica e financeira, o MinC julgou o recurso da Fosb (Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira) parcialmente procedente, e reduziu o valor a ser devolvido ao erário de R$ 455 mil para R$ 15,4 mil. Apesar disso, o ministério sustentou a reprovação. A decisão do MinC é mais um capítulo na saga da Orquestra Sinfônica Brasileira para explicar a sua contabilidade na última década. Em agosto de 2015, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a suspensão de repasses oriundos de isenção fiscal à fundação. A ação foi motivada pela sistemática reprovação de contas da orquestra na última década. De acordo com o órgão, cinco projetos tiveram suas prestações rejeitadas. Em março, a Procuradoria da República no Rio de Janeiro, órgão do MPF, deu 90 dias para que a Fosb explicasse sua contabilidade e, com isso, continuasse a solicitar junto ao MinC verbas via Lei Rouanet. A Fosb assumiu o compromisso de apresentar ao MinC novos documentos e pedir reanálise de prestação de contas dos projetos. Conforme disse o procurador da República Sergio Suiama na época, os débitos —valores que careciam de explicação— chegavam a R$ 16 milhões. O valor teria sido usado no pagamento de itens que não estavam contemplados nos projetos ou que tiveram finalidade diversa da prevista. Em contrapartida, o MinC se comprometeu a suspender temporariamente os efeitos da inabilitação da Fosb, permitindo que a fundação voltasse a receber verbas por meio de isenção fiscal. O prazo concedido pelo MPF terminou e, agora, o MinC processa as novas informações dos projetos —o primeiro deles foi Orquestra para Todos, que foi novamente reprovado. Procurada, a fundação disse, na quarta (14), que a Fosb ainda não havia sido informada da decisão do MinC sobre a redução do valor a ser restituído. Em uma carta aberta publicada no site da orquestra no domingo, os conselheiros da Fosb afirmavam que o total arrecadado junto a empresas privadas caiu para menos da metade, havendo uma redução de R$ 16 milhões na captação entre mantenedores, patrocinadores e apoiadores. Com isso, a instituição anunciou no domingo que suspendeu o restante de sua temporada de 2016 e suas ações socioeducativas.
ilustrada
Reprovação de conta aprofunda crise da Orquestra Sinfônica BrasileiraO anúncio de cancelamento da temporada 2016 da Orquestra Sinfônica Brasileira, no domingo (11), foi seguido por outra notícia ruim: na segunda (12), foi publicado no "Diário Oficial da União" um despacho do Ministério da Cultura que mantém a reprovação de contas de um projeto Orquestra para Todos, de 2004. O projeto se propunha a levar concertos, oficinas e audições para seleção de músicos em cinco capitais. Em 2014, o MinC encontrou inconsistências em alguns gastos e reprovou a prestação de contas. Agora, após nova análise técnica e financeira, o MinC julgou o recurso da Fosb (Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira) parcialmente procedente, e reduziu o valor a ser devolvido ao erário de R$ 455 mil para R$ 15,4 mil. Apesar disso, o ministério sustentou a reprovação. A decisão do MinC é mais um capítulo na saga da Orquestra Sinfônica Brasileira para explicar a sua contabilidade na última década. Em agosto de 2015, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a suspensão de repasses oriundos de isenção fiscal à fundação. A ação foi motivada pela sistemática reprovação de contas da orquestra na última década. De acordo com o órgão, cinco projetos tiveram suas prestações rejeitadas. Em março, a Procuradoria da República no Rio de Janeiro, órgão do MPF, deu 90 dias para que a Fosb explicasse sua contabilidade e, com isso, continuasse a solicitar junto ao MinC verbas via Lei Rouanet. A Fosb assumiu o compromisso de apresentar ao MinC novos documentos e pedir reanálise de prestação de contas dos projetos. Conforme disse o procurador da República Sergio Suiama na época, os débitos —valores que careciam de explicação— chegavam a R$ 16 milhões. O valor teria sido usado no pagamento de itens que não estavam contemplados nos projetos ou que tiveram finalidade diversa da prevista. Em contrapartida, o MinC se comprometeu a suspender temporariamente os efeitos da inabilitação da Fosb, permitindo que a fundação voltasse a receber verbas por meio de isenção fiscal. O prazo concedido pelo MPF terminou e, agora, o MinC processa as novas informações dos projetos —o primeiro deles foi Orquestra para Todos, que foi novamente reprovado. Procurada, a fundação disse, na quarta (14), que a Fosb ainda não havia sido informada da decisão do MinC sobre a redução do valor a ser restituído. Em uma carta aberta publicada no site da orquestra no domingo, os conselheiros da Fosb afirmavam que o total arrecadado junto a empresas privadas caiu para menos da metade, havendo uma redução de R$ 16 milhões na captação entre mantenedores, patrocinadores e apoiadores. Com isso, a instituição anunciou no domingo que suspendeu o restante de sua temporada de 2016 e suas ações socioeducativas.
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Irã e potências mundiais fecham acordo nuclear em Viena
Após 20 meses de difíceis negociações, o Irã e potências mundiais alcançaram nesta terça-feira (14) em Viena, na Áustria, um acordo histórico para limitar o programa nuclear da República Islâmica em troca do alívio de sanções. O acordo, buscado como eixo da política externa do presidente americano, Barack Obama, tem como objetivos impedir que o Irã obtenha armas nucleares e evitar outra intervenção militar americana no mundo muçulmano. O pacto impossibilitará que o Irã produza, por ao menos dez anos, material suficiente para a confecção de uma bomba e impõe novas provisões para inspeções em instalações iranianas, incluindo militares. O acordo não é "construído na confiança, mas na verificação", declarou Obama na Casa Branca, em um pronunciamento transmitido ao vivo na televisão iraniana. Já o presidente do Irã, Hassan Rowhani, disse que um "novo capítulo" começou nas relações de seu país com o mundo. Os dois falaram momentos depois do anúncio formal do chamado Completo Plano de Ação Conjunto, cuja finalização foi alcançada pelo Irã e o grupo chamado G+1 (EUA, Rússia, China, Reino Unido, mais Alemanha) após duas semanas de forte diplomacia marcada por três extensões de seu prazo final. "Alcançamos um acordo que não é perfeito para ninguém, mas é o que pudemos alcançar, é uma importante conquista para todos nós", disse o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que travou a maior parte do diálogo com Zarif, afirmou que a persistência compensou. "Acredite em mim. Se quiséssemos obter um acordo pior, teríamos terminado essa negociação há muito tempo", afirmou. PONTOS DO ACORDO Sob o acordo, sanções impostas pelos EUA, pela União Europeia e pela ONU serão suspensas em troca de o Irã limitar em longo prazo o seu programa nuclear para que não tenha capacidade de construir uma bomba atômica. O Irã concordou com a continuidade do embargo de armas da ONU sobre o país por até cinco anos. O prazo, porém, poderia terminar antes se a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) verificar que no país persa não há nenhum trabalho com o objetivo de conseguir armas. Editoria de Arte/Folhapress Irã Condição similar foi imposta em relação à restrição da ONU à transferência de tecnologia de mísseis balísticos a Teerã, que poderia durar até oito anos. Outro ponto significativo permitirá aos inspetores da ONU pressionar por visitas a locais militares do Irã como parte de suas tarefas de monitoramento, algo que o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, sempre prometeu se opor. Entretanto, o acesso não é garantido e poderia ser adiado, condição que os críticos do acordo certamente apontarão como uma forma de dar a Teerã tempo para encobrir qualquer atividade ilegal. Embora o Irã sempre tenha negado ter interesse em desenvolver um arsenal atômico, o Ocidente suspeitava que esse fosse o objetivo de seu programa nuclear, iniciado em 2006, e impunha sanções econômicas e militares severas sobre o país. Segundo o chanceler francês, Laurent Fabius, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) deve endossar o acordo "em questão de dias". A AIEA disse que deve assinar um plano de ação para resolver questões ainda em disputa até 15 de dezembro. Irã Segundo o chanceler iraniano, Mohammed Javad Zarif, que classificou o acordo como um "momento histórico", disse que o pacto "não é compreensivo para todas as partes mas é a melhor conquista possível". A chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, disse que o acordo representa "um sinal de esperança para todo o mundo". "É uma decisão que pode abrir o caminho para um novo capítulo nas relações internacionais", afirmou Mogherini em Viena. Por sua vez, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, criticou o acordo por considerar que ele não impede o Irã de construir a bomba nuclear, representando uma ameaça regional aos israelenses. "O Irã receberá um grande prêmio, uma bonança de centenas de bilhões de dólares, o que lhe permitirá continuar a buscar sua agressão e seu terror na região e no mundo. Este é um péssimo erro de proporções históricas", disse Netanyahu em Jerusalém.
mundo
Irã e potências mundiais fecham acordo nuclear em VienaApós 20 meses de difíceis negociações, o Irã e potências mundiais alcançaram nesta terça-feira (14) em Viena, na Áustria, um acordo histórico para limitar o programa nuclear da República Islâmica em troca do alívio de sanções. O acordo, buscado como eixo da política externa do presidente americano, Barack Obama, tem como objetivos impedir que o Irã obtenha armas nucleares e evitar outra intervenção militar americana no mundo muçulmano. O pacto impossibilitará que o Irã produza, por ao menos dez anos, material suficiente para a confecção de uma bomba e impõe novas provisões para inspeções em instalações iranianas, incluindo militares. O acordo não é "construído na confiança, mas na verificação", declarou Obama na Casa Branca, em um pronunciamento transmitido ao vivo na televisão iraniana. Já o presidente do Irã, Hassan Rowhani, disse que um "novo capítulo" começou nas relações de seu país com o mundo. Os dois falaram momentos depois do anúncio formal do chamado Completo Plano de Ação Conjunto, cuja finalização foi alcançada pelo Irã e o grupo chamado G+1 (EUA, Rússia, China, Reino Unido, mais Alemanha) após duas semanas de forte diplomacia marcada por três extensões de seu prazo final. "Alcançamos um acordo que não é perfeito para ninguém, mas é o que pudemos alcançar, é uma importante conquista para todos nós", disse o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que travou a maior parte do diálogo com Zarif, afirmou que a persistência compensou. "Acredite em mim. Se quiséssemos obter um acordo pior, teríamos terminado essa negociação há muito tempo", afirmou. PONTOS DO ACORDO Sob o acordo, sanções impostas pelos EUA, pela União Europeia e pela ONU serão suspensas em troca de o Irã limitar em longo prazo o seu programa nuclear para que não tenha capacidade de construir uma bomba atômica. O Irã concordou com a continuidade do embargo de armas da ONU sobre o país por até cinco anos. O prazo, porém, poderia terminar antes se a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) verificar que no país persa não há nenhum trabalho com o objetivo de conseguir armas. Editoria de Arte/Folhapress Irã Condição similar foi imposta em relação à restrição da ONU à transferência de tecnologia de mísseis balísticos a Teerã, que poderia durar até oito anos. Outro ponto significativo permitirá aos inspetores da ONU pressionar por visitas a locais militares do Irã como parte de suas tarefas de monitoramento, algo que o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, sempre prometeu se opor. Entretanto, o acesso não é garantido e poderia ser adiado, condição que os críticos do acordo certamente apontarão como uma forma de dar a Teerã tempo para encobrir qualquer atividade ilegal. Embora o Irã sempre tenha negado ter interesse em desenvolver um arsenal atômico, o Ocidente suspeitava que esse fosse o objetivo de seu programa nuclear, iniciado em 2006, e impunha sanções econômicas e militares severas sobre o país. Segundo o chanceler francês, Laurent Fabius, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) deve endossar o acordo "em questão de dias". A AIEA disse que deve assinar um plano de ação para resolver questões ainda em disputa até 15 de dezembro. Irã Segundo o chanceler iraniano, Mohammed Javad Zarif, que classificou o acordo como um "momento histórico", disse que o pacto "não é compreensivo para todas as partes mas é a melhor conquista possível". A chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, disse que o acordo representa "um sinal de esperança para todo o mundo". "É uma decisão que pode abrir o caminho para um novo capítulo nas relações internacionais", afirmou Mogherini em Viena. Por sua vez, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, criticou o acordo por considerar que ele não impede o Irã de construir a bomba nuclear, representando uma ameaça regional aos israelenses. "O Irã receberá um grande prêmio, uma bonança de centenas de bilhões de dólares, o que lhe permitirá continuar a buscar sua agressão e seu terror na região e no mundo. Este é um péssimo erro de proporções históricas", disse Netanyahu em Jerusalém.
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Governo Temer suspende repasse a blogs pró-PT
O repasse de recursos do governo federal a sites e blogs pró-governo de Dilma Rousseff e pró-PT foi zerado desde junho com a chegada de Michel Temer à Presidência. Levantamento da Folha na Secretaria de Comunicação da Presidência e em quatro estatais (Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES) identificou poucos pagamentos em junho, como resíduos de maio. Desde então, nenhum dos 13 sites listados pela reportagem recebeu dinheiro, segundo a Secom e as estatais. Após o afastamento de Dilma da Presidência, em 12 de maio, Temer ordenou um pente-fino na publicidade. Afirmou que "o dinheiro destinado à publicidade não deve financiar opinião, mas sim produtos jornalísticos de interesse público". De janeiro a dezembro de 2015, o conjunto desses sites e blogs havia recebido das mesmas fontes R$ 5,1 milhões. Entre janeiro e junho de 2016, o valor foi de R$ 1,54 milhão. Após esse período, nada foi liberado. Na lista estão o Blog do Luís Nassif (R$ 746 mil), o Brasil 247 (R$ 732 mil), o Diário do Centro do Mundo (R$ 194 mil) e o Conversa Afiada (R$ 333 mil), do jornalista Paulo Henrique Amorim. Os valores totais podem ser maiores, pois a Petrobras e a Caixa não forneceram os números divididos por recebedor, apenas o total. O Banco do Brasil, por exemplo, pagou R$ 500 mil ao Blog do Nassif em 2015 e R$ 113 mil de janeiro a maio deste ano. Para o Brasil 247, foram R$ 491 mil no ano passado e mais R$ 120 mil nos cinco primeiros meses de 2016. O Conversa Afiada recebeu R$ 199 mil em 2015 e R$ 44 mil neste ano. Desde maio, o BB não fez mais pagamentos. O banco diz que adota o critério de "cobertura, penetração e afinidade dos veículos". A Caixa declara que, desde junho, "não tem investimentos" nesses veículos. O mesmo foi dito pela Petrobras. A Secretaria de Comunicação diz que repassou, entre janeiro de 2015 e maio de 2016, R$ 870 mil ao grupo. Os mais bem pagos foram Blog do Nassif (R$ 132 mil), Brasil 247 (R$ 120 mil), Diário do Centro do Mundo (R$ 129 mil), Portal Fórum (R$ 109 mil), Conversa Afiada (R$ 88 mil) e O Cafezinho (R$ 39 mil). "A partir de maio de 2016 não foram mais programadas veiculações nos veículos citados. Eventuais pagamentos realizados após essa data são referentes às veiculações anteriormente autorizadas", disse a Presidência. O BNDES afirma que não há previsão de repasses a esses sites em 2016. Juntos, eles receberam R$ 504 mil em 2015 em razão da campanha "BNDES Transparente". A verba foi distribuída também para 32 jornais, incluindo Folha, "O Globo" e "O Estado de S. Paulo". OUTRO LADO Desde maio, quando começaram os cortes, os atingidos têm se manifestado. Com o título de "querem calar a nossa voz!", Paulo Henrique Amorim reproduziu texto da Carta Maior afirmando que uma das primeiras medidas "do governo interino –e ilegítimo– de Temer foi o cerceamento da mídia alternativa no Brasil". Em entrevista ao portal da Revista Imprensa, em julho, Luís Nassif disse que os cortes são "censura política". Os 13 sites pesquisados pela Folha são: Brasil 247, Carta Maior, Conversa Afiada, Diário do Centro do Mundo, Site Jornal GGN (Blog do Luís Nassif), Portal Fórum, Opera Mundi, Brasil Econômico, O Cafezinho, Portal Fórum, Sidney Rezende, Viomundo e Brasil de Fato.
poder
Governo Temer suspende repasse a blogs pró-PTO repasse de recursos do governo federal a sites e blogs pró-governo de Dilma Rousseff e pró-PT foi zerado desde junho com a chegada de Michel Temer à Presidência. Levantamento da Folha na Secretaria de Comunicação da Presidência e em quatro estatais (Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES) identificou poucos pagamentos em junho, como resíduos de maio. Desde então, nenhum dos 13 sites listados pela reportagem recebeu dinheiro, segundo a Secom e as estatais. Após o afastamento de Dilma da Presidência, em 12 de maio, Temer ordenou um pente-fino na publicidade. Afirmou que "o dinheiro destinado à publicidade não deve financiar opinião, mas sim produtos jornalísticos de interesse público". De janeiro a dezembro de 2015, o conjunto desses sites e blogs havia recebido das mesmas fontes R$ 5,1 milhões. Entre janeiro e junho de 2016, o valor foi de R$ 1,54 milhão. Após esse período, nada foi liberado. Na lista estão o Blog do Luís Nassif (R$ 746 mil), o Brasil 247 (R$ 732 mil), o Diário do Centro do Mundo (R$ 194 mil) e o Conversa Afiada (R$ 333 mil), do jornalista Paulo Henrique Amorim. Os valores totais podem ser maiores, pois a Petrobras e a Caixa não forneceram os números divididos por recebedor, apenas o total. O Banco do Brasil, por exemplo, pagou R$ 500 mil ao Blog do Nassif em 2015 e R$ 113 mil de janeiro a maio deste ano. Para o Brasil 247, foram R$ 491 mil no ano passado e mais R$ 120 mil nos cinco primeiros meses de 2016. O Conversa Afiada recebeu R$ 199 mil em 2015 e R$ 44 mil neste ano. Desde maio, o BB não fez mais pagamentos. O banco diz que adota o critério de "cobertura, penetração e afinidade dos veículos". A Caixa declara que, desde junho, "não tem investimentos" nesses veículos. O mesmo foi dito pela Petrobras. A Secretaria de Comunicação diz que repassou, entre janeiro de 2015 e maio de 2016, R$ 870 mil ao grupo. Os mais bem pagos foram Blog do Nassif (R$ 132 mil), Brasil 247 (R$ 120 mil), Diário do Centro do Mundo (R$ 129 mil), Portal Fórum (R$ 109 mil), Conversa Afiada (R$ 88 mil) e O Cafezinho (R$ 39 mil). "A partir de maio de 2016 não foram mais programadas veiculações nos veículos citados. Eventuais pagamentos realizados após essa data são referentes às veiculações anteriormente autorizadas", disse a Presidência. O BNDES afirma que não há previsão de repasses a esses sites em 2016. Juntos, eles receberam R$ 504 mil em 2015 em razão da campanha "BNDES Transparente". A verba foi distribuída também para 32 jornais, incluindo Folha, "O Globo" e "O Estado de S. Paulo". OUTRO LADO Desde maio, quando começaram os cortes, os atingidos têm se manifestado. Com o título de "querem calar a nossa voz!", Paulo Henrique Amorim reproduziu texto da Carta Maior afirmando que uma das primeiras medidas "do governo interino –e ilegítimo– de Temer foi o cerceamento da mídia alternativa no Brasil". Em entrevista ao portal da Revista Imprensa, em julho, Luís Nassif disse que os cortes são "censura política". Os 13 sites pesquisados pela Folha são: Brasil 247, Carta Maior, Conversa Afiada, Diário do Centro do Mundo, Site Jornal GGN (Blog do Luís Nassif), Portal Fórum, Opera Mundi, Brasil Econômico, O Cafezinho, Portal Fórum, Sidney Rezende, Viomundo e Brasil de Fato.
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Levy traça cenário em que é preciso aumentar produtividade, diz varejista
Este é um ano de ajustes, em que será preciso fazer mais com menos. Esse foi o recado dado pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) a gigantes do varejo, durante reunião a portas fechadas na tarde desta quinta-feira (12), de acordo com empresários. Segundo Luiza Trajano, do Magazine Luiza, Levy traçou um cenário em que será preciso aumentar a produtividade para que a economia se recupere e pediu apoio das empresas do setor para este momento de ajustes. "O setor varejista brasileiro é um dos maiores do mundo. É o que mais emprega e com certeza pode ajudar muito a criar um ambiente melhor para ajudar a trazer mais investimentos e a retomada do crescimento da nossa economia", disse Levy aos empresários, segundo nota divulgada pelo ministério. Os varejistas se comprometeram a incentivar seus clientes a poupar água e energia, depois de o ministro afirmar que, se cada casa diminuir em 2% o consumo, "vai ajudar muito", segundo o relato de Trajano. "Mas o ministro não recomendou nada", disse a executiva. "A gente sabe que tem uma linha direta com consumidor e que podemos ajudar com economia de energia", afirmou Trajano, que é presidente do IDV (Instituto Para Desenvolvimento do Varejo). BUROCRACIA Os varejistas mostraram apoio ao pacote de medidas para cortar gastos e elevar as receitas do governo, mas reclamaram da burocracia no país, que suga até 3% do faturamento das empresas. "Há pouco espaço de manobra para grandes generosidades, mas tem a questão do ambiente de negócios, que tem impacto na competitividade", disse Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, citando excesso de burocracia e a complexidade da legislação tributária como entraves. "Saímos mais confiantes da reunião. A gente viu que eles estão trabalhando firme, trabalhando para fazer um Brasil melhor. Estão pedindo a colaboração e estão abertos para o que pode ser baixado, que é excesso de burocracia", disse Trajano. Um dos pedidos do setor no sentido de reduzir burocracia e custos é a redução do tempo para abertura de uma grande empresa no país, que hoje é de 102 dias. PESSIMISMO Outro assunto tratado foi o clima de pessimismo e a falta de confiança que prejudica a economia. Trajano afirmou que o índice de confiança do consumidor tem que crescer para que não haja demissões. "A gente concorda que precisa se comunicar mais claramente, tanto governo como nós. A gente sabe que essa onda de pessimismo só vai sair à medida que as coisas começarem a acontecer", disse Trajano. Estavam presentes na reunião 22 representantes de grandes empresas como Avon, Walmart, Novo Mundo, Carrefour, Livraria Cultura, Lojas Americanas, Drogarias Raia e Drogasil.
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Levy traça cenário em que é preciso aumentar produtividade, diz varejistaEste é um ano de ajustes, em que será preciso fazer mais com menos. Esse foi o recado dado pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) a gigantes do varejo, durante reunião a portas fechadas na tarde desta quinta-feira (12), de acordo com empresários. Segundo Luiza Trajano, do Magazine Luiza, Levy traçou um cenário em que será preciso aumentar a produtividade para que a economia se recupere e pediu apoio das empresas do setor para este momento de ajustes. "O setor varejista brasileiro é um dos maiores do mundo. É o que mais emprega e com certeza pode ajudar muito a criar um ambiente melhor para ajudar a trazer mais investimentos e a retomada do crescimento da nossa economia", disse Levy aos empresários, segundo nota divulgada pelo ministério. Os varejistas se comprometeram a incentivar seus clientes a poupar água e energia, depois de o ministro afirmar que, se cada casa diminuir em 2% o consumo, "vai ajudar muito", segundo o relato de Trajano. "Mas o ministro não recomendou nada", disse a executiva. "A gente sabe que tem uma linha direta com consumidor e que podemos ajudar com economia de energia", afirmou Trajano, que é presidente do IDV (Instituto Para Desenvolvimento do Varejo). BUROCRACIA Os varejistas mostraram apoio ao pacote de medidas para cortar gastos e elevar as receitas do governo, mas reclamaram da burocracia no país, que suga até 3% do faturamento das empresas. "Há pouco espaço de manobra para grandes generosidades, mas tem a questão do ambiente de negócios, que tem impacto na competitividade", disse Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, citando excesso de burocracia e a complexidade da legislação tributária como entraves. "Saímos mais confiantes da reunião. A gente viu que eles estão trabalhando firme, trabalhando para fazer um Brasil melhor. Estão pedindo a colaboração e estão abertos para o que pode ser baixado, que é excesso de burocracia", disse Trajano. Um dos pedidos do setor no sentido de reduzir burocracia e custos é a redução do tempo para abertura de uma grande empresa no país, que hoje é de 102 dias. PESSIMISMO Outro assunto tratado foi o clima de pessimismo e a falta de confiança que prejudica a economia. Trajano afirmou que o índice de confiança do consumidor tem que crescer para que não haja demissões. "A gente concorda que precisa se comunicar mais claramente, tanto governo como nós. A gente sabe que essa onda de pessimismo só vai sair à medida que as coisas começarem a acontecer", disse Trajano. Estavam presentes na reunião 22 representantes de grandes empresas como Avon, Walmart, Novo Mundo, Carrefour, Livraria Cultura, Lojas Americanas, Drogarias Raia e Drogasil.
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Idosa sofre descarga elétrica com cabo que despencou após temporal
Uma mulher de 65 anos está internada em estado grave após receber uma descarga elétrica em Santo André, na região do ABC. A dona de casa Antônia da Penha Machado sofreu o acidente após encostar na terça-feira (30) em um cabo que ficou exposto na rua depois do temporal que atingiu a Região Metropolitana de São Paulo. A vítima foi levada para o Centro Hospitalar Municipal de Santo André com queimaduras nos órgãos internos e insuficiência respiratória, além de corte na cabeça causado pelo impacto da queda. A Eletropaulo declarou que o caso está sendo acompanhado por uma assistente social e por um médico designados pela empresa, que também providenciou suporte aos custos hospitalares. A dona de casa foi transferida para o Hospital Nove de Julho. A empresa, responsável pela distribuição de energia elétrica nos municípios da Região Metropolitana de São Paulo, diz que os clientes que encontrarem cabos de eletricidade expostos devem entrar em contato pelo telefone 0800 7272 196
cotidiano
Idosa sofre descarga elétrica com cabo que despencou após temporalUma mulher de 65 anos está internada em estado grave após receber uma descarga elétrica em Santo André, na região do ABC. A dona de casa Antônia da Penha Machado sofreu o acidente após encostar na terça-feira (30) em um cabo que ficou exposto na rua depois do temporal que atingiu a Região Metropolitana de São Paulo. A vítima foi levada para o Centro Hospitalar Municipal de Santo André com queimaduras nos órgãos internos e insuficiência respiratória, além de corte na cabeça causado pelo impacto da queda. A Eletropaulo declarou que o caso está sendo acompanhado por uma assistente social e por um médico designados pela empresa, que também providenciou suporte aos custos hospitalares. A dona de casa foi transferida para o Hospital Nove de Julho. A empresa, responsável pela distribuição de energia elétrica nos municípios da Região Metropolitana de São Paulo, diz que os clientes que encontrarem cabos de eletricidade expostos devem entrar em contato pelo telefone 0800 7272 196
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Crédito para exportação do BNDES terá até 100% de TJLP
O BNDES vai mudar as regras de financiamento às exportações para dar condições melhores de juros e de prazos para quem produz para vender no exterior. Com isso, algumas linhas BNDES Exim Pré-Embarque passam a ter 100% de TJLP (a taxa de juros de longo prazo do BNDES, atualmente em 7,5% ao ano). É o caso, por exemplo, do crédito para a exportação de máquinas e equipamentos, que antes conseguiam no máximo 70% nessa taxa. As novas medidas serão anunciadas nesta quinta-feira (14) pelo ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento). A demanda potencial de contratação de financiamentos em 2016 com as novas condições é de R$ 15 bilhões, contra a previsão inicial de R$ 4 bilhões, diz o ministro. "Os recursos saem direto do 'funding' do banco. Com a queda de algumas áreas, é possível um redirecionamento. Não há saída do Tesouro, nenhuma emissão nova", afirma Monteiro. O ministro diz que as medidas já vinham sendo estudadas, como parte do Plano de Exportações, lançado em junho do ano passado. As linhas de pré-embarque do banco permitem que as empresas exportadoras disponham de capital de giro para a produção de um bem que será exportado. A expectativa do Mdic é que haja redução do custo de financiamento em até 26% para bens de capital, de até 29% para bens de consumo e de até 42,5% para micro, pequenas e médias empresas. "Essa crise mostra que as empresas que não deixaram de exportar [quando o mercado interno estava aquecido] têm condições melhores e um retorno mais rápido." BNDES * GA desembolsa R$ 450 mi por maior fatia na XP A gestora de recursos XP Investimentos vai receber um aporte e terá seu quadro de acionistas alterado. A General Atlantic (GA, fundo americano de private equity), que já detinha 33% do capital da companhia, deve anunciar nos próximos dias que vai comprar os 10% restantes da inglesa Actis na gestora brasileira. A XP, por sua vez, fez uma oferta primária para a GA que, após a transação, vai ter 49% da empresa. O controle permanecerá com o grupo atual na XP, liderado pelo sócio-fundador e CEO, Guilherme Benchimol. A GA desembolsará R$ 300 milhões pela parte da Actis e R$ 150 milhões para a XP. Benchimol confirmou a operação, que deverá ser concluída nos próximos dias. "O investimento da GA também deverá ser feito nas próximas semanas. Com isso, a companhia ficará com R$ 650 milhões de patrimônio liquido", disse. O objetivo da operação é fortalecer o caixa da companhia, segundo o empresário. "Vamos garantir os investimentos e projetos que virão nos próximos anos." A crise não tem atrapalhado os negócios porque investidores buscam alternativas melhores e um atendimento mais atento, segundo ele. "Em 2015, tínhamos cerca de 6 mil contas novas por mês. Em março, foram 20 mil e atingimos R$ 2,5 bilhões de captação líquida." R$ 33 BILHÕES são os ativos em custódia R$ 140 MILHÕES foi o lucro líquido em 2015 (280% mais que 2014). Em 2016, a expectativa é de R$ 250 milhões 140 MIL é o número de clientes ativos * Dinheiro de volta O mercado de capitais recebeu bem uma nova regra do Banco Central para debêntures de infraestrutura que permite a liquidação dos pagamentos depois de quatro anos da emissão. Publicada nesta quarta-feira (13) no Diário Oficial, a resolução só vale para títulos emitidos até o fim de 2017. A debênture é isenta de imposto para pessoas físicas. Ela custeia obras de longo prazo. Até agora, não podia ser resgatada antes do prazo. A ideia da nova regra é que, caso as condições para captar dinheiro melhorem, o emissor dos títulos possa antecipar os pagamentos e se financiar a melhores taxas. "A regra pode estimular as emissões. É positiva e ajuda", diz Fábio Zenaro, superintendente da Cetip -segundo a entidade, o lançamento caiu 53,4% em termos monetários no primeiro trimestre. "Escutei vários clientes que queriam isso", afirma Daniel Vaz, diretor de mercado de capitais do BTG Pactual. Hoje, as captações saem por uma faixa de 8% a 10% mais IPCA, ele estima. * A grama do vizinho As consultas de empresários brasileiros à Câmara de Comércio Argentino Brasileira mais que dobraram no primeiro trimestre em relação a 2015. Os contatos passaram de 39 para 84 nos três primeiros meses deste ano. A procura maior coincide com os meses de estreia do governo do presidente Mauricio Macri, apoiado pelo empresariado, que assumiu o país após Cristina Kirchner. "Era como se houvesse uma demanda reprimida por regras mais claras para o investidor", diz Alberto Alzueta, presidente do conselho da entidade. "Até o perfil das chamadas mudou. Antes, a gente recebia, na maioria dos casos, reclamações e dúvidas de brasileiros sobre as regras de importação argentinas. Agora, é gente que quer investir lá." Apesar do maior interesse para aportes, Alzueta lembra que os argentinos ainda precisam recompor o câmbio e lidar com a inflação elevada. "A situação mudou. Com a crise do Brasil, está difícil para o empresário argentino buscar acordos aqui. Poderiam mandar para cá um 'vento malbec' de confiança." * O meio é a mensagem A empresa de educação e comunicação corporativa Dtcom, que tem capital aberto na BM&FBovespa, vai anunciar nesta quinta-feira (14) uma fusão com a FabriCO, que produz material didático para ensino à distância. Após a operação, os sócios da FabriCO deverão receber cerca de 28% das ações do novo negócio. "Durante alguns meses, iremos manter as duas marcas. Depois, pretendemos deixar ambas com o mesmo nome [ainda a ser definido]", diz Norton Moreira, diretor-executivo da Dtcom. A empresa, que tem como clientes corporações que precisam treinar funcionários recém-contratados, planeja fazer novas incorporações ao longo deste ano. Uma das intenções com essa fusão é diminuir os valores cobrados pelos produtos de educação corporativa. "Nós já tivemos que reposicionar os preços por causa da crise", diz Moreira. * Arte... O festival Australia Now, fruto de investimento de R$ 6 milhões da embaixada australiana, terá como principal foco a promoção de negócios ligados ao turismo. ...e negócios O evento, que reunirá empresários e autoridades dos dois países, ocorre entre 21 de abril e 22 de maio, e passará por nove cidades. Fritas A Secex apontou dumping na importação de batatas congeladas de quatro países europeus. No entanto, a McCain, líder do setor, diz que 90% delas vêm da Argentina. Hora do Café com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
colunas
Crédito para exportação do BNDES terá até 100% de TJLPO BNDES vai mudar as regras de financiamento às exportações para dar condições melhores de juros e de prazos para quem produz para vender no exterior. Com isso, algumas linhas BNDES Exim Pré-Embarque passam a ter 100% de TJLP (a taxa de juros de longo prazo do BNDES, atualmente em 7,5% ao ano). É o caso, por exemplo, do crédito para a exportação de máquinas e equipamentos, que antes conseguiam no máximo 70% nessa taxa. As novas medidas serão anunciadas nesta quinta-feira (14) pelo ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento). A demanda potencial de contratação de financiamentos em 2016 com as novas condições é de R$ 15 bilhões, contra a previsão inicial de R$ 4 bilhões, diz o ministro. "Os recursos saem direto do 'funding' do banco. Com a queda de algumas áreas, é possível um redirecionamento. Não há saída do Tesouro, nenhuma emissão nova", afirma Monteiro. O ministro diz que as medidas já vinham sendo estudadas, como parte do Plano de Exportações, lançado em junho do ano passado. As linhas de pré-embarque do banco permitem que as empresas exportadoras disponham de capital de giro para a produção de um bem que será exportado. A expectativa do Mdic é que haja redução do custo de financiamento em até 26% para bens de capital, de até 29% para bens de consumo e de até 42,5% para micro, pequenas e médias empresas. "Essa crise mostra que as empresas que não deixaram de exportar [quando o mercado interno estava aquecido] têm condições melhores e um retorno mais rápido." BNDES * GA desembolsa R$ 450 mi por maior fatia na XP A gestora de recursos XP Investimentos vai receber um aporte e terá seu quadro de acionistas alterado. A General Atlantic (GA, fundo americano de private equity), que já detinha 33% do capital da companhia, deve anunciar nos próximos dias que vai comprar os 10% restantes da inglesa Actis na gestora brasileira. A XP, por sua vez, fez uma oferta primária para a GA que, após a transação, vai ter 49% da empresa. O controle permanecerá com o grupo atual na XP, liderado pelo sócio-fundador e CEO, Guilherme Benchimol. A GA desembolsará R$ 300 milhões pela parte da Actis e R$ 150 milhões para a XP. Benchimol confirmou a operação, que deverá ser concluída nos próximos dias. "O investimento da GA também deverá ser feito nas próximas semanas. Com isso, a companhia ficará com R$ 650 milhões de patrimônio liquido", disse. O objetivo da operação é fortalecer o caixa da companhia, segundo o empresário. "Vamos garantir os investimentos e projetos que virão nos próximos anos." A crise não tem atrapalhado os negócios porque investidores buscam alternativas melhores e um atendimento mais atento, segundo ele. "Em 2015, tínhamos cerca de 6 mil contas novas por mês. Em março, foram 20 mil e atingimos R$ 2,5 bilhões de captação líquida." R$ 33 BILHÕES são os ativos em custódia R$ 140 MILHÕES foi o lucro líquido em 2015 (280% mais que 2014). Em 2016, a expectativa é de R$ 250 milhões 140 MIL é o número de clientes ativos * Dinheiro de volta O mercado de capitais recebeu bem uma nova regra do Banco Central para debêntures de infraestrutura que permite a liquidação dos pagamentos depois de quatro anos da emissão. Publicada nesta quarta-feira (13) no Diário Oficial, a resolução só vale para títulos emitidos até o fim de 2017. A debênture é isenta de imposto para pessoas físicas. Ela custeia obras de longo prazo. Até agora, não podia ser resgatada antes do prazo. A ideia da nova regra é que, caso as condições para captar dinheiro melhorem, o emissor dos títulos possa antecipar os pagamentos e se financiar a melhores taxas. "A regra pode estimular as emissões. É positiva e ajuda", diz Fábio Zenaro, superintendente da Cetip -segundo a entidade, o lançamento caiu 53,4% em termos monetários no primeiro trimestre. "Escutei vários clientes que queriam isso", afirma Daniel Vaz, diretor de mercado de capitais do BTG Pactual. Hoje, as captações saem por uma faixa de 8% a 10% mais IPCA, ele estima. * A grama do vizinho As consultas de empresários brasileiros à Câmara de Comércio Argentino Brasileira mais que dobraram no primeiro trimestre em relação a 2015. Os contatos passaram de 39 para 84 nos três primeiros meses deste ano. A procura maior coincide com os meses de estreia do governo do presidente Mauricio Macri, apoiado pelo empresariado, que assumiu o país após Cristina Kirchner. "Era como se houvesse uma demanda reprimida por regras mais claras para o investidor", diz Alberto Alzueta, presidente do conselho da entidade. "Até o perfil das chamadas mudou. Antes, a gente recebia, na maioria dos casos, reclamações e dúvidas de brasileiros sobre as regras de importação argentinas. Agora, é gente que quer investir lá." Apesar do maior interesse para aportes, Alzueta lembra que os argentinos ainda precisam recompor o câmbio e lidar com a inflação elevada. "A situação mudou. Com a crise do Brasil, está difícil para o empresário argentino buscar acordos aqui. Poderiam mandar para cá um 'vento malbec' de confiança." * O meio é a mensagem A empresa de educação e comunicação corporativa Dtcom, que tem capital aberto na BM&FBovespa, vai anunciar nesta quinta-feira (14) uma fusão com a FabriCO, que produz material didático para ensino à distância. Após a operação, os sócios da FabriCO deverão receber cerca de 28% das ações do novo negócio. "Durante alguns meses, iremos manter as duas marcas. Depois, pretendemos deixar ambas com o mesmo nome [ainda a ser definido]", diz Norton Moreira, diretor-executivo da Dtcom. A empresa, que tem como clientes corporações que precisam treinar funcionários recém-contratados, planeja fazer novas incorporações ao longo deste ano. Uma das intenções com essa fusão é diminuir os valores cobrados pelos produtos de educação corporativa. "Nós já tivemos que reposicionar os preços por causa da crise", diz Moreira. * Arte... O festival Australia Now, fruto de investimento de R$ 6 milhões da embaixada australiana, terá como principal foco a promoção de negócios ligados ao turismo. ...e negócios O evento, que reunirá empresários e autoridades dos dois países, ocorre entre 21 de abril e 22 de maio, e passará por nove cidades. Fritas A Secex apontou dumping na importação de batatas congeladas de quatro países europeus. No entanto, a McCain, líder do setor, diz que 90% delas vêm da Argentina. Hora do Café com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
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Cidades históricas de Minas combinam estilos e revelam originalidade
Não há como falar sobre artes em Minas sem pensar, de imediato, no legado histórico do ciclo do ouro, visível sobretudo na arquitetura religiosa. Visitar as cidades históricas mineiras é encantar-se com a profusão de igrejas do período colonial, cuja quantidade de detalhes de ornamentação, por si só, enche os olhos e, num passe de mágica, parece nos transportar no tempo. Para bem aproveitar uma viagem a Ouro Preto, Mariana, São João del-Rei, Tiradentes ou Sabará, por exemplo, é importante cercar-se de algumas informações que ajudem a distinguir os elementos constituintes das edificações. Embora se tenha tornado frequente, a expressão "barroco mineiro" oculta o fato de que a arte sacra do período colonial brasileiro tem marcas tanto do barroco como do rococó. Este, durante muito tempo, não foi considerado um estilo propriamente dito. É provável que esse desapreço tenha origem no fato de ser o rococó um estilo nascido nas artes ornamentais e decorativas. Seu nome alude à rocalha (em francês, "rocaille"), termo que designa um motivo decorativo inspirado em conchas assimétricas, e tudo leva a crer que seja uma derivação jocosa dessa palavra, em analogia a "barroco". Por muito tempo associado a mau gosto, afetação ou excesso de rebuscamento (com sentido pejorativo registrado em dicionários), o rococó, graças à pesquisa histórica, já é reconhecido como estilo autônomo. Na arte sacra de Minas Gerais, elementos do barroco e do rococó mesclam-se com traços autóctones, resultando em uma produção singular, cuja investigação atrai estudiosos do mundo todo. Certas circunstâncias favoreceram a originalidade dessa arte. A distância de portos e a geografia montanhosa da região dificultavam a importação de materiais de Lisboa. Assim, os artistas substituíram a pedra de lioz e a azulejaria da arquitetura portuguesa pela pedra-sabão e pela madeira pintada, que imitava o ladrilho lusitano. O momento histórico produziu outra circunstância igualmente importante. Como a coroa portuguesa proibiu o estabelecimento de ordens religiosas na colônia, temerosa de que as riquezas pudessem ser desviadas, tornaram-se presença importante em Minas as ordens terceiras e irmandades, que eram compostas de leigos, a quem coube não só a promoção de cultos religiosos como também a construção de novas igrejas. A influência europeia cederia espaço à criatividade local. Quem quiser aprofundar-se na compreensão da arte sacra de Minas Gerais poderá procurar as publicações da pesquisadora Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira, especialista no tema. Os que preferirem uma leitura não acadêmica, porém precisa, poderão deleitar-se com o "Guia de Ouro Preto", de Manuel Bandeira, em que o poeta leva pela mão o viajante, ora descrevendo casarios e igrejas, ora contando histórias do período colonial. Veja seleção de pacotes para viajar a Minas Gerais. * IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS É dentro da igreja de Nossa Senhora da Conceição que estão os restos mortais de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e os de seu pai, Manuel Francisco Lisboa. É lá também que fica o Museu Aleijadinho, onde estão preservados trabalhos do escultor. Como o edifício está passando por obras de restauração, as peças foram transferidas para a igreja de São Francisco de Assis, que reúne elementos do barroco e do rococó. Em sua portada, considerada uma das principais manifestações do rococó mineiro, estão os anjos adultos esculpidos por Aleijadinho. _ IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO Como a igreja de São Pedro dos Clérigos, em Mariana, esse edifício tem planta curvilínea. O autor de ambos os projetos foi o português Antônio Pereira de Souza Calheiros, que se teria inspirado no Panteão de Roma. O frontispício arredondado é ladeado por torres circulares, que depois foram reproduzidas em outros lugares. No seu interior, quase todas as imagens são de santos negros. _ MUSEU DA INCONFIDÊNCIA Na década de 1930, o então presidente Getúlio Vargas determinou que os restos mortais dos participantes da Inconfidência Mineira fossem exumados e repatriados –em 1789, após o insucesso da conjuração e a condenação de Tiradentes à forca, os demais foram exilados para a África. Com a volta desses restos mortais, alocados no Panteão dos Inconfidentes, surgiu o museu, que conserva um acervo de mais de 4.000 peças dos séculos 18 e 19. * IGREJA MATRIZ DE SANTO ANTÔNIO Um dos principais exemplares da arquitetura religiosa do período colonial de Minas. As esculturas da fachada e da portada têm autoria atribuída a Aleijadinho. Exemplar do estilo barroco, a construção é marcada pelo ambiente escuro e pelo abundante revestimento de talha dourada. É tida como uma das igrejas que têm maior quantidade de ouro no Brasil. _ MUSEU DA LITURGIA E MUSEU SANT'ANA A cidade viu dois museus serem abertos nos últimos anos. O Museu da Liturgia, inaugurado em 2012, é o único dedicado ao tema na América Latina. Tem um acervo de mais de 420 peças sacras, como urnas do Santíssimo, lanternas processionais, crucifixos e outros itens de decoração de altar, que datam dos séculos 18 a 20. O Museu Sant'Ana, inaugurado em 2014, é dedicado à santa protetora dos lares, da família e dos mineradores. Seu acervo reúne 291 imagens da santa feitas por artistas de todo o Brasil entre os séculos 17 e 20. _ ATELIÊS Nem só de arte barroca e rococó vive a cidade. Tiradentes tem ateliês de arte contemporânea que abrem suas portas aos visitantes. Um grupo de 15 pintores e escultores, entre os quais Sérgio Ramos e a ceramista Beth Cavalcanti, criou uma rota para ajudar o turista a encontrar os locais. As visitas são gratuitas e podem ser feitas a pé em até dois dias. Mais informações podem ser vistas no site do projeto. * IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS O risco da fachada é de autoria de Aleijadinho. Foi, porém, modificado pelo construtor da igreja, que manteve do desenho original o motivo do óculo central e a estrutura básica das linhas do frontão. No interior, sobre o altar principal, está um belo lustre de cristais Baccarat. O túmulo de Tancredo Neves, natural de São João del-Rei, encontra-se no cemitério da igreja. * BASÍLICA DO SENHOR BOM JESUS DE MATOSINHOS É no adro da igreja que estão os 12 profetas esculpidos em pedra-sabão por Aleijadinho no fim de sua vida. O viajante pode começar a visita do complexo pelas seis capelas, em que o escultor representou, em imagens de tamanho natural, os Passos da Paixão de Cristo, e seguir até o alto da colina, onde está o santuário, que foi construído entre 1757 e 1790 e declarado patrimônio cultural pela Unesco em 1985. * IGREJAS 'IRMÃS' Construídas lado a lado, as igrejas de São Francisco de Assis (1763) e Nossa Senhora do Carmo (1784) são o lugar certo para quem quer ver mais obras de Aleijadinho e do mestre Ataíde. Este, autor da pintura do centro do teto da igreja de São Francisco, que representa o dilúvio e a Arca de Noé, foi sepultado no interior dessa igreja. O medalhão da portada e os dois altares principais têm autoria atribuída a Aleijadinho. _ CÂMARA MUNICIPAL No século 18, a praça Minas Gerais era o símbolo dos poderes religioso, civil e da Justiça. Junto às duas igrejas, fica também a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Mariana, onde até hoje funciona o Legislativo do município para reuniões ordinárias. Além dos detalhes do edifício, que tem arquitetura colonial mineira preservada, o turista pode ver uma série de quadros da família real portuguesa e imperial brasileira, como retratos de dona Maria e d. Pedro 2º. Colaboraram BRUNO MOLINERO e MATEUS LUIZ DE SOUZA Onde fica Minas Gerais
turismo
Cidades históricas de Minas combinam estilos e revelam originalidadeNão há como falar sobre artes em Minas sem pensar, de imediato, no legado histórico do ciclo do ouro, visível sobretudo na arquitetura religiosa. Visitar as cidades históricas mineiras é encantar-se com a profusão de igrejas do período colonial, cuja quantidade de detalhes de ornamentação, por si só, enche os olhos e, num passe de mágica, parece nos transportar no tempo. Para bem aproveitar uma viagem a Ouro Preto, Mariana, São João del-Rei, Tiradentes ou Sabará, por exemplo, é importante cercar-se de algumas informações que ajudem a distinguir os elementos constituintes das edificações. Embora se tenha tornado frequente, a expressão "barroco mineiro" oculta o fato de que a arte sacra do período colonial brasileiro tem marcas tanto do barroco como do rococó. Este, durante muito tempo, não foi considerado um estilo propriamente dito. É provável que esse desapreço tenha origem no fato de ser o rococó um estilo nascido nas artes ornamentais e decorativas. Seu nome alude à rocalha (em francês, "rocaille"), termo que designa um motivo decorativo inspirado em conchas assimétricas, e tudo leva a crer que seja uma derivação jocosa dessa palavra, em analogia a "barroco". Por muito tempo associado a mau gosto, afetação ou excesso de rebuscamento (com sentido pejorativo registrado em dicionários), o rococó, graças à pesquisa histórica, já é reconhecido como estilo autônomo. Na arte sacra de Minas Gerais, elementos do barroco e do rococó mesclam-se com traços autóctones, resultando em uma produção singular, cuja investigação atrai estudiosos do mundo todo. Certas circunstâncias favoreceram a originalidade dessa arte. A distância de portos e a geografia montanhosa da região dificultavam a importação de materiais de Lisboa. Assim, os artistas substituíram a pedra de lioz e a azulejaria da arquitetura portuguesa pela pedra-sabão e pela madeira pintada, que imitava o ladrilho lusitano. O momento histórico produziu outra circunstância igualmente importante. Como a coroa portuguesa proibiu o estabelecimento de ordens religiosas na colônia, temerosa de que as riquezas pudessem ser desviadas, tornaram-se presença importante em Minas as ordens terceiras e irmandades, que eram compostas de leigos, a quem coube não só a promoção de cultos religiosos como também a construção de novas igrejas. A influência europeia cederia espaço à criatividade local. Quem quiser aprofundar-se na compreensão da arte sacra de Minas Gerais poderá procurar as publicações da pesquisadora Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira, especialista no tema. Os que preferirem uma leitura não acadêmica, porém precisa, poderão deleitar-se com o "Guia de Ouro Preto", de Manuel Bandeira, em que o poeta leva pela mão o viajante, ora descrevendo casarios e igrejas, ora contando histórias do período colonial. Veja seleção de pacotes para viajar a Minas Gerais. * IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS É dentro da igreja de Nossa Senhora da Conceição que estão os restos mortais de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e os de seu pai, Manuel Francisco Lisboa. É lá também que fica o Museu Aleijadinho, onde estão preservados trabalhos do escultor. Como o edifício está passando por obras de restauração, as peças foram transferidas para a igreja de São Francisco de Assis, que reúne elementos do barroco e do rococó. Em sua portada, considerada uma das principais manifestações do rococó mineiro, estão os anjos adultos esculpidos por Aleijadinho. _ IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO Como a igreja de São Pedro dos Clérigos, em Mariana, esse edifício tem planta curvilínea. O autor de ambos os projetos foi o português Antônio Pereira de Souza Calheiros, que se teria inspirado no Panteão de Roma. O frontispício arredondado é ladeado por torres circulares, que depois foram reproduzidas em outros lugares. No seu interior, quase todas as imagens são de santos negros. _ MUSEU DA INCONFIDÊNCIA Na década de 1930, o então presidente Getúlio Vargas determinou que os restos mortais dos participantes da Inconfidência Mineira fossem exumados e repatriados –em 1789, após o insucesso da conjuração e a condenação de Tiradentes à forca, os demais foram exilados para a África. Com a volta desses restos mortais, alocados no Panteão dos Inconfidentes, surgiu o museu, que conserva um acervo de mais de 4.000 peças dos séculos 18 e 19. * IGREJA MATRIZ DE SANTO ANTÔNIO Um dos principais exemplares da arquitetura religiosa do período colonial de Minas. As esculturas da fachada e da portada têm autoria atribuída a Aleijadinho. Exemplar do estilo barroco, a construção é marcada pelo ambiente escuro e pelo abundante revestimento de talha dourada. É tida como uma das igrejas que têm maior quantidade de ouro no Brasil. _ MUSEU DA LITURGIA E MUSEU SANT'ANA A cidade viu dois museus serem abertos nos últimos anos. O Museu da Liturgia, inaugurado em 2012, é o único dedicado ao tema na América Latina. Tem um acervo de mais de 420 peças sacras, como urnas do Santíssimo, lanternas processionais, crucifixos e outros itens de decoração de altar, que datam dos séculos 18 a 20. O Museu Sant'Ana, inaugurado em 2014, é dedicado à santa protetora dos lares, da família e dos mineradores. Seu acervo reúne 291 imagens da santa feitas por artistas de todo o Brasil entre os séculos 17 e 20. _ ATELIÊS Nem só de arte barroca e rococó vive a cidade. Tiradentes tem ateliês de arte contemporânea que abrem suas portas aos visitantes. Um grupo de 15 pintores e escultores, entre os quais Sérgio Ramos e a ceramista Beth Cavalcanti, criou uma rota para ajudar o turista a encontrar os locais. As visitas são gratuitas e podem ser feitas a pé em até dois dias. Mais informações podem ser vistas no site do projeto. * IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS O risco da fachada é de autoria de Aleijadinho. Foi, porém, modificado pelo construtor da igreja, que manteve do desenho original o motivo do óculo central e a estrutura básica das linhas do frontão. No interior, sobre o altar principal, está um belo lustre de cristais Baccarat. O túmulo de Tancredo Neves, natural de São João del-Rei, encontra-se no cemitério da igreja. * BASÍLICA DO SENHOR BOM JESUS DE MATOSINHOS É no adro da igreja que estão os 12 profetas esculpidos em pedra-sabão por Aleijadinho no fim de sua vida. O viajante pode começar a visita do complexo pelas seis capelas, em que o escultor representou, em imagens de tamanho natural, os Passos da Paixão de Cristo, e seguir até o alto da colina, onde está o santuário, que foi construído entre 1757 e 1790 e declarado patrimônio cultural pela Unesco em 1985. * IGREJAS 'IRMÃS' Construídas lado a lado, as igrejas de São Francisco de Assis (1763) e Nossa Senhora do Carmo (1784) são o lugar certo para quem quer ver mais obras de Aleijadinho e do mestre Ataíde. Este, autor da pintura do centro do teto da igreja de São Francisco, que representa o dilúvio e a Arca de Noé, foi sepultado no interior dessa igreja. O medalhão da portada e os dois altares principais têm autoria atribuída a Aleijadinho. _ CÂMARA MUNICIPAL No século 18, a praça Minas Gerais era o símbolo dos poderes religioso, civil e da Justiça. Junto às duas igrejas, fica também a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Mariana, onde até hoje funciona o Legislativo do município para reuniões ordinárias. Além dos detalhes do edifício, que tem arquitetura colonial mineira preservada, o turista pode ver uma série de quadros da família real portuguesa e imperial brasileira, como retratos de dona Maria e d. Pedro 2º. Colaboraram BRUNO MOLINERO e MATEUS LUIZ DE SOUZA Onde fica Minas Gerais
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Folha abre inscrições para simulado on-line e gratuito do Enem
A Folha abre nesta segunda (5) as inscrições para o seu simulado para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), em parceria com a empresa de tecnologia educacional Adaptativa. É uma das simulações mais completas disponíveis hoje em dia de forma gratuita: são 180 questões inéditas nas quatro áreas avaliadas pelo Enem e redação. Isso significa que os estudantes podem fazer uma simulação da prova do jeito que ela é. As questões do simulado são corrigidas de maneira eletrônica com a mesma tecnologia do MEC –a TRI–, que pontua a prova de acordo com o padrão de erros e de acertos de cada aluno. Cada participante do simulado Folha-Adaptativa do Enem terá acesso a sua nota detalhada a partir de 26 de setembro, acompanhada de uma espécie de boletim com desempenho individual nas diferentes disciplinas –ciências humanas, ciências da natureza, matemática e linguagens e códigos. Isso é importante para que o estudante se prepare e saiba o que estudar na reta final antes do Enem (o exame será realizado nacionalmente nos dias 5 e 6 de novembro). "Os estudantes tendem a se manter estudando os temas que têm mais facilidade e deixam de lado as áreas que mais precisam", diz Clécio Lima, sócio da Adaptativa. Quem fizer a redação recebe, automaticamente, por e-mail, cinco redações para que corrigir –em um proposta criada pelo próprio simulado da Folha-Adaptativa. Além de receber feed-back do seu texto, quem corrige as redações aprende como são feitas as avaliações da parte escrita do Enem. A redação, hoje, é um dos maiores problemas de quem faz o exame: em 2014, por exemplo, mais de 500 mil alunos zeraram na parte de produção de texto. "Lendo outras redações, o estudante também aprende novas formas de abordagem do mesmo tema", diz Hugo Harada, sócio da Adaptativa. De acordo com ele, cada inscrito que conclui o simulado "corrige", em média, oito redações diferentes. Quem quiser participar deve fazer sua inscrição gratuitamente no site simuladofolha.com.br/enem. A prova pode ser realizada de maneira on-line de 19 a 25 de setembro. Neste ano, o Enem teve recorde de 9,2 milhões de inscritos. As provas serão feitas em 17 mil locais.
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Folha abre inscrições para simulado on-line e gratuito do EnemA Folha abre nesta segunda (5) as inscrições para o seu simulado para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), em parceria com a empresa de tecnologia educacional Adaptativa. É uma das simulações mais completas disponíveis hoje em dia de forma gratuita: são 180 questões inéditas nas quatro áreas avaliadas pelo Enem e redação. Isso significa que os estudantes podem fazer uma simulação da prova do jeito que ela é. As questões do simulado são corrigidas de maneira eletrônica com a mesma tecnologia do MEC –a TRI–, que pontua a prova de acordo com o padrão de erros e de acertos de cada aluno. Cada participante do simulado Folha-Adaptativa do Enem terá acesso a sua nota detalhada a partir de 26 de setembro, acompanhada de uma espécie de boletim com desempenho individual nas diferentes disciplinas –ciências humanas, ciências da natureza, matemática e linguagens e códigos. Isso é importante para que o estudante se prepare e saiba o que estudar na reta final antes do Enem (o exame será realizado nacionalmente nos dias 5 e 6 de novembro). "Os estudantes tendem a se manter estudando os temas que têm mais facilidade e deixam de lado as áreas que mais precisam", diz Clécio Lima, sócio da Adaptativa. Quem fizer a redação recebe, automaticamente, por e-mail, cinco redações para que corrigir –em um proposta criada pelo próprio simulado da Folha-Adaptativa. Além de receber feed-back do seu texto, quem corrige as redações aprende como são feitas as avaliações da parte escrita do Enem. A redação, hoje, é um dos maiores problemas de quem faz o exame: em 2014, por exemplo, mais de 500 mil alunos zeraram na parte de produção de texto. "Lendo outras redações, o estudante também aprende novas formas de abordagem do mesmo tema", diz Hugo Harada, sócio da Adaptativa. De acordo com ele, cada inscrito que conclui o simulado "corrige", em média, oito redações diferentes. Quem quiser participar deve fazer sua inscrição gratuitamente no site simuladofolha.com.br/enem. A prova pode ser realizada de maneira on-line de 19 a 25 de setembro. Neste ano, o Enem teve recorde de 9,2 milhões de inscritos. As provas serão feitas em 17 mil locais.
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'Educação é baseada em achismos, não em ciência', diz Viviane Senna
Viviane Senna, a presidente do Instituto Ayrton Senna, que leva o nome do seu irmão, considera que a educação brasileira vive uma fase pré-científica. Há muitos estudos à disposição sobre como o aprendizado se dá, afirma, mas pouco é utilizado. Sua entidade contratou recentemente o economista Ricardo Paes de Barros, importante pesquisador das áreas de desigualdade e mercado de trabalho. Fez também uma parceria com Roberto Lent, um dos principais neurocientistas do país, para o desenvolvimento de pesquisas na área de educação. Entre outro temas, eles estão pesquisando o impacto de características pessoais como a disciplina no aprendizado. Um estudo da entidade mostrou que qualidades como a dedicação e o foco têm quase o dobro do impacto no desempenho escolar em comparação com fatores tradicionalmente mais considerados, como cor, gênero ou ambiente familiar. Para ela, isso hoje é subestimado por escolas e professores. "Ninguém vai aprender se não for responsável, se não ralar." Leia abaixo a entrevista com Viviane Senna. * Folha - É possível mensurar o impacto de características como a disciplina no desempenho dos alunos? Viviane Senna - Estamos medindo a conscienciosidade de 25 mil alunos da rede estadual do Rio de Janeiro. É um mapeamento feito a partir de um conjunto de perguntas. Os cientistas estão megaentusiasmados. O que é a conscienciosidade? É a capacidade da pessoa de ser responsável, de ter foco, persistência, disciplina. O que descobrimos é que essa habilidade significa, a cada nove meses de aulas de matemática, um bônus de três meses no aprendizado. Ou seja, você consegue um terço a mais de resultados. O [economista] Ricardo Paes de Barros, que agora está no nosso time, está por trás dessa iniciativa. A iniciativa privada já descobriu que essas habilidades são importantes há muito tempo, não? Sim. Estamos mostrando cientificamente aquilo que intuitivamente sabemos que é importante. Ninguém vai aprender ou trabalhar se não for disciplinado, responsável, se não ralar Nenhuma atividade que envolva esforço vai ser bem sucedida se não tiver essas características. Que outras habilidades socioemocionais vocês apontam como importantes? Outra, muito importante, é a flexibilidade. O melhores empregos de 2010 nem existiam em 2002, por causa da tecnologia O governo americano estima que quem está hoje na escola terá mais de dez empregos diferentes até os 38 anos. É preciso ser criativo, persistente. É como em um casamento. Não dá para sobreviver só com inteligência. Estamos mapeando essas habilidades, ok. Mas, uma vez que a pessoa em questão não seja disciplinada, persistente, algo nos diz que seja possível mudar? Essa é outra questão importante. Se essas habilidades são fixas, cristalizadas, não há nem o que mexer. Mas estamos descobrindo que essas características são muito maleáveis, pela vida toda, mas especialmente até os 20 anos de idade. É importante treinar os professores para que estimulem isso nos alunos. É o que estamos fazendo no Rio de Janeiro. Pode ser uma forma inclusive de a escola ficara mais motivante para o próprio aluno. Qual a reação dos professores? Para eles, é muito difícil ter crianças indisciplinadas, cansadas, desmotivadas, desfocadas. Ele precisa não desistir da criança, fazer ela acreditar nela mesma, trabalhar com disciplina, foco. Você tem de ensinar ao professor que ele não pode desistir da criança. Às vezes, o professor chega em sala e já elege aqueles em que vai focar, e os outros ficam meio de lado. Você tem de colocar para o professor que a meta dele é ter 100% de sucesso. Aí ele aprender a ter responsabilidade e não arrumar desculpa, dizendo que o aluno é pobre ou que a família dele é desestruturada. Se você ensinar, o aluno aprende. Quando isso acontece, o aluno passa a acreditar no professor e vice-versa. O professor também de ser persistente. Se o aluno falta, o professor vai até a casa dele ver o que aconteceu. Um serve de exemplo ao outro. É cruel quando a escola permite que a escola desista da própria inteligência. Você ensina a atitude para o professor, que vai ensinar pro aluno. Até porque, no Brasil, terminar o ensino médio é quase uma garantia de que a pessoa não vai ser miserável. Exato. Só 0,2% dos brasileiros que terminam o ensino médio podem ser classificados como pobres. Praticamente metade das crianças nem chegam ao ensino médio. Quando chegam, estão muitas vezes com uma defasagem muito grande. Não conseguem acompanhar. E isso em um momento em que elas começam a ter mais autonomia para querer desistir da escola. A escola é desestimulante, mas você tem um mundo superestimulante do lado de fora. Sem preparo emocional, fica fácil desistir. Sempre que se fala de uma cultura de alto desempenho dentro da escola, de resultados, de metas, existe uma reação de corporativismo, de sindicatos. Isso segue forte? Essa resistência existe. Ela não é tão forte quanto foi há 20 anos, mas ainda vai ter que evoluir muito. Avaliação é só uma ferramenta para saber se estamos acertando ou errando. É básico. Uma criança que tinha oito anos quando Dilma começou o primeiro mandato vai ter 16 quando ela terminar o segundo. São oito anos decisivos. O que ela aprendeu ou não vai definir a vida dela. A questão da eficiência é uma questão ética. Não temos o direito de não ter eficiência. Essa oportunidade não volta mais. Existe um estereótipo, não sei se justo, de que as culturas asiáticas, como as dos japoneses e dos sul-coreanos, têm uma carga muito forte de características como foco, disciplina. Estive pensando justamente nisso recentemente. Eles são focados, disciplinados e resistentes. São coisas que fazem parte da conscienciosidade, como a resistência à frustração. Isso é indicador de maturidade emocional. Nós [ocidentais] queremos tudo para a mesma hora, não temos isso tão bem desenvolvido. Em outras características, porém, como flexibilidade, nós somos muito bons. Em uma palestra recente, você disse que, depois de trazermos conhecimentos de gestão e economia à educação, o próximo passo é a neurociência. Como isso se dá? De modo mais geral, queremos trazer a ciência para a educação. Montamos uma rede de pesquisadores, com gente como o Roberto Lent [importante neurocientista carioca]. Estamos estudando, por exemplo, o papel da repetição na automatização da leitura e o papel do sono na consolidação do conhecimento. Queremos entender como o cérebro aprende, não só pesquisando, mas também rastreando todo o conhecimento que já está disponível mas não está sistematizado. A educação trabalha com achismos, enquanto a gente tem uma quantidade imensa de ciência à disposição. - RAIO-X: VIVIANE SENNA Nascimento 14.jun.1957 Formação Psicóloga pela PUC-SP, atuou como psicoterapeuta de adultos e crianças e também como supervisora de grupos de formação e aperfeiçoamento de terapeutas. Trajetória Em 1994, mesmo ano da morte do irmão, Ayrton Senna, fundou com sua família o Instituto Ayrton Senna, dedicado ao desenvolvimento da educação e que ostenta reconhecimento nacional e internacional. Recentemente a Viviane e o IAS têm se dedicado à incorporação de conhecimentos científicos na educação, e ao fomento de pesquisas na área de neurociências e na importância das habilidades socioemocionais para o desenvolvimento escolar
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'Educação é baseada em achismos, não em ciência', diz Viviane SennaViviane Senna, a presidente do Instituto Ayrton Senna, que leva o nome do seu irmão, considera que a educação brasileira vive uma fase pré-científica. Há muitos estudos à disposição sobre como o aprendizado se dá, afirma, mas pouco é utilizado. Sua entidade contratou recentemente o economista Ricardo Paes de Barros, importante pesquisador das áreas de desigualdade e mercado de trabalho. Fez também uma parceria com Roberto Lent, um dos principais neurocientistas do país, para o desenvolvimento de pesquisas na área de educação. Entre outro temas, eles estão pesquisando o impacto de características pessoais como a disciplina no aprendizado. Um estudo da entidade mostrou que qualidades como a dedicação e o foco têm quase o dobro do impacto no desempenho escolar em comparação com fatores tradicionalmente mais considerados, como cor, gênero ou ambiente familiar. Para ela, isso hoje é subestimado por escolas e professores. "Ninguém vai aprender se não for responsável, se não ralar." Leia abaixo a entrevista com Viviane Senna. * Folha - É possível mensurar o impacto de características como a disciplina no desempenho dos alunos? Viviane Senna - Estamos medindo a conscienciosidade de 25 mil alunos da rede estadual do Rio de Janeiro. É um mapeamento feito a partir de um conjunto de perguntas. Os cientistas estão megaentusiasmados. O que é a conscienciosidade? É a capacidade da pessoa de ser responsável, de ter foco, persistência, disciplina. O que descobrimos é que essa habilidade significa, a cada nove meses de aulas de matemática, um bônus de três meses no aprendizado. Ou seja, você consegue um terço a mais de resultados. O [economista] Ricardo Paes de Barros, que agora está no nosso time, está por trás dessa iniciativa. A iniciativa privada já descobriu que essas habilidades são importantes há muito tempo, não? Sim. Estamos mostrando cientificamente aquilo que intuitivamente sabemos que é importante. Ninguém vai aprender ou trabalhar se não for disciplinado, responsável, se não ralar Nenhuma atividade que envolva esforço vai ser bem sucedida se não tiver essas características. Que outras habilidades socioemocionais vocês apontam como importantes? Outra, muito importante, é a flexibilidade. O melhores empregos de 2010 nem existiam em 2002, por causa da tecnologia O governo americano estima que quem está hoje na escola terá mais de dez empregos diferentes até os 38 anos. É preciso ser criativo, persistente. É como em um casamento. Não dá para sobreviver só com inteligência. Estamos mapeando essas habilidades, ok. Mas, uma vez que a pessoa em questão não seja disciplinada, persistente, algo nos diz que seja possível mudar? Essa é outra questão importante. Se essas habilidades são fixas, cristalizadas, não há nem o que mexer. Mas estamos descobrindo que essas características são muito maleáveis, pela vida toda, mas especialmente até os 20 anos de idade. É importante treinar os professores para que estimulem isso nos alunos. É o que estamos fazendo no Rio de Janeiro. Pode ser uma forma inclusive de a escola ficara mais motivante para o próprio aluno. Qual a reação dos professores? Para eles, é muito difícil ter crianças indisciplinadas, cansadas, desmotivadas, desfocadas. Ele precisa não desistir da criança, fazer ela acreditar nela mesma, trabalhar com disciplina, foco. Você tem de ensinar ao professor que ele não pode desistir da criança. Às vezes, o professor chega em sala e já elege aqueles em que vai focar, e os outros ficam meio de lado. Você tem de colocar para o professor que a meta dele é ter 100% de sucesso. Aí ele aprender a ter responsabilidade e não arrumar desculpa, dizendo que o aluno é pobre ou que a família dele é desestruturada. Se você ensinar, o aluno aprende. Quando isso acontece, o aluno passa a acreditar no professor e vice-versa. O professor também de ser persistente. Se o aluno falta, o professor vai até a casa dele ver o que aconteceu. Um serve de exemplo ao outro. É cruel quando a escola permite que a escola desista da própria inteligência. Você ensina a atitude para o professor, que vai ensinar pro aluno. Até porque, no Brasil, terminar o ensino médio é quase uma garantia de que a pessoa não vai ser miserável. Exato. Só 0,2% dos brasileiros que terminam o ensino médio podem ser classificados como pobres. Praticamente metade das crianças nem chegam ao ensino médio. Quando chegam, estão muitas vezes com uma defasagem muito grande. Não conseguem acompanhar. E isso em um momento em que elas começam a ter mais autonomia para querer desistir da escola. A escola é desestimulante, mas você tem um mundo superestimulante do lado de fora. Sem preparo emocional, fica fácil desistir. Sempre que se fala de uma cultura de alto desempenho dentro da escola, de resultados, de metas, existe uma reação de corporativismo, de sindicatos. Isso segue forte? Essa resistência existe. Ela não é tão forte quanto foi há 20 anos, mas ainda vai ter que evoluir muito. Avaliação é só uma ferramenta para saber se estamos acertando ou errando. É básico. Uma criança que tinha oito anos quando Dilma começou o primeiro mandato vai ter 16 quando ela terminar o segundo. São oito anos decisivos. O que ela aprendeu ou não vai definir a vida dela. A questão da eficiência é uma questão ética. Não temos o direito de não ter eficiência. Essa oportunidade não volta mais. Existe um estereótipo, não sei se justo, de que as culturas asiáticas, como as dos japoneses e dos sul-coreanos, têm uma carga muito forte de características como foco, disciplina. Estive pensando justamente nisso recentemente. Eles são focados, disciplinados e resistentes. São coisas que fazem parte da conscienciosidade, como a resistência à frustração. Isso é indicador de maturidade emocional. Nós [ocidentais] queremos tudo para a mesma hora, não temos isso tão bem desenvolvido. Em outras características, porém, como flexibilidade, nós somos muito bons. Em uma palestra recente, você disse que, depois de trazermos conhecimentos de gestão e economia à educação, o próximo passo é a neurociência. Como isso se dá? De modo mais geral, queremos trazer a ciência para a educação. Montamos uma rede de pesquisadores, com gente como o Roberto Lent [importante neurocientista carioca]. Estamos estudando, por exemplo, o papel da repetição na automatização da leitura e o papel do sono na consolidação do conhecimento. Queremos entender como o cérebro aprende, não só pesquisando, mas também rastreando todo o conhecimento que já está disponível mas não está sistematizado. A educação trabalha com achismos, enquanto a gente tem uma quantidade imensa de ciência à disposição. - RAIO-X: VIVIANE SENNA Nascimento 14.jun.1957 Formação Psicóloga pela PUC-SP, atuou como psicoterapeuta de adultos e crianças e também como supervisora de grupos de formação e aperfeiçoamento de terapeutas. Trajetória Em 1994, mesmo ano da morte do irmão, Ayrton Senna, fundou com sua família o Instituto Ayrton Senna, dedicado ao desenvolvimento da educação e que ostenta reconhecimento nacional e internacional. Recentemente a Viviane e o IAS têm se dedicado à incorporação de conhecimentos científicos na educação, e ao fomento de pesquisas na área de neurociências e na importância das habilidades socioemocionais para o desenvolvimento escolar
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PT de São Paulo é alvo de coquetel molotov
O diretório municipal do PT em São Paulo sofreu um ataque na madrugada da última quarta-feira (25). Segundo o presidente do partido na cidade, Paulo Fiorilo, o prédio foi alvo de um coquetel molotov. Os vidros foram estilhaçados e a porta sofreu avarias. O partido registrou ocorrência e pedirá investigação da Polícia Federal. "Na minha opinião, isso é produto do ódio e da intolerância que estão sendo disseminados contra o PT. O atentado foi de madrugada e não houve vítimas. Mas até quando?", afirmou Fiorillo. O prédio atingido fica na Bela Vista, bairro no centro de São Paulo. "A nossa ideia é dar publicidade maior amanhã [27] ao ocorrido, inclusive com as medidas que vamos adotar", continuou o petista. "É uma demonstração do ódio e da intolerância que se criou nesse momento e que deve ser repudiada por todos os setores da sociedade." No último dia 15, quando foram realizados protestos contra a presidente Dilma Rousseff em várias cidades do país, um ataque semelhante foi registrado em Jundiaí (a 57 km de São Paulo). A sede do PT na cidade também foi atacada com material explosivo –para a Polícia Militar, tudo indica que era um coquetel molotov. Segundo a polícia, a janela da frente foi quebrada para que o explosivo fosse depositado dentro da sede. Não havia ninguém no local –só um cômodo ficou danificado.
poder
PT de São Paulo é alvo de coquetel molotovO diretório municipal do PT em São Paulo sofreu um ataque na madrugada da última quarta-feira (25). Segundo o presidente do partido na cidade, Paulo Fiorilo, o prédio foi alvo de um coquetel molotov. Os vidros foram estilhaçados e a porta sofreu avarias. O partido registrou ocorrência e pedirá investigação da Polícia Federal. "Na minha opinião, isso é produto do ódio e da intolerância que estão sendo disseminados contra o PT. O atentado foi de madrugada e não houve vítimas. Mas até quando?", afirmou Fiorillo. O prédio atingido fica na Bela Vista, bairro no centro de São Paulo. "A nossa ideia é dar publicidade maior amanhã [27] ao ocorrido, inclusive com as medidas que vamos adotar", continuou o petista. "É uma demonstração do ódio e da intolerância que se criou nesse momento e que deve ser repudiada por todos os setores da sociedade." No último dia 15, quando foram realizados protestos contra a presidente Dilma Rousseff em várias cidades do país, um ataque semelhante foi registrado em Jundiaí (a 57 km de São Paulo). A sede do PT na cidade também foi atacada com material explosivo –para a Polícia Militar, tudo indica que era um coquetel molotov. Segundo a polícia, a janela da frente foi quebrada para que o explosivo fosse depositado dentro da sede. Não havia ninguém no local –só um cômodo ficou danificado.
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'Marias' fazem linha de frente da greve de policiais militares no Espírito Santo
De repente, começa uma correria de mulheres –Marias, como cada uma delas se identificou à Folha –em frente ao Batalhão de Missões Especiais em Vitória (ES). "Vão pular o muro!" Como os PMs são proibidos de realizar greves pela Constituição, seus familiares fazem a frente do movimento que bloqueia os batalhões e reivindica reajuste salarial de 65% até 2020. Com isso, a categoria está parada desde a última sexta (4), o que provocou uma onda de violência que resultou em dezenas de mortes, saques e mudanças no cotidiano dos moradores da Grande Vitória. Na frente ao Batalhão de Missões Especiais em Vitória, algumas das Marias correm pelo lado de fora até outro ponto do prédio. Observam atentas a qualquer tentativa de saída dos policiais militares do prédio. Boa parte deles, na verdade, assiste ao movimento de familiares do outro lado da rua, à paisana, para dar "segurança" ao grupo. Na tarde desta terça-feira (7), eram cerca de 20 as mulheres, acompanhadas por quatro crianças, em frente ao portão do batalhão na capital capixaba. Após a correria, nova confusão: um homem passa de carro, abre a porta e diz: "Gente, precisa de mulher do outro lado, entra aí". O homem, segundo as Marias, faz parte de uma associação de militares. As associações, responsabilizadas pela falta de policiamento em uma decisão da Justiça do Espírito Santo, afirmam não ter relação com o movimento. "Elas estão bravas com as associações porque nós negociamos com o governo, mas entendíamos o lado deles, da necessidade de ajuste", disse o major Rogério Fernandes Lima, presidente da Associação dos Oficiais Militares do ES. Mulheres de soldados e mesmo policiais relataram à Folha o mesmo cenário de sucateamento da PM no Estado. Além da falta de reajuste salarial, reclamam da escassez de coletes à prova de balas, de munição e até mesmo de combustível para o patrulhamento. "A gente não tem plano de saúde, o Hospital Militar está a ponto de fechar", disse uma delas. Na 5ª Companhia do 1º Batalhão, um policial desabafa: "Nós não temos voz, ninguém dá amparo, nem a sociedade, nem o Estado". Na unidade, pinturas e reformas foram feitas por voluntários. "Guerreiras da PM, qual é sua missão? Defender a polícia e fechar o batalhão", cantam as Marias em meio a um buzinaço. O movimento começou no sábado (4) com sete mulheres na porta de uma unidade da PM em Serra, na região metropolitana. Com o WhatsApp e outras redes sociais praticamente todas as unidades das principais cidades do Estado passaram a ter acampamentos. As mulheres se revezam e recebem doações. Sem uma liderança clara, nenhuma delas fala em parar o movimento. "A população está sentindo o segundo dia útil sem policiamento, mas eles têm que entender que eu tenho família", diz uma das Marias. PM DO ESPÍRITO SANTO - Corporação está em greve desde sexta-feira
cotidiano
'Marias' fazem linha de frente da greve de policiais militares no Espírito SantoDe repente, começa uma correria de mulheres –Marias, como cada uma delas se identificou à Folha –em frente ao Batalhão de Missões Especiais em Vitória (ES). "Vão pular o muro!" Como os PMs são proibidos de realizar greves pela Constituição, seus familiares fazem a frente do movimento que bloqueia os batalhões e reivindica reajuste salarial de 65% até 2020. Com isso, a categoria está parada desde a última sexta (4), o que provocou uma onda de violência que resultou em dezenas de mortes, saques e mudanças no cotidiano dos moradores da Grande Vitória. Na frente ao Batalhão de Missões Especiais em Vitória, algumas das Marias correm pelo lado de fora até outro ponto do prédio. Observam atentas a qualquer tentativa de saída dos policiais militares do prédio. Boa parte deles, na verdade, assiste ao movimento de familiares do outro lado da rua, à paisana, para dar "segurança" ao grupo. Na tarde desta terça-feira (7), eram cerca de 20 as mulheres, acompanhadas por quatro crianças, em frente ao portão do batalhão na capital capixaba. Após a correria, nova confusão: um homem passa de carro, abre a porta e diz: "Gente, precisa de mulher do outro lado, entra aí". O homem, segundo as Marias, faz parte de uma associação de militares. As associações, responsabilizadas pela falta de policiamento em uma decisão da Justiça do Espírito Santo, afirmam não ter relação com o movimento. "Elas estão bravas com as associações porque nós negociamos com o governo, mas entendíamos o lado deles, da necessidade de ajuste", disse o major Rogério Fernandes Lima, presidente da Associação dos Oficiais Militares do ES. Mulheres de soldados e mesmo policiais relataram à Folha o mesmo cenário de sucateamento da PM no Estado. Além da falta de reajuste salarial, reclamam da escassez de coletes à prova de balas, de munição e até mesmo de combustível para o patrulhamento. "A gente não tem plano de saúde, o Hospital Militar está a ponto de fechar", disse uma delas. Na 5ª Companhia do 1º Batalhão, um policial desabafa: "Nós não temos voz, ninguém dá amparo, nem a sociedade, nem o Estado". Na unidade, pinturas e reformas foram feitas por voluntários. "Guerreiras da PM, qual é sua missão? Defender a polícia e fechar o batalhão", cantam as Marias em meio a um buzinaço. O movimento começou no sábado (4) com sete mulheres na porta de uma unidade da PM em Serra, na região metropolitana. Com o WhatsApp e outras redes sociais praticamente todas as unidades das principais cidades do Estado passaram a ter acampamentos. As mulheres se revezam e recebem doações. Sem uma liderança clara, nenhuma delas fala em parar o movimento. "A população está sentindo o segundo dia útil sem policiamento, mas eles têm que entender que eu tenho família", diz uma das Marias. PM DO ESPÍRITO SANTO - Corporação está em greve desde sexta-feira
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Gus Van Sant filma massacre nos EUA sem emitir julgamentos
O que é, afinal, "Elefante" (HBO Signature, 20h33, 16 anos)? Gus Van Sant nos leva, neste filme de 2003, ao célebre massacre de Columbine, quando dois adolescentes mataram vários colegas. Van Sant filma a frio. Observa os fatos do dia: os alunos que chegam à escola etc. E os dois estudantes responsáveis pelo massacre. A estratégia é esta: mostrar e, de certa forma, ausentar-se. Não explicar, não julgar. Nada. Há filmes em que isso funciona bem. Há outros (como sua refilmagem de "Psicose") em que esse ausentar-se está próximo da omissão. Em que caso estará "Elefante"? Já pensei nele como um filme que traz os fatos (com talento) para o espectador refletir. Não estou mais tão certo de que seja mesmo assim.
ilustrada
Gus Van Sant filma massacre nos EUA sem emitir julgamentosO que é, afinal, "Elefante" (HBO Signature, 20h33, 16 anos)? Gus Van Sant nos leva, neste filme de 2003, ao célebre massacre de Columbine, quando dois adolescentes mataram vários colegas. Van Sant filma a frio. Observa os fatos do dia: os alunos que chegam à escola etc. E os dois estudantes responsáveis pelo massacre. A estratégia é esta: mostrar e, de certa forma, ausentar-se. Não explicar, não julgar. Nada. Há filmes em que isso funciona bem. Há outros (como sua refilmagem de "Psicose") em que esse ausentar-se está próximo da omissão. Em que caso estará "Elefante"? Já pensei nele como um filme que traz os fatos (com talento) para o espectador refletir. Não estou mais tão certo de que seja mesmo assim.
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Entidades criticam proposta que permite censura e pressionam Temer
Entidades como ANJ (Associação Nacional de Jornais), ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) criticaram a emenda aprovada nesta quinta-feira (5) pelo Congresso que permite censura. A medida, incluída na reforma política, obrigará sites a suspender, sem decisão judicial, a publicação de conteúdo denunciado como "discurso de ódio, disseminação de informações falsas ou ofensa em desfavor de partido ou candidato". A denúncia poderá ser feita por qualquer usuário de internet ou rede social. Para a ANJ, que repudiou a iniciativa em nota conjunta com a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) e a Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas), "a medida aprovada pelo Congresso é claramente inconstitucional, por se tratar de censura". O Marco Civil da Internet, lembram as três organizações, prevê que suspensão ou retirada do ar de informações e opiniões só pode ocorrer mediante decisão judicial. "As associações condenam o discurso do ódio e a disseminação de informações falsas, no ambiente da internet ou fora dele, mas assinalam que o combate a esses males só pode acontecer dentro da legalidade", diz o texto. Para a ABI, além de ferir o marco civil, o Congresso tenta legislar com base em "ofensa a preceitos fundamentais do Estado de direito". A Abraji, em comunicado, afirmou que "o Brasil não vive o fantasma de práticas tão explícitas de censura desde o fim da ditadura militar". Para a associação, os termos da proposta abrem margem para que simpatizantes e apoiadores de uma candidatura denunciem as postagens em redes sociais de pessoas que apoiam adversários. "Sites como o Facebook não teriam escolha senão suspender as postagens. O resultado seria um deserto informativo", disse a Abraji. A ABI afirmou que a proposta é uma "grave ameça à liberdade de expressão do pensamento". Para a organização, a alegação de que a medida tem como objetivo conter abusos "chama atenção para o que se pretende, na verdade, ocultar: a implantação da censura na internet". "Não se pode aceitar que, a pretexto de combater manifestações de intolerância de qualquer natureza, sejam criados mecanismos que na prática inviabilizem a livre circulação de ideias." APELO A TEMER Ao se manifestarem contra a medida, as entidades pressionaram o presidente Michel Temer a vetar o ponto da reforma que prevê a censura. O texto será enviado para a avaliação dele, que decidirá sobre a sanção integral ou com vetos. ANJ, Abert e Aner disseram esperar que o presidente, ao impedir a autorização para suspensão de conteúdo, "restabeleça a plena liberdade de expressão" no país. A Abraji, que considera a aprovação do dispositivo "uma grave ameaça ao regime democrático", disse que somente o veto "pode garantir a liberdade de expressão na internet no pleito de 2018". Chamando a decisão do Congresso de "atrapalhada", a ABI afirmou esperar que Temer "restaure as garantias ofendidas" e rejeite "uma emenda que envergonha a todos nós". O Palácio do Planalto ainda não se manifestou sobre o assunto nem disse se o presidente pretende vetar algum item da proposta, incluindo, por exemplo, o da censura.
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Entidades criticam proposta que permite censura e pressionam TemerEntidades como ANJ (Associação Nacional de Jornais), ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) criticaram a emenda aprovada nesta quinta-feira (5) pelo Congresso que permite censura. A medida, incluída na reforma política, obrigará sites a suspender, sem decisão judicial, a publicação de conteúdo denunciado como "discurso de ódio, disseminação de informações falsas ou ofensa em desfavor de partido ou candidato". A denúncia poderá ser feita por qualquer usuário de internet ou rede social. Para a ANJ, que repudiou a iniciativa em nota conjunta com a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) e a Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas), "a medida aprovada pelo Congresso é claramente inconstitucional, por se tratar de censura". O Marco Civil da Internet, lembram as três organizações, prevê que suspensão ou retirada do ar de informações e opiniões só pode ocorrer mediante decisão judicial. "As associações condenam o discurso do ódio e a disseminação de informações falsas, no ambiente da internet ou fora dele, mas assinalam que o combate a esses males só pode acontecer dentro da legalidade", diz o texto. Para a ABI, além de ferir o marco civil, o Congresso tenta legislar com base em "ofensa a preceitos fundamentais do Estado de direito". A Abraji, em comunicado, afirmou que "o Brasil não vive o fantasma de práticas tão explícitas de censura desde o fim da ditadura militar". Para a associação, os termos da proposta abrem margem para que simpatizantes e apoiadores de uma candidatura denunciem as postagens em redes sociais de pessoas que apoiam adversários. "Sites como o Facebook não teriam escolha senão suspender as postagens. O resultado seria um deserto informativo", disse a Abraji. A ABI afirmou que a proposta é uma "grave ameça à liberdade de expressão do pensamento". Para a organização, a alegação de que a medida tem como objetivo conter abusos "chama atenção para o que se pretende, na verdade, ocultar: a implantação da censura na internet". "Não se pode aceitar que, a pretexto de combater manifestações de intolerância de qualquer natureza, sejam criados mecanismos que na prática inviabilizem a livre circulação de ideias." APELO A TEMER Ao se manifestarem contra a medida, as entidades pressionaram o presidente Michel Temer a vetar o ponto da reforma que prevê a censura. O texto será enviado para a avaliação dele, que decidirá sobre a sanção integral ou com vetos. ANJ, Abert e Aner disseram esperar que o presidente, ao impedir a autorização para suspensão de conteúdo, "restabeleça a plena liberdade de expressão" no país. A Abraji, que considera a aprovação do dispositivo "uma grave ameaça ao regime democrático", disse que somente o veto "pode garantir a liberdade de expressão na internet no pleito de 2018". Chamando a decisão do Congresso de "atrapalhada", a ABI afirmou esperar que Temer "restaure as garantias ofendidas" e rejeite "uma emenda que envergonha a todos nós". O Palácio do Planalto ainda não se manifestou sobre o assunto nem disse se o presidente pretende vetar algum item da proposta, incluindo, por exemplo, o da censura.
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O desastre de não imaginar o desastre
O Facebook é o faroeste. Não falo das mensagens ou dos comentários que exibem uma violência e uma selvajaria inauditas. Isso, digamos, é quase brincadeira de crianças. Falo do resto: espancamentos, violações, suicídios, homicídios —tudo transmitido ao vivo para milhares de seres humanos. O último caso foi protagonizado por Steve Stephens. Escrevo "protagonizado" porque existe uma dimensão quase cinematográfica no horror. Steve, como um vilão de filme, aproximou-se de Robert Godwin, 74, e abateu-o depois de uns segundos de suspense. Depois, para cumprir o roteiro, filmou-se em meditações profundas sobre a vida. Sabemos agora que, perseguido pela polícia, o criminoso suicidou-se. É incompreensível que não tenha filmado o último ato da sua narrativa. Acredito que seria um sucesso de bilheteria. Perante esta sombria realidade, a pergunta é básica: como foi que Mark Zuckerberg e sua tribo não previram, sequer imaginaram, que o Facebook seria "sequestrado" por psicopatas vários para promoverem, como estrelas de Hollywood, os seus atos macabros? A pergunta é formulada por Steve Coll na "New Yorker" mas o autor não consegue encontrar uma resposta. Todos os dias, o Facebook tem 1,2 bilhões de utilizadores. Mark Zuckerberg pode prometer maior vigilância. Mas haverá sempre alguém que terá no Facebook Live o seu palco, ou o seu açougue. O problema, em suma, está na existência do próprio Facebook Live, uma evidência que nunca passou pela cabeça do adolescente Zuckerberg. E não passou pela cabeça por razões que um filósofo inglês explica muito bem. O nome é Roger Scruton e o livro —pessoalmente, o melhor livro dele— intitula-se "As vantagens do pessimismo e o perigo da falsa esperança" (É Realizações, 208 págs.). O objetivo de Scruton é analisar a mente otimista. Cautela: Scruton nada tem contra o otimismo. Sem um mínimo de esperança —na vida, nos outros, em nós— a existência seria um vale de lágrimas insuportável. O perigo, para Scruton, está no "otimismo inescrupuloso" que se baseia em várias falácias intelectuais. E a primeira delas, que importa relembrar agora, é designada por "the best case fallacy", algo que podemos traduzir livremente por "falácia do melhor resultado". Para o "otimista inescrupuloso", as suas escolhas em condições de incerteza nunca são escolhas de resultado incerto. Pelo contrário: para o "otimista inescrupuloso", só existe um resultado possível - o melhor, o ideal, o perfeito. O "otimista inescrupuloso" é muito parecido com alguém viciado no jogo. E existe uma ideia "romântica", escreve Scruton, de que o jogador é alguém que assume o risco e, apesar disso, aposta na mesma. Antes fosse. O viciado não acomoda o risco no seu cálculo; ele entra no jogo com a certeza de que vai ganhar. Perder não é um resultado "natural"; é um surpresa cósmica que nunca lhe ocorreu "a priori". Foi esse tipo de mentalidade que presidiu aos maiores horrores do século 20. É indiferente falarmos de Lênin, Stálin, Hitler ou Mao. Todos eles lançaram-se no abismo da utopia porque, logicamente, nunca imaginaram que o abismo seria mesmo um abismo. Nas suas cabeças estreitas e criminosas, o resultado final seria perfeito. Melhor ainda: só poderia ser perfeito. Dizer que não foi perfeito é um arrepiante eufemismo. Mas enganam-se os que pensam que o "otimismo inescrupuloso" e a falácia do melhor resultado ficaram sepultadas no século 20. Hoje, em diferentes latitudes, "otimistas inescrupulosos" continuam a resistir a qualquer "imaginação do desastre", para usar a famosa expressão do escritor Henry James. Mark Zuckerberg é apenas um deles: basta escutá-lo ou lê-lo para vermos como o mundo de Zuckerberg é composto por fadas e duendes, em danças alegres, sob as cores do arco-íris. Nesse mundo, não há espaço para a natureza humana tal como ela é: generosa e criativa, sim, mas também narcísica, cruel, patológica. Para usarmos a palavra proibida da pós-modernidade, no mundo de Zuckerberg não há espaço para o Mal. Mal? Na mesma semana em que o homicida de Cleveland deslumbrava o auditório, Zuckerberg anunciava que o Facebook terá direito a "realidade aumentada". Em breve, qualquer um poderá adicionar efeitos especiais às suas imagens. Como nos filmes de Hollywood. De fato, é só mesmo o que faltava: tornar o sangue real das vítimas mais vermelho e os gritos mais musicais.
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O desastre de não imaginar o desastreO Facebook é o faroeste. Não falo das mensagens ou dos comentários que exibem uma violência e uma selvajaria inauditas. Isso, digamos, é quase brincadeira de crianças. Falo do resto: espancamentos, violações, suicídios, homicídios —tudo transmitido ao vivo para milhares de seres humanos. O último caso foi protagonizado por Steve Stephens. Escrevo "protagonizado" porque existe uma dimensão quase cinematográfica no horror. Steve, como um vilão de filme, aproximou-se de Robert Godwin, 74, e abateu-o depois de uns segundos de suspense. Depois, para cumprir o roteiro, filmou-se em meditações profundas sobre a vida. Sabemos agora que, perseguido pela polícia, o criminoso suicidou-se. É incompreensível que não tenha filmado o último ato da sua narrativa. Acredito que seria um sucesso de bilheteria. Perante esta sombria realidade, a pergunta é básica: como foi que Mark Zuckerberg e sua tribo não previram, sequer imaginaram, que o Facebook seria "sequestrado" por psicopatas vários para promoverem, como estrelas de Hollywood, os seus atos macabros? A pergunta é formulada por Steve Coll na "New Yorker" mas o autor não consegue encontrar uma resposta. Todos os dias, o Facebook tem 1,2 bilhões de utilizadores. Mark Zuckerberg pode prometer maior vigilância. Mas haverá sempre alguém que terá no Facebook Live o seu palco, ou o seu açougue. O problema, em suma, está na existência do próprio Facebook Live, uma evidência que nunca passou pela cabeça do adolescente Zuckerberg. E não passou pela cabeça por razões que um filósofo inglês explica muito bem. O nome é Roger Scruton e o livro —pessoalmente, o melhor livro dele— intitula-se "As vantagens do pessimismo e o perigo da falsa esperança" (É Realizações, 208 págs.). O objetivo de Scruton é analisar a mente otimista. Cautela: Scruton nada tem contra o otimismo. Sem um mínimo de esperança —na vida, nos outros, em nós— a existência seria um vale de lágrimas insuportável. O perigo, para Scruton, está no "otimismo inescrupuloso" que se baseia em várias falácias intelectuais. E a primeira delas, que importa relembrar agora, é designada por "the best case fallacy", algo que podemos traduzir livremente por "falácia do melhor resultado". Para o "otimista inescrupuloso", as suas escolhas em condições de incerteza nunca são escolhas de resultado incerto. Pelo contrário: para o "otimista inescrupuloso", só existe um resultado possível - o melhor, o ideal, o perfeito. O "otimista inescrupuloso" é muito parecido com alguém viciado no jogo. E existe uma ideia "romântica", escreve Scruton, de que o jogador é alguém que assume o risco e, apesar disso, aposta na mesma. Antes fosse. O viciado não acomoda o risco no seu cálculo; ele entra no jogo com a certeza de que vai ganhar. Perder não é um resultado "natural"; é um surpresa cósmica que nunca lhe ocorreu "a priori". Foi esse tipo de mentalidade que presidiu aos maiores horrores do século 20. É indiferente falarmos de Lênin, Stálin, Hitler ou Mao. Todos eles lançaram-se no abismo da utopia porque, logicamente, nunca imaginaram que o abismo seria mesmo um abismo. Nas suas cabeças estreitas e criminosas, o resultado final seria perfeito. Melhor ainda: só poderia ser perfeito. Dizer que não foi perfeito é um arrepiante eufemismo. Mas enganam-se os que pensam que o "otimismo inescrupuloso" e a falácia do melhor resultado ficaram sepultadas no século 20. Hoje, em diferentes latitudes, "otimistas inescrupulosos" continuam a resistir a qualquer "imaginação do desastre", para usar a famosa expressão do escritor Henry James. Mark Zuckerberg é apenas um deles: basta escutá-lo ou lê-lo para vermos como o mundo de Zuckerberg é composto por fadas e duendes, em danças alegres, sob as cores do arco-íris. Nesse mundo, não há espaço para a natureza humana tal como ela é: generosa e criativa, sim, mas também narcísica, cruel, patológica. Para usarmos a palavra proibida da pós-modernidade, no mundo de Zuckerberg não há espaço para o Mal. Mal? Na mesma semana em que o homicida de Cleveland deslumbrava o auditório, Zuckerberg anunciava que o Facebook terá direito a "realidade aumentada". Em breve, qualquer um poderá adicionar efeitos especiais às suas imagens. Como nos filmes de Hollywood. De fato, é só mesmo o que faltava: tornar o sangue real das vítimas mais vermelho e os gritos mais musicais.
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Veja obra de Francesco Vezzoli, que faz paródias da arte com seu rosto
O italiano Francesco Vezzoli, 45, satiriza a imagem de Mayakovsky no pôster, que, com fotografias e esculturas, integra sua primeira retrospectiva no Brasil. A mostra ocupará a Oca de 10/11 a 11/12.
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Veja obra de Francesco Vezzoli, que faz paródias da arte com seu rostoO italiano Francesco Vezzoli, 45, satiriza a imagem de Mayakovsky no pôster, que, com fotografias e esculturas, integra sua primeira retrospectiva no Brasil. A mostra ocupará a Oca de 10/11 a 11/12.
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Renan Calheiros espera votar projeto de desonerações nesta terça
O presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou nesta terça-feira (18) que espera votar o projeto de desoneração hoje. "Há um espaço muito grande no Senado Federal no sentido de tirar aquele cadáver insepulto da nossa pauta", disse, ao chegar em evento que discute a reforma tributária do PIS/Cofins, no IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), em Brasília. O projeto de desonerações está atualmente trancando a pauta da Casa. Segundo Renan, a ideia é trabalhar com líderes uma estratégia que leve a aprovação da pauta e abrir caminho para a retomada normal dos trabalhos, votando a proposta ainda hoje. Sobre o projeto da reforma do PIS/Cofins, Renan disse que há um esforço para que essa discussão comece e que aguarda a proposta do governo federal. "Vamos também apresentar na Agenda Brasil uma proposta do Senado para que possamos convergir", afirmou. O presidente do Senado também prometeu anunciar uma comissão no Senado para sistematizar e agilizar matérias já existentes envolvendo temas que passam pelo conjunto de propostas apresentadas na semana passada. "Nossa proposta é que isso caminhe rapidamente". Já o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse que aguarda a proposta do poder executivo para pautar a questão do PIS/Cofins. "O objetivo é que não tenha aumento de carga tributária, esse é o objetivo que a Câmara vai perseguir. Alguma reforma pode ser feita? Sem dúvida nenhuma, mas isso tem que ser com efeito nulo, sem aumento de carga.", disse. Também participa do evento o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.
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Renan Calheiros espera votar projeto de desonerações nesta terçaO presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou nesta terça-feira (18) que espera votar o projeto de desoneração hoje. "Há um espaço muito grande no Senado Federal no sentido de tirar aquele cadáver insepulto da nossa pauta", disse, ao chegar em evento que discute a reforma tributária do PIS/Cofins, no IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), em Brasília. O projeto de desonerações está atualmente trancando a pauta da Casa. Segundo Renan, a ideia é trabalhar com líderes uma estratégia que leve a aprovação da pauta e abrir caminho para a retomada normal dos trabalhos, votando a proposta ainda hoje. Sobre o projeto da reforma do PIS/Cofins, Renan disse que há um esforço para que essa discussão comece e que aguarda a proposta do governo federal. "Vamos também apresentar na Agenda Brasil uma proposta do Senado para que possamos convergir", afirmou. O presidente do Senado também prometeu anunciar uma comissão no Senado para sistematizar e agilizar matérias já existentes envolvendo temas que passam pelo conjunto de propostas apresentadas na semana passada. "Nossa proposta é que isso caminhe rapidamente". Já o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse que aguarda a proposta do poder executivo para pautar a questão do PIS/Cofins. "O objetivo é que não tenha aumento de carga tributária, esse é o objetivo que a Câmara vai perseguir. Alguma reforma pode ser feita? Sem dúvida nenhuma, mas isso tem que ser com efeito nulo, sem aumento de carga.", disse. Também participa do evento o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.
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Modernização à Inquisição
Quem entra no plenário do Palácio Tiradentes, sede do Poder Legislativo do Rio e antiga Câmara dos Deputados, se depara com um enorme painel em que um grupo de homens brancos, de robustos bigodes e graves gestos, parece descansar após heroica batalha. Pintado por Eliseu Visconti em 1926, ele retrata a elaboração da primeira Constituição republicana, aprovada em 1891. Neste Dia Internacional da Mulher, conto a história de alguns dos heróis de Visconti. Durante as discussões sobre o direito ao voto feminino, Lacerda Coutinho, constituinte por Santa Catarina, defendeu que as mulheres não têm o mesmo valor dos varões no Estado. Já Moniz Freire, do Espírito Santo, mostrou-se um visionário ao lançar um argumento que se tornaria febre entre moralizadores do século 21: o voto feminino seria a "dissolução da família brasileira". Recuo alguns anos até a primeira Constituição pós-independência, de 1824. Produto de homens brancos, de robustos bigodes e graves gestos, ela era censitária e não previa o voto feminino. Peregrinei tanto para mostrar como o 8 de Março não importa somente às mulheres, mas também à democracia. As contradições brasileiras têm suas bancadas parlamentares, e o painel de Visconti representa o machismo, velhacamente renovado, no Legislativo do Rio. A CPI do Aborto é emblemática. Apesar do tema, o debate foi feito por homens. Só há uma mulher entre os sete membros da comissão. Das 16 pessoas ouvidas, somente duas eram do sexo feminino, sendo uma delas delegada. Ninguém do movimento de mulheres foi chamado. Nenhuma mulher que sofreu um aborto foi ouvida. Se fosse, certamente ela não concordaria com a proposta de que todos os abortos, inclusive os espontâneos e os previstos em lei, sejam obrigatoriamente comunicados à polícia. A iniciativa é humilhante, viola a dignidade das mulheres, criminaliza-as e reafirma que o aborto é caso de polícia, não de saúde pública. É a modernização da Inquisição. A legalização do aborto não pode ser tratada com uma banalização do procedimento. Ela é a garantia para que possamos ter políticas públicas de saúde. Proibição fingida e machismo matam: o aborto é a quinta causa de morte entre mulheres. Parte dos deputados que apoia a medida é ligada ao governador Luiz Fernando Pezão. Seu aliado Pedro Paulo Carvalho, pré-candidato a prefeito do Rio, assumiu que espancou a ex-mulher. Apesar disso, Pezão afirmou recentemente que, antes de julgá-lo, é preciso conhecer os motivos da agressão. A violência só será superada quando as mulheres não forem mais tratadas como cidadãs de segunda classe e tiverem voz efetiva nos rumos do país e de suas próprias vidas.
colunas
Modernização à InquisiçãoQuem entra no plenário do Palácio Tiradentes, sede do Poder Legislativo do Rio e antiga Câmara dos Deputados, se depara com um enorme painel em que um grupo de homens brancos, de robustos bigodes e graves gestos, parece descansar após heroica batalha. Pintado por Eliseu Visconti em 1926, ele retrata a elaboração da primeira Constituição republicana, aprovada em 1891. Neste Dia Internacional da Mulher, conto a história de alguns dos heróis de Visconti. Durante as discussões sobre o direito ao voto feminino, Lacerda Coutinho, constituinte por Santa Catarina, defendeu que as mulheres não têm o mesmo valor dos varões no Estado. Já Moniz Freire, do Espírito Santo, mostrou-se um visionário ao lançar um argumento que se tornaria febre entre moralizadores do século 21: o voto feminino seria a "dissolução da família brasileira". Recuo alguns anos até a primeira Constituição pós-independência, de 1824. Produto de homens brancos, de robustos bigodes e graves gestos, ela era censitária e não previa o voto feminino. Peregrinei tanto para mostrar como o 8 de Março não importa somente às mulheres, mas também à democracia. As contradições brasileiras têm suas bancadas parlamentares, e o painel de Visconti representa o machismo, velhacamente renovado, no Legislativo do Rio. A CPI do Aborto é emblemática. Apesar do tema, o debate foi feito por homens. Só há uma mulher entre os sete membros da comissão. Das 16 pessoas ouvidas, somente duas eram do sexo feminino, sendo uma delas delegada. Ninguém do movimento de mulheres foi chamado. Nenhuma mulher que sofreu um aborto foi ouvida. Se fosse, certamente ela não concordaria com a proposta de que todos os abortos, inclusive os espontâneos e os previstos em lei, sejam obrigatoriamente comunicados à polícia. A iniciativa é humilhante, viola a dignidade das mulheres, criminaliza-as e reafirma que o aborto é caso de polícia, não de saúde pública. É a modernização da Inquisição. A legalização do aborto não pode ser tratada com uma banalização do procedimento. Ela é a garantia para que possamos ter políticas públicas de saúde. Proibição fingida e machismo matam: o aborto é a quinta causa de morte entre mulheres. Parte dos deputados que apoia a medida é ligada ao governador Luiz Fernando Pezão. Seu aliado Pedro Paulo Carvalho, pré-candidato a prefeito do Rio, assumiu que espancou a ex-mulher. Apesar disso, Pezão afirmou recentemente que, antes de julgá-lo, é preciso conhecer os motivos da agressão. A violência só será superada quando as mulheres não forem mais tratadas como cidadãs de segunda classe e tiverem voz efetiva nos rumos do país e de suas próprias vidas.
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Painel: Dilma já sonda nomes para substituir Graça Foster na Petrobras
Em águas profundas A avalanche de más notícias dadas por Graça Foster na última semana removeu sua rede de proteção. Dilma Rousseff deflagrou ainda no fim da semana passada o processo de seleção do substituto da presidente da Petrobras. Joaquim ... Leia post completo no blog
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Painel: Dilma já sonda nomes para substituir Graça Foster na PetrobrasEm águas profundas A avalanche de más notícias dadas por Graça Foster na última semana removeu sua rede de proteção. Dilma Rousseff deflagrou ainda no fim da semana passada o processo de seleção do substituto da presidente da Petrobras. Joaquim ... Leia post completo no blog
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Previsão aponta que chuva diminuirá até o final do mês de fevereiro em SP
A condição climática responsável pelas chuvas em fevereiro não deve se repetir até o fim do mês. Até o Carnaval, a umidade da Amazônia conseguiu atuar sobre o Estado de São Paulo, causando chuvas mais abrangentes e volumosas, capazes de aumentar o nível dos reservatórios da região metropolitana. A partir deste sábado (21), no entanto, o tempo ficará seco e com forte calor, segundo a Climatempo. Essa condição deve persistir até a semana seguinte. A diferença é que, a partir de segunda-feira (23), ocorrerão pancadas de chuvas isoladas no final da tarde, típicas do verão. A próxima frente fria deve chegar a São Paulo apenas no final do mês, nos dias 27 e 28, causando temporais. Essas chuvas, apesar de fortes, têm menor capacidade de encher as represas.
cotidiano
Previsão aponta que chuva diminuirá até o final do mês de fevereiro em SPA condição climática responsável pelas chuvas em fevereiro não deve se repetir até o fim do mês. Até o Carnaval, a umidade da Amazônia conseguiu atuar sobre o Estado de São Paulo, causando chuvas mais abrangentes e volumosas, capazes de aumentar o nível dos reservatórios da região metropolitana. A partir deste sábado (21), no entanto, o tempo ficará seco e com forte calor, segundo a Climatempo. Essa condição deve persistir até a semana seguinte. A diferença é que, a partir de segunda-feira (23), ocorrerão pancadas de chuvas isoladas no final da tarde, típicas do verão. A próxima frente fria deve chegar a São Paulo apenas no final do mês, nos dias 27 e 28, causando temporais. Essas chuvas, apesar de fortes, têm menor capacidade de encher as represas.
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Tropas iraquianas retomam do EI prédios do governo em Mossul
Tropas do Iraque retomaram nesta terça-feira (7) das mãos da milícia radical Estado Islâmico (EI) o complexo do governo em Mossul, além do museu da cidade e da sede local do Banco Central. Os prédios estavam destruídos e não vinham sendo usados pelo EI, mas sua captura representa uma vitória simbólica na batalha contra a facção. Segundo a agência de notícias Associated Press, as forças iraquianas sofreram contra-ataques de combatentes do EI e ainda lutavam para garantir a segurança dos pontos retomados. Há cerca de duas semanas, o governo iraquiano anunciou o início de uma operação para expulsar os terroristas da porção oeste de Mossul. A porção leste foi controlada com apoio de bombardeios da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos após meses de uma megaoperação militar lançada em outubro para retomar a cidade, que é a segunda maior do Iraque e é considerada o último bastião do EI no país. O EI tomou a cidade em junho de 2014, em uma surpreendente ofensiva que serviu de trampolim para a facção expandir sua influência no Iraque e na vizinha Síria. No museu de Mossul, retomado nesta terça, o EI gravou em 2015 imagens de combatentes destruindo artefatos históricos, o que chamou a atenção da comunidade internacional para os riscos sobre o patrimônio cultural da região. A batalha por Mossul já provocou o deslocamento de milhares de civis e pode agravar a crise humanitária na região.
mundo
Tropas iraquianas retomam do EI prédios do governo em MossulTropas do Iraque retomaram nesta terça-feira (7) das mãos da milícia radical Estado Islâmico (EI) o complexo do governo em Mossul, além do museu da cidade e da sede local do Banco Central. Os prédios estavam destruídos e não vinham sendo usados pelo EI, mas sua captura representa uma vitória simbólica na batalha contra a facção. Segundo a agência de notícias Associated Press, as forças iraquianas sofreram contra-ataques de combatentes do EI e ainda lutavam para garantir a segurança dos pontos retomados. Há cerca de duas semanas, o governo iraquiano anunciou o início de uma operação para expulsar os terroristas da porção oeste de Mossul. A porção leste foi controlada com apoio de bombardeios da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos após meses de uma megaoperação militar lançada em outubro para retomar a cidade, que é a segunda maior do Iraque e é considerada o último bastião do EI no país. O EI tomou a cidade em junho de 2014, em uma surpreendente ofensiva que serviu de trampolim para a facção expandir sua influência no Iraque e na vizinha Síria. No museu de Mossul, retomado nesta terça, o EI gravou em 2015 imagens de combatentes destruindo artefatos históricos, o que chamou a atenção da comunidade internacional para os riscos sobre o patrimônio cultural da região. A batalha por Mossul já provocou o deslocamento de milhares de civis e pode agravar a crise humanitária na região.
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Planalto demora demais para resolver 'polêmicas' da Oi
Foi preciso a Oi entrar em recuperação judicial para que reivindicações controversas das teles ganhassem prioridade. Desde a renovação dos contratos de concessão, em 2010, as operadoras pedem ao governo o fim do modelo de concessão. Entre tantas outras solicitações, também querem vender bens e equipamentos hoje usados na telefonia fixa e que ficaram obsoletos –outra discussão que o governo e a Anatel evitam colocar ponto final há uma década. Não dá mais para adiar. Agora, decidirão tudo na frente do juiz que cuidará da recuperação da Oi. Um exemplo do que significa o "peso" da concessão: a Oi, que atua em quase todo o país, gasta por ano cerca de R$ 300 milhões com a instalação e manutenção de orelhões. Mas só fatura com eles R$ 17 milhões. Tomou multas milionárias por atraso na instalação e nos reparos. Em uma delas, o atraso ocorreu porque um cacique não autorizou a entrada da equipe na tribo. Os índios usavam celulares na comunidade e o orelhão não tinha utilidade. Para as concessionárias, seria mais importante –e econômico– prestar o serviço com liberdade de escolha da tecnologia (cabos, fibras, celular, rádio ou satélite) –o que acontece no modelo de autorização. Hoje, pouquíssimos países usam a concessão. Entre eles, Peru e Turquia.
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Planalto demora demais para resolver 'polêmicas' da OiFoi preciso a Oi entrar em recuperação judicial para que reivindicações controversas das teles ganhassem prioridade. Desde a renovação dos contratos de concessão, em 2010, as operadoras pedem ao governo o fim do modelo de concessão. Entre tantas outras solicitações, também querem vender bens e equipamentos hoje usados na telefonia fixa e que ficaram obsoletos –outra discussão que o governo e a Anatel evitam colocar ponto final há uma década. Não dá mais para adiar. Agora, decidirão tudo na frente do juiz que cuidará da recuperação da Oi. Um exemplo do que significa o "peso" da concessão: a Oi, que atua em quase todo o país, gasta por ano cerca de R$ 300 milhões com a instalação e manutenção de orelhões. Mas só fatura com eles R$ 17 milhões. Tomou multas milionárias por atraso na instalação e nos reparos. Em uma delas, o atraso ocorreu porque um cacique não autorizou a entrada da equipe na tribo. Os índios usavam celulares na comunidade e o orelhão não tinha utilidade. Para as concessionárias, seria mais importante –e econômico– prestar o serviço com liberdade de escolha da tecnologia (cabos, fibras, celular, rádio ou satélite) –o que acontece no modelo de autorização. Hoje, pouquíssimos países usam a concessão. Entre eles, Peru e Turquia.
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Apesar de novas regras, Fies não está garantido para o 2º semestre, diz MEC
O Fies, programa federal de crédito estudantil, ganhou novas regras que mudaram a vida de estudantes e a parceria entre governo e universidades. Agora, só poderá tomar crédito quem tiver ao menos 450 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), sem zerar a redação. Antes, não havia nota de corte. O prazo para o cadastro também encurtou, de seis meses para três. O programa só dará atendimento pleno (100% dos postulantes a crédito) a cursos com nota máxima no CPC, índice de qualidade das graduações. O reajuste de mensalidades nas escolas parceiras fica restrito a 6,4% (abaixo da inflação). O governo diz que precisou mexer no programa para cortar gastos. Em 2014, o Fies custou R$ 13,7 bilhões, com 732 mil contratos de financiamento. Segundo o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, os 252 mil contratos fechados no primeiro semestre, a metade da demanda, já consumiram toda a verba de R$ 2,5 bilhões do período. O MEC diz ter "intenção" de abrir o crédito no segundo semestre, "mas não está garantido, já que isso depende de novo aporte financeiro".
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Apesar de novas regras, Fies não está garantido para o 2º semestre, diz MECO Fies, programa federal de crédito estudantil, ganhou novas regras que mudaram a vida de estudantes e a parceria entre governo e universidades. Agora, só poderá tomar crédito quem tiver ao menos 450 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), sem zerar a redação. Antes, não havia nota de corte. O prazo para o cadastro também encurtou, de seis meses para três. O programa só dará atendimento pleno (100% dos postulantes a crédito) a cursos com nota máxima no CPC, índice de qualidade das graduações. O reajuste de mensalidades nas escolas parceiras fica restrito a 6,4% (abaixo da inflação). O governo diz que precisou mexer no programa para cortar gastos. Em 2014, o Fies custou R$ 13,7 bilhões, com 732 mil contratos de financiamento. Segundo o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, os 252 mil contratos fechados no primeiro semestre, a metade da demanda, já consumiram toda a verba de R$ 2,5 bilhões do período. O MEC diz ter "intenção" de abrir o crédito no segundo semestre, "mas não está garantido, já que isso depende de novo aporte financeiro".
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Governo anunciará corte de cargos e revisão de contratos
Para dar uma resposta aos críticos de que o governo não corta na carne, a presidente Dilma Rousseff prepara o anúncio da eliminação de cargos comissionados e a revisão de contratos com prestadores de serviços. O martelo deve ser batido amanhã. A divulgação das medidas está prevista para entre esta sexta-feira (11) e segunda (14), conforme relatos de assessores presidenciais. Dilma está neste momento reunida com sua equipe justamente concluindo os detalhes das mudanças. O objetivo é reduzir os gastos públicos e tentar sinalizar ao mercado o compromisso com o equilíbrio fiscal. A reforma ministerial, também prevista para setembro, deve ficar para um segundo momento diante da dificuldade de mover partidos de suas atuais pastas. Há algumas semanas, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, divulgou que o governo cortaria cerca de 10 ministérios e mil cargos comissionados, os chamados DAS. Em relação aos prestadores de serviços, o Executivo renegociará seus valores e vencimentos com o objetivo de melhorar o perfil dos contratos. A medida havia sido sugerida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nos dois casos, a economia de dinheiro não deve ser expressiva a ponto aliviar significativamente o rombo de R$ 30,5 bilhões no Orçamento de 2016, mas há um esforço do governo de mostrar que este está cortando na carne. O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), já havia anunciado nesta quinta que reformas começariam a ser anunciadas nesta sexta.
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Governo anunciará corte de cargos e revisão de contratosPara dar uma resposta aos críticos de que o governo não corta na carne, a presidente Dilma Rousseff prepara o anúncio da eliminação de cargos comissionados e a revisão de contratos com prestadores de serviços. O martelo deve ser batido amanhã. A divulgação das medidas está prevista para entre esta sexta-feira (11) e segunda (14), conforme relatos de assessores presidenciais. Dilma está neste momento reunida com sua equipe justamente concluindo os detalhes das mudanças. O objetivo é reduzir os gastos públicos e tentar sinalizar ao mercado o compromisso com o equilíbrio fiscal. A reforma ministerial, também prevista para setembro, deve ficar para um segundo momento diante da dificuldade de mover partidos de suas atuais pastas. Há algumas semanas, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, divulgou que o governo cortaria cerca de 10 ministérios e mil cargos comissionados, os chamados DAS. Em relação aos prestadores de serviços, o Executivo renegociará seus valores e vencimentos com o objetivo de melhorar o perfil dos contratos. A medida havia sido sugerida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nos dois casos, a economia de dinheiro não deve ser expressiva a ponto aliviar significativamente o rombo de R$ 30,5 bilhões no Orçamento de 2016, mas há um esforço do governo de mostrar que este está cortando na carne. O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), já havia anunciado nesta quinta que reformas começariam a ser anunciadas nesta sexta.
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Oi pede recuperação judicial de R$ 65 bilhões, a maior da história do Brasil
Sem chegar a um acordo com credores nacionais e estrangeiros, a operadora Oi entrou com pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira (20) para dar início a uma nova rodada de negociação, agora com proteção judicial contra falência. A Oi é a maior operadora do Brasil em telefonia fixa, empatada com a Vivo (cada uma tem participação de 34,4%), e a quarta em celular, com 18,6% do mercado. Com uma dívida de R$ 65,4 bilhões, o pedido de recuperação da Oi corre no Rio de Janeiro e, caso seja aceito, será o maior da história. Em abril, a Sete Brasil, empresa de sondas da Petrobras, foi à Justiça negociar R$ 19,3 bilhões com credores. A maior parte da dívida da Oi é financeira (cerca de R$ 50 bilhões). Entram ainda na conta cerca de R$ 14 bilhões em contingências -como multas da Anatel e discussões judiciais- e cerca de R$ 1,5 bilhão para fornecedores. Da dívida financeira, cerca de 70% são em moeda estrangeira e boa parte vence neste ano. Somente no primeiro trimestre, a empresa queimou R$ 8 bilhões do caixa, a maior parte para honrar parte desses compromissos. Meses antes, a companhia tentou evitar a recuperação montando um plano de reestruturação. A proposta apresentada aos credores foi trocar metade da dívida por ações da tele. A outra metade seria paga em seis anos com descontos de até 75%. O problema é que, por esse plano, os atuais acionistas seriam diluídos (a participação acionária seria diminuída) em até 95%. Por conseguinte, perderiam assentos no conselho de administração e voz no comando. Os sócios portugueses, reunidos na empresa Pharol, com cerca de 27% das ações, recusaram o plano no meio das conversas com os credores. Foram acompanhados por outros sócios. Diante disso, o então presidente da operadora, Bayard Gontijo, que vinha conduzindo as negociações, pediu demissão no dia 10 e foi substituído por Marco Schroeder, diretor financeiro. Sem tempo hábil para fechar um acordo com os credores, que exigiam adesão de ao menos 95% dos credores, a Oi decidiu se proteger com o pedido de recuperação. Enquanto o juiz analisa se aceita o pedido, a companhia solicitou uma decisão em caráter de urgência para impedir a obrigatoriedade de pagamentos em série de dívidas -o que aconteceria só se entrassem com o pedido de recuperação. A operadora continuará funcionando normalmente, mesmo que a Justiça acate o pedido. Não haverá demissões por causa desse processo. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) fará um acompanhamento. peso pesado O problema da Oi é seu endividamento. O negócio em si gera caixa. Em 2015, a tele faturou R$ 40,5 bilhões, mas a dívida financeira já tinha ultrapassado R$ 50 bilhões, reduzindo sua capacidade de investimento e competição. A situação da Oi chegou a esse ponto por uma série de decisões que a transformariam em uma supertele de controle nacional. Em 2008, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou a Lei Geral de Telecomunicações para que a empresa comprasse a Brasil Telecom. A Oi passou então a atuar em todo o Brasil, com exceção de São Paulo -uma exclusividade da Telefônica. Boa parte do dinheiro envolvido nessa transação foi usada para a troca de ações da Brasil Telecom por papéis da Oi. No meio do processo, surgiu uma dívida escondida de cerca de R$ 1,2 bilhão. Em 2010, com a interferência de Lula, a Portugal Telecom comprou 23% do capital total da Oi. Essa parceria se estreitou em 2014 com a fusão das duas teles. De novo, surgiu uma dívida escondida (€ 897 milhões) e, no final, a fusão elevou a dívida total em R$ 27 bilhões. SAIBA MAIS SOBRE A RECUPERAÇÃO JUDICIAL 1 O que é recuperação judicial? É uma proteção dada a empresas que não conseguem pagar suas dívidas, para evitar que credores peçam a falência delas 2 Qual a vantagem para a empresa? Ela pode continuar funcionando normalmente -na falência, ela seria fechada e seus bens vendidos para pagar os credores 3 Clientes são afetados? Não. 4 E os acionistas? Sim. Quando a empresa tem ações em Bolsa, as negociações com esses papeis ficam suspensas assim que é feito o pedido à Justiça 5 Quais os próximos passos? 6 Quem fiscaliza a empresa? Ela presta contas ao juiz e aos credores todos os meses
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Oi pede recuperação judicial de R$ 65 bilhões, a maior da história do BrasilSem chegar a um acordo com credores nacionais e estrangeiros, a operadora Oi entrou com pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira (20) para dar início a uma nova rodada de negociação, agora com proteção judicial contra falência. A Oi é a maior operadora do Brasil em telefonia fixa, empatada com a Vivo (cada uma tem participação de 34,4%), e a quarta em celular, com 18,6% do mercado. Com uma dívida de R$ 65,4 bilhões, o pedido de recuperação da Oi corre no Rio de Janeiro e, caso seja aceito, será o maior da história. Em abril, a Sete Brasil, empresa de sondas da Petrobras, foi à Justiça negociar R$ 19,3 bilhões com credores. A maior parte da dívida da Oi é financeira (cerca de R$ 50 bilhões). Entram ainda na conta cerca de R$ 14 bilhões em contingências -como multas da Anatel e discussões judiciais- e cerca de R$ 1,5 bilhão para fornecedores. Da dívida financeira, cerca de 70% são em moeda estrangeira e boa parte vence neste ano. Somente no primeiro trimestre, a empresa queimou R$ 8 bilhões do caixa, a maior parte para honrar parte desses compromissos. Meses antes, a companhia tentou evitar a recuperação montando um plano de reestruturação. A proposta apresentada aos credores foi trocar metade da dívida por ações da tele. A outra metade seria paga em seis anos com descontos de até 75%. O problema é que, por esse plano, os atuais acionistas seriam diluídos (a participação acionária seria diminuída) em até 95%. Por conseguinte, perderiam assentos no conselho de administração e voz no comando. Os sócios portugueses, reunidos na empresa Pharol, com cerca de 27% das ações, recusaram o plano no meio das conversas com os credores. Foram acompanhados por outros sócios. Diante disso, o então presidente da operadora, Bayard Gontijo, que vinha conduzindo as negociações, pediu demissão no dia 10 e foi substituído por Marco Schroeder, diretor financeiro. Sem tempo hábil para fechar um acordo com os credores, que exigiam adesão de ao menos 95% dos credores, a Oi decidiu se proteger com o pedido de recuperação. Enquanto o juiz analisa se aceita o pedido, a companhia solicitou uma decisão em caráter de urgência para impedir a obrigatoriedade de pagamentos em série de dívidas -o que aconteceria só se entrassem com o pedido de recuperação. A operadora continuará funcionando normalmente, mesmo que a Justiça acate o pedido. Não haverá demissões por causa desse processo. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) fará um acompanhamento. peso pesado O problema da Oi é seu endividamento. O negócio em si gera caixa. Em 2015, a tele faturou R$ 40,5 bilhões, mas a dívida financeira já tinha ultrapassado R$ 50 bilhões, reduzindo sua capacidade de investimento e competição. A situação da Oi chegou a esse ponto por uma série de decisões que a transformariam em uma supertele de controle nacional. Em 2008, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou a Lei Geral de Telecomunicações para que a empresa comprasse a Brasil Telecom. A Oi passou então a atuar em todo o Brasil, com exceção de São Paulo -uma exclusividade da Telefônica. Boa parte do dinheiro envolvido nessa transação foi usada para a troca de ações da Brasil Telecom por papéis da Oi. No meio do processo, surgiu uma dívida escondida de cerca de R$ 1,2 bilhão. Em 2010, com a interferência de Lula, a Portugal Telecom comprou 23% do capital total da Oi. Essa parceria se estreitou em 2014 com a fusão das duas teles. De novo, surgiu uma dívida escondida (€ 897 milhões) e, no final, a fusão elevou a dívida total em R$ 27 bilhões. SAIBA MAIS SOBRE A RECUPERAÇÃO JUDICIAL 1 O que é recuperação judicial? É uma proteção dada a empresas que não conseguem pagar suas dívidas, para evitar que credores peçam a falência delas 2 Qual a vantagem para a empresa? Ela pode continuar funcionando normalmente -na falência, ela seria fechada e seus bens vendidos para pagar os credores 3 Clientes são afetados? Não. 4 E os acionistas? Sim. Quando a empresa tem ações em Bolsa, as negociações com esses papeis ficam suspensas assim que é feito o pedido à Justiça 5 Quais os próximos passos? 6 Quem fiscaliza a empresa? Ela presta contas ao juiz e aos credores todos os meses
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Estreia no cinema de criador de 'Mad Men' é desajeitada, mas cheia de alma
Aguardada estreia na direção de longas-metragens de Matthew Weiner, criador da brilhante série de TV "Mad Men", "Para o que Der e Vier" foi um fracasso de público e crítica nos Estados Unidos. O resultado, porém, está longe de ser um desastre completo. Desconjuntado? Sim. Dispersivo? Também. Mas com alguma personalidade e muita alma. É provável que parte da frustração com o filme surja junto com a alta expectativa criada pela assinatura de Weiner. Mas outra parte pode ser creditada ao fato de "Para o que Der e Vier" ser um objeto inclassificável. No primeiro terço da projeção, parece que estamos vendo uma clássica "stoner comedy", uma comédia de amigos chapados de maconha. Os protagonistas são Ben Baker (Zach Galifianakis), adulto infantilizado que passa o dia fumando maconha no sofá de casa, e seu amigo Steve Dallas (Owen Wilson), superficial homem do tempo de uma estação local de TV. Eles vivem uma relação simbiótica: Steve sustenta o amigo de infância, e Ben lhe dá o conforto emocional que ele não encontra nas relações com as mulheres. Galifianakis repete o papel de maluco adorável que celebrizou em "Se Beber, Não Case!" (2009), e Owen Wilson reprisa o malandro sedutor de "Penetras Bons de Bico" (2005) e outros tantos filmes. Quando tudo parece programado para mais uma comédia nessa linha, o filme dá sua primeira virada -e, no segundo terço, se torna uma comédia dramática familiar com um pouco de romance. Ben recebe a notícia da morte do pai, reencontra a irmã gananciosa (Amy Poehler) e descobre que herdou uma fazenda e ficou milionário. De quebra, conhece sua madrasta jovem, linda e meio hippie (Laura Ramsey), por quem Steve se apaixona. E, quando estamos nos acostumando ao romance, mais uma virada -e, no terço final, o filme se torna um pesado drama psiquiátrico. Ben percebe que não é apenas um esquisitão simpático, mas um esquizofrênico que precisa de tratamento. Parece que Weiner tentou encaixar em um longa de duas horas o arco dramático de um personagem em uma temporada inteira de série. Desse descompasso, nasce um filme desajeitado, cheio de arestas, mas com a beleza da imprevisibilidade e algo relevante a dizer sobre inadequação -o que é mais que certos filmes "redondinhos" costumam oferecer. Para o Que Der e Vier QUANDO: EM CARTAZ ELENCO: OWEN WILSON, ZACH GALIFIANAKIS PRODUÇÃO: EUA, 2014, 16 ANOS DIREÇÃO: MATTHEW WEINER
ilustrada
Estreia no cinema de criador de 'Mad Men' é desajeitada, mas cheia de almaAguardada estreia na direção de longas-metragens de Matthew Weiner, criador da brilhante série de TV "Mad Men", "Para o que Der e Vier" foi um fracasso de público e crítica nos Estados Unidos. O resultado, porém, está longe de ser um desastre completo. Desconjuntado? Sim. Dispersivo? Também. Mas com alguma personalidade e muita alma. É provável que parte da frustração com o filme surja junto com a alta expectativa criada pela assinatura de Weiner. Mas outra parte pode ser creditada ao fato de "Para o que Der e Vier" ser um objeto inclassificável. No primeiro terço da projeção, parece que estamos vendo uma clássica "stoner comedy", uma comédia de amigos chapados de maconha. Os protagonistas são Ben Baker (Zach Galifianakis), adulto infantilizado que passa o dia fumando maconha no sofá de casa, e seu amigo Steve Dallas (Owen Wilson), superficial homem do tempo de uma estação local de TV. Eles vivem uma relação simbiótica: Steve sustenta o amigo de infância, e Ben lhe dá o conforto emocional que ele não encontra nas relações com as mulheres. Galifianakis repete o papel de maluco adorável que celebrizou em "Se Beber, Não Case!" (2009), e Owen Wilson reprisa o malandro sedutor de "Penetras Bons de Bico" (2005) e outros tantos filmes. Quando tudo parece programado para mais uma comédia nessa linha, o filme dá sua primeira virada -e, no segundo terço, se torna uma comédia dramática familiar com um pouco de romance. Ben recebe a notícia da morte do pai, reencontra a irmã gananciosa (Amy Poehler) e descobre que herdou uma fazenda e ficou milionário. De quebra, conhece sua madrasta jovem, linda e meio hippie (Laura Ramsey), por quem Steve se apaixona. E, quando estamos nos acostumando ao romance, mais uma virada -e, no terço final, o filme se torna um pesado drama psiquiátrico. Ben percebe que não é apenas um esquisitão simpático, mas um esquizofrênico que precisa de tratamento. Parece que Weiner tentou encaixar em um longa de duas horas o arco dramático de um personagem em uma temporada inteira de série. Desse descompasso, nasce um filme desajeitado, cheio de arestas, mas com a beleza da imprevisibilidade e algo relevante a dizer sobre inadequação -o que é mais que certos filmes "redondinhos" costumam oferecer. Para o Que Der e Vier QUANDO: EM CARTAZ ELENCO: OWEN WILSON, ZACH GALIFIANAKIS PRODUÇÃO: EUA, 2014, 16 ANOS DIREÇÃO: MATTHEW WEINER
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Brasileira sobrevive a naufrágio no mar do Caribe que deixou 13 mortos
O naufrágio de uma lancha que levava 34 turistas, entre elas uma brasileira, no mar do Caribe neste sábado (23), no litoral da Nicarágua, deixou 13 costa-riquenhos mortos, informou o porta-voz da presidência do país, Rosario Murillo. O acidente foi provocado por fortes ventos, que fizeram a lancha tombar enquanto navegava entre Corn Island e Little Corn Island, duas ilhas paradisíacas da Nicarágua no mar do Caribe. "Estamos falando de 21 pessoas encontradas com vida e 13 mortas. Ainda não conseguimos resgatar quatro corpos", disse Murillo, através dos órgãos de comunicação do governo. Entre os passageiros que sobreviveram, estão 13 costa-riquenhos, dois britânicos, dois americanos, três nicaraguenses e a brasileira Dulce Blank, de acordo com as autoridades locais. Também foram resgatados com vida o capitão do navio, Hilario Blandón, e seu ajudante. Os corpos das vítimas serão levados até o aeroporto de Manágua, capital do país, onde passarão por autópsia antes de serem enviados à Costa Rica, disse a porta-voz da presidência. Murillo disse que os responsáveis pelo acidente serão colocados à disposição da Justiça. O capitão do barco foi preso pelas autoridades por ser considerado culpado pelo naufrágio, já que zarpou sem autorização por causa das condições climáticas adversas. A Força Naval da Nicarágua redobrou a segurança para impedir que outras pequenas embarcações iniciem viagens sem permissão.
mundo
Brasileira sobrevive a naufrágio no mar do Caribe que deixou 13 mortosO naufrágio de uma lancha que levava 34 turistas, entre elas uma brasileira, no mar do Caribe neste sábado (23), no litoral da Nicarágua, deixou 13 costa-riquenhos mortos, informou o porta-voz da presidência do país, Rosario Murillo. O acidente foi provocado por fortes ventos, que fizeram a lancha tombar enquanto navegava entre Corn Island e Little Corn Island, duas ilhas paradisíacas da Nicarágua no mar do Caribe. "Estamos falando de 21 pessoas encontradas com vida e 13 mortas. Ainda não conseguimos resgatar quatro corpos", disse Murillo, através dos órgãos de comunicação do governo. Entre os passageiros que sobreviveram, estão 13 costa-riquenhos, dois britânicos, dois americanos, três nicaraguenses e a brasileira Dulce Blank, de acordo com as autoridades locais. Também foram resgatados com vida o capitão do navio, Hilario Blandón, e seu ajudante. Os corpos das vítimas serão levados até o aeroporto de Manágua, capital do país, onde passarão por autópsia antes de serem enviados à Costa Rica, disse a porta-voz da presidência. Murillo disse que os responsáveis pelo acidente serão colocados à disposição da Justiça. O capitão do barco foi preso pelas autoridades por ser considerado culpado pelo naufrágio, já que zarpou sem autorização por causa das condições climáticas adversas. A Força Naval da Nicarágua redobrou a segurança para impedir que outras pequenas embarcações iniciem viagens sem permissão.
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Putin nega 'doping organizado pelo Estado' na Rússia
DA FRANCE PRESSE Pouco antes da decisão do conselho da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) de deixar a Rússia fora dos Jogos Olímpicos do Rio, como informaram a rede britânica BBC e o jornal inglês "The Guardian", o presidente do país, Vladimir Putin, disse que "não existe programa de doping organizado pelo Estado". "Não há e não pode haver nenhum apoio do Estado, principalmente no que diz respeito ao doping", afirmou o presidente russo durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo. O conselho da Iaaf se reuniu nesta sexta-feira (17) em Viena, na Áustria, para tomar uma decisão sobre a suspensão da Rússia de todas as competições internacionais. O anúncio oficial será feito após o término da reunião da cúpula da associação, da qual faz parte o brasileiro Roberto Gesta de Melo. A punição foi decretada em novembro do ano passado após um relatório da Wada (Agência Mundial Antidoping) denunciar um esquema de "doping organizado" no país, envolvendo os mais altos escalões do Estado. Putin também rebateu críticas relacionadas aos incidentes violentos protagonizados por torcedores russos na França durante a Eurocopa de futebol. "Não consigo entender como 200 torcedores nossos podem ter dado uma surra em milhares de ingleses", opinou o chefe de Estado, referindo-se às brigas dentro e fora do estádio em Marselha, no último sábado (11), antes do duelo entre as duas seleções. A Uefa reagiu ao multar a federação russa e ameaçou excluir a equipe do país do torneio em caso de novos incidentes.
esporte
Putin nega 'doping organizado pelo Estado' na Rússia DA FRANCE PRESSE Pouco antes da decisão do conselho da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) de deixar a Rússia fora dos Jogos Olímpicos do Rio, como informaram a rede britânica BBC e o jornal inglês "The Guardian", o presidente do país, Vladimir Putin, disse que "não existe programa de doping organizado pelo Estado". "Não há e não pode haver nenhum apoio do Estado, principalmente no que diz respeito ao doping", afirmou o presidente russo durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo. O conselho da Iaaf se reuniu nesta sexta-feira (17) em Viena, na Áustria, para tomar uma decisão sobre a suspensão da Rússia de todas as competições internacionais. O anúncio oficial será feito após o término da reunião da cúpula da associação, da qual faz parte o brasileiro Roberto Gesta de Melo. A punição foi decretada em novembro do ano passado após um relatório da Wada (Agência Mundial Antidoping) denunciar um esquema de "doping organizado" no país, envolvendo os mais altos escalões do Estado. Putin também rebateu críticas relacionadas aos incidentes violentos protagonizados por torcedores russos na França durante a Eurocopa de futebol. "Não consigo entender como 200 torcedores nossos podem ter dado uma surra em milhares de ingleses", opinou o chefe de Estado, referindo-se às brigas dentro e fora do estádio em Marselha, no último sábado (11), antes do duelo entre as duas seleções. A Uefa reagiu ao multar a federação russa e ameaçou excluir a equipe do país do torneio em caso de novos incidentes.
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Lugano nega discussão com Michel Bastos e diz que foi 'algo normal'
Michel Bastos e Diego Lugano foram pivô de um novo capítulo na crise do São Paulo nesta semana, e o zagueiro fez questão de esclarecer o desentendimento logo após a vitória sobre o Rio Claro, neste domingo (21). "A gente é campeão do mundo em fazer tormenta num copo de água, não teve nada demais com Michel Bastos. O ruim foram os resultados do São Paulo, e só o ambiente de fora para dentro complicou, e temos que ser espertos e precavidos para não falar as coisas para fora", disse. Antes do jogo contra o The Strongest, pela Libertadores, na última quarta-feira (17), o meia são-paulino organizou um pacto de silêncio com o grupo para que não falassem com a imprensa. Após a partida, Lugano defendeu que os atletas falassem e causou um mal-estar e discussão com Bastos, que tem sido o capitão da equipe desde o começo da temporada. "Você dentro da sua empresa fala e discute, são coisas normais do dia a dia do trabalho. As coisas tomaram uma dimensão ruim, mas tentamos passar experiência e visão de alguém mais velho, mais rodado, que sabe a paixão do futebol no Brasil, e tudo que o São Paulo significa". continuou. Relacionado para todos os jogos do São Paulo no ano, Michel Bastos ficou de fora dos selecionados de Edgardo Bauza para o jogo contra o Rio Claro. "Eu não sabia que o Michel ficaria fora da relação, soube hoje. Por tudo o que vem acontecendo na semana, foi complicada para ele, que tem muita fome e muita vontade, mas estamos presentes para ajudar. De dentro para fora precisamos transmitir coisas positivas. Emanar energia positiva, com resultado, é importante", completou. Apresentado no dia 18 de janeiro, Diego Lugano estava em fase de recuperação da forma física, e, enfim, teve a sua estreia promovida pelo técnico argentino. "Tiramos essa ansiedade de reestrear, por tudo o que significou a minha volta e pela semana difícil que tivemos. Foi especial. Eu não jogava havia dois meses e tive poucos dias de treino aqui, mas eu me senti muito bem. Obviamente, tudo vai melhorar. Estou feliz pela reestreia e pelo rendimento do time", finalizou. Veja vídeo
esporte
Lugano nega discussão com Michel Bastos e diz que foi 'algo normal'Michel Bastos e Diego Lugano foram pivô de um novo capítulo na crise do São Paulo nesta semana, e o zagueiro fez questão de esclarecer o desentendimento logo após a vitória sobre o Rio Claro, neste domingo (21). "A gente é campeão do mundo em fazer tormenta num copo de água, não teve nada demais com Michel Bastos. O ruim foram os resultados do São Paulo, e só o ambiente de fora para dentro complicou, e temos que ser espertos e precavidos para não falar as coisas para fora", disse. Antes do jogo contra o The Strongest, pela Libertadores, na última quarta-feira (17), o meia são-paulino organizou um pacto de silêncio com o grupo para que não falassem com a imprensa. Após a partida, Lugano defendeu que os atletas falassem e causou um mal-estar e discussão com Bastos, que tem sido o capitão da equipe desde o começo da temporada. "Você dentro da sua empresa fala e discute, são coisas normais do dia a dia do trabalho. As coisas tomaram uma dimensão ruim, mas tentamos passar experiência e visão de alguém mais velho, mais rodado, que sabe a paixão do futebol no Brasil, e tudo que o São Paulo significa". continuou. Relacionado para todos os jogos do São Paulo no ano, Michel Bastos ficou de fora dos selecionados de Edgardo Bauza para o jogo contra o Rio Claro. "Eu não sabia que o Michel ficaria fora da relação, soube hoje. Por tudo o que vem acontecendo na semana, foi complicada para ele, que tem muita fome e muita vontade, mas estamos presentes para ajudar. De dentro para fora precisamos transmitir coisas positivas. Emanar energia positiva, com resultado, é importante", completou. Apresentado no dia 18 de janeiro, Diego Lugano estava em fase de recuperação da forma física, e, enfim, teve a sua estreia promovida pelo técnico argentino. "Tiramos essa ansiedade de reestrear, por tudo o que significou a minha volta e pela semana difícil que tivemos. Foi especial. Eu não jogava havia dois meses e tive poucos dias de treino aqui, mas eu me senti muito bem. Obviamente, tudo vai melhorar. Estou feliz pela reestreia e pelo rendimento do time", finalizou. Veja vídeo
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Míssil russo derrubou avião na Ucrânia, diz investigação holandesa
As autoridades holandesas divulgaram relatório nesta terça-feira (13) apontando que um míssil de fabricação russa foi responsável pela queda do voo MH17 no ano passado na Ucrânia com 298 pessoas a bordo. A investigação foi concluída pelo "Dutch Safety Board", órgão de investigação de acidentes aéreos da Holanda. De acordo com o relatório, o Boeing-777 da Malaysia Airlines foi atingido por um míssil russo Buk disparado de uma área de 320 quilômetros quadrados da região leste ucraniana. O míssil teria explodido do lado esquerdo do avião, acima da cabine do piloto –três membros da tripulação teriam morrido imediatamente. "A parte de frente do avião foi penetrada por centenas de objeto de alta energia", aponta a investigação. O relatório identifica um míssil russo como causa da queda com base no padrão dos danos causados nos destroços do avião e em fragmentos de ogivas usadas em mísseis Buk encontrados na fuselagem do Boeing e nos corpos de membros da tripulação. Esses vestígios coincidem, segundo o trabalho holandês, com partes de míssil recuperadas na área da queda. Segundo análise holandesa, como apenas mísseis Buk estariam operando na região, não haveria outra alternativa que não fosse o uso de um deles para abater o avião. "Nenhum outro cenário que não seja o míssil Buk pode explicar as combinações dos fatores", diz o órgão. O documento, no entanto, não aponta responsáveis pela ação. "A resposta para esta questão é da investigação criminal", diz o "Dutch Safety Board". O avião fazia a rota Amsterdã-Kuala Lumpur e caiu em 17 de julho de 2014 na vila de Grabove, perto de Torez, região de conflito ocupada por separatistas pró-Rússia. Das vítimas, 193 eram holandesas. Na época da tragédia, a reportagem da Folha esteve no local e acompanhou, entre outras coisas, a ação dos separatistas para cercar o local e controlar a retirada dos corpos. A investigação da Holanda diz que somente quatro meses depois foi possível recuperar destroços com segurança. De acordo com os investigadores holandeses, não houve falha humana da tripulação ou problemas técnicos na aeronave. O relatório destaca que o espaço aéreo daquela região deveria estar totalmente fechado diante do conflito em curso. "Está claro que a Ucrânia já tinha suficiente motivo para fechar o espaço aéreo no leste do país, antes de 17 de julho de 2014, como precaução", afirma. O relatório destaca para uma necessidade de uma revisão nas normais internacionais sobre voos comerciais em áreas de conflitos. A queda do Boeing agravou o conflito e influenciou a decisão da União Europeia e dos EUA de impor sanções econômicas à Rússia.Pouco antes da divulgação do relatório, os parentes das vitimas foram informados do seu conteúdo. Segundo o "Dutch Safety Board", o relatório foca em quatro temas: as causas da queda, a questão de um voo naquele espaço aéreo, o motivo pelo qual as autoridades holandesas levaram de dois a quatro dias para confirmar a morte dos passageiros e se os passageiros tiveram consciência ou não de que o avião havia sido atingido. Uma reconstrução do avião derrubado foi apresentada, junto a um vídeo explicando as descobertas da investigação. A remontagem dos destroços mostraria, de acordo com a investigação, que a aeronave foi abatida por destroços oriundos de um míssil disparado contra ela. Onde foram encontradas as partes do avião
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Míssil russo derrubou avião na Ucrânia, diz investigação holandesaAs autoridades holandesas divulgaram relatório nesta terça-feira (13) apontando que um míssil de fabricação russa foi responsável pela queda do voo MH17 no ano passado na Ucrânia com 298 pessoas a bordo. A investigação foi concluída pelo "Dutch Safety Board", órgão de investigação de acidentes aéreos da Holanda. De acordo com o relatório, o Boeing-777 da Malaysia Airlines foi atingido por um míssil russo Buk disparado de uma área de 320 quilômetros quadrados da região leste ucraniana. O míssil teria explodido do lado esquerdo do avião, acima da cabine do piloto –três membros da tripulação teriam morrido imediatamente. "A parte de frente do avião foi penetrada por centenas de objeto de alta energia", aponta a investigação. O relatório identifica um míssil russo como causa da queda com base no padrão dos danos causados nos destroços do avião e em fragmentos de ogivas usadas em mísseis Buk encontrados na fuselagem do Boeing e nos corpos de membros da tripulação. Esses vestígios coincidem, segundo o trabalho holandês, com partes de míssil recuperadas na área da queda. Segundo análise holandesa, como apenas mísseis Buk estariam operando na região, não haveria outra alternativa que não fosse o uso de um deles para abater o avião. "Nenhum outro cenário que não seja o míssil Buk pode explicar as combinações dos fatores", diz o órgão. O documento, no entanto, não aponta responsáveis pela ação. "A resposta para esta questão é da investigação criminal", diz o "Dutch Safety Board". O avião fazia a rota Amsterdã-Kuala Lumpur e caiu em 17 de julho de 2014 na vila de Grabove, perto de Torez, região de conflito ocupada por separatistas pró-Rússia. Das vítimas, 193 eram holandesas. Na época da tragédia, a reportagem da Folha esteve no local e acompanhou, entre outras coisas, a ação dos separatistas para cercar o local e controlar a retirada dos corpos. A investigação da Holanda diz que somente quatro meses depois foi possível recuperar destroços com segurança. De acordo com os investigadores holandeses, não houve falha humana da tripulação ou problemas técnicos na aeronave. O relatório destaca que o espaço aéreo daquela região deveria estar totalmente fechado diante do conflito em curso. "Está claro que a Ucrânia já tinha suficiente motivo para fechar o espaço aéreo no leste do país, antes de 17 de julho de 2014, como precaução", afirma. O relatório destaca para uma necessidade de uma revisão nas normais internacionais sobre voos comerciais em áreas de conflitos. A queda do Boeing agravou o conflito e influenciou a decisão da União Europeia e dos EUA de impor sanções econômicas à Rússia.Pouco antes da divulgação do relatório, os parentes das vitimas foram informados do seu conteúdo. Segundo o "Dutch Safety Board", o relatório foca em quatro temas: as causas da queda, a questão de um voo naquele espaço aéreo, o motivo pelo qual as autoridades holandesas levaram de dois a quatro dias para confirmar a morte dos passageiros e se os passageiros tiveram consciência ou não de que o avião havia sido atingido. Uma reconstrução do avião derrubado foi apresentada, junto a um vídeo explicando as descobertas da investigação. A remontagem dos destroços mostraria, de acordo com a investigação, que a aeronave foi abatida por destroços oriundos de um míssil disparado contra ela. Onde foram encontradas as partes do avião
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Principais obras do Rio geraram repasses de R$ 152,75 mi para políticos
Logo que Sérgio Cabral (PMDB) foi eleito governador do Rio, em 2006, um ousado plano de obras que prometia mudar a cara do Estado foi aos poucos tirado do papel. As obras da reurbanização de favelas, com a construção de conjuntos habitacionais e saneamento, a expansão do metrô e até uma grande obra viária, que facilitaria o transporte de cargas na região metropolitana. Nesse bojo entrariam mais tarde as obras vinculadas à Copa do Mundo e a Olimpíada. Segundo delatores da Odebrecht, as principais obras do Rio supostamente tiveram repassaes de recursos ilegais com destino a Cabral e membros da elite política do Rio, como o atual governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), o ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB) e o deputado federal Júlio Lopes (PP), do mesmo partido do atual vice governador Francisco Dornelles. Os envolvidos negam irregularidades. Ao menos três delatores da Odebrecht citaram repasses, seja por meio de caixa dois em campanhas, seja por propina ou mesadas ao então governador. Somados, os valores atingem R$ 152,75 milhões, a maior parte dos quais repassada a Cabral. A Odebrecht teve participação em obras como a reforma do estádio do Maracanã, a estação de metrô em frente ao estádio, a construção da Linha 4 do metrô, a obra do Parque Olímpico, o chamado PAC das Favelas, e a obra viária do Arco Metropolitano. Até mesmo as obras emergenciais de casas de vítimas do desastre da serra, em 2011, teriam tido desvios. ELEIÇÃO O delator Benedicto Júnior, BJ, presidente da Odebrecht Infraestrutura, afirma que em 2006 foi procurado por Cabral, ainda na condição de candidato ao governo. Ele teria dito que pretendia estreitar laços com a construtora, e ali foi acertado uma doação declarada de R$ 100 mil e outros R$ 3 milhões via caixa dois. Após eleito, Cabral teria procurado a Odebrecht alegando ter uma fatura de R$ 12 milhões que teria sobrado para pagar de suas contas de campanha. O executivo diz que inicialmente não concordou com o pagamento, mas como tinha interesses em obras no Estado, acertou que o valor seria pago em parcelas mensais de R$ 1 milhão. Benedicto Júnior relata que três meses após eleito, os dois conversaram sobre "um grande plano de obras no Estado" que estaria sendo elaborado pelo governador, em reunião no Palácio Guanabara, sede do governo. Ali teria sido apresentado o plano de Cabral de cobrar 5% de propina de todos os contratos no Estado, pedido que desagradou a Odebrecht, relatou o delator. "Eu falei 'governador, eu preciso primeiro ver os projetos. Nós temos uma agenda e não posso me comprometer antes de ver os projetos'", relatou Benedicto. Cabral teria apresentado o primeiro projeto da parceria, o PAC da Favelas, que prometia a construção de conjuntos habitacionais, teleférico, planos inclinados e reurbanização de vias em locais como Rocinha, Alemão e Manguinhos. A Odebrecht atuou no Alemão. O teleférico construído no local não está funcionando por falta de pagamento. A comunidade ainda sofre com a violência e falta de saneamento básico. Segundo a contabilidade da empresa, Cabral levou ao todo cerca de R$ 100 milhões em propina da empreiteira de 2006 a 2014. A Odebrecht não aceitou o percentual de 5% exigido pelo governador. Os repasses eram, então, discutidos contrato a contrato. Outras obras da empresa não saíram com o planejado. Enquanto concessionária do Maracanã, por exemplo, a Odebrecht tenta devolver o contrato em função dos prejuízos da operação. O Arco Metropolitano, obra viária que liga as principais rotas da região metropolitana com as principais avenidas da capital, é evitada pelos motoristas devido aos constants assaltos e roubos de carga. O Parque Olímpico, que supostamente teria gerado propina para Eduardo Paes, está parado a espera de interessados em administrar os equipamentos esportivos. DOAÇÃO Em uma das conversas relatadas por Benedicto Júnior, ocorrida no primeiro trimestre de 2014 dentro da sede do governo, Cabral teria pedido que a Odebrecht ajudasse na campanha de Pezão, vice-governador e àquela época e seu candidato a sucessão. Teria sido acertado naquele momento um depósito de R$ 20,3 milhões de caixa dois à campanha de Pezão, além de um pagamento de 800 mil euros à empresa do marqueteiro Renato Pereira, a Prole. Júnior explica que parte do dinheiro enviado ao Pezão foi abatido de valores de propina "devidos a Cabral", referentes especificamente às obras da Linha 4 do metrô, da construção da estação General Osório do metrô e de casas dos desalojados da tragédia da serra, em 2011. Os pagamentos ou eram feitos em escritórios da Prole, em contas no exterior ou a emissários indicados por Wilson Carlos e Hudson Braga, secretários do governo e os responsáveis pela arrecadação da campanha de Pezão. Carlos e Braga estão presos atualmente, no escopo da Lava Jato no Rio, assim como Cabral. Benedicto Júnior disse, porém, que embora tenha atendido pedido de Cabral, nunca teve nenhuma conversa sobre os valores com Pezão. "Se foi mesmo para a campanha, eu não saberia dizer", disse. Tanto Cabral quanto Pezão eram identificados pelo apelido de Proximus nas planilhas da empresa. A linha 4 do metrô também teria gerado repasses ao deputado federal Júlio Lopes, enquanto ele ocupava o posto de secretário de Transportes no governo de Cabral. Lopes, segundo delação da Odebrecht, teria levado propina para não causar problemas nas obras da Linha 4 do metrô, que ligou a zona sul à Barra da Tijuca, zona oeste, projeto que integra o chamado legado olímpico. Lopes teria recebido R$ 1,7 milhão, segundo afirmou o delator Marcos Vidigal. OLIMPÍADA Ainda segundo o delator, o ex-prefeito Eduardo Paes teria recebido R$ 11,6 milhões de caixa dois em sua campanha à reeleição, em 2012. Outro montante, de US$ 5,75 milhões (R$ 18,05 milhões na cotação da última quinta-feira) teria sido depositado em contas no exterior. "Eu achei o valor um pouco fora, mas tendo em vista a projeção de negócios que nós tínhamos no Rio de Janeiro, achei que deveria fazê-lo", declarou. A Odebrecht acabou pegando, em consórcio com outras empresas, as obras do Parque Olímpico e do Porto Maravilha. Em sua delação, porém, Benedicto Junior diz que não pode garantir que o prefeito "escolheu" a empresa para as obras. A Odebrecht já havia ajudado a eleger Paes em 2008, com uma doação de R$ 1,1 milhão via caixa 2. OUTRO LADO A defesa de Sérgio Cabral disse que só irá se pronunciar nos autos do processo. O governador Luiz Fernando Pezão disse, em nota, que "nunca recebeu recursos ilícitos e jamais teve conta no exterior". Disse ainda que "as doações para a campanha foram feitas de acordo com a Justiça eleitoral". O ex-prefeito Eduardo Paes negou que tenha aceitado propina para facilitar ou beneficiar os interesses da empresa Odebrecht e ressalta que nunca teve contas no exterior. A reportagem ainda não conseguiu contato com Júlio Lopes.
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Principais obras do Rio geraram repasses de R$ 152,75 mi para políticosLogo que Sérgio Cabral (PMDB) foi eleito governador do Rio, em 2006, um ousado plano de obras que prometia mudar a cara do Estado foi aos poucos tirado do papel. As obras da reurbanização de favelas, com a construção de conjuntos habitacionais e saneamento, a expansão do metrô e até uma grande obra viária, que facilitaria o transporte de cargas na região metropolitana. Nesse bojo entrariam mais tarde as obras vinculadas à Copa do Mundo e a Olimpíada. Segundo delatores da Odebrecht, as principais obras do Rio supostamente tiveram repassaes de recursos ilegais com destino a Cabral e membros da elite política do Rio, como o atual governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), o ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB) e o deputado federal Júlio Lopes (PP), do mesmo partido do atual vice governador Francisco Dornelles. Os envolvidos negam irregularidades. Ao menos três delatores da Odebrecht citaram repasses, seja por meio de caixa dois em campanhas, seja por propina ou mesadas ao então governador. Somados, os valores atingem R$ 152,75 milhões, a maior parte dos quais repassada a Cabral. A Odebrecht teve participação em obras como a reforma do estádio do Maracanã, a estação de metrô em frente ao estádio, a construção da Linha 4 do metrô, a obra do Parque Olímpico, o chamado PAC das Favelas, e a obra viária do Arco Metropolitano. Até mesmo as obras emergenciais de casas de vítimas do desastre da serra, em 2011, teriam tido desvios. ELEIÇÃO O delator Benedicto Júnior, BJ, presidente da Odebrecht Infraestrutura, afirma que em 2006 foi procurado por Cabral, ainda na condição de candidato ao governo. Ele teria dito que pretendia estreitar laços com a construtora, e ali foi acertado uma doação declarada de R$ 100 mil e outros R$ 3 milhões via caixa dois. Após eleito, Cabral teria procurado a Odebrecht alegando ter uma fatura de R$ 12 milhões que teria sobrado para pagar de suas contas de campanha. O executivo diz que inicialmente não concordou com o pagamento, mas como tinha interesses em obras no Estado, acertou que o valor seria pago em parcelas mensais de R$ 1 milhão. Benedicto Júnior relata que três meses após eleito, os dois conversaram sobre "um grande plano de obras no Estado" que estaria sendo elaborado pelo governador, em reunião no Palácio Guanabara, sede do governo. Ali teria sido apresentado o plano de Cabral de cobrar 5% de propina de todos os contratos no Estado, pedido que desagradou a Odebrecht, relatou o delator. "Eu falei 'governador, eu preciso primeiro ver os projetos. Nós temos uma agenda e não posso me comprometer antes de ver os projetos'", relatou Benedicto. Cabral teria apresentado o primeiro projeto da parceria, o PAC da Favelas, que prometia a construção de conjuntos habitacionais, teleférico, planos inclinados e reurbanização de vias em locais como Rocinha, Alemão e Manguinhos. A Odebrecht atuou no Alemão. O teleférico construído no local não está funcionando por falta de pagamento. A comunidade ainda sofre com a violência e falta de saneamento básico. Segundo a contabilidade da empresa, Cabral levou ao todo cerca de R$ 100 milhões em propina da empreiteira de 2006 a 2014. A Odebrecht não aceitou o percentual de 5% exigido pelo governador. Os repasses eram, então, discutidos contrato a contrato. Outras obras da empresa não saíram com o planejado. Enquanto concessionária do Maracanã, por exemplo, a Odebrecht tenta devolver o contrato em função dos prejuízos da operação. O Arco Metropolitano, obra viária que liga as principais rotas da região metropolitana com as principais avenidas da capital, é evitada pelos motoristas devido aos constants assaltos e roubos de carga. O Parque Olímpico, que supostamente teria gerado propina para Eduardo Paes, está parado a espera de interessados em administrar os equipamentos esportivos. DOAÇÃO Em uma das conversas relatadas por Benedicto Júnior, ocorrida no primeiro trimestre de 2014 dentro da sede do governo, Cabral teria pedido que a Odebrecht ajudasse na campanha de Pezão, vice-governador e àquela época e seu candidato a sucessão. Teria sido acertado naquele momento um depósito de R$ 20,3 milhões de caixa dois à campanha de Pezão, além de um pagamento de 800 mil euros à empresa do marqueteiro Renato Pereira, a Prole. Júnior explica que parte do dinheiro enviado ao Pezão foi abatido de valores de propina "devidos a Cabral", referentes especificamente às obras da Linha 4 do metrô, da construção da estação General Osório do metrô e de casas dos desalojados da tragédia da serra, em 2011. Os pagamentos ou eram feitos em escritórios da Prole, em contas no exterior ou a emissários indicados por Wilson Carlos e Hudson Braga, secretários do governo e os responsáveis pela arrecadação da campanha de Pezão. Carlos e Braga estão presos atualmente, no escopo da Lava Jato no Rio, assim como Cabral. Benedicto Júnior disse, porém, que embora tenha atendido pedido de Cabral, nunca teve nenhuma conversa sobre os valores com Pezão. "Se foi mesmo para a campanha, eu não saberia dizer", disse. Tanto Cabral quanto Pezão eram identificados pelo apelido de Proximus nas planilhas da empresa. A linha 4 do metrô também teria gerado repasses ao deputado federal Júlio Lopes, enquanto ele ocupava o posto de secretário de Transportes no governo de Cabral. Lopes, segundo delação da Odebrecht, teria levado propina para não causar problemas nas obras da Linha 4 do metrô, que ligou a zona sul à Barra da Tijuca, zona oeste, projeto que integra o chamado legado olímpico. Lopes teria recebido R$ 1,7 milhão, segundo afirmou o delator Marcos Vidigal. OLIMPÍADA Ainda segundo o delator, o ex-prefeito Eduardo Paes teria recebido R$ 11,6 milhões de caixa dois em sua campanha à reeleição, em 2012. Outro montante, de US$ 5,75 milhões (R$ 18,05 milhões na cotação da última quinta-feira) teria sido depositado em contas no exterior. "Eu achei o valor um pouco fora, mas tendo em vista a projeção de negócios que nós tínhamos no Rio de Janeiro, achei que deveria fazê-lo", declarou. A Odebrecht acabou pegando, em consórcio com outras empresas, as obras do Parque Olímpico e do Porto Maravilha. Em sua delação, porém, Benedicto Junior diz que não pode garantir que o prefeito "escolheu" a empresa para as obras. A Odebrecht já havia ajudado a eleger Paes em 2008, com uma doação de R$ 1,1 milhão via caixa 2. OUTRO LADO A defesa de Sérgio Cabral disse que só irá se pronunciar nos autos do processo. O governador Luiz Fernando Pezão disse, em nota, que "nunca recebeu recursos ilícitos e jamais teve conta no exterior". Disse ainda que "as doações para a campanha foram feitas de acordo com a Justiça eleitoral". O ex-prefeito Eduardo Paes negou que tenha aceitado propina para facilitar ou beneficiar os interesses da empresa Odebrecht e ressalta que nunca teve contas no exterior. A reportagem ainda não conseguiu contato com Júlio Lopes.
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Cristina Kirchner recorre à Justiça contra processo por venda de dólares
A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner entrou nesta terça (17) com uma apelação na Justiça para não ser processada no caso da venda de dólares no mercado futuro a um preço abaixo do de mercado. Na última sexta-feira (13), o juiz federal Claudio Bonadio havia instaurado um processo contra a ex-mandatária sob a acusação de crime contra a administração pública. Segundo as investigações, operações financeiras realizadas pelo Banco Central nos últimos meses do mandato de Cristina, no ano passado, causaram um prejuízo de 29 bilhões de pesos (R$ 7 bilhões) aos cofres públicos. Para Bonadio, é "impensável" que um leilão de uma soma tão vultosa de moeda estrangeira —"que teria claros efeitos políticos e econômicos no futuro imediato"— fosse realizado sem a aprovação da presidente e do "mais alto nível de decisão econômica" do país. O ex-ministro de Economia e atual deputado nacional Axel Kicilloff e o ex-presidente do Banco Central Alejandro Vanoli também responderão ao processo. Tanto eles como Cristina já foram convocados a depor sobre o caso. A ex-dirigente se negou a falar, mas entregou um documento em que culpou o atual presidente, Mauricio Macri, e sua política de desvalorização do peso pelo prejuízo. Kicilloff e Vanoli fizeram o mesmo. O primeiro afirmou, por escrito, que que a ação é "exclusivamente" política e pretende "processar penalmente a política econômica e cambial" do governo de Cristina. Vanoli, por sua vez, disse que o "Banco Central operou contratos de dólares futuros para enviar sinais ao mercado de que não planejava convalidar as expectativas de desvalorização". O prejuízo com a comercialização de dólares ocorreu porque o Banco Central fechou as operações entre setembro e novembro de 2015 considerando que US$ 1 valeria 10,28 pesos no fim de janeiro de 2016. No mercado financeiro, porém, já se trabalhava com a moeda a 16 pesos. O resultado final de janeiro foi 13,9 pesos, o que obrigou o Banco Central a cobrir a diferença média de 3,6 pesos por dólar. O caso dos dólares é o mais adiantado na Justiça contra a ex-presidente. Desde que deixou o poder, em 9 de dezembro do ano passado, ela também passou a ser investigada sob suspeita de enriquecimento ilícito e falsificação de documentos públicos.
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Cristina Kirchner recorre à Justiça contra processo por venda de dólaresA ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner entrou nesta terça (17) com uma apelação na Justiça para não ser processada no caso da venda de dólares no mercado futuro a um preço abaixo do de mercado. Na última sexta-feira (13), o juiz federal Claudio Bonadio havia instaurado um processo contra a ex-mandatária sob a acusação de crime contra a administração pública. Segundo as investigações, operações financeiras realizadas pelo Banco Central nos últimos meses do mandato de Cristina, no ano passado, causaram um prejuízo de 29 bilhões de pesos (R$ 7 bilhões) aos cofres públicos. Para Bonadio, é "impensável" que um leilão de uma soma tão vultosa de moeda estrangeira —"que teria claros efeitos políticos e econômicos no futuro imediato"— fosse realizado sem a aprovação da presidente e do "mais alto nível de decisão econômica" do país. O ex-ministro de Economia e atual deputado nacional Axel Kicilloff e o ex-presidente do Banco Central Alejandro Vanoli também responderão ao processo. Tanto eles como Cristina já foram convocados a depor sobre o caso. A ex-dirigente se negou a falar, mas entregou um documento em que culpou o atual presidente, Mauricio Macri, e sua política de desvalorização do peso pelo prejuízo. Kicilloff e Vanoli fizeram o mesmo. O primeiro afirmou, por escrito, que que a ação é "exclusivamente" política e pretende "processar penalmente a política econômica e cambial" do governo de Cristina. Vanoli, por sua vez, disse que o "Banco Central operou contratos de dólares futuros para enviar sinais ao mercado de que não planejava convalidar as expectativas de desvalorização". O prejuízo com a comercialização de dólares ocorreu porque o Banco Central fechou as operações entre setembro e novembro de 2015 considerando que US$ 1 valeria 10,28 pesos no fim de janeiro de 2016. No mercado financeiro, porém, já se trabalhava com a moeda a 16 pesos. O resultado final de janeiro foi 13,9 pesos, o que obrigou o Banco Central a cobrir a diferença média de 3,6 pesos por dólar. O caso dos dólares é o mais adiantado na Justiça contra a ex-presidente. Desde que deixou o poder, em 9 de dezembro do ano passado, ela também passou a ser investigada sob suspeita de enriquecimento ilícito e falsificação de documentos públicos.
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Greve de operários impõe ritmo lento a obras da Rio-2016
A greve dos operários da construção pesada no Rio afetou alguns dos principais canteiros de obras para os Jogos de 2016. Nesta terça (19), parte dos canteiros funcionou em ritmo lento. De acordo com o Sitraicp (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada), cerca de 10 mil funcionários, de um total de 14 mil, aderiram à paralisação. Já a diretora do Sinecon (Sindicato Nacional das Indústrias da Construção Pesada), Renilda Cavalcante, que representa as empresas responsáveis pelas obras, informou que só 30% dos trabalhadores aderiram à greve. No canteiro de obras da construção da Linha 4 do metrô, na Barra da Tijuca, foi possível ver funcionários parados e apenas uma máquina em funcionamento. De acordo com um operário, que preferiu não se identificar, não houve atividade regular. Já no Complexo de Deodoro, os funcionários informaram que parte do funcionamento foi retomado durante a tarde. Segundo eles, um grupo de operários cruzou os braços no período da manhã. A Empresa Olímpica Municipal afirmou que a greve em Deodoro foi finalizada sem impacto no cronograma. O andamento das obras no complexo é uma das maiores preocupações do COI (Comitê Olímpico Internacional). Entre as reivindicações dos trabalhadores, está um reajuste de 8,5% no salário. Segundo o sindicato, o vencimento médio dos operários é de cerca de R$ 1.500. Audiência de conciliação entre representantes dos trabalhadores e das empresas acontecerá nesta quarta (20).
esporte
Greve de operários impõe ritmo lento a obras da Rio-2016A greve dos operários da construção pesada no Rio afetou alguns dos principais canteiros de obras para os Jogos de 2016. Nesta terça (19), parte dos canteiros funcionou em ritmo lento. De acordo com o Sitraicp (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada), cerca de 10 mil funcionários, de um total de 14 mil, aderiram à paralisação. Já a diretora do Sinecon (Sindicato Nacional das Indústrias da Construção Pesada), Renilda Cavalcante, que representa as empresas responsáveis pelas obras, informou que só 30% dos trabalhadores aderiram à greve. No canteiro de obras da construção da Linha 4 do metrô, na Barra da Tijuca, foi possível ver funcionários parados e apenas uma máquina em funcionamento. De acordo com um operário, que preferiu não se identificar, não houve atividade regular. Já no Complexo de Deodoro, os funcionários informaram que parte do funcionamento foi retomado durante a tarde. Segundo eles, um grupo de operários cruzou os braços no período da manhã. A Empresa Olímpica Municipal afirmou que a greve em Deodoro foi finalizada sem impacto no cronograma. O andamento das obras no complexo é uma das maiores preocupações do COI (Comitê Olímpico Internacional). Entre as reivindicações dos trabalhadores, está um reajuste de 8,5% no salário. Segundo o sindicato, o vencimento médio dos operários é de cerca de R$ 1.500. Audiência de conciliação entre representantes dos trabalhadores e das empresas acontecerá nesta quarta (20).
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Suspeita de planejar ataques na França se envolveu com assassino de padre
A polícia francesa evitou um novo atentado após descobrir um carro abandonado com seis botijões de gás no centro de Paris, o que levou à prisão de um grupo de mulheres que juraram lealdade à milícia terrorista Estado Islâmico (EI). O anúncio foi feito pelo presidente francês, François Hollande, que estava em Atenas, na Grécia, para participar de uma cúpula dos países mediterrâneos da União Europeia. "O propósito desse comando era claramente cometer um atentado", declarou nesta sexta-feira (9) o procurador de Paris, François Molins, destacando que as jovens mulheres estavam sendo "guiadas" por radicais do EI da Síria. Na noite de quinta (8), a polícia prendeu três mulheres radicalizadas envolvidas na investigação em torno do carro com botijões de gás achado em Paris. Os investigadores estão convencidos de que esse veículo, encontrado a alguns metros da Catedral de Notre Dame, local visitado por milhares de turistas e fiéis, deveria servir ao atentado, que falhou por um motivo ainda desconhecido. Após uma "corrida contra o tempo", segundo o ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, os investigadores conseguiram seguir as pistas de vários suspeitos. À frente deles estaria a filha do proprietário do veículo, Inès Madani, de 19 anos. Conhecida pelos serviços de inteligência franceses por sua intenção de viajar à Síria, a jovem estava em contato com belgas radicalizados e aparecia em uma investigação aberta nesse país, segundo a rede de televisão belga RTBF. Madani foi detida na quinta-feira com outras duas suspeitas –Amel S., 39, e Sarah H., 23– em Boussy-Saint-Antoine, no sudeste de Paris. Ela foi ferida por disparos ao se lançar sobre um policial com uma faca na mão. Junto a Inès foi encontrada uma carta, na qual jurava lealdade ao EI, disse Molins. A filha mais velha de Amel S., de 15 anos, foi presa na manhã desta sexta (9). Sara H. era conhecida por "estar particularmente vinculada com o movimento jihadista", ressaltou o procurador. De acordo com Molins, ela teria sido namorada de Larossi Abballa, que assassinou dois policiais em junho em Magnanville (nordeste de Paris), suicidando-se em seguida. Depois, ela teria se envolvido com Adel Kermiche, autor do assassinato de um padre do noroeste da França em julho passado. Segundo Cazeneuve, as três detidas preparavam "novas ações violentas e, ao que parece, iminentes".
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Suspeita de planejar ataques na França se envolveu com assassino de padreA polícia francesa evitou um novo atentado após descobrir um carro abandonado com seis botijões de gás no centro de Paris, o que levou à prisão de um grupo de mulheres que juraram lealdade à milícia terrorista Estado Islâmico (EI). O anúncio foi feito pelo presidente francês, François Hollande, que estava em Atenas, na Grécia, para participar de uma cúpula dos países mediterrâneos da União Europeia. "O propósito desse comando era claramente cometer um atentado", declarou nesta sexta-feira (9) o procurador de Paris, François Molins, destacando que as jovens mulheres estavam sendo "guiadas" por radicais do EI da Síria. Na noite de quinta (8), a polícia prendeu três mulheres radicalizadas envolvidas na investigação em torno do carro com botijões de gás achado em Paris. Os investigadores estão convencidos de que esse veículo, encontrado a alguns metros da Catedral de Notre Dame, local visitado por milhares de turistas e fiéis, deveria servir ao atentado, que falhou por um motivo ainda desconhecido. Após uma "corrida contra o tempo", segundo o ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, os investigadores conseguiram seguir as pistas de vários suspeitos. À frente deles estaria a filha do proprietário do veículo, Inès Madani, de 19 anos. Conhecida pelos serviços de inteligência franceses por sua intenção de viajar à Síria, a jovem estava em contato com belgas radicalizados e aparecia em uma investigação aberta nesse país, segundo a rede de televisão belga RTBF. Madani foi detida na quinta-feira com outras duas suspeitas –Amel S., 39, e Sarah H., 23– em Boussy-Saint-Antoine, no sudeste de Paris. Ela foi ferida por disparos ao se lançar sobre um policial com uma faca na mão. Junto a Inès foi encontrada uma carta, na qual jurava lealdade ao EI, disse Molins. A filha mais velha de Amel S., de 15 anos, foi presa na manhã desta sexta (9). Sara H. era conhecida por "estar particularmente vinculada com o movimento jihadista", ressaltou o procurador. De acordo com Molins, ela teria sido namorada de Larossi Abballa, que assassinou dois policiais em junho em Magnanville (nordeste de Paris), suicidando-se em seguida. Depois, ela teria se envolvido com Adel Kermiche, autor do assassinato de um padre do noroeste da França em julho passado. Segundo Cazeneuve, as três detidas preparavam "novas ações violentas e, ao que parece, iminentes".
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Sem tempo para brincar
Passava cada dia da semana pensando quando iria brincar. De manhã, vou para escola. Quem sabe na volta? Ao voltar para casa, o almoço está pronto. Quem sabe após comer tudo? Impossível, tenho que tirar o uniforme e fazer a lição de casa. Faço com capricho para não ter que refazê-la e, assim, sobrar algum tempo para brincar. Quando pego o brinquedo, lembro que hoje é dia de natação. Pego a touca, o óculos e vou treinar na certeza de que conseguirei brincar na volta. Mas na volta tenho que tomar banho. Finalmente, quando vou brincar, o jantar está na mesa. Meus pais chegam, conversamos, mostro as atividades e chega a hora de dormir. Agora, só se eu "sonhar" que estou brincando. Chega de reclamar! A solução é se divertir com tudo na vida: na escola, na lição de casa, nos desenhos, na natação, no almoço e até no banho. Podemos e devemos cumprir nossas responsabilidades. Mas podemos fazer tudo como se a vida fosse uma grande brincadeira. Tales Felizola, 11, é o colunista convidado deste mês.
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Sem tempo para brincarPassava cada dia da semana pensando quando iria brincar. De manhã, vou para escola. Quem sabe na volta? Ao voltar para casa, o almoço está pronto. Quem sabe após comer tudo? Impossível, tenho que tirar o uniforme e fazer a lição de casa. Faço com capricho para não ter que refazê-la e, assim, sobrar algum tempo para brincar. Quando pego o brinquedo, lembro que hoje é dia de natação. Pego a touca, o óculos e vou treinar na certeza de que conseguirei brincar na volta. Mas na volta tenho que tomar banho. Finalmente, quando vou brincar, o jantar está na mesa. Meus pais chegam, conversamos, mostro as atividades e chega a hora de dormir. Agora, só se eu "sonhar" que estou brincando. Chega de reclamar! A solução é se divertir com tudo na vida: na escola, na lição de casa, nos desenhos, na natação, no almoço e até no banho. Podemos e devemos cumprir nossas responsabilidades. Mas podemos fazer tudo como se a vida fosse uma grande brincadeira. Tales Felizola, 11, é o colunista convidado deste mês.
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Fábio Santos é convocado para lugar de Marcelo
O lateral-esquerdo Fábio Santos, do Atlético-MG, foi convocado no início da noite desta sexta (11) pelo técnico da seleção brasileira, Tite, para partida contra o Peru, em Lima, na madrugada de quarta (16). O jogador será o substituto de Marcelo, que recebeu o segundo cartão amarelo no torneio na vitória contra a Argentina, quinta (10), e terá que cumprir suspensão. Fábio Santos deverá chegar na concentração da seleção em Belo Horizonte ainda nesta noite. Neste sábado (12), ele participará do treino na Cidade do Galo. Contratado em maio, Fábio Santos é um dos destaques da campanha do clube mineiro no segundo semestre. Revelado pelo São Paulo, Fábio Santos foi campeão mundial com Tite pelo Corinthians em 2012. Antes de se transferir para o Atlético-MG, ele atuava pelo Cruz Azul, do México. No domingo (13), a seleção embarca para Lima após realizar um treino na capital mineira. Com 24 pontos, a seleção lidera as eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia. Na quinta, o Brasil venceu, com facilidade, os argentinos, por 3 a 0, no Mineirão.
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Fábio Santos é convocado para lugar de MarceloO lateral-esquerdo Fábio Santos, do Atlético-MG, foi convocado no início da noite desta sexta (11) pelo técnico da seleção brasileira, Tite, para partida contra o Peru, em Lima, na madrugada de quarta (16). O jogador será o substituto de Marcelo, que recebeu o segundo cartão amarelo no torneio na vitória contra a Argentina, quinta (10), e terá que cumprir suspensão. Fábio Santos deverá chegar na concentração da seleção em Belo Horizonte ainda nesta noite. Neste sábado (12), ele participará do treino na Cidade do Galo. Contratado em maio, Fábio Santos é um dos destaques da campanha do clube mineiro no segundo semestre. Revelado pelo São Paulo, Fábio Santos foi campeão mundial com Tite pelo Corinthians em 2012. Antes de se transferir para o Atlético-MG, ele atuava pelo Cruz Azul, do México. No domingo (13), a seleção embarca para Lima após realizar um treino na capital mineira. Com 24 pontos, a seleção lidera as eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia. Na quinta, o Brasil venceu, com facilidade, os argentinos, por 3 a 0, no Mineirão.
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Cristina Kirchner se apresenta, mas se nega a depor sobre venda de dólares
A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner se apresentou na manhã desta quarta-feira (13) à Justiça, mas se negou a falar. Convocada a depor sobre a venda de dólares no mercado futuro a um preço inferior ao praticado pelo mercado, Cristina apenas entregou um documento com sua defesa. As operações financeiras realizadas pelo Banco Central nos últimos meses do governo kirchnerista podem ter causado um prejuízo de 77 bilhões de pesos (R$ 19 bilhões) aos cofres públicos. No texto entregue à Justiça, Cristina culpou o atual presidente, Mauricio Macri, e sua política de desvalorização do peso pelo prejuízo. Afirmou também que estão denunciando "inocentes de cometerem delitos, os quais, se tiverem existido, seriam de responsabilidade exclusiva das atuais autoridades". A ex-presidente chegou por volta das 10h ao Tribunal Comodoro Py, onde aguardavam sob a chuva milhares de argentinos. Apesar de não haver conseguido eleger seu candidato à Presidência, Daniel Scioli, a ex-mandatária ainda move multidões no país —ela deixou o poder com mais de 50% de aprovação. Na saída do tribunal, Cristina discursou por uma hora e 12 minutos. Desde seu último dia de mandato, em 9 de dezembro do ano passado, ela não falava em público. "Podem me convocar 20 vezes. Podem me prender, mas não vou deixar de dizer o que penso", afirmou. Ela também se comparou a Juan Perón e disse que seu caso não era o "único de uma ex-presidente perseguida". Ainda atacou o Judiciário, a imprensa e Mauricio Macri. "Imaginem se tivessem encontrado uma conta offshore minha", disse para lembrar que o atual presidente é investigado por ter sido nomeado diretor de empresas constituídas em paraísos fiscais. Para Cristina, a imprensa local está abafando o caso. PEREGRINAÇÃO Alguns dos apoiadores da ex-mandatária viajaram do interior à capital para acompanhá-la. A professora aposentada Isabel Artura, 65 anos, que mora na Província de Córdoba, passou dez horas no ônibus para participar do ato. "Eu paguei minha passagem, não recebi de ninguém, como dizem por aí", fez questão de dizer. A maioria dos manifestantes era formada por aposentados e estudantes, que soltavam rojões, tocavam bumbos e gritavam "terão problemas se tocarem em Cristina". Estudante de letras e atendente em uma pizzaria, Diogo Lopez, 27, afirmou que a denúncia contra Cristina é injusta e defendeu a ex-presidente por ela haver adotado medidas de inclusão, como um programa semelhante ao Bolsa Família e bibliotecas populares. No início da manifestação, quase não havia policiais no local e militantes controlavam o acesso ao tribunal. Uma jornalista da rádio Mitre, do grupo Clarín, foi agredida por ultrakirchneristas. O conglomerado de comunicação é considerado por Cristina um dos maiores inimigos de sua gestão. Também foram apoiar a ex-mandatária seu vice-presidente Amado Boudou, que está sendo processado por corrupção, e algumas representantes do movimento Mães da Praça de Maio.
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Cristina Kirchner se apresenta, mas se nega a depor sobre venda de dólaresA ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner se apresentou na manhã desta quarta-feira (13) à Justiça, mas se negou a falar. Convocada a depor sobre a venda de dólares no mercado futuro a um preço inferior ao praticado pelo mercado, Cristina apenas entregou um documento com sua defesa. As operações financeiras realizadas pelo Banco Central nos últimos meses do governo kirchnerista podem ter causado um prejuízo de 77 bilhões de pesos (R$ 19 bilhões) aos cofres públicos. No texto entregue à Justiça, Cristina culpou o atual presidente, Mauricio Macri, e sua política de desvalorização do peso pelo prejuízo. Afirmou também que estão denunciando "inocentes de cometerem delitos, os quais, se tiverem existido, seriam de responsabilidade exclusiva das atuais autoridades". A ex-presidente chegou por volta das 10h ao Tribunal Comodoro Py, onde aguardavam sob a chuva milhares de argentinos. Apesar de não haver conseguido eleger seu candidato à Presidência, Daniel Scioli, a ex-mandatária ainda move multidões no país —ela deixou o poder com mais de 50% de aprovação. Na saída do tribunal, Cristina discursou por uma hora e 12 minutos. Desde seu último dia de mandato, em 9 de dezembro do ano passado, ela não falava em público. "Podem me convocar 20 vezes. Podem me prender, mas não vou deixar de dizer o que penso", afirmou. Ela também se comparou a Juan Perón e disse que seu caso não era o "único de uma ex-presidente perseguida". Ainda atacou o Judiciário, a imprensa e Mauricio Macri. "Imaginem se tivessem encontrado uma conta offshore minha", disse para lembrar que o atual presidente é investigado por ter sido nomeado diretor de empresas constituídas em paraísos fiscais. Para Cristina, a imprensa local está abafando o caso. PEREGRINAÇÃO Alguns dos apoiadores da ex-mandatária viajaram do interior à capital para acompanhá-la. A professora aposentada Isabel Artura, 65 anos, que mora na Província de Córdoba, passou dez horas no ônibus para participar do ato. "Eu paguei minha passagem, não recebi de ninguém, como dizem por aí", fez questão de dizer. A maioria dos manifestantes era formada por aposentados e estudantes, que soltavam rojões, tocavam bumbos e gritavam "terão problemas se tocarem em Cristina". Estudante de letras e atendente em uma pizzaria, Diogo Lopez, 27, afirmou que a denúncia contra Cristina é injusta e defendeu a ex-presidente por ela haver adotado medidas de inclusão, como um programa semelhante ao Bolsa Família e bibliotecas populares. No início da manifestação, quase não havia policiais no local e militantes controlavam o acesso ao tribunal. Uma jornalista da rádio Mitre, do grupo Clarín, foi agredida por ultrakirchneristas. O conglomerado de comunicação é considerado por Cristina um dos maiores inimigos de sua gestão. Também foram apoiar a ex-mandatária seu vice-presidente Amado Boudou, que está sendo processado por corrupção, e algumas representantes do movimento Mães da Praça de Maio.
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Crítica: Adaptação de Dostoiévski cai no exagero e vira 'pastelão'
O tema do duplo desde sempre fascinou a literatura e o cinema, das várias versões de "O Médico e o Monstro" até o recente "O Homem Duplicado" (2013). As ressonâncias metafísicas e psicanalíticas da ideia de duas pessoas semelhantes na aparência e avessas no caráter também sempre seduziram bons atores, atraídos pela possibilidade de representar múltiplas faces num único trabalho. "O Duplo" segue essa tradição ao adaptar o livro homônimo de Dostoiévski, segundo romance do escritor russo, publicado em 1846. Em seu segundo longa de ficção, o diretor britânico e também ator Richard Ayoade revela ter se interessado pelo tema como desafio à interpretação. Ele escalou o talentoso Jesse Eisenberg para o papel de Simon, simplório burocrata que um belo dia se depara com James, seu completo semelhante e antagonista. Simon, apavorado com a situação, pede a opinião de um colega, que lhe diz: "Você passa despercebido. Nem parece uma pessoa". O diálogo define a ausência de personalidade do personagem e pretende representar a multidão dos Zé Ninguém que povoam o mundo. Para dar corpo à intenção, "O Duplo" relê a solidão abissal do texto de Dostoiévski com uma visão mais associada à obra de Franz Kafka, tanto nos cenários como nas situações paranoicas, no sentimento de não existir e na representação do homem comum como mão de obra anônima e descartável. Tais escolhas distanciam o filme da releitura psicanalítica e política feita por Bernardo Bertolucci em "Partner" (1968), outra adaptação do mesmo livro, e o aproximam de "Brazil: O Filme" (1985), exemplar bem-sucedido do cinema britânico ao juntar sarcasmo e crítica. Em vez da angústia e do dilema moral literários, "O Duplo" escolhe o humor absurdo, que no cinema depende de sutilezas para não virar pastelão intelectual. Desatento a isso, o filme prefere cartunizar tudo, dos comportamentos aos cenários, impondo uma excessiva direção de arte que leva o filme a ficar mais com a aparência de desenho animado que de drama metafísico. A vítima maior dessa opção pelo exagero é Jesse Eisenberg, que pretende exibir habilidades nos papeis antagônicos, mas termina reduzindo seus desempenhos como idiota e esperto a uma irritante sucessão de caretas. O DUPLO (THE DOUBLE) DIREÇÃO Richard Ayoade ELENCO Jesse Eisenberg, Mia Wasikowska, Wallace Shawn PRODUÇÃO Reino Unido, 2013 QUANDO estreia prevista em 5/3 CLASSIFICAÇÃO 14 anos AVALIAÇÃO ruim
ilustrada
Crítica: Adaptação de Dostoiévski cai no exagero e vira 'pastelão'O tema do duplo desde sempre fascinou a literatura e o cinema, das várias versões de "O Médico e o Monstro" até o recente "O Homem Duplicado" (2013). As ressonâncias metafísicas e psicanalíticas da ideia de duas pessoas semelhantes na aparência e avessas no caráter também sempre seduziram bons atores, atraídos pela possibilidade de representar múltiplas faces num único trabalho. "O Duplo" segue essa tradição ao adaptar o livro homônimo de Dostoiévski, segundo romance do escritor russo, publicado em 1846. Em seu segundo longa de ficção, o diretor britânico e também ator Richard Ayoade revela ter se interessado pelo tema como desafio à interpretação. Ele escalou o talentoso Jesse Eisenberg para o papel de Simon, simplório burocrata que um belo dia se depara com James, seu completo semelhante e antagonista. Simon, apavorado com a situação, pede a opinião de um colega, que lhe diz: "Você passa despercebido. Nem parece uma pessoa". O diálogo define a ausência de personalidade do personagem e pretende representar a multidão dos Zé Ninguém que povoam o mundo. Para dar corpo à intenção, "O Duplo" relê a solidão abissal do texto de Dostoiévski com uma visão mais associada à obra de Franz Kafka, tanto nos cenários como nas situações paranoicas, no sentimento de não existir e na representação do homem comum como mão de obra anônima e descartável. Tais escolhas distanciam o filme da releitura psicanalítica e política feita por Bernardo Bertolucci em "Partner" (1968), outra adaptação do mesmo livro, e o aproximam de "Brazil: O Filme" (1985), exemplar bem-sucedido do cinema britânico ao juntar sarcasmo e crítica. Em vez da angústia e do dilema moral literários, "O Duplo" escolhe o humor absurdo, que no cinema depende de sutilezas para não virar pastelão intelectual. Desatento a isso, o filme prefere cartunizar tudo, dos comportamentos aos cenários, impondo uma excessiva direção de arte que leva o filme a ficar mais com a aparência de desenho animado que de drama metafísico. A vítima maior dessa opção pelo exagero é Jesse Eisenberg, que pretende exibir habilidades nos papeis antagônicos, mas termina reduzindo seus desempenhos como idiota e esperto a uma irritante sucessão de caretas. O DUPLO (THE DOUBLE) DIREÇÃO Richard Ayoade ELENCO Jesse Eisenberg, Mia Wasikowska, Wallace Shawn PRODUÇÃO Reino Unido, 2013 QUANDO estreia prevista em 5/3 CLASSIFICAÇÃO 14 anos AVALIAÇÃO ruim
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STF nega pedido para tirar de Moro investigações da OAS na Lava Jato
O STF (Supremo Tribunal Federal) negou nesta terça-feira (6) um pedido da defesa de executivos da empreiteira OAS para que o tribunal tirasse das mãos do juiz do Paraná Sérgio Moro investigações do esquema de corrupção da Petrobras referentes à atuação deles. A decisão foi tomada pela segunda turma do tribunal e confirmou entendimento do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. A OAS alegava que os fatos investigados pelo juiz Sérgio Moro apontando a existência de um cartel já eram alvos de análise em inquérito aberto no STF para investigar a atuação de uma organização criminosa que desviou recursos da estatal e, portanto, haveria usurpação de competência do STF. A empreiteira requeria que o caso ficasse sob os cuidados do Supremo. Zavascki argumentou que o STF, no início das investigações, fez uma divisão do processo, estabelecendo que fatos do esquema de corrupção da Petrobras que não tivessem relação com parlamentares seriam concentrados pela Justiça do Paraná. "O que eu demonstro no meu voto é que, embora os fatos investigados relacionem-se ao inquérito [do STF] –e que existe um inquérito grande aqui para investigar o sistema de fornecimento de propina e eventual organização– isso realmente tem conexão com muitos outros fatos isolados que foram desmembrados", afirmou Teori. "Embora haja essa relação, a atuação do magistrado ocorreu em conformidade ao acertado pela corte. Não foi comprovada ocorrência de investigação direta de parlamentares por parte do juiz. Não houve, portanto, usurpação de competência", completou. Em agosto, a Justiça Federal no Paraná condenou cinco executivos da empreiteira OAS por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Eles deverão cumprir pena de até 16 anos de reclusão. Entre os condenados estão o presidente da empresa, José Aldemário Pinheiro Filho –o Leo Pinheiro– e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, que era diretor da área internacional da OAS. Os desvios cometidos pela OAS chegaram a cerca de R$ 30 milhões, sustenta o Ministério Público Federal –dinheiro obtido em contratos da Petrobras. A propina veio de duas obras da estatal: a Repar (Refinaria Getúlio Vargas, no Paraná) e a Rnest (Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco). Segundo a denúncia, a OAS pagava 1% de propina sobre o valor dos contratos com a estatal ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Junto com outras empresas, a empreiteira acertava o valor das licitações e seus vencedores, viabilizando, assim, o esquema.
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STF nega pedido para tirar de Moro investigações da OAS na Lava JatoO STF (Supremo Tribunal Federal) negou nesta terça-feira (6) um pedido da defesa de executivos da empreiteira OAS para que o tribunal tirasse das mãos do juiz do Paraná Sérgio Moro investigações do esquema de corrupção da Petrobras referentes à atuação deles. A decisão foi tomada pela segunda turma do tribunal e confirmou entendimento do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. A OAS alegava que os fatos investigados pelo juiz Sérgio Moro apontando a existência de um cartel já eram alvos de análise em inquérito aberto no STF para investigar a atuação de uma organização criminosa que desviou recursos da estatal e, portanto, haveria usurpação de competência do STF. A empreiteira requeria que o caso ficasse sob os cuidados do Supremo. Zavascki argumentou que o STF, no início das investigações, fez uma divisão do processo, estabelecendo que fatos do esquema de corrupção da Petrobras que não tivessem relação com parlamentares seriam concentrados pela Justiça do Paraná. "O que eu demonstro no meu voto é que, embora os fatos investigados relacionem-se ao inquérito [do STF] –e que existe um inquérito grande aqui para investigar o sistema de fornecimento de propina e eventual organização– isso realmente tem conexão com muitos outros fatos isolados que foram desmembrados", afirmou Teori. "Embora haja essa relação, a atuação do magistrado ocorreu em conformidade ao acertado pela corte. Não foi comprovada ocorrência de investigação direta de parlamentares por parte do juiz. Não houve, portanto, usurpação de competência", completou. Em agosto, a Justiça Federal no Paraná condenou cinco executivos da empreiteira OAS por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Eles deverão cumprir pena de até 16 anos de reclusão. Entre os condenados estão o presidente da empresa, José Aldemário Pinheiro Filho –o Leo Pinheiro– e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, que era diretor da área internacional da OAS. Os desvios cometidos pela OAS chegaram a cerca de R$ 30 milhões, sustenta o Ministério Público Federal –dinheiro obtido em contratos da Petrobras. A propina veio de duas obras da estatal: a Repar (Refinaria Getúlio Vargas, no Paraná) e a Rnest (Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco). Segundo a denúncia, a OAS pagava 1% de propina sobre o valor dos contratos com a estatal ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Junto com outras empresas, a empreiteira acertava o valor das licitações e seus vencedores, viabilizando, assim, o esquema.
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Dilma dá sinais de esgotamento e petistas se preocupam com sua disposição para liderar defesa
Pés no chão Apesar do discurso de resiliência e da imagem de que cresce na dificuldade, Dilma Rousseff dá sinais de esgotamento. Petistas se preocupam com sua disposição para liderar a defesa até o julgamento definitivo pelo Senado. Nas últimas semanas, deixou escapar sentir saudades de uma vida normal, mas a renúncia é carta fora do baralho. Alguns traduzem os sinais como se quisesse "se livrar disso". Entre as decepções da reta final, o Supremo. Dilma repete que a corte joga "contra" ela. Laços de família Dilma não teve a companhia da filha ao longo da votação. Paula, que tem um bebê de quatro meses, ficou em Porto Alegre. Na sessão decisiva na Câmara, fizera o mesmo. Oi, querida A segurança do Planalto investiga o autor de um trote em Dilma. Ela se preparava para acompanhar a votação quando foi avisada de que Lula estava na linha. Atendeu o telefone, mas era só um gaiato imitando o petista. Dilma ficou furiosa. Sem gritaria Especialistas em Michel Temer vaticinam: o novo presidente é pouco resistente a pressões - menos ainda se forem da imprensa. Os sucessivos recuos no ministério sugerem seu ponto fraco. Barata tonta Michel Temer voltou atrás em nomeações para Justiça, Cultura, Saúde, Defesa, Ciência e Tecnologia, Controladoria-Geral da União e Desenvolvimento. Ganhou a alcunha de "governo Tabajara", apelido que o PMDB dava à gestão Dilma. Como pode? O segundo deputado que mais se beneficiou de emendas parlamentares, empenhadas no apagar das luzes do governo Dilma, foi Eduardo Cunha. Ficou com o compromisso de receber R$ 3.954.600. A emenda beneficia a cidade de Itaboraí. Vergonha alheia O deputado estadual Edilázio Júnior (PV), que faz oposição ao governador Flávio Dino, subiu na tribuna da Assembleia e sugeriu um abaixo-assinado para pedir que Waldir Maranhão retire o nome do Estado de sua assinatura. Meu time Henrique Meirelles disse a Temer que deseja Carlos Hamilton como seu número dois na Fazenda e Mansueto de Almeida como secretário do Tesouro. Organograma Conforme o desenho apresentado ao Jaburu, Marcos Mendes assumiria a Secretaria de Política Econômica. Jorge Rachid, hoje no comando da Receita Federal, pode ficar no cargo. Herança bendita A sintonia entre Romero Jucá e Nelson Barbosa é tamanha que os dois escolheram o mesmo secretário-executivo. Dyogo Oliveira também será vice-ministro do peemedebista no Planejamento. Bem-vindo! Temer será alvo de protesto em SP já nesta quinta (12). O MTST e movimentos da Frente Povo Sem Medo prometem levar 30 mil pessoas à avenida Paulista. O lema será "Temer Jamais". Passar bem Graça Foster, ex-presidente da Petrobras e amiga abandonada por Dilma, fez questão de acompanhar o impeachment bem de longe. Questionada sobre o processo, foi lacônica: "Não tenho nada a dizer". Ajude a te ajudar Aumentou a pressão de aliados para que Cunha renuncie à presidência. Mas ele resiste. Visitas à Folha O coronel Ricardo Gambaroni, comandante-geral da Polícia Militar do Estado de SP, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do coronel Adilson Luís Franco Nassaro, chefe de comunicação social, e do major Emerson Massera, chefe da assessoria de imprensa. Paulo Lopes Lourenço, cônsul-geral de Portugal em São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Marina Paraíso, assistente de gabinete, Bruno Assami, diretor-executivo da Unibes Cultural, e David Seromenho, administrador da CV&A Consultores Brasil. - CONTRAPONTO A história será mais generosa com a presidente Dilma Rousseff. O golpe ficará registrado nos livros. DO SENADOR LINDBERGH FARIAS (PT-RJ), sobre a votação no Senado que deve admitir o processo de impeachment e afastar a presidente por 180 dias. - TIROTEIO Chame o ladrão Enquanto a sessão de votação do impeachment corria no Senado, a Comissão de Segurança Pública reunia-se na Câmara. O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) interrompeu brevemente o debate e dirigiu-se a Alexandre Baldy (PTN-GO), que conduzia os trabalhos: - Presidente, acharam uma caneta Montblanc aí? Baldy e os deputados Gilberto Nascimento (PSC-SP) e Alexandre Leite (DEM-SP) levantaram simultaneamente canetas esferográficas comuns. Fraga então reclamou para riso geral:. - Em plena reunião da Comissão de Segurança Pública, levo um prejuízo de R$ 5.000! É mole?
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Dilma dá sinais de esgotamento e petistas se preocupam com sua disposição para liderar defesaPés no chão Apesar do discurso de resiliência e da imagem de que cresce na dificuldade, Dilma Rousseff dá sinais de esgotamento. Petistas se preocupam com sua disposição para liderar a defesa até o julgamento definitivo pelo Senado. Nas últimas semanas, deixou escapar sentir saudades de uma vida normal, mas a renúncia é carta fora do baralho. Alguns traduzem os sinais como se quisesse "se livrar disso". Entre as decepções da reta final, o Supremo. Dilma repete que a corte joga "contra" ela. Laços de família Dilma não teve a companhia da filha ao longo da votação. Paula, que tem um bebê de quatro meses, ficou em Porto Alegre. Na sessão decisiva na Câmara, fizera o mesmo. Oi, querida A segurança do Planalto investiga o autor de um trote em Dilma. Ela se preparava para acompanhar a votação quando foi avisada de que Lula estava na linha. Atendeu o telefone, mas era só um gaiato imitando o petista. Dilma ficou furiosa. Sem gritaria Especialistas em Michel Temer vaticinam: o novo presidente é pouco resistente a pressões - menos ainda se forem da imprensa. Os sucessivos recuos no ministério sugerem seu ponto fraco. Barata tonta Michel Temer voltou atrás em nomeações para Justiça, Cultura, Saúde, Defesa, Ciência e Tecnologia, Controladoria-Geral da União e Desenvolvimento. Ganhou a alcunha de "governo Tabajara", apelido que o PMDB dava à gestão Dilma. Como pode? O segundo deputado que mais se beneficiou de emendas parlamentares, empenhadas no apagar das luzes do governo Dilma, foi Eduardo Cunha. Ficou com o compromisso de receber R$ 3.954.600. A emenda beneficia a cidade de Itaboraí. Vergonha alheia O deputado estadual Edilázio Júnior (PV), que faz oposição ao governador Flávio Dino, subiu na tribuna da Assembleia e sugeriu um abaixo-assinado para pedir que Waldir Maranhão retire o nome do Estado de sua assinatura. Meu time Henrique Meirelles disse a Temer que deseja Carlos Hamilton como seu número dois na Fazenda e Mansueto de Almeida como secretário do Tesouro. Organograma Conforme o desenho apresentado ao Jaburu, Marcos Mendes assumiria a Secretaria de Política Econômica. Jorge Rachid, hoje no comando da Receita Federal, pode ficar no cargo. Herança bendita A sintonia entre Romero Jucá e Nelson Barbosa é tamanha que os dois escolheram o mesmo secretário-executivo. Dyogo Oliveira também será vice-ministro do peemedebista no Planejamento. Bem-vindo! Temer será alvo de protesto em SP já nesta quinta (12). O MTST e movimentos da Frente Povo Sem Medo prometem levar 30 mil pessoas à avenida Paulista. O lema será "Temer Jamais". Passar bem Graça Foster, ex-presidente da Petrobras e amiga abandonada por Dilma, fez questão de acompanhar o impeachment bem de longe. Questionada sobre o processo, foi lacônica: "Não tenho nada a dizer". Ajude a te ajudar Aumentou a pressão de aliados para que Cunha renuncie à presidência. Mas ele resiste. Visitas à Folha O coronel Ricardo Gambaroni, comandante-geral da Polícia Militar do Estado de SP, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do coronel Adilson Luís Franco Nassaro, chefe de comunicação social, e do major Emerson Massera, chefe da assessoria de imprensa. Paulo Lopes Lourenço, cônsul-geral de Portugal em São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Marina Paraíso, assistente de gabinete, Bruno Assami, diretor-executivo da Unibes Cultural, e David Seromenho, administrador da CV&A Consultores Brasil. - CONTRAPONTO A história será mais generosa com a presidente Dilma Rousseff. O golpe ficará registrado nos livros. DO SENADOR LINDBERGH FARIAS (PT-RJ), sobre a votação no Senado que deve admitir o processo de impeachment e afastar a presidente por 180 dias. - TIROTEIO Chame o ladrão Enquanto a sessão de votação do impeachment corria no Senado, a Comissão de Segurança Pública reunia-se na Câmara. O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) interrompeu brevemente o debate e dirigiu-se a Alexandre Baldy (PTN-GO), que conduzia os trabalhos: - Presidente, acharam uma caneta Montblanc aí? Baldy e os deputados Gilberto Nascimento (PSC-SP) e Alexandre Leite (DEM-SP) levantaram simultaneamente canetas esferográficas comuns. Fraga então reclamou para riso geral:. - Em plena reunião da Comissão de Segurança Pública, levo um prejuízo de R$ 5.000! É mole?
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Sócios de Aidar em escritório pedem que presidente renuncie
Já considerando a possibilidade de deixar a presidência do São Paulo, Carlos Miguel Aidar ouviu mais pedidos para que entregue a cadeira no clube. A Folha apurou que alguns dos sócios no escritório que leva seu nome, o Aidar SBZ, conversaram nesta sexta-feira (09) com o mandatário, aconselhando com mais veemência que a melhor decisão para o momento é a renúncia. Em um ano e meio de mandato, o dirigente tricolor está envolvido em uma série de denúncias e escândalos, inclusive com ameaças de impeachment por parte do ex-vice Ataíde Gil Guerreiro. Guerreiro, que deixou a diretoria na última terça-feira (06), após uma briga com Aidar, é o principal opositor no momento. Ele enviou um e-mail ao comandante são-paulino (veja abaixo), dizendo ter gravações que provam pedidos de propina e desvio de dinheiro no Morumbi. A mensagem foi revelada pelo Uol, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, e pelo site do Globo Esporte. Em reunião com "cardeais" do clube nesta quinta (08), Aidar foi firme ao dizer que não deixaria o cargo. Na sexta, porém, a situação mudou de figura. Ele confidenciou a alguns amigos muito próximos que já considera fazer o pedido de renúncia. A Folha tentou falar com o presidente, mas as ligações não foram atendidas.
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Sócios de Aidar em escritório pedem que presidente renuncieJá considerando a possibilidade de deixar a presidência do São Paulo, Carlos Miguel Aidar ouviu mais pedidos para que entregue a cadeira no clube. A Folha apurou que alguns dos sócios no escritório que leva seu nome, o Aidar SBZ, conversaram nesta sexta-feira (09) com o mandatário, aconselhando com mais veemência que a melhor decisão para o momento é a renúncia. Em um ano e meio de mandato, o dirigente tricolor está envolvido em uma série de denúncias e escândalos, inclusive com ameaças de impeachment por parte do ex-vice Ataíde Gil Guerreiro. Guerreiro, que deixou a diretoria na última terça-feira (06), após uma briga com Aidar, é o principal opositor no momento. Ele enviou um e-mail ao comandante são-paulino (veja abaixo), dizendo ter gravações que provam pedidos de propina e desvio de dinheiro no Morumbi. A mensagem foi revelada pelo Uol, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, e pelo site do Globo Esporte. Em reunião com "cardeais" do clube nesta quinta (08), Aidar foi firme ao dizer que não deixaria o cargo. Na sexta, porém, a situação mudou de figura. Ele confidenciou a alguns amigos muito próximos que já considera fazer o pedido de renúncia. A Folha tentou falar com o presidente, mas as ligações não foram atendidas.
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Após pedido, Senado aprova fundo para estimular exportações
O Senado aprovou nesta terça-feira (15) o projeto de lei que autoriza a União a repassar R$ 1,9 bilhão a Estados, o Distrito Federal e municípios como compensação pela isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em operações de exportação e para estimular o aumento do comércio exterior. A proposta segue para sanção da presidente Dilma Rousseff. O projeto, enviado pelo próprio Executivo, determina que o montante a ser pago será dividido em quatro parcelas iguais de R$ 487,5 milhões, que serão repassados até o último dia útil dos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro deste ano. Do total que poderá ser repassado a cada Estado, o governo repassará 75% para o próprio Estado e 25% para os seus municípios. O repasse é relativo às perdas de 2014. As transferências da União ocorrem anualmente desde 2004 para compensar a perda dos Estados e municípios pela isenção de ICMS, como previsto na Lei Kandir, que tem como objetivo estimular as exportações brasileiras. A aprovação da proposta foi pedida pelos governadores de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), e do Pará, Simão Jatene (PSDB), ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta terça. Em reunião, os tucanos pressionaram o peemedebista para que ele colocasse a matéria em pauta. Mesmo em um cenário de crise econômica e ajuste fiscal enfrentado pelo governo federal, os tucanos reclamaram que a União tem segurado os repasses desde o ano passado, o que agrava a dificuldade que os Estados também enfrentam para fechar suas contas. "É a concretização de um direito dos estados da Federação. Lá atrás fizeram a lei que incentivava a exportação, a Lei Kandir, e os estados não tiveram, até agora, nenhuma segurança com relação à entrega daquilo que eles têm direito [a receber como compensação]", afirmou Renan após o encontro.
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Após pedido, Senado aprova fundo para estimular exportaçõesO Senado aprovou nesta terça-feira (15) o projeto de lei que autoriza a União a repassar R$ 1,9 bilhão a Estados, o Distrito Federal e municípios como compensação pela isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em operações de exportação e para estimular o aumento do comércio exterior. A proposta segue para sanção da presidente Dilma Rousseff. O projeto, enviado pelo próprio Executivo, determina que o montante a ser pago será dividido em quatro parcelas iguais de R$ 487,5 milhões, que serão repassados até o último dia útil dos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro deste ano. Do total que poderá ser repassado a cada Estado, o governo repassará 75% para o próprio Estado e 25% para os seus municípios. O repasse é relativo às perdas de 2014. As transferências da União ocorrem anualmente desde 2004 para compensar a perda dos Estados e municípios pela isenção de ICMS, como previsto na Lei Kandir, que tem como objetivo estimular as exportações brasileiras. A aprovação da proposta foi pedida pelos governadores de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), e do Pará, Simão Jatene (PSDB), ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta terça. Em reunião, os tucanos pressionaram o peemedebista para que ele colocasse a matéria em pauta. Mesmo em um cenário de crise econômica e ajuste fiscal enfrentado pelo governo federal, os tucanos reclamaram que a União tem segurado os repasses desde o ano passado, o que agrava a dificuldade que os Estados também enfrentam para fechar suas contas. "É a concretização de um direito dos estados da Federação. Lá atrás fizeram a lei que incentivava a exportação, a Lei Kandir, e os estados não tiveram, até agora, nenhuma segurança com relação à entrega daquilo que eles têm direito [a receber como compensação]", afirmou Renan após o encontro.
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Com baixas, Corinthians tenta se recompor com elenco enxuto
O Corinthians vive uma situação delicada em seu elenco. Com as perdas de André, Luciano, Bruno Henrique e agora Elias, o time alvinegro terá que se virar com um grupo relativamente pequeno. Com 28 jogadores, sendo quatro goleiros, Cristóvão Borges tem que usar a criatividade para montar a melhor formação que vai a campo. No empate em 1 a 1 diante do Fluminense, nesta quarta-feira (31), o treinador utilizou Camacho pela primeira vez como titular no meio de campo. Léo Príncipe, jovem da base, também ganhou uma oportunidade na lateral direita, que ficará com a vaga enquanto Fagner serve à seleção. Veja vídeo Caso Príncipe ou Uendel por um acaso precisassem ser substituídos, o Corinthians teria que improvisar um lateral, já que nenhum jogador de ofício da posição foi relacionado para a partida. No ataque, o improviso já é uma realidade. Guilherme, que chegou ao clube como uma opção para o meio de campo ao lado de Giovanni Augusto, atuou como atacante na partida no Rio. A situação ficou ainda mais complicada com a lesão de Danilo. O veterano de 37 anos sofreu uma fratura de tíbia e fíbula na perna direita durante o treino da terça-feira (30) e terá que passar por uma cirurgia. Com as perdas, o Corinthians foi ao mercado e oficializou as contratações do atacante Gustavo, ex-Criciúma, e do volante Jean, ex-Paraná.
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Com baixas, Corinthians tenta se recompor com elenco enxutoO Corinthians vive uma situação delicada em seu elenco. Com as perdas de André, Luciano, Bruno Henrique e agora Elias, o time alvinegro terá que se virar com um grupo relativamente pequeno. Com 28 jogadores, sendo quatro goleiros, Cristóvão Borges tem que usar a criatividade para montar a melhor formação que vai a campo. No empate em 1 a 1 diante do Fluminense, nesta quarta-feira (31), o treinador utilizou Camacho pela primeira vez como titular no meio de campo. Léo Príncipe, jovem da base, também ganhou uma oportunidade na lateral direita, que ficará com a vaga enquanto Fagner serve à seleção. Veja vídeo Caso Príncipe ou Uendel por um acaso precisassem ser substituídos, o Corinthians teria que improvisar um lateral, já que nenhum jogador de ofício da posição foi relacionado para a partida. No ataque, o improviso já é uma realidade. Guilherme, que chegou ao clube como uma opção para o meio de campo ao lado de Giovanni Augusto, atuou como atacante na partida no Rio. A situação ficou ainda mais complicada com a lesão de Danilo. O veterano de 37 anos sofreu uma fratura de tíbia e fíbula na perna direita durante o treino da terça-feira (30) e terá que passar por uma cirurgia. Com as perdas, o Corinthians foi ao mercado e oficializou as contratações do atacante Gustavo, ex-Criciúma, e do volante Jean, ex-Paraná.
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Aumenta a tensão sobre Coreia do Norte, mas capital mal percebe
As nuvens de guerra, ao que parece, estão se avolumando em torno da península Coreana. O governo norte-coreano exibe um arsenal cada vez mais sofisticado de mísseis intercontinentais e lança uma versão de médio alcance, que aparentemente falha segundos depois do lançamento. Os Estados Unidos deslocam um enorme navio de guerra para águas próximas à península, numa demonstração de poderio militar. O presidente Donald Trump adverte que está pronto para "resolver o problema da Coreia do Norte", enquanto o vice-chanceler da Coreia do Norte diz que seu país conduzirá o próximo teste nuclear quando considerar adequado. E em Pyongyang, onde uma guerra significaria horrores inéditos –bairros inteiros poderiam ser reduzidos a entulho e dezenas de milhares de civis seriam mortos–, poucos parecem se importar muito. No domingo (16), o zoológico da cidade estava lotado, os playgrounds estavam cheios de crianças e famílias passeavam no centro pelas calçadas salpicadas com flores caídas das ameixeiras. No espetáculo anual de flores de Kimilsungia –que celebra o 105º aniversário do governante fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, e a orquídea roxa que leva seu nome–, milhares de pessoas se reuniam em torno das exposições, muitas usando celulares para tirar fotos de amigos e parentes. Em um país onde a propaganda é envolvente, e onde a mesma família detém o poder há três gerações, toda a exibição misturava flores com lembranças de Kim Il-sung ou do país hoje governado por seu neto, Kim Jong-un. Havia vitrines com maquetes da cidade natal de Kim Il-sung, fotos dele reunido com líderes estrangeiros, pinturas de novos conjuntos residenciais e... modelos de mísseis. E havia Chong Ok-an, uma aposentada que abria caminho entre a multidão com sua família. "Não temos medo", disse ela. "Desde que tenhamos o marechal Kim Jong-un, podemos vencer qualquer luta." Sua reação reflete os slogans da propaganda norte-coreana, assim como a realidade de que todo mundo aqui ouve falar em guerra há décadas. A família Kim consolidou seu poder ao retratar o país como alvo de um sítio interminável, deixando sua população incapaz de distinguir entre o exagero e a realidade de uma situação cada vez mais tensa. A mesma hipérbole infindável afetou os sul-coreanos. Eles ouvem há tanto tempo as advertências da Coreia do Norte sobre sua destruição que as ameaças mal são registradas. Embora o interesse pelo Norte aumente imediatamente depois de um lançamento de míssil, horas depois o tráfego na internet volta a ser dominado por programas de humor da TV, impostos e imóveis. Depois que as comemorações do aniversário do Norte passaram sem grandes provocações como um teste nuclear, a população e a mídia da Coreia do Sul estavam mais preocupadas na segunda-feira (17) com notícias internas, como o início de um período oficial de campanha para a eleição presidencial no mês que vem e os planos de casamento de uma dupla de artistas famosos. Mais tarde na segunda, promotores sul-coreanos indiciaram a ex-presidente Park Geun-hye por corrupção, fornecendo material mais quente para manchetes. Tradução de LUIZ ROBERTO MENDES GONÇALVES
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Aumenta a tensão sobre Coreia do Norte, mas capital mal percebeAs nuvens de guerra, ao que parece, estão se avolumando em torno da península Coreana. O governo norte-coreano exibe um arsenal cada vez mais sofisticado de mísseis intercontinentais e lança uma versão de médio alcance, que aparentemente falha segundos depois do lançamento. Os Estados Unidos deslocam um enorme navio de guerra para águas próximas à península, numa demonstração de poderio militar. O presidente Donald Trump adverte que está pronto para "resolver o problema da Coreia do Norte", enquanto o vice-chanceler da Coreia do Norte diz que seu país conduzirá o próximo teste nuclear quando considerar adequado. E em Pyongyang, onde uma guerra significaria horrores inéditos –bairros inteiros poderiam ser reduzidos a entulho e dezenas de milhares de civis seriam mortos–, poucos parecem se importar muito. No domingo (16), o zoológico da cidade estava lotado, os playgrounds estavam cheios de crianças e famílias passeavam no centro pelas calçadas salpicadas com flores caídas das ameixeiras. No espetáculo anual de flores de Kimilsungia –que celebra o 105º aniversário do governante fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, e a orquídea roxa que leva seu nome–, milhares de pessoas se reuniam em torno das exposições, muitas usando celulares para tirar fotos de amigos e parentes. Em um país onde a propaganda é envolvente, e onde a mesma família detém o poder há três gerações, toda a exibição misturava flores com lembranças de Kim Il-sung ou do país hoje governado por seu neto, Kim Jong-un. Havia vitrines com maquetes da cidade natal de Kim Il-sung, fotos dele reunido com líderes estrangeiros, pinturas de novos conjuntos residenciais e... modelos de mísseis. E havia Chong Ok-an, uma aposentada que abria caminho entre a multidão com sua família. "Não temos medo", disse ela. "Desde que tenhamos o marechal Kim Jong-un, podemos vencer qualquer luta." Sua reação reflete os slogans da propaganda norte-coreana, assim como a realidade de que todo mundo aqui ouve falar em guerra há décadas. A família Kim consolidou seu poder ao retratar o país como alvo de um sítio interminável, deixando sua população incapaz de distinguir entre o exagero e a realidade de uma situação cada vez mais tensa. A mesma hipérbole infindável afetou os sul-coreanos. Eles ouvem há tanto tempo as advertências da Coreia do Norte sobre sua destruição que as ameaças mal são registradas. Embora o interesse pelo Norte aumente imediatamente depois de um lançamento de míssil, horas depois o tráfego na internet volta a ser dominado por programas de humor da TV, impostos e imóveis. Depois que as comemorações do aniversário do Norte passaram sem grandes provocações como um teste nuclear, a população e a mídia da Coreia do Sul estavam mais preocupadas na segunda-feira (17) com notícias internas, como o início de um período oficial de campanha para a eleição presidencial no mês que vem e os planos de casamento de uma dupla de artistas famosos. Mais tarde na segunda, promotores sul-coreanos indiciaram a ex-presidente Park Geun-hye por corrupção, fornecendo material mais quente para manchetes. Tradução de LUIZ ROBERTO MENDES GONÇALVES
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Verão é momento de reforçar o caixa e planejar o resto do ano
A temporada de verão -que inclui as festas de fim de ano, as férias escolares e o Carnaval- é um sopro de otimismo para negócios aquecidos pelo vaivém dos turistas. Na alta temporada, a hora é de reforçar o caixa e se preparar para os gastos fixos do ano. Aproveitar a estação, porém, exige planejamento. "Não há tempo para organizar o espaço ou aprender a fazer o serviço durante o verão. Reformas, organizações, treinamentos e testes devem ser feitos com antecedência", diz Glauber Eduardo Santos, do Programa de Pós-Graduação em Turismo da USP. Com a demanda maior na alta temporada, a concorrência entre empresas também fica mais acirrada, e ações de publicidade e promoções se tornam essenciais. Mas elas também precisam ser pensadas para influenciar o turista no momento certo. "Quanto mais longa e cara é a viagem, mais antecipada será a decisão do turista", afirma Santos. No setor de bares e restaurantes, impactado pela temporada de verão, é possível se proteger de oscilações de preço. "Certas matérias-primas sempre ficam mais caras nessa época. O negócio que tiver caixa e espaço pode fazer estoque antecipado desses produtos", diz Raphael Dabdab, presidente da Abrasel-SC (associação do setor em Santa Catarina). Para atingir tal grau de organização, é necessário um planejamento financeiro que guarde os lucros de verão para gastos fiscais, trabalhistas e de operação ao longo do ano, alerta o professor Luiz Trigo, também da USP. "Uma estratégia simples é dividir os custos fixos por todas as vendas do ano", sugere Santos. FLEXIBILIDADE A expectativa do Ministério do Turismo é que 73,4 milhões de viagens sejam realizadas entre dezembro de 2016 e fevereiro -o que representa um ligeiro aumento, de 0,8%, ante o mesmo período do ano anterior-, movimentando R$ 100 bilhões. Para aproveitar essa disposição do turista, os empresários têm que ser mais flexíveis, orienta Edmar Bull, presidente da Abav (associação das agências de viagens). "Se o cliente não tem dinheiro para ficar 20 dias, precisa haver a opção de um pacote de uma semana, por exemplo", diz. A agência Turismo Consciente, de roteiros para a Amazônia brasileira, viu o faturamento subir quase 34% de 2015 para o ano passado. Para isso, Maria Teresa Junqueira, proprietária do negócio, apostou em viagens de grupo e aumentou o número de parcelas para pagamento. No último Réveillon, levou 72 pessoas para navegar pelo rio Negro. O pacote saía por R$ 4.800, incluindo passagens aéreas, passeios e alimentação.
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Verão é momento de reforçar o caixa e planejar o resto do anoA temporada de verão -que inclui as festas de fim de ano, as férias escolares e o Carnaval- é um sopro de otimismo para negócios aquecidos pelo vaivém dos turistas. Na alta temporada, a hora é de reforçar o caixa e se preparar para os gastos fixos do ano. Aproveitar a estação, porém, exige planejamento. "Não há tempo para organizar o espaço ou aprender a fazer o serviço durante o verão. Reformas, organizações, treinamentos e testes devem ser feitos com antecedência", diz Glauber Eduardo Santos, do Programa de Pós-Graduação em Turismo da USP. Com a demanda maior na alta temporada, a concorrência entre empresas também fica mais acirrada, e ações de publicidade e promoções se tornam essenciais. Mas elas também precisam ser pensadas para influenciar o turista no momento certo. "Quanto mais longa e cara é a viagem, mais antecipada será a decisão do turista", afirma Santos. No setor de bares e restaurantes, impactado pela temporada de verão, é possível se proteger de oscilações de preço. "Certas matérias-primas sempre ficam mais caras nessa época. O negócio que tiver caixa e espaço pode fazer estoque antecipado desses produtos", diz Raphael Dabdab, presidente da Abrasel-SC (associação do setor em Santa Catarina). Para atingir tal grau de organização, é necessário um planejamento financeiro que guarde os lucros de verão para gastos fiscais, trabalhistas e de operação ao longo do ano, alerta o professor Luiz Trigo, também da USP. "Uma estratégia simples é dividir os custos fixos por todas as vendas do ano", sugere Santos. FLEXIBILIDADE A expectativa do Ministério do Turismo é que 73,4 milhões de viagens sejam realizadas entre dezembro de 2016 e fevereiro -o que representa um ligeiro aumento, de 0,8%, ante o mesmo período do ano anterior-, movimentando R$ 100 bilhões. Para aproveitar essa disposição do turista, os empresários têm que ser mais flexíveis, orienta Edmar Bull, presidente da Abav (associação das agências de viagens). "Se o cliente não tem dinheiro para ficar 20 dias, precisa haver a opção de um pacote de uma semana, por exemplo", diz. A agência Turismo Consciente, de roteiros para a Amazônia brasileira, viu o faturamento subir quase 34% de 2015 para o ano passado. Para isso, Maria Teresa Junqueira, proprietária do negócio, apostou em viagens de grupo e aumentou o número de parcelas para pagamento. No último Réveillon, levou 72 pessoas para navegar pelo rio Negro. O pacote saía por R$ 4.800, incluindo passagens aéreas, passeios e alimentação.
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Ao pé da letra
SÃO PAULO - Todos são inocentes até prova em contrário. Esse é um princípio básico do Estado de Direito. Nas tiranias, pessoas são condenadas por vontade e graça do soberano, mas, nas democracias, é preciso que o Estado apresente provas da culpa no âmbito de um processo judicial, no qual a defesa terá várias chances de contra-argumentar. Essas regras são sagradas, mas apenas na esfera do direito penal. Não é porque todos são inocentes até prova em contrário que você precisa oferecer um cargo de diretor de "compliance" ao suspeito de corrupção ou pedir em casamento a mulher que é acusada de matar seus maridos. Há uma diferença entre as garantias dadas aos réus, que devem ser robustas, e a avaliação moral que se faz de um indivíduo na vida cotidiana, que admite gradações. Essa diferença parece ter sido esquecida pelo mundo político brasileiro. Temer tenta dar foro privilegiado a um de seus auxiliares mais citados na Lava Jato e agora afirma que conservará todos os ministros citados em delações até que se tornem réus, o que tende a levar mais tempo do que a duração do governo. No Legislativo, os parlamentares não fazem por menos. Acabaram de eleger como chefes das duas Casas dois congressistas também citados e puseram um terceiro para comandar a poderosa CCJ do Senado. É claro que todos são inocentes até prova em contrário, mas daí não decorre que gente sobre a qual paira dúvida deva ser galgada a cargos de grande visibilidade e que ainda têm o poder de influir em questões que podem afetar seus próprios casos. A sensação que fica é a de que os políticos perderam o pudor. Isso é ruim porque a desfaçatez com que agem não compromete apenas sua imagem pessoal, mas a da própria política. E, embora políticos individuais possam merecer rejeição, a política como espaço de resolução de disputas sociais e formação de novos consensos é indispensável.
colunas
Ao pé da letraSÃO PAULO - Todos são inocentes até prova em contrário. Esse é um princípio básico do Estado de Direito. Nas tiranias, pessoas são condenadas por vontade e graça do soberano, mas, nas democracias, é preciso que o Estado apresente provas da culpa no âmbito de um processo judicial, no qual a defesa terá várias chances de contra-argumentar. Essas regras são sagradas, mas apenas na esfera do direito penal. Não é porque todos são inocentes até prova em contrário que você precisa oferecer um cargo de diretor de "compliance" ao suspeito de corrupção ou pedir em casamento a mulher que é acusada de matar seus maridos. Há uma diferença entre as garantias dadas aos réus, que devem ser robustas, e a avaliação moral que se faz de um indivíduo na vida cotidiana, que admite gradações. Essa diferença parece ter sido esquecida pelo mundo político brasileiro. Temer tenta dar foro privilegiado a um de seus auxiliares mais citados na Lava Jato e agora afirma que conservará todos os ministros citados em delações até que se tornem réus, o que tende a levar mais tempo do que a duração do governo. No Legislativo, os parlamentares não fazem por menos. Acabaram de eleger como chefes das duas Casas dois congressistas também citados e puseram um terceiro para comandar a poderosa CCJ do Senado. É claro que todos são inocentes até prova em contrário, mas daí não decorre que gente sobre a qual paira dúvida deva ser galgada a cargos de grande visibilidade e que ainda têm o poder de influir em questões que podem afetar seus próprios casos. A sensação que fica é a de que os políticos perderam o pudor. Isso é ruim porque a desfaçatez com que agem não compromete apenas sua imagem pessoal, mas a da própria política. E, embora políticos individuais possam merecer rejeição, a política como espaço de resolução de disputas sociais e formação de novos consensos é indispensável.
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'Game of Thrones' bate recorde de audiência nos EUA
O vazamento dos quatro primeiros episódios da quinta temporada parece não ter prejudicado a série "Game of Thrones", da HBO, em termos de audiência, segundo dados da Nielsen. O primeiro episódio do novo ano, exibido simultaneamente no domingo (12) em 170 países, foi visto por cerca de 8 milhões de espectadores nos Estados Unidos, o recorde para um capítulo da produção. Foi um crescimento de 1,4 milhão de espectadores em relação à estreia da quarta temporada e de 800 mil em relação ao episódio mais visto até então, exibido em 18 de maio de 2014. A popularidade de "Game of Thrones" nos Estados Unidos vem numa crescente. O final da segunda temporada foi visto por 4 milhões. No terceiro ano, atingiu a marca dos 5 milhões e no quarto, 6 milhões. No mesmo ano, alcançou a casa dos 7 milhões.
ilustrada
'Game of Thrones' bate recorde de audiência nos EUAO vazamento dos quatro primeiros episódios da quinta temporada parece não ter prejudicado a série "Game of Thrones", da HBO, em termos de audiência, segundo dados da Nielsen. O primeiro episódio do novo ano, exibido simultaneamente no domingo (12) em 170 países, foi visto por cerca de 8 milhões de espectadores nos Estados Unidos, o recorde para um capítulo da produção. Foi um crescimento de 1,4 milhão de espectadores em relação à estreia da quarta temporada e de 800 mil em relação ao episódio mais visto até então, exibido em 18 de maio de 2014. A popularidade de "Game of Thrones" nos Estados Unidos vem numa crescente. O final da segunda temporada foi visto por 4 milhões. No terceiro ano, atingiu a marca dos 5 milhões e no quarto, 6 milhões. No mesmo ano, alcançou a casa dos 7 milhões.
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Um monstro à espera de Temer
O tempo de Michel Temer está acabando, mesmo antes de ocupar a cadeira de presidente que talvez seja sua, em maio, como já se escreveu aqui. O primeiro e principal problema econômico de seu governo ainda piora de maneira assustadora. A pindaíba federal é crescente, viu-se ontem pela arrecadação de impostos do primeiro trimestre do ano. Os cofres do governo sangram cada vez mais. A receita federal de impostos e contribuições, INSS inclusive, cai ao ritmo de 7,2% ao ano, quase o dobro da velocidade de contração da economia, da queda do PIB, que encolheu 3,8% em 2015. O governo perde receita cada vez mais rápido. Em março de 2015, a arrecadação anual baixava ao ritmo de 2,8% ao ano (em termos reais). Quando Dilma e seus economistas tomaram a decisão final de arruinar as contas públicas, no fim de 2013, a receita crescia a 4% ao ano, por aí. Considerada a arrecadação em 12 meses, a receita em março deste ano foi R$ 99 bilhões menor que a de março de 2015 (considerada a inflação). Para usar uma comparação popular nos anos petistas, R$ 99 bilhões equivalem a três anos e meio de Bolsa Família. Equivalem a mais que o dobro do que o governo federal investiu em "obras" no ano passado. Isto é, a receita caiu o equivalente a 1,66% do PIB estimado para o início deste ano. Trata-se de valor semelhante ao deficit primário estimado para 2016, na mediana das previsões colhidas semanalmente pelo Banco Central. Ou seja, mesmo que a receita de impostos ficasse toda nos cofres federais, no máximo não haveria deficit primário. A conta ficaria no zero a zero. Note-se de passagem, porém, que o buraco fica ainda mais embaixo, pois cerca de 17% ou 18% da receita bruta federal vai para Estados e municípios. Equilibrar receita e despesa, desconsiderados gastos com juros, é uma das tarefas mínimas do governo para 2017. Nos anos Lula, convém lembrar, o superavit primário andava pela casa dos 3% do PIB. Logo, parece incontornável um aumento de impostos, dado o tamanho da encrenca, o estado crítico da economia, a necessidade de conter cortes ainda maiores no investimento federal e de evitar um esfolamento excessivo do povo (excessivo. Esfolamento haverá). Alguém ainda se lembra da CPMF, anátema de parte do movimento "impichista", maldição das ruas que pedem a cabeça de Dilma e do Congresso, que recusou esse dinheiro à presidente ora no cadafalso? Pois bem. Quando esse imposto foi cobrado com a alíquota de 0,38%, nos anos cheios de 2002 a 2007, rendia o equivalente a 1,35% do PIB, em média, uma arrecadação bem estável. Em termos do valor do PIB de hoje, poderia então render cerca de R$ 80 bilhões. Isto é, se nada mais mudou na estrutura da economia brasileira, deve render por aí. Claro está que isso não resolve o problema. Trata-se de um remendão de emergência, que deve de resto ser acompanhado de cortes dolorosos de gastos em salários de servidores, gastos em saúde e educação e em benefícios do INSS. Apenas para tapar o presente rombo. Um governo que fez sua "campanha eleitoral", o impeachment, com base em protestos contra o aumento dos impostos vai propor ao Congresso tal coisa, a paulada da CPMF ou equivalente?
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Um monstro à espera de TemerO tempo de Michel Temer está acabando, mesmo antes de ocupar a cadeira de presidente que talvez seja sua, em maio, como já se escreveu aqui. O primeiro e principal problema econômico de seu governo ainda piora de maneira assustadora. A pindaíba federal é crescente, viu-se ontem pela arrecadação de impostos do primeiro trimestre do ano. Os cofres do governo sangram cada vez mais. A receita federal de impostos e contribuições, INSS inclusive, cai ao ritmo de 7,2% ao ano, quase o dobro da velocidade de contração da economia, da queda do PIB, que encolheu 3,8% em 2015. O governo perde receita cada vez mais rápido. Em março de 2015, a arrecadação anual baixava ao ritmo de 2,8% ao ano (em termos reais). Quando Dilma e seus economistas tomaram a decisão final de arruinar as contas públicas, no fim de 2013, a receita crescia a 4% ao ano, por aí. Considerada a arrecadação em 12 meses, a receita em março deste ano foi R$ 99 bilhões menor que a de março de 2015 (considerada a inflação). Para usar uma comparação popular nos anos petistas, R$ 99 bilhões equivalem a três anos e meio de Bolsa Família. Equivalem a mais que o dobro do que o governo federal investiu em "obras" no ano passado. Isto é, a receita caiu o equivalente a 1,66% do PIB estimado para o início deste ano. Trata-se de valor semelhante ao deficit primário estimado para 2016, na mediana das previsões colhidas semanalmente pelo Banco Central. Ou seja, mesmo que a receita de impostos ficasse toda nos cofres federais, no máximo não haveria deficit primário. A conta ficaria no zero a zero. Note-se de passagem, porém, que o buraco fica ainda mais embaixo, pois cerca de 17% ou 18% da receita bruta federal vai para Estados e municípios. Equilibrar receita e despesa, desconsiderados gastos com juros, é uma das tarefas mínimas do governo para 2017. Nos anos Lula, convém lembrar, o superavit primário andava pela casa dos 3% do PIB. Logo, parece incontornável um aumento de impostos, dado o tamanho da encrenca, o estado crítico da economia, a necessidade de conter cortes ainda maiores no investimento federal e de evitar um esfolamento excessivo do povo (excessivo. Esfolamento haverá). Alguém ainda se lembra da CPMF, anátema de parte do movimento "impichista", maldição das ruas que pedem a cabeça de Dilma e do Congresso, que recusou esse dinheiro à presidente ora no cadafalso? Pois bem. Quando esse imposto foi cobrado com a alíquota de 0,38%, nos anos cheios de 2002 a 2007, rendia o equivalente a 1,35% do PIB, em média, uma arrecadação bem estável. Em termos do valor do PIB de hoje, poderia então render cerca de R$ 80 bilhões. Isto é, se nada mais mudou na estrutura da economia brasileira, deve render por aí. Claro está que isso não resolve o problema. Trata-se de um remendão de emergência, que deve de resto ser acompanhado de cortes dolorosos de gastos em salários de servidores, gastos em saúde e educação e em benefícios do INSS. Apenas para tapar o presente rombo. Um governo que fez sua "campanha eleitoral", o impeachment, com base em protestos contra o aumento dos impostos vai propor ao Congresso tal coisa, a paulada da CPMF ou equivalente?
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Novo currículo do ensino médio será debatido em SP sob pressão de docente
A intenção do governo Geraldo Alckmin (PSDB) de flexibilização do currículo do ensino médio da rede pública de São Paulo será discutida a partir da semana que vem na Assembleia Legislativa em meio à divisão de educadores sobre sua eficácia e sob pressão do sindicato dos professores –que se opõe à ideia. O projeto encaminhado em regime de urgência à Casa prevê que os alunos possam escolher parte das disciplinas nas escolas estaduais durante essa etapa do ensino. Ele deve seguir para discussão em três comissões já na segunda (10) –e, seguindo os ritos legislativos, chegará ao plenário até outubro. A Secretaria da Educação afirma que a implantação do novo modelo será gradual –inicialmente, deve abarcar apenas algumas escolas. Ela não revela detalhes –só diz que a maneira como será feita a mudança ainda será formatada e submetida a uma "ampla discussão". O documento enviado por Alckmin à Assembleia diz que a ideia é ampliar "a margem de escolha" dos alunos –a ideia inicial era que houvesse disciplinas obrigatórias tradicionais, mas que, especialmente na reta final do ensino médio, eles pudessem optar por outras específicas. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada por maioria simples na Assembleia e ser sancionada pelo governador Geraldo Alckmin. Entre os que concordam com esse conceito curricular, a diretora executiva da ONG Todos Pela Educação, Priscila Cruz, afirma que "em qualquer sistema de ensino médio do mundo você pode ter trilhas diferenciadas, ou por áreas diferentes ou escolhendo disciplinas optativas". "Mas você não encontra esse modelo unificado, em que todo mundo faz exatamente as mesmas 13 disciplinas." Ela exemplifica. "O aluno que quer seguir engenharia tem que ter uma matemática mais avançada do que outro aluno que quer fazer direito." Entre os críticos da proposta está a presidente da Apeoesp (sindicato dos professores), Maria Izabel Noronha, que comandou neste ano uma greve de quase três meses, a maior da história, e promete se mobilizar contra a ideia. "Vai criar um problema porque no próprio Estado nós vamos ter diferenças de formação", afirma a sindicalista, que também teme que haja diferença grande em relação ao modelo que prevalece no restante do país. "Um aluno que estuda aqui em São Paulo não vai conseguir continuar os estudos em Minas." A Secretaria da Educação diz que houve contribuições de mais de 70 entidades e que "não é possível rebater críticas e projeções de problemas sobre um projeto que está em fase de elaboração". Afirma ainda que a flexibilização foi incluída como meta após a constatação, "partilhada pelos principais educadores do país e do mundo", de que o modelo atual é distanciado da realidade do jovem e compromete os projetos pedagógicos. - ENSINO MÉDIO - NÚMEROS DO ESTADO DE SP 3,6 mil escolas estaduais paulistas 1,9 milhão alunos no ensino médio em SP 84% dos alunos do ensino médio estão em escolas estaduais 505,6 pontos é a média da rede estadual paulista no Enem; 12 pontos abaixo da média nacional Fonte: Inep
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Novo currículo do ensino médio será debatido em SP sob pressão de docenteA intenção do governo Geraldo Alckmin (PSDB) de flexibilização do currículo do ensino médio da rede pública de São Paulo será discutida a partir da semana que vem na Assembleia Legislativa em meio à divisão de educadores sobre sua eficácia e sob pressão do sindicato dos professores –que se opõe à ideia. O projeto encaminhado em regime de urgência à Casa prevê que os alunos possam escolher parte das disciplinas nas escolas estaduais durante essa etapa do ensino. Ele deve seguir para discussão em três comissões já na segunda (10) –e, seguindo os ritos legislativos, chegará ao plenário até outubro. A Secretaria da Educação afirma que a implantação do novo modelo será gradual –inicialmente, deve abarcar apenas algumas escolas. Ela não revela detalhes –só diz que a maneira como será feita a mudança ainda será formatada e submetida a uma "ampla discussão". O documento enviado por Alckmin à Assembleia diz que a ideia é ampliar "a margem de escolha" dos alunos –a ideia inicial era que houvesse disciplinas obrigatórias tradicionais, mas que, especialmente na reta final do ensino médio, eles pudessem optar por outras específicas. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada por maioria simples na Assembleia e ser sancionada pelo governador Geraldo Alckmin. Entre os que concordam com esse conceito curricular, a diretora executiva da ONG Todos Pela Educação, Priscila Cruz, afirma que "em qualquer sistema de ensino médio do mundo você pode ter trilhas diferenciadas, ou por áreas diferentes ou escolhendo disciplinas optativas". "Mas você não encontra esse modelo unificado, em que todo mundo faz exatamente as mesmas 13 disciplinas." Ela exemplifica. "O aluno que quer seguir engenharia tem que ter uma matemática mais avançada do que outro aluno que quer fazer direito." Entre os críticos da proposta está a presidente da Apeoesp (sindicato dos professores), Maria Izabel Noronha, que comandou neste ano uma greve de quase três meses, a maior da história, e promete se mobilizar contra a ideia. "Vai criar um problema porque no próprio Estado nós vamos ter diferenças de formação", afirma a sindicalista, que também teme que haja diferença grande em relação ao modelo que prevalece no restante do país. "Um aluno que estuda aqui em São Paulo não vai conseguir continuar os estudos em Minas." A Secretaria da Educação diz que houve contribuições de mais de 70 entidades e que "não é possível rebater críticas e projeções de problemas sobre um projeto que está em fase de elaboração". Afirma ainda que a flexibilização foi incluída como meta após a constatação, "partilhada pelos principais educadores do país e do mundo", de que o modelo atual é distanciado da realidade do jovem e compromete os projetos pedagógicos. - ENSINO MÉDIO - NÚMEROS DO ESTADO DE SP 3,6 mil escolas estaduais paulistas 1,9 milhão alunos no ensino médio em SP 84% dos alunos do ensino médio estão em escolas estaduais 505,6 pontos é a média da rede estadual paulista no Enem; 12 pontos abaixo da média nacional Fonte: Inep
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Lei dos EUA permite divulgar acordos, diz força-tarefa da Lava Jato
A força-tarefa da Lava Jato, responsável pela condução do acordo de leniência, espécie de delação premiada da pessoa jurídica, com o grupo Odebrecht, afirmou que a diferença de legislação entre Brasil e Estados Unidos é o que permite que documentos da empreiteira se tornem públicos pela Justiça americana e não pela brasileira. Na tarde desta quarta-feira (21), o DOJ (Departamento de Justiça americano) tirou o sigilo de relatórios e termos dos acordos de leniência firmados pelo grupo baiano e seu braço petroquímico, a Braskem, nos EUA. Para justificar a permanência da ocultação dos dados no Brasil, a força-tarefa afirma que no país "a lei determina que o acordo de colaboração seja, em regra —salvo decisão judicial específica em contrário—, sigiloso. Por paralelo, o acordo de leniência também tem sido submetido à homologação da Câmara de Combate à Corrupção e da Justiça sob sigilo". Os procuradores dizem ainda que o conteúdo das delações no Brasil se tornará público no momento de oferecimento de denúncia criminal contra os acusados. "Assim como nos Estados Unidos, o relato e provas (os anexos e depoimentos do acordo, com os detalhes sobre fatos e provas) permanecem sigilosos enquanto o sigilo for importante para a efetividade das investigações, ressalvada decisão judicial específica que determine o contrário." Procurada, a Procuradoria-Geral da República não se manifestou sobre o caso afirmando que ele é de responsabilidade da força-tarefa de Curitiba.
poder
Lei dos EUA permite divulgar acordos, diz força-tarefa da Lava JatoA força-tarefa da Lava Jato, responsável pela condução do acordo de leniência, espécie de delação premiada da pessoa jurídica, com o grupo Odebrecht, afirmou que a diferença de legislação entre Brasil e Estados Unidos é o que permite que documentos da empreiteira se tornem públicos pela Justiça americana e não pela brasileira. Na tarde desta quarta-feira (21), o DOJ (Departamento de Justiça americano) tirou o sigilo de relatórios e termos dos acordos de leniência firmados pelo grupo baiano e seu braço petroquímico, a Braskem, nos EUA. Para justificar a permanência da ocultação dos dados no Brasil, a força-tarefa afirma que no país "a lei determina que o acordo de colaboração seja, em regra —salvo decisão judicial específica em contrário—, sigiloso. Por paralelo, o acordo de leniência também tem sido submetido à homologação da Câmara de Combate à Corrupção e da Justiça sob sigilo". Os procuradores dizem ainda que o conteúdo das delações no Brasil se tornará público no momento de oferecimento de denúncia criminal contra os acusados. "Assim como nos Estados Unidos, o relato e provas (os anexos e depoimentos do acordo, com os detalhes sobre fatos e provas) permanecem sigilosos enquanto o sigilo for importante para a efetividade das investigações, ressalvada decisão judicial específica que determine o contrário." Procurada, a Procuradoria-Geral da República não se manifestou sobre o caso afirmando que ele é de responsabilidade da força-tarefa de Curitiba.
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Jean decide, e Palmeiras se distancia do Flamengo na ponta do Brasileiro
Jean, 30, foi decisivo para o Palmeiras aumentar para quatro pontos a vantagem sobre o vice-líder Flamengo na ponta do Brasileiro, a somente sete rodadas do fim do campeonato nacional. Neste domingo (16), com dois gols do volante, o time alviverde venceu o Figueirense por 2 a 1, em Florianópolis, e alcançou os 64 pontos. O jogador, cuja marca é a polivalência, atua bem tanto na lateral quanto no meio-campo, mas nunca primou pelo faro de gol. A partida deste domingo e a temporada têm tornado ele em herói improvável da equipe no ano. "Não me lembro de ter marcado duas vezes na mesma partida", disse Jean, que tem seis gols e é vice-artilheiro do time no Brasileiro, atrás apenas de Gabriel Jesus. Contratado do Fluminense para 2016 em negociação que se arrastou por meses, Jean tenta conquistar seu terceiro título do Nacional e encerrar o jejum de 22 anos sem troféu palmeirense na competição. Campeão por São Paulo (2008) e Fluminense (2012), o volante teve passagem pelo América-SP, Marília e Penafiel (POR) antes de chegar à seleção, onde fez parte do elenco campeão da Copa das Confederações de 2013. No Palmeiras, conquistou a confiança dos companheiros e a titularidade. Contra o Figueirense, Cuca escalou-o pelo meio para melhorar a saída de bola, mas foi só em cobrança de pênalti que o Palmeiras abriu o placar. A equipe empatava sem gols no segundo tempo quando o zagueiro do Figueirense Bruno Alves disputou bola no alto com Gabriel Jesus, dentro da área, e o juiz assinalou a penalidade. O lance gerou reclamação dos jogadores do Figueirense e a partida ficou paralisada por quase cinco minutos. Na quinta-feira (13), o Flamengo bateu o Fluminense em outro jogo polêmico, quando o juiz Sandro Meira Ricci anulou gol do time tricolor após validar a marcação. Se não brilhou, Gabriel Jesus foi fundamental também no segundo gol, ao dar a assistência para Jean ampliar. "O torcedor pode se empolgar, falar o que pensa, mas a gente mantém os pés no chão", afirmou Jean após a partida, quando torcedores palmeirenses já entoavam o grito de "é campeão". TRANQUILIDADE A felicidade palmeirense se tornou ainda mais completa com o tropeço do Flamengo, rival direto na disputa pelo título do Brasileiro. A equipe carioca foi derrotada por 2 a 1 pelo Internacional, no Beira-Rio, e permaneceu com 60 pontos na tabela. O resultado dá mais tranquilidade na reta final do campeonato para o time de Cuca, que na quinta empatou sem gols com o Cruzeiro e permitiu uma aproximação flamenguista. O Atlético-MG, em terceiro, também tropeçou ao perder para o Botafogo e, com 56 pontos, ficou mais longe da disputa pelo título. O Palmeiras volta a campo na quarta-feira (19), contra o Grêmio, em casa, pela partida de volta das quartas de final da Copa do Brasil. Pelo Brasileiro, a equipe alviverde volta a atuar no domingo (23), contra o Sport
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Jean decide, e Palmeiras se distancia do Flamengo na ponta do BrasileiroJean, 30, foi decisivo para o Palmeiras aumentar para quatro pontos a vantagem sobre o vice-líder Flamengo na ponta do Brasileiro, a somente sete rodadas do fim do campeonato nacional. Neste domingo (16), com dois gols do volante, o time alviverde venceu o Figueirense por 2 a 1, em Florianópolis, e alcançou os 64 pontos. O jogador, cuja marca é a polivalência, atua bem tanto na lateral quanto no meio-campo, mas nunca primou pelo faro de gol. A partida deste domingo e a temporada têm tornado ele em herói improvável da equipe no ano. "Não me lembro de ter marcado duas vezes na mesma partida", disse Jean, que tem seis gols e é vice-artilheiro do time no Brasileiro, atrás apenas de Gabriel Jesus. Contratado do Fluminense para 2016 em negociação que se arrastou por meses, Jean tenta conquistar seu terceiro título do Nacional e encerrar o jejum de 22 anos sem troféu palmeirense na competição. Campeão por São Paulo (2008) e Fluminense (2012), o volante teve passagem pelo América-SP, Marília e Penafiel (POR) antes de chegar à seleção, onde fez parte do elenco campeão da Copa das Confederações de 2013. No Palmeiras, conquistou a confiança dos companheiros e a titularidade. Contra o Figueirense, Cuca escalou-o pelo meio para melhorar a saída de bola, mas foi só em cobrança de pênalti que o Palmeiras abriu o placar. A equipe empatava sem gols no segundo tempo quando o zagueiro do Figueirense Bruno Alves disputou bola no alto com Gabriel Jesus, dentro da área, e o juiz assinalou a penalidade. O lance gerou reclamação dos jogadores do Figueirense e a partida ficou paralisada por quase cinco minutos. Na quinta-feira (13), o Flamengo bateu o Fluminense em outro jogo polêmico, quando o juiz Sandro Meira Ricci anulou gol do time tricolor após validar a marcação. Se não brilhou, Gabriel Jesus foi fundamental também no segundo gol, ao dar a assistência para Jean ampliar. "O torcedor pode se empolgar, falar o que pensa, mas a gente mantém os pés no chão", afirmou Jean após a partida, quando torcedores palmeirenses já entoavam o grito de "é campeão". TRANQUILIDADE A felicidade palmeirense se tornou ainda mais completa com o tropeço do Flamengo, rival direto na disputa pelo título do Brasileiro. A equipe carioca foi derrotada por 2 a 1 pelo Internacional, no Beira-Rio, e permaneceu com 60 pontos na tabela. O resultado dá mais tranquilidade na reta final do campeonato para o time de Cuca, que na quinta empatou sem gols com o Cruzeiro e permitiu uma aproximação flamenguista. O Atlético-MG, em terceiro, também tropeçou ao perder para o Botafogo e, com 56 pontos, ficou mais longe da disputa pelo título. O Palmeiras volta a campo na quarta-feira (19), contra o Grêmio, em casa, pela partida de volta das quartas de final da Copa do Brasil. Pelo Brasileiro, a equipe alviverde volta a atuar no domingo (23), contra o Sport
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Frederico Vasconcelos: Imagens íntimas na rede: o que fazer?
Sob o título "Aumento dos casos de fotos e filmagens íntimas de adolescentes: o que fazer?", o artigo a seguir é de autoria de Fernando Martins Zaupa, Promotor de Justiça com atribuições em crimes contra menores de idade em Campo ... Leia post completo no blog
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Frederico Vasconcelos: Imagens íntimas na rede: o que fazer?Sob o título "Aumento dos casos de fotos e filmagens íntimas de adolescentes: o que fazer?", o artigo a seguir é de autoria de Fernando Martins Zaupa, Promotor de Justiça com atribuições em crimes contra menores de idade em Campo ... Leia post completo no blog
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Reeves, com cara de desenho 2D, cai bem como herói de HQ
"Constantine" (HBO Plus, 20h, 2005, 14 anos) é baseado em história em quadrinhos, mas não parece. Talvez porque o próprio gibi criado por Jamie Delano e Garth Ennis já fosse bem diferente dos quadrinhos tradicionais. O personagem John Constantine, um detetive que já foi ao inferno –literalmente– e voltou para contar, carrega uma amargura incomum no gênero. Keanu Reeves é um ator feito sob medida para interpretar um herói de HQ. Tem uma cara petrificada, como um desenho 2D, e um vozeirão que soa exatamente como um balão de quadrinho. E Constantine é, em sua essência, um clichê de homem durão, com as doses de cinismo e desesperança necessárias. Com um câncer de pulmão em estágio avançado, fuma desenfreadamente. Sabe que é questão de tempo voltar ao mundo dos mortos. Depois que um exorcismo de rotina dá pistas de que algo inquietante está acontecendo no inferno, Constantine ajuda uma garota (Rachel Weisz) que se recusa a acreditar que sua irmã gêmea cometeu suicídio. O caso acaba revelando a entrada de criaturas das trevas no plano terreno, e Constantine vai se reencontrar com demônios ávidos por acertar contas com ele.
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Reeves, com cara de desenho 2D, cai bem como herói de HQ"Constantine" (HBO Plus, 20h, 2005, 14 anos) é baseado em história em quadrinhos, mas não parece. Talvez porque o próprio gibi criado por Jamie Delano e Garth Ennis já fosse bem diferente dos quadrinhos tradicionais. O personagem John Constantine, um detetive que já foi ao inferno –literalmente– e voltou para contar, carrega uma amargura incomum no gênero. Keanu Reeves é um ator feito sob medida para interpretar um herói de HQ. Tem uma cara petrificada, como um desenho 2D, e um vozeirão que soa exatamente como um balão de quadrinho. E Constantine é, em sua essência, um clichê de homem durão, com as doses de cinismo e desesperança necessárias. Com um câncer de pulmão em estágio avançado, fuma desenfreadamente. Sabe que é questão de tempo voltar ao mundo dos mortos. Depois que um exorcismo de rotina dá pistas de que algo inquietante está acontecendo no inferno, Constantine ajuda uma garota (Rachel Weisz) que se recusa a acreditar que sua irmã gêmea cometeu suicídio. O caso acaba revelando a entrada de criaturas das trevas no plano terreno, e Constantine vai se reencontrar com demônios ávidos por acertar contas com ele.
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Filha de Vaccari diz que pai, preso na Lava Jato, 'jamais' fará delação
Filha do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, a médica Nayara Lima rechaça a possibilidade de o pai fechar um acordo de delação em troca de eventual redução de pena. Ela descartou a hipótese em entrevista a um blog mantido por amigos do petista na internet. "Existe uma clara pressão para que todos se tornem delatores. Mas tenho certeza de que meu pai jamais faria isso. Primeiro, porque ele me disse que não tem o que falar. Segundo, porque querem nomes e ele jamais falaria de pessoas inocentes só para sair da prisão", disse Nayara, segundo o blog "A verdade sobre Vaccari". A mulher do ex-dirigente petista, Gisele Lima, endossou: "João é um homem muito honesto e justo". Em texto publicado na última sexta-feira (30), o blog reproduz conversa narrada por Nayara, na qual o pai teria afirmado que não fará delação. "Acredito no que fiz, por isso vou até o final", disse Vaccari, segundo o relato da filha. "Ele diz que a vida não fará mais sentido se sua soltura implicar perder tudo aquilo em que acredita. A ideologia é tudo para o meu pai e é isso que vai fazê-lo aguentar até o final", completa ela. O blog dos simpatizantes de Vaccari classifica como "humilhante" a prisão do ex-tesoureiro, no dia 15 de abril. "Foi horrível e assustador [...] Estávamos dormindo e foi um grande susto, pois foi muito truculento", disse Gigi. A família conta que Vaccari busca contos infantis na biblioteca da prisão e justifica a escolha: "O que vou conversar com meu neto quando sair daqui?".
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Filha de Vaccari diz que pai, preso na Lava Jato, 'jamais' fará delaçãoFilha do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, a médica Nayara Lima rechaça a possibilidade de o pai fechar um acordo de delação em troca de eventual redução de pena. Ela descartou a hipótese em entrevista a um blog mantido por amigos do petista na internet. "Existe uma clara pressão para que todos se tornem delatores. Mas tenho certeza de que meu pai jamais faria isso. Primeiro, porque ele me disse que não tem o que falar. Segundo, porque querem nomes e ele jamais falaria de pessoas inocentes só para sair da prisão", disse Nayara, segundo o blog "A verdade sobre Vaccari". A mulher do ex-dirigente petista, Gisele Lima, endossou: "João é um homem muito honesto e justo". Em texto publicado na última sexta-feira (30), o blog reproduz conversa narrada por Nayara, na qual o pai teria afirmado que não fará delação. "Acredito no que fiz, por isso vou até o final", disse Vaccari, segundo o relato da filha. "Ele diz que a vida não fará mais sentido se sua soltura implicar perder tudo aquilo em que acredita. A ideologia é tudo para o meu pai e é isso que vai fazê-lo aguentar até o final", completa ela. O blog dos simpatizantes de Vaccari classifica como "humilhante" a prisão do ex-tesoureiro, no dia 15 de abril. "Foi horrível e assustador [...] Estávamos dormindo e foi um grande susto, pois foi muito truculento", disse Gigi. A família conta que Vaccari busca contos infantis na biblioteca da prisão e justifica a escolha: "O que vou conversar com meu neto quando sair daqui?".
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Arsenal fica próximo da Liga dos Campeões, e City vê vaga ameaçada
Arsenal e Manchester City fizeram o clássico inglês neste domingo (8), e o empate em 2 a 2 foi bom para um, mas ruim para o outro. Com o resultado, o time de Londres ficou perto da vaga na Liga dos Campeões da Europa do próximo ano. A equipe foi aos 68 pontos e, na terceira colocação, precisa de pelo menos um ponto na última rodada para garantir vaga na competição continental. A briga ainda conta como o City e o Manchester United. O City soma 65 pontos, contra 63 do United, que tem um jogo a menos. A equipe ainda enfrenta o West Ham e o Bournenouth. Já o City encerra sua participação contra o Swansea. Os outros times garantidos na Champions são o Leicester, que conquistou o título por antecipação, e o Tottenham, segundo colocado. O JOGO A partida começou agitada no Etihad Stadium. Logo aos 8min, Sergio Aguero abriu o placar para os donos da casa. Dois minutos depois, Olivier Giroud empatou para o Arsenal. Assim como no primeiro tempo, a etapa inicial começou com um gol do Manchester City. Aos 6min, Kevin de Bruyne colocou o City de volta à frente, mas Sanchez deixou tudo igual aos 23 min. Na próxima rodada, o Arsenal recebe o Aston Villa, no domingo. CONFIRA OS JOGOS E RESULTADOS DA 37ª RODADA DO CAMPEONATO INGLÊS SÁBADO Norwich 0 x 1 Manchester United Bournemouth 1 x 1 West Bromwich Aston Villa 0 x 0 Newcastle Crystal Palace 2 x 1 Stoke City Sunderland 3 x 2 Chelsea West Ham 1 x 4 Swansea Leicester x Everton DOMINGO Tottenham 1x2 Southampton Liverpool 2x0 Watford Manchester City 2x2 Arsenal
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Arsenal fica próximo da Liga dos Campeões, e City vê vaga ameaçadaArsenal e Manchester City fizeram o clássico inglês neste domingo (8), e o empate em 2 a 2 foi bom para um, mas ruim para o outro. Com o resultado, o time de Londres ficou perto da vaga na Liga dos Campeões da Europa do próximo ano. A equipe foi aos 68 pontos e, na terceira colocação, precisa de pelo menos um ponto na última rodada para garantir vaga na competição continental. A briga ainda conta como o City e o Manchester United. O City soma 65 pontos, contra 63 do United, que tem um jogo a menos. A equipe ainda enfrenta o West Ham e o Bournenouth. Já o City encerra sua participação contra o Swansea. Os outros times garantidos na Champions são o Leicester, que conquistou o título por antecipação, e o Tottenham, segundo colocado. O JOGO A partida começou agitada no Etihad Stadium. Logo aos 8min, Sergio Aguero abriu o placar para os donos da casa. Dois minutos depois, Olivier Giroud empatou para o Arsenal. Assim como no primeiro tempo, a etapa inicial começou com um gol do Manchester City. Aos 6min, Kevin de Bruyne colocou o City de volta à frente, mas Sanchez deixou tudo igual aos 23 min. Na próxima rodada, o Arsenal recebe o Aston Villa, no domingo. CONFIRA OS JOGOS E RESULTADOS DA 37ª RODADA DO CAMPEONATO INGLÊS SÁBADO Norwich 0 x 1 Manchester United Bournemouth 1 x 1 West Bromwich Aston Villa 0 x 0 Newcastle Crystal Palace 2 x 1 Stoke City Sunderland 3 x 2 Chelsea West Ham 1 x 4 Swansea Leicester x Everton DOMINGO Tottenham 1x2 Southampton Liverpool 2x0 Watford Manchester City 2x2 Arsenal
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Abstenção de tucano marcou derrota de FHC por um voto para mudar INSS
Um voto. Foi o que faltou para o então presidente Fernando Henrique Cardoso conquistar o feito de estabelecer a idade mínima para aposentadoria no Brasil. A fatídica votação da Câmara que derrubou o eixo central da reforma do ex-presidente tucano completa 19 anos neste fim de semana. O episódio é lembrado até hoje não só pelo placar apertado e pela relevância do tema, mas também pelo principal personagem. O então deputado Antonio Kandir (PSDB-SP), que havia deixado o comando do ministério do Planejamento semanas antes, apertou o botão de abstenção na votação da proposta, considerada crucial pelo governo FHC. Apesar de outros aliados terem traído o Palácio do Planalto, foi a atitude dele que ficou conhecida por derrubar a idade mínima. A explicação do parlamentar, na época, foi a de que ele havia se enganado e errado o voto. Ele não fez, contudo, a correção antes da totalização dos votos, como fizeram outros 17 parlamentares. Nos bastidores, deputados governistas e de oposição disseram que ele tinha certeza de que o governo aprovaria com folga a reforma, tendo preferido, com isso, recorrer à abstenção para não se desgastar politicamente. Em discurso após a votação, FHC assumiu a versão de "equívoco", mas disse: "Peço aos que se equivocaram para não se equivocar mais". No segundo volume dos Diários da Presidência, o ex-presidente reclama da dificuldade de fazer mudanças na área de Previdência. Avalia como "um pouco injusto" Kandir levar a culpa, quando outros governistas faltaram à votação. "[...] Não se pode dizer que era o objetivo do Kandir votar contra o governo. Portanto, é difícil julgar só os objetivos; é preciso julgar aquilo que está expresso." A Folha tentou contato com Kandir durante as últimas semanas, inclusive por meio de ex-correligionários, mas não conseguiu falar com o ex-ministro. Em 1998, ele divulgou uma nota em que culpa o sistema da Câmara, mas diz também que o estabelecimento de uma idade mínima só teria efeito financeiro em 30 anos. Aos 71 anos e deputado há 30, Arnaldo Faria de Sá foi contrário às sucessivas reformas previdenciárias patrocinadas pelos governos de FHC (1995-2002), Lula (2003-2010), Dilma Rousseff (2011-2016) e Michel Temer. E estava na sessão do dia 6 de maio de 1998. "Passei por todas essas reformas, é tudo a mesma ladainha, são reformas financeiras travestidas de reforma social. Mas a pior reforma de todas é essa, a atual, ela desmonta o sistema de Previdência Social. Faz o jogo descarado das empresas de previdência privada", afirma. LÁ E CÁ Quase duas décadas depois, o Brasil ainda é um dos poucos países onde é possível se aposentar sem um piso de idade. Agora, o Congresso enfrenta a proposta de reforma da Previdência do presidente Michel Temer, que estabelece idades mais altas. A proposta da década de 1990 estabelecia idades de 60 anos (homem) e 55 (mulher) para os que ainda entrariam no mercado. O texto que está na Câmara hoje é mais duro: coloca mínimo de 65 anos (homem) e 62 (mulher) que já estão estão ativos no mercado de trabalho, criando regras de transição. Outro ponto em comum entre as duas reformas é o elenco. Temer, agora autor da reforma da Previdência, chegou a ser relator do texto de Fernando Henrique e, pouco tempo depois, se tornou presidente da Câmara. Também em seus diários, FHC afirma que o hoje presidente da República cedeu "além de todos os limites" nas negociações da época e desfigurou a sua proposta. Mais uma figura que se repete na articulação política para aprovação de regras mais rígidas para a Previdência é Eliseu Padilha, ministro dos Transportes em 1998 e atual chefe da Casa Civil.
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Abstenção de tucano marcou derrota de FHC por um voto para mudar INSSUm voto. Foi o que faltou para o então presidente Fernando Henrique Cardoso conquistar o feito de estabelecer a idade mínima para aposentadoria no Brasil. A fatídica votação da Câmara que derrubou o eixo central da reforma do ex-presidente tucano completa 19 anos neste fim de semana. O episódio é lembrado até hoje não só pelo placar apertado e pela relevância do tema, mas também pelo principal personagem. O então deputado Antonio Kandir (PSDB-SP), que havia deixado o comando do ministério do Planejamento semanas antes, apertou o botão de abstenção na votação da proposta, considerada crucial pelo governo FHC. Apesar de outros aliados terem traído o Palácio do Planalto, foi a atitude dele que ficou conhecida por derrubar a idade mínima. A explicação do parlamentar, na época, foi a de que ele havia se enganado e errado o voto. Ele não fez, contudo, a correção antes da totalização dos votos, como fizeram outros 17 parlamentares. Nos bastidores, deputados governistas e de oposição disseram que ele tinha certeza de que o governo aprovaria com folga a reforma, tendo preferido, com isso, recorrer à abstenção para não se desgastar politicamente. Em discurso após a votação, FHC assumiu a versão de "equívoco", mas disse: "Peço aos que se equivocaram para não se equivocar mais". No segundo volume dos Diários da Presidência, o ex-presidente reclama da dificuldade de fazer mudanças na área de Previdência. Avalia como "um pouco injusto" Kandir levar a culpa, quando outros governistas faltaram à votação. "[...] Não se pode dizer que era o objetivo do Kandir votar contra o governo. Portanto, é difícil julgar só os objetivos; é preciso julgar aquilo que está expresso." A Folha tentou contato com Kandir durante as últimas semanas, inclusive por meio de ex-correligionários, mas não conseguiu falar com o ex-ministro. Em 1998, ele divulgou uma nota em que culpa o sistema da Câmara, mas diz também que o estabelecimento de uma idade mínima só teria efeito financeiro em 30 anos. Aos 71 anos e deputado há 30, Arnaldo Faria de Sá foi contrário às sucessivas reformas previdenciárias patrocinadas pelos governos de FHC (1995-2002), Lula (2003-2010), Dilma Rousseff (2011-2016) e Michel Temer. E estava na sessão do dia 6 de maio de 1998. "Passei por todas essas reformas, é tudo a mesma ladainha, são reformas financeiras travestidas de reforma social. Mas a pior reforma de todas é essa, a atual, ela desmonta o sistema de Previdência Social. Faz o jogo descarado das empresas de previdência privada", afirma. LÁ E CÁ Quase duas décadas depois, o Brasil ainda é um dos poucos países onde é possível se aposentar sem um piso de idade. Agora, o Congresso enfrenta a proposta de reforma da Previdência do presidente Michel Temer, que estabelece idades mais altas. A proposta da década de 1990 estabelecia idades de 60 anos (homem) e 55 (mulher) para os que ainda entrariam no mercado. O texto que está na Câmara hoje é mais duro: coloca mínimo de 65 anos (homem) e 62 (mulher) que já estão estão ativos no mercado de trabalho, criando regras de transição. Outro ponto em comum entre as duas reformas é o elenco. Temer, agora autor da reforma da Previdência, chegou a ser relator do texto de Fernando Henrique e, pouco tempo depois, se tornou presidente da Câmara. Também em seus diários, FHC afirma que o hoje presidente da República cedeu "além de todos os limites" nas negociações da época e desfigurou a sua proposta. Mais uma figura que se repete na articulação política para aprovação de regras mais rígidas para a Previdência é Eliseu Padilha, ministro dos Transportes em 1998 e atual chefe da Casa Civil.
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Queda do preço do Petróleo volta a derrubar mercados globais
Uma nova queda nos preços do petróleo e o mau humor dos investidores no mercado dos EUA levaram a Bolsa brasileira a fechar novamente em baixa nesta quarta (13). O Ibovespa caiu 1,44%, para 38.944 pontos, o menor patamar desde março de 2009. As ações brasileiras ensaiaram movimento de alta no início do dia, após a divulgação de dados positivos sobre o comércio exterior na China. Informações sobre o aumento dos estoques de petróleo nos EUA, no entanto, provocaram desvalorização da commodity e inverteram a tendência da Bolsa. O Brent, negociado em Londres, fechou o dia em queda de 1,78%, a US$ 30,31, após bater US$ 29,96, o menor nível desde 2004. No mercado norte-americano, também houve queda nos principais índices acionários, prejudicados pela baixa nas ações de energia e consumo. O Dow Jones fechou em baixa de 2,2%, enquanto o S&P500 caiu 2,5%. DÓLAR Apesar do pessimismo no mercado de ações, o dólar fechou em queda, influenciado principalmente pelas boas notícias sobre a China. A taxa comercial caiu 0,86%, a R$ 4,011. O dólar à vista teve baixa de 1,19%, a R$ 3,993. Ítalo Santos, da Icap do Brasil, reforça, porém, que o fluxo de negócios ainda é baixo neste início de ano. Por isso, a cotação da moeda é influenciada pelas movimentações no mercado do Banco Central, que está renovando contratos de swap cambial com vencimento em fevereiro.
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Queda do preço do Petróleo volta a derrubar mercados globaisUma nova queda nos preços do petróleo e o mau humor dos investidores no mercado dos EUA levaram a Bolsa brasileira a fechar novamente em baixa nesta quarta (13). O Ibovespa caiu 1,44%, para 38.944 pontos, o menor patamar desde março de 2009. As ações brasileiras ensaiaram movimento de alta no início do dia, após a divulgação de dados positivos sobre o comércio exterior na China. Informações sobre o aumento dos estoques de petróleo nos EUA, no entanto, provocaram desvalorização da commodity e inverteram a tendência da Bolsa. O Brent, negociado em Londres, fechou o dia em queda de 1,78%, a US$ 30,31, após bater US$ 29,96, o menor nível desde 2004. No mercado norte-americano, também houve queda nos principais índices acionários, prejudicados pela baixa nas ações de energia e consumo. O Dow Jones fechou em baixa de 2,2%, enquanto o S&P500 caiu 2,5%. DÓLAR Apesar do pessimismo no mercado de ações, o dólar fechou em queda, influenciado principalmente pelas boas notícias sobre a China. A taxa comercial caiu 0,86%, a R$ 4,011. O dólar à vista teve baixa de 1,19%, a R$ 3,993. Ítalo Santos, da Icap do Brasil, reforça, porém, que o fluxo de negócios ainda é baixo neste início de ano. Por isso, a cotação da moeda é influenciada pelas movimentações no mercado do Banco Central, que está renovando contratos de swap cambial com vencimento em fevereiro.
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Bagunça no ambiente de trabalho afeta a criatividade e pode gerar atritos
JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO Para a tristeza dos bagunceiros, desordem e criatividade não andam juntas como mostram alguns estudos científicos. A organização no ambiente de trabalho permite que tarefas sejam realizadas de forma mais rápida, evita estresse e até estimula a imaginação. "Essa relação aparece em algumas pesquisas porque os dois processos são espontâneos, mas não é algo que se comprove na prática. A desorganização mental atrapalha o processo analítico, componente importante para a resolução de problemas", diz Álvaro Dias, neurocientista e pesquisador da Unifesp. Benito Damasceno, neurologista da Unicamp, concorda: "É preciso ter disciplina em qualquer tipo de trabalho para que as funções sejam executadas de forma ágil e correta. Com a bagunça, a atenção fica dividida entre duas ou mais coisas". Ele explica que, para que haja criatividade no processo de trabalho, uma parte da mente deve estar livre de obrigações materiais, como a necessidade de arrumar a mesa, por exemplo. "Dessa forma, há uma economia de energia mental e a pessoa pode focar em coisas mais interessantes", explica. A chance de o funcionário perder o foco no meio de pilhas de papel, garrafas de água vazias e dezenas de canetas também é grande, afirma Dias. Além disso, a desordem pode afetar os colegas e até criar atritos. DIFERENÇAS A DJ Mary Olivetti, 33, e a publicitária Vivian Câmara, 27, vivem isso na pele. As duas trabalham juntas há quatro anos em uma empresa que produz trilhas sonoras em São Paulo e já entraram em conflito por causa de hábitos de arrumação diferentes. "A Vivian é meu braço esquerdo e direito, mas me deixa louca por causa da quantidade de papel que tem em cima da sua mesa. Quando eles invadem a minha área, eu empurro", conta Olivetti. A publicitária, por sua vez, tem outra visão sobre a desordem. "Tem bastante coisa na minha mesa, mas gosto do jeito que organizo as coisas, me sinto bem", afirma. Revistas de moda, canetas e papéis de anotação estão entre os itens que compõem seu espaço de trabalho. Nos momentos de discórdia, a tolerância é fundamental, destaca o psicólogo Aurélio Melo, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "A pessoa deve perceber se a diferença a atinge na prática ou se é apenas um incômodo visual e mental." O designer Robson Santos, 44, e a publicitária Ana Vailati, 39, que trabalham em uma start-up que desenvolve projetos de produtos digitais, também já tiveram atritos por causa de hábitos de organização opostos. "Sou extremamente organizada, costumo chegar uma hora antes no trabalho para planejar meu dia. Já o Robson é um cara de criação, tem muitos livros na mesa. Até arrumo a mesa dele de vez em quando", conta Vailati. Ela garante, contudo, que não se irrita com o comportamento do colega: "Ele que fica irritado comigo." O designer se defende: "Eu não gosto das coisas escondidas, quero que tudo esteja ao alcance da minha visão. Isso acaba gerando bagunça, mas faz parte do meu processo de trabalho", afirma. A organizadora pessoal Juliana Faria diz que o maior erro no trabalho é querer organizar a mesa do colega sem permissão: "Não podemos invadir o espaço de ninguém, só se o outro concordar." ORDEM, MAS NEM TANTO Além da bagunça, a organização em excesso também pode limitar a criatividade, de acordo com Melo. "A pessoa com mania de perfeição, extremamente metódica, pode ficar com o pensamento enrijecido", diz. A obsessão também pode atrapalhar o rendimento no trabalho, acrescenta o psicólogo. "Gastar muito tempo com a arrumação, em detrimento de outras coisas, é ruim. Afinal, o chefe não quer saber se a mesa está arrumada, mas se a tarefa foi entregue", afirma Melo. Para que o indivíduo aproveite ao máximo seu potencial no trabalho, o importante é perceber qual tipo de ambiente o deixa mais confortável, recomenda a neurocientista Silvana Chiavegatto, pesquisadora da USP. "O desconforto atrapalha a criatividade. Um ambiente com menos estresse e pressão é mais propício para o desenvolvimento do indivíduo", diz. CADA PAPEL NO SEU LUGAR Empilhar papéis e não categorizar documentos são os maiores responsáveis pela bagunça na mesa de trabalho, de acordo com a organizadora pessoal Juliana Faria, da Yru Organizer. Para botar ordem no lugar, ela recomenda que sejam usados separadores de revista de acrílico que dividem a papelada em grupos de acordo com o assunto. A publicitária Ana Vailati, 39, é adepta da tática de categorização, inclusive para arquivos digitais. "Tenho pasta para tudo no computador, além de três HDs de memória", conta. "Já cheguei a imprimir e-mails para arquivar em pastas." Faria afirma que a organização é um processo e que ninguém vai conseguir mudar do dia para a noite. "Um dia, a pessoa arruma a gaveta. No outro, separa as coisas em categorias. Tem que ser aos poucos", afirma. Além da mesa de trabalho, a bagunça pode chegar a outras áreas comuns da empresa, como a copa ou a cozinha, destaca a organizadora pessoal Ana Paula Vanzan, da Espaço Ordenado. "É um lugar que gera muito estresse. A falta de organização pode fazer alguém comer o lanche dos colegas sem querer. Também causa problemas de higiene, devido ao acúmulo de louça suja na pia e de comida estragada na geladeira", afirma. A solução para a questão é fácil, mas não custa repetir: "Pegou, guardou. Abriu, fechou. Sujou, limpou", diz. Quando não tem jeito, a tarefa acaba sobrando para o mais organizado. "Guardo as louças, arrumo o armário, jogo os potinhos sem dono fora e os saquinhos de mercado que ficam jogados", garante a DJ Mary Olivetti, 33. "Meus colegas ficam loucos." Já para quem deseja se livrar das amarras da organização excessiva, a dica é relaxar. "Não é saudável se tornar uma pessoa neurótica por arrumação. Senão, isso se torna mais importante que o trabalho", diz Vanzan. Fazer um esforço para aceitar que um pouco de desordem é inevitável também é crucial, afirma Aurélio Melo, psicólogo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "Acontece de forma natural, é preciso saber conviver." Uma outra forma de amenizar o comportamento rígido e engessado no trabalho é se dedicar a atividades artísticas no tempo livre, defende Benito Damasceno, neurologista da Unicamp. "Uma mente muito automatizada prejudica a inteligência e a criatividade. É importante praticar atividades esportivas ou artísticas para compensar", explica.
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Bagunça no ambiente de trabalho afeta a criatividade e pode gerar atritos JÚLIA ZAREMBA DE SÃO PAULO Para a tristeza dos bagunceiros, desordem e criatividade não andam juntas como mostram alguns estudos científicos. A organização no ambiente de trabalho permite que tarefas sejam realizadas de forma mais rápida, evita estresse e até estimula a imaginação. "Essa relação aparece em algumas pesquisas porque os dois processos são espontâneos, mas não é algo que se comprove na prática. A desorganização mental atrapalha o processo analítico, componente importante para a resolução de problemas", diz Álvaro Dias, neurocientista e pesquisador da Unifesp. Benito Damasceno, neurologista da Unicamp, concorda: "É preciso ter disciplina em qualquer tipo de trabalho para que as funções sejam executadas de forma ágil e correta. Com a bagunça, a atenção fica dividida entre duas ou mais coisas". Ele explica que, para que haja criatividade no processo de trabalho, uma parte da mente deve estar livre de obrigações materiais, como a necessidade de arrumar a mesa, por exemplo. "Dessa forma, há uma economia de energia mental e a pessoa pode focar em coisas mais interessantes", explica. A chance de o funcionário perder o foco no meio de pilhas de papel, garrafas de água vazias e dezenas de canetas também é grande, afirma Dias. Além disso, a desordem pode afetar os colegas e até criar atritos. DIFERENÇAS A DJ Mary Olivetti, 33, e a publicitária Vivian Câmara, 27, vivem isso na pele. As duas trabalham juntas há quatro anos em uma empresa que produz trilhas sonoras em São Paulo e já entraram em conflito por causa de hábitos de arrumação diferentes. "A Vivian é meu braço esquerdo e direito, mas me deixa louca por causa da quantidade de papel que tem em cima da sua mesa. Quando eles invadem a minha área, eu empurro", conta Olivetti. A publicitária, por sua vez, tem outra visão sobre a desordem. "Tem bastante coisa na minha mesa, mas gosto do jeito que organizo as coisas, me sinto bem", afirma. Revistas de moda, canetas e papéis de anotação estão entre os itens que compõem seu espaço de trabalho. Nos momentos de discórdia, a tolerância é fundamental, destaca o psicólogo Aurélio Melo, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "A pessoa deve perceber se a diferença a atinge na prática ou se é apenas um incômodo visual e mental." O designer Robson Santos, 44, e a publicitária Ana Vailati, 39, que trabalham em uma start-up que desenvolve projetos de produtos digitais, também já tiveram atritos por causa de hábitos de organização opostos. "Sou extremamente organizada, costumo chegar uma hora antes no trabalho para planejar meu dia. Já o Robson é um cara de criação, tem muitos livros na mesa. Até arrumo a mesa dele de vez em quando", conta Vailati. Ela garante, contudo, que não se irrita com o comportamento do colega: "Ele que fica irritado comigo." O designer se defende: "Eu não gosto das coisas escondidas, quero que tudo esteja ao alcance da minha visão. Isso acaba gerando bagunça, mas faz parte do meu processo de trabalho", afirma. A organizadora pessoal Juliana Faria diz que o maior erro no trabalho é querer organizar a mesa do colega sem permissão: "Não podemos invadir o espaço de ninguém, só se o outro concordar." ORDEM, MAS NEM TANTO Além da bagunça, a organização em excesso também pode limitar a criatividade, de acordo com Melo. "A pessoa com mania de perfeição, extremamente metódica, pode ficar com o pensamento enrijecido", diz. A obsessão também pode atrapalhar o rendimento no trabalho, acrescenta o psicólogo. "Gastar muito tempo com a arrumação, em detrimento de outras coisas, é ruim. Afinal, o chefe não quer saber se a mesa está arrumada, mas se a tarefa foi entregue", afirma Melo. Para que o indivíduo aproveite ao máximo seu potencial no trabalho, o importante é perceber qual tipo de ambiente o deixa mais confortável, recomenda a neurocientista Silvana Chiavegatto, pesquisadora da USP. "O desconforto atrapalha a criatividade. Um ambiente com menos estresse e pressão é mais propício para o desenvolvimento do indivíduo", diz. CADA PAPEL NO SEU LUGAR Empilhar papéis e não categorizar documentos são os maiores responsáveis pela bagunça na mesa de trabalho, de acordo com a organizadora pessoal Juliana Faria, da Yru Organizer. Para botar ordem no lugar, ela recomenda que sejam usados separadores de revista de acrílico que dividem a papelada em grupos de acordo com o assunto. A publicitária Ana Vailati, 39, é adepta da tática de categorização, inclusive para arquivos digitais. "Tenho pasta para tudo no computador, além de três HDs de memória", conta. "Já cheguei a imprimir e-mails para arquivar em pastas." Faria afirma que a organização é um processo e que ninguém vai conseguir mudar do dia para a noite. "Um dia, a pessoa arruma a gaveta. No outro, separa as coisas em categorias. Tem que ser aos poucos", afirma. Além da mesa de trabalho, a bagunça pode chegar a outras áreas comuns da empresa, como a copa ou a cozinha, destaca a organizadora pessoal Ana Paula Vanzan, da Espaço Ordenado. "É um lugar que gera muito estresse. A falta de organização pode fazer alguém comer o lanche dos colegas sem querer. Também causa problemas de higiene, devido ao acúmulo de louça suja na pia e de comida estragada na geladeira", afirma. A solução para a questão é fácil, mas não custa repetir: "Pegou, guardou. Abriu, fechou. Sujou, limpou", diz. Quando não tem jeito, a tarefa acaba sobrando para o mais organizado. "Guardo as louças, arrumo o armário, jogo os potinhos sem dono fora e os saquinhos de mercado que ficam jogados", garante a DJ Mary Olivetti, 33. "Meus colegas ficam loucos." Já para quem deseja se livrar das amarras da organização excessiva, a dica é relaxar. "Não é saudável se tornar uma pessoa neurótica por arrumação. Senão, isso se torna mais importante que o trabalho", diz Vanzan. Fazer um esforço para aceitar que um pouco de desordem é inevitável também é crucial, afirma Aurélio Melo, psicólogo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "Acontece de forma natural, é preciso saber conviver." Uma outra forma de amenizar o comportamento rígido e engessado no trabalho é se dedicar a atividades artísticas no tempo livre, defende Benito Damasceno, neurologista da Unicamp. "Uma mente muito automatizada prejudica a inteligência e a criatividade. É importante praticar atividades esportivas ou artísticas para compensar", explica.
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Bancos apoiam pacote do governo e esperam otimismo de empresários
Banqueiros receberam bem o pacote do governo. A avaliação é que medidas de estímulo eram necessárias para reavivar o ânimo do mercado e dos empresários. Para o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, as soluções apresentadas têm potencial para iniciar "a virada das expectativas". "Precisamos voltar a trabalhar, fazer as contas do negócio, definir estratégias, investimentos e criar empregos", afirmou o banqueiro em nota. Ele elogiou especialmente as medidas de renegociação de dívidas tributárias e de débitos com o BNDES, vistas por ele como "inteligentes". Já a Abecs (associação que representa a indústria de cartão de crédito) afirmou que "entende as medidas recém-anunciadas pelo governo federal e está pronta para debater com o Banco Central os assuntos pertinentes a ela". Nos bastidores, ainda há cautela sobre os efeitos concretos das medidas para reduzir os juros do cartão de crédito. A mensagem é que tudo irá depender das discussões nas próximas semanas. O rotativo do cartão tem taxas de juros que superam 400% ao ano, as mais caras do sistema financeiro. Por isso, o presidente da Abecs, Marcelo Noronha, afirmou, em junho, que os bancos estudam acabar com a linha, uma medida de autorregulação do setor. O fim do rotativo do cartão não é, no entanto, um consenso entre os bancos. - FGTS >50% do resultado do FGTS será incorporado à conta do trabalhador. Segundo o governo, a medida pode elevar o rendimento (hoje de Taxa Referencial + 3% ao ano) para TR + 5% a 6%, próximo da poupança (TR + 6,17%) >Como forma de estimular o setor privado, a multa extra de 10% que as empresas pagam quando demitem um trabalhador sem justa causa será gradualmente reduzida em um ponto percentual, até acabar, depois de dez anos. O governo pretende instituir mudanças através de um projeto de lei complementar DESCONTOS O governo quer regularizar os descontos que lojistas oferecem de acordo com o meio de pagamento do cliente (dinheiro, boleto, cartão de débito ou crédito). O objetivo seria estimular a competição entre diferentes meios de pagamento NOME LIMPO Empresas e consumidores poderão usar prejuízos de anos anteriores para liquidar parte das suas dívidas com o fisco. A medida vale para passivos vencidos até 30 de novembro de 2016. Dívidas previdenciárias também poderão ser quitadas com créditos fiscais. Com a medida, o governo prevê arrecadar R$ 10 bilhões E-SOCIAL Emissão de guias e tributos será unificada e poderá ser feita pela internet nos moldes do eSocial, programa usado para recolher contribuição previdenciária de trabalhadores domésticos. O teste começa em julho de 2017 e se tornará obrigatório para todas as empresas a partir de julho de 2018 CRÉDITO IMOBILIÁRIO O governo quer regulamentar a Letra Imobiliária Garantida (LIG) para ampliar a oferta de crédito de longo prazo para a construção civil. Para isso, será feita uma consulta pública em janeiro de 2017 e, depois, cabe resolução do Conselho Monetário Nacional PARA LOJISTAS Para antecipar capital de giro aos comerciantes, o prazo para as bandeiras de cartão de crédito repassarem os valores pagos será reduzido dos atuais 30 dias para cerca de 2 dias. A expectativa do governo é a medida reduza também o custo do crédito rotativo ao consumidor PEQUENO EMPRESÁRIO NO BNDES >O limite de enquadramento da empresa será ampliado de um faturamento de R$ 90 milhões para R$ 300 milhões >O limite do Cartão BNDES passará de R$ 1 milhão para R$ 2 milhões >Será criado o Cartão BNDES para produtores rurais >Empresas com faturamento de até R$ 300 milhões poderão solicitar refinanciamento de todas as parcelas vencidas ou a vencer com recursos do BNDES contratadas por meio de agentes financeiros RISCOS >Será criada uma central de registro de duplicatas, com acesso a todas as partes. Um dos objetivos é reduzir o spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram na ponta) >O consumidor será incluído automaticamente no Cadastro Positivo e caberá a quem não quiser fazer parte pedir a exclusão
mercado
Bancos apoiam pacote do governo e esperam otimismo de empresáriosBanqueiros receberam bem o pacote do governo. A avaliação é que medidas de estímulo eram necessárias para reavivar o ânimo do mercado e dos empresários. Para o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, as soluções apresentadas têm potencial para iniciar "a virada das expectativas". "Precisamos voltar a trabalhar, fazer as contas do negócio, definir estratégias, investimentos e criar empregos", afirmou o banqueiro em nota. Ele elogiou especialmente as medidas de renegociação de dívidas tributárias e de débitos com o BNDES, vistas por ele como "inteligentes". Já a Abecs (associação que representa a indústria de cartão de crédito) afirmou que "entende as medidas recém-anunciadas pelo governo federal e está pronta para debater com o Banco Central os assuntos pertinentes a ela". Nos bastidores, ainda há cautela sobre os efeitos concretos das medidas para reduzir os juros do cartão de crédito. A mensagem é que tudo irá depender das discussões nas próximas semanas. O rotativo do cartão tem taxas de juros que superam 400% ao ano, as mais caras do sistema financeiro. Por isso, o presidente da Abecs, Marcelo Noronha, afirmou, em junho, que os bancos estudam acabar com a linha, uma medida de autorregulação do setor. O fim do rotativo do cartão não é, no entanto, um consenso entre os bancos. - FGTS >50% do resultado do FGTS será incorporado à conta do trabalhador. Segundo o governo, a medida pode elevar o rendimento (hoje de Taxa Referencial + 3% ao ano) para TR + 5% a 6%, próximo da poupança (TR + 6,17%) >Como forma de estimular o setor privado, a multa extra de 10% que as empresas pagam quando demitem um trabalhador sem justa causa será gradualmente reduzida em um ponto percentual, até acabar, depois de dez anos. O governo pretende instituir mudanças através de um projeto de lei complementar DESCONTOS O governo quer regularizar os descontos que lojistas oferecem de acordo com o meio de pagamento do cliente (dinheiro, boleto, cartão de débito ou crédito). O objetivo seria estimular a competição entre diferentes meios de pagamento NOME LIMPO Empresas e consumidores poderão usar prejuízos de anos anteriores para liquidar parte das suas dívidas com o fisco. A medida vale para passivos vencidos até 30 de novembro de 2016. Dívidas previdenciárias também poderão ser quitadas com créditos fiscais. Com a medida, o governo prevê arrecadar R$ 10 bilhões E-SOCIAL Emissão de guias e tributos será unificada e poderá ser feita pela internet nos moldes do eSocial, programa usado para recolher contribuição previdenciária de trabalhadores domésticos. O teste começa em julho de 2017 e se tornará obrigatório para todas as empresas a partir de julho de 2018 CRÉDITO IMOBILIÁRIO O governo quer regulamentar a Letra Imobiliária Garantida (LIG) para ampliar a oferta de crédito de longo prazo para a construção civil. Para isso, será feita uma consulta pública em janeiro de 2017 e, depois, cabe resolução do Conselho Monetário Nacional PARA LOJISTAS Para antecipar capital de giro aos comerciantes, o prazo para as bandeiras de cartão de crédito repassarem os valores pagos será reduzido dos atuais 30 dias para cerca de 2 dias. A expectativa do governo é a medida reduza também o custo do crédito rotativo ao consumidor PEQUENO EMPRESÁRIO NO BNDES >O limite de enquadramento da empresa será ampliado de um faturamento de R$ 90 milhões para R$ 300 milhões >O limite do Cartão BNDES passará de R$ 1 milhão para R$ 2 milhões >Será criado o Cartão BNDES para produtores rurais >Empresas com faturamento de até R$ 300 milhões poderão solicitar refinanciamento de todas as parcelas vencidas ou a vencer com recursos do BNDES contratadas por meio de agentes financeiros RISCOS >Será criada uma central de registro de duplicatas, com acesso a todas as partes. Um dos objetivos é reduzir o spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram na ponta) >O consumidor será incluído automaticamente no Cadastro Positivo e caberá a quem não quiser fazer parte pedir a exclusão
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Presidente de comissão recua, e impeachment deve acabar em agosto
O presidente da comissão especial do impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB), recuou nesta segunda-feira (6) da decisão de encurtar os prazos de trabalho do colegiado e decidiu manter os 15 dias inicialmente estabelecidos para que a acusação e a defesa da presidente afastada Dilma Rousseff apresentem suas alegações finais. Com isso, a votação final do impeachment deve acontecer apenas em agosto. Na semana passada, o peemedebista acatou um pedido da senadora Simone Tebet (PMDB-MS) para que o prazo fosse reduzido para cinco dias para cada uma das partes. A decisão gerou uma discussão entre a base aliada e a oposição na reunião da última quinta-feira (2), que acabou durando mais de dez horas. O ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma, recorreu ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. Segundo a Folha apurou, o ministro indicou que derrubaria a decisão da comissão. Diante da sinalização, Lira decidiu rever sua posição nesta segunda. Após a votação da admissibilidade do impeachment de Dilma, que culminou com o afastamento por até 180 dias da petista do cargo, Lewandowski passou a ser o responsável pelo processo. Na última sexta-feira (3), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou nota em que disse ver com "preocupação as iniciativas de comprimir os prazos" na tramitação do processo de impeachment de Dilma Rousseff. No início da reunião desta segunda, Lira comunicou aos demais senadores que tomou a decisão depois de conversar com outros colegas. Ele também informou que Tebet não irá recorrer da mudança de calendário. O presidente do colegiado foi elogiado por senadores que defendem Dilma. "O senhor restabelece, sem dúvida, um direito que estava sendo tirado da presidente Dilma, o direito de defesa", afirmou Telmário Mota (PDT-RR). Dessa forma, a comissão deve aprovar, ainda nesta segunda, o cronograma proposto por Anastasia. Nele, a previsão é de que Dilma Rousseff seja interrogada pela comissão em 20 de junho. DECISÃO Lewandowski tomou nesta segunda a sua primeira decisão como presidente do processo de impeachment. Ele rejeitou um recurso apresentado pelo senador José Pimentel (PT-CE) para que a reunião de hoje fosse adiada porque não havia ainda uma decisão sobre o prazo que a comissão deveria seguir. A defesa de Dilma também apresentou um novo recurso à comissão do impeachment para que ela realize uma perícia conduzida por órgão internacional, como a ONU, Mercosul ou Unasul, para verificar se há ato direto da presidente nas chamadas pedaladas fiscais de 2015, que são os atrasos de pagamentos do Tesouro ao Banco do Brasil em despesas com o Plano Safra, um dos motivos centrais do pedido de seu impedimento. Apesar de insistir que a perícia seja realizada por órgão internacional, a comissão já decidiu que ela caberá ao TCU (Tribunal de Contas da União). A defesa pede que a investigação esclareça "qual ato jurídico consubstancia a relação jurídica entre a União e o Banco do Brasil, para fins do plano Safra" e "quais autoridades são responsáveis pela gestão das contrapartidas estabelecidas entre a União e Banco do Brasil para fins de administração do Plano Safra". Os advogados de Dilma fazem ainda outros sete questionamentos sobre as edições de créditos suplementares. A intenção é comprovar que não houve nenhuma ilegalidade cometida pela presidente ao assinar os atos. A defesa também protocolou uma nova lista com 32 testemunhas. Algumas mudanças foram feitas em relação ao primeiro documento apresentado na semana passada. Os advogados pediram a troca de Osmar Dias, vice-presidente de agronegócio do Banco do Brasil, por Misabel Abreu Machado Derzi, advogada tributarista, ex-procuradora-geral do Estado de Minas Gerais e do município de Belo Horizonte. Dias é irmão do senador Álvaro Dias (PV-PR), defensor do impeachment de Dilma. O ex-governador do Ceará e ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, também foi arrolado entre as testemunhas de Dilma. De acordo com Anastasia, as testemunhas da acusação já devem começar a ser ouvidas a partir desta quarta (8). Já as testemunhas chamadas pela defesa serão ouvidas até o dia 17 de junho.
poder
Presidente de comissão recua, e impeachment deve acabar em agostoO presidente da comissão especial do impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB), recuou nesta segunda-feira (6) da decisão de encurtar os prazos de trabalho do colegiado e decidiu manter os 15 dias inicialmente estabelecidos para que a acusação e a defesa da presidente afastada Dilma Rousseff apresentem suas alegações finais. Com isso, a votação final do impeachment deve acontecer apenas em agosto. Na semana passada, o peemedebista acatou um pedido da senadora Simone Tebet (PMDB-MS) para que o prazo fosse reduzido para cinco dias para cada uma das partes. A decisão gerou uma discussão entre a base aliada e a oposição na reunião da última quinta-feira (2), que acabou durando mais de dez horas. O ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma, recorreu ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. Segundo a Folha apurou, o ministro indicou que derrubaria a decisão da comissão. Diante da sinalização, Lira decidiu rever sua posição nesta segunda. Após a votação da admissibilidade do impeachment de Dilma, que culminou com o afastamento por até 180 dias da petista do cargo, Lewandowski passou a ser o responsável pelo processo. Na última sexta-feira (3), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou nota em que disse ver com "preocupação as iniciativas de comprimir os prazos" na tramitação do processo de impeachment de Dilma Rousseff. No início da reunião desta segunda, Lira comunicou aos demais senadores que tomou a decisão depois de conversar com outros colegas. Ele também informou que Tebet não irá recorrer da mudança de calendário. O presidente do colegiado foi elogiado por senadores que defendem Dilma. "O senhor restabelece, sem dúvida, um direito que estava sendo tirado da presidente Dilma, o direito de defesa", afirmou Telmário Mota (PDT-RR). Dessa forma, a comissão deve aprovar, ainda nesta segunda, o cronograma proposto por Anastasia. Nele, a previsão é de que Dilma Rousseff seja interrogada pela comissão em 20 de junho. DECISÃO Lewandowski tomou nesta segunda a sua primeira decisão como presidente do processo de impeachment. Ele rejeitou um recurso apresentado pelo senador José Pimentel (PT-CE) para que a reunião de hoje fosse adiada porque não havia ainda uma decisão sobre o prazo que a comissão deveria seguir. A defesa de Dilma também apresentou um novo recurso à comissão do impeachment para que ela realize uma perícia conduzida por órgão internacional, como a ONU, Mercosul ou Unasul, para verificar se há ato direto da presidente nas chamadas pedaladas fiscais de 2015, que são os atrasos de pagamentos do Tesouro ao Banco do Brasil em despesas com o Plano Safra, um dos motivos centrais do pedido de seu impedimento. Apesar de insistir que a perícia seja realizada por órgão internacional, a comissão já decidiu que ela caberá ao TCU (Tribunal de Contas da União). A defesa pede que a investigação esclareça "qual ato jurídico consubstancia a relação jurídica entre a União e o Banco do Brasil, para fins do plano Safra" e "quais autoridades são responsáveis pela gestão das contrapartidas estabelecidas entre a União e Banco do Brasil para fins de administração do Plano Safra". Os advogados de Dilma fazem ainda outros sete questionamentos sobre as edições de créditos suplementares. A intenção é comprovar que não houve nenhuma ilegalidade cometida pela presidente ao assinar os atos. A defesa também protocolou uma nova lista com 32 testemunhas. Algumas mudanças foram feitas em relação ao primeiro documento apresentado na semana passada. Os advogados pediram a troca de Osmar Dias, vice-presidente de agronegócio do Banco do Brasil, por Misabel Abreu Machado Derzi, advogada tributarista, ex-procuradora-geral do Estado de Minas Gerais e do município de Belo Horizonte. Dias é irmão do senador Álvaro Dias (PV-PR), defensor do impeachment de Dilma. O ex-governador do Ceará e ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, também foi arrolado entre as testemunhas de Dilma. De acordo com Anastasia, as testemunhas da acusação já devem começar a ser ouvidas a partir desta quarta (8). Já as testemunhas chamadas pela defesa serão ouvidas até o dia 17 de junho.
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Surfista do interesse público
A Volkswagen admitiu, recentemente, ter instalado em 11 milhões de veículos um dispositivo com um propósito claro: fraudar os testes de controle de emissão de poluentes. O escândalo revelou um abismo entre o discurso da marca e algumas práticas ocultas. Afinal, estamos falando de uma companhia que se propôs a produzir e entregar carros mais "verdes" ao consumidor e que também já realizou campanhas ambientais como, por exemplo, pela reciclagem do lixo. De uma hora para outra, o discurso da Volks foi posto em xeque. Poucos duvidam que o episódio abalará a confiança do consumidor na marca, especialmente nos EUA. Hoje, as pessoas estão mais atentas, mais informadas e apontam inconsistências entre o discurso de uma empresa e sua prática cotidiana. A montadora alemã inicia agora uma longa batalha de reconstrução de imagem. Não há soluções mágicas, mas uma coisa é certa: a Volks precisa mostrar compromisso verdadeiro com o controle da poluição. O caso evidencia que o discurso das marcas precisa ser sempre sustentado por ações sérias e práticas verdadeiras. De que adianta fabricar e promover um carro "verde" se ele contém um dispositivo para burlar o controle de poluentes? Por que se posicionar como a companhia "Além do Petróleo", como fez a britânica BP, se sua produção continua a ser basicamente petróleo? A distância entre o discurso e a prática das marcas ocorre de forma recorrente no campo do marketing relacionado a causas. As marcas podem, sim, se envolver com temas de interesse público, mas precisam fazê-lo com critério e correção. Há anos, por exemplo, a campanha "Real Beleza", de Dove, mostra a beleza de mulheres que não são modelos profissionais, resgatando a autoestima de milhões delas. Alguém duvida que a maior rede fast-food do planeta tenha ganhado mais respeito e admiração quando adotou o câncer de crianças como causa? Um sucesso, sem dúvida. Mas é preciso ir além. Pouco adianta apoiar uma causa, por mais relevante que ela seja, se a empresa não adota práticas socialmente responsáveis, respondendo à problemática da obesidade infantil. Observando sucessos e fracassos, fica claro que as marcas precisam ter muito cuidado na hora de escolher uma causa para chamar de sua. O processo de seleção envolve o alinhamento com a agenda da sociedade e, sobretudo, com os valores e o propósito da empresa. Só assim se estabelece um compromisso verdadeiro que se reflete nas práticas cotidianas. Não vale a pena associar a marca a alguma causa se não houver um compromisso autêntico, sincero e genuíno. Com o escândalo da Volkswagen, observamos como é tênue o limite entre o discurso e a prática. Entre a responsabilidade social corporativa e a marquetagem. Entre conquistar o consumidor e enganá-lo. As revelações sobre a Volkswagen também mostram o quanto isso pode ser comum. Se olharmos para trás, veremos muitos exemplos negativos de outras marcas. Dezenas deles. Felizmente, no entanto, já tem gente remando na direção correta e colhendo os frutos de se associar, de forma verdadeira, a uma causa de interesse público. BOB VIEIRA DA COSTA, 52, é presidente da agência de publicidade nova/sb. Foi coordenador de comunicação do Ministério da Saúde e ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (governo FHC) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Surfista do interesse públicoA Volkswagen admitiu, recentemente, ter instalado em 11 milhões de veículos um dispositivo com um propósito claro: fraudar os testes de controle de emissão de poluentes. O escândalo revelou um abismo entre o discurso da marca e algumas práticas ocultas. Afinal, estamos falando de uma companhia que se propôs a produzir e entregar carros mais "verdes" ao consumidor e que também já realizou campanhas ambientais como, por exemplo, pela reciclagem do lixo. De uma hora para outra, o discurso da Volks foi posto em xeque. Poucos duvidam que o episódio abalará a confiança do consumidor na marca, especialmente nos EUA. Hoje, as pessoas estão mais atentas, mais informadas e apontam inconsistências entre o discurso de uma empresa e sua prática cotidiana. A montadora alemã inicia agora uma longa batalha de reconstrução de imagem. Não há soluções mágicas, mas uma coisa é certa: a Volks precisa mostrar compromisso verdadeiro com o controle da poluição. O caso evidencia que o discurso das marcas precisa ser sempre sustentado por ações sérias e práticas verdadeiras. De que adianta fabricar e promover um carro "verde" se ele contém um dispositivo para burlar o controle de poluentes? Por que se posicionar como a companhia "Além do Petróleo", como fez a britânica BP, se sua produção continua a ser basicamente petróleo? A distância entre o discurso e a prática das marcas ocorre de forma recorrente no campo do marketing relacionado a causas. As marcas podem, sim, se envolver com temas de interesse público, mas precisam fazê-lo com critério e correção. Há anos, por exemplo, a campanha "Real Beleza", de Dove, mostra a beleza de mulheres que não são modelos profissionais, resgatando a autoestima de milhões delas. Alguém duvida que a maior rede fast-food do planeta tenha ganhado mais respeito e admiração quando adotou o câncer de crianças como causa? Um sucesso, sem dúvida. Mas é preciso ir além. Pouco adianta apoiar uma causa, por mais relevante que ela seja, se a empresa não adota práticas socialmente responsáveis, respondendo à problemática da obesidade infantil. Observando sucessos e fracassos, fica claro que as marcas precisam ter muito cuidado na hora de escolher uma causa para chamar de sua. O processo de seleção envolve o alinhamento com a agenda da sociedade e, sobretudo, com os valores e o propósito da empresa. Só assim se estabelece um compromisso verdadeiro que se reflete nas práticas cotidianas. Não vale a pena associar a marca a alguma causa se não houver um compromisso autêntico, sincero e genuíno. Com o escândalo da Volkswagen, observamos como é tênue o limite entre o discurso e a prática. Entre a responsabilidade social corporativa e a marquetagem. Entre conquistar o consumidor e enganá-lo. As revelações sobre a Volkswagen também mostram o quanto isso pode ser comum. Se olharmos para trás, veremos muitos exemplos negativos de outras marcas. Dezenas deles. Felizmente, no entanto, já tem gente remando na direção correta e colhendo os frutos de se associar, de forma verdadeira, a uma causa de interesse público. BOB VIEIRA DA COSTA, 52, é presidente da agência de publicidade nova/sb. Foi coordenador de comunicação do Ministério da Saúde e ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (governo FHC) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Lava Jato prende ex-secretário do PT e empresário ligado ao partido
A 27ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (1º), apura um elo entre os desvios na Petrobras e o caso Celso Daniel, prefeito petista de Santo André morto em 2002 em um crime nunca esclarecido. Foram presos na operação, batizada de "Carbono 14", o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira e o empresário Ronan Maria Pinto, que já tinham sido mencionados na investigação sobre a morte. O foco dessa fase da investigação é o destino de um empréstimo de R$ 12 milhões contraído pelo pecuarista José Carlos Bumlai, hoje em prisão domiciliar, junto ao Banco Schahin, em 2004. Bumlai afirmou à Polícia Federal no ano passado ter adquirido o montante para direcioná-lo ao PT. A suspeita é que parte da quantia tenha sido usada para comprar o silêncio de Ronan, dono de uma empresa de ônibus e de um jornal no ABC paulista. Também foram alvos de condução coercitiva (levados para prestar depoimento à polícia), o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o jornalista Breno Altman. Ao todo, foram cumpridas 12 ordens judiciais, sendo oito mandados de busca e apreensão. De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, o grupo Schahin, por ter concedido o empréstimo a Bumlai, obteve o direito de operação do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras. Os procuradores da Lava Jato dizem que não investigam a morte de Celso Daniel, embora tenham questionado testemunhas, durante a investigação, sobre a possibilidade de envolvimento da cúpula do PT no crime. "O foco da nossa investigação é a lavagem de dinheiro. Os desdobramentos em relação a Santo André e à morte de Celso Daniel são investigados pelo MP-SP [Ministério Público de São Paulo]", disse o procurador Diogo Castor de Mattos. Ao contrário da declaração do procurador, em seu despacho nesta sexta, o juiz Sergio Moro disse ser possível que haja uma ligação entre um esquema de corrupção na Prefeitura de Santo André com a morte de Celso Daniel. O nome da operação é uma referência a análises utilizadas para identificar a datação de fósseis. Um dos documentos usados para embasar a investigação da 27ª fase foi um depoimento concedido em 2012 pelo ex-publicitário Marcos Valério de Souza em tentativa de fazer acordo de delação premiada. Nele, Valério, pivô do escândalo do mensalão, afirmou que Ronan teria recebido dinheiro para evitar que revelasse nomes de envolvidos na morte do ex-prefeito petista. Cerca de R$ 6 milhões, metade do dinheiro do empréstimo, segundo o procurador, foram repassados a Ronan e teriam sido usados para pagar dívidas pessoais e para comprar o jornal "Diário do Grande ABC". O valor serviria, segundo a investigação, para que o empresário parasse de chantagear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, e o então ministro da Casa Civil, José Dirceu. A outra metade, segundo depoimento de Bumlai do final do 2015, foi usada para saldar dívidas de campanha eleitoral do PT de Campinas (SP) da época. MESADA Silvio Pereira teve prisão temporária decretada por ter, segundo os investigadores, pedido a Marcos Valério para que intermediasse o repasse a Ronan Maria Pinto. A investigação apontou ainda que mesmo depois do mensalão, entre 2009 e 2011, o ex-secretário do PT se beneficiou do pagamento de R$ 486,1 mil da OAS para a DNP Eventos Ltda, empresa da qual é dono. Também há uma transferência da UTC à DNP de R$ 22 mil, além de repasses de Augusto Mendonça, da Toyo Setal, e o consultor Julio Camargo, também alvos da Lava Jato em fases anteriores e hoje delatores. Segundo o procurador, não foi encontrada nenhuma contrapartida de serviços prestados para que Pereira recebesse esse montante. Delúbio Soares foi alvo de condução coercitiva por suspeita de representar interesses do PT na contratação do empréstimo de R$ 12 milhões. OUTRO LADO Alvos da 27ª fase da Operação da Lava Jato que se manifestaram nesta sexta-feira (1º) negam envolvimento no suposto esquema de corrupção baseado no diretório do PT em Santo André (SP). A defesa do empresário Ronan Maria Pinto, preso temporariamente sob suspeita de receber R$ 6 milhões para não revelar irregularidades do partido, afirmou que o cliente não tem "relação com os fatos mencionados" e está "sendo vítima de uma situação que, com certeza, agora, poderá ser esclarecida de uma vez por todas". Em nota, a defesa afirma ainda que o empresário sempre esteve à disposição das autoridades para "esclarecer com total tranquilidade e isenção as dúvidas e as investigações do âmbito da operação, assim como a citação indevida de seu nome". "Inclusive ampla e abertamente oferecendo-se de forma espontânea para prestar as informações de que necessitassem", declara a nota. Apontado como um dos intermediários do repasse a Ronan, o jornalista Breno Altman, amigo do ex-ministro José Dirceu e ligado ao PT, disse que foi surpreendido com a notícia de que a PF estivera em sua casa, em São Paulo, com mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão. Ele estava em Brasília, onde prestou depoimento e foi liberado. "Minhas declarações sobre a investigação em curso, no entanto, poderiam ter sido tomadas através de intimação regular, com data e horário determinados pelas autoridades", escreveu Altman em sua página do Facebook. No texto, ele afirma que, durante o interrogatório, não foi apresentada "qualquer prova ou indício de eventual envolvimento no caso investigado". E critica a operação, que chamou de "seletiva" e "contaminada". "Só posso reagir com indignação ao regime de exceção que o juiz Sergio Moro resolveu estabelecer para alguns dos intimados da chamada Operação Carbono 14", afirmou. "Sou apenas mais um dos alvos deste tornado antidemocrático." Ele reiterou as declarações à Folha. PETISTAS Os procuradores da Lava Jato afirmam ter também indícios da participação dos ex-ministros petistas Gilberto Carvalho e José Dirceu no esquema de corrupção e no pagamento a Ronan. Procurada, a defesa de Dirceu declarou que ele "não tem nada a ver com isso". A assessoria de Carvalho informou que "ele não participou de nenhuma negociação com Ronan Maria Pinto, conforme evidências apontadas" pelos investigadores. Sobre a morte de Celso Daniel, fato que teria motivado o repasse, a assessoria de Carvalho disse que o PT, desde o início, "teve o máximo interesse no esclarecimento dos fatos". Acrescentou que a investigação esteve sob comando da Polícia Federal do tucano Fernando Henrique Cardoso e da Polícia Civil do tucano Geraldo Alckmin. "A morte de Celso Daniel representou a perda de um grande companheiro e um excelente quadro político." O diretório nacional do PT negou envolvimento com o banco Schahin. "O PT nunca contraiu empréstimo com o referido banco. Todas as doações recebidas pelo partido ocorreram estritamente dentro da legalidade e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral", afirmou a sigla. A reportagem não localizou as defesas de Silvio Pereira e de Delúbio Soares até a publicação dessa reportagem. Operação Carbono 14 27ª fase da Lava Jato: "Carbono 14"
poder
Lava Jato prende ex-secretário do PT e empresário ligado ao partidoA 27ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (1º), apura um elo entre os desvios na Petrobras e o caso Celso Daniel, prefeito petista de Santo André morto em 2002 em um crime nunca esclarecido. Foram presos na operação, batizada de "Carbono 14", o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira e o empresário Ronan Maria Pinto, que já tinham sido mencionados na investigação sobre a morte. O foco dessa fase da investigação é o destino de um empréstimo de R$ 12 milhões contraído pelo pecuarista José Carlos Bumlai, hoje em prisão domiciliar, junto ao Banco Schahin, em 2004. Bumlai afirmou à Polícia Federal no ano passado ter adquirido o montante para direcioná-lo ao PT. A suspeita é que parte da quantia tenha sido usada para comprar o silêncio de Ronan, dono de uma empresa de ônibus e de um jornal no ABC paulista. Também foram alvos de condução coercitiva (levados para prestar depoimento à polícia), o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o jornalista Breno Altman. Ao todo, foram cumpridas 12 ordens judiciais, sendo oito mandados de busca e apreensão. De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, o grupo Schahin, por ter concedido o empréstimo a Bumlai, obteve o direito de operação do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras. Os procuradores da Lava Jato dizem que não investigam a morte de Celso Daniel, embora tenham questionado testemunhas, durante a investigação, sobre a possibilidade de envolvimento da cúpula do PT no crime. "O foco da nossa investigação é a lavagem de dinheiro. Os desdobramentos em relação a Santo André e à morte de Celso Daniel são investigados pelo MP-SP [Ministério Público de São Paulo]", disse o procurador Diogo Castor de Mattos. Ao contrário da declaração do procurador, em seu despacho nesta sexta, o juiz Sergio Moro disse ser possível que haja uma ligação entre um esquema de corrupção na Prefeitura de Santo André com a morte de Celso Daniel. O nome da operação é uma referência a análises utilizadas para identificar a datação de fósseis. Um dos documentos usados para embasar a investigação da 27ª fase foi um depoimento concedido em 2012 pelo ex-publicitário Marcos Valério de Souza em tentativa de fazer acordo de delação premiada. Nele, Valério, pivô do escândalo do mensalão, afirmou que Ronan teria recebido dinheiro para evitar que revelasse nomes de envolvidos na morte do ex-prefeito petista. Cerca de R$ 6 milhões, metade do dinheiro do empréstimo, segundo o procurador, foram repassados a Ronan e teriam sido usados para pagar dívidas pessoais e para comprar o jornal "Diário do Grande ABC". O valor serviria, segundo a investigação, para que o empresário parasse de chantagear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, e o então ministro da Casa Civil, José Dirceu. A outra metade, segundo depoimento de Bumlai do final do 2015, foi usada para saldar dívidas de campanha eleitoral do PT de Campinas (SP) da época. MESADA Silvio Pereira teve prisão temporária decretada por ter, segundo os investigadores, pedido a Marcos Valério para que intermediasse o repasse a Ronan Maria Pinto. A investigação apontou ainda que mesmo depois do mensalão, entre 2009 e 2011, o ex-secretário do PT se beneficiou do pagamento de R$ 486,1 mil da OAS para a DNP Eventos Ltda, empresa da qual é dono. Também há uma transferência da UTC à DNP de R$ 22 mil, além de repasses de Augusto Mendonça, da Toyo Setal, e o consultor Julio Camargo, também alvos da Lava Jato em fases anteriores e hoje delatores. Segundo o procurador, não foi encontrada nenhuma contrapartida de serviços prestados para que Pereira recebesse esse montante. Delúbio Soares foi alvo de condução coercitiva por suspeita de representar interesses do PT na contratação do empréstimo de R$ 12 milhões. OUTRO LADO Alvos da 27ª fase da Operação da Lava Jato que se manifestaram nesta sexta-feira (1º) negam envolvimento no suposto esquema de corrupção baseado no diretório do PT em Santo André (SP). A defesa do empresário Ronan Maria Pinto, preso temporariamente sob suspeita de receber R$ 6 milhões para não revelar irregularidades do partido, afirmou que o cliente não tem "relação com os fatos mencionados" e está "sendo vítima de uma situação que, com certeza, agora, poderá ser esclarecida de uma vez por todas". Em nota, a defesa afirma ainda que o empresário sempre esteve à disposição das autoridades para "esclarecer com total tranquilidade e isenção as dúvidas e as investigações do âmbito da operação, assim como a citação indevida de seu nome". "Inclusive ampla e abertamente oferecendo-se de forma espontânea para prestar as informações de que necessitassem", declara a nota. Apontado como um dos intermediários do repasse a Ronan, o jornalista Breno Altman, amigo do ex-ministro José Dirceu e ligado ao PT, disse que foi surpreendido com a notícia de que a PF estivera em sua casa, em São Paulo, com mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão. Ele estava em Brasília, onde prestou depoimento e foi liberado. "Minhas declarações sobre a investigação em curso, no entanto, poderiam ter sido tomadas através de intimação regular, com data e horário determinados pelas autoridades", escreveu Altman em sua página do Facebook. No texto, ele afirma que, durante o interrogatório, não foi apresentada "qualquer prova ou indício de eventual envolvimento no caso investigado". E critica a operação, que chamou de "seletiva" e "contaminada". "Só posso reagir com indignação ao regime de exceção que o juiz Sergio Moro resolveu estabelecer para alguns dos intimados da chamada Operação Carbono 14", afirmou. "Sou apenas mais um dos alvos deste tornado antidemocrático." Ele reiterou as declarações à Folha. PETISTAS Os procuradores da Lava Jato afirmam ter também indícios da participação dos ex-ministros petistas Gilberto Carvalho e José Dirceu no esquema de corrupção e no pagamento a Ronan. Procurada, a defesa de Dirceu declarou que ele "não tem nada a ver com isso". A assessoria de Carvalho informou que "ele não participou de nenhuma negociação com Ronan Maria Pinto, conforme evidências apontadas" pelos investigadores. Sobre a morte de Celso Daniel, fato que teria motivado o repasse, a assessoria de Carvalho disse que o PT, desde o início, "teve o máximo interesse no esclarecimento dos fatos". Acrescentou que a investigação esteve sob comando da Polícia Federal do tucano Fernando Henrique Cardoso e da Polícia Civil do tucano Geraldo Alckmin. "A morte de Celso Daniel representou a perda de um grande companheiro e um excelente quadro político." O diretório nacional do PT negou envolvimento com o banco Schahin. "O PT nunca contraiu empréstimo com o referido banco. Todas as doações recebidas pelo partido ocorreram estritamente dentro da legalidade e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral", afirmou a sigla. A reportagem não localizou as defesas de Silvio Pereira e de Delúbio Soares até a publicação dessa reportagem. Operação Carbono 14 27ª fase da Lava Jato: "Carbono 14"
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Após operação, cracolândia está sem barracos, mas tráfico na rua é intenso
Três dias após a Prefeitura de São Paulo realizar uma operação na cracolândia, no centro da cidade, que terminou em confronto com usuários de drogas, o fluxo –aglomeração de pessoas para venda e consumo de crack– está intenso na rua. Na tarde deste sábado (2), centenas de pessoas bloqueavam a alameda Dino Bueno, impedindo a passagem de carros e pedestres. Os barracos montados na calçada –foco da ação da prefeitura na última quarta (29)–, porém, não foram reerguidos. Por outro lado, há dependentes de crack espalhados por todas as ruas do entorno de onde ficava a "favelinha", agora desmontada. O cerco aos frequentadores da cracolândia, a fim de evitar a construção de novos barracos, continua firme: há homens da Guarda Civil Metropolitana em todas as esquinas. A Polícia Militar, que havia "desaparecido" do local no dia seguinte à operação da prefeitura, também mandou dezenas de policiais para a cracolândia no início desta tarde. O contingente, porém, havia diminuído por volta das 16h. A principal queixa dos frequentadores da cracolândia agora é que os guardas-civis têm proibido a circulação de carrocinhas de catadores de recicláveis pelo local. Segundo uma moradora, algumas carrocinhas foram apreendidas pela GCM e por homens da limpeza urbana na sexta-feira (1º). Os guardas-civis que atuam na área negaram ter feito apreensões. Afirmaram que a ordem é não deixar que carroças carregadas de papelão e madeira circulem por ali para evitar que o material sirva para a construção de novos barracos. OPERAÇÃO Na quarta (29), a prefeitura fez uma operação na cracolândia para remover as moradias precárias ali construídas –usadas tanto para consumo como para venda de crack. O município mantém no local o programa Braços Abertos, que dá trabalho e moradia aos dependentes químicos. Houve confusão e confronto entre usuários de drogas e policiais. Conforme a Folha noticiou, auxiliares do prefeito Fernando Haddad (PT) conversaram com traficantes de drogas que se apresentaram como líderes da área antes de iniciar a operação, para tentar evitar que houvesse violência. A iniciativa da gestão Haddad gerou críticas da oposição, como as do vereador Andrea Matarazzo (PSDB), e foi defendida por aliados, como o vereador petista Paulo Fiorilo e o secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy.
cotidiano
Após operação, cracolândia está sem barracos, mas tráfico na rua é intensoTrês dias após a Prefeitura de São Paulo realizar uma operação na cracolândia, no centro da cidade, que terminou em confronto com usuários de drogas, o fluxo –aglomeração de pessoas para venda e consumo de crack– está intenso na rua. Na tarde deste sábado (2), centenas de pessoas bloqueavam a alameda Dino Bueno, impedindo a passagem de carros e pedestres. Os barracos montados na calçada –foco da ação da prefeitura na última quarta (29)–, porém, não foram reerguidos. Por outro lado, há dependentes de crack espalhados por todas as ruas do entorno de onde ficava a "favelinha", agora desmontada. O cerco aos frequentadores da cracolândia, a fim de evitar a construção de novos barracos, continua firme: há homens da Guarda Civil Metropolitana em todas as esquinas. A Polícia Militar, que havia "desaparecido" do local no dia seguinte à operação da prefeitura, também mandou dezenas de policiais para a cracolândia no início desta tarde. O contingente, porém, havia diminuído por volta das 16h. A principal queixa dos frequentadores da cracolândia agora é que os guardas-civis têm proibido a circulação de carrocinhas de catadores de recicláveis pelo local. Segundo uma moradora, algumas carrocinhas foram apreendidas pela GCM e por homens da limpeza urbana na sexta-feira (1º). Os guardas-civis que atuam na área negaram ter feito apreensões. Afirmaram que a ordem é não deixar que carroças carregadas de papelão e madeira circulem por ali para evitar que o material sirva para a construção de novos barracos. OPERAÇÃO Na quarta (29), a prefeitura fez uma operação na cracolândia para remover as moradias precárias ali construídas –usadas tanto para consumo como para venda de crack. O município mantém no local o programa Braços Abertos, que dá trabalho e moradia aos dependentes químicos. Houve confusão e confronto entre usuários de drogas e policiais. Conforme a Folha noticiou, auxiliares do prefeito Fernando Haddad (PT) conversaram com traficantes de drogas que se apresentaram como líderes da área antes de iniciar a operação, para tentar evitar que houvesse violência. A iniciativa da gestão Haddad gerou críticas da oposição, como as do vereador Andrea Matarazzo (PSDB), e foi defendida por aliados, como o vereador petista Paulo Fiorilo e o secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy.
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CVM diz que sofre falta de recursos e fiscalização do mercado está sob risco
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) afirma que o contingenciamento de recursos devido ao ajuste fiscal do governo limitou suas atividades no primeiro semestre de 2015. De acordo com a entidade, a falta de verba pode paralisar a fiscalização do mercado de capitais. A autarquia afirma que não tem feito concursos públicos com a regularidade necessária, o que tem trazido problemas às atividades de supervisão, algo que vai se agravar já a partir do próximo semestre. Estão previstas 54 aposentadorias para os próximos três anos. Além da dificuldade em preencher vagas em aberto, o contingenciamento barra investimentos em sistemas de informação para identificar e investigar irregularidades. As informações constam em relatório de seu programa de supervisão baseada em risco referente ao primeiro semestre. "Este risco operacional gerado pela restrição dos recursos necessários ao desenvolvimento regular de seus processos pode levar —de forma concreta— à paralisação de atividades e sistemas, inclusive daqueles necessários às ações de supervisão e fiscalização do mercado de capitais", afirmou. Criada em 1976, a CVM é uma autarquia independente vinculada ao Ministério da Fazenda que tem como objetivo "normatizar, disciplinar e desenvolver" o mercado de capitais brasileiro, que inclui fundos de investimento e compra e venda de ações, por exemplo. A autarquia afirma que ficou exposta a riscos operacionais e de imagem, nacional e internacionalmente, devido ao contingenciamento de recursos para contribuir com o equilíbrio das contas públicas. "Nesse cenário, o comprometimento ou, no limite, o não cumprimento, pela CVM, de suas atribuições legais, certamente afetará a credibilidade do órgão regulador e o desenvolvimento do mercado de capitais eficiente, íntegro e seguro no Brasil", afirmou a autarquia no documento. Entenda como o corte de gastos pode atrasar a recuperação da economia
mercado
CVM diz que sofre falta de recursos e fiscalização do mercado está sob riscoA CVM (Comissão de Valores Mobiliários) afirma que o contingenciamento de recursos devido ao ajuste fiscal do governo limitou suas atividades no primeiro semestre de 2015. De acordo com a entidade, a falta de verba pode paralisar a fiscalização do mercado de capitais. A autarquia afirma que não tem feito concursos públicos com a regularidade necessária, o que tem trazido problemas às atividades de supervisão, algo que vai se agravar já a partir do próximo semestre. Estão previstas 54 aposentadorias para os próximos três anos. Além da dificuldade em preencher vagas em aberto, o contingenciamento barra investimentos em sistemas de informação para identificar e investigar irregularidades. As informações constam em relatório de seu programa de supervisão baseada em risco referente ao primeiro semestre. "Este risco operacional gerado pela restrição dos recursos necessários ao desenvolvimento regular de seus processos pode levar —de forma concreta— à paralisação de atividades e sistemas, inclusive daqueles necessários às ações de supervisão e fiscalização do mercado de capitais", afirmou. Criada em 1976, a CVM é uma autarquia independente vinculada ao Ministério da Fazenda que tem como objetivo "normatizar, disciplinar e desenvolver" o mercado de capitais brasileiro, que inclui fundos de investimento e compra e venda de ações, por exemplo. A autarquia afirma que ficou exposta a riscos operacionais e de imagem, nacional e internacionalmente, devido ao contingenciamento de recursos para contribuir com o equilíbrio das contas públicas. "Nesse cenário, o comprometimento ou, no limite, o não cumprimento, pela CVM, de suas atribuições legais, certamente afetará a credibilidade do órgão regulador e o desenvolvimento do mercado de capitais eficiente, íntegro e seguro no Brasil", afirmou a autarquia no documento. Entenda como o corte de gastos pode atrasar a recuperação da economia
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Sob pressão, Israel autoriza prisão de cidadãos sem julgamento
O governo israelense, sob forte pressão, anunciou neste domingo (2) a liberação para a detenção sem julgamento prévio de cidadãos suspeitos de violência política contra palestinos. A medida é uma clara resposta às duras críticas ao governo após a morte de um bebê palestino em um incêndio criminoso e um ataque a facadas que feriu seis no desfile do Orgulho Gay em Jerusalém, ambos atribuídos a judeus extremistas. Na sexta-feira (31), um bebê palestino de 18 meses, Ali Dawabcheh, morreu queimado e seus pais e irmão ficaram gravemente feridos quando um grupo de homens lançou bombas incendiárias dentro da casa da família na região de Nablus, na Cisjordânia. Um dia antes, um judeu ultraortodoxo reincidente esfaqueou seis participantes do desfile do Orgulho Gay em Jerusalém. Os palestinos, assim como a oposição israelense e a ONU, denunciaram o ataque e a "impunidade" de que gozam os colonos judeus e outros militantes de extrema-direita. Diante das críticas, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu prometeu neste domingo "tolerância zero" e o ministro da Defesa Mosheh Yaalon autorizou a aplicação da chamada detenção administrativa, sem acusações e por uma duração ilimitada, aos judeus. A medida é reservada habitualmente aos milicianos palestinos e condenada internacionalmente. Segundo o grupo de direitos humanos israelense B'Tselem, 5.442 palestinos estão presos sem julgamento no país. Eles dizem não ter registro de nenhum israelense mantido sob a detenção administrativa. "Como sempre, cada caso de detenção administrativa terá de ser aprovado pelas cortes, mas ao invocar isso o ministro está tomando ação consistente com seu esforço de levar toda a força da lei contra essas pessoas", disse o porta-voz do ministério de Defesa. O argumento israelense é de que a detenção pode dar aos investigadores o tempo necessário para reunir provas suficientes para levar os suspeitos à Justiça, segundo a imprensa israelense. No entanto, três dias depois do ataque, nenhum suspeito foi detido. Nenhum grupo reivindicou o ataque, mas a palavra vingança em hebraico deixada pichada na parede da casa indica envolvimento de extremistas judeus. Críticos do governo e palestinos criticaram a demora das forças de segurança de Israel e questionam a forte influência dos partidários da colonização e da direita nacionalista e religiosa sob o premiê. NOVOS CONFRONTOS Na manhã deste domingo, novos confrontos foram registrados entre palestinos e as forças de segurança de Israel na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, mas a situação se acalmou após o meio-dia. Este é o terceiro dia seguido de protestos em Gaza e na Cisjordânia, que já causaram confrontos e deixaram ao menos dois jovens palestinos mortos. Imagens registradas pelas agências de notícias mostram dezenas de muçulmanos, entre eles muitas mulheres, com fotografias do bebê Alí que tentaram passar pelas barreiras de segurança das forças israelenses. As autoridades israelenses descreveram a cena dizendo que "jovens mascarados entrincheirados na mesquita de Al Aqsa atiravam pedras nos policiais", mas que a situação foi contida.
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Sob pressão, Israel autoriza prisão de cidadãos sem julgamentoO governo israelense, sob forte pressão, anunciou neste domingo (2) a liberação para a detenção sem julgamento prévio de cidadãos suspeitos de violência política contra palestinos. A medida é uma clara resposta às duras críticas ao governo após a morte de um bebê palestino em um incêndio criminoso e um ataque a facadas que feriu seis no desfile do Orgulho Gay em Jerusalém, ambos atribuídos a judeus extremistas. Na sexta-feira (31), um bebê palestino de 18 meses, Ali Dawabcheh, morreu queimado e seus pais e irmão ficaram gravemente feridos quando um grupo de homens lançou bombas incendiárias dentro da casa da família na região de Nablus, na Cisjordânia. Um dia antes, um judeu ultraortodoxo reincidente esfaqueou seis participantes do desfile do Orgulho Gay em Jerusalém. Os palestinos, assim como a oposição israelense e a ONU, denunciaram o ataque e a "impunidade" de que gozam os colonos judeus e outros militantes de extrema-direita. Diante das críticas, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu prometeu neste domingo "tolerância zero" e o ministro da Defesa Mosheh Yaalon autorizou a aplicação da chamada detenção administrativa, sem acusações e por uma duração ilimitada, aos judeus. A medida é reservada habitualmente aos milicianos palestinos e condenada internacionalmente. Segundo o grupo de direitos humanos israelense B'Tselem, 5.442 palestinos estão presos sem julgamento no país. Eles dizem não ter registro de nenhum israelense mantido sob a detenção administrativa. "Como sempre, cada caso de detenção administrativa terá de ser aprovado pelas cortes, mas ao invocar isso o ministro está tomando ação consistente com seu esforço de levar toda a força da lei contra essas pessoas", disse o porta-voz do ministério de Defesa. O argumento israelense é de que a detenção pode dar aos investigadores o tempo necessário para reunir provas suficientes para levar os suspeitos à Justiça, segundo a imprensa israelense. No entanto, três dias depois do ataque, nenhum suspeito foi detido. Nenhum grupo reivindicou o ataque, mas a palavra vingança em hebraico deixada pichada na parede da casa indica envolvimento de extremistas judeus. Críticos do governo e palestinos criticaram a demora das forças de segurança de Israel e questionam a forte influência dos partidários da colonização e da direita nacionalista e religiosa sob o premiê. NOVOS CONFRONTOS Na manhã deste domingo, novos confrontos foram registrados entre palestinos e as forças de segurança de Israel na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, mas a situação se acalmou após o meio-dia. Este é o terceiro dia seguido de protestos em Gaza e na Cisjordânia, que já causaram confrontos e deixaram ao menos dois jovens palestinos mortos. Imagens registradas pelas agências de notícias mostram dezenas de muçulmanos, entre eles muitas mulheres, com fotografias do bebê Alí que tentaram passar pelas barreiras de segurança das forças israelenses. As autoridades israelenses descreveram a cena dizendo que "jovens mascarados entrincheirados na mesquita de Al Aqsa atiravam pedras nos policiais", mas que a situação foi contida.
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Otimismo com a globalização dá o tom de obra de jornalista
Se você é do tipo que acha que os os robôs e as máquinas inteligentes vão ficar com nossos empregos, que as bolhas das redes sociais estão destruindo a política e que o mundo caminha para o buraco, não verá essas ideias refletidas no novo livro do jornalista Thomas Friedman, colunista do "New York Times". Logo no subtítulo o autor já avisa que é um otimista; e aí são quase 500 páginas de boas notícias. Nesse quesito, "Thank You for Being Late: An Optimist's Guide to Thriving in the Age of Accelerations" (Obrigado por se Atrasar: um Guia do Otimista para se Dar Bem na Era das Acelerações) não destoa das outras obras do autor. Em uma época em que somos bombardeados diariamente por "textões" sobre as mais diversas crises, não deixa de ser um alívio ler as palavras de alguém que acredita na capacidade humana de se reinventar e se adaptar a novas realidades criadas. Afinal, por mais que os pessimistas alertem para grandes catástrofes, as sociedades no geral sobreviveram e a vida das pessoas melhorou depois das últimas grandes revoluções tecnológicas. O que incomoda nos livros de Friedman não é, portanto, o otimismo, mas sim a tentativa de convencer o leitor de que uma só tese abrangente "explica" o mundo atual. Nessa obra, a tese é que a aceleração da tecnologia, da globalização e da mudança climática é a principal força moldando o mundo. À explanação da tese central seguem-se dezenas de anedotas colhidas pelo jornalista em países ao redor do mundo que nela se encaixam, assim como entrevistas com empresários e pensadores. O livro engata quando Friedman entra em uma discussão mais detalhada e bem fundamentada de como a educação e o trabalho, principalmente, ainda estão alicerçados em concepções do século passado e precisam se adaptar a um mundo muito mais rápido e globalizado. Longe de fazer uma defesa rasa da "economia do bico", o jornalista argumenta que hoje os trabalhadores adquirem habilidades que interessam às empresas não só por meio da educação formal mas cada vez mais de forma autodidata e descentralizada, por meio de cursos on-line, vídeos ou mesmo informalmente, com amigos. Só que as empresas não se adaptaram e continuam buscando e selecionando funcionários olhando apenas a educação e a qualificação formais. Mesmo dentro das companhias, há funcionários com habilidades relevantes que a empresa desconhece. Na visão de Friedman, cabe às empresas também melhorar suas estruturas para identificar os funcionários que já têm ou estão dispostos a aprender novas habilidades e auxiliar no treinamento de sua força de trabalho para novas funções e negócios, o que pode e deve ser feito não só por meio da educação formal. Esse sinal amarelo em relação à necessidade de adaptação mais rápida da força de trabalho deveria estar se acendendo principalmente nas economias desenvolvidas, já que em um mundo conectado empreendedores de qualquer lugar podem preencher essas lacunas. O erro de Friedman é achar que a globalização por si só dará oportunidade a qualquer um no mundo, ignorando que boa parte da população em países pobres ainda enfrenta problemas básicos, como analfabetismo. Fica claro que o autor escolheu acreditar no potencial de transformação positiva da globalização. Um pouco de otimismo não faz mal nesses tempos tenebrosos, desde que não se transforme no delírio de achar que a tecnologia resolverá todos os problemas da humanidade. Thank You for Being Late: An Optimist's Guide to Thriving in the Age of Accelations QUANTO: R$ 29,79 (livro digital; 496 págs.) AUTOR: Thomas L. Friedman EDITORA: Farrar, Straus and Giroux
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Otimismo com a globalização dá o tom de obra de jornalistaSe você é do tipo que acha que os os robôs e as máquinas inteligentes vão ficar com nossos empregos, que as bolhas das redes sociais estão destruindo a política e que o mundo caminha para o buraco, não verá essas ideias refletidas no novo livro do jornalista Thomas Friedman, colunista do "New York Times". Logo no subtítulo o autor já avisa que é um otimista; e aí são quase 500 páginas de boas notícias. Nesse quesito, "Thank You for Being Late: An Optimist's Guide to Thriving in the Age of Accelerations" (Obrigado por se Atrasar: um Guia do Otimista para se Dar Bem na Era das Acelerações) não destoa das outras obras do autor. Em uma época em que somos bombardeados diariamente por "textões" sobre as mais diversas crises, não deixa de ser um alívio ler as palavras de alguém que acredita na capacidade humana de se reinventar e se adaptar a novas realidades criadas. Afinal, por mais que os pessimistas alertem para grandes catástrofes, as sociedades no geral sobreviveram e a vida das pessoas melhorou depois das últimas grandes revoluções tecnológicas. O que incomoda nos livros de Friedman não é, portanto, o otimismo, mas sim a tentativa de convencer o leitor de que uma só tese abrangente "explica" o mundo atual. Nessa obra, a tese é que a aceleração da tecnologia, da globalização e da mudança climática é a principal força moldando o mundo. À explanação da tese central seguem-se dezenas de anedotas colhidas pelo jornalista em países ao redor do mundo que nela se encaixam, assim como entrevistas com empresários e pensadores. O livro engata quando Friedman entra em uma discussão mais detalhada e bem fundamentada de como a educação e o trabalho, principalmente, ainda estão alicerçados em concepções do século passado e precisam se adaptar a um mundo muito mais rápido e globalizado. Longe de fazer uma defesa rasa da "economia do bico", o jornalista argumenta que hoje os trabalhadores adquirem habilidades que interessam às empresas não só por meio da educação formal mas cada vez mais de forma autodidata e descentralizada, por meio de cursos on-line, vídeos ou mesmo informalmente, com amigos. Só que as empresas não se adaptaram e continuam buscando e selecionando funcionários olhando apenas a educação e a qualificação formais. Mesmo dentro das companhias, há funcionários com habilidades relevantes que a empresa desconhece. Na visão de Friedman, cabe às empresas também melhorar suas estruturas para identificar os funcionários que já têm ou estão dispostos a aprender novas habilidades e auxiliar no treinamento de sua força de trabalho para novas funções e negócios, o que pode e deve ser feito não só por meio da educação formal. Esse sinal amarelo em relação à necessidade de adaptação mais rápida da força de trabalho deveria estar se acendendo principalmente nas economias desenvolvidas, já que em um mundo conectado empreendedores de qualquer lugar podem preencher essas lacunas. O erro de Friedman é achar que a globalização por si só dará oportunidade a qualquer um no mundo, ignorando que boa parte da população em países pobres ainda enfrenta problemas básicos, como analfabetismo. Fica claro que o autor escolheu acreditar no potencial de transformação positiva da globalização. Um pouco de otimismo não faz mal nesses tempos tenebrosos, desde que não se transforme no delírio de achar que a tecnologia resolverá todos os problemas da humanidade. Thank You for Being Late: An Optimist's Guide to Thriving in the Age of Accelations QUANTO: R$ 29,79 (livro digital; 496 págs.) AUTOR: Thomas L. Friedman EDITORA: Farrar, Straus and Giroux
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