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Nossa onda conservadora
Resultado da luta pela sobrevivência antes do impeachment, o governo do PT sob Dilma Rousseff não só perdeu o poder e o bonde da economia como contribuiu para o avanço de uma nova onda de conservadorismo que caminha rápida e nem tão sorrateiramente no país. Essa onda, que vinha se formando há algum tempo, agora ganha força em vários projetos de emendas constitucionais e projetos de lei que se desdobraram e prosperam em um Congresso cada vez mais conservador. Resultado de uma polarização de anos, crescente e infrutífera, o PT e as áreas mais progressistas do PSDB contribuíram juntos para isso. Em seus últimos governos, os dois partidos acabaram se entregando e compondo com setores arcaicos do sistema político para governar, dando impulso à vaga conservadora. O PSDB se apoiou no antigo PFL (hoje DEM). O PT, em uma miríade de pequenos partidos mais à direita e no PMDB, que acabou por lhe tirar o poder.. Com Dilma, o espaço concedido e capturado por deputados e partidos mais regressistas cresceu à medida que seu governo se sentia ameaçado e se rendia em busca de apoio. Sobretudo até o fim de sua simbiose, em dezembro passado, com um Eduardo Cunha que se segurava na presidência da Câmara com o apoio do Planalto enquanto capitaneava vários dos projetos de lei e emendas à Constituição que agora avançam. Por fim, os escândalos de corrupção envolvendo o PT também acabaram por encorajar e estimular setores à direita a agir com mais ímpeto e celeridade. O resultado é uma lista crescente de projetos considerados retrógrados tramitando no Congresso, manifestações ruidosas em apoio a gente como Jair Bolsonaro e fenômenos como a indicação (revertida depois) de um general da reserva defensor do golpe de 1964 à presidência da Funai de Temer. Na lista de matérias que avançaram em comissões especiais e no plenário da Câmara e que fazem parte do que muitos veem como uma ofensiva conservadora constam: - relaxamento para o porte aquisição de armas de fogo; - transferir do governo federal e da Funai para o Congresso a responsabilidade na demarcação de terras indígenas; - restrição do atendimento a vítimas de estupro; - flexibilização do conceito de trabalho escravo; - projeto que determina que a família é formada exclusivamente por homens e mulheres, entre vários outros. * Neste link da TV Folha, um debate sobre o tema entre o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC) e o ex-ministro de Lula e deputado federal Orlando Silva (PCdoB).
colunas
Nossa onda conservadoraResultado da luta pela sobrevivência antes do impeachment, o governo do PT sob Dilma Rousseff não só perdeu o poder e o bonde da economia como contribuiu para o avanço de uma nova onda de conservadorismo que caminha rápida e nem tão sorrateiramente no país. Essa onda, que vinha se formando há algum tempo, agora ganha força em vários projetos de emendas constitucionais e projetos de lei que se desdobraram e prosperam em um Congresso cada vez mais conservador. Resultado de uma polarização de anos, crescente e infrutífera, o PT e as áreas mais progressistas do PSDB contribuíram juntos para isso. Em seus últimos governos, os dois partidos acabaram se entregando e compondo com setores arcaicos do sistema político para governar, dando impulso à vaga conservadora. O PSDB se apoiou no antigo PFL (hoje DEM). O PT, em uma miríade de pequenos partidos mais à direita e no PMDB, que acabou por lhe tirar o poder.. Com Dilma, o espaço concedido e capturado por deputados e partidos mais regressistas cresceu à medida que seu governo se sentia ameaçado e se rendia em busca de apoio. Sobretudo até o fim de sua simbiose, em dezembro passado, com um Eduardo Cunha que se segurava na presidência da Câmara com o apoio do Planalto enquanto capitaneava vários dos projetos de lei e emendas à Constituição que agora avançam. Por fim, os escândalos de corrupção envolvendo o PT também acabaram por encorajar e estimular setores à direita a agir com mais ímpeto e celeridade. O resultado é uma lista crescente de projetos considerados retrógrados tramitando no Congresso, manifestações ruidosas em apoio a gente como Jair Bolsonaro e fenômenos como a indicação (revertida depois) de um general da reserva defensor do golpe de 1964 à presidência da Funai de Temer. Na lista de matérias que avançaram em comissões especiais e no plenário da Câmara e que fazem parte do que muitos veem como uma ofensiva conservadora constam: - relaxamento para o porte aquisição de armas de fogo; - transferir do governo federal e da Funai para o Congresso a responsabilidade na demarcação de terras indígenas; - restrição do atendimento a vítimas de estupro; - flexibilização do conceito de trabalho escravo; - projeto que determina que a família é formada exclusivamente por homens e mulheres, entre vários outros. * Neste link da TV Folha, um debate sobre o tema entre o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC) e o ex-ministro de Lula e deputado federal Orlando Silva (PCdoB).
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Entenda como a taxa básica de juros influencia a economia brasileira
A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia. Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e, assim, pode consumir mais. Esse aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender um consumo maior. Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento –que ficam mais caros–, a economia se desacelera e evita-se que os preços subam, ou seja, que haja inflação. Com o aumento da taxa básica de juros (Selic), o BC aumenta a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, começa a "faltar" dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo governo. Se a taxa cai, ocorre o inverso. É por isso que os empresários pedem cortes nas taxas: para viabilizar investimentos, ainda mais em tempos de economia fraca, como agora. Nos mercados, reduções da taxa de juros viabilizam normalmente migração de recursos da renda fixa para a Bolsa de Valores. Em um cenário normal, é também por esse motivo que as Bolsas sobem nos Estados Unidos ao menor sinal do Federal Reserve (BC dos EUA) de que os juros possam cair. Quando o juro sobe, acontece o inverso. O investimento em dívida absorve o dinheiro que serviria para financiar o setor produtivo. SELIC Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado em 1979 pelo Banco Central e pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) para tornar mais transparente e segura a negociação de títulos públicos. A Selic é um sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, assegurando maior controle sobre as reservas bancárias. Hoje, a Selic identifica também a taxa de juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. A Selic é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre os juros de toda a economia do país. COPOM O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros. O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração. O Copom se reúne em dois dias seguidos. No primeiro dia da reunião, participam também os chefes dos seguintes departamentos: Econômico (Depec), de Operações das Reservas Internacionais (Depin), de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), de Operações do Mercado Aberto (Demab), de Estudos e Pesquisas (Depep), além do gerente-executivo da Gerência Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin).
mercado
Entenda como a taxa básica de juros influencia a economia brasileiraA taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia. Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e, assim, pode consumir mais. Esse aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender um consumo maior. Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento –que ficam mais caros–, a economia se desacelera e evita-se que os preços subam, ou seja, que haja inflação. Com o aumento da taxa básica de juros (Selic), o BC aumenta a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, começa a "faltar" dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo governo. Se a taxa cai, ocorre o inverso. É por isso que os empresários pedem cortes nas taxas: para viabilizar investimentos, ainda mais em tempos de economia fraca, como agora. Nos mercados, reduções da taxa de juros viabilizam normalmente migração de recursos da renda fixa para a Bolsa de Valores. Em um cenário normal, é também por esse motivo que as Bolsas sobem nos Estados Unidos ao menor sinal do Federal Reserve (BC dos EUA) de que os juros possam cair. Quando o juro sobe, acontece o inverso. O investimento em dívida absorve o dinheiro que serviria para financiar o setor produtivo. SELIC Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado em 1979 pelo Banco Central e pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) para tornar mais transparente e segura a negociação de títulos públicos. A Selic é um sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, assegurando maior controle sobre as reservas bancárias. Hoje, a Selic identifica também a taxa de juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. A Selic é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre os juros de toda a economia do país. COPOM O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros. O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração. O Copom se reúne em dois dias seguidos. No primeiro dia da reunião, participam também os chefes dos seguintes departamentos: Econômico (Depec), de Operações das Reservas Internacionais (Depin), de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), de Operações do Mercado Aberto (Demab), de Estudos e Pesquisas (Depep), além do gerente-executivo da Gerência Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin).
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Mega-Sena acumula novamente, e prêmio deve ir a R$ 90 milhões
Novamente nenhum apostador acertou as seis dezenas do concurso 1.809 da Mega-Sena, realizado neste sábado (16), em São Paulo. Na quarta-feira (20), o próximo concurso deve pagar em torno de R$ 90 milhões em caso de único acertador. Os números sorteados na noite deste sábado foram: 09 - 12 - 23 - 24 - 46 - 54. A quina (cinco acertos) teve 188 apostas ganhadoras, no valor de R$ 26.361,78 cada uma. Já a quadra (quatro acertos) teve 13.704 ganhadores. Cada um deles receberá R$ 516,63. A aposta mínima, de seis números, é de R$ 3,50 e pode ser feita até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio. Os sorteios da Mega-Sena acontecem, em geral, duas vezes por semana, às quartas e aos sábados. Acompanhe o resultados das loterias
cotidiano
Mega-Sena acumula novamente, e prêmio deve ir a R$ 90 milhõesNovamente nenhum apostador acertou as seis dezenas do concurso 1.809 da Mega-Sena, realizado neste sábado (16), em São Paulo. Na quarta-feira (20), o próximo concurso deve pagar em torno de R$ 90 milhões em caso de único acertador. Os números sorteados na noite deste sábado foram: 09 - 12 - 23 - 24 - 46 - 54. A quina (cinco acertos) teve 188 apostas ganhadoras, no valor de R$ 26.361,78 cada uma. Já a quadra (quatro acertos) teve 13.704 ganhadores. Cada um deles receberá R$ 516,63. A aposta mínima, de seis números, é de R$ 3,50 e pode ser feita até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio. Os sorteios da Mega-Sena acontecem, em geral, duas vezes por semana, às quartas e aos sábados. Acompanhe o resultados das loterias
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Ministro do STF garante ingresso de diretores da CUT na Câmara
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello atendeu nesta quarta-feira (8) a um pedido de diretores da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e determinou que a Câmara dos Deputados permita o ingresso dos mesmos na Casa. No pedido ao STF, os quatro diretores dizem que o ingresso na Câmara estava sendo impedido por seguranças do local, o que os impedia de debater com parlamentares o projeto de Lei 4.330, que versa sobre a possibilidade de terceirização em todos os setores de empresas. "Defiro a liminar pleiteada, muito embora presuma que o Presidente da Casa, autoridade apontada como coatora - o deputado federal Eduardo Cunha -, atento ao mandato que lhe foi conferido quer pelos eleitores, quer pelos pares em relação ao cargo, jamais viria a criar embaraços à assistência pacífica, repita-se, dos dirigentes e associados à Central. Expeçam os salvo-condutos pretendidos", diz trecho da decisão.
mercado
Ministro do STF garante ingresso de diretores da CUT na CâmaraO ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello atendeu nesta quarta-feira (8) a um pedido de diretores da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e determinou que a Câmara dos Deputados permita o ingresso dos mesmos na Casa. No pedido ao STF, os quatro diretores dizem que o ingresso na Câmara estava sendo impedido por seguranças do local, o que os impedia de debater com parlamentares o projeto de Lei 4.330, que versa sobre a possibilidade de terceirização em todos os setores de empresas. "Defiro a liminar pleiteada, muito embora presuma que o Presidente da Casa, autoridade apontada como coatora - o deputado federal Eduardo Cunha -, atento ao mandato que lhe foi conferido quer pelos eleitores, quer pelos pares em relação ao cargo, jamais viria a criar embaraços à assistência pacífica, repita-se, dos dirigentes e associados à Central. Expeçam os salvo-condutos pretendidos", diz trecho da decisão.
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Discurso do 'brexit' legitimou racismo no Reino Unido, diz historiadora
Enquanto o Reino Unido e a União Europeia retomam a negociação sobre o "brexit", a saída britânica do bloco europeu, o país assiste a um crescimento de demonstrações de racismo e intolerância semelhantes aos vistos no início do mês em Charlottesville, nos Estados Unidos. O diagnóstico é da historiadora Sarah Hackett, da Universidade Bath Spa, especialista em questões de imigração e xenofobia na Europa. Segundo ela, o recente discurso político em ambos os lados do Atlântico permitiu o racismo e a intolerância entrassem com força na política. "A forma como a imigração foi discutida e utilizada na construção do plebiscito do 'brexit' permitiu que o racismo e a intolerância que há muito borbulhavam sob a superfície emergissem na arena pública sob a forma de pontos de vista e ataques racistas e crimes de ódio", disse, em entrevista à Folha, por e-mail. Hackett realizou uma pesquisa recente sobre a relação entre a decisão britânica de sair da União Europeia e o racismo. Na entrevista, ela explica como o 'brexit' abriu uma 'caixa de pandora' de intolerância no Reino Unido. * Folha - As marchas racistas em Charlottesville, nos EUA, expuseram o crescimento do racismo nos EUA, mas alguns pesquisadores argumentam que há um crescimento intolerante em todo o Ocidente. Como você acha que isso está acontecendo no Reino Unido? Sarah Hackett - Os recentes acontecimentos no Reino Unido têm contribuído de alguma forma para legitimar o racismo e a intolerância. A imigração foi uma questão central no plebiscito de junho de 2016 sobre a saída da UE. Não só a campanha pela saída defendeu que o 'brexit' permitiria o "retomar o controle" da imigração, mas o voto pelo 'brexit' desencadeou níveis sem precedentes de racismo e xenofobia. Esse racismo e intolerância podem, pelo menos em parte, ser explicados por uma percepção negativa no longo prazo de que os imigrantes representam uma ameaça econômica, cultural e social ao status quo. Alguns setores da mídia retratam há muito tempo os migrantes como um fardo para a economia do Reino Unido e como um desafio para a cultura e os valores britânicos. Os políticos também ajudaram a consolidar a ideia de que a imigração deveria ser percebida como uma ameaça e um fardo nos últimos anos. Durante anos, os governos britânicos e os principais partidos políticos alimentaram o sentimento anti-imigração em relação aos principais grupos imigrantes do país dos séculos 20 e 21, incluindo judeus da Europa Oriental, índios ocidentais, sul-asiáticos e europeus orientais. Isso envolveu continuamente os imigrantes como um "problema" que precisa ser "controlado". A forma como a imigração foi discutida e utilizada na construção do plebiscito permitiu que o racismo e a intolerância que há muito borbulhavam sob a superfície emergissem na arena pública sob a forma de pontos de vista e ataques racistas e crimes de ódio. É possível comparar o que aconteceu em Charlottesville com algo que ocorre na Europa atualmente? Sim, definitivamente. Em primeiro lugar, o discurso político em ambos os lados do Atlântico permitiu o racismo e a intolerância entrar na política. Em outras palavras, agora é mais seguro para o racismo e a intolerância saírem das sombras. Na sua forma mais extrema, isso foi visto no terrorismo de extrema-direita como foi testemunhado no assassinato de Jo Cox no Reino Unido, o atentado usando uma van contra uma multidão de muçulmanos em Londres, e o ataque de carro contra manifestantes antifascistas em Charlottesville. Em segundo lugar, agora podemos ver quão divididas e polarizadas são nossas sociedades, especialmente quando se trata de imigração e racismo. Isto foi visto em Charlottesville, mas também no Reino Unido na construção e após o referendo da UE de junho de 2016 e nas eleições presidenciais francesas no início deste ano. A senhora apresentou recentemente uma pesquisa sobre "brexit" e racismo, e você diz que "abriu uma caixa de Pandora" de racismo e intolerância. Como acha que isso aconteceu? O plebiscito sobre a saída da UE legitimou o racismo e a intolerância. Um dos principais elementos do voto pelo 'brexit' foi a percepção de que a Grã-Bretanha está "sitiada" pelos imigrantes. Foi a percepção e a representação da imigração, e não dos fatos, e o medo e ameaça de imigração percebida, e não a própria imigração, que desempenhou um papel em persuadir muitos britânicos a votar para "retomar o controle" de suas fronteiras . Uma segunda dimensão central para 'brexit' é a percepção do islamismo e das minorias muçulmanas. Aproveitando o medo, a suspeita e o mal-estar sobre o islã e os muçulmanos que existem em alguns segmentos da sociedade britânica, a campanha pela saída da UE promoveu a visão de que permanecer no bloco resultaria em níveis mais altos de imigração muçulmana. Não podemos saber até que ponto medos e ansiedades sobre imigrantes e muçulmanos afetaram especificamente o resultado do plesbiscito, mas, na minha opinião, certamente desempenharam um papel. Desde o plesbiscito, os crimes de islamofobia, racismo e ódio contra imigrantes e muçulmanos aumentaram. Embora, de modo algum, os 17 milhões de eleitores de 'brexit' sejam vistos como um grupo homogêneo com inclinações anti-imigrantes ou antimuçulmanas, é claro que o plebiscito desencadeou medos e sentimentos que estão passando por baixo da superfície há algum tempo e, para alguns, intolerância legitimada e racismo. É possível comparar o 'brexit' com a eleição de Trump neste sentido de abertura do espaço ao racismo? Sim. O racismo, a xenofobia e os sentimentos anti-imigrantes sempre estiveram presentes no Reino Unido e nos EUA. No entanto, a eleição de Trump e o voto de 'brexit' criaram um ambiente no qual as pessoas se sentem mais à vontade expressando esses sentimentos. Eles vieram depois de décadas de crescente ansiedade em relação à imigração, mas, no entanto, mudaram a política e a retórica pública em novas direções. Qual acha que é a melhor forma para reagir a essa legitimação do racismo? Precisamos de mais comunicação e coesão social. O perigo real é que as pessoas com diferentes pontos de vista deixam de se envolver uns com os outros e nossas sociedades se tornam mais divididas. Existe um medo real entre alguns segmentos das populações majoritárias no Ocidente que muitas vezes sentem que suas sociedades estão mudando além do reconhecimento e que estão perdendo como resultado disso. Isso ocorre depois de décadas de crescente ansiedade pública em relação à imigração, que muitas vezes foi estimulada por manchetes de mídia alarmistas, campanhas políticas e o que talvez seja um medo natural de "o outro" ou o desconhecido. Como a Europa e os EUA podem ir além desses eventos e iniciar diálogos construtivos e positivos que podem curar divisões e promover a coesão da comunidade, será um dos desafios mais prementes dos próximos anos. A eleição de Trump fortaleceu o debate sobre notícias falsas no mundo, mas o Reino Unido lida com muitos problemas como esse devido à popularidade dos tabloides. Quanto você acha que eles estão relacionados a essa onda de racismo e intolerância? E o que você acha de campanhas como "Stop financiing Hate", que cobra que anunciantes deixem de colocar publicidade nesses tabloides? Os tablóides britânicos são a chave para o racismo e a tolerância que estamos testemunhando no Reino Unido. Os dados oficiais, bem como os conselhos de especialistas, muitas vezes são ignorados em favor das manchetes sensacionalistas e frequentemente desonestas. A imigração tornou-se um tema emotivo, e as manchetes da imprensa se baseiam nos medos, ansiedades e preconceitos das pessoas. Isso é perigoso porque essas manchetes podem realmente contribuir de alguma forma para moldar os pontos de vista e o modo de pensar das pessoas. Eu acho que campanhas como "Stop Financing Hate" são iniciativas bem intencionadas que, no mínimo, podem aumentar a conscientização sobre manchetes enganosas que usam os medos e ansiedades das pessoas para promover uma maior divisão.
mundo
Discurso do 'brexit' legitimou racismo no Reino Unido, diz historiadoraEnquanto o Reino Unido e a União Europeia retomam a negociação sobre o "brexit", a saída britânica do bloco europeu, o país assiste a um crescimento de demonstrações de racismo e intolerância semelhantes aos vistos no início do mês em Charlottesville, nos Estados Unidos. O diagnóstico é da historiadora Sarah Hackett, da Universidade Bath Spa, especialista em questões de imigração e xenofobia na Europa. Segundo ela, o recente discurso político em ambos os lados do Atlântico permitiu o racismo e a intolerância entrassem com força na política. "A forma como a imigração foi discutida e utilizada na construção do plebiscito do 'brexit' permitiu que o racismo e a intolerância que há muito borbulhavam sob a superfície emergissem na arena pública sob a forma de pontos de vista e ataques racistas e crimes de ódio", disse, em entrevista à Folha, por e-mail. Hackett realizou uma pesquisa recente sobre a relação entre a decisão britânica de sair da União Europeia e o racismo. Na entrevista, ela explica como o 'brexit' abriu uma 'caixa de pandora' de intolerância no Reino Unido. * Folha - As marchas racistas em Charlottesville, nos EUA, expuseram o crescimento do racismo nos EUA, mas alguns pesquisadores argumentam que há um crescimento intolerante em todo o Ocidente. Como você acha que isso está acontecendo no Reino Unido? Sarah Hackett - Os recentes acontecimentos no Reino Unido têm contribuído de alguma forma para legitimar o racismo e a intolerância. A imigração foi uma questão central no plebiscito de junho de 2016 sobre a saída da UE. Não só a campanha pela saída defendeu que o 'brexit' permitiria o "retomar o controle" da imigração, mas o voto pelo 'brexit' desencadeou níveis sem precedentes de racismo e xenofobia. Esse racismo e intolerância podem, pelo menos em parte, ser explicados por uma percepção negativa no longo prazo de que os imigrantes representam uma ameaça econômica, cultural e social ao status quo. Alguns setores da mídia retratam há muito tempo os migrantes como um fardo para a economia do Reino Unido e como um desafio para a cultura e os valores britânicos. Os políticos também ajudaram a consolidar a ideia de que a imigração deveria ser percebida como uma ameaça e um fardo nos últimos anos. Durante anos, os governos britânicos e os principais partidos políticos alimentaram o sentimento anti-imigração em relação aos principais grupos imigrantes do país dos séculos 20 e 21, incluindo judeus da Europa Oriental, índios ocidentais, sul-asiáticos e europeus orientais. Isso envolveu continuamente os imigrantes como um "problema" que precisa ser "controlado". A forma como a imigração foi discutida e utilizada na construção do plebiscito permitiu que o racismo e a intolerância que há muito borbulhavam sob a superfície emergissem na arena pública sob a forma de pontos de vista e ataques racistas e crimes de ódio. É possível comparar o que aconteceu em Charlottesville com algo que ocorre na Europa atualmente? Sim, definitivamente. Em primeiro lugar, o discurso político em ambos os lados do Atlântico permitiu o racismo e a intolerância entrar na política. Em outras palavras, agora é mais seguro para o racismo e a intolerância saírem das sombras. Na sua forma mais extrema, isso foi visto no terrorismo de extrema-direita como foi testemunhado no assassinato de Jo Cox no Reino Unido, o atentado usando uma van contra uma multidão de muçulmanos em Londres, e o ataque de carro contra manifestantes antifascistas em Charlottesville. Em segundo lugar, agora podemos ver quão divididas e polarizadas são nossas sociedades, especialmente quando se trata de imigração e racismo. Isto foi visto em Charlottesville, mas também no Reino Unido na construção e após o referendo da UE de junho de 2016 e nas eleições presidenciais francesas no início deste ano. A senhora apresentou recentemente uma pesquisa sobre "brexit" e racismo, e você diz que "abriu uma caixa de Pandora" de racismo e intolerância. Como acha que isso aconteceu? O plebiscito sobre a saída da UE legitimou o racismo e a intolerância. Um dos principais elementos do voto pelo 'brexit' foi a percepção de que a Grã-Bretanha está "sitiada" pelos imigrantes. Foi a percepção e a representação da imigração, e não dos fatos, e o medo e ameaça de imigração percebida, e não a própria imigração, que desempenhou um papel em persuadir muitos britânicos a votar para "retomar o controle" de suas fronteiras . Uma segunda dimensão central para 'brexit' é a percepção do islamismo e das minorias muçulmanas. Aproveitando o medo, a suspeita e o mal-estar sobre o islã e os muçulmanos que existem em alguns segmentos da sociedade britânica, a campanha pela saída da UE promoveu a visão de que permanecer no bloco resultaria em níveis mais altos de imigração muçulmana. Não podemos saber até que ponto medos e ansiedades sobre imigrantes e muçulmanos afetaram especificamente o resultado do plesbiscito, mas, na minha opinião, certamente desempenharam um papel. Desde o plesbiscito, os crimes de islamofobia, racismo e ódio contra imigrantes e muçulmanos aumentaram. Embora, de modo algum, os 17 milhões de eleitores de 'brexit' sejam vistos como um grupo homogêneo com inclinações anti-imigrantes ou antimuçulmanas, é claro que o plebiscito desencadeou medos e sentimentos que estão passando por baixo da superfície há algum tempo e, para alguns, intolerância legitimada e racismo. É possível comparar o 'brexit' com a eleição de Trump neste sentido de abertura do espaço ao racismo? Sim. O racismo, a xenofobia e os sentimentos anti-imigrantes sempre estiveram presentes no Reino Unido e nos EUA. No entanto, a eleição de Trump e o voto de 'brexit' criaram um ambiente no qual as pessoas se sentem mais à vontade expressando esses sentimentos. Eles vieram depois de décadas de crescente ansiedade em relação à imigração, mas, no entanto, mudaram a política e a retórica pública em novas direções. Qual acha que é a melhor forma para reagir a essa legitimação do racismo? Precisamos de mais comunicação e coesão social. O perigo real é que as pessoas com diferentes pontos de vista deixam de se envolver uns com os outros e nossas sociedades se tornam mais divididas. Existe um medo real entre alguns segmentos das populações majoritárias no Ocidente que muitas vezes sentem que suas sociedades estão mudando além do reconhecimento e que estão perdendo como resultado disso. Isso ocorre depois de décadas de crescente ansiedade pública em relação à imigração, que muitas vezes foi estimulada por manchetes de mídia alarmistas, campanhas políticas e o que talvez seja um medo natural de "o outro" ou o desconhecido. Como a Europa e os EUA podem ir além desses eventos e iniciar diálogos construtivos e positivos que podem curar divisões e promover a coesão da comunidade, será um dos desafios mais prementes dos próximos anos. A eleição de Trump fortaleceu o debate sobre notícias falsas no mundo, mas o Reino Unido lida com muitos problemas como esse devido à popularidade dos tabloides. Quanto você acha que eles estão relacionados a essa onda de racismo e intolerância? E o que você acha de campanhas como "Stop financiing Hate", que cobra que anunciantes deixem de colocar publicidade nesses tabloides? Os tablóides britânicos são a chave para o racismo e a tolerância que estamos testemunhando no Reino Unido. Os dados oficiais, bem como os conselhos de especialistas, muitas vezes são ignorados em favor das manchetes sensacionalistas e frequentemente desonestas. A imigração tornou-se um tema emotivo, e as manchetes da imprensa se baseiam nos medos, ansiedades e preconceitos das pessoas. Isso é perigoso porque essas manchetes podem realmente contribuir de alguma forma para moldar os pontos de vista e o modo de pensar das pessoas. Eu acho que campanhas como "Stop Financing Hate" são iniciativas bem intencionadas que, no mínimo, podem aumentar a conscientização sobre manchetes enganosas que usam os medos e ansiedades das pessoas para promover uma maior divisão.
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O desejo dos idosos
Fui convidado pelo Sesc de São Paulo a abrir, com uma palestra, a Campanha de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. Por que precisamos de um esforço para ter consciência da violência que é exercida contra os idosos? No Brasil, tornou-se frequente que as famílias aceitem que um filho ou uma filha menores durmam em casa com seus namorados. A gente racionaliza: melhor em casa do que no carro, ou em outros lugares perigosos. Obviamente, essa tolerância esconde uma vontade de controlar e domesticar o desejo dos adolescentes. Se acontecer em casa, saberemos o que é, certo? Mesmo assim, imaginemos que exista hoje uma aceitação da ideia de que filhos adolescentes têm desejos próprios e, além disso, estão vivendo agora –não estão apenas se preparando para a vida futura. Agora, imagine que um de seus pais ou de seus sogros seja viúvo, separado ou divorciado, digamos, aos 75 anos. Ele tem uma aposentadoria modesta, e, se ele morasse com você, seria bom para ele e para você (ele poderia ajudar com as crianças, que o adoram). O idoso tem seu quarto, sua televisão, seus livros, poupa o aluguel e, "sobretudo", evita a solidão, enquanto você tem a melhor baby-sitter possível. Pergunta: você aceita que seus filhos levem namorados e namoradas para casa, mas, caso seu pai ou sua mãe ou sogro ou sogra, divorciados, separados ou viúvos, morem com você, você topa que eles tragam um "namorado ou namorada" para casa e para cama? Você encara um velho ou uma velha desconhecidos na mesa do café da manhã? O século 20 começou admitindo a existência da sexualidade infantil, continuou reconhecendo (um pouco) a sexualidade feminina e admitindo (um pouco) a variedade das orientações sexuais; mas o desejo sexual do idoso continua obsceno: uma aberração fora de época. O próprio amor entre idosos, para ser aceito, deve nos parecer "fofo". Negar a vida sexual do idoso permite que a indústria farmacêutica e o médico proponham tratamentos que condenam o idoso à impotência, como se esse efeito "secundário" não fosse relevante na velhice. Da mesma forma, os efeitos colaterais da testosterona na menopausa são tolerados pelos sintomas que ela melhora (irritabilidade, calores repentinos etc.), mas é raro que seja considerado o efeito de manter o desejo e a vida sexual da mulher. A atitude diante de alguém de 40 anos seria totalmente diferente: em matéria de desejo, espera-se do idoso a resignação. E, se você acha que o desejo sexual no idoso é uma quimera, considere o seguinte: entre os lugares onde as doenças sexualmente transmissíveis mais crescem, estão os asilos para idosos"¦ Ouço com frequência filhos preocupados com o medo de que o pai ou a mãe idosos caiam nas mãos de parceiros "aproveitadores", que "certamente" esperam herdar algo depois da morte do velho ou da velha. Fico perplexo: por que os amantes no fim da vida seriam aproveitadores? Porque permitem um prazer carnal do qual os filhos se envergonham? E será que os tais amantes seriam menos interesseiros do que os filhos, tão preocupados que os pais acabem com "as reservas"? Nascemos prematuros: para vingar, precisamos ser criados numa família, que é um caldeirão de necessidades, desejos e primeiros afetos fundamentais (prazer, desamparo, gratidão, ódios, frustrações, gratificações). Ser normal, para um humano, significa ter constituído, nessa experiência familiar, um complexo de afetos que moldará o resto de sua vida. Entre esses afetos, seria ingênuo não contabilizar a vontade de vingança. Vocês foram os que me impediram de desejar, de me masturbar, de comprar aquele carrinho vermelho etc., tudo "pelo meu bem", claro. Vocês diziam que eu não podia ainda; agora vou dizer que vocês não podem mais. Como os idosos não morrem tão cedo, a demência e o Alzheimer são providenciais. Os adultos adoram decretar a "incapacidade" de seus velhos. Os filhos sonham com uma curatela dos pais, que é quase sempre abusiva ou desnecessária (apesar da cautela do Judiciário). Cuidado, a violência física e a tentativa de se apoderar dos bens do idoso são apenas a ponta de um iceberg. A verdadeira violência contra o idoso consiste em negar a ele a possibilidade de desejar. É nessa negação que se manifesta o prazer escuso dos filhos quando eles podem regular a vida de quem já regulou a deles.
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O desejo dos idososFui convidado pelo Sesc de São Paulo a abrir, com uma palestra, a Campanha de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. Por que precisamos de um esforço para ter consciência da violência que é exercida contra os idosos? No Brasil, tornou-se frequente que as famílias aceitem que um filho ou uma filha menores durmam em casa com seus namorados. A gente racionaliza: melhor em casa do que no carro, ou em outros lugares perigosos. Obviamente, essa tolerância esconde uma vontade de controlar e domesticar o desejo dos adolescentes. Se acontecer em casa, saberemos o que é, certo? Mesmo assim, imaginemos que exista hoje uma aceitação da ideia de que filhos adolescentes têm desejos próprios e, além disso, estão vivendo agora –não estão apenas se preparando para a vida futura. Agora, imagine que um de seus pais ou de seus sogros seja viúvo, separado ou divorciado, digamos, aos 75 anos. Ele tem uma aposentadoria modesta, e, se ele morasse com você, seria bom para ele e para você (ele poderia ajudar com as crianças, que o adoram). O idoso tem seu quarto, sua televisão, seus livros, poupa o aluguel e, "sobretudo", evita a solidão, enquanto você tem a melhor baby-sitter possível. Pergunta: você aceita que seus filhos levem namorados e namoradas para casa, mas, caso seu pai ou sua mãe ou sogro ou sogra, divorciados, separados ou viúvos, morem com você, você topa que eles tragam um "namorado ou namorada" para casa e para cama? Você encara um velho ou uma velha desconhecidos na mesa do café da manhã? O século 20 começou admitindo a existência da sexualidade infantil, continuou reconhecendo (um pouco) a sexualidade feminina e admitindo (um pouco) a variedade das orientações sexuais; mas o desejo sexual do idoso continua obsceno: uma aberração fora de época. O próprio amor entre idosos, para ser aceito, deve nos parecer "fofo". Negar a vida sexual do idoso permite que a indústria farmacêutica e o médico proponham tratamentos que condenam o idoso à impotência, como se esse efeito "secundário" não fosse relevante na velhice. Da mesma forma, os efeitos colaterais da testosterona na menopausa são tolerados pelos sintomas que ela melhora (irritabilidade, calores repentinos etc.), mas é raro que seja considerado o efeito de manter o desejo e a vida sexual da mulher. A atitude diante de alguém de 40 anos seria totalmente diferente: em matéria de desejo, espera-se do idoso a resignação. E, se você acha que o desejo sexual no idoso é uma quimera, considere o seguinte: entre os lugares onde as doenças sexualmente transmissíveis mais crescem, estão os asilos para idosos"¦ Ouço com frequência filhos preocupados com o medo de que o pai ou a mãe idosos caiam nas mãos de parceiros "aproveitadores", que "certamente" esperam herdar algo depois da morte do velho ou da velha. Fico perplexo: por que os amantes no fim da vida seriam aproveitadores? Porque permitem um prazer carnal do qual os filhos se envergonham? E será que os tais amantes seriam menos interesseiros do que os filhos, tão preocupados que os pais acabem com "as reservas"? Nascemos prematuros: para vingar, precisamos ser criados numa família, que é um caldeirão de necessidades, desejos e primeiros afetos fundamentais (prazer, desamparo, gratidão, ódios, frustrações, gratificações). Ser normal, para um humano, significa ter constituído, nessa experiência familiar, um complexo de afetos que moldará o resto de sua vida. Entre esses afetos, seria ingênuo não contabilizar a vontade de vingança. Vocês foram os que me impediram de desejar, de me masturbar, de comprar aquele carrinho vermelho etc., tudo "pelo meu bem", claro. Vocês diziam que eu não podia ainda; agora vou dizer que vocês não podem mais. Como os idosos não morrem tão cedo, a demência e o Alzheimer são providenciais. Os adultos adoram decretar a "incapacidade" de seus velhos. Os filhos sonham com uma curatela dos pais, que é quase sempre abusiva ou desnecessária (apesar da cautela do Judiciário). Cuidado, a violência física e a tentativa de se apoderar dos bens do idoso são apenas a ponta de um iceberg. A verdadeira violência contra o idoso consiste em negar a ele a possibilidade de desejar. É nessa negação que se manifesta o prazer escuso dos filhos quando eles podem regular a vida de quem já regulou a deles.
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WhatsApp recorre da decisão de juiz sobre bloqueio do aplicativo
O WhatsApp recorreu no final na tarde desta segunda-feira (2) da decisão do juiz Marcel Montalvão, da comarca de Lagarto (SE), sobre o bloqueio do aplicativo. A companhia já se demonstrara desapontada com a determinação judicial. Para o WhatsApp, a decisão pune 100 milhões de usuários no país. "Depois de cooperar com toda a extensão da nossa capacidade com os tribunais brasileiros, estamos desapontados que um juiz de Sergipe decidiu mais uma vez ordenar o bloqueio de WhatsApp no Brasil", afirmou, em comunicado. "Esta decisão pune mais de 100 milhões de brasileiros que dependem do nosso serviço para se comunicar, administrar os seus negócios e muito mais, para nos forçar a entregar informações que afirmamos repetidamente que nós não temos", segue o Whatsapp em nota. Além da companhia, o presidente da Anatel, João Rezende, também afirmou que o bloqueio foi uma "decisão desproporcional porque acaba punindo todos os usuários". Para ele, o "WhatsApp deve cumprir as determinações judiciais dentro das condições técnicas que ele tem. Mas, evidentemente, o bloqueio não é a solução".
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WhatsApp recorre da decisão de juiz sobre bloqueio do aplicativoO WhatsApp recorreu no final na tarde desta segunda-feira (2) da decisão do juiz Marcel Montalvão, da comarca de Lagarto (SE), sobre o bloqueio do aplicativo. A companhia já se demonstrara desapontada com a determinação judicial. Para o WhatsApp, a decisão pune 100 milhões de usuários no país. "Depois de cooperar com toda a extensão da nossa capacidade com os tribunais brasileiros, estamos desapontados que um juiz de Sergipe decidiu mais uma vez ordenar o bloqueio de WhatsApp no Brasil", afirmou, em comunicado. "Esta decisão pune mais de 100 milhões de brasileiros que dependem do nosso serviço para se comunicar, administrar os seus negócios e muito mais, para nos forçar a entregar informações que afirmamos repetidamente que nós não temos", segue o Whatsapp em nota. Além da companhia, o presidente da Anatel, João Rezende, também afirmou que o bloqueio foi uma "decisão desproporcional porque acaba punindo todos os usuários". Para ele, o "WhatsApp deve cumprir as determinações judiciais dentro das condições técnicas que ele tem. Mas, evidentemente, o bloqueio não é a solução".
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7 x 1 na Copa equivaleu ao petrolão, diz leitor sobre artigo de dirigente da CBF
O texto do secretário-geral da CBF ("Paixão e rancor", Tendências/Debates, 17/5) mostra que as "autoridades" esportivas seguem imunizadas contra a realidade. Os estádios seguem vazios, a qualidade técnica dos jogos é baixíssima e a desorganização está na ordem do dia. Basta assistir a um jogo da Champions e um do Campeonato Brasileiro para notar que parecem dois esportes distintos. RICARDO BALISTIERO (São Bernardo do Campo, SP) * Walter Feldman respondeu ao jornalista Juca Kfouri que a CBF planeja inovação com projetos de orçamento base zero, ISO, programas de capacitação, e organização de seminários. Isso é mero gerenciamento básico da rotina, e não "inovação". Há momentos em que a resposta piora mais ainda a situação. LINEU DEMETRIO HABIB (São Paulo, SP) * No artigo "Paixao e Rancor", Walter Feldman faz autoelogios sem esperar o crivo do tempo: do primeiro e do segundo tempo. Quanto às críticas a Juca Kfouri, parece que Feldman não se lembra mais do 7 x 1...que foi o equivalente ao petrolão no futebol. CARLOS JOSÉ BENATI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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7 x 1 na Copa equivaleu ao petrolão, diz leitor sobre artigo de dirigente da CBFO texto do secretário-geral da CBF ("Paixão e rancor", Tendências/Debates, 17/5) mostra que as "autoridades" esportivas seguem imunizadas contra a realidade. Os estádios seguem vazios, a qualidade técnica dos jogos é baixíssima e a desorganização está na ordem do dia. Basta assistir a um jogo da Champions e um do Campeonato Brasileiro para notar que parecem dois esportes distintos. RICARDO BALISTIERO (São Bernardo do Campo, SP) * Walter Feldman respondeu ao jornalista Juca Kfouri que a CBF planeja inovação com projetos de orçamento base zero, ISO, programas de capacitação, e organização de seminários. Isso é mero gerenciamento básico da rotina, e não "inovação". Há momentos em que a resposta piora mais ainda a situação. LINEU DEMETRIO HABIB (São Paulo, SP) * No artigo "Paixao e Rancor", Walter Feldman faz autoelogios sem esperar o crivo do tempo: do primeiro e do segundo tempo. Quanto às críticas a Juca Kfouri, parece que Feldman não se lembra mais do 7 x 1...que foi o equivalente ao petrolão no futebol. CARLOS JOSÉ BENATI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Cálculo para medir poder de compra em um país vai além da taxa de câmbio
O cálculo da Paridade do Poder de Compra (Purchasing Power Parity, em inglês) –quesito no qual o Brasil regrediu em 2014 permite comparações mais coerentes do tamanho das economias e do nível de renda dos países do que as conversões feitas diretamente pela taxa de câmbio. Como o custo dos serviços e de alguns bens no Brasil é menor que nos EUA, a simples comparação da renda per capita em dólar dos dois países não reflete adequadamente a diferença relativa de preços e dos custos de vida entre as nações. Uma mesma quantidade de dólares, por exemplo, é suficiente para pagar por mais bens e serviços no Brasil do que nos EUA. A metodologia de cálculo da PPC tenta eliminar essas distorções e criar uma taxa de conversão que reflita adequadamente o custo de vida de cada país. Medido em PPC, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita brasileiro no ano passado foi de US$ 16.096, o que corresponde a 29,5% do americano (US$ 54.597). Na comparação do PIB per capita dos dois países considerando a simples conversão em dólares do valor do Brasil (R$ 27.229, o equivalente a US$ 11.604), a fatia é 21,3%.
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Cálculo para medir poder de compra em um país vai além da taxa de câmbioO cálculo da Paridade do Poder de Compra (Purchasing Power Parity, em inglês) –quesito no qual o Brasil regrediu em 2014 permite comparações mais coerentes do tamanho das economias e do nível de renda dos países do que as conversões feitas diretamente pela taxa de câmbio. Como o custo dos serviços e de alguns bens no Brasil é menor que nos EUA, a simples comparação da renda per capita em dólar dos dois países não reflete adequadamente a diferença relativa de preços e dos custos de vida entre as nações. Uma mesma quantidade de dólares, por exemplo, é suficiente para pagar por mais bens e serviços no Brasil do que nos EUA. A metodologia de cálculo da PPC tenta eliminar essas distorções e criar uma taxa de conversão que reflita adequadamente o custo de vida de cada país. Medido em PPC, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita brasileiro no ano passado foi de US$ 16.096, o que corresponde a 29,5% do americano (US$ 54.597). Na comparação do PIB per capita dos dois países considerando a simples conversão em dólares do valor do Brasil (R$ 27.229, o equivalente a US$ 11.604), a fatia é 21,3%.
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Justiça do Rio decreta prisão de três acusados por morte embaixador grego
A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a prisão preventiva de três acusados de envolvimento na morte do embaixador grego Kyriakos Amiridis, 59, morto no Brasil em dezembro do ano passado. Tiveram a prisão decretada Françoise de Oliveira, 40, mulher do diplomata, o policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho, 29, e seu primo Eduardo Moreira Tedeshi. Eles responderão por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver, além de fraude processual, no caso dos dois primeiros. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, segundo o tribunal, Françoise articulou o assassinato com Sérgio Gomes, que teve ajuda do primo. Na decisão, o juiz Alexandre Guimarães Gavião Pinto, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, escreveu que há "inquestionável existência do crime" e "indícios suficientes da participação" dos acusados na "estarrecedora dinâmica criminosa, em tese arquitetada com hipotéticos requintes acentuados de vilania". A Folha não conseguiu contatar a defesa dos acusados. DESAPARECIMENTO O embaixador morava em Brasília, mas o casal mantinha um apartamento em Nova Iguaçu, cidade onde vivem os parentes de Françoise. O embaixador estava de férias no Rio até 9 de janeiro, quando deveria voltar ao trabalho na embaixada em Brasília. Ele fora visto pela última vez no dia 26 de dezembro. Foi a própria viúva do embaixador que comunicou o sumiço do marido à Polícia Federal, dois dias depois. De imediato, a PF avaliou que o desaparecimento não tinha relação com a atividade diplomática de Amiridis no Brasil. Por isso, o caso foi encaminhado à Polícia Civil, que tem um setor específico para investigações de desaparecimentos. No dia 29 de dezembro, um corpo foi encontrado dentro de um carro cuja placa era a mesma do veículo que havia sido alugado pelo diplomata. O veículo estava queimado, sob um viaduto, no bairro da Figueira, em Nova Iguaçu. Posteriormente, a polícia confirmou que o corpo era dele. Para a polícia, o soldado da PM Sérgio Gomes Moreira Filho, 29, e Françoise tinham um caso extraconjugal, o que os dois confirmam, e o crime teve motivação passional.
cotidiano
Justiça do Rio decreta prisão de três acusados por morte embaixador gregoA Justiça do Rio de Janeiro autorizou a prisão preventiva de três acusados de envolvimento na morte do embaixador grego Kyriakos Amiridis, 59, morto no Brasil em dezembro do ano passado. Tiveram a prisão decretada Françoise de Oliveira, 40, mulher do diplomata, o policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho, 29, e seu primo Eduardo Moreira Tedeshi. Eles responderão por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver, além de fraude processual, no caso dos dois primeiros. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, segundo o tribunal, Françoise articulou o assassinato com Sérgio Gomes, que teve ajuda do primo. Na decisão, o juiz Alexandre Guimarães Gavião Pinto, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, escreveu que há "inquestionável existência do crime" e "indícios suficientes da participação" dos acusados na "estarrecedora dinâmica criminosa, em tese arquitetada com hipotéticos requintes acentuados de vilania". A Folha não conseguiu contatar a defesa dos acusados. DESAPARECIMENTO O embaixador morava em Brasília, mas o casal mantinha um apartamento em Nova Iguaçu, cidade onde vivem os parentes de Françoise. O embaixador estava de férias no Rio até 9 de janeiro, quando deveria voltar ao trabalho na embaixada em Brasília. Ele fora visto pela última vez no dia 26 de dezembro. Foi a própria viúva do embaixador que comunicou o sumiço do marido à Polícia Federal, dois dias depois. De imediato, a PF avaliou que o desaparecimento não tinha relação com a atividade diplomática de Amiridis no Brasil. Por isso, o caso foi encaminhado à Polícia Civil, que tem um setor específico para investigações de desaparecimentos. No dia 29 de dezembro, um corpo foi encontrado dentro de um carro cuja placa era a mesma do veículo que havia sido alugado pelo diplomata. O veículo estava queimado, sob um viaduto, no bairro da Figueira, em Nova Iguaçu. Posteriormente, a polícia confirmou que o corpo era dele. Para a polícia, o soldado da PM Sérgio Gomes Moreira Filho, 29, e Françoise tinham um caso extraconjugal, o que os dois confirmam, e o crime teve motivação passional.
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Fifa considera homofóbico e pune com multa grito de torcida em tiro de meta
A quinta rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa da Rússia-2018 começa nesta quinta (24) e pelo menos quatro seleções do continente estarão preocupadas quando seus adversários cobrarem tiros de meta. A Folha apurou que fiscais colocados pela Fifa nos estádios durante o torneio têm considerado homofóbico um grito que nasceu no México e se espalhou pela América Latina nos últimos dez anos. Argentina, Chile, Peru e Uruguai já foram multados e advertidos pela entidade pelo grito de "puto" de seus torcedores quando o goleiro rival vai cobrar o tiro de meta. O México, na Concacaf (confederação das Américas do Norte e Central), também já foi punido por essa razão. Nos países de língua espanhola, "puto" é uma maneira pejorativa de se referir a homossexuais. No México, pelo menos desde 2004, quando o arqueiro do time contrário se prepara para repor a bola em jogo, os torcedores iniciam o canto com um longo "eeeeeeeeeeeeh" e finalizam com o "puto" quando o tiro de meta é batido. Nos últimos anos, com clubes do México na Libertadores –e depois de a torcida do país usar a provocação em partidas de sua seleção na Copa–, os brasileiros passaram a fazer o mesmo, trocando o "puto" por "bicha". Em 2014, o Corinthians divulgou um manifesto pedindo a seus torcedores que não usassem o grito pois temia ser punido pela Justiça Desportiva. Naquele ano, porém, o Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo considerou que o grito de "bicha" de corintianos para o ex-goleiro Rogério Ceni, do São Paulo, não era atitude homofóbica. A seleção brasileira, até o momento, não foi punida. Em 2014, na Copa, cogitou-se punir o México pelo canto, mas não houve consenso no comitê que julgava casos de indisciplina –nesse meio-tempo, a seleção mexicana foi eliminada pela Holanda. O Chile foi punido em seus quatro jogos nestas eliminatórias, incluindo o contra o Brasil, no dia 8 de outubro. No total, terá que pagar multa de R$ 264 mil. A Argentina, pelos cantos no jogo contra o Brasil, pagará R$ 75 mil, mesmo valor que pagarão Uruguai e Peru por confrontos contra o Chile, e o México, diante de El Salvador. Nesta quinta, Chile e Argentina jogam em Santiago, na reedição da final da Copa América 2015. Os chilenos querem, com alto-falantes, orientar torcedores a evitar o canto. As demais federações não informaram se pretendem tomar alguma atitude. RACISMO O alvo inicial da Fifa ao colocar fiscais nas partidas era identificar casos de racismo. Até o momento, porém, só houve punição por cantos homofóbicos, segundo documento obtido pela Folha. Os fiscais elaboram relatórios, que são analisados pelo comitê de disciplina da Fifa para as eliminatórias, que decide se haverá punição. O canto nos tiros de meta teve início como provocação de torcedores rivais no México ao goleiro Guillermo Ochoa, que jogou de 2004 a 2011 no América e que hoje defende o espanhol Malága. A torcida do América gritava o apelido do goleiro, "Memo", após longo "eeeeeh". Os rivais trocaram "Memo" por "puto", que passou a ser usado em todos os jogos. * JOGOS COM PUNIÇÕES Chile 2 x 0 Brasil Multa de R$ 75 mil ao Chile Peru 3 x 4 Chile Multa a chilenos (R$ 56,5 mil) e peruanos (de R$ 20 mil) Chile 1 x 1 Colômbia Multa de R$ 75 mil ao Chile Uruguai 3 x 0 Chile Multa a chilenos (R$ 56,5 mil) e uruguaios (de R$ 20 mil) Argentina 1 x 1 Brasil Multa (R$ 75) mil à Argentina México 3 x 0 El Salvador Multa de R$ 75 mil ao México
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Fifa considera homofóbico e pune com multa grito de torcida em tiro de metaA quinta rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa da Rússia-2018 começa nesta quinta (24) e pelo menos quatro seleções do continente estarão preocupadas quando seus adversários cobrarem tiros de meta. A Folha apurou que fiscais colocados pela Fifa nos estádios durante o torneio têm considerado homofóbico um grito que nasceu no México e se espalhou pela América Latina nos últimos dez anos. Argentina, Chile, Peru e Uruguai já foram multados e advertidos pela entidade pelo grito de "puto" de seus torcedores quando o goleiro rival vai cobrar o tiro de meta. O México, na Concacaf (confederação das Américas do Norte e Central), também já foi punido por essa razão. Nos países de língua espanhola, "puto" é uma maneira pejorativa de se referir a homossexuais. No México, pelo menos desde 2004, quando o arqueiro do time contrário se prepara para repor a bola em jogo, os torcedores iniciam o canto com um longo "eeeeeeeeeeeeh" e finalizam com o "puto" quando o tiro de meta é batido. Nos últimos anos, com clubes do México na Libertadores –e depois de a torcida do país usar a provocação em partidas de sua seleção na Copa–, os brasileiros passaram a fazer o mesmo, trocando o "puto" por "bicha". Em 2014, o Corinthians divulgou um manifesto pedindo a seus torcedores que não usassem o grito pois temia ser punido pela Justiça Desportiva. Naquele ano, porém, o Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo considerou que o grito de "bicha" de corintianos para o ex-goleiro Rogério Ceni, do São Paulo, não era atitude homofóbica. A seleção brasileira, até o momento, não foi punida. Em 2014, na Copa, cogitou-se punir o México pelo canto, mas não houve consenso no comitê que julgava casos de indisciplina –nesse meio-tempo, a seleção mexicana foi eliminada pela Holanda. O Chile foi punido em seus quatro jogos nestas eliminatórias, incluindo o contra o Brasil, no dia 8 de outubro. No total, terá que pagar multa de R$ 264 mil. A Argentina, pelos cantos no jogo contra o Brasil, pagará R$ 75 mil, mesmo valor que pagarão Uruguai e Peru por confrontos contra o Chile, e o México, diante de El Salvador. Nesta quinta, Chile e Argentina jogam em Santiago, na reedição da final da Copa América 2015. Os chilenos querem, com alto-falantes, orientar torcedores a evitar o canto. As demais federações não informaram se pretendem tomar alguma atitude. RACISMO O alvo inicial da Fifa ao colocar fiscais nas partidas era identificar casos de racismo. Até o momento, porém, só houve punição por cantos homofóbicos, segundo documento obtido pela Folha. Os fiscais elaboram relatórios, que são analisados pelo comitê de disciplina da Fifa para as eliminatórias, que decide se haverá punição. O canto nos tiros de meta teve início como provocação de torcedores rivais no México ao goleiro Guillermo Ochoa, que jogou de 2004 a 2011 no América e que hoje defende o espanhol Malága. A torcida do América gritava o apelido do goleiro, "Memo", após longo "eeeeeh". Os rivais trocaram "Memo" por "puto", que passou a ser usado em todos os jogos. * JOGOS COM PUNIÇÕES Chile 2 x 0 Brasil Multa de R$ 75 mil ao Chile Peru 3 x 4 Chile Multa a chilenos (R$ 56,5 mil) e peruanos (de R$ 20 mil) Chile 1 x 1 Colômbia Multa de R$ 75 mil ao Chile Uruguai 3 x 0 Chile Multa a chilenos (R$ 56,5 mil) e uruguaios (de R$ 20 mil) Argentina 1 x 1 Brasil Multa (R$ 75) mil à Argentina México 3 x 0 El Salvador Multa de R$ 75 mil ao México
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Rio 2016! Golt do Neymar!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Boa Notícia: acharam o broche da faixa presidencial que tinha sumido! Broche de ouro 18 quilates com 21 brilhantes. Vende o broche pra mulher do Cunha e acaba a crise. Pronto! E a medalha olímpica é horrorosa. Parece bolacha de chope! Rarará! E Brasil X Honduras! E o gol do Neymar? 14 segundos! Virou coelho! O Neymar tem ejaculação precoce. Nem o Bolt faria tão rápido. E estão chamando o gol do Neymar de Gol de Bolt! Então é GOLT! GOLT do Neymar! Rarará! E aquele gol de Honduras parecia a casa da mãe Joana! Eu também queria fazer gol contra Honduras. E o meu vizinho: "Minha avó com ciática e a minha cunhada grávida também querem fazer gol". E, como disse o "Kibe Loco": "Se organizar direitinho, todo mundo faz gol". Rarará! E fazer gol em Honduras é fácil, quero ver acertar a capital: Tegucigalpa. Quando eu era pequeno tinha lição de geografia: Honduras, capital Tegucigalpa! Toda vez que a professora falava Honduras, eu levantava o dedo: Tegucigalpa! Rarará! E o Neymar virou saco de pancada. E o Galvão chorando: "Tão batendo no Neymar! Buá! Buá!". Rarará! Jogar contra Honduras é assim: se perde é vexame e se ganha é covardia. E agora é Brasil X Alemanha! Menos de 7 a 1 pro Brasil eu não comemoro. Menos de 7 a 1 eu nem ligo a TV. Tem que ser 14 a 2! A vingança tem que ser em dobro! E o Isaquias ganhou outra medalha : bronze. Tá aumentando a fábrica de sino! E sabe como se chama a mãe do Isaquias? Dilma! Dilma é a mãe da canoa! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Alias o antipredestinado! Zagueiro hondurenho que levou cartão amarelo por faltas: Jonathan Paz! Alguém falou em paz? Pá, canelada. Alguém falou em paz? Pá, carrinho! Ah, e tem uma nadadora chinesa chamada Xin Xin. Acho que ela fez xinxin na piscina. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Rio 2016! Golt do Neymar!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Boa Notícia: acharam o broche da faixa presidencial que tinha sumido! Broche de ouro 18 quilates com 21 brilhantes. Vende o broche pra mulher do Cunha e acaba a crise. Pronto! E a medalha olímpica é horrorosa. Parece bolacha de chope! Rarará! E Brasil X Honduras! E o gol do Neymar? 14 segundos! Virou coelho! O Neymar tem ejaculação precoce. Nem o Bolt faria tão rápido. E estão chamando o gol do Neymar de Gol de Bolt! Então é GOLT! GOLT do Neymar! Rarará! E aquele gol de Honduras parecia a casa da mãe Joana! Eu também queria fazer gol contra Honduras. E o meu vizinho: "Minha avó com ciática e a minha cunhada grávida também querem fazer gol". E, como disse o "Kibe Loco": "Se organizar direitinho, todo mundo faz gol". Rarará! E fazer gol em Honduras é fácil, quero ver acertar a capital: Tegucigalpa. Quando eu era pequeno tinha lição de geografia: Honduras, capital Tegucigalpa! Toda vez que a professora falava Honduras, eu levantava o dedo: Tegucigalpa! Rarará! E o Neymar virou saco de pancada. E o Galvão chorando: "Tão batendo no Neymar! Buá! Buá!". Rarará! Jogar contra Honduras é assim: se perde é vexame e se ganha é covardia. E agora é Brasil X Alemanha! Menos de 7 a 1 pro Brasil eu não comemoro. Menos de 7 a 1 eu nem ligo a TV. Tem que ser 14 a 2! A vingança tem que ser em dobro! E o Isaquias ganhou outra medalha : bronze. Tá aumentando a fábrica de sino! E sabe como se chama a mãe do Isaquias? Dilma! Dilma é a mãe da canoa! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! Os Predestinados! Alias o antipredestinado! Zagueiro hondurenho que levou cartão amarelo por faltas: Jonathan Paz! Alguém falou em paz? Pá, canelada. Alguém falou em paz? Pá, carrinho! Ah, e tem uma nadadora chinesa chamada Xin Xin. Acho que ela fez xinxin na piscina. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Anvisa aprova novo teste sorológico para diagnóstico do vírus da zika
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta segunda-feira (15) o registro de um novo teste sorológico para diagnóstico do vírus da zika. Esse é o quarto teste relacionado ao zika aprovado pela agência em um intervalo de duas semanas. Também é o terceiro que promete detectar anticorpos do vírus, com possível diagnóstico meses após a infecção. Segundo a Anvisa, o produto, fabricado pela empresa canadense Biocan Diagnostics, permite obter resultados em até 15 a 20 minutos. O resultado ocorre a partir da detecção de anticorpos do vírus da zika em amostras de sangue. O teste utiliza como suporte uma membrana de nitrocelulose em que os anticorpos são capturados. Com o registro, o produto passa a ter autorização para ser comercializado para laboratórios públicos e privados. Em nota, a empresa diz esperar que a aprovação do exame "possa ajudar a situação atual no Brasil, pois agora pacientes podem ser diagnosticados rapidamente em minutos, sob um custo muito razoável". A fabricante, porém, não cita valores. Vírus da zika OUTROS TESTES Os outros dois testes sorológicos já aprovados pela Anvisa foram feitos pela empresa alemã Euroimmun e prometem diagnosticar simultaneamente dengue, zika e chikungunya. Pesquisadores, porém, têm questionado a possibilidade de um resultado falso positivo para pessoas que já tiveram dengue. O diretor da empresa no Brasil, Gustavo Janaudis, no entanto, diz que a diferença no diagnóstico pode ser feita por meio da análise da concentração de cada tipo de vírus. Ele estima que o teste esteja disponível no mercado em até 30 dias. Além dos testes que detectam anticorpos do vírus zika, a agência também aprovou neste mês o registro de um produto para diagnóstico in vitro de infecção por zika, no método PCR (que detecta o genoma do vírus). O pedido foi feito pela empresa Quibasa Química Básica.
cotidiano
Anvisa aprova novo teste sorológico para diagnóstico do vírus da zikaA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta segunda-feira (15) o registro de um novo teste sorológico para diagnóstico do vírus da zika. Esse é o quarto teste relacionado ao zika aprovado pela agência em um intervalo de duas semanas. Também é o terceiro que promete detectar anticorpos do vírus, com possível diagnóstico meses após a infecção. Segundo a Anvisa, o produto, fabricado pela empresa canadense Biocan Diagnostics, permite obter resultados em até 15 a 20 minutos. O resultado ocorre a partir da detecção de anticorpos do vírus da zika em amostras de sangue. O teste utiliza como suporte uma membrana de nitrocelulose em que os anticorpos são capturados. Com o registro, o produto passa a ter autorização para ser comercializado para laboratórios públicos e privados. Em nota, a empresa diz esperar que a aprovação do exame "possa ajudar a situação atual no Brasil, pois agora pacientes podem ser diagnosticados rapidamente em minutos, sob um custo muito razoável". A fabricante, porém, não cita valores. Vírus da zika OUTROS TESTES Os outros dois testes sorológicos já aprovados pela Anvisa foram feitos pela empresa alemã Euroimmun e prometem diagnosticar simultaneamente dengue, zika e chikungunya. Pesquisadores, porém, têm questionado a possibilidade de um resultado falso positivo para pessoas que já tiveram dengue. O diretor da empresa no Brasil, Gustavo Janaudis, no entanto, diz que a diferença no diagnóstico pode ser feita por meio da análise da concentração de cada tipo de vírus. Ele estima que o teste esteja disponível no mercado em até 30 dias. Além dos testes que detectam anticorpos do vírus zika, a agência também aprovou neste mês o registro de um produto para diagnóstico in vitro de infecção por zika, no método PCR (que detecta o genoma do vírus). O pedido foi feito pela empresa Quibasa Química Básica.
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Em longa, João Silva é celebrado por sua música bela e simples
DANADO DE BOM PRODUÇÃO: Brasil, 2016, livre DIREÇÃO: Deby Brennand Veja salas e horários de exibição. O espectador deixa uma sessão do documentário "Danado de Bom" provavelmente surpreso com a capacidade da música brasileira de ser às vezes muito simples e mesmo assim encantadora. João Silva (1935-2013), biografado no filme, foi o parceiro mais precioso de Luiz Gonzaga (1912-1989) e é um dos exemplos mais fortes dessa música brasileira poderosa. O documentário acompanha João numa viagem de volta a Alcoverde, sua cidade natal em Pernambuco, e pelo caminho ele recorda sua vida. Simpático, cativante, João exibia rara mistura de humildade e autoconfiança. Jamais pensou que gravaria discos ou escrevesse canções, mas quando, de modo casual, viu pela primeira vez um LP e um toca-discos, simplesmente resolveu começar a cantar. E a compor. Escreveria mais de 3.000 canções. Fica claro que em momento algum duvidou que seria capaz de fazer isso. Cantou em público, viajou ao Rio, passou a integrar o prestigiado time de cantores da rádio Mayrink Veiga, tudo isso com o jeito tranquilo, sem medo. Assista ao trailer de "Danado de Bom" danado de bom Talvez um pouco de medo tenha tentado dar as caras quando a lendária cantora de forró Marinês (1935-2007) quis apresentá-lo a Gonzaga, num episódio que ele relata no filme. Mas João não se deslumbrou e ele e seu ídolo começaram em poucos minutos uma amizade e parceria que daria a Gonzaga uma fase final e gloriosa em sua vida. Quando João passou a compor para Gonzaga, o rei do baião vivia um momento de baixas vendas. A canção "Danado de Bom" vendeu um milhão de discos, devolvendo letras e melodias alegres ao repertório de Gonzaga. As letras de João Silva, muita vezes escritas na velocidade dos repentistas, são elaboradas, líricas. Embora defenda em um dos momentos do filme que tinha predileção por músicas curtas, essas não tinham nada de simples. Nos depoimentos colhidos para o documentário, entre eles declarações de Elba Ramalho e Gilberto Gil, a admiração por João é escancarada. A diretora Deby Brennand usa com ótimo resultado os recursos dos "lyric videos", jogando na tela versos das canções, o que só destaca a força da poesia de João Silva. Fica evidente que ele era mesmo danado de bom.
ilustrada
Em longa, João Silva é celebrado por sua música bela e simplesDANADO DE BOM PRODUÇÃO: Brasil, 2016, livre DIREÇÃO: Deby Brennand Veja salas e horários de exibição. O espectador deixa uma sessão do documentário "Danado de Bom" provavelmente surpreso com a capacidade da música brasileira de ser às vezes muito simples e mesmo assim encantadora. João Silva (1935-2013), biografado no filme, foi o parceiro mais precioso de Luiz Gonzaga (1912-1989) e é um dos exemplos mais fortes dessa música brasileira poderosa. O documentário acompanha João numa viagem de volta a Alcoverde, sua cidade natal em Pernambuco, e pelo caminho ele recorda sua vida. Simpático, cativante, João exibia rara mistura de humildade e autoconfiança. Jamais pensou que gravaria discos ou escrevesse canções, mas quando, de modo casual, viu pela primeira vez um LP e um toca-discos, simplesmente resolveu começar a cantar. E a compor. Escreveria mais de 3.000 canções. Fica claro que em momento algum duvidou que seria capaz de fazer isso. Cantou em público, viajou ao Rio, passou a integrar o prestigiado time de cantores da rádio Mayrink Veiga, tudo isso com o jeito tranquilo, sem medo. Assista ao trailer de "Danado de Bom" danado de bom Talvez um pouco de medo tenha tentado dar as caras quando a lendária cantora de forró Marinês (1935-2007) quis apresentá-lo a Gonzaga, num episódio que ele relata no filme. Mas João não se deslumbrou e ele e seu ídolo começaram em poucos minutos uma amizade e parceria que daria a Gonzaga uma fase final e gloriosa em sua vida. Quando João passou a compor para Gonzaga, o rei do baião vivia um momento de baixas vendas. A canção "Danado de Bom" vendeu um milhão de discos, devolvendo letras e melodias alegres ao repertório de Gonzaga. As letras de João Silva, muita vezes escritas na velocidade dos repentistas, são elaboradas, líricas. Embora defenda em um dos momentos do filme que tinha predileção por músicas curtas, essas não tinham nada de simples. Nos depoimentos colhidos para o documentário, entre eles declarações de Elba Ramalho e Gilberto Gil, a admiração por João é escancarada. A diretora Deby Brennand usa com ótimo resultado os recursos dos "lyric videos", jogando na tela versos das canções, o que só destaca a força da poesia de João Silva. Fica evidente que ele era mesmo danado de bom.
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BNDES exigirá que empresas emitam debêntures para terem taxas baixas
Na tentativa de aumentar o volume de financiamentos privados a projetos de longo prazo no país, o governo restringirá ainda mais o acesso de grandes empresas a financiamentos do BNDES com base na TJLP (Taxa de juros longo prazo), a taxa mais baixa oferecida pelo banco. Com a implantação das novas regras, anunciadas nesta quinta-feira (9), o percentual do empréstimo que usará a taxa será reduzido, mas as empresas poderão ampliá-lo caso emitam debêntures no mercado. A TJLP hoje está fixada em 6%. "Não pode quase todo o financiamento de longo do país estar sob responsabilidade do BNDES", afirmou o presidente do banco Luciano Coutinho, durante entrevista coletiva em São Paulo. Para o BNDES, o sistema não dificultará a vida das empresas. Pelos cálculos do banco, ele permitirá que as empresas tenham economia de 1% a 2% no custo do financiamento no ano. Além disso, segundo Coutinho, as empresas já estão familiarizadas com a redução nos percentuais oferecidos para emissão de debêntures corporativas e de infraestrutura, feita no ano passado. "É um incentivo embutido na forma de operar do banco. É uma forma de criar mercado", disse. "O BNDES já reduziu muito o percentual elegível [a TJLP], especialmente para a grande empresa com acesso ao mercado. Isso fica em 15%, 30% até 50% do empréstimo total. Agora, se ela quiser acessar mais, ela terá de associar o pedido à emissão de debêntures", afirmou Coutinho. Para que tenha acesso ao aumento do teto de financiamento com TJLP, as empresas não poderão incluir no pedido seu atual estoque de debêntures. Ou seja, somente novas emissões contarão como gatilho para usar o benefício. Mas os recursos captados no mercado não precisarão ser utilizados unicamente no projeto no qual a companhia pede empréstimo ao BNDES, segundo, Julio Raimundo, diretor da área de mercado de capitais do banco. O foco das novas regras é nos financiamentos para grandes empresas. O banco não especificou, contudo, qual o porte mínimo as companhias precisarão ter. As novas regras passarão a valer em 30 dias. A medida ajuda a preservar o caixa do governo, já que reduz a necessidade de aportes do Tesouro no banco para viabilizar novas operações. A expectativa é que o BNDES reduza seu orçamento novamente em 2015. O modelo dos financiamentos, formulado em conjunto com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), tem como foco companhias com capacidade de realizar emissões de pelo menos R$ 50 milhões e que possuam grau de investimento (selo de bom pagador concedido pelas agências de risco). A estimativa da Anbima é que as novas emissões somem de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões nos próximos três anos. Para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, as novas regras estão alinhadas às medidas de austeridade em curso que visam melhorar as contas do governo. "Vivemos um momento de mudanças, no qual estamos não só fazendo o ajuste fiscal, mas preparando as bases para o novo ciclo de crescimento", afirmou. "É essencial criarmos um ambiente em que novas regras sejam conhecidas, criarmos segurança para as pessoas começarem a se posicionar". SEGURO O BNDES anunciou ainda a criação de uma nova linha financiamento destinada a cobrir a eventual inadimplência de empresas com os debenturistas. O instrumento funcionará como uma espécie de seguro. Caso a empresa que emitiu os títulos tenha problemas financeiros e não possa arcar com o pagamento dos juros das dívidas nos dois primeiros anos, o BNDES honrará o compromisso. A companhia passa a ser então devedora do banco de desenvolvimento. "É algo particularmente relevante para projetos greenfield [novos]. Se no meio do caminho houver necessidade de adaptação e reestruturação, o debenturista passa a ter garantia, facilitando para o emissor o processo de rolagem", afirmou Coutinho.
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BNDES exigirá que empresas emitam debêntures para terem taxas baixasNa tentativa de aumentar o volume de financiamentos privados a projetos de longo prazo no país, o governo restringirá ainda mais o acesso de grandes empresas a financiamentos do BNDES com base na TJLP (Taxa de juros longo prazo), a taxa mais baixa oferecida pelo banco. Com a implantação das novas regras, anunciadas nesta quinta-feira (9), o percentual do empréstimo que usará a taxa será reduzido, mas as empresas poderão ampliá-lo caso emitam debêntures no mercado. A TJLP hoje está fixada em 6%. "Não pode quase todo o financiamento de longo do país estar sob responsabilidade do BNDES", afirmou o presidente do banco Luciano Coutinho, durante entrevista coletiva em São Paulo. Para o BNDES, o sistema não dificultará a vida das empresas. Pelos cálculos do banco, ele permitirá que as empresas tenham economia de 1% a 2% no custo do financiamento no ano. Além disso, segundo Coutinho, as empresas já estão familiarizadas com a redução nos percentuais oferecidos para emissão de debêntures corporativas e de infraestrutura, feita no ano passado. "É um incentivo embutido na forma de operar do banco. É uma forma de criar mercado", disse. "O BNDES já reduziu muito o percentual elegível [a TJLP], especialmente para a grande empresa com acesso ao mercado. Isso fica em 15%, 30% até 50% do empréstimo total. Agora, se ela quiser acessar mais, ela terá de associar o pedido à emissão de debêntures", afirmou Coutinho. Para que tenha acesso ao aumento do teto de financiamento com TJLP, as empresas não poderão incluir no pedido seu atual estoque de debêntures. Ou seja, somente novas emissões contarão como gatilho para usar o benefício. Mas os recursos captados no mercado não precisarão ser utilizados unicamente no projeto no qual a companhia pede empréstimo ao BNDES, segundo, Julio Raimundo, diretor da área de mercado de capitais do banco. O foco das novas regras é nos financiamentos para grandes empresas. O banco não especificou, contudo, qual o porte mínimo as companhias precisarão ter. As novas regras passarão a valer em 30 dias. A medida ajuda a preservar o caixa do governo, já que reduz a necessidade de aportes do Tesouro no banco para viabilizar novas operações. A expectativa é que o BNDES reduza seu orçamento novamente em 2015. O modelo dos financiamentos, formulado em conjunto com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), tem como foco companhias com capacidade de realizar emissões de pelo menos R$ 50 milhões e que possuam grau de investimento (selo de bom pagador concedido pelas agências de risco). A estimativa da Anbima é que as novas emissões somem de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões nos próximos três anos. Para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, as novas regras estão alinhadas às medidas de austeridade em curso que visam melhorar as contas do governo. "Vivemos um momento de mudanças, no qual estamos não só fazendo o ajuste fiscal, mas preparando as bases para o novo ciclo de crescimento", afirmou. "É essencial criarmos um ambiente em que novas regras sejam conhecidas, criarmos segurança para as pessoas começarem a se posicionar". SEGURO O BNDES anunciou ainda a criação de uma nova linha financiamento destinada a cobrir a eventual inadimplência de empresas com os debenturistas. O instrumento funcionará como uma espécie de seguro. Caso a empresa que emitiu os títulos tenha problemas financeiros e não possa arcar com o pagamento dos juros das dívidas nos dois primeiros anos, o BNDES honrará o compromisso. A companhia passa a ser então devedora do banco de desenvolvimento. "É algo particularmente relevante para projetos greenfield [novos]. Se no meio do caminho houver necessidade de adaptação e reestruturação, o debenturista passa a ter garantia, facilitando para o emissor o processo de rolagem", afirmou Coutinho.
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Militares israelenses descartam a possibilidade de confronto se espalhar
Em 2013, quando um ataque americano à Síria parecia inevitável, o Exército israelense acompanhou a situação do outro lado da fronteira, nas colinas de Golã. Generais temiam a escalada do conflito, em que a facção libanesa Hizbullah poderia revidar em Israel, lançando uma barragem de mísseis. O bombardeio tardou quatro anos, até esta sexta-feira (7). Mas militares israelenses descartam, desta vez, a possibilidade de que o confronto se esparrame na região. "O que aconteceu na Síria foi bastante localizado", diz à Folha o general de brigada aposentado Nitzan Nuriel, que foi responsável pela frente de batalha libanesa na guerra de 2006 e adido na embaixada em Washington. "A Síria fez uma coisa inaceitável ao usar armas químicas. Os EUA bombardearam apenas um aeroporto, poucas aeronaves. Não foi uma resposta grande o bastante para levar à guerra." Nuriel diz que, ao atacar a Síria, Trump quis reforçar a mensagem de que as regras do jogo mudaram com a sua posse, em janeiro deste ano. Foi um alerta ao Irã e à Coreia do Norte de que os testes de seus programas militares não serão tolerados. "Precisamos olhar para o contexto mais amplo", diz. "Depois de diversos eventos em que a o governo americano precisava ter feito algo e não fez, decidiram agir." Restam poucas opções a Assad, segundo o general de brigada. Uma delas seria revidar em Israel, como o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein fez em 1991, lançando mísseis contra o aliado dos EUA no Oriente Médio. "Mas não acho que ele seria tão estúpido", diz Nuriel. A outra opção seria financiar grupos terroristas para, no médio prazo, atacarem alvos americanos. "Não será amanhã, mas vamos ver ataques ligados à Síria", diz. O major-general aposentado Yaakov Amidror, que assessorou o premiê Binyamin Netanyahu em questões de defesa nacional, concorda que o regime sírio não vai agir imediatamente. À Folha ele diz que Assad "não tem a capacidade para fazer nada". "Sua sobrevivência depende das ações dos russos, dos iranianos e do Hizbullah." Assim como Nuriel, ele elogia a ação de Trump e diz que, com o bombardeio americano, os atores regionais "precisarão reavaliar os EUA como um fator". "Ao contrário da administração anterior, esta não vai ficar sentada quieta enquanto alguém comete atos terríveis." TEERÃ O ataque americano foi também bem recebido entre líderes políticos israelenses. O premiê Binyamin Netanyahu afirmou que Israel apoia a decisão de bombardear a base aérea no oeste sírio. "Tanto em palavra quanto em ação, o presidente Trump enviou uma forte e clara mensagem de que o uso de armas químicas não será tolerado", afirmou Netanyahu. "Israel espera que essa mensagem de determinação ressoe não apenas em Damasco, mas também em Teerã, em Pyongyang e em qualquer outro lugar", disse. Israel se mantém às margens do conflito sírio, mas realizou seus próprios ataques aéreos em ocasiões pontuais, como a movimentação do arsenal do Hizbullah nas regiões fronteiriças. Netanyahu foi avisado pelos EUA a respeito do bombardeio desta sexta-feira. Não está claro se Israel colaborou transferindo informações de inteligência. O ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, disse que o ataque foi uma "importante mensagem moral".
mundo
Militares israelenses descartam a possibilidade de confronto se espalharEm 2013, quando um ataque americano à Síria parecia inevitável, o Exército israelense acompanhou a situação do outro lado da fronteira, nas colinas de Golã. Generais temiam a escalada do conflito, em que a facção libanesa Hizbullah poderia revidar em Israel, lançando uma barragem de mísseis. O bombardeio tardou quatro anos, até esta sexta-feira (7). Mas militares israelenses descartam, desta vez, a possibilidade de que o confronto se esparrame na região. "O que aconteceu na Síria foi bastante localizado", diz à Folha o general de brigada aposentado Nitzan Nuriel, que foi responsável pela frente de batalha libanesa na guerra de 2006 e adido na embaixada em Washington. "A Síria fez uma coisa inaceitável ao usar armas químicas. Os EUA bombardearam apenas um aeroporto, poucas aeronaves. Não foi uma resposta grande o bastante para levar à guerra." Nuriel diz que, ao atacar a Síria, Trump quis reforçar a mensagem de que as regras do jogo mudaram com a sua posse, em janeiro deste ano. Foi um alerta ao Irã e à Coreia do Norte de que os testes de seus programas militares não serão tolerados. "Precisamos olhar para o contexto mais amplo", diz. "Depois de diversos eventos em que a o governo americano precisava ter feito algo e não fez, decidiram agir." Restam poucas opções a Assad, segundo o general de brigada. Uma delas seria revidar em Israel, como o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein fez em 1991, lançando mísseis contra o aliado dos EUA no Oriente Médio. "Mas não acho que ele seria tão estúpido", diz Nuriel. A outra opção seria financiar grupos terroristas para, no médio prazo, atacarem alvos americanos. "Não será amanhã, mas vamos ver ataques ligados à Síria", diz. O major-general aposentado Yaakov Amidror, que assessorou o premiê Binyamin Netanyahu em questões de defesa nacional, concorda que o regime sírio não vai agir imediatamente. À Folha ele diz que Assad "não tem a capacidade para fazer nada". "Sua sobrevivência depende das ações dos russos, dos iranianos e do Hizbullah." Assim como Nuriel, ele elogia a ação de Trump e diz que, com o bombardeio americano, os atores regionais "precisarão reavaliar os EUA como um fator". "Ao contrário da administração anterior, esta não vai ficar sentada quieta enquanto alguém comete atos terríveis." TEERÃ O ataque americano foi também bem recebido entre líderes políticos israelenses. O premiê Binyamin Netanyahu afirmou que Israel apoia a decisão de bombardear a base aérea no oeste sírio. "Tanto em palavra quanto em ação, o presidente Trump enviou uma forte e clara mensagem de que o uso de armas químicas não será tolerado", afirmou Netanyahu. "Israel espera que essa mensagem de determinação ressoe não apenas em Damasco, mas também em Teerã, em Pyongyang e em qualquer outro lugar", disse. Israel se mantém às margens do conflito sírio, mas realizou seus próprios ataques aéreos em ocasiões pontuais, como a movimentação do arsenal do Hizbullah nas regiões fronteiriças. Netanyahu foi avisado pelos EUA a respeito do bombardeio desta sexta-feira. Não está claro se Israel colaborou transferindo informações de inteligência. O ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, disse que o ataque foi uma "importante mensagem moral".
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Leitor questiona se indicado por Dilma ao STF terá isenção para julgar
Lendo a coluna "Fachin, família e propriedade" ("Poder", 1º/5), de Reinaldo Azevedo, me vem à mente a pergunta: Não existe neste país um só juiz que seja isento de influências externas para ser ministro do STF? Uma pessoa indicada pelo PT (Dilma), pela CUT, pelo MST e por Álvaro Dias (senador) terá isenção para julgar quando interesses dessas forças se envolverem em embates jurídicos na Suprema Corte? Acredito que não. Os juízes de todo o país deveriam sair às ruas, não para greve, mas para pedir mudanças na forma de composição das cortes superiores da Justiça. O Poder Judiciário não pode perder credibilidade, como já aconteceu com o Executivo e o Legislativo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor questiona se indicado por Dilma ao STF terá isenção para julgarLendo a coluna "Fachin, família e propriedade" ("Poder", 1º/5), de Reinaldo Azevedo, me vem à mente a pergunta: Não existe neste país um só juiz que seja isento de influências externas para ser ministro do STF? Uma pessoa indicada pelo PT (Dilma), pela CUT, pelo MST e por Álvaro Dias (senador) terá isenção para julgar quando interesses dessas forças se envolverem em embates jurídicos na Suprema Corte? Acredito que não. Os juízes de todo o país deveriam sair às ruas, não para greve, mas para pedir mudanças na forma de composição das cortes superiores da Justiça. O Poder Judiciário não pode perder credibilidade, como já aconteceu com o Executivo e o Legislativo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Marginal Tietê é liberada por caminhoneiros em 2º dia de protestos
Pelo segundo dia seguido, caminhoneiros bloquearam faixas da marginal Tietê, em São Paulo. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), entre 13h e 14h (de Brasília) os manifestantes bloquearam duas faixas da pista local, no sentido rodovia Castelo Branco. O órgão informou que não houve trânsito no local, mas lentidão próximo aos caminhões, que andavam lentamente pelas vias. O comboio se deslocou pela rodovia dos Bandeirantes e, às 14h30 (de Brasília), seguia para o Rodoanel ocupando duas faixas da estrada paulista. Locais bloqueados por caminhoneiros A greve dos caminhoneiros tem no segundo dia nesta terça-feira (10) manifestações e bloqueios em rodovias de ao menos oito Estados. Eles permitem o tráfego apenas de carros, ônibus e ambulância, de acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal). PROTESTOS A categoria iniciou a greve nesta segunda (9) após não entrarem em acordo com o governo federal em relação às suas reivindicações. A adesão atingiu ao menos 14 Estados do país, no primeiro dia. Um dos líderes da CNT (Comando Nacional dos Transportes), movimento que lidera protestos pelo país, Ivar Schmidt, considerou positivo o resultado do primeiro dia. Ele espera que o movimento ganhe mais adesões a partir desta terça (10), mas diz que sua continuação depende do apoio da população em sua pauta principal, que é a retirada da presidente Dilma Rousseff do governo. Entre as reivindicações secundárias, estão os pedidos de redução do preço do óleo diesel, a criação do frete mínimo (este o governo reconhece que não conseguiu atender), salário unificado em todo o país e a liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos. O grupo também quer ajuda federal para refinanciamento de dívidas de compra de seus veículos. POSIÇÃO DO GOVERNO O Planalto alega que atendeu a maior parte das reivindicações da categoria que, em abril, fez sua última paralisação do ano. O número de protestos não foi considerado "preocupante", mas a ordem é "não menosprezar" a mobilização. Oficialmente, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Comunicação Social), integrantes do gabinete de crise montado pelo Planalto para acompanhar a greve, foram para o embate com os manifestantes. Segundo Cardozo, o governo vai determinar a aplicação de multa no valor de R$ 1.915 aos caminhoneiros que estão obstruindo as vias, medida que já está prevista em lei. "Não há uma pauta de reivindicações. Não temos uma possibilidade de negociar em cima de questões que não são apresentadas. É uma pauta política, e lamentamos que seja assim", disse o ministro.
mercado
Marginal Tietê é liberada por caminhoneiros em 2º dia de protestosPelo segundo dia seguido, caminhoneiros bloquearam faixas da marginal Tietê, em São Paulo. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), entre 13h e 14h (de Brasília) os manifestantes bloquearam duas faixas da pista local, no sentido rodovia Castelo Branco. O órgão informou que não houve trânsito no local, mas lentidão próximo aos caminhões, que andavam lentamente pelas vias. O comboio se deslocou pela rodovia dos Bandeirantes e, às 14h30 (de Brasília), seguia para o Rodoanel ocupando duas faixas da estrada paulista. Locais bloqueados por caminhoneiros A greve dos caminhoneiros tem no segundo dia nesta terça-feira (10) manifestações e bloqueios em rodovias de ao menos oito Estados. Eles permitem o tráfego apenas de carros, ônibus e ambulância, de acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal). PROTESTOS A categoria iniciou a greve nesta segunda (9) após não entrarem em acordo com o governo federal em relação às suas reivindicações. A adesão atingiu ao menos 14 Estados do país, no primeiro dia. Um dos líderes da CNT (Comando Nacional dos Transportes), movimento que lidera protestos pelo país, Ivar Schmidt, considerou positivo o resultado do primeiro dia. Ele espera que o movimento ganhe mais adesões a partir desta terça (10), mas diz que sua continuação depende do apoio da população em sua pauta principal, que é a retirada da presidente Dilma Rousseff do governo. Entre as reivindicações secundárias, estão os pedidos de redução do preço do óleo diesel, a criação do frete mínimo (este o governo reconhece que não conseguiu atender), salário unificado em todo o país e a liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos. O grupo também quer ajuda federal para refinanciamento de dívidas de compra de seus veículos. POSIÇÃO DO GOVERNO O Planalto alega que atendeu a maior parte das reivindicações da categoria que, em abril, fez sua última paralisação do ano. O número de protestos não foi considerado "preocupante", mas a ordem é "não menosprezar" a mobilização. Oficialmente, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Comunicação Social), integrantes do gabinete de crise montado pelo Planalto para acompanhar a greve, foram para o embate com os manifestantes. Segundo Cardozo, o governo vai determinar a aplicação de multa no valor de R$ 1.915 aos caminhoneiros que estão obstruindo as vias, medida que já está prevista em lei. "Não há uma pauta de reivindicações. Não temos uma possibilidade de negociar em cima de questões que não são apresentadas. É uma pauta política, e lamentamos que seja assim", disse o ministro.
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Todos pela educação, e quem pela saúde?
Até 2022, quando o Brasil completará 200 anos de Independência, não haverá mais déficit de leitos nos hospitais do país, toda instituição será obrigada a aplicar a política nacional de humanização e pelo menos 15% do PIB deverão ser investidos na área da saúde. Metas fictícias, obviamente, se analisarmos o preocupante estado da saúde pública brasileira, mas que podem começar a sair do mundo da imaginação caso a sociedade realmente se interesse em mudar este panorama. Foi justamente com esse tipo de discurso arrojado e objetivos muito bem delineados que o Movimento Todos Pela Educação emergiu nove anos atrás, cercado por desconfiança de todos os lados, para em seguida colocar em prática ações que, aos poucos, vão se tornando referência Brasil afora no campo educacional. Para isso, reuniu algumas das principais personalidades da área da educação, empresários, gestores públicos, alunos e líderes setoriais que se comprometeram a apoiar amplamente essa causa, por meio de ações específicas e relatórios periódicos para verificar se elas estão dando o resultado desejado. Tida por 77% dos brasileiros como o maior problema do país, segundo o Ibope, a área da saúde infelizmente não tem conseguido se engajar em movimentos dessa amplitude, capazes de trazer avanços significativos em larga escala. As grandes propostas, invariavelmente, partem de organizações internacionais que nos obrigam a tomar medidas apressadas, sem o devido preparo, apenas para dar uma resposta ao resto do mundo de que estamos nos alinhando às exigências estrangeiras. Temos visto esse enredo se repetir reiteradas vezes, sem que sejam providenciadas mudanças reais no desolador cenário de sucateamento da saúde pública, cujos efeitos provocam uma reação em cadeia com as mesmas vítimas de sempre: o profissional da saúde, geralmente mal capacitado para atender a população de maneira eficiente e humanizada, e o paciente, a cada dia mais relegado a um mero número nas frias estatísticas. Algumas iniciativas embrionárias, no entanto, começam a surgir para melhorar este panorama, na tentativa de devolver à sociedade civil o protagonismo das ações nessa área. A mais recente –e promissora– delas tem se dado no combate ao câncer, capitaneada pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale). Ao lado de outras 50 instituições, a Abrale formulou a Declaração para Melhoria da Atenção ao Câncer no Brasil, já entregue ao Ministério da Saúde, e indicou o caminho para enfrentar as doenças oncológicas no Brasil, dando origem ao movimento "Todos Juntos Contra o Câncer". Agora, se quisermos de fato tirar a saúde brasileira da UTI, é necessário ampliar o foco e pensar num movimento mais amplo e ambicioso. Precisamos desde já reunir os gestores públicos, empresários, associações, entidades de classe e a sociedade em geral para encorajar o debate em torno do "Todos Pela Saúde", sob pena de seguirmos sempre na rabeira do mundo e confabulando sobre metas que seguirão existindo tão somente no mundo da ficção. REGINA VIDIGAL GUARITA é empreendedora social, diretora-presidente da Associação Arte Despertar e conselheira do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer
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Todos pela educação, e quem pela saúde?Até 2022, quando o Brasil completará 200 anos de Independência, não haverá mais déficit de leitos nos hospitais do país, toda instituição será obrigada a aplicar a política nacional de humanização e pelo menos 15% do PIB deverão ser investidos na área da saúde. Metas fictícias, obviamente, se analisarmos o preocupante estado da saúde pública brasileira, mas que podem começar a sair do mundo da imaginação caso a sociedade realmente se interesse em mudar este panorama. Foi justamente com esse tipo de discurso arrojado e objetivos muito bem delineados que o Movimento Todos Pela Educação emergiu nove anos atrás, cercado por desconfiança de todos os lados, para em seguida colocar em prática ações que, aos poucos, vão se tornando referência Brasil afora no campo educacional. Para isso, reuniu algumas das principais personalidades da área da educação, empresários, gestores públicos, alunos e líderes setoriais que se comprometeram a apoiar amplamente essa causa, por meio de ações específicas e relatórios periódicos para verificar se elas estão dando o resultado desejado. Tida por 77% dos brasileiros como o maior problema do país, segundo o Ibope, a área da saúde infelizmente não tem conseguido se engajar em movimentos dessa amplitude, capazes de trazer avanços significativos em larga escala. As grandes propostas, invariavelmente, partem de organizações internacionais que nos obrigam a tomar medidas apressadas, sem o devido preparo, apenas para dar uma resposta ao resto do mundo de que estamos nos alinhando às exigências estrangeiras. Temos visto esse enredo se repetir reiteradas vezes, sem que sejam providenciadas mudanças reais no desolador cenário de sucateamento da saúde pública, cujos efeitos provocam uma reação em cadeia com as mesmas vítimas de sempre: o profissional da saúde, geralmente mal capacitado para atender a população de maneira eficiente e humanizada, e o paciente, a cada dia mais relegado a um mero número nas frias estatísticas. Algumas iniciativas embrionárias, no entanto, começam a surgir para melhorar este panorama, na tentativa de devolver à sociedade civil o protagonismo das ações nessa área. A mais recente –e promissora– delas tem se dado no combate ao câncer, capitaneada pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale). Ao lado de outras 50 instituições, a Abrale formulou a Declaração para Melhoria da Atenção ao Câncer no Brasil, já entregue ao Ministério da Saúde, e indicou o caminho para enfrentar as doenças oncológicas no Brasil, dando origem ao movimento "Todos Juntos Contra o Câncer". Agora, se quisermos de fato tirar a saúde brasileira da UTI, é necessário ampliar o foco e pensar num movimento mais amplo e ambicioso. Precisamos desde já reunir os gestores públicos, empresários, associações, entidades de classe e a sociedade em geral para encorajar o debate em torno do "Todos Pela Saúde", sob pena de seguirmos sempre na rabeira do mundo e confabulando sobre metas que seguirão existindo tão somente no mundo da ficção. REGINA VIDIGAL GUARITA é empreendedora social, diretora-presidente da Associação Arte Despertar e conselheira do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer
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O Oscar de 25 anos atrás não foi tão diferente do Oscar da noite que passou
Quando Billy Crystal, apresentador da cerimônia, foi levado ao palco em cadeira de rodas, usando camisa de força e máscara ao estilo de Hannibal Lecter em "O Silêncio dos Inocentes", os espectadores notaram que o Oscar e 1992 não seria normal. "Éramos atirados de uma experiência surreal para outra", recordou Jodie Foster, a estrela de "O Silêncio dos Inocentes", que recebeu o Oscar de melhor atriz naquele ano. As circunstâncias da premiação de 25 anos atrás não foram tão diferentes da cerimônia deste domingo. A política presidencial serviu de pano de fundo (em 1992, Bill Clinton e Jerry Brown, que Billy Crystal comparou brincando às rebeldes cinematográficas daquele ano, Thelma e Louise, estavam tentando impedir a reeleição do presidente George Bush). Os maiores problemas sociais da época (homofobia e sexismo) ganharam destaque no pódio, e cineastas negros estavam ganhando presença. Mas, em 92, quatro dos cinco trabalhos indicados a melhor filme tinham estado entre os 20 maiores sucessos de bilheteria americana do ano; neste ano, esse é o caso de apenas dois dos nove filmes candidatos ("Estrelas Além do Tempo" e "La La Land"). "Naquela época, as pessoas ainda acreditavam que a receita para fazer um filme popular era fazer um filme de alta qualidade", disse Foster. "Do jeito como a economia moldou o cinema nos últimos 25 anos, os filmes se dividiram entre grandes produções comerciais emburrecidas que visam atrair o maior público possível e filmes que são substanciais e são relegados a uma esfera diferente." Perguntei a participantes sobre os momentos mais memoráveis da premiação: A ABERTURA Uma resenha do "New York Times" descreveu a cerimônia de 1992 como "incomumente animada", e a animação começou com as primeiras cenas que os roteiristas previram para o apresentador. "Foi uma grande entrada para Anthony Hopkins no filme, então sabíamos que funcionaria com Billy", disse recentemente um dos roteiristas da cerimônia televisionada, Bruce Vilanch. "Foi meio que irresistível." FLEXÕES O clima bizarro veio desde o início, quando o Oscar de melhor ator coadjuvante foi dado a Jack Palance, que contracenou com Billy Crystal no western cômico "Amigos, Sempre Amigos". Como disse o "New York Times", Palance fez um discurso de aceitação "alegre e irreproduzível". "Mas Jack era assim mesmo, um sujeito genuinamente estranho e assustador", disse Vilanch. Então, para exibir sua virilidade, o ator de 73 anos foi para o chão e fez flexões de braço com um braço só. Na sala dos roteiristas, nos bastidores, "olhamos uns para os outros e dissemos 'isto é demais, é hilário'. Foi o começo de uma sequência de falas divertidas e improvisadas de Crystal que se estendeu noite adentro. MÃE E FILHA O Oscar de atriz coadjuvante ficou com Mercedes Ruehl por "O Pescador de Ilusões", mas foi uma de suas rivais na disputa, Diane Ladd, que fez história no Oscar. Ladd foi a primeira mãe a ser indicada com sua filha (Laura Dern) pelo mesmo filme, o drama sulino "As Noites de Rose". Elas também entregaram a estatueta de melhores efeitos visuais a "O Exterminador do Futuro 2". "Quando estava sobre aquele palco, olhei para meus pares e então para Laura, foi uma grande honra", disse Diane Ladd. "Tive que fazer muita força para não chorar." SURPRESA ESPACIAL Houve mais momentos de emoção quando George Lucas recebeu o Prêmio Memorial Irving G. Thalberg de seu velho amigo Steven Spielberg e da tripulação do ônibus espacial Atlantis, com um Oscar flutuante. Outra ligação por satélite permitiu ao aclamado cineasta indiano Satyajit Ray recebeu seu Oscar honorário em seu leito de hospital em Calcutá, onde morreria 24 dias depois, aos 70 anos. "Gila Cates, que produziu aquela cerimônia, adorava tecnologia", comentou Vilanch. PROTESTO PRÓ-GAY Muitas cerimônias do Oscar vêm acompanhadas de alguma polêmica, e a de 1992 teve sua devida cota. Defensores dos direitos dos gays fizeram piquetes para protestar contra personagens maus em "Silêncio dos Inocentes", "J.F.K." e "Instinto Selvagem", que acabara de sair, estrelado por Sharon Stone, uma das apresentadoras da cerimônia. "Foi uma boa discussão, mas muito estressante", disse Jody Foster. Os manifestantes puderam se consolar com o fato de que Howard Ashman –morto um ano antes, aos 40– se tornara a primeira pessoa morta em decorrência da Aids a ganhar um Oscar, pela melhor canção original por "A Bela e a Fera". Seu companheiro de anos, Bill Lauch, recebeu a estatueta em seu lugar. DISPUTA ANIMADA "A Bela e a Fera", sucesso enorme da Disney, causou espécie por ser o primeiro filme de animação a ser indicado a melhor filme, algo que não foi bem visto por puristas. "Depois disso criaram a categoria de melhor longa de animação", disse Vilanch (a façanha só seria repetida por "Up" e "Toy Story 3"). VITÓRIA DO 'SILÊNCIO' O maior vencedor da noite acabou sendo "O Silêncio dos Inocentes", que se tornou apenas o terceiro filme na história, depois de "Aconteceu Naquela Noite" e "Um Estranho no Ninho", a levar para casa os cinco prêmios mais importantes: melhor filme, direção, ator, atriz e roteiro adaptado (de Ted Tally, baseado no romance de Thomas Harris). "Três anos antes eu tinha ganho o Oscar de melhor atriz por 'Os Acusados', e eu fui a única pessoa indicada por aquele filme, então estava sozinha", comentou Foster. "Mas no caso de 'Silêncio dos Inocentes', foi extraordinário. Ganhamos um prêmio atrás do outro e depois nos reunimos todos no backstage. Lembro que todo o mundo estava com calor, transpirando, e todos nos abraçamos." P.S. Aquele não foi o único final feliz. Cinco meses mais tarde, Billy Crystal, Bruce Vilanch e seus colegas roteiristas Hal Kanter, Buz Kohan, Robert Wuhl e David Steinberg foram premiados no Emmy pela cerimônia. "Ganhamos porque jogamos o roteiro fora e o reescrevemos na hora", disse Vilanch. "Isso é Hollywood." Tradução CLARA ALLAIN
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O Oscar de 25 anos atrás não foi tão diferente do Oscar da noite que passouQuando Billy Crystal, apresentador da cerimônia, foi levado ao palco em cadeira de rodas, usando camisa de força e máscara ao estilo de Hannibal Lecter em "O Silêncio dos Inocentes", os espectadores notaram que o Oscar e 1992 não seria normal. "Éramos atirados de uma experiência surreal para outra", recordou Jodie Foster, a estrela de "O Silêncio dos Inocentes", que recebeu o Oscar de melhor atriz naquele ano. As circunstâncias da premiação de 25 anos atrás não foram tão diferentes da cerimônia deste domingo. A política presidencial serviu de pano de fundo (em 1992, Bill Clinton e Jerry Brown, que Billy Crystal comparou brincando às rebeldes cinematográficas daquele ano, Thelma e Louise, estavam tentando impedir a reeleição do presidente George Bush). Os maiores problemas sociais da época (homofobia e sexismo) ganharam destaque no pódio, e cineastas negros estavam ganhando presença. Mas, em 92, quatro dos cinco trabalhos indicados a melhor filme tinham estado entre os 20 maiores sucessos de bilheteria americana do ano; neste ano, esse é o caso de apenas dois dos nove filmes candidatos ("Estrelas Além do Tempo" e "La La Land"). "Naquela época, as pessoas ainda acreditavam que a receita para fazer um filme popular era fazer um filme de alta qualidade", disse Foster. "Do jeito como a economia moldou o cinema nos últimos 25 anos, os filmes se dividiram entre grandes produções comerciais emburrecidas que visam atrair o maior público possível e filmes que são substanciais e são relegados a uma esfera diferente." Perguntei a participantes sobre os momentos mais memoráveis da premiação: A ABERTURA Uma resenha do "New York Times" descreveu a cerimônia de 1992 como "incomumente animada", e a animação começou com as primeiras cenas que os roteiristas previram para o apresentador. "Foi uma grande entrada para Anthony Hopkins no filme, então sabíamos que funcionaria com Billy", disse recentemente um dos roteiristas da cerimônia televisionada, Bruce Vilanch. "Foi meio que irresistível." FLEXÕES O clima bizarro veio desde o início, quando o Oscar de melhor ator coadjuvante foi dado a Jack Palance, que contracenou com Billy Crystal no western cômico "Amigos, Sempre Amigos". Como disse o "New York Times", Palance fez um discurso de aceitação "alegre e irreproduzível". "Mas Jack era assim mesmo, um sujeito genuinamente estranho e assustador", disse Vilanch. Então, para exibir sua virilidade, o ator de 73 anos foi para o chão e fez flexões de braço com um braço só. Na sala dos roteiristas, nos bastidores, "olhamos uns para os outros e dissemos 'isto é demais, é hilário'. Foi o começo de uma sequência de falas divertidas e improvisadas de Crystal que se estendeu noite adentro. MÃE E FILHA O Oscar de atriz coadjuvante ficou com Mercedes Ruehl por "O Pescador de Ilusões", mas foi uma de suas rivais na disputa, Diane Ladd, que fez história no Oscar. Ladd foi a primeira mãe a ser indicada com sua filha (Laura Dern) pelo mesmo filme, o drama sulino "As Noites de Rose". Elas também entregaram a estatueta de melhores efeitos visuais a "O Exterminador do Futuro 2". "Quando estava sobre aquele palco, olhei para meus pares e então para Laura, foi uma grande honra", disse Diane Ladd. "Tive que fazer muita força para não chorar." SURPRESA ESPACIAL Houve mais momentos de emoção quando George Lucas recebeu o Prêmio Memorial Irving G. Thalberg de seu velho amigo Steven Spielberg e da tripulação do ônibus espacial Atlantis, com um Oscar flutuante. Outra ligação por satélite permitiu ao aclamado cineasta indiano Satyajit Ray recebeu seu Oscar honorário em seu leito de hospital em Calcutá, onde morreria 24 dias depois, aos 70 anos. "Gila Cates, que produziu aquela cerimônia, adorava tecnologia", comentou Vilanch. PROTESTO PRÓ-GAY Muitas cerimônias do Oscar vêm acompanhadas de alguma polêmica, e a de 1992 teve sua devida cota. Defensores dos direitos dos gays fizeram piquetes para protestar contra personagens maus em "Silêncio dos Inocentes", "J.F.K." e "Instinto Selvagem", que acabara de sair, estrelado por Sharon Stone, uma das apresentadoras da cerimônia. "Foi uma boa discussão, mas muito estressante", disse Jody Foster. Os manifestantes puderam se consolar com o fato de que Howard Ashman –morto um ano antes, aos 40– se tornara a primeira pessoa morta em decorrência da Aids a ganhar um Oscar, pela melhor canção original por "A Bela e a Fera". Seu companheiro de anos, Bill Lauch, recebeu a estatueta em seu lugar. DISPUTA ANIMADA "A Bela e a Fera", sucesso enorme da Disney, causou espécie por ser o primeiro filme de animação a ser indicado a melhor filme, algo que não foi bem visto por puristas. "Depois disso criaram a categoria de melhor longa de animação", disse Vilanch (a façanha só seria repetida por "Up" e "Toy Story 3"). VITÓRIA DO 'SILÊNCIO' O maior vencedor da noite acabou sendo "O Silêncio dos Inocentes", que se tornou apenas o terceiro filme na história, depois de "Aconteceu Naquela Noite" e "Um Estranho no Ninho", a levar para casa os cinco prêmios mais importantes: melhor filme, direção, ator, atriz e roteiro adaptado (de Ted Tally, baseado no romance de Thomas Harris). "Três anos antes eu tinha ganho o Oscar de melhor atriz por 'Os Acusados', e eu fui a única pessoa indicada por aquele filme, então estava sozinha", comentou Foster. "Mas no caso de 'Silêncio dos Inocentes', foi extraordinário. Ganhamos um prêmio atrás do outro e depois nos reunimos todos no backstage. Lembro que todo o mundo estava com calor, transpirando, e todos nos abraçamos." P.S. Aquele não foi o único final feliz. Cinco meses mais tarde, Billy Crystal, Bruce Vilanch e seus colegas roteiristas Hal Kanter, Buz Kohan, Robert Wuhl e David Steinberg foram premiados no Emmy pela cerimônia. "Ganhamos porque jogamos o roteiro fora e o reescrevemos na hora", disse Vilanch. "Isso é Hollywood." Tradução CLARA ALLAIN
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Para advogado, atraso da Petrobras quebra empreiteiras e fornecedores
A Petrobras está "quebrando" as empreiteiras e seus fornecedores ao atrasar pagamentos de obras por causa da Operação Lava Jato. A opinião é do advogado Flávio Galdino, um dos maiores especialistas em recuperação judicial do país, responsável pelos processos de empresas como Galvão Engenharia, Eneva, OSX e Delta. "Todo mundo na cadeia de fornecimento, que tinha algum grau de dependência, está indo para o buraco", disse Galdino à Folha. Ao pedir recuperação judicial, pelos menos duas construtoras –Alumini e Galvão Engenharia reclamaram de atrasos de pagamentos da Petrobras de R$ 1 bilhão cada. A Petrobras não reconhece essa dívida e informou por meio de nota que "está em dia com suas obrigações contratuais e que eventuais pleitos adicionais são submetidos a avaliação". Galdino esclarece que expressou opiniões pessoais, e não de seus clientes. A seguir trechos da entrevista. * Folha - Como as construtoras chegaram nessa situação? Flávio Galdino - Em alguns casos, a inadimplência da Petrobras começa antes da Operação Lava Jato. A Petrobras estava com uma crise econômica e agora tem um argumento para paralisar seus pagamentos e fazer caixa. As empresas pequenas e médias começaram a entrar em recuperação judicial por causa de atrasos de pagamentos da estatal antes do escândalo. Isso gerou um problema que afetou milhares de pessoas. A Petrobras está quebrando essas empresas. Todo mundo na cadeia de fornecimento, que tinha algum grau de dependência, está indo para o buraco. A Petrobras não reconhece essas dívidas e diz que são aditivos que estão em análise. A Petrobras é hoje o maior escritório de advocacia do país, composto de profissionais de elevadíssima qualidade e reconhecida competência. O que não falta é gente para encontrar bons argumentos. Vai ter sempre alguém para dizer que, se existe dúvida sobre a legalidade dos contratos, é melhor parar de pagar. Só que está quebrando todo mundo. O empreiteiro aguenta um pouco mais, mas as empresas que fornecem desde a turbina até a quentinha na obra não conseguem esperar dois anos de auditoria na Petrobras. As empresas estão entrando na Justiça contra a Petrobras? Sim. As empresas estão recorrendo à Justiça, fazendo arbitragem em contratos que permitem isso. Devemos estar falando de alguns bilhões de reais de disputa na Justiça. Até agora, seis empresas já pediram recuperação judicial. Vão ocorrer mais casos? Eu acredito que sim. É a tempestade perfeita –não só por causa da Petrobras. O crédito está escasso e o governo reduziu o investimento em infraestrutura. Há várias dessas empresas que estão com descasamento operacional. O balanço mostra que elas não têm condições de operar. As construtoras vão sobreviver à recuperação judicial e escapar da falência? São empresas sólidas. É preciso que sobrevivam, porque sua expertise é única no país. A recuperação judicial é só um processo de reestruturação de dívida, não ameaça a vida da empresa. O problema é se ocorrerem bloqueios de recursos, que sequem o caixa. Ou se vierem declarações de inidoneidade, que impeçam essas empresas de fechar contratos com o setor público. Se ficar provado que essas empresas fizeram cartel, elas não teriam ser proibidas de prestar serviços para o Estado? A lógica é permitir que as empresas sobrevivam independentemente de atos praticados por seus executivos. Se ficar comprovado que essas pessoas praticaram atos ilícitos, serão punidas. O que não consigo entender como razoável é quebrar todas as empresas de construção civil. As construtoras argumentam que foram extorquidas por funcionários da Petrobras. Faz sentido? As pessoas que não fizeram delação premiada alegam que foram extorquidas. Para as empresas grandes, tendo a acreditar que é verdade. Essas empresas tem contratos valiosos e não querem problemas. A experiência nesses casos diz que é o funcionário que acabou de assumir o cargo que vem pedir dinheiro em troca de favores. Se acharmos que essas empresas só funcionavam com corrupção, temos que acreditar que corrompiam em todos os países que atuavam. A cúpula dessas empresas ainda está na cadeia. Como isso atrapalha a recuperação judicial? Não atrapalha tanto, porque essas empresas são muito grandes e bem estruturadas. Tem executivos competentes que tocam o dia a dia da companhia. Além disso, contrataram consultorias sofisticadas de reestruturação. RAIO-X Quem é Flávio Galdino, 41 Carreira Advogado especialista em recuperação judicial Formação Direito pela Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) Ocupação Sócio do escritório Galdino, Coelho, Mendes, Carneiro Advogados Clientes Responsável pelos processos de recuperação judicial de empresas como Galvão Engenharia, Eneva e OSX
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Para advogado, atraso da Petrobras quebra empreiteiras e fornecedoresA Petrobras está "quebrando" as empreiteiras e seus fornecedores ao atrasar pagamentos de obras por causa da Operação Lava Jato. A opinião é do advogado Flávio Galdino, um dos maiores especialistas em recuperação judicial do país, responsável pelos processos de empresas como Galvão Engenharia, Eneva, OSX e Delta. "Todo mundo na cadeia de fornecimento, que tinha algum grau de dependência, está indo para o buraco", disse Galdino à Folha. Ao pedir recuperação judicial, pelos menos duas construtoras –Alumini e Galvão Engenharia reclamaram de atrasos de pagamentos da Petrobras de R$ 1 bilhão cada. A Petrobras não reconhece essa dívida e informou por meio de nota que "está em dia com suas obrigações contratuais e que eventuais pleitos adicionais são submetidos a avaliação". Galdino esclarece que expressou opiniões pessoais, e não de seus clientes. A seguir trechos da entrevista. * Folha - Como as construtoras chegaram nessa situação? Flávio Galdino - Em alguns casos, a inadimplência da Petrobras começa antes da Operação Lava Jato. A Petrobras estava com uma crise econômica e agora tem um argumento para paralisar seus pagamentos e fazer caixa. As empresas pequenas e médias começaram a entrar em recuperação judicial por causa de atrasos de pagamentos da estatal antes do escândalo. Isso gerou um problema que afetou milhares de pessoas. A Petrobras está quebrando essas empresas. Todo mundo na cadeia de fornecimento, que tinha algum grau de dependência, está indo para o buraco. A Petrobras não reconhece essas dívidas e diz que são aditivos que estão em análise. A Petrobras é hoje o maior escritório de advocacia do país, composto de profissionais de elevadíssima qualidade e reconhecida competência. O que não falta é gente para encontrar bons argumentos. Vai ter sempre alguém para dizer que, se existe dúvida sobre a legalidade dos contratos, é melhor parar de pagar. Só que está quebrando todo mundo. O empreiteiro aguenta um pouco mais, mas as empresas que fornecem desde a turbina até a quentinha na obra não conseguem esperar dois anos de auditoria na Petrobras. As empresas estão entrando na Justiça contra a Petrobras? Sim. As empresas estão recorrendo à Justiça, fazendo arbitragem em contratos que permitem isso. Devemos estar falando de alguns bilhões de reais de disputa na Justiça. Até agora, seis empresas já pediram recuperação judicial. Vão ocorrer mais casos? Eu acredito que sim. É a tempestade perfeita –não só por causa da Petrobras. O crédito está escasso e o governo reduziu o investimento em infraestrutura. Há várias dessas empresas que estão com descasamento operacional. O balanço mostra que elas não têm condições de operar. As construtoras vão sobreviver à recuperação judicial e escapar da falência? São empresas sólidas. É preciso que sobrevivam, porque sua expertise é única no país. A recuperação judicial é só um processo de reestruturação de dívida, não ameaça a vida da empresa. O problema é se ocorrerem bloqueios de recursos, que sequem o caixa. Ou se vierem declarações de inidoneidade, que impeçam essas empresas de fechar contratos com o setor público. Se ficar provado que essas empresas fizeram cartel, elas não teriam ser proibidas de prestar serviços para o Estado? A lógica é permitir que as empresas sobrevivam independentemente de atos praticados por seus executivos. Se ficar comprovado que essas pessoas praticaram atos ilícitos, serão punidas. O que não consigo entender como razoável é quebrar todas as empresas de construção civil. As construtoras argumentam que foram extorquidas por funcionários da Petrobras. Faz sentido? As pessoas que não fizeram delação premiada alegam que foram extorquidas. Para as empresas grandes, tendo a acreditar que é verdade. Essas empresas tem contratos valiosos e não querem problemas. A experiência nesses casos diz que é o funcionário que acabou de assumir o cargo que vem pedir dinheiro em troca de favores. Se acharmos que essas empresas só funcionavam com corrupção, temos que acreditar que corrompiam em todos os países que atuavam. A cúpula dessas empresas ainda está na cadeia. Como isso atrapalha a recuperação judicial? Não atrapalha tanto, porque essas empresas são muito grandes e bem estruturadas. Tem executivos competentes que tocam o dia a dia da companhia. Além disso, contrataram consultorias sofisticadas de reestruturação. RAIO-X Quem é Flávio Galdino, 41 Carreira Advogado especialista em recuperação judicial Formação Direito pela Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) Ocupação Sócio do escritório Galdino, Coelho, Mendes, Carneiro Advogados Clientes Responsável pelos processos de recuperação judicial de empresas como Galvão Engenharia, Eneva e OSX
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Analistas recomendam precaução a investidores em meio a turbulência
A instabilidade político-econômica que o Brasil vive atualmente pode trazer dúvidas sobre manter uma aplicação financeira ou partir para ganhos maiores. Apesar de a flutuação abrir possibilidades, analistas ouvidos pela Folha pregam cautela, principalmente a pequenos investidores. A perspectiva de alocar o dinheiro em outros investimentos parecem tentadoras. Na quinta-feira (17), o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, subiu 6,6%, enquanto o dólar teve queda de 4,2%. A movimentação, contudo, pode ser perigosa. "A recomendação ao pequeno investidor é não fazer movimentos bruscos, já que, em momentos de nervosismo como o atual, existe a possibilidade de ganhos, mas a chance de perda também é enorme", afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo. Para ele, o investidor deve esperar um aceno mais concreto do mercado. Analistas alertam ainda para o perigo da busca por resultados no curto prazo. "A Bolsa subindo tanto pode parecer tentador. Porém, acho que o mais importante é não arriscar tentando ganhar rapidamente", afirma Marcelo D'Agosto, consultor financeiro da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Outro ativo que sofre grande variação com as mudanças políticas é o dólar. Por isso, a atenção com operações relacionadas a moeda norte-americana deve ser redobrada. "O dólar é ainda mais difícil de prever. Então evite entrar em papo de amigo, porque a chance de perder é grande", afirma Colombo. RENDA FIXA As variações do mercado, porém, não afetam bruscamente investimentos de renda fixa. Por isso, quem deseja escapar do baixo rendimento da poupança deve analisar essa possibilidade. "Títulos de renda fixa, públicos ou privados, em geral têm apresentado rentabilidade bastante acima da poupança e possuem baixo risco de mercado. Outra alternativa interessante ao pequeno poupador são fundos de renda fixa com baixa taxa de administração, igual ou abaixo de 2% a.a.", diz Virgínia Prestes, professora da FAAP.
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Analistas recomendam precaução a investidores em meio a turbulênciaA instabilidade político-econômica que o Brasil vive atualmente pode trazer dúvidas sobre manter uma aplicação financeira ou partir para ganhos maiores. Apesar de a flutuação abrir possibilidades, analistas ouvidos pela Folha pregam cautela, principalmente a pequenos investidores. A perspectiva de alocar o dinheiro em outros investimentos parecem tentadoras. Na quinta-feira (17), o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, subiu 6,6%, enquanto o dólar teve queda de 4,2%. A movimentação, contudo, pode ser perigosa. "A recomendação ao pequeno investidor é não fazer movimentos bruscos, já que, em momentos de nervosismo como o atual, existe a possibilidade de ganhos, mas a chance de perda também é enorme", afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo. Para ele, o investidor deve esperar um aceno mais concreto do mercado. Analistas alertam ainda para o perigo da busca por resultados no curto prazo. "A Bolsa subindo tanto pode parecer tentador. Porém, acho que o mais importante é não arriscar tentando ganhar rapidamente", afirma Marcelo D'Agosto, consultor financeiro da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Outro ativo que sofre grande variação com as mudanças políticas é o dólar. Por isso, a atenção com operações relacionadas a moeda norte-americana deve ser redobrada. "O dólar é ainda mais difícil de prever. Então evite entrar em papo de amigo, porque a chance de perder é grande", afirma Colombo. RENDA FIXA As variações do mercado, porém, não afetam bruscamente investimentos de renda fixa. Por isso, quem deseja escapar do baixo rendimento da poupança deve analisar essa possibilidade. "Títulos de renda fixa, públicos ou privados, em geral têm apresentado rentabilidade bastante acima da poupança e possuem baixo risco de mercado. Outra alternativa interessante ao pequeno poupador são fundos de renda fixa com baixa taxa de administração, igual ou abaixo de 2% a.a.", diz Virgínia Prestes, professora da FAAP.
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Fundos cambiais ganham apelo com forte recuperação do dólar
A alta de 17,3% do dólar até junho, motivada por uma combinação de cenário político e econômico conturbado no Brasil e pela expectativa de alta de juros nos EUA, favoreceu o retorno dos fundos cambiais no semestre. Esses fundos precisam aplicar ao menos 80% em investimentos ligados ao dólar ou ao euro. O restante pode ser alocado em títulos e operações de renda fixa. Os dois primeiros colocados são fundos da BB DTVM, a gestora do Banco do Brasil. Fundos cambiais "Uma das estratégias utilizadas foi manobrar a composição do fundo entre 80% e 100% das aplicações em dólar", diz Marcelo Marques Pacheco, gerente executivo de fundos da BB DTVM. "Quando o gestor prevê que o dólar vai subir, eleva o percentual da divisa americana. Quando acha que vai cair, diminui para o mínimo de 80%", disse. A moeda americana se valorizou em relação ao real após a sinalização da presidente do Federal Reserve (Fed, BC americano), Janet Yellen, de que subiria os juros nos EUA ainda neste ano. Uma alta da taxa atrairia para o país recursos hoje alocados em mercados emergentes, como o Brasil. No Brasil, a dificuldade de aprovação do ajuste fiscal aumenta a chance de o país perder o grau de investimento, espécie de selo de bom pagador, pressionando as cotações. A aplicação em fundos cambiais só é indicada para quem precisa se proteger de uma alta da moeda, como o caso de alguém que tem despesa em dólar ou um filho estudando no exterior. Os fundos cambiais têm Imposto de Renda pela tabela regressiva, 15% a 22,5% dependendo do prazo de resgate. Já o dólar em espécie não tem IR, mas os custos de transação envolvem comissões que podem variar de 3% a 10%, dependendo do valor. Fundos de investimento
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Fundos cambiais ganham apelo com forte recuperação do dólarA alta de 17,3% do dólar até junho, motivada por uma combinação de cenário político e econômico conturbado no Brasil e pela expectativa de alta de juros nos EUA, favoreceu o retorno dos fundos cambiais no semestre. Esses fundos precisam aplicar ao menos 80% em investimentos ligados ao dólar ou ao euro. O restante pode ser alocado em títulos e operações de renda fixa. Os dois primeiros colocados são fundos da BB DTVM, a gestora do Banco do Brasil. Fundos cambiais "Uma das estratégias utilizadas foi manobrar a composição do fundo entre 80% e 100% das aplicações em dólar", diz Marcelo Marques Pacheco, gerente executivo de fundos da BB DTVM. "Quando o gestor prevê que o dólar vai subir, eleva o percentual da divisa americana. Quando acha que vai cair, diminui para o mínimo de 80%", disse. A moeda americana se valorizou em relação ao real após a sinalização da presidente do Federal Reserve (Fed, BC americano), Janet Yellen, de que subiria os juros nos EUA ainda neste ano. Uma alta da taxa atrairia para o país recursos hoje alocados em mercados emergentes, como o Brasil. No Brasil, a dificuldade de aprovação do ajuste fiscal aumenta a chance de o país perder o grau de investimento, espécie de selo de bom pagador, pressionando as cotações. A aplicação em fundos cambiais só é indicada para quem precisa se proteger de uma alta da moeda, como o caso de alguém que tem despesa em dólar ou um filho estudando no exterior. Os fundos cambiais têm Imposto de Renda pela tabela regressiva, 15% a 22,5% dependendo do prazo de resgate. Já o dólar em espécie não tem IR, mas os custos de transação envolvem comissões que podem variar de 3% a 10%, dependendo do valor. Fundos de investimento
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CPMF, a hora do pesadelo
Dá para entender por que a notícia da ressuscitação da CPMF vazou nesta semana. Primeiro, porque as contas do governo são um pesadelo a caminho do desastre, como se soube hoje. Segundo, porque há barafunda no ministério, intriga e frituras, disputas a respeito do que fazer do rombo e do corte de despesas, no que a divergência tem de mais sério. A CPMF agrada a quem quer cortar menos, claro. Terceiro, porque a política do governo parece se tornar ainda mais desorientada, outra prova de que o absoluto não existe. Goste-se ou não da CPMF, recriá-la agora significa cuspir no pratinho de migalhas que parte do empresariado empurrou para um governo miserável de apoio político. Parece óbvio que o imposto alimentará quem quer avacalhar o governo. A receita do governo caiu 3,7% de janeiro a julho, ante mesmo período de 2014, já descontada a inflação. Em 12 meses, está caindo 5,5%. No balanço final, a despesa até parece sob controle, neste ano: cresceu 0,4%. Mas essa salsicha da despesa tem muita coisa ruim embutida. As despesas da Previdência crescem, mau sinal, pois quase incontroláveis sem mudanças legais ou no reajuste dos benefícios, política que a presidente quer manter, uma das poucas promessas que ainda não renegou. As despesas com subsídios para baratear empréstimos para empresas crescem, leite derramado no "programa de sustentação do investimento", que, no entanto, não se sustentou, vide a recessão. Portanto, o gasto do governo não cresce apenas por causa das machadadas recessivas nos investimentos públicos ("em obras"), que neste ano caíram 36,6%, pois quase não há mais onde talhar, de imediato. Em tese, a CPMF poderia dar um jeito no rombo que se prevê ainda maior para 2016. Quando foi cobrada com a alíquota de 0,38%, nos anos cheios de 2002 a 2007, rendia 7,7% da receita federal bruta ou 1,35% do PIB, em média, uma arrecadação bem regular. Em termos de receita e PIB de hoje, renderia algo entre R$ 72 bilhões e R$ 77 bilhões. No entanto, mais de sete anos depois do fim do imposto, em um país diferente e, de resto, em recessão, sabe-se lá quanto o governo poderá arrecadar, até porque uma facada tributária dessa ordem deve derrubar ainda mais a atividade econômica, a princípio. Além do mais, discute-se a hipótese de baixar em tanto a alíquota do IOF, que subiu em 2008 a fim de compensar as perdas de receita com a morte provisória da CPMF. Caso a reversão da alíquota do IOF seja equivalente ao seu aumento, o governo poderia perder uns R$ 15 bilhões. No fim das contas de simples aritmética, restariam uns R$ 57 bilhões, curiosamente o tamanho do superavit que o governo prometera entregar no início do ano. A CPMF é um imposto ruim. Ignora capacidade contributiva. É cumulativo, prejudica em particular empresas que têm um processo de produção comprido. Causa distorções demais. Ressuscitá-lo é caso de desespero. Faria algum sentido se fosse só provisório, como o governo o planeja agora (mas nunca é), e se acompanhado de contenção brutal de despesa, um programa de emergência a fim de apagar o incêndio crescente e sem limite da dívida pública. Conter a despesa significa impedir aumentos da despesa social, INSS inclusive. Muito difícil.
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CPMF, a hora do pesadeloDá para entender por que a notícia da ressuscitação da CPMF vazou nesta semana. Primeiro, porque as contas do governo são um pesadelo a caminho do desastre, como se soube hoje. Segundo, porque há barafunda no ministério, intriga e frituras, disputas a respeito do que fazer do rombo e do corte de despesas, no que a divergência tem de mais sério. A CPMF agrada a quem quer cortar menos, claro. Terceiro, porque a política do governo parece se tornar ainda mais desorientada, outra prova de que o absoluto não existe. Goste-se ou não da CPMF, recriá-la agora significa cuspir no pratinho de migalhas que parte do empresariado empurrou para um governo miserável de apoio político. Parece óbvio que o imposto alimentará quem quer avacalhar o governo. A receita do governo caiu 3,7% de janeiro a julho, ante mesmo período de 2014, já descontada a inflação. Em 12 meses, está caindo 5,5%. No balanço final, a despesa até parece sob controle, neste ano: cresceu 0,4%. Mas essa salsicha da despesa tem muita coisa ruim embutida. As despesas da Previdência crescem, mau sinal, pois quase incontroláveis sem mudanças legais ou no reajuste dos benefícios, política que a presidente quer manter, uma das poucas promessas que ainda não renegou. As despesas com subsídios para baratear empréstimos para empresas crescem, leite derramado no "programa de sustentação do investimento", que, no entanto, não se sustentou, vide a recessão. Portanto, o gasto do governo não cresce apenas por causa das machadadas recessivas nos investimentos públicos ("em obras"), que neste ano caíram 36,6%, pois quase não há mais onde talhar, de imediato. Em tese, a CPMF poderia dar um jeito no rombo que se prevê ainda maior para 2016. Quando foi cobrada com a alíquota de 0,38%, nos anos cheios de 2002 a 2007, rendia 7,7% da receita federal bruta ou 1,35% do PIB, em média, uma arrecadação bem regular. Em termos de receita e PIB de hoje, renderia algo entre R$ 72 bilhões e R$ 77 bilhões. No entanto, mais de sete anos depois do fim do imposto, em um país diferente e, de resto, em recessão, sabe-se lá quanto o governo poderá arrecadar, até porque uma facada tributária dessa ordem deve derrubar ainda mais a atividade econômica, a princípio. Além do mais, discute-se a hipótese de baixar em tanto a alíquota do IOF, que subiu em 2008 a fim de compensar as perdas de receita com a morte provisória da CPMF. Caso a reversão da alíquota do IOF seja equivalente ao seu aumento, o governo poderia perder uns R$ 15 bilhões. No fim das contas de simples aritmética, restariam uns R$ 57 bilhões, curiosamente o tamanho do superavit que o governo prometera entregar no início do ano. A CPMF é um imposto ruim. Ignora capacidade contributiva. É cumulativo, prejudica em particular empresas que têm um processo de produção comprido. Causa distorções demais. Ressuscitá-lo é caso de desespero. Faria algum sentido se fosse só provisório, como o governo o planeja agora (mas nunca é), e se acompanhado de contenção brutal de despesa, um programa de emergência a fim de apagar o incêndio crescente e sem limite da dívida pública. Conter a despesa significa impedir aumentos da despesa social, INSS inclusive. Muito difícil.
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Guerrero tem suspeita de dengue e deve ficar afastado por até 10 dias
Cortado da partida contra a Ponte Preta na manhã deste sábado (11), o atacante Paolo Guerrero está internado no hospital São Luiz, na capital paulista, com suspeita de dengue. O peruano foi levado ao hospital com febre, muita dor de cabeça e nos olhos, sintomas que estão relacionados com a dengue. Fez exames e aguarda o resultado na tarde deste sábado (11). O Corinthians deve receber o diagnóstico de Guerrerro ainda neste sábado, mas, segundo o médico do clube, Julio Stancati, somente no domingo (12) a comissão técnica vai ter mais detalhes. "Paolo sentiu os sintomas na noite de sexta [10] e hoje foi internado no hospital. Os sintomas indicam que é dengue, mas só com o resultado dos exames vamos ter certeza. Ele passou bem durante à tarde, mas continua internado", disse Stancati aos jornalistas. O médico disse que há chance de Guerrero ficar afastado por até dez dias. Por isso preocupa para o confronto contra o San Lorenzo, na quinta (16), no Itaquerão, pela Libertadores. Guerrero mora na região de Barueri, área que está em alerta com a dengue. Entre janeiro e março, foram mais de mil casos registrados segundo a imprensa local. A partida contra a Ponte Preta, neste sábado (11), é válida pelas quartas de final do Paulista, em confronto único. Quem vencer avança para a semifinal. Empate leva a decisão para os pênaltis.
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Guerrero tem suspeita de dengue e deve ficar afastado por até 10 diasCortado da partida contra a Ponte Preta na manhã deste sábado (11), o atacante Paolo Guerrero está internado no hospital São Luiz, na capital paulista, com suspeita de dengue. O peruano foi levado ao hospital com febre, muita dor de cabeça e nos olhos, sintomas que estão relacionados com a dengue. Fez exames e aguarda o resultado na tarde deste sábado (11). O Corinthians deve receber o diagnóstico de Guerrerro ainda neste sábado, mas, segundo o médico do clube, Julio Stancati, somente no domingo (12) a comissão técnica vai ter mais detalhes. "Paolo sentiu os sintomas na noite de sexta [10] e hoje foi internado no hospital. Os sintomas indicam que é dengue, mas só com o resultado dos exames vamos ter certeza. Ele passou bem durante à tarde, mas continua internado", disse Stancati aos jornalistas. O médico disse que há chance de Guerrero ficar afastado por até dez dias. Por isso preocupa para o confronto contra o San Lorenzo, na quinta (16), no Itaquerão, pela Libertadores. Guerrero mora na região de Barueri, área que está em alerta com a dengue. Entre janeiro e março, foram mais de mil casos registrados segundo a imprensa local. A partida contra a Ponte Preta, neste sábado (11), é válida pelas quartas de final do Paulista, em confronto único. Quem vencer avança para a semifinal. Empate leva a decisão para os pênaltis.
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Saúde responde: Como tratar prolapso genital?
Fui diagnosticada com prolapso genital e tenho dúvidas sobre o tratamento. Como é a cirurgia? É invasiva? Os resultados são bons? R.R. O prolapso genital é resultado da perda de sustentação não só da bexiga, mas de órgãos localizados no assoalho pélvico, como uretra, útero, intestino e reto, devido a fragilidade dos músculos da região. Cláudia Palos, ginecologista da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, diz que a definição do tratamento depende dos sintomas e de seus impactos na qualidade de vida da paciente. Em casos leves e com poucos sintomas, o tratamento pode ser feito com fisioterapia. Em prolapsos maiores, o tratamento será cirúrgico. Segundo a médica, a cirurgia é relativamente simples e a internação dura de um a dois dias. Fisioterapia, perda de peso, repouso e combate à constipação são formas de prevenir a reincidência * ENVIE SUA DÚVIDA A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o e-mail saude@uol.com.br, informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
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Saúde responde: Como tratar prolapso genital?Fui diagnosticada com prolapso genital e tenho dúvidas sobre o tratamento. Como é a cirurgia? É invasiva? Os resultados são bons? R.R. O prolapso genital é resultado da perda de sustentação não só da bexiga, mas de órgãos localizados no assoalho pélvico, como uretra, útero, intestino e reto, devido a fragilidade dos músculos da região. Cláudia Palos, ginecologista da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, diz que a definição do tratamento depende dos sintomas e de seus impactos na qualidade de vida da paciente. Em casos leves e com poucos sintomas, o tratamento pode ser feito com fisioterapia. Em prolapsos maiores, o tratamento será cirúrgico. Segundo a médica, a cirurgia é relativamente simples e a internação dura de um a dois dias. Fisioterapia, perda de peso, repouso e combate à constipação são formas de prevenir a reincidência * ENVIE SUA DÚVIDA A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o e-mail saude@uol.com.br, informando nome completo e cidade. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
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Hillary reconhece que deveria ter usado conta de e-mail do governo
A ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton admitiu que teria sido "melhor" e "mais inteligente" ter mantido uma segunda conta de e-mail enquanto esteve no Departamento de Estado (2009-2013). Foi assim que Hillary, ex-primeira-dama e senadora, e atual favorita a ser a candidata democrata à sucessão do presidente Barack Obama, tentou acabar com a polêmica que envolve o uso exclusivo de uma conta pessoal de e-mail em um servidor próprio durante seu mandato. Ela disse que em vez de andar com dois smartphones, ela preferiu deixar tudo em seu celular pessoal e a manter a conta em um servidor criado para o seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, "por ser mais conveniente". Em coletiva nesta terça (10), na sede da ONU, em Nova York, logo após participar de um evento sobre direitos das mulheres, ela revelou que metade dos 60 mil e-mails desse período, de quatro anos, foram entregues ao Departamento de Estado, totalizando cerca de 50 mil páginas, em dezembro passado, depois de solicitação do governo pela obrigação de se manter o arquivo de seu período. Segundo o Departamento de Estado, os e-mails estarão acessíveis ao público "em alguns meses", depois de uma revisão cuidadosa. Hillary se defendeu dizendo que seguiu todas as regras e que cabe ao servidor federal decidir o que é de trabalho ou público. Segundo ela, uma boa parte dos e-mails se referia aos preparativos do casamento de sua filha, Chelsea, à morte de sua mãe e até "sua rotina de ioga". Também disse que John Kerry, o atual secretário de Estado, é o primeiro a usar principalmente um endereço eletrônico do Departamento, o state.gov Antecessores como Colin Powell e Condoleezza Rice usavam principalmente emails pessoais. Um dos favoritos para ser o candidato republicano à sucessão de Obama, Jeb Bush, filho e irmão de ex-presidentes, que foi governador da Flórida, adiantou-se à polêmica e entregou no início do ano 250 mil e-mails dos oito anos em que foi governador, igualmente em um servidor próprio, o jeb.org, que ainda utiliza. Em dúvida sobre a velocidade de sua equipe em responder a controvérsias, Hillary levou quase duas semanas para vir a público e responder os porquês de sua decisão de manter um único e-mail pessoal. Questionada se a polêmica mudaria sua decisão de sair candidata à Presidência, ela se limitou a responder que "o público americano vai saber avaliar" o seu trabalho. Para diversos analistas políticos, a polêmica tem alcance limitado por enquanto, mas deve ser usada pela oposição republicana na campanha do ano que vem, sublinhando que Hillary não é "transparente" e que os Clintons acham "que os regulamentos para todos não se aplicam a eles".
mundo
Hillary reconhece que deveria ter usado conta de e-mail do governoA ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton admitiu que teria sido "melhor" e "mais inteligente" ter mantido uma segunda conta de e-mail enquanto esteve no Departamento de Estado (2009-2013). Foi assim que Hillary, ex-primeira-dama e senadora, e atual favorita a ser a candidata democrata à sucessão do presidente Barack Obama, tentou acabar com a polêmica que envolve o uso exclusivo de uma conta pessoal de e-mail em um servidor próprio durante seu mandato. Ela disse que em vez de andar com dois smartphones, ela preferiu deixar tudo em seu celular pessoal e a manter a conta em um servidor criado para o seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, "por ser mais conveniente". Em coletiva nesta terça (10), na sede da ONU, em Nova York, logo após participar de um evento sobre direitos das mulheres, ela revelou que metade dos 60 mil e-mails desse período, de quatro anos, foram entregues ao Departamento de Estado, totalizando cerca de 50 mil páginas, em dezembro passado, depois de solicitação do governo pela obrigação de se manter o arquivo de seu período. Segundo o Departamento de Estado, os e-mails estarão acessíveis ao público "em alguns meses", depois de uma revisão cuidadosa. Hillary se defendeu dizendo que seguiu todas as regras e que cabe ao servidor federal decidir o que é de trabalho ou público. Segundo ela, uma boa parte dos e-mails se referia aos preparativos do casamento de sua filha, Chelsea, à morte de sua mãe e até "sua rotina de ioga". Também disse que John Kerry, o atual secretário de Estado, é o primeiro a usar principalmente um endereço eletrônico do Departamento, o state.gov Antecessores como Colin Powell e Condoleezza Rice usavam principalmente emails pessoais. Um dos favoritos para ser o candidato republicano à sucessão de Obama, Jeb Bush, filho e irmão de ex-presidentes, que foi governador da Flórida, adiantou-se à polêmica e entregou no início do ano 250 mil e-mails dos oito anos em que foi governador, igualmente em um servidor próprio, o jeb.org, que ainda utiliza. Em dúvida sobre a velocidade de sua equipe em responder a controvérsias, Hillary levou quase duas semanas para vir a público e responder os porquês de sua decisão de manter um único e-mail pessoal. Questionada se a polêmica mudaria sua decisão de sair candidata à Presidência, ela se limitou a responder que "o público americano vai saber avaliar" o seu trabalho. Para diversos analistas políticos, a polêmica tem alcance limitado por enquanto, mas deve ser usada pela oposição republicana na campanha do ano que vem, sublinhando que Hillary não é "transparente" e que os Clintons acham "que os regulamentos para todos não se aplicam a eles".
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Maternar: Pais e filhos podem construir juntos instrumentos com canos de PVC
Pais e filhos podem aproveitar a oficina 'música experiência' para construírem juntos instrumentos sonoros com materiais alternativos. A oficina é ministrada pelo músico Luciano Sallum, do GEM (Grupo Experimental de Música), às 13h dos domingos de março no Sesc Pinheiros. ... Leia post completo no blog
cotidiano
Maternar: Pais e filhos podem construir juntos instrumentos com canos de PVCPais e filhos podem aproveitar a oficina 'música experiência' para construírem juntos instrumentos sonoros com materiais alternativos. A oficina é ministrada pelo músico Luciano Sallum, do GEM (Grupo Experimental de Música), às 13h dos domingos de março no Sesc Pinheiros. ... Leia post completo no blog
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Morre aos 88 anos o rei da Tailândia, monarca mais longevo do mundo
Morreu nesta quinta-feira (13) o rei Bhumibol Adulyadej, da Tailândia, que, aos 88 anos, era o monarca mais longevo do mundo.Adulyadej morreu pouco antes das 16h locais (6h em Brasília) em um hospital de Bancoc, capital tailandesa, onde vinha recebendo tratamento médico. O palácio real não informou o motivo da morte."Sua Majestade morreu em paz no hospital Siriraj", disse um comunicado oficial.O primeiro-ministro tailandês, Prayuth Chan-ocha, declarou um período de luto de um ano para autoridades do governo.Adulyadej foi rei da Tailândia durante 70 anos e, para a maioria da população, representava um elemento de estabilidade no país.Segundo o governo, será coroado novo rei da Tailândia o príncipe Maha Vajiralongkorn, 63, filho de Adulyadej.Leia a reportagem
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Morre aos 88 anos o rei da Tailândia, monarca mais longevo do mundoMorreu nesta quinta-feira (13) o rei Bhumibol Adulyadej, da Tailândia, que, aos 88 anos, era o monarca mais longevo do mundo.Adulyadej morreu pouco antes das 16h locais (6h em Brasília) em um hospital de Bancoc, capital tailandesa, onde vinha recebendo tratamento médico. O palácio real não informou o motivo da morte."Sua Majestade morreu em paz no hospital Siriraj", disse um comunicado oficial.O primeiro-ministro tailandês, Prayuth Chan-ocha, declarou um período de luto de um ano para autoridades do governo.Adulyadej foi rei da Tailândia durante 70 anos e, para a maioria da população, representava um elemento de estabilidade no país.Segundo o governo, será coroado novo rei da Tailândia o príncipe Maha Vajiralongkorn, 63, filho de Adulyadej.Leia a reportagem
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Leitor critica escolas que proibiram alunos de escovar os dentes
A notícia sobre a proibição de escovar os dentes para estudantes da escola municipal mostra o despreparo da máquina estatal –prefeitura e Estado– para a falta de água. Em vez de implantar um programa de educação para o uso racional da água, o poder público usa estratagemas antipedagógicos, como o corte de água, que estimula o estoque desenfreado, e a diminuição do uso de água nas escolas, que agrava o desencanto com o governo e a crença de que estamos abandonados. Péssima atitude, que não resultará na educação ambiental da população. PATRICIA MORAES AUDE (São Paulo, SP) * Em relação ao comentário da leitora Suely Rezende Penha, a Sabesp lembra que a tecnologia permite a transformação de água poluída em água potável por meio de tratamento. Por essa razão, há quase 60 anos a companhia utiliza água da represa Billings por meio do rio Grande e do Taquacetuba, dois dos seus braços. Do rio Grande são captados 5,5 m³/s e do braço do Taquacetuba (também contribuinte da Billings e cuja água vai para o Guarapiranga) são 2,19 m³/s. Somando-se sistema Rio Grande e Taquacetuba, a água fornecida pela Billings é de 7,69 m³/s, o que dá para atender cerca de 2,3 milhões de pessoas. CARLOS ALENCAR, assessor de Comunicação da Sabesp (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor critica escolas que proibiram alunos de escovar os dentesA notícia sobre a proibição de escovar os dentes para estudantes da escola municipal mostra o despreparo da máquina estatal –prefeitura e Estado– para a falta de água. Em vez de implantar um programa de educação para o uso racional da água, o poder público usa estratagemas antipedagógicos, como o corte de água, que estimula o estoque desenfreado, e a diminuição do uso de água nas escolas, que agrava o desencanto com o governo e a crença de que estamos abandonados. Péssima atitude, que não resultará na educação ambiental da população. PATRICIA MORAES AUDE (São Paulo, SP) * Em relação ao comentário da leitora Suely Rezende Penha, a Sabesp lembra que a tecnologia permite a transformação de água poluída em água potável por meio de tratamento. Por essa razão, há quase 60 anos a companhia utiliza água da represa Billings por meio do rio Grande e do Taquacetuba, dois dos seus braços. Do rio Grande são captados 5,5 m³/s e do braço do Taquacetuba (também contribuinte da Billings e cuja água vai para o Guarapiranga) são 2,19 m³/s. Somando-se sistema Rio Grande e Taquacetuba, a água fornecida pela Billings é de 7,69 m³/s, o que dá para atender cerca de 2,3 milhões de pessoas. CARLOS ALENCAR, assessor de Comunicação da Sabesp (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Massa bate, fica em 17º e vê Mercedes, Ferrari e Red Bull à frente na China
O final de semana do GP da China de F-1 não começou da melhor maneira para Felipe Massa. Depois de ficar apenas na décima posição na primeira sessão de treinos livres em Xangai, com direito a uma rodada, o piloto brasileiro teve um problema na asa traseira de seu carro no segundo treino do dia. Massa perdeu o controle do carro, bateu sem grande impacto, mas danificou a única asa dianteira que a Williams tinha à disposição nesta sexta-feira (10). Sem poder voltar à pista, completou o treino apenas na 17ª posição –três segundos mais lento que Lewis Hamilton, o mais veloz do dia –Kimi Raikkonen, da Ferrari, foi o segundo colocado, seguido por Daniel Ricciardo, da Red Bull. "A minha asa traseira acabou ficando travada quando freei e acabei perdendo toda a carga aerodinâmica na traseira do carro e rodei. Foi uma pena ter acontecido comigo, mas pelo menos assim que detectamos o problema a equipe colocou uma asa pequena a mais no carro do [Valtteri] Bottas e ele não sofreu com isso", afirmou o brasileiro, que viu seu companheiro de time fechar o dia na sétima colocação, 1s631 atrás da marca estabelecida por Hamilton. Apesar do pouco tempo que teve na pista, Massa aproveitou para estudar os adversários durante o período em que assistiu aos treinos na garagem da Williams. "Acho que podemos ser competitivos neste final de semana, mas outra vez vimos uma Ferrari bem forte, assim como a Mercedes. Até a Red Bull fez um bom tempo hoje, então certamente teremos vários times na disputa aqui", disse Massa. "Em simulação de corrida também vimos outros carros sendo rápidos, como a Ferrari e a Red Bull, mas não sabemos a diferença de combustível." O treino que define o grid de largada da terceira etapa do Mundial acontece neste sábado, às 4h (de Brasília). CONFIRA OS TEMPOS DA 2ª SESSÃO DE TREINOS LIVRES PARA O GP DA CHINA 1. Lewis Hamilton - Mercedes - 1min37s219 2. Kimi Raikkonen - Ferrari - 1min37s662 3. Daniel Ricciardo - Red Bull - 1min38s311 4. Sebastian Vettel - Ferrari - 1min38s339 5. Nico Rosberg - Mercedes - 1min38s399 6. Daniil Kvyat - Red Bull - 1min38s737 7. Valtteri Bottas - Williams - 1min38s850 8. Felipe Nasr - Sauber - 1min39s032 9. Romain Grosjean - Lotus - 1min39s142 10. Jenson Button - McLaren - 1min39s275 11. Pastor Maldonado - Lotus - 1min39s444 12. Fernando Alonso - McLaren - 1min39s743 13. Marcus Ericsson - Sauber - 1min39s751 14. Max Verstappen - Toro Rosso - 1min39s894 15. Carlos Sainz - Toro Rosso - 1min39s971 16. Nico Hulkenberg - Force India - 1min40s151 17. Felipe Massa - Williams - 1min40s423 18. Sergio Perez - Force India - 1min40s868 19. Roberto Merhi - Marussia - 1min42s973 20. Will Stevens - Marussia - 1min44s564
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Massa bate, fica em 17º e vê Mercedes, Ferrari e Red Bull à frente na ChinaO final de semana do GP da China de F-1 não começou da melhor maneira para Felipe Massa. Depois de ficar apenas na décima posição na primeira sessão de treinos livres em Xangai, com direito a uma rodada, o piloto brasileiro teve um problema na asa traseira de seu carro no segundo treino do dia. Massa perdeu o controle do carro, bateu sem grande impacto, mas danificou a única asa dianteira que a Williams tinha à disposição nesta sexta-feira (10). Sem poder voltar à pista, completou o treino apenas na 17ª posição –três segundos mais lento que Lewis Hamilton, o mais veloz do dia –Kimi Raikkonen, da Ferrari, foi o segundo colocado, seguido por Daniel Ricciardo, da Red Bull. "A minha asa traseira acabou ficando travada quando freei e acabei perdendo toda a carga aerodinâmica na traseira do carro e rodei. Foi uma pena ter acontecido comigo, mas pelo menos assim que detectamos o problema a equipe colocou uma asa pequena a mais no carro do [Valtteri] Bottas e ele não sofreu com isso", afirmou o brasileiro, que viu seu companheiro de time fechar o dia na sétima colocação, 1s631 atrás da marca estabelecida por Hamilton. Apesar do pouco tempo que teve na pista, Massa aproveitou para estudar os adversários durante o período em que assistiu aos treinos na garagem da Williams. "Acho que podemos ser competitivos neste final de semana, mas outra vez vimos uma Ferrari bem forte, assim como a Mercedes. Até a Red Bull fez um bom tempo hoje, então certamente teremos vários times na disputa aqui", disse Massa. "Em simulação de corrida também vimos outros carros sendo rápidos, como a Ferrari e a Red Bull, mas não sabemos a diferença de combustível." O treino que define o grid de largada da terceira etapa do Mundial acontece neste sábado, às 4h (de Brasília). CONFIRA OS TEMPOS DA 2ª SESSÃO DE TREINOS LIVRES PARA O GP DA CHINA 1. Lewis Hamilton - Mercedes - 1min37s219 2. Kimi Raikkonen - Ferrari - 1min37s662 3. Daniel Ricciardo - Red Bull - 1min38s311 4. Sebastian Vettel - Ferrari - 1min38s339 5. Nico Rosberg - Mercedes - 1min38s399 6. Daniil Kvyat - Red Bull - 1min38s737 7. Valtteri Bottas - Williams - 1min38s850 8. Felipe Nasr - Sauber - 1min39s032 9. Romain Grosjean - Lotus - 1min39s142 10. Jenson Button - McLaren - 1min39s275 11. Pastor Maldonado - Lotus - 1min39s444 12. Fernando Alonso - McLaren - 1min39s743 13. Marcus Ericsson - Sauber - 1min39s751 14. Max Verstappen - Toro Rosso - 1min39s894 15. Carlos Sainz - Toro Rosso - 1min39s971 16. Nico Hulkenberg - Force India - 1min40s151 17. Felipe Massa - Williams - 1min40s423 18. Sergio Perez - Force India - 1min40s868 19. Roberto Merhi - Marussia - 1min42s973 20. Will Stevens - Marussia - 1min44s564
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Dunga convoca 7 jogadores com idade olímpica para a Copa América
O treinador da seleção brasileira, Dunga, anunciou nesta quinta-feira (5) a lista oficial para a Copa América do Centenário, que será disputada em junho, nos Estados Unidos. A lista apresenta sete nomes com idade olímpica: o goleiro Ederson, do Benfica, os zagueiros Marquinhos, do Paris Saint-Germain, e Rodrigo Caio, do São Paulo, o lateral direito Fabinho, do Monaco, o lateral esquerdo Douglas Santos, do Atlético-MG, o meia-atacante Rafinha Alcântara, do Barcelona (ESP), e o atacante Gabriel, do Santos. Neymar, David Luiz e Marcelo não constavam na lista inicial, que tinha 40 nomes, elaborada por Dunga e divulgada na última sexta-feira (29). A pré-lista será utilizada pelo treinador caso alguém se machuque até a estreia do Brasil, marcada para o dia 4 de junho. Neymar não jogará a Copa América, após acordo fechado entre a CBF e o Barcelona. A entidade trocou a presença do camisa 10 e capitão no torneio continental por sua participação na Rio-2016, em agosto, como um dos três jogadores acima do limite de 23 anos imposto pelo regulamento olímpico. O Barcelona não era obrigado a liberá-lo para os Jogos Olímpicos, apenas para a Copa América, mas não queria que ele atuasse nas duas competições, para ter um período de descanso. Por isso foi feito o acordo, já que a CBF trata o inédito ouro olímpico como prioridade. Já David Luiz ficou fora por opção do treinador. A reportagem apurou que o zagueiro está em baixa com a comissão técnica por suas atuações –ou melhor, por suas ausências– nas eliminatórias para a Copa-2018, torneio em que o Brasil é apenas o sexto após seis rodadas, o que o deixaria fora do Mundial da Rússia. Já o lateral esquerdo do Real Madrid se envolveu em polêmica com a comissão técnica sobre uma possível lesão que o tirou da última convocação, em março. O Brasil começa sua preparação em 23 de maio, com treinos em Los Angeles. No dia 29 será realizado um amistoso em Denver, contra o Panamá. A equipe estreia na competição no dia 4, quando enfrenta o Equador, em Pasadena (Califórnia). No dia 8 de junho o rival será o Haiti, em Orlando, e no dia 12 de junho, o Peru, na região metropolitana de Boston. Os dois primeiros colocados de cada uma das quatro chaves avançam para as quartas de final. A Copa América comemora os 100 anos da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e terá a participação das dez seleções da América do Sul e de seis da Concacaf (Confederação das Américas do Norte, Central e Caribe), entre eles o México e os EUA. CONFIRA A LISTA DE CONVOCADOS PARA A COPA AMÉRICA GOLEIROS Alisson - Internacional Diego Alves - Valencia (ESP) Ederson - Benfica (POR) LATERAIS Daniel Alves - Barcelona (ESP) Fabinho - Monaco (FRA) Douglas Santos - Atlético-MG Filipe Luís - Atlético de Madri (ESP) ZAGUEIROS Gil - Shandong Luneng (CHN) Marquinhos - Paris Saint-Germain (FRA) Miranda - Inter de Milão (ITA) Rodrigo Caio - São Paulo MEIO-CAMPISTAS Casemiro - Real Madrid (ESP) Elias - Corinthians Luiz Gustavo - Wolfsburg (ALE) Renato Augusto - Beijing Guoan (CHN) Rafinha Alcântara - Barcelona (ESP) Lucas Lima - Santos Philippe Coutinho - Liverpool (ING) Willian - Chelsea (ING) ATACANTES Gabriel - Santos Hulk - Zenit (RUS) Ricardo Oliveira - Santos  Douglas Costa - Bayern de Munique (ALE)
esporte
Dunga convoca 7 jogadores com idade olímpica para a Copa AméricaO treinador da seleção brasileira, Dunga, anunciou nesta quinta-feira (5) a lista oficial para a Copa América do Centenário, que será disputada em junho, nos Estados Unidos. A lista apresenta sete nomes com idade olímpica: o goleiro Ederson, do Benfica, os zagueiros Marquinhos, do Paris Saint-Germain, e Rodrigo Caio, do São Paulo, o lateral direito Fabinho, do Monaco, o lateral esquerdo Douglas Santos, do Atlético-MG, o meia-atacante Rafinha Alcântara, do Barcelona (ESP), e o atacante Gabriel, do Santos. Neymar, David Luiz e Marcelo não constavam na lista inicial, que tinha 40 nomes, elaborada por Dunga e divulgada na última sexta-feira (29). A pré-lista será utilizada pelo treinador caso alguém se machuque até a estreia do Brasil, marcada para o dia 4 de junho. Neymar não jogará a Copa América, após acordo fechado entre a CBF e o Barcelona. A entidade trocou a presença do camisa 10 e capitão no torneio continental por sua participação na Rio-2016, em agosto, como um dos três jogadores acima do limite de 23 anos imposto pelo regulamento olímpico. O Barcelona não era obrigado a liberá-lo para os Jogos Olímpicos, apenas para a Copa América, mas não queria que ele atuasse nas duas competições, para ter um período de descanso. Por isso foi feito o acordo, já que a CBF trata o inédito ouro olímpico como prioridade. Já David Luiz ficou fora por opção do treinador. A reportagem apurou que o zagueiro está em baixa com a comissão técnica por suas atuações –ou melhor, por suas ausências– nas eliminatórias para a Copa-2018, torneio em que o Brasil é apenas o sexto após seis rodadas, o que o deixaria fora do Mundial da Rússia. Já o lateral esquerdo do Real Madrid se envolveu em polêmica com a comissão técnica sobre uma possível lesão que o tirou da última convocação, em março. O Brasil começa sua preparação em 23 de maio, com treinos em Los Angeles. No dia 29 será realizado um amistoso em Denver, contra o Panamá. A equipe estreia na competição no dia 4, quando enfrenta o Equador, em Pasadena (Califórnia). No dia 8 de junho o rival será o Haiti, em Orlando, e no dia 12 de junho, o Peru, na região metropolitana de Boston. Os dois primeiros colocados de cada uma das quatro chaves avançam para as quartas de final. A Copa América comemora os 100 anos da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e terá a participação das dez seleções da América do Sul e de seis da Concacaf (Confederação das Américas do Norte, Central e Caribe), entre eles o México e os EUA. CONFIRA A LISTA DE CONVOCADOS PARA A COPA AMÉRICA GOLEIROS Alisson - Internacional Diego Alves - Valencia (ESP) Ederson - Benfica (POR) LATERAIS Daniel Alves - Barcelona (ESP) Fabinho - Monaco (FRA) Douglas Santos - Atlético-MG Filipe Luís - Atlético de Madri (ESP) ZAGUEIROS Gil - Shandong Luneng (CHN) Marquinhos - Paris Saint-Germain (FRA) Miranda - Inter de Milão (ITA) Rodrigo Caio - São Paulo MEIO-CAMPISTAS Casemiro - Real Madrid (ESP) Elias - Corinthians Luiz Gustavo - Wolfsburg (ALE) Renato Augusto - Beijing Guoan (CHN) Rafinha Alcântara - Barcelona (ESP) Lucas Lima - Santos Philippe Coutinho - Liverpool (ING) Willian - Chelsea (ING) ATACANTES Gabriel - Santos Hulk - Zenit (RUS) Ricardo Oliveira - Santos  Douglas Costa - Bayern de Munique (ALE)
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Erramos: Chuva já supera média para todo o mês de fevereiro em represas da Grande SP
Diferentemente do que foi informado no subtítulo do infográfico "Chove, chuva", que acompanha a reportagem "Chuva já supera média para todo o mês de fevereiro em represas da Grande SP" , publicada na versão impressa e no site da Folha (Cotidiano - 21/02/2015 - 02h00), o volume de chuvas nos seis reservatórios da Grande São Paulo nos primeiros 20 dias de fevereiro é o maior dos últimos 13 anos (e não dos últimos 12 anos), considerando esse mesmo período do mês. O infográfico foi corrigido.
cotidiano
Erramos: Chuva já supera média para todo o mês de fevereiro em represas da Grande SPDiferentemente do que foi informado no subtítulo do infográfico "Chove, chuva", que acompanha a reportagem "Chuva já supera média para todo o mês de fevereiro em represas da Grande SP" , publicada na versão impressa e no site da Folha (Cotidiano - 21/02/2015 - 02h00), o volume de chuvas nos seis reservatórios da Grande São Paulo nos primeiros 20 dias de fevereiro é o maior dos últimos 13 anos (e não dos últimos 12 anos), considerando esse mesmo período do mês. O infográfico foi corrigido.
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Filósofo alemão Peter Sloterdijk fala no Fronteiras do Pensamento
"Não há choque de civilizações, mas uma colisão dos sistemas simbólicos de imunização que nós chamamos de 'culturas'. Trata-se, então, da necessidade de civilizar culturas que já não se entendem como 'civilizações'." Assim Peter Sloterdijk define o tema de sua conferência desta quarta (5) em São Paulo, na programação do ciclo Fronteiras do Pensamento. A "imunização" a que se refere o filósofo alemão é um dos conceitos basilares de "Esferas", sua monumental obra em três volumes. O primeiro traz o subtítulo "Bolhas" e acaba de ser lançado no Brasil pela Estação Liberdade; os volumes seguintes são "Globos" e "Espumas". Em conjunto, as três partes descrevem o processo pelo qual o ser humano parte da "bolha", da redoma protetora representada por sua simbiose com a mãe, para aos poucos estabelecer múltiplas relações intersubjetivas em esferas amplificadas, "globais": a sociedade e, sobretudo, o Estado-Nação –mas também a religião, as teorias metafísicas e a tecnologia. Tais construções (psíquicas e sociopolíticas) constituem escudos imunológicos contra as agressões do ambiente e do Real (no sentido psicanalítico daquilo que eclode como um Outro ainda não simbolizado, ameaçador). Na era da globalização, ironicamente, a própria ideia do "globo" explodiu num mar de espumas onde "onde tudo se tornou centro", varrendo as grandes narrativas imunizadoras. "A quebra das cosmologias clássicas leva a formas de vida individualistas. O individualismo é o reino dos seguros privados, no lugar dos seguros divinos que compartilhávamos no passado. O cosmos não é mais nossa casa. Nossa casa se tornou nosso microcosmos", diz Sloterdijk. A contrapartida coletiva desse desamparo individual é a eclosão dos fundamentalismos e o retorno a valores tradicionais em meio às massas lançadas ao relento pela exclusão globalizante: "Os movimentos fundamentalistas mostram que a construção de 'casas' e seguros privados, como sistemas de solidariedade indireta, ainda não é capaz de atender às necessidades daqueles que são simbolicamente e materialmente 'sem teto'." Diante disso, qual seria a tarefa do filósofo? "Tenho dificuldade com a ideia de que os filósofos devam ter tarefas. Em nosso mundo, o principal problema é a reformatação dos sistemas imunitários coletivos. Eu diria que pensar o formato real das estruturas imunitárias –anteriormente conhecidas como 'culturas'– é a política do filósofo". Com uma obra que se alimenta não só da tradição filosófica mas também da psicologia, da antropologia, da teologia e das teorias evolucionistas, Sloterdijk diz que "Esferas" pode ser lido como um "romance monstruoso": "Seus heróis não são pessoas, mas as formas que construímos, nas quais respiramos e pensamos. Pode soar meio 'heideggeriano', mas o objetivo é ir além da fórmula básica [de Heidegger]: ser-no-mundo. Nunca estamos realmente 'no mundo', mas quase sempre em contêineres artificiais. Para mim, 'ser' significa produzir esferas como invólucros nos quais os seres humanos levam suas vidas."
ilustrada
Filósofo alemão Peter Sloterdijk fala no Fronteiras do Pensamento"Não há choque de civilizações, mas uma colisão dos sistemas simbólicos de imunização que nós chamamos de 'culturas'. Trata-se, então, da necessidade de civilizar culturas que já não se entendem como 'civilizações'." Assim Peter Sloterdijk define o tema de sua conferência desta quarta (5) em São Paulo, na programação do ciclo Fronteiras do Pensamento. A "imunização" a que se refere o filósofo alemão é um dos conceitos basilares de "Esferas", sua monumental obra em três volumes. O primeiro traz o subtítulo "Bolhas" e acaba de ser lançado no Brasil pela Estação Liberdade; os volumes seguintes são "Globos" e "Espumas". Em conjunto, as três partes descrevem o processo pelo qual o ser humano parte da "bolha", da redoma protetora representada por sua simbiose com a mãe, para aos poucos estabelecer múltiplas relações intersubjetivas em esferas amplificadas, "globais": a sociedade e, sobretudo, o Estado-Nação –mas também a religião, as teorias metafísicas e a tecnologia. Tais construções (psíquicas e sociopolíticas) constituem escudos imunológicos contra as agressões do ambiente e do Real (no sentido psicanalítico daquilo que eclode como um Outro ainda não simbolizado, ameaçador). Na era da globalização, ironicamente, a própria ideia do "globo" explodiu num mar de espumas onde "onde tudo se tornou centro", varrendo as grandes narrativas imunizadoras. "A quebra das cosmologias clássicas leva a formas de vida individualistas. O individualismo é o reino dos seguros privados, no lugar dos seguros divinos que compartilhávamos no passado. O cosmos não é mais nossa casa. Nossa casa se tornou nosso microcosmos", diz Sloterdijk. A contrapartida coletiva desse desamparo individual é a eclosão dos fundamentalismos e o retorno a valores tradicionais em meio às massas lançadas ao relento pela exclusão globalizante: "Os movimentos fundamentalistas mostram que a construção de 'casas' e seguros privados, como sistemas de solidariedade indireta, ainda não é capaz de atender às necessidades daqueles que são simbolicamente e materialmente 'sem teto'." Diante disso, qual seria a tarefa do filósofo? "Tenho dificuldade com a ideia de que os filósofos devam ter tarefas. Em nosso mundo, o principal problema é a reformatação dos sistemas imunitários coletivos. Eu diria que pensar o formato real das estruturas imunitárias –anteriormente conhecidas como 'culturas'– é a política do filósofo". Com uma obra que se alimenta não só da tradição filosófica mas também da psicologia, da antropologia, da teologia e das teorias evolucionistas, Sloterdijk diz que "Esferas" pode ser lido como um "romance monstruoso": "Seus heróis não são pessoas, mas as formas que construímos, nas quais respiramos e pensamos. Pode soar meio 'heideggeriano', mas o objetivo é ir além da fórmula básica [de Heidegger]: ser-no-mundo. Nunca estamos realmente 'no mundo', mas quase sempre em contêineres artificiais. Para mim, 'ser' significa produzir esferas como invólucros nos quais os seres humanos levam suas vidas."
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Lugano é recebido por xará de 3 anos em festa com tumulto no aeroporto
Em meio a um mar tricolor com pontos azul-celeste e muito barulho, um torcedor de três anos aguardava ansioso a chegada de Diego Lugano ao aeroporto de Guarulhos, na noite desta terça-feira (12). Era Diego Lugano de Almeida, que recebeu o nome em homenagem ao zagueiro uruguaio. O pai, Willian de Almeida, tem Lugano como seu maior ídolo. Nesta semana, o torcedor tricolor entrou em contato com a esposa do jogador. Segundo ele, o homenageado queria conhecer o garoto. "Meu ídolo, cara. É o meu maior ídolo. Um ajudou o outro pra achar o contato, eu falei com a esposa dele e ela que marcou esse encontro, porque ele [o jogador] quer conhecer o Diego Lugano [filho]", disse Almeida à Folha. Willian e o filho eram dois entre as centenas de torcedores são-paulinos que aguardavam a chegada do jogador. A recepção teve muitas camisas uruguaias, bandeiras do São Paulo e até sinalizadores dentro do saguão de desembarque. Veja vídeo "Ele merece esse carinho por tudo que fez pelo São Paulo", disse Hugo Pita, brasileiro de família uruguaia, enrolado na bandeira do país vizinho e vestindo a camisa azul do time do Morumbi, que homenageia os diversos ídolos uruguaios que passaram pelo clube. Pouco mais de uma hora antes da chegada do jogador, prevista para as 19h55, a torcida já cantava e fazia a festa. Com o desembarque do zagueiro, por volta das 20h40, formou-se um pequeno tumulto, quando a Polícia Militar e seguranças do aeroporto tentavam abrir passagem em meio à multidão. Na confusão, um carro da segurança do aeroporto e duas das portas de entrada foram danificados. Lugano penou para chegar à van que o aguardava, e teve que entrar por trás do carro, enquanto a torcida tentava tocar o ídolo ou conseguir uma foto de perto. Quando o uruguaio finalmente conseguiu entrar no veículo, a torcida vibrou e continuou a festa aos gritos de "o Lugano voltou". CONTRATAÇÃO A diretoria do clube anunciou a contratação do uruguaio na noite de segunda (11). O zagueiro, que já havia se despedido do Cerro Porteño, do Paraguai, na última quarta (16), chegou de Montevidéu, sua terra natal. Ele aguardava os últimos detalhes da documentação de sua rescisão, que o Cerro precisava enviar para que o São Paulo confirmasse a chegada. Lugano jogou pelo time tricolor de 2003 a 2006 e foi campeão da Libertadores e do Mundial de 2005 pelo clube. No site oficial do São Paulo, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, comemorou a volta do atleta. "O Diego volta para retomar uma história marcada por títulos e uma identificação tão forte que a distância só fez fortalecer nossos laços de afeto mútuo. Ele será uma peça importantíssima não só dentro das quatro linhas, já que sua experiência, caráter e dedicação também serão fundamentais para ajudar a formar um grupo vencedor e de muita fibra, que joga qualquer partida como final de campeonato", declarou. Em 2016, ano de Libertadores, o São Paulo terá fartura de estrangeiros sul-americanos. Com a chegada de Lugano são sete, entre elenco e comissão técnica.
esporte
Lugano é recebido por xará de 3 anos em festa com tumulto no aeroportoEm meio a um mar tricolor com pontos azul-celeste e muito barulho, um torcedor de três anos aguardava ansioso a chegada de Diego Lugano ao aeroporto de Guarulhos, na noite desta terça-feira (12). Era Diego Lugano de Almeida, que recebeu o nome em homenagem ao zagueiro uruguaio. O pai, Willian de Almeida, tem Lugano como seu maior ídolo. Nesta semana, o torcedor tricolor entrou em contato com a esposa do jogador. Segundo ele, o homenageado queria conhecer o garoto. "Meu ídolo, cara. É o meu maior ídolo. Um ajudou o outro pra achar o contato, eu falei com a esposa dele e ela que marcou esse encontro, porque ele [o jogador] quer conhecer o Diego Lugano [filho]", disse Almeida à Folha. Willian e o filho eram dois entre as centenas de torcedores são-paulinos que aguardavam a chegada do jogador. A recepção teve muitas camisas uruguaias, bandeiras do São Paulo e até sinalizadores dentro do saguão de desembarque. Veja vídeo "Ele merece esse carinho por tudo que fez pelo São Paulo", disse Hugo Pita, brasileiro de família uruguaia, enrolado na bandeira do país vizinho e vestindo a camisa azul do time do Morumbi, que homenageia os diversos ídolos uruguaios que passaram pelo clube. Pouco mais de uma hora antes da chegada do jogador, prevista para as 19h55, a torcida já cantava e fazia a festa. Com o desembarque do zagueiro, por volta das 20h40, formou-se um pequeno tumulto, quando a Polícia Militar e seguranças do aeroporto tentavam abrir passagem em meio à multidão. Na confusão, um carro da segurança do aeroporto e duas das portas de entrada foram danificados. Lugano penou para chegar à van que o aguardava, e teve que entrar por trás do carro, enquanto a torcida tentava tocar o ídolo ou conseguir uma foto de perto. Quando o uruguaio finalmente conseguiu entrar no veículo, a torcida vibrou e continuou a festa aos gritos de "o Lugano voltou". CONTRATAÇÃO A diretoria do clube anunciou a contratação do uruguaio na noite de segunda (11). O zagueiro, que já havia se despedido do Cerro Porteño, do Paraguai, na última quarta (16), chegou de Montevidéu, sua terra natal. Ele aguardava os últimos detalhes da documentação de sua rescisão, que o Cerro precisava enviar para que o São Paulo confirmasse a chegada. Lugano jogou pelo time tricolor de 2003 a 2006 e foi campeão da Libertadores e do Mundial de 2005 pelo clube. No site oficial do São Paulo, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, comemorou a volta do atleta. "O Diego volta para retomar uma história marcada por títulos e uma identificação tão forte que a distância só fez fortalecer nossos laços de afeto mútuo. Ele será uma peça importantíssima não só dentro das quatro linhas, já que sua experiência, caráter e dedicação também serão fundamentais para ajudar a formar um grupo vencedor e de muita fibra, que joga qualquer partida como final de campeonato", declarou. Em 2016, ano de Libertadores, o São Paulo terá fartura de estrangeiros sul-americanos. Com a chegada de Lugano são sete, entre elenco e comissão técnica.
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Nepal acha helicóptero dos EUA que caiu ao levar ajuda a vítimas de tremor
O Exército do Nepal anunciou nesta sexta-feira (15) que encontrou os destroços de um helicóptero militar dos Estados Unidos que desapareceu com oito pessoas na terça (12), enquanto tentava entregar ajuda às vítimas do terremoto no país. Segundo o comando militar nepalês, o aparelho UH-1Y Huey dos fuzileiros navais americanos foi localizado em área florestal montanhosa de difícil acesso a 70 km a leste da capital Katmandu. Os soldados que participaram do resgate encontraram seis corpos carbonizados perto dos destroços da aeronave, que levava seis fuzileiros navais americanos e dois soldados nepaleses que distribuíam comida para moradores de Charikot. A área foi uma das mais atingidas pelo tremor de magnitude 7,3 que atingiu o país na terça. Membros do comando militar dos EUA afirmam que os tripulantes chegaram a pedir ajuda a um helicóptero indiano antes de cair. O helicóptero era um dos aparelhos usados no auxílio às vítimas do abalo sísmico de magnitude 7,8 que atingiu o Nepal em 25 de abril, deixando mais de 8.000 mortos e mais de 78 mil feridos.
mundo
Nepal acha helicóptero dos EUA que caiu ao levar ajuda a vítimas de tremorO Exército do Nepal anunciou nesta sexta-feira (15) que encontrou os destroços de um helicóptero militar dos Estados Unidos que desapareceu com oito pessoas na terça (12), enquanto tentava entregar ajuda às vítimas do terremoto no país. Segundo o comando militar nepalês, o aparelho UH-1Y Huey dos fuzileiros navais americanos foi localizado em área florestal montanhosa de difícil acesso a 70 km a leste da capital Katmandu. Os soldados que participaram do resgate encontraram seis corpos carbonizados perto dos destroços da aeronave, que levava seis fuzileiros navais americanos e dois soldados nepaleses que distribuíam comida para moradores de Charikot. A área foi uma das mais atingidas pelo tremor de magnitude 7,3 que atingiu o país na terça. Membros do comando militar dos EUA afirmam que os tripulantes chegaram a pedir ajuda a um helicóptero indiano antes de cair. O helicóptero era um dos aparelhos usados no auxílio às vítimas do abalo sísmico de magnitude 7,8 que atingiu o Nepal em 25 de abril, deixando mais de 8.000 mortos e mais de 78 mil feridos.
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Youssef, o dono do mundo
"O frisson do momento é a delação premiada de Alberto Youssef. Mas quem é Youssef? [...] Foi um dos doleiros usados pelo então operador do caixa do PSDB, Ricardo Sérgio, para 'externalizar', num linguajar ao gosto da legenda, propinas da privatização selvagem dos anos 1990. Youssef é velho de guerra tanto em delitos como em delação premiada. Já fez uma em 2004, na época da CPI do Banestado, quando se comprometeu a nunca mais sair da linha. O tamanho de sua confiabilidade aparece em sua situação atual. Está preso de novo. Quem diz é o Ministério Público: 'Mesmo tendo feito termo de colaboração com a Justiça [...], voltou a delinquir, indicando que transformou o crime em verdadeiro meio de vida.'" Tais linhas foram publicadas em 29/9/2014, por este colunista, quando a oposição festejava as declarações vazadas por um bandido contumaz. Vale repetir o diagnóstico do Ministério Público sobre o rapaz: "Transformou o crime em verdadeiro meio de vida". Não há aí muita surpresa em se tratando da espécie humana. Fernandinho Beira-Mar, Marcola, Al Capone e outros tantos com nomes mais nobres também padecem do mesmo caráter. A novidade é que hoje o Brasil parece estar nas mãos de um sujeito deste tipo, autor das principais "denúncias" que sustentam o listão. O maior serviço prestado pela lista de Janot não é o de mostrar a qualidade dos políticos envolvidos, tampouco a de seus partidos. Mentiras à parte, sobrou para todo mundo. Tem PT, PSDB, PP, PMDB, SD. Mortos como Eduardo Campos (PSB) e Sérgio Guerra (PSDB) foram poupados, como era de se esperar. A utilidade do listão é trazer o debate para um outro patamar. Com exceções de praxe, percebe-se que o sistema sobre o qual está assentada a democracia brasileira é viciado, e não de agora. Os atores mudam, os partidos também. Alguns, como Youssef, servem a vários senhores. Mas como virou costume dizer, o defeito é "sistêmico". Estamos apenas no começo. Meses, quando não anos, vão separar as denúncias de veredictos definitivos. Mesmo estes, vide o chamado mensalão, estarão sujeitos a diferentes interpretações. O peso das provas, a favor ou contra, dependerá do humor, inclinação e bengaladas do distinto Supremo Tapetão Federal. Mas se a longo prazo todos nós estaremos mortos, como falava Keynes, a vida segue no dia a dia para quem respira. Horas e horas de turbulência e chantagem ocuparão o noticiário doravante. Já o impacto na vida do cidadão estará ligado a efeitos bem mais realistas que a troca de farpas e baixarias entre os políticos. É para aí que qualquer governo deveria concentrar suas atenções. Nos próximos dias 13 e 15, haverá manifestações relacionadas ao momento atual. Até aí, nada demais. Trata-se do exercício da democracia. O que chama a atenção é um detalhe: as duas levantam bandeiras contra o Planalto, mesmo contando com atores e objetivos diferentes. A primeira, promovida por centrais e movimentos populares, protesta contra impeachment, defende a Petrobras etc., mas coloca no centro a defesa de direitos sociais atacados pelo receituário do ministro Levy/Dilma. Dois dias depois, golpistas habituais pretendem reunir seguidores para tentar reverter na marra a derrota nas urnas. Faz parte. Eis o verdadeiro nó que o governo deveria estar preocupado em desatar. A começar por escolher um lado, de preferência o socialmente certo.
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Youssef, o dono do mundo"O frisson do momento é a delação premiada de Alberto Youssef. Mas quem é Youssef? [...] Foi um dos doleiros usados pelo então operador do caixa do PSDB, Ricardo Sérgio, para 'externalizar', num linguajar ao gosto da legenda, propinas da privatização selvagem dos anos 1990. Youssef é velho de guerra tanto em delitos como em delação premiada. Já fez uma em 2004, na época da CPI do Banestado, quando se comprometeu a nunca mais sair da linha. O tamanho de sua confiabilidade aparece em sua situação atual. Está preso de novo. Quem diz é o Ministério Público: 'Mesmo tendo feito termo de colaboração com a Justiça [...], voltou a delinquir, indicando que transformou o crime em verdadeiro meio de vida.'" Tais linhas foram publicadas em 29/9/2014, por este colunista, quando a oposição festejava as declarações vazadas por um bandido contumaz. Vale repetir o diagnóstico do Ministério Público sobre o rapaz: "Transformou o crime em verdadeiro meio de vida". Não há aí muita surpresa em se tratando da espécie humana. Fernandinho Beira-Mar, Marcola, Al Capone e outros tantos com nomes mais nobres também padecem do mesmo caráter. A novidade é que hoje o Brasil parece estar nas mãos de um sujeito deste tipo, autor das principais "denúncias" que sustentam o listão. O maior serviço prestado pela lista de Janot não é o de mostrar a qualidade dos políticos envolvidos, tampouco a de seus partidos. Mentiras à parte, sobrou para todo mundo. Tem PT, PSDB, PP, PMDB, SD. Mortos como Eduardo Campos (PSB) e Sérgio Guerra (PSDB) foram poupados, como era de se esperar. A utilidade do listão é trazer o debate para um outro patamar. Com exceções de praxe, percebe-se que o sistema sobre o qual está assentada a democracia brasileira é viciado, e não de agora. Os atores mudam, os partidos também. Alguns, como Youssef, servem a vários senhores. Mas como virou costume dizer, o defeito é "sistêmico". Estamos apenas no começo. Meses, quando não anos, vão separar as denúncias de veredictos definitivos. Mesmo estes, vide o chamado mensalão, estarão sujeitos a diferentes interpretações. O peso das provas, a favor ou contra, dependerá do humor, inclinação e bengaladas do distinto Supremo Tapetão Federal. Mas se a longo prazo todos nós estaremos mortos, como falava Keynes, a vida segue no dia a dia para quem respira. Horas e horas de turbulência e chantagem ocuparão o noticiário doravante. Já o impacto na vida do cidadão estará ligado a efeitos bem mais realistas que a troca de farpas e baixarias entre os políticos. É para aí que qualquer governo deveria concentrar suas atenções. Nos próximos dias 13 e 15, haverá manifestações relacionadas ao momento atual. Até aí, nada demais. Trata-se do exercício da democracia. O que chama a atenção é um detalhe: as duas levantam bandeiras contra o Planalto, mesmo contando com atores e objetivos diferentes. A primeira, promovida por centrais e movimentos populares, protesta contra impeachment, defende a Petrobras etc., mas coloca no centro a defesa de direitos sociais atacados pelo receituário do ministro Levy/Dilma. Dois dias depois, golpistas habituais pretendem reunir seguidores para tentar reverter na marra a derrota nas urnas. Faz parte. Eis o verdadeiro nó que o governo deveria estar preocupado em desatar. A começar por escolher um lado, de preferência o socialmente certo.
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Após faltar à cerimônia do Nobel, Bob Dylan fará shows na Suécia em abril
Homenageado com o prêmio Nobel de Literatura deste ano, Bob Dylan irá se apresentar na Suécia em abril, o que lhe dará uma chance de fazer a palestra exigida para receber o prêmio financeiro de 870 mil dólares. Avesso à mídia, Dylan se recusou a comparecer à cerimônia do Nobel no sábado (10), mas deve tocar em Estocolmo nos dias 1º e 2 de abril e em Lund, no sul do país, no dia 9 do mesmo mês, segundo seu site. Para receber o prêmio em dinheiro, Dylan precisa fazer uma palestra dentro de seis meses a partir de 10 de dezembro, mas não necessariamente na capital sueca. Sara Danius, secretária permanente e membro da Academia Sueca que concede o Nobel de Literatura, disse que, embora os detalhes ainda tenham que ser acertados, espera que algo possa ser combinado com Dylan. Quando a romancista britânica Doris Lessing foi agraciada com o mesmo prêmio em 2007, redigiu uma palestra e a enviou a seu editor sueco, que a leu em uma cerimônia em Estocolmo. Em um comunicado do dia 18 de novembro, a Academia Sueca informou que uma possível apresentação na cidade durante a primavera local seria uma "oportunidade perfeita" para a realização da leitura. No sábado, o cantor e compositor enviou uma mensagem agradecendo a Academia por lhe conceder o prêmio, uma honraria que acreditava ser tão provável quanto "pisar na lua". "Lamento não poder estar com vocês em pessoa, mas saibam que com toda a certeza estou com vocês em espírito e honrado de estar recebendo um prêmio tão prestigioso", disse Dylan em um discurso lido por Azita Raji, embaixadora dos Estados Unidos na Suécia, no banquete do Nobel. Dylan aceitou o prêmio depois de frustrar a Academia com semanas de silêncio na sequência do anúncio da concessão do Nobel, feito no dia 13 de outubro –mas mesmo assim preferiu não comparecer às festividades.
ilustrada
Após faltar à cerimônia do Nobel, Bob Dylan fará shows na Suécia em abrilHomenageado com o prêmio Nobel de Literatura deste ano, Bob Dylan irá se apresentar na Suécia em abril, o que lhe dará uma chance de fazer a palestra exigida para receber o prêmio financeiro de 870 mil dólares. Avesso à mídia, Dylan se recusou a comparecer à cerimônia do Nobel no sábado (10), mas deve tocar em Estocolmo nos dias 1º e 2 de abril e em Lund, no sul do país, no dia 9 do mesmo mês, segundo seu site. Para receber o prêmio em dinheiro, Dylan precisa fazer uma palestra dentro de seis meses a partir de 10 de dezembro, mas não necessariamente na capital sueca. Sara Danius, secretária permanente e membro da Academia Sueca que concede o Nobel de Literatura, disse que, embora os detalhes ainda tenham que ser acertados, espera que algo possa ser combinado com Dylan. Quando a romancista britânica Doris Lessing foi agraciada com o mesmo prêmio em 2007, redigiu uma palestra e a enviou a seu editor sueco, que a leu em uma cerimônia em Estocolmo. Em um comunicado do dia 18 de novembro, a Academia Sueca informou que uma possível apresentação na cidade durante a primavera local seria uma "oportunidade perfeita" para a realização da leitura. No sábado, o cantor e compositor enviou uma mensagem agradecendo a Academia por lhe conceder o prêmio, uma honraria que acreditava ser tão provável quanto "pisar na lua". "Lamento não poder estar com vocês em pessoa, mas saibam que com toda a certeza estou com vocês em espírito e honrado de estar recebendo um prêmio tão prestigioso", disse Dylan em um discurso lido por Azita Raji, embaixadora dos Estados Unidos na Suécia, no banquete do Nobel. Dylan aceitou o prêmio depois de frustrar a Academia com semanas de silêncio na sequência do anúncio da concessão do Nobel, feito no dia 13 de outubro –mas mesmo assim preferiu não comparecer às festividades.
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Ação policial para frustrar roubo no Morumbi termina com 10 mortos
Dez homens foram mortos pela polícia na noite deste domingo (3) após tentativa de assalto a uma casa no Jardim Guedala, na região do Morumbi (zona oeste de SP). Os criminosos faziam parte de uma quadrilha especializada em assaltos a casas de luxo no bairro, e a Polícia Civil estava monitorando o grupo antes da ocorrência. Os suspeitos foram abordados por policiais quando saíam de uma residência na rua Pureus, por volta das 19h30. Dentro da casa havia três adultos e uma criança. Houve intensa troca de tiros. Segundo a polícia, os criminosos tinham quatro fuzis. Nenhum policial morreu no tiroteio, mas quatro acabaram levemente feridos por estilhaços. Policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações) e do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) participaram da operação, que usou carros descaracterizados. Um carro com ao menos quatro criminosos conseguiu fugir. No final da noite, havia corpos espalhados em quatro ruas diferentes, estirados no asfalto. Três na rua Pureus, cinco na Pirapó, a poucos metros da casa alvo do assalto, um na rua Melo Morais Filho e um na rua Santo Eufredo. Tiroteio no Morumbi A quadrilha usava ao menos dois veículos, um Fiat Toro e um Hyundai Santa Fé. Os criminosos teriam saído da casa ao saberem do cerco da polícia. Eles estariam tentando abrir um cofre no local, mas não tiveram tempo. Os criminosos foram alvejados dentro dos carros. Um dos veículos bateu em um poste a poucos metros da residência. O outro veículo ficou atravessado na rua. 'BALÕES DE FOGOS' Segundo a polícia, a quadrilha estaria envolvida em vários assaltos a casas, caixas-eletrônicos e carros fortes. O líder do grupo, identificado como Sassá, está entre os mortos –é o baleado da rua Santo Eufredo. O administrador Alfredo Barbosa, 60, que mora na rua atrás do local do assalto, ouviu os tiros quando estava em casa. "Foram mais de cem tiros certamente, durou mais ou menos uns 20 minutos. Pensei que eram aqueles balões de fogos", disse. Barbosa afirma que nos últimos anos têm sido recorrentes relatos de assaltos na região. "Já entraram na minha casa, a situação ficou bem difícil de cinco anos pra cá." Outro morador da vizinhança, que teve a casa assaltada há três semanas, reconheceu o tênis do seu pai no pé do criminoso morto. Corpos dos assaltantes "Entraram em casa num domingo e levaram tudo, ainda bem que estava vazia. Mas vi nas imagens do circuito interno, ele estava junto", disse à reportagem o morador, que preferiu não se identificar. O caso ocorre em meio à epidemia de crimes contra o patrimônio (furtos, roubos e latrocínios) no Estado de São Paulo: nos primeiros seis meses do ano, houve um delito do tipo a cada 30 segundos. A elevação em relação ao primeiro semestre do ano passado é pequena (0,3%), mas é a décima vez que se registra alta no Estado desde 2002.
cotidiano
Ação policial para frustrar roubo no Morumbi termina com 10 mortosDez homens foram mortos pela polícia na noite deste domingo (3) após tentativa de assalto a uma casa no Jardim Guedala, na região do Morumbi (zona oeste de SP). Os criminosos faziam parte de uma quadrilha especializada em assaltos a casas de luxo no bairro, e a Polícia Civil estava monitorando o grupo antes da ocorrência. Os suspeitos foram abordados por policiais quando saíam de uma residência na rua Pureus, por volta das 19h30. Dentro da casa havia três adultos e uma criança. Houve intensa troca de tiros. Segundo a polícia, os criminosos tinham quatro fuzis. Nenhum policial morreu no tiroteio, mas quatro acabaram levemente feridos por estilhaços. Policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações) e do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) participaram da operação, que usou carros descaracterizados. Um carro com ao menos quatro criminosos conseguiu fugir. No final da noite, havia corpos espalhados em quatro ruas diferentes, estirados no asfalto. Três na rua Pureus, cinco na Pirapó, a poucos metros da casa alvo do assalto, um na rua Melo Morais Filho e um na rua Santo Eufredo. Tiroteio no Morumbi A quadrilha usava ao menos dois veículos, um Fiat Toro e um Hyundai Santa Fé. Os criminosos teriam saído da casa ao saberem do cerco da polícia. Eles estariam tentando abrir um cofre no local, mas não tiveram tempo. Os criminosos foram alvejados dentro dos carros. Um dos veículos bateu em um poste a poucos metros da residência. O outro veículo ficou atravessado na rua. 'BALÕES DE FOGOS' Segundo a polícia, a quadrilha estaria envolvida em vários assaltos a casas, caixas-eletrônicos e carros fortes. O líder do grupo, identificado como Sassá, está entre os mortos –é o baleado da rua Santo Eufredo. O administrador Alfredo Barbosa, 60, que mora na rua atrás do local do assalto, ouviu os tiros quando estava em casa. "Foram mais de cem tiros certamente, durou mais ou menos uns 20 minutos. Pensei que eram aqueles balões de fogos", disse. Barbosa afirma que nos últimos anos têm sido recorrentes relatos de assaltos na região. "Já entraram na minha casa, a situação ficou bem difícil de cinco anos pra cá." Outro morador da vizinhança, que teve a casa assaltada há três semanas, reconheceu o tênis do seu pai no pé do criminoso morto. Corpos dos assaltantes "Entraram em casa num domingo e levaram tudo, ainda bem que estava vazia. Mas vi nas imagens do circuito interno, ele estava junto", disse à reportagem o morador, que preferiu não se identificar. O caso ocorre em meio à epidemia de crimes contra o patrimônio (furtos, roubos e latrocínios) no Estado de São Paulo: nos primeiros seis meses do ano, houve um delito do tipo a cada 30 segundos. A elevação em relação ao primeiro semestre do ano passado é pequena (0,3%), mas é a décima vez que se registra alta no Estado desde 2002.
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Tão variados quanto os vinhos, chás merecem atenção especial
Vamos tomar um café?", todo mundo aceita. "Vamos tomar um chá?" aí muda a resposta: "Você está doente?!". Este diálogo me entristece, sou bebedor de chá, tenho um armário de pacotes, cada viagem trago alguns diferentes (da última foram os deliciosos produzidos nos Açores, comprei em Lisboa, com nomes poéticos como "Encosta da Bruma"). Convido amigos para o "tradicional" chá com empadas aqui em casa, combina bem, acredite. Quando quero sair um pouco da bruteza do cotidiano, monto uma mesa variada de chás. Esta semana, afrancesado, queria fazer uma de estilo, como as dos grandes hotéis de nomes importantes, os históricos Le Meurice e George V. Fazer de minha casa um hotel francês de luxo é tarefa complicada, mas há truques: uma xícara mais fininha, apagar as luzes e acender uma vela na mesa ajudam (imaginação é para isto). O que importa mesmo é a qualidade e a variedade de coisas para comer com a bebida e muita água quente. O chá da tarde francês difere do inglês por ter mais produtos de confeitaria (melhores também, mas aí já é opinião), toda aquela pâtisserie inigualável, e, claro, pela taça de champanhe que dá o impulso inicial. Para fazer um grande chá foi preciso consultar a Carla Saueressig, especialista que tem sua loja (e agora casa de chás) há dez anos. Falar com ela significa tomar várias xícaras e passar uma tarde nos vapores do pu-erh. Chá é tão variado quanto vinho, merece mais que engolir desatento um saquinho suspeito comprado no supermercado, vagamente com cheiro e gosto de temperos velhos. Nesta coluna, não fui a lugares pouco conhecidos no mapa de São Paulo. Mesmo assim, pelo exotismo e peculiaridade dos chás que bebi, posso dizer que fiz uma longa jornada. Começamos por um chá preto da Nova Zelândia, depois um matchá excelente, passamos por um Ooolong refinado e terminamos nesta paixão comum (Carla animou-se por eu gostar, talvez seja meu tipo de chá preferido): o pu-erh. Trouxe para casa um deles, mas recomendo começar por algo mais simples de entender, como um orange pekoe do Sri Lanka. Se quiser montar uma boa mesa, eleja pelo menos três, um pretinho básico, que tem mais cafeína e é o que todo mundo entende como chá; um mais floral ou frutado, como os com jasmim ou sakura, as flores de cerejeira; e um mais pauleira, para ir treinando o gosto, um lapsang souchong, por exemplo, defumado e potente (outro grande favorito). Carla serve o chá completo, os dados estão no serviço, e vende a granel os chás especiais. O que me encantou, o China Mannong Pu Ehr Orgânico -fermentação de sete anos custa R$ 152 os 50 gramas, mas ela vende 25 gramas também. SESSÃO DA TARDE O quê Croissant e manteiga temperados com chá, torradas, geleias, sanduíches, quiches, bolos e chá à vontade Quanto R$ 75 Onde A Loja do Chá | Tee Gschwendner (Shopping Iguatemi - av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano) Quando Dde ter. a sáb., das 16h às 20h * Qual chá? O pu-erh é como gaita de foles, fígado ou jiló: ama-se ou se detesta. Eu não vivo sem (ninguém perguntou, mas também gosto das outras coisas da lista, com ênfase para o amargo do jiló). É um chá da província chinesa de Yunnan, fermentado e oxidativo, tem leve cheiro de peixe, de coisas marinhas, algas, alguns chegam a ser salinos. Tenho alguns safrados em casa, o mais antigo é o 1988 e o mais jovem, o 2004, deliciosos. Fico considerando comer só com chás e não vinhos, e este daria uma boa dupla com uma carne assada. Só agora, escrevendo a coluna, percebi que são a versão dos vinhos Madeira na xícara, mesmo traço de aromas remotos e de erva longamente guardada. Pela longevidade são caros, evoluem com o tempo, parecem vinhos nesse aspecto também. * E para terminar Com tantos doces, tortas, mil-folhas, dá para culminar o chá com uma tacinha de fortificado, Moscatel de Sétubal, Porto ou Madeira. Todo o líquido ingerido dispensaria vinhos, mas entram como digestivo, em quantidade mínima. É desculpa para ter um deles em casa, duram depois de abertos e são uma gentileza extrema, por preço abaixo do prazer que proporcionam. Para ser sincero, nada me alegra mais que bebê-los. Sugiro quatro aí acima, com diferente complexidade, todos bons. Madeira e Tawny são parecidos em estilo, oxidativos, mais outonais, Moscateis de Sétubal deviam ser patrimônio da humanidade: são vinhos, quarteto de cordas engarra
colunas
Tão variados quanto os vinhos, chás merecem atenção especialVamos tomar um café?", todo mundo aceita. "Vamos tomar um chá?" aí muda a resposta: "Você está doente?!". Este diálogo me entristece, sou bebedor de chá, tenho um armário de pacotes, cada viagem trago alguns diferentes (da última foram os deliciosos produzidos nos Açores, comprei em Lisboa, com nomes poéticos como "Encosta da Bruma"). Convido amigos para o "tradicional" chá com empadas aqui em casa, combina bem, acredite. Quando quero sair um pouco da bruteza do cotidiano, monto uma mesa variada de chás. Esta semana, afrancesado, queria fazer uma de estilo, como as dos grandes hotéis de nomes importantes, os históricos Le Meurice e George V. Fazer de minha casa um hotel francês de luxo é tarefa complicada, mas há truques: uma xícara mais fininha, apagar as luzes e acender uma vela na mesa ajudam (imaginação é para isto). O que importa mesmo é a qualidade e a variedade de coisas para comer com a bebida e muita água quente. O chá da tarde francês difere do inglês por ter mais produtos de confeitaria (melhores também, mas aí já é opinião), toda aquela pâtisserie inigualável, e, claro, pela taça de champanhe que dá o impulso inicial. Para fazer um grande chá foi preciso consultar a Carla Saueressig, especialista que tem sua loja (e agora casa de chás) há dez anos. Falar com ela significa tomar várias xícaras e passar uma tarde nos vapores do pu-erh. Chá é tão variado quanto vinho, merece mais que engolir desatento um saquinho suspeito comprado no supermercado, vagamente com cheiro e gosto de temperos velhos. Nesta coluna, não fui a lugares pouco conhecidos no mapa de São Paulo. Mesmo assim, pelo exotismo e peculiaridade dos chás que bebi, posso dizer que fiz uma longa jornada. Começamos por um chá preto da Nova Zelândia, depois um matchá excelente, passamos por um Ooolong refinado e terminamos nesta paixão comum (Carla animou-se por eu gostar, talvez seja meu tipo de chá preferido): o pu-erh. Trouxe para casa um deles, mas recomendo começar por algo mais simples de entender, como um orange pekoe do Sri Lanka. Se quiser montar uma boa mesa, eleja pelo menos três, um pretinho básico, que tem mais cafeína e é o que todo mundo entende como chá; um mais floral ou frutado, como os com jasmim ou sakura, as flores de cerejeira; e um mais pauleira, para ir treinando o gosto, um lapsang souchong, por exemplo, defumado e potente (outro grande favorito). Carla serve o chá completo, os dados estão no serviço, e vende a granel os chás especiais. O que me encantou, o China Mannong Pu Ehr Orgânico -fermentação de sete anos custa R$ 152 os 50 gramas, mas ela vende 25 gramas também. SESSÃO DA TARDE O quê Croissant e manteiga temperados com chá, torradas, geleias, sanduíches, quiches, bolos e chá à vontade Quanto R$ 75 Onde A Loja do Chá | Tee Gschwendner (Shopping Iguatemi - av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano) Quando Dde ter. a sáb., das 16h às 20h * Qual chá? O pu-erh é como gaita de foles, fígado ou jiló: ama-se ou se detesta. Eu não vivo sem (ninguém perguntou, mas também gosto das outras coisas da lista, com ênfase para o amargo do jiló). É um chá da província chinesa de Yunnan, fermentado e oxidativo, tem leve cheiro de peixe, de coisas marinhas, algas, alguns chegam a ser salinos. Tenho alguns safrados em casa, o mais antigo é o 1988 e o mais jovem, o 2004, deliciosos. Fico considerando comer só com chás e não vinhos, e este daria uma boa dupla com uma carne assada. Só agora, escrevendo a coluna, percebi que são a versão dos vinhos Madeira na xícara, mesmo traço de aromas remotos e de erva longamente guardada. Pela longevidade são caros, evoluem com o tempo, parecem vinhos nesse aspecto também. * E para terminar Com tantos doces, tortas, mil-folhas, dá para culminar o chá com uma tacinha de fortificado, Moscatel de Sétubal, Porto ou Madeira. Todo o líquido ingerido dispensaria vinhos, mas entram como digestivo, em quantidade mínima. É desculpa para ter um deles em casa, duram depois de abertos e são uma gentileza extrema, por preço abaixo do prazer que proporcionam. Para ser sincero, nada me alegra mais que bebê-los. Sugiro quatro aí acima, com diferente complexidade, todos bons. Madeira e Tawny são parecidos em estilo, oxidativos, mais outonais, Moscateis de Sétubal deviam ser patrimônio da humanidade: são vinhos, quarteto de cordas engarra
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Para a maioria dos americanos, a mídia conta a verdade, não Trump
Por "USA Today" e outros, "Maioria dos americanos acredita mais na mídia do que em Trump". É uma pesquisa da Universidade Quinnipiac (Connecticut), que perguntou aos eleitores em quem eles "acreditam mais para contar a verdade". Para 52%, mídia. Para 37%, Trump. A pesquisa surgiu junto com slogans novos nos dois principais jornais. O "New York Times" abre campanha publicitária nos intervalos do Oscar, domingo, dizendo que "A verdade é mais importante que nunca" (The truth is more important than ever ). O "Washington Post" colou um bordão ao seu logotipo, "A democracia morre na escuridão" (Democracy Dies in Darkness ). É uma frase do novo dono, Jeff Bezos, mas usada antes pelo repórter Bob Woodward, do caso Watergate. Motivou piadas, com a "Slate" montando uma lista de "15 álbuns de heavy metal cujos títulos são menos sombrios que o novo lema do 'WP'". Facebook amigo O "BuzzFeed" noticiou que o Facebook vem chamando conversas com jornalistas de "NYT", "Vox" e outros na casa de um de seus diretores no Soho, em Nova York. David Remnick, da "New Yorker", já foi e conta ter percebido "um misto de responsabilidade, confusão e determinação de fazer alguma coisa " contra a desinformação na rede social. Gates vs. bolhas Após Mark Zuckerberg (Facebook) se dizer preocupado com as "bolhas" de informação, em seu "manifesto", agora é Bill Gates (Microsoft) que chama a questão de "super importante ", em entrevista ao "Quartz". As tecnologias digitais, diz ele, "permitem que você fique só com pessoas que pensam do mesmo jeito, sem compreender outros pontos de vista, um problema muito maior do que eu e muitos pensávamos". "Entra na fila" No "Político", o crítico de mídia Jack Shafer mostra que Trump não é o primeiro presidente a "odiar a imprensa". Lista ataques de John Adams em 1798, Ulysses S. Grant em 1868 e Franklin D. Roosevelt em 1942. Thomas Jefferson, mais lembrado por preferir "jornais sem governo a governo sem jornais", também falou: "Não se pode acreditar em nada do que é visto num jornal. A própria verdade se torna suspeita ao ser colocada nesse veículo poluído". #OSCARSNOTSOWHITE A nova "New Yorker", com a ilustração acima, destaca como a primeira presidente negra da Academia sacudiu a instituição e até afastou membros, por um prêmio "não tão branco quanto no ano passado. Para a "Variety", "Sim, o Oscar está menos branco, mas Hollywood ainda tem muito trabalho a fazer.
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Para a maioria dos americanos, a mídia conta a verdade, não TrumpPor "USA Today" e outros, "Maioria dos americanos acredita mais na mídia do que em Trump". É uma pesquisa da Universidade Quinnipiac (Connecticut), que perguntou aos eleitores em quem eles "acreditam mais para contar a verdade". Para 52%, mídia. Para 37%, Trump. A pesquisa surgiu junto com slogans novos nos dois principais jornais. O "New York Times" abre campanha publicitária nos intervalos do Oscar, domingo, dizendo que "A verdade é mais importante que nunca" (The truth is more important than ever ). O "Washington Post" colou um bordão ao seu logotipo, "A democracia morre na escuridão" (Democracy Dies in Darkness ). É uma frase do novo dono, Jeff Bezos, mas usada antes pelo repórter Bob Woodward, do caso Watergate. Motivou piadas, com a "Slate" montando uma lista de "15 álbuns de heavy metal cujos títulos são menos sombrios que o novo lema do 'WP'". Facebook amigo O "BuzzFeed" noticiou que o Facebook vem chamando conversas com jornalistas de "NYT", "Vox" e outros na casa de um de seus diretores no Soho, em Nova York. David Remnick, da "New Yorker", já foi e conta ter percebido "um misto de responsabilidade, confusão e determinação de fazer alguma coisa " contra a desinformação na rede social. Gates vs. bolhas Após Mark Zuckerberg (Facebook) se dizer preocupado com as "bolhas" de informação, em seu "manifesto", agora é Bill Gates (Microsoft) que chama a questão de "super importante ", em entrevista ao "Quartz". As tecnologias digitais, diz ele, "permitem que você fique só com pessoas que pensam do mesmo jeito, sem compreender outros pontos de vista, um problema muito maior do que eu e muitos pensávamos". "Entra na fila" No "Político", o crítico de mídia Jack Shafer mostra que Trump não é o primeiro presidente a "odiar a imprensa". Lista ataques de John Adams em 1798, Ulysses S. Grant em 1868 e Franklin D. Roosevelt em 1942. Thomas Jefferson, mais lembrado por preferir "jornais sem governo a governo sem jornais", também falou: "Não se pode acreditar em nada do que é visto num jornal. A própria verdade se torna suspeita ao ser colocada nesse veículo poluído". #OSCARSNOTSOWHITE A nova "New Yorker", com a ilustração acima, destaca como a primeira presidente negra da Academia sacudiu a instituição e até afastou membros, por um prêmio "não tão branco quanto no ano passado. Para a "Variety", "Sim, o Oscar está menos branco, mas Hollywood ainda tem muito trabalho a fazer.
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Alison, o 'Mamute', encontrou em Bruno, o 'Mágico', parceria para chegar ao ouro
PLÍNIO FRAGA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO Mamute e Mágico. É assim que a dupla campeã olímpica Alison Cerutti e Bruno Schmidt é anunciada nas quadras e assina posts nas redes sociais. Mamute, o grandalhão Alison, é mais emocional; Mágico, o arisco defensor Bruno, é mais racional. Em janeiro de 2014, São Luís (MA) presenciou a reestreia da dupla, que já havia sido parceira entre 2005 e 2006, quando os jogadores ainda iniciavam nas areias. Por trás do que parece uma simples dupla está o trabalho de dez pessoas. O treinador de Alison e Bruno é Leandro Brachola, que foi eleito um dos melhores técnicos do país. Os atletas também tem o apoio da psicóloga Sâmia Hallage. Ela é responsável por trabalhos que melhoram a confiança, a concentração, a motivação e o controle da ansiedade dos dois. São exercícios importantes para evitar descontrole num momento em que o atleta começa o jogo errando bolas importantes. A ansiedade vem das pressões diversas. Bruno se emocionou ao receber um vídeo em que o tio Oscar, ícone do basquete, pedia a medalha olímpica ao sobrinho. Assim como Ágatha e Bárbara, Bruno e Alison são terceiro-sargentos da Marinha, integrando o programa que apoia atletas e permite que treinem em suas instalações. A disciplina militar não é novidade para Bruno. Filho de um capitão de mar e guerra, estudou em colégios militares e conviveu com diversas patentes ao longo de toda sua vida. Ele considera positiva a integração das Forças Armadas com o esporte de alto rendimento. A Marinha paga salário aos jogadores e eles podem, por exemplo, usar centros de fisioterapia de ponta em instalações militares. CAPIXABA E BRASILIENSE Com 15 anos de carreira, o capixaba Alison Conte Cerutti, 30, tem 2,03m e pesa 102 kg. Vem do tamanho o apelido pelo qual é conhecido, mamute. Começou a jogar vôlei de quadra em Vitória em 2001. No ano seguinte, foi pré-selecionado para a seleção brasileira infanto-juvenil que disputaria o Campeonato Sul-Americano da categoria. Em 2005, assistiu a jogos de Loiola e de Fábio Luiz, uma das principais duplas nas areias, o que o inspirou a trocar de quadra. Arrumou um parceiro local e saiu cumprindo circuitos pelo país e pelo mundo no vôlei de praia. Em 2010, foi escolhido como parceiro por Emanuel Rego, que levou o ouro em Atenas-2004 ao lado de Ricardo Santos. Formaram uma dupla que ganhou todos os títulos possíveis do circuito e conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres-12. Separaram-se no final de 2013, momento em que Alison anunciou Bruno Schmidt como seu novo parceiro. Bruno acabara de ser campeão brasileiro na edição 2012/2013, tendo sido eleito o melhor jogador. Brasiliense de 29 anos, ele tem 85 kg e 1,85m de altura. Sobrinho do ex-jogador de basquete Oscar Schmidt, Bruno começou no vôlei praia em 2004, em Brasília, cidade que não tem mar, mas dispõe das areias do Iate Clube. Sua altura sempre foi questionada. O jogador recebeu críticas por ser mais baixo que a média dos praticantes do esporte, mas se revelou defensor tão habilidoso passou a ser apresentado em quadra como "o Mágico".
esporte
Alison, o 'Mamute', encontrou em Bruno, o 'Mágico', parceria para chegar ao ouro PLÍNIO FRAGA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO Mamute e Mágico. É assim que a dupla campeã olímpica Alison Cerutti e Bruno Schmidt é anunciada nas quadras e assina posts nas redes sociais. Mamute, o grandalhão Alison, é mais emocional; Mágico, o arisco defensor Bruno, é mais racional. Em janeiro de 2014, São Luís (MA) presenciou a reestreia da dupla, que já havia sido parceira entre 2005 e 2006, quando os jogadores ainda iniciavam nas areias. Por trás do que parece uma simples dupla está o trabalho de dez pessoas. O treinador de Alison e Bruno é Leandro Brachola, que foi eleito um dos melhores técnicos do país. Os atletas também tem o apoio da psicóloga Sâmia Hallage. Ela é responsável por trabalhos que melhoram a confiança, a concentração, a motivação e o controle da ansiedade dos dois. São exercícios importantes para evitar descontrole num momento em que o atleta começa o jogo errando bolas importantes. A ansiedade vem das pressões diversas. Bruno se emocionou ao receber um vídeo em que o tio Oscar, ícone do basquete, pedia a medalha olímpica ao sobrinho. Assim como Ágatha e Bárbara, Bruno e Alison são terceiro-sargentos da Marinha, integrando o programa que apoia atletas e permite que treinem em suas instalações. A disciplina militar não é novidade para Bruno. Filho de um capitão de mar e guerra, estudou em colégios militares e conviveu com diversas patentes ao longo de toda sua vida. Ele considera positiva a integração das Forças Armadas com o esporte de alto rendimento. A Marinha paga salário aos jogadores e eles podem, por exemplo, usar centros de fisioterapia de ponta em instalações militares. CAPIXABA E BRASILIENSE Com 15 anos de carreira, o capixaba Alison Conte Cerutti, 30, tem 2,03m e pesa 102 kg. Vem do tamanho o apelido pelo qual é conhecido, mamute. Começou a jogar vôlei de quadra em Vitória em 2001. No ano seguinte, foi pré-selecionado para a seleção brasileira infanto-juvenil que disputaria o Campeonato Sul-Americano da categoria. Em 2005, assistiu a jogos de Loiola e de Fábio Luiz, uma das principais duplas nas areias, o que o inspirou a trocar de quadra. Arrumou um parceiro local e saiu cumprindo circuitos pelo país e pelo mundo no vôlei de praia. Em 2010, foi escolhido como parceiro por Emanuel Rego, que levou o ouro em Atenas-2004 ao lado de Ricardo Santos. Formaram uma dupla que ganhou todos os títulos possíveis do circuito e conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres-12. Separaram-se no final de 2013, momento em que Alison anunciou Bruno Schmidt como seu novo parceiro. Bruno acabara de ser campeão brasileiro na edição 2012/2013, tendo sido eleito o melhor jogador. Brasiliense de 29 anos, ele tem 85 kg e 1,85m de altura. Sobrinho do ex-jogador de basquete Oscar Schmidt, Bruno começou no vôlei praia em 2004, em Brasília, cidade que não tem mar, mas dispõe das areias do Iate Clube. Sua altura sempre foi questionada. O jogador recebeu críticas por ser mais baixo que a média dos praticantes do esporte, mas se revelou defensor tão habilidoso passou a ser apresentado em quadra como "o Mágico".
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Plano para que crianças imigrantes frequentem escolas enraivece gregos
Mariya bint Loqman Abdlkarim tem nove anos. Ela chegou à Grécia em fevereiro, depois de fugir da Síria com sua família e cruzar o mar da Turquia até aqui em um barco frágil. Desde então, ela vive em um campo de refugiados precário. Seu futuro é incerto, e seu presente a vê reduzida às mínimas necessidades. Não muito tempo atrás, o governo da Grécia decidiu lhe dar a oportunidade de uma vida mais próxima da normalidade. Em companhia de 22 mil outros filhos de refugiados, ela seria autorizada a estudar nas escolas públicas do país, a partir de outubro. Mas, como no caso de muitos outros aspectos dos esforços da Europa para lidar com o imenso número de imigrantes que chegaram às costas do continente, o plano rapidamente despertou imensa oposição, no caso da parte de pais em diversas comunidades próximas de campos de refugiados no norte da Grécia. As crianças refugiadas, dizem esses pais, podem ter doenças contagiosas. As diferenças culturais, segundo eles, podem perturbar o aprendizado. Na semana passada, uma associação que representa os pais de alunos das escolas da pequena cidade de Filippiada, no oeste da Grécia, enviaram uma carta às autoridades locais e ao Ministério da Educação afirmando que "não aceitaremos, explícita e categoricamente, sob qualquer circunstâncias e sem qualquer compromisso, que as crianças dos chamados imigrantes irregulares" frequentem escolas locais - em uma referência aos imigrantes que ingressaram no país ilegalmente. "Elas vieram de outro continente, com doenças e condições de saúde completamente diferentes", a carta afirma, acrescentando que os refugiados têm "perspectivas diferentes sobre o papel da família, da mulher, da religião". A presença deles "alteraria o caráter grego" das escolas, afirma a carta, acrescentando que "não permitiremos fanatismo religioso". PROTESTOS No começo de setembro, as associações de pais de duas escolas na cidade de Oraiokastro, no norte da Grécia, ameaçaram ocupar as escolas em protesto se refugiados de um campo de assistência operado pelo Estado na região fossem autorizados a frequentá-las. Alguns dias antes, o prefeito apelou aos moradores que tomassem a lei em suas mãos, em meio a rumores de que refugiados estariam se mudando para casas na área. Os anúncios dos pais e um vídeo da sugestão do prefeito de que os moradores "interviessem" causaram protesto público e uma tempestade de reações furiosas nas mídias sociais. Também levaram um promotor público grego a investigar se as associações de pais ou o prefeito deveriam ser acusados de delitos raciais. Na esteira dos protestos, os grupos de pais e o prefeito atenuaram seus protestos, afirmando que sua única preocupação eram as possíveis implicações de saúde caso as crianças refugiadas não fossem vacinadas. O prefeito, Asterios Gavotsis, disse que seus comentários durante a reunião gravada em vídeo foram "mal interpretados" e que ele não estava "incitando qualquer pessoa a cometer atos ilegais". Do lado de fora de uma das escolas, o aposentado Haralambos Magoulianos, 57, estava esperando para apanhar suas duas netas e disse que se opunha à admissão das crianças refugiadas. "Não gosto disso", ele disse. "O que acontece se tivermos uma epidemia? Não as quero aqui", ele acrescentou, afirmando que jovens dos campos de refugiados próximos "roubam bicicletas e invadem nossos quintais". Outros pais na área se provaram mais acolhedores. O diretor da escola de Filippiada e alguns pais de alunos lá disseram que a carta enviada por outros dos pais da área não reflete suas opiniões. Tradução de PAULO MIGLIACCI
mundo
Plano para que crianças imigrantes frequentem escolas enraivece gregosMariya bint Loqman Abdlkarim tem nove anos. Ela chegou à Grécia em fevereiro, depois de fugir da Síria com sua família e cruzar o mar da Turquia até aqui em um barco frágil. Desde então, ela vive em um campo de refugiados precário. Seu futuro é incerto, e seu presente a vê reduzida às mínimas necessidades. Não muito tempo atrás, o governo da Grécia decidiu lhe dar a oportunidade de uma vida mais próxima da normalidade. Em companhia de 22 mil outros filhos de refugiados, ela seria autorizada a estudar nas escolas públicas do país, a partir de outubro. Mas, como no caso de muitos outros aspectos dos esforços da Europa para lidar com o imenso número de imigrantes que chegaram às costas do continente, o plano rapidamente despertou imensa oposição, no caso da parte de pais em diversas comunidades próximas de campos de refugiados no norte da Grécia. As crianças refugiadas, dizem esses pais, podem ter doenças contagiosas. As diferenças culturais, segundo eles, podem perturbar o aprendizado. Na semana passada, uma associação que representa os pais de alunos das escolas da pequena cidade de Filippiada, no oeste da Grécia, enviaram uma carta às autoridades locais e ao Ministério da Educação afirmando que "não aceitaremos, explícita e categoricamente, sob qualquer circunstâncias e sem qualquer compromisso, que as crianças dos chamados imigrantes irregulares" frequentem escolas locais - em uma referência aos imigrantes que ingressaram no país ilegalmente. "Elas vieram de outro continente, com doenças e condições de saúde completamente diferentes", a carta afirma, acrescentando que os refugiados têm "perspectivas diferentes sobre o papel da família, da mulher, da religião". A presença deles "alteraria o caráter grego" das escolas, afirma a carta, acrescentando que "não permitiremos fanatismo religioso". PROTESTOS No começo de setembro, as associações de pais de duas escolas na cidade de Oraiokastro, no norte da Grécia, ameaçaram ocupar as escolas em protesto se refugiados de um campo de assistência operado pelo Estado na região fossem autorizados a frequentá-las. Alguns dias antes, o prefeito apelou aos moradores que tomassem a lei em suas mãos, em meio a rumores de que refugiados estariam se mudando para casas na área. Os anúncios dos pais e um vídeo da sugestão do prefeito de que os moradores "interviessem" causaram protesto público e uma tempestade de reações furiosas nas mídias sociais. Também levaram um promotor público grego a investigar se as associações de pais ou o prefeito deveriam ser acusados de delitos raciais. Na esteira dos protestos, os grupos de pais e o prefeito atenuaram seus protestos, afirmando que sua única preocupação eram as possíveis implicações de saúde caso as crianças refugiadas não fossem vacinadas. O prefeito, Asterios Gavotsis, disse que seus comentários durante a reunião gravada em vídeo foram "mal interpretados" e que ele não estava "incitando qualquer pessoa a cometer atos ilegais". Do lado de fora de uma das escolas, o aposentado Haralambos Magoulianos, 57, estava esperando para apanhar suas duas netas e disse que se opunha à admissão das crianças refugiadas. "Não gosto disso", ele disse. "O que acontece se tivermos uma epidemia? Não as quero aqui", ele acrescentou, afirmando que jovens dos campos de refugiados próximos "roubam bicicletas e invadem nossos quintais". Outros pais na área se provaram mais acolhedores. O diretor da escola de Filippiada e alguns pais de alunos lá disseram que a carta enviada por outros dos pais da área não reflete suas opiniões. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Astrologia
Clima astral confuso: ótimo para as artes, ruim para a política. LUA CHEIA EM LIBRA: 23/3 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Até onde você pode ir numa competição? Até onde seu senso de medidas permitir. Hoje ele está forte, e você com todas as forças para namorar, aceitar um novo desafio etc. Escute sua intuição, pois ela está bem forte. Sucesso no amor. TOURO (21 abr. a 20 mai.) A mente nos amigos, no clube, no contato social, mas o coração pede pequenas alegrias domésticas, junto aos que ama. Se você tem dons culinários, é o dia certo para mostrar aos seus queridos, aos amigos também. Sensibilidade artística. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Vem chegando o fim de semana, com a Lua trazendo um convite bem bacana pra viajar. Pode ser pertinho, mas será ótimo para desanuviar a cabeça de preocupações. Pode haver discordância com o cônjuge, mas conversando, haverá entendimento. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Você pode ser convidado para uma nova tarefa, ou começar uma atividade estimulante. No cotidiano, pode haver decisão feliz que envolva empregados e valores. Confie no seu potencial e não fuja de uma boa oportunidade. Amor em alta. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) A Lua começa o trânsito mensal por seu signo, trazendo sensibilidade emocional e necessidade de se cuidar mais. Com Marte ajudando, você se distinguirá nos esportes também. Foco e dedicação a mudanças internas darão ótimos resultados. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Dia de meditar, ficar de longe observando a feira de vaidades –e encarar as suas próprias, mesmo ocultas de olhos alheios. Cuidado para não demonstrar irritabilidade com o pessoal de casa –se quiser ficar só, melhor ser honesto neste sentido. LIBRA (23 set. a 22 out.) A rotina pode estar ainda um tanto conturbada e enevoada. Vênus e Netuno confundem juízo e trazem pessoas pouco confiáveis. Um encontro carinhoso com amigos encerra um dia para você extravasar sua criatividade artística. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Vigie sua imagem pública hoje, sendo zeloso com sua atuação profissional e social. Sensibilidade com o pessoal de casa. Saiba compartilhar as responsabilidades e não centralize demais as decisões no trabalho. Noite boa para namorar. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Garra e ânimo para os esportes, a filosofia e as viagens. Lua e Marte trazem inspiração para novos alvos, novas atitudes pessoais etc. Que tal se declarar para aquela pessoa especial? Receberá notícias de longe, algumas trazem alegrias. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Você, que é pessoa tão racional e prática, tem medo dos que intuem e mergulham de cabeça em aventuras de amor? Pode ser que sim, e neste caso, o dia pode ser difícil se não permitir que outros sigam suas próprias inclinações e paixões. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Aproveite o embalo astral para prestar atenção no que seu sócio propõe, no que o cliente espera, no que o cônjuge pode trocar com você. Dia de melhorar a convivência. Interferência de amigos favorece uma nova aproximação, de trabalho ou amizade. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Astral perfeito para dar uma escapada da rotina e respirar ar puro em paragens tranquilas. Seu trabalho pode ser mais interessante por uma tarefa nova hoje, mas cuide da saúde, que está um tanto delicada. Altos e baixos na relação amorosa.
ilustrada
AstrologiaClima astral confuso: ótimo para as artes, ruim para a política. LUA CHEIA EM LIBRA: 23/3 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Até onde você pode ir numa competição? Até onde seu senso de medidas permitir. Hoje ele está forte, e você com todas as forças para namorar, aceitar um novo desafio etc. Escute sua intuição, pois ela está bem forte. Sucesso no amor. TOURO (21 abr. a 20 mai.) A mente nos amigos, no clube, no contato social, mas o coração pede pequenas alegrias domésticas, junto aos que ama. Se você tem dons culinários, é o dia certo para mostrar aos seus queridos, aos amigos também. Sensibilidade artística. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Vem chegando o fim de semana, com a Lua trazendo um convite bem bacana pra viajar. Pode ser pertinho, mas será ótimo para desanuviar a cabeça de preocupações. Pode haver discordância com o cônjuge, mas conversando, haverá entendimento. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Você pode ser convidado para uma nova tarefa, ou começar uma atividade estimulante. No cotidiano, pode haver decisão feliz que envolva empregados e valores. Confie no seu potencial e não fuja de uma boa oportunidade. Amor em alta. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) A Lua começa o trânsito mensal por seu signo, trazendo sensibilidade emocional e necessidade de se cuidar mais. Com Marte ajudando, você se distinguirá nos esportes também. Foco e dedicação a mudanças internas darão ótimos resultados. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Dia de meditar, ficar de longe observando a feira de vaidades –e encarar as suas próprias, mesmo ocultas de olhos alheios. Cuidado para não demonstrar irritabilidade com o pessoal de casa –se quiser ficar só, melhor ser honesto neste sentido. LIBRA (23 set. a 22 out.) A rotina pode estar ainda um tanto conturbada e enevoada. Vênus e Netuno confundem juízo e trazem pessoas pouco confiáveis. Um encontro carinhoso com amigos encerra um dia para você extravasar sua criatividade artística. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Vigie sua imagem pública hoje, sendo zeloso com sua atuação profissional e social. Sensibilidade com o pessoal de casa. Saiba compartilhar as responsabilidades e não centralize demais as decisões no trabalho. Noite boa para namorar. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Garra e ânimo para os esportes, a filosofia e as viagens. Lua e Marte trazem inspiração para novos alvos, novas atitudes pessoais etc. Que tal se declarar para aquela pessoa especial? Receberá notícias de longe, algumas trazem alegrias. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Você, que é pessoa tão racional e prática, tem medo dos que intuem e mergulham de cabeça em aventuras de amor? Pode ser que sim, e neste caso, o dia pode ser difícil se não permitir que outros sigam suas próprias inclinações e paixões. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Aproveite o embalo astral para prestar atenção no que seu sócio propõe, no que o cliente espera, no que o cônjuge pode trocar com você. Dia de melhorar a convivência. Interferência de amigos favorece uma nova aproximação, de trabalho ou amizade. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Astral perfeito para dar uma escapada da rotina e respirar ar puro em paragens tranquilas. Seu trabalho pode ser mais interessante por uma tarefa nova hoje, mas cuide da saúde, que está um tanto delicada. Altos e baixos na relação amorosa.
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Ueba! Je suis Curíntia e chifrudo!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Piada Pronta: "Homem é preso após mostrar órgão genital para mulheres em Rolândia". Mas se ele nasceu em Rolândia, vai mostrar o quê? O órgão da igreja? E esta: "Chinês acorda do coma após sentir cheiro de dinheiro". Até eu acordava! Esse chinês trabalha na Petrobras? Rarará! E pegaram o Cerveró! E sabe o que a Polícia Federal falou pro Vesgoró? "Bonito, hein!" Rarará! E o Cerveró vai ficar preso na torre de Notre-Dame? Ou ficar acorrentado no porão, com o gêmeo dele: o Sloth dos "Goonies". Rarará! E eu sei que é politicamente incorreto debochar do aspecto físico das pessoas. Com duas exceções: Graça Foster e Cerveró! Pra trabalhar na Petrobras não é meritocracia, é feiuracracia! Rarará! E o ministro do Esporte é pastor e o secretário de Esporte de São Paulo é pastor. Ou seja, salto com vara só depois do casamento. Nado de peito nem pensar. Rarará! E manchete do Sensacionalista: "Calor extremo! Casal pede sushi e recebe moqueca em casa". Rarará! No Rio, um relógio de rua marca os graus: "FUDEX!". Sensação térmica Fudex! E corre na internet a foto do funcionário do mês: um aparelho de ar condicionado. Por meritocracia! Em São Paulo, se você pendurar as carnes no varal, vira churrasco. Espaço gourmet: varal pra fora da janela. E tem a cueca frigideira: frita até os ovos. E as chuvas em São Paulo? Novo transporte público: correnteza. "Como você vai pra casa?" "De correnteza! Vou pegar a correnteza das 18h30!" E em cima dum saco de lixo! E São Paulo, todas as árvores caíram. Nem precisou da Kátia Abreu. Tá mais fácil contar as árvores que ficaram em pé! Eu acho que é suicídio coletivo! Rarará! E o Alckmin não tá racionando a água em São Paulo. Tá cortando mesmo! Rarará! E adorei o bloco carnavalesco de Recife: "Je suis Chifrudo". Vai sair do bar do Corno. Esculhambaram o "je suis". Je suis Curíntia! Je suis chifrudo! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
colunas
Ueba! Je suis Curíntia e chifrudo!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Piada Pronta: "Homem é preso após mostrar órgão genital para mulheres em Rolândia". Mas se ele nasceu em Rolândia, vai mostrar o quê? O órgão da igreja? E esta: "Chinês acorda do coma após sentir cheiro de dinheiro". Até eu acordava! Esse chinês trabalha na Petrobras? Rarará! E pegaram o Cerveró! E sabe o que a Polícia Federal falou pro Vesgoró? "Bonito, hein!" Rarará! E o Cerveró vai ficar preso na torre de Notre-Dame? Ou ficar acorrentado no porão, com o gêmeo dele: o Sloth dos "Goonies". Rarará! E eu sei que é politicamente incorreto debochar do aspecto físico das pessoas. Com duas exceções: Graça Foster e Cerveró! Pra trabalhar na Petrobras não é meritocracia, é feiuracracia! Rarará! E o ministro do Esporte é pastor e o secretário de Esporte de São Paulo é pastor. Ou seja, salto com vara só depois do casamento. Nado de peito nem pensar. Rarará! E manchete do Sensacionalista: "Calor extremo! Casal pede sushi e recebe moqueca em casa". Rarará! No Rio, um relógio de rua marca os graus: "FUDEX!". Sensação térmica Fudex! E corre na internet a foto do funcionário do mês: um aparelho de ar condicionado. Por meritocracia! Em São Paulo, se você pendurar as carnes no varal, vira churrasco. Espaço gourmet: varal pra fora da janela. E tem a cueca frigideira: frita até os ovos. E as chuvas em São Paulo? Novo transporte público: correnteza. "Como você vai pra casa?" "De correnteza! Vou pegar a correnteza das 18h30!" E em cima dum saco de lixo! E São Paulo, todas as árvores caíram. Nem precisou da Kátia Abreu. Tá mais fácil contar as árvores que ficaram em pé! Eu acho que é suicídio coletivo! Rarará! E o Alckmin não tá racionando a água em São Paulo. Tá cortando mesmo! Rarará! E adorei o bloco carnavalesco de Recife: "Je suis Chifrudo". Vai sair do bar do Corno. Esculhambaram o "je suis". Je suis Curíntia! Je suis chifrudo! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Câmara barra tentativa de acelerar projeto que tipifica terrorismo
A Câmara dos Deputados rejeitou nesta segunda-feira (30) um requerimento que tentava acelerar a tramitação de uma proposta que criminaliza o terrorismo no país. A oposição não conseguiu maioria para levar o projeto diretamente para votação em plenário, sem precisar passar por análise das comissões da Casa. Eram necessários 257 votos favoráveis à manobra, mas foram registrados 216. Outros 181 deputados votaram contra a urgência. O PT, PC do B e PSOL se manifestaram contrários ao texto. Uma das justificativas é o temor de que uma legislação para combater terrorismo tenha efeitos nas manifestações. A proposta inclui, por exemplo, atos de incendiar, saquear, depredar bens públicos, explodir bombas, praticar atos de sabotagem o atentado com dano ou perigo a integridade física e liberdade de locomoção. O projeto ainda estabelece penas de seis a 30 anos, dependendo da gravidade do ato, considerando casos de lesão corporal e mortes.
poder
Câmara barra tentativa de acelerar projeto que tipifica terrorismoA Câmara dos Deputados rejeitou nesta segunda-feira (30) um requerimento que tentava acelerar a tramitação de uma proposta que criminaliza o terrorismo no país. A oposição não conseguiu maioria para levar o projeto diretamente para votação em plenário, sem precisar passar por análise das comissões da Casa. Eram necessários 257 votos favoráveis à manobra, mas foram registrados 216. Outros 181 deputados votaram contra a urgência. O PT, PC do B e PSOL se manifestaram contrários ao texto. Uma das justificativas é o temor de que uma legislação para combater terrorismo tenha efeitos nas manifestações. A proposta inclui, por exemplo, atos de incendiar, saquear, depredar bens públicos, explodir bombas, praticar atos de sabotagem o atentado com dano ou perigo a integridade física e liberdade de locomoção. O projeto ainda estabelece penas de seis a 30 anos, dependendo da gravidade do ato, considerando casos de lesão corporal e mortes.
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Linha 4 do Metrô do Rio é liberada ao público e funcionará das 6h às 21h
Com o término dos Jogos Olímpicos, a linha 4 do Metrô do Rio Janeiro, que liga Ipanema à Barra da Tijuca, teve o seu funcionamento liberado nesta segunda-feira (19) para toda a população. Os trens vão funcionar das 6h às 21h, de segunda a sexta-feira. Segundo a concessionária MetrôRio, que administra o serviço, o funcionamento seria das 11h às 15h, mas, após o sucesso da operação olímpica e dos trabalhos realizados até a abertura da Paraolimpíada, foi possível ampliar o atendimento ao público. A operação plena da linha 4, das 5h à meia-noite, acontecerá somente no final de 2016. As linhas 1 e 2 funcionam de segunda-feira a sábado, das 5h à meia-noite. E, aos domingos, das 7h às 23h. Para acessar a linha, o usuário terá a opção de usar os cartões do MetrôRio, RioCard e comprar a passagem na própria estação. De acordo com a MetrôRio, os trens da linha 4 circularão de forma independente da linha 1 nesse período inicial de operação. Com isso, é necessário que os usuários façam transferência entre as linhas até as 21h em General Osório –o usuário não precisará pagar outra passagem na troca entre as linhas. A linha 4 do Metrô do Rio foi inaugurada para os Jogos com apenas cinco estações: Jardim Oceânico, São Conrado, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz. A sexta, a da Gávea, deve ser concluída até 2018. As estimativas são que a viagem da Barra a Ipanema seja feita em 15 minutos e da Barra ao Centro em 34 minutos. De acordo com a concessionária, a cidade terá menos 2.000 carros nas ruas em horários de pico com o funcionamento da nova linha. Obra mais cara da Olimpíada, a construção de 16 quilômetros de trilhos e as cinco estações entre Ipanema e Barra da Tijuca custou R$ 9,7 bilhões e quase não ficou pronta a tempo. Durante a Olimpíada a linha 4 foi exclusiva para torcedores com ingresso e RioCard Jogos Rio 2016, além de pessoal credenciado, das 6h à 1h. Em comum, as cinco estações repetem um padrão de estruturas metálicas, visual moderno e grandes espaços abertos. Também exibem grandes painéis. Na do Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, por exemplo, quatro deles retratam animais.
cotidiano
Linha 4 do Metrô do Rio é liberada ao público e funcionará das 6h às 21hCom o término dos Jogos Olímpicos, a linha 4 do Metrô do Rio Janeiro, que liga Ipanema à Barra da Tijuca, teve o seu funcionamento liberado nesta segunda-feira (19) para toda a população. Os trens vão funcionar das 6h às 21h, de segunda a sexta-feira. Segundo a concessionária MetrôRio, que administra o serviço, o funcionamento seria das 11h às 15h, mas, após o sucesso da operação olímpica e dos trabalhos realizados até a abertura da Paraolimpíada, foi possível ampliar o atendimento ao público. A operação plena da linha 4, das 5h à meia-noite, acontecerá somente no final de 2016. As linhas 1 e 2 funcionam de segunda-feira a sábado, das 5h à meia-noite. E, aos domingos, das 7h às 23h. Para acessar a linha, o usuário terá a opção de usar os cartões do MetrôRio, RioCard e comprar a passagem na própria estação. De acordo com a MetrôRio, os trens da linha 4 circularão de forma independente da linha 1 nesse período inicial de operação. Com isso, é necessário que os usuários façam transferência entre as linhas até as 21h em General Osório –o usuário não precisará pagar outra passagem na troca entre as linhas. A linha 4 do Metrô do Rio foi inaugurada para os Jogos com apenas cinco estações: Jardim Oceânico, São Conrado, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz. A sexta, a da Gávea, deve ser concluída até 2018. As estimativas são que a viagem da Barra a Ipanema seja feita em 15 minutos e da Barra ao Centro em 34 minutos. De acordo com a concessionária, a cidade terá menos 2.000 carros nas ruas em horários de pico com o funcionamento da nova linha. Obra mais cara da Olimpíada, a construção de 16 quilômetros de trilhos e as cinco estações entre Ipanema e Barra da Tijuca custou R$ 9,7 bilhões e quase não ficou pronta a tempo. Durante a Olimpíada a linha 4 foi exclusiva para torcedores com ingresso e RioCard Jogos Rio 2016, além de pessoal credenciado, das 6h à 1h. Em comum, as cinco estações repetem um padrão de estruturas metálicas, visual moderno e grandes espaços abertos. Também exibem grandes painéis. Na do Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, por exemplo, quatro deles retratam animais.
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Clubes esnobam estádios 'padrão Fifa' por alto custo e falta de tradição
Apesar de terem à disposição arenas "padrão Fifa", que foram construídos ou reformados para a Copa do Mundo de 2014, cinco clubes que disputarão as séries A e B do Brasileiro em 2017, em quatro capitais do país, têm optado por mandar seus jogos em estádios menores e de estrutura mais simples. Para justificar a escolha, dirigentes elencam fatores como o custo mais elevado para se jogar nas arenas da Copa ou a identificação da torcida com outros estádios. É o caso do ABC, de Natal. Recém-promovido para a Série B, o time manda seus jogos no Frasqueirão, pertencente ao próprio clube, em detrimento da Arena das Dunas, usada pelo principal rival do time, o América-RN. A diferença entre os estádios é notória, a começar pela capacidade: aproximadamente 18 mil no Frasqueirão, contra 31 mil na Arena. Rodrigo Salustino, vice-presidente executivo do ABC, minimiza a diferença na infraestrutura. "Temos todo o conforto necessário, apesar de não ter a sofisticação de uma arena moderna", diz. Os baixos públicos que o time leva para o estádio também pesam na decisão, porque fazem com que não compense o aluguel de um espaço maior, segundo o dirigente. Na semifinal da Série C de 2016, último jogo oficial do ABC em casa no ano passado, foram 7.335 pagantes no Frasqueirão, segundo a CBF. IDENTIFICAÇÃO Em Recife, ao contrário do que faz o Náutico, o Santa Cruz e o Sport preferem mandar suas partidas fora da Arena Pernambuco. Atuam, respectivamente, no estádio do Arruda e na Ilha do Retiro. De acordo com Constantino Júnior, diretor de futebol do Santa Cruz, apesar de a diferença na infraestrutura pesar, já que o Arruda é 41 anos mais velho que a Arena Pernambuco, a identificação do clube com o local pesa mais. "É uma questão histórica mesmo, o costume do torcedor com o nosso estádio". Por meio de sua assessoria de imprensa, o Sport informou que a opção se deve a uma questão financeira e também pela relação do torcedor com a Ilha do Retiro. Já a Arena Fonte Nova, em Salvador, está acostumada a receber o Bahia, mas não de seu principal rival, o Vitória. O time rubro-negro baiano costuma mandar suas partidas no Barradão. Segundo dirigentes, o clube tem maior potencial de retorno financeiro e técnico no seu estádio. O Vitória não descarta, porém, organizar jogos pontuais na Fonte Nova. O clube diz manter boa relação com a administradores do estádio da Copa de 2014. MARACANÃ Em novembro do ano passado, o Flamengo fechou um acordo para mandar seus jogos no estádio Luso Brasileiro, na Ilha do Governador, zona norte do Rio. O espaço pertence à Portuguesa-RJ e foi usado pelo Botafogo em 2016. Fred Luz, diretor geral do time rubro-negro, no entanto, diz que a preferência do time é pelo Maracanã. O acordo com a Portuguesa carioca se deu como uma precaução. "Não sabemos o que vai acontecer com o Maracanã", diz o dirigente flamenguista. O palco da final da Copa de 2014 vive momento de indefinição. A Odebrecht, principal acionista da concessionária que administra o estádio, tenta vender sua parte no negócio e cogita devolver a arena para o Estado, que vive grave crise financeira. Caso isso aconteça, o governo deve fazer nova licitação. De acordo com Luz, mesmo que o Flamengo acabe por conseguir usar o Maracanã, seria possível conciliar os uso dos dois estádios. "O Maracanã é inadequado para jogos com menos de 20 mil pessoas", afirma. Nesses casos, o clube mandaria os jogos no Luso Brasileiro, que será reformado. NÚMEROS DOS ESTÁDIOS > Rio Grande do Norte Arena das Dunas (estádio padrão Fifa) Inauguração: 2014 Capacidade: 31 mil Frasqueirão Inauguração: 2006 Capacidade: 18 mil > Pernambuco Arena Pernambuco (estádio padrão Fifa) Inauguração: 2013 Capacidade: 46 mil Estádio do Arruda Inauguração: 1972 Capacidade: 60 mil Ilha do Retiro Inauguração: 1937 Capacidade: 33 mil > Bahia Arena Fonte Nova (estádio padrão Fifa) Inauguração: 2013 Capacidade: 50 mil Barradão Inauguração: 1986 Capacidade: 35 mil > Rio de Janeiro Maracanã (estádio padrão Fifa) Inauguração: 1950 Capacidade: 79 mil Estádio Luso Brasileiro Inauguração: 1965 Capacidade: 18 mil
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Clubes esnobam estádios 'padrão Fifa' por alto custo e falta de tradiçãoApesar de terem à disposição arenas "padrão Fifa", que foram construídos ou reformados para a Copa do Mundo de 2014, cinco clubes que disputarão as séries A e B do Brasileiro em 2017, em quatro capitais do país, têm optado por mandar seus jogos em estádios menores e de estrutura mais simples. Para justificar a escolha, dirigentes elencam fatores como o custo mais elevado para se jogar nas arenas da Copa ou a identificação da torcida com outros estádios. É o caso do ABC, de Natal. Recém-promovido para a Série B, o time manda seus jogos no Frasqueirão, pertencente ao próprio clube, em detrimento da Arena das Dunas, usada pelo principal rival do time, o América-RN. A diferença entre os estádios é notória, a começar pela capacidade: aproximadamente 18 mil no Frasqueirão, contra 31 mil na Arena. Rodrigo Salustino, vice-presidente executivo do ABC, minimiza a diferença na infraestrutura. "Temos todo o conforto necessário, apesar de não ter a sofisticação de uma arena moderna", diz. Os baixos públicos que o time leva para o estádio também pesam na decisão, porque fazem com que não compense o aluguel de um espaço maior, segundo o dirigente. Na semifinal da Série C de 2016, último jogo oficial do ABC em casa no ano passado, foram 7.335 pagantes no Frasqueirão, segundo a CBF. IDENTIFICAÇÃO Em Recife, ao contrário do que faz o Náutico, o Santa Cruz e o Sport preferem mandar suas partidas fora da Arena Pernambuco. Atuam, respectivamente, no estádio do Arruda e na Ilha do Retiro. De acordo com Constantino Júnior, diretor de futebol do Santa Cruz, apesar de a diferença na infraestrutura pesar, já que o Arruda é 41 anos mais velho que a Arena Pernambuco, a identificação do clube com o local pesa mais. "É uma questão histórica mesmo, o costume do torcedor com o nosso estádio". Por meio de sua assessoria de imprensa, o Sport informou que a opção se deve a uma questão financeira e também pela relação do torcedor com a Ilha do Retiro. Já a Arena Fonte Nova, em Salvador, está acostumada a receber o Bahia, mas não de seu principal rival, o Vitória. O time rubro-negro baiano costuma mandar suas partidas no Barradão. Segundo dirigentes, o clube tem maior potencial de retorno financeiro e técnico no seu estádio. O Vitória não descarta, porém, organizar jogos pontuais na Fonte Nova. O clube diz manter boa relação com a administradores do estádio da Copa de 2014. MARACANÃ Em novembro do ano passado, o Flamengo fechou um acordo para mandar seus jogos no estádio Luso Brasileiro, na Ilha do Governador, zona norte do Rio. O espaço pertence à Portuguesa-RJ e foi usado pelo Botafogo em 2016. Fred Luz, diretor geral do time rubro-negro, no entanto, diz que a preferência do time é pelo Maracanã. O acordo com a Portuguesa carioca se deu como uma precaução. "Não sabemos o que vai acontecer com o Maracanã", diz o dirigente flamenguista. O palco da final da Copa de 2014 vive momento de indefinição. A Odebrecht, principal acionista da concessionária que administra o estádio, tenta vender sua parte no negócio e cogita devolver a arena para o Estado, que vive grave crise financeira. Caso isso aconteça, o governo deve fazer nova licitação. De acordo com Luz, mesmo que o Flamengo acabe por conseguir usar o Maracanã, seria possível conciliar os uso dos dois estádios. "O Maracanã é inadequado para jogos com menos de 20 mil pessoas", afirma. Nesses casos, o clube mandaria os jogos no Luso Brasileiro, que será reformado. NÚMEROS DOS ESTÁDIOS > Rio Grande do Norte Arena das Dunas (estádio padrão Fifa) Inauguração: 2014 Capacidade: 31 mil Frasqueirão Inauguração: 2006 Capacidade: 18 mil > Pernambuco Arena Pernambuco (estádio padrão Fifa) Inauguração: 2013 Capacidade: 46 mil Estádio do Arruda Inauguração: 1972 Capacidade: 60 mil Ilha do Retiro Inauguração: 1937 Capacidade: 33 mil > Bahia Arena Fonte Nova (estádio padrão Fifa) Inauguração: 2013 Capacidade: 50 mil Barradão Inauguração: 1986 Capacidade: 35 mil > Rio de Janeiro Maracanã (estádio padrão Fifa) Inauguração: 1950 Capacidade: 79 mil Estádio Luso Brasileiro Inauguração: 1965 Capacidade: 18 mil
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Vázquez assume presidência do Uruguai com a presença de Dilma e Raúl Castro
Em uma cerimônia com menos chefes de Estado do que o esperado, Tabaré Vázquez tomou posse neste domingo (1º) da presidência do Uruguai, substituindo José Pepe Mujica. O esperado duelo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e do vice dos EUA, Joe Biden, não ocorreu. Maduro cancelou a ida ao Uruguai na véspera e Biden informou na sexta (27) que não poderia ir devido a um resfriado. Evo Morales, presidente muito ligado a Mujica, esteve no Uruguai na quinta (26) e não retornou para a posse de Tabaré. Cristina Kirchner, da Argentina, mandou o vice, Amado Boudou. Ficou para Dilma Rousseff, Michele Bachelet (Chile), Rafael Correa (Equador) e Raúl Castro (Cuba) o papel de convidados famosos de Tabaré. Após o juramento do novo presidente, no Congresso, Dilma e Tabaré conversaram por cerca de meia hora, antes de a presidente seguir para o Rio de Janeiro. Dilma foi embora antes do evento público na Praça Independência. Tabaré disse que os dois não conversaram sobre Venezuela, mas a crise política do país governado por Maduro esteve na atenção dos políticos e das pessoas que estiveram na cerimônia de posse. Pela manhã, Tabaré Vázquez deu entrevista à imprensa local ao sair de sua casa. Disse que a situação na Venezuela é preocupante e que espera uma solução pacífica. "Queremos uma solução pacífica em qualquer situação. Nem de uma parte nem de outra, a violência pode estar presente", disse. Na praça, segurando um cartão feito à mão, Estela Bon, 56, protestava contra Maduro. "As pessoas não podem se manifestar contra o governo. Eu vivi isso na ditadura, nos mataram, nos calaram, eu não quero mais isso", disse ela. A poucos metros, Angela Perez, militante do partido Frente Ampla, de Tabaré e de Mujica, segurava uma bandeira da Venezuela. Para ela, o país está sofrendo "um golpe branco" por influência de países que não querem que a América Latina se desenvolva. MUJICA E OS CARROS O agora ex-presidente, Pepe Mujica, foi muito aplaudido quando apareceu, ao lado da mulher Lúcia Topolansky. Ele passou a faixa a Tabaré com um forte abraço e tapinhas nas costas. De óculos escuros, ele deixou a praça Independência a bordo do famoso fusca azul celeste, dirigido por um motorista, com a esposa no banco de trás. Os bastidores dos últimos momentos de Mujica no poder foram acompanhados pelo cineasta Emir Kusturica, que prepara um documentário sobre Pepe. A chegada de Tabaré não foi menos simbólica. Ele percorreu o trajeto entre o Congresso e a praça Independência na carroceria de uma caminhonete Ford de 1951, seu primeiro carro, comprado quando se tornou médico. Uma multidão acompanhou a cerimônia que se estendia pela avenida 18 de julho. Estava separada por grades e ficou a cerca de 50 metros do palco das autoridades. O casal Juan Pablo Gallarza e Monserat Rodriguez, que moram em um edifício na praça Independência, dizem que o povo ficou mais perto na posse de Mujica. "Tabaré é completamente diferente de Mujica, aí já se pode ver", afirmou Juan Pablo.
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Vázquez assume presidência do Uruguai com a presença de Dilma e Raúl CastroEm uma cerimônia com menos chefes de Estado do que o esperado, Tabaré Vázquez tomou posse neste domingo (1º) da presidência do Uruguai, substituindo José Pepe Mujica. O esperado duelo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e do vice dos EUA, Joe Biden, não ocorreu. Maduro cancelou a ida ao Uruguai na véspera e Biden informou na sexta (27) que não poderia ir devido a um resfriado. Evo Morales, presidente muito ligado a Mujica, esteve no Uruguai na quinta (26) e não retornou para a posse de Tabaré. Cristina Kirchner, da Argentina, mandou o vice, Amado Boudou. Ficou para Dilma Rousseff, Michele Bachelet (Chile), Rafael Correa (Equador) e Raúl Castro (Cuba) o papel de convidados famosos de Tabaré. Após o juramento do novo presidente, no Congresso, Dilma e Tabaré conversaram por cerca de meia hora, antes de a presidente seguir para o Rio de Janeiro. Dilma foi embora antes do evento público na Praça Independência. Tabaré disse que os dois não conversaram sobre Venezuela, mas a crise política do país governado por Maduro esteve na atenção dos políticos e das pessoas que estiveram na cerimônia de posse. Pela manhã, Tabaré Vázquez deu entrevista à imprensa local ao sair de sua casa. Disse que a situação na Venezuela é preocupante e que espera uma solução pacífica. "Queremos uma solução pacífica em qualquer situação. Nem de uma parte nem de outra, a violência pode estar presente", disse. Na praça, segurando um cartão feito à mão, Estela Bon, 56, protestava contra Maduro. "As pessoas não podem se manifestar contra o governo. Eu vivi isso na ditadura, nos mataram, nos calaram, eu não quero mais isso", disse ela. A poucos metros, Angela Perez, militante do partido Frente Ampla, de Tabaré e de Mujica, segurava uma bandeira da Venezuela. Para ela, o país está sofrendo "um golpe branco" por influência de países que não querem que a América Latina se desenvolva. MUJICA E OS CARROS O agora ex-presidente, Pepe Mujica, foi muito aplaudido quando apareceu, ao lado da mulher Lúcia Topolansky. Ele passou a faixa a Tabaré com um forte abraço e tapinhas nas costas. De óculos escuros, ele deixou a praça Independência a bordo do famoso fusca azul celeste, dirigido por um motorista, com a esposa no banco de trás. Os bastidores dos últimos momentos de Mujica no poder foram acompanhados pelo cineasta Emir Kusturica, que prepara um documentário sobre Pepe. A chegada de Tabaré não foi menos simbólica. Ele percorreu o trajeto entre o Congresso e a praça Independência na carroceria de uma caminhonete Ford de 1951, seu primeiro carro, comprado quando se tornou médico. Uma multidão acompanhou a cerimônia que se estendia pela avenida 18 de julho. Estava separada por grades e ficou a cerca de 50 metros do palco das autoridades. O casal Juan Pablo Gallarza e Monserat Rodriguez, que moram em um edifício na praça Independência, dizem que o povo ficou mais perto na posse de Mujica. "Tabaré é completamente diferente de Mujica, aí já se pode ver", afirmou Juan Pablo.
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Polícia de Londres deixa de monitorar Assange em embaixada
A Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard) anunciou nesta segunda-feira (12) que suspendeu a operação de 24 horas de monitoramento da embaixada do Equador, onde o fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, está asilado desde junho de 2012. Desde aquele período, policiais se revezavam em frente ao local, numa das zonas mais nobres de Londres, para evitar a fuga de Assange e prendê-lo. As autoridades britânicas vinham recebendo críticas por terem gasto até hoje pelo menos 12 milhões de libras (R$ 70 milhões) com essa operação policial. Assange pediu asilo ao Equador em Londres para evitar a extradição para a Suécia, onde vivia e é acusado de ter cometido crimes sexuais em 2010. Ele se diz inocente e teme ser enviado aos EUA para ser julgado devido ao WikiLeaks. Em nota, a Scotland Yard diz que não é necessária mais uma presença "permanente" em frente ao local, mas destacou que, apesar de suspender essa vigilância em frente à embaixada, todos esforços, com suporte de serviços de inteligência, serão feitos para prendê-lo se ele tentar deixar o local. A procuradoria da Suécia anunciou em agosto que três investigações contra Assange foram extintas por terem prescrito. Resta ainda, no entanto, uma investigação sobre suspeita de estupro, cujo prazo de investigação na Suécia expira somente em 2020. Ou seja, o encerramento dos outros três casos não significa que o fundador do Wikileaks deixará tão cedo a embaixada do Equador em Londres. Em fevereiro deste ano, ele recebeu a reportagem da Folha na embaixada para uma entrevista (leia aqui).
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Polícia de Londres deixa de monitorar Assange em embaixadaA Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard) anunciou nesta segunda-feira (12) que suspendeu a operação de 24 horas de monitoramento da embaixada do Equador, onde o fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, está asilado desde junho de 2012. Desde aquele período, policiais se revezavam em frente ao local, numa das zonas mais nobres de Londres, para evitar a fuga de Assange e prendê-lo. As autoridades britânicas vinham recebendo críticas por terem gasto até hoje pelo menos 12 milhões de libras (R$ 70 milhões) com essa operação policial. Assange pediu asilo ao Equador em Londres para evitar a extradição para a Suécia, onde vivia e é acusado de ter cometido crimes sexuais em 2010. Ele se diz inocente e teme ser enviado aos EUA para ser julgado devido ao WikiLeaks. Em nota, a Scotland Yard diz que não é necessária mais uma presença "permanente" em frente ao local, mas destacou que, apesar de suspender essa vigilância em frente à embaixada, todos esforços, com suporte de serviços de inteligência, serão feitos para prendê-lo se ele tentar deixar o local. A procuradoria da Suécia anunciou em agosto que três investigações contra Assange foram extintas por terem prescrito. Resta ainda, no entanto, uma investigação sobre suspeita de estupro, cujo prazo de investigação na Suécia expira somente em 2020. Ou seja, o encerramento dos outros três casos não significa que o fundador do Wikileaks deixará tão cedo a embaixada do Equador em Londres. Em fevereiro deste ano, ele recebeu a reportagem da Folha na embaixada para uma entrevista (leia aqui).
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Serafina entra no set do novo 'Blade Runner', com Harrison Ford
O futuro da humanidade se encontra em um complexo cercado de mato a uma hora de Budapeste, capital da Hungria. Estamos no ano de 2049. Com o derretimento das calotas polares, o nível dos oceanos subiu ao ponto da megalópole formada por Los Angeles, San Francisco e San Diego ser cercada por um muro que impede o avanço das águas violentas. Apesar da chuva e da noite fria húngara, Ryan Gosling luta com a atriz holandesa Sylvia Hoeks no pé deste muro. Os dois trocam movimentos violentos que terminam com a mulher/replicante rolando rumo à água, onde o carro voador está parado, com o dublê de Harrison Ford algemado no interior. "Corta", grita um sotaque francês. Todos param, a chuva para. O dono do sotaque aparece. "Bonsoir", cumprimenta o canadense Denis Villeneuve, 49, de "A Chegada" (2016). "Nunca tive tantos brinquedos. Estou fazendo um indie com muito dinheiro", diz ele. O tal filme indie é "Blade Runner 2049", uma das sequências mais aguardadas do ano, com previsão de estreia no Brasil para 5/10. O futuro distópico, que toma forma em dois estúdios no interior da Hungria, é a continuação da jornada do caçador de androides Rick Deckard (Harrison Ford), 35 anos depois de "Blade Runner", de Ridley Scott. Serafina foi a única revista brasileira a entrar no set. Lançando em 1982, o original que adaptou o livro "Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?", de Philip K. Dick, foi um fracasso de bilheteria e de crítica. No entanto, tornou-se referência visual obrigatória nos anos seguintes. Hoje, revistas como a "Time" e organizações como o American Film Institute listam a obra entre as 100 mais importantes e influentes do cinema. Mas isso não foi o suficiente para alguém se aventurar em sequências nesse tempo. Principalmente porque Harrison Ford e Ridley Scott terminaram o trabalho querendo pular na garganta um do outro: o cineasta não aceitava sugestões do seu astro, em alta depois de "Guerra nas Estrelas", e o ator não suportava filmar todas as noites no ritmo lento do diretor. "Dos 50 dias de filmagens, 35 foram durante a noite. Isso é um regime brutal", lembra Ford, pouco antes de começar a labuta. "Mas fizemos as pazes há um bom tempo. Nossas desavenças foram circunstanciais." Villeneuve não quis arriscar mexer no humor do seu astro. Não coloca Ford na cena noturna a qual testemunhamos, parte do clímax do longa, mas não poupa Gosling, que precisa fazer flexões entre os takes para espantar o frio. FILHOS DE BLADE "Sinto pelos atores, mas acho importante estar junto dos elementos. Estou tentando fazer o filme com o espírito do original, construindo a maioria dos cenários. Acredito que, para alcançarmos o futuro, precisamos dar um passo na direção do passado", explica o diretor. "Tivemos algumas filmagens noturnas, mas nem perto do original", completa Ford com o sorriso de lado que virou sua marca. "Denis é prático e tem um conhecimento poderoso de como contar uma história. É um diretor bem diferente de... como era o nome dele? Ah, Ridley", alfineta ele, dando a entender que as rusgas não foram tão esquecidas assim. Ridley Scott saiu do projeto para desenvolver "Perdido em Marte" (2015) e "Alien: Convenant" (2017). Harrison Ford aceitou após ler o roteiro. Por consequência, isso levou Ryan Gosling a topar viver o policial K, que procura por Deckard numa Califórnia ora dizimada pelas alterações climáticas, ora superpovoada nos centros urbanos cobertos por nuvens negras. "Era não apenas a oportunidade de trabalhar com Harrison, mas de ver o mundo que Denis e Roger [Deakins, diretor de fotografia] estavam criando", conta Gosling, que deve fazer os filmes seguintes se este for um sucesso financeiro. A evolução do mundo assusta. Os ricos moram em outros planetas e o clima da Terra é impróprio para a raça humana. Isso é mostrado no início do longa, quando K encontra uma pista que o levará a um segredo e a Deckard. Todo cuidado é pouco em "Blade Runner 2049". Afinal, não é uma franquia que pode se dar ao luxo de ser ruim se quiser ter futuro. "Há filmes que sabemos que rendem dinheiro, independente da qualidade. Não é o caso de 'Blade Runner'. Não teríamos feito esse filme se não fosse incrível", diz o produtor Andrew Kosove. "A pressão veio no começo do processo, mas não penso nisso, senão vou correr para debaixo da cama. Afinal...", provoca Villeneuve ao voltar para a filmagem, "somos todos filhos de 'Blade Runner'."
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Serafina entra no set do novo 'Blade Runner', com Harrison FordO futuro da humanidade se encontra em um complexo cercado de mato a uma hora de Budapeste, capital da Hungria. Estamos no ano de 2049. Com o derretimento das calotas polares, o nível dos oceanos subiu ao ponto da megalópole formada por Los Angeles, San Francisco e San Diego ser cercada por um muro que impede o avanço das águas violentas. Apesar da chuva e da noite fria húngara, Ryan Gosling luta com a atriz holandesa Sylvia Hoeks no pé deste muro. Os dois trocam movimentos violentos que terminam com a mulher/replicante rolando rumo à água, onde o carro voador está parado, com o dublê de Harrison Ford algemado no interior. "Corta", grita um sotaque francês. Todos param, a chuva para. O dono do sotaque aparece. "Bonsoir", cumprimenta o canadense Denis Villeneuve, 49, de "A Chegada" (2016). "Nunca tive tantos brinquedos. Estou fazendo um indie com muito dinheiro", diz ele. O tal filme indie é "Blade Runner 2049", uma das sequências mais aguardadas do ano, com previsão de estreia no Brasil para 5/10. O futuro distópico, que toma forma em dois estúdios no interior da Hungria, é a continuação da jornada do caçador de androides Rick Deckard (Harrison Ford), 35 anos depois de "Blade Runner", de Ridley Scott. Serafina foi a única revista brasileira a entrar no set. Lançando em 1982, o original que adaptou o livro "Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?", de Philip K. Dick, foi um fracasso de bilheteria e de crítica. No entanto, tornou-se referência visual obrigatória nos anos seguintes. Hoje, revistas como a "Time" e organizações como o American Film Institute listam a obra entre as 100 mais importantes e influentes do cinema. Mas isso não foi o suficiente para alguém se aventurar em sequências nesse tempo. Principalmente porque Harrison Ford e Ridley Scott terminaram o trabalho querendo pular na garganta um do outro: o cineasta não aceitava sugestões do seu astro, em alta depois de "Guerra nas Estrelas", e o ator não suportava filmar todas as noites no ritmo lento do diretor. "Dos 50 dias de filmagens, 35 foram durante a noite. Isso é um regime brutal", lembra Ford, pouco antes de começar a labuta. "Mas fizemos as pazes há um bom tempo. Nossas desavenças foram circunstanciais." Villeneuve não quis arriscar mexer no humor do seu astro. Não coloca Ford na cena noturna a qual testemunhamos, parte do clímax do longa, mas não poupa Gosling, que precisa fazer flexões entre os takes para espantar o frio. FILHOS DE BLADE "Sinto pelos atores, mas acho importante estar junto dos elementos. Estou tentando fazer o filme com o espírito do original, construindo a maioria dos cenários. Acredito que, para alcançarmos o futuro, precisamos dar um passo na direção do passado", explica o diretor. "Tivemos algumas filmagens noturnas, mas nem perto do original", completa Ford com o sorriso de lado que virou sua marca. "Denis é prático e tem um conhecimento poderoso de como contar uma história. É um diretor bem diferente de... como era o nome dele? Ah, Ridley", alfineta ele, dando a entender que as rusgas não foram tão esquecidas assim. Ridley Scott saiu do projeto para desenvolver "Perdido em Marte" (2015) e "Alien: Convenant" (2017). Harrison Ford aceitou após ler o roteiro. Por consequência, isso levou Ryan Gosling a topar viver o policial K, que procura por Deckard numa Califórnia ora dizimada pelas alterações climáticas, ora superpovoada nos centros urbanos cobertos por nuvens negras. "Era não apenas a oportunidade de trabalhar com Harrison, mas de ver o mundo que Denis e Roger [Deakins, diretor de fotografia] estavam criando", conta Gosling, que deve fazer os filmes seguintes se este for um sucesso financeiro. A evolução do mundo assusta. Os ricos moram em outros planetas e o clima da Terra é impróprio para a raça humana. Isso é mostrado no início do longa, quando K encontra uma pista que o levará a um segredo e a Deckard. Todo cuidado é pouco em "Blade Runner 2049". Afinal, não é uma franquia que pode se dar ao luxo de ser ruim se quiser ter futuro. "Há filmes que sabemos que rendem dinheiro, independente da qualidade. Não é o caso de 'Blade Runner'. Não teríamos feito esse filme se não fosse incrível", diz o produtor Andrew Kosove. "A pressão veio no começo do processo, mas não penso nisso, senão vou correr para debaixo da cama. Afinal...", provoca Villeneuve ao voltar para a filmagem, "somos todos filhos de 'Blade Runner'."
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Com 26%, deputado tucano lidera disputa pela prefeitura de Belo Horizonte
JOSÉ MARQUES DE BELO HORIZONTE A corrida eleitoral em Belo Horizonte começa com o candidato a prefeito do PSDB, João Leite, à frente dos adversários com 26% das intenções de voto, quase o dobro do segundo colocado, Alexandre Kalil (PHS), que tem 14%, aponta pesquisa Datafolha realizada entre terça (23) e quarta-feira (24). Depois de Leite e Kalil, seis candidatos estão empatados tecnicamente devido à margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. Entre eles, Eros Biondini (Pros) lidera numericamente, com 6%. Em seguida, vêm Luis Tibé (PT do B) e Vanessa Portugal (PSTU), com 4%. Marcelo Álvaro Antônio (PR) e Sargento Rodrigues (PDT) têm 3%, mesma porcentagem de Délio Malheiros (PSD), vice-prefeito apoiado pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB). Ainda pontuam, com 2%, Reginaldo Lopes (PT) e Maria da Consolação (PSOL). Rodrigo Pacheco (PMDB) foi citado, mas não pontuou. As intenções de voto em branco ou nulo somam 18%. Outros 15% não opinaram. Foram ouvidas 811 pessoas. Os candidatos da capital mineira também enfrentam alto grau de desconhecimento do eleitorado. Só Leite, Kalil, Tibé e Portugal são conhecidos por mais da metade dos eleitores. Na pesquisa espontânea, quando não é mostrada uma lista de nomes aos eleitores, duas em cada três pessoas (66%) ainda dizem não saber em quem votarão. Nesse caso, Leite, que é deputado estadual, e Kalil, ex-presidente do Atlético-MG, são citados respectivamente em 7% e 6% das vezes. Os candidatos mais conhecidos também são os mais rejeitados. 20% dizem que não votam em Kalil de jeito nenhum, seguido por Leite (18%) e Portugal (16%). O tucano, apoiado pelo presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), também tem vantagem no tempo de televisão no primeiro turno. Sua coligação ficará com 2m39 dos 10 minutos de cada bloco de propaganda eleitoral gratuita deste ano. Os candidatos que têm o segundo e terceiro maiores tempos, o peemedebista Pacheco e o petista Lopes, estão com mais de um minuto a menos que o tucano. MARCIO LACERDA Segundo o Datafolha, o atual prefeito de BH, Marcio Lacerda (PSB) tem a gestão considerada boa ou ótima por 36% dos eleitores da capital mineira. Outros 23% acham que a administração dele é ruim ou péssima. Na pesquisa, 39% consideraram a atuação do prefeito como regular. Lacerda teve uma queda se considerada a pesquisa Datafolha de agosto de 2012, quando ele concorria à reeleição. Para 59%, sua gestão era ótima ou boa. Na eleição deste ano, o prefeito chegou a lançar candidato do seu próprio partido, mas desistiu para apoiar o vice Malheiros. belo horizonte - Intenção de voto para prefeito, em %
poder
Com 26%, deputado tucano lidera disputa pela prefeitura de Belo HorizonteJOSÉ MARQUES DE BELO HORIZONTE A corrida eleitoral em Belo Horizonte começa com o candidato a prefeito do PSDB, João Leite, à frente dos adversários com 26% das intenções de voto, quase o dobro do segundo colocado, Alexandre Kalil (PHS), que tem 14%, aponta pesquisa Datafolha realizada entre terça (23) e quarta-feira (24). Depois de Leite e Kalil, seis candidatos estão empatados tecnicamente devido à margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. Entre eles, Eros Biondini (Pros) lidera numericamente, com 6%. Em seguida, vêm Luis Tibé (PT do B) e Vanessa Portugal (PSTU), com 4%. Marcelo Álvaro Antônio (PR) e Sargento Rodrigues (PDT) têm 3%, mesma porcentagem de Délio Malheiros (PSD), vice-prefeito apoiado pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB). Ainda pontuam, com 2%, Reginaldo Lopes (PT) e Maria da Consolação (PSOL). Rodrigo Pacheco (PMDB) foi citado, mas não pontuou. As intenções de voto em branco ou nulo somam 18%. Outros 15% não opinaram. Foram ouvidas 811 pessoas. Os candidatos da capital mineira também enfrentam alto grau de desconhecimento do eleitorado. Só Leite, Kalil, Tibé e Portugal são conhecidos por mais da metade dos eleitores. Na pesquisa espontânea, quando não é mostrada uma lista de nomes aos eleitores, duas em cada três pessoas (66%) ainda dizem não saber em quem votarão. Nesse caso, Leite, que é deputado estadual, e Kalil, ex-presidente do Atlético-MG, são citados respectivamente em 7% e 6% das vezes. Os candidatos mais conhecidos também são os mais rejeitados. 20% dizem que não votam em Kalil de jeito nenhum, seguido por Leite (18%) e Portugal (16%). O tucano, apoiado pelo presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), também tem vantagem no tempo de televisão no primeiro turno. Sua coligação ficará com 2m39 dos 10 minutos de cada bloco de propaganda eleitoral gratuita deste ano. Os candidatos que têm o segundo e terceiro maiores tempos, o peemedebista Pacheco e o petista Lopes, estão com mais de um minuto a menos que o tucano. MARCIO LACERDA Segundo o Datafolha, o atual prefeito de BH, Marcio Lacerda (PSB) tem a gestão considerada boa ou ótima por 36% dos eleitores da capital mineira. Outros 23% acham que a administração dele é ruim ou péssima. Na pesquisa, 39% consideraram a atuação do prefeito como regular. Lacerda teve uma queda se considerada a pesquisa Datafolha de agosto de 2012, quando ele concorria à reeleição. Para 59%, sua gestão era ótima ou boa. Na eleição deste ano, o prefeito chegou a lançar candidato do seu próprio partido, mas desistiu para apoiar o vice Malheiros. belo horizonte - Intenção de voto para prefeito, em %
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Militantes anti-Lula são presos com arma em Salvador
Cinco militantes anti-Lula foram detidos pela Polícia Militar da Bahia na noite desta quinta-feira (17) após um deles sacar uma arma durante chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Salvador. Adjalbas Pereira (que se identificou para a Folha como sendo policial) foi detido, segundo o major responsável pela segurança do ato. E será submetido a exame para confirmar se havia atirado para o alto no momento em que a van de Lula passava diante da calçada onde os cinco carregavam faixas em favor de intervenção militar no Brasil. Lula chegou a Salvador às 16h30. E pegou metrô para chegar à Arena Fonte Nova. No trem, viajou na cabine. Assista ao momento da confusão: Vídeo de Lula No meio do caminho, um grupo exibia faixas contra o ex-presidente. Policiais cercaram os manifestantes para que não houvesse confronto com apoiadores de Lula. Segundo os policiais, um deles sacou a arma. Pereira e Marcelo Vasconcelos (que se identificou como blogueiro) já haviam discutido com petistas horas antes, dentro da estação onde Lula era aguardado. Diante da Arena Fonte Nova, um manifestante de apelido Jarrão também foi detido sob acusação de porte de armas. Ele e cerca de 30 manifestantes anti-Lula faziam um protesto em frente ao estádio. Diante de um boneco gigante do "pixuleko", um repetia em um carro de som que todos de vermelho eram vagabundos. O boneco foi destruído até a dentadas. Um policial deu três tiros para o alto. Na confusão, um dirigente do Sindicato dos Petroleiros também foi detido. Jairo Batista foi encaminhado para a Central de Flagrantes da polícia.
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Militantes anti-Lula são presos com arma em SalvadorCinco militantes anti-Lula foram detidos pela Polícia Militar da Bahia na noite desta quinta-feira (17) após um deles sacar uma arma durante chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Salvador. Adjalbas Pereira (que se identificou para a Folha como sendo policial) foi detido, segundo o major responsável pela segurança do ato. E será submetido a exame para confirmar se havia atirado para o alto no momento em que a van de Lula passava diante da calçada onde os cinco carregavam faixas em favor de intervenção militar no Brasil. Lula chegou a Salvador às 16h30. E pegou metrô para chegar à Arena Fonte Nova. No trem, viajou na cabine. Assista ao momento da confusão: Vídeo de Lula No meio do caminho, um grupo exibia faixas contra o ex-presidente. Policiais cercaram os manifestantes para que não houvesse confronto com apoiadores de Lula. Segundo os policiais, um deles sacou a arma. Pereira e Marcelo Vasconcelos (que se identificou como blogueiro) já haviam discutido com petistas horas antes, dentro da estação onde Lula era aguardado. Diante da Arena Fonte Nova, um manifestante de apelido Jarrão também foi detido sob acusação de porte de armas. Ele e cerca de 30 manifestantes anti-Lula faziam um protesto em frente ao estádio. Diante de um boneco gigante do "pixuleko", um repetia em um carro de som que todos de vermelho eram vagabundos. O boneco foi destruído até a dentadas. Um policial deu três tiros para o alto. Na confusão, um dirigente do Sindicato dos Petroleiros também foi detido. Jairo Batista foi encaminhado para a Central de Flagrantes da polícia.
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Justiça revoga prisão de PMs acusados de participação na morte de Amarildo
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro revogou a prisão de três militares envolvidos no caso do desaparecimento e morte do pedreiro Amarildo de Souza. Entre eles, está o ex-comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Rocinha, major Edson Santos. O oficial é acusado neste processo, junto com outros dois policiais, de corrupção ativa de testemunhas do caso. Além do ex-comandante, também tiveram a prisão revogada o tenente Luiz Felipe de Medeiros e o soldado Newland de Oliveira Silva Júnior. De acordo com o Tribunal de Justiça, os dois oficiais continuarão detidos por responderem a outro processo na 35ª Vara Criminal, pelo crime de tortura, também no caso Amarildo. Para a juíza da Auditoria de Justiça Militar Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, a liberdade dos réus não irá atrapalhar o andamento do processo. "Ademais, não é mais possível afirmar que a liberdade dos réus traria riscos à ordem pública, sendo certo que a garantia dos princípios da hierarquia e disciplina, por si só, não pode ensejar a manutenção da segregação cautelar dos mesmos", afirmou a magistrada. DESAPARECIMENTO O ajudante de pedreiro Amarildo de Souza desapareceu em 14 de julho de 2013, após ter sido detido por policiais militares na porta de sua casa, na favela da Rocinha, e levado à UPP da comunidade. Ele teria sido submetido à tortura e morrido na unidade policial. O corpo do pedreiro nunca foi encontrado. Seu desaparecimento tornou-se símbolo de casos de abuso de autoridade, violência policial e deu origem a diversos protestos. O inquérito instaurado pela PM apontou o envolvimento de 29 militares no crime. Entre eles, o major Edson dos Santos, ex-comandante da UPP da Rocinha. Santos afirma ser inocente. Em entrevista à Folha, afirmou que a morte do pedreiro foi uma represália dos traficantes da região por considerarem a vítima um informante dos militares. A reportagem telefonou, mas não conseguiu falar com os advogados dos outros dois policiais.
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Justiça revoga prisão de PMs acusados de participação na morte de AmarildoO Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro revogou a prisão de três militares envolvidos no caso do desaparecimento e morte do pedreiro Amarildo de Souza. Entre eles, está o ex-comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Rocinha, major Edson Santos. O oficial é acusado neste processo, junto com outros dois policiais, de corrupção ativa de testemunhas do caso. Além do ex-comandante, também tiveram a prisão revogada o tenente Luiz Felipe de Medeiros e o soldado Newland de Oliveira Silva Júnior. De acordo com o Tribunal de Justiça, os dois oficiais continuarão detidos por responderem a outro processo na 35ª Vara Criminal, pelo crime de tortura, também no caso Amarildo. Para a juíza da Auditoria de Justiça Militar Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, a liberdade dos réus não irá atrapalhar o andamento do processo. "Ademais, não é mais possível afirmar que a liberdade dos réus traria riscos à ordem pública, sendo certo que a garantia dos princípios da hierarquia e disciplina, por si só, não pode ensejar a manutenção da segregação cautelar dos mesmos", afirmou a magistrada. DESAPARECIMENTO O ajudante de pedreiro Amarildo de Souza desapareceu em 14 de julho de 2013, após ter sido detido por policiais militares na porta de sua casa, na favela da Rocinha, e levado à UPP da comunidade. Ele teria sido submetido à tortura e morrido na unidade policial. O corpo do pedreiro nunca foi encontrado. Seu desaparecimento tornou-se símbolo de casos de abuso de autoridade, violência policial e deu origem a diversos protestos. O inquérito instaurado pela PM apontou o envolvimento de 29 militares no crime. Entre eles, o major Edson dos Santos, ex-comandante da UPP da Rocinha. Santos afirma ser inocente. Em entrevista à Folha, afirmou que a morte do pedreiro foi uma represália dos traficantes da região por considerarem a vítima um informante dos militares. A reportagem telefonou, mas não conseguiu falar com os advogados dos outros dois policiais.
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Engenheira vira dona de casa e dá dicas no YouTube
DE SÃO PAULO Depois de se tornar mãe, a engenheira civil Flávia Ferrari, 42, escolheu ficar em casa, mas se deparou com um problema: não sabia fazer tarefas domésticas. Ela então criou um blog para dividir suas descobertas e, em 2015, nasceu o canal A Dica do Dia, que já tem 228 mil inscritos. "Acreditava que mais gente poderia ter os mesmos problemas que eu", diz. Nos vídeos, publicados todas as terças e quintas-feiras, Ferrari dá dicas de limpeza, culinária e organização, que vão de como aromatizar o banheiro – seu vídeo mais popular – a como receber bem as visitas ou manter a crocância do pão francês. Todas as dicas são de fácil execução e testadas na sua própria residência. "Não dá pra falar nada que não seja testado e seguro." Veja abaixo alguns dos vídeos do canal. Dicas para deixar o banheiro perfumado, por Flávia Ferrari Como receber visitas em casa, por Flávia Ferrari Como deixar o pão francês crocante, por Flávia Ferrari
sobretudo
Engenheira vira dona de casa e dá dicas no YouTube DE SÃO PAULO Depois de se tornar mãe, a engenheira civil Flávia Ferrari, 42, escolheu ficar em casa, mas se deparou com um problema: não sabia fazer tarefas domésticas. Ela então criou um blog para dividir suas descobertas e, em 2015, nasceu o canal A Dica do Dia, que já tem 228 mil inscritos. "Acreditava que mais gente poderia ter os mesmos problemas que eu", diz. Nos vídeos, publicados todas as terças e quintas-feiras, Ferrari dá dicas de limpeza, culinária e organização, que vão de como aromatizar o banheiro – seu vídeo mais popular – a como receber bem as visitas ou manter a crocância do pão francês. Todas as dicas são de fácil execução e testadas na sua própria residência. "Não dá pra falar nada que não seja testado e seguro." Veja abaixo alguns dos vídeos do canal. Dicas para deixar o banheiro perfumado, por Flávia Ferrari Como receber visitas em casa, por Flávia Ferrari Como deixar o pão francês crocante, por Flávia Ferrari
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Corrupção e impedimento
Adeptos da tese do impeachment têm se aproveitado da Lava Jato para vender gato por lebre. Procuram associar os problemas de Dilma Rousseff ao megaescândalo da Petrobras, quando sabem que uma coisa nada tem a ver com a outra. Tanto é assim que no pedido protocolado por Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. não há palavra a respeito. Os juristas justificam o requerimento "por crimes de responsabilidade que atentam contra a lei orçamentária". Qual teria sido o atentado de Dilma ao Orçamento? Ter atrasado repasses destinados a benefícios sociais, como Bolsa Família, seguro-desemprego e Minha Casa Minha Vida em 2013 e 2014. E, sobretudo, o pecado grave de, para evitar que os beneficiários fossem prejudicados, ter acionado recursos de estatais, como a Caixa Econômica Federal, e do FGTS. Para além de constituir tema mais do que controverso, pois todos os governos da República se utilizam das estatais, cujo caráter público, aliás, é compatível com o apoio aos referidos programas, o assunto tem zero apelo popular. Como bem disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: "O impeachment depende de você ter uma argumentação convincente, não só para o Congresso, mas para o povo". (Folha, 25/9). Por isso, os promotores do golpe branco tentam se aproveitar da justificada indignação dos cidadãos com a corrupção para atingir a mandatária. É triste ver ex-combatentes pela democracia, como Bicudo e Reale Jr., se disporem a legitimar tal farsa. E, no caso de Reale Jr., que há pouco tempo escrevia que "a pena do impeachment visa exonerar o presidente por atos praticados no decorrer do mandato. Findo o exercício da Presidência, não se pode retirar do cargo aquele cujo governo findou" (O Estado de S. Paulo, 7/3/2015), a contradição é patente. As pesadas acusações que surgem contra membros do Partido dos Trabalhadores são outra coisa. Embora seja nocivo que, como no mensalão, todo o peso das denúncias se concentre de um só lado do espectro ideológico, o PT perderá muito se não der respostas efetivas às narrativas que dia a dia inundam a mídia. Não adianta repetir declarações de inocência. É necessário fundamentá-las ou afastar os envolvidos até tudo se esclarecer. Mas o mandato presidencial nada tem a ver com os problemas que recaem sobre o partido mais popular do Brasil. Dilma Rousseff tem garantido o pleno funcionamento das instâncias investigatórias, doa a quem doer. Basta ver os indicados para o STF e a Procuradoria-Geral da República. Os golpistas afirmam que isso é obrigação. Concordo. Porém, a mesma atitude republicana se exige de quem é contra a presidente.
colunas
Corrupção e impedimentoAdeptos da tese do impeachment têm se aproveitado da Lava Jato para vender gato por lebre. Procuram associar os problemas de Dilma Rousseff ao megaescândalo da Petrobras, quando sabem que uma coisa nada tem a ver com a outra. Tanto é assim que no pedido protocolado por Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. não há palavra a respeito. Os juristas justificam o requerimento "por crimes de responsabilidade que atentam contra a lei orçamentária". Qual teria sido o atentado de Dilma ao Orçamento? Ter atrasado repasses destinados a benefícios sociais, como Bolsa Família, seguro-desemprego e Minha Casa Minha Vida em 2013 e 2014. E, sobretudo, o pecado grave de, para evitar que os beneficiários fossem prejudicados, ter acionado recursos de estatais, como a Caixa Econômica Federal, e do FGTS. Para além de constituir tema mais do que controverso, pois todos os governos da República se utilizam das estatais, cujo caráter público, aliás, é compatível com o apoio aos referidos programas, o assunto tem zero apelo popular. Como bem disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: "O impeachment depende de você ter uma argumentação convincente, não só para o Congresso, mas para o povo". (Folha, 25/9). Por isso, os promotores do golpe branco tentam se aproveitar da justificada indignação dos cidadãos com a corrupção para atingir a mandatária. É triste ver ex-combatentes pela democracia, como Bicudo e Reale Jr., se disporem a legitimar tal farsa. E, no caso de Reale Jr., que há pouco tempo escrevia que "a pena do impeachment visa exonerar o presidente por atos praticados no decorrer do mandato. Findo o exercício da Presidência, não se pode retirar do cargo aquele cujo governo findou" (O Estado de S. Paulo, 7/3/2015), a contradição é patente. As pesadas acusações que surgem contra membros do Partido dos Trabalhadores são outra coisa. Embora seja nocivo que, como no mensalão, todo o peso das denúncias se concentre de um só lado do espectro ideológico, o PT perderá muito se não der respostas efetivas às narrativas que dia a dia inundam a mídia. Não adianta repetir declarações de inocência. É necessário fundamentá-las ou afastar os envolvidos até tudo se esclarecer. Mas o mandato presidencial nada tem a ver com os problemas que recaem sobre o partido mais popular do Brasil. Dilma Rousseff tem garantido o pleno funcionamento das instâncias investigatórias, doa a quem doer. Basta ver os indicados para o STF e a Procuradoria-Geral da República. Os golpistas afirmam que isso é obrigação. Concordo. Porém, a mesma atitude republicana se exige de quem é contra a presidente.
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Alto índice de agricultores gaúchos com câncer põe agrotóxicos em xeque
O agricultor Atílio Marques da Rosa, 76, andava de moto quando sentiu uma forte tontura e caiu na frente de casa em Braga, uma cidadezinha de menos de 4.000 habitantes no interior do Rio Grande do Sul. "A tontura reapareceu depois, e os exames mostraram o câncer", conta o filho Osmar Marques da Rosa, 55, que também é agricultor. Seu Atílio foi diagnosticado há um ano com um tumor na cabeça, localizado entre o cérebro e os olhos. Por causa da doença, já não trabalha em sua pequena propriedade, na qual produzia milho e mandioca. Para ele, o câncer tem origem: o contato com agrotóxicos, produtos químicos usados para matar insetos ou plantas dos quais o Brasil é líder mundial em consumo desde 2009. "Meu pai acusa muito esse negócio de veneno. Ele nunca usou, mas as fazendas vizinhas sempre pulverizavam a soja com avião e tudo", diz Osmar. O noroeste gaúcho, onde seu Atílio mora, é campeão nacional no uso de agrotóxicos, segundo um mapa do Laboratório de Geografia Agrária da USP, elaborado a partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Para especialistas que lidam com o problema localmente, não há dúvidas sobre a relação entre o veneno e a doença. "Diversos estudos apontam a relação do uso de agrotóxicos com o câncer", diz o oncologista Fábio Franke, coordenador do Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Hospital de Caridade de Ijuí, que atende 120 municípios da região. Um dos principais problemas é que boa parte dos trabalhadores não segue as instruções técnicas para o manejo das substâncias. "Nós sempre perguntamos se usam proteção, se usam equipamento. Mas atendemos principalmente pessoas carentes. Da renda deles não sobra para comprar máscaras, luvas, óculos. Eles ficam expostos", diz Emília Barcelos Nascimento, voluntária da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Ijuí. Anderson Scheifler, assistente social da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer da cidade (Aapecan), corrobora: "Temos como relato de vida dessas pessoas um histórico de utilização excessiva de defensivos agrícolas e, na maioria das vezes, sem uso de proteção". 'ALARMANTE EPIDEMIA' Um estudo realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) comparou o número de mortes por câncer da microrregião de Ijuí com as registradas no Estado e no país entre 1979 e 2003 e constatou que a taxa de mortalidade local supera tanto a gaúcha, que já é alta, como a nacional. De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o Rio Grande do Sul é o Estado com a maior taxa de mortalidade pela doença. Em 2013, foram 186,11 homens e 140,54 mulheres mortos para cada grupo de 100 mil habitantes de cada sexo. O índice é bem superior ao registrado pelos segundos colocados, Paraná (137,60 homens) e Rio de Janeiro (118,89 mulheres). O Estado também é líder na estimativa de novos casos de câncer neste ano, também elaborada pelo Inca –588,45 homens e 451,89 mulheres para cada 100 mil pessoas de cada sexo. Em 2014, 17,5 mil pessoas morreram de câncer em terras gaúchas –no país todo, foram 195 mil óbitos. Anualmente, cerca de 3.600 novos pacientes são atendidos na unidade coordenada por Franke. Se incluídos os antigos, são 23 mil atendimentos. Destes, 22 mil são bancados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) –os cofres públicos desembolsam cerca de R$ 12 milhões por ano para os tratamentos. Segundo o oncologista, a maioria dos doentes vem da área rural –mas o problema pode ser ainda maior, já que os malefícios dos agrotóxicos não ocorrem apenas por exposição direta pelo trabalho no campo, mas também via alimentação, contaminação da água e ar. "Se esses números fossem de pacientes de dengue ou mesmo uma simples gripe, não tenho dúvida de que a situação seria tratada como a mais alarmante epidemia, com decreto de calamidade pública e tudo. Mas é câncer. Há um silêncio estranho em torno dessa realidade", afirma o promotor Nilton Kasctin do Santos, do Ministério Público da cidade de Catuípe. "Milhares de pessoas estão morrendo de câncer por causa dos agrotóxicos", acrescenta ele, que atua no combate aos produtos. Procurado pela BBC Brasil, o Sindiveg (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal), que representa os fabricantes de agrotóxicos, encaminhou o questionamento para a Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal), que responde basicamente pelas mesmas empresas. Em nota, a Andef afirma que "toda substância química, sintetizada em laboratório ou mesmo aquelas encontradas na natureza, pode ser considerada um agente tóxico" e que os riscos à saúde dependem "das condições de exposição, que incluem: a dose (quantidade de ingestão ou contato), o tempo, a frequência etc.". O texto afirma ainda que "o setor de defensivos agrícolas apresenta o grau de regulamentação mais rígido do mundo". SALTO NO CONSUMO A comercialização de agrotóxicos aumentou 155% em dez anos no Brasil, apontam os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS), estudo elaborado pelo IBGE no ano passado –entre 2002 e 2012, o uso saltou de 2,7 quilos por hectare para 6,9 quilos por hectare. O número é preocupante, especialmente porque 64,1% dos venenos aplicados em 2012 foram considerados como perigosos e 27,7% muito perigosos, aponta o IBGE. O Inca é um dos órgãos que se posicionam oficialmente "contra as atuais práticas de uso de agrotóxicos no Brasil" e "ressalta seus riscos à saúde, em especial nas causas do câncer". Como solução, recomenda o fim da pulverização aérea dos venenos, o fim da isenção fiscal para a comercialização dos produtos e o incentivo à agricultura orgânica, que não usa agrotóxico para o cultivo de alimentos. Márcia Sarpa Campos Mello, pesquisadora do instituto e uma das autoras do "Dossiê Abrasco - Os impactos dos Agrotóxicos na Saúde", ressalta que o agrotóxico mais usado no Brasil, o glifosato –vendido com o nome de Roundup e fabricado pela Monsanto - é proibido em toda a Europa. Segundo ela, o glifosato está relacionado aos cânceres de mama e próstata, além de linfoma e outras mutações genéticas. "A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que 80% dos casos de câncer são atribuídos à exposição de agentes químicos. Se os agrotóxicos também são esses agentes, o que já está comprovado, temos que diminuir ou banir completamente esses produtos", defende. A Monsanto, entretanto, rechaça a opinião. Procurada pela BBC Brasil, a empresa afirma que o registro do glifosato na União Europeia foi renovado por 18 meses, em junho. A renovação, porém, não passou sem polêmica. A intenção inicial era que a renovação fosse por 15 anos. França, Itália, Suécia e Países Baixos foram contra. Um dos motivos é a recente classificação da Agency for Research on Cancer (Iarc), parte da Organização Mundial da Saúde, que classificou o glifosato como "provavelmente cancerígeno para humanos". Procurada, a Monsanto afirma que "todos os usos de produtos registrados à base de glifosato são seguros para a saúde e o meio ambiente, o que é comprovado por um dos maiores bancos de dados científicos já compilados sobre um produto agrícola". TRÊS VEZES MAIS Segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o brasileiro consome até 12 litros de agrotóxico por ano. A bióloga Francesca Werner Ferreira, da Aipan (Associação Ijuiense de Proteção ao Ambiente Natural) e professora da Unijuí (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul), alerta que a situação é ainda pior no noroeste gaúcho, onde o volume consumido pode ser três vezes maior. Ela conta que produtores da região têm abusado das substâncias para secar culturas fora de época da colheita e, assim, aumentar a produção. É o caso do trigo, que recebe doses extras de glifosato, 2,4-D, um dos componentes do "agente laranja", usado como arma química durante a Guerra do Vietnã, e paraquat. Segundo o promotor Nilton Kasctin do Santos, este último causa necrose nos rins e morte das células do pulmão, que terminam em asfixia sem que haja a possibilidade de aplicação de oxigênio, pois isso potencializaria os efeitos da substância. "Nada disso é invenção de palpiteiro, de ambientalista de esquerda ou de algum cientista maluco que nunca tomou sol. Também não é invenção de algum inimigo do agronegócio. Sabe quem diz tudo isso sobre o paraquat? O próprio fabricante. Está na bula, no rótulo", alerta o promotor. No último ano, 52 pessoas morreram por intoxicação por paraquat em terras gaúchas, segundo o Centro de Informação Toxicológica do Estado. No Brasil, 1.186 mortes foram causadas por intoxicação por agrotóxico de 2007 a 2014, segundo a coordenadora do Laboratório de Geografia Agrária da USP, Larissa Bombardi. A estimativa é que para cada registro de intoxicação existam outros 50 casos não notificados, afirma ela. A pesquisa da professora aponta ainda que 300 bebês de zero a um ano de idade sofreram intoxicação no mesmo período. A Syngenta, fabricante do paraquat, não se manifestou sobre os casos de intoxicação e afirmou endossar o posicionamento da Andef. O futuro do combate ao câncer
equilibrioesaude
Alto índice de agricultores gaúchos com câncer põe agrotóxicos em xequeO agricultor Atílio Marques da Rosa, 76, andava de moto quando sentiu uma forte tontura e caiu na frente de casa em Braga, uma cidadezinha de menos de 4.000 habitantes no interior do Rio Grande do Sul. "A tontura reapareceu depois, e os exames mostraram o câncer", conta o filho Osmar Marques da Rosa, 55, que também é agricultor. Seu Atílio foi diagnosticado há um ano com um tumor na cabeça, localizado entre o cérebro e os olhos. Por causa da doença, já não trabalha em sua pequena propriedade, na qual produzia milho e mandioca. Para ele, o câncer tem origem: o contato com agrotóxicos, produtos químicos usados para matar insetos ou plantas dos quais o Brasil é líder mundial em consumo desde 2009. "Meu pai acusa muito esse negócio de veneno. Ele nunca usou, mas as fazendas vizinhas sempre pulverizavam a soja com avião e tudo", diz Osmar. O noroeste gaúcho, onde seu Atílio mora, é campeão nacional no uso de agrotóxicos, segundo um mapa do Laboratório de Geografia Agrária da USP, elaborado a partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Para especialistas que lidam com o problema localmente, não há dúvidas sobre a relação entre o veneno e a doença. "Diversos estudos apontam a relação do uso de agrotóxicos com o câncer", diz o oncologista Fábio Franke, coordenador do Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Hospital de Caridade de Ijuí, que atende 120 municípios da região. Um dos principais problemas é que boa parte dos trabalhadores não segue as instruções técnicas para o manejo das substâncias. "Nós sempre perguntamos se usam proteção, se usam equipamento. Mas atendemos principalmente pessoas carentes. Da renda deles não sobra para comprar máscaras, luvas, óculos. Eles ficam expostos", diz Emília Barcelos Nascimento, voluntária da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Ijuí. Anderson Scheifler, assistente social da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer da cidade (Aapecan), corrobora: "Temos como relato de vida dessas pessoas um histórico de utilização excessiva de defensivos agrícolas e, na maioria das vezes, sem uso de proteção". 'ALARMANTE EPIDEMIA' Um estudo realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) comparou o número de mortes por câncer da microrregião de Ijuí com as registradas no Estado e no país entre 1979 e 2003 e constatou que a taxa de mortalidade local supera tanto a gaúcha, que já é alta, como a nacional. De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o Rio Grande do Sul é o Estado com a maior taxa de mortalidade pela doença. Em 2013, foram 186,11 homens e 140,54 mulheres mortos para cada grupo de 100 mil habitantes de cada sexo. O índice é bem superior ao registrado pelos segundos colocados, Paraná (137,60 homens) e Rio de Janeiro (118,89 mulheres). O Estado também é líder na estimativa de novos casos de câncer neste ano, também elaborada pelo Inca –588,45 homens e 451,89 mulheres para cada 100 mil pessoas de cada sexo. Em 2014, 17,5 mil pessoas morreram de câncer em terras gaúchas –no país todo, foram 195 mil óbitos. Anualmente, cerca de 3.600 novos pacientes são atendidos na unidade coordenada por Franke. Se incluídos os antigos, são 23 mil atendimentos. Destes, 22 mil são bancados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) –os cofres públicos desembolsam cerca de R$ 12 milhões por ano para os tratamentos. Segundo o oncologista, a maioria dos doentes vem da área rural –mas o problema pode ser ainda maior, já que os malefícios dos agrotóxicos não ocorrem apenas por exposição direta pelo trabalho no campo, mas também via alimentação, contaminação da água e ar. "Se esses números fossem de pacientes de dengue ou mesmo uma simples gripe, não tenho dúvida de que a situação seria tratada como a mais alarmante epidemia, com decreto de calamidade pública e tudo. Mas é câncer. Há um silêncio estranho em torno dessa realidade", afirma o promotor Nilton Kasctin do Santos, do Ministério Público da cidade de Catuípe. "Milhares de pessoas estão morrendo de câncer por causa dos agrotóxicos", acrescenta ele, que atua no combate aos produtos. Procurado pela BBC Brasil, o Sindiveg (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal), que representa os fabricantes de agrotóxicos, encaminhou o questionamento para a Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal), que responde basicamente pelas mesmas empresas. Em nota, a Andef afirma que "toda substância química, sintetizada em laboratório ou mesmo aquelas encontradas na natureza, pode ser considerada um agente tóxico" e que os riscos à saúde dependem "das condições de exposição, que incluem: a dose (quantidade de ingestão ou contato), o tempo, a frequência etc.". O texto afirma ainda que "o setor de defensivos agrícolas apresenta o grau de regulamentação mais rígido do mundo". SALTO NO CONSUMO A comercialização de agrotóxicos aumentou 155% em dez anos no Brasil, apontam os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS), estudo elaborado pelo IBGE no ano passado –entre 2002 e 2012, o uso saltou de 2,7 quilos por hectare para 6,9 quilos por hectare. O número é preocupante, especialmente porque 64,1% dos venenos aplicados em 2012 foram considerados como perigosos e 27,7% muito perigosos, aponta o IBGE. O Inca é um dos órgãos que se posicionam oficialmente "contra as atuais práticas de uso de agrotóxicos no Brasil" e "ressalta seus riscos à saúde, em especial nas causas do câncer". Como solução, recomenda o fim da pulverização aérea dos venenos, o fim da isenção fiscal para a comercialização dos produtos e o incentivo à agricultura orgânica, que não usa agrotóxico para o cultivo de alimentos. Márcia Sarpa Campos Mello, pesquisadora do instituto e uma das autoras do "Dossiê Abrasco - Os impactos dos Agrotóxicos na Saúde", ressalta que o agrotóxico mais usado no Brasil, o glifosato –vendido com o nome de Roundup e fabricado pela Monsanto - é proibido em toda a Europa. Segundo ela, o glifosato está relacionado aos cânceres de mama e próstata, além de linfoma e outras mutações genéticas. "A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que 80% dos casos de câncer são atribuídos à exposição de agentes químicos. Se os agrotóxicos também são esses agentes, o que já está comprovado, temos que diminuir ou banir completamente esses produtos", defende. A Monsanto, entretanto, rechaça a opinião. Procurada pela BBC Brasil, a empresa afirma que o registro do glifosato na União Europeia foi renovado por 18 meses, em junho. A renovação, porém, não passou sem polêmica. A intenção inicial era que a renovação fosse por 15 anos. França, Itália, Suécia e Países Baixos foram contra. Um dos motivos é a recente classificação da Agency for Research on Cancer (Iarc), parte da Organização Mundial da Saúde, que classificou o glifosato como "provavelmente cancerígeno para humanos". Procurada, a Monsanto afirma que "todos os usos de produtos registrados à base de glifosato são seguros para a saúde e o meio ambiente, o que é comprovado por um dos maiores bancos de dados científicos já compilados sobre um produto agrícola". TRÊS VEZES MAIS Segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o brasileiro consome até 12 litros de agrotóxico por ano. A bióloga Francesca Werner Ferreira, da Aipan (Associação Ijuiense de Proteção ao Ambiente Natural) e professora da Unijuí (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul), alerta que a situação é ainda pior no noroeste gaúcho, onde o volume consumido pode ser três vezes maior. Ela conta que produtores da região têm abusado das substâncias para secar culturas fora de época da colheita e, assim, aumentar a produção. É o caso do trigo, que recebe doses extras de glifosato, 2,4-D, um dos componentes do "agente laranja", usado como arma química durante a Guerra do Vietnã, e paraquat. Segundo o promotor Nilton Kasctin do Santos, este último causa necrose nos rins e morte das células do pulmão, que terminam em asfixia sem que haja a possibilidade de aplicação de oxigênio, pois isso potencializaria os efeitos da substância. "Nada disso é invenção de palpiteiro, de ambientalista de esquerda ou de algum cientista maluco que nunca tomou sol. Também não é invenção de algum inimigo do agronegócio. Sabe quem diz tudo isso sobre o paraquat? O próprio fabricante. Está na bula, no rótulo", alerta o promotor. No último ano, 52 pessoas morreram por intoxicação por paraquat em terras gaúchas, segundo o Centro de Informação Toxicológica do Estado. No Brasil, 1.186 mortes foram causadas por intoxicação por agrotóxico de 2007 a 2014, segundo a coordenadora do Laboratório de Geografia Agrária da USP, Larissa Bombardi. A estimativa é que para cada registro de intoxicação existam outros 50 casos não notificados, afirma ela. A pesquisa da professora aponta ainda que 300 bebês de zero a um ano de idade sofreram intoxicação no mesmo período. A Syngenta, fabricante do paraquat, não se manifestou sobre os casos de intoxicação e afirmou endossar o posicionamento da Andef. O futuro do combate ao câncer
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Prass, Dudu e Gabriel Jesus são os que vendem mais camisas após título
Nos quatro dias após a conquista da Copa do Brasil na última quarta-feira (2), as lojas oficiais do Palmeiras receberam hordas de torcedores e venderam mais de 10 mil produtos oficiais em quatro dias, ou seja, cerca de 2,5 mil por dia, ou cem por hora. Cerca de 1/3 desses produtos são camisas. Como seria de se esperar, Fernando Prass, protagonista da decisão contra o Santos, é o preferido dos clientes. Ainda que sua camisa de goleiro seja diferente da dos demais, os torcedores não se fizeram de rogados e adquiriram 500 unidades do uniforme do número 1 do time, ou seja, 17% do total. As camisas de Prass estão esgotadas e a Academia Store, rede de lojas oficiais, aguarda nova remessa. O outro herói do título, o atacante Dudu, também tem sido prestigiado pelos palmeirenses, que adquiriram 300 unidades de sua camisa em quatro dias, cerca de 10% do total. Xodó da torcida, a promessa Gabriel Jesus, que saiu no primeiro tempo de ambos os jogos da final devido a uma lesão no ombro, tem a terceira camisa mais disputada pelos palmeirenses. Cento e cinquenta camisas com seu nome e número foram compradas nas lojas oficiais. As lojas oficiais estão tendo dificuldades em atender todos os pedidos imediatamente. "Os clientes estão fazendo reservas e mais reservas da camisa comemorativa, que em breve estará nas lojas. Pelo que estamos observando, o primeiro lote que chegará às lojas estará com tudo praticamente vendido", diz Sérgio Censon, gerente de marketing da Meltex, empresa que administra as lojas oficiais do Palmeiras. Em momento financeiro saudável, o Palmeiras vai pagar cerca de R$ 6 milhões de bonificação a seus jogadores pela conquista da Copa do Brasil.
esporte
Prass, Dudu e Gabriel Jesus são os que vendem mais camisas após títuloNos quatro dias após a conquista da Copa do Brasil na última quarta-feira (2), as lojas oficiais do Palmeiras receberam hordas de torcedores e venderam mais de 10 mil produtos oficiais em quatro dias, ou seja, cerca de 2,5 mil por dia, ou cem por hora. Cerca de 1/3 desses produtos são camisas. Como seria de se esperar, Fernando Prass, protagonista da decisão contra o Santos, é o preferido dos clientes. Ainda que sua camisa de goleiro seja diferente da dos demais, os torcedores não se fizeram de rogados e adquiriram 500 unidades do uniforme do número 1 do time, ou seja, 17% do total. As camisas de Prass estão esgotadas e a Academia Store, rede de lojas oficiais, aguarda nova remessa. O outro herói do título, o atacante Dudu, também tem sido prestigiado pelos palmeirenses, que adquiriram 300 unidades de sua camisa em quatro dias, cerca de 10% do total. Xodó da torcida, a promessa Gabriel Jesus, que saiu no primeiro tempo de ambos os jogos da final devido a uma lesão no ombro, tem a terceira camisa mais disputada pelos palmeirenses. Cento e cinquenta camisas com seu nome e número foram compradas nas lojas oficiais. As lojas oficiais estão tendo dificuldades em atender todos os pedidos imediatamente. "Os clientes estão fazendo reservas e mais reservas da camisa comemorativa, que em breve estará nas lojas. Pelo que estamos observando, o primeiro lote que chegará às lojas estará com tudo praticamente vendido", diz Sérgio Censon, gerente de marketing da Meltex, empresa que administra as lojas oficiais do Palmeiras. Em momento financeiro saudável, o Palmeiras vai pagar cerca de R$ 6 milhões de bonificação a seus jogadores pela conquista da Copa do Brasil.
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Cidade sem lei
Viver no Rio de Janeiro não está fácil. Sei de várias pessoas que, embora adorando a cidade, resolveram ir embora. As razões são muitas, desde a insegurança, que cada vez mais atemoriza as pessoas, até o caos urbano, que vai se impondo em quase todos os bairros. As causas dessa situação certamente são várias, mas, dentre elas, a que nos parece ser a principal é o total desrespeito às normas do convívio social e que se manifesta a todo momento e em todos os lugares. A permissividade se instalou no comportamento de considerável parte da população carioca, a tal ponto que, se alguém se atreve a reclamar, estará sujeito a represálias. Quem se comporta conforme as normas sociais é considerado "careta". Como se sabe, as normas sociais foram criadas para permitir o convívio pacífico das pessoas. Graças a elas, cada indivíduo é educado para saber o que lhe é permitido fazer e o que não lhe é permitido, ou seja, o meu direito termina onde começa o direito do outro. Sim, mas não é assim no Rio. Aqui o dono de um boteco de uma porta só ocupa a calçada em frente com cadeiras e mesas para servir bebidas alcoólicas a dezenas de pessoas. Põe sobre sua porta um aparelho de televisão que transmite os jogos de futebol pela noite adentro, sendo que, a cada gol, aquela torcida berra. Mas e a família que mora no primeiro andar, em cima do boteco? Não pode ver a novela, não pode ouvir música e não vai poder dormir tão cedo. Pergunto: a lei permite isso? Claro que não. Perturbar o sossego público é crime, mas não aqui no Rio. Sábado passado, fui caminhando pela rua Barata Ribeiro, uma das principais de Copacabana, e me surpreendi com a quantidade de bares e restaurantes que ocupam as calçadas com cadeiras e mesas. É quase impossível passar por ali. O transeunte tem que descer da calçada para a pista por onde passam ônibus e automóveis, correndo o risco de ser atropelado. Faz pouco tempo, isso era coisa rara, ocorria apenas na avenida Atlântica, cujas calçadas são bastante amplas, permitindo o livre caminhar das pessoas. Agora, a ocupação das calçadas pelos botecos, lanchonetes e restaurantes ocorre em todos os bairros e as autoridades, que deveriam zelar pelo cumprimento das leis, nada fazem. Por quê?, perguntamos nós, cidadãos, prejudicados em nossos direitos. Será que os encarregados de manter a ordem recebem propinas? Em São Paulo estava acontecendo o mesmo abuso, mas o prefeito proibiu, segundo soube. Entre janeiro e maio deste ano, o Instituto de Segurança Pública do Rio realizou um estudo detalhado para avaliar os problemas de segurança da cidade. O resultado, ainda que previsto, foi assustador: de um total de 345.964 ligações para o telefone 190 da polícia, 51.405 reclamavam da perturbação do trabalho ou do sossego. Mais de 17 mil queixavam-se dos sons vindos do vizinho; mais de 11 mil, vindos dos bares; e mais de 10 mil, da via pública, e por aí vai... Um morador do bairro de Santa Teresa, depois de telefonar dezenas de vezes pedindo a ajuda da polícia para poder dormir, desistiu e passou a dormir em casa de parentes e conhecidos. É que a polícia vem, obriga o cara a abaixar o som, mas, assim que vai embora, ele o põe mais alto ainda para se vingar do chato que, veja você, deseja dormir! É que a chamada lei do silêncio não serve para nada. As próprias autoridades admitem que é quase impossível aplicá-la. A lei que serve para deter esses abusos é a que pune os atentados ao sossego público, porque é disso que se trata. A indiferença das autoridades a esses abusos chega, no Rio, às raias do absurdo. Se vier à nossa cidade maravilhosa tenha cuidado ao atravessar uma rua, porque aqui frequentemente alguém é atropelado por uma bicicleta, um triciclo ou motocicleta, pois andam todos na contramão e em alta velocidade. Para eles também não há sinal fechado, já que desobedecê-lo, no Rio, não é exceção, é a regra. E as motocicletas, que andam com o cano de descarga destampado apenas para fazer barulho e atordoar as pessoas? A verdade é que o Rio, hoje, é uma cidade sem lei.
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Cidade sem leiViver no Rio de Janeiro não está fácil. Sei de várias pessoas que, embora adorando a cidade, resolveram ir embora. As razões são muitas, desde a insegurança, que cada vez mais atemoriza as pessoas, até o caos urbano, que vai se impondo em quase todos os bairros. As causas dessa situação certamente são várias, mas, dentre elas, a que nos parece ser a principal é o total desrespeito às normas do convívio social e que se manifesta a todo momento e em todos os lugares. A permissividade se instalou no comportamento de considerável parte da população carioca, a tal ponto que, se alguém se atreve a reclamar, estará sujeito a represálias. Quem se comporta conforme as normas sociais é considerado "careta". Como se sabe, as normas sociais foram criadas para permitir o convívio pacífico das pessoas. Graças a elas, cada indivíduo é educado para saber o que lhe é permitido fazer e o que não lhe é permitido, ou seja, o meu direito termina onde começa o direito do outro. Sim, mas não é assim no Rio. Aqui o dono de um boteco de uma porta só ocupa a calçada em frente com cadeiras e mesas para servir bebidas alcoólicas a dezenas de pessoas. Põe sobre sua porta um aparelho de televisão que transmite os jogos de futebol pela noite adentro, sendo que, a cada gol, aquela torcida berra. Mas e a família que mora no primeiro andar, em cima do boteco? Não pode ver a novela, não pode ouvir música e não vai poder dormir tão cedo. Pergunto: a lei permite isso? Claro que não. Perturbar o sossego público é crime, mas não aqui no Rio. Sábado passado, fui caminhando pela rua Barata Ribeiro, uma das principais de Copacabana, e me surpreendi com a quantidade de bares e restaurantes que ocupam as calçadas com cadeiras e mesas. É quase impossível passar por ali. O transeunte tem que descer da calçada para a pista por onde passam ônibus e automóveis, correndo o risco de ser atropelado. Faz pouco tempo, isso era coisa rara, ocorria apenas na avenida Atlântica, cujas calçadas são bastante amplas, permitindo o livre caminhar das pessoas. Agora, a ocupação das calçadas pelos botecos, lanchonetes e restaurantes ocorre em todos os bairros e as autoridades, que deveriam zelar pelo cumprimento das leis, nada fazem. Por quê?, perguntamos nós, cidadãos, prejudicados em nossos direitos. Será que os encarregados de manter a ordem recebem propinas? Em São Paulo estava acontecendo o mesmo abuso, mas o prefeito proibiu, segundo soube. Entre janeiro e maio deste ano, o Instituto de Segurança Pública do Rio realizou um estudo detalhado para avaliar os problemas de segurança da cidade. O resultado, ainda que previsto, foi assustador: de um total de 345.964 ligações para o telefone 190 da polícia, 51.405 reclamavam da perturbação do trabalho ou do sossego. Mais de 17 mil queixavam-se dos sons vindos do vizinho; mais de 11 mil, vindos dos bares; e mais de 10 mil, da via pública, e por aí vai... Um morador do bairro de Santa Teresa, depois de telefonar dezenas de vezes pedindo a ajuda da polícia para poder dormir, desistiu e passou a dormir em casa de parentes e conhecidos. É que a polícia vem, obriga o cara a abaixar o som, mas, assim que vai embora, ele o põe mais alto ainda para se vingar do chato que, veja você, deseja dormir! É que a chamada lei do silêncio não serve para nada. As próprias autoridades admitem que é quase impossível aplicá-la. A lei que serve para deter esses abusos é a que pune os atentados ao sossego público, porque é disso que se trata. A indiferença das autoridades a esses abusos chega, no Rio, às raias do absurdo. Se vier à nossa cidade maravilhosa tenha cuidado ao atravessar uma rua, porque aqui frequentemente alguém é atropelado por uma bicicleta, um triciclo ou motocicleta, pois andam todos na contramão e em alta velocidade. Para eles também não há sinal fechado, já que desobedecê-lo, no Rio, não é exceção, é a regra. E as motocicletas, que andam com o cano de descarga destampado apenas para fazer barulho e atordoar as pessoas? A verdade é que o Rio, hoje, é uma cidade sem lei.
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Mortes: O recruta do Exército que se tornou herói em acidente aéreo
Um acidente de avião fez um recruta do Exército virar herói para os mais de 40 mil habitantes de Guajará-Mirim, a 330 km de Porto Velho (RO). Francisco Martins do Nascimento tinha se alistado no Exército havia menos de um mês quando, em fevereiro de 1968, o hidroavião da Força Aérea em que viajava caiu na floresta amazônica. Aos 19, conhecido como Leão, devido ao porte físico e ao cabelo longo, Nascimento foi uma das 40 pessoas que sobreviveram ao acidente. Quatro morreram na queda. Apesar da inexperiência, ele tomou a frente do resgate e cuidou dos feridos, que incluíam crianças. O Exército encontrou os destroços dois dias depois, graças aos sinais de fumaça feitos pelo recruta. O episódio não lhe rendeu promoção. Nascimento foi cabo do Exército por mais de 25 anos, até ir para a reserva como terceiro-sargento. "Esse feito não consta nos registros do meu pai, mas ele nunca se preocupou com isso. Nunca quis bater no peito", diz Fredson Martins, 36, um de seus oito filhos. Apenas em 2012 um militar de alta patente soube da história e iniciou os trâmites para que recebesse a Medalha do Pacificador, honraria militar. Em Guajará-Mirim, onde morava desde 1972, ele se dedicou à inclusão de jovens em programas esportivos e culturais. Também atuou como representante da sociedade civil nas negociações que levaram uma universidade federal ao município. Nascimento morreu no dia 5, aos 68, vítima de um câncer no fígado. Além dos filhos, deixou a mulher, Cleonice, 21 netos e oito bisnetos. - coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: O recruta do Exército que se tornou herói em acidente aéreoUm acidente de avião fez um recruta do Exército virar herói para os mais de 40 mil habitantes de Guajará-Mirim, a 330 km de Porto Velho (RO). Francisco Martins do Nascimento tinha se alistado no Exército havia menos de um mês quando, em fevereiro de 1968, o hidroavião da Força Aérea em que viajava caiu na floresta amazônica. Aos 19, conhecido como Leão, devido ao porte físico e ao cabelo longo, Nascimento foi uma das 40 pessoas que sobreviveram ao acidente. Quatro morreram na queda. Apesar da inexperiência, ele tomou a frente do resgate e cuidou dos feridos, que incluíam crianças. O Exército encontrou os destroços dois dias depois, graças aos sinais de fumaça feitos pelo recruta. O episódio não lhe rendeu promoção. Nascimento foi cabo do Exército por mais de 25 anos, até ir para a reserva como terceiro-sargento. "Esse feito não consta nos registros do meu pai, mas ele nunca se preocupou com isso. Nunca quis bater no peito", diz Fredson Martins, 36, um de seus oito filhos. Apenas em 2012 um militar de alta patente soube da história e iniciou os trâmites para que recebesse a Medalha do Pacificador, honraria militar. Em Guajará-Mirim, onde morava desde 1972, ele se dedicou à inclusão de jovens em programas esportivos e culturais. Também atuou como representante da sociedade civil nas negociações que levaram uma universidade federal ao município. Nascimento morreu no dia 5, aos 68, vítima de um câncer no fígado. Além dos filhos, deixou a mulher, Cleonice, 21 netos e oito bisnetos. - coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Com triatlo, Rio dá largada nos testes para a Olimpíada de 2016
A partir deste fim de semana, o Rio receberá uma série de eventos esportivos que servirão para testar as instalações que serão utilizadas nos Jogos Olímpicos de 2016 -os chamados "eventos-teste". Só em agosto serão seis competições desse tipo começando neste sábado e domingo (1º e 2), quando haverá o torneio qualificatório de triatlo olímpico e paraolímpico, no Forte de Copacabana. A competição, que mistura provas de natação, ciclismo e corrida, acontecerá no mesmo percurso que será utilizado na Olimpíada em 2016. O triatlo será disputado em meio a polêmica sobre a qualidade da água na região, que estaria imprópria para banho. Uma análise encomendada pela agência de notícias Associated Press encontrou níveis altos de vírus e bactérias de esgoto humano em locais de competição, inclusive na área de Copacabana em que será disputado o triatlo. O Instituto Estadual do Ambiente do Rio disse em nota, nesta sexta (31), que "tanto pelos parâmetros europeus como americanos, a qualidade da água está apta para a realização das provas". O evento servirá para testar tanto o percurso quanto aspectos da organização da prova, como a cerimônia de premiação, a locução e procedimentos antidoping e de divulgação de resultados. Além disso, serão avaliadas as alterações no trânsito da região e a logística para o transporte de atletas. A prova também funcionará como um treino intensivo para os triatletas, que poderão competir no mesmo percurso dos Jogos de 2016. Os atletas que participarem da competição neste domingo (2), a partir das 9h, também estarão disputando um lugar na Rio-2016. Os três primeiros colocados nas provas masculina e feminina garantem vaga nos Jogos. No sábado (1º), acontecem as provas de triatlo paraolímpico, que fará estreia no programa dos Jogos em 2016. O público poderá acompanhar as provas de graça. MAIS TESTES Na próxima semana, haverá outros dois eventos-teste. A partir de quarta (5), será disputado o Mundial Júnior de Remo na lagoa Rodrigo de Freitas, com ingressos à venda pelo site www.aquecerio.com/ingressos-vendas. Na sexta (6), começa o Concurso Completo Internacional de Hipismo, no Complexo de Deodoro. A competição reúne provas de salto, adestramento e cross country. O local também foi alvo de polêmica após suspeita da contaminação de cavalos do Exército pela zoonose mormo, que é contagiosa e fatal. O governo diz que isolou o o local onde estavam os cavalos sob suspeita e que não há risco para a competição.
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Com triatlo, Rio dá largada nos testes para a Olimpíada de 2016A partir deste fim de semana, o Rio receberá uma série de eventos esportivos que servirão para testar as instalações que serão utilizadas nos Jogos Olímpicos de 2016 -os chamados "eventos-teste". Só em agosto serão seis competições desse tipo começando neste sábado e domingo (1º e 2), quando haverá o torneio qualificatório de triatlo olímpico e paraolímpico, no Forte de Copacabana. A competição, que mistura provas de natação, ciclismo e corrida, acontecerá no mesmo percurso que será utilizado na Olimpíada em 2016. O triatlo será disputado em meio a polêmica sobre a qualidade da água na região, que estaria imprópria para banho. Uma análise encomendada pela agência de notícias Associated Press encontrou níveis altos de vírus e bactérias de esgoto humano em locais de competição, inclusive na área de Copacabana em que será disputado o triatlo. O Instituto Estadual do Ambiente do Rio disse em nota, nesta sexta (31), que "tanto pelos parâmetros europeus como americanos, a qualidade da água está apta para a realização das provas". O evento servirá para testar tanto o percurso quanto aspectos da organização da prova, como a cerimônia de premiação, a locução e procedimentos antidoping e de divulgação de resultados. Além disso, serão avaliadas as alterações no trânsito da região e a logística para o transporte de atletas. A prova também funcionará como um treino intensivo para os triatletas, que poderão competir no mesmo percurso dos Jogos de 2016. Os atletas que participarem da competição neste domingo (2), a partir das 9h, também estarão disputando um lugar na Rio-2016. Os três primeiros colocados nas provas masculina e feminina garantem vaga nos Jogos. No sábado (1º), acontecem as provas de triatlo paraolímpico, que fará estreia no programa dos Jogos em 2016. O público poderá acompanhar as provas de graça. MAIS TESTES Na próxima semana, haverá outros dois eventos-teste. A partir de quarta (5), será disputado o Mundial Júnior de Remo na lagoa Rodrigo de Freitas, com ingressos à venda pelo site www.aquecerio.com/ingressos-vendas. Na sexta (6), começa o Concurso Completo Internacional de Hipismo, no Complexo de Deodoro. A competição reúne provas de salto, adestramento e cross country. O local também foi alvo de polêmica após suspeita da contaminação de cavalos do Exército pela zoonose mormo, que é contagiosa e fatal. O governo diz que isolou o o local onde estavam os cavalos sob suspeita e que não há risco para a competição.
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Assessoria da Sabesp afirma que Billings não oferece riscos
A Sabesp reitera que a água da represa Billings é utilizada há 60 anos e não oferece riscos à população (Contra um eventual rodízio, SP vai ligar a poluída Billings ao rio Grande). Tecnologia no tratamento garante qualidade da potabilidade da água. A companhia capta água do reservatório por meio de dois de seus braços: rio Grande, desde 1958, e do Taquacetuba, desde 2000. Atualmente já são captados do rio Grande 5,5 m3/s e do braço do Taquacetuba (também contribuinte da Billings e cuja água vai para o Guarapiranga) são 2,19 m3/s. A capacidade do Sistema Rio Grande é de 112 milhões de metros cúbicos. Somando-se Sistema Rio Grande e Taquacetuba, a água fornecida pela Billings é de 7,69 m3/s, o que dá para atender cerca de 2,3 milhões de pessoas, equivalendo a mais de um terço do sistema Cantareira e metade do alto Tietê. Vale lembrar que a agua da billings conta no tratamento com um rígido controle de dosagem de produtos químicos e acompanhamento de padrões de qualidade da vigilância sanitária. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Assessoria da Sabesp afirma que Billings não oferece riscosA Sabesp reitera que a água da represa Billings é utilizada há 60 anos e não oferece riscos à população (Contra um eventual rodízio, SP vai ligar a poluída Billings ao rio Grande). Tecnologia no tratamento garante qualidade da potabilidade da água. A companhia capta água do reservatório por meio de dois de seus braços: rio Grande, desde 1958, e do Taquacetuba, desde 2000. Atualmente já são captados do rio Grande 5,5 m3/s e do braço do Taquacetuba (também contribuinte da Billings e cuja água vai para o Guarapiranga) são 2,19 m3/s. A capacidade do Sistema Rio Grande é de 112 milhões de metros cúbicos. Somando-se Sistema Rio Grande e Taquacetuba, a água fornecida pela Billings é de 7,69 m3/s, o que dá para atender cerca de 2,3 milhões de pessoas, equivalendo a mais de um terço do sistema Cantareira e metade do alto Tietê. Vale lembrar que a agua da billings conta no tratamento com um rígido controle de dosagem de produtos químicos e acompanhamento de padrões de qualidade da vigilância sanitária. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Estação da Luz já tinha sido devastada por um incêndio em 1946; veja fotos
O incêndio que atingiu o Museu da Língua Portuguesa na tarde desta segunda-feira (21) não foi o primeiro na história do tradicional prédio paulistano. Na madrugada de 6 de novembro de 1946, às 2h15, o fogo irrompeu no prédio e foi necessária a mobilização de todos os recursos do Corpo de Bombeiros, conforme a Folha noticiou na capa do jornal "Folha da Manhã" daquele dia. Fotos do dia seguinte ao incêndio mostravam a torre principal da estação, "envolta em densa fumarada e sob os jactos d'água da mangueira levada até ao alto pela escada Magirus", como escreveu a Folha na época. O relógio original, na torre maior, também sucumbiu. A reportagem relata que, na época, a escassez de água dificultou o trabalho do Corpo de Bombeiros. "Os bombeiros viam seus esforços quase anulados pela escassez e água", dizia a matéria. O incêndio de 1946 marcou o declínio da edificação. Segundo relatos da época, a causa fogo pode ter sido criminosa. O fogo surgiu de madrugada, dois dias antes de terminar a concessão dada pelo governo paulista à companhia inglesa SP Railway, que administrava o local. Por isso, a administração da estação da Luz voltaria ao governo. As chamas consumiram os documentos da SP Railway. A HISTÓRIA DA ESTAÇÃO Construída para ser a grande porta de entrada da cidade, por onde passaria o café do interior e os imigrantes vindos de Santos, a estação da Luz, muito semelhante a atual, existe desde 1902. Uma outra, modesta, funcionava no mesmo espaço desde 1867. "O que veio da Europa, desmontado, era o teto de aço. Os tijolos, por exemplo, foram feitos aqui, em olarias que a própria SP Railway incentivava que fossem feitas", diz o arquiteto Lúcio Gomes Machado, professor da FAU. Apesar da influência inglesa na arquitetura do prédio, o estilo eclético do projeto era bastante usual para a época. "Ele acabou sendo incorporado pela alta burguesia paulistana aqui na cidade", afirma Gomes Machado. Após o incêndio de 1946, coube ao governo federal reconstruir as áreas destruídas pelas chamas. A partir dos anos 1950, com o incentivo dado ao transporte por automóvel, e até ao setor aéreo, as ferrovias de passageiros de longa distância caíram no ostracismo. O percurso que antes ligava Santos a Jundiaí, passaria a ser cada vez menos atraente. No início dos anos 1990 os trens deixaram, em definitivo, de descer a serra. O prédio da estação da Luz passou a ser desgastado pela ação do tempo, mesmo após o seu tombamento pelo patrimônio histórico, em 1982. Em 1994, a CPTM assumiu a administração da estação e seus trens de passageiros passaram a servir moradores da Grande São Paulo. No início dos anos 2000, uma reforma foi feita em todo o complexo, incluindo uma área da estação que estava abandonada e sem uso e que futuramente recebeu o Museu da Língua Portuguesa. As fachadas passaram por um minucioso trabalho de restauração. Até as cores foram estudadas e escolhidas para remeter à arquitetura original do local. Junto com a forma, a função da estação não foi esquecida, afirma Gomes Machado. Isso porque, hoje nos subterrâneos da Luz, se unem os trens suburbanos e duas linhas de Metrô de São Paulo, por onde passam mais de 200 mil pessoas todos os dias.
cotidiano
Estação da Luz já tinha sido devastada por um incêndio em 1946; veja fotosO incêndio que atingiu o Museu da Língua Portuguesa na tarde desta segunda-feira (21) não foi o primeiro na história do tradicional prédio paulistano. Na madrugada de 6 de novembro de 1946, às 2h15, o fogo irrompeu no prédio e foi necessária a mobilização de todos os recursos do Corpo de Bombeiros, conforme a Folha noticiou na capa do jornal "Folha da Manhã" daquele dia. Fotos do dia seguinte ao incêndio mostravam a torre principal da estação, "envolta em densa fumarada e sob os jactos d'água da mangueira levada até ao alto pela escada Magirus", como escreveu a Folha na época. O relógio original, na torre maior, também sucumbiu. A reportagem relata que, na época, a escassez de água dificultou o trabalho do Corpo de Bombeiros. "Os bombeiros viam seus esforços quase anulados pela escassez e água", dizia a matéria. O incêndio de 1946 marcou o declínio da edificação. Segundo relatos da época, a causa fogo pode ter sido criminosa. O fogo surgiu de madrugada, dois dias antes de terminar a concessão dada pelo governo paulista à companhia inglesa SP Railway, que administrava o local. Por isso, a administração da estação da Luz voltaria ao governo. As chamas consumiram os documentos da SP Railway. A HISTÓRIA DA ESTAÇÃO Construída para ser a grande porta de entrada da cidade, por onde passaria o café do interior e os imigrantes vindos de Santos, a estação da Luz, muito semelhante a atual, existe desde 1902. Uma outra, modesta, funcionava no mesmo espaço desde 1867. "O que veio da Europa, desmontado, era o teto de aço. Os tijolos, por exemplo, foram feitos aqui, em olarias que a própria SP Railway incentivava que fossem feitas", diz o arquiteto Lúcio Gomes Machado, professor da FAU. Apesar da influência inglesa na arquitetura do prédio, o estilo eclético do projeto era bastante usual para a época. "Ele acabou sendo incorporado pela alta burguesia paulistana aqui na cidade", afirma Gomes Machado. Após o incêndio de 1946, coube ao governo federal reconstruir as áreas destruídas pelas chamas. A partir dos anos 1950, com o incentivo dado ao transporte por automóvel, e até ao setor aéreo, as ferrovias de passageiros de longa distância caíram no ostracismo. O percurso que antes ligava Santos a Jundiaí, passaria a ser cada vez menos atraente. No início dos anos 1990 os trens deixaram, em definitivo, de descer a serra. O prédio da estação da Luz passou a ser desgastado pela ação do tempo, mesmo após o seu tombamento pelo patrimônio histórico, em 1982. Em 1994, a CPTM assumiu a administração da estação e seus trens de passageiros passaram a servir moradores da Grande São Paulo. No início dos anos 2000, uma reforma foi feita em todo o complexo, incluindo uma área da estação que estava abandonada e sem uso e que futuramente recebeu o Museu da Língua Portuguesa. As fachadas passaram por um minucioso trabalho de restauração. Até as cores foram estudadas e escolhidas para remeter à arquitetura original do local. Junto com a forma, a função da estação não foi esquecida, afirma Gomes Machado. Isso porque, hoje nos subterrâneos da Luz, se unem os trens suburbanos e duas linhas de Metrô de São Paulo, por onde passam mais de 200 mil pessoas todos os dias.
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Vitória em prévias de Kansas e Maine mune Ted Cruz contra Trump
Em uma semana marcada por ataques abertos do partido republicano ao empresário Donald Trump, o senador ultraconservador Ted Cruz obteve mais duas vitórias na rodada de prévias estaduais neste sábado (5), no Kansas e no Maine. Com sete vitórias acumuladas, o pré-candidato, ligado ao movimento Tea Party, reforça o seu discurso de que é a única alternativa viável ao empresário Trump na disputa pela candidatura presidencial do partido. No sábado, Trump venceu em Kentucky e na Louisiana, os dois Estados com maior número de delegados em disputa na rodada. Do lado democrata, o senador Bernie Sanders derrotou Hillary Clinton no Kansas e em Nebraska, segundo a CNN. A ex-secretária de Estado venceu na Louisiana, onde, como na prévia republicana, havia mais delegados em jogo. Em discurso em Idaho, antes do resultado no Maine, Cruz disse que a vitória mostrava "o público se unindo, libertários se unindo, homens e mulheres que amam a Constituição se unindo em torno desta campanha". Trump minimizou o resultado dizendo ter passado apenas cerca duas horas no Maine e no Kansas e ainda assim ter obtido o segundo lugar. "Além disso, Ted tinha mesmo de ir bem no Maine porque é muito perto do Canadá", provocou. Cruz nasceu no país vizinho, filho de mãe americana e pai cubano. Trump defendeu que o pré-candidato Marco Rubio, senador pela Flórida, desista da corrida e reclamou dos ataques do Partido Republicano, que ele disse "amar", contra sua candidatura. "Nenhum ser humano deveria ser alvo de US$ 40 milhões dólares em comerciais contrários", disse. Incluindo Kansas e Maine, Trump lidera a disputa por delegados com 347, Cruz vem atrás com 267, seguido por Rubio, com 116, e por fim John Kasich, governador de Ohio, que tem 28. A contagem, feita pelo site Real Clear Politics, ainda não inclui os Estados de Louisiana e Kentucky. São necessários 1.237 delegados para se conquistar a candidatura republicana. O Estado da Louisiana, o único desta rodada a realizar primárias, ainda não tinha resultados apurados. Os demais Estados realizaram votações no sistema do caucus, em que os eleitores realizam assembleias e tentar convencer uns aos outros de qual é o melhor candidato. Esse modelo, até agora, não beneficiou nem Hillary nem Trump. Na corrida republicana, as prévias deste sábado usaram sistema de votação fechado, no qual apenas eleitores registrados no Partido Republicano podem votar. Assim, independentes e democratas que, em todo o país, têm apoiado o bilionário, não têm o mesmo impacto. DEMOCRATAS Apesar de ter impacto singelo na contagem total de delegados, as votações do Supersábado eram importantes para a campanha de Sanders recuperar o embalo. Neste domingo (6), haverá ainda prévia no Maine. No sábado, ela acumulou 1.114 delegados, ante 469 de Sanders. São necessários 2.382 para se obter a candidatura democrata à Casa Branca. Em discurso, Sanders voltou a cobrar que a oponente divulgue o conteúdo de discursos que fez a instituições financeiras. "Eu meio que penso que se você receberá US$ 225 mil para uma palestra, ela deve ser uma palestra fantástica", provocou. "E um a fala brilhante você vai querer dividir com o povo americano." Três dos quatro Estados americanos que realizaram votações democratas neste final de semana têm perfil favorável ao senador, com população majoritariamente branca: Kansas, Maine e Nebraska. Na Louisiana, onde eleitores negros compõem cerca de metade do eleitorado do partido, era esperada a vitória de Hillary.
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Vitória em prévias de Kansas e Maine mune Ted Cruz contra TrumpEm uma semana marcada por ataques abertos do partido republicano ao empresário Donald Trump, o senador ultraconservador Ted Cruz obteve mais duas vitórias na rodada de prévias estaduais neste sábado (5), no Kansas e no Maine. Com sete vitórias acumuladas, o pré-candidato, ligado ao movimento Tea Party, reforça o seu discurso de que é a única alternativa viável ao empresário Trump na disputa pela candidatura presidencial do partido. No sábado, Trump venceu em Kentucky e na Louisiana, os dois Estados com maior número de delegados em disputa na rodada. Do lado democrata, o senador Bernie Sanders derrotou Hillary Clinton no Kansas e em Nebraska, segundo a CNN. A ex-secretária de Estado venceu na Louisiana, onde, como na prévia republicana, havia mais delegados em jogo. Em discurso em Idaho, antes do resultado no Maine, Cruz disse que a vitória mostrava "o público se unindo, libertários se unindo, homens e mulheres que amam a Constituição se unindo em torno desta campanha". Trump minimizou o resultado dizendo ter passado apenas cerca duas horas no Maine e no Kansas e ainda assim ter obtido o segundo lugar. "Além disso, Ted tinha mesmo de ir bem no Maine porque é muito perto do Canadá", provocou. Cruz nasceu no país vizinho, filho de mãe americana e pai cubano. Trump defendeu que o pré-candidato Marco Rubio, senador pela Flórida, desista da corrida e reclamou dos ataques do Partido Republicano, que ele disse "amar", contra sua candidatura. "Nenhum ser humano deveria ser alvo de US$ 40 milhões dólares em comerciais contrários", disse. Incluindo Kansas e Maine, Trump lidera a disputa por delegados com 347, Cruz vem atrás com 267, seguido por Rubio, com 116, e por fim John Kasich, governador de Ohio, que tem 28. A contagem, feita pelo site Real Clear Politics, ainda não inclui os Estados de Louisiana e Kentucky. São necessários 1.237 delegados para se conquistar a candidatura republicana. O Estado da Louisiana, o único desta rodada a realizar primárias, ainda não tinha resultados apurados. Os demais Estados realizaram votações no sistema do caucus, em que os eleitores realizam assembleias e tentar convencer uns aos outros de qual é o melhor candidato. Esse modelo, até agora, não beneficiou nem Hillary nem Trump. Na corrida republicana, as prévias deste sábado usaram sistema de votação fechado, no qual apenas eleitores registrados no Partido Republicano podem votar. Assim, independentes e democratas que, em todo o país, têm apoiado o bilionário, não têm o mesmo impacto. DEMOCRATAS Apesar de ter impacto singelo na contagem total de delegados, as votações do Supersábado eram importantes para a campanha de Sanders recuperar o embalo. Neste domingo (6), haverá ainda prévia no Maine. No sábado, ela acumulou 1.114 delegados, ante 469 de Sanders. São necessários 2.382 para se obter a candidatura democrata à Casa Branca. Em discurso, Sanders voltou a cobrar que a oponente divulgue o conteúdo de discursos que fez a instituições financeiras. "Eu meio que penso que se você receberá US$ 225 mil para uma palestra, ela deve ser uma palestra fantástica", provocou. "E um a fala brilhante você vai querer dividir com o povo americano." Três dos quatro Estados americanos que realizaram votações democratas neste final de semana têm perfil favorável ao senador, com população majoritariamente branca: Kansas, Maine e Nebraska. Na Louisiana, onde eleitores negros compõem cerca de metade do eleitorado do partido, era esperada a vitória de Hillary.
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Alisson diz que Jefferson mostrou caráter, e barrado admite frustração
O goleiro Jefferson deixou a Arena Castelão, já na madrugada desta quarta (14), abatido. O botafoguense foi barrado e ficou na reserva na vitória de 3 a 1 do Brasil sobre a Venezuela, em Fortaleza. Alisson, do Inter, foi o titular. "Fiquei triste, mas tenho que respeitar a decisão do treinador. O Taffarel [preparador de goleiros] me avisou na véspera. Fico chateado, mas tenho uma linda história na seleção, não vou colocar tudo a perder", disse o goleiro. A Folha apurou que a comissão técnica amadurecia a ideia de tirá-lo desde o fim da Copa América, quando teve atuação irregular. Marcelo Grohe foi testado nos amistosos de setembro, contra Costa Rica e EUA, e deveria ter sido o titular na derrota para o Chile, mas machucou o ombro em um treinamento. Jefferson teve uma atuação irregular também no jogo contra os chilenos –não segurou chute de Vargas, no primeiro gol. "Às vezes sobra para alguém, mas é o que falei, respeito a decisão e vou trabalhar para voltar", disse Jefferson. A poucos metros dele na zona mista (local das entrevistas), Alisson sorria. Revelado pelo Inter, o goleiro de 23 anos foi lançado por Dunga no Inter, em 2013, e tem a confiança do treinador. "Soube na véspera, é uma felicidade enorme. Me sinto preparado, apesar da idade. E quero aqui ressaltar o caráter do Jefferson, que me apoiou o tempo todo", disse o goleiro. Taffarel lembrou que foi titular de uma Copa do Mundo, em 1990, com 24 anos. E que Alisson teve ótima performance nos treinamentos. "Uma decisão que tomamos. O Alisson mostrou desempenho e se mostrou preparado, não sentiu o jogo", disse o preparador. O Brasil volta a campo em novembro, contra a Argentina, fora de casa. Se Marcelo Grohe estiver recuperado da lesão no ombro, deve ser ele a disputar posição com Alisson.
esporte
Alisson diz que Jefferson mostrou caráter, e barrado admite frustraçãoO goleiro Jefferson deixou a Arena Castelão, já na madrugada desta quarta (14), abatido. O botafoguense foi barrado e ficou na reserva na vitória de 3 a 1 do Brasil sobre a Venezuela, em Fortaleza. Alisson, do Inter, foi o titular. "Fiquei triste, mas tenho que respeitar a decisão do treinador. O Taffarel [preparador de goleiros] me avisou na véspera. Fico chateado, mas tenho uma linda história na seleção, não vou colocar tudo a perder", disse o goleiro. A Folha apurou que a comissão técnica amadurecia a ideia de tirá-lo desde o fim da Copa América, quando teve atuação irregular. Marcelo Grohe foi testado nos amistosos de setembro, contra Costa Rica e EUA, e deveria ter sido o titular na derrota para o Chile, mas machucou o ombro em um treinamento. Jefferson teve uma atuação irregular também no jogo contra os chilenos –não segurou chute de Vargas, no primeiro gol. "Às vezes sobra para alguém, mas é o que falei, respeito a decisão e vou trabalhar para voltar", disse Jefferson. A poucos metros dele na zona mista (local das entrevistas), Alisson sorria. Revelado pelo Inter, o goleiro de 23 anos foi lançado por Dunga no Inter, em 2013, e tem a confiança do treinador. "Soube na véspera, é uma felicidade enorme. Me sinto preparado, apesar da idade. E quero aqui ressaltar o caráter do Jefferson, que me apoiou o tempo todo", disse o goleiro. Taffarel lembrou que foi titular de uma Copa do Mundo, em 1990, com 24 anos. E que Alisson teve ótima performance nos treinamentos. "Uma decisão que tomamos. O Alisson mostrou desempenho e se mostrou preparado, não sentiu o jogo", disse o preparador. O Brasil volta a campo em novembro, contra a Argentina, fora de casa. Se Marcelo Grohe estiver recuperado da lesão no ombro, deve ser ele a disputar posição com Alisson.
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Chegará a hora de brigar com Lula, diz Doria
João Doria (PSDB) é "candidatíssimo" a presidente. "Do Santos F.C." Já do Brasil F.C. é outra história. Ainda que mantenha seu discurso de que jamais enfrentaria o aliado Geraldo Alckmin em prévias do PSDB, o prefeito de São Paulo derrapa na oratória de não renunciar ao cargo para concorrer em 2018. É quando fala de seu antagonismo com Lula (PT), a quem acha que falta "suavidade". "Haverá um momento da disputa em que [rivalizar com o ex-presidente] será inevitável", diz. E o estilo Doria? "Doce e duro", afirma à Folha em café da manhã com frutas, suco de laranja e dois capuccinos, num hotel de luxo em Shenzhen, para onde viajou a convite do governo chinês. * Folha - Alckmin disse categoricamente que o sr. não disputará prévias no PSDB com ele. Tem a mesma certeza? João Doria - Se houver prévias no PSDB para indicação ao candidato à Presidência, e delas o governador participar, eu não participarei. Não vou disputar com Alckmin, a quem devo respeito, solidariedade e amizade. Deseja ser presidente? Do Santos Futebol Clube sou candidatíssimo. E do Brasil F.C.? Tem que combinar com a CBF, né? Parte do PSDB o vê como o forasteiro que não reza muito pela cartilha do partido. Isso o incomoda? O PSDB é um partido com grandes cabeças, e todas não têm o mesmo pensamento e nem deveriam ter. É um partido que respeita a democracia, e eu respeito o PSDB. Sua oratória contra Lula não se restringe a ele, mas aos seguidores. Não teme alienar mais de 30% do eleitorado que se diz disposto a votar nele? Não escondo minhas posturas, principalmente no antagonismo ao PT. Mesmo que isso contrarie uma parte do eleitorado a favor do Lula, faço questão de ficar do outro lado. Isso não acirra ânimos num país já tão polarizado? Quem acirra os ânimos é o PT e o Lula, ele que gosta de fazer isso. Mas se um não quer, dois não brigam. Haverá um momento da disputa em que isso será inevitável, por causa do estilo Lula de ser e de fazer campanha. Ele tem uma forma de conduzir principalmente sua vida política que não é suave. Haverá um momento na campanha em que essas circunstâncias serão ainda mais marcadas. E o estilo Doria é suave? Doce e duro. Como pessoa privada, como era sua relação com Lula? Nunca foi uma relação afetuosa e simpática, mas ele já esteve num almoço no Lide [grupo empresarial de Doria], no primeiro mandato. A minha posição em relação ao Lula, distante e adversa, é antiga, não foi cultivada agora. O ex-presidente disse que "o Doria tem que se provar. Por enquanto, ele não é nada. É só o João trabalhador que não trabalha". Lula tem memória curta e seletiva. Minha primeira prova eu já demonstrei: ganhei a eleição do candidato dele no primeiro turno. Por falar no ex-prefeito Haddad, sua relação com ele começou amistosa. Agora o sr. vira e mexe o ataca... Não vou omitir a verdade. Mas tenho respeito pelo ex-prefeito. É uma das raras pessoas honestas no PT. Se não for a Presidência, especula-se que o sr. concorra ao governo do Estado. Meu horizonte é continuar sendo um bom prefeito. José Serra renunciou após jurar que não o faria, e isso o assombra até hoje. Assinaria um documento dizendo que não fará o mesmo? Você deve ser a 37ª pessoa que me lembra disso, e eu pela 37ª vez volto a dizer: sou prefeito eleito para cumprir quatro anos de mandato. Pode firmar isso em cartório? Que, mesmo se o "povo quiser", não sai candidato? Ainda não tenho a capacidade de ler o futuro, ler o presente já está difícil. O sr. era comparado a Donald Trump, outro empresário que apresentou um reality, e agora com o francês Emmanuel Macron. Vê elo com algum? Com Macron, sim. Com Trump, não. Respeito ambos. Mas, se tivesse que fazer uma opção, sem hesitação seria o Macron. Ele tem uma postura mais liberal, é inovador, sintonizado com o mundo digital. Trump radicaliza muito o seu discurso. O Congresso discute a reforma política. Macron lançou seu próprio partido para virar presidente. Acha que o Brasil ganharia com candidaturas independentes ou de fora do círculo partidário tradicional? O movimento na França foi democrático e natural. Não estou certo se no Brasil se aplicaria. Mas, dentro daquilo que a democracia permitir, não vejo mal nenhum. Após ir a Emirados Árabes, Qatar, Coreia do Sul e, agora, China, o sr. viajará a Cingapura. Por que tanta Ásia? É onde você tem o capital através de fundos, bancos de investimento, fora os investidores direto. E nós vamos em busca de onde o recurso está. O sr. estima ter conseguido R$ 10 milhões em doações de empresas chinesas como Huawei. E também as convida para disputar parcerias público-privadas (PPPs). Elas não podem: a) se sentir coagidas a doar, para ter chances numa futura licitação, b) serem privilegiadas em relação a concorrentes? Nem coação nem privilégio: doação. O que nós fazemos é propor, eles têm a opção de aceitar ou não. Não há nenhum tipo de constrangimento em que eles não possam dizer não. Mas eu tenho argumentos que proporcionam razoável chance de sucesso. Eu até aqui não ouvi nenhum não em nenhuma das solicitações que fiz. Mas se eu sou o prefeito de São Paulo e anuncio uma PPP, chego passando o chapéu, posso fazer a empresa se sentir desconfortável em me negar um pedido. No mundo do business isso não existe. A China é um 'case' de evolução tecnológica, mas também um país que desrespeita regras básicas da democracia. O sr., que costuma bradar contra "esquerdistas", se sente à vontade em viajar a convite de um governo sob controle do Partido Comunista? Não. Na China nós vamos buscar sempre os bons exemplos. O maior parceiro comercial do Brasil, além dos EUA, e exerce um poder de influência na economia do planeta. Você não pode negar nem deixar de estar presente. Mas até que ponto a evolução chinesa não se deve à falta de transparência de seu governo, por exemplo, em licitações? Sem querer ser impertinente, pergunta para eles. Costumam dizer que o sr. é mais marketing do que resultado Eu sou marketing e resultado. Tudo que faço é filmado primeiro por um processo de transparência, depois de comunicação. É importante que a população saiba o que seu prefeito faz e pretende fazer. Há os que se sentem incomodados. Eu lamento muito, mas vamos continuar fazendo exatamente o que estamos realizando. O sr. visitou cidades como Shenzhen, com os mesmos 12 milhões de habitantes que São Paulo e menos da metade de carros. Já sua gestão é acusada de privilegiar o automóvel. Não vamos fazer um programa contra o automóvel, mas a favor de outras formas de transporte. Queremos estimular bastante no Brasil o uso de ônibus elétricos [populares na China], movidos a baterias que não poluem o meio ambiente nem a sonoridade, são mais eficientes e têm maior durabilidade. É um tabu mexer no carro do brasileiro? Porque é o que se faz em muitas das grandes cidades do mundo. Tabu ou não, nós não vamos fazer nenhuma restrição ao automóvel, vamos estimular opções a ele. O sr. nomeou um secretário que é ex-vice-presidente da Cyrella, uma das construtoras donas do terreno do parque Augusta. Isso não causa desconforto? Nenhum, é até prova de transparência. Se eu tivesse algum desconforto, não haveria nem razão para nomear [Cláudio Carvalho de Lima, secretário especial de Investimento Social]. Quem não tem nada a atender nem a temer não tem nenhum problema. Não dá para viver só de doações. Quais as soluções a médio e longo prazo para equilibrar as contas da prefeitura? Temos R$ 7,5 bilhões num rombo orçamentário, não é uma situação confortável. Mas também [a prefeitura] não está quebrada, está sendo administrada. É possível reduzir despesas e aumentar receitas. Privatização era um grande tabu, vide a pecha de privateiro colada por anos em FHC. Por que agora seu discurso de vender São Paulo daria certo? Não se trata de vender São Paulo, mas de apoiar programas de desestatização. Isso é ser moderno, nunca um governo gordo e ineficiente. Sua visita à Coreia do Sul rendeu a polêmica proposta de mudar o nome do Bom Retiro para Bom Retiro Little Seul. Não era mudança do nome, era criar, como os americanos usam, um "nickname" [apelido]. Nem faria sentido mudar o nome, aquilo faz parte da memória do bairro, da comunidade judaica que ali se estabeleceu. Era apenas complementarmente, havendo interesse de empresas coreanas em ajudar a revitalizar a área. Em sete meses no posto, qual o maior erro que cometeu? Ser prefeito é sempre um aprendizado constante. É preciso ter discernimento e humildade sempre para reconhecer erros e, mais do que isso, reagir rapidamente para que sejam superados. Mas quais erros? O conjunto deles ajuda a crescer e aprimorar. O sr. não deu um exemplo. Preferia não citar um especificamente. Mas todo dia há aprendizados, pequenos, médios e grandes.
poder
Chegará a hora de brigar com Lula, diz DoriaJoão Doria (PSDB) é "candidatíssimo" a presidente. "Do Santos F.C." Já do Brasil F.C. é outra história. Ainda que mantenha seu discurso de que jamais enfrentaria o aliado Geraldo Alckmin em prévias do PSDB, o prefeito de São Paulo derrapa na oratória de não renunciar ao cargo para concorrer em 2018. É quando fala de seu antagonismo com Lula (PT), a quem acha que falta "suavidade". "Haverá um momento da disputa em que [rivalizar com o ex-presidente] será inevitável", diz. E o estilo Doria? "Doce e duro", afirma à Folha em café da manhã com frutas, suco de laranja e dois capuccinos, num hotel de luxo em Shenzhen, para onde viajou a convite do governo chinês. * Folha - Alckmin disse categoricamente que o sr. não disputará prévias no PSDB com ele. Tem a mesma certeza? João Doria - Se houver prévias no PSDB para indicação ao candidato à Presidência, e delas o governador participar, eu não participarei. Não vou disputar com Alckmin, a quem devo respeito, solidariedade e amizade. Deseja ser presidente? Do Santos Futebol Clube sou candidatíssimo. E do Brasil F.C.? Tem que combinar com a CBF, né? Parte do PSDB o vê como o forasteiro que não reza muito pela cartilha do partido. Isso o incomoda? O PSDB é um partido com grandes cabeças, e todas não têm o mesmo pensamento e nem deveriam ter. É um partido que respeita a democracia, e eu respeito o PSDB. Sua oratória contra Lula não se restringe a ele, mas aos seguidores. Não teme alienar mais de 30% do eleitorado que se diz disposto a votar nele? Não escondo minhas posturas, principalmente no antagonismo ao PT. Mesmo que isso contrarie uma parte do eleitorado a favor do Lula, faço questão de ficar do outro lado. Isso não acirra ânimos num país já tão polarizado? Quem acirra os ânimos é o PT e o Lula, ele que gosta de fazer isso. Mas se um não quer, dois não brigam. Haverá um momento da disputa em que isso será inevitável, por causa do estilo Lula de ser e de fazer campanha. Ele tem uma forma de conduzir principalmente sua vida política que não é suave. Haverá um momento na campanha em que essas circunstâncias serão ainda mais marcadas. E o estilo Doria é suave? Doce e duro. Como pessoa privada, como era sua relação com Lula? Nunca foi uma relação afetuosa e simpática, mas ele já esteve num almoço no Lide [grupo empresarial de Doria], no primeiro mandato. A minha posição em relação ao Lula, distante e adversa, é antiga, não foi cultivada agora. O ex-presidente disse que "o Doria tem que se provar. Por enquanto, ele não é nada. É só o João trabalhador que não trabalha". Lula tem memória curta e seletiva. Minha primeira prova eu já demonstrei: ganhei a eleição do candidato dele no primeiro turno. Por falar no ex-prefeito Haddad, sua relação com ele começou amistosa. Agora o sr. vira e mexe o ataca... Não vou omitir a verdade. Mas tenho respeito pelo ex-prefeito. É uma das raras pessoas honestas no PT. Se não for a Presidência, especula-se que o sr. concorra ao governo do Estado. Meu horizonte é continuar sendo um bom prefeito. José Serra renunciou após jurar que não o faria, e isso o assombra até hoje. Assinaria um documento dizendo que não fará o mesmo? Você deve ser a 37ª pessoa que me lembra disso, e eu pela 37ª vez volto a dizer: sou prefeito eleito para cumprir quatro anos de mandato. Pode firmar isso em cartório? Que, mesmo se o "povo quiser", não sai candidato? Ainda não tenho a capacidade de ler o futuro, ler o presente já está difícil. O sr. era comparado a Donald Trump, outro empresário que apresentou um reality, e agora com o francês Emmanuel Macron. Vê elo com algum? Com Macron, sim. Com Trump, não. Respeito ambos. Mas, se tivesse que fazer uma opção, sem hesitação seria o Macron. Ele tem uma postura mais liberal, é inovador, sintonizado com o mundo digital. Trump radicaliza muito o seu discurso. O Congresso discute a reforma política. Macron lançou seu próprio partido para virar presidente. Acha que o Brasil ganharia com candidaturas independentes ou de fora do círculo partidário tradicional? O movimento na França foi democrático e natural. Não estou certo se no Brasil se aplicaria. Mas, dentro daquilo que a democracia permitir, não vejo mal nenhum. Após ir a Emirados Árabes, Qatar, Coreia do Sul e, agora, China, o sr. viajará a Cingapura. Por que tanta Ásia? É onde você tem o capital através de fundos, bancos de investimento, fora os investidores direto. E nós vamos em busca de onde o recurso está. O sr. estima ter conseguido R$ 10 milhões em doações de empresas chinesas como Huawei. E também as convida para disputar parcerias público-privadas (PPPs). Elas não podem: a) se sentir coagidas a doar, para ter chances numa futura licitação, b) serem privilegiadas em relação a concorrentes? Nem coação nem privilégio: doação. O que nós fazemos é propor, eles têm a opção de aceitar ou não. Não há nenhum tipo de constrangimento em que eles não possam dizer não. Mas eu tenho argumentos que proporcionam razoável chance de sucesso. Eu até aqui não ouvi nenhum não em nenhuma das solicitações que fiz. Mas se eu sou o prefeito de São Paulo e anuncio uma PPP, chego passando o chapéu, posso fazer a empresa se sentir desconfortável em me negar um pedido. No mundo do business isso não existe. A China é um 'case' de evolução tecnológica, mas também um país que desrespeita regras básicas da democracia. O sr., que costuma bradar contra "esquerdistas", se sente à vontade em viajar a convite de um governo sob controle do Partido Comunista? Não. Na China nós vamos buscar sempre os bons exemplos. O maior parceiro comercial do Brasil, além dos EUA, e exerce um poder de influência na economia do planeta. Você não pode negar nem deixar de estar presente. Mas até que ponto a evolução chinesa não se deve à falta de transparência de seu governo, por exemplo, em licitações? Sem querer ser impertinente, pergunta para eles. Costumam dizer que o sr. é mais marketing do que resultado Eu sou marketing e resultado. Tudo que faço é filmado primeiro por um processo de transparência, depois de comunicação. É importante que a população saiba o que seu prefeito faz e pretende fazer. Há os que se sentem incomodados. Eu lamento muito, mas vamos continuar fazendo exatamente o que estamos realizando. O sr. visitou cidades como Shenzhen, com os mesmos 12 milhões de habitantes que São Paulo e menos da metade de carros. Já sua gestão é acusada de privilegiar o automóvel. Não vamos fazer um programa contra o automóvel, mas a favor de outras formas de transporte. Queremos estimular bastante no Brasil o uso de ônibus elétricos [populares na China], movidos a baterias que não poluem o meio ambiente nem a sonoridade, são mais eficientes e têm maior durabilidade. É um tabu mexer no carro do brasileiro? Porque é o que se faz em muitas das grandes cidades do mundo. Tabu ou não, nós não vamos fazer nenhuma restrição ao automóvel, vamos estimular opções a ele. O sr. nomeou um secretário que é ex-vice-presidente da Cyrella, uma das construtoras donas do terreno do parque Augusta. Isso não causa desconforto? Nenhum, é até prova de transparência. Se eu tivesse algum desconforto, não haveria nem razão para nomear [Cláudio Carvalho de Lima, secretário especial de Investimento Social]. Quem não tem nada a atender nem a temer não tem nenhum problema. Não dá para viver só de doações. Quais as soluções a médio e longo prazo para equilibrar as contas da prefeitura? Temos R$ 7,5 bilhões num rombo orçamentário, não é uma situação confortável. Mas também [a prefeitura] não está quebrada, está sendo administrada. É possível reduzir despesas e aumentar receitas. Privatização era um grande tabu, vide a pecha de privateiro colada por anos em FHC. Por que agora seu discurso de vender São Paulo daria certo? Não se trata de vender São Paulo, mas de apoiar programas de desestatização. Isso é ser moderno, nunca um governo gordo e ineficiente. Sua visita à Coreia do Sul rendeu a polêmica proposta de mudar o nome do Bom Retiro para Bom Retiro Little Seul. Não era mudança do nome, era criar, como os americanos usam, um "nickname" [apelido]. Nem faria sentido mudar o nome, aquilo faz parte da memória do bairro, da comunidade judaica que ali se estabeleceu. Era apenas complementarmente, havendo interesse de empresas coreanas em ajudar a revitalizar a área. Em sete meses no posto, qual o maior erro que cometeu? Ser prefeito é sempre um aprendizado constante. É preciso ter discernimento e humildade sempre para reconhecer erros e, mais do que isso, reagir rapidamente para que sejam superados. Mas quais erros? O conjunto deles ajuda a crescer e aprimorar. O sr. não deu um exemplo. Preferia não citar um especificamente. Mas todo dia há aprendizados, pequenos, médios e grandes.
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Polícia identifica suspeito de enviar ao Rio fuzis apreendidos em aeroporto
A Polícia Civil identificou o homem suspeito de ter enviado para o Rio de Janeiro os 60 fuzis apreendidos na última quinta-feira (1º), na maior apreensão do armamento no Estado em dez anos. Frederik Barbieri é brasileiro, mas vive nos EUA, onde teria uma empresa de fachada em Miami. A polícia americana ainda tenta encontrá-lo. Quatro outros homens estão presos temporariamente no Rio suspeitos de ter envolvimento no crime. Dois receberiam a carga, um iria transportá-la e outro é um despachante aduaneiro credenciado, que iria cuidar dos trâmites legais do conteúdo. A Folha ainda não localizou as defesas dos suspeitos. Os 60 fuzis de guerra foram apreendidos no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional do Rio (zona norte). As armas AK 47, G3 e AR 10 estavam dentro de oito aquecedores de piscina, e iriam para a Baixada Fluminense, mas a polícia não especificou o local. A carga é avaliada em R$ 4,8 milhões. A apreensão representa 43% de todos os fuzis apreendidos entre janeiro e abril de 2017 –dado mais recente do ISP (Instituto de Segurança Pública). Foram apreendidos 139 fuzis no Estado. Em todo 2016, foram 371. O carregamento apreendido não havia passado pelo raio-x do aeroporto e iria entrar na cidade, não fosse a investigação da polícia, que começaram há dois anos, com a morte de um policial militar em São Gonçalo, região metropolitana. O secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, ressaltou o trabalho de inteligência da Civil e lembrou que os fuzis são as armais mais usadas por traficantes. "No Rio, traficante só tira onda de machão por causa de fuzil. Antes, apreendíamos um fuzil por dia, e agora em 2017, já são mais de um por dia", afirmou.
cotidiano
Polícia identifica suspeito de enviar ao Rio fuzis apreendidos em aeroportoA Polícia Civil identificou o homem suspeito de ter enviado para o Rio de Janeiro os 60 fuzis apreendidos na última quinta-feira (1º), na maior apreensão do armamento no Estado em dez anos. Frederik Barbieri é brasileiro, mas vive nos EUA, onde teria uma empresa de fachada em Miami. A polícia americana ainda tenta encontrá-lo. Quatro outros homens estão presos temporariamente no Rio suspeitos de ter envolvimento no crime. Dois receberiam a carga, um iria transportá-la e outro é um despachante aduaneiro credenciado, que iria cuidar dos trâmites legais do conteúdo. A Folha ainda não localizou as defesas dos suspeitos. Os 60 fuzis de guerra foram apreendidos no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional do Rio (zona norte). As armas AK 47, G3 e AR 10 estavam dentro de oito aquecedores de piscina, e iriam para a Baixada Fluminense, mas a polícia não especificou o local. A carga é avaliada em R$ 4,8 milhões. A apreensão representa 43% de todos os fuzis apreendidos entre janeiro e abril de 2017 –dado mais recente do ISP (Instituto de Segurança Pública). Foram apreendidos 139 fuzis no Estado. Em todo 2016, foram 371. O carregamento apreendido não havia passado pelo raio-x do aeroporto e iria entrar na cidade, não fosse a investigação da polícia, que começaram há dois anos, com a morte de um policial militar em São Gonçalo, região metropolitana. O secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, ressaltou o trabalho de inteligência da Civil e lembrou que os fuzis são as armais mais usadas por traficantes. "No Rio, traficante só tira onda de machão por causa de fuzil. Antes, apreendíamos um fuzil por dia, e agora em 2017, já são mais de um por dia", afirmou.
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ONU suspende Sharapova do cargo de embaixadora após doping
A ONU (Organização das Nações Unidas) suspendeu por tempo indeterminado Maria Sharapova do cargo de embaixadora da entidade. A tenista disse, na semana passada, ter usado substância considerada dopante. A russa atuava há nove anos no PNUD (Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas) para erradicação da pobreza e igualdade. "O PNUD continuar grato a Maria Sharapova pelo apoio ao nosso trabalho, especialmente em torno da recuperação do desastre nuclear de Chernobyl", disse um porta-voz da ONU. "No entanto, após o anúncio de Sharapova, ela estará suspensa do cargo de embaixadora enquanto a investigação prosseguir".] A tenista russa de 28 anos disse em 7 de março, em Los Angeles, que foi pega em exame antidoping realizado durante o Aberto da Austrália. Por meio de comunicado oficial em seu site, a ITF anunciou uma suspensão preventiva que passará a valer a partir do dia 12 deste mês até que o julgamento seja realizado. A amostra de foi coletada em 26 de janeiro, no dia em que a russa foi eliminada pela americana Serena Williams nas quartas de final do Grand Slam australiano. Por causa de uma lesão no braço esquerdo, ela já havia anunciado que não participaria do WTA de Indian Wells, que tem início nesta quinta-feira. "Eu cometi um grande erro, eu decepcionei os meus fãs e o esporte que joguei desde os quatro anos de idade. Assumo total responsabilidade", afirmou em um breve pronunciamento antes de rápida entrevista coletiva.
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ONU suspende Sharapova do cargo de embaixadora após dopingA ONU (Organização das Nações Unidas) suspendeu por tempo indeterminado Maria Sharapova do cargo de embaixadora da entidade. A tenista disse, na semana passada, ter usado substância considerada dopante. A russa atuava há nove anos no PNUD (Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas) para erradicação da pobreza e igualdade. "O PNUD continuar grato a Maria Sharapova pelo apoio ao nosso trabalho, especialmente em torno da recuperação do desastre nuclear de Chernobyl", disse um porta-voz da ONU. "No entanto, após o anúncio de Sharapova, ela estará suspensa do cargo de embaixadora enquanto a investigação prosseguir".] A tenista russa de 28 anos disse em 7 de março, em Los Angeles, que foi pega em exame antidoping realizado durante o Aberto da Austrália. Por meio de comunicado oficial em seu site, a ITF anunciou uma suspensão preventiva que passará a valer a partir do dia 12 deste mês até que o julgamento seja realizado. A amostra de foi coletada em 26 de janeiro, no dia em que a russa foi eliminada pela americana Serena Williams nas quartas de final do Grand Slam australiano. Por causa de uma lesão no braço esquerdo, ela já havia anunciado que não participaria do WTA de Indian Wells, que tem início nesta quinta-feira. "Eu cometi um grande erro, eu decepcionei os meus fãs e o esporte que joguei desde os quatro anos de idade. Assumo total responsabilidade", afirmou em um breve pronunciamento antes de rápida entrevista coletiva.
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Sinais de alerta
Seria rematada tolice, não resta dúvida, atribuir demasiada importância ao grupelho que invadiu o plenário da Câmara dos Deputados na quarta-feira (16). Seria imprudência, porém, deixar de ver no ocorrido um sintoma de exasperação de setores sociais com a política tradicional, que aqui e ali eclode em atos de violência. O Brasil se encontra a léguas de distância, decerto, da deterioração do convívio democrático presenciada em nações como a Venezuela, para citar um exemplo vizinho. Ocorre que esse tipo de desagregação nunca se inicia de chofre. Mais comum é uma gestação lenta, cujos sinais surgem aos poucos. Não foi o primeiro desses episódios, afinal, embora tenha sido ímpar na exibição despudorada de ideias retrógradas, como a defesa de um golpe militar. Beira a hipocrisia, no entanto, criticar esses fascistoides apenas por escandirem palavras de ordem "de direita" em meio ao tumulto. Nada justifica arrebentar portas e lançar insultos de baixo calão contra representantes eleitos pelo mesmo povo que, em seu delírio, dizem representar. Não há como negar, contudo, que seus métodos em nada diferem dos não menos aloprados "de esquerda" que tantas invasões têm promovido. A começar, claro, pelas escolas secundárias em várias cidades do país, notadamente no Paraná. Com tais atos de força, uma minoria impediu seus colegas discordantes de ter aulas. E, pior, prejudicou centenas de milhares de pessoas, impedidas de fazer as provas do Enem. Ninguém lhes nega o direito de protestar contra a reforma do ensino médio ou o teto dos gastos pretendido pelo governo Michel Temer (PMDB). Só preocupa a maneira autoritária de fazê-lo. Tampouco é o caso de minimizar o sentimento de revolta de funcionários públicos do Rio de Janeiro com o ônus que o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) lhes quer impor para tapar o rombo nas contas do Estado produzido por ele e por seu antecessor e correligionário Sérgio Cabral —de resto, preso nesta quinta-feira (17) no contexto da Operação Lava Jato. No entanto, não há escusa possível, numa democracia, para a vandalização que promoveram na Assembleia Legislativa fluminense. Nem, muito menos, para a agressão a jornalistas porque seus participantes discordam do órgão de imprensa que emprega o repórter. Tais comportamentos não são de esquerda nem de direita –são, simplesmente, uma forma de estultice. Quem tem apreço pela via democrática de solução de conflitos, à esquerda ou à direita, tem a obrigação de vir a público para conclamar os desatinados a buscar formas mais civilizadas de protestar. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Sinais de alertaSeria rematada tolice, não resta dúvida, atribuir demasiada importância ao grupelho que invadiu o plenário da Câmara dos Deputados na quarta-feira (16). Seria imprudência, porém, deixar de ver no ocorrido um sintoma de exasperação de setores sociais com a política tradicional, que aqui e ali eclode em atos de violência. O Brasil se encontra a léguas de distância, decerto, da deterioração do convívio democrático presenciada em nações como a Venezuela, para citar um exemplo vizinho. Ocorre que esse tipo de desagregação nunca se inicia de chofre. Mais comum é uma gestação lenta, cujos sinais surgem aos poucos. Não foi o primeiro desses episódios, afinal, embora tenha sido ímpar na exibição despudorada de ideias retrógradas, como a defesa de um golpe militar. Beira a hipocrisia, no entanto, criticar esses fascistoides apenas por escandirem palavras de ordem "de direita" em meio ao tumulto. Nada justifica arrebentar portas e lançar insultos de baixo calão contra representantes eleitos pelo mesmo povo que, em seu delírio, dizem representar. Não há como negar, contudo, que seus métodos em nada diferem dos não menos aloprados "de esquerda" que tantas invasões têm promovido. A começar, claro, pelas escolas secundárias em várias cidades do país, notadamente no Paraná. Com tais atos de força, uma minoria impediu seus colegas discordantes de ter aulas. E, pior, prejudicou centenas de milhares de pessoas, impedidas de fazer as provas do Enem. Ninguém lhes nega o direito de protestar contra a reforma do ensino médio ou o teto dos gastos pretendido pelo governo Michel Temer (PMDB). Só preocupa a maneira autoritária de fazê-lo. Tampouco é o caso de minimizar o sentimento de revolta de funcionários públicos do Rio de Janeiro com o ônus que o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) lhes quer impor para tapar o rombo nas contas do Estado produzido por ele e por seu antecessor e correligionário Sérgio Cabral —de resto, preso nesta quinta-feira (17) no contexto da Operação Lava Jato. No entanto, não há escusa possível, numa democracia, para a vandalização que promoveram na Assembleia Legislativa fluminense. Nem, muito menos, para a agressão a jornalistas porque seus participantes discordam do órgão de imprensa que emprega o repórter. Tais comportamentos não são de esquerda nem de direita –são, simplesmente, uma forma de estultice. Quem tem apreço pela via democrática de solução de conflitos, à esquerda ou à direita, tem a obrigação de vir a público para conclamar os desatinados a buscar formas mais civilizadas de protestar. editoriais@grupofolha.com.br
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Veja sugestões de móveis que usam vidro, material que traz leveza e resistência para a decoração
MICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A SÃOPAULO O material translúcido oferece, ao mesmo tempo, resistência e leveza e serve para móveis. Veja algumas opções: * O vidro é um material tão frágil quanto parece? O vidro é ambíguo. Ele aparenta uma fragilidade que pode ser irreal. O corte do vidro plano, a lapidação das bordas e a colagem das partes são elementos do processo muito perceptíveis no acabamento da peça. Quando o designer decide que o vidro será o protagonista, precisa aceitar que ele não esconde as limitações de seu artesão, não aceita dúvida. Mas o vidro pode recompensar com resistência, leveza e fluidez. Paulo Goldstein, designer da Galeria Nicoli
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Veja sugestões de móveis que usam vidro, material que traz leveza e resistência para a decoraçãoMICHELE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A SÃOPAULO O material translúcido oferece, ao mesmo tempo, resistência e leveza e serve para móveis. Veja algumas opções: * O vidro é um material tão frágil quanto parece? O vidro é ambíguo. Ele aparenta uma fragilidade que pode ser irreal. O corte do vidro plano, a lapidação das bordas e a colagem das partes são elementos do processo muito perceptíveis no acabamento da peça. Quando o designer decide que o vidro será o protagonista, precisa aceitar que ele não esconde as limitações de seu artesão, não aceita dúvida. Mas o vidro pode recompensar com resistência, leveza e fluidez. Paulo Goldstein, designer da Galeria Nicoli
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Rodolpho Ramazzini: Os riscos do contrabando
A entrada da nova lei federal antifumo trouxe à tona o debate sobre o aumento do preço do cigarro como uma alternativa para combater o tabagismo. Entretanto, há um tema muito importante que deve ser colocado em pauta: os produtos contrabandeados e o perigo do consumo indiscriminado de cigarros que não têm controle das autoridades sanitárias. Só para se ter uma ideia, atualmente, um terço dos cigarros comercializados no Brasil é contrabandeado. Com o avanço nos preços do cigarro brasileiro os contrabandistas identificaram uma excelente oportunidade de mercado e inundaram o país com cigarros produzidos no Paraguai. Com a oferta livre desses produtos, muitas pessoas em busca de preços mais acessíveis passaram a consumir cigarros contrabandeados, alimentando indiretamente um negócio clandestino, com ramificações criminosas e altamente prejudicial para a sociedade. O maço do cigarro que atravessa ilegalmente as fronteiras do país é vendido nas cidades brasileiras por R$ 2,00. São dezenas de marcas diferentes, todas produzidas no Paraguai, em condições de trabalho e higiene altamente suspeitas. Um estudo que vem sendo realizado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desde 2012, e que teve como base cigarros apreendidos pela Receita Federal, apontou que todas as 18 marcas analisadas apresentaram concentração elevada de dez metais como cobre, manganês e zinco. Ao contrário daqueles que são produzidos no Brasil, os cigarros paraguaios não passam por nenhum tipo de fiscalização ou mesmo de algum órgão regulador do governo paraguaio. Outro ponto importante do contrabando é que deve ser posto em debate é a questão dos impostos. Desde 2011, o Brasil deixou de arrecadar cerca de R$ 10 bilhões. Em 2014, as estimativas são de que os cofres públicos devem perder mais R$ 4,5 bilhões por causa da venda ilegal do produto –recursos que poderiam ser investidos em melhorias nas áreas de saúde, educação e segurança dentro do nosso país. À medida que o contrabando aumenta, a indústria nacional produz e vende menos, comprometendo ainda mais a arrecadação. Nos últimos dois anos, foram eliminados mais de mil postos de trabalho, que representam 10% do total do pessoal empregado no segmento.. A questão da segurança também deve ser plataforma de debates na sociedade. O contrabando no Brasil tem se agravado muito nos últimos anos. Assim como acontece com o tráfico de drogas, nossas fronteiras com dez diferentes países favorecem essa prática criminosa seja por via terrestre ou marítima. E o que fazer para coibir o contrabando? O reforço no policiamento é salutar e, recentemente, o governo federal promoveu também um importante avanço nesta área ao sancionar a lei nº13.008/14, que altera o Código Penal para, entre outras providências, distinguir os crimes de contrabando e descaminho, determinar que, quando depender de registro em órgão público, o crime é de contrabando e aumentar a pena do contrabando de 1 a 4 para 2 a 5 anos de reclusão. Mas cabe um posicionamento ainda maior de todos os atores envolvidos. Concretamente estamos falando de prejuízos para a saúde, o emprego e a economia do país. É fundamental um trabalho integrado de inteligência de todas as autoridades relacionadas, mas cada pessoa individualmente pode e deve fazer a sua parte coibindo a ilegalidade e dando espaço apenas para o mercado formal brasileiro. RODOLPHO RAMAZZINI, 35, é advogado e diretor da ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Rodolpho Ramazzini: Os riscos do contrabandoA entrada da nova lei federal antifumo trouxe à tona o debate sobre o aumento do preço do cigarro como uma alternativa para combater o tabagismo. Entretanto, há um tema muito importante que deve ser colocado em pauta: os produtos contrabandeados e o perigo do consumo indiscriminado de cigarros que não têm controle das autoridades sanitárias. Só para se ter uma ideia, atualmente, um terço dos cigarros comercializados no Brasil é contrabandeado. Com o avanço nos preços do cigarro brasileiro os contrabandistas identificaram uma excelente oportunidade de mercado e inundaram o país com cigarros produzidos no Paraguai. Com a oferta livre desses produtos, muitas pessoas em busca de preços mais acessíveis passaram a consumir cigarros contrabandeados, alimentando indiretamente um negócio clandestino, com ramificações criminosas e altamente prejudicial para a sociedade. O maço do cigarro que atravessa ilegalmente as fronteiras do país é vendido nas cidades brasileiras por R$ 2,00. São dezenas de marcas diferentes, todas produzidas no Paraguai, em condições de trabalho e higiene altamente suspeitas. Um estudo que vem sendo realizado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desde 2012, e que teve como base cigarros apreendidos pela Receita Federal, apontou que todas as 18 marcas analisadas apresentaram concentração elevada de dez metais como cobre, manganês e zinco. Ao contrário daqueles que são produzidos no Brasil, os cigarros paraguaios não passam por nenhum tipo de fiscalização ou mesmo de algum órgão regulador do governo paraguaio. Outro ponto importante do contrabando é que deve ser posto em debate é a questão dos impostos. Desde 2011, o Brasil deixou de arrecadar cerca de R$ 10 bilhões. Em 2014, as estimativas são de que os cofres públicos devem perder mais R$ 4,5 bilhões por causa da venda ilegal do produto –recursos que poderiam ser investidos em melhorias nas áreas de saúde, educação e segurança dentro do nosso país. À medida que o contrabando aumenta, a indústria nacional produz e vende menos, comprometendo ainda mais a arrecadação. Nos últimos dois anos, foram eliminados mais de mil postos de trabalho, que representam 10% do total do pessoal empregado no segmento.. A questão da segurança também deve ser plataforma de debates na sociedade. O contrabando no Brasil tem se agravado muito nos últimos anos. Assim como acontece com o tráfico de drogas, nossas fronteiras com dez diferentes países favorecem essa prática criminosa seja por via terrestre ou marítima. E o que fazer para coibir o contrabando? O reforço no policiamento é salutar e, recentemente, o governo federal promoveu também um importante avanço nesta área ao sancionar a lei nº13.008/14, que altera o Código Penal para, entre outras providências, distinguir os crimes de contrabando e descaminho, determinar que, quando depender de registro em órgão público, o crime é de contrabando e aumentar a pena do contrabando de 1 a 4 para 2 a 5 anos de reclusão. Mas cabe um posicionamento ainda maior de todos os atores envolvidos. Concretamente estamos falando de prejuízos para a saúde, o emprego e a economia do país. É fundamental um trabalho integrado de inteligência de todas as autoridades relacionadas, mas cada pessoa individualmente pode e deve fazer a sua parte coibindo a ilegalidade e dando espaço apenas para o mercado formal brasileiro. RODOLPHO RAMAZZINI, 35, é advogado e diretor da ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Presidente da APO diz que orçamento de R$ 38 bi da Rio-2016 deve aumentar
O presidente em exercício da APO (Autoridade Pública Olímpica), Marcelo Pedroso, indicou neste sábado (11) à Folha que a matriz de responsabilidade dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 vai registrar aumento na nova atualização. O documento, que reúne atribuições pelas execuções das obras e aporte de recursos, terá uma nova atualização divulgada no final deste mês. Atualmente, o custo total do evento (incluídos projetos esportivos e de legado) é superior a R$ 38,2 bilhões. Pedroso evitou dar números específicos e afirmou que os dados ainda serão compilados. Mas o aumento ocorrerá no valor de construção das arenas, cujo custo até a última atualização era de R$ 6,6 bilhões. "Como mais projetos tiveram orçamentos definidos, é provável que esse valor suba", afirmou Pedroso à Folha. "Mas não acredito que será muito. Trabalhamos para que o total investido nas arenas não chegue a R$ 8 milhões", complementou. A matriz de responsabilidades tem 56 projetos voltados aos Jogos do Rio, dos quais 42 haviam sido definidos até sua última atualização, em janeiro. Além do investimento em instalações esportivas, os demais gastos com a Rio-2016 advêm de obras de legado (atualmente na casa de R$ 24,6 bilhões) e do orçamento do comitê organizador (R$ 7 bilhões).
esporte
Presidente da APO diz que orçamento de R$ 38 bi da Rio-2016 deve aumentarO presidente em exercício da APO (Autoridade Pública Olímpica), Marcelo Pedroso, indicou neste sábado (11) à Folha que a matriz de responsabilidade dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 vai registrar aumento na nova atualização. O documento, que reúne atribuições pelas execuções das obras e aporte de recursos, terá uma nova atualização divulgada no final deste mês. Atualmente, o custo total do evento (incluídos projetos esportivos e de legado) é superior a R$ 38,2 bilhões. Pedroso evitou dar números específicos e afirmou que os dados ainda serão compilados. Mas o aumento ocorrerá no valor de construção das arenas, cujo custo até a última atualização era de R$ 6,6 bilhões. "Como mais projetos tiveram orçamentos definidos, é provável que esse valor suba", afirmou Pedroso à Folha. "Mas não acredito que será muito. Trabalhamos para que o total investido nas arenas não chegue a R$ 8 milhões", complementou. A matriz de responsabilidades tem 56 projetos voltados aos Jogos do Rio, dos quais 42 haviam sido definidos até sua última atualização, em janeiro. Além do investimento em instalações esportivas, os demais gastos com a Rio-2016 advêm de obras de legado (atualmente na casa de R$ 24,6 bilhões) e do orçamento do comitê organizador (R$ 7 bilhões).
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Felipe Melo é suspenso por 3 jogos após voadora no Italiano; veja vídeo
O volante brasileiro Felipe Melo foi suspenso por três jogos pela expulsão no último domingo (20), quando acertou uma voadora em Lucas Biglia, na derrota de sua equipe, a Inter de Milão para a Lazio por 2 a 1, pelo Campeonato Italiano. O lance aconteceu nos acréscimos do segundo tempo. Minutos antes, o volante havia cometido um pênalti, que originou o gol da vitória da Lazio. Apesar da derrota, a Inter de Milão lidera o Campeonato Italiano com 36 pontos —um a mais do que a Fiorentina, vice-líder. O time de Milão volta a campo no dia 6 de janeiro, quando visita o Empoli.
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Felipe Melo é suspenso por 3 jogos após voadora no Italiano; veja vídeoO volante brasileiro Felipe Melo foi suspenso por três jogos pela expulsão no último domingo (20), quando acertou uma voadora em Lucas Biglia, na derrota de sua equipe, a Inter de Milão para a Lazio por 2 a 1, pelo Campeonato Italiano. O lance aconteceu nos acréscimos do segundo tempo. Minutos antes, o volante havia cometido um pênalti, que originou o gol da vitória da Lazio. Apesar da derrota, a Inter de Milão lidera o Campeonato Italiano com 36 pontos —um a mais do que a Fiorentina, vice-líder. O time de Milão volta a campo no dia 6 de janeiro, quando visita o Empoli.
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Erramos: Rival na semi, Dudu lembra erro de árbitro a favor do Corinthians
Diferentemente do que havia sido informado na reportagem "Rival na semi, Dudu lembra erro de árbitro a favor do Corinthians" (Esporte - 13/04/2015 - 06h15), o autor da frase do título é o atacante Dudu, não o meia Valdivia. O título da primeira versão do texto estava equivocado. A reportagem já foi corrigida.
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Erramos: Rival na semi, Dudu lembra erro de árbitro a favor do CorinthiansDiferentemente do que havia sido informado na reportagem "Rival na semi, Dudu lembra erro de árbitro a favor do Corinthians" (Esporte - 13/04/2015 - 06h15), o autor da frase do título é o atacante Dudu, não o meia Valdivia. O título da primeira versão do texto estava equivocado. A reportagem já foi corrigida.
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Cautela com EUA e Coreia do Norte faz Bolsa cair e dólar encostar em R$ 3,16
A escalada nas tensões entre Estados Unidos e Coreia do Norte e uma vitória mais apertada que a esperada do partido da chanceler Angela Merkel na Alemanha aumentaram a cautela dos investidores nesta segunda (25) e fizeram a Bolsa cair pelo terceiro dia e o dólar encostar em R$ 3,16. O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, fechou em baixa de 1,26%, para 74.443 pontos. Foi a primeira vez desde 14 de setembro que o índice fechou abaixo dos 75 mil pontos. O dólar comercial terminou com alta de 0,95%, para R$ 3,159. O dólar à vista, que fecha mais cedo, se valorizou 0,90%, para R$ 3,155. Ambos estão no maior patamar desde 30 de agosto. O aumento da aversão a risco por causa do cenário externo contagiou os investidores nesta segunda e se refletiu no dia negativo para o mercado financeiro. As preocupações com a Coreia do Norte ganharam força neste final de semana. No sábado à noite, o presidente americano, Donald Trump, respondeu a declarações do ministro das Relações Exteriores norte-coreano e afirmou que ele e o líder Kim Jong-Un "não estarão por perto por muito tempo", com Pyongyang montando um grande evento contra os EUA. Nesta segunda, o ministro de Relações Exteriores norte-coreano, Ri Yong-ho, afirmou que Trump declarou guerra a Pyongyang e disse que a Coreia do Norte tem direito de tomar as medidas cabíveis contra os EUA, como a de derrubar os bombardeiros que se aproximarem do país asiático, mesmo se eles não estiverem no espaço aéreo norte-coreano. "A Coreia do Norte impõe um viés de cautela, mas já foram tantos os momentos de tensão que já se provaram desnecessários que eu atribuo esse aumento desta segunda ao Fed (banco central americano)", afirmou Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor. Na quarta passada (20), o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sinalizou um terceiro aumento de juros nos EUA neste ano, o que causou fortalecimento da moeda americana. "Há um ajuste global, que é gradual, mas é muito dinheiro envolvido. Esse ajuste pelo Fed vai demorar ainda alguns dias, o que acaba se somando à cautela geopolítica", ressaltou. A moeda americana se valorizou ante 19 das 31 principais divisas mundiais. EUROPA O mercado acompanhou também o resultado das eleições alemãs, com a vitória da chanceler Angela Merkel, mas com cerca de nove pontos percentuais a menos que na última eleição, em 2013. A ascensão do partido de direita populista AfD (Alternativa para a Alemanha), com 13,2% dos votos, também preocupou os investidores. A legenda chegou ao Parlamento pela primeira vez e como o terceiro maior partido. No cenário local, os investidores seguiram a leitura da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados, que foi adiada por falta de quórum. Para que houvesse sessão, era necessário que 51 deputados estivessem presentes no Congresso até as 14h30. No entanto, apenas 23 haviam aparecido -somente nove estavam em plenário. Essa indefinição joga dúvida sobre a votação da reforma da Previdência, que o governo esperava que acontecesse em outubro. "O adiamento da leitura da segunda denúncia do Temer deve atrasar mais o processo da votação, o que atrapalha a reforma. Possivelmente, não vai ser votada em outubro", afirma Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos. O Banco Central vendeu o lote de 12 mil contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) para rolagem dos contratos que vencem em outubro. O BC até agora já rolou US$ 4,2 bilhões dos US$ 9,975 bilhões que vencem no mês que vem. O CDS (credit default swap), que mede o risco-país, subiu 1,98%, para 205,3 pontos. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. O DI para janeiro de 2018 ficou estável em 7,550%. A taxa do contrato com vencimento em janeiro de 2019 subiu de 7,270% para 7,320%. AÇÕES Entre as 59 ações do Ibovespa, 53 fecharam em baixa, cinco subiram e uma terminou com o mesmo preço. A Usiminas despencou 12,45%, acompanhando a queda dos preços do aço no exterior que afetaram também as ações da Metalúrgica Gerdau (-5,07%), da CSN (-3,29%) e da Gerrdau (-3,01%). A queda dos preços do minério de ferro, pela terceira sessão seguida, também provocou a desvalorização das ações da Vale. Os papéis ordinários da mineradora recuaram 2,57%, para R$ 31,09. As ações preferenciais perderam 2,38%, para R$ 28,77. As ações da Petrobras destoaram do mau humor do mercado e subiram, sustentadas pela forte alta dos preços do petróleo no exterior e também após a companhia anunciar novo reajuste do preço do gás de cozinha, o segundo no mês. A alta no exterior se deve à avaliação de grandes produtores de petróleo de que o mercado global está no caminho para o reequilíbrio. As ações preferenciais da Petrobras subiram 0,96%, para R$ 15,84. Os papéis ordinários avançaram 0,74%, para R$ 16,32. No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco recuaram 0,99%. Os papéis preferenciais do Bradesco caíram 1,69%, e os ordinários tiveram queda de 1,49%. As ações do Banco do Brasil se desvalorizaram 1,42%. As units –conjunto de ações– do Santander Brasil tiveram baixa de 1,57%.
mercado
Cautela com EUA e Coreia do Norte faz Bolsa cair e dólar encostar em R$ 3,16A escalada nas tensões entre Estados Unidos e Coreia do Norte e uma vitória mais apertada que a esperada do partido da chanceler Angela Merkel na Alemanha aumentaram a cautela dos investidores nesta segunda (25) e fizeram a Bolsa cair pelo terceiro dia e o dólar encostar em R$ 3,16. O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, fechou em baixa de 1,26%, para 74.443 pontos. Foi a primeira vez desde 14 de setembro que o índice fechou abaixo dos 75 mil pontos. O dólar comercial terminou com alta de 0,95%, para R$ 3,159. O dólar à vista, que fecha mais cedo, se valorizou 0,90%, para R$ 3,155. Ambos estão no maior patamar desde 30 de agosto. O aumento da aversão a risco por causa do cenário externo contagiou os investidores nesta segunda e se refletiu no dia negativo para o mercado financeiro. As preocupações com a Coreia do Norte ganharam força neste final de semana. No sábado à noite, o presidente americano, Donald Trump, respondeu a declarações do ministro das Relações Exteriores norte-coreano e afirmou que ele e o líder Kim Jong-Un "não estarão por perto por muito tempo", com Pyongyang montando um grande evento contra os EUA. Nesta segunda, o ministro de Relações Exteriores norte-coreano, Ri Yong-ho, afirmou que Trump declarou guerra a Pyongyang e disse que a Coreia do Norte tem direito de tomar as medidas cabíveis contra os EUA, como a de derrubar os bombardeiros que se aproximarem do país asiático, mesmo se eles não estiverem no espaço aéreo norte-coreano. "A Coreia do Norte impõe um viés de cautela, mas já foram tantos os momentos de tensão que já se provaram desnecessários que eu atribuo esse aumento desta segunda ao Fed (banco central americano)", afirmou Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor. Na quarta passada (20), o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sinalizou um terceiro aumento de juros nos EUA neste ano, o que causou fortalecimento da moeda americana. "Há um ajuste global, que é gradual, mas é muito dinheiro envolvido. Esse ajuste pelo Fed vai demorar ainda alguns dias, o que acaba se somando à cautela geopolítica", ressaltou. A moeda americana se valorizou ante 19 das 31 principais divisas mundiais. EUROPA O mercado acompanhou também o resultado das eleições alemãs, com a vitória da chanceler Angela Merkel, mas com cerca de nove pontos percentuais a menos que na última eleição, em 2013. A ascensão do partido de direita populista AfD (Alternativa para a Alemanha), com 13,2% dos votos, também preocupou os investidores. A legenda chegou ao Parlamento pela primeira vez e como o terceiro maior partido. No cenário local, os investidores seguiram a leitura da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados, que foi adiada por falta de quórum. Para que houvesse sessão, era necessário que 51 deputados estivessem presentes no Congresso até as 14h30. No entanto, apenas 23 haviam aparecido -somente nove estavam em plenário. Essa indefinição joga dúvida sobre a votação da reforma da Previdência, que o governo esperava que acontecesse em outubro. "O adiamento da leitura da segunda denúncia do Temer deve atrasar mais o processo da votação, o que atrapalha a reforma. Possivelmente, não vai ser votada em outubro", afirma Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos. O Banco Central vendeu o lote de 12 mil contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) para rolagem dos contratos que vencem em outubro. O BC até agora já rolou US$ 4,2 bilhões dos US$ 9,975 bilhões que vencem no mês que vem. O CDS (credit default swap), que mede o risco-país, subiu 1,98%, para 205,3 pontos. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. O DI para janeiro de 2018 ficou estável em 7,550%. A taxa do contrato com vencimento em janeiro de 2019 subiu de 7,270% para 7,320%. AÇÕES Entre as 59 ações do Ibovespa, 53 fecharam em baixa, cinco subiram e uma terminou com o mesmo preço. A Usiminas despencou 12,45%, acompanhando a queda dos preços do aço no exterior que afetaram também as ações da Metalúrgica Gerdau (-5,07%), da CSN (-3,29%) e da Gerrdau (-3,01%). A queda dos preços do minério de ferro, pela terceira sessão seguida, também provocou a desvalorização das ações da Vale. Os papéis ordinários da mineradora recuaram 2,57%, para R$ 31,09. As ações preferenciais perderam 2,38%, para R$ 28,77. As ações da Petrobras destoaram do mau humor do mercado e subiram, sustentadas pela forte alta dos preços do petróleo no exterior e também após a companhia anunciar novo reajuste do preço do gás de cozinha, o segundo no mês. A alta no exterior se deve à avaliação de grandes produtores de petróleo de que o mercado global está no caminho para o reequilíbrio. As ações preferenciais da Petrobras subiram 0,96%, para R$ 15,84. Os papéis ordinários avançaram 0,74%, para R$ 16,32. No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco recuaram 0,99%. Os papéis preferenciais do Bradesco caíram 1,69%, e os ordinários tiveram queda de 1,49%. As ações do Banco do Brasil se desvalorizaram 1,42%. As units –conjunto de ações– do Santander Brasil tiveram baixa de 1,57%.
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Guitarrista Brian May empolga mais que Adam Lambert em show do Queen
Foi com um atraso de um minuto que o Queen –ou melhor Queen + Adam Lambert (que é como a banda britânica tem se apresentado desde que incorporou o novo vocalista)– subiu ao palco do Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, 30 anos após a última vinda ao país da formação original. Em 2008, o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor vieram ao país e se apresentaram com o nome de Queen + Paul Rodgers, que era o vocalista que acompanhava a banda antes de que o ex-American Idol Lambert assumir o posto. O show teve início com a silhueta do guitarrista Brian May, projetada no enorme pano que escondia o palco. O setlist, ao menos na primeira parte do show, seguiu rigorosamente a mesma ordem de canções que a o grupo apresentou em suas turnês: abriu com "One Vision", seguiu com "Stone Cold Crazy" e "Another One Bites the Dust". Boa parte do público das arquibancadas, que ficou sentado durante boa parte dessas músicas, só levantou quando começaram os primeiros hits. Primeiro, "Don't Stop Me Now", em seguida "I Want to Break Free" e logo depois "Somebody to Love". Com a missão de substituir os vocais de Freddie Mercury, o cantor Adam Lambert surgiu de costas, todo trajado de couro. Imitou alguns trejeitos de seu antecessor e deu um toque seu à interpretação: estendido num sofá roxo se abanou com um leque. Entornou uma garrafa de champanhe e cuspiu parte para o público, que aplaudiu. Mas foi o guitarrista Brian May, que com o baterista Roger Taylor compõe a dupla de músicos originais do Queen, que o público paulistano realmente se empolgou. Com um violão em punho, caminhou pela passarela que cortava a pista. "É ótimo estar de volta ao Brasil", disse antes de tocar uma versão acústica de "Love of My Life", acompanhada pelo público, ponto mais alto da primeira parte do show. Quase no final da música, no gigantesco telão em formato de Q montado nos fundos do palco, surgiu a imagem de Mercury cantando a canção ao vivo. O público gritou. May esfregou os olhos. Foi ele quem empunhou um pau de selfie e apontou a câmera para todo o público que lotava arquibancada e pista do ginásio. A filmagem era projetada no telão ao mesmo tempo. Após longos solos de guitarra e de bateria, Lambert voltou ao palco cantando as radiofônicas "Under Pressure", "Radio Ga Ga" e "Crazy Little Thing Love". Após duas horas de show, o teclado anunciou "Bohemian Rhapsody", cantada por boa parte do público. Enrolado na bandeira do Brasil, coroa na cabeça e uma roupa colada de oncinha, o ex-American Idol Adam Lambert voltou para o bis com o Queen quando a plateia já entoava o "we will, we will...", versos do hit "We Will Rock You", seguida por "We Are The Champions" —tudo embalado com uma chuva de papel picado dourado.
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Guitarrista Brian May empolga mais que Adam Lambert em show do QueenFoi com um atraso de um minuto que o Queen –ou melhor Queen + Adam Lambert (que é como a banda britânica tem se apresentado desde que incorporou o novo vocalista)– subiu ao palco do Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, 30 anos após a última vinda ao país da formação original. Em 2008, o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor vieram ao país e se apresentaram com o nome de Queen + Paul Rodgers, que era o vocalista que acompanhava a banda antes de que o ex-American Idol Lambert assumir o posto. O show teve início com a silhueta do guitarrista Brian May, projetada no enorme pano que escondia o palco. O setlist, ao menos na primeira parte do show, seguiu rigorosamente a mesma ordem de canções que a o grupo apresentou em suas turnês: abriu com "One Vision", seguiu com "Stone Cold Crazy" e "Another One Bites the Dust". Boa parte do público das arquibancadas, que ficou sentado durante boa parte dessas músicas, só levantou quando começaram os primeiros hits. Primeiro, "Don't Stop Me Now", em seguida "I Want to Break Free" e logo depois "Somebody to Love". Com a missão de substituir os vocais de Freddie Mercury, o cantor Adam Lambert surgiu de costas, todo trajado de couro. Imitou alguns trejeitos de seu antecessor e deu um toque seu à interpretação: estendido num sofá roxo se abanou com um leque. Entornou uma garrafa de champanhe e cuspiu parte para o público, que aplaudiu. Mas foi o guitarrista Brian May, que com o baterista Roger Taylor compõe a dupla de músicos originais do Queen, que o público paulistano realmente se empolgou. Com um violão em punho, caminhou pela passarela que cortava a pista. "É ótimo estar de volta ao Brasil", disse antes de tocar uma versão acústica de "Love of My Life", acompanhada pelo público, ponto mais alto da primeira parte do show. Quase no final da música, no gigantesco telão em formato de Q montado nos fundos do palco, surgiu a imagem de Mercury cantando a canção ao vivo. O público gritou. May esfregou os olhos. Foi ele quem empunhou um pau de selfie e apontou a câmera para todo o público que lotava arquibancada e pista do ginásio. A filmagem era projetada no telão ao mesmo tempo. Após longos solos de guitarra e de bateria, Lambert voltou ao palco cantando as radiofônicas "Under Pressure", "Radio Ga Ga" e "Crazy Little Thing Love". Após duas horas de show, o teclado anunciou "Bohemian Rhapsody", cantada por boa parte do público. Enrolado na bandeira do Brasil, coroa na cabeça e uma roupa colada de oncinha, o ex-American Idol Adam Lambert voltou para o bis com o Queen quando a plateia já entoava o "we will, we will...", versos do hit "We Will Rock You", seguida por "We Are The Champions" —tudo embalado com uma chuva de papel picado dourado.
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Como falar de assédio com as crianças?
As notícias recentes sobre estupros coletivos de adolescentes e crianças colocaram lenha na fogueira das preocupações de muitos pais e mães, que se perguntam como (e se) abordar o assunto para ensinar os pequenos a identificarem e se defenderem de um possível assédio ou abuso sexual. O temor faz sentido, já que mais de 500 mil estupros ocorrem a cada ano no Brasil, segundo estimativa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Da pequena parcela que é denunciada, mais de 70% das vítimas são crianças e adolescentes. Para especialistas ouvidos pela Folha, apesar de ser um tema difícil para muitos pais, o assunto não deve ser tabu, já que o conhecimento ajuda a criança a se proteger. Também não há um único modo nem uma idade mínima para falar da importância de se preservar o corpo e a intimidade, segundo eles, desde que o grau de desenvolvimento da criança seja respeitado e a conversa flua com naturalidade, em linguagem adaptada para cada fase. "O problema não é falar da sexualidade infantil, o problema é quando há uma invasão do universo adulto no da criança. É importante conversar porque o conhecimento deixa a criança menos vulnerável ao abuso e menos propensa a esconder dos pais se algo acontecer", diz Juliana Wierman, coordenadora da psicoterapia infantil do Programa de Atendimento e Pesquisa em Violência da Unifesp. Para a psicanalista Ilana Katz, doutora em psicologia e educação pela Faculdade de Educação da USP, a tentativa de prevenção pode ser mais eficaz se os pais conseguirem transmitir a ideia de que o corpo é próprio. "Trata-se mais do que transmitimos com nossos atos e modos de lidar do que daquilo que podemos falar e explicar para as crianças –embora também seja importante que se fale, explique e ensine", afirma. Assim, quando a mãe ou o pai ajuda o filho a gerir o próprio corpo, como na hora de trocar a roupa, é preciso estar atento aos limites do toque. "Há uma diferença importante entre cuidado e invasão." A psicanalista Julia Milman, que acaba de lançar o livro "A Vida com Crianças" (Zahar, R$ 34,90, 184 págs.), diz que é mais importante propiciar a construção constante de autonomia em um ambiente de confiança, que permita à criança ter consciência gradativa do controle sobre o próprio corpo e da noção de intimidade, do que falar diretamente sobre abuso. "E que ela consiga perceber a sutileza do que é uma invasão dessa privacidade, que muitas vezes não se dá apenas pelo contato físico, mas com palavras ou imagens", diz Julia. Como a criança, em geral, não faz perguntas diretas sobre assédio, mas traz curiosidades sobre a sexualidade ou questiona a origem dos bebês, eles podem aproveitar a ocasião para falar do tema. Ilana Katz também recomenda que os adultos conheçam os assuntos em pauta nos ambientes dos filhos, que, assim como os casos recentes de estupro, se impõem como temas de conversa em casa. "Vale sempre perguntar o que a criança ou o adolescente entendeu do que se passou, e a partir disso trazer esclarecimentos", diz. BEBÊS A transmissão dos cuidados com o corpo começa nos primeiros meses de vida, quando os pais nomeiam as partes do corpo ao limpar e vestir o bebê. "Essa nomeação favorece que a criança se aproprie do próprio corpo, e o mesmo vale para os órgãos sexuais. É importante nomeá-los e dizer que são um lugar de intimidade", diz Julia. Mais tarde, vem o estágio em que a criança explora todo o corpo e faz brincadeiras com esse fim. "Esse é o momento de informar que não fazemos isso em público e que ninguém pode tocar neles", completa. O assunto pode e deve ser retomado ao longo do crescimento da criança, quando ela expande seu universo e começa a frequentar a casa dos amigos, por exemplo. Foi o que fez a dona de casa Flávia (nome trocado a pedido), 43, mãe de duas adolescentes, de 14 e 12 anos. "Quando a mais velha tinha uns seis anos, eu disse que se ela achasse que havia algo de errado nas atitudes de um adulto era para acreditar no que estava sentindo, sair do lugar e me contar", diz. Já a administradora Cristiane, 42, mãe de meninas de três e quatro anos de idade, sentiu que era hora de falar sobre privacidade com as filhas a partir de um comportamento do sobrinho de oito anos. "Ele queria ver as meninas tomando banho e deitar em cima delas como via na novela, e isso começou a me incomodar. Eu não queria tratar a sexualidade como algo anormal, mas a criança brinca com tudo e pode achar que não tem problema brincarem com a 'pepeca' dela", diz. Em casos como esse, Julia recomenda que os pais sejam cuidadosos ao nomear o ocorrido, para que a criança não associe prazer e culpa. Por fim, é bom lembrar que, embora os pais tenham papel primordial nos cuidados com os filhos, a sociedade e o poder público vêm falhando na oferta de uma rede de proteção à criança. - Como ajudar a proteger a criança de um assédio CURIOSIDADE Aproveite a curiosidade da criança sobre a origem dos bebês, por exemplo, para abordar o tema AMBIENTE PRIVADO Quando chegar o estágio em que a criança começa a explorar o corpo e a brincar, informe que não nos tocamos em público BRIGA SEM CULPA Se algum limite com um coleguinha for ultrapassado, cuidado para não brigar de forma a associar o ato com culpa NA HORA CERTA Cuidado para não antecipar notícias sobre erotismo ou violência, o que pode ser excessivo para a criança TODO OUVIDOS Escute o que seu filho entendeu de acontecimentos como os estupros coletivos recentes e esclareça as dúvidas que tiver DANDO NOMES Ao limpar e vestir o bebê, os pais naturalmente nomeiam as partes do corpo, o que ajuda a criança a se apropriar delas CRIAR VÍNCULOS Desde cedo é importante criar um vínculo de confiança com a criança e abrir espaço para conversas sobre temas que a angustiam SINAL DE ALERTA Todos damos sinais de mal-estar, mas eles são particulares. Um mesmo ocorrido pode deixar uma criança agitada e outra retraída MUDANÇA O importante é se perguntar: o que causaria uma mudança significativa no jeito da criança? INTIMIDADE É importante também dizer que os órgãos genitais são um lugar de intimidade, que só ela pode tocar Fontes: Ilana Katz, Juliana Wierman e Julia Milman, psicanalistas
equilibrioesaude
Como falar de assédio com as crianças?As notícias recentes sobre estupros coletivos de adolescentes e crianças colocaram lenha na fogueira das preocupações de muitos pais e mães, que se perguntam como (e se) abordar o assunto para ensinar os pequenos a identificarem e se defenderem de um possível assédio ou abuso sexual. O temor faz sentido, já que mais de 500 mil estupros ocorrem a cada ano no Brasil, segundo estimativa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Da pequena parcela que é denunciada, mais de 70% das vítimas são crianças e adolescentes. Para especialistas ouvidos pela Folha, apesar de ser um tema difícil para muitos pais, o assunto não deve ser tabu, já que o conhecimento ajuda a criança a se proteger. Também não há um único modo nem uma idade mínima para falar da importância de se preservar o corpo e a intimidade, segundo eles, desde que o grau de desenvolvimento da criança seja respeitado e a conversa flua com naturalidade, em linguagem adaptada para cada fase. "O problema não é falar da sexualidade infantil, o problema é quando há uma invasão do universo adulto no da criança. É importante conversar porque o conhecimento deixa a criança menos vulnerável ao abuso e menos propensa a esconder dos pais se algo acontecer", diz Juliana Wierman, coordenadora da psicoterapia infantil do Programa de Atendimento e Pesquisa em Violência da Unifesp. Para a psicanalista Ilana Katz, doutora em psicologia e educação pela Faculdade de Educação da USP, a tentativa de prevenção pode ser mais eficaz se os pais conseguirem transmitir a ideia de que o corpo é próprio. "Trata-se mais do que transmitimos com nossos atos e modos de lidar do que daquilo que podemos falar e explicar para as crianças –embora também seja importante que se fale, explique e ensine", afirma. Assim, quando a mãe ou o pai ajuda o filho a gerir o próprio corpo, como na hora de trocar a roupa, é preciso estar atento aos limites do toque. "Há uma diferença importante entre cuidado e invasão." A psicanalista Julia Milman, que acaba de lançar o livro "A Vida com Crianças" (Zahar, R$ 34,90, 184 págs.), diz que é mais importante propiciar a construção constante de autonomia em um ambiente de confiança, que permita à criança ter consciência gradativa do controle sobre o próprio corpo e da noção de intimidade, do que falar diretamente sobre abuso. "E que ela consiga perceber a sutileza do que é uma invasão dessa privacidade, que muitas vezes não se dá apenas pelo contato físico, mas com palavras ou imagens", diz Julia. Como a criança, em geral, não faz perguntas diretas sobre assédio, mas traz curiosidades sobre a sexualidade ou questiona a origem dos bebês, eles podem aproveitar a ocasião para falar do tema. Ilana Katz também recomenda que os adultos conheçam os assuntos em pauta nos ambientes dos filhos, que, assim como os casos recentes de estupro, se impõem como temas de conversa em casa. "Vale sempre perguntar o que a criança ou o adolescente entendeu do que se passou, e a partir disso trazer esclarecimentos", diz. BEBÊS A transmissão dos cuidados com o corpo começa nos primeiros meses de vida, quando os pais nomeiam as partes do corpo ao limpar e vestir o bebê. "Essa nomeação favorece que a criança se aproprie do próprio corpo, e o mesmo vale para os órgãos sexuais. É importante nomeá-los e dizer que são um lugar de intimidade", diz Julia. Mais tarde, vem o estágio em que a criança explora todo o corpo e faz brincadeiras com esse fim. "Esse é o momento de informar que não fazemos isso em público e que ninguém pode tocar neles", completa. O assunto pode e deve ser retomado ao longo do crescimento da criança, quando ela expande seu universo e começa a frequentar a casa dos amigos, por exemplo. Foi o que fez a dona de casa Flávia (nome trocado a pedido), 43, mãe de duas adolescentes, de 14 e 12 anos. "Quando a mais velha tinha uns seis anos, eu disse que se ela achasse que havia algo de errado nas atitudes de um adulto era para acreditar no que estava sentindo, sair do lugar e me contar", diz. Já a administradora Cristiane, 42, mãe de meninas de três e quatro anos de idade, sentiu que era hora de falar sobre privacidade com as filhas a partir de um comportamento do sobrinho de oito anos. "Ele queria ver as meninas tomando banho e deitar em cima delas como via na novela, e isso começou a me incomodar. Eu não queria tratar a sexualidade como algo anormal, mas a criança brinca com tudo e pode achar que não tem problema brincarem com a 'pepeca' dela", diz. Em casos como esse, Julia recomenda que os pais sejam cuidadosos ao nomear o ocorrido, para que a criança não associe prazer e culpa. Por fim, é bom lembrar que, embora os pais tenham papel primordial nos cuidados com os filhos, a sociedade e o poder público vêm falhando na oferta de uma rede de proteção à criança. - Como ajudar a proteger a criança de um assédio CURIOSIDADE Aproveite a curiosidade da criança sobre a origem dos bebês, por exemplo, para abordar o tema AMBIENTE PRIVADO Quando chegar o estágio em que a criança começa a explorar o corpo e a brincar, informe que não nos tocamos em público BRIGA SEM CULPA Se algum limite com um coleguinha for ultrapassado, cuidado para não brigar de forma a associar o ato com culpa NA HORA CERTA Cuidado para não antecipar notícias sobre erotismo ou violência, o que pode ser excessivo para a criança TODO OUVIDOS Escute o que seu filho entendeu de acontecimentos como os estupros coletivos recentes e esclareça as dúvidas que tiver DANDO NOMES Ao limpar e vestir o bebê, os pais naturalmente nomeiam as partes do corpo, o que ajuda a criança a se apropriar delas CRIAR VÍNCULOS Desde cedo é importante criar um vínculo de confiança com a criança e abrir espaço para conversas sobre temas que a angustiam SINAL DE ALERTA Todos damos sinais de mal-estar, mas eles são particulares. Um mesmo ocorrido pode deixar uma criança agitada e outra retraída MUDANÇA O importante é se perguntar: o que causaria uma mudança significativa no jeito da criança? INTIMIDADE É importante também dizer que os órgãos genitais são um lugar de intimidade, que só ela pode tocar Fontes: Ilana Katz, Juliana Wierman e Julia Milman, psicanalistas
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Operação Lava Jato pode prejudicar a produção da Petrobras, diz ministro
O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) disse nesta quinta-feira (15) que a "curva de produção" da Petrobras acabará sendo "atingida" se as questões envolvendo casos de corrupção na empresa não forem resolvidas rapidamente. A empresa está sendo alvo da investigação Lava Jato, da Polícia Federal. "Estamos chamando todos os órgãos para o compromisso de que devemos ultrapassar esse gargalo e punir quem tiver que punir, respeitados os prazos legais para tocar a vida", disse. "A Petrobras não é só Pré-sal ou os contratos que essas empresas [investigadas] desenvolvem. A Petrobras é muito maior que isso, graças a Deus. Tanto é que ela está conseguindo se desenvolver e estamos batendo recorde de produção em que pese tudo isso", completou. ELETRONORTE Braga não comentou a investigação em curso da PF sobre o suposto pagamento de R$ 4 milhões ao ex-diretor da Eletronorte, vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Winter Andrade Coelho foi preso em Brasília nesta quarta-feira (15) na Operação Choque. O dinheiro, segundo a PF, teria sido na conta bancária de uma empresa registrada em nome de um parente de Coelho e partiram de empresas que mantinham contratos com a companhia elétrica. MINERAÇÃO O ministro de Minas e Energia disse também que a tramitação do Código da Mineração, que está travada no Congresso, deve avançar nos próximos meses. Segundo ele, há indicações de que o texto pode ser votado na Câmara no fim de maio ou início de junho. Depois disso o projeto segue para o Senado. Braga não fez previsão para apreciação final do documento. Disse apenas que no Senado a tramitação deve ser diferenciada, passando por uma análise em sessão conjunta de comissões.
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Operação Lava Jato pode prejudicar a produção da Petrobras, diz ministroO ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) disse nesta quinta-feira (15) que a "curva de produção" da Petrobras acabará sendo "atingida" se as questões envolvendo casos de corrupção na empresa não forem resolvidas rapidamente. A empresa está sendo alvo da investigação Lava Jato, da Polícia Federal. "Estamos chamando todos os órgãos para o compromisso de que devemos ultrapassar esse gargalo e punir quem tiver que punir, respeitados os prazos legais para tocar a vida", disse. "A Petrobras não é só Pré-sal ou os contratos que essas empresas [investigadas] desenvolvem. A Petrobras é muito maior que isso, graças a Deus. Tanto é que ela está conseguindo se desenvolver e estamos batendo recorde de produção em que pese tudo isso", completou. ELETRONORTE Braga não comentou a investigação em curso da PF sobre o suposto pagamento de R$ 4 milhões ao ex-diretor da Eletronorte, vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Winter Andrade Coelho foi preso em Brasília nesta quarta-feira (15) na Operação Choque. O dinheiro, segundo a PF, teria sido na conta bancária de uma empresa registrada em nome de um parente de Coelho e partiram de empresas que mantinham contratos com a companhia elétrica. MINERAÇÃO O ministro de Minas e Energia disse também que a tramitação do Código da Mineração, que está travada no Congresso, deve avançar nos próximos meses. Segundo ele, há indicações de que o texto pode ser votado na Câmara no fim de maio ou início de junho. Depois disso o projeto segue para o Senado. Braga não fez previsão para apreciação final do documento. Disse apenas que no Senado a tramitação deve ser diferenciada, passando por uma análise em sessão conjunta de comissões.
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'Minha Mãe é uma Peça 2' reúne 313 mil espectadores em dia de estreia
A comédia "Minha Mãe é uma Peça 2" lotou os cinemas nesta quinta-feira (22), reunindo um público de 313 mil espectadores em sua estreia, segundo informações do Filme B Box Office. O filme, que está em cartaz em 1.055 salas ao redor do país, liderou as bilheterias em seu primeiro dia, ficando à frente, por exemplo, de "Rogue One - Uma História de Star Wars", diz a publicação especializada. Derivado do espetáculo homônimo no qual vive a própria mãe e que atraiu 1,2 milhão de pessoas ao teatro, o primeiro longa "Minha Mãe É uma Peça" foi a maior bilheteria do cinema nacional em 2013, com 4,6 milhões de espectadores. Na nova trama, Dona Hermínia (Paulo Gustavo) continua preocupada com os problemas da família: Marcelina decide ser atriz e Juliano se descobre bissexual. Para completar, a irmã Lucia Helena, que mora há anos em Nova York, resolve fazer uma "longa visitinha".
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'Minha Mãe é uma Peça 2' reúne 313 mil espectadores em dia de estreiaA comédia "Minha Mãe é uma Peça 2" lotou os cinemas nesta quinta-feira (22), reunindo um público de 313 mil espectadores em sua estreia, segundo informações do Filme B Box Office. O filme, que está em cartaz em 1.055 salas ao redor do país, liderou as bilheterias em seu primeiro dia, ficando à frente, por exemplo, de "Rogue One - Uma História de Star Wars", diz a publicação especializada. Derivado do espetáculo homônimo no qual vive a própria mãe e que atraiu 1,2 milhão de pessoas ao teatro, o primeiro longa "Minha Mãe É uma Peça" foi a maior bilheteria do cinema nacional em 2013, com 4,6 milhões de espectadores. Na nova trama, Dona Hermínia (Paulo Gustavo) continua preocupada com os problemas da família: Marcelina decide ser atriz e Juliano se descobre bissexual. Para completar, a irmã Lucia Helena, que mora há anos em Nova York, resolve fazer uma "longa visitinha".
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Gritos e sussurros
BRASÍLIA - O Congresso vive dias de gritos e sussurros enquanto Michel Temer tenta ignorar os fatos e se acorrentar à cadeira. Em público, a oposição se esgoela para acelerar a queda do presidente. Em privado, governistas murmuram opções para sucedê-lo numa eleição indireta. Nesta terça, a gritaria quase descambou para luta corporal no Senado. Ataídes Oliveira, do PSDB, e Randolfe Rodrigues, da Rede, trocaram insultos numa sessão em que o Planalto tentava avançar com a reforma trabalhista a toque de caixa. "Bandido!", gritou um. "Vagabundo!", devolveu o outro. O tucano tentou bater no colega, mas foi contido por Lindbergh Farias, do PT. "Te pego lá fora, seu moleque!", ameaçou Ataídes, enquanto era arrastado para longe. "Fiquei de segurança do Randolfe porque ele é franzino", divertiu-se o petista, depois do tumulto. No fundo da sala, sindicalistas berravam "Fora, Temer", "Jucá na cadeia" e "Cadê o Aécio?". O tucano está proibido de pisar ali. Mais cedo, a Procuradoria voltou a pedir que o Supremo o despache para a cadeia. Na Câmara, a oposição abriu faixas contra Temer e ensaiou uma greve parlamentar pelo impeachment. O presidente Rodrigo Maia, ainda fiel ao aliado, sabotou a votação da emenda que prevê eleições diretas. Fora dos microfones, os governistas só falam nas indiretas. O PSDB cita Tasso Jereissati, mas aposta em FHC ou Nelson Jobim, conselheiro de empreiteiras flagradas na Lava Jato. O DEM sonha com Maia, que enfrenta resistências no Senado. O PMDB não tem candidato: seus caciques estão ocupados em escapar da polícia. Tadeu Filippelli, outro assessor enrolado de Temer, acaba de perder a batalha. Foi recolhido ao xadrez, sob suspeita de embolsar propina dos estádios da Copa. Veterano em escândalos, o senador Renan Calheiros insiste que o presidente precisa "compreender seu papel histórico". Seria um apelo à renúncia? "É o que estou fazendo há dias... até quando ninguém pergunta!", ele responde.
colunas
Gritos e sussurrosBRASÍLIA - O Congresso vive dias de gritos e sussurros enquanto Michel Temer tenta ignorar os fatos e se acorrentar à cadeira. Em público, a oposição se esgoela para acelerar a queda do presidente. Em privado, governistas murmuram opções para sucedê-lo numa eleição indireta. Nesta terça, a gritaria quase descambou para luta corporal no Senado. Ataídes Oliveira, do PSDB, e Randolfe Rodrigues, da Rede, trocaram insultos numa sessão em que o Planalto tentava avançar com a reforma trabalhista a toque de caixa. "Bandido!", gritou um. "Vagabundo!", devolveu o outro. O tucano tentou bater no colega, mas foi contido por Lindbergh Farias, do PT. "Te pego lá fora, seu moleque!", ameaçou Ataídes, enquanto era arrastado para longe. "Fiquei de segurança do Randolfe porque ele é franzino", divertiu-se o petista, depois do tumulto. No fundo da sala, sindicalistas berravam "Fora, Temer", "Jucá na cadeia" e "Cadê o Aécio?". O tucano está proibido de pisar ali. Mais cedo, a Procuradoria voltou a pedir que o Supremo o despache para a cadeia. Na Câmara, a oposição abriu faixas contra Temer e ensaiou uma greve parlamentar pelo impeachment. O presidente Rodrigo Maia, ainda fiel ao aliado, sabotou a votação da emenda que prevê eleições diretas. Fora dos microfones, os governistas só falam nas indiretas. O PSDB cita Tasso Jereissati, mas aposta em FHC ou Nelson Jobim, conselheiro de empreiteiras flagradas na Lava Jato. O DEM sonha com Maia, que enfrenta resistências no Senado. O PMDB não tem candidato: seus caciques estão ocupados em escapar da polícia. Tadeu Filippelli, outro assessor enrolado de Temer, acaba de perder a batalha. Foi recolhido ao xadrez, sob suspeita de embolsar propina dos estádios da Copa. Veterano em escândalos, o senador Renan Calheiros insiste que o presidente precisa "compreender seu papel histórico". Seria um apelo à renúncia? "É o que estou fazendo há dias... até quando ninguém pergunta!", ele responde.
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É hora de trocar o técnico
Parabéns à repórter Gabriela Moreira, da ESPN Brasil, pela matéria investigativa sobre a influência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Ninguém é ingênuo, purista, para acreditar, ou pelo menos não desconfiar, ainda mais neste momento pelo qual passa a CBF e o país, que foi coincidência a seleção brasileira ter se hospedado no hotel do qual o ex-jogador Lúcio é um dos sócios e, ao mesmo tempo, a CBF convidá-lo para ser o auxiliar pontual nas duas últimas partidas. Não estamos na Noruega. O coordenador Gilmar Rinaldi, em vez de contar a vantagem de que manteria o convite mesmo se soubesse da ligação entre Lúcio e o hotel, deveria evitar insinuações e desconfianças. Além disso, a confederação da Noruega, por excesso de cuidado e por conhecer as fraquezas humanas, não convidaria para diretor de sua seleção alguém que era empresário de atletas, mesmo que interrompesse sua atividade. Os resultados e as atuações da seleção nos seis primeiros jogos pelas eliminatórias foram os esperados. Poderia ser pior, já que o Brasil não mereceu o empate com a Argentina e empatou com o Paraguai no último minuto. Além das habituais deficiências individuais e coletivas que conhecemos, ficou ainda mais evidente, contra Uruguai e Paraguai, a irregularidade da seleção e do futebol brasileiro, por dependerem demais de certos espasmos e de lances individuais e isolados. A seleção e as equipes brasileiras, com algumas exceções, há décadas, não sabem atuar coletivamente. Além do hábito de jogar por estocadas e lances esporádicos, não há um excepcional meio-campista para fazer a transição, a troca de passes, entre a defesa e o ataque. Essa falta é decorrente da estratégia ou a ausência de craques no meio-campo faz com que o time jogue dessa forma? As duas coisas. Dunga não é o responsável por isso, mas ele não faz nada para a seleção evoluir, embora, no segundo tempo contra o Paraguai, ele tenha agido bem, ao trocar os volantes por um meia e um atacante, quando percebeu que o adversário foi todo para a defesa. Era também óbvio. O time reagiu, com garra. Dizer que falta comprometimento aos jogadores é fazer média com o torcedor, que adora essa crítica, sempre que a seleção joga mal. É necessário criar mudanças táticas e individuais. O perigo, quando se muda, é ficar ainda pior. Por causa da reação contra o Paraguai, na última terça-feira (29), uma situação circunstancial, alguns comentaristas já pedem o meio-campo com Renato Augusto, Philippe Coutinho e Lucas Lima. Querem afundar mais ainda a seleção. É essencial ter um volante, pelo centro, que marque e que tenha um excelente passe. Não temos esse jogador, mas existem outras opções, como Casemiro. Apesar da incerteza de que a seleção melhoraria com um novo técnico, está na hora de Dunga e de Gilmar Rinaldi saírem, desde que o técnico seja Tite, mesmo com seu "titês". Não pode ser qualquer um. Tite se preparou para isso. Tite deveria assumir imediatamente, com urgência. É muito difícil, mas é preciso vencer e, ao mesmo tempo, iniciar um novo futuro para o time brasileiro. Futuro não é destino. Futuro é o que será construído.
colunas
É hora de trocar o técnicoParabéns à repórter Gabriela Moreira, da ESPN Brasil, pela matéria investigativa sobre a influência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Ninguém é ingênuo, purista, para acreditar, ou pelo menos não desconfiar, ainda mais neste momento pelo qual passa a CBF e o país, que foi coincidência a seleção brasileira ter se hospedado no hotel do qual o ex-jogador Lúcio é um dos sócios e, ao mesmo tempo, a CBF convidá-lo para ser o auxiliar pontual nas duas últimas partidas. Não estamos na Noruega. O coordenador Gilmar Rinaldi, em vez de contar a vantagem de que manteria o convite mesmo se soubesse da ligação entre Lúcio e o hotel, deveria evitar insinuações e desconfianças. Além disso, a confederação da Noruega, por excesso de cuidado e por conhecer as fraquezas humanas, não convidaria para diretor de sua seleção alguém que era empresário de atletas, mesmo que interrompesse sua atividade. Os resultados e as atuações da seleção nos seis primeiros jogos pelas eliminatórias foram os esperados. Poderia ser pior, já que o Brasil não mereceu o empate com a Argentina e empatou com o Paraguai no último minuto. Além das habituais deficiências individuais e coletivas que conhecemos, ficou ainda mais evidente, contra Uruguai e Paraguai, a irregularidade da seleção e do futebol brasileiro, por dependerem demais de certos espasmos e de lances individuais e isolados. A seleção e as equipes brasileiras, com algumas exceções, há décadas, não sabem atuar coletivamente. Além do hábito de jogar por estocadas e lances esporádicos, não há um excepcional meio-campista para fazer a transição, a troca de passes, entre a defesa e o ataque. Essa falta é decorrente da estratégia ou a ausência de craques no meio-campo faz com que o time jogue dessa forma? As duas coisas. Dunga não é o responsável por isso, mas ele não faz nada para a seleção evoluir, embora, no segundo tempo contra o Paraguai, ele tenha agido bem, ao trocar os volantes por um meia e um atacante, quando percebeu que o adversário foi todo para a defesa. Era também óbvio. O time reagiu, com garra. Dizer que falta comprometimento aos jogadores é fazer média com o torcedor, que adora essa crítica, sempre que a seleção joga mal. É necessário criar mudanças táticas e individuais. O perigo, quando se muda, é ficar ainda pior. Por causa da reação contra o Paraguai, na última terça-feira (29), uma situação circunstancial, alguns comentaristas já pedem o meio-campo com Renato Augusto, Philippe Coutinho e Lucas Lima. Querem afundar mais ainda a seleção. É essencial ter um volante, pelo centro, que marque e que tenha um excelente passe. Não temos esse jogador, mas existem outras opções, como Casemiro. Apesar da incerteza de que a seleção melhoraria com um novo técnico, está na hora de Dunga e de Gilmar Rinaldi saírem, desde que o técnico seja Tite, mesmo com seu "titês". Não pode ser qualquer um. Tite se preparou para isso. Tite deveria assumir imediatamente, com urgência. É muito difícil, mas é preciso vencer e, ao mesmo tempo, iniciar um novo futuro para o time brasileiro. Futuro não é destino. Futuro é o que será construído.
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Militarismo e inexperiência geram críticas no tema da política externa
"Se ouvirmos Hillary Clinton vamos acabar numa Terceira Guerra Mundial", disse na semana passada o candidato presidencial republicano, Donald Trump. Dias depois, um vídeo da campanha de Hillary reproduzia uma famosa propaganda de 1964 do então candidato democrata Lyndon Johnson, que termina com uma explosão nuclear. "Vote em Hillary no dia 8 de novembro", conclui a narradora. "Os riscos são grandes para que você fique em casa." Numa das campanhas presidenciais americanas mais sujas da história moderna, o debate sobre política externa foi contaminado pelo discurso do medo. De um lado, alertas sobre o histórico militarista de Hillary; de outro, sobre o destempero e a inexperiência de Trump. Ao contrário do que ocorre nas campanhas presidenciais do Brasil, a política externa costuma estar no centro do debate eleitoral nos EUA. Segundo uma pesquisa do Instituto Pew, 75% dos americanos consideram o tema "muito importante", só ficando atrás da economia e da ameaça terrorista. Propostas para a política externa Ex-secretária de Estado de Barack Obama (2009-2013), cargo equivalente a ministra do Exterior, Hillary leva clara vantagem em termos de experiência, mas isso também oferece munição às acusações do rival de que ela contribuiu para piorar a segurança dos EUA e do mundo. O indício lembrado com mais frequência por Trump sobre a suposta propensão de Hillary a ações militares é seu apoio à invasão do Iraque quando era senadora, o que hoje ela admite ter sido um erro. Ao rever as posições de Hillary quando chefiava a diplomacia americana, especialistas veem sinais de que ela será mais linha-dura do que o presidente Obama, caso seja eleita para sucedê-lo. Para Micah Zenko, especialista do influente centro de estudos Council on Foreign Relations, "por qualquer medida razoável", Hillary pode ser considerada um falcão (termo usado para designar que tem posições mais agressivas). "Ela consistentemente endossou novas guerras e a ampliação de outras", escreveu Zenko em artigo para a revista "Foreign Policy". Como exemplos, ele cita o apoio à intervenção militar na Líbia, em 2011, e a proposta de armar rebeldes contra a ditadura síria de Bashar al-Assad em 2012. No primeiro caso, obteve o que queria, mas no segundo esbarrou na resistência de Obama. Em ambos, os países mergulharam em guerras civis que facilitaram a emergência da facção terrorista Estado Islâmico (EI). Adrienne Pine, antropóloga da American University e simpatizante do movimento "Nunca Hillary", prevê que ela também teria uma política intervencionista na América Latina, citando como lição seu apoio ao golpe de 2009 que derrubou o presidente eleito de Honduras, Manuel Zelaya. Para a maioria dos especialistas, porém, Trump oferece riscos muito maiores com seu discurso errático, que em vários casos rompe com diretrizes de política externa americana mantidas há décadas. Um exemplo é o apoio à obtenção de armas nucleares por países aliados como Japão, Coréia do Sul e Arábia Saudita para que possam se defender por conta própria. A ideia contraria frontalmente os esforços contra a proliferação nuclear liderada pelos EUA. "Trump é inexperiente, ignorante e abertamente crítico a políticas duradouras", disse à Folha Charles Stevenson, especialista em política externa americana da Universidade Johns Hopkins. Em agosto, 50 especialistas em política externa e segurança que serviram em governos republicanos divulgaram uma carta contra Trump, afirmando que sua vitória "colocaria em risco a segurança e o bem-estar" do país.
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Militarismo e inexperiência geram críticas no tema da política externa"Se ouvirmos Hillary Clinton vamos acabar numa Terceira Guerra Mundial", disse na semana passada o candidato presidencial republicano, Donald Trump. Dias depois, um vídeo da campanha de Hillary reproduzia uma famosa propaganda de 1964 do então candidato democrata Lyndon Johnson, que termina com uma explosão nuclear. "Vote em Hillary no dia 8 de novembro", conclui a narradora. "Os riscos são grandes para que você fique em casa." Numa das campanhas presidenciais americanas mais sujas da história moderna, o debate sobre política externa foi contaminado pelo discurso do medo. De um lado, alertas sobre o histórico militarista de Hillary; de outro, sobre o destempero e a inexperiência de Trump. Ao contrário do que ocorre nas campanhas presidenciais do Brasil, a política externa costuma estar no centro do debate eleitoral nos EUA. Segundo uma pesquisa do Instituto Pew, 75% dos americanos consideram o tema "muito importante", só ficando atrás da economia e da ameaça terrorista. Propostas para a política externa Ex-secretária de Estado de Barack Obama (2009-2013), cargo equivalente a ministra do Exterior, Hillary leva clara vantagem em termos de experiência, mas isso também oferece munição às acusações do rival de que ela contribuiu para piorar a segurança dos EUA e do mundo. O indício lembrado com mais frequência por Trump sobre a suposta propensão de Hillary a ações militares é seu apoio à invasão do Iraque quando era senadora, o que hoje ela admite ter sido um erro. Ao rever as posições de Hillary quando chefiava a diplomacia americana, especialistas veem sinais de que ela será mais linha-dura do que o presidente Obama, caso seja eleita para sucedê-lo. Para Micah Zenko, especialista do influente centro de estudos Council on Foreign Relations, "por qualquer medida razoável", Hillary pode ser considerada um falcão (termo usado para designar que tem posições mais agressivas). "Ela consistentemente endossou novas guerras e a ampliação de outras", escreveu Zenko em artigo para a revista "Foreign Policy". Como exemplos, ele cita o apoio à intervenção militar na Líbia, em 2011, e a proposta de armar rebeldes contra a ditadura síria de Bashar al-Assad em 2012. No primeiro caso, obteve o que queria, mas no segundo esbarrou na resistência de Obama. Em ambos, os países mergulharam em guerras civis que facilitaram a emergência da facção terrorista Estado Islâmico (EI). Adrienne Pine, antropóloga da American University e simpatizante do movimento "Nunca Hillary", prevê que ela também teria uma política intervencionista na América Latina, citando como lição seu apoio ao golpe de 2009 que derrubou o presidente eleito de Honduras, Manuel Zelaya. Para a maioria dos especialistas, porém, Trump oferece riscos muito maiores com seu discurso errático, que em vários casos rompe com diretrizes de política externa americana mantidas há décadas. Um exemplo é o apoio à obtenção de armas nucleares por países aliados como Japão, Coréia do Sul e Arábia Saudita para que possam se defender por conta própria. A ideia contraria frontalmente os esforços contra a proliferação nuclear liderada pelos EUA. "Trump é inexperiente, ignorante e abertamente crítico a políticas duradouras", disse à Folha Charles Stevenson, especialista em política externa americana da Universidade Johns Hopkins. Em agosto, 50 especialistas em política externa e segurança que serviram em governos republicanos divulgaram uma carta contra Trump, afirmando que sua vitória "colocaria em risco a segurança e o bem-estar" do país.
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Nova diretriz do Pentágono equipara jornalistas a espiões
Um novo manual de conduta do governo americano para militares em conflitos armados colocou defensores da liberdade de imprensa em pé de guerra com o Pentágono. O motivo da insatisfação é uma norma que permite aos comandantes tratar jornalistas como "beligerantes desprestigiados", uma categoria equivalente a combatentes inimigos ou espiões. Nesses casos, explicados de forma vaga no manual, jornalistas poderiam perder as proteções aos civis previstas na Convenção de Genebra, o tratado que estabelece princípios humanitários na condução de conflitos. A sessão dedicada à imprensa ocupa uma pequena parte do documento de 1.176 páginas, mas tem causado barulho. Após ser publicado pelo Departamento de Defesa americano sem muito alarde, no início de junho, o manual ganhou destaque ao ser alvo de ataques em editorial do "New York Times" intitulado "A perigosa visão do Pentágono sobre o jornalismo de guerra". A organização Repórteres sem Fronteiras enviou uma carta aberta ao secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, pedindo que o documento seja revisto. "Os Estados têm o dever de proteger jornalistas que cobrem conflitos armados" diz a carta. "Este manual dá um passo na direção errada." Embora reconheça que em geral jornalistas devam ser considerados civis, o manual do Pentágono afirma que, dependendo da situação, eles podem ser equiparados a combatentes inimigos sem direito a proteção reservada a civis ou mesmo combatentes legais. Em alguns casos, fornecer informação "poderia significar uma participação direta nas hostilidades", diz o documento. "Reportar sobre operações militares pode ser muito similar a coletar inteligência ou mesmo espionar." A justificativa para categorizar jornalistas dessa forma "não tem base em nenhuma lei ou tratado específicos", criticou Frank Smyth, consultor para segurança de jornalistas do Comitê de Proteção a Jornalistas, organização baseada em Nova York. A maior preocupação é que uma norma tão vaga destinada a situações extremas seja um convite à prática de abusos. "O argumento do manual de que algumas atividades de reportagem podem ser interpretadas como sendo parte de hostilidades é ridículo. Uma norma definida de forma tão vaga pode servir para abusos de oficiais militares para censurar ou até mesmo atingir jornalistas", afirma o "New York Times". O documento do Pentágono também prevê situações em que jornalistas podem ser censurados para serem impedidos de revelar informações ao inimigo. O manual recomenda que os profissionais de imprensa façam seu trabalho com a permissão das "autoridades relevantes". Diante das críticas, o Pentágono defendeu-se com um comunicado pouco esclarecedor, afirmando que as regras "não representam uma política, e o manual não é uma ordem oficial". Em entrevista à Rádio Pública Nacional, o advogado do Departamento de Defesa Charles Allen disse que as críticas seriam levadas em consideração para possíveis "atualizações" no manual. Para críticos do presidente Barack Obama, o manual é mais um indício da política pouco amistosa de seu governo em relação à imprensa. Desde que ele chegou à Casa Branca, em 2009, os EUA despencaram da 20ª para a 49ª posição no ranking mundial de liberdade de imprensa da RSF, em 2014. Entre as ações recentes do governo condenadas pela organização estão o "assédio judicial" a um repórter que recebeu informação secreta de um agente da CIA e a "prisão arbitrária" de 15 repórteres que cobriam os protestos contra a morte do adolescente negro Michael Brown em Ferguson, Missouri.
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Nova diretriz do Pentágono equipara jornalistas a espiõesUm novo manual de conduta do governo americano para militares em conflitos armados colocou defensores da liberdade de imprensa em pé de guerra com o Pentágono. O motivo da insatisfação é uma norma que permite aos comandantes tratar jornalistas como "beligerantes desprestigiados", uma categoria equivalente a combatentes inimigos ou espiões. Nesses casos, explicados de forma vaga no manual, jornalistas poderiam perder as proteções aos civis previstas na Convenção de Genebra, o tratado que estabelece princípios humanitários na condução de conflitos. A sessão dedicada à imprensa ocupa uma pequena parte do documento de 1.176 páginas, mas tem causado barulho. Após ser publicado pelo Departamento de Defesa americano sem muito alarde, no início de junho, o manual ganhou destaque ao ser alvo de ataques em editorial do "New York Times" intitulado "A perigosa visão do Pentágono sobre o jornalismo de guerra". A organização Repórteres sem Fronteiras enviou uma carta aberta ao secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, pedindo que o documento seja revisto. "Os Estados têm o dever de proteger jornalistas que cobrem conflitos armados" diz a carta. "Este manual dá um passo na direção errada." Embora reconheça que em geral jornalistas devam ser considerados civis, o manual do Pentágono afirma que, dependendo da situação, eles podem ser equiparados a combatentes inimigos sem direito a proteção reservada a civis ou mesmo combatentes legais. Em alguns casos, fornecer informação "poderia significar uma participação direta nas hostilidades", diz o documento. "Reportar sobre operações militares pode ser muito similar a coletar inteligência ou mesmo espionar." A justificativa para categorizar jornalistas dessa forma "não tem base em nenhuma lei ou tratado específicos", criticou Frank Smyth, consultor para segurança de jornalistas do Comitê de Proteção a Jornalistas, organização baseada em Nova York. A maior preocupação é que uma norma tão vaga destinada a situações extremas seja um convite à prática de abusos. "O argumento do manual de que algumas atividades de reportagem podem ser interpretadas como sendo parte de hostilidades é ridículo. Uma norma definida de forma tão vaga pode servir para abusos de oficiais militares para censurar ou até mesmo atingir jornalistas", afirma o "New York Times". O documento do Pentágono também prevê situações em que jornalistas podem ser censurados para serem impedidos de revelar informações ao inimigo. O manual recomenda que os profissionais de imprensa façam seu trabalho com a permissão das "autoridades relevantes". Diante das críticas, o Pentágono defendeu-se com um comunicado pouco esclarecedor, afirmando que as regras "não representam uma política, e o manual não é uma ordem oficial". Em entrevista à Rádio Pública Nacional, o advogado do Departamento de Defesa Charles Allen disse que as críticas seriam levadas em consideração para possíveis "atualizações" no manual. Para críticos do presidente Barack Obama, o manual é mais um indício da política pouco amistosa de seu governo em relação à imprensa. Desde que ele chegou à Casa Branca, em 2009, os EUA despencaram da 20ª para a 49ª posição no ranking mundial de liberdade de imprensa da RSF, em 2014. Entre as ações recentes do governo condenadas pela organização estão o "assédio judicial" a um repórter que recebeu informação secreta de um agente da CIA e a "prisão arbitrária" de 15 repórteres que cobriam os protestos contra a morte do adolescente negro Michael Brown em Ferguson, Missouri.
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Empresas de ex-secretário receberam R$ 2 milhões de campanhas do PT
Empresas do ex-secretário do PT Silvio Pereira receberam pagamentos em campanhas eleitorais do partido, incluindo a que elegeu Dilma Rousseff presidente. Nas campanhas de 2008, 2010 e 2012, a DNP Eventos e a Central de Eventos e Produções, que pertencem a Pereira, receberam um total de R$ 2 milhões. Os serviços são descritos como "publicidade por materiais impressos" ou "publicidade por carros de som". Quase todos os pagamentos são de candidatos petistas, incluindo Dilma, Aloizio Mercadante, Marta Suplicy e Fernando Haddad. As informações sobre pagamentos em campanha foram incluídas no inquérito da fase Carbono-14, da Lava Jato. Também foram anexadas imagens dos endereços das sedes das duas empresas: uma funciona oficialmente no imóvel onde está o restaurante Tia Lela em Osasco (SP), de Pereira, e outra, não localizada, está em uma casa simples em Cotia, também na região metropolitana de São Paulo. Em despacho publicado nesta sexta, o juiz Sergio Moro afirmou que as empresas receberam de empreiteiras e operadores investigados na Lava Jato. Diz que as duas "não aparentam ter estrutura compatível" com o recebimento dos recursos. Operação Carbono 14
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Empresas de ex-secretário receberam R$ 2 milhões de campanhas do PTEmpresas do ex-secretário do PT Silvio Pereira receberam pagamentos em campanhas eleitorais do partido, incluindo a que elegeu Dilma Rousseff presidente. Nas campanhas de 2008, 2010 e 2012, a DNP Eventos e a Central de Eventos e Produções, que pertencem a Pereira, receberam um total de R$ 2 milhões. Os serviços são descritos como "publicidade por materiais impressos" ou "publicidade por carros de som". Quase todos os pagamentos são de candidatos petistas, incluindo Dilma, Aloizio Mercadante, Marta Suplicy e Fernando Haddad. As informações sobre pagamentos em campanha foram incluídas no inquérito da fase Carbono-14, da Lava Jato. Também foram anexadas imagens dos endereços das sedes das duas empresas: uma funciona oficialmente no imóvel onde está o restaurante Tia Lela em Osasco (SP), de Pereira, e outra, não localizada, está em uma casa simples em Cotia, também na região metropolitana de São Paulo. Em despacho publicado nesta sexta, o juiz Sergio Moro afirmou que as empresas receberam de empreiteiras e operadores investigados na Lava Jato. Diz que as duas "não aparentam ter estrutura compatível" com o recebimento dos recursos. Operação Carbono 14
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TV Folha fará cobertura ao vivo do segundo turno das eleições
DE SÃO PAULO A TV Folha e o site da Folha farão uma cobertura intensiva do segundo turno das eleições municipais de 2016 e de seus resultados no domingo (30). A partir das 16h30, na TV Folha, colunistas do jornal, convidados e jornalistas acompanharão o início das apurações e debaterão as consequências das votações ao longo da programação. As mesas de debate contarão com os resultados do pleito em tempo real e a participação de jornalistas da Folha em cidades representativas das principais regiões do país, como Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Belém. Entre os convidados, participam Luciana Boiteux, candidata a vice-prefeita do Rio de Janeiro ao lado de Marcelo Freixo (PSOL), o professor de antropologia da Unicamp Ronaldo Almeida, estudioso do eleitor evangélico, o deputado federal Bruno Covas (PSDB), vice-prefeito eleito de São Paulo com João Doria, e o prefeito reeleito de Salvador, ACM Neto (DEM). Participam também dos debates os colunistas da Folha Bernardo Mello Franco e Mônica Bergamo, o editor do caderno "Poder", Fábio Zanini, o diretor da Sucursal de Brasília, Leandro Colon, e a repórter Daniela Lima. O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, também debaterá as últimas pesquisas de intenção de voto dos eleitores diante do resultado das urnas apuradas. Todas as mesas de debates serão ancoradas pela repórter especial Fernanda Mena. No site da Folha, os leitores também poderão acompanhar, desde a manhã de domingo (30), as notícias da votação nas principais cidades do país. Após o fechamento das urnas, será possível acompanhar a apuração para 57 prefeituras em todo o Brasil, além de de análises e mapas interativos.
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TV Folha fará cobertura ao vivo do segundo turno das eleiçõesDE SÃO PAULO A TV Folha e o site da Folha farão uma cobertura intensiva do segundo turno das eleições municipais de 2016 e de seus resultados no domingo (30). A partir das 16h30, na TV Folha, colunistas do jornal, convidados e jornalistas acompanharão o início das apurações e debaterão as consequências das votações ao longo da programação. As mesas de debate contarão com os resultados do pleito em tempo real e a participação de jornalistas da Folha em cidades representativas das principais regiões do país, como Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Belém. Entre os convidados, participam Luciana Boiteux, candidata a vice-prefeita do Rio de Janeiro ao lado de Marcelo Freixo (PSOL), o professor de antropologia da Unicamp Ronaldo Almeida, estudioso do eleitor evangélico, o deputado federal Bruno Covas (PSDB), vice-prefeito eleito de São Paulo com João Doria, e o prefeito reeleito de Salvador, ACM Neto (DEM). Participam também dos debates os colunistas da Folha Bernardo Mello Franco e Mônica Bergamo, o editor do caderno "Poder", Fábio Zanini, o diretor da Sucursal de Brasília, Leandro Colon, e a repórter Daniela Lima. O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, também debaterá as últimas pesquisas de intenção de voto dos eleitores diante do resultado das urnas apuradas. Todas as mesas de debates serão ancoradas pela repórter especial Fernanda Mena. No site da Folha, os leitores também poderão acompanhar, desde a manhã de domingo (30), as notícias da votação nas principais cidades do país. Após o fechamento das urnas, será possível acompanhar a apuração para 57 prefeituras em todo o Brasil, além de de análises e mapas interativos.
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Sob risco de voltar a ser preso, Dirceu é julgado em 2ª instância da Lava Jato
Em liberdade desde maio, o ex-ministro José Dirceu volta a ser julgado nesta quarta (13) pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, em Porto Alegre, sob o risco de a decisão fazê-lo voltar à prisão ou, ainda, aumentar a pena de 20 anos e dez meses a que ele foi sentenciado. O ex-ministro foi condenado pelo juiz Sergio Moro em 2016, pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa. Este ano, ele deixou a prisão por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal), mas ainda é monitorado por tornozeleira eletrônica. Se Dirceu não for absolvido pelos três juízes federais que analisarão os recursos dele e do Ministério Público, dois fatores podem levar a sua pena a ser elevada. O primeiro é que Moro não reconheceu Dirceu como líder de organização criminosa. Além disso, afirmou em sentença que os crimes de corrupção de que ele foi acusado são de continuidade delitiva –ou seja, passaram a ser considerados como um, em vez de serem somados. O TRF nem sempre tem interpretado assim nas ações da Lava Jato. Em outra ação, que aumentou a pena do ex-vice-diretor da Engevix Gerson de Mello Almada de 19 para 34 anos, a turma de magistrados modificou sentença de Moro que dosava a pena como continuidade delitiva e aplicou punições individualizadas. Almada também é réu nessa ação, junto a Dirceu, e será julgado pelo tribunal novamente, sob acusação de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O advogado do ex-ministro, Roberto Podval, já refutou a interpretação pelo aumento de pena. Ao argumentar nos autos contra pedido do Ministério Público para que a Justiça considerasse Dirceu como líder do esquema de desvios na Petrobras, disse que "os valores supostamente recebidos por ele (valor de R$ 11.884.205,50) não chegam perto nem de 2% do montante desviado pelo corréu e colaborador Pedro Barusco". Podval ressalta que não há provas de que o ex-ministro recebeu dinheiro ilegal. Caso Dirceu seja condenado, ainda há possibilidade de a defesa entrar com recursos no próprio tribunal. Depois, a sentença poderá ser executada por Sergio Moro e, então, ele poderia voltar a ser preso. José Dirceu também foi condenado em outra ação na Lava Jato, em março deste ano, a 11 anos e três meses de prisão. O processo não tem data para ser julgado no TRF. VACCARI Até hoje, segundo levantamento feito pela Folha, pouco mais da metade das decisões da turma na Lava Jato em Porto Alegre aumentaram penas ou condenaram absolvidos julgados por Moro em Curitiba. Houve uma taxa de absolvição de 12%. Entre eles, está o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que também será julgado junto com Dirceu nesta ação. Vaccari foi condenado a 9 anos de prisão por corrupção passiva. Além de Dirceu, Vaccari e Almada, também serão julgados no mesmo processo, entre outros, o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, o lobista Fernando Moura e o irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva.
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Sob risco de voltar a ser preso, Dirceu é julgado em 2ª instância da Lava JatoEm liberdade desde maio, o ex-ministro José Dirceu volta a ser julgado nesta quarta (13) pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, em Porto Alegre, sob o risco de a decisão fazê-lo voltar à prisão ou, ainda, aumentar a pena de 20 anos e dez meses a que ele foi sentenciado. O ex-ministro foi condenado pelo juiz Sergio Moro em 2016, pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa. Este ano, ele deixou a prisão por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal), mas ainda é monitorado por tornozeleira eletrônica. Se Dirceu não for absolvido pelos três juízes federais que analisarão os recursos dele e do Ministério Público, dois fatores podem levar a sua pena a ser elevada. O primeiro é que Moro não reconheceu Dirceu como líder de organização criminosa. Além disso, afirmou em sentença que os crimes de corrupção de que ele foi acusado são de continuidade delitiva –ou seja, passaram a ser considerados como um, em vez de serem somados. O TRF nem sempre tem interpretado assim nas ações da Lava Jato. Em outra ação, que aumentou a pena do ex-vice-diretor da Engevix Gerson de Mello Almada de 19 para 34 anos, a turma de magistrados modificou sentença de Moro que dosava a pena como continuidade delitiva e aplicou punições individualizadas. Almada também é réu nessa ação, junto a Dirceu, e será julgado pelo tribunal novamente, sob acusação de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O advogado do ex-ministro, Roberto Podval, já refutou a interpretação pelo aumento de pena. Ao argumentar nos autos contra pedido do Ministério Público para que a Justiça considerasse Dirceu como líder do esquema de desvios na Petrobras, disse que "os valores supostamente recebidos por ele (valor de R$ 11.884.205,50) não chegam perto nem de 2% do montante desviado pelo corréu e colaborador Pedro Barusco". Podval ressalta que não há provas de que o ex-ministro recebeu dinheiro ilegal. Caso Dirceu seja condenado, ainda há possibilidade de a defesa entrar com recursos no próprio tribunal. Depois, a sentença poderá ser executada por Sergio Moro e, então, ele poderia voltar a ser preso. José Dirceu também foi condenado em outra ação na Lava Jato, em março deste ano, a 11 anos e três meses de prisão. O processo não tem data para ser julgado no TRF. VACCARI Até hoje, segundo levantamento feito pela Folha, pouco mais da metade das decisões da turma na Lava Jato em Porto Alegre aumentaram penas ou condenaram absolvidos julgados por Moro em Curitiba. Houve uma taxa de absolvição de 12%. Entre eles, está o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que também será julgado junto com Dirceu nesta ação. Vaccari foi condenado a 9 anos de prisão por corrupção passiva. Além de Dirceu, Vaccari e Almada, também serão julgados no mesmo processo, entre outros, o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, o lobista Fernando Moura e o irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva.
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'Reconstrução' de Chapecó tem até psicólogos que ajudaram na boate Kiss
Na ressaca do acidente que paralisou Chapecó (SC), o município agora se viu em um limbo. Enquanto espera para velar seus mortos, começa a pensar: como vai se recuperar desse trauma? Semelhante a uma cidade do interior de São Paulo, Chapecó, com 220 mil habitantes, se preparava para celebrar seu centenário no ano que vem quando uma tragédia modificou as prioridades do município: 71 pessoas, entre jogadores da Chapecoense, membros da delegação e jornalistas, foram mortos na queda do avião que os levava ao primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, em Medellín, na Colômbia. Convidada pela Chapecoense, uma equipe de saúde de cinco pessoas de Santa Maria (RS) chegou à cidade para ajudar no tratamento psicológico dos familiares a partir de uma experiência de perda semelhante. Em 2013, 242 pessoas morreram na cidade em um incêndio da boate Kiss. Desde aquele dia, essa equipe segue tratando os sobreviventes, amigos e familiares das vítimas da tragédia gaúcha. Para a enfermeira Patrícia Bueno, as tragédias têm em comum a idade da população que perdeu a vida em um desastre (jovens) e a grande quantidade de vítimas. Os dois casos, diz o psiquiatra Gilson Mafacioli, se deram com um elemento que mantinha uma identificação com o local -jovens estudantes na cidade universitária de Santa Maria e jogadores em uma cidade extremamente ligada a um time de futebol. Em 2013, porém, os familiares das vítimas fizeram a identificação dos corpos rapidamente, visualizando-os no ginásio em que ficaram dispostos. Agora, "vivem uma angústia porque é algo longe, não se viu nada concreto", diz Patrícia. "Visualizar é algo muito importante para processar a morte." O velório coletivo acontecerá no sábado (3) em Chapecó. Para Mafacioli, uma tragédia como esta "passa a fazer parte da história da cidade, não tem como varrer para debaixo do tapete" e, segundo ele, é importante criar espaços de reflexão e memória sobre o que aconteceu. "Mais do que destruir, uma tragédia como essas pode unir a população. Aqui [em Chapecó] é união total", avalia Patrícia. Outra equipe que chegou à cidade foi a da Abrapavaa (Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos). "Vejo semelhanças com o acidente da Gol [de 2006]", diz a presidente da entidade, Sandra Assali. "É desesperador esperar os corpos. Vejo os familiares com o olhar perdido, extremamente angustiados." No caso da Gol, o Boeing caiu na Amazônia, e a Aeronáutica levou alguns dias para recolher os corpos e levá-los até seus familiares. Em Chapecó, no estádio municipal, familiares das vítimas ainda passam pelo vestiário, mas em menor quantidade. Nesta quinta (10), as mulheres dos jogadores Danilo e Bruno Rangel e do preparador de goleiros Anderson Martins foram buscar seus pertences. No espaço, há velas acesas e flores dispostas nos armários dos jogadores. A VOLTA Já a cidade volta a funcionar: algumas escolas retomaram as aulas e serviços e restaurantes estão abertos, ainda que com mensagens de luto. "Empresários e comerciantes se misturam com a diretoria do clube. Passado esse momento de tristeza, vamos nos dispor a ajudar", diz Josías Mascarello, da Associação Comercial Industrial Chapecó, considerada polo da agroindústria na região. "Como é uma cidade relativamente pequena, afastada da capital e próxima à fronteira, o futebol supria a ausência de opções de lazer e definia a auto-estima e identidade da região", diz a historiadora e arqueóloga Mirian Carbonera, do Centro de Memória da UniChapecó. "As crianças sonham em crescer e serem jogadores da Chapecoense." Jogadores É o caso do goleiro Luiz Dal Piva, 20, jogador da sub-20 do time. "Tinha o sonho de ser campeão com eles", diz. Sem esperança, ele se pergunta: "Mas como vamos nos recuperar? Não sobrou ninguém." O clube catarinense tem uma certeza: se precisar entrar em campo ainda neste ano, terá que recorrer aos jovens das categorias de base. A ideia, porém, parece não ser das melhores. Pelo menos é o que pensa Cezar Antônio Dal Piva, o Mano, diretor de futebol amador da equipe e pai do goleiro da sub-20. "Acho que não seria das melhores opções. Os jogadores ainda são muito jovens e isso poderia ser uma carga muito grande para eles." Em uma reunião com a direção do clube, esse jovens demonstraram vontade de ajudar dentro de campo. "Temos que assumir a responsabilidade", afirma Anderson Campos, 19, o Canhoto. Muito abalado, o zagueiro Ramiro Simon, 18, suspira e diz só apostar na união dos jogadores que restaram. Dos 33 atletas que havia no elenco, 19 morreram no acidente, três sobreviveram e 11 não viajaram, dos quais dois estão lesionados (Hyoran e Martinuccio) e um anunciou aposentadoria (Nivaldo). tragédia em voo da Chapecoense
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'Reconstrução' de Chapecó tem até psicólogos que ajudaram na boate KissNa ressaca do acidente que paralisou Chapecó (SC), o município agora se viu em um limbo. Enquanto espera para velar seus mortos, começa a pensar: como vai se recuperar desse trauma? Semelhante a uma cidade do interior de São Paulo, Chapecó, com 220 mil habitantes, se preparava para celebrar seu centenário no ano que vem quando uma tragédia modificou as prioridades do município: 71 pessoas, entre jogadores da Chapecoense, membros da delegação e jornalistas, foram mortos na queda do avião que os levava ao primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, em Medellín, na Colômbia. Convidada pela Chapecoense, uma equipe de saúde de cinco pessoas de Santa Maria (RS) chegou à cidade para ajudar no tratamento psicológico dos familiares a partir de uma experiência de perda semelhante. Em 2013, 242 pessoas morreram na cidade em um incêndio da boate Kiss. Desde aquele dia, essa equipe segue tratando os sobreviventes, amigos e familiares das vítimas da tragédia gaúcha. Para a enfermeira Patrícia Bueno, as tragédias têm em comum a idade da população que perdeu a vida em um desastre (jovens) e a grande quantidade de vítimas. Os dois casos, diz o psiquiatra Gilson Mafacioli, se deram com um elemento que mantinha uma identificação com o local -jovens estudantes na cidade universitária de Santa Maria e jogadores em uma cidade extremamente ligada a um time de futebol. Em 2013, porém, os familiares das vítimas fizeram a identificação dos corpos rapidamente, visualizando-os no ginásio em que ficaram dispostos. Agora, "vivem uma angústia porque é algo longe, não se viu nada concreto", diz Patrícia. "Visualizar é algo muito importante para processar a morte." O velório coletivo acontecerá no sábado (3) em Chapecó. Para Mafacioli, uma tragédia como esta "passa a fazer parte da história da cidade, não tem como varrer para debaixo do tapete" e, segundo ele, é importante criar espaços de reflexão e memória sobre o que aconteceu. "Mais do que destruir, uma tragédia como essas pode unir a população. Aqui [em Chapecó] é união total", avalia Patrícia. Outra equipe que chegou à cidade foi a da Abrapavaa (Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos). "Vejo semelhanças com o acidente da Gol [de 2006]", diz a presidente da entidade, Sandra Assali. "É desesperador esperar os corpos. Vejo os familiares com o olhar perdido, extremamente angustiados." No caso da Gol, o Boeing caiu na Amazônia, e a Aeronáutica levou alguns dias para recolher os corpos e levá-los até seus familiares. Em Chapecó, no estádio municipal, familiares das vítimas ainda passam pelo vestiário, mas em menor quantidade. Nesta quinta (10), as mulheres dos jogadores Danilo e Bruno Rangel e do preparador de goleiros Anderson Martins foram buscar seus pertences. No espaço, há velas acesas e flores dispostas nos armários dos jogadores. A VOLTA Já a cidade volta a funcionar: algumas escolas retomaram as aulas e serviços e restaurantes estão abertos, ainda que com mensagens de luto. "Empresários e comerciantes se misturam com a diretoria do clube. Passado esse momento de tristeza, vamos nos dispor a ajudar", diz Josías Mascarello, da Associação Comercial Industrial Chapecó, considerada polo da agroindústria na região. "Como é uma cidade relativamente pequena, afastada da capital e próxima à fronteira, o futebol supria a ausência de opções de lazer e definia a auto-estima e identidade da região", diz a historiadora e arqueóloga Mirian Carbonera, do Centro de Memória da UniChapecó. "As crianças sonham em crescer e serem jogadores da Chapecoense." Jogadores É o caso do goleiro Luiz Dal Piva, 20, jogador da sub-20 do time. "Tinha o sonho de ser campeão com eles", diz. Sem esperança, ele se pergunta: "Mas como vamos nos recuperar? Não sobrou ninguém." O clube catarinense tem uma certeza: se precisar entrar em campo ainda neste ano, terá que recorrer aos jovens das categorias de base. A ideia, porém, parece não ser das melhores. Pelo menos é o que pensa Cezar Antônio Dal Piva, o Mano, diretor de futebol amador da equipe e pai do goleiro da sub-20. "Acho que não seria das melhores opções. Os jogadores ainda são muito jovens e isso poderia ser uma carga muito grande para eles." Em uma reunião com a direção do clube, esse jovens demonstraram vontade de ajudar dentro de campo. "Temos que assumir a responsabilidade", afirma Anderson Campos, 19, o Canhoto. Muito abalado, o zagueiro Ramiro Simon, 18, suspira e diz só apostar na união dos jogadores que restaram. Dos 33 atletas que havia no elenco, 19 morreram no acidente, três sobreviveram e 11 não viajaram, dos quais dois estão lesionados (Hyoran e Martinuccio) e um anunciou aposentadoria (Nivaldo). tragédia em voo da Chapecoense
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Zavascki e as entranhas do poder
A MORTE HORRÍVEL de Teori Zavascki deve expor as entranhas do sistema de arranjos políticos do Brasil destes tempos de tumulto institucional. Perdoe-se a associação de um acontecimento tão seriamente triste a outros tão vulgarmente lamentáveis. De imediato, é óbvio que se vai tratar do comando da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Como já estava claro logo depois da morte do ministro, o método de substituição de Zavascki pode ser confuso, dadas as alternativas oferecidas pela lei. A argumentação jurídica da escolha do método deve ser mais política do que de costume, mesmo nestes dias de judicialização e politização cruzada de tudo. No entanto, qualquer que seja a decisão tomada, a escolha será exposta e explícita. Não haverá como esconder uma tentativa de dar um golpe na Lava Jato. Não seria um descaramento impossível, claro. Seria um convite aberto ao confronto. Basta lembrar das reações sociais às tentativas da Câmara de abafar as investigações, ano passado. Seria pior agora. Pode bem ser que o Supremo decida logo evitar esse risco de tumulto. Pode ser que prefira apenas talvez evitar o atraso do processo da Lava Jato, pelo menos um dos problemas que sobrevirão caso se espere a nomeação e aprovação de um novo ministro pelo Executivo e pelo Legislativo. Cármen Lúcia, presidente do Supremo, ouvindo ou não seus colegas, pode decidir que o substituto de Zavascki seja sorteado entre os atuais ministros. Caso não o faça, dizem entendidos do direito, o novo relator seria o novo ministro do Supremo a ser indicado por Michel Temer e, submetido a sabatina, aprovado ou não pelo Senado. Tanto Temer quanto alguns de seus ministros e vários dos senadores são citados ou investigados na Lava Jato; alguns são suspeitos de conspirar contra a operação. Qualquer decisão minimamente suspeita a respeito do novo ministro do STF será uma afronta perigosa. A esse respeito, lembre-se que estão em debate meio discreto, mas crítico, as nomeações de Temer para as duas vagas de ministro do Tribunal Superior Eleitoral que ficarão abertas até maio. São duas de sete cadeiras de um tribunal que, talvez um dia, julgue o pedido de cassação da chapa Dilma-Temer 2014, decisão que pode tirar Temer do cargo e lançar o país em um tumulto político diferente. Suponha-se, no entanto, que os ministros do Supremo decidam tirar tal peso dos ombros de Temer, por assim dizer: o peso da suspeita de manipulação da Justiça. O novo ministro a relatar a Lava Jato seria, em tese, sorteado. Vai ser improvável, embora não impossível, que a relatoria fique com alguém com o equilíbrio e a firmeza que Zavascki demonstrava na condução do caso. Não eram perfeitos, claro, mas eram consideráveis. Além do mais, o ministro era discreto e mantinha os casos em segredo. Superado o caso da relatoria da Lava Jato, restaria ainda a questão grave da escolha de um novo ministro do STF, ainda mais séria nestes tempos de vários avanços da Justiça sobre o Executivo e o Legislativo. Um voto numa turma do Supremo ou uma decisão monocrática dessas tremendas podem cortar ou salvar cabeças, como temos visto. Temer não terá escolha. Ou encontra um nome de respeito e consenso ou vai criar uma crise ruim.
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Zavascki e as entranhas do poderA MORTE HORRÍVEL de Teori Zavascki deve expor as entranhas do sistema de arranjos políticos do Brasil destes tempos de tumulto institucional. Perdoe-se a associação de um acontecimento tão seriamente triste a outros tão vulgarmente lamentáveis. De imediato, é óbvio que se vai tratar do comando da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Como já estava claro logo depois da morte do ministro, o método de substituição de Zavascki pode ser confuso, dadas as alternativas oferecidas pela lei. A argumentação jurídica da escolha do método deve ser mais política do que de costume, mesmo nestes dias de judicialização e politização cruzada de tudo. No entanto, qualquer que seja a decisão tomada, a escolha será exposta e explícita. Não haverá como esconder uma tentativa de dar um golpe na Lava Jato. Não seria um descaramento impossível, claro. Seria um convite aberto ao confronto. Basta lembrar das reações sociais às tentativas da Câmara de abafar as investigações, ano passado. Seria pior agora. Pode bem ser que o Supremo decida logo evitar esse risco de tumulto. Pode ser que prefira apenas talvez evitar o atraso do processo da Lava Jato, pelo menos um dos problemas que sobrevirão caso se espere a nomeação e aprovação de um novo ministro pelo Executivo e pelo Legislativo. Cármen Lúcia, presidente do Supremo, ouvindo ou não seus colegas, pode decidir que o substituto de Zavascki seja sorteado entre os atuais ministros. Caso não o faça, dizem entendidos do direito, o novo relator seria o novo ministro do Supremo a ser indicado por Michel Temer e, submetido a sabatina, aprovado ou não pelo Senado. Tanto Temer quanto alguns de seus ministros e vários dos senadores são citados ou investigados na Lava Jato; alguns são suspeitos de conspirar contra a operação. Qualquer decisão minimamente suspeita a respeito do novo ministro do STF será uma afronta perigosa. A esse respeito, lembre-se que estão em debate meio discreto, mas crítico, as nomeações de Temer para as duas vagas de ministro do Tribunal Superior Eleitoral que ficarão abertas até maio. São duas de sete cadeiras de um tribunal que, talvez um dia, julgue o pedido de cassação da chapa Dilma-Temer 2014, decisão que pode tirar Temer do cargo e lançar o país em um tumulto político diferente. Suponha-se, no entanto, que os ministros do Supremo decidam tirar tal peso dos ombros de Temer, por assim dizer: o peso da suspeita de manipulação da Justiça. O novo ministro a relatar a Lava Jato seria, em tese, sorteado. Vai ser improvável, embora não impossível, que a relatoria fique com alguém com o equilíbrio e a firmeza que Zavascki demonstrava na condução do caso. Não eram perfeitos, claro, mas eram consideráveis. Além do mais, o ministro era discreto e mantinha os casos em segredo. Superado o caso da relatoria da Lava Jato, restaria ainda a questão grave da escolha de um novo ministro do STF, ainda mais séria nestes tempos de vários avanços da Justiça sobre o Executivo e o Legislativo. Um voto numa turma do Supremo ou uma decisão monocrática dessas tremendas podem cortar ou salvar cabeças, como temos visto. Temer não terá escolha. Ou encontra um nome de respeito e consenso ou vai criar uma crise ruim.
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Ameaça de bomba atrasa sessão de filme em Cannes
Uma ameaça de bomba levou o Festival de Cannes a atrasar a sessão para a imprensa de "Le Redoubtable", de Michel Hazanavicius, na tarde deste sábado (20). O prédio do Palais du Festival, onde ocorrem as sessões, teve de ser esvaziado. As sessão foi retomada 30 minutos depois. Foi encontrado material suspeito, que não foi considerado perigoso. ALERTA Cannes gastou milhões para reforçar a segurança para esta 70ª edição do festival. Os reforços são decorrentes de ataques terroristas que o país sofreu em Nice em julho de 2016, que matou 86 pessoas após ataque de um caminhão, e, em abril deste ano, quando um policial morreu no tiroteio na Avenida Champs-Elysées. O jornalista GUILHERME GENESTRETI se hospeda a convite do Festival de Cannes
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Ameaça de bomba atrasa sessão de filme em CannesUma ameaça de bomba levou o Festival de Cannes a atrasar a sessão para a imprensa de "Le Redoubtable", de Michel Hazanavicius, na tarde deste sábado (20). O prédio do Palais du Festival, onde ocorrem as sessões, teve de ser esvaziado. As sessão foi retomada 30 minutos depois. Foi encontrado material suspeito, que não foi considerado perigoso. ALERTA Cannes gastou milhões para reforçar a segurança para esta 70ª edição do festival. Os reforços são decorrentes de ataques terroristas que o país sofreu em Nice em julho de 2016, que matou 86 pessoas após ataque de um caminhão, e, em abril deste ano, quando um policial morreu no tiroteio na Avenida Champs-Elysées. O jornalista GUILHERME GENESTRETI se hospeda a convite do Festival de Cannes
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G20 promete inclusão, mas resultados levarão tempo
Autoridades das finanças globais, reagindo aos crescentes movimentos anticomércio e pró-nacionalismo econômico por trás do voto britânico pela saída da União Europeia e da campanha de Donald Trump pela presidência dos Estados Unidos, estão intensificando as promessas de crescimento mais "inclusivo". As algumas autoridades do G20 e analistas dizem que esse é um projeto de longo prazo. Certamente, os benefícios desses esforços não devem ser vistos rapidamente o suficiente para influenciar eleitores norte-americanos na votação de novembro. Tanto o candidato republicano, Trump, quanto a democrata Hillary Clinton declararam oposição à Parceria Trans-Pacífico (TPP, na sigla em inglês), acordo de livre-comércio envolvendo 12 países. Após reunião de dois dias em Chengdu, na China, ministros das finanças do G20 e presidentes de bancos centrais proeminentemente prometeram perseguir políticas que promovam "inclusão" econômica e preservem um sistema de negociações abertas, fortalecendo significativamente comunicações anteriores sobre o tema. "Os benefícios do crescimento precisam ser compartilhados de forma mais amplo dentro e entre países para promover inclusão", disseram autoridades do G20 em documento divulgado neste domingo. "Sublinhamos o papel de políticas de livre comércio e um sistema de negociações globais forte e seguro em promover crescimento econômico global inclusive e faremos mais esforços para revitalizar o comércio global e elevar o investimento", disse o G20. O comunicado contrasta fortemente com o discurso de Trump na convenção do Partido Republicano na semana passada, quando prometeu ser uma voz para norte-americanos que foram "ignorados, negligenciados e abandonados".
mercado
G20 promete inclusão, mas resultados levarão tempoAutoridades das finanças globais, reagindo aos crescentes movimentos anticomércio e pró-nacionalismo econômico por trás do voto britânico pela saída da União Europeia e da campanha de Donald Trump pela presidência dos Estados Unidos, estão intensificando as promessas de crescimento mais "inclusivo". As algumas autoridades do G20 e analistas dizem que esse é um projeto de longo prazo. Certamente, os benefícios desses esforços não devem ser vistos rapidamente o suficiente para influenciar eleitores norte-americanos na votação de novembro. Tanto o candidato republicano, Trump, quanto a democrata Hillary Clinton declararam oposição à Parceria Trans-Pacífico (TPP, na sigla em inglês), acordo de livre-comércio envolvendo 12 países. Após reunião de dois dias em Chengdu, na China, ministros das finanças do G20 e presidentes de bancos centrais proeminentemente prometeram perseguir políticas que promovam "inclusão" econômica e preservem um sistema de negociações abertas, fortalecendo significativamente comunicações anteriores sobre o tema. "Os benefícios do crescimento precisam ser compartilhados de forma mais amplo dentro e entre países para promover inclusão", disseram autoridades do G20 em documento divulgado neste domingo. "Sublinhamos o papel de políticas de livre comércio e um sistema de negociações globais forte e seguro em promover crescimento econômico global inclusive e faremos mais esforços para revitalizar o comércio global e elevar o investimento", disse o G20. O comunicado contrasta fortemente com o discurso de Trump na convenção do Partido Republicano na semana passada, quando prometeu ser uma voz para norte-americanos que foram "ignorados, negligenciados e abandonados".
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Plano de Doria para transportar servidores de graça nesta 6ª fracassa
Fracassou o plano do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), de oferecer transporte gratuito para os servidores municipais irem ao trabalho nesta sexta (28), dia em que sindicatos e movimentos sociais convocaram os trabalhadores para uma greve geral contra as reformas trabalhista e da Previdência. O tucano havia feito um acordo na quarta (26) com as empresas Uber e 99 para que transportassem os funcionários públicos, conforme antecipado pela colunista Mônica Bergamo, mas as empresas recuaram. Junto com o anúncio, o prefeito afirmara que iria cortar o ponto de quem não comparecesse ao trabalho. O plano era que os aplicativos fizessem uma doação à prefeitura, reembolsando os motoristas que transportassem os servidores. O sindicato da categoria, que representa cerca de 129 mil trabalhadores, declarou adesão à greve. Procurada, a assessoria de imprensa da Prefeitura disse que "não foi possível obter a gratuidade", mas que foi em decorrência do pedido da Prefeitura que as empresas se dispuseram a oferecer desconto nas corridas para todos os usuários, e não apenas os servidores. O órgão não respondeu, contudo, se Doria manteria a promessa de cortar o ponto dos servidores que não forem ao trabalho. Na noite de quarta, um formulário online foi enviado aos servidores solicitando informações como RG, endereço, órgão no qual trabalha e e-mail (que poderia ser o pessoal). O link para o formulário, contudo, vazou na internet e começou a ser divulgado por apoiadores da greve, que pediam para que todos fizessem cadastros falsos. Nesta quinta (27), servidores municipais receberam um novo e-mail com orientações para contornar a paralisação, como tentar a utilização do transporte público, procurar colegas que moram próximos "para compartilhar caronas" e uso da frota de veículos das secretarias. A Prefeitura também indica que os aplicativos Uber e 99 oferecem descontos de R$ 20 nas corridas —promoção disponível para todos os usuários. REFORMA TRABALHISTA - Veja os principais pontos que mudam com a reforma trabalhista "Infelizmente, para possibilitar que todos os paulistanos possam utilizar esse serviço, haverá um limite de R$20,00 por pessoa. Não será mais livre como inicialmente divulgado", diz o e-mail enviado pela assessoria de comunicação da Secretaria de Gestão. "Não será necessário nenhum código disponibilizado pela Prefeitura, já que a base de dados da Prefeitura não foi compartilhada e o benefício foi estendido para todos", afirma a nota. Veja abaixo a íntegra da resposta da Prefeitura à Folha: "Com relação ao transporte dos servidores, a Prefeitura esclarece que negociou com as empresas de transporte individual, porém não foi possível obter a gratuidade. Entretanto, em decorrência do pedido da Prefeitura, as empresas de aplicativo 99 Taxis e Uber se dispuseram a oferecer um crédito de R$ 20 para duas viagens realizadas, nesta sexta-feira (28), a todas as pessoas que precisem trabalhar - um total de R$ 40 ao dia."
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Plano de Doria para transportar servidores de graça nesta 6ª fracassaFracassou o plano do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), de oferecer transporte gratuito para os servidores municipais irem ao trabalho nesta sexta (28), dia em que sindicatos e movimentos sociais convocaram os trabalhadores para uma greve geral contra as reformas trabalhista e da Previdência. O tucano havia feito um acordo na quarta (26) com as empresas Uber e 99 para que transportassem os funcionários públicos, conforme antecipado pela colunista Mônica Bergamo, mas as empresas recuaram. Junto com o anúncio, o prefeito afirmara que iria cortar o ponto de quem não comparecesse ao trabalho. O plano era que os aplicativos fizessem uma doação à prefeitura, reembolsando os motoristas que transportassem os servidores. O sindicato da categoria, que representa cerca de 129 mil trabalhadores, declarou adesão à greve. Procurada, a assessoria de imprensa da Prefeitura disse que "não foi possível obter a gratuidade", mas que foi em decorrência do pedido da Prefeitura que as empresas se dispuseram a oferecer desconto nas corridas para todos os usuários, e não apenas os servidores. O órgão não respondeu, contudo, se Doria manteria a promessa de cortar o ponto dos servidores que não forem ao trabalho. Na noite de quarta, um formulário online foi enviado aos servidores solicitando informações como RG, endereço, órgão no qual trabalha e e-mail (que poderia ser o pessoal). O link para o formulário, contudo, vazou na internet e começou a ser divulgado por apoiadores da greve, que pediam para que todos fizessem cadastros falsos. Nesta quinta (27), servidores municipais receberam um novo e-mail com orientações para contornar a paralisação, como tentar a utilização do transporte público, procurar colegas que moram próximos "para compartilhar caronas" e uso da frota de veículos das secretarias. A Prefeitura também indica que os aplicativos Uber e 99 oferecem descontos de R$ 20 nas corridas —promoção disponível para todos os usuários. REFORMA TRABALHISTA - Veja os principais pontos que mudam com a reforma trabalhista "Infelizmente, para possibilitar que todos os paulistanos possam utilizar esse serviço, haverá um limite de R$20,00 por pessoa. Não será mais livre como inicialmente divulgado", diz o e-mail enviado pela assessoria de comunicação da Secretaria de Gestão. "Não será necessário nenhum código disponibilizado pela Prefeitura, já que a base de dados da Prefeitura não foi compartilhada e o benefício foi estendido para todos", afirma a nota. Veja abaixo a íntegra da resposta da Prefeitura à Folha: "Com relação ao transporte dos servidores, a Prefeitura esclarece que negociou com as empresas de transporte individual, porém não foi possível obter a gratuidade. Entretanto, em decorrência do pedido da Prefeitura, as empresas de aplicativo 99 Taxis e Uber se dispuseram a oferecer um crédito de R$ 20 para duas viagens realizadas, nesta sexta-feira (28), a todas as pessoas que precisem trabalhar - um total de R$ 40 ao dia."
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Sábado tem rua interditada na Lapa e festival de música no Memorial da América Latina
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 3 de setembro de 2016. Sábado. Bom dia para você que acordou com o coração cheio de paixão! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Embalos de sábado à tarde | O Memorial da América Latina recebe, a partir das 13h, a terceira edição do Coala Festival. Serão dez horas de shows musicais e manifestações culturais no espaço situado na Barra Funda. Sobem ao palco nomes como Karol Conká, Cícero (com participação de Marcelo Camelo), Céu, Silva, Lila e Baiana System. Além deles, quatro DJs animarão o público ao longo do dia. Entre eles estão DJ Samuca, Tutu Moraes (da celebrada festa Santo Forte) e Sonido Tropico. Os ingressos custam R$ 100 (quem levar um quilo de alimento não perecível ou doar um livro paga metade). Saiba mais aqui. É isso aí | A dupla Ana Carolina e Seu Jorge relembra os melhores momentos do show "Ana & Jorge", que ocorreu em 2005 e resultou na gravação de um CD e um DVD. O repertório traz músicas das trajetórias artísticas de ambos, como "Garganta", dela, e "Burguesinha", dele. O show acontece no Espaço das Américas e tem ingressos custando de R$ 220 a R$ 520. Veja mais aqui. Arte do Brasil | Tem início no Instituto Tomie Ohtake a exposição "Os Muitos e o Um: Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira". A mostra traz trabalhos de nomes importantes como Mira Schendel e Adriana Varejão. Ao todo, foram reunidas cerca de 300 obras selecionadas pelo crítico norte-americano Robert Storr e por Paulo Miyada. A entrada é gratuita. * PARA TER ASSUNTO Na China | O presidente Michel Temer (PMDB) dedicou o início da viagem à China a um esforço para se legitimar internacionalmente. Temer e sua equipe adotaram um discurso de reunificação e de estabilidade e tentaram transmitir a imagem de um "novo Brasil". Acende o farol | A Justiça Federal em Brasília proibiu na sexta (2) os órgãos de fiscalização de aplicarem multas a motoristas que dirigirem com os faróis desligados em rodovias durante o dia. A decisão é liminar (provisória) e vale para todo o país. Economia | A indústria brasileira iniciou o segundo semestre com ligeira alta na produção, reforçando expectativas de analistas de que ela passa por lento processo de recuperação. Estatísticas divulgadas pelo IBGE na sexta (2) mostram que a produção industrial variou 0,1% em julho, subindo pelo quinto mês consecutivo –sequência inédita desde o período de abril a agosto de 2012. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 25ºC. A mínima deve ficar em 13ºC. O céu deve ficar parcialmente nublado com possibilidades de chuvas isoladas. Zona oeste | A rua Alfaia, na Lapa, fica interditada entre a rua Coelho de Carvalho e a rua Jorge Felippe Sabra das 8h deste sábado às 22h de domingo (4) devido à realização a evento de aniversário do time Turma do Alto. A av. General Asdrúbal da Cunha, no Jardim Arpoador, será interditada entre as ruas Carmélia Morano e General José Luiz Pereira de Vasconcelos das 16h desta sexta (2/9) até as 22h de domingo para a realização do evento "6º Círio de Nazaré em São Paulo". O evento será realizado das 9h às 22h do sábado (3) e do domingo (4). Zona Sul | A Rua Arizona será interditada entre a rua Califórnia e a rua Nicarágua das 7h deste sábado (3) às 18h de segunda-feira (5/9) para desmontagem de guindaste em canteiro de obras.
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Sábado tem rua interditada na Lapa e festival de música no Memorial da América LatinaBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 3 de setembro de 2016. Sábado. Bom dia para você que acordou com o coração cheio de paixão! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Embalos de sábado à tarde | O Memorial da América Latina recebe, a partir das 13h, a terceira edição do Coala Festival. Serão dez horas de shows musicais e manifestações culturais no espaço situado na Barra Funda. Sobem ao palco nomes como Karol Conká, Cícero (com participação de Marcelo Camelo), Céu, Silva, Lila e Baiana System. Além deles, quatro DJs animarão o público ao longo do dia. Entre eles estão DJ Samuca, Tutu Moraes (da celebrada festa Santo Forte) e Sonido Tropico. Os ingressos custam R$ 100 (quem levar um quilo de alimento não perecível ou doar um livro paga metade). Saiba mais aqui. É isso aí | A dupla Ana Carolina e Seu Jorge relembra os melhores momentos do show "Ana & Jorge", que ocorreu em 2005 e resultou na gravação de um CD e um DVD. O repertório traz músicas das trajetórias artísticas de ambos, como "Garganta", dela, e "Burguesinha", dele. O show acontece no Espaço das Américas e tem ingressos custando de R$ 220 a R$ 520. Veja mais aqui. Arte do Brasil | Tem início no Instituto Tomie Ohtake a exposição "Os Muitos e o Um: Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira". A mostra traz trabalhos de nomes importantes como Mira Schendel e Adriana Varejão. Ao todo, foram reunidas cerca de 300 obras selecionadas pelo crítico norte-americano Robert Storr e por Paulo Miyada. A entrada é gratuita. * PARA TER ASSUNTO Na China | O presidente Michel Temer (PMDB) dedicou o início da viagem à China a um esforço para se legitimar internacionalmente. Temer e sua equipe adotaram um discurso de reunificação e de estabilidade e tentaram transmitir a imagem de um "novo Brasil". Acende o farol | A Justiça Federal em Brasília proibiu na sexta (2) os órgãos de fiscalização de aplicarem multas a motoristas que dirigirem com os faróis desligados em rodovias durante o dia. A decisão é liminar (provisória) e vale para todo o país. Economia | A indústria brasileira iniciou o segundo semestre com ligeira alta na produção, reforçando expectativas de analistas de que ela passa por lento processo de recuperação. Estatísticas divulgadas pelo IBGE na sexta (2) mostram que a produção industrial variou 0,1% em julho, subindo pelo quinto mês consecutivo –sequência inédita desde o período de abril a agosto de 2012. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 25ºC. A mínima deve ficar em 13ºC. O céu deve ficar parcialmente nublado com possibilidades de chuvas isoladas. Zona oeste | A rua Alfaia, na Lapa, fica interditada entre a rua Coelho de Carvalho e a rua Jorge Felippe Sabra das 8h deste sábado às 22h de domingo (4) devido à realização a evento de aniversário do time Turma do Alto. A av. General Asdrúbal da Cunha, no Jardim Arpoador, será interditada entre as ruas Carmélia Morano e General José Luiz Pereira de Vasconcelos das 16h desta sexta (2/9) até as 22h de domingo para a realização do evento "6º Círio de Nazaré em São Paulo". O evento será realizado das 9h às 22h do sábado (3) e do domingo (4). Zona Sul | A Rua Arizona será interditada entre a rua Califórnia e a rua Nicarágua das 7h deste sábado (3) às 18h de segunda-feira (5/9) para desmontagem de guindaste em canteiro de obras.
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Apple vendeu 3,6 milhões de relógios no 2º trimestre, diz IDC
A Apple, que lançou Apple Watch em junho, está reduzindo sua distância frente a líder Fitbit no mercado de dispositivos vestíveis, disse a consultora de mercado IDC. A Apple já vendeu 3,6 milhões de relógios da marca no segundo trimestre de 2015, pouco atrás da Fitbit com suas 4,4 milhões de unidades vendidas, segundo o IDC. O Apple Watch, que contém muitos aplicativos e conteúdos de esporte e saúde, é visto como o maior rival dos dispositivos da Fitbit. As vendas de dispositivos vestíveis mais do que triplicou, para 18,1 milhões de unidades, no segundo trimeste, ainda segundo a consultora. "É interessante notar que a Fitbit vende apenas (dispositivos) básicos –uma categoria que deve perder participação no mercado nos próximos anos, deixando a Apple prestes a se tornar a nova líder de mercado", concluiu o relatório da IDC.
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Apple vendeu 3,6 milhões de relógios no 2º trimestre, diz IDCA Apple, que lançou Apple Watch em junho, está reduzindo sua distância frente a líder Fitbit no mercado de dispositivos vestíveis, disse a consultora de mercado IDC. A Apple já vendeu 3,6 milhões de relógios da marca no segundo trimestre de 2015, pouco atrás da Fitbit com suas 4,4 milhões de unidades vendidas, segundo o IDC. O Apple Watch, que contém muitos aplicativos e conteúdos de esporte e saúde, é visto como o maior rival dos dispositivos da Fitbit. As vendas de dispositivos vestíveis mais do que triplicou, para 18,1 milhões de unidades, no segundo trimeste, ainda segundo a consultora. "É interessante notar que a Fitbit vende apenas (dispositivos) básicos –uma categoria que deve perder participação no mercado nos próximos anos, deixando a Apple prestes a se tornar a nova líder de mercado", concluiu o relatório da IDC.
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Em casa, Atlético-PR vence a segunda no Campeonato Brasileiro
O Atlético-PR chegou à sua segunda vitória em três jogos no Campeonato Brasileiro neste domingo (24). A equipe comandada pelo técnico Enderson Moreira derrotou o Atlético-MG por 1 a 0, em Curitiba. Com o resultado, o time paranaense foi aos seis pontos. Já a equipe mineira permanece com quatro. O único gol da partida saiu ainda no primeiro tempo. Aos 39 min, Nikão foi até a linha de fundo e cruzou para Douglas Coutinho empurrar a bola para a rede. Na comemoração, o jogador comemorou com a torcida e levou cartão amarelo. Na próxima rodada, o Atlético-PR encara o Joinville, no sábado (30), fora de casa. Já o Atlético-MG recebe o Vasco, no domingo (31), em Minas Gerais. Veja vídeo TERCEIRA RODADA DO CAMPEONATO BRASILEIRO SÁBADO (23) São Paulo 3x0 Joinville Vasco 1x1 Internacional Grêmio 1x0 Figueirense DOMINGO (24) Palmeiras 0x1 Goiás Fluminense 0x0 Corinthians Avaí 2x1 Flamengo Atlético-PR 1x0 Atlético-MG Chapecoense 1x0 Santos Cruzeiro 1x1 Ponte Preta Sport 1x0 Coritiba
esporte
Em casa, Atlético-PR vence a segunda no Campeonato BrasileiroO Atlético-PR chegou à sua segunda vitória em três jogos no Campeonato Brasileiro neste domingo (24). A equipe comandada pelo técnico Enderson Moreira derrotou o Atlético-MG por 1 a 0, em Curitiba. Com o resultado, o time paranaense foi aos seis pontos. Já a equipe mineira permanece com quatro. O único gol da partida saiu ainda no primeiro tempo. Aos 39 min, Nikão foi até a linha de fundo e cruzou para Douglas Coutinho empurrar a bola para a rede. Na comemoração, o jogador comemorou com a torcida e levou cartão amarelo. Na próxima rodada, o Atlético-PR encara o Joinville, no sábado (30), fora de casa. Já o Atlético-MG recebe o Vasco, no domingo (31), em Minas Gerais. Veja vídeo TERCEIRA RODADA DO CAMPEONATO BRASILEIRO SÁBADO (23) São Paulo 3x0 Joinville Vasco 1x1 Internacional Grêmio 1x0 Figueirense DOMINGO (24) Palmeiras 0x1 Goiás Fluminense 0x0 Corinthians Avaí 2x1 Flamengo Atlético-PR 1x0 Atlético-MG Chapecoense 1x0 Santos Cruzeiro 1x1 Ponte Preta Sport 1x0 Coritiba
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Para Alckmin, redução da pressão da água é medida de 'razoabilidade'
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), avaliou nesta quinta-feira (26) que a redução de pressão das tubulações da Grande São Paulo é uma medida de "razoabilidade" diante da crise da água. De acordo com ele, caso a medida não tivesse sido tomada, seria necessário a adoção de um rodízio de água região metropolitana de São Paulo. Nesta quarta-feira (26), a Sabesp, empresa do governo paulista, reconheceu que, para economizar água e evitar o colapso do abastecimento na Grande São Paulo, tem reduzido a pressão nos encanamentos abaixo das regras. A informação contradiz o governador, que, no final do ano passado, negou que a empresa de água do Estado estivesse descumprindo norma da ABNT (Associação Brasileiras de Normas Técnicas). "Existe uma coisa chamada razoabilidade. Se fizer rodízio, a pressão será zero. Então, é preciso ter um mínimo de racionalidade nas coisas. Por que está sendo feita válvula redutora de pressão? Para evitar o rodízio. Uma situação totalmente atípica", disse. Pela norma brasileira, empresas de saneamento devem garantir, pelo menos, dez metros de coluna de água. A altura é necessária para que a caixa-d'água de um sobrado, por exemplo, possa ser constantemente abastecida. Com apenas um metro de coluna de água, como a Sabesp reconheceu, a água não teria força para avançar nas tubulações da casa. Contraditoriamente, a Sabesp sempre afirmou que, para ter o abastecimento garantido, o morador de São Paulo deveria obedecer justamente às regras da ABNT, que recomenda a instalação de caixa-d'água nas residências. Segundo o tucano, para se evitar falta de abastecimento por conta da redução de pressão, as casas e comércios devem garantir uma reservação de pelo menos 24 horas. "O que deve ter em toda casa e comércio? Deve ter reservação para 24 horas. Se tiver reservação para 24 horas, à noite e de madrugada, quando o consumo é baixo, não tem problema. O problema são pessoas que não têm caixa da água. Por isso, estamos distribuindo gratuitamente", afirmou. Segundo o governador, ao reduzi a pressão dos canos, a Sabesp agiu de maneira "firme" e "cautelosa". "Para evitar o rodízio, a Sabesp agiu de maneira muito firme, cautelosa e eficiente, fazendo redução de pressão durante as noites e madrugadas. Assim, mantém a tubulação com água, mas com menos pressão", disse. A Arsesp (agência reguladora de São Paulo) informou que pedirá esclarecimentos à Sabesp. Em dezembro, ela já havia constatado que a empresa vinha diminuindo a pressão abaixo do recomendado.
cotidiano
Para Alckmin, redução da pressão da água é medida de 'razoabilidade'O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), avaliou nesta quinta-feira (26) que a redução de pressão das tubulações da Grande São Paulo é uma medida de "razoabilidade" diante da crise da água. De acordo com ele, caso a medida não tivesse sido tomada, seria necessário a adoção de um rodízio de água região metropolitana de São Paulo. Nesta quarta-feira (26), a Sabesp, empresa do governo paulista, reconheceu que, para economizar água e evitar o colapso do abastecimento na Grande São Paulo, tem reduzido a pressão nos encanamentos abaixo das regras. A informação contradiz o governador, que, no final do ano passado, negou que a empresa de água do Estado estivesse descumprindo norma da ABNT (Associação Brasileiras de Normas Técnicas). "Existe uma coisa chamada razoabilidade. Se fizer rodízio, a pressão será zero. Então, é preciso ter um mínimo de racionalidade nas coisas. Por que está sendo feita válvula redutora de pressão? Para evitar o rodízio. Uma situação totalmente atípica", disse. Pela norma brasileira, empresas de saneamento devem garantir, pelo menos, dez metros de coluna de água. A altura é necessária para que a caixa-d'água de um sobrado, por exemplo, possa ser constantemente abastecida. Com apenas um metro de coluna de água, como a Sabesp reconheceu, a água não teria força para avançar nas tubulações da casa. Contraditoriamente, a Sabesp sempre afirmou que, para ter o abastecimento garantido, o morador de São Paulo deveria obedecer justamente às regras da ABNT, que recomenda a instalação de caixa-d'água nas residências. Segundo o tucano, para se evitar falta de abastecimento por conta da redução de pressão, as casas e comércios devem garantir uma reservação de pelo menos 24 horas. "O que deve ter em toda casa e comércio? Deve ter reservação para 24 horas. Se tiver reservação para 24 horas, à noite e de madrugada, quando o consumo é baixo, não tem problema. O problema são pessoas que não têm caixa da água. Por isso, estamos distribuindo gratuitamente", afirmou. Segundo o governador, ao reduzi a pressão dos canos, a Sabesp agiu de maneira "firme" e "cautelosa". "Para evitar o rodízio, a Sabesp agiu de maneira muito firme, cautelosa e eficiente, fazendo redução de pressão durante as noites e madrugadas. Assim, mantém a tubulação com água, mas com menos pressão", disse. A Arsesp (agência reguladora de São Paulo) informou que pedirá esclarecimentos à Sabesp. Em dezembro, ela já havia constatado que a empresa vinha diminuindo a pressão abaixo do recomendado.
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Papa pede a Raúl Castro que mantenha esforço para retomar relação com EUA
O papa Francisco pediu neste sábado (19) ao ditador de Cuba, Raúl Castro, que mantenha o esforço para retomar as relações diplomáticas com os Estados Unidos. A declaração foi feita durante a tarde, logo após sua chegada a Havana. A capital cubana é a primeira parada da viagem à ilha e ao território americano. Para Francisco, a volta dos contatos entre os países é exemplo de reconciliação para o mundo e símbolo da vitória da cultura do encontro. "Peço ânimo aos presidentes para que continuem a dialogar para manter a paz. O mundo precisa de reconciliação em meio a esta Terceira Guerra Mundial em etapas que estamos vivendo." Antes do discurso de Francisco, Raúl Castro agradeceu a mediação do papa e voltou a pedir o fim do embargo econômico imposto pelos EUA. "O bloqueio, que provoca danos humanos e privações às famílias cubanas, é cruel, imoral e ilegal." Depois da recepção, Francisco percorreu em carro aberto o caminho entre o aeroporto e a embaixada da Santa Sé em Havana. Segundo o Vaticano, mais de 100 mil pessoas acompanharam o papa pelas ruas de Havana. Desfile em Havana Horas depois de chegar à embaixada, o pontífice recebeu cerca de 40 pessoas pré-selecionadas pelo Vaticano para oferecer uma saudação antes do jantar. Neste domingo (20), Francisco deve levar outros milhares de pessoas à missa campal na praça da Revolução. Depois do culto, reúne-se com membros do governo cubano no Palácio da Revolução e com jovens em Havana. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirma que também poderá haver neste domingo o encontro entre Francisco e o líder cubano Fidel Castro. Depois, o pontífice irá a Holguín e Santiago, de onde partirá na terça (22) rumo aos EUA. Dentre os compromissos de sua agenda em território americano, está a reunião com o presidente Barack Obama, discursos no Congresso e na Assembleia-Geral da ONU e o Encontro Mundial das Famílias, na Filadélfia. DISSIDENTES Apesar de estar ao lado de Raúl Castro, Francisco fez duas declarações que podem ser interpretadas como um aceno discreto aos dissidentes do regime. Na primeira, pediu desculpas às pessoas que não poderá encontrar na ilha caribenha "por diferentes motivos". A segunda foi quando detalhou o que pedirá à Virgem da Caridade do Cobre. "Peço que abençoe a população cubana para que ela transite pelo caminho de justiça, paz, liberdade e reconciliação." Neste sábado, a líder do grupo opositor Damas de Branco, Berta Soler, acusou o regime de prender 17 dissidentes entre a noite de sexta e a manhã de sábado para evitar que eles se aproximassem de Francisco. Antes de viajar a Cuba, Francisco despediu-se da família de refugiados sírios que foi amparada na paróquia de Santana, no Vaticano. A caminho de Havana, o papa disse ter ficado emocionado com a história da família. "Eles estavam fugindo da morte e buscando a vida. Você pode ver o sofrimento em seus rostos. Acho que hoje o mundo tem sede de paz." Os jornalistas que o acompanhavam no avião ainda ganharam um presente. As autoridades do Vaticano serviram no voo empanadas argentinas, do modo que são feitas na terra natal do pontífice latino-americano.
mundo
Papa pede a Raúl Castro que mantenha esforço para retomar relação com EUAO papa Francisco pediu neste sábado (19) ao ditador de Cuba, Raúl Castro, que mantenha o esforço para retomar as relações diplomáticas com os Estados Unidos. A declaração foi feita durante a tarde, logo após sua chegada a Havana. A capital cubana é a primeira parada da viagem à ilha e ao território americano. Para Francisco, a volta dos contatos entre os países é exemplo de reconciliação para o mundo e símbolo da vitória da cultura do encontro. "Peço ânimo aos presidentes para que continuem a dialogar para manter a paz. O mundo precisa de reconciliação em meio a esta Terceira Guerra Mundial em etapas que estamos vivendo." Antes do discurso de Francisco, Raúl Castro agradeceu a mediação do papa e voltou a pedir o fim do embargo econômico imposto pelos EUA. "O bloqueio, que provoca danos humanos e privações às famílias cubanas, é cruel, imoral e ilegal." Depois da recepção, Francisco percorreu em carro aberto o caminho entre o aeroporto e a embaixada da Santa Sé em Havana. Segundo o Vaticano, mais de 100 mil pessoas acompanharam o papa pelas ruas de Havana. Desfile em Havana Horas depois de chegar à embaixada, o pontífice recebeu cerca de 40 pessoas pré-selecionadas pelo Vaticano para oferecer uma saudação antes do jantar. Neste domingo (20), Francisco deve levar outros milhares de pessoas à missa campal na praça da Revolução. Depois do culto, reúne-se com membros do governo cubano no Palácio da Revolução e com jovens em Havana. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirma que também poderá haver neste domingo o encontro entre Francisco e o líder cubano Fidel Castro. Depois, o pontífice irá a Holguín e Santiago, de onde partirá na terça (22) rumo aos EUA. Dentre os compromissos de sua agenda em território americano, está a reunião com o presidente Barack Obama, discursos no Congresso e na Assembleia-Geral da ONU e o Encontro Mundial das Famílias, na Filadélfia. DISSIDENTES Apesar de estar ao lado de Raúl Castro, Francisco fez duas declarações que podem ser interpretadas como um aceno discreto aos dissidentes do regime. Na primeira, pediu desculpas às pessoas que não poderá encontrar na ilha caribenha "por diferentes motivos". A segunda foi quando detalhou o que pedirá à Virgem da Caridade do Cobre. "Peço que abençoe a população cubana para que ela transite pelo caminho de justiça, paz, liberdade e reconciliação." Neste sábado, a líder do grupo opositor Damas de Branco, Berta Soler, acusou o regime de prender 17 dissidentes entre a noite de sexta e a manhã de sábado para evitar que eles se aproximassem de Francisco. Antes de viajar a Cuba, Francisco despediu-se da família de refugiados sírios que foi amparada na paróquia de Santana, no Vaticano. A caminho de Havana, o papa disse ter ficado emocionado com a história da família. "Eles estavam fugindo da morte e buscando a vida. Você pode ver o sofrimento em seus rostos. Acho que hoje o mundo tem sede de paz." Os jornalistas que o acompanhavam no avião ainda ganharam um presente. As autoridades do Vaticano serviram no voo empanadas argentinas, do modo que são feitas na terra natal do pontífice latino-americano.
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Otimismo contagia mercados; dólar cai mesmo com BC, e Bolsa avança 1,2%
Em mais um dia positivo tanto no cenário interno quanto no externo, o dólar recua ante o real nesta quinta-feira (14), e opera na casa dos R$ 3,23. O Ibovespa sobe cerca de 1,2%, e pode renovar, ao final do pregão, a pontuação máxima desde maio do ano passado. No exterior, as Bolsas e o petróleo sobem, e o dólar perde força frente à maior parte das moedas. O banco central britânico surpreendeu e não cortou os juros nesta quinta-feira para estimular a economia do país, mas indicou que tomará essa medida em agosto. A sinalização foi suficiente para elevar o apetite dos investidores por risco. Também há expectativas de estímulos monetários no Japão e na China. O excesso de liquidez mundial, onde predomina a política de juros baixos e até negativos, favorece o mercado brasileiro, onde as taxas são altas. Internamente, o mercado repercute positivamente a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a presidência da Câmara. O preferido do governo do presidente interino Michel Temer para presidir a Casa era o deputado Rogério Rosso (PSD-DF). "Maia não deve dificultar a vida de Temer, e reconhece a necessidade do ajuste fiscal. A governabilidade, em nossa opinião, deve melhorar", diz, em relatório, a equipe de análise da Guide Investimentos. CÂMBIO E JUROS A valorização do real ocorre mesmo após o Banco Central ter realizado nesta manhã leilão de 10.000 contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 500 milhões. O dólar à vista recuava há pouco 1,67%, a R$ 3,2303, enquanto o dólar comercial perdia 1,37%, a R$ 3,2300. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 caía de 13,855% para 13,845%; o contrato de DI para janeiro de 2021 recuava de 12,040% para 11,930%. O CDS (credit default swap) brasileiro, outro indicador de percepção de risco, perdia 0,77%, aos 291,435 pontos, no menor patamar em quase um ano. BOLSA O Ibovespa subia 1,19%, aos 55.247,61 pontos, impulsionado pelos papéis do setor financeiro e da Petrobras. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subia 2,20%; Bradesco PN, +3,23%; Banco do Brasil ON, +2,43%; Santander unit, +2,74%; e BM&FBovespa ON, +4,02%. As ações da Petrobras ganhavam 1,78%, a R$ 10,82 (PN), e 1,69%, a R$ 13,21, acompanhando a alta do petróleo no mercado internacional. Os papéis PNA da Vale perdiam 1,48%, a R$ 13,96, enquanto os ON perdiam 3,36%, a R$ 17,22, influenciados pelo recuo do minério de ferro na China. EXTERIOR Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 ganhava 0,66%; o Dow Jones, +0,82% e o Nasdaq, +0,67%. Na Europa, a Bolsa de Londres avançava 0,01%; Paris, +1,25%; Frankfurt, +1,50%; Madri, +1,03%; e Milão, +1,84%. As Bolsas chinesas recuaram nesta quinta-feira, à espera da divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do país relativo ao segundo trimestre. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,19%, enquanto o índice de Xangai perdeu 0,22%. O índice japonês Nikkei fechou em alta de 0,95%, impulsionado pelo iene mais fraco e pelas expectativas de mais estímulos monetários.
mercado
Otimismo contagia mercados; dólar cai mesmo com BC, e Bolsa avança 1,2%Em mais um dia positivo tanto no cenário interno quanto no externo, o dólar recua ante o real nesta quinta-feira (14), e opera na casa dos R$ 3,23. O Ibovespa sobe cerca de 1,2%, e pode renovar, ao final do pregão, a pontuação máxima desde maio do ano passado. No exterior, as Bolsas e o petróleo sobem, e o dólar perde força frente à maior parte das moedas. O banco central britânico surpreendeu e não cortou os juros nesta quinta-feira para estimular a economia do país, mas indicou que tomará essa medida em agosto. A sinalização foi suficiente para elevar o apetite dos investidores por risco. Também há expectativas de estímulos monetários no Japão e na China. O excesso de liquidez mundial, onde predomina a política de juros baixos e até negativos, favorece o mercado brasileiro, onde as taxas são altas. Internamente, o mercado repercute positivamente a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a presidência da Câmara. O preferido do governo do presidente interino Michel Temer para presidir a Casa era o deputado Rogério Rosso (PSD-DF). "Maia não deve dificultar a vida de Temer, e reconhece a necessidade do ajuste fiscal. A governabilidade, em nossa opinião, deve melhorar", diz, em relatório, a equipe de análise da Guide Investimentos. CÂMBIO E JUROS A valorização do real ocorre mesmo após o Banco Central ter realizado nesta manhã leilão de 10.000 contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 500 milhões. O dólar à vista recuava há pouco 1,67%, a R$ 3,2303, enquanto o dólar comercial perdia 1,37%, a R$ 3,2300. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 caía de 13,855% para 13,845%; o contrato de DI para janeiro de 2021 recuava de 12,040% para 11,930%. O CDS (credit default swap) brasileiro, outro indicador de percepção de risco, perdia 0,77%, aos 291,435 pontos, no menor patamar em quase um ano. BOLSA O Ibovespa subia 1,19%, aos 55.247,61 pontos, impulsionado pelos papéis do setor financeiro e da Petrobras. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subia 2,20%; Bradesco PN, +3,23%; Banco do Brasil ON, +2,43%; Santander unit, +2,74%; e BM&FBovespa ON, +4,02%. As ações da Petrobras ganhavam 1,78%, a R$ 10,82 (PN), e 1,69%, a R$ 13,21, acompanhando a alta do petróleo no mercado internacional. Os papéis PNA da Vale perdiam 1,48%, a R$ 13,96, enquanto os ON perdiam 3,36%, a R$ 17,22, influenciados pelo recuo do minério de ferro na China. EXTERIOR Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 ganhava 0,66%; o Dow Jones, +0,82% e o Nasdaq, +0,67%. Na Europa, a Bolsa de Londres avançava 0,01%; Paris, +1,25%; Frankfurt, +1,50%; Madri, +1,03%; e Milão, +1,84%. As Bolsas chinesas recuaram nesta quinta-feira, à espera da divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do país relativo ao segundo trimestre. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,19%, enquanto o índice de Xangai perdeu 0,22%. O índice japonês Nikkei fechou em alta de 0,95%, impulsionado pelo iene mais fraco e pelas expectativas de mais estímulos monetários.
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Entretempos: 'Pain', de Toni Amengual
'Pain', de Toni Amengual (autopublicado) - Embora não seja uma ideia nova, páginas fechadas que precisam ser rasgadas para revelar seu conteúdo é algo sempre divertido. Todas as vezes em que mostrei "Pain" para amigos, principalmente aqueles que não estão ... Leia post completo no blog
ilustrada
Entretempos: 'Pain', de Toni Amengual'Pain', de Toni Amengual (autopublicado) - Embora não seja uma ideia nova, páginas fechadas que precisam ser rasgadas para revelar seu conteúdo é algo sempre divertido. Todas as vezes em que mostrei "Pain" para amigos, principalmente aqueles que não estão ... Leia post completo no blog
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Com confusão entre alunos e polícia, CPI da Merenda aprova relatório final
A última sessão da CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo, na manhã desta terça-feira (13), foi marcada por confusão entre policiais e estudantes que foram retirados do plenário. Por 6 votos a 1, os deputados da base de Geraldo Alckmin (PSDB) aprovaram o relatório final que trouxe indícios de crimes praticados por membros da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), por dois servidores da Assembleia e por um ex-chefe de gabinete da Casa Civil. O texto isentou políticos. Um dos políticos citados por delatores no âmbito da Operação Alba Branca, deflagrada em janeiro deste ano, é o presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB). A CPI concluiu que não havia indícios de participação dele no esquema. Já Jéter Rodrigues Pereira e José Merivaldo dos Santos, ex-assessores do gabinete de Capez, foram indiciados sob suspeita de terem recebido dinheiro, direta ou indiretamente, de um contrato entre a Coaf e o governo estadual para fornecimento de suco de laranja para a merenda. O valor total dos contratos era de R$ 11,4 milhões. Também foi indiciado o ex-chefe de gabinete da Casa Civil Luiz Roberto dos Santos, o Moita –exonerado da secretaria um dia antes de a Alba Branca ser deflagrada. Ele é apontado como suspeito de ter usado seu cargo para interferir em favor da Coaf. Hoje, ele trabalha na CPTM (companhia de trens), onde é servidor de carreira. CONFUSÃO A confusão foi no início da sessão da CPI. Em meio a gritos de estudantes, que assistiam à reunião do mezanino do plenário, o presidente da comissão, Marcos Zerbini (PSDB), mandou a Polícia Militar retirar do local dois estudantes. Os policiais arrastaram os jovens, ligados a entidades do movimento estudantil, e entraram em conflito com os colegas deles e com deputados do PT, que queriam que os estudantes ficassem. A oposição protestou contra a medida de Zerbini. "Inicialmente, eram dois que estavam ofendendo [os parlamentares]. Eles estavam xingando de ladrão, de bandido. Isso não pode ser tolerado", rebateu o presidente da CPI. Os dois jovens foram levados a uma delegacia de polícia próxima da Assembleia. RELATÓRIO O relatório feito pelo deputado Estevam Galvão (DEM), da base do governo, foi aprovado com os votos de seis integrantes da CPI –além de Galvão, Zerbini, Delegado Olim (PP), Barros Munhoz (PSDB), Jorge Caruso (PMDB) e Adilson Rossi (PSB). Os deputados Coronel Camilo (PSD) e Gilmaci Santos (PRB), também da base governista, não estavam presentes. O único voto contrário foi o do deputado Alencar Santana Braga (PT), que apresentou um relatório alternativo ao da base. "O relatório do deputado Estevam não cita um representante político, como se o nome deles não fosse citado aqui pelos depoentes, como se o nome deles não existisse nas delações. A base do governo agiu blindando, protegendo os políticos citados e aquilo que aconteceu na Secretaria de Educação", disse o petista. As fraudes na merenda, relativas ao contrato com o governo do Estado, também são apuradas no Tribunal de Justiça –que tem atribuição para investigar o deputado Capez, devido ao foro especial. Na investigação no TJ, a quebra do sigilo bancário de Pereira e Merivaldo, ex-assessores de Capez, revelou uma movimentação suspeita nas contas deles. "Para quem foi o dinheiro? Tomara que o TJ apure com rigor quem foi de fato o último beneficiário [do dinheiro encontrado nas contas]", disse Braga, ao final da CPI. Barros Munhoz (PSDB) defendeu o relatório aprovado, mas também lamentou que a investigação não tenha se aprofundado mais. "Ninguém chega ao final de uma CPI no Brasil 100% contente. [Mas] Não tenho dúvida de que foi uma das CPIs com melhor resultado. Faltavam algumas outras coisas, sem dúvida alguma, mas o que apresentou a Polícia Civil até agora sobre esse assunto? Nada. O que apresentou o Ministério Público estadual? Nada. O que apresentou a Justiça paulista? Nada", afirmou.
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Com confusão entre alunos e polícia, CPI da Merenda aprova relatório finalA última sessão da CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo, na manhã desta terça-feira (13), foi marcada por confusão entre policiais e estudantes que foram retirados do plenário. Por 6 votos a 1, os deputados da base de Geraldo Alckmin (PSDB) aprovaram o relatório final que trouxe indícios de crimes praticados por membros da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), por dois servidores da Assembleia e por um ex-chefe de gabinete da Casa Civil. O texto isentou políticos. Um dos políticos citados por delatores no âmbito da Operação Alba Branca, deflagrada em janeiro deste ano, é o presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB). A CPI concluiu que não havia indícios de participação dele no esquema. Já Jéter Rodrigues Pereira e José Merivaldo dos Santos, ex-assessores do gabinete de Capez, foram indiciados sob suspeita de terem recebido dinheiro, direta ou indiretamente, de um contrato entre a Coaf e o governo estadual para fornecimento de suco de laranja para a merenda. O valor total dos contratos era de R$ 11,4 milhões. Também foi indiciado o ex-chefe de gabinete da Casa Civil Luiz Roberto dos Santos, o Moita –exonerado da secretaria um dia antes de a Alba Branca ser deflagrada. Ele é apontado como suspeito de ter usado seu cargo para interferir em favor da Coaf. Hoje, ele trabalha na CPTM (companhia de trens), onde é servidor de carreira. CONFUSÃO A confusão foi no início da sessão da CPI. Em meio a gritos de estudantes, que assistiam à reunião do mezanino do plenário, o presidente da comissão, Marcos Zerbini (PSDB), mandou a Polícia Militar retirar do local dois estudantes. Os policiais arrastaram os jovens, ligados a entidades do movimento estudantil, e entraram em conflito com os colegas deles e com deputados do PT, que queriam que os estudantes ficassem. A oposição protestou contra a medida de Zerbini. "Inicialmente, eram dois que estavam ofendendo [os parlamentares]. Eles estavam xingando de ladrão, de bandido. Isso não pode ser tolerado", rebateu o presidente da CPI. Os dois jovens foram levados a uma delegacia de polícia próxima da Assembleia. RELATÓRIO O relatório feito pelo deputado Estevam Galvão (DEM), da base do governo, foi aprovado com os votos de seis integrantes da CPI –além de Galvão, Zerbini, Delegado Olim (PP), Barros Munhoz (PSDB), Jorge Caruso (PMDB) e Adilson Rossi (PSB). Os deputados Coronel Camilo (PSD) e Gilmaci Santos (PRB), também da base governista, não estavam presentes. O único voto contrário foi o do deputado Alencar Santana Braga (PT), que apresentou um relatório alternativo ao da base. "O relatório do deputado Estevam não cita um representante político, como se o nome deles não fosse citado aqui pelos depoentes, como se o nome deles não existisse nas delações. A base do governo agiu blindando, protegendo os políticos citados e aquilo que aconteceu na Secretaria de Educação", disse o petista. As fraudes na merenda, relativas ao contrato com o governo do Estado, também são apuradas no Tribunal de Justiça –que tem atribuição para investigar o deputado Capez, devido ao foro especial. Na investigação no TJ, a quebra do sigilo bancário de Pereira e Merivaldo, ex-assessores de Capez, revelou uma movimentação suspeita nas contas deles. "Para quem foi o dinheiro? Tomara que o TJ apure com rigor quem foi de fato o último beneficiário [do dinheiro encontrado nas contas]", disse Braga, ao final da CPI. Barros Munhoz (PSDB) defendeu o relatório aprovado, mas também lamentou que a investigação não tenha se aprofundado mais. "Ninguém chega ao final de uma CPI no Brasil 100% contente. [Mas] Não tenho dúvida de que foi uma das CPIs com melhor resultado. Faltavam algumas outras coisas, sem dúvida alguma, mas o que apresentou a Polícia Civil até agora sobre esse assunto? Nada. O que apresentou o Ministério Público estadual? Nada. O que apresentou a Justiça paulista? Nada", afirmou.
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