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Trump supera Hillary em nova pesquisa eleitoral, e mercados reagem
A uma semana da eleição, o candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump, aparece à frente de sua rival democrata, Hillary Clinton, em uma nova pesquisa divulgada nesta terça (1º). É a primeira vez desde maio que Trump supera Hillary na pesquisa nacional encomendada pelo jornal "The Washigton Post" e pela rede ABC. Embora a diferença seja de apenas um ponto percentual (46% a 45%) e esteja na margem de erro, reforça a tendência dos últimos dias, que mostra o acirramento da disputa. Uma semana antes, a mesma sondagem dava 12 pontos de vantagem para Hillary. Segundo o "Post", o resultado teve pouca influência do anúncio do FBI (polícia federal americana) na sexta, de que voltou a investigar o uso de um servidor privado de e-mail por Hillary quando ela era secretária de Estado. Mas revela mais energia entre os seguidores de Trump: 53% se dizem "muito entusiasmados" com ele, contra 43% para os eleitores de Hillary. Apesar dos alertas de analistas de que uma só pesquisa não deve servir de parâmetro, a sondagem piorou o humor nos mercados. O "risco Trump" contribuiu para a quedas nas bolsas dos EUA e da Europa e do dólar frente ao franco suíço e ao euro, entre outras moedas. Uma possível vitória de Trump é vista como sinal de incerteza e volatilidade pelos mercados, por sua retórica populista. No Brasil, o Ibovespa recuou 2,46%, maior baixa desde 13 de setembro. O dólar comercial acelerou os ganhos após a divulgação da pesquisa nos EUA e fechou em alta de 1,63%, a maior em quase um mês, a R$ 3,2410. Outro fator que contribuiu para os resultados foi a expectativa em relação a uma possível sinalização sobre o aumento dos juros nos EUA, na reunião desta quarta (2) do Fed (banco central). A ascensão de Trump nacionalmente, enquanto as pesquisas indicam que ele continua atrás de Hillary na soma dos Estados, trouxe ao debate a possibilidade de ele vencer na votação popular e ainda assim não se tornar o presidente. Algo que só ocorreu quatro vezes na história, a última delas em 2000. Nesse sistema eleitoral, resultados por Estado pesam mais que o total nacional. São eles que definem a composição do colégio eleitoral, responsável por escolher o presidente. Para chegar à Presidência é preciso um mínimo de 270 dos 538 votos do colégio eleitoral e a maioria das pesquisas coloca Hillary mais perto do número necessário. Colaborou EULINA OLIVEIRA, de São Paulo
mundo
Trump supera Hillary em nova pesquisa eleitoral, e mercados reagemA uma semana da eleição, o candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump, aparece à frente de sua rival democrata, Hillary Clinton, em uma nova pesquisa divulgada nesta terça (1º). É a primeira vez desde maio que Trump supera Hillary na pesquisa nacional encomendada pelo jornal "The Washigton Post" e pela rede ABC. Embora a diferença seja de apenas um ponto percentual (46% a 45%) e esteja na margem de erro, reforça a tendência dos últimos dias, que mostra o acirramento da disputa. Uma semana antes, a mesma sondagem dava 12 pontos de vantagem para Hillary. Segundo o "Post", o resultado teve pouca influência do anúncio do FBI (polícia federal americana) na sexta, de que voltou a investigar o uso de um servidor privado de e-mail por Hillary quando ela era secretária de Estado. Mas revela mais energia entre os seguidores de Trump: 53% se dizem "muito entusiasmados" com ele, contra 43% para os eleitores de Hillary. Apesar dos alertas de analistas de que uma só pesquisa não deve servir de parâmetro, a sondagem piorou o humor nos mercados. O "risco Trump" contribuiu para a quedas nas bolsas dos EUA e da Europa e do dólar frente ao franco suíço e ao euro, entre outras moedas. Uma possível vitória de Trump é vista como sinal de incerteza e volatilidade pelos mercados, por sua retórica populista. No Brasil, o Ibovespa recuou 2,46%, maior baixa desde 13 de setembro. O dólar comercial acelerou os ganhos após a divulgação da pesquisa nos EUA e fechou em alta de 1,63%, a maior em quase um mês, a R$ 3,2410. Outro fator que contribuiu para os resultados foi a expectativa em relação a uma possível sinalização sobre o aumento dos juros nos EUA, na reunião desta quarta (2) do Fed (banco central). A ascensão de Trump nacionalmente, enquanto as pesquisas indicam que ele continua atrás de Hillary na soma dos Estados, trouxe ao debate a possibilidade de ele vencer na votação popular e ainda assim não se tornar o presidente. Algo que só ocorreu quatro vezes na história, a última delas em 2000. Nesse sistema eleitoral, resultados por Estado pesam mais que o total nacional. São eles que definem a composição do colégio eleitoral, responsável por escolher o presidente. Para chegar à Presidência é preciso um mínimo de 270 dos 538 votos do colégio eleitoral e a maioria das pesquisas coloca Hillary mais perto do número necessário. Colaborou EULINA OLIVEIRA, de São Paulo
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Argentina se vinga e vence o Chile de virada nas eliminatórias da Copa
A Argentina se vingou de derrota na final da última Copa América e venceu a seleção chilena por 2 a 1, de virada, nesta quinta-feira (24), no estádio Nacional, no Chile, pelas eliminatórias da Copa do Mundo. Com a vitória, a Argentina soma oito pontos e ocupa, pelo menos provisoriamente, o quarto lugar da competição. O Chile, por sua vez, chegou a sua segunda derrota consecutiva e está em sexto, com sete pontos. Nesta quinta, o Chile abriu o placar com Felipe Gutiérrez logo aos 10 min de jogo. A Argentina empatou nove minutos depois, com Di Mária. Mercado fez o gol da vitória argentina ainda no primeiro tempo, aos 24 min. Em julho do ano passado,  a seleção chilena bateu a Argentina nos pênaltis após empate em 0 a 0 no tempo regulamentar e conquistou a Copa América, o primeiro título em sua história. Na terça (29), a Argentina volta a campo contra a Bolívia, em casa. O Chile visita a Venezuela no mesmo dia. Nos outros jogos do dia, Equador e Paraguai empataram em 2 a 2. Já a Colômbia bateu a Bolívia por 3 a 2.
esporte
Argentina se vinga e vence o Chile de virada nas eliminatórias da CopaA Argentina se vingou de derrota na final da última Copa América e venceu a seleção chilena por 2 a 1, de virada, nesta quinta-feira (24), no estádio Nacional, no Chile, pelas eliminatórias da Copa do Mundo. Com a vitória, a Argentina soma oito pontos e ocupa, pelo menos provisoriamente, o quarto lugar da competição. O Chile, por sua vez, chegou a sua segunda derrota consecutiva e está em sexto, com sete pontos. Nesta quinta, o Chile abriu o placar com Felipe Gutiérrez logo aos 10 min de jogo. A Argentina empatou nove minutos depois, com Di Mária. Mercado fez o gol da vitória argentina ainda no primeiro tempo, aos 24 min. Em julho do ano passado,  a seleção chilena bateu a Argentina nos pênaltis após empate em 0 a 0 no tempo regulamentar e conquistou a Copa América, o primeiro título em sua história. Na terça (29), a Argentina volta a campo contra a Bolívia, em casa. O Chile visita a Venezuela no mesmo dia. Nos outros jogos do dia, Equador e Paraguai empataram em 2 a 2. Já a Colômbia bateu a Bolívia por 3 a 2.
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Minimalismo de obras se choca com retórica de protesto de 'Osso'
OSSO QUANDO de ter. a dom., das 11h às 20h, até 30/7 ONDE Instituto Tomie Ohtake, av. Brig. Faria Lima, 201, Tel. (11) 2245-1900 QUANTO grátis - Branco é a cor que mais aparece em "Osso". São brancas as páginas do livro de Nuno Ramos alvejado por uma bala, as delicadas tramas quadriculadas atravessadas pelos cabelos negros de Moisés Patrício, um quadro manchado de Pablo Lobato, as pedras portuguesas que se alastram pelo chão numa escultura de Jaime Lauriano. Na mostra-protesto, contra a prisão de um jovem negro nas manifestações de junho de 2013 e depois por tráfico de drogas em circunstâncias nunca esclarecidas, o minimalismo domina. São gestos fortes, mas quase invisíveis. Essas obras secas estão em contraste flagrante com a retórica incendiária em torno da exposição organizada por Paulo Miyada no Instituto Tomie Ohtake. É como se refletissem a mudez de uma sociedade diante de abusos contra negros e pobres que seguem um padrão tão regular quanto as formas geométricas do modernismo do país. Há uma violência velada nesses trabalhos, tal qual as formas ao mesmo tempo dóceis e brutais paridas por nossas vanguardas. Os flagras de anônimos nas ruas de Buenos Aires num filme de Jonathas de Andrade confundem disparos de obturador com tiros de fuzil. O rosto em plano fechado de Anna Maria Maiolino em outro filme também grita de horror ao mesmo tempo em que esboça um sorriso. Paulo Nazareth transforma o gesto do atleta olímpico negro Tommie Smith, que levantou o punho com uma luva preta no pódio da competição em 1968, em monumento acanhado, uma figurinha metálica apoiada em frágeis e minúsculas hastes de madeira a ponto de desmoronar. Em equilíbrio precário, esses trabalhos dissecam a fragilidade e a vulnerabilidade do corpo -em especial o corpo negro, feminino e indígena- num país raivoso, de coronéis armados, bancadas da bala e indústrias de repressão e obscurantismo financiadas pelo dízimo dos fiéis. Letras brancas contra um fundo preto de uma faixa criada pela artista Graziela Kunsch afirmam que "o racismo é estrutural", enquanto outro letreiro de Vitor Cesar, na saída da mostra, adverte que "artista é público". Frente a frente, esses trabalhos se esforçam para dizer que esses artistas-ativistas não avançam sobre um campo incerto ou da esfera dos advogados e juízes. Em tempos sombrios e de escalada da violência, talvez seja mesmo no campo do protesto que as artes plásticas devem operar. No caso desses artistas, uma espécie de "dream team" da arte contemporânea do país, o silêncio e a contenção formal -do "Nadaísmo", lembrança de Paulo Bruscky de uma mostra que fez no Recife deixando vazia a galeria, ou o minúsculo cubo de madeira plantado no meio de uma sala enorme por Cildo Meireles- desarmam o mais cínico e cético dos espectadores. Estéril, nua e crua, "Osso" joga luz sobre um abismo que separa negros e brancos, mesmo partindo dos -poucos- negros e muitos brancos que dominam uma indústria cultural calada há tempos demais e que de vez em quando se desperta para reagir à barbárie.
ilustrada
Minimalismo de obras se choca com retórica de protesto de 'Osso'OSSO QUANDO de ter. a dom., das 11h às 20h, até 30/7 ONDE Instituto Tomie Ohtake, av. Brig. Faria Lima, 201, Tel. (11) 2245-1900 QUANTO grátis - Branco é a cor que mais aparece em "Osso". São brancas as páginas do livro de Nuno Ramos alvejado por uma bala, as delicadas tramas quadriculadas atravessadas pelos cabelos negros de Moisés Patrício, um quadro manchado de Pablo Lobato, as pedras portuguesas que se alastram pelo chão numa escultura de Jaime Lauriano. Na mostra-protesto, contra a prisão de um jovem negro nas manifestações de junho de 2013 e depois por tráfico de drogas em circunstâncias nunca esclarecidas, o minimalismo domina. São gestos fortes, mas quase invisíveis. Essas obras secas estão em contraste flagrante com a retórica incendiária em torno da exposição organizada por Paulo Miyada no Instituto Tomie Ohtake. É como se refletissem a mudez de uma sociedade diante de abusos contra negros e pobres que seguem um padrão tão regular quanto as formas geométricas do modernismo do país. Há uma violência velada nesses trabalhos, tal qual as formas ao mesmo tempo dóceis e brutais paridas por nossas vanguardas. Os flagras de anônimos nas ruas de Buenos Aires num filme de Jonathas de Andrade confundem disparos de obturador com tiros de fuzil. O rosto em plano fechado de Anna Maria Maiolino em outro filme também grita de horror ao mesmo tempo em que esboça um sorriso. Paulo Nazareth transforma o gesto do atleta olímpico negro Tommie Smith, que levantou o punho com uma luva preta no pódio da competição em 1968, em monumento acanhado, uma figurinha metálica apoiada em frágeis e minúsculas hastes de madeira a ponto de desmoronar. Em equilíbrio precário, esses trabalhos dissecam a fragilidade e a vulnerabilidade do corpo -em especial o corpo negro, feminino e indígena- num país raivoso, de coronéis armados, bancadas da bala e indústrias de repressão e obscurantismo financiadas pelo dízimo dos fiéis. Letras brancas contra um fundo preto de uma faixa criada pela artista Graziela Kunsch afirmam que "o racismo é estrutural", enquanto outro letreiro de Vitor Cesar, na saída da mostra, adverte que "artista é público". Frente a frente, esses trabalhos se esforçam para dizer que esses artistas-ativistas não avançam sobre um campo incerto ou da esfera dos advogados e juízes. Em tempos sombrios e de escalada da violência, talvez seja mesmo no campo do protesto que as artes plásticas devem operar. No caso desses artistas, uma espécie de "dream team" da arte contemporânea do país, o silêncio e a contenção formal -do "Nadaísmo", lembrança de Paulo Bruscky de uma mostra que fez no Recife deixando vazia a galeria, ou o minúsculo cubo de madeira plantado no meio de uma sala enorme por Cildo Meireles- desarmam o mais cínico e cético dos espectadores. Estéril, nua e crua, "Osso" joga luz sobre um abismo que separa negros e brancos, mesmo partindo dos -poucos- negros e muitos brancos que dominam uma indústria cultural calada há tempos demais e que de vez em quando se desperta para reagir à barbárie.
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Procurador recomenda arquivamento de investigação contra Aécio Neves
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) teve pedido de abertura de inquérito por citação nas delações premiadas da Operação Lava Jato rejeitados pela Procuradoria-Geral da República. O procurador-geral, Rodrigo Janot, recomendou ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento do pedido sugerido pelos procuradores do caso. Não é pública ainda a íntegra do despacho, no qual será possível entender qual teria sido a citação ao senador que ensejou o pedido. Ao longo das investigações da Lava Jato, transpareceu que uma construtora citou Aécio, candidato derrotado à Presidência em outubro, como alvo de pressões por parte de empresários. Janot também recomendou o arquivamento do pedido de inquérito sobre Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara dos Deputados. Do PMDB-RN, ele deverá agora assumir a pasta do Turismo –só não havia sido indicado justamente porque havia a informação de que ele poderia vir a ser citado na lista de Janot. Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, tiveram pedidos de inquérito aceitos pela PGR. Caberá agora ao ministro Teori Zavascki acatá-los ou não. Segundo a Folha apurou, os pedidos são resultados da delação do doleiro Alberto Youssef à Justiça. Segundo ele, teriam sido entregues R$ 1 milhão à campanha da senadora em 2010. 54 NOMES A PGR enviou ao STF 28 pedidos para investigar 54 pessoas envolvidas na Operação Lava Jato. Estão na lista os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Também serão investigados os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Edison Lobão (PMDB-MA) e o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR). Entre os 54 investigados estão políticos e pessoas sem o chamado foro privilegiado. Todos responderão a inquéritos. Nenhuma denúncia direta foi feita. No meio político, também é esperado que o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), tenham seus nomes na lista. Todos negam envolvimento no caso.
poder
Procurador recomenda arquivamento de investigação contra Aécio NevesO senador Aécio Neves (PSDB-MG) teve pedido de abertura de inquérito por citação nas delações premiadas da Operação Lava Jato rejeitados pela Procuradoria-Geral da República. O procurador-geral, Rodrigo Janot, recomendou ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento do pedido sugerido pelos procuradores do caso. Não é pública ainda a íntegra do despacho, no qual será possível entender qual teria sido a citação ao senador que ensejou o pedido. Ao longo das investigações da Lava Jato, transpareceu que uma construtora citou Aécio, candidato derrotado à Presidência em outubro, como alvo de pressões por parte de empresários. Janot também recomendou o arquivamento do pedido de inquérito sobre Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara dos Deputados. Do PMDB-RN, ele deverá agora assumir a pasta do Turismo –só não havia sido indicado justamente porque havia a informação de que ele poderia vir a ser citado na lista de Janot. Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, tiveram pedidos de inquérito aceitos pela PGR. Caberá agora ao ministro Teori Zavascki acatá-los ou não. Segundo a Folha apurou, os pedidos são resultados da delação do doleiro Alberto Youssef à Justiça. Segundo ele, teriam sido entregues R$ 1 milhão à campanha da senadora em 2010. 54 NOMES A PGR enviou ao STF 28 pedidos para investigar 54 pessoas envolvidas na Operação Lava Jato. Estão na lista os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Também serão investigados os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Edison Lobão (PMDB-MA) e o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR). Entre os 54 investigados estão políticos e pessoas sem o chamado foro privilegiado. Todos responderão a inquéritos. Nenhuma denúncia direta foi feita. No meio político, também é esperado que o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), tenham seus nomes na lista. Todos negam envolvimento no caso.
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Sete dicas para agilizar a locação do imóvel
Segundo levantamento do Secovi-SP (sindicado do mercado imobiliário), as casas foram alugadas mais rápido em janeiro do que os apartamentos. Para casas, o tempo para encontrar um locatário variou entre 15 e 36 dias. Os apartamentos demoraram um pouco mais: entre 22 a 46 dias, em média. Em casa ou apartamento, confira dicas para não deixar o imóvel destinado ao aluguel encalhado. Rodapés soltos, pisos arranhados, manchas na pintura ou espelhos de interruptores velhos geram uma impressão negativa. Em um cenário de oferta farta de imóveis, é provável que o inquilino encontre outra unidade melhor conservada pelo mesmo preço. Invista em melhorias compatíveis com o perfil do locatário desejado. Se é um apartamento pequeno, em um bairro nobre, para jovens profissionais com alto poder aquisitivo, pisos e marcenaria de qualidade são atrativos. Se é uma quitinete para estudantes, aposte em itens de baixo custo e boa durabilidade, como pisos laminados ou vinílicos. Ao contrário de quem compra apartamento, quem quer alugar tem sempre pressa em se mudar e raramente quer reformar. Muitas pessoas começam a busca do imóvel pela internet e sequer cogitam visitar aqueles cujas fotos não mostram bem como ele é. Seja transparente e apresente o máximo de cômodo e ângulos possíveis. Isso ajuda a evitar que o cliente que não vai fechar visite a residência, economizando o tempo de todos na negociação. O ideal é que os ambientes estejam bem iluminados, limpos e organizados. Não tire fotos contra as janelas e mantenha as luzes internas acesas. Há classificados, como o QuintoAndar, que oferecem o serviço gratuito de um fotógrafo profissional para registrar o imóvel. É importante estar presente em vários canais da internet e redes sociais, com vídeos, fotos e contatos disponíveis. Muitos proprietários colocam valores incompatíveis com a realidade do mercado e os imóveis acabam ficando encalhados. A internet facilita muito a pesquisa de preços. Dê uma olhada nos anúncios de imóveis similares ao seu. Os preços precisam ser condizentes com o momento atual do mercado. Não é porque o último inquilino pagava R$ 2.000 que o novo deverá pagar R$ 2.500. Para se ter uma ideia, os contratos de aluguel residencial assinados na cidade de São Paulo em janeiro tiveram alta de 2,1%, se considerada a variação nos últimos 12 meses, abaixo da inflação pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) do período, de 4%. É melhor demorar três meses para alugar o apartamento por R$ 2.500 ou alugar em um mês por R$ 2.000? Além do valor do aluguel, é preciso levar em conta o prazo médio que os inquilinos tendem a ficar no imóvel e os valores do condomínio e IPTU. Em um cenário em que os inquilinos costumam ficar entre 12 e 18 meses no imóvel, pode ser mais interessante alugar mais rápido por um preço ligeiramente inferior do que deixar o imóvel parado. Não é porque você já teve algum problema com um inquilino que todos os outros serão problemáticos. Alguns proprietários e imobiliárias exigem garantias exageradas ou muito restritivas, que dificultam a locação do imóvel. Seja flexível também com multas e prazos. Alguns proprietários querem evitar a rotatividade de locatários e acabam impondo multa rescisória proporcional ao tempo total do contrato padrão de locação, que é de 30 meses. Como a maioria dos locatários geralmente fica menos que esse período, considere a possibilidade de só cobrar multa rescisória se o inquilino sair antes de 6 ou 12 meses. De que adianta ter uma multa maior se isso pode implicar em meses de atraso para ocupar o imóvel?
asmais
Sete dicas para agilizar a locação do imóvelSegundo levantamento do Secovi-SP (sindicado do mercado imobiliário), as casas foram alugadas mais rápido em janeiro do que os apartamentos. Para casas, o tempo para encontrar um locatário variou entre 15 e 36 dias. Os apartamentos demoraram um pouco mais: entre 22 a 46 dias, em média. Em casa ou apartamento, confira dicas para não deixar o imóvel destinado ao aluguel encalhado. Rodapés soltos, pisos arranhados, manchas na pintura ou espelhos de interruptores velhos geram uma impressão negativa. Em um cenário de oferta farta de imóveis, é provável que o inquilino encontre outra unidade melhor conservada pelo mesmo preço. Invista em melhorias compatíveis com o perfil do locatário desejado. Se é um apartamento pequeno, em um bairro nobre, para jovens profissionais com alto poder aquisitivo, pisos e marcenaria de qualidade são atrativos. Se é uma quitinete para estudantes, aposte em itens de baixo custo e boa durabilidade, como pisos laminados ou vinílicos. Ao contrário de quem compra apartamento, quem quer alugar tem sempre pressa em se mudar e raramente quer reformar. Muitas pessoas começam a busca do imóvel pela internet e sequer cogitam visitar aqueles cujas fotos não mostram bem como ele é. Seja transparente e apresente o máximo de cômodo e ângulos possíveis. Isso ajuda a evitar que o cliente que não vai fechar visite a residência, economizando o tempo de todos na negociação. O ideal é que os ambientes estejam bem iluminados, limpos e organizados. Não tire fotos contra as janelas e mantenha as luzes internas acesas. Há classificados, como o QuintoAndar, que oferecem o serviço gratuito de um fotógrafo profissional para registrar o imóvel. É importante estar presente em vários canais da internet e redes sociais, com vídeos, fotos e contatos disponíveis. Muitos proprietários colocam valores incompatíveis com a realidade do mercado e os imóveis acabam ficando encalhados. A internet facilita muito a pesquisa de preços. Dê uma olhada nos anúncios de imóveis similares ao seu. Os preços precisam ser condizentes com o momento atual do mercado. Não é porque o último inquilino pagava R$ 2.000 que o novo deverá pagar R$ 2.500. Para se ter uma ideia, os contratos de aluguel residencial assinados na cidade de São Paulo em janeiro tiveram alta de 2,1%, se considerada a variação nos últimos 12 meses, abaixo da inflação pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) do período, de 4%. É melhor demorar três meses para alugar o apartamento por R$ 2.500 ou alugar em um mês por R$ 2.000? Além do valor do aluguel, é preciso levar em conta o prazo médio que os inquilinos tendem a ficar no imóvel e os valores do condomínio e IPTU. Em um cenário em que os inquilinos costumam ficar entre 12 e 18 meses no imóvel, pode ser mais interessante alugar mais rápido por um preço ligeiramente inferior do que deixar o imóvel parado. Não é porque você já teve algum problema com um inquilino que todos os outros serão problemáticos. Alguns proprietários e imobiliárias exigem garantias exageradas ou muito restritivas, que dificultam a locação do imóvel. Seja flexível também com multas e prazos. Alguns proprietários querem evitar a rotatividade de locatários e acabam impondo multa rescisória proporcional ao tempo total do contrato padrão de locação, que é de 30 meses. Como a maioria dos locatários geralmente fica menos que esse período, considere a possibilidade de só cobrar multa rescisória se o inquilino sair antes de 6 ou 12 meses. De que adianta ter uma multa maior se isso pode implicar em meses de atraso para ocupar o imóvel?
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Motins e ataques deixam Natal sem transporte
Ônibus incendiados e rebeliões em 12 presídios no Rio Grande do Norte provocaram pânico em Natal, o que afetou o transporte público e levou até à suspensão de aulas. O sistema carcerário está superlotado e com problemas de infraestrutura. São 7.700 presos para 4.667 vagas. Na série de motins, iniciados há uma semana, presos atearam fogo nos pavilhões, destruíram paredes e arrancaram portões das celas. Diante dos ataques, Zaidem Heronildes da Silva Filho, secretário da pasta que administra os presídios, foi exonerado nesta segunda (16). O governador Robinson Faria (PSD) admitiu que a situação é "crítica" e culpou a gestão anterior pela superlotação. Segundo o governo, os ataques nas ruas foram articulados por membros da facção criminosa paulista PCC que estão detidos no Estado. Faria decretou situação de calamidade pública no sistema prisional. Cerca de 200 homens da Força Nacional de Segurança foram enviados ao Estado para conter os motins. Cinco ônibus e um carro da PM foram incendiados na segunda. Os ônibus foram recolhidos e a população ficou sem transporte público até a manhã desta terça (17). Os motins alastraram-se por presídios de todo o Estado. Só nesta terça, houve rebeliões em seis unidades. Ao menos 13 colégios particulares e 2 escolas municipais não funcionaram nesta terça. Nas particulares que tiveram aulas, houve uma média de 40% de comparecimento, avalia o presidente do sindicato que representa as escolas, Alexandre Marinho. "Instalou-se o pânico. Houve uma verdadeira onda de terrorismo pelo WhatsApp." No colégio Salesiano, um dos maiores da rede privada, provas foram suspensas e os ataques "viraram o assunto". "Os alunos receberam muita informação pelas redes sociais", disse Cledivânia Pereira, 41, mãe de Heitor, 14. O governo recebeu uma carta com reivindicações dos presidiários. Uma delas é que circulem próximo aos presídios carros de fumacê (fumaça para espantar mosquitos). (JULIANA COISSI, MARTHA ALVES E RENATA MOURA)
cotidiano
Motins e ataques deixam Natal sem transporteÔnibus incendiados e rebeliões em 12 presídios no Rio Grande do Norte provocaram pânico em Natal, o que afetou o transporte público e levou até à suspensão de aulas. O sistema carcerário está superlotado e com problemas de infraestrutura. São 7.700 presos para 4.667 vagas. Na série de motins, iniciados há uma semana, presos atearam fogo nos pavilhões, destruíram paredes e arrancaram portões das celas. Diante dos ataques, Zaidem Heronildes da Silva Filho, secretário da pasta que administra os presídios, foi exonerado nesta segunda (16). O governador Robinson Faria (PSD) admitiu que a situação é "crítica" e culpou a gestão anterior pela superlotação. Segundo o governo, os ataques nas ruas foram articulados por membros da facção criminosa paulista PCC que estão detidos no Estado. Faria decretou situação de calamidade pública no sistema prisional. Cerca de 200 homens da Força Nacional de Segurança foram enviados ao Estado para conter os motins. Cinco ônibus e um carro da PM foram incendiados na segunda. Os ônibus foram recolhidos e a população ficou sem transporte público até a manhã desta terça (17). Os motins alastraram-se por presídios de todo o Estado. Só nesta terça, houve rebeliões em seis unidades. Ao menos 13 colégios particulares e 2 escolas municipais não funcionaram nesta terça. Nas particulares que tiveram aulas, houve uma média de 40% de comparecimento, avalia o presidente do sindicato que representa as escolas, Alexandre Marinho. "Instalou-se o pânico. Houve uma verdadeira onda de terrorismo pelo WhatsApp." No colégio Salesiano, um dos maiores da rede privada, provas foram suspensas e os ataques "viraram o assunto". "Os alunos receberam muita informação pelas redes sociais", disse Cledivânia Pereira, 41, mãe de Heitor, 14. O governo recebeu uma carta com reivindicações dos presidiários. Uma delas é que circulem próximo aos presídios carros de fumacê (fumaça para espantar mosquitos). (JULIANA COISSI, MARTHA ALVES E RENATA MOURA)
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Edição de hoje é terceira maior da Folha
A edição da Folha deste domingo (28) é a terceira maior em número de páginas da história do jornal. Com 424 páginas na edição que circula em São Paulo, das quais 120 do especial que integra as comemorações de 95 anos do jornal, a publicação fica atrás apenas de edições de 30 de junho de 2013, com 458 páginas –sendo mais da metade delas da revista "O Melhor de sãopaulo"–, e de 28 de novembro de 2010, com 430 páginas. Neste domingo (28), a "Serafina" ocupa 52 páginas e a revista "sãopaulo" outras 124. O especial da Folha, intitulado "Para que serve um jornal", é também a maior sequência impressa de cadernos da história do diário. A capa da primeira parte do especial, um cacho de bananas embrulhado em papel jornal, e as capas das partes subsequentes foram inspiradas em um quadro do acervo da Folha, de autoria de M.T. Santos, que também mostra um exemplar do jornal envolvendo a fruta. A pintura está exposta numa sala de reuniões do prédio da Folha. Aos visitantes da Redação que reparavam na obra, Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), publisher da Folha, dizia que aquela era uma lição de humildade: no dia seguinte, o jornal pode servir para embrulhar peixe. O produto que celebra os 95 anos da Folha também bate recorde de anunciantes. Para o superintendente da Folha, Antônio Manuel Teixeira Mendes, isso mostra "pujança da marca". "Com o mercado retraído e ao mesmo tempo com a discussão de como o jornalismo vai sobreviver na transição digital, temos uma edição de quase 450 páginas com anunciantes importantes. Mostra força não só da Folha, como do meio." O ineditismo em relação à quantidade de páginas do especial exigiu mudanças no sistema de edição do jornal impresso, limitado a cadernos de até 99 páginas. Para viabilizar a impressão e distribuição do jornal, o CTG-F (Centro Tecnológico Gráfico-Folha), em Santana de Parnaíba (SP), fez mudanças em sua operação. "Nunca tivemos um caderno tão grande. Estamos nos preparando desde o começo da semana", diz Luiz Antonio de Oliveira, diretor industrial do CTG-F. São cinco turnos de impressão em vez dos três regulares, num trabalho que consome 30 horas, em lugar das habituais 18. O resultado é um jornal três vezes mais pesado, com cerca de 1,5 kg. Os motoboys que entregam a Folha e outros jornais em São Paulo fazem mais viagens, já que o peso da publicação limita seu carregamento. Um vídeo foi produzido para explicar como os cadernos devem ser encartados nos centros de distribuição, de forma a facilitar a leitura. Assim, o caderno 5 fica no interior dos cadernos 3 e 4, que, por sua vez, integram os cadernos 1 e 2. Com isso, um exemplar é montado em cerca de um minuto. Normalmente, o trabalho é feito em 30 segundos. Vinte e cinco profissionais da Redação foram mobilizados para participar do processo de edição, preparação e finalização do especial, um trabalho que levou cerca de 60 horas. Ao longo da semana, foram consumidos 29 pizzas, 40 empanadas, cerca de 70 cápsulas de café, três metros de sanduíche e oito ovos de Páscoa. Ao todo, o especial envolveu pelo menos 85 profissionais da Redação. A dimensão do jornal deste domingo, diz Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha, "mostra a força do projeto do jornal, que segue os princípios de pluralidade, apartidarismo e crítica. Os anunciantes querem ver seus nomes associados a marcas como a Folha, que tem conteúdo de qualidade, fruto do jornalismo profissional."
poder
Edição de hoje é terceira maior da FolhaA edição da Folha deste domingo (28) é a terceira maior em número de páginas da história do jornal. Com 424 páginas na edição que circula em São Paulo, das quais 120 do especial que integra as comemorações de 95 anos do jornal, a publicação fica atrás apenas de edições de 30 de junho de 2013, com 458 páginas –sendo mais da metade delas da revista "O Melhor de sãopaulo"–, e de 28 de novembro de 2010, com 430 páginas. Neste domingo (28), a "Serafina" ocupa 52 páginas e a revista "sãopaulo" outras 124. O especial da Folha, intitulado "Para que serve um jornal", é também a maior sequência impressa de cadernos da história do diário. A capa da primeira parte do especial, um cacho de bananas embrulhado em papel jornal, e as capas das partes subsequentes foram inspiradas em um quadro do acervo da Folha, de autoria de M.T. Santos, que também mostra um exemplar do jornal envolvendo a fruta. A pintura está exposta numa sala de reuniões do prédio da Folha. Aos visitantes da Redação que reparavam na obra, Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), publisher da Folha, dizia que aquela era uma lição de humildade: no dia seguinte, o jornal pode servir para embrulhar peixe. O produto que celebra os 95 anos da Folha também bate recorde de anunciantes. Para o superintendente da Folha, Antônio Manuel Teixeira Mendes, isso mostra "pujança da marca". "Com o mercado retraído e ao mesmo tempo com a discussão de como o jornalismo vai sobreviver na transição digital, temos uma edição de quase 450 páginas com anunciantes importantes. Mostra força não só da Folha, como do meio." O ineditismo em relação à quantidade de páginas do especial exigiu mudanças no sistema de edição do jornal impresso, limitado a cadernos de até 99 páginas. Para viabilizar a impressão e distribuição do jornal, o CTG-F (Centro Tecnológico Gráfico-Folha), em Santana de Parnaíba (SP), fez mudanças em sua operação. "Nunca tivemos um caderno tão grande. Estamos nos preparando desde o começo da semana", diz Luiz Antonio de Oliveira, diretor industrial do CTG-F. São cinco turnos de impressão em vez dos três regulares, num trabalho que consome 30 horas, em lugar das habituais 18. O resultado é um jornal três vezes mais pesado, com cerca de 1,5 kg. Os motoboys que entregam a Folha e outros jornais em São Paulo fazem mais viagens, já que o peso da publicação limita seu carregamento. Um vídeo foi produzido para explicar como os cadernos devem ser encartados nos centros de distribuição, de forma a facilitar a leitura. Assim, o caderno 5 fica no interior dos cadernos 3 e 4, que, por sua vez, integram os cadernos 1 e 2. Com isso, um exemplar é montado em cerca de um minuto. Normalmente, o trabalho é feito em 30 segundos. Vinte e cinco profissionais da Redação foram mobilizados para participar do processo de edição, preparação e finalização do especial, um trabalho que levou cerca de 60 horas. Ao longo da semana, foram consumidos 29 pizzas, 40 empanadas, cerca de 70 cápsulas de café, três metros de sanduíche e oito ovos de Páscoa. Ao todo, o especial envolveu pelo menos 85 profissionais da Redação. A dimensão do jornal deste domingo, diz Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha, "mostra a força do projeto do jornal, que segue os princípios de pluralidade, apartidarismo e crítica. Os anunciantes querem ver seus nomes associados a marcas como a Folha, que tem conteúdo de qualidade, fruto do jornalismo profissional."
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Seminário internacional debate os cem anos da Revolução Russa
Entre os dias 26 e 29 deste mês, o Teatro Paulo Autran recebe o seminário "1917: o ano que abalou o mundo" que abordará o legado da Revolução Russa em cursos, palestras, debates e mostra de cinema. Pelas manhãs, o evento oferece o curso "A história da Revolução Russa", com curadoria de Gilberto Maringoni e mediação de Alexandre Linares. As tardes e noites são dedicadas ao ciclo de debates "Diálogos com a Revolução Russa". No dia 26, haverá palestra da historiadora Wendy Goldman sobre o papel feminino na Revolução, com comentários de Djamila Ribeiro e Maria Lygia Quartim de Moraes. No dia 27, o ensaísta paquistanês Tariq Ali fala sobre o pensamento teórico de Lênin, com comentários do colunista da Folha Vladimir Safatle e da historiadora Virgínia Fontes. Filha dos revolucionários comunistas Luiz Carlos Prestes e Olga Benario Prestes, a autora Anita Prestes aborda na sexta-feira (29) as relações entre a União Soviética e o Brasil. * 1917: o ano que abalou o mundo De 26 a 29 de setembro de 2017 Sesc Pinheiros Endereço: Rua Paes Leme, 195 Tel.: 11 3095.9400 Programação completa aqui
mundo
Seminário internacional debate os cem anos da Revolução RussaEntre os dias 26 e 29 deste mês, o Teatro Paulo Autran recebe o seminário "1917: o ano que abalou o mundo" que abordará o legado da Revolução Russa em cursos, palestras, debates e mostra de cinema. Pelas manhãs, o evento oferece o curso "A história da Revolução Russa", com curadoria de Gilberto Maringoni e mediação de Alexandre Linares. As tardes e noites são dedicadas ao ciclo de debates "Diálogos com a Revolução Russa". No dia 26, haverá palestra da historiadora Wendy Goldman sobre o papel feminino na Revolução, com comentários de Djamila Ribeiro e Maria Lygia Quartim de Moraes. No dia 27, o ensaísta paquistanês Tariq Ali fala sobre o pensamento teórico de Lênin, com comentários do colunista da Folha Vladimir Safatle e da historiadora Virgínia Fontes. Filha dos revolucionários comunistas Luiz Carlos Prestes e Olga Benario Prestes, a autora Anita Prestes aborda na sexta-feira (29) as relações entre a União Soviética e o Brasil. * 1917: o ano que abalou o mundo De 26 a 29 de setembro de 2017 Sesc Pinheiros Endereço: Rua Paes Leme, 195 Tel.: 11 3095.9400 Programação completa aqui
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Grupo Dasa vai investir R$ 400 milhões em 2016
Apesar da crise e do dólar alto, o grupo Dasa investirá R$ 400 milhões em 2016. Os recursos irão para a expansão de unidades de análises clínicas, o que inclui a alocação de R$ 90 milhões apenas em equipamentos. O grupo reúne 24 marcas de laboratórios, entre elas Delboni e Lavoisier. "Não dá para esperar a crise passar ou o câmbio mudar", diz Emerson Gasparetto, diretor-executivo clínico. Houve um empenho maior nas negociações com fornecedores, mas nenhum investimento foi revisto em razão da alta do dólar, de acordo com o executivo. "Estamos superando a fase de recuperação do valor da marca Delboni. É um esforço contínuo, que durou cerca de cinco anos." Ainda neste ano, o orçamento prevê um aporte de outros R$ 250 milhões. A companhia deverá abrir 35 unidades do Lavoisier em São Paulo até o fim de 2015. O grupo fará também a ampliação do segmento Alta, de padrão mais elevado, inaugurado em 2012. Serão pelo menos quatro unidades no ano que vem, duas no Rio e duas em São Paulo. "Apesar da grande concorrência no setor no Brasil, há espaço para crescer na marca premium." O custo de instalação de cada unidade desse segmento é, em média, de R$ 30 milhões. Por meio de uma oferta pública de aquisição de ações, a Dasa pretende sair do Novo Mercado da Bolsa, o que vem sendo questionado por acionistas minoritários. 505 são as unidades no país 20 mil são os funcionários R$ 815 milhões foi a receita bruta no segundo trimestre deste ano (alta de 9,6% em relação ao mesmo trimestre de 2014) R$ 93,2 milhões foi o Ebitda do 1º semestre de 2015 (queda de 30,3% em relação ao mesmo período do ano passado) * Para depois da crise Um shopping de R$ 650 milhões será instalado em Curitiba e deverá ser inaugurado em dois anos. O projeto é comandado pelo grupo Tacla, com 45% de participação. A companhia tem outras quatro unidades em operação –três no Paraná e uma no interior de São Paulo, em Sorocaba. As empresas Paysage e a Casteval terão 22,5% do empreendimento cada uma, enquanto o Jockey Club do Paraná (dono do terreno), 10%. "O momento econômico não é o melhor, mas o investimento é forte em termos de potencial de venda. Se fosse possível, inauguraríamos ainda neste ano, mesmo com a situação difícil", diz Aníbal Tacla, sócio do projeto. "Como deverá ser aberto só no fim de 2017, imaginamos que o contexto irá melhorar bastante", acrescenta. * Cortes terapêuticos A alta do dólar elevará neste ano os custos no Brasil da GSK Consumer Healthcare, braço de negócios da farmacêutica responsável por medicamentos isentos de prescrição (OTC) e por produtos como pastas de dente. A empresa importa parte das mercadorias e das matérias-primas. Para que a desvalorização do real não impacte no retorno dos acionistas, medidas que garantam uma maior eficiência estão em análise. "Quando se fala em OTC, às vezes, os sabores não são necessários para os consumidores", diz o presidente no Brasil da divisão de consumo da multinacional, Jayant Singh. "Quando a situação [econômica] não vai bem, os consumidores olham os produtos mais baratos. Você pode, assim, oferecer menos sabores [de Eno, por exemplo] e reduzir a complexidade da cadeia de fornecedores." Entre as ações já adotadas no país para cortar gastos, está o planejamento de viagens com maior antecedência. O Brasil faz parte da lista dos 14 mercados prioritários para a empresa. * Ruim pra cachorro Pela primeira vez desde 2013, o mercado de ração para cães registrou uma retração expressiva no primeiro semestre do ano, segundo levantamento da Kantar WorldPanel. Embora o preço do produto tenha aumentado 8%, acompanhando a inflação, houve uma diminuição de 8% no volume de vendas na comparação com o mesmo período em 2014. A queda do faturamento foi de 1,1%. "O hábito do consumidor mudou também. Ele compra com menos frequência e procura pacotes maiores para ganhar no preço por quilo", afirma Vanessa Brandassi, gerente de negócios da Kantar. A pesquisa também aponta que houve um crescimento de 5% para 7% na parcela de pessoas que usa exclusivamente comida caseira na alimentação dos cães. * Hora do café * Óleo... A Queiroz Galvão pediu licença ao Ibama para realizar perfurações marítimas em dois campos de óleo na Bacia do Pará-Maranhão. Foi determinado que se um faça estudo ambiental. ...brasileiro Os blocos foram arrematados pela empresa na 11ª rodada de licitações da ANP (Agência Nacional do Petróleo), em 2013. A companhia prevê começar a perfuração no fim de 2017. Obrigação O compromisso da empresa é ter 37% de conteúdo nacional na fase de exploração e 65% durante a produção do campo de óleo. com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ e DOUGLAS GAVRAS
colunas
Grupo Dasa vai investir R$ 400 milhões em 2016Apesar da crise e do dólar alto, o grupo Dasa investirá R$ 400 milhões em 2016. Os recursos irão para a expansão de unidades de análises clínicas, o que inclui a alocação de R$ 90 milhões apenas em equipamentos. O grupo reúne 24 marcas de laboratórios, entre elas Delboni e Lavoisier. "Não dá para esperar a crise passar ou o câmbio mudar", diz Emerson Gasparetto, diretor-executivo clínico. Houve um empenho maior nas negociações com fornecedores, mas nenhum investimento foi revisto em razão da alta do dólar, de acordo com o executivo. "Estamos superando a fase de recuperação do valor da marca Delboni. É um esforço contínuo, que durou cerca de cinco anos." Ainda neste ano, o orçamento prevê um aporte de outros R$ 250 milhões. A companhia deverá abrir 35 unidades do Lavoisier em São Paulo até o fim de 2015. O grupo fará também a ampliação do segmento Alta, de padrão mais elevado, inaugurado em 2012. Serão pelo menos quatro unidades no ano que vem, duas no Rio e duas em São Paulo. "Apesar da grande concorrência no setor no Brasil, há espaço para crescer na marca premium." O custo de instalação de cada unidade desse segmento é, em média, de R$ 30 milhões. Por meio de uma oferta pública de aquisição de ações, a Dasa pretende sair do Novo Mercado da Bolsa, o que vem sendo questionado por acionistas minoritários. 505 são as unidades no país 20 mil são os funcionários R$ 815 milhões foi a receita bruta no segundo trimestre deste ano (alta de 9,6% em relação ao mesmo trimestre de 2014) R$ 93,2 milhões foi o Ebitda do 1º semestre de 2015 (queda de 30,3% em relação ao mesmo período do ano passado) * Para depois da crise Um shopping de R$ 650 milhões será instalado em Curitiba e deverá ser inaugurado em dois anos. O projeto é comandado pelo grupo Tacla, com 45% de participação. A companhia tem outras quatro unidades em operação –três no Paraná e uma no interior de São Paulo, em Sorocaba. As empresas Paysage e a Casteval terão 22,5% do empreendimento cada uma, enquanto o Jockey Club do Paraná (dono do terreno), 10%. "O momento econômico não é o melhor, mas o investimento é forte em termos de potencial de venda. Se fosse possível, inauguraríamos ainda neste ano, mesmo com a situação difícil", diz Aníbal Tacla, sócio do projeto. "Como deverá ser aberto só no fim de 2017, imaginamos que o contexto irá melhorar bastante", acrescenta. * Cortes terapêuticos A alta do dólar elevará neste ano os custos no Brasil da GSK Consumer Healthcare, braço de negócios da farmacêutica responsável por medicamentos isentos de prescrição (OTC) e por produtos como pastas de dente. A empresa importa parte das mercadorias e das matérias-primas. Para que a desvalorização do real não impacte no retorno dos acionistas, medidas que garantam uma maior eficiência estão em análise. "Quando se fala em OTC, às vezes, os sabores não são necessários para os consumidores", diz o presidente no Brasil da divisão de consumo da multinacional, Jayant Singh. "Quando a situação [econômica] não vai bem, os consumidores olham os produtos mais baratos. Você pode, assim, oferecer menos sabores [de Eno, por exemplo] e reduzir a complexidade da cadeia de fornecedores." Entre as ações já adotadas no país para cortar gastos, está o planejamento de viagens com maior antecedência. O Brasil faz parte da lista dos 14 mercados prioritários para a empresa. * Ruim pra cachorro Pela primeira vez desde 2013, o mercado de ração para cães registrou uma retração expressiva no primeiro semestre do ano, segundo levantamento da Kantar WorldPanel. Embora o preço do produto tenha aumentado 8%, acompanhando a inflação, houve uma diminuição de 8% no volume de vendas na comparação com o mesmo período em 2014. A queda do faturamento foi de 1,1%. "O hábito do consumidor mudou também. Ele compra com menos frequência e procura pacotes maiores para ganhar no preço por quilo", afirma Vanessa Brandassi, gerente de negócios da Kantar. A pesquisa também aponta que houve um crescimento de 5% para 7% na parcela de pessoas que usa exclusivamente comida caseira na alimentação dos cães. * Hora do café * Óleo... A Queiroz Galvão pediu licença ao Ibama para realizar perfurações marítimas em dois campos de óleo na Bacia do Pará-Maranhão. Foi determinado que se um faça estudo ambiental. ...brasileiro Os blocos foram arrematados pela empresa na 11ª rodada de licitações da ANP (Agência Nacional do Petróleo), em 2013. A companhia prevê começar a perfuração no fim de 2017. Obrigação O compromisso da empresa é ter 37% de conteúdo nacional na fase de exploração e 65% durante a produção do campo de óleo. com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ e DOUGLAS GAVRAS
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Eletrobras tem prejuízo líquido de R$ 6,3 bilhões no 4º trimestre
Com uma série de provisões e ajustes contábeis, a Eletrobras fechou o quarto trimestre de 2016 com prejuízo de R$ 6,26 bilhões, menor do que os R$ 10,33 bilhões registrados em 2015. No acumulado de 2016, porém, a estatal teve lucro de R$ 3,426 bilhões, revertendo perda de R$ 14,442 bilhões no ano anterior. Foi o primeiro lucro anual depois de quatro anos de prejuízos. A melhora foi provocada, principalmente, pela contabilização durante o ano de receitas futuras com ativos que tiveram a renovação contratual antecipada, após acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Em 2016, a Eletrobras continuou revendo os ativos envolvidos em investigações da Operação Lava Jato. Durante o ano, realizou baixas de R$ 5,537 bilhões no valor de ativos, com destaque para R$ 2,885 bilhões referentes a Angra 3. Houve ainda uma provisão de R$ 1,350 bilhão para os contratos assinados para apoiar a construção da usina que continuam válidos e precisam ser cumpridos, mesmo com as obras paralisadas. A companhia continua também perdendo dinheiro com o segmento de distribuição de energia, do qual pretende se desfazer. Em 2016, as distribuidoras do grupo registraram prejuízo de R$ 6,985 bilhões —a maior parte do total, R$ 4,968 bilhões, veio da Amazonas Energia. Em comentário publicado no balanço, porém, o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr., diz que 2016 foi uma "reviravolta" na história da companhia. Ele lembra que a empresa teve suas ações suspensas na Bolsa de Nova York por dificuldades para entregar documentos obrigatórios com avaliações sobre os prejuízos provocados pelo esquema de corrupção, trabalho cumprido em outubro com "intensa mobilização" de colaboradores e parceiros. E ressalta que, após mudanças na gestão e promessas de maior controle nos investimentos e governança, as ações se valorizaram 296% (as ordinárias, com direito a voto) e 148% (as preferenciais). A empresa fechou o ano com dívida líquida de R$ 23,43 bilhões, crescimento de 3% em relação ao valor vigente no ano anterior. A alta, porém, é resultado do efeito do câmbio em financiamentos que a companhia tem a receber. A dívida total caiu de R$ 43,44 bilhões para R$ 42,59 bilhões. O indicador de dívida líquida sobre EBITDA (lucro antes de juros e impostos) caiu de 8,7 vezes no terceiro trimestre para 6,7 vezes ao fim do ano. Ferreira diz, no texto, que a empresa planeja um programa de desinvestimentos para melhorar o endividamento e atingir o índice de 4 vezes ainda em 2017. A ideia é vender fatias em empresas em que a estatal tem participação. Neste sentido, a companhia tem também reduzido investimentos. Em 2016, foram R$ 8,7 bilhões, apenas 76% do orçado para o ano e menor do que os R$ 10,4 bilhões de 2015. Em 2016, a Eletrobras teve receita líquida de R$ 60,749 bilhões, quase o dobro do s R$ 32,589 bilhões de 2015, com forte impacto de indenizações e contabilização de receita de ativos que tiveram a concessão renovada. A geração de caixa medida pelo EBITDA foi de R$ 19,79 bilhões, ante perda de R$ 10,70 bilhões no ano anterior. No quarto trimestre, a empresa realizou baixa de ativos no valor de R$ 2,9 bilhões e provisões de R$ 1,208 bilhão para contingências, R$ 1,479 bilhão para perdas em investimentos e R$ 1,061 bilhão para contratos onerosos.
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Eletrobras tem prejuízo líquido de R$ 6,3 bilhões no 4º trimestreCom uma série de provisões e ajustes contábeis, a Eletrobras fechou o quarto trimestre de 2016 com prejuízo de R$ 6,26 bilhões, menor do que os R$ 10,33 bilhões registrados em 2015. No acumulado de 2016, porém, a estatal teve lucro de R$ 3,426 bilhões, revertendo perda de R$ 14,442 bilhões no ano anterior. Foi o primeiro lucro anual depois de quatro anos de prejuízos. A melhora foi provocada, principalmente, pela contabilização durante o ano de receitas futuras com ativos que tiveram a renovação contratual antecipada, após acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Em 2016, a Eletrobras continuou revendo os ativos envolvidos em investigações da Operação Lava Jato. Durante o ano, realizou baixas de R$ 5,537 bilhões no valor de ativos, com destaque para R$ 2,885 bilhões referentes a Angra 3. Houve ainda uma provisão de R$ 1,350 bilhão para os contratos assinados para apoiar a construção da usina que continuam válidos e precisam ser cumpridos, mesmo com as obras paralisadas. A companhia continua também perdendo dinheiro com o segmento de distribuição de energia, do qual pretende se desfazer. Em 2016, as distribuidoras do grupo registraram prejuízo de R$ 6,985 bilhões —a maior parte do total, R$ 4,968 bilhões, veio da Amazonas Energia. Em comentário publicado no balanço, porém, o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr., diz que 2016 foi uma "reviravolta" na história da companhia. Ele lembra que a empresa teve suas ações suspensas na Bolsa de Nova York por dificuldades para entregar documentos obrigatórios com avaliações sobre os prejuízos provocados pelo esquema de corrupção, trabalho cumprido em outubro com "intensa mobilização" de colaboradores e parceiros. E ressalta que, após mudanças na gestão e promessas de maior controle nos investimentos e governança, as ações se valorizaram 296% (as ordinárias, com direito a voto) e 148% (as preferenciais). A empresa fechou o ano com dívida líquida de R$ 23,43 bilhões, crescimento de 3% em relação ao valor vigente no ano anterior. A alta, porém, é resultado do efeito do câmbio em financiamentos que a companhia tem a receber. A dívida total caiu de R$ 43,44 bilhões para R$ 42,59 bilhões. O indicador de dívida líquida sobre EBITDA (lucro antes de juros e impostos) caiu de 8,7 vezes no terceiro trimestre para 6,7 vezes ao fim do ano. Ferreira diz, no texto, que a empresa planeja um programa de desinvestimentos para melhorar o endividamento e atingir o índice de 4 vezes ainda em 2017. A ideia é vender fatias em empresas em que a estatal tem participação. Neste sentido, a companhia tem também reduzido investimentos. Em 2016, foram R$ 8,7 bilhões, apenas 76% do orçado para o ano e menor do que os R$ 10,4 bilhões de 2015. Em 2016, a Eletrobras teve receita líquida de R$ 60,749 bilhões, quase o dobro do s R$ 32,589 bilhões de 2015, com forte impacto de indenizações e contabilização de receita de ativos que tiveram a concessão renovada. A geração de caixa medida pelo EBITDA foi de R$ 19,79 bilhões, ante perda de R$ 10,70 bilhões no ano anterior. No quarto trimestre, a empresa realizou baixa de ativos no valor de R$ 2,9 bilhões e provisões de R$ 1,208 bilhão para contingências, R$ 1,479 bilhão para perdas em investimentos e R$ 1,061 bilhão para contratos onerosos.
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Mitocôndria pode chegar à espantosa temperatura de 50°C, diz estudo
Um grupo internacional de cientistas está tentando pôr em xeque boa parte do que se sabe a respeito das pequenas usinas de força da célula, as mitocôndrias. Elas funcionariam também como pequenos braseiros. Segundo alguns experimentos, as organelas podem chegar à espantosa temperatura de 50°C –o corpo humano saudável tende a permanecer em torno dos 37°C. Os resultados foram obtidos com o auxílio de sondas intracelulares fluorescentes e, caso confirmados, adicionam uma bela uma camada de complexidade à biologia celular. Isso porque em vez de adotar um modelo de célula em que todos os compartimentos têm a mesma temperatura (e proteínas, que compõem a maquinaria celular têm uma temperatura ótima para operar), seria necessário pensar que há zonas celulares que podem ter seu desempenho "ótimo" em outra faixa de temperatura. Algumas enzimas importantes para a típica atividade mitocondrial de produzir ATP (molécula energética usada em processos fisiológicos como a contração muscular) podem ter um comportamento muito diferente na realidade do que aquele observado em testes laboratoriais in vitro conduzidos na temperatura "errada" de 37°C. Outra coisa que pode mudar é a interpretação do papel da localização da mitocôndria na célula. Sabendo que a organela pode funcionar como um pequeno braseiro, o fato de ela estar perto de determinadas regiões da célula, como o núcleo, pode significar não só um fornecimento mais rápido de ATP para os processos celulares daquela região, mas também uma fonte de calor para fazê-los funcionar de forma otimizada. O estudo, realizado por cientistas da França, Alemanha, Coreia do Sul, Finlândia, Líbano e Cingapura, está publicado na plataforma bioRxiv, que abriga trabalhos que ainda não foram revisados por cientistas independentes. Dado o impacto dos resultados, provavelmente haverá um grande número cientistas interessados em testar a novidade com novos experimentos e ajudar a reescrever as regras da biologia.
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Mitocôndria pode chegar à espantosa temperatura de 50°C, diz estudoUm grupo internacional de cientistas está tentando pôr em xeque boa parte do que se sabe a respeito das pequenas usinas de força da célula, as mitocôndrias. Elas funcionariam também como pequenos braseiros. Segundo alguns experimentos, as organelas podem chegar à espantosa temperatura de 50°C –o corpo humano saudável tende a permanecer em torno dos 37°C. Os resultados foram obtidos com o auxílio de sondas intracelulares fluorescentes e, caso confirmados, adicionam uma bela uma camada de complexidade à biologia celular. Isso porque em vez de adotar um modelo de célula em que todos os compartimentos têm a mesma temperatura (e proteínas, que compõem a maquinaria celular têm uma temperatura ótima para operar), seria necessário pensar que há zonas celulares que podem ter seu desempenho "ótimo" em outra faixa de temperatura. Algumas enzimas importantes para a típica atividade mitocondrial de produzir ATP (molécula energética usada em processos fisiológicos como a contração muscular) podem ter um comportamento muito diferente na realidade do que aquele observado em testes laboratoriais in vitro conduzidos na temperatura "errada" de 37°C. Outra coisa que pode mudar é a interpretação do papel da localização da mitocôndria na célula. Sabendo que a organela pode funcionar como um pequeno braseiro, o fato de ela estar perto de determinadas regiões da célula, como o núcleo, pode significar não só um fornecimento mais rápido de ATP para os processos celulares daquela região, mas também uma fonte de calor para fazê-los funcionar de forma otimizada. O estudo, realizado por cientistas da França, Alemanha, Coreia do Sul, Finlândia, Líbano e Cingapura, está publicado na plataforma bioRxiv, que abriga trabalhos que ainda não foram revisados por cientistas independentes. Dado o impacto dos resultados, provavelmente haverá um grande número cientistas interessados em testar a novidade com novos experimentos e ajudar a reescrever as regras da biologia.
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Erramos: Governador de MS sai sem concluir aquário de R$ 150 mi
Diferentemente do que informou a reportagem "Governador de MS sai sem concluir aquário de R$ 150 mi" (Poder - 30/12/2014 - 02h00), a empresa Terramare não participou da licitação do aquário. Como uma das responsáveis pelo projeto, ela encaminhou um pedido de esclarecimentos ao Ministério Público e ao governo de Mato Grosso do Sul sobre os custos da licitação. O texto foi corrigido.
poder
Erramos: Governador de MS sai sem concluir aquário de R$ 150 miDiferentemente do que informou a reportagem "Governador de MS sai sem concluir aquário de R$ 150 mi" (Poder - 30/12/2014 - 02h00), a empresa Terramare não participou da licitação do aquário. Como uma das responsáveis pelo projeto, ela encaminhou um pedido de esclarecimentos ao Ministério Público e ao governo de Mato Grosso do Sul sobre os custos da licitação. O texto foi corrigido.
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Seleção feminina vence e se aproxima de classificação para fase final do Grand Prix
DE SÃO PAULO A seleção brasileira feminina de vôlei deu mais um grande passo para obter a classificação para a fase final do Grand Prix. Nesta sexta-feira (24), o time comandado por José Roberto Guimarães venceu a Itália por 3 sets a 1, com parciais de 24/26, 25/22, 25/13 e 25/22, em Ancana, na Turquia, na terceira e última semana da fase classificatória da competição. Com o resultado, a seleção brasileira feminina de vôlei continua na quarta colocação com 16 pontos. O time brasileiro precisa de mais uma vitória para garantir a classificação para a fase final, que será realizada entre os dias 6 e 10 de julho na Tailândia. Os cinco primeiros colocados e a Tailândia vão brigar pelo título. Em sete partidas na competição até agora, a seleção brasileira tem cinco vitórias e duas derrotas. A equipe já sofreu derrotas para a China e a Sérvia. O Brasil volta à quadra neste sábado (25), quando enfrenta a Bélgica, às 8h30 (horário de Brasília). A última partida da fase classificatória é contra a Turquia, no domingo, às 11h30 (horário de Brasília). Vôlei
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Seleção feminina vence e se aproxima de classificação para fase final do Grand Prix DE SÃO PAULO A seleção brasileira feminina de vôlei deu mais um grande passo para obter a classificação para a fase final do Grand Prix. Nesta sexta-feira (24), o time comandado por José Roberto Guimarães venceu a Itália por 3 sets a 1, com parciais de 24/26, 25/22, 25/13 e 25/22, em Ancana, na Turquia, na terceira e última semana da fase classificatória da competição. Com o resultado, a seleção brasileira feminina de vôlei continua na quarta colocação com 16 pontos. O time brasileiro precisa de mais uma vitória para garantir a classificação para a fase final, que será realizada entre os dias 6 e 10 de julho na Tailândia. Os cinco primeiros colocados e a Tailândia vão brigar pelo título. Em sete partidas na competição até agora, a seleção brasileira tem cinco vitórias e duas derrotas. A equipe já sofreu derrotas para a China e a Sérvia. O Brasil volta à quadra neste sábado (25), quando enfrenta a Bélgica, às 8h30 (horário de Brasília). A última partida da fase classificatória é contra a Turquia, no domingo, às 11h30 (horário de Brasília). Vôlei
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Obama trava disputa com republicanos sobre clima
Apesar da nova maioria republicana e da oposição da indústria petrolífera à agenda do presidente sobre a redução das emissões de gases estufa e o oleoduto Keystone XL, a Casa Branca insistiu que, em seu penúltimo discurso sobre o Estado da União, Barack Obama vai mostrar que não é carta fora do baralho na questão das mudanças climáticas. Depois de lançar mão de sua autoridade executiva nos últimos 18 meses para propor novas regras a serem seguidas por usinas elétricas contra a poluição de carbono, um acordo histórico de emissões com a China e, na semana passada, o anúncio de medidas de combate ao metano, é provável que na terça-feira Obama também anuncie novas medidas contra o "smog" (misto de névoa e poluição do ar). Ele pode até marcar posição em relação ao polêmico oleoduto em discussão no Senado. Mas, um ano depois de afirmar novamente algo que é cada vez mais óbvio –"as mudanças climáticas são uma realidade", disse Obama em seu discurso de 2014 perante o Congresso–, parece que o presidente pode ser obrigado a aproveitar a alta visibilidade do discurso sobre o Estado da União para reafirmar a realidade científica, antes de poder colocar em prática seu plano de ação. E então, alguns minutos mais tarde numa noite que pode ser de debate político explosivo sobre o meio ambiente, entre a discussão sobre impostos e sobre a habitação, Joni Ernst subirá ao palco nacional para dar a resposta republicana oficial ao discurso de Obama. Senadora do Iowa em seu primeiro mandato, eleita com a promessa de "fazê-los gemer", Ernst não aceita que as mudanças climáticas sejam uma realidade. E a mesma coisa se dá com grande número de republicanos no Congresso, apesar de uma pesquisa nova divulgada na semana passada mostrar que a maioria dos eleitores republicanos moderados e liberais reconhece a existência das mudanças climáticas. "Desconheço a ciência por trás das mudanças climáticas", disse Ernst, que quer abolir a Agência de Proteção Ambiental e a Lei da Água Limpa, num debate de campanha em setembro passado. "Não sei dizer qual é o impacto direto de um modo ou outro, se as mudanças climáticas são provocadas pelo homem ou não. Já ouvi argumentos de ambos os lados." O líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, já está apresentando argumentos para revogar o uso de ação executiva por Obama para combater as mudanças climáticas. "Vou deixar que os cientistas discutam fontes e suas opiniões sobre as mudanças", disse o presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, num retiro do Partido Republicano na semana passada, insistindo que a "questão real" é se "todas as propostas que chegam da administração com relação às mudanças climáticas assinalam cortes de empregos americanos". O principal lobby do setor petrolífero, o Instituto Petrolífero Americano (API), também se prepara para uma briga, tendo lançado uma nova campanha publicitária, depois de gastar mais de US$327 milhões em cinco anos com relações públicas. "Acho que o presidente vai esboçar sua visão sobre o problema climático em escala global, e é por isso que acreditamos que o foco será sobre o problema do metano", disse o executivo-chefe do API, Jack Gerrard, em teleconferência com jornalistas. Mas a estratégia da administração Obama para reduzir as emissões de metano em 40%-45% ao longo dos próximos dez anos é apenas uma parte pequena de um plano de muitas frentes, embora, como disse um funcionário da Casa Branca na sexta-feira, "haverá tentativas de obstruir ou reduzir nossas ações". Obama promove uma estratégia energética que envolve "todas as alternativas acima", incluindo o uso de gás natural extraído pelo processo de fraturamento hidráulico ("fracking"). Assim, a expectativa é que na terça-feira ele trate de todas elas, e não fale apenas sobre os preços baixos da gasolina para o consumidor. Mas, a julgar por seus discursos passados, Obama pode querer reafirmar mais uma vez que as mudanças climáticas são reais, são causadas pela atividade humana e já representam um perigo para os Estados Unidos e o mundo. "Quando os filhos de nossos filhos nos olharem nos olhos e perguntarem se fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para lhes legar um mundo mais seguro e estável, com novas fontes de energia, quero poder dizer 'sim, foi o que fizemos'", disse Obama no ano passado. "Sim, é verdade que um evento isolado não é uma tendência, mas o fato é que os 12 anos mais quentes na história aconteceram nos últimos 15 anos", disse Obama em 2013, antes de uma enxurrada de dados levar essa tendência adiante. O presidente prometeu então "adotar as ações executivas que pudermos, hoje e no futuro". E, nos meses seguintes à última eleição importante antes de ele deixar a Presidência, essas ações vêm se sucedendo. Antes do discurso da terça-feira, autoridades da Casa Branca insistiram que Obama vai continuar a fazer força para implementar seu plano sobre as mudanças climáticas, além da ênfase sobre a "economia da classe média", segundo o que disse o assessor sênior Dan Pfeiffer à rede NBC no domingo. Um funcionário da Casa Branca apontou na sexta-feira para um novo relatório divulgado por agências científicas na sexta-feira que confirma que 2014 foi o ano mais quente já registrado, "mais um lembrete de que a mudança climática não é um problema que possa ser empurrado com a barriga". "Está acontecendo aqui e agora, e não podemos adiar nossa reação", disse o funcionário. "Vamos continuar a avançar sobre esse problema crucial". Talvez o momento que Washington acompanhará com mais atenção na noite de terça, à espera de uma possível surpresa -tirando a resposta da às vezes imprevisível Joni Ernst-será o que Obama vai falar sobre o oleoduto Keystone XL. Nas últimas semanas a Casa Branca afirmou várias vezes que Obama vai vetar a legislação atual que visa forçar a aprovação do projeto, embora o próprio presidente nunca tenha ameaçado publicamente recorrer ao veto. Depois de um obstáculo à rota proposta do oleoduto ter sido superado recentemente num tribunal do Nebraska, uma revisão do projeto pelo Departamento de Estado está prevista para o início de fevereiro. Os republicanos seguiram adiante e podem votar o projeto de lei ainda esta semana, depois do discurso sobre o Estado da União, apesar de o presidente e outros líderes democratas terem desmentido os argumentos republicanos sobre os benefícios econômicos do oleoduto. "Levamos algum tempo para colocar as coisas em andamento em relação a esta legislação", disse McConnell. No momento os republicanos não contam com votos suficientes para derrubar um veto de Obama, mas acredita-se que ainda exista uma chance tênue de Obama deixar uma porta aberta para cooperação com o Congresso em torno da eficiência energética. A dúvida é se Keystone –e os dados–vão criar um empecilho. Tradução de CLARA ALLAIN
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Obama trava disputa com republicanos sobre climaApesar da nova maioria republicana e da oposição da indústria petrolífera à agenda do presidente sobre a redução das emissões de gases estufa e o oleoduto Keystone XL, a Casa Branca insistiu que, em seu penúltimo discurso sobre o Estado da União, Barack Obama vai mostrar que não é carta fora do baralho na questão das mudanças climáticas. Depois de lançar mão de sua autoridade executiva nos últimos 18 meses para propor novas regras a serem seguidas por usinas elétricas contra a poluição de carbono, um acordo histórico de emissões com a China e, na semana passada, o anúncio de medidas de combate ao metano, é provável que na terça-feira Obama também anuncie novas medidas contra o "smog" (misto de névoa e poluição do ar). Ele pode até marcar posição em relação ao polêmico oleoduto em discussão no Senado. Mas, um ano depois de afirmar novamente algo que é cada vez mais óbvio –"as mudanças climáticas são uma realidade", disse Obama em seu discurso de 2014 perante o Congresso–, parece que o presidente pode ser obrigado a aproveitar a alta visibilidade do discurso sobre o Estado da União para reafirmar a realidade científica, antes de poder colocar em prática seu plano de ação. E então, alguns minutos mais tarde numa noite que pode ser de debate político explosivo sobre o meio ambiente, entre a discussão sobre impostos e sobre a habitação, Joni Ernst subirá ao palco nacional para dar a resposta republicana oficial ao discurso de Obama. Senadora do Iowa em seu primeiro mandato, eleita com a promessa de "fazê-los gemer", Ernst não aceita que as mudanças climáticas sejam uma realidade. E a mesma coisa se dá com grande número de republicanos no Congresso, apesar de uma pesquisa nova divulgada na semana passada mostrar que a maioria dos eleitores republicanos moderados e liberais reconhece a existência das mudanças climáticas. "Desconheço a ciência por trás das mudanças climáticas", disse Ernst, que quer abolir a Agência de Proteção Ambiental e a Lei da Água Limpa, num debate de campanha em setembro passado. "Não sei dizer qual é o impacto direto de um modo ou outro, se as mudanças climáticas são provocadas pelo homem ou não. Já ouvi argumentos de ambos os lados." O líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, já está apresentando argumentos para revogar o uso de ação executiva por Obama para combater as mudanças climáticas. "Vou deixar que os cientistas discutam fontes e suas opiniões sobre as mudanças", disse o presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, num retiro do Partido Republicano na semana passada, insistindo que a "questão real" é se "todas as propostas que chegam da administração com relação às mudanças climáticas assinalam cortes de empregos americanos". O principal lobby do setor petrolífero, o Instituto Petrolífero Americano (API), também se prepara para uma briga, tendo lançado uma nova campanha publicitária, depois de gastar mais de US$327 milhões em cinco anos com relações públicas. "Acho que o presidente vai esboçar sua visão sobre o problema climático em escala global, e é por isso que acreditamos que o foco será sobre o problema do metano", disse o executivo-chefe do API, Jack Gerrard, em teleconferência com jornalistas. Mas a estratégia da administração Obama para reduzir as emissões de metano em 40%-45% ao longo dos próximos dez anos é apenas uma parte pequena de um plano de muitas frentes, embora, como disse um funcionário da Casa Branca na sexta-feira, "haverá tentativas de obstruir ou reduzir nossas ações". Obama promove uma estratégia energética que envolve "todas as alternativas acima", incluindo o uso de gás natural extraído pelo processo de fraturamento hidráulico ("fracking"). Assim, a expectativa é que na terça-feira ele trate de todas elas, e não fale apenas sobre os preços baixos da gasolina para o consumidor. Mas, a julgar por seus discursos passados, Obama pode querer reafirmar mais uma vez que as mudanças climáticas são reais, são causadas pela atividade humana e já representam um perigo para os Estados Unidos e o mundo. "Quando os filhos de nossos filhos nos olharem nos olhos e perguntarem se fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para lhes legar um mundo mais seguro e estável, com novas fontes de energia, quero poder dizer 'sim, foi o que fizemos'", disse Obama no ano passado. "Sim, é verdade que um evento isolado não é uma tendência, mas o fato é que os 12 anos mais quentes na história aconteceram nos últimos 15 anos", disse Obama em 2013, antes de uma enxurrada de dados levar essa tendência adiante. O presidente prometeu então "adotar as ações executivas que pudermos, hoje e no futuro". E, nos meses seguintes à última eleição importante antes de ele deixar a Presidência, essas ações vêm se sucedendo. Antes do discurso da terça-feira, autoridades da Casa Branca insistiram que Obama vai continuar a fazer força para implementar seu plano sobre as mudanças climáticas, além da ênfase sobre a "economia da classe média", segundo o que disse o assessor sênior Dan Pfeiffer à rede NBC no domingo. Um funcionário da Casa Branca apontou na sexta-feira para um novo relatório divulgado por agências científicas na sexta-feira que confirma que 2014 foi o ano mais quente já registrado, "mais um lembrete de que a mudança climática não é um problema que possa ser empurrado com a barriga". "Está acontecendo aqui e agora, e não podemos adiar nossa reação", disse o funcionário. "Vamos continuar a avançar sobre esse problema crucial". Talvez o momento que Washington acompanhará com mais atenção na noite de terça, à espera de uma possível surpresa -tirando a resposta da às vezes imprevisível Joni Ernst-será o que Obama vai falar sobre o oleoduto Keystone XL. Nas últimas semanas a Casa Branca afirmou várias vezes que Obama vai vetar a legislação atual que visa forçar a aprovação do projeto, embora o próprio presidente nunca tenha ameaçado publicamente recorrer ao veto. Depois de um obstáculo à rota proposta do oleoduto ter sido superado recentemente num tribunal do Nebraska, uma revisão do projeto pelo Departamento de Estado está prevista para o início de fevereiro. Os republicanos seguiram adiante e podem votar o projeto de lei ainda esta semana, depois do discurso sobre o Estado da União, apesar de o presidente e outros líderes democratas terem desmentido os argumentos republicanos sobre os benefícios econômicos do oleoduto. "Levamos algum tempo para colocar as coisas em andamento em relação a esta legislação", disse McConnell. No momento os republicanos não contam com votos suficientes para derrubar um veto de Obama, mas acredita-se que ainda exista uma chance tênue de Obama deixar uma porta aberta para cooperação com o Congresso em torno da eficiência energética. A dúvida é se Keystone –e os dados–vão criar um empecilho. Tradução de CLARA ALLAIN
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USP e Unicamp ficam entre as 12 melhores em ranking dos Brics
A USP e a Unicamp ficaram entre as 12 melhores instituições de ensino superior e pesquisa dos Brics, segundo o ranking internacional QS (Quacquarelli Symonds). A lista de 2016 foi divulgada nesta terça-feira (19). Esse ranking analisa apenas universidades da África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia. A Universidade de São Paulo ficou na 10ª colocação, embora tenha perdido posições nas duas últimas edições da publicação –uma das mais conceituadas sobre reputação acadêmica. Em 2015, era a 9ª e, em 2014, havia ficado em 7º. Já a Universidade Estadual de Campinas manteve a 12ª colocação registrada em 2015. No ano anterior, a instituição estava em 10º lugar. Sete universidades chinesas situam-se no top 10. A universidade Tsinghua, em Pequim, ficou mais uma vez na primeira posição. Ela permanece na liderança desde 2013, quando o QS passou a divulgar o ranking que só avalia universidades desses países. Posição no ranking QS A instituição ainda aparece como a 25ª melhor do mundo no ranking QS internacional. Nessa relação, a USP é a universidade brasileira mais bem colocada, na 143ª posição. O ranking QS Brics deste ano trouxe as 250 instituições mais bem avaliadas desses cinco países. A lista divulgada em 2015 elencava somente 200. O novo recorte fez com que mais universidades brasileiras aparecessem. A lista traz 54 instituições do país (eram 40 no anterior). Após USP e Unicamp, destacam-se a UFRJ (29º), Unesp (36º) e Unifesp (45º). Instituições brasileiras públicas dominam a relação, mas sete são particulares. Entre elas, as mais bem colocadas são a PUCs (Pontifícia Universidade Católica) do Rio e de São Paulo. Estão, respectivamente, nas 46ª e 52ª posições. Universidades chinesas têm a maior presença na lista completa, com 86 instituições. Em seguida, aparece a Rússia, com 55. Número de universidades por país - Para construir o ranking, são levados em conta oito critérios: reputação acadêmica, do mercado de trabalho, número de alunos por professor, publicações por professor, citações por publicação, professores com doutorado, docentes estrangeiros e alunos estrangeiros. Os dois primeiros itens valem metade da avaliação. Foram avaliadas 421 instituições nesta edição. Em um ranking calculado apenas com instituições da América Latina, divulgado no mês passado pela QS, quatro universidades brasileiras ficaram entre as dez melhores. A USP lidera a relação.
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USP e Unicamp ficam entre as 12 melhores em ranking dos BricsA USP e a Unicamp ficaram entre as 12 melhores instituições de ensino superior e pesquisa dos Brics, segundo o ranking internacional QS (Quacquarelli Symonds). A lista de 2016 foi divulgada nesta terça-feira (19). Esse ranking analisa apenas universidades da África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia. A Universidade de São Paulo ficou na 10ª colocação, embora tenha perdido posições nas duas últimas edições da publicação –uma das mais conceituadas sobre reputação acadêmica. Em 2015, era a 9ª e, em 2014, havia ficado em 7º. Já a Universidade Estadual de Campinas manteve a 12ª colocação registrada em 2015. No ano anterior, a instituição estava em 10º lugar. Sete universidades chinesas situam-se no top 10. A universidade Tsinghua, em Pequim, ficou mais uma vez na primeira posição. Ela permanece na liderança desde 2013, quando o QS passou a divulgar o ranking que só avalia universidades desses países. Posição no ranking QS A instituição ainda aparece como a 25ª melhor do mundo no ranking QS internacional. Nessa relação, a USP é a universidade brasileira mais bem colocada, na 143ª posição. O ranking QS Brics deste ano trouxe as 250 instituições mais bem avaliadas desses cinco países. A lista divulgada em 2015 elencava somente 200. O novo recorte fez com que mais universidades brasileiras aparecessem. A lista traz 54 instituições do país (eram 40 no anterior). Após USP e Unicamp, destacam-se a UFRJ (29º), Unesp (36º) e Unifesp (45º). Instituições brasileiras públicas dominam a relação, mas sete são particulares. Entre elas, as mais bem colocadas são a PUCs (Pontifícia Universidade Católica) do Rio e de São Paulo. Estão, respectivamente, nas 46ª e 52ª posições. Universidades chinesas têm a maior presença na lista completa, com 86 instituições. Em seguida, aparece a Rússia, com 55. Número de universidades por país - Para construir o ranking, são levados em conta oito critérios: reputação acadêmica, do mercado de trabalho, número de alunos por professor, publicações por professor, citações por publicação, professores com doutorado, docentes estrangeiros e alunos estrangeiros. Os dois primeiros itens valem metade da avaliação. Foram avaliadas 421 instituições nesta edição. Em um ranking calculado apenas com instituições da América Latina, divulgado no mês passado pela QS, quatro universidades brasileiras ficaram entre as dez melhores. A USP lidera a relação.
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PSDB recua e passa a defender que impeachment fique para fevereiro
Depois que o governo passou a defender um desfecho o mais rápido possível para o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, com a possibilidade de que o recesso parlamentar seja cancelado, parlamentares do PSDB mudaram de opinião e passaram a defender que o Congresso não altere as datas de folga e suspenda as atividades, como é de praxe, no fim do ano. Pela manhã, o líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), chegou a dizer que era impensável "entrar em férias" com uma questão com a gravidade de um impeachment. Nesta quarta (2), logo após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter anunciado que autorizaria o início do processo de impedimento, deputados e senadores do PSDB defenderam a suspensão do recesso para que o caso não perdesse força no Congresso. Na tarde desta quinta, no entanto, os tucanos passaram a considerar a suspensão do recesso parlamentar como uma estratégia que poderá beneficiar apenas a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Isso porque consideram que Dilma só será retirada da presidência se houver forte apelo popular. "Só vai ter impeachment se tiver rua. E é difícil imaginar que haja uma mobilização em massa durante o Natal e o Ano Novo", avaliou o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). "Ideal é que tenhamos o recesso, até para dar um fôlego ao governo para que a presidente Dilma possa governar, coisa que ela não fez até agora, para dar tempo de a população se mobilizar porque dificilmente vai se conseguir mobilizar no Natal, no Ano Novo, nas férias escolares, que emenda com o Carnaval. A disputa Dilma e Cunha não pode ser maior que Brasil", disse. Para ele, as manifestações contrárias ao governo e ao PT que tomaram conta das ruas neste ano foram fruto, principalmente, da mobilização da classe média, que se prepara, tradicionalmente, para descansar em janeiro. O ministro Ricardo Berzoini (Governo) reuniu no Palácio do Planalto nesta quinta líderes de partidos aliados e, segundo relatos, pediu celeridade sob a avaliação de que uma extensão do caso até os primeiros meses de 2016, além de representar um "sangramento em praça pública", pode dar margem ao crescimento de movimentos de rua contrários a Dilma e de dissidências dentro da base aliada. Essa linha de ação deverá ser adotada caso fracassem as tentativas de barrar o processo no Supremo Tribunal Federal. O senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, conversou por telefone na tarde desta quinta com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre a hipótese de se convocar extraordinariamente o Congresso Nacional durante o recesso parlamentar. Segundo Cássio, Aécio comunicou a Renan a decisão do partido. Para que o recesso parlamentar, que começará em 23 de dezembro, fosse suspenso, seria necessário uma convocação extraordinária do Congresso Nacional. Para que isso acontecesse, é preciso que os presidentes da Câmara e do Senado, os peemedebistas Cunha e Renan Calheiros (AL), assinem um ato conjunto, que precisa ser aprovado por maioria absoluta das duas Casas. Aliados de Renan indicaram que o peemedebista não quer fazer uma convocação extraordinária do Congresso. "Se isso acontecer e a presidente de fato perder o seu mandato, o PMDB poderá ser acusado de ter dado um golpe, já que quem deflagrou o processo é peemedebista e quem assumirá a presidência da República também é peemedebista", avaliou um integrante da cúpula do PMDB nesta quinta, fazendo referência ao vice-presidente da República, Michel Temer. Apesar da divulgação da intenção de ter um recesso parlamentar, Cássio ponderou que a sigla ainda irá se reunir na próxima semana para fechar a questão sobre o assunto. RACHA A decisão sobre acelerar ou não o processo de impeachment tem rachado a oposição. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), discorda da posição do partido aliado e defende que o caso seja levado adiante nos próximos meses, suspendendo o recesso parlamentar. "Por que esse ato diante de um quadro tão grave? Eu não consigo explicar para o eleitor que eu vou sair de recesso em dezembro e só volto em fevereiro. Qual é o exemplo que se dá para o país? Se a população enxerga que os líderes estão indo para casa passar o Natal e o Ano Novo, por que as pessoas irão para as ruas? O governo não vai usar esse tempo para governar. Vai ter um foco exclusivo em derrubar o impeachment", disse. Impeachment
poder
PSDB recua e passa a defender que impeachment fique para fevereiroDepois que o governo passou a defender um desfecho o mais rápido possível para o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, com a possibilidade de que o recesso parlamentar seja cancelado, parlamentares do PSDB mudaram de opinião e passaram a defender que o Congresso não altere as datas de folga e suspenda as atividades, como é de praxe, no fim do ano. Pela manhã, o líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), chegou a dizer que era impensável "entrar em férias" com uma questão com a gravidade de um impeachment. Nesta quarta (2), logo após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter anunciado que autorizaria o início do processo de impedimento, deputados e senadores do PSDB defenderam a suspensão do recesso para que o caso não perdesse força no Congresso. Na tarde desta quinta, no entanto, os tucanos passaram a considerar a suspensão do recesso parlamentar como uma estratégia que poderá beneficiar apenas a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Isso porque consideram que Dilma só será retirada da presidência se houver forte apelo popular. "Só vai ter impeachment se tiver rua. E é difícil imaginar que haja uma mobilização em massa durante o Natal e o Ano Novo", avaliou o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). "Ideal é que tenhamos o recesso, até para dar um fôlego ao governo para que a presidente Dilma possa governar, coisa que ela não fez até agora, para dar tempo de a população se mobilizar porque dificilmente vai se conseguir mobilizar no Natal, no Ano Novo, nas férias escolares, que emenda com o Carnaval. A disputa Dilma e Cunha não pode ser maior que Brasil", disse. Para ele, as manifestações contrárias ao governo e ao PT que tomaram conta das ruas neste ano foram fruto, principalmente, da mobilização da classe média, que se prepara, tradicionalmente, para descansar em janeiro. O ministro Ricardo Berzoini (Governo) reuniu no Palácio do Planalto nesta quinta líderes de partidos aliados e, segundo relatos, pediu celeridade sob a avaliação de que uma extensão do caso até os primeiros meses de 2016, além de representar um "sangramento em praça pública", pode dar margem ao crescimento de movimentos de rua contrários a Dilma e de dissidências dentro da base aliada. Essa linha de ação deverá ser adotada caso fracassem as tentativas de barrar o processo no Supremo Tribunal Federal. O senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, conversou por telefone na tarde desta quinta com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre a hipótese de se convocar extraordinariamente o Congresso Nacional durante o recesso parlamentar. Segundo Cássio, Aécio comunicou a Renan a decisão do partido. Para que o recesso parlamentar, que começará em 23 de dezembro, fosse suspenso, seria necessário uma convocação extraordinária do Congresso Nacional. Para que isso acontecesse, é preciso que os presidentes da Câmara e do Senado, os peemedebistas Cunha e Renan Calheiros (AL), assinem um ato conjunto, que precisa ser aprovado por maioria absoluta das duas Casas. Aliados de Renan indicaram que o peemedebista não quer fazer uma convocação extraordinária do Congresso. "Se isso acontecer e a presidente de fato perder o seu mandato, o PMDB poderá ser acusado de ter dado um golpe, já que quem deflagrou o processo é peemedebista e quem assumirá a presidência da República também é peemedebista", avaliou um integrante da cúpula do PMDB nesta quinta, fazendo referência ao vice-presidente da República, Michel Temer. Apesar da divulgação da intenção de ter um recesso parlamentar, Cássio ponderou que a sigla ainda irá se reunir na próxima semana para fechar a questão sobre o assunto. RACHA A decisão sobre acelerar ou não o processo de impeachment tem rachado a oposição. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), discorda da posição do partido aliado e defende que o caso seja levado adiante nos próximos meses, suspendendo o recesso parlamentar. "Por que esse ato diante de um quadro tão grave? Eu não consigo explicar para o eleitor que eu vou sair de recesso em dezembro e só volto em fevereiro. Qual é o exemplo que se dá para o país? Se a população enxerga que os líderes estão indo para casa passar o Natal e o Ano Novo, por que as pessoas irão para as ruas? O governo não vai usar esse tempo para governar. Vai ter um foco exclusivo em derrubar o impeachment", disse. Impeachment
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Movimentação de contêineres em portos caiu 4% em 2016, diz entidade
O fluxo de contêineres nos portos brasileiros caiu 4% em 2016, segundo a Abratec (associação do setor). "A economia brasileira e a indústria perderam força e os terminais refletem isso", diz Sérgio Salomão, presidente-executivo da entidade, que representa empresas arrendatárias de terminais portuários. "Não há uma projeção, mas neste ano prevemos um reaquecimento do setor. Somos responsáveis por 70% da movimentação de contêineres nos portos do país e, mesmo com a crise, as companhias não adiaram obras e aportes." O porto de Itajaí (SC) foi beneficiado por exportações no ano passado e foi um dos poucos que tiveram alta -em torno de 10%, afirma o superintendente Marcelo Salles. Nos dois primeiros meses do ano, o volume de cargas que passou pelo complexo catarinense aumentou 7%, na comparação com o mesmo período de 2016. "Projetamos um crescimento em torno de 15% em 2017", afirma. O porto de Rio Grande (RS) também terá uma melhora, segundo o diretor Darci Tartari. "Sofremos pouca variação nos últimos anos. Com uma leve recuperação da indústria, prevemos um incremento e deveremos chegar a um nível similar ao de 2015." Leia a coluna completa aqui. Carga pesada - Movimentação de contêineres em terminais portuários brasileiros, em unidades
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Movimentação de contêineres em portos caiu 4% em 2016, diz entidadeO fluxo de contêineres nos portos brasileiros caiu 4% em 2016, segundo a Abratec (associação do setor). "A economia brasileira e a indústria perderam força e os terminais refletem isso", diz Sérgio Salomão, presidente-executivo da entidade, que representa empresas arrendatárias de terminais portuários. "Não há uma projeção, mas neste ano prevemos um reaquecimento do setor. Somos responsáveis por 70% da movimentação de contêineres nos portos do país e, mesmo com a crise, as companhias não adiaram obras e aportes." O porto de Itajaí (SC) foi beneficiado por exportações no ano passado e foi um dos poucos que tiveram alta -em torno de 10%, afirma o superintendente Marcelo Salles. Nos dois primeiros meses do ano, o volume de cargas que passou pelo complexo catarinense aumentou 7%, na comparação com o mesmo período de 2016. "Projetamos um crescimento em torno de 15% em 2017", afirma. O porto de Rio Grande (RS) também terá uma melhora, segundo o diretor Darci Tartari. "Sofremos pouca variação nos últimos anos. Com uma leve recuperação da indústria, prevemos um incremento e deveremos chegar a um nível similar ao de 2015." Leia a coluna completa aqui. Carga pesada - Movimentação de contêineres em terminais portuários brasileiros, em unidades
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Governo vai à Justiça e pede R$ 20 bilhões a Samarco, Vale e BHP
O governo da presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira (27) que vai mover uma ação civil pública contra a Samarco e suas controladoras, Vale e BHP, para que a Justiça determine a criação de um fundo de R$ 20 bilhões para a reparação dos dados causados pelo rompimento de barragem na região de Mariana (MG), há três semanas. Após uma reunião com a presidente Dilma, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou que as empresas devem propor ao juiz um plano para a criação e gestão desse fundo –que não passará pelo orçamento público– para que, nos próximos dez anos, a União consiga atingir pelo menos quatro objetivos: contenção de danos, minimização de danos, revitalização da Bacia do rio Doce e indenização das vítimas. "Na segunda-feira (30), vamos entrar com uma ação de iniciativa conjunta da União e dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo com o objetivo de criar um fundo de R$ 20 bilhões no seu resultado final", disse Adams. O advogado-geral da União disse ainda que o processo permite que os municípios atingidos pela lama também participem da ação. O pedido do governo federal é para que o aporte seja feito com base no faturamento ou no lucro das empresas –o valor que for mais alto. De acordo com Adams, o total de R$ 20 bilhões "não é definitivo", visto que os dados na região ainda não foram completamente calculados. Durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) afirmou que o montante de R$ 20 bilhões está "desenhado para dez ou 12 anos", mas os efeitos da revitalização podem se estender por até 25 anos. "Isso terá que ser feito com o tempo. É impossível saber hoje como a natureza estará daqui a dez anos", disse a ministra. DIÁLOGO Além de Adams e Izabella, participaram da reunião com Dilma os governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e do Espírito Santo, Paulo Hartung. Os dois estados foram os mais prejudicados pelo desastre que já é considerado a maior tragédia ambiental da história do país. O procurador-geral do ES, Rodrigo Rabello, participou da entrevista coletiva e afirmou que o estado também quer "diálogo" com as empresas. "Queremos buscar esse ressarcimento mas deixar um caminho aberto, uma via de diálogo com a empresa, porque a nossa intenção é que a empresa venha, converse, e que a gente possa formalizar uma solução que seja necessária para toda a população atingida por esse desastre ambiental", disse Rabello. Infográfico: Dano ambiental
cotidiano
Governo vai à Justiça e pede R$ 20 bilhões a Samarco, Vale e BHPO governo da presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira (27) que vai mover uma ação civil pública contra a Samarco e suas controladoras, Vale e BHP, para que a Justiça determine a criação de um fundo de R$ 20 bilhões para a reparação dos dados causados pelo rompimento de barragem na região de Mariana (MG), há três semanas. Após uma reunião com a presidente Dilma, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou que as empresas devem propor ao juiz um plano para a criação e gestão desse fundo –que não passará pelo orçamento público– para que, nos próximos dez anos, a União consiga atingir pelo menos quatro objetivos: contenção de danos, minimização de danos, revitalização da Bacia do rio Doce e indenização das vítimas. "Na segunda-feira (30), vamos entrar com uma ação de iniciativa conjunta da União e dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo com o objetivo de criar um fundo de R$ 20 bilhões no seu resultado final", disse Adams. O advogado-geral da União disse ainda que o processo permite que os municípios atingidos pela lama também participem da ação. O pedido do governo federal é para que o aporte seja feito com base no faturamento ou no lucro das empresas –o valor que for mais alto. De acordo com Adams, o total de R$ 20 bilhões "não é definitivo", visto que os dados na região ainda não foram completamente calculados. Durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) afirmou que o montante de R$ 20 bilhões está "desenhado para dez ou 12 anos", mas os efeitos da revitalização podem se estender por até 25 anos. "Isso terá que ser feito com o tempo. É impossível saber hoje como a natureza estará daqui a dez anos", disse a ministra. DIÁLOGO Além de Adams e Izabella, participaram da reunião com Dilma os governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e do Espírito Santo, Paulo Hartung. Os dois estados foram os mais prejudicados pelo desastre que já é considerado a maior tragédia ambiental da história do país. O procurador-geral do ES, Rodrigo Rabello, participou da entrevista coletiva e afirmou que o estado também quer "diálogo" com as empresas. "Queremos buscar esse ressarcimento mas deixar um caminho aberto, uma via de diálogo com a empresa, porque a nossa intenção é que a empresa venha, converse, e que a gente possa formalizar uma solução que seja necessária para toda a população atingida por esse desastre ambiental", disse Rabello. Infográfico: Dano ambiental
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Corações que salvam vidas
O sistema de controle público de transplantes no Brasil é relativamente recente, tendo sido instituído há menos de 20 anos. Na década de 1990, chegou-se a aprovar uma lei estabelecendo que todo cidadão era doador presumido de órgãos. Na prática, a legislação não funcionou, pois a classe médica manteve a conduta de só seguir adiante com o processo doação-transplante se houvesse a anuência da família do doador. De toda forma, a implantação do sistema foi um marco na saúde brasileira. Hoje o Brasil é o segundo maior transplantador de órgãos do planeta, atrás dos EUA. Foram estabelecidos protocolos e critérios adequados para captação e distribuição dos órgãos, e criadas as centrais estaduais de transplantes, interligadas a uma central nacional, do Ministério da Saúde. Atualmente, cerca de 90% dos transplantes de órgãos no país são realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que reconhece nesse tipo de cirurgia complexa um procedimento estratégico, isto é, a remuneração não segue o clássico critério de cotas. A rede pública de saúde garante o fornecimento de medicamentos caros para que os pacientes transplantados possam fazer o tratamento pós-operatório e, assim, evitar a rejeição dos órgãos. O Estado de São Paulo tem peso preponderante no programa nacional de transplantes por sua reconhecida eficiência, que passa pela existência de diversos centros de excelência, com equipes altamente capacitadas e comprometidas. O primeiro transplante de coração no Brasil foi realizado em 1968, no Hospital das Clínicas, pelo professor Euriclydes de Jesus Zerbini e sua equipe. O lavrador João Ferreira da Cunha, o "João Boiadeiro", que recebeu o órgão, faleceu 28 dias após a realização do procedimento, devido a complicações relacionadas à rejeição do órgão. Contudo, a repercussão desse fato histórico foi tamanha que o então governador de São Paulo, Abreu Sodré, assinou o decreto que criaria o Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas. Quase cinco décadas depois, o Incor acaba de superar a marca do milésimo transplante. Um feito também histórico, e não apenas simbólico, pois é a prova cabal do esforço institucional, de seus médicos e de toda a equipe multiprofissional, em prol de um dos principais programas de nossa instituição. As cirurgias de transplantes no Incor começaram em 1985 e, desde então, foram realizados 564 transplantes de coração em adultos, 230 de coração infantil e 286 de pulmão, com resultados comparáveis aos dos melhores centros do mundo. O Incor responde por mais de 40% do total de transplantes de coração em todo o Estado e por 37% dos de pulmão no país. Embora nos últimos dez anos tenhamos dobrado o número de procedimentos no Brasil, precisamos seguir crescendo, pois ainda fazemos, em termos proporcionais, pouco mais de 20% dos que são realizados nos Estados Unidos. A criação do Núcleo de Transplantes do Incor foi um marco de gestão, pois permitiu agrupar todas as áreas de atuação de nossa instituição, criando um programa multidisciplinar com sinergia e alta eficiência. O número de doadores em todo o país também dobrou entre 2008 e 2015, mas ocupamos apenas a 25ª posição no ranking dos 50 países com mais doadores de órgãos. Campanhas constantes de sensibilização da sociedade são essenciais, já que pacientes morrem enquanto esperam o órgão. O Brasil avança de forma consistente na área de transplante de órgãos e tecidos. É motivo de orgulho para o Incor, e todo o seu corpo clínico, ter ajudado a escrever parte dessa importante história. ROBERTO KALIL FILHO, cardiologista, é presidente do conselho diretor do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas FABIO B. JATENE, cirurgião cardiovascular e torácico, é vice-presidente do conselho diretor do Incor do Hospital das Clínicas PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Corações que salvam vidasO sistema de controle público de transplantes no Brasil é relativamente recente, tendo sido instituído há menos de 20 anos. Na década de 1990, chegou-se a aprovar uma lei estabelecendo que todo cidadão era doador presumido de órgãos. Na prática, a legislação não funcionou, pois a classe médica manteve a conduta de só seguir adiante com o processo doação-transplante se houvesse a anuência da família do doador. De toda forma, a implantação do sistema foi um marco na saúde brasileira. Hoje o Brasil é o segundo maior transplantador de órgãos do planeta, atrás dos EUA. Foram estabelecidos protocolos e critérios adequados para captação e distribuição dos órgãos, e criadas as centrais estaduais de transplantes, interligadas a uma central nacional, do Ministério da Saúde. Atualmente, cerca de 90% dos transplantes de órgãos no país são realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que reconhece nesse tipo de cirurgia complexa um procedimento estratégico, isto é, a remuneração não segue o clássico critério de cotas. A rede pública de saúde garante o fornecimento de medicamentos caros para que os pacientes transplantados possam fazer o tratamento pós-operatório e, assim, evitar a rejeição dos órgãos. O Estado de São Paulo tem peso preponderante no programa nacional de transplantes por sua reconhecida eficiência, que passa pela existência de diversos centros de excelência, com equipes altamente capacitadas e comprometidas. O primeiro transplante de coração no Brasil foi realizado em 1968, no Hospital das Clínicas, pelo professor Euriclydes de Jesus Zerbini e sua equipe. O lavrador João Ferreira da Cunha, o "João Boiadeiro", que recebeu o órgão, faleceu 28 dias após a realização do procedimento, devido a complicações relacionadas à rejeição do órgão. Contudo, a repercussão desse fato histórico foi tamanha que o então governador de São Paulo, Abreu Sodré, assinou o decreto que criaria o Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas. Quase cinco décadas depois, o Incor acaba de superar a marca do milésimo transplante. Um feito também histórico, e não apenas simbólico, pois é a prova cabal do esforço institucional, de seus médicos e de toda a equipe multiprofissional, em prol de um dos principais programas de nossa instituição. As cirurgias de transplantes no Incor começaram em 1985 e, desde então, foram realizados 564 transplantes de coração em adultos, 230 de coração infantil e 286 de pulmão, com resultados comparáveis aos dos melhores centros do mundo. O Incor responde por mais de 40% do total de transplantes de coração em todo o Estado e por 37% dos de pulmão no país. Embora nos últimos dez anos tenhamos dobrado o número de procedimentos no Brasil, precisamos seguir crescendo, pois ainda fazemos, em termos proporcionais, pouco mais de 20% dos que são realizados nos Estados Unidos. A criação do Núcleo de Transplantes do Incor foi um marco de gestão, pois permitiu agrupar todas as áreas de atuação de nossa instituição, criando um programa multidisciplinar com sinergia e alta eficiência. O número de doadores em todo o país também dobrou entre 2008 e 2015, mas ocupamos apenas a 25ª posição no ranking dos 50 países com mais doadores de órgãos. Campanhas constantes de sensibilização da sociedade são essenciais, já que pacientes morrem enquanto esperam o órgão. O Brasil avança de forma consistente na área de transplante de órgãos e tecidos. É motivo de orgulho para o Incor, e todo o seu corpo clínico, ter ajudado a escrever parte dessa importante história. ROBERTO KALIL FILHO, cardiologista, é presidente do conselho diretor do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas FABIO B. JATENE, cirurgião cardiovascular e torácico, é vice-presidente do conselho diretor do Incor do Hospital das Clínicas PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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3 novos 'Marios' e mais 8 lançamentos de games da Nintendo; assista aos trailers
A Nintendo apresentou nesta terça-feira (16) os novos games "Mario & Luigi: Paper Jam" e "Legend of Zelda: Tri Force Heroes" para o console portátil 3DS. E também "Yoshi's Woolly World", "Mario Tennis: Ultra Smash" e "Star Fox Zero" para o console mais novo da companhia, o Wii U, lançado no Brasil em 2013. A empresa também mencionou em sua apresentação durante a feira E3, em Los Angeles, o seu novo videogame, até agora referido como Nintendo NX, mas limitou-se a dizer que dará mais detalhes sobre ele no ano que vem. Também tiveram espaço títulos com mais apelo infantil, como "Yo-Kai Watch" e "Animal Crossing", ambos para o videogame portátil da empresa. Alguns dos games mostrados têm compatibilidade com os bonecos Amiibo, vendidos pela Nintendo no Japão e com capacidade de se comunicar sem o uso de fios com os videogames Wii U e 3DS. Um deles é "Skylanders SuperChargers", fruto de parceria da empresa sediada em Quioto com a americana Activision. Veja abaixo os lançamentos: * Em "Super Mario Maker", a Nintendo quer que o jogador construa seus próprios mapas e os desafios a serem enfrentados pelo encanador italiano. "É como um curso de design de games", disse um dos executivos da empresa durante a apresentação. Super Mario Maker Em "Paper Jam", espécie de sequência da série "Paper Mario", o personagem e seu companheiro Luigi vivem um RPG que mistura dobradura e recortes de papel. Mario & Luigi: Paper Jam Primeiro jogo que tem a modalidade como tema (com "Mario Tennis Open", para 3DS), "Mario Tennis" chega até dezembro para o Wii U. Mario Tennis Ultra Smash No seu game (o primeiro desde 1997, quando foi protagonista de "Yoshi's World" para Nintendo 64), Yoshi, o dinossauro mascote de Mario, vive um jogo de aventura em um mundo de lã e usa bordado para passar fases e enfrentar inimigos. "Yoshi's Woolly World" tem previsão de lançamento para 16 de outubro. Yoshi's Woolly World Com "Tri Force Heroes", a Nintendo decepcionou parte de seus fãs, que esperava um novo título da série "Zelda" para a plataforma Wii U, mais poderosa. O jogo, espécie de solução de quebra-cabeças com os personagens de Hyrule, será lançado até setembro. "Tri Force Heroes" "Star Fox Zero", primeira obra da série, que data de 1993, em quatro anos, vale-se dos acelerômetros do "controle-console" que é o Wii U para guiar as raposas espaciais pelo universo. O lançamento será realizado até o Natal, diz a Nintendo, e o desenvolvimento é supervisionado por Shigeru Miyamoto, famoso criador de videogames da companhia. Star Fox Zero "Hyrule Warriors", em que Link, a princesa Zelda e outros personagens como Tetra e o rei de Hyrule podem ser selecionados para as batalhas, chega ao 3DS no começo do ano que vem, anunciou a fabricante japonesa. Hyrule Warriors: Legends A clássica série "Metroid" terá sequência com "Federation Force", para o portátil 3DS, após cinco anos de hiato. A característica que a Nintendo falou mais durante a apresentação foi o modo de campanha cooperativo, mas também haverá o multijogador de enfrentamento, intitulado Blast Ball, que terá batalhas de três contra três. Metroid Prime: Federation Force "Animal Crossing: Amiibo Festival" é um dos games que terá funcionamento pleno condicionado à compra dos bonequinhos da Nintendo. Para liberar alguns personagens, por exemplo, só se você já tiver a "action figure" física. Animal Crossing Popular entre os nipônicos, o RPG "Yo-Kai Watch" lembra "Pokémon" por ter uma piara diversa e por ter uma animação na TV japonesa. Com o novo título, para 3DS, será a primeira vez em que a jovem série será comercializada oficialmente no Ocidente. Lançamento até dezembro deste ano, segundo a Nintendo. Yo-Kai Watch Com "Skylanders SuperChargers", a série publicada pela Activision que já usava bonecos físicos e comunicação sem fio (no caso, NFC) em consoles e até dispositivos móveis se unirá nessa frente à Nintendo, com seus bonecos Amiibo. Isso significa que nessa versão de "Skylanders", que chegará às prateleiras nos EUA no dia 20 de setembro, jogadores poderão usar brinquedos especiais, pela primeira vez em formato de carro em ambos os games, e introduzir personagens da Nintendo a um jogo "não Nintendo". Skylanders SuperChargers O repórter viajou a convite da Microsoft
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3 novos 'Marios' e mais 8 lançamentos de games da Nintendo; assista aos trailersA Nintendo apresentou nesta terça-feira (16) os novos games "Mario & Luigi: Paper Jam" e "Legend of Zelda: Tri Force Heroes" para o console portátil 3DS. E também "Yoshi's Woolly World", "Mario Tennis: Ultra Smash" e "Star Fox Zero" para o console mais novo da companhia, o Wii U, lançado no Brasil em 2013. A empresa também mencionou em sua apresentação durante a feira E3, em Los Angeles, o seu novo videogame, até agora referido como Nintendo NX, mas limitou-se a dizer que dará mais detalhes sobre ele no ano que vem. Também tiveram espaço títulos com mais apelo infantil, como "Yo-Kai Watch" e "Animal Crossing", ambos para o videogame portátil da empresa. Alguns dos games mostrados têm compatibilidade com os bonecos Amiibo, vendidos pela Nintendo no Japão e com capacidade de se comunicar sem o uso de fios com os videogames Wii U e 3DS. Um deles é "Skylanders SuperChargers", fruto de parceria da empresa sediada em Quioto com a americana Activision. Veja abaixo os lançamentos: * Em "Super Mario Maker", a Nintendo quer que o jogador construa seus próprios mapas e os desafios a serem enfrentados pelo encanador italiano. "É como um curso de design de games", disse um dos executivos da empresa durante a apresentação. Super Mario Maker Em "Paper Jam", espécie de sequência da série "Paper Mario", o personagem e seu companheiro Luigi vivem um RPG que mistura dobradura e recortes de papel. Mario & Luigi: Paper Jam Primeiro jogo que tem a modalidade como tema (com "Mario Tennis Open", para 3DS), "Mario Tennis" chega até dezembro para o Wii U. Mario Tennis Ultra Smash No seu game (o primeiro desde 1997, quando foi protagonista de "Yoshi's World" para Nintendo 64), Yoshi, o dinossauro mascote de Mario, vive um jogo de aventura em um mundo de lã e usa bordado para passar fases e enfrentar inimigos. "Yoshi's Woolly World" tem previsão de lançamento para 16 de outubro. Yoshi's Woolly World Com "Tri Force Heroes", a Nintendo decepcionou parte de seus fãs, que esperava um novo título da série "Zelda" para a plataforma Wii U, mais poderosa. O jogo, espécie de solução de quebra-cabeças com os personagens de Hyrule, será lançado até setembro. "Tri Force Heroes" "Star Fox Zero", primeira obra da série, que data de 1993, em quatro anos, vale-se dos acelerômetros do "controle-console" que é o Wii U para guiar as raposas espaciais pelo universo. O lançamento será realizado até o Natal, diz a Nintendo, e o desenvolvimento é supervisionado por Shigeru Miyamoto, famoso criador de videogames da companhia. Star Fox Zero "Hyrule Warriors", em que Link, a princesa Zelda e outros personagens como Tetra e o rei de Hyrule podem ser selecionados para as batalhas, chega ao 3DS no começo do ano que vem, anunciou a fabricante japonesa. Hyrule Warriors: Legends A clássica série "Metroid" terá sequência com "Federation Force", para o portátil 3DS, após cinco anos de hiato. A característica que a Nintendo falou mais durante a apresentação foi o modo de campanha cooperativo, mas também haverá o multijogador de enfrentamento, intitulado Blast Ball, que terá batalhas de três contra três. Metroid Prime: Federation Force "Animal Crossing: Amiibo Festival" é um dos games que terá funcionamento pleno condicionado à compra dos bonequinhos da Nintendo. Para liberar alguns personagens, por exemplo, só se você já tiver a "action figure" física. Animal Crossing Popular entre os nipônicos, o RPG "Yo-Kai Watch" lembra "Pokémon" por ter uma piara diversa e por ter uma animação na TV japonesa. Com o novo título, para 3DS, será a primeira vez em que a jovem série será comercializada oficialmente no Ocidente. Lançamento até dezembro deste ano, segundo a Nintendo. Yo-Kai Watch Com "Skylanders SuperChargers", a série publicada pela Activision que já usava bonecos físicos e comunicação sem fio (no caso, NFC) em consoles e até dispositivos móveis se unirá nessa frente à Nintendo, com seus bonecos Amiibo. Isso significa que nessa versão de "Skylanders", que chegará às prateleiras nos EUA no dia 20 de setembro, jogadores poderão usar brinquedos especiais, pela primeira vez em formato de carro em ambos os games, e introduzir personagens da Nintendo a um jogo "não Nintendo". Skylanders SuperChargers O repórter viajou a convite da Microsoft
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Morre o cineasta italiano Francesco Rosi, aos 92 anos
Morreu neste sábado (10) o cineasta italiano Francesco Rosi, aos 92 anos. O diretor ficou famoso no início dos anos 70, com filmes policiais como "Cadáveres Ilustres", "Lucky Luciano" e "O Caso Mattei", esse último vencedor do Grande Prêmio do festival de Cannes de 1972. Segundo o jornal "Corriere della Sera", o diretor e roteirista, que sofria de bronquite, morreu dormindo. Rosi nasceu em Nápoles, em 1922, e depois de estudar direito, entrou imediatamente para o mundo do entretenimento, primeiro no teatro e depois, gradualmente, no cinema. Seu primeiro trabalho foi como assistente do diretor Luchino Visconti em "A Terra Tremeu", de 1948. A colaboração com Visconti continuou em outros projetos, incluindo o filme "Bellissima", do qual também foi roteirista. Rosi é considerado um dos mestres dos filmes policiais. Sua obra "Salvatore Giuliano" (1961), sobre o bandido siciliano, lhe rendeu sucesso internacional. Em 1963, com o filme "Mãos Sobre a Cidade", ganhou o Leão de Ouro em Veneza e quase dez anos depois, em 1972, levou o Grande Prêmio Festival de Cannes com "O caso Mattei", que narra a morte, em circunstâncias pouco claras, de Enrico Mattei, o então presidente da companhia petrolífera italiana ENI, em 1962. Em 2009, recebeu o Urso de Ouro no Festival de Berlim e em 2012, foi homenageado por toda a sua obra no Festival de Veneza.
ilustrada
Morre o cineasta italiano Francesco Rosi, aos 92 anosMorreu neste sábado (10) o cineasta italiano Francesco Rosi, aos 92 anos. O diretor ficou famoso no início dos anos 70, com filmes policiais como "Cadáveres Ilustres", "Lucky Luciano" e "O Caso Mattei", esse último vencedor do Grande Prêmio do festival de Cannes de 1972. Segundo o jornal "Corriere della Sera", o diretor e roteirista, que sofria de bronquite, morreu dormindo. Rosi nasceu em Nápoles, em 1922, e depois de estudar direito, entrou imediatamente para o mundo do entretenimento, primeiro no teatro e depois, gradualmente, no cinema. Seu primeiro trabalho foi como assistente do diretor Luchino Visconti em "A Terra Tremeu", de 1948. A colaboração com Visconti continuou em outros projetos, incluindo o filme "Bellissima", do qual também foi roteirista. Rosi é considerado um dos mestres dos filmes policiais. Sua obra "Salvatore Giuliano" (1961), sobre o bandido siciliano, lhe rendeu sucesso internacional. Em 1963, com o filme "Mãos Sobre a Cidade", ganhou o Leão de Ouro em Veneza e quase dez anos depois, em 1972, levou o Grande Prêmio Festival de Cannes com "O caso Mattei", que narra a morte, em circunstâncias pouco claras, de Enrico Mattei, o então presidente da companhia petrolífera italiana ENI, em 1962. Em 2009, recebeu o Urso de Ouro no Festival de Berlim e em 2012, foi homenageado por toda a sua obra no Festival de Veneza.
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Prêmio Shell de Teatro de SP divulga lista de indicados do segundo semestre
A organização do 29º Prêmio Shell de Teatro de São Paulo anunciou nesta terça (13) os indicados do segundo semestre de 2016, completando a lista da premiação que já contemplava nomes selecionados no primeiro semestre. Entre os novos candidatos, o espetáculo com mais indicações foi "Leite Derramado", adaptação do livro homônimo escrito por Chico Buarque –a peça concorre nas categorias de direção, atriz e iluminação. A seleção do júri –composto por Carlos Eduardo Colabone, Evaristo Martins de Azevedo, Lucia Camargo, Luiz Amorim e Renata Melo– também inclui espetáculos como "Sínthia" e "O Grande Sucesso", ambos com duas indicações cada, nas categorias de direção e atriz, figurino e música, respectivamente. Dois espetáculos selecionados no primeiro semestre também disputam três categorias da premiação: "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam", que retrata o universo do cangaço, concorre com figurino, iluminação e música; "A Tragédia Latino-Americana", que discute as heranças da colonização em nosso continente, está nas categorias de direção, cenário e música. Ao todo, 18 espetáculos, profissionais e companhias figuram na lista do segundo semestre (veja abaixo) e 35 disputam prêmios nesta edição. Os vencedores serão anunciados em uma cerimônia no primeiro trimestre de 2017. O vencedor de cada categoria recebe uma escultura em metal do artista plástico Domenico Calabroni e uma premiação individual de R$ 8 mil. * AUTOR 1º semestre Leonardo Cortez, por "Sala dos Professores" Rudinei Borges, por "Dezuó, Breviário das Águas" 2º semestre Diego Fortes por "O Grande Sucesso" Vinicius Calderoni por "Os Arqueólogos" DIREÇÃO 1º semestre Felipe Hirsh, por "A Tragédia Latino-Americana" Marco Antônio Pâmio, por "Playground" 2º semestre Kiko Marques, por "Sínthia" Roberto Alvim, por "Leite Derramado" ATOR 1º semestre Mateus Monteiro, por "Playground" Pedro Vieira, por "Eu Tenho Tudo" 2º semestre Stefanini, por "O Pai" Paulo Szot, por "My Fair Lady" ATRIZ 1º semestre Miriam Mehler, por "Fora do Mundo" Regiane Alves, por "Para Tão Longo Amor" 2º semestre Denise Weinberg, por "Sínthia" Juliana Galdino, por "Leite Derramado" CENÁRIO 1º semestre Daniela Thomas e Felipe Tassara, por "A Tragédia Latino-Americana" Telumi Hellen, por "Dezuó, Breviário das Águas" 2º semestre Beto Mainieri, por "A Melancolia de Pandora" Coletivo Bijari, por "Adeus Palhaços Mortos" FIGURINO 1º semestre Gabriel Villela, por "Rainhas do Orinoco" Márcio Medina, por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam" 2º semestre Bia Piaretti e Carol Reissman, por "Cabaré Fucô" Karen Brusttolin, por "O Grande Sucesso" ILUMINAÇÃO 1º semestre Aline Santine, por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam" Caetano Vilela, por "As Benevolentes" 2º semestre Domingos Quintiliano, por "Leite Derramado" Miló Martins, por "Um Berço de Pedra" MÚSICA 1º semestre Arthur de Faria, por "A Tragédia Latino-Americana" Dr. Morris, por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam" 2º semestre Gilson Fukoshima, por "O Grande Sucesso" Miguel Briamonte, por "Forever Young" INOVAÇÃO 1º semestre Centro Cultural São Paulo, pelo "estímulo à experimentação de novas formas cênicas, dramatúrgicas e de produção por meio do projeto 'Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos'". 2º semestre SP Escola de Teatro Centro de Formação das Artes do Palco, pela "formação de profissionais na área técnica e artística sob uma política pedagógica contemporânea". Grupo Parlapatões, pela "contínua atividade e manutenção de espetáculos em repertório em seu espaço, privilegiando a variedade de linguagens artísticas".
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Prêmio Shell de Teatro de SP divulga lista de indicados do segundo semestreA organização do 29º Prêmio Shell de Teatro de São Paulo anunciou nesta terça (13) os indicados do segundo semestre de 2016, completando a lista da premiação que já contemplava nomes selecionados no primeiro semestre. Entre os novos candidatos, o espetáculo com mais indicações foi "Leite Derramado", adaptação do livro homônimo escrito por Chico Buarque –a peça concorre nas categorias de direção, atriz e iluminação. A seleção do júri –composto por Carlos Eduardo Colabone, Evaristo Martins de Azevedo, Lucia Camargo, Luiz Amorim e Renata Melo– também inclui espetáculos como "Sínthia" e "O Grande Sucesso", ambos com duas indicações cada, nas categorias de direção e atriz, figurino e música, respectivamente. Dois espetáculos selecionados no primeiro semestre também disputam três categorias da premiação: "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam", que retrata o universo do cangaço, concorre com figurino, iluminação e música; "A Tragédia Latino-Americana", que discute as heranças da colonização em nosso continente, está nas categorias de direção, cenário e música. Ao todo, 18 espetáculos, profissionais e companhias figuram na lista do segundo semestre (veja abaixo) e 35 disputam prêmios nesta edição. Os vencedores serão anunciados em uma cerimônia no primeiro trimestre de 2017. O vencedor de cada categoria recebe uma escultura em metal do artista plástico Domenico Calabroni e uma premiação individual de R$ 8 mil. * AUTOR 1º semestre Leonardo Cortez, por "Sala dos Professores" Rudinei Borges, por "Dezuó, Breviário das Águas" 2º semestre Diego Fortes por "O Grande Sucesso" Vinicius Calderoni por "Os Arqueólogos" DIREÇÃO 1º semestre Felipe Hirsh, por "A Tragédia Latino-Americana" Marco Antônio Pâmio, por "Playground" 2º semestre Kiko Marques, por "Sínthia" Roberto Alvim, por "Leite Derramado" ATOR 1º semestre Mateus Monteiro, por "Playground" Pedro Vieira, por "Eu Tenho Tudo" 2º semestre Stefanini, por "O Pai" Paulo Szot, por "My Fair Lady" ATRIZ 1º semestre Miriam Mehler, por "Fora do Mundo" Regiane Alves, por "Para Tão Longo Amor" 2º semestre Denise Weinberg, por "Sínthia" Juliana Galdino, por "Leite Derramado" CENÁRIO 1º semestre Daniela Thomas e Felipe Tassara, por "A Tragédia Latino-Americana" Telumi Hellen, por "Dezuó, Breviário das Águas" 2º semestre Beto Mainieri, por "A Melancolia de Pandora" Coletivo Bijari, por "Adeus Palhaços Mortos" FIGURINO 1º semestre Gabriel Villela, por "Rainhas do Orinoco" Márcio Medina, por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam" 2º semestre Bia Piaretti e Carol Reissman, por "Cabaré Fucô" Karen Brusttolin, por "O Grande Sucesso" ILUMINAÇÃO 1º semestre Aline Santine, por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam" Caetano Vilela, por "As Benevolentes" 2º semestre Domingos Quintiliano, por "Leite Derramado" Miló Martins, por "Um Berço de Pedra" MÚSICA 1º semestre Arthur de Faria, por "A Tragédia Latino-Americana" Dr. Morris, por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam" 2º semestre Gilson Fukoshima, por "O Grande Sucesso" Miguel Briamonte, por "Forever Young" INOVAÇÃO 1º semestre Centro Cultural São Paulo, pelo "estímulo à experimentação de novas formas cênicas, dramatúrgicas e de produção por meio do projeto 'Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos'". 2º semestre SP Escola de Teatro Centro de Formação das Artes do Palco, pela "formação de profissionais na área técnica e artística sob uma política pedagógica contemporânea". Grupo Parlapatões, pela "contínua atividade e manutenção de espetáculos em repertório em seu espaço, privilegiando a variedade de linguagens artísticas".
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Jovem, moro na periferia e quero estudar
Tenho 21 anos. Nasci e cresci no Grajaú, na zona sul da capital, considerado um dos piores lugares para se viver em São Paulo. Sempre vi as histórias do meu bairro, amigos e lugares que frequento sendo contadas de maneira preconceituosa, cheia de estereótipos. Isso foi despertando em mim a vontade de contar o que acontece de verdade nas periferias. Nessa época, o jornalismo não era ainda uma realidade. Como a maioria dos jovens desta cidade, minha educação fundamental foi toda na rede pública. Comecei em uma escola no Jardim Campinas, no Grajaú. Estudei em quatro escolas no total. Na terceira, fiquei até arrumar meu primeiro emprego, de office-boy. Com o trabalho, fui obrigado a morar com a minha avó, e me transferi novamente de escola, para uma mais próxima. Eu levava uma hora da empresa para escola, e mais uma hora da escola para casa. Esse primeiro ano foi difícil. Acabei sendo reprovado e tive de repetir o segundo ano do ensino médio. Além de chegar cansado na escola à noite, nada me motivava ali. Mesmo chegando ao fim do ensino médio, nas escolas da periferia ninguém nos fala sobre a importância de ingressarmos em uma universidade. E eu queria ser jornalista. Tudo na escola era burocrático. Eles proibiam a entrada de alunos que não conseguiam chegar no início da primeira aula. Via e ouvia professores sem entusiasmo de nos formar, apesar de não faltar energia para eles participarem das partidas de truco com os alunos. Quando terminei o ensino médio, fiquei um ano sem estudar. Depois decidi ir atrás do meu sonho de ser jornalista. Entrei no site do MEC e fui olhando as faculdades com curso nota 5 que eu poderia pagar. Achei a FAPSP (Faculdade do Povo), que tinha nota 4. Quando entrei na faculdade, em 2014, tive de reorganizar minha vida. Enquanto procurava um emprego mais perto dali, comecei a atrasar as mensalidades. Só quando comecei a estagiar na faculdade, ganhando a bolsa integral e o auxílio de um salário mínimo, minha vida se estabilizou. Na quinta-feira (17/12), cheguei na faculdade para trabalhar e o clima estava tenso. Por volta das 11h, recebemos a notícia de que todos os professores foram demitidos. Às 14h, o diretor-geral, Éber Cocareli, chamou funcionários, estagiários e aprendizes para informar que todos também seriam demitidos e que a faculdade seria fechada, pois, segundo sua mantenedora, que pertence à Igreja Internacional da Graça de Deus, a instituição não se mantinha financeiramente. Dois dias antes, na terça (15/12), eu havia levado minha primeira "cacetada da educação" de um cassetete da polícia, enquanto cobria manifestação de estudantes secundaristas que tinham como pauta o não fechamento de escolas. Mesmo afirmando ser estudante de jornalismo, que escrevia a história para o meu blog, fui atingido na cabeça e levei cinco pontos. Saí do Hospital das Clínicas na madrugada de quarta (16/12). No dia seguinte, na quinta, levei mais duas "cacetadas": o fim do meu estágio e o fechamento do meu curso. Nós, alunos, organizamos reuniões para pedir respostas sobre nossos futuros. Seremos "remanejados", dizem, mas provavelmente eu não terei as mesmas condições, pois só era bolsista integral por estagiar na faculdade. Assim, sem nenhuma perspectiva, e com tudo indicando que o sonho de me formar jornalista será interrompido, espero o início de 2016. KAÍQUE DALAPOLA, 21, é estudante, autor do blog Fala, Kaique (falakaique.com) e correspondente do Grajaú da Agência Mural de Jornalismo das Periferias (agenciamural.com.br) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Jovem, moro na periferia e quero estudarTenho 21 anos. Nasci e cresci no Grajaú, na zona sul da capital, considerado um dos piores lugares para se viver em São Paulo. Sempre vi as histórias do meu bairro, amigos e lugares que frequento sendo contadas de maneira preconceituosa, cheia de estereótipos. Isso foi despertando em mim a vontade de contar o que acontece de verdade nas periferias. Nessa época, o jornalismo não era ainda uma realidade. Como a maioria dos jovens desta cidade, minha educação fundamental foi toda na rede pública. Comecei em uma escola no Jardim Campinas, no Grajaú. Estudei em quatro escolas no total. Na terceira, fiquei até arrumar meu primeiro emprego, de office-boy. Com o trabalho, fui obrigado a morar com a minha avó, e me transferi novamente de escola, para uma mais próxima. Eu levava uma hora da empresa para escola, e mais uma hora da escola para casa. Esse primeiro ano foi difícil. Acabei sendo reprovado e tive de repetir o segundo ano do ensino médio. Além de chegar cansado na escola à noite, nada me motivava ali. Mesmo chegando ao fim do ensino médio, nas escolas da periferia ninguém nos fala sobre a importância de ingressarmos em uma universidade. E eu queria ser jornalista. Tudo na escola era burocrático. Eles proibiam a entrada de alunos que não conseguiam chegar no início da primeira aula. Via e ouvia professores sem entusiasmo de nos formar, apesar de não faltar energia para eles participarem das partidas de truco com os alunos. Quando terminei o ensino médio, fiquei um ano sem estudar. Depois decidi ir atrás do meu sonho de ser jornalista. Entrei no site do MEC e fui olhando as faculdades com curso nota 5 que eu poderia pagar. Achei a FAPSP (Faculdade do Povo), que tinha nota 4. Quando entrei na faculdade, em 2014, tive de reorganizar minha vida. Enquanto procurava um emprego mais perto dali, comecei a atrasar as mensalidades. Só quando comecei a estagiar na faculdade, ganhando a bolsa integral e o auxílio de um salário mínimo, minha vida se estabilizou. Na quinta-feira (17/12), cheguei na faculdade para trabalhar e o clima estava tenso. Por volta das 11h, recebemos a notícia de que todos os professores foram demitidos. Às 14h, o diretor-geral, Éber Cocareli, chamou funcionários, estagiários e aprendizes para informar que todos também seriam demitidos e que a faculdade seria fechada, pois, segundo sua mantenedora, que pertence à Igreja Internacional da Graça de Deus, a instituição não se mantinha financeiramente. Dois dias antes, na terça (15/12), eu havia levado minha primeira "cacetada da educação" de um cassetete da polícia, enquanto cobria manifestação de estudantes secundaristas que tinham como pauta o não fechamento de escolas. Mesmo afirmando ser estudante de jornalismo, que escrevia a história para o meu blog, fui atingido na cabeça e levei cinco pontos. Saí do Hospital das Clínicas na madrugada de quarta (16/12). No dia seguinte, na quinta, levei mais duas "cacetadas": o fim do meu estágio e o fechamento do meu curso. Nós, alunos, organizamos reuniões para pedir respostas sobre nossos futuros. Seremos "remanejados", dizem, mas provavelmente eu não terei as mesmas condições, pois só era bolsista integral por estagiar na faculdade. Assim, sem nenhuma perspectiva, e com tudo indicando que o sonho de me formar jornalista será interrompido, espero o início de 2016. KAÍQUE DALAPOLA, 21, é estudante, autor do blog Fala, Kaique (falakaique.com) e correspondente do Grajaú da Agência Mural de Jornalismo das Periferias (agenciamural.com.br) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Processo afirma que obra de Gauguin não é a mais cara do mundo, diz jornal
O quadro de 1892 "Nafea Faa Ipoipo (Quando você irá se casar)?", do francês Paul Gauguin, era considerada a obra mais cara do mundo. Em 2015 foi divulgado que ela havia sido vendida por cerca de US$ 300 milhões (aproximadamente R$ 990 milhões). Uma disputa judicial trouxe à tona que, na verdade, a obra foi comercializada por US$ 210 milhões (cerca de R$ 693 milhões), segundo reportagem do jornal americano "The New York Times". Foi aberto um julgamento no Tribunal Superior de Londres na última quarta-feira (28) para investigar a venda. A pintura foi vendida por Rudolf Staechelin, executivo da empresa de leilão de artes Sotheby, a Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani, um comprador do Qatar, pelos estimados US$ 300 milhões em setembro de 2014. A diferença de 90 milhões surgiu com o processo judicial aberto pelo suíço Simon De Pury, leiloeiro que intermediou a compra e exige uma comissão de US$ 10 milhões sobre a venda (cerca de R$ 33 milhões). O contrato foi feito apenas verbalmente e Staechelin contesta que não vai pagar o valor. O julgamento está em andamento, mas o advogado de defesa disse que o caso deve ser decidido até o final de julho. Com a notícia da diferença no valor, a pintura "Interchanged" (1955), de Willem de Kooning, lidera o ranking de obras mais caras, com um preço de US$ 300 milhões (cerca de R$ 990 milhões) em 2016. "Os Jogadores de Carta" (1892), de Paul Cézanne, foi comprado pelo governo do Qatar por US$ 250 milhões (aproximadamente R$ 825 milhões) em 2011.
ilustrada
Processo afirma que obra de Gauguin não é a mais cara do mundo, diz jornalO quadro de 1892 "Nafea Faa Ipoipo (Quando você irá se casar)?", do francês Paul Gauguin, era considerada a obra mais cara do mundo. Em 2015 foi divulgado que ela havia sido vendida por cerca de US$ 300 milhões (aproximadamente R$ 990 milhões). Uma disputa judicial trouxe à tona que, na verdade, a obra foi comercializada por US$ 210 milhões (cerca de R$ 693 milhões), segundo reportagem do jornal americano "The New York Times". Foi aberto um julgamento no Tribunal Superior de Londres na última quarta-feira (28) para investigar a venda. A pintura foi vendida por Rudolf Staechelin, executivo da empresa de leilão de artes Sotheby, a Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani, um comprador do Qatar, pelos estimados US$ 300 milhões em setembro de 2014. A diferença de 90 milhões surgiu com o processo judicial aberto pelo suíço Simon De Pury, leiloeiro que intermediou a compra e exige uma comissão de US$ 10 milhões sobre a venda (cerca de R$ 33 milhões). O contrato foi feito apenas verbalmente e Staechelin contesta que não vai pagar o valor. O julgamento está em andamento, mas o advogado de defesa disse que o caso deve ser decidido até o final de julho. Com a notícia da diferença no valor, a pintura "Interchanged" (1955), de Willem de Kooning, lidera o ranking de obras mais caras, com um preço de US$ 300 milhões (cerca de R$ 990 milhões) em 2016. "Os Jogadores de Carta" (1892), de Paul Cézanne, foi comprado pelo governo do Qatar por US$ 250 milhões (aproximadamente R$ 825 milhões) em 2011.
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Filme mostra progresso chinês como paradigma do mundo
No início, estamos diante de uma imensa cratera, do que foi montanha e já não guarda vestígios da paisagem natural. Em seguida, explosões mostram aquele espaço sendo devorado. Fragmentos de pedras voam em câmera lenta e a imagem se congela. O primeiro objeto de "Gigante", do chinês Zhao Liang, é a monstruosidade, o processo de deformação da natureza que culmina na transformação da beleza em algo de outra ordem, que assombra. O título original alude à criatura bíblica Behemoth. Um letreiro explica: "Deus criou a besta Behemoth no quinto dia. Ele era o maior monstro na face da Terra. Era preciso mil montanhas de comida para alimentá-lo." A primeira parte de "Gigante" registra uma paisagem deformada pela exploração de minério e carvão. As montanhas se desfazem, pequenas nuvens emanam na superfície como se a terra respirasse. No solo, aparece um corpo nu. A estrutura do filme contrapõe a magnitude física e a pequenez humana e mostra como ambos passam por uma transformação que pode ser um processo de extinção. Em vez da retórica explicativa ou demonstrativa, "Gigante" adota o sensorial e o texto poético como recursos. As imagens nos levam a um mergulho na profundidade da mina, a sentir o seco e o úmido, o quente e o frio, os barulhos e os silêncios. O texto, inspirado em "A Divina Comédia", de Dante, evoca o inferno, o purgatório e o paraíso, espaços que o homem reconhece, mas onde não encontra lugar. Aos poucos, "Gigante" passa do universo mineral ao dos corpos. Um homem vaga levando um espelho nas costas, e o objeto reflete o que ele não vê, metáfora, talvez, do passado deixado para trás. Ou modo de visualizar o entorno, o ambiente que nos cerca e que nós não enxergamos. Como nas ficções documentais de Jia Zhang-ke e nos documentários alucinatórios de Wang Bing, Zhao Liang filma o progresso chinês como paradigma do mundo. O que se vê lá acontece também ao nosso lado. GIGANTE DIREÇÃO Zhao Liang PRODUÇÃO França, 2015, 12 anos
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Filme mostra progresso chinês como paradigma do mundoNo início, estamos diante de uma imensa cratera, do que foi montanha e já não guarda vestígios da paisagem natural. Em seguida, explosões mostram aquele espaço sendo devorado. Fragmentos de pedras voam em câmera lenta e a imagem se congela. O primeiro objeto de "Gigante", do chinês Zhao Liang, é a monstruosidade, o processo de deformação da natureza que culmina na transformação da beleza em algo de outra ordem, que assombra. O título original alude à criatura bíblica Behemoth. Um letreiro explica: "Deus criou a besta Behemoth no quinto dia. Ele era o maior monstro na face da Terra. Era preciso mil montanhas de comida para alimentá-lo." A primeira parte de "Gigante" registra uma paisagem deformada pela exploração de minério e carvão. As montanhas se desfazem, pequenas nuvens emanam na superfície como se a terra respirasse. No solo, aparece um corpo nu. A estrutura do filme contrapõe a magnitude física e a pequenez humana e mostra como ambos passam por uma transformação que pode ser um processo de extinção. Em vez da retórica explicativa ou demonstrativa, "Gigante" adota o sensorial e o texto poético como recursos. As imagens nos levam a um mergulho na profundidade da mina, a sentir o seco e o úmido, o quente e o frio, os barulhos e os silêncios. O texto, inspirado em "A Divina Comédia", de Dante, evoca o inferno, o purgatório e o paraíso, espaços que o homem reconhece, mas onde não encontra lugar. Aos poucos, "Gigante" passa do universo mineral ao dos corpos. Um homem vaga levando um espelho nas costas, e o objeto reflete o que ele não vê, metáfora, talvez, do passado deixado para trás. Ou modo de visualizar o entorno, o ambiente que nos cerca e que nós não enxergamos. Como nas ficções documentais de Jia Zhang-ke e nos documentários alucinatórios de Wang Bing, Zhao Liang filma o progresso chinês como paradigma do mundo. O que se vê lá acontece também ao nosso lado. GIGANTE DIREÇÃO Zhao Liang PRODUÇÃO França, 2015, 12 anos
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Em delação, Cerveró diz que Dilma mentiu sobre compra de Pasadena
Em sua delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró acusou a presidente afastada, Dilma Rousseff, de ter mentido sobre a compra da refinaria de Pasadena e disse supor que a petista sabia que políticos do PT recebiam propina da estatal. O conteúdo do depoimento foi tornado público nesta quinta (2). Condenado na Lava Jato, Cerveró está preso desde janeiro de 2015. Segundo Cerveró, "não corresponde à realidade" a afirmação de Dilma de que aprovou a compra da refinaria, adquirida pela Petrobras em 2006, porque não tinha informações completas. Na época, Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Cerveró disse que "houve certa pressa" na aprovação do projeto pelo conselho. "Que o declarante conhece há muito tempo a presidente da República Dilma Rousseff [...] Que Dilma Rousseff tinha todas as informações sobre a refinaria de Pasadena; que o Conselho de Administração não aprova temas com base em resumo executivo; que o projeto foi aprovado na Diretoria Executiva da Petrobras numa quinta e na sexta o projeto foi aprovado no Conselho de Administração; que esse procedimento não era usual", disse. "Que sempre que havia dúvidas sobre algum tema a ser analisado, o Conselho de Administração solicitava, esclarecimentos, que não foi solicitado nenhum tipo de esclarecimento quanto à aquisição da refinaria de Pasadena; que isso indica que não havia dúvida nenhuma quanto à aquisição da refinaria de Pasadena", diz. E completou: "que não corresponde à realidade a afirmativa de Dilma Rousseff de que somente aprovou a aquisição porque não sabia dessas cláusulas; que o declarante não tem conhecimento de irregularidade na aprovação da aquisição da refinaria pelo Conselho de Administração da Petrobras". Cerveró disse que não tem conhecimento de que recebimento de propina por integrante do conselho. Em depoimento para o juiz auxiliar do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, Cerveró reforçou sua versão sobre Pasadena. "Eu fui... No ano passado eu permaneci muito em evidência por conta da afirmativa da presidente Dilma que eu tinha feito a apresentação sobre uma refinaria que foi comprada nos Estados Unidos e que ela... –que a responsabilidade de aprovação é dela, é do Conselho– e que ela disse que só tinha aprovado porque não tinha as informações suficientes, o que não é verdade. Mas isso, eu estou só me permitindo um recuo", contou. INTIMIDADE Cerveró afirmou que Dilma acompanhava, de "perto os assuntos referentes" à Petrobras, frequentando constantemente a empresa, e que "conhecia com detalhes os negócios" da estatal. "Que o declarante supõe que Dilma Rousseff sabia que políticos do Partido dos Trabalhadores recebiam propina oriunda da Petrobras, que, no entanto, o declarante nunca tratou diretamente com Dilma, sobre o repasse de propina, seja para ela, seja para políticos, seja para o PT." MENINOS Cerveró também afirmou aos investigadores que ouviu de seu advogado que Delcídio do Amaral teria lhe dito que Dilma agiria para tirá-lo da prisão assim como o ex-diretor da estatal Renato Duque, considerado operador do PT. Segundo Cerveró, Delcídio relatou que Dilma teria dito que "cuidaria dos meninos". HISTÓRICO Em 2006, a Petrobras comprou do grupo belga Astra metade da refinaria de Pasadena por US$ 360 milhões, aí incluídos estoques de petróleo. Os sócios brigaram por causa do custo da reforma que a Petrobras queria fazer na refinaria, que chegavam a US$ 2,5 bilhões, considerado alto pela Astra. A Petrobras então enviou proposta de US$ 550 milhões pelo restante de Pasadena, mas a Astra queria US$ 1 bilhão. Os sócios acabaram fazendo um acordo de US$ 788 milhões. Mas sem aprovação do conselho da estatal brasileira, ele não foi fechado, o que levou a uma disputa judicial nos EUA. No final, após uma batalha judicial encerrada em 2012, a Petrobras acabou pagando US$ 885 milhões pelo 50% da refinaria. No total, a estatal brasileira desembolsou US$ 1,25 bilhão por um negócio comprado pela Astra por apenas US$ 42,5 milhões em 2005. O ex-presidente da Estatal, José Sérgio Gabrielli, diz que a Astra fez investimentos de US$ 360 milhões na refinaria após a aquisição de 2005. Em 2014, quando o TCU (Tribunal de Contas da União) apurava os prejuízos nessa aquisição, Dilma afirmou que o Conselho de Administração, que ela presidia, não teve conhecimento de todos os atos tomados pelos diretores e que algumas cláusulas do contrato não forma informadas aos conselheiros, responsabilizando os diretores pelo prejuízo. Ao fim da apuração, o TCU considerou que as operações para adquirira Pasadena deram um prejuízo US$ 792 milhões à estatal e está exigindo a devolução desses recursos a 14 ex-diretores. No julgamento, os ministros entenderam que os conselheiros não poderiam ser apontados como responsáveis pelo dano, mas que isso poderia vir a ocorrer na fase atual do processo, onde cada diretor está se defendendo. OUTRO LADO Sobre Pasadena, a presidente Dilma já afirmou anteriormente que aprovou o negócio porque não sabia da existência de duas cláusulas que causaram prejuízo e que não constavam no resumo apresentado por Cerveró ao Conselho de Administração da Petrobras.
poder
Em delação, Cerveró diz que Dilma mentiu sobre compra de PasadenaEm sua delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró acusou a presidente afastada, Dilma Rousseff, de ter mentido sobre a compra da refinaria de Pasadena e disse supor que a petista sabia que políticos do PT recebiam propina da estatal. O conteúdo do depoimento foi tornado público nesta quinta (2). Condenado na Lava Jato, Cerveró está preso desde janeiro de 2015. Segundo Cerveró, "não corresponde à realidade" a afirmação de Dilma de que aprovou a compra da refinaria, adquirida pela Petrobras em 2006, porque não tinha informações completas. Na época, Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Cerveró disse que "houve certa pressa" na aprovação do projeto pelo conselho. "Que o declarante conhece há muito tempo a presidente da República Dilma Rousseff [...] Que Dilma Rousseff tinha todas as informações sobre a refinaria de Pasadena; que o Conselho de Administração não aprova temas com base em resumo executivo; que o projeto foi aprovado na Diretoria Executiva da Petrobras numa quinta e na sexta o projeto foi aprovado no Conselho de Administração; que esse procedimento não era usual", disse. "Que sempre que havia dúvidas sobre algum tema a ser analisado, o Conselho de Administração solicitava, esclarecimentos, que não foi solicitado nenhum tipo de esclarecimento quanto à aquisição da refinaria de Pasadena; que isso indica que não havia dúvida nenhuma quanto à aquisição da refinaria de Pasadena", diz. E completou: "que não corresponde à realidade a afirmativa de Dilma Rousseff de que somente aprovou a aquisição porque não sabia dessas cláusulas; que o declarante não tem conhecimento de irregularidade na aprovação da aquisição da refinaria pelo Conselho de Administração da Petrobras". Cerveró disse que não tem conhecimento de que recebimento de propina por integrante do conselho. Em depoimento para o juiz auxiliar do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, Cerveró reforçou sua versão sobre Pasadena. "Eu fui... No ano passado eu permaneci muito em evidência por conta da afirmativa da presidente Dilma que eu tinha feito a apresentação sobre uma refinaria que foi comprada nos Estados Unidos e que ela... –que a responsabilidade de aprovação é dela, é do Conselho– e que ela disse que só tinha aprovado porque não tinha as informações suficientes, o que não é verdade. Mas isso, eu estou só me permitindo um recuo", contou. INTIMIDADE Cerveró afirmou que Dilma acompanhava, de "perto os assuntos referentes" à Petrobras, frequentando constantemente a empresa, e que "conhecia com detalhes os negócios" da estatal. "Que o declarante supõe que Dilma Rousseff sabia que políticos do Partido dos Trabalhadores recebiam propina oriunda da Petrobras, que, no entanto, o declarante nunca tratou diretamente com Dilma, sobre o repasse de propina, seja para ela, seja para políticos, seja para o PT." MENINOS Cerveró também afirmou aos investigadores que ouviu de seu advogado que Delcídio do Amaral teria lhe dito que Dilma agiria para tirá-lo da prisão assim como o ex-diretor da estatal Renato Duque, considerado operador do PT. Segundo Cerveró, Delcídio relatou que Dilma teria dito que "cuidaria dos meninos". HISTÓRICO Em 2006, a Petrobras comprou do grupo belga Astra metade da refinaria de Pasadena por US$ 360 milhões, aí incluídos estoques de petróleo. Os sócios brigaram por causa do custo da reforma que a Petrobras queria fazer na refinaria, que chegavam a US$ 2,5 bilhões, considerado alto pela Astra. A Petrobras então enviou proposta de US$ 550 milhões pelo restante de Pasadena, mas a Astra queria US$ 1 bilhão. Os sócios acabaram fazendo um acordo de US$ 788 milhões. Mas sem aprovação do conselho da estatal brasileira, ele não foi fechado, o que levou a uma disputa judicial nos EUA. No final, após uma batalha judicial encerrada em 2012, a Petrobras acabou pagando US$ 885 milhões pelo 50% da refinaria. No total, a estatal brasileira desembolsou US$ 1,25 bilhão por um negócio comprado pela Astra por apenas US$ 42,5 milhões em 2005. O ex-presidente da Estatal, José Sérgio Gabrielli, diz que a Astra fez investimentos de US$ 360 milhões na refinaria após a aquisição de 2005. Em 2014, quando o TCU (Tribunal de Contas da União) apurava os prejuízos nessa aquisição, Dilma afirmou que o Conselho de Administração, que ela presidia, não teve conhecimento de todos os atos tomados pelos diretores e que algumas cláusulas do contrato não forma informadas aos conselheiros, responsabilizando os diretores pelo prejuízo. Ao fim da apuração, o TCU considerou que as operações para adquirira Pasadena deram um prejuízo US$ 792 milhões à estatal e está exigindo a devolução desses recursos a 14 ex-diretores. No julgamento, os ministros entenderam que os conselheiros não poderiam ser apontados como responsáveis pelo dano, mas que isso poderia vir a ocorrer na fase atual do processo, onde cada diretor está se defendendo. OUTRO LADO Sobre Pasadena, a presidente Dilma já afirmou anteriormente que aprovou o negócio porque não sabia da existência de duas cláusulas que causaram prejuízo e que não constavam no resumo apresentado por Cerveró ao Conselho de Administração da Petrobras.
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O paraíso para as empreiteiras
Se a doutora Dilma não vetar um gato colocado na tuba da Medida Provisória 678, as grandes empreiteiras de obras públicas ficarão com um pé no inferno e outro no paraíso. O inferno é a carceragem de Curitiba. O paraíso será a conquista de um passe livre em futuros contratos, sem as restrições impostas pela legislação. Coisa jamais vista. A história desse gato é uma viagem ao mundo de Brasília, onde fazem-se leis que se transformam em privilégios e, às vezes, acabam em escândalos. Os fornecedores do governo odeiam a lei das licitações. Quando podem, esburacam-na. Em 1998, criou-se para a Petrobras um "procedimento licitatório simplificado". Deu no que deu. Em 2011, com o objetivo de acelerar as obras para a Copa do Mundo, surgiu o "Regime Diferenciado de Contratação" para as empreitadas dos jogos. Nele, entrou o conceito de "contratação integrada", permitindo que uma obra seja licitada apenas com um anteprojeto. As empreiteiras ganhariam liberdade para definir materiais e até mesmo os testes de qualidade de seus serviços. A maluquice do trem-bala poderia ter sido transformada num "projeto integrado". Felizmente o BNDES matou-a. Até aí, tudo bem, pois havia pressa para a Copa. Ela se foi e o VLT de Cuiabá, previsto para custar R$ 1,8 bilhão, está com os trabalhos parados. Se tudo der certo, ficará pronto em 2018, o ano da Copa na Rússia. Até lá, 40 trens continuarão estocados nos pátios. Passaram-se cinco anos da criação do RDC e ele expandiu-se, valendo também para obras do PAC, presídios ou mesmo postos de saúde. No ano passado, o Planalto preparou um projeto de lei que mudava a lei das licitações, embutindo o conceito de "projetos integrados". Jogo jogado, admita-se que a ideia é boa, modernizadora, globalizante ou seja lá o que for. O governo e os peões das empreiteiras poderiam botar a cara na vitrine defendendo-a. Com a Lava Jato na rua, o projeto sumiu. Agora, sem maiores discussões, os "projetos integrados" reapareceram no texto da conversão da Medida Provisória 678. Originalmente, ela permitia um regime especial de contratação para empresas de segurança durante a Olimpíada do Rio. Virou uma árvore de Natal e incluiu no regime especial de contratação obras de infraestrutura como estradas, portos ou aeroportos. Empreitadas desse porte acabam entregues a grandes empreiteiras, precisamente aquelas que trocaram as capa de revistas de negócios pelas páginas de notícias policiais. O Supremo Tribunal Federal decidiu que não se podem colocar jabutis em Medidas Provisórias, mas os peões do Congresso podem argumentar que a Medida Provisória já estava em tramitação e, portanto, está fora do alcance do veto. A doutora Dilma tem todo o direito de dizer que não respeita os delatores que destamparam o bueiro da Petrobras. Desde os primeiros dias da Lava Jato, ela manteve uma posição de antipática neutralidade pelo trabalho dos investigadores. A Polícia Federal e os procuradores estão atrás da indústria de gatos em Medidas Provisórias e já pegaram alguns negócios esquisitos. Em relação à Lava Jato, a doutora repete que nada teve a ver com a história. Se o Ministério Público e a Polícia Federal chegarem a atos que ela sancionou, a conversa será outra.
colunas
O paraíso para as empreiteirasSe a doutora Dilma não vetar um gato colocado na tuba da Medida Provisória 678, as grandes empreiteiras de obras públicas ficarão com um pé no inferno e outro no paraíso. O inferno é a carceragem de Curitiba. O paraíso será a conquista de um passe livre em futuros contratos, sem as restrições impostas pela legislação. Coisa jamais vista. A história desse gato é uma viagem ao mundo de Brasília, onde fazem-se leis que se transformam em privilégios e, às vezes, acabam em escândalos. Os fornecedores do governo odeiam a lei das licitações. Quando podem, esburacam-na. Em 1998, criou-se para a Petrobras um "procedimento licitatório simplificado". Deu no que deu. Em 2011, com o objetivo de acelerar as obras para a Copa do Mundo, surgiu o "Regime Diferenciado de Contratação" para as empreitadas dos jogos. Nele, entrou o conceito de "contratação integrada", permitindo que uma obra seja licitada apenas com um anteprojeto. As empreiteiras ganhariam liberdade para definir materiais e até mesmo os testes de qualidade de seus serviços. A maluquice do trem-bala poderia ter sido transformada num "projeto integrado". Felizmente o BNDES matou-a. Até aí, tudo bem, pois havia pressa para a Copa. Ela se foi e o VLT de Cuiabá, previsto para custar R$ 1,8 bilhão, está com os trabalhos parados. Se tudo der certo, ficará pronto em 2018, o ano da Copa na Rússia. Até lá, 40 trens continuarão estocados nos pátios. Passaram-se cinco anos da criação do RDC e ele expandiu-se, valendo também para obras do PAC, presídios ou mesmo postos de saúde. No ano passado, o Planalto preparou um projeto de lei que mudava a lei das licitações, embutindo o conceito de "projetos integrados". Jogo jogado, admita-se que a ideia é boa, modernizadora, globalizante ou seja lá o que for. O governo e os peões das empreiteiras poderiam botar a cara na vitrine defendendo-a. Com a Lava Jato na rua, o projeto sumiu. Agora, sem maiores discussões, os "projetos integrados" reapareceram no texto da conversão da Medida Provisória 678. Originalmente, ela permitia um regime especial de contratação para empresas de segurança durante a Olimpíada do Rio. Virou uma árvore de Natal e incluiu no regime especial de contratação obras de infraestrutura como estradas, portos ou aeroportos. Empreitadas desse porte acabam entregues a grandes empreiteiras, precisamente aquelas que trocaram as capa de revistas de negócios pelas páginas de notícias policiais. O Supremo Tribunal Federal decidiu que não se podem colocar jabutis em Medidas Provisórias, mas os peões do Congresso podem argumentar que a Medida Provisória já estava em tramitação e, portanto, está fora do alcance do veto. A doutora Dilma tem todo o direito de dizer que não respeita os delatores que destamparam o bueiro da Petrobras. Desde os primeiros dias da Lava Jato, ela manteve uma posição de antipática neutralidade pelo trabalho dos investigadores. A Polícia Federal e os procuradores estão atrás da indústria de gatos em Medidas Provisórias e já pegaram alguns negócios esquisitos. Em relação à Lava Jato, a doutora repete que nada teve a ver com a história. Se o Ministério Público e a Polícia Federal chegarem a atos que ela sancionou, a conversa será outra.
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A Nova Matriz Política
A "Nova Matriz Econômica" do primeiro mandato de Dilma Rousseff foi a resposta errada a uma crise profunda (o crash de 2008). Foi errada porque se utilizou de instrumentos antiquados e sacrificou conquistas importantes dos 20 anos anteriores. Felizmente, não durou muito tempo: alguns de seus mecanismos começaram a ser desmontados ainda no fim do primeiro mandato, e a nomeação de Joaquim Levy para a Fazenda deu início ao ajuste que, apesar de atropelado pela crise política, prossegue até agora. O problema é que há analogias preocupantes entre o que aconteceu com a economia brasileira e o que aconteceu com nossa política desde o impeachment. Se na hora da crise em 2008 recaímos em velhos hábitos e terminamos com populismo econômico, quando a Lava Jato colocou em xeque a classe política, também retornamos ao familiar: demos a Presidência ao PMDB. Nos dois casos, voltamos ao pré-1994. Assim como os economistas se exasperaram em 2012 vendo a deterioração de índices estabilizados desde 1994, agora é a vez de os cientistas políticos se assustarem com a possível desagregação do padrão de competição PT vs. PSDB. Entre 1994 e 2014, esquerda e direita bem organizadas e moderadas denunciaram uns os escândalos dos outros, copiaram uns as boas políticas dos outros, e, fazendo isso, geraram o fim da crise econômica que vinha desde o regime militar. Reduziram a desigualdade até o nível em que estava nos anos 60 e criaram a dinâmica de combate à corrupção que nos trouxe até a Lava Jato. Sim, há alguma idealização do período 1994-2014 no parágrafo anterior. Em especial, o problema do financiamento de campanha nunca foi enfrentado: como é cada vez mais claro, as campanhas sempre foram inteiramente pagas por empresas que roubavam dos cofres públicos (desde muito antes de 1994), com a cumplicidade bem-remunerada da classe política. Mas, até aí, nas reclamações dos economistas em 2012 também havia idealização. Por exemplo, o crescimento no período pós-Plano Real, salvo pelos anos do governo Lula em que o cenário externo provavelmente nos ajudou, foi baixo. Agora temos o risco real de passar do padrão de competição PT vs. PSDB para o padrão característico da política estadual fluminense: um PMDB eterno (ou um peemedebismo, como diria Marcos Nobre) que absorve esquerda e direita moderados e só é contestado eventualmente por dissidências evangélicas ou por idealistas de esquerda com poucas chances de vencer. A crer na experiência do Estado do Rio de Janeiro, não há nenhum mecanismo interno a esse padrão de competição que o faça se reformar. Como a Nova Matriz Econômica, a Nova Matriz Política pode perfeitamente ser temporária. É possível, por exemplo, que o PMDB simplesmente tome do PSDB a liderança da direita, que Marina ou Ciro tomem do PT a liderança da esquerda e que a competição virtuosa volte em 2018. É possível que PT e PSDB recuperem seu vigor anterior. Mas há um porém. A Nova Matriz Econômica foi ruim, entre outros motivos, porque gastou o dinheiro que poderia ter sido usado quando queda das commodities e Lava Jato bateram na economia. Da mesma forma, quando o "Lehman Day" da delação da Odebrecht chegar, talvez percebamos que gastamos poder de mobilização e capital político na hora errada.
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A Nova Matriz PolíticaA "Nova Matriz Econômica" do primeiro mandato de Dilma Rousseff foi a resposta errada a uma crise profunda (o crash de 2008). Foi errada porque se utilizou de instrumentos antiquados e sacrificou conquistas importantes dos 20 anos anteriores. Felizmente, não durou muito tempo: alguns de seus mecanismos começaram a ser desmontados ainda no fim do primeiro mandato, e a nomeação de Joaquim Levy para a Fazenda deu início ao ajuste que, apesar de atropelado pela crise política, prossegue até agora. O problema é que há analogias preocupantes entre o que aconteceu com a economia brasileira e o que aconteceu com nossa política desde o impeachment. Se na hora da crise em 2008 recaímos em velhos hábitos e terminamos com populismo econômico, quando a Lava Jato colocou em xeque a classe política, também retornamos ao familiar: demos a Presidência ao PMDB. Nos dois casos, voltamos ao pré-1994. Assim como os economistas se exasperaram em 2012 vendo a deterioração de índices estabilizados desde 1994, agora é a vez de os cientistas políticos se assustarem com a possível desagregação do padrão de competição PT vs. PSDB. Entre 1994 e 2014, esquerda e direita bem organizadas e moderadas denunciaram uns os escândalos dos outros, copiaram uns as boas políticas dos outros, e, fazendo isso, geraram o fim da crise econômica que vinha desde o regime militar. Reduziram a desigualdade até o nível em que estava nos anos 60 e criaram a dinâmica de combate à corrupção que nos trouxe até a Lava Jato. Sim, há alguma idealização do período 1994-2014 no parágrafo anterior. Em especial, o problema do financiamento de campanha nunca foi enfrentado: como é cada vez mais claro, as campanhas sempre foram inteiramente pagas por empresas que roubavam dos cofres públicos (desde muito antes de 1994), com a cumplicidade bem-remunerada da classe política. Mas, até aí, nas reclamações dos economistas em 2012 também havia idealização. Por exemplo, o crescimento no período pós-Plano Real, salvo pelos anos do governo Lula em que o cenário externo provavelmente nos ajudou, foi baixo. Agora temos o risco real de passar do padrão de competição PT vs. PSDB para o padrão característico da política estadual fluminense: um PMDB eterno (ou um peemedebismo, como diria Marcos Nobre) que absorve esquerda e direita moderados e só é contestado eventualmente por dissidências evangélicas ou por idealistas de esquerda com poucas chances de vencer. A crer na experiência do Estado do Rio de Janeiro, não há nenhum mecanismo interno a esse padrão de competição que o faça se reformar. Como a Nova Matriz Econômica, a Nova Matriz Política pode perfeitamente ser temporária. É possível, por exemplo, que o PMDB simplesmente tome do PSDB a liderança da direita, que Marina ou Ciro tomem do PT a liderança da esquerda e que a competição virtuosa volte em 2018. É possível que PT e PSDB recuperem seu vigor anterior. Mas há um porém. A Nova Matriz Econômica foi ruim, entre outros motivos, porque gastou o dinheiro que poderia ter sido usado quando queda das commodities e Lava Jato bateram na economia. Da mesma forma, quando o "Lehman Day" da delação da Odebrecht chegar, talvez percebamos que gastamos poder de mobilização e capital político na hora errada.
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10 curiosidades sobre o cultivo e o consumo da mandioca
Saudada pela presidente Dilma Rousseff como "uma das maiores conquistas do Brasil", a mandioca já viveu momentos melhores. Dilma fez referência ao alimento (que remonta às raízes indígenas do país) na abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Brasília. De improviso, tentou explicar a importância dessa herança, mas a frase não foi clara e o vídeo com seu discurso "pró-mandioca" viralizou nas redes sociais. "Temos a mandioca e aqui nós estamos e, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu estou saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil", disse. O preço da raiz e de seus derivados despencou, no entanto, por causa de uma safra recorde no início deste ano, o que desencadeou uma crise entre os produtores. Veja abaixo curiosidades sobre a raiz: Aipi, aipim, castelinha, ipim, macamba, macaxeira, macaxera, mandioca-brava, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, mucamba, pão-de-pobre, tapioca, uaipi. Essas são todas as variantes listadas pelo dicionário Houaiss para a mandioca. "Mandioca" origina-se do termo tupi mãdi'og, mandi-ó ou mani-oca, que significa "casa de Mani", sendo Mani a deusa benfazeja dos guaranis que se transforma em mani-oca. "Aipim" origina-se do termo tupi ai'pi. "Maniva", nome também dado ao caule da mandioca, origina-se do termo tupi mani'iwa. Na classificação científica, a mandioca pertence ao gênero Manihot, da família Euphorbiaceae; Ordem Malpighiales, classe Magnoliopsida, divisão Magnoliophyta A mandioca é a espécie comestível mais difundida desse gênero, que possui dezenas de outras espécies Há mais de 300 variedades de mandioca no continente americano. A mandioca-brava (ou mandioca amarga) tem ácido cianídrico, que é venenoso se não for destruído pelo calor do cozimento ou do sol. A mandioca-doce, também chamada de aipim ou macaxeira, não precisa passar por esse tratamento térmico. A mandioca não se desenvolve bem em climas frios —temperaturas inferiores a 15ºC prejudicam o desenvolvimento da planta-, mas pode ser plantada em altitudes que variam entre o nível do mar e até 1.000 m. O vegetal é tolerante à seca e se adapta a diferentes condições de clima e solo. Os mais adequados são os profundos (para que a raiz cresça), nem muito arenosos nem alagados. A fécula de mandioca, que faz o polvilho e é o principal ingrediente do pão de queijo e do biscoito de polvilho, teve, no início de 2015, a maior produção em 12 anos. A mandioca é a raiz de maior uso no país. Com alto teor energético, seus derivados são encontrados em diversos pratos. Para fazer a farinha de tapioca, o polvilho é lavado, decantado várias vezes, secado e passado em chapa quente. Fora do solo, a mandioca tem um potencial de deterioração alto e deve ser processada nas primeiras 24 horas para não comprometer a qualidade dos produtos. Cem gramas de mandioca cozida fornecem 159 calorias. Para comparar, o mesmo peso de abóbora tem 40 calorias, de batata-doce, 143, de cenoura, 45, e de espinafre, 38. uma banana-nanica tem cerca de 90 calorias. Veja outros dados nutricionais Quitute ideal para acompanhar uma cerveja gelada, a mandioca frita engorda bastante. Se 100 g da raiz cozida fornecem 195 calorias, o mesmo peso de mandioca frita chega a 352. Além do preço baixo, eles sofrem com custo alto de produção. Por não ser automatizada, a colheita é intensiva em mão de obra. O plantio da mandioca pode ser feito em qualquer época do ano, desde que haja umidade suficiente para a fixação da planta. O período de crescimento da mandioca é longo,e,dependendo da variedade, pode durar de 9 meses a 2 anos. O custo para o produtor é de cerca de R$ 2.500 por hectare (o equivalente a um quarteirão), considerando óleo para as máquinas e o arrendamento de terras. Neste ano, o produto de uma área dessa dimensão gera cerca de R$ 3.500, valor considerado insuficiente pelos produtores, que têm perdas com desvalorização do maquinário e pagamento de juros. Por possuir elevada quantidade de amido, que pode ser quebrado em glicose, a raiz é promissora para a produção de etanol. O Brasil já ocupou o segundo lugar na produção mundial de mandioca, mas nos últimos anos têm perdido posições para Tailândia e Indonéisa. A produção brasileira oscila entre 20 milhões e 25 milhões de toneladas por ano. O maior produtor mundial é a Nigéria, com 57 milhões de toneladas, aproximadamente. "Eu acredito que é necessário que nós tenhamos muito orgulho da formação histórica deste país, para além do fato que cada povo indígena representa uma cultura especial, nós temos de ter um imenso orgulho de, na composição da nação brasileira, nós sermos uma mistura de várias etnias. E aqui, hoje, nós estamos saudando uma delas: nós estamos saudando a etnia indígena, que trouxe para nós não só - como disse aqui, muito bem, a nossa vice-governadora, representando o governador -, o sabor dos nomes que estão em todas as nossas cidades, de fato, mas também eu queria saudar, porque nenhuma civilização nasceu sem ter acesso a uma forma básica de alimentação. E aqui nós temos uma, como também os índios e os indígenas americanos têm a dele, nós temos a mandioca. E aqui nós estamos comungando a mandioca com o milho. E, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu estou saudando a mandioca. Acho uma das maiores conquistas do Brasil.
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10 curiosidades sobre o cultivo e o consumo da mandiocaSaudada pela presidente Dilma Rousseff como "uma das maiores conquistas do Brasil", a mandioca já viveu momentos melhores. Dilma fez referência ao alimento (que remonta às raízes indígenas do país) na abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Brasília. De improviso, tentou explicar a importância dessa herança, mas a frase não foi clara e o vídeo com seu discurso "pró-mandioca" viralizou nas redes sociais. "Temos a mandioca e aqui nós estamos e, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu estou saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil", disse. O preço da raiz e de seus derivados despencou, no entanto, por causa de uma safra recorde no início deste ano, o que desencadeou uma crise entre os produtores. Veja abaixo curiosidades sobre a raiz: Aipi, aipim, castelinha, ipim, macamba, macaxeira, macaxera, mandioca-brava, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, mucamba, pão-de-pobre, tapioca, uaipi. Essas são todas as variantes listadas pelo dicionário Houaiss para a mandioca. "Mandioca" origina-se do termo tupi mãdi'og, mandi-ó ou mani-oca, que significa "casa de Mani", sendo Mani a deusa benfazeja dos guaranis que se transforma em mani-oca. "Aipim" origina-se do termo tupi ai'pi. "Maniva", nome também dado ao caule da mandioca, origina-se do termo tupi mani'iwa. Na classificação científica, a mandioca pertence ao gênero Manihot, da família Euphorbiaceae; Ordem Malpighiales, classe Magnoliopsida, divisão Magnoliophyta A mandioca é a espécie comestível mais difundida desse gênero, que possui dezenas de outras espécies Há mais de 300 variedades de mandioca no continente americano. A mandioca-brava (ou mandioca amarga) tem ácido cianídrico, que é venenoso se não for destruído pelo calor do cozimento ou do sol. A mandioca-doce, também chamada de aipim ou macaxeira, não precisa passar por esse tratamento térmico. A mandioca não se desenvolve bem em climas frios —temperaturas inferiores a 15ºC prejudicam o desenvolvimento da planta-, mas pode ser plantada em altitudes que variam entre o nível do mar e até 1.000 m. O vegetal é tolerante à seca e se adapta a diferentes condições de clima e solo. Os mais adequados são os profundos (para que a raiz cresça), nem muito arenosos nem alagados. A fécula de mandioca, que faz o polvilho e é o principal ingrediente do pão de queijo e do biscoito de polvilho, teve, no início de 2015, a maior produção em 12 anos. A mandioca é a raiz de maior uso no país. Com alto teor energético, seus derivados são encontrados em diversos pratos. Para fazer a farinha de tapioca, o polvilho é lavado, decantado várias vezes, secado e passado em chapa quente. Fora do solo, a mandioca tem um potencial de deterioração alto e deve ser processada nas primeiras 24 horas para não comprometer a qualidade dos produtos. Cem gramas de mandioca cozida fornecem 159 calorias. Para comparar, o mesmo peso de abóbora tem 40 calorias, de batata-doce, 143, de cenoura, 45, e de espinafre, 38. uma banana-nanica tem cerca de 90 calorias. Veja outros dados nutricionais Quitute ideal para acompanhar uma cerveja gelada, a mandioca frita engorda bastante. Se 100 g da raiz cozida fornecem 195 calorias, o mesmo peso de mandioca frita chega a 352. Além do preço baixo, eles sofrem com custo alto de produção. Por não ser automatizada, a colheita é intensiva em mão de obra. O plantio da mandioca pode ser feito em qualquer época do ano, desde que haja umidade suficiente para a fixação da planta. O período de crescimento da mandioca é longo,e,dependendo da variedade, pode durar de 9 meses a 2 anos. O custo para o produtor é de cerca de R$ 2.500 por hectare (o equivalente a um quarteirão), considerando óleo para as máquinas e o arrendamento de terras. Neste ano, o produto de uma área dessa dimensão gera cerca de R$ 3.500, valor considerado insuficiente pelos produtores, que têm perdas com desvalorização do maquinário e pagamento de juros. Por possuir elevada quantidade de amido, que pode ser quebrado em glicose, a raiz é promissora para a produção de etanol. O Brasil já ocupou o segundo lugar na produção mundial de mandioca, mas nos últimos anos têm perdido posições para Tailândia e Indonéisa. A produção brasileira oscila entre 20 milhões e 25 milhões de toneladas por ano. O maior produtor mundial é a Nigéria, com 57 milhões de toneladas, aproximadamente. "Eu acredito que é necessário que nós tenhamos muito orgulho da formação histórica deste país, para além do fato que cada povo indígena representa uma cultura especial, nós temos de ter um imenso orgulho de, na composição da nação brasileira, nós sermos uma mistura de várias etnias. E aqui, hoje, nós estamos saudando uma delas: nós estamos saudando a etnia indígena, que trouxe para nós não só - como disse aqui, muito bem, a nossa vice-governadora, representando o governador -, o sabor dos nomes que estão em todas as nossas cidades, de fato, mas também eu queria saudar, porque nenhuma civilização nasceu sem ter acesso a uma forma básica de alimentação. E aqui nós temos uma, como também os índios e os indígenas americanos têm a dele, nós temos a mandioca. E aqui nós estamos comungando a mandioca com o milho. E, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu estou saudando a mandioca. Acho uma das maiores conquistas do Brasil.
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Para crescer, sorveterias viram franquias
O brasileiro tomou menos sorvete em 2016 do que nos anos anteriores. Para enfrentar a baixa, algumas marcas adotaram o modelo de franquia, que até pouco tempo atrás era incomum no setor. Esse movimento ajudou as empresas a crescerem apesar dos problemas. "As franquias são especialidades que vêm crescendo a todo vapor e já são classificadas como uma nova tendência", diz Eduardo Weisberg, presidente da Abis (Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes). Segundo ele, o fortalecimento das marcas pode ajudar na recuperação do setor como um todo. Depois de aumentar 67% entre 2003 e 2015, o consumo registrou queda no ano passado, de acordo com dados preliminares da Abis. Um dos exemplos que ilustram esse cenário é a Ice Creamy Sorvetes. A empresa abriu em 2014 sua primeira loja em Catanduva (385 km de São Paulo) e hoje tem 70 pontos em 18 Estados. "Desde o início pensava em transformar em franquia. A primeira loja já tinha layout, design, tudo padronizado para isso", diz Émmerson Serandin, fundador e presidente da marca. Segundo Serandin, o modelo não é garantia de sucesso. "A franquia tem uma fórmula que funciona, é igual a uma receita de médico. Se você não tomar os remédios direito, não vai dar certo." O paulistano Rafael Pereira, 20, diz concordar. Ele abriu em dezembro, com o pai, uma loja da marca no Campo Belo, zona sul de SP. "Antes de abrir a unidade, conversamos muito com a franqueadora, para ter certeza de que nossos valores batiam com os da marca", diz. "Sorvete é uma categoria que está se consolidando, o consumo per capita subiu nos últimos dez anos. Quando um mercado amadurece, é natural que a franquia se faça presente", afirma o empresário Lupercio Moraes. Ex-executivo na área de consumo, ele comprou em 2014 a Rochinha, tradicional marca de sorvetes do litoral norte de São Paulo. Depois de um tempo de adaptação, a empresa adotou o modelo de franquia no ano passado. "Quando começamos a planejar, não tinha crise. Então tivemos que adaptar nosso modelo e criar uma alternativa", afirma ele. A solução foi investir em uma opção de quiosque, mais barata -o investimento necessário é de R$ 50 mil, com retorno em 18 meses. Já a loja requer R$ 200 mil e retorno entre dois e três anos. "Essa versão menor acabou sendo o nosso maior sucesso", afirma Moraes. Não basta adotar o modelo de franquias para fazer sucesso, alerta Hebert Rodrigues, consultor do Sebrae-SP. É preciso ter um produto que se diferencie do resto, em especial das grandes marcas que dominam o setor. A Rochinha, por exemplo, aposta em sabores naturais, enquanto a Ice Creamy usa a técnica de pedra congelada, pela qual o sorvete é finalizado na frente dos clientes. "É um setor com muito potencial, mas que requer inovação e criatividade", diz Rodrigues. Sorvetes gourmet e naturais estão entre as tendências desse mercado, diz. Foi esse caminho que levou o designer Rafael Cipolla, 29, a deixar o mercado de publicidade para criar em 2014, ao lado de sócios, a Naked Sorvetes, especializada em sabores saudáveis, com frutas e água de coco. "Sempre teve essa história de sorvete de frutas saudável, mas ninguém fazia com muita profundidade, então vi a oportunidade", diz ele. Atualmente a empresa produz até 30 mil picolés por mês. DICAS PARA QUEM QUER ENTRAR NO SETOR Pesquise Analise o mercado para encontrar um nicho. Além de sabores saudáveis e gourmet, outra tendência é a de produtos segmentados, como os sorvetes para diabéticos ou para pessoas intolerantes a lactose Escolha Defina se vai vender picolé ou sorvete de massa e se vai apenas produzir ou também cuidará da venda ao público. Com isso em mãos, será possível traçar um plano de negócios Diversifique Como o segmento é sazonal, com venda alta no verão e queda brusca no inverno, vale investir em produtos que possam ser consumidos em diferentes épocas do ano, como cafés e açaí Fonte: Hebert Rodrigues, do Sebrae-SP
mercado
Para crescer, sorveterias viram franquiasO brasileiro tomou menos sorvete em 2016 do que nos anos anteriores. Para enfrentar a baixa, algumas marcas adotaram o modelo de franquia, que até pouco tempo atrás era incomum no setor. Esse movimento ajudou as empresas a crescerem apesar dos problemas. "As franquias são especialidades que vêm crescendo a todo vapor e já são classificadas como uma nova tendência", diz Eduardo Weisberg, presidente da Abis (Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes). Segundo ele, o fortalecimento das marcas pode ajudar na recuperação do setor como um todo. Depois de aumentar 67% entre 2003 e 2015, o consumo registrou queda no ano passado, de acordo com dados preliminares da Abis. Um dos exemplos que ilustram esse cenário é a Ice Creamy Sorvetes. A empresa abriu em 2014 sua primeira loja em Catanduva (385 km de São Paulo) e hoje tem 70 pontos em 18 Estados. "Desde o início pensava em transformar em franquia. A primeira loja já tinha layout, design, tudo padronizado para isso", diz Émmerson Serandin, fundador e presidente da marca. Segundo Serandin, o modelo não é garantia de sucesso. "A franquia tem uma fórmula que funciona, é igual a uma receita de médico. Se você não tomar os remédios direito, não vai dar certo." O paulistano Rafael Pereira, 20, diz concordar. Ele abriu em dezembro, com o pai, uma loja da marca no Campo Belo, zona sul de SP. "Antes de abrir a unidade, conversamos muito com a franqueadora, para ter certeza de que nossos valores batiam com os da marca", diz. "Sorvete é uma categoria que está se consolidando, o consumo per capita subiu nos últimos dez anos. Quando um mercado amadurece, é natural que a franquia se faça presente", afirma o empresário Lupercio Moraes. Ex-executivo na área de consumo, ele comprou em 2014 a Rochinha, tradicional marca de sorvetes do litoral norte de São Paulo. Depois de um tempo de adaptação, a empresa adotou o modelo de franquia no ano passado. "Quando começamos a planejar, não tinha crise. Então tivemos que adaptar nosso modelo e criar uma alternativa", afirma ele. A solução foi investir em uma opção de quiosque, mais barata -o investimento necessário é de R$ 50 mil, com retorno em 18 meses. Já a loja requer R$ 200 mil e retorno entre dois e três anos. "Essa versão menor acabou sendo o nosso maior sucesso", afirma Moraes. Não basta adotar o modelo de franquias para fazer sucesso, alerta Hebert Rodrigues, consultor do Sebrae-SP. É preciso ter um produto que se diferencie do resto, em especial das grandes marcas que dominam o setor. A Rochinha, por exemplo, aposta em sabores naturais, enquanto a Ice Creamy usa a técnica de pedra congelada, pela qual o sorvete é finalizado na frente dos clientes. "É um setor com muito potencial, mas que requer inovação e criatividade", diz Rodrigues. Sorvetes gourmet e naturais estão entre as tendências desse mercado, diz. Foi esse caminho que levou o designer Rafael Cipolla, 29, a deixar o mercado de publicidade para criar em 2014, ao lado de sócios, a Naked Sorvetes, especializada em sabores saudáveis, com frutas e água de coco. "Sempre teve essa história de sorvete de frutas saudável, mas ninguém fazia com muita profundidade, então vi a oportunidade", diz ele. Atualmente a empresa produz até 30 mil picolés por mês. DICAS PARA QUEM QUER ENTRAR NO SETOR Pesquise Analise o mercado para encontrar um nicho. Além de sabores saudáveis e gourmet, outra tendência é a de produtos segmentados, como os sorvetes para diabéticos ou para pessoas intolerantes a lactose Escolha Defina se vai vender picolé ou sorvete de massa e se vai apenas produzir ou também cuidará da venda ao público. Com isso em mãos, será possível traçar um plano de negócios Diversifique Como o segmento é sazonal, com venda alta no verão e queda brusca no inverno, vale investir em produtos que possam ser consumidos em diferentes épocas do ano, como cafés e açaí Fonte: Hebert Rodrigues, do Sebrae-SP
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Paulo Miklos lança single em parceria com Emicida
Foi lançado em plataformas de streaming hoje o primeiro single do novo projeto de Paulo Milklos, "A Lei desse Troço". Escrita em parceria com o rapper Emicida, a música –homônima ao álbum– foi em parte criada por mensagens de celular entre os dois artistas, e conta com arranjos do maestro Letieres Leite. A composição discorre sobre o atual momento da vida de Miklos, que traz "o ontem no peito", mas "mora no agora, no agora", segundo Emicida. O show de estreia do disco acontece dia 17 de agosto na Casa Natura Musical São Paulo. Os ingressos já estão liberados para venda.
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Paulo Miklos lança single em parceria com EmicidaFoi lançado em plataformas de streaming hoje o primeiro single do novo projeto de Paulo Milklos, "A Lei desse Troço". Escrita em parceria com o rapper Emicida, a música –homônima ao álbum– foi em parte criada por mensagens de celular entre os dois artistas, e conta com arranjos do maestro Letieres Leite. A composição discorre sobre o atual momento da vida de Miklos, que traz "o ontem no peito", mas "mora no agora, no agora", segundo Emicida. O show de estreia do disco acontece dia 17 de agosto na Casa Natura Musical São Paulo. Os ingressos já estão liberados para venda.
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No Dia Internacional da Mulher, EUA têm protesto e greve
Na pizzaria Veloce, no centro de Washington, só havia homens atrás do balcão nesta quarta-feira (8). As três funcionárias do local aderiram à greve convocada pelas mesmas organizadoras da Marcha das Mulheres, ocorrida em janeiro. A ideia da manifestação, batizada de "Um Dia Sem Mulheres", a exemplo do que ocorreu com o movimento "Um Dia Sem Imigrantes", em fevereiro, era que as mulheres, em todo o país, deixassem de trabalhar ou de exercer atividades não remuneradas neste Dia Internacional da Mulher como forma de "reconhecer o valor enorme que as mulheres de todas as origens somam ao nosso sistema socioeconômico". A iniciativa contou com a adesão de mulheres em centenas de cidades dos EUA e em dezenas de países. Segundo o diretor-financeiro da Veloce, Mike Solsberry, a dona da rede de pizzarias, Ruth Gresser, "apoia a causa" e deu a opção para que as funcionárias ficassem em casa, recebendo pelo dia não trabalhado. Cerca de 75% das mulheres que trabalham nos quatro estabelecimentos da rede teriam optado por participar da greve. Em Washington, os estabelecimentos não chegaram a fechar, mas alguns restaurantes ofereceram descontos para mulheres –o que, na verdade, acabou indo de encontro a uma das metas do movimento, de que as mulheres também não comprassem nada nesta quarta. Mas nem todo o movimento de greve foi bem recebido. A decisão de fechar as escolas públicas em Alexandria, na Virgínia, e no condado de Prince George, em Maryland, por causa da greve das funcionárias, irritou os pais. ATOS CONTRA TRUMP Aproveitando a mobilização pelo Dia Sem Mulheres, um grupo de cerca de 300 pessoas marchou por três quadras até a frente da Casa Branca, onde foi montado um palanque para discursos. O protesto teve como foco a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de restaurar o impedimento ao financiamento de ONGs estrangeiras que promovam direito ao aborto. A política, instaurada por Ronald Reagan em 1984, foi banida por Bill Clinton assim que chegou ao poder, em 1993. George W. Bush a restaurou em seus primeiros dias, em 2001, e Barack Obama a cancelou novamente em 2009. "Nossa principal motivação é fazer com que as pessoas saibam que essa regra vai colocar a vida de mulheres em risco", diz Esther Vicente, presidente da seção da organização Planned Parenthood para as Américas. No começo do dia, Trump disse numa rede social ter "respeito tremendo pelas mulheres e pelos muitos papéis que elas desempenham que são vitais à construção da nossa sociedade e da nossa economia". Nas outras cidades americanas, um dos protestos de mais destaque ocorreu em Nova York, onde centenas se concentraram diante da Trump Tower. Perto dali, em frente ao Hotel Trump, 13 foram detidas após confronto com a polícia —quatro delas estariam entre as organizadoras da Marcha das Mulheres. OUTROS PAÍSES Mulheres encontraram diversos meios de se manifestar pelo mundo. Na Polônia, elas levaram cartazes vermelhos como se estivessem expulsando de campo o governo, num protesto contra a proposta de proibir o aborto em qualquer caso. Na Argentina, manifestantes bloquearam a saída de trens de uma estação ferroviária para cobrar a presença de mulheres na função de maquinista. Milhares de mulheres também lotaram as ruas em Montevidéu, no vizinho Uruguai, reivindicando a aprovação no Congresso de cotas no serviço público e da lei contra o feminicídio. MVD 1 MVD 2
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No Dia Internacional da Mulher, EUA têm protesto e greveNa pizzaria Veloce, no centro de Washington, só havia homens atrás do balcão nesta quarta-feira (8). As três funcionárias do local aderiram à greve convocada pelas mesmas organizadoras da Marcha das Mulheres, ocorrida em janeiro. A ideia da manifestação, batizada de "Um Dia Sem Mulheres", a exemplo do que ocorreu com o movimento "Um Dia Sem Imigrantes", em fevereiro, era que as mulheres, em todo o país, deixassem de trabalhar ou de exercer atividades não remuneradas neste Dia Internacional da Mulher como forma de "reconhecer o valor enorme que as mulheres de todas as origens somam ao nosso sistema socioeconômico". A iniciativa contou com a adesão de mulheres em centenas de cidades dos EUA e em dezenas de países. Segundo o diretor-financeiro da Veloce, Mike Solsberry, a dona da rede de pizzarias, Ruth Gresser, "apoia a causa" e deu a opção para que as funcionárias ficassem em casa, recebendo pelo dia não trabalhado. Cerca de 75% das mulheres que trabalham nos quatro estabelecimentos da rede teriam optado por participar da greve. Em Washington, os estabelecimentos não chegaram a fechar, mas alguns restaurantes ofereceram descontos para mulheres –o que, na verdade, acabou indo de encontro a uma das metas do movimento, de que as mulheres também não comprassem nada nesta quarta. Mas nem todo o movimento de greve foi bem recebido. A decisão de fechar as escolas públicas em Alexandria, na Virgínia, e no condado de Prince George, em Maryland, por causa da greve das funcionárias, irritou os pais. ATOS CONTRA TRUMP Aproveitando a mobilização pelo Dia Sem Mulheres, um grupo de cerca de 300 pessoas marchou por três quadras até a frente da Casa Branca, onde foi montado um palanque para discursos. O protesto teve como foco a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de restaurar o impedimento ao financiamento de ONGs estrangeiras que promovam direito ao aborto. A política, instaurada por Ronald Reagan em 1984, foi banida por Bill Clinton assim que chegou ao poder, em 1993. George W. Bush a restaurou em seus primeiros dias, em 2001, e Barack Obama a cancelou novamente em 2009. "Nossa principal motivação é fazer com que as pessoas saibam que essa regra vai colocar a vida de mulheres em risco", diz Esther Vicente, presidente da seção da organização Planned Parenthood para as Américas. No começo do dia, Trump disse numa rede social ter "respeito tremendo pelas mulheres e pelos muitos papéis que elas desempenham que são vitais à construção da nossa sociedade e da nossa economia". Nas outras cidades americanas, um dos protestos de mais destaque ocorreu em Nova York, onde centenas se concentraram diante da Trump Tower. Perto dali, em frente ao Hotel Trump, 13 foram detidas após confronto com a polícia —quatro delas estariam entre as organizadoras da Marcha das Mulheres. OUTROS PAÍSES Mulheres encontraram diversos meios de se manifestar pelo mundo. Na Polônia, elas levaram cartazes vermelhos como se estivessem expulsando de campo o governo, num protesto contra a proposta de proibir o aborto em qualquer caso. Na Argentina, manifestantes bloquearam a saída de trens de uma estação ferroviária para cobrar a presença de mulheres na função de maquinista. Milhares de mulheres também lotaram as ruas em Montevidéu, no vizinho Uruguai, reivindicando a aprovação no Congresso de cotas no serviço público e da lei contra o feminicídio. MVD 1 MVD 2
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Restam 9 mil ingressos para jogo entre Brasil e Argentina no Mineirão
Após procura intensa nos primeiros dias de venda desde o dia 28, os ingressos mais caros do Mineirão para a partida entre Brasil e Argentina ainda não esgotaram. Da carga de 62 mil ingressos colocada à disposição, cerca de 53 mil foram vendidos rapidamente, a maior parte logo após o início da comercialização. No entanto, bilhetes que custam entre R$ 200 e R$ 650 (sem taxas) ainda podem ser adquiridos. Os ingressos são para a cadeira leste inferior no camarote Villa Mix (R$ 650), cadeira leste superior (R$ 400), cadeira norte inferior (R$ 300), cadeira norte superior (R$ 200), oeste inferior vip (R$ 500), oeste superior (R$ 400), sul inferior (R$ 300) e sul superior (R$ 200). Todos podem ser comprados no site guicheweb.com.br-selecao Esta será a primeira vez que a seleção brasileira jogará no Mineirão após a derrota por 7 a 1 para a Alemanha depois da Copa de 2014. O confronto também marca o primeiro encontro entre Neymar e Messi em um estádio da América do Sul. O Brasil é líder das eliminatórias, com 21 pontos, ao passo que a Argentina ocupa a sexta colocação, com 16.
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Restam 9 mil ingressos para jogo entre Brasil e Argentina no MineirãoApós procura intensa nos primeiros dias de venda desde o dia 28, os ingressos mais caros do Mineirão para a partida entre Brasil e Argentina ainda não esgotaram. Da carga de 62 mil ingressos colocada à disposição, cerca de 53 mil foram vendidos rapidamente, a maior parte logo após o início da comercialização. No entanto, bilhetes que custam entre R$ 200 e R$ 650 (sem taxas) ainda podem ser adquiridos. Os ingressos são para a cadeira leste inferior no camarote Villa Mix (R$ 650), cadeira leste superior (R$ 400), cadeira norte inferior (R$ 300), cadeira norte superior (R$ 200), oeste inferior vip (R$ 500), oeste superior (R$ 400), sul inferior (R$ 300) e sul superior (R$ 200). Todos podem ser comprados no site guicheweb.com.br-selecao Esta será a primeira vez que a seleção brasileira jogará no Mineirão após a derrota por 7 a 1 para a Alemanha depois da Copa de 2014. O confronto também marca o primeiro encontro entre Neymar e Messi em um estádio da América do Sul. O Brasil é líder das eliminatórias, com 21 pontos, ao passo que a Argentina ocupa a sexta colocação, com 16.
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Domingo deve ter frio e chuva, aniversário do bar Genial e show de Sandra de Sá
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 25 de setembro de 2016. Domingo. Bom dia para você que vai ser julgado pelo que fez na noite de ontem! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Música com alma | Há mais de 30 anos na estrada, a cantora Sandra de Sá, ícone da soul music brasileira, apresenta o show "Lado B", no Sesc Vila Mariana. Nele, ela reúne grandes sucessos de sua discografia. O set inclui hits como "Olhos Coloridos", "Sozinha" e "Bye Bye Tristeza". Ingressos custam de R$ 9 a R$ 30. Veja mais aqui. Pede galinha | O tradicional bar Genial, na, rua Girassol, Vila Madalena, comemora dez anos. Seguindo a tradição de aniversários anteriores, a casa oferece aos clientes um item no menu em homenagem a uma figura de destaque ligada ao universo do samba. A receita da vez será a galinhada para Tia Ciata, em referência à mãe de santo Hilária Batista de Almeida. A atração será servida a partir das 18h e custa R$ 43. O valor dá direito a um prato comemorativo. Veja mais informações sobre o bar aqui. Na rua | O 8º Paribar Festival abre espaço para nomes que vêm se consolidando na cena jazzística nacional. Neste domingo, apresenta-se o trio Tigres Tristes, projeto que recria o jazz manouche. O Paribar fica na praça D. José Gaspar, 42. Será cobrado couver artístico de R$ 15. Veja mais aqui. * PARA TER ASSUNTO ENCURTOU O Snapchat anunciou duas novidades: agora se chama apenas "Snap" e lançou um óculos que grava vídeos de até dez segundos. O brinquedo custará US$ 129,99 (cerca de R$ 422) e terá venda limitada. SÓ PIORA Na Síria, a guerra ficou ainda pior: a cidade de Aleppo, a maior do país, está sob bombardeio pesado desde quinta. Quase 2 milhões de moradores estão sem abastecimento de água por causa do conflito. HOMENAGEM Nos EUA, foi aberto um museu em Washington sobre a história e a cultura afroamericana. Lá são recordados a escravidão, a luta por direitos civis e a história de personalidades negras, como o pastor Martin Luther King (1929-1968). * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A previsão para este domingo é de temperatura máxima de 17ºC e mínima de 11ºC, de acordo com o Inmet. O céu deve ficar nublado e há possibilidade de chuvisco. Zona leste | Algumas ruas de São Miguel Paulista serão interditadas neste domingo para a realização de um desfile cívico-militar em homenagem ao 34º aniversário do bairro. Os bloqueios se dão na rua Luís Picolo entre a av. Marechal Tito e a rua Raquela Sinopoli. A av. Marechal Tito também será interditada em ambos os sentidos entre as ruas José Otoni e Antônio Camacho a partir das 6h de domingo até as 14h do mesmo dia. Zona leste 2 | Para dar continuidade às obras da futura estação Jardim Planalto da linha 15-prata do monotrilho do metrô, a av. Sapopemba será interditada nos sentidos centro e bairro entre as ruas Francisca Marinho e Milton da Cruz. Zona sul | A av. Doutor Lino Moraes Leme, na Vila Paulista, será interditada, a partir das 7h deste domingo, com outras alterações no viário da região, em continuidade às obras do viaduto sobre a av. Jornalista Roberto Marinho. A interdição tem previsão de durar 18 meses a partir do final de setembro de 2016.
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Domingo deve ter frio e chuva, aniversário do bar Genial e show de Sandra de SáBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 25 de setembro de 2016. Domingo. Bom dia para você que vai ser julgado pelo que fez na noite de ontem! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Música com alma | Há mais de 30 anos na estrada, a cantora Sandra de Sá, ícone da soul music brasileira, apresenta o show "Lado B", no Sesc Vila Mariana. Nele, ela reúne grandes sucessos de sua discografia. O set inclui hits como "Olhos Coloridos", "Sozinha" e "Bye Bye Tristeza". Ingressos custam de R$ 9 a R$ 30. Veja mais aqui. Pede galinha | O tradicional bar Genial, na, rua Girassol, Vila Madalena, comemora dez anos. Seguindo a tradição de aniversários anteriores, a casa oferece aos clientes um item no menu em homenagem a uma figura de destaque ligada ao universo do samba. A receita da vez será a galinhada para Tia Ciata, em referência à mãe de santo Hilária Batista de Almeida. A atração será servida a partir das 18h e custa R$ 43. O valor dá direito a um prato comemorativo. Veja mais informações sobre o bar aqui. Na rua | O 8º Paribar Festival abre espaço para nomes que vêm se consolidando na cena jazzística nacional. Neste domingo, apresenta-se o trio Tigres Tristes, projeto que recria o jazz manouche. O Paribar fica na praça D. José Gaspar, 42. Será cobrado couver artístico de R$ 15. Veja mais aqui. * PARA TER ASSUNTO ENCURTOU O Snapchat anunciou duas novidades: agora se chama apenas "Snap" e lançou um óculos que grava vídeos de até dez segundos. O brinquedo custará US$ 129,99 (cerca de R$ 422) e terá venda limitada. SÓ PIORA Na Síria, a guerra ficou ainda pior: a cidade de Aleppo, a maior do país, está sob bombardeio pesado desde quinta. Quase 2 milhões de moradores estão sem abastecimento de água por causa do conflito. HOMENAGEM Nos EUA, foi aberto um museu em Washington sobre a história e a cultura afroamericana. Lá são recordados a escravidão, a luta por direitos civis e a história de personalidades negras, como o pastor Martin Luther King (1929-1968). * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A previsão para este domingo é de temperatura máxima de 17ºC e mínima de 11ºC, de acordo com o Inmet. O céu deve ficar nublado e há possibilidade de chuvisco. Zona leste | Algumas ruas de São Miguel Paulista serão interditadas neste domingo para a realização de um desfile cívico-militar em homenagem ao 34º aniversário do bairro. Os bloqueios se dão na rua Luís Picolo entre a av. Marechal Tito e a rua Raquela Sinopoli. A av. Marechal Tito também será interditada em ambos os sentidos entre as ruas José Otoni e Antônio Camacho a partir das 6h de domingo até as 14h do mesmo dia. Zona leste 2 | Para dar continuidade às obras da futura estação Jardim Planalto da linha 15-prata do monotrilho do metrô, a av. Sapopemba será interditada nos sentidos centro e bairro entre as ruas Francisca Marinho e Milton da Cruz. Zona sul | A av. Doutor Lino Moraes Leme, na Vila Paulista, será interditada, a partir das 7h deste domingo, com outras alterações no viário da região, em continuidade às obras do viaduto sobre a av. Jornalista Roberto Marinho. A interdição tem previsão de durar 18 meses a partir do final de setembro de 2016.
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Ex-presidiário, ator de teatro iniciou carreira como faxineiro
Alex de Jesus conheceu Junior Mazzini há quatro anos nos campinhos de futebol de Filhos da Terra, bairro no extremo norte de São Paulo. Alex tinha 14 anos e era o mais novo do time, o "Catatau". Junior, dez anos mais velho, admirava Alex e seu trabalho na companhia Os Satyros. Queria "mudar de vida" e pediu ao colega que lhe arranjasse um trabalho no grupo teatral da praça Roosevelt. Estava cansado dos bicos como ajudante de pedreiro. Alex conheceu Os Satyros por ironia. Foi preso por furtos e passou dois meses na Fundação Casa. Réu primário, ficou em liberdade assistida e teve de fazer teatro na escola como atividade complementar. "Foi treta no começo", lembra ele, que não gostava. A peça que montaram, "Interferidos", esteve em 2014 no Satyrianas, festival anual promovido pela companhia, e Alex acabou tomando gosto. Entrou para o Satyros Teens, que desde 2009 dá aulas de artes cênicas para alunos de escolas públicas e já atuou em três espetáculos do grupo. Em 2016, ao saber que Junior procurava emprego, indicou-o para faxineiro do Satyros. Junior se perdeu no primeiro dia; só conseguiu chegar no segundo, ensopado de chuva. Não sabia andar no centro. "Se fosse que nem hoje, assim, eu juntava as palavrinha e conseguia ler [as placas]", conta ele, que é analfabeto. Aos 9, ele ficou ao cuidado das três irmãs, a mais velha então com 14 anos. O pai "vivia mexendo com droga" e guardava entorpecentes em casa. A mãe acabou sendo presa com ele. Vagava pelas ruas, onde traficantes lhe davam comida. "Falavam: 'Que escola, você é o homem da casa'. O tempo foi passando, fui ficando sem estudo." Pelas suas contas, foi preso "umas sete vezes" desde os 12 –às vezes por roubos, outras por nada. "De tanto que era visado, tem vezes que ia porque era você mesmo." Aos 13, jogava fliperama num bar quando se viu no meio de um tiroteio. Guarda no peito e na barriga as marcas de três balas. Teve sete filhos, de seis mulheres. O mais velho, Ezequiel, tem 11. Samuel, o mais novo, 2. BICHO Junior não conhecia teatro quando foi aos Satyros. "Quando chegou, era um bicho. Um cara muito bruto, mal-encarado", diz Ivam Cabral, um dos diretores da companhia. "Era uma máscara." Da coxia, Junior chamou atenção ao repetir falas da peça "Vida Bruta". Já estava nos planos do grupo criar "Pessoas Brutas", fechando uma trilogia com "Pessoas Perfeitas" (2014) e "Pessoas Sublimes" (2016). Junior e Alex viraram protagonistas da peça. Eles fazem traficantes e, apesar de não ser biográfico, o texto, que estreia em abril, foi moldado pela vida deles. "Quando interpretam isso, tem muita verdade", diz Ivam. "Queríamos falar um pouco do Brasil hoje. De como tem tanta gente que não tem opção senão ir para o crime", conta Rodolfo García Vázquez, também diretor do Satyros. Para participar da peça, determinou-se que a dupla estudasse. Alex, 18, hoje o cursa o segundo ano de direito na Unip. "Mas é só um plano B, quero mesmo é viver de arte." Junior, aos 28, aprende a ler com atores da companhia em aulas de uma hora. Está estudando com o texto da peça, que primeiro decorou só ouvindo, como as falas que balbuciava escondido na coxia.
ilustrada
Ex-presidiário, ator de teatro iniciou carreira como faxineiroAlex de Jesus conheceu Junior Mazzini há quatro anos nos campinhos de futebol de Filhos da Terra, bairro no extremo norte de São Paulo. Alex tinha 14 anos e era o mais novo do time, o "Catatau". Junior, dez anos mais velho, admirava Alex e seu trabalho na companhia Os Satyros. Queria "mudar de vida" e pediu ao colega que lhe arranjasse um trabalho no grupo teatral da praça Roosevelt. Estava cansado dos bicos como ajudante de pedreiro. Alex conheceu Os Satyros por ironia. Foi preso por furtos e passou dois meses na Fundação Casa. Réu primário, ficou em liberdade assistida e teve de fazer teatro na escola como atividade complementar. "Foi treta no começo", lembra ele, que não gostava. A peça que montaram, "Interferidos", esteve em 2014 no Satyrianas, festival anual promovido pela companhia, e Alex acabou tomando gosto. Entrou para o Satyros Teens, que desde 2009 dá aulas de artes cênicas para alunos de escolas públicas e já atuou em três espetáculos do grupo. Em 2016, ao saber que Junior procurava emprego, indicou-o para faxineiro do Satyros. Junior se perdeu no primeiro dia; só conseguiu chegar no segundo, ensopado de chuva. Não sabia andar no centro. "Se fosse que nem hoje, assim, eu juntava as palavrinha e conseguia ler [as placas]", conta ele, que é analfabeto. Aos 9, ele ficou ao cuidado das três irmãs, a mais velha então com 14 anos. O pai "vivia mexendo com droga" e guardava entorpecentes em casa. A mãe acabou sendo presa com ele. Vagava pelas ruas, onde traficantes lhe davam comida. "Falavam: 'Que escola, você é o homem da casa'. O tempo foi passando, fui ficando sem estudo." Pelas suas contas, foi preso "umas sete vezes" desde os 12 –às vezes por roubos, outras por nada. "De tanto que era visado, tem vezes que ia porque era você mesmo." Aos 13, jogava fliperama num bar quando se viu no meio de um tiroteio. Guarda no peito e na barriga as marcas de três balas. Teve sete filhos, de seis mulheres. O mais velho, Ezequiel, tem 11. Samuel, o mais novo, 2. BICHO Junior não conhecia teatro quando foi aos Satyros. "Quando chegou, era um bicho. Um cara muito bruto, mal-encarado", diz Ivam Cabral, um dos diretores da companhia. "Era uma máscara." Da coxia, Junior chamou atenção ao repetir falas da peça "Vida Bruta". Já estava nos planos do grupo criar "Pessoas Brutas", fechando uma trilogia com "Pessoas Perfeitas" (2014) e "Pessoas Sublimes" (2016). Junior e Alex viraram protagonistas da peça. Eles fazem traficantes e, apesar de não ser biográfico, o texto, que estreia em abril, foi moldado pela vida deles. "Quando interpretam isso, tem muita verdade", diz Ivam. "Queríamos falar um pouco do Brasil hoje. De como tem tanta gente que não tem opção senão ir para o crime", conta Rodolfo García Vázquez, também diretor do Satyros. Para participar da peça, determinou-se que a dupla estudasse. Alex, 18, hoje o cursa o segundo ano de direito na Unip. "Mas é só um plano B, quero mesmo é viver de arte." Junior, aos 28, aprende a ler com atores da companhia em aulas de uma hora. Está estudando com o texto da peça, que primeiro decorou só ouvindo, como as falas que balbuciava escondido na coxia.
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Animação de palestino aborda com humor a resistência anti-Israel
Um grupo de vacas, uma delas prenha, tenta sobreviver à caça de militares israelenses em território palestino ocupado. Essa poderia ser a sinopse do filme "The Wanted 18" ("As 18 Procuradas", em português), que estreou em Nova York na semana passada. Mas é apenas o ponto de partida que o diretor, Amer Shomali, usou para tratar com humor de um tema bem mais complexo: a resistência não violenta da Primeira Intifada (1987) na cidade de Beyt Sahour, ao sul de Ramallah. A história começa com a compra pelos moradores de 18 vacas. A intenção era ficar independente do suprimento de leite de Israel. O país, porém, reagiu com uma operação militar de perseguição às vacas, que se tornaram o símbolo cômico do movimento. ANIMAÇÃO A história, verdadeira, é contada numa mistura de animação, entrevistas e cenas filmadas com base nas lembranças de Shomali, que chegou à região pouco depois da Intifada, ainda criança. O documentário foi lançado nos Estados Unidos no festival da ONG Human Rights Watch, no Lincoln Center, em Nova York, no dia 13 de junho. Entrou em cartaz na cidade e em Los Angeles no dia 19. Será exibido em diversos países, sem previsão, por ora, de passar pelo Brasil. Uma das produtoras é a carioca Julia Bacha. Shomali não conseguiu viajar para os Estados Unidos para a estreia. Considerado uma ameaça por Israel, não pôde entrar no país para ir à embaixada americana. Remarcou o pedido de visto em Amã, na Jordânia, e, no dia de sua entrevista, o sistema de vistos americano caiu e não voltou até agora. O cineasta não perdeu o humor. Gravou um vídeo no box do banheiro que foi exibido na estreia lamentando sua ausência. Ele afirma que o riso é um método para gerar empatia no público, aproximá-lo de um tema árido e, quem sabe, sensibilizá-lo. "Se não puder rir de si mesma, uma nação jamais será capaz de superar suas dificuldades", diz. Quanto ao público, o objetivo é fazê-lo questionar-se: "Começarão a pensar o que fariam se fossem palestinos", palpitou Shomali à Folha. "E isso é mudança." CAETANO E GIL De Ramallah, na Palestina, onde mora, Shomali contou conhecer Caetano Veloso e Gilberto Gil, mas preferir Chico Buarque. "Amo a conotação política de suas canções", justificou. Caetano e Gil têm sido criticados pela realização de um show em Tel Aviv em julho. Defensor do bloqueio cultural a Israel, no qual artistas deixam de se apresentar no país, assim como foi feito com a África do Sul no apartheid, Shomali engrossa o coro. "É triste saber da passagem deles por Israel. Sei que é tentador artistas do mundo todo mostrarem seu trabalho no mundo todo. Mas é essencial não perder a consciência. Do contrário, serão apenas cantores, pintores, dançarinos, não artistas", opinou. "Arte é fazer o mundo melhor e mais bonito." O cineasta argumentou que artistas devem se atentar à influência que exercem nos fãs. "O conceito de boicote cultural é a única ferramenta que temos como cidadãos globais para não apenas nos envolvermos na questão da ocupação israelense, mas também para mudar o mundo", afirmou.
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Animação de palestino aborda com humor a resistência anti-IsraelUm grupo de vacas, uma delas prenha, tenta sobreviver à caça de militares israelenses em território palestino ocupado. Essa poderia ser a sinopse do filme "The Wanted 18" ("As 18 Procuradas", em português), que estreou em Nova York na semana passada. Mas é apenas o ponto de partida que o diretor, Amer Shomali, usou para tratar com humor de um tema bem mais complexo: a resistência não violenta da Primeira Intifada (1987) na cidade de Beyt Sahour, ao sul de Ramallah. A história começa com a compra pelos moradores de 18 vacas. A intenção era ficar independente do suprimento de leite de Israel. O país, porém, reagiu com uma operação militar de perseguição às vacas, que se tornaram o símbolo cômico do movimento. ANIMAÇÃO A história, verdadeira, é contada numa mistura de animação, entrevistas e cenas filmadas com base nas lembranças de Shomali, que chegou à região pouco depois da Intifada, ainda criança. O documentário foi lançado nos Estados Unidos no festival da ONG Human Rights Watch, no Lincoln Center, em Nova York, no dia 13 de junho. Entrou em cartaz na cidade e em Los Angeles no dia 19. Será exibido em diversos países, sem previsão, por ora, de passar pelo Brasil. Uma das produtoras é a carioca Julia Bacha. Shomali não conseguiu viajar para os Estados Unidos para a estreia. Considerado uma ameaça por Israel, não pôde entrar no país para ir à embaixada americana. Remarcou o pedido de visto em Amã, na Jordânia, e, no dia de sua entrevista, o sistema de vistos americano caiu e não voltou até agora. O cineasta não perdeu o humor. Gravou um vídeo no box do banheiro que foi exibido na estreia lamentando sua ausência. Ele afirma que o riso é um método para gerar empatia no público, aproximá-lo de um tema árido e, quem sabe, sensibilizá-lo. "Se não puder rir de si mesma, uma nação jamais será capaz de superar suas dificuldades", diz. Quanto ao público, o objetivo é fazê-lo questionar-se: "Começarão a pensar o que fariam se fossem palestinos", palpitou Shomali à Folha. "E isso é mudança." CAETANO E GIL De Ramallah, na Palestina, onde mora, Shomali contou conhecer Caetano Veloso e Gilberto Gil, mas preferir Chico Buarque. "Amo a conotação política de suas canções", justificou. Caetano e Gil têm sido criticados pela realização de um show em Tel Aviv em julho. Defensor do bloqueio cultural a Israel, no qual artistas deixam de se apresentar no país, assim como foi feito com a África do Sul no apartheid, Shomali engrossa o coro. "É triste saber da passagem deles por Israel. Sei que é tentador artistas do mundo todo mostrarem seu trabalho no mundo todo. Mas é essencial não perder a consciência. Do contrário, serão apenas cantores, pintores, dançarinos, não artistas", opinou. "Arte é fazer o mundo melhor e mais bonito." O cineasta argumentou que artistas devem se atentar à influência que exercem nos fãs. "O conceito de boicote cultural é a única ferramenta que temos como cidadãos globais para não apenas nos envolvermos na questão da ocupação israelense, mas também para mudar o mundo", afirmou.
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Ações da Eletrobras disparam na Bolsa após proposta de privatização
As ações da Eletrobras disparam nesta terça-feira (22), impulsionadas pela proposta do governo de privatizar a estatal. O objetivo é levantar até R$ 30 bilhões e ajudar a cumprir a meta de deficit fiscal. Às 16h20, as ações ordinárias da empresa subiam 49,01%, para R$ 21,16. Os papéis preferenciais tinham valorização de 32,02%, para R$ 23,55. No horário, a Bolsa brasileira tinha alta de 1,98%, para 69.994 pontos. Pela proposta apresentada, o governo emitiria novas ações ordinárias, que dão direito a voto, e diluiria sua participação na empresa. A ideia seria manter apenas uma única ação, que garantiria poder de veto em decisões estratégicas ("golden share"). A União detém diretamente 40,99% das ações da empresa. O BNDES, 18,72%, e fundos federais, outros 3,42%. A expectativa é arrecadar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões, que ajudariam a conter o deficit nas contas públicas em 2018. Hoje, o valor de mercado é de R$ 20 bilhões. A alta da Eletrobras ajuda a puxar outras ações de estatais neste pregão. Às 16h22, os papéis preferenciais da Petrobras se valorizavam 3,37%, para R$ 13,79. As ações com direito a voto subiam 3,69%, para R$ 14,31, no mesmo horário. Os papéis do Banco do Brasil se valorizavam 3,94%. As ações da Cemig subiam 8,07%. Para Roberto Indech, analista-chefe da corretora Rico, a expectativa para as ações da empresa era positiva após o anúncio do governo. "Sem dúvida o mercado enxerga com olhos bons, ainda mais por se tratar da Eletrobras, que tem resultados inconsistentes", diz. "A empresa mudou de gestão no governo Temer, tentando trazer um choque de gestão, na busca de venda de ativos. Acho que a mudança pode trazer uma governança maior, mais consistência nos dados e uma eficiência maior para a companhia. É um movimento claro do governo no sentido de fazer caixa", ressalta Indech. O analista, porém, não considera que a operação será concluída rapidamente. "Não acho que será fácil de ser realizada no curtíssimo prazo, haverá movimentos de sindicatos que podem tentar travar essa privatização da Eletrobras", diz. Ele lembra que algumas concessões de aeroportos estão travadas, assim como a oferta de ações da BR Distribuidora. Na segunda-feira, o presidente da Associação dos Empregados da Eletrobras, Emanuel Mendes Torres, disse ser contra a venda das ações da União. "Vamos iniciar amanhã [hoje] um processo de convencimento do Congresso e da sociedade de que isso é ruim para o país." META FISCAL A proposta de privatização da Eletrobras foi anunciada na noite de segunda (21), em um contexto em que o governo tenta aumentar suas fontes de receitas após decisão judicial travar a venda de ativos da Cemig. Nesta terça, o Supremo Tribunal Federal julgaria a renovação do contrato de uma usina hidrelétrica da Cemig que a União quer de volta. A AGU (Advocacia-Geral da União) conseguiu impedir o julgamento, ao dizer que há a possibilidade de acordo entre Minas e o governo federal. O governo esperava levantar R$ 11 bilhões para cumprir a meta de deficit de R$ 159 bilhões deste ano. O Refis (programa de refinanciamento de dívidas tributárias) é outra fonte de receita cercada de incerteza. O texto atual, alterado em comissão da Câmara, desagradou a equipe econômica e reduziu a previsão de arrecadação R$ 13 bilhões para cerca de R$ 500 milhões. A Eletrobras tem um parque gerador de 46,9 mil MW, o equivalente a 32% da capacidade de geração de energia do Brasil, e 70 mil quilômetros de linhas de transmissão (47% da malha nacional). Participa ainda da usina de Itaipu e de 178 projetos de geração e transmissão em parceria com outras empresas.
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Ações da Eletrobras disparam na Bolsa após proposta de privatizaçãoAs ações da Eletrobras disparam nesta terça-feira (22), impulsionadas pela proposta do governo de privatizar a estatal. O objetivo é levantar até R$ 30 bilhões e ajudar a cumprir a meta de deficit fiscal. Às 16h20, as ações ordinárias da empresa subiam 49,01%, para R$ 21,16. Os papéis preferenciais tinham valorização de 32,02%, para R$ 23,55. No horário, a Bolsa brasileira tinha alta de 1,98%, para 69.994 pontos. Pela proposta apresentada, o governo emitiria novas ações ordinárias, que dão direito a voto, e diluiria sua participação na empresa. A ideia seria manter apenas uma única ação, que garantiria poder de veto em decisões estratégicas ("golden share"). A União detém diretamente 40,99% das ações da empresa. O BNDES, 18,72%, e fundos federais, outros 3,42%. A expectativa é arrecadar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões, que ajudariam a conter o deficit nas contas públicas em 2018. Hoje, o valor de mercado é de R$ 20 bilhões. A alta da Eletrobras ajuda a puxar outras ações de estatais neste pregão. Às 16h22, os papéis preferenciais da Petrobras se valorizavam 3,37%, para R$ 13,79. As ações com direito a voto subiam 3,69%, para R$ 14,31, no mesmo horário. Os papéis do Banco do Brasil se valorizavam 3,94%. As ações da Cemig subiam 8,07%. Para Roberto Indech, analista-chefe da corretora Rico, a expectativa para as ações da empresa era positiva após o anúncio do governo. "Sem dúvida o mercado enxerga com olhos bons, ainda mais por se tratar da Eletrobras, que tem resultados inconsistentes", diz. "A empresa mudou de gestão no governo Temer, tentando trazer um choque de gestão, na busca de venda de ativos. Acho que a mudança pode trazer uma governança maior, mais consistência nos dados e uma eficiência maior para a companhia. É um movimento claro do governo no sentido de fazer caixa", ressalta Indech. O analista, porém, não considera que a operação será concluída rapidamente. "Não acho que será fácil de ser realizada no curtíssimo prazo, haverá movimentos de sindicatos que podem tentar travar essa privatização da Eletrobras", diz. Ele lembra que algumas concessões de aeroportos estão travadas, assim como a oferta de ações da BR Distribuidora. Na segunda-feira, o presidente da Associação dos Empregados da Eletrobras, Emanuel Mendes Torres, disse ser contra a venda das ações da União. "Vamos iniciar amanhã [hoje] um processo de convencimento do Congresso e da sociedade de que isso é ruim para o país." META FISCAL A proposta de privatização da Eletrobras foi anunciada na noite de segunda (21), em um contexto em que o governo tenta aumentar suas fontes de receitas após decisão judicial travar a venda de ativos da Cemig. Nesta terça, o Supremo Tribunal Federal julgaria a renovação do contrato de uma usina hidrelétrica da Cemig que a União quer de volta. A AGU (Advocacia-Geral da União) conseguiu impedir o julgamento, ao dizer que há a possibilidade de acordo entre Minas e o governo federal. O governo esperava levantar R$ 11 bilhões para cumprir a meta de deficit de R$ 159 bilhões deste ano. O Refis (programa de refinanciamento de dívidas tributárias) é outra fonte de receita cercada de incerteza. O texto atual, alterado em comissão da Câmara, desagradou a equipe econômica e reduziu a previsão de arrecadação R$ 13 bilhões para cerca de R$ 500 milhões. A Eletrobras tem um parque gerador de 46,9 mil MW, o equivalente a 32% da capacidade de geração de energia do Brasil, e 70 mil quilômetros de linhas de transmissão (47% da malha nacional). Participa ainda da usina de Itaipu e de 178 projetos de geração e transmissão em parceria com outras empresas.
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Temer imita Cunha
BRASÍLIA - Michel Temer radicalizou no duelo com Rodrigo Janot. O presidente pediu ao Supremo que declare a suspeição do procurador-geral da República. O objetivo é afastar o chefe da Lava Jato de todas as investigações que o envolvem. O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira acusou Janot de adotar "obsessiva conduta persecutória" contra Temer. Ele disse que a atuação do procurador estaria contaminada por "sentimento de inimizade". "O fundamental é dar continuidade à sua sanha de arqueiro contumaz", afirmou o defensor do presidente. Foi uma referência à metáfora preferida de Janot: "Enquanto houver bambu, lá vai flecha". A 40 dias de deixar o cargo, o procurador mantém o arco apontado para o Planalto. Ele corre para concluir as investigações pela suposta prática de dois crimes: obstrução da Justiça e organização criminosa. As novas denúncias terão que ser submetidas à Câmara, como manda a Constituição. Na semana passada, os deputados arquivaram a primeira acusação contra Temer, por corrupção passiva. Agora o presidente tenta inovar. Em vez de desviar das flechas, quer eliminar o arqueiro. A tática de atacar Janot não chega a ser original. Há quase dois anos, o então deputado Eduardo Cunha adotou a mesma receita ao se ver na mira da Lava Jato. É espantoso notar a semelhança entre o seu discurso e a oratória do advogado de Temer. "Por que o procurador tem essa obstinação pelo presidente da Câmara?", perguntou Cunha, em outubro de 2015. "Trata-se de uma clara perseguição movida pelo procurador-geral da República", prosseguiu. Na versão do ex-deputado, Janot usava uma "estratégia ardilosa" para "desestabilizar sua gestão e atingir sua imagem de homem público". Nesta terça, o doutor Mariz usou palavras bem parecidas. Ele acusou Janot de "obstinada perseguição" e disse que o procurador quer "tisnar a honra do presidente, como se fosse ele seu inimigo pessoal".
colunas
Temer imita CunhaBRASÍLIA - Michel Temer radicalizou no duelo com Rodrigo Janot. O presidente pediu ao Supremo que declare a suspeição do procurador-geral da República. O objetivo é afastar o chefe da Lava Jato de todas as investigações que o envolvem. O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira acusou Janot de adotar "obsessiva conduta persecutória" contra Temer. Ele disse que a atuação do procurador estaria contaminada por "sentimento de inimizade". "O fundamental é dar continuidade à sua sanha de arqueiro contumaz", afirmou o defensor do presidente. Foi uma referência à metáfora preferida de Janot: "Enquanto houver bambu, lá vai flecha". A 40 dias de deixar o cargo, o procurador mantém o arco apontado para o Planalto. Ele corre para concluir as investigações pela suposta prática de dois crimes: obstrução da Justiça e organização criminosa. As novas denúncias terão que ser submetidas à Câmara, como manda a Constituição. Na semana passada, os deputados arquivaram a primeira acusação contra Temer, por corrupção passiva. Agora o presidente tenta inovar. Em vez de desviar das flechas, quer eliminar o arqueiro. A tática de atacar Janot não chega a ser original. Há quase dois anos, o então deputado Eduardo Cunha adotou a mesma receita ao se ver na mira da Lava Jato. É espantoso notar a semelhança entre o seu discurso e a oratória do advogado de Temer. "Por que o procurador tem essa obstinação pelo presidente da Câmara?", perguntou Cunha, em outubro de 2015. "Trata-se de uma clara perseguição movida pelo procurador-geral da República", prosseguiu. Na versão do ex-deputado, Janot usava uma "estratégia ardilosa" para "desestabilizar sua gestão e atingir sua imagem de homem público". Nesta terça, o doutor Mariz usou palavras bem parecidas. Ele acusou Janot de "obstinada perseguição" e disse que o procurador quer "tisnar a honra do presidente, como se fosse ele seu inimigo pessoal".
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Restrições no Orçamento limitam medidas ao crédito do governo
Restrições orçamentárias têm limitado as medidas de crédito em estudo no governo. Até o momento, foram apresentadas ao Ministério da Fazenda propostas de montantes modestos para o setor rural, micro e pequenas empresas e exportadores. O Banco do Brasil definiu que usará recursos da poupança rural hoje depositados no Banco Central para aumentar o financiamento à safra com juros subsidiados. O primeiro passo foi dado em dezembro pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que alterou o cálculo do direcionamento da poupança rural, liberando R$ 12 bilhões para o banco aplicar. A estimativa é que a instituição obtenha um ganho de R$ 815 milhões com a aplicação desse dinheiro, valor que servirá para subsidiar mais operações de crédito rural. Os bancos são obrigados a emprestar 74% dos recursos da poupança rural. O valor não desembolsado fica retido no BC. Para cumprir o direcionamento, o BB precisa de subsídios do Tesouro para reduzir mais os juros ao tomador. O banco não informa qual valor pode ser financiado a partir desses recursos extras. Segundo o Ministério da Agricultura, estão em estudo medidas para aumentar o crédito com mudanças nas LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio). A ideia é criar incentivos às emissões, o que esbarra na limitação orçamentária. Nesta quinta (14), o ministro Nelson Barbosa (Fazenda) e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, conversaram sobre uma linha de capital de giro com empréstimos por TJLP (7% ao ano) mais uma taxa de juros que permitisse pagar entre 15% e 18% ao ano, ante o custo atual de 50% a 80% ao ano. O alvo são micro e pequenas empresas. A proposta foi apresentada pelo Sebrae, que também quer remover obstáculos para o acesso ao crédito. O BNDES acabaria com a exigência de registro em cartório do contrato, que tem custo de R$ 2.000. Outra medida seria destravar as operações com o cartão BNDES, que os bancos praticamente pararam de liberar por causa da inadimplência. A proposta é utilizar fundos garantidores que substituam as garantias que o pequeno não tem condições de dar. O ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) também apresentou proposta sobre linhas de crédito em bancos públicos a exportadores. A operação não deve envolver subsídios do Tesouro.
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Restrições no Orçamento limitam medidas ao crédito do governoRestrições orçamentárias têm limitado as medidas de crédito em estudo no governo. Até o momento, foram apresentadas ao Ministério da Fazenda propostas de montantes modestos para o setor rural, micro e pequenas empresas e exportadores. O Banco do Brasil definiu que usará recursos da poupança rural hoje depositados no Banco Central para aumentar o financiamento à safra com juros subsidiados. O primeiro passo foi dado em dezembro pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que alterou o cálculo do direcionamento da poupança rural, liberando R$ 12 bilhões para o banco aplicar. A estimativa é que a instituição obtenha um ganho de R$ 815 milhões com a aplicação desse dinheiro, valor que servirá para subsidiar mais operações de crédito rural. Os bancos são obrigados a emprestar 74% dos recursos da poupança rural. O valor não desembolsado fica retido no BC. Para cumprir o direcionamento, o BB precisa de subsídios do Tesouro para reduzir mais os juros ao tomador. O banco não informa qual valor pode ser financiado a partir desses recursos extras. Segundo o Ministério da Agricultura, estão em estudo medidas para aumentar o crédito com mudanças nas LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio). A ideia é criar incentivos às emissões, o que esbarra na limitação orçamentária. Nesta quinta (14), o ministro Nelson Barbosa (Fazenda) e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, conversaram sobre uma linha de capital de giro com empréstimos por TJLP (7% ao ano) mais uma taxa de juros que permitisse pagar entre 15% e 18% ao ano, ante o custo atual de 50% a 80% ao ano. O alvo são micro e pequenas empresas. A proposta foi apresentada pelo Sebrae, que também quer remover obstáculos para o acesso ao crédito. O BNDES acabaria com a exigência de registro em cartório do contrato, que tem custo de R$ 2.000. Outra medida seria destravar as operações com o cartão BNDES, que os bancos praticamente pararam de liberar por causa da inadimplência. A proposta é utilizar fundos garantidores que substituam as garantias que o pequeno não tem condições de dar. O ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) também apresentou proposta sobre linhas de crédito em bancos públicos a exportadores. A operação não deve envolver subsídios do Tesouro.
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Estados lançam ações para reagir a surto de microcefalia
Após o Ministério da Saúde confirmar a relação da microcefalia com o vírus zika, os Estados começam se mobilizar para enfrentar o aumento crescente de casos da infecção que provoca má-formação do cérebro de bebês. Pernambuco decretou neste domingo (29) estado de emergência por causa do Aedes aegypti, o mosquito que transmite a zika, a dengue e o chikungunya. São Paulo ofertará teste para zika no SUS e, na Bahia, está previsto mutirão de ultrassons em bebês com microcefalia. Além da má-formação, o zika também está associado a uma doença autoimune que pode causar paralisia (síndrome de Guillain-Barré). Já o chikungunya pode provocar inflamação nas articulações e dor que às vezes dura anos. "A situação é extremamente grave. Os casos de zika estão concentrados no Nordeste, mas nada garante que será diferente por aqui. Não há fronteiras para o mosquito", diz o infectologista David Uip, secretário da Saúde do Estado de São Paulo. Para Uip, a gravidade da situação é similar àquela enfrentada no início da epidemia de Aids, na década de 80. "É como foi na Aids. Não sabíamos nada sobre o vírus, fomos aprendendo no dia a dia. O zika é diferente de tudo o que vimos até hoje." Uip afirma que o impacto do zika nos custos dos serviços públicos é imprevisível. "As crianças com microcefalia nascem muito comprometidas, vão precisar de terapias diversas. A síndrome de Guillian Barré pode demandar UTI e medicamentos caros." De acordo com ele, o Instituto Adolfo Lutz deve começar a realizar o teste de diagnóstico para zika nas próximas semanas. Ainda não está definido, porém, a quantidade de testes disponíveis e nem quem terá prioridade. Infográfico: Entenda a microcefalia Para o infectologista Artur Timerman, presidente da recém-criada Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, seria necessário testar todas as pessoas sintomáticas. "Temos mais de 600 mil casos suspeitos de dengue. Quantos desses podem ser zika ou chikungunya? Nós não sabemos porque não testamos", afirma. EXAMES Na rede privada, o laboratório Fleury planeja ofertar o teste para zika em 15 dias, segundo o infectologista Celso Granato, diretor clínico. Granato afirma que a procura pelo exame e por orientações sobre o zika é grande. "As pessoas ligam perguntando: 'minha filha está grávida e tem um casamento na Bahia. Ela pode ir? Eu digo que, não é hora, ainda mais no início da gestação. Todo cuidado é pouco", afirma. Em Salvador (BA), a Caliper, uma escola privada de ultrassonografia, fará no próximo sábado um mutirão de exames em bebês com microcefalia para avaliar a extensão das lesões cerebrais. Segundo o obstetra Manoel Sarno, nem todas as gestantes estão conseguindo fazer o ultrassom transfontanela (um exame mais específico que visualiza as estruturas cerebrais, alterações no corpo caloso e de fluxo de alguns vasos sanguíneos cerebrais) na rede pública de saúde. Sarno, que já avaliou 42 casos de microcefalia, diz que está sendo muito comum as lesões só aparecerem no ultrassom após da 26ª semana de gestação. "É um choque para as grávidas." Foi o que aconteceu com Drielle Oliveira, 25, que só descobriu a microcefalia no bebê na 35ª semana de gestação. Ela tentava engravidar havia seis anos. "O bebê estava normalzinho nos dois morfológicos que fiz. Quando me contaram [sobre a microcefalia], comecei a gritar. A gente faz tudo direitinho, segue as recomendações do médico para depois ter uma notícia dessas?", disse à Folha na última quinta (26). No sábado (28), o bebê morreu. Ela estava na 38ª semana de gestação. (Colaborou Marina Dias, de Brasília)
cotidiano
Estados lançam ações para reagir a surto de microcefaliaApós o Ministério da Saúde confirmar a relação da microcefalia com o vírus zika, os Estados começam se mobilizar para enfrentar o aumento crescente de casos da infecção que provoca má-formação do cérebro de bebês. Pernambuco decretou neste domingo (29) estado de emergência por causa do Aedes aegypti, o mosquito que transmite a zika, a dengue e o chikungunya. São Paulo ofertará teste para zika no SUS e, na Bahia, está previsto mutirão de ultrassons em bebês com microcefalia. Além da má-formação, o zika também está associado a uma doença autoimune que pode causar paralisia (síndrome de Guillain-Barré). Já o chikungunya pode provocar inflamação nas articulações e dor que às vezes dura anos. "A situação é extremamente grave. Os casos de zika estão concentrados no Nordeste, mas nada garante que será diferente por aqui. Não há fronteiras para o mosquito", diz o infectologista David Uip, secretário da Saúde do Estado de São Paulo. Para Uip, a gravidade da situação é similar àquela enfrentada no início da epidemia de Aids, na década de 80. "É como foi na Aids. Não sabíamos nada sobre o vírus, fomos aprendendo no dia a dia. O zika é diferente de tudo o que vimos até hoje." Uip afirma que o impacto do zika nos custos dos serviços públicos é imprevisível. "As crianças com microcefalia nascem muito comprometidas, vão precisar de terapias diversas. A síndrome de Guillian Barré pode demandar UTI e medicamentos caros." De acordo com ele, o Instituto Adolfo Lutz deve começar a realizar o teste de diagnóstico para zika nas próximas semanas. Ainda não está definido, porém, a quantidade de testes disponíveis e nem quem terá prioridade. Infográfico: Entenda a microcefalia Para o infectologista Artur Timerman, presidente da recém-criada Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, seria necessário testar todas as pessoas sintomáticas. "Temos mais de 600 mil casos suspeitos de dengue. Quantos desses podem ser zika ou chikungunya? Nós não sabemos porque não testamos", afirma. EXAMES Na rede privada, o laboratório Fleury planeja ofertar o teste para zika em 15 dias, segundo o infectologista Celso Granato, diretor clínico. Granato afirma que a procura pelo exame e por orientações sobre o zika é grande. "As pessoas ligam perguntando: 'minha filha está grávida e tem um casamento na Bahia. Ela pode ir? Eu digo que, não é hora, ainda mais no início da gestação. Todo cuidado é pouco", afirma. Em Salvador (BA), a Caliper, uma escola privada de ultrassonografia, fará no próximo sábado um mutirão de exames em bebês com microcefalia para avaliar a extensão das lesões cerebrais. Segundo o obstetra Manoel Sarno, nem todas as gestantes estão conseguindo fazer o ultrassom transfontanela (um exame mais específico que visualiza as estruturas cerebrais, alterações no corpo caloso e de fluxo de alguns vasos sanguíneos cerebrais) na rede pública de saúde. Sarno, que já avaliou 42 casos de microcefalia, diz que está sendo muito comum as lesões só aparecerem no ultrassom após da 26ª semana de gestação. "É um choque para as grávidas." Foi o que aconteceu com Drielle Oliveira, 25, que só descobriu a microcefalia no bebê na 35ª semana de gestação. Ela tentava engravidar havia seis anos. "O bebê estava normalzinho nos dois morfológicos que fiz. Quando me contaram [sobre a microcefalia], comecei a gritar. A gente faz tudo direitinho, segue as recomendações do médico para depois ter uma notícia dessas?", disse à Folha na última quinta (26). No sábado (28), o bebê morreu. Ela estava na 38ª semana de gestação. (Colaborou Marina Dias, de Brasília)
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Cinema de Kiarostami, que ganha mostra em SP, é como um espelho
Os filmes de Abbas Kiarostami são como um espelho: eles nos devolvem exatamente aquilo que lhe enviamos. Exemplar a esse respeito é "Shirin" (2008), apaixonante filme em que tudo o que vemos é um grupo de mulheres que assiste a um filme. Escutamos o som desse filme, o diálogo, as músicas. Mas nenhuma imagem. Sabemos o que é o filme pela reação da plateia. Ou antes, sabemos apenas quais são as reações da plateia, não é o que é o filme. A estratégia de Kiarostami é a do silêncio. Diferente do filme clássico, que chamava o espectador para dentro da ação, da qual ele participava intensamente, de maneira emocional (torcendo contra o vilão, identificando-se ao mocinho etc), diferente também do moderno, que aspirava a "dizer" algo, a levar o espectador a pensar a respeito do que via na tela. assista ao trailer Os filmes de Kiarostami assemelham-se aos óculos escuros que costuma usar: quem procura decifrar o que está por trás deles só vê o reflexo de sua própria imagem. Muito próximo do japonês Yasujiro Ozu (1903-1963), a quem dedicou o seu "Five" (2003), Kiarostami se afirma como um dos grandes criadores do cinema contemporâneo, talvez o maior deles, pelo tipo de relação inusitada que propõe ao público. Em vez o amálgama público-tela da era clássica; em vez da divisão entre filme e plateia do filme moderno, o iraniano propõe um novo tipo de relação, em que existem o filme, a tela e a plateia. Esse é o mistério de "Shirin": essas três instâncias precisam se encontrar para que o espetáculo exista de fato. Isto é, o filme é projetado na tela do cinema. Mas, se o espectador não entra em contato efetivo com ele, é como se o espelho ficasse escuro, não refletisse imagem nenhuma. Os filmes de Abbas Kiarostami produziram no público um efeito muito particular: metade da sala saía revoltada, enquanto a outra seguia apaixonadamente a exibição do filme. A reação de quem sai não é a de quem viu um "filme péssimo" (como acontece com os filmes de Manoel de Oliveira, ou Apichatpong ou qualquer outro). É um pouco diferente: esse espectador sai como se não tivesse visto nada. Como se na tela não passasse um filme. A estratégia do silêncio de Kiarostami, reenvia o filme ao espectador pelas formas do suspense ("Onde Fica a Casa do Meu Amigo?", 1987), do documentário ("Close Up", 1990), da repetição ("Através das Oliveiras", 1994), da incompletude ("Um Alguém Apaixonado", 2012, que não tem final e nem início). Em todos os registros, Kiarostami se revela um mestre indispensável da narrativa contemporânea. Inútil será procurar, em seus filmes, o Irã, a política ou um eventual exotismo. A obra que esta retrospectiva dedica-se propõe, em troca, a um raro encontro entre o mistério e a evidência. UM FILME, CEM HISTÓRIAS: ABBAS KIAROSTAMI QUANTO 20/4 a 9/5 ONDE CCBB São Paulo (r. Álvares Penteado, 112, 11 3113 3651) QUANTO R$ 10 INFORMAÇÕES culturabancodobrasil.com.br/portal/sao-paulo
ilustrada
Cinema de Kiarostami, que ganha mostra em SP, é como um espelhoOs filmes de Abbas Kiarostami são como um espelho: eles nos devolvem exatamente aquilo que lhe enviamos. Exemplar a esse respeito é "Shirin" (2008), apaixonante filme em que tudo o que vemos é um grupo de mulheres que assiste a um filme. Escutamos o som desse filme, o diálogo, as músicas. Mas nenhuma imagem. Sabemos o que é o filme pela reação da plateia. Ou antes, sabemos apenas quais são as reações da plateia, não é o que é o filme. A estratégia de Kiarostami é a do silêncio. Diferente do filme clássico, que chamava o espectador para dentro da ação, da qual ele participava intensamente, de maneira emocional (torcendo contra o vilão, identificando-se ao mocinho etc), diferente também do moderno, que aspirava a "dizer" algo, a levar o espectador a pensar a respeito do que via na tela. assista ao trailer Os filmes de Kiarostami assemelham-se aos óculos escuros que costuma usar: quem procura decifrar o que está por trás deles só vê o reflexo de sua própria imagem. Muito próximo do japonês Yasujiro Ozu (1903-1963), a quem dedicou o seu "Five" (2003), Kiarostami se afirma como um dos grandes criadores do cinema contemporâneo, talvez o maior deles, pelo tipo de relação inusitada que propõe ao público. Em vez o amálgama público-tela da era clássica; em vez da divisão entre filme e plateia do filme moderno, o iraniano propõe um novo tipo de relação, em que existem o filme, a tela e a plateia. Esse é o mistério de "Shirin": essas três instâncias precisam se encontrar para que o espetáculo exista de fato. Isto é, o filme é projetado na tela do cinema. Mas, se o espectador não entra em contato efetivo com ele, é como se o espelho ficasse escuro, não refletisse imagem nenhuma. Os filmes de Abbas Kiarostami produziram no público um efeito muito particular: metade da sala saía revoltada, enquanto a outra seguia apaixonadamente a exibição do filme. A reação de quem sai não é a de quem viu um "filme péssimo" (como acontece com os filmes de Manoel de Oliveira, ou Apichatpong ou qualquer outro). É um pouco diferente: esse espectador sai como se não tivesse visto nada. Como se na tela não passasse um filme. A estratégia do silêncio de Kiarostami, reenvia o filme ao espectador pelas formas do suspense ("Onde Fica a Casa do Meu Amigo?", 1987), do documentário ("Close Up", 1990), da repetição ("Através das Oliveiras", 1994), da incompletude ("Um Alguém Apaixonado", 2012, que não tem final e nem início). Em todos os registros, Kiarostami se revela um mestre indispensável da narrativa contemporânea. Inútil será procurar, em seus filmes, o Irã, a política ou um eventual exotismo. A obra que esta retrospectiva dedica-se propõe, em troca, a um raro encontro entre o mistério e a evidência. UM FILME, CEM HISTÓRIAS: ABBAS KIAROSTAMI QUANTO 20/4 a 9/5 ONDE CCBB São Paulo (r. Álvares Penteado, 112, 11 3113 3651) QUANTO R$ 10 INFORMAÇÕES culturabancodobrasil.com.br/portal/sao-paulo
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El Niño faz deserto do Atacama se transformar em tapete de flores
Um gigantesco tapete de flores multicolorido cobre o deserto do Atacama, o mais árido do mundo, localizado no norte do Chile, com uma intensidade nunca vista em décadas, um efeito maravilhoso do fenômeno El Niño. Nas imensas ladeiras desérticas, floresceram milhares de espécies de flores nas cores amarela, vermelha, branca e violeta, que encheram de cores esse imenso espaço vazio que nesta época atinge temperaturas superiores aos 40 graus. Milhares de flores Nolana paradoxa, em tons de violeta e branco, e Rhodophiala rhodocirion emergem para vestir de cor a habitual palidez de suas terras. Somam-se a essa festa colorida milhares de "leontochires" (Bomarea ovallei), espécie endêmica do Chile, de cor avermelhada, e de Calandrinia longiscapa, de diferentes tonalidades, que aportam todo o seu espetáculo da natureza, que costuma produzir a cada quatro ou cinco anos e que nesta ocasião atingiu uma intensidade nunca vista em décadas. "Este ano foi particularmente especial porque a quantidade de água que caiu fez com que seja talvez o mais espetacular dos últimos 40 ou 50 anos", disse à AFP Raúl Céspedes, museólogo e acadêmico da Universidade do Atacama. OUTROS EFEITOS O fenômeno climático El Niño, que impactou com maior força este ano, trouxe as chuvas necessárias para que germinem os bulbos e os rizomas (talos subterrâneos que crescem de forma horizontal), que se mantêm latentes neste local árido. "Quando a gente pensa no deserto, pensa em absoluta secura, mas há um ecossistema que está latente e esperando para que certas condições ocorram", como a queda d'água, altas temperaturas e umidade, explicou Céspedes. O fenômeno da floração foi particularmente extenso este ano. Após um primeiro florescimento no inverno, depois das incomuns chuvas que caíram em março e provocaram enxurradas que deixaram mais de 30 mortos na região do Atacama, uma segunda foi registrada no começo da primavera austral. "O caso de agora foi um fenômeno muito incomum, já que devido às enxurradas em março, ocorreu uma floração especial na época do inverno, situação da qual não havia registro, e depois houve outra floração na primavera", disse à AFP Daniel Díaz, diretor regional do Serviço Nacional de Turismo da Região do Atacama. "Duas florações ao ano é algo muito incomum no deserto mais árido do mundo e isso é algo que pudemos desfrutar na nossa primavera, junto com pessoas de todo o mundo. Há muita expectativa e interesse por conhecê-lo", acrescentou. O fenômeno foi muito benéfico para a região, que registra um aumento de 40% na visitação de turistas. "É muito incomum. Viemos tomar café da manhã com as flores. Viemos da Inglaterra dirigindo ao redor do mundo", contou à AFP Edward Zannahand, turista inglês, enquanto contemplava a paisagem.
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El Niño faz deserto do Atacama se transformar em tapete de floresUm gigantesco tapete de flores multicolorido cobre o deserto do Atacama, o mais árido do mundo, localizado no norte do Chile, com uma intensidade nunca vista em décadas, um efeito maravilhoso do fenômeno El Niño. Nas imensas ladeiras desérticas, floresceram milhares de espécies de flores nas cores amarela, vermelha, branca e violeta, que encheram de cores esse imenso espaço vazio que nesta época atinge temperaturas superiores aos 40 graus. Milhares de flores Nolana paradoxa, em tons de violeta e branco, e Rhodophiala rhodocirion emergem para vestir de cor a habitual palidez de suas terras. Somam-se a essa festa colorida milhares de "leontochires" (Bomarea ovallei), espécie endêmica do Chile, de cor avermelhada, e de Calandrinia longiscapa, de diferentes tonalidades, que aportam todo o seu espetáculo da natureza, que costuma produzir a cada quatro ou cinco anos e que nesta ocasião atingiu uma intensidade nunca vista em décadas. "Este ano foi particularmente especial porque a quantidade de água que caiu fez com que seja talvez o mais espetacular dos últimos 40 ou 50 anos", disse à AFP Raúl Céspedes, museólogo e acadêmico da Universidade do Atacama. OUTROS EFEITOS O fenômeno climático El Niño, que impactou com maior força este ano, trouxe as chuvas necessárias para que germinem os bulbos e os rizomas (talos subterrâneos que crescem de forma horizontal), que se mantêm latentes neste local árido. "Quando a gente pensa no deserto, pensa em absoluta secura, mas há um ecossistema que está latente e esperando para que certas condições ocorram", como a queda d'água, altas temperaturas e umidade, explicou Céspedes. O fenômeno da floração foi particularmente extenso este ano. Após um primeiro florescimento no inverno, depois das incomuns chuvas que caíram em março e provocaram enxurradas que deixaram mais de 30 mortos na região do Atacama, uma segunda foi registrada no começo da primavera austral. "O caso de agora foi um fenômeno muito incomum, já que devido às enxurradas em março, ocorreu uma floração especial na época do inverno, situação da qual não havia registro, e depois houve outra floração na primavera", disse à AFP Daniel Díaz, diretor regional do Serviço Nacional de Turismo da Região do Atacama. "Duas florações ao ano é algo muito incomum no deserto mais árido do mundo e isso é algo que pudemos desfrutar na nossa primavera, junto com pessoas de todo o mundo. Há muita expectativa e interesse por conhecê-lo", acrescentou. O fenômeno foi muito benéfico para a região, que registra um aumento de 40% na visitação de turistas. "É muito incomum. Viemos tomar café da manhã com as flores. Viemos da Inglaterra dirigindo ao redor do mundo", contou à AFP Edward Zannahand, turista inglês, enquanto contemplava a paisagem.
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O plano real de Joaquim Levy
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou pela terceira vez que pretende desmanchar a política econômica vigente entre 2012 e 2014. Foi o que disse em sua nomeação, em entrevista ao jornal "Valor" e nesta segunda-feira, quando tomou posse. O que vai resultar quando Levy trocar em miúdos o que tem dito? Não se trata apenas de reduzir o buraco nas contas do governo. No ritmo de "o gato subiu no telhado", o ministro tem proposto um programa de mudanças mais profundas. De certo modo, comparou seu plano de ajuste ao que antecedeu o Plano Real. O plano seria o seguinte, ainda trocado em miúdos grossos: 1) Acabar com reduções de impostos ditas setoriais, para empresas de certo ramos, as "desonerações" de Dilma 1. Vão acabar apenas daqui em diante ou vão ser canceladas desonerações já concedidas? 2) Abrir a economia a mais concorrência externa, o que pode ser feito por meio de redução de impostos de importação, do fim de barreiras de outra espécie ou no contexto de acordos comerciais, não se sabe. Parece prioridade de Levy; 3) Dar fim a subsídios. O governo não vai mais bancar parte do custo da eletricidade ou não vai permitir que estatais tomem prejuízo por vender produtos a preços abaixo daqueles de mercado (gasolina, por exemplo). Mas não são apenas esses os subsídios, diretos ou indiretos, concedidos pelo governo; 4) Aumentar impostos, o que foi dito de passagem e de modo algo enigmático. Quais seriam esses impostos que "tendem a aumentar a poupança doméstica"? De resto e em tese, a poupança doméstica aumenta mais com a elevação do aumento da poupança do governo do que com mais impostos. De qualquer modo, aumentar a poupança doméstica significa redução relativa do consumo, de governo e/ou famílias. Vai haver aumento de imposto sobre consumo? 5) "Ajustar preços relativos": significa também desvalorização do real sem que a inflação suba. Isto é, preços e salários têm de ficar mais baratos em dólar; 6) "Harmonizar" impostos de aplicações financeiras. Mistério; 7) Enxugar os bancos públicos, reiterou Levy outra vez; 8) Fim do "patrimonialismo". Na versão do discurso do ministro: deixar as empresas resolver seus próprios problemas sem socorros ou subsídios; 9) Reformar a demência do ICMS; 10) Reformas microeconômicas: Levy passou de leve sobre o assunto, mas nomeou um secretário de Política Econômica, Afonso Arinos Neto, especialista no assunto. É O MÍNIMO Na coluna publicada no domingo, escrevi que o salário mínimo ainda deveria ter aumentos além da inflação até 2019, embora talvez menores que os previstos pelas normas de reajuste vigentes até este ano, a julgar pelas declarações do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, na sexta-feira. A coluna foi entregue para publicação na noite de sexta-feira, como de costume, devido ao cronograma de impressão desta Folha. Não estava claro e certo que a regra de reajuste seria alterada. No sábado, a presidente fez questão de dizer, com escândalo constrangedor, que não haverá mudança, obrigando o ministro do Planejamento a desdizer oficialmente o que nem chegara a dizer.
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O plano real de Joaquim LevyO ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou pela terceira vez que pretende desmanchar a política econômica vigente entre 2012 e 2014. Foi o que disse em sua nomeação, em entrevista ao jornal "Valor" e nesta segunda-feira, quando tomou posse. O que vai resultar quando Levy trocar em miúdos o que tem dito? Não se trata apenas de reduzir o buraco nas contas do governo. No ritmo de "o gato subiu no telhado", o ministro tem proposto um programa de mudanças mais profundas. De certo modo, comparou seu plano de ajuste ao que antecedeu o Plano Real. O plano seria o seguinte, ainda trocado em miúdos grossos: 1) Acabar com reduções de impostos ditas setoriais, para empresas de certo ramos, as "desonerações" de Dilma 1. Vão acabar apenas daqui em diante ou vão ser canceladas desonerações já concedidas? 2) Abrir a economia a mais concorrência externa, o que pode ser feito por meio de redução de impostos de importação, do fim de barreiras de outra espécie ou no contexto de acordos comerciais, não se sabe. Parece prioridade de Levy; 3) Dar fim a subsídios. O governo não vai mais bancar parte do custo da eletricidade ou não vai permitir que estatais tomem prejuízo por vender produtos a preços abaixo daqueles de mercado (gasolina, por exemplo). Mas não são apenas esses os subsídios, diretos ou indiretos, concedidos pelo governo; 4) Aumentar impostos, o que foi dito de passagem e de modo algo enigmático. Quais seriam esses impostos que "tendem a aumentar a poupança doméstica"? De resto e em tese, a poupança doméstica aumenta mais com a elevação do aumento da poupança do governo do que com mais impostos. De qualquer modo, aumentar a poupança doméstica significa redução relativa do consumo, de governo e/ou famílias. Vai haver aumento de imposto sobre consumo? 5) "Ajustar preços relativos": significa também desvalorização do real sem que a inflação suba. Isto é, preços e salários têm de ficar mais baratos em dólar; 6) "Harmonizar" impostos de aplicações financeiras. Mistério; 7) Enxugar os bancos públicos, reiterou Levy outra vez; 8) Fim do "patrimonialismo". Na versão do discurso do ministro: deixar as empresas resolver seus próprios problemas sem socorros ou subsídios; 9) Reformar a demência do ICMS; 10) Reformas microeconômicas: Levy passou de leve sobre o assunto, mas nomeou um secretário de Política Econômica, Afonso Arinos Neto, especialista no assunto. É O MÍNIMO Na coluna publicada no domingo, escrevi que o salário mínimo ainda deveria ter aumentos além da inflação até 2019, embora talvez menores que os previstos pelas normas de reajuste vigentes até este ano, a julgar pelas declarações do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, na sexta-feira. A coluna foi entregue para publicação na noite de sexta-feira, como de costume, devido ao cronograma de impressão desta Folha. Não estava claro e certo que a regra de reajuste seria alterada. No sábado, a presidente fez questão de dizer, com escândalo constrangedor, que não haverá mudança, obrigando o ministro do Planejamento a desdizer oficialmente o que nem chegara a dizer.
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Perfil de Trump testa subjetividade de jornalistas na cobertura das eleições
Se você é um jornalista na ativa e acredita que Donald Trump é um demagogo que alimenta as piores tendências racistas e nacionalistas do país, que ele bajula ditadores antiamericanos e que seria perigoso confiar a ele o controle dos códigos nucleares dos Estados Unidos, de que jeito faria a cobertura das notícias sobre ele? Porque, se você acredita nessas coisas, tem que jogar fora as regras que o jornalismo americano segue há quase meio século (senão mais tempo) e fazer a cobertura de um jeito que você nunca abordou nada em sua carreira. Se você vê um governo Trump como algo potencialmente perigoso, seus textos vão refletir isso. Você chegará mais perto do que jamais chegou de fazer um jornalismo de oposição. Isso é terreno incômodo e desconhecido para qualquer jornalista da grande imprensa que já conheci –que não seja um colunista–, e, pelos padrões normais, é indefensável. Mas a pergunta que todo o mundo tenta responder é a seguinte: será que os padrões normais se aplicam aqui? E, se não, o que deve tomar seu lugar? Cobrir Trump como um candidato anormal e potencialmente perigoso é mais do que um simples choque ao sistema jornalístico. Isso corre o risco de entregar uma vantagem de mão beijada à sua adversária, a avessa a coletivas de imprensa Hillary Clinton, que deveria ela própria atrair uma cobertura jornalística muito mais dura. Hillary demonstrou isso novamente na semana passada ao alegar no "Fox News Sunday" que James Comey, o diretor do FBI, havia declarado que ela falara a verdade em suas respostas sobre sua decisão de usar um servidor de e-mail privado para comunicações oficiais do Departamento de Estado. É uma interpretação fortemente enganosa de um relatório do FBI, algo que chama a atenção para várias falsidades contidas nas explicações públicas dadas pela candidata. De um modo geral, fazer isso atrapalha a cobertura equilibrada, essa forma idealista de jornalismo com "J" maiúsculo que sempre fomos ensinados a procurar fazer. Mas vamos encarar a verdade: o equilíbrio saiu de férias desde que Trump pisou em sua escada rolante dourada da Trump Tower no ano passado para anunciar sua candidatura. Nas primárias e nos caucus, o desequilíbrio foi vantajoso para ele, dominado pela estatística arrasadora da temporada: seus quase US$ 2 bilhões em divulgação gratuita pela mídia foram mais de seis vezes mais do que recebeu seu rival republicano mais próximo. Dá para vê-lo assim que começam os jornais televisivos diários, no set do programa "Morning Joe" da MNSBC. Alguns meses atrás, jornalistas que cobrem a mídia descreviam uma relação amigável demais entre Trump e os apresentadores do programa, Joe Scarborough e Mika Brzezinski. Mas na quarta-feira (3) vimos Scarborough perguntar ao ex-diretor da CIA Michael V. Hayden se existem salvaguardas para assegurar que, "se Trump se irritar, ele não possa lançar uma arma nuclear", em vista da percepção de que ele talvez não seja "o sujeito mais estável". Então Scarborough compartilhou uma conversa alarmante que afirmou ter tido com um "especialista em política externa" que dera a Trump um briefing sobre segurança nacional. "Três vezes Trump perguntou sobre o uso de armas nucleares", disse Scarborough, descrevendo uma das perguntas como tendo sido "já que as temos, por que não podemos usá-las?" Falando comigo mais tarde, Scarborough, que é republicano, disse que não tinha pensado em compartilhar o caso com a plateia até o momento em que o fez. "Quando aquela discussão veio à tona, eu não tive escolha, na realidade", ele disse. "Era algo que acho que os americanos precisavam saber." IRRACIONAL Trump refutou o relato feito por Scarborough. (Ele disse ao "New York Times" em março que utilizaria armas nucleares como "absolutamente o último recurso". Mas quando o apresentador da MSNBC Chris Matthews o questionou sobre a possibilidade de utilizá-las, Trump indagou: "Então por que nós as estamos produzindo?") Scarborough, que frequentemente critica o viés liberal da mídia, disse estar preocupado pelo fato de Trump estar ficando cada vez mais errático e fez uma pergunta retórica: "Até que ponto é preciso ser imparcial quando um lado é simplesmente irracional?" Scarborough trabalha com jornalismo de opinião. É muito mais complicado para repórteres convencionais tratarem o debate político deste ano como sendo um embate entre "normal" e "anormal", como o descreveu recentemente o editor-chefe do Vox, Ezra Klein. Em certo sentido, é justamente isso que os jornalistas estão fazendo. E é inevitável. Porque Trump está conduzindo sua campanha de maneiras que não vemos normalmente. Nenhum jornalista vivo já viu o candidato presidencial de um partido grande condicionar financeiramente a defesa pelos EUA de seus aliados na Otan, brigar abertamente com a família de um soldado americano morto em guerra ou sugerir à Rússia que interfira em uma eleição presidencial americana, invadindo os e-mails de sua adversária (Trump diria mais tarde que a mídia não entendeu que a sugestão tinha sido brincadeira). E, embora apelos cifrados ao racismo ou nacionalismo não constituam novidade, defesas abertas da proibição temporária de entrada de muçulmanos nos Estados Unidos e o questionamento à imparcialidade de um juiz federal com base em sua ascendência mexicana são uma novidade. "Se temos um candidato que expressa boa vontade em relação a um de nossos adversários mais ameaçadores, que joga por terra todas as normas de como nossos líderes tratam as famílias cujos filhos morreram por nosso país, que propõe que sejam repensadas as alianças que guiam nossa política externa há 60 anos, isso exige cobertura –cobertura ampla e agressiva", disse Carolyn Ryan, a editora sênior de política do "New York Times". "Não quer dizer que não vamos fazer uma cobertura vigorosa das questões ligadas a Hillary Clinton –estamos fazendo isso e vamos continuar a fazer." CONTROVÉRSIAS Pode-se dizer sobre Hillary, sem o risco de ser parcial, que nenhum candidato presidencial até hoje conseguiu ser escolhido por um dos principais partidos após uma investigação pelo FBI sobre sua utilização de um servidor privado de e-mail para transmitir, em alguns casos, informações de segurança nacional ultrassecretas. Isso exige ser investigado, juntamente com todo o histórico de atuação da candidata. Mas os dois candidatos não produzem notícias no mesmo ritmo. "Quando controvérsias são alimentadas, é nossa obrigação noticiar o assunto", disse o editor-chefe do "Washington Post", Cameron Barr. "Se um candidato o está fazendo de modo mais agressivo e consistente que o outro, esse é um desequilíbrio, com certeza." Mas ele acrescentou: "não é um desequilíbrio que nós criamos, é um que o candidato está criando." Parte disso já estava embutido nas duas candidaturas. Hillary está presente há tanto tempo que os eleitores podem visualizar mais facilmente como pode ser um governo da democrata. E dizer que ela ainda não foi alvo de um exame atento da mídia é ignorar todos os "gates" ligados ao seu sobrenome que já existem: Travelgate, Whitewatergate e agora o Emailgate. Trump é um novato político que passou sua vida profissional administrando uma empresa privada e protagonizando um reality show de sucesso. Ele está longe de ser um desconhecido, mas há muito que ainda não sabemos sobre suas posições e sua familiaridade com as questões políticas mais importantes. Suas posições seriam notícias importantes mesmo que não parecessem com tanta frequência romper com o consenso político instalado há décadas (como fazem). MOMENTO 'MURROW' A reação da mídia a tudo isso tem sido forte, com algo que o "Columbia Journalism Review" descreveu como "um momento Murrow" (em referência ao jornalista Edward Murrow, que foi abertamente contra a campanha anticomunista promovida pelo senador Joseph MacCarthy). Não é incomum ver reportagens que descrevem Trump como sendo "errático", sem atribuir a descrição a um adversário dele. As listas de falsidades que ele já disse continuam a crescer, chegando a números espantosos, superando de longe as de Hillary. No último domingo, Brian Stelter, o apresentador do programa "Reliable Sources", da CNN, convocou jornalistas e formadores de opinião a contestar a afirmação "perigosa" de Trump de que o sistema eleitoral foi manipulado para ser desfavorável a ele. Deixar de fazê-lo seria falta de patriotismo, disse Stelter. Embora existam vários exemplos de críticas feitas a Trump este ano pela mídia conservadora, o candidato e seus partidários estão reiterando acusações de viés liberal que vêm sendo feitas há tempos. "A mídia está tentando nocautear Donald Trump", declarou Rush Limbaugh na semana passada. Muitos partidários ferrenhos de Trump com certeza enxergam as coisas sob essa ótica. Isso vai apenas agravar a visão já pouco elogiosa que eles têm da mídia noticiosa, que em um primeiro momento deixou de reconhecer a força das queixas deles e, portanto, deixou de reconhecer a seriedade da candidatura de Trump. Mas ser levado a sério é assim. Como me disse Ryan, a candidatura de Trump é "extraordinária e rompe precedentes", e "fazer de conta que não o é seria faltar com a verdade para os leitores". Também seria abdicar do dever mais solene do jornalismo político: investigar como serão os candidatos no exercício do cargo mais poderoso do mundo. Talvez isso nem sempre pareça ser justo com Trump ou seus partidários. Mas o jornalismo não deve se pautar pela definição de justiça feita por uma campanha ou por outra. Cabe ao jornalismo ser fiel aos leitores e espectadores e ser fiel aos fatos, de uma maneira que possa resistir ao julgamento da história. Fazer qualquer coisa menos que isso seria indefensável. Tradução de CLARA ALLAIN
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Perfil de Trump testa subjetividade de jornalistas na cobertura das eleiçõesSe você é um jornalista na ativa e acredita que Donald Trump é um demagogo que alimenta as piores tendências racistas e nacionalistas do país, que ele bajula ditadores antiamericanos e que seria perigoso confiar a ele o controle dos códigos nucleares dos Estados Unidos, de que jeito faria a cobertura das notícias sobre ele? Porque, se você acredita nessas coisas, tem que jogar fora as regras que o jornalismo americano segue há quase meio século (senão mais tempo) e fazer a cobertura de um jeito que você nunca abordou nada em sua carreira. Se você vê um governo Trump como algo potencialmente perigoso, seus textos vão refletir isso. Você chegará mais perto do que jamais chegou de fazer um jornalismo de oposição. Isso é terreno incômodo e desconhecido para qualquer jornalista da grande imprensa que já conheci –que não seja um colunista–, e, pelos padrões normais, é indefensável. Mas a pergunta que todo o mundo tenta responder é a seguinte: será que os padrões normais se aplicam aqui? E, se não, o que deve tomar seu lugar? Cobrir Trump como um candidato anormal e potencialmente perigoso é mais do que um simples choque ao sistema jornalístico. Isso corre o risco de entregar uma vantagem de mão beijada à sua adversária, a avessa a coletivas de imprensa Hillary Clinton, que deveria ela própria atrair uma cobertura jornalística muito mais dura. Hillary demonstrou isso novamente na semana passada ao alegar no "Fox News Sunday" que James Comey, o diretor do FBI, havia declarado que ela falara a verdade em suas respostas sobre sua decisão de usar um servidor de e-mail privado para comunicações oficiais do Departamento de Estado. É uma interpretação fortemente enganosa de um relatório do FBI, algo que chama a atenção para várias falsidades contidas nas explicações públicas dadas pela candidata. De um modo geral, fazer isso atrapalha a cobertura equilibrada, essa forma idealista de jornalismo com "J" maiúsculo que sempre fomos ensinados a procurar fazer. Mas vamos encarar a verdade: o equilíbrio saiu de férias desde que Trump pisou em sua escada rolante dourada da Trump Tower no ano passado para anunciar sua candidatura. Nas primárias e nos caucus, o desequilíbrio foi vantajoso para ele, dominado pela estatística arrasadora da temporada: seus quase US$ 2 bilhões em divulgação gratuita pela mídia foram mais de seis vezes mais do que recebeu seu rival republicano mais próximo. Dá para vê-lo assim que começam os jornais televisivos diários, no set do programa "Morning Joe" da MNSBC. Alguns meses atrás, jornalistas que cobrem a mídia descreviam uma relação amigável demais entre Trump e os apresentadores do programa, Joe Scarborough e Mika Brzezinski. Mas na quarta-feira (3) vimos Scarborough perguntar ao ex-diretor da CIA Michael V. Hayden se existem salvaguardas para assegurar que, "se Trump se irritar, ele não possa lançar uma arma nuclear", em vista da percepção de que ele talvez não seja "o sujeito mais estável". Então Scarborough compartilhou uma conversa alarmante que afirmou ter tido com um "especialista em política externa" que dera a Trump um briefing sobre segurança nacional. "Três vezes Trump perguntou sobre o uso de armas nucleares", disse Scarborough, descrevendo uma das perguntas como tendo sido "já que as temos, por que não podemos usá-las?" Falando comigo mais tarde, Scarborough, que é republicano, disse que não tinha pensado em compartilhar o caso com a plateia até o momento em que o fez. "Quando aquela discussão veio à tona, eu não tive escolha, na realidade", ele disse. "Era algo que acho que os americanos precisavam saber." IRRACIONAL Trump refutou o relato feito por Scarborough. (Ele disse ao "New York Times" em março que utilizaria armas nucleares como "absolutamente o último recurso". Mas quando o apresentador da MSNBC Chris Matthews o questionou sobre a possibilidade de utilizá-las, Trump indagou: "Então por que nós as estamos produzindo?") Scarborough, que frequentemente critica o viés liberal da mídia, disse estar preocupado pelo fato de Trump estar ficando cada vez mais errático e fez uma pergunta retórica: "Até que ponto é preciso ser imparcial quando um lado é simplesmente irracional?" Scarborough trabalha com jornalismo de opinião. É muito mais complicado para repórteres convencionais tratarem o debate político deste ano como sendo um embate entre "normal" e "anormal", como o descreveu recentemente o editor-chefe do Vox, Ezra Klein. Em certo sentido, é justamente isso que os jornalistas estão fazendo. E é inevitável. Porque Trump está conduzindo sua campanha de maneiras que não vemos normalmente. Nenhum jornalista vivo já viu o candidato presidencial de um partido grande condicionar financeiramente a defesa pelos EUA de seus aliados na Otan, brigar abertamente com a família de um soldado americano morto em guerra ou sugerir à Rússia que interfira em uma eleição presidencial americana, invadindo os e-mails de sua adversária (Trump diria mais tarde que a mídia não entendeu que a sugestão tinha sido brincadeira). E, embora apelos cifrados ao racismo ou nacionalismo não constituam novidade, defesas abertas da proibição temporária de entrada de muçulmanos nos Estados Unidos e o questionamento à imparcialidade de um juiz federal com base em sua ascendência mexicana são uma novidade. "Se temos um candidato que expressa boa vontade em relação a um de nossos adversários mais ameaçadores, que joga por terra todas as normas de como nossos líderes tratam as famílias cujos filhos morreram por nosso país, que propõe que sejam repensadas as alianças que guiam nossa política externa há 60 anos, isso exige cobertura –cobertura ampla e agressiva", disse Carolyn Ryan, a editora sênior de política do "New York Times". "Não quer dizer que não vamos fazer uma cobertura vigorosa das questões ligadas a Hillary Clinton –estamos fazendo isso e vamos continuar a fazer." CONTROVÉRSIAS Pode-se dizer sobre Hillary, sem o risco de ser parcial, que nenhum candidato presidencial até hoje conseguiu ser escolhido por um dos principais partidos após uma investigação pelo FBI sobre sua utilização de um servidor privado de e-mail para transmitir, em alguns casos, informações de segurança nacional ultrassecretas. Isso exige ser investigado, juntamente com todo o histórico de atuação da candidata. Mas os dois candidatos não produzem notícias no mesmo ritmo. "Quando controvérsias são alimentadas, é nossa obrigação noticiar o assunto", disse o editor-chefe do "Washington Post", Cameron Barr. "Se um candidato o está fazendo de modo mais agressivo e consistente que o outro, esse é um desequilíbrio, com certeza." Mas ele acrescentou: "não é um desequilíbrio que nós criamos, é um que o candidato está criando." Parte disso já estava embutido nas duas candidaturas. Hillary está presente há tanto tempo que os eleitores podem visualizar mais facilmente como pode ser um governo da democrata. E dizer que ela ainda não foi alvo de um exame atento da mídia é ignorar todos os "gates" ligados ao seu sobrenome que já existem: Travelgate, Whitewatergate e agora o Emailgate. Trump é um novato político que passou sua vida profissional administrando uma empresa privada e protagonizando um reality show de sucesso. Ele está longe de ser um desconhecido, mas há muito que ainda não sabemos sobre suas posições e sua familiaridade com as questões políticas mais importantes. Suas posições seriam notícias importantes mesmo que não parecessem com tanta frequência romper com o consenso político instalado há décadas (como fazem). MOMENTO 'MURROW' A reação da mídia a tudo isso tem sido forte, com algo que o "Columbia Journalism Review" descreveu como "um momento Murrow" (em referência ao jornalista Edward Murrow, que foi abertamente contra a campanha anticomunista promovida pelo senador Joseph MacCarthy). Não é incomum ver reportagens que descrevem Trump como sendo "errático", sem atribuir a descrição a um adversário dele. As listas de falsidades que ele já disse continuam a crescer, chegando a números espantosos, superando de longe as de Hillary. No último domingo, Brian Stelter, o apresentador do programa "Reliable Sources", da CNN, convocou jornalistas e formadores de opinião a contestar a afirmação "perigosa" de Trump de que o sistema eleitoral foi manipulado para ser desfavorável a ele. Deixar de fazê-lo seria falta de patriotismo, disse Stelter. Embora existam vários exemplos de críticas feitas a Trump este ano pela mídia conservadora, o candidato e seus partidários estão reiterando acusações de viés liberal que vêm sendo feitas há tempos. "A mídia está tentando nocautear Donald Trump", declarou Rush Limbaugh na semana passada. Muitos partidários ferrenhos de Trump com certeza enxergam as coisas sob essa ótica. Isso vai apenas agravar a visão já pouco elogiosa que eles têm da mídia noticiosa, que em um primeiro momento deixou de reconhecer a força das queixas deles e, portanto, deixou de reconhecer a seriedade da candidatura de Trump. Mas ser levado a sério é assim. Como me disse Ryan, a candidatura de Trump é "extraordinária e rompe precedentes", e "fazer de conta que não o é seria faltar com a verdade para os leitores". Também seria abdicar do dever mais solene do jornalismo político: investigar como serão os candidatos no exercício do cargo mais poderoso do mundo. Talvez isso nem sempre pareça ser justo com Trump ou seus partidários. Mas o jornalismo não deve se pautar pela definição de justiça feita por uma campanha ou por outra. Cabe ao jornalismo ser fiel aos leitores e espectadores e ser fiel aos fatos, de uma maneira que possa resistir ao julgamento da história. Fazer qualquer coisa menos que isso seria indefensável. Tradução de CLARA ALLAIN
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Conhecida nos palcos por 'Elis, a Musical', Laila Garin lança seu 1º disco
Muita gente já ouviu a voz de Laila Garin. Atriz premiada, com um currículo que apresenta a montagem recente "Gota d'Água [A Seco: e seu estrondoso sucesso em "Elis, a Musical", cantava encarnando personagens. Agora, lança seu primeiro álbum como intérprete. "Laila Garin e A ROda" é uma coleção de canções assinadas por Chico Buarque, Caetano Veloso, Roberto & Erasmo e Alceu Valença, entre outros. Há também "L'accordeoniste", do repertório de Édith Piaf. O disco tem uma instrumentalização contida, quase espartana. Os músicos parecem estar completamente a serviço da voz de Laila, não competem com ela. "Era para ser mais vazio ainda", diz Laila à Folha, rindo. "Não tem muito frufru, sem solos virtuosos. Tudo feito para transmitir a ideia da canção." Ela ressalta que os músicos da banda fazem muita trilha para teatro. "Ali, às vezes é só um clima, não uma música encorpada. 'Na Primeira Manhã', do Alceu, ficou bem vazia, quase música ambiente. Tem a ver com a canção, porque a pessoa está só." Laila não encara o trabalho como um disco solo. Foi no teatro que encontrou os músicos que formariam A ROda. Ricco Viana (guitarra e violão), Marcelo Müller (baixo) e Rick de la Torre (bateria) não eram um trio. Foi Laila que acabou formando o grupo. "Grandes homens precisam de uma mulher por trás." "Somos um grupo, um coletivo de verdade, levamos quatro horas discutindo um arranjo. Mas eu, mesmo não sendo popstar, tenho um público que vem de teatro. Então, para divulgar, virou Laila Garin e A ROda. Tipo Chico Science & Nação Zumbi ou Pedro Luís e a Parede. Nossa, que pretensão a nossa!" A baiana Laila, 39, fez um show em Salvador, quando tinha 20 anos, e agradou. Mas a cobrança das pessoas para que ela tivesse um diferencial como cantora paralisou sua carreira. "Não sabia o que responder", conta. Os trabalhos de atriz a levaram para outro caminho. Após a consagração representando Elis, empresários quiseram lançar "a maior cantora do Brasil". Ela recusou. "Terminou 'Elis' e eu passei um tempo procurando esses parceiros. O que nos une é a coisa do teatro, descobrir qual é a jornada de cada canção." A alma teatral segue no show, que ela mostra em São Paulo no dia 18. A direção é de Ney Matogrosso, que a viu em "Elis" e depois nos shows que ela fez por mais de um ano no Beco das Garrafas, no Rio. No repertório está "As Curvas da Estrada de Santos", de Roberto e Erasmo, que Elis gravou. O disco não soa como Elis, é bem autoral, mas ela não nega a importância dessa "madrinha". Tanto que inclui no show "San Vicente" e "Conversando no Bar (Nas Asas da Panair)", de Milton Nascimento, que também estão em discos de Elis. Laila não parou com o trabalho de atriz. Está rodando a segunda temporada de "3%", série da Netflix, e vai começar a ensaiar outro musical: "Dois Filhos de Francisco". LAILA GARIN E A RODA ARTISTA Laila Garin e A ROda GRAVADORA MP.B Discos/Som Livre LANÇAMENTO 18/8, às 21h, no Sesc Pinheiros (r. Pais Leme, 195, tel. 11 3095-9400) QUANTO R$ 40
ilustrada
Conhecida nos palcos por 'Elis, a Musical', Laila Garin lança seu 1º discoMuita gente já ouviu a voz de Laila Garin. Atriz premiada, com um currículo que apresenta a montagem recente "Gota d'Água [A Seco: e seu estrondoso sucesso em "Elis, a Musical", cantava encarnando personagens. Agora, lança seu primeiro álbum como intérprete. "Laila Garin e A ROda" é uma coleção de canções assinadas por Chico Buarque, Caetano Veloso, Roberto & Erasmo e Alceu Valença, entre outros. Há também "L'accordeoniste", do repertório de Édith Piaf. O disco tem uma instrumentalização contida, quase espartana. Os músicos parecem estar completamente a serviço da voz de Laila, não competem com ela. "Era para ser mais vazio ainda", diz Laila à Folha, rindo. "Não tem muito frufru, sem solos virtuosos. Tudo feito para transmitir a ideia da canção." Ela ressalta que os músicos da banda fazem muita trilha para teatro. "Ali, às vezes é só um clima, não uma música encorpada. 'Na Primeira Manhã', do Alceu, ficou bem vazia, quase música ambiente. Tem a ver com a canção, porque a pessoa está só." Laila não encara o trabalho como um disco solo. Foi no teatro que encontrou os músicos que formariam A ROda. Ricco Viana (guitarra e violão), Marcelo Müller (baixo) e Rick de la Torre (bateria) não eram um trio. Foi Laila que acabou formando o grupo. "Grandes homens precisam de uma mulher por trás." "Somos um grupo, um coletivo de verdade, levamos quatro horas discutindo um arranjo. Mas eu, mesmo não sendo popstar, tenho um público que vem de teatro. Então, para divulgar, virou Laila Garin e A ROda. Tipo Chico Science & Nação Zumbi ou Pedro Luís e a Parede. Nossa, que pretensão a nossa!" A baiana Laila, 39, fez um show em Salvador, quando tinha 20 anos, e agradou. Mas a cobrança das pessoas para que ela tivesse um diferencial como cantora paralisou sua carreira. "Não sabia o que responder", conta. Os trabalhos de atriz a levaram para outro caminho. Após a consagração representando Elis, empresários quiseram lançar "a maior cantora do Brasil". Ela recusou. "Terminou 'Elis' e eu passei um tempo procurando esses parceiros. O que nos une é a coisa do teatro, descobrir qual é a jornada de cada canção." A alma teatral segue no show, que ela mostra em São Paulo no dia 18. A direção é de Ney Matogrosso, que a viu em "Elis" e depois nos shows que ela fez por mais de um ano no Beco das Garrafas, no Rio. No repertório está "As Curvas da Estrada de Santos", de Roberto e Erasmo, que Elis gravou. O disco não soa como Elis, é bem autoral, mas ela não nega a importância dessa "madrinha". Tanto que inclui no show "San Vicente" e "Conversando no Bar (Nas Asas da Panair)", de Milton Nascimento, que também estão em discos de Elis. Laila não parou com o trabalho de atriz. Está rodando a segunda temporada de "3%", série da Netflix, e vai começar a ensaiar outro musical: "Dois Filhos de Francisco". LAILA GARIN E A RODA ARTISTA Laila Garin e A ROda GRAVADORA MP.B Discos/Som Livre LANÇAMENTO 18/8, às 21h, no Sesc Pinheiros (r. Pais Leme, 195, tel. 11 3095-9400) QUANTO R$ 40
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Futuro de jornalismo é colaboração, diz criador de órgão investigativo
Em 1989, o repórter investigativo Charles Lewis deixou uma carreira de sucesso na TV americana para criar iniciativas de jornalismo colaborativo. Cansou de receber ordens e decidiu ir atrás das histórias que escolhesse. O começo foi modesto, Charles trabalhava de casa, mas a ambição nem um pouco: criar redes de jornalistas em várias partes do mundo para fazer reportagens investigativas de temas sem fronteiras em escala planetária. A ambição tornou-se realidade com a publicação dos "Panama Papers", no início deste mês. O maior vazamento de dados da história, contendo 11,5 milhões de arquivos, que expôs uma vasta rede de contas secretas e empresas offshores usadas para evitar pagar impostos ou para esconder seu dinheiro. Os dados foram obtidos pelo jornal alemão "Süddeutsche Zeitung", que, incapaz de processar tamanho volume de dados, procurou o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (CIJI), fundado por Lewis em 2003. "Não há modelo melhor no jornalismo do que a colaboração, como mostram os 'Panama Papers'. Essa é a maior colaboração jornalística já feita, não só por indivíduos mas também em número de organizações de mídia. É sem precedentes na história do jornalismo", diz Lewis, 62. Quando deixou a produção do programa "60 Minutos", na época um dos maiores sucessos da TV americana, Lewis fundou o Centro de Integridade Pública, que era um dos dois órgãos de notícias independentes nos EUA, diz ele. "Hoje há 110. Ninguém sabe para onde isso vai crescer, mas vai mudar a forma de fazer jornalismo", afirma. Segundo ele, as colaborações entre jornalistas em várias partes do mundo são necessárias em projetos com grande volume de dados e interesse global, como o "Panama Papers", e também para entrar em temas que a mídia não toca. Um exemplo é o comportamento das grandes empresas e bancos. Na história do Pulitzer, o principal prêmio do jornalismo americano, há poucas reportagens revelando sujeiras do mundo corporativo, diz Lewis. "Nos EUA é muito mais fácil investigar a política do que o mundo corporativo." "A maioria dos jornalistas e organizações de mídia são relutantes em se meter nisso, a menos que tenham algo espetacular e defensável. Caso contrário, sabem que acabarão nos tribunais", diz. Lewis conhece bem os tribunais. Levou três processos por reportagens que coordenou, e saiu ganhando. Numa delas, dois bilionários russos não gostaram de ter reveladas suas ligações com o ex-vice-presidente Dick Cheney. O processo durou cinco anos. "Sorte que tinha seguro, nossos custos com advogados chegaram a US$ 4 milhões", conta. "Eles gastaram quase US$ 10 milhões para nos enterrar, mas perderam." COLABORAÇÃO Embora aplauda a divulgação dos "Panama Papers", Lewis diz que a colaboração que tornou-se fácil e sem fronteiras graças à internet, também deve levar em conta riscos aos jornalistas, já que os "padrões legais" variam de um país para outro. Os "Panama Papers" envolveram 400 jornalistas e 107 organizações de mídia em 76 países. "Há muitos países em que é duro fazer reportagens desse tipo, especialmente quando falam de pessoas que administram grandes empresas e bancos, que são as pessoas mais poderosas na sociedade em qualquer lugar." Ele dá um exemplo de reportagem produzida no workshop de jornalismo investigativo que tem na American University, em Washington. Com base no trabalho de um antropólogo, o objetivo era rastrear quantas bases militares os EUA têm no mundo. Descobriram que há quase mil. Entre elas, 80 novas pequenas instalações militares "criadas na surdina", diz, na África e em outros lugares. O trabalho com o antropólogo é uma forma como ele acha que as redes de jornalismo devem se expandir. "Os especialistas devem deixar de ser apenas fontes e tornar-se parceiros nas reportagens."
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Futuro de jornalismo é colaboração, diz criador de órgão investigativoEm 1989, o repórter investigativo Charles Lewis deixou uma carreira de sucesso na TV americana para criar iniciativas de jornalismo colaborativo. Cansou de receber ordens e decidiu ir atrás das histórias que escolhesse. O começo foi modesto, Charles trabalhava de casa, mas a ambição nem um pouco: criar redes de jornalistas em várias partes do mundo para fazer reportagens investigativas de temas sem fronteiras em escala planetária. A ambição tornou-se realidade com a publicação dos "Panama Papers", no início deste mês. O maior vazamento de dados da história, contendo 11,5 milhões de arquivos, que expôs uma vasta rede de contas secretas e empresas offshores usadas para evitar pagar impostos ou para esconder seu dinheiro. Os dados foram obtidos pelo jornal alemão "Süddeutsche Zeitung", que, incapaz de processar tamanho volume de dados, procurou o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (CIJI), fundado por Lewis em 2003. "Não há modelo melhor no jornalismo do que a colaboração, como mostram os 'Panama Papers'. Essa é a maior colaboração jornalística já feita, não só por indivíduos mas também em número de organizações de mídia. É sem precedentes na história do jornalismo", diz Lewis, 62. Quando deixou a produção do programa "60 Minutos", na época um dos maiores sucessos da TV americana, Lewis fundou o Centro de Integridade Pública, que era um dos dois órgãos de notícias independentes nos EUA, diz ele. "Hoje há 110. Ninguém sabe para onde isso vai crescer, mas vai mudar a forma de fazer jornalismo", afirma. Segundo ele, as colaborações entre jornalistas em várias partes do mundo são necessárias em projetos com grande volume de dados e interesse global, como o "Panama Papers", e também para entrar em temas que a mídia não toca. Um exemplo é o comportamento das grandes empresas e bancos. Na história do Pulitzer, o principal prêmio do jornalismo americano, há poucas reportagens revelando sujeiras do mundo corporativo, diz Lewis. "Nos EUA é muito mais fácil investigar a política do que o mundo corporativo." "A maioria dos jornalistas e organizações de mídia são relutantes em se meter nisso, a menos que tenham algo espetacular e defensável. Caso contrário, sabem que acabarão nos tribunais", diz. Lewis conhece bem os tribunais. Levou três processos por reportagens que coordenou, e saiu ganhando. Numa delas, dois bilionários russos não gostaram de ter reveladas suas ligações com o ex-vice-presidente Dick Cheney. O processo durou cinco anos. "Sorte que tinha seguro, nossos custos com advogados chegaram a US$ 4 milhões", conta. "Eles gastaram quase US$ 10 milhões para nos enterrar, mas perderam." COLABORAÇÃO Embora aplauda a divulgação dos "Panama Papers", Lewis diz que a colaboração que tornou-se fácil e sem fronteiras graças à internet, também deve levar em conta riscos aos jornalistas, já que os "padrões legais" variam de um país para outro. Os "Panama Papers" envolveram 400 jornalistas e 107 organizações de mídia em 76 países. "Há muitos países em que é duro fazer reportagens desse tipo, especialmente quando falam de pessoas que administram grandes empresas e bancos, que são as pessoas mais poderosas na sociedade em qualquer lugar." Ele dá um exemplo de reportagem produzida no workshop de jornalismo investigativo que tem na American University, em Washington. Com base no trabalho de um antropólogo, o objetivo era rastrear quantas bases militares os EUA têm no mundo. Descobriram que há quase mil. Entre elas, 80 novas pequenas instalações militares "criadas na surdina", diz, na África e em outros lugares. O trabalho com o antropólogo é uma forma como ele acha que as redes de jornalismo devem se expandir. "Os especialistas devem deixar de ser apenas fontes e tornar-se parceiros nas reportagens."
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Em sabatina no Senado, Janot nega ter feito acordo com governo
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negou nesta quarta-feira (26) ter feito qualquer tipo de acordo com o governo e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para preservar a governabilidade no Congresso. Ele participa de sabatina nesta manhã na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que analisa a sua recondução ao cargo para um segundo mandato à frente do Ministério Público. "Eu nego veementemente qualquer acordo que possa interferir nas investigações. Não há qualquer possibilidade de qualquer acordão", disse."Ainda que eu quisesse fazer isso, eu teria que combinar com todos os outros procuradores. É uma ilação impossível", completou. O procurador foi questionado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) sobre a hipótese do acordo entre ele, a Presidência da República e Renan para que as investigações contra o peemedebista fossem aliviadas em troca de apoio político à presidente Dilma Rousseff, que enfrenta dificuldades com a base aliada no Congresso. Essa hipótese é levantada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi denunciado por Janot na semana passada sob acusação de se beneficiar da propina da Petrobras. "Não acredito na hipótese do acordão, mas acho que quem tem mais autoridade para esse desmentido é vossa excelência", afirmou Dias. "Há 31 anos fiz opção pelo Ministério Público. A essa altura da minha vida não ia deixar os trilhos da atuação técnica do Ministério Público para me embrenhar em um processo que não domino, não conheço, que é o caminho da política. Eu sou Ministério Público, eu penso como Ministério Público e esse é o caminho que eu assumo", respondeu Janot. LAVA JATO Na sua explanação inicial na comissão, Janot defendeu a legalidade das investigações conduzidas no âmbito da Operação Lava Jato e admitiu que as investigações, inevitavelmente, tem reflexos sobre pessoas físicas e jurídicas mas ponderou que a atuação do Ministério Público no caso tem sido "responsável" e não se desvia da legalidade. Sem citar as críticas que recebeu nos últimos dias, principalmente do senador Fernando Collor (PTB-AL), declarado desafeto do procurador, Janot afirmou que o país vive um momento social agravado por pela crise econômica e, por isso, não se pode menosprezar os fatores que "ameaças obstruir os diálogos institucionais". "O Ministério Público vem cumprindo o dever que o Parlamento o incumbiu", disse. Janot ainda defendeu a delação premiada e afirmou que, no caso da Lava Jato, 79% delas foram assinadas com investigados que ainda estavam soltos. O procurador afirmou ainda que a sua candidatura à recondução "não é movida pelo ego'. "Digo a Vossas Excelências com sinceridade que esse desejo não se presta à satisfação do ego e nem à sofreguidão do poder. Não é isso que me move. [...] Venho aqui com a firme vontade de continuar a servir à minha nação no Ministério Público, que promotores e procuradores desempenhamos nos vastos rincões desse país", disse aos senadores. No início de sua exposição, Janot ainda lembrou o ditado popular "pau que dá em Chico, dá em Francisco". "Em 2013, quando aqui estive para ser sabatinado, ressaltei a importância da impessoalidade na atuação estatal e lembrei que a régua da Justiça deve ser isonômica e sua força deve se impor a fortes e fracos, ricos e pobres, sem acepção de pessoas. Tal mensagem, que a linguagem simples do povo traduz no 'pau que dá em Chico, dá em Francisco', transmite à sociedade mensagem essencial de igualdade, de republicanismo, de isenção de privilégios, de impessoalidade e, antes de tudo, de funcionamento regular do Estado." Ao fim da sabatina, a comissão votará a recondução de Janot ao cargo de procurador-geral da República. Se for aprovado, seu nome ainda passará por análise do plenário do Senado, onde deverá obter 41 votos favoráveis dentre os 81 senadores. As duas votações devem acontecer ainda nesta quarta-feira (26). A sabatina foi precedida de um clima tenso. Informações de que ele prepara um pacote de "maldades" que seria lançado depois de sua confirmação no cargo passaram a circular no governo e no Congresso. Apesar disso, senadores avaliam que ele será reconduzido ao cargo. DESCONTRAÇÃO Um dos momentos de descontração entre os senadores durante a sabatina se deu com a confusão que o presidente da comissão, senador José Maranhão (PMDB-PI), fez entre as vozes dos senadores Randolfe Rodrigues (Psol-AP) e Vanessa Graziottin (PCdoB-AM). Ainda no início da reunião, Randolfe pediu a palavra para fazer uma questão de ordem. Prontamente, Maranhão respondeu: "com a palavra, a senadora Vanessa Graziottin". Diante da risada geral, Randolfe entrou na brincadeira. "Não, presidente. Sou eu, Randolfe. Eu fico feliz com a confusão, senhor presidente". Após o pedido de desculpa por parte do peemedebista, Randolfe emendou: "Não me insulta a confusão com a senadora Vanessa. Meu timbre de voz, eu reconheço que é muito parecido com o da senadora", disse. Desde que assumiu o mandato, em 2011, Randolfe é chamado pelos colegas de "Harry Potter" pela sua semelhança com o personagem da saga de histórias infantis de mesmo nome e pela aparência jovial. Após a confusão, outros senadores aproveitaram o momento. O líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB), também pediu para falar e ao ter a vez concedida, afirmou que, se o presidente quisesse, poderia confundir sua voz com a da senadora Fátima Bezerra (PT-PB). Para amenizar a situação, já que tem a voz grossa, Lima emendou: "A senadora Fátima tem sotaque parecido, somos conterrâneos paraibanos", disse, arrancando mais gargalhadas dos colegas.
poder
Em sabatina no Senado, Janot nega ter feito acordo com governoO procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negou nesta quarta-feira (26) ter feito qualquer tipo de acordo com o governo e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para preservar a governabilidade no Congresso. Ele participa de sabatina nesta manhã na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que analisa a sua recondução ao cargo para um segundo mandato à frente do Ministério Público. "Eu nego veementemente qualquer acordo que possa interferir nas investigações. Não há qualquer possibilidade de qualquer acordão", disse."Ainda que eu quisesse fazer isso, eu teria que combinar com todos os outros procuradores. É uma ilação impossível", completou. O procurador foi questionado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) sobre a hipótese do acordo entre ele, a Presidência da República e Renan para que as investigações contra o peemedebista fossem aliviadas em troca de apoio político à presidente Dilma Rousseff, que enfrenta dificuldades com a base aliada no Congresso. Essa hipótese é levantada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi denunciado por Janot na semana passada sob acusação de se beneficiar da propina da Petrobras. "Não acredito na hipótese do acordão, mas acho que quem tem mais autoridade para esse desmentido é vossa excelência", afirmou Dias. "Há 31 anos fiz opção pelo Ministério Público. A essa altura da minha vida não ia deixar os trilhos da atuação técnica do Ministério Público para me embrenhar em um processo que não domino, não conheço, que é o caminho da política. Eu sou Ministério Público, eu penso como Ministério Público e esse é o caminho que eu assumo", respondeu Janot. LAVA JATO Na sua explanação inicial na comissão, Janot defendeu a legalidade das investigações conduzidas no âmbito da Operação Lava Jato e admitiu que as investigações, inevitavelmente, tem reflexos sobre pessoas físicas e jurídicas mas ponderou que a atuação do Ministério Público no caso tem sido "responsável" e não se desvia da legalidade. Sem citar as críticas que recebeu nos últimos dias, principalmente do senador Fernando Collor (PTB-AL), declarado desafeto do procurador, Janot afirmou que o país vive um momento social agravado por pela crise econômica e, por isso, não se pode menosprezar os fatores que "ameaças obstruir os diálogos institucionais". "O Ministério Público vem cumprindo o dever que o Parlamento o incumbiu", disse. Janot ainda defendeu a delação premiada e afirmou que, no caso da Lava Jato, 79% delas foram assinadas com investigados que ainda estavam soltos. O procurador afirmou ainda que a sua candidatura à recondução "não é movida pelo ego'. "Digo a Vossas Excelências com sinceridade que esse desejo não se presta à satisfação do ego e nem à sofreguidão do poder. Não é isso que me move. [...] Venho aqui com a firme vontade de continuar a servir à minha nação no Ministério Público, que promotores e procuradores desempenhamos nos vastos rincões desse país", disse aos senadores. No início de sua exposição, Janot ainda lembrou o ditado popular "pau que dá em Chico, dá em Francisco". "Em 2013, quando aqui estive para ser sabatinado, ressaltei a importância da impessoalidade na atuação estatal e lembrei que a régua da Justiça deve ser isonômica e sua força deve se impor a fortes e fracos, ricos e pobres, sem acepção de pessoas. Tal mensagem, que a linguagem simples do povo traduz no 'pau que dá em Chico, dá em Francisco', transmite à sociedade mensagem essencial de igualdade, de republicanismo, de isenção de privilégios, de impessoalidade e, antes de tudo, de funcionamento regular do Estado." Ao fim da sabatina, a comissão votará a recondução de Janot ao cargo de procurador-geral da República. Se for aprovado, seu nome ainda passará por análise do plenário do Senado, onde deverá obter 41 votos favoráveis dentre os 81 senadores. As duas votações devem acontecer ainda nesta quarta-feira (26). A sabatina foi precedida de um clima tenso. Informações de que ele prepara um pacote de "maldades" que seria lançado depois de sua confirmação no cargo passaram a circular no governo e no Congresso. Apesar disso, senadores avaliam que ele será reconduzido ao cargo. DESCONTRAÇÃO Um dos momentos de descontração entre os senadores durante a sabatina se deu com a confusão que o presidente da comissão, senador José Maranhão (PMDB-PI), fez entre as vozes dos senadores Randolfe Rodrigues (Psol-AP) e Vanessa Graziottin (PCdoB-AM). Ainda no início da reunião, Randolfe pediu a palavra para fazer uma questão de ordem. Prontamente, Maranhão respondeu: "com a palavra, a senadora Vanessa Graziottin". Diante da risada geral, Randolfe entrou na brincadeira. "Não, presidente. Sou eu, Randolfe. Eu fico feliz com a confusão, senhor presidente". Após o pedido de desculpa por parte do peemedebista, Randolfe emendou: "Não me insulta a confusão com a senadora Vanessa. Meu timbre de voz, eu reconheço que é muito parecido com o da senadora", disse. Desde que assumiu o mandato, em 2011, Randolfe é chamado pelos colegas de "Harry Potter" pela sua semelhança com o personagem da saga de histórias infantis de mesmo nome e pela aparência jovial. Após a confusão, outros senadores aproveitaram o momento. O líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB), também pediu para falar e ao ter a vez concedida, afirmou que, se o presidente quisesse, poderia confundir sua voz com a da senadora Fátima Bezerra (PT-PB). Para amenizar a situação, já que tem a voz grossa, Lima emendou: "A senadora Fátima tem sotaque parecido, somos conterrâneos paraibanos", disse, arrancando mais gargalhadas dos colegas.
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Caos político e econômico domina Ucrânia um ano após revolta
O país está à beira da falência. Uma série de assassinatos por motivos políticos e misteriosos suicídios de autoridades semeou o medo na capital nacional. As lutas internas começaram a rachar a coalizão de maioria pró-europeia no Parlamento. E a ameaça constante de guerra paira na fronteira com a Rússia. Um ano depois de eleger Petro Poroshenko como presidente para substituir Viktor Yanukovich, deposto em fevereiro, e depois de empossar uma nova legislatura, a Ucrânia continua profundamente mergulhada no caos político e econômico. "Poroshenko, quer você goste dele quer não, não está entregando o que prometeu", disse Bruce Jackson, presidente do Projeto para Democracias Transicionais, um grupo americano sem fins lucrativos. "O governo ucraniano é tão fraco que não consegue fazer as coisas necessárias para construir um Estado unido e independente." As iniciativas para se forjar um acordo político entre o governo de Kiev e os separatistas apoiados pela Rússia, que controlam grande parte das regiões orientais de Donetsk e Lugansk, chegaram a um impasse, apesar do cessar-fogo assinado em fevereiro pedindo a descentralização do poder e maior autonomia local como base para um acordo de paz de longo prazo. A economia destroçada continua afundando, e o Produto Interno Bruto despencou 17,6% no primeiro trimestre de 2015. Esperando evitar a moratória, as autoridades graduadas estão em negociações com os credores, mas até agora não conseguiram garantir um acordo. As autoridades também temem abertamente que os mais de US$ 40 bilhões (R$ 120 bilhões) prometidos pelo Fundo Monetário Internacional e aliados, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, não sejam suficientes para sustentar o país. Talvez a maior decepção para os manifestantes que tomaram o centro de Kiev no ano passado seja que o novo governo liderado por Poroshenko e o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk até agora não cumpriu as promessas de extirpar a corrupção endêmica. Em vez disso, é acusado de desvios e de conivência política. O Parlamento, em que os partidos pró-Europa controlam a grande maioria, votou no mês passado a criação de uma comissão para investigar acusações de que Yatseniuk e seu gabinete desviaram US$ 325 milhões (R$ 975 milhões) do Estado. O governo e seus apoiadores negam qualquer desvio. Eles apontam que o Parlamento adotou iniciativas de reforma, sobretudo a da notoriamente corrupta indústria de gás, e instalou nova liderança no banco nacional. Boris Lozhkin, chefe de gabinete de Poroshenko, disse que o presidente tem cinco prioridades: "dessombrear, desmonopolizar, desoligarquizar, desregulamentar e descentralizar", onde "dessombrear" se refere a trazer transparência à economia e ao governo. "A oligarquia como base da vida política e econômica deve terminar", disse Lozhkin. Mas o confronto apenas aumentou a sensação de medo na Ucrânia, especialmente entre empresários e autoridades ligadas ao governo Yanukovich. Pelo menos seis dessas autoridades morreram em aparentes suicídios neste ano, e um sétimo, Oleg Kalashnikov, ex-parlamentar do Partido das Regiões, de Yanukovich, foi morto a tiros diante de sua casa em abril. Enquanto o governo diz que uma nova invasão de forças pró-russas pode ocorrer a qualquer momento, alguns analistas afirmam que há poucos motivos para novas hostilidades enquanto o lado ucraniano estiver lutando consigo mesmo. "A Rússia estava só esperando que os problemas internos da Ucrânia a tornem menos atraente para o Ocidente", disse Alexander Baunov, do Instituto Carnegie Moscou, um grupo de pesquisas. "A esperança de Putin é que a Rússia não precise enfraquecer a Ucrânia", disse Baunov, referindo-se ao presidente russo, Vladimir Putin. "A Ucrânia enfraquecerá por si só, e ele só precisa esperar um pouco e aproveitar sua fraqueza em algum momento no futuro." Tradução de LUIZ ROBERTO GONÇALVES
mundo
Caos político e econômico domina Ucrânia um ano após revoltaO país está à beira da falência. Uma série de assassinatos por motivos políticos e misteriosos suicídios de autoridades semeou o medo na capital nacional. As lutas internas começaram a rachar a coalizão de maioria pró-europeia no Parlamento. E a ameaça constante de guerra paira na fronteira com a Rússia. Um ano depois de eleger Petro Poroshenko como presidente para substituir Viktor Yanukovich, deposto em fevereiro, e depois de empossar uma nova legislatura, a Ucrânia continua profundamente mergulhada no caos político e econômico. "Poroshenko, quer você goste dele quer não, não está entregando o que prometeu", disse Bruce Jackson, presidente do Projeto para Democracias Transicionais, um grupo americano sem fins lucrativos. "O governo ucraniano é tão fraco que não consegue fazer as coisas necessárias para construir um Estado unido e independente." As iniciativas para se forjar um acordo político entre o governo de Kiev e os separatistas apoiados pela Rússia, que controlam grande parte das regiões orientais de Donetsk e Lugansk, chegaram a um impasse, apesar do cessar-fogo assinado em fevereiro pedindo a descentralização do poder e maior autonomia local como base para um acordo de paz de longo prazo. A economia destroçada continua afundando, e o Produto Interno Bruto despencou 17,6% no primeiro trimestre de 2015. Esperando evitar a moratória, as autoridades graduadas estão em negociações com os credores, mas até agora não conseguiram garantir um acordo. As autoridades também temem abertamente que os mais de US$ 40 bilhões (R$ 120 bilhões) prometidos pelo Fundo Monetário Internacional e aliados, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, não sejam suficientes para sustentar o país. Talvez a maior decepção para os manifestantes que tomaram o centro de Kiev no ano passado seja que o novo governo liderado por Poroshenko e o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk até agora não cumpriu as promessas de extirpar a corrupção endêmica. Em vez disso, é acusado de desvios e de conivência política. O Parlamento, em que os partidos pró-Europa controlam a grande maioria, votou no mês passado a criação de uma comissão para investigar acusações de que Yatseniuk e seu gabinete desviaram US$ 325 milhões (R$ 975 milhões) do Estado. O governo e seus apoiadores negam qualquer desvio. Eles apontam que o Parlamento adotou iniciativas de reforma, sobretudo a da notoriamente corrupta indústria de gás, e instalou nova liderança no banco nacional. Boris Lozhkin, chefe de gabinete de Poroshenko, disse que o presidente tem cinco prioridades: "dessombrear, desmonopolizar, desoligarquizar, desregulamentar e descentralizar", onde "dessombrear" se refere a trazer transparência à economia e ao governo. "A oligarquia como base da vida política e econômica deve terminar", disse Lozhkin. Mas o confronto apenas aumentou a sensação de medo na Ucrânia, especialmente entre empresários e autoridades ligadas ao governo Yanukovich. Pelo menos seis dessas autoridades morreram em aparentes suicídios neste ano, e um sétimo, Oleg Kalashnikov, ex-parlamentar do Partido das Regiões, de Yanukovich, foi morto a tiros diante de sua casa em abril. Enquanto o governo diz que uma nova invasão de forças pró-russas pode ocorrer a qualquer momento, alguns analistas afirmam que há poucos motivos para novas hostilidades enquanto o lado ucraniano estiver lutando consigo mesmo. "A Rússia estava só esperando que os problemas internos da Ucrânia a tornem menos atraente para o Ocidente", disse Alexander Baunov, do Instituto Carnegie Moscou, um grupo de pesquisas. "A esperança de Putin é que a Rússia não precise enfraquecer a Ucrânia", disse Baunov, referindo-se ao presidente russo, Vladimir Putin. "A Ucrânia enfraquecerá por si só, e ele só precisa esperar um pouco e aproveitar sua fraqueza em algum momento no futuro." Tradução de LUIZ ROBERTO GONÇALVES
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Secretário monta tática para esconder estatística de homicídios da Grande SP
Possível candidato a prefeito da capital pelo PSDB no ano que vem, o secretário Alexandre de Moraes (Segurança Pública) montou uma estratégia nesta semana para tentar esvaziar os dados negativos de violência registrados em agosto na Grande SP. As estatísticas dessa região eram as mais aguardadas, por causa da repercussão da maior chacina do ano no Estado –motivada, segundo as investigações, por vingança de policiais à morte de um colega durante um assalto. Só esse caso pode ter deixado um saldo de 32 pessoas assassinadas, em uma série de ataques ainda sem nenhum esclarecimento e com PMs como os principais suspeitos. Essa chacina tem enfraquecido o secretário, já que ações descoordenadas entre as polícias civil e militar, suas subordinadas, comprometeram a busca de provas no início da investigação. Infográfico: Vítimas de homicídio na Grande SP DADOS FATIADOS Os dados estaduais de violência, antes da chegada de Moraes ao cargo, em janeiro, eram divulgados de uma só vez, no dia 25 de cada mês. Em sua gestão, porém, os balanços passaram a ser picotados conforme os interesses de divulgação do secretário. Neste mês, a estratégia de Moraes começou na quarta (23), quando, ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), antecipou as estatísticas de homicídio apenas da capital (com queda no índice), retendo os dados da região metropolitana e do interior. Ainda na quarta, em nota, a secretaria negou que separe índices positivos dos negativos com essa estratégia. Nesta sexta-feira (25), porém, Moraes prosseguiu com a manobra, desta vez sem a presença do governador. Durante entrevista, divulgou à imprensa só os dados acumulados de homicídios de janeiro a agosto, sem detalhes mês a mês. A seguir, o secretário se recusou a informar e comentar os dados de vítimas em agosto na Grande SP. "Eu não tenho, mas nós vamos colocar no site." Um minuto após o término da entrevista, todas essas estatísticas específicas da região metropolitana apareceram no site da secretaria. OUTRO LADO Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) nega que exista uma tática para esconder os dados de homicídio na Grande SP. "Assim como nos meses anteriores, os indicadores foram publicados integralmente até o dia 25, conforme a resolução SSP 160, de 2001." "É importante destacar que São Paulo é o Estado brasileiro com as estatísticas criminais mais transparentes do país. Outro exemplo de transparência é o fato de que o próprio secretário da Segurança Pública divulga os dados e abre para perguntas da imprensa", afirma o texto. Infográfico: Dados da violência
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Secretário monta tática para esconder estatística de homicídios da Grande SPPossível candidato a prefeito da capital pelo PSDB no ano que vem, o secretário Alexandre de Moraes (Segurança Pública) montou uma estratégia nesta semana para tentar esvaziar os dados negativos de violência registrados em agosto na Grande SP. As estatísticas dessa região eram as mais aguardadas, por causa da repercussão da maior chacina do ano no Estado –motivada, segundo as investigações, por vingança de policiais à morte de um colega durante um assalto. Só esse caso pode ter deixado um saldo de 32 pessoas assassinadas, em uma série de ataques ainda sem nenhum esclarecimento e com PMs como os principais suspeitos. Essa chacina tem enfraquecido o secretário, já que ações descoordenadas entre as polícias civil e militar, suas subordinadas, comprometeram a busca de provas no início da investigação. Infográfico: Vítimas de homicídio na Grande SP DADOS FATIADOS Os dados estaduais de violência, antes da chegada de Moraes ao cargo, em janeiro, eram divulgados de uma só vez, no dia 25 de cada mês. Em sua gestão, porém, os balanços passaram a ser picotados conforme os interesses de divulgação do secretário. Neste mês, a estratégia de Moraes começou na quarta (23), quando, ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), antecipou as estatísticas de homicídio apenas da capital (com queda no índice), retendo os dados da região metropolitana e do interior. Ainda na quarta, em nota, a secretaria negou que separe índices positivos dos negativos com essa estratégia. Nesta sexta-feira (25), porém, Moraes prosseguiu com a manobra, desta vez sem a presença do governador. Durante entrevista, divulgou à imprensa só os dados acumulados de homicídios de janeiro a agosto, sem detalhes mês a mês. A seguir, o secretário se recusou a informar e comentar os dados de vítimas em agosto na Grande SP. "Eu não tenho, mas nós vamos colocar no site." Um minuto após o término da entrevista, todas essas estatísticas específicas da região metropolitana apareceram no site da secretaria. OUTRO LADO Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) nega que exista uma tática para esconder os dados de homicídio na Grande SP. "Assim como nos meses anteriores, os indicadores foram publicados integralmente até o dia 25, conforme a resolução SSP 160, de 2001." "É importante destacar que São Paulo é o Estado brasileiro com as estatísticas criminais mais transparentes do país. Outro exemplo de transparência é o fato de que o próprio secretário da Segurança Pública divulga os dados e abre para perguntas da imprensa", afirma o texto. Infográfico: Dados da violência
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Justiça determina libertação de prefeito eleito de Osasco
A Justiça de São Paulo determinou a libertação do prefeito eleito de Osasco, Rogério Lins (PTN), que está preso desde o último dia 25 sob suspeita de ter participado de um esquema envolvendo funcionários fantasmas na Câmara Municipal de Osasco, da qual atualmente é vereador. A expectativa da defesa de Lins é a de que ele seja solto até sábado (31). A decisão de revogação da detenção foi tomada pelo desembargador Fábio Gouvêa, da Seção de Direito Criminal do Tribunal de Justiça paulista na quinta-feira (29). Para o magistrado, não havia a necessidade de manter a prisão preventiva de Lins pois ele se apresentou espontaneamente à Polícia Federal no aeroporto internacional de Guarulhos quando voltou de viagem ao exterior. O desembargador estendeu a decisão de soltura a outros 13 vereadores de Osasco que haviam sido atingidos pela decretação de prisão preventiva no âmbito da Operação Caça-Fantasmas promovida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. Gouvêa determinou ainda que todos os suspeitos paguem uma fiança no valor de R$ 300 mil, não se ausentem do país e entreguem seus passaportes às autoridades. O magistrado não impôs restrições à posse de Lins como prefeito de Osasco, prevista para o dia 1º de janeiro. O advogado Flávio Christensen Nobre, defensor de Lins, afirmou que "a medida judicial de primeira instância de decretação da prisão foi extremada". "A decisão do Tribunal de Justiça foi legal, legítima e sobretudo técnica, o que não ocorreu em primeira instância", comentou Nobre. Lins foi considerado foragido da Justiça entre o dia 5 de dezembro, data da deflagração de uma das fases da Caça-Fantasmas, e o dia 25, quando se entregou depois de retornar dos Estados Unidos. No último dia 16, quando ainda estava foragido, o atual vereador enviou um representante com uma procuração para receber o diploma de prefeito eleito de Osasco entregue pela Justiça Eleitoral. Após essa diplomação, Lins passou a ter foro privilegiado, e as acusações contra ele serão julgadas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. De acordo com as investigações, o esquema em Osasco teria desviado R$ 21 milhões e ainda há suspeitas de que os vereadores também tenham ficado com parte do salário de seus servidores. Lins está detido na penitenciária estadual de Tremembé, no interior de São Paulo. COLABORAÇÃO No dia 6 de dezembro, o vereador divulgou nota por meio de sua assessoria de imprensa na qual negou a prática de qualquer crime sob apuração na Caça-Fantasmas. Na nota, o vereador disse desconhecer "qualquer motivo que pudesse justificar a medida extrema proferida em seu desfavor, até porque tem colaborado intensamente com as investigações do Ministério Público". Lins apontou que compareceu a uma oitiva em 18 de novembro após intimação da Promotoria e afirmou que naquela oportunidade demonstrou "pormenorizadamente o seu não envolvimento com qualquer ilicitude". "Não bastasse isso, todos os funcionários lotados em seu gabinete foram intimados pelo Ministério Público, e apresentaram informações/defesas por escrito, acompanhadas de documentos comprobatórios do fiel desempenho das funções, não havendo qualquer fraude, ou ato ilícito que possa induzir ao conceito de crime", completou o prefeito eleito.
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Justiça determina libertação de prefeito eleito de OsascoA Justiça de São Paulo determinou a libertação do prefeito eleito de Osasco, Rogério Lins (PTN), que está preso desde o último dia 25 sob suspeita de ter participado de um esquema envolvendo funcionários fantasmas na Câmara Municipal de Osasco, da qual atualmente é vereador. A expectativa da defesa de Lins é a de que ele seja solto até sábado (31). A decisão de revogação da detenção foi tomada pelo desembargador Fábio Gouvêa, da Seção de Direito Criminal do Tribunal de Justiça paulista na quinta-feira (29). Para o magistrado, não havia a necessidade de manter a prisão preventiva de Lins pois ele se apresentou espontaneamente à Polícia Federal no aeroporto internacional de Guarulhos quando voltou de viagem ao exterior. O desembargador estendeu a decisão de soltura a outros 13 vereadores de Osasco que haviam sido atingidos pela decretação de prisão preventiva no âmbito da Operação Caça-Fantasmas promovida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. Gouvêa determinou ainda que todos os suspeitos paguem uma fiança no valor de R$ 300 mil, não se ausentem do país e entreguem seus passaportes às autoridades. O magistrado não impôs restrições à posse de Lins como prefeito de Osasco, prevista para o dia 1º de janeiro. O advogado Flávio Christensen Nobre, defensor de Lins, afirmou que "a medida judicial de primeira instância de decretação da prisão foi extremada". "A decisão do Tribunal de Justiça foi legal, legítima e sobretudo técnica, o que não ocorreu em primeira instância", comentou Nobre. Lins foi considerado foragido da Justiça entre o dia 5 de dezembro, data da deflagração de uma das fases da Caça-Fantasmas, e o dia 25, quando se entregou depois de retornar dos Estados Unidos. No último dia 16, quando ainda estava foragido, o atual vereador enviou um representante com uma procuração para receber o diploma de prefeito eleito de Osasco entregue pela Justiça Eleitoral. Após essa diplomação, Lins passou a ter foro privilegiado, e as acusações contra ele serão julgadas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. De acordo com as investigações, o esquema em Osasco teria desviado R$ 21 milhões e ainda há suspeitas de que os vereadores também tenham ficado com parte do salário de seus servidores. Lins está detido na penitenciária estadual de Tremembé, no interior de São Paulo. COLABORAÇÃO No dia 6 de dezembro, o vereador divulgou nota por meio de sua assessoria de imprensa na qual negou a prática de qualquer crime sob apuração na Caça-Fantasmas. Na nota, o vereador disse desconhecer "qualquer motivo que pudesse justificar a medida extrema proferida em seu desfavor, até porque tem colaborado intensamente com as investigações do Ministério Público". Lins apontou que compareceu a uma oitiva em 18 de novembro após intimação da Promotoria e afirmou que naquela oportunidade demonstrou "pormenorizadamente o seu não envolvimento com qualquer ilicitude". "Não bastasse isso, todos os funcionários lotados em seu gabinete foram intimados pelo Ministério Público, e apresentaram informações/defesas por escrito, acompanhadas de documentos comprobatórios do fiel desempenho das funções, não havendo qualquer fraude, ou ato ilícito que possa induzir ao conceito de crime", completou o prefeito eleito.
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Força eleitoral de Lula resiste após condenação na Lava Jato
A um ano das eleições de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança da corrida presidencial com vantagem expressiva sobre os principais adversários, segundo uma nova pesquisa do Datafolha. Realizado na quarta (27) e na quinta (28), o levantamento mostra que o petista conservou sua força eleitoral mesmo após ser condenado em um dos processos que enfrenta na Justiça —decisão que poderá impedi-lo de concorrer em 2018 se for confirmada em segunda instância. As menções espontâneas a Lula como o preferido aumentaram de 15% para 18% desde junho, segundo o Datafolha. Na pesquisa estimulada, em que são exibidos cartões com os nomes dos candidatos, Lula lidera em todos os cenários em que participa, com pelo menos 35% das intenções de voto. A taxa de rejeição ao ex-presidente caiu nos últimos três meses. Segundo o Datafolha, 46% dos eleitores disseram em junho que não votariam em Lula de jeito nenhum. Agora, 42% têm essa opinião. O petista foi condenado em julho pelo juiz Sergio Moro a nove anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex de Guarujá (SP). Em setembro, ele foi acusado de corrupção pelo ex-ministro Antonio Palocci, que negocia acordo de delação premiada. O Datafolha fez 2.772 entrevistas em 194 cidades. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Nos cenários em que está no páreo, Lula tem o dobro de intenções de voto do segundo colocado, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Oscilando entre 16% e 17%, Bolsonaro aparece empatado com Marina Silva (Rede), que varia entre 13% e 14%. Os dois nomes que aparecem na disputa pela indicação do PSDB, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria, têm desempenho igual quando confrontados com Lula, Bolsonaro e Marina, alcançando 8% das intenções de voto. Nos cenários em que ambos concorrem, o que poderá ocorrer se um dos dois trocar de partido, Alckmin e Doria ficam empatados. Doria, que nos últimos meses viajou a vários Estados num esforço para aumentar sua visibilidade fora de São Paulo e elevar suas chances, conseguiu tornar-se mais conhecido do eleitorado, mas viu sua taxa de rejeição aumentar de 20% para 25% entre junho e setembro. A de Bolsonaro também subiu no período, de 30% para 33%. Nas simulações de segundo turno, Lula ampliou sua vantagem sobre os principais adversários, inclusive Marina, com quem aparecia tecnicamente empatado. O único que ainda empata com ele nesses cenários é o juiz Moro, que diz não ter interesse em disputar a eleição. ALTERNATIVA Lula poderá ser impedido de concorrer se sua condenação for mantida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que julgará o recurso contra a sentença de Moro. O Datafolha indica que muitos eleitores não veem alternativa a Lula e tendem a votar em branco ou anular quando ele não aparece entre as opções. Nos cenários sem o petista, Marina assume a liderança da corrida, variando entre 17% e 23%, com pequena vantagem sobre Bolsonaro. Apesar da força exibida por Lula, os números do Datafolha mostram que sua capacidade de transferir votos diminuiu desde a eleição de 2014, quando ele ajudou a reeleger Dilma Rousseff. Só 26% dizem que votariam com certeza em alguém apoiado por Lula. Em 2014, 37% pensavam assim. ESQUERDA As duas apostas da esquerda para ocupar o lugar do ex-presidente Lula se ele ficar fora da eleição de 2018 aparecem na pesquisa do Datafolha com desempenho fraco. O ex-governador Ciro Gomes (PDT) vai de 7% a 10% nos cenários sem Lula. O ex-prefeito Fernando Haddad (PT), apontado como favorito entre os petistas, alcança 3% no cenário mais favorável para ele.
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Força eleitoral de Lula resiste após condenação na Lava JatoA um ano das eleições de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança da corrida presidencial com vantagem expressiva sobre os principais adversários, segundo uma nova pesquisa do Datafolha. Realizado na quarta (27) e na quinta (28), o levantamento mostra que o petista conservou sua força eleitoral mesmo após ser condenado em um dos processos que enfrenta na Justiça —decisão que poderá impedi-lo de concorrer em 2018 se for confirmada em segunda instância. As menções espontâneas a Lula como o preferido aumentaram de 15% para 18% desde junho, segundo o Datafolha. Na pesquisa estimulada, em que são exibidos cartões com os nomes dos candidatos, Lula lidera em todos os cenários em que participa, com pelo menos 35% das intenções de voto. A taxa de rejeição ao ex-presidente caiu nos últimos três meses. Segundo o Datafolha, 46% dos eleitores disseram em junho que não votariam em Lula de jeito nenhum. Agora, 42% têm essa opinião. O petista foi condenado em julho pelo juiz Sergio Moro a nove anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex de Guarujá (SP). Em setembro, ele foi acusado de corrupção pelo ex-ministro Antonio Palocci, que negocia acordo de delação premiada. O Datafolha fez 2.772 entrevistas em 194 cidades. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Nos cenários em que está no páreo, Lula tem o dobro de intenções de voto do segundo colocado, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Oscilando entre 16% e 17%, Bolsonaro aparece empatado com Marina Silva (Rede), que varia entre 13% e 14%. Os dois nomes que aparecem na disputa pela indicação do PSDB, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria, têm desempenho igual quando confrontados com Lula, Bolsonaro e Marina, alcançando 8% das intenções de voto. Nos cenários em que ambos concorrem, o que poderá ocorrer se um dos dois trocar de partido, Alckmin e Doria ficam empatados. Doria, que nos últimos meses viajou a vários Estados num esforço para aumentar sua visibilidade fora de São Paulo e elevar suas chances, conseguiu tornar-se mais conhecido do eleitorado, mas viu sua taxa de rejeição aumentar de 20% para 25% entre junho e setembro. A de Bolsonaro também subiu no período, de 30% para 33%. Nas simulações de segundo turno, Lula ampliou sua vantagem sobre os principais adversários, inclusive Marina, com quem aparecia tecnicamente empatado. O único que ainda empata com ele nesses cenários é o juiz Moro, que diz não ter interesse em disputar a eleição. ALTERNATIVA Lula poderá ser impedido de concorrer se sua condenação for mantida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que julgará o recurso contra a sentença de Moro. O Datafolha indica que muitos eleitores não veem alternativa a Lula e tendem a votar em branco ou anular quando ele não aparece entre as opções. Nos cenários sem o petista, Marina assume a liderança da corrida, variando entre 17% e 23%, com pequena vantagem sobre Bolsonaro. Apesar da força exibida por Lula, os números do Datafolha mostram que sua capacidade de transferir votos diminuiu desde a eleição de 2014, quando ele ajudou a reeleger Dilma Rousseff. Só 26% dizem que votariam com certeza em alguém apoiado por Lula. Em 2014, 37% pensavam assim. ESQUERDA As duas apostas da esquerda para ocupar o lugar do ex-presidente Lula se ele ficar fora da eleição de 2018 aparecem na pesquisa do Datafolha com desempenho fraco. O ex-governador Ciro Gomes (PDT) vai de 7% a 10% nos cenários sem Lula. O ex-prefeito Fernando Haddad (PT), apontado como favorito entre os petistas, alcança 3% no cenário mais favorável para ele.
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Com mais de 20 atrações até o fim deste ano, SP vira a 'capital do rock'
AMANDA NOGUEIRA DE SÃO PAULO A cada edição, o Rock in Rio monta a sua minicidade para acomodar o conhecido festival de música. Mas, apesar de toda sua fama e tradição, o título de capital do rock certamente é paulistano. Com uma programação perene e um público aficionado pelo gênero, São Paulo não só costuma receber as mesmas atrações do evento organizado pela família Medina, em dobradinhas acordadas entre produtores do eixo, como ainda serve de palco para dezenas de outros espetáculos com potencial para lotar de clubes a estádios. Por ano, são cerca de 60 shows internacionais, estima José Muniz Neto, diretor da Mercury Concerts, que prepara a São Paulo Trip, uma versão do Rock in Rio só com o suprassumo do line-up carioca. Com um nome que remete ao Desert Trip, lendário festival que reuniu no ano passado vovôs do rock e 420 mil pessoas em um deserto californiano, a "viagem paulistana" levará The Who, Bon Jovi, Aerosmith, Guns N' Roses, The Cult e outros veteranos ao Allianz Parque, na zona oeste. Serão quatro dias de apresentações em setembro. "Vários artistas dizem que o público de São Paulo é fantástico", afirma Muniz. "É uma das cidades mais roqueiras do mundo." Além dessa série de shows, o próximo semestre promete uma farta seleção tão diversa quanto um evento de rock que tem palcos de samba e de música eletrônica. A agenda trará nomes como Paul McCartney, Deep Purple, Pet Shop Boys, John Mayer e Bruno Mars até o fim deste ano. "São Paulo é uma das cidades que viabilizam a passagem de grandes turnês pela América do Sul", explica Muniz —as outras são Santiago (Chile) e Buenos Aires (Argentina). "Rotas secundárias, como Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e até mesmo a cidade do Rio de Janeiro, recebem metade do que passa por São Paulo", compara. A relevância é expressiva. Em relação ao mercado de shows, o Brasil é o segundo em tamanho na América Latina. O país perde apenas para o México, aponta a 17ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia divulgada no ano passado pela consultora PwC. O estudo indica que o gasto com consumo de shows ao vivo no país chegou a US$ 155 milhões, em 2015 (cerca de R$ 600 milhões na cotação da época). Mais: a previsão para 2020 é que esse montante atinja US$ 211 milhões. Esses gastos, que incluem patrocínios de eventos, crescem 6,4% ao ano, ainda de acordo com a pesquisa. PARA TURISTA CURTIR Além dos próprios paulistanos, grandes shows e festivais são chamarizes para atrair turistas e impulsionam setores como o hoteleiro, o alimentício e o de transporte. De acordo com o porta-voz da empresa Mercury Concerts, cerca de 20% do público vem de outras cidades e até mesmo de outros países. Esse fluxo pode ser ainda maior se analisarmos caso a caso. Um exemplo é o Lollapalooza, festival que já se tornou tradicional no calendário da capital. Na edição de 2015, mais da metade do público foi de visitantes, mostra o estudo mais recente do Observatório de Turismo e Eventos, da SPTuris, empresa ligada à Prefeitura de São Paulo. Na época, o impacto foi de cerca de R$ 93 milhões na economia paulistana, sendo que a média de permanência dos turistas não chegou a três dias. Na avaliação de Muniz, a boa oferta de eventos poderia ser ainda melhor e impulsionar o mercado, caso a cidade tivesse opções de arenas "indoor" e mais casas de espetáculos. Diz ele: "Seria um trampolim para o desenvolvimento da música e do esporte também". Isso porque nem todo artista tem calibre para lotar estádios de futebol com capacidade para 40 mil pessoas —"Dá para contar nos dedos quem consegue", aponta Muniz. Ao mesmo tempo, apresentações em espaços menores, para cerca de 8.000 pessoas, não compensam o custo de suas vindas. "Quem geralmente se apresenta em arena 'indoor' nos EUA vem tocar em grandes estádios no Brasil. Isso implica um risco absurdo para os promotores", analisa. Apesar de carências na infraestrutura, a cidade compensa em outros aspectos. O diretor de shows da T4F, Luiz Oscar Niemeyer, ressalta fatores que favorecem o desenvolvimento do show business local. "São Paulo oferece uma estrutura hoteleira muito boa para as pessoas que vêm de fora, além de empresas e profissionais especializados. É onde você tem realmente o maior parque industrial do nosso negócio, onde você encontra as melhores condições para fazer um grande evento", resume. Tanto Muniz Neto quanto Niemeyer destacam o Allianz Parque como um dos melhores locais para shows na cidade. Inaugurado em 2014 e batizado na turnê "Out There! Tour", do ex-Beatle Paul McCartney, a arena palmeirense tem sido habitué dos grandes eventos da capital paulista. FÃNÁTICOS Foi em uma rodinha de pogo (dança punk feita em círculos no meio do público e que envolve chutes, cotoveladas e esbarrões) em um desses festivais que o cozinheiro e youtuber Mohamad Hindi Neto, 30, chegou a perder as próprias calças —literalmente. Único roqueiro de sua família, ele teve banda durante toda a adolescência. Irá pela primeira vez a um show do Guns N' Roses, "agora que a banda está mais próxima de sua formação original", com Axl Rose e Slash. A psicóloga Glaucia Borges, 42, até cogita ver o show do ex-Beatles Paul McCartney, mas isso se sobrar tempo e dinheiro depois dos quatro shows do Bon Jovi a que pretende ir neste ano —dois deles no exterior. Ela descarta, entretanto, viajar para o Rock in Rio. "Seria frustrante vê-lo com 100 mil pessoas na minha frente", desabafa ela. "Gosto de ficar perto do palco." Glaucia já foi a mais de 25 shows da banda americana em quatro continentes, sempre administrando com suas férias. Fã de carteirinha desde 2009, conta que aprendeu a falar inglês para entender as letras. "No fim de 2013, fui chamada para subir ao palco. Cantei com o Jon [Bon Jovi] e ganhei um selinho dele", gaba-se, orgulhosa. "Foi um sonho realizado", diz ela, que já sacou dinheiro da poupança para se hospedar com as amigas no mesmo hotel que os ídolos. Apesar de não ser nada fã da banda, o baterista Mariô Onofre, 26, também planeja estar no show do Bon Jovi. Mas o que quer ver é o duo The Kills, que toca no mesmo dia. "Eles estão mais completos: têm bateria, metais, backing vocals. Então, o show será bem melhor do que o Kills do começo." Mariô destaca a função dos festivais para despertar o interesse de novos públicos. "Por serem caros, ficaram glamurizados. Muita gente que nem conhece as bandas vai porque é um fetiche", acredita. "Também vale pelo aspecto histórico. Na São Paulo Trip, por exemplo, tocará The Who, e eu mesmo quero ir" —os britânicos geraram alvoroço quando confirmaram a primeira passagem pelo país. Além de fomentar a vinda de atrações internacionais ao Brasil, os festivais servem de vitrine a artistas menos conhecidos. "Vou ao Popload, mesmo sem saber o line-up [ainda não divulgado], pois conheço bandas novas", conta a atriz e blogueira Julia Faria, 31, sobre o evento indie -neste ano, a série de shows paralelos à programação principal trará nomes como Devendra Banhart e Sigur Rós. Para Julia, mesmo quem não gosta de festivais sai no lucro. "Os artistas sempre acabam fazendo shows adicionais para o público mais específico." Herdeira do gosto musical dos pais, lembra que seu nome foi escolhido a partir do da mãe de John Lennon —o irmão, João, foi batizado depois do músico. Não por acaso, Julia pretende assistir ao show de Paul, a quem já viu três vezes e veria sempre "com a mesma intensidade".
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Com mais de 20 atrações até o fim deste ano, SP vira a 'capital do rock'AMANDA NOGUEIRA DE SÃO PAULO A cada edição, o Rock in Rio monta a sua minicidade para acomodar o conhecido festival de música. Mas, apesar de toda sua fama e tradição, o título de capital do rock certamente é paulistano. Com uma programação perene e um público aficionado pelo gênero, São Paulo não só costuma receber as mesmas atrações do evento organizado pela família Medina, em dobradinhas acordadas entre produtores do eixo, como ainda serve de palco para dezenas de outros espetáculos com potencial para lotar de clubes a estádios. Por ano, são cerca de 60 shows internacionais, estima José Muniz Neto, diretor da Mercury Concerts, que prepara a São Paulo Trip, uma versão do Rock in Rio só com o suprassumo do line-up carioca. Com um nome que remete ao Desert Trip, lendário festival que reuniu no ano passado vovôs do rock e 420 mil pessoas em um deserto californiano, a "viagem paulistana" levará The Who, Bon Jovi, Aerosmith, Guns N' Roses, The Cult e outros veteranos ao Allianz Parque, na zona oeste. Serão quatro dias de apresentações em setembro. "Vários artistas dizem que o público de São Paulo é fantástico", afirma Muniz. "É uma das cidades mais roqueiras do mundo." Além dessa série de shows, o próximo semestre promete uma farta seleção tão diversa quanto um evento de rock que tem palcos de samba e de música eletrônica. A agenda trará nomes como Paul McCartney, Deep Purple, Pet Shop Boys, John Mayer e Bruno Mars até o fim deste ano. "São Paulo é uma das cidades que viabilizam a passagem de grandes turnês pela América do Sul", explica Muniz —as outras são Santiago (Chile) e Buenos Aires (Argentina). "Rotas secundárias, como Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e até mesmo a cidade do Rio de Janeiro, recebem metade do que passa por São Paulo", compara. A relevância é expressiva. Em relação ao mercado de shows, o Brasil é o segundo em tamanho na América Latina. O país perde apenas para o México, aponta a 17ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia divulgada no ano passado pela consultora PwC. O estudo indica que o gasto com consumo de shows ao vivo no país chegou a US$ 155 milhões, em 2015 (cerca de R$ 600 milhões na cotação da época). Mais: a previsão para 2020 é que esse montante atinja US$ 211 milhões. Esses gastos, que incluem patrocínios de eventos, crescem 6,4% ao ano, ainda de acordo com a pesquisa. PARA TURISTA CURTIR Além dos próprios paulistanos, grandes shows e festivais são chamarizes para atrair turistas e impulsionam setores como o hoteleiro, o alimentício e o de transporte. De acordo com o porta-voz da empresa Mercury Concerts, cerca de 20% do público vem de outras cidades e até mesmo de outros países. Esse fluxo pode ser ainda maior se analisarmos caso a caso. Um exemplo é o Lollapalooza, festival que já se tornou tradicional no calendário da capital. Na edição de 2015, mais da metade do público foi de visitantes, mostra o estudo mais recente do Observatório de Turismo e Eventos, da SPTuris, empresa ligada à Prefeitura de São Paulo. Na época, o impacto foi de cerca de R$ 93 milhões na economia paulistana, sendo que a média de permanência dos turistas não chegou a três dias. Na avaliação de Muniz, a boa oferta de eventos poderia ser ainda melhor e impulsionar o mercado, caso a cidade tivesse opções de arenas "indoor" e mais casas de espetáculos. Diz ele: "Seria um trampolim para o desenvolvimento da música e do esporte também". Isso porque nem todo artista tem calibre para lotar estádios de futebol com capacidade para 40 mil pessoas —"Dá para contar nos dedos quem consegue", aponta Muniz. Ao mesmo tempo, apresentações em espaços menores, para cerca de 8.000 pessoas, não compensam o custo de suas vindas. "Quem geralmente se apresenta em arena 'indoor' nos EUA vem tocar em grandes estádios no Brasil. Isso implica um risco absurdo para os promotores", analisa. Apesar de carências na infraestrutura, a cidade compensa em outros aspectos. O diretor de shows da T4F, Luiz Oscar Niemeyer, ressalta fatores que favorecem o desenvolvimento do show business local. "São Paulo oferece uma estrutura hoteleira muito boa para as pessoas que vêm de fora, além de empresas e profissionais especializados. É onde você tem realmente o maior parque industrial do nosso negócio, onde você encontra as melhores condições para fazer um grande evento", resume. Tanto Muniz Neto quanto Niemeyer destacam o Allianz Parque como um dos melhores locais para shows na cidade. Inaugurado em 2014 e batizado na turnê "Out There! Tour", do ex-Beatle Paul McCartney, a arena palmeirense tem sido habitué dos grandes eventos da capital paulista. FÃNÁTICOS Foi em uma rodinha de pogo (dança punk feita em círculos no meio do público e que envolve chutes, cotoveladas e esbarrões) em um desses festivais que o cozinheiro e youtuber Mohamad Hindi Neto, 30, chegou a perder as próprias calças —literalmente. Único roqueiro de sua família, ele teve banda durante toda a adolescência. Irá pela primeira vez a um show do Guns N' Roses, "agora que a banda está mais próxima de sua formação original", com Axl Rose e Slash. A psicóloga Glaucia Borges, 42, até cogita ver o show do ex-Beatles Paul McCartney, mas isso se sobrar tempo e dinheiro depois dos quatro shows do Bon Jovi a que pretende ir neste ano —dois deles no exterior. Ela descarta, entretanto, viajar para o Rock in Rio. "Seria frustrante vê-lo com 100 mil pessoas na minha frente", desabafa ela. "Gosto de ficar perto do palco." Glaucia já foi a mais de 25 shows da banda americana em quatro continentes, sempre administrando com suas férias. Fã de carteirinha desde 2009, conta que aprendeu a falar inglês para entender as letras. "No fim de 2013, fui chamada para subir ao palco. Cantei com o Jon [Bon Jovi] e ganhei um selinho dele", gaba-se, orgulhosa. "Foi um sonho realizado", diz ela, que já sacou dinheiro da poupança para se hospedar com as amigas no mesmo hotel que os ídolos. Apesar de não ser nada fã da banda, o baterista Mariô Onofre, 26, também planeja estar no show do Bon Jovi. Mas o que quer ver é o duo The Kills, que toca no mesmo dia. "Eles estão mais completos: têm bateria, metais, backing vocals. Então, o show será bem melhor do que o Kills do começo." Mariô destaca a função dos festivais para despertar o interesse de novos públicos. "Por serem caros, ficaram glamurizados. Muita gente que nem conhece as bandas vai porque é um fetiche", acredita. "Também vale pelo aspecto histórico. Na São Paulo Trip, por exemplo, tocará The Who, e eu mesmo quero ir" —os britânicos geraram alvoroço quando confirmaram a primeira passagem pelo país. Além de fomentar a vinda de atrações internacionais ao Brasil, os festivais servem de vitrine a artistas menos conhecidos. "Vou ao Popload, mesmo sem saber o line-up [ainda não divulgado], pois conheço bandas novas", conta a atriz e blogueira Julia Faria, 31, sobre o evento indie -neste ano, a série de shows paralelos à programação principal trará nomes como Devendra Banhart e Sigur Rós. Para Julia, mesmo quem não gosta de festivais sai no lucro. "Os artistas sempre acabam fazendo shows adicionais para o público mais específico." Herdeira do gosto musical dos pais, lembra que seu nome foi escolhido a partir do da mãe de John Lennon —o irmão, João, foi batizado depois do músico. Não por acaso, Julia pretende assistir ao show de Paul, a quem já viu três vezes e veria sempre "com a mesma intensidade".
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Ex-deputado recebeu e não fez nada, diz publicitário
O publicitário Ricardo Hoffmann, preso desde sexta-feira (10) pela Operação Lava Jato sob acusação de pagar propina em contratos da agência Borghi Lowe com a Caixa e o Ministério da Saúde, disse à Polícia Federal que repasses que empresas do setor fizeram ao ex-deputado André Vargas (ex-PT-PR) eram uma comissão por um serviço que nunca foi prestado. Os pagamentos, segundo o publicitário, eram uma recompensa para Vargas conseguir clientela privada para a agência, mas ele não conseguiu "angariar cliente algum". A decisão de fazer os pagamentos partiu do presidente e do vice-presidente da agência, José Borghi e Waldir Barbosa, de acordo com o publicitário –o que Borghi nega enfaticamente. Uma planilha apreendida pela PF na casa de Vargas, em Londrina (PR), mostra registros de cerca de 200 pagamentos, que somam R$ 3,17 milhões, para a LSI, uma empresa de fachada do ex-deputado e do irmão dele. Além da LSI, eles têm a Limiar. Ao decretar uma nova prisão do publicitário –já que a primeira expirara após cinco dias– o juiz federal Sergio Moro disse que a inconsistência do depoimento reforça a suspeita de que as quantias recebidas por Vargas eram propina por contratos de publicidade no governo federal. "Parece pouco consistente a alegação de que os pagamentos se davam pela promessa de André Vargas de angariar clientes", escreveu. O dinheiro repassado a Vargas saía de uma comissão que as produtoras pagam às agências de publicidade por terem sido contratadas, conhecida como BV (bônus de veiculação) de produção, segundo a Folha apurou. Em vez de pagar essa comissão à agência, as produtoras repassavam os 10% para as empresas de Vargas. Empresas públicas e a própria Borghi proíbem o BV de produção por considerá-lo antiético –seria uma forma disfarçada de corrupção. A planilha apreendida pela PF lista pagamentos de produtoras famosas, como a O2 (R$ 311 mil) e a Conspiração (R$ 226,7 mil), para as empresas de Vargas. A O2 é de Fernando Meirelles, diretor de "Cidade de Deus", enquanto a Conspiração produziu "Dois Filhos de Francisco". Hoffmann disse que a agência tinha dois grandes contratos com o governo: um de cerca de R$ 100 milhões anuais com a Caixa Econômica e outro de R$ 18 milhões com o Ministério da Saúde. OUTRO LADO José Borghi, presidente da Borghi Lowe, afirmou em nota que não conhece o ex-deputado André Vargas ou qualquer pessoa ligada a ele. "Possuo 32 anos de vida profissional, atuando no mercado criativo da publicidade de forma ética", afirma. A Conspiração disse ter feito o depósito nas empresas de Vargas por indicação da Borghi. "Fomos surpreendidos ao saber que estas empresas que receberam o BV [bônus de volume] pela agência são de propriedade de políticos". A produtora afirmou ter sido envolvida "involuntariamente nesse ato lamentável". A Borghi disse que seu código de ética proíbe o pagamento de bônus a produtoras. A O2 disse em nota que está apurando o que ocorreu e que até o momento não foi chamada pelas autoridades para prestar esclarecimentos. A produtora afirmou que "pauta suas práticas comerciais com clientes e fornecedores na mais elevada ética e transparência, razão pela qual se surpreendeu com tal notícia."
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Ex-deputado recebeu e não fez nada, diz publicitárioO publicitário Ricardo Hoffmann, preso desde sexta-feira (10) pela Operação Lava Jato sob acusação de pagar propina em contratos da agência Borghi Lowe com a Caixa e o Ministério da Saúde, disse à Polícia Federal que repasses que empresas do setor fizeram ao ex-deputado André Vargas (ex-PT-PR) eram uma comissão por um serviço que nunca foi prestado. Os pagamentos, segundo o publicitário, eram uma recompensa para Vargas conseguir clientela privada para a agência, mas ele não conseguiu "angariar cliente algum". A decisão de fazer os pagamentos partiu do presidente e do vice-presidente da agência, José Borghi e Waldir Barbosa, de acordo com o publicitário –o que Borghi nega enfaticamente. Uma planilha apreendida pela PF na casa de Vargas, em Londrina (PR), mostra registros de cerca de 200 pagamentos, que somam R$ 3,17 milhões, para a LSI, uma empresa de fachada do ex-deputado e do irmão dele. Além da LSI, eles têm a Limiar. Ao decretar uma nova prisão do publicitário –já que a primeira expirara após cinco dias– o juiz federal Sergio Moro disse que a inconsistência do depoimento reforça a suspeita de que as quantias recebidas por Vargas eram propina por contratos de publicidade no governo federal. "Parece pouco consistente a alegação de que os pagamentos se davam pela promessa de André Vargas de angariar clientes", escreveu. O dinheiro repassado a Vargas saía de uma comissão que as produtoras pagam às agências de publicidade por terem sido contratadas, conhecida como BV (bônus de veiculação) de produção, segundo a Folha apurou. Em vez de pagar essa comissão à agência, as produtoras repassavam os 10% para as empresas de Vargas. Empresas públicas e a própria Borghi proíbem o BV de produção por considerá-lo antiético –seria uma forma disfarçada de corrupção. A planilha apreendida pela PF lista pagamentos de produtoras famosas, como a O2 (R$ 311 mil) e a Conspiração (R$ 226,7 mil), para as empresas de Vargas. A O2 é de Fernando Meirelles, diretor de "Cidade de Deus", enquanto a Conspiração produziu "Dois Filhos de Francisco". Hoffmann disse que a agência tinha dois grandes contratos com o governo: um de cerca de R$ 100 milhões anuais com a Caixa Econômica e outro de R$ 18 milhões com o Ministério da Saúde. OUTRO LADO José Borghi, presidente da Borghi Lowe, afirmou em nota que não conhece o ex-deputado André Vargas ou qualquer pessoa ligada a ele. "Possuo 32 anos de vida profissional, atuando no mercado criativo da publicidade de forma ética", afirma. A Conspiração disse ter feito o depósito nas empresas de Vargas por indicação da Borghi. "Fomos surpreendidos ao saber que estas empresas que receberam o BV [bônus de volume] pela agência são de propriedade de políticos". A produtora afirmou ter sido envolvida "involuntariamente nesse ato lamentável". A Borghi disse que seu código de ética proíbe o pagamento de bônus a produtoras. A O2 disse em nota que está apurando o que ocorreu e que até o momento não foi chamada pelas autoridades para prestar esclarecimentos. A produtora afirmou que "pauta suas práticas comerciais com clientes e fornecedores na mais elevada ética e transparência, razão pela qual se surpreendeu com tal notícia."
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É vital decidir rápido se Lula fica inelegível, diz filósofo ligado a Marina
Para o economista e filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca, é "vital para a democracia" que o Brasil saiba rapidamente se Lula poderá ou não concorrer à Presidência no ano que vem. Se a condenação do ex-presidente pelo juiz Sergio Moro for mantida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região antes da eleição, o petista se torna inelegível. Gianetti, 60, que foi assessor de Marina Silva (então PSB, hoje Rede) na campanha de 2014 e é muito ouvido no grupo que orbita a ex-senadora, defendeu que a corte tome a decisão ainda no primeiro trimestre de 2018. "A opção é um desastre", disse. * Folha - Como o sr. vê o efeito da condenação de Lula na corrida para a Presidência? Eduardo Giannetti da Fonseca - É muito preocupante institucionalmente. Será ruim para o país, viveríamos uma judicialização total do processo eleitoral. Não vejo cenário pior para o país. Seria um desastre afundarmos a melhor oportunidade de mudança em anos num mar de discussões. Espero que os juízes do TRF-4 decidam o caso celeremente. Que tenham bom senso e decidam ainda no primeiro trimestre do ano que vem. Seria vital para a democracia. A opção é um desastre. Mas o sistema favorece a protelação, por meio de recursos. Por isso espero que os magistrados tenham o bom senso cívico de que não é possível protelar esse julgamento. Por outro lado, ao defender celeridade não se arrisca o inverso, defender uma politização do Judiciário? Não se trata disso. Até porque não estou falando de mérito, os juízes que decidam o que for o correto na avaliação deles. Mas é preciso sensibilidade, como por exemplo Moro teve em sua sentença, em não mandar prender Lula. O presidente do TRF-4 falou em decidir até agosto. É tarde. A campanha precisa começar com isso resolvido, com ou sem Lula habilitado, para desanuviar o ambiente. O país está numa encruzilhada crítica, vamos nos perder num labirinto se ficarmos sem essa resposta. Lula diz também que será julgado pelo povo, nas urnas. Isso é absurdo, mostra como ele se coloca acima das instituições. Infelizmente, Lula acirrou o pior do passado patrimonialista brasileiro. Sob sua gestão, as grandes empresas colocaram o Estado na folha de pagamento. Esse é o julgamento que a história fará dele. Quais os cenários possíveis para 2018? O primeiro cenário é com Lula candidato. A eleição será polarizada entre ele e o anti-Lula, que hoje seria o [prefeito tucano de São Paulo João] Doria ou o [deputado pelo PSC-RJ Jair] Bolsonaro. Nesse caso, será uma campanha rancorosa, envenenada. Lula terá muita conta para acertar na campanha. E o seu eleitorado estará vingativo. E a hipótese sem Lula? É muito mais arejada para o país. Neste caso, haverá uma grande pulverização de candidaturas. Isso seria bom para o eleitorado, nos daria oportunidade de fugir de uma discussão burra e debater temas importantes. E muita gente iria se animar a concorrer. Joaquim Barbosa [ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e próximo de Marina] se colocou em teste. Como cidadão torço para que os dois, Marina e Joaquim, estejam juntos, só não sei em que formato, quem encabeçando chapa. Ambos são exemplos eloquentes de pessoas desfavorecidas que abriram portas por meio da educação. É um sinal oposto ao de Lula, que sempre passou a mensagem de que, se você for esperto, não precisa se educar. Que basta saber driblar. Isso não foi bom para o país. Mas essa chapa teria viabilidade dentro do sistema eleitoral brasileiro? Mais, teria condição de governar? Sei que falta solidez hoje. Seria importante cercá-los dos melhores nomes e, já na campanha, promover a ideia de reforma política. Além disso, teriam de enfrentar questões difíceis como a Previdência.
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É vital decidir rápido se Lula fica inelegível, diz filósofo ligado a MarinaPara o economista e filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca, é "vital para a democracia" que o Brasil saiba rapidamente se Lula poderá ou não concorrer à Presidência no ano que vem. Se a condenação do ex-presidente pelo juiz Sergio Moro for mantida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região antes da eleição, o petista se torna inelegível. Gianetti, 60, que foi assessor de Marina Silva (então PSB, hoje Rede) na campanha de 2014 e é muito ouvido no grupo que orbita a ex-senadora, defendeu que a corte tome a decisão ainda no primeiro trimestre de 2018. "A opção é um desastre", disse. * Folha - Como o sr. vê o efeito da condenação de Lula na corrida para a Presidência? Eduardo Giannetti da Fonseca - É muito preocupante institucionalmente. Será ruim para o país, viveríamos uma judicialização total do processo eleitoral. Não vejo cenário pior para o país. Seria um desastre afundarmos a melhor oportunidade de mudança em anos num mar de discussões. Espero que os juízes do TRF-4 decidam o caso celeremente. Que tenham bom senso e decidam ainda no primeiro trimestre do ano que vem. Seria vital para a democracia. A opção é um desastre. Mas o sistema favorece a protelação, por meio de recursos. Por isso espero que os magistrados tenham o bom senso cívico de que não é possível protelar esse julgamento. Por outro lado, ao defender celeridade não se arrisca o inverso, defender uma politização do Judiciário? Não se trata disso. Até porque não estou falando de mérito, os juízes que decidam o que for o correto na avaliação deles. Mas é preciso sensibilidade, como por exemplo Moro teve em sua sentença, em não mandar prender Lula. O presidente do TRF-4 falou em decidir até agosto. É tarde. A campanha precisa começar com isso resolvido, com ou sem Lula habilitado, para desanuviar o ambiente. O país está numa encruzilhada crítica, vamos nos perder num labirinto se ficarmos sem essa resposta. Lula diz também que será julgado pelo povo, nas urnas. Isso é absurdo, mostra como ele se coloca acima das instituições. Infelizmente, Lula acirrou o pior do passado patrimonialista brasileiro. Sob sua gestão, as grandes empresas colocaram o Estado na folha de pagamento. Esse é o julgamento que a história fará dele. Quais os cenários possíveis para 2018? O primeiro cenário é com Lula candidato. A eleição será polarizada entre ele e o anti-Lula, que hoje seria o [prefeito tucano de São Paulo João] Doria ou o [deputado pelo PSC-RJ Jair] Bolsonaro. Nesse caso, será uma campanha rancorosa, envenenada. Lula terá muita conta para acertar na campanha. E o seu eleitorado estará vingativo. E a hipótese sem Lula? É muito mais arejada para o país. Neste caso, haverá uma grande pulverização de candidaturas. Isso seria bom para o eleitorado, nos daria oportunidade de fugir de uma discussão burra e debater temas importantes. E muita gente iria se animar a concorrer. Joaquim Barbosa [ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e próximo de Marina] se colocou em teste. Como cidadão torço para que os dois, Marina e Joaquim, estejam juntos, só não sei em que formato, quem encabeçando chapa. Ambos são exemplos eloquentes de pessoas desfavorecidas que abriram portas por meio da educação. É um sinal oposto ao de Lula, que sempre passou a mensagem de que, se você for esperto, não precisa se educar. Que basta saber driblar. Isso não foi bom para o país. Mas essa chapa teria viabilidade dentro do sistema eleitoral brasileiro? Mais, teria condição de governar? Sei que falta solidez hoje. Seria importante cercá-los dos melhores nomes e, já na campanha, promover a ideia de reforma política. Além disso, teriam de enfrentar questões difíceis como a Previdência.
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Como é estar num avião sequestrado
Apesar das notícias do sequestro do voo MS181 da EgyptAir de Alexandria para o Cairo terem apavorado as pessoas inicialmente, agora o lance todo já virou piada. O sequestrador, Seif Eldin Mustafa, desviou o avião para Chipre, onde manteve a aeronave por várias horas sob ameaça de um cinto de bombas. Fora exigir ver a ex-mulher, suas outras exigências eram bizarras e incoerentes. E quando ele finalmente se entregou (depois de posar para uma selfie com um dos passageiros), descobriram que o cinto suicida era falso. Autoridades do Chipre e Egito consideraram Mustafa um indivíduo instável, enquanto a internet o transformou num meme, claro. Mas apesar da zoeira que se tornou o episódio na terça-feira, a realidade é que estar a bordo de um avião sequestrado é uma das coisas mais aterrorizantes que se pode imaginar. Para entender melhor a experiência de passar por um sequestro, a VICE falou com Michael J. Thexton, um sobrevivente do sequestro do voo 73 da Pan Am em 1986. Naquela ocasião, quatro homens da Organização Abu Nidal, um grupo dissidente da Organização de Libertação da Palestina, se disfarçaram de seguranças e invadiram o Boeing 747-121 numa parada em Karachi, Paquistão, na rota de Bombaim para Nova York. Os pilotos escaparam, o que fez o avião permanecer no solo, mas os sequestradores fizeram 361 passageiros e 19 comissários de bordo como reféns por 16 horas. Thexton foi mantido sob a mira de uma arma por 12 horas, depois os sequestradores abriram fogo contra todos no avião, matando 21 pessoas e ferindo outras 120. Mas Thexton não tinha ideia de quão mortal o sequestro seria quando viu o primeiro terrorista. Ele não sabia o que ia acontecer. A VICE falou com ele sobre essa incerteza e a psicologia dos sequestros, durante e depois do evento. * VICE - Quando você percebeu que vocês estavam em perigo? Michael J. Thexton: Eu nem tinha me sentado. Coloquei minha mala no assento e vi um homem lutando com a comissária de bordo... e ele tinha um tipo de pistola na mão. Meu primeiro pensamento foi apenas de confusão —só fiquei olhando para ele. Aí houve um barulho na porta da frente, por onde eu tinha acabado de entrar, e havia um homem de uniforme com um fuzil. Achei que era um segurança que tinha vindo cuidar do homem na segunda porta. Aí alguém disse: "Isso é um sequestro, levantem as mãos". Não sabíamos o que ia acontecer. Era um sentimento de incerteza terrível. Vários outros sequestros de avião tinham acontecido antes disso, mas você tinha alguma referência mental para o que estava acontecendo com você? No começo do sequestro, eu ficava repetindo para mim mesmo "As pessoas são libertadas". Porque naquele estágio, eu nunca tinha ouvido falar de um sequestro em que todo mundo morria. Estávamos no solo de um país razoavelmente amigável e bem organizado. Então achei que tudo daria certo. As comissárias de bordo foram bastante heroicas. Qual foi o papel delas em manter todos calmos e organizados na cabine? Todas eram muito dedicadas —elas foram brilhantes. Não ouvi nem um tremor na voz delas. Elas diziam "Senhoras e senhores, por favor permaneçam em seus assentos ou serão baleados", do mesmo jeito que diziam "Senhoras e senhores, houve um pequeno atraso no pouso, nos perdoem pela inconveniência". Tenho certeza que isso manteve todo mundo pensando que poderíamos sair. E os sequestradores? Qual era a atitude deles e como o comportamento deles te afetou? No começo, eles estavam obviamente muito nervosos. Eles tinham acabado de tomar um avião —eles não sabiam o que ia acontecer. Tínhamos aquele monte de passageiros em três cabines de um jumbo, sendo supervisionados por dois sequestradores. E como foi antes do 11 de Setembro, isso já era o suficiente. Acho que todos estávamos convencidos de que havia mais deles —fiquei paranoico achando que um deles estava de pé atrás de mim. Não acho que isso daria certo hoje, porque alguém tentaria alguma coisa. Mas naquele dia, foi fácil para eles ficarem no controle. A ideia de levantar e fazer alguma coisa passou pela sua cabeça? Acho que não. Quando eu estava com as outras pessoas, senti que tudo daria certo, que alguém podia se machucar, mas que eu ficaria bem. Eu estava seguro entre todo mundo. Quando eles me escolheram, não pude fazer nada. Eu estava desarmado e apavorado. Tenho pensado muito nisso desde o 11 de Setembro. Acho que hoje eu provavelmente teria atacado eles, e muitas outras pessoas teriam tentado algo. Eu esperaria morrer de qualquer jeito. É o que todo mundo espera desde o 11 de Setembro. Mas naquele dia, eu sentia que não tinha nada que eu pudesse fazer. Quanto tempo levou para eles te escolherem? Você sabe por que eles fizeram isso? E quando foi que você começou a temer pela sua vida? No começo do sequestro, eu estava observando duas pessoas que estavam sentadas do meu lado. Eles me pareceram americanos, e lembro de pensar de um jeito muito brutal: "Eles vão primeiro, os americanos são mais impopulares que os britânicos". Acho que todo mundo estava tentando encontrar alguém numa posição mais miserável que a sua. É uma característica desagradavelmente humana. Três horas depois do começo... o líder veio pelo corredor e pegou alguém de um assento do corredor. Ele era indiano, mas tinha passaporte americano. Eles atiraram nele e o jogaram para fora para mostrar que estavam falando sério. Mas eu não sabia disso porque estavam cuidando da minha vida, e o avião deve ter absorvido o barulho do tiro. Aí eles avisaram que viriam pegar os passaportes. Pensando agora, você não entrega seu passaporte. Você simplesmente some com ele. Mas eu estava tão sob o controle deles que entreguei meu passaporte para a comissária, ainda pensando que eles iam escolher os americanos. Ela, apesar de ser indiana, chegou a mesma conclusão. Então, corajosamente, ela separou todos os passaportes dos americanos dos que ela tinha recebido. Quando ela voltou com o saco cheio de passaportes, os únicos passaportes americanos eram de indianos e paquistaneses, e ela conseguiu convencê-los de que eles não eram os inimigos. Aí meu nome foi chamado. Eu não conseguia entender por que eles tinham me escolhido. Eles não comunicaram claramente o que queriam, mas você assumiu que eles tinham motivos políticos, tendo os americanos como alvo. Como você percebeu isso? Quando tomaram o avião, achei que eles podiam ser paquistaneses —que aquilo era algum tipo de revolução paquistanesa. Eu estava lendo uma revista na área de embarque do aeroporto, uma matéria sobre como Benazir Bhutto tinha recebido permissão para voltar ao país naquele ano e começar um partido de oposição ao governo ditatorial. Eu queria me convencer de que se aquele era um problema paquistanês, eles não se preocupariam tanto com os estrangeiros. Só muito depois, quando eu estava na frente do avião, o líder se sentou numa cadeira na minha frente e me disse "Os americanos e israelenses roubaram meu país". Foi quando percebi que eles deviam ser palestinos. Você foi escolhido depois de quatro horas, mas o sequestro se arrastou por dezesseis horas. Fale um pouco sobre a experiência naquelas doze horas seguintes. Fiquei ajoelhado na porta da frente enquanto o sequestrador fazia suas exigências, imaginando se elas seriam atendidas. Rezei e pensei em todas as pessoas que eu deixaria para trás. Depois pensei em todas as pessoas da expedição de alpinismo [a que eu deveria me juntar no Paquistão] com quem não podia me comunicar. Decidi que não queria morrer com raiva ou medo. E fiquei determinado a não ter raiva ou medo dos sequestradores. Quando decidi isso, eles ficaram bem menos assustadores. Eu tinha certeza que eles iam atirar em mim em algum momento. Mas se era isso que eles iam fazer, e eles não iam me fazer ter ódio deles. Isso não ia me mudar. Esse sequestro terminou de modo bem violento. Como as coisas se desdobraram para você? Por doze horas, houve talvez cinco ou seis incidentes onde algo realmente aconteceu. Na maior parte do tempo, fiquei sentado lá. Na verdade, cheguei a cochilar ali, na porta [quando eles me levaram de volta para a cabine]. Eu podia dizer que estava mais escuro e quente... algo deve ter dado errado com o sistema de energia. Sentei lá e fiquei pensando: "Estou de volta com os outros. Tenho uma chance de escapar dessa". Mas era óbvio que algo ia acontecer em breve porque estava ficando escuro, as coisas estavam ficando tensas e os sequestradores estavam tomando posições ao redor do avião. Aí, quando tudo ficou escuro, o que lembro é de ouvir um único tiro. Lembro de me agachar no chão. Aí ouvi o disparo de uma arma automática alguns metros a frente do avião. Aí mais disparos automáticos vindo dos fundos do avião. Parecia que eu estava em outro país; tudo estava acontecendo muito distante de mim. Eles esvaziaram [seus cartuchos] nos passageiros. Aí lembro que tudo ficou em silêncio. O que é estranho porque era impossível não ter barulho. Pessoas estavam mortas ou morrendo. Mas o barulho dos tiros tinha sido tão alto que depois parecia que estávamos em silêncio. Vi uma porta aberta num dos lados do avião e saí. O escorregador inflável não tinha descido da asa... mas eu não ia voltar para o avião por nada. Então escorreguei pela asa até o chão, o que pareceu uma eternidade. Mas eu tinha que sair dali. Você começou a prestar mais atenção em sequestros depois disso? Sim. E outras coisas igualmente dramáticas tendem a me afetar mais. Como você processa tudo isso? O que passamos não foi nada parecido com o 11 de Setembro. Foi horrível de um jeito totalmente diferente. Eu penso naquelas pessoas e em como foi muito pior pra elas do que para mim. Às vezes penso que foi pior ainda para as pessoas que estavam de fora. Você se preocupava com todo tipo de coisa. Se estava dentro, você pelo menos sabia o que estava acontecendo. Tradução de MARINA SCHNOOR Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.
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Como é estar num avião sequestradoApesar das notícias do sequestro do voo MS181 da EgyptAir de Alexandria para o Cairo terem apavorado as pessoas inicialmente, agora o lance todo já virou piada. O sequestrador, Seif Eldin Mustafa, desviou o avião para Chipre, onde manteve a aeronave por várias horas sob ameaça de um cinto de bombas. Fora exigir ver a ex-mulher, suas outras exigências eram bizarras e incoerentes. E quando ele finalmente se entregou (depois de posar para uma selfie com um dos passageiros), descobriram que o cinto suicida era falso. Autoridades do Chipre e Egito consideraram Mustafa um indivíduo instável, enquanto a internet o transformou num meme, claro. Mas apesar da zoeira que se tornou o episódio na terça-feira, a realidade é que estar a bordo de um avião sequestrado é uma das coisas mais aterrorizantes que se pode imaginar. Para entender melhor a experiência de passar por um sequestro, a VICE falou com Michael J. Thexton, um sobrevivente do sequestro do voo 73 da Pan Am em 1986. Naquela ocasião, quatro homens da Organização Abu Nidal, um grupo dissidente da Organização de Libertação da Palestina, se disfarçaram de seguranças e invadiram o Boeing 747-121 numa parada em Karachi, Paquistão, na rota de Bombaim para Nova York. Os pilotos escaparam, o que fez o avião permanecer no solo, mas os sequestradores fizeram 361 passageiros e 19 comissários de bordo como reféns por 16 horas. Thexton foi mantido sob a mira de uma arma por 12 horas, depois os sequestradores abriram fogo contra todos no avião, matando 21 pessoas e ferindo outras 120. Mas Thexton não tinha ideia de quão mortal o sequestro seria quando viu o primeiro terrorista. Ele não sabia o que ia acontecer. A VICE falou com ele sobre essa incerteza e a psicologia dos sequestros, durante e depois do evento. * VICE - Quando você percebeu que vocês estavam em perigo? Michael J. Thexton: Eu nem tinha me sentado. Coloquei minha mala no assento e vi um homem lutando com a comissária de bordo... e ele tinha um tipo de pistola na mão. Meu primeiro pensamento foi apenas de confusão —só fiquei olhando para ele. Aí houve um barulho na porta da frente, por onde eu tinha acabado de entrar, e havia um homem de uniforme com um fuzil. Achei que era um segurança que tinha vindo cuidar do homem na segunda porta. Aí alguém disse: "Isso é um sequestro, levantem as mãos". Não sabíamos o que ia acontecer. Era um sentimento de incerteza terrível. Vários outros sequestros de avião tinham acontecido antes disso, mas você tinha alguma referência mental para o que estava acontecendo com você? No começo do sequestro, eu ficava repetindo para mim mesmo "As pessoas são libertadas". Porque naquele estágio, eu nunca tinha ouvido falar de um sequestro em que todo mundo morria. Estávamos no solo de um país razoavelmente amigável e bem organizado. Então achei que tudo daria certo. As comissárias de bordo foram bastante heroicas. Qual foi o papel delas em manter todos calmos e organizados na cabine? Todas eram muito dedicadas —elas foram brilhantes. Não ouvi nem um tremor na voz delas. Elas diziam "Senhoras e senhores, por favor permaneçam em seus assentos ou serão baleados", do mesmo jeito que diziam "Senhoras e senhores, houve um pequeno atraso no pouso, nos perdoem pela inconveniência". Tenho certeza que isso manteve todo mundo pensando que poderíamos sair. E os sequestradores? Qual era a atitude deles e como o comportamento deles te afetou? No começo, eles estavam obviamente muito nervosos. Eles tinham acabado de tomar um avião —eles não sabiam o que ia acontecer. Tínhamos aquele monte de passageiros em três cabines de um jumbo, sendo supervisionados por dois sequestradores. E como foi antes do 11 de Setembro, isso já era o suficiente. Acho que todos estávamos convencidos de que havia mais deles —fiquei paranoico achando que um deles estava de pé atrás de mim. Não acho que isso daria certo hoje, porque alguém tentaria alguma coisa. Mas naquele dia, foi fácil para eles ficarem no controle. A ideia de levantar e fazer alguma coisa passou pela sua cabeça? Acho que não. Quando eu estava com as outras pessoas, senti que tudo daria certo, que alguém podia se machucar, mas que eu ficaria bem. Eu estava seguro entre todo mundo. Quando eles me escolheram, não pude fazer nada. Eu estava desarmado e apavorado. Tenho pensado muito nisso desde o 11 de Setembro. Acho que hoje eu provavelmente teria atacado eles, e muitas outras pessoas teriam tentado algo. Eu esperaria morrer de qualquer jeito. É o que todo mundo espera desde o 11 de Setembro. Mas naquele dia, eu sentia que não tinha nada que eu pudesse fazer. Quanto tempo levou para eles te escolherem? Você sabe por que eles fizeram isso? E quando foi que você começou a temer pela sua vida? No começo do sequestro, eu estava observando duas pessoas que estavam sentadas do meu lado. Eles me pareceram americanos, e lembro de pensar de um jeito muito brutal: "Eles vão primeiro, os americanos são mais impopulares que os britânicos". Acho que todo mundo estava tentando encontrar alguém numa posição mais miserável que a sua. É uma característica desagradavelmente humana. Três horas depois do começo... o líder veio pelo corredor e pegou alguém de um assento do corredor. Ele era indiano, mas tinha passaporte americano. Eles atiraram nele e o jogaram para fora para mostrar que estavam falando sério. Mas eu não sabia disso porque estavam cuidando da minha vida, e o avião deve ter absorvido o barulho do tiro. Aí eles avisaram que viriam pegar os passaportes. Pensando agora, você não entrega seu passaporte. Você simplesmente some com ele. Mas eu estava tão sob o controle deles que entreguei meu passaporte para a comissária, ainda pensando que eles iam escolher os americanos. Ela, apesar de ser indiana, chegou a mesma conclusão. Então, corajosamente, ela separou todos os passaportes dos americanos dos que ela tinha recebido. Quando ela voltou com o saco cheio de passaportes, os únicos passaportes americanos eram de indianos e paquistaneses, e ela conseguiu convencê-los de que eles não eram os inimigos. Aí meu nome foi chamado. Eu não conseguia entender por que eles tinham me escolhido. Eles não comunicaram claramente o que queriam, mas você assumiu que eles tinham motivos políticos, tendo os americanos como alvo. Como você percebeu isso? Quando tomaram o avião, achei que eles podiam ser paquistaneses —que aquilo era algum tipo de revolução paquistanesa. Eu estava lendo uma revista na área de embarque do aeroporto, uma matéria sobre como Benazir Bhutto tinha recebido permissão para voltar ao país naquele ano e começar um partido de oposição ao governo ditatorial. Eu queria me convencer de que se aquele era um problema paquistanês, eles não se preocupariam tanto com os estrangeiros. Só muito depois, quando eu estava na frente do avião, o líder se sentou numa cadeira na minha frente e me disse "Os americanos e israelenses roubaram meu país". Foi quando percebi que eles deviam ser palestinos. Você foi escolhido depois de quatro horas, mas o sequestro se arrastou por dezesseis horas. Fale um pouco sobre a experiência naquelas doze horas seguintes. Fiquei ajoelhado na porta da frente enquanto o sequestrador fazia suas exigências, imaginando se elas seriam atendidas. Rezei e pensei em todas as pessoas que eu deixaria para trás. Depois pensei em todas as pessoas da expedição de alpinismo [a que eu deveria me juntar no Paquistão] com quem não podia me comunicar. Decidi que não queria morrer com raiva ou medo. E fiquei determinado a não ter raiva ou medo dos sequestradores. Quando decidi isso, eles ficaram bem menos assustadores. Eu tinha certeza que eles iam atirar em mim em algum momento. Mas se era isso que eles iam fazer, e eles não iam me fazer ter ódio deles. Isso não ia me mudar. Esse sequestro terminou de modo bem violento. Como as coisas se desdobraram para você? Por doze horas, houve talvez cinco ou seis incidentes onde algo realmente aconteceu. Na maior parte do tempo, fiquei sentado lá. Na verdade, cheguei a cochilar ali, na porta [quando eles me levaram de volta para a cabine]. Eu podia dizer que estava mais escuro e quente... algo deve ter dado errado com o sistema de energia. Sentei lá e fiquei pensando: "Estou de volta com os outros. Tenho uma chance de escapar dessa". Mas era óbvio que algo ia acontecer em breve porque estava ficando escuro, as coisas estavam ficando tensas e os sequestradores estavam tomando posições ao redor do avião. Aí, quando tudo ficou escuro, o que lembro é de ouvir um único tiro. Lembro de me agachar no chão. Aí ouvi o disparo de uma arma automática alguns metros a frente do avião. Aí mais disparos automáticos vindo dos fundos do avião. Parecia que eu estava em outro país; tudo estava acontecendo muito distante de mim. Eles esvaziaram [seus cartuchos] nos passageiros. Aí lembro que tudo ficou em silêncio. O que é estranho porque era impossível não ter barulho. Pessoas estavam mortas ou morrendo. Mas o barulho dos tiros tinha sido tão alto que depois parecia que estávamos em silêncio. Vi uma porta aberta num dos lados do avião e saí. O escorregador inflável não tinha descido da asa... mas eu não ia voltar para o avião por nada. Então escorreguei pela asa até o chão, o que pareceu uma eternidade. Mas eu tinha que sair dali. Você começou a prestar mais atenção em sequestros depois disso? Sim. E outras coisas igualmente dramáticas tendem a me afetar mais. Como você processa tudo isso? O que passamos não foi nada parecido com o 11 de Setembro. Foi horrível de um jeito totalmente diferente. Eu penso naquelas pessoas e em como foi muito pior pra elas do que para mim. Às vezes penso que foi pior ainda para as pessoas que estavam de fora. Você se preocupava com todo tipo de coisa. Se estava dentro, você pelo menos sabia o que estava acontecendo. Tradução de MARINA SCHNOOR Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.
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Emoções paraolímpicas
Na comparação direta com os Jogos Olímpicos Rio-2016, a Paraolimpíada iniciada na quarta-feira (7) tem algo de edição reduzida do megaevento esportivo. São 4.346 atletas de 160 países competindo durante 11 dias, contra os mais de 10 mil de 205 nações que atraíram os olhos do mundo para a capital fluminense ao longo de 16 dias. A cerimônia de abertura, no mesmo diapasão, não teve quantidade similar de efeitos grandiosos, ainda que não tenham faltado cenas de beleza e impacto. No quesito de emoções suscitadas, contudo, pode-se dizer que os Jogos ora em curso rivalizam com a versão tradicional em pé de igualdade. Afinal, se no esporte de alto rendimento quase tudo se resume a triunfo muitas vezes infinitesimal sobre os limites do corpo e da mente humanos, o espetáculo passa agora a ser protagonizado por corpos e mentes dotados de limitações bem mais básicas —o que dá nova vida a toda a retórica sobre superação e esforço, tão exaurida após a maratona Rio-2016. Há menos público, nas arenas e na TV, e menos investimento —é verdade. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) viu sua dotação saltar, em valores atuais, de R$ 222 milhões, no ciclo olímpico 2008-2012, para R$ 375 milhões; já o Comitê Olímpico do Brasil (COB) contou com mais de R$ 700 milhões no ciclo atual, quase o dobro. A meta do CPB, ainda assim, parte de ambição superior à do COB: terminar os Jogos com a delegação nacional entre as cinco primeiras no quadro de medalhas, contra o décimo lugar antevisto para o Brasil na competição anterior (objetivo frustrado, pois o país terminou em 13º lugar, colocação que nem por isso tem algo de desonrosa). Não faltam atletas paraolímpicos brasileiros com potencial para obter várias medalhas. Um dos que vão se tornando mais conhecidos do público, em boa hora, é o nadador Daniel Dias. O paulista de 28 anos tem malformações em três dos quatro membros, o que o põe na categoria de deficiência S5, e traz no currículo 15 medalhas em Paraolimpíadas, dez delas de ouro. Dias e os outros 287 competidores do Brasil se lançam agora na tarefa de continuar a tradição aberta por Márcia Malsar, que ganhou uma medalha de ouro pioneira nos Jogos de 1984, em Nova York. Na abertura de quarta-feira, a ex-atleta, que tem paralisia cerebral, emocionou a todos com a bengala numa mão e a tocha paraolímpica na outra. Sofreu uma queda em sua caminhada na direção da pira, levantou-se e seguiu adiante. Simples assim, embora penoso. Que nos sirva a todos de exemplo. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Emoções paraolímpicasNa comparação direta com os Jogos Olímpicos Rio-2016, a Paraolimpíada iniciada na quarta-feira (7) tem algo de edição reduzida do megaevento esportivo. São 4.346 atletas de 160 países competindo durante 11 dias, contra os mais de 10 mil de 205 nações que atraíram os olhos do mundo para a capital fluminense ao longo de 16 dias. A cerimônia de abertura, no mesmo diapasão, não teve quantidade similar de efeitos grandiosos, ainda que não tenham faltado cenas de beleza e impacto. No quesito de emoções suscitadas, contudo, pode-se dizer que os Jogos ora em curso rivalizam com a versão tradicional em pé de igualdade. Afinal, se no esporte de alto rendimento quase tudo se resume a triunfo muitas vezes infinitesimal sobre os limites do corpo e da mente humanos, o espetáculo passa agora a ser protagonizado por corpos e mentes dotados de limitações bem mais básicas —o que dá nova vida a toda a retórica sobre superação e esforço, tão exaurida após a maratona Rio-2016. Há menos público, nas arenas e na TV, e menos investimento —é verdade. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) viu sua dotação saltar, em valores atuais, de R$ 222 milhões, no ciclo olímpico 2008-2012, para R$ 375 milhões; já o Comitê Olímpico do Brasil (COB) contou com mais de R$ 700 milhões no ciclo atual, quase o dobro. A meta do CPB, ainda assim, parte de ambição superior à do COB: terminar os Jogos com a delegação nacional entre as cinco primeiras no quadro de medalhas, contra o décimo lugar antevisto para o Brasil na competição anterior (objetivo frustrado, pois o país terminou em 13º lugar, colocação que nem por isso tem algo de desonrosa). Não faltam atletas paraolímpicos brasileiros com potencial para obter várias medalhas. Um dos que vão se tornando mais conhecidos do público, em boa hora, é o nadador Daniel Dias. O paulista de 28 anos tem malformações em três dos quatro membros, o que o põe na categoria de deficiência S5, e traz no currículo 15 medalhas em Paraolimpíadas, dez delas de ouro. Dias e os outros 287 competidores do Brasil se lançam agora na tarefa de continuar a tradição aberta por Márcia Malsar, que ganhou uma medalha de ouro pioneira nos Jogos de 1984, em Nova York. Na abertura de quarta-feira, a ex-atleta, que tem paralisia cerebral, emocionou a todos com a bengala numa mão e a tocha paraolímpica na outra. Sofreu uma queda em sua caminhada na direção da pira, levantou-se e seguiu adiante. Simples assim, embora penoso. Que nos sirva a todos de exemplo. editoriais@grupofolha.com.br
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Com cesta no último segundo e vitória na prorrogação, Cavaliers batem Spurs
Com uma cesta no estouro do cronômetro no tempo regulamentar e um jogo dramático na prorrogação, o Cleveland Cavaliers venceu o San Antonio Spurs por 128 a 125, fora de casa, pela temporada regular da NBA. O grande destaque do jogo foi Kyrie Irving, que acertou um arremesso de três pontos no estouro do cronômetro, quando o Cleveland Cavaliers perdia por 110 a 107 e levou o jogo para a prorrogação. Ele foi o cestinha da partida com 57 pontos, além de ajudar com três rebotes e cinco assistências. LeBron James contribuiu com 31 pontos. Do lado dos Spurs, Tony Parker anotou 31 pontos. Já Tiago Splitter, que começou como titular e atuou por pouco mais de 22 minutos, marcou nove pontos. Com o triunfo, o Cleveland Cavaliers continua na segunda colocação da Conferência Leste com 42 vitórias e 25 derrotas. O líder é o Atlanta Hawks, que possui 50 triunfos em 64 jogos. Atual campeão, os Spurs estão na sexta posição na Conferência Oeste com 40 vitórias. O líder é o Golden State Warriors com 51 triunfos e 12 derrotas -a melhor campanha da competição.
esporte
Com cesta no último segundo e vitória na prorrogação, Cavaliers batem SpursCom uma cesta no estouro do cronômetro no tempo regulamentar e um jogo dramático na prorrogação, o Cleveland Cavaliers venceu o San Antonio Spurs por 128 a 125, fora de casa, pela temporada regular da NBA. O grande destaque do jogo foi Kyrie Irving, que acertou um arremesso de três pontos no estouro do cronômetro, quando o Cleveland Cavaliers perdia por 110 a 107 e levou o jogo para a prorrogação. Ele foi o cestinha da partida com 57 pontos, além de ajudar com três rebotes e cinco assistências. LeBron James contribuiu com 31 pontos. Do lado dos Spurs, Tony Parker anotou 31 pontos. Já Tiago Splitter, que começou como titular e atuou por pouco mais de 22 minutos, marcou nove pontos. Com o triunfo, o Cleveland Cavaliers continua na segunda colocação da Conferência Leste com 42 vitórias e 25 derrotas. O líder é o Atlanta Hawks, que possui 50 triunfos em 64 jogos. Atual campeão, os Spurs estão na sexta posição na Conferência Oeste com 40 vitórias. O líder é o Golden State Warriors com 51 triunfos e 12 derrotas -a melhor campanha da competição.
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Investimento chinês no Brasil cresce e começa a se diversificar
Barateadas pelo câmbio e com problemas financeiros, empresas brasileiras viraram alvo de investidores chineses. Desde janeiro, eles desembolsaram US$ 10,6 bilhões em aquisições no Brasil, mais do que o dobro dos US$ 5 bilhões registrados no ano passado inteiro, segundo levantamento da consultoria Dealogic. A cifra representa quase 60% do valor total investido por estrangeiros em fusões e aquisições de empresas no país neste ano, mas ainda é uma fração dos US$ 53 bilhões prometidos pelo primeiro-ministro chinês Li Keqiang durante sua visita ao Brasil, em maio de 2015. O grosso do dinheiro chinês se concentrou neste ano em cinco negócios, mas a lista pode aumentar até o fim do ano, por causa da desvalorização de muitas empresas brasileiras. Segundo a agência Bloomberg, o valor de mercado de 73 companhias nacionais listadas na Bolsa está abaixo do valor contábil. NEGÓCIO DA CHINA - Cresce investimento do país asiático no Brasil Enquanto o Brasil está barato, os chineses têm recursos abundantes para superar as ofertas de outros competidores nas negociações. Na maior aquisição feita no país pelos chineses nos últimos dois anos, a estatal State Grid ofereceu pela participação da empreiteira Camargo Corrêa na distribuidora de energia CPFL um prêmio de 21,6% acima do preço das ações da empresa na época em que o negócio foi fechado. A State Grid agora negocia com os acionistas que dividem o controle da companhia com a Camargo Corrêa, o fundo de pensão Previ e a Bonaire Participações. Eles também devem aceitar vender suas ações diante do prêmio oferecido, segundo relatório do banco Credit Suisse. Se a aquisição da CPFL for confirmada, será a maior oferta pública de compra já feita na história do Brasil, avaliada em US$ 8,7 bilhões. "Os investidores chineses têm visão de longo prazo e por isso aceitam pagar mais. São diferentes dos investidores circunstanciais, que querem comprar hoje para vender daqui a dois anos", afirma o advogado Rabih Nasser, professor da Fundação Getúlio Vargas e especializado em investimento estrangeiro. CONCESSÕES Com as maiores construtoras brasileiras em crise por causa das investigações da Operação Lava Jato, o governo do presidente interino, Michel Temer, passou a apostar nos investidores estrangeiros para viabilizar um novo pacote de privatizações e concessões de infraestrutura. Temer planeja viajar à China para participar de um encontro do G20 em setembro, logo após a conclusão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. "O governo está tentando melhorar o quadro regulatório e estamos animados com isso", diz Li Yinsheng, presidente-executivo da China Three Gorges (CTG) no Brasil. Ao lado da State Grid, a CTG é uma das principais empresas chinesas no Brasil. No ano passado, a companhia do setor energético pagou US$ 3,7 bilhões pela operação das hidrelétricas de Ilha Solteira e Jupiá, no Paraná. Segundo Yinsheng, o Brasil é o mercado mais importante fora da China para a empresa, que também atua no Sudeste Asiático e na Europa. "Nossa estratégia é sempre de investimentos de longo prazo", diz. "Há um mercado de 200 milhões de pessoas no Brasil, então você tem uma demanda de energia futura." Perguntado sobre novas aquisições, ele afirma que a CTG busca "oportunidades" na área de energias renováveis, sem entrar em detalhes. O interesse chinês concentra-se nas áreas de infraestrutura e commodities, dentro da estratégia do país asiático de garantir o fornecimento de recursos para seu gigantesco parque industrial. Nos últimos anos, porém, eles começaram a se aventurar em novos setores, de olho no mercado doméstico brasileiro. Três dos dez maiores negócios entre 2015 e 2016 envolveram aviação, o mercado financeiro e o setor automotivo. "Eles estão olhando mais para bens de consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos da linha branca. Sei também de manifestações de interesse para entrada em uma rede de varejo", diz Luiz Neves, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) e ex-embaixador do Brasil no país asiático. O conselho está organizando um encontro de empresários dos dois países no início de setembro, para aproveitar a viagem de Temer à China. Luiz Neves diz que o objetivo é aproveitar a viagem para selar e anunciar novos acordos empresariais. Top 10 aquisições chinesas entre 2015 e 2016 -
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Investimento chinês no Brasil cresce e começa a se diversificarBarateadas pelo câmbio e com problemas financeiros, empresas brasileiras viraram alvo de investidores chineses. Desde janeiro, eles desembolsaram US$ 10,6 bilhões em aquisições no Brasil, mais do que o dobro dos US$ 5 bilhões registrados no ano passado inteiro, segundo levantamento da consultoria Dealogic. A cifra representa quase 60% do valor total investido por estrangeiros em fusões e aquisições de empresas no país neste ano, mas ainda é uma fração dos US$ 53 bilhões prometidos pelo primeiro-ministro chinês Li Keqiang durante sua visita ao Brasil, em maio de 2015. O grosso do dinheiro chinês se concentrou neste ano em cinco negócios, mas a lista pode aumentar até o fim do ano, por causa da desvalorização de muitas empresas brasileiras. Segundo a agência Bloomberg, o valor de mercado de 73 companhias nacionais listadas na Bolsa está abaixo do valor contábil. NEGÓCIO DA CHINA - Cresce investimento do país asiático no Brasil Enquanto o Brasil está barato, os chineses têm recursos abundantes para superar as ofertas de outros competidores nas negociações. Na maior aquisição feita no país pelos chineses nos últimos dois anos, a estatal State Grid ofereceu pela participação da empreiteira Camargo Corrêa na distribuidora de energia CPFL um prêmio de 21,6% acima do preço das ações da empresa na época em que o negócio foi fechado. A State Grid agora negocia com os acionistas que dividem o controle da companhia com a Camargo Corrêa, o fundo de pensão Previ e a Bonaire Participações. Eles também devem aceitar vender suas ações diante do prêmio oferecido, segundo relatório do banco Credit Suisse. Se a aquisição da CPFL for confirmada, será a maior oferta pública de compra já feita na história do Brasil, avaliada em US$ 8,7 bilhões. "Os investidores chineses têm visão de longo prazo e por isso aceitam pagar mais. São diferentes dos investidores circunstanciais, que querem comprar hoje para vender daqui a dois anos", afirma o advogado Rabih Nasser, professor da Fundação Getúlio Vargas e especializado em investimento estrangeiro. CONCESSÕES Com as maiores construtoras brasileiras em crise por causa das investigações da Operação Lava Jato, o governo do presidente interino, Michel Temer, passou a apostar nos investidores estrangeiros para viabilizar um novo pacote de privatizações e concessões de infraestrutura. Temer planeja viajar à China para participar de um encontro do G20 em setembro, logo após a conclusão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. "O governo está tentando melhorar o quadro regulatório e estamos animados com isso", diz Li Yinsheng, presidente-executivo da China Three Gorges (CTG) no Brasil. Ao lado da State Grid, a CTG é uma das principais empresas chinesas no Brasil. No ano passado, a companhia do setor energético pagou US$ 3,7 bilhões pela operação das hidrelétricas de Ilha Solteira e Jupiá, no Paraná. Segundo Yinsheng, o Brasil é o mercado mais importante fora da China para a empresa, que também atua no Sudeste Asiático e na Europa. "Nossa estratégia é sempre de investimentos de longo prazo", diz. "Há um mercado de 200 milhões de pessoas no Brasil, então você tem uma demanda de energia futura." Perguntado sobre novas aquisições, ele afirma que a CTG busca "oportunidades" na área de energias renováveis, sem entrar em detalhes. O interesse chinês concentra-se nas áreas de infraestrutura e commodities, dentro da estratégia do país asiático de garantir o fornecimento de recursos para seu gigantesco parque industrial. Nos últimos anos, porém, eles começaram a se aventurar em novos setores, de olho no mercado doméstico brasileiro. Três dos dez maiores negócios entre 2015 e 2016 envolveram aviação, o mercado financeiro e o setor automotivo. "Eles estão olhando mais para bens de consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos da linha branca. Sei também de manifestações de interesse para entrada em uma rede de varejo", diz Luiz Neves, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) e ex-embaixador do Brasil no país asiático. O conselho está organizando um encontro de empresários dos dois países no início de setembro, para aproveitar a viagem de Temer à China. Luiz Neves diz que o objetivo é aproveitar a viagem para selar e anunciar novos acordos empresariais. Top 10 aquisições chinesas entre 2015 e 2016 -
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Erramos: Juiz solta três executivos e prorroga prisão de ex-funcionário da Odebrecht
A reportagem Juiz solta três executivos e prorroga prisão de ex-funcionário da Odebrecht (Poder - 23/06/2015 - 18h35) deu a entender que o juiz federal Sergio Moro mandou soltar quatro executivos presos na sexta-feira (19) cuja prisão temporária expirava nesta terça-feira (23). Apenas três foram liberados. O quarto, Alexandrino Ramos de Alencar, ex-executivo da Odebrecht, teve a prisão prorrogada por outras 24 horas. Texto e título já foram corrigidos.
poder
Erramos: Juiz solta três executivos e prorroga prisão de ex-funcionário da OdebrechtA reportagem Juiz solta três executivos e prorroga prisão de ex-funcionário da Odebrecht (Poder - 23/06/2015 - 18h35) deu a entender que o juiz federal Sergio Moro mandou soltar quatro executivos presos na sexta-feira (19) cuja prisão temporária expirava nesta terça-feira (23). Apenas três foram liberados. O quarto, Alexandrino Ramos de Alencar, ex-executivo da Odebrecht, teve a prisão prorrogada por outras 24 horas. Texto e título já foram corrigidos.
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Receita libera consulta ao quarto lote de restituições do IR 2014
Está liberada pela Receita Federal desde as 9h (horário de Brasília) desta sexta-feira (10) a consulta ao quarto lote de restituições do Imposto de Renda de 2014 que estavam presas na malha fina. Esse lote contempla 55.776 contribuintes, no total de R$ 113,12 milhões, valor já corrigido em 10,97% pela taxa Selic de maio do ano passado a março deste ano, mais 1% de abril. Essas restituições estavam presas na malha fina devido a incorreções ou inconsistências nas informações prestadas pelos contribuintes. Com a retificação feita pelos próprios contribuintes, a Receita liberou as restituições. O pagamento será feito na quarta-feira (15). A Receita vai liberar ainda lotes residuais de restituições de 2008 a 2013. Esses lotes também referem-se a declarações que estavam presas na malha fina da Receita, totalizando 20.644 pessoas que receberão R$ 36,88 milhões. No total, 76.420 contribuintes receberão R$ 150 milhões (média de R$ 1.963 para cada um). Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar o site da Receita (www.receita.fazenda.gov.br) ou ligar para o Receitafone (146). Em ambos os casos é preciso ter o número do CPF. A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá requerê-la pela internet, preenchendo o formulário eletrônico "Pedido de Pagamento de Restituição", ou diretamente no e-CAC, no serviço "Extrato do Processamento da DIRPF". Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá ir a qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento por meio do telefone 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (exclusivo para deficientes auditivos) para agendar o crédito em conta-corrente ou poupança, em seu nome, em qualquer banco.
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Receita libera consulta ao quarto lote de restituições do IR 2014Está liberada pela Receita Federal desde as 9h (horário de Brasília) desta sexta-feira (10) a consulta ao quarto lote de restituições do Imposto de Renda de 2014 que estavam presas na malha fina. Esse lote contempla 55.776 contribuintes, no total de R$ 113,12 milhões, valor já corrigido em 10,97% pela taxa Selic de maio do ano passado a março deste ano, mais 1% de abril. Essas restituições estavam presas na malha fina devido a incorreções ou inconsistências nas informações prestadas pelos contribuintes. Com a retificação feita pelos próprios contribuintes, a Receita liberou as restituições. O pagamento será feito na quarta-feira (15). A Receita vai liberar ainda lotes residuais de restituições de 2008 a 2013. Esses lotes também referem-se a declarações que estavam presas na malha fina da Receita, totalizando 20.644 pessoas que receberão R$ 36,88 milhões. No total, 76.420 contribuintes receberão R$ 150 milhões (média de R$ 1.963 para cada um). Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar o site da Receita (www.receita.fazenda.gov.br) ou ligar para o Receitafone (146). Em ambos os casos é preciso ter o número do CPF. A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá requerê-la pela internet, preenchendo o formulário eletrônico "Pedido de Pagamento de Restituição", ou diretamente no e-CAC, no serviço "Extrato do Processamento da DIRPF". Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá ir a qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento por meio do telefone 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (exclusivo para deficientes auditivos) para agendar o crédito em conta-corrente ou poupança, em seu nome, em qualquer banco.
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J.K. Rowling anuncia em rede social que está escrevendo novos romances
J.K. Rowling e Robert Galbraith –pseudônimo com o qual a escritora lançou o romance policial "O Chamado do Cuco", em 2013– estão de volta. Em conversa com seus fãs no Twitter, a escritora britânica anunciou que está trabalhando em dois novos livros no momento, um deles assinado como Galbraith e o outro com o próprio nome. Apesar de não revelar o mote das novas obras, a autora de "Harry Potter" deixou claro que Newt Scamander, personagem de "Animais Fantásticos e Onde Habitam", não será assunto de nenhum –apenas das próximas quatro sequências do filme, das quais Rowling também está por trás. J.K. Rowling J.K. Rowling J.K. Rowling J.K. Rowling
ilustrada
J.K. Rowling anuncia em rede social que está escrevendo novos romancesJ.K. Rowling e Robert Galbraith –pseudônimo com o qual a escritora lançou o romance policial "O Chamado do Cuco", em 2013– estão de volta. Em conversa com seus fãs no Twitter, a escritora britânica anunciou que está trabalhando em dois novos livros no momento, um deles assinado como Galbraith e o outro com o próprio nome. Apesar de não revelar o mote das novas obras, a autora de "Harry Potter" deixou claro que Newt Scamander, personagem de "Animais Fantásticos e Onde Habitam", não será assunto de nenhum –apenas das próximas quatro sequências do filme, das quais Rowling também está por trás. J.K. Rowling J.K. Rowling J.K. Rowling J.K. Rowling
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Buscas por desaparecidos em MG são retomadas na manhã deste sábado
As buscas por desaparecidos em Bento Rodrigues, em Minas Gerais, foram retomadas na manhã deste sábado (07). Com ajuda de helicópteros, a força-tarefa formada por bombeiros, Defesa Civil e policiais militares e civis rastreiam pessoas ilhadas na região, após o rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, na quinta-feira (05). A previsão do tempo na região é de pancadas de chuva à tarde e à noite, o que pode dificultar as buscas durante o dia. No momento, as autoridades tentam levantar o número de possíveis vítimas, mas, segundo os Bombeiros, um número grande de familiares ainda não buscaram as bases para comunicar os desaparecimentos. Os números consolidados devem ser divulgados na tarde deste sábado (07). No entanto, inúmeros relatos de pessoas em busca de familiares indicam que o número deve ser maior. A mineradora Samarco afirmou em nota que 253 pessoas, de 70 famílias, foram alocadas pela empresa em hotéis e pousadas da região. Centenas de pessoas foram levadas em vans e ambulâncias à Arena Mariana, ginásio esportivo usado pela prefeitura para receber os desabrigados. Eles receberam roupas, comidas e assistência médica. Na manhã deste sábado (07), dezenas de familiares se aglomeravam na porta do ginásio, em busca de informações. O acidente ocorreu em Bento Rodrigues, a 15 km do centro de Mariana. A vila, que tem 121 casas e 492 moradores, segundo o IBGE, foi totalmente inundada pela "tsunami de lama" formado após o rompimento. As causas do incidente, que o Ministério Público classificou como o maior desastre ambiental da história de Minas, seguem uma incógnita. A mineradora Samarco, que pertence à Vale e à australiana BHP, afirma que o conjunto de barragens no município de Mariana foi alvo de fiscalização em julho deste ano e encontravam-se em "totais condições de segurança". Muitos moradores também passaram a noite no local, à espera de notícias. Segundo a empresa, pequenos tremores de terra registrados na área duas horas antes do rompimento são uma das hipóteses avaliadas (a magnitude deles, porém, foi fraca, próxima de outros cem já registrados em território nacional nos últimos três anos). Ela afirma que os resíduos que atingiram cinco distritos de Mariana não são tóxicos. No entanto, antes de serem liberadas para o abrigo, as vítimas passam por descontaminação para se livrar de resíduos de minério de ferro e produtos químicos que estavam misturados na lama que atingiu os dois distritos. "As pessoas que são resgatadas passam primeiramente por um processo de lavagem com água e sabão para evitar qualquer problema de saúde por conta de contaminação de ferro. Depois, elas são encaminhadas para hospitais e abrigos", informou a corporação. DESAPARECIDOS Na sexta-feira (06), nos abrigos improvisados para receber sobreviventes, uma via-crúcis de parentes buscava informação sobre desaparecidos -a maioria crianças. Mas Defesa Civil nem bombeiros informavam nada. A aposentada Carminha de Jesus, 48, estava havia quase dez horas à espera de informações sobre o neto Thiago, 7, que, segundo parentes, foi soterrado após o acidente. Ela e a filha cadastraram o nome do menino na lista de desaparecidos organizada pela prefeitura. Mas Carminha sabe que a lista é inútil. Chorando deitada em um colchão no ginásio, cobrava explicações e lembrava do garoto. "Ele era tudo na minha vida." No mesmo local, Natasha dos Santos, 24, estava com um bebê de três meses à espera de notícias da sobrinha Emanuelly, 5, que escapou dos braços do cunhado Wesley Isabel, 23, e sumiu na lama. Wesley estava com a menina e o outro filho, Nicolas, 3, na casa onde moram no subdistrito quando recebeu o aviso para fugir para uma parte alta da comunidade e escapar do mar de lama. A mãe das crianças já havia sido socorrida por vizinhos. O pai então agarrou as duas crianças e atravessava a rua, até ser atingido pela lama. Vizinhos conseguiram puxar Wesley e Nicolas, mas Emanuelly se perdeu. O pai estava internado com fratura nas pernas. O garoto, com água nos pulmões, recebia tratamento no hospital. A família da menina espalhou cartazes com foto dela e telefones de contato. "É um absurdo. Parece que eles estão com medo de entrar na lama e resgatar as crianças", reclamava Natasha, ao dizer que a irmã está desesperada. Horas antes, a cabeleireira Denise Isabel Monteiro, 32, também foi ao ginásio à procura do sobrinho de cinco anos. Também diz não ter recebido qualquer informação.
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Buscas por desaparecidos em MG são retomadas na manhã deste sábadoAs buscas por desaparecidos em Bento Rodrigues, em Minas Gerais, foram retomadas na manhã deste sábado (07). Com ajuda de helicópteros, a força-tarefa formada por bombeiros, Defesa Civil e policiais militares e civis rastreiam pessoas ilhadas na região, após o rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, na quinta-feira (05). A previsão do tempo na região é de pancadas de chuva à tarde e à noite, o que pode dificultar as buscas durante o dia. No momento, as autoridades tentam levantar o número de possíveis vítimas, mas, segundo os Bombeiros, um número grande de familiares ainda não buscaram as bases para comunicar os desaparecimentos. Os números consolidados devem ser divulgados na tarde deste sábado (07). No entanto, inúmeros relatos de pessoas em busca de familiares indicam que o número deve ser maior. A mineradora Samarco afirmou em nota que 253 pessoas, de 70 famílias, foram alocadas pela empresa em hotéis e pousadas da região. Centenas de pessoas foram levadas em vans e ambulâncias à Arena Mariana, ginásio esportivo usado pela prefeitura para receber os desabrigados. Eles receberam roupas, comidas e assistência médica. Na manhã deste sábado (07), dezenas de familiares se aglomeravam na porta do ginásio, em busca de informações. O acidente ocorreu em Bento Rodrigues, a 15 km do centro de Mariana. A vila, que tem 121 casas e 492 moradores, segundo o IBGE, foi totalmente inundada pela "tsunami de lama" formado após o rompimento. As causas do incidente, que o Ministério Público classificou como o maior desastre ambiental da história de Minas, seguem uma incógnita. A mineradora Samarco, que pertence à Vale e à australiana BHP, afirma que o conjunto de barragens no município de Mariana foi alvo de fiscalização em julho deste ano e encontravam-se em "totais condições de segurança". Muitos moradores também passaram a noite no local, à espera de notícias. Segundo a empresa, pequenos tremores de terra registrados na área duas horas antes do rompimento são uma das hipóteses avaliadas (a magnitude deles, porém, foi fraca, próxima de outros cem já registrados em território nacional nos últimos três anos). Ela afirma que os resíduos que atingiram cinco distritos de Mariana não são tóxicos. No entanto, antes de serem liberadas para o abrigo, as vítimas passam por descontaminação para se livrar de resíduos de minério de ferro e produtos químicos que estavam misturados na lama que atingiu os dois distritos. "As pessoas que são resgatadas passam primeiramente por um processo de lavagem com água e sabão para evitar qualquer problema de saúde por conta de contaminação de ferro. Depois, elas são encaminhadas para hospitais e abrigos", informou a corporação. DESAPARECIDOS Na sexta-feira (06), nos abrigos improvisados para receber sobreviventes, uma via-crúcis de parentes buscava informação sobre desaparecidos -a maioria crianças. Mas Defesa Civil nem bombeiros informavam nada. A aposentada Carminha de Jesus, 48, estava havia quase dez horas à espera de informações sobre o neto Thiago, 7, que, segundo parentes, foi soterrado após o acidente. Ela e a filha cadastraram o nome do menino na lista de desaparecidos organizada pela prefeitura. Mas Carminha sabe que a lista é inútil. Chorando deitada em um colchão no ginásio, cobrava explicações e lembrava do garoto. "Ele era tudo na minha vida." No mesmo local, Natasha dos Santos, 24, estava com um bebê de três meses à espera de notícias da sobrinha Emanuelly, 5, que escapou dos braços do cunhado Wesley Isabel, 23, e sumiu na lama. Wesley estava com a menina e o outro filho, Nicolas, 3, na casa onde moram no subdistrito quando recebeu o aviso para fugir para uma parte alta da comunidade e escapar do mar de lama. A mãe das crianças já havia sido socorrida por vizinhos. O pai então agarrou as duas crianças e atravessava a rua, até ser atingido pela lama. Vizinhos conseguiram puxar Wesley e Nicolas, mas Emanuelly se perdeu. O pai estava internado com fratura nas pernas. O garoto, com água nos pulmões, recebia tratamento no hospital. A família da menina espalhou cartazes com foto dela e telefones de contato. "É um absurdo. Parece que eles estão com medo de entrar na lama e resgatar as crianças", reclamava Natasha, ao dizer que a irmã está desesperada. Horas antes, a cabeleireira Denise Isabel Monteiro, 32, também foi ao ginásio à procura do sobrinho de cinco anos. Também diz não ter recebido qualquer informação.
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Whindersson Nunes passa Porta dos Fundos e tem o maior canal do YouTube no Brasil
O YouTube brasileiro passou a ter um novo rei: Whindersson Nunes Batista, 22. O canal do piauiense, whinderssonnunes, tem hoje 12.653.932 inscrições, e ultrapassou o canal de humor Porta dos Fundos, que conta com 12.630.670 inscrições. Criado quando Whindersson tinha apenas 15 anos, o canal reúne vídeos em que o humorista conta fatos do dia a dia, piadas e exibe seus clipes de paródia. Postagens inéditas são feitas ao menos duas vezes por semana. Whindersson comemorou o primeiro lugar em sua conta no Twitter: Whindersson agradece fãs ESPÍRITO ESPORTIVO Os novos segundos colocados não parecem guardar mágoa. Em sua conta no Twitter, um dos fundadores do Porta dos Fundos, Antonio Tabet, 42, até parabenizou Whindersson pelo feito. O Porta dos Fundos, que agora fica atrás do nordestino por cerca de 10 mil seguidores, foi o primeiro canal no país a atingir a marca de 10 milhões de fãs, em maio de 2015. Tabet parabeniza Whindersson * 1. Whinderssonnunes: 12.653.932 inscritos 2. Porta dos Fundos: 12.630.670 inscritos 3. CanalCanalha: 9.541.538 inscritos 4. 5incominutos: 9.479.255 inscritos 5. Rezendeevil: 8.646.403 inscritos 6. Parafernalha: 8.514.867 inscritos 7. Galo Frito: 8.457.781 inscritos 8. Canal Nostalgia: 7.725.357 inscritos 9. Manual do Mundo: 6.771.266 inscritos 10. AuthenticGames: 6.770.379 inscritos
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Whindersson Nunes passa Porta dos Fundos e tem o maior canal do YouTube no BrasilO YouTube brasileiro passou a ter um novo rei: Whindersson Nunes Batista, 22. O canal do piauiense, whinderssonnunes, tem hoje 12.653.932 inscrições, e ultrapassou o canal de humor Porta dos Fundos, que conta com 12.630.670 inscrições. Criado quando Whindersson tinha apenas 15 anos, o canal reúne vídeos em que o humorista conta fatos do dia a dia, piadas e exibe seus clipes de paródia. Postagens inéditas são feitas ao menos duas vezes por semana. Whindersson comemorou o primeiro lugar em sua conta no Twitter: Whindersson agradece fãs ESPÍRITO ESPORTIVO Os novos segundos colocados não parecem guardar mágoa. Em sua conta no Twitter, um dos fundadores do Porta dos Fundos, Antonio Tabet, 42, até parabenizou Whindersson pelo feito. O Porta dos Fundos, que agora fica atrás do nordestino por cerca de 10 mil seguidores, foi o primeiro canal no país a atingir a marca de 10 milhões de fãs, em maio de 2015. Tabet parabeniza Whindersson * 1. Whinderssonnunes: 12.653.932 inscritos 2. Porta dos Fundos: 12.630.670 inscritos 3. CanalCanalha: 9.541.538 inscritos 4. 5incominutos: 9.479.255 inscritos 5. Rezendeevil: 8.646.403 inscritos 6. Parafernalha: 8.514.867 inscritos 7. Galo Frito: 8.457.781 inscritos 8. Canal Nostalgia: 7.725.357 inscritos 9. Manual do Mundo: 6.771.266 inscritos 10. AuthenticGames: 6.770.379 inscritos
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'Grécia precisa ver luz no fim do túnel', diz premiê Tsipras
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, pediu um programa de resgate da União Europeia que represente "uma luz no fim do túnel" para seu país, em discurso nesta quarta-feira (8) diante do Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França). Mais uma vez, Tsipras deixou de citar medidas concretas que seu governo estaria disposto a adotar, e que estão sendo insistentemente cobradas pelos líderes da UE. O prazo final para o governo grego é sexta-feira (10), segundo foi estabelecido em reunião de emergência do Eurogrupo na noite desta terça. Em Atenas, líderes dos partidos de oposição estão pedindo que o governo apresente as novas medidas para discussão no Parlamento grego. O establishment político grego apoia as negociações, desde que o resultado seja a permanência na zona do euro. As Mais: 12 pontos para entender a crise grega O discurso de Tsipras teve um tom político antiausteridade, respaldado pelo resultado do plebiscito de domingo, no qual 61% dos gregos disseram "não" a novas medidas que possam aprofundar a recessão. A economia grega encolheu 25% nos últimos cinco anos, desde que começaram os programas de resgate. Tsipras, que está no poder desde janeiro, disse que a Grécia foi convertida em um "laboratório de austeridade". Segundo ele, a experiência não foi bem-sucedida e exauriu a capacidade de resistência do povo grego. "Nos últimos cinco anos, vimos uma explosão da pobreza e do desemprego, a marginalização social aumentou, assim como a dívida pública, que é agora de 180% do PIB grego",disse Tsipras. O líder do partido de esquerda Syriza foi enfático ao afirmar que a Grécia precisa de uma agenda para o crescimento. "Queremos um acordo com nossos sócios que nos dê um sinal de que estamos saindo da crise, de que há uma luz no fim do túnel", disse o premiê. Tsipras prometeu apresentar em dois dias as propostas de reformas que os líderes da UE exigem, mas não deu pistas sobre quais medidas serão colocadas no papel. A imprensa grega especula que ele pode aceitar aumentos de impostos, mas resiste a uma reforma previdenciária profunda e a aprofundar os cortes no orçamento militar. Tsipras disse ainda que é preciso discutir a sustentabilidade da dívida grega, e que "não pode haver assuntos tabu", em um recado à chanceler alemã, Angela Merkel, que se nega a discutir a reestruturação da dívida grega antes que um novo acordo seja firmado. Outros governos europeus, como os da França e da Itália, são mais receptivos a esse tema. Mas, ao fim da reunião do Eurogrupo desta terça, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, descartou a possibilidade de essa discussão ser aberta antes de outubro. Dos mais de € 329 bilhões que foram emprestados à Grécia nos últimos anos, € 194 bilhões são devidos ao Eurogrupo. Tsipras disse que o dinheiro emprestado foi destinado ao resgate de bancos e não trouxe benefícios para a maior parte da população. "Esse dinheiro foi dado para salvar os bancos gregos e europeus. Nunca chegou ao cidadão grego comum", disse Tsipras. Ao final do discurso, o premiê disse que, apesar das críticas aos credores, ele não põe a culpa dos problemas gregos nos "estrangeiros malvados". Tsipras afirmou que a Grécia "chegou às portas da bancarrota porque durante muitos anos os governos gregos têm sido clientelistas e corruptos, têm permitido a evasão fiscal". Ele disse que as reformas implementadas até agora não aumentaram a capacidade de arrecadação nem melhoraram a eficiência do Estado grego, e prometeu apresentar medidas que "mudarão a face do país". Grécia
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'Grécia precisa ver luz no fim do túnel', diz premiê TsiprasO primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, pediu um programa de resgate da União Europeia que represente "uma luz no fim do túnel" para seu país, em discurso nesta quarta-feira (8) diante do Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França). Mais uma vez, Tsipras deixou de citar medidas concretas que seu governo estaria disposto a adotar, e que estão sendo insistentemente cobradas pelos líderes da UE. O prazo final para o governo grego é sexta-feira (10), segundo foi estabelecido em reunião de emergência do Eurogrupo na noite desta terça. Em Atenas, líderes dos partidos de oposição estão pedindo que o governo apresente as novas medidas para discussão no Parlamento grego. O establishment político grego apoia as negociações, desde que o resultado seja a permanência na zona do euro. As Mais: 12 pontos para entender a crise grega O discurso de Tsipras teve um tom político antiausteridade, respaldado pelo resultado do plebiscito de domingo, no qual 61% dos gregos disseram "não" a novas medidas que possam aprofundar a recessão. A economia grega encolheu 25% nos últimos cinco anos, desde que começaram os programas de resgate. Tsipras, que está no poder desde janeiro, disse que a Grécia foi convertida em um "laboratório de austeridade". Segundo ele, a experiência não foi bem-sucedida e exauriu a capacidade de resistência do povo grego. "Nos últimos cinco anos, vimos uma explosão da pobreza e do desemprego, a marginalização social aumentou, assim como a dívida pública, que é agora de 180% do PIB grego",disse Tsipras. O líder do partido de esquerda Syriza foi enfático ao afirmar que a Grécia precisa de uma agenda para o crescimento. "Queremos um acordo com nossos sócios que nos dê um sinal de que estamos saindo da crise, de que há uma luz no fim do túnel", disse o premiê. Tsipras prometeu apresentar em dois dias as propostas de reformas que os líderes da UE exigem, mas não deu pistas sobre quais medidas serão colocadas no papel. A imprensa grega especula que ele pode aceitar aumentos de impostos, mas resiste a uma reforma previdenciária profunda e a aprofundar os cortes no orçamento militar. Tsipras disse ainda que é preciso discutir a sustentabilidade da dívida grega, e que "não pode haver assuntos tabu", em um recado à chanceler alemã, Angela Merkel, que se nega a discutir a reestruturação da dívida grega antes que um novo acordo seja firmado. Outros governos europeus, como os da França e da Itália, são mais receptivos a esse tema. Mas, ao fim da reunião do Eurogrupo desta terça, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, descartou a possibilidade de essa discussão ser aberta antes de outubro. Dos mais de € 329 bilhões que foram emprestados à Grécia nos últimos anos, € 194 bilhões são devidos ao Eurogrupo. Tsipras disse que o dinheiro emprestado foi destinado ao resgate de bancos e não trouxe benefícios para a maior parte da população. "Esse dinheiro foi dado para salvar os bancos gregos e europeus. Nunca chegou ao cidadão grego comum", disse Tsipras. Ao final do discurso, o premiê disse que, apesar das críticas aos credores, ele não põe a culpa dos problemas gregos nos "estrangeiros malvados". Tsipras afirmou que a Grécia "chegou às portas da bancarrota porque durante muitos anos os governos gregos têm sido clientelistas e corruptos, têm permitido a evasão fiscal". Ele disse que as reformas implementadas até agora não aumentaram a capacidade de arrecadação nem melhoraram a eficiência do Estado grego, e prometeu apresentar medidas que "mudarão a face do país". Grécia
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Polícia detém parentes e vigia prédio onde viveu terrorista na França
Os moradores de um conjunto habitacional em Drancy, cidade no subúrbio de Paris, tomaram um susto por volta das 6 horas desta segunda-feira (16). Os policiais invadiram um dos prédios, marcando uma das mais de 160 operações antiterror realizadas pela França durante o dia. Os policiais foram direto ao terceiro dos quatro andares do modesto edifício. Ali, em um dos apartamentos viveu Samy Amimour, 28, identificado na manhã desta segunda como um dos três terroristas que mataram 89 pessoas na casa de show Bataclan na sexta-feira (13), em Paris. Ele se suicidou com a explosão de uma bomba durante o ataque. Pelo menos três membros de sua família (cujo grau de parentesco não foi revelado) estão sob custódia para prestar depoimento. No momento em que a Folha visitou o local, na tarde desta segunda, a janela do apartamento estava fechada —havia apenas um tapete pendurado na varanda. Um policial fazia vigilância do lado de dentro da recepção do prédio, que fica a 50 metros da prefeitura de Drancy. Os moradores da área estavam em choque —afinal, sabiam que o jovem havia se mudado para a Síria havia pelo menos dois anos depois de envolvimento com radicalização islâmica, mas não imaginavam de seu vínculo com terrorismo e os ataques de sexta. "Sempre me pareceu um rapaz tranquilo, gostava de usar roupas esportivas, era super educado. Mas há tempos não tinha mais informações sobre ele", contou a estudante Fateou, 18, vizinha do andar de cima. Amimour nasceu na região em 15 de outubro de 1987. O radicalismo religioso teria começado quando passou a frequentar uma mesquita da cidade —a Folha esteve no local, mas seus dirigentes não quiseram dar entrevista. Em outubro de 2012, Amimour foi indiciado em uma investigação sobre terrorismo. Teria violado a supervisão da Justiça e fugido da França no ano seguinte. Foi parar na Síria. Em entrevista ao jornal britânico "The Guardian", em dezembro do ano passado, seu pai, Mohamed Amimour, declarou que chegou a viajar à Síria para pedir ao filho que retornasse para casa. Em vão. Segundo vizinhos, os pais começaram a perder o contato com Amimour desde então. Acreditavam que ele havia se casado. Receberam a última notícia sobre o filho nesta segunda, quando a polícia bateu à porta do apartamento. O enredo de Samy Amimour se parece com o do também francês Ismael Omar Mostefai, 29, outro atirador suicida do massacre do Bataclan. São jovens que cortaram laços familiares para deixar a França depois dos primeiros passos no radicalismo islâmico. Passaram uma temporada na Síria, país em conflito e com territórios sob domínio da facção extremista Estado Islâmico, e então retornaram ao país onde nasceram para realizar o maior atentado terrorista de sua história. Mapa dos locais do atentados em Paris
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Polícia detém parentes e vigia prédio onde viveu terrorista na FrançaOs moradores de um conjunto habitacional em Drancy, cidade no subúrbio de Paris, tomaram um susto por volta das 6 horas desta segunda-feira (16). Os policiais invadiram um dos prédios, marcando uma das mais de 160 operações antiterror realizadas pela França durante o dia. Os policiais foram direto ao terceiro dos quatro andares do modesto edifício. Ali, em um dos apartamentos viveu Samy Amimour, 28, identificado na manhã desta segunda como um dos três terroristas que mataram 89 pessoas na casa de show Bataclan na sexta-feira (13), em Paris. Ele se suicidou com a explosão de uma bomba durante o ataque. Pelo menos três membros de sua família (cujo grau de parentesco não foi revelado) estão sob custódia para prestar depoimento. No momento em que a Folha visitou o local, na tarde desta segunda, a janela do apartamento estava fechada —havia apenas um tapete pendurado na varanda. Um policial fazia vigilância do lado de dentro da recepção do prédio, que fica a 50 metros da prefeitura de Drancy. Os moradores da área estavam em choque —afinal, sabiam que o jovem havia se mudado para a Síria havia pelo menos dois anos depois de envolvimento com radicalização islâmica, mas não imaginavam de seu vínculo com terrorismo e os ataques de sexta. "Sempre me pareceu um rapaz tranquilo, gostava de usar roupas esportivas, era super educado. Mas há tempos não tinha mais informações sobre ele", contou a estudante Fateou, 18, vizinha do andar de cima. Amimour nasceu na região em 15 de outubro de 1987. O radicalismo religioso teria começado quando passou a frequentar uma mesquita da cidade —a Folha esteve no local, mas seus dirigentes não quiseram dar entrevista. Em outubro de 2012, Amimour foi indiciado em uma investigação sobre terrorismo. Teria violado a supervisão da Justiça e fugido da França no ano seguinte. Foi parar na Síria. Em entrevista ao jornal britânico "The Guardian", em dezembro do ano passado, seu pai, Mohamed Amimour, declarou que chegou a viajar à Síria para pedir ao filho que retornasse para casa. Em vão. Segundo vizinhos, os pais começaram a perder o contato com Amimour desde então. Acreditavam que ele havia se casado. Receberam a última notícia sobre o filho nesta segunda, quando a polícia bateu à porta do apartamento. O enredo de Samy Amimour se parece com o do também francês Ismael Omar Mostefai, 29, outro atirador suicida do massacre do Bataclan. São jovens que cortaram laços familiares para deixar a França depois dos primeiros passos no radicalismo islâmico. Passaram uma temporada na Síria, país em conflito e com territórios sob domínio da facção extremista Estado Islâmico, e então retornaram ao país onde nasceram para realizar o maior atentado terrorista de sua história. Mapa dos locais do atentados em Paris
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Mega-Sena paga R$ 29 milhões para aposta de Campo Grande nesta quarta
Uma aposta de Campo Grande (MS) ganhou o prêmio da Mega Sena, sorteado nesta quarta-feira (20). O vencedor receberá mais de R$ 29 milhões. Os números sorteados, em Osasco (SP), foram: 12 - 31 - 34 - 36 - 48 - 56. Outras 13 apostas acertaram a quina e ganharam mais de R$ 25 mil. Além disso, 10756 apostas acertaram a quadra, para a qual o prêmio foi de R$ 455. A aposta mínima, de seis número, é de R$ 2,50 e pode ser feita até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer uma das mais de 13 mil lotéricas do país. A Mega-Sena realiza sorteios duas vezes por semana, às quartas e aos sábados.
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Mega-Sena paga R$ 29 milhões para aposta de Campo Grande nesta quartaUma aposta de Campo Grande (MS) ganhou o prêmio da Mega Sena, sorteado nesta quarta-feira (20). O vencedor receberá mais de R$ 29 milhões. Os números sorteados, em Osasco (SP), foram: 12 - 31 - 34 - 36 - 48 - 56. Outras 13 apostas acertaram a quina e ganharam mais de R$ 25 mil. Além disso, 10756 apostas acertaram a quadra, para a qual o prêmio foi de R$ 455. A aposta mínima, de seis número, é de R$ 2,50 e pode ser feita até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer uma das mais de 13 mil lotéricas do país. A Mega-Sena realiza sorteios duas vezes por semana, às quartas e aos sábados.
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Se fritura se confirmar, Lula deve pensar no poste
Até agosto do ano que vem, de duas uma: o Tribunal Federal de Porto Alegre derruba a sentença do juiz Sergio Moro e Lula disputa a eleição presidencial ou os três juízes confirmam a condenação e ele fica inelegível para a eleição presidencial. Ele precisa de um plano B para ser desfechado no dia seguinte à confirmação de sua fritura. Até essa hora, Lula e o PT não admitirão a hipótese de que ele venha a indicar um poste. Os eventuais candidatos jamais aceitarão a designação de poste. Fica o registro que Lula é ruim de postes. Desgraçou-se indicando Dilma Rousseff e arranhou-se elegendo Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo. Até a metade do ano que vem, ficará aberto o balcão de apostas. Para animar a conversa, aqui vão quatro nomes, por ordem alfabética. Ciro Gomes : O ex-ministro e ex-governador de Ceará já é candidato pelo PDT. Nunca pôs o pé no PT e sua relação com Lula teve altos e baixos. Ciro foi o herdeiro de Tasso Jereissati na política cearense, para desconforto do protetor. Fernando Haddad : Seria o poste petista. Sabendo-se que o PSDB ceva dois candidatos paulistas, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria, seria temerário arriscar com a candidatura de um companheiro derrotado no primeiro turno em 2016. Joaquim Barbosa : É uma mistura de candidato a poste e azarão. Já teve pelo menos uma conversa de periquito com um comissário petista. O ex-ministro do Supremo, ferrabrás do mensalão, daria a Lula a oportunidade (se é que ele a deseja) de se livrar do PT. Marina Silva : É apenas meio poste, pois disputou a Presidência duas vezes e em 2014 teve 22 milhões de votos, perdendo a vaga no segundo turno para Aécio Neves. Marina elegeu-se vereadora, deputada e senadora pelo PT. Lula nomeou-a ministra do Meio Ambiente. * A PROVÁVEL FRITURA DE LULA NÃO É CERTA Ganha uma viagem a Caracas quem for capaz de casar seu patrimônio apostando que Lula nunca foi dono do tríplex do Guarujá. Num tribunal americano ele já teria sido mandado para a cadeia. Contudo, as leis brasileiras são diferentes das americanas e há uma grande encrenca armazenada na estrutura das sentenças da Lava Jato, fortemente influenciadas por colaborações premiadas às vezes defeituosas, conflitantes ou mal negociadas. É como se alguém desse um salto stiletto de Christian Louboutin a um jogador de futebol. O pé não cabe e, se couber, vai doer. A sentença do juiz Sergio Moro foi bem trabalhada, mas tem duas vulnerabilidades. A primeira é a falta da prova definitiva da propriedade do apartamento. Existe algo parecido, mas se refere a outro apartamento, muito menor. As informações reunidas pelo Ministério Público e listadas por Moro provam que Lula e sua mulher eram donos do apartamento e cuidaram da sua reforma. Isso e mais o depoimento de Léo Pinheiro, da OAS, mas ele sempre repetirá que o apartamento não era dele. A segunda vulnerabilidade, mais maluca que a primeira, está na falta da prova documental da contrapartida. O mimo da corrupa, seja um imóvel ou um anel, precisa da confissão ou da prova. Tanto é assim que Michel Temer assegura nada ter a ver com a mala de Rodrigo Loures. No caso de Lula, há novamente o depoimento de Léo Pinheiro. Se bastar, tudo bem. Quem lê a sentença de Moro convence-se, mas será necessário convencer os três juízes do Tribunal Regional Federal (coisa provável) e todos os outros magistrados a quem possa caber julgar dezenas de recursos. A confirmação da sentença de Moro é provável, mas não é coisa garantida. * Leia outros textos da coluna deste domingo (16): Ao reconhecer encrenca do vazamento, Moro faz acrobacia verbal Se flechadas forem boas, Janot será Tarzan; senão, macaquinho
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Se fritura se confirmar, Lula deve pensar no posteAté agosto do ano que vem, de duas uma: o Tribunal Federal de Porto Alegre derruba a sentença do juiz Sergio Moro e Lula disputa a eleição presidencial ou os três juízes confirmam a condenação e ele fica inelegível para a eleição presidencial. Ele precisa de um plano B para ser desfechado no dia seguinte à confirmação de sua fritura. Até essa hora, Lula e o PT não admitirão a hipótese de que ele venha a indicar um poste. Os eventuais candidatos jamais aceitarão a designação de poste. Fica o registro que Lula é ruim de postes. Desgraçou-se indicando Dilma Rousseff e arranhou-se elegendo Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo. Até a metade do ano que vem, ficará aberto o balcão de apostas. Para animar a conversa, aqui vão quatro nomes, por ordem alfabética. Ciro Gomes : O ex-ministro e ex-governador de Ceará já é candidato pelo PDT. Nunca pôs o pé no PT e sua relação com Lula teve altos e baixos. Ciro foi o herdeiro de Tasso Jereissati na política cearense, para desconforto do protetor. Fernando Haddad : Seria o poste petista. Sabendo-se que o PSDB ceva dois candidatos paulistas, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria, seria temerário arriscar com a candidatura de um companheiro derrotado no primeiro turno em 2016. Joaquim Barbosa : É uma mistura de candidato a poste e azarão. Já teve pelo menos uma conversa de periquito com um comissário petista. O ex-ministro do Supremo, ferrabrás do mensalão, daria a Lula a oportunidade (se é que ele a deseja) de se livrar do PT. Marina Silva : É apenas meio poste, pois disputou a Presidência duas vezes e em 2014 teve 22 milhões de votos, perdendo a vaga no segundo turno para Aécio Neves. Marina elegeu-se vereadora, deputada e senadora pelo PT. Lula nomeou-a ministra do Meio Ambiente. * A PROVÁVEL FRITURA DE LULA NÃO É CERTA Ganha uma viagem a Caracas quem for capaz de casar seu patrimônio apostando que Lula nunca foi dono do tríplex do Guarujá. Num tribunal americano ele já teria sido mandado para a cadeia. Contudo, as leis brasileiras são diferentes das americanas e há uma grande encrenca armazenada na estrutura das sentenças da Lava Jato, fortemente influenciadas por colaborações premiadas às vezes defeituosas, conflitantes ou mal negociadas. É como se alguém desse um salto stiletto de Christian Louboutin a um jogador de futebol. O pé não cabe e, se couber, vai doer. A sentença do juiz Sergio Moro foi bem trabalhada, mas tem duas vulnerabilidades. A primeira é a falta da prova definitiva da propriedade do apartamento. Existe algo parecido, mas se refere a outro apartamento, muito menor. As informações reunidas pelo Ministério Público e listadas por Moro provam que Lula e sua mulher eram donos do apartamento e cuidaram da sua reforma. Isso e mais o depoimento de Léo Pinheiro, da OAS, mas ele sempre repetirá que o apartamento não era dele. A segunda vulnerabilidade, mais maluca que a primeira, está na falta da prova documental da contrapartida. O mimo da corrupa, seja um imóvel ou um anel, precisa da confissão ou da prova. Tanto é assim que Michel Temer assegura nada ter a ver com a mala de Rodrigo Loures. No caso de Lula, há novamente o depoimento de Léo Pinheiro. Se bastar, tudo bem. Quem lê a sentença de Moro convence-se, mas será necessário convencer os três juízes do Tribunal Regional Federal (coisa provável) e todos os outros magistrados a quem possa caber julgar dezenas de recursos. A confirmação da sentença de Moro é provável, mas não é coisa garantida. * Leia outros textos da coluna deste domingo (16): Ao reconhecer encrenca do vazamento, Moro faz acrobacia verbal Se flechadas forem boas, Janot será Tarzan; senão, macaquinho
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Policial sugere que ex-diretor enterrou dinheiro em piscina
Em seu depoimento à Polícia Federal, o policial afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca, disse ter ''ouvido'' que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa teria aterrado uma piscina em sua casa, no Rio de Janeiro, para guardar dinheiro. Ainda não é possível saber o que os investigadores fizeram com a vaga informação fornecida por Careca. Mas uma comparação entre imagens aéreas antigas e recentes do local mostra que, de fato, uma piscina desapareceu do imóvel de Costa, que fica num condomínio na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). No local onde havia um nítido quadrado azul rodeado de um piso claro, bem na entrada de sua residência, há agora só um gramado plano. Conforme o histórico de imagens de satélite do Google Earth, recurso disponível para quem faz download da ferramenta, a casa de Costa ainda era equipada com a piscina em 17 de setembro de 2009. A imagem mais nítida da piscina, feita três meses antes, é a que ilustra esta reportagem (confira abaixo). Em 18 de janeiro de 2010, porém, a piscina já não estava mais lá. Nesta quinta-feira (15), a Folha sobrevoou o local. Na foto mais recente, feita pela reportagem, também só é possível identificar um gramado. Preso na sétima etapa da Operação Lava Jato, em novembro, mas já em liberdade, Careca trabalhava como carregador de dinheiro para o doleiro Alberto Youssef, detido até agora. Ele respondeu questionamentos sobre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras no dia 18 de novembro. CONTATO No depoimento, disse que não mantinha contato com Costa, mas com seu genro, Márcio Lewkowicz. "Conheço o Márcio da loja de móveis que ele tem em Ipanema. Era a pessoa para quem eu entregava o dinheiro", disse. O agente federal afirmou ter entregue ''umas seis vezes'' dinheiro ao genro de Costa, mas não soube informar os valores. Ele negou frequentar a casa do ex-diretor da Petrobras: "Não sei nem onde fica'', afirmou. Indagado sobre o local onde Costa guardava o dinheiro que lhe era entregue através do genro, disse supor que os montantes eram levados para casa. Foi aí que o policial, voluntariamente, levantou a questão da piscina. "Posso acrescentar que já ouvi informações que, antes de sua prisão, Paulo Roberto possuía uma piscina em sua residência na Barra da Tijuca, onde está preso atualmente. Ouvi dizer que a mesma foi aterrada antes da sua prisão e que possivelmente ele teria guardado valores onde existia a piscina", afirmou. Costa foi preso na Operação Lava Jato, mas deixou a cadeia após firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no ano passado. Atualmente ele cumpre prisão domiciliar em sua casa –agora desprovida de piscina– na Barra da Tijuca. O imóvel foi comprado por ele em julho em 2002. A Folha procurou o advogado de Costa, João Mestieri, para comentar a declaração de Careca. Na quarta (14), ele disse que só falaria com seu cliente no dia seguinte e faria o possível para dar algum esclarecimento à reportagem. Nesta quinta, ele não respondeu aos recados deixados em seu escritório, no celular e em seu e-mail. A assessoria de imprensa do advogado também não respondeu. A Folha não localizou o genro de Costa. DEPOIMENTOS Para transportar dinheiro a mando de Youssef, Careca costumava usar as credenciais de policial, uma forma de dissipar suspeitas. Ele fazia isso em malas, maletas e até no próprio corpo. O ex-policial prestou três depoimentos à PF em novembro. Em um deles, revelado pela Folha na semana passada, citou o nome de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dizendo que Youssef teria lhe mandado entregar dinheiro numa casa que seria do deputado. No mesmo depoimento, Careca disse também que entregou R$ 1 milhão ao senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG). Tanto Anastasia quanto Eduardo Cunha negaram participação no esquema. Disseram que sequer conhecem Careca ou Youssef. Na segunda (12), o advogado do doleiro, Antônio Figueiredo Basto, disse que seu cliente não teve "negócios" com o tucano nem com o deputado peemedebista.
poder
Policial sugere que ex-diretor enterrou dinheiro em piscinaEm seu depoimento à Polícia Federal, o policial afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca, disse ter ''ouvido'' que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa teria aterrado uma piscina em sua casa, no Rio de Janeiro, para guardar dinheiro. Ainda não é possível saber o que os investigadores fizeram com a vaga informação fornecida por Careca. Mas uma comparação entre imagens aéreas antigas e recentes do local mostra que, de fato, uma piscina desapareceu do imóvel de Costa, que fica num condomínio na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). No local onde havia um nítido quadrado azul rodeado de um piso claro, bem na entrada de sua residência, há agora só um gramado plano. Conforme o histórico de imagens de satélite do Google Earth, recurso disponível para quem faz download da ferramenta, a casa de Costa ainda era equipada com a piscina em 17 de setembro de 2009. A imagem mais nítida da piscina, feita três meses antes, é a que ilustra esta reportagem (confira abaixo). Em 18 de janeiro de 2010, porém, a piscina já não estava mais lá. Nesta quinta-feira (15), a Folha sobrevoou o local. Na foto mais recente, feita pela reportagem, também só é possível identificar um gramado. Preso na sétima etapa da Operação Lava Jato, em novembro, mas já em liberdade, Careca trabalhava como carregador de dinheiro para o doleiro Alberto Youssef, detido até agora. Ele respondeu questionamentos sobre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras no dia 18 de novembro. CONTATO No depoimento, disse que não mantinha contato com Costa, mas com seu genro, Márcio Lewkowicz. "Conheço o Márcio da loja de móveis que ele tem em Ipanema. Era a pessoa para quem eu entregava o dinheiro", disse. O agente federal afirmou ter entregue ''umas seis vezes'' dinheiro ao genro de Costa, mas não soube informar os valores. Ele negou frequentar a casa do ex-diretor da Petrobras: "Não sei nem onde fica'', afirmou. Indagado sobre o local onde Costa guardava o dinheiro que lhe era entregue através do genro, disse supor que os montantes eram levados para casa. Foi aí que o policial, voluntariamente, levantou a questão da piscina. "Posso acrescentar que já ouvi informações que, antes de sua prisão, Paulo Roberto possuía uma piscina em sua residência na Barra da Tijuca, onde está preso atualmente. Ouvi dizer que a mesma foi aterrada antes da sua prisão e que possivelmente ele teria guardado valores onde existia a piscina", afirmou. Costa foi preso na Operação Lava Jato, mas deixou a cadeia após firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no ano passado. Atualmente ele cumpre prisão domiciliar em sua casa –agora desprovida de piscina– na Barra da Tijuca. O imóvel foi comprado por ele em julho em 2002. A Folha procurou o advogado de Costa, João Mestieri, para comentar a declaração de Careca. Na quarta (14), ele disse que só falaria com seu cliente no dia seguinte e faria o possível para dar algum esclarecimento à reportagem. Nesta quinta, ele não respondeu aos recados deixados em seu escritório, no celular e em seu e-mail. A assessoria de imprensa do advogado também não respondeu. A Folha não localizou o genro de Costa. DEPOIMENTOS Para transportar dinheiro a mando de Youssef, Careca costumava usar as credenciais de policial, uma forma de dissipar suspeitas. Ele fazia isso em malas, maletas e até no próprio corpo. O ex-policial prestou três depoimentos à PF em novembro. Em um deles, revelado pela Folha na semana passada, citou o nome de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dizendo que Youssef teria lhe mandado entregar dinheiro numa casa que seria do deputado. No mesmo depoimento, Careca disse também que entregou R$ 1 milhão ao senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG). Tanto Anastasia quanto Eduardo Cunha negaram participação no esquema. Disseram que sequer conhecem Careca ou Youssef. Na segunda (12), o advogado do doleiro, Antônio Figueiredo Basto, disse que seu cliente não teve "negócios" com o tucano nem com o deputado peemedebista.
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Não ligo para o que as pessoas falam, diz Bruno em sua 1ª entrevista
O goleiro Bruno, 32, foi apresentado na manhã desta terça-feira (14) pelo Boa Esporte Clube, time que está na Segunda Divisão do Campeonato Mineiro e na Série B do Campeonato Brasileiro. A entrevista coletiva foi confirmada nas primeiras horas do dia após informações desencontradas durante a segunda-feira (13). Na entrevista, a diretoria do Boa Esporte Clube impediu que o goleiro falasse sobre o seu passado. Ele foi anunciado como novo reforço do clube na última sexta-feira (10), menos de quinze dias após deixar a prisão –estava preso desde 2010, acusado de envolvimento no assassinato de Eliza Samudio. Bruno foi condenado em 2013 a 22 anos e 3 meses de prisão, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver da a ex-amante, além de sequestro e cárcere privado do filho que ele teve com Eliza. "Eu venho me preparando bastante. Passar o que passei não foi fácil. Não ligo para o que as pessoas falam. O que conta para mim é o recomeço da minha vida. A responsabilidade é muito grande. Jogar bem vai ser mais do que obrigação", disse o goleiro, após ser indagado sobre as manifestações nas redes sociais contrárias a sua contratação. "Estou muito feliz pela oportunidade dada. As pessoas cobram muito pelo que acontece no passado. Estou muito feliz, motivado. Venho me preparando há alguns anos", acrescentou. Ele pensou que não teria outra oportunidade de retomar a carreira durante o período "mais obscuro da sua vida". "Achei que não dava mais. Não posso simplesmente jogar a toalha. Pessoas como a minha esposa não aceitavam que eu me entregasse. Não poderia encerrar a carreira onde eu estava. Ela é a pessoa que mais me incentivou, que me colocou para cima. Agradeço a minha esposa, que me deu apoio no momento mais obscuro da minha vida", disse ele logo após se recusar a responder se se via como um exemplo para um garoto que pedisse ao pai para assistir um jogo do Boa Esporte no campo. Desde o anúncio da contratação, o Boa Esporte perdeu patrocinadores e viu vários protestos na cidade e nas redes sociais. Nesta segunda, o patrocinador master do clube, o Grupo Gois & Silva, anunciou que não mais apoiaria o clube. Logo depois, a Kanxa, fornecedora de material esportivo, que tem acordo com a equipe desde 2011, também desistiu da parceria logo após consultar a equipe sobre a contratação. Antes, a Nutrends Nutrition, empresa de suplementos nutricionais, e a Magsul, clínica especializada em ressonâncias magnéticas, também haviam anunciado suas saídas. Na apresentação, Bruno vestiu a camisa confeccionada pela Kanxa e com o patrocínio do Grupo Gois & Silva. "Eu pego alguns exemplos do passado. Tive um colega de trabalho como o Edmundo e outras pessoas públicas que passaram por isso. Estou preparado para a pressão. A amizade hoje percebo que não é quantidade e sim qualidade. Esperava apoio de muitas pessoas, ex-companheiros, que não me ajudaram", afirmou Bruno citando o ex-atacante de Vasco e Palmeiras e agora comentarista de TV que se envolveu em um acidente que culminou com a morte de três pessoas em 1995 e voltou a jogar. Bruno não falou quando estará à disposição para jogar normalmente. Após a coletiva, Bruno fez exames médicos e começará a treinar nesta terça. "O objetivo do clube é subir para a primeira divisão. O homem pode fazer planos, ter objetivos, mas é Deus que sabe o momento. Objetivo? A primeira coisa na carreira é jogar. Tenho que acreditar em mim mesmo. Tenho que trabalhar muito", afirmou. - 10.mar.2017 - Novo clube O Boa Esporte, equipe mineira que disputará a Série B do Brasileiro em 2017, anuncia a contratação do goleiro Bruno 24.fev.2017 - Liberdade O ministro Marco Aurélio de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal) concede habeas corpus a Bruno, que aguardava havia quase quatro anos a análise de seu processo em segunda instância 21.jun.2016 - Casamento O goleiro se casa com a dentista Ingrid Calheiros, sua atual mulher 9.set.2015 - Nova transferência O goleiro é transferido para a Apac em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte 4.nov.2014 - Impedido de jogar Justiça nega permissão para que goleiro jogasse pelo Montes Claros. Segundo o juiz Flambo Santos Costa, as atividades de um atleta profissional são incompatíveis com a legislação para trabalho externo 21.jun.2014 - Transferência Bruno é transferido para a penitenciária Francisco de Sá, próxima a Montes Claros, no norte de Minas Gerais 1º.mar.2014 - Primeiro contrato cumprIndo sentença em Contagem (MG), Bruno assina contrato de cinco anos com o Montes Claros (MG) 8.mar.2013 - Condenação Bruno é condenado a 22 anos e três meses de prisão em primeira instância pelo mando e homicídio de Eliza. Na sentença, a juíza Marixa Rodrigues afirmou que Bruno "demonstrou ser uma pessoa fria, violenta e dissimulada" 29.jul.2010 - Indiciamento Bruno é indiciado por homicídio, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores 7.jul.2010 - Prisão Justiça do Rio decreta a prisão do goleiro Bruno, então jogador do Flamengo, suspeito de participar da morte de Eliza Samudio, 25, apontada como sua ex-amante. No mesmo dia, ele é preso
esporte
Não ligo para o que as pessoas falam, diz Bruno em sua 1ª entrevistaO goleiro Bruno, 32, foi apresentado na manhã desta terça-feira (14) pelo Boa Esporte Clube, time que está na Segunda Divisão do Campeonato Mineiro e na Série B do Campeonato Brasileiro. A entrevista coletiva foi confirmada nas primeiras horas do dia após informações desencontradas durante a segunda-feira (13). Na entrevista, a diretoria do Boa Esporte Clube impediu que o goleiro falasse sobre o seu passado. Ele foi anunciado como novo reforço do clube na última sexta-feira (10), menos de quinze dias após deixar a prisão –estava preso desde 2010, acusado de envolvimento no assassinato de Eliza Samudio. Bruno foi condenado em 2013 a 22 anos e 3 meses de prisão, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver da a ex-amante, além de sequestro e cárcere privado do filho que ele teve com Eliza. "Eu venho me preparando bastante. Passar o que passei não foi fácil. Não ligo para o que as pessoas falam. O que conta para mim é o recomeço da minha vida. A responsabilidade é muito grande. Jogar bem vai ser mais do que obrigação", disse o goleiro, após ser indagado sobre as manifestações nas redes sociais contrárias a sua contratação. "Estou muito feliz pela oportunidade dada. As pessoas cobram muito pelo que acontece no passado. Estou muito feliz, motivado. Venho me preparando há alguns anos", acrescentou. Ele pensou que não teria outra oportunidade de retomar a carreira durante o período "mais obscuro da sua vida". "Achei que não dava mais. Não posso simplesmente jogar a toalha. Pessoas como a minha esposa não aceitavam que eu me entregasse. Não poderia encerrar a carreira onde eu estava. Ela é a pessoa que mais me incentivou, que me colocou para cima. Agradeço a minha esposa, que me deu apoio no momento mais obscuro da minha vida", disse ele logo após se recusar a responder se se via como um exemplo para um garoto que pedisse ao pai para assistir um jogo do Boa Esporte no campo. Desde o anúncio da contratação, o Boa Esporte perdeu patrocinadores e viu vários protestos na cidade e nas redes sociais. Nesta segunda, o patrocinador master do clube, o Grupo Gois & Silva, anunciou que não mais apoiaria o clube. Logo depois, a Kanxa, fornecedora de material esportivo, que tem acordo com a equipe desde 2011, também desistiu da parceria logo após consultar a equipe sobre a contratação. Antes, a Nutrends Nutrition, empresa de suplementos nutricionais, e a Magsul, clínica especializada em ressonâncias magnéticas, também haviam anunciado suas saídas. Na apresentação, Bruno vestiu a camisa confeccionada pela Kanxa e com o patrocínio do Grupo Gois & Silva. "Eu pego alguns exemplos do passado. Tive um colega de trabalho como o Edmundo e outras pessoas públicas que passaram por isso. Estou preparado para a pressão. A amizade hoje percebo que não é quantidade e sim qualidade. Esperava apoio de muitas pessoas, ex-companheiros, que não me ajudaram", afirmou Bruno citando o ex-atacante de Vasco e Palmeiras e agora comentarista de TV que se envolveu em um acidente que culminou com a morte de três pessoas em 1995 e voltou a jogar. Bruno não falou quando estará à disposição para jogar normalmente. Após a coletiva, Bruno fez exames médicos e começará a treinar nesta terça. "O objetivo do clube é subir para a primeira divisão. O homem pode fazer planos, ter objetivos, mas é Deus que sabe o momento. Objetivo? A primeira coisa na carreira é jogar. Tenho que acreditar em mim mesmo. Tenho que trabalhar muito", afirmou. - 10.mar.2017 - Novo clube O Boa Esporte, equipe mineira que disputará a Série B do Brasileiro em 2017, anuncia a contratação do goleiro Bruno 24.fev.2017 - Liberdade O ministro Marco Aurélio de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal) concede habeas corpus a Bruno, que aguardava havia quase quatro anos a análise de seu processo em segunda instância 21.jun.2016 - Casamento O goleiro se casa com a dentista Ingrid Calheiros, sua atual mulher 9.set.2015 - Nova transferência O goleiro é transferido para a Apac em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte 4.nov.2014 - Impedido de jogar Justiça nega permissão para que goleiro jogasse pelo Montes Claros. Segundo o juiz Flambo Santos Costa, as atividades de um atleta profissional são incompatíveis com a legislação para trabalho externo 21.jun.2014 - Transferência Bruno é transferido para a penitenciária Francisco de Sá, próxima a Montes Claros, no norte de Minas Gerais 1º.mar.2014 - Primeiro contrato cumprIndo sentença em Contagem (MG), Bruno assina contrato de cinco anos com o Montes Claros (MG) 8.mar.2013 - Condenação Bruno é condenado a 22 anos e três meses de prisão em primeira instância pelo mando e homicídio de Eliza. Na sentença, a juíza Marixa Rodrigues afirmou que Bruno "demonstrou ser uma pessoa fria, violenta e dissimulada" 29.jul.2010 - Indiciamento Bruno é indiciado por homicídio, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores 7.jul.2010 - Prisão Justiça do Rio decreta a prisão do goleiro Bruno, então jogador do Flamengo, suspeito de participar da morte de Eliza Samudio, 25, apontada como sua ex-amante. No mesmo dia, ele é preso
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Corinthians deve promover ao menos quatro finalistas da Copa SP
Maior vencedor da Copa São Paulo, com nove títulos, o Corinthians disputa nesta quarta-feira (25), contra o Batatais, às 16h, a sua quarta final consecutiva do torneio. Além da expectativa pelo décimo troféu, o clube espera repetir o sucesso de 2015, quando foi campeão e revelou seis jogadores para o time profissional. Se naquela edição surgiram nomes como o de Léo Príncipe, Guilherme Arana, Maycon, Marciel, Pedro Henrique e Caíque França, neste ano, quatro atletas se destacaram e devem ganhar oportunidades com Fábio Carille. Artilheiro do torneio com dez gols, o atacante Carlinhos, 19, é o mais cotado para brigar por uma vaga com Kazim e Jô. O seu nome ganhou ainda mais força depois que as negociações entre Corinthians e Drogba esfriaram. Corinthians: jogadores revelados em 2015 Com 1,95 m, a sua principal característica é a presença de área e a facilidade para finalizar. No final do ano passado, ele foi chamado para participar de treinos com o elenco principal e já aparece no site oficial do clube como atleta profissional. Uma parcela do sucesso de Carlinhos nesta Copinha deve-se muito ao meia Pedrinho. Um ano mais jovem que o seu companheiro de time, ele deu cinco assistências na competição, três para o atacante, e fez cinco gols. Ele concorre ao prêmio de melhor jogador do campeonato. As suas atuações chamaram a atenção dos corintianos, que já fazem apelo nas redes sociais pela renovação de seu contrato e sua promoção de categoria. Outro que despontou foi Guilherme Mantuan. O volante, que também pode atuar como lateral ou meia, fez um campeonato regular e já despertou interesse de equipes europeias. Assim como Carlinhos, ele aparece no site do clube como profissional. Corinthians: apostas para 2017 Quem ainda sonha com uma chance, mesmo que ela seja mínima, é Fabricio Oya, 18. O meio-campista não protagonizou atuações tão brilhantes como seus companheiros, mas, é apontado como uma das principais promessas da equipe. Sua ida para o time principal, porém, pode ser facilitada pelo técnico do clube na Copinha, Osmar Loss. Desde 2013 no sub-20, Loss será auxiliar-técnico de Carille. ÀS PRESSAS Adversário do Corinthians, o Batatais foi o último clube a ser chamado para a Copa São Paulo deste ano. Segundo o presidente da equipe, André Tofetti, a Federação Paulista fez um convite em dezembro e o time teve que ser montado em menos de um mês. "Não tivemos muito tempo para treinar. O entrosamento dos garotos vem dos jogos de várzea que eles fazem aqui na cidade", disse Tofetti à Folha. Mesmo diante das dificuldades, a equipe surpreendeu e não só venceu seu primeiro jogo na Copinha como também chegou à primeira final. Após perder por 5 a 1 para o Paulista na semifinal, a classificação do Batatais veio após uma denúncia que desclassificou o time vencedor. O zagueiro Brendon Matheus utilizou documentos falsos para participar do torneio. Na verdade o jogador se chama Heltton Matheus e não nasceu em 1997, mas em 1994. Assim que a decisão do Tribunal de Justiça Desportiva foi confirmada e o Batatais herdou a vaga na final, torcedores soltaram fogos em todas as regiões da cidade. Pelo menos cinco ônibus com torcedores do Batatais devem chegar à capital para acompanhar a partida no estádio do Pacaembu. NA TV Corinthians x Batatais 16h Globo, ESPN Brasil e SporTV
esporte
Corinthians deve promover ao menos quatro finalistas da Copa SPMaior vencedor da Copa São Paulo, com nove títulos, o Corinthians disputa nesta quarta-feira (25), contra o Batatais, às 16h, a sua quarta final consecutiva do torneio. Além da expectativa pelo décimo troféu, o clube espera repetir o sucesso de 2015, quando foi campeão e revelou seis jogadores para o time profissional. Se naquela edição surgiram nomes como o de Léo Príncipe, Guilherme Arana, Maycon, Marciel, Pedro Henrique e Caíque França, neste ano, quatro atletas se destacaram e devem ganhar oportunidades com Fábio Carille. Artilheiro do torneio com dez gols, o atacante Carlinhos, 19, é o mais cotado para brigar por uma vaga com Kazim e Jô. O seu nome ganhou ainda mais força depois que as negociações entre Corinthians e Drogba esfriaram. Corinthians: jogadores revelados em 2015 Com 1,95 m, a sua principal característica é a presença de área e a facilidade para finalizar. No final do ano passado, ele foi chamado para participar de treinos com o elenco principal e já aparece no site oficial do clube como atleta profissional. Uma parcela do sucesso de Carlinhos nesta Copinha deve-se muito ao meia Pedrinho. Um ano mais jovem que o seu companheiro de time, ele deu cinco assistências na competição, três para o atacante, e fez cinco gols. Ele concorre ao prêmio de melhor jogador do campeonato. As suas atuações chamaram a atenção dos corintianos, que já fazem apelo nas redes sociais pela renovação de seu contrato e sua promoção de categoria. Outro que despontou foi Guilherme Mantuan. O volante, que também pode atuar como lateral ou meia, fez um campeonato regular e já despertou interesse de equipes europeias. Assim como Carlinhos, ele aparece no site do clube como profissional. Corinthians: apostas para 2017 Quem ainda sonha com uma chance, mesmo que ela seja mínima, é Fabricio Oya, 18. O meio-campista não protagonizou atuações tão brilhantes como seus companheiros, mas, é apontado como uma das principais promessas da equipe. Sua ida para o time principal, porém, pode ser facilitada pelo técnico do clube na Copinha, Osmar Loss. Desde 2013 no sub-20, Loss será auxiliar-técnico de Carille. ÀS PRESSAS Adversário do Corinthians, o Batatais foi o último clube a ser chamado para a Copa São Paulo deste ano. Segundo o presidente da equipe, André Tofetti, a Federação Paulista fez um convite em dezembro e o time teve que ser montado em menos de um mês. "Não tivemos muito tempo para treinar. O entrosamento dos garotos vem dos jogos de várzea que eles fazem aqui na cidade", disse Tofetti à Folha. Mesmo diante das dificuldades, a equipe surpreendeu e não só venceu seu primeiro jogo na Copinha como também chegou à primeira final. Após perder por 5 a 1 para o Paulista na semifinal, a classificação do Batatais veio após uma denúncia que desclassificou o time vencedor. O zagueiro Brendon Matheus utilizou documentos falsos para participar do torneio. Na verdade o jogador se chama Heltton Matheus e não nasceu em 1997, mas em 1994. Assim que a decisão do Tribunal de Justiça Desportiva foi confirmada e o Batatais herdou a vaga na final, torcedores soltaram fogos em todas as regiões da cidade. Pelo menos cinco ônibus com torcedores do Batatais devem chegar à capital para acompanhar a partida no estádio do Pacaembu. NA TV Corinthians x Batatais 16h Globo, ESPN Brasil e SporTV
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Nova onda na zona sul de SP é o apartamento de dois dormitórios
ANAÏS FERNANDES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Apartamentos de dois quartos são o que há de novo na zona sul. A região com áreas vizinhas a eixos corporativos e comerciais havia sido inundada, nos últimos anos, por imóveis de um quarto, a maioria voltada ao comprador investidor. As construtoras, agora, voltam a mirar o morador final. Dados da Geoimovel mostram que de janeiro a agosto de 2015 imóveis de um dormitório respondiam por um quarto das vendas na zona sul. Em 2016, essa participação caiu para 10%. No mesmo período, apartamentos de dois quartos saltaram de 46% para 75% das vendas. A fatia entre os lançamentos foi de 46% para 64%. A Vila Olímpia é um bom exemplo desse movimento. Desde 2010, a região passou a receber mais escritórios e, consequentemente, compactos de um dormitório para abrigar executivos. "Depois de levar a moradia de locação, começa uma segunda onda, de imóveis de dois dormitórios, voltados a um morador mais universal", diz Vinicius Amato, diretor de incorporação da Gamaro. CONFORTO SEM EXCESSO A Gamaro lança na Vila Olímpia o Seed, com unidades entre 81 m² e 84 m², duas suítes e pequenas "florestas" na varanda. "É um cliente que busca conforto, mas sem suntuosidade", define o arquiteto responsável pelo projeto, Francisco Petracco. Esse modelo de apartamento tem a seu favor um público-alvo mais amplo -solteiros, casais jovens sem filhos ou com até um filho e casais aposentados. E é impulsionado também pelas novas regras de zoneamento. "Há um incentivo maior para unidades com até uma vaga de garagem, principalmente nos eixos de transporte público. Quando falamos em três ou quatro dormitórios, a exigência por uma segunda vaga é muito grande", diz Lucas Araújo, coordenador de marketing da construtora Trisul, que lançou na zona sul o Expande Vila Mariana, com apartamentos de 65 m² a R$ 10,7 mil o m². Para entregar boa localização e caber no bolso do interessado, o imóvel de dois quartos encolheu -e metragens menores ainda atraem compradores investidores. A You,Inc soma, nos últimos três anos, 13 empreendimentos com dois dormitórios na zona sul, a maioria com áreas entre 50 m² e 60 m². "O morador do dois-quartos mora no apartamento, mas vive no térreo. É importante para ele uma área de lazer caprichada", diz Eduardo Muszkat, diretor da You. Projeto arquitetônico e localização pesaram na decisão do arquiteto Leonardo Rafael Musumeci, 32, de trocar Higienópolis pela Chácara Klabin, na zona sul. Ele casou em abril e encontrou no apartamento de dois quartos do empreendimento da Huma aquilo que mais se adequava às expectativas do casal. Musumeci destaca a proximidade do metrô, o comércio, os serviços, os parques, a as ciclovias. Sobre o projeto e sua arquitetura sóbria, diz que a construção propõe "um diálogo mais generoso com o urbano, o que é bastante ambicioso, pois aposta em valores que não são os da excentricidade". O aumento na oferta ajuda a explicar a queda no preço médio do m² dos imóveis de dois quartos entre 2015 e 2016. Nos oito primeiros meses deste ano, enquanto esse valor subiu 76,5% para imóveis novos de quatro dormitórios, ante 2015, unidades de dois quartos tiveram queda de 9,4%. O m² passou de R$ 9.116 para R$ 8.256.
sobretudo
Nova onda na zona sul de SP é o apartamento de dois dormitórios ANAÏS FERNANDES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Apartamentos de dois quartos são o que há de novo na zona sul. A região com áreas vizinhas a eixos corporativos e comerciais havia sido inundada, nos últimos anos, por imóveis de um quarto, a maioria voltada ao comprador investidor. As construtoras, agora, voltam a mirar o morador final. Dados da Geoimovel mostram que de janeiro a agosto de 2015 imóveis de um dormitório respondiam por um quarto das vendas na zona sul. Em 2016, essa participação caiu para 10%. No mesmo período, apartamentos de dois quartos saltaram de 46% para 75% das vendas. A fatia entre os lançamentos foi de 46% para 64%. A Vila Olímpia é um bom exemplo desse movimento. Desde 2010, a região passou a receber mais escritórios e, consequentemente, compactos de um dormitório para abrigar executivos. "Depois de levar a moradia de locação, começa uma segunda onda, de imóveis de dois dormitórios, voltados a um morador mais universal", diz Vinicius Amato, diretor de incorporação da Gamaro. CONFORTO SEM EXCESSO A Gamaro lança na Vila Olímpia o Seed, com unidades entre 81 m² e 84 m², duas suítes e pequenas "florestas" na varanda. "É um cliente que busca conforto, mas sem suntuosidade", define o arquiteto responsável pelo projeto, Francisco Petracco. Esse modelo de apartamento tem a seu favor um público-alvo mais amplo -solteiros, casais jovens sem filhos ou com até um filho e casais aposentados. E é impulsionado também pelas novas regras de zoneamento. "Há um incentivo maior para unidades com até uma vaga de garagem, principalmente nos eixos de transporte público. Quando falamos em três ou quatro dormitórios, a exigência por uma segunda vaga é muito grande", diz Lucas Araújo, coordenador de marketing da construtora Trisul, que lançou na zona sul o Expande Vila Mariana, com apartamentos de 65 m² a R$ 10,7 mil o m². Para entregar boa localização e caber no bolso do interessado, o imóvel de dois quartos encolheu -e metragens menores ainda atraem compradores investidores. A You,Inc soma, nos últimos três anos, 13 empreendimentos com dois dormitórios na zona sul, a maioria com áreas entre 50 m² e 60 m². "O morador do dois-quartos mora no apartamento, mas vive no térreo. É importante para ele uma área de lazer caprichada", diz Eduardo Muszkat, diretor da You. Projeto arquitetônico e localização pesaram na decisão do arquiteto Leonardo Rafael Musumeci, 32, de trocar Higienópolis pela Chácara Klabin, na zona sul. Ele casou em abril e encontrou no apartamento de dois quartos do empreendimento da Huma aquilo que mais se adequava às expectativas do casal. Musumeci destaca a proximidade do metrô, o comércio, os serviços, os parques, a as ciclovias. Sobre o projeto e sua arquitetura sóbria, diz que a construção propõe "um diálogo mais generoso com o urbano, o que é bastante ambicioso, pois aposta em valores que não são os da excentricidade". O aumento na oferta ajuda a explicar a queda no preço médio do m² dos imóveis de dois quartos entre 2015 e 2016. Nos oito primeiros meses deste ano, enquanto esse valor subiu 76,5% para imóveis novos de quatro dormitórios, ante 2015, unidades de dois quartos tiveram queda de 9,4%. O m² passou de R$ 9.116 para R$ 8.256.
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Ressaca de direitos
RIO DE JANEIRO - "Conseguiram constranger a polícia. Se ela atua, abusou de poder. Se não atua, prevaricou." Assim, o secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, justificou a inércia do órgão que comanda e que resultou nas cenas vistas no último fim de semana nas praias da zona sul carioca. De um lado, arrastões e roubos na areia e nas ruas; de outro, justiceiros aplicando por conta própria o que entendem como "justiça". A polícia não atuou preventivamente, preferindo perseguir os criminosos após os roubos; no caso dos justiceiros, não agiu nem a posteriori, deixando que uma milícia de mais de 30 lutadores atacasse ônibus suburbanos em busca de "moleques de chinelo, com cara de quem não tem R$ 1 no bolso", como disse um deles à Folha. A inércia policial veio após a Defensoria Pública conseguir uma decisão judicial que pedia o óbvio: em suas blitze, a PM não deveria apreender quem não tivesse dado motivo para isso. Para Beltrame, é oito ou 80: ou a sociedade aceita que a PM aja como os justiceiros, apreendendo menores com base em estereótipos, ou não há como evitar arrastões. "Vivemos uma ressaca de direitos", disse ainda o secretário. Não se sabe quem seriam os beneficiários de tal ressaca. No último verão, entre novembro de 2014 e março de 2015, a PM recolheu nas ruas da zona sul 730 crianças e adolescentes que não haviam cometido nenhuma infração, conduzindo-os a um abrigo público. Para surpresa de ninguém, prender inocentes não teve efeito sobre os arrastões. Há jovens vindo da zona norte e fazendo arrastão na zona sul. Diferenciá-los dos inocentes, num ônibus ou numa praia lotados, talvez não seja tarefa simples. Mas, se a polícia carioca não consegue executá-la sem desrespeitar direitos, em nada se diferencia dos justiceiros.
colunas
Ressaca de direitosRIO DE JANEIRO - "Conseguiram constranger a polícia. Se ela atua, abusou de poder. Se não atua, prevaricou." Assim, o secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, justificou a inércia do órgão que comanda e que resultou nas cenas vistas no último fim de semana nas praias da zona sul carioca. De um lado, arrastões e roubos na areia e nas ruas; de outro, justiceiros aplicando por conta própria o que entendem como "justiça". A polícia não atuou preventivamente, preferindo perseguir os criminosos após os roubos; no caso dos justiceiros, não agiu nem a posteriori, deixando que uma milícia de mais de 30 lutadores atacasse ônibus suburbanos em busca de "moleques de chinelo, com cara de quem não tem R$ 1 no bolso", como disse um deles à Folha. A inércia policial veio após a Defensoria Pública conseguir uma decisão judicial que pedia o óbvio: em suas blitze, a PM não deveria apreender quem não tivesse dado motivo para isso. Para Beltrame, é oito ou 80: ou a sociedade aceita que a PM aja como os justiceiros, apreendendo menores com base em estereótipos, ou não há como evitar arrastões. "Vivemos uma ressaca de direitos", disse ainda o secretário. Não se sabe quem seriam os beneficiários de tal ressaca. No último verão, entre novembro de 2014 e março de 2015, a PM recolheu nas ruas da zona sul 730 crianças e adolescentes que não haviam cometido nenhuma infração, conduzindo-os a um abrigo público. Para surpresa de ninguém, prender inocentes não teve efeito sobre os arrastões. Há jovens vindo da zona norte e fazendo arrastão na zona sul. Diferenciá-los dos inocentes, num ônibus ou numa praia lotados, talvez não seja tarefa simples. Mas, se a polícia carioca não consegue executá-la sem desrespeitar direitos, em nada se diferencia dos justiceiros.
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Livros explicam o que é democracia e ditadura com montagens coloridas
O Brasil vive em um modelo chamado democracia, que organiza a vida de todo mundo. É por causa dele que a gente vota e escolhe quem serão os nossos governantes. Mas essa história dá pano para manga. Em 2015, milhares de pessoas foram às ruas para que a presidente Dilma Rousseff sofresse um processo de impeachment, ou seja, deixasse o cargo. Isso é previsto nas democracias. Outras pediram a volta da ditadura, que não é nada democrática. Muitas vezes, toda essa confusão dá um nó na cabeça e faz com que a gente já não entenda direito o que está acontecendo. Dois livrinhos recém-lançados pela nova editora Boitatá ajudam crianças (e também adultos) a colocar ordem na casa e entender melhor o que são essas tais democracias e ditaduras, a partir de bonitas ilustrações e textos que incentivam a pensar. O curioso é que ambos foram publicados originalmente nos anos 1970, na Espanha, em uma coleção que se chamava "Livros Para o Amanhã" –mais de 40 anos depois, esse amanhã parece que ainda não chegou. "A DITADURA É ASSIM" E "A DEMOCRACIA PODE SER ASSIM" AUTOR Equipo Plantel EDITORA Boitatá PREÇOS R$ 39 INDICAÇÃO a partir de 8 anos
folhinha
Livros explicam o que é democracia e ditadura com montagens coloridasO Brasil vive em um modelo chamado democracia, que organiza a vida de todo mundo. É por causa dele que a gente vota e escolhe quem serão os nossos governantes. Mas essa história dá pano para manga. Em 2015, milhares de pessoas foram às ruas para que a presidente Dilma Rousseff sofresse um processo de impeachment, ou seja, deixasse o cargo. Isso é previsto nas democracias. Outras pediram a volta da ditadura, que não é nada democrática. Muitas vezes, toda essa confusão dá um nó na cabeça e faz com que a gente já não entenda direito o que está acontecendo. Dois livrinhos recém-lançados pela nova editora Boitatá ajudam crianças (e também adultos) a colocar ordem na casa e entender melhor o que são essas tais democracias e ditaduras, a partir de bonitas ilustrações e textos que incentivam a pensar. O curioso é que ambos foram publicados originalmente nos anos 1970, na Espanha, em uma coleção que se chamava "Livros Para o Amanhã" –mais de 40 anos depois, esse amanhã parece que ainda não chegou. "A DITADURA É ASSIM" E "A DEMOCRACIA PODE SER ASSIM" AUTOR Equipo Plantel EDITORA Boitatá PREÇOS R$ 39 INDICAÇÃO a partir de 8 anos
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Cada centavo tirado faz falta na reforma da Previdência, diz ministro
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que "cada centavo" retirado da economia prevista com a reforma da Previdência fará falta para os cofres públicos. "Estamos dentro do que era mais ou menos previsto, mas é preciso entender que, nessa reforma, cada centavo que você tira, o impacto faz falta. É evidente que vamos continuar fazendo todas as contas para manter o máximo possível do que foi encaminhado", afirmou. Oliveira disse não há decisão tomada sobre medidas que compensem perdas com alterações na nova Previdência, mas ressaltou que "há alguns estudos sobre isso". Na semana passada, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que as compensações em estudo seriam incluídas na própria emenda da Previdência e admitiu a discussão sobre o fim do abono salarial. Entre os pontos de flexibilização da reforma, está a extensão da transição para todas as idades (a proposta original prevê transição só para homens acima de 50 anos e mulheres acima de 45 anos) e a possibilidade de reduzir a idade mínima de aposentadoria para as mulheres. Nos últimos dias, o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), anunciou que desistiu da ideia inicial de acabar com as isenções para entidades filantrópicas –o que poderia ajudar a recuperar receitas da Previdência. A ideia dele, agora, é manter as isenções para instituições já atendidas e proibir para as futuras. Ao defender que as alterações feitas até aqui estão "plenamente de acordo" com o esperado pelo governo, Oliveira sinalizou que ainda não foi esgotada a chamada gordura do texto original –itens que o Planalto envia ao Congresso, já contabilizando que serão cortados ou flexibilizados pelos parlamentares. "Você não pode achar que o governo vai mandar uma reforma dessa magnitude para o Congresso e pensar que vai passar 100%", disse. NOVIDADES Após reuniões com o relator da reforma da Previdência para discutir alterações ao texto original, o ministro não descarta a possibilidade de aparecerem novidades no parecer que será apresentado na terça-feira (18). "Só finaliza na hora em que o relator publica o relatório." Questionado se acreditava que ainda poderia acontecer uma mudança substancial no texto, ele afirmou que isso já aconteceu. "Já vi relatório mudar o que estava escrito 'sim' e virou 'não'. [...] Uma pequena mudancinha de redação." LAVA JATO Diante do impacto da divulgação das delações da Odebrecht, que atingem o presidente Michel Temer e seus dois principais articuladores políticos, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), Oliveira nega que a equipe econômica vá centralizar as negociações com o Congresso para aprovação das reformas. "Padilha e Moreira estão aptos a fazer esse trabalho, e o Congresso está totalmente em condições de continuar operando. Não vejo motivo para ser nada diferente. As investigações serão realizadas, os inquéritos serão concluídos, e a vida segue."
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Cada centavo tirado faz falta na reforma da Previdência, diz ministroO ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que "cada centavo" retirado da economia prevista com a reforma da Previdência fará falta para os cofres públicos. "Estamos dentro do que era mais ou menos previsto, mas é preciso entender que, nessa reforma, cada centavo que você tira, o impacto faz falta. É evidente que vamos continuar fazendo todas as contas para manter o máximo possível do que foi encaminhado", afirmou. Oliveira disse não há decisão tomada sobre medidas que compensem perdas com alterações na nova Previdência, mas ressaltou que "há alguns estudos sobre isso". Na semana passada, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que as compensações em estudo seriam incluídas na própria emenda da Previdência e admitiu a discussão sobre o fim do abono salarial. Entre os pontos de flexibilização da reforma, está a extensão da transição para todas as idades (a proposta original prevê transição só para homens acima de 50 anos e mulheres acima de 45 anos) e a possibilidade de reduzir a idade mínima de aposentadoria para as mulheres. Nos últimos dias, o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), anunciou que desistiu da ideia inicial de acabar com as isenções para entidades filantrópicas –o que poderia ajudar a recuperar receitas da Previdência. A ideia dele, agora, é manter as isenções para instituições já atendidas e proibir para as futuras. Ao defender que as alterações feitas até aqui estão "plenamente de acordo" com o esperado pelo governo, Oliveira sinalizou que ainda não foi esgotada a chamada gordura do texto original –itens que o Planalto envia ao Congresso, já contabilizando que serão cortados ou flexibilizados pelos parlamentares. "Você não pode achar que o governo vai mandar uma reforma dessa magnitude para o Congresso e pensar que vai passar 100%", disse. NOVIDADES Após reuniões com o relator da reforma da Previdência para discutir alterações ao texto original, o ministro não descarta a possibilidade de aparecerem novidades no parecer que será apresentado na terça-feira (18). "Só finaliza na hora em que o relator publica o relatório." Questionado se acreditava que ainda poderia acontecer uma mudança substancial no texto, ele afirmou que isso já aconteceu. "Já vi relatório mudar o que estava escrito 'sim' e virou 'não'. [...] Uma pequena mudancinha de redação." LAVA JATO Diante do impacto da divulgação das delações da Odebrecht, que atingem o presidente Michel Temer e seus dois principais articuladores políticos, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), Oliveira nega que a equipe econômica vá centralizar as negociações com o Congresso para aprovação das reformas. "Padilha e Moreira estão aptos a fazer esse trabalho, e o Congresso está totalmente em condições de continuar operando. Não vejo motivo para ser nada diferente. As investigações serão realizadas, os inquéritos serão concluídos, e a vida segue."
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Atlético-MG anuncia acerto com Elias no Twitter e cumpre promessa
O volante Elias reforçará o Atlético-MG em 2017. A informação foi divulgada no final da tarde desta sexta-feira pelo presidente do clube, Daniel Nepomuceno, em sua conta no Twitter. "Enfim, oficial! Elias é nosso!", afirmou Nepomuceno na rede social. O próprio clube também deu destaque à contratação nas redes sociais. Em sua conta no Twitter, o Atlético-MG divulgou uma imagem da carteirinha de sócio-torcedor do volante. "Agora Elias é Galo na Veia! É isso aí, Daniel Nepomuceno!", comunicou o clube. A contratação de um volante renomado era uma promessa da diretoria alvinegra. Aos 31 anos, Elias chega para ser mais um dos grandes nomes que já fazem parte do elenco atleticano. O volante estava no Sporting, de Portugal, desde que deixou o Corinthians, em agosto de 2016. Nepomuceno Elias foi o alvo traçado pela diretoria do Atlético e pelo técnico Roger Machado. Um volante com poder de marcação e com muita capacidade para sair para o jogo. Alguém capaz de exercer uma função que o treinador atleticano conseguiu fazer na época de Grêmio, com Wallace e Maicon. O mandatário alvinegro esteve em Lisboa, acompanhado do empresário Giuliano Bertolucci, que teve participação importante na transação. Curiosamente, Elias não está em Portugal. O volante foi liberado nos últimos dias para acompanhar o nascimento de seu filho, em São Paulo. No entanto, os detalhes da negociação ainda não foram divulgados pelo Atlético, como tempo de contrato e valores pagos ao clube português. Como o Sporting e comandado por uma SAD (Sociedade Anônima Desportiva), a direção lusa é obrigada a revelar todos os valores que envolvem qualquer transação feita pelo clube. Estima-se que o Atlético teve de gastar cerca de 2,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 8,5 milhões) para contratar Elias. De acordo com a imprensa portuguesa, o valor pode ficar ainda maior em caso de conquistas da Copa Libertadores ou Campeonato Brasileiro. Caso seja campeão, o Atlético teria de pagar mais 600 mil euros por cada grande conquista. Atlético Com Elias o Atlético repõe um dos volantes que deixaram a Cidade do Galo no final de 2016. Titulares em boa parte da última temporada, Júnior Urso e Leandro Donizete não seguem no Atlético, por diferentes motivos. Urso estava emprestado ao Atlético e retornou ao futebol chinês, enquanto Donizete não renovou contrato e optou por assinar com o Santos. Mesmo com o acerto com Elias, o Atlético segue em busca de mais um jogador para a posição. Os nomes de Claudio Baeza, do Colo-Colo, do Chile, e de Bruno Paulista, também do Sporting, de Portugual, seguem na mirada da diretoria atleticana. Baeza fica sem vínculo com a equipe chilena em junho e já pode assinar um pré-contrato. O Atlético negocia para ter o volante imediatamente, para que ele possa ser inscrito na Libertadores. Para julho, a diretoria alvinegra já acertou com Roger Bernardo, do Ingolstadt, da Alemanha. Já Bruno Paulista, está fora dos planos do técnico Jorge Jesus e pode chegar por empréstimo até o fim da temporada.
esporte
Atlético-MG anuncia acerto com Elias no Twitter e cumpre promessaO volante Elias reforçará o Atlético-MG em 2017. A informação foi divulgada no final da tarde desta sexta-feira pelo presidente do clube, Daniel Nepomuceno, em sua conta no Twitter. "Enfim, oficial! Elias é nosso!", afirmou Nepomuceno na rede social. O próprio clube também deu destaque à contratação nas redes sociais. Em sua conta no Twitter, o Atlético-MG divulgou uma imagem da carteirinha de sócio-torcedor do volante. "Agora Elias é Galo na Veia! É isso aí, Daniel Nepomuceno!", comunicou o clube. A contratação de um volante renomado era uma promessa da diretoria alvinegra. Aos 31 anos, Elias chega para ser mais um dos grandes nomes que já fazem parte do elenco atleticano. O volante estava no Sporting, de Portugal, desde que deixou o Corinthians, em agosto de 2016. Nepomuceno Elias foi o alvo traçado pela diretoria do Atlético e pelo técnico Roger Machado. Um volante com poder de marcação e com muita capacidade para sair para o jogo. Alguém capaz de exercer uma função que o treinador atleticano conseguiu fazer na época de Grêmio, com Wallace e Maicon. O mandatário alvinegro esteve em Lisboa, acompanhado do empresário Giuliano Bertolucci, que teve participação importante na transação. Curiosamente, Elias não está em Portugal. O volante foi liberado nos últimos dias para acompanhar o nascimento de seu filho, em São Paulo. No entanto, os detalhes da negociação ainda não foram divulgados pelo Atlético, como tempo de contrato e valores pagos ao clube português. Como o Sporting e comandado por uma SAD (Sociedade Anônima Desportiva), a direção lusa é obrigada a revelar todos os valores que envolvem qualquer transação feita pelo clube. Estima-se que o Atlético teve de gastar cerca de 2,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 8,5 milhões) para contratar Elias. De acordo com a imprensa portuguesa, o valor pode ficar ainda maior em caso de conquistas da Copa Libertadores ou Campeonato Brasileiro. Caso seja campeão, o Atlético teria de pagar mais 600 mil euros por cada grande conquista. Atlético Com Elias o Atlético repõe um dos volantes que deixaram a Cidade do Galo no final de 2016. Titulares em boa parte da última temporada, Júnior Urso e Leandro Donizete não seguem no Atlético, por diferentes motivos. Urso estava emprestado ao Atlético e retornou ao futebol chinês, enquanto Donizete não renovou contrato e optou por assinar com o Santos. Mesmo com o acerto com Elias, o Atlético segue em busca de mais um jogador para a posição. Os nomes de Claudio Baeza, do Colo-Colo, do Chile, e de Bruno Paulista, também do Sporting, de Portugual, seguem na mirada da diretoria atleticana. Baeza fica sem vínculo com a equipe chilena em junho e já pode assinar um pré-contrato. O Atlético negocia para ter o volante imediatamente, para que ele possa ser inscrito na Libertadores. Para julho, a diretoria alvinegra já acertou com Roger Bernardo, do Ingolstadt, da Alemanha. Já Bruno Paulista, está fora dos planos do técnico Jorge Jesus e pode chegar por empréstimo até o fim da temporada.
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Pogba marca, França vence a Holanda e divide liderança com a Suécia
No principal jogo desta segunda-feira (10) das eliminatórias europeias para a Copa do Mundo-2018, a França venceu a Holanda por 1 a 0, em Amsterdã, pela terceira rodada do Grupo A. Com o resultado, a França soma sete pontos -mesma pontuação da Suécia, que venceu a Bulgária por 3 a 0. Franceses e suecos possuem campanhas semelhantes —cinco gols feitos e um sofrido. Já a Holanda é a terceira colocada com quatro pontos. O destaque do jogo foi o meia Paul Pogba, que vinha sendo criticado nos últimos meses por atuações abaixo do seu potencial. Contratado pelo Manchester United em agosto, o jogador recebeu críticas do treinador Didier Deschamps por causa de sua atuação apagada no triunfo sobre a Bulgária por 4 a 1 na última sexta-feira (7). Atual campeã da Eurocopa, a seleção de Portugal goleou ilhas Faroë por 6 a 0. Desta vez, Cristiano Ronaldo não foi o principal jogador do time português. Ele fez apenas um gol, o quarto. André Silva, 20, atacante do Porto, marcou três vezes. Os outros foram feitos por João Moutinho e Cancelo. Portugal está em segundo lugar no Grupo B, com seis pontos —três a menos do que a líder Suíça. Com uma goleada sobre Gilbratar por 6 a 0, a Bélgica chegou aos nove pontos e é líder do Grupo H juntamente com a Grécia, que derrotou a Estônia por 2 a 0. Nesta terça (11), a Alemanha tenta manter 100% de aproveitamento contra a Irlanda do Norte. A partida será às 15h45 (com SporTV 2), em Hanover, na Alemanha. Os alemães somam seis pontos no Grupo C —mesmo número do Azerbaijão, que pega a República Tcheca. A Inglaterra, que também venceu seus dois jogos, pega a Eslovênia (ESPN Brasil). A Inglaterra é a líder isolada do Grupo F.
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Pogba marca, França vence a Holanda e divide liderança com a SuéciaNo principal jogo desta segunda-feira (10) das eliminatórias europeias para a Copa do Mundo-2018, a França venceu a Holanda por 1 a 0, em Amsterdã, pela terceira rodada do Grupo A. Com o resultado, a França soma sete pontos -mesma pontuação da Suécia, que venceu a Bulgária por 3 a 0. Franceses e suecos possuem campanhas semelhantes —cinco gols feitos e um sofrido. Já a Holanda é a terceira colocada com quatro pontos. O destaque do jogo foi o meia Paul Pogba, que vinha sendo criticado nos últimos meses por atuações abaixo do seu potencial. Contratado pelo Manchester United em agosto, o jogador recebeu críticas do treinador Didier Deschamps por causa de sua atuação apagada no triunfo sobre a Bulgária por 4 a 1 na última sexta-feira (7). Atual campeã da Eurocopa, a seleção de Portugal goleou ilhas Faroë por 6 a 0. Desta vez, Cristiano Ronaldo não foi o principal jogador do time português. Ele fez apenas um gol, o quarto. André Silva, 20, atacante do Porto, marcou três vezes. Os outros foram feitos por João Moutinho e Cancelo. Portugal está em segundo lugar no Grupo B, com seis pontos —três a menos do que a líder Suíça. Com uma goleada sobre Gilbratar por 6 a 0, a Bélgica chegou aos nove pontos e é líder do Grupo H juntamente com a Grécia, que derrotou a Estônia por 2 a 0. Nesta terça (11), a Alemanha tenta manter 100% de aproveitamento contra a Irlanda do Norte. A partida será às 15h45 (com SporTV 2), em Hanover, na Alemanha. Os alemães somam seis pontos no Grupo C —mesmo número do Azerbaijão, que pega a República Tcheca. A Inglaterra, que também venceu seus dois jogos, pega a Eslovênia (ESPN Brasil). A Inglaterra é a líder isolada do Grupo F.
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Bolsa fica estável no mês, mas acumula alta de 4% no semestre
Apesar do tombo da Bolsa no segundo trimestre, reflexo da crise política deflagrada em maio com o envolvimento do presidente Michel Temer (PMDB) em escândalo de corrupção, o mercado financeiro fecha o primeiro semestre de 2017 no positivo. O dólar se firma ao redor de R$ 3,30. O Ibovespa terminou esta sexta-feira em alta de 1,06%, a 62.899 pontos. No mês, o índice quase não se moveu, e no ano o ganho acumulado é de 4,42%. A estabilidade na comparação com o mês passado, o estopim da crise, é um retrato da cautela de investidores, que esperam notícias sobre o andamento das reformas propostas por Temer com mais atenção do que as que falam sobre a capacidade do presidente se manter no cargo. Durante a semana, notícias negativas ofuscaram as consideradas positivas pelos investidores. Temer foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e o texto foi aceito pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Houve a aprovação da reforma trabalhista na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, que deverá ir a plenário nas próximas semanas. Não há sinais de que a reforma da Previdência voltará a ser discutida na Câmara tão cedo. Nesta sexta, o ministro do STF Marco Aurélio Mello autorizou Aécio Neves (PSDB) a recuperar seu mandato de senador, e o presidente em exercício do partido afirmou que isso ajudará na tramitação da agenda reformista no Congresso. "Apesar do agravamento da crise política com encaminhamento da denúncia para a Câmara que exige resposta do presidente em 10 sessões, a situação não mudou muito. O que realmente preocupa é esse estado de agonia da economia e a desilusão dos brasileiros com o país. Nesse momento quase ninguém sai do imobilismo e arrisca alguma coisa", diz Alvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais, em relatório de fechamento de mercado. DÓLAR A moeda americana se consolidou ao redor dos R$ 3,30, patamar para o qual saltou em 18 de maio, o primeiro dia depois da revelação de que Joesley Batista, um dos donos da JBS, havia gravado Temer em conversa comprometedora. O dólar à vista (referência para o mercado financeiro) recuou 0,04% nesta sexta, a R$ 3,3065. No ano, a alta é de 1,59%. Desde 18 de maio, a valorização é de 6,53%. O dólar comercial avançou 0,18%, e terminou o mês cotado a R$ 3,3140.
mercado
Bolsa fica estável no mês, mas acumula alta de 4% no semestreApesar do tombo da Bolsa no segundo trimestre, reflexo da crise política deflagrada em maio com o envolvimento do presidente Michel Temer (PMDB) em escândalo de corrupção, o mercado financeiro fecha o primeiro semestre de 2017 no positivo. O dólar se firma ao redor de R$ 3,30. O Ibovespa terminou esta sexta-feira em alta de 1,06%, a 62.899 pontos. No mês, o índice quase não se moveu, e no ano o ganho acumulado é de 4,42%. A estabilidade na comparação com o mês passado, o estopim da crise, é um retrato da cautela de investidores, que esperam notícias sobre o andamento das reformas propostas por Temer com mais atenção do que as que falam sobre a capacidade do presidente se manter no cargo. Durante a semana, notícias negativas ofuscaram as consideradas positivas pelos investidores. Temer foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e o texto foi aceito pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Houve a aprovação da reforma trabalhista na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, que deverá ir a plenário nas próximas semanas. Não há sinais de que a reforma da Previdência voltará a ser discutida na Câmara tão cedo. Nesta sexta, o ministro do STF Marco Aurélio Mello autorizou Aécio Neves (PSDB) a recuperar seu mandato de senador, e o presidente em exercício do partido afirmou que isso ajudará na tramitação da agenda reformista no Congresso. "Apesar do agravamento da crise política com encaminhamento da denúncia para a Câmara que exige resposta do presidente em 10 sessões, a situação não mudou muito. O que realmente preocupa é esse estado de agonia da economia e a desilusão dos brasileiros com o país. Nesse momento quase ninguém sai do imobilismo e arrisca alguma coisa", diz Alvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais, em relatório de fechamento de mercado. DÓLAR A moeda americana se consolidou ao redor dos R$ 3,30, patamar para o qual saltou em 18 de maio, o primeiro dia depois da revelação de que Joesley Batista, um dos donos da JBS, havia gravado Temer em conversa comprometedora. O dólar à vista (referência para o mercado financeiro) recuou 0,04% nesta sexta, a R$ 3,3065. No ano, a alta é de 1,59%. Desde 18 de maio, a valorização é de 6,53%. O dólar comercial avançou 0,18%, e terminou o mês cotado a R$ 3,3140.
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Governo indonésio defende execuções na 'guerra' contra o tráfico de drogas
A Indonésia defendeu nesta quarta-feira (29) sua decisão de executar sete estrangeiros como parte fundamental da sua "guerra" contra as drogas. "Estamos lutando uma guerra horrível contra o tráfico, que ameaça a sobrevivência de nossa nação", afirmou o procurador-geral, Muhammad Prasetyo. "Gostaria de dizer que as execuções não são uma coisa agradável. Não é uma tarefa divertida. Mas temos de fazê-lo para salvar a nação do perigo das drogas. Não estamos transformando em inimigos os países de onde os executados vêm. O que estamos combatendo são os crimes relacionados às drogas", acrescentou. Na tarde de terça (fuso do Brasil), o governo da Indonésia executou oito pessoas, entre elas sete estrangeiros, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte, 42. Além dele, foram executados dois australianos, quatro nigerianos e um indonésio. O governo confirmou que as execuções aconteceram simultaneamente, às 0h35, pelo horário local. Os condenados se recusaram a usar vendas e cantaram músicas religiosas, incluindo o hino cristão inglês Amazing Grace, quando foram levados para o local da execução, um campo aberto perto da prisão, segundo o relato do padre Charlie Burrows, conselheiro espiritual de Gularte. À meia-noite, horário marcado para a execução, um grupo de parentes e amigos também cantou hinos religiosos durante uma vigília no porto de Cilacap, ponto de saída para a prisão da ilha de Nusakambangan. Depois das execuções, familiares se abraçaram, aos prantos. A prima de Gularte, Angelita Muxfeldt, também não conteve as lágrimas e teve de ser consolada por Burrows. FATO GRAVE Logo após a confirmação do fuzilamento de Gularte, o governo brasileiro emitiu nota na qual afirma que a execução de um segundo brasileiro na Indonésia constitui "fato grave" nas relações entre os dois países e "fortalece a disposição brasileira de levar adiante, nos organismos internacionais de direitos humanos, os esforços pela abolição da pena capital". A nota afirma ainda que o governo brasileiro recebeu com "profunda consternação" a notícia da morte de Gularte e ressalta os reiterados apelos da presidente Dilma Rousseff para que a pena fosse substituída, "tendo em vista o quadro psiquiátrico do brasileiro". Gularte havia sido diagnosticado com esquizofrenia. "Lamentavelmente, as autoridades indonésias não foram sensíveis a esse apelo de caráter essencialmente humanitário", diz o comunicado. Gularte foi detido em 31 de julho de 2004, ao desembarcar no aeroporto de Jacarta com seis quilos de cocaína, escondidos em pranchas de surfe. A condenação ocorreu no ano seguinte. Em janeiro, a Indonésia executou outro brasileiro, Marco Archer, também condenado por tráfico de drogas. O fuzilamento de Archer gerou uma crise diplomática entre o Brasil e a Indonésia. Na época, Dilma convocou o embaixador brasileiro, em um gesto de desagravo do governo. Agora o Itamaraty disse que está avaliando os laços com a Indonésia para decidir que medidas tomar. CRUEL E DESNECESSÁRIO Depois das execuções dos australianos Myuran Sukumaran, 33, e Andrew Chan, 31, o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, convocou o embaixador do país em Jacarta. "Respeitamos a soberania da Indonésia, mas deploramos o que foi feito e isso não pode ser visto como algo corriqueiro", afirmou. Abbott afirmou que as execuções na Indonésia são cruéis e desnecessárias. "Cruéis porque Andrew Chan e Myuran Sukumaran passaram mais de uma década na prisão antes de serem executados, e desnecessárias porque os dois jovens australianos foram totalmente reabilitados durante o tempo que passaram na prisão", disse o primeiro-ministro. Prasetyo minimizou a decisão australiana de convocar o embaixador, afirmando que se trata de uma reação temporária. A ministra do Exterior, Retno Marsudi, reiterou o desejo da Indonésia de manter boas relações com um de seus mais importantes parceiros comerciais. FILIPINA A filipina Mary Jane Veloso, que constava da lista de condenados, teve a execução suspensa no último momento por conta de novos questionamentos jurídicos em seu caso. O governo das Filipinas agradeceu à Indonésia pela suspensão. "É um alívio que a execução de Mary Jane Veloso não tenha ocorrido. O Senhor respondeu às nossas preces", disse o porta-voz do Ministério do Exterior, Charles Jose, de acordo com o portal de notícias Rappler. O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, pediu que Veloso fosse testemunha num caso contra Maria Cristina Sergio, responsável por enviar a condenada à Indonésia com 2,6 quilos de heroína em 2010. O procurador-geral da Indonésia disse que a pena não foi revogada. Segundo Prasetyo, trata-se apenas de uma suspensão temporária devido às investigações ainda em andamento. "Houve um pedido do presidente das Filipinas em relação a um suspeito de tráfico de pessoas, que se entregou às autoridades. Mary Jane é necessária como testemunha", explicou o procurador-geral, em comunicado.
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Governo indonésio defende execuções na 'guerra' contra o tráfico de drogasA Indonésia defendeu nesta quarta-feira (29) sua decisão de executar sete estrangeiros como parte fundamental da sua "guerra" contra as drogas. "Estamos lutando uma guerra horrível contra o tráfico, que ameaça a sobrevivência de nossa nação", afirmou o procurador-geral, Muhammad Prasetyo. "Gostaria de dizer que as execuções não são uma coisa agradável. Não é uma tarefa divertida. Mas temos de fazê-lo para salvar a nação do perigo das drogas. Não estamos transformando em inimigos os países de onde os executados vêm. O que estamos combatendo são os crimes relacionados às drogas", acrescentou. Na tarde de terça (fuso do Brasil), o governo da Indonésia executou oito pessoas, entre elas sete estrangeiros, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte, 42. Além dele, foram executados dois australianos, quatro nigerianos e um indonésio. O governo confirmou que as execuções aconteceram simultaneamente, às 0h35, pelo horário local. Os condenados se recusaram a usar vendas e cantaram músicas religiosas, incluindo o hino cristão inglês Amazing Grace, quando foram levados para o local da execução, um campo aberto perto da prisão, segundo o relato do padre Charlie Burrows, conselheiro espiritual de Gularte. À meia-noite, horário marcado para a execução, um grupo de parentes e amigos também cantou hinos religiosos durante uma vigília no porto de Cilacap, ponto de saída para a prisão da ilha de Nusakambangan. Depois das execuções, familiares se abraçaram, aos prantos. A prima de Gularte, Angelita Muxfeldt, também não conteve as lágrimas e teve de ser consolada por Burrows. FATO GRAVE Logo após a confirmação do fuzilamento de Gularte, o governo brasileiro emitiu nota na qual afirma que a execução de um segundo brasileiro na Indonésia constitui "fato grave" nas relações entre os dois países e "fortalece a disposição brasileira de levar adiante, nos organismos internacionais de direitos humanos, os esforços pela abolição da pena capital". A nota afirma ainda que o governo brasileiro recebeu com "profunda consternação" a notícia da morte de Gularte e ressalta os reiterados apelos da presidente Dilma Rousseff para que a pena fosse substituída, "tendo em vista o quadro psiquiátrico do brasileiro". Gularte havia sido diagnosticado com esquizofrenia. "Lamentavelmente, as autoridades indonésias não foram sensíveis a esse apelo de caráter essencialmente humanitário", diz o comunicado. Gularte foi detido em 31 de julho de 2004, ao desembarcar no aeroporto de Jacarta com seis quilos de cocaína, escondidos em pranchas de surfe. A condenação ocorreu no ano seguinte. Em janeiro, a Indonésia executou outro brasileiro, Marco Archer, também condenado por tráfico de drogas. O fuzilamento de Archer gerou uma crise diplomática entre o Brasil e a Indonésia. Na época, Dilma convocou o embaixador brasileiro, em um gesto de desagravo do governo. Agora o Itamaraty disse que está avaliando os laços com a Indonésia para decidir que medidas tomar. CRUEL E DESNECESSÁRIO Depois das execuções dos australianos Myuran Sukumaran, 33, e Andrew Chan, 31, o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, convocou o embaixador do país em Jacarta. "Respeitamos a soberania da Indonésia, mas deploramos o que foi feito e isso não pode ser visto como algo corriqueiro", afirmou. Abbott afirmou que as execuções na Indonésia são cruéis e desnecessárias. "Cruéis porque Andrew Chan e Myuran Sukumaran passaram mais de uma década na prisão antes de serem executados, e desnecessárias porque os dois jovens australianos foram totalmente reabilitados durante o tempo que passaram na prisão", disse o primeiro-ministro. Prasetyo minimizou a decisão australiana de convocar o embaixador, afirmando que se trata de uma reação temporária. A ministra do Exterior, Retno Marsudi, reiterou o desejo da Indonésia de manter boas relações com um de seus mais importantes parceiros comerciais. FILIPINA A filipina Mary Jane Veloso, que constava da lista de condenados, teve a execução suspensa no último momento por conta de novos questionamentos jurídicos em seu caso. O governo das Filipinas agradeceu à Indonésia pela suspensão. "É um alívio que a execução de Mary Jane Veloso não tenha ocorrido. O Senhor respondeu às nossas preces", disse o porta-voz do Ministério do Exterior, Charles Jose, de acordo com o portal de notícias Rappler. O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, pediu que Veloso fosse testemunha num caso contra Maria Cristina Sergio, responsável por enviar a condenada à Indonésia com 2,6 quilos de heroína em 2010. O procurador-geral da Indonésia disse que a pena não foi revogada. Segundo Prasetyo, trata-se apenas de uma suspensão temporária devido às investigações ainda em andamento. "Houve um pedido do presidente das Filipinas em relação a um suspeito de tráfico de pessoas, que se entregou às autoridades. Mary Jane é necessária como testemunha", explicou o procurador-geral, em comunicado.
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Passageiros de SP perdem mais tempo na fila do bilhete do que no transporte
A empresária Damiane Medeiros perdeu mais de 40 minutos nesta terça (23) na fila para carregar seu Bilhete Único em um terminal da estação Barra Funda –tempo suficiente para percorrer a linha 2-verde do metrô de ponta a ponta, da Vila Madalena (zona oeste) à Vila Prudente (zona leste), com pausa para um café. Nas últimas semanas, ela já teve experiência mais traumática: uma espera de três horas na estação de trem da Lapa –sua viagem para casa não levaria nem 15 minutos. Como Damiane, outros passageiros do transporte público estão perdendo mais tempo nas filas para a recarga do Bilhete Único ou para a compra da passagem nas bilheterias do metrô do que nos deslocamentos que farão pela cidade de São Paulo. "Olha que eu trabalho por conta própria. Imagino quem toma advertência por chegar atrasado ao emprego", diz. O problema se arrasta há quase três meses nas diversas estações de metrô e, numa previsão otimista, deve durar ao menos mais um mês. A longa espera –até em horários inusuais, como a fila de mais de 60 pessoas em uma bilheteria da Santa Cecília às 23h20 da última terça (22)– foi agravada no começo de dezembro, quando a Rede Ponto Certo pôs fim ao serviço de autoatendimento em estações e terminais de ônibus. Líder do setor, a empresa decidiu cancelar também os guichês com atendentes para recarga do Bilhete Único. Sua explicação: a baixa taxa bruta de remuneração pela atividade, que foi de 1,82% em novembro passado. A Ponto Certo detinha 55% dos cerca de 9 mil pontos de atendimento ao usuário na cidade –inclusive em pontos comerciais, como padarias. A situação piorou depois da alta da tarifa, de R$ 3,50 para R$ 3,80, em janeiro. O Metrô passou a ter problemas para dar troco –chegou até a cobrar menos em estações por não ter moedas. Assim, quem abandonava a fila dos terminais de autoatendimento do Bilhete Único só trocou a área de espera –mesmo se quiser pagar a passagem em dinheiro e abrir mão dos benefícios do cartão. O porteiro Leonardo Oliveira da Silva, 29, era um dos inconformados com a espera na Barra Funda, onde só uma de três máquinas funcionava. "É osso, uma estação grande como essa e os usuários sem qualquer prioridade". "Às vezes fico mais tempo na fila do que indo até Osasco", reclamava a estudante de farmácia Mércia Damasceno, 28. Total de passageiros em 2015 VÍCIO NO SERVIÇO O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) encaminhou notificação às autoridades estaduais e municipais na semana passada para cobrar a normalização da recarga de cartões eletrônicos –usados em 90% das viagens pagas em metrô e ônibus. O instituto pediu ainda abatimento de preço por vício nos serviços até que a situação seja regularizada. O Metrô afirma que não consegue abrir mais guichês exatamente pela falta de troco, que ressalta ser um problema geral do país. Nesta semana, ele abriu, em caráter experimental, seu primeiro posto de troca de moedas, na Sé. O processo de reposição dos pontos abandonados pela Ponto Certo está em andamento, mas só tende a ser concluído no fim de março. Após esse período, nova licitação será iniciada para complementar a rede de recarga de Bilhete Único no Metrô. No ano passado, após ser informado de que a Ponto Certo não continuaria a operar os guichês, a companhia gerenciada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) fez duas licitações para locação de espaços para esse serviço. A última delas em novembro, sem que houvesse interessados. Caso desejem instalar guichês ou terminais de autoatendimento no Metrô, as prestadoras de serviço precisam pagar aluguel e oferecer um percentual variável sobre as vendas. Antes disso, precisam se credenciar na SPTrans (empresa municipal de transportes), que paga comissões de 0,8% a 3%, dependendo do tipo de Bilhete Único. Além da Ponto Certo, há outras oito companhias nesse ramo em São Paulo, embora nenhuma tenha seu tamanho ou capilaridade. "Há falta de preparo da administração pública. É possível abrir mercado, oferecer melhores garantias aos interessados", diz Luiz Célio Bottura, consultor em transportes. Como os passageiros pagam pelo transporte OUTRO LADO Em nota, o Metrô afirmou que, desde o fim de 2015, vem adotando uma série de medidas para facilitar a compra e recarga de créditos do Bilhete Único em suas estações. "Para atender o abandono da Rede Ponto Certo do contrato, novas empresas que realizam o serviço foram chamadas e, atualmente, todas as estações contam com pelo menos um equipamento para recarga." O Metrô informou ainda que, em três estações (Tietê, Barra Funda e Jabaquara), ampliou o número de guichês para atender os passageiros nos horários de pico e que, em outras seis estações (Sé, Tatuapé, Itaquera, Paraíso, Consolação e Ana Rosa), há guichês exclusivos para quem tem dinheiro trocado. A estatal admitiu também que "a falta de moedas é o principal causador das filas nas bilheterias do Metrô" e que "o Banco Central inclusive admite a escassez de moedas em circulação". A SPTrans, por sua vez, declarou que trabalha "em conjunto com a Companhia do Metropolitano para que novos equipamentos estejam disponíveis aos passageiros o mais rápido possível". - ONDE CARREGAR O BILHETE ÚNICO > Loja virtual Compra de créditos pelo site da SPTrans, porém é preciso passar cartão em leitor especial nas estações para validar saldo > Lojas físicas É possível adquirir os cartões em duas lojas da SPTrans: - Rua Augusta, 449, das 8 às 16h30 - Consolação; - Rua Frederico Abranches, 168/172 das 8 às 16h30 - Santa Cecília. > Postos autorizados 40 pontos da SPTrans fazem a recarga dos bilhetes > Pontos de venda 8.000 lotéricas, bancas de jornal, farmácias e padarias também podem recarregar o cartão Encontre o posto de recarga mais próximo buscando o endereço aqui * CRONOLOGIA DO PROBLEMA 12.dez.2015 Rede Ponto Certo põe fim ao serviço de autoatendimento em estações e terminais de ônibus, além de cancelar também os guichês com atendentes para recarga do Bilhete Único 15.dez.2015 Passageiros reclamam de filas após rede pôr fim ao serviço de autoatendimento. Na época, das 61 estações de metrô, 21 tinham pontos de venda fora de funcionamento. 9.jan.2016 Tarifa do transporte público paulistano é reajustada de R$ 3,50 para 3,80. Sem moedas para troco, Metrô chegou até a cobrar menos em algumas estações 20.jan.2016 Reportagem flagra passageiros recorrendo a ambulantes que têm cartões do Bilhete Único Diário e cobram R$ 4 por passagem, para não ter que ficar em fila de recarga Final de março.2016 Prazo previsto pelo Metrô para conclusão do processo de reposição dos pontos abandonados pela Ponto Certo. Após esse período, nova licitação será iniciada para complementar a rede de recarga de Bilhete Único
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Passageiros de SP perdem mais tempo na fila do bilhete do que no transporteA empresária Damiane Medeiros perdeu mais de 40 minutos nesta terça (23) na fila para carregar seu Bilhete Único em um terminal da estação Barra Funda –tempo suficiente para percorrer a linha 2-verde do metrô de ponta a ponta, da Vila Madalena (zona oeste) à Vila Prudente (zona leste), com pausa para um café. Nas últimas semanas, ela já teve experiência mais traumática: uma espera de três horas na estação de trem da Lapa –sua viagem para casa não levaria nem 15 minutos. Como Damiane, outros passageiros do transporte público estão perdendo mais tempo nas filas para a recarga do Bilhete Único ou para a compra da passagem nas bilheterias do metrô do que nos deslocamentos que farão pela cidade de São Paulo. "Olha que eu trabalho por conta própria. Imagino quem toma advertência por chegar atrasado ao emprego", diz. O problema se arrasta há quase três meses nas diversas estações de metrô e, numa previsão otimista, deve durar ao menos mais um mês. A longa espera –até em horários inusuais, como a fila de mais de 60 pessoas em uma bilheteria da Santa Cecília às 23h20 da última terça (22)– foi agravada no começo de dezembro, quando a Rede Ponto Certo pôs fim ao serviço de autoatendimento em estações e terminais de ônibus. Líder do setor, a empresa decidiu cancelar também os guichês com atendentes para recarga do Bilhete Único. Sua explicação: a baixa taxa bruta de remuneração pela atividade, que foi de 1,82% em novembro passado. A Ponto Certo detinha 55% dos cerca de 9 mil pontos de atendimento ao usuário na cidade –inclusive em pontos comerciais, como padarias. A situação piorou depois da alta da tarifa, de R$ 3,50 para R$ 3,80, em janeiro. O Metrô passou a ter problemas para dar troco –chegou até a cobrar menos em estações por não ter moedas. Assim, quem abandonava a fila dos terminais de autoatendimento do Bilhete Único só trocou a área de espera –mesmo se quiser pagar a passagem em dinheiro e abrir mão dos benefícios do cartão. O porteiro Leonardo Oliveira da Silva, 29, era um dos inconformados com a espera na Barra Funda, onde só uma de três máquinas funcionava. "É osso, uma estação grande como essa e os usuários sem qualquer prioridade". "Às vezes fico mais tempo na fila do que indo até Osasco", reclamava a estudante de farmácia Mércia Damasceno, 28. Total de passageiros em 2015 VÍCIO NO SERVIÇO O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) encaminhou notificação às autoridades estaduais e municipais na semana passada para cobrar a normalização da recarga de cartões eletrônicos –usados em 90% das viagens pagas em metrô e ônibus. O instituto pediu ainda abatimento de preço por vício nos serviços até que a situação seja regularizada. O Metrô afirma que não consegue abrir mais guichês exatamente pela falta de troco, que ressalta ser um problema geral do país. Nesta semana, ele abriu, em caráter experimental, seu primeiro posto de troca de moedas, na Sé. O processo de reposição dos pontos abandonados pela Ponto Certo está em andamento, mas só tende a ser concluído no fim de março. Após esse período, nova licitação será iniciada para complementar a rede de recarga de Bilhete Único no Metrô. No ano passado, após ser informado de que a Ponto Certo não continuaria a operar os guichês, a companhia gerenciada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) fez duas licitações para locação de espaços para esse serviço. A última delas em novembro, sem que houvesse interessados. Caso desejem instalar guichês ou terminais de autoatendimento no Metrô, as prestadoras de serviço precisam pagar aluguel e oferecer um percentual variável sobre as vendas. Antes disso, precisam se credenciar na SPTrans (empresa municipal de transportes), que paga comissões de 0,8% a 3%, dependendo do tipo de Bilhete Único. Além da Ponto Certo, há outras oito companhias nesse ramo em São Paulo, embora nenhuma tenha seu tamanho ou capilaridade. "Há falta de preparo da administração pública. É possível abrir mercado, oferecer melhores garantias aos interessados", diz Luiz Célio Bottura, consultor em transportes. Como os passageiros pagam pelo transporte OUTRO LADO Em nota, o Metrô afirmou que, desde o fim de 2015, vem adotando uma série de medidas para facilitar a compra e recarga de créditos do Bilhete Único em suas estações. "Para atender o abandono da Rede Ponto Certo do contrato, novas empresas que realizam o serviço foram chamadas e, atualmente, todas as estações contam com pelo menos um equipamento para recarga." O Metrô informou ainda que, em três estações (Tietê, Barra Funda e Jabaquara), ampliou o número de guichês para atender os passageiros nos horários de pico e que, em outras seis estações (Sé, Tatuapé, Itaquera, Paraíso, Consolação e Ana Rosa), há guichês exclusivos para quem tem dinheiro trocado. A estatal admitiu também que "a falta de moedas é o principal causador das filas nas bilheterias do Metrô" e que "o Banco Central inclusive admite a escassez de moedas em circulação". A SPTrans, por sua vez, declarou que trabalha "em conjunto com a Companhia do Metropolitano para que novos equipamentos estejam disponíveis aos passageiros o mais rápido possível". - ONDE CARREGAR O BILHETE ÚNICO > Loja virtual Compra de créditos pelo site da SPTrans, porém é preciso passar cartão em leitor especial nas estações para validar saldo > Lojas físicas É possível adquirir os cartões em duas lojas da SPTrans: - Rua Augusta, 449, das 8 às 16h30 - Consolação; - Rua Frederico Abranches, 168/172 das 8 às 16h30 - Santa Cecília. > Postos autorizados 40 pontos da SPTrans fazem a recarga dos bilhetes > Pontos de venda 8.000 lotéricas, bancas de jornal, farmácias e padarias também podem recarregar o cartão Encontre o posto de recarga mais próximo buscando o endereço aqui * CRONOLOGIA DO PROBLEMA 12.dez.2015 Rede Ponto Certo põe fim ao serviço de autoatendimento em estações e terminais de ônibus, além de cancelar também os guichês com atendentes para recarga do Bilhete Único 15.dez.2015 Passageiros reclamam de filas após rede pôr fim ao serviço de autoatendimento. Na época, das 61 estações de metrô, 21 tinham pontos de venda fora de funcionamento. 9.jan.2016 Tarifa do transporte público paulistano é reajustada de R$ 3,50 para 3,80. Sem moedas para troco, Metrô chegou até a cobrar menos em algumas estações 20.jan.2016 Reportagem flagra passageiros recorrendo a ambulantes que têm cartões do Bilhete Único Diário e cobram R$ 4 por passagem, para não ter que ficar em fila de recarga Final de março.2016 Prazo previsto pelo Metrô para conclusão do processo de reposição dos pontos abandonados pela Ponto Certo. Após esse período, nova licitação será iniciada para complementar a rede de recarga de Bilhete Único
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Milhares vão às ruas de Amsterdã para parada gay; veja
O Ministério da Justiça e Segurança da Holanda se juntou neste sábado às comemorações da parada do orgulho gay no tradicional desfile anual pelos canais realizado em Amsterdã. Segundo fontes da pasta, o objetivo da participação dos funcionários no desfile é "enfatizar o apoio do ministério na luta contra a violência homofóbica e a discriminação baseada na orientação sexual e na identidade de gênero". Em um navio e com o lema "Compartilhe a justiça e a segurança para todos", representantes das corporações de polícia, bombeiros, promotores, juízes e profissionais carcerários participaram da celebração. A iniciativa também contou com profissionais dedicados à luta contra a homofobia, como os que atendem uma linha telefônica contra a discriminação e equipes dos programas de trabalho de apoio aos homossexuais, incluindo o serviço de adoção para casais do mesmo sexo. Esta não é a primeira vez que as autoridades holandesas se envolvem na celebração, que reúne a cerca de 500 mil pessoas na capital holandesa todos os anos. Integrantes de diferentes categorias do Ministério da Defesa participaram em 2009 e, em 2013, o mesmo foi feito pela seleção holandesa de futebol, liderada pelo então técnico, Louis Van Gaal. O desfile é transmitido para o mundo inteiro pela internet através de um serviço da companhia de telecomunicações holandesa KPN. Apesar da Holanda ter sido um dos primeiros países a permitirem o casamento homossexual e ser considerado um dos lugares mais tolerantes do mundo, uma pesquisa publicada neste ano revelou que 4 a cada 10 homens e mulheres holandeses acham que a homossexualidade não é bem-vista. Além disso, 55% diz não se sentir à vontade para andar de mãos dadas com o companheiro do mesmo sexo.
mundo
Milhares vão às ruas de Amsterdã para parada gay; vejaO Ministério da Justiça e Segurança da Holanda se juntou neste sábado às comemorações da parada do orgulho gay no tradicional desfile anual pelos canais realizado em Amsterdã. Segundo fontes da pasta, o objetivo da participação dos funcionários no desfile é "enfatizar o apoio do ministério na luta contra a violência homofóbica e a discriminação baseada na orientação sexual e na identidade de gênero". Em um navio e com o lema "Compartilhe a justiça e a segurança para todos", representantes das corporações de polícia, bombeiros, promotores, juízes e profissionais carcerários participaram da celebração. A iniciativa também contou com profissionais dedicados à luta contra a homofobia, como os que atendem uma linha telefônica contra a discriminação e equipes dos programas de trabalho de apoio aos homossexuais, incluindo o serviço de adoção para casais do mesmo sexo. Esta não é a primeira vez que as autoridades holandesas se envolvem na celebração, que reúne a cerca de 500 mil pessoas na capital holandesa todos os anos. Integrantes de diferentes categorias do Ministério da Defesa participaram em 2009 e, em 2013, o mesmo foi feito pela seleção holandesa de futebol, liderada pelo então técnico, Louis Van Gaal. O desfile é transmitido para o mundo inteiro pela internet através de um serviço da companhia de telecomunicações holandesa KPN. Apesar da Holanda ter sido um dos primeiros países a permitirem o casamento homossexual e ser considerado um dos lugares mais tolerantes do mundo, uma pesquisa publicada neste ano revelou que 4 a cada 10 homens e mulheres holandeses acham que a homossexualidade não é bem-vista. Além disso, 55% diz não se sentir à vontade para andar de mãos dadas com o companheiro do mesmo sexo.
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Deputados aumentam tarifa e limitam uso do bilhete único no Rio
Em votação apertada, os deputados governistas do Rio conseguiram aprovar nesta quinta (8) o aumento da tarifa e a limitação do uso do bilhete único do transporte intermunicipal no estado. A medida faz parte do pacote anticrise do governador Luiz Fernando Pezão. O texto aprovado, porém, é mais duro do que o enviado pelo Executivo estadual, o que gerou críticas da oposição. A tarifa do bilhete único passará de R$ 6,50 para R$ 8 por viagem. O subsídio só poderá ser usado por pessoas que ganham até R$ 3 mil por mês. PRINCIPAIS PROJETOS - NA PAUTA DA ALERJ "É injustificável essa assembleia ter aprovado uma medida que vai além do que o governo havia proposto", disse o deputado Carlos Osório (PSDB), ex-secretário estadual de transportes. A proposta inicial ampliava a tarifa para R$ 7,50 e limitava o subsídio por passageiro a até R$ 150 por mês. Seria votada na quarta (8), mas foi adiada. "Agora, o morador da minha cidade (Queimados, na região metropolitana) que tiver que vir à capital para trabalhar deixará de pagar R$ 6,50 para pagar R$ 14,30. Isso vai gerar desemprego", acusou o deputado Zaqueu Teixeira (PDT). Os deputados rejeitaram outro projeto do pacote que iria a votação nesta quinta, a extinção dos programas sociais Renda Melhor e Renda Melhor Jovem, que gerariam economia de R$ 193,3 milhões por ano. As votações do pacote foram iniciadas na terça (7), em uma tarde de violentos confrontos entre manifestantes contrários às medidas e a polícia no centro do Rio. PROPOSTAS REJEITADAS - PELA ALERJ IMPOSTOS Na sessão desta quinta, os deputados do Rio decidiram adiar a votação de proposta do governo para aumentar impostos sobre gasolina, energia e outros produtos. A elevação dos impostos é uma das principais medidas do pacote anunciado pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) para enfrentar a crise financeira. Os deputados pediram novas informações do governo sobre os efeitos da medida. Quando anunciou o pacote, Pezão calculava o ganho em R$ 1,4 bilhão por ano. Além de gasolina e energia, a proposta prevê novas alíquotas de ICMS para cigarro, bebidas alcoólicas, refrigerantes e telefonia. A proposta de uso de fundos, incluindo de outros poderes, para o pagamento de salários também foi retirado da pauta para novas negociações.
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Deputados aumentam tarifa e limitam uso do bilhete único no RioEm votação apertada, os deputados governistas do Rio conseguiram aprovar nesta quinta (8) o aumento da tarifa e a limitação do uso do bilhete único do transporte intermunicipal no estado. A medida faz parte do pacote anticrise do governador Luiz Fernando Pezão. O texto aprovado, porém, é mais duro do que o enviado pelo Executivo estadual, o que gerou críticas da oposição. A tarifa do bilhete único passará de R$ 6,50 para R$ 8 por viagem. O subsídio só poderá ser usado por pessoas que ganham até R$ 3 mil por mês. PRINCIPAIS PROJETOS - NA PAUTA DA ALERJ "É injustificável essa assembleia ter aprovado uma medida que vai além do que o governo havia proposto", disse o deputado Carlos Osório (PSDB), ex-secretário estadual de transportes. A proposta inicial ampliava a tarifa para R$ 7,50 e limitava o subsídio por passageiro a até R$ 150 por mês. Seria votada na quarta (8), mas foi adiada. "Agora, o morador da minha cidade (Queimados, na região metropolitana) que tiver que vir à capital para trabalhar deixará de pagar R$ 6,50 para pagar R$ 14,30. Isso vai gerar desemprego", acusou o deputado Zaqueu Teixeira (PDT). Os deputados rejeitaram outro projeto do pacote que iria a votação nesta quinta, a extinção dos programas sociais Renda Melhor e Renda Melhor Jovem, que gerariam economia de R$ 193,3 milhões por ano. As votações do pacote foram iniciadas na terça (7), em uma tarde de violentos confrontos entre manifestantes contrários às medidas e a polícia no centro do Rio. PROPOSTAS REJEITADAS - PELA ALERJ IMPOSTOS Na sessão desta quinta, os deputados do Rio decidiram adiar a votação de proposta do governo para aumentar impostos sobre gasolina, energia e outros produtos. A elevação dos impostos é uma das principais medidas do pacote anunciado pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) para enfrentar a crise financeira. Os deputados pediram novas informações do governo sobre os efeitos da medida. Quando anunciou o pacote, Pezão calculava o ganho em R$ 1,4 bilhão por ano. Além de gasolina e energia, a proposta prevê novas alíquotas de ICMS para cigarro, bebidas alcoólicas, refrigerantes e telefonia. A proposta de uso de fundos, incluindo de outros poderes, para o pagamento de salários também foi retirado da pauta para novas negociações.
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O maravilhoso ombro amigo
A pequena e poderosa bola do tenista no saque pode alcançar a velocidade de 200 km por hora. Do outro lado da quadra, o adversário tem menos de 1 segundo para posicionar o corpo, o ombro e o braço para absorver o impacto em sua raquete e rebater o petardo. Nessas frações de segundo, o papel principal do movimento é exercido pelo ombro, um maravilhoso aglomerado de articulações, segundo o médico Romulo Brasil Filho, chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital do Servidor Público Estadual. Essas articulações unem o braço ao tronco, com os músculos posicionados de uma forma que sua contração ou relaxamento permitam a posição correta nas atividades esportivas, evitando assim o comprometimento da coluna ou dos músculos. Da mesma forma que o ombro auxilia na movimentação, as lesões ou mesmo a dor nessa área podem reduzir ou dificultar essa função. A limitação progressiva da elevação do braço e a dor noturna no ombro são problemas observados em decorrência de exercícios musculares inadequados ou após a quarta década da vida. Para Romulo Brasil Filho, esses problemas podem estar relacionados ao desgaste crônico do manguito rotador (o conjunto de músculos e tendões que dão estabilidade ao ombro) pelos exercícios musculares ou a movimentos bruscos cujo deslocamento repentino dos ossos da articulação provocam luxação do ombro.
colunas
O maravilhoso ombro amigoA pequena e poderosa bola do tenista no saque pode alcançar a velocidade de 200 km por hora. Do outro lado da quadra, o adversário tem menos de 1 segundo para posicionar o corpo, o ombro e o braço para absorver o impacto em sua raquete e rebater o petardo. Nessas frações de segundo, o papel principal do movimento é exercido pelo ombro, um maravilhoso aglomerado de articulações, segundo o médico Romulo Brasil Filho, chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital do Servidor Público Estadual. Essas articulações unem o braço ao tronco, com os músculos posicionados de uma forma que sua contração ou relaxamento permitam a posição correta nas atividades esportivas, evitando assim o comprometimento da coluna ou dos músculos. Da mesma forma que o ombro auxilia na movimentação, as lesões ou mesmo a dor nessa área podem reduzir ou dificultar essa função. A limitação progressiva da elevação do braço e a dor noturna no ombro são problemas observados em decorrência de exercícios musculares inadequados ou após a quarta década da vida. Para Romulo Brasil Filho, esses problemas podem estar relacionados ao desgaste crônico do manguito rotador (o conjunto de músculos e tendões que dão estabilidade ao ombro) pelos exercícios musculares ou a movimentos bruscos cujo deslocamento repentino dos ossos da articulação provocam luxação do ombro.
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Astrologia
Saturno dá a medida real dos esforços e estimula reflexões. LUA CHEIA EM VIRGEM: 22/2 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Se você suou a camisa atrás de objetivos e metas, hoje é dia de parar e pensar. A Lua já segue grande no céu, mostrando o que vingou e o que ainda precisa ser feito. Amigos ajudam nas avaliações. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Um dia de revisões na área financeira. Para você, fôlego para cortar supérfluos e coragem para investir onde há crescimento seguro. O medo de ficar sem recursos está presente. Insegurança no amor. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) A Lua em seu signo desde a tarde de ontem traz emoções à flor da pele, dúvidas do passado que marcaram a carne e a mente. Exercite-se, mova-se, chore debaixo d'água –a mente vai clarear mais. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Você se questiona demais? Hoje isto será prejudicial. Não vá pela via das suposições, dos "e se". Os primeiros resultados de algo que você fez estão aparecendo. Compare sonho com resultado real. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Esta semana é de dúvidas, de forças que puxam em direções contraditórias. Um amigo que preze este nome não esconde intenções –pense nisso ao ser chamado para algo importante. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Astral um tanto desencorajador, mas ao mesmo tempo instigante. Conversas com vizinhos ou pessoas próximas trazem dicas importantes. A vida afetiva não está bem –tenha atenção com ela. LIBRA (23 set. a 22 out.) Um clima de nervosismo e desencanto invade o astral coletivo. Pode ser que a reunião de equipe reflita esta tendência. Cabe a você entusiasmar o pessoal, mostrando as conquistas! ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Epidemias e rumores envenenam o dia, mas você enxerga o âmago das pessoas, o que é um luxo! Faça desse talento o instrumento para trazer luz e esperança a quem puder. Amor em alta. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Distanciamento, indiferença, desconfiança: o dia segue nessa toada no âmbito privado. Você, aberto para o amor e as parcerias, talvez esteja desconfiado demais. Reveja sua postura. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Preste atenção aos seus gastos financeiros! Lua e Saturno anunciam limites claros –alguns mais curtos do que você imaginava. Sensação de isolamento pode ser boa para encerrar uma fase de vida. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Chegou a hora certa para você se posicionar claramente em relação a um grupo ou associação. Se não há espaço para expandir suas experiências e ideias, é hora de tentar a carreira solo! PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Responsabilidades assumidas no mundo lá fora pesam, são incontornáveis. E você escuta o chamado de sua alma peregrina neste mundo. Organize-se para atender às duas demandas. Amor em baixa...
ilustrada
AstrologiaSaturno dá a medida real dos esforços e estimula reflexões. LUA CHEIA EM VIRGEM: 22/2 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Se você suou a camisa atrás de objetivos e metas, hoje é dia de parar e pensar. A Lua já segue grande no céu, mostrando o que vingou e o que ainda precisa ser feito. Amigos ajudam nas avaliações. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Um dia de revisões na área financeira. Para você, fôlego para cortar supérfluos e coragem para investir onde há crescimento seguro. O medo de ficar sem recursos está presente. Insegurança no amor. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) A Lua em seu signo desde a tarde de ontem traz emoções à flor da pele, dúvidas do passado que marcaram a carne e a mente. Exercite-se, mova-se, chore debaixo d'água –a mente vai clarear mais. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Você se questiona demais? Hoje isto será prejudicial. Não vá pela via das suposições, dos "e se". Os primeiros resultados de algo que você fez estão aparecendo. Compare sonho com resultado real. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Esta semana é de dúvidas, de forças que puxam em direções contraditórias. Um amigo que preze este nome não esconde intenções –pense nisso ao ser chamado para algo importante. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Astral um tanto desencorajador, mas ao mesmo tempo instigante. Conversas com vizinhos ou pessoas próximas trazem dicas importantes. A vida afetiva não está bem –tenha atenção com ela. LIBRA (23 set. a 22 out.) Um clima de nervosismo e desencanto invade o astral coletivo. Pode ser que a reunião de equipe reflita esta tendência. Cabe a você entusiasmar o pessoal, mostrando as conquistas! ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Epidemias e rumores envenenam o dia, mas você enxerga o âmago das pessoas, o que é um luxo! Faça desse talento o instrumento para trazer luz e esperança a quem puder. Amor em alta. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Distanciamento, indiferença, desconfiança: o dia segue nessa toada no âmbito privado. Você, aberto para o amor e as parcerias, talvez esteja desconfiado demais. Reveja sua postura. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Preste atenção aos seus gastos financeiros! Lua e Saturno anunciam limites claros –alguns mais curtos do que você imaginava. Sensação de isolamento pode ser boa para encerrar uma fase de vida. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Chegou a hora certa para você se posicionar claramente em relação a um grupo ou associação. Se não há espaço para expandir suas experiências e ideias, é hora de tentar a carreira solo! PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Responsabilidades assumidas no mundo lá fora pesam, são incontornáveis. E você escuta o chamado de sua alma peregrina neste mundo. Organize-se para atender às duas demandas. Amor em baixa...
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Concessão de linhas do metrô de SP terá lance mínimo de R$ 189,6 milhões
A concessão das linhas 5-lilás e 17-ouro do metrô de São Paulo à iniciativa privada terá lance mínimo de R$ 189,6 milhões. O valor está estipulado no edital lançado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), na quinta-feira (30). O leilão ocorrerá no dia 4 de julho, na Bovespa, em São Paulo. O vencedor da concorrência internacional administrará as duas linhas durante 20 anos, sob a condição de investir R$ 3 bilhões em manutenção e modernização das linhas. A estimativa de faturamento da operação das duas linhas é estimado em R$ 10,8 bilhões. LINHAS A linha 5-lilás já está em operação com sete estações (da estação Capão Redondo à Adolfo Pinheiro). Resta a conclusão de outras dez, ligando a linha até as linhas 1-azul, 2-verde e 17-ouro. A estação final será a Chácara Klabin, que também opera na linha 2-verde. Já o monotrilho da linha 17-ouro, terá oito estações e ligará Congonhas à estação Morumbi da CPTM (linha 9-esmeralda), além da integração com a linha 5-lilás. A previsão de início de operação do monotrilho é para o segundo semestre de 2019. A expectativa do governo estadual é que, somadas, as linhas transportem cerca de 1 milhão de passageiros por dia.
cotidiano
Concessão de linhas do metrô de SP terá lance mínimo de R$ 189,6 milhõesA concessão das linhas 5-lilás e 17-ouro do metrô de São Paulo à iniciativa privada terá lance mínimo de R$ 189,6 milhões. O valor está estipulado no edital lançado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), na quinta-feira (30). O leilão ocorrerá no dia 4 de julho, na Bovespa, em São Paulo. O vencedor da concorrência internacional administrará as duas linhas durante 20 anos, sob a condição de investir R$ 3 bilhões em manutenção e modernização das linhas. A estimativa de faturamento da operação das duas linhas é estimado em R$ 10,8 bilhões. LINHAS A linha 5-lilás já está em operação com sete estações (da estação Capão Redondo à Adolfo Pinheiro). Resta a conclusão de outras dez, ligando a linha até as linhas 1-azul, 2-verde e 17-ouro. A estação final será a Chácara Klabin, que também opera na linha 2-verde. Já o monotrilho da linha 17-ouro, terá oito estações e ligará Congonhas à estação Morumbi da CPTM (linha 9-esmeralda), além da integração com a linha 5-lilás. A previsão de início de operação do monotrilho é para o segundo semestre de 2019. A expectativa do governo estadual é que, somadas, as linhas transportem cerca de 1 milhão de passageiros por dia.
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Competição por clientes estrangeiros cresce entre freelancers
Plataformas para contratação de freelancers são uma opção para quem trabalha por conta própria receber em dólar de clientes de fora do país. O designer Eduardo Venancio, 25, usa sites internacionais como o 99designs (que promove concorrências virtuais entre profissionais), o Dribbble e o Behance (para exibição de trabalhos e portfólios). "Eu consigo divulgar meu trabalho lá e nem preciso correr tanto atrás dos clientes, eles é que me procuram", diz Venancio. Ele afirma que 95% dos seus trabalhos são feitos para estrangeiros e que recebe tudo em dólar. Já atendeu clientes de países como Emirados Árabes Unidos, Itália e França. Venancio diz ter uma meta mensal de quanto precisa receber e que, quando a atinge, reduz o ritmo. Ele não informa a quantia, mas diz que, com esse trabalho, conseguiu comprar casa e seu carro. Antes de migrar para o trabalho via web, Venancio era funcionário público e trabalhava como digitador na cidade de São José dos Campos (SP), onde mora. DISPUTA ACIRRADA Dan Strougo, presidente para a América Latina do 99designs, diz que a valorização do dólar provocou um aumento do número de designers brasileiros inscritos na plataforma. Neste ano, a moeda americana subiu mais de 40% na comparação com o real –foi a maior alta da divisa dos Estados Unidos em relação à de países emergentes. No caso do Brasil, um dos fatores que pesaram foi a instabilidade política, além dos problemas econômicos. O 99designs permite se candidatar a projetos feitos por usuários de qualquer país. Como os projetos são cotados em dólar, ficou mais interessante usar a plataforma, segundo Strougo. Em setembro deste ano, foram cadastrados 506 novos designers brasileiros no serviço. No mesmo mês do ano passado, ingressaram 209 profissionais do país. De acordo com Strougo, após ganhar uma concorrência para um projeto na plataforma, é comum que o profissional dê continuidade ao relacionamento com o cliente estrangeiro. Por outro lado, menos empresas brasileiras estão buscando projetos por meio do site, na medida em que a valorização do dólar encarece a contratação do serviço.
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Competição por clientes estrangeiros cresce entre freelancersPlataformas para contratação de freelancers são uma opção para quem trabalha por conta própria receber em dólar de clientes de fora do país. O designer Eduardo Venancio, 25, usa sites internacionais como o 99designs (que promove concorrências virtuais entre profissionais), o Dribbble e o Behance (para exibição de trabalhos e portfólios). "Eu consigo divulgar meu trabalho lá e nem preciso correr tanto atrás dos clientes, eles é que me procuram", diz Venancio. Ele afirma que 95% dos seus trabalhos são feitos para estrangeiros e que recebe tudo em dólar. Já atendeu clientes de países como Emirados Árabes Unidos, Itália e França. Venancio diz ter uma meta mensal de quanto precisa receber e que, quando a atinge, reduz o ritmo. Ele não informa a quantia, mas diz que, com esse trabalho, conseguiu comprar casa e seu carro. Antes de migrar para o trabalho via web, Venancio era funcionário público e trabalhava como digitador na cidade de São José dos Campos (SP), onde mora. DISPUTA ACIRRADA Dan Strougo, presidente para a América Latina do 99designs, diz que a valorização do dólar provocou um aumento do número de designers brasileiros inscritos na plataforma. Neste ano, a moeda americana subiu mais de 40% na comparação com o real –foi a maior alta da divisa dos Estados Unidos em relação à de países emergentes. No caso do Brasil, um dos fatores que pesaram foi a instabilidade política, além dos problemas econômicos. O 99designs permite se candidatar a projetos feitos por usuários de qualquer país. Como os projetos são cotados em dólar, ficou mais interessante usar a plataforma, segundo Strougo. Em setembro deste ano, foram cadastrados 506 novos designers brasileiros no serviço. No mesmo mês do ano passado, ingressaram 209 profissionais do país. De acordo com Strougo, após ganhar uma concorrência para um projeto na plataforma, é comum que o profissional dê continuidade ao relacionamento com o cliente estrangeiro. Por outro lado, menos empresas brasileiras estão buscando projetos por meio do site, na medida em que a valorização do dólar encarece a contratação do serviço.
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Folhainvest responde: Mantenho R$ 35 mil que estão na poupança antiga?
A pergunta foi enviada pelo leitor S.M., de Porto Alegre (RS). RESPOSTA DE WILLIAM EID JUNIOR, PROFESSOR DA FGV-SP A caderneta de poupança antiga rende, quando a taxa básica Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, juros de 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial). Isso dá algo pouco acima de 7% ao ano. Já a poupança nova rende 70% do valor da Selic mais a variação da TR se a Selic for igual ou estiver abaixo de 8,5%. Acima desse patamar, o rendimento se iguala ao da poupança antiga, como ocorre hoje. Mas, mais do que isso, existem fundos de renda fixa e CDBs (Certificados de Depósito Bancário), entre outros produtos, que estão rendendo mais do que 7% ao ano, mesmo com pagamento de custos e Imposto de Renda. E essa situação deve se manter nos próximos anos. Você pode procurar um CDB ou LCI (Letras de Crédito Imobiliário) ou LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) ou ainda Letras de Câmbio (CDB de financeira), mesmo que de banco menor, para aplicar seu dinheiro e obter rendimentos muito melhores. Alguns bancos menores chegam a oferecer taxas acima de 15% ao ano. A aplicação é garantida pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil. Antes de investir, pesquise. A internet é uma boa fonte de informações, inclusive para você que quer entender mais de investimentos. Você precisa conhecer produtos básicos. Com esse conhecimento, poderá fazer bons investimentos!
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Folhainvest responde: Mantenho R$ 35 mil que estão na poupança antiga?A pergunta foi enviada pelo leitor S.M., de Porto Alegre (RS). RESPOSTA DE WILLIAM EID JUNIOR, PROFESSOR DA FGV-SP A caderneta de poupança antiga rende, quando a taxa básica Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, juros de 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial). Isso dá algo pouco acima de 7% ao ano. Já a poupança nova rende 70% do valor da Selic mais a variação da TR se a Selic for igual ou estiver abaixo de 8,5%. Acima desse patamar, o rendimento se iguala ao da poupança antiga, como ocorre hoje. Mas, mais do que isso, existem fundos de renda fixa e CDBs (Certificados de Depósito Bancário), entre outros produtos, que estão rendendo mais do que 7% ao ano, mesmo com pagamento de custos e Imposto de Renda. E essa situação deve se manter nos próximos anos. Você pode procurar um CDB ou LCI (Letras de Crédito Imobiliário) ou LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) ou ainda Letras de Câmbio (CDB de financeira), mesmo que de banco menor, para aplicar seu dinheiro e obter rendimentos muito melhores. Alguns bancos menores chegam a oferecer taxas acima de 15% ao ano. A aplicação é garantida pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil. Antes de investir, pesquise. A internet é uma boa fonte de informações, inclusive para você que quer entender mais de investimentos. Você precisa conhecer produtos básicos. Com esse conhecimento, poderá fazer bons investimentos!
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Steven Avery, de 'Making a Murderer', pede anulação de julgamento
O americano Steven Avery, cuja história é retratada na série documental "Making a Murderer", pediu à Corte de Apelação de Winsconsin (EUA), na terça (12), que anule o julgamento de 2005, em que foi condenado a prisão perpétua pelo assassinato da fotógrafa Teresa Hallbach. De acordo com o site "TMZ", Avery afirmou que a decisão do júri foi contaminada por um dos jurados, que falou repetidas vezes que ele era "culpado para c**", além de afirmar aos pares: "Se vocês não conseguem lidar com isto, avisem ao juiz e saiam daqui". Além disso, Avery justifica sua apelação afirmando que a busca das autoridades que produziu provas incriminatórias —como sangue com seu DNA e a chave do veículo de Halbach— foi ilegal. Também alega que algumas provas foram plantadas pela polícia a fim de incriminá-lo. Antes de ser preso pelo assassinato de Hallbach, Avery havia passado 18 anos na cadeia por um crime de abuso sexual que não cometeu. Com isso, se tornou um ícone das injustiças do sistema penal norte-americano e processou policiais e procuradores do condado de Manitowoc por falhas na investigação. Após pedir na justiça uma indenização de US$ 36 milhões, foi acusado pela morte de Hallbach.
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Steven Avery, de 'Making a Murderer', pede anulação de julgamentoO americano Steven Avery, cuja história é retratada na série documental "Making a Murderer", pediu à Corte de Apelação de Winsconsin (EUA), na terça (12), que anule o julgamento de 2005, em que foi condenado a prisão perpétua pelo assassinato da fotógrafa Teresa Hallbach. De acordo com o site "TMZ", Avery afirmou que a decisão do júri foi contaminada por um dos jurados, que falou repetidas vezes que ele era "culpado para c**", além de afirmar aos pares: "Se vocês não conseguem lidar com isto, avisem ao juiz e saiam daqui". Além disso, Avery justifica sua apelação afirmando que a busca das autoridades que produziu provas incriminatórias —como sangue com seu DNA e a chave do veículo de Halbach— foi ilegal. Também alega que algumas provas foram plantadas pela polícia a fim de incriminá-lo. Antes de ser preso pelo assassinato de Hallbach, Avery havia passado 18 anos na cadeia por um crime de abuso sexual que não cometeu. Com isso, se tornou um ícone das injustiças do sistema penal norte-americano e processou policiais e procuradores do condado de Manitowoc por falhas na investigação. Após pedir na justiça uma indenização de US$ 36 milhões, foi acusado pela morte de Hallbach.
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Busquei impedir propina em obra olímpica, diz ex-prefeito Eduardo Paes
Um ano após os Jogos, o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB) afirma que a Olimpíada contribuiu para melhorar a infraestrutura do município e nunca teve como ambição resolver todos os problemas da cidade. Ele atribui a uma "confusão" a associação dos Jogos com a crise, e considera injustas as críticas à utilização das arenas após o evento. Entrevistado na terça (1º) sobre a Olimpíada, ele foi ouvido novamente para comentar a prisão, na quinta (3), do ex-secretário municipal de obras Alexandre Pinto, responsável por parte dos contratos dos Jogos. Questionado se, após o caso, o evento pode ser associado a corrupção disse: "Busquei sempre impedir que esse tipo de coisa acontecesse." RAIO-X DO GASTO COM OLIMPÍADA - Total gasto, em R$ bilhões RAIO-X DO GASTO COM OLIMPÍADA - Origem dos recursos, em R$ bilhões * IMAGEM DO RIO A imagem externa é excepcional, de um grande evento. Nos EUA, sempre ouço as pessoas falando: "Falaram que não ia acontecer e foi um sucesso". Mas é óbvio que os Jogos foram prejudicados pelos problemas dos últimos anos. Crise econômica, política, denúncias, escândalos. Isso tudo gera algum tipo de dano e muita confusão sobre as coisas positivas. Sob o ponto de vista de infraestrutura foi um avanço enorme para o Rio. Mas é um equívoco achar que a Olimpíada resolveria todos os problemas da cidade. Nunca foi o propósito. JOGOS COMO MOTIVO DA CRISE Há uma confusão. Não há nada mais esdrúxulo que dizer que a crise do Estado do Rio tem relação com a Olimpíada. É o típico do caso de colocar na conta da Olimpíada sem nenhuma razão. MEGALOMANIA Acho que a linha 4 do metrô [que custou R$ 10 bilhões e transporta metade do esperado] foi uma grande conquista para a cidade. Tem que se construir uma linha de metrô pensando para frente. A Transolímpica é uma das linhas do plano do Lacerda [dos anos 1960]. Foi feita com muito atraso. Hoje não está na capacidade máxima. Que bom! Em uma, as pessoas reclamam que está na capacidade máxima [referência à Transcarioca, que costuma ficar lotada]. Na outra, que está abaixo. COBRANÇA DE R$ 120 MILHÕES Era um convênio [com o comitê organizador] que abria a possibilidade de pagar até R$ 150 milhões [para cobrir os gastos com a organização da Olimpíada], não era obrigado. Até eu sair da prefeitura, não se tinha prestado contas dos R$ 30 milhões repassados. Acho que essa conta não deve ser paga pelo poder público. ABANDONO DO PARQUE OLÍMPICO O grande desafio é o legado esportivo. Executar o que a gente planejou. O mundo que eu planejei era justamente imaginando as deficiências do poder público. Seria uma PPP, mas, somados dois fatores -uma crise econômica e um prefeito que estava saindo-, não teve interessado. O ministério [do Esporte] está fazendo um esforço grande. É injusta a cobertura [sobre a utilização do espaço]. Em janeiro já diziam que estava abandonado. Tenho foto de Londres, em 2014, com tudo em obra ainda. Isso demora um tempo. PROPINA Espero que não tenha acontecido pagamento de propina em obras da Olimpíada [segundo investigação da Polícia Federal, o ex-secretário municipal de Obras Alexandre Pinto cobrou propina em obras de legado da Copa do Mundo e da Olimpíada]. Busquei sempre impedir que esse tipo de coisa acontecesse.
esporte
Busquei impedir propina em obra olímpica, diz ex-prefeito Eduardo PaesUm ano após os Jogos, o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB) afirma que a Olimpíada contribuiu para melhorar a infraestrutura do município e nunca teve como ambição resolver todos os problemas da cidade. Ele atribui a uma "confusão" a associação dos Jogos com a crise, e considera injustas as críticas à utilização das arenas após o evento. Entrevistado na terça (1º) sobre a Olimpíada, ele foi ouvido novamente para comentar a prisão, na quinta (3), do ex-secretário municipal de obras Alexandre Pinto, responsável por parte dos contratos dos Jogos. Questionado se, após o caso, o evento pode ser associado a corrupção disse: "Busquei sempre impedir que esse tipo de coisa acontecesse." RAIO-X DO GASTO COM OLIMPÍADA - Total gasto, em R$ bilhões RAIO-X DO GASTO COM OLIMPÍADA - Origem dos recursos, em R$ bilhões * IMAGEM DO RIO A imagem externa é excepcional, de um grande evento. Nos EUA, sempre ouço as pessoas falando: "Falaram que não ia acontecer e foi um sucesso". Mas é óbvio que os Jogos foram prejudicados pelos problemas dos últimos anos. Crise econômica, política, denúncias, escândalos. Isso tudo gera algum tipo de dano e muita confusão sobre as coisas positivas. Sob o ponto de vista de infraestrutura foi um avanço enorme para o Rio. Mas é um equívoco achar que a Olimpíada resolveria todos os problemas da cidade. Nunca foi o propósito. JOGOS COMO MOTIVO DA CRISE Há uma confusão. Não há nada mais esdrúxulo que dizer que a crise do Estado do Rio tem relação com a Olimpíada. É o típico do caso de colocar na conta da Olimpíada sem nenhuma razão. MEGALOMANIA Acho que a linha 4 do metrô [que custou R$ 10 bilhões e transporta metade do esperado] foi uma grande conquista para a cidade. Tem que se construir uma linha de metrô pensando para frente. A Transolímpica é uma das linhas do plano do Lacerda [dos anos 1960]. Foi feita com muito atraso. Hoje não está na capacidade máxima. Que bom! Em uma, as pessoas reclamam que está na capacidade máxima [referência à Transcarioca, que costuma ficar lotada]. Na outra, que está abaixo. COBRANÇA DE R$ 120 MILHÕES Era um convênio [com o comitê organizador] que abria a possibilidade de pagar até R$ 150 milhões [para cobrir os gastos com a organização da Olimpíada], não era obrigado. Até eu sair da prefeitura, não se tinha prestado contas dos R$ 30 milhões repassados. Acho que essa conta não deve ser paga pelo poder público. ABANDONO DO PARQUE OLÍMPICO O grande desafio é o legado esportivo. Executar o que a gente planejou. O mundo que eu planejei era justamente imaginando as deficiências do poder público. Seria uma PPP, mas, somados dois fatores -uma crise econômica e um prefeito que estava saindo-, não teve interessado. O ministério [do Esporte] está fazendo um esforço grande. É injusta a cobertura [sobre a utilização do espaço]. Em janeiro já diziam que estava abandonado. Tenho foto de Londres, em 2014, com tudo em obra ainda. Isso demora um tempo. PROPINA Espero que não tenha acontecido pagamento de propina em obras da Olimpíada [segundo investigação da Polícia Federal, o ex-secretário municipal de Obras Alexandre Pinto cobrou propina em obras de legado da Copa do Mundo e da Olimpíada]. Busquei sempre impedir que esse tipo de coisa acontecesse.
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Escolha de ministro para o STF deveria incluir outras instâncias, diz leitor
No atual cenário de descrença total no governo Dilma, é natural que haja muito questionamento na indicação do ministro Dias Toffoli, ex- advogado do PT, para participar do caso Lava Jato. Como em geral a escolha de ministro do STF é feita pela Presidência da República, relembramos a antiga pergunta dos juristas: Por que não se muda a escolha de ministro do STF por consenso entre a Presidência da República, ministros do STF e entidades da área jurídica, como por exemplo a OAB?  * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Escolha de ministro para o STF deveria incluir outras instâncias, diz leitorNo atual cenário de descrença total no governo Dilma, é natural que haja muito questionamento na indicação do ministro Dias Toffoli, ex- advogado do PT, para participar do caso Lava Jato. Como em geral a escolha de ministro do STF é feita pela Presidência da República, relembramos a antiga pergunta dos juristas: Por que não se muda a escolha de ministro do STF por consenso entre a Presidência da República, ministros do STF e entidades da área jurídica, como por exemplo a OAB?  * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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"El explosivo", treinador de Honduras foi responsável por azarão da Copa de 2014 
SÉRGIO RANGEL ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS Ele é fã do Corinthians, estudou na USP (Universidade de São Paulo) e conhece bem o futebol brasileiro. O colombiano Jorge Luis Pinto é um dos principais responsáveis pelo sucesso de Honduras nos Jogos Olímpicos. Do banco de reservas do Maracanã, o treinador vai comandar o time que vai tentar tirar nesta quarta (17) a seleção brasileira da disputa da inédita medalha de ouro. Apelidado de "o explosivo", Pinto é capaz de treinar os jogadores por até três horas, o que fez comprar brigar com os veteranos locais. Alguns ameaçam não disputar as eliminatórias para a Copa da Rússia por causa dos métodos de trabalho do treinador. Nos Jogos do Rio, ele discutiu com os organizadores do evento que o impediram de realizar um treino tão longo no Ninhos do Urubu. No mesmo dia, o centro de treinamento do Flamengo também estava reservado para outras seleção. "Fui contratado para impor o meu estilo. Por isso, não mudo. Sei aonde vou e sou exigente", afirmou o treinador, que chamou a atenção do mundo ao comandar a desconhecida seleção da Costa Rica na Copa de 2014. Os costa-riquenhos chegaram até as quartas de final e caíram para a Holanda. Além do futebol competitivo da equipe que comandou, Pinto chamou a atenção pelo estilo espalhafatoso. Nas oitavas, ele invadiu o gramado para reclamar da arbitragem, gritou, gesticulou e deu um show no banco de reservas na vitória contra a Grécia.  Nos Jogos do Rio, o colombiano também é responsável pelo azarão do torneio. Na fase de grupo, os hondurenhos eliminaram a Argentina e a Argélia. No sábado, o time venceu a Coreia, por 1 a 0, no Mineirão. "Vai ser um jogo muito difícil. Temos um adversário que sabe sofrer durante as partidas e que tem um treinador com muita experiência", afirmou o técnico da seleção, Rogério Micale. Pinto morou no Brasil nos anos 70, estudou por um ano na USP e tem "muito carinho" pelo Corinthians. Amigo de José Teixeira, então auxiliar de Oswaldo Brandão, ele acompanhou a campanha vitoriosa da conquista do Campeonato Paulista de 1977, que acabou com o jejum de 23 anos sem título do time do Parque São Jorge.  Apesar de a seleção ter um excelente retrospecto contra Honduras (cinco vitórias, um empate e apenas uma derrota), os adversários de quarta foram responsáveis por um dos maiores vexames dos brasileiros. Na Copa América de 2001, na Colômbia, o time comandado por Luiz Felipe Scolari foi eliminado do torneio após perder para os hondurenhos, por 2 a 0, em Manizales.
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"El explosivo", treinador de Honduras foi responsável por azarão da Copa de 2014  SÉRGIO RANGEL ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS Ele é fã do Corinthians, estudou na USP (Universidade de São Paulo) e conhece bem o futebol brasileiro. O colombiano Jorge Luis Pinto é um dos principais responsáveis pelo sucesso de Honduras nos Jogos Olímpicos. Do banco de reservas do Maracanã, o treinador vai comandar o time que vai tentar tirar nesta quarta (17) a seleção brasileira da disputa da inédita medalha de ouro. Apelidado de "o explosivo", Pinto é capaz de treinar os jogadores por até três horas, o que fez comprar brigar com os veteranos locais. Alguns ameaçam não disputar as eliminatórias para a Copa da Rússia por causa dos métodos de trabalho do treinador. Nos Jogos do Rio, ele discutiu com os organizadores do evento que o impediram de realizar um treino tão longo no Ninhos do Urubu. No mesmo dia, o centro de treinamento do Flamengo também estava reservado para outras seleção. "Fui contratado para impor o meu estilo. Por isso, não mudo. Sei aonde vou e sou exigente", afirmou o treinador, que chamou a atenção do mundo ao comandar a desconhecida seleção da Costa Rica na Copa de 2014. Os costa-riquenhos chegaram até as quartas de final e caíram para a Holanda. Além do futebol competitivo da equipe que comandou, Pinto chamou a atenção pelo estilo espalhafatoso. Nas oitavas, ele invadiu o gramado para reclamar da arbitragem, gritou, gesticulou e deu um show no banco de reservas na vitória contra a Grécia.  Nos Jogos do Rio, o colombiano também é responsável pelo azarão do torneio. Na fase de grupo, os hondurenhos eliminaram a Argentina e a Argélia. No sábado, o time venceu a Coreia, por 1 a 0, no Mineirão. "Vai ser um jogo muito difícil. Temos um adversário que sabe sofrer durante as partidas e que tem um treinador com muita experiência", afirmou o técnico da seleção, Rogério Micale. Pinto morou no Brasil nos anos 70, estudou por um ano na USP e tem "muito carinho" pelo Corinthians. Amigo de José Teixeira, então auxiliar de Oswaldo Brandão, ele acompanhou a campanha vitoriosa da conquista do Campeonato Paulista de 1977, que acabou com o jejum de 23 anos sem título do time do Parque São Jorge.  Apesar de a seleção ter um excelente retrospecto contra Honduras (cinco vitórias, um empate e apenas uma derrota), os adversários de quarta foram responsáveis por um dos maiores vexames dos brasileiros. Na Copa América de 2001, na Colômbia, o time comandado por Luiz Felipe Scolari foi eliminado do torneio após perder para os hondurenhos, por 2 a 0, em Manizales.
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Calça jeans social confunde taxistas no 1º dia de novas regras de conduta
A calça jeans com corte social confundiu taxistas no primeiro dia de vigência do código de conduta da categoria, que regula da vestimenta aos temas de conversa no carro. Taxistas não podem falar palavrão nem discutir futebol, religião ou política com passageiros. Mas o difícil na estreia das regras foi o tal jeans escuro com "corte social" –bolsos "em faca" (retos) na frente e embutidos atrás. Motoristas usavam jeans comuns ignorando a secretaria dos Transportes, que prevê multa de R$ 35,52 a quem descumprir a norma. Como um esquadrão da moda, os agentes do DTP (Departamento de Transportes Públicos) prestaram atenção nos mínimos detalhes. Taxista há 40 anos, José Fausto dos Santos, foi um dos que tropeçou na calça jeans simples. "Para mim, estava tudo certo", disse, ao ser advertido na Vila Nova Cachoeirinha (zona norte). Compreensivo, o agente do DTP aliviou a barra. "Ele só errou mesmo na calça, por isso, estamos orientando. O cara não é estilista, né?", disse. Em Santana (zona norte), o taxista Marco Antonio da Cruz calculou o prejuízo ao ser informado pela reportagem que o jeans que vestia não passaria na vistoria. "Comprei quatro! Já estão com a barra feita, não tem como devolver." O DTP disse que, no atual período de adaptação, os agentes deverão só orientar motoristas a respeito do vestuário, sem aplicar a multa. O traje esporte fino é uma das opções para o taxista. Ele pode substituí-lo pelo traje social completo, também, que inclui paletó nos dias frios. Um dos que acertou, José Souza Mendes, em Santa Cecília (região central) completou o visual com colete.
cotidiano
Calça jeans social confunde taxistas no 1º dia de novas regras de condutaA calça jeans com corte social confundiu taxistas no primeiro dia de vigência do código de conduta da categoria, que regula da vestimenta aos temas de conversa no carro. Taxistas não podem falar palavrão nem discutir futebol, religião ou política com passageiros. Mas o difícil na estreia das regras foi o tal jeans escuro com "corte social" –bolsos "em faca" (retos) na frente e embutidos atrás. Motoristas usavam jeans comuns ignorando a secretaria dos Transportes, que prevê multa de R$ 35,52 a quem descumprir a norma. Como um esquadrão da moda, os agentes do DTP (Departamento de Transportes Públicos) prestaram atenção nos mínimos detalhes. Taxista há 40 anos, José Fausto dos Santos, foi um dos que tropeçou na calça jeans simples. "Para mim, estava tudo certo", disse, ao ser advertido na Vila Nova Cachoeirinha (zona norte). Compreensivo, o agente do DTP aliviou a barra. "Ele só errou mesmo na calça, por isso, estamos orientando. O cara não é estilista, né?", disse. Em Santana (zona norte), o taxista Marco Antonio da Cruz calculou o prejuízo ao ser informado pela reportagem que o jeans que vestia não passaria na vistoria. "Comprei quatro! Já estão com a barra feita, não tem como devolver." O DTP disse que, no atual período de adaptação, os agentes deverão só orientar motoristas a respeito do vestuário, sem aplicar a multa. O traje esporte fino é uma das opções para o taxista. Ele pode substituí-lo pelo traje social completo, também, que inclui paletó nos dias frios. Um dos que acertou, José Souza Mendes, em Santa Cecília (região central) completou o visual com colete.
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Usuários passam 1 bilhão de horas por dia no YouTube, diz jornal
Usuários do YouTube ao redor do mundo gastam mais de 1 bilhão de horas por dia assistindo a vídeos publicados na plataforma, número que aproxima a plataforma da audiência da televisão americana. A informação é do "Wall Street Journal". O primeiro bilhão foi atingido no final do ano passado, um crescimento de mais de 10 vezes na audiência desde 2012, quando o site começou a investir em inteligência artificial para recomendar vídeos aos usuários e criar linhas do tempo personalizadas. "O conteúdo fica cada vez mais rico a cada minuto e os algoritmo faz um trabalho cada vez melhor selecionando o conteúdo que os usuários gostam", afirmou o diretor de produto do YouTube, Neal Mohan ao "Wall Street Journal". Como comparação, o Facebook disse, em janeiro, que usuários da rede social gastavam 100 milhões de horas em vídeos por dia. Os assinantes da Netflix assistem a 116 milhões de horas de séries e filmes por dia na plataforma. A consultoria Nielsen estima que americanos fiquem 1,25 bilhão de horas com a TV ligada diariamente. A audiência não significa que o YouTube dê dinheiro para o Google. A holding Alphabet não publica abre dados do YouTube, mas pessoas próximas da empresa dizem que a receita da plataforma de vídeos alcançou US$ 4 bilhões em 2014 e mal começou a dar lucro, ainda segundo o jornal americano. A receita da plataforma vem dos anúncios inseridos no início dos vídeos.
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Usuários passam 1 bilhão de horas por dia no YouTube, diz jornalUsuários do YouTube ao redor do mundo gastam mais de 1 bilhão de horas por dia assistindo a vídeos publicados na plataforma, número que aproxima a plataforma da audiência da televisão americana. A informação é do "Wall Street Journal". O primeiro bilhão foi atingido no final do ano passado, um crescimento de mais de 10 vezes na audiência desde 2012, quando o site começou a investir em inteligência artificial para recomendar vídeos aos usuários e criar linhas do tempo personalizadas. "O conteúdo fica cada vez mais rico a cada minuto e os algoritmo faz um trabalho cada vez melhor selecionando o conteúdo que os usuários gostam", afirmou o diretor de produto do YouTube, Neal Mohan ao "Wall Street Journal". Como comparação, o Facebook disse, em janeiro, que usuários da rede social gastavam 100 milhões de horas em vídeos por dia. Os assinantes da Netflix assistem a 116 milhões de horas de séries e filmes por dia na plataforma. A consultoria Nielsen estima que americanos fiquem 1,25 bilhão de horas com a TV ligada diariamente. A audiência não significa que o YouTube dê dinheiro para o Google. A holding Alphabet não publica abre dados do YouTube, mas pessoas próximas da empresa dizem que a receita da plataforma de vídeos alcançou US$ 4 bilhões em 2014 e mal começou a dar lucro, ainda segundo o jornal americano. A receita da plataforma vem dos anúncios inseridos no início dos vídeos.
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Ditador da Coreia do Norte pede lançamento de mais satélites
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, pediu nesta segunda-feira (15) para se enviar mais satélites ao espaço, em um momento em que a comunidade internacional procura sancionar o último lançamento de um foguete norte-coreano ao considerá-lo um teste de mísseis. O jovem líder "pediu para se alcançar objetivos mais altos na pesquisa científica, levando em conta o atual sucesso (em referência ao recente lançamento) como um trampolim para uma maior vitória e, portanto, enviar mais satélites ao espaço", segundo um comunicado da agência estatal de notícias KCNA. Kim ressaltou que o satélite Kwangmyongsong-4 (Estrela Brilhante-4) entrou em órbita no último dia 7 apesar do "cada vez maior frenesi para sufocar" a Coreia do Norte por parte da comunidade internacional, segundo o comunicado do meio governista. As declarações de Kim foram feitas em um momento em que o Conselho de Segurança da ONU se prepara para sancionar o país comunista tanto pelo lançamento do satélite como por seu quarto teste nuclear que realizou no dia 6 de janeiro.
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Ditador da Coreia do Norte pede lançamento de mais satélitesO ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, pediu nesta segunda-feira (15) para se enviar mais satélites ao espaço, em um momento em que a comunidade internacional procura sancionar o último lançamento de um foguete norte-coreano ao considerá-lo um teste de mísseis. O jovem líder "pediu para se alcançar objetivos mais altos na pesquisa científica, levando em conta o atual sucesso (em referência ao recente lançamento) como um trampolim para uma maior vitória e, portanto, enviar mais satélites ao espaço", segundo um comunicado da agência estatal de notícias KCNA. Kim ressaltou que o satélite Kwangmyongsong-4 (Estrela Brilhante-4) entrou em órbita no último dia 7 apesar do "cada vez maior frenesi para sufocar" a Coreia do Norte por parte da comunidade internacional, segundo o comunicado do meio governista. As declarações de Kim foram feitas em um momento em que o Conselho de Segurança da ONU se prepara para sancionar o país comunista tanto pelo lançamento do satélite como por seu quarto teste nuclear que realizou no dia 6 de janeiro.
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Um expulso muda todo o jogo, diz Elias após derrota do Corinthians
Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo, reclamou da escalação de Sandro Meira Ricci para o clássico desta quarta (22). Temia que seu time fosse prejudicado pelo juiz, usando como base o histórico dele, que supostamente beneficiaria o rival e prejudicaria o São Paulo. E Ricci –o único árbitro brasileiro na última Copa do Mundo– foi um dos protagonistas do jogo com três expulsões, mas as duas de corintianos é que foram polêmicas. Emerson Sheik recebeu o cartão vermelho aos 19 min do primeiro tempo, após dar um chute de leve no zagueiro Rafael Toloi, fora da disputa de bola. Antes, porém, Toloi havia pisado no corintiano. O duelo estava 0 a 0 e, apesar de o São Paulo estar melhor, a vantagem de um homem a mais fez a pressão crescer. "É obvio que mudou. Um expulso muda todo o jogo", disse o volante corintiano Elias. No segundo tempo, aos 9 min, Luis Fabiano e Mendoza, que entrara no lugar de Vagner Love, disputaram uma bola na lateral direita do ataque são paulino e se enroscaram. O colombiano jogou o braço sobre o são-paulino, que simulou ter sido agredido no rosto. Não foi. Luis Fabiano, que havia recebido um cartão amarelo por reclamação dois minutos antes desse lance, levou o segundo pelo "teatro" e foi expulso de campo corretamente. Mas o árbitro acabou dando cartão vermelho direto para Mendoza, que deixou o gramado reclamando muito de Ricci. Veja vídeo
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Um expulso muda todo o jogo, diz Elias após derrota do CorinthiansCarlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo, reclamou da escalação de Sandro Meira Ricci para o clássico desta quarta (22). Temia que seu time fosse prejudicado pelo juiz, usando como base o histórico dele, que supostamente beneficiaria o rival e prejudicaria o São Paulo. E Ricci –o único árbitro brasileiro na última Copa do Mundo– foi um dos protagonistas do jogo com três expulsões, mas as duas de corintianos é que foram polêmicas. Emerson Sheik recebeu o cartão vermelho aos 19 min do primeiro tempo, após dar um chute de leve no zagueiro Rafael Toloi, fora da disputa de bola. Antes, porém, Toloi havia pisado no corintiano. O duelo estava 0 a 0 e, apesar de o São Paulo estar melhor, a vantagem de um homem a mais fez a pressão crescer. "É obvio que mudou. Um expulso muda todo o jogo", disse o volante corintiano Elias. No segundo tempo, aos 9 min, Luis Fabiano e Mendoza, que entrara no lugar de Vagner Love, disputaram uma bola na lateral direita do ataque são paulino e se enroscaram. O colombiano jogou o braço sobre o são-paulino, que simulou ter sido agredido no rosto. Não foi. Luis Fabiano, que havia recebido um cartão amarelo por reclamação dois minutos antes desse lance, levou o segundo pelo "teatro" e foi expulso de campo corretamente. Mas o árbitro acabou dando cartão vermelho direto para Mendoza, que deixou o gramado reclamando muito de Ricci. Veja vídeo
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Adversário de estreia de Neymar no PSG não investe em reforços há 2 anos
Neymar, o jogador mais caro da história, estreará contra um rival que nesta temporada não investiu um centavo em reforços. Os oito jogadores contratados pelo Guingamp para o Campeonato Francês chegaram de graça. A equipe não investe em novos jogadores desde julho de 2015, quando contratou Nicolas Benezet, do Évian, por 1,2 milhão de euros (R$ 4,5 milhões). A estreia de Neymar deverá ser o maior evento do clube desde 2014, quando venceu a Copa da França pela segunda e última vez. O Guingamp recebeu 250 pedidos de credenciamento para a partida, mas a área de imprensa do Stade du Roudourou pode receber só 80 profissionais. Poderá ser também uma das raras ocasiões em que a arena estará lotada. Embora a cidade de Guingamp tenha população de sete mil pessoas, o estádio pode receber 17 mil. "Se tivéssemos 200 mil assentos disponíveis, estariam ocupados. Pessoas de todo o mundo gostariam de estar neste jogo. É excepcional tê-lo aqui", diz o técnico Antoine Kombouare. O Guingamp tem feito o possível para capitalizar com a estreia de Neymar. Na semana, fez brincadeiras com o brasileiro do PSG, comparou-o com seu camisa 10 (Benezet) e o desafiou a conseguir o resultado fora de casa. O jogo será válido pela segunda rodada da liga. NAS CINCO PRINCIPAIS LIGAS DA EUROPA
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Adversário de estreia de Neymar no PSG não investe em reforços há 2 anosNeymar, o jogador mais caro da história, estreará contra um rival que nesta temporada não investiu um centavo em reforços. Os oito jogadores contratados pelo Guingamp para o Campeonato Francês chegaram de graça. A equipe não investe em novos jogadores desde julho de 2015, quando contratou Nicolas Benezet, do Évian, por 1,2 milhão de euros (R$ 4,5 milhões). A estreia de Neymar deverá ser o maior evento do clube desde 2014, quando venceu a Copa da França pela segunda e última vez. O Guingamp recebeu 250 pedidos de credenciamento para a partida, mas a área de imprensa do Stade du Roudourou pode receber só 80 profissionais. Poderá ser também uma das raras ocasiões em que a arena estará lotada. Embora a cidade de Guingamp tenha população de sete mil pessoas, o estádio pode receber 17 mil. "Se tivéssemos 200 mil assentos disponíveis, estariam ocupados. Pessoas de todo o mundo gostariam de estar neste jogo. É excepcional tê-lo aqui", diz o técnico Antoine Kombouare. O Guingamp tem feito o possível para capitalizar com a estreia de Neymar. Na semana, fez brincadeiras com o brasileiro do PSG, comparou-o com seu camisa 10 (Benezet) e o desafiou a conseguir o resultado fora de casa. O jogo será válido pela segunda rodada da liga. NAS CINCO PRINCIPAIS LIGAS DA EUROPA
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Votorantim tem lucro de R$ 149 milhões no 3º trimestre
A Votorantim teve lucro líquido de R$ 149 milhões no terceiro trimestre, revertendo resultado negativo de um ano antes de R$ 89 milhões, informou nesta segunda-feira (28) o grupo industrial. No ano até o final de setembro, a empresa acumula lucro líquido de R$ 611 milhões, alta de 5,5% em relação aos primeiros nove meses de 2015. A companhia, que atua em setores como metais, cimentos e suco de laranja, teve receita líquida de R$ 7,35 bilhões, queda anual de 13%. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,3 bilhão nos três meses terminados em setembro, queda de 19%% na comparação anual. "Ainda não há sinais concretos de recuperação dos indicadores de atividade (da economia do Brasil) e, por isso, nos mantemos cautelosos", afirmou o presidente da Votorantim, João Miranda, em comunicado à imprensa. A área de cimentos, a mais importante da companhia, teve queda de 14% na receita líquida, a R$ 3,349 bilhões, em meio à fraqueza no mercado de construção residencial e de infraestrutura do país. Segundo dados da entidade que representa os produtores de cimento do Brasil, as vendas do insumo de janeiro a outubro mostram queda de 13,4% na comparação com os dez primeiros meses de 2015, a 47,9 milhões de toneladas. A Votorantim encerrou o terceiro trimestre com dívida bruta de R$ 25,2 bilhões, queda de 17% sobre um ano antes apoiada em variação cambial. O caixa no período foi fechado com R$ 8,7 bilhões e R$ 3,9 bilhões em linhas de crédito em moeda estrangeira. A relação de endividamento medida pela dívida líquida sobre Ebitda terminou setembro em 2,91 vezes, ante 2,78 vezes no fim de 2015. "Em resposta ao cenário adverso, mantemos uma posição de liquidez confortável, com caixa robusto e perfil de amortização de dívidas suave", disse o diretor de tesouraria da Votorantim, Sergio Malacrida, no comunicado.
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Votorantim tem lucro de R$ 149 milhões no 3º trimestreA Votorantim teve lucro líquido de R$ 149 milhões no terceiro trimestre, revertendo resultado negativo de um ano antes de R$ 89 milhões, informou nesta segunda-feira (28) o grupo industrial. No ano até o final de setembro, a empresa acumula lucro líquido de R$ 611 milhões, alta de 5,5% em relação aos primeiros nove meses de 2015. A companhia, que atua em setores como metais, cimentos e suco de laranja, teve receita líquida de R$ 7,35 bilhões, queda anual de 13%. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,3 bilhão nos três meses terminados em setembro, queda de 19%% na comparação anual. "Ainda não há sinais concretos de recuperação dos indicadores de atividade (da economia do Brasil) e, por isso, nos mantemos cautelosos", afirmou o presidente da Votorantim, João Miranda, em comunicado à imprensa. A área de cimentos, a mais importante da companhia, teve queda de 14% na receita líquida, a R$ 3,349 bilhões, em meio à fraqueza no mercado de construção residencial e de infraestrutura do país. Segundo dados da entidade que representa os produtores de cimento do Brasil, as vendas do insumo de janeiro a outubro mostram queda de 13,4% na comparação com os dez primeiros meses de 2015, a 47,9 milhões de toneladas. A Votorantim encerrou o terceiro trimestre com dívida bruta de R$ 25,2 bilhões, queda de 17% sobre um ano antes apoiada em variação cambial. O caixa no período foi fechado com R$ 8,7 bilhões e R$ 3,9 bilhões em linhas de crédito em moeda estrangeira. A relação de endividamento medida pela dívida líquida sobre Ebitda terminou setembro em 2,91 vezes, ante 2,78 vezes no fim de 2015. "Em resposta ao cenário adverso, mantemos uma posição de liquidez confortável, com caixa robusto e perfil de amortização de dívidas suave", disse o diretor de tesouraria da Votorantim, Sergio Malacrida, no comunicado.
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Ator John Malkovich apoia Nobel de Literatura a Bob Dylan: 'por que não?'
O cantor e compositor americano Bob Dylan mobilizou muita gente no mundo, então, por que não lhe dar um Nobel de Literatura?!, questionou em Buenos Aires seu compatriota, o ator e diretor John Malkovich ("Ligações Perigosas"). "Acredito que sua música tenha tocado muita gente ao redor do mundo e através do tempo. Por que não?!", disse o ator, que se apresentará na Argentina. "An Evening with John Malkovich", a obra que apresentará em Buenos Aires, inclui uma adaptação do "Informe para Cegos", o capítulo mais famoso do romance "Sobre Heróis e Tumbas", do escritor argentino Ernesto Sábato (1911-2011). Malkovich disse ser, "há muitos anos", um admirador de Sábato, assim como de William Faulkner, Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa. O espetáculo já passou por palcos de Coreia do Sul, Alemanha, Inglaterra e Finlândia. Nobel Literatura
ilustrada
Ator John Malkovich apoia Nobel de Literatura a Bob Dylan: 'por que não?'O cantor e compositor americano Bob Dylan mobilizou muita gente no mundo, então, por que não lhe dar um Nobel de Literatura?!, questionou em Buenos Aires seu compatriota, o ator e diretor John Malkovich ("Ligações Perigosas"). "Acredito que sua música tenha tocado muita gente ao redor do mundo e através do tempo. Por que não?!", disse o ator, que se apresentará na Argentina. "An Evening with John Malkovich", a obra que apresentará em Buenos Aires, inclui uma adaptação do "Informe para Cegos", o capítulo mais famoso do romance "Sobre Heróis e Tumbas", do escritor argentino Ernesto Sábato (1911-2011). Malkovich disse ser, "há muitos anos", um admirador de Sábato, assim como de William Faulkner, Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa. O espetáculo já passou por palcos de Coreia do Sul, Alemanha, Inglaterra e Finlândia. Nobel Literatura
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Leitor elogia novo colunista de agronegócio
A primeira coluna de Marcos Sawaya Jank (O que o mundo espera do agronegócio) é impactante, discutindo as potencialidades das cadeias produtivas da agropecuária brasileira. Didática, deveria ser disseminada e divulgada para discussão em salas de aula de faculdades de ciências agrárias e sociais aplicadas, bem como em organizações de cadeias produtivas da agricultura e do agronegócio. O Brasil pode atender com relativa facilidade os "quatro grandes vetores que puxam a demanda do agronegócio no mundo". * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor elogia novo colunista de agronegócioA primeira coluna de Marcos Sawaya Jank (O que o mundo espera do agronegócio) é impactante, discutindo as potencialidades das cadeias produtivas da agropecuária brasileira. Didática, deveria ser disseminada e divulgada para discussão em salas de aula de faculdades de ciências agrárias e sociais aplicadas, bem como em organizações de cadeias produtivas da agricultura e do agronegócio. O Brasil pode atender com relativa facilidade os "quatro grandes vetores que puxam a demanda do agronegócio no mundo". * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Assessores de Trump usaram e-mails privados para trabalho, diz 'NYT'
Pelo menos seis membros e ex-membros da equipe do presidente dos EUA, Donald Trump, usaram contas de e-mail pessoais para assuntos de trabalho, informou nesta segunda-feira (25) o jornal "The New York Times". Dentre eles, diz a publicação, estão o ex-estrategista-chefe Stephen Bannon, o ex-chefe de gabinete Reince Priebus e a filha mais velha do mandatário, Ivanka, e seu marido, Jared Kushner, ambos assessores da Casa Branca. Membros do governo dizem que, através dos e-mails pessoais, os seis respondiam a pedidos de entrevistas feitos por jornalistas e outras mensagens relacionadas. Salvo Kushner, que tem domínio próprio hospedado no provedor GoDaddy, os demais usavam contas gratuitas. O uso de contas privadas por integrantes do governo americano para assuntos de trabalho não é ilegal, desde que as mensagens delas enviadas sejam também encaminhadas para os servidores do governo para arquivamento. O caso foi reconhecido pelo governo Trump após o Departamento de Justiça solicitar as mensagens dos assessores investigados pela suposta relação da equipe do republicano com pessoas próximas ao governo russo. As acusações ocorrem depois de o republicano ter chegado, na campanha eleitoral, a pedir a prisão da adversária, Hillary Clinton, por receber e responder a mensagens de trabalho em uma conta de e-mail pessoal quando era secretária de Estado do governo Barack Obama (2009-2017). O ato era usado como forma de descrédito e sua plateia costumava responder com pedidos de prisão. "Nós não podemos deixar que esse esquema criminoso chegue ao Salão Oval", disse Trump, no ano passado. Trump chegou a pedir ao Departamento de Justiça para reabrir a investigação assim que assumiu, mesmo depois de o FBI não encontrar provas de que ela tenha cometido um crime. Os casos, porém, se diferenciam pela frequência: a democrata usava a conta pessoal para todas as comunicações, e muitas delas não eram encaminhadas —no caso dos assessores de Trump, o uso era esporádico. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse nesta segunda-feira (25) que todos os integrantes do governo foram orientados a usar as contas oficiais. "Eles ainda foram orientados a encaminhar todas as mensagens relacionadas a trabalho recebidas em contas pessoais para as contas oficiais do governo."
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Assessores de Trump usaram e-mails privados para trabalho, diz 'NYT'Pelo menos seis membros e ex-membros da equipe do presidente dos EUA, Donald Trump, usaram contas de e-mail pessoais para assuntos de trabalho, informou nesta segunda-feira (25) o jornal "The New York Times". Dentre eles, diz a publicação, estão o ex-estrategista-chefe Stephen Bannon, o ex-chefe de gabinete Reince Priebus e a filha mais velha do mandatário, Ivanka, e seu marido, Jared Kushner, ambos assessores da Casa Branca. Membros do governo dizem que, através dos e-mails pessoais, os seis respondiam a pedidos de entrevistas feitos por jornalistas e outras mensagens relacionadas. Salvo Kushner, que tem domínio próprio hospedado no provedor GoDaddy, os demais usavam contas gratuitas. O uso de contas privadas por integrantes do governo americano para assuntos de trabalho não é ilegal, desde que as mensagens delas enviadas sejam também encaminhadas para os servidores do governo para arquivamento. O caso foi reconhecido pelo governo Trump após o Departamento de Justiça solicitar as mensagens dos assessores investigados pela suposta relação da equipe do republicano com pessoas próximas ao governo russo. As acusações ocorrem depois de o republicano ter chegado, na campanha eleitoral, a pedir a prisão da adversária, Hillary Clinton, por receber e responder a mensagens de trabalho em uma conta de e-mail pessoal quando era secretária de Estado do governo Barack Obama (2009-2017). O ato era usado como forma de descrédito e sua plateia costumava responder com pedidos de prisão. "Nós não podemos deixar que esse esquema criminoso chegue ao Salão Oval", disse Trump, no ano passado. Trump chegou a pedir ao Departamento de Justiça para reabrir a investigação assim que assumiu, mesmo depois de o FBI não encontrar provas de que ela tenha cometido um crime. Os casos, porém, se diferenciam pela frequência: a democrata usava a conta pessoal para todas as comunicações, e muitas delas não eram encaminhadas —no caso dos assessores de Trump, o uso era esporádico. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse nesta segunda-feira (25) que todos os integrantes do governo foram orientados a usar as contas oficiais. "Eles ainda foram orientados a encaminhar todas as mensagens relacionadas a trabalho recebidas em contas pessoais para as contas oficiais do governo."
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Perto de fim de contrato, Pato janta com Andrés Sanchez e Kia Joorabchian
A menos de três meses do fim do contrato de empréstimo do atacante Alexandre Pato com o São Paulo, o Corinthians corre para negociar o jogador. Uma foto tirada pelo jornalista Benjamin Back, da Fox Sports, no domingo (11), tem aumentado as especulações sobre uma possível negociação envolvendo o atleta. A imagem mostra Pato em um jantar com o superintendente de futebol do Corinthians, Andrés Sanchez, o ex-sócio da MSI Kia Joorabchian e o empresário Giuliano Bertolucci. Pato pertence ao Corinthians e está emprestado ao São Paulo até o fim de 2015. Na última janela, que fechou no fim de agosto, várias especulações envolvendo uma transferência dele para a Europa  movimentaram os bastidores dos clubes. De um lado, o Corinthians queria concretizar sua venda. O contrato dele com o time alvinegro vai até o fim de 2016. Do outro, o São Paulo desejava sua permanência. Depois, Pato disse ao canal SporTV que teve uma proposta do Manchester United, da Inglaterra, pouco antes do fechamento da janela de transferências para o futebol europeu. O jogador tem vínculo com o Corinthians até o fim de 2016. Com isso, em julho do próximo ano, ele já poderá assinar um pré-contrato e sair de graça no início de 2017.
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Perto de fim de contrato, Pato janta com Andrés Sanchez e Kia JoorabchianA menos de três meses do fim do contrato de empréstimo do atacante Alexandre Pato com o São Paulo, o Corinthians corre para negociar o jogador. Uma foto tirada pelo jornalista Benjamin Back, da Fox Sports, no domingo (11), tem aumentado as especulações sobre uma possível negociação envolvendo o atleta. A imagem mostra Pato em um jantar com o superintendente de futebol do Corinthians, Andrés Sanchez, o ex-sócio da MSI Kia Joorabchian e o empresário Giuliano Bertolucci. Pato pertence ao Corinthians e está emprestado ao São Paulo até o fim de 2015. Na última janela, que fechou no fim de agosto, várias especulações envolvendo uma transferência dele para a Europa  movimentaram os bastidores dos clubes. De um lado, o Corinthians queria concretizar sua venda. O contrato dele com o time alvinegro vai até o fim de 2016. Do outro, o São Paulo desejava sua permanência. Depois, Pato disse ao canal SporTV que teve uma proposta do Manchester United, da Inglaterra, pouco antes do fechamento da janela de transferências para o futebol europeu. O jogador tem vínculo com o Corinthians até o fim de 2016. Com isso, em julho do próximo ano, ele já poderá assinar um pré-contrato e sair de graça no início de 2017.
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