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Ex-presidente da CBDA e outros dois dirigentes são presos | A Polícia Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira (6) mandados de prisão contra o ex-presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Coaracy Nunes, 78, e outros dois dirigentes da entidade. Um quarto dirigente teve mandado de prisão expedido, mas não foi encontrado pela polícia. Eles são suspeitos de desviar R$ 40 milhões em recursos. Nunes está no comando da entidade desde o final da década de 1980 e é o dirigente esportivo brasileiro há mais tempo no cargo. Além dele, há mandados de prisão contra Ricardo de Moura (superintendente), Ricardo Cabral (consultor do polo aquático) e Sergio Alvarenga (diretor financeiro). Outras duas pessoas foram conduzidas coercitivamente a unidades da PF em São Paulo e no Rio de Janeiro. As prisões ocorreram no Rio e em São Paulo, e começaram a ser efetuadas por volta de 6h desta manhã. Dezesseis mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Todas as medidas foram expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. "As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA. Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte, sem a devida aplicação - conforme previsto em lei e nos contratos assinados", complementou a polícia. "O trabalho é fruto de parceria entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da Controladoria-Geral da União e iniciou-se após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo brasileiro", afirmou a PF em nota. Em setembro, o Ministério Público Federal em São Paulo desencadeou uma operação, chamada Águas Claras, na qual pediu afastamento de toda a cúpula da CBDA devido a supostas fraudes em licitações e malversação de dinheiro público. Posteriormente, a liminar que tirou os cartolas da entidade foi derrubada. Segundo a polícia, as fraudes teriam acontecido em compras de passagens aéreas e equipamentos de natação e no pagamento de hospedagem e premiações. Os dirigentes da confederação utilizariam empresas de fachada pertencentes a amigos seus para desviar parte do dinheiro pago em contratos. "Havia três agências de turismo: uma de fachada e outras com forte indício de que funcionavam da mesma forma. Em processos de licitação, sempre a mesma empresa sagrava-se vencedora. As viagens ocorriam, mas com superfaturamento de passagens e de hospedagem. Trata-se de uma agência que presta serviço há mais de 10 anos para CBDA, tendo recebido valores de cerca de R$ 24 milhões ao longo do período", disse Rodrigo de Campos Costa, delegado regional de combate ao crime organizado. Cerca de 20 atletas contribuíram com a investigação. Membros da seleção de polo aquático foram especialmente participativos. Em 2015, a seleção masculina participou de um torneio em Bergamo, na Itália, cuja premiação era de US$ 50 mil. Eles ficaram em terceiro lugar, mas não receberam a premiação, que, segundo Thaméa Danelon Valiengo, procuradora do Ministério Público Federal, "ficou no cofre dos dirigentes". A operação também investiga quatro licitações de fornecimento de material esportivo. Em uma delas, a empresa vencedora levou contrato de R$ 1,5 milhão, mas não entregou nada. Sua sede, segundo a procuradora, ficava em um pet shop. A PF ainda informa que os investigados responderão, de acordo com suas participações, pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações. OUTRO LADO O advogado Marcelo Franklin criticou nesta quinta (6) as prisões dos dirigentes da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). Segundo Franklin, que representa todo os presos, a decisão "salvo melhor juízo, foi dada por um juiz incompetente". "Não havia qualquer necessidade de uma providência como essa. Vão ser adotadas as medidas legais cabíveis", disse o advogado, que vai solicitar um habeas corpus para libertar Nunes, submetido a uma cirurgia na cabeça há cerca de um mês. De acordo com Franklin, a operação desta quinta é uma "retaliação" à decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo. Por três votos, a denúncia do Ministério Público foi considerada improcedente. No dia 20 de setembro do ano passado, o MP pediu o afastamento do então presidente Coaracy Nunes e de outros três dirigentes por fraude. Eles são acusados de superfaturar uma licitação de materiais esportivos. Segundo o MPF, uma empresa de fachada de São Paulo teria sido usada no esquema. "A compra foi esclarecida. Juntei mais de 800 páginas comprovando o negócio. Vamos trabalhar para que a situação seja contornada", disse Franklin. "Certamente, diante do que já foi julgado em São Paulo, que afasta essas irregularidades, e diante da ausência de competência daquele juízo. Essa decisão [as prisões dos cartolas] deve ser reformada muito em breve", acrescentou. | esporte | Ex-presidente da CBDA e outros dois dirigentes são presosA Polícia Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira (6) mandados de prisão contra o ex-presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Coaracy Nunes, 78, e outros dois dirigentes da entidade. Um quarto dirigente teve mandado de prisão expedido, mas não foi encontrado pela polícia. Eles são suspeitos de desviar R$ 40 milhões em recursos. Nunes está no comando da entidade desde o final da década de 1980 e é o dirigente esportivo brasileiro há mais tempo no cargo. Além dele, há mandados de prisão contra Ricardo de Moura (superintendente), Ricardo Cabral (consultor do polo aquático) e Sergio Alvarenga (diretor financeiro). Outras duas pessoas foram conduzidas coercitivamente a unidades da PF em São Paulo e no Rio de Janeiro. As prisões ocorreram no Rio e em São Paulo, e começaram a ser efetuadas por volta de 6h desta manhã. Dezesseis mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Todas as medidas foram expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. "As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA. Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte, sem a devida aplicação - conforme previsto em lei e nos contratos assinados", complementou a polícia. "O trabalho é fruto de parceria entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da Controladoria-Geral da União e iniciou-se após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo brasileiro", afirmou a PF em nota. Em setembro, o Ministério Público Federal em São Paulo desencadeou uma operação, chamada Águas Claras, na qual pediu afastamento de toda a cúpula da CBDA devido a supostas fraudes em licitações e malversação de dinheiro público. Posteriormente, a liminar que tirou os cartolas da entidade foi derrubada. Segundo a polícia, as fraudes teriam acontecido em compras de passagens aéreas e equipamentos de natação e no pagamento de hospedagem e premiações. Os dirigentes da confederação utilizariam empresas de fachada pertencentes a amigos seus para desviar parte do dinheiro pago em contratos. "Havia três agências de turismo: uma de fachada e outras com forte indício de que funcionavam da mesma forma. Em processos de licitação, sempre a mesma empresa sagrava-se vencedora. As viagens ocorriam, mas com superfaturamento de passagens e de hospedagem. Trata-se de uma agência que presta serviço há mais de 10 anos para CBDA, tendo recebido valores de cerca de R$ 24 milhões ao longo do período", disse Rodrigo de Campos Costa, delegado regional de combate ao crime organizado. Cerca de 20 atletas contribuíram com a investigação. Membros da seleção de polo aquático foram especialmente participativos. Em 2015, a seleção masculina participou de um torneio em Bergamo, na Itália, cuja premiação era de US$ 50 mil. Eles ficaram em terceiro lugar, mas não receberam a premiação, que, segundo Thaméa Danelon Valiengo, procuradora do Ministério Público Federal, "ficou no cofre dos dirigentes". A operação também investiga quatro licitações de fornecimento de material esportivo. Em uma delas, a empresa vencedora levou contrato de R$ 1,5 milhão, mas não entregou nada. Sua sede, segundo a procuradora, ficava em um pet shop. A PF ainda informa que os investigados responderão, de acordo com suas participações, pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações. OUTRO LADO O advogado Marcelo Franklin criticou nesta quinta (6) as prisões dos dirigentes da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). Segundo Franklin, que representa todo os presos, a decisão "salvo melhor juízo, foi dada por um juiz incompetente". "Não havia qualquer necessidade de uma providência como essa. Vão ser adotadas as medidas legais cabíveis", disse o advogado, que vai solicitar um habeas corpus para libertar Nunes, submetido a uma cirurgia na cabeça há cerca de um mês. De acordo com Franklin, a operação desta quinta é uma "retaliação" à decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo. Por três votos, a denúncia do Ministério Público foi considerada improcedente. No dia 20 de setembro do ano passado, o MP pediu o afastamento do então presidente Coaracy Nunes e de outros três dirigentes por fraude. Eles são acusados de superfaturar uma licitação de materiais esportivos. Segundo o MPF, uma empresa de fachada de São Paulo teria sido usada no esquema. "A compra foi esclarecida. Juntei mais de 800 páginas comprovando o negócio. Vamos trabalhar para que a situação seja contornada", disse Franklin. "Certamente, diante do que já foi julgado em São Paulo, que afasta essas irregularidades, e diante da ausência de competência daquele juízo. Essa decisão [as prisões dos cartolas] deve ser reformada muito em breve", acrescentou. | 4 |
Ueba! Cunha impicha o Cunha! | Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador Geral da República! Manchete da Folha: "Cunha controla quatro contas secretas na Suíça". Manchete do Piauí Herald: "Cunha engaveta pedido de impeachment de Cunha". Manchete do Sensacionalista: "Cunha muda o Estatuto da Família. Família agora é formada por homem, mulher e quem tem conta na Suíça". Rarará! E eu tenho conta na padaria, no açougue e na farmácia. E um amigo tem conta na banca de jornal e no carrinho de churros! E um outro disse que tem conta na zona, na Maria Machadão! Rarará! E o Cunha não é mais penta: cinco denúncias. Agora é hexa: saiu a sexta denúncia. Plágio do Maluf! Tá plagiando o Maluf! "Eu não tenho conta no exterior" é copirraite do Maluf. Mas eles não estão mentindo! O dinheiro não é deles. É NOSSO! Rarará! E o Cunha seguiu a trajetória do político atual: primeiro rouba, depois vira evangélico e depois anti- Dilma. E está perdoado! E o Lula, o Lulalelé? O Lula agora é ex-presidente em exercício. E a Granda Chefa Toura Sentada Dilma atendeu aos meus pedidos. O novo ministro da Saúde é psiquiatra. Tá todo mundo louco no Brasil. Intervenção Psiquiátrica Já! Todo mundo no Rivotril! Ministério da Saúde mudou de nome pra Ministério do Rivotril! Mas tem uns loucos por aí que precisam de tiro de calmante. Aqueles que botam elefante pra dormir no Natgeo! Rarará! E o Cunha não viajou pro exterior. Com medo de dividir cela com o Marin! Rarará! E uma amiga minha; "com tanto ator gato na Globo, vazam nudes do Stênio Garcia?". Culpa da crise. É o que temos para o momento. E adorei a charge do Duke com um cara no celular: "Credo! Vazaram fotos do Eduardo Cunha exercendo seu mandato". Viva o Stênio Garcia! Viva os Nudes! Rarará! Nóis sofre mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! | colunas | Ueba! Cunha impicha o Cunha!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador Geral da República! Manchete da Folha: "Cunha controla quatro contas secretas na Suíça". Manchete do Piauí Herald: "Cunha engaveta pedido de impeachment de Cunha". Manchete do Sensacionalista: "Cunha muda o Estatuto da Família. Família agora é formada por homem, mulher e quem tem conta na Suíça". Rarará! E eu tenho conta na padaria, no açougue e na farmácia. E um amigo tem conta na banca de jornal e no carrinho de churros! E um outro disse que tem conta na zona, na Maria Machadão! Rarará! E o Cunha não é mais penta: cinco denúncias. Agora é hexa: saiu a sexta denúncia. Plágio do Maluf! Tá plagiando o Maluf! "Eu não tenho conta no exterior" é copirraite do Maluf. Mas eles não estão mentindo! O dinheiro não é deles. É NOSSO! Rarará! E o Cunha seguiu a trajetória do político atual: primeiro rouba, depois vira evangélico e depois anti- Dilma. E está perdoado! E o Lula, o Lulalelé? O Lula agora é ex-presidente em exercício. E a Granda Chefa Toura Sentada Dilma atendeu aos meus pedidos. O novo ministro da Saúde é psiquiatra. Tá todo mundo louco no Brasil. Intervenção Psiquiátrica Já! Todo mundo no Rivotril! Ministério da Saúde mudou de nome pra Ministério do Rivotril! Mas tem uns loucos por aí que precisam de tiro de calmante. Aqueles que botam elefante pra dormir no Natgeo! Rarará! E o Cunha não viajou pro exterior. Com medo de dividir cela com o Marin! Rarará! E uma amiga minha; "com tanto ator gato na Globo, vazam nudes do Stênio Garcia?". Culpa da crise. É o que temos para o momento. E adorei a charge do Duke com um cara no celular: "Credo! Vazaram fotos do Eduardo Cunha exercendo seu mandato". Viva o Stênio Garcia! Viva os Nudes! Rarará! Nóis sofre mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! | 10 |
Estudante é morto a tiros em suposta tentativa de assalto próximo à UFRJ | O estudante de biologia Alex Schomaker Bastos, 23, morreu após levar cinco tiros em uma suposta tentativa de assalto na rua General Severiano, próximo ao campus da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em Botafogo, zona sul do Rio, na noite desta quinta-feira (8). Até o final da manhã desta sexta (9), a Polícia Civil ainda não tinha informações sobre os criminosos. Segundo a PM, testemunhas disseram que homens armados em duas motos exigiram que o jovem entregasse a mochila, mas ele negou. Em seguida, os criminosos efetuaram os disparos e fugiram sem levar nada. O jovem chegou a ser levado ao hospital Rocha Maia, perto do local do crime. Depois, ele foi transferido para o hospital Miguel Couto, na Gávea (zona sul), mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante uma cirurgia. A Folha procurou familiares do estudante, mas não conseguiu localizá-los. Policiais da Divisão de Homicídios do Rio, na Barra da Tijuca (zona oeste), investigam o caso. Na manhã desta sexta, eles buscaram imagens de câmeras de trânsito e de prédios próximos ao local do crime para tentar identificar os criminosos. | cotidiano | Estudante é morto a tiros em suposta tentativa de assalto próximo à UFRJO estudante de biologia Alex Schomaker Bastos, 23, morreu após levar cinco tiros em uma suposta tentativa de assalto na rua General Severiano, próximo ao campus da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em Botafogo, zona sul do Rio, na noite desta quinta-feira (8). Até o final da manhã desta sexta (9), a Polícia Civil ainda não tinha informações sobre os criminosos. Segundo a PM, testemunhas disseram que homens armados em duas motos exigiram que o jovem entregasse a mochila, mas ele negou. Em seguida, os criminosos efetuaram os disparos e fugiram sem levar nada. O jovem chegou a ser levado ao hospital Rocha Maia, perto do local do crime. Depois, ele foi transferido para o hospital Miguel Couto, na Gávea (zona sul), mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante uma cirurgia. A Folha procurou familiares do estudante, mas não conseguiu localizá-los. Policiais da Divisão de Homicídios do Rio, na Barra da Tijuca (zona oeste), investigam o caso. Na manhã desta sexta, eles buscaram imagens de câmeras de trânsito e de prédios próximos ao local do crime para tentar identificar os criminosos. | 6 |
Projeto que promove a acessibilidade em favelas do Rio recebe inscrições | Para desenvolver o potencial transformador de jovens para a criação de uma sociedade inclusiva, a ONG Escola de Gente abre, em março, duas novas turmas do projeto Agentes de Promoção da Acessibilidade. Nesta edição, oficinas inclusivas, aulas de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e audiodescrição para jovens com e sem deficiência serão na Rocinha a partir da terça-feira (15) e na Vila Olímpica com início na segunda (21). O projeto é voltado para jovens de 14 a 29 anos e aceita inscrições até sexta (11) para a turma da Rocinha, na Biblioteca Parque da Rocinha, e até 18 de março para a da Vila Olímpica, na secretaria da Vila Olímpica Mané Garrincha. Ambas as inscrições também podem ser feitas por e-mail. Entre as oficinas oferecidas no curso de 45 horas estão a de Teatro Acessível e de Livro Falado. O projeto Agente de Promoção da Acessibilidade existe desde 2012 e formou 84 jovens com e sem deficiência apenas em 2014. Agentes de Promoção da Acessibilidade - Rocinha - Biblioteca Parque da Rocinha - estrada da Gávea, 454, Rocinha, Rio de Janeiro, RJ. Ter. e qui.: 15h às 18h. Início: Ter. (15). Inscrições até sex. (11) pelo e-mail ou no balcão da DVDTECA da Biblioteca Parque da Rocinha GRÁTIS Agentes de Promoção da Acessibilidade - Caju - Vila Olímpica Mané Garrincha - rua Carlos Seixas, s/n, Caju, Rio de Janeiro, RJ. Seg. e qua.: 9h às 12h. Início: Seg. (21). Inscrições até sex. (18) pelo e-mail ou na secretaria da Vila Olímpica Mané Garrincha GRÁTIS | empreendedorsocial | Projeto que promove a acessibilidade em favelas do Rio recebe inscriçõesPara desenvolver o potencial transformador de jovens para a criação de uma sociedade inclusiva, a ONG Escola de Gente abre, em março, duas novas turmas do projeto Agentes de Promoção da Acessibilidade. Nesta edição, oficinas inclusivas, aulas de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e audiodescrição para jovens com e sem deficiência serão na Rocinha a partir da terça-feira (15) e na Vila Olímpica com início na segunda (21). O projeto é voltado para jovens de 14 a 29 anos e aceita inscrições até sexta (11) para a turma da Rocinha, na Biblioteca Parque da Rocinha, e até 18 de março para a da Vila Olímpica, na secretaria da Vila Olímpica Mané Garrincha. Ambas as inscrições também podem ser feitas por e-mail. Entre as oficinas oferecidas no curso de 45 horas estão a de Teatro Acessível e de Livro Falado. O projeto Agente de Promoção da Acessibilidade existe desde 2012 e formou 84 jovens com e sem deficiência apenas em 2014. Agentes de Promoção da Acessibilidade - Rocinha - Biblioteca Parque da Rocinha - estrada da Gávea, 454, Rocinha, Rio de Janeiro, RJ. Ter. e qui.: 15h às 18h. Início: Ter. (15). Inscrições até sex. (11) pelo e-mail ou no balcão da DVDTECA da Biblioteca Parque da Rocinha GRÁTIS Agentes de Promoção da Acessibilidade - Caju - Vila Olímpica Mané Garrincha - rua Carlos Seixas, s/n, Caju, Rio de Janeiro, RJ. Seg. e qua.: 9h às 12h. Início: Seg. (21). Inscrições até sex. (18) pelo e-mail ou na secretaria da Vila Olímpica Mané Garrincha GRÁTIS | 21 |
Justiça liberta Cavendish, Assad e Cachoeira, presos em operação da PF | O desembargador Ivan Athiê, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio e Espírito Santo) concedeu o direito à prisão domiciliar dos empresários Fernando Cavendish, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e Adir Assad. Todos foram presos na quinta (30), na operação Saqueador, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro do grupo usando verbas públicas. Ainda foram beneficiados, Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções e Marcelo José Abbud, também detidos na operação. Athiê aceitou pedido dos advogados de Carlos Cachoeira e estendeu o benefício aos outros presos. Fernando Cavendish, único a não ser preso na ação por estar no exterior, também será beneficiado. Todos terão que cumprir a prisão em casa e precisarão usar tornozeleiras eletrônicas. A íntegra da decisão está sob sigilo. A Folha apurou que uma das decisões de Ivan Athiê é de que os empresários devem se afastar do comando das empresas investigadas. Eles ainda estão proibidos de viajar e devem entregar os passaportes à Justiça. No último dia 28, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal aceitou a denúncia contra 23 pessoas feitas pelo procurador Leandro Metidieri, do MPF (Ministério Público Federal) pelo crime de lavagem de dinheiro. No mesmo dia, o magistrado pediu a prisão dos cinco empresários. Bretas determinou que os presos comprovem ocupação lícita e que a SEAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) forneça tornozeleiras eletrônicas antes de soltá-los. Nas investigações, a Polícia Federal e o MPF descobriram que entre 2007 e 2012, a empresa Delta recebeu R$ 11 bi em contratos públicos, sendo R$ 6,6 bi vindos de contratos com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes). De acordo com os investigadores, a Delta, através de seu escritório central e de outros regionais, realizou pagamentos a 18 empresas de fachada criadas por Carlos Cachoeira e por Adir Assad. PF e MPF calculam que R$ 370 milhões tenham sido lavados através dessas empresas. A Polícia Federal investiga se esse dinheiro foi repassado à agentes públicos. O procurador José Augusto Vagos lamentou a decisão e ressaltou que vai tentar reverter a decisão. "Fico a imaginar quais situações em concreto justificariam uma prisão cautelar para sua excelência, que, com todo respeito, sequer deu chance à PRR2 (Procuradoria Regional da República da 2ª Região) de ser ouvida. Foi um desprestígio para os órgãos que trabalharam duro nesta operação. Houve um gasto enorme de tempo, dinheiro, e sem maiores considerações e aprofundamentos, concedeu-se prisões domiciliares em série", disse o procurador. Nesta sexta, os empresários Carlos Cachoeira e Adir Assad chegaram a ser levados para o presídio de Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio. Como a decisão foi dada no fim da tarde, a dupla e os empresários Abbud e Abreu devem passar uma noite na unidade prisional. A defesa de Fernando Cavendish divulgou nota sobre o caso. "A decisão do magistrado reverte a prisão preventiva em prisão domiciliar, até que seja comprovada ocupação regular. A defesa reitera ainda que, consciente da legalidade dos seus atos, Fernando Cavendish sempre atendeu às solicitações da autoridade policial, e assim continuará a fazer no âmbito do inquérito policial". A Folha não conseguiu contato com as defesas dos outros quatro presos. | poder | Justiça liberta Cavendish, Assad e Cachoeira, presos em operação da PFO desembargador Ivan Athiê, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio e Espírito Santo) concedeu o direito à prisão domiciliar dos empresários Fernando Cavendish, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e Adir Assad. Todos foram presos na quinta (30), na operação Saqueador, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro do grupo usando verbas públicas. Ainda foram beneficiados, Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções e Marcelo José Abbud, também detidos na operação. Athiê aceitou pedido dos advogados de Carlos Cachoeira e estendeu o benefício aos outros presos. Fernando Cavendish, único a não ser preso na ação por estar no exterior, também será beneficiado. Todos terão que cumprir a prisão em casa e precisarão usar tornozeleiras eletrônicas. A íntegra da decisão está sob sigilo. A Folha apurou que uma das decisões de Ivan Athiê é de que os empresários devem se afastar do comando das empresas investigadas. Eles ainda estão proibidos de viajar e devem entregar os passaportes à Justiça. No último dia 28, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal aceitou a denúncia contra 23 pessoas feitas pelo procurador Leandro Metidieri, do MPF (Ministério Público Federal) pelo crime de lavagem de dinheiro. No mesmo dia, o magistrado pediu a prisão dos cinco empresários. Bretas determinou que os presos comprovem ocupação lícita e que a SEAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) forneça tornozeleiras eletrônicas antes de soltá-los. Nas investigações, a Polícia Federal e o MPF descobriram que entre 2007 e 2012, a empresa Delta recebeu R$ 11 bi em contratos públicos, sendo R$ 6,6 bi vindos de contratos com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes). De acordo com os investigadores, a Delta, através de seu escritório central e de outros regionais, realizou pagamentos a 18 empresas de fachada criadas por Carlos Cachoeira e por Adir Assad. PF e MPF calculam que R$ 370 milhões tenham sido lavados através dessas empresas. A Polícia Federal investiga se esse dinheiro foi repassado à agentes públicos. O procurador José Augusto Vagos lamentou a decisão e ressaltou que vai tentar reverter a decisão. "Fico a imaginar quais situações em concreto justificariam uma prisão cautelar para sua excelência, que, com todo respeito, sequer deu chance à PRR2 (Procuradoria Regional da República da 2ª Região) de ser ouvida. Foi um desprestígio para os órgãos que trabalharam duro nesta operação. Houve um gasto enorme de tempo, dinheiro, e sem maiores considerações e aprofundamentos, concedeu-se prisões domiciliares em série", disse o procurador. Nesta sexta, os empresários Carlos Cachoeira e Adir Assad chegaram a ser levados para o presídio de Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio. Como a decisão foi dada no fim da tarde, a dupla e os empresários Abbud e Abreu devem passar uma noite na unidade prisional. A defesa de Fernando Cavendish divulgou nota sobre o caso. "A decisão do magistrado reverte a prisão preventiva em prisão domiciliar, até que seja comprovada ocupação regular. A defesa reitera ainda que, consciente da legalidade dos seus atos, Fernando Cavendish sempre atendeu às solicitações da autoridade policial, e assim continuará a fazer no âmbito do inquérito policial". A Folha não conseguiu contato com as defesas dos outros quatro presos. | 0 |
Comunidade alemã do Tremembé mantém atividades em igreja
| IARA BIDERMAN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Elas se reúnem todas as quintas-feiras para fazer artesanato e conversar em alemão, observadas pelo busto em gesso de Goethe (1749-1832). São as remanescentes da colônia alemã do Tremembé, zona norte de São Paulo. O "bastelkreis" (círculo de artesanato), na paróquia Cantareira da Igreja Evangélica de Confissão Luterana, é uma das atividades da comunidade, que já teve mais de mil pessoas, segundo o pastor Ernani Röpke, 47. "Hoje, há no máximo 400 descendentes de alemães na região", diz. Os alemães chegaram à zona norte principalmente no período entre guerras (1918-1939). Já havia comunidades estabelecidas em bairros da zona sul da cidade, até hoje as mais populosas. Mas a área cercada de verde e montanhas, que lembrava a topografia de cidades da Europa Central, atraiu imigrantes para o "além Tietê", principalmente Santana e Tremembé. "As casas dos colonos alemães eram quase chácaras. Hoje, muitas se transformaram em condomínios horizontais", diz o pastor, descendente de alemães por parte de pai (a mãe é austríaca). Um domingo por mês ele realiza culto em alemão na paróquia, que também promove uma festa anual com música e danças típicas. A festa é realizada perto da data em que se comemora a imigração no Brasil, 25 de julho. Neste ano, as comemorações na paróquia do Tremembé serão no próximo dia 30. Além dos encontros semanais de artesanato, há palestras sobre temas da atualidade e exibição de filmes em alemão uma vez por mês. Os encontros são abertos a todos os interessados. A língua e o culto são as formas de a comunidade preservar suas raízes. Além das casas, outros sinais da colonização estão desaparecendo. É o caso da Sociedade Recreativa Bragança, na avenida Coronel Sezefredo Fagundes, que fechou as portas no início deste ano, e do restaurante Recreio Holandês, atração gastronômica do Tremembé de 1930 a 1983. "Apesar do nome, era um restaurante típico alemão", lembra Erika Bender, 66, secretária executiva aposentada. Ela faz parte da terceira geração de origem germânica do bairro. Os avós vieram da Alemanha, mas só se conheceram na zona norte. "Todos moravam entre Santana e Tremembé", conta ela, que continua vivendo no bairro, longe dos dois filhos e dos dois netos, que moram na Alemanha. A nova geração está saindo da região. Muitos vão para a zona sul de São Paulo, onde estão várias empresas alemãs, segundo Röpke. "Há 30 anos, havia vários grupos de jovens fazendo música e teatro em alemão, não sobrou muita coisa", afirma a enfermeira aposentada Astrid Budweg, 76. Nascida em Berlim, Astrid e sua família passaram por várias cidades da Alemanha no pós-guerra até se estabelecerem no Brasil, em 1949. "Chegamos com as roupas do corpo e as dívidas da viagem", conta. Os três filhos de Astrid nasceram na zona norte, mas, ao contrário da mãe, que nunca saiu do bairro, foram para a Alemanha. | sobretudo |
Comunidade alemã do Tremembé mantém atividades em igreja
IARA BIDERMAN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Elas se reúnem todas as quintas-feiras para fazer artesanato e conversar em alemão, observadas pelo busto em gesso de Goethe (1749-1832). São as remanescentes da colônia alemã do Tremembé, zona norte de São Paulo. O "bastelkreis" (círculo de artesanato), na paróquia Cantareira da Igreja Evangélica de Confissão Luterana, é uma das atividades da comunidade, que já teve mais de mil pessoas, segundo o pastor Ernani Röpke, 47. "Hoje, há no máximo 400 descendentes de alemães na região", diz. Os alemães chegaram à zona norte principalmente no período entre guerras (1918-1939). Já havia comunidades estabelecidas em bairros da zona sul da cidade, até hoje as mais populosas. Mas a área cercada de verde e montanhas, que lembrava a topografia de cidades da Europa Central, atraiu imigrantes para o "além Tietê", principalmente Santana e Tremembé. "As casas dos colonos alemães eram quase chácaras. Hoje, muitas se transformaram em condomínios horizontais", diz o pastor, descendente de alemães por parte de pai (a mãe é austríaca). Um domingo por mês ele realiza culto em alemão na paróquia, que também promove uma festa anual com música e danças típicas. A festa é realizada perto da data em que se comemora a imigração no Brasil, 25 de julho. Neste ano, as comemorações na paróquia do Tremembé serão no próximo dia 30. Além dos encontros semanais de artesanato, há palestras sobre temas da atualidade e exibição de filmes em alemão uma vez por mês. Os encontros são abertos a todos os interessados. A língua e o culto são as formas de a comunidade preservar suas raízes. Além das casas, outros sinais da colonização estão desaparecendo. É o caso da Sociedade Recreativa Bragança, na avenida Coronel Sezefredo Fagundes, que fechou as portas no início deste ano, e do restaurante Recreio Holandês, atração gastronômica do Tremembé de 1930 a 1983. "Apesar do nome, era um restaurante típico alemão", lembra Erika Bender, 66, secretária executiva aposentada. Ela faz parte da terceira geração de origem germânica do bairro. Os avós vieram da Alemanha, mas só se conheceram na zona norte. "Todos moravam entre Santana e Tremembé", conta ela, que continua vivendo no bairro, longe dos dois filhos e dos dois netos, que moram na Alemanha. A nova geração está saindo da região. Muitos vão para a zona sul de São Paulo, onde estão várias empresas alemãs, segundo Röpke. "Há 30 anos, havia vários grupos de jovens fazendo música e teatro em alemão, não sobrou muita coisa", afirma a enfermeira aposentada Astrid Budweg, 76. Nascida em Berlim, Astrid e sua família passaram por várias cidades da Alemanha no pós-guerra até se estabelecerem no Brasil, em 1949. "Chegamos com as roupas do corpo e as dívidas da viagem", conta. Os três filhos de Astrid nasceram na zona norte, mas, ao contrário da mãe, que nunca saiu do bairro, foram para a Alemanha. | 9 |
Marta ataca Dilma e diz que Levy não é 'Judas nem Cristo' | Com duras críticas à presidente Dilma Rousseff, a senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) disse nesta terça (09) que o ministro Joaquim Levy (Fazenda) não pode ser comparado a "Judas ou Cristo" porque não é responsável pelo "pecado original do governo". Marta afirmou que Dilma, ao lado do ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) e do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), são responsáveis por "desarranjar as contas públicas" –e não o atual titular da Fazenda. Ao defender Levy no plenário do Senado, Marta classificou de "ridículo" o discurso de que Levy não é Judas ou deve ser comparado a Jesus Cristo, em um recado direto a Dilma. "A iniciativa de transferir toda a responsabilidade para o ministro da Fazenda Levy tem por base a mesma desonestidade intelectual que nós estamos vivendo desde o período da eleição. Colocar agora o Levy, que jamais fez parte desse trio que levou o país à situação em que está, no poste de Judas ou na cruz de Cristo, sucessiva e alternadamente, é praticar uma clássica manobra diversionista", atacou Marta. A ex-petista disse que o "trio" Dilma, Mantega e Mercadante levou o país a "recessão, desemprego", praticando o que chamou de "maquiagem" de dados oficiais. "O inevitável estouro das contas públicas não foi obra do Espírito Santo e nem de Judas, mas de pessoas de carne e osso. Entretanto, a mensagem que se quer passar a partir do Palácio do Planalto é a de que eles são expectadores e que têm que proteger o Levy para não virar Judas ou falar que no fundo ele está fazendo uma coisa tão boa que ele vai virar Cristo." Marta disse que a presidente demorou semanas para escolher um "economista do gabarito de Levy" que vai consertar os "malfeitos" cometidos pela petista, por isso não merece ser comparado a um traidor ou a um mártir. "Ele é apenas um homem realizando uma das tarefas mais complexas da economia global: reposicionar a oitava economia do mundo na direção da responsabilidade", afirmou a senadora. O discurso de Marta é uma resposta a Dilma e ao vice-presidente Michel Temer. Em entrevista ao Estado de S. Paulo, a presidente disse que Levy não pode ser visto como um "Judas" por liderar medidas impopulares do ajuste fiscal. Já o vice-presidente afirmou que o ministro da Fazenda disse que Levy é "muito menos Judas e muito mais Cristo" por levar adiante o ajuste fiscal necessário para o país. Marta se tornou crítica do governo nos últimos meses, desde que entrou em crise com o PT, partido pelo qual militava há mais de 30 anos. A senadora deixou a sigla que e deve se filiar ao PSB para disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2016. | poder | Marta ataca Dilma e diz que Levy não é 'Judas nem Cristo'Com duras críticas à presidente Dilma Rousseff, a senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) disse nesta terça (09) que o ministro Joaquim Levy (Fazenda) não pode ser comparado a "Judas ou Cristo" porque não é responsável pelo "pecado original do governo". Marta afirmou que Dilma, ao lado do ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) e do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), são responsáveis por "desarranjar as contas públicas" –e não o atual titular da Fazenda. Ao defender Levy no plenário do Senado, Marta classificou de "ridículo" o discurso de que Levy não é Judas ou deve ser comparado a Jesus Cristo, em um recado direto a Dilma. "A iniciativa de transferir toda a responsabilidade para o ministro da Fazenda Levy tem por base a mesma desonestidade intelectual que nós estamos vivendo desde o período da eleição. Colocar agora o Levy, que jamais fez parte desse trio que levou o país à situação em que está, no poste de Judas ou na cruz de Cristo, sucessiva e alternadamente, é praticar uma clássica manobra diversionista", atacou Marta. A ex-petista disse que o "trio" Dilma, Mantega e Mercadante levou o país a "recessão, desemprego", praticando o que chamou de "maquiagem" de dados oficiais. "O inevitável estouro das contas públicas não foi obra do Espírito Santo e nem de Judas, mas de pessoas de carne e osso. Entretanto, a mensagem que se quer passar a partir do Palácio do Planalto é a de que eles são expectadores e que têm que proteger o Levy para não virar Judas ou falar que no fundo ele está fazendo uma coisa tão boa que ele vai virar Cristo." Marta disse que a presidente demorou semanas para escolher um "economista do gabarito de Levy" que vai consertar os "malfeitos" cometidos pela petista, por isso não merece ser comparado a um traidor ou a um mártir. "Ele é apenas um homem realizando uma das tarefas mais complexas da economia global: reposicionar a oitava economia do mundo na direção da responsabilidade", afirmou a senadora. O discurso de Marta é uma resposta a Dilma e ao vice-presidente Michel Temer. Em entrevista ao Estado de S. Paulo, a presidente disse que Levy não pode ser visto como um "Judas" por liderar medidas impopulares do ajuste fiscal. Já o vice-presidente afirmou que o ministro da Fazenda disse que Levy é "muito menos Judas e muito mais Cristo" por levar adiante o ajuste fiscal necessário para o país. Marta se tornou crítica do governo nos últimos meses, desde que entrou em crise com o PT, partido pelo qual militava há mais de 30 anos. A senadora deixou a sigla que e deve se filiar ao PSB para disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2016. | 0 |
Cerca de 2% dos enfermeiros recebem menos de um salário mínimo | Além de se sentir ameaçada, a categoria de enfermagem também é mal paga. A pesquisa da Fiocruz e do Cofen mostra que 16,8% dos profissionais declaram ter renda total mensal de até R$ 1.000. Cerca de 2% deles (em torno de 27 mil pessoas) recebem menos de um salário mínimo por mês. Há "subsalários" nos quatro grandes setores (público, privado, filantrópico e de ensino). O privado (21,4%) e o filantrópico (21,5%) são os que mais praticam salários com valores de até R$ 1.000. Em ambos, mais da metade do contingente que lá trabalha ganha até R$ 2.000. A dificuldade de encontrar emprego foi relatada por 65,9% dos profissionais de enfermagem. Dez por cento deles estiveram desempregados, em algum momento, nos 12 meses que antecederam a pesquisa. Para o presidente do Cofen, Manoel Neri, a situação é resultado da grande oferta de mão de obra. "Vemos a proliferação desordenada de cursos de qualidade duvidosa e, agora, a formação por cursos de educação à distância. Isso é um crime contra a saúde." | cotidiano | Cerca de 2% dos enfermeiros recebem menos de um salário mínimoAlém de se sentir ameaçada, a categoria de enfermagem também é mal paga. A pesquisa da Fiocruz e do Cofen mostra que 16,8% dos profissionais declaram ter renda total mensal de até R$ 1.000. Cerca de 2% deles (em torno de 27 mil pessoas) recebem menos de um salário mínimo por mês. Há "subsalários" nos quatro grandes setores (público, privado, filantrópico e de ensino). O privado (21,4%) e o filantrópico (21,5%) são os que mais praticam salários com valores de até R$ 1.000. Em ambos, mais da metade do contingente que lá trabalha ganha até R$ 2.000. A dificuldade de encontrar emprego foi relatada por 65,9% dos profissionais de enfermagem. Dez por cento deles estiveram desempregados, em algum momento, nos 12 meses que antecederam a pesquisa. Para o presidente do Cofen, Manoel Neri, a situação é resultado da grande oferta de mão de obra. "Vemos a proliferação desordenada de cursos de qualidade duvidosa e, agora, a formação por cursos de educação à distância. Isso é um crime contra a saúde." | 6 |
Ministros do TSE temem 'alternativas' a doações privadas nas eleições | Com o fim das doações de empresas para campanhas eleitorais, ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) demonstraram nesta quinta-feira (10) preocupação com eventuais "alternativas" que os políticos podem encontrar para dar fôlego a suas candidaturas nas eleições municipais de 2016 e cobraram uma atuação forte do Ministério Público Eleitoral para coibir irregularidades. O presidente do TSE, Dias Toffoli, afirmou que em todo mundo há temor de que dinheiro de organizações criminosas e narcotráfico abasteçam candidaturas. "Nas eleições de 2016 é importante que o MP esteja preparado para acompanhar de perto essa questão [financiamento]. Em toda América Latina e no mundo ocidental uma das maiores preocupações está sendo o dinheiro de organizações criminosas e narcotráfico nas eleições. É importante estar atento a isso porque com a proibição de empresas fazerem doações o mundo real procura suas alternativas não podemos deixar de reconhecer [isso]", disse Toffoli. "É como água da chuva que procura saída, alternativa e penso que o Ministério Público terá papel fundamental. As eleições municipais são aquelas com disputas mais remidas, mais difíceis em que qualquer centavo pesa muito", completou. Vice-presidente do TSE e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes colocou que o receio é de que o novo sistema infle a prática de caixa dois. Toffoli disse "caixa três, caixa quatro". "Eu até vou propor que discutamos no ano que vem em uma comissão, um grupo para tratarmos dessa temática, claro que com a presença do Ministério Público. Temos que tomar todos os cuidados com a fiscalização porque o o pior que podemos ter é uma legislação claramente simbólica. Os limites fixados e a realidade política podem transformar em caixa dois. Apesar de ter derrubado a doação de empresas, o STF prevê contribuições de pessoas físicas, que são autorizadas a fazer repasses de até 10% dos rendimentos do ano anterior, e há ainda o fundo partidário. O TSE deve aprovar na próxima semana as regras para o financiamento das eleições. A expectativa é de que o valor para campanha de vereador será de R$ 10 mil e de R$ 100 mil para prefeitos. | poder | Ministros do TSE temem 'alternativas' a doações privadas nas eleiçõesCom o fim das doações de empresas para campanhas eleitorais, ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) demonstraram nesta quinta-feira (10) preocupação com eventuais "alternativas" que os políticos podem encontrar para dar fôlego a suas candidaturas nas eleições municipais de 2016 e cobraram uma atuação forte do Ministério Público Eleitoral para coibir irregularidades. O presidente do TSE, Dias Toffoli, afirmou que em todo mundo há temor de que dinheiro de organizações criminosas e narcotráfico abasteçam candidaturas. "Nas eleições de 2016 é importante que o MP esteja preparado para acompanhar de perto essa questão [financiamento]. Em toda América Latina e no mundo ocidental uma das maiores preocupações está sendo o dinheiro de organizações criminosas e narcotráfico nas eleições. É importante estar atento a isso porque com a proibição de empresas fazerem doações o mundo real procura suas alternativas não podemos deixar de reconhecer [isso]", disse Toffoli. "É como água da chuva que procura saída, alternativa e penso que o Ministério Público terá papel fundamental. As eleições municipais são aquelas com disputas mais remidas, mais difíceis em que qualquer centavo pesa muito", completou. Vice-presidente do TSE e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes colocou que o receio é de que o novo sistema infle a prática de caixa dois. Toffoli disse "caixa três, caixa quatro". "Eu até vou propor que discutamos no ano que vem em uma comissão, um grupo para tratarmos dessa temática, claro que com a presença do Ministério Público. Temos que tomar todos os cuidados com a fiscalização porque o o pior que podemos ter é uma legislação claramente simbólica. Os limites fixados e a realidade política podem transformar em caixa dois. Apesar de ter derrubado a doação de empresas, o STF prevê contribuições de pessoas físicas, que são autorizadas a fazer repasses de até 10% dos rendimentos do ano anterior, e há ainda o fundo partidário. O TSE deve aprovar na próxima semana as regras para o financiamento das eleições. A expectativa é de que o valor para campanha de vereador será de R$ 10 mil e de R$ 100 mil para prefeitos. | 0 |
Ex-inimigos se unem em reintegração de combatentes na Colômbia; assista | Quem quer dinheiro? John William, 40, definitivamente queria. E a "grana" estava na AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), principal força paramilitar do país. "Você ganha salário mínimo ou está sem trabalho. Eles te oferecem 1,5 milhão de pesos [R$ 1.650]. E aí? Você vai?" John foi. Sabas Duque, 46, também, mas para o outro lado. Ele, que sentia "muito amor pelas armas", selou compromisso unindo-se às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Que escolha tinha? "Cresci numa região onde o Estado não era presente e a autoridade eram as Farc", diz. Andres, 22, foi outro a ir. Só que à força. Das duas, uma, disseram os guerrilheiros da ELN (Exército de Libertação Nacional) a seus pais: ou pagavam ou o filho de dez anos viraria um soldado deles. Em questão de meses, Andres viu "os ossos pularem para fora" quando uma bala atravessou o crânio de um amigo, no primeiro combate dos dois, e foi obrigado a "justiçar" um sequestrado. "Era a minha vida ou a dele", diz. "Nunca mais fui criança." No começo do século, juntar John, Sabas e Andres seria tão razoável quanto convidar milicianos, Comando Vermelho e Terceiro Comando para a mesma festa. O trio, contudo, deixou as armas e a rixa para trás. A luta que travam, agora, é para serem aceitos por uma sociedade traumatizada por décadas de conflito armado –com rifles empunhados por eles. "Somos vítimas e vitimadores", diz Sabas, na cadeira de rodas desde 2001, após um de seis tiros disparados por paramilitares lhe atingir a coluna. Uma bala na cabeça tirou 50% de sua audição. Como os três, há 57 mil ex-combatentes que voltaram à legalidade com ajuda da ACR (Agência Colombiana de Reintegração). Desde 2003, a entidade federal aceita desertores à esquerda e à direita. "Soldados rasos", diz o diretor da agência, Joshua Ventura. "Sem poder de decisão." No programa, os ex-inimigos moram juntos, recebem auxílio financeiro e psicológico e fazem cursos técnicos ao estilo Pronatec. Alguns ingressam em universidades. O processo todo dura anos e culmina com serviços comunitários e um cara a cara com vítimas (diretas ou não). Nem todos lidam bem. O ex-paramilitar John pega ônibus onde, no banco da frente, falam mal da iniciativa. "Faz você pensar que jamais poderá contar ao seu vizinho", pondera numa das sedes da ACR –um sobrado branco onde aniversariantes do mês são lembrados num pôster da Turma da Mônica. "E se o nazista que matou o bebê da vizinha judia dissesse 'pô, foi mal'? Hitler deu a ordem, não apertou o gatilho", compara o bancário Eder Santos, 47, vestindo uma polo com Che Guevara dentro do sinal de "proibido". "Esses terroristas não servem nem para fritar meu Big Mac", completa, antes de se perder entre centenas de pessoas que fecharam uma avenida da capital num sábado chuvoso de dezembro. Aos gritos de "fora, comunistas, terroristas!", os manifestantes pediam "paz sem impunidade". A ex-candidata ao Senado Margarita Restrepo, 62, engrossava o coro. "Em 2000, a guerrilha não me permitia estar na Colômbia. Queria sequestrar meus filhos. Somos 45 milhões de vítimas, mesmo se não nos tocaram diretamente", diz, enrolada na bandeira do país. ESPIRAL A meta, segundo o diretor da ACR, é enquadrar o "círculo da violência". Sobretudo nas zonas rurais, onde os alistamentos são mais comuns e a criança recrutada hoje vira o algoz de amanhã. "O conflito pune os mais pobres, vulneráveis, sem acesso a saúde e educação." Veja o caso de John: ele tomava cerveja sob um limoeiro quando soube que quatro guerrilheiros das Farc o procuravam. Crê ter sido confundido com um paramilitar. "Naquele momento, eu não tinha nada a ver com eles." Isso mudou rapidamente. Com as Autodefesas, encontrou proteção e "grana, muita grana". Virou uma espécie de "gerentão", responsável pelo carregamento de fuzis e por contatos com autoridades, policiais e hospitais. Sabas exercia função parecida nas Farc. Deixou a distribuidora de alimentos para virar braço direito do comandante. Era a ponte com o prefeito da cidade, que pagava "pedágio" à guerrilha. Já multinacionais "levavam a cota anual todo dezembro". John e Sabas já completaram seu processo de reintegração e trabalham ajudando novos desmobilizados, como o jovem Andres, que sonha em ser chef de cozinha "ou, quem sabe, presidente". "O prefeito de Bogotá [Gustavo Petro] foi guerrilheiro. Presidentes de Uruguai e Brasil também. Muitas pessoas tentaram chegar ao poder pela luta armada, mas conseguiram pela via democrática", diz Sabas. "Por que as Farc não veem esse exemplo?" | mundo | Ex-inimigos se unem em reintegração de combatentes na Colômbia; assistaQuem quer dinheiro? John William, 40, definitivamente queria. E a "grana" estava na AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), principal força paramilitar do país. "Você ganha salário mínimo ou está sem trabalho. Eles te oferecem 1,5 milhão de pesos [R$ 1.650]. E aí? Você vai?" John foi. Sabas Duque, 46, também, mas para o outro lado. Ele, que sentia "muito amor pelas armas", selou compromisso unindo-se às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Que escolha tinha? "Cresci numa região onde o Estado não era presente e a autoridade eram as Farc", diz. Andres, 22, foi outro a ir. Só que à força. Das duas, uma, disseram os guerrilheiros da ELN (Exército de Libertação Nacional) a seus pais: ou pagavam ou o filho de dez anos viraria um soldado deles. Em questão de meses, Andres viu "os ossos pularem para fora" quando uma bala atravessou o crânio de um amigo, no primeiro combate dos dois, e foi obrigado a "justiçar" um sequestrado. "Era a minha vida ou a dele", diz. "Nunca mais fui criança." No começo do século, juntar John, Sabas e Andres seria tão razoável quanto convidar milicianos, Comando Vermelho e Terceiro Comando para a mesma festa. O trio, contudo, deixou as armas e a rixa para trás. A luta que travam, agora, é para serem aceitos por uma sociedade traumatizada por décadas de conflito armado –com rifles empunhados por eles. "Somos vítimas e vitimadores", diz Sabas, na cadeira de rodas desde 2001, após um de seis tiros disparados por paramilitares lhe atingir a coluna. Uma bala na cabeça tirou 50% de sua audição. Como os três, há 57 mil ex-combatentes que voltaram à legalidade com ajuda da ACR (Agência Colombiana de Reintegração). Desde 2003, a entidade federal aceita desertores à esquerda e à direita. "Soldados rasos", diz o diretor da agência, Joshua Ventura. "Sem poder de decisão." No programa, os ex-inimigos moram juntos, recebem auxílio financeiro e psicológico e fazem cursos técnicos ao estilo Pronatec. Alguns ingressam em universidades. O processo todo dura anos e culmina com serviços comunitários e um cara a cara com vítimas (diretas ou não). Nem todos lidam bem. O ex-paramilitar John pega ônibus onde, no banco da frente, falam mal da iniciativa. "Faz você pensar que jamais poderá contar ao seu vizinho", pondera numa das sedes da ACR –um sobrado branco onde aniversariantes do mês são lembrados num pôster da Turma da Mônica. "E se o nazista que matou o bebê da vizinha judia dissesse 'pô, foi mal'? Hitler deu a ordem, não apertou o gatilho", compara o bancário Eder Santos, 47, vestindo uma polo com Che Guevara dentro do sinal de "proibido". "Esses terroristas não servem nem para fritar meu Big Mac", completa, antes de se perder entre centenas de pessoas que fecharam uma avenida da capital num sábado chuvoso de dezembro. Aos gritos de "fora, comunistas, terroristas!", os manifestantes pediam "paz sem impunidade". A ex-candidata ao Senado Margarita Restrepo, 62, engrossava o coro. "Em 2000, a guerrilha não me permitia estar na Colômbia. Queria sequestrar meus filhos. Somos 45 milhões de vítimas, mesmo se não nos tocaram diretamente", diz, enrolada na bandeira do país. ESPIRAL A meta, segundo o diretor da ACR, é enquadrar o "círculo da violência". Sobretudo nas zonas rurais, onde os alistamentos são mais comuns e a criança recrutada hoje vira o algoz de amanhã. "O conflito pune os mais pobres, vulneráveis, sem acesso a saúde e educação." Veja o caso de John: ele tomava cerveja sob um limoeiro quando soube que quatro guerrilheiros das Farc o procuravam. Crê ter sido confundido com um paramilitar. "Naquele momento, eu não tinha nada a ver com eles." Isso mudou rapidamente. Com as Autodefesas, encontrou proteção e "grana, muita grana". Virou uma espécie de "gerentão", responsável pelo carregamento de fuzis e por contatos com autoridades, policiais e hospitais. Sabas exercia função parecida nas Farc. Deixou a distribuidora de alimentos para virar braço direito do comandante. Era a ponte com o prefeito da cidade, que pagava "pedágio" à guerrilha. Já multinacionais "levavam a cota anual todo dezembro". John e Sabas já completaram seu processo de reintegração e trabalham ajudando novos desmobilizados, como o jovem Andres, que sonha em ser chef de cozinha "ou, quem sabe, presidente". "O prefeito de Bogotá [Gustavo Petro] foi guerrilheiro. Presidentes de Uruguai e Brasil também. Muitas pessoas tentaram chegar ao poder pela luta armada, mas conseguiram pela via democrática", diz Sabas. "Por que as Farc não veem esse exemplo?" | 3 |
Paralisia política agrava crise no Brasil, diz presidente da Vale | O presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou que a crise econômica no Brasil é agravada pela "turbulência política" e criticou a paralisia do Legislativo. "A elite política no Brasil fica muito concentrada nos aspectos políticos e as pessoas ficam aguardando votações importantes no Congresso brasileiro, que podem dar certo alívio para esse cenário de sofreguidão, e acabam sendo postergadas. Isso não é bom. Adiciona um componente negativo ao cenário de desaceleração para os produtos brasileiros", afirmou em entrevista, durante evento da mineradora na Bolsa de Nova York, nesta terça-feira (1). Ferreira observou que a desvalorização das commodities terá impacto na já debilitada economia nacional com a redução da arrecadação tributária pelo governo federal. "O senhor imagina o que a Vale pagava de imposto de renda com o minério [de ferro] a US$ 191 [em 2011] e o que pagará com o minério a US$ 40 [valor atual]. Além de investir menos, certamente pagará menos impostos, o governo tem menos receita. Não é só a Vale. É o produtor de óleo, de açúcar, de álcool, café, todo o setor de commodities, que está sendo prejudicado." Ao comentar a queda valor da ação da mineradora a R$ 10,63 na segunda-feira (30), ele apontou o declínio nos preços de commodities e o impacto do rompimento da barragem em Mariana (MG) da Samarco, mineradora controlada pela Vale e pela BHP. "Estamos em um processo de declínio dos preços das ações das principais mineradoras. O 'valuation' [avaliação] das mineradoras, de modo geral, no mundo todo, está repercutindo [o fim do superciclo]", disse. "Sem deixar de considerar que a gravidade do assunto de Mariana certamente teve impacto sobre nossas ações e as ações da BHP." Ferreira, contudo, se disse "contra estratégia de marketing" para conter a desvalorização. "Sabe o que tem que ser feito? Limpar o rio e restaurar a dignidade das pessoas que foram afetadas." | mercado | Paralisia política agrava crise no Brasil, diz presidente da ValeO presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou que a crise econômica no Brasil é agravada pela "turbulência política" e criticou a paralisia do Legislativo. "A elite política no Brasil fica muito concentrada nos aspectos políticos e as pessoas ficam aguardando votações importantes no Congresso brasileiro, que podem dar certo alívio para esse cenário de sofreguidão, e acabam sendo postergadas. Isso não é bom. Adiciona um componente negativo ao cenário de desaceleração para os produtos brasileiros", afirmou em entrevista, durante evento da mineradora na Bolsa de Nova York, nesta terça-feira (1). Ferreira observou que a desvalorização das commodities terá impacto na já debilitada economia nacional com a redução da arrecadação tributária pelo governo federal. "O senhor imagina o que a Vale pagava de imposto de renda com o minério [de ferro] a US$ 191 [em 2011] e o que pagará com o minério a US$ 40 [valor atual]. Além de investir menos, certamente pagará menos impostos, o governo tem menos receita. Não é só a Vale. É o produtor de óleo, de açúcar, de álcool, café, todo o setor de commodities, que está sendo prejudicado." Ao comentar a queda valor da ação da mineradora a R$ 10,63 na segunda-feira (30), ele apontou o declínio nos preços de commodities e o impacto do rompimento da barragem em Mariana (MG) da Samarco, mineradora controlada pela Vale e pela BHP. "Estamos em um processo de declínio dos preços das ações das principais mineradoras. O 'valuation' [avaliação] das mineradoras, de modo geral, no mundo todo, está repercutindo [o fim do superciclo]", disse. "Sem deixar de considerar que a gravidade do assunto de Mariana certamente teve impacto sobre nossas ações e as ações da BHP." Ferreira, contudo, se disse "contra estratégia de marketing" para conter a desvalorização. "Sabe o que tem que ser feito? Limpar o rio e restaurar a dignidade das pessoas que foram afetadas." | 2 |
FMI reduz previsão de crescimento dos EUA e eleva expectativa para China | O FMI (Fundo Monetário Internacional) manteve inalterada as previsões de crescimento para a economia mundial para este ano e para 2018, embora tenha revisado para cima as expectativas de crescimento para a zona do euro e para a China, além de revisar a expectativa nos EUA. No relatório Perspectivas Econômicas Globais, publicado nesta segunda-feira (24), o FMI informou que o PIB (Produto Interno Bruto) global cresceria 3,5% em 2017 e 3,6% em 2018, inalterado em relação às estimativas divulgadas em abril. "Embora os riscos em torno da previsão de crescimento global pareçam amplamente equilibrados no curto prazo, eles continuam em desvantagens no médio prazo", informou o FMI em previsões atualizadas divulgadas em Kuala Lumpur, Malásia. O FMI reduziu as previsões para o crescimento dos Estados Unidos para 2,1% em 2017 e 2018, um pouco abaixo das projeções de 2,3% e 2,5%, respectivamente, de apenas três meses atrás. O Fundo revisou as indicações anteriores de que as medidas de estímulo planejadas pela administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iriam aumentar o crescimento dos EUA, em grande parte porque nenhum detalhe desses planos se tornou público. O FMI disse que o crescimento da zona do euro deverá ser ligeiramente mais forte em 2018 e apontou para "um impulso sólido". Também atualizou as projeções de crescimento do PIB de 2017 para a zona do euro a 1,9%, aumento de 0,2 ponto percentual na comparação com o relatório de abril. O FMI disse que o crescimento da zona euro será ligeiramente mais forte em 1,7%, uma mudança de 0,1 ponto percentual em apenas três meses. Para a China, o FMI esperava um crescimento mais forte de 6,7% em 2017, um aumento de 0,1 ponto percentual da previsão de abril. O Fundo disse que o crescimento chinês deve se moderar em 2018 para 6,4%, mas observou que a estimativa aumentou 0,2 ponto percentual da previsão de abril com base nas expectativas de que Pequim manterá o investimento público em alto nível. O FMI já havia divulgado neste mês novas estimativas para o desempenho da economia brasileira. O Fundo elevou levemente a expectativa de crescimento do PIB para a economia brasileira neste ano a 0,3%, ante 0,2% anteriormente. No entanto, reduziu a expectativa para o avanço da economia em 2018 a 1,3%, abaixo do patamar de 1,7% projetado antes. | mercado | FMI reduz previsão de crescimento dos EUA e eleva expectativa para ChinaO FMI (Fundo Monetário Internacional) manteve inalterada as previsões de crescimento para a economia mundial para este ano e para 2018, embora tenha revisado para cima as expectativas de crescimento para a zona do euro e para a China, além de revisar a expectativa nos EUA. No relatório Perspectivas Econômicas Globais, publicado nesta segunda-feira (24), o FMI informou que o PIB (Produto Interno Bruto) global cresceria 3,5% em 2017 e 3,6% em 2018, inalterado em relação às estimativas divulgadas em abril. "Embora os riscos em torno da previsão de crescimento global pareçam amplamente equilibrados no curto prazo, eles continuam em desvantagens no médio prazo", informou o FMI em previsões atualizadas divulgadas em Kuala Lumpur, Malásia. O FMI reduziu as previsões para o crescimento dos Estados Unidos para 2,1% em 2017 e 2018, um pouco abaixo das projeções de 2,3% e 2,5%, respectivamente, de apenas três meses atrás. O Fundo revisou as indicações anteriores de que as medidas de estímulo planejadas pela administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iriam aumentar o crescimento dos EUA, em grande parte porque nenhum detalhe desses planos se tornou público. O FMI disse que o crescimento da zona do euro deverá ser ligeiramente mais forte em 2018 e apontou para "um impulso sólido". Também atualizou as projeções de crescimento do PIB de 2017 para a zona do euro a 1,9%, aumento de 0,2 ponto percentual na comparação com o relatório de abril. O FMI disse que o crescimento da zona euro será ligeiramente mais forte em 1,7%, uma mudança de 0,1 ponto percentual em apenas três meses. Para a China, o FMI esperava um crescimento mais forte de 6,7% em 2017, um aumento de 0,1 ponto percentual da previsão de abril. O Fundo disse que o crescimento chinês deve se moderar em 2018 para 6,4%, mas observou que a estimativa aumentou 0,2 ponto percentual da previsão de abril com base nas expectativas de que Pequim manterá o investimento público em alto nível. O FMI já havia divulgado neste mês novas estimativas para o desempenho da economia brasileira. O Fundo elevou levemente a expectativa de crescimento do PIB para a economia brasileira neste ano a 0,3%, ante 0,2% anteriormente. No entanto, reduziu a expectativa para o avanço da economia em 2018 a 1,3%, abaixo do patamar de 1,7% projetado antes. | 2 |
Dólar segue exterior e sobe para R$ 3,88; commodities derrubam Bolsa | Preocupações com a desaceleração global, especialmente da China, e a proximidade da elevação de juros nos Estados Unidos pressionaram a cotação das moedas emergentes em relação ao dólar nesta sexta-feira (11). No Brasil, o real também foi influenciado pelo cenário político interno, com nova ameaça de troca no comando do ministério da Fazenda. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 2,29%, para R$ 3,883 na venda. Na semana, houve valorização de 3,62%. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, teve valorização de 1,92% no dia e 3,58% na semana, para R$ 3,872. Ambas as cotações chegaram a atingir máxima de R$ 3,89 na sessão. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar subiu em relação a 16 —o real foi a quinta que mais perdeu força sobre a divisa dos Estados Unidos. O dólar também avançou contra quatro das dez moedas globais mais importantes: o dólar canadense, o dólar australiano, o dólar neo-zelandês e a coroa norueguesa. O yuan chinês atingiu nesta sexta seu menor valor em quase quatro anos e meio, ampliando as preocupações com o crescimento global e motivando a desvalorização dos preços das commodities. Ainda no exterior, acontece na próxima semana a última reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central dos EUA). O mercado espera que a autoridade americana suba o juro básico daquele país, que está perto de zero desde a crise de 2008. A expectativa é que a alta dos juros provoque uma fuga de recursos hoje aplicados em países emergentes para os EUA, encarecendo o dólar. Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa, mais atraentes que aplicações em emergentes, considerados de maior risco. Internamente, o mercado digeriu a notícia de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a sinalizar —desta vez a parlamentares governistas da Comissão Mista de Orçamento— que sua permanência no governo "perderá o sentido" se não for aprovada para o próximo ano uma meta de superavit primário (receitas menos despesas) de 0,7% do PIB. O descontrole das contas públicas brasileiras e a piora na crise política no país aumentaram a expectativa do mercado de que outras agências de risco, além da Standard & Poor's, retirarão em breve o selo de bom pagador atestado ao Brasil. A Moody's colocou nesta semana a nota de crédito do país em observação para possível rebaixamento em até três meses. A S&P já havia retirado o chamado grau de investimento do Brasil em setembro. Caso uma segunda agência faça o mesmo, grandes fundos estrangeiros serão obrigados a retirar investimentos do mercado brasileiro, encarecendo ainda mais o dólar. O Banco Central do Brasil deu continuidade nesta sessão aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 548,1 milhões. No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2016 caiu de 14,155% para 14,150%. Já o DI para janeiro de 2021 subiu de 15,880% para 16%. BOLSA O principal índice da Bolsa brasileira chegou a operar em alta nesta sexta-feira, mas inverteu a tendência acompanhando a baixa nos preços das commodities e dos mercados acionários no exterior, e fechou no vermelho. O Ibovespa caiu 0,81%, para 45.262 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,7 bilhões. Na semana, o índice recuou 0,22%. Foi a terceira semana consecutiva de perdas. No setor bancário, segmento com maior participação dentro do Ibovespa, o Itaú fechou estável em R$ 28,80, enquanto o Bradesco caiu 0,86%, para R$ 20,82, e o Banco do Brasil teve desvalorização de 1,94%, para R$ 17,65. As ações da Petrobras também caíram. Os papéis preferenciais da estatal, mais negociados e sem direito a voto, tiveram perda de 2,68%, para R$ 7,25 cada um, enquanto os ordinários, com direito a voto, cederam 3,80%, para R$ 8,85. O preço do barril de petróleo Brent, negociado em Londres e referência no setor, recuou mais de 4% para a casa de US$ 37 por barril, no menor valor desde 2008. No mesmo sentido, as ações preferenciais da Vale caíram 4,29%, para R$ 9,59. As ordinárias tiveram perda de 3,63%, para R$ 12,21. A agência de risco Moody's rebaixou na véspera a nota de crédito da companhia, mantendo a perspectiva negativa. Fora do Ibovespa, as units do BTG Pactual subiram 13,64%, para R$ 13,75. As ações da rede de drogarias Brasil Pharma, cujo maior acionista é o BTG Pactual, ganharam 35,55%, para R$ 6,94 cada uma. Desde o dia 25 de novembro, quando o ex-presidente do BTG André Esteves foi preso no âmbito da Operação Lava Jato da Polícia Federal, as units do banco já perderam 55,49% de seu valor. Os papéis da Brasil Pharma cederam 64,41% desde então. O BTG Pactual informou nesta sexta que formou um comitê especial para acompanhar e direcionar uma investigação sobre seu ex-controlador e fundador André Esteves. | mercado | Dólar segue exterior e sobe para R$ 3,88; commodities derrubam BolsaPreocupações com a desaceleração global, especialmente da China, e a proximidade da elevação de juros nos Estados Unidos pressionaram a cotação das moedas emergentes em relação ao dólar nesta sexta-feira (11). No Brasil, o real também foi influenciado pelo cenário político interno, com nova ameaça de troca no comando do ministério da Fazenda. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 2,29%, para R$ 3,883 na venda. Na semana, houve valorização de 3,62%. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, teve valorização de 1,92% no dia e 3,58% na semana, para R$ 3,872. Ambas as cotações chegaram a atingir máxima de R$ 3,89 na sessão. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar subiu em relação a 16 —o real foi a quinta que mais perdeu força sobre a divisa dos Estados Unidos. O dólar também avançou contra quatro das dez moedas globais mais importantes: o dólar canadense, o dólar australiano, o dólar neo-zelandês e a coroa norueguesa. O yuan chinês atingiu nesta sexta seu menor valor em quase quatro anos e meio, ampliando as preocupações com o crescimento global e motivando a desvalorização dos preços das commodities. Ainda no exterior, acontece na próxima semana a última reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central dos EUA). O mercado espera que a autoridade americana suba o juro básico daquele país, que está perto de zero desde a crise de 2008. A expectativa é que a alta dos juros provoque uma fuga de recursos hoje aplicados em países emergentes para os EUA, encarecendo o dólar. Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa, mais atraentes que aplicações em emergentes, considerados de maior risco. Internamente, o mercado digeriu a notícia de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a sinalizar —desta vez a parlamentares governistas da Comissão Mista de Orçamento— que sua permanência no governo "perderá o sentido" se não for aprovada para o próximo ano uma meta de superavit primário (receitas menos despesas) de 0,7% do PIB. O descontrole das contas públicas brasileiras e a piora na crise política no país aumentaram a expectativa do mercado de que outras agências de risco, além da Standard & Poor's, retirarão em breve o selo de bom pagador atestado ao Brasil. A Moody's colocou nesta semana a nota de crédito do país em observação para possível rebaixamento em até três meses. A S&P já havia retirado o chamado grau de investimento do Brasil em setembro. Caso uma segunda agência faça o mesmo, grandes fundos estrangeiros serão obrigados a retirar investimentos do mercado brasileiro, encarecendo ainda mais o dólar. O Banco Central do Brasil deu continuidade nesta sessão aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 548,1 milhões. No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2016 caiu de 14,155% para 14,150%. Já o DI para janeiro de 2021 subiu de 15,880% para 16%. BOLSA O principal índice da Bolsa brasileira chegou a operar em alta nesta sexta-feira, mas inverteu a tendência acompanhando a baixa nos preços das commodities e dos mercados acionários no exterior, e fechou no vermelho. O Ibovespa caiu 0,81%, para 45.262 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,7 bilhões. Na semana, o índice recuou 0,22%. Foi a terceira semana consecutiva de perdas. No setor bancário, segmento com maior participação dentro do Ibovespa, o Itaú fechou estável em R$ 28,80, enquanto o Bradesco caiu 0,86%, para R$ 20,82, e o Banco do Brasil teve desvalorização de 1,94%, para R$ 17,65. As ações da Petrobras também caíram. Os papéis preferenciais da estatal, mais negociados e sem direito a voto, tiveram perda de 2,68%, para R$ 7,25 cada um, enquanto os ordinários, com direito a voto, cederam 3,80%, para R$ 8,85. O preço do barril de petróleo Brent, negociado em Londres e referência no setor, recuou mais de 4% para a casa de US$ 37 por barril, no menor valor desde 2008. No mesmo sentido, as ações preferenciais da Vale caíram 4,29%, para R$ 9,59. As ordinárias tiveram perda de 3,63%, para R$ 12,21. A agência de risco Moody's rebaixou na véspera a nota de crédito da companhia, mantendo a perspectiva negativa. Fora do Ibovespa, as units do BTG Pactual subiram 13,64%, para R$ 13,75. As ações da rede de drogarias Brasil Pharma, cujo maior acionista é o BTG Pactual, ganharam 35,55%, para R$ 6,94 cada uma. Desde o dia 25 de novembro, quando o ex-presidente do BTG André Esteves foi preso no âmbito da Operação Lava Jato da Polícia Federal, as units do banco já perderam 55,49% de seu valor. Os papéis da Brasil Pharma cederam 64,41% desde então. O BTG Pactual informou nesta sexta que formou um comitê especial para acompanhar e direcionar uma investigação sobre seu ex-controlador e fundador André Esteves. | 2 |
Dólar cai para R$ 3,86 com atuação do BC se sobrepondo à retração do PIB | Nova atuação extra do Banco Central no mercado de câmbio se sobrepõe à retração maior que a esperada do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no terceiro trimestre e ajuda o dólar a cair nesta terça-feira (1º) sobre o real. A moeda americana também perde força frente a outras divisas globais na sessão, após uma sequência de avanços. No cenário interno, os investidores seguem à espera de importantes decisões políticas. O Conselho de Ética vota nesta tarde, em caráter preliminar, o processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pode resultar em sua cassação. Mais tarde, o Congresso vota a nova meta fiscal do governo para 2015. A votação havia sido adiada na semana passada após a prisão do ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), e do ex-presidente do banco BTG Pactual, André Esteves, no âmbito da operação Lava Jato. Às 12h55 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,73%, para R$ 3,866 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuava 0,56%, a R$ 3,865. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar caía sobre 17. A divisa americana também perdia força contra sete das dez mais importantes moedas globais, entre elas o euro e a libra esterlina. O Banco Central venderá nesta tarde até US$ 500 milhões com compromisso de recompra em 2016. Leilões deste tipo fazem parte da estratégia do BC de fornecer recursos para a demanda sazonal de fim de ano, quando aumenta o valor enviado ao exterior para pagamento de dívidas e remessas de lucros, por exemplo. A autoridade também deu início aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 549,5 milhões. O reforço de liquidez do BC deixou em segundo plano o resultado do PIB brasileiro no terceiro trimestre, que caiu 1,7% —acima das expectativas, de recuo de 1,2%. Trata-se do terceiro trimestre consecutivo de queda do PIB, a mais longa sequência desde o ano de 1990, quando o governo Collor confiscou o dinheiro depositado na caderneta de poupança para tentar conter a hiperinflação. AÇÕES EM QUEDA O principal índice da Bolsa brasileira operava em queda nesta terça-feira, destoando do avanço registrado nos mercados acionários dos Estados Unidos, pressionado pela queda dos bancos. Às 12h55, o Ibovespa caía 0,25%, para 45.009 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 2 bilhões. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, perdiam 0,52%, para R$ 7,63 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, tinham alta de 0,42%, a R$ 9,45. Já as ações preferencias da Vale cediam 0,84%, para R$ 10,54, enquanto as ordinárias tombavam 0,91%, a R$ 13,05. Os papéis seguem em seu menor valor em dez anos devido a preocupações dos investidores com os custos para remediação da área atingida pelo acidente da Samarco, empresa controlada pela Vale e BHP, em um cenário de minério cada vez mais barato. No setor bancário, as ações do Itaú perdiam 0,72%, enquanto o Bradesco recuava 0,85% e o Banco do Brasil tinha leve baixa de 0,12%. O Santander mostrava queda de 1,35%. Este é o setor com a maior participação dentro do Ibovespa. Fora do Ibovespa, as units (conjuntos de ações) do banco BTG Pactual cediam 2,87%, para R$ 20,30. As ações da rede de drogarias Brasil Pharma, cujo maior acionista é o BTG Pactual, subiam 0,27%, para R$ 15,04 cada uma. Os papéis continuam sendo afetados negativamente pela prisão, na última quarta-feira (25), de André Esteves. | mercado | Dólar cai para R$ 3,86 com atuação do BC se sobrepondo à retração do PIBNova atuação extra do Banco Central no mercado de câmbio se sobrepõe à retração maior que a esperada do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no terceiro trimestre e ajuda o dólar a cair nesta terça-feira (1º) sobre o real. A moeda americana também perde força frente a outras divisas globais na sessão, após uma sequência de avanços. No cenário interno, os investidores seguem à espera de importantes decisões políticas. O Conselho de Ética vota nesta tarde, em caráter preliminar, o processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pode resultar em sua cassação. Mais tarde, o Congresso vota a nova meta fiscal do governo para 2015. A votação havia sido adiada na semana passada após a prisão do ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), e do ex-presidente do banco BTG Pactual, André Esteves, no âmbito da operação Lava Jato. Às 12h55 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,73%, para R$ 3,866 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuava 0,56%, a R$ 3,865. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar caía sobre 17. A divisa americana também perdia força contra sete das dez mais importantes moedas globais, entre elas o euro e a libra esterlina. O Banco Central venderá nesta tarde até US$ 500 milhões com compromisso de recompra em 2016. Leilões deste tipo fazem parte da estratégia do BC de fornecer recursos para a demanda sazonal de fim de ano, quando aumenta o valor enviado ao exterior para pagamento de dívidas e remessas de lucros, por exemplo. A autoridade também deu início aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 549,5 milhões. O reforço de liquidez do BC deixou em segundo plano o resultado do PIB brasileiro no terceiro trimestre, que caiu 1,7% —acima das expectativas, de recuo de 1,2%. Trata-se do terceiro trimestre consecutivo de queda do PIB, a mais longa sequência desde o ano de 1990, quando o governo Collor confiscou o dinheiro depositado na caderneta de poupança para tentar conter a hiperinflação. AÇÕES EM QUEDA O principal índice da Bolsa brasileira operava em queda nesta terça-feira, destoando do avanço registrado nos mercados acionários dos Estados Unidos, pressionado pela queda dos bancos. Às 12h55, o Ibovespa caía 0,25%, para 45.009 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 2 bilhões. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, perdiam 0,52%, para R$ 7,63 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, tinham alta de 0,42%, a R$ 9,45. Já as ações preferencias da Vale cediam 0,84%, para R$ 10,54, enquanto as ordinárias tombavam 0,91%, a R$ 13,05. Os papéis seguem em seu menor valor em dez anos devido a preocupações dos investidores com os custos para remediação da área atingida pelo acidente da Samarco, empresa controlada pela Vale e BHP, em um cenário de minério cada vez mais barato. No setor bancário, as ações do Itaú perdiam 0,72%, enquanto o Bradesco recuava 0,85% e o Banco do Brasil tinha leve baixa de 0,12%. O Santander mostrava queda de 1,35%. Este é o setor com a maior participação dentro do Ibovespa. Fora do Ibovespa, as units (conjuntos de ações) do banco BTG Pactual cediam 2,87%, para R$ 20,30. As ações da rede de drogarias Brasil Pharma, cujo maior acionista é o BTG Pactual, subiam 0,27%, para R$ 15,04 cada uma. Os papéis continuam sendo afetados negativamente pela prisão, na última quarta-feira (25), de André Esteves. | 2 |
OAB afirma que pode ir ao STF contra suspensão do impeachment | A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) criticou nesta segunda-feira (9) a suspensão do processo de impeachment pelo deputado Waldir Maranhão (PP) e afirmou que avalia recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a decisão. Em nota, o presidente nacional da entidade, Claudio Lamachia, disse que "esse tipo de ação atende a interesses momentâneos de alguns grupos políticos, mas ignora as decisões legítimas já tomadas", afirmou. "A OAB não aceita que, neste momento em que a sociedade brasileira espera que a crise seja superada com respeito a Constituição Federal, coloque-se em prática um vale-tudo à margem da Carta". Mais cedo, o deputado Fernando Franceschini (SD-PR) também anunciou que prepara recurso ao STF para derrubar a medida de Maranhão. SUSPENSÃO Em despacho que será publicado na edição do Diário da Câmara desta terça (10), Waldir Maranhão derruba as sessões do plenário que trataram do processo na Casa entre os dias 15 e 17 de abril e determina que o processo, que está no Senado, volte à Câmara. Maranhão determina que a Casa terá cinco sessões para refazer a votação no plenário. O principal argumento para invalidar a sessão é que os partidos não poderiam ter fechado questão ou dado orientação em relação ao voto dos parlamentares, uma vez que, segundo o presidente interino, "os parlamentares deveriam votar de acordo com suas convicções pessoais e livremente". O pepista também diz que o fato de os deputados terem anunciado publicamente seus votos caracteriza pré-julgamento e clara ofensa ao amplo direito de defesa consagrado na Constituição. O congressista alega ainda que a defesa de Dilma deveria ter sido ouvida por último no momento da votação. Há ainda uma alegação técnica de que o resultado da votação teria que ser encaminhado ao Senado por resolução e não por ofício, como teria ocorrido. O deputado é aliado do governador Flávio Dino (PC do B-MA), um dos principais correligionários de Dilma, e votou contra a autorização da Câmara para abertura do processo de impeachment. Vice-presidente da Câmara, Maranhão chegou ao comando da Casa na semana passada após o STF (Supremo Tribunal Federal) determinar a suspensão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato e da Presidência da Câmara, que foi o principal fiador do impeachment no Congresso. ÍNTEGRA Leia a íntegra da nota emitida por Maranhão: 1. O Presidente da Comissão Especial do Impeachment do Senado Federal, Senador Raimundo Lira, no dia 27 de abril do corrente ano, encaminhou à Câmara dos Deputados, ofício em que indagava sobre o andamento de recurso apresentado pela Advocacia-Geral da União contra a decisão que autorizou a instauração de processo de impeachment contra a Sra. Presidente da República, Dilma Rousseff. 2. Ao tomar conhecimento desse ofício, tomei ciência da existência de petição dirigida pela Sra. Presidente da República, por meio da Advocacia-Geral da União, em que pleiteava a anulação da Sessão realizada pela Câmara dos Deputados, nos dias 15, 16 e 17 de abril. Nessa sessão, como todos sabem, o Plenário desta Casa aprovou parecer encaminhado ao Senado Federal para a eventual abertura de processo contra a Sra. Presidente da República, Dilma Rousseff, por crime de responsabilidade. 3. Como a petição não havia ainda sido decidida, eu a examinei e decidi acolher em parte as ponderações nela contidas. Desacolhi a arguição de nulidade feita em relação aos motivos apresentados pelos Srs. Deputados no momento de votação, por entender que não ocorreram quaisquer vícios naquelas declarações de votos. Todavia, acolhi as demais arguições, por entender que efetivamente ocorreram vícios que tornaram nula de pleno direito a sessão em questão. Não poderiam os partidos políticos ter fechado questão ou firmado orientação para que os parlamentares votassem de um modo ou de outro, uma vez que, no caso deveriam votar de acordo com as suas convicções pessoais e livremente. Não poderiam os senhores parlamentares antes da conclusão da votação terem anunciado publicamente os seus votos, na medida em que isso caracteriza prejulgamento e clara ofensa ao amplo direito de defesa que está consagrado na Constituição. Do mesmo modo, não poderia a defesa da Sra. Presidente da República ter deixado de falar por último no momento da votação, como acabou ocorrendo. 4. Também considero que o resultado da votação deveria ter sido formalizado por Resolução, por ser o que dispõe o Regimento Interno da Câmara dos Deputados e o que estava originalmente previsto no processamento do impeachment do Presidente Collor, tomado como paradigma pelo STF para o processamento do presente pedido de impeachment. 5. Por estas razões, anulei a sessão realizada nos dias 15, 16 e 17 e determinei que uma nova sessão seja realizada para deliberar sobre a matéria no prazo de 5 sessões contados da data em que o processo for devolvido pelo Senado à Câmara dos Deputados. 6. Para o cumprimento da minha decisão, encaminhei o ofício ao Presidente do Senado para que os autos do processo de impeachment sejam devolvidos à Câmara d | poder | OAB afirma que pode ir ao STF contra suspensão do impeachmentA OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) criticou nesta segunda-feira (9) a suspensão do processo de impeachment pelo deputado Waldir Maranhão (PP) e afirmou que avalia recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a decisão. Em nota, o presidente nacional da entidade, Claudio Lamachia, disse que "esse tipo de ação atende a interesses momentâneos de alguns grupos políticos, mas ignora as decisões legítimas já tomadas", afirmou. "A OAB não aceita que, neste momento em que a sociedade brasileira espera que a crise seja superada com respeito a Constituição Federal, coloque-se em prática um vale-tudo à margem da Carta". Mais cedo, o deputado Fernando Franceschini (SD-PR) também anunciou que prepara recurso ao STF para derrubar a medida de Maranhão. SUSPENSÃO Em despacho que será publicado na edição do Diário da Câmara desta terça (10), Waldir Maranhão derruba as sessões do plenário que trataram do processo na Casa entre os dias 15 e 17 de abril e determina que o processo, que está no Senado, volte à Câmara. Maranhão determina que a Casa terá cinco sessões para refazer a votação no plenário. O principal argumento para invalidar a sessão é que os partidos não poderiam ter fechado questão ou dado orientação em relação ao voto dos parlamentares, uma vez que, segundo o presidente interino, "os parlamentares deveriam votar de acordo com suas convicções pessoais e livremente". O pepista também diz que o fato de os deputados terem anunciado publicamente seus votos caracteriza pré-julgamento e clara ofensa ao amplo direito de defesa consagrado na Constituição. O congressista alega ainda que a defesa de Dilma deveria ter sido ouvida por último no momento da votação. Há ainda uma alegação técnica de que o resultado da votação teria que ser encaminhado ao Senado por resolução e não por ofício, como teria ocorrido. O deputado é aliado do governador Flávio Dino (PC do B-MA), um dos principais correligionários de Dilma, e votou contra a autorização da Câmara para abertura do processo de impeachment. Vice-presidente da Câmara, Maranhão chegou ao comando da Casa na semana passada após o STF (Supremo Tribunal Federal) determinar a suspensão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato e da Presidência da Câmara, que foi o principal fiador do impeachment no Congresso. ÍNTEGRA Leia a íntegra da nota emitida por Maranhão: 1. O Presidente da Comissão Especial do Impeachment do Senado Federal, Senador Raimundo Lira, no dia 27 de abril do corrente ano, encaminhou à Câmara dos Deputados, ofício em que indagava sobre o andamento de recurso apresentado pela Advocacia-Geral da União contra a decisão que autorizou a instauração de processo de impeachment contra a Sra. Presidente da República, Dilma Rousseff. 2. Ao tomar conhecimento desse ofício, tomei ciência da existência de petição dirigida pela Sra. Presidente da República, por meio da Advocacia-Geral da União, em que pleiteava a anulação da Sessão realizada pela Câmara dos Deputados, nos dias 15, 16 e 17 de abril. Nessa sessão, como todos sabem, o Plenário desta Casa aprovou parecer encaminhado ao Senado Federal para a eventual abertura de processo contra a Sra. Presidente da República, Dilma Rousseff, por crime de responsabilidade. 3. Como a petição não havia ainda sido decidida, eu a examinei e decidi acolher em parte as ponderações nela contidas. Desacolhi a arguição de nulidade feita em relação aos motivos apresentados pelos Srs. Deputados no momento de votação, por entender que não ocorreram quaisquer vícios naquelas declarações de votos. Todavia, acolhi as demais arguições, por entender que efetivamente ocorreram vícios que tornaram nula de pleno direito a sessão em questão. Não poderiam os partidos políticos ter fechado questão ou firmado orientação para que os parlamentares votassem de um modo ou de outro, uma vez que, no caso deveriam votar de acordo com as suas convicções pessoais e livremente. Não poderiam os senhores parlamentares antes da conclusão da votação terem anunciado publicamente os seus votos, na medida em que isso caracteriza prejulgamento e clara ofensa ao amplo direito de defesa que está consagrado na Constituição. Do mesmo modo, não poderia a defesa da Sra. Presidente da República ter deixado de falar por último no momento da votação, como acabou ocorrendo. 4. Também considero que o resultado da votação deveria ter sido formalizado por Resolução, por ser o que dispõe o Regimento Interno da Câmara dos Deputados e o que estava originalmente previsto no processamento do impeachment do Presidente Collor, tomado como paradigma pelo STF para o processamento do presente pedido de impeachment. 5. Por estas razões, anulei a sessão realizada nos dias 15, 16 e 17 e determinei que uma nova sessão seja realizada para deliberar sobre a matéria no prazo de 5 sessões contados da data em que o processo for devolvido pelo Senado à Câmara dos Deputados. 6. Para o cumprimento da minha decisão, encaminhei o ofício ao Presidente do Senado para que os autos do processo de impeachment sejam devolvidos à Câmara d | 0 |
Lava Jato corre o risco que abalou a Mãos Limpas | O fim do grupo exclusivo da Lava Jato em Curitiba pode ter sido apenas uma medida de natureza administrativa, que não afetará necessariamente as operações da maior operação de combate à corrupção no Brasil. É essa, pelo menos, a alegação oficial. Mas pode ser também um passo mais para quebrar as pernas dos investigadores. Suspeito que seja esta a hipótese mais provável, por um motivo bem simples: não dá para ser inocente a ponto de acreditar que uma investigação que atinge os mais poderosos agentes públicos e privados –até aqui intocáveis– prossiga sem que haja uma reação deles e de seus protegidos e/ou correligionários. É útil, a propósito, rememorar o que houve com uma operação parecida, a "Mãos Limpas", efetuada na Itália, que tem pontos de contato com a brasileira, mas também tem, naturalmente, diferenças importantes. Vou basear a comparação em excelente artigo da economista Maria Cristina Pinotti para o Instituto Fernand Braudel, notável centro de pesquisas em São Paulo. Para começar, a rememoração do que foi a "Mãos Limpas": "foi a maior investigação sobre corrupção na administração pública de que se tem notícia. Ocorreu na Itália, a partir do início de 1992, e durou dez anos. "Seu período crucial, entretanto, teve a duração de aproximadamente três anos, até o fim de 1994. "As investigações desvendaram um sistema criminoso e corrupto muito abrangente que atingiu algumas centenas de parlamentares de praticamente todo o arco político da época (exceção feita aos partidos de extrema esquerda e extrema direita), além de empresários, policiais e membros do judiciário". Muito semelhante à Lava Jato, certo? Na Itália, foram acusados dois chefes de governo (Bettino Craxi, do Partido Socialista Italiano, e Silvio Berlusconi, criador de "Forza Italia", de direita). Mais uma coincidência com o Brasil: aqui, todos os três chefes de governo mais recentes (o atual, Michel Temer, e seus antecessores Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff) estão sob suspeita em casos investigados pela Lava Jato, de diferentes naturezas. Uma diferença essencial: Bettino Craxi teve que renunciar e acabou morrendo no exílio (na Tunísia). Berlusconi chegou a ser condenado em primeira instância, mas escapou na segunda instância e até hoje consegue postergar indefinidamente o julgamento por diferentes acusações. Como é natural, pelo peso político e econômico dos envolvidos, a "Mãos Limpas" provocou enorme reação, relata Pinotti: "Avolumaram-se as denúncias na imprensa sobre abuso de poder nas investigações e foi iniciada uma verdadeira indústria de dossiês, sobretudo contra a figura principal da operação, o procurador Antonio Di Pietro. Em meados de 1994 o conselho de ministros do novo governo [de Berlusconi] aprovou um decreto lei que ficou conhecido popularmente como decreto 'salva ladrões' (salva ladri), que impedia prisão cautelar para a maioria dos crimes de corrupção. Com isso, a maior parte dos presos foi solta, indo para prisão domiciliar, provocando um enorme dano nas investigações". Lembra o Brasil? Lembra a tentativa de derrubar a hipótese de prisões após condenação em segunda instância? Há mais, sempre segundo Pinotti: "Há quem diga, por exemplo, que seu objetivo [da OMP ou Operazione Mani Pulite, nome em italiano] era eliminar toda a classe política, seguindo um plano orquestrado pelos comunistas, ou pela CIA –dependendo da preferência ideológica do acusador." Você certamente já leu ou ouviu esse tipo de comentário sobre a Lava Jato, certo? Continua a comparação: "Lá (como cá...) acusava-se a OMP de investigar apenas alguns setores da classe política, preservando outros (como o Partido Comunista)". Lembra-se de o PT inteiro dizer que a Lava Jato é uma operação para destruir o partido? Na Itália, a defesa dos magistrados era que não haviam conseguido provas para indiciar outros setores. Aqui, a defesa acabou sendo a realidade: a Lava Jato não poupa nenhum grande ou médio partido. A operação desmonte da "Mãos Limpas" passou também por denúncias de excessos no uso de delações premiadas, de prisões e de escutas, como ocorre agora no Brasil. Diz Pinotti, sobre a Itália: "As denúncias nunca foram comprovadas, mesmo depois de inúmeras investigações oficiais ocorridas desde então". Creio que é o suficiente para que o público fique atento para evitar o desmanche da Lava Jato, que pode ter defeitos e pode até cometer abusos, mas tem um resultado positivo impossível de negar: prisões de intocáveis e a confissão de executivos de grandes empresas de que cometeram crimes. Ninguém confessa nada se não cair na rede uma investigação bem feita. | colunas | Lava Jato corre o risco que abalou a Mãos LimpasO fim do grupo exclusivo da Lava Jato em Curitiba pode ter sido apenas uma medida de natureza administrativa, que não afetará necessariamente as operações da maior operação de combate à corrupção no Brasil. É essa, pelo menos, a alegação oficial. Mas pode ser também um passo mais para quebrar as pernas dos investigadores. Suspeito que seja esta a hipótese mais provável, por um motivo bem simples: não dá para ser inocente a ponto de acreditar que uma investigação que atinge os mais poderosos agentes públicos e privados –até aqui intocáveis– prossiga sem que haja uma reação deles e de seus protegidos e/ou correligionários. É útil, a propósito, rememorar o que houve com uma operação parecida, a "Mãos Limpas", efetuada na Itália, que tem pontos de contato com a brasileira, mas também tem, naturalmente, diferenças importantes. Vou basear a comparação em excelente artigo da economista Maria Cristina Pinotti para o Instituto Fernand Braudel, notável centro de pesquisas em São Paulo. Para começar, a rememoração do que foi a "Mãos Limpas": "foi a maior investigação sobre corrupção na administração pública de que se tem notícia. Ocorreu na Itália, a partir do início de 1992, e durou dez anos. "Seu período crucial, entretanto, teve a duração de aproximadamente três anos, até o fim de 1994. "As investigações desvendaram um sistema criminoso e corrupto muito abrangente que atingiu algumas centenas de parlamentares de praticamente todo o arco político da época (exceção feita aos partidos de extrema esquerda e extrema direita), além de empresários, policiais e membros do judiciário". Muito semelhante à Lava Jato, certo? Na Itália, foram acusados dois chefes de governo (Bettino Craxi, do Partido Socialista Italiano, e Silvio Berlusconi, criador de "Forza Italia", de direita). Mais uma coincidência com o Brasil: aqui, todos os três chefes de governo mais recentes (o atual, Michel Temer, e seus antecessores Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff) estão sob suspeita em casos investigados pela Lava Jato, de diferentes naturezas. Uma diferença essencial: Bettino Craxi teve que renunciar e acabou morrendo no exílio (na Tunísia). Berlusconi chegou a ser condenado em primeira instância, mas escapou na segunda instância e até hoje consegue postergar indefinidamente o julgamento por diferentes acusações. Como é natural, pelo peso político e econômico dos envolvidos, a "Mãos Limpas" provocou enorme reação, relata Pinotti: "Avolumaram-se as denúncias na imprensa sobre abuso de poder nas investigações e foi iniciada uma verdadeira indústria de dossiês, sobretudo contra a figura principal da operação, o procurador Antonio Di Pietro. Em meados de 1994 o conselho de ministros do novo governo [de Berlusconi] aprovou um decreto lei que ficou conhecido popularmente como decreto 'salva ladrões' (salva ladri), que impedia prisão cautelar para a maioria dos crimes de corrupção. Com isso, a maior parte dos presos foi solta, indo para prisão domiciliar, provocando um enorme dano nas investigações". Lembra o Brasil? Lembra a tentativa de derrubar a hipótese de prisões após condenação em segunda instância? Há mais, sempre segundo Pinotti: "Há quem diga, por exemplo, que seu objetivo [da OMP ou Operazione Mani Pulite, nome em italiano] era eliminar toda a classe política, seguindo um plano orquestrado pelos comunistas, ou pela CIA –dependendo da preferência ideológica do acusador." Você certamente já leu ou ouviu esse tipo de comentário sobre a Lava Jato, certo? Continua a comparação: "Lá (como cá...) acusava-se a OMP de investigar apenas alguns setores da classe política, preservando outros (como o Partido Comunista)". Lembra-se de o PT inteiro dizer que a Lava Jato é uma operação para destruir o partido? Na Itália, a defesa dos magistrados era que não haviam conseguido provas para indiciar outros setores. Aqui, a defesa acabou sendo a realidade: a Lava Jato não poupa nenhum grande ou médio partido. A operação desmonte da "Mãos Limpas" passou também por denúncias de excessos no uso de delações premiadas, de prisões e de escutas, como ocorre agora no Brasil. Diz Pinotti, sobre a Itália: "As denúncias nunca foram comprovadas, mesmo depois de inúmeras investigações oficiais ocorridas desde então". Creio que é o suficiente para que o público fique atento para evitar o desmanche da Lava Jato, que pode ter defeitos e pode até cometer abusos, mas tem um resultado positivo impossível de negar: prisões de intocáveis e a confissão de executivos de grandes empresas de que cometeram crimes. Ninguém confessa nada se não cair na rede uma investigação bem feita. | 10 |
Após longo inverno, cervejaria Colorado 'desiberna' com novo rótulo | A cervejaria Colorado resolveu seguir o conselho de sua campanha publicitária e também "desibernou". A "cerveja do urso" de Ribeirão Preto lança no começo do mês que vem a Eugênia, uma session IPA. A cerveja deve chegar aos pontos de venda no dia 6, mas esta coluna provou, e aprovou, em primeira mão e informa com exclusividade. Trata-se do primeiro grande lançamento desde a comentada venda para a Ambev, há cerca de um ano. Não que a cervejaria estivesse parada ou apenas contando dinheirinho neste período. Desde a negociação, a Colorado aproveitou-se com o que um grande conglomerado cervejeiro poderia lhe oferecer de melhor: uma ampliação da fábrica com equipamentos mais modernos e mais exposição em redes de supermercado e em vendas e-commerce. Desde a incorporação à "grande mãe", o único lançamento da Colorado havia sido a Cauim 016 (versão um pouco mais leve da Cauim original), com 4,2% de teor alcoólico e uso de lúpulos franceses, mas a mandioca continua lá. Essa, porém, só é comercializada para a turma de Ribeirão —que tem o DDD 016, pegou? Depois de salientar ingredientes ligados à cultura brasileira, como mel (Appia), rapadura (Indica), café (Demoiselle) e a já citada mandioca (Cauim), a Colorado parte agora para uma linha frutífera com a Eugênia. A fruta, no caso, é a uvaia, típica da região de mata atlântica —e que tem como nome cientifico Eugenia pyriformis, pegou de novo? O estilo escolhido não poderia ser mais apropriado. Ao contrário da IPA tradicional, coma a Indica, a session IPA é menos encorpada e com teor alcoólico menor (no caso, 4,5%). Refrescante, é um estilo ideal para evidenciar a aromática (e azedinha) uvaia. Por enquanto, a cerveja será comercializada apenas em garrafas de 600 ml, com preço sugerido de R$ 15,90. Essa não é exatamente a primeira experiência da Colorado com a fruta. Lembra da sazonal Ybá-la, era uma colaborativa com a gaúcha Tupiniquim e a norueguesa Nogne O. Talvez aí tenha nascido a relação com a fruta. E prepare-se: a cervejaria deve lançar mais três rótulos ainda neste ano. E não convém esperar nada menos exótico que a uvaia. * International Week Normalmente dedicado aos chopes nacionais, o Ambar (tel. 3031-1274) promove entre os dias 2 e 9 de setembro a International Week, com uma seleção só de importadas em suas 15 torneiras. Entre elas, a Black Cab, da inglesa Fuller's, a curiosa Mango Magnifico, da americana Founders, e outros cinco chopes da Brooklyn, incluindo o Sorachi Ale. | colunas | Após longo inverno, cervejaria Colorado 'desiberna' com novo rótuloA cervejaria Colorado resolveu seguir o conselho de sua campanha publicitária e também "desibernou". A "cerveja do urso" de Ribeirão Preto lança no começo do mês que vem a Eugênia, uma session IPA. A cerveja deve chegar aos pontos de venda no dia 6, mas esta coluna provou, e aprovou, em primeira mão e informa com exclusividade. Trata-se do primeiro grande lançamento desde a comentada venda para a Ambev, há cerca de um ano. Não que a cervejaria estivesse parada ou apenas contando dinheirinho neste período. Desde a negociação, a Colorado aproveitou-se com o que um grande conglomerado cervejeiro poderia lhe oferecer de melhor: uma ampliação da fábrica com equipamentos mais modernos e mais exposição em redes de supermercado e em vendas e-commerce. Desde a incorporação à "grande mãe", o único lançamento da Colorado havia sido a Cauim 016 (versão um pouco mais leve da Cauim original), com 4,2% de teor alcoólico e uso de lúpulos franceses, mas a mandioca continua lá. Essa, porém, só é comercializada para a turma de Ribeirão —que tem o DDD 016, pegou? Depois de salientar ingredientes ligados à cultura brasileira, como mel (Appia), rapadura (Indica), café (Demoiselle) e a já citada mandioca (Cauim), a Colorado parte agora para uma linha frutífera com a Eugênia. A fruta, no caso, é a uvaia, típica da região de mata atlântica —e que tem como nome cientifico Eugenia pyriformis, pegou de novo? O estilo escolhido não poderia ser mais apropriado. Ao contrário da IPA tradicional, coma a Indica, a session IPA é menos encorpada e com teor alcoólico menor (no caso, 4,5%). Refrescante, é um estilo ideal para evidenciar a aromática (e azedinha) uvaia. Por enquanto, a cerveja será comercializada apenas em garrafas de 600 ml, com preço sugerido de R$ 15,90. Essa não é exatamente a primeira experiência da Colorado com a fruta. Lembra da sazonal Ybá-la, era uma colaborativa com a gaúcha Tupiniquim e a norueguesa Nogne O. Talvez aí tenha nascido a relação com a fruta. E prepare-se: a cervejaria deve lançar mais três rótulos ainda neste ano. E não convém esperar nada menos exótico que a uvaia. * International Week Normalmente dedicado aos chopes nacionais, o Ambar (tel. 3031-1274) promove entre os dias 2 e 9 de setembro a International Week, com uma seleção só de importadas em suas 15 torneiras. Entre elas, a Black Cab, da inglesa Fuller's, a curiosa Mango Magnifico, da americana Founders, e outros cinco chopes da Brooklyn, incluindo o Sorachi Ale. | 10 |
Com saúde em crise, Ceará atende pacientes no chão | Pacientes atendidos nos corredores e no chão, falta de materiais básicos e um surto de sarampo. O secretário de Saúde do Ceará pediu demissão há mais de uma semana. O governador Camilo Santana (PT), porém, não sabe até agora quem irá substituí-lo. Os pacientes atendidos em corredores dos hospitais públicos somaram 429 nesta segunda (11), maior número desde 21 de abril, quando começou um levantamento do sindicato dos médicos em cinco hospitais estaduais e nove municipais em Fortaleza. No domingo (10), pacientes foram atendidos diretamente no chão no hospital Instituto Dr. José Frota, referência em traumas e parte da rede municipal -sob gestão do prefeito Roberto Claudio (Pros). O presidente da Associação Médica Cearense, Carmelo Leão, diz que a falta de estrutura de postos de saúde, alguns fechados por falta de material, provoca sobrecarga no sistema e superlotação. No Hospital Geral de Fortaleza, faltam itens básicos, como luvas, seringas e clorexidina (para higienizar as mãos), segundo a presidente do sindicato, Mayra Pinheiro, que é filiada ao PSDB. Segundo Mayra, a falta de estrutura agravou o surto de sarampo que o Estado enfrenta. Desde 2013, foram confirmados 803 casos da doença, sendo 107 apenas neste ano, segundo boletim da Secretaria Estadual de Saúde. Desde 2013, o Brasil teve 1.057 casos confirmados, sendo 803 no Ceará e 224 em Pernambuco. A transmissão da doença havia sido interrompida no país nos anos 2000. Cirurgias já foram canceladas porque não há fios para suturar cortes. Nas UTIs neonatais, faltam tubos para entubar os bebês. "Estamos trabalhando numa guerra. Profissionais levam, às vezes, medicamentos de casa." O sindicato médico também critica decisão do governo estadual que, no início do mês, reduziu de 140 para 90 o número de medicamentos obrigatórios nas farmácias hospitalares. RENÚNCIA Após uma semana de indefinição, o governo do Ceará admitiu nesta segunda-feira (11) que Carlile entregou sua carta de renúncia no dia 4 de maio. A reportagem não conseguiu contato com o ex-secretário. A demora do Palácio da Abolição em oficializar a saída do médico gerou constrangimentos durante visita do ministro da Saúde, Arthur Chioro, ao Ceará na semana passada. Em evento na terça-feira (5) em Fortaleza, Carlile já havia entregue carta de renúncia, mas o governo não havia confirmado sua saída. Ele foi convidado de última hora para formar a mesa, mas não discursou. O Ministério da Saúde diz que, nos últimos quatro anos, repassou quase R$ 1,6 bilhão ao governo do Ceará, além de R$ 179,4 milhões em 2015, para atendimentos, exames, internações e custeio. A assessoria do Instituto Dr. José Frota diz que irá investigar a razão de pacientes serem atendidos no chão, mas afirma que eles "ficaram poucos minutos nessa condição". O governo do Ceará afirmou, por nota, que a Secretaria da Saúde "segue focada em reforçar as medidas de melhoria nos serviços de saúde", mas não comentou o motivo da saída do secretário de Saúde, Carlile Lavor. Sobre superlotação nos hospitais, afirma que os atendimentos aumentaram devido às chuvas. "Historicamente, no período de chuvas ocorrem mais viroses, o que contribui para crescimento da procura", diz a nota. O governo afirma ainda que, nos últimos sete anos, foram criados 1.100 leitos para o SUS no Ceará, mas não detalhou por que há pacientes internados nos corredores. Também não comentou a falta de medicamentos e materiais básicos nos hospitais. Sobre o surto de sarampo, o governo afirma que a campanha de vacinação já atingiu 85% da população-alvo. | cotidiano | Com saúde em crise, Ceará atende pacientes no chãoPacientes atendidos nos corredores e no chão, falta de materiais básicos e um surto de sarampo. O secretário de Saúde do Ceará pediu demissão há mais de uma semana. O governador Camilo Santana (PT), porém, não sabe até agora quem irá substituí-lo. Os pacientes atendidos em corredores dos hospitais públicos somaram 429 nesta segunda (11), maior número desde 21 de abril, quando começou um levantamento do sindicato dos médicos em cinco hospitais estaduais e nove municipais em Fortaleza. No domingo (10), pacientes foram atendidos diretamente no chão no hospital Instituto Dr. José Frota, referência em traumas e parte da rede municipal -sob gestão do prefeito Roberto Claudio (Pros). O presidente da Associação Médica Cearense, Carmelo Leão, diz que a falta de estrutura de postos de saúde, alguns fechados por falta de material, provoca sobrecarga no sistema e superlotação. No Hospital Geral de Fortaleza, faltam itens básicos, como luvas, seringas e clorexidina (para higienizar as mãos), segundo a presidente do sindicato, Mayra Pinheiro, que é filiada ao PSDB. Segundo Mayra, a falta de estrutura agravou o surto de sarampo que o Estado enfrenta. Desde 2013, foram confirmados 803 casos da doença, sendo 107 apenas neste ano, segundo boletim da Secretaria Estadual de Saúde. Desde 2013, o Brasil teve 1.057 casos confirmados, sendo 803 no Ceará e 224 em Pernambuco. A transmissão da doença havia sido interrompida no país nos anos 2000. Cirurgias já foram canceladas porque não há fios para suturar cortes. Nas UTIs neonatais, faltam tubos para entubar os bebês. "Estamos trabalhando numa guerra. Profissionais levam, às vezes, medicamentos de casa." O sindicato médico também critica decisão do governo estadual que, no início do mês, reduziu de 140 para 90 o número de medicamentos obrigatórios nas farmácias hospitalares. RENÚNCIA Após uma semana de indefinição, o governo do Ceará admitiu nesta segunda-feira (11) que Carlile entregou sua carta de renúncia no dia 4 de maio. A reportagem não conseguiu contato com o ex-secretário. A demora do Palácio da Abolição em oficializar a saída do médico gerou constrangimentos durante visita do ministro da Saúde, Arthur Chioro, ao Ceará na semana passada. Em evento na terça-feira (5) em Fortaleza, Carlile já havia entregue carta de renúncia, mas o governo não havia confirmado sua saída. Ele foi convidado de última hora para formar a mesa, mas não discursou. O Ministério da Saúde diz que, nos últimos quatro anos, repassou quase R$ 1,6 bilhão ao governo do Ceará, além de R$ 179,4 milhões em 2015, para atendimentos, exames, internações e custeio. A assessoria do Instituto Dr. José Frota diz que irá investigar a razão de pacientes serem atendidos no chão, mas afirma que eles "ficaram poucos minutos nessa condição". O governo do Ceará afirmou, por nota, que a Secretaria da Saúde "segue focada em reforçar as medidas de melhoria nos serviços de saúde", mas não comentou o motivo da saída do secretário de Saúde, Carlile Lavor. Sobre superlotação nos hospitais, afirma que os atendimentos aumentaram devido às chuvas. "Historicamente, no período de chuvas ocorrem mais viroses, o que contribui para crescimento da procura", diz a nota. O governo afirma ainda que, nos últimos sete anos, foram criados 1.100 leitos para o SUS no Ceará, mas não detalhou por que há pacientes internados nos corredores. Também não comentou a falta de medicamentos e materiais básicos nos hospitais. Sobre o surto de sarampo, o governo afirma que a campanha de vacinação já atingiu 85% da população-alvo. | 6 |
Gastamos para a dívida crescer, mas não para termos serviços de qualidade | Há no país uma crença estabelecida: se queremos atingir determinado objetivo, simplesmente passamos uma lei afirmando isso e damos o assunto por resolvido; pouca atenção é dedicada à construção dos meios para chegar aonde queremos. Esse padrão também se aplica à principal medida aprovada até agora no âmbito fiscal, a criação do teto para as despesas federais. Considero o teto um passo importante para recuperarmos o equilíbrio fiscal, em particular porque institui como princípio o controle das despesas, que cresceram de forma praticamente ininterrupta por 20 anos, de R$ 454 bilhões, em 1997, para R$ 1,3 trilhão, nos 12 meses terminados em junho, valores expressos a preços de junho de 2017. No entanto, como tive a oportunidade de apontar mais de uma vez, trata-se de um ponto de partida, não a jornada completa. De fato, a emenda aprovada no ano passado estabelece medidas de controle de gastos em caso de violação do limite (os incisos de I a VII ao artigo 109 da Constituição), mas não dá nenhum instrumento para evitar que isso aconteça. Ao contrário, deixadas à própria sorte, as despesas obrigatórias —notadamente as ligadas à Previdência, mas uma série de outros gastos também— seguirão crescendo sem controle. No primeiro semestre deste ano, por exemplo, as despesas obrigatórias aumentaram pouco mais de 5% na comparação com o mesmo período do ano passado, já descontada a inflação, ou seja, R$ 24 bilhões. Já as despesas ditas "discricionárias" caíram R$ 23,1 bilhões, em particular o investimento, que registrou R$ 11 bilhões de retração no mesmo período. Há, portanto, um paradoxo: faltam gastos em setores vitais para a operação do Estado, mas, em outros flancos, as despesas ainda crescem a ritmo quase chinês. Dessa forma, não apenas o governo deixa de controlar o conjunto do dispêndio federal mas também a rigidez do gasto público aumenta (com maior peso para as despesas obrigatórias), enquanto a qualidade do gasto federal despenca. Posto de outra forma, conseguimos o pior dos mundos: seguimos gastando mais do que o suficiente para fazer nossa dívida crescer de maneira acelerada, mas não para termos serviços públicos com um mínimo de qualidade. O resultado desse arranjo é o aumento da meta de deficit para 2017 e 2018 em meio a notícias como corte no orçamento das Forças Armadas, assim como na Polícia Federal, entre outros. Deve estar claro que esse arranjo não é sustentável. Sem controle da despesa obrigatória, não interessa que o teto de gasto esteja inscrito no Código Penal, na Constituição, ou mesmo nos Dez Mandamentos: não há diploma legal que se sobreponha a um fato inexorável. Se a lei estiver no caminho, será devidamente alterada, podem contar com isso. Obviamente não estou recomendando que o teto constitucional seja revogado, apenas notando que, pelo que sabemos das instituições brasileiras, contar com mandamentos legais sem trabalhar para que funcionem é cortejar o fracasso. A Lei de Responsabilidade Fiscal, que, reconheço, é uma lei complementar, não um preceito constitucional, não foi capaz de evitar a imensa deterioração das contas públicas. A moral é simples: não resolveremos o problema só passando leis que expressam nossos objetivos; vamos ter que ralar muito para pôr este país em ordem. | colunas | Gastamos para a dívida crescer, mas não para termos serviços de qualidadeHá no país uma crença estabelecida: se queremos atingir determinado objetivo, simplesmente passamos uma lei afirmando isso e damos o assunto por resolvido; pouca atenção é dedicada à construção dos meios para chegar aonde queremos. Esse padrão também se aplica à principal medida aprovada até agora no âmbito fiscal, a criação do teto para as despesas federais. Considero o teto um passo importante para recuperarmos o equilíbrio fiscal, em particular porque institui como princípio o controle das despesas, que cresceram de forma praticamente ininterrupta por 20 anos, de R$ 454 bilhões, em 1997, para R$ 1,3 trilhão, nos 12 meses terminados em junho, valores expressos a preços de junho de 2017. No entanto, como tive a oportunidade de apontar mais de uma vez, trata-se de um ponto de partida, não a jornada completa. De fato, a emenda aprovada no ano passado estabelece medidas de controle de gastos em caso de violação do limite (os incisos de I a VII ao artigo 109 da Constituição), mas não dá nenhum instrumento para evitar que isso aconteça. Ao contrário, deixadas à própria sorte, as despesas obrigatórias —notadamente as ligadas à Previdência, mas uma série de outros gastos também— seguirão crescendo sem controle. No primeiro semestre deste ano, por exemplo, as despesas obrigatórias aumentaram pouco mais de 5% na comparação com o mesmo período do ano passado, já descontada a inflação, ou seja, R$ 24 bilhões. Já as despesas ditas "discricionárias" caíram R$ 23,1 bilhões, em particular o investimento, que registrou R$ 11 bilhões de retração no mesmo período. Há, portanto, um paradoxo: faltam gastos em setores vitais para a operação do Estado, mas, em outros flancos, as despesas ainda crescem a ritmo quase chinês. Dessa forma, não apenas o governo deixa de controlar o conjunto do dispêndio federal mas também a rigidez do gasto público aumenta (com maior peso para as despesas obrigatórias), enquanto a qualidade do gasto federal despenca. Posto de outra forma, conseguimos o pior dos mundos: seguimos gastando mais do que o suficiente para fazer nossa dívida crescer de maneira acelerada, mas não para termos serviços públicos com um mínimo de qualidade. O resultado desse arranjo é o aumento da meta de deficit para 2017 e 2018 em meio a notícias como corte no orçamento das Forças Armadas, assim como na Polícia Federal, entre outros. Deve estar claro que esse arranjo não é sustentável. Sem controle da despesa obrigatória, não interessa que o teto de gasto esteja inscrito no Código Penal, na Constituição, ou mesmo nos Dez Mandamentos: não há diploma legal que se sobreponha a um fato inexorável. Se a lei estiver no caminho, será devidamente alterada, podem contar com isso. Obviamente não estou recomendando que o teto constitucional seja revogado, apenas notando que, pelo que sabemos das instituições brasileiras, contar com mandamentos legais sem trabalhar para que funcionem é cortejar o fracasso. A Lei de Responsabilidade Fiscal, que, reconheço, é uma lei complementar, não um preceito constitucional, não foi capaz de evitar a imensa deterioração das contas públicas. A moral é simples: não resolveremos o problema só passando leis que expressam nossos objetivos; vamos ter que ralar muito para pôr este país em ordem. | 10 |
Odebrecht não explicou suposta tentativa de barrar Lava Jato, diz Moro | Em manifestação ao STF (Supremo Tribunal Federal), o juiz do Paraná Sérgio Moro afirmou que Marcelo Odebrecht e ex-diretores da construtora Odebrecht ainda não apresentaram esclarecimentos à Justiça sobre uma suposta "orientação" do empresário para dificultar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras. "Até o momento não foram prestadas explicações pelos pacientes ou por seus defensores sobre a orientação de Marcelo Odebrecht para, aparentemente, apagar mensagens e memórias de aparelhos celulares de Márcio Faria e Rogério Araújo [ex-diretores], ou seja, destruir provas ('Higienizar apetrechos MF e RA')", disse o juiz. No ano passado, a Polícia Federal apreendeu um celular na casa do executivo e analisou as mensagens que constavam no aparelho. As declarações do juiz foram feitas em parecer defendendo a manutenção da prisão preventiva de Marcelo Odebrecht. Na semana passada, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, negou pedido de liberdade feita pela defesa de Marcelo Odebrecht. O ministro justificou sua decisão com base no parecer da Procuradoria-Geral da República, que sustenta que há risco de, uma vez fora da cadeia, o empresário volte a interferir no processo judicial. Em sua manifestação ao STF, Moro diz que não houve esclarecimento "sobre a orientação de Marcelo Odebrecht para, aparentemente, que Márcio Faria e Rogério Araújo não movimentassem seus ativos, pois, se sequestrados, seriam reembolsados pela Odebrecht ('MF/RA: não movimentar nada e reimbolsaremos tudo e asseguraremos a familia; vamos segurar até o fim')". O juiz também aponta que não foi esclarecida a "orientação de Marcelo Odebrecht para, aparentemente, divulgar doações de campanhas, sabe-se lá com qual objetivo obscuro ('vazar doação de campanha'), e igualmente nada esclareceram sobre o que consistiria o trabalho 'para parar/anular (dissidentes da PF)', em aparente cooptação ilícita de policiais federais para atrapalhar as investigações", completou Moro. Por esses motivos, Moro afirmou ao STF que a prisão do empresário tem fundamentos legais e que a soltura dele poderia colocar em risco a ordem pública, "caracterizada pela aparente prática profissional e habitual de crimes de corrupção ativa e de lavagem de dinheiro, envolvendo não só agentes da Petrobras, mas também agentes políticos". OUTRO LADO Em nota, a defesa de Marcelo Odebrecht "esclarece que todas notas mencionadas no ofício foram amplamente esclarecidas em interrogatório entregue por Marcelo Odebrecht no âmbito da ação penal em curso na Justiça Federal". O texto diz ainda que "a defesa aguarda com serenidade a conclusão do julgamento de seu habeas corpus pelo Supremo Tribunal Federal, em que está sendo analisada sua prisão preventiva, ao mesmo tempo em que mantém a confiança de que, ao final da ação judicial, sua inocência ficará cabalmente esclarecida e comprovada". No depoimento entregue por escrito em outubro, Marcelo Odebrecht disse que "nunca cogitou interferir nas investigações", sustentou que a referência aos polícias era uma discussão com o departamento jurídico para avaliar se havia algum debate se grampos ilegais na Lava Jato poderiam parar ou anular as investigações. O empresário afirmou ainda que orientou a divulgação de dados sobre doações eleitorais para evitar ilações e que a questão de ex-diretores envolvidos na Lava Jato não mexerem em ativos no exterior foi "uma anotação para conversar com o jurídico sobre se deveríamos falar com eles sobre não fazer movimentações atípicas". | poder | Odebrecht não explicou suposta tentativa de barrar Lava Jato, diz MoroEm manifestação ao STF (Supremo Tribunal Federal), o juiz do Paraná Sérgio Moro afirmou que Marcelo Odebrecht e ex-diretores da construtora Odebrecht ainda não apresentaram esclarecimentos à Justiça sobre uma suposta "orientação" do empresário para dificultar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras. "Até o momento não foram prestadas explicações pelos pacientes ou por seus defensores sobre a orientação de Marcelo Odebrecht para, aparentemente, apagar mensagens e memórias de aparelhos celulares de Márcio Faria e Rogério Araújo [ex-diretores], ou seja, destruir provas ('Higienizar apetrechos MF e RA')", disse o juiz. No ano passado, a Polícia Federal apreendeu um celular na casa do executivo e analisou as mensagens que constavam no aparelho. As declarações do juiz foram feitas em parecer defendendo a manutenção da prisão preventiva de Marcelo Odebrecht. Na semana passada, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, negou pedido de liberdade feita pela defesa de Marcelo Odebrecht. O ministro justificou sua decisão com base no parecer da Procuradoria-Geral da República, que sustenta que há risco de, uma vez fora da cadeia, o empresário volte a interferir no processo judicial. Em sua manifestação ao STF, Moro diz que não houve esclarecimento "sobre a orientação de Marcelo Odebrecht para, aparentemente, que Márcio Faria e Rogério Araújo não movimentassem seus ativos, pois, se sequestrados, seriam reembolsados pela Odebrecht ('MF/RA: não movimentar nada e reimbolsaremos tudo e asseguraremos a familia; vamos segurar até o fim')". O juiz também aponta que não foi esclarecida a "orientação de Marcelo Odebrecht para, aparentemente, divulgar doações de campanhas, sabe-se lá com qual objetivo obscuro ('vazar doação de campanha'), e igualmente nada esclareceram sobre o que consistiria o trabalho 'para parar/anular (dissidentes da PF)', em aparente cooptação ilícita de policiais federais para atrapalhar as investigações", completou Moro. Por esses motivos, Moro afirmou ao STF que a prisão do empresário tem fundamentos legais e que a soltura dele poderia colocar em risco a ordem pública, "caracterizada pela aparente prática profissional e habitual de crimes de corrupção ativa e de lavagem de dinheiro, envolvendo não só agentes da Petrobras, mas também agentes políticos". OUTRO LADO Em nota, a defesa de Marcelo Odebrecht "esclarece que todas notas mencionadas no ofício foram amplamente esclarecidas em interrogatório entregue por Marcelo Odebrecht no âmbito da ação penal em curso na Justiça Federal". O texto diz ainda que "a defesa aguarda com serenidade a conclusão do julgamento de seu habeas corpus pelo Supremo Tribunal Federal, em que está sendo analisada sua prisão preventiva, ao mesmo tempo em que mantém a confiança de que, ao final da ação judicial, sua inocência ficará cabalmente esclarecida e comprovada". No depoimento entregue por escrito em outubro, Marcelo Odebrecht disse que "nunca cogitou interferir nas investigações", sustentou que a referência aos polícias era uma discussão com o departamento jurídico para avaliar se havia algum debate se grampos ilegais na Lava Jato poderiam parar ou anular as investigações. O empresário afirmou ainda que orientou a divulgação de dados sobre doações eleitorais para evitar ilações e que a questão de ex-diretores envolvidos na Lava Jato não mexerem em ativos no exterior foi "uma anotação para conversar com o jurídico sobre se deveríamos falar com eles sobre não fazer movimentações atípicas". | 0 |
Perto de igualar Senna, Vettel ignora feito e diz que comparação é injusta | A vitória no GP da Malásia, há duas semanas, deixou Sebastian Vettel muito próximo de uma marca histórica. Com 40 triunfos em sua carreira na F-1, o piloto da Ferrari está a apenas um de igualar a marca de 41 vitórias de Ayrton Senna, o terceiro maior vencedor da história da categoria. Michael Schumacher lidera a lista com 91 primeiras colocações em sua carreira, seguido por Alain Prost, com 51. Mas, apesar da proximidade do feito histórico, Vettel desconhecia o fato até ser questionado sobre isso às vésperas do GP da China, que será disputado neste domingo, às 3h (de Brasília). "Para ser honesto eu não sabia que estava perto deste recorde. Sei dos números do Michael, que são ridículos. Mas acho que é muito especial. Obviamente demorei muito tempo para alcançar este 40, então espero que não demore tanto para aumentar este número", disse o alemão, que atravessou um jejum de 20 corridas sem subir no lugar mais alto do pódio até vencer em Sepang, há duas semanas. "Chegar a um número como este significa muito para qualquer piloto. Acho que por isso estatísticas como esta são legais. Claro que no momento que você está no carro não pensa nisso", afirmou Vettel. Na F-1 desde a metade do campeonato de 2007, o ferrarista venceu sua primeira corrida em 2008. Com uma Toro Rosso ganhou o GP da Itália daquele ano, o que lhe rendeu uma transferência para a Red Bull na temporada seguinte. Na equipe austríaca, Vettel precisou de apenas três corridas para subir no alto do pódio pela primeira vez. Coincidentemente foi no GP da China, em 2008. E, apesar de poder igualar a marca de Senna em breve, o piloto alemão acredita que a geração atual de pilotos na F-1 têm uma certa vantagem em relação aos de outras épocas. "Acho que não é justo fazer comparações com os caras de antigamente porque nós temos muito mais corridas hoje em dia. Hoje temos mais ou menos 19 corridas por ano enquanto por muito tempo foram 13, 14. Obviamente aumentando o número de etapas aumentam também nossas chances de vencer." | esporte | Perto de igualar Senna, Vettel ignora feito e diz que comparação é injustaA vitória no GP da Malásia, há duas semanas, deixou Sebastian Vettel muito próximo de uma marca histórica. Com 40 triunfos em sua carreira na F-1, o piloto da Ferrari está a apenas um de igualar a marca de 41 vitórias de Ayrton Senna, o terceiro maior vencedor da história da categoria. Michael Schumacher lidera a lista com 91 primeiras colocações em sua carreira, seguido por Alain Prost, com 51. Mas, apesar da proximidade do feito histórico, Vettel desconhecia o fato até ser questionado sobre isso às vésperas do GP da China, que será disputado neste domingo, às 3h (de Brasília). "Para ser honesto eu não sabia que estava perto deste recorde. Sei dos números do Michael, que são ridículos. Mas acho que é muito especial. Obviamente demorei muito tempo para alcançar este 40, então espero que não demore tanto para aumentar este número", disse o alemão, que atravessou um jejum de 20 corridas sem subir no lugar mais alto do pódio até vencer em Sepang, há duas semanas. "Chegar a um número como este significa muito para qualquer piloto. Acho que por isso estatísticas como esta são legais. Claro que no momento que você está no carro não pensa nisso", afirmou Vettel. Na F-1 desde a metade do campeonato de 2007, o ferrarista venceu sua primeira corrida em 2008. Com uma Toro Rosso ganhou o GP da Itália daquele ano, o que lhe rendeu uma transferência para a Red Bull na temporada seguinte. Na equipe austríaca, Vettel precisou de apenas três corridas para subir no alto do pódio pela primeira vez. Coincidentemente foi no GP da China, em 2008. E, apesar de poder igualar a marca de Senna em breve, o piloto alemão acredita que a geração atual de pilotos na F-1 têm uma certa vantagem em relação aos de outras épocas. "Acho que não é justo fazer comparações com os caras de antigamente porque nós temos muito mais corridas hoje em dia. Hoje temos mais ou menos 19 corridas por ano enquanto por muito tempo foram 13, 14. Obviamente aumentando o número de etapas aumentam também nossas chances de vencer." | 4 |
Compositor de trilhas clássicas, John Williams é festejado em Hollywood | Grandes astros de Hollywood, como Steven Spielberg, Harrison Ford e J.J. Abrams, se reuniram nesta quinta-feira (9) para festejar John Williams, compositor de algumas das trilhas sonoras mais memoráveis do cinema, como as de "Star Wars" e "Tubarão". Ele foi homenageado pelo Instituto Americano de Filmes. Williams, de 84 anos, recebeu o prêmio pelo conjunto da obra em um jantar de gala repleto de celebridades e realizado pelo Instituto, uma organização dedicada à preservação da herança do cinema norte-americano. "Amanhã de manhã, quando estiver de volta ao trabalho, tentarei merecer tudo isso", disse Williams ao receber a homenagem. Ele é o primeiro compositor a receber a estatueta pelo conjunto da obra. Formado na importante escola de música Julliard, de Nova York, Williams criou mais de 150 trilhas sonoras, muitas das quais se tornaram parte da cultura pop, como a de "Jurassic Park: Parque dos Dinossauros" e as das franquias "Indiana Jones" e "Harry Potter". Williams é conhecido por suas colaborações frequentes com Spielberg, um dos vários diretores e atores, incluindo Tom Hanks e George Lucas, que compareceram para aplaudir o compositor veterano de pé quando ele foi anunciado no palco da cerimônia. | ilustrada | Compositor de trilhas clássicas, John Williams é festejado em HollywoodGrandes astros de Hollywood, como Steven Spielberg, Harrison Ford e J.J. Abrams, se reuniram nesta quinta-feira (9) para festejar John Williams, compositor de algumas das trilhas sonoras mais memoráveis do cinema, como as de "Star Wars" e "Tubarão". Ele foi homenageado pelo Instituto Americano de Filmes. Williams, de 84 anos, recebeu o prêmio pelo conjunto da obra em um jantar de gala repleto de celebridades e realizado pelo Instituto, uma organização dedicada à preservação da herança do cinema norte-americano. "Amanhã de manhã, quando estiver de volta ao trabalho, tentarei merecer tudo isso", disse Williams ao receber a homenagem. Ele é o primeiro compositor a receber a estatueta pelo conjunto da obra. Formado na importante escola de música Julliard, de Nova York, Williams criou mais de 150 trilhas sonoras, muitas das quais se tornaram parte da cultura pop, como a de "Jurassic Park: Parque dos Dinossauros" e as das franquias "Indiana Jones" e "Harry Potter". Williams é conhecido por suas colaborações frequentes com Spielberg, um dos vários diretores e atores, incluindo Tom Hanks e George Lucas, que compareceram para aplaudir o compositor veterano de pé quando ele foi anunciado no palco da cerimônia. | 1 |
PF deflagra operação que investiga possível fraude junto à Receita Federal | A Polícia Federal deflagrou nesta quarta (19) a Operação Java, que investiga fraudes nas compensações de créditos tributários junto à Receita Federal. Estão sendo cumpridos 42 mandados no Distrito Federal e nos Estados de Bahia, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Doze deles são de prisão temporária, 12 de condução coercitiva e 18 de busca e apreensão. Segundo a PF, o grupo investigado se especializou em fraudar declarações junto à Receita Federal por meio de compensações tributárias. A suposta organização criminosa usava créditos fantasmas para pagar dívidas de empresas por meio do programa PER/DCOMP (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação). Os investigadores estimam que, por meio desse esquema, empresas que usaram os serviços dessa organização criminosa deixaram de pagar mais de R$ 100 milhões. Uma das companhias, segundo a PF, tinha uma dívida mais de R$ 19 milhões que não foi quitada. Com isso, as empresas conseguiram documentos que permitiam a elas participar de licitações, como certidões negativas de débitos, mesmo com dívidas em aberto. "Empresas que tinham interesse em comprar créditos falsos para quitar seus débitos fiscais procuravam esses falsários que ofereciam compensações fraudulentas para a Receita Federal", explicou o delegado João Thiago Pinho, um dos responsáveis pela investigação que começou há um ano e meio. Segundo os investigadores, a maioria das empresas que usaram esses serviços eram terceirizadas que ofereciam trabalhos a órgãos públicos. O delegado afirmou que uma das consequências da atuação do grupo foi a diminuição na arrecadação federal em agosto deste ano. Os alvos da operação desta quarta eram integrantes desse grupo que vendiam e realizavam os serviços de fraudes para as empresas. ORIGEM A Java é um desdobramento da operação Lilliput, deflagrada no Maranhão e que apura fraudes de alvarás para facilitar o início de novas obras por parte de construtoras. Parte das informações coletadas pela PF do Maranhão foi compartilhada no ano passado com investigadores de outros Estados. SÃO PAULO 4 buscas 2 prisões temporárias 4 conduções coercitivas DF 5 prisões temporárias 2 conduções coercitivas 10 buscas BAHIA 1 condução coercitiva PARÁ 1 condução coercitiva GOIÁS 4 conduções coercitivas RIO DE JANEIRO 2 prisões temporárias 3 buscas SANTA CATARINA 1 prisão temporária 1 busca | mercado | PF deflagra operação que investiga possível fraude junto à Receita FederalA Polícia Federal deflagrou nesta quarta (19) a Operação Java, que investiga fraudes nas compensações de créditos tributários junto à Receita Federal. Estão sendo cumpridos 42 mandados no Distrito Federal e nos Estados de Bahia, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Doze deles são de prisão temporária, 12 de condução coercitiva e 18 de busca e apreensão. Segundo a PF, o grupo investigado se especializou em fraudar declarações junto à Receita Federal por meio de compensações tributárias. A suposta organização criminosa usava créditos fantasmas para pagar dívidas de empresas por meio do programa PER/DCOMP (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação). Os investigadores estimam que, por meio desse esquema, empresas que usaram os serviços dessa organização criminosa deixaram de pagar mais de R$ 100 milhões. Uma das companhias, segundo a PF, tinha uma dívida mais de R$ 19 milhões que não foi quitada. Com isso, as empresas conseguiram documentos que permitiam a elas participar de licitações, como certidões negativas de débitos, mesmo com dívidas em aberto. "Empresas que tinham interesse em comprar créditos falsos para quitar seus débitos fiscais procuravam esses falsários que ofereciam compensações fraudulentas para a Receita Federal", explicou o delegado João Thiago Pinho, um dos responsáveis pela investigação que começou há um ano e meio. Segundo os investigadores, a maioria das empresas que usaram esses serviços eram terceirizadas que ofereciam trabalhos a órgãos públicos. O delegado afirmou que uma das consequências da atuação do grupo foi a diminuição na arrecadação federal em agosto deste ano. Os alvos da operação desta quarta eram integrantes desse grupo que vendiam e realizavam os serviços de fraudes para as empresas. ORIGEM A Java é um desdobramento da operação Lilliput, deflagrada no Maranhão e que apura fraudes de alvarás para facilitar o início de novas obras por parte de construtoras. Parte das informações coletadas pela PF do Maranhão foi compartilhada no ano passado com investigadores de outros Estados. SÃO PAULO 4 buscas 2 prisões temporárias 4 conduções coercitivas DF 5 prisões temporárias 2 conduções coercitivas 10 buscas BAHIA 1 condução coercitiva PARÁ 1 condução coercitiva GOIÁS 4 conduções coercitivas RIO DE JANEIRO 2 prisões temporárias 3 buscas SANTA CATARINA 1 prisão temporária 1 busca | 2 |
Não tenho receio, diz Kardec após se recuperar de lesão no joelho | Sem jogar desde o dia 1º de abril, quando sofreu uma lesão no joelho durante o jogo contra o San Lorenzo, o atacante Alan Kardec é a principal novidade na lista de relacionados para o jogo do São Paulo contra o Fluminense, nesta quarta-feira (14), às 22h, no Maracanã, pela 30ª rodada do Brasileiro. O atacante começará no banco de reservas, mas deverá ser utilizado durante a partida. "Hoje não tenho sentido receio. Claro que na parada pude fazer trabalhos de contato com companheiros, dividir a bola, ir de cabeça. Tem choque, trombada. O que acontece no treino serve para levar para o jogo. De certa forma, os treinos são diferentes dos jogos. Tenho me sentido bem, espero que nos jogos também seja igual. Não sei se consigo jogar 90 minutos por partida, vai depender do jogo. Mas seu eu entrar 10, 15, 20 minutos, estarei fazendo de tudo para ajudar os companheiros da melhor forma possível", disse Alan Kardec durante entrevista. "Esses dez dias foram importantíssimos. Pude fazer trabalhos que não estava fazendo antes, principalmente porque minha primeira semana foi com o Osorio. Dividida, movimentações mais bruscas. Pude evoluir bastante na parada. Parte clínica está 100%. Imagina quando você fica parado de férias, apenas um mês, já tem dificuldade de jogar tempo maior a partida. Estou há seis meses fora. Clinicamente, estou 100%, já a parte física vou ganhando no dia a dia", acrescentou o atacante, que se colocou à disposição para jogar mais recuado. | esporte | Não tenho receio, diz Kardec após se recuperar de lesão no joelhoSem jogar desde o dia 1º de abril, quando sofreu uma lesão no joelho durante o jogo contra o San Lorenzo, o atacante Alan Kardec é a principal novidade na lista de relacionados para o jogo do São Paulo contra o Fluminense, nesta quarta-feira (14), às 22h, no Maracanã, pela 30ª rodada do Brasileiro. O atacante começará no banco de reservas, mas deverá ser utilizado durante a partida. "Hoje não tenho sentido receio. Claro que na parada pude fazer trabalhos de contato com companheiros, dividir a bola, ir de cabeça. Tem choque, trombada. O que acontece no treino serve para levar para o jogo. De certa forma, os treinos são diferentes dos jogos. Tenho me sentido bem, espero que nos jogos também seja igual. Não sei se consigo jogar 90 minutos por partida, vai depender do jogo. Mas seu eu entrar 10, 15, 20 minutos, estarei fazendo de tudo para ajudar os companheiros da melhor forma possível", disse Alan Kardec durante entrevista. "Esses dez dias foram importantíssimos. Pude fazer trabalhos que não estava fazendo antes, principalmente porque minha primeira semana foi com o Osorio. Dividida, movimentações mais bruscas. Pude evoluir bastante na parada. Parte clínica está 100%. Imagina quando você fica parado de férias, apenas um mês, já tem dificuldade de jogar tempo maior a partida. Estou há seis meses fora. Clinicamente, estou 100%, já a parte física vou ganhando no dia a dia", acrescentou o atacante, que se colocou à disposição para jogar mais recuado. | 4 |
Especialista em Estado Islâmico defende ação do governo contra o terrorismo
| PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO O Brasil não participa da coalizão que combate o Estado Islâmico, não tem histórico de extremismo e está muito distante de locais afetados pelo terrorismo. Mesmo assim, está vulnerável a um ataque da facção durante os Jogos Olímpicos, principalmente um atentado dos chamados "lobos solitários". "Basta [o EI] inspirar um único indivíduo fanático ou demente para fazer um ataque", diz à Folha o jornalista irlandês Patrick Cockburn, um dos maiores especialistas mundiais em EI, autor de dois livros sobre o assunto. Ele não vê exagero na prisão de 12 pessoas pelas autoridades brasileiras por suposta ligação com a facção terrorista, que teria sido evidenciada por comentários no Facebook. "Considerando que muitos dos envolvidos nos ataques deixam como único rastro a simpatia pela facção, expressa pelo Facebook, eu acho razoável deter pessoas nessas circunstâncias." Abaixo, os principais trechos da entrevista concedida pelo correspondente do jornal britânico "Independent" para o Oriente Médio: * Folha - O senhor foi um dos primeiros analistas a prever a ascensão do Estado Islâmico. Considerando o histórico do grupo, quão provável ou característico seria um ataque durante os Jogos Olímpicos? Patrick Cockburn - O EI prefere fazer atentados quando consegue dominar o ciclo de notícias. Os Jogos podem ser uma oportunidade como essa. Por outro lado, eles frequentemente escolhem alvos que não são totalmente esperados. Como eles têm civis como alvo, é muito difícil garantir totalmente a segurança. Mas, obviamente, medidas de segurança podem ser úteis pelo menos para evitar um massacre. Muitos ataques, como o assassinato de um padre na França, são cometidos por pessoas que se inspiram no EI e a facção depois reivindica o atentado. Os autores normalmente são pessoas marginalizadas ou com problemas mentais. Outros atentados, como o de Paris e o de Bruxelas, são planejados de forma mais cuidadosa e orquestrados por comandantes do EI, pelo menos em parte. Autoridades brasileiras prenderam 12 homens supostamente ligados ao EI e que estariam planejando ataques. Como indícios, elas citaram que os homens estavam postando comentários e fotos no Facebook apoiando o EI. É legítimo prender pessoas simplesmente por apoiar o EI em redes sociais? Isso é uma forma eficiente de evitar ataques ou simplesmente é violar a liberdade de expressão? Considerando que muitos dos envolvidos nos ataques —particularmente os inspirados pelo EI, e não organizados pelo grupo— deixam como único rastro a simpatia pelo EI expressa pelo Facebook, acho razoável deter pessoas nessas circunstâncias. Obviamente, a maioria das pessoas detidas não será culpada de nada além disso. Muitos dos que pretendem agir são inteligentes o suficiente para não expressar suas opiniões nas redes sociais, então a eficácia dessas medidas contra o terrorismo é limitada, mas ainda é válida. Atualmente, quantos combatentes o EI tem e qual o tamanho do território que domina? O EI vem perdendo poder sobre cidades populosas como Ramadi e Fallujah, no Iraque, e Palmira, na Síria, além de vastas áreas semidesérticas. Isso é sério. Mas, no resto do mundo, vem se expandindo, em lugares como Líbia, Iêmen e Afeganistão. E ele demonstra o poder de mobilizar células em um país para atacar em outro, como no atentado recente no aeroporto de Istanbul, perpetrado por combatentes da Tchetchênia e da Ásia central. Eles também têm um amplo pool de possíveis combatentes em países como a França, onde há 5 milhões de muçulmanos originários de Argélia e Tunísia, com histórico de antagonismo ao governo francês. Hoje, o número de combatentes do EI fica entre 30 mil e 50 mil, mas a facção consegue mobilizar muitos outros para batalhas específicas. Podemos esperar mais ataques do tipo "lobo solitário", como o de Nice? Certamente, esses ataques estão "em alta" no momento. O declínio do EI no Iraque e na Síria é difícil de reverter, porque ele enfrenta exércitos apoiados por forças aéreas poderosas dos EUA e da Rússia. Mas eles podem sempre recorrer à guerrilha e aos atentados terroristas. Além disso, sempre há acontecimentos que podem favorecer a facção, como a tentativa fracassada de golpe na Turquia, em 15 de julho, que levou a um enfraquecimento do exército e das forças de segurança turcas e a uma maior islamização do país. O Brasil não faz parte da coalizão lutando contra o EI, não tem histórico de extremismo e fica muito longe dos locais afetados por terrorismo. O EI seria capaz de mobilizar recrutas no país ou enviá-los para cá para fazer um atentado? Sim, basta inspirar um único indivíduo fanático ou demente. Mas ataques organizados, isso seria mais difícil. Estado Islâmico - Entenda a facção terrorista RAIO-X — PATRICK COCKBURN Nascimento 5/3/1950, em Cork-IRL (66 anos) Ocupação Correspondente para o Oriente Médio do jornal britânico "Independent". É autor de dois livros sobre a ascensão do Estado Islâmico, entre eles "A origem do Estado Islâmico", da editora Autonomia Literária, além de livros sobre Saddam Hussein e a guerra do Iraque. Anteriormente, foi correspondente do "Financial Times" no Oriente Médio Principais prêmios Martha Gellhorn (em 2005), James Cameron (em 2006) e Orwell (em 2009) | esporte |
Especialista em Estado Islâmico defende ação do governo contra o terrorismo
PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO O Brasil não participa da coalizão que combate o Estado Islâmico, não tem histórico de extremismo e está muito distante de locais afetados pelo terrorismo. Mesmo assim, está vulnerável a um ataque da facção durante os Jogos Olímpicos, principalmente um atentado dos chamados "lobos solitários". "Basta [o EI] inspirar um único indivíduo fanático ou demente para fazer um ataque", diz à Folha o jornalista irlandês Patrick Cockburn, um dos maiores especialistas mundiais em EI, autor de dois livros sobre o assunto. Ele não vê exagero na prisão de 12 pessoas pelas autoridades brasileiras por suposta ligação com a facção terrorista, que teria sido evidenciada por comentários no Facebook. "Considerando que muitos dos envolvidos nos ataques deixam como único rastro a simpatia pela facção, expressa pelo Facebook, eu acho razoável deter pessoas nessas circunstâncias." Abaixo, os principais trechos da entrevista concedida pelo correspondente do jornal britânico "Independent" para o Oriente Médio: * Folha - O senhor foi um dos primeiros analistas a prever a ascensão do Estado Islâmico. Considerando o histórico do grupo, quão provável ou característico seria um ataque durante os Jogos Olímpicos? Patrick Cockburn - O EI prefere fazer atentados quando consegue dominar o ciclo de notícias. Os Jogos podem ser uma oportunidade como essa. Por outro lado, eles frequentemente escolhem alvos que não são totalmente esperados. Como eles têm civis como alvo, é muito difícil garantir totalmente a segurança. Mas, obviamente, medidas de segurança podem ser úteis pelo menos para evitar um massacre. Muitos ataques, como o assassinato de um padre na França, são cometidos por pessoas que se inspiram no EI e a facção depois reivindica o atentado. Os autores normalmente são pessoas marginalizadas ou com problemas mentais. Outros atentados, como o de Paris e o de Bruxelas, são planejados de forma mais cuidadosa e orquestrados por comandantes do EI, pelo menos em parte. Autoridades brasileiras prenderam 12 homens supostamente ligados ao EI e que estariam planejando ataques. Como indícios, elas citaram que os homens estavam postando comentários e fotos no Facebook apoiando o EI. É legítimo prender pessoas simplesmente por apoiar o EI em redes sociais? Isso é uma forma eficiente de evitar ataques ou simplesmente é violar a liberdade de expressão? Considerando que muitos dos envolvidos nos ataques —particularmente os inspirados pelo EI, e não organizados pelo grupo— deixam como único rastro a simpatia pelo EI expressa pelo Facebook, acho razoável deter pessoas nessas circunstâncias. Obviamente, a maioria das pessoas detidas não será culpada de nada além disso. Muitos dos que pretendem agir são inteligentes o suficiente para não expressar suas opiniões nas redes sociais, então a eficácia dessas medidas contra o terrorismo é limitada, mas ainda é válida. Atualmente, quantos combatentes o EI tem e qual o tamanho do território que domina? O EI vem perdendo poder sobre cidades populosas como Ramadi e Fallujah, no Iraque, e Palmira, na Síria, além de vastas áreas semidesérticas. Isso é sério. Mas, no resto do mundo, vem se expandindo, em lugares como Líbia, Iêmen e Afeganistão. E ele demonstra o poder de mobilizar células em um país para atacar em outro, como no atentado recente no aeroporto de Istanbul, perpetrado por combatentes da Tchetchênia e da Ásia central. Eles também têm um amplo pool de possíveis combatentes em países como a França, onde há 5 milhões de muçulmanos originários de Argélia e Tunísia, com histórico de antagonismo ao governo francês. Hoje, o número de combatentes do EI fica entre 30 mil e 50 mil, mas a facção consegue mobilizar muitos outros para batalhas específicas. Podemos esperar mais ataques do tipo "lobo solitário", como o de Nice? Certamente, esses ataques estão "em alta" no momento. O declínio do EI no Iraque e na Síria é difícil de reverter, porque ele enfrenta exércitos apoiados por forças aéreas poderosas dos EUA e da Rússia. Mas eles podem sempre recorrer à guerrilha e aos atentados terroristas. Além disso, sempre há acontecimentos que podem favorecer a facção, como a tentativa fracassada de golpe na Turquia, em 15 de julho, que levou a um enfraquecimento do exército e das forças de segurança turcas e a uma maior islamização do país. O Brasil não faz parte da coalizão lutando contra o EI, não tem histórico de extremismo e fica muito longe dos locais afetados por terrorismo. O EI seria capaz de mobilizar recrutas no país ou enviá-los para cá para fazer um atentado? Sim, basta inspirar um único indivíduo fanático ou demente. Mas ataques organizados, isso seria mais difícil. Estado Islâmico - Entenda a facção terrorista RAIO-X — PATRICK COCKBURN Nascimento 5/3/1950, em Cork-IRL (66 anos) Ocupação Correspondente para o Oriente Médio do jornal britânico "Independent". É autor de dois livros sobre a ascensão do Estado Islâmico, entre eles "A origem do Estado Islâmico", da editora Autonomia Literária, além de livros sobre Saddam Hussein e a guerra do Iraque. Anteriormente, foi correspondente do "Financial Times" no Oriente Médio Principais prêmios Martha Gellhorn (em 2005), James Cameron (em 2006) e Orwell (em 2009) | 4 |
PF aponta ex-diretor como pivô de fraudes em fundos de pensão | Os seis investimentos que viraram alvo da Operação Greenfield, da Polícia Federal, que investiga supostos desvios nos maiores fundos de pensão, têm, para os investigadores, um elo em comum: o economista Humberto Grault Viana. Segundo a PF, Grault era o diretor responsável pelos investimentos da Funcef (dos funcionários da Caixa) e considerado pivô de um suposto esquema de corrupção que reproduziu nos fundos os desvios verificados na Petrobras. Preso temporariamente desde setembro, Grault e diretores dos outros fundos em conluio, dizem investigadores, em empresas que tiveram seus valores de mercado superestimados. Foi o que aconteceu com o FIP Multiner, um dos alvos da PF. Criado em 2008, o fundo era administrado pela Vitória Asset, que pertencia ao dono da Multiner –empresa que pretendia construir pequenas centrais hidrelétricas e parques eólicos. Para atrair recursos dos fundos de pensão, foi criado o FIP Multiner. Naquele momento, Grault comandava a Vitória Asset. Inicialmente, a Multiner foi avaliada em R$ 2,1 bilhões, mas após o investimento verificou-se que valia R$ 800 milhões. Isso gerou ganhos indevidos para a Vitória Asset e para o dono do empreendimento, José Augusto Ferreira dos Santos, ex-dono do Banco BVA, também investigado na Operação Lava Jato. O projeto não avançou, a empresa teve dificuldades e foi vendida em 2012. Hoje o novo dono, grupo Bolognesi, tenta salvar a companhia e recuperar as perdas para os fundos, que tiveram de colocar mais dinheiro no negócio. Na investigação, verificou-se que a Multiner pagou R$ 171 milhões em comissões para intermediários venderem papéis emitidos por ela para os fundos. Alguns, como o Petros (dos funcionários da Petrobras), já eram cotistas. Suspeita-se que parte das comissões foi desviada e pode ter ido a campanhas do PT. Ao menos R$ 6,3 milhões foram pagos para a OS Assessoria, que pertence a José Carlos Bumlai e seus filhos. Amigo de Lula, Bumlai é alvo da Lava Jato por ter sido "ponte" entre o petista e empresários. Em 2011, Grault se transferiu para a Funcef. Pessoas próximas afirmam que ele não queria o cargo, mas sofreu pressão de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. Antes de presidir a gestora do BVA, o economista passou pela Petros por indicação do petista Wagner Pinheiro, então presidente do fundo. Até o início de agosto deste ano, Grault continuava como diretor responsável pelos investimentos da Funcef. Pessoas próximas afirmam que sua saída, no início de agosto, foi um pedido pessoal. Naquele momento, uma força-tarefa já investigava as decisões tomadas por Grault e demais diretores da Funcef, Petros e Previ (fundo dos funcionários da Caixa). Os procuradores queriam mais explicações sobre os estudos que levaram à aprovação de investimentos como o FIP Global Equity, o FIP Enseada, FIP OAS Empreendimentos, a Invepar e a Norte Energia, consórcio que constrói a usina de Belo Monte. Esses investimentos resultaram em perdas e acabaram exigindo mais recursos dos fundos de pensão. Agora, eles estão na mira da PF. OUTRO LADO Grault disse estar surpreso por ter sido considerado pivô de um suposto esquema. "Em nenhum momento me perguntaram [na PF] sobre isso", disse. Segundo ele, sua função na Funcef era de gerente. "Nunca fui diretor, como está no relatório [da CPI dos fundos de pensão e da PF]". Ele negou veementemente ter sido indicado por Vaccari para assumir o cargo no fundo de pensão. Grault deu depoimento à PF e disse que vai colaborar com as investigações. Ele negou irregularidades nas decisões de investimentos. A advogada de Bumlai, Daniela Meggiolaro, disse que desconhece a investigação dos fundos de pensão e não iria comentar. | mercado | PF aponta ex-diretor como pivô de fraudes em fundos de pensãoOs seis investimentos que viraram alvo da Operação Greenfield, da Polícia Federal, que investiga supostos desvios nos maiores fundos de pensão, têm, para os investigadores, um elo em comum: o economista Humberto Grault Viana. Segundo a PF, Grault era o diretor responsável pelos investimentos da Funcef (dos funcionários da Caixa) e considerado pivô de um suposto esquema de corrupção que reproduziu nos fundos os desvios verificados na Petrobras. Preso temporariamente desde setembro, Grault e diretores dos outros fundos em conluio, dizem investigadores, em empresas que tiveram seus valores de mercado superestimados. Foi o que aconteceu com o FIP Multiner, um dos alvos da PF. Criado em 2008, o fundo era administrado pela Vitória Asset, que pertencia ao dono da Multiner –empresa que pretendia construir pequenas centrais hidrelétricas e parques eólicos. Para atrair recursos dos fundos de pensão, foi criado o FIP Multiner. Naquele momento, Grault comandava a Vitória Asset. Inicialmente, a Multiner foi avaliada em R$ 2,1 bilhões, mas após o investimento verificou-se que valia R$ 800 milhões. Isso gerou ganhos indevidos para a Vitória Asset e para o dono do empreendimento, José Augusto Ferreira dos Santos, ex-dono do Banco BVA, também investigado na Operação Lava Jato. O projeto não avançou, a empresa teve dificuldades e foi vendida em 2012. Hoje o novo dono, grupo Bolognesi, tenta salvar a companhia e recuperar as perdas para os fundos, que tiveram de colocar mais dinheiro no negócio. Na investigação, verificou-se que a Multiner pagou R$ 171 milhões em comissões para intermediários venderem papéis emitidos por ela para os fundos. Alguns, como o Petros (dos funcionários da Petrobras), já eram cotistas. Suspeita-se que parte das comissões foi desviada e pode ter ido a campanhas do PT. Ao menos R$ 6,3 milhões foram pagos para a OS Assessoria, que pertence a José Carlos Bumlai e seus filhos. Amigo de Lula, Bumlai é alvo da Lava Jato por ter sido "ponte" entre o petista e empresários. Em 2011, Grault se transferiu para a Funcef. Pessoas próximas afirmam que ele não queria o cargo, mas sofreu pressão de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. Antes de presidir a gestora do BVA, o economista passou pela Petros por indicação do petista Wagner Pinheiro, então presidente do fundo. Até o início de agosto deste ano, Grault continuava como diretor responsável pelos investimentos da Funcef. Pessoas próximas afirmam que sua saída, no início de agosto, foi um pedido pessoal. Naquele momento, uma força-tarefa já investigava as decisões tomadas por Grault e demais diretores da Funcef, Petros e Previ (fundo dos funcionários da Caixa). Os procuradores queriam mais explicações sobre os estudos que levaram à aprovação de investimentos como o FIP Global Equity, o FIP Enseada, FIP OAS Empreendimentos, a Invepar e a Norte Energia, consórcio que constrói a usina de Belo Monte. Esses investimentos resultaram em perdas e acabaram exigindo mais recursos dos fundos de pensão. Agora, eles estão na mira da PF. OUTRO LADO Grault disse estar surpreso por ter sido considerado pivô de um suposto esquema. "Em nenhum momento me perguntaram [na PF] sobre isso", disse. Segundo ele, sua função na Funcef era de gerente. "Nunca fui diretor, como está no relatório [da CPI dos fundos de pensão e da PF]". Ele negou veementemente ter sido indicado por Vaccari para assumir o cargo no fundo de pensão. Grault deu depoimento à PF e disse que vai colaborar com as investigações. Ele negou irregularidades nas decisões de investimentos. A advogada de Bumlai, Daniela Meggiolaro, disse que desconhece a investigação dos fundos de pensão e não iria comentar. | 2 |
Pressionado, Cameron sinaliza abrir o Reino Unido para crianças sírias | Pressionado para aceitar em território britânico crianças refugiadas sírias, o primeiro-ministro David Cameron sinalizou, nesta quarta (4), que está disposto a abrir as portas para os menores que entraram na Europa desacompanhados. "Já estamos recebendo crianças imigrantes com conexão familiar no Reino Unido e vamos acelerar esse processo. Estamos vendo o que podemos fazer mais", disse Cameron, durante a sessão de perguntas que acontece semanalmente no Parlamento britânico. A ideia é abrigar crianças desacompanhadas de pai, mãe ou outros parentes ainda este ano, apesar de não ter uma data tampouco um número de beneficiados definidos. A proposta para receber os refugiados menores de 16 anos, apresentada pelo Partido Trabalhista, que faz oposição a Cameron no Parlamento, foi inicialmente barrada pelos conservadores por explicitar o número de 3.000 crianças a serem abrigadas pelo Reino Unido. O número foi retirado do texto e, agora, Cameron sinaliza não ver objeções, apesar de afirmar que tirar essas crianças de onde estão —países como França, Itália e Alemanha, nações democráticas e seguras— pode representar um "insulto" a esses países. Ele ressaltou que pretende continuar investindo para assegurar apoio nos campos de refugiados e nos países vizinhos. "O que não quero fazer é estimular essa viagem perigosa, que pode resultar em mais mortes ao invés de uma vida melhor aos imigrantes", afirmou. Disse também que pretende aceitar apenas os que chegaram à Europa antes do acordo firmado entre União Europeia e Turquia, que permite recusar a entrada de refugiados. Integrantes do próprio partido de Cameron já demonstravam desconforto com a decisão de vetar a recepção de crianças desacompanhadas e ensaiavam votar contra o líder dos conservadores. Entre o grupo que pressiona Cameron para aceitar os sírios desacompanhados está também judeus que chegaram crianças ao Reino Unido, ainda nos anos 1930, fugindo da guerra. Troca de acusações de antissemitismo pautou o embate entre o primeiro ministro e o líder oposicionista Jeremy Corbyn, cujo Partido Trabalhista precisou afastar dois militantes por declarações contra judeus. Cameron acusou Corbyn de ter dito ser amigo da milícia libanesa Hizbullah e da facção palestina Hamas que, segundo o primeiro-ministro, apoiam a morte de judeus. Por mais de uma vez, Cameron provocou o adversário político, que disse não ser amigo de quem defende o antissemitismo, mas afirmou ter defendido o diálogo em busca da paz. "BREXIT" O primeiro-ministro também foi questionado sobre se os salários podem aumentar caso o país opte pelo "Brexit" (saída do Reino Unido da União Europeia). Cameron se limitou a dizer que as consequências econômicas serão negativas. "É o que os especialistas dizem." No dia 23 de junho, os britânicos decidem, por meio de um plebiscito, se querem permanecer ou deixar a União Europeia (UE). Em fevereiro, Reino Unido e UE firmaram um acordo na tentativa de garantir um status especial aos britânicos dentro do bloco. Cameron conseguiu, por exemplo, autorização para limitar benefícios a imigrantes europeus recém chegados e garantia de que não haverá discriminação pelo fato de seu país estar fora da zona do euro. Críticos, contudo, avaliam as medidas como insuficientes. De fato, pesquisas indicam empate técnico na disputa entre os defendem e os que são contra o "Brexit". Nesta quarta (4), a comissão da União Europeia composta por 19 lordes do Parlamento britânico divulgou um relatório afirmando que o processo de retirada do bloco será uma "tarefa complexa e difícil". Os lordes destacaram que 4 milhões de pessoas podem ficar numa espécie de "limbo". Eles se referem aos direitos já adquiridos por aproximadamente 2 milhões de europeus que vivem no Reino Unido e por um número igual de britânicos que moram na Europa. O relatório afirma ainda que o "Brexit" vai exigir um longo processo de negociação, que deve se estender por anos. Além disso, não há garantias de que seja possível reverter o processo de retirada caso se mude de ideia. A comissão, contudo, evitou se posicionar em relação ao plebiscito. O governo de David Cameron será chamado a se posicionar sobre o texto de 26 páginas. | mundo | Pressionado, Cameron sinaliza abrir o Reino Unido para crianças síriasPressionado para aceitar em território britânico crianças refugiadas sírias, o primeiro-ministro David Cameron sinalizou, nesta quarta (4), que está disposto a abrir as portas para os menores que entraram na Europa desacompanhados. "Já estamos recebendo crianças imigrantes com conexão familiar no Reino Unido e vamos acelerar esse processo. Estamos vendo o que podemos fazer mais", disse Cameron, durante a sessão de perguntas que acontece semanalmente no Parlamento britânico. A ideia é abrigar crianças desacompanhadas de pai, mãe ou outros parentes ainda este ano, apesar de não ter uma data tampouco um número de beneficiados definidos. A proposta para receber os refugiados menores de 16 anos, apresentada pelo Partido Trabalhista, que faz oposição a Cameron no Parlamento, foi inicialmente barrada pelos conservadores por explicitar o número de 3.000 crianças a serem abrigadas pelo Reino Unido. O número foi retirado do texto e, agora, Cameron sinaliza não ver objeções, apesar de afirmar que tirar essas crianças de onde estão —países como França, Itália e Alemanha, nações democráticas e seguras— pode representar um "insulto" a esses países. Ele ressaltou que pretende continuar investindo para assegurar apoio nos campos de refugiados e nos países vizinhos. "O que não quero fazer é estimular essa viagem perigosa, que pode resultar em mais mortes ao invés de uma vida melhor aos imigrantes", afirmou. Disse também que pretende aceitar apenas os que chegaram à Europa antes do acordo firmado entre União Europeia e Turquia, que permite recusar a entrada de refugiados. Integrantes do próprio partido de Cameron já demonstravam desconforto com a decisão de vetar a recepção de crianças desacompanhadas e ensaiavam votar contra o líder dos conservadores. Entre o grupo que pressiona Cameron para aceitar os sírios desacompanhados está também judeus que chegaram crianças ao Reino Unido, ainda nos anos 1930, fugindo da guerra. Troca de acusações de antissemitismo pautou o embate entre o primeiro ministro e o líder oposicionista Jeremy Corbyn, cujo Partido Trabalhista precisou afastar dois militantes por declarações contra judeus. Cameron acusou Corbyn de ter dito ser amigo da milícia libanesa Hizbullah e da facção palestina Hamas que, segundo o primeiro-ministro, apoiam a morte de judeus. Por mais de uma vez, Cameron provocou o adversário político, que disse não ser amigo de quem defende o antissemitismo, mas afirmou ter defendido o diálogo em busca da paz. "BREXIT" O primeiro-ministro também foi questionado sobre se os salários podem aumentar caso o país opte pelo "Brexit" (saída do Reino Unido da União Europeia). Cameron se limitou a dizer que as consequências econômicas serão negativas. "É o que os especialistas dizem." No dia 23 de junho, os britânicos decidem, por meio de um plebiscito, se querem permanecer ou deixar a União Europeia (UE). Em fevereiro, Reino Unido e UE firmaram um acordo na tentativa de garantir um status especial aos britânicos dentro do bloco. Cameron conseguiu, por exemplo, autorização para limitar benefícios a imigrantes europeus recém chegados e garantia de que não haverá discriminação pelo fato de seu país estar fora da zona do euro. Críticos, contudo, avaliam as medidas como insuficientes. De fato, pesquisas indicam empate técnico na disputa entre os defendem e os que são contra o "Brexit". Nesta quarta (4), a comissão da União Europeia composta por 19 lordes do Parlamento britânico divulgou um relatório afirmando que o processo de retirada do bloco será uma "tarefa complexa e difícil". Os lordes destacaram que 4 milhões de pessoas podem ficar numa espécie de "limbo". Eles se referem aos direitos já adquiridos por aproximadamente 2 milhões de europeus que vivem no Reino Unido e por um número igual de britânicos que moram na Europa. O relatório afirma ainda que o "Brexit" vai exigir um longo processo de negociação, que deve se estender por anos. Além disso, não há garantias de que seja possível reverter o processo de retirada caso se mude de ideia. A comissão, contudo, evitou se posicionar em relação ao plebiscito. O governo de David Cameron será chamado a se posicionar sobre o texto de 26 páginas. | 3 |
Oitavo dia da Eurocopa tem rojões no gramado e classificações | Torcedores do confronto entre Croácia e República Tcheca arremessaram sinalizadores e rojões no gramado da partida durante a segunda rodada do Grupo D da Eurocopa. Um dos seguranças foi tentar tirar um artefato que estava em campo e foi surpreendido com uma explosão. O funcionário caiu no chão e não há informações do seu estado de saúde. Os jogadores, como o atacante croata Mandzukic, ajudaram a retirar os objetos do campo. No momento da paralisação, que durou cerca de cinco minutos, o placar estava 2 a 1 para os croatas. Minutos depois que a bola voltou a rolar, os tchecos empataram em gol de pênalti. O empate em 2 a 2 evitou uma classificação por antecedência da Croácia. O time liderado pelo meia Rakitic foi aos quatro pontos e precisa de pelo menos um empate contra a Espanha, na última rodada, para garantir vaga nas oitavas de final. Os atuais bicampeões do torneio, os espanhóis, não deram chances para a Turquia e se classificaram para as oitavas de final após vencer a partida por 3 a 0. Os atacantes Nolito e Morata (2x) foram os responsáveis pelos gols. CLASSIFICAÇÃO COM GOL BRASILEIRO O brasileiro naturalizado italiano Éder colocou a Itália nas oitavas de final da Eurocopa. Com um gol as 42min da etapa final, o atacante garantiu a vitória dos italianos sobre a Suécia por 1 a 0. O resultado deixou a Itália com folga na liderança do Grupo E com seis pontos ganhos. Com isso, ela garante pelo menos a segunda colocação da chave e já está garantida nas oitavas. Na próxima e última rodada da primeira fase, os italianos encaram a Irlanda. A Suécia pega a Bélgica. | esporte | Oitavo dia da Eurocopa tem rojões no gramado e classificaçõesTorcedores do confronto entre Croácia e República Tcheca arremessaram sinalizadores e rojões no gramado da partida durante a segunda rodada do Grupo D da Eurocopa. Um dos seguranças foi tentar tirar um artefato que estava em campo e foi surpreendido com uma explosão. O funcionário caiu no chão e não há informações do seu estado de saúde. Os jogadores, como o atacante croata Mandzukic, ajudaram a retirar os objetos do campo. No momento da paralisação, que durou cerca de cinco minutos, o placar estava 2 a 1 para os croatas. Minutos depois que a bola voltou a rolar, os tchecos empataram em gol de pênalti. O empate em 2 a 2 evitou uma classificação por antecedência da Croácia. O time liderado pelo meia Rakitic foi aos quatro pontos e precisa de pelo menos um empate contra a Espanha, na última rodada, para garantir vaga nas oitavas de final. Os atuais bicampeões do torneio, os espanhóis, não deram chances para a Turquia e se classificaram para as oitavas de final após vencer a partida por 3 a 0. Os atacantes Nolito e Morata (2x) foram os responsáveis pelos gols. CLASSIFICAÇÃO COM GOL BRASILEIRO O brasileiro naturalizado italiano Éder colocou a Itália nas oitavas de final da Eurocopa. Com um gol as 42min da etapa final, o atacante garantiu a vitória dos italianos sobre a Suécia por 1 a 0. O resultado deixou a Itália com folga na liderança do Grupo E com seis pontos ganhos. Com isso, ela garante pelo menos a segunda colocação da chave e já está garantida nas oitavas. Na próxima e última rodada da primeira fase, os italianos encaram a Irlanda. A Suécia pega a Bélgica. | 4 |
Para governo federal, recessão traz risco de 'ruptura' no próximo ano | A equipe de Dilma Rousseff considera que, para o país sair da recessão que se aprofundou no terceiro trimestre, será preciso resolver a crise política. Caso contrário, a economia vai "afundar" e o governo corre o risco de enfrentar um processo de "ruptura" no primeiro semestre de 2016. Segundo assessores presidenciais, o tombo do PIB mostra que o governo precisa virar rapidamente a página do ajuste fiscal para recuperar a confiança de empresários e consumidor. Em paralelo, a presidente encomendou à sua equipe um conjunto de medidas focadas na agenda de retomada do crescimento para ser divulgado até o início de 2016. Os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda) já discutem essas ações com o setor privado. Para superar a crise política, o Planalto definiu que precisa encontrar uma fórmula de superar a instabilidade na base aliada. Uma iniciativa será buscar reaproximar o vice Michel Temer da equipe de articulação política. Ontem, ele já foi convidado por Dilma para participar da reunião que discutiu a votação da mudança da meta fiscal deste ano. A prioridade é aprovar a mudança da meta fiscal, a renovação da DRU (mecanismo que desvincula receitas da União) e projetos como o da regularização de dinheiro ilegal no exterior, além de encaminhar a votação da CPMF. Para assessores presidenciais, se o governo não conseguir aprovar as medidas do ajuste fiscal e garantir Orçamento com superavit em 2016, haverá risco de a recessão no ano que vem ser tão forte quanto a de 2015, aumentando as pressões pelo impeachment. Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que o desempenho do PIB veio pior do que o esperado e indica que o período de ajuste da economia se prolongou, em meio à persistência de incertezas econômicas e não econômicas, da queda dos preços das commodities e da fraca atividade econômica mundial. A Fazenda destacou que contribuíram para a queda de 4% nos investimentos "os efeitos diretos e indiretos da redução dos investimentos da Petrobras". A queda de 1,5% no consumo das famílias, afirma, reflete a perda do poder de compra devido à persistência da inflação. Vídeo: entenda o que é o PIB e como é feito seu cálculo | mercado | Para governo federal, recessão traz risco de 'ruptura' no próximo anoA equipe de Dilma Rousseff considera que, para o país sair da recessão que se aprofundou no terceiro trimestre, será preciso resolver a crise política. Caso contrário, a economia vai "afundar" e o governo corre o risco de enfrentar um processo de "ruptura" no primeiro semestre de 2016. Segundo assessores presidenciais, o tombo do PIB mostra que o governo precisa virar rapidamente a página do ajuste fiscal para recuperar a confiança de empresários e consumidor. Em paralelo, a presidente encomendou à sua equipe um conjunto de medidas focadas na agenda de retomada do crescimento para ser divulgado até o início de 2016. Os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda) já discutem essas ações com o setor privado. Para superar a crise política, o Planalto definiu que precisa encontrar uma fórmula de superar a instabilidade na base aliada. Uma iniciativa será buscar reaproximar o vice Michel Temer da equipe de articulação política. Ontem, ele já foi convidado por Dilma para participar da reunião que discutiu a votação da mudança da meta fiscal deste ano. A prioridade é aprovar a mudança da meta fiscal, a renovação da DRU (mecanismo que desvincula receitas da União) e projetos como o da regularização de dinheiro ilegal no exterior, além de encaminhar a votação da CPMF. Para assessores presidenciais, se o governo não conseguir aprovar as medidas do ajuste fiscal e garantir Orçamento com superavit em 2016, haverá risco de a recessão no ano que vem ser tão forte quanto a de 2015, aumentando as pressões pelo impeachment. Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que o desempenho do PIB veio pior do que o esperado e indica que o período de ajuste da economia se prolongou, em meio à persistência de incertezas econômicas e não econômicas, da queda dos preços das commodities e da fraca atividade econômica mundial. A Fazenda destacou que contribuíram para a queda de 4% nos investimentos "os efeitos diretos e indiretos da redução dos investimentos da Petrobras". A queda de 1,5% no consumo das famílias, afirma, reflete a perda do poder de compra devido à persistência da inflação. Vídeo: entenda o que é o PIB e como é feito seu cálculo | 2 |
Aliado de líder dissidente é escolhido novo presidente de Mianmar | Um intelectual de 69 anos, Htin Kyaw, fiel companheiro de dissidência de Aung San Suu Kyi, tornou-se nesta terça-feira o novo presidente de Mianmar, o primeiro civil em décadas neste cargo, a partir do qual deverá impulsionar reformas muito esperadas. "É a vitória de nossa irmã Aung San Suu Kyi!", exclamou Htin Kyaw nos corredores do Parlamento, logo depois de ser eleito. Sem surpresa, uma maioria de 360 dos 652 deputados designou como presidente o candidato da Liga Nacional pela Democracia (LND), majoritária no Parlamento graças a sua vitória categórica nas legislativas de novembro. A eleição de Htin Kyaw, filho de um conhecido poeta birmanês e amigo de infância da Prêmio Nobel da Paz, foi recebida na Câmara em meio a aplausos. "Não conheço realmente Htin Kyaw, mas acredito muito em nossa mãe Suu", disse Mg Lin, um motorista de táxi de 32 anos que acompanhou em um café de Rangum, a maior cidade do país, toda a votação diante de uma televisão. Htin Kyaw é o primeiro presidente eleito democraticamente em várias décadas, depois de quase 50 anos de ditadura militar, seguida da formação em 2011 de um governo dirigido por ex-generais. Os outros dois candidatos, o apresentado pela Câmara Alta, Henry Van Thio, e o dos militares, Myint Swe, serão vice-presidentes. Obtiveram respectivamente 79 e 213 votos. Com esta eleição e a formação nos próximos dias de um governo, que assumirá em 1º de abril, no mesmo dia em que o presidente, o país poderá virar a página de décadas de poder militar. ACIMA DO PRESIDENTE A LND não pôde promover a candidatura de Aung San Suu Kyi, já que a Constituição proíbe o acesso à Presidência de quem tenha filhos de nacionalidade estrangeira, o que é o caso dela, que tem dois filhos britânicos. ONDE FICA MIANMAR No entanto, a "Dama de Rangum" disse há várias semanas que estaria acima do presidente. Aung San Suu Kyi ainda não explicou se será ministra do próximo governo ou se administrará o país a partir de seu cargo de deputada. Mas, junto ao novo presidente, a ex-líder opositora deverá promover grandes reformas, começando pela educação e pela saúde, arruinadas, assim como a maioria dos serviços públicos. Além disso, várias zonas fronteiriças do país se encontram em guerra civil. O novo governo deverá lidar em sua tarefa com o grande poder do Exército, que conserva três ministérios chave (Interior, Defesa e Fronteiras) e 25% dos assentos no Parlamento. A filha do general Aung San, herói da independência, assassinado em 1947, goza de uma imensa popularidade neste país pobre de 51 milhões de habitantes, onde esteve durante anos sob prisão domiciliar. | mundo | Aliado de líder dissidente é escolhido novo presidente de MianmarUm intelectual de 69 anos, Htin Kyaw, fiel companheiro de dissidência de Aung San Suu Kyi, tornou-se nesta terça-feira o novo presidente de Mianmar, o primeiro civil em décadas neste cargo, a partir do qual deverá impulsionar reformas muito esperadas. "É a vitória de nossa irmã Aung San Suu Kyi!", exclamou Htin Kyaw nos corredores do Parlamento, logo depois de ser eleito. Sem surpresa, uma maioria de 360 dos 652 deputados designou como presidente o candidato da Liga Nacional pela Democracia (LND), majoritária no Parlamento graças a sua vitória categórica nas legislativas de novembro. A eleição de Htin Kyaw, filho de um conhecido poeta birmanês e amigo de infância da Prêmio Nobel da Paz, foi recebida na Câmara em meio a aplausos. "Não conheço realmente Htin Kyaw, mas acredito muito em nossa mãe Suu", disse Mg Lin, um motorista de táxi de 32 anos que acompanhou em um café de Rangum, a maior cidade do país, toda a votação diante de uma televisão. Htin Kyaw é o primeiro presidente eleito democraticamente em várias décadas, depois de quase 50 anos de ditadura militar, seguida da formação em 2011 de um governo dirigido por ex-generais. Os outros dois candidatos, o apresentado pela Câmara Alta, Henry Van Thio, e o dos militares, Myint Swe, serão vice-presidentes. Obtiveram respectivamente 79 e 213 votos. Com esta eleição e a formação nos próximos dias de um governo, que assumirá em 1º de abril, no mesmo dia em que o presidente, o país poderá virar a página de décadas de poder militar. ACIMA DO PRESIDENTE A LND não pôde promover a candidatura de Aung San Suu Kyi, já que a Constituição proíbe o acesso à Presidência de quem tenha filhos de nacionalidade estrangeira, o que é o caso dela, que tem dois filhos britânicos. ONDE FICA MIANMAR No entanto, a "Dama de Rangum" disse há várias semanas que estaria acima do presidente. Aung San Suu Kyi ainda não explicou se será ministra do próximo governo ou se administrará o país a partir de seu cargo de deputada. Mas, junto ao novo presidente, a ex-líder opositora deverá promover grandes reformas, começando pela educação e pela saúde, arruinadas, assim como a maioria dos serviços públicos. Além disso, várias zonas fronteiriças do país se encontram em guerra civil. O novo governo deverá lidar em sua tarefa com o grande poder do Exército, que conserva três ministérios chave (Interior, Defesa e Fronteiras) e 25% dos assentos no Parlamento. A filha do general Aung San, herói da independência, assassinado em 1947, goza de uma imensa popularidade neste país pobre de 51 milhões de habitantes, onde esteve durante anos sob prisão domiciliar. | 3 |
Defensoria Pública e Promotoria se manifestam contrários a internações | Nesta quinta-feira (25) Ministério Público e Defensoria Pública do Estado de São Paulo entram com pedidos na Justiça contra a solicitação da gestão João Doria (PSDB) para internar à força dependentes químicos sem avaliação da própria Justiça. Ambos os requerimentos foram feitos à 7ª vara da Fazenda Pública do Estado, onde a Promotoria ajuizou ação em 2012 pedindo que a Polícia Militar se abstivesse de empregar ações que que constrangessem ou expusessem ao vexame usuários de drogas. Foi dentro dessa ação que a Prefeitura de São Paulo fez o seu pedido. O MP requer a decretação de "ilegitimidade de parte, ausência de interesse de agir e ausência de legitimidade da requerente em pleitear internação compulsória, individual ou em massa". "O município nunca foi admitido como parte em momento algum desta ação; nunca foi, igualmente, admitido como terceiro interveniente. Sequer é interveniente. Não é nada, processualmente falando", diz o pedido. A Promotoria afirma ainda que é sua a responsabilidade de agir, como "garantidor de direito individual indisponível", diante da análise de laudo que aponte riscos à saúde do paciente ou de terceiros. "A prefeitura, ao contrário do Ministério Público, não possui tal legitimidade." A Defensoria Pública, por sua vez argumenta que o pedido da gestão Doria é "extremamente vago, amplo e perigoso, pois daria carta branca para eleger quem são as pessoas nesse estado, sem que houvesse qualquer possibilidade de defesa a elas". O órgão diz que o pedido "colide frontalmente" com a liminar obtida pelo Ministério Público. | cotidiano | Defensoria Pública e Promotoria se manifestam contrários a internaçõesNesta quinta-feira (25) Ministério Público e Defensoria Pública do Estado de São Paulo entram com pedidos na Justiça contra a solicitação da gestão João Doria (PSDB) para internar à força dependentes químicos sem avaliação da própria Justiça. Ambos os requerimentos foram feitos à 7ª vara da Fazenda Pública do Estado, onde a Promotoria ajuizou ação em 2012 pedindo que a Polícia Militar se abstivesse de empregar ações que que constrangessem ou expusessem ao vexame usuários de drogas. Foi dentro dessa ação que a Prefeitura de São Paulo fez o seu pedido. O MP requer a decretação de "ilegitimidade de parte, ausência de interesse de agir e ausência de legitimidade da requerente em pleitear internação compulsória, individual ou em massa". "O município nunca foi admitido como parte em momento algum desta ação; nunca foi, igualmente, admitido como terceiro interveniente. Sequer é interveniente. Não é nada, processualmente falando", diz o pedido. A Promotoria afirma ainda que é sua a responsabilidade de agir, como "garantidor de direito individual indisponível", diante da análise de laudo que aponte riscos à saúde do paciente ou de terceiros. "A prefeitura, ao contrário do Ministério Público, não possui tal legitimidade." A Defensoria Pública, por sua vez argumenta que o pedido da gestão Doria é "extremamente vago, amplo e perigoso, pois daria carta branca para eleger quem são as pessoas nesse estado, sem que houvesse qualquer possibilidade de defesa a elas". O órgão diz que o pedido "colide frontalmente" com a liminar obtida pelo Ministério Público. | 6 |
Contra o Capivariano, Palmeiras busca 1ª série de vitórias no ano | O Palmeiras entra em campo neste domingo (6) contra o Capivariano com a missão de conseguir sua primeira sequência de vitórias na temporada –vem de um triunfo por 2 a 0 contra o Rosario Central (ARG) pela Libertadores. Na terceira partida seguida em seu estádio, o grupo tentará ainda mostrar qual é a sua verdadeira faceta: a que fez o melhor primeiro tempo no ano contra os argentinos, com jogo cadenciado, ou a do segundo tempo, que apresentou uma das piores performances recentes do clube. Na partida contra os argentinos, o técnico Marcelo Oliveira colocou Cristaldo como titular, que teve boa atuação e fez gol, tornando mais acirrada a disputa por uma vaga de centroavante do time. Neste domingo (6), o argentino, que tem 71 jogos e 18 gols pelo clube, é o favorito para começar jogando. Alecsandro, 27 jogos e cinco gols –três neste ano–, vinha sendo titular, mas pode ter perdido a vaga. De toda forma, é provável que ambos entrem em campo, já que Marcelo Oliveira tem feito a troca de centroavantes no segundo tempo de maneira constante. O paraguaio Lucas Barrios, 24 jogos e oito gols, recupera-se de distensão muscular. Na sexta (4), fez recondicionamento físico e pode ser aproveitado contra o São Paulo, domingo (13). Como ponto favorável à sua missão, o Palmeiras enfrenta o time de pior campanha no Paulista até o momento: o Capivariano tem quatro pontos após sete rodadas. * PALMEIRAS Prass; Lucas, Thiago Martins, Vitor Hugo e Egídio; T. Santos (Matheus. Sales), Jean, Allione e Dudu; G. Jesus e Cristaldo (Alecsandro). Técnico: Marcelo Oliveira CAPIVARIANO P. Henrique; Oliveira, Bonfim, L. Silva e A. Barros; Jácio, S. Souza, Maguinho e Chico; Rodolfo e Romão. Técnico: Roberto Fernandes Estádio: Allianz Parque (SP) Árbitro: Vinicius Araújo TV: 16h, pay-per-view | esporte | Contra o Capivariano, Palmeiras busca 1ª série de vitórias no anoO Palmeiras entra em campo neste domingo (6) contra o Capivariano com a missão de conseguir sua primeira sequência de vitórias na temporada –vem de um triunfo por 2 a 0 contra o Rosario Central (ARG) pela Libertadores. Na terceira partida seguida em seu estádio, o grupo tentará ainda mostrar qual é a sua verdadeira faceta: a que fez o melhor primeiro tempo no ano contra os argentinos, com jogo cadenciado, ou a do segundo tempo, que apresentou uma das piores performances recentes do clube. Na partida contra os argentinos, o técnico Marcelo Oliveira colocou Cristaldo como titular, que teve boa atuação e fez gol, tornando mais acirrada a disputa por uma vaga de centroavante do time. Neste domingo (6), o argentino, que tem 71 jogos e 18 gols pelo clube, é o favorito para começar jogando. Alecsandro, 27 jogos e cinco gols –três neste ano–, vinha sendo titular, mas pode ter perdido a vaga. De toda forma, é provável que ambos entrem em campo, já que Marcelo Oliveira tem feito a troca de centroavantes no segundo tempo de maneira constante. O paraguaio Lucas Barrios, 24 jogos e oito gols, recupera-se de distensão muscular. Na sexta (4), fez recondicionamento físico e pode ser aproveitado contra o São Paulo, domingo (13). Como ponto favorável à sua missão, o Palmeiras enfrenta o time de pior campanha no Paulista até o momento: o Capivariano tem quatro pontos após sete rodadas. * PALMEIRAS Prass; Lucas, Thiago Martins, Vitor Hugo e Egídio; T. Santos (Matheus. Sales), Jean, Allione e Dudu; G. Jesus e Cristaldo (Alecsandro). Técnico: Marcelo Oliveira CAPIVARIANO P. Henrique; Oliveira, Bonfim, L. Silva e A. Barros; Jácio, S. Souza, Maguinho e Chico; Rodolfo e Romão. Técnico: Roberto Fernandes Estádio: Allianz Parque (SP) Árbitro: Vinicius Araújo TV: 16h, pay-per-view | 4 |
Mitt Romney diz que pode se candidatar à Casa Branca em 2016 | O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos em 2012, Mitt Romney, afirmou nesta sexta-feira (9) que pode concorrer novamente em 2016. "Todos aqui podem dizer aos seus amigos que eu estou considerando uma candidatura", disse em um evento privado com cerca de 30 doadores de sua campanha na última eleição, em Nova York, segundo uma pessoa ouvida pelo site "Politico". A informação foi confirmada ao "Washington Post" por Spencer Zwick, diretor nacional de finanças da campanha de 2012, que participou do encontro. "Eu acredito que Mitt Romney é patriota demais para ficar sentado e entregar a Presidência para [a ex-secretária de Estado] Hillary Clinton ou [a senadora] Elizabeth Warren quando ele sabe que pode consertar o país", disse Zwick em referência às possíveis candidatas do Partido Democrata. A sinalização de Romney de que pode entrar na corrida pela nomeação republicana é oportuna. O ex-governador da Flórida e irmão do ex-presidente George W. Bush, Jeb Bush, anunciou no fim de 2014 que iria "explorar ativamente a possibilidade de concorrer", tornando-se o primeiro republicano de peso a anunciar formalmente sua disposição de entrar na corrida eleitoral. Jeb Bush também criou nesta semana o Comitê de Ação Política (PAC, na sigla em inglês) "Right to Rise" para, na prática, começar a arrecadar recursos de campanha e avaliar a receptividade gerada pela possível candidatura. A divulgação de Jeb Bush pressionou outros republicanos interessados em concorrer a antecipar suas intenções, já que eles vão disputar doadores para o financiamento de suas campanhas. Outros possíveis candidatos da ala mais moderada do partido incluem os governadores de Nova Jersey, Chris Christie, e do Texas, Rick Perry, além do senador pela Flórida Marco Rubio. "Romney não vai tomar uma decisão baseada em quem mais vai concorrer. Ele vai decidir baseado em seus próprios desejos e habilidades", afirmou Zwick. | mundo | Mitt Romney diz que pode se candidatar à Casa Branca em 2016O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos em 2012, Mitt Romney, afirmou nesta sexta-feira (9) que pode concorrer novamente em 2016. "Todos aqui podem dizer aos seus amigos que eu estou considerando uma candidatura", disse em um evento privado com cerca de 30 doadores de sua campanha na última eleição, em Nova York, segundo uma pessoa ouvida pelo site "Politico". A informação foi confirmada ao "Washington Post" por Spencer Zwick, diretor nacional de finanças da campanha de 2012, que participou do encontro. "Eu acredito que Mitt Romney é patriota demais para ficar sentado e entregar a Presidência para [a ex-secretária de Estado] Hillary Clinton ou [a senadora] Elizabeth Warren quando ele sabe que pode consertar o país", disse Zwick em referência às possíveis candidatas do Partido Democrata. A sinalização de Romney de que pode entrar na corrida pela nomeação republicana é oportuna. O ex-governador da Flórida e irmão do ex-presidente George W. Bush, Jeb Bush, anunciou no fim de 2014 que iria "explorar ativamente a possibilidade de concorrer", tornando-se o primeiro republicano de peso a anunciar formalmente sua disposição de entrar na corrida eleitoral. Jeb Bush também criou nesta semana o Comitê de Ação Política (PAC, na sigla em inglês) "Right to Rise" para, na prática, começar a arrecadar recursos de campanha e avaliar a receptividade gerada pela possível candidatura. A divulgação de Jeb Bush pressionou outros republicanos interessados em concorrer a antecipar suas intenções, já que eles vão disputar doadores para o financiamento de suas campanhas. Outros possíveis candidatos da ala mais moderada do partido incluem os governadores de Nova Jersey, Chris Christie, e do Texas, Rick Perry, além do senador pela Flórida Marco Rubio. "Romney não vai tomar uma decisão baseada em quem mais vai concorrer. Ele vai decidir baseado em seus próprios desejos e habilidades", afirmou Zwick. | 3 |
Como caneta hidrográfica salvou do desastre a 1ª missão à Lua da Apollo 11 | Em 21 de julho de 1969, os astronautas americanos Neil Armstrong e Edwin "Buzz" Aldrin representaram a humanidade em uma missão histórica: o homem pisava na Lua pela primeira vez. A Apollo 11 foi a primeira espaçonave a levar humanos até o satélite natural da Terra. Armstrong e Aldrin aterrissaram no dia 20, às 20h18 (tempo universal coordenado). Armstrong foi o primeiro a pisar na superfície lunar, seis horas depois, às 2h56 do dia seguinte. Aldrin se juntou a ele 20 minutos depois. Os astronautas passaram cerca de 2h15 fora da espaçonave e coletaram 21,5 kg de material lunar para levar à Terra. O terceiro membro da missão, Michael Collins, pilotou a nave principal sozinho na órbita da Lua, até Armstrong e Aldrin voltarem para a viagem de volta. Lançada de um foguete Saturn V em 16 de julho, a Apollo tinha três partes: um módulo de comando com uma cabine para os três astronautas, que foi a única parte que voltou à Terra; um módulo de serviço, que dava apoio ao módulo de comando com propulsão, energia elétrica, oxigênio e água; e um módulo lunar para pousar na Lua. Muitas coisas podem dar errado em uma missão espacial –a Apollo 1, por exemplo, a primeira missão tripulada do programa, terminou com a morte dos três astronautas em decorrência de um incêndio durante um treinamento para o lançamento, em janeiro de 1967. PEQUENO GRANDE PROBLEMA No caso da Apollo 11, contudo, a tripulação entrou em apuros por um problema aparentemente menor. E foi preciso uma solução típica do engenhoso agente secreto Angus MacGyver, do seriado americano "MacGyver - Profissão Perigo", sucesso nos anos 1980. Após coletarem as amostras na superfície lunar, Armstrong e Aldrin estavam cansados e ansiosos para voltar logo ao módulo de comando. No módulo lunar que os levariam ao encontro de Collins no módulo de comando, Aldrin percebeu um objeto estranho no chão. Era a manopla de um disjuntor essencial, que ligava o foguete para tirá-los da superfície. Se não conseguissem acionar aquele disjuntor, o módulo não iria a lugar nenhum. Em órbita, Collins temia a ideia de voltar para casa sozinho. Será que seu pesadelo se tornaria realidade? As horas passavam. O módulo lunar estava frio e cheio de poeira lunar. O oxigênio era consumido rapidamente. Aldrin pediu ideias ao controle da missão na Terra, mas nada surgia. SOLUÇÃO 'MACGYVER' Duas vidas e uma missão bilionária estavam em jogo. Aldrin e Armstrong olhavam ao redor tentando improvisar uma solução. Foi então que Aldrin teve seu "momento Macgyver" e notou que poderia tentar encaixar alguma coisa no disjuntor para fazê-lo funcionar. Mas qualquer coisa de metal estava fora de cogitação –havia o risco de curto-circuito em todo o sistema. Aldrin então alcançou uma caneta marcadora em seu bolso no ombro - aquelas com ponta de feltro. Ele então enganchou a ponta da caneta sem tinta no lugar do interruptor quebrado e... o disjuntor foi acionado. Eles estavam prontos para a decolagem. Às 17h35, o módulo lunar se acoplou ao módulo de comando na órbita da Lua. A Apollo 11 estava voltando para casa –e o resto é história. | ciencia | Como caneta hidrográfica salvou do desastre a 1ª missão à Lua da Apollo 11Em 21 de julho de 1969, os astronautas americanos Neil Armstrong e Edwin "Buzz" Aldrin representaram a humanidade em uma missão histórica: o homem pisava na Lua pela primeira vez. A Apollo 11 foi a primeira espaçonave a levar humanos até o satélite natural da Terra. Armstrong e Aldrin aterrissaram no dia 20, às 20h18 (tempo universal coordenado). Armstrong foi o primeiro a pisar na superfície lunar, seis horas depois, às 2h56 do dia seguinte. Aldrin se juntou a ele 20 minutos depois. Os astronautas passaram cerca de 2h15 fora da espaçonave e coletaram 21,5 kg de material lunar para levar à Terra. O terceiro membro da missão, Michael Collins, pilotou a nave principal sozinho na órbita da Lua, até Armstrong e Aldrin voltarem para a viagem de volta. Lançada de um foguete Saturn V em 16 de julho, a Apollo tinha três partes: um módulo de comando com uma cabine para os três astronautas, que foi a única parte que voltou à Terra; um módulo de serviço, que dava apoio ao módulo de comando com propulsão, energia elétrica, oxigênio e água; e um módulo lunar para pousar na Lua. Muitas coisas podem dar errado em uma missão espacial –a Apollo 1, por exemplo, a primeira missão tripulada do programa, terminou com a morte dos três astronautas em decorrência de um incêndio durante um treinamento para o lançamento, em janeiro de 1967. PEQUENO GRANDE PROBLEMA No caso da Apollo 11, contudo, a tripulação entrou em apuros por um problema aparentemente menor. E foi preciso uma solução típica do engenhoso agente secreto Angus MacGyver, do seriado americano "MacGyver - Profissão Perigo", sucesso nos anos 1980. Após coletarem as amostras na superfície lunar, Armstrong e Aldrin estavam cansados e ansiosos para voltar logo ao módulo de comando. No módulo lunar que os levariam ao encontro de Collins no módulo de comando, Aldrin percebeu um objeto estranho no chão. Era a manopla de um disjuntor essencial, que ligava o foguete para tirá-los da superfície. Se não conseguissem acionar aquele disjuntor, o módulo não iria a lugar nenhum. Em órbita, Collins temia a ideia de voltar para casa sozinho. Será que seu pesadelo se tornaria realidade? As horas passavam. O módulo lunar estava frio e cheio de poeira lunar. O oxigênio era consumido rapidamente. Aldrin pediu ideias ao controle da missão na Terra, mas nada surgia. SOLUÇÃO 'MACGYVER' Duas vidas e uma missão bilionária estavam em jogo. Aldrin e Armstrong olhavam ao redor tentando improvisar uma solução. Foi então que Aldrin teve seu "momento Macgyver" e notou que poderia tentar encaixar alguma coisa no disjuntor para fazê-lo funcionar. Mas qualquer coisa de metal estava fora de cogitação –havia o risco de curto-circuito em todo o sistema. Aldrin então alcançou uma caneta marcadora em seu bolso no ombro - aquelas com ponta de feltro. Ele então enganchou a ponta da caneta sem tinta no lugar do interruptor quebrado e... o disjuntor foi acionado. Eles estavam prontos para a decolagem. Às 17h35, o módulo lunar se acoplou ao módulo de comando na órbita da Lua. A Apollo 11 estava voltando para casa –e o resto é história. | 15 |
Brasília tem protestos a favor e contra o impeachment de Dilma | Movimentos contrários ao governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, realizaram neste domingo (31), em Brasília, um ato para a apoiar o processo do impeachment da petista no Senado. De acordo com o STF (Supremo Tribunal Federal), o julgamento final do processo contra Dilma deve começar no dia 29 de agosto. Os movimentos Vem Pra Rua, Nas Ruas e Limpa Brasil organizaram o ato na capital federal. Com palavras de ordem de apoio ao juiz Sergio Moro e à operação Lava Jato, os organizadores também pediam a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os movimentos evitaram citar o nome do presidente interino, Michel Temer. Entre os peemdebistas citados, estava apenas o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Manifestantes, que se concentraram à frente do Congresso Nacional, afirmaram que o ato é importante para pressionar senadores que estão indecisos sobre o impeachment. "Estamos nas ruas para dar força, para reforçar nossa esperança de que a Dilma não irá voltar", afirmou o aposentado Nilson Kaiefr. "Esse é um movimento de apoio aos movimentos contra a corrupção. De apoio ao Sergio Moro e à Janaína Pascoal [um dos advogados que formulou o pedido de impeachment contra Dilma]", disse a contadora Iara Lúcia Cintra. Apesar da ausência de menções a Temer, Cintra diz que o governo melhorou sem Dilma. "Acho que os movimentos não querem tomar partido quanto ao novo governo, mas o governo só melhorou com a saída dela. Temer tem dialogado com os três poderes, algo que Dilma não fazia. Por isso apoio o governo Temer", concluiu. Há também quem reclamou das primeiras ações do governo interino. "Governo Temer tem feito o necessário, mas colocou muita gente enrolada ao lado dele. Por enquanto, acho um governo regular", afirmou a desempregada Jéssica Martins, em referência aos ministros escolhidos pelo presidente interino que caíram com poucos dias de governo, como Romero Jucá e Henrique Eduardo Alves. O ato foi encerrado pouco antes das 13h. PRÓ-DILMA Do outro lado da cidade, entidades alinhados à presidente afastada realizaram uma panfletagem contrária ao processo de impeachment. Uma tenda foi montada no final da Asa Norte, no eixo central, uma espécie de avenida que cruza a capital federal de norte a sul. O movimento foi pequeno, reconheceu a organização do evento. Até a publicação desta reportagem, a SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal) não havia publicado estimativas sobre o número de pessoas que participaram das manifestações. | poder | Brasília tem protestos a favor e contra o impeachment de DilmaMovimentos contrários ao governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, realizaram neste domingo (31), em Brasília, um ato para a apoiar o processo do impeachment da petista no Senado. De acordo com o STF (Supremo Tribunal Federal), o julgamento final do processo contra Dilma deve começar no dia 29 de agosto. Os movimentos Vem Pra Rua, Nas Ruas e Limpa Brasil organizaram o ato na capital federal. Com palavras de ordem de apoio ao juiz Sergio Moro e à operação Lava Jato, os organizadores também pediam a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os movimentos evitaram citar o nome do presidente interino, Michel Temer. Entre os peemdebistas citados, estava apenas o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Manifestantes, que se concentraram à frente do Congresso Nacional, afirmaram que o ato é importante para pressionar senadores que estão indecisos sobre o impeachment. "Estamos nas ruas para dar força, para reforçar nossa esperança de que a Dilma não irá voltar", afirmou o aposentado Nilson Kaiefr. "Esse é um movimento de apoio aos movimentos contra a corrupção. De apoio ao Sergio Moro e à Janaína Pascoal [um dos advogados que formulou o pedido de impeachment contra Dilma]", disse a contadora Iara Lúcia Cintra. Apesar da ausência de menções a Temer, Cintra diz que o governo melhorou sem Dilma. "Acho que os movimentos não querem tomar partido quanto ao novo governo, mas o governo só melhorou com a saída dela. Temer tem dialogado com os três poderes, algo que Dilma não fazia. Por isso apoio o governo Temer", concluiu. Há também quem reclamou das primeiras ações do governo interino. "Governo Temer tem feito o necessário, mas colocou muita gente enrolada ao lado dele. Por enquanto, acho um governo regular", afirmou a desempregada Jéssica Martins, em referência aos ministros escolhidos pelo presidente interino que caíram com poucos dias de governo, como Romero Jucá e Henrique Eduardo Alves. O ato foi encerrado pouco antes das 13h. PRÓ-DILMA Do outro lado da cidade, entidades alinhados à presidente afastada realizaram uma panfletagem contrária ao processo de impeachment. Uma tenda foi montada no final da Asa Norte, no eixo central, uma espécie de avenida que cruza a capital federal de norte a sul. O movimento foi pequeno, reconheceu a organização do evento. Até a publicação desta reportagem, a SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal) não havia publicado estimativas sobre o número de pessoas que participaram das manifestações. | 0 |
Gravações de 'Game of Thrones' começam cheias de segredos | Cercada por um sigilo quase absoluto, a equipe da bem-sucedida série de televisão americana "Game of Thrones" começou a rodar neste sábado (10) no sul da Espanha parte de sua sexta temporada, comprovou um fotógrafo da AFP. Depois de já ter filmado no país há um ano parte da quinta temporada desta saga produzida pelo canal americano HBO, a equipe começou seu trabalho montando cenários na localidade andaluza de Pechina, 20 km ao norte de Almería, entre fortes medidas para impedir o acesso dos curiosos. Um total de 2.400 figurantes, homens e mulheres "de 18 a 65 anos, mediterrâneos, muito morenos e de raça negra", segundo a empresa encarregada da seleção, haviam sido escolhidos há três meses na zona. Centenas de candidatos se dirigiram bem cedo na manhã de 8 de julho a um complexo desportivo de Almería com a esperança de talvez encontrar Jon Snow ou Daenerys Targaryen, dois dos protagonistas da série. Os dias de filmagem na região, até 23 de outubro, serão longos: os figurantes deverão passar pelos setores de maquiagem, cabelo e vestuário para aparecerem na série. Receberão 50 euros por dia. Desde seu início, em 2011, "Game of Thrones", a série da HBO baseada nos livros homônimos de George R. R. Martin sobre a luta pelo poder entre clãs inimigos em sete reinos míticos, conquistou uma devota audiência global e se posicionou como a principal série deste canal a cabo. A equipe, que mantém em sigilo os detalhes das filmagens, já rodou em setembro em outras cidades espanholas como Gerona, no nordeste, onde a catedral e o antigo bairro judeu serviram de cenário a esta fábula fantástica que mistura batalhas e traições com uma boa dose de sexo e sangue. Em outubro de 2014 já haviam ocorrido filmagens no Real Alcázar de Sevilha, complexo palaciano de arquitetura árabe no sul do país, e na cidade andaluz de Osuna, conhecida por seus castelos do século 16 e suas igrejas de altas torres. "Game of Thrones" também foi filmada em outros países europeus, como Croácia, Malta, Irlanda do Norte e Islândia. As cidades que serviram de cenário à série dizem ter visto seu número de visitantes crescer. A produção recebeu neste ano o Emmy de melhor série dramática na 67ª cerimônia de entrega do prêmio, o Oscar da TV americana. A série também ganhou os prêmios de melhor direção e melhor roteiro, e o ator Peter Dinklage —que interpreta Tyrion Lannister na saga— foi considerado o melhor ator coadjuvante. | ilustrada | Gravações de 'Game of Thrones' começam cheias de segredosCercada por um sigilo quase absoluto, a equipe da bem-sucedida série de televisão americana "Game of Thrones" começou a rodar neste sábado (10) no sul da Espanha parte de sua sexta temporada, comprovou um fotógrafo da AFP. Depois de já ter filmado no país há um ano parte da quinta temporada desta saga produzida pelo canal americano HBO, a equipe começou seu trabalho montando cenários na localidade andaluza de Pechina, 20 km ao norte de Almería, entre fortes medidas para impedir o acesso dos curiosos. Um total de 2.400 figurantes, homens e mulheres "de 18 a 65 anos, mediterrâneos, muito morenos e de raça negra", segundo a empresa encarregada da seleção, haviam sido escolhidos há três meses na zona. Centenas de candidatos se dirigiram bem cedo na manhã de 8 de julho a um complexo desportivo de Almería com a esperança de talvez encontrar Jon Snow ou Daenerys Targaryen, dois dos protagonistas da série. Os dias de filmagem na região, até 23 de outubro, serão longos: os figurantes deverão passar pelos setores de maquiagem, cabelo e vestuário para aparecerem na série. Receberão 50 euros por dia. Desde seu início, em 2011, "Game of Thrones", a série da HBO baseada nos livros homônimos de George R. R. Martin sobre a luta pelo poder entre clãs inimigos em sete reinos míticos, conquistou uma devota audiência global e se posicionou como a principal série deste canal a cabo. A equipe, que mantém em sigilo os detalhes das filmagens, já rodou em setembro em outras cidades espanholas como Gerona, no nordeste, onde a catedral e o antigo bairro judeu serviram de cenário a esta fábula fantástica que mistura batalhas e traições com uma boa dose de sexo e sangue. Em outubro de 2014 já haviam ocorrido filmagens no Real Alcázar de Sevilha, complexo palaciano de arquitetura árabe no sul do país, e na cidade andaluz de Osuna, conhecida por seus castelos do século 16 e suas igrejas de altas torres. "Game of Thrones" também foi filmada em outros países europeus, como Croácia, Malta, Irlanda do Norte e Islândia. As cidades que serviram de cenário à série dizem ter visto seu número de visitantes crescer. A produção recebeu neste ano o Emmy de melhor série dramática na 67ª cerimônia de entrega do prêmio, o Oscar da TV americana. A série também ganhou os prêmios de melhor direção e melhor roteiro, e o ator Peter Dinklage —que interpreta Tyrion Lannister na saga— foi considerado o melhor ator coadjuvante. | 1 |
Número 1 do mundo, Murray vence seu primeiro título no ano em Dubai | O número 1 do mundo, Andy Murray, conquistou seu primeiro título em 2017 com uma vitória por 6/3 e 6/2 contra o espanhol Fernando Verdasco, no Aberto de Dubai, neste sábado (4). Murray perdeu seus dois primeiros games de serviço na partida, mas superou o começo ruim para vencer em Dubai pela primeira vez. "Obviamente, estou muito feliz por ter vencido aqui pela primeira vez. Foi um bom começo de ano", disse Murray, à BBC. O britânico, que venceu 12 das últimas 13 partidas contra o espanhol, começou devagar e foi quebrado no primeiro game, antes de devolver a quebra, em um começo nervoso para os dois jogadores. Verdasco, com golpes fortes, acertou uma série de bolas vencedoras para novamente quebrar Murray, que parecia desconfortável, no terceiro game, e confirmou o serviço para fazer 3 a 1. Apesar de um desempenho irregular no seu serviço, Murray, com a ajuda de erros de Verdasco, venceu cinco games consecutivos para fechar o primeiro set em 6/3. Murray continuou no mesmo ritmo no segundo set e lentamente começou a controlar o jogo a partir da linha de base, com o apoio de uma significativa melhora no seu serviço, para abrir 3 a 1, vantagem que não desperdiçou, fechando o segundo set em 6/2. | esporte | Número 1 do mundo, Murray vence seu primeiro título no ano em DubaiO número 1 do mundo, Andy Murray, conquistou seu primeiro título em 2017 com uma vitória por 6/3 e 6/2 contra o espanhol Fernando Verdasco, no Aberto de Dubai, neste sábado (4). Murray perdeu seus dois primeiros games de serviço na partida, mas superou o começo ruim para vencer em Dubai pela primeira vez. "Obviamente, estou muito feliz por ter vencido aqui pela primeira vez. Foi um bom começo de ano", disse Murray, à BBC. O britânico, que venceu 12 das últimas 13 partidas contra o espanhol, começou devagar e foi quebrado no primeiro game, antes de devolver a quebra, em um começo nervoso para os dois jogadores. Verdasco, com golpes fortes, acertou uma série de bolas vencedoras para novamente quebrar Murray, que parecia desconfortável, no terceiro game, e confirmou o serviço para fazer 3 a 1. Apesar de um desempenho irregular no seu serviço, Murray, com a ajuda de erros de Verdasco, venceu cinco games consecutivos para fechar o primeiro set em 6/3. Murray continuou no mesmo ritmo no segundo set e lentamente começou a controlar o jogo a partir da linha de base, com o apoio de uma significativa melhora no seu serviço, para abrir 3 a 1, vantagem que não desperdiçou, fechando o segundo set em 6/2. | 4 |
Furto de cabos causa lentidão nas linhas 11-coral e 12-safira da CPTM | Furtos de cabos de distribuição de energia causam transtornos em duas linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) nesta segunda-feira (28). Desde as primeiras horas do dia, as linhas 11-coral (Luz-Estudantes) e 12-safira (Brás-Calmon Viana) circulam com velocidade reduzida e maior tempo de parada. O ato de vandalismo ocorreu, segundo a CPTM, entre as estações de Brás e Tatuapé. A companhia informou que equipes de manutenção estão no local para reparar o sistema. Ainda segundo a CPTM, não há previsão de normalização da circulação das composições. | cotidiano | Furto de cabos causa lentidão nas linhas 11-coral e 12-safira da CPTMFurtos de cabos de distribuição de energia causam transtornos em duas linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) nesta segunda-feira (28). Desde as primeiras horas do dia, as linhas 11-coral (Luz-Estudantes) e 12-safira (Brás-Calmon Viana) circulam com velocidade reduzida e maior tempo de parada. O ato de vandalismo ocorreu, segundo a CPTM, entre as estações de Brás e Tatuapé. A companhia informou que equipes de manutenção estão no local para reparar o sistema. Ainda segundo a CPTM, não há previsão de normalização da circulação das composições. | 6 |
Ministro revoga própria norma sobre demarcação de terras indígenas | Pressionado por críticas de indigenistas e indígenas, o Ministério da Justiça anunciou nesta quinta-feira (19) que o ministro Alexandre de Moraes irá revogar a portaria publicada um dia antes que havia alterado o sistema de demarcação de terras indígenas no país. Em nota divulgada à imprensa, o ministério disse que será publicada uma nova portaria nesta sexta-feira (20) no Diário Oficial da União "para evitar qualquer interpretação errônea". O texto da nova portaria diz que será criado um "grupo técnico especializado para a análise dos processos de demarcação", porém retira diversos trechos da portaria original que falavam em "audiências públicas", critérios baseados em "jurisprudência" do Supremo Tribunal Federal e possibilidade de "reparação" para índios em casos de "perda de áreas", além de esvaziar o papel da Funai (Fundação Nacional do Índio). Segundo a nota do ministério, o propósito da criação do grupo, formado por servidores ligados ao ministério, "é auxiliar o ministro da Justiça e Cidadania nas suas competências legais. O grupo torna mais ágil a análise dos processos de demarcação". O conteúdo da nova portaria, porém, já desperta novas críticas de indigenistas porque faz menção à hipótese de "desaprovação da identificação e retorno dos autos ao órgão federal de assistência ao índio, mediante decisão fundamentada". O secretário executivo do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Cleber Buzatto, disse que nunca houve uma desaprovação nos termos citados pela nova portaria com base no decreto que disciplina as demarcação, o de número 1775, de 1996. "A nova portaria cita explicitamente as três opções dadas pelo decreto 1775 pelo ministro na hora de decidir. Até o presente momento, em nenhum caso ocorreu o uso dessa terceira opção, ou seja, a não assinatura da portaria declaratória por recusa. Já aconteceram atrasos, pedidos para novas diligências, mas em nenhum caso houve a desaprovação. E tudo indica que esse grupo de trabalho mantenha o mesmo objetivo que vai nessa direção de oferecer 'pseudo-justificativas' para que fundamente uma eventual desaprovação", disse Buzatto. Horas antes do anúncio da revogação, o subprocurador geral da República Luciano Mariz Maia havia afirmado que iria pedir a Alexandre de Moraes que revogasse a portaria pela qual alterou regras do sistema de demarcação de terras indígenas. Maia, que na PGR (Procuradoria Geral da República) coordena a câmara de populações indígenas e comunidades tradicionais, afirmou que a portaria tinha "vícios de legalidade e de constitucionalidade". "A portaria é ilegal por invadir a competência do presidente da República, pois altera um decreto presidencial. O ministro fez um ato que é um ato próprio do presidente", disse Maia. Segundo o subprocurador-geral da República, "a demarcação é processo que deve ser desenvolvido no âmbito da Funai. Ao Ministério da Justiça cabe a análise jurídica, mas o estudo antropológico compete ao órgão indigenista. A portaria invade a competência da Funai". | poder | Ministro revoga própria norma sobre demarcação de terras indígenasPressionado por críticas de indigenistas e indígenas, o Ministério da Justiça anunciou nesta quinta-feira (19) que o ministro Alexandre de Moraes irá revogar a portaria publicada um dia antes que havia alterado o sistema de demarcação de terras indígenas no país. Em nota divulgada à imprensa, o ministério disse que será publicada uma nova portaria nesta sexta-feira (20) no Diário Oficial da União "para evitar qualquer interpretação errônea". O texto da nova portaria diz que será criado um "grupo técnico especializado para a análise dos processos de demarcação", porém retira diversos trechos da portaria original que falavam em "audiências públicas", critérios baseados em "jurisprudência" do Supremo Tribunal Federal e possibilidade de "reparação" para índios em casos de "perda de áreas", além de esvaziar o papel da Funai (Fundação Nacional do Índio). Segundo a nota do ministério, o propósito da criação do grupo, formado por servidores ligados ao ministério, "é auxiliar o ministro da Justiça e Cidadania nas suas competências legais. O grupo torna mais ágil a análise dos processos de demarcação". O conteúdo da nova portaria, porém, já desperta novas críticas de indigenistas porque faz menção à hipótese de "desaprovação da identificação e retorno dos autos ao órgão federal de assistência ao índio, mediante decisão fundamentada". O secretário executivo do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Cleber Buzatto, disse que nunca houve uma desaprovação nos termos citados pela nova portaria com base no decreto que disciplina as demarcação, o de número 1775, de 1996. "A nova portaria cita explicitamente as três opções dadas pelo decreto 1775 pelo ministro na hora de decidir. Até o presente momento, em nenhum caso ocorreu o uso dessa terceira opção, ou seja, a não assinatura da portaria declaratória por recusa. Já aconteceram atrasos, pedidos para novas diligências, mas em nenhum caso houve a desaprovação. E tudo indica que esse grupo de trabalho mantenha o mesmo objetivo que vai nessa direção de oferecer 'pseudo-justificativas' para que fundamente uma eventual desaprovação", disse Buzatto. Horas antes do anúncio da revogação, o subprocurador geral da República Luciano Mariz Maia havia afirmado que iria pedir a Alexandre de Moraes que revogasse a portaria pela qual alterou regras do sistema de demarcação de terras indígenas. Maia, que na PGR (Procuradoria Geral da República) coordena a câmara de populações indígenas e comunidades tradicionais, afirmou que a portaria tinha "vícios de legalidade e de constitucionalidade". "A portaria é ilegal por invadir a competência do presidente da República, pois altera um decreto presidencial. O ministro fez um ato que é um ato próprio do presidente", disse Maia. Segundo o subprocurador-geral da República, "a demarcação é processo que deve ser desenvolvido no âmbito da Funai. Ao Ministério da Justiça cabe a análise jurídica, mas o estudo antropológico compete ao órgão indigenista. A portaria invade a competência da Funai". | 0 |
Conservadorismo em relação ao aborto só prejudica pobres, diz leitora | A sociedade precisa discutir e decidir os limites e o alcance do sigilo médico (Médico chama polícia após atender jovem que fez aborto) de uma vez por todas. É evidente o conflito existente entre leis, o Código de Ética Médica e a Constituição. Tal conflito insere os médicos, os advogados, as autoridades e as pessoas num ambiente de insegurança jurídica que não beneficia ninguém. Magistrados mandam divulgar informações de pacientes sem nenhum pudor, fruto da falta de consenso quanto ao entendimento do que seja segredo nos prontuários. Temos que dar um basta nisso. JOSENIR TEIXEIRA, advogado (São Paulo, SP) * É imprudente insistirmos nesse conservadorismo, tentar manter um engodo que sempre trouxe efeitos devastadores, só por medo de tentar tomar outra via. A prática do aborto sempre existiu e sempre existirá. O conservadorismo penaliza apenas as mulheres de baixa renda e pouca escolaridade, justamente essas que possuem acesso restrito aos métodos contraceptivos. Os métodos às vezes falham, bem como nós, por sermos humanos. Um filho só deve vir ao mundo pela via do amor, do desejo e não pela imposição ou obrigação. Os pais devem ter condições de arcar com tamanha responsabilidade. ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | paineldoleitor | Conservadorismo em relação ao aborto só prejudica pobres, diz leitoraA sociedade precisa discutir e decidir os limites e o alcance do sigilo médico (Médico chama polícia após atender jovem que fez aborto) de uma vez por todas. É evidente o conflito existente entre leis, o Código de Ética Médica e a Constituição. Tal conflito insere os médicos, os advogados, as autoridades e as pessoas num ambiente de insegurança jurídica que não beneficia ninguém. Magistrados mandam divulgar informações de pacientes sem nenhum pudor, fruto da falta de consenso quanto ao entendimento do que seja segredo nos prontuários. Temos que dar um basta nisso. JOSENIR TEIXEIRA, advogado (São Paulo, SP) * É imprudente insistirmos nesse conservadorismo, tentar manter um engodo que sempre trouxe efeitos devastadores, só por medo de tentar tomar outra via. A prática do aborto sempre existiu e sempre existirá. O conservadorismo penaliza apenas as mulheres de baixa renda e pouca escolaridade, justamente essas que possuem acesso restrito aos métodos contraceptivos. Os métodos às vezes falham, bem como nós, por sermos humanos. Um filho só deve vir ao mundo pela via do amor, do desejo e não pela imposição ou obrigação. Os pais devem ter condições de arcar com tamanha responsabilidade. ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br | 16 |
Consultas em unidades de saúde de São Paulo caíram 21% em 2014 | Saindo do centro de SP, fora do rush, um médico que trabalha na unidade de saúde Castro Alves, em Cidade Tiradentes, dirigirá mais de uma hora para atravessar a zona leste. Passará por favelas, ruas com esgoto a céu aberto e até um pasto com vacas. Ao chegar, não se sentirá seguro: queixas de assaltos ou agressões não são raras. O roteiro ajuda a explicar por que não havia pediatra nesse posto em 91% dos dias do ano passado. Mais do que isso, reflete parte do problema por trás da redução de atendimentos básicos de saúde na cidade no ano passado. O número de consultas nas AMAs 12 horas (unidades que prestam assistência médica ambulatorial, casos menos complexos) caiu 21% em 2014, no segundo ano de mandato de Fernando Haddad (PT) –foram 5,8 milhões, ante 7,3 milhões no ano anterior. A principal explicação da prefeitura e de entidades é a falta de médicos, mas também há questionamentos sobre a redução de verbas. Marca do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) na área da saúde, essas 98 AMAs funcionam das 7h às 19h, de segunda a sábado, e são administradas por convênios ou contratos da prefeitura com as chamadas organizações sociais de saúde (OSS). Elas são uma porta de entrada do SUS e servem como "peneira", para desafogar os prontos-socorros, dispensando os casos mais simples –tendo função diferente das AMAs 24 horas, que atendem urgência e emergência. O atendimento é voltado à atenção básica, assim como nas Unidades Básicas de Saúde municipais, que fazem consulta com hora marcada. Mesmo nas UBSs a situação não é animadora. A quantidade de consultas em 2014 se manteve praticamente estável -elas variaram de 7,98 milhões para 7,99 milhões. O próprio secretário da Saúde, José de Filippi Júnior, porém, aponta a precariedade. Diz que deveria haver 600 UBSs, mas existem 450. "Só que 200 delas não merecem esse nome. Deveriam se chamar CBS, casinhas básicas de saúde", afirma, referindo-se ao número insuficiente de consultórios e profissionais. RECURSOS Tanto a gestão Haddad como as entidades atribuem a queda de 1,5 milhão de consultas à falta de médicos –um problema histórico. Mas há também um impasse recente entre as partes que pode ter agravado a situação. As organizações sociais se queixam de atrasos e cortes de até 30% de recursos da prefeitura. Dizem que isso teve reflexo na captação de equipes. Já a gestão Haddad alega que isso é motivado pelo não cumprimento de meta das organizações, que deixam de usar parte dos repasses ao não contratar médicos e, por isso, sofrem descontos. A prefeitura diz que, em 2014, mais de R$ 100 milhões não foram gastos por falta de contratação de equipes pelas entidades. Nas eleições municipais, parte do PT defendeu a eliminação dessas parcerias na saúde, alegando que são custosas e com fiscalização frágil. Mas Haddad prometeu mantê-las. Há alguns meses, ele reformulou os contratos com as OSS: antes, previam meta de atendimento, mas não uma equipe mínima; agora, é necessário atender também ao segundo requisito. Essas AMAs deveriam ter equipe médica com dois clínicos, dois pediatras, um cirurgião geral ou ginecologista, enfermeiros e técnicos. Na Castro Alves, pacientes saíam reclamando da falta de médicos na última quarta (6). "Nunca tem médico! Por que uns podem [ter acesso a tratamento de saúde] e outros não?", criticou a dona de casa Silvana Ferreira, 39. | cotidiano | Consultas em unidades de saúde de São Paulo caíram 21% em 2014Saindo do centro de SP, fora do rush, um médico que trabalha na unidade de saúde Castro Alves, em Cidade Tiradentes, dirigirá mais de uma hora para atravessar a zona leste. Passará por favelas, ruas com esgoto a céu aberto e até um pasto com vacas. Ao chegar, não se sentirá seguro: queixas de assaltos ou agressões não são raras. O roteiro ajuda a explicar por que não havia pediatra nesse posto em 91% dos dias do ano passado. Mais do que isso, reflete parte do problema por trás da redução de atendimentos básicos de saúde na cidade no ano passado. O número de consultas nas AMAs 12 horas (unidades que prestam assistência médica ambulatorial, casos menos complexos) caiu 21% em 2014, no segundo ano de mandato de Fernando Haddad (PT) –foram 5,8 milhões, ante 7,3 milhões no ano anterior. A principal explicação da prefeitura e de entidades é a falta de médicos, mas também há questionamentos sobre a redução de verbas. Marca do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) na área da saúde, essas 98 AMAs funcionam das 7h às 19h, de segunda a sábado, e são administradas por convênios ou contratos da prefeitura com as chamadas organizações sociais de saúde (OSS). Elas são uma porta de entrada do SUS e servem como "peneira", para desafogar os prontos-socorros, dispensando os casos mais simples –tendo função diferente das AMAs 24 horas, que atendem urgência e emergência. O atendimento é voltado à atenção básica, assim como nas Unidades Básicas de Saúde municipais, que fazem consulta com hora marcada. Mesmo nas UBSs a situação não é animadora. A quantidade de consultas em 2014 se manteve praticamente estável -elas variaram de 7,98 milhões para 7,99 milhões. O próprio secretário da Saúde, José de Filippi Júnior, porém, aponta a precariedade. Diz que deveria haver 600 UBSs, mas existem 450. "Só que 200 delas não merecem esse nome. Deveriam se chamar CBS, casinhas básicas de saúde", afirma, referindo-se ao número insuficiente de consultórios e profissionais. RECURSOS Tanto a gestão Haddad como as entidades atribuem a queda de 1,5 milhão de consultas à falta de médicos –um problema histórico. Mas há também um impasse recente entre as partes que pode ter agravado a situação. As organizações sociais se queixam de atrasos e cortes de até 30% de recursos da prefeitura. Dizem que isso teve reflexo na captação de equipes. Já a gestão Haddad alega que isso é motivado pelo não cumprimento de meta das organizações, que deixam de usar parte dos repasses ao não contratar médicos e, por isso, sofrem descontos. A prefeitura diz que, em 2014, mais de R$ 100 milhões não foram gastos por falta de contratação de equipes pelas entidades. Nas eleições municipais, parte do PT defendeu a eliminação dessas parcerias na saúde, alegando que são custosas e com fiscalização frágil. Mas Haddad prometeu mantê-las. Há alguns meses, ele reformulou os contratos com as OSS: antes, previam meta de atendimento, mas não uma equipe mínima; agora, é necessário atender também ao segundo requisito. Essas AMAs deveriam ter equipe médica com dois clínicos, dois pediatras, um cirurgião geral ou ginecologista, enfermeiros e técnicos. Na Castro Alves, pacientes saíam reclamando da falta de médicos na última quarta (6). "Nunca tem médico! Por que uns podem [ter acesso a tratamento de saúde] e outros não?", criticou a dona de casa Silvana Ferreira, 39. | 6 |
Cadeias secretas serão alvo de investigação nas Filipinas | Parlamentares e autoridades policiais anunciaram nesta sexta (28) frentes de investigação para apurar se há mais masmorras secretas em distritos nas Filipinas. Na quinta, uma inspeção surpresa da Comissão de Direitos Humanos (CDH) encontrou 13 homens e mulheres presos em uma sala de 5 metros quadrados, sem janelas nem iluminação e escondida atrás de uma estante de madeira, dentro do distrito nº 1 da Polícia Nacional das Filipinas em Manila. As redes de TV do país mostraram o momento em que a cela foi descoberta. Robert Domingo, comandante do distrito em que estava a masmorra, foi afastado, e o chefe da polícia de Manila, Oscar Albayalde, anunciou que ao menos dez integrantes da delegacia serão investigados pela corregedoria. O líder da minoria na Câmara dos Deputados também pediu uma investigação do Congresso sobre a presença de celas clandestinas nos distritos policiais. Segundo a CDH, os detidos encontrados na quinta disseram estar presos há vários dias ou até semanas, à espera de que seus parentes levantassem o dinheiro exigido pelos policiais para libertá-los. As quantias variavam do equivalente a 2 salários mínimos do país a até 12 salários mínimos. Domingo negou a acusação. Afirmou que eles eram suspeitos detidos durante uma operação antidrogas, que aguardavam ali a tramitação dos papéis. Segundo ele, a sala era um depósito de lixo e estava sendo usada porque as cadeias regulares estavam superlotadas. O comandante do distrito não mostrou aos jornalistas, no entanto, nenhum boletim de ocorrência ou queixa contra os 13 homens e mulheres. O chefe da polícia de Manila afirmou que, pelo código penal, detidos devem ser levados às autoridades judiciais em 36 horas no caso de crimes graves (os ligados a entorpecentes estão nessa categoria). Segundo ele, poderia ter havido atraso porque foi decretado feriado de dois dias na cidade, que é sede de reunião da Asean (associação de países do Sudeste Asiático). CELA PROIBIDA De acordo com o presidente da CDH, porém, mesmo uma detenção provisória naquele ambiente é ilegal. A Constituição do país proíbe expressamente solitárias, detenções secretas ou a incomunicabilidade de presos. O presidente Rodrigo Duterte, que foi eleito prometendo "matar 100 mil traficantes" e acabar com o uso de entorpecentes no país, afirmou que pediria um relatório ao diretor-geral da polícia nacional. Desde que Duterte assumiu o governo, em julho de 2016, 65 mil pessoas já foram detidas por suspeita de ligação com drogas. Ao menos 7.000 foram mortos, segundo a polícia nacional, dois terços em casos atribuídos a grupos de extermínio. Na conta de algumas das entidades de direitos humanos, as mortes já chegam a 9.000. GUERRA CONTRA OS POBRES "A descoberta da masmorra é apenas o sinal mais recente de como policiais estão se aproveitando da política antidrogas abusiva do presidente Duterte", declarou à imprensa filipina o diretor-adjunto para a Ásia da Human Rights Watch, Phelim Kine. Em entrevista à Folha em outubro, Kine disse não ter dúvidas de que o governo está por trás dos grupos de extermínio cuja atuação cresceu ostensivamente desde que Duterte tomou posse. "A guerra contra as drogas é, na verdade, uma guerra contra os pobres. Basta olhar o perfil das vítimas. É um uso brutal e abusivo de violência extrajudicial." No dia 18 deste mês, a Reuters publicou uma reportagem na qual dois policiais, sob condição de anonimato, afirmaram receber dinheiro para matar suspeitos e plantar evidências. Nos crimes atribuídos aos esquadrões da morte, as vítimas são muitas vezes enroladas em sacos plásticos e envolvidas em fitas adesivas, que cobrem todo o rosto. Câmeras de segurança de Manila já gravaram cenas em que homens mascarados depositam os cadáveres em ruas da cidade e, ao lado, colocam cartazes acusando os mortos de serem traficantes. O presidente Rodrigo Duterte tem taxas de aprovação de cerca de 80% nas Filipinas, mas sua sangrenta política antidrogas tem recebido críticas internas e externas. Em março, um deputado da oposição protocolou pedido de impeachment, e nesta semana um advogado filipino pediu à Corte Criminal Internacional que condene o presidente por genocidio. Duterte, no entanto, tem maioria absoluta nas duas casas do Congresso. Uma investigação que tentava atribuir a ele responsabilidades por mortes extrajudiciais foi arquivada e sua principal opositora, senadora Leila de Lima, acabou acusada de ligação com o narcotráfico e chegou a ser presa. Em meio ao escândalo da masmorra secreta, uma declaração do diretor do Distrito Central de Polícia de Manila, para onde foram transferidas as 13 pessoas encontradas no 1º distrito, provocou nova polêmica. "A vocês, jornalistas, ofereço uma noite de graça na cadeia, para que possam relatar como é. Para a Comissão de Direitos Humanos, daremos a suíte executiva. Assim vocês entenderão o quão crítica é a situação." BRASILEIROS NA CADEIA No mês passado, a Câmara das Filipinasaprovou a volta da pena de morte no país para crimes relacionados a drogas. O texto, que ainda precisa ser aprovado pelo Senado, estabelece que a pena seja executada por enforcamento, fuzilamento ou pela injeção de veneno, a não ser para condenados com menos de 18 ou mais de 70 anos. Ela deve valer para tráfico, facilitação de consumo e fabricação de drogas ou de componentes usados para fabricá-las. Serão passíveis também de pena de morte pessoas que falharem em prender ou entregar criminosos relacionados a drogas ou que plantarem provas, segundo o projeto. A sentença de morte é opcional -juízes podem se decidir por outras penas, como, por exemplo, prisão perpétua. A posse será punida até com prisão perpétua. Há pelo menos dois brasileiros sendo processados nas Filipinas por envolvimento com drogas. Yasmin Silva, 20, foi detida em outubro no aeroporto de Manila quando tentava entrar no país com cerca de 6 kg de cocaína escondidos em um travesseiro. A Embaixada do Brasil em Manila não informa o nome do outro brasileiro preso -as regras impedem a divulgação de informações pessoais. As penas de prisão para tráfico podem superar 40 anos, em cadeias cuja superlotação foi agravada desde que começou a guerra às drogas. Mesmo que seja aprovada pelo Senado e volte a vigorar, a pena capital não deve atingir quem já está preso. Em tese, a legislação não se aplica a crimes cometidos antes de sua aprovação, a não ser para beneficiar os réus. | mundo | Cadeias secretas serão alvo de investigação nas FilipinasParlamentares e autoridades policiais anunciaram nesta sexta (28) frentes de investigação para apurar se há mais masmorras secretas em distritos nas Filipinas. Na quinta, uma inspeção surpresa da Comissão de Direitos Humanos (CDH) encontrou 13 homens e mulheres presos em uma sala de 5 metros quadrados, sem janelas nem iluminação e escondida atrás de uma estante de madeira, dentro do distrito nº 1 da Polícia Nacional das Filipinas em Manila. As redes de TV do país mostraram o momento em que a cela foi descoberta. Robert Domingo, comandante do distrito em que estava a masmorra, foi afastado, e o chefe da polícia de Manila, Oscar Albayalde, anunciou que ao menos dez integrantes da delegacia serão investigados pela corregedoria. O líder da minoria na Câmara dos Deputados também pediu uma investigação do Congresso sobre a presença de celas clandestinas nos distritos policiais. Segundo a CDH, os detidos encontrados na quinta disseram estar presos há vários dias ou até semanas, à espera de que seus parentes levantassem o dinheiro exigido pelos policiais para libertá-los. As quantias variavam do equivalente a 2 salários mínimos do país a até 12 salários mínimos. Domingo negou a acusação. Afirmou que eles eram suspeitos detidos durante uma operação antidrogas, que aguardavam ali a tramitação dos papéis. Segundo ele, a sala era um depósito de lixo e estava sendo usada porque as cadeias regulares estavam superlotadas. O comandante do distrito não mostrou aos jornalistas, no entanto, nenhum boletim de ocorrência ou queixa contra os 13 homens e mulheres. O chefe da polícia de Manila afirmou que, pelo código penal, detidos devem ser levados às autoridades judiciais em 36 horas no caso de crimes graves (os ligados a entorpecentes estão nessa categoria). Segundo ele, poderia ter havido atraso porque foi decretado feriado de dois dias na cidade, que é sede de reunião da Asean (associação de países do Sudeste Asiático). CELA PROIBIDA De acordo com o presidente da CDH, porém, mesmo uma detenção provisória naquele ambiente é ilegal. A Constituição do país proíbe expressamente solitárias, detenções secretas ou a incomunicabilidade de presos. O presidente Rodrigo Duterte, que foi eleito prometendo "matar 100 mil traficantes" e acabar com o uso de entorpecentes no país, afirmou que pediria um relatório ao diretor-geral da polícia nacional. Desde que Duterte assumiu o governo, em julho de 2016, 65 mil pessoas já foram detidas por suspeita de ligação com drogas. Ao menos 7.000 foram mortos, segundo a polícia nacional, dois terços em casos atribuídos a grupos de extermínio. Na conta de algumas das entidades de direitos humanos, as mortes já chegam a 9.000. GUERRA CONTRA OS POBRES "A descoberta da masmorra é apenas o sinal mais recente de como policiais estão se aproveitando da política antidrogas abusiva do presidente Duterte", declarou à imprensa filipina o diretor-adjunto para a Ásia da Human Rights Watch, Phelim Kine. Em entrevista à Folha em outubro, Kine disse não ter dúvidas de que o governo está por trás dos grupos de extermínio cuja atuação cresceu ostensivamente desde que Duterte tomou posse. "A guerra contra as drogas é, na verdade, uma guerra contra os pobres. Basta olhar o perfil das vítimas. É um uso brutal e abusivo de violência extrajudicial." No dia 18 deste mês, a Reuters publicou uma reportagem na qual dois policiais, sob condição de anonimato, afirmaram receber dinheiro para matar suspeitos e plantar evidências. Nos crimes atribuídos aos esquadrões da morte, as vítimas são muitas vezes enroladas em sacos plásticos e envolvidas em fitas adesivas, que cobrem todo o rosto. Câmeras de segurança de Manila já gravaram cenas em que homens mascarados depositam os cadáveres em ruas da cidade e, ao lado, colocam cartazes acusando os mortos de serem traficantes. O presidente Rodrigo Duterte tem taxas de aprovação de cerca de 80% nas Filipinas, mas sua sangrenta política antidrogas tem recebido críticas internas e externas. Em março, um deputado da oposição protocolou pedido de impeachment, e nesta semana um advogado filipino pediu à Corte Criminal Internacional que condene o presidente por genocidio. Duterte, no entanto, tem maioria absoluta nas duas casas do Congresso. Uma investigação que tentava atribuir a ele responsabilidades por mortes extrajudiciais foi arquivada e sua principal opositora, senadora Leila de Lima, acabou acusada de ligação com o narcotráfico e chegou a ser presa. Em meio ao escândalo da masmorra secreta, uma declaração do diretor do Distrito Central de Polícia de Manila, para onde foram transferidas as 13 pessoas encontradas no 1º distrito, provocou nova polêmica. "A vocês, jornalistas, ofereço uma noite de graça na cadeia, para que possam relatar como é. Para a Comissão de Direitos Humanos, daremos a suíte executiva. Assim vocês entenderão o quão crítica é a situação." BRASILEIROS NA CADEIA No mês passado, a Câmara das Filipinasaprovou a volta da pena de morte no país para crimes relacionados a drogas. O texto, que ainda precisa ser aprovado pelo Senado, estabelece que a pena seja executada por enforcamento, fuzilamento ou pela injeção de veneno, a não ser para condenados com menos de 18 ou mais de 70 anos. Ela deve valer para tráfico, facilitação de consumo e fabricação de drogas ou de componentes usados para fabricá-las. Serão passíveis também de pena de morte pessoas que falharem em prender ou entregar criminosos relacionados a drogas ou que plantarem provas, segundo o projeto. A sentença de morte é opcional -juízes podem se decidir por outras penas, como, por exemplo, prisão perpétua. A posse será punida até com prisão perpétua. Há pelo menos dois brasileiros sendo processados nas Filipinas por envolvimento com drogas. Yasmin Silva, 20, foi detida em outubro no aeroporto de Manila quando tentava entrar no país com cerca de 6 kg de cocaína escondidos em um travesseiro. A Embaixada do Brasil em Manila não informa o nome do outro brasileiro preso -as regras impedem a divulgação de informações pessoais. As penas de prisão para tráfico podem superar 40 anos, em cadeias cuja superlotação foi agravada desde que começou a guerra às drogas. Mesmo que seja aprovada pelo Senado e volte a vigorar, a pena capital não deve atingir quem já está preso. Em tese, a legislação não se aplica a crimes cometidos antes de sua aprovação, a não ser para beneficiar os réus. | 3 |
Petição convoca artistas do Coachella a doarem cachê à causa LGBT | Uma petição nos EUA propõe que os principais artistas da programação do Coachella deste ano doem seus cachês à causa LGBT. O pedido surgiu após notícias de que Philip Anschutz, um dos donos do grupo Anschutz Entertainment (AEG), promotor do festival, teria feito doações a grupos de ódio com iniciativas homofóbicas. Com mais de 8.000 assinaturas até o encerramento desta edição, o documento pede que Beyoncé, Radiohead e Kendrick Lamar doem seus cachês aos grupos de apoio aos direitos LGBT Trevor Project, Trans Lifeline e Human Rights Campaign. De acordo com o site especializado em música Pitchfork, Anschutz teria doado ao menos US$ 190 mil (cerca de R$ 615 mil) a grupos de ódio, por meio de sua fundação, até 2015. Anschutz disse que, ao saber que organizações com as quais havia colaborado haviam apoiado tais causas, interrompeu as doações. | ilustrada | Petição convoca artistas do Coachella a doarem cachê à causa LGBTUma petição nos EUA propõe que os principais artistas da programação do Coachella deste ano doem seus cachês à causa LGBT. O pedido surgiu após notícias de que Philip Anschutz, um dos donos do grupo Anschutz Entertainment (AEG), promotor do festival, teria feito doações a grupos de ódio com iniciativas homofóbicas. Com mais de 8.000 assinaturas até o encerramento desta edição, o documento pede que Beyoncé, Radiohead e Kendrick Lamar doem seus cachês aos grupos de apoio aos direitos LGBT Trevor Project, Trans Lifeline e Human Rights Campaign. De acordo com o site especializado em música Pitchfork, Anschutz teria doado ao menos US$ 190 mil (cerca de R$ 615 mil) a grupos de ódio, por meio de sua fundação, até 2015. Anschutz disse que, ao saber que organizações com as quais havia colaborado haviam apoiado tais causas, interrompeu as doações. | 1 |
Demitido? Como se organizar e evitar que dívidas aumentem durante a crise | Com o aumento da taxa de desemprego, que chegou a 8,6% no trimestre encerrado em julho, e a expectativa de uma recessão prolongada no país, crescem as dúvidas de como se organizar financeiramente após uma demissão. A primeira providência a ser tomada, caso fique sem um emprego fixo, é olhar atentamente as despesas da casa, segundo especialistas em finanças pessoais. O cálculo deve incluir até mesmo os gastos pequenos para chegar a um diagnóstico preciso da situação atual. Após o levantamento, o indicado é limar tudo o que não for essencial, mantendo na lista somente despesas com moradia, saúde, alimentação, transporte e educação. Taxa de desocupação "A estratégia principal é ter clareza do quanto será necessário para assegurar um nível mínimo de bem-estar da família nos meses seguintes", diz Elisson de Andrade, professor de finanças pessoais. No caso das despesas fixas, também é preciso checar se há espaço para economia. Muitas vezes é possível reduzir contas de água, luz e gás. É importante cortar alimentação fora de casa e, no supermercado, avaliar a escolha de marcas mais baratas. Com o valor necessário para manter a casa mensalmente, é a hora de calcular as receitas. Verifique o quanto tem a receber de rescisão do empregador, o saldo que poderá ser sacado do fundo de garantia e se terá direito ao seguro-desemprego. Depois, some os valores a eventuais reservas, como aplicações. A partir daí, calcule quantos meses estarão cobertos com os recursos disponíveis. O ideal é ter uma folga de ao menos seis meses, de acordo com especialistas. Não é indicado deixar o dinheiro parado na conta-corrente, mesmo sabendo que necessitará dele em breve. O melhor é aplicar os recursos para que rendam e não haja perda do poder de compra. A inflação em doze meses até agosto ficou em 9,53%. "As aplicações devem permitir a retirada imediata. Há fundos em que se pode aplicar hoje e retirar até mesmo no dia seguinte. Não se ganha toda a remuneração, mas algo irá render", diz Carlos Barbosa, coordenador do curso de administração da ESPM. Fora do controle SANGUE FRIO Se tiver dívidas, não corra para quitá-las com o dinheiro do fundo de garantia, sob o risco de ficar sem receitas para cobrir gastos à frente. "Desempregado tem de ter dinheiro guardado. Para as despesas, mas eventualmente para investir num curso e retomar a carreira", afirma Reinaldo Domingos, presidente da DSOP, especializada em educação financeira. O ideal é buscar os credores, apresentar a situação e tentar renegociar a dívida. "A pessoa, quando perde o emprego, muitas vezes fica fragilizada e se fecha. Ela precisa fazer essa consulta para ter clareza de todas as possibilidades", diz André Calabro, diretor da Recovery, especializada em recuperação de crédito de inadimplentes. Pesquisa da empresa com 40 mil devedores, de julho a setembro deste ano, indicou que problemas com o emprego já são um dos principais motivos da inadimplência. Dos entrevistados, 42% afirmaram que deixaram de pagar porque ficaram desempregados ou estão com salários atrasados, ante 26% no primeiro semestre. Segundo Calabro, é importante verificar se é possível trocar o financiamento por uma linha com juro menor, caso o orçamento comporte o pagamento das mensalidades. Ou negociar o alongamento da dívida, baixando as parcelas —neste caso, o custo total do empréstimo subirá. - Veja como se organizar financeiramente caso perca o emprego Nada de luxo Faça um pente-fino nos gastos da família e veja quais despesas podem ser cortadas de imediato. Nos gastos fixos, veja onde é possível reduzir o consumo ou trocar marcas por opções mais baratas Direito garantido Veja quanto receberá do empregador, quanto poderá sacar de FGTS e se tem direito ao seguro-desemprego. Some os valores para saber quanto terá nos próximos meses Meses cobertos Considerando as despesas essenciais, calcule quantos meses estão cobertos. O cálculo dará a dimensão do problema. O ideal é ter pelo menos seis meses de despesas garantidas Dinheiro ativo Ao receber os recursos, procure transferi-los para algum tipo de aplicação para que rendam juros. É fundamental, porém, que o investimento permita saques Acordo em vista Se tiver dívidas, tente renegociá-las, trocando por linhas mais baratas ou estendendo o prazo de pagamento. Use o FGTS para quitá-las somente se ainda sobrarem recursos para bancar as despesas básicas Sem deslizes Evite usar o cartão de crédito para não correr o risco de entrar no crédito rotativo. Repense viagens e compras. É importante manter o máximo de reserva financeira possível | mercado | Demitido? Como se organizar e evitar que dívidas aumentem durante a criseCom o aumento da taxa de desemprego, que chegou a 8,6% no trimestre encerrado em julho, e a expectativa de uma recessão prolongada no país, crescem as dúvidas de como se organizar financeiramente após uma demissão. A primeira providência a ser tomada, caso fique sem um emprego fixo, é olhar atentamente as despesas da casa, segundo especialistas em finanças pessoais. O cálculo deve incluir até mesmo os gastos pequenos para chegar a um diagnóstico preciso da situação atual. Após o levantamento, o indicado é limar tudo o que não for essencial, mantendo na lista somente despesas com moradia, saúde, alimentação, transporte e educação. Taxa de desocupação "A estratégia principal é ter clareza do quanto será necessário para assegurar um nível mínimo de bem-estar da família nos meses seguintes", diz Elisson de Andrade, professor de finanças pessoais. No caso das despesas fixas, também é preciso checar se há espaço para economia. Muitas vezes é possível reduzir contas de água, luz e gás. É importante cortar alimentação fora de casa e, no supermercado, avaliar a escolha de marcas mais baratas. Com o valor necessário para manter a casa mensalmente, é a hora de calcular as receitas. Verifique o quanto tem a receber de rescisão do empregador, o saldo que poderá ser sacado do fundo de garantia e se terá direito ao seguro-desemprego. Depois, some os valores a eventuais reservas, como aplicações. A partir daí, calcule quantos meses estarão cobertos com os recursos disponíveis. O ideal é ter uma folga de ao menos seis meses, de acordo com especialistas. Não é indicado deixar o dinheiro parado na conta-corrente, mesmo sabendo que necessitará dele em breve. O melhor é aplicar os recursos para que rendam e não haja perda do poder de compra. A inflação em doze meses até agosto ficou em 9,53%. "As aplicações devem permitir a retirada imediata. Há fundos em que se pode aplicar hoje e retirar até mesmo no dia seguinte. Não se ganha toda a remuneração, mas algo irá render", diz Carlos Barbosa, coordenador do curso de administração da ESPM. Fora do controle SANGUE FRIO Se tiver dívidas, não corra para quitá-las com o dinheiro do fundo de garantia, sob o risco de ficar sem receitas para cobrir gastos à frente. "Desempregado tem de ter dinheiro guardado. Para as despesas, mas eventualmente para investir num curso e retomar a carreira", afirma Reinaldo Domingos, presidente da DSOP, especializada em educação financeira. O ideal é buscar os credores, apresentar a situação e tentar renegociar a dívida. "A pessoa, quando perde o emprego, muitas vezes fica fragilizada e se fecha. Ela precisa fazer essa consulta para ter clareza de todas as possibilidades", diz André Calabro, diretor da Recovery, especializada em recuperação de crédito de inadimplentes. Pesquisa da empresa com 40 mil devedores, de julho a setembro deste ano, indicou que problemas com o emprego já são um dos principais motivos da inadimplência. Dos entrevistados, 42% afirmaram que deixaram de pagar porque ficaram desempregados ou estão com salários atrasados, ante 26% no primeiro semestre. Segundo Calabro, é importante verificar se é possível trocar o financiamento por uma linha com juro menor, caso o orçamento comporte o pagamento das mensalidades. Ou negociar o alongamento da dívida, baixando as parcelas —neste caso, o custo total do empréstimo subirá. - Veja como se organizar financeiramente caso perca o emprego Nada de luxo Faça um pente-fino nos gastos da família e veja quais despesas podem ser cortadas de imediato. Nos gastos fixos, veja onde é possível reduzir o consumo ou trocar marcas por opções mais baratas Direito garantido Veja quanto receberá do empregador, quanto poderá sacar de FGTS e se tem direito ao seguro-desemprego. Some os valores para saber quanto terá nos próximos meses Meses cobertos Considerando as despesas essenciais, calcule quantos meses estão cobertos. O cálculo dará a dimensão do problema. O ideal é ter pelo menos seis meses de despesas garantidas Dinheiro ativo Ao receber os recursos, procure transferi-los para algum tipo de aplicação para que rendam juros. É fundamental, porém, que o investimento permita saques Acordo em vista Se tiver dívidas, tente renegociá-las, trocando por linhas mais baratas ou estendendo o prazo de pagamento. Use o FGTS para quitá-las somente se ainda sobrarem recursos para bancar as despesas básicas Sem deslizes Evite usar o cartão de crédito para não correr o risco de entrar no crédito rotativo. Repense viagens e compras. É importante manter o máximo de reserva financeira possível | 2 |
Anchieta tem operação comboio no sentido litoral | Os motoristas que seguem pela rodovia Anchieta no sentido litoral enfrentam operação comboio devido à neblina que provoca baixa visibilidade, na manhã deste domingo (11). Os comboios começam a partir da praça de pedágio, no km 31, e terminam no final do trecho de serra, no km 44. Segundo a Ecovias, a cada 30 minutos, um grupo de cerca de 500 carros são escoltados por dois veículos da concessionária e pela Polícia Militar Rodoviária. A interligação Planalto está bloqueada devido à neblina, de acordo com a concessionária. As demais rodovias do Sistema Anchieta-Imigrantes têm tráfego normal em ambos os sentidos. O Sistema Anchieta-Imigrantes é formado pelas rodovias Anchieta, dos Imigrantes, Padre Manoel da Nóbrega, dos km 270 ao km 292 (Praia Grande), e Cônego Domênico Rangoni (ex Piaçaguera - Guarujá). | cotidiano | Anchieta tem operação comboio no sentido litoralOs motoristas que seguem pela rodovia Anchieta no sentido litoral enfrentam operação comboio devido à neblina que provoca baixa visibilidade, na manhã deste domingo (11). Os comboios começam a partir da praça de pedágio, no km 31, e terminam no final do trecho de serra, no km 44. Segundo a Ecovias, a cada 30 minutos, um grupo de cerca de 500 carros são escoltados por dois veículos da concessionária e pela Polícia Militar Rodoviária. A interligação Planalto está bloqueada devido à neblina, de acordo com a concessionária. As demais rodovias do Sistema Anchieta-Imigrantes têm tráfego normal em ambos os sentidos. O Sistema Anchieta-Imigrantes é formado pelas rodovias Anchieta, dos Imigrantes, Padre Manoel da Nóbrega, dos km 270 ao km 292 (Praia Grande), e Cônego Domênico Rangoni (ex Piaçaguera - Guarujá). | 6 |
Estados desprezam privacidade de contribuintes | Sabe qual é a importância que os governos dos mais de dez Estados que implantaram programas de "nota fiscal" dão à privacidade dos seus cidadãos? Nenhuma. É o que mostra um interessante estudo feito pelo professor Jorge Machado e o pesquisador Bruno Bioni, ambos da USP, com o título "A proteção dos dados pessoais nos programas de Nota Fiscal". Esses programas foram criados para estimular que consumidores exijam a nota na hora da compra, reduzindo a sonegação. Para isso, devolvem parte do ICMS. Para funcionar, é necessário coletar alguns dados sobre o cidadão, tal como CPF e valor da compra. No entanto, os autores mostram que os Estados vão muito além do que seria necessário para o programa funcionar. Por exemplo, coletam a identificação dos itens adquiridos, quantidade e marca, o local da compra, o nome do estabelecimento, dia e hora exata em que a compra foi feita. Com isso, é possível descobrir informações sensíveis sobre qualquer pessoa. Por exemplo, se costuma comprar fraldas com frequência, é provável que tenha um bebê em casa. E assim por diante. A pergunta é: como esses dados são protegidos? Quem pode ter acesso a eles? A resposta do estudo é desalentadora. Dos 11 Estados pesquisados mais o Distrito Federal, nenhum possui política de proteção à privacidade. Mais do que isso: nenhum informa sequer como os dados são usados, protegidos, analisados. Se há cessão dos dados para terceiros, por quanto tempo são guardados, ou se há possibilidade de pedir que sejam apagados ou retificados. Ou seja, nada, niente, nichts. Diante da inexistência de informações, os pesquisadores enviaram um questionário de 26 perguntas ao Estado de São Paulo, por meio da Lei de Acesso à Informação. Perguntaram, por exemplo, se os dados podem ser cedidos à Receita Federal para identificar sonegadores. Ou, ainda, se podem ser acessados pela polícia, com ou sem ordem judicial. A resposta foi enigmática. Relatou que os dados são acessados por "usuários autorizados", sem dizer quem são. Disse ainda que todos os dados ficam de fato armazenados nos servidores da Secretaria da Fazenda, sem dizer por quanto tempo. Sobre a hipótese de os dados poderem ser cedidos à Receita ou acessados pela polícia, a resposta foi preocupante. Fez referência a lei de 1966, que diz que "o intercâmbio de informação sigilosa será realizado mediante processo regularmente instaurado". Isso dá a entender que um mero processo administrativo permitiria o livre acesso aos dados. Aqui, vale lembrar que a regra derivada da Constituição seria exigir, no mínimo, ou o consentimento do usuário ou uma autorização judicial prévia para o compartilhamento com outras autoridades. A boa notícia é que esse é um problema fácil de ser resolvido. Os Estados precisam adotar uma política de privacidade completa e bem redigida, passando a lidar de forma séria com o tema. Seria um componente importante de um programa que é desejável e bem-sucedido. - JÁ ERA Games só para consoles JÁ É Games para smartphones JÁ VEM Games em HTML5 | colunas | Estados desprezam privacidade de contribuintesSabe qual é a importância que os governos dos mais de dez Estados que implantaram programas de "nota fiscal" dão à privacidade dos seus cidadãos? Nenhuma. É o que mostra um interessante estudo feito pelo professor Jorge Machado e o pesquisador Bruno Bioni, ambos da USP, com o título "A proteção dos dados pessoais nos programas de Nota Fiscal". Esses programas foram criados para estimular que consumidores exijam a nota na hora da compra, reduzindo a sonegação. Para isso, devolvem parte do ICMS. Para funcionar, é necessário coletar alguns dados sobre o cidadão, tal como CPF e valor da compra. No entanto, os autores mostram que os Estados vão muito além do que seria necessário para o programa funcionar. Por exemplo, coletam a identificação dos itens adquiridos, quantidade e marca, o local da compra, o nome do estabelecimento, dia e hora exata em que a compra foi feita. Com isso, é possível descobrir informações sensíveis sobre qualquer pessoa. Por exemplo, se costuma comprar fraldas com frequência, é provável que tenha um bebê em casa. E assim por diante. A pergunta é: como esses dados são protegidos? Quem pode ter acesso a eles? A resposta do estudo é desalentadora. Dos 11 Estados pesquisados mais o Distrito Federal, nenhum possui política de proteção à privacidade. Mais do que isso: nenhum informa sequer como os dados são usados, protegidos, analisados. Se há cessão dos dados para terceiros, por quanto tempo são guardados, ou se há possibilidade de pedir que sejam apagados ou retificados. Ou seja, nada, niente, nichts. Diante da inexistência de informações, os pesquisadores enviaram um questionário de 26 perguntas ao Estado de São Paulo, por meio da Lei de Acesso à Informação. Perguntaram, por exemplo, se os dados podem ser cedidos à Receita Federal para identificar sonegadores. Ou, ainda, se podem ser acessados pela polícia, com ou sem ordem judicial. A resposta foi enigmática. Relatou que os dados são acessados por "usuários autorizados", sem dizer quem são. Disse ainda que todos os dados ficam de fato armazenados nos servidores da Secretaria da Fazenda, sem dizer por quanto tempo. Sobre a hipótese de os dados poderem ser cedidos à Receita ou acessados pela polícia, a resposta foi preocupante. Fez referência a lei de 1966, que diz que "o intercâmbio de informação sigilosa será realizado mediante processo regularmente instaurado". Isso dá a entender que um mero processo administrativo permitiria o livre acesso aos dados. Aqui, vale lembrar que a regra derivada da Constituição seria exigir, no mínimo, ou o consentimento do usuário ou uma autorização judicial prévia para o compartilhamento com outras autoridades. A boa notícia é que esse é um problema fácil de ser resolvido. Os Estados precisam adotar uma política de privacidade completa e bem redigida, passando a lidar de forma séria com o tema. Seria um componente importante de um programa que é desejável e bem-sucedido. - JÁ ERA Games só para consoles JÁ É Games para smartphones JÁ VEM Games em HTML5 | 10 |
Pós-Copa, hotéis demitem, fecham e viram até clínica médica | Em Salvador, 12 hotéis já foram fechados, e 16 mil pessoas, demitidas no setor hoteleiro como um todo. Em Belo Horizonte e em Cuiabá, nem metade dos leitos é ocupada. Após dois anos, o legado da Copa do Mundo na hotelaria é marcado por ociosidade, falências e demissões. Para tentar reduzir o impacto da ociosidade, hotéis têm tentado abrigar eventos, seminários, alugado salões para festas e fomentado restaurantes. Um deles, em Cuiabá, será transformado em clínica médica. Em Manaus, o setor hoteleiro obteve isenção do ICMS de energia elétrica. Prevendo demanda excessiva para o Mundial, capitais elevaram muito a oferta de quartos. Como resultado, a taxa de ocupação sustentável –superior a 60%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis– está longe de ser alcançada. REFLUXO GERAL Há problemas em Belo Horizonte, Cuiabá, Manaus e Recife, mas a situação mais dramática é a de Salvador, que tem mais de 40 mil leitos e taxa de ocupação de 53%. A crise não poupou nem o hotel Pestana Bahia, ícone do setor, que neste ano encerrou uma trajetória de 36 anos. "De legado da Copa, só ficou a Fonte Nova, além de dívidas", diz Glicério Lemos, presidente da associação de hotéis no Estado. Após uma lei que incentivou o surgimento de hotéis, Belo Horizonte também vive superoferta de quartos –de 8.700 para 14 mil–, com taxa de ocupação de 48%. Sem os novos leitos, seria de 77%. A diária média caiu a valores abaixo dos de 2010, diz Patrícia Coutinho, 38, presidente da ABIH-Minas e diretora da associação nacional. Já em Cuiabá, dois hotéis fecharam e outros três devem parar, segundo Bruno Delcaro, novo presidente da associação dos hotéis do Estado. Para a Copa, 5.000 novos quartos surgiram e foram somados aos 7.000 já existentes. São 80 hotéis, dos quais 12 novos para o Mundial. RISCO OLÍMPICO No Rio de Janeiro, a preocupação é com a superoferta após os Jogos Olímpicos, que começam em 5 de agosto. Segundo a RioNegócios, agência municipal de fomento, a capital chegou a 267 hotéis, com 33,4 mil quartos, no mês de maio. Em 2010, eram 19.800. Com albergues, motéis e flats, são 58 mil quartos disponíveis, segundo a associação dos hotéis. Assim como ocorreu na capital mineira, o Rio ofereceu incentivos fiscais ao setor, o que fez o total de quartos deslanchar. "O crescimento foi meteórico. Sobreviver [depois] é lei de mercado", afirmou Alfredo Lopes, presidente da ABIH-RJ. Ele espera que a vinda de grupos estrangeiros, porém, ajude a estabilizar o setor. | mercado | Pós-Copa, hotéis demitem, fecham e viram até clínica médicaEm Salvador, 12 hotéis já foram fechados, e 16 mil pessoas, demitidas no setor hoteleiro como um todo. Em Belo Horizonte e em Cuiabá, nem metade dos leitos é ocupada. Após dois anos, o legado da Copa do Mundo na hotelaria é marcado por ociosidade, falências e demissões. Para tentar reduzir o impacto da ociosidade, hotéis têm tentado abrigar eventos, seminários, alugado salões para festas e fomentado restaurantes. Um deles, em Cuiabá, será transformado em clínica médica. Em Manaus, o setor hoteleiro obteve isenção do ICMS de energia elétrica. Prevendo demanda excessiva para o Mundial, capitais elevaram muito a oferta de quartos. Como resultado, a taxa de ocupação sustentável –superior a 60%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis– está longe de ser alcançada. REFLUXO GERAL Há problemas em Belo Horizonte, Cuiabá, Manaus e Recife, mas a situação mais dramática é a de Salvador, que tem mais de 40 mil leitos e taxa de ocupação de 53%. A crise não poupou nem o hotel Pestana Bahia, ícone do setor, que neste ano encerrou uma trajetória de 36 anos. "De legado da Copa, só ficou a Fonte Nova, além de dívidas", diz Glicério Lemos, presidente da associação de hotéis no Estado. Após uma lei que incentivou o surgimento de hotéis, Belo Horizonte também vive superoferta de quartos –de 8.700 para 14 mil–, com taxa de ocupação de 48%. Sem os novos leitos, seria de 77%. A diária média caiu a valores abaixo dos de 2010, diz Patrícia Coutinho, 38, presidente da ABIH-Minas e diretora da associação nacional. Já em Cuiabá, dois hotéis fecharam e outros três devem parar, segundo Bruno Delcaro, novo presidente da associação dos hotéis do Estado. Para a Copa, 5.000 novos quartos surgiram e foram somados aos 7.000 já existentes. São 80 hotéis, dos quais 12 novos para o Mundial. RISCO OLÍMPICO No Rio de Janeiro, a preocupação é com a superoferta após os Jogos Olímpicos, que começam em 5 de agosto. Segundo a RioNegócios, agência municipal de fomento, a capital chegou a 267 hotéis, com 33,4 mil quartos, no mês de maio. Em 2010, eram 19.800. Com albergues, motéis e flats, são 58 mil quartos disponíveis, segundo a associação dos hotéis. Assim como ocorreu na capital mineira, o Rio ofereceu incentivos fiscais ao setor, o que fez o total de quartos deslanchar. "O crescimento foi meteórico. Sobreviver [depois] é lei de mercado", afirmou Alfredo Lopes, presidente da ABIH-RJ. Ele espera que a vinda de grupos estrangeiros, porém, ajude a estabilizar o setor. | 2 |
Presa no trânsito, São Paulo chega aos 462 anos voltada aos trilhos | A cidade de São Paulo chega aos 462 anos de fundação com as veias entupidas. Suas ruas e avenidas não dão conta de garantir fluidez para todos os veículos, o que torna a mobilidade um drama diário para milhões de pessoas. Mesmo nesse estado crítico, que se arrasta há anos, a frota só cresceu na última década: a de carros, 40%, enquanto a de motos, 107%. Situação que, se agravou o transporte individual, prejudicou ainda mais os usuários de ônibus, meio mais utilizado pelos paulistanos. Segundo pesquisa Datafolha de outubro, 72% dos moradores dizem usar ônibus com frequência, mesmo que combinados com outros modos. Nos últimos dez anos, porém, o número de passageiros das linhas municipais cresceu apenas 10%. MOBILIDADE EM SP - Uso da rede sobre trilhos cresce, mas ônibus é o principal meio de transporte Presos nos congestionamentos, os coletivos fazem viagens demoradas e imprevisíveis, agravando problemas como superlotação e espera nos pontos de parada. Medidas recentes, como as faixas exclusivas implantadas pela gestão Fernando Haddad (PT), trouxeram certo alívio. Mas não causaram grande mudança no quadro. "Estávamos em uma situação de caos. Fizemos um cateterismo, abrimos vias específicas de transporte coletivo", afirma Tadeu Leite, diretor da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). TRILHOS Quem pode, escapa da incerteza do trânsito pelos trilhos dos trens metropolitanos ou pelos túneis do metrô, meios que mais atraíram passageiros na última década. Apesar da expansão tímida da rede e de queda na aprovação dos usuários, o número de passageiros no metrô subiu 69%; nos trens, eles quase dobraram –97%. Para o urbanista Flamínio Fichmann, o aumento foi puxado pela adoção do Bilhete Único pelo Estado em 2006, o que integrou os trilhos aos ônibus da capital –que já usavam o cartão desde 2004. Também teve início a linha 4-amarela do metrô e houve a modernização dos trens metropolitanos, que ficaram mais parecidos com metrô. "Tenho carro, uso ônibus para trabalhar porque é mais fácil e mais barato. Mas eu queria mesmo é que tivesse metrô na cidade toda, usaria todo dia –hoje só uso de vez em quando. Acho muito melhor, mais seguro e mais confiável", diz a analista de qualidade Luana Oliveira, 25. Ela não está sozinha. Um levantamento feito pelo Ibope no ano passado apontou que a ação considerada mais importante pela população para a melhoria da mobilidade é a ampliação da rede de metrô e trens. Na mesma pesquisa, 83% das pessoas que usam carro disseram que o deixariam em casa se houvesse uma boa alternativa de transporte público. TENDÊNCIA Segundo especialistas, para que mais gente deixe o carro em casa nos próximos anos será preciso mais investimentos tanto no sistema de ônibus quanto no sobre trilhos. Para Tadeu Leite, da CET, essa migração já começa a ser sentida, mas vai acontecer de fato quando for concluída a implantação de novos corredores de ônibus e a reorganização das linhas municipais. Essas ações, atrasadas, correm risco de não serem entregues a tempo por Haddad. As obras de expansão da rede metroviária, também atrasadas, devem atrair mais pessoas ao sistema quando forem inauguradas. A Secretaria de Transportes Metropolitanos afirma que o metrô tem quatro obras em execução, nas linhas 5-lilás, 6-laranja, 15-prata e 17-ouro (as duas últimas monotrilhos), além de obras de novas estações em quatro linhas de trens da CPTM. | cotidiano | Presa no trânsito, São Paulo chega aos 462 anos voltada aos trilhosA cidade de São Paulo chega aos 462 anos de fundação com as veias entupidas. Suas ruas e avenidas não dão conta de garantir fluidez para todos os veículos, o que torna a mobilidade um drama diário para milhões de pessoas. Mesmo nesse estado crítico, que se arrasta há anos, a frota só cresceu na última década: a de carros, 40%, enquanto a de motos, 107%. Situação que, se agravou o transporte individual, prejudicou ainda mais os usuários de ônibus, meio mais utilizado pelos paulistanos. Segundo pesquisa Datafolha de outubro, 72% dos moradores dizem usar ônibus com frequência, mesmo que combinados com outros modos. Nos últimos dez anos, porém, o número de passageiros das linhas municipais cresceu apenas 10%. MOBILIDADE EM SP - Uso da rede sobre trilhos cresce, mas ônibus é o principal meio de transporte Presos nos congestionamentos, os coletivos fazem viagens demoradas e imprevisíveis, agravando problemas como superlotação e espera nos pontos de parada. Medidas recentes, como as faixas exclusivas implantadas pela gestão Fernando Haddad (PT), trouxeram certo alívio. Mas não causaram grande mudança no quadro. "Estávamos em uma situação de caos. Fizemos um cateterismo, abrimos vias específicas de transporte coletivo", afirma Tadeu Leite, diretor da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). TRILHOS Quem pode, escapa da incerteza do trânsito pelos trilhos dos trens metropolitanos ou pelos túneis do metrô, meios que mais atraíram passageiros na última década. Apesar da expansão tímida da rede e de queda na aprovação dos usuários, o número de passageiros no metrô subiu 69%; nos trens, eles quase dobraram –97%. Para o urbanista Flamínio Fichmann, o aumento foi puxado pela adoção do Bilhete Único pelo Estado em 2006, o que integrou os trilhos aos ônibus da capital –que já usavam o cartão desde 2004. Também teve início a linha 4-amarela do metrô e houve a modernização dos trens metropolitanos, que ficaram mais parecidos com metrô. "Tenho carro, uso ônibus para trabalhar porque é mais fácil e mais barato. Mas eu queria mesmo é que tivesse metrô na cidade toda, usaria todo dia –hoje só uso de vez em quando. Acho muito melhor, mais seguro e mais confiável", diz a analista de qualidade Luana Oliveira, 25. Ela não está sozinha. Um levantamento feito pelo Ibope no ano passado apontou que a ação considerada mais importante pela população para a melhoria da mobilidade é a ampliação da rede de metrô e trens. Na mesma pesquisa, 83% das pessoas que usam carro disseram que o deixariam em casa se houvesse uma boa alternativa de transporte público. TENDÊNCIA Segundo especialistas, para que mais gente deixe o carro em casa nos próximos anos será preciso mais investimentos tanto no sistema de ônibus quanto no sobre trilhos. Para Tadeu Leite, da CET, essa migração já começa a ser sentida, mas vai acontecer de fato quando for concluída a implantação de novos corredores de ônibus e a reorganização das linhas municipais. Essas ações, atrasadas, correm risco de não serem entregues a tempo por Haddad. As obras de expansão da rede metroviária, também atrasadas, devem atrair mais pessoas ao sistema quando forem inauguradas. A Secretaria de Transportes Metropolitanos afirma que o metrô tem quatro obras em execução, nas linhas 5-lilás, 6-laranja, 15-prata e 17-ouro (as duas últimas monotrilhos), além de obras de novas estações em quatro linhas de trens da CPTM. | 6 |
Fotógrafo registra as 'ilhas encantadas' de Fernando de Noronha e Galápagos | O fotógrafo equatoriano radicado no Brasil Fernando Chiriboga, 38, lançou o livro 'Ilhas Encantadas - Fernando de Noronha e Galápagos' com imagens dos dois lugares (ed. Inti, R$ 120). "Sempre quis unir Equador e Brasil, os países da minha história" conta ele. Nascido em Quito, ele chegou ao Brasil em 1985 com o objetivo de estudar arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal, onde reside até hoje. Apaixonado pela natureza e pelos animais, suas imagens retratam as belezas das ilhas paradisíacas do Brasil e Equador. "Desde criança sinto uma indescritível satisfação quando tenho a oportunidade de estar em contato íntimo com a natureza, com os animais em seu ambiente natural, com as árvores, com as montanhas, com o mar. Isso determinou a minha escolha, a de homenagear os dois países através dos seus famosos arquipélagos, que guardam entre si algumas semelhanças, como a origem vulcânica, a natureza exuberante e o forte sentido da preservação ambiental." Confira as fotos: Veja outras edições do Álbum de Viagem: Índia, por Inácio Rozeira Ilha Formentera, por Cassiana Der Haroutiounian "Chuva fora do lugar", por Davilym Dourado Paraná, por Gabriel Cabral Flórida, por Frâncio de Holanda Salvador, por Moacyr Lopes Junior Uruguai, por Keiny Andrade Nova York, por Danilo Verpa Nordeste, por Araquém Alcântara Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Caça aos rinocerontes, por Érico Hiller Nordeste, por Ricardo Borges Paris, por Antonello Veneri Animais selvagens, por Mario Haberfeld Nova York, por Daniel Marenco Califórnia, por Edilson Dantas Peru, por Fabiano Silva Ilha de Marajó, por Zé Carlos Barretta | turismo | Fotógrafo registra as 'ilhas encantadas' de Fernando de Noronha e GalápagosO fotógrafo equatoriano radicado no Brasil Fernando Chiriboga, 38, lançou o livro 'Ilhas Encantadas - Fernando de Noronha e Galápagos' com imagens dos dois lugares (ed. Inti, R$ 120). "Sempre quis unir Equador e Brasil, os países da minha história" conta ele. Nascido em Quito, ele chegou ao Brasil em 1985 com o objetivo de estudar arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal, onde reside até hoje. Apaixonado pela natureza e pelos animais, suas imagens retratam as belezas das ilhas paradisíacas do Brasil e Equador. "Desde criança sinto uma indescritível satisfação quando tenho a oportunidade de estar em contato íntimo com a natureza, com os animais em seu ambiente natural, com as árvores, com as montanhas, com o mar. Isso determinou a minha escolha, a de homenagear os dois países através dos seus famosos arquipélagos, que guardam entre si algumas semelhanças, como a origem vulcânica, a natureza exuberante e o forte sentido da preservação ambiental." Confira as fotos: Veja outras edições do Álbum de Viagem: Índia, por Inácio Rozeira Ilha Formentera, por Cassiana Der Haroutiounian "Chuva fora do lugar", por Davilym Dourado Paraná, por Gabriel Cabral Flórida, por Frâncio de Holanda Salvador, por Moacyr Lopes Junior Uruguai, por Keiny Andrade Nova York, por Danilo Verpa Nordeste, por Araquém Alcântara Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Caça aos rinocerontes, por Érico Hiller Nordeste, por Ricardo Borges Paris, por Antonello Veneri Animais selvagens, por Mario Haberfeld Nova York, por Daniel Marenco Califórnia, por Edilson Dantas Peru, por Fabiano Silva Ilha de Marajó, por Zé Carlos Barretta | 20 |
Telecom Italia, dona da TIM Brasil, anuncia novo presidente | A Telecom Italia apontou o veterano do setor Flavio Cattaneo como novo presidente-executivo para substituir Marco Patuano, que deixou o cargo a pedido da Vivendi, maior acionista da empresa. Cattaneo herda uma empresa altamente endividada, cujas receitas declinaram gradualmente em meio à competição em seu mercado doméstico e que agora enfrenta dificuldades com uma recessão no Brasil, seu principal mercado estrangeiro. Patuano considerava a brasileira TIM Participações uma área estratégica, enquanto a Vivendi tem pressionado por uma saída do Brasil. | mercado | Telecom Italia, dona da TIM Brasil, anuncia novo presidenteA Telecom Italia apontou o veterano do setor Flavio Cattaneo como novo presidente-executivo para substituir Marco Patuano, que deixou o cargo a pedido da Vivendi, maior acionista da empresa. Cattaneo herda uma empresa altamente endividada, cujas receitas declinaram gradualmente em meio à competição em seu mercado doméstico e que agora enfrenta dificuldades com uma recessão no Brasil, seu principal mercado estrangeiro. Patuano considerava a brasileira TIM Participações uma área estratégica, enquanto a Vivendi tem pressionado por uma saída do Brasil. | 2 |
Decisões profissionais: você confia mais no consenso ou na diversidade? | A ideia de encontrar ponderação no comportamento coletivo pode parecer contraintuitiva, especialmente se considerarmos alguns exemplos cotidianos ou fatos históricos. Uma briga de torcida começa a partir da ignorância coletiva, bem como a falta de bom senso de uma maioria pode ser um elemento perigoso e o ponto chave para o sucesso de um ditador. No entanto, a individualidade das pessoas que compõem uma multidão pode torná-la sábia. Quando as opiniões de cada indivíduo dentro de um grupo não são influenciadas pelos pensamentos dos demais, a tendência é que os palpites dados por cada um para determinado problema tendam para uma solução próxima da mais acertada. Isso é chamado de "sabedoria das multidões", discussão que começou a ser feita pelo jornalista James Surowiecki. Para mostrar sua teoria, ele deu o exemplo de um experimento feito ainda em 1907 por Francis Galton. Em uma fazenda, ele ofereceu um prêmio para quem pudesse acertar o peso de uma vaca, dando palpites aleatórios. Ao final, Galton percebeu que a média dos palpites aleatórios estava mais próxima do peso real da vaca do que a opinião isolada dos participantes. Na sequência dos estudos que avaliam a sabedoria das multidões, pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça (ETH) fizeram um teste similar com um grupo de participantes, oferecendo recompensas para palpites em perguntas aleatórias, como o número de assassinatos na Suíça. Eles puderam comprovar que, quanto mais os participantes tinham informações sobre as opiniões dadas pelos outros, mais distantes as respostas ficavam do palpite correto. O assunto foi alvo de discussão no artigo "Sabedoria das multidões: mitos e realidades", publicado pela BBC. A conclusão tirada no experimento foi de que opiniões compartilhadas tendem mais para o consenso do que para a precisão. Aplique isso a sua vida profissional: em uma reunião de trabalho, você pode ser influenciado pelo parecer de outra pessoa a respeito de determinado problema e ver outros colegas tendendo a fazer a mesma coisa, ainda que inicialmente todos tenham pontos de vista diferentes, mas que não chegaram a ser expostos. O resultado poderia ser melhor se a opinião de cada um fosse levada em consideração e a solução fosse encontrada com base na média das respostas de todos. Esse segundo cenário poderia resultar em uma solução mais precisa, tendo em vista as diversidades que foram consideradas. Em contrapartida, se a maioria converge para a influência de opinião única, maiores as chances de um erro coletivo. Em um olhar mais amplo dentro de uma corporação, uma decisão coletiva enviesada por alguém tem mais chances de resultar em uma negociação ruim para a empresa ou até mesmo a uma crise financeira, do que se a solução fosse tirada da média entre pontos de vista diferentes. Pessoas em cargos de liderança que relutam em considerar posicionamentos diversificados e tendem mais para a busca do consenso deveriam prestar mais atenção a isso. Afinal, a união faz a força, desde que a individualidade seja respeitada. Post escrito em parceria com Karina Alves, editora do site Finanças Femininas | colunas | Decisões profissionais: você confia mais no consenso ou na diversidade?A ideia de encontrar ponderação no comportamento coletivo pode parecer contraintuitiva, especialmente se considerarmos alguns exemplos cotidianos ou fatos históricos. Uma briga de torcida começa a partir da ignorância coletiva, bem como a falta de bom senso de uma maioria pode ser um elemento perigoso e o ponto chave para o sucesso de um ditador. No entanto, a individualidade das pessoas que compõem uma multidão pode torná-la sábia. Quando as opiniões de cada indivíduo dentro de um grupo não são influenciadas pelos pensamentos dos demais, a tendência é que os palpites dados por cada um para determinado problema tendam para uma solução próxima da mais acertada. Isso é chamado de "sabedoria das multidões", discussão que começou a ser feita pelo jornalista James Surowiecki. Para mostrar sua teoria, ele deu o exemplo de um experimento feito ainda em 1907 por Francis Galton. Em uma fazenda, ele ofereceu um prêmio para quem pudesse acertar o peso de uma vaca, dando palpites aleatórios. Ao final, Galton percebeu que a média dos palpites aleatórios estava mais próxima do peso real da vaca do que a opinião isolada dos participantes. Na sequência dos estudos que avaliam a sabedoria das multidões, pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça (ETH) fizeram um teste similar com um grupo de participantes, oferecendo recompensas para palpites em perguntas aleatórias, como o número de assassinatos na Suíça. Eles puderam comprovar que, quanto mais os participantes tinham informações sobre as opiniões dadas pelos outros, mais distantes as respostas ficavam do palpite correto. O assunto foi alvo de discussão no artigo "Sabedoria das multidões: mitos e realidades", publicado pela BBC. A conclusão tirada no experimento foi de que opiniões compartilhadas tendem mais para o consenso do que para a precisão. Aplique isso a sua vida profissional: em uma reunião de trabalho, você pode ser influenciado pelo parecer de outra pessoa a respeito de determinado problema e ver outros colegas tendendo a fazer a mesma coisa, ainda que inicialmente todos tenham pontos de vista diferentes, mas que não chegaram a ser expostos. O resultado poderia ser melhor se a opinião de cada um fosse levada em consideração e a solução fosse encontrada com base na média das respostas de todos. Esse segundo cenário poderia resultar em uma solução mais precisa, tendo em vista as diversidades que foram consideradas. Em contrapartida, se a maioria converge para a influência de opinião única, maiores as chances de um erro coletivo. Em um olhar mais amplo dentro de uma corporação, uma decisão coletiva enviesada por alguém tem mais chances de resultar em uma negociação ruim para a empresa ou até mesmo a uma crise financeira, do que se a solução fosse tirada da média entre pontos de vista diferentes. Pessoas em cargos de liderança que relutam em considerar posicionamentos diversificados e tendem mais para a busca do consenso deveriam prestar mais atenção a isso. Afinal, a união faz a força, desde que a individualidade seja respeitada. Post escrito em parceria com Karina Alves, editora do site Finanças Femininas | 10 |
Destaque da Chapecoense, Danilo, 31, morreu no auge de sua carreira | O goleiro Danilo, 31, morreu seis dias após ser o principal responsável pela classificação da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana. Ele se tornou o herói do jogo contra o San Lorenzo, realizado na quarta (23), quando defendeu com o pé direito um chute à queima-roupa nos acréscimos do segundo tempo. Antes, o goleiro também foi o principal personagem do time nas quartas de final do torneio. Há dois meses, defendeu quatro das oito cobranças de pênaltis e viu a Chapecoense bater o Indepediente por 5 a 4, após empate no tempo normal por 0 a 0. Danilo Padilha, o camisa 1 do time de Chapecó, foi um dos 19 jogadores mortos no acidente aéreo, na madrugada de terça (29), na região de Medellín, onde o clube faria o primeiro jogo da decisão da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional. A morte do jogador demorou para ser confirmada e deixou a família do atleta angustiada. De acordo com a irmã de Danilo, Danielle Padilha, 27, a família foi avisada da queda do avião por vizinhos por volta das 4h da madrugada de terça. Quatro horas depois, eles viram pela televisão que o goleiro havia morrido. Pouco depois, um primo deles recebeu um áudio de um médico colombiano pelo Whatsapp afirmando que o goleiro havia sido transferido consciente para um hospital de maior parte. Por volta das 15h, porém, a família recebeu o telefonema de um médico do hospital em que Danilo era atendido, confirmando a morte do atleta. Segundo Danielle, o médico afirmou que seu irmão passou por uma cirurgia mas sofreu uma parada cardíaca e não resistiu. Até o final da noite de terça, a família não tinha informações mais detalhadas do que ocorreu com o goleiro da Chapecoense. Danilo começou a carreira na base do Cianorte, clube de sua cidade natal, a cerca de 500 quilômetros de Curitiba. Promovido ao elenco principal do time em 2005, no ano seguinte, ele virou titular. A trajetória, porém, até chegar à Chapecoense foi demorada -passou por clubes de pouca expressão, como Engenheiro Beltrão, Nacional-PR, Paranavaí, Operário, Arapongas e Londrina. Danilo foi contratado pelo clube catarinense há três anos, quando a equipe ainda disputava a Série B. O goleiro chegou como uma aposta para ser o substituto de Nivaldo, 42, que está no clube desde 2006 e participou das principais conquistas da equipe: três acessos em cinco anos. Em 2014, aos 28 anos, Danilo atuou pela primeira vez na Série A. O bom desempenho chamou atenção de clubes maiores, acabou quase contratado pelo Corinthians. A negociação, no entanto, não foi concretizada por desentendimentos entre os cartolas corintianos. "O Danilo chegou ao auge da carreira nesta temporada. Ele não era alto para a posição [1,85 m], mas se posicionava muito bem e tinha muita técnica para jogar com os pés, o que hoje é um diferencial para um goleiro. Tenho certeza que isso é fruto de muito treinamento, o que o Danilo gostava demais", diz Adir Kist, 44, gerente de futebol do Cianorte. Ele era amigo particular do camisa 1 da Chapecoense. Os dois se conheceram em 2004, quando Kist foi contratado pelo clube paranaense para ser o goleiro titular da equipe. Danilo era o segundo reserva do time. Na época, o Cianorte era dirigido por Caio Júnior, técnico da Chapecoense que também morreu no acidente. Kist diz que conversou pela última vez com Danilo no domingo (27), após a derrota do Chapecoense para o Palmeiras por 1 a 0. "Conversamos apenas sobre a decisão. Eu sempre tinha a preocupação de falar para ele fazer o simples porque o excesso de confiança pode atrapalhar o goleiro. Ele, como era uma pessoa simples, escutava sempre os conselhos", afirma Kist. Veja Acidente em voo da Chapecoense | esporte | Destaque da Chapecoense, Danilo, 31, morreu no auge de sua carreiraO goleiro Danilo, 31, morreu seis dias após ser o principal responsável pela classificação da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana. Ele se tornou o herói do jogo contra o San Lorenzo, realizado na quarta (23), quando defendeu com o pé direito um chute à queima-roupa nos acréscimos do segundo tempo. Antes, o goleiro também foi o principal personagem do time nas quartas de final do torneio. Há dois meses, defendeu quatro das oito cobranças de pênaltis e viu a Chapecoense bater o Indepediente por 5 a 4, após empate no tempo normal por 0 a 0. Danilo Padilha, o camisa 1 do time de Chapecó, foi um dos 19 jogadores mortos no acidente aéreo, na madrugada de terça (29), na região de Medellín, onde o clube faria o primeiro jogo da decisão da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional. A morte do jogador demorou para ser confirmada e deixou a família do atleta angustiada. De acordo com a irmã de Danilo, Danielle Padilha, 27, a família foi avisada da queda do avião por vizinhos por volta das 4h da madrugada de terça. Quatro horas depois, eles viram pela televisão que o goleiro havia morrido. Pouco depois, um primo deles recebeu um áudio de um médico colombiano pelo Whatsapp afirmando que o goleiro havia sido transferido consciente para um hospital de maior parte. Por volta das 15h, porém, a família recebeu o telefonema de um médico do hospital em que Danilo era atendido, confirmando a morte do atleta. Segundo Danielle, o médico afirmou que seu irmão passou por uma cirurgia mas sofreu uma parada cardíaca e não resistiu. Até o final da noite de terça, a família não tinha informações mais detalhadas do que ocorreu com o goleiro da Chapecoense. Danilo começou a carreira na base do Cianorte, clube de sua cidade natal, a cerca de 500 quilômetros de Curitiba. Promovido ao elenco principal do time em 2005, no ano seguinte, ele virou titular. A trajetória, porém, até chegar à Chapecoense foi demorada -passou por clubes de pouca expressão, como Engenheiro Beltrão, Nacional-PR, Paranavaí, Operário, Arapongas e Londrina. Danilo foi contratado pelo clube catarinense há três anos, quando a equipe ainda disputava a Série B. O goleiro chegou como uma aposta para ser o substituto de Nivaldo, 42, que está no clube desde 2006 e participou das principais conquistas da equipe: três acessos em cinco anos. Em 2014, aos 28 anos, Danilo atuou pela primeira vez na Série A. O bom desempenho chamou atenção de clubes maiores, acabou quase contratado pelo Corinthians. A negociação, no entanto, não foi concretizada por desentendimentos entre os cartolas corintianos. "O Danilo chegou ao auge da carreira nesta temporada. Ele não era alto para a posição [1,85 m], mas se posicionava muito bem e tinha muita técnica para jogar com os pés, o que hoje é um diferencial para um goleiro. Tenho certeza que isso é fruto de muito treinamento, o que o Danilo gostava demais", diz Adir Kist, 44, gerente de futebol do Cianorte. Ele era amigo particular do camisa 1 da Chapecoense. Os dois se conheceram em 2004, quando Kist foi contratado pelo clube paranaense para ser o goleiro titular da equipe. Danilo era o segundo reserva do time. Na época, o Cianorte era dirigido por Caio Júnior, técnico da Chapecoense que também morreu no acidente. Kist diz que conversou pela última vez com Danilo no domingo (27), após a derrota do Chapecoense para o Palmeiras por 1 a 0. "Conversamos apenas sobre a decisão. Eu sempre tinha a preocupação de falar para ele fazer o simples porque o excesso de confiança pode atrapalhar o goleiro. Ele, como era uma pessoa simples, escutava sempre os conselhos", afirma Kist. Veja Acidente em voo da Chapecoense | 4 |
Ex-deputado chileno vê 'profunda irresponsabilidade' na direita do país | O cineasta e ex-deputado chileno Marco Enríquez-Ominami, 42, já disputou duas vezes uma corrida presidencial, em 2009 e em 2013. Apresenta-se como um dos principais líderes da oposição e pretende voltar a concorrer pelo cargo nas eleições de 2017. Leia abaixo trechos da entrevista que concedeu à Folha, em que fala sobre a baixa aprovação ao governo da presidente do país, Michelle Bachelet, e dos representantes da direita chilena, onde, para ele, a maioria é "profundamente irresponsável". * Folha - Por que caiu tanto a aprovação de Michelle Bachelet? Marco Enríquez-Ominami - É uma mescla de fatores. Em parte, temos um problema de modelo de desenvolvimento. Esgotou-se um bom momento de altos preços das matérias primas. O cobre chileno chegou a representar 25% do orçamento fiscal, até há pouco tempo. Hoje é apenas 1%. Essa desaceleração começou no último governo, de Sebastián Piñera (2010-14). Por outro lado, a presidente abraçou bandeiras corretas, mas as reformas que seus ministros desenharam foram improvisadas e mal conduzidas. Portanto há dois fatores, a economia e uma má condução de seus ministros. Quais as principais críticas que você faz às reformas, trabalhista e educacional, encaminhadas por Bachelet? Na educação, creio que o problema educacional derruba popularidade de Bachelet no Chile de fundo é que os ministros se apressaram e propuseram dar acesso gratuito aos chilenos, sem entender que a educação deve ser um direito e que essa meta requeria reformas prévias no sistema de pré-escola e escola. Por outro lado, creio que não poderão cumprir a promessa eleitoral com relação à reforma tributária. Está mal orientada, mal conduzida e não financiada. Com respeito à nova legislação trabalhista, a presidente abraça uma bandeira correta, é um esforço importante de Bachelet. Mas não trata, talvez, de um problema essencial, a negociação por área, que é essencial para os trabalhadores chilenos. A crise econômica e política no Brasil e a tensão eleitoral na Argentina impactam a política e a economia chilenas? Como? Impactam muito. A economia chilena tem como principal sócio para as exportações a China, mas para os capitais privados, o Brasil é um enorme sócio. Portanto a desaceleração brasileira é um verdadeiro problema para a economia chilena. Mas nosso debate político não leva em conta que deveríamos nos preocupar com o Brasil. E creio que é necessário debatermos os desafios dos brasileiros. Mas o Chile tem governado com uma máxima diplomática: melhor ser bom aluno que melhor companheiro. O Chile está preparado para enfrentar essa crise econômica mundial? As medidas desse governo na área são eficientes? Creio que Bachelet, com boas intenções para mudar o Chile, não tratou de forma suficiente o crescimento econômico. Creio que ficou devendo, deveria ter trabalhado para criar um clima de confiança. A economia precisa de um Estado protetor e de uma classe política que promova a mudança protegendo a classe média e a classe mais humilde diante da desaceleração econômica. Como se posiciona a oposição para a sucessão de Bachelet? Vê uma disputa mais polarizada? Você será candidato? Creio que a maioria dos representantes da direita chilena seja profundamente irresponsável. Exagera quando diz que o Chile está afundando. Sim, o país está bloqueado, por razões internas e externas, como as desacelerações chinesa e brasileira, e pelos altos preços da energia. Mas também por motivos estruturais e conjunturais. Estruturais por seu modelo de desenvolvimento, rentista e de hiperdependência energética. Conjunturais pelo clima de desconfiança entre forças políticas e agentes econômicos. Competirei em 2017 para desbloquear o Chile com ao menos quatro propostas: uma nova Constituição para uma institucionalidade que garanta o direito de propriedade e permita o crescimento para todos. Um plano energético concreto. Um plano de infraestrutura que faça do Chile um país desenvolvido. E a construção de uma sociedade de direitos garantidos. | mundo | Ex-deputado chileno vê 'profunda irresponsabilidade' na direita do paísO cineasta e ex-deputado chileno Marco Enríquez-Ominami, 42, já disputou duas vezes uma corrida presidencial, em 2009 e em 2013. Apresenta-se como um dos principais líderes da oposição e pretende voltar a concorrer pelo cargo nas eleições de 2017. Leia abaixo trechos da entrevista que concedeu à Folha, em que fala sobre a baixa aprovação ao governo da presidente do país, Michelle Bachelet, e dos representantes da direita chilena, onde, para ele, a maioria é "profundamente irresponsável". * Folha - Por que caiu tanto a aprovação de Michelle Bachelet? Marco Enríquez-Ominami - É uma mescla de fatores. Em parte, temos um problema de modelo de desenvolvimento. Esgotou-se um bom momento de altos preços das matérias primas. O cobre chileno chegou a representar 25% do orçamento fiscal, até há pouco tempo. Hoje é apenas 1%. Essa desaceleração começou no último governo, de Sebastián Piñera (2010-14). Por outro lado, a presidente abraçou bandeiras corretas, mas as reformas que seus ministros desenharam foram improvisadas e mal conduzidas. Portanto há dois fatores, a economia e uma má condução de seus ministros. Quais as principais críticas que você faz às reformas, trabalhista e educacional, encaminhadas por Bachelet? Na educação, creio que o problema educacional derruba popularidade de Bachelet no Chile de fundo é que os ministros se apressaram e propuseram dar acesso gratuito aos chilenos, sem entender que a educação deve ser um direito e que essa meta requeria reformas prévias no sistema de pré-escola e escola. Por outro lado, creio que não poderão cumprir a promessa eleitoral com relação à reforma tributária. Está mal orientada, mal conduzida e não financiada. Com respeito à nova legislação trabalhista, a presidente abraça uma bandeira correta, é um esforço importante de Bachelet. Mas não trata, talvez, de um problema essencial, a negociação por área, que é essencial para os trabalhadores chilenos. A crise econômica e política no Brasil e a tensão eleitoral na Argentina impactam a política e a economia chilenas? Como? Impactam muito. A economia chilena tem como principal sócio para as exportações a China, mas para os capitais privados, o Brasil é um enorme sócio. Portanto a desaceleração brasileira é um verdadeiro problema para a economia chilena. Mas nosso debate político não leva em conta que deveríamos nos preocupar com o Brasil. E creio que é necessário debatermos os desafios dos brasileiros. Mas o Chile tem governado com uma máxima diplomática: melhor ser bom aluno que melhor companheiro. O Chile está preparado para enfrentar essa crise econômica mundial? As medidas desse governo na área são eficientes? Creio que Bachelet, com boas intenções para mudar o Chile, não tratou de forma suficiente o crescimento econômico. Creio que ficou devendo, deveria ter trabalhado para criar um clima de confiança. A economia precisa de um Estado protetor e de uma classe política que promova a mudança protegendo a classe média e a classe mais humilde diante da desaceleração econômica. Como se posiciona a oposição para a sucessão de Bachelet? Vê uma disputa mais polarizada? Você será candidato? Creio que a maioria dos representantes da direita chilena seja profundamente irresponsável. Exagera quando diz que o Chile está afundando. Sim, o país está bloqueado, por razões internas e externas, como as desacelerações chinesa e brasileira, e pelos altos preços da energia. Mas também por motivos estruturais e conjunturais. Estruturais por seu modelo de desenvolvimento, rentista e de hiperdependência energética. Conjunturais pelo clima de desconfiança entre forças políticas e agentes econômicos. Competirei em 2017 para desbloquear o Chile com ao menos quatro propostas: uma nova Constituição para uma institucionalidade que garanta o direito de propriedade e permita o crescimento para todos. Um plano energético concreto. Um plano de infraestrutura que faça do Chile um país desenvolvido. E a construção de uma sociedade de direitos garantidos. | 3 |
La mitad de los brasileños está en contra de los Juegos Olímpicos de Río, según Datafolha
| PAULO ROBERTO CONDE ENVIADO ESPECIAL A RÍO Cuando faltan poco más de dos semanas para la apertura de los Juegos Olímpicos, el próximo 5 de agosto, el 50% de los brasileños está en contra de la realización del evento deportivo, reveló una encuesta de Datafolha. De acuerdo con la encuesta realizada entre los días 14 y 15 de julio, el porcentaje de personas que desaprueba la realización del evento se duplicó, cuando se comparan los últimos números con los de un sondeo anterior realizado en junio de 2013. En esa época, un 25% de los brasileños estaba en contra de los Juegos Olímpicos de Río. Hace tres años, un 64% estaba a favor de los Juegos Olímpicos. Ahora, el número retrocedió al 40%. Del resto, un 9% de los consultados dijo ser indiferente y un 2% prefirió no responder. Datafolha apuntó también que un 63% cree que el evento traerá más perjuicios que beneficios para los brasileños en general. Era un 38% en la encuesta de 2013. La evaluación es menos negativa entre los habitantes de la ciudad de Río. De acuerdo con el 47% de los cariocas, los Juegos traerán más perjuicios que beneficios. Un 45% hizo una evaluación contraria. De acuerdo con datos oficiales, el costo total del evento ya superó los R$ 39.000 millones (US$ 11.900 millones), divididos entre inversiones públicas y privadas. En la encuesta de Datafolha de 2013, un 35% dijo estar muy interesado en el evento. Ahora el índice cayó al 16%. El número de los que afirmó no tener ningún tipo de interés saltó del 28% al 51%. El porcentaje de los poco interesados por los Juegos Olímpicos retrocedió del 37% al 33%. Traducido por NATALIA FABENI Lea el artículo original +Últimas noticias en español *Los Juegos Olímpicos no salvarán a los trabajadores brasileños de la recesión *Juegos Olímpicos: La limitación del espacio aéreo comienza el 24 de julio *Galeão, puerta de entrada de los Juegos Olímpicos de Río, es considerado uno de los peores aeropuertos de Brasil | esporte |
La mitad de los brasileños está en contra de los Juegos Olímpicos de Río, según Datafolha
PAULO ROBERTO CONDE ENVIADO ESPECIAL A RÍO Cuando faltan poco más de dos semanas para la apertura de los Juegos Olímpicos, el próximo 5 de agosto, el 50% de los brasileños está en contra de la realización del evento deportivo, reveló una encuesta de Datafolha. De acuerdo con la encuesta realizada entre los días 14 y 15 de julio, el porcentaje de personas que desaprueba la realización del evento se duplicó, cuando se comparan los últimos números con los de un sondeo anterior realizado en junio de 2013. En esa época, un 25% de los brasileños estaba en contra de los Juegos Olímpicos de Río. Hace tres años, un 64% estaba a favor de los Juegos Olímpicos. Ahora, el número retrocedió al 40%. Del resto, un 9% de los consultados dijo ser indiferente y un 2% prefirió no responder. Datafolha apuntó también que un 63% cree que el evento traerá más perjuicios que beneficios para los brasileños en general. Era un 38% en la encuesta de 2013. La evaluación es menos negativa entre los habitantes de la ciudad de Río. De acuerdo con el 47% de los cariocas, los Juegos traerán más perjuicios que beneficios. Un 45% hizo una evaluación contraria. De acuerdo con datos oficiales, el costo total del evento ya superó los R$ 39.000 millones (US$ 11.900 millones), divididos entre inversiones públicas y privadas. En la encuesta de Datafolha de 2013, un 35% dijo estar muy interesado en el evento. Ahora el índice cayó al 16%. El número de los que afirmó no tener ningún tipo de interés saltó del 28% al 51%. El porcentaje de los poco interesados por los Juegos Olímpicos retrocedió del 37% al 33%. Traducido por NATALIA FABENI Lea el artículo original +Últimas noticias en español *Los Juegos Olímpicos no salvarán a los trabajadores brasileños de la recesión *Juegos Olímpicos: La limitación del espacio aéreo comienza el 24 de julio *Galeão, puerta de entrada de los Juegos Olímpicos de Río, es considerado uno de los peores aeropuertos de Brasil | 4 |
Conta pode ser indicada para várias restituições do IR | Quando duas ou mais pessoas têm conta-corrente (ou de poupança) conjunta, ela pode ser indicada para o recebimento de restituições do IR tanto do primeiro titular como dos demais. Essa possibilidade facilita a vida dos contribuintes, especialmente de casais e pessoas da mesma família (pai e filhos, por exemplo), na hora de receber as restituições. Mas a Receita não credita restituições em conta de terceiros, mesmo que sejam marido e mulher ou pais e filhos. Se desejar, o contribuinte pode alterar a conta indicada para a restituição. Nesse caso, é preciso enviar a declaração retificadora antes da inclusão do contribuinte em um dos lotes de restituição. Neste ano, o primeiro lote será pago em 15 de junho. | mercado | Conta pode ser indicada para várias restituições do IRQuando duas ou mais pessoas têm conta-corrente (ou de poupança) conjunta, ela pode ser indicada para o recebimento de restituições do IR tanto do primeiro titular como dos demais. Essa possibilidade facilita a vida dos contribuintes, especialmente de casais e pessoas da mesma família (pai e filhos, por exemplo), na hora de receber as restituições. Mas a Receita não credita restituições em conta de terceiros, mesmo que sejam marido e mulher ou pais e filhos. Se desejar, o contribuinte pode alterar a conta indicada para a restituição. Nesse caso, é preciso enviar a declaração retificadora antes da inclusão do contribuinte em um dos lotes de restituição. Neste ano, o primeiro lote será pago em 15 de junho. | 2 |
Eleição 2017: mais nomes que programas | POLÍTICA POLITIQUEIRA é discussão de quem vai mandar e quem vai levar o quê. Mas governo não se faz assim, apenas. Nestes dias de transição transada no caos, ainda sabe-se mais das discussões do arranjo do governo pós-Temer do que dos meios de evitar bagunça econômica que tende a complicar o mandato do presidente de 2019. Nesta quinta (25), os tucanos maiores discutiram em São Paulo nomes para a chapa das indiretas e conversavam com donos do dinheiro. O tucanato paulista não quer que o presidente indireto dispute as diretas de 2018. Até agora, conversa-se quase nada a respeito de como evitar o esboroamento da economia. Saiu-se, por exemplo, com a ideia de lançar o senador Tasso Jereissati para presidente, com o homem dos Três Poderes, Nelson Jobim, como vice ou, mais provável, ministro da Justiça. Jobim foi ministro do STF, deputado e ministro de Lula e FHC. Conversa bem com a elite econômica, com dissidências do PMDB e com o PT. Muita gente no Congresso, graúda e miúda, vê Jobim como um possível negociador de um acordão que separe os políticos entre podres e recuperáveis, o grande articulador de um arranjo qualquer de anistia, como aquele que alivia a pena para "mero" caixa dois. Não quer dizer que ele seja assim. Mas parte do eleitorado das indiretas o vê dessa maneira. Sabe-se algo sobre como vai ficar a administração da economia? Henrique Meirelles poderia ficar no cargo, em vez do por ora rumor Armínio Fraga, dizem. Mas o buraco é mais em baixo; os tucanos sabem disso. Há duas questões essenciais nessa transição transada bananeira. Primeiro, como fica a reforma previdenciária e a contenção geral de deficit e dívida. Segundo, o presidenciável das indiretas terá de discutir algum jeitinho para aliviar o futuro penal do núcleo do governo Temer e um jeitão de atenuar as penas dos pendurados na Lava Jato. É quase um quinto do Congresso, fora os que ainda vão rodar; é esse o eleitorado que vai escolher o próximo presidente. Sem reforma da Previdência, as contas de cobrir o deficit e rolar a dívida do governo vão ficar mais caras. Não arrebenta necessariamente uma recuperação econômica miúda no ano que vem, por exemplo. Mas, sem reforma agora, se coloca na sala da campanha de 2018 ou do governo de 2019 uma manada de rinocerontes. Primeiro, o país iria para a campanha em crise social feia, com baixo crescimento, depois de quatro anos de recuo do PIB per capita. Segundo, o governo estará em uma pindaíba letal. Será preciso aprovar um pacotão de impostos E reforma previdenciária. Será preciso amargar a pílula. Caso proponha reformas na campanha eleitoral, o candidato a presidente terá chances reduzidas de vencer. Caso aceite reformas, mas escamoteie o assunto, haverá estelionato eleitoral em 2019, como em 2015, com os efeitos conhecidos, mais ou menos piores. Caso se eleja um candidato contrário a mudanças, vamos pelo menos para uma longa estagnação econômica. Quede o programa para a eleição 2017? Ah, convém não esquecer: é preciso que Temer caia. As articulações para cassar a chapa Dilma-Temer 2014 no TSE mal começaram. Depois, é preciso que o Supremo seja convencido, digamos, a derrubar os recursos de Temer. | colunas | Eleição 2017: mais nomes que programasPOLÍTICA POLITIQUEIRA é discussão de quem vai mandar e quem vai levar o quê. Mas governo não se faz assim, apenas. Nestes dias de transição transada no caos, ainda sabe-se mais das discussões do arranjo do governo pós-Temer do que dos meios de evitar bagunça econômica que tende a complicar o mandato do presidente de 2019. Nesta quinta (25), os tucanos maiores discutiram em São Paulo nomes para a chapa das indiretas e conversavam com donos do dinheiro. O tucanato paulista não quer que o presidente indireto dispute as diretas de 2018. Até agora, conversa-se quase nada a respeito de como evitar o esboroamento da economia. Saiu-se, por exemplo, com a ideia de lançar o senador Tasso Jereissati para presidente, com o homem dos Três Poderes, Nelson Jobim, como vice ou, mais provável, ministro da Justiça. Jobim foi ministro do STF, deputado e ministro de Lula e FHC. Conversa bem com a elite econômica, com dissidências do PMDB e com o PT. Muita gente no Congresso, graúda e miúda, vê Jobim como um possível negociador de um acordão que separe os políticos entre podres e recuperáveis, o grande articulador de um arranjo qualquer de anistia, como aquele que alivia a pena para "mero" caixa dois. Não quer dizer que ele seja assim. Mas parte do eleitorado das indiretas o vê dessa maneira. Sabe-se algo sobre como vai ficar a administração da economia? Henrique Meirelles poderia ficar no cargo, em vez do por ora rumor Armínio Fraga, dizem. Mas o buraco é mais em baixo; os tucanos sabem disso. Há duas questões essenciais nessa transição transada bananeira. Primeiro, como fica a reforma previdenciária e a contenção geral de deficit e dívida. Segundo, o presidenciável das indiretas terá de discutir algum jeitinho para aliviar o futuro penal do núcleo do governo Temer e um jeitão de atenuar as penas dos pendurados na Lava Jato. É quase um quinto do Congresso, fora os que ainda vão rodar; é esse o eleitorado que vai escolher o próximo presidente. Sem reforma da Previdência, as contas de cobrir o deficit e rolar a dívida do governo vão ficar mais caras. Não arrebenta necessariamente uma recuperação econômica miúda no ano que vem, por exemplo. Mas, sem reforma agora, se coloca na sala da campanha de 2018 ou do governo de 2019 uma manada de rinocerontes. Primeiro, o país iria para a campanha em crise social feia, com baixo crescimento, depois de quatro anos de recuo do PIB per capita. Segundo, o governo estará em uma pindaíba letal. Será preciso aprovar um pacotão de impostos E reforma previdenciária. Será preciso amargar a pílula. Caso proponha reformas na campanha eleitoral, o candidato a presidente terá chances reduzidas de vencer. Caso aceite reformas, mas escamoteie o assunto, haverá estelionato eleitoral em 2019, como em 2015, com os efeitos conhecidos, mais ou menos piores. Caso se eleja um candidato contrário a mudanças, vamos pelo menos para uma longa estagnação econômica. Quede o programa para a eleição 2017? Ah, convém não esquecer: é preciso que Temer caia. As articulações para cassar a chapa Dilma-Temer 2014 no TSE mal começaram. Depois, é preciso que o Supremo seja convencido, digamos, a derrubar os recursos de Temer. | 10 |
Mulher de Gilmar Mendes diz que "escândalo das flores" é "associação de fatos ridículos" | Guiomar Mendes, mulher do ministro Gilmar Mendes, enviou nesta quarta (30) à coluna e a outras pessoas conhecidas uma mensagem protestando contra a iniciativa da Procuradoria da República do Rio de pedir o impedimento do magistrado em processos de Jacob Barata, o "rei do ônibus". Os procuradores alegam, entre outras coisas, que o envio de flores à casa do casal mostra proximidade entre eles. "Estou em Bucareste e, em razão do fuso horário e da dificuldade de acessar a internet, fiquei sabendo agora de umas flores supostamente enviadas por Jacob Barata à minha casa. Num primeiro momento, turbinam o fato de que meu nome consta em agenda de Barata. Agora o escândalo das flores!!!! É uma grande associação de fatos ridículos e que não provam nada", diz ela. No texto, enviado por WhatsApp, ela afirma ainda: "Esses são os fortes fundamentos para a arguição da suspeição do Gilmar? Suspeição arguida, diga-se, porque deferido o habeas corpus. Volto a dizer: tivesse sido indeferido, não se falaria em suspeição. A mulher do magistrado diz ainda: "Voltemos a falar das flores. Não lembro de tê-las recebido, como também é impossível recordar quantas flores já nos foram enviadas com o objetivo de nos cumprimentar, principalmente ao Gilmar, em razão de uma posse, de um evento, ou de homenagem, ou de uma palestra ou entrevista, sei lá. Já vivi momentos de graves crises nessa Brasília! Mas esse, sem dúvida, é o mais ridículo por que já passei". Ela diz ainda que o casal não tem amizade íntima com Barata. "Se os procuradores encontrassem o cartão do Barata ou dos Baratas, ou um cartão meu agradecendo as flores, me prestariam uma grande ajuda e eu teria condições de esclarecer a que propósito essas flores nos foram enviadas. Daí, quem sabe, não seria evidenciada essa intimidade que eles tanto querem estabelecer? Disse e repito: não temos e nunca tivemos proximidade com Jacob Barata. Ponto", finaliza. O sobrinho dela foi casado com a filha do empresário, mas a união se desfez em poucos meses. | colunas | Mulher de Gilmar Mendes diz que "escândalo das flores" é "associação de fatos ridículos"Guiomar Mendes, mulher do ministro Gilmar Mendes, enviou nesta quarta (30) à coluna e a outras pessoas conhecidas uma mensagem protestando contra a iniciativa da Procuradoria da República do Rio de pedir o impedimento do magistrado em processos de Jacob Barata, o "rei do ônibus". Os procuradores alegam, entre outras coisas, que o envio de flores à casa do casal mostra proximidade entre eles. "Estou em Bucareste e, em razão do fuso horário e da dificuldade de acessar a internet, fiquei sabendo agora de umas flores supostamente enviadas por Jacob Barata à minha casa. Num primeiro momento, turbinam o fato de que meu nome consta em agenda de Barata. Agora o escândalo das flores!!!! É uma grande associação de fatos ridículos e que não provam nada", diz ela. No texto, enviado por WhatsApp, ela afirma ainda: "Esses são os fortes fundamentos para a arguição da suspeição do Gilmar? Suspeição arguida, diga-se, porque deferido o habeas corpus. Volto a dizer: tivesse sido indeferido, não se falaria em suspeição. A mulher do magistrado diz ainda: "Voltemos a falar das flores. Não lembro de tê-las recebido, como também é impossível recordar quantas flores já nos foram enviadas com o objetivo de nos cumprimentar, principalmente ao Gilmar, em razão de uma posse, de um evento, ou de homenagem, ou de uma palestra ou entrevista, sei lá. Já vivi momentos de graves crises nessa Brasília! Mas esse, sem dúvida, é o mais ridículo por que já passei". Ela diz ainda que o casal não tem amizade íntima com Barata. "Se os procuradores encontrassem o cartão do Barata ou dos Baratas, ou um cartão meu agradecendo as flores, me prestariam uma grande ajuda e eu teria condições de esclarecer a que propósito essas flores nos foram enviadas. Daí, quem sabe, não seria evidenciada essa intimidade que eles tanto querem estabelecer? Disse e repito: não temos e nunca tivemos proximidade com Jacob Barata. Ponto", finaliza. O sobrinho dela foi casado com a filha do empresário, mas a união se desfez em poucos meses. | 10 |
Equipe da Lava Jato em Curitiba recebe até pedido de apuração sobre ETs | Foi quando a caixa de e-mails começou a lotar, dia após dia, que os servidores da vara da Operação Lava Jato se deram conta da dimensão do trabalho em que estavam envolvidos. Diariamente, eram dezenas de elogios, críticas, denúncias e até pedidos de ajuda enviados ao juiz Sergio Moro, titular da 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná. "Não dava para trabalhar. Ninguém tinha a noção de que a coisa era tão grande", diz a servidora Flávia Maceno Blanco, diretora de secretaria e uma das que se habituou ao assédio, à pressão e às críticas a quem trabalha na maior operação de combate à corrupção do país. O gigantismo da Lava Jato, que completou três anos na última sexta-feira (17), se fez sentir aos poucos no dia a dia dos servidores da Justiça, da Polícia Federal e do Ministério Público, que ficam às margens dos holofotes, mas convivem com a repercussão da operação. "Aqui virou o juízo universal", brinca Blanco. Por e-mail ou telefone chegam à força-tarefa pedidos de investigação da Mega-Sena, do desmatamento na Amazônia, de pensão alimentícia e até de abdução por ETs. "Meu telefone é insano", afirma a secretária da força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba, Maíria Leite Carlos. A maioria liga para elogiar, mas críticas não são raras –especialmente depois da deflagração de novas fases da operação. "Já houve um que ligou e perguntou: 'Aí é do escritório do PSDB?'", comenta um servidor. Outros gritam ao telefone, xingando a quem atende de "nazista". Assessor de gabinete na força-tarefa, o advogado Victor Hugo dos Santos diz ter perdido um amigo de infância, que discordava dos métodos da investigação. "Nada me abala mais. A gente vai se blindando", comenta Maíria. "Não é pessoal; é uma questão de convicção. Eu até respeito." Se tem uma pergunta que incomoda, porém, é a famosa "Quando vão prender o fulano?". "Mas que perguntinha chata", diz Blanco. TENSÃO O expediente na força-tarefa facilmente ultrapassa as dez horas diárias. Algumas vezes, atravessa as madrugadas, numa corrida contra prazos processuais. "Tem analista que fica até 15 dias trabalhando em um só HD", afirma o delegado Filipe Hille Pace, da PF. "É um trabalho duro, imprevisível." Em dia de operação, os primeiros policiais chegam à PF pouco antes das 4h. Não raro, o convívio com a família fica prejudicado. "A minha namorada já entendeu que a Lava Jato é a titular e ela é a outra", brinca Santos, que logo emenda: "É brincadeira, pelo amor de Deus!". Ninguém fala em sensação de insegurança. Na porta da Procuradoria, porém, fica um guarda de plantão e um detector de metais. Na 13ª Vara, há câmeras e um segurança. A tensão e a sensação de ter cada ato sob o escrutínio da imprensa e da opinião pública são compensadas, dizem os servidores, pelo resultado do trabalho. "A gente vê a Justiça sendo feita", diz Flávia Rutyna Heidemann, oficial de gabinete de Moro. "Não estamos enxugando gelo. Algo está acontecendo", afirma Pace. No total, cerca de 120 servidores trabalham na Lava Jato em Curitiba. | poder | Equipe da Lava Jato em Curitiba recebe até pedido de apuração sobre ETsFoi quando a caixa de e-mails começou a lotar, dia após dia, que os servidores da vara da Operação Lava Jato se deram conta da dimensão do trabalho em que estavam envolvidos. Diariamente, eram dezenas de elogios, críticas, denúncias e até pedidos de ajuda enviados ao juiz Sergio Moro, titular da 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná. "Não dava para trabalhar. Ninguém tinha a noção de que a coisa era tão grande", diz a servidora Flávia Maceno Blanco, diretora de secretaria e uma das que se habituou ao assédio, à pressão e às críticas a quem trabalha na maior operação de combate à corrupção do país. O gigantismo da Lava Jato, que completou três anos na última sexta-feira (17), se fez sentir aos poucos no dia a dia dos servidores da Justiça, da Polícia Federal e do Ministério Público, que ficam às margens dos holofotes, mas convivem com a repercussão da operação. "Aqui virou o juízo universal", brinca Blanco. Por e-mail ou telefone chegam à força-tarefa pedidos de investigação da Mega-Sena, do desmatamento na Amazônia, de pensão alimentícia e até de abdução por ETs. "Meu telefone é insano", afirma a secretária da força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba, Maíria Leite Carlos. A maioria liga para elogiar, mas críticas não são raras –especialmente depois da deflagração de novas fases da operação. "Já houve um que ligou e perguntou: 'Aí é do escritório do PSDB?'", comenta um servidor. Outros gritam ao telefone, xingando a quem atende de "nazista". Assessor de gabinete na força-tarefa, o advogado Victor Hugo dos Santos diz ter perdido um amigo de infância, que discordava dos métodos da investigação. "Nada me abala mais. A gente vai se blindando", comenta Maíria. "Não é pessoal; é uma questão de convicção. Eu até respeito." Se tem uma pergunta que incomoda, porém, é a famosa "Quando vão prender o fulano?". "Mas que perguntinha chata", diz Blanco. TENSÃO O expediente na força-tarefa facilmente ultrapassa as dez horas diárias. Algumas vezes, atravessa as madrugadas, numa corrida contra prazos processuais. "Tem analista que fica até 15 dias trabalhando em um só HD", afirma o delegado Filipe Hille Pace, da PF. "É um trabalho duro, imprevisível." Em dia de operação, os primeiros policiais chegam à PF pouco antes das 4h. Não raro, o convívio com a família fica prejudicado. "A minha namorada já entendeu que a Lava Jato é a titular e ela é a outra", brinca Santos, que logo emenda: "É brincadeira, pelo amor de Deus!". Ninguém fala em sensação de insegurança. Na porta da Procuradoria, porém, fica um guarda de plantão e um detector de metais. Na 13ª Vara, há câmeras e um segurança. A tensão e a sensação de ter cada ato sob o escrutínio da imprensa e da opinião pública são compensadas, dizem os servidores, pelo resultado do trabalho. "A gente vê a Justiça sendo feita", diz Flávia Rutyna Heidemann, oficial de gabinete de Moro. "Não estamos enxugando gelo. Algo está acontecendo", afirma Pace. No total, cerca de 120 servidores trabalham na Lava Jato em Curitiba. | 0 |
PF vai acompanhar investigação sobre morte de policial que acusava Aécio | A investigação sobre a morte de um policial civil que fazia acusações e críticas ao ex-governador de Minas Gerais e senador Aécio Neves (PSDB) será acompanhada pela Polícia Federal a pedido do ministro da Justiça, Eugênio Aragão. Lucas Gomes Arcanjo foi encontrado morto no último sábado (26) dentro de sua casa, em Belo Horizonte, enforcado por uma gravata. A Polícia Civil afirma que trabalha com a hipótese de suicídio. Nos vídeos que publicava nas redes sociais –ele tinha mais de 23 mil seguidores no Facebook–, Arcanjo dizia que Aécio tinha ligação com tráfico de drogas, corrupção e até a morte de opositores. Ele também criticava promotores do Ministério Público, Poder Judiciário, outros políticos e a própria Polícia Civil. Em sua última publicação, postada um dia antes de morrer, Arcanjo criticou a situação do país, disse que tinha "asco" da política atual e, com as mãos ao redor do pescoço, afirmou que estava "travando a garganta de raiva". Disse também que era perseguido e que estava a ponto de "partir desse país e não voltar mais". Nesta segunda (28), nota divulgada pelo Ministério da Justiça diz que, por causa do "óbito repentino do policial civil'", Eugênio Aragão "solicitou que a Polícia Federal dê total apoio na apuração dos fatos relacionados à morte". O caso é investigado pela 1a delegacia do Barreiro, na capital mineira. Procurada, a assessoria de Aécio Neves disse em nota que "considera que este é um assunto da competência dos policiais". "Esclarecemos que não existem informações que indiquem que a morte do policial civil esteja vinculada a alguma das inúmeras acusações que fez contra diversas pessoas", afirma o comunicado. "É lamentável a exploração política da morte do policial e também o uso pelo PT e seus aliados do triste episódio, baseado no fato de ele ter feito, ao longo do tempo, falsas acusações e ataques infundados contra o senador", continua a nota, que ainda pede respeito "à dor da família do policial". | poder | PF vai acompanhar investigação sobre morte de policial que acusava AécioA investigação sobre a morte de um policial civil que fazia acusações e críticas ao ex-governador de Minas Gerais e senador Aécio Neves (PSDB) será acompanhada pela Polícia Federal a pedido do ministro da Justiça, Eugênio Aragão. Lucas Gomes Arcanjo foi encontrado morto no último sábado (26) dentro de sua casa, em Belo Horizonte, enforcado por uma gravata. A Polícia Civil afirma que trabalha com a hipótese de suicídio. Nos vídeos que publicava nas redes sociais –ele tinha mais de 23 mil seguidores no Facebook–, Arcanjo dizia que Aécio tinha ligação com tráfico de drogas, corrupção e até a morte de opositores. Ele também criticava promotores do Ministério Público, Poder Judiciário, outros políticos e a própria Polícia Civil. Em sua última publicação, postada um dia antes de morrer, Arcanjo criticou a situação do país, disse que tinha "asco" da política atual e, com as mãos ao redor do pescoço, afirmou que estava "travando a garganta de raiva". Disse também que era perseguido e que estava a ponto de "partir desse país e não voltar mais". Nesta segunda (28), nota divulgada pelo Ministério da Justiça diz que, por causa do "óbito repentino do policial civil'", Eugênio Aragão "solicitou que a Polícia Federal dê total apoio na apuração dos fatos relacionados à morte". O caso é investigado pela 1a delegacia do Barreiro, na capital mineira. Procurada, a assessoria de Aécio Neves disse em nota que "considera que este é um assunto da competência dos policiais". "Esclarecemos que não existem informações que indiquem que a morte do policial civil esteja vinculada a alguma das inúmeras acusações que fez contra diversas pessoas", afirma o comunicado. "É lamentável a exploração política da morte do policial e também o uso pelo PT e seus aliados do triste episódio, baseado no fato de ele ter feito, ao longo do tempo, falsas acusações e ataques infundados contra o senador", continua a nota, que ainda pede respeito "à dor da família do policial". | 0 |
Política | Eric Hoffer ("The True Believer") esclareceu a diferença entre o exercício da política e o regime democrático: "Quando a liberdade é real, a igualdade é a paixão das massas. Quando a igualdade é real, a liberdade é apenas a paixão de uma pequena minoria. A igualdade sem liberdade cria uma estrutura social mais estável do que a liberdade sem igualdade". O exercício da política não é o mesmo que o universo democrático. Uma democracia sem restrições pode ser tão despótica quando a mais cruel das ditaduras, quando está apoiada na mesma base: um suporte popular direto, "massificado e esclarecido por um partido salvador" que dispensa a intermediação das comunidades de interesses (étnicos, sociais, religiosos, políticos etc.) que dão estrutura e organização à sociedade e evitam a submersão absoluta, do indivíduo no Estado absoluto. A Rússia de Stalin, a Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini foram regimes com grande e generosa base popular, "esclarecidas" por ideologias diferentes. Alguns foram, ao mesmo tempo, "ditaduras do proletariado" e "democracias populares", o que nos ensina que "democracia", como "socialismo", é conceito que sempre contém muito mais do que somos capazes de imaginar... Tudo isso mostra que a democracia pode se realizar sem o exercício da política, mas que este não pode se realizar sem a democracia, isto é, sem uma forma adequada de organização partidária e sem uma participação crescente da sociedade na eleição pacífica e livre do poder que preside o seu destino. É por isso que devemos defender o exercício da política dos ataques que frequentemente lhe são feitos por uma "particular" democracia. E, mais ainda, preparados para defender a democracia, sem adjetivo, capaz de resistir à tentação permanente que tem o sistema democrático de transformar-se no despotismo democrático, contra o qual nos alertou de Tocqueville no século 19. Confesso que tenho razões pessoais para isso: não gostaria de ser obrigado a fazer um regime alimentar simplesmente porque a maioria dos cidadãos decidiu melhorar a distribuição dos pesos obrigando a minoria com mais de 90 quilos a fazê-lo. Os homens, quando estão na posição daqueles que, como disse Hobbes, ainda não descobriram que "o inferno é a verdade descoberta tarde demais", têm a propensão a não levar a sério proposições como a anterior. Elas caricaturizam, para mostrar com maior clareza, o absurdo contido na submissão da sociedade à lógica feroz da maioria iluminada pelo partido único. Repito para os incautos mais uma vez o que nos ensinou Goya: "Os sonhos da razão produzem monstros"... | colunas | PolíticaEric Hoffer ("The True Believer") esclareceu a diferença entre o exercício da política e o regime democrático: "Quando a liberdade é real, a igualdade é a paixão das massas. Quando a igualdade é real, a liberdade é apenas a paixão de uma pequena minoria. A igualdade sem liberdade cria uma estrutura social mais estável do que a liberdade sem igualdade". O exercício da política não é o mesmo que o universo democrático. Uma democracia sem restrições pode ser tão despótica quando a mais cruel das ditaduras, quando está apoiada na mesma base: um suporte popular direto, "massificado e esclarecido por um partido salvador" que dispensa a intermediação das comunidades de interesses (étnicos, sociais, religiosos, políticos etc.) que dão estrutura e organização à sociedade e evitam a submersão absoluta, do indivíduo no Estado absoluto. A Rússia de Stalin, a Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini foram regimes com grande e generosa base popular, "esclarecidas" por ideologias diferentes. Alguns foram, ao mesmo tempo, "ditaduras do proletariado" e "democracias populares", o que nos ensina que "democracia", como "socialismo", é conceito que sempre contém muito mais do que somos capazes de imaginar... Tudo isso mostra que a democracia pode se realizar sem o exercício da política, mas que este não pode se realizar sem a democracia, isto é, sem uma forma adequada de organização partidária e sem uma participação crescente da sociedade na eleição pacífica e livre do poder que preside o seu destino. É por isso que devemos defender o exercício da política dos ataques que frequentemente lhe são feitos por uma "particular" democracia. E, mais ainda, preparados para defender a democracia, sem adjetivo, capaz de resistir à tentação permanente que tem o sistema democrático de transformar-se no despotismo democrático, contra o qual nos alertou de Tocqueville no século 19. Confesso que tenho razões pessoais para isso: não gostaria de ser obrigado a fazer um regime alimentar simplesmente porque a maioria dos cidadãos decidiu melhorar a distribuição dos pesos obrigando a minoria com mais de 90 quilos a fazê-lo. Os homens, quando estão na posição daqueles que, como disse Hobbes, ainda não descobriram que "o inferno é a verdade descoberta tarde demais", têm a propensão a não levar a sério proposições como a anterior. Elas caricaturizam, para mostrar com maior clareza, o absurdo contido na submissão da sociedade à lógica feroz da maioria iluminada pelo partido único. Repito para os incautos mais uma vez o que nos ensinou Goya: "Os sonhos da razão produzem monstros"... | 10 |
Dirigentes defendem que Lula deixe instituto por sede do PT | Dirigentes e parlamentares do PT defendem que Lula fique cada vez mais na sede do partido e menos no instituto que leva seu nome. Acreditam que ele precisa estar num ambiente de maior densidade política para enfrentar o embate pós-sentença de Sergio Moro. FECHA A PORTA Um parlamentar mais radical defende até que Lula feche o instituto, que é objeto de investigação em diversas frentes. Leia a coluna completa aqui. | colunas | Dirigentes defendem que Lula deixe instituto por sede do PTDirigentes e parlamentares do PT defendem que Lula fique cada vez mais na sede do partido e menos no instituto que leva seu nome. Acreditam que ele precisa estar num ambiente de maior densidade política para enfrentar o embate pós-sentença de Sergio Moro. FECHA A PORTA Um parlamentar mais radical defende até que Lula feche o instituto, que é objeto de investigação em diversas frentes. Leia a coluna completa aqui. | 10 |
Seleção feminina de handebol cumpre meta de treinar no Pan | Campeã mundial em 2013, a seleção feminina de handebol é favorita na decisão no Pan, nesta sexta (24), às 21h (de Brasília), contra a Argentina. Mas não é apenas em busca de mais um título continental –o quinto consecutivo– que as comandadas do dinamarquês Morten Soubak estão em Toronto. Conscientes do enorme desnível em relação às rivais das Américas, as brasileiras aproveitaram as quatro partidas antes da final para experimentar novas formações, adaptar atletas em novas funções e treinar para o Mundial da Dinamarca, em dezembro. "Não penso no placar, mas como vou ganhar o próximo jogo. Aqui os placares foram elásticos, com europeus é diferente. Mas somos da América, e não vamos mudar de continente", afirma Morten. No Pan de Toronto, antes da final, o Brasil marcou 160 gols e sofreu 74. Um saldo positivo de 86. A Argentina, outra finalista, tem saldo de 26. "Temos que tratar todos com respeito, mas não tenho cérebro para baixar a bola, sempre quero tirar o máximo das jogadores", diz o treinador da seleção. Além de exigir muita aplicação nos jogos, mesmo nas goleadas, Morten aproveitou que está praticamente com todas suas principais atletas para fazer experiências. A seleção foi a Toronto sem a armadora Duda, eleita a melhor do mundo ano passado e recuperando-se de uma grave lesão no joelho, e a pivô Dara, capitã do time que trata uma trombose na perna. Sem estes dois destaques defensivos da equipe, Morten testou uma defesa mais agressiva e avançada em Toronto. "Fizemos essa mudança porque queremos jogar no 5 x 1 no Mundial. Acredito que dá para jogar contra as europeias assim", explica o treinador, sobre o posicionamento com uma linha de cinco jogadoras perto da área e uma mais à frente, marcando a troca de bola das armadoras. "Ele cobra muito mais a defesa. Porque defesa ganha jogo. Independentemente dos placares, temos metas a cumprir a cada jogo. Indiferentemente do nível das rivais, testamos metas defensivas, jogadas de ataque e mudança de posicionamento", conta a armadora Deonise. POSIÇÕES Outra mudança importante está no posicionamento de Alexandra Nascimento, eleita melhor do mundo em 2012. Originalmente ponta direita, ela jogou alguns minutos como armadora no lugar de Deonise no Pan. O que Morten quer é aproveitar o bom desempenho de Jéssica, mais aberta pela ponta, e assim ter um poderoso lado direito no time. "Estou tendo que me reinventar. Ela é novinha e está sendo muito positivo para mim tê-la na equipe", diz Alexandra, 33, sobre Jéssica, 24, que não esteve na conquista do Mundial porque se lesionou pouco antes da competição na Sérvia. "Não é fácil jogar na mesma posição da melhor do mundo. Ela voa. Eu sou de uma geração que vem vindo. Mas é uma disputa sadia", responde Jéssica. Assim, com mais opções táticas, o Brasil espera buscar o bi no Mundial. Antes, nesta sexta, ainda precisa conquistar o penta no Pan. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress | esporte | Seleção feminina de handebol cumpre meta de treinar no PanCampeã mundial em 2013, a seleção feminina de handebol é favorita na decisão no Pan, nesta sexta (24), às 21h (de Brasília), contra a Argentina. Mas não é apenas em busca de mais um título continental –o quinto consecutivo– que as comandadas do dinamarquês Morten Soubak estão em Toronto. Conscientes do enorme desnível em relação às rivais das Américas, as brasileiras aproveitaram as quatro partidas antes da final para experimentar novas formações, adaptar atletas em novas funções e treinar para o Mundial da Dinamarca, em dezembro. "Não penso no placar, mas como vou ganhar o próximo jogo. Aqui os placares foram elásticos, com europeus é diferente. Mas somos da América, e não vamos mudar de continente", afirma Morten. No Pan de Toronto, antes da final, o Brasil marcou 160 gols e sofreu 74. Um saldo positivo de 86. A Argentina, outra finalista, tem saldo de 26. "Temos que tratar todos com respeito, mas não tenho cérebro para baixar a bola, sempre quero tirar o máximo das jogadores", diz o treinador da seleção. Além de exigir muita aplicação nos jogos, mesmo nas goleadas, Morten aproveitou que está praticamente com todas suas principais atletas para fazer experiências. A seleção foi a Toronto sem a armadora Duda, eleita a melhor do mundo ano passado e recuperando-se de uma grave lesão no joelho, e a pivô Dara, capitã do time que trata uma trombose na perna. Sem estes dois destaques defensivos da equipe, Morten testou uma defesa mais agressiva e avançada em Toronto. "Fizemos essa mudança porque queremos jogar no 5 x 1 no Mundial. Acredito que dá para jogar contra as europeias assim", explica o treinador, sobre o posicionamento com uma linha de cinco jogadoras perto da área e uma mais à frente, marcando a troca de bola das armadoras. "Ele cobra muito mais a defesa. Porque defesa ganha jogo. Independentemente dos placares, temos metas a cumprir a cada jogo. Indiferentemente do nível das rivais, testamos metas defensivas, jogadas de ataque e mudança de posicionamento", conta a armadora Deonise. POSIÇÕES Outra mudança importante está no posicionamento de Alexandra Nascimento, eleita melhor do mundo em 2012. Originalmente ponta direita, ela jogou alguns minutos como armadora no lugar de Deonise no Pan. O que Morten quer é aproveitar o bom desempenho de Jéssica, mais aberta pela ponta, e assim ter um poderoso lado direito no time. "Estou tendo que me reinventar. Ela é novinha e está sendo muito positivo para mim tê-la na equipe", diz Alexandra, 33, sobre Jéssica, 24, que não esteve na conquista do Mundial porque se lesionou pouco antes da competição na Sérvia. "Não é fácil jogar na mesma posição da melhor do mundo. Ela voa. Eu sou de uma geração que vem vindo. Mas é uma disputa sadia", responde Jéssica. Assim, com mais opções táticas, o Brasil espera buscar o bi no Mundial. Antes, nesta sexta, ainda precisa conquistar o penta no Pan. CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015 Crédito: Editoria de Arte/Folhapress | 4 |
Rio e SP implantam máquinas que trocam recicláveis por bilhetes e bônus | Duas novas iniciativas, no Rio e em São Paulo, testam o potencial de engajamento da população na troca de recicláveis por benefícios como bilhetes de transporte público e descontos. No Rio, latas, garrafas e embalagens vazias valem passagens no sistema de ônibus BRT. Na estação Alvorada, na Barra da Tijuca, há uma máquina instalada desde o último dia 19 de outubro. Para ter um bilhete, o usuário se cadastra com seu CPF e entrega latas de alumínio de até 500 ml, garrafas PET de até três litros e embalagens de qualquer produto da Natura, que patrocina a iniciativa. O projeto faz parte do programa Mobilidade Reciclada, do coletivo Benfeitoria, em parceria com a prefeitura. Em São Paulo, a Retorna Machine foi instalada na estação Sé do Metrô no fim de setembro para receber garrafas PET e latas de alumínio e retribuir com pontos, que podem ser trocados por recarga no Bilhete Único, descontos na conta de luz e na compra de livros. Quem quiser experimentar tem de abrir uma conta na máquina, no site ou no aplicativo, produzidos pela Triciclo Soluções Sustentáveis. Também participante da Retorna Machine, a AES Eletropaulo divulgou nesta quinta (28) um novo ponto de coleta de material reciclável, em Guaianases, na zona leste, para o seu programa Recicle mais, Pague menos, que dá desconto na tarifa de energia. Ativo na cidade desde maio, o projeto arrecadou mais de 25 toneladas de resíduos (plástico, vidro, papel e metal) na cidade. Segundo a empresa, hoje são mais de 850 clientes cadastrados, o que dá uma média de 140 novos por mês. Desde a implantação, a iniciativa deu aos participantes cerca de R$ 4 mil em bônus. Seis deles zeraram contas com seus créditos. O maior bônus foi de R$ 56,31. Para obter descontos na fatura de energia, o consumidor deve se cadastrar em um dos pontos de coleta. Os resíduos são pesados e precificados de acordo com uma tabela do mercado de reciclagem. Os participantes recebem um comprovante com a quantia que será abatida na próxima fatura de energia elétrica. Se o valor dos resíduos superar o valor consumido no mês, o crédito vai para a fatura do mês seguinte. Você sabia que existia esse sistema de bônus na conta? Muita gente desconhece. É bem pouco divulgado. Além de Guaianases, os outros postos de coleta da AES Eletropaulo na capital ficam em Heliópolis, São João Clímaco e Vila Guacuri, mas não funcionam o dia todo. Chegar aos terminais de ônibus e metrô, com grande circulação de passageiros, pode ajudar a divulgar e expandir esses programas. | colunas | Rio e SP implantam máquinas que trocam recicláveis por bilhetes e bônusDuas novas iniciativas, no Rio e em São Paulo, testam o potencial de engajamento da população na troca de recicláveis por benefícios como bilhetes de transporte público e descontos. No Rio, latas, garrafas e embalagens vazias valem passagens no sistema de ônibus BRT. Na estação Alvorada, na Barra da Tijuca, há uma máquina instalada desde o último dia 19 de outubro. Para ter um bilhete, o usuário se cadastra com seu CPF e entrega latas de alumínio de até 500 ml, garrafas PET de até três litros e embalagens de qualquer produto da Natura, que patrocina a iniciativa. O projeto faz parte do programa Mobilidade Reciclada, do coletivo Benfeitoria, em parceria com a prefeitura. Em São Paulo, a Retorna Machine foi instalada na estação Sé do Metrô no fim de setembro para receber garrafas PET e latas de alumínio e retribuir com pontos, que podem ser trocados por recarga no Bilhete Único, descontos na conta de luz e na compra de livros. Quem quiser experimentar tem de abrir uma conta na máquina, no site ou no aplicativo, produzidos pela Triciclo Soluções Sustentáveis. Também participante da Retorna Machine, a AES Eletropaulo divulgou nesta quinta (28) um novo ponto de coleta de material reciclável, em Guaianases, na zona leste, para o seu programa Recicle mais, Pague menos, que dá desconto na tarifa de energia. Ativo na cidade desde maio, o projeto arrecadou mais de 25 toneladas de resíduos (plástico, vidro, papel e metal) na cidade. Segundo a empresa, hoje são mais de 850 clientes cadastrados, o que dá uma média de 140 novos por mês. Desde a implantação, a iniciativa deu aos participantes cerca de R$ 4 mil em bônus. Seis deles zeraram contas com seus créditos. O maior bônus foi de R$ 56,31. Para obter descontos na fatura de energia, o consumidor deve se cadastrar em um dos pontos de coleta. Os resíduos são pesados e precificados de acordo com uma tabela do mercado de reciclagem. Os participantes recebem um comprovante com a quantia que será abatida na próxima fatura de energia elétrica. Se o valor dos resíduos superar o valor consumido no mês, o crédito vai para a fatura do mês seguinte. Você sabia que existia esse sistema de bônus na conta? Muita gente desconhece. É bem pouco divulgado. Além de Guaianases, os outros postos de coleta da AES Eletropaulo na capital ficam em Heliópolis, São João Clímaco e Vila Guacuri, mas não funcionam o dia todo. Chegar aos terminais de ônibus e metrô, com grande circulação de passageiros, pode ajudar a divulgar e expandir esses programas. | 10 |
Empresário ligado a Pimentel diz que operador queria ser seu sócio | O empresário Felipe do Amaral, alvo da 7ª fase da Operação Acrônimo deflagrada nesta terça-feira (13) disse, em depoimento a procuradores, que o operador Benedito Oliveira, o Bené, tinha interesse em ser seu sócio em uma franquia da hamburgueria Madero no interior de São Paulo. Segundo Márcio Paixão, advogado de Amaral, ele contou aos investigadores que foi apresentado a Bené pelo governador Fernando Pimentel em 2014 durante a campanha do petista ao governo de Minas Gerais. Amaral , que é filho de uma prima da ex-mulher de Pimentel, afirmou ainda que o petista apresentou Bené como alguém que tinha muita interlocução com empresários e que poderia ajudá-lo a encontrar um sócio investidor para o negócio. Na época, porém, o empresário ressaltou que não sabia que era Bené um dos responsáveis pela arrecadação da campanha de Pimentel. O próprio Bené teria se interessado no investimento durante as conversas. Amaral relatou que a sociedade só não prosperou porque Bené foi detido na deflagração da Operação Acrônimo, em 2015. Em seu acordo de delação premiada, Bené relatou outra versão. Conforme publicado na revista "Época", ele disse que o restaurante de Amaral foi beneficiado com cerca de R$ 800 mil que teriam como origem R$ 20 milhões pagos pela Caoa para ter isenção fiscal quando Pimentel foi ministro. | poder | Empresário ligado a Pimentel diz que operador queria ser seu sócioO empresário Felipe do Amaral, alvo da 7ª fase da Operação Acrônimo deflagrada nesta terça-feira (13) disse, em depoimento a procuradores, que o operador Benedito Oliveira, o Bené, tinha interesse em ser seu sócio em uma franquia da hamburgueria Madero no interior de São Paulo. Segundo Márcio Paixão, advogado de Amaral, ele contou aos investigadores que foi apresentado a Bené pelo governador Fernando Pimentel em 2014 durante a campanha do petista ao governo de Minas Gerais. Amaral , que é filho de uma prima da ex-mulher de Pimentel, afirmou ainda que o petista apresentou Bené como alguém que tinha muita interlocução com empresários e que poderia ajudá-lo a encontrar um sócio investidor para o negócio. Na época, porém, o empresário ressaltou que não sabia que era Bené um dos responsáveis pela arrecadação da campanha de Pimentel. O próprio Bené teria se interessado no investimento durante as conversas. Amaral relatou que a sociedade só não prosperou porque Bené foi detido na deflagração da Operação Acrônimo, em 2015. Em seu acordo de delação premiada, Bené relatou outra versão. Conforme publicado na revista "Época", ele disse que o restaurante de Amaral foi beneficiado com cerca de R$ 800 mil que teriam como origem R$ 20 milhões pagos pela Caoa para ter isenção fiscal quando Pimentel foi ministro. | 0 |
Campanha de candidatura do Rio para os Jogos teve pedidos de 'mimos'
| ITALO NOGUEIRA DO RIO O esforço diplomático para ajudar o Rio a conquistar a Olimpíada em 2009 contou com dicas de um avaliador do COI (Comitê Olímpico Internacional), pedido constrangedor e dezenas de documentos secretos até hoje. A campanha para conquistar os votos dos 97 membros do COI foi coordenada pelos executivos do comitê de candidatura. Eles rodaram o mundo atrás de eleitores e mantiveram conversas sobre as quais pouco se sabe. Alguns detalhes constam de documentos da CGCE (Coordenaçao-Geral de Cooperação Esportiva) obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação. Os diplomatas monitoravam os membros votantes do COI ou quem pudesse influenciá-los. Os documentos obtidos citam 54 eleitores em Copenhague (Dinamarca), onde houve a eleição da sede dos Jogos. As abordagens por vezes gerava constrangimentos. Em Uganda, o gerente de esportes do comitê de candidatura, Agberto Guimarães, e a embaixadora Ana Maria Sampaio Fernandes ouviram uma cobrança por contrapartida. "Um dos membros do UOC [Comitê Olímpico de Uganda], que me pareceu mais inexperiente, perguntou-nos, com candura, como nossas ofertas de cooperação poderiam sobrepassar a de outros candidatos, como o Japão", relatou Fernandes, em referência à candidatura Tóquio. Também disputavam a indicação Madri e Chicago. O mesmo ouviriam o mesmo do membro do país no COI, o general Francis Nyangweso, morto em 2010. "Nyangweso mencionou que a candidatura brasileira poderia enfrentar a concorrência de ofertas esportivas de outros candidatos, citando o Japão", escreveu a embaixadora, sob o subtítulo "Quem dá mais...". "Respondemos que um país em desenvolvimento estaria em desvantagem se se tratasse de comparar ofertas de vagas ou bolsas para treinamento", escreveu ela. O colégio eleitoral do COI é formado por ex-atletas, dirigentes esportivos, políticos, reis, rainhas e xeques. A escolha do Rio foi favorecida pela conjuntura na ocasião. O Brasil tinha bons índices econômicos no momento em que o mundo estava em crise financeira. A cidade também melhorou aspectos técnicos de sua proposta em relação às candidaturas apresentadas anteriormente –para receber os Jogos Olímpicos de 2004 e 2012. No mesmo patamar das rivais, a candidatura do Rio partiu para a política. Entre os membros citados nos papéis do Itamaraty, as contribuições mais detalhadas vieram da Rússia. O ex-presidente do comitê olímpico russo, Vitaly Smirnov, afirmou que "muitos membros do COI são pessoas emotivas", motivo pelo qual afirmou ser essencial a presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Copenhague. Outro que ressaltou a importância do petista foi o ex-nadador Alexander Popov, membro da comissão de avaliação do COI. Segundo ele, a ausência de Lula poderia ser sentida caso o presidente Barack Obama fosse defender a candidatura de Chicago. "Um discurso seu [Obama] na sessão decisiva poderia ter forte impacto, em particular sobre os membros africanos, que Popov considera serem os eleitores mais imprevisíveis", escreveu o embaixador Carlos Antônio Paranhos. Paranhos relatou outra sugestão da Rússia. "Smirnov sugeriu que seja incluído no dossiê das cidades candidatas uma programação oferecida pelo país-sede aos familiares que acompanham o membro do COI aos Jogos –no caso brasileiro, viagem à Amazônia ou às cataratas do Iguaçu". A proposta não constou do dossiê do Rio. REGRAS A regra eleitoral do COI desestimula o contato direto entre diplomatas e membros votantes. Ela veda às embaixadas convites "para recepção que tenha como propósito qualquer forma de promoção da candidatura". O COI analisou os documentos obtidos pela Folha e afirmou não haver infrações. Para o Itamaraty, a regra proibia eventos formais de promoção, não conversas como as relatadas nos documentos obtidos pela reportagem. No período da campanha, a CGCE produziu ou recebeu 40 documentos secretos, cujo conteúdo só será conhecido em 2023. Segundo o Itamaraty, eles "contêm informações e avaliações consideradas sensíveis". As regras da eleição foram criadas após o escândalo de suborno na escolha de Salt Lake City como sede da Olimpíada de inverno em 2002. A cidade norte-americana gastou cerca de US$ 1 milhão em mimos para os eleitores. As eleições do Rio como sede dos Jogos de 2016 e de Tóquio-2020 são investigadas pela polícia francesa sob suspeita de suborno. Não foram divulgados indícios de crime. Alguns membros do COI se recusaram a conversar com os diplomatas brasileiros, como o português Fernando Bello. Outros aceitaram. "O Sr. [Francisco] Elizalde fez humor sobre as restrições atualmente vigentes para evitar a corrupção no comitê e sobre todas as restrições aos países candidatos", escreveu o representante brasileiro das Filipinas –em alguns papéis, não há informação sobre quem os assina. | esporte |
Campanha de candidatura do Rio para os Jogos teve pedidos de 'mimos'
ITALO NOGUEIRA DO RIO O esforço diplomático para ajudar o Rio a conquistar a Olimpíada em 2009 contou com dicas de um avaliador do COI (Comitê Olímpico Internacional), pedido constrangedor e dezenas de documentos secretos até hoje. A campanha para conquistar os votos dos 97 membros do COI foi coordenada pelos executivos do comitê de candidatura. Eles rodaram o mundo atrás de eleitores e mantiveram conversas sobre as quais pouco se sabe. Alguns detalhes constam de documentos da CGCE (Coordenaçao-Geral de Cooperação Esportiva) obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação. Os diplomatas monitoravam os membros votantes do COI ou quem pudesse influenciá-los. Os documentos obtidos citam 54 eleitores em Copenhague (Dinamarca), onde houve a eleição da sede dos Jogos. As abordagens por vezes gerava constrangimentos. Em Uganda, o gerente de esportes do comitê de candidatura, Agberto Guimarães, e a embaixadora Ana Maria Sampaio Fernandes ouviram uma cobrança por contrapartida. "Um dos membros do UOC [Comitê Olímpico de Uganda], que me pareceu mais inexperiente, perguntou-nos, com candura, como nossas ofertas de cooperação poderiam sobrepassar a de outros candidatos, como o Japão", relatou Fernandes, em referência à candidatura Tóquio. Também disputavam a indicação Madri e Chicago. O mesmo ouviriam o mesmo do membro do país no COI, o general Francis Nyangweso, morto em 2010. "Nyangweso mencionou que a candidatura brasileira poderia enfrentar a concorrência de ofertas esportivas de outros candidatos, citando o Japão", escreveu a embaixadora, sob o subtítulo "Quem dá mais...". "Respondemos que um país em desenvolvimento estaria em desvantagem se se tratasse de comparar ofertas de vagas ou bolsas para treinamento", escreveu ela. O colégio eleitoral do COI é formado por ex-atletas, dirigentes esportivos, políticos, reis, rainhas e xeques. A escolha do Rio foi favorecida pela conjuntura na ocasião. O Brasil tinha bons índices econômicos no momento em que o mundo estava em crise financeira. A cidade também melhorou aspectos técnicos de sua proposta em relação às candidaturas apresentadas anteriormente –para receber os Jogos Olímpicos de 2004 e 2012. No mesmo patamar das rivais, a candidatura do Rio partiu para a política. Entre os membros citados nos papéis do Itamaraty, as contribuições mais detalhadas vieram da Rússia. O ex-presidente do comitê olímpico russo, Vitaly Smirnov, afirmou que "muitos membros do COI são pessoas emotivas", motivo pelo qual afirmou ser essencial a presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Copenhague. Outro que ressaltou a importância do petista foi o ex-nadador Alexander Popov, membro da comissão de avaliação do COI. Segundo ele, a ausência de Lula poderia ser sentida caso o presidente Barack Obama fosse defender a candidatura de Chicago. "Um discurso seu [Obama] na sessão decisiva poderia ter forte impacto, em particular sobre os membros africanos, que Popov considera serem os eleitores mais imprevisíveis", escreveu o embaixador Carlos Antônio Paranhos. Paranhos relatou outra sugestão da Rússia. "Smirnov sugeriu que seja incluído no dossiê das cidades candidatas uma programação oferecida pelo país-sede aos familiares que acompanham o membro do COI aos Jogos –no caso brasileiro, viagem à Amazônia ou às cataratas do Iguaçu". A proposta não constou do dossiê do Rio. REGRAS A regra eleitoral do COI desestimula o contato direto entre diplomatas e membros votantes. Ela veda às embaixadas convites "para recepção que tenha como propósito qualquer forma de promoção da candidatura". O COI analisou os documentos obtidos pela Folha e afirmou não haver infrações. Para o Itamaraty, a regra proibia eventos formais de promoção, não conversas como as relatadas nos documentos obtidos pela reportagem. No período da campanha, a CGCE produziu ou recebeu 40 documentos secretos, cujo conteúdo só será conhecido em 2023. Segundo o Itamaraty, eles "contêm informações e avaliações consideradas sensíveis". As regras da eleição foram criadas após o escândalo de suborno na escolha de Salt Lake City como sede da Olimpíada de inverno em 2002. A cidade norte-americana gastou cerca de US$ 1 milhão em mimos para os eleitores. As eleições do Rio como sede dos Jogos de 2016 e de Tóquio-2020 são investigadas pela polícia francesa sob suspeita de suborno. Não foram divulgados indícios de crime. Alguns membros do COI se recusaram a conversar com os diplomatas brasileiros, como o português Fernando Bello. Outros aceitaram. "O Sr. [Francisco] Elizalde fez humor sobre as restrições atualmente vigentes para evitar a corrupção no comitê e sobre todas as restrições aos países candidatos", escreveu o representante brasileiro das Filipinas –em alguns papéis, não há informação sobre quem os assina. | 4 |
O fim do PT? | SÃO PAULO - O PT deve ser extinto? O PSDB propõe que sim, ainda que seu baluarte maior, Fernando Henrique Cardoso, considere que não. A legenda liderada por Lula é, de longe, a que mais foi alvo de pedidos de cassação de seu registro político no TSE. Foram 12 (dos quais nove foram arquivados) contra dois do segundo colocado, o PV. Isso desde o fim do Estado Novo, em 1945. A essa altura, não restam dúvidas de que dirigentes petistas cometeram vários crimes que envolveram o partido, mas me parece absurda a ideia de que agremiações políticas possam ser cassadas pela Justiça. A razão mais óbvia para isso é que legendas não são gente. Elas não pensam, deliberam nem agem sozinhas. Tudo que é feito em seu nome pode ser traçado a atos ou decisões de seus dirigentes ou de colegiados. Se houve crimes aí, é preciso identificar as pessoas responsáveis pelos ilícitos e são elas que devem ser enquadradas. Condenar um partido (ou empresa ou qualquer outra instituição) por práticas delituosas faz tanto sentido quanto enforcar a vaca por ter pisoteado uma criança. O direito penal tem como pressuposto a existência de um agente racional. Só há crime quando ao "actus reus" (ato ilegal) corresponde uma "mens rea" (mente culpada). Também me parece ruim pedir que a Justiça usurpe uma função que é dos eleitores. São eles que deveriam julgar se o PT cumpriu ou não suas promessas, se violou ou não com a ética partidária, e depositar seu veredicto nas urnas. Se precedentes históricos e pesquisas de opinião valem algo, o PT deverá ser severamente punido pelos eleitores nos próximos pleitos, mas terá a chance de tentar reconstruir-se. Eventualmente, seus membros podem até chegar à conclusão de que a marca se tornou inviável e que é melhor fechar a lojinha, mas essa é uma decisão que cabe a eles. Seria péssimo se o TSE tirasse de eleitores e de militantes a oportunidade de aprender e evoluir. | colunas | O fim do PT?SÃO PAULO - O PT deve ser extinto? O PSDB propõe que sim, ainda que seu baluarte maior, Fernando Henrique Cardoso, considere que não. A legenda liderada por Lula é, de longe, a que mais foi alvo de pedidos de cassação de seu registro político no TSE. Foram 12 (dos quais nove foram arquivados) contra dois do segundo colocado, o PV. Isso desde o fim do Estado Novo, em 1945. A essa altura, não restam dúvidas de que dirigentes petistas cometeram vários crimes que envolveram o partido, mas me parece absurda a ideia de que agremiações políticas possam ser cassadas pela Justiça. A razão mais óbvia para isso é que legendas não são gente. Elas não pensam, deliberam nem agem sozinhas. Tudo que é feito em seu nome pode ser traçado a atos ou decisões de seus dirigentes ou de colegiados. Se houve crimes aí, é preciso identificar as pessoas responsáveis pelos ilícitos e são elas que devem ser enquadradas. Condenar um partido (ou empresa ou qualquer outra instituição) por práticas delituosas faz tanto sentido quanto enforcar a vaca por ter pisoteado uma criança. O direito penal tem como pressuposto a existência de um agente racional. Só há crime quando ao "actus reus" (ato ilegal) corresponde uma "mens rea" (mente culpada). Também me parece ruim pedir que a Justiça usurpe uma função que é dos eleitores. São eles que deveriam julgar se o PT cumpriu ou não suas promessas, se violou ou não com a ética partidária, e depositar seu veredicto nas urnas. Se precedentes históricos e pesquisas de opinião valem algo, o PT deverá ser severamente punido pelos eleitores nos próximos pleitos, mas terá a chance de tentar reconstruir-se. Eventualmente, seus membros podem até chegar à conclusão de que a marca se tornou inviável e que é melhor fechar a lojinha, mas essa é uma decisão que cabe a eles. Seria péssimo se o TSE tirasse de eleitores e de militantes a oportunidade de aprender e evoluir. | 10 |
Uber encerra com acordo processo envolvendo antecedente de motoristas | O Uber concordou em pagar US$ 28,5 milhões para encerrar um processo judicial coletivo que questiona sua afirmação de que os seus métodos de verificação de antecedentes de motoristas são "os mais avançados do setor". Os termos do acordo, apresentado na quinta-feira ao tribunal federal norte-americano no distrito norte da Califórnia, requerem que o Uber indenize cerca de 25 milhões de passageiros e reescreva a descrição que acompanha suas informações quanto a uma tarifa cobrada em todas as corridas. O Uber mudará o nome da tarifa, hoje conhecida como "taxa de segurança", para "taxa de reserva". A companhia de serviços de carros afirmou que usaria essa tarifa para "cobrir custos de segurança e outros custos operacionais que advirão no futuro". O Lyft, um dos maiores rivais do Uber, fará mudança semelhante, de acordo com o Uber. "Nenhum meio de transporte pode ser 100% seguro. Acidentes e incidentes ocorrem", afirmou o Uber em comunicado. "Por isso é importante garantir que a linguagem que usamos para descrever a segurança do Uber seja clara e precisa". O acordo aproxima do encerramento um processo aberto por Matthew Philliben e Byron McKnight contra a empresa em 2014, por suposta imprecisão da parte do Uber quanto ao nível de verificação a que submete os motoristas que recruta, os quais devem passar por uma verificação de antecedentes conduzida por um prestador de serviços externo. No começo de 2014, uma reportagem do "New York Times" revelou que o Uber e o Lyft estavam fazendo lobby agressivamente contra o uso de testes de antecedentes por meio de impressões digitais, nos arquivos de tribunais de todo o país. Na época, legisladores afirmaram que, dada a pressa de aumentar o número de motoristas disponíveis, o Uber e o Lyft optaram pela rapidez, de preferência à qualidade, no que tange às verificações de antecedentes. O Uber emprega a Hirease, uma companhia de capital fechado que oferece prazo de "menos de 36 horas" para suas verificações. A Sterling, empresa de capital fechado que realiza as verificações do Lyft, diz que seu tempo de resposta é de dois dias úteis, em média. As verificações de antecedentes em foro estadual para os motoristas de táxis variam de acordo com a jurisdição. Mas os legisladores dizem que é frequente que sejam mais rigorosas que as de qualquer dos dois serviços. O Uber também sofreu um processo civil por dois procuradores estaduais da Califórnia, sob acusação semelhante de iludir o consumidor quanto às suas práticas de segurança. Não se sabe que impacto, se algum, o possível acordo terá sobre o caso paralelo. No passado, o Uber já havia anunciado que investiria mais em pesquisa de tecnologias melhoradas de segurança, como identificação biométrica e verificação por voz. A empresa também apontou que o app atual do Uber revela aos passageiros informações significativas sobre os motoristas, entre as quais a chapa de seus carros e cópias de um documento com foto. O Uber também acompanha as corridas usando tecnologia de GPS. Se o acordo for aprovado pelo tribunal e aceito pelos queixosos, os passageiros do Uber que usaram o serviço nos Estados Unidos entre 1º de janeiro de 2013 e 31 de janeiro de 2016 serão notificados por e-mail e terão a opção de aceitar reembolso em forma de crédito para futuras corridas ou estorno para o cartão de crédito que tenham registrado junto à empresa. "Estamos felizes por deixar para trás esses casos e continuaremos a investir em nova tecnologia e grande atendimento ao cliente, para que possamos melhorar a segurança em nossas cidades", disse o Uber. Tradução de PAULO MIGLIACCI | mercado | Uber encerra com acordo processo envolvendo antecedente de motoristasO Uber concordou em pagar US$ 28,5 milhões para encerrar um processo judicial coletivo que questiona sua afirmação de que os seus métodos de verificação de antecedentes de motoristas são "os mais avançados do setor". Os termos do acordo, apresentado na quinta-feira ao tribunal federal norte-americano no distrito norte da Califórnia, requerem que o Uber indenize cerca de 25 milhões de passageiros e reescreva a descrição que acompanha suas informações quanto a uma tarifa cobrada em todas as corridas. O Uber mudará o nome da tarifa, hoje conhecida como "taxa de segurança", para "taxa de reserva". A companhia de serviços de carros afirmou que usaria essa tarifa para "cobrir custos de segurança e outros custos operacionais que advirão no futuro". O Lyft, um dos maiores rivais do Uber, fará mudança semelhante, de acordo com o Uber. "Nenhum meio de transporte pode ser 100% seguro. Acidentes e incidentes ocorrem", afirmou o Uber em comunicado. "Por isso é importante garantir que a linguagem que usamos para descrever a segurança do Uber seja clara e precisa". O acordo aproxima do encerramento um processo aberto por Matthew Philliben e Byron McKnight contra a empresa em 2014, por suposta imprecisão da parte do Uber quanto ao nível de verificação a que submete os motoristas que recruta, os quais devem passar por uma verificação de antecedentes conduzida por um prestador de serviços externo. No começo de 2014, uma reportagem do "New York Times" revelou que o Uber e o Lyft estavam fazendo lobby agressivamente contra o uso de testes de antecedentes por meio de impressões digitais, nos arquivos de tribunais de todo o país. Na época, legisladores afirmaram que, dada a pressa de aumentar o número de motoristas disponíveis, o Uber e o Lyft optaram pela rapidez, de preferência à qualidade, no que tange às verificações de antecedentes. O Uber emprega a Hirease, uma companhia de capital fechado que oferece prazo de "menos de 36 horas" para suas verificações. A Sterling, empresa de capital fechado que realiza as verificações do Lyft, diz que seu tempo de resposta é de dois dias úteis, em média. As verificações de antecedentes em foro estadual para os motoristas de táxis variam de acordo com a jurisdição. Mas os legisladores dizem que é frequente que sejam mais rigorosas que as de qualquer dos dois serviços. O Uber também sofreu um processo civil por dois procuradores estaduais da Califórnia, sob acusação semelhante de iludir o consumidor quanto às suas práticas de segurança. Não se sabe que impacto, se algum, o possível acordo terá sobre o caso paralelo. No passado, o Uber já havia anunciado que investiria mais em pesquisa de tecnologias melhoradas de segurança, como identificação biométrica e verificação por voz. A empresa também apontou que o app atual do Uber revela aos passageiros informações significativas sobre os motoristas, entre as quais a chapa de seus carros e cópias de um documento com foto. O Uber também acompanha as corridas usando tecnologia de GPS. Se o acordo for aprovado pelo tribunal e aceito pelos queixosos, os passageiros do Uber que usaram o serviço nos Estados Unidos entre 1º de janeiro de 2013 e 31 de janeiro de 2016 serão notificados por e-mail e terão a opção de aceitar reembolso em forma de crédito para futuras corridas ou estorno para o cartão de crédito que tenham registrado junto à empresa. "Estamos felizes por deixar para trás esses casos e continuaremos a investir em nova tecnologia e grande atendimento ao cliente, para que possamos melhorar a segurança em nossas cidades", disse o Uber. Tradução de PAULO MIGLIACCI | 2 |
'Você não merecia isso', diz Gabriel Medina sobre morte de surfista em SC | Nas redes sociais, os principais surfistas brasileiros lamentaram a morte do catarinense Ricardo dos Santos, 24, baleado por um policial militar na manhã desta segunda-feira (19), em Palhoça (na Grande Florianópolis). O atleta era chamado de Ricardinho por colegas da elite do surfe brasileiro. Ele levou três tiros na frente da casa da família, na praia da Guarda do Embaú, após discutir com o policial militar Luís Paulo Mota Brentano, 25. O campeão mundial Gabriel Medina postou uma tela preta no Instagram e escreveu: "Ricardinho, você não merecia isso". "Por que isso acontece com gente de bem?", acrescentou. Alejo Muniz chamou Ricardinho de "amigo e irmão" e criticou a violência. "O valor quase nulo pela vida do próximo não pode continuar." Adriano de Souza, o Mineirinho, referiu-se ao catarinense como "nosso querido e jamais esquecido" amigo. "Você foi e sempre será lembrado como um guerreiro", postou. O presidente da Fecasurf (Federacão Catarinense de Surfe), Frederico Leite, lembrou que Ricardinho foi um dos surfistas mais expressivos do Estado. "Os mares com ondas grandes eram onde ele mais se destacava". Ricardinho nasceu na Guarda do Embaú e surfava desde os sete anos de idade. Ele começou a disputar etapas do Circuito Mundial em 2008, mas estava fora da elite do esporte desde 2013. Em 2012, em um de seus maiores feitos, derrotou Kelly Slater, dono de 11 títulos mundiais, em uma etapa do WCT. Atualmente, participava de campeonatos internacionais em ondas gigantes. BALEADO A morte foi confirmada pela direção do Hospital Regional, em São José, onde o atleta passou por quatro cirurgias para conter hemorragias. A unidade não deu detalhes à imprensa. Segundo a família, os disparos atingiram a veia cava, que irriga o coração, e o surfista precisou receber 24 litros de sangue para tentar se restabelecer. "Os médicos disseram que o estado era crítico e que ele resistia por causa da condição de atleta", contou o tio, Mauro da Silva, 35. Na segunda, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, Ricardinho passou sete horas no centro cirúrgico, para onde voltou nesta terça em mais uma tentativa de controlar a hemorragia. Os amigos fizeram um mutirão de doação de sangue para ajudar o atleta. RECONSTITUIÇÃO O delegado Marcelo Arruda, responsável pelo caso, anunciou que fará uma reconstituição do crime. Ele reforçou que o desentendimento começou depois que o policial parou o carro em frente à casa do surfista. Na versão do policial, o surfista o abordou com agressividade e o ameaçou com um facão, o que o levou a atirar em Ricardinho. "Não tem nada de facão. Ele (militar) estava tão doido que não conseguia nem falar. Disse que ia vazar (depois que o surfista o abordou), mas atirou de dentro do carro mesmo", contou o tio, Mauro da Silva, que estava no local. "O que aconteceu foi uma covardia", disse o avô do surfista, Nicolau dos Santos, 73. O comando estadual da PM informou que o soldado pediu para ser submetido a exames toxicológicos após ser preso. Os resultados não foram divulgados. Brentano, que é soldado em Joinville (a 170 km de Florianópolis), passava férias na região. Ele foi preso horas após os disparos e continua detido no quartel da Polícia Militar em Florianópolis. O soldado disse à polícia que agiu em legítima defesa. O comando estadual da corporação informou que ele ainda não tem advogado. | cotidiano | 'Você não merecia isso', diz Gabriel Medina sobre morte de surfista em SCNas redes sociais, os principais surfistas brasileiros lamentaram a morte do catarinense Ricardo dos Santos, 24, baleado por um policial militar na manhã desta segunda-feira (19), em Palhoça (na Grande Florianópolis). O atleta era chamado de Ricardinho por colegas da elite do surfe brasileiro. Ele levou três tiros na frente da casa da família, na praia da Guarda do Embaú, após discutir com o policial militar Luís Paulo Mota Brentano, 25. O campeão mundial Gabriel Medina postou uma tela preta no Instagram e escreveu: "Ricardinho, você não merecia isso". "Por que isso acontece com gente de bem?", acrescentou. Alejo Muniz chamou Ricardinho de "amigo e irmão" e criticou a violência. "O valor quase nulo pela vida do próximo não pode continuar." Adriano de Souza, o Mineirinho, referiu-se ao catarinense como "nosso querido e jamais esquecido" amigo. "Você foi e sempre será lembrado como um guerreiro", postou. O presidente da Fecasurf (Federacão Catarinense de Surfe), Frederico Leite, lembrou que Ricardinho foi um dos surfistas mais expressivos do Estado. "Os mares com ondas grandes eram onde ele mais se destacava". Ricardinho nasceu na Guarda do Embaú e surfava desde os sete anos de idade. Ele começou a disputar etapas do Circuito Mundial em 2008, mas estava fora da elite do esporte desde 2013. Em 2012, em um de seus maiores feitos, derrotou Kelly Slater, dono de 11 títulos mundiais, em uma etapa do WCT. Atualmente, participava de campeonatos internacionais em ondas gigantes. BALEADO A morte foi confirmada pela direção do Hospital Regional, em São José, onde o atleta passou por quatro cirurgias para conter hemorragias. A unidade não deu detalhes à imprensa. Segundo a família, os disparos atingiram a veia cava, que irriga o coração, e o surfista precisou receber 24 litros de sangue para tentar se restabelecer. "Os médicos disseram que o estado era crítico e que ele resistia por causa da condição de atleta", contou o tio, Mauro da Silva, 35. Na segunda, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, Ricardinho passou sete horas no centro cirúrgico, para onde voltou nesta terça em mais uma tentativa de controlar a hemorragia. Os amigos fizeram um mutirão de doação de sangue para ajudar o atleta. RECONSTITUIÇÃO O delegado Marcelo Arruda, responsável pelo caso, anunciou que fará uma reconstituição do crime. Ele reforçou que o desentendimento começou depois que o policial parou o carro em frente à casa do surfista. Na versão do policial, o surfista o abordou com agressividade e o ameaçou com um facão, o que o levou a atirar em Ricardinho. "Não tem nada de facão. Ele (militar) estava tão doido que não conseguia nem falar. Disse que ia vazar (depois que o surfista o abordou), mas atirou de dentro do carro mesmo", contou o tio, Mauro da Silva, que estava no local. "O que aconteceu foi uma covardia", disse o avô do surfista, Nicolau dos Santos, 73. O comando estadual da PM informou que o soldado pediu para ser submetido a exames toxicológicos após ser preso. Os resultados não foram divulgados. Brentano, que é soldado em Joinville (a 170 km de Florianópolis), passava férias na região. Ele foi preso horas após os disparos e continua detido no quartel da Polícia Militar em Florianópolis. O soldado disse à polícia que agiu em legítima defesa. O comando estadual da corporação informou que ele ainda não tem advogado. | 6 |
Escritor ensina a usar histórias nos negócios; veja lançamentos | O Cifras & Letras seleciona semanalmente lançamentos mais recentes na área de negócios e economia. Confira abaixo os destaques desta semana: NACIONAIS O Guia Completo do Storytelling AUTORES Fernando Palacios e Martha Terenzzo EDITORA Alta Books QUANTO R$ 79,90 (448 págs.) Escritor e executiva de marketing ensina metodologias para desenvolver e contar boas histórias buscando objetivos empresariais. Gestão da Tecnologia da Informação AUTORES David José Françoso, Carlos Antonio Lopes Piubello e Robson Fernandes da Silva EDITORA Edipro QUANTO R$ 55 (248 págs.) Mostra ferramentas de tecnologia da informação e como gerenciá-las. Dá ênfase ao comércio eletrônico. Construção Verde AUTORES Abe Kruger e Carl Seville (adaptação e tradução de Sasquia Hizuru Obata) EDITORA Cengage Learning QUANTO R$ 189,90 (608 págs.) Apresenta métodos de planejamento e gestão usados para a construção ambientalmente correta. Mostra novas tendências e tecnologias. O Fantástico mundo dos Números - A Matemática do Zero ao Infinito AUTORES Ian Stewart e George Schlesinger EDITORA* Zahar QUANTO R$ 49,90 (401 págs.) Traz a história do desenvolvimento dos números e explica sua aplicação a partir de capítulos que seguem a ordem pela qual eles foram criados. INTERNACIONAIS Chaos Monkeys AUTOR Antonio Garcia Martinez EDITORA Harper QUANTO R$ 42,50 na amazon.com.br (533 págs.) Descreve de maneira ácida e bem humorada o modo como são feitos negócios no "Vale do Silício" (EUA), região que concentra empresas de tecnologia e investidores. Invisible Influence AUTOR Jonah Berger EDITORA Simon & Schuster QUANTO R$ 61,05 na amazon.com.br (272 págs.) O autor, que descreveu como coisas se tornam virais no livro "Contágio" (LeYa), explica a importância de influências sutis para a formação de gostos e opiniões. | mercado | Escritor ensina a usar histórias nos negócios; veja lançamentosO Cifras & Letras seleciona semanalmente lançamentos mais recentes na área de negócios e economia. Confira abaixo os destaques desta semana: NACIONAIS O Guia Completo do Storytelling AUTORES Fernando Palacios e Martha Terenzzo EDITORA Alta Books QUANTO R$ 79,90 (448 págs.) Escritor e executiva de marketing ensina metodologias para desenvolver e contar boas histórias buscando objetivos empresariais. Gestão da Tecnologia da Informação AUTORES David José Françoso, Carlos Antonio Lopes Piubello e Robson Fernandes da Silva EDITORA Edipro QUANTO R$ 55 (248 págs.) Mostra ferramentas de tecnologia da informação e como gerenciá-las. Dá ênfase ao comércio eletrônico. Construção Verde AUTORES Abe Kruger e Carl Seville (adaptação e tradução de Sasquia Hizuru Obata) EDITORA Cengage Learning QUANTO R$ 189,90 (608 págs.) Apresenta métodos de planejamento e gestão usados para a construção ambientalmente correta. Mostra novas tendências e tecnologias. O Fantástico mundo dos Números - A Matemática do Zero ao Infinito AUTORES Ian Stewart e George Schlesinger EDITORA* Zahar QUANTO R$ 49,90 (401 págs.) Traz a história do desenvolvimento dos números e explica sua aplicação a partir de capítulos que seguem a ordem pela qual eles foram criados. INTERNACIONAIS Chaos Monkeys AUTOR Antonio Garcia Martinez EDITORA Harper QUANTO R$ 42,50 na amazon.com.br (533 págs.) Descreve de maneira ácida e bem humorada o modo como são feitos negócios no "Vale do Silício" (EUA), região que concentra empresas de tecnologia e investidores. Invisible Influence AUTOR Jonah Berger EDITORA Simon & Schuster QUANTO R$ 61,05 na amazon.com.br (272 págs.) O autor, que descreveu como coisas se tornam virais no livro "Contágio" (LeYa), explica a importância de influências sutis para a formação de gostos e opiniões. | 2 |
O Brasil velho e o Brasil novo | O momento é paradoxal. Por um lado, há o muro fiscal, cada vez mais perto. Por outro, há um debate inédito sobre os problemas do país, que não se reduzem ao maniqueísmo da última campanha. Falta muito a fazer, mas alguns avanços surpreendem. Melhor ainda, não se trata apenas do resultado de um governo que utiliza velhos métodos em troca de reformas que garantam a boa vontade de parte da sociedade. A reforma trabalhista foi significativamente aperfeiçoada pelo Congresso. Os argumentos técnicos foram decisivos na discussão sobre os subsídios do BNDES, assim como a liderança do relator. O debate surpreende. A reforma é defendida por políticos tradicionalmente associados aos setores beneficiados pelo subsídio. A oposição à proposta, por sua vez, reúne antigos adversários, alguns que apoiaram o impeachment, outros que o denunciaram como golpe. Progressivamente, avança, na sociedade e na política, o debate sobre a agenda republicana: tratar igualmente os iguais, reduzindo as distorções que privilegiam alguns em detrimento dos demais. As regras tributárias devem ser comuns aos diversos setores produtivos e todos temos que contribuir com a Previdência; afinal, todos iremos nos aposentar. O Brasil da meia-entrada encontrou o seu limite. Talvez o resultado seja uma nova divisão política. De um lado, quem defende o Brasil velho, em que o Estado coordena as decisões de investimento, concedendo subsídios e proteções. De outro, o Brasil novo, da agenda republicana, com ênfase na melhora do ambiente de negócios, na concorrência e na política social. Não se trata de agenda fácil, e são frequentes os retrocessos. As regras sobre diversos gastos públicos obrigatórios, determinados por lei, como a Previdência, resultam no seu crescimento acima da renda nacional. Esses gastos já somam 105% da receita líquida do governo federal. O dinheiro começa a acabar, comprometendo políticas essenciais, como em ciência e tecnologia. A Constituição e a boa gestão rejeitam o aumento da dívida para financiar as despesas correntes. Na ausência de reformas que reduzam os gastos obrigatórios, o resultado será a paralisia do governo e a volta da inflação para equilibrar as contas públicas. Não há saída fora da política. Superar as dificuldades requer negociar perdas, assim como reformas que permitam ganhos de produtividade e maior crescimento econômico. Esse papel cabe à política, com velhas ou novas personagens. Temos o alívio da retomada temporária da atividade e do emprego. Entretanto, a reação do Brasil velho, as ambiguidades do governo e os interesses de curto prazo ameaçam a negociação das reformas. O tempo corre. | colunas | O Brasil velho e o Brasil novoO momento é paradoxal. Por um lado, há o muro fiscal, cada vez mais perto. Por outro, há um debate inédito sobre os problemas do país, que não se reduzem ao maniqueísmo da última campanha. Falta muito a fazer, mas alguns avanços surpreendem. Melhor ainda, não se trata apenas do resultado de um governo que utiliza velhos métodos em troca de reformas que garantam a boa vontade de parte da sociedade. A reforma trabalhista foi significativamente aperfeiçoada pelo Congresso. Os argumentos técnicos foram decisivos na discussão sobre os subsídios do BNDES, assim como a liderança do relator. O debate surpreende. A reforma é defendida por políticos tradicionalmente associados aos setores beneficiados pelo subsídio. A oposição à proposta, por sua vez, reúne antigos adversários, alguns que apoiaram o impeachment, outros que o denunciaram como golpe. Progressivamente, avança, na sociedade e na política, o debate sobre a agenda republicana: tratar igualmente os iguais, reduzindo as distorções que privilegiam alguns em detrimento dos demais. As regras tributárias devem ser comuns aos diversos setores produtivos e todos temos que contribuir com a Previdência; afinal, todos iremos nos aposentar. O Brasil da meia-entrada encontrou o seu limite. Talvez o resultado seja uma nova divisão política. De um lado, quem defende o Brasil velho, em que o Estado coordena as decisões de investimento, concedendo subsídios e proteções. De outro, o Brasil novo, da agenda republicana, com ênfase na melhora do ambiente de negócios, na concorrência e na política social. Não se trata de agenda fácil, e são frequentes os retrocessos. As regras sobre diversos gastos públicos obrigatórios, determinados por lei, como a Previdência, resultam no seu crescimento acima da renda nacional. Esses gastos já somam 105% da receita líquida do governo federal. O dinheiro começa a acabar, comprometendo políticas essenciais, como em ciência e tecnologia. A Constituição e a boa gestão rejeitam o aumento da dívida para financiar as despesas correntes. Na ausência de reformas que reduzam os gastos obrigatórios, o resultado será a paralisia do governo e a volta da inflação para equilibrar as contas públicas. Não há saída fora da política. Superar as dificuldades requer negociar perdas, assim como reformas que permitam ganhos de produtividade e maior crescimento econômico. Esse papel cabe à política, com velhas ou novas personagens. Temos o alívio da retomada temporária da atividade e do emprego. Entretanto, a reação do Brasil velho, as ambiguidades do governo e os interesses de curto prazo ameaçam a negociação das reformas. O tempo corre. | 10 |
Arena do Marketing traz nesta quarta presidente da agência Y&R Brasil | A Folha, em parceria com a faculdade ESPM, realiza nesta quarta-feira (30), às 15h, nova rodada do Arena do Marketing, evento voltado a debater o universo da publicidade e da propaganda no Brasil. O programa terá transmissão ao vivo pelo site da TV Folha. A edição irá comentar os novos modelos de agência de publicidade. David Laloum, presidente da agência Y&R Brasil, será o entrevistado. O Arena do Marketing terá mediação da jornalista Mariana Barbosa. | mercado | Arena do Marketing traz nesta quarta presidente da agência Y&R BrasilA Folha, em parceria com a faculdade ESPM, realiza nesta quarta-feira (30), às 15h, nova rodada do Arena do Marketing, evento voltado a debater o universo da publicidade e da propaganda no Brasil. O programa terá transmissão ao vivo pelo site da TV Folha. A edição irá comentar os novos modelos de agência de publicidade. David Laloum, presidente da agência Y&R Brasil, será o entrevistado. O Arena do Marketing terá mediação da jornalista Mariana Barbosa. | 2 |
Sem lesão grave, Kelvin não terá que passar por cirurgia | Um dos 16 reforços do Palmeiras para esta temporada, o atacante Kelvin, que estava no Porto (POR), não terá de passar por cirurgia no joelho esquerdo, que ele torceu na última quinta-feira, durante a pré-temporada do time em Itu. O clube não informa, no entanto, um prazo para a recuperação do jogador. Dos reforços do time em 2015, apenas Kelvin e o também atacante Rafael Marques ainda não estrearam. Rafael ainda não adquiriu a forma física necessária para jogar, segundo o clube. Por meio de seu perfil no Instagram, o atacante informou que trabalha para voltar rapidamente aos gramados. "Infelizmente sofri uma lesão no joelho esquerdo.. Ficarei alguns dias de fora dos trabalhos, mas já estou em recuperação para voltar o mais rápido possível! Deus no comando sempre 🙏 #Palmeiras #Avanti #FocoSempre" | esporte | Sem lesão grave, Kelvin não terá que passar por cirurgiaUm dos 16 reforços do Palmeiras para esta temporada, o atacante Kelvin, que estava no Porto (POR), não terá de passar por cirurgia no joelho esquerdo, que ele torceu na última quinta-feira, durante a pré-temporada do time em Itu. O clube não informa, no entanto, um prazo para a recuperação do jogador. Dos reforços do time em 2015, apenas Kelvin e o também atacante Rafael Marques ainda não estrearam. Rafael ainda não adquiriu a forma física necessária para jogar, segundo o clube. Por meio de seu perfil no Instagram, o atacante informou que trabalha para voltar rapidamente aos gramados. "Infelizmente sofri uma lesão no joelho esquerdo.. Ficarei alguns dias de fora dos trabalhos, mas já estou em recuperação para voltar o mais rápido possível! Deus no comando sempre 🙏 #Palmeiras #Avanti #FocoSempre" | 4 |
Extermínio de gansos em câmaras de gás divide holandeses | O chiado do gás, liberado por uma alavanca manipulada por Arie den Hertog na traseira da sua van, marcou o início do extermínio. Os animais selvagens, amontoados numa caixa de madeira, gritaram. Apenas dois minutos depois, estavam em silêncio. Olhando o cronômetro do seu celular, Den Hertog declarou o fim da operação. "Acabou", disse sobre o trabalho, realizado próximo ao curso inferior do rio Reno. Tratado como nazista por ativistas dos direitos dos animais, mas louvado como herói por agricultores holandeses, Den Hertog, 40, é especialista na prática de exterminar gansos selvagens. Em sua excursão a Wijk bij Duurstede, vilarejo a sudeste de Amsterdã, ele matou 570 gansos-bravos na sua câmara de gás portátil. Com isso, o total de animais mortos superou 7.000 em uma semana. "Não é divertido, mas precisa ser feito", disse. As autoridades concordam. Elas pagam a Den Hertog para que ele impeça a crescente população de gansos de devorar pastos e voar na direção de aviões que decolam do aeroporto Schiphol, em Amsterdã, importante polo aeroviário da Europa. A população local de gansos disparou por diversos fatores: a proibição da caça (declarada em 1999), o crescente uso de fertilizantes à base de nitrogênio e a expansão das áreas de proteção ambiental. Essa combinação, somada à abundância de rios e canais, fez do país um "Eldorado dos gansos", na descrição de Julia Stahl, da ONG Sovon, que monitora as populações de aves selvagens nos Países Baixos. Den Hertog foi contratado pelo governo para matar gansos em 2008, devido ao risco que esses animais acarretavam à aviação. O trabalho deixou Den Hertog na mira dos grupos de defesa dos animais, que já invadiram a sede da sua empresa, atearam fogo a um cômodo e picharam as paredes. Ninguém foi preso. Depois disso, Den Hertog instalou câmeras de vigilância na empresa e na sua casa. Ele espera que o pior já tenha passado, mas ainda se preocupa com as mensagens de ódio que recebe. "Vocês são como os nazistas na guerra", dizia um recente e-mail apócrifo. "Espero que você tenha uma doença letal e morra lentamente." Den Hertog disse que lida com essa agressividade pensando em "todos os agricultores felizes que gostam do que eu estou fazendo". As comparações com as práticas nazistas causam tamanho impacto emocional que durante algum tempo os funcionários públicos recuaram do seu apoio aos métodos de Den Hertog. Ele calcula que já matou entre 50 mil e 60 mil gansos, sendo mais de 25 mil nos arredores do Aeroporto Schiphol. Todas as aves são doadas a um abatedouro. Depois da polêmica envolvendo seus métodos, Den Hertog foi temporariamente proibido de usar o dióxido de carbono. Por isso, precisou abater os gansos a tiros ou marteladas. "Era muito feio, com sangue por todo lado", disse o agente florestal Hugo Spitzen. Den Hertog concentra sua atividade em poucas semanas de cada ano, na época em que os gansos perdem suas penas antigas e se tornam incapazes de voar. "Eu amo os gansos. Eles são muito inteligentes", disse Den Hertog, acrescentando que na infância tinha fascínio por capturar animais em áreas rurais e que passou anos aperfeiçoando o seu sistema de extermínio. "Estou sempre aberto a sugestões sobre como melhorar seu funcionamento." Colaborou Rosanne Kropman | mundo | Extermínio de gansos em câmaras de gás divide holandesesO chiado do gás, liberado por uma alavanca manipulada por Arie den Hertog na traseira da sua van, marcou o início do extermínio. Os animais selvagens, amontoados numa caixa de madeira, gritaram. Apenas dois minutos depois, estavam em silêncio. Olhando o cronômetro do seu celular, Den Hertog declarou o fim da operação. "Acabou", disse sobre o trabalho, realizado próximo ao curso inferior do rio Reno. Tratado como nazista por ativistas dos direitos dos animais, mas louvado como herói por agricultores holandeses, Den Hertog, 40, é especialista na prática de exterminar gansos selvagens. Em sua excursão a Wijk bij Duurstede, vilarejo a sudeste de Amsterdã, ele matou 570 gansos-bravos na sua câmara de gás portátil. Com isso, o total de animais mortos superou 7.000 em uma semana. "Não é divertido, mas precisa ser feito", disse. As autoridades concordam. Elas pagam a Den Hertog para que ele impeça a crescente população de gansos de devorar pastos e voar na direção de aviões que decolam do aeroporto Schiphol, em Amsterdã, importante polo aeroviário da Europa. A população local de gansos disparou por diversos fatores: a proibição da caça (declarada em 1999), o crescente uso de fertilizantes à base de nitrogênio e a expansão das áreas de proteção ambiental. Essa combinação, somada à abundância de rios e canais, fez do país um "Eldorado dos gansos", na descrição de Julia Stahl, da ONG Sovon, que monitora as populações de aves selvagens nos Países Baixos. Den Hertog foi contratado pelo governo para matar gansos em 2008, devido ao risco que esses animais acarretavam à aviação. O trabalho deixou Den Hertog na mira dos grupos de defesa dos animais, que já invadiram a sede da sua empresa, atearam fogo a um cômodo e picharam as paredes. Ninguém foi preso. Depois disso, Den Hertog instalou câmeras de vigilância na empresa e na sua casa. Ele espera que o pior já tenha passado, mas ainda se preocupa com as mensagens de ódio que recebe. "Vocês são como os nazistas na guerra", dizia um recente e-mail apócrifo. "Espero que você tenha uma doença letal e morra lentamente." Den Hertog disse que lida com essa agressividade pensando em "todos os agricultores felizes que gostam do que eu estou fazendo". As comparações com as práticas nazistas causam tamanho impacto emocional que durante algum tempo os funcionários públicos recuaram do seu apoio aos métodos de Den Hertog. Ele calcula que já matou entre 50 mil e 60 mil gansos, sendo mais de 25 mil nos arredores do Aeroporto Schiphol. Todas as aves são doadas a um abatedouro. Depois da polêmica envolvendo seus métodos, Den Hertog foi temporariamente proibido de usar o dióxido de carbono. Por isso, precisou abater os gansos a tiros ou marteladas. "Era muito feio, com sangue por todo lado", disse o agente florestal Hugo Spitzen. Den Hertog concentra sua atividade em poucas semanas de cada ano, na época em que os gansos perdem suas penas antigas e se tornam incapazes de voar. "Eu amo os gansos. Eles são muito inteligentes", disse Den Hertog, acrescentando que na infância tinha fascínio por capturar animais em áreas rurais e que passou anos aperfeiçoando o seu sistema de extermínio. "Estou sempre aberto a sugestões sobre como melhorar seu funcionamento." Colaborou Rosanne Kropman | 3 |
Rolling Stones: de olho em Havana | Mal foi recebida pelos meios de comunicação oficiais e a notícia já correu pela ilha como um furacão: Mick Jagger, o mais "rolling" de todos os Rolling Stones, o mais irreverente e provocador, havia chegado a Cuba em uma viagem de prospecção, porque os Rolling Stones querem se apresentar em Cuba! E Havana concordou! Há algumas semanas, neste mesmo espaço, eu já tinha avisado: Cuba está na moda, definitivamente, e quase todo o mundo quer passar pelo país: alguns para cantar, outros para dançar, outros para fazer negócios, outros para pregar e muitos para ver e, se possível, tentar entender, como declarou a secretária do Comércio dos EUA, Penny Pritzker, depois de sua estadia em Havana. Mas a presença de Mick Jagger por estas bandas tem muitos outros significados, ou, pelo menos, significados muito específicos, pois estamos falando mais ou menos do mesmo país em que ele e sua música, assim como a dos Beatles e de tantos outros grupos de rock dos anos 1960, foram considerados uma influência nociva para a juventude. Por isso, sua presença era limitada nos canais de difusão; às vezes era até proibido tocá-la, e revelar um gosto pessoal por esses grupos e sua música podia ser visto como uma fraqueza ideológica muito grave. Isso dava impunidade à polícia para exercer sua autoridade, com a possibilidade de confiscar ou simplesmente quebrar os discos dessa música "estrangeirizante" se os surpreendesse nas mãos de um jovem cubano da época –como em certa ocasião ocorreu diante de meus olhos. Por sorte, alguns critérios ideológicos e artísticos de Cuba mudaram muito ao longo das décadas seguintes –e não apenas no que diz respeito ao rock. Primeiro lentamente, e depois de modo total, foram abertas as portas à difusão da música pop e rock na ilha, e foi revalorizada a personalidade de seus artistas e a importância de suas obras. Assim, faz mais de dez anos que John Lennon tem uma estátua de bronze em um parque do centro de Havana, convertido em local de romaria de admiradores e turistas. Mas Mick Jagger chega agora a Cuba de corpo completo e já se fala da possibilidade de um grande concerto no maior estádio de beisebol do país, no coração de Havana. E o simples fato de imaginá-lo cantando em um cenário cubano me faz voltar no tempo outra vez, para mergulhar naqueles tempos de minha adolescência e juventude, quando teríamos dado a vida para assistir a um evento assim e nem sequer tínhamos o paliativo de poder ver nossos ídolos musicais na tela de alguma televisão. Mesmo assim, nossa educação sentimental se fez na contracorrente daquelas políticas culturais, e, de uma maneira ou de outra (numa época em que nem sequer existiam toca-fitas), ouvíamos aqueles grupos e até conseguíamos cantar suas músicas. Para muitos dos que hoje temos por volta de 60 anos, a trilha sonora da nossa juventude está gravada em nossas memórias com canções de Beatles, Rolling Stones, Chicago, Blood, Sweat and Tears, The Mamas and the Papas e as músicas do Creedence Clearwater Revival que meu personagem Mario Conde e seus velhos amigos ouvem em cada romance. Talvez o próprio fato de eles serem uma fruta proibida, ou no mínimo vista como suspeita, tenha ajudado a fazer essa preferência deitar raízes, em vez de contribuir para dissolvê-la. É o que a censura costuma provocar. E, no final, foi um benefício espiritual que ganhamos, com gratidão apenas por esses músicos que, ainda que numa língua incompreensível, também cantavam para nós, que vivíamos na ilha. Porque, à diferença de muitos dos jovens de hoje, fãs desse filho bastardo do hip-hop conhecido como reggaeton, pobre de ritmo e quase sempre grosseiro de letras, nós temos em nossa memória mais afetiva frases como "We all live in a yellow submarine" ou "I can't get no... satisfaction", Talvez, penso, os Rolling Stones estejam chegando a Cuba tarde demais. Seus fãs mais fiéis, estamos entre os 60 e os 70 anos, enquanto sua música hoje já não significa o que significou ontem. Mas, de qualquer maneira, é melhor tarde que nunca, penso também. E acredito que a presença deles em Havana vai sacudir o país do melhor dos modos possíveis: sacudir a memória, exorcizar os esquecimentos, e os membros de minha geração que já têm netos talvez possam ir ver Mick Jagger em companhia de seus descendentes. E o neto poderá guardar a lembrança e algum dia, dentro de 50 anos, poderá contar a seu próprio neto que um dia assistiu à primeira apresentação dos Rolling Stones em Cuba, junto com o tataravô dele, e o viu chorar de emoção, de frustração e, por que não, também de "Satisfaction"! | colunas | Rolling Stones: de olho em HavanaMal foi recebida pelos meios de comunicação oficiais e a notícia já correu pela ilha como um furacão: Mick Jagger, o mais "rolling" de todos os Rolling Stones, o mais irreverente e provocador, havia chegado a Cuba em uma viagem de prospecção, porque os Rolling Stones querem se apresentar em Cuba! E Havana concordou! Há algumas semanas, neste mesmo espaço, eu já tinha avisado: Cuba está na moda, definitivamente, e quase todo o mundo quer passar pelo país: alguns para cantar, outros para dançar, outros para fazer negócios, outros para pregar e muitos para ver e, se possível, tentar entender, como declarou a secretária do Comércio dos EUA, Penny Pritzker, depois de sua estadia em Havana. Mas a presença de Mick Jagger por estas bandas tem muitos outros significados, ou, pelo menos, significados muito específicos, pois estamos falando mais ou menos do mesmo país em que ele e sua música, assim como a dos Beatles e de tantos outros grupos de rock dos anos 1960, foram considerados uma influência nociva para a juventude. Por isso, sua presença era limitada nos canais de difusão; às vezes era até proibido tocá-la, e revelar um gosto pessoal por esses grupos e sua música podia ser visto como uma fraqueza ideológica muito grave. Isso dava impunidade à polícia para exercer sua autoridade, com a possibilidade de confiscar ou simplesmente quebrar os discos dessa música "estrangeirizante" se os surpreendesse nas mãos de um jovem cubano da época –como em certa ocasião ocorreu diante de meus olhos. Por sorte, alguns critérios ideológicos e artísticos de Cuba mudaram muito ao longo das décadas seguintes –e não apenas no que diz respeito ao rock. Primeiro lentamente, e depois de modo total, foram abertas as portas à difusão da música pop e rock na ilha, e foi revalorizada a personalidade de seus artistas e a importância de suas obras. Assim, faz mais de dez anos que John Lennon tem uma estátua de bronze em um parque do centro de Havana, convertido em local de romaria de admiradores e turistas. Mas Mick Jagger chega agora a Cuba de corpo completo e já se fala da possibilidade de um grande concerto no maior estádio de beisebol do país, no coração de Havana. E o simples fato de imaginá-lo cantando em um cenário cubano me faz voltar no tempo outra vez, para mergulhar naqueles tempos de minha adolescência e juventude, quando teríamos dado a vida para assistir a um evento assim e nem sequer tínhamos o paliativo de poder ver nossos ídolos musicais na tela de alguma televisão. Mesmo assim, nossa educação sentimental se fez na contracorrente daquelas políticas culturais, e, de uma maneira ou de outra (numa época em que nem sequer existiam toca-fitas), ouvíamos aqueles grupos e até conseguíamos cantar suas músicas. Para muitos dos que hoje temos por volta de 60 anos, a trilha sonora da nossa juventude está gravada em nossas memórias com canções de Beatles, Rolling Stones, Chicago, Blood, Sweat and Tears, The Mamas and the Papas e as músicas do Creedence Clearwater Revival que meu personagem Mario Conde e seus velhos amigos ouvem em cada romance. Talvez o próprio fato de eles serem uma fruta proibida, ou no mínimo vista como suspeita, tenha ajudado a fazer essa preferência deitar raízes, em vez de contribuir para dissolvê-la. É o que a censura costuma provocar. E, no final, foi um benefício espiritual que ganhamos, com gratidão apenas por esses músicos que, ainda que numa língua incompreensível, também cantavam para nós, que vivíamos na ilha. Porque, à diferença de muitos dos jovens de hoje, fãs desse filho bastardo do hip-hop conhecido como reggaeton, pobre de ritmo e quase sempre grosseiro de letras, nós temos em nossa memória mais afetiva frases como "We all live in a yellow submarine" ou "I can't get no... satisfaction", Talvez, penso, os Rolling Stones estejam chegando a Cuba tarde demais. Seus fãs mais fiéis, estamos entre os 60 e os 70 anos, enquanto sua música hoje já não significa o que significou ontem. Mas, de qualquer maneira, é melhor tarde que nunca, penso também. E acredito que a presença deles em Havana vai sacudir o país do melhor dos modos possíveis: sacudir a memória, exorcizar os esquecimentos, e os membros de minha geração que já têm netos talvez possam ir ver Mick Jagger em companhia de seus descendentes. E o neto poderá guardar a lembrança e algum dia, dentro de 50 anos, poderá contar a seu próprio neto que um dia assistiu à primeira apresentação dos Rolling Stones em Cuba, junto com o tataravô dele, e o viu chorar de emoção, de frustração e, por que não, também de "Satisfaction"! | 10 |
Concurso reúne imagens incríveis de natureza pelo mundo | Luz e névoa na China, noite gelada na Lapônia, icebergs na Antártida, leões brincando na África, formações rochosas nos EUA, vulcões em erupção no Oceano Índico. A edição 2016 do concurso National Geographic Travel Photographer of the Year, que premia melhores fotografias de viagem pelo mundo, está com inscrições abertas até 27 de maio. Confira alguns dos competidores na categoria natureza. A julgar pela qualidade das imagens, o páreo será duro. O vencedor receberá uma viagem para um safári fotográfico de ursos polares. | ambiente | Concurso reúne imagens incríveis de natureza pelo mundoLuz e névoa na China, noite gelada na Lapônia, icebergs na Antártida, leões brincando na África, formações rochosas nos EUA, vulcões em erupção no Oceano Índico. A edição 2016 do concurso National Geographic Travel Photographer of the Year, que premia melhores fotografias de viagem pelo mundo, está com inscrições abertas até 27 de maio. Confira alguns dos competidores na categoria natureza. A julgar pela qualidade das imagens, o páreo será duro. O vencedor receberá uma viagem para um safári fotográfico de ursos polares. | 7 |
Em vídeo, rainha Elizabeth 2ª chama autoridades chinesas de 'grosseiras' | A rainha Elizabeth 2ª pode ser ouvida em um vídeo chamando autoridades chinesas de "muito grosseiras" durante uma conversa em um evento no Palácio de Buckingham. O vídeo mostra a rainha, vestida de cor-de-rosa e carregando um guarda-chuva, sendo apresentada a Lucy D'Orsi, integrante da polícia. Quem as apresenta diz que a comandante trabalhou na segurança da visita de uma comitiva oficial dos chineses. A rainha reage: "Ah, que má sorte". D'Orsi diz, em seguida, que a visita foi uma "provação". Elizabeth 2ª comenta que "eles foram muito grosseiros com a embaixadora". A conversa foi gravada, de perto, pela equipe oficial do palácio nesta terça-feira (10) e distribuída para redes de TV (a BBC transmitiu). Não fica claro, no vídeo, se elas falam sobre a visita de Xi Jinping ao Reino Unido (em outubro de 2015) ou de uma visita preparatória de autoridades antes da visita principal. No final da conversa, a policial conta à rainha que houve um momento em que os chineses deixaram uma reunião com a embaixadora britânica na China, Barbara Woodward, dizendo que a viagem estava encerrada. "Foi muito grosseiro e não diplomático", disse a policial. Assista ao vídeo, com legendas em inglês: Rainha Elizabeth fala dos chineses 'VISITA BEM-SUCEDIDA' Esse tipo de manifestação da parte da rainha não é comum, já que a monarca raramente se pronuncia publicamente sobre questões políticas, e a imprensa que a acompanha é solicitada a não registrar conversas privadas de Elizabeth. Tanto a polícia quanto o palácio se recusaram a comentar o vídeo, dizendo apenas que a visita da comitiva de Xi foi "extremamente bem-sucedida". Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China também não quis comentar especificamente as falas da rainha. Lu Kang seguiu a linha do palácio britânico, dizendo que a visita foi "muito bem-sucedida". Apesar disso, notícias sobre as críticas da rainha foram censuradas na internet chinesa, e o sinal da BBC foi cortado quando noticiou sobre o caso. A divulgação do vídeo ocorreu horas depois de outro constrangimento para os britânicos. Nesta terça (10), o primeiro-ministro David Cameron foi pego ao microfone chamando a Nigéria e o Afeganistão de "incrivelmente corruptos". | mundo | Em vídeo, rainha Elizabeth 2ª chama autoridades chinesas de 'grosseiras'A rainha Elizabeth 2ª pode ser ouvida em um vídeo chamando autoridades chinesas de "muito grosseiras" durante uma conversa em um evento no Palácio de Buckingham. O vídeo mostra a rainha, vestida de cor-de-rosa e carregando um guarda-chuva, sendo apresentada a Lucy D'Orsi, integrante da polícia. Quem as apresenta diz que a comandante trabalhou na segurança da visita de uma comitiva oficial dos chineses. A rainha reage: "Ah, que má sorte". D'Orsi diz, em seguida, que a visita foi uma "provação". Elizabeth 2ª comenta que "eles foram muito grosseiros com a embaixadora". A conversa foi gravada, de perto, pela equipe oficial do palácio nesta terça-feira (10) e distribuída para redes de TV (a BBC transmitiu). Não fica claro, no vídeo, se elas falam sobre a visita de Xi Jinping ao Reino Unido (em outubro de 2015) ou de uma visita preparatória de autoridades antes da visita principal. No final da conversa, a policial conta à rainha que houve um momento em que os chineses deixaram uma reunião com a embaixadora britânica na China, Barbara Woodward, dizendo que a viagem estava encerrada. "Foi muito grosseiro e não diplomático", disse a policial. Assista ao vídeo, com legendas em inglês: Rainha Elizabeth fala dos chineses 'VISITA BEM-SUCEDIDA' Esse tipo de manifestação da parte da rainha não é comum, já que a monarca raramente se pronuncia publicamente sobre questões políticas, e a imprensa que a acompanha é solicitada a não registrar conversas privadas de Elizabeth. Tanto a polícia quanto o palácio se recusaram a comentar o vídeo, dizendo apenas que a visita da comitiva de Xi foi "extremamente bem-sucedida". Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China também não quis comentar especificamente as falas da rainha. Lu Kang seguiu a linha do palácio britânico, dizendo que a visita foi "muito bem-sucedida". Apesar disso, notícias sobre as críticas da rainha foram censuradas na internet chinesa, e o sinal da BBC foi cortado quando noticiou sobre o caso. A divulgação do vídeo ocorreu horas depois de outro constrangimento para os britânicos. Nesta terça (10), o primeiro-ministro David Cameron foi pego ao microfone chamando a Nigéria e o Afeganistão de "incrivelmente corruptos". | 3 |
Governo é contra liberação irrestrita da maconha para uso medicinal | O presidente Michel Temer encaminhou ao STF (Supremo Tribunal Federal) parecer da AGU (Advocacia Geral da União) contrário à liberação irrestrita da maconha para fins medicinais e terapêuticos. A ação, ajuizada pelo PPS, tramita no tribunal desde maio. O partido foi ao Supremo pedir que sejam considerados inconstitucionais alguns dispositivos legais que criminalizam plantio, cultivo, colheita, transporte, prescrição e aquisição de Cannabis sativa, a fim de assegurar o uso do componente para fins medicinais e importação de medicamentos à base de canabidiol. A relatoria do caso está com a ministra Rosa Weber, que vai levar o assunto para o plenário da corte, composta pelos 11 magistrados. Não há data para o julgamento. De acordo com o PPS, o direito à saúde assegura o "acesso dos indivíduos aos meios que lhes possam trazer, senão a cura da doença, pelo menos uma sensível melhora na qualidade de vida" e que o tratamento com Cannabis "é uma forma legítima de exercício do direito à saúde (... ) e de busca da vida boa". ERVA QUE CURA A ministra pediu que a Presidência da República se manifestasse. A AGU, que representa o governo federal, se posicionou contra. O órgão argumenta que o Congresso deve debater a descriminalização da substância, que falta controle do poder público sobre o uso da Cannabis e que a Anvisa já tem critérios técnicos que permitiram a inclusão do canabidiol na lista de substâncias psicotrópicas vendidas no Brasil. "Como se pode observar, não merece prosperar o pedido autoral, uma vez que o direito à saúde daqueles que necessitam do uso medicinal da Cannabis está perfeitamente garantido pela lei e demais atos normativos. O que não se pode permitir, entretanto, é a total ausência de controle estatal, como requer o autor da presente ação", diz a AGU. - Anvisa quer regular cultivo de Cannabis para pesquisa e produção para uso medicinal Como é hoje Lei 11.343, de 2006, proíbe plantio, cultura, colheita e exploração de Cannabis, "ressalvada hipótese de autorização legal" para fins medicinais e científicos, em local e prazo predeterminados e mediante fiscalização Sem regulamentação, porém, cultivo ainda não foi autorizado para nenhuma instituição de pesquisa, segundo a Anvisa. Universidades que desejam ter acesso à planta, por exemplo, precisam obter por importação ou doação previamente autorizadas O que está em discussão Ideia é elaborar uma norma para cultivo da Cannabis para fins medicinais e pesquisa até o fim deste ano, com foco em viabilizar pesquisas e produção de extratos para uso por pacientes e futuros medicamentos. Modelo inicial, em estudo, prevê que haja normas para que empresas e universidades possam ganhar autorização para realizar o cultivo, de acordo com critérios rígidos, como limite de plantas e medidas de segurança. Cultivo não seria liberado à população Um dos pontos em estudo é que possíveis produtos desenvolvidos pelas empresas, como extratos à base de canabidiol e outras substâncias derivadas da maconha, sejam notificados à Anvisa, que também teria acesso a informações sobre prescritores e pacientes -que poderiam adquirir direto das empresas Como é em outros países Canadá Produção e venda é feita por estabelecimentos autorizados; há cotas de cultivo por empresa e por produto Holanda Governo mantém setor responsável pela produção de Cannabis para fins medicinais e científicos, e que pode receber solicitações de farmácias, universidades e institutos de pesquisa Chile Monitora duas plantações autorizadas que visam extrair matéria-prima para elaboração de medicamentos Linha do Tempo - Maconha Medicinal Nov.2013 Após ver informações na internet sobre testes com canabidiol, um dos derivados da maconha, a família da brasileira Anny Fischer, que sofre de uma síndrome rara, decide importar dos Estados Unidos um óleo rico na substância para a criança Mar.2014 Uma das tentativas de importação falha e o canabidiol é barrado na alfândega. A família conta sua história a um jornalista, que lança o documentário "Ilegal" sobre o caso Abr.2014 A família de Anny consegue laudo médico da USP de Ribeirão Preto e entra na Justiça para conseguir importar o produto. O pedido é aprovado. Após o caso, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) passa receber mais pedidos de autorização para importação de produtos à base de canabidiol 10.out.2014 Conselho Regional de Medicina de São Paulo autoriza a prescrição de canabidiol no Estado 11. dez.2014 Conselho Federal de Medicina autoriza médicos a prescreverem o canabidiol, mas somente para crianças com epilepsia e que não tenham tido sucesso em outros tratamentos 15.jan.2015 Anvisa libera uso medicinal de produtos à base de canabidiol, um dos derivados da maconha, retirando-o de uma lista de substâncias proibidas e colocando-o em uma lista de substâncias controladas Mar.2015 Cresce volume de decisões judiciais que obrigam a União a fornecer o canabidiol a pacientes com diferentes tipos de crises convulsivas, não apenas as epiléticas 23. abr.2015 Anvisa simplifica regras para importação de produtos à base de canabidiol e cria lista de produtos que podem ter facilitado processo de autorização para importar Ago. e set.2015 STF começa a discutir se é crime portar drogas para uso próprio. Julgamento, no entanto, foi suspenso após pedido de vistas do ministro Teori Zavascki 21.mar.2016 Após determinação judicial, Anvisa publica resolução que autoriza prescrição e importação de medicamentos com THC, um dos princípios ativos da maconha. Antes, essa substância fazia parte da lista daquelas que não poderiam ser objeto de prescrição médica e manipulação de medicamentos no país 22.nov.2016 Anvisa aprova critérios para uso de medicamento à base de maconha e abre espaço para que remédios à base da planta possam obter registro para venda no país Nov. e dez. 2016 Três famílias, duas do RJ e uma de SP, conseguem habeas corpus que as permitem plantar e extrair óleo de maconha para uso medicinal e próprio Jan. 2017 1º medicamento à base de maconha, Mevatyl, composto por THC e canabidiol e indicado para espasticidade, ganha registro na Anvisa para chegar ao mercado brasileiro 2017 Anvisa inicia missões internacionais para países que regulamentam cultivo de Cannabis para pesquisa e produção de medicamentos e planeja medida semelhante no Brasil | equilibrioesaude | Governo é contra liberação irrestrita da maconha para uso medicinalO presidente Michel Temer encaminhou ao STF (Supremo Tribunal Federal) parecer da AGU (Advocacia Geral da União) contrário à liberação irrestrita da maconha para fins medicinais e terapêuticos. A ação, ajuizada pelo PPS, tramita no tribunal desde maio. O partido foi ao Supremo pedir que sejam considerados inconstitucionais alguns dispositivos legais que criminalizam plantio, cultivo, colheita, transporte, prescrição e aquisição de Cannabis sativa, a fim de assegurar o uso do componente para fins medicinais e importação de medicamentos à base de canabidiol. A relatoria do caso está com a ministra Rosa Weber, que vai levar o assunto para o plenário da corte, composta pelos 11 magistrados. Não há data para o julgamento. De acordo com o PPS, o direito à saúde assegura o "acesso dos indivíduos aos meios que lhes possam trazer, senão a cura da doença, pelo menos uma sensível melhora na qualidade de vida" e que o tratamento com Cannabis "é uma forma legítima de exercício do direito à saúde (... ) e de busca da vida boa". ERVA QUE CURA A ministra pediu que a Presidência da República se manifestasse. A AGU, que representa o governo federal, se posicionou contra. O órgão argumenta que o Congresso deve debater a descriminalização da substância, que falta controle do poder público sobre o uso da Cannabis e que a Anvisa já tem critérios técnicos que permitiram a inclusão do canabidiol na lista de substâncias psicotrópicas vendidas no Brasil. "Como se pode observar, não merece prosperar o pedido autoral, uma vez que o direito à saúde daqueles que necessitam do uso medicinal da Cannabis está perfeitamente garantido pela lei e demais atos normativos. O que não se pode permitir, entretanto, é a total ausência de controle estatal, como requer o autor da presente ação", diz a AGU. - Anvisa quer regular cultivo de Cannabis para pesquisa e produção para uso medicinal Como é hoje Lei 11.343, de 2006, proíbe plantio, cultura, colheita e exploração de Cannabis, "ressalvada hipótese de autorização legal" para fins medicinais e científicos, em local e prazo predeterminados e mediante fiscalização Sem regulamentação, porém, cultivo ainda não foi autorizado para nenhuma instituição de pesquisa, segundo a Anvisa. Universidades que desejam ter acesso à planta, por exemplo, precisam obter por importação ou doação previamente autorizadas O que está em discussão Ideia é elaborar uma norma para cultivo da Cannabis para fins medicinais e pesquisa até o fim deste ano, com foco em viabilizar pesquisas e produção de extratos para uso por pacientes e futuros medicamentos. Modelo inicial, em estudo, prevê que haja normas para que empresas e universidades possam ganhar autorização para realizar o cultivo, de acordo com critérios rígidos, como limite de plantas e medidas de segurança. Cultivo não seria liberado à população Um dos pontos em estudo é que possíveis produtos desenvolvidos pelas empresas, como extratos à base de canabidiol e outras substâncias derivadas da maconha, sejam notificados à Anvisa, que também teria acesso a informações sobre prescritores e pacientes -que poderiam adquirir direto das empresas Como é em outros países Canadá Produção e venda é feita por estabelecimentos autorizados; há cotas de cultivo por empresa e por produto Holanda Governo mantém setor responsável pela produção de Cannabis para fins medicinais e científicos, e que pode receber solicitações de farmácias, universidades e institutos de pesquisa Chile Monitora duas plantações autorizadas que visam extrair matéria-prima para elaboração de medicamentos Linha do Tempo - Maconha Medicinal Nov.2013 Após ver informações na internet sobre testes com canabidiol, um dos derivados da maconha, a família da brasileira Anny Fischer, que sofre de uma síndrome rara, decide importar dos Estados Unidos um óleo rico na substância para a criança Mar.2014 Uma das tentativas de importação falha e o canabidiol é barrado na alfândega. A família conta sua história a um jornalista, que lança o documentário "Ilegal" sobre o caso Abr.2014 A família de Anny consegue laudo médico da USP de Ribeirão Preto e entra na Justiça para conseguir importar o produto. O pedido é aprovado. Após o caso, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) passa receber mais pedidos de autorização para importação de produtos à base de canabidiol 10.out.2014 Conselho Regional de Medicina de São Paulo autoriza a prescrição de canabidiol no Estado 11. dez.2014 Conselho Federal de Medicina autoriza médicos a prescreverem o canabidiol, mas somente para crianças com epilepsia e que não tenham tido sucesso em outros tratamentos 15.jan.2015 Anvisa libera uso medicinal de produtos à base de canabidiol, um dos derivados da maconha, retirando-o de uma lista de substâncias proibidas e colocando-o em uma lista de substâncias controladas Mar.2015 Cresce volume de decisões judiciais que obrigam a União a fornecer o canabidiol a pacientes com diferentes tipos de crises convulsivas, não apenas as epiléticas 23. abr.2015 Anvisa simplifica regras para importação de produtos à base de canabidiol e cria lista de produtos que podem ter facilitado processo de autorização para importar Ago. e set.2015 STF começa a discutir se é crime portar drogas para uso próprio. Julgamento, no entanto, foi suspenso após pedido de vistas do ministro Teori Zavascki 21.mar.2016 Após determinação judicial, Anvisa publica resolução que autoriza prescrição e importação de medicamentos com THC, um dos princípios ativos da maconha. Antes, essa substância fazia parte da lista daquelas que não poderiam ser objeto de prescrição médica e manipulação de medicamentos no país 22.nov.2016 Anvisa aprova critérios para uso de medicamento à base de maconha e abre espaço para que remédios à base da planta possam obter registro para venda no país Nov. e dez. 2016 Três famílias, duas do RJ e uma de SP, conseguem habeas corpus que as permitem plantar e extrair óleo de maconha para uso medicinal e próprio Jan. 2017 1º medicamento à base de maconha, Mevatyl, composto por THC e canabidiol e indicado para espasticidade, ganha registro na Anvisa para chegar ao mercado brasileiro 2017 Anvisa inicia missões internacionais para países que regulamentam cultivo de Cannabis para pesquisa e produção de medicamentos e planeja medida semelhante no Brasil | 8 |
Reforma da Previdência ou crise | As preocupações a respeito da aprovação da reforma da Previdência começam a aumentar. Algumas derrotas, como a da PEC 395/14, que permitia cobrar por pós-graduação nas universidades federais, elevam a tensão sobre a capacidade do governo em ganhar as quatro votações necessárias. Talvez não esteja muito claro quão negativo pode ser o impacto de uma derrota neste momento. O presidente Michel Temer chegou a ser otimista ao dizer que em sete anos não haveria espaço no orçamento para nada mais que a Previdência. Alguns congressistas apenas se preocupam em votar reforma tão sensível para a população a poucos meses da eleição. Os impactos negativos, entretanto, são muito mais graves do que os cálculos políticos. Vale lembrar aqui que o argumento de que o país sobreviveu outras vezes a derrotas nessa seara não se aplica agora. A situação fiscal, hoje, é muito pior do que nos momentos das reformas nos governos FHC e Lula. Em nenhum momento nos deparamos com deficit público acima de R$ 150 bilhões como temos agora. A urgência hoje é muito maior, sem falar dos números sobre o envelhecimento da população. A não aprovação terá a consequência de matar na saída a regra do teto. Como o presidente bem lembrou, em poucos anos não haverá orçamento para nada mais que a Previdência. Em 2030, segundo nossas contas, 97% do gasto total iria apenas para a Previdência se a regra do teto não fosse revisada. A não aprovação, assim, imediatamente acenderá a luz amarela sobre a sobrevivência da regra do teto. Além disso, essa antecipação forçará o plano B negativo de aumentar significativamente a carga tributária já a partir deste ano. Em 2018, esse impacto seria claramente recessivo. Com a debacle fiscal, o risco Brasil voltaria a subir e a taxa de câmbio seguiria para números que poderiam facilmente chegar a R$ 3,7 ou R$ 3,8. Isso porque, além da piora fiscal, a eleição de 2018 ficaria sob risco de vitória de alguém mais extremista. Seria um cenário pior que 2002, sem a Carta ao Povo Brasileiro, como Lula o fez. A depreciação do câmbio já pressionaria o IPCA neste ano, abortando a queda da Selic e jogando contra a recuperação da economia. Essa mudança abrupta de tendência poderia jogar o país novamente em recessão neste ano e, quase certamente, também em 2018. Seriam cinco anos seguidos de recessão, quiçá seis, a depender de quem ganhar o páreo ano que vem. É válida a pergunta: que companhia aguenta tanto tempo em recessão? O Congresso poderá reviver nova onda de recuperações judiciais e falências, em ritmo mais agressivo do que tivemos até agora. Se os congressistas têm medo de perder a eleição por não poderem explicar a suas bases a reforma da Previdência, será muito pior ter que explicar a ampliação do desemprego. Vejam que não é difícil arruinar novamente a economia do país, dado que estamos apenas saindo da maior crise de todos os tempos. O jogo eleitoral de 2018 só aumento os riscos, ainda agravados por um Banco Central que apenas agora começou a acelerar a queda de juros. A consequência é mais grave do que a inevitável visão de crescimento da inflação no longo prazo. Jogar o país em tal risco é flertar com o abismo. Inevitável pensar que tal clima aprofundará ainda mais a crise política atual. SERGIO VALE, mestre em economia pela Universidade de Wisconsin (EUA), é economista-chefe da MB Associados PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br | opiniao | Reforma da Previdência ou criseAs preocupações a respeito da aprovação da reforma da Previdência começam a aumentar. Algumas derrotas, como a da PEC 395/14, que permitia cobrar por pós-graduação nas universidades federais, elevam a tensão sobre a capacidade do governo em ganhar as quatro votações necessárias. Talvez não esteja muito claro quão negativo pode ser o impacto de uma derrota neste momento. O presidente Michel Temer chegou a ser otimista ao dizer que em sete anos não haveria espaço no orçamento para nada mais que a Previdência. Alguns congressistas apenas se preocupam em votar reforma tão sensível para a população a poucos meses da eleição. Os impactos negativos, entretanto, são muito mais graves do que os cálculos políticos. Vale lembrar aqui que o argumento de que o país sobreviveu outras vezes a derrotas nessa seara não se aplica agora. A situação fiscal, hoje, é muito pior do que nos momentos das reformas nos governos FHC e Lula. Em nenhum momento nos deparamos com deficit público acima de R$ 150 bilhões como temos agora. A urgência hoje é muito maior, sem falar dos números sobre o envelhecimento da população. A não aprovação terá a consequência de matar na saída a regra do teto. Como o presidente bem lembrou, em poucos anos não haverá orçamento para nada mais que a Previdência. Em 2030, segundo nossas contas, 97% do gasto total iria apenas para a Previdência se a regra do teto não fosse revisada. A não aprovação, assim, imediatamente acenderá a luz amarela sobre a sobrevivência da regra do teto. Além disso, essa antecipação forçará o plano B negativo de aumentar significativamente a carga tributária já a partir deste ano. Em 2018, esse impacto seria claramente recessivo. Com a debacle fiscal, o risco Brasil voltaria a subir e a taxa de câmbio seguiria para números que poderiam facilmente chegar a R$ 3,7 ou R$ 3,8. Isso porque, além da piora fiscal, a eleição de 2018 ficaria sob risco de vitória de alguém mais extremista. Seria um cenário pior que 2002, sem a Carta ao Povo Brasileiro, como Lula o fez. A depreciação do câmbio já pressionaria o IPCA neste ano, abortando a queda da Selic e jogando contra a recuperação da economia. Essa mudança abrupta de tendência poderia jogar o país novamente em recessão neste ano e, quase certamente, também em 2018. Seriam cinco anos seguidos de recessão, quiçá seis, a depender de quem ganhar o páreo ano que vem. É válida a pergunta: que companhia aguenta tanto tempo em recessão? O Congresso poderá reviver nova onda de recuperações judiciais e falências, em ritmo mais agressivo do que tivemos até agora. Se os congressistas têm medo de perder a eleição por não poderem explicar a suas bases a reforma da Previdência, será muito pior ter que explicar a ampliação do desemprego. Vejam que não é difícil arruinar novamente a economia do país, dado que estamos apenas saindo da maior crise de todos os tempos. O jogo eleitoral de 2018 só aumento os riscos, ainda agravados por um Banco Central que apenas agora começou a acelerar a queda de juros. A consequência é mais grave do que a inevitável visão de crescimento da inflação no longo prazo. Jogar o país em tal risco é flertar com o abismo. Inevitável pensar que tal clima aprofundará ainda mais a crise política atual. SERGIO VALE, mestre em economia pela Universidade de Wisconsin (EUA), é economista-chefe da MB Associados PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br | 14 |
Erramos: Discurso de Obama é interrompido com grito que parece 'Vai, Corinthians' | Diferentemente do informado na reportagem "Discurso de Obama é interrompido com grito que parece 'Vai, Corinthians'" (Esporte - 25/06/2015 - 18h07), o discurso de Obama foi interrompido com um grito de "Bye, Felícia", não "Vai, Corinthians". O texto foi corrigido. | esporte | Erramos: Discurso de Obama é interrompido com grito que parece 'Vai, Corinthians'Diferentemente do informado na reportagem "Discurso de Obama é interrompido com grito que parece 'Vai, Corinthians'" (Esporte - 25/06/2015 - 18h07), o discurso de Obama foi interrompido com um grito de "Bye, Felícia", não "Vai, Corinthians". O texto foi corrigido. | 4 |
Rosso questiona Câmara sobre possibilidade de reeleição de Maia | Pré-candidato à presidência da Câmara, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), encaminhou à Mesa Diretora uma consulta sobre a possibilidade de o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disputar a reeleição. "Existe a possibilidade de que o membro da Mesa eleito para mandato suplementar seja reconduzido ao mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente na mesma legislatura?", questionam Rosso e representantes do PSB e do Pros, que também assinam a consulta. O documento havia sido entregue à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), mas os técnicos o orientaram a protocolar a consulta na Mesa Diretora da Câmara. Rosso chegou a anunciar que havia protocolado o texto, mas o departamento responsável já estava fechado. A apresentação oficial será feita nesta terça-feira (13). Como Maia é parte interessada no caso, a resposta caberá ao primeiro vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA). Rosso negou que a apresentação da consulta seja mais um exemplo da retaliação do centrão –grupo de 200 deputados da base aliada– ao governo Michel Temer. O grupo deu início a uma rebelião na semana passada, quando o Planalto começou a negociar indicação do líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), para o comando da Secretaria de Governo, no lugar de Geddel Vieira Lima (PMDB). "Se falava em possível interrupção de recesso e só vamos [ter trabalhos no Congresso] até quarta, quinta-feira", justificou Rosso. Mais cedo, Rosso já havia se rebelado contra o governo. Contrariando o governo, fez coro à oposição e pediu que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) adiasse a votação da proposta de reforma da Previdência, medida prioritária para o governo Temer. Líderes do centrão cobram do presidente Michel Temer uma manifestação de que o Planalto não irá interferir na eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, em fevereiro. A cobrança veio depois que o próprio Temer voltou a negociar a ida de Imbassahy para a Secretaria de Governo. Parlamentares do grupo argumentam que, sem uma declaração de Temer, a leitura que se faz é que a escolha de Imbassahy, pré-candidato a presidente da Câmara, significa apoio do Planalto à recondução de Rodrigo Maia. Procurado pela Folha, Maia não quis se manifestar. | poder | Rosso questiona Câmara sobre possibilidade de reeleição de MaiaPré-candidato à presidência da Câmara, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), encaminhou à Mesa Diretora uma consulta sobre a possibilidade de o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disputar a reeleição. "Existe a possibilidade de que o membro da Mesa eleito para mandato suplementar seja reconduzido ao mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente na mesma legislatura?", questionam Rosso e representantes do PSB e do Pros, que também assinam a consulta. O documento havia sido entregue à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), mas os técnicos o orientaram a protocolar a consulta na Mesa Diretora da Câmara. Rosso chegou a anunciar que havia protocolado o texto, mas o departamento responsável já estava fechado. A apresentação oficial será feita nesta terça-feira (13). Como Maia é parte interessada no caso, a resposta caberá ao primeiro vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA). Rosso negou que a apresentação da consulta seja mais um exemplo da retaliação do centrão –grupo de 200 deputados da base aliada– ao governo Michel Temer. O grupo deu início a uma rebelião na semana passada, quando o Planalto começou a negociar indicação do líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), para o comando da Secretaria de Governo, no lugar de Geddel Vieira Lima (PMDB). "Se falava em possível interrupção de recesso e só vamos [ter trabalhos no Congresso] até quarta, quinta-feira", justificou Rosso. Mais cedo, Rosso já havia se rebelado contra o governo. Contrariando o governo, fez coro à oposição e pediu que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) adiasse a votação da proposta de reforma da Previdência, medida prioritária para o governo Temer. Líderes do centrão cobram do presidente Michel Temer uma manifestação de que o Planalto não irá interferir na eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, em fevereiro. A cobrança veio depois que o próprio Temer voltou a negociar a ida de Imbassahy para a Secretaria de Governo. Parlamentares do grupo argumentam que, sem uma declaração de Temer, a leitura que se faz é que a escolha de Imbassahy, pré-candidato a presidente da Câmara, significa apoio do Planalto à recondução de Rodrigo Maia. Procurado pela Folha, Maia não quis se manifestar. | 0 |
Vale mantém operações e diz aguardar notificação sobre bloqueio de bens | A mineradora Vale informou na segunda-feira (21) que todas as suas operações de minério de ferro permanecem inalteradas, já que ainda não foi notificada oficialmente de decisão judicial relacionada ao rompimento de barragem da subsidiária Samarco, em Mariana (MG), que a impede de vender ou transferir licenças de lavras. A Justiça Federal de Minas Gerais determinou, na sexta-feira, o bloqueio de bens da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton, detentoras de partes iguais da joint venture Samarco, alegando que a última não tem patrimônio suficiente para o ressarcimento integral dos danos socioambientais causados pelo rompimento da barragem do Fundão, no início de novembro. Segundo a assessoria de imprensa da Vale, o posicionamento da mineradora permanece o mesmo que foi publicado no domingo, quando a companhia também explicou que havia tido conhecimento sobre o caso extraoficialmente. Para a Vale, a decisão judicial não impede a empresa de concentrar, transportar ou vender minério de ferro. A Vale disse ainda no domingo que vai recorrer da decisão judicial. As ações preferenciais da Vale fecharam em queda de 6,53%, e as ordinárias recuaram 4,65% nesta segunda-feira. A BHP também afirmou nesta segunda-feira, por meio de um porta-voz, que não recebeu uma notificação formal de que seus ativos no Brasil foram congelados. A Samarco informou na noite desta segunda-feira que foi notificada da decisão da 12ª Vara Federal de Minas Gerais e está avaliando o conteúdo do documento e responderá à Justiça no prazo. "A Samarco está executando obras para reforço das estruturas remanescentes bem como construção dos diques de contenção de rejeitos. As obras estão dentro do cronograma previsto. Importante ressaltar que as estruturas das barragens estão estáveis e são monitoradas 24 horas por dia", acrescentou a empresa. O juiz federal Marcelo Aguiar Machado determinou ainda que a Samarco efetue, no prazo de 30 dias, um depósito inicial de R$ 2 bilhões para a execução do plano de recuperação integral dos danos a ser elaborado pelas empresas envolvidas, com multa de R$ 1,5 milhão por dia em caso de atraso. O rompimento da barragem de Fundão, em 5 de novembro, destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, deixou vários mortos e derramou lama espessa com rejeitos de mineração na bacia do Rio Doce, atingindo diversas cidades e chegando ao mar no Espírito Santo. | mercado | Vale mantém operações e diz aguardar notificação sobre bloqueio de bensA mineradora Vale informou na segunda-feira (21) que todas as suas operações de minério de ferro permanecem inalteradas, já que ainda não foi notificada oficialmente de decisão judicial relacionada ao rompimento de barragem da subsidiária Samarco, em Mariana (MG), que a impede de vender ou transferir licenças de lavras. A Justiça Federal de Minas Gerais determinou, na sexta-feira, o bloqueio de bens da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton, detentoras de partes iguais da joint venture Samarco, alegando que a última não tem patrimônio suficiente para o ressarcimento integral dos danos socioambientais causados pelo rompimento da barragem do Fundão, no início de novembro. Segundo a assessoria de imprensa da Vale, o posicionamento da mineradora permanece o mesmo que foi publicado no domingo, quando a companhia também explicou que havia tido conhecimento sobre o caso extraoficialmente. Para a Vale, a decisão judicial não impede a empresa de concentrar, transportar ou vender minério de ferro. A Vale disse ainda no domingo que vai recorrer da decisão judicial. As ações preferenciais da Vale fecharam em queda de 6,53%, e as ordinárias recuaram 4,65% nesta segunda-feira. A BHP também afirmou nesta segunda-feira, por meio de um porta-voz, que não recebeu uma notificação formal de que seus ativos no Brasil foram congelados. A Samarco informou na noite desta segunda-feira que foi notificada da decisão da 12ª Vara Federal de Minas Gerais e está avaliando o conteúdo do documento e responderá à Justiça no prazo. "A Samarco está executando obras para reforço das estruturas remanescentes bem como construção dos diques de contenção de rejeitos. As obras estão dentro do cronograma previsto. Importante ressaltar que as estruturas das barragens estão estáveis e são monitoradas 24 horas por dia", acrescentou a empresa. O juiz federal Marcelo Aguiar Machado determinou ainda que a Samarco efetue, no prazo de 30 dias, um depósito inicial de R$ 2 bilhões para a execução do plano de recuperação integral dos danos a ser elaborado pelas empresas envolvidas, com multa de R$ 1,5 milhão por dia em caso de atraso. O rompimento da barragem de Fundão, em 5 de novembro, destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, deixou vários mortos e derramou lama espessa com rejeitos de mineração na bacia do Rio Doce, atingindo diversas cidades e chegando ao mar no Espírito Santo. | 2 |
Pontos turísticos são iluminados de verde para celebrar dia de São Patrício | Para celebrar o dia de São Patrício, padroeiro da Irlanda, o país ilumina de verde atrações turísticas ao redor do mundo. Este ano, serão iluminados cinco marcos de São Paulo: o Viaduto do Chá e a Biblioteca Mário de Andrade, ambos na região central, o Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera, a Estátua do Borba Gato, em Santo Amaro, e a Ponte das Bandeiras, que cruza o Rio Tietê, na zona norte. No exterior, o Coliseu, em Roma, e a Sacré-Coeur, em Paris, também são novidades em 2015. Greening, como o movimento é chamado, chegou ao Brasil no ano passado com a iluminação do Cristo Redentor, no Rio. Já foram iluminados marcos ao redor do mundo como a muralha da China, as pirâmides do Egito e o London Eye. Confira galeria com fotos de pontos turísticos que foram iluminados de verde: | turismo | Pontos turísticos são iluminados de verde para celebrar dia de São PatrícioPara celebrar o dia de São Patrício, padroeiro da Irlanda, o país ilumina de verde atrações turísticas ao redor do mundo. Este ano, serão iluminados cinco marcos de São Paulo: o Viaduto do Chá e a Biblioteca Mário de Andrade, ambos na região central, o Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera, a Estátua do Borba Gato, em Santo Amaro, e a Ponte das Bandeiras, que cruza o Rio Tietê, na zona norte. No exterior, o Coliseu, em Roma, e a Sacré-Coeur, em Paris, também são novidades em 2015. Greening, como o movimento é chamado, chegou ao Brasil no ano passado com a iluminação do Cristo Redentor, no Rio. Já foram iluminados marcos ao redor do mundo como a muralha da China, as pirâmides do Egito e o London Eye. Confira galeria com fotos de pontos turísticos que foram iluminados de verde: | 20 |
Pela primeira vez terapia gênica é aprovada nos EUA; leucemia é o alvo | A FDA, agência americana responsável por regular o mercado farmacêutico, anunciou hoje a aprovação do primeiro tratamento que envolve terapia gênica do país, capaz de curar alguns casos de leucemia difíceis de tratar. Ela envolve uma espécie de recauchutagem –fora do organismo– de células sanguíneas do sistema de defesa. Após a injeção das células turbinadas, o impacto na doença é notório. A Novartis, que detém a patente do tratamento, fixou nos EUA o preço de US$ 475 mil dólares pela terapia, o equivalente a R$ 1,5 milhão. Não há previsão ou estimativa de preço no Brasil –em geral os preços praticados no país após a aprovação da Anvisa são menores que os do mercado americano. A terapia com células CAR T (com receptor antigênico quimérico) tem obtido taxas de cura que chegam a 83% em um estudos clínicos com pacientes com leucemia linfoide aguda (LLA). A terapia está aprovada nos EUA para pacientes com LLA de até 25 anos e que tenham tentado, sem sucesso, outras formas de tratamento. Para a recauchutagem, é necessária uma etapa chamada leucoferese, que remove do organismo as células brancas de defesa do sangue. O potencial impacto disso no organismo é severo: infecções "bobas", como uma virose, podem matar. Fora do organismo, essas células são tratadas e são transformadas, isto é, recebem um DNA exógeno. Elas são multiplicadas e passam a apresentar, em sua membrana, uma proteína quimérica, projetada para se ligar a um antígeno, no caso a molécula CD19, proteína geralmente presente nas células cancerosas. Mirando no CD19, a terapia com células T recauchutadas, conseguem se ligar às células-alvo e descarregar todo seu arsenal antitumoral, tratando a doença. PROBLEMAS Fora o preço, outro problema da terapia com as células CAR T é que pode surgir uma resposta inflamatória exagerada que acompanha a ação antitumoral. Essa reação pode matar, se não for controlada adequadamente. Além de desembolsar centenas de milhares de dólares pelo tratamento, o paciente (ou seu plano de saúde) tem de estar disposto a pagar pelos custos de viagem, estadia no hospital e drogas para minimizar os efeitos colaterais da Kymriah –nome da modalidade de tratamento, também conhecida como tisagenlecleucel (nome genérico). Se comparado a um transplante de medula, pondera Phillip Scheiberg, coordenador de hematologia da Beneficência Portuguesa, no entanto, não há tanta discrepância no custo, levando em conta o mercado de saúde americano. "Provavelmente muitas pessoas serão beneficiadas. Além da leucemia linfoide aguda, há vários estudos com outras doenças que não respondem a nenhum outro tratamento com bons resultados." | equilibrioesaude | Pela primeira vez terapia gênica é aprovada nos EUA; leucemia é o alvoA FDA, agência americana responsável por regular o mercado farmacêutico, anunciou hoje a aprovação do primeiro tratamento que envolve terapia gênica do país, capaz de curar alguns casos de leucemia difíceis de tratar. Ela envolve uma espécie de recauchutagem –fora do organismo– de células sanguíneas do sistema de defesa. Após a injeção das células turbinadas, o impacto na doença é notório. A Novartis, que detém a patente do tratamento, fixou nos EUA o preço de US$ 475 mil dólares pela terapia, o equivalente a R$ 1,5 milhão. Não há previsão ou estimativa de preço no Brasil –em geral os preços praticados no país após a aprovação da Anvisa são menores que os do mercado americano. A terapia com células CAR T (com receptor antigênico quimérico) tem obtido taxas de cura que chegam a 83% em um estudos clínicos com pacientes com leucemia linfoide aguda (LLA). A terapia está aprovada nos EUA para pacientes com LLA de até 25 anos e que tenham tentado, sem sucesso, outras formas de tratamento. Para a recauchutagem, é necessária uma etapa chamada leucoferese, que remove do organismo as células brancas de defesa do sangue. O potencial impacto disso no organismo é severo: infecções "bobas", como uma virose, podem matar. Fora do organismo, essas células são tratadas e são transformadas, isto é, recebem um DNA exógeno. Elas são multiplicadas e passam a apresentar, em sua membrana, uma proteína quimérica, projetada para se ligar a um antígeno, no caso a molécula CD19, proteína geralmente presente nas células cancerosas. Mirando no CD19, a terapia com células T recauchutadas, conseguem se ligar às células-alvo e descarregar todo seu arsenal antitumoral, tratando a doença. PROBLEMAS Fora o preço, outro problema da terapia com as células CAR T é que pode surgir uma resposta inflamatória exagerada que acompanha a ação antitumoral. Essa reação pode matar, se não for controlada adequadamente. Além de desembolsar centenas de milhares de dólares pelo tratamento, o paciente (ou seu plano de saúde) tem de estar disposto a pagar pelos custos de viagem, estadia no hospital e drogas para minimizar os efeitos colaterais da Kymriah –nome da modalidade de tratamento, também conhecida como tisagenlecleucel (nome genérico). Se comparado a um transplante de medula, pondera Phillip Scheiberg, coordenador de hematologia da Beneficência Portuguesa, no entanto, não há tanta discrepância no custo, levando em conta o mercado de saúde americano. "Provavelmente muitas pessoas serão beneficiadas. Além da leucemia linfoide aguda, há vários estudos com outras doenças que não respondem a nenhum outro tratamento com bons resultados." | 8 |
Republicanos contra Trump cogitam terceira via ou voto em Hillary Clinton | Republicano desde sempre, o empresário Doug Elmets fará em novembro algo que jamais imaginou: dará seu voto ao rival Partido Democrata nas eleições presidenciais americanas. Inconformado com a escolha quase certa de Donald Trump como o candidato de seu partido, Elmets decidiu dar um passo além na oposição ao magnata, organizando um movimento de republicanos em apoio a Hillary Clinton, a provável representante democrata na eleição de 8 de novembro. Não é uma decisão simples para Elmets, 58, membro do Partido Republicano há 42 e integrante a equipe de imprensa do presidente Ronald Reagan no fim dos anos 80. "É uma pílula amarga, mas votar em Hillary é uma alternativa muito melhor que apoiar um xenófobo como Donald Trump. Qualquer um com o mínimo de respeito por mulheres, minorias e pelo direito de divergir não pode apoiar Trump", disse Elmets à Folha da Califórnia, onde tem uma agência de comunicação política e corporativa. Eleições nos EUA - Como está a contagem de delegados até o momento O empresário é um exemplo drástico de que os republicanos contrários a Trump não desistiram de tentar barrar sua chegada à Casa Branca, mesmo após o magnata se tornar o virtual candidato do partido, na semana passada. Nos últimos dias, líderes republicanos se articularam em torno da ideia de lançar um terceiro candidato, que possa oferecer uma alternativa aos que não suportam Trump nem Hillary. Um dos mais ativos defensores desse plano é o analista conservador William Kristol, editor-fundador da revista "The Weekly Standard". Na quinta (5), poucas horas após Trump ficar sozinho na corrida, Kristol reuniu-se em um hotel de Washington com Mitt Romney, candidato republicano à Presidência em 2012 e crítico ferrenho de Trump, para tentar convencê-lo a aderir à campanha. Apesar de ter dito nos últimos meses que não pretende se candidatar, observadores acham que o encontro com Kristol indica que Romney não descarta a possibilidade. "Não precisamos ter uma escolha binária. O sistema permite candidatos independentes e muita gente qualificada já disse que não podem apoiar nem Trump nem Hillary", disse o colunista. Para Kristol, o fato de nomes importantes do partido não estarem dispostos a apoiar Trump, como os dois ex-presidentes Bush e o atual presidente da Câmara, Paul Ryan, deveria levar os eleitores republicanos a reavaliar. Fiel a seu estilo, Trump defendeu-se indo para o ataque. Em entrevista no domingo (8), o bilionário não descartou um movimento para impedir que Ryan presida a convenção republicana, em julho, quando o candidato do partido será aclamado. Em meio ao que analistas americanos chamam de "guerra civil" no partido, Trump e Ryan se reúnem nesta quinta para tentar aparar arestas. Apesar da relutância em apoiar o bilionário, o presidente da Câmara é contrário à ideia de um terceiro candidato, que considera "um desastre" para o partido. Além da dificuldade em encontrar um nome de consenso, os defensores da "terceira via" esbarram na lei dos Estados americanos. Em vários deles, o prazo para o registro de candidatos termina em breve. No Texas, um dos principais na eleição presidencial, expirou domingo. A solução, dizem "terceiristas", seria recorrer à Suprema Corte, alegando que o prazo viola a liberdade de escolha e é inconstitucional. PRÓXIMAS PRÉVIAS NOS EUA - Delegados em jogo PRIMÁRIAS Sem chances matemáticas de conquistar a candidatura presidencial democrata, o senador Bernie Sanders é o favorito para vencer a prévia desta terça (10) na Virgínia Ocidental, mantendo seu plano de ir até o fim para influenciar a agenda do partido. A vantagem em relação a Hillary Clinton é de seis pontos percentuais, segundo a média de pesquisas do site Real Clear Politics, e Sanders é beneficiado pelo perfil demográfico do Estado, que tem muitos trabalhadores de minas de carvão. Clinton tem 2.228 delegados do partido, contra 1.454 de Sanders. Para selar a candidatura, são necessários 2.382 delegados e a ex-chanceler parece ter a vitória garantida, com o apoio dos chamados "superdelegados" democratas, que não precisam seguir os resultados das primárias. Na Virgínia Ocidental estão em disputa 37 delegados. No Partido Republicano, além da Virgínia Ocidental, Nebraska também realiza prévias nesta terça. Com Donald Trump sozinho na disputa, a curiosidade é saber o nível de apoio que ele receberá. | mundo | Republicanos contra Trump cogitam terceira via ou voto em Hillary ClintonRepublicano desde sempre, o empresário Doug Elmets fará em novembro algo que jamais imaginou: dará seu voto ao rival Partido Democrata nas eleições presidenciais americanas. Inconformado com a escolha quase certa de Donald Trump como o candidato de seu partido, Elmets decidiu dar um passo além na oposição ao magnata, organizando um movimento de republicanos em apoio a Hillary Clinton, a provável representante democrata na eleição de 8 de novembro. Não é uma decisão simples para Elmets, 58, membro do Partido Republicano há 42 e integrante a equipe de imprensa do presidente Ronald Reagan no fim dos anos 80. "É uma pílula amarga, mas votar em Hillary é uma alternativa muito melhor que apoiar um xenófobo como Donald Trump. Qualquer um com o mínimo de respeito por mulheres, minorias e pelo direito de divergir não pode apoiar Trump", disse Elmets à Folha da Califórnia, onde tem uma agência de comunicação política e corporativa. Eleições nos EUA - Como está a contagem de delegados até o momento O empresário é um exemplo drástico de que os republicanos contrários a Trump não desistiram de tentar barrar sua chegada à Casa Branca, mesmo após o magnata se tornar o virtual candidato do partido, na semana passada. Nos últimos dias, líderes republicanos se articularam em torno da ideia de lançar um terceiro candidato, que possa oferecer uma alternativa aos que não suportam Trump nem Hillary. Um dos mais ativos defensores desse plano é o analista conservador William Kristol, editor-fundador da revista "The Weekly Standard". Na quinta (5), poucas horas após Trump ficar sozinho na corrida, Kristol reuniu-se em um hotel de Washington com Mitt Romney, candidato republicano à Presidência em 2012 e crítico ferrenho de Trump, para tentar convencê-lo a aderir à campanha. Apesar de ter dito nos últimos meses que não pretende se candidatar, observadores acham que o encontro com Kristol indica que Romney não descarta a possibilidade. "Não precisamos ter uma escolha binária. O sistema permite candidatos independentes e muita gente qualificada já disse que não podem apoiar nem Trump nem Hillary", disse o colunista. Para Kristol, o fato de nomes importantes do partido não estarem dispostos a apoiar Trump, como os dois ex-presidentes Bush e o atual presidente da Câmara, Paul Ryan, deveria levar os eleitores republicanos a reavaliar. Fiel a seu estilo, Trump defendeu-se indo para o ataque. Em entrevista no domingo (8), o bilionário não descartou um movimento para impedir que Ryan presida a convenção republicana, em julho, quando o candidato do partido será aclamado. Em meio ao que analistas americanos chamam de "guerra civil" no partido, Trump e Ryan se reúnem nesta quinta para tentar aparar arestas. Apesar da relutância em apoiar o bilionário, o presidente da Câmara é contrário à ideia de um terceiro candidato, que considera "um desastre" para o partido. Além da dificuldade em encontrar um nome de consenso, os defensores da "terceira via" esbarram na lei dos Estados americanos. Em vários deles, o prazo para o registro de candidatos termina em breve. No Texas, um dos principais na eleição presidencial, expirou domingo. A solução, dizem "terceiristas", seria recorrer à Suprema Corte, alegando que o prazo viola a liberdade de escolha e é inconstitucional. PRÓXIMAS PRÉVIAS NOS EUA - Delegados em jogo PRIMÁRIAS Sem chances matemáticas de conquistar a candidatura presidencial democrata, o senador Bernie Sanders é o favorito para vencer a prévia desta terça (10) na Virgínia Ocidental, mantendo seu plano de ir até o fim para influenciar a agenda do partido. A vantagem em relação a Hillary Clinton é de seis pontos percentuais, segundo a média de pesquisas do site Real Clear Politics, e Sanders é beneficiado pelo perfil demográfico do Estado, que tem muitos trabalhadores de minas de carvão. Clinton tem 2.228 delegados do partido, contra 1.454 de Sanders. Para selar a candidatura, são necessários 2.382 delegados e a ex-chanceler parece ter a vitória garantida, com o apoio dos chamados "superdelegados" democratas, que não precisam seguir os resultados das primárias. Na Virgínia Ocidental estão em disputa 37 delegados. No Partido Republicano, além da Virgínia Ocidental, Nebraska também realiza prévias nesta terça. Com Donald Trump sozinho na disputa, a curiosidade é saber o nível de apoio que ele receberá. | 3 |
Confira endereços em SP para reparos rápidos na lataria do carro
| DE SÃO PAULO Veja abaixo endereços em São Paulo para efetuar pequenos reparos na lataria do carro. * SPREX Segundo a empresa, pequenos reparos são feitos em até uma hora. Faz também consertos em blindados sem desmontar partes da carroceria. Em Moema (zona sul) e Cerqueira César (centro). Tel.: (11) 5042 1580; sprexreparorapido.com.br DISK REPARO A rede de consertos rápidos atende em suas lojas ou em domicílio. A matriz fica no Tatuapé (zona leste). Tel.: (11) 4890-7646; diskreparo.com.br AGILITY Tem unidades móveis de atendimento (Grande São Paulo, Campinas e Santos) e oferece serviços de pintura feitos em até quatro horas. No Butantã (zona oeste). Tel.: (11) 4171-0800; agilityreparos.com.br EVOLUTION Tem cabine de pintura e sistema de secagem com raios ultravioleta para acelerar o serviço. Entrega para o mesmo dia sob consulta. No Bom Retiro (centro). Tel.: (11) 3225-3200 | sobretudo |
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Ultraje a Rigor e Lulu Santos destilam ativismo político | Com discursos politizados, Ultraje a Rigor e Lulu Santos vestiram a camisa de suas causas. Literalmente, no caso de Roger Moreira. O vocalista da banda roqueira entrou no palco Sunset com uma camisa na qual se lia: "A gente não sabemos escolher presidente. Inútil!!!". A referência é "Inútil", hit com o irônico erro gramatical direcionado a uma geração oitentista que reaprenderia a votar após a ditadura. O alvo, agora, é Dilma. Em provável alusão à elevação de impostos que o governo tenta promover, Roger declarou: "Os cara 'caga', e a gente paga". Junto a Erasmo Carlos, a banda começou o show com "Minha Fama de Mau", hit da jovem guarda sobre o camarada de pose "bad boy", que aqui adquiriu dois significados. Primeiro, pelo ativismo de Roger -ao lado de Lobão, ele é uma das vozes mais enfáticas contra a esquerda. E tem a "fama de mau" do Tremendão -ovacionado 30 anos após ser vaiado no primeiro Rock in Rio, ao tocar no dia de AC/DC e Ozzy Osbourne. Se na época os metaleiros não o perdoaram, desta vez ele saiu por cima da carne seca. Soou até rebelde ao entoar "Quero que Vá Tudo para o Inferno", canção que o antigo parceiro Roberto Carlos não se permite mais cantar. Em vez de parecer uma viagem aos anos 1960 e 1980, o show empolgou diferentes gerações na plateia. Sem envelhecer, os refrões de Roger ainda parecem brotar como espinha em rosto de adolescente. Já Erasmo desfilou um festival de hits, de "Eu Sou Terrível" a "É Proibido Fumar". FAMÍLIA Com um caminhão de hits a seu dispor, Lulu Santos abriu afinado com a proposta do fim de semana: muito pop e quase nada de rock. Antes de "Sócio do Amor", o cantor criticou a recente aprovação do Estatuto da Família pela Câmara, excluindo os casais homoafetivos. "Não se pode regulamentar o amor. Família é o que for do coração", disse Lulu, para engatar com a música que diz: "Que o amor é uma oportunidade/ Não importa cor, credo, sexo ou idade". Com o público no bolso desde os primeiros versos de "Toda Forma de Amor", Lulu fez uma festa adolescente. Ele ainda contou com convidados, entre eles o funkeiro Mr. Catra, que entrou para cantar "Condição" com sua voz cavernosa. Foi saudado pela plateia com o coro de "uh, uh, papai chegou". Outro papai que chegou foi o secretário paulistano de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy (PT), para prestigiar Brothers of Brazil, dos filhos Supla e João. O político foi tratado como rockstar pelo público e distribuiu selfies. | ilustrada | Ultraje a Rigor e Lulu Santos destilam ativismo políticoCom discursos politizados, Ultraje a Rigor e Lulu Santos vestiram a camisa de suas causas. Literalmente, no caso de Roger Moreira. O vocalista da banda roqueira entrou no palco Sunset com uma camisa na qual se lia: "A gente não sabemos escolher presidente. Inútil!!!". A referência é "Inútil", hit com o irônico erro gramatical direcionado a uma geração oitentista que reaprenderia a votar após a ditadura. O alvo, agora, é Dilma. Em provável alusão à elevação de impostos que o governo tenta promover, Roger declarou: "Os cara 'caga', e a gente paga". Junto a Erasmo Carlos, a banda começou o show com "Minha Fama de Mau", hit da jovem guarda sobre o camarada de pose "bad boy", que aqui adquiriu dois significados. Primeiro, pelo ativismo de Roger -ao lado de Lobão, ele é uma das vozes mais enfáticas contra a esquerda. E tem a "fama de mau" do Tremendão -ovacionado 30 anos após ser vaiado no primeiro Rock in Rio, ao tocar no dia de AC/DC e Ozzy Osbourne. Se na época os metaleiros não o perdoaram, desta vez ele saiu por cima da carne seca. Soou até rebelde ao entoar "Quero que Vá Tudo para o Inferno", canção que o antigo parceiro Roberto Carlos não se permite mais cantar. Em vez de parecer uma viagem aos anos 1960 e 1980, o show empolgou diferentes gerações na plateia. Sem envelhecer, os refrões de Roger ainda parecem brotar como espinha em rosto de adolescente. Já Erasmo desfilou um festival de hits, de "Eu Sou Terrível" a "É Proibido Fumar". FAMÍLIA Com um caminhão de hits a seu dispor, Lulu Santos abriu afinado com a proposta do fim de semana: muito pop e quase nada de rock. Antes de "Sócio do Amor", o cantor criticou a recente aprovação do Estatuto da Família pela Câmara, excluindo os casais homoafetivos. "Não se pode regulamentar o amor. Família é o que for do coração", disse Lulu, para engatar com a música que diz: "Que o amor é uma oportunidade/ Não importa cor, credo, sexo ou idade". Com o público no bolso desde os primeiros versos de "Toda Forma de Amor", Lulu fez uma festa adolescente. Ele ainda contou com convidados, entre eles o funkeiro Mr. Catra, que entrou para cantar "Condição" com sua voz cavernosa. Foi saudado pela plateia com o coro de "uh, uh, papai chegou". Outro papai que chegou foi o secretário paulistano de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy (PT), para prestigiar Brothers of Brazil, dos filhos Supla e João. O político foi tratado como rockstar pelo público e distribuiu selfies. | 1 |
Partido conservador do presidente Erdogan vence legislativas na Turquia | O AKP, partido islâmico do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, venceu as eleições legislativas antecipadas deste domingo (1º) e voltará a ter a maioria das cadeiras no Parlamento. Com 99,1% das urnas apuradas até a conclusão desta edição, o governista Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) conseguiu 49,4% dos votos e 316 cadeiras de um total de 550, informou a agência estatal Anadolu. O número supõe uma revanche de Erdogan, 61, cujo partido perdeu nas eleições de 7 de junho a maioria absoluta que possuiu por 13 anos –apesar de ter sido o primeiro, com 40,6% dos votos– e surpreendeu até o partido. "Esse é um sucesso que superou as nossas expectativas", disse um alto funcionário do AKP à agência Reuters. O revés de junho trouxe à tona a ambição do chefe de Estado de impor ao país uma "superpresidência", com prerrogativas reforçadas. Erdogan fez tudo o que era possível para atrapalhar as negociações de coalizão do governo e então decidiu convocar eleições antecipadas. No entanto, para levar a cabo a mudança na Constituição, que transformaria sua Presidência, hoje cerimonial, em executiva, seriam necessários três quintos do Parlamento, o que não conquistou nas urnas. O Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata) ficou em segundo lugar, com 25,4%, seguido pelo Partido da Ação Nacionalista (MHP, direita), com 12%, que melhorou seu desempenho em relação à eleição anterior. Depois de uma entrada triunfal na câmara em junho passado, o Partido Democrático dos Povos (HDP, pró-curdo) teve um mau resultado: angariou 10,6% dos votos –o que garante, no entanto, sua permanência no Parlamento. Em Diyarbakir, a principal cidade curda da Turquia, houve confronto entre policiais e ativistas depois da divulgação dos resultados prévios. Oficiais dispararam gás lacrimogêneo contra manifestantes que protestavam atirando pedras. Os distúrbios começaram diante da sede do partido pró-curdo HDP. . MEDO DA INSTABILIDADE Os 54 milhões de eleitores turcos compareceram em massa às urnas para eleger o novo Parlamento, em um contexto de alta tensão devido à retomada do conflito curdo, à violência extremista procedente da Síria e às alegadas tendências autoritárias do governo. "O medo da instabilidade na Turquia e a estratégia de Erdogan de se apresentar como o homem forte que pode proteger o povo venceram", analisou, por sua parte, Soner Cagaptay, do Washington Institute. Erdogan e seu primeiro-ministro e líder do AKP, Ahmet Davutoglu, se apresentaram como os únicos que podem garantir a segurança e unidade do país. "A Turquia tem feito grandes progressos no caminho da democracia e isso será reforçado com as eleições de hoje", afirmou Erdogan ao depositar seu voto. Davutoglu, que votou em Konya, reduto conservador no centro do país, comemorou a conquista do partido. "Essa vitória não é nossa. A vitória pertence ao povo", afirmou Davutoglu, diante de uma multidão de simpatizantes do AKP. "Deus abençoe vocês por nos apoiarem nos piores momentos", ele disse. "Hoje é um dia de vitória, mas também um dia de modéstia." O resultado oficial só será divulgado em 11 dias, quando acaba o prazo para pedidos de revisão que poderiam ser feitos pelos partidos. | mundo | Partido conservador do presidente Erdogan vence legislativas na TurquiaO AKP, partido islâmico do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, venceu as eleições legislativas antecipadas deste domingo (1º) e voltará a ter a maioria das cadeiras no Parlamento. Com 99,1% das urnas apuradas até a conclusão desta edição, o governista Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) conseguiu 49,4% dos votos e 316 cadeiras de um total de 550, informou a agência estatal Anadolu. O número supõe uma revanche de Erdogan, 61, cujo partido perdeu nas eleições de 7 de junho a maioria absoluta que possuiu por 13 anos –apesar de ter sido o primeiro, com 40,6% dos votos– e surpreendeu até o partido. "Esse é um sucesso que superou as nossas expectativas", disse um alto funcionário do AKP à agência Reuters. O revés de junho trouxe à tona a ambição do chefe de Estado de impor ao país uma "superpresidência", com prerrogativas reforçadas. Erdogan fez tudo o que era possível para atrapalhar as negociações de coalizão do governo e então decidiu convocar eleições antecipadas. No entanto, para levar a cabo a mudança na Constituição, que transformaria sua Presidência, hoje cerimonial, em executiva, seriam necessários três quintos do Parlamento, o que não conquistou nas urnas. O Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata) ficou em segundo lugar, com 25,4%, seguido pelo Partido da Ação Nacionalista (MHP, direita), com 12%, que melhorou seu desempenho em relação à eleição anterior. Depois de uma entrada triunfal na câmara em junho passado, o Partido Democrático dos Povos (HDP, pró-curdo) teve um mau resultado: angariou 10,6% dos votos –o que garante, no entanto, sua permanência no Parlamento. Em Diyarbakir, a principal cidade curda da Turquia, houve confronto entre policiais e ativistas depois da divulgação dos resultados prévios. Oficiais dispararam gás lacrimogêneo contra manifestantes que protestavam atirando pedras. Os distúrbios começaram diante da sede do partido pró-curdo HDP. . MEDO DA INSTABILIDADE Os 54 milhões de eleitores turcos compareceram em massa às urnas para eleger o novo Parlamento, em um contexto de alta tensão devido à retomada do conflito curdo, à violência extremista procedente da Síria e às alegadas tendências autoritárias do governo. "O medo da instabilidade na Turquia e a estratégia de Erdogan de se apresentar como o homem forte que pode proteger o povo venceram", analisou, por sua parte, Soner Cagaptay, do Washington Institute. Erdogan e seu primeiro-ministro e líder do AKP, Ahmet Davutoglu, se apresentaram como os únicos que podem garantir a segurança e unidade do país. "A Turquia tem feito grandes progressos no caminho da democracia e isso será reforçado com as eleições de hoje", afirmou Erdogan ao depositar seu voto. Davutoglu, que votou em Konya, reduto conservador no centro do país, comemorou a conquista do partido. "Essa vitória não é nossa. A vitória pertence ao povo", afirmou Davutoglu, diante de uma multidão de simpatizantes do AKP. "Deus abençoe vocês por nos apoiarem nos piores momentos", ele disse. "Hoje é um dia de vitória, mas também um dia de modéstia." O resultado oficial só será divulgado em 11 dias, quando acaba o prazo para pedidos de revisão que poderiam ser feitos pelos partidos. | 3 |
Homenagens aos mortos reúnem 700 mil pessoas na França | Cerca de 700 mil pessoas fizeram passeatas, neste sábado, em várias cidades da França, em homenagem às 17 vítimas dos ataques jihadistas desta semana em Paris, de acordo com o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve. Em Toulouse, no sul, 80 mil pessoas se juntaram para expressar repúdio aos ataques islâmicos. Em Nantes, no oeste, foram 70 mil participantes. Orleans (20 mil) e Nice (23 mil) foram outras cidades que tiveram grandes atos.. Uma grande marcha está marcada para este domingo em Paris. A capital francesa e seus arredores terão passe livre no transporte público, para facilitar o acesso dos manifestantes. Chefes de Estado de vários países confirmaram presença no ato, como a chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico David Cameron e o presidente espanhol Mariano Rajoy. A presidente Dilma Rousseff indicou o embaixador do Brasil na França, José Bustani, para representá-la na marcha. Em nota divulgada, a presidente afirmou estar segura "de que os muitos brasileiros que vivem na França estarão presentes à grande Marcha Republicana. O pensamento de meu governo estará convosco." O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, também comparecerá. O ministro das Relações Exteriores do Marrocos, Salah ad-Din Mezuar, disse que irá a Paris, mas pode deixar o evento se caricaturas de Maomé estiverem no local. Na quarta (7), dois terroristas vinculados à Al-Qaeda do Iêmen invadiram a sede do jornal satírico "Charlie Hebdo" e mataram 12 pessoas. Após invadirem uma gráfica, eles foram mortos por forças de segurança na sexta (9). | mundo | Homenagens aos mortos reúnem 700 mil pessoas na FrançaCerca de 700 mil pessoas fizeram passeatas, neste sábado, em várias cidades da França, em homenagem às 17 vítimas dos ataques jihadistas desta semana em Paris, de acordo com o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve. Em Toulouse, no sul, 80 mil pessoas se juntaram para expressar repúdio aos ataques islâmicos. Em Nantes, no oeste, foram 70 mil participantes. Orleans (20 mil) e Nice (23 mil) foram outras cidades que tiveram grandes atos.. Uma grande marcha está marcada para este domingo em Paris. A capital francesa e seus arredores terão passe livre no transporte público, para facilitar o acesso dos manifestantes. Chefes de Estado de vários países confirmaram presença no ato, como a chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico David Cameron e o presidente espanhol Mariano Rajoy. A presidente Dilma Rousseff indicou o embaixador do Brasil na França, José Bustani, para representá-la na marcha. Em nota divulgada, a presidente afirmou estar segura "de que os muitos brasileiros que vivem na França estarão presentes à grande Marcha Republicana. O pensamento de meu governo estará convosco." O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, também comparecerá. O ministro das Relações Exteriores do Marrocos, Salah ad-Din Mezuar, disse que irá a Paris, mas pode deixar o evento se caricaturas de Maomé estiverem no local. Na quarta (7), dois terroristas vinculados à Al-Qaeda do Iêmen invadiram a sede do jornal satírico "Charlie Hebdo" e mataram 12 pessoas. Após invadirem uma gráfica, eles foram mortos por forças de segurança na sexta (9). | 3 |
Filme 'Cine São Paulo' ganha força ao captar o essencial | Sonhos, paixões, perdas, confrontos e, ocasionalmente, conquistas fazem parte da vida de todo mundo. Também são ingredientes comuns aos filmes. Não por acaso, o cinema se tornou a arte mais popular já inventada. "Cine São Paulo" usa esse material para contar a história do proprietário de uma sala de cinema centenária em Dois Córregos, no interior paulista. Seu Chico, como os diretores Ricardo Martensen e Felipe Tomazelli apresentam sem muita reverência o protagonista, luta para reabrir a sala, construída em 1910, comprada pelo pai dele em 1940 e, mais tarde, mantida por ele com a ajuda da mulher e dos filhos. A Justiça determinou o fechamento do espaço, que não mais cumpre as condições mínimas de segurança, e o dono junta suas economias para levar a cabo uma reforma cara. Aos 72 anos, seu Chico precisa ainda convencer a mulher de que o investimento não é uma aventura de velho teimoso, um apego ao passado que se foi. Os projetores ficaram ultrapassados, a estrutura elétrica está obsoleta, e a sala precisa de diversos itens de segurança. Pior, o público tem como ver filmes até em telas de celular. Seu Chico revela, nas primeiras cenas, um sonho recorrente. Diz que entra no cinema, encontra tudo no lugar, mas os projetores não estão mais lá. "Tenho de marcar uma reunião com Freud", pensa em voz alta. Como dono da sala, seu papel principal era o de projecionista, um trabalho estafante e nada fascinante para alguém que não despista a paixão maior pelo cinema. As anotações num livro de registros sobrepõem datas importantes, como a do nascimento de Chico e a do início de seu namoro, aos títulos dos filmes que estavam sendo exibidos naqueles dias. As memórias pessoais evocam os momentos de apogeu e de decadência da sala. Um precioso registro em vídeo revela como Chico se vê na imagem. Nesse relato que confunde vida e cinema, "Cine São Paulo" ganha força ao captar o essencial, o combustível que move seu personagem, evitando, desse modo, diluir-se em banalidades ou só focalizar o edificante. Sua qualidade não resulta apenas da história pronta para seduzir cinéfilos de todas as idades mas da combinação de drama, suspense, uma boa cena de conflito e fartas doses de empatia. Sem esquecer que pouca gente resiste a um final feliz. * CINE SÃO PAULO DIREÇÃO Ricardo Martensen e Felipe Tomazelli PRODUÇÃO Brasil, 2017, livre QUANDO hoje, às 20h, no Reserva (SP); 25/4, às 17h, no Espaço Cultural BNDES (Rio); 28/4, às 20h, no CCSP (SP) - DESTAQUES DO FESTIVAL 'RELAÇÕES PRÓXIMAS' Por meio de conversas com seus parentes, o diretor Vitaly Mansky descortina o mosaico de opiniões políticas a respeito da atual situação da Ucrânia Cinearte, av. Paulista, 2.073, às 15h 'MOSCOU' A capital russa é destrinchada nessa obra rodada em 1927 e imbuída dos princípios do cinema soviético Reserva Cultural, av. Paulista, 900, às 16h 'O SHOW DA GUERRA' Grupo de amigos registra os primeiros protestos que culminariam na Primavera Árabe, em 2011 Cinearte, av. Paulista, 2.073, às 19h 'EM UM MUNDO INTERIOR' Busca compreender o universo do autismo a partir de crianças de regiões e classes sociais distintas Reserva Cultural, av. Paulista, 900, às 22h | ilustrada | Filme 'Cine São Paulo' ganha força ao captar o essencialSonhos, paixões, perdas, confrontos e, ocasionalmente, conquistas fazem parte da vida de todo mundo. Também são ingredientes comuns aos filmes. Não por acaso, o cinema se tornou a arte mais popular já inventada. "Cine São Paulo" usa esse material para contar a história do proprietário de uma sala de cinema centenária em Dois Córregos, no interior paulista. Seu Chico, como os diretores Ricardo Martensen e Felipe Tomazelli apresentam sem muita reverência o protagonista, luta para reabrir a sala, construída em 1910, comprada pelo pai dele em 1940 e, mais tarde, mantida por ele com a ajuda da mulher e dos filhos. A Justiça determinou o fechamento do espaço, que não mais cumpre as condições mínimas de segurança, e o dono junta suas economias para levar a cabo uma reforma cara. Aos 72 anos, seu Chico precisa ainda convencer a mulher de que o investimento não é uma aventura de velho teimoso, um apego ao passado que se foi. Os projetores ficaram ultrapassados, a estrutura elétrica está obsoleta, e a sala precisa de diversos itens de segurança. Pior, o público tem como ver filmes até em telas de celular. Seu Chico revela, nas primeiras cenas, um sonho recorrente. Diz que entra no cinema, encontra tudo no lugar, mas os projetores não estão mais lá. "Tenho de marcar uma reunião com Freud", pensa em voz alta. Como dono da sala, seu papel principal era o de projecionista, um trabalho estafante e nada fascinante para alguém que não despista a paixão maior pelo cinema. As anotações num livro de registros sobrepõem datas importantes, como a do nascimento de Chico e a do início de seu namoro, aos títulos dos filmes que estavam sendo exibidos naqueles dias. As memórias pessoais evocam os momentos de apogeu e de decadência da sala. Um precioso registro em vídeo revela como Chico se vê na imagem. Nesse relato que confunde vida e cinema, "Cine São Paulo" ganha força ao captar o essencial, o combustível que move seu personagem, evitando, desse modo, diluir-se em banalidades ou só focalizar o edificante. Sua qualidade não resulta apenas da história pronta para seduzir cinéfilos de todas as idades mas da combinação de drama, suspense, uma boa cena de conflito e fartas doses de empatia. Sem esquecer que pouca gente resiste a um final feliz. * CINE SÃO PAULO DIREÇÃO Ricardo Martensen e Felipe Tomazelli PRODUÇÃO Brasil, 2017, livre QUANDO hoje, às 20h, no Reserva (SP); 25/4, às 17h, no Espaço Cultural BNDES (Rio); 28/4, às 20h, no CCSP (SP) - DESTAQUES DO FESTIVAL 'RELAÇÕES PRÓXIMAS' Por meio de conversas com seus parentes, o diretor Vitaly Mansky descortina o mosaico de opiniões políticas a respeito da atual situação da Ucrânia Cinearte, av. Paulista, 2.073, às 15h 'MOSCOU' A capital russa é destrinchada nessa obra rodada em 1927 e imbuída dos princípios do cinema soviético Reserva Cultural, av. Paulista, 900, às 16h 'O SHOW DA GUERRA' Grupo de amigos registra os primeiros protestos que culminariam na Primavera Árabe, em 2011 Cinearte, av. Paulista, 2.073, às 19h 'EM UM MUNDO INTERIOR' Busca compreender o universo do autismo a partir de crianças de regiões e classes sociais distintas Reserva Cultural, av. Paulista, 900, às 22h | 1 |
Após decisão do STF, Cunha dá posse na Câmara a aliado de Picciani | Para cumprir uma decisão liminar do STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), empossou como deputado federal, na manhã desta quarta (6), ao vereador licenciado do Rio de Janeiro Átila Nunes (PMDB-RJ). Aliado do líder do partido na Casa, Leonardo Picciani (RJ), Átila assume com a missão de reforçar o apoio ao correligionário. Uma guerra interna foi deflagrada no PMDB desde que Picciani se aproximou do Palácio do Planalto. A disputa agora é pela eleição da nova liderança da bancada. A posse de Átila foi possível após o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB) —também próximo de Picciani—, nomear o deputado Ezequiel Teixeira (PMB-RJ) para a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado. Com isso, Nunes, suplente de Teixeira, teve direito a assumir a vaga dele. O agora deputado tentava assumir o posto desde dezembro, quando ocorreu a articulação do PMDB fluminense para abrir o caminho para ele. Contudo, com a negativa de Cunha de empossá-lo sob o argumento de que ele exercia mandato de vereador, o caso foi parar no STF. Em uma decisão liminar do dia 29 de dezembro, o presidente do tribunal, ministro Ricardo Lewandowski, que assumiu o mandado de segurança impetrado por Átila Nunes, entendeu que a licença do cargo de vereador já seria suficiente para garantir a posse do peemedebista ao cargo de deputado na Câmara. Durante mais de uma hora o novo deputado esteve na sala da Presidência da Câmara. Segundo ele, Cunha afirmou que a demora para a empossá-lo não foi pessoal. O presidente da Câmara liderou um movimento no fim do ano passado para tirar Picciani da liderança do PMDB e substituí-lo por Leonardo Quintão (MG), nome mais próximo. Após conseguir retomar o cargo, Picciani quer permanecer como líder da bancada. Quando foi eleito, no início do ano passado, foi estabelecido um acordo para que o carioca só fosse reconduzido a cargo caso dois terços da bancada concordassem com isso. Picciani, contudo, vai tentar manter a eleição normal, por maioria simples para se reeleger. | poder | Após decisão do STF, Cunha dá posse na Câmara a aliado de PiccianiPara cumprir uma decisão liminar do STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), empossou como deputado federal, na manhã desta quarta (6), ao vereador licenciado do Rio de Janeiro Átila Nunes (PMDB-RJ). Aliado do líder do partido na Casa, Leonardo Picciani (RJ), Átila assume com a missão de reforçar o apoio ao correligionário. Uma guerra interna foi deflagrada no PMDB desde que Picciani se aproximou do Palácio do Planalto. A disputa agora é pela eleição da nova liderança da bancada. A posse de Átila foi possível após o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB) —também próximo de Picciani—, nomear o deputado Ezequiel Teixeira (PMB-RJ) para a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado. Com isso, Nunes, suplente de Teixeira, teve direito a assumir a vaga dele. O agora deputado tentava assumir o posto desde dezembro, quando ocorreu a articulação do PMDB fluminense para abrir o caminho para ele. Contudo, com a negativa de Cunha de empossá-lo sob o argumento de que ele exercia mandato de vereador, o caso foi parar no STF. Em uma decisão liminar do dia 29 de dezembro, o presidente do tribunal, ministro Ricardo Lewandowski, que assumiu o mandado de segurança impetrado por Átila Nunes, entendeu que a licença do cargo de vereador já seria suficiente para garantir a posse do peemedebista ao cargo de deputado na Câmara. Durante mais de uma hora o novo deputado esteve na sala da Presidência da Câmara. Segundo ele, Cunha afirmou que a demora para a empossá-lo não foi pessoal. O presidente da Câmara liderou um movimento no fim do ano passado para tirar Picciani da liderança do PMDB e substituí-lo por Leonardo Quintão (MG), nome mais próximo. Após conseguir retomar o cargo, Picciani quer permanecer como líder da bancada. Quando foi eleito, no início do ano passado, foi estabelecido um acordo para que o carioca só fosse reconduzido a cargo caso dois terços da bancada concordassem com isso. Picciani, contudo, vai tentar manter a eleição normal, por maioria simples para se reeleger. | 0 |
Novas imagens mostram atirador correndo na praia com metralhadora | Foram divulgadas novas imagens do atirador que matou 38 pessoas, a maioria turistas, na praia de Sousse, na Tunísia, na sexta-feira. Foi o pior ataque na história recente da Tunísia. Segundo autoridades, o atirador, Seifeddine Rezgui, teve cúmplices que lhe deram o rifle usado no ataque. Forças de segurança tunisianas realizaram as primeiras prisões relacionadas à ação. O grupo autodenominado Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque. | bbc | Novas imagens mostram atirador correndo na praia com metralhadoraForam divulgadas novas imagens do atirador que matou 38 pessoas, a maioria turistas, na praia de Sousse, na Tunísia, na sexta-feira. Foi o pior ataque na história recente da Tunísia. Segundo autoridades, o atirador, Seifeddine Rezgui, teve cúmplices que lhe deram o rifle usado no ataque. Forças de segurança tunisianas realizaram as primeiras prisões relacionadas à ação. O grupo autodenominado Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque. | 25 |
Deputado Jair Bolsonaro 'não fala mais' de pena de morte e aborto | Na tentativa de ampliar seu eleitorado, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) diz que abriu mão de posições polêmicas como a defesa da pena capital. "A Constituição não permite pena de morte, prisão perpétua nem trabalho forçado", declarou. O mesmo argumento é usado ao comentar o direito ao aborto em caso de estupro. "Não vou discutir, já é lei. Se alguém apresentar projeto para revogar, é outra história." A questão do estupro rendeu um dos pedidos de cassação mais ruidosos de sua carreira, decorrente da afirmação, em 2003, de que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS), porque ela "não merecia". À Folha Bolsonaro afirmou que agiu por impulso. "Lógico que alguns segundos depois eu teria tido outra reação", respondeu, ao ser perguntado se se arrependia. Ainda assim, ele minimiza a revolta causada pelo caso de estupro coletivo de uma adolescente, em maio, no Rio. "Nós, homens, não fomos ensinados a ser estupradores. Não tem cultura do estupro. O que tem no Brasil é a cultura da impunidade." BATISMO Em aceno ao eleitorado evangélico, Bolsonaro foi batizado em Jerusalém em maio, pelo Pastor Everaldo, presidente do PSC. O deputado disse que continua cristão e quis com a cerimônia apenas "aceitar Jesus publicamente". "Se fosse para aparecer politicamente, eu ia botar no meu Facebook", explicou. Everaldo afirmou considerar "perfeitamente normal" a mudança de retórica do pré-candidato. "Para ser presidente do Brasil, tem que atender a sociedade brasileira de modo geral", justificou. | poder | Deputado Jair Bolsonaro 'não fala mais' de pena de morte e abortoNa tentativa de ampliar seu eleitorado, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) diz que abriu mão de posições polêmicas como a defesa da pena capital. "A Constituição não permite pena de morte, prisão perpétua nem trabalho forçado", declarou. O mesmo argumento é usado ao comentar o direito ao aborto em caso de estupro. "Não vou discutir, já é lei. Se alguém apresentar projeto para revogar, é outra história." A questão do estupro rendeu um dos pedidos de cassação mais ruidosos de sua carreira, decorrente da afirmação, em 2003, de que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS), porque ela "não merecia". À Folha Bolsonaro afirmou que agiu por impulso. "Lógico que alguns segundos depois eu teria tido outra reação", respondeu, ao ser perguntado se se arrependia. Ainda assim, ele minimiza a revolta causada pelo caso de estupro coletivo de uma adolescente, em maio, no Rio. "Nós, homens, não fomos ensinados a ser estupradores. Não tem cultura do estupro. O que tem no Brasil é a cultura da impunidade." BATISMO Em aceno ao eleitorado evangélico, Bolsonaro foi batizado em Jerusalém em maio, pelo Pastor Everaldo, presidente do PSC. O deputado disse que continua cristão e quis com a cerimônia apenas "aceitar Jesus publicamente". "Se fosse para aparecer politicamente, eu ia botar no meu Facebook", explicou. Everaldo afirmou considerar "perfeitamente normal" a mudança de retórica do pré-candidato. "Para ser presidente do Brasil, tem que atender a sociedade brasileira de modo geral", justificou. | 0 |
10 tecnologias emergentes que 'mudarão o mundo' | Avanços em inteligência artificial estão gerando robôs mais eficientes e úteis Quais tecnologias emergentes tem o maior potencial de mudar o mundo? O Fórum Econômico Mundial, que reúne anualmente 18 especialistas para responder a esta questão, listou dez inovações que podem mudar nossas vidas, transformar indústrias e proteger o planeta. "Ao fazer isso, buscamos chamar atenção para estas tecnologias e preencher as lacunas de investimentos, regulamentação e compreensão pública, que muitas vezes são barreiras para o progresso", afirma o fórum. A seguir, saiba quais são elas: 1. Carros movidos a hidrogênio O fórum reconhece que estes veículos são uma promessa de longa data, mas diz que "só agora a tecnologia parece ter chegado ao ponto no qual montadoras planejam incorporá-la em lançamentos para consumidores". Carros a hidrogênio têm algumas vantagens em relação aos atuais modelos, movidos a gasolina, álcool, diesel ou eletricidade. Nos carros elétricos, é preciso recarregar suas baterias a partir de uma fonte externa de energia. Já as células de combustível geram eletricidade diretamente, usando combustíveis como hidrogênio ou gás natural. Esta energia fica armazenada nas baterias. Isso permite que eles percorram grandes distâncias, como veículos movidos a combustível - o que não ocorre com os modelos elétricos, que ainda têm uma autonomia limitada. Carros movidos a hidrogênio geram menos impacto ao meio ambiente Além disso, a recarga de uma célula de gás de hidrogênio comprimido leva apenas cerca de três minutos. Por fim, o uso de hidrogênio como combustível não gera monóxido de carbono, como ocorre com carros comuns, mas vapor d'água, o que ajuda a reduzir a poluição no ar. Mas ainda há dois obstáculos: produzir hidrogênio barato em larga escala e criar uma infraestrutura para distribuí-lo à população. "O transporte de hidrogênio por longas distâncias, mesmo que comprimido, ainda não é considerado economicamente viável hoje em dia", afirma o fórum. "No entanto, técnicas inovadoras de armazenamento logo reduzirão este custo e os riscos associados a esta prática." O fórum espera que, em uma década, milhões de veículos movidos a hidrogênio estejam em uso. 2. Robótica Outra tecnologia que há muito tempo se faz presente no imaginário coletivo, a robótica tem passado por avanços que estão permitindo que finalmente deixe de estar confinada a fábricas e outras tarefas simples. "Sensores melhores e mais baratos permitem que robôs sejam capazes de compreender e responder ao ambiente em torno dele. Seus 'corpos' estão se tornando mais adaptáveis e flexíveis", afirma o fórum. "E eles estão mais conectados, beneficiando-se da computação em nuvem para acessar e processar informações remotamente, em vez de terem que ser inteiramente programados para realizar uma tarefa autonomamente." Com isso, os robôs estão assumindo uma variedade de tarefas, como um controle preciso de pragas em plantações e sua colheita ou cuidando de idosos e pacientes, inclusive na sua reabilitação física. Além disso, robôs menores e mais habilidosos estão não apenas realizando tarefas repetitivas em fábricas no lugar das pessoas, mas também colaborando com humanos em vez de substituí-los. "O medo de que robôs conectados à web possam fugir do controle se tornará mais proeminente, mas, conforme estas máquinas realizam tarefas domésticas e as pessoas se familiarizam com elas, esse receio deve ser amenizado", afirma o fórum. 3. Plástico 'thermoset' reciclável Ao contrário dos termoplásticos, que podem ser aquecidos e reaquecidos para adquirirem diferentes formas e serem reciclados, os plásticos "thermoset" só podem passar por este processo uma única vez. Isto confere durabilidade a este tipo de plástico, tornando-o uma parte importante do mundo atual, com seu uso em celulares, computadores e aeronaves, mas também faz com que seja impossível reciclá-los. Mas, em 2014, houve avanços significativos nesta área, com a descoberta de uma nova categoria reciclável de plásticos "thermoset", com o uso de ácido para quebrar a cadeia de polímeros que os forma e os reutilizar na fabricação de novos produtos, mantendo suas características mais úteis, como a rigidez e a durabilidade. "Apesar de nenhum processo de reciclagem ser 100% eficiente, esta inovação - se for empregada amplamente - pode gerar uma grande redução no lixo descartado", destaca o fórum. "Esperamos que este novo tipo de plástico 'thermoset' substitua o antigo em cinco anos e se torne onipresente em bens fabricados por volta de 2025." 4. Engenharia genética agrícola Engenharia genética de cultivos podem beneficar especialmente pequenos produtores A engenharia genética gera uma grande polêmica, mas o fórum defende que "novas técnicas permitem 'editar' o código genético de plantas para torná-las mais nutritivas ou resistentes às mudanças climáticas". Atualmente, a engenharia genética de cultivos agrícolas depende de bactérias para transferir uma parte de DNA para outro genoma, algo que já foi comprovado ser tão arriscado (ou seguro, de acordo com o ponto de vista) quanto realizar esta transferência por cruzamento de espécies. "No entanto, técnicas mais precisas de edição genética foram desenvolvidas nos últimos anos", afirma o fórum. Elas conferem às plantas uma maior resistência a pragas e insetos, reduzindo a necessidade de uso de pesticidas, e aumentam a sustentabilidade de cultivos ao reduzir a necessidade de água e fertilizantes. "Muitas destas inovações serão particularmente benéficas para agricultores de pequeno porte de países em desenvolvimento. Assim, a engenharia genética pode se tornar menos controversa, à medida que seu benefício seja reconhecido para aumentar a renda e melhorar a dieta de milhões de pessoas." 5. Manufatura aditiva (impressão 3D) Hoje, a fabricação de produtos começa por um grande pedaço de determinado material, como madeira, metal ou rocha, e passa pela remoção de camadas até atingir a forma desejada. Por sua vez, a manufatura aditiva - também conhecida como impressão 3D - parte do zero e aplica camadas do material até atingir a forma final, usando um modelo digital como guia. "Produtos fabricados assim podem ser altamente personalizados para cada usuário, ao contrário de produtos feitos com processos de fabricação em massa", esclarece o fórum. Além disso, usando células humanas como material básico, esta técnica permite criar tecidos orgânicos que podem ser usados no teste de segurança de medicamentos, além de transplantes. "Um próximo estágio importante da manufatura aditiva seria fabricar desta forma componentes eletrônicos, como placas de circuitos", destaca o fórum. "Esta ainda é uma tecnologia nascente, mas deve se expandir rapidamente na próxima década com oportunidades e inovações que a aproximarão do mercado de massa." 6. Inteligência artificial Nos últimos anos, a inteligência artificial evoluiu bastante, com smartphones reconhecendo a voz de seu dono, carros que dirigem a si mesmos ou drones. Hoje, esta tecnologia faz com que uma máquina reconheça um ambiente a sua volta e reaja a ele. "Mas estamos dando um passo à frente com máquinas capazes de aprender autonomamente ao assimilar grandes volumes de informação", diz o fórum. "Assim como os novos robôs, esta inteligência artificial nascente levará a um aumento significativo de produtividade. Máquinas com acesso rápido a uma imensa fonte de dados poderão responder a situações sem cometer erros com base em emoções, como no caso de diagnóstico de doenças." O fórum reconhece que esta tecnologia tem riscos atrelados a ela, como máquinas superinteligentes que um dia poderiam suplantar a humanidade. "Especialistas levam este receio cada vez mais a sério, mas, por outro lado, isso pode tornar ainda mais evidente a importância de atributos essencialmente humanos, como criatividade e relações interpessoais." 7. Manufatura descentralizada Este tipo de fabricação de produtos muda completamente a noção que temos hoje da manufatura. Em vez de reunir todo o material necessário para fazer um produto em um único - e enorme - local e depois distribuí-lo ao público, a manufatura descentralizada distribui a fabricação de diferentes partes do produto por diversos locais. E o produto final acaba sendo montado muito próximo de onde consumidor está. "Na prática, isso substitui a cadeia de fornecedores de materiais pela informação digital. Em vez de fazer uma cadeira em uma fábrica central, fábricas menores e locais recebem instruções de como fazer suas peças, que podem ser montadas pelo próprio consumidor ou em oficinas", esclarece o fórum. "Isso permite usar recursos de forma mais eficiente, com menos desperdício, diminuindo o impacto ambiental. Também reduz a barreira de entrada para novas empresas num mercado ao diminuir a quantidade de dinheiro necessário para criar um protótipo e fabricar produtos." O fórum defende que esta nova técnica de fabricação mudará o mercado de trabalho e a economia da manufatura, mas também apresenta riscos, por ser mais difícil de regular. "Nem tudo poderá ser feito desta forma. Cadeias de produção ainda serão necessárias para bens de consumo mais importantes e complexos." 8. Drones inteligentes Drones são usados amplamente nos dias de hoje, na agricultura, no cinema e em outras aplicações que requerem uma vigilância aérea ampla e barata. "Mas, até agora, eles têm pilotos humanos, que os controlam a partir do solo", explica o fórum. "O próximo passo é desenvolver máquinas que voam por conta própria, o que permite uma série de novos usos." Para isso, os drones precisam ser capazes de usar sensores para reagir ao ambiente a sua volta, mudando sua trajetória e altura de voo para evitar colisões com outros objetos em seu caminho. Isso permitirá que estes robôs assumam tarefas perigosas para humanos, como manutenção de redes elétricas. Ou realizar entregas de medicamentos urgentes mais rapidamente. Na agricultura, poderiam auxiliar no uso mais preciso de fertilizantes e água ao analisar plantações desde o ar. "Com esta tecnologia, os drones poderão voar de forma mais próxima a humanos e em cidades", destaca o fórum. "Mas, para serem amplamente usados, eles terão que se provarem capazes de voar em meio às mais difíceis situações, como em tempestades de areia e nevascas. Quando isso ocorrer, eles nos tornarão imensamente mais produtivos." 9. Tecnologia neuromórfica Novos chips buscam simular complexa rede de interconexões do cérebro Ainda hoje, os mais avançados computadores não conseguem superar a sofisticação do cérebro humano. Estas máquinas funcionam de forma linear, transferindo informação entre chips e um processador central por meio de uma rede. Já um cérebro funciona de forma totalmente interconectada, com uma densidade de conexões que superam em muito a de um computador. Mas cientistas já trabalham na criação de chips neumórficos, que simulam a arquitetura cerebral e aumentam exponencialmente a capacidade de um computador processar informações e reagir. "Uma limitação da transferência de dados entre uma memória e um processador central é que isso usa grandes quantidades de energia e gera muito calor", afirma o fórum. "Chips neumórficos são mais eficientes neste aspecto e mais poderosos, funcionando como uma rede de neurônios." O fórum acredita que esta tecnologia, em estágio de protótipo em empresas como a IBM, é a próxima etapa da computação de ponta e permitirá um processamento de dados mais ágil e potente, abrindo caminho para máquinas aprenderem por conta própria. "Computadores serão capazes de antecipar e aprender, em vez de apenas reagir de acordo com a forma como foram programados." 10. Genoma digital O primeiro sequenciamento do genoma humano levou muitos anos e consumiu dezenas de milhões de dólares, mas, hoje, isso pode ser feito em minutos por algumas centenas de dólares. "Essa habilidade de desvendar nossa genética individual promete levar a uma revolução, com serviços de saúde mais personalizados e efetivos", defende o fórum. Isso porque muitos dos males que enfrentamos derivam de um componente genético. Com esta digitalização do DNA, um médico poderia, por exemplo, tratar um câncer de acordo com a composição genética do tumor. O fórum ressalta, no entanto, que, assim como toda informação pessoal, será necessário proteger o genoma de uma pessoa por motivos de privacidade. "Mas os benefícios provavelmente superarão os riscos." | bbc | 10 tecnologias emergentes que 'mudarão o mundo'Avanços em inteligência artificial estão gerando robôs mais eficientes e úteis Quais tecnologias emergentes tem o maior potencial de mudar o mundo? O Fórum Econômico Mundial, que reúne anualmente 18 especialistas para responder a esta questão, listou dez inovações que podem mudar nossas vidas, transformar indústrias e proteger o planeta. "Ao fazer isso, buscamos chamar atenção para estas tecnologias e preencher as lacunas de investimentos, regulamentação e compreensão pública, que muitas vezes são barreiras para o progresso", afirma o fórum. A seguir, saiba quais são elas: 1. Carros movidos a hidrogênio O fórum reconhece que estes veículos são uma promessa de longa data, mas diz que "só agora a tecnologia parece ter chegado ao ponto no qual montadoras planejam incorporá-la em lançamentos para consumidores". Carros a hidrogênio têm algumas vantagens em relação aos atuais modelos, movidos a gasolina, álcool, diesel ou eletricidade. Nos carros elétricos, é preciso recarregar suas baterias a partir de uma fonte externa de energia. Já as células de combustível geram eletricidade diretamente, usando combustíveis como hidrogênio ou gás natural. Esta energia fica armazenada nas baterias. Isso permite que eles percorram grandes distâncias, como veículos movidos a combustível - o que não ocorre com os modelos elétricos, que ainda têm uma autonomia limitada. Carros movidos a hidrogênio geram menos impacto ao meio ambiente Além disso, a recarga de uma célula de gás de hidrogênio comprimido leva apenas cerca de três minutos. Por fim, o uso de hidrogênio como combustível não gera monóxido de carbono, como ocorre com carros comuns, mas vapor d'água, o que ajuda a reduzir a poluição no ar. Mas ainda há dois obstáculos: produzir hidrogênio barato em larga escala e criar uma infraestrutura para distribuí-lo à população. "O transporte de hidrogênio por longas distâncias, mesmo que comprimido, ainda não é considerado economicamente viável hoje em dia", afirma o fórum. "No entanto, técnicas inovadoras de armazenamento logo reduzirão este custo e os riscos associados a esta prática." O fórum espera que, em uma década, milhões de veículos movidos a hidrogênio estejam em uso. 2. Robótica Outra tecnologia que há muito tempo se faz presente no imaginário coletivo, a robótica tem passado por avanços que estão permitindo que finalmente deixe de estar confinada a fábricas e outras tarefas simples. "Sensores melhores e mais baratos permitem que robôs sejam capazes de compreender e responder ao ambiente em torno dele. Seus 'corpos' estão se tornando mais adaptáveis e flexíveis", afirma o fórum. "E eles estão mais conectados, beneficiando-se da computação em nuvem para acessar e processar informações remotamente, em vez de terem que ser inteiramente programados para realizar uma tarefa autonomamente." Com isso, os robôs estão assumindo uma variedade de tarefas, como um controle preciso de pragas em plantações e sua colheita ou cuidando de idosos e pacientes, inclusive na sua reabilitação física. Além disso, robôs menores e mais habilidosos estão não apenas realizando tarefas repetitivas em fábricas no lugar das pessoas, mas também colaborando com humanos em vez de substituí-los. "O medo de que robôs conectados à web possam fugir do controle se tornará mais proeminente, mas, conforme estas máquinas realizam tarefas domésticas e as pessoas se familiarizam com elas, esse receio deve ser amenizado", afirma o fórum. 3. Plástico 'thermoset' reciclável Ao contrário dos termoplásticos, que podem ser aquecidos e reaquecidos para adquirirem diferentes formas e serem reciclados, os plásticos "thermoset" só podem passar por este processo uma única vez. Isto confere durabilidade a este tipo de plástico, tornando-o uma parte importante do mundo atual, com seu uso em celulares, computadores e aeronaves, mas também faz com que seja impossível reciclá-los. Mas, em 2014, houve avanços significativos nesta área, com a descoberta de uma nova categoria reciclável de plásticos "thermoset", com o uso de ácido para quebrar a cadeia de polímeros que os forma e os reutilizar na fabricação de novos produtos, mantendo suas características mais úteis, como a rigidez e a durabilidade. "Apesar de nenhum processo de reciclagem ser 100% eficiente, esta inovação - se for empregada amplamente - pode gerar uma grande redução no lixo descartado", destaca o fórum. "Esperamos que este novo tipo de plástico 'thermoset' substitua o antigo em cinco anos e se torne onipresente em bens fabricados por volta de 2025." 4. Engenharia genética agrícola Engenharia genética de cultivos podem beneficar especialmente pequenos produtores A engenharia genética gera uma grande polêmica, mas o fórum defende que "novas técnicas permitem 'editar' o código genético de plantas para torná-las mais nutritivas ou resistentes às mudanças climáticas". Atualmente, a engenharia genética de cultivos agrícolas depende de bactérias para transferir uma parte de DNA para outro genoma, algo que já foi comprovado ser tão arriscado (ou seguro, de acordo com o ponto de vista) quanto realizar esta transferência por cruzamento de espécies. "No entanto, técnicas mais precisas de edição genética foram desenvolvidas nos últimos anos", afirma o fórum. Elas conferem às plantas uma maior resistência a pragas e insetos, reduzindo a necessidade de uso de pesticidas, e aumentam a sustentabilidade de cultivos ao reduzir a necessidade de água e fertilizantes. "Muitas destas inovações serão particularmente benéficas para agricultores de pequeno porte de países em desenvolvimento. Assim, a engenharia genética pode se tornar menos controversa, à medida que seu benefício seja reconhecido para aumentar a renda e melhorar a dieta de milhões de pessoas." 5. Manufatura aditiva (impressão 3D) Hoje, a fabricação de produtos começa por um grande pedaço de determinado material, como madeira, metal ou rocha, e passa pela remoção de camadas até atingir a forma desejada. Por sua vez, a manufatura aditiva - também conhecida como impressão 3D - parte do zero e aplica camadas do material até atingir a forma final, usando um modelo digital como guia. "Produtos fabricados assim podem ser altamente personalizados para cada usuário, ao contrário de produtos feitos com processos de fabricação em massa", esclarece o fórum. Além disso, usando células humanas como material básico, esta técnica permite criar tecidos orgânicos que podem ser usados no teste de segurança de medicamentos, além de transplantes. "Um próximo estágio importante da manufatura aditiva seria fabricar desta forma componentes eletrônicos, como placas de circuitos", destaca o fórum. "Esta ainda é uma tecnologia nascente, mas deve se expandir rapidamente na próxima década com oportunidades e inovações que a aproximarão do mercado de massa." 6. Inteligência artificial Nos últimos anos, a inteligência artificial evoluiu bastante, com smartphones reconhecendo a voz de seu dono, carros que dirigem a si mesmos ou drones. Hoje, esta tecnologia faz com que uma máquina reconheça um ambiente a sua volta e reaja a ele. "Mas estamos dando um passo à frente com máquinas capazes de aprender autonomamente ao assimilar grandes volumes de informação", diz o fórum. "Assim como os novos robôs, esta inteligência artificial nascente levará a um aumento significativo de produtividade. Máquinas com acesso rápido a uma imensa fonte de dados poderão responder a situações sem cometer erros com base em emoções, como no caso de diagnóstico de doenças." O fórum reconhece que esta tecnologia tem riscos atrelados a ela, como máquinas superinteligentes que um dia poderiam suplantar a humanidade. "Especialistas levam este receio cada vez mais a sério, mas, por outro lado, isso pode tornar ainda mais evidente a importância de atributos essencialmente humanos, como criatividade e relações interpessoais." 7. Manufatura descentralizada Este tipo de fabricação de produtos muda completamente a noção que temos hoje da manufatura. Em vez de reunir todo o material necessário para fazer um produto em um único - e enorme - local e depois distribuí-lo ao público, a manufatura descentralizada distribui a fabricação de diferentes partes do produto por diversos locais. E o produto final acaba sendo montado muito próximo de onde consumidor está. "Na prática, isso substitui a cadeia de fornecedores de materiais pela informação digital. Em vez de fazer uma cadeira em uma fábrica central, fábricas menores e locais recebem instruções de como fazer suas peças, que podem ser montadas pelo próprio consumidor ou em oficinas", esclarece o fórum. "Isso permite usar recursos de forma mais eficiente, com menos desperdício, diminuindo o impacto ambiental. Também reduz a barreira de entrada para novas empresas num mercado ao diminuir a quantidade de dinheiro necessário para criar um protótipo e fabricar produtos." O fórum defende que esta nova técnica de fabricação mudará o mercado de trabalho e a economia da manufatura, mas também apresenta riscos, por ser mais difícil de regular. "Nem tudo poderá ser feito desta forma. Cadeias de produção ainda serão necessárias para bens de consumo mais importantes e complexos." 8. Drones inteligentes Drones são usados amplamente nos dias de hoje, na agricultura, no cinema e em outras aplicações que requerem uma vigilância aérea ampla e barata. "Mas, até agora, eles têm pilotos humanos, que os controlam a partir do solo", explica o fórum. "O próximo passo é desenvolver máquinas que voam por conta própria, o que permite uma série de novos usos." Para isso, os drones precisam ser capazes de usar sensores para reagir ao ambiente a sua volta, mudando sua trajetória e altura de voo para evitar colisões com outros objetos em seu caminho. Isso permitirá que estes robôs assumam tarefas perigosas para humanos, como manutenção de redes elétricas. Ou realizar entregas de medicamentos urgentes mais rapidamente. Na agricultura, poderiam auxiliar no uso mais preciso de fertilizantes e água ao analisar plantações desde o ar. "Com esta tecnologia, os drones poderão voar de forma mais próxima a humanos e em cidades", destaca o fórum. "Mas, para serem amplamente usados, eles terão que se provarem capazes de voar em meio às mais difíceis situações, como em tempestades de areia e nevascas. Quando isso ocorrer, eles nos tornarão imensamente mais produtivos." 9. Tecnologia neuromórfica Novos chips buscam simular complexa rede de interconexões do cérebro Ainda hoje, os mais avançados computadores não conseguem superar a sofisticação do cérebro humano. Estas máquinas funcionam de forma linear, transferindo informação entre chips e um processador central por meio de uma rede. Já um cérebro funciona de forma totalmente interconectada, com uma densidade de conexões que superam em muito a de um computador. Mas cientistas já trabalham na criação de chips neumórficos, que simulam a arquitetura cerebral e aumentam exponencialmente a capacidade de um computador processar informações e reagir. "Uma limitação da transferência de dados entre uma memória e um processador central é que isso usa grandes quantidades de energia e gera muito calor", afirma o fórum. "Chips neumórficos são mais eficientes neste aspecto e mais poderosos, funcionando como uma rede de neurônios." O fórum acredita que esta tecnologia, em estágio de protótipo em empresas como a IBM, é a próxima etapa da computação de ponta e permitirá um processamento de dados mais ágil e potente, abrindo caminho para máquinas aprenderem por conta própria. "Computadores serão capazes de antecipar e aprender, em vez de apenas reagir de acordo com a forma como foram programados." 10. Genoma digital O primeiro sequenciamento do genoma humano levou muitos anos e consumiu dezenas de milhões de dólares, mas, hoje, isso pode ser feito em minutos por algumas centenas de dólares. "Essa habilidade de desvendar nossa genética individual promete levar a uma revolução, com serviços de saúde mais personalizados e efetivos", defende o fórum. Isso porque muitos dos males que enfrentamos derivam de um componente genético. Com esta digitalização do DNA, um médico poderia, por exemplo, tratar um câncer de acordo com a composição genética do tumor. O fórum ressalta, no entanto, que, assim como toda informação pessoal, será necessário proteger o genoma de uma pessoa por motivos de privacidade. "Mas os benefícios provavelmente superarão os riscos." | 25 |
A polêmica observação internacional nas eleições venezuelanas | Com a aproximação do processo de escolha dos 167 deputados que irão compor a Assembleia Nacional na Venezuela em 6 de dezembro aumentaram as críticas à posição do governo de Nicolás Maduro com relação à participação de observadores internacionais no processo eleitoral. A relação com os observadores estrangeiros já vem a algum tempo se deteriorando com o fechamento em agosto do escritório da Organização na capital Caracas, após 13 anos de atividades no país. Além disso, o jurista brasileiro Nelson Jobim, indicado para chefiar a missão de monitoramento eleitoral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), declinou o convite após constatar a falta de garantias por parte do governo venezuelano de que as eleições seriam realizadas de forma objetiva e imparcial. Destarte a negativa de Jobim a Unasul confirmou o envio de uma missão que até o momento é a única confirmada, haja vista o fato de que missões já tradicionais nas Américas, a exemplo daquelas da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia (UE) não foram convidadas para participar dos pleitos a serem realizados no país. Com tanta repercussão internacional Tibisay Lucena, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), organismo nacional responsável pela condução das eleições, anunciou que além dos observadores regionais, representantes da Comissão de Especialistas Eleitorais Latino-Americanos (CEELA) e de técnicos de organismos eleitorais da região iriam desembarcar no país para acompanhar o início das campanhas eleitorais, como parte do comprometimento do governo da Venezuela com a transparência do processo eleitoral. Em outras palavras, o organismo considerará apenas a observação por parte de convidados de seu interesse, e não de organizações que poderiam, devido seu prestígio e reconhecimento internacional, legitimar a condução da votação. A situação se complicou ainda mais com a solicitação por parte da aliança de oposição ao governo denominada Mesa da Unidade Democrática (MUD) de que os observadores internacionais de organizações multilaterais estejam presentes no país com ou sem o aval do CNE. A aversão do governo frente a permanência de estrangeiros em território nacional aconteceu em um momento bastante delicado, no qual são reportadas prisões de opositores políticos, grave crise econômica e crescente escassez de alimentos básicos, levando vários cidadãos a enfrentar filas em supermercados nos últimos meses. Assim, a Venezuela mantém uma tradição, que já vem desde a primeira eleição na qual Hugo Chávez foi eleito presidente, de evitar ao máximo a presença de observadores de organismos multilaterais –e imparciais– durante a realização de pleitos nacionais. Tal situação é vista com desconfiança por governos da região. Isto dificulta o apoio internacional à democracia venezuelana, uma vez que as eleições são apenas uma das categorias essenciais para que um país seja considerado democrático. PAULA GOMES MOREIRA, 28, internacionalista, doutoranda em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB). * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | opiniao | A polêmica observação internacional nas eleições venezuelanasCom a aproximação do processo de escolha dos 167 deputados que irão compor a Assembleia Nacional na Venezuela em 6 de dezembro aumentaram as críticas à posição do governo de Nicolás Maduro com relação à participação de observadores internacionais no processo eleitoral. A relação com os observadores estrangeiros já vem a algum tempo se deteriorando com o fechamento em agosto do escritório da Organização na capital Caracas, após 13 anos de atividades no país. Além disso, o jurista brasileiro Nelson Jobim, indicado para chefiar a missão de monitoramento eleitoral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), declinou o convite após constatar a falta de garantias por parte do governo venezuelano de que as eleições seriam realizadas de forma objetiva e imparcial. Destarte a negativa de Jobim a Unasul confirmou o envio de uma missão que até o momento é a única confirmada, haja vista o fato de que missões já tradicionais nas Américas, a exemplo daquelas da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia (UE) não foram convidadas para participar dos pleitos a serem realizados no país. Com tanta repercussão internacional Tibisay Lucena, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), organismo nacional responsável pela condução das eleições, anunciou que além dos observadores regionais, representantes da Comissão de Especialistas Eleitorais Latino-Americanos (CEELA) e de técnicos de organismos eleitorais da região iriam desembarcar no país para acompanhar o início das campanhas eleitorais, como parte do comprometimento do governo da Venezuela com a transparência do processo eleitoral. Em outras palavras, o organismo considerará apenas a observação por parte de convidados de seu interesse, e não de organizações que poderiam, devido seu prestígio e reconhecimento internacional, legitimar a condução da votação. A situação se complicou ainda mais com a solicitação por parte da aliança de oposição ao governo denominada Mesa da Unidade Democrática (MUD) de que os observadores internacionais de organizações multilaterais estejam presentes no país com ou sem o aval do CNE. A aversão do governo frente a permanência de estrangeiros em território nacional aconteceu em um momento bastante delicado, no qual são reportadas prisões de opositores políticos, grave crise econômica e crescente escassez de alimentos básicos, levando vários cidadãos a enfrentar filas em supermercados nos últimos meses. Assim, a Venezuela mantém uma tradição, que já vem desde a primeira eleição na qual Hugo Chávez foi eleito presidente, de evitar ao máximo a presença de observadores de organismos multilaterais –e imparciais– durante a realização de pleitos nacionais. Tal situação é vista com desconfiança por governos da região. Isto dificulta o apoio internacional à democracia venezuelana, uma vez que as eleições são apenas uma das categorias essenciais para que um país seja considerado democrático. PAULA GOMES MOREIRA, 28, internacionalista, doutoranda em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB). * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. | 14 |
Protestos e saques em cidade costeira da Colômbia deixam um morto | Pelo menos uma pessoa morreu e 11 ficaram feridas durante a madrugada deste sábado (20) em saques e confrontos violentos com a polícia em Buenaventura, principal cidade portuária da Colômbia. A violência começou no quinto dia de paralisação dos moradores da cidade, que exigem do governo nacional melhorias na segurança, a reabertura do hospital da cidade e melhoras no saneamento básico. A paralisação começou na noite de sexta (19) de forma pacífica, mas horas depois milhares de moradores começaram a montar barricadas nas ruas e saquear dezenas de lojas. Pelo menos 41 pessoas foram presas. Neste sábado, o presidente Juan Manuel Santos decretou toque de recolher e lei seca na região. Em uma rede social, disse na tarde de sábado que a situação em Buenaventura "estava sob controle" dos policiais. | mundo | Protestos e saques em cidade costeira da Colômbia deixam um mortoPelo menos uma pessoa morreu e 11 ficaram feridas durante a madrugada deste sábado (20) em saques e confrontos violentos com a polícia em Buenaventura, principal cidade portuária da Colômbia. A violência começou no quinto dia de paralisação dos moradores da cidade, que exigem do governo nacional melhorias na segurança, a reabertura do hospital da cidade e melhoras no saneamento básico. A paralisação começou na noite de sexta (19) de forma pacífica, mas horas depois milhares de moradores começaram a montar barricadas nas ruas e saquear dezenas de lojas. Pelo menos 41 pessoas foram presas. Neste sábado, o presidente Juan Manuel Santos decretou toque de recolher e lei seca na região. Em uma rede social, disse na tarde de sábado que a situação em Buenaventura "estava sob controle" dos policiais. | 3 |
Policial militar mata passageiro após assalto a ônibus em SP | Um policial militar à paisana matou um passageiro e feriu outro, na noite desta sexta-feira (24), após uma tentativa de assalto a um ônibus na zona leste de São Paulo. De acordo com o boletim de ocorrência, quatro suspeitos entraram no coletivo por volta das 19h30, na avenida Ragueb Chohfi, e anunciaram o arrastão. Na fuga, dois passageiros tentaram segurar um dos bandidos. Foi quando o policial à paisana atirou e acabou acertando os dois homens, que eram funcionários da empresa de ônibus e estavam fora do horário de serviço. Os assaltantes conseguiram escapar. O policial, segundo a Secretaria de Segurança Pública, foi encaminhado ao presídio Romão Gomes e indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal culposa. Os nomes das vítimas não foram divulgados. Não há informações sobre o estado de saúde do homem baleado nem para qual hospital ele foi levado. PROTESTO Por conta da ação do policial à paisana, motoristas da cooperativa de ônibus em que trabalhava a vítima fizeram protestos, na tarde deste sábado (25). Segundo a PM, por volta das 14h40, os manifestantes bloquearam a estrada do Iguatemi, em Jardim Pedra Branca, nas proximidades do local do crime. Eles usaram seis micro-ônibus para interditar a via e chegaram a atear fogo em um carro. Antes das 18h, o incêndio foi controlado pelo Corpo de Bombeiros. Ainda segundo a polícia, os manifestantes arremessaram objetos contra os policiais, que usaram bombas de efeito moral para dispersar o protesto, que foi encerrado por volta de 18h15. ARRASTÕES Esse é o segundo caso em três dias de ações policiais contra arrastões que terminam com mortos. Na quarta-feira (22), um policial militar de folga matou uma mulher e feriu um homem que assaltaram um ônibus da Viação Cometa na rodovia Presidente Castello Branco, em Barueri. Após o roubo, os ladrões desceram do ônibus, quando um cabo da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), que estava no coletivo, esperou os criminosos desembarcarem para dar voz de prisão. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, os suspeitos reagiram e atiraram contra o policial. Na troca de tiros, a mulher morreu no local e o homem ficou ferido. | cotidiano | Policial militar mata passageiro após assalto a ônibus em SPUm policial militar à paisana matou um passageiro e feriu outro, na noite desta sexta-feira (24), após uma tentativa de assalto a um ônibus na zona leste de São Paulo. De acordo com o boletim de ocorrência, quatro suspeitos entraram no coletivo por volta das 19h30, na avenida Ragueb Chohfi, e anunciaram o arrastão. Na fuga, dois passageiros tentaram segurar um dos bandidos. Foi quando o policial à paisana atirou e acabou acertando os dois homens, que eram funcionários da empresa de ônibus e estavam fora do horário de serviço. Os assaltantes conseguiram escapar. O policial, segundo a Secretaria de Segurança Pública, foi encaminhado ao presídio Romão Gomes e indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal culposa. Os nomes das vítimas não foram divulgados. Não há informações sobre o estado de saúde do homem baleado nem para qual hospital ele foi levado. PROTESTO Por conta da ação do policial à paisana, motoristas da cooperativa de ônibus em que trabalhava a vítima fizeram protestos, na tarde deste sábado (25). Segundo a PM, por volta das 14h40, os manifestantes bloquearam a estrada do Iguatemi, em Jardim Pedra Branca, nas proximidades do local do crime. Eles usaram seis micro-ônibus para interditar a via e chegaram a atear fogo em um carro. Antes das 18h, o incêndio foi controlado pelo Corpo de Bombeiros. Ainda segundo a polícia, os manifestantes arremessaram objetos contra os policiais, que usaram bombas de efeito moral para dispersar o protesto, que foi encerrado por volta de 18h15. ARRASTÕES Esse é o segundo caso em três dias de ações policiais contra arrastões que terminam com mortos. Na quarta-feira (22), um policial militar de folga matou uma mulher e feriu um homem que assaltaram um ônibus da Viação Cometa na rodovia Presidente Castello Branco, em Barueri. Após o roubo, os ladrões desceram do ônibus, quando um cabo da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), que estava no coletivo, esperou os criminosos desembarcarem para dar voz de prisão. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, os suspeitos reagiram e atiraram contra o policial. Na troca de tiros, a mulher morreu no local e o homem ficou ferido. | 6 |
Bellucci começa temporada com derrota | O brasileiro Thomaz Bellucci começou com derrota a temporada 2015. No início da madrugada desta terça-feira (13), o tenista perdeu para o tcheco Jiri Vesely por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 7/6 (7-4), após uma hora e 35 minutos de jogo, pelo ATP 250 de Auckland. Foi o primeiro jogo oficial de Bellucci no ano. Ele se prepara para o Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam da temporada, que começa no próximo domingo (18). Na segunda-feira (12), o brasileiro subiu duas posições no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) e agora ocupa a 62ª colocação com 753 pontos. Jiri Vesely, 63 do mundo, vai encarar na próxima rodada Ernests Gulbis, atual 13º do ranking mundial. | esporte | Bellucci começa temporada com derrotaO brasileiro Thomaz Bellucci começou com derrota a temporada 2015. No início da madrugada desta terça-feira (13), o tenista perdeu para o tcheco Jiri Vesely por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 7/6 (7-4), após uma hora e 35 minutos de jogo, pelo ATP 250 de Auckland. Foi o primeiro jogo oficial de Bellucci no ano. Ele se prepara para o Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam da temporada, que começa no próximo domingo (18). Na segunda-feira (12), o brasileiro subiu duas posições no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) e agora ocupa a 62ª colocação com 753 pontos. Jiri Vesely, 63 do mundo, vai encarar na próxima rodada Ernests Gulbis, atual 13º do ranking mundial. | 4 |
Maioria no Brasil é conservadora, diz Cunha em culto | O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou neste domingo (1º), em encontro com evangélicos no Rio, que a sociedade "pensa como nós pensamos" e que é preciso "deixar que a maioria seja exercida, e não a minoria". No templo da igreja Vitória em Cristo, com capacidade para 6.000 pessoas, o peemedebista usou o termo "minoria" para referir-se a uma manifestação de cem ativistas de direitos gays que protestaram contra ele em São Paulo. O deputado disse que órgãos de imprensa dão cobertura maior aos ativistas gays, porque "acham que a minha presença lá [como presidente da Câmara] significa a presença do conservadorismo". "Mas não sou eu que não vou deixar a pauta progressista andar, não sou eu que sou conservador", disse. "A maioria da sociedade pensa conforme nós pensamos. É só deixar que a maioria seja exercida, e não a minoria." Cunha afirmou que sua presidência servirá para buscar "independência e harmonia" do Legislativo com os demais poderes. Ele, no entanto, salientou que, por estar no "centro do processo", irá tentar mostrar "aquilo que o evangelho exerce" e lutará para que os princípios da igreja evangélica sejam "levantados e defendidos". "É dessa forma que vamos enfrentar. Temos disposição, sim, e não vamos tergiversar com as nossas posições nunca. Sempre estaremos lá para, acima de tudo, que nossos princípios sejam levantados e defendidos. E é isso que nós vamos fazer", disse. PROTESTO Em São Paulo, ativistas da causa LGBT se reuniram em frente ao diretório do PMDB, próximo ao parque do Ibirapuera, e malharam um boneco de pano que representava, segundo eles, o cadáver do deputado. O objeto tinha uma foto do rosto de Eduardo Cunha com chifres e batom. A ideia do protesto surgiu após o presidente da Câmara afirmar, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", que a legalização do aborto só seria aprovada "por cima do meu cadáver". "Aborto eu não vou pautar nem que a vaca tussa", disse. "Aborto e regulação de mídia, só passando por cima do meu cadáver." Tanto homens como mulheres, do grupo A Revolta da Lâmpada –o nome faz referência ao ataque com lâmpadas a gays na avenida Paulista, em 2010–, passaram por cima do "cadáver" de Cunha. Em seguida, dois homens deitaram-se em cima do boneco e se beijaram na boca. | poder | Maioria no Brasil é conservadora, diz Cunha em cultoO presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou neste domingo (1º), em encontro com evangélicos no Rio, que a sociedade "pensa como nós pensamos" e que é preciso "deixar que a maioria seja exercida, e não a minoria". No templo da igreja Vitória em Cristo, com capacidade para 6.000 pessoas, o peemedebista usou o termo "minoria" para referir-se a uma manifestação de cem ativistas de direitos gays que protestaram contra ele em São Paulo. O deputado disse que órgãos de imprensa dão cobertura maior aos ativistas gays, porque "acham que a minha presença lá [como presidente da Câmara] significa a presença do conservadorismo". "Mas não sou eu que não vou deixar a pauta progressista andar, não sou eu que sou conservador", disse. "A maioria da sociedade pensa conforme nós pensamos. É só deixar que a maioria seja exercida, e não a minoria." Cunha afirmou que sua presidência servirá para buscar "independência e harmonia" do Legislativo com os demais poderes. Ele, no entanto, salientou que, por estar no "centro do processo", irá tentar mostrar "aquilo que o evangelho exerce" e lutará para que os princípios da igreja evangélica sejam "levantados e defendidos". "É dessa forma que vamos enfrentar. Temos disposição, sim, e não vamos tergiversar com as nossas posições nunca. Sempre estaremos lá para, acima de tudo, que nossos princípios sejam levantados e defendidos. E é isso que nós vamos fazer", disse. PROTESTO Em São Paulo, ativistas da causa LGBT se reuniram em frente ao diretório do PMDB, próximo ao parque do Ibirapuera, e malharam um boneco de pano que representava, segundo eles, o cadáver do deputado. O objeto tinha uma foto do rosto de Eduardo Cunha com chifres e batom. A ideia do protesto surgiu após o presidente da Câmara afirmar, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", que a legalização do aborto só seria aprovada "por cima do meu cadáver". "Aborto eu não vou pautar nem que a vaca tussa", disse. "Aborto e regulação de mídia, só passando por cima do meu cadáver." Tanto homens como mulheres, do grupo A Revolta da Lâmpada –o nome faz referência ao ataque com lâmpadas a gays na avenida Paulista, em 2010–, passaram por cima do "cadáver" de Cunha. Em seguida, dois homens deitaram-se em cima do boneco e se beijaram na boca. | 0 |
Sobrevivente relata noite de horror após naufrágio no rio Yangtze | O guia turístico Zhang Hui, um dos poucos sobreviventes do navio chinês que naufragou na segunda-feira (1) no rio Yangtze, com 458 pessoas a bordo, relatou a noite de pesadelo que viveu até alcançar a margem do rio. Zhang, de 43 anos, que supervisionava um grupo de turistas no cruzeiro que zarpou de Nanquim (leste da China) com destino a Chongqing (centro), disse que pouco depois de 21h no horário local, o vento e a chuva se intensificaram sobre a embarcação. A escuridão era entrecortada pelos clarões de trovões que agitavam as nuvens do céu carregado e as águas do rio, provocando um incessante movimento de ondas. Segundo relatou à agência oficial Xinhua, "as gotas de chuva martelavam o casco direito do navio e a água começou a entrar em muitos quartos, mesmo com as janelas fechadas", disse o sobrevivente. Às 21h20, muitos passageiros idosos precisaram deixar suas cabines inundadas, carregando cobertores encharcados para o salão de recepção. Poucos minutos depois, enquanto Zhang Hui retornava para sua cabine no segundo andar, o navio "inclinou subitamente em 45°". Em seguida, começou a afundar. SEM ALERTA De acordo com a agência estatal Xinhua, o testemunho de Zhang não mencionou nenhum aviso oficial ou ordem de retirada por parte da tripulação aos passageiros. O capitão do Dongfangzhixing, que também está entre os sobreviventes, contou às autoridades que o navio afundou em menos de um minuto. "Foi impressionante", lembra Zhang. Ele e um colega tiveram tempo apenas para vestir coletes salva-vidas e pular da janela mais próxima, mergulhando nas águas turbulentas do Yangtze. Zhang Hui diz ter distinguido "uma dúzia de pessoas na superfície, algumas pedindo ajuda e gritando". Depois de cinco minutos, apenas três ou quatro vozes continuavam a ser ouvidas. Como a maioria dos chineses, o guia não sabe nadar. Envolto em um colete salva-vidas, ele flutuou à deriva a maior parte da noite. "Engoli litros de água." Navios passavam sem reparar nos sobreviventes, enquanto as rajadas de vento e chuva o aterrorizavam. "Disse a mim mesmo: preciso aguentar", revelou Zhang, que assegura ter alcançado a costa apenas nas primeiras horas de terça-feira, por volta das 6h. Ele faz parte do pequeno número de sobreviventes da catástrofe. | rfi | Sobrevivente relata noite de horror após naufrágio no rio YangtzeO guia turístico Zhang Hui, um dos poucos sobreviventes do navio chinês que naufragou na segunda-feira (1) no rio Yangtze, com 458 pessoas a bordo, relatou a noite de pesadelo que viveu até alcançar a margem do rio. Zhang, de 43 anos, que supervisionava um grupo de turistas no cruzeiro que zarpou de Nanquim (leste da China) com destino a Chongqing (centro), disse que pouco depois de 21h no horário local, o vento e a chuva se intensificaram sobre a embarcação. A escuridão era entrecortada pelos clarões de trovões que agitavam as nuvens do céu carregado e as águas do rio, provocando um incessante movimento de ondas. Segundo relatou à agência oficial Xinhua, "as gotas de chuva martelavam o casco direito do navio e a água começou a entrar em muitos quartos, mesmo com as janelas fechadas", disse o sobrevivente. Às 21h20, muitos passageiros idosos precisaram deixar suas cabines inundadas, carregando cobertores encharcados para o salão de recepção. Poucos minutos depois, enquanto Zhang Hui retornava para sua cabine no segundo andar, o navio "inclinou subitamente em 45°". Em seguida, começou a afundar. SEM ALERTA De acordo com a agência estatal Xinhua, o testemunho de Zhang não mencionou nenhum aviso oficial ou ordem de retirada por parte da tripulação aos passageiros. O capitão do Dongfangzhixing, que também está entre os sobreviventes, contou às autoridades que o navio afundou em menos de um minuto. "Foi impressionante", lembra Zhang. Ele e um colega tiveram tempo apenas para vestir coletes salva-vidas e pular da janela mais próxima, mergulhando nas águas turbulentas do Yangtze. Zhang Hui diz ter distinguido "uma dúzia de pessoas na superfície, algumas pedindo ajuda e gritando". Depois de cinco minutos, apenas três ou quatro vozes continuavam a ser ouvidas. Como a maioria dos chineses, o guia não sabe nadar. Envolto em um colete salva-vidas, ele flutuou à deriva a maior parte da noite. "Engoli litros de água." Navios passavam sem reparar nos sobreviventes, enquanto as rajadas de vento e chuva o aterrorizavam. "Disse a mim mesmo: preciso aguentar", revelou Zhang, que assegura ter alcançado a costa apenas nas primeiras horas de terça-feira, por volta das 6h. Ele faz parte do pequeno número de sobreviventes da catástrofe. | 38 |
Quadrilha rouba carga de celulares e tablets na rodovia dos Bandeirantes | Uma quadrilha roubou uma carga de mais de 500 caixas de celulares e tablets que era levada de Viracopos, em Campinas (a 93 km de SP), a Jundiaí (58 km de SP), pela rodovia dos Bandeirantes, nesta segunda-feira (19). Segundo a polícia, o caminhão e a escolta foram abordados por quatro carros após passarem pela praça de pedágio em Itupeva (a 73 km de SP). Os bandidos, armados, levaram o caminhão até uma estrada de terra, onde uma van já esperava para levar a carga. Ninguém ficou ferido. Até a conclusão desta edição, nenhum suspeito tinha sido identificado ou preso. O valor da carga não foi divulgado. | cotidiano | Quadrilha rouba carga de celulares e tablets na rodovia dos BandeirantesUma quadrilha roubou uma carga de mais de 500 caixas de celulares e tablets que era levada de Viracopos, em Campinas (a 93 km de SP), a Jundiaí (58 km de SP), pela rodovia dos Bandeirantes, nesta segunda-feira (19). Segundo a polícia, o caminhão e a escolta foram abordados por quatro carros após passarem pela praça de pedágio em Itupeva (a 73 km de SP). Os bandidos, armados, levaram o caminhão até uma estrada de terra, onde uma van já esperava para levar a carga. Ninguém ficou ferido. Até a conclusão desta edição, nenhum suspeito tinha sido identificado ou preso. O valor da carga não foi divulgado. | 6 |