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Fundo gerido pela Caixa dá nó financeiro na zona portuária do Rio
A crise no setor imobiliário provocou um nó financeiro na revitalização da região portuária do Rio e uma ameaça de prejuízo ao FGTS. Seis anos após comprar os 6,4 milhões de títulos imobiliários da região, o Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha, gerido pela Caixa Econômica Federal, reconheceu oficialmente que os papéis estão encalhados. Com o mercado retraído, as construtoras não se interessaram pelos títulos, que autorizam a construção de prédios mais altos do que o permitido na área. O problema é que o financiamento de obras e serviços públicos na região, como coleta de lixo e iluminação pública, é feito a partir da revenda desses documentos, chamados Cepacs. Sem interesse do mercado, a Caixa não cumpriu o ritmo de repasses acordado na compra dos títulos da Prefeitura do Rio, que usa o dinheiro para pagar a concessionária Porto Novo, responsável pelas intervenções na região. A zona portuária é um dos principais símbolos das obras de infraestrutura realizadas para a Olimpíada -e também é citada em casos de propina na Operação Lava Jato. A maior parte (86%) dos trabalhos já foi concluído, inclusive os mais emblemáticos como o Boulevard Olímpico, o Museu do Amanhã, túneis e a derrubada da Perimetral. Já foram gastos cerca de R$ 5 bilhões no local. O planejamento prevê outros R$ 5 bilhões em obras e prestação de serviços públicos até 2026. Ao comprar os títulos em 2011, o fundo imobiliário se comprometeu a repassar todo o valor ao longo dos 15 anos. Para isso, usou inicialmente R$ 3,5 bilhões do FGTS. A intenção era que o restante fosse quitado ao longo do tempo com a venda dos papéis e de terrenos da área, a que o fundo também obteve o direito. E esperava-se que o investimento gerasse remuneração extra para o FGTS. DUROU POUCO O "boom imobiliário" que a cidade vivia em 2011, porém, durou pouco. A crise econômica se abateu sobre o país justo quando as primeiras obras foram concluídas, momento em que a Caixa esperava atrair investidores. Com isso, menos de 10% dos Cepacs foram revendidos. O banco também firmou acordos para obter participação em empreendimentos usando os títulos como ativo -o que eleva esse percentual para cerca de 34%. Mas como poucos empreendimentos saíram do papel, e o retorno do investimento só ocorrerá no longo prazo, após o mercado se reerguer. Em 2015, o FGTS socorreu o fundo da Caixa com mais R$ 1,5 bilhão para manter o cronograma de desembolsos. Em maio de 2016, porém, o fundo ficou de novo sem dinheiro, prejudicando o início da sexta etapa de obras na região, orçada em R$ 1,2 bilhão. SEM DINHEIRO Em documento obtido pela Folha, a Caixa afirmou na época que seu fundo está em "situação de iliquidez" em razão da retração do mercado. A comunicação é um instrumento contratual no qual os repasses podem ser suspensos. Um novo aporte de socorro do FGTS é descartado. O fundo imobiliário tinha disponível naquela data apenas R$ 217,7 milhões. A gestão Eduardo Paes (PMDB) decidiu, ainda assim, iniciar a sexta etapa do projeto usando o dinheiro da Caixa como fôlego inicial. Após a Olimpíada, o ritmo das obras no porto foi reduzido. Em 28 de dezembro do ano passado, a três dias do fim da gestão de Eduardo Paes, a prefeitura comprou R$ 62,5 milhões de títulos imobiliários para socorrer o Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha e, assim, quitar algumas dívidas com a concessionária. A prefeitura aceitou também receber R$ 725,9 milhões nesses títulos imobiliários como garantia para quitar futuros débitos com a concessionária. Contudo, assim como a Caixa, o município não consegue revendê-los agora no mercado em razão da crise. A Porto Novo não os aceitará como forma de pagamento, segundo a Folha apurou. O acordo previa também que o município aportasse mais R$ 219,6 milhões a serem usados para pagar, com recursos próprios, a concessionária da região. Entretanto, a gestão Marcelo Crivella (PRB) decidiu não fazer a transferência. A dívida com a Porto Novo já chega a R$ 40 milhões. O atraso nas obras prejudica até mesmo o desenvolvimento dos empreendimentos que podem ajudar o fundo da Caixa a se recapitalizar. Uma das intervenções a serem feitas é na avenida Francisco Bicalho, onde o banco pode obter o maior retorno do investimento -lá podem ser construídos os prédios mais altos, de até 50 andares.
mercado
Fundo gerido pela Caixa dá nó financeiro na zona portuária do RioA crise no setor imobiliário provocou um nó financeiro na revitalização da região portuária do Rio e uma ameaça de prejuízo ao FGTS. Seis anos após comprar os 6,4 milhões de títulos imobiliários da região, o Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha, gerido pela Caixa Econômica Federal, reconheceu oficialmente que os papéis estão encalhados. Com o mercado retraído, as construtoras não se interessaram pelos títulos, que autorizam a construção de prédios mais altos do que o permitido na área. O problema é que o financiamento de obras e serviços públicos na região, como coleta de lixo e iluminação pública, é feito a partir da revenda desses documentos, chamados Cepacs. Sem interesse do mercado, a Caixa não cumpriu o ritmo de repasses acordado na compra dos títulos da Prefeitura do Rio, que usa o dinheiro para pagar a concessionária Porto Novo, responsável pelas intervenções na região. A zona portuária é um dos principais símbolos das obras de infraestrutura realizadas para a Olimpíada -e também é citada em casos de propina na Operação Lava Jato. A maior parte (86%) dos trabalhos já foi concluído, inclusive os mais emblemáticos como o Boulevard Olímpico, o Museu do Amanhã, túneis e a derrubada da Perimetral. Já foram gastos cerca de R$ 5 bilhões no local. O planejamento prevê outros R$ 5 bilhões em obras e prestação de serviços públicos até 2026. Ao comprar os títulos em 2011, o fundo imobiliário se comprometeu a repassar todo o valor ao longo dos 15 anos. Para isso, usou inicialmente R$ 3,5 bilhões do FGTS. A intenção era que o restante fosse quitado ao longo do tempo com a venda dos papéis e de terrenos da área, a que o fundo também obteve o direito. E esperava-se que o investimento gerasse remuneração extra para o FGTS. DUROU POUCO O "boom imobiliário" que a cidade vivia em 2011, porém, durou pouco. A crise econômica se abateu sobre o país justo quando as primeiras obras foram concluídas, momento em que a Caixa esperava atrair investidores. Com isso, menos de 10% dos Cepacs foram revendidos. O banco também firmou acordos para obter participação em empreendimentos usando os títulos como ativo -o que eleva esse percentual para cerca de 34%. Mas como poucos empreendimentos saíram do papel, e o retorno do investimento só ocorrerá no longo prazo, após o mercado se reerguer. Em 2015, o FGTS socorreu o fundo da Caixa com mais R$ 1,5 bilhão para manter o cronograma de desembolsos. Em maio de 2016, porém, o fundo ficou de novo sem dinheiro, prejudicando o início da sexta etapa de obras na região, orçada em R$ 1,2 bilhão. SEM DINHEIRO Em documento obtido pela Folha, a Caixa afirmou na época que seu fundo está em "situação de iliquidez" em razão da retração do mercado. A comunicação é um instrumento contratual no qual os repasses podem ser suspensos. Um novo aporte de socorro do FGTS é descartado. O fundo imobiliário tinha disponível naquela data apenas R$ 217,7 milhões. A gestão Eduardo Paes (PMDB) decidiu, ainda assim, iniciar a sexta etapa do projeto usando o dinheiro da Caixa como fôlego inicial. Após a Olimpíada, o ritmo das obras no porto foi reduzido. Em 28 de dezembro do ano passado, a três dias do fim da gestão de Eduardo Paes, a prefeitura comprou R$ 62,5 milhões de títulos imobiliários para socorrer o Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha e, assim, quitar algumas dívidas com a concessionária. A prefeitura aceitou também receber R$ 725,9 milhões nesses títulos imobiliários como garantia para quitar futuros débitos com a concessionária. Contudo, assim como a Caixa, o município não consegue revendê-los agora no mercado em razão da crise. A Porto Novo não os aceitará como forma de pagamento, segundo a Folha apurou. O acordo previa também que o município aportasse mais R$ 219,6 milhões a serem usados para pagar, com recursos próprios, a concessionária da região. Entretanto, a gestão Marcelo Crivella (PRB) decidiu não fazer a transferência. A dívida com a Porto Novo já chega a R$ 40 milhões. O atraso nas obras prejudica até mesmo o desenvolvimento dos empreendimentos que podem ajudar o fundo da Caixa a se recapitalizar. Uma das intervenções a serem feitas é na avenida Francisco Bicalho, onde o banco pode obter o maior retorno do investimento -lá podem ser construídos os prédios mais altos, de até 50 andares.
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Seleção brasileira perde do Chile em preço de exibição dos jogos na TV
Maior vencedora da história da Copa do Mundo e primeira classificada dentro de campo para a Rússia, a seleção brasileira tem encalhada a venda dos direitos de transmissão para partidas amistosas e das eliminatórias para o Mundial de 2022. Isso mesmo que o preço cobrado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) seja metade do que o Chile conseguiu. Os campeões das duas últimas edições da Copa América conseguiram vender os direitos de suas partidas pelas eliminatórias por cerca de US$ 8 milhões (R$ 25,2 milhões). No acordo válido para as eliminatórias em disputa –que encerram no próximo dia 10– a CBF recebe cerca US$ 2 milhões (R$ 6,3 milhões) por partida da Globo. A confederação negocia um aumento de 100%. Quer vender todas as mídias por cerca de US$ 4 milhões (R$ 12,6 milhões). Na primeira rodada da licitação feita pela entidade, nenhum canal fez uma proposta oficial pelo chamado pacote A, que garante exclusividade para TV aberta e fechada. A oferta incluía direitos de 37 amistosos e jogos da seleção nas eliminatórias até a Copa de 2022. As emissoras de TV apenas manifestaram interesse no negócio, mas não fizeram proposta pelo lance mínimo, por partida, que era de US$ 3,5 milhões (R$ 11 milhões). No total, o montante mínimo chegava a US$ 129,5 milhões (R$ 409 milhões). Mesmo num momento de alta, invicta nas eliminatórias desde a chegada de Tite, a seleção brasileira está longe dos maiores arrecadadores de direitos de televisão. Na comparação com algumas potências europeias, a CBF leva uma "goleada". Inclusive da Alemanha. Os atuais campeões mundiais e da Copa das Confederações recebem US$ 7,5 milhões (R$ 23,7 milhões) por partida pelas eliminatórias para a Copa do Mundo. Já para amistosos o valor é de US$ 4,5 milhões (R$ 14,2 milhões). A Inglaterra, por sua vez, arrecada US$ 8 milhões (R$ 25,3 milhões) no torneio classificatório para o Mundial da Rússia e US$ 6 milhões (19 milhões) por amistosos. Sem conseguir vender o pacote principal, a CBF teve sucesso na venda de direitos para plataforma digitais. Foi a primeira vez que a entidade licitou a venda para diferentes plataformas de forma separada. No dia 21 de setembro, a Globo pagou US$ 25 milhões (quase R$ 80 milhões) pelos direitos, que não garantem exclusividade da emissora na exibição das partidas pela internet, mobile e aplicativos. Por cada partida, o grupo carioca desembolsará cerca de US$ 675 mil (cerca de R$ 2,1 milhões), 35% acima do lance mínimo exigido pela CBF, que era de US$ 500 mil (quase R$ 1,6 milhão). Até então, essas propriedades nunca tinham sido vendidas separadamente. A Globo era detentora de todas as propriedades (TV aberta, fechada e internet). O contrato atual da CBF com a emissora se encerra no próximo dia 10, após o confronto da seleção com os chilenos, em São Paulo, pela última rodada das eliminatórias. Os últimos dois amistosos da seleção, contra Argentina e Austrália, em junho, já não tiveram transmissão da Globo. DIREITOS DE TRANSMISSÃO DAS SELEÇÕES PELO MUNDO - Valores pagos às confederações pelos jogos das equipes nacionais LICITAÇÃO Mesmo sem o prestígio do Brasil, o Chile aumentou o seu faturamento por meio de uma licitação. Os cartolas locais foram ajudados pela vitória nas duas últimas edições da Copa América. Em julho, o presidente da federação chilena, Arturo Salah, anunciou a vencedora da concorrência para as eliminatórias da Copa do Qatar. Embora não tenha anunciado as cifras, ele informou que a proposta vencedora "é superior à que tínhamos antes". Os chilenos fazem uma campanha irregular no torneio classificatório para o Mundial da Rússia. O time está em sexto lugar, fora da zona de classificação. A concorrência pública é uma tentativa da CBF para dar mais transparência aos seus negócios. O presidente da CBF, Marco Polo Nero, e seus dois antecessores (José Maria Marin e Ricardo Teixeira) são acusados pelo FBI de integrar um grupo de cartolas que recebiam propina na venda dos direitos de transmissão de competições no Brasil e na América do Sul. Entre os brasileiros, Marin é o único preso. Ele foi detido na Suíça em maio de 2015 e cumpre prisão domiciliar nos Estados Unidos.
esporte
Seleção brasileira perde do Chile em preço de exibição dos jogos na TVMaior vencedora da história da Copa do Mundo e primeira classificada dentro de campo para a Rússia, a seleção brasileira tem encalhada a venda dos direitos de transmissão para partidas amistosas e das eliminatórias para o Mundial de 2022. Isso mesmo que o preço cobrado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) seja metade do que o Chile conseguiu. Os campeões das duas últimas edições da Copa América conseguiram vender os direitos de suas partidas pelas eliminatórias por cerca de US$ 8 milhões (R$ 25,2 milhões). No acordo válido para as eliminatórias em disputa –que encerram no próximo dia 10– a CBF recebe cerca US$ 2 milhões (R$ 6,3 milhões) por partida da Globo. A confederação negocia um aumento de 100%. Quer vender todas as mídias por cerca de US$ 4 milhões (R$ 12,6 milhões). Na primeira rodada da licitação feita pela entidade, nenhum canal fez uma proposta oficial pelo chamado pacote A, que garante exclusividade para TV aberta e fechada. A oferta incluía direitos de 37 amistosos e jogos da seleção nas eliminatórias até a Copa de 2022. As emissoras de TV apenas manifestaram interesse no negócio, mas não fizeram proposta pelo lance mínimo, por partida, que era de US$ 3,5 milhões (R$ 11 milhões). No total, o montante mínimo chegava a US$ 129,5 milhões (R$ 409 milhões). Mesmo num momento de alta, invicta nas eliminatórias desde a chegada de Tite, a seleção brasileira está longe dos maiores arrecadadores de direitos de televisão. Na comparação com algumas potências europeias, a CBF leva uma "goleada". Inclusive da Alemanha. Os atuais campeões mundiais e da Copa das Confederações recebem US$ 7,5 milhões (R$ 23,7 milhões) por partida pelas eliminatórias para a Copa do Mundo. Já para amistosos o valor é de US$ 4,5 milhões (R$ 14,2 milhões). A Inglaterra, por sua vez, arrecada US$ 8 milhões (R$ 25,3 milhões) no torneio classificatório para o Mundial da Rússia e US$ 6 milhões (19 milhões) por amistosos. Sem conseguir vender o pacote principal, a CBF teve sucesso na venda de direitos para plataforma digitais. Foi a primeira vez que a entidade licitou a venda para diferentes plataformas de forma separada. No dia 21 de setembro, a Globo pagou US$ 25 milhões (quase R$ 80 milhões) pelos direitos, que não garantem exclusividade da emissora na exibição das partidas pela internet, mobile e aplicativos. Por cada partida, o grupo carioca desembolsará cerca de US$ 675 mil (cerca de R$ 2,1 milhões), 35% acima do lance mínimo exigido pela CBF, que era de US$ 500 mil (quase R$ 1,6 milhão). Até então, essas propriedades nunca tinham sido vendidas separadamente. A Globo era detentora de todas as propriedades (TV aberta, fechada e internet). O contrato atual da CBF com a emissora se encerra no próximo dia 10, após o confronto da seleção com os chilenos, em São Paulo, pela última rodada das eliminatórias. Os últimos dois amistosos da seleção, contra Argentina e Austrália, em junho, já não tiveram transmissão da Globo. DIREITOS DE TRANSMISSÃO DAS SELEÇÕES PELO MUNDO - Valores pagos às confederações pelos jogos das equipes nacionais LICITAÇÃO Mesmo sem o prestígio do Brasil, o Chile aumentou o seu faturamento por meio de uma licitação. Os cartolas locais foram ajudados pela vitória nas duas últimas edições da Copa América. Em julho, o presidente da federação chilena, Arturo Salah, anunciou a vencedora da concorrência para as eliminatórias da Copa do Qatar. Embora não tenha anunciado as cifras, ele informou que a proposta vencedora "é superior à que tínhamos antes". Os chilenos fazem uma campanha irregular no torneio classificatório para o Mundial da Rússia. O time está em sexto lugar, fora da zona de classificação. A concorrência pública é uma tentativa da CBF para dar mais transparência aos seus negócios. O presidente da CBF, Marco Polo Nero, e seus dois antecessores (José Maria Marin e Ricardo Teixeira) são acusados pelo FBI de integrar um grupo de cartolas que recebiam propina na venda dos direitos de transmissão de competições no Brasil e na América do Sul. Entre os brasileiros, Marin é o único preso. Ele foi detido na Suíça em maio de 2015 e cumpre prisão domiciliar nos Estados Unidos.
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Petróleo limita ganho da Bolsa, mas dólar cai após debate nos EUA
Pesquisas de opinião mostrando que a democrata Hillary Clinton venceu o primeiro debate contra o republicado Donald Trump na corrida à Casa Branca trouxeram alívio aos mercados nesta terça-feira (27). Em Nova York, os índices acionários subiram, e o Ibovespa acompanhou o movimento, mas de forma limitada pelo recuo do petróleo. O dólar teve comportamento misto frente às principais moedas, mas caiu ante o real. Já o peso mexicano foi a moeda que mais se valorizou nesta sessão. "A boa atuação dos democratas no debate de ontem [segunda-feira] mantém a percepção de risco mais tranquila. Com isso, temos ganhos nas moedas emergentes, apesar da queda das commodities", comenta a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relatório. Os investidores temem uma eventual vitória de Trump na eleição de novembro, já que o candidato é considerado protecionista e radical por vários analistas. Os juros futuros recuaram, após o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central reduzir a projeção para a inflação oficial em 2017. O documento reforçou as apostas de um corte da taxa básica de juros (Selic) em outubro. O CDS (credit default swap) brasileiro, indicador de percepção de risco, também caiu. CÂMBIO E JUROS O dólar comercial terminou em baixa de 0,52%, a R$ 3,2310. A moeda americana à vista fechou em leve alta de 0,15%, a R$ 3,2341. O Banco Central leiloou, como tem ocorrido diariamente, 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 milhões. Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos, ressalta que o dólar tem se mantido na faixa entre R$ 3,20 e R$ 3,30. "Para que a moeda americana recue mais, é preciso que haja avanço no ajuste fiscal do governo", afirma. O mercado de juros futuros recuou, reagindo ao Relatório Trimestral de Inflação do BC, que projetou inflação de 4,4% em 2017, abaixo do centro da meta, que é de 4,5%. O contrato de DI para janeiro de 2017 recuou de 13,775% para 13,785%. O contrato de DI para janeiro de 2018 caiu de 12,220% para 12,150%, no patamar mais baixo desde o final de janeiro do ano passado; e o contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 11,730% para 11,580%, no menor nível desde outubro de 2014. O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, caía 1,82%, aos 274,090 pontos. BOLSA O Ibovespa abriu em baixa, mas inverteu o sinal com o otimismo em Nova York, após o debate entre Hillary e Trump e com o aumento do índice de confiança do consumidor americano acima do esperado em setembro. O índice terminou o pregão em alta de 0,57%, aos 58.382,49 pontos. O giro financeiro foi fraco, de R$ 5,7 bilhões. No entanto, a alta do Ibovespa foi limitada pelo recuo das ações da Petrobras, que perderam 2,08%, a R$ 13,12 (PN), e 0,34%, a R$ 14,65 (ON). Os papéis da estatal foram pressionados pela queda de cerca de 3% do petróleo no mercado internacional. As expectatitvas de um acordo entre produtores nesta quarta-feira (28), em reunião na Argélia, diminuíram depois que o Irã sinalizou que o encontro terá caráter "consultivo". As ações da Vale subiram 0,46%, a R$ 15,25 (PNA), e 0,91%, a R$ 17,70 (ON), apesar do recuo do minério de ferro na China. O setor financeiro recuperou-se das perdas da véspera. Itaú Unibanco PN fechou com ganho de 1,14%; Bradesco PN, +2,07%; Bradesco ON, +0,45%; Banco do Brasil ON, +0,83%; Santander unit, +1,71%; e BM&FBovespa ON, +0,71%. EXTERIOR Em Nova York, o índice S&P 500 fechou em alta de 0,64%; o Dow Jones, +0,74%; e o Nasdaq, +0,92%. Além do debate dos candidatos à Casa Branca, o otimismo dominou o mercado americano com a divulgação do índice de confiança do consumidor, que subiu para 104,1 em setembro, ante 101,8 em agosto e estimativas de 99. As Bolsas europeias fecharam em leve baixa, influenciadas pelo recuo do petróleo e pela preocupação com a saúde dos bancos. A Bolsa de Londres recuou 0,15%; Paris, -0,21%; Frankfurt, -0,31%; Madri, -0,27%; e Milão, -0,36%. Na Ásia, as Bolsas reagiram positivamente ao debate entre os candidatos à presidência dos EUA. Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve alta de 0,64%. O índice de Xangai subiu 0,60%. Em Tóquio, o índice Nikkei avançou 0,84%.
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Petróleo limita ganho da Bolsa, mas dólar cai após debate nos EUAPesquisas de opinião mostrando que a democrata Hillary Clinton venceu o primeiro debate contra o republicado Donald Trump na corrida à Casa Branca trouxeram alívio aos mercados nesta terça-feira (27). Em Nova York, os índices acionários subiram, e o Ibovespa acompanhou o movimento, mas de forma limitada pelo recuo do petróleo. O dólar teve comportamento misto frente às principais moedas, mas caiu ante o real. Já o peso mexicano foi a moeda que mais se valorizou nesta sessão. "A boa atuação dos democratas no debate de ontem [segunda-feira] mantém a percepção de risco mais tranquila. Com isso, temos ganhos nas moedas emergentes, apesar da queda das commodities", comenta a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relatório. Os investidores temem uma eventual vitória de Trump na eleição de novembro, já que o candidato é considerado protecionista e radical por vários analistas. Os juros futuros recuaram, após o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central reduzir a projeção para a inflação oficial em 2017. O documento reforçou as apostas de um corte da taxa básica de juros (Selic) em outubro. O CDS (credit default swap) brasileiro, indicador de percepção de risco, também caiu. CÂMBIO E JUROS O dólar comercial terminou em baixa de 0,52%, a R$ 3,2310. A moeda americana à vista fechou em leve alta de 0,15%, a R$ 3,2341. O Banco Central leiloou, como tem ocorrido diariamente, 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 milhões. Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos, ressalta que o dólar tem se mantido na faixa entre R$ 3,20 e R$ 3,30. "Para que a moeda americana recue mais, é preciso que haja avanço no ajuste fiscal do governo", afirma. O mercado de juros futuros recuou, reagindo ao Relatório Trimestral de Inflação do BC, que projetou inflação de 4,4% em 2017, abaixo do centro da meta, que é de 4,5%. O contrato de DI para janeiro de 2017 recuou de 13,775% para 13,785%. O contrato de DI para janeiro de 2018 caiu de 12,220% para 12,150%, no patamar mais baixo desde o final de janeiro do ano passado; e o contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 11,730% para 11,580%, no menor nível desde outubro de 2014. O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, caía 1,82%, aos 274,090 pontos. BOLSA O Ibovespa abriu em baixa, mas inverteu o sinal com o otimismo em Nova York, após o debate entre Hillary e Trump e com o aumento do índice de confiança do consumidor americano acima do esperado em setembro. O índice terminou o pregão em alta de 0,57%, aos 58.382,49 pontos. O giro financeiro foi fraco, de R$ 5,7 bilhões. No entanto, a alta do Ibovespa foi limitada pelo recuo das ações da Petrobras, que perderam 2,08%, a R$ 13,12 (PN), e 0,34%, a R$ 14,65 (ON). Os papéis da estatal foram pressionados pela queda de cerca de 3% do petróleo no mercado internacional. As expectatitvas de um acordo entre produtores nesta quarta-feira (28), em reunião na Argélia, diminuíram depois que o Irã sinalizou que o encontro terá caráter "consultivo". As ações da Vale subiram 0,46%, a R$ 15,25 (PNA), e 0,91%, a R$ 17,70 (ON), apesar do recuo do minério de ferro na China. O setor financeiro recuperou-se das perdas da véspera. Itaú Unibanco PN fechou com ganho de 1,14%; Bradesco PN, +2,07%; Bradesco ON, +0,45%; Banco do Brasil ON, +0,83%; Santander unit, +1,71%; e BM&FBovespa ON, +0,71%. EXTERIOR Em Nova York, o índice S&P 500 fechou em alta de 0,64%; o Dow Jones, +0,74%; e o Nasdaq, +0,92%. Além do debate dos candidatos à Casa Branca, o otimismo dominou o mercado americano com a divulgação do índice de confiança do consumidor, que subiu para 104,1 em setembro, ante 101,8 em agosto e estimativas de 99. As Bolsas europeias fecharam em leve baixa, influenciadas pelo recuo do petróleo e pela preocupação com a saúde dos bancos. A Bolsa de Londres recuou 0,15%; Paris, -0,21%; Frankfurt, -0,31%; Madri, -0,27%; e Milão, -0,36%. Na Ásia, as Bolsas reagiram positivamente ao debate entre os candidatos à presidência dos EUA. Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve alta de 0,64%. O índice de Xangai subiu 0,60%. Em Tóquio, o índice Nikkei avançou 0,84%.
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Em grampo, filha de vereador reclama de salário em cargo 'arranjado'
Documentos apreendidos pela PF (Polícia Federal) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) mostram diálogos comprovando as indicações de vereadores para atuarem numa empresa terceirizada pela Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). Transcrições de diálogos entre o presidente afastado da Câmara, Walter Gomes (PTB), e sua filha Gislaine, revelam que o político obteve um emprego para ela por meio da empresa Atmosphera. Apontam ainda que ela não ficou contente com o valor do salário. A suspeita da operação Sevandija —que significa "parasita"— é que a prefeitura usava a Coderp (companhia de desenvolvimento) para contratar a Atmosphera, por meio de licitações fraudulentas, para abrigar funcionários terceirizados que deveriam ser contratados em concurso público. Esses 589 funcionários eram indicados por aliados da prefeita Dárcy Vera (PSD), sobretudo vereadores. A prefeitura rompeu o contrato com a empresa após a deflagração da operação e todos os empregados vinculados a ela estão cumprindo aviso prévio. Na conversa com seu pai, Gislaine questiona o presidente da Câmara por ter sido indicada a uma função de monitora de escola na Secretaria da Educação em que receberia R$ 1.600, mas Walter rebate, ao afirmar que são R$ 1.900, além do tíquete. O diálogo foi revelado pela EPTV, afiliada Globo, e obtido pela Folha. Gislaine: Nossa, paizinho, ganhar R$ 1.600? Walter: R$ 1.900, mais o tíquete. Gislaine: R$ 1.900, desconta, sai R$ 1.550. Walter: Minha filha, então vai ganhar R$ 800 pra limpar casa, tá, enquanto todo mundo está pedindo pra arrumar um [emprego], pra você R$ 2.000 é pouco. Gislaine: Não é R$ 2.000, paizinho. Walter: Com o tíquete, dá mais de R$ 2.000. O diálogo prossegue: Gislaine: Sai R$ 1.550 o salário, com desconto, e R$ 500, o tíquete. Walter: Tá ruim, minha filha, tem só umas 3.000 pessoas querendo isso aí. Gislaine: Então, eu ganho R$ 3.000 sem trabalhar, agora vou trabalhar o dia inteiro para ganhar R$ 1.500? Walter é um dos vereadores que tiveram contato direto ou indireto com o empresário Marcelo Plastino, dono da Atmosphera. O empresário foi flagrado entregando envelopes no meio de revistas ao presidente da Casa –para investigadores, os envelopes continham dinheiro vivo. Ele e outros oito vereadores tiveram os mandatos suspensos pela Justiça até o fim do processo. Advogado do político, Júlio Mossin disse a filha do vereador trabalhou alguns dias apenas na secretaria e que não houve irregularidade na contratação. Disse ainda que tenta, por meio de uma liminar, fazer com que Walter reassuma o cargo. Segundo o advogado, "Um vereador pedir emprego, indicar algum currículo, é normal. Não só na Atmosphera, mas 'n' empresas recebem currículo de vereador. Isso não é crime", disse o advogado.
poder
Em grampo, filha de vereador reclama de salário em cargo 'arranjado'Documentos apreendidos pela PF (Polícia Federal) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) mostram diálogos comprovando as indicações de vereadores para atuarem numa empresa terceirizada pela Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). Transcrições de diálogos entre o presidente afastado da Câmara, Walter Gomes (PTB), e sua filha Gislaine, revelam que o político obteve um emprego para ela por meio da empresa Atmosphera. Apontam ainda que ela não ficou contente com o valor do salário. A suspeita da operação Sevandija —que significa "parasita"— é que a prefeitura usava a Coderp (companhia de desenvolvimento) para contratar a Atmosphera, por meio de licitações fraudulentas, para abrigar funcionários terceirizados que deveriam ser contratados em concurso público. Esses 589 funcionários eram indicados por aliados da prefeita Dárcy Vera (PSD), sobretudo vereadores. A prefeitura rompeu o contrato com a empresa após a deflagração da operação e todos os empregados vinculados a ela estão cumprindo aviso prévio. Na conversa com seu pai, Gislaine questiona o presidente da Câmara por ter sido indicada a uma função de monitora de escola na Secretaria da Educação em que receberia R$ 1.600, mas Walter rebate, ao afirmar que são R$ 1.900, além do tíquete. O diálogo foi revelado pela EPTV, afiliada Globo, e obtido pela Folha. Gislaine: Nossa, paizinho, ganhar R$ 1.600? Walter: R$ 1.900, mais o tíquete. Gislaine: R$ 1.900, desconta, sai R$ 1.550. Walter: Minha filha, então vai ganhar R$ 800 pra limpar casa, tá, enquanto todo mundo está pedindo pra arrumar um [emprego], pra você R$ 2.000 é pouco. Gislaine: Não é R$ 2.000, paizinho. Walter: Com o tíquete, dá mais de R$ 2.000. O diálogo prossegue: Gislaine: Sai R$ 1.550 o salário, com desconto, e R$ 500, o tíquete. Walter: Tá ruim, minha filha, tem só umas 3.000 pessoas querendo isso aí. Gislaine: Então, eu ganho R$ 3.000 sem trabalhar, agora vou trabalhar o dia inteiro para ganhar R$ 1.500? Walter é um dos vereadores que tiveram contato direto ou indireto com o empresário Marcelo Plastino, dono da Atmosphera. O empresário foi flagrado entregando envelopes no meio de revistas ao presidente da Casa –para investigadores, os envelopes continham dinheiro vivo. Ele e outros oito vereadores tiveram os mandatos suspensos pela Justiça até o fim do processo. Advogado do político, Júlio Mossin disse a filha do vereador trabalhou alguns dias apenas na secretaria e que não houve irregularidade na contratação. Disse ainda que tenta, por meio de uma liminar, fazer com que Walter reassuma o cargo. Segundo o advogado, "Um vereador pedir emprego, indicar algum currículo, é normal. Não só na Atmosphera, mas 'n' empresas recebem currículo de vereador. Isso não é crime", disse o advogado.
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Cunha diz que votação do impeachment deve durar 3 dias
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira (29) que a votação em plenário do pedido de impeachment de Dilma Rousseff deve demorar três dias. Réu no processo do petrolão e adversário declarado do governo, ele reafirmou que presidirá essas sessões. Cunha afirma que a demora na votação do impeachment poderá se dar devido à fala dos partidos e ao clima de conflagração em torno do pedido. Ele lembrou que a Lei do Impeachment (1079/1950) dá prazo de uma hora ao pronunciamento de cada um dos 25 partidos com representação na Casa. "Isso sem contar que em qualquer sessão cada uma das lideranças partidárias pode usar a palavra para discursar", disse. O prazo para que Dilma apresente sua defesa na Comissão Especial do Impeachment deve terminar na segunda-feira (4). A partir daí a comissão tem até cinco sessões para aprovar seu relatório. Logo após ele vai a votação no plenário, em pelo menos duas sessões de discussão. Cunha discute com aliados marcar a votação decisiva para um domingo, com o objetivo de aumentar a audiência televisiva da votação e coincidi-la com protestos na frente do Congresso. O Senado é autorizado a abrir o processo de impeachment caso haja o voto de pelo menos 342 dos 513 deputados. FORA CUNHA Minutos após ser uma das estrelas da reunião do PMDB que definiu o desembarque do governo Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo na tarde desta terça-feira (29) de protesto no plenário da Câmara. Durante a sessão de votação, deputados do PT, Rede, PSOL e de outros partidos abriram uma grande faixa "Fora Cunha" e uma segunda, com os dizeres: "Cunha: sem legitimidade para conduzir o impeachment". Como acontece em situações desse tipo, o presidente da Câmara, que conduzia a sessão, ignorou o protesto e seguiu a votação sem responder às críticas. Quando houve um coro "fora, Cunha", puxado por adversários, aliados entoaram um "Lula ladrão" em resposta. Cunha é réu no processo do petrolão e responde a processo de cassação na Câmara. Nesse segundo caso, porém, tem comandado sucessivas manobras para travar a sua tramitação.
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Cunha diz que votação do impeachment deve durar 3 diasO presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira (29) que a votação em plenário do pedido de impeachment de Dilma Rousseff deve demorar três dias. Réu no processo do petrolão e adversário declarado do governo, ele reafirmou que presidirá essas sessões. Cunha afirma que a demora na votação do impeachment poderá se dar devido à fala dos partidos e ao clima de conflagração em torno do pedido. Ele lembrou que a Lei do Impeachment (1079/1950) dá prazo de uma hora ao pronunciamento de cada um dos 25 partidos com representação na Casa. "Isso sem contar que em qualquer sessão cada uma das lideranças partidárias pode usar a palavra para discursar", disse. O prazo para que Dilma apresente sua defesa na Comissão Especial do Impeachment deve terminar na segunda-feira (4). A partir daí a comissão tem até cinco sessões para aprovar seu relatório. Logo após ele vai a votação no plenário, em pelo menos duas sessões de discussão. Cunha discute com aliados marcar a votação decisiva para um domingo, com o objetivo de aumentar a audiência televisiva da votação e coincidi-la com protestos na frente do Congresso. O Senado é autorizado a abrir o processo de impeachment caso haja o voto de pelo menos 342 dos 513 deputados. FORA CUNHA Minutos após ser uma das estrelas da reunião do PMDB que definiu o desembarque do governo Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo na tarde desta terça-feira (29) de protesto no plenário da Câmara. Durante a sessão de votação, deputados do PT, Rede, PSOL e de outros partidos abriram uma grande faixa "Fora Cunha" e uma segunda, com os dizeres: "Cunha: sem legitimidade para conduzir o impeachment". Como acontece em situações desse tipo, o presidente da Câmara, que conduzia a sessão, ignorou o protesto e seguiu a votação sem responder às críticas. Quando houve um coro "fora, Cunha", puxado por adversários, aliados entoaram um "Lula ladrão" em resposta. Cunha é réu no processo do petrolão e responde a processo de cassação na Câmara. Nesse segundo caso, porém, tem comandado sucessivas manobras para travar a sua tramitação.
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Ônibus elétrico movido 100% a bateria divide usuários em Campinas (SP)
Campinas, no interior paulista, começou a usar ônibus elétricos movidos 100% a bateria no seu sistema de transporte coletivo. A novidade, porém, dividiu as opiniões entre os usuários do serviço. A cidade terá dez veículos assim. Dentro do ônibus, as baterias não podem ser vistas, mas ocupam parte do espaço que poderia ser usado por passageiros, na entrada e nos fundos. São elas que fornecem força para o sistema de tração. Não há motor a combustão. O primeiro ônibus começou a rodar no início do mês, e o segundo deve entrar em operação em dezembro. O coletivo circula das 6h às 20h, sem recarga, e faz seis viagens de ida e volta na linha que liga a periferia à região central. A autonomia total é de 250 quilômetros. No dia em que a reportagem da Folha circulou com o veículo, de fabricação chinesa, cinco dos dez passageiros aprovaram o ônibus. O restante apontou problemas. Todos, porém, foram unânimes em elogiar o silêncio e o conforto, pouco comum nos ônibus tradicionais, e o benefício ao ambiente, em razão da emissão zero de poluentes na atmosfera. Entre as reclamações, disseram que o veículo é mais lento do que os convencionais, movidos a biodiesel. Também citaram o espaço menor, por causa das baterias, e a pouca ventilação, devido a janelas menores. "Achei mais lento, principalmente no sentido bairro. Não sei se é porque tem mais gente. E a ventilação também é ruim. Aqui dentro está muito quente", disse Alana Cristina do Nascimento, 32. Já para o aposentado João Francisco de Almeida, 72, o tamanho do ônibus é a maior preocupação. "É confortável, silencioso, só que na hora do rush não carrega muita gente, né?", disse. RECARGA A capacidade é de 20 pessoas sentadas e 70 em pé. No ônibus padrão, são 32 pessoas sentadas e 90 em pé. Os ventiladores instalados no teto são insuficientes. O gerente administrativo da Itajaí Transportes, Uilson Moraes, confirma que a potência do ônibus elétrico é menor que a dos convencionais, mas diz que a velocidade desempenhada é compatível com as vias da cidade. "Nosso principal objetivo é com o fato do ônibus ser ecologicamente correto, silencioso e mais confortável. Estamos caminhando para o futuro. Mas é lógico que o usuário quer mais", disse ele. Hoje, as baterias são recarregadas pela energia de um gerador a diesel. A empresa negocia o fornecimento de energia para recarga com a concessionária local. Para o motorista, o conforto é grande. O veículo é automático, não exige a troca de marchas. O painel é eletrônico e câmeras ajudam a enxergar o movimento de saída dos passageiros pelas portas traseiras. O contrato de locação, feito com a fabricante chinesa BYD, é por cinco anos. O valor não foi divulgado.
cotidiano
Ônibus elétrico movido 100% a bateria divide usuários em Campinas (SP)Campinas, no interior paulista, começou a usar ônibus elétricos movidos 100% a bateria no seu sistema de transporte coletivo. A novidade, porém, dividiu as opiniões entre os usuários do serviço. A cidade terá dez veículos assim. Dentro do ônibus, as baterias não podem ser vistas, mas ocupam parte do espaço que poderia ser usado por passageiros, na entrada e nos fundos. São elas que fornecem força para o sistema de tração. Não há motor a combustão. O primeiro ônibus começou a rodar no início do mês, e o segundo deve entrar em operação em dezembro. O coletivo circula das 6h às 20h, sem recarga, e faz seis viagens de ida e volta na linha que liga a periferia à região central. A autonomia total é de 250 quilômetros. No dia em que a reportagem da Folha circulou com o veículo, de fabricação chinesa, cinco dos dez passageiros aprovaram o ônibus. O restante apontou problemas. Todos, porém, foram unânimes em elogiar o silêncio e o conforto, pouco comum nos ônibus tradicionais, e o benefício ao ambiente, em razão da emissão zero de poluentes na atmosfera. Entre as reclamações, disseram que o veículo é mais lento do que os convencionais, movidos a biodiesel. Também citaram o espaço menor, por causa das baterias, e a pouca ventilação, devido a janelas menores. "Achei mais lento, principalmente no sentido bairro. Não sei se é porque tem mais gente. E a ventilação também é ruim. Aqui dentro está muito quente", disse Alana Cristina do Nascimento, 32. Já para o aposentado João Francisco de Almeida, 72, o tamanho do ônibus é a maior preocupação. "É confortável, silencioso, só que na hora do rush não carrega muita gente, né?", disse. RECARGA A capacidade é de 20 pessoas sentadas e 70 em pé. No ônibus padrão, são 32 pessoas sentadas e 90 em pé. Os ventiladores instalados no teto são insuficientes. O gerente administrativo da Itajaí Transportes, Uilson Moraes, confirma que a potência do ônibus elétrico é menor que a dos convencionais, mas diz que a velocidade desempenhada é compatível com as vias da cidade. "Nosso principal objetivo é com o fato do ônibus ser ecologicamente correto, silencioso e mais confortável. Estamos caminhando para o futuro. Mas é lógico que o usuário quer mais", disse ele. Hoje, as baterias são recarregadas pela energia de um gerador a diesel. A empresa negocia o fornecimento de energia para recarga com a concessionária local. Para o motorista, o conforto é grande. O veículo é automático, não exige a troca de marchas. O painel é eletrônico e câmeras ajudam a enxergar o movimento de saída dos passageiros pelas portas traseiras. O contrato de locação, feito com a fabricante chinesa BYD, é por cinco anos. O valor não foi divulgado.
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Fabiana Murer planeja recorde em 2015 e 'estar bem no dia' da Olimpíada
Aos 34 anos, com dois títulos mundiais no currículo e liderando o ranking mundial do salto com vara, Fabiana Murer planeja um temporada de 2015 com quebra de recorde. "Quero saltar mais que o recorde sul-americano, mais que 4,85 m, bater esse recorde que já está aí há muito tempo e precisa ser quebrado. Acho que é possível", afirmou a atleta em entrevista à TV Folha, nesta quarta-feira (8). O recorde sul-americano é da própria Fabiana e a marca foi feita por ela, pela segunda vez, no Mundial de 2011, em Daegu, na Coreia do Sul, onde a saltadora chegou ao lugar mais alto do pódio. Um ano antes, no Mundial em pista coberta, em Doha, ela ganhou seu primeiro título mundial. Neste ano, Fabiana espera alcançar suas melhores marcas perto dos Jogos Pan-Americanos de Toronto (Canadá), em julho, e do Mundial de Pequim (China), em agosto. Em pista coberta, ela já saltou 4,83 no início deste ano (recorde sul-americano também). Mas em estádio aberto, como será no Pan, Mundial e Olimpíada, ela começa a temporada no Troféu Brasil, em São Paulo, entre 14 a 17 de maio. "Objetivo é ter os bons resultados em junho, quando vou fazer cinco competições na Europa, depois é descansar para o Pan e Mundial, as principais competições do ano", explicou. "Terminei pela primeira vez como líder do ranking mundial, algo que nunca tinha conseguido. Objetivo é continuar crescendo até 2016", completou. Para os Jogos Olímpicos do Rio, apesar dos tropeços em Pequim-2008 (sumiço da vara) e Londres-2012 (problemas com o vento), ela acredita que está pronta para disputar uma medalha. "Me sinto mais preparada para encarar as competições, para lidar com pressão, com público, estou mais tranquila", disse. "Ganhar uma medalha numa olimpíada é muito difícil. Não é porque saltei bem em uma competição, que sou líder do ranking que vou ganhar medalha na Olimpíada. É no dia que o atleta tem que estar bem. Estou me preparando para estar bem no dia da Olimpíada. Pode acontecer algo, como aconteceu comigo nas duas últimas olimpíadas. Mas estou me preparando para chegar na minha melhor forma", concluiu.
esporte
Fabiana Murer planeja recorde em 2015 e 'estar bem no dia' da OlimpíadaAos 34 anos, com dois títulos mundiais no currículo e liderando o ranking mundial do salto com vara, Fabiana Murer planeja um temporada de 2015 com quebra de recorde. "Quero saltar mais que o recorde sul-americano, mais que 4,85 m, bater esse recorde que já está aí há muito tempo e precisa ser quebrado. Acho que é possível", afirmou a atleta em entrevista à TV Folha, nesta quarta-feira (8). O recorde sul-americano é da própria Fabiana e a marca foi feita por ela, pela segunda vez, no Mundial de 2011, em Daegu, na Coreia do Sul, onde a saltadora chegou ao lugar mais alto do pódio. Um ano antes, no Mundial em pista coberta, em Doha, ela ganhou seu primeiro título mundial. Neste ano, Fabiana espera alcançar suas melhores marcas perto dos Jogos Pan-Americanos de Toronto (Canadá), em julho, e do Mundial de Pequim (China), em agosto. Em pista coberta, ela já saltou 4,83 no início deste ano (recorde sul-americano também). Mas em estádio aberto, como será no Pan, Mundial e Olimpíada, ela começa a temporada no Troféu Brasil, em São Paulo, entre 14 a 17 de maio. "Objetivo é ter os bons resultados em junho, quando vou fazer cinco competições na Europa, depois é descansar para o Pan e Mundial, as principais competições do ano", explicou. "Terminei pela primeira vez como líder do ranking mundial, algo que nunca tinha conseguido. Objetivo é continuar crescendo até 2016", completou. Para os Jogos Olímpicos do Rio, apesar dos tropeços em Pequim-2008 (sumiço da vara) e Londres-2012 (problemas com o vento), ela acredita que está pronta para disputar uma medalha. "Me sinto mais preparada para encarar as competições, para lidar com pressão, com público, estou mais tranquila", disse. "Ganhar uma medalha numa olimpíada é muito difícil. Não é porque saltei bem em uma competição, que sou líder do ranking que vou ganhar medalha na Olimpíada. É no dia que o atleta tem que estar bem. Estou me preparando para estar bem no dia da Olimpíada. Pode acontecer algo, como aconteceu comigo nas duas últimas olimpíadas. Mas estou me preparando para chegar na minha melhor forma", concluiu.
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Catalães fazem última tentativa de acordo para formar governo regional
O principal grupo separatista da Catalunha, a coligação Juntos pelo Sim, do presidente catalão Artur Mas, apresentou nesta terça (22) sua última proposta para obter o apoio do outro partido separatista da região para formar um novo governo local. As semanas de negociações terminaram nesta terça, quando foi finalizada a proposta que deverá ser ratificada no domingo (27) em uma reunião de militantes da CUP (Candidatura de Unidade Popular). A pequena formação independentista de radicais elegeu dez deputados nas eleições regionais de 27 de setembro. Com os 62 deputados da coligação Juntos pelo Sim, os dois grupos formam a maioria absoluta do Parlamento regional, que em novembro aprovou uma resolução declarando o início do processo de independência da região do nordeste da Espanha. "Não é um acordo, é uma proposta de acordo do Juntos pelo Sim que a CUP vai avaliar em suas assembleias e validar se for o caso", disse o porta-voz da coalizão, Raul Romeva. "Entendemos que é a última proposta feita pelo Juntos pelo Sim. Se a assembleia votar 'não', não haverá possibilidade de acordo", disse o porta-voz da CUP, Albert Botran. Se a falta de acordo se mantiver até 9 de janeiro, deverão ser convocadas novas eleições regionais. Na sua proposta, o Juntos pelo Sim inclui várias medidas sociais a serem atendidas com € 270 milhões (1% do orçamento total). As medidas preveem aumentar as subvenções para a alimentação de crianças pobres, evitar o corte de fornecimento de energia para as famílias sem recursos e suspender os despejos. Mas a coligação não cede em uma das principais reivindicações da CUP: encontrar uma alternativa em vez do presidente liberal Artur Mas, que consideram demasiadamente conservador.
mundo
Catalães fazem última tentativa de acordo para formar governo regionalO principal grupo separatista da Catalunha, a coligação Juntos pelo Sim, do presidente catalão Artur Mas, apresentou nesta terça (22) sua última proposta para obter o apoio do outro partido separatista da região para formar um novo governo local. As semanas de negociações terminaram nesta terça, quando foi finalizada a proposta que deverá ser ratificada no domingo (27) em uma reunião de militantes da CUP (Candidatura de Unidade Popular). A pequena formação independentista de radicais elegeu dez deputados nas eleições regionais de 27 de setembro. Com os 62 deputados da coligação Juntos pelo Sim, os dois grupos formam a maioria absoluta do Parlamento regional, que em novembro aprovou uma resolução declarando o início do processo de independência da região do nordeste da Espanha. "Não é um acordo, é uma proposta de acordo do Juntos pelo Sim que a CUP vai avaliar em suas assembleias e validar se for o caso", disse o porta-voz da coalizão, Raul Romeva. "Entendemos que é a última proposta feita pelo Juntos pelo Sim. Se a assembleia votar 'não', não haverá possibilidade de acordo", disse o porta-voz da CUP, Albert Botran. Se a falta de acordo se mantiver até 9 de janeiro, deverão ser convocadas novas eleições regionais. Na sua proposta, o Juntos pelo Sim inclui várias medidas sociais a serem atendidas com € 270 milhões (1% do orçamento total). As medidas preveem aumentar as subvenções para a alimentação de crianças pobres, evitar o corte de fornecimento de energia para as famílias sem recursos e suspender os despejos. Mas a coligação não cede em uma das principais reivindicações da CUP: encontrar uma alternativa em vez do presidente liberal Artur Mas, que consideram demasiadamente conservador.
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Mural: Universitários bolsistas enfrentam dificuldades para conseguir passe livre
Enquanto a gratuidade no transporte não é liberada, a distância até a universidade e o preço das passagens está pesando no bolso dos universitários. <a href="http://mural.blogfolha.uol.com.br/2015/03/05/universitarios-bolsistas-enfrentam-dificuldades-para-conseguir-passe-livre/">Continue reading <span class="meta-nav">&#8594;</span></a>... Leia post completo no blog
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Mural: Universitários bolsistas enfrentam dificuldades para conseguir passe livreEnquanto a gratuidade no transporte não é liberada, a distância até a universidade e o preço das passagens está pesando no bolso dos universitários. <a href="http://mural.blogfolha.uol.com.br/2015/03/05/universitarios-bolsistas-enfrentam-dificuldades-para-conseguir-passe-livre/">Continue reading <span class="meta-nav">&#8594;</span></a>... Leia post completo no blog
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'O Brasil é o país das maravilhas', diz egípcio que quer salvar a Oi
Segundo homem mais rico do Egito, o empresário Naguib Sawiris já foi ameaçado de morte depois de tuitar imagens do Mickey vestindo trajes islâmicos há quatro anos, durante a revolução após a queda do ditador Hosni Mubarak. Em 2015, quis comprar uma ilha na Grécia ou na Itália para abrigar refugiados da Síria. Com a revolução, ele fundou o Free Egyptians Party, partido que defende a democratização do seu país. Foi um dos poucos empresários que, investigados por ligação com o governo deposto, não tiveram bens apreendidos. Católico praticante, pai de quatro filhos, Sawiris mora no Egito, país de maioria muçulmana, de onde comanda os diversificados negócios da família. Ele cuida da divisão de telecomunicações, a Global Telecom, formada pela fusão da Orascom, de sua família, com a companhia russa Vimpelcom, no ano de 2011. Ele também é o presidente do conselho de administração da controladora do grupo, que atua na construção civil, mineração, exploração de óleo e gás, hotelaria e mídia. * Apetite ao risco Em toda minha jornada estive em países de condições adversas [para os negócios] como Nigéria, Coreia do Norte, Síria, Egito e Paquistão. Para mim, o Brasil é o país das maravilhas. Mas quanto maior o risco, maior o ganho. [Por isso], hoje meu negócio vale bilhões de dólares. Crise econômica Claro que há mudanças [em relação ao governo anterior], mas o futuro é promissor. O Brasil é avançado, o único a construir aeronaves na América Latina. Ainda vejo um grande potencial. Novo governo Gosto do Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] como pessoa. Sou passional e católico. O que ele fez foi promissor ao retirar tantos da pobreza. Mas os rumos mudaram, haverá eleições em dois anos, e sempre há riscos envolvidos nisso. Ainda não estive com o presidente Michel Temer, mas vejo que seu governo está empenhado em atrair investimentos. Paixão pelo Brasil Estive em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Gosto das pessoas, do ambiente. Quero estar no Brasil por um longo tempo. Se eu passar um ou dois anos no país, estarei feliz. Diversificação No ano passado, olhamos empresas de mineração no Brasil, mas não encontramos alternativas. Estávamos interessados em cobre e ouro. Se nos instalarmos no Brasil, terei a chance de conhecer melhor as oportunidades. Adoraria construir um hotel no Rio de Janeiro (risos).
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'O Brasil é o país das maravilhas', diz egípcio que quer salvar a OiSegundo homem mais rico do Egito, o empresário Naguib Sawiris já foi ameaçado de morte depois de tuitar imagens do Mickey vestindo trajes islâmicos há quatro anos, durante a revolução após a queda do ditador Hosni Mubarak. Em 2015, quis comprar uma ilha na Grécia ou na Itália para abrigar refugiados da Síria. Com a revolução, ele fundou o Free Egyptians Party, partido que defende a democratização do seu país. Foi um dos poucos empresários que, investigados por ligação com o governo deposto, não tiveram bens apreendidos. Católico praticante, pai de quatro filhos, Sawiris mora no Egito, país de maioria muçulmana, de onde comanda os diversificados negócios da família. Ele cuida da divisão de telecomunicações, a Global Telecom, formada pela fusão da Orascom, de sua família, com a companhia russa Vimpelcom, no ano de 2011. Ele também é o presidente do conselho de administração da controladora do grupo, que atua na construção civil, mineração, exploração de óleo e gás, hotelaria e mídia. * Apetite ao risco Em toda minha jornada estive em países de condições adversas [para os negócios] como Nigéria, Coreia do Norte, Síria, Egito e Paquistão. Para mim, o Brasil é o país das maravilhas. Mas quanto maior o risco, maior o ganho. [Por isso], hoje meu negócio vale bilhões de dólares. Crise econômica Claro que há mudanças [em relação ao governo anterior], mas o futuro é promissor. O Brasil é avançado, o único a construir aeronaves na América Latina. Ainda vejo um grande potencial. Novo governo Gosto do Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] como pessoa. Sou passional e católico. O que ele fez foi promissor ao retirar tantos da pobreza. Mas os rumos mudaram, haverá eleições em dois anos, e sempre há riscos envolvidos nisso. Ainda não estive com o presidente Michel Temer, mas vejo que seu governo está empenhado em atrair investimentos. Paixão pelo Brasil Estive em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Gosto das pessoas, do ambiente. Quero estar no Brasil por um longo tempo. Se eu passar um ou dois anos no país, estarei feliz. Diversificação No ano passado, olhamos empresas de mineração no Brasil, mas não encontramos alternativas. Estávamos interessados em cobre e ouro. Se nos instalarmos no Brasil, terei a chance de conhecer melhor as oportunidades. Adoraria construir um hotel no Rio de Janeiro (risos).
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Clima de harmonia
O desfecho da eleição na Câmara dos Deputados prenuncia certa tranquilidade para o governo de Michel Temer (PMDB) e escancara o contraste com o início do segundo mandato de Dilma Rousseff (PT). Verdade que já se notavam as diferenças na disputa dentro do Senado, na quarta-feira (1º). Há dois anos, Renan Calheiros (PMDB-AL) reelegeu-se presidente da Casa com o apoio do Planalto e apenas 49 dos 81 votos possíveis. Agora o comando passou às mãos do governista Eunício Oliveira (PMDB-CE) com o endosso de 61 parlamentares. A comparação, entretanto, mostra-se ainda mais favorável à gestão Temer quando se avalia o comportamento dos deputados. Em 2015, a então presidente Dilma apostou suas fichas em Arlindo Chinaglia (PT-SP) e perdeu para ninguém menos que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que obteve 267 votos. Na última quinta (2), Rodrigo Maia (DEM-RJ) despontou como candidato de Temer e foi sufragado por 293 de seus colegas. A simples presença de dois aliados à frente do Legislativo já deve bastar para eliminar arestas como as enfrentadas pela petista. Que Eunício e Maia tenham alcançado votações tão expressivas apenas realça o sossego do Executivo. Talvez ainda mais importante seja a mudança de perfil. Enquanto Dilma esteve às voltas com a prepotência e os métodos intimidatórios de Cunha, o presidente Temer conviverá com um deputado que, em artigo publicado nesta Folha, asseverou: "Não podemos agir no sentido de acirrar conflitos ou de estimular discórdias". Não à toa, Maia aproveitou seu primeiro evento após ser reconduzido à presidência da Câmara para reforçar o compromisso de seu partido e do PSDB com a necessária agenda de reformas apregoada por Temer —entre as quais estão a da Previdência e a trabalhista. Se o governo parece ter conquistado paz no campo político, o mesmo não se pode dizer da seara judicial. Em tempos de Operação Lava Jato, o risco de turbulências sempre existe —especialmente porque tanto Eunício Oliveira como Rodrigo Maia tiveram seus nomes mencionados por ex-executivos da construtora Odebrecht. Com o esperado avanço das investigações e a presumível instauração de ações penais contra diversos parlamentares, é de imaginar que deputados e senadores darão atenção especial a projetos que procurem esterilizar a Lava Jato. Uma coisa é o governo aproveitar-se do clima de harmonia para dar impulso à pauta legislativa que interessa ao crescimento do país. Outra, bem diferente e inaceitável, é valer-se da situação favorável para enterrar o combate à corrupção. A sociedade estará atenta. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Clima de harmoniaO desfecho da eleição na Câmara dos Deputados prenuncia certa tranquilidade para o governo de Michel Temer (PMDB) e escancara o contraste com o início do segundo mandato de Dilma Rousseff (PT). Verdade que já se notavam as diferenças na disputa dentro do Senado, na quarta-feira (1º). Há dois anos, Renan Calheiros (PMDB-AL) reelegeu-se presidente da Casa com o apoio do Planalto e apenas 49 dos 81 votos possíveis. Agora o comando passou às mãos do governista Eunício Oliveira (PMDB-CE) com o endosso de 61 parlamentares. A comparação, entretanto, mostra-se ainda mais favorável à gestão Temer quando se avalia o comportamento dos deputados. Em 2015, a então presidente Dilma apostou suas fichas em Arlindo Chinaglia (PT-SP) e perdeu para ninguém menos que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que obteve 267 votos. Na última quinta (2), Rodrigo Maia (DEM-RJ) despontou como candidato de Temer e foi sufragado por 293 de seus colegas. A simples presença de dois aliados à frente do Legislativo já deve bastar para eliminar arestas como as enfrentadas pela petista. Que Eunício e Maia tenham alcançado votações tão expressivas apenas realça o sossego do Executivo. Talvez ainda mais importante seja a mudança de perfil. Enquanto Dilma esteve às voltas com a prepotência e os métodos intimidatórios de Cunha, o presidente Temer conviverá com um deputado que, em artigo publicado nesta Folha, asseverou: "Não podemos agir no sentido de acirrar conflitos ou de estimular discórdias". Não à toa, Maia aproveitou seu primeiro evento após ser reconduzido à presidência da Câmara para reforçar o compromisso de seu partido e do PSDB com a necessária agenda de reformas apregoada por Temer —entre as quais estão a da Previdência e a trabalhista. Se o governo parece ter conquistado paz no campo político, o mesmo não se pode dizer da seara judicial. Em tempos de Operação Lava Jato, o risco de turbulências sempre existe —especialmente porque tanto Eunício Oliveira como Rodrigo Maia tiveram seus nomes mencionados por ex-executivos da construtora Odebrecht. Com o esperado avanço das investigações e a presumível instauração de ações penais contra diversos parlamentares, é de imaginar que deputados e senadores darão atenção especial a projetos que procurem esterilizar a Lava Jato. Uma coisa é o governo aproveitar-se do clima de harmonia para dar impulso à pauta legislativa que interessa ao crescimento do país. Outra, bem diferente e inaceitável, é valer-se da situação favorável para enterrar o combate à corrupção. A sociedade estará atenta. editoriais@grupofolha.com.br
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'Tempestade perfeita' trava aviação no Brasil, diz associação internacional
Uma tempestade perfeita. Foi assim que o diretor regional para a América da Iata (sigla em inglês para Associação Internacional de Transporte Aéreo) justificou os resultados negativos do setor aéreo no Brasil. Nas palavras de Peter Cerdá, a combinação de uma crise política, econômica e social é responsável pela retração do setor que amarga 15 meses de queda em sua demanda de passageiros. Cerdá aponta para a redução no Brasil de 12% da oferta no mercado doméstico e 4% no mercado de voos internacionais. "Virtualmente, todas as companhias aéreas [internacionais] reduziram sua frequência ou o tipo de aeronave que serve o país, para evitar a volatilidade da economia [...]", disse ele. Cerdá aponta que durante os últimos anos, os custos operacionais cresceram 24%, enquanto a receita das empresas no país, cresceram apenas 3,7%. Enquanto isso, a instabilidade política do último um ano e meio trava discussões de regulações que poderiam alavancar o setor. Entre as discussões está a mudança do sistema de tarifas sobre o combustível dos aviões. No Brasil, cada um dos Estados determina a tarifa do ICMS sobre o combustível da aviação. A grande variedade dessas tarifas, segundo a Iata, atrapalha o desempenho das companhias aéreas. A unificação das tarifas de ICMS no país é um pleito antigo das companhias brasileiras. "Brasil é uma nação produtora de petróleo, ainda assim tem um dos combustíveis mais caros do mundo. O modelo de precificadas no país não está alinhado com as melhores práticas internacionais e evitam que as companhias brasileiras compitam em pé de igualdade com e empresas de outros países". Para Cerdá, o governo brasileiro deve assumir o setor como gerador de recursos e trabalhar para reduzir "uma complexa rede de regulamentação" e altas taxas. Segundo a análise da associação, o pior momento do setor no país já passou, embora ainda deva enfrentar dificuldades nos próximos anos. A projeção da associação é de que a demanda de passageiros deva crescer mais de 70% até 2035, passando de 97,8 milhões para 167,7 milhões. Segundo Cerdá, no entanto, sem destravar a regulamentação e diminuir taxas, esse patamar dificilmente será atingido. O jornalista viajou a Genebra a convite da Iata
mercado
'Tempestade perfeita' trava aviação no Brasil, diz associação internacionalUma tempestade perfeita. Foi assim que o diretor regional para a América da Iata (sigla em inglês para Associação Internacional de Transporte Aéreo) justificou os resultados negativos do setor aéreo no Brasil. Nas palavras de Peter Cerdá, a combinação de uma crise política, econômica e social é responsável pela retração do setor que amarga 15 meses de queda em sua demanda de passageiros. Cerdá aponta para a redução no Brasil de 12% da oferta no mercado doméstico e 4% no mercado de voos internacionais. "Virtualmente, todas as companhias aéreas [internacionais] reduziram sua frequência ou o tipo de aeronave que serve o país, para evitar a volatilidade da economia [...]", disse ele. Cerdá aponta que durante os últimos anos, os custos operacionais cresceram 24%, enquanto a receita das empresas no país, cresceram apenas 3,7%. Enquanto isso, a instabilidade política do último um ano e meio trava discussões de regulações que poderiam alavancar o setor. Entre as discussões está a mudança do sistema de tarifas sobre o combustível dos aviões. No Brasil, cada um dos Estados determina a tarifa do ICMS sobre o combustível da aviação. A grande variedade dessas tarifas, segundo a Iata, atrapalha o desempenho das companhias aéreas. A unificação das tarifas de ICMS no país é um pleito antigo das companhias brasileiras. "Brasil é uma nação produtora de petróleo, ainda assim tem um dos combustíveis mais caros do mundo. O modelo de precificadas no país não está alinhado com as melhores práticas internacionais e evitam que as companhias brasileiras compitam em pé de igualdade com e empresas de outros países". Para Cerdá, o governo brasileiro deve assumir o setor como gerador de recursos e trabalhar para reduzir "uma complexa rede de regulamentação" e altas taxas. Segundo a análise da associação, o pior momento do setor no país já passou, embora ainda deva enfrentar dificuldades nos próximos anos. A projeção da associação é de que a demanda de passageiros deva crescer mais de 70% até 2035, passando de 97,8 milhões para 167,7 milhões. Segundo Cerdá, no entanto, sem destravar a regulamentação e diminuir taxas, esse patamar dificilmente será atingido. O jornalista viajou a Genebra a convite da Iata
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TV por assinatura perde mais de 100 mil clientes em outubro, diz Anatel
O Brasil fechou outubro com menos 108 mil clientes de TV por assinatura em relação a setembro, totalizando 19,4 milhões clientes. Na comparação com outubro de 2014, a queda do número de acessos foi de 255,7 mil, segundo dados informados nesta sexta-feira (4) pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A TV paga tem perdido clientes nos últimos meses por conta do agravamento da desaceleração econômica e da maior concorrência de serviços sob demanda baseados em internet, como Netflix. O grupo Claro, da mexicana América Móvil, permaneceu na liderança do mercado, com participação de 52% e 10,08 milhões de acessos. O resultado, contudo, representou uma queda de 45,8 mil assinaturas na comparação mensal. Um ano antes, o grupo tinha 10,42 milhões de clientes de TV paga, segundo os dados da agência. Em segundo lugar ficou operadora de TV via satélite Sky, com fatia de 28,25%, e 5,47 milhões de acessos, baixa de 58,2 mil na mesma base de comparação. Em outubro de 2014, a operadora tinha 5,65 milhões de assinantes. Em terceiro, com 9,5% do mercado, ficou a Telefônica Brasil, somando 1,83 milhão de assinaturas, com alta de pouco mais de 1 mil acessos em relação a setembro. A Oi, com fatia de 6,02%, aparece em seguida com 1,2 milhão de acessos, baixa de 1,8 mil assinaturas, mas acima do 1,12 milhão de outubro do ano passado. A tecnologia que mais perdeu acessos entre setembro e outubro foi a de TV digital via satélite (DTH), cuja base teve 146,6 mil clientes a menos em outubro, a 11,44 milhões. Em bases anuais, a tecnologia perdeu 726,3 mil acessos, segundo os dados da Anatel.
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TV por assinatura perde mais de 100 mil clientes em outubro, diz AnatelO Brasil fechou outubro com menos 108 mil clientes de TV por assinatura em relação a setembro, totalizando 19,4 milhões clientes. Na comparação com outubro de 2014, a queda do número de acessos foi de 255,7 mil, segundo dados informados nesta sexta-feira (4) pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A TV paga tem perdido clientes nos últimos meses por conta do agravamento da desaceleração econômica e da maior concorrência de serviços sob demanda baseados em internet, como Netflix. O grupo Claro, da mexicana América Móvil, permaneceu na liderança do mercado, com participação de 52% e 10,08 milhões de acessos. O resultado, contudo, representou uma queda de 45,8 mil assinaturas na comparação mensal. Um ano antes, o grupo tinha 10,42 milhões de clientes de TV paga, segundo os dados da agência. Em segundo lugar ficou operadora de TV via satélite Sky, com fatia de 28,25%, e 5,47 milhões de acessos, baixa de 58,2 mil na mesma base de comparação. Em outubro de 2014, a operadora tinha 5,65 milhões de assinantes. Em terceiro, com 9,5% do mercado, ficou a Telefônica Brasil, somando 1,83 milhão de assinaturas, com alta de pouco mais de 1 mil acessos em relação a setembro. A Oi, com fatia de 6,02%, aparece em seguida com 1,2 milhão de acessos, baixa de 1,8 mil assinaturas, mas acima do 1,12 milhão de outubro do ano passado. A tecnologia que mais perdeu acessos entre setembro e outubro foi a de TV digital via satélite (DTH), cuja base teve 146,6 mil clientes a menos em outubro, a 11,44 milhões. Em bases anuais, a tecnologia perdeu 726,3 mil acessos, segundo os dados da Anatel.
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Com queda de 57% da safra de uva e alta de impostos, venda de vinhos cai
As vendas de vinhos e espumantes nacionais caíram 6,3% nos primeiros cinco meses deste ano, na comparação com igual período de 2015, segundo a Ibravin, que representa o setor. A quebra da safra de uva no Sul do país -uma redução de 57% em relação ao ano passado- e o aumento de impostos no fim de 2015 são apontados como os principais motivos da retração. "Com a alta do IPI e do ICMS em muitos Estados, a participação dos tributos no preço final subiu de 56% para 77%", diz o presidente da entidade, Dirceu Scottá. O imposto federal, antes de R$ 0,73 por garrafa, passou a representar 10% do valor da unidade. Até 2015, o mercado resistia à crise, e as vendas subiram 1,68% em relação a 2014. "A alta do dólar teve um impacto positivo no primeiro momento, mas, com a alta da tributação, perdemos a competitividade conquistada." TAÇA MEIO VAZIA - Mercado de vinhos no Brasil, de janeiro a maio, em milhões de litros - Um gole a menos A colheita da vinícola Salton, no Rio Grande do Sul, caiu de cerca de 15 milhões de quilos para 6 milhões neste ano, diz a diretora-executiva, Luciana Salton. "Os estoques, que antes eram um problema, acabaram por ser uma salvação." A companhia deverá encolher sua linha, com 60 tipos de vinhos e espumantes, por falta de matéria-prima. Outra solução foi lançar um produto feito com uvas malbec da Argentina. "É a nossa primeira importação, serão 40 mil caixas." Apesar dos entraves do setor, as vendas da marca no primeiro semestre ficaram estáveis, diz Salton. R$ 338 milhões faturou a Salton em 2015 Leia a coluna completa aqui.
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Com queda de 57% da safra de uva e alta de impostos, venda de vinhos caiAs vendas de vinhos e espumantes nacionais caíram 6,3% nos primeiros cinco meses deste ano, na comparação com igual período de 2015, segundo a Ibravin, que representa o setor. A quebra da safra de uva no Sul do país -uma redução de 57% em relação ao ano passado- e o aumento de impostos no fim de 2015 são apontados como os principais motivos da retração. "Com a alta do IPI e do ICMS em muitos Estados, a participação dos tributos no preço final subiu de 56% para 77%", diz o presidente da entidade, Dirceu Scottá. O imposto federal, antes de R$ 0,73 por garrafa, passou a representar 10% do valor da unidade. Até 2015, o mercado resistia à crise, e as vendas subiram 1,68% em relação a 2014. "A alta do dólar teve um impacto positivo no primeiro momento, mas, com a alta da tributação, perdemos a competitividade conquistada." TAÇA MEIO VAZIA - Mercado de vinhos no Brasil, de janeiro a maio, em milhões de litros - Um gole a menos A colheita da vinícola Salton, no Rio Grande do Sul, caiu de cerca de 15 milhões de quilos para 6 milhões neste ano, diz a diretora-executiva, Luciana Salton. "Os estoques, que antes eram um problema, acabaram por ser uma salvação." A companhia deverá encolher sua linha, com 60 tipos de vinhos e espumantes, por falta de matéria-prima. Outra solução foi lançar um produto feito com uvas malbec da Argentina. "É a nossa primeira importação, serão 40 mil caixas." Apesar dos entraves do setor, as vendas da marca no primeiro semestre ficaram estáveis, diz Salton. R$ 338 milhões faturou a Salton em 2015 Leia a coluna completa aqui.
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J.K. Rowling pede desculpas por morte de personagem de 'Harry Potter'
Em publicação no Twitter, a escritora J. K. Rowling pediu desculpas aos fãs de "Harry Potter" pela morte de Fred Weasley no sétimo e último livro da série, "As Relíquias da Morte". "Hoje eu gostaria de dizer: sinto muito por Fred", escreveu ela no sábado (2), data em que, de acordo com o livro, a morte do personagem completaria 18 anos. Irmão de Ron Weasley, Fred morreu durante a batalha de Hogwarts, que teria acontecido em 2 de maio de 1998. Pressionada por fãs magoados pela perda de outros personagens, a autora afirmou que planeja se desculpar "de uma morte por aniversário", e que começou pela de Fred porque foi a que mais lhe doeu.
ilustrada
J.K. Rowling pede desculpas por morte de personagem de 'Harry Potter'Em publicação no Twitter, a escritora J. K. Rowling pediu desculpas aos fãs de "Harry Potter" pela morte de Fred Weasley no sétimo e último livro da série, "As Relíquias da Morte". "Hoje eu gostaria de dizer: sinto muito por Fred", escreveu ela no sábado (2), data em que, de acordo com o livro, a morte do personagem completaria 18 anos. Irmão de Ron Weasley, Fred morreu durante a batalha de Hogwarts, que teria acontecido em 2 de maio de 1998. Pressionada por fãs magoados pela perda de outros personagens, a autora afirmou que planeja se desculpar "de uma morte por aniversário", e que começou pela de Fred porque foi a que mais lhe doeu.
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Entenda o TPP, acordo comercial do qual Trump retirou os EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu o prometido : retirou o país da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês) apenas três dias depois de assumir o cargo. O TPP é um grande acordo comercial multinacional, que o agora vice-presidente, Mike Pence, apoiava quando era governador do Estado de Indiana, dizendo que "comércio significa empregos, mas também segurança". Durante a campanha presidencial, no entanto, Trump não cansou de repetir o oposto e, na segunda-feira (23), assinou uma ordem executiva que retirou os EUA do pacto –que ainda não havia sido retificado por todos os países membros. "O que acabamos de fazer é uma grande coisa para os trabalhadores americanos", disse. Mas o que é o TPP e por que Trump se opõe a ele? INTEGRAÇÃO X PROTECIONISMO Antes da saída dos EUA, o TPP reunia 40% da economia mundial, um mercado de 800 milhões de consumidores. Japão, Austrália, Canadá, México, Peru, Chile, Malásia, Vietnã, Nova Zelândia, Cingapura e Brunei continuam no pacto. A grande ausente entre as potências econômicas do Pacífico é a China, que não tem demonstrado intenção de integrar-se a ele. O acordo –que era uma peça importante da estratégia comercial e geopolítica do ex-presidente Barack Obama– estabelece a base para um grande bloco econômico que, se não sofresse mudanças, reduziria as barreiras comerciais entre os países participantes. Também unifica a legislação em temas como acesso a internet, proteção a investidores, à propriedade intelectual em áreas como as indústrias farmacêutica e digital, assim como normas de proteção ao meio ambiente. Foram cinco anos de negociação até o acordo ser firmado no ano passado, em Atlanta, nos EUA. Mas esta abertura econômica multinacional contraria a política defendida por Trump de proteger empregos e fomentar a indústria nacional. A "proteção" será o fundamento da nova "prosperidade e força" dos EUA, disse Trump ao tomar posse, em 20 de janeiro. "Devemos proteger nossas fronteiras dos estragos causados por outros países que fabricam os nossos produtos, roubam nossas empresas e destroem nossos postos de trabalho", afirmou. SEM A CHINA O TPP também é peça chave nos planos econômicos de México, Peru e Chile, as três nações latino-americanas que fazem parte do acordo. O Chile foi o pioneiro da região ao buscar parcerias comerciais diferentes das tradicionais voltadas para os EUA e Europa. O país foi um dos quatro fundadores do acordo precursor do TPP, ao lado de Brunei, Nova Zelândia e Cingapura. México e Peru também querem aumentar suas exportações e atrair investimentos dos países asiáticos. Entre os países da vasta região banhada pelo Pacífico, no entanto, a ausência mais importante no TPP é a da China, a maior economia da Ásia e segunda maior do mundo. LIVRE COMÉRCIO? O TPP afeta a maioria dos bens e serviços comercializados entre os países, mas nem todos os impostos de importação serão eliminados. Estão em jogo 18 mil impostos, só que alguns serão eliminados antes que outros. Por exemplo, os signatários do pacto prometem eliminar ou reduzir os impostos e outras barreiras dos produtos agrícolas e industriais. OUTRAS CRÍTICAS A oposição ao TPP não é apenas do governo americano. Críticos da iniciativa afirmam que o acordo foi negociado em segredo e que beneficia principalmente as multinacionais. Também alertam que pode abrir caminho para que empresas cobrem de governos mudanças nas políticas de áreas como saúde e educação. A rodada final do acordo demorou a ser concluída devido a disputas envolvendo a proteção da propriedade intelectual de medicamentos de última geração. Como costuma ocorrer em todas as discussões em torno de tratados de livre comércio, os diferentes países lutam por interesses que podem ser fortalecidos ou não pelo TPP. Exportadores de diversos países estão animados com a promessa de expansão comercial prometida pelo acordo, que lhes dará acesso a novos mercados. Em compensação, nos EUA, vários sindicatos argumentavam que o tratado ajudaria a transferir mais empregos industriais bem remunerados para regiões onde a mão de obra é mais barata, como o sudeste asiático. E este é um assunto chave para o objetivo do governo Trump: evitar a perda de empregos do país. Resta ver agora se, com a saída dos EUA, o acordo vai entrar em vigor e de que forma, já que os demais países integrantes do bloco perdem um dos seus principais incentivos: o maior acesso ao mercado americano. Alguns países como a Nova Zelândia sugeriram uma espécie de acordo alternativo para que o TPP se sustente sem os EUA. Mas o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, já disse que um TPP sem os EUA –e seu mercado de 250 milhões de consumidores– "não teria sentido". Alguns analistas acreditam que os integrantes do TPP vão acabar firmando acordos bilaterais entre si.
mundo
Entenda o TPP, acordo comercial do qual Trump retirou os EUAO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu o prometido : retirou o país da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês) apenas três dias depois de assumir o cargo. O TPP é um grande acordo comercial multinacional, que o agora vice-presidente, Mike Pence, apoiava quando era governador do Estado de Indiana, dizendo que "comércio significa empregos, mas também segurança". Durante a campanha presidencial, no entanto, Trump não cansou de repetir o oposto e, na segunda-feira (23), assinou uma ordem executiva que retirou os EUA do pacto –que ainda não havia sido retificado por todos os países membros. "O que acabamos de fazer é uma grande coisa para os trabalhadores americanos", disse. Mas o que é o TPP e por que Trump se opõe a ele? INTEGRAÇÃO X PROTECIONISMO Antes da saída dos EUA, o TPP reunia 40% da economia mundial, um mercado de 800 milhões de consumidores. Japão, Austrália, Canadá, México, Peru, Chile, Malásia, Vietnã, Nova Zelândia, Cingapura e Brunei continuam no pacto. A grande ausente entre as potências econômicas do Pacífico é a China, que não tem demonstrado intenção de integrar-se a ele. O acordo –que era uma peça importante da estratégia comercial e geopolítica do ex-presidente Barack Obama– estabelece a base para um grande bloco econômico que, se não sofresse mudanças, reduziria as barreiras comerciais entre os países participantes. Também unifica a legislação em temas como acesso a internet, proteção a investidores, à propriedade intelectual em áreas como as indústrias farmacêutica e digital, assim como normas de proteção ao meio ambiente. Foram cinco anos de negociação até o acordo ser firmado no ano passado, em Atlanta, nos EUA. Mas esta abertura econômica multinacional contraria a política defendida por Trump de proteger empregos e fomentar a indústria nacional. A "proteção" será o fundamento da nova "prosperidade e força" dos EUA, disse Trump ao tomar posse, em 20 de janeiro. "Devemos proteger nossas fronteiras dos estragos causados por outros países que fabricam os nossos produtos, roubam nossas empresas e destroem nossos postos de trabalho", afirmou. SEM A CHINA O TPP também é peça chave nos planos econômicos de México, Peru e Chile, as três nações latino-americanas que fazem parte do acordo. O Chile foi o pioneiro da região ao buscar parcerias comerciais diferentes das tradicionais voltadas para os EUA e Europa. O país foi um dos quatro fundadores do acordo precursor do TPP, ao lado de Brunei, Nova Zelândia e Cingapura. México e Peru também querem aumentar suas exportações e atrair investimentos dos países asiáticos. Entre os países da vasta região banhada pelo Pacífico, no entanto, a ausência mais importante no TPP é a da China, a maior economia da Ásia e segunda maior do mundo. LIVRE COMÉRCIO? O TPP afeta a maioria dos bens e serviços comercializados entre os países, mas nem todos os impostos de importação serão eliminados. Estão em jogo 18 mil impostos, só que alguns serão eliminados antes que outros. Por exemplo, os signatários do pacto prometem eliminar ou reduzir os impostos e outras barreiras dos produtos agrícolas e industriais. OUTRAS CRÍTICAS A oposição ao TPP não é apenas do governo americano. Críticos da iniciativa afirmam que o acordo foi negociado em segredo e que beneficia principalmente as multinacionais. Também alertam que pode abrir caminho para que empresas cobrem de governos mudanças nas políticas de áreas como saúde e educação. A rodada final do acordo demorou a ser concluída devido a disputas envolvendo a proteção da propriedade intelectual de medicamentos de última geração. Como costuma ocorrer em todas as discussões em torno de tratados de livre comércio, os diferentes países lutam por interesses que podem ser fortalecidos ou não pelo TPP. Exportadores de diversos países estão animados com a promessa de expansão comercial prometida pelo acordo, que lhes dará acesso a novos mercados. Em compensação, nos EUA, vários sindicatos argumentavam que o tratado ajudaria a transferir mais empregos industriais bem remunerados para regiões onde a mão de obra é mais barata, como o sudeste asiático. E este é um assunto chave para o objetivo do governo Trump: evitar a perda de empregos do país. Resta ver agora se, com a saída dos EUA, o acordo vai entrar em vigor e de que forma, já que os demais países integrantes do bloco perdem um dos seus principais incentivos: o maior acesso ao mercado americano. Alguns países como a Nova Zelândia sugeriram uma espécie de acordo alternativo para que o TPP se sustente sem os EUA. Mas o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, já disse que um TPP sem os EUA –e seu mercado de 250 milhões de consumidores– "não teria sentido". Alguns analistas acreditam que os integrantes do TPP vão acabar firmando acordos bilaterais entre si.
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Itamaraty busca grupo de brasileiros que tentava entrar de barco nos EUA
O Ministério das Relações Exteriores está em busca de um grupo de 14 brasileiros que tentava entrar ilegalmente nos Estados Unidos. De acordo com o Itamaraty, parentes entraram em contato com a embaixada do Brasil em Nassau, nas Bahamas, para comunicar que o grupo estaria desaparecido desde 6 de novembro, quando teriam entrado em um barco rumo a Miami, na Flórida. Eles estariam em um grupo com mais cinco pessoas de outras nacionalidades. O desaparecimento foi divulgado na sexta-feira (23) pelo site "Brazilian News Agency", voltado à comunidade brasileira em Framingham, no Estado americano de Massachusetts. O ministério informou que está em contato com as autoridades das Bahamas e dos EUA para reforçar as buscas. Ainda segundo o Itamaraty, todas as informações com as quais as autoridades brasileiras trabalham até agora foram fornecidas pelos parentes dos desaparecidos e, portanto, o ministério não tem confirmação de que são mesmo 19 pessoas, nem se o grupo embarcou, está perdido no mar ou em terra, ou preso nos EUA. Segundo a "Brazilian News Agency", entre os brasileiros a bordo do barco estariam Márcio Pinheiro de Souza e Renato Soares de Araújo, ambos de Sardoá (MG), cidade próxima a Governador Valadares, no leste de Minas; Arlindo de Jesus Santos, de Rondon do Pará (PA); e Bruno Oliveira Souza, Reginaldo Ferreira Martins e Diego, oriundos de Rondônia. Ainda segundo a agência, na última operação do departamento de Imigração das Bahamas, em 19 de dezembro, um grupo de brasileiros composto por 8 homens e 4 mulheres foi detido em Freeport, onde estavam escondidos num complexo habitacional enquanto aguardavam para embarcar para os EUA. Eles serão repatriados. Não há confirmação de que seja o mesmo grupo que desapareceu. Segundo a rádio Itatiaia, de Minas, a família do mineiro Renato Soares de Araújo, 31, teve contato com ele pela última vez no dia 6 de novembro. "Já procuramos em todos os presídios de Bahamas, em Miami, já entrei em contato com o consulado de Miami e eles falaram que o Renato não está em presídio", disse à rádio Henrique, irmão de Renato.
mundo
Itamaraty busca grupo de brasileiros que tentava entrar de barco nos EUAO Ministério das Relações Exteriores está em busca de um grupo de 14 brasileiros que tentava entrar ilegalmente nos Estados Unidos. De acordo com o Itamaraty, parentes entraram em contato com a embaixada do Brasil em Nassau, nas Bahamas, para comunicar que o grupo estaria desaparecido desde 6 de novembro, quando teriam entrado em um barco rumo a Miami, na Flórida. Eles estariam em um grupo com mais cinco pessoas de outras nacionalidades. O desaparecimento foi divulgado na sexta-feira (23) pelo site "Brazilian News Agency", voltado à comunidade brasileira em Framingham, no Estado americano de Massachusetts. O ministério informou que está em contato com as autoridades das Bahamas e dos EUA para reforçar as buscas. Ainda segundo o Itamaraty, todas as informações com as quais as autoridades brasileiras trabalham até agora foram fornecidas pelos parentes dos desaparecidos e, portanto, o ministério não tem confirmação de que são mesmo 19 pessoas, nem se o grupo embarcou, está perdido no mar ou em terra, ou preso nos EUA. Segundo a "Brazilian News Agency", entre os brasileiros a bordo do barco estariam Márcio Pinheiro de Souza e Renato Soares de Araújo, ambos de Sardoá (MG), cidade próxima a Governador Valadares, no leste de Minas; Arlindo de Jesus Santos, de Rondon do Pará (PA); e Bruno Oliveira Souza, Reginaldo Ferreira Martins e Diego, oriundos de Rondônia. Ainda segundo a agência, na última operação do departamento de Imigração das Bahamas, em 19 de dezembro, um grupo de brasileiros composto por 8 homens e 4 mulheres foi detido em Freeport, onde estavam escondidos num complexo habitacional enquanto aguardavam para embarcar para os EUA. Eles serão repatriados. Não há confirmação de que seja o mesmo grupo que desapareceu. Segundo a rádio Itatiaia, de Minas, a família do mineiro Renato Soares de Araújo, 31, teve contato com ele pela última vez no dia 6 de novembro. "Já procuramos em todos os presídios de Bahamas, em Miami, já entrei em contato com o consulado de Miami e eles falaram que o Renato não está em presídio", disse à rádio Henrique, irmão de Renato.
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Crítica: 'Vício e Virtude' é cinema francês 'com mais ação'
Para quem acha o cinema francês uma chatice verborrágica, "Vício e Virtude" (1962, TV5 Monde, 21h30) é uma alternativa. Temos um cineasta que privilegia a ação (Roger Vadim) e estrelas retumbantes (Catherine Deneuve, Annie Girardot). E estão numa adaptação do marquês de Sade, de modo que a obra se promete, também, picante. Deneuve é Justine, de "Justine ou os Infortúnios da Virtude", deslocada para a 2ª Guerra e submetida aos desejos pouco amistosos de oficiais nazistas de quem é prisioneira. Não estamos no universo perigoso de Pasolini e seu "Salò". O de Vadim é digestivo, e Sade, um fundo conveniente. Verdade seja dita, não é um dia com opções melhores. "A Seleção" (2013, TC Premium, 23h55) interessante crítica à seleção de alunos em famosa universidade dos EUA massacrados por um roteiro tolo.
ilustrada
Crítica: 'Vício e Virtude' é cinema francês 'com mais ação'Para quem acha o cinema francês uma chatice verborrágica, "Vício e Virtude" (1962, TV5 Monde, 21h30) é uma alternativa. Temos um cineasta que privilegia a ação (Roger Vadim) e estrelas retumbantes (Catherine Deneuve, Annie Girardot). E estão numa adaptação do marquês de Sade, de modo que a obra se promete, também, picante. Deneuve é Justine, de "Justine ou os Infortúnios da Virtude", deslocada para a 2ª Guerra e submetida aos desejos pouco amistosos de oficiais nazistas de quem é prisioneira. Não estamos no universo perigoso de Pasolini e seu "Salò". O de Vadim é digestivo, e Sade, um fundo conveniente. Verdade seja dita, não é um dia com opções melhores. "A Seleção" (2013, TC Premium, 23h55) interessante crítica à seleção de alunos em famosa universidade dos EUA massacrados por um roteiro tolo.
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Último a se apresentar, Renato Augusto descarta ser capitão e status de titular
SÉRGIO RANGEL ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA Com (o estádio) Maracanã tatuado no braço direito, o meia Renato Augusto chegou na noite desta quarta (27) em Goiânia e disse que está descansado para jogar o amistoso contra o Japão, sábado (30), no Serra Dourada. Mesmo assim, ele fez questão de deixar claro que não vai cobrar a titularidade no primeiro amistoso da seleção brasileira olímpica antes dos Jogos do Rio. "Não tem nada garantido que tenho que ser titular ao ser convocado. Vou trabalhar a partir de agora para ganhar a vaga", disse o ex-corintiano, que joga no Beijing Guoan, da China, e viajou cerca de 24 horas para se apresentar ao técnico Rogério Micale Desde o dia 18, os jogadores se preparam em Teresópolis para a disputa dos Jogos Olímpicos. Apesar da viagem cansativa, o carioca disse querer treinar nesta quinta no Serra Dourada com os demais convocados. No final da noite desta quarta (27), a seleção deveria desembarcar na capital de Goiás. O jogador de 28 anos disse que não faz questão da faixa de capitão. "Isso não vai mudar a minha maneira de jogar. No Corinthians, o Tite revezava a braçadeira e não tinha problema. Aqui será a mesma coisa", acrescentou o meia, que mostrou aos fotógrafos uma enorme tatuagem do Rio, com o Maracanã, o calçadão de Copacabana e o Cristo Redentor. A tatuagem foi feita há cerca de um ano. O estádio será o palco da final da Olimpíada. Renato Augusto foi convocado para vaga de Douglas Costa, cortado por contusão. Ele teve que negociar com os dirigentes do clube chinês a sua liberação. Por isso, o atraso para chegar no Brasil. O amistoso contra o Japão será o único antes da estreia da seleção nos Jogos Olímpicos. O jogo de abertura será contra a África do Sul, no dia 4. Brasileiros na Rio-2016
esporte
Último a se apresentar, Renato Augusto descarta ser capitão e status de titular SÉRGIO RANGEL ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA Com (o estádio) Maracanã tatuado no braço direito, o meia Renato Augusto chegou na noite desta quarta (27) em Goiânia e disse que está descansado para jogar o amistoso contra o Japão, sábado (30), no Serra Dourada. Mesmo assim, ele fez questão de deixar claro que não vai cobrar a titularidade no primeiro amistoso da seleção brasileira olímpica antes dos Jogos do Rio. "Não tem nada garantido que tenho que ser titular ao ser convocado. Vou trabalhar a partir de agora para ganhar a vaga", disse o ex-corintiano, que joga no Beijing Guoan, da China, e viajou cerca de 24 horas para se apresentar ao técnico Rogério Micale Desde o dia 18, os jogadores se preparam em Teresópolis para a disputa dos Jogos Olímpicos. Apesar da viagem cansativa, o carioca disse querer treinar nesta quinta no Serra Dourada com os demais convocados. No final da noite desta quarta (27), a seleção deveria desembarcar na capital de Goiás. O jogador de 28 anos disse que não faz questão da faixa de capitão. "Isso não vai mudar a minha maneira de jogar. No Corinthians, o Tite revezava a braçadeira e não tinha problema. Aqui será a mesma coisa", acrescentou o meia, que mostrou aos fotógrafos uma enorme tatuagem do Rio, com o Maracanã, o calçadão de Copacabana e o Cristo Redentor. A tatuagem foi feita há cerca de um ano. O estádio será o palco da final da Olimpíada. Renato Augusto foi convocado para vaga de Douglas Costa, cortado por contusão. Ele teve que negociar com os dirigentes do clube chinês a sua liberação. Por isso, o atraso para chegar no Brasil. O amistoso contra o Japão será o único antes da estreia da seleção nos Jogos Olímpicos. O jogo de abertura será contra a África do Sul, no dia 4. Brasileiros na Rio-2016
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Como enfrentar o medo?
Quase todo mundo que conheço demonstra uma enorme preocupação com a crise política, social e econômica e, também, com a violência. Um professor de 47 anos disse: "Está cada vez mais difícil ser professor. Grande parte dos alunos participa e presta atenção na aula, outros ficam mexendo o tempo todo no celular e simplesmente me ignoram, e alguns são ostensivamente agressivos. Até parece que sou inimigo deles. Outro dia fiz uma pergunta e um aluno respondeu: sou contra. Perguntei: contra o quê? Ele só repetia: sou contra." Ele conta o que faz para continuar seu ofício: "Tento dar a melhor aula que eu posso, não me foco nos olhares de ódio e de desprezo de alguns. Procuro me concentrar no interesse dos outros alunos. Sempre adorei ser professor, mas já pensei em me demitir. Preciso ter muita força interna para não me sentir um fracasso. Se eu ficar com medo deles e desistir, a minoria acaba vencendo e se fortalecendo para agir com ainda mais violência". Uma médica de 66 anos disse: "As pessoas estão cada vez mais agressivas, estúpidas e grosseiras. É como se a barbárie tivesse vencido a civilização. Tenho muito medo do caos, com cada um agindo para defender seus próprios interesses e destruindo quem pensa diferente. É o mal vencendo em todos os espaços sociais e contaminando todo mundo. Como disse Hannah Arendt, é a banalidade do mal". Ela continua: "Resolvi me proteger desta violência buscando ser a melhor versão de mim mesma e fazendo alguma coisa útil e positiva neste momento de tanta destruição. No meio desta crise, em vez de entrar em pânico ou ficar xingando todo mundo, comecei um trabalho voluntário com pessoas mais velhas e voltei a estudar. A minha filosofia de vida tem sido: não vou me tornar cúmplice da banalidade do mal". Ela conclui: "Como enfrentar o medo? Se cada um procurar ser gentil, atencioso e respeitoso com o outro já contribui para enfraquecer este clima de violência. Em vez de ficar vomitando xingamentos na internet, em vez de tratar o outro como inimigo, basta se perguntar: o que eu posso fazer de bom para a minha própria vida e para a vida dos que me cercam?". Desejo a todos os meus leitores e leitoras que, em 2016, a esperança, a paz e o equilíbrio vençam o medo, o mal e a violência.
colunas
Como enfrentar o medo?Quase todo mundo que conheço demonstra uma enorme preocupação com a crise política, social e econômica e, também, com a violência. Um professor de 47 anos disse: "Está cada vez mais difícil ser professor. Grande parte dos alunos participa e presta atenção na aula, outros ficam mexendo o tempo todo no celular e simplesmente me ignoram, e alguns são ostensivamente agressivos. Até parece que sou inimigo deles. Outro dia fiz uma pergunta e um aluno respondeu: sou contra. Perguntei: contra o quê? Ele só repetia: sou contra." Ele conta o que faz para continuar seu ofício: "Tento dar a melhor aula que eu posso, não me foco nos olhares de ódio e de desprezo de alguns. Procuro me concentrar no interesse dos outros alunos. Sempre adorei ser professor, mas já pensei em me demitir. Preciso ter muita força interna para não me sentir um fracasso. Se eu ficar com medo deles e desistir, a minoria acaba vencendo e se fortalecendo para agir com ainda mais violência". Uma médica de 66 anos disse: "As pessoas estão cada vez mais agressivas, estúpidas e grosseiras. É como se a barbárie tivesse vencido a civilização. Tenho muito medo do caos, com cada um agindo para defender seus próprios interesses e destruindo quem pensa diferente. É o mal vencendo em todos os espaços sociais e contaminando todo mundo. Como disse Hannah Arendt, é a banalidade do mal". Ela continua: "Resolvi me proteger desta violência buscando ser a melhor versão de mim mesma e fazendo alguma coisa útil e positiva neste momento de tanta destruição. No meio desta crise, em vez de entrar em pânico ou ficar xingando todo mundo, comecei um trabalho voluntário com pessoas mais velhas e voltei a estudar. A minha filosofia de vida tem sido: não vou me tornar cúmplice da banalidade do mal". Ela conclui: "Como enfrentar o medo? Se cada um procurar ser gentil, atencioso e respeitoso com o outro já contribui para enfraquecer este clima de violência. Em vez de ficar vomitando xingamentos na internet, em vez de tratar o outro como inimigo, basta se perguntar: o que eu posso fazer de bom para a minha própria vida e para a vida dos que me cercam?". Desejo a todos os meus leitores e leitoras que, em 2016, a esperança, a paz e o equilíbrio vençam o medo, o mal e a violência.
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Mortes: Urbanista, criou planos diretores de SP e Belo Horizonte
O interesse pela cidade enquanto tecido cultural, lugar de encontro e de socialização de pessoas diferentes, celebração da diversidade. É assim que Cristina Azevedo, sobrinha do arquiteto Domingos Theodoro de Azevedo Netto, explica o amor do tio pelo espaço urbano. Duca, como ele era conhecido, deixou São João da Boa Vista (SP) para entrar em uma das primeiras turmas da faculdade de arquitetura da USP. Em 1952, ainda estudante, entrou para a Sagmacs (Sociedade para Análise Gráfica e Mecanográfica Aplicada aos Complexos Sociais). Com o grupo, fez o primeiro grande plano de desenvolvimento de São Paulo, que considerava no planejamento da cidade os deslocamentos internos da população e outras questões urbanísticas, demográficas e econômicas, novidade para a época. Fez também o plano diretor de Belo Horizonte, em 1961, com a Sagmacs, além do planejamento de cidades do interior paulista, conta a família. Antes, em 1956, concorreu com arquitetos do escritório Stam no concurso de criação do plano de Brasília, vencido por Lucio Costa. No projeto, previam uma cidade adensada e com um sistema eficiente de transporte subterrâneo. Casado com a psicanalista Íris Soares, "eram os tios supermodernos", define a sobrinha Cristina, que se lembra de suas coleções de filmes, livros e quadros. "Era uma pessoa muito sensível", diz ela. Morreu na quarta (15), aos 87, por problemas cardíacos. Deixa um filho, Alexandre. A missa de sétimo dia acontece nesta terça (21), às 19h, na paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em São Paulo. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
cotidiano
Mortes: Urbanista, criou planos diretores de SP e Belo HorizonteO interesse pela cidade enquanto tecido cultural, lugar de encontro e de socialização de pessoas diferentes, celebração da diversidade. É assim que Cristina Azevedo, sobrinha do arquiteto Domingos Theodoro de Azevedo Netto, explica o amor do tio pelo espaço urbano. Duca, como ele era conhecido, deixou São João da Boa Vista (SP) para entrar em uma das primeiras turmas da faculdade de arquitetura da USP. Em 1952, ainda estudante, entrou para a Sagmacs (Sociedade para Análise Gráfica e Mecanográfica Aplicada aos Complexos Sociais). Com o grupo, fez o primeiro grande plano de desenvolvimento de São Paulo, que considerava no planejamento da cidade os deslocamentos internos da população e outras questões urbanísticas, demográficas e econômicas, novidade para a época. Fez também o plano diretor de Belo Horizonte, em 1961, com a Sagmacs, além do planejamento de cidades do interior paulista, conta a família. Antes, em 1956, concorreu com arquitetos do escritório Stam no concurso de criação do plano de Brasília, vencido por Lucio Costa. No projeto, previam uma cidade adensada e com um sistema eficiente de transporte subterrâneo. Casado com a psicanalista Íris Soares, "eram os tios supermodernos", define a sobrinha Cristina, que se lembra de suas coleções de filmes, livros e quadros. "Era uma pessoa muito sensível", diz ela. Morreu na quarta (15), aos 87, por problemas cardíacos. Deixa um filho, Alexandre. A missa de sétimo dia acontece nesta terça (21), às 19h, na paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em São Paulo. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Inimputáveis
SÃO PAULO - Virou lugar-comum imprecar contra a desumanização da medicina moderna, para a qual o paciente não passa de um número que tem de receber um diagnóstico e uma intervenção para gerar o pagamento. A reclamação procede, mas só até certo ponto. Nada justifica que um médico, enfermeiro ou técnico seja grosso ou desatencioso para com o doente, mas é importante observar que o padrão linha de montagem, que está na origem do processo de desumanização, é o fator que mais contribui para melhorar a segurança e a eficácia dos procedimentos médicos. Essa pelo menos é a tese do cirurgião e sanitarista norte-americano Marty Makary, autor de "Unaccountable" (inimputável). Para Makary, os dados mostram sem margem de dúvida que os hospitais e equipes que mais se especializam e mais padronizam seus procedimentos são os que apresentam menores taxas de erros e complicações. Se você já sabe qual é o seu problema, é muito melhor receber o tratamento num centro que realize milhares de intervenções semelhantes por ano do que num que faça apenas meia dúzia. Isso vale mesmo que o médico da primeira instituição seja um bruto, e o da segunda, seu melhor amigo. Makary sustenta que o melhor modo de aperfeiçoar o sistema de saúde é apostar na transparência. A qualidade não avançou tanto quanto poderia nas últimas décadas porque o funcionamento dos hospitais é uma caixa-preta para o paciente, que não sabe como navegar pela rede. Se mais dados forem publicados e permitirem comparações justas, não apenas os doentes aprenderão a distinguir melhores de piores como as próprias instituições terão de se empenhar muito mais em melhorar. Se hoje podem se dar ao luxo de não fazê-lo, é porque são "inimputáveis". Mesmo que não compremos as conclusões de Makary pelo valor de face, um pouco mais de transparência certamente não faria mal.
colunas
InimputáveisSÃO PAULO - Virou lugar-comum imprecar contra a desumanização da medicina moderna, para a qual o paciente não passa de um número que tem de receber um diagnóstico e uma intervenção para gerar o pagamento. A reclamação procede, mas só até certo ponto. Nada justifica que um médico, enfermeiro ou técnico seja grosso ou desatencioso para com o doente, mas é importante observar que o padrão linha de montagem, que está na origem do processo de desumanização, é o fator que mais contribui para melhorar a segurança e a eficácia dos procedimentos médicos. Essa pelo menos é a tese do cirurgião e sanitarista norte-americano Marty Makary, autor de "Unaccountable" (inimputável). Para Makary, os dados mostram sem margem de dúvida que os hospitais e equipes que mais se especializam e mais padronizam seus procedimentos são os que apresentam menores taxas de erros e complicações. Se você já sabe qual é o seu problema, é muito melhor receber o tratamento num centro que realize milhares de intervenções semelhantes por ano do que num que faça apenas meia dúzia. Isso vale mesmo que o médico da primeira instituição seja um bruto, e o da segunda, seu melhor amigo. Makary sustenta que o melhor modo de aperfeiçoar o sistema de saúde é apostar na transparência. A qualidade não avançou tanto quanto poderia nas últimas décadas porque o funcionamento dos hospitais é uma caixa-preta para o paciente, que não sabe como navegar pela rede. Se mais dados forem publicados e permitirem comparações justas, não apenas os doentes aprenderão a distinguir melhores de piores como as próprias instituições terão de se empenhar muito mais em melhorar. Se hoje podem se dar ao luxo de não fazê-lo, é porque são "inimputáveis". Mesmo que não compremos as conclusões de Makary pelo valor de face, um pouco mais de transparência certamente não faria mal.
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China tem maior fazenda de energia solar do mundo e lidera setor
A agência de energia chinesa anunciou que a Longyangxia Dam Solar Park, que fica na província de Qinghai, é a maior fazenda solar do planeta. O parque consumiu cerca de 6 bilhões de yuans (R$ 2,690 bilhões) e está sendo construído desde 2013. Com capacidade de produção de 850 megawatts, pode suprir a necessidade de energia de até 200 mil famílias. A produção de energia solar segue crescendo na China e o país é hoje o principal investidor em energia limpa do mundo. A orientação na direção de um caminho mais verde vem sendo comemorada pelos ambientalistas que lutam pela diminuição das emissões de carbono e pelo cumprimento das metas firmadas no Acordo de Paris em 2016. Afinal, a China tem o pior índice de poluição do ar do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Em dezembro passado, dez cidades apresentaram péssima qualidade do ar, levando o governo a pedir que milhões de chineses ficassem em casa a fim de evitar danos à saúde causados pela poluição. A agência de energia chinesa afirma que até 2020 pretende gastar mais de US$ 360 bilhões em fontes de energia renováveis, como solar e eólica, cortando emissões de carbono e criando 13 milhões de empregos. Para 2030, o país prometeu aumentar a quantidade de energia proveniente de combustíveis não-fósseis para 20% do total. A busca pela mudança da composição energética não é tão recente e tem interesses variados. Ser líder no setor pode garantir segurança estratégica. E também traz oportunidades de exportação de tecnologias de baixa emissão de carbono para países da África, sul da Ásia e América Latina. E, além disso, pode tornar a China referência positiva num momento em que o mundo assiste o atual presidente americano desmontar e atacar a luta contra o aquecimento global.
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China tem maior fazenda de energia solar do mundo e lidera setorA agência de energia chinesa anunciou que a Longyangxia Dam Solar Park, que fica na província de Qinghai, é a maior fazenda solar do planeta. O parque consumiu cerca de 6 bilhões de yuans (R$ 2,690 bilhões) e está sendo construído desde 2013. Com capacidade de produção de 850 megawatts, pode suprir a necessidade de energia de até 200 mil famílias. A produção de energia solar segue crescendo na China e o país é hoje o principal investidor em energia limpa do mundo. A orientação na direção de um caminho mais verde vem sendo comemorada pelos ambientalistas que lutam pela diminuição das emissões de carbono e pelo cumprimento das metas firmadas no Acordo de Paris em 2016. Afinal, a China tem o pior índice de poluição do ar do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Em dezembro passado, dez cidades apresentaram péssima qualidade do ar, levando o governo a pedir que milhões de chineses ficassem em casa a fim de evitar danos à saúde causados pela poluição. A agência de energia chinesa afirma que até 2020 pretende gastar mais de US$ 360 bilhões em fontes de energia renováveis, como solar e eólica, cortando emissões de carbono e criando 13 milhões de empregos. Para 2030, o país prometeu aumentar a quantidade de energia proveniente de combustíveis não-fósseis para 20% do total. A busca pela mudança da composição energética não é tão recente e tem interesses variados. Ser líder no setor pode garantir segurança estratégica. E também traz oportunidades de exportação de tecnologias de baixa emissão de carbono para países da África, sul da Ásia e América Latina. E, além disso, pode tornar a China referência positiva num momento em que o mundo assiste o atual presidente americano desmontar e atacar a luta contra o aquecimento global.
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Em nova crítica, Renan diz que Dilma transfere ajuste para trabalhadores
Em mais uma crítica à presidente Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira (28) que a petista vai continuar sem condições de realizar pronunciamentos em cadeira de rádio e TV nas comemorações do 1º de Maio se o governo insistir em um ajuste fiscal que "penaliza" os trabalhadores. Renan afirmou que Dilma, ao promover um "ajuste trabalhista", perde a capacidade de negociar com a classe trabalhadora. "Esse ajuste não é um ajuste fiscal, o ajuste fiscal tem que cortar no Estado, tem que fazer a reforma do Estado. Esse é um ajuste trabalhista. E como ajuste trabalhista, a presidente está tendo dificuldades de falar no 1º de Maio porque a conta não pode ir para o trabalhador", afirmou. Renan também criticou o projeto de regulamentação da terceirização, em tramitação no Congresso, que segundo ele tem o aval da presidente. O peemedebista disse que a proposta é mais um motivo que tira de Dilma condições para falar aos trabalhadores. "Não podemos permitir que a terceirização da atividade-fim se faça sem limite. Isso é um retrocesso, o Brasil não pode pagar esse preço. E a presidente não pode fazer isso. Se a presidente continuar fazendo isso, ela vai continuar não tendo condições de falar no 1º de Maio. E nós precisamos dar um resposta ao povo brasileiro." Dilma optou por não fazer o tradicional pronunciamento do 1º de Maio em cadeia nacional de rádio e TV temendo um novo panelaço em reação à sua fala. É a primeira vez que isso ocorre em seus dois mandatos. A petista decidiu falar à população por meio da internet. A Folha antecipou que auxiliares da presidente aconselharam a ela que não fosse à TV enquanto a crise política e econômica não arrefecesse –o que, para eles, não acontecerá no curto prazo. Aliado da presidente, Renan vem fazendo sucessivas críticas à gestão de Dilma e às medidas de ajuste fiscal encaminhadas pelo governo ao Congresso. Até os partidos que compõem o governo Dilma ameaçam votar contra medidas de ajuste, especialmente as que mudam regras de direitos trabalhistas, como o seguro-desemprego e auxílio doença. TERCEIRIZAÇÃO O projeto que regulamenta a terceirização, aprovado pela Câmara na semana passada, será analisado agora pelos senadores. Renan defende mudanças drásticas na proposta, como retirar do texto a terceirização das atividades-fins das empresas. O peemedebista defende a aplicação de um percentual para definir qual seria o limite de trabalhadores terceirizados nesse tipo de atividade. "O importante é regulamentar a terceirização, aplicar a segurança jurídica, tirar esses trabalhadores e empresários da zona cinzenta. Mas não pode regulamentar a atividade-fim porque isso precariza as relações de trabalho e significa um novo modelo de desenvolvimento", afirmou Renan. O peemedebista está disposto a segurar a tramitação da proposta, que deve passar por pelo menos três comissões antes de seguir para análise do plenário. Mas vem mantendo conversas com sindicatos e empresários para discutir o texto.
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Em nova crítica, Renan diz que Dilma transfere ajuste para trabalhadoresEm mais uma crítica à presidente Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira (28) que a petista vai continuar sem condições de realizar pronunciamentos em cadeira de rádio e TV nas comemorações do 1º de Maio se o governo insistir em um ajuste fiscal que "penaliza" os trabalhadores. Renan afirmou que Dilma, ao promover um "ajuste trabalhista", perde a capacidade de negociar com a classe trabalhadora. "Esse ajuste não é um ajuste fiscal, o ajuste fiscal tem que cortar no Estado, tem que fazer a reforma do Estado. Esse é um ajuste trabalhista. E como ajuste trabalhista, a presidente está tendo dificuldades de falar no 1º de Maio porque a conta não pode ir para o trabalhador", afirmou. Renan também criticou o projeto de regulamentação da terceirização, em tramitação no Congresso, que segundo ele tem o aval da presidente. O peemedebista disse que a proposta é mais um motivo que tira de Dilma condições para falar aos trabalhadores. "Não podemos permitir que a terceirização da atividade-fim se faça sem limite. Isso é um retrocesso, o Brasil não pode pagar esse preço. E a presidente não pode fazer isso. Se a presidente continuar fazendo isso, ela vai continuar não tendo condições de falar no 1º de Maio. E nós precisamos dar um resposta ao povo brasileiro." Dilma optou por não fazer o tradicional pronunciamento do 1º de Maio em cadeia nacional de rádio e TV temendo um novo panelaço em reação à sua fala. É a primeira vez que isso ocorre em seus dois mandatos. A petista decidiu falar à população por meio da internet. A Folha antecipou que auxiliares da presidente aconselharam a ela que não fosse à TV enquanto a crise política e econômica não arrefecesse –o que, para eles, não acontecerá no curto prazo. Aliado da presidente, Renan vem fazendo sucessivas críticas à gestão de Dilma e às medidas de ajuste fiscal encaminhadas pelo governo ao Congresso. Até os partidos que compõem o governo Dilma ameaçam votar contra medidas de ajuste, especialmente as que mudam regras de direitos trabalhistas, como o seguro-desemprego e auxílio doença. TERCEIRIZAÇÃO O projeto que regulamenta a terceirização, aprovado pela Câmara na semana passada, será analisado agora pelos senadores. Renan defende mudanças drásticas na proposta, como retirar do texto a terceirização das atividades-fins das empresas. O peemedebista defende a aplicação de um percentual para definir qual seria o limite de trabalhadores terceirizados nesse tipo de atividade. "O importante é regulamentar a terceirização, aplicar a segurança jurídica, tirar esses trabalhadores e empresários da zona cinzenta. Mas não pode regulamentar a atividade-fim porque isso precariza as relações de trabalho e significa um novo modelo de desenvolvimento", afirmou Renan. O peemedebista está disposto a segurar a tramitação da proposta, que deve passar por pelo menos três comissões antes de seguir para análise do plenário. Mas vem mantendo conversas com sindicatos e empresários para discutir o texto.
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Chineses criam mundo espelhado que começa a mudar a ordem mundial
RESUMO Com visão e planejamento de longo prazo, Pequim vem tecendo sem alarde, mas sistematicamente, uma estrutura internacional paralela. Formada por uma série de organizações e mecanismos financeiros, ela começa a mudar a ordem mundial construída no pós-guerra, sob a liderança dos Estados Unidos. * Até uma década atrás, turistas chineses que viajavam pelo mundo eram alvo preferencial de ladrões. Sem possuir cartões de crédito, a maioria circulava com o bolso cheio de dinheiro vivo e eram presas altamente rentáveis para os gatunos. Isso começou a mudar em 2002, quando surgiu o cartão bancário UnionPay, a resposta chinesa para os gigantes americanos Visa e Mastercard. Desde então, a empresa já emitiu mais de 4,5 bilhões de cartões. Embora pouco conhecido fora da Ásia, o UnionPay já pode ser usado em 141 países, inclusive no Brasil (associado ao Itaú), e tornou-se o segundo cartão no mundo, só atrás do Visa. O desafio chinês ao domínio americano no mercado do "dinheiro de plástico" é apenas uma das pontas da teia global que Pequim vem tecendo sem alarde, mas sistematicamente. Uma estrutura internacional paralela, formada por uma série de organizações e mecanismos financeiros, que começa a mudar a ordem mundial construída no pós-guerra, sob a liderança dos Estados Unidos. Os acordos de Bretton Woods (1944) fincaram os alicerces para o funcionamento da economia mundial, numa arquitetura financeira acertada entre 44 países que resultou, entre outras coisas, na criação das instituições multilaterais de socorro, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial. Na época, Harry Dexter White, alto funcionário do Tesouro dos EUA que liderou as discussões ao lado do economista britânico John Maynard Keynes, comentou os novos ares que colocavam Washington e Moscou como os dois polos de poder global, encerrando um ciclo de três séculos do império britânico. "A União Soviética é um país que está chegando, o Reino Unido é um país que está indo embora", disse White. Sete décadas depois, o país que chega é a China. ENVERGADURA Em um estudo recente, o Instituto de Estudos Chineses Mercator (Merics), sediado em Berlim, mapeou as iniciativas da China que delineiam um mundo paralelo ao atual arcabouço econômico global. A envergadura do repertório chinês impressiona. Algumas das iniciativas: Novas instituições multilaterais de crédito, como o Banco de Desenvolvimento dos Brics (criado em julho) e o Banco de Infraestrutura e Investimento da Ásia (BIIA, cujo lançamento foi assinado por 21 países em outubro); a internacionalização de sua moeda, o yuan, com acordos bilaterais de "swap" e a disseminação do cartão UnionPay; a nova Rota da Seda, o ambicioso plano de reviver a ligação comercial entre a China e a Europa, via Ásia Central; até projetos que vão muito além de seu entorno asiático, como o canal da Nicarágua -uma alternativa ao do Panamá que começa a ser construído em breve com capital chinês. "Os desafios atuais ao arranjo pós-Guerra Fria dominado pelos EUA, da Ucrânia ao Oriente Médio, favorecem a expansão das estruturas paralelas como parte da política externa chinesa", concluem os pesquisadores alemães. Além de manter os EUA ocupados, permitindo que a China mova suas peças geopolíticas com mais desenvoltura, a crise na Ucrânia aproxima Moscou de Pequim, como comprova o acordo multibilionário de energia entre os dois países assinado em maio. Mikko Huotari, chefe do Programa de Política Externa e Relações Econômicas do Merics e um dos autores do estudo, contesta a visão alarmista de que a China está tentando demolir a estrutura atual. Ao mesmo tempo em que mantem a participação e tenta aumentar sua voz nas instituições existentes, diz ele, o país promove outras que possam satisfazer de forma mais adequada os seus interesses. "Há uma insatisfação muito clara entre os formuladores de política externa da China com a forma como as coisas funcionam globalmente", disse Huotari à Folha. "Se o sistema não está se adaptando às necessidades da China, a sensação entre eles é de que podem e devem fazer algo a respeito." O governo chinês insiste em que as novas instituições não representam uma competição com a estrutura existente. "Nosso objetivo é contribuir com o potencial de construção de infraestrutura na Ásia e incentivar o investimento na região", disse à Folha a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying. "O BIIA e o banco dos Brics terão um papel complementar aos mecanismos existentes." Em Washington, certamente as ações chinesas são vistas como um desafio a sua hegemonia. O governo americano não fez nenhuma questão de esconder a intensa campanha que realizou entre os aliados para que não entrassem no banco asiático encabeçado por Pequim. Deu certo, por enquanto, com Coreia do Sul, Austrália e Japão. Mas não com a Índia, um dos 21 países fundadores do BIIA. Um fato que não está em disputa e favorece a máquina de construção chinesa é o déficit de infraestrutura, na Ásia e no mundo em geral. O Banco de Desenvolvimento Asiático (BDA) estima que só o Leste da Ásia precisará de investimentos na ordem de US$ 8 trilhões em infraestrutura até 2020 para manter o crescimento econômico. "O consenso termina aí", assegura Ely Ratner, do centro de estudos New American Security em artigo na revista "Foreign Policy". Afinal, diz ele, ao oferecer uma instituição de crédito alternativa ao Banco Mundial e ao BDA a China claramente fortalece sua influência na Ásia e reduz a liderança regional dos Estados Unidos. Embora a ameaça pareça iminente aos olhos americanos, a engrenagem que Pequim está montando ainda está engatinhando. Para construir bancos internacionais é preciso ter uma capacidade de mão de obra que é limitada nos países emergentes, lembra o diplomata Marcos Caramuru de Paiva. Ex-cônsul do Brasil em Xangai, hoje sócio e gestor da KEMU Consultoria, com sede na cidade chinesa, ele vê o desenho de uma nova arquitetura mundial, mas que só a "longuíssimo prazo" poderá ter algum impacto. O diplomata percebe que, embora a China tenha amadurecido nos últimos anos em política externa, não está claro para os líderes em Pequim como suas ações moldarão o mundo. "Não é um projeto de poder, mas de influência econômica. Os EUA tinham um projeto político, de democracia casada com o capitalismo. A China não tem um projeto político para exportar. Tem um projeto econômico, muito centrado na área de infraestrutura, na qual suas empresas brilharam nos últimos anos", diz Caramuru, que também é colunista da Folha. YUAN A internacionalização da moeda chinesa tem um papel central na política externa econômica de Pequim de aumentar sua autonomia em relação às estruturas financeiras dominadas pelos EUA. Desde junho deste ano, o Banco Popular da China (o BC chinês), assinou acordos para a criação de bancos e compensação em Londres, Frankfurt, Seul, Paris, Luxemburgo, Doha, Toronto e Sydney. A marcha do yuan para se tornar uma das moedas globais de reserva é visível. O dólar americano permanece como a moeda dominante, mas em cinco anos o yuan saiu praticamente do zero para ser hoje usado em 15% do comércio mundial. "O progresso que o BC chinês obteve nos últimos cinco anos é incrível", diz Mikko Huotari. Avançar com tal velocidade nesses processos altamente complexos de cooperação financeira é algo que ele considera "sem precedentes". Os mecanismos financeiros promovidos por Pequim duplicam em parte o sistema de Bretton-Woods e outras estruturas existentes, mostra o estudo alemão: para o Banco Mundial, o Banco dos Brics; para o FMI, o fundo de reservas do Brics e a Iniciativa Chiang Mai, uma rede asiática multilateral de financiamento; para o Visa e Mastercard, o UnionPay, entre outros muitos exemplos. As organizações internacionais do pós-guerra refletiram e disseminaram os valores dos Estados Unidos, que protegeram seu interesse nacional por meio de uma arquitetura internacional favorável e sob o seu controle, lembra Evandro Menezes de Carvalho, professor de Direito Global da FGV-Rio e professor visitante do Centro Brics da Universidade Fudan, em Xangai. CÓPIA O mundo mudou, mas as instituições internacionais mantiveram a mesma divisão de poder do pós-gerra. A reforma do FMI, acordada em 2010 e que dá aos emergentes mais poder de voto, está parada no Congresso americano. Para Carvalho, as incertezas sobre o futuro, potencializadas com a crise financeira de 2008, puseram os países em situação de alerta, "reativos e incapazes de pensar a longo prazo". A exceção é a China. "É um dos poucos países que está planejando a sua política externa a longo prazo. E o faz por meio do método pelo qual a China tornou-se famosa no Ocidente: a cópia", diz Carvalho. "A China cria instituições-espelho do sistema internacional, mais próximas da sua imagem, sem alterar os princípios basilares da sociedade de Estados, que são o respeito à soberania e a não ingerência em assuntos internos de governos estrangeiros." Para ele, a emergência de "novos desenhos institucionais para o mundo" favorece o Brasil em sua demanda por maior participação em instituições internacionais. Já Marcos Caramuru acha que o Brasil sai perdendo. No banco dos Brics, por exemplo, as empresas do país não terão força para ganhar das chinesas em concorrências para os projetos, afirma. "Esses novos bancos de crédito vão consolidar a presença de muitas dessas empresas chinesas", diz ele. "Temos que ter uma estratégia. A China é muito forte, tem recursos na mão, empresas que se fortaleceram muito, um sistema financeiro comandado pelo Estado. É um competidor pesado, nos tira de vários mercados." No aspecto político, o que em princípio poderia ser considerado uma vantagem, a não ingerência em assuntos domésticos, tem outro lado, que é motivo de preocupação. Ao contrário do Banco Mundial e do FMI, que dita uma cartilha de exigências sobre temas como meio ambiente e condições trabalhistas, o presidente chinês, Xi Jinping, já disse que Pequim oferece assistência "sem amarras políticas". Em alguns casos, essa política significa o envolvimento em práticas contestadas, que provocam resistência das populações locais. Um exemplo é a hidrelétrica de Myitsone, em Mianmar, um projeto de US$ 3,6 bilhões de uma empresa chinesa que está parado desde 2010 por oposição das comunidades que seriam deslocadas. Outro tiro pela culatra, mais recente, foi a revogação de uma licitação de US$ 3,7 bilhões para um projeto de trens de alta velocidade vencida no México pela estatal China Railway Construction Corp (CRCC). O governo mexicano justificou o cancelamento citando "dúvidas do público" sobre a lisura da concorrência, na qual o consórcio vencedor era o único na disputa. O enredo ganhou contornos de escândalo nacional quando uma reportagem revelou que a mansão de US$ 7 milhões da primeira-dama estava em nome de um dos parceiros mexicanos do consórcio liderado pela CRCC. MARCELO NINIO, 48, é correspondente da Folha em Pequim.
ilustrissima
Chineses criam mundo espelhado que começa a mudar a ordem mundialRESUMO Com visão e planejamento de longo prazo, Pequim vem tecendo sem alarde, mas sistematicamente, uma estrutura internacional paralela. Formada por uma série de organizações e mecanismos financeiros, ela começa a mudar a ordem mundial construída no pós-guerra, sob a liderança dos Estados Unidos. * Até uma década atrás, turistas chineses que viajavam pelo mundo eram alvo preferencial de ladrões. Sem possuir cartões de crédito, a maioria circulava com o bolso cheio de dinheiro vivo e eram presas altamente rentáveis para os gatunos. Isso começou a mudar em 2002, quando surgiu o cartão bancário UnionPay, a resposta chinesa para os gigantes americanos Visa e Mastercard. Desde então, a empresa já emitiu mais de 4,5 bilhões de cartões. Embora pouco conhecido fora da Ásia, o UnionPay já pode ser usado em 141 países, inclusive no Brasil (associado ao Itaú), e tornou-se o segundo cartão no mundo, só atrás do Visa. O desafio chinês ao domínio americano no mercado do "dinheiro de plástico" é apenas uma das pontas da teia global que Pequim vem tecendo sem alarde, mas sistematicamente. Uma estrutura internacional paralela, formada por uma série de organizações e mecanismos financeiros, que começa a mudar a ordem mundial construída no pós-guerra, sob a liderança dos Estados Unidos. Os acordos de Bretton Woods (1944) fincaram os alicerces para o funcionamento da economia mundial, numa arquitetura financeira acertada entre 44 países que resultou, entre outras coisas, na criação das instituições multilaterais de socorro, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial. Na época, Harry Dexter White, alto funcionário do Tesouro dos EUA que liderou as discussões ao lado do economista britânico John Maynard Keynes, comentou os novos ares que colocavam Washington e Moscou como os dois polos de poder global, encerrando um ciclo de três séculos do império britânico. "A União Soviética é um país que está chegando, o Reino Unido é um país que está indo embora", disse White. Sete décadas depois, o país que chega é a China. ENVERGADURA Em um estudo recente, o Instituto de Estudos Chineses Mercator (Merics), sediado em Berlim, mapeou as iniciativas da China que delineiam um mundo paralelo ao atual arcabouço econômico global. A envergadura do repertório chinês impressiona. Algumas das iniciativas: Novas instituições multilaterais de crédito, como o Banco de Desenvolvimento dos Brics (criado em julho) e o Banco de Infraestrutura e Investimento da Ásia (BIIA, cujo lançamento foi assinado por 21 países em outubro); a internacionalização de sua moeda, o yuan, com acordos bilaterais de "swap" e a disseminação do cartão UnionPay; a nova Rota da Seda, o ambicioso plano de reviver a ligação comercial entre a China e a Europa, via Ásia Central; até projetos que vão muito além de seu entorno asiático, como o canal da Nicarágua -uma alternativa ao do Panamá que começa a ser construído em breve com capital chinês. "Os desafios atuais ao arranjo pós-Guerra Fria dominado pelos EUA, da Ucrânia ao Oriente Médio, favorecem a expansão das estruturas paralelas como parte da política externa chinesa", concluem os pesquisadores alemães. Além de manter os EUA ocupados, permitindo que a China mova suas peças geopolíticas com mais desenvoltura, a crise na Ucrânia aproxima Moscou de Pequim, como comprova o acordo multibilionário de energia entre os dois países assinado em maio. Mikko Huotari, chefe do Programa de Política Externa e Relações Econômicas do Merics e um dos autores do estudo, contesta a visão alarmista de que a China está tentando demolir a estrutura atual. Ao mesmo tempo em que mantem a participação e tenta aumentar sua voz nas instituições existentes, diz ele, o país promove outras que possam satisfazer de forma mais adequada os seus interesses. "Há uma insatisfação muito clara entre os formuladores de política externa da China com a forma como as coisas funcionam globalmente", disse Huotari à Folha. "Se o sistema não está se adaptando às necessidades da China, a sensação entre eles é de que podem e devem fazer algo a respeito." O governo chinês insiste em que as novas instituições não representam uma competição com a estrutura existente. "Nosso objetivo é contribuir com o potencial de construção de infraestrutura na Ásia e incentivar o investimento na região", disse à Folha a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying. "O BIIA e o banco dos Brics terão um papel complementar aos mecanismos existentes." Em Washington, certamente as ações chinesas são vistas como um desafio a sua hegemonia. O governo americano não fez nenhuma questão de esconder a intensa campanha que realizou entre os aliados para que não entrassem no banco asiático encabeçado por Pequim. Deu certo, por enquanto, com Coreia do Sul, Austrália e Japão. Mas não com a Índia, um dos 21 países fundadores do BIIA. Um fato que não está em disputa e favorece a máquina de construção chinesa é o déficit de infraestrutura, na Ásia e no mundo em geral. O Banco de Desenvolvimento Asiático (BDA) estima que só o Leste da Ásia precisará de investimentos na ordem de US$ 8 trilhões em infraestrutura até 2020 para manter o crescimento econômico. "O consenso termina aí", assegura Ely Ratner, do centro de estudos New American Security em artigo na revista "Foreign Policy". Afinal, diz ele, ao oferecer uma instituição de crédito alternativa ao Banco Mundial e ao BDA a China claramente fortalece sua influência na Ásia e reduz a liderança regional dos Estados Unidos. Embora a ameaça pareça iminente aos olhos americanos, a engrenagem que Pequim está montando ainda está engatinhando. Para construir bancos internacionais é preciso ter uma capacidade de mão de obra que é limitada nos países emergentes, lembra o diplomata Marcos Caramuru de Paiva. Ex-cônsul do Brasil em Xangai, hoje sócio e gestor da KEMU Consultoria, com sede na cidade chinesa, ele vê o desenho de uma nova arquitetura mundial, mas que só a "longuíssimo prazo" poderá ter algum impacto. O diplomata percebe que, embora a China tenha amadurecido nos últimos anos em política externa, não está claro para os líderes em Pequim como suas ações moldarão o mundo. "Não é um projeto de poder, mas de influência econômica. Os EUA tinham um projeto político, de democracia casada com o capitalismo. A China não tem um projeto político para exportar. Tem um projeto econômico, muito centrado na área de infraestrutura, na qual suas empresas brilharam nos últimos anos", diz Caramuru, que também é colunista da Folha. YUAN A internacionalização da moeda chinesa tem um papel central na política externa econômica de Pequim de aumentar sua autonomia em relação às estruturas financeiras dominadas pelos EUA. Desde junho deste ano, o Banco Popular da China (o BC chinês), assinou acordos para a criação de bancos e compensação em Londres, Frankfurt, Seul, Paris, Luxemburgo, Doha, Toronto e Sydney. A marcha do yuan para se tornar uma das moedas globais de reserva é visível. O dólar americano permanece como a moeda dominante, mas em cinco anos o yuan saiu praticamente do zero para ser hoje usado em 15% do comércio mundial. "O progresso que o BC chinês obteve nos últimos cinco anos é incrível", diz Mikko Huotari. Avançar com tal velocidade nesses processos altamente complexos de cooperação financeira é algo que ele considera "sem precedentes". Os mecanismos financeiros promovidos por Pequim duplicam em parte o sistema de Bretton-Woods e outras estruturas existentes, mostra o estudo alemão: para o Banco Mundial, o Banco dos Brics; para o FMI, o fundo de reservas do Brics e a Iniciativa Chiang Mai, uma rede asiática multilateral de financiamento; para o Visa e Mastercard, o UnionPay, entre outros muitos exemplos. As organizações internacionais do pós-guerra refletiram e disseminaram os valores dos Estados Unidos, que protegeram seu interesse nacional por meio de uma arquitetura internacional favorável e sob o seu controle, lembra Evandro Menezes de Carvalho, professor de Direito Global da FGV-Rio e professor visitante do Centro Brics da Universidade Fudan, em Xangai. CÓPIA O mundo mudou, mas as instituições internacionais mantiveram a mesma divisão de poder do pós-gerra. A reforma do FMI, acordada em 2010 e que dá aos emergentes mais poder de voto, está parada no Congresso americano. Para Carvalho, as incertezas sobre o futuro, potencializadas com a crise financeira de 2008, puseram os países em situação de alerta, "reativos e incapazes de pensar a longo prazo". A exceção é a China. "É um dos poucos países que está planejando a sua política externa a longo prazo. E o faz por meio do método pelo qual a China tornou-se famosa no Ocidente: a cópia", diz Carvalho. "A China cria instituições-espelho do sistema internacional, mais próximas da sua imagem, sem alterar os princípios basilares da sociedade de Estados, que são o respeito à soberania e a não ingerência em assuntos internos de governos estrangeiros." Para ele, a emergência de "novos desenhos institucionais para o mundo" favorece o Brasil em sua demanda por maior participação em instituições internacionais. Já Marcos Caramuru acha que o Brasil sai perdendo. No banco dos Brics, por exemplo, as empresas do país não terão força para ganhar das chinesas em concorrências para os projetos, afirma. "Esses novos bancos de crédito vão consolidar a presença de muitas dessas empresas chinesas", diz ele. "Temos que ter uma estratégia. A China é muito forte, tem recursos na mão, empresas que se fortaleceram muito, um sistema financeiro comandado pelo Estado. É um competidor pesado, nos tira de vários mercados." No aspecto político, o que em princípio poderia ser considerado uma vantagem, a não ingerência em assuntos domésticos, tem outro lado, que é motivo de preocupação. Ao contrário do Banco Mundial e do FMI, que dita uma cartilha de exigências sobre temas como meio ambiente e condições trabalhistas, o presidente chinês, Xi Jinping, já disse que Pequim oferece assistência "sem amarras políticas". Em alguns casos, essa política significa o envolvimento em práticas contestadas, que provocam resistência das populações locais. Um exemplo é a hidrelétrica de Myitsone, em Mianmar, um projeto de US$ 3,6 bilhões de uma empresa chinesa que está parado desde 2010 por oposição das comunidades que seriam deslocadas. Outro tiro pela culatra, mais recente, foi a revogação de uma licitação de US$ 3,7 bilhões para um projeto de trens de alta velocidade vencida no México pela estatal China Railway Construction Corp (CRCC). O governo mexicano justificou o cancelamento citando "dúvidas do público" sobre a lisura da concorrência, na qual o consórcio vencedor era o único na disputa. O enredo ganhou contornos de escândalo nacional quando uma reportagem revelou que a mansão de US$ 7 milhões da primeira-dama estava em nome de um dos parceiros mexicanos do consórcio liderado pela CRCC. MARCELO NINIO, 48, é correspondente da Folha em Pequim.
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Pessoas foram contratadas pra encher balões vermelhos; veja
Funcionários foram contratados pra encher 2.000 balões vermelhos, que serão usados no ato desta sexta (18) na avenida Paulista. No vídeo, manifestante anti-governo insulta o funcionário. O acirramento da crise política do governo Dilma continua nesta sexta (18), dois dias após a divulgação de grampo telefônico que sugere ação de Dilma para evitar eventual prisão do ex-presidente Lula. Após a primeira liminar suspendendo a nomeação de Lula, da Justiça de Brasília, ter sido derrubada ontem pelo TRF-1, o TRF-2 derrubou a segunda, da Justiça do Rio, no início da tarde de hoje. Lula, porém, voltou a ser ministro apenas por minutos. Isso porque uma terceira liminar, agora da Justiça paulista, determinou a suspensão da posse do ex-presidente como ministro da Casa Civil. À noite, o ministro do STF Gilmar Mendes suspendeu a posse de Lula e determinou que a investigação sobre o petista na Lava Jato fique sob a condução do juiz Sergio Moro. Saiba mais
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Pessoas foram contratadas pra encher balões vermelhos; vejaFuncionários foram contratados pra encher 2.000 balões vermelhos, que serão usados no ato desta sexta (18) na avenida Paulista. No vídeo, manifestante anti-governo insulta o funcionário. O acirramento da crise política do governo Dilma continua nesta sexta (18), dois dias após a divulgação de grampo telefônico que sugere ação de Dilma para evitar eventual prisão do ex-presidente Lula. Após a primeira liminar suspendendo a nomeação de Lula, da Justiça de Brasília, ter sido derrubada ontem pelo TRF-1, o TRF-2 derrubou a segunda, da Justiça do Rio, no início da tarde de hoje. Lula, porém, voltou a ser ministro apenas por minutos. Isso porque uma terceira liminar, agora da Justiça paulista, determinou a suspensão da posse do ex-presidente como ministro da Casa Civil. À noite, o ministro do STF Gilmar Mendes suspendeu a posse de Lula e determinou que a investigação sobre o petista na Lava Jato fique sob a condução do juiz Sergio Moro. Saiba mais
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Ciclofaixa no parque da Luz não funciona neste domingo
A Ciclofaixa de Lazer Centro-Luz não será ativada no entorno do parque da Luz devido à realização de uma exposição de veículos antigos. fOs ciclistas deverão retornar na avenida Cásper Líbero, junto à rua Mauá. Haverá interdição em ambas as pistas na praça da Luz entre a rua Brigadeiro Tobias e o viaduto General Couto Magalhães, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). A realização de testes no sistema de controle dos trens vai alterar o funcionamento das linhas 5-Lilás e 15-Prata do Metrô. A linha Lilás deixará de funcionar entre 4h40 e 12h –nesse período, os passageiros serão atendidos gratuitamente por um ônibus (usuários da linha Esmeralda, da CPTM, que fazem a transferência para o Metrô na estação Santo Amaro também poderão usar o transporte). Já as estações Vila Prudente e Oratório, da linha Prata, ficarão fechadas das 6h às 14h –também haverá um ônibus para atender os usuários. * TEMPO Com máxima de 19ºC e mínima de 11ºC, previsão é de dia nublado pela manhã, com possibilidade de garoa, segundo o Climatempo. AGENDA CULTURAL Shows | Com mais de 15 anos de carreira, Ellen Oléria presta homenagem a nomes de peso da música popular brasileira, a exemplo de Milton Nascimento, Baden Powell e Jorge Ben Jor. Veja outros shows que ocorrem neste domingo. Sesc Santana - teatro - av. Luiz Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo, região norte, tel. 2971-8700. 330 lugares. 18h. 90 min. Livre. Ingr.: R$ 7,50 a R$ 25. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11). Ingr. p/ sescsp.org.br/santana. Cinema | Neste domingo (1º/5), o Mirante 9 de Julho realiza sessão de cinema em homenagem a Prince (1958-2016) com exibição do filme "Purple Rain", do qual ele é o protagonista. Mirante 9 de Julho - r. Carlos Comenale, s/nº, Bela Vista. Telefone: 3111-6330. Dom. (1º): 19h. Grátis
saopaulo
Ciclofaixa no parque da Luz não funciona neste domingoA Ciclofaixa de Lazer Centro-Luz não será ativada no entorno do parque da Luz devido à realização de uma exposição de veículos antigos. fOs ciclistas deverão retornar na avenida Cásper Líbero, junto à rua Mauá. Haverá interdição em ambas as pistas na praça da Luz entre a rua Brigadeiro Tobias e o viaduto General Couto Magalhães, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). A realização de testes no sistema de controle dos trens vai alterar o funcionamento das linhas 5-Lilás e 15-Prata do Metrô. A linha Lilás deixará de funcionar entre 4h40 e 12h –nesse período, os passageiros serão atendidos gratuitamente por um ônibus (usuários da linha Esmeralda, da CPTM, que fazem a transferência para o Metrô na estação Santo Amaro também poderão usar o transporte). Já as estações Vila Prudente e Oratório, da linha Prata, ficarão fechadas das 6h às 14h –também haverá um ônibus para atender os usuários. * TEMPO Com máxima de 19ºC e mínima de 11ºC, previsão é de dia nublado pela manhã, com possibilidade de garoa, segundo o Climatempo. AGENDA CULTURAL Shows | Com mais de 15 anos de carreira, Ellen Oléria presta homenagem a nomes de peso da música popular brasileira, a exemplo de Milton Nascimento, Baden Powell e Jorge Ben Jor. Veja outros shows que ocorrem neste domingo. Sesc Santana - teatro - av. Luiz Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo, região norte, tel. 2971-8700. 330 lugares. 18h. 90 min. Livre. Ingr.: R$ 7,50 a R$ 25. Estac. (R$ 4,50 e R$ 10 a 1ª h; shows e espetáculos: R$ 5,50 e R$ 11). Ingr. p/ sescsp.org.br/santana. Cinema | Neste domingo (1º/5), o Mirante 9 de Julho realiza sessão de cinema em homenagem a Prince (1958-2016) com exibição do filme "Purple Rain", do qual ele é o protagonista. Mirante 9 de Julho - r. Carlos Comenale, s/nº, Bela Vista. Telefone: 3111-6330. Dom. (1º): 19h. Grátis
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Loja usa até avião para entregar caiaques em Fernando de Noronha
Quando a contadora Ana Paula Casé Abreu, 37, encomendou pela internet, em agosto passado, quatro caiaques novos para entrega na ilha de Fernando de Noronha (PE), não imaginou que iniciava ali uma complexa logística nacional. Entregar encomendas em um país de dimensões continentais e áreas inacessíveis é um desafio para as empresas de e-commerce e para os Correios. Para isso, utilizam barcos e aviões, além de veículos terrestres —como caminhões, furgões e motos. No caso dos caiaques de Ana Paula, a Centauro gastou R$ 698,80 para fazê-los chegar ao arquipélago. Teve até de alugar um avião. "O prazo inicial de entrega era de 21 dias úteis. Precisei acionar a empresa e, após reclamar, a mercadoria chegou rápido", relata a contadora, que gastou cerca de R$ 5.000 na compra, mas se livrou do custo de frete inicial (R$ 300), bancado pela empresa devido ao atraso. Para atender a cliente, a empresa usou uma aeronave pequena, que partiu do Recife para Fernando de Noronha. A SBNET, responsável pelo e-commerce da Centauro, diz que há lugares em que o frete inviabiliza a compra. Mesmo assim, a compra é efetuada, diz Gustavo Furtado, diretor da empresa. "O importante é fazer o produto chegar." VIAGENS RESTRITAS Os Correios dizem que têm suporte para entregar encomendas em qualquer município do Brasil. Em algumas cidades do Amazonas, maior Estado do país, os Correios precisam lidar com o clima da floresta amazônica. No inverno, quando chove diariamente, os barcos viajam dia e noite. Durante o verão —época de seca—, as viagens se restringem ao período noturno. Em alguns casos, uma viagem de barco com encomendas pode durar 35 dias. Segundo os Correios, 120 mil pessoas e 26 mil veículos, além de 12 linhas de transporte aéreo, integram o sistema de logística nacional. Segundo simulação dos Correios, o envio de uma mercadoria de 30 kg do RS para o interior do Amazonas (a mais longa) sai por R$ 895,30.
mercado
Loja usa até avião para entregar caiaques em Fernando de NoronhaQuando a contadora Ana Paula Casé Abreu, 37, encomendou pela internet, em agosto passado, quatro caiaques novos para entrega na ilha de Fernando de Noronha (PE), não imaginou que iniciava ali uma complexa logística nacional. Entregar encomendas em um país de dimensões continentais e áreas inacessíveis é um desafio para as empresas de e-commerce e para os Correios. Para isso, utilizam barcos e aviões, além de veículos terrestres —como caminhões, furgões e motos. No caso dos caiaques de Ana Paula, a Centauro gastou R$ 698,80 para fazê-los chegar ao arquipélago. Teve até de alugar um avião. "O prazo inicial de entrega era de 21 dias úteis. Precisei acionar a empresa e, após reclamar, a mercadoria chegou rápido", relata a contadora, que gastou cerca de R$ 5.000 na compra, mas se livrou do custo de frete inicial (R$ 300), bancado pela empresa devido ao atraso. Para atender a cliente, a empresa usou uma aeronave pequena, que partiu do Recife para Fernando de Noronha. A SBNET, responsável pelo e-commerce da Centauro, diz que há lugares em que o frete inviabiliza a compra. Mesmo assim, a compra é efetuada, diz Gustavo Furtado, diretor da empresa. "O importante é fazer o produto chegar." VIAGENS RESTRITAS Os Correios dizem que têm suporte para entregar encomendas em qualquer município do Brasil. Em algumas cidades do Amazonas, maior Estado do país, os Correios precisam lidar com o clima da floresta amazônica. No inverno, quando chove diariamente, os barcos viajam dia e noite. Durante o verão —época de seca—, as viagens se restringem ao período noturno. Em alguns casos, uma viagem de barco com encomendas pode durar 35 dias. Segundo os Correios, 120 mil pessoas e 26 mil veículos, além de 12 linhas de transporte aéreo, integram o sistema de logística nacional. Segundo simulação dos Correios, o envio de uma mercadoria de 30 kg do RS para o interior do Amazonas (a mais longa) sai por R$ 895,30.
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Desmatamento cresce 282% na Amazônia em fevereiro, diz instituto
Em fevereiro deste ano, o desmatamento na Amazônia foi de 42 km², o que representa um aumento de 282% em relação ao mesmo mês de 2014, quando foram devastados 11 km². Os dados foram detectados pelo SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), ONG que monitora a região com sistema próprio. De acordo com o boletim, em fevereiro de 2015, a maior parte da devastação foi observada em Mato Grosso (37%) e Roraima (28%), seguidos por Amazonas (16%), Pará (14%) e Rondônia (5%). O desmatamento acumulado entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015 –sete primeiros meses do calendário oficial de medição– atingiu 1.702 km², um crescimento de 215% em relação ao período anterior (agosto de 2013 a fevereiro de 2014), quando 540 km² foram destruídos. O Imazon também divulgou dados sobre as florestas degradadas na região: 49 km² em fevereiro de 2015, contra 50 km² do ano anterior, uma redução de 2% na área de estrago. A ONG pondera, porém, que mais da metade (59%) da área florestal da Amazônia Legal estava coberta por nuvens, o que pode dificultar o monitoramento. Os dados completos sobre devastação na região são consolidados anualmente por outro sistema, o Prodes (Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite), do Inpe.
ambiente
Desmatamento cresce 282% na Amazônia em fevereiro, diz institutoEm fevereiro deste ano, o desmatamento na Amazônia foi de 42 km², o que representa um aumento de 282% em relação ao mesmo mês de 2014, quando foram devastados 11 km². Os dados foram detectados pelo SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), ONG que monitora a região com sistema próprio. De acordo com o boletim, em fevereiro de 2015, a maior parte da devastação foi observada em Mato Grosso (37%) e Roraima (28%), seguidos por Amazonas (16%), Pará (14%) e Rondônia (5%). O desmatamento acumulado entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015 –sete primeiros meses do calendário oficial de medição– atingiu 1.702 km², um crescimento de 215% em relação ao período anterior (agosto de 2013 a fevereiro de 2014), quando 540 km² foram destruídos. O Imazon também divulgou dados sobre as florestas degradadas na região: 49 km² em fevereiro de 2015, contra 50 km² do ano anterior, uma redução de 2% na área de estrago. A ONG pondera, porém, que mais da metade (59%) da área florestal da Amazônia Legal estava coberta por nuvens, o que pode dificultar o monitoramento. Os dados completos sobre devastação na região são consolidados anualmente por outro sistema, o Prodes (Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite), do Inpe.
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O segredo da Universal
Qual é o segredo do sucesso da Igreja Universal do Reino de Deus? Essa é uma das perguntas que mais ouvi nos últimos 40 anos. Em 9 de julho de 1977, de dentro de uma antiga funerária no subúrbio do Rio de Janeiro, quando pregava para algumas poucas pessoas que ali compareciam, ninguém poderia imaginar que estávamos iniciando um dos maiores movimentos de fé e de solidariedade que, rapidamente, ganharia o Brasil e se espalharia pelo mundo. Enfrentamos preconceitos e injustiças. Lutamos contra tentativas de cerceamento praticadas por quem não aceita que é o homem que escolhe a fé que atende a suas aspirações, não a fé ou igreja que escolhem o homem. Por outro lado, parte dos nossos agressores talvez não conheça o verdadeiro trabalho da Universal e o resultado dele na vida das pessoas. Por exemplo, no estímulo aos nossos 9 milhões de fiéis para que busquem o sucesso profissional e o conforto material que merecem. Nossos 7.157 templos e catedrais instalados em todos os Estados e no Distrito Federal e nossas 2.857 igrejas no exterior são campo fértil para encontrar gente que se reencontrou com a vida e hoje prospera. Na união de homens e mulheres solitários, ajudamos na busca do verdadeiro amor que estabelece casais e forma famílias, por intermédio da Terapia do Amor. Resgatamos dependentes do inferno do vício. Somente em 2016, foram mais de 55 mil auxiliados por nosso programa Vício Tem Cura. Acolhemos moradores de rua, em um total de 560 mil atendimentos por ano, em nossos "Anjos da Madrugada". Ressocializamos detentos em todo o Brasil. Entre os presos e seus familiares, fazemos mais de 837 mil atendimentos por ano pelo programa social Universal nos Presídios. Amparamos 56 mil mulheres vítimas da violência doméstica com nosso programa Raabe. Mobilizamos milhões de jovens carentes ou sem perspectiva na busca de um futuro como cidadãos de bem com a Força Jovem Universal. Ofertamos afeto e atenção a 386 mil idosos abandonados por suas famílias com o programa Calebe. A força para realizar tanto vem de uma só fonte: da Palavra. Os professores, verdadeiros esteios de nossa sociedade, sabem o quanto suas palavras e ações podem afetar seus alunos. Assim formam médicos, que exercem a arte da cura; forjam engenheiros nas mais variadas vertentes; arquitetos que projetam casas, pontes e cidades. As palavras dos professores também concebem políticos e governantes que criam, fiscalizam e executam leis para beneficiar a população. Mas se a palavra de um professor forma aqueles que desenvolverão nações e feitos incríveis, o que dizer da Palavra de Deus, do que Ela pode fazer na vida daqueles que A praticam? Essa Palavra nunca volta vazia. Ela se cumpre, exatamente como está escrito, independentemente da passagem do tempo. Ela é eficaz. Pois bem: é por causa d'Ela que a Universal trabalha. E é por isso que tem superado todo tipo de adversidade e chegou até aqui com relativo sucesso. Sucesso por ter atravessado fronteiras, superando barreiras de diferentes línguas, costumes, culturas, religiões, sociedades ultraconservadoras e muito mais. O êxito, no entanto, é relativo. Ainda há muito o que se fazer para divulgar essa Palavra mundo afora. E esse é o nosso principal foco. Essa Palavra é o poder das Sagradas Escrituras fluindo como o vento do Espírito na transformação de vidas recuperadas em todos os sentidos. A Palavra de Deus é a razão para termos chegado até aqui. E é por causa dela que temos a certeza de que vamos atingir muito mais. Aos 40 anos de existência, nós, da Universal, dedicamos tudo isso a Deus e à Sua Palavra. Estamos firmes na certeza, absoluta, de que o Céu e a Terra passarão, mas as Palavras do Altíssimo não hão de passar (Mateus 24:35). BISPO EDIR MACEDO BEZERRA é líder espiritual e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
opiniao
O segredo da UniversalQual é o segredo do sucesso da Igreja Universal do Reino de Deus? Essa é uma das perguntas que mais ouvi nos últimos 40 anos. Em 9 de julho de 1977, de dentro de uma antiga funerária no subúrbio do Rio de Janeiro, quando pregava para algumas poucas pessoas que ali compareciam, ninguém poderia imaginar que estávamos iniciando um dos maiores movimentos de fé e de solidariedade que, rapidamente, ganharia o Brasil e se espalharia pelo mundo. Enfrentamos preconceitos e injustiças. Lutamos contra tentativas de cerceamento praticadas por quem não aceita que é o homem que escolhe a fé que atende a suas aspirações, não a fé ou igreja que escolhem o homem. Por outro lado, parte dos nossos agressores talvez não conheça o verdadeiro trabalho da Universal e o resultado dele na vida das pessoas. Por exemplo, no estímulo aos nossos 9 milhões de fiéis para que busquem o sucesso profissional e o conforto material que merecem. Nossos 7.157 templos e catedrais instalados em todos os Estados e no Distrito Federal e nossas 2.857 igrejas no exterior são campo fértil para encontrar gente que se reencontrou com a vida e hoje prospera. Na união de homens e mulheres solitários, ajudamos na busca do verdadeiro amor que estabelece casais e forma famílias, por intermédio da Terapia do Amor. Resgatamos dependentes do inferno do vício. Somente em 2016, foram mais de 55 mil auxiliados por nosso programa Vício Tem Cura. Acolhemos moradores de rua, em um total de 560 mil atendimentos por ano, em nossos "Anjos da Madrugada". Ressocializamos detentos em todo o Brasil. Entre os presos e seus familiares, fazemos mais de 837 mil atendimentos por ano pelo programa social Universal nos Presídios. Amparamos 56 mil mulheres vítimas da violência doméstica com nosso programa Raabe. Mobilizamos milhões de jovens carentes ou sem perspectiva na busca de um futuro como cidadãos de bem com a Força Jovem Universal. Ofertamos afeto e atenção a 386 mil idosos abandonados por suas famílias com o programa Calebe. A força para realizar tanto vem de uma só fonte: da Palavra. Os professores, verdadeiros esteios de nossa sociedade, sabem o quanto suas palavras e ações podem afetar seus alunos. Assim formam médicos, que exercem a arte da cura; forjam engenheiros nas mais variadas vertentes; arquitetos que projetam casas, pontes e cidades. As palavras dos professores também concebem políticos e governantes que criam, fiscalizam e executam leis para beneficiar a população. Mas se a palavra de um professor forma aqueles que desenvolverão nações e feitos incríveis, o que dizer da Palavra de Deus, do que Ela pode fazer na vida daqueles que A praticam? Essa Palavra nunca volta vazia. Ela se cumpre, exatamente como está escrito, independentemente da passagem do tempo. Ela é eficaz. Pois bem: é por causa d'Ela que a Universal trabalha. E é por isso que tem superado todo tipo de adversidade e chegou até aqui com relativo sucesso. Sucesso por ter atravessado fronteiras, superando barreiras de diferentes línguas, costumes, culturas, religiões, sociedades ultraconservadoras e muito mais. O êxito, no entanto, é relativo. Ainda há muito o que se fazer para divulgar essa Palavra mundo afora. E esse é o nosso principal foco. Essa Palavra é o poder das Sagradas Escrituras fluindo como o vento do Espírito na transformação de vidas recuperadas em todos os sentidos. A Palavra de Deus é a razão para termos chegado até aqui. E é por causa dela que temos a certeza de que vamos atingir muito mais. Aos 40 anos de existência, nós, da Universal, dedicamos tudo isso a Deus e à Sua Palavra. Estamos firmes na certeza, absoluta, de que o Céu e a Terra passarão, mas as Palavras do Altíssimo não hão de passar (Mateus 24:35). BISPO EDIR MACEDO BEZERRA é líder espiritual e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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É hora de os EUA virarem a página, diz Obama em discurso
Após 15 anos sofrendo com problemas econômicos, terrorismo e duas longas guerras, é hora de os Estados Unidos virarem a página, afirmou o presidente norte-americano, Barack Obama. "A sombra da crise passou, e o Estado da União está forte", disse Obama. "Agora cabe a nós escolher quem queremos ser nos próximos 15 anos, e nas décadas que virão." Obama fez nesta terça-feira (20) seu discurso do "Estado da União", o mais importante do ano, diante de um Congresso totalmente controlado pela oposição –um cenário inédito em seis anos à frente da Casa Branca. Após a dura derrota nas eleições legislativas, Obama afirmou que pretendia negociar com o Partido Republicano e acabar com a longa paralisia no Congresso. Mas os sinais emitidos pelo presidente desde então mostram um posicionamento na direção contrária: Obama está disposto a reforçar as diferenças entre seu governo e a oposição e usar seus poderes executivos para garantir seu legado na Presidência nos dois anos finais de seu mandato. Com esse espírito, Obama apresentou propostas que incluem o aumento dos impostos cobrados dos mais ricos e das grandes instituições financeiras como forma de financiar maiores benefícios para a classe média –uma medida historicamente impopular entre os republicanos. Ele também pressionou pelo aumento do salário mínimo e mais benefícios trabalhistas. "Nós vamos aceitar uma economia em que apenas alguns de nós são bem-sucedidos? Ou vamos nos comprometer com uma economia que gere aumento da renda e chances para todos que se esforcem?" O presidente concentrou a primeira parte de seu discurso nas conquistas econômicas desde que assumiu a Presidência, em 2009, auge da crise. "Nos últimos cinco anos, nossas empresas criaram mais de 11 milhões de novos empregos", disse. "O veredito é claro. A economia da classe média funciona. Expandir as oportunidades funciona. E essas políticas continuarão dando certo, contanto que os políticos não atrapalhem." O foco na economia também evidencia o início da campanha presidencial de 2016, em que o assunto deverá ser um dos pontos cruciais de discussão entre democratas e republicanos. Ele também pediu ao Congresso que lhe conceda autoridade para fechar novos acordos comerciais com países da Europa e da Ásia, tema que pode ter mais receptividade dos republicanos que agora são maioria na Câmara e no Senado. Mas, embora tenha destinado a parte final de seu discurso à apologia pela união entre os partidos, Obama ameaçou em dois trechos vetar projetos de lei que o Congresso discute atualmente: aqueles que pretendem retroceder em suas ações sobre imigração, regulação financeira e saúde, além de novas sanções ao Irã que, neste momento, afirmou, poderiam atrapalhar as negociações com o país. Evidenciando a tensão, parte dos congressistas republicanos aplaudiu quando o presidente afirmou, em dado momento, que não há mais campanhas em que ele possa concorrer. Obama, então, parou o discurso ensaiado e respondeu: "Eu sei, porque ganhei as duas [em que concorri]." POLÍTICA EXTERNA Obama também destinou parte de seu pronunciamento à política externa dos Estados Unidos. Ao citar a retomada das relações diplomáticas com Cuba, anunciada em dezembro, Obama afirmou que o Congresso deve começar a discutir o fim do embargo econômico ao regime neste ano. "Nós estamos dando fim a uma política que já expirou há muito tempo. Quando o que você está fazendo não funciona por 50 anos, é hora de tentar algo novo", disse, saudando Alan Gross, o americano que estava preso em Cuba desde 2009 e foi solto como parte das negociações, na plateia. Obama ainda pediu aos congressistas que passem nova resolução autorizando o uso da força contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque. "Estamos unidos com aqueles que foram alvo de terroristas –de uma escola no Paquistão às ruas de Paris. E vamos continuar a caçá-los e destruir suas redes." Em um esforço para aumentar a audiência e a repercussão do discurso, Obama revelou as principais propostas que anunciaria ontem nos dias que antecederam a data. Entre elas, está um projeto de lei para aumentar o compartilhamento de informações entre governo e empresas como forma de combater crimes cibernéticos no país, em meio à onda crescente de ataques de grupos extremistas e após o ataque hacker à Sony Pictures. "Nenhuma nação estrangeira, nenhum hacker, deveria conseguir derrubar nossas redes, roubar informações secretas sobre comércio ou invadir a privacidade das famílias americanas", disse Obama. "Estamos nos assegurando de que o governo integre inteligência para combater ameaças cibernéticas, como fizemos na luta contra o terrorismo. Se não agirmos, deixaremos nossa nação e nossa economia vulneráveis." TENSÃO RACIAL Obama ainda aproveitou o discurso para tratar das tensões raciais que tomaram conta do país nos últimos meses, após as mortes de Michael Brown, em Ferguson (Missouri), e Eric Garner em Nova York. "Podemos ter posições diferentes sobre os eventos em Ferguson ou Nova York. Mas com certeza conseguimos entender um pai que teme que seu filho não possa andar até em casa sem sofrer abusos [da polícia]", disse, antes de pedir uma reforma do sistema criminal norte-americano para que "proteja e sirva a todos nós". REAÇÃO Logo após o discurso, a senadora republicana pelo Estado de Iowa, Joni Ernst, deu a resposta de seu partido ao pronunciamento do presidente. "Hoje, em vez de responder ao discurso, eu gostaria de falar sobre suas prioridades", disse, dirigindo-se aos norte-americanos. "Nós ouvimos a mensagem que vocês enviaram nas urnas em novembro, em alto e bom som. E agora estamos trabalhando para mudar a direção que nosso país está tomando." Ela ressaltou, porém, que há diversos assuntos em que há espaço para a colaboração bipartidária, como os novos acordos no comércio exterior, o combate ao terrorismo, e a simplificação do sistema tributário. O aumento de impostos, no entanto, foi descartado. "Vamos propor ideias focadas em cortar os gastos e equilibrar o orçamento –com reformas significativas, não maiores impostos como o presidente propôs", disse.
mundo
É hora de os EUA virarem a página, diz Obama em discursoApós 15 anos sofrendo com problemas econômicos, terrorismo e duas longas guerras, é hora de os Estados Unidos virarem a página, afirmou o presidente norte-americano, Barack Obama. "A sombra da crise passou, e o Estado da União está forte", disse Obama. "Agora cabe a nós escolher quem queremos ser nos próximos 15 anos, e nas décadas que virão." Obama fez nesta terça-feira (20) seu discurso do "Estado da União", o mais importante do ano, diante de um Congresso totalmente controlado pela oposição –um cenário inédito em seis anos à frente da Casa Branca. Após a dura derrota nas eleições legislativas, Obama afirmou que pretendia negociar com o Partido Republicano e acabar com a longa paralisia no Congresso. Mas os sinais emitidos pelo presidente desde então mostram um posicionamento na direção contrária: Obama está disposto a reforçar as diferenças entre seu governo e a oposição e usar seus poderes executivos para garantir seu legado na Presidência nos dois anos finais de seu mandato. Com esse espírito, Obama apresentou propostas que incluem o aumento dos impostos cobrados dos mais ricos e das grandes instituições financeiras como forma de financiar maiores benefícios para a classe média –uma medida historicamente impopular entre os republicanos. Ele também pressionou pelo aumento do salário mínimo e mais benefícios trabalhistas. "Nós vamos aceitar uma economia em que apenas alguns de nós são bem-sucedidos? Ou vamos nos comprometer com uma economia que gere aumento da renda e chances para todos que se esforcem?" O presidente concentrou a primeira parte de seu discurso nas conquistas econômicas desde que assumiu a Presidência, em 2009, auge da crise. "Nos últimos cinco anos, nossas empresas criaram mais de 11 milhões de novos empregos", disse. "O veredito é claro. A economia da classe média funciona. Expandir as oportunidades funciona. E essas políticas continuarão dando certo, contanto que os políticos não atrapalhem." O foco na economia também evidencia o início da campanha presidencial de 2016, em que o assunto deverá ser um dos pontos cruciais de discussão entre democratas e republicanos. Ele também pediu ao Congresso que lhe conceda autoridade para fechar novos acordos comerciais com países da Europa e da Ásia, tema que pode ter mais receptividade dos republicanos que agora são maioria na Câmara e no Senado. Mas, embora tenha destinado a parte final de seu discurso à apologia pela união entre os partidos, Obama ameaçou em dois trechos vetar projetos de lei que o Congresso discute atualmente: aqueles que pretendem retroceder em suas ações sobre imigração, regulação financeira e saúde, além de novas sanções ao Irã que, neste momento, afirmou, poderiam atrapalhar as negociações com o país. Evidenciando a tensão, parte dos congressistas republicanos aplaudiu quando o presidente afirmou, em dado momento, que não há mais campanhas em que ele possa concorrer. Obama, então, parou o discurso ensaiado e respondeu: "Eu sei, porque ganhei as duas [em que concorri]." POLÍTICA EXTERNA Obama também destinou parte de seu pronunciamento à política externa dos Estados Unidos. Ao citar a retomada das relações diplomáticas com Cuba, anunciada em dezembro, Obama afirmou que o Congresso deve começar a discutir o fim do embargo econômico ao regime neste ano. "Nós estamos dando fim a uma política que já expirou há muito tempo. Quando o que você está fazendo não funciona por 50 anos, é hora de tentar algo novo", disse, saudando Alan Gross, o americano que estava preso em Cuba desde 2009 e foi solto como parte das negociações, na plateia. Obama ainda pediu aos congressistas que passem nova resolução autorizando o uso da força contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque. "Estamos unidos com aqueles que foram alvo de terroristas –de uma escola no Paquistão às ruas de Paris. E vamos continuar a caçá-los e destruir suas redes." Em um esforço para aumentar a audiência e a repercussão do discurso, Obama revelou as principais propostas que anunciaria ontem nos dias que antecederam a data. Entre elas, está um projeto de lei para aumentar o compartilhamento de informações entre governo e empresas como forma de combater crimes cibernéticos no país, em meio à onda crescente de ataques de grupos extremistas e após o ataque hacker à Sony Pictures. "Nenhuma nação estrangeira, nenhum hacker, deveria conseguir derrubar nossas redes, roubar informações secretas sobre comércio ou invadir a privacidade das famílias americanas", disse Obama. "Estamos nos assegurando de que o governo integre inteligência para combater ameaças cibernéticas, como fizemos na luta contra o terrorismo. Se não agirmos, deixaremos nossa nação e nossa economia vulneráveis." TENSÃO RACIAL Obama ainda aproveitou o discurso para tratar das tensões raciais que tomaram conta do país nos últimos meses, após as mortes de Michael Brown, em Ferguson (Missouri), e Eric Garner em Nova York. "Podemos ter posições diferentes sobre os eventos em Ferguson ou Nova York. Mas com certeza conseguimos entender um pai que teme que seu filho não possa andar até em casa sem sofrer abusos [da polícia]", disse, antes de pedir uma reforma do sistema criminal norte-americano para que "proteja e sirva a todos nós". REAÇÃO Logo após o discurso, a senadora republicana pelo Estado de Iowa, Joni Ernst, deu a resposta de seu partido ao pronunciamento do presidente. "Hoje, em vez de responder ao discurso, eu gostaria de falar sobre suas prioridades", disse, dirigindo-se aos norte-americanos. "Nós ouvimos a mensagem que vocês enviaram nas urnas em novembro, em alto e bom som. E agora estamos trabalhando para mudar a direção que nosso país está tomando." Ela ressaltou, porém, que há diversos assuntos em que há espaço para a colaboração bipartidária, como os novos acordos no comércio exterior, o combate ao terrorismo, e a simplificação do sistema tributário. O aumento de impostos, no entanto, foi descartado. "Vamos propor ideias focadas em cortar os gastos e equilibrar o orçamento –com reformas significativas, não maiores impostos como o presidente propôs", disse.
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Morte de David Bowie já gerou mais de 3 milhões de tuítes no mundo
O anúncio da morte de David Bowie na madrugada desta segunda-feira (11) já gerou mais de 3 milhões de tuítes em todo o mundo, indicou a Visibrain, plataforma que supervisiona o Twitter. A empresa contabilizava às 12h30 (10h30 de Brasília) 3,16 milhões de tuítes em torno dos termos David Bowie e das hashtags #RIPDavidBowie, #Bowie e #DavidBowie. Para efeito de comparação, o último Oscar gerou em cinco horas 5,9 milhões de tuítes, enquanto o Globo de Ouro, na noite deste domingo (10), foi comentado 3,7 milhões de vezes na rede social. A morte de Bowie foi anunciada por sua família, em mensagem divulgada no Twitter e no Facebook. Ele tinha 69 anos e lutava há 18 meses contra um câncer. Autor de clássicos como "Starman" e "Space Oddity", o músico britânico havia acabado de lançar na última sexta (8), dia de seu aniversário, seu mais recente álbum, "Blackstar".
ilustrada
Morte de David Bowie já gerou mais de 3 milhões de tuítes no mundoO anúncio da morte de David Bowie na madrugada desta segunda-feira (11) já gerou mais de 3 milhões de tuítes em todo o mundo, indicou a Visibrain, plataforma que supervisiona o Twitter. A empresa contabilizava às 12h30 (10h30 de Brasília) 3,16 milhões de tuítes em torno dos termos David Bowie e das hashtags #RIPDavidBowie, #Bowie e #DavidBowie. Para efeito de comparação, o último Oscar gerou em cinco horas 5,9 milhões de tuítes, enquanto o Globo de Ouro, na noite deste domingo (10), foi comentado 3,7 milhões de vezes na rede social. A morte de Bowie foi anunciada por sua família, em mensagem divulgada no Twitter e no Facebook. Ele tinha 69 anos e lutava há 18 meses contra um câncer. Autor de clássicos como "Starman" e "Space Oddity", o músico britânico havia acabado de lançar na última sexta (8), dia de seu aniversário, seu mais recente álbum, "Blackstar".
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Fotos mostram crianças comemorando o Ano-Novo chinês pelo mundo
Você sabia que o feriado do Ano-Novo chinês dura oito dias? A data é comemorada pelo mundo todo, com muita festa, dança e fogos de artifício. Também chamada de Festival da Primavera, é uma das celebrações mais importantes do país e provoca uma grande movimentação, porque as pessoas voltam das cidades onde trabalham para passar a data com a família. Pelo horóscopo chinês, cada ano é simbolizado por um animal, seguindo um ciclo de 12 anos. Este ano será representado pelo carneiro, figura relacionada à paz, serenidade e criatividade. Seguindo o calendário lunar, 2015 começou na última quinta-feira, dia 19 de fevereiro, e vai até 7 de fevereiro de 2016. No quinto dia da festa, veja como as crianças estão comemorando pelo mundo.
folhinha
Fotos mostram crianças comemorando o Ano-Novo chinês pelo mundoVocê sabia que o feriado do Ano-Novo chinês dura oito dias? A data é comemorada pelo mundo todo, com muita festa, dança e fogos de artifício. Também chamada de Festival da Primavera, é uma das celebrações mais importantes do país e provoca uma grande movimentação, porque as pessoas voltam das cidades onde trabalham para passar a data com a família. Pelo horóscopo chinês, cada ano é simbolizado por um animal, seguindo um ciclo de 12 anos. Este ano será representado pelo carneiro, figura relacionada à paz, serenidade e criatividade. Seguindo o calendário lunar, 2015 começou na última quinta-feira, dia 19 de fevereiro, e vai até 7 de fevereiro de 2016. No quinto dia da festa, veja como as crianças estão comemorando pelo mundo.
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Erramos: 'Caminhos Cruzados' intercala histórias da dança e do país nos anos 1970
O crédito correto da foto do bailarino João Maurício publicada na reportagem "Livro intercala histórias da dança e do país nos anos 1970" é Emidio Luisi/Arquivo Multimeios/Centro Cultural São Paulo. O crédito incorreto foi divulgado pela assessoria de imprensa do lançamento. Publicado na versão impressa e no site da Folha (Ilustrada - 09/01/2015 - 02h40), o texto foi corrigido.
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Erramos: 'Caminhos Cruzados' intercala histórias da dança e do país nos anos 1970O crédito correto da foto do bailarino João Maurício publicada na reportagem "Livro intercala histórias da dança e do país nos anos 1970" é Emidio Luisi/Arquivo Multimeios/Centro Cultural São Paulo. O crédito incorreto foi divulgado pela assessoria de imprensa do lançamento. Publicado na versão impressa e no site da Folha (Ilustrada - 09/01/2015 - 02h40), o texto foi corrigido.
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Após nova queda, ação da Petrobras atinge R$ 4,66
As ações da Petrobras voltaram a fechar em queda nesta terça-feira (19), com a expectativa de novas baixas no preço do petróleo. Os papéis preferenciais, mais negociados, da estatal caíram 2,91%, para R$ 4,66, mesmo após a forte perda de 7% no dia anterior. As ações ordinárias, com direito a voto, se desvalorizaram em 2,38%, cotadas a R$ 6,15. O valor do barril de petróleo continuou negociado perto de US$ 28 em Londres e em Nova York, principais referências internacionais, afetando o desempenho da companhia na Bolsa. Nesta terça, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) afirmou, em relatório, que os preços do petróleo podem cair ainda mais, "afogados em um cenário de superoferta". Para a IEA, o aumento de produção no Irã, estimulado pelo fim das sanções econômicas, deve compensar a redução nos volumes produzidos fora da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em 2016. Segundo a agência, este será o terceiro ano consecutivo em que a oferta vai exceder a demanda em ao menos 1 milhão de barris por dia. A demanda, por sua vez, deve crescer em menor ritmo. Após uma expansão de 1,7% em 2015, o consumo mundial de petróleo deve avançar 1,2% neste ano, para 95,7 milhões de barris diários.
mercado
Após nova queda, ação da Petrobras atinge R$ 4,66As ações da Petrobras voltaram a fechar em queda nesta terça-feira (19), com a expectativa de novas baixas no preço do petróleo. Os papéis preferenciais, mais negociados, da estatal caíram 2,91%, para R$ 4,66, mesmo após a forte perda de 7% no dia anterior. As ações ordinárias, com direito a voto, se desvalorizaram em 2,38%, cotadas a R$ 6,15. O valor do barril de petróleo continuou negociado perto de US$ 28 em Londres e em Nova York, principais referências internacionais, afetando o desempenho da companhia na Bolsa. Nesta terça, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) afirmou, em relatório, que os preços do petróleo podem cair ainda mais, "afogados em um cenário de superoferta". Para a IEA, o aumento de produção no Irã, estimulado pelo fim das sanções econômicas, deve compensar a redução nos volumes produzidos fora da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em 2016. Segundo a agência, este será o terceiro ano consecutivo em que a oferta vai exceder a demanda em ao menos 1 milhão de barris por dia. A demanda, por sua vez, deve crescer em menor ritmo. Após uma expansão de 1,7% em 2015, o consumo mundial de petróleo deve avançar 1,2% neste ano, para 95,7 milhões de barris diários.
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Ex-engenheiro da Volkswagen recorrerá de sentença de prisão
O ex-engenheiro da montadora alemã Volkswagen, James Liang, planeja apelar da decisão que o sentenciou a 40 meses de prisão por seu envolvimento em um esquema de anos da companhia para vender carros a diesel que poluem mais que o permitido na legislação americana, mostrou um documento judicial nesta quinta-feira (7). Um juiz federal condenou Liang em agosto. O juiz Sean Cox, da Corte Distrital dos Estados Unidos, também ordenou que o ex-engenheiro pague uma multa de US$ 200 mil. Em documento peticionado junto à corte, em Michigan, seu advogado afirmou nesta quinta que recorrerá da sentença dada a Liang à corte de apelações nos Estados Unidos. Liang se declarou culpado no início do ano e cooperou com autoridades policiais que investigam a montadora. Os procuradores recomendaram que o engenheiro fosse condenado a três anos de prisão, enquanto seus advogados pediram prisão domiciliar. O juiz Sean Cox disse a Liang em audiência que ele fazia parte de uma conspiração de longo prazo que cometeu uma "fraude assombrosa para o consumidor americano. Este é um crime muito grave e preocupante contra o nosso sistema econômico."
mercado
Ex-engenheiro da Volkswagen recorrerá de sentença de prisãoO ex-engenheiro da montadora alemã Volkswagen, James Liang, planeja apelar da decisão que o sentenciou a 40 meses de prisão por seu envolvimento em um esquema de anos da companhia para vender carros a diesel que poluem mais que o permitido na legislação americana, mostrou um documento judicial nesta quinta-feira (7). Um juiz federal condenou Liang em agosto. O juiz Sean Cox, da Corte Distrital dos Estados Unidos, também ordenou que o ex-engenheiro pague uma multa de US$ 200 mil. Em documento peticionado junto à corte, em Michigan, seu advogado afirmou nesta quinta que recorrerá da sentença dada a Liang à corte de apelações nos Estados Unidos. Liang se declarou culpado no início do ano e cooperou com autoridades policiais que investigam a montadora. Os procuradores recomendaram que o engenheiro fosse condenado a três anos de prisão, enquanto seus advogados pediram prisão domiciliar. O juiz Sean Cox disse a Liang em audiência que ele fazia parte de uma conspiração de longo prazo que cometeu uma "fraude assombrosa para o consumidor americano. Este é um crime muito grave e preocupante contra o nosso sistema econômico."
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A indústria do luxo criada para realizar desejos de super-ricos da Índia
A Índia tem cada vez mais milionários —hoje há 200 mil indianos que "valem" US$ 1 milhão ou mais. Não é surpresa, dada a enorme população e o avanço econômico do país nos últimos 20 anos. Com esse contingente de milionários, a Índia abriga a 12a maior população de indivíduos com ativos estimados em mais de US$ 1 milhão. Embora seja um número pequeno em relação ao total da população, trata-se do quarto país no mundo com mais bilionários (84, com patrimônio somado de US$ 248 bilhões, segundo a Forbes). O avanço dos ricos impulsionou uma indústria que está de olho nessa clientela. São negócios que oferecem serviços de ponta, desenhados para atender aos padrões dos super-ricos, suas preferências e estilos de vida. De serviços de namoro a jatinhos privados, passando por gerenciamento pessoal a obras de arte, nenhuma demanda parece ser exagerada, não importa quão excêntrica possa ser. GERÊNCIA DE ESTILO DE VIDA Como milionários em qualquer lugar do mundo, os ricaços da Índia "querem acesso às melhores coisas da vida, mas não possuem tempo nem conexões para adquiri-las", afirma Tanu Jain, chefe de marketing na Quintessentially Lifestyle, empresa que oferece serviços personalizados de concierge (assistência pessoal). Seja o festival belga de música eletrônica Tomorrowland, a Fórmula 1 em Mônaco ou o tapete vermelho no festival de Cannes, a firma consegue entradas VIP para os melhores e mais exclusivos eventos no mundo, afirma Jain. "Temos uma rede de contatos que nos permite fornecer os itens mais difíceis em qualquer lugar do mundo", diz o gerente, que afirma já ter garantido a clientes "uma raquete autografada por Roger Federer" e "uma edição limitada de uma caneta de John Lennon, como surpresa para a pessoa amada". "Os super-ricos da Índia querem coisas que deixem lembranças para a vida", diz Jain, cuja empresa já organizou "um encontro romântico em um iceberg para um casal" e "uma surpresa de aniversário em Paris com 500 rosas". Ao atender a uma clientela exclusiva, num mundo onde a informação corre rápido, nada pode ser deixado à própria sorte. Cada cliente tem seu "gerente de estilo de vida", que "estuda minuciosamente o comportamento e as preferências de cada membro, e recomenda uma solução personalizada para cada demanda", afirma Jain. O CÉU É O LIMITE Os milionários da Índia têm pressa —e pouca paciência para o transporte de massa. "A nova geração de super-ricos da Índia quer ganhar tempo", afirma Atiesh Mishra, vice-presidente da Ligare Aviation Limited, uma empresa de serviços aéreos privados. "Eles não querem os contratempos de voar em uma companhia aérea tradicional." Isso deu um impulso ao mercado de aviação que mais cresce no mundo quando o indicador é frequência de voos, segundo um relatório da KPMG. Um aumento no número de jatinhos privados e serviços de voo charter contribuiu para essa tendência. Recentemente, muitas start-ups surgiram no setor. Empresas como BookMyCharters, JetSetG e JetSmart permitem que o usuário reserve voos em jatos particulares pela internet. "Todo o processo de reservas é customizado para a demanda de cada cliente, da marcação, ao check-in e aos serviços de bordo", diz Mishra, cuja companhia também oferece opções como voos de longa distância e trajetos de helicóptero até locações remotas. Os pedidos de clientes, diz ele, podem ir de incomuns (como festas de aniversário no ar) a bizarros (como transportar frondosas mangueiras até o Oriente Médio). Algumas das demandas mais excêntricas incluíram um "narguilé com sabores específicos a bordo" e um pedido ao piloto "que desse voltas sobre o Taj Mahal para uma vista aérea aproximada dessa maravilha arquitetônica". Ambos pedidos foram negados por infrigirem normas da aviação, lembra Mishra. NA MEDIDA PARA UM REI Quando o assunto é servir os super-ricos, o lema "o cliente é soberano" dá o tom. Algo que é quase literal para Lakshyaraj Singh Mewar, diretor-executivo do Historic Resort Hotels (HRH Group), a única rede privada da Índia de resorts e hotéis-palácio. A rede é dona de várias propriedades tombadas pelo patrimônio, palácios e mansões suntuosas que incluem o Jagmandir Island Palace Hotel, no meio do lago Pichola, em Udaipur, local do casamento de US$ 18 milhões do magnata anglo-indiano Sanjay Hinduja. Tais imóveis, afirma Mewar, abrigam "eventos para celebridades, casamentos luxuosos e shows corporativos" para uma "clientela de alto nível não apenas da Índia, mas da Europa, Reino Unido e Estados Unidos". Às vezes há pedidos bem incomuns. Mawar lembra que uma vez um jovem reservou todo o palácio de Jagmandir por uma noite para pedir a namorada em casamento. "Os dois foram levados em um barco tomado por flores, e curtiram o romance sob o céu estrelado", diz o diretor. "Apenas proporcionamos essa noite de sonhos para ele. Esse é nosso tipo de hospitalidade, não há nada de anormal nisso." EM BUSCA DE PARCEIROS Muitos executivos também têm pouco tempo para buscar parceiros por meio de canais sociais tradicionais em suas comunidades. Em um país diverso como a Índia, "comunidade" é um termo guarda-chuva que se refere a uma população de pessoas da mesma religião, casta e cultura. Agências de encontros como EliteMatrimony e Ultra Rich Match foram rápidas em identificar uma oportunidade de mercado na busca de almas gêmeas para os solteiros e solteiras mais "cobiçados" do país. Por taxas que vão de US$ 1 mil a US$ 4,5 mil, eles procuram discretamente candidatos com as características ideais para seus valiosos clientes. As exigências dos clientes podem ser variadas e complicadas. "Alguns aceitam parceiros de fora de sua comunidade, mas outros insistem em perfis dentro da própria comunidade", afirma Murugavel Janakiraman, diretor da EliteMatrimony. Outra agência, a Ultra Rich Match, tem uma peneira rigorosa para encontrar o melhor parceiro. "Não prometemos paixão imediata, mas tornamos a jornada de encontrar o amor da vida muito mais fácil", afirma o diretor Saurabh Goswami. A ATRAÇÃO DA ARTE Esse crescimento dos super-ricos também abasteceu o mercado de arte da Índia. O país tem uma trajetória significativa nas artes, transmitida por sucessivas dinastias como Rajput, Mughal e Mysore. Mas foi apenas recentemente que a arte indiana começou a angariar mais interesse comercial, trazendo reconhecimento global aos artistas do país. Um estudo de 2016 sobre super-ricos do país, elaborado pela empresa de gerenciamento de patrimônio Kotak, apontou que 68% dos entrevistados havia adquirido obras de arte por impulso. "As pessoas acumulam riqueza e poder, e é natural que ampliem seus gastos para o mundo da arte", diz Dinesh Vazirani, cofundador da Saffronart, uma casa de leilões. "Comprar arte é visto como um reflexo do status social; gostos refinados refletem mentes refinadas." Em um leilão recente em Nova Déli, a Saffronart vendeu US$ 10,3 milhões em arte moderna, incluindo uma pintura do artista indiano contemporâneo Akbar Padamsee que alcançou quase US$ 3 milhões, mais do que o dobro do preço inicial, afirma Vazirani. Um leilão da Christie em 2015 negociou quase US$ 15 milhões em obras, um recorde para qualquer leilão na Índia. São números que legitimam o mercado domestico de arte, hoje estimado em US$ 225 milhões e impulsionado pela nova safra de milionários do país. A multiplicação dessa classe e de seu apetite pelo luxo deu a partida em uma corrida entre provedores de serviços sedentos por entrar nesse mercado. A Índia está pulsando com energia do empreendedorismo, e boa parte dessa energia corre em negócios cujo objetivo é saber onde os super-ricos querem gastar seu dinheiro.
mundo
A indústria do luxo criada para realizar desejos de super-ricos da ÍndiaA Índia tem cada vez mais milionários —hoje há 200 mil indianos que "valem" US$ 1 milhão ou mais. Não é surpresa, dada a enorme população e o avanço econômico do país nos últimos 20 anos. Com esse contingente de milionários, a Índia abriga a 12a maior população de indivíduos com ativos estimados em mais de US$ 1 milhão. Embora seja um número pequeno em relação ao total da população, trata-se do quarto país no mundo com mais bilionários (84, com patrimônio somado de US$ 248 bilhões, segundo a Forbes). O avanço dos ricos impulsionou uma indústria que está de olho nessa clientela. São negócios que oferecem serviços de ponta, desenhados para atender aos padrões dos super-ricos, suas preferências e estilos de vida. De serviços de namoro a jatinhos privados, passando por gerenciamento pessoal a obras de arte, nenhuma demanda parece ser exagerada, não importa quão excêntrica possa ser. GERÊNCIA DE ESTILO DE VIDA Como milionários em qualquer lugar do mundo, os ricaços da Índia "querem acesso às melhores coisas da vida, mas não possuem tempo nem conexões para adquiri-las", afirma Tanu Jain, chefe de marketing na Quintessentially Lifestyle, empresa que oferece serviços personalizados de concierge (assistência pessoal). Seja o festival belga de música eletrônica Tomorrowland, a Fórmula 1 em Mônaco ou o tapete vermelho no festival de Cannes, a firma consegue entradas VIP para os melhores e mais exclusivos eventos no mundo, afirma Jain. "Temos uma rede de contatos que nos permite fornecer os itens mais difíceis em qualquer lugar do mundo", diz o gerente, que afirma já ter garantido a clientes "uma raquete autografada por Roger Federer" e "uma edição limitada de uma caneta de John Lennon, como surpresa para a pessoa amada". "Os super-ricos da Índia querem coisas que deixem lembranças para a vida", diz Jain, cuja empresa já organizou "um encontro romântico em um iceberg para um casal" e "uma surpresa de aniversário em Paris com 500 rosas". Ao atender a uma clientela exclusiva, num mundo onde a informação corre rápido, nada pode ser deixado à própria sorte. Cada cliente tem seu "gerente de estilo de vida", que "estuda minuciosamente o comportamento e as preferências de cada membro, e recomenda uma solução personalizada para cada demanda", afirma Jain. O CÉU É O LIMITE Os milionários da Índia têm pressa —e pouca paciência para o transporte de massa. "A nova geração de super-ricos da Índia quer ganhar tempo", afirma Atiesh Mishra, vice-presidente da Ligare Aviation Limited, uma empresa de serviços aéreos privados. "Eles não querem os contratempos de voar em uma companhia aérea tradicional." Isso deu um impulso ao mercado de aviação que mais cresce no mundo quando o indicador é frequência de voos, segundo um relatório da KPMG. Um aumento no número de jatinhos privados e serviços de voo charter contribuiu para essa tendência. Recentemente, muitas start-ups surgiram no setor. Empresas como BookMyCharters, JetSetG e JetSmart permitem que o usuário reserve voos em jatos particulares pela internet. "Todo o processo de reservas é customizado para a demanda de cada cliente, da marcação, ao check-in e aos serviços de bordo", diz Mishra, cuja companhia também oferece opções como voos de longa distância e trajetos de helicóptero até locações remotas. Os pedidos de clientes, diz ele, podem ir de incomuns (como festas de aniversário no ar) a bizarros (como transportar frondosas mangueiras até o Oriente Médio). Algumas das demandas mais excêntricas incluíram um "narguilé com sabores específicos a bordo" e um pedido ao piloto "que desse voltas sobre o Taj Mahal para uma vista aérea aproximada dessa maravilha arquitetônica". Ambos pedidos foram negados por infrigirem normas da aviação, lembra Mishra. NA MEDIDA PARA UM REI Quando o assunto é servir os super-ricos, o lema "o cliente é soberano" dá o tom. Algo que é quase literal para Lakshyaraj Singh Mewar, diretor-executivo do Historic Resort Hotels (HRH Group), a única rede privada da Índia de resorts e hotéis-palácio. A rede é dona de várias propriedades tombadas pelo patrimônio, palácios e mansões suntuosas que incluem o Jagmandir Island Palace Hotel, no meio do lago Pichola, em Udaipur, local do casamento de US$ 18 milhões do magnata anglo-indiano Sanjay Hinduja. Tais imóveis, afirma Mewar, abrigam "eventos para celebridades, casamentos luxuosos e shows corporativos" para uma "clientela de alto nível não apenas da Índia, mas da Europa, Reino Unido e Estados Unidos". Às vezes há pedidos bem incomuns. Mawar lembra que uma vez um jovem reservou todo o palácio de Jagmandir por uma noite para pedir a namorada em casamento. "Os dois foram levados em um barco tomado por flores, e curtiram o romance sob o céu estrelado", diz o diretor. "Apenas proporcionamos essa noite de sonhos para ele. Esse é nosso tipo de hospitalidade, não há nada de anormal nisso." EM BUSCA DE PARCEIROS Muitos executivos também têm pouco tempo para buscar parceiros por meio de canais sociais tradicionais em suas comunidades. Em um país diverso como a Índia, "comunidade" é um termo guarda-chuva que se refere a uma população de pessoas da mesma religião, casta e cultura. Agências de encontros como EliteMatrimony e Ultra Rich Match foram rápidas em identificar uma oportunidade de mercado na busca de almas gêmeas para os solteiros e solteiras mais "cobiçados" do país. Por taxas que vão de US$ 1 mil a US$ 4,5 mil, eles procuram discretamente candidatos com as características ideais para seus valiosos clientes. As exigências dos clientes podem ser variadas e complicadas. "Alguns aceitam parceiros de fora de sua comunidade, mas outros insistem em perfis dentro da própria comunidade", afirma Murugavel Janakiraman, diretor da EliteMatrimony. Outra agência, a Ultra Rich Match, tem uma peneira rigorosa para encontrar o melhor parceiro. "Não prometemos paixão imediata, mas tornamos a jornada de encontrar o amor da vida muito mais fácil", afirma o diretor Saurabh Goswami. A ATRAÇÃO DA ARTE Esse crescimento dos super-ricos também abasteceu o mercado de arte da Índia. O país tem uma trajetória significativa nas artes, transmitida por sucessivas dinastias como Rajput, Mughal e Mysore. Mas foi apenas recentemente que a arte indiana começou a angariar mais interesse comercial, trazendo reconhecimento global aos artistas do país. Um estudo de 2016 sobre super-ricos do país, elaborado pela empresa de gerenciamento de patrimônio Kotak, apontou que 68% dos entrevistados havia adquirido obras de arte por impulso. "As pessoas acumulam riqueza e poder, e é natural que ampliem seus gastos para o mundo da arte", diz Dinesh Vazirani, cofundador da Saffronart, uma casa de leilões. "Comprar arte é visto como um reflexo do status social; gostos refinados refletem mentes refinadas." Em um leilão recente em Nova Déli, a Saffronart vendeu US$ 10,3 milhões em arte moderna, incluindo uma pintura do artista indiano contemporâneo Akbar Padamsee que alcançou quase US$ 3 milhões, mais do que o dobro do preço inicial, afirma Vazirani. Um leilão da Christie em 2015 negociou quase US$ 15 milhões em obras, um recorde para qualquer leilão na Índia. São números que legitimam o mercado domestico de arte, hoje estimado em US$ 225 milhões e impulsionado pela nova safra de milionários do país. A multiplicação dessa classe e de seu apetite pelo luxo deu a partida em uma corrida entre provedores de serviços sedentos por entrar nesse mercado. A Índia está pulsando com energia do empreendedorismo, e boa parte dessa energia corre em negócios cujo objetivo é saber onde os super-ricos querem gastar seu dinheiro.
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Colombianos dizem que Corinthians é favorito e se preocupam com Guerrero
Paolo Guerrero é a maior preocupação do Once Caldas (COL) para o jogo contra o Corinthians, na quarta-feira (4), às 22h, pela fase preliminar da Libertadores. A equipe colombiana desembarcou no Brasil na manhã desta segunda-feira (2) e realizou seu primeiro treino na capital paulista no período da tarde. Por volta das 17h30, o ônibus da delegação chegou à Academia de Futebol -o CT do Palmeiras-, onde o técnico Jose Flabio Torres comandou um trabalho tático e conversou com os jornalistas ao término da atividade. "O peruano se tornou um jogador de muito perigo. Tem boa técnica, um bom cabeceio. E Renato Augusto também está em um bom momento", avaliou. Na opinião do treinador, o rival brasileiro é o favorito para o confronto no Itaquerão. "Logicamente o Corinthians é o favorito. É um time grande, que tem sua história. Mas futebol não é só o nome. É no campo que as coisas acontecem", ponderou. Para tentar reverter esse favoritismo, Torres destacou a importância do trabalho coletivo. "Vamos fazer um trabalho bem sincronizado, não deixando espaços para que eles aproveitem. E precisamos ser rápidos no ataque, uma das características do nosso futebol." O atacante Arango, um dos principais jogadores do time de Manizales, também apontou Guerrero como o maior destaque corintiano. "Paolo Guerrero é um fenômeno, um monstro, um craque. Uma referência." A equipe da Colômbia fará o reconhecimento do gramado no estádio alvinegro nesta terça (3), por volta das 20h. A atividade será fechada para a imprensa. Corinthians e Once Caldas disputam uma vaga no Grupo 2 da Libertadores, que tem Danubio (URU), San Lorenzo (ARG) e São Paulo. A partida de volta será na semana seguinte, em Manizales.
esporte
Colombianos dizem que Corinthians é favorito e se preocupam com GuerreroPaolo Guerrero é a maior preocupação do Once Caldas (COL) para o jogo contra o Corinthians, na quarta-feira (4), às 22h, pela fase preliminar da Libertadores. A equipe colombiana desembarcou no Brasil na manhã desta segunda-feira (2) e realizou seu primeiro treino na capital paulista no período da tarde. Por volta das 17h30, o ônibus da delegação chegou à Academia de Futebol -o CT do Palmeiras-, onde o técnico Jose Flabio Torres comandou um trabalho tático e conversou com os jornalistas ao término da atividade. "O peruano se tornou um jogador de muito perigo. Tem boa técnica, um bom cabeceio. E Renato Augusto também está em um bom momento", avaliou. Na opinião do treinador, o rival brasileiro é o favorito para o confronto no Itaquerão. "Logicamente o Corinthians é o favorito. É um time grande, que tem sua história. Mas futebol não é só o nome. É no campo que as coisas acontecem", ponderou. Para tentar reverter esse favoritismo, Torres destacou a importância do trabalho coletivo. "Vamos fazer um trabalho bem sincronizado, não deixando espaços para que eles aproveitem. E precisamos ser rápidos no ataque, uma das características do nosso futebol." O atacante Arango, um dos principais jogadores do time de Manizales, também apontou Guerrero como o maior destaque corintiano. "Paolo Guerrero é um fenômeno, um monstro, um craque. Uma referência." A equipe da Colômbia fará o reconhecimento do gramado no estádio alvinegro nesta terça (3), por volta das 20h. A atividade será fechada para a imprensa. Corinthians e Once Caldas disputam uma vaga no Grupo 2 da Libertadores, que tem Danubio (URU), San Lorenzo (ARG) e São Paulo. A partida de volta será na semana seguinte, em Manizales.
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Will Smith e Jessica Chastain estarão no júri do Festival de Cannes
O Festival de Cannes anunciou nesta terça (25) quais serão os componentes do júri da próxima edição da mostra de cinema, que vai dos dias 17 a 28 de maio. Os atores americanos Will Smith e Jessica Chastain ("Interestelar") e o diretor italiano Paolo Sorrentino ("A Grande Beleza") estão entre os jurados anunciados. Além deles, o festival escalou a diretora alemã Maren Ade (que competiu no ano passado por "Toni Erdmann"), o diretor sul-coreano Park Chan-wook (que também disputou em 2016, por "A Criada"), a atriz chinesa Fan Bingbing ("X-Men: DIas de um Futuro Esquecido"), a atriz e diretora francesa Agnès Jaoui e o compositor francês Gabriel Yared. O corpo de jurados será presidido pelo cineasta espanhol Pedro Almodóvar e terá como função votar no melhor filme da competição deste ano. Entre os competidores estão Sofia Coppola ("O Estranho que Nós Amamos") e Michael Haneke ("Happy End"). Veja os filmes do festival Indicados para a Palma de Ouro "120 Beats per Minute", de Robin Campillo (França) "O Estranho que Nós Amamos", de Sofia Coppola (EUA) "The Day After", de Hong Sangsoo (Coreia do Sul) "A Gentle Creature", de Sergei Loznitsa (França) "Good Time", de Benny Safdie & Josh Safdie ( EUA) "Happy End", de Michael Haneke (França/ Alemanha/ Áustria) "In the Fade", de Fatih Akin (Alemanha) "Jupiter's Moon", de Kornél Mundruczó (Hungria) "The Killing of a Sacred Deer", de Yorgos Lanthimos (EUA/ Reino Unido) "'L'amant Double", de François Ozon (França) "Le Redoubtable", de Michel Hazanvicius (França) "Loveless", de Andrey Zvyagintsev (França/ Rússia) "The Meyerowitz Stories", de Noah Baumbach (EUA) "Okja", de Bong Joon-Ho (Coreia do Sul/ EUA) "Radiance", de Naomi Kawase (Japão/ França) "Rodin", de Jacques Doillon (França/Bélgica) "Sem Fôlego", de Todd Haynes (EUA) "You Were Never Really Here", de Lynne Ramsay (EUA/ França) * Filme de abertura "Les Fantômes d'Ismaël", de Arnaud Desplechin
ilustrada
Will Smith e Jessica Chastain estarão no júri do Festival de CannesO Festival de Cannes anunciou nesta terça (25) quais serão os componentes do júri da próxima edição da mostra de cinema, que vai dos dias 17 a 28 de maio. Os atores americanos Will Smith e Jessica Chastain ("Interestelar") e o diretor italiano Paolo Sorrentino ("A Grande Beleza") estão entre os jurados anunciados. Além deles, o festival escalou a diretora alemã Maren Ade (que competiu no ano passado por "Toni Erdmann"), o diretor sul-coreano Park Chan-wook (que também disputou em 2016, por "A Criada"), a atriz chinesa Fan Bingbing ("X-Men: DIas de um Futuro Esquecido"), a atriz e diretora francesa Agnès Jaoui e o compositor francês Gabriel Yared. O corpo de jurados será presidido pelo cineasta espanhol Pedro Almodóvar e terá como função votar no melhor filme da competição deste ano. Entre os competidores estão Sofia Coppola ("O Estranho que Nós Amamos") e Michael Haneke ("Happy End"). Veja os filmes do festival Indicados para a Palma de Ouro "120 Beats per Minute", de Robin Campillo (França) "O Estranho que Nós Amamos", de Sofia Coppola (EUA) "The Day After", de Hong Sangsoo (Coreia do Sul) "A Gentle Creature", de Sergei Loznitsa (França) "Good Time", de Benny Safdie & Josh Safdie ( EUA) "Happy End", de Michael Haneke (França/ Alemanha/ Áustria) "In the Fade", de Fatih Akin (Alemanha) "Jupiter's Moon", de Kornél Mundruczó (Hungria) "The Killing of a Sacred Deer", de Yorgos Lanthimos (EUA/ Reino Unido) "'L'amant Double", de François Ozon (França) "Le Redoubtable", de Michel Hazanvicius (França) "Loveless", de Andrey Zvyagintsev (França/ Rússia) "The Meyerowitz Stories", de Noah Baumbach (EUA) "Okja", de Bong Joon-Ho (Coreia do Sul/ EUA) "Radiance", de Naomi Kawase (Japão/ França) "Rodin", de Jacques Doillon (França/Bélgica) "Sem Fôlego", de Todd Haynes (EUA) "You Were Never Really Here", de Lynne Ramsay (EUA/ França) * Filme de abertura "Les Fantômes d'Ismaël", de Arnaud Desplechin
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Conmebol elege por unanimidade paraguaio como novo presidente
Alejandro Dominguez, 44, foi eleito nesta terça-feira (26) o novo presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). O mandato vai até 2019. Ele foi candidato único depois que o uruguaio Wilmar Valdez, 50, retirou seu nome –Valdez presidia interinamente a Conmebol. Dominguez recebeu o apoio das dez confederações. "O grande compromisso é restaurar a credibilidade da Conmebol. Queremos dar ênfase na transparência", disse Dominguez. Valdez tinha apenas três votos (Uruguai, Equador e Peru) dos dez possíveis e desistiu de concorrer. "Alejandro Dominguez é quem pode dirigir a instituição com o apoio de todas as associações", disse Valdez em pronunciamento no Congresso extraordinário, em Luque, no Paraguai. O acordo já estava desenhado entre as três principais confederações: a paraguaia (que tem poder por ser o país-sede da Conmebol), Brasil e Argentina, até para as três vice-presidências. Foram eleitos para primeiro vice o colombiano Ramon Jesurun e para segundo, o venezuelano Laureano González. O terceiro vice seria da Bolívia, mas como a presidência da federação local está sendo questionada na Justiça, por suspeita de corrupção, a Conmebol decidiu adiar a definição desse posto. Como previsto, Dominguez foi indicado como vice-presidente da Fifa, representando a Conmebol, e Luis Segura, presidente da AFA (Associação de Futebol da Argentina), um dos membros da América do Sul no Comitê Executivo da Fifa –o outro é o brasileiro Fernando Sarney, vice-presidente da CBF. É provável que Valdez ocupe uma quarta vaga que a Conmebol terá na Fifa a partir de fevereiro. Ligado ao Olímpia, tradicional clube paraguaio três vezes campeão da Libertadores (1979, 1990 e 2002), Dominguez é homem de Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol preso em dezembro de 2015 acusado de corrupção. Ele foi vice-presidente da Associação Paraguaia de Futebol de 2007 a agosto de 2014, quando assumiu a presidência ocupando a vaga de Napout, que se tornou o principal dirigente da Conmebol. A Folha apurou que desde o momento da prisão de Napout, em dezembro de 2015, Dominguez era o favorito para assumir a Conmebol bancado pelas três principais confederações. A vitória de Dominguez manterá, por exemplo, os contratos vigentes dos direitos comerciais das principais competições organizadas pela Conmebol, como a Libertadores e a Copa América. A venda dos direitos desses torneios foi o que levou à prisão os três últimos presidentes da Conmebol (Napout, o também paraguaio Nicolás Leoz e o uruguaio Eugenio Figueredo), além de outros cartolas do continente, como o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Todos são acusados pela Justiça dos EUA de receber propina para negociar essas competições para determinadas empresas de marketing esportivo. Valdez estava aberto a ouvir novas propostas, como de uma empresa uruguaia chamada Global Sports Partners, o que incomodava os cartolas que hoje comandam a Conmebol, que não querem ver o assunto à tona depois das prisões.
esporte
Conmebol elege por unanimidade paraguaio como novo presidenteAlejandro Dominguez, 44, foi eleito nesta terça-feira (26) o novo presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). O mandato vai até 2019. Ele foi candidato único depois que o uruguaio Wilmar Valdez, 50, retirou seu nome –Valdez presidia interinamente a Conmebol. Dominguez recebeu o apoio das dez confederações. "O grande compromisso é restaurar a credibilidade da Conmebol. Queremos dar ênfase na transparência", disse Dominguez. Valdez tinha apenas três votos (Uruguai, Equador e Peru) dos dez possíveis e desistiu de concorrer. "Alejandro Dominguez é quem pode dirigir a instituição com o apoio de todas as associações", disse Valdez em pronunciamento no Congresso extraordinário, em Luque, no Paraguai. O acordo já estava desenhado entre as três principais confederações: a paraguaia (que tem poder por ser o país-sede da Conmebol), Brasil e Argentina, até para as três vice-presidências. Foram eleitos para primeiro vice o colombiano Ramon Jesurun e para segundo, o venezuelano Laureano González. O terceiro vice seria da Bolívia, mas como a presidência da federação local está sendo questionada na Justiça, por suspeita de corrupção, a Conmebol decidiu adiar a definição desse posto. Como previsto, Dominguez foi indicado como vice-presidente da Fifa, representando a Conmebol, e Luis Segura, presidente da AFA (Associação de Futebol da Argentina), um dos membros da América do Sul no Comitê Executivo da Fifa –o outro é o brasileiro Fernando Sarney, vice-presidente da CBF. É provável que Valdez ocupe uma quarta vaga que a Conmebol terá na Fifa a partir de fevereiro. Ligado ao Olímpia, tradicional clube paraguaio três vezes campeão da Libertadores (1979, 1990 e 2002), Dominguez é homem de Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol preso em dezembro de 2015 acusado de corrupção. Ele foi vice-presidente da Associação Paraguaia de Futebol de 2007 a agosto de 2014, quando assumiu a presidência ocupando a vaga de Napout, que se tornou o principal dirigente da Conmebol. A Folha apurou que desde o momento da prisão de Napout, em dezembro de 2015, Dominguez era o favorito para assumir a Conmebol bancado pelas três principais confederações. A vitória de Dominguez manterá, por exemplo, os contratos vigentes dos direitos comerciais das principais competições organizadas pela Conmebol, como a Libertadores e a Copa América. A venda dos direitos desses torneios foi o que levou à prisão os três últimos presidentes da Conmebol (Napout, o também paraguaio Nicolás Leoz e o uruguaio Eugenio Figueredo), além de outros cartolas do continente, como o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Todos são acusados pela Justiça dos EUA de receber propina para negociar essas competições para determinadas empresas de marketing esportivo. Valdez estava aberto a ouvir novas propostas, como de uma empresa uruguaia chamada Global Sports Partners, o que incomodava os cartolas que hoje comandam a Conmebol, que não querem ver o assunto à tona depois das prisões.
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Poetas performers transformam leitura em show na Flip
A inglesa Kate Tempest, 31, e o carioca Ramon Nunes Mello, 32, transformaram a leitura de seus poemas em um show. Os dois participaram da última mesa na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) deste sábado (2). E o público pediu mais. Atendendo a pedidos da plateia, os dois interpretaram mais poemas no fim da mesa, intitulada "O palco é a página". "Esse poema não está registrado por escrito. Mas aqui vai, vocês podem escutar ao vivo", disse Tempest, que sabe os poemas de cor, como música, e os interpreta de pé, ora de olhos fechados, com gestos que lembram o rap, no estilo do gênero "spoken word". Ela foi ovacionada de pé pelo público. A artista dissera no início da mesa que a leitura em voz alta dá vida ao poema. "Poesia é linguagem cantada. O poema é algo inacabado até que é lido." Nunes Mello, por sua vez, tocou uma concha como um berrante antes de interpretar, também teatralmente, um melancólico poema. Sua participação na conversa foi marcada por temas políticos: começou homenageando homossexuais e indígenas; depois, criticou o presidente interino Michel Temer. "Me sinto profundamente envergonhado com o governo Temer. É inadmissível o governo acabar com o Ministério dos Direitos Humanos, das Mulheres, isso não existe, é crime." O poeta contou como descobriu que é soropositivo e falou como isso influenciou sua obra. "Eu não conseguia escrever sem ser atravessado por essas questões. Passei a me espiritualizar mais, meditar. Isso me ressignificou a vida. Passei a me relacionar com as palavras de forma melhor." Ainda que tivesse dito que não falaria de política para não entendiar as pessoas, Tempest acabou falando, e muito. Impelida pelo mediador, Daniel Benevides, a falar sobre o Brexit, disse: "Fico arrasada. Ao mesmo tempo que vejo um mundo ficando mais pacífico e tolerante, ser confrontada com a realidade que meus conterrâneos têm tanto medo do diferente que preferem ficar isolados numa ilhota fria me deixa muito triste. Por outro lado, pode acabar sendo uma coisa boa. Vai ter que piorar muito para depois melhorar". Para ela, os mais jovens, que não puderam votar e crescerão num país mais intolerantes talvez tomem mais consciência e reajam, mas isso vai demorar muito. Um ponto alto foi quando Tempest falou sobre gênero, sobre como é um desafio para a mulher ser ouvida e não só vista. "É quase um ato político só estar aqui, falando." "Por meio da música e da poesia, encontrei minha força e minha identidade. Vocês estão aqui porque são apaixonados pela literatura. Espero que isso encoraje vocês."
ilustrada
Poetas performers transformam leitura em show na FlipA inglesa Kate Tempest, 31, e o carioca Ramon Nunes Mello, 32, transformaram a leitura de seus poemas em um show. Os dois participaram da última mesa na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) deste sábado (2). E o público pediu mais. Atendendo a pedidos da plateia, os dois interpretaram mais poemas no fim da mesa, intitulada "O palco é a página". "Esse poema não está registrado por escrito. Mas aqui vai, vocês podem escutar ao vivo", disse Tempest, que sabe os poemas de cor, como música, e os interpreta de pé, ora de olhos fechados, com gestos que lembram o rap, no estilo do gênero "spoken word". Ela foi ovacionada de pé pelo público. A artista dissera no início da mesa que a leitura em voz alta dá vida ao poema. "Poesia é linguagem cantada. O poema é algo inacabado até que é lido." Nunes Mello, por sua vez, tocou uma concha como um berrante antes de interpretar, também teatralmente, um melancólico poema. Sua participação na conversa foi marcada por temas políticos: começou homenageando homossexuais e indígenas; depois, criticou o presidente interino Michel Temer. "Me sinto profundamente envergonhado com o governo Temer. É inadmissível o governo acabar com o Ministério dos Direitos Humanos, das Mulheres, isso não existe, é crime." O poeta contou como descobriu que é soropositivo e falou como isso influenciou sua obra. "Eu não conseguia escrever sem ser atravessado por essas questões. Passei a me espiritualizar mais, meditar. Isso me ressignificou a vida. Passei a me relacionar com as palavras de forma melhor." Ainda que tivesse dito que não falaria de política para não entendiar as pessoas, Tempest acabou falando, e muito. Impelida pelo mediador, Daniel Benevides, a falar sobre o Brexit, disse: "Fico arrasada. Ao mesmo tempo que vejo um mundo ficando mais pacífico e tolerante, ser confrontada com a realidade que meus conterrâneos têm tanto medo do diferente que preferem ficar isolados numa ilhota fria me deixa muito triste. Por outro lado, pode acabar sendo uma coisa boa. Vai ter que piorar muito para depois melhorar". Para ela, os mais jovens, que não puderam votar e crescerão num país mais intolerantes talvez tomem mais consciência e reajam, mas isso vai demorar muito. Um ponto alto foi quando Tempest falou sobre gênero, sobre como é um desafio para a mulher ser ouvida e não só vista. "É quase um ato político só estar aqui, falando." "Por meio da música e da poesia, encontrei minha força e minha identidade. Vocês estão aqui porque são apaixonados pela literatura. Espero que isso encoraje vocês."
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Sindicatos acusam McDonald's de não pagar 1 bi de euros em impostos
Sindicatos de trabalhadores e uma organização beneficente acusaram a rede de fast food McDonald's de evitar o pagamento de cerca de 1 bilhão de euros em impostos entre 2009 e 2013, ao direcionar receitas através de uma unidade em Luxemburgo, e instaram a Comissão Europeia a investigar o caso. O braço executivo da União Europeia abriu investigações sobre acordos fiscais que alguns países fecharam com multinacionais, incluindo acordos entre Luxemburgo e a montadora Fiat e a varejista on-line Amazon.com. Organizações que reúnem sindicatos que representam milhões de trabalhadores nos Estados Unidos e na Europa e a organização beneficente War on Want pediram à comissão para expandir a investigação para incluir o McDonald's. A Federação Europeia de Sindicatos de Serviços Públicos e o Sindicato Internacional de Trabalhadores de Serviços disseram que o McDonald's economizou em impostos ao determinar que unidades pagassem royalties dedutíveis equivalentes a 5% do faturamento a uma subsidiária em Luxemburgo, que paga menos impostos. Uma porta-voz do McDonald disse que a rede tinha cumprido todas as regras fiscais aplicáveis. "Além de pagar impostos sobre os lucros, nós pagamos impostos significativos em contribuições sociais dos empregados, impostos sobre a propriedade de imóveis e outros impostos exigidos por lei", afirmou.
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Sindicatos acusam McDonald's de não pagar 1 bi de euros em impostosSindicatos de trabalhadores e uma organização beneficente acusaram a rede de fast food McDonald's de evitar o pagamento de cerca de 1 bilhão de euros em impostos entre 2009 e 2013, ao direcionar receitas através de uma unidade em Luxemburgo, e instaram a Comissão Europeia a investigar o caso. O braço executivo da União Europeia abriu investigações sobre acordos fiscais que alguns países fecharam com multinacionais, incluindo acordos entre Luxemburgo e a montadora Fiat e a varejista on-line Amazon.com. Organizações que reúnem sindicatos que representam milhões de trabalhadores nos Estados Unidos e na Europa e a organização beneficente War on Want pediram à comissão para expandir a investigação para incluir o McDonald's. A Federação Europeia de Sindicatos de Serviços Públicos e o Sindicato Internacional de Trabalhadores de Serviços disseram que o McDonald's economizou em impostos ao determinar que unidades pagassem royalties dedutíveis equivalentes a 5% do faturamento a uma subsidiária em Luxemburgo, que paga menos impostos. Uma porta-voz do McDonald disse que a rede tinha cumprido todas as regras fiscais aplicáveis. "Além de pagar impostos sobre os lucros, nós pagamos impostos significativos em contribuições sociais dos empregados, impostos sobre a propriedade de imóveis e outros impostos exigidos por lei", afirmou.
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Fotolivros retratam transformações urbanas no Rio de Janeiro
"O ar era mais limpo. Agora há mais carros, mais marcas internacionais no shopping e a cidade começou a parecer com o resto do mundo." O diagnóstico do Rio de Janeiro dos últimos anos é de Robert Polidori, 64, fotógrafo canadense que lança nesta sexta (10) um dos dois livros produzidos pelo Instituto Moreira Salles com a editora alemã Steidl em comemoração aos 450 anos da cidade. Conhecido pelas imagens de espaços devastados pelo furacão Katrina, nos EUA, Polidori se dedica agora às mudanças da paisagem carioca, em que a mata exuberante se confunde cada vez mais com favelas e construção civil. Embora tenha começado os registros há cinco anos, o livro que publica é também um diálogo com o trabalho de Marc Ferrez (1843-1923), um dos principais cronistas visuais do Rio no século 19 e responsável pelas imagens que compõem o outro lançamento. Em dois livros chamados "Rio", os fotógrafos se encontram tanto na tomada dos contornos da cidade quanto no processo de imagens panorâmicas, revelado em vasta pesquisa no acervo do fotógrafo franco-brasileiro. Mariana Newlands, 41, responsável pelo design dos livros, afirma que as fotografias super-horizontais funcionaram como guia para as publicações. "O Ferrez era um mestre desse formato. Algumas de um negativo só, e outras de vários, incríveis, porque não tinham identificação de que eram uma coisa só", explica. "A gente olhava uma foto e falava: 'Ele não faria esse enquadramento só para isso, tem que fazer parte de um panorama'. Você começa a entender a cabeça dele", diz. Também com o uso de câmeras de filme de grande formato, Polidori fatiou paisagens para reuni-las posteriormente, em processo digital. "Eu não quis copiá-lo nem me afastar daquilo que ele fez, mas o contexto da paisagem do Rio se impôs sobre nossa metodologia de trabalho. Respeito muito o que Ferrez produziu", afirma Polidori. RIO AUTOR Robert Polidori EDITORA Steidl/IMS QUANTO R$ 195 RIO AUTOR Marc Ferrez EDITORA Steidl/IMSalles QUANTO R$ 195 LANÇAMENTO DOS LIVROS Livraria da Travessa, av. Afrânio de Melo Franco, 290, RJ, tel. (21) 3138-9600; sex. (10), às 19h
ilustrada
Fotolivros retratam transformações urbanas no Rio de Janeiro"O ar era mais limpo. Agora há mais carros, mais marcas internacionais no shopping e a cidade começou a parecer com o resto do mundo." O diagnóstico do Rio de Janeiro dos últimos anos é de Robert Polidori, 64, fotógrafo canadense que lança nesta sexta (10) um dos dois livros produzidos pelo Instituto Moreira Salles com a editora alemã Steidl em comemoração aos 450 anos da cidade. Conhecido pelas imagens de espaços devastados pelo furacão Katrina, nos EUA, Polidori se dedica agora às mudanças da paisagem carioca, em que a mata exuberante se confunde cada vez mais com favelas e construção civil. Embora tenha começado os registros há cinco anos, o livro que publica é também um diálogo com o trabalho de Marc Ferrez (1843-1923), um dos principais cronistas visuais do Rio no século 19 e responsável pelas imagens que compõem o outro lançamento. Em dois livros chamados "Rio", os fotógrafos se encontram tanto na tomada dos contornos da cidade quanto no processo de imagens panorâmicas, revelado em vasta pesquisa no acervo do fotógrafo franco-brasileiro. Mariana Newlands, 41, responsável pelo design dos livros, afirma que as fotografias super-horizontais funcionaram como guia para as publicações. "O Ferrez era um mestre desse formato. Algumas de um negativo só, e outras de vários, incríveis, porque não tinham identificação de que eram uma coisa só", explica. "A gente olhava uma foto e falava: 'Ele não faria esse enquadramento só para isso, tem que fazer parte de um panorama'. Você começa a entender a cabeça dele", diz. Também com o uso de câmeras de filme de grande formato, Polidori fatiou paisagens para reuni-las posteriormente, em processo digital. "Eu não quis copiá-lo nem me afastar daquilo que ele fez, mas o contexto da paisagem do Rio se impôs sobre nossa metodologia de trabalho. Respeito muito o que Ferrez produziu", afirma Polidori. RIO AUTOR Robert Polidori EDITORA Steidl/IMS QUANTO R$ 195 RIO AUTOR Marc Ferrez EDITORA Steidl/IMSalles QUANTO R$ 195 LANÇAMENTO DOS LIVROS Livraria da Travessa, av. Afrânio de Melo Franco, 290, RJ, tel. (21) 3138-9600; sex. (10), às 19h
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Aposentada morre após esperar leito em UTI por 37 dias em São Paulo
A costureira aposentada Maria Lucia Machado, 62, morreu no dia 30 de novembro após esperar um leito em uma UTI por 37 dias. Um dia depois da morte dela, a Justiça determinou que a Prefeitura de São Paulo, da gestão Fernando Haddad (PT), a internasse em uma unidade intensiva. Maria Lucia, que era cardíaca, tinha sofrido um infarto em setembro. No dia 25 de outubro, foi internada no Hospital Municipal Dr. Alexandre Zaio, na Vila Nhocuné (zona leste), apresentando insuficiência respiratória aguda. A unidade não possui leitos de terapia intensiva. Segundo a filha da costureira, Priscila Machado, 37, os médicos disseram que ela precisava ser internada em uma UTI e começaram a pedir uma vaga à Crue (Central de Regulação de Urgência e Emergência), órgão da prefeitura responsável por intermediar serviços de saúde municipais e estaduais. Dias depois de estar entubada, Maria Lucia teve uma melhora, e o pedido foi cancelado. Mas seu estado piorou e ela teve de ser entubada novamente. Nesse período, o hospital fez um segundo pedido de UTI, quando Maria Lucia piorou novamente. Seu nome voltou para a lista da Crue. Priscila procurou a Defensoria Pública em 3 de novembro. O órgão então entrou com uma ação na Justiça. Inicialmente, a Justiça deu 48 horas para que a prefeitura explicasse o motivo de a paciente não ter sido internada em uma UTI, mas não houve resposta. Em 30 de novembro, Maria Lucia morreu. No dia seguinte, a Justiça determinou que a prefeitura abrisse uma vaga para ela. "Se da primeira vez ela tivesse conseguido, teria se recuperado. Ela estava bem, o cardiologista disse isso uma semana antes de ela falecer", diz a filha. "Negaram a chance para ela". 'MESMOS CUIDADOS' A Secretaria Municipal da Saúde, da gestão Fernando Haddad (PT), afirmou por meio de nota que a costureira aposentada Maria Lucia Machado, 62 anos, recebeu no Hospital Municipal Alexandre Zaio "os mesmos cuidados intensivos que receberia em uma unidade de terapia intensiva, inclusive com acompanhamento multiprofissional". Segundo a prefeitura, o hospital "é uma unidade com capacidade de atendimento aos casos de pequeno e médico porte, portanto não conta com UTI". A pasta afirmou que o primeiro pedido de vaga na UTI foi feito no dia 25 de outubro. Depois, disse, a paciente apresentou piora, e novo pedido foi feito no dia 11 de novembro. A secretaria não explicou o motivo de não ter conseguido uma vaga em UTI. Disse apenas que busca vagas em unidades municipais e estaduais. A Secretaria de Estado da Saúde, da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), não se pronunciou oficialmente. A Crue (Central de Regulação de Urgência e Emergência) é o órgão municipal, sob gestão de Fernando Haddad (PT), responsável por intermediar a transferência de pacientes em estado grave entre hospitais estaduais ou municipais que ofereçam serviços de urgência. A Crue é acionada pelos médicos da unidade hospitalar onde o paciente está internado, quando a unidade não possui UTI. O paciente é adicionado ao sistema Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), gerido pelo governo do Estado, sob a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), e a Crue, com base em critérios de risco, busca vagas seguindo a grade de urgência e emergência pactuada entre a prefeitura e o governo do Estado.
cotidiano
Aposentada morre após esperar leito em UTI por 37 dias em São PauloA costureira aposentada Maria Lucia Machado, 62, morreu no dia 30 de novembro após esperar um leito em uma UTI por 37 dias. Um dia depois da morte dela, a Justiça determinou que a Prefeitura de São Paulo, da gestão Fernando Haddad (PT), a internasse em uma unidade intensiva. Maria Lucia, que era cardíaca, tinha sofrido um infarto em setembro. No dia 25 de outubro, foi internada no Hospital Municipal Dr. Alexandre Zaio, na Vila Nhocuné (zona leste), apresentando insuficiência respiratória aguda. A unidade não possui leitos de terapia intensiva. Segundo a filha da costureira, Priscila Machado, 37, os médicos disseram que ela precisava ser internada em uma UTI e começaram a pedir uma vaga à Crue (Central de Regulação de Urgência e Emergência), órgão da prefeitura responsável por intermediar serviços de saúde municipais e estaduais. Dias depois de estar entubada, Maria Lucia teve uma melhora, e o pedido foi cancelado. Mas seu estado piorou e ela teve de ser entubada novamente. Nesse período, o hospital fez um segundo pedido de UTI, quando Maria Lucia piorou novamente. Seu nome voltou para a lista da Crue. Priscila procurou a Defensoria Pública em 3 de novembro. O órgão então entrou com uma ação na Justiça. Inicialmente, a Justiça deu 48 horas para que a prefeitura explicasse o motivo de a paciente não ter sido internada em uma UTI, mas não houve resposta. Em 30 de novembro, Maria Lucia morreu. No dia seguinte, a Justiça determinou que a prefeitura abrisse uma vaga para ela. "Se da primeira vez ela tivesse conseguido, teria se recuperado. Ela estava bem, o cardiologista disse isso uma semana antes de ela falecer", diz a filha. "Negaram a chance para ela". 'MESMOS CUIDADOS' A Secretaria Municipal da Saúde, da gestão Fernando Haddad (PT), afirmou por meio de nota que a costureira aposentada Maria Lucia Machado, 62 anos, recebeu no Hospital Municipal Alexandre Zaio "os mesmos cuidados intensivos que receberia em uma unidade de terapia intensiva, inclusive com acompanhamento multiprofissional". Segundo a prefeitura, o hospital "é uma unidade com capacidade de atendimento aos casos de pequeno e médico porte, portanto não conta com UTI". A pasta afirmou que o primeiro pedido de vaga na UTI foi feito no dia 25 de outubro. Depois, disse, a paciente apresentou piora, e novo pedido foi feito no dia 11 de novembro. A secretaria não explicou o motivo de não ter conseguido uma vaga em UTI. Disse apenas que busca vagas em unidades municipais e estaduais. A Secretaria de Estado da Saúde, da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), não se pronunciou oficialmente. A Crue (Central de Regulação de Urgência e Emergência) é o órgão municipal, sob gestão de Fernando Haddad (PT), responsável por intermediar a transferência de pacientes em estado grave entre hospitais estaduais ou municipais que ofereçam serviços de urgência. A Crue é acionada pelos médicos da unidade hospitalar onde o paciente está internado, quando a unidade não possui UTI. O paciente é adicionado ao sistema Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), gerido pelo governo do Estado, sob a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), e a Crue, com base em critérios de risco, busca vagas seguindo a grade de urgência e emergência pactuada entre a prefeitura e o governo do Estado.
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Com quatro votos para limitar foro, STF adia votação a pedido de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes pediu vista (mais tempo para estudar o caso) e o STF (Supremo Tribunal Federal) interrompeu, nesta quinta (1°), a análise de uma questão de ordem que visa restringir o foro privilegiado garantido aos políticos. Quatro dos 11 ministros já votaram a favor da restrição. Na quarta (31), quando a análise do assunto começou, o relator, Luís Roberto Barroso, votou pela restrição do foro privilegiado somente para políticos acusados de crimes cometidos no exercício do mandato em vigor e relacionados a ele. Hoje, se um cidadão sem mandato comete um crime e depois é eleito deputado federal ou senador, por exemplo, o processo que tramitava em primeira instância sobe para o STF. Quando esse mesmo cidadão deixa o mandato, se o processo não tiver sido concluído ainda, ele volta à primeira instância. Essas idas e vindas entre diferentes instâncias da Justiça, que os ministros Barroso e Marco Aurélio chamaram de "elevador processual", sobrecarregariam os tribunais superiores e atrasariam o desfecho dos processos, aumentando a chance de os crimes prescreverem (ficarem sem punição). VISTA A previsão era retomar a discussão nesta quinta com o voto de Edson Fachin, mas houve uma inversão e o primeiro a falar foi Moraes. "Não há dúvida que há disfuncionalidade no sistema de foros", iniciou. Mas prosseguiu comparando o Supremo, ao qual se atribui morosidade no combate à corrupção, com a primeira instância do Judiciário. "Me pergunto se há um histórico de primeira instância de combate efetivo às elites políticas e à corrupção. Não. Uma das chagas brasileiras é exatamente o não combate à corrupção", disse. "Não é possível estabelecer conexão entre impunidade no Brasil e ampliação do foro privilegiado." Diante da complexidade do tema, segundo Moraes, ele pediu mais tempo para analisá-lo. Em seguida, Marco Aurélio, Rosa Weber e a presidente da corte, Cármen Lúcia, pediram para adiantar seus votos e acompanharam o relator, pela restrição do foro. Marco Aurélio criticou o vaivém dos processos nas diferentes instâncias da Justiça quando políticos assumem ou deixam o mandato. "A Constituição enseja isso? Para mim, não. A fixação de competência, para mim, está atrelada à data do cometimento [do crime]", disse, acrescentando que a prerrogativa de foro visa proteger o mandato. "Já manifestei em mais de uma oportunidade, em sessão da Primeira Turma, que o instituto do foro especial, pelo qual não tenho a menor simpatia, mas que se encontra albergado na nossa Constituição, só encontra razão de ser para a dignidade do cargo, e não para a pessoa que o titulariza, o que evidencia, a meu juízo, a absoluta pertinência de uma interpretação no mínimo restritiva que vincule o instituto aos crimes cometidos no exercício do cargo e em razão do cargo", afirmou Rosa. Cármen Lúcia disse que, como é hoje, está "caracterizada situação de mutação constitucional, uma vez que foro não é escolha. Prerrogativa não é privilegio". Para reforçar sua tese como relator, Barroso afirmou que, se não fizesse diferença para o político ser processado no Supremo ou em outra instância, "não haveria empenho em manter" o foro –o que, para ele, mostrou-se uma característica comum a pessoas de todos os partidos. "Se [o foro] não assegurasse impunidade, não haveria disputa por cargos que garantissem foro no Supremo. Manter a jurisdição no Supremo é bênção, a meu ver com acerto, porque supõe-se que vai haver mais celeridade na primeira instância", disse Barroso. "Não há argumento capaz de desfazer realidade óbvia que, por lei, por medida provisória, se quer assegurar foro no Supremo e há de haver alguma razão para isso", completou o relator. Não há prazo para Moraes devolver os autos e o julgamento ser concluído. NO CONGRESSO Nesta quarta, enquanto o STF iniciava as discussões sobre o assunto, o Senado aprovou em segundo turno uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que põe fim ao foro privilegiado para parlamentares e outras autoridades. Os ministros afirmam que as decisões do Supremo sobre extensão do foro e a PEC que acaba com foro para a maioria dos cargos não são contraditórios. Caso STF e parlamentares decidam de modo diferente sobre o foro privilegiado, vale a mudança determinada pelo Congresso. Mas a interpretação do Supremo sobre o alcance do foro valerá então para os cargos que mantiverem prerrogativa de foro na corte –os presidentes da Câmara, do Senado e da República– por crimes cometidos durante o cargo e em razão dele. Os magistrados evitam falar sobre o entendimento do STF antes de o julgamento terminar. No entanto, nos bastidores afirmam que cada ministro terá que analisar o inquérito pelo qual for responsável e verificar se é o caso de remetê-lo a outra instância.
poder
Com quatro votos para limitar foro, STF adia votação a pedido de MoraesO ministro Alexandre de Moraes pediu vista (mais tempo para estudar o caso) e o STF (Supremo Tribunal Federal) interrompeu, nesta quinta (1°), a análise de uma questão de ordem que visa restringir o foro privilegiado garantido aos políticos. Quatro dos 11 ministros já votaram a favor da restrição. Na quarta (31), quando a análise do assunto começou, o relator, Luís Roberto Barroso, votou pela restrição do foro privilegiado somente para políticos acusados de crimes cometidos no exercício do mandato em vigor e relacionados a ele. Hoje, se um cidadão sem mandato comete um crime e depois é eleito deputado federal ou senador, por exemplo, o processo que tramitava em primeira instância sobe para o STF. Quando esse mesmo cidadão deixa o mandato, se o processo não tiver sido concluído ainda, ele volta à primeira instância. Essas idas e vindas entre diferentes instâncias da Justiça, que os ministros Barroso e Marco Aurélio chamaram de "elevador processual", sobrecarregariam os tribunais superiores e atrasariam o desfecho dos processos, aumentando a chance de os crimes prescreverem (ficarem sem punição). VISTA A previsão era retomar a discussão nesta quinta com o voto de Edson Fachin, mas houve uma inversão e o primeiro a falar foi Moraes. "Não há dúvida que há disfuncionalidade no sistema de foros", iniciou. Mas prosseguiu comparando o Supremo, ao qual se atribui morosidade no combate à corrupção, com a primeira instância do Judiciário. "Me pergunto se há um histórico de primeira instância de combate efetivo às elites políticas e à corrupção. Não. Uma das chagas brasileiras é exatamente o não combate à corrupção", disse. "Não é possível estabelecer conexão entre impunidade no Brasil e ampliação do foro privilegiado." Diante da complexidade do tema, segundo Moraes, ele pediu mais tempo para analisá-lo. Em seguida, Marco Aurélio, Rosa Weber e a presidente da corte, Cármen Lúcia, pediram para adiantar seus votos e acompanharam o relator, pela restrição do foro. Marco Aurélio criticou o vaivém dos processos nas diferentes instâncias da Justiça quando políticos assumem ou deixam o mandato. "A Constituição enseja isso? Para mim, não. A fixação de competência, para mim, está atrelada à data do cometimento [do crime]", disse, acrescentando que a prerrogativa de foro visa proteger o mandato. "Já manifestei em mais de uma oportunidade, em sessão da Primeira Turma, que o instituto do foro especial, pelo qual não tenho a menor simpatia, mas que se encontra albergado na nossa Constituição, só encontra razão de ser para a dignidade do cargo, e não para a pessoa que o titulariza, o que evidencia, a meu juízo, a absoluta pertinência de uma interpretação no mínimo restritiva que vincule o instituto aos crimes cometidos no exercício do cargo e em razão do cargo", afirmou Rosa. Cármen Lúcia disse que, como é hoje, está "caracterizada situação de mutação constitucional, uma vez que foro não é escolha. Prerrogativa não é privilegio". Para reforçar sua tese como relator, Barroso afirmou que, se não fizesse diferença para o político ser processado no Supremo ou em outra instância, "não haveria empenho em manter" o foro –o que, para ele, mostrou-se uma característica comum a pessoas de todos os partidos. "Se [o foro] não assegurasse impunidade, não haveria disputa por cargos que garantissem foro no Supremo. Manter a jurisdição no Supremo é bênção, a meu ver com acerto, porque supõe-se que vai haver mais celeridade na primeira instância", disse Barroso. "Não há argumento capaz de desfazer realidade óbvia que, por lei, por medida provisória, se quer assegurar foro no Supremo e há de haver alguma razão para isso", completou o relator. Não há prazo para Moraes devolver os autos e o julgamento ser concluído. NO CONGRESSO Nesta quarta, enquanto o STF iniciava as discussões sobre o assunto, o Senado aprovou em segundo turno uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que põe fim ao foro privilegiado para parlamentares e outras autoridades. Os ministros afirmam que as decisões do Supremo sobre extensão do foro e a PEC que acaba com foro para a maioria dos cargos não são contraditórios. Caso STF e parlamentares decidam de modo diferente sobre o foro privilegiado, vale a mudança determinada pelo Congresso. Mas a interpretação do Supremo sobre o alcance do foro valerá então para os cargos que mantiverem prerrogativa de foro na corte –os presidentes da Câmara, do Senado e da República– por crimes cometidos durante o cargo e em razão dele. Os magistrados evitam falar sobre o entendimento do STF antes de o julgamento terminar. No entanto, nos bastidores afirmam que cada ministro terá que analisar o inquérito pelo qual for responsável e verificar se é o caso de remetê-lo a outra instância.
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Ataque com carro-bomba mata dois policiais em delegacia na Turquia
Um atentado com carro-bomba deixou ao menos dois policiais mortos e outras 23 pessoas feridas em uma delegacia na cidade de Gaziantep, no sudeste da Turquia. Nenhum grupo reivindicou o ataque. O veículo foi detonado no lado de fora dos portões da delegacia. O impacto destruiu janelas de vários prédios do governo provincial que ficam na mesma rua. A polícia isolou o local e agentes com rifles patrulham a área. A rede de TV CNN Turk afirma que disparos foram ouvidos no momento da explosão e que um segundo carro teria fugido do local. Ao menos 19 policiais e quatro civis foram feridos no ataque, segundo comunicado do governo da província. Um policial morreu no local e outro no hospital. Também neste domingo (1º), três soldados turcos foram mortos e outros 14 foram feridos em um ataque de militantes curdos na cidade de Nusaybin, informou o Exército em comunicado.
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Ataque com carro-bomba mata dois policiais em delegacia na TurquiaUm atentado com carro-bomba deixou ao menos dois policiais mortos e outras 23 pessoas feridas em uma delegacia na cidade de Gaziantep, no sudeste da Turquia. Nenhum grupo reivindicou o ataque. O veículo foi detonado no lado de fora dos portões da delegacia. O impacto destruiu janelas de vários prédios do governo provincial que ficam na mesma rua. A polícia isolou o local e agentes com rifles patrulham a área. A rede de TV CNN Turk afirma que disparos foram ouvidos no momento da explosão e que um segundo carro teria fugido do local. Ao menos 19 policiais e quatro civis foram feridos no ataque, segundo comunicado do governo da província. Um policial morreu no local e outro no hospital. Também neste domingo (1º), três soldados turcos foram mortos e outros 14 foram feridos em um ataque de militantes curdos na cidade de Nusaybin, informou o Exército em comunicado.
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Mirian Dutra diz que 'não se lembra' de ter assinado contrato com a Brasif
A jornalista Mirian Dutra, que foi amante do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, afirmou nesta sexta-feira (8) que "não se lembra" se assinou ou não um contrato com a empresa Brasif. Em fevereiro, em entrevista à coluna Mônica Bergamo, Mirian disse que FHC usou a empresa, por meio de um contrato fictício de trabalho em nome da jornalista, para fazer remessas de dinheiro a ela, para custear a educação de seus filhos na Europa. O documento com a Brasif foi entregue à Folha pela própria Mirian. A empresa confirmou a existência de um contrato com a jornalista, mas diz que FHC não participou do acordo. "Eu tinha um contrato com a TV Globo, e esse contrato era de exclusividade. Não conheço, nunca tive contrato com outra empresa", disse, em entrevista ao programa "Mariana Godoy", da RedeTV!. "Se houve esse contrato [com a Brasif], eu sinceramente não me lembro." A jornalista negou que tenha apresentado versões diferentes sobre o caso na entrevista à Folha e no depoimento que deu à Polícia Federal nesta quinta (7). "Não existem versões diferentes, existem esclarecimentos. Eu esclareci todas as coisas que o delegado me perguntou, com toda a tranquilidade", afirmou. "Eu não me lembro exatamente como as remessas eram feitas, minha única preocupação era que chegasse o dinheiro para pagar o colégio [dos filhos]", completou. "A gente [Fernando Henrique e ela] tinha uma pessoa de confiança que fazia esse contato". Quando perguntada se é possível que essa pessoa tenha pedido a ela para assinar o contrato sem seu conhecimento, Mirian respondeu que "um montão de coisas pode ter acontecido, e eu não me lembro". Em nota divulgada na noite de quinta, os advogados da jornalista afirmam que os pagamentos de Fernando Henrique para custear os estudos de Tomas, filho de Mirian, eram feitos na conta bancária dela; hoje, o destino é a conta do garoto. Ela ainda relativizou a importância do caso –investigado pela Polícia Federal por suspeita de evasão de divisas. "O Brasil está com tanta dificuldade, está o samba do crioulo doido, e estão preocupados com a Mirian Dutra? Eu estou procurando emprego!", disse. "O interesse das pessoas parece ser 'Se a lambança começou, vamos fazer uma lambança total'. Qualquer coisa que ele [Fernando Henrique] possa ter feito, já prescreveu." A jornalista também se isentou de maiores responsabilidades. "O problema [de eventual evasão de divisas] é dele, não é meu", disse. "Ele mandava o dinheiro, o dinheiro que eu recebia pagava religiosamente o colégio." Mirian Dutra teve um relacionamento com o ex-presidente nos anos 1980 e 90 e, em 2009, FHC decidiu reconhecer oficialmente a paternidade de Tomas. O ex-presidente sempre negou ter usado a Brasif e diz que os recursos enviados ao filho provêm de rendas legítimas de seu trabalho, depositadas em contas legais e declaradas à Receita. POLÍCIA FEDERAL Sobre o depoimento que deu à PF, Mirian se resumiu a classificá-lo de "cansativo" –ele durou quase seis horas. "O delegado insistiu muito se eu sabia se ele [FHC] tinha algum tipo de pretensão política –eu disse que não tinha a menor ideia–, e centrou muito a questão do dinheiro, como eu recebia", contou, sem entrar em mais detalhes. Quando perguntada sobre os motivos que a levaram a revelar o caso, a jornalista disse que não se deixaria "ser usada". "Me respeita, Mariana", rebateu, depois de a âncora questionar se ela teria recebido dinheiro "de alguém ou do PT" para falar. "Já tenho certa idade, capacidade de pensar para me deixar ser usada. Infelizmente aconteceu de eu dar a entrevista e haver essa repercussão toda", afirmou. "Eu não recebi dinheiro, eu não sou milionária, não vou compactuar com ninguém." Segundo a jornalista, ela decidiu falar para tentar limpar seu nome, "desarranhar o que estava arranhado". "Eu estou procurando emprego, e quem fosse me contratar não ia ver nenhuma reportagem minha, só sites me insultando, me colocando na pior posição possível", afirmou. Ela ainda disse que "todos" os que a desrespeitaram na internet e em redes sociais por causa da divulgação do caso serão processados. Mirian também negou que sua mudança para a Europa esteve ligada ao caso que ela teve com o ex-presidente, quando ele ainda era senador –do qual, segundo ela, guarda arrependimento. "Não fui mandada para fora do Brasil, foi uma decisão única e pessoal, para a educação dos meus filhos", comentou. "Mas eu acho que, se saísse alguma coisa naquela época [sobre o caso dos dois na imprensa], ia quebrar um eixo da vida dele, que é a família. Na minha opinião, [a carreira política de FHC] ia ser afetada."
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Mirian Dutra diz que 'não se lembra' de ter assinado contrato com a BrasifA jornalista Mirian Dutra, que foi amante do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, afirmou nesta sexta-feira (8) que "não se lembra" se assinou ou não um contrato com a empresa Brasif. Em fevereiro, em entrevista à coluna Mônica Bergamo, Mirian disse que FHC usou a empresa, por meio de um contrato fictício de trabalho em nome da jornalista, para fazer remessas de dinheiro a ela, para custear a educação de seus filhos na Europa. O documento com a Brasif foi entregue à Folha pela própria Mirian. A empresa confirmou a existência de um contrato com a jornalista, mas diz que FHC não participou do acordo. "Eu tinha um contrato com a TV Globo, e esse contrato era de exclusividade. Não conheço, nunca tive contrato com outra empresa", disse, em entrevista ao programa "Mariana Godoy", da RedeTV!. "Se houve esse contrato [com a Brasif], eu sinceramente não me lembro." A jornalista negou que tenha apresentado versões diferentes sobre o caso na entrevista à Folha e no depoimento que deu à Polícia Federal nesta quinta (7). "Não existem versões diferentes, existem esclarecimentos. Eu esclareci todas as coisas que o delegado me perguntou, com toda a tranquilidade", afirmou. "Eu não me lembro exatamente como as remessas eram feitas, minha única preocupação era que chegasse o dinheiro para pagar o colégio [dos filhos]", completou. "A gente [Fernando Henrique e ela] tinha uma pessoa de confiança que fazia esse contato". Quando perguntada se é possível que essa pessoa tenha pedido a ela para assinar o contrato sem seu conhecimento, Mirian respondeu que "um montão de coisas pode ter acontecido, e eu não me lembro". Em nota divulgada na noite de quinta, os advogados da jornalista afirmam que os pagamentos de Fernando Henrique para custear os estudos de Tomas, filho de Mirian, eram feitos na conta bancária dela; hoje, o destino é a conta do garoto. Ela ainda relativizou a importância do caso –investigado pela Polícia Federal por suspeita de evasão de divisas. "O Brasil está com tanta dificuldade, está o samba do crioulo doido, e estão preocupados com a Mirian Dutra? Eu estou procurando emprego!", disse. "O interesse das pessoas parece ser 'Se a lambança começou, vamos fazer uma lambança total'. Qualquer coisa que ele [Fernando Henrique] possa ter feito, já prescreveu." A jornalista também se isentou de maiores responsabilidades. "O problema [de eventual evasão de divisas] é dele, não é meu", disse. "Ele mandava o dinheiro, o dinheiro que eu recebia pagava religiosamente o colégio." Mirian Dutra teve um relacionamento com o ex-presidente nos anos 1980 e 90 e, em 2009, FHC decidiu reconhecer oficialmente a paternidade de Tomas. O ex-presidente sempre negou ter usado a Brasif e diz que os recursos enviados ao filho provêm de rendas legítimas de seu trabalho, depositadas em contas legais e declaradas à Receita. POLÍCIA FEDERAL Sobre o depoimento que deu à PF, Mirian se resumiu a classificá-lo de "cansativo" –ele durou quase seis horas. "O delegado insistiu muito se eu sabia se ele [FHC] tinha algum tipo de pretensão política –eu disse que não tinha a menor ideia–, e centrou muito a questão do dinheiro, como eu recebia", contou, sem entrar em mais detalhes. Quando perguntada sobre os motivos que a levaram a revelar o caso, a jornalista disse que não se deixaria "ser usada". "Me respeita, Mariana", rebateu, depois de a âncora questionar se ela teria recebido dinheiro "de alguém ou do PT" para falar. "Já tenho certa idade, capacidade de pensar para me deixar ser usada. Infelizmente aconteceu de eu dar a entrevista e haver essa repercussão toda", afirmou. "Eu não recebi dinheiro, eu não sou milionária, não vou compactuar com ninguém." Segundo a jornalista, ela decidiu falar para tentar limpar seu nome, "desarranhar o que estava arranhado". "Eu estou procurando emprego, e quem fosse me contratar não ia ver nenhuma reportagem minha, só sites me insultando, me colocando na pior posição possível", afirmou. Ela ainda disse que "todos" os que a desrespeitaram na internet e em redes sociais por causa da divulgação do caso serão processados. Mirian também negou que sua mudança para a Europa esteve ligada ao caso que ela teve com o ex-presidente, quando ele ainda era senador –do qual, segundo ela, guarda arrependimento. "Não fui mandada para fora do Brasil, foi uma decisão única e pessoal, para a educação dos meus filhos", comentou. "Mas eu acho que, se saísse alguma coisa naquela época [sobre o caso dos dois na imprensa], ia quebrar um eixo da vida dele, que é a família. Na minha opinião, [a carreira política de FHC] ia ser afetada."
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Honda convoca recall de 447,5 mil veículos por problema no airbag
A Honda divulgou nesta segunda-feira (27) a convocação de proprietários de Fit, City, Civic e CR-V para a substituição do insuflador do airbag do motorista. Para a devida troca, é necessário comparecer a partir do dia 3 de novembro a uma das concessionárias da marca japonesa. De acordo com a montadora, se a peça não for trocada, a estrutura do insuflador pode se romper após uma colisão frontal, projetando fragmentos metálicos no interior do automóvel e, em situações extremas, causando danos materiais, lesões graves ou até mesmo fatais. O problema atingiu 34 milhões de peças produzidas pela Takana, fornecedora japonesa de componentes automotivos. Seis mortes e mais de 100 casos de ferimentos foram vinculados a esse defeito. No dia 1º de junho, a Honda já havia divulgado o recall de 290,3 mil unidades por causa desses problemas. ABAIXO, VEJA A LISTA DOS CHASSIS:
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Honda convoca recall de 447,5 mil veículos por problema no airbagA Honda divulgou nesta segunda-feira (27) a convocação de proprietários de Fit, City, Civic e CR-V para a substituição do insuflador do airbag do motorista. Para a devida troca, é necessário comparecer a partir do dia 3 de novembro a uma das concessionárias da marca japonesa. De acordo com a montadora, se a peça não for trocada, a estrutura do insuflador pode se romper após uma colisão frontal, projetando fragmentos metálicos no interior do automóvel e, em situações extremas, causando danos materiais, lesões graves ou até mesmo fatais. O problema atingiu 34 milhões de peças produzidas pela Takana, fornecedora japonesa de componentes automotivos. Seis mortes e mais de 100 casos de ferimentos foram vinculados a esse defeito. No dia 1º de junho, a Honda já havia divulgado o recall de 290,3 mil unidades por causa desses problemas. ABAIXO, VEJA A LISTA DOS CHASSIS:
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Trump diz que é vítima da maior 'caça às bruxas' a um político americano
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (18) que é alvo da "maior caça às bruxas" da história do país, após a indicação de um conselheiro especial para investigar a ligação de membros de sua equipe com a Rússia durante a campanha eleitoral. "Esta é a maior caça às bruxas a um político na história americana", escreveu o republicano no Twitter. "Com todos os atos ilegais da campanha de Clinton e do governo de Obama, nunca um conselheiro especial foi indicado!" A frase foi repetida horas depois em entrevista coletiva ao lado do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, na Casa Branca. Na ocasião, Trump repetiu que não houve contatos com o governo russo —acusado de ter interferido nas eleições para favorecer o republicano— durante a campanha. "Não houve conluio, e todo mundo, inclusive os meus inimigos, disseram que não houve conluio", disse, completando que as revelações e acusações contra ele "dividem o país". "Temos um país muito dividido por causa disso e de outras coisas." Trump ainda respondeu de forma ríspida ao ser questionado se pediu ao ex-diretor do FBI James Comey que encerrasse a investigação sobre Michael Flynn, seu conselheiro de Segurança Nacional no início do governo: "Não. Não. Próxima pergunta". Na última terça-feira (16), o "New York Times" revelou que Comey escreveu um memorando no qual descreve o pedido feito por Trump para "deixar para lá" o caso de Flynn. Comey, que estava à frente da investigação sobre os possíveis elos de assessores de Trump com Moscou, foi demitido no último dia 9. O governo justificou a decisão com base em uma carta do vice-secretário de Justiça, Rod Rosenstein, afirmando que o ex-diretor errou ao não recomendar, em 2016, o indiciamento da ex-secretária de Estado Hillary Clinton pelo uso indevido de e-mails. Numa sessão fechada no Senado nesta quinta, no entanto, Rosenstein disse que sabia que Trump planejava demitir Comey antes mesmo de escrever a carta apontando as razões para sua saída. A informação foi revelada por senadores democratas aos jornalistas. Rosenstein foi o responsável por apontar o ex-diretor do FBI Robert Mueller para ser o conselheiro especial na investigação sobre Rússia, após intensa pressão da oposição. A decisão do vice-secretário de Justiça, que não precisa do aval da Casa Branca, foi informada a Trump pouco antes de ser anunciada à imprensa, na quarta. Segundo Rosenstein, nas atuais circunstâncias, que seriam "únicas", "o interesse público exige que eu ponha a investigação sob a supervisão de uma autoridade independente". NOVO DIRETOR Trump defendeu, nesta quinta, a demissão de Comey, repetindo que esperava ter tido o apoio da oposição. "Quando tomei essa decisão, achei que seria uma decisão bipartidária, se você olhar todas as pessoas do lado democrata que diziam coisas terríveis sobre o diretor Comey", disse. O presidente afirmou que "em muito breve" anunciará o novo diretor do FBI (polícia federal americana) e que os agentes e funcionários do órgão ficarão "muito, muito entusiasmados" com o nome escolhido por ele. Nesta quinta, a imprensa americana divulgou que o nome mais cotado hoje é o do ex-senador por Connecticut Joseph Lieberman, um democrata que chegou a disputar a eleição em 2000 como vice na chapa de Al Gore. Questionado se Lieberman estava entre os finalistas, Trump apenas respondeu que "sim". Impeachment EUA
mundo
Trump diz que é vítima da maior 'caça às bruxas' a um político americanoO presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (18) que é alvo da "maior caça às bruxas" da história do país, após a indicação de um conselheiro especial para investigar a ligação de membros de sua equipe com a Rússia durante a campanha eleitoral. "Esta é a maior caça às bruxas a um político na história americana", escreveu o republicano no Twitter. "Com todos os atos ilegais da campanha de Clinton e do governo de Obama, nunca um conselheiro especial foi indicado!" A frase foi repetida horas depois em entrevista coletiva ao lado do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, na Casa Branca. Na ocasião, Trump repetiu que não houve contatos com o governo russo —acusado de ter interferido nas eleições para favorecer o republicano— durante a campanha. "Não houve conluio, e todo mundo, inclusive os meus inimigos, disseram que não houve conluio", disse, completando que as revelações e acusações contra ele "dividem o país". "Temos um país muito dividido por causa disso e de outras coisas." Trump ainda respondeu de forma ríspida ao ser questionado se pediu ao ex-diretor do FBI James Comey que encerrasse a investigação sobre Michael Flynn, seu conselheiro de Segurança Nacional no início do governo: "Não. Não. Próxima pergunta". Na última terça-feira (16), o "New York Times" revelou que Comey escreveu um memorando no qual descreve o pedido feito por Trump para "deixar para lá" o caso de Flynn. Comey, que estava à frente da investigação sobre os possíveis elos de assessores de Trump com Moscou, foi demitido no último dia 9. O governo justificou a decisão com base em uma carta do vice-secretário de Justiça, Rod Rosenstein, afirmando que o ex-diretor errou ao não recomendar, em 2016, o indiciamento da ex-secretária de Estado Hillary Clinton pelo uso indevido de e-mails. Numa sessão fechada no Senado nesta quinta, no entanto, Rosenstein disse que sabia que Trump planejava demitir Comey antes mesmo de escrever a carta apontando as razões para sua saída. A informação foi revelada por senadores democratas aos jornalistas. Rosenstein foi o responsável por apontar o ex-diretor do FBI Robert Mueller para ser o conselheiro especial na investigação sobre Rússia, após intensa pressão da oposição. A decisão do vice-secretário de Justiça, que não precisa do aval da Casa Branca, foi informada a Trump pouco antes de ser anunciada à imprensa, na quarta. Segundo Rosenstein, nas atuais circunstâncias, que seriam "únicas", "o interesse público exige que eu ponha a investigação sob a supervisão de uma autoridade independente". NOVO DIRETOR Trump defendeu, nesta quinta, a demissão de Comey, repetindo que esperava ter tido o apoio da oposição. "Quando tomei essa decisão, achei que seria uma decisão bipartidária, se você olhar todas as pessoas do lado democrata que diziam coisas terríveis sobre o diretor Comey", disse. O presidente afirmou que "em muito breve" anunciará o novo diretor do FBI (polícia federal americana) e que os agentes e funcionários do órgão ficarão "muito, muito entusiasmados" com o nome escolhido por ele. Nesta quinta, a imprensa americana divulgou que o nome mais cotado hoje é o do ex-senador por Connecticut Joseph Lieberman, um democrata que chegou a disputar a eleição em 2000 como vice na chapa de Al Gore. Questionado se Lieberman estava entre os finalistas, Trump apenas respondeu que "sim". Impeachment EUA
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Titular contra a Austrália, Giuliano atravessa fase artilheira na Rússia
Ansioso assumido, o técnico Tite já pensa na Rússia desde que garantiu a classificação para a Copa. Para sanar a curiosidade sobre o país-sede do Mundial, os jogadores e a comissão técnica podem recorrer a um "infiltrado". Representando desde agosto de 2016 o Zenit, da Rússia, o meia Giuliano, 26, tem vivido fase artilheira na Europa. Em 49 partidas pelo clube russo, marcou 18 gols e deu 15 assistências, confirmando em números a temporada mais frutífera da carreira. Antes disso, o máximo que tinha conseguido tinha sido 11 gols e 13 assistências em em 58 jogos pelo Grêmio em 2015. "Vivo meu melhor momento, tecnicamente e fisicamente. Estou numa sequência longa, tenho jogado a cada dois, três dias e sempre quase 90 minutos. Tenho feito muitos gols, dado muitas assistências, e quero prolongar essa boa fase ao máximo", diz o jogador, que será titular na partida contra a Austrália nesta terça-feira (13). À Folha, outros brasileiros que jogam na Rússia disseram se espelhar em Giuliano ao cultivarem esperanças de chegar à seleção. "Pelo fato de a Copa ser aqui, traz holofotes. Com certeza dá para mostrar serviço jogando na Rússia, e o Giuliano é exemplo disso", afirmou o volante Fernando, 25, titular do campeão Spartak Moscou, que findou jejum de 16 anos sem o título nacional. Segundo Cleber Xavier, assistente técnico da seleção brasileira, Giuliano é um jogador moderno, que cuida bem de sua integridade física e psicológica. Além disso, o meia, com o qual trabalhou no Internacional (2008-2009, na passagem de Tite pelo clube gaúcho), também agrada por sua polivalência, exercendo diferentes funções em campo. Giuliano tem presença praticamente garantida na Copa, já que tem sido chamado por Tite desde a primeira convocação. "No Zenit, jogo um pouquinho mais na frente, mas com liberdade de recuar e atuar como um terceiro homem de meio, como faço na seleção brasileira com o Tite. Eu já exerci muitas vezes a função de extremo no lado do campo, tanto do lado esquerdo como do lado direito; pela minha característica eu tenho boa recomposição, ajudo o sistema defensivo, e também tenho a facilidade de entrar e me tornar um jogador a mais no meio", explica. "Também jogo de terceiro homem de meio, uma espécie de terceiro volante. Atualmente, gosto de jogar mais à frente, como se fosse um segundo atacante, mas com total liberdade de movimentação", completa. Na seleção, ele já deu mostras dessa versatilidade, atuando tanto pelo centro como pelas pontas na linha de quatro meias. Sobre a vida na Rússia, ele conta que sai pouco de casa devido à rotina intensa de trabalho, participando de três competições: Campeonato Russo, Copa da Rússia e Liga Europa. Giuliano diz que o frio costuma castigar os atletas, que têm que enfrentar a neve e temperaturas negativas. No entanto, para ele isso não será obstáculo à seleção brasileira em 2018. "No período da Copa do Mundo será verão aqui, e o calor é bastante intenso. Teoricamente, pode, na verdade, ajudar os jogadores do Brasil", diz. RACISMO A Fifa e a Federação local fazem um trabalho intenso para conter as manifestações preconceituosas que acontecem com frequência nos estádios russos. Giuliano, que atua em um dos clubes cujos torcedores mais protagonizam incidentes racistas, diz que tem visto resultados desse esforço na sua rotina. "Eles têm preocupação em controlar, especialmente no Mundial. Eles mostram propagandas o tempo todo e eu, inclusive, participei de uma sobre racismo. Não vivi nenhuma situação e também não vi. Espero que continue assim, porque é algo muito feio, e não precisamos disso na vida nem no futebol."
esporte
Titular contra a Austrália, Giuliano atravessa fase artilheira na RússiaAnsioso assumido, o técnico Tite já pensa na Rússia desde que garantiu a classificação para a Copa. Para sanar a curiosidade sobre o país-sede do Mundial, os jogadores e a comissão técnica podem recorrer a um "infiltrado". Representando desde agosto de 2016 o Zenit, da Rússia, o meia Giuliano, 26, tem vivido fase artilheira na Europa. Em 49 partidas pelo clube russo, marcou 18 gols e deu 15 assistências, confirmando em números a temporada mais frutífera da carreira. Antes disso, o máximo que tinha conseguido tinha sido 11 gols e 13 assistências em em 58 jogos pelo Grêmio em 2015. "Vivo meu melhor momento, tecnicamente e fisicamente. Estou numa sequência longa, tenho jogado a cada dois, três dias e sempre quase 90 minutos. Tenho feito muitos gols, dado muitas assistências, e quero prolongar essa boa fase ao máximo", diz o jogador, que será titular na partida contra a Austrália nesta terça-feira (13). À Folha, outros brasileiros que jogam na Rússia disseram se espelhar em Giuliano ao cultivarem esperanças de chegar à seleção. "Pelo fato de a Copa ser aqui, traz holofotes. Com certeza dá para mostrar serviço jogando na Rússia, e o Giuliano é exemplo disso", afirmou o volante Fernando, 25, titular do campeão Spartak Moscou, que findou jejum de 16 anos sem o título nacional. Segundo Cleber Xavier, assistente técnico da seleção brasileira, Giuliano é um jogador moderno, que cuida bem de sua integridade física e psicológica. Além disso, o meia, com o qual trabalhou no Internacional (2008-2009, na passagem de Tite pelo clube gaúcho), também agrada por sua polivalência, exercendo diferentes funções em campo. Giuliano tem presença praticamente garantida na Copa, já que tem sido chamado por Tite desde a primeira convocação. "No Zenit, jogo um pouquinho mais na frente, mas com liberdade de recuar e atuar como um terceiro homem de meio, como faço na seleção brasileira com o Tite. Eu já exerci muitas vezes a função de extremo no lado do campo, tanto do lado esquerdo como do lado direito; pela minha característica eu tenho boa recomposição, ajudo o sistema defensivo, e também tenho a facilidade de entrar e me tornar um jogador a mais no meio", explica. "Também jogo de terceiro homem de meio, uma espécie de terceiro volante. Atualmente, gosto de jogar mais à frente, como se fosse um segundo atacante, mas com total liberdade de movimentação", completa. Na seleção, ele já deu mostras dessa versatilidade, atuando tanto pelo centro como pelas pontas na linha de quatro meias. Sobre a vida na Rússia, ele conta que sai pouco de casa devido à rotina intensa de trabalho, participando de três competições: Campeonato Russo, Copa da Rússia e Liga Europa. Giuliano diz que o frio costuma castigar os atletas, que têm que enfrentar a neve e temperaturas negativas. No entanto, para ele isso não será obstáculo à seleção brasileira em 2018. "No período da Copa do Mundo será verão aqui, e o calor é bastante intenso. Teoricamente, pode, na verdade, ajudar os jogadores do Brasil", diz. RACISMO A Fifa e a Federação local fazem um trabalho intenso para conter as manifestações preconceituosas que acontecem com frequência nos estádios russos. Giuliano, que atua em um dos clubes cujos torcedores mais protagonizam incidentes racistas, diz que tem visto resultados desse esforço na sua rotina. "Eles têm preocupação em controlar, especialmente no Mundial. Eles mostram propagandas o tempo todo e eu, inclusive, participei de uma sobre racismo. Não vivi nenhuma situação e também não vi. Espero que continue assim, porque é algo muito feio, e não precisamos disso na vida nem no futebol."
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Após prender 'El Chapo', polícia caça chefe mais antigo do tráfico no México
O inimigo público número um do México, Joaquín "El Chapo" Guzmán, foi preso na semana passada após um tiroteio e uma tentativa de fuga em alta velocidade. Mas seu parceiro mais discreto está crescendo, transportando toneladas de drogas para os EUA e lavando os lucros em casa. Ismael "El Mayo" Zambada codirige o poderoso cartel de Sinaloa e, com Guzmán novamente atrás das grades e enfrentando uma possível extradição para os EUA, cabe a Zambada manter a posição da gangue como a maior do mundo. Nos anos recentes, as forças de segurança mexicanas capturaram ou mataram quase todos os principais chefões que dominaram o tráfico de drogas ao longo das duas últimas décadas. Guzmán, o mais proeminente de todos, foi recapturado na sexta-feira (9), seis meses depois da sua segunda fuga de uma prisão de segurança máxima. Isso faz com que Zambada, 68, seja o capo mais antigo ainda em atividade. "Ele é o patriarca", disse Antonio Mazzitelli, representante das Nações Unidas sobre drogas e crime no México. Zambada foi arrolado como réu em um caso nos EUA nos idos de 1978, quando Pablo Escobar, da Colômbia, estava apenas começando sua carreira de traficante. Ao contrário de Escobar, morto a tiros em 1993, Zambada nunca foi preso e ainda está vendendo cocaína. Há oito anos, o Departamento do Tesouro dos EUA declarou que uma rede de negócios de propriedade de sua ex-mulher e seus filhos era uma fachada para lavagem de dinheiro. Mas a maioria das empresas ainda estão abertas. Há dois segredos para o seu sucesso, de acordo com os especialistas. Ele mantém a discrição e investe muito em alianças com políticos e com a polícia. "Zambada é muito cuidadoso", disse Javier Valdez, um dos fundadores do "Riodoce", jornal semanal de Sinaloa, que o descreve como um homem que raramente viaja e que evita grandes cidades. "Ele controla a polícia de Sinaloa, tem negócios em vários setores." Fotografado muito poucas vezes, Zambada se mantém longe dos holofotes. Em Culiacán, o coração pulsante do narcotráfico mexicano e o centro do seu poder, sua presença pode ser sentida em todos os lugares, embora ele raramente seja visto. Crianças cresceram bebendo o leite Santa Monica, produzido em uma fábrica de laticínios que os EUA disseram ser uma organização de fachada. Outras passam pelo jardim de infância, pelo parque aquático e pelo shopping center de propriedade de seus parentes e associados. Na pequena cidade de Salado, que, segundo rumores, seria a terra natal de El Mayo, os moradores alertaram repórteres da Reuters a não se intrometer na vida de Zambada. "Nem sequer mencionem seu nome", sussurrou uma idosa vendedora de tortillas. Zambada nasceu em um vilarejo, situado entre montanhas baixas, chamado El Alamo, nos arredores de Culiacán. Até recentemente, era sabido que ele voltava para lá para entregar dinheiro e presentes para as crianças no Natal, no estilo dos velhos barões da droga. Em uma rara entrevista à revista mexicana "Proceso," em 2010, Zambada disse que tinha chegado perto de ser preso em quatro ocasiões e que havia rastejado através de valas para fugir dos soldados. Em termos gerais, disse, ele era mais cuidadoso do que seu amigo Guzmán. Ele também tem mais medo de cumprir penas –disse que preferia morrer. BILIONÁRIOS A facção de Zambada no cartel de Sinaloa é um negócio familiar em que os filhos ocupam posições de liderança no tráfico e suas filhas possuem empresas. Em 2013, as autoridades mexicanas congelaram duas contas bancárias da fábrica de laticínios. Duas pessoas que atualmente trabalham lá disseram que a marca Santa Monica agora havia sido vendida para outra empresa com sede em Culiacán, chamada Nuthree. A Nuthree e a fábrica de laticínios foram contatadas, mas não responderam às solicitações de comentários oficiais. Vários dos parentes de Zambada estão na prisão, incluindo três dos seus filhos. Outros morreram de forma violenta. Um dos filhos, Vicente Zambada, deu um testemunho dramático em um acordo judicial com o governo americano em 2013, que mostrava como seu pai era uma figura central para trazer de volta dos EUA o dinheiro da droga, bem como para o envio de cocaína e heroína. Vicente dissera antes que era um informante da DEA (sigla em inglês para a Administração para o Controle de Drogas dos Estados Unidos), e seus críticos afirmam que, ao dar informações sobre os rivais, ajudou a consolidar o domínio do cartel de Sinaloa. Nascido na pobreza, Ismael Zambada uma vez disse que era "estupidez" sugerir que ele poderia ter riqueza suficiente para entrar para a lista dos bilionários da revista "Forbes", como Guzmán. Mesmo assim, parte do acordo judicial de Vicente incluiu a entrega de US$ 1,3 bilhão em ativos. O governo dos EUA está tentando confiscar outros US$ 2 bilhões de ativos compartilhados por Zambada, Guzmán e outros associados, de acordo com uma acusação formal aberta em 2015. Em várias acusações e declarações, o governo dos EUA criou uma imagem do velho Zambada como um empresário astuto, que gerencia muitas das operações financeiras do cartel. UM HOMEM CASEIRO Enquanto Guzmán liderou o cartel nas batalhas com os rivais para expandir seu controle das rotas de tráfico, Zambada está mais associado com a manutenção da sua força central no Estado de Sinaloa. É muito cedo para dizer que impacto terá a prisão de Guzmán no cartel de Sinaloa, e há rumores de que seu filho mais velho, Ivan, poderia assumir o controle. Mas foi Zambada quem manteve as coisas funcionando quando Guzmán teve suas duas passagens anteriores pela prisão. Em uma acusação aberta em Illinois em setembro, Zambada e Guzmán são indicados como os líderes do cartel e acusados de levar carregamentos maciços de cocaína, bem como de heroína e metanfetamina, para os EUA. A aliança entre os dois é extraordinariamente bem-sucedida, e o cartel tem sido o principal vencedor de uma guerra de drogas que já matou mais de 100 mil pessoas desde 2007. Uma facção do cartel se rompeu até que seu líder foi morto, mas, ao contrário de outras gangues, o cartel de Sinaloa continua a ser um grupo relativamente estável. "Esse é o único cartel de verdade –consolidou-se e continua a operar como uma associação de homens de negócios", disse Mazzitelli. Um mapa publicado no ano passado pela DEA testemunha o sucesso de Sinaloa. Tradução de DENISE MOTA
mundo
Após prender 'El Chapo', polícia caça chefe mais antigo do tráfico no MéxicoO inimigo público número um do México, Joaquín "El Chapo" Guzmán, foi preso na semana passada após um tiroteio e uma tentativa de fuga em alta velocidade. Mas seu parceiro mais discreto está crescendo, transportando toneladas de drogas para os EUA e lavando os lucros em casa. Ismael "El Mayo" Zambada codirige o poderoso cartel de Sinaloa e, com Guzmán novamente atrás das grades e enfrentando uma possível extradição para os EUA, cabe a Zambada manter a posição da gangue como a maior do mundo. Nos anos recentes, as forças de segurança mexicanas capturaram ou mataram quase todos os principais chefões que dominaram o tráfico de drogas ao longo das duas últimas décadas. Guzmán, o mais proeminente de todos, foi recapturado na sexta-feira (9), seis meses depois da sua segunda fuga de uma prisão de segurança máxima. Isso faz com que Zambada, 68, seja o capo mais antigo ainda em atividade. "Ele é o patriarca", disse Antonio Mazzitelli, representante das Nações Unidas sobre drogas e crime no México. Zambada foi arrolado como réu em um caso nos EUA nos idos de 1978, quando Pablo Escobar, da Colômbia, estava apenas começando sua carreira de traficante. Ao contrário de Escobar, morto a tiros em 1993, Zambada nunca foi preso e ainda está vendendo cocaína. Há oito anos, o Departamento do Tesouro dos EUA declarou que uma rede de negócios de propriedade de sua ex-mulher e seus filhos era uma fachada para lavagem de dinheiro. Mas a maioria das empresas ainda estão abertas. Há dois segredos para o seu sucesso, de acordo com os especialistas. Ele mantém a discrição e investe muito em alianças com políticos e com a polícia. "Zambada é muito cuidadoso", disse Javier Valdez, um dos fundadores do "Riodoce", jornal semanal de Sinaloa, que o descreve como um homem que raramente viaja e que evita grandes cidades. "Ele controla a polícia de Sinaloa, tem negócios em vários setores." Fotografado muito poucas vezes, Zambada se mantém longe dos holofotes. Em Culiacán, o coração pulsante do narcotráfico mexicano e o centro do seu poder, sua presença pode ser sentida em todos os lugares, embora ele raramente seja visto. Crianças cresceram bebendo o leite Santa Monica, produzido em uma fábrica de laticínios que os EUA disseram ser uma organização de fachada. Outras passam pelo jardim de infância, pelo parque aquático e pelo shopping center de propriedade de seus parentes e associados. Na pequena cidade de Salado, que, segundo rumores, seria a terra natal de El Mayo, os moradores alertaram repórteres da Reuters a não se intrometer na vida de Zambada. "Nem sequer mencionem seu nome", sussurrou uma idosa vendedora de tortillas. Zambada nasceu em um vilarejo, situado entre montanhas baixas, chamado El Alamo, nos arredores de Culiacán. Até recentemente, era sabido que ele voltava para lá para entregar dinheiro e presentes para as crianças no Natal, no estilo dos velhos barões da droga. Em uma rara entrevista à revista mexicana "Proceso," em 2010, Zambada disse que tinha chegado perto de ser preso em quatro ocasiões e que havia rastejado através de valas para fugir dos soldados. Em termos gerais, disse, ele era mais cuidadoso do que seu amigo Guzmán. Ele também tem mais medo de cumprir penas –disse que preferia morrer. BILIONÁRIOS A facção de Zambada no cartel de Sinaloa é um negócio familiar em que os filhos ocupam posições de liderança no tráfico e suas filhas possuem empresas. Em 2013, as autoridades mexicanas congelaram duas contas bancárias da fábrica de laticínios. Duas pessoas que atualmente trabalham lá disseram que a marca Santa Monica agora havia sido vendida para outra empresa com sede em Culiacán, chamada Nuthree. A Nuthree e a fábrica de laticínios foram contatadas, mas não responderam às solicitações de comentários oficiais. Vários dos parentes de Zambada estão na prisão, incluindo três dos seus filhos. Outros morreram de forma violenta. Um dos filhos, Vicente Zambada, deu um testemunho dramático em um acordo judicial com o governo americano em 2013, que mostrava como seu pai era uma figura central para trazer de volta dos EUA o dinheiro da droga, bem como para o envio de cocaína e heroína. Vicente dissera antes que era um informante da DEA (sigla em inglês para a Administração para o Controle de Drogas dos Estados Unidos), e seus críticos afirmam que, ao dar informações sobre os rivais, ajudou a consolidar o domínio do cartel de Sinaloa. Nascido na pobreza, Ismael Zambada uma vez disse que era "estupidez" sugerir que ele poderia ter riqueza suficiente para entrar para a lista dos bilionários da revista "Forbes", como Guzmán. Mesmo assim, parte do acordo judicial de Vicente incluiu a entrega de US$ 1,3 bilhão em ativos. O governo dos EUA está tentando confiscar outros US$ 2 bilhões de ativos compartilhados por Zambada, Guzmán e outros associados, de acordo com uma acusação formal aberta em 2015. Em várias acusações e declarações, o governo dos EUA criou uma imagem do velho Zambada como um empresário astuto, que gerencia muitas das operações financeiras do cartel. UM HOMEM CASEIRO Enquanto Guzmán liderou o cartel nas batalhas com os rivais para expandir seu controle das rotas de tráfico, Zambada está mais associado com a manutenção da sua força central no Estado de Sinaloa. É muito cedo para dizer que impacto terá a prisão de Guzmán no cartel de Sinaloa, e há rumores de que seu filho mais velho, Ivan, poderia assumir o controle. Mas foi Zambada quem manteve as coisas funcionando quando Guzmán teve suas duas passagens anteriores pela prisão. Em uma acusação aberta em Illinois em setembro, Zambada e Guzmán são indicados como os líderes do cartel e acusados de levar carregamentos maciços de cocaína, bem como de heroína e metanfetamina, para os EUA. A aliança entre os dois é extraordinariamente bem-sucedida, e o cartel tem sido o principal vencedor de uma guerra de drogas que já matou mais de 100 mil pessoas desde 2007. Uma facção do cartel se rompeu até que seu líder foi morto, mas, ao contrário de outras gangues, o cartel de Sinaloa continua a ser um grupo relativamente estável. "Esse é o único cartel de verdade –consolidou-se e continua a operar como uma associação de homens de negócios", disse Mazzitelli. Um mapa publicado no ano passado pela DEA testemunha o sucesso de Sinaloa. Tradução de DENISE MOTA
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Coritiba demite técnico Ney Franco antes de jogo decisivo com Corinthians
Ney Franco não é mais o técnico do Coritiba. Ele foi demitido no fim da tarde desta terça-feira (3), após 30 jogos à frente da equipe, que ocupa a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Com 34 pontos, o Coritiba está em 18º na classificação. São seis jogos consecutivos sem vitórias na competição, sendo cinco derrotas. No sábado (7), enfrenta o Corinthians no jogo que pode dar o título ao time alvinegro caso o Atlético-MG não vença o Figueirense no dia seguinte. O treinador havia sido bancado pelo presidente Rogério Bacellar após a derrota para o São Paulo, no último dia 25, quando alguns torcedores tentaram invadir o vestiário do time no Couto Pereira. Na ocasião, parte dos conselheiros do clube queriam a demissão do técnico. A situação de Ney Franco ficou ainda mais complicada após o empate diante do Figueirense, em Curitiba, na última rodada. Marcelo Serrano, auxiliar técnico, também foi demitido. Contratado para substituir Marquinhos Santos em junho, o treinador chegou a comandar uma reação do Coritiba no Campeonato Brasileiro, mas o rendimento do time caiu nas últimas rodadas. Foram sete vitórias, 13 empates e dez derrotas entre Copa do Brasil e Brasileiro. O ex-jogador Tcheco, que comanda o time Sub-23 do Coritiba, passa a ser um possível candidato a assumir o cargo. Ele foi a opção da diretoria anterior para substituir Péricles Chamusca na reta final do Brasileiro de 2013 e manteve o time na elite. Após a competição, Tcheco retornou ao cargo de gerente de futebol. Ney Franco, que dificilmente continuaria no clube em 2016 –seu projeto é ir com a família para os Estados Unidos– encerrou sua segunda passagem à frente do time paranaense. A primeira começou em 2009, quando não conseguiu evitar o rebaixamento à Série B, mas permaneceu. Na temporada seguinte, o Coritiba foi campeão paranaense e da Série B antes de Ney Franco assumir como técnico da seleção brasileira Sub-20.
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Coritiba demite técnico Ney Franco antes de jogo decisivo com CorinthiansNey Franco não é mais o técnico do Coritiba. Ele foi demitido no fim da tarde desta terça-feira (3), após 30 jogos à frente da equipe, que ocupa a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Com 34 pontos, o Coritiba está em 18º na classificação. São seis jogos consecutivos sem vitórias na competição, sendo cinco derrotas. No sábado (7), enfrenta o Corinthians no jogo que pode dar o título ao time alvinegro caso o Atlético-MG não vença o Figueirense no dia seguinte. O treinador havia sido bancado pelo presidente Rogério Bacellar após a derrota para o São Paulo, no último dia 25, quando alguns torcedores tentaram invadir o vestiário do time no Couto Pereira. Na ocasião, parte dos conselheiros do clube queriam a demissão do técnico. A situação de Ney Franco ficou ainda mais complicada após o empate diante do Figueirense, em Curitiba, na última rodada. Marcelo Serrano, auxiliar técnico, também foi demitido. Contratado para substituir Marquinhos Santos em junho, o treinador chegou a comandar uma reação do Coritiba no Campeonato Brasileiro, mas o rendimento do time caiu nas últimas rodadas. Foram sete vitórias, 13 empates e dez derrotas entre Copa do Brasil e Brasileiro. O ex-jogador Tcheco, que comanda o time Sub-23 do Coritiba, passa a ser um possível candidato a assumir o cargo. Ele foi a opção da diretoria anterior para substituir Péricles Chamusca na reta final do Brasileiro de 2013 e manteve o time na elite. Após a competição, Tcheco retornou ao cargo de gerente de futebol. Ney Franco, que dificilmente continuaria no clube em 2016 –seu projeto é ir com a família para os Estados Unidos– encerrou sua segunda passagem à frente do time paranaense. A primeira começou em 2009, quando não conseguiu evitar o rebaixamento à Série B, mas permaneceu. Na temporada seguinte, o Coritiba foi campeão paranaense e da Série B antes de Ney Franco assumir como técnico da seleção brasileira Sub-20.
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Estreante na ficção, Gustavo Moura filmou com Marina Person em casa
Gustavo Rosa de Moura, 40, está angustiado. E deseja que você sinta o mesmo, pelo menos ao assistir a "Canção da Volta", seu primeiro longa ficcional. O filme, exibido na 40ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, estreia dia 3 de novembro. "Sofro pra car..." Timidez, medo? Talvez, mas, "na real, eu não gosto é de mandar aquele e-mail convidando as pessoas, fazer social". Sorte que sua mulher é "animada, chama todo mundo". Marina Person, 47, cineasta, apresentadora de TV e atriz, também estreia em "Canção da Volta", como protagonista de um longa de ficção. Os dois estão juntos há oito anos, são sócios da Mira Filmes, produtora audiovisual que Moura abriu em 2011, e já foram parceiros outras vezes. Na trama, Marina vive Julia, uma depressiva que tenta o suicídio e está em crise com a família -o marido, Eduardo (João Miguel) e os dois filhos. Tudo é contado do ponto de vista de Eduardo, o narrador machadiano de Moura. O filme inteiro se passa com ele querendo encontrar soluções para controlar e entender a própria vida, sem conseguir. É o tal desconforto que ele ficará feliz em provocar em você. "Quero que o espectador sinta a angústia da opacidade, do querer ver e não conseguir, do querer entender." O argumento quer discutir o que Moura chama de "atual falsa sensação de onisciência. Câmeras, celulares". Isso tudo, diz ele, "gera uma ilusão de controle. Pior, causa ansiedade. É como se, ao não saber de tudo, a pessoa fosse infeliz". MENINO DE SÃO PAULO Moura é paulistano, filho de professores de português. O irmão edita livros. Formou-se arquiteto na USP, arrumou estágio, começou a namorar a chefe e foi parar com ela no Rio de Janeiro, que só conheceu já adulto. "Porque quando eu era pequeno, meu pai tomou um tiro no peito num assalto em Copacabana e nunca mais levou a gente pra lá." No Rio, trabalhou com expografia (o ofício de pensar em como peças de arte são expostas) e, "mais de metido" e "porque sempre gostei de artes plásticas", envolveu-se com produção audiovisual. De 2000 a 2008, divorciou-se da arquitetura para ficar com o cinema. Teve uma filha, Lina, hoje com 10 anos. Fez vídeos experimentais, lançou "Cildo" (2008), documentário sobre o artista plástico Cildo Meireles, que o "influencia em tudo o que faz", separou-se, conheceu Marina e se apaixonou "pelo conjunto da obra". Mudou-se com ela para Higienópolis, num apartamento "patrimonialmente dela e emocionalmente nosso". A morada foi escolhida para ser cenário de "Canção da Volta". "A casa é personagem. Quando escrevo, gosto de visualizar os lugares. É ela que faz o filme ainda mais climático." É na sala do apartamento-cenário que ele conta que, "só nessa hora, eu queria ser aquele diretor famoso, sabe? Botar o filme no mundo e ficar no meu cantinho." No caso, o refúgio seria o sítio da família em Barra do Una, no litoral paulista, para onde vai sempre que quer ser mais mato que cidade. Para onde vai assim que toda angústia passar, enquanto a fama não vem.
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Estreante na ficção, Gustavo Moura filmou com Marina Person em casaGustavo Rosa de Moura, 40, está angustiado. E deseja que você sinta o mesmo, pelo menos ao assistir a "Canção da Volta", seu primeiro longa ficcional. O filme, exibido na 40ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, estreia dia 3 de novembro. "Sofro pra car..." Timidez, medo? Talvez, mas, "na real, eu não gosto é de mandar aquele e-mail convidando as pessoas, fazer social". Sorte que sua mulher é "animada, chama todo mundo". Marina Person, 47, cineasta, apresentadora de TV e atriz, também estreia em "Canção da Volta", como protagonista de um longa de ficção. Os dois estão juntos há oito anos, são sócios da Mira Filmes, produtora audiovisual que Moura abriu em 2011, e já foram parceiros outras vezes. Na trama, Marina vive Julia, uma depressiva que tenta o suicídio e está em crise com a família -o marido, Eduardo (João Miguel) e os dois filhos. Tudo é contado do ponto de vista de Eduardo, o narrador machadiano de Moura. O filme inteiro se passa com ele querendo encontrar soluções para controlar e entender a própria vida, sem conseguir. É o tal desconforto que ele ficará feliz em provocar em você. "Quero que o espectador sinta a angústia da opacidade, do querer ver e não conseguir, do querer entender." O argumento quer discutir o que Moura chama de "atual falsa sensação de onisciência. Câmeras, celulares". Isso tudo, diz ele, "gera uma ilusão de controle. Pior, causa ansiedade. É como se, ao não saber de tudo, a pessoa fosse infeliz". MENINO DE SÃO PAULO Moura é paulistano, filho de professores de português. O irmão edita livros. Formou-se arquiteto na USP, arrumou estágio, começou a namorar a chefe e foi parar com ela no Rio de Janeiro, que só conheceu já adulto. "Porque quando eu era pequeno, meu pai tomou um tiro no peito num assalto em Copacabana e nunca mais levou a gente pra lá." No Rio, trabalhou com expografia (o ofício de pensar em como peças de arte são expostas) e, "mais de metido" e "porque sempre gostei de artes plásticas", envolveu-se com produção audiovisual. De 2000 a 2008, divorciou-se da arquitetura para ficar com o cinema. Teve uma filha, Lina, hoje com 10 anos. Fez vídeos experimentais, lançou "Cildo" (2008), documentário sobre o artista plástico Cildo Meireles, que o "influencia em tudo o que faz", separou-se, conheceu Marina e se apaixonou "pelo conjunto da obra". Mudou-se com ela para Higienópolis, num apartamento "patrimonialmente dela e emocionalmente nosso". A morada foi escolhida para ser cenário de "Canção da Volta". "A casa é personagem. Quando escrevo, gosto de visualizar os lugares. É ela que faz o filme ainda mais climático." É na sala do apartamento-cenário que ele conta que, "só nessa hora, eu queria ser aquele diretor famoso, sabe? Botar o filme no mundo e ficar no meu cantinho." No caso, o refúgio seria o sítio da família em Barra do Una, no litoral paulista, para onde vai sempre que quer ser mais mato que cidade. Para onde vai assim que toda angústia passar, enquanto a fama não vem.
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Roubos com facas assustam pedestres no centro do Rio
A facilidade em se conseguir uma faca tornou o objeto a arma preferida de assaltantes que têm atacado no centro e zona sul da cidade. Apenas nesta sexta (8), três casos foram registrados na delegacia de Botafogo. Dois assaltantes, sendo um deles menor de idade, acabaram detidos. Ana Paula Oliveira, 37, moradora de Laranjeiras, foi uma das vítimas de um ataque à faca. Por estar agarrada à bolsa, acabou recebendo duas facadas na mão direita. "[O criminoso] Estava na esquina e eu achei que ele esperava alguém. Quando eu me aproximei, ele abriu o casaco e mostrou a faca. Tentei correr, mas ele puxou a minha bolsa e me derrubou. Nunca tinha passado por isso", disse. Rodolfo Gorgete Ribeiro, 31, tentou fugir mas foi impedido por moradores que o agrediram até a chegada de policiais militares. Depois de levado para o hospital acabou preso por suspeita de assalto com uso de arma. A Folha apurou com policiais que a utilização da faca ocorre pela facilidade em consegui-la –em casa, furtando em lojas ou até comprando. Além disso, o porte de faca não implica, necessariamente, em prática de crime, diferente de uma arma de fogo. Um policial afirmou à reportagem, em anonimato, que os criminosos jogam fora uma faca para não ser preso em flagrante, mas não fazem o mesmo com uma arma. Para ser constatado o crime, é preciso que o suspeito seja preso em flagrante ou a partir do depoimento de alguém que tenha presenciado o assalto. Ontem, a Polícia Militar e a Prefeitura do Rio levaram 13 pessoas que estavam no Aterro do Flamengo para a delegacia. Ao lado delas havia uma faca. Todas foram liberadas, já que não foi comprovada a utilização do objeto para o crime e nenhuma delas possuía antecedentes criminais. Os casos, contudo, não significam um aumento nos registros de roubo no Rio. Se comparado o primeiro trimestre deste ano com 2014, o índice no centro da cidade é considerado estável –986 assaltos este ano, contra 984 no ano passado. Nos bairros de Glória, Laranjeiras, Flamengo e Botafogo, os roubos caíram: Foram 488 registrados no primeiro trimestre de 2014, e 448 casos desde o início de 2015. "Sempre teve assaltos nestas regiões. A diferença é a agressividade dos criminosos. Choca muito ver alguém sendo esfaqueado", afirmou o antropólogo Paulo Storani lembrando de um senhor agredido a facas e flagrado por uma câmera de segurança na quinta (30). Os dois agressores responsáveis pelo crime foram presos.
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Roubos com facas assustam pedestres no centro do RioA facilidade em se conseguir uma faca tornou o objeto a arma preferida de assaltantes que têm atacado no centro e zona sul da cidade. Apenas nesta sexta (8), três casos foram registrados na delegacia de Botafogo. Dois assaltantes, sendo um deles menor de idade, acabaram detidos. Ana Paula Oliveira, 37, moradora de Laranjeiras, foi uma das vítimas de um ataque à faca. Por estar agarrada à bolsa, acabou recebendo duas facadas na mão direita. "[O criminoso] Estava na esquina e eu achei que ele esperava alguém. Quando eu me aproximei, ele abriu o casaco e mostrou a faca. Tentei correr, mas ele puxou a minha bolsa e me derrubou. Nunca tinha passado por isso", disse. Rodolfo Gorgete Ribeiro, 31, tentou fugir mas foi impedido por moradores que o agrediram até a chegada de policiais militares. Depois de levado para o hospital acabou preso por suspeita de assalto com uso de arma. A Folha apurou com policiais que a utilização da faca ocorre pela facilidade em consegui-la –em casa, furtando em lojas ou até comprando. Além disso, o porte de faca não implica, necessariamente, em prática de crime, diferente de uma arma de fogo. Um policial afirmou à reportagem, em anonimato, que os criminosos jogam fora uma faca para não ser preso em flagrante, mas não fazem o mesmo com uma arma. Para ser constatado o crime, é preciso que o suspeito seja preso em flagrante ou a partir do depoimento de alguém que tenha presenciado o assalto. Ontem, a Polícia Militar e a Prefeitura do Rio levaram 13 pessoas que estavam no Aterro do Flamengo para a delegacia. Ao lado delas havia uma faca. Todas foram liberadas, já que não foi comprovada a utilização do objeto para o crime e nenhuma delas possuía antecedentes criminais. Os casos, contudo, não significam um aumento nos registros de roubo no Rio. Se comparado o primeiro trimestre deste ano com 2014, o índice no centro da cidade é considerado estável –986 assaltos este ano, contra 984 no ano passado. Nos bairros de Glória, Laranjeiras, Flamengo e Botafogo, os roubos caíram: Foram 488 registrados no primeiro trimestre de 2014, e 448 casos desde o início de 2015. "Sempre teve assaltos nestas regiões. A diferença é a agressividade dos criminosos. Choca muito ver alguém sendo esfaqueado", afirmou o antropólogo Paulo Storani lembrando de um senhor agredido a facas e flagrado por uma câmera de segurança na quinta (30). Os dois agressores responsáveis pelo crime foram presos.
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Após ficar em 6º na Bélgica, Massa reclama dos pneus
A sexta colocação no GP da Bélgica de F-1 não chegou a ser motivo de comemoração para Felipe Massa. Mas também não foi de todo ruim para o piloto brasileiro, já que ele pulou de sexto para quarto na classificação do campeonato deste ano. Ele está empatado com o ferrarista Kimi Raikkonen com 82 pontos —o líder é Lewis Hamilton, que após mais uma vitória neste domingo, a sexta nesta temporada, soma agora 227 pontos. Nico Rosberg foi o segundo colocado e Romain Grosjean, da Lotus, completou o pódio em Spa-Francorchamps. Pelos critérios de desempate, o finlandês leva vantagem, já que tem melhores posições de chegada. "Eu poderia até estar numa situação melhor no campeonato agora porque os pneus mais macios simplesmente não funcionaram no nosso carro durante a corrida", explicou Massa, que caiu do sexto posto para o nono logo após a largada. Depois de trocar para os compostos mais duros, seu carro melhorou de rendimento e ele conseguiu recuperar posições. "A gente não tinha aderência nenhuma, minha largada não foi boa e acabou dando tudo errado. A gente acabou perdendo mais de um segundo por volta em relação à concorrência e todo mundo nos ultrapassava", afirmou o brasileiro da Williams. Se a corrida em Spa-Francorchamps não foi das melhores para Massa, para Felipe Nasr foi ainda pior. O piloto da Sauber terminou em 11º lugar e continua sem marcar pontos desde o GP de Mônaco, em maio – seu companheiro de time, Marcus Ericsson, foi o décimo colocado. "Desde a terceira volta eu estava sofrendo com um problema no freio e isso comprometeu minha corrida. Tinha horas que o carro chegava a ficar em três rodas porque o equilíbrio estava totalmente errado e parecia que eu estava freando com três rodas", lamentou Nasr, que já tinha sofrido com o mesmo problema no Canadá e na Áustria. "Honestamente isso é uma coisa inaceitável e quero entender o motivo de estar acontecendo. Foi uma pena porque mais uma vez perdemos a chance de marcar alguns pontos. Foi um final de semana complicado e cheio de problemas que eu não esperava. Acho que ainda temos uma chance de respirar em Monza, mas enquanto não tivermos as atualizações no carro vamos continuar perdendo estas oportunidades", afirmou o piloto brasileiro.
esporte
Após ficar em 6º na Bélgica, Massa reclama dos pneusA sexta colocação no GP da Bélgica de F-1 não chegou a ser motivo de comemoração para Felipe Massa. Mas também não foi de todo ruim para o piloto brasileiro, já que ele pulou de sexto para quarto na classificação do campeonato deste ano. Ele está empatado com o ferrarista Kimi Raikkonen com 82 pontos —o líder é Lewis Hamilton, que após mais uma vitória neste domingo, a sexta nesta temporada, soma agora 227 pontos. Nico Rosberg foi o segundo colocado e Romain Grosjean, da Lotus, completou o pódio em Spa-Francorchamps. Pelos critérios de desempate, o finlandês leva vantagem, já que tem melhores posições de chegada. "Eu poderia até estar numa situação melhor no campeonato agora porque os pneus mais macios simplesmente não funcionaram no nosso carro durante a corrida", explicou Massa, que caiu do sexto posto para o nono logo após a largada. Depois de trocar para os compostos mais duros, seu carro melhorou de rendimento e ele conseguiu recuperar posições. "A gente não tinha aderência nenhuma, minha largada não foi boa e acabou dando tudo errado. A gente acabou perdendo mais de um segundo por volta em relação à concorrência e todo mundo nos ultrapassava", afirmou o brasileiro da Williams. Se a corrida em Spa-Francorchamps não foi das melhores para Massa, para Felipe Nasr foi ainda pior. O piloto da Sauber terminou em 11º lugar e continua sem marcar pontos desde o GP de Mônaco, em maio – seu companheiro de time, Marcus Ericsson, foi o décimo colocado. "Desde a terceira volta eu estava sofrendo com um problema no freio e isso comprometeu minha corrida. Tinha horas que o carro chegava a ficar em três rodas porque o equilíbrio estava totalmente errado e parecia que eu estava freando com três rodas", lamentou Nasr, que já tinha sofrido com o mesmo problema no Canadá e na Áustria. "Honestamente isso é uma coisa inaceitável e quero entender o motivo de estar acontecendo. Foi uma pena porque mais uma vez perdemos a chance de marcar alguns pontos. Foi um final de semana complicado e cheio de problemas que eu não esperava. Acho que ainda temos uma chance de respirar em Monza, mas enquanto não tivermos as atualizações no carro vamos continuar perdendo estas oportunidades", afirmou o piloto brasileiro.
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As causas do sucesso da Lava Jato
"Mas antes de aplicar o tormento, a Inquisição deixava os réus apavorados, por meio de admoestações verdadeiramente sinistras. (...) Escusar-se-ia o Santo Ofício de aplicá-lo [os tormentos] caso Manoel confessasse 'inteiramente a verdade de suas culpas', pelo que o admoestavam... (Trecho do livro "Traição", de Ronaldo Vainfas) Ganhou enorme destaque o fato de que o STF (Supremo Tribunal Federal) reexaminará a decisão que autoriza prisões após o julgamento da apelação pelos tribunais. O colunista da Folha Hélio Schwartsman, em opinião compartilhada por muitos, escreveu em 18 de junho o texto "Lava Jato ameaçada". O autor argumenta que, admitida a prisão apenas após o trânsito em julgado, como o Supremo vinha decidindo há pelo menos uma década, perderia a Lava Jato, pois o estreitamento dos limites temporais para a prisão "deu enorme impulso às delações premiadas". "Sem essa perspectiva de desfecho rápido, aumenta a tentação dos envolvidos de manter a boca fechada", escreveu. Sem entrar em questões constitucionais, essenciais para a justa compreensão da controvérsia, o equívoco do articulista é gritante. Todos os que fizeram delação premiada até 2015, e não foram poucos, tinham a perspectiva, em tese, de recorrer "ao infinito" em liberdade. Os fatos são públicos: empresários como Ricardo Pessoa (UTC) e Léo Pinheiro (OAS) já estavam em liberdade quando se deram os procedimentos para a delação premiada. Sérgio Machado e seu filho nunca ficaram presos. Portanto, o êxito da Lava Jato não se deveu à recentíssima decisão do STF. Ao lado de uma criteriosa investigação conduzida por procuradores da República e a Polícia Federal, a operação contou com muitas prisões preventivas decretadas contra empresários e a vexatória exposição deles nos deslocamentos à Justiça Federal. Com prisões preventivas que se perpetuavam e delações de gerentes e diretores da Petrobras divulgadas, quando conveniente e pontualmente, aos quatro cantos, a perspectiva de condenação era alta, ainda mais se considerado o perfil do juiz da causa. Daí para os empresários "se sensibilizarem" para a denominada delação premiada, que passou a ser uma verdadeira estratégia de defesa, não demorou. O sucesso da Lava Jato tem a ver com a conjugação destes fatores e, francamente, não com a decisão do STF. Ocorre lembrar que, numa democracia comprometida com a presunção de inocência e o respeito à dignidade humana, o Estado não pode tudo em nome do sucesso investigativo. Disse-o, por todos, o próprio STF, ao qualificar a prática de prender preventivamente para "extrair do preso uma colaboração premiada, que, segundo a lei, deve ser voluntária" como ato "atentatório aos mais fundamentais direitos consagrados na Constituição, medida medievalesca que cobriria de vergonha qualquer sociedade civilizada". Para concluir com a epígrafe, "Manoel não resistiu a essa pedagogia do terror e, a exemplo de muitos outros réus da Inquisição, pediu para confessar. Vergou-se ao Santo ofício...". É para isso que querem prender antes do trânsito em julgado da condenação? ALBERTO ZACHARIAS TORON, 57, advogado criminalista, doutor em direito pela USP, é professor de direito processual penal da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
opiniao
As causas do sucesso da Lava Jato"Mas antes de aplicar o tormento, a Inquisição deixava os réus apavorados, por meio de admoestações verdadeiramente sinistras. (...) Escusar-se-ia o Santo Ofício de aplicá-lo [os tormentos] caso Manoel confessasse 'inteiramente a verdade de suas culpas', pelo que o admoestavam... (Trecho do livro "Traição", de Ronaldo Vainfas) Ganhou enorme destaque o fato de que o STF (Supremo Tribunal Federal) reexaminará a decisão que autoriza prisões após o julgamento da apelação pelos tribunais. O colunista da Folha Hélio Schwartsman, em opinião compartilhada por muitos, escreveu em 18 de junho o texto "Lava Jato ameaçada". O autor argumenta que, admitida a prisão apenas após o trânsito em julgado, como o Supremo vinha decidindo há pelo menos uma década, perderia a Lava Jato, pois o estreitamento dos limites temporais para a prisão "deu enorme impulso às delações premiadas". "Sem essa perspectiva de desfecho rápido, aumenta a tentação dos envolvidos de manter a boca fechada", escreveu. Sem entrar em questões constitucionais, essenciais para a justa compreensão da controvérsia, o equívoco do articulista é gritante. Todos os que fizeram delação premiada até 2015, e não foram poucos, tinham a perspectiva, em tese, de recorrer "ao infinito" em liberdade. Os fatos são públicos: empresários como Ricardo Pessoa (UTC) e Léo Pinheiro (OAS) já estavam em liberdade quando se deram os procedimentos para a delação premiada. Sérgio Machado e seu filho nunca ficaram presos. Portanto, o êxito da Lava Jato não se deveu à recentíssima decisão do STF. Ao lado de uma criteriosa investigação conduzida por procuradores da República e a Polícia Federal, a operação contou com muitas prisões preventivas decretadas contra empresários e a vexatória exposição deles nos deslocamentos à Justiça Federal. Com prisões preventivas que se perpetuavam e delações de gerentes e diretores da Petrobras divulgadas, quando conveniente e pontualmente, aos quatro cantos, a perspectiva de condenação era alta, ainda mais se considerado o perfil do juiz da causa. Daí para os empresários "se sensibilizarem" para a denominada delação premiada, que passou a ser uma verdadeira estratégia de defesa, não demorou. O sucesso da Lava Jato tem a ver com a conjugação destes fatores e, francamente, não com a decisão do STF. Ocorre lembrar que, numa democracia comprometida com a presunção de inocência e o respeito à dignidade humana, o Estado não pode tudo em nome do sucesso investigativo. Disse-o, por todos, o próprio STF, ao qualificar a prática de prender preventivamente para "extrair do preso uma colaboração premiada, que, segundo a lei, deve ser voluntária" como ato "atentatório aos mais fundamentais direitos consagrados na Constituição, medida medievalesca que cobriria de vergonha qualquer sociedade civilizada". Para concluir com a epígrafe, "Manoel não resistiu a essa pedagogia do terror e, a exemplo de muitos outros réus da Inquisição, pediu para confessar. Vergou-se ao Santo ofício...". É para isso que querem prender antes do trânsito em julgado da condenação? ALBERTO ZACHARIAS TORON, 57, advogado criminalista, doutor em direito pela USP, é professor de direito processual penal da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Manchester City apresenta novo escudo antes de partida do Inglês
O Manchester City apresentou, neste sábado (26), seu novo escudo, que começará a ser utilizado na temporada 2016/2017. A imagem foi revelada à torcida antes da partida contra o Sunderland, vencida pelo City por 4 a 1. O novo escudo é redondo e relembra o utilizado de 1972 a 1997, com o nome do clube na borda exterior. A principal novidade é a inclusão da data de fundação do clube, 1894, pela primeira vez no brasão. A torcida pode opinar no desenvolvimento do novo símbolo através de pesquisa no site do clube, e escolheu incluir no escudo três desenhos que simbolizam o clube e a cidade. No centro do novo brasão há um navio dourado, representado a importância comercial de Manchester, as listras diagonais, representando três importantes rios da cidade, e uma rosa vermelha, símbolo do condado de Lancashire, onde a cidade era situada até 1974, antes de uma reforma nas fronteiras do Reino Unido. Até o final desta temporada, o City continuará usando o símbolo atual, lançado em 1997.
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Manchester City apresenta novo escudo antes de partida do InglêsO Manchester City apresentou, neste sábado (26), seu novo escudo, que começará a ser utilizado na temporada 2016/2017. A imagem foi revelada à torcida antes da partida contra o Sunderland, vencida pelo City por 4 a 1. O novo escudo é redondo e relembra o utilizado de 1972 a 1997, com o nome do clube na borda exterior. A principal novidade é a inclusão da data de fundação do clube, 1894, pela primeira vez no brasão. A torcida pode opinar no desenvolvimento do novo símbolo através de pesquisa no site do clube, e escolheu incluir no escudo três desenhos que simbolizam o clube e a cidade. No centro do novo brasão há um navio dourado, representado a importância comercial de Manchester, as listras diagonais, representando três importantes rios da cidade, e uma rosa vermelha, símbolo do condado de Lancashire, onde a cidade era situada até 1974, antes de uma reforma nas fronteiras do Reino Unido. Até o final desta temporada, o City continuará usando o símbolo atual, lançado em 1997.
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Exportações fazem produção de caminhões crescer após 3 anos
Depois de três anos seguidos de queda na produção, a indústria de caminhões começa a dar sinais de recuperação, puxada pelo crescimento das exportações. Entre janeiro e julho deste ano, foram fabricados 43.223 caminhões, alta de 22,4% na comparação com o mesmo período de 2016, quando saíram das linhas de produção 36.326 unidades. A fabricação de veículos pesados ainda está bem abaixo de 2013, quando nos sete primeiros meses foram produzidas 109.990 unidades. Entretanto, os dados atuais são vistos como um alento para as montadoras que atuam no setor. "Estamos vendo sinais de recuperação, e a venda de caminhões é um termômetro para toda a economia", diz Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America. DE VOLTA À ESTRADA - Produção de caminhão tem melhora com aumento da exportação No entanto, são as exportações que estão garantindo o aumento na produção. Considerando os sete primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2016, as vendas de caminhões ao exterior subiram 47,4%, enquanto as comercializações no mercado interno caíram 14,1%. "O licenciamento ainda vai seguir negativo por alguns meses porque há um atraso de 30 a 90 dias entre a compra e o emplacamento. Após adquirir um veículo pesado, é necessário colocar implementos [baú, carroceria ou tanque, por exemplo], e isso leva tempo", diz Bernardo Fedalto, diretor de caminhões Volvo no Brasil, no Uruguai, no Paraguai e na Bolívia. De acordo com Wellington Damasceno, diretor-executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, as exportações e o agronegócio ajudaram cobrir parte da ociosidade nas fábricas atualmente, e as montadoras começam a repor postos de trabalho. A Scania, por exemplo, contratou cerca de 500 profissionais para sua unidade em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). "Como temos um produto global e fábricas padronizadas em todo o mundo, foi possível direcionar o volume para atender à demanda de outros países", diz Marcelo Gallão, vice-presidente de Logística da Scania Latin America. Na Iveco, houve um aumento de 144% nas exportações de veículos comerciais no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2016. A produção, por sua vez, subiu cerca de 15%. Nos últimos três anos, a empresa teve crescimento de 236% nos envios ao exterior. "A montadora se adaptou à nova realidade econômica do país, fazendo os ajustes necessários e mantendo os investimentos, e se preparou para atender as demandas internas e externas dos setores de transportes de cargas e de passageiros [vans e ônibus]", afirma Ricardo Barion, diretor de marketing da Iveco para a América Latina. REAÇÃO EM MARÇO Na Ford, o ano começou abaixo do esperado. "Os meses de janeiro e fevereiro foram os piores da indústria nos últimos 15 anos. A reação começou a partir de março, atingindo o que tínhamos planejado", diz João Pimentel, diretor da Ford Caminhões América do Sul. "Em 2017, trabalhamos basicamente uma semana por mês para ajustar os estoques. Ou seja, estamos produzindo caminhões três dias por semana", conta Pimentel. Para a adequação da produção, a Ford lançou o Projeto Fusão, que permite que os funcionários da fábrica de caminhões trabalharem na linha de automóveis nos outros dois dias da semana. Para Pimentel, o segundo semestre será cerca de 15% melhor do que o mesmo período do ano passado. Diante dos resultados em vendas, representantes das montadoras consideram que 2017 fechará com dados semelhantes a 2016, o que, de acordo com eles, será um bom desempenho, considerando o fraco 1° bimestre. FROTA Apesar de as vendas no mercado interno ainda estarem abaixo do ano passado, a indústria tem visto uma recuperação mês a mês dos negócios realizados por aqui. "Em janeiro e fevereiro, o setor vendia 155 caminhões e ônibus por dia. No segundo trimestre, saltamos para 230, e hoje já estamos em 280 unidades comercializadas diariamente", comenta Roberto Cortes, da MAN. Esse aumento reflete alguns bons negócios firmados pelas principais montadoras do país. A Volkswagen Caminhões, por exemplo, fechou nesta semana seu maior negócio do ano, com a venda de 417 caminhões para a Ambev. De acordo com Cortes, a empresa, que iniciou o ano com jornada reduzida para quatro dias por semana, desde junho opera cinco dias por semana e, a partir de setembro, trabalhará também três sábados por mês. "Recorremos ao lay-off [suspensão temporária do contrato de trabalho], mas em agosto trouxemos 70 trabalhadores de volta à fábrica", diz o presidente da MAN. Em setembro, um novo caminhão será apresentado. "A tendência é que, com o lançamento, ocorra aumento nas vendas e, consequentemente, mais contratações", afirma Cortes. Em maio, a Mercedes-Benz fechou a maior venda para um cliente dos últimos 10 anos: a Raízen comprou 524 caminhões para suas operações fora da estrada. O negócio inclui um plano de manutenção e sistema de gestão de frota e rastreamento para alguns modelos. Em julho, a montadora fechou ainda a comercialização de 134 caminhões blindados para a Prosegur, além de vender, em agosto, 105 caminhões para Transgrãos. "Começamos a ver um ponto de inflexão neste cenário, mas ainda não sabemos qual o tamanho", avalia Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing de caminhões e ônibus da Mercedes-Benz. A montadora opera com um turno de trabalho para a produção de caminhões e ônibus em São Bernardo do Campo, e também com um turno em Juiz de Fora (MG). Atualmente, a empresa tem 120 colaboradores em lay-off.
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Exportações fazem produção de caminhões crescer após 3 anosDepois de três anos seguidos de queda na produção, a indústria de caminhões começa a dar sinais de recuperação, puxada pelo crescimento das exportações. Entre janeiro e julho deste ano, foram fabricados 43.223 caminhões, alta de 22,4% na comparação com o mesmo período de 2016, quando saíram das linhas de produção 36.326 unidades. A fabricação de veículos pesados ainda está bem abaixo de 2013, quando nos sete primeiros meses foram produzidas 109.990 unidades. Entretanto, os dados atuais são vistos como um alento para as montadoras que atuam no setor. "Estamos vendo sinais de recuperação, e a venda de caminhões é um termômetro para toda a economia", diz Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America. DE VOLTA À ESTRADA - Produção de caminhão tem melhora com aumento da exportação No entanto, são as exportações que estão garantindo o aumento na produção. Considerando os sete primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2016, as vendas de caminhões ao exterior subiram 47,4%, enquanto as comercializações no mercado interno caíram 14,1%. "O licenciamento ainda vai seguir negativo por alguns meses porque há um atraso de 30 a 90 dias entre a compra e o emplacamento. Após adquirir um veículo pesado, é necessário colocar implementos [baú, carroceria ou tanque, por exemplo], e isso leva tempo", diz Bernardo Fedalto, diretor de caminhões Volvo no Brasil, no Uruguai, no Paraguai e na Bolívia. De acordo com Wellington Damasceno, diretor-executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, as exportações e o agronegócio ajudaram cobrir parte da ociosidade nas fábricas atualmente, e as montadoras começam a repor postos de trabalho. A Scania, por exemplo, contratou cerca de 500 profissionais para sua unidade em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). "Como temos um produto global e fábricas padronizadas em todo o mundo, foi possível direcionar o volume para atender à demanda de outros países", diz Marcelo Gallão, vice-presidente de Logística da Scania Latin America. Na Iveco, houve um aumento de 144% nas exportações de veículos comerciais no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2016. A produção, por sua vez, subiu cerca de 15%. Nos últimos três anos, a empresa teve crescimento de 236% nos envios ao exterior. "A montadora se adaptou à nova realidade econômica do país, fazendo os ajustes necessários e mantendo os investimentos, e se preparou para atender as demandas internas e externas dos setores de transportes de cargas e de passageiros [vans e ônibus]", afirma Ricardo Barion, diretor de marketing da Iveco para a América Latina. REAÇÃO EM MARÇO Na Ford, o ano começou abaixo do esperado. "Os meses de janeiro e fevereiro foram os piores da indústria nos últimos 15 anos. A reação começou a partir de março, atingindo o que tínhamos planejado", diz João Pimentel, diretor da Ford Caminhões América do Sul. "Em 2017, trabalhamos basicamente uma semana por mês para ajustar os estoques. Ou seja, estamos produzindo caminhões três dias por semana", conta Pimentel. Para a adequação da produção, a Ford lançou o Projeto Fusão, que permite que os funcionários da fábrica de caminhões trabalharem na linha de automóveis nos outros dois dias da semana. Para Pimentel, o segundo semestre será cerca de 15% melhor do que o mesmo período do ano passado. Diante dos resultados em vendas, representantes das montadoras consideram que 2017 fechará com dados semelhantes a 2016, o que, de acordo com eles, será um bom desempenho, considerando o fraco 1° bimestre. FROTA Apesar de as vendas no mercado interno ainda estarem abaixo do ano passado, a indústria tem visto uma recuperação mês a mês dos negócios realizados por aqui. "Em janeiro e fevereiro, o setor vendia 155 caminhões e ônibus por dia. No segundo trimestre, saltamos para 230, e hoje já estamos em 280 unidades comercializadas diariamente", comenta Roberto Cortes, da MAN. Esse aumento reflete alguns bons negócios firmados pelas principais montadoras do país. A Volkswagen Caminhões, por exemplo, fechou nesta semana seu maior negócio do ano, com a venda de 417 caminhões para a Ambev. De acordo com Cortes, a empresa, que iniciou o ano com jornada reduzida para quatro dias por semana, desde junho opera cinco dias por semana e, a partir de setembro, trabalhará também três sábados por mês. "Recorremos ao lay-off [suspensão temporária do contrato de trabalho], mas em agosto trouxemos 70 trabalhadores de volta à fábrica", diz o presidente da MAN. Em setembro, um novo caminhão será apresentado. "A tendência é que, com o lançamento, ocorra aumento nas vendas e, consequentemente, mais contratações", afirma Cortes. Em maio, a Mercedes-Benz fechou a maior venda para um cliente dos últimos 10 anos: a Raízen comprou 524 caminhões para suas operações fora da estrada. O negócio inclui um plano de manutenção e sistema de gestão de frota e rastreamento para alguns modelos. Em julho, a montadora fechou ainda a comercialização de 134 caminhões blindados para a Prosegur, além de vender, em agosto, 105 caminhões para Transgrãos. "Começamos a ver um ponto de inflexão neste cenário, mas ainda não sabemos qual o tamanho", avalia Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing de caminhões e ônibus da Mercedes-Benz. A montadora opera com um turno de trabalho para a produção de caminhões e ônibus em São Bernardo do Campo, e também com um turno em Juiz de Fora (MG). Atualmente, a empresa tem 120 colaboradores em lay-off.
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Efeito batom' falha, e setor de beleza tem sua primeira queda em 23 anos
A indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos fechou 2015 com uma retração, a primeira em 23 anos, segundo dados da Abihpec, que reúne o setor. No ano passado, o faturamento teve queda real de 8%. A receita das vendas de fábrica, que não computa impostos, foi de R$ 42,6 bilhões. O comércio ao consumidor fechou em R$ 100 bilhões. Além da redução na demanda e da alta do dólar, que impactou o custo das matérias-primas, a indústria sofreu com o aumento de impostos, diz o presidente-executivo da entidade, João Carlos Basilio. "Os preços subiram, em média, 11% acima da inflação em 2015. Neste ano, devem crescer ainda mais nos Estados que elevaram o ICMS dos produtos, que são considerados supérfluos." A crise hídrica, que afetou grandes centros consumidores do país, e o aumento na conta de luz também são apontados como motivos para a retração. "As pessoas tomaram menos banhos, e isso influiu no consumo. Como os problemas foram amenizados, a retração no segmento não deve ser tão alta neste ano." O "efeito batom" -que supostamente faz crescer o consumo de itens de cuidados pessoais durante crises- não mostrou resultados: os produtos para cabelos e para a pele tiveram as piores retrações da indústria. Com base na percepção do desempenho do primeiro trimestre, o setor espera ter uma nova queda em 2016, que deve ficar em torno de 8%. batom * SATISFAÇÃO PELA METADE No Brasil, metade dos funcionários que atuam no setor de finanças desejam mudar de emprego nos próximos 12 meses, de acordo com pesquisa feita pela consultoria Hays. Entre os colombianos, esse percentual é ainda maior, de 53% dos entrevistados. No México, 45% dos participantes pensam em trocar de área nos próximos seis meses, enquanto no Chile o índice é de 47%. Além disso, a pesquisa aponta que 59% do total de entrevistados não estão satisfeitos com seus salários, no entanto, 60% dos respondentes afirmam não ter pedido aumento no último ano. Quando questionados sobre a possibilidade de crescimento profissional nas organizações onde atuam, 48% disseram não se sentir confiantes com a progressão de suas carreiras. Para 26%, a possibilidade de desenvolvimento é um fator primordial ao se optar pela profissão, enquanto 25% buscam benefícios. * BOLA DIVIDIDA A fabricante japonesa de brinquedos Epoch vai lançar uma linha de produtos "mais em conta" no Brasil e prevê crescimento de 50%. "Queremos ampliar o portfólio no país, com opções que fazem sucesso no exterior", diz o executivo responsável pela operação no Brasil, Reinaldo Guerrera. O principal produto da série Aquabeads -pequenas bolinhas coloridas- custará cerca de R$ 169,90. O grupo começou a operar no país em 2013, com a "sylvanian families" (animais em miniatura). "É um produto 'premium', o mais caro custa R$ 699. Como é mais restrito, as vendas são estáveis, mesmo na crise." 600 é o número de pontos de venda da Epoch no Brasil 3 fábricas tem o grupo, todas na China * O POÇO É MAIS FUNDO O primeiro trimestre terminou com alta de inadimplência do consumidor de 5,8% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Boa Visa SCPC. O aumento nos últimos 12 meses foi de 2,8%. A alta não foi mais significativa porque bancos e outros agentes financeiros que concedem crédito para o consumo restringiram os empréstimos, afirma Flávio Calife, economista da Boa Vista. "Hoje há 7% menos operações de crédito do que há um ano. E mesmo assim tem mais inadimplência. Isso acontece porque os fundamentos da economia pioraram muito." A tendência é que mais dívidas deixem de ser honradas nos próximos meses, diz. Por região do país, o Centro-Oeste teve o maior aumento anual (6,7%), e o Nordeste, o menor (1,9%). INADIMPLÊNCIA NA CRISE - Índice sobe no ano * HORA DO CAFÉ com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
colunas
Efeito batom' falha, e setor de beleza tem sua primeira queda em 23 anosA indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos fechou 2015 com uma retração, a primeira em 23 anos, segundo dados da Abihpec, que reúne o setor. No ano passado, o faturamento teve queda real de 8%. A receita das vendas de fábrica, que não computa impostos, foi de R$ 42,6 bilhões. O comércio ao consumidor fechou em R$ 100 bilhões. Além da redução na demanda e da alta do dólar, que impactou o custo das matérias-primas, a indústria sofreu com o aumento de impostos, diz o presidente-executivo da entidade, João Carlos Basilio. "Os preços subiram, em média, 11% acima da inflação em 2015. Neste ano, devem crescer ainda mais nos Estados que elevaram o ICMS dos produtos, que são considerados supérfluos." A crise hídrica, que afetou grandes centros consumidores do país, e o aumento na conta de luz também são apontados como motivos para a retração. "As pessoas tomaram menos banhos, e isso influiu no consumo. Como os problemas foram amenizados, a retração no segmento não deve ser tão alta neste ano." O "efeito batom" -que supostamente faz crescer o consumo de itens de cuidados pessoais durante crises- não mostrou resultados: os produtos para cabelos e para a pele tiveram as piores retrações da indústria. Com base na percepção do desempenho do primeiro trimestre, o setor espera ter uma nova queda em 2016, que deve ficar em torno de 8%. batom * SATISFAÇÃO PELA METADE No Brasil, metade dos funcionários que atuam no setor de finanças desejam mudar de emprego nos próximos 12 meses, de acordo com pesquisa feita pela consultoria Hays. Entre os colombianos, esse percentual é ainda maior, de 53% dos entrevistados. No México, 45% dos participantes pensam em trocar de área nos próximos seis meses, enquanto no Chile o índice é de 47%. Além disso, a pesquisa aponta que 59% do total de entrevistados não estão satisfeitos com seus salários, no entanto, 60% dos respondentes afirmam não ter pedido aumento no último ano. Quando questionados sobre a possibilidade de crescimento profissional nas organizações onde atuam, 48% disseram não se sentir confiantes com a progressão de suas carreiras. Para 26%, a possibilidade de desenvolvimento é um fator primordial ao se optar pela profissão, enquanto 25% buscam benefícios. * BOLA DIVIDIDA A fabricante japonesa de brinquedos Epoch vai lançar uma linha de produtos "mais em conta" no Brasil e prevê crescimento de 50%. "Queremos ampliar o portfólio no país, com opções que fazem sucesso no exterior", diz o executivo responsável pela operação no Brasil, Reinaldo Guerrera. O principal produto da série Aquabeads -pequenas bolinhas coloridas- custará cerca de R$ 169,90. O grupo começou a operar no país em 2013, com a "sylvanian families" (animais em miniatura). "É um produto 'premium', o mais caro custa R$ 699. Como é mais restrito, as vendas são estáveis, mesmo na crise." 600 é o número de pontos de venda da Epoch no Brasil 3 fábricas tem o grupo, todas na China * O POÇO É MAIS FUNDO O primeiro trimestre terminou com alta de inadimplência do consumidor de 5,8% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Boa Visa SCPC. O aumento nos últimos 12 meses foi de 2,8%. A alta não foi mais significativa porque bancos e outros agentes financeiros que concedem crédito para o consumo restringiram os empréstimos, afirma Flávio Calife, economista da Boa Vista. "Hoje há 7% menos operações de crédito do que há um ano. E mesmo assim tem mais inadimplência. Isso acontece porque os fundamentos da economia pioraram muito." A tendência é que mais dívidas deixem de ser honradas nos próximos meses, diz. Por região do país, o Centro-Oeste teve o maior aumento anual (6,7%), e o Nordeste, o menor (1,9%). INADIMPLÊNCIA NA CRISE - Índice sobe no ano * HORA DO CAFÉ com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
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Minério de ferro dispara e preço do petróleo ultrapassa US$ 40
Influenciados por uma melhora do humor dos investidores em relação à China, os preços do minério de ferro e do petróleo dispararam nesta segunda-feira (7). A tonelada de minério para entrega na China atingiu US$ 63,74, após subir 19% no dia. Em 2016, a principal matéria-prima para a produção de aço acumula alta de 46%. O petróleo tipo Brent, referência no mercado internacional, subiu 5,2% e fechou acima de US$ 40 pela primeira vez desde 9 de dezembro. O barril já subiu 50% desde meados de janeiro, quando estava abaixo de US$ 30. Petróleo tem alta puxada pela demanda chinesa - Preço do petróleo tipo Brent, em US$ Os preços das matérias-primas beneficiaram as ações da Petrobras e da Vale na Bolsa. Os papéis preferenciais da mineradora subiram 9% e os da petroleira avançaram 2%. Os mercados de commodities foram influenciados pela decisão da China de priorizar o crescimento do PIB a reestruturar sua economia, que apontava para um modelo mais voltado ao consumo doméstico do que para investimentos em infraestrutura. Junto com a meta de crescimento entre 6,5% e 7%, anunciada no final de semana, o primeiro-ministro Li Keqiang destacou a necessidade de expandir os principais projetos de infraestrutura e disse que vai resolver o excesso de capacidade nas indústrias de aço e de carvão. O anúncio alimentou expectativas de aumento na produção das siderúrgicas chinesas, estimulando a demanda por minério de ferro. "As expectativas em relação à economia chinesa melhoraram em comparação com o início do ano, o que diminuiu a aversão ao risco por parte dos investidores", diz Walter De Vitto, economista da consultoria Tendências. Além da percepção de que a desaceleração chinesa será mais suave, o mercado reflete também a expectativa de que o Federal Reserve (o BC dos EUA) vai demorar mais para subir os juros, movimento que incentiva os investimentos em commodities. CAUTELA De Vitto, especialista em petróleo, lembra que este ano deve ser marcado por volatilidade, o que pede cautela. Ele não acredita, por exemplo, na confirmação do acordo entre países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para congelar a produção de óleo. Essa expectativa ajudou a interromper a queda livre nos preços da matéria-prima. AÇO MAIS CARO - Preço da tonelada de minério de ferro no porto de Qingdao, na China, em US$ "Acho muito difícil que os países fechem um acordo tão amarrado. O mercado vai continuar se ajustando independente da decisão da Opep, especialmente com a redução na produção dos EUA." Ele lembra que, se o barril voltar à casa dos US$ 50, projetos de óleo de xisto nos EUA voltam a ser viáveis, o que não interessa à Opep. Quanto ao minério de ferro, os analistas do banco Goldman Sachs avaliam em relatório que o rali será temporário. O aumento da demanda pelas siderúrgicas, que estão repondo estoques, não será duradouro, enquanto a oferta, em queda no início do ano por fatores sazonais, começa a se recuperar.
mercado
Minério de ferro dispara e preço do petróleo ultrapassa US$ 40Influenciados por uma melhora do humor dos investidores em relação à China, os preços do minério de ferro e do petróleo dispararam nesta segunda-feira (7). A tonelada de minério para entrega na China atingiu US$ 63,74, após subir 19% no dia. Em 2016, a principal matéria-prima para a produção de aço acumula alta de 46%. O petróleo tipo Brent, referência no mercado internacional, subiu 5,2% e fechou acima de US$ 40 pela primeira vez desde 9 de dezembro. O barril já subiu 50% desde meados de janeiro, quando estava abaixo de US$ 30. Petróleo tem alta puxada pela demanda chinesa - Preço do petróleo tipo Brent, em US$ Os preços das matérias-primas beneficiaram as ações da Petrobras e da Vale na Bolsa. Os papéis preferenciais da mineradora subiram 9% e os da petroleira avançaram 2%. Os mercados de commodities foram influenciados pela decisão da China de priorizar o crescimento do PIB a reestruturar sua economia, que apontava para um modelo mais voltado ao consumo doméstico do que para investimentos em infraestrutura. Junto com a meta de crescimento entre 6,5% e 7%, anunciada no final de semana, o primeiro-ministro Li Keqiang destacou a necessidade de expandir os principais projetos de infraestrutura e disse que vai resolver o excesso de capacidade nas indústrias de aço e de carvão. O anúncio alimentou expectativas de aumento na produção das siderúrgicas chinesas, estimulando a demanda por minério de ferro. "As expectativas em relação à economia chinesa melhoraram em comparação com o início do ano, o que diminuiu a aversão ao risco por parte dos investidores", diz Walter De Vitto, economista da consultoria Tendências. Além da percepção de que a desaceleração chinesa será mais suave, o mercado reflete também a expectativa de que o Federal Reserve (o BC dos EUA) vai demorar mais para subir os juros, movimento que incentiva os investimentos em commodities. CAUTELA De Vitto, especialista em petróleo, lembra que este ano deve ser marcado por volatilidade, o que pede cautela. Ele não acredita, por exemplo, na confirmação do acordo entre países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para congelar a produção de óleo. Essa expectativa ajudou a interromper a queda livre nos preços da matéria-prima. AÇO MAIS CARO - Preço da tonelada de minério de ferro no porto de Qingdao, na China, em US$ "Acho muito difícil que os países fechem um acordo tão amarrado. O mercado vai continuar se ajustando independente da decisão da Opep, especialmente com a redução na produção dos EUA." Ele lembra que, se o barril voltar à casa dos US$ 50, projetos de óleo de xisto nos EUA voltam a ser viáveis, o que não interessa à Opep. Quanto ao minério de ferro, os analistas do banco Goldman Sachs avaliam em relatório que o rali será temporário. O aumento da demanda pelas siderúrgicas, que estão repondo estoques, não será duradouro, enquanto a oferta, em queda no início do ano por fatores sazonais, começa a se recuperar.
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Concorrentes do setor de bebidas unem programas de reciclagem
Duas grandes empresas concorrentes no setor de bebidas anunciaram nesta quarta-feira (4) uma parceria para unificar seus respectivos programas de reciclagem, com o objetivo de potencializar e profissionalizar a coleta e o reaproveitamento de embalagens. No programa chamado Reciclar pelo Brasil, a Coca-Cola Brasil, que apoia o Prêmio Empreendedor Social, e a Ambev se uniram à Ancat (Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis). "Conseguimos fazer a proeza de juntar essas duas empresas", disse Roberto Laureano, catador de materiais e presidente da associação. "É um movimento muito importante de as cooperativas se profissionalizarem." Num primeiro momento, 110 organizações de catadores serão beneficiárias do programa, que deve aumentar em até 25% os investimentos. "Com a unificação, vamos precisar investir menos na gestão, resultando em mais recursos para o impacto [nas cooperativas]", explicou o vice-presidente da Coca-Cola Brasil, Pedro Rios. A multinacional, por meio de seu instituto, investe na profissionalização dessas organizações no Coletivo Reciclagem. Já as cervejarias da Ambev, por exemplo, reaproveitam 99% de seus subprodutos, o que colaborou para a economia de 1,56 milhão de toneladas de resíduos em 2015. "Temos expertises próprios. Trabalhamos junto com a Ancat para maximizar a inteligência das duas companhias", afirmou Rios. "Fazer juntos nos torna mais eficazes, unificando programas bons para transformar em algo muito melhor." As empresas não informaram quanto vão investir, mas para o vice-presidente de Relações Corporativas e Jurídico da Ambev, Pedro Mariani, direcionar recursos para reciclagem não é visto como custo dentro da companhia. "É responsabilidade nossa cuidar de nossas embalagens. Isso não é colocado na ponta do lápis. É algo essencial para uma empresa que opera no mundo de hoje." ACORDO A iniciativa das duas empresas vai ao encontro da meta do Acordo Setorial de Embalagens para reduzir, no mínimo, 22% das embalagens destinadas a aterros sanitários até 2018. O acordo chega ao fim de seu primeiro ciclo e deve ser renovado em novembro. O Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), fundado após a Rio-92 por sete empresas, entre elas Coca-Cola Brasil e Ambev, está consolidando os resultados desses primeiros dois anos para que os termos do novo acordo possam ser discutidos. Para o diretor do compromisso, André Vilhena, nesse novo ciclo é preciso que o governo faça cumprir a lei para todas as empresas do setor. "São apenas algumas fazendo e muitas não fazendo, que são representativas no volume total. O governo precisa mostrar que quem ficou de fora vai ser demandado a participar." Além da parceria, Vilhena indica que outro ponto alto do programa é o investimento nas cooperativas, pois, para ele, os catadores são fundamentais no processo. "Só se recicla muito por causa do catador. As cooperativas servem para eles trabalharem com segurança e se organizarem", afirma. Roberto Laureano já enxerga esse investimento para um passo além da capacitação. "Não queremos só ser apoiados com equipamentos e assistência técnica, que são importantes. A médio e longo prazo, queremos ser parte da cadeia no negócio." Minidocumentário Reciclagem
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Concorrentes do setor de bebidas unem programas de reciclagemDuas grandes empresas concorrentes no setor de bebidas anunciaram nesta quarta-feira (4) uma parceria para unificar seus respectivos programas de reciclagem, com o objetivo de potencializar e profissionalizar a coleta e o reaproveitamento de embalagens. No programa chamado Reciclar pelo Brasil, a Coca-Cola Brasil, que apoia o Prêmio Empreendedor Social, e a Ambev se uniram à Ancat (Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis). "Conseguimos fazer a proeza de juntar essas duas empresas", disse Roberto Laureano, catador de materiais e presidente da associação. "É um movimento muito importante de as cooperativas se profissionalizarem." Num primeiro momento, 110 organizações de catadores serão beneficiárias do programa, que deve aumentar em até 25% os investimentos. "Com a unificação, vamos precisar investir menos na gestão, resultando em mais recursos para o impacto [nas cooperativas]", explicou o vice-presidente da Coca-Cola Brasil, Pedro Rios. A multinacional, por meio de seu instituto, investe na profissionalização dessas organizações no Coletivo Reciclagem. Já as cervejarias da Ambev, por exemplo, reaproveitam 99% de seus subprodutos, o que colaborou para a economia de 1,56 milhão de toneladas de resíduos em 2015. "Temos expertises próprios. Trabalhamos junto com a Ancat para maximizar a inteligência das duas companhias", afirmou Rios. "Fazer juntos nos torna mais eficazes, unificando programas bons para transformar em algo muito melhor." As empresas não informaram quanto vão investir, mas para o vice-presidente de Relações Corporativas e Jurídico da Ambev, Pedro Mariani, direcionar recursos para reciclagem não é visto como custo dentro da companhia. "É responsabilidade nossa cuidar de nossas embalagens. Isso não é colocado na ponta do lápis. É algo essencial para uma empresa que opera no mundo de hoje." ACORDO A iniciativa das duas empresas vai ao encontro da meta do Acordo Setorial de Embalagens para reduzir, no mínimo, 22% das embalagens destinadas a aterros sanitários até 2018. O acordo chega ao fim de seu primeiro ciclo e deve ser renovado em novembro. O Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), fundado após a Rio-92 por sete empresas, entre elas Coca-Cola Brasil e Ambev, está consolidando os resultados desses primeiros dois anos para que os termos do novo acordo possam ser discutidos. Para o diretor do compromisso, André Vilhena, nesse novo ciclo é preciso que o governo faça cumprir a lei para todas as empresas do setor. "São apenas algumas fazendo e muitas não fazendo, que são representativas no volume total. O governo precisa mostrar que quem ficou de fora vai ser demandado a participar." Além da parceria, Vilhena indica que outro ponto alto do programa é o investimento nas cooperativas, pois, para ele, os catadores são fundamentais no processo. "Só se recicla muito por causa do catador. As cooperativas servem para eles trabalharem com segurança e se organizarem", afirma. Roberto Laureano já enxerga esse investimento para um passo além da capacitação. "Não queremos só ser apoiados com equipamentos e assistência técnica, que são importantes. A médio e longo prazo, queremos ser parte da cadeia no negócio." Minidocumentário Reciclagem
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Um ano depois de guerra, fronteira de Israel com Gaza teme retomada
A sensação é de déjà vu. Um ano depois do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, que controla a faixa de Gaza, os moradores da fronteira entre os dois territórios temem nova explosão. No último mês, ataques mútuos –agravados por turbulências no norte do Egito–, quebraram a calmaria vivida desde o fim da guerra, que durou de 8 de julho a 26 de agosto, deixando 2.251 mortos palestinos e 71 israelenses. A única certeza é que a próxima rodada do conflito, a quarta desde 2008, é questão de (pouco) tempo. "É como a reprise de um filme. Minha filha já se prepara para os próximos ataques", diz a israelense Anat Heffetz, diretora do kibutz Nirim, a 1,5 quilômetro da fronteira, que foi bombardeado com cerca de cem foguetes e morteiros de grupos armados palestinos nos 50 dias do conflito. De agosto de 2014 até junho deste ano, a fronteira viveu um de seus períodos mais calmos. Mas isso não impressiona o major Nir Peled, vice-comandante da Divisão Gaza do Exército de Israel. "Em 12 anos, foi a fase mais tranquila, mas sabemos que o Hamas está reconstruindo os 34 túneis subterrâneos que destruímos, além de estar treinando militantes. Tudo pode recomeçar a qualquer momento", disse Peled à Folha na porta de um túnel, de três quilômetros, cuja saída fica no kibutz Ein Hashlosha, a 1,5 quilômetro de Gaza. O conflito de 2014 teve como semente o assassinato de três jovens colonos na Cisjordânia pelo Hamas, em 12 de junho. A morte de um jovem palestino por judeus em Jerusalém em 2 de julho, por vingança, levou à escalada e à guerra, na qual palestinos lançaram 4.844 projéteis contra Israel e o Exército israelense causou destruição atingindo 5.263 alvos em Gaza. Nas últimas semanas, esse roteiro parece se repetir. Houve dois casos de esfaqueamento de soldados e quatro de disparos contra civis israelenses na Cisjordânia desde 20 de junho, com dois mortos. Em alguns casos, o Hamas assumiu a autoria. Paralelamente, as sirenes antimísseis soaram seis vezes nas 57 comunidades israelenses da fronteira com Gaza. A cada sirene, os cerca de 60 mil mil moradores têm segundos para buscar abrigos antiaéreos. TRAUMA DE GUERRA Depois de cada disparo, o Exército de Israel retaliou com ataques aéreos a Gaza. As explosões foram suficientes para causar flashbacks no 1,8 milhão de palestinos, muitos com TEPT (transtorno de estresse pós-traumático). "Com a nova escalada, muitas crianças voltaram a apresentar sintomas de trauma. Estão regressando", conta o psicólogo palestino Hasan Zeyada, do Programa Comunitário de Saúde Mental de Gaza (PCSMG), que trata 1.370 pessoas desde o conflito do ano passado. Dos pacientes, 46% são crianças, metade delas diagnosticadas com TEPT. Os sintomas são pesadelos, medo constante, retração, hiperatividade, inquietação, falta de concentração, fadiga, perda de apetite e agressividade. "Elas já enfrentaram três guerras desde 2008. Junte-se a isso o clima em Gaza, a economia em frangalhos, desemprego (45%), falta de luz. Será uma geração perdida, que não acredita na paz", diagnostica o psicólogo. Do lado israelense da fronteira, o número de pessoas que buscam apoio por TEPT também disparou: aumentou 300% (crescimento de 65% entre crianças). "Psicologicamente, as pessoas não estão nada bem", diz Heffetz. "Muitas famílias deixaram a região." Na fase pós-conflito, Gaza vive um cotidiano de dificuldades. O Hamas passa uma fase difícil depois de perder o apoio do Irã e da Síria (por apoiar os rebeldes na guerra civil síria). Há eletricidade só de seis a oito horas por dia. Cerca de 900 mil pessoas recebem ajuda humanitária da ONU. As promessas de verbas de países como o Qatar não foram cumpridas. Israel, que controla as fronteiras da faixa de Gaza, permite a entrada diária de 700 caminhões com 1,6 tonelada de mantimentos. Para o historiador israelense Uri Rosset, da Faculdade Sapir, o Hamas é um grupo racional e não se apressará a cutucar Israel porque a destruição em Gaza foi tremenda. "Mas o problema são fatores irracionais, como lobos solitários ou outros grupos armados", diz o historiador. AMEAÇA DO EI Um desses fatores pode ser o Estado Islâmico (EI), que está cada vez mais presente na Península do Sinai (norte do Egito). Alguns sustentam que o Hamas colabora com o EI, mas isso não está claro. Em vídeo divulgado na terça-feira (30 de junho), porta-vozes do EI disseram que o próximo alvo do grupo seria justamente o Hamas (repudiado por não ser islâmico o suficiente). "A sharia (lei islâmica) será implementada em Gaza, apesar de vocês", avisou o vídeo. Na quarta-feira (1º), o Sinai foi sacudido por uma série de ataques do EI contra tropas egípcias. As explosões foram ouvidas tanto em Gaza quanto em Israel. Na sexta (3), um foguete disparado do Sinai atingiu Israel e um grupo salafista (aliado ao EI) desconhecido assumiu a autoria. Em meio a tudo isso, os moradores da fronteira entre Israel e Gaza ficam em compasso de espera. É o caso do argentino-israelense Danny Cohen, morador do kibutz Ein Hashlosha. Para Cohen, Israel deveria deixar de lado a picuinha com o Hamas e negociar com o grupo: "A solução para isso é política, não militar. É preciso negociar com o Hamas antes que no lugar dele entre algo pior."
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Um ano depois de guerra, fronteira de Israel com Gaza teme retomadaA sensação é de déjà vu. Um ano depois do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, que controla a faixa de Gaza, os moradores da fronteira entre os dois territórios temem nova explosão. No último mês, ataques mútuos –agravados por turbulências no norte do Egito–, quebraram a calmaria vivida desde o fim da guerra, que durou de 8 de julho a 26 de agosto, deixando 2.251 mortos palestinos e 71 israelenses. A única certeza é que a próxima rodada do conflito, a quarta desde 2008, é questão de (pouco) tempo. "É como a reprise de um filme. Minha filha já se prepara para os próximos ataques", diz a israelense Anat Heffetz, diretora do kibutz Nirim, a 1,5 quilômetro da fronteira, que foi bombardeado com cerca de cem foguetes e morteiros de grupos armados palestinos nos 50 dias do conflito. De agosto de 2014 até junho deste ano, a fronteira viveu um de seus períodos mais calmos. Mas isso não impressiona o major Nir Peled, vice-comandante da Divisão Gaza do Exército de Israel. "Em 12 anos, foi a fase mais tranquila, mas sabemos que o Hamas está reconstruindo os 34 túneis subterrâneos que destruímos, além de estar treinando militantes. Tudo pode recomeçar a qualquer momento", disse Peled à Folha na porta de um túnel, de três quilômetros, cuja saída fica no kibutz Ein Hashlosha, a 1,5 quilômetro de Gaza. O conflito de 2014 teve como semente o assassinato de três jovens colonos na Cisjordânia pelo Hamas, em 12 de junho. A morte de um jovem palestino por judeus em Jerusalém em 2 de julho, por vingança, levou à escalada e à guerra, na qual palestinos lançaram 4.844 projéteis contra Israel e o Exército israelense causou destruição atingindo 5.263 alvos em Gaza. Nas últimas semanas, esse roteiro parece se repetir. Houve dois casos de esfaqueamento de soldados e quatro de disparos contra civis israelenses na Cisjordânia desde 20 de junho, com dois mortos. Em alguns casos, o Hamas assumiu a autoria. Paralelamente, as sirenes antimísseis soaram seis vezes nas 57 comunidades israelenses da fronteira com Gaza. A cada sirene, os cerca de 60 mil mil moradores têm segundos para buscar abrigos antiaéreos. TRAUMA DE GUERRA Depois de cada disparo, o Exército de Israel retaliou com ataques aéreos a Gaza. As explosões foram suficientes para causar flashbacks no 1,8 milhão de palestinos, muitos com TEPT (transtorno de estresse pós-traumático). "Com a nova escalada, muitas crianças voltaram a apresentar sintomas de trauma. Estão regressando", conta o psicólogo palestino Hasan Zeyada, do Programa Comunitário de Saúde Mental de Gaza (PCSMG), que trata 1.370 pessoas desde o conflito do ano passado. Dos pacientes, 46% são crianças, metade delas diagnosticadas com TEPT. Os sintomas são pesadelos, medo constante, retração, hiperatividade, inquietação, falta de concentração, fadiga, perda de apetite e agressividade. "Elas já enfrentaram três guerras desde 2008. Junte-se a isso o clima em Gaza, a economia em frangalhos, desemprego (45%), falta de luz. Será uma geração perdida, que não acredita na paz", diagnostica o psicólogo. Do lado israelense da fronteira, o número de pessoas que buscam apoio por TEPT também disparou: aumentou 300% (crescimento de 65% entre crianças). "Psicologicamente, as pessoas não estão nada bem", diz Heffetz. "Muitas famílias deixaram a região." Na fase pós-conflito, Gaza vive um cotidiano de dificuldades. O Hamas passa uma fase difícil depois de perder o apoio do Irã e da Síria (por apoiar os rebeldes na guerra civil síria). Há eletricidade só de seis a oito horas por dia. Cerca de 900 mil pessoas recebem ajuda humanitária da ONU. As promessas de verbas de países como o Qatar não foram cumpridas. Israel, que controla as fronteiras da faixa de Gaza, permite a entrada diária de 700 caminhões com 1,6 tonelada de mantimentos. Para o historiador israelense Uri Rosset, da Faculdade Sapir, o Hamas é um grupo racional e não se apressará a cutucar Israel porque a destruição em Gaza foi tremenda. "Mas o problema são fatores irracionais, como lobos solitários ou outros grupos armados", diz o historiador. AMEAÇA DO EI Um desses fatores pode ser o Estado Islâmico (EI), que está cada vez mais presente na Península do Sinai (norte do Egito). Alguns sustentam que o Hamas colabora com o EI, mas isso não está claro. Em vídeo divulgado na terça-feira (30 de junho), porta-vozes do EI disseram que o próximo alvo do grupo seria justamente o Hamas (repudiado por não ser islâmico o suficiente). "A sharia (lei islâmica) será implementada em Gaza, apesar de vocês", avisou o vídeo. Na quarta-feira (1º), o Sinai foi sacudido por uma série de ataques do EI contra tropas egípcias. As explosões foram ouvidas tanto em Gaza quanto em Israel. Na sexta (3), um foguete disparado do Sinai atingiu Israel e um grupo salafista (aliado ao EI) desconhecido assumiu a autoria. Em meio a tudo isso, os moradores da fronteira entre Israel e Gaza ficam em compasso de espera. É o caso do argentino-israelense Danny Cohen, morador do kibutz Ein Hashlosha. Para Cohen, Israel deveria deixar de lado a picuinha com o Hamas e negociar com o grupo: "A solução para isso é política, não militar. É preciso negociar com o Hamas antes que no lugar dele entre algo pior."
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Tremor de magnitude 5,1 pode indicar novo teste nuclear norte-coreano
Um terremoto de magnitude 5,1 foi registrado nesta quarta-feira (6) na Coreia do Norte, próximo de uma zona de testes nucleares, anunciou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês). O evento levanta suspeitas da realização de um novo teste atômico pelo governo de Pyongyang, que anunciou que fará um pronunciamento especial nas próximas horas. Segundo o USGS, o epicentro do tremor se situou a nordeste da Coreia do Norte, a cerca de 50 quilômetros do condado de Kilju, que abriga a base de testes nucleares de Punggye-ri. O local foi palco dos três testes atômicos realizados até hoje por Pyongyang, o último deles em fevereiro de 2013. Segundo o site do Bureau Sismológico da China, o tremor foi o "possível resultado de uma explosão" de teste nuclear da Coreia do Norte. O governo japonês também informou que o tremor sugere um teste nuclear. "Considerando os casos passados, é possível que este abalo seja um teste nuclear praticado pela Coreia do Norte", disse o porta-voz do governo em Tóquio, Yoshihide Suga, acrescentando que o Japão analisa a situação.
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Tremor de magnitude 5,1 pode indicar novo teste nuclear norte-coreanoUm terremoto de magnitude 5,1 foi registrado nesta quarta-feira (6) na Coreia do Norte, próximo de uma zona de testes nucleares, anunciou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês). O evento levanta suspeitas da realização de um novo teste atômico pelo governo de Pyongyang, que anunciou que fará um pronunciamento especial nas próximas horas. Segundo o USGS, o epicentro do tremor se situou a nordeste da Coreia do Norte, a cerca de 50 quilômetros do condado de Kilju, que abriga a base de testes nucleares de Punggye-ri. O local foi palco dos três testes atômicos realizados até hoje por Pyongyang, o último deles em fevereiro de 2013. Segundo o site do Bureau Sismológico da China, o tremor foi o "possível resultado de uma explosão" de teste nuclear da Coreia do Norte. O governo japonês também informou que o tremor sugere um teste nuclear. "Considerando os casos passados, é possível que este abalo seja um teste nuclear praticado pela Coreia do Norte", disse o porta-voz do governo em Tóquio, Yoshihide Suga, acrescentando que o Japão analisa a situação.
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Eletrobras deve comprovar térmicas para evitar devolução de dinheiro, diz Aneel
O diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) Tiago Correia cobrou nesta quarta (30) que a Eletrobras comprove a existência de térmicas que justifique repasse de recursos do consumidor para a empresa Amazonas Energia, tema que motiva um embate entre a agência e a estatal. No dia 16, a Aneel determinou que a Eletrobras devolva R$ 3 bilhões à CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), cobrada na tarifa de energia, que teriam sido passados irregularmente à Amazonas Energia para custear térmicas na região Norte. "A Aneel não tem má vontade, mas a Eletrobras tem que demonstrar a existência das térmicas", afirmou Correia, em entrevista durante a feira Brazil Wind Power. Ele diz que a companhia não abre os dados de geração por usina, preferindo informar dados globais. Os recursos foram usados para pagar uma taxa de uso mínimo do duto que leva gás natural do campo de Coari, em meio à Amazônia, para Manaus —os contratos têm cláusulas que garantem à Petrobras um volume mínimo, mesmo que o gás não seja usado. Segundo Correia, a Eletrobras pode ser ressarcida destas taxas em volume equivalente às térmicas a gás natural que tem na Amazônia, mas a companhia não consegue comprovar à Aneel que tinha usinas disponíveis para receber o gás. A gestão dos encargos cobrados sobre a conta de luz, como a CCC, é vista como um dos obstáculos ao processo de privatização da companhia, anunciado pelo governo na semana passada, já que representa risco de perdas para os futuros investidores. TRANSMISSÃO Correia disse que a Aneel entregou ao MME (Ministério de Minas e Energia) nesta quarta (30) o pedido de caducidade das concessões da espanhola Abengoa, empresa de linhas de transmissão que entrou em recuperação judicial deixando obras importantes sob risco. Em reunião na segunda (29) a agência considerou esgotadas todas as possibilidades de recurso da empresa e decidiu recomendar ao MME a caducidade das concessões, para que os trechos inacabados possam ser novamente licitados. A crise da Abengoa paralisou projetos de conexão da usina de Belo Monte com a região Sudeste e de escoamento da energia gerada por parques eólicos do Nordeste para a região Sudeste, gerando preocupação entre as autoridades do setor elétrico brasileiro. O presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Luiz Barroso, defendeu que a cassação das concessões ocorra antes do próximo leilão de linhas de transmissão no país, marcado para dezembro, para que o governo possa incluir na disputa alguns dos trechos abandonados pela Abengoa. FAXINA A Aneel trabalha ainda para cassar concessões de projetos de geração de energia paralisados, como parte de uma "faxina energética" que vem sendo promovida pelo governo. Em três movimentos recentes, a área energética já conseguiu reduzir em 3.200 megawatts (MW) o volume de "energia de papel" no sistema —projetos que não seriam concluídos ou que tinham previsão de capacidade acima do possível. O último deles foi o leilão de descontratação na qual as distribuidoras puderam rescindir contratos com projetos inviáveis, que envolveu projetos com capacidade de 500 MW. Correia afirmou que agora o governo se volta para as concessões que não participaram do leilão, para avaliar a caducidade dos contratos, que somam cerca de 4.000 MW. O governo prevê realizar dois leilões de contatação de energia entre o fim de 2017 e o primeiro semestre de 2018 e avalia que a "faxina" pode melhorar a disputa, já que as distribuidoras podem procurar projetos para substituir os que foram descontratados.
mercado
Eletrobras deve comprovar térmicas para evitar devolução de dinheiro, diz AneelO diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) Tiago Correia cobrou nesta quarta (30) que a Eletrobras comprove a existência de térmicas que justifique repasse de recursos do consumidor para a empresa Amazonas Energia, tema que motiva um embate entre a agência e a estatal. No dia 16, a Aneel determinou que a Eletrobras devolva R$ 3 bilhões à CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), cobrada na tarifa de energia, que teriam sido passados irregularmente à Amazonas Energia para custear térmicas na região Norte. "A Aneel não tem má vontade, mas a Eletrobras tem que demonstrar a existência das térmicas", afirmou Correia, em entrevista durante a feira Brazil Wind Power. Ele diz que a companhia não abre os dados de geração por usina, preferindo informar dados globais. Os recursos foram usados para pagar uma taxa de uso mínimo do duto que leva gás natural do campo de Coari, em meio à Amazônia, para Manaus —os contratos têm cláusulas que garantem à Petrobras um volume mínimo, mesmo que o gás não seja usado. Segundo Correia, a Eletrobras pode ser ressarcida destas taxas em volume equivalente às térmicas a gás natural que tem na Amazônia, mas a companhia não consegue comprovar à Aneel que tinha usinas disponíveis para receber o gás. A gestão dos encargos cobrados sobre a conta de luz, como a CCC, é vista como um dos obstáculos ao processo de privatização da companhia, anunciado pelo governo na semana passada, já que representa risco de perdas para os futuros investidores. TRANSMISSÃO Correia disse que a Aneel entregou ao MME (Ministério de Minas e Energia) nesta quarta (30) o pedido de caducidade das concessões da espanhola Abengoa, empresa de linhas de transmissão que entrou em recuperação judicial deixando obras importantes sob risco. Em reunião na segunda (29) a agência considerou esgotadas todas as possibilidades de recurso da empresa e decidiu recomendar ao MME a caducidade das concessões, para que os trechos inacabados possam ser novamente licitados. A crise da Abengoa paralisou projetos de conexão da usina de Belo Monte com a região Sudeste e de escoamento da energia gerada por parques eólicos do Nordeste para a região Sudeste, gerando preocupação entre as autoridades do setor elétrico brasileiro. O presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Luiz Barroso, defendeu que a cassação das concessões ocorra antes do próximo leilão de linhas de transmissão no país, marcado para dezembro, para que o governo possa incluir na disputa alguns dos trechos abandonados pela Abengoa. FAXINA A Aneel trabalha ainda para cassar concessões de projetos de geração de energia paralisados, como parte de uma "faxina energética" que vem sendo promovida pelo governo. Em três movimentos recentes, a área energética já conseguiu reduzir em 3.200 megawatts (MW) o volume de "energia de papel" no sistema —projetos que não seriam concluídos ou que tinham previsão de capacidade acima do possível. O último deles foi o leilão de descontratação na qual as distribuidoras puderam rescindir contratos com projetos inviáveis, que envolveu projetos com capacidade de 500 MW. Correia afirmou que agora o governo se volta para as concessões que não participaram do leilão, para avaliar a caducidade dos contratos, que somam cerca de 4.000 MW. O governo prevê realizar dois leilões de contatação de energia entre o fim de 2017 e o primeiro semestre de 2018 e avalia que a "faxina" pode melhorar a disputa, já que as distribuidoras podem procurar projetos para substituir os que foram descontratados.
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Crise na natação e chance de duelo com elite levam brasileiros aos EUA
As incertezas nos rumos da natação no Brasil e a curiosidade sobre a maior potência das piscinas têm feito com que muitos atletas da nova geração brasileira abandonem o país rumo aos EUA, país mais desenvolvido no esporte. O êxodo remonta às três décadas passadas, quando os mais condecorados competidores do país treinavam em clubes e universidades de lá. Ricardo Prado, Gustavo Borges, Fernando Scherer e Cesar Cielo tiveram pódios mundiais e olímpicos enquanto residiam nos EUA. Presentes ao Troféu Maria Lenk, principal competição do calendário nacional, Brandonn Almeida, 20, e Matheus Santana, 21, que disputaram os Jogos Olímpicos do Rio, e Felipe Ribeiro, 19, e Maria Paula Heitmann, 18, duas revelações, resolveram treinar na América do Norte. Brandonn, que disputou os 1.500 m livre e os 400 m medley na Olimpíada e defende o Corinthians, acerta os últimos detalhes para se juntar à Universidade da Carolina do Sul, onde, além de nadar, estudará gestão esportiva. "Procuro treinar e estudar em alto nível, e infelizmente no Brasil é difícil", afirmou o campeão mundial júnior dos 1.500 m livre em 2015. A ideia de Brandonn é passar todo ciclo olímpico para os Jogos de Tóquio-2020, na universidade. Nos meses de férias, ele pretende voltar ao Brasil para treinar. Para Felipe Ribeiro, que se tornou em 2015 o mais jovem brasileiro a nadar os 100 m livre abaixo de 50s, a motivação é a instabilidade no país. A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) perdeu o patrocínio do Bradesco após a Rio-2016 e viu o repasse dos Correios encolher mais de 70%. Felipe deixou Santos e se transferiu em janeiro para a Florida State University, também para estudar e competir. Especialista nas provas de velocidade, ele disse que as maiores diferenças estão na mentalidade e na quantidade de vezes que compete. "Competimos quase todos os finais de semana e é uma vida muito ativa, bem diferente do Brasil", conta. Matheus Santana, 21, apareceu como um raio em 2014, quando fez um tempo que o deixou entre os melhores do mundo nos 100 m livre. Na mesma prova, também faturou o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim, na China, com recorde mundial júnior (48s25). Conseguiu compor o revezamento 4 x 100 m livre brasileiro nos Jogos do Rio, mas desde então não repetiu as grandes performances. A ida para a Carolina do Norte, no início do ano, foi uma tentativa de resgatar a boa fase. Matheus passou a integrar uma equipe profissional em Charlotte (chamada SwimMac), que é base de campeões olímpicos como Anthony Ervin, ouro nos 50 m livre no Rio. É com eles que o carioca agora divide a piscina. "O Brasil tem excelentes clubes e atletas, mas buscamos algo, um degrau acima." Maria Paula Heitmann e Vinícius Lanza —este até antes da Rio-2016— escolheram a Universidade de Indiana para se prepararem para 2020. Filho do quatro vezes medalhista olímpico Gustavo Borges, Luiz Gustavo vai seguir a trilha do pai e defender a Universidade de Michigan. Na contramão da diáspora, há atletas da nova safra que não abrem mão de treinar no país. Recordista sul-americano dos 1.500 m livre, Guilherme Costa, 18, não cogita deixar o Brasil. "Quero ficar aqui e fazer toda a preparação para Tóquio no Rio", disse o nadador.
esporte
Crise na natação e chance de duelo com elite levam brasileiros aos EUAAs incertezas nos rumos da natação no Brasil e a curiosidade sobre a maior potência das piscinas têm feito com que muitos atletas da nova geração brasileira abandonem o país rumo aos EUA, país mais desenvolvido no esporte. O êxodo remonta às três décadas passadas, quando os mais condecorados competidores do país treinavam em clubes e universidades de lá. Ricardo Prado, Gustavo Borges, Fernando Scherer e Cesar Cielo tiveram pódios mundiais e olímpicos enquanto residiam nos EUA. Presentes ao Troféu Maria Lenk, principal competição do calendário nacional, Brandonn Almeida, 20, e Matheus Santana, 21, que disputaram os Jogos Olímpicos do Rio, e Felipe Ribeiro, 19, e Maria Paula Heitmann, 18, duas revelações, resolveram treinar na América do Norte. Brandonn, que disputou os 1.500 m livre e os 400 m medley na Olimpíada e defende o Corinthians, acerta os últimos detalhes para se juntar à Universidade da Carolina do Sul, onde, além de nadar, estudará gestão esportiva. "Procuro treinar e estudar em alto nível, e infelizmente no Brasil é difícil", afirmou o campeão mundial júnior dos 1.500 m livre em 2015. A ideia de Brandonn é passar todo ciclo olímpico para os Jogos de Tóquio-2020, na universidade. Nos meses de férias, ele pretende voltar ao Brasil para treinar. Para Felipe Ribeiro, que se tornou em 2015 o mais jovem brasileiro a nadar os 100 m livre abaixo de 50s, a motivação é a instabilidade no país. A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) perdeu o patrocínio do Bradesco após a Rio-2016 e viu o repasse dos Correios encolher mais de 70%. Felipe deixou Santos e se transferiu em janeiro para a Florida State University, também para estudar e competir. Especialista nas provas de velocidade, ele disse que as maiores diferenças estão na mentalidade e na quantidade de vezes que compete. "Competimos quase todos os finais de semana e é uma vida muito ativa, bem diferente do Brasil", conta. Matheus Santana, 21, apareceu como um raio em 2014, quando fez um tempo que o deixou entre os melhores do mundo nos 100 m livre. Na mesma prova, também faturou o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim, na China, com recorde mundial júnior (48s25). Conseguiu compor o revezamento 4 x 100 m livre brasileiro nos Jogos do Rio, mas desde então não repetiu as grandes performances. A ida para a Carolina do Norte, no início do ano, foi uma tentativa de resgatar a boa fase. Matheus passou a integrar uma equipe profissional em Charlotte (chamada SwimMac), que é base de campeões olímpicos como Anthony Ervin, ouro nos 50 m livre no Rio. É com eles que o carioca agora divide a piscina. "O Brasil tem excelentes clubes e atletas, mas buscamos algo, um degrau acima." Maria Paula Heitmann e Vinícius Lanza —este até antes da Rio-2016— escolheram a Universidade de Indiana para se prepararem para 2020. Filho do quatro vezes medalhista olímpico Gustavo Borges, Luiz Gustavo vai seguir a trilha do pai e defender a Universidade de Michigan. Na contramão da diáspora, há atletas da nova safra que não abrem mão de treinar no país. Recordista sul-americano dos 1.500 m livre, Guilherme Costa, 18, não cogita deixar o Brasil. "Quero ficar aqui e fazer toda a preparação para Tóquio no Rio", disse o nadador.
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Mulher com doença cardíaca desafia médicos para conhecer o mundo
Nascida sem a artéria que liga o coração ao pulmão, a paulistana Marina Kolya, 35, cansou-se de ouvir "não" dos médicos. "Se dependesse deles, eu ficaria ligada ao cilindro de oxigênio 24 horas por dia e só sairia de casa para tomar um solzinho", afirma. Mesmo assim, ela não desistiu de conhecer o mundo. Há oito meses, criou um canal de viagens no YouTube, o "Não Viaja, Marina!", em parceria com o marido, Rodrigo Resende, 30. Por causa do problema cardíaco, Marina passou por três cirurgias e incontáveis internações ao longo da vida. Desenvolveu ainda uma hipertensão pulmonar, doença que dificulta a passagem de sangue dentro do pulmão e, assim, sobrecarrega o coração, gerando cansaço e falta de ar. Apesar das contraindicações médicas, Marina nunca deixou de fazer o que quis. Formou-se em pedagogia e biologia e, durante quase 13 anos, foi professora na rede pública de ensino. No início de 2016, porém, seu corpo mandou a conta. A sensação de cansaço aumentou, e ela chegou a desmaiar em sala de aula. Em abril, foi afastada do trabalho. "Chorei muito, mas era isso ou a minha saúde", relembra. Foi aí que o marido sugeriu: "Já que você está em casa, por que não faz um canal no YouTube?". Casados há seis anos, já tinham ido juntos à costa leste dos Estados Unidos em 2015 e gravado vídeos para a família e os amigos. Daí veio a ideia de inspirar outras pessoas com alguma dificuldade física a conhecer o mundo e também oferecer a qualquer turista sugestões de passeios e restaurantes para visitar em cada destino. Para Marina, andar de avião é outra desobediência às recomendações médicas. "O maior risco é a oscilação de pressão dentro da aeronave. Mas conheço meu corpo e sei até onde posso ir." O casal viajou para França, Chile, Uruguai, África do Sul e até Japão. "Sempre tive vontade de conhecer o país e não sabia até quando teria condições de fazer uma viagem tão longa", diz Marina. Cada detalhe do roteiro é planejado para que sua saúde seja preservada –a começar pelo "Arlindo", um concentrador de oxigênio portátil de cinco quilos que Resende carrega nas costas. Ela deve evitar caminhadas e subidas e precisa descansar pelo menos duas horas após cada refeição. "A gente vai devagar, no ritmo dela. Pegamos táxi e visitamos menos pontos que turistas 'normais', mas isso não deixa as viagens menos divertidas", afirma Resende. O casal posta vídeos de no máximo cinco minutos uma vez por semana. Exploram cada destino a fundo –a África do Sul, por exemplo, vai render cerca de quatro meses de publicações no canal. "Escolhemos mostrar lugares que não são tão conhecidos, como o café temático de 'Alice no País das Maravilhas', em Tóquio", diz Marina. Em setembro, os dois planejam ir a Portugal. marina
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Mulher com doença cardíaca desafia médicos para conhecer o mundoNascida sem a artéria que liga o coração ao pulmão, a paulistana Marina Kolya, 35, cansou-se de ouvir "não" dos médicos. "Se dependesse deles, eu ficaria ligada ao cilindro de oxigênio 24 horas por dia e só sairia de casa para tomar um solzinho", afirma. Mesmo assim, ela não desistiu de conhecer o mundo. Há oito meses, criou um canal de viagens no YouTube, o "Não Viaja, Marina!", em parceria com o marido, Rodrigo Resende, 30. Por causa do problema cardíaco, Marina passou por três cirurgias e incontáveis internações ao longo da vida. Desenvolveu ainda uma hipertensão pulmonar, doença que dificulta a passagem de sangue dentro do pulmão e, assim, sobrecarrega o coração, gerando cansaço e falta de ar. Apesar das contraindicações médicas, Marina nunca deixou de fazer o que quis. Formou-se em pedagogia e biologia e, durante quase 13 anos, foi professora na rede pública de ensino. No início de 2016, porém, seu corpo mandou a conta. A sensação de cansaço aumentou, e ela chegou a desmaiar em sala de aula. Em abril, foi afastada do trabalho. "Chorei muito, mas era isso ou a minha saúde", relembra. Foi aí que o marido sugeriu: "Já que você está em casa, por que não faz um canal no YouTube?". Casados há seis anos, já tinham ido juntos à costa leste dos Estados Unidos em 2015 e gravado vídeos para a família e os amigos. Daí veio a ideia de inspirar outras pessoas com alguma dificuldade física a conhecer o mundo e também oferecer a qualquer turista sugestões de passeios e restaurantes para visitar em cada destino. Para Marina, andar de avião é outra desobediência às recomendações médicas. "O maior risco é a oscilação de pressão dentro da aeronave. Mas conheço meu corpo e sei até onde posso ir." O casal viajou para França, Chile, Uruguai, África do Sul e até Japão. "Sempre tive vontade de conhecer o país e não sabia até quando teria condições de fazer uma viagem tão longa", diz Marina. Cada detalhe do roteiro é planejado para que sua saúde seja preservada –a começar pelo "Arlindo", um concentrador de oxigênio portátil de cinco quilos que Resende carrega nas costas. Ela deve evitar caminhadas e subidas e precisa descansar pelo menos duas horas após cada refeição. "A gente vai devagar, no ritmo dela. Pegamos táxi e visitamos menos pontos que turistas 'normais', mas isso não deixa as viagens menos divertidas", afirma Resende. O casal posta vídeos de no máximo cinco minutos uma vez por semana. Exploram cada destino a fundo –a África do Sul, por exemplo, vai render cerca de quatro meses de publicações no canal. "Escolhemos mostrar lugares que não são tão conhecidos, como o café temático de 'Alice no País das Maravilhas', em Tóquio", diz Marina. Em setembro, os dois planejam ir a Portugal. marina
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Cuba nunca voltará à OEA, diz Raúl Castro
Após o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), o uruguaio Luis Almagro, acionar a Carta Democrática Interamericana contra a Venezuela –o que poderia suspender o país do bloco–, o ditador cubano Raúl Castro disse, neste sábado (4), que a ilha "nunca voltará à OEA". "A OEA foi, desde sua concepção, e continua sendo, um instrumento de dominação imperialista, e nenhuma reforma pode mudar sua natureza ou sua história. É por isso que Cuba nunca voltará à OEA", disse Raúl. O discurso ocorreu durante uma cúpula de países caribenhos realizada em Havana. Raúl mostrou solidariedade com os venezuelanos e com o "governo legítimo do presidente Nicolás Maduro". Almagro citou preocupação com a grave crise humanitária na Venezuela quando invocou a Carta Democrática e pediu uma sessão urgente do Conselho Permanente da entidade para discutir a questão. Cuba foi suspensa da OEA em 1962 e, em 2009, o organismo revogou a decisão. O regime, contudo, não havia demonstrado interesse em voltar ao bloco desde então. 'PRESSÃO BRUTAL' No mesmo encontro, o presidente venezuelano Nicolás Maduro disse que os Estados Unidos estão exercendo "pressões brutais" sobre os governos do continente para isolar a Venezuela, que vive uma severa crise econômica e política. Em discurso, ele lançou um chamado enérgico a "não ceder as pressões imensas de Washington contra a Venezuela". Maduro insinuou que o governo dos EUA faz campanha pelo uso de um mecanismo da OEA (Organização de Estados Americanos), a Carta Democrática Interamericana, para prejudicar seu país. "A Venezuela não vai se dobrar e se pretendem nos encurralar, vamos lutar de frente", disse o líder venezuelano. "A Venezuela não aceita ser tutelada, monitorada ou sofrer intervencionismo de nenhuma forma."
mundo
Cuba nunca voltará à OEA, diz Raúl CastroApós o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), o uruguaio Luis Almagro, acionar a Carta Democrática Interamericana contra a Venezuela –o que poderia suspender o país do bloco–, o ditador cubano Raúl Castro disse, neste sábado (4), que a ilha "nunca voltará à OEA". "A OEA foi, desde sua concepção, e continua sendo, um instrumento de dominação imperialista, e nenhuma reforma pode mudar sua natureza ou sua história. É por isso que Cuba nunca voltará à OEA", disse Raúl. O discurso ocorreu durante uma cúpula de países caribenhos realizada em Havana. Raúl mostrou solidariedade com os venezuelanos e com o "governo legítimo do presidente Nicolás Maduro". Almagro citou preocupação com a grave crise humanitária na Venezuela quando invocou a Carta Democrática e pediu uma sessão urgente do Conselho Permanente da entidade para discutir a questão. Cuba foi suspensa da OEA em 1962 e, em 2009, o organismo revogou a decisão. O regime, contudo, não havia demonstrado interesse em voltar ao bloco desde então. 'PRESSÃO BRUTAL' No mesmo encontro, o presidente venezuelano Nicolás Maduro disse que os Estados Unidos estão exercendo "pressões brutais" sobre os governos do continente para isolar a Venezuela, que vive uma severa crise econômica e política. Em discurso, ele lançou um chamado enérgico a "não ceder as pressões imensas de Washington contra a Venezuela". Maduro insinuou que o governo dos EUA faz campanha pelo uso de um mecanismo da OEA (Organização de Estados Americanos), a Carta Democrática Interamericana, para prejudicar seu país. "A Venezuela não vai se dobrar e se pretendem nos encurralar, vamos lutar de frente", disse o líder venezuelano. "A Venezuela não aceita ser tutelada, monitorada ou sofrer intervencionismo de nenhuma forma."
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Brasileiro gosta de ação, violência e sacanagem, diz Carlo Mossy
Moisés Abrão Goldszal é um nome pouco familiar no cinema nacional, mas quem viveu intensamente os anos 1970 e 1980 provavelmente assistiu a algum filme deste campeão de bilheteria, Carlo Mossy. "Como É Boa Nossa Empregada", "Essa Gostosa Brincadeira a Dois" e "Com as Calças na Mão" são exibidos com frequência na TV paga e em mostras cinematográficas. Nascido em 1946 em Tel Aviv, veio para São Paulo aos quatro anos. Em 1967, passou a se chamar Carlo Mossy após conversar com o ator Peter Sellers (1925-80). O nome surgiu de uma piada do colega e o sobrenome é Moisés em polonês, idioma de origem de seus pais. Seu primeiro papel no cinema foi em "Copacabana me Engana" (1968), de Antônio Carlos da Fontoura. Mossy era considerado um dos maiores galãs do seu tempo. Em abril, foi homenageado no Curta Circuito, em Belo Horizonte e, no começo deste mês, na Cinemateca do MAM do Rio. Nos últimos anos, produziu curtas e se reinventou como documentarista. "Quando a política monetária interfere no entusiasmo realizador de um cineasta, mesmo consagrado e tradicional como eu, para não fugir do mágico ofício, adentra-se no universo do documentário. Um gênero fílmico bem mais em conta e mais ágil a ser finalizado como cinema." Folha - Sua carreira cobre todos os gêneros, seja na direção, na produção ou na atuação, mas sua imagem está muito associada à pornochanchada. Isso o incomoda? Carlo Mossy - Nem um pouco, muito pelo contrário. A pornochanchada nada mais é do que um gênero antropológico de filme comportamental. Todo cidadão brasileiro já nasce pornochanchadeiro. Alguns assumem essa essência, outros, sem conhecer o lado experimental e prazeroso, só vegetam, não vivem. O sr. acha então que o gênero foi mal compreendido? A cultura da mesquinhês e da hipocrisia é corriqueira em nosso ambiente celuloidico. A geração atual tem um olhar menos enviesado sobre as comédias eróticas produzidas naquela época? Essa geração desconhece por completo o significado da arte cinematográfica num todo, com raríssimas exceções. As pornochanchadas são hoje cultuadas, pois são objeto de estudo antropológico, cultural e social. Reportam a um tempo em que o fator romântico se apoderava dos filmes populares de antanho. Os filmes eram dirigidos sob uma ótica masculina. A mulher era um alvo a ser conquistado. O empoderamento feminino o faria filmar hoje uma mulher como a dona de seus desejos? Dirigia meus filmes dando espaço ao empoderamento femeal, por mais superficiais e machistas que possam ter sido retratados. A mulher e o seu natural e belicoso empoderamento ditam as regras à subserviência machista. As pornochanchadas seriam aceitas pelo público hoje? Elas existirão enquanto existir a gâmica essência do ser humano. A pornochanchada registra o aspecto natural e social comportamental de uma sociedade, na maioria das vezes, pseudointelectual, quando não falso-moralista. O público gosta de quê? Há a elite do cinema hermético no país, que representa no máximo 2% do público pagante. O resto, conhecidamente "desculturalizado", sobretudo politicamente, adora o cinema popular de sacanagem, violência e ação. O sr. se manifesta bastante sobre política nas redes sociais. Não lhe dá dor de cabeça? Não tenho partido nem confio em político. O viés do vil metal manobra visceralmente os anseios de qualquer cidadão/político. Claro que sempre haverá o idealista convicto, mas terá que, num momento do mandato, dançar a música da maioria da bancada. Faz tempo que escreve sua biografia. Quando será publicada? Minhas memórias fluem, não param. Moto-contínuo em minhas memórias, que, em última análise, renascem casuísticas a cada instante. Onde o sr. errou? Logo eu, errar? Jamais! Sou vencedor desde que descortinei pela primeira vez as luzes da sala do hospital, ao nascer. Dizem que, ao levar a oxigenada palmada na bunda, comecei a rir, ao invés de chorar. * SEIS VEZES CARLO Andrea Ormond, autora da trilogia de livros 'Ensaios de Cinema Brasileiro', comenta a produção de Mossy: Ódio (1977) É uma espécie de "Desejo de Matar" (1974) ou "A Outra Face da Violência" (1977) acrescido de informações ocultas no Beco da Fome e na paixão cinéfila do diretor. Trabalhando e retrabalhando cada ideia e cada cena com esmero, Mossy queimou a língua de seus eternos patrulhadores e conseguiu algo raro na filmografia brasileira: uma obra-prima universal, plena de entendimentos e significados em qualquer idioma O Sequestro (1981) Ele é ator e produtor deste filme baseado no livro de Valério Meinel sobre o Caso Carlinhos, menino sequestrado no Rio, em 1973, e desaparecido para sempre Copacabana me Engana (1968) Na estreia de Mossy no Brasil como ator de cinema, o filme de Antonio Carlos da Fontoura realiza uma síntese bem azeitada da classe média brasileira dos anos 1960 Estranho Triângulo (1970) Drama com direção de Pedro Camargo. Mossy, na flor dos 23 anos, é observado minuciosamente pela câmera, seja namorando a púbere Lúcia Alves ou discutindo política com Walter (José Wilker), no muquifo estudantil onde moram O Homem do Ano (2003) Mossy retorna às telas e faz boa performance como o delegado Santana neste filme de José Henrique Fonseca, baseado no romance "O Matador", de Patrícia Melo Réquiem para Laura Martin (2011) Filme interessante e pouco visto, com direção de Luiz Rangel e Paulo Duarte, no qual Mossy faz uma participação coadjuvante
ilustrada
Brasileiro gosta de ação, violência e sacanagem, diz Carlo MossyMoisés Abrão Goldszal é um nome pouco familiar no cinema nacional, mas quem viveu intensamente os anos 1970 e 1980 provavelmente assistiu a algum filme deste campeão de bilheteria, Carlo Mossy. "Como É Boa Nossa Empregada", "Essa Gostosa Brincadeira a Dois" e "Com as Calças na Mão" são exibidos com frequência na TV paga e em mostras cinematográficas. Nascido em 1946 em Tel Aviv, veio para São Paulo aos quatro anos. Em 1967, passou a se chamar Carlo Mossy após conversar com o ator Peter Sellers (1925-80). O nome surgiu de uma piada do colega e o sobrenome é Moisés em polonês, idioma de origem de seus pais. Seu primeiro papel no cinema foi em "Copacabana me Engana" (1968), de Antônio Carlos da Fontoura. Mossy era considerado um dos maiores galãs do seu tempo. Em abril, foi homenageado no Curta Circuito, em Belo Horizonte e, no começo deste mês, na Cinemateca do MAM do Rio. Nos últimos anos, produziu curtas e se reinventou como documentarista. "Quando a política monetária interfere no entusiasmo realizador de um cineasta, mesmo consagrado e tradicional como eu, para não fugir do mágico ofício, adentra-se no universo do documentário. Um gênero fílmico bem mais em conta e mais ágil a ser finalizado como cinema." Folha - Sua carreira cobre todos os gêneros, seja na direção, na produção ou na atuação, mas sua imagem está muito associada à pornochanchada. Isso o incomoda? Carlo Mossy - Nem um pouco, muito pelo contrário. A pornochanchada nada mais é do que um gênero antropológico de filme comportamental. Todo cidadão brasileiro já nasce pornochanchadeiro. Alguns assumem essa essência, outros, sem conhecer o lado experimental e prazeroso, só vegetam, não vivem. O sr. acha então que o gênero foi mal compreendido? A cultura da mesquinhês e da hipocrisia é corriqueira em nosso ambiente celuloidico. A geração atual tem um olhar menos enviesado sobre as comédias eróticas produzidas naquela época? Essa geração desconhece por completo o significado da arte cinematográfica num todo, com raríssimas exceções. As pornochanchadas são hoje cultuadas, pois são objeto de estudo antropológico, cultural e social. Reportam a um tempo em que o fator romântico se apoderava dos filmes populares de antanho. Os filmes eram dirigidos sob uma ótica masculina. A mulher era um alvo a ser conquistado. O empoderamento feminino o faria filmar hoje uma mulher como a dona de seus desejos? Dirigia meus filmes dando espaço ao empoderamento femeal, por mais superficiais e machistas que possam ter sido retratados. A mulher e o seu natural e belicoso empoderamento ditam as regras à subserviência machista. As pornochanchadas seriam aceitas pelo público hoje? Elas existirão enquanto existir a gâmica essência do ser humano. A pornochanchada registra o aspecto natural e social comportamental de uma sociedade, na maioria das vezes, pseudointelectual, quando não falso-moralista. O público gosta de quê? Há a elite do cinema hermético no país, que representa no máximo 2% do público pagante. O resto, conhecidamente "desculturalizado", sobretudo politicamente, adora o cinema popular de sacanagem, violência e ação. O sr. se manifesta bastante sobre política nas redes sociais. Não lhe dá dor de cabeça? Não tenho partido nem confio em político. O viés do vil metal manobra visceralmente os anseios de qualquer cidadão/político. Claro que sempre haverá o idealista convicto, mas terá que, num momento do mandato, dançar a música da maioria da bancada. Faz tempo que escreve sua biografia. Quando será publicada? Minhas memórias fluem, não param. Moto-contínuo em minhas memórias, que, em última análise, renascem casuísticas a cada instante. Onde o sr. errou? Logo eu, errar? Jamais! Sou vencedor desde que descortinei pela primeira vez as luzes da sala do hospital, ao nascer. Dizem que, ao levar a oxigenada palmada na bunda, comecei a rir, ao invés de chorar. * SEIS VEZES CARLO Andrea Ormond, autora da trilogia de livros 'Ensaios de Cinema Brasileiro', comenta a produção de Mossy: Ódio (1977) É uma espécie de "Desejo de Matar" (1974) ou "A Outra Face da Violência" (1977) acrescido de informações ocultas no Beco da Fome e na paixão cinéfila do diretor. Trabalhando e retrabalhando cada ideia e cada cena com esmero, Mossy queimou a língua de seus eternos patrulhadores e conseguiu algo raro na filmografia brasileira: uma obra-prima universal, plena de entendimentos e significados em qualquer idioma O Sequestro (1981) Ele é ator e produtor deste filme baseado no livro de Valério Meinel sobre o Caso Carlinhos, menino sequestrado no Rio, em 1973, e desaparecido para sempre Copacabana me Engana (1968) Na estreia de Mossy no Brasil como ator de cinema, o filme de Antonio Carlos da Fontoura realiza uma síntese bem azeitada da classe média brasileira dos anos 1960 Estranho Triângulo (1970) Drama com direção de Pedro Camargo. Mossy, na flor dos 23 anos, é observado minuciosamente pela câmera, seja namorando a púbere Lúcia Alves ou discutindo política com Walter (José Wilker), no muquifo estudantil onde moram O Homem do Ano (2003) Mossy retorna às telas e faz boa performance como o delegado Santana neste filme de José Henrique Fonseca, baseado no romance "O Matador", de Patrícia Melo Réquiem para Laura Martin (2011) Filme interessante e pouco visto, com direção de Luiz Rangel e Paulo Duarte, no qual Mossy faz uma participação coadjuvante
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Merece repulsa manobra para eximir donos de empresas por corrupção
A tensão crescente entre juízes e procuradores, de um lado, e Senado e Câmara de outro, tem quatro fontes, alguma originalidade e nenhuma perspectiva de saída satisfatória para os dois lados. Se essa dificuldade de conciliação pode significar agravamento e alargamento da crise, passando-a de política e econômica para também institucional, é isso mesmo que se deve esperar. E não para futuro distante. As quatro fontes da discórdia são os dez pontos, que a Câmara examina, sugeridos pela Operação Lava Jato para combate à corrupção; os projetos contra abuso de autoridade e de acordos com empresas corruptoras, ambos condenados pela Lava Jato e pela Procuradoria Geral da República; e a iniciativa do presidente do Senado contra os supersalários, que excedem o máximo legal no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Em ao menos três dos casos, a sensatez que se espera de quem fala pela Justiça está –é o máximo em originalidade– exercida por congressistas, sendo um deles o contestado Renan Calheiros. A Associação dos Juízes Federais, por exemplo, tratou como ato contra a magistratura a criação, por Renan Calheiros, de uma comissão para identificar onde estão e como se constroem os supersalários nos Três Poderes. Já por incluir governo e Congresso, o ato resiste bem à crítica feita. Mas a reação se mostra ainda mais torta quando se considera a legitimidade da iniciativa: nos funcionalismos das três instituições, há salários (chamam-se vencimentos) que insultam o país. Com ou sem truques, podem estar todos baseados em regulamentos. Ainda assim, transgridem o máximo legal, que é o salário de presidente da República. E isso precisa ser solucionado de algum modo. O clima fervente no Poder Judiciário vem muito da incitação feita pelos procuradores da Lava Jato e por Sergio Moro. Tudo lhes é permitido, logo, qualquer discordância com o emanado do grupo é mais do que heresia: é, como diz Deltan Dallagnol, querer "a morte da Lava Jato", quando não é defesa da corrupção. Apesar dessas pressões, Onyx Lorenzoni, deputado do DEM que só se fez conhecido por tomar chimarrão nas comissões com televisão, está aproveitando a oportunidade de fazer bem um trabalho importante e difícil. Relator das dez propostas da Lava Jato contra a corrupção, Lorenzoni faz acréscimos como a possibilidade de que procuradores, juízes e promotores sejam processados por crime de responsabilidade. A Lava Jato é exasperadamente contrária. Seus motivos não são misteriosos. Se, porém, ministros do Supremo Tribunal Federal e o procurador-geral da República estão sujeitos a tal processo, é injusto e incoerente que os demais juízes e promotores não o sejam. Além disso, é nesses níveis que mais processos do gênero se justificariam. Lorenzoni propõe também a punição de manifestações públicas de juízes sobre processos sem julgamento –o que leva a pensar logo em Gilmar Mendes. O teste que consiste em fazer ofertas para averiguar a resistência à corrupção, no serviço público, apenas foi atenuado. Uma pena: não muda o essencial, que é a imoralidade e a covardia do ato, a que muitos honestos podem sucumbir por desespero, e desgraçar-se. Mas, entre muitas modificações e acréscimos, foi entregue às baratas a proposta, ainda mais imoral que a anterior, de tornar válido o uso de provas ilícitas "obtidas de boa-fé". Mais do que uma proposta, aí se pode presumir uma confissão de feitos ou de propósitos. E é admissível que de ambos. A merecer repulsa, desde logo, são as manobras do deputado André Moura no projeto para acordos de leniência (como a delação premiada, porém com empresas). Está evidente o seu objetivo, e portanto do governo Michel Temer, em três itens. Por um, proibir que documentos empresariais apresentados para acordo sejam usados por outros inquéritos. O segundo é anistiar o "caixa dois". E, por fim, restringir às empresas a responsabilidade pela corrupção, sem implicar diretores e donos. Como empresa não faz corrupção, que é obra de pessoas, já se sabe o que está por traz da pretensão do governo. A que custo, isso não se sabe ainda.
colunas
Merece repulsa manobra para eximir donos de empresas por corrupçãoA tensão crescente entre juízes e procuradores, de um lado, e Senado e Câmara de outro, tem quatro fontes, alguma originalidade e nenhuma perspectiva de saída satisfatória para os dois lados. Se essa dificuldade de conciliação pode significar agravamento e alargamento da crise, passando-a de política e econômica para também institucional, é isso mesmo que se deve esperar. E não para futuro distante. As quatro fontes da discórdia são os dez pontos, que a Câmara examina, sugeridos pela Operação Lava Jato para combate à corrupção; os projetos contra abuso de autoridade e de acordos com empresas corruptoras, ambos condenados pela Lava Jato e pela Procuradoria Geral da República; e a iniciativa do presidente do Senado contra os supersalários, que excedem o máximo legal no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Em ao menos três dos casos, a sensatez que se espera de quem fala pela Justiça está –é o máximo em originalidade– exercida por congressistas, sendo um deles o contestado Renan Calheiros. A Associação dos Juízes Federais, por exemplo, tratou como ato contra a magistratura a criação, por Renan Calheiros, de uma comissão para identificar onde estão e como se constroem os supersalários nos Três Poderes. Já por incluir governo e Congresso, o ato resiste bem à crítica feita. Mas a reação se mostra ainda mais torta quando se considera a legitimidade da iniciativa: nos funcionalismos das três instituições, há salários (chamam-se vencimentos) que insultam o país. Com ou sem truques, podem estar todos baseados em regulamentos. Ainda assim, transgridem o máximo legal, que é o salário de presidente da República. E isso precisa ser solucionado de algum modo. O clima fervente no Poder Judiciário vem muito da incitação feita pelos procuradores da Lava Jato e por Sergio Moro. Tudo lhes é permitido, logo, qualquer discordância com o emanado do grupo é mais do que heresia: é, como diz Deltan Dallagnol, querer "a morte da Lava Jato", quando não é defesa da corrupção. Apesar dessas pressões, Onyx Lorenzoni, deputado do DEM que só se fez conhecido por tomar chimarrão nas comissões com televisão, está aproveitando a oportunidade de fazer bem um trabalho importante e difícil. Relator das dez propostas da Lava Jato contra a corrupção, Lorenzoni faz acréscimos como a possibilidade de que procuradores, juízes e promotores sejam processados por crime de responsabilidade. A Lava Jato é exasperadamente contrária. Seus motivos não são misteriosos. Se, porém, ministros do Supremo Tribunal Federal e o procurador-geral da República estão sujeitos a tal processo, é injusto e incoerente que os demais juízes e promotores não o sejam. Além disso, é nesses níveis que mais processos do gênero se justificariam. Lorenzoni propõe também a punição de manifestações públicas de juízes sobre processos sem julgamento –o que leva a pensar logo em Gilmar Mendes. O teste que consiste em fazer ofertas para averiguar a resistência à corrupção, no serviço público, apenas foi atenuado. Uma pena: não muda o essencial, que é a imoralidade e a covardia do ato, a que muitos honestos podem sucumbir por desespero, e desgraçar-se. Mas, entre muitas modificações e acréscimos, foi entregue às baratas a proposta, ainda mais imoral que a anterior, de tornar válido o uso de provas ilícitas "obtidas de boa-fé". Mais do que uma proposta, aí se pode presumir uma confissão de feitos ou de propósitos. E é admissível que de ambos. A merecer repulsa, desde logo, são as manobras do deputado André Moura no projeto para acordos de leniência (como a delação premiada, porém com empresas). Está evidente o seu objetivo, e portanto do governo Michel Temer, em três itens. Por um, proibir que documentos empresariais apresentados para acordo sejam usados por outros inquéritos. O segundo é anistiar o "caixa dois". E, por fim, restringir às empresas a responsabilidade pela corrupção, sem implicar diretores e donos. Como empresa não faz corrupção, que é obra de pessoas, já se sabe o que está por traz da pretensão do governo. A que custo, isso não se sabe ainda.
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Câmara aprova medida que aumenta tributação de bebidas e eletrônicos
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (15), com alterações, a Medida Provisória 690, que aumenta a tributação sobre bebidas alcoólicas e produtos de informática a partir do ano que vem. A MP, enviada pelo governo federal, altera a forma de tributação do IPI em bebidas quentes, como vinho e cachaça, e acaba com a isenção do PIS/Pasep e da Cofins sobre produtos eletrônicos, como computadores e smartphones. Pela nova regra, o imposto sobre bebidas alcoólicas seria calculado sobre o valor do produto, e não em valor fixo relacionado à quantidade produzida. Sobre vinhos, por exemplo, incidiriam 6% em 2016 e 5% a partir de 2017, menos do que os 10% originalmente propostos pelo governo. Em relação aos produtos de informática, é extinta a isenção dos tributos, que passaria a ser cobrado em cerca de 10%. A Câmara também aprovou emenda que retirou do texto da MP o aumento de impostos sobre direitos autorais e de imagem recebidos por empresas. Hoje, há um abatimento de 68% sobre essas receitas. Ou seja, o IRPJ e a CSLL, de 34% no total, só incidem sobre 32% do lucro. A mudança rejeitada pela Câmara faria os tributos incidirem sobre 100% do ganho referente a direitos autorais e de imagem. A MP ainda será apreciada pelo Senado.
mercado
Câmara aprova medida que aumenta tributação de bebidas e eletrônicosA Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (15), com alterações, a Medida Provisória 690, que aumenta a tributação sobre bebidas alcoólicas e produtos de informática a partir do ano que vem. A MP, enviada pelo governo federal, altera a forma de tributação do IPI em bebidas quentes, como vinho e cachaça, e acaba com a isenção do PIS/Pasep e da Cofins sobre produtos eletrônicos, como computadores e smartphones. Pela nova regra, o imposto sobre bebidas alcoólicas seria calculado sobre o valor do produto, e não em valor fixo relacionado à quantidade produzida. Sobre vinhos, por exemplo, incidiriam 6% em 2016 e 5% a partir de 2017, menos do que os 10% originalmente propostos pelo governo. Em relação aos produtos de informática, é extinta a isenção dos tributos, que passaria a ser cobrado em cerca de 10%. A Câmara também aprovou emenda que retirou do texto da MP o aumento de impostos sobre direitos autorais e de imagem recebidos por empresas. Hoje, há um abatimento de 68% sobre essas receitas. Ou seja, o IRPJ e a CSLL, de 34% no total, só incidem sobre 32% do lucro. A mudança rejeitada pela Câmara faria os tributos incidirem sobre 100% do ganho referente a direitos autorais e de imagem. A MP ainda será apreciada pelo Senado.
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Quarta tem queda na temperatura e food trucks com quitutes juninos
DE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA * TEMPO * CULTURA E LAZER PERSONAGEM DO DIA Rodolfo Vieira, 23, autônomo, Pompeia Às vezes, se você não reconhece suas qualidades, as pessoas te enxergam sem elas. E não precisa ser velho pra entender isso.... A maior força é acreditar em si mesmo. Desde sempre. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Reportagem: Bruno Soraggi (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
saopaulo
Quarta tem queda na temperatura e food trucks com quitutes juninosDE SÃO PAULO O QUE AFETA SUA VIDA * TEMPO * CULTURA E LAZER PERSONAGEM DO DIA Rodolfo Vieira, 23, autônomo, Pompeia Às vezes, se você não reconhece suas qualidades, as pessoas te enxergam sem elas. E não precisa ser velho pra entender isso.... A maior força é acreditar em si mesmo. Desde sempre. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas aqui sempre às 20h Coordenação: Wesley Klimpel Reportagem: Bruno Soraggi (cidades e agenda) e Paulo Troya + Renan Teles (personagem do dia)
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'Stranger Things' é exemplo de bom monitoramento digital, diz consultor
Para o professor e consultor de mídias digitais Caio Túlio Costa, nada exemplifica tão bem o poder de um monitoramento digital bem feito do que "Stranger Things". Uma das mais populares da atualidade, a série da Netflix foi produzida sob medida para o gosto do público. Com base no monitoramento preciso do que os 83 milhões de assinantes do Netflix buscam, assistem, deixam de assistir, assistem novamente, elogiam e criticam, foi criada uma trama ambientada na década de 1980 que mescla aventura, romance, suspense e terror recheada de referências a filmes clássicos. Segundo Caio Túlio, é possível se espelhar no que fez o Netflix e ter sucesso na produção de conteúdo digital com base no monitoramento do ambiente digital. Ele falou sobre o assunto no youPIX CON, evento sobre cultura digital, ocorrido nesta quarta (28). Para ele, fazer monitoramento burocrático, como acontece na maioria das agências, é colocar tempo e dinheiro no lixo. "O mais importante é entender o que está acontecendo, ter ferramentas para ajudar, em vez de ser 'escravo do Excel'". É preciso entender quantas e quais ações seu público fez a partir de um conteúdo, e saber que há hierarquias de interação. "Modulando seu trabalho de acordo com o desejo que conseguiu apreender pela interação do público nas diferentes redes é possível prever e interromper crises, estar sempre por dentro das tendências e fenômenos sociais", explica. Abaixo, veja as sete dicas do especialista para ter seu "Stranger Things próprio": 1- Não seja um "inquilino" das tendências Se entrou na tendência só por entrar, já está fazendo errado. É preciso saber o assunto do momento, explorar o foco, modular seu discurso e não perder o timing; 2- Esteja atento às hashtags Quem trabalha com conteúdo precisa saber o que está acontecendo, e o melhor lugar para saber é o Twitter. Una assuntos do seu universo às hashtags mais usadas, cheque de meia em meia hora, produza conteúdo geolocalizado. 3- Faça o que funciona Acompanhe o desempenho de suas postagens e das de seus concorrentes, explore os acertos, não repita os erros, não gaste energia à toa, faça isso em todas as plataformas 4- Tenha seu próprio datacenter Use dados para resumir o momento em gráfico ou infográfico, para fácil análise 5- Destrinche postagens Saiba o que significa cada aspecto das postagens, caracteres, horários, dia, imagem, link, hashtag 6- Quem importa e quando Influenciadores certos não são necessariamente aqueles que acreditamos ser. Tudo precisa ser corroborado com dados do monitoramento, que pode ser de quem tem maior alcance, maior quantidade de posts ou maior número de compartilhamentos, dependendo do caso 7- Observe, pense, monitore, crie Faça sempre, e nessa ordem
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'Stranger Things' é exemplo de bom monitoramento digital, diz consultorPara o professor e consultor de mídias digitais Caio Túlio Costa, nada exemplifica tão bem o poder de um monitoramento digital bem feito do que "Stranger Things". Uma das mais populares da atualidade, a série da Netflix foi produzida sob medida para o gosto do público. Com base no monitoramento preciso do que os 83 milhões de assinantes do Netflix buscam, assistem, deixam de assistir, assistem novamente, elogiam e criticam, foi criada uma trama ambientada na década de 1980 que mescla aventura, romance, suspense e terror recheada de referências a filmes clássicos. Segundo Caio Túlio, é possível se espelhar no que fez o Netflix e ter sucesso na produção de conteúdo digital com base no monitoramento do ambiente digital. Ele falou sobre o assunto no youPIX CON, evento sobre cultura digital, ocorrido nesta quarta (28). Para ele, fazer monitoramento burocrático, como acontece na maioria das agências, é colocar tempo e dinheiro no lixo. "O mais importante é entender o que está acontecendo, ter ferramentas para ajudar, em vez de ser 'escravo do Excel'". É preciso entender quantas e quais ações seu público fez a partir de um conteúdo, e saber que há hierarquias de interação. "Modulando seu trabalho de acordo com o desejo que conseguiu apreender pela interação do público nas diferentes redes é possível prever e interromper crises, estar sempre por dentro das tendências e fenômenos sociais", explica. Abaixo, veja as sete dicas do especialista para ter seu "Stranger Things próprio": 1- Não seja um "inquilino" das tendências Se entrou na tendência só por entrar, já está fazendo errado. É preciso saber o assunto do momento, explorar o foco, modular seu discurso e não perder o timing; 2- Esteja atento às hashtags Quem trabalha com conteúdo precisa saber o que está acontecendo, e o melhor lugar para saber é o Twitter. Una assuntos do seu universo às hashtags mais usadas, cheque de meia em meia hora, produza conteúdo geolocalizado. 3- Faça o que funciona Acompanhe o desempenho de suas postagens e das de seus concorrentes, explore os acertos, não repita os erros, não gaste energia à toa, faça isso em todas as plataformas 4- Tenha seu próprio datacenter Use dados para resumir o momento em gráfico ou infográfico, para fácil análise 5- Destrinche postagens Saiba o que significa cada aspecto das postagens, caracteres, horários, dia, imagem, link, hashtag 6- Quem importa e quando Influenciadores certos não são necessariamente aqueles que acreditamos ser. Tudo precisa ser corroborado com dados do monitoramento, que pode ser de quem tem maior alcance, maior quantidade de posts ou maior número de compartilhamentos, dependendo do caso 7- Observe, pense, monitore, crie Faça sempre, e nessa ordem
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Parque que teria evento de Carnaval é fechado devido à febre amarela em BH
A Prefeitura de Belo Horizonte interditou nesta quinta-feira (23), por tempo indeterminado, o parque Mangabeiras, na região centro-sul de Belo Horizonte, para evitar o risco de contágio de visitantes pela febre amarela. A medida foi tomada depois de mortes atípicas de macacos no parque, que receberia o festival de música Carnavália a partir deste sábado (25) até a próxima terça (28). Além do parque das Mangabeiras, a administração municipal também fechou o Mirante das Mangabeiras e o parque da Serra do Curral, que se situam próximos. Na semana passada, o parque Jacques Cousteau também havia sido interditado após suspeita de febre amarela em macaco. A organização do evento Carnavália afirmou que a festa foi transferida Serraria Souza Pinto, no centro da cidade. O evento terá apresentações de blocos carnavalescos e shows de Nando Reis, Paralamas do Sucesso, Karol Conca, Buchecha e Gabriel O Pensador. Para alguns dias, os ingressos já estão esgotados. A prefeitura já encontrou oitos macacos mortos em Belo Horizonte, tendo ao menos um deles resultado positivo para febre amarela. No entanto, a capital mineira ainda não tem registros de transmissão da doença para humanos. Alguns moradores da cidade chegaram a ser hospitalizados com suspeita de febre amarela, mas todos eles haviam viajado para a região mais afetada. Por esta razão, a hipótese considerada é possível contaminação no interior do Estado. Na terça (21) passada, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais contabilizou 1.027 notificações de febre amarela no Estado. Dessas, 234 foram confirmadas, 57 foram descartadas e as demais continuam sob análise. O número de mortes confirmadas chegou a 83 e outros 173 óbitos ainda são investigados. A febre amarela afeta macacos e humanos e é causada por um vírus da família Flaviviridae, sendo transmitida em alguns países da América do Sul, América Central e África. No meio rural e silvestre, o vetor é o mosquito Haemagogus. Em área urbana, o contágio pode ocorrer pela picada do Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. A principal medida de combate à doença é a vacinação da população. O imunizante é oferecido gratuitamente nos postos de saúde. A aplicação ocorre em dose única, que deve ser reforçada após dez anos. No caso de crianças, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma dose aos nove meses e um reforço aos quatro anos. Febre EVENTOS A proibição de eventos no parque das Mangabeiras é um pedido antigo de moradores do entorno do local. Muitos deles mantêm, nas sacadas de suas casas, faixas nas quais manifestam preocupação com o ambiente. Sensível à questão, o Ministério Público de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar a situação de risco ambiental. As investigações do Ministério Público de Minas podem levar a uma ação no futuro ou a um acordo com a prefeitura. Porém, o atual fechamento do parque devido ao risco de infecção por febre amarela não tem relação com este inquérito.
cotidiano
Parque que teria evento de Carnaval é fechado devido à febre amarela em BHA Prefeitura de Belo Horizonte interditou nesta quinta-feira (23), por tempo indeterminado, o parque Mangabeiras, na região centro-sul de Belo Horizonte, para evitar o risco de contágio de visitantes pela febre amarela. A medida foi tomada depois de mortes atípicas de macacos no parque, que receberia o festival de música Carnavália a partir deste sábado (25) até a próxima terça (28). Além do parque das Mangabeiras, a administração municipal também fechou o Mirante das Mangabeiras e o parque da Serra do Curral, que se situam próximos. Na semana passada, o parque Jacques Cousteau também havia sido interditado após suspeita de febre amarela em macaco. A organização do evento Carnavália afirmou que a festa foi transferida Serraria Souza Pinto, no centro da cidade. O evento terá apresentações de blocos carnavalescos e shows de Nando Reis, Paralamas do Sucesso, Karol Conca, Buchecha e Gabriel O Pensador. Para alguns dias, os ingressos já estão esgotados. A prefeitura já encontrou oitos macacos mortos em Belo Horizonte, tendo ao menos um deles resultado positivo para febre amarela. No entanto, a capital mineira ainda não tem registros de transmissão da doença para humanos. Alguns moradores da cidade chegaram a ser hospitalizados com suspeita de febre amarela, mas todos eles haviam viajado para a região mais afetada. Por esta razão, a hipótese considerada é possível contaminação no interior do Estado. Na terça (21) passada, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais contabilizou 1.027 notificações de febre amarela no Estado. Dessas, 234 foram confirmadas, 57 foram descartadas e as demais continuam sob análise. O número de mortes confirmadas chegou a 83 e outros 173 óbitos ainda são investigados. A febre amarela afeta macacos e humanos e é causada por um vírus da família Flaviviridae, sendo transmitida em alguns países da América do Sul, América Central e África. No meio rural e silvestre, o vetor é o mosquito Haemagogus. Em área urbana, o contágio pode ocorrer pela picada do Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. A principal medida de combate à doença é a vacinação da população. O imunizante é oferecido gratuitamente nos postos de saúde. A aplicação ocorre em dose única, que deve ser reforçada após dez anos. No caso de crianças, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma dose aos nove meses e um reforço aos quatro anos. Febre EVENTOS A proibição de eventos no parque das Mangabeiras é um pedido antigo de moradores do entorno do local. Muitos deles mantêm, nas sacadas de suas casas, faixas nas quais manifestam preocupação com o ambiente. Sensível à questão, o Ministério Público de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar a situação de risco ambiental. As investigações do Ministério Público de Minas podem levar a uma ação no futuro ou a um acordo com a prefeitura. Porém, o atual fechamento do parque devido ao risco de infecção por febre amarela não tem relação com este inquérito.
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Criadores de 'Matrix' lançam série na Netflix sobre grupo de sensitivos
Os Irmãos Andy e Lana Wachowski nunca conseguiram repetir no cinema o sucesso de "Matrix" (1999). Seus últimos dois longas, "A Viagem"(2012) e "O Destino de Júpiter" (2015), foram fracassos de bilheteria e angariaram poucos defensores entre a crítica. Então, nada mais lógico que a dupla dê um tempo nas telonas para investir em uma série de TV. O resultado é "Sense8", uma experiência em 12 capítulos que também marca a primeira parceria dos cineastas com o serviço de vídeo sob demanda Netflix. "Sense8" é um misterioso –por vezes, confuso– caldeirão de gêneros e histórias que exigirá um pouco mais de dedicação dos espectadores. "Não queríamos apenas fazer algo comum, mas uma experiência revolucionária como 'Matrix' foi há alguns anos", explica o cocriador da série, J. Michael Straczynski. "Sense8" foi filmada em nove cidades diferentes e retrata oitos "sensitivos", pessoas que têm uma visão e passam a compartilhar a mesma consciência e emoções, mesmo distantes. Há, por exemplo, um policial (Brian J. Smith) em Chicago que divide experiências telepáticas com uma mulher transgênero (Jamie Clayton) de San Francisco. Ou um DJ islandês (Tuppence Middleton) em Londres e um criminoso (Max Riemelt) em Berlim. Daryl Hannah interpreta Angel, cuja morte no início desperta os oito sensitivos e a jornada de Jonas (Naveen Andrews, o Sayid de "Lost") ao encontro dos protagonistas. No meio dessas tramas, os Wachowski brincam com muito sexo, diversidade de gêneros, cenas de ação (uma perseguição de carros com trocas de mentes), musical de Bollywood e suspense. NA INTERNET Sense8 Estreia da série QUANDO sex. (5), na Netflix
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Criadores de 'Matrix' lançam série na Netflix sobre grupo de sensitivosOs Irmãos Andy e Lana Wachowski nunca conseguiram repetir no cinema o sucesso de "Matrix" (1999). Seus últimos dois longas, "A Viagem"(2012) e "O Destino de Júpiter" (2015), foram fracassos de bilheteria e angariaram poucos defensores entre a crítica. Então, nada mais lógico que a dupla dê um tempo nas telonas para investir em uma série de TV. O resultado é "Sense8", uma experiência em 12 capítulos que também marca a primeira parceria dos cineastas com o serviço de vídeo sob demanda Netflix. "Sense8" é um misterioso –por vezes, confuso– caldeirão de gêneros e histórias que exigirá um pouco mais de dedicação dos espectadores. "Não queríamos apenas fazer algo comum, mas uma experiência revolucionária como 'Matrix' foi há alguns anos", explica o cocriador da série, J. Michael Straczynski. "Sense8" foi filmada em nove cidades diferentes e retrata oitos "sensitivos", pessoas que têm uma visão e passam a compartilhar a mesma consciência e emoções, mesmo distantes. Há, por exemplo, um policial (Brian J. Smith) em Chicago que divide experiências telepáticas com uma mulher transgênero (Jamie Clayton) de San Francisco. Ou um DJ islandês (Tuppence Middleton) em Londres e um criminoso (Max Riemelt) em Berlim. Daryl Hannah interpreta Angel, cuja morte no início desperta os oito sensitivos e a jornada de Jonas (Naveen Andrews, o Sayid de "Lost") ao encontro dos protagonistas. No meio dessas tramas, os Wachowski brincam com muito sexo, diversidade de gêneros, cenas de ação (uma perseguição de carros com trocas de mentes), musical de Bollywood e suspense. NA INTERNET Sense8 Estreia da série QUANDO sex. (5), na Netflix
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Esperança de medalha no Mundial, Rafaela Silva perde para algoz do Pan
Medalha de ouro no Mundial do Rio em 2013, a judoca Rafaela Silva, 23, foi eliminada logo na sua estreia no Mundial de Astana, no Cazaquistão. Nesta quarta-feira (26), a carioca perdeu para a canadense Catherine Beachiemin-Pinard após sofrer um estrangulamento. Rafaela precisou ser atendida e deixou o tatame com dores no pescoço, mas a CBJ (Confederação Brasileiro de Judô) informou em seu Twitter que a judoca passa bem. Cabeça de chave na categoria até 57 kg, Rafaela Silva ficou fora da primeira rodada e só estreou na segunda, quando enfrentou a canadense, que já havia derrotado a brasileira nos Jogos Pan-Americanos. Já Marcelo Contini, outro brasileiro que competiu nesta quarta-feira, conseguiu vencer duas lutas, mas não chegou à semifinal da competição. Na estreia, Continni venceu por oppon o ganês Emmanuel Nartey. Na sequência, venceu o canadense Etienne Briand, que foi eliminado após levar quatro advertências. Na terceira luta, o brasileiro encarou o norte-coreano Kuk Hyon Hong, atual vice-campeão mundial, e foi eliminado após receber uma punição a mais do que o rival. Após três dias de disputa, o Brasil conquistou apenas uma medalha. Na terça-feira (25), Érika Miranda faturou o bronze na categoria até 52 kg. A expectativa da delegação brasileira de judô, que LEVOU 18 atletas para Astana, é obter cinco medalhas, uma a mais em relação ao Mundial do ano passado, em Cheliabinsk (Rússia). Nesta quinta-feira (27), mais três judocas entram no tatame: Victor Penalber e Leandro Guilheiro no masculino e Mariana Silva no feminino.
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Esperança de medalha no Mundial, Rafaela Silva perde para algoz do PanMedalha de ouro no Mundial do Rio em 2013, a judoca Rafaela Silva, 23, foi eliminada logo na sua estreia no Mundial de Astana, no Cazaquistão. Nesta quarta-feira (26), a carioca perdeu para a canadense Catherine Beachiemin-Pinard após sofrer um estrangulamento. Rafaela precisou ser atendida e deixou o tatame com dores no pescoço, mas a CBJ (Confederação Brasileiro de Judô) informou em seu Twitter que a judoca passa bem. Cabeça de chave na categoria até 57 kg, Rafaela Silva ficou fora da primeira rodada e só estreou na segunda, quando enfrentou a canadense, que já havia derrotado a brasileira nos Jogos Pan-Americanos. Já Marcelo Contini, outro brasileiro que competiu nesta quarta-feira, conseguiu vencer duas lutas, mas não chegou à semifinal da competição. Na estreia, Continni venceu por oppon o ganês Emmanuel Nartey. Na sequência, venceu o canadense Etienne Briand, que foi eliminado após levar quatro advertências. Na terceira luta, o brasileiro encarou o norte-coreano Kuk Hyon Hong, atual vice-campeão mundial, e foi eliminado após receber uma punição a mais do que o rival. Após três dias de disputa, o Brasil conquistou apenas uma medalha. Na terça-feira (25), Érika Miranda faturou o bronze na categoria até 52 kg. A expectativa da delegação brasileira de judô, que LEVOU 18 atletas para Astana, é obter cinco medalhas, uma a mais em relação ao Mundial do ano passado, em Cheliabinsk (Rússia). Nesta quinta-feira (27), mais três judocas entram no tatame: Victor Penalber e Leandro Guilheiro no masculino e Mariana Silva no feminino.
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HSBC e Beto Richa
Aproveitando a mais do que merecida folga da querida e competente Vera Guimarães, vou dar uma de ombudsman acidental. É de estranhar, para dizer o mínimo, o laconismo com que a imprensa "mainstream" local vem tratando um dos maiores escândalos da história financeira mundial. Falo da revelação de que o HSBC na Suíça ajudou milionários a ocultar bilhões de dólares e assim fugir do fisco em seus países de origem. A lista é ecumênica: inclui desde ricaços tidos como "limpos" até traficantes, ditadores e criminosos dos mais variados. São mais de 100 mil contas. O valor da maracutaia internacional passa de US$ 100 bilhões. Em moeda local, algo perto de R$ 300 bilhões. O argumento de que o tema está distante do leitor nacional não resiste aos fatos: cerca de 9.000 clientes envolvidos na falcatrua são brasileiros; o HSBC é um dos maiores bancos a operar no país; e, pelo que a investigação conseguiu apurar, a roubalheira decolou depois da aquisição, pelo HSBC, de um banco e de uma holding de propriedade de Edmond Safra. A familiaridade do sobrenome com o Brasil, embora não seja prova de nada, dispensa comentários e deveria ser suficiente para aguçar a curiosidade de qualquer jornalista. Surpresa: o assunto praticamente desapareceu, a não ser quando encontraram supostas conexões com o pessoal da Lava Jato. Esquisito. E os outros milhares de correntistas brasileiros premiados, desapareceram? A história não fecha. Aliás, é a segunda vez que um trabalho do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos recebe tratamento desprezível no Brasil. Há pouco tempo, a mesma equipe escancarou manobras tributárias de bancos e multinacionais, brasileiros incluídos, para fugir de impostos com operações em Luxemburgo. Uma das empresas acusadas na artimanha, a Price Waterhouse, por acaso vem a ser uma das que aprovavam balanços podres de instituições protagonistas da crise de 2008. Hoje a Price examina a contabilidade da Petrobras... Detalhe: o premiê de Luxemburgo na época das sonegações, Jean-Claude Juncker, é o atual presidente da Comissão Europeia. E o homem forte do HSBC no período do vale-tudo da Suíça virou ministro no governo britânico do conservador David Cameron. Precisa mais? PARANÁ NA MODA; E NA MÍDIA? Curitiba viveu recentemente uma das maiores manifestações de sua história. Milhares de servidores públicos, trabalhadores e estudantes obrigaram o governador reeleito Beto Richa, do PSDB, a recuar no chamado "pacote de maldades" enviado à Assembleia Legislativa. Entre outros disparates, o tucano propunha confiscar a previdência dos servidores para tapar rombos da antiga administração –dirigida por ele mesmo! Deputados chegaram de camburão, reuniram-se no restaurante e, ainda assim, não conseguiram votar o pacote. Notícia daquelas, de repercussão nacional, exceto na mídia de fora da região. Foi na capital do Paraná. Mesmo Estado onde fica a Londrina do juiz Sérgio Moro, sede do antigo Bamerindus vendido a preço simbólico ao HSBC e do Banestado (Banco do Estado do Paraná), pivô da CPI que durante os anos 90 catapultou o doleiro Alberto Yousseff para manchetes. Mera coincidência, talvez.
colunas
HSBC e Beto RichaAproveitando a mais do que merecida folga da querida e competente Vera Guimarães, vou dar uma de ombudsman acidental. É de estranhar, para dizer o mínimo, o laconismo com que a imprensa "mainstream" local vem tratando um dos maiores escândalos da história financeira mundial. Falo da revelação de que o HSBC na Suíça ajudou milionários a ocultar bilhões de dólares e assim fugir do fisco em seus países de origem. A lista é ecumênica: inclui desde ricaços tidos como "limpos" até traficantes, ditadores e criminosos dos mais variados. São mais de 100 mil contas. O valor da maracutaia internacional passa de US$ 100 bilhões. Em moeda local, algo perto de R$ 300 bilhões. O argumento de que o tema está distante do leitor nacional não resiste aos fatos: cerca de 9.000 clientes envolvidos na falcatrua são brasileiros; o HSBC é um dos maiores bancos a operar no país; e, pelo que a investigação conseguiu apurar, a roubalheira decolou depois da aquisição, pelo HSBC, de um banco e de uma holding de propriedade de Edmond Safra. A familiaridade do sobrenome com o Brasil, embora não seja prova de nada, dispensa comentários e deveria ser suficiente para aguçar a curiosidade de qualquer jornalista. Surpresa: o assunto praticamente desapareceu, a não ser quando encontraram supostas conexões com o pessoal da Lava Jato. Esquisito. E os outros milhares de correntistas brasileiros premiados, desapareceram? A história não fecha. Aliás, é a segunda vez que um trabalho do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos recebe tratamento desprezível no Brasil. Há pouco tempo, a mesma equipe escancarou manobras tributárias de bancos e multinacionais, brasileiros incluídos, para fugir de impostos com operações em Luxemburgo. Uma das empresas acusadas na artimanha, a Price Waterhouse, por acaso vem a ser uma das que aprovavam balanços podres de instituições protagonistas da crise de 2008. Hoje a Price examina a contabilidade da Petrobras... Detalhe: o premiê de Luxemburgo na época das sonegações, Jean-Claude Juncker, é o atual presidente da Comissão Europeia. E o homem forte do HSBC no período do vale-tudo da Suíça virou ministro no governo britânico do conservador David Cameron. Precisa mais? PARANÁ NA MODA; E NA MÍDIA? Curitiba viveu recentemente uma das maiores manifestações de sua história. Milhares de servidores públicos, trabalhadores e estudantes obrigaram o governador reeleito Beto Richa, do PSDB, a recuar no chamado "pacote de maldades" enviado à Assembleia Legislativa. Entre outros disparates, o tucano propunha confiscar a previdência dos servidores para tapar rombos da antiga administração –dirigida por ele mesmo! Deputados chegaram de camburão, reuniram-se no restaurante e, ainda assim, não conseguiram votar o pacote. Notícia daquelas, de repercussão nacional, exceto na mídia de fora da região. Foi na capital do Paraná. Mesmo Estado onde fica a Londrina do juiz Sérgio Moro, sede do antigo Bamerindus vendido a preço simbólico ao HSBC e do Banestado (Banco do Estado do Paraná), pivô da CPI que durante os anos 90 catapultou o doleiro Alberto Yousseff para manchetes. Mera coincidência, talvez.
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1 em cada 3 brasileiros já comprou contrabando, aponta Datafolha
Um em cada três brasileiros já comprou mercadoria contrabandeada e 45% deles não sabiam estar adquirindo um produto desse gênero. É o que revela uma pesquisa feita pelo Datafolha no final de abril nas cinco regiões do país. De acordo com ela, eletrônicos, roupas, calçados, brinquedos e perfumes contrabandeados são os itens preferidos pelo consumidor. A diferença de preço entre a mercadoria ilegal e a oficial –aquela adquirida em uma loja que emite nota fiscal e dá garantia– é o que alimenta o contrabando no país, ainda segundo a pesquisa. A força do mercado paralelo; Crédito: Editoria de Arte/Folhapress Para 92% dos brasileiros, o comércio clandestino deixaria de existir se os produtos vendidos legalmente custassem menos. A pesada carga tributária, que faz os produtos vendidos legalmente custarem mais, cria uma distorção que prejudica a economia do país. Levantamento do Fórum Nacional de Combate à Pirataria (FNCP) com 15 setores da economia estimou perdas de R$ 65 bilhões com o comércio ilegal no ano passado. Na arrecadação federal, a partir dessa estimativa, a perda seria de R$ 29,3 bilhões. É como se o Brasil perdesse anualmente o equivalente ao PIB do Panamá (a 88ª maior economia mundial) para os contrabandistas. A pesquisa mostrou que a maior parte da população sabe que o contrabando prejudica o país e a indústria nacional, mas, para ela, a culpa é do governo federal. Somente 28% dizem acreditar que são os consumidores os responsáveis por fazer girar as engrenagens do mercado paralelo. SOLUÇÃO A fiscalização "nada eficiente" nas fronteiras é o que explica a entrada de tantas mercadorias contrabandeadas no país. E, para a grande maioria dos brasileiros, a entrada dessas mercadorias incentiva o crime organizado e o tráfico de drogas. Mesmo assim, só 23% sugerem penas mais duras para o crime de contrabando. Seis entre dez acreditam que a situação seria diferente se o governo reforçasse o policiamento nas fronteiras, principalmente com o Paraguai, por onde entra boa parte das mercadorias contrabandeadas. Segundo a Receita Federal, 7% das apreensões de contrabando no Brasil no ano passado, em termos de valores, ocorreram em Foz do Iguaçu (Paraná). Nos dois lados da fronteira, as organizações criminosas cooptam mão de obra barata para fazer o carregamento de mercadorias entre os dois países. Para os brasileiros, a criação de um centro de inteligência envolvendo os dois países e de programas de estímulo à criação de empregos nos dois lados da fronteira também poderia surtir efeito no combate ao contrabando, de acordo com a pesquisa.
mercado
1 em cada 3 brasileiros já comprou contrabando, aponta DatafolhaUm em cada três brasileiros já comprou mercadoria contrabandeada e 45% deles não sabiam estar adquirindo um produto desse gênero. É o que revela uma pesquisa feita pelo Datafolha no final de abril nas cinco regiões do país. De acordo com ela, eletrônicos, roupas, calçados, brinquedos e perfumes contrabandeados são os itens preferidos pelo consumidor. A diferença de preço entre a mercadoria ilegal e a oficial –aquela adquirida em uma loja que emite nota fiscal e dá garantia– é o que alimenta o contrabando no país, ainda segundo a pesquisa. A força do mercado paralelo; Crédito: Editoria de Arte/Folhapress Para 92% dos brasileiros, o comércio clandestino deixaria de existir se os produtos vendidos legalmente custassem menos. A pesada carga tributária, que faz os produtos vendidos legalmente custarem mais, cria uma distorção que prejudica a economia do país. Levantamento do Fórum Nacional de Combate à Pirataria (FNCP) com 15 setores da economia estimou perdas de R$ 65 bilhões com o comércio ilegal no ano passado. Na arrecadação federal, a partir dessa estimativa, a perda seria de R$ 29,3 bilhões. É como se o Brasil perdesse anualmente o equivalente ao PIB do Panamá (a 88ª maior economia mundial) para os contrabandistas. A pesquisa mostrou que a maior parte da população sabe que o contrabando prejudica o país e a indústria nacional, mas, para ela, a culpa é do governo federal. Somente 28% dizem acreditar que são os consumidores os responsáveis por fazer girar as engrenagens do mercado paralelo. SOLUÇÃO A fiscalização "nada eficiente" nas fronteiras é o que explica a entrada de tantas mercadorias contrabandeadas no país. E, para a grande maioria dos brasileiros, a entrada dessas mercadorias incentiva o crime organizado e o tráfico de drogas. Mesmo assim, só 23% sugerem penas mais duras para o crime de contrabando. Seis entre dez acreditam que a situação seria diferente se o governo reforçasse o policiamento nas fronteiras, principalmente com o Paraguai, por onde entra boa parte das mercadorias contrabandeadas. Segundo a Receita Federal, 7% das apreensões de contrabando no Brasil no ano passado, em termos de valores, ocorreram em Foz do Iguaçu (Paraná). Nos dois lados da fronteira, as organizações criminosas cooptam mão de obra barata para fazer o carregamento de mercadorias entre os dois países. Para os brasileiros, a criação de um centro de inteligência envolvendo os dois países e de programas de estímulo à criação de empregos nos dois lados da fronteira também poderia surtir efeito no combate ao contrabando, de acordo com a pesquisa.
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Raposas sustentam o 'coração' de Temer
Está adiantada a montagem do novo governo Michel Temer e é provável que medidas sejam anunciadas já entre quinta e sexta próximas, na sequência da votação contra Dilma Rousseff no Senado. A expectativa positiva com Temer já foi precificada. A Bolsa sobe 20% no acumulado do ano e o dólar cai 12% (depois de subir 48% em 2015). Haverá alguma trégua dos mercados no "esperar para ver". O calcanhar do novo presidente é a chamada "economia real", empresas que empregam e pagam salários. Elas dependem de expectativas futuras positivas, mas vivem mesmo é no dia a dia, que está horrível. O ministério montado por Temer é mais político do que técnico. Terá dentro do Planalto raposas famosas como Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha. Procurará atender partidos fisiológicos ao desistir agora da redução de ministérios. Dilma caiu porque não conquistou a "governabilidade". Temer sobe ansioso por consolidá-la. É clara a estratégia: ter apoio político para irrigar e sustentar o coração do novo organismo, um Ministério da Fazenda técnico, comandado por Henrique Meirelles. A grande pergunta é se o novo governo conseguirá separar o apoio político de que precisa da agenda econômica que pretende colocar em prática o mais rápido possível. A situação da economia é tão devastadora que parece possível a Temer ligar um rolo compressor para aprovar uma série de medidas. A dúvida é até onde ele chega. E se os políticos interesseiros e calculistas em cima dele terão sangue frio para esperar por seus resultados. * O quadro abaixo é um grande indicador da "economia real". O primeiro quadrimestre de 2016 registrou alta de 97% no total de empresas em regime de recuperação judicial. Elas entram em acordos com seus credores via Justiça para tentar pagá-los e continuar vivas. Por trás e além desses números estão boa parte dos 11 milhões de desempregados no pais. O salto no índice é pior do que parece. Até 2013, as grandes empresas (que faturam mais de R$ 50 milhões/ano) somavam entre 10% e 15% dos casos. Hoje, chegam a 20%. Segundo Luiz Rabi, economista da Serasa, 2016 alcançará o recorde de 1.800 recuperações judiciais.
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Raposas sustentam o 'coração' de TemerEstá adiantada a montagem do novo governo Michel Temer e é provável que medidas sejam anunciadas já entre quinta e sexta próximas, na sequência da votação contra Dilma Rousseff no Senado. A expectativa positiva com Temer já foi precificada. A Bolsa sobe 20% no acumulado do ano e o dólar cai 12% (depois de subir 48% em 2015). Haverá alguma trégua dos mercados no "esperar para ver". O calcanhar do novo presidente é a chamada "economia real", empresas que empregam e pagam salários. Elas dependem de expectativas futuras positivas, mas vivem mesmo é no dia a dia, que está horrível. O ministério montado por Temer é mais político do que técnico. Terá dentro do Planalto raposas famosas como Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha. Procurará atender partidos fisiológicos ao desistir agora da redução de ministérios. Dilma caiu porque não conquistou a "governabilidade". Temer sobe ansioso por consolidá-la. É clara a estratégia: ter apoio político para irrigar e sustentar o coração do novo organismo, um Ministério da Fazenda técnico, comandado por Henrique Meirelles. A grande pergunta é se o novo governo conseguirá separar o apoio político de que precisa da agenda econômica que pretende colocar em prática o mais rápido possível. A situação da economia é tão devastadora que parece possível a Temer ligar um rolo compressor para aprovar uma série de medidas. A dúvida é até onde ele chega. E se os políticos interesseiros e calculistas em cima dele terão sangue frio para esperar por seus resultados. * O quadro abaixo é um grande indicador da "economia real". O primeiro quadrimestre de 2016 registrou alta de 97% no total de empresas em regime de recuperação judicial. Elas entram em acordos com seus credores via Justiça para tentar pagá-los e continuar vivas. Por trás e além desses números estão boa parte dos 11 milhões de desempregados no pais. O salto no índice é pior do que parece. Até 2013, as grandes empresas (que faturam mais de R$ 50 milhões/ano) somavam entre 10% e 15% dos casos. Hoje, chegam a 20%. Segundo Luiz Rabi, economista da Serasa, 2016 alcançará o recorde de 1.800 recuperações judiciais.
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De madrugada, Nadal vence Cuevas e encara italiano 'galã' na semifinal
Foi mais suado que as primeiras vitórias, mas Rafael Nadal confirmou o favoritismo e venceu Pablo Cuevas de virada por 2 a 1 (4/6, 7/5 e 6/0), nesta sexta-feira. A partida atrasou bastante e os tenistas entraram na quadra principal à 1h. Madrugada a dentro, a partida foi bastante disputada e o espanhol só garantiu vaga na semifinal do Aberto do Rio no terceiro set - esse com certa facilidade. Agora, ele enfrentará Fábio Fognini, neste sábado, pelas semifinais. O italiano tem fama de galã e já se envolveu em inúmeras polêmicas na carreira. Em uma delas ele ofendeu o árbitro brasileiro Carlo Bernardes e se recusou a apertar a mão do profissional no fim do jogo. A partida começou bastante equilibrada e complicada, justamente como Nadal previu ao vencer Carreno. O espanhol percebeu logo no inicio que não teria vida fácil e teve seu saque quebrado no quinto game. Mas quando Cuevas teve a oportunidade de abrir 4/2, viu o adversário devolver a quebra e empatar: 3/3. Com muita confiança após faturar o Brasil Open, o uruguaio voltou a quebrar o serviço de Nadal e sacou para fechar o primeiro set. E após abrir 40-0 e permitir o empate, Cuevas levou: 6/4. O segundo set teve início com ambos os jogadores confirmando seus saques com facilidade. E assim foi até Nadal fazer 5/4 e colocar pressão em Cuevas. Mas o uruguaio não se importou com isso e deixou tudo empatado. Porém, o espanhol quebrou o 12º game e fechou o segundo set: 7/5. O terceiro set destoou dos demais. Nadal não tomou conhecimento de Cuevas e abriu grande vantagem sem muita dificuldade, o que não havia ocorrido na partida até o momento: 4/0. A partir desse momento, o espanhol apenas administrou o resultado e encaminhou a vitória após 2h05 de jogo.
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De madrugada, Nadal vence Cuevas e encara italiano 'galã' na semifinalFoi mais suado que as primeiras vitórias, mas Rafael Nadal confirmou o favoritismo e venceu Pablo Cuevas de virada por 2 a 1 (4/6, 7/5 e 6/0), nesta sexta-feira. A partida atrasou bastante e os tenistas entraram na quadra principal à 1h. Madrugada a dentro, a partida foi bastante disputada e o espanhol só garantiu vaga na semifinal do Aberto do Rio no terceiro set - esse com certa facilidade. Agora, ele enfrentará Fábio Fognini, neste sábado, pelas semifinais. O italiano tem fama de galã e já se envolveu em inúmeras polêmicas na carreira. Em uma delas ele ofendeu o árbitro brasileiro Carlo Bernardes e se recusou a apertar a mão do profissional no fim do jogo. A partida começou bastante equilibrada e complicada, justamente como Nadal previu ao vencer Carreno. O espanhol percebeu logo no inicio que não teria vida fácil e teve seu saque quebrado no quinto game. Mas quando Cuevas teve a oportunidade de abrir 4/2, viu o adversário devolver a quebra e empatar: 3/3. Com muita confiança após faturar o Brasil Open, o uruguaio voltou a quebrar o serviço de Nadal e sacou para fechar o primeiro set. E após abrir 40-0 e permitir o empate, Cuevas levou: 6/4. O segundo set teve início com ambos os jogadores confirmando seus saques com facilidade. E assim foi até Nadal fazer 5/4 e colocar pressão em Cuevas. Mas o uruguaio não se importou com isso e deixou tudo empatado. Porém, o espanhol quebrou o 12º game e fechou o segundo set: 7/5. O terceiro set destoou dos demais. Nadal não tomou conhecimento de Cuevas e abriu grande vantagem sem muita dificuldade, o que não havia ocorrido na partida até o momento: 4/0. A partir desse momento, o espanhol apenas administrou o resultado e encaminhou a vitória após 2h05 de jogo.
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Governistas atacam parecer e oposição critica 'terceirização' do governo
O debate na comissão do impeachment na Câmara sobre o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) em favor da denúncia contra a presidente Dilma Rousseff começou com críticas dos governistas ao texto apresentado na quarta (6) e dos parlamentares favoráveis ao impeachment. Acompanhe a discussão clicando aqui. "A denúncia apresentada contra a presidente mostrou-se apenas a ponta de um iceberg monstruoso, gigantesco, para não dizer vergonhoso dos porões da política brasileira. (...) Dizer que não é crime é querer brincar com a honra dos brasileiros", disse Evair de Melo (PV-ES), o primeiro deputado a falar. Os 115 parlamentares inscritos se dividiram em duas listas: uma a favor e uma contrária ao relatório de Arantes, e se revezaram nas falas (uma para cada lista). A maioria deles se colocou a favor do relatório, 72, contra 45 inscritos na lista contrária ao texto –dois dos 115 deputados, Bebeto (PSB-BA) e Aliel Machado (Rede-PR), se inscreveram nas duas, para não declarar um posicionamento antes do voto, na segunda-feira (11). Os inscritos que são membros da comissão têm 15 minutos para falar; os não membros, dez –num somatório que ultrapassa 26 horas. O presidente da comissão, Rogério Rosso (PSD-DF) conseguiu chegar a um acordo com os líderes dos partidos de que a discussão seguiria até as 3h da madrugada de sábado. Mais tarde, a assessoria do deputado afirmou que, se necessário, a discussão poderia se estender até as 4h –o que daria apenas 12 das 26 horas necessárias para todos falarem, já que os inscritos começaram a falar às 16h25. CONTRA Os parlamentares contrários ao impeachment centraram seus discursos em críticas ao relatório de Arantes, enquanto os favoráveis à saída de Dilma evitaram, em sua maioria, citar o texto do relator. O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), o primeiro a falar pelos contrários ao impeachment, destacou a convocação dos juristas responsáveis pelo pedido de impeachment Janaina Paschoal e Miguel Reale Jr. como prova de que "os fatos não são claros". "Temos que agir com a convicção da legalidade da Constituição. (...) A bandeira do impeachment começou sem nenhum fato determinado", disse Chinaglia. Ele ainda afirmou não conseguir "conceber" que parlamentares estejam "com medo" da pressão popular em favor do impeachment. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse não ter se surpreendido com o relatório de Arantes. "Mas não esperava tamanha ilegalidade e inconstitucionalidade, esperava uma manobra um pouco menos explícita", afirmou. "É mentira, não há crime de responsabilidade", disse, destacando que, se houver impeachment, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), será o vice "de fato" e que um governo Michel Temer será "ilegítimo". Cunha, foi, aliás, presença constante nas falas dos governistas. "Alguém acredita que melhorará o combate à corrupção com Eduardo Cunha como segundo?", questionou Henrique Fontana (PT-RS), considerando que o presidente da Câmara se tornaria o segundo, e não o terceiro na linha de sucessão presidencial. Para Fontana, a comissão é um "tribunal puramente político", e o impeachment serve a uma "tentativa [do PMDB] de chegar ao governo do país sem votos, com um acordão de elites" A FAVOR Entre os deputados a favor do relatório, o deputado Evair de Melo disse que a presidente demonstra "desespero em terceirizar o seu governo, forçando a tentativa desesperada de se esconder na sombra do ex-presidente [Lula]", e sugeriu que ela fizesse como o papa Bento 16, que renunciou ao pontificado em 2013. Benito Gama (PTB-BA) disse que o país passa hoje por uma "degradação em todos os sentidos, da sociedade, do governo". "Estamos sendo levados para o caos, não somente nacional, mas internacional", afirmou. O suplente Rogério Marinho (PSDB-RN) seguiu na mesma linha. "Esta é uma situação ímpar, não há registro na história do Brasil de tal degradação moral e econômica de um governo", declarou. "Este país tem dono, e o dono é o povo brasileiro, e não um partido. (...) O PT montou o maior esquema de corrupção já visto."
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Governistas atacam parecer e oposição critica 'terceirização' do governoO debate na comissão do impeachment na Câmara sobre o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) em favor da denúncia contra a presidente Dilma Rousseff começou com críticas dos governistas ao texto apresentado na quarta (6) e dos parlamentares favoráveis ao impeachment. Acompanhe a discussão clicando aqui. "A denúncia apresentada contra a presidente mostrou-se apenas a ponta de um iceberg monstruoso, gigantesco, para não dizer vergonhoso dos porões da política brasileira. (...) Dizer que não é crime é querer brincar com a honra dos brasileiros", disse Evair de Melo (PV-ES), o primeiro deputado a falar. Os 115 parlamentares inscritos se dividiram em duas listas: uma a favor e uma contrária ao relatório de Arantes, e se revezaram nas falas (uma para cada lista). A maioria deles se colocou a favor do relatório, 72, contra 45 inscritos na lista contrária ao texto –dois dos 115 deputados, Bebeto (PSB-BA) e Aliel Machado (Rede-PR), se inscreveram nas duas, para não declarar um posicionamento antes do voto, na segunda-feira (11). Os inscritos que são membros da comissão têm 15 minutos para falar; os não membros, dez –num somatório que ultrapassa 26 horas. O presidente da comissão, Rogério Rosso (PSD-DF) conseguiu chegar a um acordo com os líderes dos partidos de que a discussão seguiria até as 3h da madrugada de sábado. Mais tarde, a assessoria do deputado afirmou que, se necessário, a discussão poderia se estender até as 4h –o que daria apenas 12 das 26 horas necessárias para todos falarem, já que os inscritos começaram a falar às 16h25. CONTRA Os parlamentares contrários ao impeachment centraram seus discursos em críticas ao relatório de Arantes, enquanto os favoráveis à saída de Dilma evitaram, em sua maioria, citar o texto do relator. O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), o primeiro a falar pelos contrários ao impeachment, destacou a convocação dos juristas responsáveis pelo pedido de impeachment Janaina Paschoal e Miguel Reale Jr. como prova de que "os fatos não são claros". "Temos que agir com a convicção da legalidade da Constituição. (...) A bandeira do impeachment começou sem nenhum fato determinado", disse Chinaglia. Ele ainda afirmou não conseguir "conceber" que parlamentares estejam "com medo" da pressão popular em favor do impeachment. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse não ter se surpreendido com o relatório de Arantes. "Mas não esperava tamanha ilegalidade e inconstitucionalidade, esperava uma manobra um pouco menos explícita", afirmou. "É mentira, não há crime de responsabilidade", disse, destacando que, se houver impeachment, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), será o vice "de fato" e que um governo Michel Temer será "ilegítimo". Cunha, foi, aliás, presença constante nas falas dos governistas. "Alguém acredita que melhorará o combate à corrupção com Eduardo Cunha como segundo?", questionou Henrique Fontana (PT-RS), considerando que o presidente da Câmara se tornaria o segundo, e não o terceiro na linha de sucessão presidencial. Para Fontana, a comissão é um "tribunal puramente político", e o impeachment serve a uma "tentativa [do PMDB] de chegar ao governo do país sem votos, com um acordão de elites" A FAVOR Entre os deputados a favor do relatório, o deputado Evair de Melo disse que a presidente demonstra "desespero em terceirizar o seu governo, forçando a tentativa desesperada de se esconder na sombra do ex-presidente [Lula]", e sugeriu que ela fizesse como o papa Bento 16, que renunciou ao pontificado em 2013. Benito Gama (PTB-BA) disse que o país passa hoje por uma "degradação em todos os sentidos, da sociedade, do governo". "Estamos sendo levados para o caos, não somente nacional, mas internacional", afirmou. O suplente Rogério Marinho (PSDB-RN) seguiu na mesma linha. "Esta é uma situação ímpar, não há registro na história do Brasil de tal degradação moral e econômica de um governo", declarou. "Este país tem dono, e o dono é o povo brasileiro, e não um partido. (...) O PT montou o maior esquema de corrupção já visto."
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Quem traduz o quê? O caso de um conto de Tolstói
Tradução é uma atividade bem mais presente em nosso cotidiano do que supomos. Não me parece exagero tratá-la como uma faculdade inerente à experiência de comunicar-se e viver em sociedade. Tudo o que queremos dizer ou exprimir é objeto de um processo de tradução: na origem, traduzimos uma experiência não verbal para a linguagem verbal organizada. Mas tudo o que lemos ou ouvimos é, também, traduzido em nossos próprios termos, verbais ou não. E não adianta: no terreno das relações de linguagem, não existe pureza nem forma final e positiva. São afirmações categóricas, mas elas têm uma história. Como tradutor, estritamente falando, segundo a nomenclatura das profissões reconhecidas, ou seja, como um trabalhador meio braçal e meio intelectual que transpõe textos de outro idioma para o português, deparei muitas vezes com situações que punham em questão a noção de tradução que guiava meu pensamento, na sombra, à maneira de um piloto automático. Entre tais situações, uma das mais marcantes se apresentou diante de mim na forma de um título de conto de Liev Tolstói. Não era um conto desconhecido, longe disso. A rigor, um relato que figura há décadas em antologias pelo mundo afora. Em russo, "Khoziain i Rabótnik", que em outras línguas vinha como "Master and Man", "Maître et Serviteur", "Herr und Knecht", "Senhor e Servo". Ou seja, nem sombra de polêmica. Mas as traduções que eu já fizera de Tolstói me haviam ensinado a desconfiar de soluções largamente repetidas, cujo efeito, em regra, é a diluição do teor crítico do autor, direcionado, sobretudo, para as várias formas de desigualdade. No caso, a desigualdade se materializava, ou se traduzia, desde o início, na estrutura do título. Mas, afinal, qual era o problema para o tradutor? As traduções consagradas e, digamos assim, consensuais recorriam a palavras que se referiam a um padrão muito antigo de relação de trabalho. Em inglês, a palavra "man" era usada no sentido de serviçal doméstico em fazendas da nobreza da Inglaterra. Não muito diferente do francês "serviteur" ou de "servo", em português. Em alemão, o recuo histórico é mais impressionante ainda, pois "Herr und Knecht" é exatamente a expressão que Hegel, no século 18, adotou para denominar a sua célebre dialética do senhor e do escravo. O mesmo valia para as formas "Master", "Maître" e "Senhor", que remetiam também a figuras sociais desaparecidas havia muito tempo. Tolstói escreveu seu conto em 1895, às portas do século 20. A servidão na Rússia tinha terminado havia mais de trinta anos. Acima de tudo, as palavras russas do título eram integralmente atuais no tempo de Tolstói, como são ainda hoje: nelas, não há o menor traço de arcaísmo linguístico, tampouco qualquer menção a formas de relações sociais antigas e extintas. Como tradutor, fiquei curioso e experimentei inverter a posição das línguas. Verifiquei que a tradução para o russo da dialética do senhor e do escravo de Hegel não usa as palavras do título do conto de Tolstói, mas sim "gospodin i rab", senhor e escravo –estas, sim, palavras com nítido teor arcaico. Ora, é como se todas aquelas traduções a que me referi estivessem nos dizendo: o título correto, em russo, do conto de Tolstói deveria ser "Gospodin i rab". Tolstói, mais uma vez –é o que nos dizem essas traduções–, usou sua mão pesada de conde mujique e temos de corrigir esse gesto bárbaro. Adotei, então, o título "O Patrão e o Trabalhador", mas confesso que relutei. Veio a sensação estranha de que estava falando o que não devia e de que poderia ser punido. De que forma? Das muitas formas sutis e impessoais que, hoje em dia, se traduzem, por exemplo, na preferência nos departamentos de RH das empresas pela palavra colaborador, para denominar o trabalhador (é melhor falar baixo), o qual, desse modo, entende não ter alternativa, a não ser colaborar ou ser alijado. Talvez, um dia, alguém traduza o título do conto de Tolstói como "O Empreendedor e o Colaborador", cujo efeito atenuante não é tão distinto do recuo para o passado remoto, e historicamente nulo, contido em formas como "Senhor e Servo". Pois nas ruas, na tevê, nos jornais, é o patrão quem traduz o trabalhador.
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Quem traduz o quê? O caso de um conto de TolstóiTradução é uma atividade bem mais presente em nosso cotidiano do que supomos. Não me parece exagero tratá-la como uma faculdade inerente à experiência de comunicar-se e viver em sociedade. Tudo o que queremos dizer ou exprimir é objeto de um processo de tradução: na origem, traduzimos uma experiência não verbal para a linguagem verbal organizada. Mas tudo o que lemos ou ouvimos é, também, traduzido em nossos próprios termos, verbais ou não. E não adianta: no terreno das relações de linguagem, não existe pureza nem forma final e positiva. São afirmações categóricas, mas elas têm uma história. Como tradutor, estritamente falando, segundo a nomenclatura das profissões reconhecidas, ou seja, como um trabalhador meio braçal e meio intelectual que transpõe textos de outro idioma para o português, deparei muitas vezes com situações que punham em questão a noção de tradução que guiava meu pensamento, na sombra, à maneira de um piloto automático. Entre tais situações, uma das mais marcantes se apresentou diante de mim na forma de um título de conto de Liev Tolstói. Não era um conto desconhecido, longe disso. A rigor, um relato que figura há décadas em antologias pelo mundo afora. Em russo, "Khoziain i Rabótnik", que em outras línguas vinha como "Master and Man", "Maître et Serviteur", "Herr und Knecht", "Senhor e Servo". Ou seja, nem sombra de polêmica. Mas as traduções que eu já fizera de Tolstói me haviam ensinado a desconfiar de soluções largamente repetidas, cujo efeito, em regra, é a diluição do teor crítico do autor, direcionado, sobretudo, para as várias formas de desigualdade. No caso, a desigualdade se materializava, ou se traduzia, desde o início, na estrutura do título. Mas, afinal, qual era o problema para o tradutor? As traduções consagradas e, digamos assim, consensuais recorriam a palavras que se referiam a um padrão muito antigo de relação de trabalho. Em inglês, a palavra "man" era usada no sentido de serviçal doméstico em fazendas da nobreza da Inglaterra. Não muito diferente do francês "serviteur" ou de "servo", em português. Em alemão, o recuo histórico é mais impressionante ainda, pois "Herr und Knecht" é exatamente a expressão que Hegel, no século 18, adotou para denominar a sua célebre dialética do senhor e do escravo. O mesmo valia para as formas "Master", "Maître" e "Senhor", que remetiam também a figuras sociais desaparecidas havia muito tempo. Tolstói escreveu seu conto em 1895, às portas do século 20. A servidão na Rússia tinha terminado havia mais de trinta anos. Acima de tudo, as palavras russas do título eram integralmente atuais no tempo de Tolstói, como são ainda hoje: nelas, não há o menor traço de arcaísmo linguístico, tampouco qualquer menção a formas de relações sociais antigas e extintas. Como tradutor, fiquei curioso e experimentei inverter a posição das línguas. Verifiquei que a tradução para o russo da dialética do senhor e do escravo de Hegel não usa as palavras do título do conto de Tolstói, mas sim "gospodin i rab", senhor e escravo –estas, sim, palavras com nítido teor arcaico. Ora, é como se todas aquelas traduções a que me referi estivessem nos dizendo: o título correto, em russo, do conto de Tolstói deveria ser "Gospodin i rab". Tolstói, mais uma vez –é o que nos dizem essas traduções–, usou sua mão pesada de conde mujique e temos de corrigir esse gesto bárbaro. Adotei, então, o título "O Patrão e o Trabalhador", mas confesso que relutei. Veio a sensação estranha de que estava falando o que não devia e de que poderia ser punido. De que forma? Das muitas formas sutis e impessoais que, hoje em dia, se traduzem, por exemplo, na preferência nos departamentos de RH das empresas pela palavra colaborador, para denominar o trabalhador (é melhor falar baixo), o qual, desse modo, entende não ter alternativa, a não ser colaborar ou ser alijado. Talvez, um dia, alguém traduza o título do conto de Tolstói como "O Empreendedor e o Colaborador", cujo efeito atenuante não é tão distinto do recuo para o passado remoto, e historicamente nulo, contido em formas como "Senhor e Servo". Pois nas ruas, na tevê, nos jornais, é o patrão quem traduz o trabalhador.
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Casa conceitual apresenta soluções para economizar recursos naturais
DE SÃO PAULO Seguindo a tendência da preservação do meio ambiente e alta dos materiais mais duráveis, uma empresa desenvolveu um projeto de casa que segue à risca os princípios da sustentabilidade. O objetivo, segundo os idealizadores, é trazer soluções variadas para a economia de recursos naturais, a redução da poluição e o respeito com a natureza. Entre os sistemas apresentados estão a fachada ventilada e a cobertura verde, que funcionam como um isolante térmico; energia gerada por meio de painéis fotovoltaicos e turbina eólica; sistema de aproveitamento de água de chuva, entre outras adaptações. O empreendimento, conhecido como Casa AQUA, foi apresentado pela primeira vez na Feicon Batimat 2009. No ano seguinte, surgiu com uma versão de apartamento na Ambiental Expo. Em julho de 2016, será apresentado com novidades na 30ª edição da CASA COR. "O objetivo é levar para a mostra um espaço conceitual, onde serão aplicados diferentes sistemas construtivos que aumentam o conforto dos usuários, além de materiais e soluções de projeto que diminuam o impacto da construção sobre o meio ambiente externo", afirma Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech Engenharia (empresa idealizadora). De acordo com Caio Dotto, do escritório Mindlin Loeb+Dotto Arquitetura (parceira do projeto), trata-se de "um módulo habitacional mínimo, energeticamente autônomo, móvel e capaz de se adaptar às variantes necessidades de seus usuários ao longo de seu ciclo de vida. A casa pretende não só registrar um modelo residencial unifamiliar industrializado como também provocar a reflexão sobre o que é de fato necessário consumirmos para se viver bem e como isso se reflete na natureza". Com 40m² de área construída e 60m² de área externa, a casa tem o paisagismo (assinado pela arquiteta Daniela Sedo) composto com espécies tropicais, com ênfase em plantas nativas. Painéis com hortaliças e flores comestíveis estão dispostos em um jardim suspenso, que terá como função reduzir a temperatura interna do quarto. O espaço ainda terá irrigação automático com sensor de umidade do solo e chuva.
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Casa conceitual apresenta soluções para economizar recursos naturaisDE SÃO PAULO Seguindo a tendência da preservação do meio ambiente e alta dos materiais mais duráveis, uma empresa desenvolveu um projeto de casa que segue à risca os princípios da sustentabilidade. O objetivo, segundo os idealizadores, é trazer soluções variadas para a economia de recursos naturais, a redução da poluição e o respeito com a natureza. Entre os sistemas apresentados estão a fachada ventilada e a cobertura verde, que funcionam como um isolante térmico; energia gerada por meio de painéis fotovoltaicos e turbina eólica; sistema de aproveitamento de água de chuva, entre outras adaptações. O empreendimento, conhecido como Casa AQUA, foi apresentado pela primeira vez na Feicon Batimat 2009. No ano seguinte, surgiu com uma versão de apartamento na Ambiental Expo. Em julho de 2016, será apresentado com novidades na 30ª edição da CASA COR. "O objetivo é levar para a mostra um espaço conceitual, onde serão aplicados diferentes sistemas construtivos que aumentam o conforto dos usuários, além de materiais e soluções de projeto que diminuam o impacto da construção sobre o meio ambiente externo", afirma Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech Engenharia (empresa idealizadora). De acordo com Caio Dotto, do escritório Mindlin Loeb+Dotto Arquitetura (parceira do projeto), trata-se de "um módulo habitacional mínimo, energeticamente autônomo, móvel e capaz de se adaptar às variantes necessidades de seus usuários ao longo de seu ciclo de vida. A casa pretende não só registrar um modelo residencial unifamiliar industrializado como também provocar a reflexão sobre o que é de fato necessário consumirmos para se viver bem e como isso se reflete na natureza". Com 40m² de área construída e 60m² de área externa, a casa tem o paisagismo (assinado pela arquiteta Daniela Sedo) composto com espécies tropicais, com ênfase em plantas nativas. Painéis com hortaliças e flores comestíveis estão dispostos em um jardim suspenso, que terá como função reduzir a temperatura interna do quarto. O espaço ainda terá irrigação automático com sensor de umidade do solo e chuva.
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Derrocada do poder presidencial está no centro da crise, dizem debatedores
O enfraquecimento do poder presidencial sob o governo de Dilma Rousseff é um dos fatores determinantes para compreender a atual crise política no Brasil. Essa foi a tônica do encontro promovido pela Folha e pelo Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) nesta quarta-feira (9), em São Paulo. Participaram do encontro "Brasil 2016: impasses da crise política", da série Diálogos, Maria Hermínia Tavares de Almeida, pesquisadora do Cebrap e professora titular da USP, e Vinicius Mota, secretário de Redação da Folha. Leia mais aqui
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Derrocada do poder presidencial está no centro da crise, dizem debatedoresO enfraquecimento do poder presidencial sob o governo de Dilma Rousseff é um dos fatores determinantes para compreender a atual crise política no Brasil. Essa foi a tônica do encontro promovido pela Folha e pelo Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) nesta quarta-feira (9), em São Paulo. Participaram do encontro "Brasil 2016: impasses da crise política", da série Diálogos, Maria Hermínia Tavares de Almeida, pesquisadora do Cebrap e professora titular da USP, e Vinicius Mota, secretário de Redação da Folha. Leia mais aqui
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Fies seria mais efetivo se aluno desse contrapartida
O financiamento estudantil público Fies deveria oferecer opções de juros maiores, prazos menores e contrapartida dos alunos, defende o presidente da Anima Educação, Daniel Castanho. Dona de instituições como UniBH, São Judas e Unimonte, a Anima sofreu um revés com a conjunção entre crise econômica e mudança nas regras do Fies. Um contrato de investimento bilionário com a americana Whitney University System, em que a Anima compraria mais escolas, acabou desfeito no último mês. Castanho, no entanto, é otimista em relação ao futuro das universidades particulares –as mais preparadas para, segundo ele, se adaptar a um mundo em que a simples transmissão de conteúdo acabou. "Esse negócio vai mudar radicalmente." * Folha - Quais foram os equívocos no Fies? Daniel Castanho - Algumas instituições abusaram. Elas falavam ao aluno: 'Venha e, se não conseguir pagar, eu banco seus estudos'. É uma ilusão na qual a própria instituição de ensino seria o avalista. Depois ela pode até não pagar o governo. Alguns alunos também abusaram: são de família que pode pagar, mas pedem Fies pois é melhor que financiamento de carro. Como seria um Fies 2.0? Os juros não precisariam ser 3,5%. Pode ser 6% ou 7%. O prazo não precisa ser enorme. Poderia haver contrapartida. Se o aluno pagasse 20%, teria taxa menor, se pagasse 50%, menor ainda. A contrapartida poderia ajudar na redução da quantidade de financiamento. Como fica o financiamento privado? Em 2010, os bancos estavam pensando alternativas. O Real, por exemplo, percebeu que, quando você está na faculdade, começa sua vida e vai comprar carro e casa num período de dez anos. A fidelidade é grande. Mas, quando o governo trouxe o Fies a condições imbatíveis, pararam as pesquisas. Acho que agora as condições do Fies vão piorar um pouco. E o aluno que não conseguir universidade pública, nem Prouni, nem Fies vai buscar outro financiamento. Surge a oportunidade de financiamento privado. Vai ser pior que o Fies, mas bom para atender uma demanda da população. O aluno de faculdade particular de massa já vem despreparado, mas seu desempenho costuma, depois, ser atribuído à instituição que o formou. Como o setor lida com isso? Escola boa no Brasil é aquela em que entra aluno bom. A escola pública recebe aluno bom, mas é muito morosa. Em educação, esse negócio de simplesmente transmitir conteúdo acabou. Conteúdo hoje está em todo lugar. Nosso negócio vai mudar radicalmente nos próximos anos. O currículo tem que ser flexível, provocador. A universidade tem que ser o local da experimentação, desenvolver autoconhecimento. É diferente de 15 anos atrás. Quem está mais preparado para essa mudança? Acredito que a universidade privada. Porque nos especializamos em pegar o aluno nota 2 e entregar 7 ou 8. Provavelmente você dirá que quem se dará bem no futuro são as que podem investir. Não é só dinheiro. É também agilidade. Hoje você é reconhecido com os indicadores do MEC. Mas o próprio MEC é dono das universidades públicas. Então ele coloca peso muito grande em mestre, doutor, tempo integral, pesquisa, coisas que não representam necessariamente agregar mais valor para o aluno. A Anima tem feito isso. Mensuramos como os alunos se saem nas dinâmicas de grupo feitas por empresas de talentos. O plano de carreira ainda hoje em diversas universidades só favorece tempo de casa e titulação. Eram bons indicadores quando a universidade só repassava conteúdo: quanto mais titulação o professor tem, mais conteúdo tem para passar. Quando chegará esse futuro? Veja as cotas das universidades públicas: quando se tem 10% ou 20% em "cotas", vem na curva normal. Mas com 50% vindo de escola pública de maneira forçada, alunos que iriam entrar na pública não entram mais. Para onde vão? Para as melhores privadas. Não para as UniEsquinas. Aí há uma melhora porque vai ter um aluno mais bem preparado nas instituições melhores dentre as de massa, o que vai fazer com que se aproximem das públicas. Por outro lado vai entrar aluno pior nas públicas. Aí as públicas terão de fazer o que a gente faz: ensinar matemática, regra de três. E elas não estão preparadas para isso. As públicas se deteriorarão mais rápido. O que houve na quebra do negócio com a Whitney [que venderia instituições à Anima]? Quando veio a primeira mudança do Fies, as ações caíram. Mas continuou sendo um negócio interessante. Depois, a economia fez nossa previsão de crescimento mudar. Do lado da Whitney, o dólar afetou, porque, quando assinamos o acordo, estava em R$ 2,64. Os dois lados sofreram e isso facilitou o distrato. Se continuasse bom para um lado e ruim para o outro, seria difícil. Quem sabe lá na frente.
mercado
Fies seria mais efetivo se aluno desse contrapartidaO financiamento estudantil público Fies deveria oferecer opções de juros maiores, prazos menores e contrapartida dos alunos, defende o presidente da Anima Educação, Daniel Castanho. Dona de instituições como UniBH, São Judas e Unimonte, a Anima sofreu um revés com a conjunção entre crise econômica e mudança nas regras do Fies. Um contrato de investimento bilionário com a americana Whitney University System, em que a Anima compraria mais escolas, acabou desfeito no último mês. Castanho, no entanto, é otimista em relação ao futuro das universidades particulares –as mais preparadas para, segundo ele, se adaptar a um mundo em que a simples transmissão de conteúdo acabou. "Esse negócio vai mudar radicalmente." * Folha - Quais foram os equívocos no Fies? Daniel Castanho - Algumas instituições abusaram. Elas falavam ao aluno: 'Venha e, se não conseguir pagar, eu banco seus estudos'. É uma ilusão na qual a própria instituição de ensino seria o avalista. Depois ela pode até não pagar o governo. Alguns alunos também abusaram: são de família que pode pagar, mas pedem Fies pois é melhor que financiamento de carro. Como seria um Fies 2.0? Os juros não precisariam ser 3,5%. Pode ser 6% ou 7%. O prazo não precisa ser enorme. Poderia haver contrapartida. Se o aluno pagasse 20%, teria taxa menor, se pagasse 50%, menor ainda. A contrapartida poderia ajudar na redução da quantidade de financiamento. Como fica o financiamento privado? Em 2010, os bancos estavam pensando alternativas. O Real, por exemplo, percebeu que, quando você está na faculdade, começa sua vida e vai comprar carro e casa num período de dez anos. A fidelidade é grande. Mas, quando o governo trouxe o Fies a condições imbatíveis, pararam as pesquisas. Acho que agora as condições do Fies vão piorar um pouco. E o aluno que não conseguir universidade pública, nem Prouni, nem Fies vai buscar outro financiamento. Surge a oportunidade de financiamento privado. Vai ser pior que o Fies, mas bom para atender uma demanda da população. O aluno de faculdade particular de massa já vem despreparado, mas seu desempenho costuma, depois, ser atribuído à instituição que o formou. Como o setor lida com isso? Escola boa no Brasil é aquela em que entra aluno bom. A escola pública recebe aluno bom, mas é muito morosa. Em educação, esse negócio de simplesmente transmitir conteúdo acabou. Conteúdo hoje está em todo lugar. Nosso negócio vai mudar radicalmente nos próximos anos. O currículo tem que ser flexível, provocador. A universidade tem que ser o local da experimentação, desenvolver autoconhecimento. É diferente de 15 anos atrás. Quem está mais preparado para essa mudança? Acredito que a universidade privada. Porque nos especializamos em pegar o aluno nota 2 e entregar 7 ou 8. Provavelmente você dirá que quem se dará bem no futuro são as que podem investir. Não é só dinheiro. É também agilidade. Hoje você é reconhecido com os indicadores do MEC. Mas o próprio MEC é dono das universidades públicas. Então ele coloca peso muito grande em mestre, doutor, tempo integral, pesquisa, coisas que não representam necessariamente agregar mais valor para o aluno. A Anima tem feito isso. Mensuramos como os alunos se saem nas dinâmicas de grupo feitas por empresas de talentos. O plano de carreira ainda hoje em diversas universidades só favorece tempo de casa e titulação. Eram bons indicadores quando a universidade só repassava conteúdo: quanto mais titulação o professor tem, mais conteúdo tem para passar. Quando chegará esse futuro? Veja as cotas das universidades públicas: quando se tem 10% ou 20% em "cotas", vem na curva normal. Mas com 50% vindo de escola pública de maneira forçada, alunos que iriam entrar na pública não entram mais. Para onde vão? Para as melhores privadas. Não para as UniEsquinas. Aí há uma melhora porque vai ter um aluno mais bem preparado nas instituições melhores dentre as de massa, o que vai fazer com que se aproximem das públicas. Por outro lado vai entrar aluno pior nas públicas. Aí as públicas terão de fazer o que a gente faz: ensinar matemática, regra de três. E elas não estão preparadas para isso. As públicas se deteriorarão mais rápido. O que houve na quebra do negócio com a Whitney [que venderia instituições à Anima]? Quando veio a primeira mudança do Fies, as ações caíram. Mas continuou sendo um negócio interessante. Depois, a economia fez nossa previsão de crescimento mudar. Do lado da Whitney, o dólar afetou, porque, quando assinamos o acordo, estava em R$ 2,64. Os dois lados sofreram e isso facilitou o distrato. Se continuasse bom para um lado e ruim para o outro, seria difícil. Quem sabe lá na frente.
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Advogado de Cunha diz que excesso compromete delações
A grande quantidade de delações na Operação Lava Jato –o número de colaboradores passa de 150– começa a incomodar até mesmo advogados que já participaram de várias delas. Eles acreditam que o uso indiscriminado pode comprometer o instrumento. FALÊNCIA Marlus Arns de Oliveira, que advoga para o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e já participou de acordos de delação de executivos da Camargo Corrêa, por exemplo, acredita que está "havendo um excesso de colaborações". E diz: "A utilização da delação premiada em larga escala pode causar a falência do próprio instituto". TUDO A DECLARAR Ele desmente a informação de que não fará mais acordos de delação: "Cada caso é um caso e precisa ser analisado com cautela". Pondera, no entanto, que o uso da colaboração deve ser bem estudado pelo investigador e pelo investigado. "Se o colaborador não usar adequadamente o instituto, corre o risco de perder o acordo. Ele é obrigado a falar tudo." EM SILÊNCIO Volta e meia surgem rumores de que o próprio Cunha quer fazer delação. Marlus diz que nada foi aventado no processo em que ele atua. O ex-deputado tem outros advogados em diferentes investigações. RASCUNHO Antonio Palocci já rabisca a delação premiada que pretende fazer com a Operação Lava Jato. A ideia é não abrir todo o jogo logo de cara para os investigadores, falando de situações sem entregar todos os santos, ou seja, usando codinomes e não os nomes reais até que as negociações avancem. BOMBA As conversas de Palocci são feitas também com o advogado Tracy Joseph Reinaldet, sócio de Adriano Bretas, que foi recém-contratado para encaminhar o acordo de colaboração do petista. A delação do ex-ministro deve ser a mais explosiva já feita por um único réu da Lava Jato. CONEXÃO INTERNACIONAL A cantora Anitta e o colombiano Maluma se apresentaram juntos no domingo (30). A atriz Larissa Manoela e a empresária Marina Morena estiveram na plateia do Espaço das Américas, na Barra Funda. Marco Tobal, dono do espaço, e a consultora financeira Maya Riachi também passaram por lá. PECHINCHA A empresária Rosangela Lyra está organizando mais um Bazar da Mudança, em que mulheres colocam à disposição produtos de alto luxo que não usam mais. Uma bolsa Chanel, por exemplo, que custa R$ 12 mil, pode sair por R$ 2.900. Um sapato Gucci de R$ 3 mil poderá ser comprado por R$ R$ 550. E um óculos Dior de R$ 2 mil será vendido por R$ 400. PECHINCHA 2 Ela diz que aumentou neste ano o número de pessoas que disponibilizaram produtos para a venda. Afirma, no entanto, que o rigor continua o mesmo: as peças têm que ser impecáveis. O evento será no dia 12, no hotel Unique. JUNTAS Uma das atrizes que se engajaram na campanha #ChegaDeAssédio, criada depois da denúncia contra o ator José Mayer, Bruna Marquezine se diz feminista, "cada vez mais". "A gente cresce numa sociedade machista, mas as mulheres estão se unindo, ganhando voz. Isso vai continuar", afirma. CALMA AÍ O humorista Paulo Gustavo afirma que pretende ter filhos com o marido Thales Bretas, mas que ainda não iniciou os processos de adoção ou de inseminação artificial, como foi noticiado pela revista "GQ". "Queremos ficar juntos para toda a vida e ter dois filhos, mas é um plano, ainda não oficializamos nada". VETERANA DO SHOW A instrumentista Badi Assad comemorou seus 25 anos de carreira em um show com a cantora Liniker e o instrumentista Rui Barossi na sexta (28). O estilista Marco Barboza e o bailarino Eduardo Fraga estiveram na plateia da apresentação, no Sesc Vila Mariana. CURTO-CIRCUITO O ex-presidente do Cade Vinicius Carvalho e Francisco Schertel Mendes lançam amanhã o livro "Compliance: Concorrência e Combate à Corrupção". Às 18h30, na Livraria Cultura do shopping Iguatemi. O ex-jogador Evair autografa nesta terça (2) sua biografia na Academia Store do shopping Pátio Paulista. Às 19h. O violonista Paulo Martelli lança seu novo disco nesta terça (2) no MuBE, às 21h. A peça "Senhor das Moscas" estreia nesta terça (2), às 20h, no Teatro do Sesi. Marcelo Jeneci faz show nesta terça (2) no Teatro Porto Seguro. Às 21h. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
colunas
Advogado de Cunha diz que excesso compromete delaçõesA grande quantidade de delações na Operação Lava Jato –o número de colaboradores passa de 150– começa a incomodar até mesmo advogados que já participaram de várias delas. Eles acreditam que o uso indiscriminado pode comprometer o instrumento. FALÊNCIA Marlus Arns de Oliveira, que advoga para o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e já participou de acordos de delação de executivos da Camargo Corrêa, por exemplo, acredita que está "havendo um excesso de colaborações". E diz: "A utilização da delação premiada em larga escala pode causar a falência do próprio instituto". TUDO A DECLARAR Ele desmente a informação de que não fará mais acordos de delação: "Cada caso é um caso e precisa ser analisado com cautela". Pondera, no entanto, que o uso da colaboração deve ser bem estudado pelo investigador e pelo investigado. "Se o colaborador não usar adequadamente o instituto, corre o risco de perder o acordo. Ele é obrigado a falar tudo." EM SILÊNCIO Volta e meia surgem rumores de que o próprio Cunha quer fazer delação. Marlus diz que nada foi aventado no processo em que ele atua. O ex-deputado tem outros advogados em diferentes investigações. RASCUNHO Antonio Palocci já rabisca a delação premiada que pretende fazer com a Operação Lava Jato. A ideia é não abrir todo o jogo logo de cara para os investigadores, falando de situações sem entregar todos os santos, ou seja, usando codinomes e não os nomes reais até que as negociações avancem. BOMBA As conversas de Palocci são feitas também com o advogado Tracy Joseph Reinaldet, sócio de Adriano Bretas, que foi recém-contratado para encaminhar o acordo de colaboração do petista. A delação do ex-ministro deve ser a mais explosiva já feita por um único réu da Lava Jato. CONEXÃO INTERNACIONAL A cantora Anitta e o colombiano Maluma se apresentaram juntos no domingo (30). A atriz Larissa Manoela e a empresária Marina Morena estiveram na plateia do Espaço das Américas, na Barra Funda. Marco Tobal, dono do espaço, e a consultora financeira Maya Riachi também passaram por lá. PECHINCHA A empresária Rosangela Lyra está organizando mais um Bazar da Mudança, em que mulheres colocam à disposição produtos de alto luxo que não usam mais. Uma bolsa Chanel, por exemplo, que custa R$ 12 mil, pode sair por R$ 2.900. Um sapato Gucci de R$ 3 mil poderá ser comprado por R$ R$ 550. E um óculos Dior de R$ 2 mil será vendido por R$ 400. PECHINCHA 2 Ela diz que aumentou neste ano o número de pessoas que disponibilizaram produtos para a venda. Afirma, no entanto, que o rigor continua o mesmo: as peças têm que ser impecáveis. O evento será no dia 12, no hotel Unique. JUNTAS Uma das atrizes que se engajaram na campanha #ChegaDeAssédio, criada depois da denúncia contra o ator José Mayer, Bruna Marquezine se diz feminista, "cada vez mais". "A gente cresce numa sociedade machista, mas as mulheres estão se unindo, ganhando voz. Isso vai continuar", afirma. CALMA AÍ O humorista Paulo Gustavo afirma que pretende ter filhos com o marido Thales Bretas, mas que ainda não iniciou os processos de adoção ou de inseminação artificial, como foi noticiado pela revista "GQ". "Queremos ficar juntos para toda a vida e ter dois filhos, mas é um plano, ainda não oficializamos nada". VETERANA DO SHOW A instrumentista Badi Assad comemorou seus 25 anos de carreira em um show com a cantora Liniker e o instrumentista Rui Barossi na sexta (28). O estilista Marco Barboza e o bailarino Eduardo Fraga estiveram na plateia da apresentação, no Sesc Vila Mariana. CURTO-CIRCUITO O ex-presidente do Cade Vinicius Carvalho e Francisco Schertel Mendes lançam amanhã o livro "Compliance: Concorrência e Combate à Corrupção". Às 18h30, na Livraria Cultura do shopping Iguatemi. O ex-jogador Evair autografa nesta terça (2) sua biografia na Academia Store do shopping Pátio Paulista. Às 19h. O violonista Paulo Martelli lança seu novo disco nesta terça (2) no MuBE, às 21h. A peça "Senhor das Moscas" estreia nesta terça (2), às 20h, no Teatro do Sesi. Marcelo Jeneci faz show nesta terça (2) no Teatro Porto Seguro. Às 21h. com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e BRUNO FÁVERO
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Pedido de novo plebiscito por Escócia independente divide separatistas
A líder escocesa Nicola Sturgeon pediu ao Reino Unido na sexta (31) que autorize um novo plebiscito pela independência da Escócia, após a derrota da mesma consulta em 2014. Ela calculou que, insatisfeita com o "brexit", a saída britânica da União Europeia, a população vai desta vez votar por sua separação. Pode ter se equivocado. Líderes de movimentos separatistas ouvidos pela Folha na capital escocesa, Edimburgo, disseram que o gesto de Sturgeon veio cedo demais e causou ansiedade. "Não temos chances de ganhar agora", diz Colin Fox, um líder do Partido Socialista Escocês. Fox foi do conselho da campanha pelo "sim" há três anos, derrotada por 55% dos votos. "Nos perguntamos qual será a consequência de outra derrota." EUROCETICISMO Sturgeon pediu autorização ao plebiscito em uma carta à premiê britânica, Theresa May, dois dias após Londres iniciar o "brexit". Ela precisa do aval para seguir adiante com a consulta, prevista para entre 2018 e 2019. Não há prazo para resposta. O governo britânico já sinalizou que, como hoje sua prioridade é o "brexit", não aceitará o pedido. A escocesa alertou que buscará alternativas caso seja impedida. Sturgeon vincula a repetição do plebiscito a divergências quanto ao "brexit". Enquanto 52% do Reino Unido votou por deixar a UE, a população escocesa preferia permanecer, com 62% dos votos -e foi derrotada. O que a escocesa parece não ter levado em conta, diz Fox, é que "o ceticismo em relação à União Europeia é profundo na Escócia". "Ninguém aqui estava com cartazes pró-UE durante o plebiscito do 'brexit'", diz. "Votamos para ficar no bloco como o menor dos males." Pesquisa do centro NatCen realizada entre julho e dezembro de 2016 mostra que o "euroceticismo" escocês cresceu de 40%, em 1999, a 67%. O argumento de que o "brexit" é o suficiente para a independência, portanto, não deve convencer eleitores. John Curtice, especialistas britânico em estatística, chegou à mesma conclusão. Ele publicou um estudo nesta semana sugerindo que, apesar de ter votado para ficar na UE, os escoceses concordam com as razões que levaram britânicos a votar pela saída. Coincidem, por exemplo, no controle à migração. "Se basear a sua estratégia no 'brexit' e na permanência na UE, é improvável que Sturgeon consiga progresso em sua campanha", diz Curtice. Ele sugere que o argumento mais convincente será a economia -demonstrar que será melhor ao país. Essa é uma das metas da associação Negócios pela Escócia, que começou a arrecadar fundos para a nova campanha pela independência. "Não sou um grande fã da União Europeia, mas é insano o Reino Unido deixar seu maior parceiro comercial", afirma Adam David, proprietário de uma loja de móveis. Apesar do seu ceticismo quanto à UE, ele apoia a repetição do plebiscito e o pedido pela adesão da Escócia ao bloco econômico como um país independente -um processo que levaria anos. "Meus móveis são dinamarqueses", explica. "Aperto um botão e recebo as peças dois dias depois. Quando sairmos da UE, vai haver burocracias e barreiras." Diante dos argumentos correntes, outro separatista, Allan Armstrong, lamenta: "Essa campanha já está começando a se parecer com a de 2014". Ele representa a Campanha Radical da Independência, de esquerda. O separatismo, afirma, é resultado do retrocesso da social-democracia no Reino Unido e da sensação de que um Império Britânico já não faz mais sentido. A Escócia, diz, tem o direito de determinar seu próprio futuro. Mas os escoceses tampouco deveriam se agarrar ao argumento nacionalista de que, por serem diferentes, precisam se separar, diz. "É mais do que vestirmos kilt, bebermos uísque e tocarmos a gaita de fole", afirma. "É sobre nosso sistema de saúde e nossos empregos. É uma questão social."
mundo
Pedido de novo plebiscito por Escócia independente divide separatistasA líder escocesa Nicola Sturgeon pediu ao Reino Unido na sexta (31) que autorize um novo plebiscito pela independência da Escócia, após a derrota da mesma consulta em 2014. Ela calculou que, insatisfeita com o "brexit", a saída britânica da União Europeia, a população vai desta vez votar por sua separação. Pode ter se equivocado. Líderes de movimentos separatistas ouvidos pela Folha na capital escocesa, Edimburgo, disseram que o gesto de Sturgeon veio cedo demais e causou ansiedade. "Não temos chances de ganhar agora", diz Colin Fox, um líder do Partido Socialista Escocês. Fox foi do conselho da campanha pelo "sim" há três anos, derrotada por 55% dos votos. "Nos perguntamos qual será a consequência de outra derrota." EUROCETICISMO Sturgeon pediu autorização ao plebiscito em uma carta à premiê britânica, Theresa May, dois dias após Londres iniciar o "brexit". Ela precisa do aval para seguir adiante com a consulta, prevista para entre 2018 e 2019. Não há prazo para resposta. O governo britânico já sinalizou que, como hoje sua prioridade é o "brexit", não aceitará o pedido. A escocesa alertou que buscará alternativas caso seja impedida. Sturgeon vincula a repetição do plebiscito a divergências quanto ao "brexit". Enquanto 52% do Reino Unido votou por deixar a UE, a população escocesa preferia permanecer, com 62% dos votos -e foi derrotada. O que a escocesa parece não ter levado em conta, diz Fox, é que "o ceticismo em relação à União Europeia é profundo na Escócia". "Ninguém aqui estava com cartazes pró-UE durante o plebiscito do 'brexit'", diz. "Votamos para ficar no bloco como o menor dos males." Pesquisa do centro NatCen realizada entre julho e dezembro de 2016 mostra que o "euroceticismo" escocês cresceu de 40%, em 1999, a 67%. O argumento de que o "brexit" é o suficiente para a independência, portanto, não deve convencer eleitores. John Curtice, especialistas britânico em estatística, chegou à mesma conclusão. Ele publicou um estudo nesta semana sugerindo que, apesar de ter votado para ficar na UE, os escoceses concordam com as razões que levaram britânicos a votar pela saída. Coincidem, por exemplo, no controle à migração. "Se basear a sua estratégia no 'brexit' e na permanência na UE, é improvável que Sturgeon consiga progresso em sua campanha", diz Curtice. Ele sugere que o argumento mais convincente será a economia -demonstrar que será melhor ao país. Essa é uma das metas da associação Negócios pela Escócia, que começou a arrecadar fundos para a nova campanha pela independência. "Não sou um grande fã da União Europeia, mas é insano o Reino Unido deixar seu maior parceiro comercial", afirma Adam David, proprietário de uma loja de móveis. Apesar do seu ceticismo quanto à UE, ele apoia a repetição do plebiscito e o pedido pela adesão da Escócia ao bloco econômico como um país independente -um processo que levaria anos. "Meus móveis são dinamarqueses", explica. "Aperto um botão e recebo as peças dois dias depois. Quando sairmos da UE, vai haver burocracias e barreiras." Diante dos argumentos correntes, outro separatista, Allan Armstrong, lamenta: "Essa campanha já está começando a se parecer com a de 2014". Ele representa a Campanha Radical da Independência, de esquerda. O separatismo, afirma, é resultado do retrocesso da social-democracia no Reino Unido e da sensação de que um Império Britânico já não faz mais sentido. A Escócia, diz, tem o direito de determinar seu próprio futuro. Mas os escoceses tampouco deveriam se agarrar ao argumento nacionalista de que, por serem diferentes, precisam se separar, diz. "É mais do que vestirmos kilt, bebermos uísque e tocarmos a gaita de fole", afirma. "É sobre nosso sistema de saúde e nossos empregos. É uma questão social."
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Detran dá bronca em celebridades por infrações e ouve de desculpa a ataque
Em décadas passadas, Roberto Carlos acelerou seu carro a "120... 150... 200 km por hora", barbarizando também nas estradas de Santos, para fugir da tristeza de seu coração partido. Para o seu próprio bem, caso continue a ter esse hábito, o cantor não deve postar fotos ou vídeos sobre isso na internet. Esse e outros tipos de infrações (menos românticas) de trânsito cometidas por celebridades entraram na mira do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), que agora tem utilizado as redes sociais para adverti-las com bom humor. "E o cinto da Mara, onde é que ele tá? Se tá sem cinto tem que colocar! E debaixo do braço, pode colocar? Não, não, Mara, não pode não", publicou o Detran de São Paulo em julho de 2016, compartilhando uma foto em que a apresentadora Mara Maravilha aparece, ao lado de Mr. Catra, com o cinto colocado incorretamente. Devido à presença do cantor, a equipe de comunicação do órgão tentou emular um funk na advertência. - Recado do Detran: "E o cinto da Mara, onde é que ele tá? E o cinto da Mara, onde é que ele tá? Se tá sem cinto, tem que colocar! Se tá sem cinto, tem que colocar! E debaixo do braço, pode colocar? E debaixo do braço, pode colocar? Não, não, Mara, não pode não! Não, não, Mara, não pode não! PS: imagens de TV não servem para aplicar multa, como já explicamos, mas fica nosso alerta pra ninguém descuidar dos itens de segurança, maravilha? Vai que o Mr. Catra dá uma freada brusca!" Infração: Uso incorreto do cinto de segurança (grave) Multa: R$ 195,23 Pontos na carteira: 5 - "O Detran tem intensificado ações de educação para o trânsito. Queremos conscientizar as pessoas e reduzir acidentes e mortes", diz Maxwell Vieira, diretor-presidente do Detran de São Paulo. "Dentro das ações nas redes sociais, fazemos esse acompanhamento quando percebemos alguma ação em que o motorista está desrespeitando as leis de trânsito, anônimos ou celebridades. No caso das celebridades, é a forma que encontramos de ter maior alcance", completa. Alguns dos atingidos pelas reprimendas elogiaram a vigilância do Detran. "Pode puxar a orelha, eu estava errada, então acho superválido. Não que seja uma desculpa, mas ali eu deixei o cinto daquele jeito para escapar do Catra caso acontecesse qualquer coisa", afirma à Folha a apresentadora Mara Maravilha, 49, brincando com a fama de galanteador do acompanhante. "Estava participando de um programa e quis inventar moda, mas não pode. A ação de conscientização é muito importante", diz. A apresentadora Patricia Abravanel, filha de Silvio Santos, recebeu no início do mês a mesma lição que Mara: o cinto tem que ser colocado sobre o torso para evitar projeções bruscas do corpo. A bronca foi por meio de bordões do pai: "O Detran fala ou não fala?". "Gostei do puxão de orelha. Para o cinto não ficar pegando no pescoço, tenho mania de colocar embaixo do ombro. Não sabia que não podia. Achei ótimo, porque agora não vou fazer mais", respondeu Patricia à reportagem. - Recado do Detran: "Posso falar?! O Detran.SP fala ou não fala?! Patricia Abravanel: como diria seu pai 'quem tem... teeem!' E a gente tem certeza de que o Silvio não vai gostar nada nada de ver você e sua super convidada Wanessa Camargo com o cinto de segurança embaixo do braço. É um perigo só... O dispositivo tem esse 'design' por uma razão: proteger o tronco dos ocupantes do veículo em caso de impacto, evitando projeções bruscas pra frente e consequentes fraturas. Por isso ele precisa estar bem preso no ombro e na cintura, sem folgas. Debaixo do braço nunca, tá?" Infração: Uso incorreto do cinto de segurança (grave) Multa: R$ 195,23 Pontos na carteira: 5 - As ações do Detran têm entregado números significativos: as postagens atingiram mais de 1 milhão de pessoas, com mais de 100 mil reações (como curtidas, comentários e compartilhamentos). "Queremos chamar a atenção para a mudança de comportamento. 94% dos acidentes no Estado são decorrentes de falha humana", diz Vieira. Nem todos os famosos que receberam as broncas, porém, foram receptivos. Em agosto de 2016, o Detran compartilhou um vídeo que mostrava Luana Piovani no carro, cantando com seus filhos. Nele, a atriz aparece sem cinto e as crianças estão no colo, e não em cadeirinhas. O órgão ouviu resposta dura. "Dá um Google, Detran, coloca ali 'corrupção no Detran' e vê a quantidade de matérias que saem. Vocês deveriam estar preocupados em cuidar do vosso rabo, porque do meu rabo eu cuido muito, muito bem", disse Piovani em vídeo. - Recado do Detran: "A Luana Piovani postou o vídeo abaixo comemorando o aniversário no carro com seus filhos. E olha só o resultado: um monte de gente começou a puxar a orelha dela. E por quê? Simples e importantíssimo: as crianças não podem nunca ser transportadas no colo (exceto em táxis, ok?). Pra isso existem as cadeirinhas. Pros maiorzinhos (acima de 7 anos e meio), como ela, cinto de segurança, sempre, em qualquer um dos bancos do veículo. Copiou, Luana Piovani? Segurança é indispensável" Infração: Criança no carro sem cadeirinha (gravíssima) Multa: R$ 293,47 Pontos na carteira: 7 - "Ela foi a única que se estressou um pouquinho. A campanha não é para colocar as pessoas em situações constrangedoras, mas é uma forma de brincadeira para chamar a atenção", diz o diretor-presidente do Detran. A Folha procurou a assessoria de imprensa da atriz, que não respondeu se ela gostaria de se pronunciar. Em fevereiro, o prefeito João Doria (PSDB) apareceu sem cinto de segurança enquanto gravava um vídeo. O Detran, ligado à gestão Geraldo Alckmin (PSDB), diz que não brincou porque não viu o material, e que não tem restrições em relação aos alvos. À época, a prefeitura disse que Doria estava com o cinto, mas afastado do corpo para poder fazer a gravação. Ainda que tenham sido pegas no flagra nas infrações, as celebridades não podem ser multadas. A legislação de trânsito estabelece que a autuação só pode ser feita com o flagrante por um agente de trânsito, no local da infração, ou por radares. Outros cutucados foram Angélica, Isis Valverde, Mariana Weickert, MC Biel e Anitta, que foram procurados e não se pronunciaram até o fechamento desta edição. - Recado do Detran: "Rainha Anitta, fala pro amigo Johnny (e pra sua legião de fãs) que quem tá dirigindo precisa dar uma paradinha AAAA pra usar o celular, tá bom?" Infração: Manusear celular enquanto dirige (gravíssima) Multa: R$ 293,47 Pontos na carteira: 7 - Recado do Detran: "É fã da Angélica? Conta pra ela, urgente, que falar ao telefone enquanto dirige diminui a atenção e a falta de atenção pode causar um baita acidente. Quem sabe na próxima, a pedido dos fãs, ela não vá de táxi?" Infração: Falar ao celular enquanto dirige (gravíssima) Multa: R$ 293,47 Pontos na carteira: 7 - Recado do Detran: "Mariana Weickert, sua linda: você que é modelo internacional de beleza também podia ser modelo de responsa no trânsito, né? Andar de moto sem capacete NUNCA mais, ok? Nem em 'A Liga' na Band nem em lugar nenhum" Infração: Andar de moto sem capacete (gravíssima) Multa: R$ 293,47 e suspensão do direito de dirigir
cotidiano
Detran dá bronca em celebridades por infrações e ouve de desculpa a ataqueEm décadas passadas, Roberto Carlos acelerou seu carro a "120... 150... 200 km por hora", barbarizando também nas estradas de Santos, para fugir da tristeza de seu coração partido. Para o seu próprio bem, caso continue a ter esse hábito, o cantor não deve postar fotos ou vídeos sobre isso na internet. Esse e outros tipos de infrações (menos românticas) de trânsito cometidas por celebridades entraram na mira do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), que agora tem utilizado as redes sociais para adverti-las com bom humor. "E o cinto da Mara, onde é que ele tá? Se tá sem cinto tem que colocar! E debaixo do braço, pode colocar? Não, não, Mara, não pode não", publicou o Detran de São Paulo em julho de 2016, compartilhando uma foto em que a apresentadora Mara Maravilha aparece, ao lado de Mr. Catra, com o cinto colocado incorretamente. Devido à presença do cantor, a equipe de comunicação do órgão tentou emular um funk na advertência. - Recado do Detran: "E o cinto da Mara, onde é que ele tá? E o cinto da Mara, onde é que ele tá? Se tá sem cinto, tem que colocar! Se tá sem cinto, tem que colocar! E debaixo do braço, pode colocar? E debaixo do braço, pode colocar? Não, não, Mara, não pode não! Não, não, Mara, não pode não! PS: imagens de TV não servem para aplicar multa, como já explicamos, mas fica nosso alerta pra ninguém descuidar dos itens de segurança, maravilha? Vai que o Mr. Catra dá uma freada brusca!" Infração: Uso incorreto do cinto de segurança (grave) Multa: R$ 195,23 Pontos na carteira: 5 - "O Detran tem intensificado ações de educação para o trânsito. Queremos conscientizar as pessoas e reduzir acidentes e mortes", diz Maxwell Vieira, diretor-presidente do Detran de São Paulo. "Dentro das ações nas redes sociais, fazemos esse acompanhamento quando percebemos alguma ação em que o motorista está desrespeitando as leis de trânsito, anônimos ou celebridades. No caso das celebridades, é a forma que encontramos de ter maior alcance", completa. Alguns dos atingidos pelas reprimendas elogiaram a vigilância do Detran. "Pode puxar a orelha, eu estava errada, então acho superválido. Não que seja uma desculpa, mas ali eu deixei o cinto daquele jeito para escapar do Catra caso acontecesse qualquer coisa", afirma à Folha a apresentadora Mara Maravilha, 49, brincando com a fama de galanteador do acompanhante. "Estava participando de um programa e quis inventar moda, mas não pode. A ação de conscientização é muito importante", diz. A apresentadora Patricia Abravanel, filha de Silvio Santos, recebeu no início do mês a mesma lição que Mara: o cinto tem que ser colocado sobre o torso para evitar projeções bruscas do corpo. A bronca foi por meio de bordões do pai: "O Detran fala ou não fala?". "Gostei do puxão de orelha. Para o cinto não ficar pegando no pescoço, tenho mania de colocar embaixo do ombro. Não sabia que não podia. Achei ótimo, porque agora não vou fazer mais", respondeu Patricia à reportagem. - Recado do Detran: "Posso falar?! O Detran.SP fala ou não fala?! Patricia Abravanel: como diria seu pai 'quem tem... teeem!' E a gente tem certeza de que o Silvio não vai gostar nada nada de ver você e sua super convidada Wanessa Camargo com o cinto de segurança embaixo do braço. É um perigo só... O dispositivo tem esse 'design' por uma razão: proteger o tronco dos ocupantes do veículo em caso de impacto, evitando projeções bruscas pra frente e consequentes fraturas. Por isso ele precisa estar bem preso no ombro e na cintura, sem folgas. Debaixo do braço nunca, tá?" Infração: Uso incorreto do cinto de segurança (grave) Multa: R$ 195,23 Pontos na carteira: 5 - As ações do Detran têm entregado números significativos: as postagens atingiram mais de 1 milhão de pessoas, com mais de 100 mil reações (como curtidas, comentários e compartilhamentos). "Queremos chamar a atenção para a mudança de comportamento. 94% dos acidentes no Estado são decorrentes de falha humana", diz Vieira. Nem todos os famosos que receberam as broncas, porém, foram receptivos. Em agosto de 2016, o Detran compartilhou um vídeo que mostrava Luana Piovani no carro, cantando com seus filhos. Nele, a atriz aparece sem cinto e as crianças estão no colo, e não em cadeirinhas. O órgão ouviu resposta dura. "Dá um Google, Detran, coloca ali 'corrupção no Detran' e vê a quantidade de matérias que saem. Vocês deveriam estar preocupados em cuidar do vosso rabo, porque do meu rabo eu cuido muito, muito bem", disse Piovani em vídeo. - Recado do Detran: "A Luana Piovani postou o vídeo abaixo comemorando o aniversário no carro com seus filhos. E olha só o resultado: um monte de gente começou a puxar a orelha dela. E por quê? Simples e importantíssimo: as crianças não podem nunca ser transportadas no colo (exceto em táxis, ok?). Pra isso existem as cadeirinhas. Pros maiorzinhos (acima de 7 anos e meio), como ela, cinto de segurança, sempre, em qualquer um dos bancos do veículo. Copiou, Luana Piovani? Segurança é indispensável" Infração: Criança no carro sem cadeirinha (gravíssima) Multa: R$ 293,47 Pontos na carteira: 7 - "Ela foi a única que se estressou um pouquinho. A campanha não é para colocar as pessoas em situações constrangedoras, mas é uma forma de brincadeira para chamar a atenção", diz o diretor-presidente do Detran. A Folha procurou a assessoria de imprensa da atriz, que não respondeu se ela gostaria de se pronunciar. Em fevereiro, o prefeito João Doria (PSDB) apareceu sem cinto de segurança enquanto gravava um vídeo. O Detran, ligado à gestão Geraldo Alckmin (PSDB), diz que não brincou porque não viu o material, e que não tem restrições em relação aos alvos. À época, a prefeitura disse que Doria estava com o cinto, mas afastado do corpo para poder fazer a gravação. Ainda que tenham sido pegas no flagra nas infrações, as celebridades não podem ser multadas. A legislação de trânsito estabelece que a autuação só pode ser feita com o flagrante por um agente de trânsito, no local da infração, ou por radares. Outros cutucados foram Angélica, Isis Valverde, Mariana Weickert, MC Biel e Anitta, que foram procurados e não se pronunciaram até o fechamento desta edição. - Recado do Detran: "Rainha Anitta, fala pro amigo Johnny (e pra sua legião de fãs) que quem tá dirigindo precisa dar uma paradinha AAAA pra usar o celular, tá bom?" Infração: Manusear celular enquanto dirige (gravíssima) Multa: R$ 293,47 Pontos na carteira: 7 - Recado do Detran: "É fã da Angélica? Conta pra ela, urgente, que falar ao telefone enquanto dirige diminui a atenção e a falta de atenção pode causar um baita acidente. Quem sabe na próxima, a pedido dos fãs, ela não vá de táxi?" Infração: Falar ao celular enquanto dirige (gravíssima) Multa: R$ 293,47 Pontos na carteira: 7 - Recado do Detran: "Mariana Weickert, sua linda: você que é modelo internacional de beleza também podia ser modelo de responsa no trânsito, né? Andar de moto sem capacete NUNCA mais, ok? Nem em 'A Liga' na Band nem em lugar nenhum" Infração: Andar de moto sem capacete (gravíssima) Multa: R$ 293,47 e suspensão do direito de dirigir
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Educação órfã
Em condições normais, dificilmente suscitaria polêmica o texto "A sociedade órfã", de José Renato Nalini. Concorde-se ou não com o conceito ultraliberal de Estado desenvolvido pelo ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, seria apenas uma opinião a mais no mercado das ideias. Nalini, no entanto, encerrou sua carreira de magistrado e passou a ocupar o cargo vital de secretário estadual da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Vital porque um ensino de qualidade é condição necessária para o Brasil galgar os vários degraus que o separam das nações desenvolvidas. Além disso, não custa lembrar que o antecessor de Nalini deixou a pasta depois de uma desastrada tentativa de reorganizar as vagas nas escolas. Causa espanto, assim, que o secretário tenha omitido a própria educação entre aquelas que considera missões elementares do poder público. No rol de Nalini apareceram, "como emblemáticas", somente a Justiça e a segurança. Em primeiro lugar, o autor cometeu um erro tático. Como secretário, deveria atribuir importância à função que lhe foi confiada, e não diminuí-la. Não estranha, assim, que sua manifestação tenha recebido forte crítica de educadores. Em segundo lugar, e nisto reside o mais relevante, Nalini aparenta discordar da Constituição quando esta, em seu artigo 6º, elenca a educação como o primeiro de uma série de direitos sociais –entre os quais também está a segurança. Ou, no 205, ao explicitar que a educação é dever do Estado. Não há problema quando o cidadão José Renato Nalini afirma que "a população se acostumou a reivindicar [...] tudo aquilo que antigamente era fruto do trabalho, do esforço". No cargo que ocupa, todavia, a declaração sugere que os contribuintes dependentes do ensino oficial não se empenham o bastante. Talvez seja essa a visão imperante no governo de Geraldo Alckmin. Mesmo um Estado mínimo, no entanto, precisa favorecer a igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos –e, quando se minimiza o ensino público, é a própria República que se apequena. editoriais@grupofolha.com.br
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Educação órfãEm condições normais, dificilmente suscitaria polêmica o texto "A sociedade órfã", de José Renato Nalini. Concorde-se ou não com o conceito ultraliberal de Estado desenvolvido pelo ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, seria apenas uma opinião a mais no mercado das ideias. Nalini, no entanto, encerrou sua carreira de magistrado e passou a ocupar o cargo vital de secretário estadual da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Vital porque um ensino de qualidade é condição necessária para o Brasil galgar os vários degraus que o separam das nações desenvolvidas. Além disso, não custa lembrar que o antecessor de Nalini deixou a pasta depois de uma desastrada tentativa de reorganizar as vagas nas escolas. Causa espanto, assim, que o secretário tenha omitido a própria educação entre aquelas que considera missões elementares do poder público. No rol de Nalini apareceram, "como emblemáticas", somente a Justiça e a segurança. Em primeiro lugar, o autor cometeu um erro tático. Como secretário, deveria atribuir importância à função que lhe foi confiada, e não diminuí-la. Não estranha, assim, que sua manifestação tenha recebido forte crítica de educadores. Em segundo lugar, e nisto reside o mais relevante, Nalini aparenta discordar da Constituição quando esta, em seu artigo 6º, elenca a educação como o primeiro de uma série de direitos sociais –entre os quais também está a segurança. Ou, no 205, ao explicitar que a educação é dever do Estado. Não há problema quando o cidadão José Renato Nalini afirma que "a população se acostumou a reivindicar [...] tudo aquilo que antigamente era fruto do trabalho, do esforço". No cargo que ocupa, todavia, a declaração sugere que os contribuintes dependentes do ensino oficial não se empenham o bastante. Talvez seja essa a visão imperante no governo de Geraldo Alckmin. Mesmo um Estado mínimo, no entanto, precisa favorecer a igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos –e, quando se minimiza o ensino público, é a própria República que se apequena. editoriais@grupofolha.com.br
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Hypólito reclama de dores e pode não estar em finais da Copa de Ginástica
O brasileiro Diego Hypólito reclamou de dores na coluna após a disputa da fase eliminatória da etapa de São Paulo da Copa do Mundo de ginástica artística, nesta sexta (1º), e apesar de ter conquistado a vaga nas finais de salto e solo, não garantiu sua participação na disputa por medalhas. "Não sei como vai ser amanhã [sábado]. Se eu estiver com muita dor vou ter que desistir da final de salto. Eu quero muito competir, mas se eu estiver com esse grau de dor não vou conseguir", disse o ginasta, que passou para a fase decisiva nesta prova com a sexta melhor nota (14,375). A disputa será no sábado à tarde. Diego também não confirmou sua participação na final do solo –ele passou para a decisão com a segunda melhor nota (15,200)–, cuja final será disputada apenas no domingo (3). "Vamos passo a passo. Vou ver como eu me sinto amanhã [sábado], e depois vou pensar no domingo", disse o atleta, destacando querer muito continuar participando da etapa paulista da Copa do Mundo. O bicampeão mundial no solo reclamou do excesso de competições que tem feito nesta temporada e afirmou que pedirá à CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) para reduzir o seu rítmo de provas. "Tem tido muitas avaliações [competições de teste]. É Copa do Mundo, depois vai para o Rio, faz quatro avaliações, vem para a Copa do Mundo aqui, vai para avaliação de novo em Portugal", afirmou. "Consigo entender que é importante a seleção ter várias avaliações, mas vou conversar com a comissão técnica para ver se tem necessidade de fazer todas essas avaliações. Já estou me lesionando com esse excesso", completou. Esta é a terceira etapa da Copa do Mundo no ano que Diego disputa. Ele também participou dos torneios de Cottbus, na Alemanha, e de Doha, no Qatar, ambos em março.
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Hypólito reclama de dores e pode não estar em finais da Copa de GinásticaO brasileiro Diego Hypólito reclamou de dores na coluna após a disputa da fase eliminatória da etapa de São Paulo da Copa do Mundo de ginástica artística, nesta sexta (1º), e apesar de ter conquistado a vaga nas finais de salto e solo, não garantiu sua participação na disputa por medalhas. "Não sei como vai ser amanhã [sábado]. Se eu estiver com muita dor vou ter que desistir da final de salto. Eu quero muito competir, mas se eu estiver com esse grau de dor não vou conseguir", disse o ginasta, que passou para a fase decisiva nesta prova com a sexta melhor nota (14,375). A disputa será no sábado à tarde. Diego também não confirmou sua participação na final do solo –ele passou para a decisão com a segunda melhor nota (15,200)–, cuja final será disputada apenas no domingo (3). "Vamos passo a passo. Vou ver como eu me sinto amanhã [sábado], e depois vou pensar no domingo", disse o atleta, destacando querer muito continuar participando da etapa paulista da Copa do Mundo. O bicampeão mundial no solo reclamou do excesso de competições que tem feito nesta temporada e afirmou que pedirá à CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) para reduzir o seu rítmo de provas. "Tem tido muitas avaliações [competições de teste]. É Copa do Mundo, depois vai para o Rio, faz quatro avaliações, vem para a Copa do Mundo aqui, vai para avaliação de novo em Portugal", afirmou. "Consigo entender que é importante a seleção ter várias avaliações, mas vou conversar com a comissão técnica para ver se tem necessidade de fazer todas essas avaliações. Já estou me lesionando com esse excesso", completou. Esta é a terceira etapa da Copa do Mundo no ano que Diego disputa. Ele também participou dos torneios de Cottbus, na Alemanha, e de Doha, no Qatar, ambos em março.
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Renan diz que não foi avisado por ninguém sobre estar na lista de Janot
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (4) que não foi comunicado por nenhuma autoridade sobre estar no rol de 28 pedidos entregues pela Procuradoria-Geral da República ao STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar 54 pessoas envolvidas na operação Lava-Jato. "Não fui comunicado por ninguém e acredito que o Eduardo [Cunha, presidente da Câmara dos Deputados] também não, nem pelo Planalto", afirmou Renan ao chegar ao Senado. Ele prometeu que irá falar novamente sobre o assunto ainda nesta quarta. Durante a tarde, Renan voltou a dizer que não sabe de "absolutamente nada". "Queria dizer, que feliz da democracia que permite o questionamento de seus homens públicos. Questionar homens públicos é uma coisa democrática. O que não pode acontecer é o homem público deixar de ter a resposta convincente de modo que, desde logo é importante dizer que eu não tenho absolutamente nada com isso", disse. O peemedebista afirmou que irá aguardar que seja questionado judicialmente para dar respostas. Citados na Operação Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e Renan devem ter contra si pedido de inquérito pelo Ministério Público. A informação de que teriam sido avisados foi confirmada à Folha por interlocutores do Planalto. Renan nega qualquer envolvimento com o esquema de desvio de recursos da estatal. Aliados do peemedebista acreditam que o governo exerceu influência sobre Janot com o objetivo de enfraquecer o PMDB, partido que comanda as duas casas do Congresso e é o principal aliado do PT. Antes mesmo de a PGR ter enviado a lista de inquéritos para o STF, Renan reagiu atacando o governo e barrando uma das principais medidas do ajuste fiscal proposto pela presidente Dilma Rousseff. O peemedebista determinou a devolução de uma medida provisória que aumentava tributos pagos por empresas de vários setores,apresentada pelo governo ao Congresso no fim da semana passada. Horas depois, Renan criou outro problema para o governo ao adiar para a semana que vem uma sessão conjunta do Congresso convocada para avaliar vetos da presidente e depois apreciar o Orçamento da União para 2015. A retaliação amplia as dificuldades que a presidente tem encontrado para obter apoio no Congresso para as medidas de ajuste, que a sua equipe econômica considera essenciais para equilibrar as finanças do governo e recuperar a capacidade do país de crescer. Os nomes dos políticos surgiram em depoimentos prestados à Justiça por Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que firmaram acordos de delação premiada com a Justiça. A partir do pedido de abertura de inquérito, caberá ao relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki, aceitar ou não o início das investigações sobre Cunha e os demais suspeitos que se encaixam nesta situação. É praxe na corte, no entanto, acatar este tipo de demanda. A aceitação do inquérito não significa culpa. Somente após as investigações e o processo no STF, os acusados serão inocentados ou condenados por eventuais crimes. ACUSAÇÃO A contadora de Alberto Youssef, Meire Poza, afirmou, no ano passado, em depoimento à CPI mista da Petrobras, que o doleiro negociou com Renan Calheiros uma operação financeira de R$ 25 milhões envolvendo o fundo de pensão dos Correios, o Postalis, ligado ao PMDB, para financiar um negócio do doleiro. A contadora afirmou ainda que a negociação nunca se concretizou porque o doleiro foi preso dias depois do encontro com o presidente do Senado. Em nota, Calheiros informou "que nunca esteve, agendou conversas e nunca ouviu falar de Alberto Youssef e de sua contadora".
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Renan diz que não foi avisado por ninguém sobre estar na lista de JanotO presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (4) que não foi comunicado por nenhuma autoridade sobre estar no rol de 28 pedidos entregues pela Procuradoria-Geral da República ao STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar 54 pessoas envolvidas na operação Lava-Jato. "Não fui comunicado por ninguém e acredito que o Eduardo [Cunha, presidente da Câmara dos Deputados] também não, nem pelo Planalto", afirmou Renan ao chegar ao Senado. Ele prometeu que irá falar novamente sobre o assunto ainda nesta quarta. Durante a tarde, Renan voltou a dizer que não sabe de "absolutamente nada". "Queria dizer, que feliz da democracia que permite o questionamento de seus homens públicos. Questionar homens públicos é uma coisa democrática. O que não pode acontecer é o homem público deixar de ter a resposta convincente de modo que, desde logo é importante dizer que eu não tenho absolutamente nada com isso", disse. O peemedebista afirmou que irá aguardar que seja questionado judicialmente para dar respostas. Citados na Operação Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e Renan devem ter contra si pedido de inquérito pelo Ministério Público. A informação de que teriam sido avisados foi confirmada à Folha por interlocutores do Planalto. Renan nega qualquer envolvimento com o esquema de desvio de recursos da estatal. Aliados do peemedebista acreditam que o governo exerceu influência sobre Janot com o objetivo de enfraquecer o PMDB, partido que comanda as duas casas do Congresso e é o principal aliado do PT. Antes mesmo de a PGR ter enviado a lista de inquéritos para o STF, Renan reagiu atacando o governo e barrando uma das principais medidas do ajuste fiscal proposto pela presidente Dilma Rousseff. O peemedebista determinou a devolução de uma medida provisória que aumentava tributos pagos por empresas de vários setores,apresentada pelo governo ao Congresso no fim da semana passada. Horas depois, Renan criou outro problema para o governo ao adiar para a semana que vem uma sessão conjunta do Congresso convocada para avaliar vetos da presidente e depois apreciar o Orçamento da União para 2015. A retaliação amplia as dificuldades que a presidente tem encontrado para obter apoio no Congresso para as medidas de ajuste, que a sua equipe econômica considera essenciais para equilibrar as finanças do governo e recuperar a capacidade do país de crescer. Os nomes dos políticos surgiram em depoimentos prestados à Justiça por Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que firmaram acordos de delação premiada com a Justiça. A partir do pedido de abertura de inquérito, caberá ao relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki, aceitar ou não o início das investigações sobre Cunha e os demais suspeitos que se encaixam nesta situação. É praxe na corte, no entanto, acatar este tipo de demanda. A aceitação do inquérito não significa culpa. Somente após as investigações e o processo no STF, os acusados serão inocentados ou condenados por eventuais crimes. ACUSAÇÃO A contadora de Alberto Youssef, Meire Poza, afirmou, no ano passado, em depoimento à CPI mista da Petrobras, que o doleiro negociou com Renan Calheiros uma operação financeira de R$ 25 milhões envolvendo o fundo de pensão dos Correios, o Postalis, ligado ao PMDB, para financiar um negócio do doleiro. A contadora afirmou ainda que a negociação nunca se concretizou porque o doleiro foi preso dias depois do encontro com o presidente do Senado. Em nota, Calheiros informou "que nunca esteve, agendou conversas e nunca ouviu falar de Alberto Youssef e de sua contadora".
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Quase todos os técnicos da seleção tiveram momentos grandiosos
Escrevi esta coluna antes das muitas partidas de ontem, pelas eliminatórias sul-americanas e europeias. Um leitor, que não gostava de Dunga e que adora Tite e o titês, me lembrou, para ser justo, que a seleção, com Dunga, na vitória sobre a Argentina, também por 3 a 0, na final da Copa América de 2007, quando a Argentina era favorita, usou a mesma estratégia de Tite na quinta-feira, a de bloquear os espaços na intermediária do Brasil e contra-atacar com velocidade. Lembro ainda que o Brasil teve momentos excepcionais com quase todos os treinadores. Felipão saiu aclamado pelo país, após a vitória sobre a Espanha, na final da Copa das Confederações de 2013, também por 3 a 0. Na final da Copa das Confederações de 2005, o Brasil, comandado por Parreira, também deu um banho de bola na Argentina, na vitória por 4 a 1. Os desmemoriados e alguns obcecados pela tecnologia acham que o mundo começou com a internet e que o futebol brasileiro tem duas épocas, antes e depois de Tite. Falta apenas um pouco mais de um ano e meio para a Copa de 2018. Não querendo ser pessimista, mas sendo, será que haverá Copa? Tenho receio por causa do terrorismo- a Rússia é bastante visada- e porque chegou à presidência dos EUA um homem delirante, falastrão, obsessivo, ambicioso, vaidoso, que deseja ficar na história, mesmo se for para cumprir algumas aberrações prometidas na campanha. Pelo que tenho visto das principais seleções da Europa, o Brasil, se continuar com a ótima média de boas atuações, o que é provável, e se a Argentina se classificar e voltar a jogar bem, o que é também provável, as duas têm boas chances de conquistar o Mundial em 2018. Isso sem falar no Uruguai, que tem um time muito competitivo, apesar de ter jogadores comuns no meio-campo e nas laterais. França e Alemanha jogaram na Copa de 2014 com a mesma formação tática atual do Brasil, com um trio no meio-campo, formado por um volante centralizado e mais marcador, e um armador de cada lado, que marcam e atacam. Real Madrid, Barcelona e Bayern, as três melhores equipes do mundo, além da Espanha e de outros times, também atuam dessa forma. Não sei por qual razão França e Alemanha passaram a atuar com dois volantes em linha, três meias e um centroavante. Pogba, que brilhou na Juventus, de uma área à outra, em um trio no meio-campo, como atua o Brasil, tem jogado de volante, ao lado de outro, na França, fora de suas características. O técnico Mourinho, do Manchester United, o escalou várias vezes de meia ofensivo, próximo ao centroavante. Até técnicos famosos da Europa confundem as funções de volante, meio-campista e meia ofensivo, o que é comum no Brasil. Individualmente, o Brasil e todas as seleções mundiais mudaram em relação à Copa de 2014, para melhor ou pior. A seleção brasileira, mesmo em seus piores momentos, sempre teve uma boa geração, apesar de possuir apenas um fora de série do meio para frente. Porém, alguns jogadores têm evoluído. Quando há um bom conjunto, todos crescem. Qualquer que tenha sido a atuação e o resultado de ontem, contra o Peru, há motivos para ficar otimista. Mas não podemos perder o senso crítico e achar que tudo que o excelente Tite fala, mesmo os lugares comuns, e tudo o que ele faz, mesmo as coisas rotineiras, são geniais.
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Quase todos os técnicos da seleção tiveram momentos grandiososEscrevi esta coluna antes das muitas partidas de ontem, pelas eliminatórias sul-americanas e europeias. Um leitor, que não gostava de Dunga e que adora Tite e o titês, me lembrou, para ser justo, que a seleção, com Dunga, na vitória sobre a Argentina, também por 3 a 0, na final da Copa América de 2007, quando a Argentina era favorita, usou a mesma estratégia de Tite na quinta-feira, a de bloquear os espaços na intermediária do Brasil e contra-atacar com velocidade. Lembro ainda que o Brasil teve momentos excepcionais com quase todos os treinadores. Felipão saiu aclamado pelo país, após a vitória sobre a Espanha, na final da Copa das Confederações de 2013, também por 3 a 0. Na final da Copa das Confederações de 2005, o Brasil, comandado por Parreira, também deu um banho de bola na Argentina, na vitória por 4 a 1. Os desmemoriados e alguns obcecados pela tecnologia acham que o mundo começou com a internet e que o futebol brasileiro tem duas épocas, antes e depois de Tite. Falta apenas um pouco mais de um ano e meio para a Copa de 2018. Não querendo ser pessimista, mas sendo, será que haverá Copa? Tenho receio por causa do terrorismo- a Rússia é bastante visada- e porque chegou à presidência dos EUA um homem delirante, falastrão, obsessivo, ambicioso, vaidoso, que deseja ficar na história, mesmo se for para cumprir algumas aberrações prometidas na campanha. Pelo que tenho visto das principais seleções da Europa, o Brasil, se continuar com a ótima média de boas atuações, o que é provável, e se a Argentina se classificar e voltar a jogar bem, o que é também provável, as duas têm boas chances de conquistar o Mundial em 2018. Isso sem falar no Uruguai, que tem um time muito competitivo, apesar de ter jogadores comuns no meio-campo e nas laterais. França e Alemanha jogaram na Copa de 2014 com a mesma formação tática atual do Brasil, com um trio no meio-campo, formado por um volante centralizado e mais marcador, e um armador de cada lado, que marcam e atacam. Real Madrid, Barcelona e Bayern, as três melhores equipes do mundo, além da Espanha e de outros times, também atuam dessa forma. Não sei por qual razão França e Alemanha passaram a atuar com dois volantes em linha, três meias e um centroavante. Pogba, que brilhou na Juventus, de uma área à outra, em um trio no meio-campo, como atua o Brasil, tem jogado de volante, ao lado de outro, na França, fora de suas características. O técnico Mourinho, do Manchester United, o escalou várias vezes de meia ofensivo, próximo ao centroavante. Até técnicos famosos da Europa confundem as funções de volante, meio-campista e meia ofensivo, o que é comum no Brasil. Individualmente, o Brasil e todas as seleções mundiais mudaram em relação à Copa de 2014, para melhor ou pior. A seleção brasileira, mesmo em seus piores momentos, sempre teve uma boa geração, apesar de possuir apenas um fora de série do meio para frente. Porém, alguns jogadores têm evoluído. Quando há um bom conjunto, todos crescem. Qualquer que tenha sido a atuação e o resultado de ontem, contra o Peru, há motivos para ficar otimista. Mas não podemos perder o senso crítico e achar que tudo que o excelente Tite fala, mesmo os lugares comuns, e tudo o que ele faz, mesmo as coisas rotineiras, são geniais.
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Time que quer ser campeão não pode depender de um jogador, diz Robinho
O trauma de jogar sem Neymar, vivido pela seleção brasileira na Copa-2014, aparentemente, foi amenizado. A Venezuela está longe, bem longe, de ser a tetracampeã Alemanha, mas o Brasil venceu por 2 a 1 neste domingo (21), em Santiago, e se classificou para as quartas de final da Copa América. No sábado (27), o rival será o Paraguai, em Concepción –os paraguaios eliminaram o Brasil nessa mesma fase na Copa América em 2011. Substituto de Neymar, o atacante Robinho afirmou que a seleção brasileira conseguiu superar a ausência do seu principal astro. "O Neymar é um jogador que faz falta, mas um time que quer ser campeão não pode depender de apenas um jogador. Quem estiver fora tem que entrar e dar conta do recado", afirmou o atacante. Houve pressão no final dos venezuelanos, que precisavam de um gol para se classificar, depois de Dunga retrancar o time colocando os quatro zagueiros convocados para o torneio em campo. Por pouco, não houve o empate. Neymar havia ficado fora da semifinal da Copa do Mundo, machucado, quando os alemães impuseram a maior derrota da história da seleção (7 a 1). Ao contrário de Felipão, que optou pelo mais jovem atleta, Bernard, 21, Dunga apostou na experiência. Robinho tem 31 anos, é o terceiro mais velho (Jefferson e Daniel Alves têm 32 anos), mas um currículo quase centenário na seleção. No grupo, é o que mais partidas fez com a camisa amarela, com 96. Num dos primeiros toques de Robinho, aos 8 min, outro experiente jogador –que sofreu na Copa com a fama de desequilibrado– fez o gol que tranquilizou a seleção. Thiago Silva, 30, completou de primeira escanteio cobrado pelo santista. Na comemoração, muitos palavrões de um jogador que iniciou a competição na reserva de David Luiz, sem a faixa de capitão e que andava cabisbaixo. No esquema sem Neymar, Philippe Coutinho –outra novidade, na vaga de Fred– jogou aberto na esquerda, e Willian, na outra ponta. Robinho recuava, quase como um armador, bem diferente do "rei das pedaladas" que iniciou a carreira em 2002, pelo Santos, e disputou as Copas de 2006 e 2010. Com a vantagem, o Brasil pareceu preguiçoso, o que rendeu até vaias dos torcedores –a maioria, chilenos. Um Willian que fazia uma partida horrível disparou pela esquerda, no começo do segundo tempo, e cruzou para Firmino marcar o segundo. O placar fez Dunga testar opções não habituais. Colocou David Luiz como volante, no lugar de Coutinho. E Marquinhos, na vaga de Robinho, como lateral direito. O time terminou com seus quatro zagueiros em campo e Daniel Alves de ponta direita. Não deu certo e a Venezuela, com Fedor, em rebote de falta, diminuiu e pressionou. Por sorte não veio o empate. Infográfico Seleções na Copa América
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Time que quer ser campeão não pode depender de um jogador, diz RobinhoO trauma de jogar sem Neymar, vivido pela seleção brasileira na Copa-2014, aparentemente, foi amenizado. A Venezuela está longe, bem longe, de ser a tetracampeã Alemanha, mas o Brasil venceu por 2 a 1 neste domingo (21), em Santiago, e se classificou para as quartas de final da Copa América. No sábado (27), o rival será o Paraguai, em Concepción –os paraguaios eliminaram o Brasil nessa mesma fase na Copa América em 2011. Substituto de Neymar, o atacante Robinho afirmou que a seleção brasileira conseguiu superar a ausência do seu principal astro. "O Neymar é um jogador que faz falta, mas um time que quer ser campeão não pode depender de apenas um jogador. Quem estiver fora tem que entrar e dar conta do recado", afirmou o atacante. Houve pressão no final dos venezuelanos, que precisavam de um gol para se classificar, depois de Dunga retrancar o time colocando os quatro zagueiros convocados para o torneio em campo. Por pouco, não houve o empate. Neymar havia ficado fora da semifinal da Copa do Mundo, machucado, quando os alemães impuseram a maior derrota da história da seleção (7 a 1). Ao contrário de Felipão, que optou pelo mais jovem atleta, Bernard, 21, Dunga apostou na experiência. Robinho tem 31 anos, é o terceiro mais velho (Jefferson e Daniel Alves têm 32 anos), mas um currículo quase centenário na seleção. No grupo, é o que mais partidas fez com a camisa amarela, com 96. Num dos primeiros toques de Robinho, aos 8 min, outro experiente jogador –que sofreu na Copa com a fama de desequilibrado– fez o gol que tranquilizou a seleção. Thiago Silva, 30, completou de primeira escanteio cobrado pelo santista. Na comemoração, muitos palavrões de um jogador que iniciou a competição na reserva de David Luiz, sem a faixa de capitão e que andava cabisbaixo. No esquema sem Neymar, Philippe Coutinho –outra novidade, na vaga de Fred– jogou aberto na esquerda, e Willian, na outra ponta. Robinho recuava, quase como um armador, bem diferente do "rei das pedaladas" que iniciou a carreira em 2002, pelo Santos, e disputou as Copas de 2006 e 2010. Com a vantagem, o Brasil pareceu preguiçoso, o que rendeu até vaias dos torcedores –a maioria, chilenos. Um Willian que fazia uma partida horrível disparou pela esquerda, no começo do segundo tempo, e cruzou para Firmino marcar o segundo. O placar fez Dunga testar opções não habituais. Colocou David Luiz como volante, no lugar de Coutinho. E Marquinhos, na vaga de Robinho, como lateral direito. O time terminou com seus quatro zagueiros em campo e Daniel Alves de ponta direita. Não deu certo e a Venezuela, com Fedor, em rebote de falta, diminuiu e pressionou. Por sorte não veio o empate. Infográfico Seleções na Copa América
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Renda per capita do brasileiro diminui e se distancia de países emergentes
O Brasil tem empobrecido em comparação à média de seus pares. Segundo estimativa do FMI, a renda per capita do brasileiro (medida em paridade do poder de compra) recuou de US$ 16,2 mil, em 2014, para US$ 15,7 mil, em 2015, o equivalente a 90% do rendimento médio dos 24 países considerados emergentes pela instituição. Esse é o menor patamar registrado desde o início da série histórica do Fundo, em 1980. A paridade do poder de compra é uma medida usada em comparações internacionais, por refletir melhor o custo de vida dos países. Mensurado dessa forma, o poder de compra do brasileiro esteve por muitos anos acima da média dos emergentes. Desde meados da década passada —com o forte avanço da renda em nações como China e Índia— a situação do Brasil em relação ao grupo passou a ser de equiparação. Mas, com a forte desaceleração da economia brasileira nos últimos anos, o país tem sido deixado para trás. O FMI espera que, em 2020, a renda per capita do Brasil (em PPC) atinja US$ 18 mil, o que representará pouco mais de 80% da média dos emergentes (US$ 21,6 mil), se a projeção se confirmar. Renda per capita - Em US$ mil, expressos em PPC* Outra forma muito usada por economistas para medir o retrocesso ou o progresso relativo de países rumo ao desenvolvimento econômico é comparar sua renda per capita (em PPC) com a de nações avançadas, como os Estados Unidos. Nessa comparação, o Brasil também retrocede. O poder de compra do brasileiro chegou a equivaler a quase 40% do americano no início dos anos 1980. Com a crise econômica, recuou bastante na década seguinte, para patamar inferior a 30%. Voltou a se recuperar no fim da década passada, mas essa tendência não se manteve. O FMI espera que a renda per capita do país fique estagnada ao redor de 27% da americana nos próximos anos. Coreia do Sul e Taiwan são exemplos de países que conseguiram se desenvolver. Com renda per capita equivalente a 65% e 85% da americana, respectivamente, são consideradas nações avançadas pelo FMI. O salto que tiveram nas últimas décadas foi expressivo. Em 1980, esses percentuais eram de 17% e 32%. Países emergentes* - Variação da renda (em PPC) desde a crise global, em 2008, até 2015, em % Em anos recentes, outros emergentes têm chegado mais perto de um patamar de renda elevada, como Malásia e Polônia, onde o poder de compra já é cerca de metade do verificado nos EUA. China e Índia ainda permanecem longe desse patamar, mas avançam rapidamente. BEM-ESTAR Apesar da estagnação do Brasil no processo de avanço de sua renda média, outros indicadores de bem-estar da população tiveram grande avanço nas últimas décadas. A desigualdade na distribuição dessa renda diminuiu, o número de pobres recuou, e o acesso à educação e à saúde aumentou. Mas, segundo economistas, o recuo do país em relação a seus pares na evolução de sua renda per capita é um sinal preocupante. "A renda do Brasil deveria estar se aproximando da de emergentes de alto desempenho. Mas os dados mostram um aumento na diferença entre o poder de compra médio dos cidadãos desses países e os do Brasil", afirma Leonardo Fonseca, economista do Credit Suisse. De acordo com especialistas, caso o país demore a superar a atual crise econômica, outros indicadores de bem-estar tendem a retroceder. * ENTENDA O QUE É PARIDADE DO PODER DE COMPRA O cálculo da paridade do poder de compra (purchasing power parity, em inglês) permite comparações mais coerentes do tamanho das economias e do nível de renda dos países do que as conversões feitas pela taxa de câmbio. Como o custo dos serviços e de alguns bens em países mais pobres é menor que nos ricos, a comparação da renda per capita em dólar não reflete a diferença relativa de preços e dos custos de vida entre eles. Uma mesma quantidade de dólares, por exemplo, é suficiente para pagar por mais bens e serviços no Brasil do que nos EUA. O cálculo da paridade do poder de compra tenta eliminar essas distorções e criar uma taxa de conversão que reflita adequadamente o custo de vida de cada país. Por isso, é mais recomendada para comparações internacionais. Além disso, a renda per capita dos países expressa em dólares pode sofrer variações bruscas caso sua moeda tenha se valorizado ou depreciado muito.
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Renda per capita do brasileiro diminui e se distancia de países emergentesO Brasil tem empobrecido em comparação à média de seus pares. Segundo estimativa do FMI, a renda per capita do brasileiro (medida em paridade do poder de compra) recuou de US$ 16,2 mil, em 2014, para US$ 15,7 mil, em 2015, o equivalente a 90% do rendimento médio dos 24 países considerados emergentes pela instituição. Esse é o menor patamar registrado desde o início da série histórica do Fundo, em 1980. A paridade do poder de compra é uma medida usada em comparações internacionais, por refletir melhor o custo de vida dos países. Mensurado dessa forma, o poder de compra do brasileiro esteve por muitos anos acima da média dos emergentes. Desde meados da década passada —com o forte avanço da renda em nações como China e Índia— a situação do Brasil em relação ao grupo passou a ser de equiparação. Mas, com a forte desaceleração da economia brasileira nos últimos anos, o país tem sido deixado para trás. O FMI espera que, em 2020, a renda per capita do Brasil (em PPC) atinja US$ 18 mil, o que representará pouco mais de 80% da média dos emergentes (US$ 21,6 mil), se a projeção se confirmar. Renda per capita - Em US$ mil, expressos em PPC* Outra forma muito usada por economistas para medir o retrocesso ou o progresso relativo de países rumo ao desenvolvimento econômico é comparar sua renda per capita (em PPC) com a de nações avançadas, como os Estados Unidos. Nessa comparação, o Brasil também retrocede. O poder de compra do brasileiro chegou a equivaler a quase 40% do americano no início dos anos 1980. Com a crise econômica, recuou bastante na década seguinte, para patamar inferior a 30%. Voltou a se recuperar no fim da década passada, mas essa tendência não se manteve. O FMI espera que a renda per capita do país fique estagnada ao redor de 27% da americana nos próximos anos. Coreia do Sul e Taiwan são exemplos de países que conseguiram se desenvolver. Com renda per capita equivalente a 65% e 85% da americana, respectivamente, são consideradas nações avançadas pelo FMI. O salto que tiveram nas últimas décadas foi expressivo. Em 1980, esses percentuais eram de 17% e 32%. Países emergentes* - Variação da renda (em PPC) desde a crise global, em 2008, até 2015, em % Em anos recentes, outros emergentes têm chegado mais perto de um patamar de renda elevada, como Malásia e Polônia, onde o poder de compra já é cerca de metade do verificado nos EUA. China e Índia ainda permanecem longe desse patamar, mas avançam rapidamente. BEM-ESTAR Apesar da estagnação do Brasil no processo de avanço de sua renda média, outros indicadores de bem-estar da população tiveram grande avanço nas últimas décadas. A desigualdade na distribuição dessa renda diminuiu, o número de pobres recuou, e o acesso à educação e à saúde aumentou. Mas, segundo economistas, o recuo do país em relação a seus pares na evolução de sua renda per capita é um sinal preocupante. "A renda do Brasil deveria estar se aproximando da de emergentes de alto desempenho. Mas os dados mostram um aumento na diferença entre o poder de compra médio dos cidadãos desses países e os do Brasil", afirma Leonardo Fonseca, economista do Credit Suisse. De acordo com especialistas, caso o país demore a superar a atual crise econômica, outros indicadores de bem-estar tendem a retroceder. * ENTENDA O QUE É PARIDADE DO PODER DE COMPRA O cálculo da paridade do poder de compra (purchasing power parity, em inglês) permite comparações mais coerentes do tamanho das economias e do nível de renda dos países do que as conversões feitas pela taxa de câmbio. Como o custo dos serviços e de alguns bens em países mais pobres é menor que nos ricos, a comparação da renda per capita em dólar não reflete a diferença relativa de preços e dos custos de vida entre eles. Uma mesma quantidade de dólares, por exemplo, é suficiente para pagar por mais bens e serviços no Brasil do que nos EUA. O cálculo da paridade do poder de compra tenta eliminar essas distorções e criar uma taxa de conversão que reflita adequadamente o custo de vida de cada país. Por isso, é mais recomendada para comparações internacionais. Além disso, a renda per capita dos países expressa em dólares pode sofrer variações bruscas caso sua moeda tenha se valorizado ou depreciado muito.
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Vou continuar chutando de longe, diz Jadson após gol contra o Mogi Mirim
Com a cabeça na Libertadores, o técnico Tite escalou um time quase reserva para enfrentar o Mogi Mirim, neste domingo (1º), no Itaquerão, pelo Paulista. Os poucos titulares em campo decidiram. Danilo, Guerrero e Jadson foram protagonistas na vitória por 3 a 0 que manteve a invencibilidade da equipe na temporada. São sete vitórias e dois empates até aqui. Do trio, apenas Guerrero, suspenso, não estará em campo nesta quarta (4), quando o adversário será o San Lorenzo, em Buenos Aires, pelo torneio sul-americano. Os argentinos são os atuais campeões. Por punição imposta pela Conmebol, a partida será feita com portões fechados. "Esta é uma vantagem. A gente sabe que a torcida deles é fanática e capaz de fazer a diferença", constata Cássio. Veja vídeo Contra o Mogi Mirim, Tite achou ser o momento certo para testar Vágner Love e Guerrero juntos no ataque. Não funcionou. O peruano tentou recuar para abrir espaços para o companheiro, mas errou muitos passes. Mesmo assim, Love quase fez o primeiro gol com a camisa corintiana. De cabeça, mandou a bola na trave. No intervalo, foi substituído por Danilo e o Corinthians voltou a atuar no esquema tático 4-1-4-1 usado em quase todos os jogos da temporada. "O Vágner ainda está abaixo no condicionamento e nos treinos. Fiz essa observação a ele. Está retomando o ritmo ainda. Mas [Love e Guerrero] podem jogar juntos. Deu certo no 1º tempo? Não. Mas pode dar certo", disse Tite. GOL DEPOIS DO 'FICO' Nos primeiros 45 minutos, o Mogi Mirim tentou atacar e rondou a área do adversário. Não criou nenhuma grande oportunidade, mas teve domínio. No segundo tempo, isso não aconteceu. Jadson foi escalado porque estava na indecisão entre ficar no Parque São Jorge ou ir para a China e havia sido poupado nas duas partidas anteriores. Resolveu permanecer e abriu o placar acertando chute no ângulo aos 13 min. "Gol não é minha característica. Sou mais de armação. Mas está dando certo e vou continuar chutando de longe", analisou o meia. Danilo se deslocava no ataque e achava espaços para criar jogadas e dar bons passes. O Mogi Mirim não sabia o que fazer. Não à toa, Tite já o confirmou como titular diante do San Lorenzo. E como atacante, do mesmo jeito que atuou na vitória diante do São Paulo, no mês passado. Luciano fez o segundo gol quando o adversário já não ameaçava qualquer resistência, e Guerrero fechou o placar. Chegou aos 46 gols pelo Corinthians. Igualou-se ao argentino Carlos Tevez como o maior artilheiro estrangeiro da história da equipe. O mistão escalado por Tite também manteve a invencibilidade no Itaquerão. Agora são 23 partidas. A última e única vez que o Corinthians perdeu em seu estádio foi por 1 a 0 na abertura oficial, contra o Figueirense, em maio do ano passado, pelo Campeonato Brasileiro.
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Vou continuar chutando de longe, diz Jadson após gol contra o Mogi MirimCom a cabeça na Libertadores, o técnico Tite escalou um time quase reserva para enfrentar o Mogi Mirim, neste domingo (1º), no Itaquerão, pelo Paulista. Os poucos titulares em campo decidiram. Danilo, Guerrero e Jadson foram protagonistas na vitória por 3 a 0 que manteve a invencibilidade da equipe na temporada. São sete vitórias e dois empates até aqui. Do trio, apenas Guerrero, suspenso, não estará em campo nesta quarta (4), quando o adversário será o San Lorenzo, em Buenos Aires, pelo torneio sul-americano. Os argentinos são os atuais campeões. Por punição imposta pela Conmebol, a partida será feita com portões fechados. "Esta é uma vantagem. A gente sabe que a torcida deles é fanática e capaz de fazer a diferença", constata Cássio. Veja vídeo Contra o Mogi Mirim, Tite achou ser o momento certo para testar Vágner Love e Guerrero juntos no ataque. Não funcionou. O peruano tentou recuar para abrir espaços para o companheiro, mas errou muitos passes. Mesmo assim, Love quase fez o primeiro gol com a camisa corintiana. De cabeça, mandou a bola na trave. No intervalo, foi substituído por Danilo e o Corinthians voltou a atuar no esquema tático 4-1-4-1 usado em quase todos os jogos da temporada. "O Vágner ainda está abaixo no condicionamento e nos treinos. Fiz essa observação a ele. Está retomando o ritmo ainda. Mas [Love e Guerrero] podem jogar juntos. Deu certo no 1º tempo? Não. Mas pode dar certo", disse Tite. GOL DEPOIS DO 'FICO' Nos primeiros 45 minutos, o Mogi Mirim tentou atacar e rondou a área do adversário. Não criou nenhuma grande oportunidade, mas teve domínio. No segundo tempo, isso não aconteceu. Jadson foi escalado porque estava na indecisão entre ficar no Parque São Jorge ou ir para a China e havia sido poupado nas duas partidas anteriores. Resolveu permanecer e abriu o placar acertando chute no ângulo aos 13 min. "Gol não é minha característica. Sou mais de armação. Mas está dando certo e vou continuar chutando de longe", analisou o meia. Danilo se deslocava no ataque e achava espaços para criar jogadas e dar bons passes. O Mogi Mirim não sabia o que fazer. Não à toa, Tite já o confirmou como titular diante do San Lorenzo. E como atacante, do mesmo jeito que atuou na vitória diante do São Paulo, no mês passado. Luciano fez o segundo gol quando o adversário já não ameaçava qualquer resistência, e Guerrero fechou o placar. Chegou aos 46 gols pelo Corinthians. Igualou-se ao argentino Carlos Tevez como o maior artilheiro estrangeiro da história da equipe. O mistão escalado por Tite também manteve a invencibilidade no Itaquerão. Agora são 23 partidas. A última e única vez que o Corinthians perdeu em seu estádio foi por 1 a 0 na abertura oficial, contra o Figueirense, em maio do ano passado, pelo Campeonato Brasileiro.
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Papa Francisco enfrenta revolta de conservadores na Itália
Apesar do carisma do papa Francisco, diversos grupos estão contestando algumas decisões do líder da Igreja católica. Eles reivindicam regras claras dentro da instituição e acusam o pontífice jesuíta de confundir a defesa dos direitos dos pobres com a promoção do pauperismo. Recentemente foram colados centenas de cartazes em diversos bairros de Roma com uma foto do papa com uma expressão fechada. Abaixo da imagem, uma lista reclamações, em dialeto romano: "Francisco, você destituiu os chefes das congregações, removeu sacerdotes, decapitou a Ordem de Malta e a dos Franciscanos da Imaculada, ignorou cardeais. Onde está a sua misericórdia?" Ao mesmo tempo em que os cartazes surgiam nos muros da cidade, diversos cardeais receberam pelo correio uma versão fictícia do jornal do Vaticano, o "L'Osservatore Romano". Na capa, havia uma lista de perguntas ao papa feitas por um grupo de cardeais conservadores. Como resposta, "sic et non" (sim e não em latim), zombando do papa em seu próprio território. ACUSAÇÕES As acusações contra Francisco se referem aos problemas que ele teve com os setores mais conservadores da Igreja Católica e da Cúria Romana, o governo central da Igreja. O cartaz cita a briga com a Ordem Soberana e Militar de Malta, uma organização que remonta há quase mil anos, formada hoje por laicos de famílias nobres dedicados a trabalhos humanitários. O Grão-Mestre, Matthew Festing, acabou destituído pelo próprio pontífice porque, segundo a imprensa italiana, esta ordem distribuía preservativos na Ásia. Mas os dizeres do cartaz citam também a aposentadoria forçada do ultraconservador Stefano Manelli, 83, fundador em 1970 da ordem dos Frades Franciscanos da Imaculada. Além disso, criticam o fato de que o papa "ignora cardeais", em alusão aos quatro cardeais ultraconservadores que em setembro passado pediram publicamente em uma carta que Francisco corrija os "erros doutrinais" de sua encíclica Amoris Laetitia, em relação ao tema da comunhão dos divorciados que se casaram de novo. A polícia está investigando quem está por trás da campanha dos cartazes e falsos jornais, mas até agora não descobriu quem comandou a ação. Uma das hipóteses é que se trate de um grupo conservador com dinheiro porque custou caro imprimir os cartazes, sem contar que tiveram que pagar várias pessoas para colar esses cartazes por toda a cidade. REAÇÃO O grupo de cardeais encarregados pelo pontífice pelo estudo e o projeto das reformas da Igreja, o chamado C9, reuniu-se na semana passada. Normalmente estes encontros ocorrem sem a divulgação de grandes anúncios, mas desta vez eles divulgaram um breve texto dizendo: "Em relação aos recentes acontecimentos, o Conselho de Cardeais expressa o pleno apoio ao papa, assegurando, ao mesmo tempo, a adesão e o apoio pleno à sua pessoa e ao seu magistério". O cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação dos Bispos, conhecido por suas posições conservadoras, condenou, em um programa de televisão, "os métodos anônimos, inspirados pelo diabo, que querem semear a divisão". O papa não fez uma referência direta ao caso, mas falou de "difamação e calúnia" entre os católicos. "Estas sementes arruínam a nossa comunidade, que deveria brilhar por sua acolhida, solidariedade e reconciliação", disse Francisco durante o Angelus do último domingo (19). OPOSITORES DE FRANCISCO O papa tem vários opositores ultraconservadores, entre jornais, sites da internet e outros. O pontífice foi eleito para reformar a Igreja católica depois dos escândalos que sacudiram o Vaticano e culminaram na renúncia de Bento XVI. As reformas de Francisco incomodam muita gente. Por exemplo, o presidente da Fundação Lepanto, Roberto De Mattei, declarou ao jornal italiano La Stampa que "A Igreja vive um dos momentos de maior confusão em sua história, e o papa Francisco é uma das causas. Segundo Mattei, a oposição tem se expandido para bispos e teólogos fiéis aos pontífices predecessores, Bento XVI e João Paulo II. O ataque ao papa Francisco é global. Segundo Agostino Giovagnoli, professor de História Contemporânea na Universidade Católica e especialista em diálogo com a China, na galáxia da dissidência contra Francisco há um forte componente geopolítico. De acordo com esses críticos, o papa deve afirmar a liberdade de religião como um argumento político contra Pequim, em vez de buscar o diálogo através da diplomacia. O pesquisador Flavio Cuniberto, autor de um livro crítico com a doutrina social do papa, afirmou que "Francisco não atualizou a doutrina, mas demoliu esta doutrina". Segundo Cuniberto, "o papa confunde a pobreza com o pauperismo dogmático."
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Papa Francisco enfrenta revolta de conservadores na ItáliaApesar do carisma do papa Francisco, diversos grupos estão contestando algumas decisões do líder da Igreja católica. Eles reivindicam regras claras dentro da instituição e acusam o pontífice jesuíta de confundir a defesa dos direitos dos pobres com a promoção do pauperismo. Recentemente foram colados centenas de cartazes em diversos bairros de Roma com uma foto do papa com uma expressão fechada. Abaixo da imagem, uma lista reclamações, em dialeto romano: "Francisco, você destituiu os chefes das congregações, removeu sacerdotes, decapitou a Ordem de Malta e a dos Franciscanos da Imaculada, ignorou cardeais. Onde está a sua misericórdia?" Ao mesmo tempo em que os cartazes surgiam nos muros da cidade, diversos cardeais receberam pelo correio uma versão fictícia do jornal do Vaticano, o "L'Osservatore Romano". Na capa, havia uma lista de perguntas ao papa feitas por um grupo de cardeais conservadores. Como resposta, "sic et non" (sim e não em latim), zombando do papa em seu próprio território. ACUSAÇÕES As acusações contra Francisco se referem aos problemas que ele teve com os setores mais conservadores da Igreja Católica e da Cúria Romana, o governo central da Igreja. O cartaz cita a briga com a Ordem Soberana e Militar de Malta, uma organização que remonta há quase mil anos, formada hoje por laicos de famílias nobres dedicados a trabalhos humanitários. O Grão-Mestre, Matthew Festing, acabou destituído pelo próprio pontífice porque, segundo a imprensa italiana, esta ordem distribuía preservativos na Ásia. Mas os dizeres do cartaz citam também a aposentadoria forçada do ultraconservador Stefano Manelli, 83, fundador em 1970 da ordem dos Frades Franciscanos da Imaculada. Além disso, criticam o fato de que o papa "ignora cardeais", em alusão aos quatro cardeais ultraconservadores que em setembro passado pediram publicamente em uma carta que Francisco corrija os "erros doutrinais" de sua encíclica Amoris Laetitia, em relação ao tema da comunhão dos divorciados que se casaram de novo. A polícia está investigando quem está por trás da campanha dos cartazes e falsos jornais, mas até agora não descobriu quem comandou a ação. Uma das hipóteses é que se trate de um grupo conservador com dinheiro porque custou caro imprimir os cartazes, sem contar que tiveram que pagar várias pessoas para colar esses cartazes por toda a cidade. REAÇÃO O grupo de cardeais encarregados pelo pontífice pelo estudo e o projeto das reformas da Igreja, o chamado C9, reuniu-se na semana passada. Normalmente estes encontros ocorrem sem a divulgação de grandes anúncios, mas desta vez eles divulgaram um breve texto dizendo: "Em relação aos recentes acontecimentos, o Conselho de Cardeais expressa o pleno apoio ao papa, assegurando, ao mesmo tempo, a adesão e o apoio pleno à sua pessoa e ao seu magistério". O cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação dos Bispos, conhecido por suas posições conservadoras, condenou, em um programa de televisão, "os métodos anônimos, inspirados pelo diabo, que querem semear a divisão". O papa não fez uma referência direta ao caso, mas falou de "difamação e calúnia" entre os católicos. "Estas sementes arruínam a nossa comunidade, que deveria brilhar por sua acolhida, solidariedade e reconciliação", disse Francisco durante o Angelus do último domingo (19). OPOSITORES DE FRANCISCO O papa tem vários opositores ultraconservadores, entre jornais, sites da internet e outros. O pontífice foi eleito para reformar a Igreja católica depois dos escândalos que sacudiram o Vaticano e culminaram na renúncia de Bento XVI. As reformas de Francisco incomodam muita gente. Por exemplo, o presidente da Fundação Lepanto, Roberto De Mattei, declarou ao jornal italiano La Stampa que "A Igreja vive um dos momentos de maior confusão em sua história, e o papa Francisco é uma das causas. Segundo Mattei, a oposição tem se expandido para bispos e teólogos fiéis aos pontífices predecessores, Bento XVI e João Paulo II. O ataque ao papa Francisco é global. Segundo Agostino Giovagnoli, professor de História Contemporânea na Universidade Católica e especialista em diálogo com a China, na galáxia da dissidência contra Francisco há um forte componente geopolítico. De acordo com esses críticos, o papa deve afirmar a liberdade de religião como um argumento político contra Pequim, em vez de buscar o diálogo através da diplomacia. O pesquisador Flavio Cuniberto, autor de um livro crítico com a doutrina social do papa, afirmou que "Francisco não atualizou a doutrina, mas demoliu esta doutrina". Segundo Cuniberto, "o papa confunde a pobreza com o pauperismo dogmático."
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Em NY, Temer ficará em hotel pago por Dilma
Em sua segunda viagem internacional desde que assumiu definitivamente o comando do país, o presidente Michel Temer (PMDB) não precisará desembolsar recursos para bancar sua estadia na cidade de Nova York a partir deste domingo (18). O peemedebista irá se hospedar no hotel Plaza Athenee, onde a conta já está quitada pelo governo brasileiro. Em abril deste ano, a então presidente Dilma Rousseff reservou uma suíte no hotel, mas, de última hora, decidiu ficar na casa do embaixador do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas), Antônio Patriota, após ter sido convidada por ele. A desistência da petista custou ao Brasil cerca de US$ 60 mil. Agora, Temer irá usar o crédito deixado pela sua antecessora no hotel nos Estados Unidos. Quando descobriu que havia um crédito na acomodação de luxo, Temer decidiu usá-lo para não gastar mais recursos. O presidente embarca na manhã deste domingo (18) para Nova York. Inicialmente, ele seria acompanhado pela mulher, Marcela Temer, que preparava uma agenda independente. Mas ela desistiu da viagem. Oficialmente, o Palácio do Planalto informou que ela preferiu permanecer no Brasil para dar continuidade à preparação do programa Criança Feliz. Marcela será a embaixadora da iniciativa que tem por objetivo atender a crianças de até três anos cujas famílias fazem parte do Bolsa Família. ABERTURA Na próxima terça-feira (20), o presidente fará o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU. Ele deverá tratar do cenário econômico mundial, do programa de concessões lançado por ele nesta semana, de mudanças climáticas e da reforma das Nações Unidas. Desde 1949, o Brasil é o primeiro país a se pronunciar. Nesta segunda-feira (19), Temer discursará sobre a crise de refugiados no mundo em uma reunião de alto nível sobre o assunto convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. Na quarta-feira (21), participa do encontro entre os países que assinaram o Acordo de Paris sobre mudança climática, quando deve ratificar a adesão do Brasil. Temer terá ainda em sua agenda nos Estados Unidos encontros bilaterais com os presidentes do Uruguai, Tabaré Vázquez, de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e da Nigéria, Muhammadu Buhari.
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Em NY, Temer ficará em hotel pago por DilmaEm sua segunda viagem internacional desde que assumiu definitivamente o comando do país, o presidente Michel Temer (PMDB) não precisará desembolsar recursos para bancar sua estadia na cidade de Nova York a partir deste domingo (18). O peemedebista irá se hospedar no hotel Plaza Athenee, onde a conta já está quitada pelo governo brasileiro. Em abril deste ano, a então presidente Dilma Rousseff reservou uma suíte no hotel, mas, de última hora, decidiu ficar na casa do embaixador do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas), Antônio Patriota, após ter sido convidada por ele. A desistência da petista custou ao Brasil cerca de US$ 60 mil. Agora, Temer irá usar o crédito deixado pela sua antecessora no hotel nos Estados Unidos. Quando descobriu que havia um crédito na acomodação de luxo, Temer decidiu usá-lo para não gastar mais recursos. O presidente embarca na manhã deste domingo (18) para Nova York. Inicialmente, ele seria acompanhado pela mulher, Marcela Temer, que preparava uma agenda independente. Mas ela desistiu da viagem. Oficialmente, o Palácio do Planalto informou que ela preferiu permanecer no Brasil para dar continuidade à preparação do programa Criança Feliz. Marcela será a embaixadora da iniciativa que tem por objetivo atender a crianças de até três anos cujas famílias fazem parte do Bolsa Família. ABERTURA Na próxima terça-feira (20), o presidente fará o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU. Ele deverá tratar do cenário econômico mundial, do programa de concessões lançado por ele nesta semana, de mudanças climáticas e da reforma das Nações Unidas. Desde 1949, o Brasil é o primeiro país a se pronunciar. Nesta segunda-feira (19), Temer discursará sobre a crise de refugiados no mundo em uma reunião de alto nível sobre o assunto convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. Na quarta-feira (21), participa do encontro entre os países que assinaram o Acordo de Paris sobre mudança climática, quando deve ratificar a adesão do Brasil. Temer terá ainda em sua agenda nos Estados Unidos encontros bilaterais com os presidentes do Uruguai, Tabaré Vázquez, de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e da Nigéria, Muhammadu Buhari.
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Risco de queda de árvore bloqueia duas faixas de rua nos Jardins
Duas das três faixas da alameda Casa Branca, no Jardim Paulista, foram bloqueadas às 4h desta quinta-feira (6) devido ao risco de queda de uma árvore de grande porte. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o bloqueio ocorre próximo ao cruzamento com a alameda Santos. A subprefeitura da área foi acionada, mas por volta das 7h ainda não havia previsão de liberação do trecho. A opção para os motoristas que trafegam no sentido bairro é seguir pelas alamedas Santos, Campinas e avenida Paulista.
cotidiano
Risco de queda de árvore bloqueia duas faixas de rua nos JardinsDuas das três faixas da alameda Casa Branca, no Jardim Paulista, foram bloqueadas às 4h desta quinta-feira (6) devido ao risco de queda de uma árvore de grande porte. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o bloqueio ocorre próximo ao cruzamento com a alameda Santos. A subprefeitura da área foi acionada, mas por volta das 7h ainda não havia previsão de liberação do trecho. A opção para os motoristas que trafegam no sentido bairro é seguir pelas alamedas Santos, Campinas e avenida Paulista.
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No Alasca, geleiras escancaram impacto de mudanças climáticas
Três meses antes de assinar o Acordo de Paris, em 2015, o então presidente Barack Obama posou para as câmeras diante da geleira Exit, num parque nacional em Seward, no Alasca, para falar sobre a importância de combater o aquecimento global. "Queremos ter certeza de que nossos netos vejam isso", disse. Em 2015, a geleira, que fica sobre uma montanha, já havia retrocedido dois quilômetros desde 1815. Só no último ano, havia diminuído 41 metros em sua extensão. O Alasca foi escolhido por Obama para o seu esforço final antes da Conferência do Clima de Paris justamente por ser o Estado americano em que os impactos do aquecimento do planeta são mais perceptíveis. Quatro meses depois de assumir o poder, Donald Trump retiraria os EUA do acordo global. "Aqui o efeito é bastante visual: você vê a retração das geleiras, a degradação do permafrost [área de solo que fica congelada permanentemente]. É difícil lutar contra o argumento de que antes a geleira estava ali e agora não está mais", diz Martin Truffer, físico especialista em geleiras da Universidade do Alasca em Fairbanks. Espalhadas pelo parque, que foi visitado pela reportagem, há placas com anos, mostrando toda a extensa área que era ocupada pela geleira Exit naquela época. A marcação assustadoramente começa onde hoje é a estrada de acesso ao parque. A retração não é exclusividade do parque em Seward, no centro-sul do Alasca. Segundo o Serviço Nacional de Parques, das mais de 100 mil geleiras do Estado, 95% estão atualmente diminuindo de tamanho ou estagnadas. Dados da agência federal de pesquisa geológica dos EUA (USGS), mostram que as geleiras do Alasca perdem hoje 75 bilhões de toneladas de gelo por ano –um quadro muito mais acelerado que na década de 50. Truffer explica que, no caso da maioria das geleiras do Alasca, que estão sobre as montanhas, a única justificativa para a retração é o aquecimento global. "As geleiras em oceanos têm sua própria dinâmica, que as faz retroceder e expandir. Mas nas geleiras mais simples, como as do Alasca, o que importa é o quanto elas recebem de neve e o quanto derretem, coisas que são influenciadas pela temperatura." Segundo o especialista, há variações sazonais, e portanto uma possível expansão das geleiras no inverno, mas a mudança é quase imperceptível ao olhar. Estudos recentes mostram o impacto das mudanças climáticas além das geleiras. Pesquisadores da Universidade Harvard publicaram levantamento neste ano que revela que as emissões de gás carbônico pela tundra na encosta norte do Alasca cresceu 70% entre os meses de outubro e dezembro, desde os anos 70. A tundra é a vegetação que fica sob o gelo nas áreas de permafrost. Com as temperaturas mais altas, uma maior parte dessas áreas tem descongelado e demorado mais para congelar novamente no fim do outono. Sua exposição maior permite a respiração das plantas e decomposição orgânica, que liberam CO2. Outro impacto é visto em vilas litorâneas do Alasca. Segundo o governo, pelo menos 31 delas –geralmente ocupadas por comunidades nativas– estão sob risco de inundações ou erosões por conta do aumento no nível do mar. Truffer observa que o derretimento das geleiras do Alasca tem impacto direto sobre os ecossistemas e a rede hidrográfica locais, mas não influencia no aumento do nível do mar. "Perto das geleiras, o nível do mar, na verdade, está baixando. E a razão é porque o gelo 'afunda' a terra, e quando ele vai embora, essa terra se eleva novamente", diz. O especialista admite que, apesar de o Alasca apresentar mudanças mais "óbvias", o impacto econômico é muito maior com o aumento do nível do mar na Flórida. "Mas talvez não impacte tanto as pessoas no Alasca porque também não temos tanta gente assim", diz Truffer, rindo. - Como as mudanças climáticas têm impactado o Estado mais ao norte dos EUA GELEIRAS 2 km foi o que a geleira Exit retrocedeu desde 1815; só entre 2015 e 2016, foram 41 metros PERMAFROST INUNDAÇÕES E EROSÕES
ambiente
No Alasca, geleiras escancaram impacto de mudanças climáticasTrês meses antes de assinar o Acordo de Paris, em 2015, o então presidente Barack Obama posou para as câmeras diante da geleira Exit, num parque nacional em Seward, no Alasca, para falar sobre a importância de combater o aquecimento global. "Queremos ter certeza de que nossos netos vejam isso", disse. Em 2015, a geleira, que fica sobre uma montanha, já havia retrocedido dois quilômetros desde 1815. Só no último ano, havia diminuído 41 metros em sua extensão. O Alasca foi escolhido por Obama para o seu esforço final antes da Conferência do Clima de Paris justamente por ser o Estado americano em que os impactos do aquecimento do planeta são mais perceptíveis. Quatro meses depois de assumir o poder, Donald Trump retiraria os EUA do acordo global. "Aqui o efeito é bastante visual: você vê a retração das geleiras, a degradação do permafrost [área de solo que fica congelada permanentemente]. É difícil lutar contra o argumento de que antes a geleira estava ali e agora não está mais", diz Martin Truffer, físico especialista em geleiras da Universidade do Alasca em Fairbanks. Espalhadas pelo parque, que foi visitado pela reportagem, há placas com anos, mostrando toda a extensa área que era ocupada pela geleira Exit naquela época. A marcação assustadoramente começa onde hoje é a estrada de acesso ao parque. A retração não é exclusividade do parque em Seward, no centro-sul do Alasca. Segundo o Serviço Nacional de Parques, das mais de 100 mil geleiras do Estado, 95% estão atualmente diminuindo de tamanho ou estagnadas. Dados da agência federal de pesquisa geológica dos EUA (USGS), mostram que as geleiras do Alasca perdem hoje 75 bilhões de toneladas de gelo por ano –um quadro muito mais acelerado que na década de 50. Truffer explica que, no caso da maioria das geleiras do Alasca, que estão sobre as montanhas, a única justificativa para a retração é o aquecimento global. "As geleiras em oceanos têm sua própria dinâmica, que as faz retroceder e expandir. Mas nas geleiras mais simples, como as do Alasca, o que importa é o quanto elas recebem de neve e o quanto derretem, coisas que são influenciadas pela temperatura." Segundo o especialista, há variações sazonais, e portanto uma possível expansão das geleiras no inverno, mas a mudança é quase imperceptível ao olhar. Estudos recentes mostram o impacto das mudanças climáticas além das geleiras. Pesquisadores da Universidade Harvard publicaram levantamento neste ano que revela que as emissões de gás carbônico pela tundra na encosta norte do Alasca cresceu 70% entre os meses de outubro e dezembro, desde os anos 70. A tundra é a vegetação que fica sob o gelo nas áreas de permafrost. Com as temperaturas mais altas, uma maior parte dessas áreas tem descongelado e demorado mais para congelar novamente no fim do outono. Sua exposição maior permite a respiração das plantas e decomposição orgânica, que liberam CO2. Outro impacto é visto em vilas litorâneas do Alasca. Segundo o governo, pelo menos 31 delas –geralmente ocupadas por comunidades nativas– estão sob risco de inundações ou erosões por conta do aumento no nível do mar. Truffer observa que o derretimento das geleiras do Alasca tem impacto direto sobre os ecossistemas e a rede hidrográfica locais, mas não influencia no aumento do nível do mar. "Perto das geleiras, o nível do mar, na verdade, está baixando. E a razão é porque o gelo 'afunda' a terra, e quando ele vai embora, essa terra se eleva novamente", diz. O especialista admite que, apesar de o Alasca apresentar mudanças mais "óbvias", o impacto econômico é muito maior com o aumento do nível do mar na Flórida. "Mas talvez não impacte tanto as pessoas no Alasca porque também não temos tanta gente assim", diz Truffer, rindo. - Como as mudanças climáticas têm impactado o Estado mais ao norte dos EUA GELEIRAS 2 km foi o que a geleira Exit retrocedeu desde 1815; só entre 2015 e 2016, foram 41 metros PERMAFROST INUNDAÇÕES E EROSÕES
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Grupo de sucesso nos anos 1980, A-Ha ressuscita para o Rock in Rio
O A-Ha ressuscitou para o Rock in Rio. O grupo, de sucesso planetário nos anos 1980, gostou tanto de ser convidado para o festival que isso estimulou a banda a lançar neste mês seu primeiro álbum em seis anos, "Cast in Still". Os cinquentões Morten Harket (vocal), Pal Waaktaar-Savoy (guitarra) e Magne Furuholmen (teclados) ainda preservam uma boa química no palco. O novo álbum pode reacender a carreira da banda, e os shows ainda empolgam, como aconteceu na noite de domingo (27), no penúltimo show do último dia do Rock in Rio. As duas únicas músicas de "Cast in Steel" que entraram no repertório do show foram "Under the Makeup" e "Forest Fire", que não chegam perto do pop perfeito dos singles do grupo lançados nos anos 1980. O repertório teve três músicas do primeiro e bem-sucedido álbum do trio, "Hunting High and Low" (1985); "Take On Me", "The Sun Always Shines on TV", além da faixa-título. E mais três do álbum seguinte, "Scoundrel Days" (1986); "I've Been Losing You" e "Cry Wolf" (que abriram o show) e "Scoundrel Days". Quando se tem tantos sucessos, a regra em festivais grandes é tocar todos e sem mexer muito nas versões originais. O A-Ha foi experiente o bastante para seguir a regra. Mesmo as fãs bem novinhas da Katy Perry que aguardavam sua musa gostaram do A-Ha, apesar de não conhecer bem as músicas. Os tiozinhos loirinhos se deram bem no Rock in Rio. O set list do show do A-Ha: "I've Been Losing You" "Cry Wolf" "Stay on These Roads" "Move to Memphis" "Scoundrel Days" "Crying in the Rain" "Sycamore Leaves" "You Are the One" "Forest Fire" "Hunting High and Low "Foot of the Mountain" "The Sun Always Shines on TV" "Under the Makeup" "Living Daylights" "Take On Me"
ilustrada
Grupo de sucesso nos anos 1980, A-Ha ressuscita para o Rock in RioO A-Ha ressuscitou para o Rock in Rio. O grupo, de sucesso planetário nos anos 1980, gostou tanto de ser convidado para o festival que isso estimulou a banda a lançar neste mês seu primeiro álbum em seis anos, "Cast in Still". Os cinquentões Morten Harket (vocal), Pal Waaktaar-Savoy (guitarra) e Magne Furuholmen (teclados) ainda preservam uma boa química no palco. O novo álbum pode reacender a carreira da banda, e os shows ainda empolgam, como aconteceu na noite de domingo (27), no penúltimo show do último dia do Rock in Rio. As duas únicas músicas de "Cast in Steel" que entraram no repertório do show foram "Under the Makeup" e "Forest Fire", que não chegam perto do pop perfeito dos singles do grupo lançados nos anos 1980. O repertório teve três músicas do primeiro e bem-sucedido álbum do trio, "Hunting High and Low" (1985); "Take On Me", "The Sun Always Shines on TV", além da faixa-título. E mais três do álbum seguinte, "Scoundrel Days" (1986); "I've Been Losing You" e "Cry Wolf" (que abriram o show) e "Scoundrel Days". Quando se tem tantos sucessos, a regra em festivais grandes é tocar todos e sem mexer muito nas versões originais. O A-Ha foi experiente o bastante para seguir a regra. Mesmo as fãs bem novinhas da Katy Perry que aguardavam sua musa gostaram do A-Ha, apesar de não conhecer bem as músicas. Os tiozinhos loirinhos se deram bem no Rock in Rio. O set list do show do A-Ha: "I've Been Losing You" "Cry Wolf" "Stay on These Roads" "Move to Memphis" "Scoundrel Days" "Crying in the Rain" "Sycamore Leaves" "You Are the One" "Forest Fire" "Hunting High and Low "Foot of the Mountain" "The Sun Always Shines on TV" "Under the Makeup" "Living Daylights" "Take On Me"
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Você pode substituir o novo salário mínimo por...
Começou a valer nesta sexta (1º): o salário mínimo nacional de 2016 é R$ 880. Pelas leis que o criaram em 1936 (e o fixaram em 1940), o "mínimo" deveria ser o suficiente para "satisfazer necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte" do trabalhador. Em 1988, a Constituição ampliou as expectativas e definiu o mínimo como "capaz de atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo" (art. 7" - IV). R$ 880, porém, não garantem esse básico a uma família brasileira. O valor necessário seria R$ 3.399,22, segundo o Dieese, em novembro de 2015 (dados mais recentes disponíveis). Uma busca rápida comprova. O aluguel mais barato de um apartamento de 2 quartos na Penha, zona leste de SP, é R$ 900 por mês. E a cesta básica do Dieese, que não inclui verduras, só tem tomate como legume e banana como fruta, custa no mínimo R$ 310. Para tentar rir em vez de chorar, a Folha fez uma lista de coisas pelas quais você pode substituir um salário mínimo, com base em produtos que foram sucesso nos memes de 2015. O grão tem proteínas, fibras alimentares e os famosos ácidos graxos Ômega 3 e Ômega 6, o que faz com que lhe sejam atribuídas 1.001 maravilhas: de remédio para diabetes a segredo para emagrecer. A granel, a linhaça custa em torno de R$ 12 o quilo. O salário mínimo chega para 73 quilos. Para quem não come como passarinho, a semente também está na receita do pão mais pedido pelos frequentadores da Julice, eleita a melhor padaria de São Paulo pela Folha. Feito de linhaça e castanhas, ele não leva óleo, leite ou ovos. Custa pouco mais de R$ 10, ou seja, você pode substituir o mínimo por 88 pães. A linhaça é tão versátil que substitui quase tudo nos memes que usam a cozinha saudável (e saborosa) de Bela Gil. Se preferir ficar com o original, porém, o mínimo dá para comprar cerca de 200 dólares, pela última cotação do ano (mas não se esqueça de que o dólar é um investimento de risco ). Se forem as de frango com catupiry da Ragazzo, eleita a melhor da cidade na edição especial "O melhor de sãopaulo", dá para comprar mais de 400 coxinhas Se optar pelo recheio mais caro, de camarão, são cerca de 200 salgados. No outro campo do espectro político, é possível fazer, como a presidente Dilma Rousseff, uma saudação à mandioca —que virou vídeo de sucesso nas redes. O mínimo compra meia tonelada do tubérculo in natura. Preguiça de descascar? Versões já limpas e congeladas em pacotes de 2 kg saem por R$ 15: são 58 pacotes. Na opção "milho", também louvado no discurso presidencial, troque um salário mínimo por a partir de 135 garrafas do óleo deste grão. A fruta seca virou pivô de disputas nas redes sociais, mas quem despreza o alimento deveria ao menos provar um gole de vinho Sauternes, feito de uva que secou no pé e sofreu o efeito de ação de fungos nas variedades de uva sauvignon blanc e sémillon. Com o salário mínimo, compram-se duas garrafas da marca mais famosa, Chateau de Yquen, segundo o site Wine Searcher. Ainda assim prefere bacon? Você pode substituir as duas garrafas de Yquen por 80 pacotes de "Porcopocas" ou 35 torresmos de pancetta com cobertura de goiabada, da Casa do Porco. Nem o suposto nome do futuro bebê de Bela Gil não escapou das piadas, mas o fruto é um símbolo de 2015: amargo, bem amargo. Dizem que os melhores pratos com jiló estão nos botecos de Belo Horizonte. Os R$ 880 não dão para levar a família até lá, mas, se estiver por perto, tente visitar o parque Inhotim. Você pode substituir o salário mínimo por entradas para dois adultos e duas crianças durante três dias, de sexta a domingo, e ainda sobrará para o almoço num dos bons restaurantes do lugar Não está por perto? O caderno "Turismo" indica algumas outras viagens que ainda cabem dentro do salário mínimo.
mercado
Você pode substituir o novo salário mínimo por...Começou a valer nesta sexta (1º): o salário mínimo nacional de 2016 é R$ 880. Pelas leis que o criaram em 1936 (e o fixaram em 1940), o "mínimo" deveria ser o suficiente para "satisfazer necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte" do trabalhador. Em 1988, a Constituição ampliou as expectativas e definiu o mínimo como "capaz de atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo" (art. 7" - IV). R$ 880, porém, não garantem esse básico a uma família brasileira. O valor necessário seria R$ 3.399,22, segundo o Dieese, em novembro de 2015 (dados mais recentes disponíveis). Uma busca rápida comprova. O aluguel mais barato de um apartamento de 2 quartos na Penha, zona leste de SP, é R$ 900 por mês. E a cesta básica do Dieese, que não inclui verduras, só tem tomate como legume e banana como fruta, custa no mínimo R$ 310. Para tentar rir em vez de chorar, a Folha fez uma lista de coisas pelas quais você pode substituir um salário mínimo, com base em produtos que foram sucesso nos memes de 2015. O grão tem proteínas, fibras alimentares e os famosos ácidos graxos Ômega 3 e Ômega 6, o que faz com que lhe sejam atribuídas 1.001 maravilhas: de remédio para diabetes a segredo para emagrecer. A granel, a linhaça custa em torno de R$ 12 o quilo. O salário mínimo chega para 73 quilos. Para quem não come como passarinho, a semente também está na receita do pão mais pedido pelos frequentadores da Julice, eleita a melhor padaria de São Paulo pela Folha. Feito de linhaça e castanhas, ele não leva óleo, leite ou ovos. Custa pouco mais de R$ 10, ou seja, você pode substituir o mínimo por 88 pães. A linhaça é tão versátil que substitui quase tudo nos memes que usam a cozinha saudável (e saborosa) de Bela Gil. Se preferir ficar com o original, porém, o mínimo dá para comprar cerca de 200 dólares, pela última cotação do ano (mas não se esqueça de que o dólar é um investimento de risco ). Se forem as de frango com catupiry da Ragazzo, eleita a melhor da cidade na edição especial "O melhor de sãopaulo", dá para comprar mais de 400 coxinhas Se optar pelo recheio mais caro, de camarão, são cerca de 200 salgados. No outro campo do espectro político, é possível fazer, como a presidente Dilma Rousseff, uma saudação à mandioca —que virou vídeo de sucesso nas redes. O mínimo compra meia tonelada do tubérculo in natura. Preguiça de descascar? Versões já limpas e congeladas em pacotes de 2 kg saem por R$ 15: são 58 pacotes. Na opção "milho", também louvado no discurso presidencial, troque um salário mínimo por a partir de 135 garrafas do óleo deste grão. A fruta seca virou pivô de disputas nas redes sociais, mas quem despreza o alimento deveria ao menos provar um gole de vinho Sauternes, feito de uva que secou no pé e sofreu o efeito de ação de fungos nas variedades de uva sauvignon blanc e sémillon. Com o salário mínimo, compram-se duas garrafas da marca mais famosa, Chateau de Yquen, segundo o site Wine Searcher. Ainda assim prefere bacon? Você pode substituir as duas garrafas de Yquen por 80 pacotes de "Porcopocas" ou 35 torresmos de pancetta com cobertura de goiabada, da Casa do Porco. Nem o suposto nome do futuro bebê de Bela Gil não escapou das piadas, mas o fruto é um símbolo de 2015: amargo, bem amargo. Dizem que os melhores pratos com jiló estão nos botecos de Belo Horizonte. Os R$ 880 não dão para levar a família até lá, mas, se estiver por perto, tente visitar o parque Inhotim. Você pode substituir o salário mínimo por entradas para dois adultos e duas crianças durante três dias, de sexta a domingo, e ainda sobrará para o almoço num dos bons restaurantes do lugar Não está por perto? O caderno "Turismo" indica algumas outras viagens que ainda cabem dentro do salário mínimo.
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