title
stringlengths
4
146
text
stringlengths
1
61.2k
category
stringclasses
44 values
title_text
stringlengths
18
61.2k
label
int64
0
43
Botão 'curtir' do Facebook pode violar privacidade, decide tribunal alemão
O botão "curtir" do Facebook pode violar as leis de privacidade da Europa, de acordo com a decisão de um tribunal no distrito de Düsseldorf, na Alemanha. O processo teve como réu um shopping on-line da rede Peek & Cloppenburg, que transmitiu para o Facebook, sem autorização apropriada, as informações sobre como o usuário navega na página da varejista, violando a lei de proteção de dados da Alemanha e obtendo uma vantagem comercial. A reclamação foi feita pela associação de consumidores do Estado da Renânia do Norte-Vestfália, que acusou o site da Peek & Cloppenburg de obter dados dos usuários e enviá-los ao Facebook independentemente de os consumidores estarem registrados na rede social ou usarem o botão "curtir". "Um mero link para um comunicado sobre proteção de dados no pé do site não constitui uma indicação de que os dados estão sendo ou prestes a serem processados", disse o tribunal. A Peek & Cloppenburg enfrenta penalidade de até 250 mil euros ou seis meses de prisão para um gestor. Sites de terceiros podem incorporar uma ferramenta do Facebook para conectar os usuários à página. Os sites que usam o botão "curtir" recebem estatísticas dos usuários, mas nenhuma informação que possa identificar os internautas. OUTROS CASOS Esse foi mais um revés jurídico da maior rede social do mundo. Em janeiro, uma decisão da corte mais alta da Alemanha rejeitou o recurso de "encontrar amigos" do Facebook, por considerar a ferramenta assédio publicitário. O recurso solicita permissão para "aspirar" endereços de e-mail de amigos ou contatos do usuário, o que permite à rede social enviar convites para aqueles que não têm conta no Facebook aderirem ao serviço. Além disso, na semana passada, uma agência de defesa da concorrência na Alemanha afirmou que estava investigando o Facebook por suposto abuso de poder de mercado. Como parte da investigação antitruste, autoridades alemãs disseram que estavam apurando se o Facebook usou sua posição privilegiada para coletar informações digitais da população. A apuração inclui o documento de termos e compromissos que usuários têm de assinar para usar a rede social, e se esse documento coloca condições injustas sobre eles.
mercado
Botão 'curtir' do Facebook pode violar privacidade, decide tribunal alemãoO botão "curtir" do Facebook pode violar as leis de privacidade da Europa, de acordo com a decisão de um tribunal no distrito de Düsseldorf, na Alemanha. O processo teve como réu um shopping on-line da rede Peek & Cloppenburg, que transmitiu para o Facebook, sem autorização apropriada, as informações sobre como o usuário navega na página da varejista, violando a lei de proteção de dados da Alemanha e obtendo uma vantagem comercial. A reclamação foi feita pela associação de consumidores do Estado da Renânia do Norte-Vestfália, que acusou o site da Peek & Cloppenburg de obter dados dos usuários e enviá-los ao Facebook independentemente de os consumidores estarem registrados na rede social ou usarem o botão "curtir". "Um mero link para um comunicado sobre proteção de dados no pé do site não constitui uma indicação de que os dados estão sendo ou prestes a serem processados", disse o tribunal. A Peek & Cloppenburg enfrenta penalidade de até 250 mil euros ou seis meses de prisão para um gestor. Sites de terceiros podem incorporar uma ferramenta do Facebook para conectar os usuários à página. Os sites que usam o botão "curtir" recebem estatísticas dos usuários, mas nenhuma informação que possa identificar os internautas. OUTROS CASOS Esse foi mais um revés jurídico da maior rede social do mundo. Em janeiro, uma decisão da corte mais alta da Alemanha rejeitou o recurso de "encontrar amigos" do Facebook, por considerar a ferramenta assédio publicitário. O recurso solicita permissão para "aspirar" endereços de e-mail de amigos ou contatos do usuário, o que permite à rede social enviar convites para aqueles que não têm conta no Facebook aderirem ao serviço. Além disso, na semana passada, uma agência de defesa da concorrência na Alemanha afirmou que estava investigando o Facebook por suposto abuso de poder de mercado. Como parte da investigação antitruste, autoridades alemãs disseram que estavam apurando se o Facebook usou sua posição privilegiada para coletar informações digitais da população. A apuração inclui o documento de termos e compromissos que usuários têm de assinar para usar a rede social, e se esse documento coloca condições injustas sobre eles.
2
Com vãos até 4 vezes maiores do que o ideal, CPTM tem mil quedas em 1 ano
A auxiliar de cozinha Larissa Fernandes, 23, estava com seu filho Daniel, 5, na estação Calmon Viana, em Poá, na Grande São Paulo, em junho. Eles embarcariam no sentido Brás, na linha 12-safira, quando ela tomou um susto ao perceber que o garoto havia caído, bem no momento do embarque. "Meu filho caiu sentado dentro do vão. Fiquei desesperada porque o trem estava para sair", relembra. "As pessoas começaram a segurar a porta do vagão e me ajudaram a pegá-lo. Não tive nenhum socorro da CPTM ou auxílio depois. Ele se machucou, mas não foi grave". O vão onde Daniel sofreu a queda tem 33 cm, mas não é o pior caso nas linhas da CPTM. Correspondentes da Agência Mural visitaram todas as 91 estações em funcionamento e mediram os espaços entre a plataforma e as composições. O recorde, de 46 cm, foi encontrado em Aracaré, na linha 12-safira. Como comparação, um sapato 48 tem apenas 31 cm. "Teve gente que até quebrou a perna aqui", conta o autônomo Roger Menaro, 26. Há vãos grandes inclusive em estações movimentadas como Osasco, onde, em média, 45 mil pessoas passam por dia e atravessam 39 cm para embarcar. Em 2016, 989 pessoas caíram em vãos, alta de 13% na comparação com 2015, segundo dados obtidos com a CPTM via Lei de Acesso à Informação. Esse tipo de acidente é o mais comum nas estações. Em média, os vãos das estações da CPTM tem 18 cm, quase o dobro do recomendado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), em norma que trata do embarque de pessoas com mobilidade reduzida: 10 cm. Nas estações da linha 3-vermelha do metrô, por exemplo, nenhuma estação tem mais de 10 cm de vão. Tamanho dos vãos da CPTM QUEDAS NO PICO A situação se torna mais delicada no horário de pico. Foi às 18h, que Natália Prete, 18, caiu no vão da plataforma da Luz, na região central. "Chegou o trem e o pessoal começou a gritar e a empurrar. Não consegui me mexer e fui sendo empurrada, até que cai. Não tinha nenhum funcionário por perto e as pessoas ao redor que me ajudaram", conta. Na mesma estação, a nutricionista Laís Amigo sofreu um problema parecido. Quando o trem abriu as portas, não havia mais espaço e ela preferiu ficar parada, em meio ao desespero e empurra-empurra de quem queria entrar. "As pessoas continuaram empurrando, até que duas mulheres me atingiram com muita força. Eu tentei entrar, mas um cara me empurrou para fora, me fazendo cair no vão". O local onde ela caiu tem mais de 20 cm. Laís foi puxada de volta para a composição pelos próprios usuários. "Estava machucada, chorando porque estava muito assustada e descalça de um pé". Ao chegar em Itaquera, foi desencorajada a esperar a ambulância. "Fui tratada com indiferença e ainda ouvi que eles avisam para tomar cuidado com o vão". Outra vítima, a estudante Thaís Ferreira, 23, teve que passar por 20 sessões de fisioterapia após lesionar um ligamento do joelho, também na Luz. "Os vãos largos colaboram para os acidentes, mas a quantidade de usuários na plataforma também", diz. Além das pessoas com deficiência, os idosos também apontam dificuldades ao embarcar. "Já vi vários acidentes. O tempo para descer do trem é muito rápido. E o vão é muito grande. Quase não dá tempo", explica o aposentado José Luís, 54, após vencer o vão de 34 centímetros da estação Rio Grande da Serra, no ABC Paulista. Ele usa bengala enquanto se recupera de uma cirurgia na perna. Quedas em vãos entre os trens e a plataforma na CPTM FROTA ANTIGA A frota de trens da CPTM é bastante diversa: há desde trens dos anos 1950 que passaram por várias reformas e seguem em operação até modelos entregues há poucas semanas, que oferecem padrão similar ao do metrô. Essa diversidade também se dá nas portas: alguns trens tem uma extensão nas portas para reduzir a distância até a plataforma, e outros não. Várias estações da CPTM são em curva. Nelas, foram detectados maiores desníveis e mudanças. Em Francisco Morato, por exemplo, o vão vai de 15 cm a 30 cm ao longo da mesma plataforma. Há também problemas de degraus elevados entre o vagão e a plataforma. Um dos exemplos é a Linha 11-Coral, a mais movimentada da empresa. Em ao menos quatro estações, o vão fica mais alto do que a altura do vagão, o que pode variar dependendo do trem que estiver na via. Há em alguns casos até 20 centímetros de diferença. A situação é conhecida pelos funcionários da CPTM. "Vocês vão fazer algo para resolver esse problema?", questionou um segurança durante a medição. "Precisamos de ao menos dois funcionários para conseguir transportar quem está com cadeira de rodas." OUTRO LADO Questionada, a CPTM afirmou que está realizando intervenções para adequar o nível das plataformas. Citou como exemplo ações feitas nas estações Brás Cubas e Guapituba, para reduzir o desnível entre trem e a plataforma e que outras 34 estações possuem projetos de acessibilidade em contratação. "O espaço entre o trem e a plataforma nas estações da CPTM é consequência da inexistência de uma via para o transporte ferroviário de cargas, que hoje passa por dentro da cidade de São Paulo, nas mesmas vias por onde transitam os trens de passageiros. Os trens de carga são mais largos e a solução para absorver seu tráfego é a implantação do ferroanel pelo governo federal", disse a companhia, em nota. A CPTM enfatizou que usa avisos sonoros para alertar os usuários e diz manter campanhas permanentes para prevenir os acidentes. "Em caso de eventual queda, o procedimento é interromper a circulação naquela via, realizar o atendimento imediato do usuário pelas equipes de segurança e estação. Quando necessário, a pessoa é encaminhada para atendimento médico". Ainda sobre as ocorrências de quedas citadas na reportagem, a CPTM disse que não foram encontrados registros internos. A empresa orienta os cidadãos a procurarem um funcionário da estação em casos de acidentes para que sejam tomadas as providências necessárias de imediato. (PAULO TALARICO, JÉSSICA MOREIRA, KARINA OLIVEIRA, LUCAS LANDIN, LUCAS VELOSO, PRISCILA PACHECO E TAMIRIS GOMES, DA AGÊNCIA MURAL, E RAFAEL BALAGO, DE SÃO PAULO)
cotidiano
Com vãos até 4 vezes maiores do que o ideal, CPTM tem mil quedas em 1 anoA auxiliar de cozinha Larissa Fernandes, 23, estava com seu filho Daniel, 5, na estação Calmon Viana, em Poá, na Grande São Paulo, em junho. Eles embarcariam no sentido Brás, na linha 12-safira, quando ela tomou um susto ao perceber que o garoto havia caído, bem no momento do embarque. "Meu filho caiu sentado dentro do vão. Fiquei desesperada porque o trem estava para sair", relembra. "As pessoas começaram a segurar a porta do vagão e me ajudaram a pegá-lo. Não tive nenhum socorro da CPTM ou auxílio depois. Ele se machucou, mas não foi grave". O vão onde Daniel sofreu a queda tem 33 cm, mas não é o pior caso nas linhas da CPTM. Correspondentes da Agência Mural visitaram todas as 91 estações em funcionamento e mediram os espaços entre a plataforma e as composições. O recorde, de 46 cm, foi encontrado em Aracaré, na linha 12-safira. Como comparação, um sapato 48 tem apenas 31 cm. "Teve gente que até quebrou a perna aqui", conta o autônomo Roger Menaro, 26. Há vãos grandes inclusive em estações movimentadas como Osasco, onde, em média, 45 mil pessoas passam por dia e atravessam 39 cm para embarcar. Em 2016, 989 pessoas caíram em vãos, alta de 13% na comparação com 2015, segundo dados obtidos com a CPTM via Lei de Acesso à Informação. Esse tipo de acidente é o mais comum nas estações. Em média, os vãos das estações da CPTM tem 18 cm, quase o dobro do recomendado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), em norma que trata do embarque de pessoas com mobilidade reduzida: 10 cm. Nas estações da linha 3-vermelha do metrô, por exemplo, nenhuma estação tem mais de 10 cm de vão. Tamanho dos vãos da CPTM QUEDAS NO PICO A situação se torna mais delicada no horário de pico. Foi às 18h, que Natália Prete, 18, caiu no vão da plataforma da Luz, na região central. "Chegou o trem e o pessoal começou a gritar e a empurrar. Não consegui me mexer e fui sendo empurrada, até que cai. Não tinha nenhum funcionário por perto e as pessoas ao redor que me ajudaram", conta. Na mesma estação, a nutricionista Laís Amigo sofreu um problema parecido. Quando o trem abriu as portas, não havia mais espaço e ela preferiu ficar parada, em meio ao desespero e empurra-empurra de quem queria entrar. "As pessoas continuaram empurrando, até que duas mulheres me atingiram com muita força. Eu tentei entrar, mas um cara me empurrou para fora, me fazendo cair no vão". O local onde ela caiu tem mais de 20 cm. Laís foi puxada de volta para a composição pelos próprios usuários. "Estava machucada, chorando porque estava muito assustada e descalça de um pé". Ao chegar em Itaquera, foi desencorajada a esperar a ambulância. "Fui tratada com indiferença e ainda ouvi que eles avisam para tomar cuidado com o vão". Outra vítima, a estudante Thaís Ferreira, 23, teve que passar por 20 sessões de fisioterapia após lesionar um ligamento do joelho, também na Luz. "Os vãos largos colaboram para os acidentes, mas a quantidade de usuários na plataforma também", diz. Além das pessoas com deficiência, os idosos também apontam dificuldades ao embarcar. "Já vi vários acidentes. O tempo para descer do trem é muito rápido. E o vão é muito grande. Quase não dá tempo", explica o aposentado José Luís, 54, após vencer o vão de 34 centímetros da estação Rio Grande da Serra, no ABC Paulista. Ele usa bengala enquanto se recupera de uma cirurgia na perna. Quedas em vãos entre os trens e a plataforma na CPTM FROTA ANTIGA A frota de trens da CPTM é bastante diversa: há desde trens dos anos 1950 que passaram por várias reformas e seguem em operação até modelos entregues há poucas semanas, que oferecem padrão similar ao do metrô. Essa diversidade também se dá nas portas: alguns trens tem uma extensão nas portas para reduzir a distância até a plataforma, e outros não. Várias estações da CPTM são em curva. Nelas, foram detectados maiores desníveis e mudanças. Em Francisco Morato, por exemplo, o vão vai de 15 cm a 30 cm ao longo da mesma plataforma. Há também problemas de degraus elevados entre o vagão e a plataforma. Um dos exemplos é a Linha 11-Coral, a mais movimentada da empresa. Em ao menos quatro estações, o vão fica mais alto do que a altura do vagão, o que pode variar dependendo do trem que estiver na via. Há em alguns casos até 20 centímetros de diferença. A situação é conhecida pelos funcionários da CPTM. "Vocês vão fazer algo para resolver esse problema?", questionou um segurança durante a medição. "Precisamos de ao menos dois funcionários para conseguir transportar quem está com cadeira de rodas." OUTRO LADO Questionada, a CPTM afirmou que está realizando intervenções para adequar o nível das plataformas. Citou como exemplo ações feitas nas estações Brás Cubas e Guapituba, para reduzir o desnível entre trem e a plataforma e que outras 34 estações possuem projetos de acessibilidade em contratação. "O espaço entre o trem e a plataforma nas estações da CPTM é consequência da inexistência de uma via para o transporte ferroviário de cargas, que hoje passa por dentro da cidade de São Paulo, nas mesmas vias por onde transitam os trens de passageiros. Os trens de carga são mais largos e a solução para absorver seu tráfego é a implantação do ferroanel pelo governo federal", disse a companhia, em nota. A CPTM enfatizou que usa avisos sonoros para alertar os usuários e diz manter campanhas permanentes para prevenir os acidentes. "Em caso de eventual queda, o procedimento é interromper a circulação naquela via, realizar o atendimento imediato do usuário pelas equipes de segurança e estação. Quando necessário, a pessoa é encaminhada para atendimento médico". Ainda sobre as ocorrências de quedas citadas na reportagem, a CPTM disse que não foram encontrados registros internos. A empresa orienta os cidadãos a procurarem um funcionário da estação em casos de acidentes para que sejam tomadas as providências necessárias de imediato. (PAULO TALARICO, JÉSSICA MOREIRA, KARINA OLIVEIRA, LUCAS LANDIN, LUCAS VELOSO, PRISCILA PACHECO E TAMIRIS GOMES, DA AGÊNCIA MURAL, E RAFAEL BALAGO, DE SÃO PAULO)
6
Candidata democrata, Hillary Clinton tem vantagem em apoio da mídia
A um mês da eleição que vai escolher o próximo a ocupar a Casa Branca, e enquanto as pesquisas de intenção de voto ainda indicam uma disputa apertada entre os candidatos,Hillary Clinton leva ampla vantagem sobre Donald Trump no quesito apoio da mídia. A postura anti-Trump é perceptível em editoriais publicados por alguns dos principais veículos da imprensa do país. Enquanto a candidata democrata foi endossada por mais de uma dúzia de jornais e revistas, nenhum deu aval ao republicano. Mais do que isso, o "USA Today" fez um "endosso negativo", pedindo votos contra Trump, e mesmo veículos tradicionalmente conservadores recomendam que os leitores não votem nele. O posicionamento dos jornalistas nesta eleição não tem precedentes, segundo Robert W. McChesney, professor da Universidade de Illinois e especialista na relação entre mídia e política nos EUA. "Hillary tem um nível de apoio da imprensa nunca antes visto em uma eleição presidencial", disse à Folha. O pesquisador Jim Kuypers, da Virginia Tech, fez a conta e indica que a tendência liberal, mais próxima dos democratas, faz parte do perfil da mídia americana: Dos cem jornais de maior circulação dos EUA, 65 apoiaram Barack Obama e 25, John McCain em 2008; 41 endossaram Obama e 35, Mitt Romney em 2012; e até agora 16 defendem Hillary enquanto nenhum é a favor de Trump. "Não há equilíbrio. A mídia americana deixou de lado qualquer pretensão à objetividade e está abertamente tentando eleger Hillary", disse Kuypers à Folha. 'DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS' Autor do livro "Partisan Journalism" (Jornalismo partidário), em que trata da história do enviesamento midiático nos EUA, Kuypers diz que a atual postura contra Trump é arrogante e perigosa para a imprensa do país. "O viés político geralmente era mantido fechado pela imprensa, na tentativa de seguir normas de objetividade", diz. Agora, com a postura assumida na eleição, publicações como o "New York Times" "prestam um desserviço a todos os americanos e ao mundo ao dizer: 'temos o direito de julgar quem deve ou não ser presidente'. Visto do contexto das normas éticas de reportagem, a arrogância deste tipo de visão é surpreendente", avaliou. O professor McChesney faz crítica semelhante e diz que a mídia não usa o mesmo parâmetro para avaliar Hillary e Trump. "São dois pesos e duas medidas, e Hillary está se beneficiando disso. Trump sabe, e tem o direito de reclamar que a mídia é tendenciosa contra ele", disse. O cientista político Stephen J. Farnsworth diz acreditar que este tipo de viés midiático fora do comum se faz necessário por tratar de uma eleição igualmente incomum. "Trump é um candidato muito diferente", disse. "O que há de enviesamento é em direção à verdade. Se trump não quer que a imprensa seja tendenciosa, deveria falar a verdade", defendeu. Segundo o site Politifact, especializado em checar declarações políticas, Trump realmente tem exagerado na falta de compromisso com a verdade. Do total de declarações do republicano avaliadas, 69% são falsas ou parcialmente falsas -27% das declarações de Hillary foram avaliadas como falsas ou parcialmente falsas. "Não há cobertura tendenciosa. Há feridas autoinfligidas", disse Farnsworth. CIRCO MIDIÁTICO O comportamento de Trump e sua falta de apego à verdade podem até afetar o comportamento da imprensa em relação a sua campanha a um mês da eleição, mas fazem parte da forma como ele "sequestrou a atenção da mídia" e se tornou candidato com chance de se tornar presidente, segundo analistas. "É fácil cobrar que a mídia apenas noticie o fatos sem ser tendenciosa. Mas é muito difícil cobrir a campanha de Trump de forma equilibrada", disse David D'Alessio, professor da universidade de Connecticut-Stamford e autor de um estudo sobre o viés na cobertura das eleições presidenciais na mídia dos EUA entre 1948 e 2008. Segundo ele, a cobertura da eleição deste ano é diferente, pois Trump acredita que qualquer publicidade é boa para sua campanha. "Trump desde o princípio usou a estratégia do circo midiático. Ele acredita que é importante que se fale dele, mesmo que falem mal. E assim ele controla o ciclo da notícia", disse. Segundo Matthew Levendusky, autor do livro "How Partisan Media Polarize America" (Como a mídia partidária polariza os EUA), há pesquisas que mostram que Trump recebeu o equivalente a bilhões de dólares em propaganda gratuita por saber como conquistar a atenção da imprensa. "Trump na verdade é uma celebridade", disse. EFEITO NAS URNAS Por mais evidente que seja o posicionamento da imprensa a favor de Hillary, há pouco consenso entre especialistas a respeito do efeito real que esta defesa midiática pode ter nas urnas. A maioria dos pesquisadores concorda, entretanto, que o fato de as pesquisas de intenção de voto mostrarem uma disputa apertada torna o endosso midiático mais importante "Com os dois candidatos tão próximos nas pesquisas, não é preciso muito para mudar o resultado", disse D´Alessio, defendendo que as declarações de apoio da imprensa são importantes. Para Farnsworth, eleitores de Trump e Hillary são imunes ao posicionamento da imprensa, mas isso torna mais difícil convencer os indecisos a apoiar o republicano. "O apoio da imprensa a Hillary afeta a campanha de Trump." O viés da mídia parenta já ter efeito sobre indecisos. Segundo o site de estatísticas FiveThirtyEight, o percentual de indecisos e de eleitores de candidatos independentes vem caindo nos últimos dias nas principais pesquisas de intenção de voto, e quase 85% dos eleitores dizem já ter decidido entre Hillary ou Trump - cinco pontos percentuais a mais do que um mês antes. A média de pesquisas de intenção de voto calculada pelo site Real Clear Politics indica que Hillary tem o apoio de 48% dos eleitores, contra 43,9% de Trump. A vantagem da democrata vem se construindo especialmente desde o primeiro cara a cara entre ela e o republicano, no último dia 26, quando os dois apareciam tecnicamente empatados nas sondagens. No Brasil, não é comum haver posicionamento político claro dos veículos da imprensa. A Folha, desde o primeiro Projeto Editorial, de 1984, fez a opção por um jornalismo crítico, pluralista e apartidário.
mundo
Candidata democrata, Hillary Clinton tem vantagem em apoio da mídiaA um mês da eleição que vai escolher o próximo a ocupar a Casa Branca, e enquanto as pesquisas de intenção de voto ainda indicam uma disputa apertada entre os candidatos,Hillary Clinton leva ampla vantagem sobre Donald Trump no quesito apoio da mídia. A postura anti-Trump é perceptível em editoriais publicados por alguns dos principais veículos da imprensa do país. Enquanto a candidata democrata foi endossada por mais de uma dúzia de jornais e revistas, nenhum deu aval ao republicano. Mais do que isso, o "USA Today" fez um "endosso negativo", pedindo votos contra Trump, e mesmo veículos tradicionalmente conservadores recomendam que os leitores não votem nele. O posicionamento dos jornalistas nesta eleição não tem precedentes, segundo Robert W. McChesney, professor da Universidade de Illinois e especialista na relação entre mídia e política nos EUA. "Hillary tem um nível de apoio da imprensa nunca antes visto em uma eleição presidencial", disse à Folha. O pesquisador Jim Kuypers, da Virginia Tech, fez a conta e indica que a tendência liberal, mais próxima dos democratas, faz parte do perfil da mídia americana: Dos cem jornais de maior circulação dos EUA, 65 apoiaram Barack Obama e 25, John McCain em 2008; 41 endossaram Obama e 35, Mitt Romney em 2012; e até agora 16 defendem Hillary enquanto nenhum é a favor de Trump. "Não há equilíbrio. A mídia americana deixou de lado qualquer pretensão à objetividade e está abertamente tentando eleger Hillary", disse Kuypers à Folha. 'DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS' Autor do livro "Partisan Journalism" (Jornalismo partidário), em que trata da história do enviesamento midiático nos EUA, Kuypers diz que a atual postura contra Trump é arrogante e perigosa para a imprensa do país. "O viés político geralmente era mantido fechado pela imprensa, na tentativa de seguir normas de objetividade", diz. Agora, com a postura assumida na eleição, publicações como o "New York Times" "prestam um desserviço a todos os americanos e ao mundo ao dizer: 'temos o direito de julgar quem deve ou não ser presidente'. Visto do contexto das normas éticas de reportagem, a arrogância deste tipo de visão é surpreendente", avaliou. O professor McChesney faz crítica semelhante e diz que a mídia não usa o mesmo parâmetro para avaliar Hillary e Trump. "São dois pesos e duas medidas, e Hillary está se beneficiando disso. Trump sabe, e tem o direito de reclamar que a mídia é tendenciosa contra ele", disse. O cientista político Stephen J. Farnsworth diz acreditar que este tipo de viés midiático fora do comum se faz necessário por tratar de uma eleição igualmente incomum. "Trump é um candidato muito diferente", disse. "O que há de enviesamento é em direção à verdade. Se trump não quer que a imprensa seja tendenciosa, deveria falar a verdade", defendeu. Segundo o site Politifact, especializado em checar declarações políticas, Trump realmente tem exagerado na falta de compromisso com a verdade. Do total de declarações do republicano avaliadas, 69% são falsas ou parcialmente falsas -27% das declarações de Hillary foram avaliadas como falsas ou parcialmente falsas. "Não há cobertura tendenciosa. Há feridas autoinfligidas", disse Farnsworth. CIRCO MIDIÁTICO O comportamento de Trump e sua falta de apego à verdade podem até afetar o comportamento da imprensa em relação a sua campanha a um mês da eleição, mas fazem parte da forma como ele "sequestrou a atenção da mídia" e se tornou candidato com chance de se tornar presidente, segundo analistas. "É fácil cobrar que a mídia apenas noticie o fatos sem ser tendenciosa. Mas é muito difícil cobrir a campanha de Trump de forma equilibrada", disse David D'Alessio, professor da universidade de Connecticut-Stamford e autor de um estudo sobre o viés na cobertura das eleições presidenciais na mídia dos EUA entre 1948 e 2008. Segundo ele, a cobertura da eleição deste ano é diferente, pois Trump acredita que qualquer publicidade é boa para sua campanha. "Trump desde o princípio usou a estratégia do circo midiático. Ele acredita que é importante que se fale dele, mesmo que falem mal. E assim ele controla o ciclo da notícia", disse. Segundo Matthew Levendusky, autor do livro "How Partisan Media Polarize America" (Como a mídia partidária polariza os EUA), há pesquisas que mostram que Trump recebeu o equivalente a bilhões de dólares em propaganda gratuita por saber como conquistar a atenção da imprensa. "Trump na verdade é uma celebridade", disse. EFEITO NAS URNAS Por mais evidente que seja o posicionamento da imprensa a favor de Hillary, há pouco consenso entre especialistas a respeito do efeito real que esta defesa midiática pode ter nas urnas. A maioria dos pesquisadores concorda, entretanto, que o fato de as pesquisas de intenção de voto mostrarem uma disputa apertada torna o endosso midiático mais importante "Com os dois candidatos tão próximos nas pesquisas, não é preciso muito para mudar o resultado", disse D´Alessio, defendendo que as declarações de apoio da imprensa são importantes. Para Farnsworth, eleitores de Trump e Hillary são imunes ao posicionamento da imprensa, mas isso torna mais difícil convencer os indecisos a apoiar o republicano. "O apoio da imprensa a Hillary afeta a campanha de Trump." O viés da mídia parenta já ter efeito sobre indecisos. Segundo o site de estatísticas FiveThirtyEight, o percentual de indecisos e de eleitores de candidatos independentes vem caindo nos últimos dias nas principais pesquisas de intenção de voto, e quase 85% dos eleitores dizem já ter decidido entre Hillary ou Trump - cinco pontos percentuais a mais do que um mês antes. A média de pesquisas de intenção de voto calculada pelo site Real Clear Politics indica que Hillary tem o apoio de 48% dos eleitores, contra 43,9% de Trump. A vantagem da democrata vem se construindo especialmente desde o primeiro cara a cara entre ela e o republicano, no último dia 26, quando os dois apareciam tecnicamente empatados nas sondagens. No Brasil, não é comum haver posicionamento político claro dos veículos da imprensa. A Folha, desde o primeiro Projeto Editorial, de 1984, fez a opção por um jornalismo crítico, pluralista e apartidário.
3
Plano de negócio da Petrobras considera dólar mais caro
A Petrobras informou na noite desta quinta-feira (8) que os ajustes em seu plano de negócios, anunciados no início da semana, consideram o preço de petróleo a US$ 55 por barril e o dólar a R$ 3,80 em 2016. No plano anterior, as projeções de petróleo e dólar para 2016 eram US$ 70 por barril e R$ 3,26 por dólar. Para este ano, as projeções de preço do petróleo caíram de US$ 60 para US$ 54 por barril. Já a projeção de câmbio subiu de R$ 3,10 para R$ 3,28 por dólar. Atualmente, o petróleo ronda os US$ 50 por barril, e o dólar, os R$ 3,80. O ajuste no plano de negócios resultou na queda de US$ 11 bilhões na projeção de investimentos da empresa até o final de 2016. Segundo nota distribuída pela estatal, o ajuste nas projeções de investimento contemplam o efeito da alteração na taxa de câmbio, mas, "principalmente, otimizações e redução do nível de atividade". Na decisão do corte de investimentos, a companhia informou que a redução visava "preservar seus objetivos fundamentais de desalavancagem e geração de valor para os acionistas". A maior parte dos cortes se dará no ano que vem. OLHO NO CAIXA Com a queda do preço do petróleo e a alta do dólar, a companhia vem buscando alternativas para reduzir a queima de caixa e evitar a explosão de sua dívida. Na semana passada, a empresa anunciou reajuste nos preços de 6% no preço da gasolina e de 4% no preço do diesel, além de uma troca de dívida em dólares, no valor de R$ 4 bilhões, para empréstimo em moeda local. Com 73% de seus empréstimos atrelados ao dólar, a já elevada dívida da estatal vem sofrendo os efeitos da desvalorização cambial dos últimos meses.
mercado
Plano de negócio da Petrobras considera dólar mais caroA Petrobras informou na noite desta quinta-feira (8) que os ajustes em seu plano de negócios, anunciados no início da semana, consideram o preço de petróleo a US$ 55 por barril e o dólar a R$ 3,80 em 2016. No plano anterior, as projeções de petróleo e dólar para 2016 eram US$ 70 por barril e R$ 3,26 por dólar. Para este ano, as projeções de preço do petróleo caíram de US$ 60 para US$ 54 por barril. Já a projeção de câmbio subiu de R$ 3,10 para R$ 3,28 por dólar. Atualmente, o petróleo ronda os US$ 50 por barril, e o dólar, os R$ 3,80. O ajuste no plano de negócios resultou na queda de US$ 11 bilhões na projeção de investimentos da empresa até o final de 2016. Segundo nota distribuída pela estatal, o ajuste nas projeções de investimento contemplam o efeito da alteração na taxa de câmbio, mas, "principalmente, otimizações e redução do nível de atividade". Na decisão do corte de investimentos, a companhia informou que a redução visava "preservar seus objetivos fundamentais de desalavancagem e geração de valor para os acionistas". A maior parte dos cortes se dará no ano que vem. OLHO NO CAIXA Com a queda do preço do petróleo e a alta do dólar, a companhia vem buscando alternativas para reduzir a queima de caixa e evitar a explosão de sua dívida. Na semana passada, a empresa anunciou reajuste nos preços de 6% no preço da gasolina e de 4% no preço do diesel, além de uma troca de dívida em dólares, no valor de R$ 4 bilhões, para empréstimo em moeda local. Com 73% de seus empréstimos atrelados ao dólar, a já elevada dívida da estatal vem sofrendo os efeitos da desvalorização cambial dos últimos meses.
2
Com 6 meses, governo Temer já parece velho
Faça um teste, leitor: tente explicar em uma frase o que são pedaladas fiscais. Agora, repita o exercício: resuma em poucas palavras o que envolve Michel Temer na controvérsia em torno do prédio embargado pelo Iphan. É bem mais fácil: o presidente interferiu numa operação para liberar um empreendimento imobiliário privado que atende aos interesses de seu braço-direito, Geddel Vieira Lima. A simplicidade do que está acontecendo é o que há de tão nocivo para Temer. Os indícios de uma conduta no mínimo bastante inapropriada abundam e são de fácil compreensão para qualquer um. O governo acaba de completar seis meses e já parece velho. A estratégia de conquistar legitimidade popular, com a retomada da economia e a estabilização política, rapidamente naufraga para um presidente que não tem a chancela do voto. O escândalo do La Vue Ladeira da Barra fragiliza um governo que tem de deixar seu ambicioso programa de reformas em stand by para estancar uma crise inesperada. Não é o único problema nesse front. Em poucas semanas, o país passará por um choque de instabilidade com a monstruosa delação premiada da Odebrecht. Na Câmara, a manobra do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) para se reeleger em fevereiro, chancelada pelo Planalto apesar da vedação expressa em lei, arrisca-se a quebrar uma base aliada até aqui dada como inexpugnável. Temer, presidente da Casa três vezes, parece ter se esquecido que poucas coisas têm tanto potencial para desarrumar politicamente um governo quanto uma disputa descontrolada pelo comando da Câmara. É só perguntar a Lula sobre Severino Cavalcanti. A economia, tábua de salvação deste governo desde seu início, não colabora. A retomada não veio, contrariando prognósticos de que uma equipe econômica respeitada bastaria para ressuscitar o PIB. A previsão de crescimento de 2017 acaba de ser rebaixada para modesto 1%. O desemprego não cederá antes do segundo semestre do ano que vem, na melhor das hipóteses. Temer, subitamente, vê sua credibilidade desvalorizada pela desastrada intervenção num assunto paroquial em Salvador. Ao tentar manter Geddel na equipe, passou o recibo de que não entende o que mudou no país desde a glorificação da Lava Jato. Que dê apoio tácito a uma articulação de seus aliados no Congresso para anistiar caixa dois só agrava a percepção de descompasso com a realidade. Projetos ambiciosos como aprovar uma reforma da Previdência parecem, à luz de hoje, mais um pedaço desse delírio. Se há uma lição a ser tirada da queda de Dilma Rousseff é que crise política e marasmo econômico são mortais quando vêm juntos. Escândalos em série, inabilidade política e o mau humor da população fazem lembrar os tristes estertores do mandato da petista. Um impeachment depois, nada de substancial parece ter mudado no comando do país.
poder
Com 6 meses, governo Temer já parece velhoFaça um teste, leitor: tente explicar em uma frase o que são pedaladas fiscais. Agora, repita o exercício: resuma em poucas palavras o que envolve Michel Temer na controvérsia em torno do prédio embargado pelo Iphan. É bem mais fácil: o presidente interferiu numa operação para liberar um empreendimento imobiliário privado que atende aos interesses de seu braço-direito, Geddel Vieira Lima. A simplicidade do que está acontecendo é o que há de tão nocivo para Temer. Os indícios de uma conduta no mínimo bastante inapropriada abundam e são de fácil compreensão para qualquer um. O governo acaba de completar seis meses e já parece velho. A estratégia de conquistar legitimidade popular, com a retomada da economia e a estabilização política, rapidamente naufraga para um presidente que não tem a chancela do voto. O escândalo do La Vue Ladeira da Barra fragiliza um governo que tem de deixar seu ambicioso programa de reformas em stand by para estancar uma crise inesperada. Não é o único problema nesse front. Em poucas semanas, o país passará por um choque de instabilidade com a monstruosa delação premiada da Odebrecht. Na Câmara, a manobra do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) para se reeleger em fevereiro, chancelada pelo Planalto apesar da vedação expressa em lei, arrisca-se a quebrar uma base aliada até aqui dada como inexpugnável. Temer, presidente da Casa três vezes, parece ter se esquecido que poucas coisas têm tanto potencial para desarrumar politicamente um governo quanto uma disputa descontrolada pelo comando da Câmara. É só perguntar a Lula sobre Severino Cavalcanti. A economia, tábua de salvação deste governo desde seu início, não colabora. A retomada não veio, contrariando prognósticos de que uma equipe econômica respeitada bastaria para ressuscitar o PIB. A previsão de crescimento de 2017 acaba de ser rebaixada para modesto 1%. O desemprego não cederá antes do segundo semestre do ano que vem, na melhor das hipóteses. Temer, subitamente, vê sua credibilidade desvalorizada pela desastrada intervenção num assunto paroquial em Salvador. Ao tentar manter Geddel na equipe, passou o recibo de que não entende o que mudou no país desde a glorificação da Lava Jato. Que dê apoio tácito a uma articulação de seus aliados no Congresso para anistiar caixa dois só agrava a percepção de descompasso com a realidade. Projetos ambiciosos como aprovar uma reforma da Previdência parecem, à luz de hoje, mais um pedaço desse delírio. Se há uma lição a ser tirada da queda de Dilma Rousseff é que crise política e marasmo econômico são mortais quando vêm juntos. Escândalos em série, inabilidade política e o mau humor da população fazem lembrar os tristes estertores do mandato da petista. Um impeachment depois, nada de substancial parece ter mudado no comando do país.
0
Com altos e baixos, Casa Ravioli permite ao cliente pedir o que der na telha
LUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA O cardápio da Casa Ravioli é enxuto —só que não. Digamos que, escritinhos, como manda o figurino, estão poucos itens para um italianão. Eis ali uma polenta com funghi e parmesão (R$ 24), uma aconchegante massa recheada de vitelo embebida em um creme leve com parmesão e presunto cru (que dá uma levantada bem-vinda no sal; R$ 47), um porco à milanesa, envolvido em farinha de focaccia, grossa, crocante, uma beleza (R$ 56, com batatas, estas com óleo sobrando). Mas, bem, no próprio menu, o chef Roberto Ravioli convida os clientes a ficarem à vontade para pedir (à vontade) o que lhes der na telha. Dá a sensação de que o restaurante, que reacendeu um belo ponto parado há uns tempos em uma esquina da rua Joaquim Antunes, tem uma proposta flexível para que sirva de homenagem aos 25 anos de carreira de Ravioli. Clientes antigos, portanto, podem pedir pratos antigos do chef para aquecer os corações —e, de repente, cola. Veremos. No salão envidraçado, amplo, com toalhas a cobrir as mesas, embelezadas por flores frescas, surgem altos e baixos. São saborosos os polpettine (de vitelo, lombo e mortadela), envoltos em um molho de tomate levemente adocicado com gorgonzola (R$ 19). Mas, ora, ora, chegam à mesa com torradinhas mirradas —e o molho inspira aquela cena de mergulhar um belo naco de pão. A pasta al forno (R$ 43) traz massa (que pode variar) lambuzada em um bolonhesa com bechamel, gratinada ao forno, com parmesão salpicado —eis que as bordas ficam crocantes. Também vale a pena provar o ossobuco com polenta (esta bem amanteigada), que desmancha ao toque do garfo (R$ 59). Falta graça e gosto, porém, ao linguini com vôngole (R$ 52) —no molho, ralo, o vinho mal deixa vestígios. A dobradinha com lombo e linguiça (R$ 48) tem mais potência, mas o feijão-branco que a acompanha é tão cozido que perde a firmeza e se desfaz. Massa finíssima coberta por lâminas delicadas de maçã caramelada vão à mesa com sorvete de creme (R$ 23); o tiramisù tem gosto de café pronunciado e mascarpone no capricho (R$ 25). CASA RAVIOLI ONDE R. Joaquim Antunes, 197, Pinheiros; tel. 3083-1625. QUANDO De ter. a qui., das 12h às 15h e das 19h à 0h; sex., das 12h às 15h e das 19h à 1h; sáb., das 12h à 1h; dom., das 12h às 17h. AVALIAÇÃO Bom.
saopaulo
Com altos e baixos, Casa Ravioli permite ao cliente pedir o que der na telhaLUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA O cardápio da Casa Ravioli é enxuto —só que não. Digamos que, escritinhos, como manda o figurino, estão poucos itens para um italianão. Eis ali uma polenta com funghi e parmesão (R$ 24), uma aconchegante massa recheada de vitelo embebida em um creme leve com parmesão e presunto cru (que dá uma levantada bem-vinda no sal; R$ 47), um porco à milanesa, envolvido em farinha de focaccia, grossa, crocante, uma beleza (R$ 56, com batatas, estas com óleo sobrando). Mas, bem, no próprio menu, o chef Roberto Ravioli convida os clientes a ficarem à vontade para pedir (à vontade) o que lhes der na telha. Dá a sensação de que o restaurante, que reacendeu um belo ponto parado há uns tempos em uma esquina da rua Joaquim Antunes, tem uma proposta flexível para que sirva de homenagem aos 25 anos de carreira de Ravioli. Clientes antigos, portanto, podem pedir pratos antigos do chef para aquecer os corações —e, de repente, cola. Veremos. No salão envidraçado, amplo, com toalhas a cobrir as mesas, embelezadas por flores frescas, surgem altos e baixos. São saborosos os polpettine (de vitelo, lombo e mortadela), envoltos em um molho de tomate levemente adocicado com gorgonzola (R$ 19). Mas, ora, ora, chegam à mesa com torradinhas mirradas —e o molho inspira aquela cena de mergulhar um belo naco de pão. A pasta al forno (R$ 43) traz massa (que pode variar) lambuzada em um bolonhesa com bechamel, gratinada ao forno, com parmesão salpicado —eis que as bordas ficam crocantes. Também vale a pena provar o ossobuco com polenta (esta bem amanteigada), que desmancha ao toque do garfo (R$ 59). Falta graça e gosto, porém, ao linguini com vôngole (R$ 52) —no molho, ralo, o vinho mal deixa vestígios. A dobradinha com lombo e linguiça (R$ 48) tem mais potência, mas o feijão-branco que a acompanha é tão cozido que perde a firmeza e se desfaz. Massa finíssima coberta por lâminas delicadas de maçã caramelada vão à mesa com sorvete de creme (R$ 23); o tiramisù tem gosto de café pronunciado e mascarpone no capricho (R$ 25). CASA RAVIOLI ONDE R. Joaquim Antunes, 197, Pinheiros; tel. 3083-1625. QUANDO De ter. a qui., das 12h às 15h e das 19h à 0h; sex., das 12h às 15h e das 19h à 1h; sáb., das 12h à 1h; dom., das 12h às 17h. AVALIAÇÃO Bom.
17
Sakamoto vai lançar livro sobre o que aprendeu sendo 'xingado na internet'
O jornalista Leonardo Sakamoto vai lançar no fim do mês um novo livro. "O Que Aprendi Sendo Xingado na Internet", da LeYa, traz análises sobre o ódio e a intolerância que permeiam as inter-relações nas redes sociais. O ator Gregorio Duvivier, colunista da Folha, assina a orelha. Leia a coluna completa aqui.
colunas
Sakamoto vai lançar livro sobre o que aprendeu sendo 'xingado na internet'O jornalista Leonardo Sakamoto vai lançar no fim do mês um novo livro. "O Que Aprendi Sendo Xingado na Internet", da LeYa, traz análises sobre o ódio e a intolerância que permeiam as inter-relações nas redes sociais. O ator Gregorio Duvivier, colunista da Folha, assina a orelha. Leia a coluna completa aqui.
10
Veja as mortes e missas publicadas nesta segunda-feira
MORTES Hinda Klaiman - Aos 75. Filha de Moszek Szlama Klaiman e Malka Klaiman, era viúva de Adolfo Stelmach. Deixa os filhos Jorge, Sérgio e Grace, os irmãos Rebeka, Fani e Mailech, e netos. O sepultamento foi realizado neste domingo (25/1) no Cemitério Israelita do Butantã. Lea Furst de Danon - Aos 87. Filha de Aurelio Furst e Olga Furst, era viúva de David Danon. Deixa a filha Diana, o irmão Danki e neto. O sepultamento foi realizado na sexta (23), no Cemitério Israelita do Butantã. Lhuba Hendler - Aos 91. Era filha de Isidoro Hendler e Rosa Hendler. O sepultamento foi realizado na sexta (23), no Cem. Israelita do Butantã. Lucília da Silva - Aos 91, em 25/1, em São Paulo. Natural de Itirapuã (SP), era filha de João Theodoro da Silva e Conceição Alves da Silva. Deixa um irmão, Roberto Luiz da Silva, cunhada, sobrinhos e demais parentes. O velório e o sepultamento ocorrerão no Cem. da Vila Mariana. Malka Bukstein Vainboim - Aos 64. Filha de Zeilio Bukstein e Sonia Bukstein, deixa os filhos Tatiana e Josef e o neto João. O sepultamento foi realizado na sexta (23) no Cemitério Israelita do Butantã. Olga Helman - Aos 86. Filha de Luiz Soibellmann e Anita Soibellmann, era viúva de Salomão Helman. Deixa os filhos Melanie, Cláudio e Hélio, a irmã Martha, netos e bisneto. O sepultamento foi realizado neste domingo (25), no Cem. Israelita do Butantã. * 7º DIA Lorice Duailibi Daccache - Hoje (26/1), às 19h, na paróquia Nossa Senhora de Lourdes, alameda dos Piratinins, 679, Planalto Paulista. Renato de Barros Medeiros - Hoje (26/1), às 10h, na igreja São José, rua Dinamarca, 32, Jd. Europa. Roberto Jorge Siuffi - Hoje (26/1), às 18h30, na paróquia Nossa Senhora de Lourdes, alameda dos Piratinins, 679, Planalto Paulista. Nelson Lourenço Butterby - Amanhã (27/1), às 19h30, na paróquia Santo Antônio do Embaré, avenida Bartolomeu de Gusmão, 32, Embaré, Santos (SP). * 30º DIA Fadlo Nahas - Hoje (26/1), às 18h30, na igreja Assunção de Nossa Senhora, alameda Lorena, 665, Jardim Paulista. Elza Soares de Vilhena Moraes - Amanhã (27/1), às 19h30, na paróquia São João de Brito, rua Nebraska, 868, Brooklin Novo. * 1º ANO Mario S. Viana - Hoje (26/1), às 18h30, na igreja São Gabriel, avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista. * 9º ANO Jean Pierre François Isnard - Hoje (26/1), às 18h, na paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja, alameda Franca, 889, Jardim Paulista. * 39º ANO Nazha Madi - Amanhã (27/1), às 17h30, na paróquia Nossa Senhora do Carmo da Aclimação, rua Braz Cubas, 163, Aclimação.
cotidiano
Veja as mortes e missas publicadas nesta segunda-feiraMORTES Hinda Klaiman - Aos 75. Filha de Moszek Szlama Klaiman e Malka Klaiman, era viúva de Adolfo Stelmach. Deixa os filhos Jorge, Sérgio e Grace, os irmãos Rebeka, Fani e Mailech, e netos. O sepultamento foi realizado neste domingo (25/1) no Cemitério Israelita do Butantã. Lea Furst de Danon - Aos 87. Filha de Aurelio Furst e Olga Furst, era viúva de David Danon. Deixa a filha Diana, o irmão Danki e neto. O sepultamento foi realizado na sexta (23), no Cemitério Israelita do Butantã. Lhuba Hendler - Aos 91. Era filha de Isidoro Hendler e Rosa Hendler. O sepultamento foi realizado na sexta (23), no Cem. Israelita do Butantã. Lucília da Silva - Aos 91, em 25/1, em São Paulo. Natural de Itirapuã (SP), era filha de João Theodoro da Silva e Conceição Alves da Silva. Deixa um irmão, Roberto Luiz da Silva, cunhada, sobrinhos e demais parentes. O velório e o sepultamento ocorrerão no Cem. da Vila Mariana. Malka Bukstein Vainboim - Aos 64. Filha de Zeilio Bukstein e Sonia Bukstein, deixa os filhos Tatiana e Josef e o neto João. O sepultamento foi realizado na sexta (23) no Cemitério Israelita do Butantã. Olga Helman - Aos 86. Filha de Luiz Soibellmann e Anita Soibellmann, era viúva de Salomão Helman. Deixa os filhos Melanie, Cláudio e Hélio, a irmã Martha, netos e bisneto. O sepultamento foi realizado neste domingo (25), no Cem. Israelita do Butantã. * 7º DIA Lorice Duailibi Daccache - Hoje (26/1), às 19h, na paróquia Nossa Senhora de Lourdes, alameda dos Piratinins, 679, Planalto Paulista. Renato de Barros Medeiros - Hoje (26/1), às 10h, na igreja São José, rua Dinamarca, 32, Jd. Europa. Roberto Jorge Siuffi - Hoje (26/1), às 18h30, na paróquia Nossa Senhora de Lourdes, alameda dos Piratinins, 679, Planalto Paulista. Nelson Lourenço Butterby - Amanhã (27/1), às 19h30, na paróquia Santo Antônio do Embaré, avenida Bartolomeu de Gusmão, 32, Embaré, Santos (SP). * 30º DIA Fadlo Nahas - Hoje (26/1), às 18h30, na igreja Assunção de Nossa Senhora, alameda Lorena, 665, Jardim Paulista. Elza Soares de Vilhena Moraes - Amanhã (27/1), às 19h30, na paróquia São João de Brito, rua Nebraska, 868, Brooklin Novo. * 1º ANO Mario S. Viana - Hoje (26/1), às 18h30, na igreja São Gabriel, avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista. * 9º ANO Jean Pierre François Isnard - Hoje (26/1), às 18h, na paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja, alameda Franca, 889, Jardim Paulista. * 39º ANO Nazha Madi - Amanhã (27/1), às 17h30, na paróquia Nossa Senhora do Carmo da Aclimação, rua Braz Cubas, 163, Aclimação.
6
Lula mantém rotina e mostra bom humor após delação da Odebrecht
Mesmo depois das delações da Odebrecht, Lula tenta mostrar bom humor e tranquilidade aos interlocutores e mantém a rotina. Segue fazendo exercícios e diz a quem o visita que caminha o equivalente a 6 km todos os dias, na esteira, com inclinação acentuada. COMO SEMPRE Em casa, mantém os hábitos que cultivava com dona Marisa, que morreu em fevereiro. Um deles, o de dar banho em sua cachorrinha, Michele. Desde que a ex-primeira-dama morreu, um de seus filhos, Sandro, o visita diariamente, ajudando na coordenação da casa. Leia a coluna completa aqui.
colunas
Lula mantém rotina e mostra bom humor após delação da OdebrechtMesmo depois das delações da Odebrecht, Lula tenta mostrar bom humor e tranquilidade aos interlocutores e mantém a rotina. Segue fazendo exercícios e diz a quem o visita que caminha o equivalente a 6 km todos os dias, na esteira, com inclinação acentuada. COMO SEMPRE Em casa, mantém os hábitos que cultivava com dona Marisa, que morreu em fevereiro. Um deles, o de dar banho em sua cachorrinha, Michele. Desde que a ex-primeira-dama morreu, um de seus filhos, Sandro, o visita diariamente, ajudando na coordenação da casa. Leia a coluna completa aqui.
10
'Rala Cunha', espumante e forró: veja como foi o domingo de votação em SP
As reações dos paulistanos à votação deste domingo (17) na Câmara foram as mais diversas. Nos Jardins, houve apoio ao impeachment, mas com certa resistência. Em Paraisópolis, uma família foi dividida entre "coxinhas" e "petistas". Já na Vila Madalena houve quem preferisse acompanhar o futebol. Com o resultado, buzinas e comemorações foram ouvidas em Higienópolis. Na praça Roosevelt, reduto da esquerda, o clima foi de desalento. Confira abaixo como São Paulo acompanhou e reagiu à votação que autorizou a abertura formal do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. * JARDINS EM CLIMA DE OSCAR Uma mistura de premiação de Oscar com final de Copa, regado a vinho rosé e Aperol spritz (bebida amarga de laranja com espumante), tomou conta de bares e restaurantes na tarde quente deste domingo (17), na região nobre dos Jardins. Gente uniformizada com a camisa da seleção, munida de apetrechos, como bandeiras e vuvuzelas, acompanhou a votação pelo processo de impeachment em telões e aparelhos de TV instalados dentro e até na calçada dos estabelecimentos. A arquiteta Marina Albuquerque, 38, chegou ao restaurante Spot, às 14h, especialmente para acompanhar a votação. "Recusei convite para ir ao Guarujá porque este é um momento histórico", disse ela. "Queria estar aqui para participar. É um instante de esperança." Seu marido, o economista João Miguel, 44, afirmou que é inegável que o Brasil piorou muito nos últimos anos. "Tenho amigos que estudaram nas melhores instituições do mundo, mas estão desempregados. Triste." A cada "sim", gritos e aplausos. O "não" vinha com vaias e palavrões. Alguém destoava em meio à clientela: era Alejandra Sampaio, 37, atriz e garçonete do Spot. "Estão subestimando minha inteligência com o Cunha à frente desse processo contra uma mulher que não teve enriquecimento ilícito." Para Sergio Kalil, 53, sócio-proprietário do restaurante, o Spot é um espaço apartidário que respeita opiniões. "Os telões são ligados em noite do Oscar e nos jogos da seleção, assim como serão nas Olimpíadas." O administrador de empresas Renato Perrotti, 52, não esperou pelo fim da votação. "Não aguento mais: beijo para pai, mãe, filho e até para papagaio", disse. Passava das 23h quando a frase "Tchau, querida" virou bordão da comemoração. (ROBERTO DE OLIVEIRA) * BOLO E 'SAI DILMA' NO MORUMBI "Meu presente de aniver é: Dilma, tchau!", diz André Furini, 40 anos completados neste domingo (17). "O que posto no Face? Dilma volta pro Sul?", pergunta o sócio da grife Marcelo Quadros, enquanto procura uma música para substituir "People Are Strange", do The Doors. O "parabéns" acaba de rolar com bolo de churros e limão siciliano, e Furini e os amigos deixam a mesa para ver a votação do impeachment, na casa da empresária Alessandra Campiglia, 48, no Morumbi (zona oeste). A sessão na Câmara está em andamento com a TV sem som. "O que um deputado do Amapá vai falar que me interesse? É só blábláblá", fala o designer de interiores Alexandre Zanini, 45. A arquiteta Marcella Manfrinatti Reis, 30, une as mãos em forma de oração: "Vamos ganhar, pelo amor de Deus!", diz, com um olho na TV e outro no grupo "Muda Brasil", no WhatsApp. Para ela, que promete ir a Curitiba quando Sergio Moro prender Lula, "é absurdo" alguém ser contra o impedimento da mandatária, "com tanta corrupção". A anfitriã Alessandra se diz apartidária. "Não estou feliz nem com Temer nem com Cunha, mas Dilma tem que sair para mostrar que tem lei", fala. "Se me perguntar qual partido deve assumir, não sei. Tem de mudar. No momento, sou 100% Moro." (LÍGIA MESQUITA) * VIZINHOS DE TEMER FIZERAM FESTA EM ALTO DE PINHEIROS Na votação do impeachment, o clima na vizinhança do vice-presidente Michel Temer (PMDB) era de festa. Um piquenique reunia 40 convidados para celebrar o aniversário de uma moradora da praça onde fica a casa paulistana de Temer, em Alto de Pinheiros, zona oeste. Os eventos também se estendiam para dentro das casas de alto padrão. A professora de inglês Marita Souza e Silva Adams, 70, acordou às 2h para acompanhar os preparativos para a votação. "Faz dias que venho acompanhando", disse ela, que recebeu família e amigos para um almoço. Seu marido não participou. Estava compenetrado na frente da televisão, com uma faixa escrita "Fora, Dilma!". "A Dilma não tem mais ambiente para governar este país", ecoou outro vizinho, o empresário Roberto Achcar. "Com o Temer não vai melhorar nada, mas pelo menos é uma intenção", afirmou, enquanto passeava com seu cão border colie pela praça. Ainda que o peemedebista estivesse em Brasília, havia um aparato de proteção para salvaguardar a vice-primeira-dama Marcela Temer, 33, e o filho do casal, Michelzinho Temer, 7. Cinco homens, que se identificaram como agentes da Polícia Federal, passaram o domingo de plantão em frente à casa. Dois carros da PM faziam rondas pela praça. (CHICO FELITTI) * FUTEBOL E POLÍTICA NA VILA MADALENA Clientes de bar na Vila Madalena comemoram resultado da votação na Câmara As atenções nos bares e restaurantes da Vila Madalena, bairro boêmio na zona oeste de São Paulo, estavam divididas entre votação do impeachment e rodada do futebol na tarde do domingo (17). O Coutinho, por exemplo, transmitia São Paulo x Audax, pelo Campeonato Paulista. No Porto Madalena passava Bahia x Santa Cruz, pela Copa do Nordeste. Mais para o fim da votação, as atenções se voltaram para Brasília. O restaurante O Pasquim, Bar e Prosa foi um dos que decidiu exibir desde o início a sessão da Câmara. "É um momento importantíssimo para a nossa sociedade, então transmiti-lo em todas as TVs ao vivo, para todos os públicos, contra ou a favor do impeachment, é democrático", afirma um dos sócios do restaurante, Pepito Pellegrino, 48. Ele se disse a favor do impedimento de Dilma. Nos bares da rua Aspicuelta, a aprovação do impeachment na Câmara foi motivo de muita comemoração. Em alguns pontos, houve buzinaço logo após o anúncio dos 342 votos favoráveis ao afastamento de Dilma. No restaurante Posto 6, o clima era de final de Copa do Mundo. Para o empresário Alexandre Desidério, 32, o resultado representa esperança. "Espero que desperte no brasileiro uma consciência política diferente", diz. A arquiteta Tatiana Diniz, 30, também celebrou o resultado: "Senti que o Brasil teve voz. Estou muito feliz. Espero que, no mínimo, haja uma melhora [no governo], porque do jeito que estava, não dava para ficar". (JÚLIA ZAREMBA) * FORRÓ E FAMÍLIA DIVIDIDA EM PARAISÓPOLIS A família Nascimento, de Paraisópolis, favela na zona sul de São Paulo, estava dividida. No sofá esquerdo, os "petistas". No direito, os "coxinhas". A TV de 40 polegadas, no meio, mostrava a votação do impeachment na Câmara. "Sou corintiana e petista", diz a professora Maria do Nascimento, 41. "Eu sou são-paulina e coxinha", retruca a desempregada Emiliana Nascimento, 29. A família Nascimento foi exceção. A votação passou quase despercebida em Paraisópolis. As ruas estreitas estavam agitadas, mas com funk, pagode e músicas de oração das igrejas. Numa ladeira, cerca de 400 pessoas aguardavam o início do forró. A dona da festa, Maria Aparecida Prudêncio, 28, disse que o povo até se interessava pela votação do impeachment, mas queria mesmo é diversão. "O nome já diz: somos desfavorecidos. A população pobre quer curtir o domingo, ir dormir às 23h e amanhã ir trabalhar. Ou procurar emprego." (LEANDRO MACHADO E VAGNER DE ALENCAR) * RESIGNAÇÃO NA PRAÇA ROOSEVELT Na praça Roosevelt, no centro de São Paulo, muitos associaram a falta de clientes ao medo de confrontos na região. O dono de um bar disse temer que, após a votação, a praça virasse palco de balbúrdia. Para Amanda Teixeira, 31, do bar Amigos do Zé, há outra explicação. "As pessoas que frequentam a praça costumam ser contra o impeachment. Devem estar no Anhangabaú [local de concentração de manifestantes pró-Dilma]". Mesmo antes do resultado final, só alguns se concentravam na televisão. Os votos contrários à abertura do processo eram recebidos com aplausos. As amigas Bruna Garcia, 30, e Naísa Matos, 36, se definem como "pessoas preocupadas com o processo democrático". "O PT está enfraquecido. Perdeu o que tinha de ideologia. Mas amanhã, quando eu me levantar, vai ser um tapa", diz. Naísa, que esteve no mesmo bar em 2014, quando comemorou a vitória de Dilma nas eleições, disse que "a democracia está sendo jogada no ralo". "Mais um 7x1", resumiu Bruna. (PHILLIPPE WATANABE) * CALMARIA EM HIGIENÓPOLIS No bairro de Higienópolis, centro de São Paulo, o clima foi de domingão sabático. "Ficou todo mundo em casa, é?", brincou o arquiteto Antônio Neto, 63. O restaurante Via Castelli, no qual ele acompanhava a votação, e a cantina vizinha, Jardim de Nápoli, estavam quase vazios na noite de ontem. O movimento foi 40% menor que a média, de acordo com o gerente da casa Ailton Mella, 65. Com o resultado da votação, o bairro ganhou movimento. Foram ouvidos buzinas e fogos de artifício. Alguns moradores foram às janelas piscar luzes, bater panelas, soprar cornetas e gritar palavras de ordem contra o governo Dilma. No cruzamento da av. Higienópolis com a av. Angélica, muitos carros passaram buzinando e piscando faróis. A comoção, porém, durou pouco. Cerca de dez minutos depois do fim da votação,o clima de silêncio dominical voltou a tomar conta do bairro. (BRUNO SORAGGI) * IBIRAPUERA 'RALOU' CUNHA "Vai ralando o Cunha até o chão", cantavam participantes de um evento realizado pelo coletivo A Revolta da Lâmpada, no vão do MAM, no parque do Ibirapuera. O evento "Bate papo com a militância" reuniu cerca de 50 jovens em uma conversa informal sobre identidade de gênero. De acordo com os integrantes do coletivo, o evento não é pró-governo, mas pró-democracia. Para eles, o governo Dilma não foi muito diferente de outros em relação à luta da comunidade LGBT. "Mas somos contra o Cunha. Esse sim tem várias acusações comprovadas contra ele", disse um dos organizadores. De seu telefone celular, o artesão peruano Yuri Sobrino também acompanhava a votação no parque. "Espero que o sim ganhe para que acabe a corrupção." (EVERTON LOPES) * CELULAR DOMINA MISSA Na paróquia Nossa Senhora do Brasil, no Jardim Paulista, zona oeste, a missa das 18h30 teve 30% menos pessoas do que o normal, disse o padre Miquelino, 50. "Mesmo quem estava aqui, estava no celular, seguindo a votação". Segundo o padre, as opiniões variam na paróquia. "Conversei com malucos que falam que é golpe, mas que são a favor do impeachment. Tem outros que são contra, outros a favor." (LUIZA OLMEDO) * JUIZ MORO TEM FAIXA EM TAIPAS Em Taipas, na periferia da zona norte, a contrarregra Neiva da Silva, 45, fez uma faixa roxa para homenagear o juiz Sergio Moro e pedir a prisão de Lula e Dilma e a colocou em frente à sua casa, na movimentada avenida Deputado Cantidio Sampaio. "Fiz há um mês. Estamos envergonhados com tudo. Falam que é golpe, mas golpe é tudo que o PT faz". Invadiram um terreno aqui na frente e um vereador ajudou", diz. Seu marido, João Lino, 42, caminhoneiro, está sem trabalho há quatro meses. "Vamos nos mudar para João Pessoa (PB) em breve. Vendemos dois terrenos e estamos vivendo desse dinheiro", conta ele. André Medeiros, 27, é contrário ao impeachment. Seu pai, Manoel Bezerra, 49, defende a saída de Dilma. André vai a protestos pró-governo e Manoel já foi sindicalista, próximo ao PT, mas hoje vota no PSDB. Os dois evitam discussões quando se encontram, mas já tentaram convencer um ao outro a mudar de lado. Eles moram no Jaraguá, na periferia da zona norte. (RAFAEL BALAGO) * CANTINAS VAZIAS NO BIXIGA O domingo seria de movimento intenso nas cantinas do Bixiga, no centro de São Paulo, mas havia poucas pessoas na região na tarde deste dia 17. "Está muito vazio e isso não é normal. Nesse horário, eu estaria trabalhando, mas agora estou só coçando o ombro", afirmou Antônio Gonçalves Sobrinho, 61, maître do restaurante italiano Villa Tavola. No intervalo entre turnos de trabalho em um bar da rua Rui Barbosa, o músico Josep Kopf, 40, resolveu parar para uma cerveja, mas acompanhou os acontecimentos em Brasília pela TV do celular. "A gente não pode perder esse momento histórico. Eu vi o do Collor e me lembro até hoje", disse ele, que torcia pelo impedimento da presidente Dilma. Petista filiado, Segismundo Bruno, 68, resolveu não acompanhar a votação. Dono do café Sabelucha, no Bixiga, há 23 anos, ele exibe fotos de Dilma e Lula ao lado do caixa. "Não é questão de partido, é porque é outro golpe que eu vejo", disse, em referência a 1964. (MARIANA FREIRE)
poder
'Rala Cunha', espumante e forró: veja como foi o domingo de votação em SPAs reações dos paulistanos à votação deste domingo (17) na Câmara foram as mais diversas. Nos Jardins, houve apoio ao impeachment, mas com certa resistência. Em Paraisópolis, uma família foi dividida entre "coxinhas" e "petistas". Já na Vila Madalena houve quem preferisse acompanhar o futebol. Com o resultado, buzinas e comemorações foram ouvidas em Higienópolis. Na praça Roosevelt, reduto da esquerda, o clima foi de desalento. Confira abaixo como São Paulo acompanhou e reagiu à votação que autorizou a abertura formal do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. * JARDINS EM CLIMA DE OSCAR Uma mistura de premiação de Oscar com final de Copa, regado a vinho rosé e Aperol spritz (bebida amarga de laranja com espumante), tomou conta de bares e restaurantes na tarde quente deste domingo (17), na região nobre dos Jardins. Gente uniformizada com a camisa da seleção, munida de apetrechos, como bandeiras e vuvuzelas, acompanhou a votação pelo processo de impeachment em telões e aparelhos de TV instalados dentro e até na calçada dos estabelecimentos. A arquiteta Marina Albuquerque, 38, chegou ao restaurante Spot, às 14h, especialmente para acompanhar a votação. "Recusei convite para ir ao Guarujá porque este é um momento histórico", disse ela. "Queria estar aqui para participar. É um instante de esperança." Seu marido, o economista João Miguel, 44, afirmou que é inegável que o Brasil piorou muito nos últimos anos. "Tenho amigos que estudaram nas melhores instituições do mundo, mas estão desempregados. Triste." A cada "sim", gritos e aplausos. O "não" vinha com vaias e palavrões. Alguém destoava em meio à clientela: era Alejandra Sampaio, 37, atriz e garçonete do Spot. "Estão subestimando minha inteligência com o Cunha à frente desse processo contra uma mulher que não teve enriquecimento ilícito." Para Sergio Kalil, 53, sócio-proprietário do restaurante, o Spot é um espaço apartidário que respeita opiniões. "Os telões são ligados em noite do Oscar e nos jogos da seleção, assim como serão nas Olimpíadas." O administrador de empresas Renato Perrotti, 52, não esperou pelo fim da votação. "Não aguento mais: beijo para pai, mãe, filho e até para papagaio", disse. Passava das 23h quando a frase "Tchau, querida" virou bordão da comemoração. (ROBERTO DE OLIVEIRA) * BOLO E 'SAI DILMA' NO MORUMBI "Meu presente de aniver é: Dilma, tchau!", diz André Furini, 40 anos completados neste domingo (17). "O que posto no Face? Dilma volta pro Sul?", pergunta o sócio da grife Marcelo Quadros, enquanto procura uma música para substituir "People Are Strange", do The Doors. O "parabéns" acaba de rolar com bolo de churros e limão siciliano, e Furini e os amigos deixam a mesa para ver a votação do impeachment, na casa da empresária Alessandra Campiglia, 48, no Morumbi (zona oeste). A sessão na Câmara está em andamento com a TV sem som. "O que um deputado do Amapá vai falar que me interesse? É só blábláblá", fala o designer de interiores Alexandre Zanini, 45. A arquiteta Marcella Manfrinatti Reis, 30, une as mãos em forma de oração: "Vamos ganhar, pelo amor de Deus!", diz, com um olho na TV e outro no grupo "Muda Brasil", no WhatsApp. Para ela, que promete ir a Curitiba quando Sergio Moro prender Lula, "é absurdo" alguém ser contra o impedimento da mandatária, "com tanta corrupção". A anfitriã Alessandra se diz apartidária. "Não estou feliz nem com Temer nem com Cunha, mas Dilma tem que sair para mostrar que tem lei", fala. "Se me perguntar qual partido deve assumir, não sei. Tem de mudar. No momento, sou 100% Moro." (LÍGIA MESQUITA) * VIZINHOS DE TEMER FIZERAM FESTA EM ALTO DE PINHEIROS Na votação do impeachment, o clima na vizinhança do vice-presidente Michel Temer (PMDB) era de festa. Um piquenique reunia 40 convidados para celebrar o aniversário de uma moradora da praça onde fica a casa paulistana de Temer, em Alto de Pinheiros, zona oeste. Os eventos também se estendiam para dentro das casas de alto padrão. A professora de inglês Marita Souza e Silva Adams, 70, acordou às 2h para acompanhar os preparativos para a votação. "Faz dias que venho acompanhando", disse ela, que recebeu família e amigos para um almoço. Seu marido não participou. Estava compenetrado na frente da televisão, com uma faixa escrita "Fora, Dilma!". "A Dilma não tem mais ambiente para governar este país", ecoou outro vizinho, o empresário Roberto Achcar. "Com o Temer não vai melhorar nada, mas pelo menos é uma intenção", afirmou, enquanto passeava com seu cão border colie pela praça. Ainda que o peemedebista estivesse em Brasília, havia um aparato de proteção para salvaguardar a vice-primeira-dama Marcela Temer, 33, e o filho do casal, Michelzinho Temer, 7. Cinco homens, que se identificaram como agentes da Polícia Federal, passaram o domingo de plantão em frente à casa. Dois carros da PM faziam rondas pela praça. (CHICO FELITTI) * FUTEBOL E POLÍTICA NA VILA MADALENA Clientes de bar na Vila Madalena comemoram resultado da votação na Câmara As atenções nos bares e restaurantes da Vila Madalena, bairro boêmio na zona oeste de São Paulo, estavam divididas entre votação do impeachment e rodada do futebol na tarde do domingo (17). O Coutinho, por exemplo, transmitia São Paulo x Audax, pelo Campeonato Paulista. No Porto Madalena passava Bahia x Santa Cruz, pela Copa do Nordeste. Mais para o fim da votação, as atenções se voltaram para Brasília. O restaurante O Pasquim, Bar e Prosa foi um dos que decidiu exibir desde o início a sessão da Câmara. "É um momento importantíssimo para a nossa sociedade, então transmiti-lo em todas as TVs ao vivo, para todos os públicos, contra ou a favor do impeachment, é democrático", afirma um dos sócios do restaurante, Pepito Pellegrino, 48. Ele se disse a favor do impedimento de Dilma. Nos bares da rua Aspicuelta, a aprovação do impeachment na Câmara foi motivo de muita comemoração. Em alguns pontos, houve buzinaço logo após o anúncio dos 342 votos favoráveis ao afastamento de Dilma. No restaurante Posto 6, o clima era de final de Copa do Mundo. Para o empresário Alexandre Desidério, 32, o resultado representa esperança. "Espero que desperte no brasileiro uma consciência política diferente", diz. A arquiteta Tatiana Diniz, 30, também celebrou o resultado: "Senti que o Brasil teve voz. Estou muito feliz. Espero que, no mínimo, haja uma melhora [no governo], porque do jeito que estava, não dava para ficar". (JÚLIA ZAREMBA) * FORRÓ E FAMÍLIA DIVIDIDA EM PARAISÓPOLIS A família Nascimento, de Paraisópolis, favela na zona sul de São Paulo, estava dividida. No sofá esquerdo, os "petistas". No direito, os "coxinhas". A TV de 40 polegadas, no meio, mostrava a votação do impeachment na Câmara. "Sou corintiana e petista", diz a professora Maria do Nascimento, 41. "Eu sou são-paulina e coxinha", retruca a desempregada Emiliana Nascimento, 29. A família Nascimento foi exceção. A votação passou quase despercebida em Paraisópolis. As ruas estreitas estavam agitadas, mas com funk, pagode e músicas de oração das igrejas. Numa ladeira, cerca de 400 pessoas aguardavam o início do forró. A dona da festa, Maria Aparecida Prudêncio, 28, disse que o povo até se interessava pela votação do impeachment, mas queria mesmo é diversão. "O nome já diz: somos desfavorecidos. A população pobre quer curtir o domingo, ir dormir às 23h e amanhã ir trabalhar. Ou procurar emprego." (LEANDRO MACHADO E VAGNER DE ALENCAR) * RESIGNAÇÃO NA PRAÇA ROOSEVELT Na praça Roosevelt, no centro de São Paulo, muitos associaram a falta de clientes ao medo de confrontos na região. O dono de um bar disse temer que, após a votação, a praça virasse palco de balbúrdia. Para Amanda Teixeira, 31, do bar Amigos do Zé, há outra explicação. "As pessoas que frequentam a praça costumam ser contra o impeachment. Devem estar no Anhangabaú [local de concentração de manifestantes pró-Dilma]". Mesmo antes do resultado final, só alguns se concentravam na televisão. Os votos contrários à abertura do processo eram recebidos com aplausos. As amigas Bruna Garcia, 30, e Naísa Matos, 36, se definem como "pessoas preocupadas com o processo democrático". "O PT está enfraquecido. Perdeu o que tinha de ideologia. Mas amanhã, quando eu me levantar, vai ser um tapa", diz. Naísa, que esteve no mesmo bar em 2014, quando comemorou a vitória de Dilma nas eleições, disse que "a democracia está sendo jogada no ralo". "Mais um 7x1", resumiu Bruna. (PHILLIPPE WATANABE) * CALMARIA EM HIGIENÓPOLIS No bairro de Higienópolis, centro de São Paulo, o clima foi de domingão sabático. "Ficou todo mundo em casa, é?", brincou o arquiteto Antônio Neto, 63. O restaurante Via Castelli, no qual ele acompanhava a votação, e a cantina vizinha, Jardim de Nápoli, estavam quase vazios na noite de ontem. O movimento foi 40% menor que a média, de acordo com o gerente da casa Ailton Mella, 65. Com o resultado da votação, o bairro ganhou movimento. Foram ouvidos buzinas e fogos de artifício. Alguns moradores foram às janelas piscar luzes, bater panelas, soprar cornetas e gritar palavras de ordem contra o governo Dilma. No cruzamento da av. Higienópolis com a av. Angélica, muitos carros passaram buzinando e piscando faróis. A comoção, porém, durou pouco. Cerca de dez minutos depois do fim da votação,o clima de silêncio dominical voltou a tomar conta do bairro. (BRUNO SORAGGI) * IBIRAPUERA 'RALOU' CUNHA "Vai ralando o Cunha até o chão", cantavam participantes de um evento realizado pelo coletivo A Revolta da Lâmpada, no vão do MAM, no parque do Ibirapuera. O evento "Bate papo com a militância" reuniu cerca de 50 jovens em uma conversa informal sobre identidade de gênero. De acordo com os integrantes do coletivo, o evento não é pró-governo, mas pró-democracia. Para eles, o governo Dilma não foi muito diferente de outros em relação à luta da comunidade LGBT. "Mas somos contra o Cunha. Esse sim tem várias acusações comprovadas contra ele", disse um dos organizadores. De seu telefone celular, o artesão peruano Yuri Sobrino também acompanhava a votação no parque. "Espero que o sim ganhe para que acabe a corrupção." (EVERTON LOPES) * CELULAR DOMINA MISSA Na paróquia Nossa Senhora do Brasil, no Jardim Paulista, zona oeste, a missa das 18h30 teve 30% menos pessoas do que o normal, disse o padre Miquelino, 50. "Mesmo quem estava aqui, estava no celular, seguindo a votação". Segundo o padre, as opiniões variam na paróquia. "Conversei com malucos que falam que é golpe, mas que são a favor do impeachment. Tem outros que são contra, outros a favor." (LUIZA OLMEDO) * JUIZ MORO TEM FAIXA EM TAIPAS Em Taipas, na periferia da zona norte, a contrarregra Neiva da Silva, 45, fez uma faixa roxa para homenagear o juiz Sergio Moro e pedir a prisão de Lula e Dilma e a colocou em frente à sua casa, na movimentada avenida Deputado Cantidio Sampaio. "Fiz há um mês. Estamos envergonhados com tudo. Falam que é golpe, mas golpe é tudo que o PT faz". Invadiram um terreno aqui na frente e um vereador ajudou", diz. Seu marido, João Lino, 42, caminhoneiro, está sem trabalho há quatro meses. "Vamos nos mudar para João Pessoa (PB) em breve. Vendemos dois terrenos e estamos vivendo desse dinheiro", conta ele. André Medeiros, 27, é contrário ao impeachment. Seu pai, Manoel Bezerra, 49, defende a saída de Dilma. André vai a protestos pró-governo e Manoel já foi sindicalista, próximo ao PT, mas hoje vota no PSDB. Os dois evitam discussões quando se encontram, mas já tentaram convencer um ao outro a mudar de lado. Eles moram no Jaraguá, na periferia da zona norte. (RAFAEL BALAGO) * CANTINAS VAZIAS NO BIXIGA O domingo seria de movimento intenso nas cantinas do Bixiga, no centro de São Paulo, mas havia poucas pessoas na região na tarde deste dia 17. "Está muito vazio e isso não é normal. Nesse horário, eu estaria trabalhando, mas agora estou só coçando o ombro", afirmou Antônio Gonçalves Sobrinho, 61, maître do restaurante italiano Villa Tavola. No intervalo entre turnos de trabalho em um bar da rua Rui Barbosa, o músico Josep Kopf, 40, resolveu parar para uma cerveja, mas acompanhou os acontecimentos em Brasília pela TV do celular. "A gente não pode perder esse momento histórico. Eu vi o do Collor e me lembro até hoje", disse ele, que torcia pelo impedimento da presidente Dilma. Petista filiado, Segismundo Bruno, 68, resolveu não acompanhar a votação. Dono do café Sabelucha, no Bixiga, há 23 anos, ele exibe fotos de Dilma e Lula ao lado do caixa. "Não é questão de partido, é porque é outro golpe que eu vejo", disse, em referência a 1964. (MARIANA FREIRE)
0
Com petróleo e sem sabão, Venezuela tem gasolina quase gratuita
Afundada em uma crise financeira e de abastecimento, a Venezuela está oferecendo gasolina de alta qualidade praticamente de graça a seus cidadãos na tentativa de conter as tensões sociais. Sem reajustes há mais de um ano —período em que a inflação superou 750%—, o litro da gasolina serve como um retrato paradoxal do colapso do país. Com o equivalente a US$ 0,01, é possível comprar mais do que um barril do combustível (159 litros) em sua versão mais barata, a que contém chumbo. Com o valor pago por um cafezinho, um venezuelano pode levar para casa cerca de 3.000 litros do combustível, o suficiente para encher o tanque de um carro de porte médio 60 vezes. Mesmo na versão mais cara (sem chumbo), uma xícara de café é o suficiente para comprar um pouco mais que três barris de gasolina. Até para os padrões venezuelanos, a gasolina nunca teve preços tão baixos. "A inflação é tamanha, e os preços [do combustível] não sobem. Logo não teremos mais como pagar pela gasolina com dinheiro, apenas com cartão", diz o taxista Alfredo Gutierrez, que gasta o equivalente a US$ 0,10 por mês para rodar com seu carro abastecido com a versão premium (sem chumbo). O desequilíbrio nos preços é de tal grandeza que qualquer comparação com valores pagos por itens de consumo simples ganham contornos surreais. Com a crescente escassez de produtos de higiene pessoal, um pacote de fraldas de uma marca chinesa pouco conhecida com 47 unidades custa o mesmo que encher quatro caminhões tanque de 50 mil litros com a versão mais barata do combustível. LIMPEZA O salário mínimo da Venezuela é de cerca de 100 mil bolívares, aos quais são acrescidos outros 130 mil bolívares em uma espécie de tíquete alimentação. Pelo câmbio negro desta quinta (24), isso significava pouco menos do que US$ 15 (R$ 50). Mesmo assim, a gasolina ainda é extremamente barata para os venezuelanos, ainda que a maior parte da população receba o salário mínimo. "Foi a única coisa que nos sobrou", diz o mecânico Luiz Ramírez, enquanto retirava a graxa das mãos em uma bacia cheia de gasolina. Nas oficinas mecânicas venezuelanas, a gasolina é usada para diversos fins: além de substituir sabonetes e cremes para limpeza dos funcionários, serve para lavar peças de automóveis ou diluir tinta. "Um sabonete chinês pequeno, que nada lava, custa quase 3.000 bolívares quando você o encontra. Com esse dinheiro, compramos gasolina para toda a vida aqui", diz Ángel Castellano, chefe de uma oficina que diz usar cerca de 100 litros do combustível por mês para limpeza de seus funcionários, das peças e dos motores. "Para tirar o cheiro, usamos espuma de lavar carro, mais baratas". Dona das maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Venezuela sempre viveu em uma montanha russa financeira por nunca ter diversificado sua economia, mesmo antes de Hugo Chávez (1954-2013) assumir o poder, em 1999. "Crescemos ouvindo que somos ricos em petróleo, essa cultura da gasolina barata está entranhada, mas nunca chegamos ao estágio em que estamos agora, em que ela é virtualmente gratuita", diz o economista Efrain Velázquez, presidente do Conselho Nacional de Economia da Venezuela. "Ainda assim, se os preços aumentarem, as pessoas vão protestar". Símbolo da pujança econômica venezuelana no passado, a gasolina representa também um dos maiores traumas de sua história recente. Em 1989, Carlos Andrés Pérez assumiu a Presidência pela segunda vez com a promessa de salvar o país da crise. Sua primeira medida foi dobrar o preço da gasolina para reduzir os subsídios e equilibrar as contas públicas. O povo reagiu com uma onda de saques. Pérez colocou o Exército nas ruas, e mais de 300 pessoas foram mortas pelas forças de segurança em menos de uma semana. O episódio, que ficou conhecido como Caracazo, marca o início do processo que fez com que Chávez, dez anos depois, impusesse a primeira derrota nacional às oligarquias que dominaram o país no século 20. "O governo não quer mexer com a gasolina, teme que ela seja o estopim para o fim do seu ciclo como foi para seus opositores", diz o economista José Toro Hardy, ex-diretor da PDVSA, a estatal de petróleo venezuelana. "No fim, quem perde somos nós. Só no ano passado a PDVSA usou quase 30% de sua produção e gastou cerca de US$ 5,5 bilhões para dar gasolina quase de graça aos venezuelanos", afirma. "Isso não faz sentido quando não temos moeda forte para importar remédios ou comida". Os postos de gasolina são um dos raros pontos de venda de itens de consumo a preços regulados pelo governo na Venezuela em que não há filas e a oferta é vasta.
mundo
Com petróleo e sem sabão, Venezuela tem gasolina quase gratuitaAfundada em uma crise financeira e de abastecimento, a Venezuela está oferecendo gasolina de alta qualidade praticamente de graça a seus cidadãos na tentativa de conter as tensões sociais. Sem reajustes há mais de um ano —período em que a inflação superou 750%—, o litro da gasolina serve como um retrato paradoxal do colapso do país. Com o equivalente a US$ 0,01, é possível comprar mais do que um barril do combustível (159 litros) em sua versão mais barata, a que contém chumbo. Com o valor pago por um cafezinho, um venezuelano pode levar para casa cerca de 3.000 litros do combustível, o suficiente para encher o tanque de um carro de porte médio 60 vezes. Mesmo na versão mais cara (sem chumbo), uma xícara de café é o suficiente para comprar um pouco mais que três barris de gasolina. Até para os padrões venezuelanos, a gasolina nunca teve preços tão baixos. "A inflação é tamanha, e os preços [do combustível] não sobem. Logo não teremos mais como pagar pela gasolina com dinheiro, apenas com cartão", diz o taxista Alfredo Gutierrez, que gasta o equivalente a US$ 0,10 por mês para rodar com seu carro abastecido com a versão premium (sem chumbo). O desequilíbrio nos preços é de tal grandeza que qualquer comparação com valores pagos por itens de consumo simples ganham contornos surreais. Com a crescente escassez de produtos de higiene pessoal, um pacote de fraldas de uma marca chinesa pouco conhecida com 47 unidades custa o mesmo que encher quatro caminhões tanque de 50 mil litros com a versão mais barata do combustível. LIMPEZA O salário mínimo da Venezuela é de cerca de 100 mil bolívares, aos quais são acrescidos outros 130 mil bolívares em uma espécie de tíquete alimentação. Pelo câmbio negro desta quinta (24), isso significava pouco menos do que US$ 15 (R$ 50). Mesmo assim, a gasolina ainda é extremamente barata para os venezuelanos, ainda que a maior parte da população receba o salário mínimo. "Foi a única coisa que nos sobrou", diz o mecânico Luiz Ramírez, enquanto retirava a graxa das mãos em uma bacia cheia de gasolina. Nas oficinas mecânicas venezuelanas, a gasolina é usada para diversos fins: além de substituir sabonetes e cremes para limpeza dos funcionários, serve para lavar peças de automóveis ou diluir tinta. "Um sabonete chinês pequeno, que nada lava, custa quase 3.000 bolívares quando você o encontra. Com esse dinheiro, compramos gasolina para toda a vida aqui", diz Ángel Castellano, chefe de uma oficina que diz usar cerca de 100 litros do combustível por mês para limpeza de seus funcionários, das peças e dos motores. "Para tirar o cheiro, usamos espuma de lavar carro, mais baratas". Dona das maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Venezuela sempre viveu em uma montanha russa financeira por nunca ter diversificado sua economia, mesmo antes de Hugo Chávez (1954-2013) assumir o poder, em 1999. "Crescemos ouvindo que somos ricos em petróleo, essa cultura da gasolina barata está entranhada, mas nunca chegamos ao estágio em que estamos agora, em que ela é virtualmente gratuita", diz o economista Efrain Velázquez, presidente do Conselho Nacional de Economia da Venezuela. "Ainda assim, se os preços aumentarem, as pessoas vão protestar". Símbolo da pujança econômica venezuelana no passado, a gasolina representa também um dos maiores traumas de sua história recente. Em 1989, Carlos Andrés Pérez assumiu a Presidência pela segunda vez com a promessa de salvar o país da crise. Sua primeira medida foi dobrar o preço da gasolina para reduzir os subsídios e equilibrar as contas públicas. O povo reagiu com uma onda de saques. Pérez colocou o Exército nas ruas, e mais de 300 pessoas foram mortas pelas forças de segurança em menos de uma semana. O episódio, que ficou conhecido como Caracazo, marca o início do processo que fez com que Chávez, dez anos depois, impusesse a primeira derrota nacional às oligarquias que dominaram o país no século 20. "O governo não quer mexer com a gasolina, teme que ela seja o estopim para o fim do seu ciclo como foi para seus opositores", diz o economista José Toro Hardy, ex-diretor da PDVSA, a estatal de petróleo venezuelana. "No fim, quem perde somos nós. Só no ano passado a PDVSA usou quase 30% de sua produção e gastou cerca de US$ 5,5 bilhões para dar gasolina quase de graça aos venezuelanos", afirma. "Isso não faz sentido quando não temos moeda forte para importar remédios ou comida". Os postos de gasolina são um dos raros pontos de venda de itens de consumo a preços regulados pelo governo na Venezuela em que não há filas e a oferta é vasta.
3
São Paulo acerta contratação de meia líder de assistências da Série B
O São Paulo deve anunciar nos próximos dias a contratação do meia Jean Carlos,24, líder de assistências da Série B com oito passes para gol, pelo Vila Nova. Ele é jogador do São Bernardo e está no time goiano por empréstimo. À Folha, o presidente do São Bernardo, Tiago Ferreira, confirmou que o São Paulo procurou o clube na quarta-feira (31) para saber a situação do jogador. Na quinta (1º), o clube tricolor fez uma proposta de empréstimo pelo jogador até o final do Campeonato Paulista de 2017, com opção de compra ao final do contrato. Segundo o presidente, o Vila Nova entrou em acordo com o São Paulo para ceder o jogador antes do fim do contrato de empréstimo, que duraria até o final desta temporada. O clube goiano é o décimo colocado da Série B, a oito pontos de distância do G4 e a sete da zona de rebaixamento. "O São Paulo já nos enviou o contrato, que está na mão do jurídico, e não deve haver qualquer problema para a assinatura", afirmou Ferreira. Segundo ele, o jogador já deve estar no São Paulo entre segunda (5) e terça-feira (6). O clube paulista não confirma a negociação. Jean Carlos começou no Palmeiras, em 2011, mas pouco jogou. Transferiu-se para o São Bernardo, em 2013, onde ficou até 2016. Em maio deste ano foi emprestado ao Vila Nova e vem fazendo uma boa Série B, apesar da má colocação do time na tabela de classificação.
esporte
São Paulo acerta contratação de meia líder de assistências da Série BO São Paulo deve anunciar nos próximos dias a contratação do meia Jean Carlos,24, líder de assistências da Série B com oito passes para gol, pelo Vila Nova. Ele é jogador do São Bernardo e está no time goiano por empréstimo. À Folha, o presidente do São Bernardo, Tiago Ferreira, confirmou que o São Paulo procurou o clube na quarta-feira (31) para saber a situação do jogador. Na quinta (1º), o clube tricolor fez uma proposta de empréstimo pelo jogador até o final do Campeonato Paulista de 2017, com opção de compra ao final do contrato. Segundo o presidente, o Vila Nova entrou em acordo com o São Paulo para ceder o jogador antes do fim do contrato de empréstimo, que duraria até o final desta temporada. O clube goiano é o décimo colocado da Série B, a oito pontos de distância do G4 e a sete da zona de rebaixamento. "O São Paulo já nos enviou o contrato, que está na mão do jurídico, e não deve haver qualquer problema para a assinatura", afirmou Ferreira. Segundo ele, o jogador já deve estar no São Paulo entre segunda (5) e terça-feira (6). O clube paulista não confirma a negociação. Jean Carlos começou no Palmeiras, em 2011, mas pouco jogou. Transferiu-se para o São Bernardo, em 2013, onde ficou até 2016. Em maio deste ano foi emprestado ao Vila Nova e vem fazendo uma boa Série B, apesar da má colocação do time na tabela de classificação.
4
Brasil precisa recuperar a chancela da Wada o mais rápido possível
O movimento internacional de combate ao doping recorre a novos recursos a cada dia na luta contra os trapaceiros. Apesar disso, está sempre um passo atrás nessa incansável perseguição. Em se tratando de uma área sensível e delicada, a Wada (Agência Mundial Antidoping) decidiu que os tribunais antidoping, certificados por ela em qualquer país, devem ser integrados exclusivamente por membros independentes de organizações esportivas. Como a norma não é seguida à risca pelo Brasil, a Wada resiste em devolver o credenciamento à ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem). Conforme revelou a Folha, em reportagem de Paulo Roberto Conde, cinco dos nove membros do Tribunal de Justiça Antidopagem brasileiro ferem a orientação, embora todos de reconhecida experiência na área. Sem a chancela da Wada, mesmo após a Olimpíada no Rio, exames antidoping feitos no Brasil não têm validade internacional. É uma questão relevante, que precisa encontrar solução o mais rápido possível. A luta contra o doping, no entanto, tem conflitos inesperados também fora do Brasil. No esporte olímpico dos EUA, por exemplo, no momento, virou uma faca de dois gumes. Enquanto a agência antidoping do país pede sanções mais enérgicas contra a Rússia, envolvida em escândalo de doping sem precedente igual, o comitê olímpico americano age com diplomacia em relação aos mesmos dirigentes na busca por apoio à sua campanha pelo direito de promover a Olimpíada de 2024. Los Angeles disputa com Paris, uma concorrência de gigantes. O caso da Rússia é o maior escândalo de doping do esporte. As denúncias envolveram até a participação do Estado na manipulação de resultados de testes antidoping para favorecer atletas daquele país. Autoridades esportivas, políticas e médicas locais refutaram todas as acusações, mas não conseguiram impedir severas punições. A equipe de atletismo da Rússia foi proibida de participar da Olimpíada do Rio. Em dezembro passado, mais de mil competidores russos foram denunciados por doping. Depois de resistir por algum tempo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu recentemente que ocorreram falhas no antidoping no país, mas reiterou que nunca existiu qualquer apoio estatal. A Wada, por sua vez, também recuou levemente, revelando que algumas das denúncias eram inconsistentes. A ação contra o doping se transformou no principal ponto da agenda do mundo dos esportes. Nenhum país está acima da lei, que deve ser igual para todos. O jogo limpo é condição primordial na disputa esportiva. BASQUETE 1 A Fiba (Federação Internacional de Basquete) anunciou ter aceitado a renúncia do espanhol José Luis Sáez, que era membro do Conselho Central da entidade. Saez foi o emissário enviado ao Rio para levantar informações sobre as dívidas e a situação administrativa da CBB (Confederação Brasileira de Basquete). Após a visita do cartola, a Fiba suspendeu o basquete nacional dos seus torneios. Coincidentemente, o recém-eleito presidente da CBB, Guy Peixoto, tentou, sem êxito, um contato com a direção da Fiba, na tentativa de acabar com a suspensão. Mas os dois encontros, um na Suíça e outro em Porto Rico, acabaram cancelados. Não está definido ainda o próximo passo. BASQUETE 2 Foi um sucesso de público e organização o Jogo das Estrelas, promovido pela LNB (Liga Nacional de Basquete), no domingo (19). Os torcedores lotaram o Ibirapuera, que teve basquete na quadra, homenagem a ídolos do passado na modalidade, show musical e brincadeiras de bola ao cesto fora do ginásio.
colunas
Brasil precisa recuperar a chancela da Wada o mais rápido possívelO movimento internacional de combate ao doping recorre a novos recursos a cada dia na luta contra os trapaceiros. Apesar disso, está sempre um passo atrás nessa incansável perseguição. Em se tratando de uma área sensível e delicada, a Wada (Agência Mundial Antidoping) decidiu que os tribunais antidoping, certificados por ela em qualquer país, devem ser integrados exclusivamente por membros independentes de organizações esportivas. Como a norma não é seguida à risca pelo Brasil, a Wada resiste em devolver o credenciamento à ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem). Conforme revelou a Folha, em reportagem de Paulo Roberto Conde, cinco dos nove membros do Tribunal de Justiça Antidopagem brasileiro ferem a orientação, embora todos de reconhecida experiência na área. Sem a chancela da Wada, mesmo após a Olimpíada no Rio, exames antidoping feitos no Brasil não têm validade internacional. É uma questão relevante, que precisa encontrar solução o mais rápido possível. A luta contra o doping, no entanto, tem conflitos inesperados também fora do Brasil. No esporte olímpico dos EUA, por exemplo, no momento, virou uma faca de dois gumes. Enquanto a agência antidoping do país pede sanções mais enérgicas contra a Rússia, envolvida em escândalo de doping sem precedente igual, o comitê olímpico americano age com diplomacia em relação aos mesmos dirigentes na busca por apoio à sua campanha pelo direito de promover a Olimpíada de 2024. Los Angeles disputa com Paris, uma concorrência de gigantes. O caso da Rússia é o maior escândalo de doping do esporte. As denúncias envolveram até a participação do Estado na manipulação de resultados de testes antidoping para favorecer atletas daquele país. Autoridades esportivas, políticas e médicas locais refutaram todas as acusações, mas não conseguiram impedir severas punições. A equipe de atletismo da Rússia foi proibida de participar da Olimpíada do Rio. Em dezembro passado, mais de mil competidores russos foram denunciados por doping. Depois de resistir por algum tempo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu recentemente que ocorreram falhas no antidoping no país, mas reiterou que nunca existiu qualquer apoio estatal. A Wada, por sua vez, também recuou levemente, revelando que algumas das denúncias eram inconsistentes. A ação contra o doping se transformou no principal ponto da agenda do mundo dos esportes. Nenhum país está acima da lei, que deve ser igual para todos. O jogo limpo é condição primordial na disputa esportiva. BASQUETE 1 A Fiba (Federação Internacional de Basquete) anunciou ter aceitado a renúncia do espanhol José Luis Sáez, que era membro do Conselho Central da entidade. Saez foi o emissário enviado ao Rio para levantar informações sobre as dívidas e a situação administrativa da CBB (Confederação Brasileira de Basquete). Após a visita do cartola, a Fiba suspendeu o basquete nacional dos seus torneios. Coincidentemente, o recém-eleito presidente da CBB, Guy Peixoto, tentou, sem êxito, um contato com a direção da Fiba, na tentativa de acabar com a suspensão. Mas os dois encontros, um na Suíça e outro em Porto Rico, acabaram cancelados. Não está definido ainda o próximo passo. BASQUETE 2 Foi um sucesso de público e organização o Jogo das Estrelas, promovido pela LNB (Liga Nacional de Basquete), no domingo (19). Os torcedores lotaram o Ibirapuera, que teve basquete na quadra, homenagem a ídolos do passado na modalidade, show musical e brincadeiras de bola ao cesto fora do ginásio.
10
Apoio colombiano a acordo de paz cai, segundo pesquisa sobre plebiscito
Segundo pesquisa do instituto Datexco divulgada nesta sexta (16), a opção "não" do plebiscito sobre a paz na Colômbia vem subindo com relação ao "sim". Os dados do levantamento indicam que, se a votação fosse hoje, o "sim" ainda venceria, com 55,3%, contra 38,3% contra o "não". Há 6,4% dos eleitores que estão indecisos entre as duas opções ou mesmo entre ir ou não às urnas. O voto na Colômbia não é obrigatório. Com relação à última pesquisa, do mesmo instituto, na semana anterior, o "sim" perdeu vantagem, pois vinha adiante com 64,8%, contra 28,1%, do "não". Os números mostram que a intensa propaganda da oposição ao governo, que argumenta que o tratado oferece demasiadas concessões e anistias às Farc vem fazendo efeito. Entretanto, segundo as regras estabelecidas pela Corte Constitucional para este plebiscito, para sair vitoriosa, a opção "sim" deve alcançar apenas 13% do eleitorado, ou seja, ser escolhida por 4,5 milhões de colombianos.
mundo
Apoio colombiano a acordo de paz cai, segundo pesquisa sobre plebiscitoSegundo pesquisa do instituto Datexco divulgada nesta sexta (16), a opção "não" do plebiscito sobre a paz na Colômbia vem subindo com relação ao "sim". Os dados do levantamento indicam que, se a votação fosse hoje, o "sim" ainda venceria, com 55,3%, contra 38,3% contra o "não". Há 6,4% dos eleitores que estão indecisos entre as duas opções ou mesmo entre ir ou não às urnas. O voto na Colômbia não é obrigatório. Com relação à última pesquisa, do mesmo instituto, na semana anterior, o "sim" perdeu vantagem, pois vinha adiante com 64,8%, contra 28,1%, do "não". Os números mostram que a intensa propaganda da oposição ao governo, que argumenta que o tratado oferece demasiadas concessões e anistias às Farc vem fazendo efeito. Entretanto, segundo as regras estabelecidas pela Corte Constitucional para este plebiscito, para sair vitoriosa, a opção "sim" deve alcançar apenas 13% do eleitorado, ou seja, ser escolhida por 4,5 milhões de colombianos.
3
Os sem-teto
Para sustar a alta galopante da dívida do governo, fixou-se, no ano passado, um teto para os gastos federais, que daqui em diante não podem crescer acima da inflação. Há outro teto imposto à administração pública, mais antigo, segundo o qual os salários dos servidores não ultrapassarão os pagos aos ministros do Supremo Tribunal Federal -hoje, R$ 33.763 mensais. A experiência com o limite remuneratório, cujas primeiras versões datam dos anos 1990, ensina que a burocracia estatal sempre busca meios de esquivar-se das tentativas de conter sua expansão. No mais das vezes, com sucesso. Num exemplo, esta Folha noticiou que 97% dos membros do Ministério Público paulista receberam, em 2015, vencimentos superiores ao que se imagina ser o máximo permitido pela Constituição. Mas, sustenta a categoria, nenhuma regra foi infringida. A corporação ampara-se em expediente mais que conhecido: inflam-se os rendimentos com toda sorte de abonos, auxílios e outros penduricalhos extrassalariais. Artifícios do gênero abundam também no Judiciário, onde o gasto médio com cada magistrado atingiu R$ 46,2 mil mensais, conforme o Conselho Nacional de Justiça. Exemplos de supersalários tendem a ser mais numerosos daqui para a frente -o Supremo Tribunal Federal decidiu, na quinta (27), que a remuneração de um servidor com dois cargos públicos pode extrapolar o limite constitucional. Tais casos hiperbólicos despertam a atenção geral, sem dúvida, porém estão longe de descrever a extensão do poderio das corporações do funcionalismo. Uma demonstração mais eloquente encontra-se nos resultados recém-divulgados das contas do Tesouro Nacional, no primeiro trimestre sob a vigência do teto para os dispêndios. Enquanto programas de governo passam por severa contração, para compensar a alta inevitável dos encargos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), as despesas com pessoal ativo e inativo expandem-se em taxa vigorosa -projetada em cerca de 5% acima da inflação até o final do ano. Trata-se de reflexo dos reajustes salariais generalizados concedidos pelo governo Michel Temer (PMDB), que preferiu não enfrentar a pressão dos servidores. Certamente mais cômoda, tal escolha implicará custos crescentes se mantida nos próximos anos. Assim o evidenciam, também, as concessões feitas a professores e policiais na reforma da Previdência. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Os sem-tetoPara sustar a alta galopante da dívida do governo, fixou-se, no ano passado, um teto para os gastos federais, que daqui em diante não podem crescer acima da inflação. Há outro teto imposto à administração pública, mais antigo, segundo o qual os salários dos servidores não ultrapassarão os pagos aos ministros do Supremo Tribunal Federal -hoje, R$ 33.763 mensais. A experiência com o limite remuneratório, cujas primeiras versões datam dos anos 1990, ensina que a burocracia estatal sempre busca meios de esquivar-se das tentativas de conter sua expansão. No mais das vezes, com sucesso. Num exemplo, esta Folha noticiou que 97% dos membros do Ministério Público paulista receberam, em 2015, vencimentos superiores ao que se imagina ser o máximo permitido pela Constituição. Mas, sustenta a categoria, nenhuma regra foi infringida. A corporação ampara-se em expediente mais que conhecido: inflam-se os rendimentos com toda sorte de abonos, auxílios e outros penduricalhos extrassalariais. Artifícios do gênero abundam também no Judiciário, onde o gasto médio com cada magistrado atingiu R$ 46,2 mil mensais, conforme o Conselho Nacional de Justiça. Exemplos de supersalários tendem a ser mais numerosos daqui para a frente -o Supremo Tribunal Federal decidiu, na quinta (27), que a remuneração de um servidor com dois cargos públicos pode extrapolar o limite constitucional. Tais casos hiperbólicos despertam a atenção geral, sem dúvida, porém estão longe de descrever a extensão do poderio das corporações do funcionalismo. Uma demonstração mais eloquente encontra-se nos resultados recém-divulgados das contas do Tesouro Nacional, no primeiro trimestre sob a vigência do teto para os dispêndios. Enquanto programas de governo passam por severa contração, para compensar a alta inevitável dos encargos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), as despesas com pessoal ativo e inativo expandem-se em taxa vigorosa -projetada em cerca de 5% acima da inflação até o final do ano. Trata-se de reflexo dos reajustes salariais generalizados concedidos pelo governo Michel Temer (PMDB), que preferiu não enfrentar a pressão dos servidores. Certamente mais cômoda, tal escolha implicará custos crescentes se mantida nos próximos anos. Assim o evidenciam, também, as concessões feitas a professores e policiais na reforma da Previdência. editoriais@grupofolha.com.br
14
Acumulada, Mega-Sena pode pagar prêmio de R$ 33 milhões nesta quarta
O concurso 1.710 da Mega-Sena, que será realizado nesta quarta-feira (3), pode pagar um prêmio de R$ 33 milhões ao bilhete que acertar as seis dezenas sorteadas. A aposta mínima, de seis número, é de R$ 3,50 e pode ser feita até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer uma das mais de 13 mil lotéricas do país. O sorteio será realizado a partir das 20h25 (horário de Brasília) em Osasco (Grande SP). A Mega-Sena realiza sorteios duas vezes por semana, às quartas e aos sábados. De acordo com a Caixa Econômica Federal, se um apostador levar o prêmio sozinho e aplicá-lo integralmente na poupança, receberá quase R$ 224 mil em rendimentos mensais. Se ele investir o dinheiro em bens, poderá adquirir 27 imóveis no valor de R$ 1,2 milhão cada um ou comprar uma frota de 55 carros esportivos de luxo. No sábado (30), nenhuma aposta acertou as seis dezenas do concurso 1.709 da Mega-Sena. Os números sorteados, em Japeri (RJ), foram: 07 - 19 - 30 - 35 - 42 - 47. Apesar de ninguém ter acertado as seis dezenas, 102 apostadores acertaram a quina e receberão R$ 26.620,03 cada um. Outros 6.499 fizeram a quadra e ficarão com R$ 596,84 cada um. Acompanhe o resultados das loterias
cotidiano
Acumulada, Mega-Sena pode pagar prêmio de R$ 33 milhões nesta quartaO concurso 1.710 da Mega-Sena, que será realizado nesta quarta-feira (3), pode pagar um prêmio de R$ 33 milhões ao bilhete que acertar as seis dezenas sorteadas. A aposta mínima, de seis número, é de R$ 3,50 e pode ser feita até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer uma das mais de 13 mil lotéricas do país. O sorteio será realizado a partir das 20h25 (horário de Brasília) em Osasco (Grande SP). A Mega-Sena realiza sorteios duas vezes por semana, às quartas e aos sábados. De acordo com a Caixa Econômica Federal, se um apostador levar o prêmio sozinho e aplicá-lo integralmente na poupança, receberá quase R$ 224 mil em rendimentos mensais. Se ele investir o dinheiro em bens, poderá adquirir 27 imóveis no valor de R$ 1,2 milhão cada um ou comprar uma frota de 55 carros esportivos de luxo. No sábado (30), nenhuma aposta acertou as seis dezenas do concurso 1.709 da Mega-Sena. Os números sorteados, em Japeri (RJ), foram: 07 - 19 - 30 - 35 - 42 - 47. Apesar de ninguém ter acertado as seis dezenas, 102 apostadores acertaram a quina e receberão R$ 26.620,03 cada um. Outros 6.499 fizeram a quadra e ficarão com R$ 596,84 cada um. Acompanhe o resultados das loterias
6
Argentina informa OMC que retirará barreira a importação em dezembro
A Argentina se comprometeu em retirar, em 31 de dezembro deste ano, uma das principais restrições à importação que estão em vigor: a declaração juramentada antecipada de importação (DJAI). Criado em 2012, o documento funciona como uma espécie de barreira à entrada de importados no país. Para entregar uma mercadoria na Argentina, o exportador tem que solicitar essa declaração ao governo e não há prazo para se obter uma resposta, o que pode levar meses. Em documento entregue no último dia 2 de julho à OMC (Organização Mundial do Comércio), a Argentina informa que precisa de um tempo de adaptação para eliminar as DJAIs e propõe a data de 31 de dezembro, já sob novo governo no país. A presidente Cristina Kirchner deixa o cargo em 10 de dezembro. Com a informação prestada à OMC, a Argentina indica que pretende acatar decisão que declarou em 2014 o dispositivo ilegal, segundo as normas que regulam o comércio internacional. Japão, União Europeia e EUA haviam questionado a Argentina no organismo internacional. CETICISMO Empresários e associações que reúnem exportadores brasileiros comemoraram o fim do instrumento, mas com certo ceticismo. "A relação comercial Brasil-Argentina foi muito prejudicada pelas DJAIs", afirma o presidente da Câmara Brasil-Argentina, Alberto Alzueta. "Resta acreditar que desta vez o compromisso será cumprido [pela Argentina], e tentar recompor um comércio que tinha atingido volumes expressivos e que havia integrado importantes cadeias de produção". A Argentina era o principal mercado de produtos industriais do Brasil até 2013, mas perdeu o posto devido às barreiras de importação e ao menor consumo interno, resultado da estagnação da economia. Com baixas reservas em dólares, o país limitou as compras no exterior para conter a demanda de moeda estrangeira no país. A medida também serviu para proteger a indústria local da concorrência de importados – a reindustrialização é uma das principais bandeiras políticas da presidente Cristina Kirchner. Mas o dispositivo contribuiu para gerar uma perda de confiança dos empresários em relação à Argentina, o que abalou o fluxo de investimentos brasileiros para o país vizinho. No ano passado, enquanto o investimento produtivo brasileiro no exterior aumentou 32%, os recursos destinados à Argentina recuaram em quase dois terços. "A Argentina também perdeu muito com esta postura. O não cumprimento de acordos afeta a relação de credibilidade e a confiança é a base para investir", disse Alzueta. Segundo Fernanda Gonçalves, gerente de relações internacionais da Abinee (entidade que reúne fabricantes de eletrônicos), os exportadores brasileiros terão que reconquistar clientes que perderam para China durante a vigência das DJAIs. "A exigência servia para todos os países, mas sabemos que a China conseguia dar um jeitinho e exportar. Em alguns produtos, os volumes chineses vendidos na Argentina aumentaram em vez de diminuir", disse ela. "Agora vamos ver se os argentinos não criam novas barreiras para substituir as DJAIs".
mercado
Argentina informa OMC que retirará barreira a importação em dezembroA Argentina se comprometeu em retirar, em 31 de dezembro deste ano, uma das principais restrições à importação que estão em vigor: a declaração juramentada antecipada de importação (DJAI). Criado em 2012, o documento funciona como uma espécie de barreira à entrada de importados no país. Para entregar uma mercadoria na Argentina, o exportador tem que solicitar essa declaração ao governo e não há prazo para se obter uma resposta, o que pode levar meses. Em documento entregue no último dia 2 de julho à OMC (Organização Mundial do Comércio), a Argentina informa que precisa de um tempo de adaptação para eliminar as DJAIs e propõe a data de 31 de dezembro, já sob novo governo no país. A presidente Cristina Kirchner deixa o cargo em 10 de dezembro. Com a informação prestada à OMC, a Argentina indica que pretende acatar decisão que declarou em 2014 o dispositivo ilegal, segundo as normas que regulam o comércio internacional. Japão, União Europeia e EUA haviam questionado a Argentina no organismo internacional. CETICISMO Empresários e associações que reúnem exportadores brasileiros comemoraram o fim do instrumento, mas com certo ceticismo. "A relação comercial Brasil-Argentina foi muito prejudicada pelas DJAIs", afirma o presidente da Câmara Brasil-Argentina, Alberto Alzueta. "Resta acreditar que desta vez o compromisso será cumprido [pela Argentina], e tentar recompor um comércio que tinha atingido volumes expressivos e que havia integrado importantes cadeias de produção". A Argentina era o principal mercado de produtos industriais do Brasil até 2013, mas perdeu o posto devido às barreiras de importação e ao menor consumo interno, resultado da estagnação da economia. Com baixas reservas em dólares, o país limitou as compras no exterior para conter a demanda de moeda estrangeira no país. A medida também serviu para proteger a indústria local da concorrência de importados – a reindustrialização é uma das principais bandeiras políticas da presidente Cristina Kirchner. Mas o dispositivo contribuiu para gerar uma perda de confiança dos empresários em relação à Argentina, o que abalou o fluxo de investimentos brasileiros para o país vizinho. No ano passado, enquanto o investimento produtivo brasileiro no exterior aumentou 32%, os recursos destinados à Argentina recuaram em quase dois terços. "A Argentina também perdeu muito com esta postura. O não cumprimento de acordos afeta a relação de credibilidade e a confiança é a base para investir", disse Alzueta. Segundo Fernanda Gonçalves, gerente de relações internacionais da Abinee (entidade que reúne fabricantes de eletrônicos), os exportadores brasileiros terão que reconquistar clientes que perderam para China durante a vigência das DJAIs. "A exigência servia para todos os países, mas sabemos que a China conseguia dar um jeitinho e exportar. Em alguns produtos, os volumes chineses vendidos na Argentina aumentaram em vez de diminuir", disse ela. "Agora vamos ver se os argentinos não criam novas barreiras para substituir as DJAIs".
2
Em São Paulo, a atriz Marisa Berenson relembra perfeccionismo de Kubrick
Da primeira ligação que a atriz americana Marisa Berenson recebeu do cineasta Stanley Kubrick até o instante em que assumiu a personagem Lady Lyndon, do longa "Barry Lyndon" (1975), passaram-se seis meses. Um ano e meio de gravações depois, entre a Irlanda e a Inglaterra, ela saía da "bolha" do século 18 criada pelo diretor de "Laranja Mecânica" (1971) e "2001: Uma Odisseia no Espaço" (1968), e via a realidade pela primeira vez. "Foi estranho ver o mundo fora da casa em que vivemos juntos", diz Berenson à Folha, 40 anos após o lançamento desse que é considerado o filme mais "difícil" da filmografia de Kubrick. Em 18 de dezembro, quando se completam quatro décadas do longa –e do massacre de crítica e público que recebeu nos EUA–, "Barry Lyndon", ela diz, "continua atemporal, sem idade". A tragédia de Redmond Barry (Ryan O'Neil), o irlandês errante e alpinista social que casa por interesse com uma milionária viúva, Lady Lyndon (Berenson), é um "retrato do comportamento humano e da aristocracia". "Mesmo se passando no século 18, se você olhar para minha personagem, uma mulher subjugada pela força dos homens, verá que ainda há muito dessa falta de liberdade e de direitos na vida das mulheres [do século 21]", diz. "Veja as diretoras e as atrizes de cinema, por exemplo: ganham um salário muito menor que o dos homens." Não que o dinheiro importasse tanto para ela em 1973, quando filmou "Lyndon", logo após fazer sucesso em "Cabaret" (1972), de Bob Fosse, e "Morte em Veneza" (1971), de Luchino Visconti. Filha de diplomata e condessa, Berenson é neta de Elsa Schiaparelli (1890-1973), estilista surrealista e um dos nomes mais importantes da moda mundial. Sentada na poltrona de um hotel de luxo em São Paulo, cidade na qual lança uma linha de joias de sua autoria para a grife Amsterdam Sauer, Berenson, 68, relembra os tempos em que era chamada de "rainha da noite" –nos anos 1970, frequentava as melhores boates do mundo acompanhada por amigos famosos, como o artista plástico Andy Warhol. "Eram tempos de muito experimentalismo, as pessoas estavam dispostas a criar e testar novidades. Stanley era uma dessas pessoas", diz. PIONEIRISMO O pioneirismo de "Barry Lyndon" só foi reconhecido nos EUA após a morte de Kubrick, que concebeu o cenário e os personagens a partir do romance "As Memórias de Barry Lyndon" (1844), do escritor britânico William Makepeace Thackeray. "Os franceses acharam [o filme de três horas] o melhor de Kubrick; os japoneses amaram. Mas os americanos [principal público-alvo de Hollywood] só gostavam de filmes rápidos. É preciso sentar e contemplar a história de 'Lyndon'", conta Berenson. Pela primeira vez no cinema um filme foi rodado apenas com o uso de luz natural e de velas, efeito conquistado por Kubrick com o uso de lentes Carl Zeiss de 0.7 mm– o cineasta comprou três das dez disponíveis no mundo. As características da lente –a mesma usada pela Nasa no Programa Apollo– permitiram que ele não usasse iluminação artificial e criasse a aura de penumbra dos quadros realistas do século 18. "O problema era que não podíamos nos mover, senão saíamos de foco", diz a atriz. "Foi difícil atuar nessas condições. E Stanley era muito perfeccionista. Para filmar a fechadura de uma porta ele podia passar horas, às vezes dias, testando o plano ideal." * CURIOSIDADES Lentes da Nasa As três horas de planos longos e closes lentos de "Barry Lyndon" foram filmadas com três das dez lentes Carl Zeiss Planar 0.7 mm produzidas no mundo. Elas foram fabricadas sob encomenda para o programa espacial Apollo, da Nasa, em 1966, para registrar imagens da lua sem a luz solar Terrorismo O cineasta mudou-se com família e equipe para a Irlanda em 1973. No ano seguinte, o Exército Republicano Irlandês soube do longa e incluiu o nome de Kubrick na lista de inimigos. Toda a equipe saiu às pressas do país e o diretor, com sua família, fugiu de barco com um nome falso. O restante das filmagens ocorreu na Inglaterra Napoleão Uma obsessão de Kubrick era fazer uma cinebiografia sobre Napoleão Bonaparte. Após tentativas frustradas de convencer estúdios a bancar os US$ 5 milhões necessários, o cineasta filmou "Laranja Mecânica" (1971). Mesmo com o êxito do filme, nenhum estúdio desembolsou o sonho de Kubrick. Com parte da pesquisa de "Napolão", ele filmou "Barry Lyndon". Steven Spielberg anunciou recentemente que produzirá o "Napoleão" de Kubrick Contemplativo Kubrick tinha uma obsessão pelos atores e não os deixava sair para as festas de fim de ano se estivessem filmando. Trancada por três meses num castelo da Irlanda (sem ter filmado uma única cena completa), Marisa Berenson encontrou o tom da submissa de Lady Lyndon. Um plano de "Barry Lyndon", de acordo com ela, levava horas para ser finalizado e o clima contemplativo influenciava a equipe
ilustrada
Em São Paulo, a atriz Marisa Berenson relembra perfeccionismo de KubrickDa primeira ligação que a atriz americana Marisa Berenson recebeu do cineasta Stanley Kubrick até o instante em que assumiu a personagem Lady Lyndon, do longa "Barry Lyndon" (1975), passaram-se seis meses. Um ano e meio de gravações depois, entre a Irlanda e a Inglaterra, ela saía da "bolha" do século 18 criada pelo diretor de "Laranja Mecânica" (1971) e "2001: Uma Odisseia no Espaço" (1968), e via a realidade pela primeira vez. "Foi estranho ver o mundo fora da casa em que vivemos juntos", diz Berenson à Folha, 40 anos após o lançamento desse que é considerado o filme mais "difícil" da filmografia de Kubrick. Em 18 de dezembro, quando se completam quatro décadas do longa –e do massacre de crítica e público que recebeu nos EUA–, "Barry Lyndon", ela diz, "continua atemporal, sem idade". A tragédia de Redmond Barry (Ryan O'Neil), o irlandês errante e alpinista social que casa por interesse com uma milionária viúva, Lady Lyndon (Berenson), é um "retrato do comportamento humano e da aristocracia". "Mesmo se passando no século 18, se você olhar para minha personagem, uma mulher subjugada pela força dos homens, verá que ainda há muito dessa falta de liberdade e de direitos na vida das mulheres [do século 21]", diz. "Veja as diretoras e as atrizes de cinema, por exemplo: ganham um salário muito menor que o dos homens." Não que o dinheiro importasse tanto para ela em 1973, quando filmou "Lyndon", logo após fazer sucesso em "Cabaret" (1972), de Bob Fosse, e "Morte em Veneza" (1971), de Luchino Visconti. Filha de diplomata e condessa, Berenson é neta de Elsa Schiaparelli (1890-1973), estilista surrealista e um dos nomes mais importantes da moda mundial. Sentada na poltrona de um hotel de luxo em São Paulo, cidade na qual lança uma linha de joias de sua autoria para a grife Amsterdam Sauer, Berenson, 68, relembra os tempos em que era chamada de "rainha da noite" –nos anos 1970, frequentava as melhores boates do mundo acompanhada por amigos famosos, como o artista plástico Andy Warhol. "Eram tempos de muito experimentalismo, as pessoas estavam dispostas a criar e testar novidades. Stanley era uma dessas pessoas", diz. PIONEIRISMO O pioneirismo de "Barry Lyndon" só foi reconhecido nos EUA após a morte de Kubrick, que concebeu o cenário e os personagens a partir do romance "As Memórias de Barry Lyndon" (1844), do escritor britânico William Makepeace Thackeray. "Os franceses acharam [o filme de três horas] o melhor de Kubrick; os japoneses amaram. Mas os americanos [principal público-alvo de Hollywood] só gostavam de filmes rápidos. É preciso sentar e contemplar a história de 'Lyndon'", conta Berenson. Pela primeira vez no cinema um filme foi rodado apenas com o uso de luz natural e de velas, efeito conquistado por Kubrick com o uso de lentes Carl Zeiss de 0.7 mm– o cineasta comprou três das dez disponíveis no mundo. As características da lente –a mesma usada pela Nasa no Programa Apollo– permitiram que ele não usasse iluminação artificial e criasse a aura de penumbra dos quadros realistas do século 18. "O problema era que não podíamos nos mover, senão saíamos de foco", diz a atriz. "Foi difícil atuar nessas condições. E Stanley era muito perfeccionista. Para filmar a fechadura de uma porta ele podia passar horas, às vezes dias, testando o plano ideal." * CURIOSIDADES Lentes da Nasa As três horas de planos longos e closes lentos de "Barry Lyndon" foram filmadas com três das dez lentes Carl Zeiss Planar 0.7 mm produzidas no mundo. Elas foram fabricadas sob encomenda para o programa espacial Apollo, da Nasa, em 1966, para registrar imagens da lua sem a luz solar Terrorismo O cineasta mudou-se com família e equipe para a Irlanda em 1973. No ano seguinte, o Exército Republicano Irlandês soube do longa e incluiu o nome de Kubrick na lista de inimigos. Toda a equipe saiu às pressas do país e o diretor, com sua família, fugiu de barco com um nome falso. O restante das filmagens ocorreu na Inglaterra Napoleão Uma obsessão de Kubrick era fazer uma cinebiografia sobre Napoleão Bonaparte. Após tentativas frustradas de convencer estúdios a bancar os US$ 5 milhões necessários, o cineasta filmou "Laranja Mecânica" (1971). Mesmo com o êxito do filme, nenhum estúdio desembolsou o sonho de Kubrick. Com parte da pesquisa de "Napolão", ele filmou "Barry Lyndon". Steven Spielberg anunciou recentemente que produzirá o "Napoleão" de Kubrick Contemplativo Kubrick tinha uma obsessão pelos atores e não os deixava sair para as festas de fim de ano se estivessem filmando. Trancada por três meses num castelo da Irlanda (sem ter filmado uma única cena completa), Marisa Berenson encontrou o tom da submissa de Lady Lyndon. Um plano de "Barry Lyndon", de acordo com ela, levava horas para ser finalizado e o clima contemplativo influenciava a equipe
1
Em meio a ataques, segurança influencia a eleição nos EUA
"Sempre que ocorre uma tragédia meus números aumentam muito", disse Donald Trump após o atentado em San Bernardino, há oito meses. "Temos políticos fracos." Aquele foi o segundo de uma série de ataques no Ocidente e nações amigas desde que o republicano e a democrata Hillary Clinton anunciaram suas intenções de disputar a Casa Branca. Foram também alvos recentes Paris, Bruxelas, Istambul, Orlando, Bagdá, Bangladesh e, agora, a festa da queda da Bastilha em Nice. No Texas, conflitos raciais levaram um negro a executar cinco policiais brancos, e a tentativa de golpe na Turquia desestabiliza um dos maiores aliados no Oriente Médio. A segurança nacional ocupa, assim, a arena eleitoral às vésperas das convenções nacionais dos partidos, que até o fim de julho deverão oficializar Trump e Hillary. Num ponto Trump está certo: ele tende a ir melhor nas pesquisas depois de grandes atentados. Sondagem "New York Times"/CBS de julho, mês particularmente sangrento, questionou qual dos dois é o mais preparado para lidar com segurança nacional e terrorismo. Deu empate: 46% cada. Um mês antes, ela vencia por 50% a 43%. Para Daniel Chirot, autor de "Identidades em Disputa: Conflitos Étnicos, Religiosos e Nacionalistas no Mundo Atual", o medo é o fermento da "Trumpmania". "Ameaçar, como ele fez, resolver o problema banindo muçulmanos dos EUA é ridículo, mas, quanto mais pessoas em pânico, melhor é seu desempenho", diz à Folha. Chirot projeta um efeito dominó: "Mais atentados o ajudariam, e sua vitória polarizaria mais a sociedade e alienaria mais os muçulmanos. Saldo: cresce o radicalismo doméstico". Segundo o FBI, muçulmanos cometeram 6% das investidas terroristas no país desde 1980 –a maioria das chacinas com armas não teve motivação religiosa. Brecar a imigração, diz Chirot, não é solução. "Da leva recente, os piores ataques foram realizados por imigrantes legalizados ou seus filhos." Para Jordan Tama, da Universidade América, o despreparo de Trump na área contrasta com a experiência da ex-secretária de Estado. Ela é mais enfática do que o presidente Barack Obama em defender ações militares, mas prega em paralelo a "cooperação com países do Oriente Médio e o crescimento da diversidade na América" como antítodo ao terrorismo, afirma Tama à Folha. Após San Bernardino, Hillary pediu o "empoderamento" dos muçulmanos locais, "que estão na linha de frente contra a radicalização". Já Trump propôs um veto a seguidores do islã e, após Orlando, sugeriu, sem provas, que o grupo "sabe o que está acontecendo", mas não alerta as autoridades. Já disse que "arrebentaria" o Estado Islâmico e, "se eles não ligam para a própria vida", iria atrás de suas famílias –violação de leis internacionais. Um anúncio pró-Hillary ironiza uma fala em que Trump afirmou se informar sobre questões militares vendo programas de TV. Chanceler de 2009 a 2013, ela seria "uma líder firme em tempos incertos", diz o locutor. Sua credibilidade, contudo, foi afetada após a morte do embaixador e outros três americanos na Líbia em 2012. Outro ponto fraco é a dificuldade de Obama, que a respalda, em debelar a guerra civil na Síria. O EI cresceu com o conflito e hoje controla parte do país e do Iraque.
mundo
Em meio a ataques, segurança influencia a eleição nos EUA"Sempre que ocorre uma tragédia meus números aumentam muito", disse Donald Trump após o atentado em San Bernardino, há oito meses. "Temos políticos fracos." Aquele foi o segundo de uma série de ataques no Ocidente e nações amigas desde que o republicano e a democrata Hillary Clinton anunciaram suas intenções de disputar a Casa Branca. Foram também alvos recentes Paris, Bruxelas, Istambul, Orlando, Bagdá, Bangladesh e, agora, a festa da queda da Bastilha em Nice. No Texas, conflitos raciais levaram um negro a executar cinco policiais brancos, e a tentativa de golpe na Turquia desestabiliza um dos maiores aliados no Oriente Médio. A segurança nacional ocupa, assim, a arena eleitoral às vésperas das convenções nacionais dos partidos, que até o fim de julho deverão oficializar Trump e Hillary. Num ponto Trump está certo: ele tende a ir melhor nas pesquisas depois de grandes atentados. Sondagem "New York Times"/CBS de julho, mês particularmente sangrento, questionou qual dos dois é o mais preparado para lidar com segurança nacional e terrorismo. Deu empate: 46% cada. Um mês antes, ela vencia por 50% a 43%. Para Daniel Chirot, autor de "Identidades em Disputa: Conflitos Étnicos, Religiosos e Nacionalistas no Mundo Atual", o medo é o fermento da "Trumpmania". "Ameaçar, como ele fez, resolver o problema banindo muçulmanos dos EUA é ridículo, mas, quanto mais pessoas em pânico, melhor é seu desempenho", diz à Folha. Chirot projeta um efeito dominó: "Mais atentados o ajudariam, e sua vitória polarizaria mais a sociedade e alienaria mais os muçulmanos. Saldo: cresce o radicalismo doméstico". Segundo o FBI, muçulmanos cometeram 6% das investidas terroristas no país desde 1980 –a maioria das chacinas com armas não teve motivação religiosa. Brecar a imigração, diz Chirot, não é solução. "Da leva recente, os piores ataques foram realizados por imigrantes legalizados ou seus filhos." Para Jordan Tama, da Universidade América, o despreparo de Trump na área contrasta com a experiência da ex-secretária de Estado. Ela é mais enfática do que o presidente Barack Obama em defender ações militares, mas prega em paralelo a "cooperação com países do Oriente Médio e o crescimento da diversidade na América" como antítodo ao terrorismo, afirma Tama à Folha. Após San Bernardino, Hillary pediu o "empoderamento" dos muçulmanos locais, "que estão na linha de frente contra a radicalização". Já Trump propôs um veto a seguidores do islã e, após Orlando, sugeriu, sem provas, que o grupo "sabe o que está acontecendo", mas não alerta as autoridades. Já disse que "arrebentaria" o Estado Islâmico e, "se eles não ligam para a própria vida", iria atrás de suas famílias –violação de leis internacionais. Um anúncio pró-Hillary ironiza uma fala em que Trump afirmou se informar sobre questões militares vendo programas de TV. Chanceler de 2009 a 2013, ela seria "uma líder firme em tempos incertos", diz o locutor. Sua credibilidade, contudo, foi afetada após a morte do embaixador e outros três americanos na Líbia em 2012. Outro ponto fraco é a dificuldade de Obama, que a respalda, em debelar a guerra civil na Síria. O EI cresceu com o conflito e hoje controla parte do país e do Iraque.
3
Netflix libera fotos da segunda temporada de 'Stranger Things'
Após ter divulgado, durante o intervalo do Super Bowl,o primeiro teaser da segunda temporada de "Stranger Things", a Netflix liberou neste segunda-feira (13) as primeiras fotos da tão aguardada continuação da saga. As fotos mostram que o suspense ainda reina na cidade de Hawkins. Após ter voltado do mundo invertido, Will (Noah Schanapp) aparece ao lado dos seus amigos Dustin (Gaten Matarazzo), Mike (Finn Wolfhard) e Lucas (Caleb McLauhlin), para, o que tudo indica, uma nova aventura. O retorno da série está previsto para o Halloween, ou seja, os fãs da série terão que esperar até o dia 31 de outubro.
ilustrada
Netflix libera fotos da segunda temporada de 'Stranger Things'Após ter divulgado, durante o intervalo do Super Bowl,o primeiro teaser da segunda temporada de "Stranger Things", a Netflix liberou neste segunda-feira (13) as primeiras fotos da tão aguardada continuação da saga. As fotos mostram que o suspense ainda reina na cidade de Hawkins. Após ter voltado do mundo invertido, Will (Noah Schanapp) aparece ao lado dos seus amigos Dustin (Gaten Matarazzo), Mike (Finn Wolfhard) e Lucas (Caleb McLauhlin), para, o que tudo indica, uma nova aventura. O retorno da série está previsto para o Halloween, ou seja, os fãs da série terão que esperar até o dia 31 de outubro.
1
Ministro da Saúde é vaiado em encontro em defesa do SUS
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, foi alvo de fortes vaias durante a abertura da 15a Conferência Nacional de Saúde, evento que reúne conselhos de saúde e movimentos em defesa do SUS. As vaias ocorreram após ser chamado para integrar a mesa no palco de abertura e ao ser chamado para realizar o discurso. A organização estima que 5.000 pessoas tenham participado do primeiro dia do encontro no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília. Esse foi uma das mais fortes reações negativas enfrentadas pelo ministro desde que assumiu o cargo, em meio a críticas sobre a decisão do Planalto de repassar ministérios ao PMDB como forma de driblar a crise política. No encontro, Castro voltou a defender a necessidade de discutir novas fontes de arrecadação de recursos para a saúde. Mas evitou citar diretamente a proposta de uma nova CPMF. "É um caminho difícil em função da crise econômica, mas é preciso encontrar uma solução para o subfinanciamento da saúde", disse. Também gerou impasse ao defender, durante o discurso, a participação do setor privado na saúde, "de forma complementar". Ao perceber a reação do público, aumentou o tom e defendeu que o setor privado esteja "subordinado" ao poder público –em casos como transferências de tecnologias, por exemplo. Questionado após o evento, Castro, que é médico mas deixou de exercer a profissão há 20 anos, minimizou a reação. "As vaias vieram de 20 a 40 pessoas", afirmou. PROTESTOS O encontro também foi marcado por protestos contra projetos que tramitam na Câmara dos Deputados na área da saúde –caso da PEC (proposta de emenda à Constituição) 451/2014, de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que propõe que todas as empresas paguem planos de saúde aos funcionários. Para a presidente do Conselho Nacional de Saúde, Maria do Socorro de Souza, a proposta "é uma grave ameaça ao SUS". Questionado, Castro disse ser contrário ao projeto, mas evitou comentar os impactos da proposta.
cotidiano
Ministro da Saúde é vaiado em encontro em defesa do SUSO ministro da Saúde, Marcelo Castro, foi alvo de fortes vaias durante a abertura da 15a Conferência Nacional de Saúde, evento que reúne conselhos de saúde e movimentos em defesa do SUS. As vaias ocorreram após ser chamado para integrar a mesa no palco de abertura e ao ser chamado para realizar o discurso. A organização estima que 5.000 pessoas tenham participado do primeiro dia do encontro no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília. Esse foi uma das mais fortes reações negativas enfrentadas pelo ministro desde que assumiu o cargo, em meio a críticas sobre a decisão do Planalto de repassar ministérios ao PMDB como forma de driblar a crise política. No encontro, Castro voltou a defender a necessidade de discutir novas fontes de arrecadação de recursos para a saúde. Mas evitou citar diretamente a proposta de uma nova CPMF. "É um caminho difícil em função da crise econômica, mas é preciso encontrar uma solução para o subfinanciamento da saúde", disse. Também gerou impasse ao defender, durante o discurso, a participação do setor privado na saúde, "de forma complementar". Ao perceber a reação do público, aumentou o tom e defendeu que o setor privado esteja "subordinado" ao poder público –em casos como transferências de tecnologias, por exemplo. Questionado após o evento, Castro, que é médico mas deixou de exercer a profissão há 20 anos, minimizou a reação. "As vaias vieram de 20 a 40 pessoas", afirmou. PROTESTOS O encontro também foi marcado por protestos contra projetos que tramitam na Câmara dos Deputados na área da saúde –caso da PEC (proposta de emenda à Constituição) 451/2014, de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que propõe que todas as empresas paguem planos de saúde aos funcionários. Para a presidente do Conselho Nacional de Saúde, Maria do Socorro de Souza, a proposta "é uma grave ameaça ao SUS". Questionado, Castro disse ser contrário ao projeto, mas evitou comentar os impactos da proposta.
6
Tom autobiográfico dita clássico de Dickens, volume da Coleção Folha
No primeiro domingo de junho (5), a Coleção Folha Minha Primeira Biblioteca leva às bancas a adaptação da obra de Charles Dickens "David Copperfield" (R$ 18,90). Assinado por Eliana Martins e com ilustrações de Adilson Farias, o 16º volume da coleção conta a história do garoto David Copperfield, uma das mais célebres de Dickens. Escrita no século 19, a obra é considerada a mais autobiográfica do autor, que também teve uma infância difícil. "Até por volta de uns nove anos, Charles Dickens viveu confortavelmente. Com a falência do pai, no entanto, que se crivou de dívidas e foi preso, a família passou por muitas necessidades. Sendo assim, Dickens foi trabalhar em uma fábrica de graxa; sendo seu salário o único da casa. Nessa época, passou por toda sorte de necessidades", diz a autora. De forma similar, David Copperfield se deparou com todo tipo de dificuldade desde que era uma criança na Inglaterra. Seu pai morreu antes de seu nascimento; sua mãe, quando tinha dez anos. Logo após a perda materna, ele é enviado a Londres para trabalhar lavando garrafas numa importadora de vinhos. Sua vida segue cheia de altos e baixos na vida adulta: um trapaceiro dá um golpe em seus amigos, sua tia perde tudo e David fica sem um tostão. Mesmo assim, sua amada Dora aceita se casar com o rapaz, que, como Dickens, descobre seu talento como escritor.
ilustrada
Tom autobiográfico dita clássico de Dickens, volume da Coleção FolhaNo primeiro domingo de junho (5), a Coleção Folha Minha Primeira Biblioteca leva às bancas a adaptação da obra de Charles Dickens "David Copperfield" (R$ 18,90). Assinado por Eliana Martins e com ilustrações de Adilson Farias, o 16º volume da coleção conta a história do garoto David Copperfield, uma das mais célebres de Dickens. Escrita no século 19, a obra é considerada a mais autobiográfica do autor, que também teve uma infância difícil. "Até por volta de uns nove anos, Charles Dickens viveu confortavelmente. Com a falência do pai, no entanto, que se crivou de dívidas e foi preso, a família passou por muitas necessidades. Sendo assim, Dickens foi trabalhar em uma fábrica de graxa; sendo seu salário o único da casa. Nessa época, passou por toda sorte de necessidades", diz a autora. De forma similar, David Copperfield se deparou com todo tipo de dificuldade desde que era uma criança na Inglaterra. Seu pai morreu antes de seu nascimento; sua mãe, quando tinha dez anos. Logo após a perda materna, ele é enviado a Londres para trabalhar lavando garrafas numa importadora de vinhos. Sua vida segue cheia de altos e baixos na vida adulta: um trapaceiro dá um golpe em seus amigos, sua tia perde tudo e David fica sem um tostão. Mesmo assim, sua amada Dora aceita se casar com o rapaz, que, como Dickens, descobre seu talento como escritor.
1
Leitores comentam situação na Venezuela e ameaça de Trump
DEFICIT DO ORÇAMENTO Auditar a dívida pública urge, mas não é sequer cogitado. Fazer cumprir o teto salarial, deixando de pagar o que está acima desse limite, também daria bons resultados a médio e longo prazos –ou pelo menos que fosse mudada a tipificação de "verbas indenizatórias", para possibilitar a incidência de Imposto de Renda sobre os valores atualmente isentos de tributação. Rever as isenções fiscais e desonerações também são possibilidades, mas não são enfrentadas como deveriam ser. Há o que cortar e rever ("Temer cogita cortar gasto para conter rombo" , "Mercado", 11/8). ROSANGELA BARBOSA GOMES (Salvador, BA) - BOLSA LULA Parece piada,mas é verdade. Cada um doa seu dinheiro a quem quiser. Mas o da sra. Roberta Luchsinger seria melhor aproveitado se fosse doado a crianças carentes da periferia. Lula deve receber dinheiro de seu partido, que é rico ("Neta de banqueiro suíço quer doar a ex-presidente R$ 500 mil em itens de luxo" , "Poder", 12/8). CREUSA COLAÇO (São Paulo, SP) - BOLSONARO É gravíssima a reportagem "Em vídeo, alunos de ensino médio exaltam Bolsonaro" ("Poder", 9/8). Aliás, a própria ideia de que um país seja capaz de ceder a administração (e, agora sabemos, bem mais que isso) de suas escolas à Polícia Militar já é uma anomalia grotesca e inaceitável. Em um país digno, os órgãos governamentais ligados à educação seriam imediatamente obrigados a dar explicações e sanar o problema. Mas estamos no Brasil, o país onde torturadores são homenageados e tratados como heróis. LEANDRO VEIGA DAINESI, professor de literatura (Lorena, SP) - VENEZUELA Para mim é uma vergonha ser latino-americano vendo o que acontece na Venezuela e no Brasil. Correntes políticas antagônicas, mas que querem se manter no poder a qualquer custo. Não existe nem direita nem esquerda na América Latina, e sim apreço pelo poder. LUIZ DO ROSARIO BASTOS JÚNIOR (Guarulhos, SP) * A ameaça de Trump à Venezuela está mais para verborragia vazia, no entanto já causou grande estrago à estratégia das forças democráticas que planejavam enfraquecer Maduro por dentro do regime. A prepotência americana vocalizada por Trump, que remeteu à lembrança dos tempos em que a América Latina era considerada um quintal, fortaleceu o discurso do ditador ("Trump cogita opção militar contra Caracas" , "Mundo", 12/8). LUÍS ROBERTO NUNES FERREIRA (Santos, SP) - NEYMAR NO PSG Neymar vale o quanto lhe pagam. Ele é instrumento do entretenimento. Ele é um artista que atrai multidões e audiência. Se os dirigentes de clubes, os cartolas (capitalistas por definição), atribuem a ele esse valor é porque ele vale muito mais. Conclusão óbvia. Então, cabe uma cutucada de leve nos esquerdistas que estão repudiando seu salário: qualquer coisa que Neymar recebesse a menos, configurar-se-ia a mais-valia conceituada por Marx. THYRSO DE CARVALHO JÚNIOR, advogado (Pereira Barreto, SP) - UM MUNDO DE MUROS Acompanho com interesse a série de reportagens da Folha sob o título "Um Mundo de Muros" sobre a onda migratória pelo mundo. A recente reportagem traz informações sobre as condições precárias dos que tentam entrar ilegalmente na União Europeia (UE) pela fronteira húngaro-sérvia. Para o melhor entendimento dos aspectos tratados nesta reportagem, gostaria de compartilhar algumas considerações sobre o assunto. A Hungria faz parte da UE e sua fronteira com a Sérvia representa o limite externo da União, com regras bem estabelecidas para a admissão de migrantes e refugiados. Na fronteira sérvio-húngara, há sete entradas oficiais, onde todos têm a possibilidade de entrar legalmente. Infelizmente, há quem queira cruzar a fronteira da UE de maneira ilegal com a "ajuda" de traficantes de pessoas, o que constitui crime em qualquer país, inclusive na Hungria. Não me parece justo responsabilizar a Hungria pelas condições precárias que os migrantes encontram na região da fronteira, antes da tentativa de sua passagem ilegal para a UE. Os húngaros constituem um povo acolhedor que, infelizmente, bem sabe o que significa ser refugiado. No século passado, centenas de milhares de húngaros foram compelidos a emigrar, refugiando-se em outros países, incluído o Brasil. Até hoje somos muito gratos a todos que os acolheram. ("Na porta da Europa, tentar entrar é ciclo de perpétua incerteza" , "Mundo", 7/8). NORBERT KONKOLY, embaixador da Hungria (Brasília, DF) - COLUNISTAS Agora que o monotemático Reinaldo Azevedo, dublê de rábula e ombudsman da Lava Jato, confessou que não é Deus, bem que poderia mudar de assunto nos seus artigos. JOSÉ RONALDO CURI, advogado (São Paulo, SP) * O colunista Ronaldo Lemos, em "Hackeando as urnas digitais" ("Opinião", 7/8), demonstra desconhecer o sistema eleitoral brasileiro. Desde 2009, como amplamente noticiado na mídia, a Justiça Eleitoral organiza os testes públicos de segurança, com ampla participação da comunidade científica. Também desconhece os procedimentos de auditoria das urnas durante o processo eleitoral, tais como a auditoria dos códigos-fonte, as assinaturas digitais dos programas ou a votação paralela, um mecanismo de verificação tipo "caixa-preta", realizado com urnas prontas para a votação. CARLOS ROGÉRIO CAMARGO (Florianópolis, SC) * Em seu enviesado artigo "anti-bolivariano"("Apoio do PT a Maduro é tiro no pé" , "Mundo", 7/8), Mathias Alencastro se vale de um capcioso truque retórico: transforma em meros detalhes os condicionantes da arriscada decisão do presidente Maduro de lançar mão da prerrogativa que lhe confere a Constituição venezuelana, convocando nova Constituinte. De quebra, o articulista não faz menção ao lamentável papel exercido pelas diplomacias de Temer e Macri, que tornam mais remota a via do diálogo, de que a Venezuela tanto carece. PEDRO AMARAL (Brasília, DF) - PARQUE AUGUSTA Viva o parque Augusta! Nós, moradores de São Paulo, precisamos de cada vez mais áreas verdes. As pessoas estão doentes e cheias de respirar poluição ("Ativistas do parque Augusta são meia dúzia paga pelo papai" , "Cotidiano", 11/8). MARI EMILIA GARCIA TOZATO (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
paineldoleitor
Leitores comentam situação na Venezuela e ameaça de TrumpDEFICIT DO ORÇAMENTO Auditar a dívida pública urge, mas não é sequer cogitado. Fazer cumprir o teto salarial, deixando de pagar o que está acima desse limite, também daria bons resultados a médio e longo prazos –ou pelo menos que fosse mudada a tipificação de "verbas indenizatórias", para possibilitar a incidência de Imposto de Renda sobre os valores atualmente isentos de tributação. Rever as isenções fiscais e desonerações também são possibilidades, mas não são enfrentadas como deveriam ser. Há o que cortar e rever ("Temer cogita cortar gasto para conter rombo" , "Mercado", 11/8). ROSANGELA BARBOSA GOMES (Salvador, BA) - BOLSA LULA Parece piada,mas é verdade. Cada um doa seu dinheiro a quem quiser. Mas o da sra. Roberta Luchsinger seria melhor aproveitado se fosse doado a crianças carentes da periferia. Lula deve receber dinheiro de seu partido, que é rico ("Neta de banqueiro suíço quer doar a ex-presidente R$ 500 mil em itens de luxo" , "Poder", 12/8). CREUSA COLAÇO (São Paulo, SP) - BOLSONARO É gravíssima a reportagem "Em vídeo, alunos de ensino médio exaltam Bolsonaro" ("Poder", 9/8). Aliás, a própria ideia de que um país seja capaz de ceder a administração (e, agora sabemos, bem mais que isso) de suas escolas à Polícia Militar já é uma anomalia grotesca e inaceitável. Em um país digno, os órgãos governamentais ligados à educação seriam imediatamente obrigados a dar explicações e sanar o problema. Mas estamos no Brasil, o país onde torturadores são homenageados e tratados como heróis. LEANDRO VEIGA DAINESI, professor de literatura (Lorena, SP) - VENEZUELA Para mim é uma vergonha ser latino-americano vendo o que acontece na Venezuela e no Brasil. Correntes políticas antagônicas, mas que querem se manter no poder a qualquer custo. Não existe nem direita nem esquerda na América Latina, e sim apreço pelo poder. LUIZ DO ROSARIO BASTOS JÚNIOR (Guarulhos, SP) * A ameaça de Trump à Venezuela está mais para verborragia vazia, no entanto já causou grande estrago à estratégia das forças democráticas que planejavam enfraquecer Maduro por dentro do regime. A prepotência americana vocalizada por Trump, que remeteu à lembrança dos tempos em que a América Latina era considerada um quintal, fortaleceu o discurso do ditador ("Trump cogita opção militar contra Caracas" , "Mundo", 12/8). LUÍS ROBERTO NUNES FERREIRA (Santos, SP) - NEYMAR NO PSG Neymar vale o quanto lhe pagam. Ele é instrumento do entretenimento. Ele é um artista que atrai multidões e audiência. Se os dirigentes de clubes, os cartolas (capitalistas por definição), atribuem a ele esse valor é porque ele vale muito mais. Conclusão óbvia. Então, cabe uma cutucada de leve nos esquerdistas que estão repudiando seu salário: qualquer coisa que Neymar recebesse a menos, configurar-se-ia a mais-valia conceituada por Marx. THYRSO DE CARVALHO JÚNIOR, advogado (Pereira Barreto, SP) - UM MUNDO DE MUROS Acompanho com interesse a série de reportagens da Folha sob o título "Um Mundo de Muros" sobre a onda migratória pelo mundo. A recente reportagem traz informações sobre as condições precárias dos que tentam entrar ilegalmente na União Europeia (UE) pela fronteira húngaro-sérvia. Para o melhor entendimento dos aspectos tratados nesta reportagem, gostaria de compartilhar algumas considerações sobre o assunto. A Hungria faz parte da UE e sua fronteira com a Sérvia representa o limite externo da União, com regras bem estabelecidas para a admissão de migrantes e refugiados. Na fronteira sérvio-húngara, há sete entradas oficiais, onde todos têm a possibilidade de entrar legalmente. Infelizmente, há quem queira cruzar a fronteira da UE de maneira ilegal com a "ajuda" de traficantes de pessoas, o que constitui crime em qualquer país, inclusive na Hungria. Não me parece justo responsabilizar a Hungria pelas condições precárias que os migrantes encontram na região da fronteira, antes da tentativa de sua passagem ilegal para a UE. Os húngaros constituem um povo acolhedor que, infelizmente, bem sabe o que significa ser refugiado. No século passado, centenas de milhares de húngaros foram compelidos a emigrar, refugiando-se em outros países, incluído o Brasil. Até hoje somos muito gratos a todos que os acolheram. ("Na porta da Europa, tentar entrar é ciclo de perpétua incerteza" , "Mundo", 7/8). NORBERT KONKOLY, embaixador da Hungria (Brasília, DF) - COLUNISTAS Agora que o monotemático Reinaldo Azevedo, dublê de rábula e ombudsman da Lava Jato, confessou que não é Deus, bem que poderia mudar de assunto nos seus artigos. JOSÉ RONALDO CURI, advogado (São Paulo, SP) * O colunista Ronaldo Lemos, em "Hackeando as urnas digitais" ("Opinião", 7/8), demonstra desconhecer o sistema eleitoral brasileiro. Desde 2009, como amplamente noticiado na mídia, a Justiça Eleitoral organiza os testes públicos de segurança, com ampla participação da comunidade científica. Também desconhece os procedimentos de auditoria das urnas durante o processo eleitoral, tais como a auditoria dos códigos-fonte, as assinaturas digitais dos programas ou a votação paralela, um mecanismo de verificação tipo "caixa-preta", realizado com urnas prontas para a votação. CARLOS ROGÉRIO CAMARGO (Florianópolis, SC) * Em seu enviesado artigo "anti-bolivariano"("Apoio do PT a Maduro é tiro no pé" , "Mundo", 7/8), Mathias Alencastro se vale de um capcioso truque retórico: transforma em meros detalhes os condicionantes da arriscada decisão do presidente Maduro de lançar mão da prerrogativa que lhe confere a Constituição venezuelana, convocando nova Constituinte. De quebra, o articulista não faz menção ao lamentável papel exercido pelas diplomacias de Temer e Macri, que tornam mais remota a via do diálogo, de que a Venezuela tanto carece. PEDRO AMARAL (Brasília, DF) - PARQUE AUGUSTA Viva o parque Augusta! Nós, moradores de São Paulo, precisamos de cada vez mais áreas verdes. As pessoas estão doentes e cheias de respirar poluição ("Ativistas do parque Augusta são meia dúzia paga pelo papai" , "Cotidiano", 11/8). MARI EMILIA GARCIA TOZATO (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
16
Cardeal segue eleição local e confirma psicóloga como nova reitora da PUC-SP
A professora e psicóloga Maria Amalia Pie Abib Andery foi confirmada como nova reitora da PUC-SP para o período 2017-2020. Quem deu o aval, nesta segunda-feira (5), foi o presidente da Fundação São Paulo (mantenedora da universidade), cardeal dom Odilo Scherer, também arcebispo de São Paulo. A confirmação se dá após o imbróglio que envolveu a nomeação da atual reitora da PUC-SP, Anna Maria Marques Cintra. Em 2012, ela foi nomeada após ter sido a terceira na votação da comunidade local, fato que originou protestos e greve de estudantes e até decisão liminar da Justiça contra a nomeação. Neste ano, foi diferente. Maria Amalia foi a candidata que recebeu mais votos no processo de consulta à comunidade da PUC-SP e acabou confirmada como reitora pelo presidente da fundação. Graduada em psicologia pela PUC-SP em 1975, a futura reitora tem mestrado pela Universidade de Manitoba, no Canadá (77), e doutorado também pela Pontifícia Universidade Católica (90). Faz parte da equipe de Anna Maria, ocupando o cargo de pró-reitora de Pós-Graduação Na PUC-SP desde 1978 (como auxiliar de ensino de metodologia científica), Maria Amalia se tornou professora associada em 1996 e titular seis anos depois. CRISE A PUC-SP tem enfrentado momentos difíceis principalmente nos últimos dez anos. Dívidas bancários, por exemplo, levaram a instituição a cortar 30% dos professores em 2006. Apesar de a situação financeira ter melhorado, a escola seguiu com medidas de contenção –cursos deficitários, por exemplo, foram fechados. No ano passado, a instituição fechou o campus de Barueri, na Grande SP, aposta da PUC-SP contra a crise.
educacao
Cardeal segue eleição local e confirma psicóloga como nova reitora da PUC-SPA professora e psicóloga Maria Amalia Pie Abib Andery foi confirmada como nova reitora da PUC-SP para o período 2017-2020. Quem deu o aval, nesta segunda-feira (5), foi o presidente da Fundação São Paulo (mantenedora da universidade), cardeal dom Odilo Scherer, também arcebispo de São Paulo. A confirmação se dá após o imbróglio que envolveu a nomeação da atual reitora da PUC-SP, Anna Maria Marques Cintra. Em 2012, ela foi nomeada após ter sido a terceira na votação da comunidade local, fato que originou protestos e greve de estudantes e até decisão liminar da Justiça contra a nomeação. Neste ano, foi diferente. Maria Amalia foi a candidata que recebeu mais votos no processo de consulta à comunidade da PUC-SP e acabou confirmada como reitora pelo presidente da fundação. Graduada em psicologia pela PUC-SP em 1975, a futura reitora tem mestrado pela Universidade de Manitoba, no Canadá (77), e doutorado também pela Pontifícia Universidade Católica (90). Faz parte da equipe de Anna Maria, ocupando o cargo de pró-reitora de Pós-Graduação Na PUC-SP desde 1978 (como auxiliar de ensino de metodologia científica), Maria Amalia se tornou professora associada em 1996 e titular seis anos depois. CRISE A PUC-SP tem enfrentado momentos difíceis principalmente nos últimos dez anos. Dívidas bancários, por exemplo, levaram a instituição a cortar 30% dos professores em 2006. Apesar de a situação financeira ter melhorado, a escola seguiu com medidas de contenção –cursos deficitários, por exemplo, foram fechados. No ano passado, a instituição fechou o campus de Barueri, na Grande SP, aposta da PUC-SP contra a crise.
11
Agora adulto, Harry Potter no teatro gera filas e empolga fãs em Londres
Vestindo as roupas da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e segurando varinhas, fãs ansiosos tiveram um vislumbre do próximo capítulo da saga "Harry Potter" e aprovaram —com entusiasmo— uma nova produção teatral prestes a entrar em cartaz em Londres. "Harry Potter and the Cursed Child" (Harry Potter e a criança maldiçoada) traz de volta o mundo mágico da escritora J.K. Rowling e se passa 19 anos depois de seu último livro, "Harry Potter e as Relíquias da Morte", lançado em 2007. A peça, que é a oitava história da série, teve sessões de pré-estreia na noite desta terça-feira (7) no Palace Theatre de Londres e gerou filas de metros e metros de comprimento. Dividida em duas partes, a produção acompanha os amigos Harry, Ron e Hermione já como adultos. Potter é mostrado como um funcionário ocupado do Ministério da Magia, que tem que lidar com a dificuldade enfrentada por seu filho mais novo, Albus Severus, com o legado de sua família famosa. Poucas informações sobre a produção foram reveladas. Rowling, cujos livros se tornaram uma lucrativa franquia de filmes, pediu que a plateia não estrague a surpresa dos que ainda não assistiram à peça. 'ESQUEÇAM OS FILMES' "Eu realmente gostei dos filmes, mas depois de ver isso, eu diria: 'Esqueçam os filmes'", avisou o fã Callum Fawcett. "É fantástico... tem de tudo." "Foi inteiramente extraordinária, realmente incrível", acrescentou Ollie Southgate, "É uma versão inteiramente diferente de tudo que todo o mundo adora nos livros. Os efeitos visuais que eles usam não se parecem com nada que eu já vi." A peça se baseia em uma história escrita por Rowling, o roteirista e dramaturgo Jack Thorne e o diretor John Tiffany. "A plateia não podia estar mais empolgada, mais agradecida ou mais pronta para entrar no espírito da empreitada", escreveu o jornal norte-americano "The New York Times", acrescentando: "Os três personagens principais continuam fiéis às suas versões mais jovens". Já o diário britânico "Daily Telegraph" afirmou: "O público chegou querendo magia, e recebeu em doses fartas. Será que Rowling acertou de novo? O público não teve dúvida". No Twitter, a escritora disse que a reação à pré-estreia foi "maravilhosa". BRUXO DE OURO "Harry Potter and the Cursed Child" estreia oficialmente em 30 de julho. Os primeiros 175 mil ingressos para a apresentação foram vendidos em 24 horas em outubro. Os convites para os dois atos oscilam entre 30 e 130 libras (R$ 151 a R$ 657) no total. Até agora tudo ligado a "Harry Potter" se transformou em ouro. Os livros de Rowling já venderam mais de 450 milhões de cópias e foram traduzidos em 78 línguas, enquanto a franquia de filmes, em oito partes, com base nos livros, arrecadou mais de US$ 7 bilhões nas bilheterias do mundo todo. O roteiro da peça dará origem a um novo livro da saga, que no Reino Unido será publicado logo após a estreia do espetáculo. Assim como a montagem, a versão impressa é dividida em duas partes e será lançada em outubro pela editora Rocco no Brasil.
ilustrada
Agora adulto, Harry Potter no teatro gera filas e empolga fãs em LondresVestindo as roupas da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e segurando varinhas, fãs ansiosos tiveram um vislumbre do próximo capítulo da saga "Harry Potter" e aprovaram —com entusiasmo— uma nova produção teatral prestes a entrar em cartaz em Londres. "Harry Potter and the Cursed Child" (Harry Potter e a criança maldiçoada) traz de volta o mundo mágico da escritora J.K. Rowling e se passa 19 anos depois de seu último livro, "Harry Potter e as Relíquias da Morte", lançado em 2007. A peça, que é a oitava história da série, teve sessões de pré-estreia na noite desta terça-feira (7) no Palace Theatre de Londres e gerou filas de metros e metros de comprimento. Dividida em duas partes, a produção acompanha os amigos Harry, Ron e Hermione já como adultos. Potter é mostrado como um funcionário ocupado do Ministério da Magia, que tem que lidar com a dificuldade enfrentada por seu filho mais novo, Albus Severus, com o legado de sua família famosa. Poucas informações sobre a produção foram reveladas. Rowling, cujos livros se tornaram uma lucrativa franquia de filmes, pediu que a plateia não estrague a surpresa dos que ainda não assistiram à peça. 'ESQUEÇAM OS FILMES' "Eu realmente gostei dos filmes, mas depois de ver isso, eu diria: 'Esqueçam os filmes'", avisou o fã Callum Fawcett. "É fantástico... tem de tudo." "Foi inteiramente extraordinária, realmente incrível", acrescentou Ollie Southgate, "É uma versão inteiramente diferente de tudo que todo o mundo adora nos livros. Os efeitos visuais que eles usam não se parecem com nada que eu já vi." A peça se baseia em uma história escrita por Rowling, o roteirista e dramaturgo Jack Thorne e o diretor John Tiffany. "A plateia não podia estar mais empolgada, mais agradecida ou mais pronta para entrar no espírito da empreitada", escreveu o jornal norte-americano "The New York Times", acrescentando: "Os três personagens principais continuam fiéis às suas versões mais jovens". Já o diário britânico "Daily Telegraph" afirmou: "O público chegou querendo magia, e recebeu em doses fartas. Será que Rowling acertou de novo? O público não teve dúvida". No Twitter, a escritora disse que a reação à pré-estreia foi "maravilhosa". BRUXO DE OURO "Harry Potter and the Cursed Child" estreia oficialmente em 30 de julho. Os primeiros 175 mil ingressos para a apresentação foram vendidos em 24 horas em outubro. Os convites para os dois atos oscilam entre 30 e 130 libras (R$ 151 a R$ 657) no total. Até agora tudo ligado a "Harry Potter" se transformou em ouro. Os livros de Rowling já venderam mais de 450 milhões de cópias e foram traduzidos em 78 línguas, enquanto a franquia de filmes, em oito partes, com base nos livros, arrecadou mais de US$ 7 bilhões nas bilheterias do mundo todo. O roteiro da peça dará origem a um novo livro da saga, que no Reino Unido será publicado logo após a estreia do espetáculo. Assim como a montagem, a versão impressa é dividida em duas partes e será lançada em outubro pela editora Rocco no Brasil.
1
Warner produzirá série sobre os últimos 4 meses de vida de Michael Jackson
Os últimos quatro meses de vida do lendário "rei do pop" Michael Jackson virarão uma série de televisão que será produzida pela Warner Bros. e baseada no livro do escritor e estrela da televisão, Tavis Smiley. A data para o lançamento desta série televisiva sobre o intérprete de "Thriller" ainda é não foi revelada, embora para junho de 2016 esteja prevista a publicação do novo livro de Smiley, intitulado "Antes que me julgue: o triunfo e a tragédia dos últimos dias de Michael Jackson", informou a Warner Bros. A companhia americana detalhou em comunicado que o livro de Smiley, que tem seu próprio programa na rede "PBS", passará pelos "altos e baixos" da vida de Jackson, morto em 25 de junho de 2009 em Los Angeles por uma overdose de remédios administrados pelo seu médico pessoal, Conrad Murray. O livro, sobre o qual será baseada a futura série de televisão, faz um relato da constante busca por privacidade da estrela, assim como as pressões da fama que "lhe tornaram socialmente frágil e quase incapaz de viver", segundo a nota.
ilustrada
Warner produzirá série sobre os últimos 4 meses de vida de Michael JacksonOs últimos quatro meses de vida do lendário "rei do pop" Michael Jackson virarão uma série de televisão que será produzida pela Warner Bros. e baseada no livro do escritor e estrela da televisão, Tavis Smiley. A data para o lançamento desta série televisiva sobre o intérprete de "Thriller" ainda é não foi revelada, embora para junho de 2016 esteja prevista a publicação do novo livro de Smiley, intitulado "Antes que me julgue: o triunfo e a tragédia dos últimos dias de Michael Jackson", informou a Warner Bros. A companhia americana detalhou em comunicado que o livro de Smiley, que tem seu próprio programa na rede "PBS", passará pelos "altos e baixos" da vida de Jackson, morto em 25 de junho de 2009 em Los Angeles por uma overdose de remédios administrados pelo seu médico pessoal, Conrad Murray. O livro, sobre o qual será baseada a futura série de televisão, faz um relato da constante busca por privacidade da estrela, assim como as pressões da fama que "lhe tornaram socialmente frágil e quase incapaz de viver", segundo a nota.
1
O PT que perdeu
No início do governo Lula, nos anos de 2003 e 2004, o PSDB comportou-se praticamente como um partido da base de sustentação do governo. Diversos projetos importantes para o futuro do país foram apoiados pelos tucanos. Vale lembrar a minirreforma tributária, a minirreforma previdenciária, a Lei do Bem, a Lei da Inovação, todo o pacote de políticas que estimularam o crédito e a Lei das Parcerias Público-Privadas. O então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, costurava a colaboração com possível ingresso da oposição na base de sustentação governista. Visto de hoje, após tudo o que ocorreu, é difícil imaginar tal situação. A história é feita pelos homens e não está escrita. Palocci perdeu para José Dirceu e Lula, e o PT escolheu antagonizar partidos da centro-esquerda à centro-direita do espectro político-ideológico: PPS, PSDB e Democratas. Essa escolha obrigou as coligações do governo no Congresso Nacional a serem muito heterogêneas ideologicamente, cobrindo da esquerda à extrema direita. Em razão da enorme heterogeneidade das coligações na era petista, optou-se por compartilhar menos o governo. A participação do PT nos ministérios e no governo em geral passou a ser muito maior do que seu peso relativo na coligação. A literatura recente de ciência política mostra que os dois instrumentos que o Executivo tem para gerir o presidencialismo de coalizão –compartilhar governo e moedas de troca (principalmente a liberação de recursos para emendas parlamentares)– são substitutos, e não complementares. Quem emprega muito um deles emprega pouco o outro e vice-versa. Nosso presidencialismo de coalizão transformou-se no atual presidencialismo de cooptação, tocado quase que exclusivamente no varejão da política. Mensalão e petrolão são consequência direta dessa escolha. Essa foi a primeira derrota de outro governo petista possível. Havia em 2005 reconhecimento por parte de inúmeros atores políticos, da situação e da oposição, de que nosso contrato social projetava trajetória insustentável do gasto público e, portanto, que o aparecimento de gargalos e constrangimentos no front fiscal era somente questão de tempo. A conversa prosperou, e um grupo de políticos –liderados pelo então deputado Antonio Delfim Netto e pelos ministros Antonio Palocci e Paulo Bernardo– propôs que a sociedade, por meio do Congresso Nacional, discutisse o tema. O objetivo era colocar uma trava na Constituição para que o gasto público parasse de crescer sistematicamente mais rápido do que o produto da economia. Esse debate está sumarizado na publicação do Ipea de agosto de 2005, que não veio a público, intitulada "A qualidade da política fiscal de longo prazo". Textos de Delfim, Palocci, Paulo Bernardo, Tasso Jereissati e Fabio Giambiagi reconheciam o problema e estimulavam que se avançasse na direção da construção da trava legal ao crescimento contínuo do gasto público. Já o texto do senador Mercadante, na mesma publicação, ia na direção contrária, considerando que primeiro vem o crescimento. O ajuste fiscal seria consequência. Logo em seguida, em novembro de 2005, a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, torpedeou o ajuste, qualificando-o como rudimentar. A proposta ficou para os anais da história dos bastidores da política e caiu no esquecimento. Toda a sociedade paga hoje o preço da segunda derrota de outro PT que era possível.
colunas
O PT que perdeuNo início do governo Lula, nos anos de 2003 e 2004, o PSDB comportou-se praticamente como um partido da base de sustentação do governo. Diversos projetos importantes para o futuro do país foram apoiados pelos tucanos. Vale lembrar a minirreforma tributária, a minirreforma previdenciária, a Lei do Bem, a Lei da Inovação, todo o pacote de políticas que estimularam o crédito e a Lei das Parcerias Público-Privadas. O então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, costurava a colaboração com possível ingresso da oposição na base de sustentação governista. Visto de hoje, após tudo o que ocorreu, é difícil imaginar tal situação. A história é feita pelos homens e não está escrita. Palocci perdeu para José Dirceu e Lula, e o PT escolheu antagonizar partidos da centro-esquerda à centro-direita do espectro político-ideológico: PPS, PSDB e Democratas. Essa escolha obrigou as coligações do governo no Congresso Nacional a serem muito heterogêneas ideologicamente, cobrindo da esquerda à extrema direita. Em razão da enorme heterogeneidade das coligações na era petista, optou-se por compartilhar menos o governo. A participação do PT nos ministérios e no governo em geral passou a ser muito maior do que seu peso relativo na coligação. A literatura recente de ciência política mostra que os dois instrumentos que o Executivo tem para gerir o presidencialismo de coalizão –compartilhar governo e moedas de troca (principalmente a liberação de recursos para emendas parlamentares)– são substitutos, e não complementares. Quem emprega muito um deles emprega pouco o outro e vice-versa. Nosso presidencialismo de coalizão transformou-se no atual presidencialismo de cooptação, tocado quase que exclusivamente no varejão da política. Mensalão e petrolão são consequência direta dessa escolha. Essa foi a primeira derrota de outro governo petista possível. Havia em 2005 reconhecimento por parte de inúmeros atores políticos, da situação e da oposição, de que nosso contrato social projetava trajetória insustentável do gasto público e, portanto, que o aparecimento de gargalos e constrangimentos no front fiscal era somente questão de tempo. A conversa prosperou, e um grupo de políticos –liderados pelo então deputado Antonio Delfim Netto e pelos ministros Antonio Palocci e Paulo Bernardo– propôs que a sociedade, por meio do Congresso Nacional, discutisse o tema. O objetivo era colocar uma trava na Constituição para que o gasto público parasse de crescer sistematicamente mais rápido do que o produto da economia. Esse debate está sumarizado na publicação do Ipea de agosto de 2005, que não veio a público, intitulada "A qualidade da política fiscal de longo prazo". Textos de Delfim, Palocci, Paulo Bernardo, Tasso Jereissati e Fabio Giambiagi reconheciam o problema e estimulavam que se avançasse na direção da construção da trava legal ao crescimento contínuo do gasto público. Já o texto do senador Mercadante, na mesma publicação, ia na direção contrária, considerando que primeiro vem o crescimento. O ajuste fiscal seria consequência. Logo em seguida, em novembro de 2005, a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, torpedeou o ajuste, qualificando-o como rudimentar. A proposta ficou para os anais da história dos bastidores da política e caiu no esquecimento. Toda a sociedade paga hoje o preço da segunda derrota de outro PT que era possível.
10
'Situação agora é diferente', diz autor de pedido de impeachment de Collor
Há 23 anos, Marcello Lavenère, 77, entregava ao então presidente da Câmara, Ibsen Pinheiro, o pedido de impeachment que resultou na saída de Fernando Collor da Presidência da República. Hoje, o ex-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) avalia que o cenário atual é distinto do ocorrido em 1992. Há mais de dez pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff nas mãos do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Lavenère, contudo, não acredita na fundamentação de nenhum deles. Para ele, não há denúncias consistentes, nem comprovação do envolvimento direto da petista em esquemas de corrupção. O advogado corrobora a visão dos governistas, que têm acusado a oposição de golpe ao insistir no afastamento da presidente. Ele considera que o processo de afastamento de Collor aconteceu em conjuntura diferente, não só pelos fatos, mas também pelo protagonismo de entidades da sociedade civil, o que não ocorre agora, segundo ele, quando os pedidos são capitaneados por partidos políticos. "A orquestra tocou afinada sem maestro. Não tinha alguém para reger as senhoras que iam apoiando a gente." * Folha - Há diferenças entre o pedido de impeachment do senhor e os apresentados agora? Marcello Lavenère - A aparência engana e eu mesmo encontro poucas semelhanças sobre o que havia em 1992 e hoje. O Collor foi eleito e a eleição foi aceita como legítima, não se questionava. Diferente do que acontece atualmente, em que, mesmo antes de Dilma tomar posse, já se dizia que sofreria o impeachment. Collor teve praticamente dois anos em que fez uma série de medidas altamente questionáveis e ninguém falava em afastamento. Até o momento em que o irmão dele disse que havia uma quadrilha no governo e que ele era o chefe. Havia uma acusação pública, direta, consistente, contra o presidente, o que não é o caso agora. Diferente daquela época, as acusações que vemos primeiro não se dirigem à presidente, mas a pessoas do seu partido, ou da base do governo que estariam ou estão envolvidas em investigações feitas pela Justiça. O presidente da UTC, Ricardo Pessoa, disse que repassou ilegalmente recursos para o tesoureiro da campanha de 2010 da presidente. Ele diz que o tesoureiro da campanha recebeu dinheiro e não a Dilma, ao passo que o irmão do presidente Collor dizia que ele era o chefe de uma quadrilha. As acusações contra Collor foram de fatos ocorridos durante a gestão dele. Ninguém discutiu o que havia antes. Já no caso dela, ao que se sabe, as acusações são de que na campanha teria havido isso e que ela teria feito pedalada fiscal. É o que consta no pedido dos senhores Helio Bicudo e Miguel Reale. O impeachment é um processo penal constitucional. Falta de prestígio, governo fraco, crise na economia, dólar alto, orçamento deficitário, não se resolvem nas instâncias políticas do parlamento. E há uma enorme quantidade de juristas respeitados que dizem não haver possibilidade jurídica ou técnica para impeachment. O Congresso fez uma CPMI para apurar se ele tinha envolvimento e, quando veio o relatório, concluiu-se pela necessidade de um processo de impeachment, o que foi apoiado por praticamente a totalidade das entidades da sociedade. Não era partidário, político. Quem organizou? Ninguém. A orquestra tocou afinada sem maestro. Não tinha alguém para reger as senhoras que iam apoiando a gente. Mas a oposição alega que o impeachment é um processo político. Ter uma base parlamentar fraca não é motivo para impeachment. Nem contas rejeitadas pelo TCU. Não está previsto na Constituição, assim como as contas da campanha rejeitadas. O processo de impeachment é um processo penal constitucional, não é político de oposição. Aplica uma pena e só pode ser aprovado se provar que o acusado cometeu algum dos crimes que estão previstos na Constituição. Por mais que a oposição pretenda desgastar o governo, e parece que é essa a intenção, nem mesmo eles parecem ter muita convicção de que esse processo vá adiante. Não tenho nenhuma vinculação política nem nada, mas vejo que o que acontece no nosso país atualmente é uma insatisfação de quem perdeu as eleições por pouco. O senhor acha que existem hoje no país as condições políticas o impeachment? Eu tenho dúvidas sobre isso. Em setembro, o governo obteve uma vitória no Congresso em que foram mantidos 26 vetos da presidente. Para isso, precisou ter maioria na Câmara, que é o corpo político que estaria contra o governo. Mas é uma evidência de que o governo não está assim tão enfraquecido, porque conseguiu manter esses vetos. Não vejo, no momento, clima político para o pedido de impeachment prosperar, porque o governo mantém sua base a trancos e barrancos, mas mantém. Como a base do governo, o sr. acredita em uma tentativa de golpe? Existe uma preocupação de desestabilizar um governo legalmente eleito. Preocupação de invalidar o resultado das eleições. Eu acho que, neste caso, sim, significa uma tentativa de golpe. Já se falava em impeachment antes das eleições. Trinta dias depois, um partido político encomendou um parecer de um grande jurista de São Paulo de mentalidade muito conservadora. Essa articulação dos partidos de oposição, movidos pela insatisfação e pelo chororô de quem perdeu eleição, a mim tem cheiro de golpe, sim. No julgamento do mensalão, o senhor disse que se o PT deu motivo, pagaria o preço. O senhor tem a mesma avaliação em relação ao escândalo da Petrobras? Qualquer partido que tenha dado motivos de ser investigado, deve ser investigado. Pode ser PT, PP ou PSDB. Se a presidente der motivos amanhã para que haja um impeachment contra ela, eu vou dizer que está provado que ela fez algo que justifica. Há diferenças no Congresso atual e no de 1992, que abriu o processo de impeachment? O presidente da República em 1992 tinha uma base parlamentar, mas seu partido não era forte. O Collor foi eleito com base no prestígio pessoal dele, de caçador de marajás. O Congresso apoiava o presidente por ele ter sido eleito democraticamente e por tentar modernizar a economia brasileira. Os dois primeiros anos do Collor não foram de isolamento parlamentar. A situação começou a mudar quando começaram a surgir evidências em relação a ele. Não havia uma predisposição contra ele. Agora, no entanto, há uma predisposição de boa parte do Congresso contra Dilma, de, a qualquer título, arranjar um motivo para tirá-la. As novas denúncias envolvendo Fernando Collor na Operação Lava Jato surpreenderam? Não posso dizer que surpreenderam, mas confesso que não as esperava. Ele passou um tempo afastado da política e depois retornou em Alagoas, onde tem indiscutivelmente um prestígio grande. Não me surpreendeu porque sabemos que qualquer pessoa pode cometer um delito e ele já tinha cometido antes. Mas eu esperava que ele pudesse recuperar sua vida política sem reincidir. Que mudanças devem ser realizadas na legislação eleitoral para evitar novos episódios de corrupção? A principal mudança é tirar o dinheiro das empresas das campanhas eleitorais. A sociedade brasileira não suporta mais isso. Os empresários também não suportam ter de dar dinheiro para um lado e depois para o outro, sendo achacados pelos candidatos.
poder
'Situação agora é diferente', diz autor de pedido de impeachment de CollorHá 23 anos, Marcello Lavenère, 77, entregava ao então presidente da Câmara, Ibsen Pinheiro, o pedido de impeachment que resultou na saída de Fernando Collor da Presidência da República. Hoje, o ex-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) avalia que o cenário atual é distinto do ocorrido em 1992. Há mais de dez pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff nas mãos do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Lavenère, contudo, não acredita na fundamentação de nenhum deles. Para ele, não há denúncias consistentes, nem comprovação do envolvimento direto da petista em esquemas de corrupção. O advogado corrobora a visão dos governistas, que têm acusado a oposição de golpe ao insistir no afastamento da presidente. Ele considera que o processo de afastamento de Collor aconteceu em conjuntura diferente, não só pelos fatos, mas também pelo protagonismo de entidades da sociedade civil, o que não ocorre agora, segundo ele, quando os pedidos são capitaneados por partidos políticos. "A orquestra tocou afinada sem maestro. Não tinha alguém para reger as senhoras que iam apoiando a gente." * Folha - Há diferenças entre o pedido de impeachment do senhor e os apresentados agora? Marcello Lavenère - A aparência engana e eu mesmo encontro poucas semelhanças sobre o que havia em 1992 e hoje. O Collor foi eleito e a eleição foi aceita como legítima, não se questionava. Diferente do que acontece atualmente, em que, mesmo antes de Dilma tomar posse, já se dizia que sofreria o impeachment. Collor teve praticamente dois anos em que fez uma série de medidas altamente questionáveis e ninguém falava em afastamento. Até o momento em que o irmão dele disse que havia uma quadrilha no governo e que ele era o chefe. Havia uma acusação pública, direta, consistente, contra o presidente, o que não é o caso agora. Diferente daquela época, as acusações que vemos primeiro não se dirigem à presidente, mas a pessoas do seu partido, ou da base do governo que estariam ou estão envolvidas em investigações feitas pela Justiça. O presidente da UTC, Ricardo Pessoa, disse que repassou ilegalmente recursos para o tesoureiro da campanha de 2010 da presidente. Ele diz que o tesoureiro da campanha recebeu dinheiro e não a Dilma, ao passo que o irmão do presidente Collor dizia que ele era o chefe de uma quadrilha. As acusações contra Collor foram de fatos ocorridos durante a gestão dele. Ninguém discutiu o que havia antes. Já no caso dela, ao que se sabe, as acusações são de que na campanha teria havido isso e que ela teria feito pedalada fiscal. É o que consta no pedido dos senhores Helio Bicudo e Miguel Reale. O impeachment é um processo penal constitucional. Falta de prestígio, governo fraco, crise na economia, dólar alto, orçamento deficitário, não se resolvem nas instâncias políticas do parlamento. E há uma enorme quantidade de juristas respeitados que dizem não haver possibilidade jurídica ou técnica para impeachment. O Congresso fez uma CPMI para apurar se ele tinha envolvimento e, quando veio o relatório, concluiu-se pela necessidade de um processo de impeachment, o que foi apoiado por praticamente a totalidade das entidades da sociedade. Não era partidário, político. Quem organizou? Ninguém. A orquestra tocou afinada sem maestro. Não tinha alguém para reger as senhoras que iam apoiando a gente. Mas a oposição alega que o impeachment é um processo político. Ter uma base parlamentar fraca não é motivo para impeachment. Nem contas rejeitadas pelo TCU. Não está previsto na Constituição, assim como as contas da campanha rejeitadas. O processo de impeachment é um processo penal constitucional, não é político de oposição. Aplica uma pena e só pode ser aprovado se provar que o acusado cometeu algum dos crimes que estão previstos na Constituição. Por mais que a oposição pretenda desgastar o governo, e parece que é essa a intenção, nem mesmo eles parecem ter muita convicção de que esse processo vá adiante. Não tenho nenhuma vinculação política nem nada, mas vejo que o que acontece no nosso país atualmente é uma insatisfação de quem perdeu as eleições por pouco. O senhor acha que existem hoje no país as condições políticas o impeachment? Eu tenho dúvidas sobre isso. Em setembro, o governo obteve uma vitória no Congresso em que foram mantidos 26 vetos da presidente. Para isso, precisou ter maioria na Câmara, que é o corpo político que estaria contra o governo. Mas é uma evidência de que o governo não está assim tão enfraquecido, porque conseguiu manter esses vetos. Não vejo, no momento, clima político para o pedido de impeachment prosperar, porque o governo mantém sua base a trancos e barrancos, mas mantém. Como a base do governo, o sr. acredita em uma tentativa de golpe? Existe uma preocupação de desestabilizar um governo legalmente eleito. Preocupação de invalidar o resultado das eleições. Eu acho que, neste caso, sim, significa uma tentativa de golpe. Já se falava em impeachment antes das eleições. Trinta dias depois, um partido político encomendou um parecer de um grande jurista de São Paulo de mentalidade muito conservadora. Essa articulação dos partidos de oposição, movidos pela insatisfação e pelo chororô de quem perdeu eleição, a mim tem cheiro de golpe, sim. No julgamento do mensalão, o senhor disse que se o PT deu motivo, pagaria o preço. O senhor tem a mesma avaliação em relação ao escândalo da Petrobras? Qualquer partido que tenha dado motivos de ser investigado, deve ser investigado. Pode ser PT, PP ou PSDB. Se a presidente der motivos amanhã para que haja um impeachment contra ela, eu vou dizer que está provado que ela fez algo que justifica. Há diferenças no Congresso atual e no de 1992, que abriu o processo de impeachment? O presidente da República em 1992 tinha uma base parlamentar, mas seu partido não era forte. O Collor foi eleito com base no prestígio pessoal dele, de caçador de marajás. O Congresso apoiava o presidente por ele ter sido eleito democraticamente e por tentar modernizar a economia brasileira. Os dois primeiros anos do Collor não foram de isolamento parlamentar. A situação começou a mudar quando começaram a surgir evidências em relação a ele. Não havia uma predisposição contra ele. Agora, no entanto, há uma predisposição de boa parte do Congresso contra Dilma, de, a qualquer título, arranjar um motivo para tirá-la. As novas denúncias envolvendo Fernando Collor na Operação Lava Jato surpreenderam? Não posso dizer que surpreenderam, mas confesso que não as esperava. Ele passou um tempo afastado da política e depois retornou em Alagoas, onde tem indiscutivelmente um prestígio grande. Não me surpreendeu porque sabemos que qualquer pessoa pode cometer um delito e ele já tinha cometido antes. Mas eu esperava que ele pudesse recuperar sua vida política sem reincidir. Que mudanças devem ser realizadas na legislação eleitoral para evitar novos episódios de corrupção? A principal mudança é tirar o dinheiro das empresas das campanhas eleitorais. A sociedade brasileira não suporta mais isso. Os empresários também não suportam ter de dar dinheiro para um lado e depois para o outro, sendo achacados pelos candidatos.
0
Presidente do TST pede reforma trabalhista para Brasil não virar Venezuela
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra da Silva Martins Filho, defendeu nesta quinta-feira (16) a necessidade de uma reforma trabalhista sob o risco de o atual modelo causar uma desestabilização econômica que leve o Brasil a uma situação similar à da Venezuela. A declaração foi feita em audiência pública na comissão que debate a proposta do governo Michel Temer para o tema, o que inclui a prevalência das negociações entre patrões e empregados sobre a legislação. "Não podemos chegar aqui e dizer que está tudo ruim, que não tem que ser feita a reforma e manter do jeito que está. Do jeito que está vamos aumentar o desemprego, então temos que fazer alguma coisa. (...) Se nós não resolvermos o problema trabalhista, se não tiver alguma coisa para reestruturar a nossa economia, podemos desestruturá-la a tal ponto que daí estaríamos caminhando para uma Venezuela." Nesse momento ele foi aplaudido por deputados governistas e vaiado por oposicionistas presentes à sessão. O presidente do TST defende uma menor intervenção do Estado, do Poder Judiciário em particular, nas relações trabalhistas. Segundo ele, a Justiça do Trabalho faz uma "propaganda enganosa" ao trabalhador ao afirmar que dá conta do atual volume de processos –que segundo ele levam de cinco a dez anos para terem uma conclusão. "Para um Brasil maior, um Estado menor", defendeu Ives Gandra Filho, ressaltando que em vários casos juízes de instâncias inferiores têm dado decisões contrárias à jurisprudência do TST. O presidente do TST rebateu ainda argumento de que os trabalhadores ficariam prejudicados já que sindicatos seriam a parte mais frágil nas negociações coletivas. "Estou convencido de que em um país que elegeu um sindicalista [Lula] como presidente da República não podemos dizer que o movimento sindical é fraco." Ives Gandra Filho ponderou, entretanto, que nas negociações de flexibilização da legislação trabalhista é preciso sempre haver uma vantagem compensatória para o trabalhador. Citou como exemplo um reajuste salarial abaixo da inflação que tenha, como contrapartida, a garantia pelos patrões da manutenção do emprego. Participaram também da audiência pública o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que defendeu o pacote de Temer afirmando que ele irá reforçar os direitos dos trabalhadores, e o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, para quem a proposta do governo não irá gerar mais emprego, mas sim irá trocar as atuais vagas por outras mais precarizadas do ponto de vista trabalhista.
mercado
Presidente do TST pede reforma trabalhista para Brasil não virar VenezuelaO presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra da Silva Martins Filho, defendeu nesta quinta-feira (16) a necessidade de uma reforma trabalhista sob o risco de o atual modelo causar uma desestabilização econômica que leve o Brasil a uma situação similar à da Venezuela. A declaração foi feita em audiência pública na comissão que debate a proposta do governo Michel Temer para o tema, o que inclui a prevalência das negociações entre patrões e empregados sobre a legislação. "Não podemos chegar aqui e dizer que está tudo ruim, que não tem que ser feita a reforma e manter do jeito que está. Do jeito que está vamos aumentar o desemprego, então temos que fazer alguma coisa. (...) Se nós não resolvermos o problema trabalhista, se não tiver alguma coisa para reestruturar a nossa economia, podemos desestruturá-la a tal ponto que daí estaríamos caminhando para uma Venezuela." Nesse momento ele foi aplaudido por deputados governistas e vaiado por oposicionistas presentes à sessão. O presidente do TST defende uma menor intervenção do Estado, do Poder Judiciário em particular, nas relações trabalhistas. Segundo ele, a Justiça do Trabalho faz uma "propaganda enganosa" ao trabalhador ao afirmar que dá conta do atual volume de processos –que segundo ele levam de cinco a dez anos para terem uma conclusão. "Para um Brasil maior, um Estado menor", defendeu Ives Gandra Filho, ressaltando que em vários casos juízes de instâncias inferiores têm dado decisões contrárias à jurisprudência do TST. O presidente do TST rebateu ainda argumento de que os trabalhadores ficariam prejudicados já que sindicatos seriam a parte mais frágil nas negociações coletivas. "Estou convencido de que em um país que elegeu um sindicalista [Lula] como presidente da República não podemos dizer que o movimento sindical é fraco." Ives Gandra Filho ponderou, entretanto, que nas negociações de flexibilização da legislação trabalhista é preciso sempre haver uma vantagem compensatória para o trabalhador. Citou como exemplo um reajuste salarial abaixo da inflação que tenha, como contrapartida, a garantia pelos patrões da manutenção do emprego. Participaram também da audiência pública o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que defendeu o pacote de Temer afirmando que ele irá reforçar os direitos dos trabalhadores, e o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, para quem a proposta do governo não irá gerar mais emprego, mas sim irá trocar as atuais vagas por outras mais precarizadas do ponto de vista trabalhista.
2
Pobre tem Refis quando passa fome
Os mais pobres pagam menos impostos quando passam necessidade. Como não têm salário bastante, obviamente não pagam Imposto de Renda. Pagam impostos indiretos, como aqueles camuflados no preço dos produtos. Conseguem desonerações tributárias quando ficam sem dinheiro para consumir, para dizer a coisa de modo sarcástico. No limite, é o Refis famélico. Tudo isso é meio óbvio. A lembrança vem a calhar porque o Congresso acaba de engordar o peru de bondades da última versão do Refis, esses programas de refinanciamento de impostos federais devidos por empresas. Quanto vai custar esse perdão de impostos, multas e juros? O governo deve perder mais R$ 5 bilhões além do que estimava, cortesia do Congresso. O que é esse dinheirinho perto da despesa anual do governo, de R$ 1,2 trilhão? Muito. Essa dinheirama vai quase toda, uns 90%, para despesas obrigatórias (Previdência, salários e aposentadorias gordas de servidores etc.). Sobra pouco para investimentos "em obras", por exemplo. Neste ano, as obras do PAC devem levar uns R$ 21 bilhões, por exemplo. A farra do Refis vai levar quase um quinto desse investimento minguante, um dos motivos da ruína do setor de construção civil, o que mais demite, em geral trabalhador pobre. O Refis gordo paga o preço das amizades empresariais dos parlamentares, alguns deles também com penduras no fisco. Deputados chegaram a dizer em público que a coisa ficaria "muito séria" caso o governo não fizesse favores adicionais no Refis. Ficou mais cara a conta de manter Michel Temer no Planalto. A maioria dos economistas do governo está, claro, preocupada, dada a pindaíba. Mas um deles, mais governista do que o rei, dizia alegremente, nesta quinta-feira, que a mordida do Congresso será compensada por receita extraordinária. Nesta semana, o governo vendeu hidrelétricas e áreas de exploração de petróleo. Arrecadou uns R$ 4,5 bilhões a mais do que estimara. Esse dinheiro extra vai cobrir a dentada do Refis. Bonito. O governo se desfaz de patrimônio público a fim de cobrir buracos nas contas de empresas, sabe-se lá se necessitadas. Desde o ano 2000, houve 30 programas especiais de refinanciamento de dívidas, com descontos e perdões, diz a Receita. Como todo mundo sabe, a frequência dos perdões incentiva o atraso no pagamento de impostos e estratégias de burla do fisco, de "planejamento tributário". Bola-se um jeito talvez legal de não pagar imposto. Se colar, colou, paga-se menos por meio de criatividade tributária. Se não colar, virá um Refis ou similar: descontos para pagar os atrasados. Como o custo de rolar a dívida com a Receita é inferior ao do crédito, o sistema Refis vira uma espécie de banco público informal, com juros subsidiados. É possível argumentar que renegociações de dívidas são parte da vida dos negócios, que talvez seja o caso de tolerar algum parcelamento de tributos atrasados em nome da preservação de uma empresa no mais em boas condições. Mas não sabemos bem para onde vai o dinheiro, custos e benefícios, como costuma ser o caso das nossas políticas públicas. Os mais pobres, estes, pagam relativamente o triplo dos impostos indiretos pagos pelos mais ricos. Refis de pobre é fome.
colunas
Pobre tem Refis quando passa fomeOs mais pobres pagam menos impostos quando passam necessidade. Como não têm salário bastante, obviamente não pagam Imposto de Renda. Pagam impostos indiretos, como aqueles camuflados no preço dos produtos. Conseguem desonerações tributárias quando ficam sem dinheiro para consumir, para dizer a coisa de modo sarcástico. No limite, é o Refis famélico. Tudo isso é meio óbvio. A lembrança vem a calhar porque o Congresso acaba de engordar o peru de bondades da última versão do Refis, esses programas de refinanciamento de impostos federais devidos por empresas. Quanto vai custar esse perdão de impostos, multas e juros? O governo deve perder mais R$ 5 bilhões além do que estimava, cortesia do Congresso. O que é esse dinheirinho perto da despesa anual do governo, de R$ 1,2 trilhão? Muito. Essa dinheirama vai quase toda, uns 90%, para despesas obrigatórias (Previdência, salários e aposentadorias gordas de servidores etc.). Sobra pouco para investimentos "em obras", por exemplo. Neste ano, as obras do PAC devem levar uns R$ 21 bilhões, por exemplo. A farra do Refis vai levar quase um quinto desse investimento minguante, um dos motivos da ruína do setor de construção civil, o que mais demite, em geral trabalhador pobre. O Refis gordo paga o preço das amizades empresariais dos parlamentares, alguns deles também com penduras no fisco. Deputados chegaram a dizer em público que a coisa ficaria "muito séria" caso o governo não fizesse favores adicionais no Refis. Ficou mais cara a conta de manter Michel Temer no Planalto. A maioria dos economistas do governo está, claro, preocupada, dada a pindaíba. Mas um deles, mais governista do que o rei, dizia alegremente, nesta quinta-feira, que a mordida do Congresso será compensada por receita extraordinária. Nesta semana, o governo vendeu hidrelétricas e áreas de exploração de petróleo. Arrecadou uns R$ 4,5 bilhões a mais do que estimara. Esse dinheiro extra vai cobrir a dentada do Refis. Bonito. O governo se desfaz de patrimônio público a fim de cobrir buracos nas contas de empresas, sabe-se lá se necessitadas. Desde o ano 2000, houve 30 programas especiais de refinanciamento de dívidas, com descontos e perdões, diz a Receita. Como todo mundo sabe, a frequência dos perdões incentiva o atraso no pagamento de impostos e estratégias de burla do fisco, de "planejamento tributário". Bola-se um jeito talvez legal de não pagar imposto. Se colar, colou, paga-se menos por meio de criatividade tributária. Se não colar, virá um Refis ou similar: descontos para pagar os atrasados. Como o custo de rolar a dívida com a Receita é inferior ao do crédito, o sistema Refis vira uma espécie de banco público informal, com juros subsidiados. É possível argumentar que renegociações de dívidas são parte da vida dos negócios, que talvez seja o caso de tolerar algum parcelamento de tributos atrasados em nome da preservação de uma empresa no mais em boas condições. Mas não sabemos bem para onde vai o dinheiro, custos e benefícios, como costuma ser o caso das nossas políticas públicas. Os mais pobres, estes, pagam relativamente o triplo dos impostos indiretos pagos pelos mais ricos. Refis de pobre é fome.
10
Ronaldinho Gaúcho diz que recebe proposta todo dia e não vai parar
O meia Ronaldinho Gaúcho disse nesta quarta-feira (7) que não desistiu de jogar futebol. Em entrevista à rádio Rede Atlântida, de Porto Alegre, o jogador afirmou que vários clubes demonstram interesse diariamente em contar com ele. "Vou continuar mais um tempo ainda. Proposta está aparecendo todo dia. Enquanto estiver feliz e bem de saúde [vou continuar]", disse. Ele falou que no momento está "descansando". O atleta não revelou quais clubes já fizeram propostas oficiais. "Quem tratou dessa parte sempre foi meu irmão. Minha parte sempre foi jogar bola", afirmou à rádio. Após rescindir contrato com o Fluminense, especulou-se que Ronaldinho poderia ir para o futebol chinês ou dos EUA. À Folha, o irmão dele, Roberto de Assis, também disse que o meia não encerraria a carreira agora e confirmou o interesse do Corinthians USA, de Los Angeles. FLUMINENSE Sobre a saída do clube carioca, Ronaldinho lamentou o desempenho ruim dele e da equipe, o que o deixou infeliz e motivou a rescisão. Ele também se defendeu de uma crítica feita pelo presidente do grupo Viton 44, que patrocina o Fluminense, Neville Proa. O empresário comemorou a saída do atleta da equipe em entrevista ao site Máquina do Esporte. "Saída? Eu não vi nem ele entrar. O cara está com 35 anos. Bebe muito. É um farrista. A contratação do Ronaldinho Gaúcho foi péssima. É um jogador de nome, mas acabou o nome dele", afirmou na quarta-feira passada (30). Os apresentadores do programa falaram para Ronaldinho, erroneamente, que a crítica foi feita por um dirigente do clube carioca. O jogador, então, disse à rádio que "no Fluminense muitas vezes colocam palavra na boca dos outros" e que o clube vive uma guerra política, "com muita gente querendo entrar na diretoria".
esporte
Ronaldinho Gaúcho diz que recebe proposta todo dia e não vai pararO meia Ronaldinho Gaúcho disse nesta quarta-feira (7) que não desistiu de jogar futebol. Em entrevista à rádio Rede Atlântida, de Porto Alegre, o jogador afirmou que vários clubes demonstram interesse diariamente em contar com ele. "Vou continuar mais um tempo ainda. Proposta está aparecendo todo dia. Enquanto estiver feliz e bem de saúde [vou continuar]", disse. Ele falou que no momento está "descansando". O atleta não revelou quais clubes já fizeram propostas oficiais. "Quem tratou dessa parte sempre foi meu irmão. Minha parte sempre foi jogar bola", afirmou à rádio. Após rescindir contrato com o Fluminense, especulou-se que Ronaldinho poderia ir para o futebol chinês ou dos EUA. À Folha, o irmão dele, Roberto de Assis, também disse que o meia não encerraria a carreira agora e confirmou o interesse do Corinthians USA, de Los Angeles. FLUMINENSE Sobre a saída do clube carioca, Ronaldinho lamentou o desempenho ruim dele e da equipe, o que o deixou infeliz e motivou a rescisão. Ele também se defendeu de uma crítica feita pelo presidente do grupo Viton 44, que patrocina o Fluminense, Neville Proa. O empresário comemorou a saída do atleta da equipe em entrevista ao site Máquina do Esporte. "Saída? Eu não vi nem ele entrar. O cara está com 35 anos. Bebe muito. É um farrista. A contratação do Ronaldinho Gaúcho foi péssima. É um jogador de nome, mas acabou o nome dele", afirmou na quarta-feira passada (30). Os apresentadores do programa falaram para Ronaldinho, erroneamente, que a crítica foi feita por um dirigente do clube carioca. O jogador, então, disse à rádio que "no Fluminense muitas vezes colocam palavra na boca dos outros" e que o clube vive uma guerra política, "com muita gente querendo entrar na diretoria".
4
Fazenda não libera R$ 50 milhões para subsídios a aviação na Amazônia
O ministério da Fazenda não está liberando R$ 50 milhões para que o governo inicie ainda neste ano o programa de subsídios a voos regionais na Região Amazônica. O valor é o pedido da Secretaria de Aviação Civil que corresponde a 10% do orçamento previsto neste ano para este serviço, que era de R$ 500 milhões. O dinheiro para esse gasto não vem dos impostos arrecadados pelo governo. Ele está no Fundo Nacional de Aviação Civil, o Fnac, que recebe recursos de outorgas de concessões de aeroportos e de taxas pagas pelas empresas aéreas para voar. Esse fundo deve terminar o ano com um saldo de R$ 4 bilhões. Conforme a Folha mostrou neste domingo (20), neste ano o dinheiro do Fnac só foi gasto para pagar investimentos em grandes aeroportos, seja para os administrados pela Infraero, estatal dos aeroportos, seja para os que foram privatizados. Foram usados cerca de R$ 1,3 bilhão nessas grandes unidades. Quando fez as privatizações dos grandes aeroportos, o governo afirmou que usaria o dinheiro pago pela concessão para bancar o programa de Aviação Regional, com obras em 270 aeroportos de pequeno e médio porte e subsídios para os passageiros que voam em aeroportos com menos de 800 mil passageiros ao ano. Apesar de o Parlamento ter programado R$ 500 milhões para serem gastos este ano no programa de aviação regional, a Fazenda contingenciou o recurso. Com isso, o saldo do Fundo ajuda o governo a tentar fazer superavit primário. O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, que lançou nesta terça-feira (22) o Manual de Planejamento da Aviação Civil para os Jogos Olímpicos, que é o planejamento da pasta para receber cerca de um milhão de passageiros durante o evento, disse que a pasta entende que o momento do país é de ajuste. "Temos que compreender que o país está precisando do nosso saldo positivo pra gente poder dar às agência um nível mais elevado", afirmou dizendo que não desistiu de iniciar o programa ainda este ano. "Vamos pressionar internamente por isso", disse Padilha informando que 30 aeroportos poderiam ser beneficiados com a medida. OLIMPÍADA O ministro afirmou ainda que ainda não foi tomada a decisão de fechar o espaço aéreo na região ao redor do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, durante as competições de vela. O pedido foi feito pela organização dos jogos olímpicos para facilitar a produção de imagens desse evento com a utilização de helicópteros. O ministro afirmou que sua pasta defende que o espaço aéreo não seja fechado para não atrapalhar os voos dos demais passageiros e também de quem vai se utilizar desse terminal, que fica próximo da área central do Rio, para o próprio evento. Mas, segundo ele, a posição da Aviação Civil é minoritária. "Vamos ver o que vai ser decidido. Se acontecer, vamos trabalhar para que o fechamento, por um período de até cinco horas, atrapalhe o mínimo possível", afirmou o ministro. Pelo planejamento da Secretaria de Aviação Civil, serão recebidos cerca de um milhão de pessoas durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Nos dias de pico, são esperados quase 100 mil pessoas a mais nos aeroportos e até mil voos de jatinho. Segundo o ministro, o governo vai se basear nas experiências que já foram bem sucedidas na aviação civil em grandes eventos, como a Jornada Mundial da Juventude e a Copa do Mundo, para planejar os jogos. Serão criadas mil vagas para aeronaves nos pátios e o pessoal trabalhando para atender os passageiros nos aeroportos será aumentado em 45%.
mercado
Fazenda não libera R$ 50 milhões para subsídios a aviação na AmazôniaO ministério da Fazenda não está liberando R$ 50 milhões para que o governo inicie ainda neste ano o programa de subsídios a voos regionais na Região Amazônica. O valor é o pedido da Secretaria de Aviação Civil que corresponde a 10% do orçamento previsto neste ano para este serviço, que era de R$ 500 milhões. O dinheiro para esse gasto não vem dos impostos arrecadados pelo governo. Ele está no Fundo Nacional de Aviação Civil, o Fnac, que recebe recursos de outorgas de concessões de aeroportos e de taxas pagas pelas empresas aéreas para voar. Esse fundo deve terminar o ano com um saldo de R$ 4 bilhões. Conforme a Folha mostrou neste domingo (20), neste ano o dinheiro do Fnac só foi gasto para pagar investimentos em grandes aeroportos, seja para os administrados pela Infraero, estatal dos aeroportos, seja para os que foram privatizados. Foram usados cerca de R$ 1,3 bilhão nessas grandes unidades. Quando fez as privatizações dos grandes aeroportos, o governo afirmou que usaria o dinheiro pago pela concessão para bancar o programa de Aviação Regional, com obras em 270 aeroportos de pequeno e médio porte e subsídios para os passageiros que voam em aeroportos com menos de 800 mil passageiros ao ano. Apesar de o Parlamento ter programado R$ 500 milhões para serem gastos este ano no programa de aviação regional, a Fazenda contingenciou o recurso. Com isso, o saldo do Fundo ajuda o governo a tentar fazer superavit primário. O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, que lançou nesta terça-feira (22) o Manual de Planejamento da Aviação Civil para os Jogos Olímpicos, que é o planejamento da pasta para receber cerca de um milhão de passageiros durante o evento, disse que a pasta entende que o momento do país é de ajuste. "Temos que compreender que o país está precisando do nosso saldo positivo pra gente poder dar às agência um nível mais elevado", afirmou dizendo que não desistiu de iniciar o programa ainda este ano. "Vamos pressionar internamente por isso", disse Padilha informando que 30 aeroportos poderiam ser beneficiados com a medida. OLIMPÍADA O ministro afirmou ainda que ainda não foi tomada a decisão de fechar o espaço aéreo na região ao redor do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, durante as competições de vela. O pedido foi feito pela organização dos jogos olímpicos para facilitar a produção de imagens desse evento com a utilização de helicópteros. O ministro afirmou que sua pasta defende que o espaço aéreo não seja fechado para não atrapalhar os voos dos demais passageiros e também de quem vai se utilizar desse terminal, que fica próximo da área central do Rio, para o próprio evento. Mas, segundo ele, a posição da Aviação Civil é minoritária. "Vamos ver o que vai ser decidido. Se acontecer, vamos trabalhar para que o fechamento, por um período de até cinco horas, atrapalhe o mínimo possível", afirmou o ministro. Pelo planejamento da Secretaria de Aviação Civil, serão recebidos cerca de um milhão de pessoas durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Nos dias de pico, são esperados quase 100 mil pessoas a mais nos aeroportos e até mil voos de jatinho. Segundo o ministro, o governo vai se basear nas experiências que já foram bem sucedidas na aviação civil em grandes eventos, como a Jornada Mundial da Juventude e a Copa do Mundo, para planejar os jogos. Serão criadas mil vagas para aeronaves nos pátios e o pessoal trabalhando para atender os passageiros nos aeroportos será aumentado em 45%.
2
Santistas não têm essa estrutura, brinca Elias ao falar sobre Itaquerão
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (11), o volante Elias comemorou os treinos da seleção brasileira na Arena Corinthians e disse que ele e os demais corintianos do grupo (Cássio, Gil e Renato Augusto) têm brincado com os jogadores do Santos (Lucas Lima e Ricardo Oliveira) sobre a estrutura do estádio. "A gente fica bem à vontade aqui, se sente em casa. E sempre rolam brincadeiras. A gente fala para o pessoal do Santos ficar à vontade, que eles não têm essa estrutura na Baixada", completou, rindo. Sobre o jogo contra a Argentina nesta quinta-feira (12), ele descartou qualquer favoritismo por conta do momento ruim do adversário. "Clássico não tem favorito. Os times se superam nas dificuldades. Na teoria, sim, o Brasil vive melhor momento. A gente está crescendo e eles estão caindo um pouco de produção. Mas é clássico", disse o volante do Corinthians. Eliminatórias
esporte
Santistas não têm essa estrutura, brinca Elias ao falar sobre ItaquerãoEm coletiva de imprensa nesta quarta-feira (11), o volante Elias comemorou os treinos da seleção brasileira na Arena Corinthians e disse que ele e os demais corintianos do grupo (Cássio, Gil e Renato Augusto) têm brincado com os jogadores do Santos (Lucas Lima e Ricardo Oliveira) sobre a estrutura do estádio. "A gente fica bem à vontade aqui, se sente em casa. E sempre rolam brincadeiras. A gente fala para o pessoal do Santos ficar à vontade, que eles não têm essa estrutura na Baixada", completou, rindo. Sobre o jogo contra a Argentina nesta quinta-feira (12), ele descartou qualquer favoritismo por conta do momento ruim do adversário. "Clássico não tem favorito. Os times se superam nas dificuldades. Na teoria, sim, o Brasil vive melhor momento. A gente está crescendo e eles estão caindo um pouco de produção. Mas é clássico", disse o volante do Corinthians. Eliminatórias
4
Sky tem falha de sinal e não aparece em visita agendada, reclama leitora
A leitora Fernanda Milhorin reclama que, há dois meses, tem problemas com o sinal da sua TV por assinatura, oferecida pela Sky. Ao reclamar, atendentes agendaram uma visita para 18 de abril. O técnico trocou o aparelho receptor de sinal, mas disse que a cliente deveria agendar uma nova visita para trocar a fiação de todo o prédio onde ela vive. A data marcada foi 18 de maio, mas ninguém apareceu. Ao reclamar, atendentes da Sky disseram que o sistema estava fora do ar e que nada poderia ser feito. Milhorin está sem acesso à maior parte dos canais em HD, apesar de pagar por isso. Resposta da Sky - Pediu desculpas, disse que agendou uma nova visita técnica e que Milhorin será ressarcida pelo período sem sinal. * Queixa de Sérgio Ximenes: cobrança indevida A Net cobra do leitor fatura da assinatura de um serviço de internet cancelado há mais de um mês. Ao reclamar, atendentes da empresa dizem que não encontraram registros do pedido de cancelamento. Resposta da Net - Afirma que entrou em contato com o cliente e cancelou o contrato. * Queixa de Nilza Oliva Bianchi de Oliveira: portabilidade A leitora diz que mudou seu plano de TV e telefone para a Vivo e pediu a portabilidade do número fixo, mas não consegue fazer nem receber ligações. Mesmo reclamações na ouvidoria não surtiram efeito. Resposta da Vivo - Diz que fez ajustes técnicos, o serviço foi retomado e haverá dedução na conta de telefone. * Queixa de Fátima de Souza Soares: produto não entregue A leitora comprou uma fritadeira pelo site do Mercado Livre, mas o produto nunca foi entregue. A vendedora não responde aos emails da cliente e não houve retorno das reclamações feitas pelo site. Resposta do Mercado Livre - Informa que fez o estorno do valor pago pelo produto e descredenciou a vendedora. * Queixa de Nelson Takao Sasai: produto em teste Um perfume comprado pelo site da Vanile Perfumes parece não ser original, segundo o leitor. Ele relata ter feito uma série de reclamações, mas diz que não recebeu retorno por nenhuma delas. Resposta da Vanile Perfumes - Diz que teve um problema no servidor de emails e que reembolsou o cliente.
paineldoleitor
Sky tem falha de sinal e não aparece em visita agendada, reclama leitoraA leitora Fernanda Milhorin reclama que, há dois meses, tem problemas com o sinal da sua TV por assinatura, oferecida pela Sky. Ao reclamar, atendentes agendaram uma visita para 18 de abril. O técnico trocou o aparelho receptor de sinal, mas disse que a cliente deveria agendar uma nova visita para trocar a fiação de todo o prédio onde ela vive. A data marcada foi 18 de maio, mas ninguém apareceu. Ao reclamar, atendentes da Sky disseram que o sistema estava fora do ar e que nada poderia ser feito. Milhorin está sem acesso à maior parte dos canais em HD, apesar de pagar por isso. Resposta da Sky - Pediu desculpas, disse que agendou uma nova visita técnica e que Milhorin será ressarcida pelo período sem sinal. * Queixa de Sérgio Ximenes: cobrança indevida A Net cobra do leitor fatura da assinatura de um serviço de internet cancelado há mais de um mês. Ao reclamar, atendentes da empresa dizem que não encontraram registros do pedido de cancelamento. Resposta da Net - Afirma que entrou em contato com o cliente e cancelou o contrato. * Queixa de Nilza Oliva Bianchi de Oliveira: portabilidade A leitora diz que mudou seu plano de TV e telefone para a Vivo e pediu a portabilidade do número fixo, mas não consegue fazer nem receber ligações. Mesmo reclamações na ouvidoria não surtiram efeito. Resposta da Vivo - Diz que fez ajustes técnicos, o serviço foi retomado e haverá dedução na conta de telefone. * Queixa de Fátima de Souza Soares: produto não entregue A leitora comprou uma fritadeira pelo site do Mercado Livre, mas o produto nunca foi entregue. A vendedora não responde aos emails da cliente e não houve retorno das reclamações feitas pelo site. Resposta do Mercado Livre - Informa que fez o estorno do valor pago pelo produto e descredenciou a vendedora. * Queixa de Nelson Takao Sasai: produto em teste Um perfume comprado pelo site da Vanile Perfumes parece não ser original, segundo o leitor. Ele relata ter feito uma série de reclamações, mas diz que não recebeu retorno por nenhuma delas. Resposta da Vanile Perfumes - Diz que teve um problema no servidor de emails e que reembolsou o cliente.
16
Confirmado em mais quatro Estados, vírus zika agora circula em todo o país
O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (29) que mais quatro Estados confirmaram nesta semana a circulação do vírus zika. Agora, o vírus passa a ter transmissão confirmada em todos os Estados do país. Os últimos Estados a confirmar a circulação do zika são Acre, Amapá, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O registro ocorre após resultados de exames apontarem que os Estados apresentam casos autóctones de infecção pelo vírus -ou seja, quando pacientes não realizaram viagens no período, o que indica que a infecção foi adquirida no local. "Infelizmente o que está acontecendo é que vem se confirmando a tendência prevista: a de que o zika circularia em todo território onde tem o mosquito Aedes aegypti", diz o diretor do departamento de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. Da mesma forma, a tendência é que haja um aumento no número de notificações de infecções por zika nestes Estados, afirma. "À medida em que o zika chega em regiões onde não passou anteriormente, ele encontra pessoas suscetíveis, e isso pode fazer com que haja aumento do número de casos." O alerta também se estende para possíveis novos casos de microcefalia em bebês, cuja relação com o vírus tem sido investigada no país. Os dados são de novo boletim do Ministério da Saúde. O relatório aponta ainda que o país já registra 944 casos confirmados de bebês com microcefalia –destes, 130 tiveram resultados positivos para o vírus zika em exames. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti As causas do alto número de bebês com o quadro, geralmente caracterizado por uma má-formação do cérebro na gestação, ainda estão sendo investigadas. A pasta diz considerar, no entanto, que a maioria dos casos tenha ligação com uma infecção prévia pelo vírus zika durante a gestação. Os casos confirmados de microcefalia ocorrem em 358 municípios de 20 Estados e do Distrito Federal. A maioria, ou 94%, porém, concentra-se no Nordeste, onde ocorreram os primeiros registros. CASOS SUSPEITOS Desde outubro, quando iniciaram as investigações, até sábado (26), foram notificados 6.776 casos suspeitos de microcefalia. Deste total, 944 foram confirmados, 1.541 descartados e 4.291 ainda estão em investigação. O balanço aponta também 208 mortes de bebês com suspeita de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, das quais 47 são de bebês que já tiveram o quadro confirmado após exames.
cotidiano
Confirmado em mais quatro Estados, vírus zika agora circula em todo o paísO Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (29) que mais quatro Estados confirmaram nesta semana a circulação do vírus zika. Agora, o vírus passa a ter transmissão confirmada em todos os Estados do país. Os últimos Estados a confirmar a circulação do zika são Acre, Amapá, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O registro ocorre após resultados de exames apontarem que os Estados apresentam casos autóctones de infecção pelo vírus -ou seja, quando pacientes não realizaram viagens no período, o que indica que a infecção foi adquirida no local. "Infelizmente o que está acontecendo é que vem se confirmando a tendência prevista: a de que o zika circularia em todo território onde tem o mosquito Aedes aegypti", diz o diretor do departamento de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. Da mesma forma, a tendência é que haja um aumento no número de notificações de infecções por zika nestes Estados, afirma. "À medida em que o zika chega em regiões onde não passou anteriormente, ele encontra pessoas suscetíveis, e isso pode fazer com que haja aumento do número de casos." O alerta também se estende para possíveis novos casos de microcefalia em bebês, cuja relação com o vírus tem sido investigada no país. Os dados são de novo boletim do Ministério da Saúde. O relatório aponta ainda que o país já registra 944 casos confirmados de bebês com microcefalia –destes, 130 tiveram resultados positivos para o vírus zika em exames. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti As causas do alto número de bebês com o quadro, geralmente caracterizado por uma má-formação do cérebro na gestação, ainda estão sendo investigadas. A pasta diz considerar, no entanto, que a maioria dos casos tenha ligação com uma infecção prévia pelo vírus zika durante a gestação. Os casos confirmados de microcefalia ocorrem em 358 municípios de 20 Estados e do Distrito Federal. A maioria, ou 94%, porém, concentra-se no Nordeste, onde ocorreram os primeiros registros. CASOS SUSPEITOS Desde outubro, quando iniciaram as investigações, até sábado (26), foram notificados 6.776 casos suspeitos de microcefalia. Deste total, 944 foram confirmados, 1.541 descartados e 4.291 ainda estão em investigação. O balanço aponta também 208 mortes de bebês com suspeita de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, das quais 47 são de bebês que já tiveram o quadro confirmado após exames.
6
Governo publica decreto que revisa gastos com serviços para 2016
O governo federal publicou decreto que revisa contratos de aquisição de bens e serviços envolvendo gastos com locação de imóveis, manutenção de veículos e aquisição de passagens, entre outros itens. A medida consta no Diário Oficial da União desta terça-feira (13). A revisão dos contratos faz parte das medidas administrativas adotadas pelo governo para reduzir seus gastos. A meta, segundo o governo, é reduzir essas despesas em até 20% em 2016. A projeção de desembolso nesses contratos para o ano que vem era de R$ 29,753 bilhões, segundo o Ministério do Planejamento. Com a revisão, o governo espera que esses gastos não ultrapassem R$ 23,809 bilhões em 2016. As despesas com serviços de telefonia móvel, tanto para voz quanto para dados, também foram revisadas. Com a medida, ministros, ocupantes de cargos de natureza especial e comandantes das forças armadas não poderão ter contas mensais que excedam R$ 500 na utilização desses serviços. Já no caso dos servidores comissionados e demais autorizados, os tetos para essas despesas vão variar entre R$ 150 e R$ 300 por mês, de acordo com a natureza do cargo que ocupam. As contas que excederem os tetos fixados no decreto deverão ser reembolsadas aos cofres públicos pelos usuários em até cinco dias úteis.
poder
Governo publica decreto que revisa gastos com serviços para 2016O governo federal publicou decreto que revisa contratos de aquisição de bens e serviços envolvendo gastos com locação de imóveis, manutenção de veículos e aquisição de passagens, entre outros itens. A medida consta no Diário Oficial da União desta terça-feira (13). A revisão dos contratos faz parte das medidas administrativas adotadas pelo governo para reduzir seus gastos. A meta, segundo o governo, é reduzir essas despesas em até 20% em 2016. A projeção de desembolso nesses contratos para o ano que vem era de R$ 29,753 bilhões, segundo o Ministério do Planejamento. Com a revisão, o governo espera que esses gastos não ultrapassem R$ 23,809 bilhões em 2016. As despesas com serviços de telefonia móvel, tanto para voz quanto para dados, também foram revisadas. Com a medida, ministros, ocupantes de cargos de natureza especial e comandantes das forças armadas não poderão ter contas mensais que excedam R$ 500 na utilização desses serviços. Já no caso dos servidores comissionados e demais autorizados, os tetos para essas despesas vão variar entre R$ 150 e R$ 300 por mês, de acordo com a natureza do cargo que ocupam. As contas que excederem os tetos fixados no decreto deverão ser reembolsadas aos cofres públicos pelos usuários em até cinco dias úteis.
0
Após operação da PF, Ribeirão Preto tem maior abstenção em SP
MARCELO TOLEDO DE RIBEIRÃO PRETO A operação Sevandija, que sacudiu o cenário eleitoral em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) a um mês da realização do primeiro turno, é apontada por políticos locais como responsável por fazer a cidade ter o maior índice de abstenção entre os 13 municípios paulistas que tiveram segundo turno. Dos 435.381 eleitores aptos a votar neste domingo (30), 120.257, ou 27,62% do total, deixaram de ir às urnas. Como comparação, os ausentes representam mais que o total de votos obtidos por Ricardo Silva (PDT), segundo colocado nas urnas, com 111.697 votos. Na eleição de 2012, a abstenção na cidade tinha sido de 22,06%, com 92.561 faltantes. Duarte Nogueira (PSDB) foi eleito prefeito, com 147.705 votos, ou 56,94% dos votos válidos. Após Ribeirão, Santo André vem a seguir no ranking de abstenções, com 25,36%, seguida por Bauru, com 24,87%. A Sevandija foi deflagrada pela PF e pelo Gaeco, do Ministério Público Paulista, no dia 1º de setembro e investiga supostas fraudes em contratos de licitações da prefeitura, administrada por Dárcy Vera (PSD), que somam R$ 203 milhões. Além de ter levado membros do primeiro escalão do governo à prisão -já foram soltos, a operação obteve na Justiça a suspensão dos mandatos de nove vereadores. A própria Dárcy foi flagrada em grampos que podem indicar que ela usou a distribuição de cargos no governo, numa triangulação feita com uma empresa, para comprar apoio político de vereadores na Câmara. Ela nega irregularidades e diz colaborar com a operação. Reservadamente, membros das campanhas de Nogueira e Ricardo afirmam que a operação atrapalhou a credibilidade da classe política como um todo, o que explica o alto índice de abstenção. Para eles, prova disso foi a não reeleição de 8 dos 9 vereadores investigados pela Sevandija. * ABSTENÇÃO NO SEGUNDO TURNO Ribeirão Preto: 27,62% Santo André: 25,36% Bauru: 24,87% Osasco: 24,78% São Bernardo do Campo: 24,27% Diadema: 23,86% Franca: 23,52% Suzano: 23,25% Guarujá: 22,56% Guarulhos: 22,55% Mauá: 22,23% Sorocaba: 21,43% Jundiaí: 20,17%
poder
Após operação da PF, Ribeirão Preto tem maior abstenção em SPMARCELO TOLEDO DE RIBEIRÃO PRETO A operação Sevandija, que sacudiu o cenário eleitoral em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) a um mês da realização do primeiro turno, é apontada por políticos locais como responsável por fazer a cidade ter o maior índice de abstenção entre os 13 municípios paulistas que tiveram segundo turno. Dos 435.381 eleitores aptos a votar neste domingo (30), 120.257, ou 27,62% do total, deixaram de ir às urnas. Como comparação, os ausentes representam mais que o total de votos obtidos por Ricardo Silva (PDT), segundo colocado nas urnas, com 111.697 votos. Na eleição de 2012, a abstenção na cidade tinha sido de 22,06%, com 92.561 faltantes. Duarte Nogueira (PSDB) foi eleito prefeito, com 147.705 votos, ou 56,94% dos votos válidos. Após Ribeirão, Santo André vem a seguir no ranking de abstenções, com 25,36%, seguida por Bauru, com 24,87%. A Sevandija foi deflagrada pela PF e pelo Gaeco, do Ministério Público Paulista, no dia 1º de setembro e investiga supostas fraudes em contratos de licitações da prefeitura, administrada por Dárcy Vera (PSD), que somam R$ 203 milhões. Além de ter levado membros do primeiro escalão do governo à prisão -já foram soltos, a operação obteve na Justiça a suspensão dos mandatos de nove vereadores. A própria Dárcy foi flagrada em grampos que podem indicar que ela usou a distribuição de cargos no governo, numa triangulação feita com uma empresa, para comprar apoio político de vereadores na Câmara. Ela nega irregularidades e diz colaborar com a operação. Reservadamente, membros das campanhas de Nogueira e Ricardo afirmam que a operação atrapalhou a credibilidade da classe política como um todo, o que explica o alto índice de abstenção. Para eles, prova disso foi a não reeleição de 8 dos 9 vereadores investigados pela Sevandija. * ABSTENÇÃO NO SEGUNDO TURNO Ribeirão Preto: 27,62% Santo André: 25,36% Bauru: 24,87% Osasco: 24,78% São Bernardo do Campo: 24,27% Diadema: 23,86% Franca: 23,52% Suzano: 23,25% Guarujá: 22,56% Guarulhos: 22,55% Mauá: 22,23% Sorocaba: 21,43% Jundiaí: 20,17%
0
'Execuções têm apoio público', diz editora do serviço indonésio da BBC
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 53, deverá ser executado por fuzilamento neste domingo (18) na Indonésia, após ter esgotado todos os recursos para tentar reverter uma condenação por tráfico de drogas. Ele foi preso ao tentar entrar no país com 13,4 kg de cocaína escondidos em tubos de uma asa-delta. A condenação foi em 2004 e, caso a pena seja cumprida, ele será o primeiro brasileiro executado por um governo estrangeiro. Na Indonésia, a execução é por fuzilamento. O presidente indonésio, Joko Widodo, assumiu em outubro com a promessa de aplicar as execuções e não conceder clemência a condenados. Segundo ele, as drogas são uma "praga" para a sociedade. Seis pessoas deverão ser executadas neste domingo –um indonésio e cinco estrangeiros, entre eles o brasileiro. As iminentes execuções têm recebido apoio da população, especialmente nas redes sociais, disse a editora do serviço indonésio da BBC, Karishma Vaswani. BBC Brasil: Qual a reação na Indonésia a estas iminentes execuções? Karishma Vaswani: Essas execuções estão recebendo bastante atenção, sobretudo nas redes sociais, mas por motivos que você não imaginaria. As pessoas não estão dizendo serem contra as execuções, mas estão dizendo que elas acham que é uma medida boa e corajosa do presidente e que as execuções e a pena de morte deveriam ser usadas, por exemplo, para condenados por corrupção. Porque, desta maneira, você evita que as pessoas cometam esse crime novamente. Por outro lado, ativistas de direitos humanos têm criticado o presidente por adotar essa posição mais forte em relação às execuções e eles dizem que isso ameaça prejudicar a reputação da Indonésia como uma moderna nação muçulmana. Então há um apoio popular à pena de morte em casos de narcotráfico? É justo dizer que há apoio público à pena de morte para traficantes de drogas. Isso tem se refletido nas redes sociais. Eu acredito que a razão para isso é que o presidente disse que esta é uma questão social que tem se tornado problemática para o país. O presidente disse –e eu imagino que os dados sejam da agência nacional de combate a narcóticos da Indonésia– que cerca de 40 ou 50 pessoas, todos os dias, são afetadas por drogas - sendo aliciadas ou envolvidas da produção ou venda. Ele também tem dito que a questão tem se tornado uma praga para a sociedade e se infiltrado nas escolas. Então, há uma questão real de que este é um problema importado por estrangeiros de todo o mundo que chegam à Indonésia para vender drogas para indonésios ou outros estrangeiros. Ele não quer que a Indonésia se transforme num ponto de drogas e essa é uma maneira de afastar as pessoas. Esta política dura com narcotraficantes teve algum impacto no consumo de drogas na Indonésia? Estas serão as primeiras execuções desde 2013, e é por isso que todo mundo está surpreso. A Indonésia não faz segredo do fato de que a pena de morte existe para traficantes de drogas. Então, se você é pego com drogas aqui, é isso que você enfrentará. Mas é raro que estrangeiros sejam executados –as pessoas acabam definhando no corredor da morte por anos e anos. Elas recorrem, pedem por clemência. Há quase uma regra não escrita de que você fica atrás das grandes por um longo tempo mas há, no final, a chance de você ser solto. Agora, Joko Widodo assumiu e disse que isso não vai acontecer, que ele não vai dar clemência para ninguém. É impossível dizer que isso teve algum impacto, porque está começando a acontecer agora. Tenho certeza que o presidente dirá no futuro que, se as pessoas pararem de serem presas com drogas, ele dirá 'veja, minha política teve um impacto'. Por que executar esses estrangeiros e não deportá-los? Na Indonésia, como em vários outros países asiáticos, o tráfico de drogas é punível com a morte. Está na lei. Então, não importa se você é estrangeiro ou indonésio, a lei se aplica para todos. Este não é um crime pequeno na lei da Justiça, é um grande crime. Por que então eles diriam 'tudo bem, este cara pode voltar para casa e ser julgado em seu próprio país onde não há pena de morte'? Por que uma medida tão dura –execução por fuzilamento– para traficantes de drogas? É resquício da última ditadura militar. É uma maneira bem brutal de executar as pessoas –não é só o fato de que é a pena de morte mas é execução por fuzilamento. A percepção é que se trata de um crime muito sério. Tem que se levar em conta que, apesar deste ser um país secular, é um país de maioria muçulmana. Ser viciado em drogas é visto como um fracasso moral enorme e o fato é que há muitos jovens indonésios viciados. Tenho certeza que alguns dizem que são os estrangeiros que trazem as drogas para a Indonésia. E há uma ideia que é a influência da droga do Ocidente que está corrompendo os jovens. E esta é uma maneira que o presidente pode dizer que está lidando com o problema e tentando proteger o país.
bbc
'Execuções têm apoio público', diz editora do serviço indonésio da BBCO brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 53, deverá ser executado por fuzilamento neste domingo (18) na Indonésia, após ter esgotado todos os recursos para tentar reverter uma condenação por tráfico de drogas. Ele foi preso ao tentar entrar no país com 13,4 kg de cocaína escondidos em tubos de uma asa-delta. A condenação foi em 2004 e, caso a pena seja cumprida, ele será o primeiro brasileiro executado por um governo estrangeiro. Na Indonésia, a execução é por fuzilamento. O presidente indonésio, Joko Widodo, assumiu em outubro com a promessa de aplicar as execuções e não conceder clemência a condenados. Segundo ele, as drogas são uma "praga" para a sociedade. Seis pessoas deverão ser executadas neste domingo –um indonésio e cinco estrangeiros, entre eles o brasileiro. As iminentes execuções têm recebido apoio da população, especialmente nas redes sociais, disse a editora do serviço indonésio da BBC, Karishma Vaswani. BBC Brasil: Qual a reação na Indonésia a estas iminentes execuções? Karishma Vaswani: Essas execuções estão recebendo bastante atenção, sobretudo nas redes sociais, mas por motivos que você não imaginaria. As pessoas não estão dizendo serem contra as execuções, mas estão dizendo que elas acham que é uma medida boa e corajosa do presidente e que as execuções e a pena de morte deveriam ser usadas, por exemplo, para condenados por corrupção. Porque, desta maneira, você evita que as pessoas cometam esse crime novamente. Por outro lado, ativistas de direitos humanos têm criticado o presidente por adotar essa posição mais forte em relação às execuções e eles dizem que isso ameaça prejudicar a reputação da Indonésia como uma moderna nação muçulmana. Então há um apoio popular à pena de morte em casos de narcotráfico? É justo dizer que há apoio público à pena de morte para traficantes de drogas. Isso tem se refletido nas redes sociais. Eu acredito que a razão para isso é que o presidente disse que esta é uma questão social que tem se tornado problemática para o país. O presidente disse –e eu imagino que os dados sejam da agência nacional de combate a narcóticos da Indonésia– que cerca de 40 ou 50 pessoas, todos os dias, são afetadas por drogas - sendo aliciadas ou envolvidas da produção ou venda. Ele também tem dito que a questão tem se tornado uma praga para a sociedade e se infiltrado nas escolas. Então, há uma questão real de que este é um problema importado por estrangeiros de todo o mundo que chegam à Indonésia para vender drogas para indonésios ou outros estrangeiros. Ele não quer que a Indonésia se transforme num ponto de drogas e essa é uma maneira de afastar as pessoas. Esta política dura com narcotraficantes teve algum impacto no consumo de drogas na Indonésia? Estas serão as primeiras execuções desde 2013, e é por isso que todo mundo está surpreso. A Indonésia não faz segredo do fato de que a pena de morte existe para traficantes de drogas. Então, se você é pego com drogas aqui, é isso que você enfrentará. Mas é raro que estrangeiros sejam executados –as pessoas acabam definhando no corredor da morte por anos e anos. Elas recorrem, pedem por clemência. Há quase uma regra não escrita de que você fica atrás das grandes por um longo tempo mas há, no final, a chance de você ser solto. Agora, Joko Widodo assumiu e disse que isso não vai acontecer, que ele não vai dar clemência para ninguém. É impossível dizer que isso teve algum impacto, porque está começando a acontecer agora. Tenho certeza que o presidente dirá no futuro que, se as pessoas pararem de serem presas com drogas, ele dirá 'veja, minha política teve um impacto'. Por que executar esses estrangeiros e não deportá-los? Na Indonésia, como em vários outros países asiáticos, o tráfico de drogas é punível com a morte. Está na lei. Então, não importa se você é estrangeiro ou indonésio, a lei se aplica para todos. Este não é um crime pequeno na lei da Justiça, é um grande crime. Por que então eles diriam 'tudo bem, este cara pode voltar para casa e ser julgado em seu próprio país onde não há pena de morte'? Por que uma medida tão dura –execução por fuzilamento– para traficantes de drogas? É resquício da última ditadura militar. É uma maneira bem brutal de executar as pessoas –não é só o fato de que é a pena de morte mas é execução por fuzilamento. A percepção é que se trata de um crime muito sério. Tem que se levar em conta que, apesar deste ser um país secular, é um país de maioria muçulmana. Ser viciado em drogas é visto como um fracasso moral enorme e o fato é que há muitos jovens indonésios viciados. Tenho certeza que alguns dizem que são os estrangeiros que trazem as drogas para a Indonésia. E há uma ideia que é a influência da droga do Ocidente que está corrompendo os jovens. E esta é uma maneira que o presidente pode dizer que está lidando com o problema e tentando proteger o país.
25
Aviso
Excepcionalmente, a coluna não é publicada neste sábado (2).
colunas
AvisoExcepcionalmente, a coluna não é publicada neste sábado (2).
10
Cientistas dizem ter criado ratos a partir de óvulos feitos em laboratório
Cientistas afirmam ter criado ratos saudáveis a partir de óvulos feitos em laboratório, usando apenas células da pele dos animais. O experimento marca a primeira produção de óvulos totalmente fora de um rato. A eventual reprodução do processo em humanos abriria caminho para a produção de óvulos artificiais sem necessidade de implantar células imaturas em ovários para desenvolvimento. A pesquisa foi coordenada pelo biólogo em reprodução assistida Katsuhiko Hayashi, da Universidade Kyushu, no Japão, e descrita em artigo na revista científica "Nature". Os pesquisadores usaram células do rabo de um rato e as reprogramaram: de adultas elas foram transformadas em células ainda imaturas. Depois induziram essas células-tronco (com capacidade de se multiplicar e adquirir funcionalidade de qualquer tecido) a se transformar em óvulos. Nem todos os óvulos criados saíram saudáveis ou foram viáveis para a pesquisa, mas os que foram considerados "úteis" foram usados em uma fertilização in vitro. Quando esses óvulos fertilizados foram colocados no útero de uma ratazana adulta, eles se desenvolveram em 26 filhotes aparentemente saudáveis, e conseguiram, inclusive, se reproduzir. Especialistas acreditam que o estudo poderá oferecer esperança a casais em tratamento de fertilidade, para que possam usar óvulos artificiais. Mas reconhecem que experimentos em humanos ainda demandarão anos de pesquisa. BARREIRAS Cientistas já haviam conseguido produzir espermatozoides em laboratório, mas para esse experimento eles usaram uma célula-tronco ainda embrionária e imatura, conhecida pela capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula. Mas especialistas admitem que usar uma célula já adulta e transformá-la em óvulo é ainda mais desafiador e alertam sobre barreiras para emprego do método em humanos. Alguns desses obstáculos são técnicos, mas outros envolvem segurança e questões éticas. Falhas nos óvulos artificiais, por exemplo, poderiam ser transmitidas a gerações futuras. A técnica usada pelos cientistas japoneses ainda demanda a coleta de algum tecido dos embriões para apoiar os óvulos artificiais enquanto eles amadurecem no laboratório. "Um dia esse método poderá ser útil para mulheres que perderam a fertilidade em idade ainda jovem, assim como para melhorias em tratamentos de fertilidade mais convencionais", disse o professor Richard Anderson, do Centro de Saúde Reprodutiva da Universidade de Edimburgo, na Escócia. "Mas a própria análise cuidadosa desse estudo demonstra a complexidade do processo e como está longe de ser otimizado." Para o professor Azim Surani, da Universidade de Cambridge, que vem estudando como transformar células de pele humana em percursoras de espermatozoides e óvulos, ainda estamos "muito distantes do uso em humanos". "Não podemos ter certeza que o mesmo vai acontecer com células humanas. Eticamente, a questão ainda tem que ser discutida entre cientistas e a sociedade". "Essas discussões ocorreram no passado, e ainda continuam em alguns órgãos regulatórios. Esse é, de fato, o momento correto de começar o debate e envolver toda a população nessas discussões, antes mesmo de o procedimento ser viável em humanos", avaliou.
ciencia
Cientistas dizem ter criado ratos a partir de óvulos feitos em laboratórioCientistas afirmam ter criado ratos saudáveis a partir de óvulos feitos em laboratório, usando apenas células da pele dos animais. O experimento marca a primeira produção de óvulos totalmente fora de um rato. A eventual reprodução do processo em humanos abriria caminho para a produção de óvulos artificiais sem necessidade de implantar células imaturas em ovários para desenvolvimento. A pesquisa foi coordenada pelo biólogo em reprodução assistida Katsuhiko Hayashi, da Universidade Kyushu, no Japão, e descrita em artigo na revista científica "Nature". Os pesquisadores usaram células do rabo de um rato e as reprogramaram: de adultas elas foram transformadas em células ainda imaturas. Depois induziram essas células-tronco (com capacidade de se multiplicar e adquirir funcionalidade de qualquer tecido) a se transformar em óvulos. Nem todos os óvulos criados saíram saudáveis ou foram viáveis para a pesquisa, mas os que foram considerados "úteis" foram usados em uma fertilização in vitro. Quando esses óvulos fertilizados foram colocados no útero de uma ratazana adulta, eles se desenvolveram em 26 filhotes aparentemente saudáveis, e conseguiram, inclusive, se reproduzir. Especialistas acreditam que o estudo poderá oferecer esperança a casais em tratamento de fertilidade, para que possam usar óvulos artificiais. Mas reconhecem que experimentos em humanos ainda demandarão anos de pesquisa. BARREIRAS Cientistas já haviam conseguido produzir espermatozoides em laboratório, mas para esse experimento eles usaram uma célula-tronco ainda embrionária e imatura, conhecida pela capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula. Mas especialistas admitem que usar uma célula já adulta e transformá-la em óvulo é ainda mais desafiador e alertam sobre barreiras para emprego do método em humanos. Alguns desses obstáculos são técnicos, mas outros envolvem segurança e questões éticas. Falhas nos óvulos artificiais, por exemplo, poderiam ser transmitidas a gerações futuras. A técnica usada pelos cientistas japoneses ainda demanda a coleta de algum tecido dos embriões para apoiar os óvulos artificiais enquanto eles amadurecem no laboratório. "Um dia esse método poderá ser útil para mulheres que perderam a fertilidade em idade ainda jovem, assim como para melhorias em tratamentos de fertilidade mais convencionais", disse o professor Richard Anderson, do Centro de Saúde Reprodutiva da Universidade de Edimburgo, na Escócia. "Mas a própria análise cuidadosa desse estudo demonstra a complexidade do processo e como está longe de ser otimizado." Para o professor Azim Surani, da Universidade de Cambridge, que vem estudando como transformar células de pele humana em percursoras de espermatozoides e óvulos, ainda estamos "muito distantes do uso em humanos". "Não podemos ter certeza que o mesmo vai acontecer com células humanas. Eticamente, a questão ainda tem que ser discutida entre cientistas e a sociedade". "Essas discussões ocorreram no passado, e ainda continuam em alguns órgãos regulatórios. Esse é, de fato, o momento correto de começar o debate e envolver toda a população nessas discussões, antes mesmo de o procedimento ser viável em humanos", avaliou.
15
Jurados de disputa de make explicam como reconhecer um bom maquiador
"Bom maquiador não pode ter preguiça", afirma Carlos Carrasco, em cima de um octógono de MMA. Ele é um dos jurados de uma batalha de maquiadores, que aconteceu durante a 11ª Beauty Fair, no comecinho do mês. Ao todo foram seis vencedores (três estudantes e três profissionais), nas categorias social, moda e artes cênicas. "Nossa ideia é valorizar os novos talentos. Deu um trabalhão, uma loucura, mas está valendo a pena", afirma Marcelo Lu, da Klass Vough, marca de pincéis que criou e patrocinou a "disputa". Os profissionais foram avaliados pelos jurados de acordo com os 17 pontos (veja na foto). O clichê sobre pressa e perfeição é verdadeiro."Tem muita gente que faz correndo porque tem outra [cliente] na fila e é aí que se peca. Uma maquiagem perfeita demora no mínimo 40 minutos". Em resumo, acabamento é sutileza. "A sombra não pode ser só colocada, precisa arrastar o pincel pra lá e pra cá 500 vezes se for preciso. A passagem da cor da sombra para a pele não pode ser marcada". Rafah Aamir concorda. "A mulher tem de ficar com uma beleza natural, não pode estar carregada", disse o maquiador que também foi jurado da competição. Para Beto França, conhecimento é o que diferencia um bom profissional. É preciso conhecer muito bem os produtos, como eles agem e para qual tipo de pele (ou ocasião social) eles devem ser usados. "Sinto [nos novos maquiadores] uma falta de empenho em treinar o olhar, saber reconhecer o que é novo", diz o maquiador-jurado. França afirma que a internet é uma forte aliada para fazer pesquisas, mas precisa ser filtrada. Para ele, a maquiagem carregada da Kim Kardashian que virou febre, é algo comercial, uma jogada de marketing para que ela se diferencie, mas não é uma referência a ser seguida. "Moda traz propostas de vanguarda". A tendência, seguindo essa ideia, é usar o oposto das Kardashian e os makes famosos de Instagram. "As pessoas estão mais desencanadas, têm buscado mais conforto, mais contato com a natureza, andam mais de bicicleta". Na maquiagem, de acordo com França, isso se reflete em looks mais naturais ("menos artificiais"), com pele mais luminosa, menos pó, sem delineador nem cílios postiços. "Se a cor aparecer, será em um ponto só, como nos lábios", diz.
colunas
Jurados de disputa de make explicam como reconhecer um bom maquiador"Bom maquiador não pode ter preguiça", afirma Carlos Carrasco, em cima de um octógono de MMA. Ele é um dos jurados de uma batalha de maquiadores, que aconteceu durante a 11ª Beauty Fair, no comecinho do mês. Ao todo foram seis vencedores (três estudantes e três profissionais), nas categorias social, moda e artes cênicas. "Nossa ideia é valorizar os novos talentos. Deu um trabalhão, uma loucura, mas está valendo a pena", afirma Marcelo Lu, da Klass Vough, marca de pincéis que criou e patrocinou a "disputa". Os profissionais foram avaliados pelos jurados de acordo com os 17 pontos (veja na foto). O clichê sobre pressa e perfeição é verdadeiro."Tem muita gente que faz correndo porque tem outra [cliente] na fila e é aí que se peca. Uma maquiagem perfeita demora no mínimo 40 minutos". Em resumo, acabamento é sutileza. "A sombra não pode ser só colocada, precisa arrastar o pincel pra lá e pra cá 500 vezes se for preciso. A passagem da cor da sombra para a pele não pode ser marcada". Rafah Aamir concorda. "A mulher tem de ficar com uma beleza natural, não pode estar carregada", disse o maquiador que também foi jurado da competição. Para Beto França, conhecimento é o que diferencia um bom profissional. É preciso conhecer muito bem os produtos, como eles agem e para qual tipo de pele (ou ocasião social) eles devem ser usados. "Sinto [nos novos maquiadores] uma falta de empenho em treinar o olhar, saber reconhecer o que é novo", diz o maquiador-jurado. França afirma que a internet é uma forte aliada para fazer pesquisas, mas precisa ser filtrada. Para ele, a maquiagem carregada da Kim Kardashian que virou febre, é algo comercial, uma jogada de marketing para que ela se diferencie, mas não é uma referência a ser seguida. "Moda traz propostas de vanguarda". A tendência, seguindo essa ideia, é usar o oposto das Kardashian e os makes famosos de Instagram. "As pessoas estão mais desencanadas, têm buscado mais conforto, mais contato com a natureza, andam mais de bicicleta". Na maquiagem, de acordo com França, isso se reflete em looks mais naturais ("menos artificiais"), com pele mais luminosa, menos pó, sem delineador nem cílios postiços. "Se a cor aparecer, será em um ponto só, como nos lábios", diz.
10
Donos das maiores baladas de SP fundam associação do setor
A noite paulistana acordou cedo na terça, 5. Donos de algumas das principais baladas de São Paulo, como Yatch, D.Edge, The Week e Villa Country, se reuniram antes das 11h com o poder municipal para anunciar a criação da Associação de Bares, Casas Noturnas e Entretenimento de São Paulo. O encontro com Luiz Antônio Medeiros, secretário da Coordenação das Subprefeituras, foi o estopim de uma ideia que nasceu três anos atrás. A ABCNESP se apresentou ao poder público num prédio da prefeitura, no Centro. Mas começou a ser traçada antes disso, no rescaldo da tragédia do incêndio da boate Kiss, no Rio Grande do Sul, que fez 242 vítimas. "Depois de Santa Maria, as coisas ficaram muito mais difíceis. Houve mais autuação, um pouco de terrorismo", disse André Almada, sócio da The Week, uma das maiores boates gays do mundo, na Lapa. "Notamos a necessidade de uma organização que liberasse o diálogo com o poder público e com a sociedade", diz o advogado Lucas Baruzzi, que preside o grupo. "Ninguém quer burlar regra, queremos fazer as coisas da maneira certa. O que acontece é que um órgão público fala uma coisa, outro fala o contrário", afirmou Renato Ratier, do D.Edge, clube na Barra Funda. Essa queixa foi ecoada na reunião. Donos de boate afirmaram sofrer de fragilidade frente a todos os órgãos que fiscalizam sua atividade –Psiu, CET, secretaria do Verde, Corpo de Bombeiros, fiscalização anti-fumo etc. "Vamos conversar com os legisladores, lutar por leis que nos representem", disse Beto Lago, criador do Mercado Mundo Mix e um dos primeiros empresários a abrir balada no Baixo Augusta. Lago foi a Nova York conhecer o modelo que empresários de lá adotaram, e importou o modelo. Convidou para conselheiros nomes como Facundo Guerra (Lions, Yatch, Cine Joia) e Tobal Junior (Villa Country, Espaço das Américas). O primeiro encontro já rendeu as primeiras mudanças práticas. Criou-se um cadastro com o celular dos empresários noturnos, para caso inspetores do poder público precisem entrar em contato com urgência. "Posso pedir uma coisa para vocês?", pergunta o secretário já rumando à porta. "Quer um [ingresso] VIP?", perguntam. Riso geral. Não. Medeiros queria tirar uma foto para colocar no seu perfil de Facebook. Após o retrato geral, tirou outro só com Ratier, homem de quase dois metros, roupas inventivas e braços cobertos por tatuagens. "Não é todo dia que eu encontro uma figura assim", disse o político. - PSIU, OLHA ALI UMA BRECHA NA LEI O Psiu pena para lutar contra os batidões. A lei aprovada em 2015 para combater as festas de rua irregulares, que eram sonorizadas pelo sistema de som de carros, datou. Ela permite ao órgão multar os donos em R$ 1.000 e apreender o possante. Mas, desde então, os festeiros começaram a usar caixas de som no chão ou em carriolas (que não podem ser rebocadas). - VOCÊ PODE SUBSTITUIR O BRASIL PELOS EUA Bela Gil partiu para os Estados Unidos nesta semana. Ela está lá para a turnê de seu pai, Gilberto Gil, com Caetano Veloso, durante abril. Mas só voltará após o parto do seu segundo filho, que até o momento se chama Nino. A primogênia Flor, 7, também nasceu em solo americano. - HERCHCOVITCH EM VERSÃO CASEIRA Alexandre Herchcovitch voltou a trabalhar de casa, como na faculdade. O estilista, que oito anos atrás vendeu sua marca para um conglomerado, do qual se desligou há duas semanas, adotou esquema caseiro para criar roupas para a À La Garçonne, antiquário de seu marido, Fábio Faria. Faz a modelagem das peças na sala, costura na cozinha e tem um estoque na área de serviço do seu apartamento, em Higienópolis. - ROUPA NOVA A salada italiana (R$ 32), que tinha cinco ingredientes, passou a ter 14. A mussarela foi substituída por creme de burrata. Leva ainda pó de azeitona, pó de tomate e sorvete de manjericão com azeite. Più - rua Ferreira de Araujo 314, Pinheiros
colunas
Donos das maiores baladas de SP fundam associação do setorA noite paulistana acordou cedo na terça, 5. Donos de algumas das principais baladas de São Paulo, como Yatch, D.Edge, The Week e Villa Country, se reuniram antes das 11h com o poder municipal para anunciar a criação da Associação de Bares, Casas Noturnas e Entretenimento de São Paulo. O encontro com Luiz Antônio Medeiros, secretário da Coordenação das Subprefeituras, foi o estopim de uma ideia que nasceu três anos atrás. A ABCNESP se apresentou ao poder público num prédio da prefeitura, no Centro. Mas começou a ser traçada antes disso, no rescaldo da tragédia do incêndio da boate Kiss, no Rio Grande do Sul, que fez 242 vítimas. "Depois de Santa Maria, as coisas ficaram muito mais difíceis. Houve mais autuação, um pouco de terrorismo", disse André Almada, sócio da The Week, uma das maiores boates gays do mundo, na Lapa. "Notamos a necessidade de uma organização que liberasse o diálogo com o poder público e com a sociedade", diz o advogado Lucas Baruzzi, que preside o grupo. "Ninguém quer burlar regra, queremos fazer as coisas da maneira certa. O que acontece é que um órgão público fala uma coisa, outro fala o contrário", afirmou Renato Ratier, do D.Edge, clube na Barra Funda. Essa queixa foi ecoada na reunião. Donos de boate afirmaram sofrer de fragilidade frente a todos os órgãos que fiscalizam sua atividade –Psiu, CET, secretaria do Verde, Corpo de Bombeiros, fiscalização anti-fumo etc. "Vamos conversar com os legisladores, lutar por leis que nos representem", disse Beto Lago, criador do Mercado Mundo Mix e um dos primeiros empresários a abrir balada no Baixo Augusta. Lago foi a Nova York conhecer o modelo que empresários de lá adotaram, e importou o modelo. Convidou para conselheiros nomes como Facundo Guerra (Lions, Yatch, Cine Joia) e Tobal Junior (Villa Country, Espaço das Américas). O primeiro encontro já rendeu as primeiras mudanças práticas. Criou-se um cadastro com o celular dos empresários noturnos, para caso inspetores do poder público precisem entrar em contato com urgência. "Posso pedir uma coisa para vocês?", pergunta o secretário já rumando à porta. "Quer um [ingresso] VIP?", perguntam. Riso geral. Não. Medeiros queria tirar uma foto para colocar no seu perfil de Facebook. Após o retrato geral, tirou outro só com Ratier, homem de quase dois metros, roupas inventivas e braços cobertos por tatuagens. "Não é todo dia que eu encontro uma figura assim", disse o político. - PSIU, OLHA ALI UMA BRECHA NA LEI O Psiu pena para lutar contra os batidões. A lei aprovada em 2015 para combater as festas de rua irregulares, que eram sonorizadas pelo sistema de som de carros, datou. Ela permite ao órgão multar os donos em R$ 1.000 e apreender o possante. Mas, desde então, os festeiros começaram a usar caixas de som no chão ou em carriolas (que não podem ser rebocadas). - VOCÊ PODE SUBSTITUIR O BRASIL PELOS EUA Bela Gil partiu para os Estados Unidos nesta semana. Ela está lá para a turnê de seu pai, Gilberto Gil, com Caetano Veloso, durante abril. Mas só voltará após o parto do seu segundo filho, que até o momento se chama Nino. A primogênia Flor, 7, também nasceu em solo americano. - HERCHCOVITCH EM VERSÃO CASEIRA Alexandre Herchcovitch voltou a trabalhar de casa, como na faculdade. O estilista, que oito anos atrás vendeu sua marca para um conglomerado, do qual se desligou há duas semanas, adotou esquema caseiro para criar roupas para a À La Garçonne, antiquário de seu marido, Fábio Faria. Faz a modelagem das peças na sala, costura na cozinha e tem um estoque na área de serviço do seu apartamento, em Higienópolis. - ROUPA NOVA A salada italiana (R$ 32), que tinha cinco ingredientes, passou a ter 14. A mussarela foi substituída por creme de burrata. Leva ainda pó de azeitona, pó de tomate e sorvete de manjericão com azeite. Più - rua Ferreira de Araujo 314, Pinheiros
10
Mulher de Cunha aparece ao seu lado pela 1ª vez após contas virem à tona
A mulher do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a jornalista Cláudia Cruz, apareceu ao lado do peemedebista na manhã desta quinta-feira (5) pela primeira vez em público depois de virem à tona documentos do Ministério Público suíço indicando que o deputado e ela mantêm contas secretas no país europeu. Cláudia esteve ao lado do marido na recepção do príncipe do Japão, Akishino, e da princesa Kiko. A visita oficial ao Brasil comemora 120 anos de amizade entre os países. Durante a cerimônia, que contou com uma reunião reservada de Cunha e outros parlamentares com o príncipe japonês, o deputado Fernando Francischini (SD-PR), chegou a mostrar um cartaz sobre o impeachment de Dilma Rousseff a Akishino. Após o encontro reservado, todos se dirigiram ao plenário e discursaram. O dossiê do MP suíço entregue à Procuradoria-Geral da República do Brasil revela que o dinheiro que saiu de uma conta na Suíça atribuída à Cláudia Cruz pagou despesas com dois cartões de crédito e uma famosa academia de tênis no Estado da Flórida (EUA). Os investigadores afirmam que o dinheiro é fruto de propina na Petrobras.
poder
Mulher de Cunha aparece ao seu lado pela 1ª vez após contas virem à tonaA mulher do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a jornalista Cláudia Cruz, apareceu ao lado do peemedebista na manhã desta quinta-feira (5) pela primeira vez em público depois de virem à tona documentos do Ministério Público suíço indicando que o deputado e ela mantêm contas secretas no país europeu. Cláudia esteve ao lado do marido na recepção do príncipe do Japão, Akishino, e da princesa Kiko. A visita oficial ao Brasil comemora 120 anos de amizade entre os países. Durante a cerimônia, que contou com uma reunião reservada de Cunha e outros parlamentares com o príncipe japonês, o deputado Fernando Francischini (SD-PR), chegou a mostrar um cartaz sobre o impeachment de Dilma Rousseff a Akishino. Após o encontro reservado, todos se dirigiram ao plenário e discursaram. O dossiê do MP suíço entregue à Procuradoria-Geral da República do Brasil revela que o dinheiro que saiu de uma conta na Suíça atribuída à Cláudia Cruz pagou despesas com dois cartões de crédito e uma famosa academia de tênis no Estado da Flórida (EUA). Os investigadores afirmam que o dinheiro é fruto de propina na Petrobras.
0
O que pensa o leitor
A OMBUDSMAN desta FOLHA, Vera Guimarães Martins, contou ontem que não são poucos os leitores que reclamam da cobertura considerada monotemática neste caderno de Esporte. Caderno cada vez menor, reclama-se, como também registra a fiel e competente defensora do leitor. Não estou aqui nem para contestá-la, embora pudesse, nem para defender o editor, porque, convenhamos, poderia suscitar dúvidas sobre um dos piores dos defeitos, o puxa-saquismo. Prefiro lembrar dos tempos em que dirigi a revista "Placar", ainda semanal. Todas as pesquisas que fazíamos com leitores, ou com não leitores, sobre os esportes que gostariam de ver cobertos, registravam o handebol entre os cinco primeiros, provavelmente porque todos praticaram o esporte na escola. Editasse você uma revista especializada em handebol e, tenha certeza, morreria de fome. Só os jogadores e, talvez, seus parentes a comprariam. Um belo dia, em 1984, porque "Placar" se aproximava da perigosa marca de menos de 100 mil exemplares semanais, a direção da Editora Abril resolveu que deveríamos transformá-la em "Placar Todos os Esportes", aproveitando a febre do vôlei. Reunimos o que havia de melhor na imprensa esportiva e não esportiva do país e fizemos uma primeira edição tão bela que recebi de Roberto Civita um bilhete em que ele dizia ter lido pela primeira vez uma edição da "Placar" de cabo a rabo – e olhe que a revista já tinha 14 anos. Elogiava particularmente uma reportagem sobre golfe. Agradeci o elogio e o informei que, no entanto, e apesar da campanha de lançamento, a edição havia vendido apenas 75 mil exemplares, talvez pela falta de mais futebol. Recebi de volta outro bilhete que dizia para eu não me preocupar, que estávamos trocando de público e que chegaríamos a uns 35 mil para depois crescer. Poucas semanas depois,sempre recebendo elogios do dono da empresa a cada revista, escrevi para ele:"Roberto, caro; estamos chegando ao seu objetivo: vendemos 45 mil exemplares!". Não demorou muito para a revista voltar a cobrir só futebol, porque não havia Joaquim Cruz, Ricardo Prado, Montanaro, Vera Mossa, Oscar e Hortência que vendessem a revista como Sócrates, Zico, Careca, Falcão, Cerezo e companhia, embora já vivêssemos o êxodo de craques para a Europa. O diagnóstico era certeiro: os antigos leitores ficaram bravos pela perda de espaço do futebol e os interessados nos outros esportes não eram em número suficiente para substituí-los. Difícil dizer se o Brasil é o país do futebol porque só falamos de futebol ou se só falamos de futebol porque o Brasil é o país do futebol. E o pior é que nem isso o Brasil é. Se fosse, mais gente iria aos estádios, cobraria os cartolas etc etc etc. É claro que com a proximidade dos Jogos Olímpicos de 2016, ainda por cima no Brasil, o espaço aos demais esportes deverá aumentar, mas, acredite, se tomar do futebol a chiadeira será maior.
colunas
O que pensa o leitorA OMBUDSMAN desta FOLHA, Vera Guimarães Martins, contou ontem que não são poucos os leitores que reclamam da cobertura considerada monotemática neste caderno de Esporte. Caderno cada vez menor, reclama-se, como também registra a fiel e competente defensora do leitor. Não estou aqui nem para contestá-la, embora pudesse, nem para defender o editor, porque, convenhamos, poderia suscitar dúvidas sobre um dos piores dos defeitos, o puxa-saquismo. Prefiro lembrar dos tempos em que dirigi a revista "Placar", ainda semanal. Todas as pesquisas que fazíamos com leitores, ou com não leitores, sobre os esportes que gostariam de ver cobertos, registravam o handebol entre os cinco primeiros, provavelmente porque todos praticaram o esporte na escola. Editasse você uma revista especializada em handebol e, tenha certeza, morreria de fome. Só os jogadores e, talvez, seus parentes a comprariam. Um belo dia, em 1984, porque "Placar" se aproximava da perigosa marca de menos de 100 mil exemplares semanais, a direção da Editora Abril resolveu que deveríamos transformá-la em "Placar Todos os Esportes", aproveitando a febre do vôlei. Reunimos o que havia de melhor na imprensa esportiva e não esportiva do país e fizemos uma primeira edição tão bela que recebi de Roberto Civita um bilhete em que ele dizia ter lido pela primeira vez uma edição da "Placar" de cabo a rabo – e olhe que a revista já tinha 14 anos. Elogiava particularmente uma reportagem sobre golfe. Agradeci o elogio e o informei que, no entanto, e apesar da campanha de lançamento, a edição havia vendido apenas 75 mil exemplares, talvez pela falta de mais futebol. Recebi de volta outro bilhete que dizia para eu não me preocupar, que estávamos trocando de público e que chegaríamos a uns 35 mil para depois crescer. Poucas semanas depois,sempre recebendo elogios do dono da empresa a cada revista, escrevi para ele:"Roberto, caro; estamos chegando ao seu objetivo: vendemos 45 mil exemplares!". Não demorou muito para a revista voltar a cobrir só futebol, porque não havia Joaquim Cruz, Ricardo Prado, Montanaro, Vera Mossa, Oscar e Hortência que vendessem a revista como Sócrates, Zico, Careca, Falcão, Cerezo e companhia, embora já vivêssemos o êxodo de craques para a Europa. O diagnóstico era certeiro: os antigos leitores ficaram bravos pela perda de espaço do futebol e os interessados nos outros esportes não eram em número suficiente para substituí-los. Difícil dizer se o Brasil é o país do futebol porque só falamos de futebol ou se só falamos de futebol porque o Brasil é o país do futebol. E o pior é que nem isso o Brasil é. Se fosse, mais gente iria aos estádios, cobraria os cartolas etc etc etc. É claro que com a proximidade dos Jogos Olímpicos de 2016, ainda por cima no Brasil, o espaço aos demais esportes deverá aumentar, mas, acredite, se tomar do futebol a chiadeira será maior.
10
Para fazer caixa, Petrobras põe à venda duas áreas em produção
Com dificuldade para atrair compradores para seus campos de petróleo, a Petrobras decidiu colocar à venda duas áreas que já estão produzindo: Golfinho, na bacia do Espírito Santo, e Baúna, na bacia de Santos, segundo apurou a Folha. A estratégia anterior da estatal era oferecer apenas grandes áreas em fase de exploração, que ainda demandariam muitos investimentos e só começariam a produzir em 2020. Esses novos campos estão em águas profundas, de pós-sal. A empresa continua se recusando a vender áreas de pré-sal que já estejam produzindo, como a do campo de Lula, a primeira grande descoberta. Conforme a ANP (Agência Nacional de Petróleo), os campos de Baúna e Golfinho estão entre os 20 maiores do Brasil. Em setembro, Golfinho produziu 23 mil barris de petróleo por dia, enquanto Baúna chegou a 55 mil barris por dia. Para comparar, Lula, o campo que mais produz no Brasil e que está no pré-sal, chega a 349 mil barris por dia. Procurada pela Folha, a estatal não quis comentar a negociação das áreas. Petrobras inclui mais dois campos de petróleo em ativos que estão à venda No início do processo de desinvestimentos, que tem por objetivo reduzir o elevado endividamento da companhia, a Petrobras tinha colocado seis blocos à venda : Pão de Açúcar, Sagitário, Lebre, Carcará e Júpiter (todos no pré-sal) e Tartaruga Verde (no pós-sal). A previsão era obter US$ 4 bilhões. Apenas um desses blocos de pré-sal estaria perto de ser vendido. No pós-sal e mais perto de começar a produzir, Tartaruga Verde também continua atraindo pretendentes. Fontes próximas da empresa negam falta de interesse pelas áreas já à venda e afirmam que é preciso oferecer mais para atrair investidores ao Brasil em tempos de preços baixos do petróleo –que ronda os US$ 40. Os campos podem ser vendidos em um só pacote ou separadamente. LENTIDÃO O processo de desinvestimento da Petrobras caminha muito mais lentamente do que o mercado imaginava. A estatal planejava vender U$ 13,7 bilhões em ativos entre 2015 e 2016, mas pouco saiu do papel até agora. A área técnica está extremamente cautelosa com medo das implicações da Operação Lava Jato, que investiga esquema de propina na Petrobras. Os funcionários da empresa só pensam em fortalecer as regras internas. A indefinição sobre a venda de ativos complica a situação da empresa, que necessita fazer caixa com urgência. A desvalorização do real agravou o cenário, porque elevou a dívida. A Petrobras estuda vender uma fatia da BR Distribuidora, termelétricas, parte da TAG (transportadora de gás), campos de petróleo no exterior, mas nada avançou. Só um grande negócio saiu até agora. Em setembro, a Petrobras vendeu 49% da Gaspetro para os japoneses da Mitsui por R$ 1,9 bilhão.
mercado
Para fazer caixa, Petrobras põe à venda duas áreas em produçãoCom dificuldade para atrair compradores para seus campos de petróleo, a Petrobras decidiu colocar à venda duas áreas que já estão produzindo: Golfinho, na bacia do Espírito Santo, e Baúna, na bacia de Santos, segundo apurou a Folha. A estratégia anterior da estatal era oferecer apenas grandes áreas em fase de exploração, que ainda demandariam muitos investimentos e só começariam a produzir em 2020. Esses novos campos estão em águas profundas, de pós-sal. A empresa continua se recusando a vender áreas de pré-sal que já estejam produzindo, como a do campo de Lula, a primeira grande descoberta. Conforme a ANP (Agência Nacional de Petróleo), os campos de Baúna e Golfinho estão entre os 20 maiores do Brasil. Em setembro, Golfinho produziu 23 mil barris de petróleo por dia, enquanto Baúna chegou a 55 mil barris por dia. Para comparar, Lula, o campo que mais produz no Brasil e que está no pré-sal, chega a 349 mil barris por dia. Procurada pela Folha, a estatal não quis comentar a negociação das áreas. Petrobras inclui mais dois campos de petróleo em ativos que estão à venda No início do processo de desinvestimentos, que tem por objetivo reduzir o elevado endividamento da companhia, a Petrobras tinha colocado seis blocos à venda : Pão de Açúcar, Sagitário, Lebre, Carcará e Júpiter (todos no pré-sal) e Tartaruga Verde (no pós-sal). A previsão era obter US$ 4 bilhões. Apenas um desses blocos de pré-sal estaria perto de ser vendido. No pós-sal e mais perto de começar a produzir, Tartaruga Verde também continua atraindo pretendentes. Fontes próximas da empresa negam falta de interesse pelas áreas já à venda e afirmam que é preciso oferecer mais para atrair investidores ao Brasil em tempos de preços baixos do petróleo –que ronda os US$ 40. Os campos podem ser vendidos em um só pacote ou separadamente. LENTIDÃO O processo de desinvestimento da Petrobras caminha muito mais lentamente do que o mercado imaginava. A estatal planejava vender U$ 13,7 bilhões em ativos entre 2015 e 2016, mas pouco saiu do papel até agora. A área técnica está extremamente cautelosa com medo das implicações da Operação Lava Jato, que investiga esquema de propina na Petrobras. Os funcionários da empresa só pensam em fortalecer as regras internas. A indefinição sobre a venda de ativos complica a situação da empresa, que necessita fazer caixa com urgência. A desvalorização do real agravou o cenário, porque elevou a dívida. A Petrobras estuda vender uma fatia da BR Distribuidora, termelétricas, parte da TAG (transportadora de gás), campos de petróleo no exterior, mas nada avançou. Só um grande negócio saiu até agora. Em setembro, a Petrobras vendeu 49% da Gaspetro para os japoneses da Mitsui por R$ 1,9 bilhão.
2
Por pedaladas, Mantega perde direitos de assumir função pública e é multado
O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi condenado pelas pedaladas fiscais no governo da ex-presidente Dilma Rousseff e perderá o direito de trabalhar (foi inabilitado) como funcionário público por cinco anos, pagando ainda multa de R$ 54,8 mil, a maior possível. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (5) pelo TCU (Tribunal de Contas da União), conforme revelado pela Folha. O TCU condenou também ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin, a oito anos de inabilitação e R$ 54,8 mil de multa. O ex-subsecretário de Política Fiscal do Tesouro, Marcus Aucélio, levou multa de R$ 30 mil. Os ex-presidentes do Banco Central, Alexandre Tombini, do BNDES, Luciano Coutinho, da Caixa, Jorge Hereda, e do Banco do Brasil, Aldemir Bendini, também foram multados em R$ 30 mil. Todos podem recorrer no próprio tribunal, além de contestar a pena na Justiça comum. Em seu relatório, no que é conhecido como processo original das pedaladas, o ministro José Múcio afirmou que os atos são operação de crédito, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe bancos públicos de pagar despesas do governo. Para ele, os atrasos foram "muito além do razoável" para serem considerados apenas atrasos, constituindo uma forma ilegal de financiamento do governo, o que caracteriza uso abusivo do poder de controle do governo sobre os bancos públicos, usando a expressão "devo, não nego, pago quando puder" para explicar o que ocorreu. Entre 2014 e 2015, o governo chegou a dever mais de R$ 55 bilhões a bancos e fundos públicos. "Era de conhecimento de todos as consequências graves dos não pagamentos", afirmou Múcio lembrando dos casos em que as agências da Caixa ficavam lotadas, sob risco de "convulsão social", quando havia boatos de não pagamento do Bolsa Família. Múcio também considerou "dolosos" os atrasos que a União fazia na transferência para estados e municípios de recursos do salário educação e dos royalties do petróleo para maquiar as estatísticas fiscais do país. Arno e Aucélio passaram a autorizar essas transferências obrigatórias do governo federal apenas no último dia do mês, após 17h, para que elas só fossem contabilizadas no mês seguinte. AUTORIDADES As pedaladas foram consideradas ilegais em abril de 2015, quando os ministros do TCU pediram explicações a 17 autoridades do governo. Elas são um dos dos motivos para a rejeição das contas de 2014 e 2015 da ex-presidente Dilma Rousseff. Mas nesse processo original das pedaladas, Dilma não era investigada. Para o TCU, os atrasos nos repasses também poderiam constituir crime de responsabilidade. Mas o Ministério Público Federal, a quem o TCU enviou a denúncia, considerou que elas não eram crimes, arquivando essa parte da denúncia, para seguir com uma investigação em que os responsáveis devem ser denunciados por improbidade administrativa pelos atos. As 17 autoridades prestaram seus esclarecimentos e o procurador do Ministério Público junto ao TCU, Julio Marcelo de Oliveira, que fez a denúncia, pediu a condenação de 11, entre eles o ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o atual ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, e o atual presidente da Caixa, Gilberto Occhi (na época ministro das Cidades). Mas o relator entendeu que os ministros e diretores de bancos cumpriram seu papel em avisar sobre os atrasos e que apenas a cúpula do ministério da Fazenda deveria ser responsabilizada. Segundo ele, Mantega não deveria desconhecer os atos tomados por seus subordinados por serem dos mais importantes da gestão, e Augustin assumiu a responsabilidade. Um dos ministros, Raimundo Carreiro, sugeriu que a multa de Augustin fosse de R$ 300 mil, aplicando a multa máxima do Tribunal seis vezes, uma para cada ato irregular dele. Os ministros, apesar de acharem que a multa de R$ 50 mil proposta por Múcio era pequena para a gravidade dos atos de Augustin, mas que não era legal multá-lo seis vezes. Por isso, ela foi aumentada para R$ 54,8 mil. Também foi avaliado se seria irregular a não contabilização dessas dívidas nas estatísticas oficiais do Banco Central, maquiando a dívida pública. O procurador pediu punição para o ex-presidente do banco, Alexandre Tombini, e para o ex-chefe do departamento econômico Túlio Maciel. A opinião dos técnicos do Tribunal era a de que havia divergência de interpretação sobre colocar ou não essas dívidas nas estatísticas e que não havia como provar intenção dos dirigentes do Banco Central de maquiar as contas públicas. O relator apoiou a posição do procurador, multando Tombini e Maciel em R$ 30 mil, mas mantendo a habilitação deles para cargos públicos. O ministro Bruno Dantas foi quem pediu multa para os ex-presidentes do Banco do Brasil, do BNDES e da Caixa, assumindo a posição do Ministério Público de que eles foram omissos ao não cobrar do governo o pagamento. Múcio, que havia divergido do Ministério Público inocentando os ex-presidentes de banco, acabou vencido nesse ponto e a maioria apoiou a proposta de Dantas. OUTRO LADO Maurício Peixoto, que defendeu Mantega e Augustin, disse que não queria rever o ato do tribunal de rever que as pedaladas sejam consideradas irregulares. Mas afirmou que os o pagamento atrasado de subsídios sociais não seria expressamente proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal e que o TCU mudou seu entendimento, pedindo para que seus clientes não fossem penalizados já que o entendimento do tribunal foi modificado. Luiz Fernando Belém Perez, advogado de Marcus Aucélio, defendeu seu cliente dizendo que toda a responsabilidade pelos atos foi do ex-secretário do Tesouro Arno Augustin, que assumiu em depoimento a responsabilidade. O advogado dos ex-diretores do Banco Central, Marcelo Mascarenhas dos Santos, disse que a responsabilidade era do Tesouro que não pagou as contas no momento correto e, por isso, seus clientes não deveriam ser penalizados. "O Banco Central não pedalou", afirmou dos Santos. Após a decisão, em nota, o informou que "respeita a decisão do Tribunal, mas mantém a convicção de que a atuação dos referidos dirigentes sempre se pautou pela legalidade, rigor técnico e imparcialidade" e que pretende recorrer da decisão. O advogado da União Valter de Araújo Filho, que defendia Nelson Barbosa e Diogo Oliveira, disse que eles eram substitutos eventuais de Mantega e, por isso, assinaram documentos que eram de responsabilidade do chefe. - 7.out.2015 As contas do governo Dilma em 2014 são reprovadas por unanimidade no TCU, sob a acusação de descumprir a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) ao cometer as 'pedaladas fiscais'. Uma decisão semelhante não acontecia desde 1937, no governo de Getúlio Vargas. A decisão foi encaminhada para a confirmação do Congresso Nacional, que ainda não votou o tema, embora o relator do processo tenha emitido parecer recomendando a "aprovação com ressalvas" 17.abr.2016 A Câmara dos Deputados aprova início do processo de impeachment de Dilma. Acusações de que a petista quebrou a Lei de Responsabilidade Fiscal também em 2015 embasaram o pedido de impeachment feito pelos advogados Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Jr. O processo acontece paralelamente e de forma independente ao julgamento no TCU. 15.jun.2016 Ao analisar as contas do governo Dilma em 2015, o TCU identifica 24 regularidades. Entre elas, estão os decretos de suplementação orçamentária e a transferência de recursos do Banco do Brasil para pagamento do Plano Safra, que culminariam com impeachment no Senado 31.ago.2016 Dilma Rousseff é cassada da Presidência pelo Senado, que considera que as pedaladas configuram crime de responsabilidade 8.set.2016 A ex-presidente apresenta defesa no TCU, alegando que as movimentações não configuram violação à LRF 5.out.2016 O Tribunal de Contas da União deve votar as contas do governo Dilma referentes ao ano de 2015; a expectativa é de que Dilma e o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, sejam condenados. A recomendação será encaminhada ao Congresso, que decide se vai confirmar ou não Entenda as pedaladas
poder
Por pedaladas, Mantega perde direitos de assumir função pública e é multadoO ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi condenado pelas pedaladas fiscais no governo da ex-presidente Dilma Rousseff e perderá o direito de trabalhar (foi inabilitado) como funcionário público por cinco anos, pagando ainda multa de R$ 54,8 mil, a maior possível. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (5) pelo TCU (Tribunal de Contas da União), conforme revelado pela Folha. O TCU condenou também ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin, a oito anos de inabilitação e R$ 54,8 mil de multa. O ex-subsecretário de Política Fiscal do Tesouro, Marcus Aucélio, levou multa de R$ 30 mil. Os ex-presidentes do Banco Central, Alexandre Tombini, do BNDES, Luciano Coutinho, da Caixa, Jorge Hereda, e do Banco do Brasil, Aldemir Bendini, também foram multados em R$ 30 mil. Todos podem recorrer no próprio tribunal, além de contestar a pena na Justiça comum. Em seu relatório, no que é conhecido como processo original das pedaladas, o ministro José Múcio afirmou que os atos são operação de crédito, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe bancos públicos de pagar despesas do governo. Para ele, os atrasos foram "muito além do razoável" para serem considerados apenas atrasos, constituindo uma forma ilegal de financiamento do governo, o que caracteriza uso abusivo do poder de controle do governo sobre os bancos públicos, usando a expressão "devo, não nego, pago quando puder" para explicar o que ocorreu. Entre 2014 e 2015, o governo chegou a dever mais de R$ 55 bilhões a bancos e fundos públicos. "Era de conhecimento de todos as consequências graves dos não pagamentos", afirmou Múcio lembrando dos casos em que as agências da Caixa ficavam lotadas, sob risco de "convulsão social", quando havia boatos de não pagamento do Bolsa Família. Múcio também considerou "dolosos" os atrasos que a União fazia na transferência para estados e municípios de recursos do salário educação e dos royalties do petróleo para maquiar as estatísticas fiscais do país. Arno e Aucélio passaram a autorizar essas transferências obrigatórias do governo federal apenas no último dia do mês, após 17h, para que elas só fossem contabilizadas no mês seguinte. AUTORIDADES As pedaladas foram consideradas ilegais em abril de 2015, quando os ministros do TCU pediram explicações a 17 autoridades do governo. Elas são um dos dos motivos para a rejeição das contas de 2014 e 2015 da ex-presidente Dilma Rousseff. Mas nesse processo original das pedaladas, Dilma não era investigada. Para o TCU, os atrasos nos repasses também poderiam constituir crime de responsabilidade. Mas o Ministério Público Federal, a quem o TCU enviou a denúncia, considerou que elas não eram crimes, arquivando essa parte da denúncia, para seguir com uma investigação em que os responsáveis devem ser denunciados por improbidade administrativa pelos atos. As 17 autoridades prestaram seus esclarecimentos e o procurador do Ministério Público junto ao TCU, Julio Marcelo de Oliveira, que fez a denúncia, pediu a condenação de 11, entre eles o ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o atual ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, e o atual presidente da Caixa, Gilberto Occhi (na época ministro das Cidades). Mas o relator entendeu que os ministros e diretores de bancos cumpriram seu papel em avisar sobre os atrasos e que apenas a cúpula do ministério da Fazenda deveria ser responsabilizada. Segundo ele, Mantega não deveria desconhecer os atos tomados por seus subordinados por serem dos mais importantes da gestão, e Augustin assumiu a responsabilidade. Um dos ministros, Raimundo Carreiro, sugeriu que a multa de Augustin fosse de R$ 300 mil, aplicando a multa máxima do Tribunal seis vezes, uma para cada ato irregular dele. Os ministros, apesar de acharem que a multa de R$ 50 mil proposta por Múcio era pequena para a gravidade dos atos de Augustin, mas que não era legal multá-lo seis vezes. Por isso, ela foi aumentada para R$ 54,8 mil. Também foi avaliado se seria irregular a não contabilização dessas dívidas nas estatísticas oficiais do Banco Central, maquiando a dívida pública. O procurador pediu punição para o ex-presidente do banco, Alexandre Tombini, e para o ex-chefe do departamento econômico Túlio Maciel. A opinião dos técnicos do Tribunal era a de que havia divergência de interpretação sobre colocar ou não essas dívidas nas estatísticas e que não havia como provar intenção dos dirigentes do Banco Central de maquiar as contas públicas. O relator apoiou a posição do procurador, multando Tombini e Maciel em R$ 30 mil, mas mantendo a habilitação deles para cargos públicos. O ministro Bruno Dantas foi quem pediu multa para os ex-presidentes do Banco do Brasil, do BNDES e da Caixa, assumindo a posição do Ministério Público de que eles foram omissos ao não cobrar do governo o pagamento. Múcio, que havia divergido do Ministério Público inocentando os ex-presidentes de banco, acabou vencido nesse ponto e a maioria apoiou a proposta de Dantas. OUTRO LADO Maurício Peixoto, que defendeu Mantega e Augustin, disse que não queria rever o ato do tribunal de rever que as pedaladas sejam consideradas irregulares. Mas afirmou que os o pagamento atrasado de subsídios sociais não seria expressamente proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal e que o TCU mudou seu entendimento, pedindo para que seus clientes não fossem penalizados já que o entendimento do tribunal foi modificado. Luiz Fernando Belém Perez, advogado de Marcus Aucélio, defendeu seu cliente dizendo que toda a responsabilidade pelos atos foi do ex-secretário do Tesouro Arno Augustin, que assumiu em depoimento a responsabilidade. O advogado dos ex-diretores do Banco Central, Marcelo Mascarenhas dos Santos, disse que a responsabilidade era do Tesouro que não pagou as contas no momento correto e, por isso, seus clientes não deveriam ser penalizados. "O Banco Central não pedalou", afirmou dos Santos. Após a decisão, em nota, o informou que "respeita a decisão do Tribunal, mas mantém a convicção de que a atuação dos referidos dirigentes sempre se pautou pela legalidade, rigor técnico e imparcialidade" e que pretende recorrer da decisão. O advogado da União Valter de Araújo Filho, que defendia Nelson Barbosa e Diogo Oliveira, disse que eles eram substitutos eventuais de Mantega e, por isso, assinaram documentos que eram de responsabilidade do chefe. - 7.out.2015 As contas do governo Dilma em 2014 são reprovadas por unanimidade no TCU, sob a acusação de descumprir a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) ao cometer as 'pedaladas fiscais'. Uma decisão semelhante não acontecia desde 1937, no governo de Getúlio Vargas. A decisão foi encaminhada para a confirmação do Congresso Nacional, que ainda não votou o tema, embora o relator do processo tenha emitido parecer recomendando a "aprovação com ressalvas" 17.abr.2016 A Câmara dos Deputados aprova início do processo de impeachment de Dilma. Acusações de que a petista quebrou a Lei de Responsabilidade Fiscal também em 2015 embasaram o pedido de impeachment feito pelos advogados Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Jr. O processo acontece paralelamente e de forma independente ao julgamento no TCU. 15.jun.2016 Ao analisar as contas do governo Dilma em 2015, o TCU identifica 24 regularidades. Entre elas, estão os decretos de suplementação orçamentária e a transferência de recursos do Banco do Brasil para pagamento do Plano Safra, que culminariam com impeachment no Senado 31.ago.2016 Dilma Rousseff é cassada da Presidência pelo Senado, que considera que as pedaladas configuram crime de responsabilidade 8.set.2016 A ex-presidente apresenta defesa no TCU, alegando que as movimentações não configuram violação à LRF 5.out.2016 O Tribunal de Contas da União deve votar as contas do governo Dilma referentes ao ano de 2015; a expectativa é de que Dilma e o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, sejam condenados. A recomendação será encaminhada ao Congresso, que decide se vai confirmar ou não Entenda as pedaladas
0
Ana Moser diz que convite para APO 'não se concretizou'
Convidada pelo governo federal para chefiar a APO (Autoridade Pública Olímpica), estatal que unifica os entes responsáveis pela organização dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser não deverá assumir o cargo. Em texto publicado no Blog do Juca, do UOL, ela afirmou que uma polêmica sobre um e-mail enviado por ela em 2009 fez com que a conversa com o governo federal não avançasse. Durante a campanha da Rio-2016, Ana Moser divulgou um texto com críticas à candidatura. A opiniões foram enviadas por e-mail para o colégio eleitoral do COI (Comitê Olímpico Internacional). "Esta polêmica criou um clima político adverso que fez com que o meu convite inicial para a APO não se concretizasse", afirmou a ex-jogadora em texto. A APO, criada em 2011 e com previsão de ser extinta em 2018, está sem chefe desde fevereiro, quando general Fernando Azevedo e Silva deixou o cargo. O primeiro presidente da estatal foi o ex-ministro das Cidades Márcio Fortes, que deixou o cargo no fim de 2013. De início, Moser foi crítica à escolha do Rio como sede dos Jogos de 2016. Em janeiro deste ano, o grupo Atletas pelo Brasil do qual a ex-jogadora faz parte criticou a escolha do ministro do Esporte, George Hilton. "A Presidente Dilma abriu mão de uma oportunidade de melhorar a gestão do esporte. Decepcionou todo um setor de atletas, jornalistas, empresários, organizações, trabalhadores e amantes do esporte em geral", disse a nota. No final de janeiro, a ex-atleta se encontrou com George Hilton em Brasília e o elogiou. Texto de Ana Moser publicado no Blog do Juca Kfouri Há algumas semanas fui convidada pelo governo, através do Ministro da SECOM, para assumir a direção da APO com o foco no desenvolvimento de uma proposta de Legado Social e Esportivo para a Olimpíada. Num primeiro momento o convite mobilizou atletas e outrasinstituições que atuam com esporte em torno da possibilidade de concretizar os diferentes movimentos de governos e sociedade em curso atualmente, usar efetivamente a oportunidade da Olimpíada para construir o que ficará para depois dos Jogos. Ter a prioridade desta plataforma num dos órgãos centrais do momento político/esportivo. Por outro lado gerou uma polêmica em torno de um e-mail que enviei em 2009 para, supostamente, os delegados do COI que votariam na próxima sede olímpica, pedindo para que não votassem no Rio e que me colocou como uma "inimiga do movimento olímpico". Escrevi o e-mail como simples cidadã, para expressar minha visão: acreditava que era preciso primeiro construir uma nação esportiva para depois receber o maior evento esportivo do mundo. Entendia que, ao assumir a responsabilidade de organizar uma Olimpíada sem que tivéssemos uma ampla base de praticantes, o esporte para as pessoas comuns seria colocado num segundo plano e que a concentração de recursos e poder em torno do esporte de elite seria muito maior. Esta polêmica criou um clima político adverso que fez com que o meu convite inicial para a APO não se concretizasse. Com a eleição do Rio o meu lado continuou o mesmo de sempre: o esporte e o Brasil. O que mantenho até hoje, especialmente à frente do Instituto Esporte & Educação e junto com os Atletas pelo Brasil e parceiros. Somos propositivos, elaboramos e aplicamos propostas conceituais e metodológicas envolvendo entes públicos e privados, apresentamos metas, sensibilizamos e mobilizamos muitos no debate do esporte e seu desenvolvimento. E sempre reivindicamos responsabilidade dos governantes e participação da sociedade. Qual LEGADO social e esportivo que este período de grande investimento no esporte espetáculo deixará para os brasileiros? Muito aconteceu desde 2009, que em parte confirma o que pensava, mas por outro lado abriu oportunidades de interação entre os mais diferentes setores econômicos, sociais e políticos em torno do esporte. Este movimento maciço tem provocado urgências nas demandas por infraestrutura e maior debate na sociedade que gera leis, programas, canaliza recursos e traz qualificação. Avanços que talvez não fossem tão amplos na sua mobilização sem os Grandes Eventos. Apesar destes avanços, na prática os impactos são notórios mais nas arenas esportivas, na preparação das equipes olímpicas e da competição em si, do que na ampliação do número de praticantes, na garantia do direito de todos, na estruturação prioritária de políticas que tenham escala por todo o Brasil. Acredito que a Olimpíada será um grande evento. Porém, a pouco mais de um ano para fechar este ciclo esportivo, não temos os planos estratégicos para efetivar este legado. Há muito ainda para se fazer nesta área. Desejo um bom trabalho para todos os envolvidos, agradeço a confiança daqueles que me apoiaram e continuo com o trabalho que faço há 15 anos, e que está à disposição para juntar forças com todos os movimentos pelo esporte.
esporte
Ana Moser diz que convite para APO 'não se concretizou'Convidada pelo governo federal para chefiar a APO (Autoridade Pública Olímpica), estatal que unifica os entes responsáveis pela organização dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser não deverá assumir o cargo. Em texto publicado no Blog do Juca, do UOL, ela afirmou que uma polêmica sobre um e-mail enviado por ela em 2009 fez com que a conversa com o governo federal não avançasse. Durante a campanha da Rio-2016, Ana Moser divulgou um texto com críticas à candidatura. A opiniões foram enviadas por e-mail para o colégio eleitoral do COI (Comitê Olímpico Internacional). "Esta polêmica criou um clima político adverso que fez com que o meu convite inicial para a APO não se concretizasse", afirmou a ex-jogadora em texto. A APO, criada em 2011 e com previsão de ser extinta em 2018, está sem chefe desde fevereiro, quando general Fernando Azevedo e Silva deixou o cargo. O primeiro presidente da estatal foi o ex-ministro das Cidades Márcio Fortes, que deixou o cargo no fim de 2013. De início, Moser foi crítica à escolha do Rio como sede dos Jogos de 2016. Em janeiro deste ano, o grupo Atletas pelo Brasil do qual a ex-jogadora faz parte criticou a escolha do ministro do Esporte, George Hilton. "A Presidente Dilma abriu mão de uma oportunidade de melhorar a gestão do esporte. Decepcionou todo um setor de atletas, jornalistas, empresários, organizações, trabalhadores e amantes do esporte em geral", disse a nota. No final de janeiro, a ex-atleta se encontrou com George Hilton em Brasília e o elogiou. Texto de Ana Moser publicado no Blog do Juca Kfouri Há algumas semanas fui convidada pelo governo, através do Ministro da SECOM, para assumir a direção da APO com o foco no desenvolvimento de uma proposta de Legado Social e Esportivo para a Olimpíada. Num primeiro momento o convite mobilizou atletas e outrasinstituições que atuam com esporte em torno da possibilidade de concretizar os diferentes movimentos de governos e sociedade em curso atualmente, usar efetivamente a oportunidade da Olimpíada para construir o que ficará para depois dos Jogos. Ter a prioridade desta plataforma num dos órgãos centrais do momento político/esportivo. Por outro lado gerou uma polêmica em torno de um e-mail que enviei em 2009 para, supostamente, os delegados do COI que votariam na próxima sede olímpica, pedindo para que não votassem no Rio e que me colocou como uma "inimiga do movimento olímpico". Escrevi o e-mail como simples cidadã, para expressar minha visão: acreditava que era preciso primeiro construir uma nação esportiva para depois receber o maior evento esportivo do mundo. Entendia que, ao assumir a responsabilidade de organizar uma Olimpíada sem que tivéssemos uma ampla base de praticantes, o esporte para as pessoas comuns seria colocado num segundo plano e que a concentração de recursos e poder em torno do esporte de elite seria muito maior. Esta polêmica criou um clima político adverso que fez com que o meu convite inicial para a APO não se concretizasse. Com a eleição do Rio o meu lado continuou o mesmo de sempre: o esporte e o Brasil. O que mantenho até hoje, especialmente à frente do Instituto Esporte & Educação e junto com os Atletas pelo Brasil e parceiros. Somos propositivos, elaboramos e aplicamos propostas conceituais e metodológicas envolvendo entes públicos e privados, apresentamos metas, sensibilizamos e mobilizamos muitos no debate do esporte e seu desenvolvimento. E sempre reivindicamos responsabilidade dos governantes e participação da sociedade. Qual LEGADO social e esportivo que este período de grande investimento no esporte espetáculo deixará para os brasileiros? Muito aconteceu desde 2009, que em parte confirma o que pensava, mas por outro lado abriu oportunidades de interação entre os mais diferentes setores econômicos, sociais e políticos em torno do esporte. Este movimento maciço tem provocado urgências nas demandas por infraestrutura e maior debate na sociedade que gera leis, programas, canaliza recursos e traz qualificação. Avanços que talvez não fossem tão amplos na sua mobilização sem os Grandes Eventos. Apesar destes avanços, na prática os impactos são notórios mais nas arenas esportivas, na preparação das equipes olímpicas e da competição em si, do que na ampliação do número de praticantes, na garantia do direito de todos, na estruturação prioritária de políticas que tenham escala por todo o Brasil. Acredito que a Olimpíada será um grande evento. Porém, a pouco mais de um ano para fechar este ciclo esportivo, não temos os planos estratégicos para efetivar este legado. Há muito ainda para se fazer nesta área. Desejo um bom trabalho para todos os envolvidos, agradeço a confiança daqueles que me apoiaram e continuo com o trabalho que faço há 15 anos, e que está à disposição para juntar forças com todos os movimentos pelo esporte.
4
Copa do Mundo deve ter vaga por convite após inchaço de participantes
Já está definida como será a divisão de vagas na Copa do Mundo caso seja aprovado o aumento de participantes de 32 para 40. A novidade é que haverá uma seleção classificada por "méritos esportivos", ou seja, por convite. Segundo documento do Comitê de Reformas da Fifa, que fez a proposta, o critério para esse convite ainda será definido. A América do Sul teria cinco vagas diretas, e metade das seleções do continente que disputam a eliminatória estaria no Mundial. Aprovação. A proposta, que valeria a partir da Copa de 2026, será votada no Congresso extraordinário de fevereiro, quando o novo presidente da Fifa será eleito. A repescagem, que hoje define duas vagas entre América do Sul, Ásia, Oceania e Américas do Norte e Central, acabaria. Divisão. A África passaria a ter sete vagas diretas, a Ásia, seis, as América do Norte e Central, cinco, a Europa, 14, e a Oceania teria sua vaga direta. Com as cinco da América do Sul, o país-sede e o time convidado, completariam as 40 vagas. O formato de disputa da competição com oito seleções a mais ainda será discutido na Fifa. Olho na Suíça. A pressa da CBF em marcar a eleição para a vaga de vice aberta com a saída de José Maria Marin foi para evitar que uma eventual suspensão pela Fifa de Marco Polo Del Nero de qualquer atividade do futebol abrisse brecha para que o vice Delfim Peixoto, 74, assumisse a entidade. Xerife. O zagueiro Luisão, 34, era o preferido da diretoria do Palmeiras para a defesa em 2016. A avaliação é que falta experiência na posição. Mas, ídolo no Benfica, o clube não quer liberá-lo. Substituição. Caso o Cruzeiro mantenha a desistência de participar do torneio que a Primeira Liga, quer organizar em 2016, o mais provável é que o Paraná Clube ocupe o seu lugar. Fica. Mas há articulação para convencer o Cruzeiro a retornar para a liga em breve. Pra mulher. Apoiada pela jogadora Marta, a campanha de financiamento coletivo "Nem toda menina nasceu para ser bailarina" já arrecadou R$ 10,4 mil. O dinheiro vai bancar garotas carentes no Soccer Camp da Juventus, da Itália, experiência inédita no Brasil, de 16 a 19 de dezembro, em São Paulo. O objetivo é arrecadar R$ 12 mil. Colaborou CAMILA MATTOSO, de São Paulo
esporte
Copa do Mundo deve ter vaga por convite após inchaço de participantesJá está definida como será a divisão de vagas na Copa do Mundo caso seja aprovado o aumento de participantes de 32 para 40. A novidade é que haverá uma seleção classificada por "méritos esportivos", ou seja, por convite. Segundo documento do Comitê de Reformas da Fifa, que fez a proposta, o critério para esse convite ainda será definido. A América do Sul teria cinco vagas diretas, e metade das seleções do continente que disputam a eliminatória estaria no Mundial. Aprovação. A proposta, que valeria a partir da Copa de 2026, será votada no Congresso extraordinário de fevereiro, quando o novo presidente da Fifa será eleito. A repescagem, que hoje define duas vagas entre América do Sul, Ásia, Oceania e Américas do Norte e Central, acabaria. Divisão. A África passaria a ter sete vagas diretas, a Ásia, seis, as América do Norte e Central, cinco, a Europa, 14, e a Oceania teria sua vaga direta. Com as cinco da América do Sul, o país-sede e o time convidado, completariam as 40 vagas. O formato de disputa da competição com oito seleções a mais ainda será discutido na Fifa. Olho na Suíça. A pressa da CBF em marcar a eleição para a vaga de vice aberta com a saída de José Maria Marin foi para evitar que uma eventual suspensão pela Fifa de Marco Polo Del Nero de qualquer atividade do futebol abrisse brecha para que o vice Delfim Peixoto, 74, assumisse a entidade. Xerife. O zagueiro Luisão, 34, era o preferido da diretoria do Palmeiras para a defesa em 2016. A avaliação é que falta experiência na posição. Mas, ídolo no Benfica, o clube não quer liberá-lo. Substituição. Caso o Cruzeiro mantenha a desistência de participar do torneio que a Primeira Liga, quer organizar em 2016, o mais provável é que o Paraná Clube ocupe o seu lugar. Fica. Mas há articulação para convencer o Cruzeiro a retornar para a liga em breve. Pra mulher. Apoiada pela jogadora Marta, a campanha de financiamento coletivo "Nem toda menina nasceu para ser bailarina" já arrecadou R$ 10,4 mil. O dinheiro vai bancar garotas carentes no Soccer Camp da Juventus, da Itália, experiência inédita no Brasil, de 16 a 19 de dezembro, em São Paulo. O objetivo é arrecadar R$ 12 mil. Colaborou CAMILA MATTOSO, de São Paulo
4
Atlético-MG vence e enfrenta São Paulo nas quartas da Libertadores
O Atlético-MG venceu o Racing (ARG) por 2 a 1, no Independência, nesta quarta-feira (4), e avançou às quartas de final da Libertadores. No jogo de ida, na Argentina, o placar havia sido 0 a 0. O adversário dos mineiros será o São Paulo, que mais cedo avançou mesmo com a derrota para o Toluca (MEX). O time de Diego Aguirre abriu o placar aos 16min do primeiro tempo, com Carlos. Os argentinos empataram cinco minutos depois, em cobrança de pênalti de Lisandro López. O gol da classificação saiu da cabeça de Lucas Pratto, aos 26min da etapa final. Os jogos entre Atlético-MG e São Paulo ainda não têm data confirmada pela Conmebol, mas a primeira partida será no Morumbi, já que o time tricolor possui campanha pior que a dos mineiros.
esporte
Atlético-MG vence e enfrenta São Paulo nas quartas da LibertadoresO Atlético-MG venceu o Racing (ARG) por 2 a 1, no Independência, nesta quarta-feira (4), e avançou às quartas de final da Libertadores. No jogo de ida, na Argentina, o placar havia sido 0 a 0. O adversário dos mineiros será o São Paulo, que mais cedo avançou mesmo com a derrota para o Toluca (MEX). O time de Diego Aguirre abriu o placar aos 16min do primeiro tempo, com Carlos. Os argentinos empataram cinco minutos depois, em cobrança de pênalti de Lisandro López. O gol da classificação saiu da cabeça de Lucas Pratto, aos 26min da etapa final. Os jogos entre Atlético-MG e São Paulo ainda não têm data confirmada pela Conmebol, mas a primeira partida será no Morumbi, já que o time tricolor possui campanha pior que a dos mineiros.
4
Sem encontrar saída para as drogas, Colômbia não terá paz tão desejada
É sintomático: o medo está tomando conta de Cartagena, a belíssima cidade do Caribe colombiano onde será assinado nesta segunda-feira (26) o histórico acordo de paz entre o governo e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Não, não é medo do acordo ou de que os guerrilheiros baixem em massa na cidade. É mais sinistro, conforme a descrição do excelente sítio "La Silla Vacía": "Uma sequência de fatos violentos em zonas ricas põe em evidência um dos principais desafios que ficam para o pós-conflito [com as Farc]: a violência urbana e o flagelo das bacrim (bandas criminosas)". É óbvio que o acordo de paz é uma bênção para a Colômbia por múltiplas razões, a principal das quais é a de que poupará vidas. Antes mesmo do acordo, o número de mortos pelo conflito já caíra verticalmente, enquanto as negociações de paz iam avançando: em 2015, houve 146 mortes por causa da guerra, mas, até junho, registraram-se apenas três vítimas. E, ainda durante as negociações, em 2015, pela primeira vez na história recente, a verba para educação superou a destinada à guerra. Basta para supor que seria um suicídio coletivo se os colombianos rejeitassem o acordo no plebiscito convocado para 2 de outubro. Mas seria ingênuo acreditar que, cessada a guerra com as Farc, a paz se instalará plenamente na Colômbia. Primeiro, porque subsiste uma segunda guerrilha, o Exército de Libertação Nacional, menos numerosa e menos letal. E, segundo e principal ponto, porque as drogas e a violência a elas associada continuarão presentes. É verdade que as Farc se comprometeram a abandonar seu papel na proteção que oferecem aos narcotraficantes. Mas parece inevitável que a retirada seja seguida pela ocupação do espaço por outros atores. Afinal, é uma regra de ouro do capitalismo que, onde há demanda, alguém se prontifica a promover a oferta. Que a demanda é elevada fica claro pelos números da própria Colômbia, que é um mercado consumidor secundário: as famílias envolvidas no negócio da coca aumentaram de 67 mil em 2014 para 75,5 mil em 2015, conforme mostrou reportagem da sempre excelente Sylvia Colombo nesta Folha. Para que a paz fosse mais ampla seria preciso uma presença e uma eficácia maior do Estado, conforme assinala Matthew Taylor (Council on Foreign Relations): "O Estado colombiano tem sido fraco e ineficaz em grandes porções do território. De fato, uma das causas do anunciado sucesso das Farc foi precisamente que preencheram o vácuo em áreas do país que foram ou ignoradas ou abandonadas em mãos de homens fortes locais". A mais elementar sabedoria convencional manda supor que o vácuo agora deixado pelas Farc será igualmente preenchido ou pelo ELN (que, de resto, já está se movendo para tanto) ou pelas bandas criminosas, parte delas dedicada ao narcotráfico. É, portanto, sensato sugerir que o acordo de paz seja seguido por uma nova política —que teria de ser global— que substitua a guerra às drogas por um novo enfoque.
colunas
Sem encontrar saída para as drogas, Colômbia não terá paz tão desejadaÉ sintomático: o medo está tomando conta de Cartagena, a belíssima cidade do Caribe colombiano onde será assinado nesta segunda-feira (26) o histórico acordo de paz entre o governo e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Não, não é medo do acordo ou de que os guerrilheiros baixem em massa na cidade. É mais sinistro, conforme a descrição do excelente sítio "La Silla Vacía": "Uma sequência de fatos violentos em zonas ricas põe em evidência um dos principais desafios que ficam para o pós-conflito [com as Farc]: a violência urbana e o flagelo das bacrim (bandas criminosas)". É óbvio que o acordo de paz é uma bênção para a Colômbia por múltiplas razões, a principal das quais é a de que poupará vidas. Antes mesmo do acordo, o número de mortos pelo conflito já caíra verticalmente, enquanto as negociações de paz iam avançando: em 2015, houve 146 mortes por causa da guerra, mas, até junho, registraram-se apenas três vítimas. E, ainda durante as negociações, em 2015, pela primeira vez na história recente, a verba para educação superou a destinada à guerra. Basta para supor que seria um suicídio coletivo se os colombianos rejeitassem o acordo no plebiscito convocado para 2 de outubro. Mas seria ingênuo acreditar que, cessada a guerra com as Farc, a paz se instalará plenamente na Colômbia. Primeiro, porque subsiste uma segunda guerrilha, o Exército de Libertação Nacional, menos numerosa e menos letal. E, segundo e principal ponto, porque as drogas e a violência a elas associada continuarão presentes. É verdade que as Farc se comprometeram a abandonar seu papel na proteção que oferecem aos narcotraficantes. Mas parece inevitável que a retirada seja seguida pela ocupação do espaço por outros atores. Afinal, é uma regra de ouro do capitalismo que, onde há demanda, alguém se prontifica a promover a oferta. Que a demanda é elevada fica claro pelos números da própria Colômbia, que é um mercado consumidor secundário: as famílias envolvidas no negócio da coca aumentaram de 67 mil em 2014 para 75,5 mil em 2015, conforme mostrou reportagem da sempre excelente Sylvia Colombo nesta Folha. Para que a paz fosse mais ampla seria preciso uma presença e uma eficácia maior do Estado, conforme assinala Matthew Taylor (Council on Foreign Relations): "O Estado colombiano tem sido fraco e ineficaz em grandes porções do território. De fato, uma das causas do anunciado sucesso das Farc foi precisamente que preencheram o vácuo em áreas do país que foram ou ignoradas ou abandonadas em mãos de homens fortes locais". A mais elementar sabedoria convencional manda supor que o vácuo agora deixado pelas Farc será igualmente preenchido ou pelo ELN (que, de resto, já está se movendo para tanto) ou pelas bandas criminosas, parte delas dedicada ao narcotráfico. É, portanto, sensato sugerir que o acordo de paz seja seguido por uma nova política —que teria de ser global— que substitua a guerra às drogas por um novo enfoque.
10
Nas últimas horas do prazo do Fies, alunos cogitam até parar de estudar
Desempregado, Valdemir Duarte, 29, estava animado: começou a cursar fotografia na Fiam Faam e imaginava logo conseguir um trabalho. A inscrição no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), do governo federal, caminhava bem. Até que, faltando 15 dias para acabar o prazo, ele descobriu no site que o processo tinha sido zerado. "Sempre trabalhei em armazém, sala fechada. Nunca me identifiquei. Agora que finalmente comecei a fazer o que gosto, sou barrado. O sentimento é de derrota", diz. Duas mensalidades estão pendentes, e a faculdade disse que esperaria até esta quinta (30) para acionar a Justiça. Esse é o prazo do governo para novas inscrições no Fies. "Não tenho opção. Acho que vou ter que trancar", lamentou Duarte. A situação se repete na porta de faculdades em todo o país. Mudanças anunciadas no fim do ano passado restringiram o acesso ao programa. O governo cortou repasses, limitou o reajuste de mensalidades e aumentou o rigor com a qualidade das instituições. Com isso, estudantes tiveram que contar com planos B ou até abrir mão dos planos. Até terça (28), 249.954 novos contratos foram firmados no ano, segundo o Ministério da Educação. Em 2014, foram 732 mil. Ainda não há data de abertura do Fies no segundo semestre. Há 1,9 milhão de contratos ativos, dos quais 156.940 estão pendentes. O governo estendeu o prazo para quem pretende renovar o contrato até 29 de maio. Mas quem está na fila pela primeira vez não teve a mesma chance. Por isso, Anna Carolina Duarte, 23, acorda de madrugada, corre até o cartório para regularizar sua documentação, corre até a faculdade, corre contra o relógio para conseguir ficar no curso de direito que faz há três anos na FMU. Ela mora com a avó, aposentada. O dinheiro que seu pai, residente no exterior, mandava acabou. "A esperança é a última que morre. Mas a minha está quase morrendo", desabafou. E.T., que não quis ter o nome publicado, tem 27 anos. Quando terminou o ensino médio, na rede pública, teve que adiar o plano de cursar engenharia da computação por um problema de saúde. Tentou fazer a cirurgia pelo SUS, sem sucesso. Com dores, resolveu trabalhar com carteira assinada para ter um convênio de saúde. Conseguiu. Fez a operação e ficou liberado para estudar. Durante dois anos tentou o vestibular para uma universidade federal. Não deu. Passou na Fiap com bolsa do Prouni, programa que banca metade de sua mensalidade –a outra metade pretende pagar com o Fies. E.T frequenta as aulas desde o início do ano animado, mas "apreensivo". "Gostaria de já ser independente financeiramente", lamenta. As 2h30 de viagem de Itapecerica da Serra (Grande SP), onde mora, à faculdade, são gastas no site do Fies. "Vou tentar até 23h59." Lígia Tenório, 46, já se prepara para sacrificar os estudos pela filha. Ambas foram aprovadas na Uninove em enfermagem. A mãe conseguiu bolsa de 50% do Prouni, mas a filha, não. As duas estão na batalha do Fies. Se não conseguirem, a mãe diz que abandonará o curso. "Ela é prioridade. Já tenho 46 anos, é mais difícil entrar no mercado de trabalho", diz. O Ministério da Educação diz, em nota, monitorar o sistema para garantir pleno atendimento.
educacao
Nas últimas horas do prazo do Fies, alunos cogitam até parar de estudarDesempregado, Valdemir Duarte, 29, estava animado: começou a cursar fotografia na Fiam Faam e imaginava logo conseguir um trabalho. A inscrição no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), do governo federal, caminhava bem. Até que, faltando 15 dias para acabar o prazo, ele descobriu no site que o processo tinha sido zerado. "Sempre trabalhei em armazém, sala fechada. Nunca me identifiquei. Agora que finalmente comecei a fazer o que gosto, sou barrado. O sentimento é de derrota", diz. Duas mensalidades estão pendentes, e a faculdade disse que esperaria até esta quinta (30) para acionar a Justiça. Esse é o prazo do governo para novas inscrições no Fies. "Não tenho opção. Acho que vou ter que trancar", lamentou Duarte. A situação se repete na porta de faculdades em todo o país. Mudanças anunciadas no fim do ano passado restringiram o acesso ao programa. O governo cortou repasses, limitou o reajuste de mensalidades e aumentou o rigor com a qualidade das instituições. Com isso, estudantes tiveram que contar com planos B ou até abrir mão dos planos. Até terça (28), 249.954 novos contratos foram firmados no ano, segundo o Ministério da Educação. Em 2014, foram 732 mil. Ainda não há data de abertura do Fies no segundo semestre. Há 1,9 milhão de contratos ativos, dos quais 156.940 estão pendentes. O governo estendeu o prazo para quem pretende renovar o contrato até 29 de maio. Mas quem está na fila pela primeira vez não teve a mesma chance. Por isso, Anna Carolina Duarte, 23, acorda de madrugada, corre até o cartório para regularizar sua documentação, corre até a faculdade, corre contra o relógio para conseguir ficar no curso de direito que faz há três anos na FMU. Ela mora com a avó, aposentada. O dinheiro que seu pai, residente no exterior, mandava acabou. "A esperança é a última que morre. Mas a minha está quase morrendo", desabafou. E.T., que não quis ter o nome publicado, tem 27 anos. Quando terminou o ensino médio, na rede pública, teve que adiar o plano de cursar engenharia da computação por um problema de saúde. Tentou fazer a cirurgia pelo SUS, sem sucesso. Com dores, resolveu trabalhar com carteira assinada para ter um convênio de saúde. Conseguiu. Fez a operação e ficou liberado para estudar. Durante dois anos tentou o vestibular para uma universidade federal. Não deu. Passou na Fiap com bolsa do Prouni, programa que banca metade de sua mensalidade –a outra metade pretende pagar com o Fies. E.T frequenta as aulas desde o início do ano animado, mas "apreensivo". "Gostaria de já ser independente financeiramente", lamenta. As 2h30 de viagem de Itapecerica da Serra (Grande SP), onde mora, à faculdade, são gastas no site do Fies. "Vou tentar até 23h59." Lígia Tenório, 46, já se prepara para sacrificar os estudos pela filha. Ambas foram aprovadas na Uninove em enfermagem. A mãe conseguiu bolsa de 50% do Prouni, mas a filha, não. As duas estão na batalha do Fies. Se não conseguirem, a mãe diz que abandonará o curso. "Ela é prioridade. Já tenho 46 anos, é mais difícil entrar no mercado de trabalho", diz. O Ministério da Educação diz, em nota, monitorar o sistema para garantir pleno atendimento.
11
'Buzz' e espera ajudam a divulgar 'Pokémon Go', mas podem prejudicá-lo
A dificuldade da Nintendo de "segurar" seus servidores para levar o game "Pokémon Go" a mais países, incluindo o Brasil, acabou funcionando como uma ferramenta acidental de marketing —o buzz em torno da espera estimula as pessoas a comentar o tema. Mas isso também pode ser prejudicial para o jogo. Na última segunda-feira (25), quando foi anunciado no Twitter que o game havia chegado a Hong Kong, dezenas de usuários brasileiros responderam, vários em tom jocoso, pedindo a chegada do jogo. "Pokémon Go" teve 206,6 mil menções na rede social no Brasil entre os dias 20 e 27 de julho, a terceira semana desde seu lançamento. O número é alto, mas representa uma queda 23% em relação aos sete dias anteriores. Pokémon Go "Os gamers são um público muito conectado, que quer logo as novidades de outros países. A fragmentação no lançamento faz com que a empresa perca uma força de marketing importante", diz Mitikazu Lisboa, presidente da desenvolvedora de jogos brasileira Hive. Ele já trabalhou com a Pokémon Company, uma das responsáveis pelo jogo, no passado. "A coisa está desaquecendo, voltando à normalidade. Se tivesse saído aqui há duas semanas com certeza o barulho seria maior." QUEDA Nesta semana, a Nintendo parece estar passando por uma espécie de "ressaca", depois de duas semanas de euforia. Depois de terem praticamente dobrado de valor desde o lançamento do produto, as ações da companhia caíram 23,8% nesta semana. Os motivos: ao divulgar seu balanço trimestral, a empresa disse que o impacto financeiro do jogo seria "limitado" e depois atrasou o lançamento do Pokémon Go Plus, um acessório de US$ 35 que alerta os jogadores sobre a proximidade de Pokémons para que eles não tenham que ficar olhando para o celular o tempo todo. Desde o lançamento, "Pokémon Go" foi baixado em mais de 75 milhões de vezes nas lojas on-line da Apple e do Google, de acordo com a consultoria Sensor Tower, um recorde para um game móvel lançado há menos de um mês. Caçada urbana A Niantic, produtora do game, se encontra em uma situação um tanto desafiadora causada pelo próprio sucesso do produto: ter que em breve atualizá-lo para manter o interesse dos usuários onde o produto já foi lançado e, ao mesmo tempo, chegar a novos mercados. Hoje, "Pokémon Go" está disponível em 37 países, dos cerca de 100 mercados disponíveis nas lojas on-line de Apple e Google. MUDANÇAS Atualizações, com a inclusão de novos recursos e desafios, são cruciais para jogos em plataformas móveis, que em geral são gratuitos e dependem de manter estimulada uma boa base de usuários intensos, que paguem para usar determinados recursos ou avançar nas partidas. "Não é só criar um jogo que estoure, é manter o jogo 'estourado', a febre. Acho que 'Pokémon Go' vai pegar, mas por quanto tempo?", questiona Gustavo Teles, diretor da Nevaly, agência especializada em promoção de games. Aos poucos, jogadores mais aficionados vão chegando a fases mais avançadas do jogo e precisarão de novos incentivos para permanecer. O arquiteto Pedro Crescenti Gonzalez, 27, um fanático por Pokémons e que já capturou as 142 criaturas disponíveis nos Estados Unidos, ficou por dias imbuído da missão no jogo. Agora, o uso diminiu. Ele considera a versão para celular "muito crua" em relação às anteriores, como a do Game Boy. "O jogo é só isso: capturar os Pokémons e fazê-los evoluir. Eu ainda não posso lutar contra outra pessoa, por exemplo. A gente está acreditando que vai ter alguma pontuação, algum ranking", afirma ele. Nesta semana, durante a feira Comic-Con, em San Diego (EUA), o presidente da Niantic disse que havia planos de adicionar novos personagens e também mudar um pouco a formatação das "Pokestops", onde os usuários podem recolher itens virtuais no jogo. Para isso, os servidores têm de ser estabilizados.
mercado
'Buzz' e espera ajudam a divulgar 'Pokémon Go', mas podem prejudicá-loA dificuldade da Nintendo de "segurar" seus servidores para levar o game "Pokémon Go" a mais países, incluindo o Brasil, acabou funcionando como uma ferramenta acidental de marketing —o buzz em torno da espera estimula as pessoas a comentar o tema. Mas isso também pode ser prejudicial para o jogo. Na última segunda-feira (25), quando foi anunciado no Twitter que o game havia chegado a Hong Kong, dezenas de usuários brasileiros responderam, vários em tom jocoso, pedindo a chegada do jogo. "Pokémon Go" teve 206,6 mil menções na rede social no Brasil entre os dias 20 e 27 de julho, a terceira semana desde seu lançamento. O número é alto, mas representa uma queda 23% em relação aos sete dias anteriores. Pokémon Go "Os gamers são um público muito conectado, que quer logo as novidades de outros países. A fragmentação no lançamento faz com que a empresa perca uma força de marketing importante", diz Mitikazu Lisboa, presidente da desenvolvedora de jogos brasileira Hive. Ele já trabalhou com a Pokémon Company, uma das responsáveis pelo jogo, no passado. "A coisa está desaquecendo, voltando à normalidade. Se tivesse saído aqui há duas semanas com certeza o barulho seria maior." QUEDA Nesta semana, a Nintendo parece estar passando por uma espécie de "ressaca", depois de duas semanas de euforia. Depois de terem praticamente dobrado de valor desde o lançamento do produto, as ações da companhia caíram 23,8% nesta semana. Os motivos: ao divulgar seu balanço trimestral, a empresa disse que o impacto financeiro do jogo seria "limitado" e depois atrasou o lançamento do Pokémon Go Plus, um acessório de US$ 35 que alerta os jogadores sobre a proximidade de Pokémons para que eles não tenham que ficar olhando para o celular o tempo todo. Desde o lançamento, "Pokémon Go" foi baixado em mais de 75 milhões de vezes nas lojas on-line da Apple e do Google, de acordo com a consultoria Sensor Tower, um recorde para um game móvel lançado há menos de um mês. Caçada urbana A Niantic, produtora do game, se encontra em uma situação um tanto desafiadora causada pelo próprio sucesso do produto: ter que em breve atualizá-lo para manter o interesse dos usuários onde o produto já foi lançado e, ao mesmo tempo, chegar a novos mercados. Hoje, "Pokémon Go" está disponível em 37 países, dos cerca de 100 mercados disponíveis nas lojas on-line de Apple e Google. MUDANÇAS Atualizações, com a inclusão de novos recursos e desafios, são cruciais para jogos em plataformas móveis, que em geral são gratuitos e dependem de manter estimulada uma boa base de usuários intensos, que paguem para usar determinados recursos ou avançar nas partidas. "Não é só criar um jogo que estoure, é manter o jogo 'estourado', a febre. Acho que 'Pokémon Go' vai pegar, mas por quanto tempo?", questiona Gustavo Teles, diretor da Nevaly, agência especializada em promoção de games. Aos poucos, jogadores mais aficionados vão chegando a fases mais avançadas do jogo e precisarão de novos incentivos para permanecer. O arquiteto Pedro Crescenti Gonzalez, 27, um fanático por Pokémons e que já capturou as 142 criaturas disponíveis nos Estados Unidos, ficou por dias imbuído da missão no jogo. Agora, o uso diminiu. Ele considera a versão para celular "muito crua" em relação às anteriores, como a do Game Boy. "O jogo é só isso: capturar os Pokémons e fazê-los evoluir. Eu ainda não posso lutar contra outra pessoa, por exemplo. A gente está acreditando que vai ter alguma pontuação, algum ranking", afirma ele. Nesta semana, durante a feira Comic-Con, em San Diego (EUA), o presidente da Niantic disse que havia planos de adicionar novos personagens e também mudar um pouco a formatação das "Pokestops", onde os usuários podem recolher itens virtuais no jogo. Para isso, os servidores têm de ser estabilizados.
2
Folhainvest responde: Estou perdendo dinheiro com o consórcio do carro?
A pergunta foi enviada pelo leitor J.F.S., de São Paulo (SP) RESPOSTA DE ALEXANDRE CANALINI, PROFESSOR DA PUC-RIO E CERTIFIED FINANCIAL PLANNER Caro leitor, não há dúvidas de que o carro é uma paixão nacional, e esse fenômeno pode também ser avaliado sob o ponto de vista financeiro. Não avalio o consórcio de veículos como forma de investimento, e sim uma maneira de aquisição do bem. Se a intenção é poupar recursos e capitalizar, você deve optar por ativos como CDBs, fundos de investimentos, letras de crédito ou títulos públicos, por exemplo. Utilizando um consórcio, você estará aplicando de forma ineficiente o seu recurso se a sua intenção é capitalizar. Se o seu propósito é acumular recursos, avalie as sugestões dadas e desconsidere o consórcio. A aquisição de um veículo exige considerações do ponto de vista financeiro. O carro é um ativo que está em constante depreciação. A perda do valor nem sempre é visível por não impactar diretamente a conta-corrente. Se você comprou financiado, terá custo com juros ou taxa de consórcios, IPVA (imposto de veículos) e seguro obrigatório (Dpvat) anual. Estudo indica que um carro popular terá custo anual ao proprietário equivalente a até 30% do seu valor de aquisição. Se você adquirir um carro de R$ 40 mil, terá custo de aproximadamente R$ 12 mil por ano.
mercado
Folhainvest responde: Estou perdendo dinheiro com o consórcio do carro?A pergunta foi enviada pelo leitor J.F.S., de São Paulo (SP) RESPOSTA DE ALEXANDRE CANALINI, PROFESSOR DA PUC-RIO E CERTIFIED FINANCIAL PLANNER Caro leitor, não há dúvidas de que o carro é uma paixão nacional, e esse fenômeno pode também ser avaliado sob o ponto de vista financeiro. Não avalio o consórcio de veículos como forma de investimento, e sim uma maneira de aquisição do bem. Se a intenção é poupar recursos e capitalizar, você deve optar por ativos como CDBs, fundos de investimentos, letras de crédito ou títulos públicos, por exemplo. Utilizando um consórcio, você estará aplicando de forma ineficiente o seu recurso se a sua intenção é capitalizar. Se o seu propósito é acumular recursos, avalie as sugestões dadas e desconsidere o consórcio. A aquisição de um veículo exige considerações do ponto de vista financeiro. O carro é um ativo que está em constante depreciação. A perda do valor nem sempre é visível por não impactar diretamente a conta-corrente. Se você comprou financiado, terá custo com juros ou taxa de consórcios, IPVA (imposto de veículos) e seguro obrigatório (Dpvat) anual. Estudo indica que um carro popular terá custo anual ao proprietário equivalente a até 30% do seu valor de aquisição. Se você adquirir um carro de R$ 40 mil, terá custo de aproximadamente R$ 12 mil por ano.
2
Leitor critica setor privado por pedir simplificação das relações trabalhistas
O "setor privado", que pode ser entendido também como empresários oportunistas, faz apelos ao desnorteado governo Dilma para obter vantagens em detrimento dos trabalhadores com "simplificações" da legislação e facilitação da leniência das empresas envolvidas nas falcatruas da Lava Jato, entre outras (Nanoeconomia ). Em vista da confusão reinante e da completa desarticulação da oposição do PSDB, do DEM e outros partidos e até de alguns sindicatos importantes de trabalhadores, a corda vai acabar estourando do lado mais fraco, inapelavelmente. Como se isso representasse o desatamento dos nós que seguram a economia. ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP) * Não me parece correto o raciocínio de Leão Serva, de que o Parlamento expressa o pensamento do cidadão (A complexidade moral do brasileiro ). A própria pesquisa que norteia o articulista aponta que o brasileiro não nutre a aversão ao homossexualismo e ao divórcio, bandeiras da bancada evangélica e conservadora. Cada vez mais o Parlamento apresenta dissonância em relação ao pensamento médio do brasileiro, fenômeno quiçá mundial, como bem salientou o escritor Michel Houellebecq, que recomendou a adoção cada vez mais constante de instrumentos de democracia direta para suplantar a crise de representatividade. ANDRÉ GONÇALVES SOUZA (Bragança Paulista, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
paineldoleitor
Leitor critica setor privado por pedir simplificação das relações trabalhistasO "setor privado", que pode ser entendido também como empresários oportunistas, faz apelos ao desnorteado governo Dilma para obter vantagens em detrimento dos trabalhadores com "simplificações" da legislação e facilitação da leniência das empresas envolvidas nas falcatruas da Lava Jato, entre outras (Nanoeconomia ). Em vista da confusão reinante e da completa desarticulação da oposição do PSDB, do DEM e outros partidos e até de alguns sindicatos importantes de trabalhadores, a corda vai acabar estourando do lado mais fraco, inapelavelmente. Como se isso representasse o desatamento dos nós que seguram a economia. ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP) * Não me parece correto o raciocínio de Leão Serva, de que o Parlamento expressa o pensamento do cidadão (A complexidade moral do brasileiro ). A própria pesquisa que norteia o articulista aponta que o brasileiro não nutre a aversão ao homossexualismo e ao divórcio, bandeiras da bancada evangélica e conservadora. Cada vez mais o Parlamento apresenta dissonância em relação ao pensamento médio do brasileiro, fenômeno quiçá mundial, como bem salientou o escritor Michel Houellebecq, que recomendou a adoção cada vez mais constante de instrumentos de democracia direta para suplantar a crise de representatividade. ANDRÉ GONÇALVES SOUZA (Bragança Paulista, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
16
Universitário morre baleado em assalto a casa em Ilhabela (SP)
Um universitário de 20 anos morreu baleado, no último sábado (21), durante um assalto a uma casa de veraneio em Ilhabela (a 198 km de São Paulo). Vitor Oliveira Nunes morava em São Miguel Paulista (zona leste da capital) e passava o feriado na praia com a na­morada e oito amigos. Segundo a Polícia Militar, por volta das 4h, quando todos estavam dormindo, a namorada da vítima, a estudante Adriane Borges, ouviu chutes na por­ta do quarto e, logo depois, um homem que usava um capuz no rosto entrou. Conforme o depoimento de Adriane, Nunes acordou e se levantou. O suspeito, achando que o estudante iria reagir, fez um disparo que acer­tou o peito da vítima. Após o assalto, o resgate foi aciona­do, mas Vitor chegou ao hos­pital local sem vida. Ainda de acordo com o de­poimento, as outras pessoas que estavam na casa foram rendidas na sala. Uma delas afirmou à polícia que viu dois assaltantes e chegou a ser ameaçado e agredido por eles com um tapa no rosto. Segundo a PM, os criminosos saíram da casa levando celulares, mochilas, roupas, documentos e outros objetos pessoais e conseguiram fugir antes que a polícia chegasse. Até a noite deste domingo (22), nin­guém havia sido preso. FORMATURA Segundo o pai da vítima, o analista de cobrança Ronaldo José Nunes, 53 anos, Vitor era um jovem querido pelos amigos e estudioso. "Ele fa­zia análise e desenvolvimen­to de sistemas na Fatec (Fa­culdade de Tecnologia de São Paulo) e ia entregar o traba­lho de conclusão de curso nesta terça-feira." O enterro de Vitor aconte­ceu ontem em São Miguel. A família espera, agora, que os suspeitos sejam localizados. "Espero que o caso seja solu­cionado porque está sendo muito difícil. Só continuo fir­me porque tenho minha mulher e mais dois filhos para cuidar", diz o pai da vítima.
cotidiano
Universitário morre baleado em assalto a casa em Ilhabela (SP)Um universitário de 20 anos morreu baleado, no último sábado (21), durante um assalto a uma casa de veraneio em Ilhabela (a 198 km de São Paulo). Vitor Oliveira Nunes morava em São Miguel Paulista (zona leste da capital) e passava o feriado na praia com a na­morada e oito amigos. Segundo a Polícia Militar, por volta das 4h, quando todos estavam dormindo, a namorada da vítima, a estudante Adriane Borges, ouviu chutes na por­ta do quarto e, logo depois, um homem que usava um capuz no rosto entrou. Conforme o depoimento de Adriane, Nunes acordou e se levantou. O suspeito, achando que o estudante iria reagir, fez um disparo que acer­tou o peito da vítima. Após o assalto, o resgate foi aciona­do, mas Vitor chegou ao hos­pital local sem vida. Ainda de acordo com o de­poimento, as outras pessoas que estavam na casa foram rendidas na sala. Uma delas afirmou à polícia que viu dois assaltantes e chegou a ser ameaçado e agredido por eles com um tapa no rosto. Segundo a PM, os criminosos saíram da casa levando celulares, mochilas, roupas, documentos e outros objetos pessoais e conseguiram fugir antes que a polícia chegasse. Até a noite deste domingo (22), nin­guém havia sido preso. FORMATURA Segundo o pai da vítima, o analista de cobrança Ronaldo José Nunes, 53 anos, Vitor era um jovem querido pelos amigos e estudioso. "Ele fa­zia análise e desenvolvimen­to de sistemas na Fatec (Fa­culdade de Tecnologia de São Paulo) e ia entregar o traba­lho de conclusão de curso nesta terça-feira." O enterro de Vitor aconte­ceu ontem em São Miguel. A família espera, agora, que os suspeitos sejam localizados. "Espero que o caso seja solu­cionado porque está sendo muito difícil. Só continuo fir­me porque tenho minha mulher e mais dois filhos para cuidar", diz o pai da vítima.
6
SwissLeaks revela até crises conjugais de clientes de banco
Mais do que uma mera lista de nomes de pessoas que possuam contas no país com maior tradição de sigilo bancário do mundo, os dados roubados pelo ex-técnico de informática do HSBC Hervé Falciani mostram o caminho completo de como uma conta é aberta e mantida num paraíso fiscal. Há trocas de e-mails entre gerentes, clientes e diretoria do banco. Além dos casos obviamente interessantes de contas de políticos como o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez ou dos empreiteiros presos na Operação Lava Jato, já revelados pelos jornalistas participantes do projeto, mesmo as interações com clientes sem vida pública conhecida permitem olhar pelo buraco da fechadura como funciona um dos negócios mais sigilosos do mundo sem que seja preciso saber seus nomes. E-mails encontrados pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, que coordena o projeto SwissLeaks) e citados em seu site, sem citar nomes de clientes, mostram gerentes do banco orientando seus clientes a abrir empresas "offshore" num paraíso fiscal quando o cliente não pretende obedecer à legislação do seu país e declarar contas que mantenha no exterior. Também há histórias pessoais dos clientes. "Há um enorme desacordo com a mulher [do cliente], e é possível que haja um divórcio", escreve um gerente do HSBC num e-mail para a diretoria, encontrado pelo ICIJ nos dados vazados. "A mulher não faz a menor ideia de que a conta exista." Problemas da vida conjugal dos clientes são um risco ao sigilo. Noutro caso, um gerente relata que a ex-mulher de um cliente denunciou às autoridades o fato de ele ter contas secretas.
mercado
SwissLeaks revela até crises conjugais de clientes de bancoMais do que uma mera lista de nomes de pessoas que possuam contas no país com maior tradição de sigilo bancário do mundo, os dados roubados pelo ex-técnico de informática do HSBC Hervé Falciani mostram o caminho completo de como uma conta é aberta e mantida num paraíso fiscal. Há trocas de e-mails entre gerentes, clientes e diretoria do banco. Além dos casos obviamente interessantes de contas de políticos como o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez ou dos empreiteiros presos na Operação Lava Jato, já revelados pelos jornalistas participantes do projeto, mesmo as interações com clientes sem vida pública conhecida permitem olhar pelo buraco da fechadura como funciona um dos negócios mais sigilosos do mundo sem que seja preciso saber seus nomes. E-mails encontrados pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, que coordena o projeto SwissLeaks) e citados em seu site, sem citar nomes de clientes, mostram gerentes do banco orientando seus clientes a abrir empresas "offshore" num paraíso fiscal quando o cliente não pretende obedecer à legislação do seu país e declarar contas que mantenha no exterior. Também há histórias pessoais dos clientes. "Há um enorme desacordo com a mulher [do cliente], e é possível que haja um divórcio", escreve um gerente do HSBC num e-mail para a diretoria, encontrado pelo ICIJ nos dados vazados. "A mulher não faz a menor ideia de que a conta exista." Problemas da vida conjugal dos clientes são um risco ao sigilo. Noutro caso, um gerente relata que a ex-mulher de um cliente denunciou às autoridades o fato de ele ter contas secretas.
2
Ônibus atropela pedestres e depois bate em poste na Grande São Paulo
Um ônibus atropelou dois pedestres e na sequência bateu contra um poste na cidade de Santo André, na região metropolitana de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (13). Ainda não se sabe o que teria provocado o acidente. De acordo com o Corpo de Bombeiros, além dos pedestres atropelados, mais seis passageiros do veículo ficaram feridos. O acidente ocorreu por volta das 7h15. As vítimas receberam o primeiro atendimento ainda na calçada da rua Martim Francisco, em Vila Lucinda, onde o acidente aconteceu. Em seguida, todos os feridos foram levados por ambulâncias para hospitais da região. O impacto da colisão do veículo contra o poste também pôs abaixo toda a fiação elétrica. As causas do acidente serão investigadas.
cotidiano
Ônibus atropela pedestres e depois bate em poste na Grande São PauloUm ônibus atropelou dois pedestres e na sequência bateu contra um poste na cidade de Santo André, na região metropolitana de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (13). Ainda não se sabe o que teria provocado o acidente. De acordo com o Corpo de Bombeiros, além dos pedestres atropelados, mais seis passageiros do veículo ficaram feridos. O acidente ocorreu por volta das 7h15. As vítimas receberam o primeiro atendimento ainda na calçada da rua Martim Francisco, em Vila Lucinda, onde o acidente aconteceu. Em seguida, todos os feridos foram levados por ambulâncias para hospitais da região. O impacto da colisão do veículo contra o poste também pôs abaixo toda a fiação elétrica. As causas do acidente serão investigadas.
6
Para Estados Unidos, impeachment seguiu ordem constitucional
O afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff seguiu o ordenamento constitucional, considera o governo dos EUA, que espera manter a "forte relação bilateral" e avançar em temas de interesse mútuo. A declaração foi divulgada pelo Departamento de Estado pouco depois da votação do impeachment no Senado. O governo americano classificou como "essencial" a relação com o Brasil. "Vimos notícias de que o Senado brasileiro, de acordo com o ordenamento constitucional do Brasil, votou para remover a presidente Dilma Rousseff do cargo. Estamos confiantes que continuaremos a forte relação bilateral que existe entre nossos países", disse John Kirby, porta-voz do Departamento. Desde a abertura do impeachment, o governo americano tem mostrado cautela, mas com elogios à solidez das instituições brasileiras e reiterando que o impeachment seguia as regras da democracia e da Constituição. "Como as duas maiores democracias do hemisfério, Brasil e Estados Unidos são parceiros comprometidos. Os Estados Unidos cooperam com o Brasil para encarar temas de interesse mútuo e os desafios mais urgentes do século 21. Planejamos continuar essa colaboração essencial." Antes da votação, o governo mostrava-se disposto a recomeçar as relações com o Brasil, com a expectativa de que a colaboração em diversos temas possa ser retomada depois que a incerteza dos últimos meses passar. AMÉRICA DO SUL A posição dos Estados Unidos foi similar à adotada pelo governo da Argentina, que afirmou, por meio de nota, que respeita o processo de impeachment e que continuará trabalhando pela integração com o país "irmão", respeitando os direitos humanos, as instituições democráticas e o direito internacional, além de procurar fortalecer o Mercosul. Desde o início do processo, o presidente Mauricio Macri manteve uma postura simpática em relação ao então governo interino de Michel Temer, mas sempre destacando que era preciso verificar se tudo aconteceria de acordo com a constituição. Em maio, a Argentina foi o primeiro país a receber José Serra como ministro de Relações Exteriores. Segundo a coluna Mônica Bergamo, Temer deverá visitar Buenos Aires no início de outubro. O governo do Chile, por sua vez, se declarou "respeitoso" em relação à decisão adotada pelo Senado brasileiro e expressou sua "confiança de que o Brasil resolverá seus próprios desafios através da sua institucionalidade democrática". A posição de americanos e argentinos, no entanto, contrasta com as declarações de líderes de países bolivarianos. O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou nesta quarta-feira (31) que irá retirar o embaixador do país no Brasil minutos após a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado brasileiro. Correa é um tradicional aliado dos governos petistas de Dilma e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. "Destituíram a Dilma. Uma apologia ao abuso e à traição. Retiraremos nosso encarregado da embaixada", escreveu Correa em sua conta no Twitter. Mais tarde, foi a vez do governo do presidente da Venezuela, Nícolas Maduro, anunciar a retirada de seu embaixador do Brasil e o congelamento das relações com o país devido ao que designou como "golpe parlamentar". Segundo comunicado da chancelaria venezuelana, o país "decidiu retirar definitivamente seu embaixador na República Federativa do Brasil e congelar as relações políticas e diplomáticas com o governo surgido deste golpe parlamentar". Na manhã desta quarta, antes da votação da cassação de Dilma, o presidente boliviano, Evo Morales, também aliado de Dilma, havia dito que iria convocar seu embaixador em Brasília caso o impeachment da petista fosse aprovado. "Se prosperar o golpe parlamentar contra o governo democrático de Dilma, a Bolívia convocará seu embaixador. Defendamos a democracia e a paz", escreveu o presidente boliviano, que, no início da tarde, cumpriu a promessa e convocou o diplomata do país para consulta –em escala de severidade, a medida está um grau abaixo da tomada pela Venezuela.
poder
Para Estados Unidos, impeachment seguiu ordem constitucionalO afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff seguiu o ordenamento constitucional, considera o governo dos EUA, que espera manter a "forte relação bilateral" e avançar em temas de interesse mútuo. A declaração foi divulgada pelo Departamento de Estado pouco depois da votação do impeachment no Senado. O governo americano classificou como "essencial" a relação com o Brasil. "Vimos notícias de que o Senado brasileiro, de acordo com o ordenamento constitucional do Brasil, votou para remover a presidente Dilma Rousseff do cargo. Estamos confiantes que continuaremos a forte relação bilateral que existe entre nossos países", disse John Kirby, porta-voz do Departamento. Desde a abertura do impeachment, o governo americano tem mostrado cautela, mas com elogios à solidez das instituições brasileiras e reiterando que o impeachment seguia as regras da democracia e da Constituição. "Como as duas maiores democracias do hemisfério, Brasil e Estados Unidos são parceiros comprometidos. Os Estados Unidos cooperam com o Brasil para encarar temas de interesse mútuo e os desafios mais urgentes do século 21. Planejamos continuar essa colaboração essencial." Antes da votação, o governo mostrava-se disposto a recomeçar as relações com o Brasil, com a expectativa de que a colaboração em diversos temas possa ser retomada depois que a incerteza dos últimos meses passar. AMÉRICA DO SUL A posição dos Estados Unidos foi similar à adotada pelo governo da Argentina, que afirmou, por meio de nota, que respeita o processo de impeachment e que continuará trabalhando pela integração com o país "irmão", respeitando os direitos humanos, as instituições democráticas e o direito internacional, além de procurar fortalecer o Mercosul. Desde o início do processo, o presidente Mauricio Macri manteve uma postura simpática em relação ao então governo interino de Michel Temer, mas sempre destacando que era preciso verificar se tudo aconteceria de acordo com a constituição. Em maio, a Argentina foi o primeiro país a receber José Serra como ministro de Relações Exteriores. Segundo a coluna Mônica Bergamo, Temer deverá visitar Buenos Aires no início de outubro. O governo do Chile, por sua vez, se declarou "respeitoso" em relação à decisão adotada pelo Senado brasileiro e expressou sua "confiança de que o Brasil resolverá seus próprios desafios através da sua institucionalidade democrática". A posição de americanos e argentinos, no entanto, contrasta com as declarações de líderes de países bolivarianos. O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou nesta quarta-feira (31) que irá retirar o embaixador do país no Brasil minutos após a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado brasileiro. Correa é um tradicional aliado dos governos petistas de Dilma e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. "Destituíram a Dilma. Uma apologia ao abuso e à traição. Retiraremos nosso encarregado da embaixada", escreveu Correa em sua conta no Twitter. Mais tarde, foi a vez do governo do presidente da Venezuela, Nícolas Maduro, anunciar a retirada de seu embaixador do Brasil e o congelamento das relações com o país devido ao que designou como "golpe parlamentar". Segundo comunicado da chancelaria venezuelana, o país "decidiu retirar definitivamente seu embaixador na República Federativa do Brasil e congelar as relações políticas e diplomáticas com o governo surgido deste golpe parlamentar". Na manhã desta quarta, antes da votação da cassação de Dilma, o presidente boliviano, Evo Morales, também aliado de Dilma, havia dito que iria convocar seu embaixador em Brasília caso o impeachment da petista fosse aprovado. "Se prosperar o golpe parlamentar contra o governo democrático de Dilma, a Bolívia convocará seu embaixador. Defendamos a democracia e a paz", escreveu o presidente boliviano, que, no início da tarde, cumpriu a promessa e convocou o diplomata do país para consulta –em escala de severidade, a medida está um grau abaixo da tomada pela Venezuela.
0
Petrobras despenca após escolha de Bendine para comando da estatal
As ações da Petrobras operam com forte queda nesta sexta-feira (6) após a escolha do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para assumir o comando da estatal no lugar de Graça Foster. A desvalorização dos papéis faz com que Bolsa brasileira aprofunde a baixa antes da divulgação dos dados de emprego fora do setor agrícola nos Estados Unidos. Às 10h53, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tinha queda de 1,38%, para 48.552 pontos. Das 68 ações negociadas no índice, 63 caíam, quatro subiam e uma se mantinha inalterada. A maior queda do índice era protagonizada pelas ações da Petrobras, que desabavam mais de 5% após a escolha do atual chefe do Banco do Brasil para assumir a estatal. Às 10h54, os papéis preferenciais da empresa, os mais negociados, tinham desvalorização de 5,40%, para R$ 9,27. Os ordinários, com direito a voto, tinham queda de 5,48%, a R$ 9,13. Bendine esteve à frente do BB desde 8 de abril de 2009, em substituição ao então chefe do banco Antonio Francisco de Lima Neto. Ele foi escolhido para o cargo na gestão do ex-presidente Lula para reduzir os juros banco e o aumentar do volume de crédito. Na ocasião o mercado não gostou da mudança, e as ações do BB caíram 8,15% num dia em que a Bovespa subiu 0,82%. Investidores viram a troca como uma interferência do governo, que estaria insatisfeito com a demora do BB em reduzir suas taxas para estimular a economia e amenizar a crise de então. Às 10h54, as ações do Banco do Brasil tinham queda de 2,54%, para R$ 22,21. Bendine sofreu forte desgaste no banco e no governo nos últimos meses. Em agosto do ano passado, a Folha revelou que ele foi autuado pela Receita Federal por não comprovar a origem de aproximadamente R$ 280 mil em seu patrimônio. No mesmo mês, a Folha divulgou que um ex-motorista do BB, em depoimento ao Ministério Público Federal, afirmou que fez diversos pagamentos em dinheiro a pedido de Bendine e que também transportou recursos em espécie a mando do presidente do BB. Em outubro, a Folha mostrou que Val Marchiori obteve R$ 2,7 milhões num empréstimo subsidiado pelo governo, a partir de uma linha do BNDES, contrariando diversas normas internas do BB. CORREÇÃO DE LUCRO Para Leandro Martins, analista-chefe da Walpires Corretora, a queda dos papéis já era esperada, após as altas fortes registradas principalmente nos dois primeiros dias da semana. "O mercado acaba usando a informação do novo nome do presidente para correção de lucro. Não acredito que seja totalmente um impacto negativo pelo nome, mas sim um pretexto para o investidor que aproveita qualquer notícia para começar a vender", ressalta. Na avaliação do analista, a médio e longo prazo há expectativa de mudança. "A companhia chegou no fundo do poço. Por isso, agora há um viés mais positivo do que de queda na Petrobras", afirma. Ele lembra que, na gestão de Bendine, o Banco do Brasil apresentou bons balanços. "Apesar de ser um nome ligado ao governo, não acho a indicação tão ruim", diz. Os investidores aguardam ainda os dados sobre emprego fora do setor agrícola dos Estados Unidos, que são considerados pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) na hora de definir sua política monetária. No mercado doméstico, o IPCA (índice oficial de inflação) começou o ano pressionado, com alta de 1,24% em janeiro, a maior desde fevereiro de 2003 (1,57%). Em dezembro, o índice já havia sido elevado (0,78%), resultado que levou o IPCA a fechar o ano de 2014 muito perto do limiar da meta do governo -ficou em 6,41% para um teto de 6,5%. "A pressão inflacionária já estava precificada pelo mercado. Apesar de o dado de IPCA chamar a atenção, a Petrobras está roubando a cena nesse período", diz Martins. CÂMBIO No mercado cambial, o dólar opera em alta em relação ao real nesta sexta-feira. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 0,68%, para R$ 2,756, às 10h51. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, tinha alta de 0,40%, para R$ 2,756. Nesta manhã, o BC deu sequência às intervenções diárias no mercado de câmbio e vendeu 2.000 contratos de swap cambial (equivalentes à venda futura de dólar). Foram vendidos 1.000 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.000 contratos para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 98 milhões. O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de março, que equivalem a US$ 10,438 bilhões, com oferta de até 13.000 contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 25% do lote total.
mercado
Petrobras despenca após escolha de Bendine para comando da estatalAs ações da Petrobras operam com forte queda nesta sexta-feira (6) após a escolha do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para assumir o comando da estatal no lugar de Graça Foster. A desvalorização dos papéis faz com que Bolsa brasileira aprofunde a baixa antes da divulgação dos dados de emprego fora do setor agrícola nos Estados Unidos. Às 10h53, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tinha queda de 1,38%, para 48.552 pontos. Das 68 ações negociadas no índice, 63 caíam, quatro subiam e uma se mantinha inalterada. A maior queda do índice era protagonizada pelas ações da Petrobras, que desabavam mais de 5% após a escolha do atual chefe do Banco do Brasil para assumir a estatal. Às 10h54, os papéis preferenciais da empresa, os mais negociados, tinham desvalorização de 5,40%, para R$ 9,27. Os ordinários, com direito a voto, tinham queda de 5,48%, a R$ 9,13. Bendine esteve à frente do BB desde 8 de abril de 2009, em substituição ao então chefe do banco Antonio Francisco de Lima Neto. Ele foi escolhido para o cargo na gestão do ex-presidente Lula para reduzir os juros banco e o aumentar do volume de crédito. Na ocasião o mercado não gostou da mudança, e as ações do BB caíram 8,15% num dia em que a Bovespa subiu 0,82%. Investidores viram a troca como uma interferência do governo, que estaria insatisfeito com a demora do BB em reduzir suas taxas para estimular a economia e amenizar a crise de então. Às 10h54, as ações do Banco do Brasil tinham queda de 2,54%, para R$ 22,21. Bendine sofreu forte desgaste no banco e no governo nos últimos meses. Em agosto do ano passado, a Folha revelou que ele foi autuado pela Receita Federal por não comprovar a origem de aproximadamente R$ 280 mil em seu patrimônio. No mesmo mês, a Folha divulgou que um ex-motorista do BB, em depoimento ao Ministério Público Federal, afirmou que fez diversos pagamentos em dinheiro a pedido de Bendine e que também transportou recursos em espécie a mando do presidente do BB. Em outubro, a Folha mostrou que Val Marchiori obteve R$ 2,7 milhões num empréstimo subsidiado pelo governo, a partir de uma linha do BNDES, contrariando diversas normas internas do BB. CORREÇÃO DE LUCRO Para Leandro Martins, analista-chefe da Walpires Corretora, a queda dos papéis já era esperada, após as altas fortes registradas principalmente nos dois primeiros dias da semana. "O mercado acaba usando a informação do novo nome do presidente para correção de lucro. Não acredito que seja totalmente um impacto negativo pelo nome, mas sim um pretexto para o investidor que aproveita qualquer notícia para começar a vender", ressalta. Na avaliação do analista, a médio e longo prazo há expectativa de mudança. "A companhia chegou no fundo do poço. Por isso, agora há um viés mais positivo do que de queda na Petrobras", afirma. Ele lembra que, na gestão de Bendine, o Banco do Brasil apresentou bons balanços. "Apesar de ser um nome ligado ao governo, não acho a indicação tão ruim", diz. Os investidores aguardam ainda os dados sobre emprego fora do setor agrícola dos Estados Unidos, que são considerados pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) na hora de definir sua política monetária. No mercado doméstico, o IPCA (índice oficial de inflação) começou o ano pressionado, com alta de 1,24% em janeiro, a maior desde fevereiro de 2003 (1,57%). Em dezembro, o índice já havia sido elevado (0,78%), resultado que levou o IPCA a fechar o ano de 2014 muito perto do limiar da meta do governo -ficou em 6,41% para um teto de 6,5%. "A pressão inflacionária já estava precificada pelo mercado. Apesar de o dado de IPCA chamar a atenção, a Petrobras está roubando a cena nesse período", diz Martins. CÂMBIO No mercado cambial, o dólar opera em alta em relação ao real nesta sexta-feira. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 0,68%, para R$ 2,756, às 10h51. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, tinha alta de 0,40%, para R$ 2,756. Nesta manhã, o BC deu sequência às intervenções diárias no mercado de câmbio e vendeu 2.000 contratos de swap cambial (equivalentes à venda futura de dólar). Foram vendidos 1.000 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.000 contratos para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 98 milhões. O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de março, que equivalem a US$ 10,438 bilhões, com oferta de até 13.000 contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 25% do lote total.
2
Vírus da zika no Brasil é quase idêntico ao de surto no Pacífico em 2013
Um novo estudo comandado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) diz que a cepa do vírus da zika que circulou no Brasil, especialmente no Nordeste, é quase idêntica à cepa do surto que aconteceu na Polinésia Francesa, localizada no meio do oceano Pacífico, em 2013. A identidade é entre 97% e 100%. Em relação aos vírus "originais", que circulam em Uganda e no Senegal, na África, o grau de identidade ficou entre 87% e 90%. Os experimentos foram realizados a partir do líquido amniótico de duas mulheres grávidas que tiveram sintomas de zika e cujos bebês nasceram com microcefalia. Os primeiros resultados foram anunciados pela Fiocruz em novembro de 2015 e mudaram o paradigma da relação zika-microcefalia, tornando-a mais verossímil. Só agora, no entanto, os resultados são descritos, com mais detalhes, em um artigo científico, publicado na noite desta terça (17) no periódico "The Lancet". Outros possíveis causadores da má-formação foram descartados, como toxoplasmose, HIV, sífilis, sarampo, rubéola, citomegalovírus e herpes simplex. Para fazer a análise, os cientistas purificaram as amostras por filtros onde só partículas virais são capazes de passar. Depois, amontoaram (com o auxílio de uma centrífuga) os vírus em um montinho no fim de um tubo. Desse montinho, quase invisível, foi extraído todo o DNA. Ao trabalhar com esse material, os cientistas viram que apenas um tipo de vírus tinha representatividade no material das duas pacientes: o vírus da zika. "Esses achados reforçam a associação putativa entre o vírus da zika e os casos de microcefalia em neonatos no Brasil", escrevem os autores. "O vírus da zika deve ser considerado um agente infeccioso em potencial para fetos humanos." Curiosamente, o vírus da zika revelou-se um parente mais próximo dos vírus causadores da febre amarela e da encefalite japonesa do que dos quatro tipos de vírus da dengue. O vírus que causa a chikungunya, em relação a todos os anteriores, é um primo bem mais distante. Todos eles são da mesma família, dos flavivírus. Para os autores, agora são necessários estudos que confirmem o tropismo (atração) que o vírus teria pelo tecido nervoso –o que explicaria, ao menos em parte, a ocorrência de microcefalia. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
equilibrioesaude
Vírus da zika no Brasil é quase idêntico ao de surto no Pacífico em 2013Um novo estudo comandado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) diz que a cepa do vírus da zika que circulou no Brasil, especialmente no Nordeste, é quase idêntica à cepa do surto que aconteceu na Polinésia Francesa, localizada no meio do oceano Pacífico, em 2013. A identidade é entre 97% e 100%. Em relação aos vírus "originais", que circulam em Uganda e no Senegal, na África, o grau de identidade ficou entre 87% e 90%. Os experimentos foram realizados a partir do líquido amniótico de duas mulheres grávidas que tiveram sintomas de zika e cujos bebês nasceram com microcefalia. Os primeiros resultados foram anunciados pela Fiocruz em novembro de 2015 e mudaram o paradigma da relação zika-microcefalia, tornando-a mais verossímil. Só agora, no entanto, os resultados são descritos, com mais detalhes, em um artigo científico, publicado na noite desta terça (17) no periódico "The Lancet". Outros possíveis causadores da má-formação foram descartados, como toxoplasmose, HIV, sífilis, sarampo, rubéola, citomegalovírus e herpes simplex. Para fazer a análise, os cientistas purificaram as amostras por filtros onde só partículas virais são capazes de passar. Depois, amontoaram (com o auxílio de uma centrífuga) os vírus em um montinho no fim de um tubo. Desse montinho, quase invisível, foi extraído todo o DNA. Ao trabalhar com esse material, os cientistas viram que apenas um tipo de vírus tinha representatividade no material das duas pacientes: o vírus da zika. "Esses achados reforçam a associação putativa entre o vírus da zika e os casos de microcefalia em neonatos no Brasil", escrevem os autores. "O vírus da zika deve ser considerado um agente infeccioso em potencial para fetos humanos." Curiosamente, o vírus da zika revelou-se um parente mais próximo dos vírus causadores da febre amarela e da encefalite japonesa do que dos quatro tipos de vírus da dengue. O vírus que causa a chikungunya, em relação a todos os anteriores, é um primo bem mais distante. Todos eles são da mesma família, dos flavivírus. Para os autores, agora são necessários estudos que confirmem o tropismo (atração) que o vírus teria pelo tecido nervoso –o que explicaria, ao menos em parte, a ocorrência de microcefalia. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
8
Alejandro Sanz e Enrique Iglesias são investigados sob suspeita de sonegação
Alejandro Sanz, Julio Iglesias e seu filho Enrique, astros da música espanhola, são alvos de uma investigação da administração fiscal do Panamá, sob suspeita de sonegação de impostos, segundo reportagem do jornal "El País". Shows realizados no país entre 2011 e 2014 teriam gerado ganhos ilícitos aos artistas e às empresas que os contrataram, segundo a publicação. O cantor Raphael e as bandas Oreja de Van Gogh e Jarabe de Palo, populares na Espanha, também foram nomeados no inquérito. Documentos obtidos pelo jornal indicam que as autoridades panamenhas têm "suspeitas" e "motivos" para acreditar que os cantores declararam ao fisco contratos falsos, com valores bem inferiores aos que realmente receberam pelas apresentações. Enrique Iglesias, por exemplo, teria declarado um cachê de US$ 90 mil (R$ 345 mil) pelo show que fez no Centro de Convenções da Cidade do Panamá, em agosto de 2014, mais um adicional de US$ 50 mil (R$ 192 mil) pelas passagens de avião e outras despesas. Segundo o "El País", o músico normalmente rebebe US$ 500 mil (R$ 1,9 milhão) por apresentação. O Tesouro panamenho teria pedido à Espanha ajuda para examinar o imposto de renda dos investigados. A Agência Tributária do país não confirmou a informação. Nenhum dos artistas citados na reportagem se pronunciou sobre o caso. Joe Bonilla, representante de Enrique Iglesias, enviou ao jornal a seguinte nota: "Sem comentários".
ilustrada
Alejandro Sanz e Enrique Iglesias são investigados sob suspeita de sonegaçãoAlejandro Sanz, Julio Iglesias e seu filho Enrique, astros da música espanhola, são alvos de uma investigação da administração fiscal do Panamá, sob suspeita de sonegação de impostos, segundo reportagem do jornal "El País". Shows realizados no país entre 2011 e 2014 teriam gerado ganhos ilícitos aos artistas e às empresas que os contrataram, segundo a publicação. O cantor Raphael e as bandas Oreja de Van Gogh e Jarabe de Palo, populares na Espanha, também foram nomeados no inquérito. Documentos obtidos pelo jornal indicam que as autoridades panamenhas têm "suspeitas" e "motivos" para acreditar que os cantores declararam ao fisco contratos falsos, com valores bem inferiores aos que realmente receberam pelas apresentações. Enrique Iglesias, por exemplo, teria declarado um cachê de US$ 90 mil (R$ 345 mil) pelo show que fez no Centro de Convenções da Cidade do Panamá, em agosto de 2014, mais um adicional de US$ 50 mil (R$ 192 mil) pelas passagens de avião e outras despesas. Segundo o "El País", o músico normalmente rebebe US$ 500 mil (R$ 1,9 milhão) por apresentação. O Tesouro panamenho teria pedido à Espanha ajuda para examinar o imposto de renda dos investigados. A Agência Tributária do país não confirmou a informação. Nenhum dos artistas citados na reportagem se pronunciou sobre o caso. Joe Bonilla, representante de Enrique Iglesias, enviou ao jornal a seguinte nota: "Sem comentários".
1
Acidente com trens deixa pelo menos 158 feridos na Baixada Fluminense
Ao menos 158 passageiros ficaram feridos na noite desta segunda-feira (5) após uma batida envolvendo dois trens na estação Presidente Juscelino Kubitschek, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Segundo a Secretaria Estadual de Transportes, todas as vítimas sofreram ferimentos leves. Os feridos foram levados por bombeiros, ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e transportes alternativos para o Hospital Geral de Nova Iguaçu, na Posse, além dos hospitais estaduais Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias, também na Baixada Fluminense, Getúlio Vargas, na Penha (zona norte do Rio), e Albert Schweitzer, em Realengo, zona oeste. Somente no Hospital da Posse [o Geral de Nova Iguaçu] foram atendidas 158 vítimas, segundo informou a assessoria de imprensa da unidade. A maioria já recebeu atendimento e foi liberado. Sete feridos continuam internados na manhã desta terça e passam por novos exames. Ainda de acordo com médicos, todos os pacientes estão estáveis. De acordo com a Supervia, concessionária do transporte ferroviário, a circulação do ramal Japeri foi normalizada às 7h. Passageiros ouvidos pela Folha, na noite desta segunda, relataram o momento da colisão. 'Meu trem estava parado e cheio, quando o outro bateu. Tinha mulheres grávidas, idosos, e todos foram arremessados. Bati minha cabeça e sofri um corte. Levei oito pontos. O meu trem veio parando muito, inclusive entre as estações', disse o administrador Werlley Mendonça, 29, que voltava do trabalho e destacou que o transporte já apresentava problemas no trajeto. MULTA A Folha entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde para saber informações dos feridos levados para os outros hospitais, mas não obteve retorno até as 10h30. Mais cedo, o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório, afirmou em entrevista ao "Bom Dia Rio", na TV Globo, que a Supervia será multada pelo acidente. " O acidente é gravíssimo e a falha é inadmissível. Não pode acontecer. Técnicos da Agetransp foram ao local para recolher materiais e investigar de forma independente o que aconteceu", disse o secretário. A reportagem também procurou a Agetransp (agência reguladora do transporte público no Rio) para saber o valor da multa contra a Supervia, mas o órgão informou que ainda apura as circunstâncias do acidente para aplicar a punição. De acordo com a concessionária que administra o transporte, um trem que seguia da Central do Brasil, no centro do Rio, rumo a Japeri, na Baixada, bateu na traseira de outro, que estava parado, realizando o embarque e desembarque de passageiros. Em nota divulgada nesta terça, a Supervia disse que a circulação do ramal Japeri foi normalizada às 7h, após equipes técnicas concluírem as vistorias e liberarem a via na estação Presidente Juscelino Kubitschek. "Um grupo de técnicos e peritos da Supervia continua com o levantamento de todos os dados nas composições e no Centro de Controle Operacional para definir com o máximo rigor as razões e as responsabilidades pelo acidente. Na manhã de hoje será formada uma Comissão de Sindicância, com a participação da Agência Reguladora, para apurar as causas do acidente, que serão divulgadas em 30 dias", afirmou a concessionária, em nota. A Supervia informou ainda que a equipe do Serviço Social da concessionária acompanha os feridos nos hospitais. O caso também está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio. Colaboração BRUNA FANTTI
cotidiano
Acidente com trens deixa pelo menos 158 feridos na Baixada FluminenseAo menos 158 passageiros ficaram feridos na noite desta segunda-feira (5) após uma batida envolvendo dois trens na estação Presidente Juscelino Kubitschek, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Segundo a Secretaria Estadual de Transportes, todas as vítimas sofreram ferimentos leves. Os feridos foram levados por bombeiros, ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e transportes alternativos para o Hospital Geral de Nova Iguaçu, na Posse, além dos hospitais estaduais Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias, também na Baixada Fluminense, Getúlio Vargas, na Penha (zona norte do Rio), e Albert Schweitzer, em Realengo, zona oeste. Somente no Hospital da Posse [o Geral de Nova Iguaçu] foram atendidas 158 vítimas, segundo informou a assessoria de imprensa da unidade. A maioria já recebeu atendimento e foi liberado. Sete feridos continuam internados na manhã desta terça e passam por novos exames. Ainda de acordo com médicos, todos os pacientes estão estáveis. De acordo com a Supervia, concessionária do transporte ferroviário, a circulação do ramal Japeri foi normalizada às 7h. Passageiros ouvidos pela Folha, na noite desta segunda, relataram o momento da colisão. 'Meu trem estava parado e cheio, quando o outro bateu. Tinha mulheres grávidas, idosos, e todos foram arremessados. Bati minha cabeça e sofri um corte. Levei oito pontos. O meu trem veio parando muito, inclusive entre as estações', disse o administrador Werlley Mendonça, 29, que voltava do trabalho e destacou que o transporte já apresentava problemas no trajeto. MULTA A Folha entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde para saber informações dos feridos levados para os outros hospitais, mas não obteve retorno até as 10h30. Mais cedo, o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório, afirmou em entrevista ao "Bom Dia Rio", na TV Globo, que a Supervia será multada pelo acidente. " O acidente é gravíssimo e a falha é inadmissível. Não pode acontecer. Técnicos da Agetransp foram ao local para recolher materiais e investigar de forma independente o que aconteceu", disse o secretário. A reportagem também procurou a Agetransp (agência reguladora do transporte público no Rio) para saber o valor da multa contra a Supervia, mas o órgão informou que ainda apura as circunstâncias do acidente para aplicar a punição. De acordo com a concessionária que administra o transporte, um trem que seguia da Central do Brasil, no centro do Rio, rumo a Japeri, na Baixada, bateu na traseira de outro, que estava parado, realizando o embarque e desembarque de passageiros. Em nota divulgada nesta terça, a Supervia disse que a circulação do ramal Japeri foi normalizada às 7h, após equipes técnicas concluírem as vistorias e liberarem a via na estação Presidente Juscelino Kubitschek. "Um grupo de técnicos e peritos da Supervia continua com o levantamento de todos os dados nas composições e no Centro de Controle Operacional para definir com o máximo rigor as razões e as responsabilidades pelo acidente. Na manhã de hoje será formada uma Comissão de Sindicância, com a participação da Agência Reguladora, para apurar as causas do acidente, que serão divulgadas em 30 dias", afirmou a concessionária, em nota. A Supervia informou ainda que a equipe do Serviço Social da concessionária acompanha os feridos nos hospitais. O caso também está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio. Colaboração BRUNA FANTTI
6
PSDB não tem nome que una sigla na disputa pela Prefeitura de SP
No dia 12 de janeiro, Maria Maronita de Jesus da Silva saiu de Sapopemba, na zona leste de São Paulo, e percorreu 30 quilômetros até o Jardim Europa com um único objetivo: conseguir apoio financeiro para manter as atividades do Centro de Apoio de Saúde da Leste (Casal), entidade que fundou em 2005. No sofá da recepção do comitê político de João Doria, pré-candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, dona Maronita disse à Folha estar filiada ao partido "há mais de 22 anos", mas admitiu não ter "interesse nenhum na militância partidária". "Quero conseguir um empresário para me ajudar." Hoje, segundo o Tribunal Regional Eleitoral, 27 mil filiados tucanos estão aptos a votar na disputa interna, que, além do empresário e apresentador de TV Doria, tem o vereador Andrea Matarazzo e o deputado federal Ricardo Tripoli como candidatos. É a segunda vez que o PSDB paulistano recorre à consulta a militantes. Em 2012, dos 21 mil filiados, apenas 6.000 participaram do processo que escolheu o hoje senador José Serra. Para definição de seu candidato da eleição de 2016, o PSDB segue o script de sua história em disputas eleitorais e, mais uma vez, tucanos chegam rachados às vésperas do início da campanha pela Prefeitura de São Paulo. A divisão é vista por caciques do partido como importante ingrediente que pode beneficiar a candidatura à reeleição de Fernando Haddad, mesmo com o desgaste do PT e a impopularidade do prefeito. DOIS CONTRA UM Desde que o governador Geraldo Alckmin sinalizou apoio a João Doria, no início de dezembro, a pré-candidatura do empresário mudou de patamar. Os staffs de Matarazzo e Tripoli passaram a trabalhar para desidratar a inserção de Doria no ninho tucano, apostando no discurso de despreparo do adversário, filiado ao partido desde 2000. "A prefeitura é a consagração da carreira pública, não é um lugar para aprender. É um lugar de chegada, não de partida", repete Matarazzo. Ex-embaixador do Brasil na Itália, assumiu a Subprefeitura da Sé em 2005, no governo de José Serra. "Troquei a piazza Navona pela praça da Sé." Depois, virou secretário municipal de Serviços e de Coordenação das Subprefeituras, adentrando a gestão Gilberto Kassab (2006-2012). De olho no Executivo, Matarazzo se elegeu vereador em 2012. Orgulha-se de ter usado o mandato para circular pelos bairros –o que aposta que lhe será útil como prefeitável. Para resgatar parte dos filiados que já tinha migrado para o lado de João Doria, Ricardo Tripoli, que entrou na disputa interna há menos de vinte dias, montou uma força-tarefa de militantes que fazem porta a porta. Coordenados também pelo deputado federal Bruno Covas e pelo presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, tucanos saem pela cidade batendo na porta dos filiados para convencê-los de que Tripoli é o melhor nome. Em 2012, quando disputaram com Serra a indicação do partido, Tripoli e Aníbal tiveram juntos 40% dos votos. "Chegou a hora de um filiado como eu disputar e ganhar essas prévias, de um representante legítimo de vocês ganhar a eleição de São Paulo", disse o deputado aos 30 militantes tucanos que reuniu no sábado (21) no Jaraguá. "Não somos um candidato eventual. Formamos durante muitos anos uma condição de vir aqui hoje e me apresentar para vocês como candidato", emendou, lembrando os 34 anos de vida pública. Matarazzo tem feito uma pré-campanha, como ele diz, "sem pirotecnia". Em vez de jantares e eventos, prioriza encontros menores com líderes locais, certo de já ser conhecido pelos filiados. "Andrea é o candidato natural, não uma construção artificial", defendeu a militante Aline Cardoso em almoço com membros do diretório tucano em uma cantina tradicional da Freguesia do Ó no último dia 18. Nesses encontros, o vereador não tem aparecido com as gravatas italianas e abotoaduras de ouro que o marcaram em 2011, quando iria disputar a indicação, mas abandonou as prévias para não concorrer com Serra. A correligionários e à imprensa o pré-candidato tem adotado um discurso com foco no social e na periferia. A ideia é firmar-se como uma opção à esquerda de Doria e mais identificada com o "PSDB histórico". Para isso, tem apoio de tucanos proeminentes, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os senadores Serra e Aloysio Nunes e da bancada do PSDB na Câmara. Matarazzo rejeita os rótulos de elitista, por descender de uma das mais tradicionais famílias da cidade, e de higienista, apontado por grupos ligados a moradores de ruas. PRIVATIZAÇÕES Nos bastidores, comenta-se que Doria estaria pagando filiados para participarem de eventos. Para rebater, o empresário passou a repetir o mesmo discurso em encontros com militantes: "Não quero o voto de alguém que, em troca, queira emprego ou favor". Ele também quer acabar com secretarias temáticas, como de mulheres, índios e jovens. "Não vai ter nenhuma secretaria que não possa demonstrar que todos são iguais e têm a mesma legitimidade." Promete privatizar o estádio do Pacaembu, o autódromo de Interlagos e o Anhembi. "Sou um defensor do Estado eficiente e suficiente. Estado inchado quem gosta é o PT, coisa da política maldita deles", afirma. Fundador do Grupo Doria, que reúne seis empresas, entre elas o Lide (Grupo de Líderes Empresariais, formado por 1.700 empresas, que representam juntas 52% do PIB privado do país), ele repete em todas as suas agendas com militantes ter "um bom padrão de vida" e, por isso, promete abrir mão do salário de prefeito. "Desde o primeiro dia de mandato, não vou receber o salário. Se for obrigado, vou doar para entidades do terceiro setor para dar demonstração clara de como vamos governar", disse aos militantes do distrito de Ponte Rasa, na zona leste da cidade. O empresário usava uma camisa branca Ricardo Almeida (entre R$ 279 e R$ 1.029) e um dos relógios de sua coleção de Patek Philipe, que custa cerca de € 15 mil. O exemplar, segundo Doria contou à reportagem, foi presente de Victor, da dupla sertaneja Victor & Leo.
poder
PSDB não tem nome que una sigla na disputa pela Prefeitura de SPNo dia 12 de janeiro, Maria Maronita de Jesus da Silva saiu de Sapopemba, na zona leste de São Paulo, e percorreu 30 quilômetros até o Jardim Europa com um único objetivo: conseguir apoio financeiro para manter as atividades do Centro de Apoio de Saúde da Leste (Casal), entidade que fundou em 2005. No sofá da recepção do comitê político de João Doria, pré-candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, dona Maronita disse à Folha estar filiada ao partido "há mais de 22 anos", mas admitiu não ter "interesse nenhum na militância partidária". "Quero conseguir um empresário para me ajudar." Hoje, segundo o Tribunal Regional Eleitoral, 27 mil filiados tucanos estão aptos a votar na disputa interna, que, além do empresário e apresentador de TV Doria, tem o vereador Andrea Matarazzo e o deputado federal Ricardo Tripoli como candidatos. É a segunda vez que o PSDB paulistano recorre à consulta a militantes. Em 2012, dos 21 mil filiados, apenas 6.000 participaram do processo que escolheu o hoje senador José Serra. Para definição de seu candidato da eleição de 2016, o PSDB segue o script de sua história em disputas eleitorais e, mais uma vez, tucanos chegam rachados às vésperas do início da campanha pela Prefeitura de São Paulo. A divisão é vista por caciques do partido como importante ingrediente que pode beneficiar a candidatura à reeleição de Fernando Haddad, mesmo com o desgaste do PT e a impopularidade do prefeito. DOIS CONTRA UM Desde que o governador Geraldo Alckmin sinalizou apoio a João Doria, no início de dezembro, a pré-candidatura do empresário mudou de patamar. Os staffs de Matarazzo e Tripoli passaram a trabalhar para desidratar a inserção de Doria no ninho tucano, apostando no discurso de despreparo do adversário, filiado ao partido desde 2000. "A prefeitura é a consagração da carreira pública, não é um lugar para aprender. É um lugar de chegada, não de partida", repete Matarazzo. Ex-embaixador do Brasil na Itália, assumiu a Subprefeitura da Sé em 2005, no governo de José Serra. "Troquei a piazza Navona pela praça da Sé." Depois, virou secretário municipal de Serviços e de Coordenação das Subprefeituras, adentrando a gestão Gilberto Kassab (2006-2012). De olho no Executivo, Matarazzo se elegeu vereador em 2012. Orgulha-se de ter usado o mandato para circular pelos bairros –o que aposta que lhe será útil como prefeitável. Para resgatar parte dos filiados que já tinha migrado para o lado de João Doria, Ricardo Tripoli, que entrou na disputa interna há menos de vinte dias, montou uma força-tarefa de militantes que fazem porta a porta. Coordenados também pelo deputado federal Bruno Covas e pelo presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, tucanos saem pela cidade batendo na porta dos filiados para convencê-los de que Tripoli é o melhor nome. Em 2012, quando disputaram com Serra a indicação do partido, Tripoli e Aníbal tiveram juntos 40% dos votos. "Chegou a hora de um filiado como eu disputar e ganhar essas prévias, de um representante legítimo de vocês ganhar a eleição de São Paulo", disse o deputado aos 30 militantes tucanos que reuniu no sábado (21) no Jaraguá. "Não somos um candidato eventual. Formamos durante muitos anos uma condição de vir aqui hoje e me apresentar para vocês como candidato", emendou, lembrando os 34 anos de vida pública. Matarazzo tem feito uma pré-campanha, como ele diz, "sem pirotecnia". Em vez de jantares e eventos, prioriza encontros menores com líderes locais, certo de já ser conhecido pelos filiados. "Andrea é o candidato natural, não uma construção artificial", defendeu a militante Aline Cardoso em almoço com membros do diretório tucano em uma cantina tradicional da Freguesia do Ó no último dia 18. Nesses encontros, o vereador não tem aparecido com as gravatas italianas e abotoaduras de ouro que o marcaram em 2011, quando iria disputar a indicação, mas abandonou as prévias para não concorrer com Serra. A correligionários e à imprensa o pré-candidato tem adotado um discurso com foco no social e na periferia. A ideia é firmar-se como uma opção à esquerda de Doria e mais identificada com o "PSDB histórico". Para isso, tem apoio de tucanos proeminentes, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os senadores Serra e Aloysio Nunes e da bancada do PSDB na Câmara. Matarazzo rejeita os rótulos de elitista, por descender de uma das mais tradicionais famílias da cidade, e de higienista, apontado por grupos ligados a moradores de ruas. PRIVATIZAÇÕES Nos bastidores, comenta-se que Doria estaria pagando filiados para participarem de eventos. Para rebater, o empresário passou a repetir o mesmo discurso em encontros com militantes: "Não quero o voto de alguém que, em troca, queira emprego ou favor". Ele também quer acabar com secretarias temáticas, como de mulheres, índios e jovens. "Não vai ter nenhuma secretaria que não possa demonstrar que todos são iguais e têm a mesma legitimidade." Promete privatizar o estádio do Pacaembu, o autódromo de Interlagos e o Anhembi. "Sou um defensor do Estado eficiente e suficiente. Estado inchado quem gosta é o PT, coisa da política maldita deles", afirma. Fundador do Grupo Doria, que reúne seis empresas, entre elas o Lide (Grupo de Líderes Empresariais, formado por 1.700 empresas, que representam juntas 52% do PIB privado do país), ele repete em todas as suas agendas com militantes ter "um bom padrão de vida" e, por isso, promete abrir mão do salário de prefeito. "Desde o primeiro dia de mandato, não vou receber o salário. Se for obrigado, vou doar para entidades do terceiro setor para dar demonstração clara de como vamos governar", disse aos militantes do distrito de Ponte Rasa, na zona leste da cidade. O empresário usava uma camisa branca Ricardo Almeida (entre R$ 279 e R$ 1.029) e um dos relógios de sua coleção de Patek Philipe, que custa cerca de € 15 mil. O exemplar, segundo Doria contou à reportagem, foi presente de Victor, da dupla sertaneja Victor & Leo.
0
Bayern leva quatro do Wolfsburg e perde invencibilidade no Alemão
Atual bicampeão, o Bayern de Munique foi goleado pelo Wolfsburg por 4 a 1, no duelo entre os dois líderes do Campeonato Alemão. Com o resultado, o time do técnico Pep Guardiola perdeu a invencibilidade na competição. O principal destaque do jogo foi o meia belga Kevin De Bruyne, autor de dois gols e de um passe para outro. No primeiro gol, o volante Luís Gustavo roubou a bola no campo de defesa e iniciou contra-ataque. Na sequência, De Bruyne encontrou o holandês Bas Dost sem marcação, que abriu o placar aos 3 min. Dost ampliou a vantagem nos acréscimos da primeira etapa, ao bater no ângulo esquerdo de Manuel Neuer. Aos 8 min da etapa final, De Bruyne aproveitou passe de Maximilian Arnold e, livre, desviou de Neuer. Dois minutos depois, o espanhol Juan Bernat descontou depois de uma falha do zagueiro brasileiro Naldo. De Bruyne fez o quarto aos 28. O meia driblou Dante e finalizou no ângulo para selar a vitória. Mesmo com a derrota, a equipe de Munique segue na liderança folgada com 35 pontos, oito a mais do que o Wolfsburg, segundo colocado.
esporte
Bayern leva quatro do Wolfsburg e perde invencibilidade no AlemãoAtual bicampeão, o Bayern de Munique foi goleado pelo Wolfsburg por 4 a 1, no duelo entre os dois líderes do Campeonato Alemão. Com o resultado, o time do técnico Pep Guardiola perdeu a invencibilidade na competição. O principal destaque do jogo foi o meia belga Kevin De Bruyne, autor de dois gols e de um passe para outro. No primeiro gol, o volante Luís Gustavo roubou a bola no campo de defesa e iniciou contra-ataque. Na sequência, De Bruyne encontrou o holandês Bas Dost sem marcação, que abriu o placar aos 3 min. Dost ampliou a vantagem nos acréscimos da primeira etapa, ao bater no ângulo esquerdo de Manuel Neuer. Aos 8 min da etapa final, De Bruyne aproveitou passe de Maximilian Arnold e, livre, desviou de Neuer. Dois minutos depois, o espanhol Juan Bernat descontou depois de uma falha do zagueiro brasileiro Naldo. De Bruyne fez o quarto aos 28. O meia driblou Dante e finalizou no ângulo para selar a vitória. Mesmo com a derrota, a equipe de Munique segue na liderança folgada com 35 pontos, oito a mais do que o Wolfsburg, segundo colocado.
4
Amazon cancela série de criador de 'Arquivo X'
A Amazon anunciou nesta segunda (5) que não produzirá episódios adicionais da série "The After", thriller de ficção científica de Chris Carter, criador de "Arquivo X". Durante a temporada de pilotos, em fevereiro, quando a Amazon disponibiliza o primeiro episódio de diversas séries originais para que o público vote em suas favoritas, "The After" foi a mais bem avaliada. Entre as produções disponíveis estavam as elogiadas "Transparent" e "Mozart in the Jungle" —que ganharam episódios adicionais. Segundo a revista "Variety", a Amazon nunca chegou a produzir outros episódios da série. Em março, o site havia anunciado que o projeto do thriller seria levado adiante. A Amazon não deu detalhes de porque a série foi cancelada. Na trama, os atores Adrian Pasdar ("Heroes"), Sharon Lawrence ("Rizzoli & Isles") e Jamie Kennedy ("The Cleveland Show") formariam um grupo de sobreviventes a um evento apocalíptico.
ilustrada
Amazon cancela série de criador de 'Arquivo X'A Amazon anunciou nesta segunda (5) que não produzirá episódios adicionais da série "The After", thriller de ficção científica de Chris Carter, criador de "Arquivo X". Durante a temporada de pilotos, em fevereiro, quando a Amazon disponibiliza o primeiro episódio de diversas séries originais para que o público vote em suas favoritas, "The After" foi a mais bem avaliada. Entre as produções disponíveis estavam as elogiadas "Transparent" e "Mozart in the Jungle" —que ganharam episódios adicionais. Segundo a revista "Variety", a Amazon nunca chegou a produzir outros episódios da série. Em março, o site havia anunciado que o projeto do thriller seria levado adiante. A Amazon não deu detalhes de porque a série foi cancelada. Na trama, os atores Adrian Pasdar ("Heroes"), Sharon Lawrence ("Rizzoli & Isles") e Jamie Kennedy ("The Cleveland Show") formariam um grupo de sobreviventes a um evento apocalíptico.
1
Peça híbrida convida público a experiência com o tempo
TCHÉKHOV É UM COGUMELO (muito bom) QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom. e feriado, às 18h; até 8/10 ONDE Sesc Consolação - Teatro Anchieta, r. Dr. Vila Nova, 245, tel. (11) 3234-3000 QUANTO R$ 12 a R$ 40 CLASSIFICAÇÃO 14 anos * O hibridismo, termo da moda que descreve a combinação de diferentes linguagens nas artes contemporâneas, chama a atenção logo de saída em "Tchékhov É um Cogumelo". Performance, instalação sonora, vídeo e encenação teatral são os recursos de que lança mão o espetáculo concebido e dirigido por André Guerreiro Lopes. O arranjo se arrisca a exagerar na excentricidade e ambição quando se somam a ele referências à meditação e à neurociência. Tal estranhamento, no entanto, aos poucos se dissipa, à medida que os vários elementos se acomodam em torno da figura do diretor e da experiência com o tempo. Ele está em cena, meditando na lateral do palco. Suas ondas cerebrais, captadas por um capacete, disparam uma instalação sonora que pretende interferir em duas narrativas intercaladas. Na primeira, um vídeo de 1995, o encenador José Celso Martinez Corrêa rememora a montagem de "As Três Irmãs", de Tchékhov, pelo Teatro Oficina nos anos 1970 –quando os ensaios transcorreram ao sabor de substâncias alucinógenas. A segunda narrativa é a encenação do texto do dramaturgo russo, que acontece atrás da tela sobre a qual o vídeo é projetado. A mente e a memória de Guerreiro Lopes envolvem ambas. No início da peça, um texto explica a proximidade entre alucinógenos e meditação quanto aos efeitos na "consciência de si". A encenação então conjuga a meditação que o diretor pratica com a entrevista com Zé Celso no passado e ainda com suas experiências –por exemplo, como assistente do diretor americano Bob Wilson. A encenação do clássico russo é o segmento mais bem-sucedido do espetáculo, sem que se desprezem as inspiradas reflexões de Zé Celso. Elegeram-se algumas cenas do texto de Tchékhov, apresentadas como quadros quase estáticos, de grande beleza plástica. Em outros momentos, a voz é o foco, a partir de jogos com ritmo e repetição. A gestualidade marcada das ótimas atrizes (Helena Ignez, Djin Sganzerla e Michele Matalon), a iluminação que recorta espaços no palco e a descontinuidade das cenas são alguns traços do chamado teatro pós-dramático, em voga desde os anos 1970. Aplicados a esse texto de Tchékhov –que, como já se disse, apresenta a crise do diálogo e da ação que corroeu o drama como gênero teatral–, tais recursos dão materialidade ao presente arrastado das três irmãs, que sonham com a vida em Moscou. A semelhança na caracterização das atrizes, de longos cabelos e vestidos, por vezes funde as irmãs em uma mulher só, sem idade. O isolamento das personagens, encerradas em seus monólogos, atinge sua expressão mais pungente na distribuição esparsa dos atores pelo palco em uma das cenas finais. O espectador passa a integrar, então, a experiência do tempo dilatado, desde que também consiga fugir da "consciência do eu", mergulhando nas camadas da peça com sua percepção.
ilustrada
Peça híbrida convida público a experiência com o tempoTCHÉKHOV É UM COGUMELO (muito bom) QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom. e feriado, às 18h; até 8/10 ONDE Sesc Consolação - Teatro Anchieta, r. Dr. Vila Nova, 245, tel. (11) 3234-3000 QUANTO R$ 12 a R$ 40 CLASSIFICAÇÃO 14 anos * O hibridismo, termo da moda que descreve a combinação de diferentes linguagens nas artes contemporâneas, chama a atenção logo de saída em "Tchékhov É um Cogumelo". Performance, instalação sonora, vídeo e encenação teatral são os recursos de que lança mão o espetáculo concebido e dirigido por André Guerreiro Lopes. O arranjo se arrisca a exagerar na excentricidade e ambição quando se somam a ele referências à meditação e à neurociência. Tal estranhamento, no entanto, aos poucos se dissipa, à medida que os vários elementos se acomodam em torno da figura do diretor e da experiência com o tempo. Ele está em cena, meditando na lateral do palco. Suas ondas cerebrais, captadas por um capacete, disparam uma instalação sonora que pretende interferir em duas narrativas intercaladas. Na primeira, um vídeo de 1995, o encenador José Celso Martinez Corrêa rememora a montagem de "As Três Irmãs", de Tchékhov, pelo Teatro Oficina nos anos 1970 –quando os ensaios transcorreram ao sabor de substâncias alucinógenas. A segunda narrativa é a encenação do texto do dramaturgo russo, que acontece atrás da tela sobre a qual o vídeo é projetado. A mente e a memória de Guerreiro Lopes envolvem ambas. No início da peça, um texto explica a proximidade entre alucinógenos e meditação quanto aos efeitos na "consciência de si". A encenação então conjuga a meditação que o diretor pratica com a entrevista com Zé Celso no passado e ainda com suas experiências –por exemplo, como assistente do diretor americano Bob Wilson. A encenação do clássico russo é o segmento mais bem-sucedido do espetáculo, sem que se desprezem as inspiradas reflexões de Zé Celso. Elegeram-se algumas cenas do texto de Tchékhov, apresentadas como quadros quase estáticos, de grande beleza plástica. Em outros momentos, a voz é o foco, a partir de jogos com ritmo e repetição. A gestualidade marcada das ótimas atrizes (Helena Ignez, Djin Sganzerla e Michele Matalon), a iluminação que recorta espaços no palco e a descontinuidade das cenas são alguns traços do chamado teatro pós-dramático, em voga desde os anos 1970. Aplicados a esse texto de Tchékhov –que, como já se disse, apresenta a crise do diálogo e da ação que corroeu o drama como gênero teatral–, tais recursos dão materialidade ao presente arrastado das três irmãs, que sonham com a vida em Moscou. A semelhança na caracterização das atrizes, de longos cabelos e vestidos, por vezes funde as irmãs em uma mulher só, sem idade. O isolamento das personagens, encerradas em seus monólogos, atinge sua expressão mais pungente na distribuição esparsa dos atores pelo palco em uma das cenas finais. O espectador passa a integrar, então, a experiência do tempo dilatado, desde que também consiga fugir da "consciência do eu", mergulhando nas camadas da peça com sua percepção.
1
Samsung suspende venda do Galaxy Note 7 após baterias pegarem fogo
A Samsung Electronics anunciou nesta sexta-feira (2) que vai suspender a venda do smartphone Galaxy Note 7 em dez mercados após casos em que baterias do modelo explodiram. A empresa informou que substituirá os aparelhos de quem comprou o smartphone, que não chegou a ser lançado oficialmente no Brasil. "Recebemos várias informações sobre a explosão da bateria do Note 7, que foi lançado oficialmente em 19 de agosto", afirmou à imprensa o diretor da divisão de celulares inteligentes da Samsung, Koh Dong-Jin. "Foi confirmado que era um problema da bateria", disse. Ele afirmou a jornalistas que lamenta o recall e que a substituição vai afetar mercados que incluem a Coreia do Sul e os Estados Unidos, mas não a China, onde o aparelho foi equipado com uma bateria diferente. A Samsung já vendeu 1 milhão de aparelhos Galaxy Note 7 na Coreia do Sul e nos Estados Unidos. No mundo, o número chega a 2,5 milhões. Até o esta quinta-feira (1), ocorreram 35 casos que foram relatados problemas de bateria. Donos do aparelho começaram a publicar fotos e vídeos do Note 7, alguns deles totalmente carbonizados. Os internautas afirmaram que o smartphone pegou fogo de forma súbita. Os problemas levaram a Samsung a suspender as entregas no mercado interno e a atrasar o lançamento do produto em alguns mercados europeus e no Brasil. A situação representa um grande revés para a empresa sul-coreana, que havia anunciado em julho uma alta do lucro superior ao previsto no segundo trimestre, graças às boas vendas dos modelos Galaxy S7 e S7 Edge. A divisão de celulares da Samsung foi responsável por cerca de 54% do lucro operacional da companhia no primeiro semestre, de 14,8 trilhões de wons. Nos últimos anos, a empresa enfrenta a concorrência da Apple nos modelos de alto custo e de fabricantes chineses, como a Huawei, nos produtos de médio e baixo custo. "Estou mais preocupado sobre a potencial redução nas vendas do que com os custos do recall", disse o analista Jay Yoo, da Korea Investment & Securities. "O recall provavelmente será um golpe para o resultado [da empresa]." A Samsung afirmou que as vendas do Note 7 serão retomadas nos mercados afetados assim que a empresa lidar com o recall, um processo que deve levar duas semanas.
mercado
Samsung suspende venda do Galaxy Note 7 após baterias pegarem fogoA Samsung Electronics anunciou nesta sexta-feira (2) que vai suspender a venda do smartphone Galaxy Note 7 em dez mercados após casos em que baterias do modelo explodiram. A empresa informou que substituirá os aparelhos de quem comprou o smartphone, que não chegou a ser lançado oficialmente no Brasil. "Recebemos várias informações sobre a explosão da bateria do Note 7, que foi lançado oficialmente em 19 de agosto", afirmou à imprensa o diretor da divisão de celulares inteligentes da Samsung, Koh Dong-Jin. "Foi confirmado que era um problema da bateria", disse. Ele afirmou a jornalistas que lamenta o recall e que a substituição vai afetar mercados que incluem a Coreia do Sul e os Estados Unidos, mas não a China, onde o aparelho foi equipado com uma bateria diferente. A Samsung já vendeu 1 milhão de aparelhos Galaxy Note 7 na Coreia do Sul e nos Estados Unidos. No mundo, o número chega a 2,5 milhões. Até o esta quinta-feira (1), ocorreram 35 casos que foram relatados problemas de bateria. Donos do aparelho começaram a publicar fotos e vídeos do Note 7, alguns deles totalmente carbonizados. Os internautas afirmaram que o smartphone pegou fogo de forma súbita. Os problemas levaram a Samsung a suspender as entregas no mercado interno e a atrasar o lançamento do produto em alguns mercados europeus e no Brasil. A situação representa um grande revés para a empresa sul-coreana, que havia anunciado em julho uma alta do lucro superior ao previsto no segundo trimestre, graças às boas vendas dos modelos Galaxy S7 e S7 Edge. A divisão de celulares da Samsung foi responsável por cerca de 54% do lucro operacional da companhia no primeiro semestre, de 14,8 trilhões de wons. Nos últimos anos, a empresa enfrenta a concorrência da Apple nos modelos de alto custo e de fabricantes chineses, como a Huawei, nos produtos de médio e baixo custo. "Estou mais preocupado sobre a potencial redução nas vendas do que com os custos do recall", disse o analista Jay Yoo, da Korea Investment & Securities. "O recall provavelmente será um golpe para o resultado [da empresa]." A Samsung afirmou que as vendas do Note 7 serão retomadas nos mercados afetados assim que a empresa lidar com o recall, um processo que deve levar duas semanas.
2
Morre a atriz Ronit Elkabetz, um dos maiores nomes do cinema israelense
A atriz e diretora Ronit Elkabetz, embaixadora do cinema israelense no exterior, morreu nesta terça-feira (19), vítima de câncer, informou seu agente. Casada e mãe de dois filhos, ela vivia entre Israel e França, onde atuou no filme "The Girl on the Train", de André Téchiné, em 2009. Seu último trabalho como diretora, "O Julgamento de Viviane Amsalem", que assina com o irmão Shlomi Elkabetz, foi indicado ao Globo de Ouro em 2015, na categoria melhor filme estrangeiro. Ronit se tornou conhecida fora de Israel ao estrelar "Casamento Arranjado" (2001). Seis anos depois, atuou em um de seus maiores sucessos: "A Banda", filme de Eran Kolirin que ganhou o prêmio do júri na sessão Un Certain Regard do Festival de Cannes. O ex-presidente israelense Shimon Peres a classificou como "excelente atriz, mulher da cultura de primeiro plano e embaixadora excepcional de Israel", em declarações à rádio pública do país. "Ela misturou talento, escrita e interpretação. Era uma pessoa especial", acrescentou Peres. Na França, Charles Tesson, diretor da Semana da Crítica, sessão paralela de Cannes que teve o júri presidido por Ronit no ano passado, afirmou que ela era uma "figura insubstituível" do cinema israelense. "Se o cinema de Israel é tão rico quanto vemos todos os anos em Cannes, é em grande parte por causa de Ronit."
ilustrada
Morre a atriz Ronit Elkabetz, um dos maiores nomes do cinema israelenseA atriz e diretora Ronit Elkabetz, embaixadora do cinema israelense no exterior, morreu nesta terça-feira (19), vítima de câncer, informou seu agente. Casada e mãe de dois filhos, ela vivia entre Israel e França, onde atuou no filme "The Girl on the Train", de André Téchiné, em 2009. Seu último trabalho como diretora, "O Julgamento de Viviane Amsalem", que assina com o irmão Shlomi Elkabetz, foi indicado ao Globo de Ouro em 2015, na categoria melhor filme estrangeiro. Ronit se tornou conhecida fora de Israel ao estrelar "Casamento Arranjado" (2001). Seis anos depois, atuou em um de seus maiores sucessos: "A Banda", filme de Eran Kolirin que ganhou o prêmio do júri na sessão Un Certain Regard do Festival de Cannes. O ex-presidente israelense Shimon Peres a classificou como "excelente atriz, mulher da cultura de primeiro plano e embaixadora excepcional de Israel", em declarações à rádio pública do país. "Ela misturou talento, escrita e interpretação. Era uma pessoa especial", acrescentou Peres. Na França, Charles Tesson, diretor da Semana da Crítica, sessão paralela de Cannes que teve o júri presidido por Ronit no ano passado, afirmou que ela era uma "figura insubstituível" do cinema israelense. "Se o cinema de Israel é tão rico quanto vemos todos os anos em Cannes, é em grande parte por causa de Ronit."
1
Após derrota, torcida do São Paulo protesta e Maicon cobra diretoria
O jogo desta quarta-feira (24) válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil tinha tudo para ser tranquilo para o São Paulo. O adversário Juventude disputa a terceira divisão do Campeonato Brasileiro, o técnico Ricardo Gomes fazia sua estreia no Morumbi pelo time tricolor e a equipe vinha de um empate contra o Internacional fora de casa. Porém, o que na teoria parecia simples se tornou mais um capítulo da conturbada relação entre diretoria, time e torcida. Com a derrota por 2 a 1, os jogadores saíram de campo vaiados e muitos foram xingados por parte da torcida. Logo após o fim da partida, torcedores se concentraram no portão principal do Morumbi para protestar. Veja vídeo Membros da torcida organizada Independente xingaram o presidente Leco e o gerente de futebol Gustavo Oliveira e logo após sentaram no chão à espera da saída do ônibus com os jogadores, de acordo com o presidente da torcida organizada Independente, Henrique Gomes. "Perder pra time da série C não dá", afirmou Gomes à Folha. Após uma série de protestos das organizadas, o São Paulo anunciou em julho o rompimento definitivo com as torcidas. Inicialmente, a Polícia Militar ficou no portão principal e conteve uma possível invasão ao estádio. Minutos depois, a cavalaria chegou ao local e os torcedores se dispersaram. COBRANÇA A revolta não foi somente da torcida. Na saída do gramado, o zagueiro Maicon cobrou até mesmo a diretoria do clube tricolor. "A diretoria precisa intervir, descobrir onde está o erro, isso passa pelos jogadores e pela comissão técnica também. Pouco tempo de trabalho do Ricardo Gomes, tem feito bom trabalho, mas não estamos assimilando da melhor maneira possível. Futebol péssimo, sem intensidade, por isso saímos com a derrota", disse. Já Carlinhos, que fez o cruzamento para o gol de Chavez cobrou apoio da torcida após o gol de empate e se explicou. "Uma noite para esquecer, mas para aprender também. Jogamos mal e isso reflete na arquibancada. Eu pedi apoio depois do gol, não falei nada demais para o torcedor", afirmou.
esporte
Após derrota, torcida do São Paulo protesta e Maicon cobra diretoriaO jogo desta quarta-feira (24) válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil tinha tudo para ser tranquilo para o São Paulo. O adversário Juventude disputa a terceira divisão do Campeonato Brasileiro, o técnico Ricardo Gomes fazia sua estreia no Morumbi pelo time tricolor e a equipe vinha de um empate contra o Internacional fora de casa. Porém, o que na teoria parecia simples se tornou mais um capítulo da conturbada relação entre diretoria, time e torcida. Com a derrota por 2 a 1, os jogadores saíram de campo vaiados e muitos foram xingados por parte da torcida. Logo após o fim da partida, torcedores se concentraram no portão principal do Morumbi para protestar. Veja vídeo Membros da torcida organizada Independente xingaram o presidente Leco e o gerente de futebol Gustavo Oliveira e logo após sentaram no chão à espera da saída do ônibus com os jogadores, de acordo com o presidente da torcida organizada Independente, Henrique Gomes. "Perder pra time da série C não dá", afirmou Gomes à Folha. Após uma série de protestos das organizadas, o São Paulo anunciou em julho o rompimento definitivo com as torcidas. Inicialmente, a Polícia Militar ficou no portão principal e conteve uma possível invasão ao estádio. Minutos depois, a cavalaria chegou ao local e os torcedores se dispersaram. COBRANÇA A revolta não foi somente da torcida. Na saída do gramado, o zagueiro Maicon cobrou até mesmo a diretoria do clube tricolor. "A diretoria precisa intervir, descobrir onde está o erro, isso passa pelos jogadores e pela comissão técnica também. Pouco tempo de trabalho do Ricardo Gomes, tem feito bom trabalho, mas não estamos assimilando da melhor maneira possível. Futebol péssimo, sem intensidade, por isso saímos com a derrota", disse. Já Carlinhos, que fez o cruzamento para o gol de Chavez cobrou apoio da torcida após o gol de empate e se explicou. "Uma noite para esquecer, mas para aprender também. Jogamos mal e isso reflete na arquibancada. Eu pedi apoio depois do gol, não falei nada demais para o torcedor", afirmou.
4
Espanha vira um dos principais cenários de 'Game of Thrones'
O anfiteatro de Itálica, no sul da Espanha, foi construído no século 2 por Adriano. Era um dos maiores do Império Romano. Cabiam 25.000 pessoas e... OK, mas e o dragão afinal por onde é que entra? Um pedreiro inglês responde à Folha: "Se eu contar, vou precisar te matar". Um colega menos soturno aponta para um dos lados e explica: "Vai ser por ali". Depois, não diz muito mais. A reportagem acompanhou durante os últimos meses os preparativos e os entornos da sétima temporada de "Game of Thrones" –conhecida pelos lagartos voadores cuspidores de fogo. A Espanha se consolidou, com sua paisagem e incentivos oficiais, como um dos principais cenários do épico produzido pelo canal HBO. Além de Itálica, no município de Santiponce, diversas outras cidades e povoados se beneficiaram neste ano, como Sevilha, Almodóvar del Río, Cáceres e Malpartida. Houve cenas também na Irlanda do Norte e na Islândia. A produção foi realizada em clima de "top secret", protegida por uma complexa estrutura de segurança e sigilos. Mas, pelas beiradas, foi possível vislumbrar as próximas cenas do show, que será exibido em meados de 2017. SANTIPONCE Em Santiponce, todas as sequências foram gravadas dentro do anfiteatro, de 160 metros de comprimento. O local foi fechado a turistas por semanas e, de fora, não se podia ver as filmagens. A reportagem esteve ali, no entanto, dias antes do início. Funcionários da produção cobriam um buraco aberto no centro, escondendo o subsolo em geral exposto. As arquibancadas vão ser ampliadas no computador. A equipe acampou dentro das ruínas. A prefeitura lhes entregou as chaves de uma estradinha que passa por trás do cemitério da vila, para evitar olhares indiscretos. Apesar do sigilo, imagina-se que as cenas se pareçam com aquelas da quinta temporada, gravadas em uma praça de touros em Osuna. Foi ali que Daenerys foi resgatada por um dragão, em um dos momentos mais célebres de "Game of Thrones". ALMODÓVAR Houve gravações também em Almodóvar del Río, um castelo próximo a Granada. As ruínas são propriedade de uma família e o espaço foi reformado para adequar-se à série. O castelo é conhecido na região como espaço para cerimônias de bodas. Para quem se lembra do "casamento vermelho", em "Game of Thrones", uma ideia que parecerá talvez funesta. María Sierra Luque Calvillo, prefeita do povoado, é um personagem digno do épico. Ela já caminhou 100 km como protesto para exigir uma estação de trem nesse município. "As gravações são muito importantes para nós", diz à Folha em seu escritório. "Vai aumentar o turismo, gerar empregos, trazer capital para os hotéis e restaurantes." Almodóvar del Río ofereceu diversos mimos à produção. O ginásio poliesportivo, por exemplo. A série não pagou para usar instalações municipais. Um grupo de costureiras do mercado local ofereceu-se para ajudar voluntariamente no figurino. A prefeita –a quem a HBO proibiu de levar o celular nas reuniões– estima que as gravações geraram, como contrapartida, empregos a 400 figurantes e 70 vigias. MALPARTIDA Boa parte das cenas espanholas da sétima temporada foram gravadas durante dezembro em Malpartida de Cáceres, no extremo oeste. O trecho inclui a batalha mais cara já rodada no país, com dezenas de cavalos. As paisagens naturais conhecidas como "Barruecos" serão o cenário, com estruturas rochosas em torno de lagos. A equipe de "Game of Thrones" fez nevar no povoado, que não se cobria de gelo há anos. Holofotes transformaram as noites em dia, segundo moradores. "Não acreditei quando me disseram que iam filmar aqui", diz à Folha o prefeito Alfredo Aguilera, fã da série. "É melhor do que a loteria. Não acontece duas vezes. A promoção é impagável." A vila não cobrou nada da produção, mas pediu que em contrapartida moradores fossem contratados para a filmagem. Cerca de 70 conseguiram trabalho, em uma cidade de 4.000 moradores e 20% de desemprego. Havia 700 funcionários, contando também os estrangeiros. "Queremos aproveitar no médio prazo. Gerar turismo de culto cinematográfico", diz. O município planeja um final de semana temático realizado todos os anos, com um mercado medieval e projeções de episódios da série. O impacto dos dragões –que também vão voar ali– só poderá ser estimado depois da exibição das cenas, provavelmente no quarto episódio. Enquanto espera para debulhar os resultados do investimento, o prefeito sonha com as campanhas de publicidade com que irão atrair turistas. Malpartida será apresentada como "oitavo reino" da série (que faz constante menções a "sete reinos"). Em vez dos estandartes de Winterfell e do Porto Real, tremularão por ali as bandeiras da casa Ciconia, representada pela cegonha. O animal é típico dessa região. A meta dos personagens da série, marcada pela violência, é justamente conquistar os reinos inimigos e vencer o sanguinolento jogo de tronos. SACRIFÍCIOS As filmagens de "Game of Thrones" exigiram sacrifícios dos governos regionais e municipais que receberam a produção na Espanha. Ruínas foram fechadas durante semanas, estradas foram cortadas, instalações municipais foram cedidas sem pagamento. Os povoados visitados pela reportagem não cobraram nada. Os acordos foram travados tendo em vista investimentos e o incremento do turismo. O país tem se consolidado, ademais, como cenário para outras produções de época. Mas os benefícios não devem ser distribuídos de maneira igual entre os reinos espanhóis. Tampouco era consensual entre os moradores que eles seriam favorecidos. Pequenos municípios como Santiponce e Malpartida de Cáceres, por exemplo, não abrigaram os atores. Os protagonistas da série foram alojados em cidades maiores nas proximidades, como Sevilha (a 20 minutos de Santiponce) e Cáceres (15 minutos de Malpartida de Cáceres). A seleção de figurantes, por sua vez, concentrou-se em alguns polos, como Almodóvar del Río, o que gerou alguma queixa entre moradores que não puderam apresentar-se à disputa. Santiponce fechou recentemente suas fábricas de cortiça e não sobrevive mais das plantações de pêssego, que têm desaparecido. De seus 7.900 habitantes, 1.700 estão desempregados. "Game of Thrones" contratou 15 para trabalhar nas construções. PLANEJAMENTO O quanto os municípios vão ser beneficiados dependerá, agora, do planejamento. Em Malpartida de Cáceres, a prefeitura criou um banco de dados de pessoas dispostas a alugar suas casas para a equipe de filmagem. O povoado também usou seu banco de contatos de desempregados para preencher as vagas oferecidas pela produtora. As filmagens causaram alguns atritos ali. O dono de um restaurante, que não se identificou, reclamou à reportagem: "Há centenas de pessoas, mas devo ter vendido dois cafés no máximo". A equipe, ademais, estava lotando seu estacionamento, afugentando os clientes habituais. Em Cáceres, houve mais movimentação. A população já sabia de cor, quando conversou com a reportagem, o itinerário de todos os atores. Nikolaj Coster-Waldau, que representa Jamie Lannister na série, frequentou a academia El Peru. Jerome Flynn, que interpreta Bronn, comprou uma almofada e um espremedor de alho. "Ele foi super gentil", diz a vendedora Cristina. Mas ela não entende a pergunta sobre o quanto as gravações podem aumentar sua clientela. "Não acho que ninguém vai vir até a nossa loja
ilustrada
Espanha vira um dos principais cenários de 'Game of Thrones'O anfiteatro de Itálica, no sul da Espanha, foi construído no século 2 por Adriano. Era um dos maiores do Império Romano. Cabiam 25.000 pessoas e... OK, mas e o dragão afinal por onde é que entra? Um pedreiro inglês responde à Folha: "Se eu contar, vou precisar te matar". Um colega menos soturno aponta para um dos lados e explica: "Vai ser por ali". Depois, não diz muito mais. A reportagem acompanhou durante os últimos meses os preparativos e os entornos da sétima temporada de "Game of Thrones" –conhecida pelos lagartos voadores cuspidores de fogo. A Espanha se consolidou, com sua paisagem e incentivos oficiais, como um dos principais cenários do épico produzido pelo canal HBO. Além de Itálica, no município de Santiponce, diversas outras cidades e povoados se beneficiaram neste ano, como Sevilha, Almodóvar del Río, Cáceres e Malpartida. Houve cenas também na Irlanda do Norte e na Islândia. A produção foi realizada em clima de "top secret", protegida por uma complexa estrutura de segurança e sigilos. Mas, pelas beiradas, foi possível vislumbrar as próximas cenas do show, que será exibido em meados de 2017. SANTIPONCE Em Santiponce, todas as sequências foram gravadas dentro do anfiteatro, de 160 metros de comprimento. O local foi fechado a turistas por semanas e, de fora, não se podia ver as filmagens. A reportagem esteve ali, no entanto, dias antes do início. Funcionários da produção cobriam um buraco aberto no centro, escondendo o subsolo em geral exposto. As arquibancadas vão ser ampliadas no computador. A equipe acampou dentro das ruínas. A prefeitura lhes entregou as chaves de uma estradinha que passa por trás do cemitério da vila, para evitar olhares indiscretos. Apesar do sigilo, imagina-se que as cenas se pareçam com aquelas da quinta temporada, gravadas em uma praça de touros em Osuna. Foi ali que Daenerys foi resgatada por um dragão, em um dos momentos mais célebres de "Game of Thrones". ALMODÓVAR Houve gravações também em Almodóvar del Río, um castelo próximo a Granada. As ruínas são propriedade de uma família e o espaço foi reformado para adequar-se à série. O castelo é conhecido na região como espaço para cerimônias de bodas. Para quem se lembra do "casamento vermelho", em "Game of Thrones", uma ideia que parecerá talvez funesta. María Sierra Luque Calvillo, prefeita do povoado, é um personagem digno do épico. Ela já caminhou 100 km como protesto para exigir uma estação de trem nesse município. "As gravações são muito importantes para nós", diz à Folha em seu escritório. "Vai aumentar o turismo, gerar empregos, trazer capital para os hotéis e restaurantes." Almodóvar del Río ofereceu diversos mimos à produção. O ginásio poliesportivo, por exemplo. A série não pagou para usar instalações municipais. Um grupo de costureiras do mercado local ofereceu-se para ajudar voluntariamente no figurino. A prefeita –a quem a HBO proibiu de levar o celular nas reuniões– estima que as gravações geraram, como contrapartida, empregos a 400 figurantes e 70 vigias. MALPARTIDA Boa parte das cenas espanholas da sétima temporada foram gravadas durante dezembro em Malpartida de Cáceres, no extremo oeste. O trecho inclui a batalha mais cara já rodada no país, com dezenas de cavalos. As paisagens naturais conhecidas como "Barruecos" serão o cenário, com estruturas rochosas em torno de lagos. A equipe de "Game of Thrones" fez nevar no povoado, que não se cobria de gelo há anos. Holofotes transformaram as noites em dia, segundo moradores. "Não acreditei quando me disseram que iam filmar aqui", diz à Folha o prefeito Alfredo Aguilera, fã da série. "É melhor do que a loteria. Não acontece duas vezes. A promoção é impagável." A vila não cobrou nada da produção, mas pediu que em contrapartida moradores fossem contratados para a filmagem. Cerca de 70 conseguiram trabalho, em uma cidade de 4.000 moradores e 20% de desemprego. Havia 700 funcionários, contando também os estrangeiros. "Queremos aproveitar no médio prazo. Gerar turismo de culto cinematográfico", diz. O município planeja um final de semana temático realizado todos os anos, com um mercado medieval e projeções de episódios da série. O impacto dos dragões –que também vão voar ali– só poderá ser estimado depois da exibição das cenas, provavelmente no quarto episódio. Enquanto espera para debulhar os resultados do investimento, o prefeito sonha com as campanhas de publicidade com que irão atrair turistas. Malpartida será apresentada como "oitavo reino" da série (que faz constante menções a "sete reinos"). Em vez dos estandartes de Winterfell e do Porto Real, tremularão por ali as bandeiras da casa Ciconia, representada pela cegonha. O animal é típico dessa região. A meta dos personagens da série, marcada pela violência, é justamente conquistar os reinos inimigos e vencer o sanguinolento jogo de tronos. SACRIFÍCIOS As filmagens de "Game of Thrones" exigiram sacrifícios dos governos regionais e municipais que receberam a produção na Espanha. Ruínas foram fechadas durante semanas, estradas foram cortadas, instalações municipais foram cedidas sem pagamento. Os povoados visitados pela reportagem não cobraram nada. Os acordos foram travados tendo em vista investimentos e o incremento do turismo. O país tem se consolidado, ademais, como cenário para outras produções de época. Mas os benefícios não devem ser distribuídos de maneira igual entre os reinos espanhóis. Tampouco era consensual entre os moradores que eles seriam favorecidos. Pequenos municípios como Santiponce e Malpartida de Cáceres, por exemplo, não abrigaram os atores. Os protagonistas da série foram alojados em cidades maiores nas proximidades, como Sevilha (a 20 minutos de Santiponce) e Cáceres (15 minutos de Malpartida de Cáceres). A seleção de figurantes, por sua vez, concentrou-se em alguns polos, como Almodóvar del Río, o que gerou alguma queixa entre moradores que não puderam apresentar-se à disputa. Santiponce fechou recentemente suas fábricas de cortiça e não sobrevive mais das plantações de pêssego, que têm desaparecido. De seus 7.900 habitantes, 1.700 estão desempregados. "Game of Thrones" contratou 15 para trabalhar nas construções. PLANEJAMENTO O quanto os municípios vão ser beneficiados dependerá, agora, do planejamento. Em Malpartida de Cáceres, a prefeitura criou um banco de dados de pessoas dispostas a alugar suas casas para a equipe de filmagem. O povoado também usou seu banco de contatos de desempregados para preencher as vagas oferecidas pela produtora. As filmagens causaram alguns atritos ali. O dono de um restaurante, que não se identificou, reclamou à reportagem: "Há centenas de pessoas, mas devo ter vendido dois cafés no máximo". A equipe, ademais, estava lotando seu estacionamento, afugentando os clientes habituais. Em Cáceres, houve mais movimentação. A população já sabia de cor, quando conversou com a reportagem, o itinerário de todos os atores. Nikolaj Coster-Waldau, que representa Jamie Lannister na série, frequentou a academia El Peru. Jerome Flynn, que interpreta Bronn, comprou uma almofada e um espremedor de alho. "Ele foi super gentil", diz a vendedora Cristina. Mas ela não entende a pergunta sobre o quanto as gravações podem aumentar sua clientela. "Não acho que ninguém vai vir até a nossa loja
1
Até os postes da rua da Carioca sabiam de Sérgio Cabral
RIO DE JANEIRO - Não fui íntimo, mas conheci Sérgio Cabral de perto, enquanto fazíamos a faculdade de jornalismo. Na época, ele era só o Serginho. Não se imaginava que pudesse virar deputado, senador, governador do Rio; tampouco que hoje seria hóspede de Bangu, a cabeça no pelo curto. Não me lembro dele no Tricopa, o botequim próximo. Torcedor do Vasco, nas peladas da turma Serginho se revelou um atacante caneleiro e violento — estilo que mais tarde adotaria na política. Tinha mais vocação para gazeteiro do que para jornalista: pouco ia às aulas. Certa vez, devendo um trabalho para o jornal-laboratório, trouxe um perfil sobre Nelson Cavaquinho em laudas velhas, a tinta da máquina de escrever quase sumindo. Um colega garantiu que ele havia contrabandeado o texto dos arquivos do então Sérgio Cabral mais famoso, o pai, um dos fundadores do "Pasquim". Depois, quando nos encontrávamos, com sua carreira política subindo como foguete, invariavelmente fazia a pergunta: "Você está precisando de alguma coisa?". Um dia resolvi responder, no meio do beco dos Barbeiros, ele cercado de acólitos: "Estou. Você podia parar de fazer essa pergunta". Devo ter perdido a chance, ali, de pôr um lenço na cabeça num restaurante de Paris. Sua prisão foi comemorada nas ruas com fogos e vivas. As acusações do Ministério Público Federal são espantosas — um esquema que desviou R$ 224 milhões, além da propina mensal particular de 5% do valor das obras — mas, mais espantoso ainda, foi o tempo que se levou para levantar a lebre e agir. As relações perigosas do ex-governador eram sabidas até pelos postes da rua da Carioca. As primeiras denúncias contra Cabral remontam há quase 20 anos, e ele conseguiu passar esse tempo todo pagando o cachorro-quente, nas festas de aniversário dos filhos, com dinheiro de empreiteiras.
colunas
Até os postes da rua da Carioca sabiam de Sérgio CabralRIO DE JANEIRO - Não fui íntimo, mas conheci Sérgio Cabral de perto, enquanto fazíamos a faculdade de jornalismo. Na época, ele era só o Serginho. Não se imaginava que pudesse virar deputado, senador, governador do Rio; tampouco que hoje seria hóspede de Bangu, a cabeça no pelo curto. Não me lembro dele no Tricopa, o botequim próximo. Torcedor do Vasco, nas peladas da turma Serginho se revelou um atacante caneleiro e violento — estilo que mais tarde adotaria na política. Tinha mais vocação para gazeteiro do que para jornalista: pouco ia às aulas. Certa vez, devendo um trabalho para o jornal-laboratório, trouxe um perfil sobre Nelson Cavaquinho em laudas velhas, a tinta da máquina de escrever quase sumindo. Um colega garantiu que ele havia contrabandeado o texto dos arquivos do então Sérgio Cabral mais famoso, o pai, um dos fundadores do "Pasquim". Depois, quando nos encontrávamos, com sua carreira política subindo como foguete, invariavelmente fazia a pergunta: "Você está precisando de alguma coisa?". Um dia resolvi responder, no meio do beco dos Barbeiros, ele cercado de acólitos: "Estou. Você podia parar de fazer essa pergunta". Devo ter perdido a chance, ali, de pôr um lenço na cabeça num restaurante de Paris. Sua prisão foi comemorada nas ruas com fogos e vivas. As acusações do Ministério Público Federal são espantosas — um esquema que desviou R$ 224 milhões, além da propina mensal particular de 5% do valor das obras — mas, mais espantoso ainda, foi o tempo que se levou para levantar a lebre e agir. As relações perigosas do ex-governador eram sabidas até pelos postes da rua da Carioca. As primeiras denúncias contra Cabral remontam há quase 20 anos, e ele conseguiu passar esse tempo todo pagando o cachorro-quente, nas festas de aniversário dos filhos, com dinheiro de empreiteiras.
10
'Ainda Estou Aqui' cativa com texto coloquial e edição engenhosa
Qualquer movimento de Marcelo Rubens Paiva em direção a uma obra autobiográfica causa muita expectativa. Foi nesse gênero que ele estreou na literatura, com o sucesso estrondoso de "Feliz Ano Velho" (1982). Quem esperar o mesmo ímpeto adolescente em narrativa fluida e coloquial pode ser surpreendido com "Ainda Estou Aqui". O coloquial permanece, mas Paiva, hoje um escritor muito mais completo, adota um vaivém narrativo que é ao mesmo tempo estranho e atrativo. O foco é sua mãe, Eunice Paiva, desde o desaparecimento do marido, passando por casos que retratam sua maneira peculiar de educar os filhos, episódios de grande superação e sua atuação política, até a chegada agressiva do Alzheimer. Paiva praticamente "cola" sua vida, ou o que deseja contar dela nos últimos anos, no desenrolar da vida de Eunice. É quase uma autobiografia "de carona", a reboque do que acontece com a mãe. Dedicando uma boa parte da abertura do livro a discutir a memória e como as pessoas lidam com ela no decorrer do amadurecimento, o autor praticamente justifica, talvez sem querer, a edição nada linear de seu texto. Assim, de modo voluntário ou não, Paiva espalha fluxos narrativos que o leitor vai aos poucos encaixando aqui e ali. Metalinguagem engenhosa, uma espécie de paralelo com o funcionamento do cérebro, caçando memórias soltas para com elas construir a lembrança compreensível. Em "Feliz Ano Velho", a leitura deixa claro que Paiva não teve receio de expor seus defeitos e questões não resolvidas, fartas como acontece na adolescência de todos. Essa mesma franqueza ao escrever é aplicada à história de sua mãe no novo livro. É flagrante um orgulho filial enquanto ele relembra a altivez da mãe diante das dificuldades pelas quais passaram sem a presença do pai. Depois, Paiva não esconde nem tenta atenuar os efeitos do Alzheimer, debilitando aos poucos uma mulher antes tão ativa e determinada Marcelo Rubens Paiva evoluiu muito como escritor, Mesmo quando se dedica a episódios na pós-adolescência, na luta para se adaptar à vida na cadeira de rodas, seu texto é às vezes simples, mas sempre denso. "Ainda Estou Aqui" não é mais um relato juvenil. É a vida que vai. AINDA ESTOU AQUI AUTOR: MARCELO RUBENS PAIVA EDITORA: ALFAGUARA QUANTO: R$ 39,90 (296 PÁGS.)
ilustrada
'Ainda Estou Aqui' cativa com texto coloquial e edição engenhosaQualquer movimento de Marcelo Rubens Paiva em direção a uma obra autobiográfica causa muita expectativa. Foi nesse gênero que ele estreou na literatura, com o sucesso estrondoso de "Feliz Ano Velho" (1982). Quem esperar o mesmo ímpeto adolescente em narrativa fluida e coloquial pode ser surpreendido com "Ainda Estou Aqui". O coloquial permanece, mas Paiva, hoje um escritor muito mais completo, adota um vaivém narrativo que é ao mesmo tempo estranho e atrativo. O foco é sua mãe, Eunice Paiva, desde o desaparecimento do marido, passando por casos que retratam sua maneira peculiar de educar os filhos, episódios de grande superação e sua atuação política, até a chegada agressiva do Alzheimer. Paiva praticamente "cola" sua vida, ou o que deseja contar dela nos últimos anos, no desenrolar da vida de Eunice. É quase uma autobiografia "de carona", a reboque do que acontece com a mãe. Dedicando uma boa parte da abertura do livro a discutir a memória e como as pessoas lidam com ela no decorrer do amadurecimento, o autor praticamente justifica, talvez sem querer, a edição nada linear de seu texto. Assim, de modo voluntário ou não, Paiva espalha fluxos narrativos que o leitor vai aos poucos encaixando aqui e ali. Metalinguagem engenhosa, uma espécie de paralelo com o funcionamento do cérebro, caçando memórias soltas para com elas construir a lembrança compreensível. Em "Feliz Ano Velho", a leitura deixa claro que Paiva não teve receio de expor seus defeitos e questões não resolvidas, fartas como acontece na adolescência de todos. Essa mesma franqueza ao escrever é aplicada à história de sua mãe no novo livro. É flagrante um orgulho filial enquanto ele relembra a altivez da mãe diante das dificuldades pelas quais passaram sem a presença do pai. Depois, Paiva não esconde nem tenta atenuar os efeitos do Alzheimer, debilitando aos poucos uma mulher antes tão ativa e determinada Marcelo Rubens Paiva evoluiu muito como escritor, Mesmo quando se dedica a episódios na pós-adolescência, na luta para se adaptar à vida na cadeira de rodas, seu texto é às vezes simples, mas sempre denso. "Ainda Estou Aqui" não é mais um relato juvenil. É a vida que vai. AINDA ESTOU AQUI AUTOR: MARCELO RUBENS PAIVA EDITORA: ALFAGUARA QUANTO: R$ 39,90 (296 PÁGS.)
1
Análise: Depoimento faz crise subir de patamar
Se algo pode piorar, não há duvida de que irá. A velha máxima pegou em cheio o PT e o governo Dilma hoje com a condução coercitiva do tesoureiro João Vaccari Neto para depor à PF e a revelação de detalhes da delação premiada do "gerente de US$ 100 milhões", Pedro Barusco. O ex-gerente de Engenharia da Petrobras confirmou e apresentou documentação sobre o esquema operado por Vaccari para sangrar a estatal em pelo menos US$ 200 milhões ao longo de dez anos. O "pelo menos" fica por conta de que Barusco é apenas um dos envolvidos nas tramoias apuradas pela Operação Lava Jato. A pergunta seguinte, que certamente já foi feita a Vaccari, é: para onde foi o dinheiro? Sendo ele o homem das finanças do PT, substituto do notório Delúbio Soares, a resposta é quase óbvia. Isso tudo ocorre na véspera do encontro que celebraria os 35 anos do PT com a presença de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, sob cujos governos foi arquitetada e executada a corrupção gigante na Petrobras. Véspera também do prazo para a escolha da nova diretoria da estatal, que substituirá a derrubada trupe de Graça Foster. Fica muito batido usar "tempestade perfeita" para descrever o que acontece no entorno do PT e do Planalto. Por ora, alheamento é a palavra de ordem. Dilma passou a posse de Mangabeira Unger na Secretaria de Assuntos Estratégicos falando algo sobre o "passaporte do pré-sal", como se estivesse em 2009. Próceres do PT afirmam que farão uma "defesa enfática" de Vaccari na sexta em BH –como são escaldados, talvez mudem de ideia com a leitura do noticiário ao longo do dia. Seja como for, o Partido dos Trabalhadores chega aos 35 anos sob uma crise que é, antes de tudo, existencial. Se mantiver o padrão de negação e continuidade nos erros que assumiu durante o mensalão, quando tudo era "culpa da mídia golpista", entrará num beco sem saída. Enquanto isso, o resto da base aliada do governo mostra como o jogo será jogado ao instalar a CPI da Petrobras na Câmara. A crise, se é que isso parecia possível, subiu de patamar.
poder
Análise: Depoimento faz crise subir de patamarSe algo pode piorar, não há duvida de que irá. A velha máxima pegou em cheio o PT e o governo Dilma hoje com a condução coercitiva do tesoureiro João Vaccari Neto para depor à PF e a revelação de detalhes da delação premiada do "gerente de US$ 100 milhões", Pedro Barusco. O ex-gerente de Engenharia da Petrobras confirmou e apresentou documentação sobre o esquema operado por Vaccari para sangrar a estatal em pelo menos US$ 200 milhões ao longo de dez anos. O "pelo menos" fica por conta de que Barusco é apenas um dos envolvidos nas tramoias apuradas pela Operação Lava Jato. A pergunta seguinte, que certamente já foi feita a Vaccari, é: para onde foi o dinheiro? Sendo ele o homem das finanças do PT, substituto do notório Delúbio Soares, a resposta é quase óbvia. Isso tudo ocorre na véspera do encontro que celebraria os 35 anos do PT com a presença de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, sob cujos governos foi arquitetada e executada a corrupção gigante na Petrobras. Véspera também do prazo para a escolha da nova diretoria da estatal, que substituirá a derrubada trupe de Graça Foster. Fica muito batido usar "tempestade perfeita" para descrever o que acontece no entorno do PT e do Planalto. Por ora, alheamento é a palavra de ordem. Dilma passou a posse de Mangabeira Unger na Secretaria de Assuntos Estratégicos falando algo sobre o "passaporte do pré-sal", como se estivesse em 2009. Próceres do PT afirmam que farão uma "defesa enfática" de Vaccari na sexta em BH –como são escaldados, talvez mudem de ideia com a leitura do noticiário ao longo do dia. Seja como for, o Partido dos Trabalhadores chega aos 35 anos sob uma crise que é, antes de tudo, existencial. Se mantiver o padrão de negação e continuidade nos erros que assumiu durante o mensalão, quando tudo era "culpa da mídia golpista", entrará num beco sem saída. Enquanto isso, o resto da base aliada do governo mostra como o jogo será jogado ao instalar a CPI da Petrobras na Câmara. A crise, se é que isso parecia possível, subiu de patamar.
0
Paraguai informa sobre os primeiros casos no país de microcefalia por zika
O ministério da Saúde do Paraguai informou nesta quarta (27) os dois primeiros casos de recém-nascidos com microcefalia por efeito do vírus da zika em duas zonas do país. "O laboratório central confirmou o nascimento de dois bebês com microcefalia por causa da zika", revelou à imprensa a diretora de Vigilância Sanitária, Agueda Cabello. Zika e microcefalia A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou o vírus da zika como uma emergência sanitária mundial e afirmou que poderá afetar até quatro milhões de pessoas nas Américas. MUNDO Recentemente, também houve notificação de bebês com microcefalia associada à zika na Europa e em Nova York (EUA). Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
equilibrioesaude
Paraguai informa sobre os primeiros casos no país de microcefalia por zikaO ministério da Saúde do Paraguai informou nesta quarta (27) os dois primeiros casos de recém-nascidos com microcefalia por efeito do vírus da zika em duas zonas do país. "O laboratório central confirmou o nascimento de dois bebês com microcefalia por causa da zika", revelou à imprensa a diretora de Vigilância Sanitária, Agueda Cabello. Zika e microcefalia A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou o vírus da zika como uma emergência sanitária mundial e afirmou que poderá afetar até quatro milhões de pessoas nas Américas. MUNDO Recentemente, também houve notificação de bebês com microcefalia associada à zika na Europa e em Nova York (EUA). Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
8
O país e o quintal
A prudência política recomendaria ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) encarar com alguma reserva as juras do pupilo e correligionário João Doria, prefeito de São Paulo, de que o mentor segue como seu candidato preferido a presidente da República, em 2018. Atitudes recentes de Doria sugerem que tenha entrevisto uma oportunidade e, como empresário feito político, não se incline a desperdiçá-la. Com luminares do PSDB no crivo da Lava Jato e o crescente repúdio a lideranças tradicionais, abre-se espaço para nomes menos maculados, como o seu. É perceptível o empenho de Doria em projetar-se no cenário nacional. Exemplo ilustrativo foi a inclusão de propaganda de seu programa Cidade Linda em estádio onde ocorria jogo da seleção brasileira, transmitido pela TV. A proeminência do prefeito suscita desconforto no próprio PSDB, cuja cúpula, exceção feita a Alckmin, já não desejava sua candidatura municipal no ano passado. Nesse sentido, foram sintomáticas, e não tardaram a merecer resposta, declarações recentes do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo as quais a capacidade de gestão não confere a necessária liderança, e a popularidade difere da credibilidade. Às referências —a um atributo que reivindica e a outro de que, comprovadamente, dispõe—, Doria retorquiu que FHC já se equivocou duas vezes ao prognosticar seu potencial eleitoral. Nos últimos dias o prefeito também polarizou prazerosamente com possíveis nomes da corrida de 2018. Ciro Gomes (PDT-CE) qualificou-o como "farsante" e ouviu que deveria preocupar-se, antes, com a própria saúde mental. Já do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o tucano disse, sem ter sido provocado, ser "o maior cara de pau do Brasil". O prefeito se apresenta como gestor, não político, mas será cobrado nas duas vertentes. A hiperatividade publicitária que abriu sua administração sofrerá erosão natural se não produzir resultados concretos no território que, antes de mais nada, lhe toca governar. O cotidiano da maior cidade brasileira dificilmente resulta em noticiário favorável. Nas ruas, a pane dos semáforos é rotineira; a despeito do destaque especial conferido aos trabalhos de zeladoria, a prefeitura ainda ignora três quartos das queixas dos munícipes. O próprio Doria reconhece que é preciso "melhorar bastante nessa área". As respostas —e os planos para setores cruciais como saúde, educação e transporte— terão de ser mais palpáveis com o tempo, à medida que se esgote o expediente de culpar a administração anterior pelos problemas de hoje. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
O país e o quintalA prudência política recomendaria ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) encarar com alguma reserva as juras do pupilo e correligionário João Doria, prefeito de São Paulo, de que o mentor segue como seu candidato preferido a presidente da República, em 2018. Atitudes recentes de Doria sugerem que tenha entrevisto uma oportunidade e, como empresário feito político, não se incline a desperdiçá-la. Com luminares do PSDB no crivo da Lava Jato e o crescente repúdio a lideranças tradicionais, abre-se espaço para nomes menos maculados, como o seu. É perceptível o empenho de Doria em projetar-se no cenário nacional. Exemplo ilustrativo foi a inclusão de propaganda de seu programa Cidade Linda em estádio onde ocorria jogo da seleção brasileira, transmitido pela TV. A proeminência do prefeito suscita desconforto no próprio PSDB, cuja cúpula, exceção feita a Alckmin, já não desejava sua candidatura municipal no ano passado. Nesse sentido, foram sintomáticas, e não tardaram a merecer resposta, declarações recentes do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo as quais a capacidade de gestão não confere a necessária liderança, e a popularidade difere da credibilidade. Às referências —a um atributo que reivindica e a outro de que, comprovadamente, dispõe—, Doria retorquiu que FHC já se equivocou duas vezes ao prognosticar seu potencial eleitoral. Nos últimos dias o prefeito também polarizou prazerosamente com possíveis nomes da corrida de 2018. Ciro Gomes (PDT-CE) qualificou-o como "farsante" e ouviu que deveria preocupar-se, antes, com a própria saúde mental. Já do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o tucano disse, sem ter sido provocado, ser "o maior cara de pau do Brasil". O prefeito se apresenta como gestor, não político, mas será cobrado nas duas vertentes. A hiperatividade publicitária que abriu sua administração sofrerá erosão natural se não produzir resultados concretos no território que, antes de mais nada, lhe toca governar. O cotidiano da maior cidade brasileira dificilmente resulta em noticiário favorável. Nas ruas, a pane dos semáforos é rotineira; a despeito do destaque especial conferido aos trabalhos de zeladoria, a prefeitura ainda ignora três quartos das queixas dos munícipes. O próprio Doria reconhece que é preciso "melhorar bastante nessa área". As respostas —e os planos para setores cruciais como saúde, educação e transporte— terão de ser mais palpáveis com o tempo, à medida que se esgote o expediente de culpar a administração anterior pelos problemas de hoje. editoriais@grupofolha.com.br
14
Turquia derruba avião militar russo perto da fronteira com a Síria
O governo da Turquia informou ter derrubado nesta terça-feira (24) um avião militar russo que teria invadido seu espaço aéreo na região de fronteira com a Síria.Em nota, o Ministério da Defesa da Rússia negou a versão de que o SU-24, que voava a 6.000 metros de altitude, tenha entrado na área turca. "Durante todo o tempo de voo, o avião estava voando somente dentro das fronteiras do território sírio", declarou.O Exército da Turquia afirmou ter alertado o avião dez vezes em um período de cinco minutos sobre a violação do espaço aéreo antes de seus caças F-16 o abaterem.
tv
Turquia derruba avião militar russo perto da fronteira com a SíriaO governo da Turquia informou ter derrubado nesta terça-feira (24) um avião militar russo que teria invadido seu espaço aéreo na região de fronteira com a Síria.Em nota, o Ministério da Defesa da Rússia negou a versão de que o SU-24, que voava a 6.000 metros de altitude, tenha entrado na área turca. "Durante todo o tempo de voo, o avião estava voando somente dentro das fronteiras do território sírio", declarou.O Exército da Turquia afirmou ter alertado o avião dez vezes em um período de cinco minutos sobre a violação do espaço aéreo antes de seus caças F-16 o abaterem.
12
Xavi desabafa e diz estar cansado do caso Neymar no Barcelona
O meia Xavi, do Barcelona, afirmou estar cansado de ouvir as notícias do caso judicial sobre a transferência do atacante Neymar ao clube espanhol. "Temos mais de um ano com esse tema sobre Neymar e, certamente, já cansa. É complicado para todos. Não gostamos desses assuntos extracampo e seria bom que se encerrasse o mais rápido possível. Esta um pouco cansados", disse Xavi em entrevista para a Radio Catalunya. "Outro dia eu estive com o presidente [do Barcelona, Josep Maria Bartomeu] e concordamos que é um incômodo para todos, mas temos que aguentar", afirmou. Bartomeu foi indiciado pela Justiça espanhola no último dia 3 e depôs nesta sexta (13) sobre a suspeita de fraude fiscal na contratação do jogador, ex-Santos, completada em 2013. No total, sua gestão teria deixado de pagar ao fisco espanhol € 2,8 milhões (R$ 8,5 milhões) em imposto. O valor é relativo à tributação de uma parcela dos direitos pagos a Neymar pela transação, além de direitos de imagem e comissões repassadas ao pai e agente do jogador. As suspeitas de fraudes tributárias no negócio do brasileiro também atingiram o antecessor de Bartomeu. Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, é alvo de investigação há mais de um ano.
esporte
Xavi desabafa e diz estar cansado do caso Neymar no BarcelonaO meia Xavi, do Barcelona, afirmou estar cansado de ouvir as notícias do caso judicial sobre a transferência do atacante Neymar ao clube espanhol. "Temos mais de um ano com esse tema sobre Neymar e, certamente, já cansa. É complicado para todos. Não gostamos desses assuntos extracampo e seria bom que se encerrasse o mais rápido possível. Esta um pouco cansados", disse Xavi em entrevista para a Radio Catalunya. "Outro dia eu estive com o presidente [do Barcelona, Josep Maria Bartomeu] e concordamos que é um incômodo para todos, mas temos que aguentar", afirmou. Bartomeu foi indiciado pela Justiça espanhola no último dia 3 e depôs nesta sexta (13) sobre a suspeita de fraude fiscal na contratação do jogador, ex-Santos, completada em 2013. No total, sua gestão teria deixado de pagar ao fisco espanhol € 2,8 milhões (R$ 8,5 milhões) em imposto. O valor é relativo à tributação de uma parcela dos direitos pagos a Neymar pela transação, além de direitos de imagem e comissões repassadas ao pai e agente do jogador. As suspeitas de fraudes tributárias no negócio do brasileiro também atingiram o antecessor de Bartomeu. Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, é alvo de investigação há mais de um ano.
4
Alalaô: Bloco do Sargento Pimenta mistura Beatles e samba no Carnaval carioca
DIANA BRITO DO RIO Há seis anos surgiam no Rio de Janeiro os "garotos que amavam os Beatles e o Carnaval". Com a mistura de rock e ritmos brasileiros, o bloco do Sargento Pimenta começou mais um show, às 15h ... Leia post completo no blog
cotidiano
Alalaô: Bloco do Sargento Pimenta mistura Beatles e samba no Carnaval cariocaDIANA BRITO DO RIO Há seis anos surgiam no Rio de Janeiro os "garotos que amavam os Beatles e o Carnaval". Com a mistura de rock e ritmos brasileiros, o bloco do Sargento Pimenta começou mais um show, às 15h ... Leia post completo no blog
6
Representantes de Jean procuram Palmeiras, mas clube quer aval do Flu
As chances do volante Jean, do Fluminense, integrar o elenco do Palmeiras em 2016 voltaram a ganhar força, mas os clubes ainda precisam chegar a um acordo. Segundo a Folha apurou, o Palmeiras foi procurado pelos representantes do jogador para retomar a negociação, que se arrasta desde os últimos meses de 2015. No entanto, para evitar a repercussão de dezembro, quando o volante chegou a fazer exames médicos no clube paulista e não assinou contrato porque as agremiações não chegaram a um acordo financeiro, o Palmeiras decidiu que não dará continuidade à negociação enquanto não for contactado pelo presidente do Fluminense, Peter Siemsen. No final de dezembro, após longa negociação, o Palmeiras desistiu de contar com Jean, o reforço mais badalado do clube para 2016. O clube ofereceu jogadores de seu elenco ao adversário, que não mostrou interesse. Jean tem contrato com o time do Rio até o final de 2017, com multa rescisória fixada em US$ 2 milhões (cerca de R$ 7,7 milhões). O Fluminense queria valores próximos a essa quantia, criando assim um impasse que não foi superado à época. O volante nem foi relacionado para a Florida Cup, torneio internacional realizado nos Estados Unidos desde o ano passado e que terá a presença da equipe tricolor. Até o momento, o Palmeiras contratou sete jogadores para a próxima temporada: o goleiro Vagner, os zagueiros Roger Carvalho e Edu Dracena, o volante Rodrigo, os meias Moisés e Régis e o atacante Erik. Mercado da bola
esporte
Representantes de Jean procuram Palmeiras, mas clube quer aval do FluAs chances do volante Jean, do Fluminense, integrar o elenco do Palmeiras em 2016 voltaram a ganhar força, mas os clubes ainda precisam chegar a um acordo. Segundo a Folha apurou, o Palmeiras foi procurado pelos representantes do jogador para retomar a negociação, que se arrasta desde os últimos meses de 2015. No entanto, para evitar a repercussão de dezembro, quando o volante chegou a fazer exames médicos no clube paulista e não assinou contrato porque as agremiações não chegaram a um acordo financeiro, o Palmeiras decidiu que não dará continuidade à negociação enquanto não for contactado pelo presidente do Fluminense, Peter Siemsen. No final de dezembro, após longa negociação, o Palmeiras desistiu de contar com Jean, o reforço mais badalado do clube para 2016. O clube ofereceu jogadores de seu elenco ao adversário, que não mostrou interesse. Jean tem contrato com o time do Rio até o final de 2017, com multa rescisória fixada em US$ 2 milhões (cerca de R$ 7,7 milhões). O Fluminense queria valores próximos a essa quantia, criando assim um impasse que não foi superado à época. O volante nem foi relacionado para a Florida Cup, torneio internacional realizado nos Estados Unidos desde o ano passado e que terá a presença da equipe tricolor. Até o momento, o Palmeiras contratou sete jogadores para a próxima temporada: o goleiro Vagner, os zagueiros Roger Carvalho e Edu Dracena, o volante Rodrigo, os meias Moisés e Régis e o atacante Erik. Mercado da bola
4
Estabilidade no serviço público deveria ser revista? SIM
ESTRUTURA INADEQUADA DE INCENTIVOS A estabilidade dos servidores foi criada com o intuito de protegê-los de pressões e arbitrariedades políticas que poderiam restringir a sua atuação ou levar à demissão em virtude de orientações profissionais ou políticas. Dois exemplos para justificá-la são clássicos: o servidor pode ser pressionado para executar uma atividade, sob uma determinada orientação, que fere os interesses públicos ou ser demitido para dar lugar a um correligionário de algum governante. Em ambas as situações, justifica-se a criação de um mecanismo que proteja os servidores de forma adequada. A estabilidade, entretanto, pode ter efeitos negativos: a acomodação e o desempenho insuficiente (ainda que esse não pareça ser o caso geral). Como solucionar esse impasse? A reforma constitucional de 1998, definida no âmbito da chamada reforma do Estado daquele período, criou dois mecanismos possíveis para a demissão de servidores. Um deles está associado ao excesso de despesas com pessoal. Os órgãos devem, neste caso, primeiro demitir uma parcela dos comissionados, depois os não estáveis e, por fim, os estáveis -estes últimos, somente a partir de critérios muito objetivos e impessoais, em que não se inclui a avaliação de desempenho. As respectivas vagas devem ser extintas e não podem ser reocupadas por quatro anos, inibindo assim a ação de governantes que queiram nomear seus eleitores. O outro mecanismo, que entendo como mais importante, é a possibilidade de demissão por insuficiência de desempenho, com as devidas garantias de defesa do funcionário. O grande problema é que essa avaliação aguarda há 18 anos a sua regulamentação para ser implementada no governo federal. Minas Gerais, por exemplo, já regulamentou esse processo há aproximadamente dez anos. Portanto, as possibilidades de demissão existem, estão previstas na Constituição. Falta a vontade política para implementá-las. Podem não ser perfeitas, mas o fato é que lá estão, criadas e aprovadas. Merecem, na verdade, ser aprimoradas. Um dos problemas é o efeito, sobre a eficiência do serviço, da impessoalidade da regra associada à demissão por excesso de despesas. Por exemplo, desligar primeiro os estáveis mais jovens ou com um número menor de anos de serviço público não significa que os servidores menos dedicados serão afastados. Tratar todos os funcionários da mesma forma, independentemente de suas atribuições, também não parece ser a melhor solução. O servidor que desempenha atividades intituladas como típicas de Estado, aquelas em que ele está imbuído do chamado poder extroverso -que o Estado lhe atribui para decidir sobre o cotidiano do cidadão comum com base no que estabelece a legislação, como a fiscalização, o policiamento, a formulação de políticas estratégicas, a taxação, dentre outras-, precisa contar com maior proteção. Outra boa opção seria estabelecer mecanismos de contratação por tempo determinado para um número maior de atividades. A administração pública necessita dessa flexibilidade. É possível melhorar as regras de estabilidade sem eliminar a proteção ao servidor. As sugestões aqui listadas ajudariam a amenizar os maiores problemas da gestão de recursos humanos no setor público: a estrutura inadequada de incentivos ao desempenho e a falta de planejamento sobre a força de trabalho necessária. NELSON MARCONI, é professor de macroeconomia e finanças públicas da Fundação Getulio Vargas e coordenador do fórum de economia da mesma instituição PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
opiniao
Estabilidade no serviço público deveria ser revista? SIMESTRUTURA INADEQUADA DE INCENTIVOS A estabilidade dos servidores foi criada com o intuito de protegê-los de pressões e arbitrariedades políticas que poderiam restringir a sua atuação ou levar à demissão em virtude de orientações profissionais ou políticas. Dois exemplos para justificá-la são clássicos: o servidor pode ser pressionado para executar uma atividade, sob uma determinada orientação, que fere os interesses públicos ou ser demitido para dar lugar a um correligionário de algum governante. Em ambas as situações, justifica-se a criação de um mecanismo que proteja os servidores de forma adequada. A estabilidade, entretanto, pode ter efeitos negativos: a acomodação e o desempenho insuficiente (ainda que esse não pareça ser o caso geral). Como solucionar esse impasse? A reforma constitucional de 1998, definida no âmbito da chamada reforma do Estado daquele período, criou dois mecanismos possíveis para a demissão de servidores. Um deles está associado ao excesso de despesas com pessoal. Os órgãos devem, neste caso, primeiro demitir uma parcela dos comissionados, depois os não estáveis e, por fim, os estáveis -estes últimos, somente a partir de critérios muito objetivos e impessoais, em que não se inclui a avaliação de desempenho. As respectivas vagas devem ser extintas e não podem ser reocupadas por quatro anos, inibindo assim a ação de governantes que queiram nomear seus eleitores. O outro mecanismo, que entendo como mais importante, é a possibilidade de demissão por insuficiência de desempenho, com as devidas garantias de defesa do funcionário. O grande problema é que essa avaliação aguarda há 18 anos a sua regulamentação para ser implementada no governo federal. Minas Gerais, por exemplo, já regulamentou esse processo há aproximadamente dez anos. Portanto, as possibilidades de demissão existem, estão previstas na Constituição. Falta a vontade política para implementá-las. Podem não ser perfeitas, mas o fato é que lá estão, criadas e aprovadas. Merecem, na verdade, ser aprimoradas. Um dos problemas é o efeito, sobre a eficiência do serviço, da impessoalidade da regra associada à demissão por excesso de despesas. Por exemplo, desligar primeiro os estáveis mais jovens ou com um número menor de anos de serviço público não significa que os servidores menos dedicados serão afastados. Tratar todos os funcionários da mesma forma, independentemente de suas atribuições, também não parece ser a melhor solução. O servidor que desempenha atividades intituladas como típicas de Estado, aquelas em que ele está imbuído do chamado poder extroverso -que o Estado lhe atribui para decidir sobre o cotidiano do cidadão comum com base no que estabelece a legislação, como a fiscalização, o policiamento, a formulação de políticas estratégicas, a taxação, dentre outras-, precisa contar com maior proteção. Outra boa opção seria estabelecer mecanismos de contratação por tempo determinado para um número maior de atividades. A administração pública necessita dessa flexibilidade. É possível melhorar as regras de estabilidade sem eliminar a proteção ao servidor. As sugestões aqui listadas ajudariam a amenizar os maiores problemas da gestão de recursos humanos no setor público: a estrutura inadequada de incentivos ao desempenho e a falta de planejamento sobre a força de trabalho necessária. NELSON MARCONI, é professor de macroeconomia e finanças públicas da Fundação Getulio Vargas e coordenador do fórum de economia da mesma instituição PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
14
PF faz operação na sede da JBS para apurar atuação no mercado financeiro
A Polícia Federal cumpriu nesta sexta (9) mandados de busca e apreensão na sede da JBS, em São Paulo. Três funcionários da empresa de alimentos foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimentos e posteriormente foram liberados. Um quarto funcionário não foi encontrado para ser conduzido. Batizada de Tendão de Aquiles, a operação apura o suposto uso indevido de informações privilegiadas pela JBS e por sua controladora, a FB Participações, no mercado financeiro. Foram apreendidos documentos, mídias, celulares e informações de HDs. A notícia assustou investidores, e as ações da JBS fecharam com queda de 2,67%. A operação foi autorizada pelo juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Em sua decisão, ele aponta como motivo "operações feitas em condições fora dos padrões e durante período em que os dirigentes da empresa estavam negociando termos de acordo de delação premiada, ainda em fase de sigilo absoluto naquela ocasião". O magistrado baseou-se em análise de relatórios técnicos apresentados pela PF, feitos após diligências e compartilhamento de informações com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). CRONOLOGIA Joesley Batista, um dos donos da JBS, gravou uma conversa com o presidente Michel Temer em 7 de março. Em seguida, ele e seu irmão, Wesley Batista, firmaram acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República. Em 24 de abril, a FB Participações começou a vender ações da JBS, o que durou até o dia 27 daquele mês. Em 28 de abril, funcionários da JBS e da J&F (holding dos Batista) ordenaram operações no mercado de câmbio, indicam elementos reunidos pela CVM. Tais operações cessariam em 17 de maio, quando foi noticiada a existência da delação. Segundo a PF, há indícios de uso de informação privilegiada, "gerando vantagens indevidas no mercado de capitais num contexto em quase todos os investidores tiveram prejuízos financeiros". No dia seguinte à notícia sobre o acordo, que jogou o governo Michel Temer numa profunda crise, as ações da JBS na Bovespa despencaram e a cotação do dólar disparou. O inquérito foi instaurado pela Polícia Federal no dia 19 de maio, depois que tomou conhecimento de que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) havia instaurado cinco processos administrativos para apurar uso de informação privilegiada pela empresa e seus controladores. Os investigados, caso venham a ser condenados, podem responder por crimes cujas penas variam de 1 a 5 anos de reclusão e multa de até três vezes o valor ilícito obtido, de acordo com a PF. CORRETORAS Inicialmente o Ministério Público Federal havia requerido que a busca e apreensão se estendesse também às corretoras Credit Suisse, Ativa, Goldman Sachs, XP Investimentos, BGC Liquidez, que não haviam apresentado informações solicitadas pela CVM. Mas como as instituições atenderam, ao menos parcialmente, os requerimentos da CVM os procuradores entenderam ser desnecessária a busca e apreensão. OUTRO LADO Em nota, a JBS afirmou que as empresas entregaram os materiais e documentos solicitados e que segue está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos. Sobre a compra e venda de moedas, ações e títulos, diz que as operações realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores foram feitas dentro da lei. Sobre as operações de câmbio, afirma que gerencia "de forma minuciosa e diária" a sua exposição cambial e de commodities. "A empresa tem como política a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais", afirmou.
mercado
PF faz operação na sede da JBS para apurar atuação no mercado financeiroA Polícia Federal cumpriu nesta sexta (9) mandados de busca e apreensão na sede da JBS, em São Paulo. Três funcionários da empresa de alimentos foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimentos e posteriormente foram liberados. Um quarto funcionário não foi encontrado para ser conduzido. Batizada de Tendão de Aquiles, a operação apura o suposto uso indevido de informações privilegiadas pela JBS e por sua controladora, a FB Participações, no mercado financeiro. Foram apreendidos documentos, mídias, celulares e informações de HDs. A notícia assustou investidores, e as ações da JBS fecharam com queda de 2,67%. A operação foi autorizada pelo juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Em sua decisão, ele aponta como motivo "operações feitas em condições fora dos padrões e durante período em que os dirigentes da empresa estavam negociando termos de acordo de delação premiada, ainda em fase de sigilo absoluto naquela ocasião". O magistrado baseou-se em análise de relatórios técnicos apresentados pela PF, feitos após diligências e compartilhamento de informações com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). CRONOLOGIA Joesley Batista, um dos donos da JBS, gravou uma conversa com o presidente Michel Temer em 7 de março. Em seguida, ele e seu irmão, Wesley Batista, firmaram acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República. Em 24 de abril, a FB Participações começou a vender ações da JBS, o que durou até o dia 27 daquele mês. Em 28 de abril, funcionários da JBS e da J&F (holding dos Batista) ordenaram operações no mercado de câmbio, indicam elementos reunidos pela CVM. Tais operações cessariam em 17 de maio, quando foi noticiada a existência da delação. Segundo a PF, há indícios de uso de informação privilegiada, "gerando vantagens indevidas no mercado de capitais num contexto em quase todos os investidores tiveram prejuízos financeiros". No dia seguinte à notícia sobre o acordo, que jogou o governo Michel Temer numa profunda crise, as ações da JBS na Bovespa despencaram e a cotação do dólar disparou. O inquérito foi instaurado pela Polícia Federal no dia 19 de maio, depois que tomou conhecimento de que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) havia instaurado cinco processos administrativos para apurar uso de informação privilegiada pela empresa e seus controladores. Os investigados, caso venham a ser condenados, podem responder por crimes cujas penas variam de 1 a 5 anos de reclusão e multa de até três vezes o valor ilícito obtido, de acordo com a PF. CORRETORAS Inicialmente o Ministério Público Federal havia requerido que a busca e apreensão se estendesse também às corretoras Credit Suisse, Ativa, Goldman Sachs, XP Investimentos, BGC Liquidez, que não haviam apresentado informações solicitadas pela CVM. Mas como as instituições atenderam, ao menos parcialmente, os requerimentos da CVM os procuradores entenderam ser desnecessária a busca e apreensão. OUTRO LADO Em nota, a JBS afirmou que as empresas entregaram os materiais e documentos solicitados e que segue está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos. Sobre a compra e venda de moedas, ações e títulos, diz que as operações realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores foram feitas dentro da lei. Sobre as operações de câmbio, afirma que gerencia "de forma minuciosa e diária" a sua exposição cambial e de commodities. "A empresa tem como política a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais", afirmou.
2
'Modelo bancário suíço está morto', diz dirigente financeiro de Abu Dhabi
Abu Dhabi pretende se estabelecer como um novo polo para a gestão de patrimônio, e o dirigente de seu incipiente centro financeiro internacional declarou que o velho modelo suíço de bancos privados e sigilo bancário estava "morto". O Abu Dhabi Global Markets (ADGM) é uma expressão de ambição mundial, e tem o objetivo de conduzir o emirado rico em petróleo e gás natural à qualidade de uma das mais influentes instituições mundiais, como o Comitê da Basileia para Fiscalização Bancária ou o Grupo dos 20 (G20), usando Cingapura e não a Suíça como modelo, disse o presidente da organização ao "Financial Times". "A inovação está vindo de mercados novos e emergentes. Por isso os centros financeiros asiáticos agora participam dos comitês da Basileia e legislam para o Ocidente - porque eles não cometeram qualquer erro em 15 anos", disse Ahmed Ali al-Sayegh em Londres, definindo as pretensões do ADGM com relação aos bancos. "Temos ambição similar". Os comentários dele surgem em um momento no qual os centros de gravidade de instituições como essas mudaram palpavelmente do oeste para o leste, e quando a Ásia começa a desenvolver instituições próprias a fim de rivalizar com as do Ocidente, como o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, liderado pela China. O ADGM, que terá uma agência regulatória própria e tribunais que operarão sob o regime da common law inglesa, é uma tentativa de diversificar a economia da capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU) Os fundos de investimento soberano muito bem financiados do emirado, a Abu Dhabi Investment Authority e o Mubadala, serão os dois sediados na zona livre, construída na ilha de al-Mariya, na capital. Isso preocupa algumas pessoas no vizinho Dubai, cujo centro financeiro internacional foi inaugurado uma década atrás, atraindo os maiores bancos e escritórios de advocacia do planeta. Sayegh e sua equipe, que inclui Sir Hector Sants, antigo presidente da agência regulatória dos mercados financeiros do Reino Unido, insistem em que existe espaço para dois centros financeiros a duas horas de carro um do outro, enfatizando que não só Abu Dhabi se concentrará em áreas específicas, como a gestão de patrimônio, como que os dois centros vizinhos se complementarão. "Quando houve a ascensão de Cingapura, surgiram preocupações de que isso tiraria mercado de Hong Kong, o que não aconteceu", disse Richard Teng, ex-diretor de fiscalização da Bolsa de Valores de Cingapura e contratado como principal responsável pela fiscalização do ADGM. A indicação de Teng no ano passado foi numa demonstração implícita de que Cingapura serviria de modelo ao projeto. Agora isso se tornou explícito. O modelo da Suíça "está morto", disse Sayegh, em referência ao sigilo bancário naquele país. "Cingapura assinou um acordo muito transparente com o mundo. Você não é muito esperto se escolhe copiar um modelo morto". O novo aspirante à coroa da gestão de patrimônio está surgindo em um momento no qual o atual detentor do posto, a Suíça, vem sofrendo repetidos abalos de reputação, já há alguns últimos anos. Mais recentemente, vazaram informações sobre os clientes da divisão de gestão de patrimônio do HSBC, com dados dos últimos 10 anos, o que causou embaraços ao banco britânico e à Suíça como centro financeiro. O banco foi acusado de ajudar na sonegação de impostos e de facilitar manobras para reduzir legalmente os impostos a pagar de seus clientes. Ao mesmo tempo, documentos judiciais quanto a um escândalo de corrupção envolvendo a gigante estatal da energia Petrobras, do Brasil, sugerem que pelo menos US$ 100 milhões em propinas foram encaminhados por meio de diversos bancos suíços. Os bancos, sediados principalmente em Genebra, também foram prejudicados por uma série de disputas tributárias com autoridades de todo o planeta. Os Estados Unidos, especialmente, protestaram contra os bancos suíços por ajudarem os cidadãos norte-americanos a evitar suas obrigações mundiais de impostos. A reputação muito acalentada do setor como um gestor discreto e eficiente de patrimônio foi fortemente prejudicada, ainda que os bancos insistam em que continuam respeitados como instituições financeiramente robustas. "Existe uma mudança fundamental em termos de como os serviços mundiais de gestão de patrimônio estão sendo prestados", disse Sir Hector. "As pessoas preferem ter seu patrimônio administrado no local em que vivem; e Abu Dhabi e o Golfo Pérsico naturalmente tem muita riqueza natural".
mercado
'Modelo bancário suíço está morto', diz dirigente financeiro de Abu DhabiAbu Dhabi pretende se estabelecer como um novo polo para a gestão de patrimônio, e o dirigente de seu incipiente centro financeiro internacional declarou que o velho modelo suíço de bancos privados e sigilo bancário estava "morto". O Abu Dhabi Global Markets (ADGM) é uma expressão de ambição mundial, e tem o objetivo de conduzir o emirado rico em petróleo e gás natural à qualidade de uma das mais influentes instituições mundiais, como o Comitê da Basileia para Fiscalização Bancária ou o Grupo dos 20 (G20), usando Cingapura e não a Suíça como modelo, disse o presidente da organização ao "Financial Times". "A inovação está vindo de mercados novos e emergentes. Por isso os centros financeiros asiáticos agora participam dos comitês da Basileia e legislam para o Ocidente - porque eles não cometeram qualquer erro em 15 anos", disse Ahmed Ali al-Sayegh em Londres, definindo as pretensões do ADGM com relação aos bancos. "Temos ambição similar". Os comentários dele surgem em um momento no qual os centros de gravidade de instituições como essas mudaram palpavelmente do oeste para o leste, e quando a Ásia começa a desenvolver instituições próprias a fim de rivalizar com as do Ocidente, como o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, liderado pela China. O ADGM, que terá uma agência regulatória própria e tribunais que operarão sob o regime da common law inglesa, é uma tentativa de diversificar a economia da capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU) Os fundos de investimento soberano muito bem financiados do emirado, a Abu Dhabi Investment Authority e o Mubadala, serão os dois sediados na zona livre, construída na ilha de al-Mariya, na capital. Isso preocupa algumas pessoas no vizinho Dubai, cujo centro financeiro internacional foi inaugurado uma década atrás, atraindo os maiores bancos e escritórios de advocacia do planeta. Sayegh e sua equipe, que inclui Sir Hector Sants, antigo presidente da agência regulatória dos mercados financeiros do Reino Unido, insistem em que existe espaço para dois centros financeiros a duas horas de carro um do outro, enfatizando que não só Abu Dhabi se concentrará em áreas específicas, como a gestão de patrimônio, como que os dois centros vizinhos se complementarão. "Quando houve a ascensão de Cingapura, surgiram preocupações de que isso tiraria mercado de Hong Kong, o que não aconteceu", disse Richard Teng, ex-diretor de fiscalização da Bolsa de Valores de Cingapura e contratado como principal responsável pela fiscalização do ADGM. A indicação de Teng no ano passado foi numa demonstração implícita de que Cingapura serviria de modelo ao projeto. Agora isso se tornou explícito. O modelo da Suíça "está morto", disse Sayegh, em referência ao sigilo bancário naquele país. "Cingapura assinou um acordo muito transparente com o mundo. Você não é muito esperto se escolhe copiar um modelo morto". O novo aspirante à coroa da gestão de patrimônio está surgindo em um momento no qual o atual detentor do posto, a Suíça, vem sofrendo repetidos abalos de reputação, já há alguns últimos anos. Mais recentemente, vazaram informações sobre os clientes da divisão de gestão de patrimônio do HSBC, com dados dos últimos 10 anos, o que causou embaraços ao banco britânico e à Suíça como centro financeiro. O banco foi acusado de ajudar na sonegação de impostos e de facilitar manobras para reduzir legalmente os impostos a pagar de seus clientes. Ao mesmo tempo, documentos judiciais quanto a um escândalo de corrupção envolvendo a gigante estatal da energia Petrobras, do Brasil, sugerem que pelo menos US$ 100 milhões em propinas foram encaminhados por meio de diversos bancos suíços. Os bancos, sediados principalmente em Genebra, também foram prejudicados por uma série de disputas tributárias com autoridades de todo o planeta. Os Estados Unidos, especialmente, protestaram contra os bancos suíços por ajudarem os cidadãos norte-americanos a evitar suas obrigações mundiais de impostos. A reputação muito acalentada do setor como um gestor discreto e eficiente de patrimônio foi fortemente prejudicada, ainda que os bancos insistam em que continuam respeitados como instituições financeiramente robustas. "Existe uma mudança fundamental em termos de como os serviços mundiais de gestão de patrimônio estão sendo prestados", disse Sir Hector. "As pessoas preferem ter seu patrimônio administrado no local em que vivem; e Abu Dhabi e o Golfo Pérsico naturalmente tem muita riqueza natural".
2
Astrologia
ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Como o eclipse de ontem mexeu no seu subconsciente, seus efeitos ainda não foram de todo sentidos. Com a Lua cheia em Áries hoje, a emoção começa a sair, seja em tesão ou em conflitos de relacionamento. TOURO (21 abr. a 20 mai.) O sentimento de hoje depende da qualidade da experiência de ontem. O importante é que se sinta livre para amar do seu jeito, mesmo que, para o bem-estar de um relacionamento, precise fazer concessões. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Se o eclipse de ontem foi a culminância de uma situação emocional, hoje a cena pega fogo, o que quer que isso signifique para você. As relações precisam ser arrumadas no tabuleiro, considerando sua liberdade. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Você sente uma sacudida, venha de si mesma ou de fora, que é um chamado ao ação. Que é emocional, porque é ansiedade, surpresa e desapego, mas também repercute no projeto de vida, pedindo novidade. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Tem fogo no céu para incinerar os dramas de ontem, nem que isso signifique um espetáculo, mas desta vez mais ao seu modo: chamativo e inesperado. Contudo, a inflamação também dói. Cuidado com exageros. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Entenda que este ciclo é transformador. Ainda que não seja radical, algo muda, pelo menos no íntimo. Neste final de semana você sentirá algo arder por dentro. Que você possa se imbuir dessa força. LIBRA (23 set. a 22 out.) Você está num momento de descobertas, mas é claro que isso se dá por meio de seus encontros. Urano, o planeta do inesperado, que pode ser surpresa ou choque, atravessa suas relações, pedindo emancipações. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) O eclipse de ontem não tratou apenas do sentimento de amor pelo outro, mas também do amor próprio. E, dependendo dessa condição, o fim de semana pode ser ousadia ou livramento, ou uma irritação. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) De alguma forma, sua alma e seu coração foram lavados ontem. Hoje a Lua em Áries taca fogo nessa emoção. Raiva? A melhor maneira de aproveitá-la é tratar de se reinventar, assumindo uma nova forma de sentir. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) A Lua adentra o território doméstico e familiar do seu mapa, e a terra dá uma tremida. Isso pode causar certa apreensão, mas essa pulsão pede abertura emocional. Novas necessidades pedem respostas diferentes. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) O final de semana chega com sua cabeça fervilhando. É revolta? Seja crítico. Mas, se você compreender a necessidade de revolução, pode ser criativo, dinâmico e muito mais libertador para os seus relacionamentos. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Talvez você não possa ter evitado um sentimento ou uma experiência no eclipse lunar em Peixes de ontem, mas pode dominar suas reações. A reação é a sua liberdade. Neste final de semana, os encontros pedem novas abordagens.
ilustrada
AstrologiaÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Como o eclipse de ontem mexeu no seu subconsciente, seus efeitos ainda não foram de todo sentidos. Com a Lua cheia em Áries hoje, a emoção começa a sair, seja em tesão ou em conflitos de relacionamento. TOURO (21 abr. a 20 mai.) O sentimento de hoje depende da qualidade da experiência de ontem. O importante é que se sinta livre para amar do seu jeito, mesmo que, para o bem-estar de um relacionamento, precise fazer concessões. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Se o eclipse de ontem foi a culminância de uma situação emocional, hoje a cena pega fogo, o que quer que isso signifique para você. As relações precisam ser arrumadas no tabuleiro, considerando sua liberdade. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Você sente uma sacudida, venha de si mesma ou de fora, que é um chamado ao ação. Que é emocional, porque é ansiedade, surpresa e desapego, mas também repercute no projeto de vida, pedindo novidade. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Tem fogo no céu para incinerar os dramas de ontem, nem que isso signifique um espetáculo, mas desta vez mais ao seu modo: chamativo e inesperado. Contudo, a inflamação também dói. Cuidado com exageros. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Entenda que este ciclo é transformador. Ainda que não seja radical, algo muda, pelo menos no íntimo. Neste final de semana você sentirá algo arder por dentro. Que você possa se imbuir dessa força. LIBRA (23 set. a 22 out.) Você está num momento de descobertas, mas é claro que isso se dá por meio de seus encontros. Urano, o planeta do inesperado, que pode ser surpresa ou choque, atravessa suas relações, pedindo emancipações. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) O eclipse de ontem não tratou apenas do sentimento de amor pelo outro, mas também do amor próprio. E, dependendo dessa condição, o fim de semana pode ser ousadia ou livramento, ou uma irritação. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) De alguma forma, sua alma e seu coração foram lavados ontem. Hoje a Lua em Áries taca fogo nessa emoção. Raiva? A melhor maneira de aproveitá-la é tratar de se reinventar, assumindo uma nova forma de sentir. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) A Lua adentra o território doméstico e familiar do seu mapa, e a terra dá uma tremida. Isso pode causar certa apreensão, mas essa pulsão pede abertura emocional. Novas necessidades pedem respostas diferentes. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) O final de semana chega com sua cabeça fervilhando. É revolta? Seja crítico. Mas, se você compreender a necessidade de revolução, pode ser criativo, dinâmico e muito mais libertador para os seus relacionamentos. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Talvez você não possa ter evitado um sentimento ou uma experiência no eclipse lunar em Peixes de ontem, mas pode dominar suas reações. A reação é a sua liberdade. Neste final de semana, os encontros pedem novas abordagens.
1
Dengue! O Fim da Picada!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador-Geral da República! Predestinado do ano: "Prenderam o ex-diretor do FMI, Rodrigo Rato". Roeu a nossa grana! O FMI nomear um rato não é nepotismo? Rarará! Esse FMI tá igual ao PT, dois diretores presos! E o chargista Duke já disse que PT quer dizer Prenderam o Tesoureiro! Ou: Precisa-se de Tesoureiro! "PT estuda nomear um tesoureiro tampão." Tesoureiro Tampão? É o OB! Próximo tesoureiro do PT: OB. Que vai terminar em BO! Rarará! Ou então: Sempre Livre! UFA! Finalmente um tesoureiro Sempre Livre! Rarará! E a cunhada do Vaccari tá indo de carro pra Curitiba porque não encontrou passagem de avião. Sei, todo mundo vai passar o feriadão em Curitiba! Aliás, quem vai passar o feriadão em Curitiba? ADVOGADOS! Rarará! E atenção! Eu não tô com dengue. AINDA! São Paulo diz que vai chamar o Exército pra combater a dengue. Errado! Tem que chamar a Aeronáutica! Porque mosquita avoa! Rarará! E campanha de combate à dengue: O FIM DA PICADA! E a melhor manchete sobre dengue vem da Bahia: "Mosquitos da dengue invadem o Vale das Muriçocas". Guerra de insetos! Rarará! E o feriadão de Tiradentes. Em homenagem a Tiradentes, todo mundo vai enforcar a segunda-feira! Tiradentes devia ser padroeiro do Brasil: todo mundo com a corda no pescoço! E sabe a diferença entre a Dilma e o Collor? O Collor confiscou tudo de uma vez e a Dilma tá confiscando aos poucos! E eu sei porque o Aécio quer o parlamentarismo. O Primeiro Ministro trabalha e ele continua no Rio! Rarará! E o castigo pro Vaccari seria passar o feriadão de Tiradentes com a Dilma. Já imaginou? "Cala a boca senão eu te enforco." Na porta da cozinha! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! O Brasil é Lúdico! Olha este cartaz num poste: "Clínica Terapêutica O Cordeiro que Resgata! Álcool, Droga e ESCRISOFINIA! Pastor Carlos". Pastor, eu estou ESCRISOFÊNICO! E o pastor Carlos é psiquiatra e psicólogo. E escrisofênico! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colíro alucinógeno!
colunas
Dengue! O Fim da Picada!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador-Geral da República! Predestinado do ano: "Prenderam o ex-diretor do FMI, Rodrigo Rato". Roeu a nossa grana! O FMI nomear um rato não é nepotismo? Rarará! Esse FMI tá igual ao PT, dois diretores presos! E o chargista Duke já disse que PT quer dizer Prenderam o Tesoureiro! Ou: Precisa-se de Tesoureiro! "PT estuda nomear um tesoureiro tampão." Tesoureiro Tampão? É o OB! Próximo tesoureiro do PT: OB. Que vai terminar em BO! Rarará! Ou então: Sempre Livre! UFA! Finalmente um tesoureiro Sempre Livre! Rarará! E a cunhada do Vaccari tá indo de carro pra Curitiba porque não encontrou passagem de avião. Sei, todo mundo vai passar o feriadão em Curitiba! Aliás, quem vai passar o feriadão em Curitiba? ADVOGADOS! Rarará! E atenção! Eu não tô com dengue. AINDA! São Paulo diz que vai chamar o Exército pra combater a dengue. Errado! Tem que chamar a Aeronáutica! Porque mosquita avoa! Rarará! E campanha de combate à dengue: O FIM DA PICADA! E a melhor manchete sobre dengue vem da Bahia: "Mosquitos da dengue invadem o Vale das Muriçocas". Guerra de insetos! Rarará! E o feriadão de Tiradentes. Em homenagem a Tiradentes, todo mundo vai enforcar a segunda-feira! Tiradentes devia ser padroeiro do Brasil: todo mundo com a corda no pescoço! E sabe a diferença entre a Dilma e o Collor? O Collor confiscou tudo de uma vez e a Dilma tá confiscando aos poucos! E eu sei porque o Aécio quer o parlamentarismo. O Primeiro Ministro trabalha e ele continua no Rio! Rarará! E o castigo pro Vaccari seria passar o feriadão de Tiradentes com a Dilma. Já imaginou? "Cala a boca senão eu te enforco." Na porta da cozinha! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! O Brasil é Lúdico! Olha este cartaz num poste: "Clínica Terapêutica O Cordeiro que Resgata! Álcool, Droga e ESCRISOFINIA! Pastor Carlos". Pastor, eu estou ESCRISOFÊNICO! E o pastor Carlos é psiquiatra e psicólogo. E escrisofênico! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza! Que eu vou pingar o meu colíro alucinógeno!
10
Internet, direito de todos os brasileiros
A banda larga, que promove o acesso à internet de alta velocidade, está no centro das discussões em função de um ponto central: a franquia de dados. Nesse sentido, ressalto que não basta analisar somente o consumo, é essencial falar do acesso e da participação. Há décadas dependíamos, por exemplo, de enciclopédias ou livros específicos para ter contato com informações sobre qualquer assunto, por mais simples que fosse. Para expressar sua opinião, o cidadão dispunha de poucos espaços em veículos de comunicação ou canais de debate na sua localidade. Despontava a temerária segregação do conhecimento e do espaço. Atualmente, milhões de cidadãos, não importa a classe social, podem aprender, debater e se manifestar sobre qualquer tema no Brasil, sem as barreiras que as gerações passadas enfrentaram. Tanto faz se o jovem está no interior do Nordeste ou no centro de São Paulo. Esse panorama será universalizado em todas as regiões pelo programa Brasil Inteligente, que explicarei em seguida. A internet tornou-se uma ferramenta essencial para toda a população. A sociedade não consegue mais prosperar sem estar conectada de uma maneira ampla, eficiente e democrática. Por todo esse significado, uma eventual e inoportuna limitação de acesso gera justificada apreensão entre os usuários. Ao longo dos últimos dias, reafirmei que a internet é um direito de todos. E como poderia ser diferente? Defender uma conexão de qualidade, com preços justos, está no centro das políticas públicas do Ministério das Comunicações, que segue atuando na reformulação do marco regulatório das telecomunicações. Além disso, por meio do programa Brasil Inteligente, que substituirá o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), com o slogan "Internet Ligando a Gente", o Ministério das Comunicações implementará um pacote de ações que levará conexão de alta velocidade, via fibra óptica ou satélite geoestacionário, para cidades, escolas, residências do Minha Casa, Minha Vida e órgãos públicos. Nossa meta é proporcionar conexão para 70% dos municípios, o que corresponde a 95% da população. A iniciativa permitirá que a inovação tecnológica seja, efetivamente, uma marca do Brasil. Por todas as regiões existem centros de estudo que trabalham debruçados sobre ferramentas que colocarão o país na vanguarda do desenvolvimento. Por meio de acordo com a União Europeia, os cientistas brasileiros poderão atuar no desenvolvimento do 5G, que é a base para a "internet das coisas", possibilidade de conexão à Web a partir de objetos utilizados no dia a dia. Pode parecer um mundo distante, mas está virando realidade, ao mesmo tempo, para todos nós da América Latina. Neste cenário, as operadoras de telefonia e internet do país possuem, é claro, total abertura para buscar rentabilidade nos seus interesses comerciais. Isso não significa, entretanto, que aceitaremos os abusos. Existe um forte interesse social envolvido nesse debate. A Anatel, como agência reguladora, tem a função de evitar essas práticas a partir da regulação do Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), que engloba a prestação do serviço de internet fixa. Declarações equivocadas ocorreram e foram revistas. As conquistas já estabelecidas não serão reformuladas. Reafirmo, por fim, nosso posicionamento de sempre: a internet é absolutamente essencial para mantermos a construção de um país mais igual para todos. ANDRÉ FIGUEIREDO é ministro das Comunicações. Foi deputado federal em 3 legislaturas (PDT-CE)
opiniao
Internet, direito de todos os brasileirosA banda larga, que promove o acesso à internet de alta velocidade, está no centro das discussões em função de um ponto central: a franquia de dados. Nesse sentido, ressalto que não basta analisar somente o consumo, é essencial falar do acesso e da participação. Há décadas dependíamos, por exemplo, de enciclopédias ou livros específicos para ter contato com informações sobre qualquer assunto, por mais simples que fosse. Para expressar sua opinião, o cidadão dispunha de poucos espaços em veículos de comunicação ou canais de debate na sua localidade. Despontava a temerária segregação do conhecimento e do espaço. Atualmente, milhões de cidadãos, não importa a classe social, podem aprender, debater e se manifestar sobre qualquer tema no Brasil, sem as barreiras que as gerações passadas enfrentaram. Tanto faz se o jovem está no interior do Nordeste ou no centro de São Paulo. Esse panorama será universalizado em todas as regiões pelo programa Brasil Inteligente, que explicarei em seguida. A internet tornou-se uma ferramenta essencial para toda a população. A sociedade não consegue mais prosperar sem estar conectada de uma maneira ampla, eficiente e democrática. Por todo esse significado, uma eventual e inoportuna limitação de acesso gera justificada apreensão entre os usuários. Ao longo dos últimos dias, reafirmei que a internet é um direito de todos. E como poderia ser diferente? Defender uma conexão de qualidade, com preços justos, está no centro das políticas públicas do Ministério das Comunicações, que segue atuando na reformulação do marco regulatório das telecomunicações. Além disso, por meio do programa Brasil Inteligente, que substituirá o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), com o slogan "Internet Ligando a Gente", o Ministério das Comunicações implementará um pacote de ações que levará conexão de alta velocidade, via fibra óptica ou satélite geoestacionário, para cidades, escolas, residências do Minha Casa, Minha Vida e órgãos públicos. Nossa meta é proporcionar conexão para 70% dos municípios, o que corresponde a 95% da população. A iniciativa permitirá que a inovação tecnológica seja, efetivamente, uma marca do Brasil. Por todas as regiões existem centros de estudo que trabalham debruçados sobre ferramentas que colocarão o país na vanguarda do desenvolvimento. Por meio de acordo com a União Europeia, os cientistas brasileiros poderão atuar no desenvolvimento do 5G, que é a base para a "internet das coisas", possibilidade de conexão à Web a partir de objetos utilizados no dia a dia. Pode parecer um mundo distante, mas está virando realidade, ao mesmo tempo, para todos nós da América Latina. Neste cenário, as operadoras de telefonia e internet do país possuem, é claro, total abertura para buscar rentabilidade nos seus interesses comerciais. Isso não significa, entretanto, que aceitaremos os abusos. Existe um forte interesse social envolvido nesse debate. A Anatel, como agência reguladora, tem a função de evitar essas práticas a partir da regulação do Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), que engloba a prestação do serviço de internet fixa. Declarações equivocadas ocorreram e foram revistas. As conquistas já estabelecidas não serão reformuladas. Reafirmo, por fim, nosso posicionamento de sempre: a internet é absolutamente essencial para mantermos a construção de um país mais igual para todos. ANDRÉ FIGUEIREDO é ministro das Comunicações. Foi deputado federal em 3 legislaturas (PDT-CE)
14
'Atirador do cinema' é considerado culpado nos EUA
Depois de três meses de julgamento, James Holmes, 27, foi considerado culpado nesta quinta-feira (16) pela morte de 12 pessoas em um cinema da cidade de Aurora, no Estado do Colorado (oeste dos EUA). Agora, os jurados devem determinar se o atirador será condenado à morte ou à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Em julho de 2012, Holmes atirou uma bomba de gás lacrimogêneo contra os espectadores de uma sessão do filme "Batman -O Cavaleiro das Trevas Ressurge" em Aurora. Na sequência, armado com pistolas e um fuzil semiautomático, disparou contra a plateia deixando, além dos 12 mortos, 70 pessoas feridas. O júri, composto por nove mulheres e três homens, rejeitou a alegação da defesa de que o atirador é inimputável por ser mentalmente insano. Conforme a sentença, Holmes é culpado em múltiplas acusações de assassinato em primeiro grau e tentativa de homicídio. Durante o julgamento, pessoas feridas pelo atirador relataram, às lágrimas, como se esconderam das balas atrás das cadeiras do cinema e fugiram do local passando por sobre os corpos de parentes mortos. Presente ao tribunal, o atirador não esboçou reação durante a leitura da decisão do júri pelo juiz Carlos Samour.
mundo
'Atirador do cinema' é considerado culpado nos EUADepois de três meses de julgamento, James Holmes, 27, foi considerado culpado nesta quinta-feira (16) pela morte de 12 pessoas em um cinema da cidade de Aurora, no Estado do Colorado (oeste dos EUA). Agora, os jurados devem determinar se o atirador será condenado à morte ou à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Em julho de 2012, Holmes atirou uma bomba de gás lacrimogêneo contra os espectadores de uma sessão do filme "Batman -O Cavaleiro das Trevas Ressurge" em Aurora. Na sequência, armado com pistolas e um fuzil semiautomático, disparou contra a plateia deixando, além dos 12 mortos, 70 pessoas feridas. O júri, composto por nove mulheres e três homens, rejeitou a alegação da defesa de que o atirador é inimputável por ser mentalmente insano. Conforme a sentença, Holmes é culpado em múltiplas acusações de assassinato em primeiro grau e tentativa de homicídio. Durante o julgamento, pessoas feridas pelo atirador relataram, às lágrimas, como se esconderam das balas atrás das cadeiras do cinema e fugiram do local passando por sobre os corpos de parentes mortos. Presente ao tribunal, o atirador não esboçou reação durante a leitura da decisão do júri pelo juiz Carlos Samour.
3
Estudo mostra que 'hahaha' é forma mais comum de rir na internet
Quem nunca usou a internet para ver algum site engraçado e rir entre um momento ou outro de tensão? Apesar de essa ser uma atividade frequente para todo mundo, a maneira como as pessoas riem on-line está mudando, é o que mostra um estudo divulgado pelo Facebook na última semana. De acordo com a rede social, a forma mais comum de as pessoas gargalharem em comentários na internet é escrevendo "hahaha" e suas variações como "haha" ou "haaahhahaha". Para chegar a esse resultado, o site de Mark Zuckerberg analisou mensagens e comentários publicados na última semana de maio que continham risadas. Os autores das postagens, porém, não foram identificados na pesquisa. Por questão de privacidade, as conversas no Messenger, o bate-papo do Facebook, também não foram analisadas. Entre todas as risadas estudadas, "hahaha" ocupou a primeira colocação com 51,4% de frequência. O uso apenas de emojis ficou em segundo, presente em 33,7%, das mensagens. A surpresa do estudo foi a queda no uso de "lol" ("laugh out loud"), expressão inglesa usada frequentemente no começo da internet, que significa algo como "rindo muito". Das risadas, apenas 1,9% tinham uso de "lol". A pesquisa também mostrou que os usuários mais jovens tendem a usar apenas os emojis para expressar suas risadas, enquanto "lol" é mais comum entre aqueles com idade entre 20 a 35 anos. Dependendo do lugar da postagem, o tipo de risada também pode mudar. Segundo o Facebook, os emojis são mais comuns em Nova York, enquanto quem mora em Boston prefere o "hahaha". A pesquisa do Facebook usou dados recolhidos no mundo inteiro, embora tenha dado prioridade aos países de língua inglesa. Assim, o famoso "kkkkkk" ficou fora do resultado final.
tec
Estudo mostra que 'hahaha' é forma mais comum de rir na internetQuem nunca usou a internet para ver algum site engraçado e rir entre um momento ou outro de tensão? Apesar de essa ser uma atividade frequente para todo mundo, a maneira como as pessoas riem on-line está mudando, é o que mostra um estudo divulgado pelo Facebook na última semana. De acordo com a rede social, a forma mais comum de as pessoas gargalharem em comentários na internet é escrevendo "hahaha" e suas variações como "haha" ou "haaahhahaha". Para chegar a esse resultado, o site de Mark Zuckerberg analisou mensagens e comentários publicados na última semana de maio que continham risadas. Os autores das postagens, porém, não foram identificados na pesquisa. Por questão de privacidade, as conversas no Messenger, o bate-papo do Facebook, também não foram analisadas. Entre todas as risadas estudadas, "hahaha" ocupou a primeira colocação com 51,4% de frequência. O uso apenas de emojis ficou em segundo, presente em 33,7%, das mensagens. A surpresa do estudo foi a queda no uso de "lol" ("laugh out loud"), expressão inglesa usada frequentemente no começo da internet, que significa algo como "rindo muito". Das risadas, apenas 1,9% tinham uso de "lol". A pesquisa também mostrou que os usuários mais jovens tendem a usar apenas os emojis para expressar suas risadas, enquanto "lol" é mais comum entre aqueles com idade entre 20 a 35 anos. Dependendo do lugar da postagem, o tipo de risada também pode mudar. Segundo o Facebook, os emojis são mais comuns em Nova York, enquanto quem mora em Boston prefere o "hahaha". A pesquisa do Facebook usou dados recolhidos no mundo inteiro, embora tenha dado prioridade aos países de língua inglesa. Assim, o famoso "kkkkkk" ficou fora do resultado final.
5
AB InBev pede que acionistas não deixem SABMiller frustrar oferta
O presidente-executivo da Anheuser-Busch InBev, Carlos Brito, pediu a acionistas da SABMiller nesta quinta-feira (8) que reconheçam o valor de sua oferta de compra de £ 68 bilhões (US$ 104 bilhões) e não deixem o Conselho da rival britânica frustrar que ela vá em frente. Em uma resposta formal à SABMiller, e ecoando comentários feitos na quarta-feira, a AB InBev disse que a visão do Conselho da SABMiller, divulgada em comunicado, de que a proposta "subvaloriza substancialmente" a cervejaria não tinha credibilidade. "Quanto tempo vai levar para que os acionistas reconheçam o valor de mais de £ 42 (por ação) na ausência de uma outra oferta pela AB InBev?", disse Brito em comunicado. "Se os acionistas concordarem que devemos entrar em discussões apropriadas, eles devem unir suas vozes e não devem permitir que o Conselho da SABMiller frustre esse processo e deixe essa oportunidade escapar." GUERRA DA CERVEJA - Divisão do mercado da cerveja, em % A despeito de ser a maior fabricante mundial de cerveja por faturamento e volume, a AB InBev tem presença praticamente nula na África, continente de maior crescimento do mundo e onde a SABMiller lidera. Além disso, enfrenta desaceleração em seus dois principais mercados, a América do Norte e o Brasil. Adquirir a SABMiller, fundada 120 anos atrás com o nome South African Breweries, pode ajudar a expandir o alcance da AB InBev. BRIGA PELO COMÉRCIO - AB Inbev fez proposta de compra da Miller
mercado
AB InBev pede que acionistas não deixem SABMiller frustrar ofertaO presidente-executivo da Anheuser-Busch InBev, Carlos Brito, pediu a acionistas da SABMiller nesta quinta-feira (8) que reconheçam o valor de sua oferta de compra de £ 68 bilhões (US$ 104 bilhões) e não deixem o Conselho da rival britânica frustrar que ela vá em frente. Em uma resposta formal à SABMiller, e ecoando comentários feitos na quarta-feira, a AB InBev disse que a visão do Conselho da SABMiller, divulgada em comunicado, de que a proposta "subvaloriza substancialmente" a cervejaria não tinha credibilidade. "Quanto tempo vai levar para que os acionistas reconheçam o valor de mais de £ 42 (por ação) na ausência de uma outra oferta pela AB InBev?", disse Brito em comunicado. "Se os acionistas concordarem que devemos entrar em discussões apropriadas, eles devem unir suas vozes e não devem permitir que o Conselho da SABMiller frustre esse processo e deixe essa oportunidade escapar." GUERRA DA CERVEJA - Divisão do mercado da cerveja, em % A despeito de ser a maior fabricante mundial de cerveja por faturamento e volume, a AB InBev tem presença praticamente nula na África, continente de maior crescimento do mundo e onde a SABMiller lidera. Além disso, enfrenta desaceleração em seus dois principais mercados, a América do Norte e o Brasil. Adquirir a SABMiller, fundada 120 anos atrás com o nome South African Breweries, pode ajudar a expandir o alcance da AB InBev. BRIGA PELO COMÉRCIO - AB Inbev fez proposta de compra da Miller
2
Renan desautoriza parecer da consultoria do Senado contra Fachin
O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), desautorizou nesta sexta-feira (8) nota técnica feita pela consultoria da Casa Legislativa que acusa Luiz Fachin, indicado ao cargo de ministro da Suprema Corte, de ter agido de maneira ilegal ao ter atuado como advogado e procurador ao mesmo no Paraná. Segundo ele, o parecer, distribuído pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), é uma posição individual, que não representa a opinião do Senado. O advogado será sabatinado na semana que vem pela Casa Legislativa, que também votará sua indicação para o Supremo Tribunal Federal. "Esse parecer não é a posição do Senado Federal, isso é um parecer individual. Ninguém substitui o Senado Federal, nem mesmo o seu presidente. O Senado Federal fala por deliberações dos seus senadores", disse. O peemedebista participou de almoço, na capital paulista, com o presidente da Fiesp (Federação das Industrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf. Em resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador defendeu que ninguém pode substituir o papel do Congresso Nacional na discussão sobre o PL 4330, que regulamenta a terceirização no país. Para ele, a declaração do dirigente petista, de que a presidente Dilma Rousseff (PT) vetará o projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados, apenas "antecipa o desfecho do processo legislativo". "Ninguém substitui o Senado Federal e a Câmara dos Deputados. É fundamental que o Congresso Nacional delibere. É importante aguardar o calendário", disse. O peemedebista voltou a defender a regulamentação do projeto e a criação de limites para a terceirização da atividade-fim. "Quanto mais se discutir, melhor. Nós precisamos diminuir a insegurança jurídica no país, regulamentar a terceirização e avançar na caracterização de atividade-meio e atividade-fim", disse. AJUSTE FISCAL Renan pregou ainda que sejam incluídas nas medidas provisórias do ajuste fiscal, que começarão a tramitar na semana que vem no Senado, a criação de uma meta de emprego no país, semelhante à meta de inflação. Segundo ele, o problema do ajuste é que ele não realiza uma reforma do Estado, com cortes mais profundos no setor público. "Nós temos no Brasil meta de inflação, meta de superavit, e precisamos ter também meta de emprego. Essa é a grande dificuldade com a recessão econômica e precisamos aproveitar a tramitação dessa matéria para estabelecer metas de emprego", defendeu. Perguntado, ele avaliou que não é positiva a informação de que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega tentou impedir a divulgação de cálculo que estimou perda de R$ 88,6 bilhões na Petrobras. "Nós tivemos uma circunstância politica eleitoral e, esse debate, um ano depois, está demonstrado que não revelou a verdade em números. Isso não foi bom, mas há tempo de corrigir ainda", disse.
poder
Renan desautoriza parecer da consultoria do Senado contra FachinO presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), desautorizou nesta sexta-feira (8) nota técnica feita pela consultoria da Casa Legislativa que acusa Luiz Fachin, indicado ao cargo de ministro da Suprema Corte, de ter agido de maneira ilegal ao ter atuado como advogado e procurador ao mesmo no Paraná. Segundo ele, o parecer, distribuído pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), é uma posição individual, que não representa a opinião do Senado. O advogado será sabatinado na semana que vem pela Casa Legislativa, que também votará sua indicação para o Supremo Tribunal Federal. "Esse parecer não é a posição do Senado Federal, isso é um parecer individual. Ninguém substitui o Senado Federal, nem mesmo o seu presidente. O Senado Federal fala por deliberações dos seus senadores", disse. O peemedebista participou de almoço, na capital paulista, com o presidente da Fiesp (Federação das Industrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf. Em resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador defendeu que ninguém pode substituir o papel do Congresso Nacional na discussão sobre o PL 4330, que regulamenta a terceirização no país. Para ele, a declaração do dirigente petista, de que a presidente Dilma Rousseff (PT) vetará o projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados, apenas "antecipa o desfecho do processo legislativo". "Ninguém substitui o Senado Federal e a Câmara dos Deputados. É fundamental que o Congresso Nacional delibere. É importante aguardar o calendário", disse. O peemedebista voltou a defender a regulamentação do projeto e a criação de limites para a terceirização da atividade-fim. "Quanto mais se discutir, melhor. Nós precisamos diminuir a insegurança jurídica no país, regulamentar a terceirização e avançar na caracterização de atividade-meio e atividade-fim", disse. AJUSTE FISCAL Renan pregou ainda que sejam incluídas nas medidas provisórias do ajuste fiscal, que começarão a tramitar na semana que vem no Senado, a criação de uma meta de emprego no país, semelhante à meta de inflação. Segundo ele, o problema do ajuste é que ele não realiza uma reforma do Estado, com cortes mais profundos no setor público. "Nós temos no Brasil meta de inflação, meta de superavit, e precisamos ter também meta de emprego. Essa é a grande dificuldade com a recessão econômica e precisamos aproveitar a tramitação dessa matéria para estabelecer metas de emprego", defendeu. Perguntado, ele avaliou que não é positiva a informação de que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega tentou impedir a divulgação de cálculo que estimou perda de R$ 88,6 bilhões na Petrobras. "Nós tivemos uma circunstância politica eleitoral e, esse debate, um ano depois, está demonstrado que não revelou a verdade em números. Isso não foi bom, mas há tempo de corrigir ainda", disse.
0
Autora chilena retrata efeito da cegueira
Quando trabalha, a chilena Lina Meruane se torna uma "obcecada". "Um romance é o produto de uma escrita em transe", conta. Roberto Bolaño, seu conterrâneo, tratava Meruane como escritora "endemoninhada". Ela concorda com a definição. Por isso, somente depois de muitas páginas escritas, ela percebeu que "Sangue no Olho" (Cosac Naify) não parecia o livro de memórias imaginado a princípio. "A obra era menos um relato intenso sobre minhas experiências do que um experimento linguístico sobre o efeito da cegueira", diz Meruane, professora da Universidade de Nova York. "Sangue no Olho", elogiado por Enrique Vila-Matas, primeiro livro da autora publicado no Brasil, narra como uma escritora chilena radicada em Nova York sucumbe a uma enfermidade misteriosa. De repente, em uma noite de sábado, os seus olhos se encharcam de sangue negro. "Ao contrário de outros autores, como José Saramago, que inventaram um narrador para falar de quem está privado da visão, eu escolhi uma narrativa que se desenvolve de dentro da cegueira", diz. "Eu escrevo sobre as reações de um personagem àquilo que ele não entende. O que faço tem mais a ver com o como do que com o porquê." Narrado em primeira pessoa por Lina, "Sangue no Olho" tem teor autobiográfico. Embora desconverse sobre o assunto, a escritora chilena sofreu um problema ocular menos grave que o da personagem do romance. A dedicatória do livro é para Paul Latkany, o oftalmologista que tratou a autora. ESCOLA FRANCESA Leitor de Meruane, Bolaño a associou esteticamente com "certa escola francesa (Marguerite Duras, Nathalie Sarraute)", em que uma perspectiva "mais subjetiva e introspectiva se recusa a abrir mão de qualquer coisa". "Assim como a personagem, eu me sinto perdida nas cidades", ela admite. "A minha relação não é tão intensa com o espaço. Eu me apego a experiências emocionais." A autora identifica três forças binárias no livro: dois olhos, dois amores, duas cidades. Antes de se submeter a uma cirurgia em Nova York, a protagonista visita a família em Santiago com Ignacio, o seu namorado espanhol. Quando chega ao Chile, Lina encontra um grupo que lhe ameaça a paz interior, "aquele turbulento clã de origem mediterrânea armado de amor até os dentes". "'Sangue no Olho' não romantiza, ele retrata o amor sufocante dos familiares", diz Meruane. Santiago se revela um lugar insalubre para a personagem. "Agora Lina só pode ver o que ela lembra. E a sua visão é o passado de um país que não se curou da ditadura de Augusto Pinochet." REALIDADE CONFUSA Mas a Nova York à qual Lina retorna também "não é idealizada como a dos filmes". "Ao contrário de uma expectativa de coerência, ordem e eficiência, a realidade nova-iorquina se apresenta confusa e dura, como na burocracia do hospital, em que ninguém sabe se o plano de saúde cobrirá o tratamento." Lekz, um oftalmologista da ex-União Soviética, opera Lina. "Ele é um personagem com veleidades artísticas, não só autoritário, mas passional", diz a escritora. "Como pensa no próprio trabalho como uma obra de arte, acha que vai escrever nos olhos de Lina e deixar sua assinatura." A protagonista conquista a independência sentimental ao acreditar na própria cura. "Quando decidiu que não seria mais cega, ela muda a natureza da sua relação com Ignacio", diz Meruane. "Apesar de vulnerável, tem força para desafiar um estereótipo associado à figura feminina, o sacrifício amoroso." Em "Sangue no Olho", é ao homem que cabe apresentar uma prova de amor. SANGUE NO OLHO AUTORA Lina Meruane TRADUÇÃO Josely Vianna Baptista EDITORA Cosac Naify QUANTO R$ 34,90 (192 págs.)
ilustrada
Autora chilena retrata efeito da cegueiraQuando trabalha, a chilena Lina Meruane se torna uma "obcecada". "Um romance é o produto de uma escrita em transe", conta. Roberto Bolaño, seu conterrâneo, tratava Meruane como escritora "endemoninhada". Ela concorda com a definição. Por isso, somente depois de muitas páginas escritas, ela percebeu que "Sangue no Olho" (Cosac Naify) não parecia o livro de memórias imaginado a princípio. "A obra era menos um relato intenso sobre minhas experiências do que um experimento linguístico sobre o efeito da cegueira", diz Meruane, professora da Universidade de Nova York. "Sangue no Olho", elogiado por Enrique Vila-Matas, primeiro livro da autora publicado no Brasil, narra como uma escritora chilena radicada em Nova York sucumbe a uma enfermidade misteriosa. De repente, em uma noite de sábado, os seus olhos se encharcam de sangue negro. "Ao contrário de outros autores, como José Saramago, que inventaram um narrador para falar de quem está privado da visão, eu escolhi uma narrativa que se desenvolve de dentro da cegueira", diz. "Eu escrevo sobre as reações de um personagem àquilo que ele não entende. O que faço tem mais a ver com o como do que com o porquê." Narrado em primeira pessoa por Lina, "Sangue no Olho" tem teor autobiográfico. Embora desconverse sobre o assunto, a escritora chilena sofreu um problema ocular menos grave que o da personagem do romance. A dedicatória do livro é para Paul Latkany, o oftalmologista que tratou a autora. ESCOLA FRANCESA Leitor de Meruane, Bolaño a associou esteticamente com "certa escola francesa (Marguerite Duras, Nathalie Sarraute)", em que uma perspectiva "mais subjetiva e introspectiva se recusa a abrir mão de qualquer coisa". "Assim como a personagem, eu me sinto perdida nas cidades", ela admite. "A minha relação não é tão intensa com o espaço. Eu me apego a experiências emocionais." A autora identifica três forças binárias no livro: dois olhos, dois amores, duas cidades. Antes de se submeter a uma cirurgia em Nova York, a protagonista visita a família em Santiago com Ignacio, o seu namorado espanhol. Quando chega ao Chile, Lina encontra um grupo que lhe ameaça a paz interior, "aquele turbulento clã de origem mediterrânea armado de amor até os dentes". "'Sangue no Olho' não romantiza, ele retrata o amor sufocante dos familiares", diz Meruane. Santiago se revela um lugar insalubre para a personagem. "Agora Lina só pode ver o que ela lembra. E a sua visão é o passado de um país que não se curou da ditadura de Augusto Pinochet." REALIDADE CONFUSA Mas a Nova York à qual Lina retorna também "não é idealizada como a dos filmes". "Ao contrário de uma expectativa de coerência, ordem e eficiência, a realidade nova-iorquina se apresenta confusa e dura, como na burocracia do hospital, em que ninguém sabe se o plano de saúde cobrirá o tratamento." Lekz, um oftalmologista da ex-União Soviética, opera Lina. "Ele é um personagem com veleidades artísticas, não só autoritário, mas passional", diz a escritora. "Como pensa no próprio trabalho como uma obra de arte, acha que vai escrever nos olhos de Lina e deixar sua assinatura." A protagonista conquista a independência sentimental ao acreditar na própria cura. "Quando decidiu que não seria mais cega, ela muda a natureza da sua relação com Ignacio", diz Meruane. "Apesar de vulnerável, tem força para desafiar um estereótipo associado à figura feminina, o sacrifício amoroso." Em "Sangue no Olho", é ao homem que cabe apresentar uma prova de amor. SANGUE NO OLHO AUTORA Lina Meruane TRADUÇÃO Josely Vianna Baptista EDITORA Cosac Naify QUANTO R$ 34,90 (192 págs.)
1
Loucos por dinheiro
Tenho percebido um número grande de crianças, entre 8 e 12 anos, mais ou menos, que dá um valor exagerado ao dinheiro. Uma mãe contou que nunca deu importância para roupas de grife. Econômica ao comprar vestuário para ela e os filhos, ensinou a eles os cuidados a serem tomados para que a roupa durasse até não servir mais. Agora, a garota de nove anos deu de perguntar às tias e às amigas da mãe, sempre que as encontra, a marca das roupas que vestem. E fica admirada quando a resposta que ouve indica uma grife muito conhecida. Essa mãe não entende com quem a filha aprendeu a valorizar esse tipo de coisa e me perguntou como eliminar essa importância exagerada que a filha tem dado a marcas e preços de roupas, porque a família não se importa com isso. Outra mãe contou que, depois de ler algumas de nossas conversas, decidiu solicitar ao filho, que tem 11 anos e é convidado a comparecer a festas de aniversário com muita frequência, que ele colaborasse com o valor do presente. A reação dele foi espantosa para essa mãe. Ele chorou quase desesperado, disse que guardava a mesada que recebia e que deixava de comprar coisas que gostava só para não gastar, e que por isso não queria gastar em presentes. Todos os argumentos da mãe e do pai para mostrar a ele que dinheiro deve servir para usar foram em vão. O menino chegou a dizer que, se fosse assim, não queria mais ir a aniversários. Os pais do garoto estão pensando em procurar ajuda profissional para o filho. Esses dois exemplos nos bastam para refletir a respeito do valor do dinheiro em nossa sociedade e em como ajudar os filhos a dar a mais justa medida a ele. Já sabemos faz tempo que as crianças carregam nos ombros o peso do mundo adulto, pleno de maldades e maledicências, preconceitos, improbidades, más intenções etc., que elas não têm ainda maturidade para entender como o oposto dos valores que a família tenta ensinar. E, muitas vezes, os noticiários apontam o dinheiro como o centro de muitas situações que envolvem tais características. Ora, se vale a pena, para alguns adultos, correr riscos extremos por dinheiro, eles logo aprendem que ele deve ter um valor muito grande mesmo. E, claro, há também a sociedade consumista que precisa valorizar bens para que haja o consumo deles. Natalia Ginzburg, em seu livro "As Pequenas Virtudes" (Editora Cosac Naify), aponta que o ensino da generosidade pode ser um bom antídoto a se ensinar aos filhos contra o valor excessivo que a sociedade dá ao dinheiro. Aliás, a leitura desse livro eu recomendo a quem tem filhos e quer dar a eles uma educação valorosa. Em tempos em que a felicidade pessoal é colocada acima de qualquer outra coisa, a generosidade surge como uma possibilidade de dar alegria e, –quem sabe?–, um pouco de felicidade ao outro. As crianças podem aprender, com o empenho da família, que dinheiro é só dinheiro: serve para garantir a sobrevivência –o que nem todos conseguem–, conforto e bem-estar. Ensinar os filhos a gastar é melhor, portanto, do que ensinar a poupar. Quem aprende a gastar, logo pode aprender a guardar: quando tiver um bom motivo para isso.
colunas
Loucos por dinheiroTenho percebido um número grande de crianças, entre 8 e 12 anos, mais ou menos, que dá um valor exagerado ao dinheiro. Uma mãe contou que nunca deu importância para roupas de grife. Econômica ao comprar vestuário para ela e os filhos, ensinou a eles os cuidados a serem tomados para que a roupa durasse até não servir mais. Agora, a garota de nove anos deu de perguntar às tias e às amigas da mãe, sempre que as encontra, a marca das roupas que vestem. E fica admirada quando a resposta que ouve indica uma grife muito conhecida. Essa mãe não entende com quem a filha aprendeu a valorizar esse tipo de coisa e me perguntou como eliminar essa importância exagerada que a filha tem dado a marcas e preços de roupas, porque a família não se importa com isso. Outra mãe contou que, depois de ler algumas de nossas conversas, decidiu solicitar ao filho, que tem 11 anos e é convidado a comparecer a festas de aniversário com muita frequência, que ele colaborasse com o valor do presente. A reação dele foi espantosa para essa mãe. Ele chorou quase desesperado, disse que guardava a mesada que recebia e que deixava de comprar coisas que gostava só para não gastar, e que por isso não queria gastar em presentes. Todos os argumentos da mãe e do pai para mostrar a ele que dinheiro deve servir para usar foram em vão. O menino chegou a dizer que, se fosse assim, não queria mais ir a aniversários. Os pais do garoto estão pensando em procurar ajuda profissional para o filho. Esses dois exemplos nos bastam para refletir a respeito do valor do dinheiro em nossa sociedade e em como ajudar os filhos a dar a mais justa medida a ele. Já sabemos faz tempo que as crianças carregam nos ombros o peso do mundo adulto, pleno de maldades e maledicências, preconceitos, improbidades, más intenções etc., que elas não têm ainda maturidade para entender como o oposto dos valores que a família tenta ensinar. E, muitas vezes, os noticiários apontam o dinheiro como o centro de muitas situações que envolvem tais características. Ora, se vale a pena, para alguns adultos, correr riscos extremos por dinheiro, eles logo aprendem que ele deve ter um valor muito grande mesmo. E, claro, há também a sociedade consumista que precisa valorizar bens para que haja o consumo deles. Natalia Ginzburg, em seu livro "As Pequenas Virtudes" (Editora Cosac Naify), aponta que o ensino da generosidade pode ser um bom antídoto a se ensinar aos filhos contra o valor excessivo que a sociedade dá ao dinheiro. Aliás, a leitura desse livro eu recomendo a quem tem filhos e quer dar a eles uma educação valorosa. Em tempos em que a felicidade pessoal é colocada acima de qualquer outra coisa, a generosidade surge como uma possibilidade de dar alegria e, –quem sabe?–, um pouco de felicidade ao outro. As crianças podem aprender, com o empenho da família, que dinheiro é só dinheiro: serve para garantir a sobrevivência –o que nem todos conseguem–, conforto e bem-estar. Ensinar os filhos a gastar é melhor, portanto, do que ensinar a poupar. Quem aprende a gastar, logo pode aprender a guardar: quando tiver um bom motivo para isso.
10
Furacão Matthew perde força; 1,1 milhão estão sem energia na Flórida
O furacão Matthew foi rebaixado da categoria 3 para 2 na tarde desta sexta-feira (7), informou o Centro Nacional de Furacão, em Miami, enquanto a tempestade passava ao largo da Flórida com ventos de até 195 km/h. Cerca de 1,1 milhão de moradores estão sem energia elétrica. A cidade de Jacksonville, no nordeste do Estado, pode enfrentar sérias inundações, afirmou o governador Rick Scott, que nesta quinta (6) classificou Matthew como "monstro" e havia pedido: "Não vão à praia. Isso vai matar vocês". Devido ao furacão, o presidente Barack Obama declarou emergência em três Estados: Flórida, Carolina do Sul e Carolina do Norte. O Matthew deve chegar à costa da Carolina do Sul neste sábado (8). Companhias aéreas cancelaram mais de 1.500 voos no período, segundo o site Flight Aware. Todos os parques de diversão de Orlando foram fechados nesta sexta. Veja os caçadores de furacão em ação Nenhum dano significativo foi reportado nas cidades do sul da Flórida, onde a tempestade derrubou árvores e afetou linhas de energia. São justamente esses poucos danos que preocupam o diretor do Fema (Agência Federal de Gerenciamento de Emergências), Craig Fugate, já que eles podem dar a falsa sensação de segurança para moradores da costa norte. "As pessoas não devem olhar para os estragos que elas veem e dizer que não é tão ruim", disse Fugate à rede NBC. O Serviço Meteorológico Nacional afirmou que pode ser a pior tempestade a atingir o norte da Flórida em 118 anos. O Matthew, que deixou mais de 800 mortos no Haiti e quatro na República Dominicana, foi o pior furacão no Caribe em uma década.
mundo
Furacão Matthew perde força; 1,1 milhão estão sem energia na FlóridaO furacão Matthew foi rebaixado da categoria 3 para 2 na tarde desta sexta-feira (7), informou o Centro Nacional de Furacão, em Miami, enquanto a tempestade passava ao largo da Flórida com ventos de até 195 km/h. Cerca de 1,1 milhão de moradores estão sem energia elétrica. A cidade de Jacksonville, no nordeste do Estado, pode enfrentar sérias inundações, afirmou o governador Rick Scott, que nesta quinta (6) classificou Matthew como "monstro" e havia pedido: "Não vão à praia. Isso vai matar vocês". Devido ao furacão, o presidente Barack Obama declarou emergência em três Estados: Flórida, Carolina do Sul e Carolina do Norte. O Matthew deve chegar à costa da Carolina do Sul neste sábado (8). Companhias aéreas cancelaram mais de 1.500 voos no período, segundo o site Flight Aware. Todos os parques de diversão de Orlando foram fechados nesta sexta. Veja os caçadores de furacão em ação Nenhum dano significativo foi reportado nas cidades do sul da Flórida, onde a tempestade derrubou árvores e afetou linhas de energia. São justamente esses poucos danos que preocupam o diretor do Fema (Agência Federal de Gerenciamento de Emergências), Craig Fugate, já que eles podem dar a falsa sensação de segurança para moradores da costa norte. "As pessoas não devem olhar para os estragos que elas veem e dizer que não é tão ruim", disse Fugate à rede NBC. O Serviço Meteorológico Nacional afirmou que pode ser a pior tempestade a atingir o norte da Flórida em 118 anos. O Matthew, que deixou mais de 800 mortos no Haiti e quatro na República Dominicana, foi o pior furacão no Caribe em uma década.
3
Após confusão na cracolândia, ônibus são depredados e pedestres ameaçados
A região da cracolândia, no centro de São Paulo, voltou a registrar confrontos entre usuários de drogas e policiais militares no início da noite desta quarta-feira (29). Ônibus foram depredados, motoristas assaltados e pedestres ameaçados. Comércios da região também fecharam as portas. O novo tumulto começou por volta das 17h30, quando dependentes fizeram uma barricada de fogo entre a rua Helvétia e a alameda Dino Bueno, e atiraram pedras contra policiais militares, que responderam com bombas de gás. Em meio à correria, a avenida Rio Branco foi fechada e ao menos um motorista chegou a ser roubado, fugindo logo em seguida pela contramão. Um grupo de pessoas tentou incendiar um ônibus, que foi esvaziado, mas a polícia impediu o ataque. Já próximo ao terminal Princesa Isabel um outro coletivo foi depredado. "Chegaram jogando pedra. Pegaram minha bolsa e a do cobrador. Levaram o dinheiro e fugiram", disse a motorista de ônibus Netanias Lopes, 58. Por volta das 18h20, a avenida Duque de Caxias também foi fechada e uma barricada de fogo foi montada. Alguns usuários de drogas ameaçavam pessoas pelas ruas da região, armados com facas e paus. Um grupo aparentando ser menor de idade chegou a roubar um agente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). "Enfiaram a mão dentro do carro e levaram meu celular novo. Vi um monte de criança com pedra, mas não consegui encontrá-los depois", diz a agente da CET Neuza Alves Martins. Ela abandonou o carro oficial e saiu correndo atrás dos jovens por diversos quarteirões, mas o esforço foi em vão. "Já desligaram [o celular]", disse desanimada após tentar ligar para o aparelho roubado utilizando outro telefone. A comerciante Eliana Oda, 53, teve que fechar os portões da farmácia onde trabalha, na avenida Duque de Caxias, quando um grupo de cerca de dez jovens passaram correndo e ameaçando pedestres com pedras na mão. "Se essa confusão fosse resolver algo, eu até entenderia. Mas eu já vi isso muitas vezes aqui e nada muda. Amanhã vai estar igual como antes." Por toda a região era possível sentir o cheiro das bombas de gás utilizadas pela polícia. Às 19h, as rua Helvétia e a alameda Dino Bueno estavam completamente interditadas. Alguns usuários invadiram os comércios da região, entre eles um mercado Extra, localizado na alameda Barão de Limeira. Um segurança saiu correndo atrás de duas mulheres que tentaram furtar um carrinho de compras. O comandante geral da Guarda Civil Metropolitana, Gilson Menezes, afirmou que a partir de agora serão apreendidos barracas e carrinhos que ficarem na cracolândia. "Há uma diferença entre o carrinho usado para a reciclagem e o outro tipo, maior, que acaba servindo para esconder drogas e armas", disse. Alguns guardas afirmaram que nos carrinhos foram encontrados e apreendidos vários produtos aparentemente roubados. Segundo Menezes, os usuários de drogas não serão retirados à força do local. Com a situação mais calma, por volta das 19h30, o secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy, voltou a cracolândia. Usuários de crack reclamaram ao secretário que até mesmo suas galochas foram levadas pelos agentes dos prefeitura durante a limpeza no local. Suplicy então cobrou a GCM, que argumentou que os usuários não estavam ao lado de seus pertences durante a ação. A confusão na região acontece após a prefeitura fazer uma operação para desmontar o conjunto de barracas montadas por usuários, que ficou conhecido como "favelinha". Segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), a iniciativa visa combater o tráfico de drogas, que seria responsável por cerca de 30% das barracas do local. Segundo o prefeito, a ideia da operação é convencer esses usuários a participarem do programa "De Braços Abertos", que oferece tratamento, hotel e trabalho aos usuários. Muitos viciados resistem a participar do programa por discordarem de regras impostas pela prefeitura, como horários a serem cumpridos. TIROS Mais cedo já havia sido registrado um outro confronto na região, que terminou com duas pessoas baleadas e um PM agredido. Por volta das 14h, policiais militares à paisana que circulavam na região foram "descobertos" por um grupo de viciados, que se aproximou e tentou agredir os militares. Cercado, um dos policiais sacou a arma e fez alguns disparos. Um dos tiros acertou o chão, ricocheteou e atingiu a perna de um usuário. A usuária Daniela Batista de Oliveira, 25, disse que estava próxima do local quando ocorreu a confusão. "Eles [viciados] tumultuaram pra cima dos policiais, aí os policiais deram um tiro para cima, depois deram um tiro no pescoço do Gordão e outro acertou a perna do outro homem. Agora acho que eles [usuários] vão tumultuar por causa desses tiros", disse. Durante a confusão, presenciada pela Folha, outro viciado foi baleado por um tiro de raspão no pescoço. O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, tinha deixado a região há poucos minutos. Ele afirmou que o governo estadual não sabia que a operação aconteceria nesta quarta. Em nota, a PM afirmou que dois policiais que faziam o apoio à operação foram agredidos por vários moradores de rua, sendo um dos PMs atingido por uma barra de ferro na cabeça. Ainda de acordo com a corporação, um dos policiais fez um único disparo, em direção ao chão, para conter os agressores, sendo que os estilhaços atingiram as vítimas. A polícia afirmou que os ferimentos dos dois moradores de rua foram superficiais e apenas um deles precisou de atendimento médico. Um dos policiais também foi encaminhado ao hospital e permanece internado. Um dos PMs envolvidos na ocorrência estava prestando depoimento à Polícia Civil no final da tarde. PRAÇA Com a remoção da "favelinha" na região da cracolândia, funcionários da prefeitura iniciaram a remoção dos tapumes que cercavam uma praça, construída a poucos metros da praça Julio Prestes, que teve a abertura adiada por conta da concentração de usuários de drogas. Em entrevista à Folha, realizada nem março, a secretária municipal de Assistência Social, Luciana Temer, disse que a administração estava "segurando" a entrega do equipamento, que tem bancos de concreto e espaço para plantas, por causa do avanço do fluxo. A secretária disse na ocasião, que a construção da praça é uma medida para tentar uma retomada pacífica e ordenada do local. "A ideia é fazer uma ocupação boa, para socializar, dar dignidade, com colocação de bancos para as pessoas se sentarem e de sombras", disse.
cotidiano
Após confusão na cracolândia, ônibus são depredados e pedestres ameaçadosA região da cracolândia, no centro de São Paulo, voltou a registrar confrontos entre usuários de drogas e policiais militares no início da noite desta quarta-feira (29). Ônibus foram depredados, motoristas assaltados e pedestres ameaçados. Comércios da região também fecharam as portas. O novo tumulto começou por volta das 17h30, quando dependentes fizeram uma barricada de fogo entre a rua Helvétia e a alameda Dino Bueno, e atiraram pedras contra policiais militares, que responderam com bombas de gás. Em meio à correria, a avenida Rio Branco foi fechada e ao menos um motorista chegou a ser roubado, fugindo logo em seguida pela contramão. Um grupo de pessoas tentou incendiar um ônibus, que foi esvaziado, mas a polícia impediu o ataque. Já próximo ao terminal Princesa Isabel um outro coletivo foi depredado. "Chegaram jogando pedra. Pegaram minha bolsa e a do cobrador. Levaram o dinheiro e fugiram", disse a motorista de ônibus Netanias Lopes, 58. Por volta das 18h20, a avenida Duque de Caxias também foi fechada e uma barricada de fogo foi montada. Alguns usuários de drogas ameaçavam pessoas pelas ruas da região, armados com facas e paus. Um grupo aparentando ser menor de idade chegou a roubar um agente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). "Enfiaram a mão dentro do carro e levaram meu celular novo. Vi um monte de criança com pedra, mas não consegui encontrá-los depois", diz a agente da CET Neuza Alves Martins. Ela abandonou o carro oficial e saiu correndo atrás dos jovens por diversos quarteirões, mas o esforço foi em vão. "Já desligaram [o celular]", disse desanimada após tentar ligar para o aparelho roubado utilizando outro telefone. A comerciante Eliana Oda, 53, teve que fechar os portões da farmácia onde trabalha, na avenida Duque de Caxias, quando um grupo de cerca de dez jovens passaram correndo e ameaçando pedestres com pedras na mão. "Se essa confusão fosse resolver algo, eu até entenderia. Mas eu já vi isso muitas vezes aqui e nada muda. Amanhã vai estar igual como antes." Por toda a região era possível sentir o cheiro das bombas de gás utilizadas pela polícia. Às 19h, as rua Helvétia e a alameda Dino Bueno estavam completamente interditadas. Alguns usuários invadiram os comércios da região, entre eles um mercado Extra, localizado na alameda Barão de Limeira. Um segurança saiu correndo atrás de duas mulheres que tentaram furtar um carrinho de compras. O comandante geral da Guarda Civil Metropolitana, Gilson Menezes, afirmou que a partir de agora serão apreendidos barracas e carrinhos que ficarem na cracolândia. "Há uma diferença entre o carrinho usado para a reciclagem e o outro tipo, maior, que acaba servindo para esconder drogas e armas", disse. Alguns guardas afirmaram que nos carrinhos foram encontrados e apreendidos vários produtos aparentemente roubados. Segundo Menezes, os usuários de drogas não serão retirados à força do local. Com a situação mais calma, por volta das 19h30, o secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy, voltou a cracolândia. Usuários de crack reclamaram ao secretário que até mesmo suas galochas foram levadas pelos agentes dos prefeitura durante a limpeza no local. Suplicy então cobrou a GCM, que argumentou que os usuários não estavam ao lado de seus pertences durante a ação. A confusão na região acontece após a prefeitura fazer uma operação para desmontar o conjunto de barracas montadas por usuários, que ficou conhecido como "favelinha". Segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), a iniciativa visa combater o tráfico de drogas, que seria responsável por cerca de 30% das barracas do local. Segundo o prefeito, a ideia da operação é convencer esses usuários a participarem do programa "De Braços Abertos", que oferece tratamento, hotel e trabalho aos usuários. Muitos viciados resistem a participar do programa por discordarem de regras impostas pela prefeitura, como horários a serem cumpridos. TIROS Mais cedo já havia sido registrado um outro confronto na região, que terminou com duas pessoas baleadas e um PM agredido. Por volta das 14h, policiais militares à paisana que circulavam na região foram "descobertos" por um grupo de viciados, que se aproximou e tentou agredir os militares. Cercado, um dos policiais sacou a arma e fez alguns disparos. Um dos tiros acertou o chão, ricocheteou e atingiu a perna de um usuário. A usuária Daniela Batista de Oliveira, 25, disse que estava próxima do local quando ocorreu a confusão. "Eles [viciados] tumultuaram pra cima dos policiais, aí os policiais deram um tiro para cima, depois deram um tiro no pescoço do Gordão e outro acertou a perna do outro homem. Agora acho que eles [usuários] vão tumultuar por causa desses tiros", disse. Durante a confusão, presenciada pela Folha, outro viciado foi baleado por um tiro de raspão no pescoço. O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, tinha deixado a região há poucos minutos. Ele afirmou que o governo estadual não sabia que a operação aconteceria nesta quarta. Em nota, a PM afirmou que dois policiais que faziam o apoio à operação foram agredidos por vários moradores de rua, sendo um dos PMs atingido por uma barra de ferro na cabeça. Ainda de acordo com a corporação, um dos policiais fez um único disparo, em direção ao chão, para conter os agressores, sendo que os estilhaços atingiram as vítimas. A polícia afirmou que os ferimentos dos dois moradores de rua foram superficiais e apenas um deles precisou de atendimento médico. Um dos policiais também foi encaminhado ao hospital e permanece internado. Um dos PMs envolvidos na ocorrência estava prestando depoimento à Polícia Civil no final da tarde. PRAÇA Com a remoção da "favelinha" na região da cracolândia, funcionários da prefeitura iniciaram a remoção dos tapumes que cercavam uma praça, construída a poucos metros da praça Julio Prestes, que teve a abertura adiada por conta da concentração de usuários de drogas. Em entrevista à Folha, realizada nem março, a secretária municipal de Assistência Social, Luciana Temer, disse que a administração estava "segurando" a entrega do equipamento, que tem bancos de concreto e espaço para plantas, por causa do avanço do fluxo. A secretária disse na ocasião, que a construção da praça é uma medida para tentar uma retomada pacífica e ordenada do local. "A ideia é fazer uma ocupação boa, para socializar, dar dignidade, com colocação de bancos para as pessoas se sentarem e de sombras", disse.
6
Supremo nega liminar e mantém ex-prefeita de Ribeirão Preto na prisão
O STF (Supremo Tribunal Federal) negou liminar que pedia a libertação da prisão de Dárcy Vera (PSD), ex-prefeita de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). A ex-prefeita é acusada de envolvimento com uma organização criminosa suspeita de ter desviado recursos dos cofres públicos. Com a decisão, ela segue presa na penitenciária de Tremembé. Ela está presa desde 19 de maio, um dia após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) revogar liminar que a mantinha em liberdade provisória. Presa pela primeira vez em 2 de dezembro, Dárcy obteve habeas corpus 11 dias depois que a deixou fora da prisão até a decisão do STJ. O pedido foi feito pela advogada da ex-prefeita, Maria Claudia de Seixas, e julgado pela ministra Rosa Weber. A defesa alegou que Dárcy é ré primária, tem bons antecedentes, residência fixa e família constituída e, por isso, pedia a substituição da detenção por outras medidas cautelares, como prisão domiciliar. Alegou ainda que, nos meses em que ficou fora da prisão, cumpriu as medidas impostas –como viajar de Ribeirão a São Paulo para cursar pós-graduação somente com autorização–, além de ter saúde "extremamente frágil". No período em que ficou livre, Dárcy viveu reclusa e abandonada por antigos aliados. PEDIDO INDEFERIDO Mas a ministra indeferiu o pedido, argumentando que o acórdão do STJ está fundamentado e que não foi detectada a presença de pressupostos que permitiriam a revogação da prisão preventiva. Ainda conforme a decisão da ministra, "não faz jus a prisão domiciliar o réu que não ostenta idade avançada tampouco qualquer doença crônica grave que exija cuidados especiais". Dárcy foi presa após a deflagração da operação Sevandija, em setembro do ano passado, que prendeu 11 pessoas e suspendeu os mandatos de nove vereadores. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) investiga fraudes em contratos de licitações da prefeitura que somam ao menos R$ 203 milhões. A prisão ocorreu porque a ex-prefeita é acusada de participar de um esquema que facilitava pagamentos ilegais de honorários advocatícios a uma advogada, que também está presa. Ela teria recebido, conforme a Sevandija, R$ 7 milhões em propina. OUTRO LADO A advogada de Dárcy Vera, Maria Cláudia Seixas, sempre afirmou que a ex-prefeita não é culpada das acusações e que conseguirá provar isso. De acordo com a advogada, Dárcy "não se furtou a nenhum tipo de esclarecimento".
poder
Supremo nega liminar e mantém ex-prefeita de Ribeirão Preto na prisãoO STF (Supremo Tribunal Federal) negou liminar que pedia a libertação da prisão de Dárcy Vera (PSD), ex-prefeita de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). A ex-prefeita é acusada de envolvimento com uma organização criminosa suspeita de ter desviado recursos dos cofres públicos. Com a decisão, ela segue presa na penitenciária de Tremembé. Ela está presa desde 19 de maio, um dia após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) revogar liminar que a mantinha em liberdade provisória. Presa pela primeira vez em 2 de dezembro, Dárcy obteve habeas corpus 11 dias depois que a deixou fora da prisão até a decisão do STJ. O pedido foi feito pela advogada da ex-prefeita, Maria Claudia de Seixas, e julgado pela ministra Rosa Weber. A defesa alegou que Dárcy é ré primária, tem bons antecedentes, residência fixa e família constituída e, por isso, pedia a substituição da detenção por outras medidas cautelares, como prisão domiciliar. Alegou ainda que, nos meses em que ficou fora da prisão, cumpriu as medidas impostas –como viajar de Ribeirão a São Paulo para cursar pós-graduação somente com autorização–, além de ter saúde "extremamente frágil". No período em que ficou livre, Dárcy viveu reclusa e abandonada por antigos aliados. PEDIDO INDEFERIDO Mas a ministra indeferiu o pedido, argumentando que o acórdão do STJ está fundamentado e que não foi detectada a presença de pressupostos que permitiriam a revogação da prisão preventiva. Ainda conforme a decisão da ministra, "não faz jus a prisão domiciliar o réu que não ostenta idade avançada tampouco qualquer doença crônica grave que exija cuidados especiais". Dárcy foi presa após a deflagração da operação Sevandija, em setembro do ano passado, que prendeu 11 pessoas e suspendeu os mandatos de nove vereadores. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) investiga fraudes em contratos de licitações da prefeitura que somam ao menos R$ 203 milhões. A prisão ocorreu porque a ex-prefeita é acusada de participar de um esquema que facilitava pagamentos ilegais de honorários advocatícios a uma advogada, que também está presa. Ela teria recebido, conforme a Sevandija, R$ 7 milhões em propina. OUTRO LADO A advogada de Dárcy Vera, Maria Cláudia Seixas, sempre afirmou que a ex-prefeita não é culpada das acusações e que conseguirá provar isso. De acordo com a advogada, Dárcy "não se furtou a nenhum tipo de esclarecimento".
0
Outro Canal: Ratinho traz viúva de 'Chaves' ao Brasil para enfrentar Gugu
Guerra à vista na quarta-feira (25) à noite na TV. Ratinho, do SBT, se prepara para enfrentar a volta de Gugu Liberato ao ar, na Record, no mesmo dia. A arma de Ratinho será Florinda Meza, 66, viúva de Roberto ... Leia post completo no blog
ilustrada
Outro Canal: Ratinho traz viúva de 'Chaves' ao Brasil para enfrentar GuguGuerra à vista na quarta-feira (25) à noite na TV. Ratinho, do SBT, se prepara para enfrentar a volta de Gugu Liberato ao ar, na Record, no mesmo dia. A arma de Ratinho será Florinda Meza, 66, viúva de Roberto ... Leia post completo no blog
1
Suspeito de terrorismo tem morte cerebral após ser espancado em prisão
Valdir Pereira da Rocha, 36, preso em julho na Operação Hashtag, da Polícia Federal, sob suspeita de integrar um grupo que planejava um atentado terrorista na Olimpíada do Rio, teve morte cerebral decretada na tarde desta sexta-feira (14), após ser agredido por detentos da Cadeia Pública de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá (MT). Rocha foi um dos 12 presos na operação da PF. A suspeita é que o grupo mantinha ligações com o Estado Islâmico. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Rocha foi espancado por volta das 12h. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para o pronto-socorro de cidade, onde teve a morte cerebral decretada seis horas depois. Rocha havia sido transferido para Várzea Grande um dia antes, na quinta (13), após passar mais de dois meses no Presídio Federal de Campo Grande (MS). A família já foi avisada e foi ao pronto-socorro. Segundo a secretaria, a Polícia Judiciária Civil irá investigar as causas da morte cerebral e identificar se os autores da agressão eram companheiros de cela de Rocha ou outros detentos. A Cadeia Pública de Várzea Grande tem 350 vagas e conta atualmente com 348 presos. OPERAÇÃO HASHTAG Em julho, a Polícia Federal expediu mandado de prisão contra 12 suspeitos de estarem envolvidos com terrorismo durante a Olimpíada do Rio. O grupo, do qual fazia parte Valdir Pereira da Rocha, estava em uma lista de pessoas monitoradas pelo governo. A operação foi a primeira ação antiterror da PF depois da aprovação da lei que tipificou os crimes dessa natureza. A lista foi elaborada a partir do comportamento dos cidadãos –brasileiros e estrangeiros que vivem em território nacional– na internet. A maioria dos rastreados entrou na mira por adotar conduta suspeita ao entrar mais de duas vezes nos portais ou peças de propaganda com conteúdo de exaltação a grupos extremistas. Em 2002, Rocha e outro dos suspeitos detido, Leonid El Kadri de Melo, já haviam sido condenados a seis anos de prisão por roubo qualificado e homicídio. Juntos, cumpriram pena em Araguaína (TO). OS SUSPEITOS 13 pessoas são investigadas por associação com o terrorismo
cotidiano
Suspeito de terrorismo tem morte cerebral após ser espancado em prisãoValdir Pereira da Rocha, 36, preso em julho na Operação Hashtag, da Polícia Federal, sob suspeita de integrar um grupo que planejava um atentado terrorista na Olimpíada do Rio, teve morte cerebral decretada na tarde desta sexta-feira (14), após ser agredido por detentos da Cadeia Pública de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá (MT). Rocha foi um dos 12 presos na operação da PF. A suspeita é que o grupo mantinha ligações com o Estado Islâmico. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Rocha foi espancado por volta das 12h. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para o pronto-socorro de cidade, onde teve a morte cerebral decretada seis horas depois. Rocha havia sido transferido para Várzea Grande um dia antes, na quinta (13), após passar mais de dois meses no Presídio Federal de Campo Grande (MS). A família já foi avisada e foi ao pronto-socorro. Segundo a secretaria, a Polícia Judiciária Civil irá investigar as causas da morte cerebral e identificar se os autores da agressão eram companheiros de cela de Rocha ou outros detentos. A Cadeia Pública de Várzea Grande tem 350 vagas e conta atualmente com 348 presos. OPERAÇÃO HASHTAG Em julho, a Polícia Federal expediu mandado de prisão contra 12 suspeitos de estarem envolvidos com terrorismo durante a Olimpíada do Rio. O grupo, do qual fazia parte Valdir Pereira da Rocha, estava em uma lista de pessoas monitoradas pelo governo. A operação foi a primeira ação antiterror da PF depois da aprovação da lei que tipificou os crimes dessa natureza. A lista foi elaborada a partir do comportamento dos cidadãos –brasileiros e estrangeiros que vivem em território nacional– na internet. A maioria dos rastreados entrou na mira por adotar conduta suspeita ao entrar mais de duas vezes nos portais ou peças de propaganda com conteúdo de exaltação a grupos extremistas. Em 2002, Rocha e outro dos suspeitos detido, Leonid El Kadri de Melo, já haviam sido condenados a seis anos de prisão por roubo qualificado e homicídio. Juntos, cumpriram pena em Araguaína (TO). OS SUSPEITOS 13 pessoas são investigadas por associação com o terrorismo
6
Presidente não se improvisa
Democracia é um animal complexo, cujo exercício demanda enorme talento para negociar porque os interesses em torno de políticas a serem adotadas são multifacetados e difíceis de conciliar. Mas, quando a democracia exibe seus melhores momentos, o resultado é auspicioso, como se viu na derrota sofrida por Donald Trump na tentativa de substituir o programa de saúde de Barack Obama, o chamado Obamacare. Vale como lição para o Brasil, aliás. Por que o plano Trump não conseguiu apoio nem mesmo para levá-lo a voto na Câmara dos Deputados? Porque –e eis a beleza da democracia e a lição para o Brasil– o eleitor se mexeu. Relata o "New York Times" que mesmo representantes republicanos receberam manifestações contrárias ao projeto do presidente em número avassalador. Exemplos: Thomas Massie, do Kentucky, recebeu 257 chamadas contra o projeto e apenas quatro a favor; Dan Donovan, de Nova York, afirmou que as manifestações em seu gabinete eram de 1.000 a 1 contra a proposta. No Brasil, não há esse hábito de fazer pressão sobre os parlamentares. Nada contra manifestações de massa, grandes ou pequenas, contra ou a favor dessa ou daquela política ou político. Mas uma coisa é o parlamentar ver pela TV um ato e, outra, é sentir o ruído da rua em seu gabinete. É óbvio que o voto distrital, como existe nos Estados Unidos, facilita as coisas e, em tese, torna o eleito mais próximo do eleitor. Mas o fato é que o brasileiro, com as exceções de praxe, não sente que é ouvido pelo seu representante. Por isso, pouco se mexe. Segunda lição: presidente não se improvisa. Um neófito como Trump achou que podia se comportar como o apresentador de "O Aprendiz", que era um pequeno imperador, dono do destino dos participantes. Aventurou-se açodadamente a uma proposta sobre a saúde sem as devidas consultas prévias não só aos parlamentares como aos especialistas. Quase todas as entidades sérias do setor rejeitaram o plano endossado por Trump, mas ele foi em frente assim mesmo. O Brasil já teve sua experiência com a eleição de um aventureiro (Fernando Collor de Mello). O país perdeu quase três anos com a nefasta aventura. No caso dos Estados Unidos, a perda com Trump tende a ser universal, agora que ele promove um retrocesso formidável na política ambiental lançada por seu antecessor e cuja cereja do bolo foi o Acordo de Paris, assinado em 2015 por 196 países. As medidas anunciadas por Trump na terça-feira (28) não só ameaçam as metas que os Estados Unidos deveriam atingir como "podem convidar outros países signatários a recuar de seus próprios compromissos", como escreve Jennifer Wilson, pesquisadora-associada do Council on Foreign Relations. Consequência previsível: "Como os EUA respondem por 16% das emissões globais [de gases poluentes], atrás apenas da China, esse fracasso torna ainda mais provável que a temperatura média da Terra suba para níveis potencialmente desastrosos". Resta torcer para que a pressão social seja capaz de reverter também esse despautério de Trump.
colunas
Presidente não se improvisaDemocracia é um animal complexo, cujo exercício demanda enorme talento para negociar porque os interesses em torno de políticas a serem adotadas são multifacetados e difíceis de conciliar. Mas, quando a democracia exibe seus melhores momentos, o resultado é auspicioso, como se viu na derrota sofrida por Donald Trump na tentativa de substituir o programa de saúde de Barack Obama, o chamado Obamacare. Vale como lição para o Brasil, aliás. Por que o plano Trump não conseguiu apoio nem mesmo para levá-lo a voto na Câmara dos Deputados? Porque –e eis a beleza da democracia e a lição para o Brasil– o eleitor se mexeu. Relata o "New York Times" que mesmo representantes republicanos receberam manifestações contrárias ao projeto do presidente em número avassalador. Exemplos: Thomas Massie, do Kentucky, recebeu 257 chamadas contra o projeto e apenas quatro a favor; Dan Donovan, de Nova York, afirmou que as manifestações em seu gabinete eram de 1.000 a 1 contra a proposta. No Brasil, não há esse hábito de fazer pressão sobre os parlamentares. Nada contra manifestações de massa, grandes ou pequenas, contra ou a favor dessa ou daquela política ou político. Mas uma coisa é o parlamentar ver pela TV um ato e, outra, é sentir o ruído da rua em seu gabinete. É óbvio que o voto distrital, como existe nos Estados Unidos, facilita as coisas e, em tese, torna o eleito mais próximo do eleitor. Mas o fato é que o brasileiro, com as exceções de praxe, não sente que é ouvido pelo seu representante. Por isso, pouco se mexe. Segunda lição: presidente não se improvisa. Um neófito como Trump achou que podia se comportar como o apresentador de "O Aprendiz", que era um pequeno imperador, dono do destino dos participantes. Aventurou-se açodadamente a uma proposta sobre a saúde sem as devidas consultas prévias não só aos parlamentares como aos especialistas. Quase todas as entidades sérias do setor rejeitaram o plano endossado por Trump, mas ele foi em frente assim mesmo. O Brasil já teve sua experiência com a eleição de um aventureiro (Fernando Collor de Mello). O país perdeu quase três anos com a nefasta aventura. No caso dos Estados Unidos, a perda com Trump tende a ser universal, agora que ele promove um retrocesso formidável na política ambiental lançada por seu antecessor e cuja cereja do bolo foi o Acordo de Paris, assinado em 2015 por 196 países. As medidas anunciadas por Trump na terça-feira (28) não só ameaçam as metas que os Estados Unidos deveriam atingir como "podem convidar outros países signatários a recuar de seus próprios compromissos", como escreve Jennifer Wilson, pesquisadora-associada do Council on Foreign Relations. Consequência previsível: "Como os EUA respondem por 16% das emissões globais [de gases poluentes], atrás apenas da China, esse fracasso torna ainda mais provável que a temperatura média da Terra suba para níveis potencialmente desastrosos". Resta torcer para que a pressão social seja capaz de reverter também esse despautério de Trump.
10
Museu d'Orsay permite fotos após ministra desrespeitar proibição
O parisiense Museu de Orsay, que abriga uma das mais importantes coleções impressionistas do mundo, permitirá que seus visitantes tirem fotos, depois de a ministra da Cultura publicar nas redes sociais uma imagem tomada no recinto, confirmou a direção do museu nesta quinta-feira à Agência Efe. O Orsay era um dos poucos museus da capital francesa que mantinha a proibição de fotografias dos seus quadros, veto introduzido em 2009. A regra não pareceu importar para a ministra da Cultura, Fleure Pellerin, que durante uma visita na segunda-feira (16) à retrospectiva do pós-impressionista Pierre Bonnard fotografou uma obra e publicou no Instagram. A foto não passou despercebida para as associações que há anos reivindicam, em nome da divulgação da cultura, a permissão para fotografar as obras do museu. O Museu d'Orsay ficou numa encruzilhada e finalmente cedeu, aceitando suspender a proibição. Mas para preservar as obras continuará a proibir o uso de flashes, de "pau de selfies" e tripés. Também será mantida a restrição de fotografar as obras emprestadas por outros centros para exposições temporárias que não permitem fotos. Resta por saber se com sua foto Pellerin cometeu um erro ou simplesmente tentou forçar o museu a aplicar uma medida que ela encoraja em todos os centros. A direção do Orsay reconheceu que a foto da ministra "acelerou" a decisão de suspender o veto, mas que há meses estudava fazê-lo. A ministra, por sua vez, afirmou no Twitter que a única coisa que sua foto fez foi incentivar a campanha "Todos Fotógrafos", criada em julho de 2014, com a qual seu departamento pretende que o público contribua para a divulgação da cultura através da fotografia. Em nome desse princípio, os museus da capital foram permitindo que suas obras fossem fotografadas, o que tinha tornado o Orsay o último bastião dessa proibição. A medida afeta também a Orangerie, a sala de exposições situada do outro lado do rio Sena e que é vinculada ao Orsay.
turismo
Museu d'Orsay permite fotos após ministra desrespeitar proibiçãoO parisiense Museu de Orsay, que abriga uma das mais importantes coleções impressionistas do mundo, permitirá que seus visitantes tirem fotos, depois de a ministra da Cultura publicar nas redes sociais uma imagem tomada no recinto, confirmou a direção do museu nesta quinta-feira à Agência Efe. O Orsay era um dos poucos museus da capital francesa que mantinha a proibição de fotografias dos seus quadros, veto introduzido em 2009. A regra não pareceu importar para a ministra da Cultura, Fleure Pellerin, que durante uma visita na segunda-feira (16) à retrospectiva do pós-impressionista Pierre Bonnard fotografou uma obra e publicou no Instagram. A foto não passou despercebida para as associações que há anos reivindicam, em nome da divulgação da cultura, a permissão para fotografar as obras do museu. O Museu d'Orsay ficou numa encruzilhada e finalmente cedeu, aceitando suspender a proibição. Mas para preservar as obras continuará a proibir o uso de flashes, de "pau de selfies" e tripés. Também será mantida a restrição de fotografar as obras emprestadas por outros centros para exposições temporárias que não permitem fotos. Resta por saber se com sua foto Pellerin cometeu um erro ou simplesmente tentou forçar o museu a aplicar uma medida que ela encoraja em todos os centros. A direção do Orsay reconheceu que a foto da ministra "acelerou" a decisão de suspender o veto, mas que há meses estudava fazê-lo. A ministra, por sua vez, afirmou no Twitter que a única coisa que sua foto fez foi incentivar a campanha "Todos Fotógrafos", criada em julho de 2014, com a qual seu departamento pretende que o público contribua para a divulgação da cultura através da fotografia. Em nome desse princípio, os museus da capital foram permitindo que suas obras fossem fotografadas, o que tinha tornado o Orsay o último bastião dessa proibição. A medida afeta também a Orangerie, a sala de exposições situada do outro lado do rio Sena e que é vinculada ao Orsay.
20
Coluna testa apps para chamar cabeleireiro e maquiador em casa
Nos transportes, primeiro apareceram os aplicativos de táxi e um tempinho depois, veio o Uber (que liga o motorista ao usuário). No mundo da beleza, primeiro os aplicativos ajudavam a marcar horário no salão; a novidade é que agora os apps estão levando os cabeleireiros (e outros profissionais) para a casa dos clientes. A coluna foi atrás de quatro apps que prometem levar o salão para a sua casa. Todos eles apostam num mesmo público: mulheres com pressa que precisam dar um tapa no visual seja em casa, durante uma viagem ou no meio do expediente. Confira: Singu Do mesmo dono do Easy Taxi, o aplicativo Singu foi pioneiro na ideia de conectar clientes e profissionais de beleza. No ar desde junho de 2015, atualmente a demanda é maior que a procura. A coluna tentou emular o cadastro como maquiador, mas recebeu o aviso que as inscrições para essa função estão suspensas devido ao alto número de profissionais cadastrados. Mesmo com mais de 15 mil mulheres atendidas (de acordo com a empresa), ainda tem mais maquiador que gente para maquiar. A restrição é apenas para maquiadores. Há espaço para as outras funções, como cabeleireiro (para penteados), massagista e manicure. A coluna também usou o app como cliente final, agendando manicure/pedicure pelo Singu. O sistema apenas acusou o recebimento do pedido, porém não enviou o nome de quem fará o serviço. O cancelamento deve ser feito 24h antes, caso contrário é cobrado uma multa de até 70% do valor total. Como não tem nenhum botão "cancelar" para desistir do agendamento, o jeito foi mandar uma mensagem via chat e esperar a resposta (e torcer para não pagar multa). As profissionais ficam com 70% do valor do serviço. Mão e pé, por exemplo, saem por R$ 50; maquiagem, R$ 220, e a sessão de massagem redutora custa R$ 150. O app oferece pacotes para empresas. Os profissionais são escolhidos pelo sistema, conforme proximidade e disponibilidade na agenda. Manicures, maquiadores, cabeleireiros e massagistas passam por um teste para estar o app. Além de pedir referências nos trabalhos anteriores, o Singu checa antecedentes criminais. Posher App Está no ar há menos de dois meses. Seus criadores dizem que seu principal diferencial é oferecer uma "vitrine" às clientes. O pedido da cliente é disparado para todos os profissionais da rede, quem puder ir aperta ok, e estes aparecem à usuária que escolhe quem irá atendê-la. É possível dar uma olhada no Instagram do maquiador antes de contratá-lo, por exemplo. O app ainda possui alguns problemas. A coluna procurou por alguém para fazer um design de sobrancelhas (R$ 80) às 19h de uma quarta-feira. O app pediu para confirmar se queria chamar alguém naquele momento. Mesmo depois de apertar o ok, foi oferecido somente uma profissional com horário disponível às 13h44 do dia seguinte. O aplicativo oferece corte de cabelo (R$ 75, médio), escova (R$ 69,50, longo), tratamento redutor de volume (R$ 269,50, médio) e aplicação de coloração (R$ 68,50, médio). É também possível chamar uma depiladora em casa: o pacote completo sai por R$ 150. O serviço de manicure está indisponível. A maquiagem custa R$ 170 e o penteado R$ 178,70 (para cabelos médios). As profissionais ficam com 75% do valor do serviço. As profissionais passam por uma entrevista antes de entrarem no app. Easy Look O Easy Look é um aplicativo capixaba, que ainda está começando a chegar em São Paulo. Ao contrário dos outros, ele funciona mais como um aplicativo de agendamento que também oferece serviços em domicílio. A ideia é entregar um rol de locais e profissionais que podem oferecer o serviço no horário que a cliente quer e próximo a ela. O serviço ainda é totalmente gratuito. "Nós não cobramos pelo app nem cobramos qualquer percentual sobre o serviço", afirma Fabricio Vargas Matos, um dos sócios e co-criador do app. Ele conta que o preço é combinado entre o salão/profissional e o cliente. Um item interessante: a cliente pode mandar uma foto do cabelo para saber quanto irá gastar. Segundo o dono, o serviço mais buscado no Espírito Santo é o de manicure/pedicure. MakeYou Ainda com mais cara de site do que aplicativo, o MakeYou tem como principal diferencial, segundo a revista Vogue, ter por trás os profissionais da Capa MGT, agência de renomados maquiadores e cabeleireiros do mundo fashion. É oferecido um catálogo com diferentes tipos de penteados e maquiagens pré-definidos para as clientes escolheres. Os penteados custam entre R$ 140 (escova) e R$ 260 (coque baixo e com volume, estilo tapete vermelho do Oscar). Os makes saem por R$ 250. A coluna tentou entrar em contato com o Make You, por meio do e-mail e celular publicados na página, porém não houve retorno até a publicação deste texto.
colunas
Coluna testa apps para chamar cabeleireiro e maquiador em casaNos transportes, primeiro apareceram os aplicativos de táxi e um tempinho depois, veio o Uber (que liga o motorista ao usuário). No mundo da beleza, primeiro os aplicativos ajudavam a marcar horário no salão; a novidade é que agora os apps estão levando os cabeleireiros (e outros profissionais) para a casa dos clientes. A coluna foi atrás de quatro apps que prometem levar o salão para a sua casa. Todos eles apostam num mesmo público: mulheres com pressa que precisam dar um tapa no visual seja em casa, durante uma viagem ou no meio do expediente. Confira: Singu Do mesmo dono do Easy Taxi, o aplicativo Singu foi pioneiro na ideia de conectar clientes e profissionais de beleza. No ar desde junho de 2015, atualmente a demanda é maior que a procura. A coluna tentou emular o cadastro como maquiador, mas recebeu o aviso que as inscrições para essa função estão suspensas devido ao alto número de profissionais cadastrados. Mesmo com mais de 15 mil mulheres atendidas (de acordo com a empresa), ainda tem mais maquiador que gente para maquiar. A restrição é apenas para maquiadores. Há espaço para as outras funções, como cabeleireiro (para penteados), massagista e manicure. A coluna também usou o app como cliente final, agendando manicure/pedicure pelo Singu. O sistema apenas acusou o recebimento do pedido, porém não enviou o nome de quem fará o serviço. O cancelamento deve ser feito 24h antes, caso contrário é cobrado uma multa de até 70% do valor total. Como não tem nenhum botão "cancelar" para desistir do agendamento, o jeito foi mandar uma mensagem via chat e esperar a resposta (e torcer para não pagar multa). As profissionais ficam com 70% do valor do serviço. Mão e pé, por exemplo, saem por R$ 50; maquiagem, R$ 220, e a sessão de massagem redutora custa R$ 150. O app oferece pacotes para empresas. Os profissionais são escolhidos pelo sistema, conforme proximidade e disponibilidade na agenda. Manicures, maquiadores, cabeleireiros e massagistas passam por um teste para estar o app. Além de pedir referências nos trabalhos anteriores, o Singu checa antecedentes criminais. Posher App Está no ar há menos de dois meses. Seus criadores dizem que seu principal diferencial é oferecer uma "vitrine" às clientes. O pedido da cliente é disparado para todos os profissionais da rede, quem puder ir aperta ok, e estes aparecem à usuária que escolhe quem irá atendê-la. É possível dar uma olhada no Instagram do maquiador antes de contratá-lo, por exemplo. O app ainda possui alguns problemas. A coluna procurou por alguém para fazer um design de sobrancelhas (R$ 80) às 19h de uma quarta-feira. O app pediu para confirmar se queria chamar alguém naquele momento. Mesmo depois de apertar o ok, foi oferecido somente uma profissional com horário disponível às 13h44 do dia seguinte. O aplicativo oferece corte de cabelo (R$ 75, médio), escova (R$ 69,50, longo), tratamento redutor de volume (R$ 269,50, médio) e aplicação de coloração (R$ 68,50, médio). É também possível chamar uma depiladora em casa: o pacote completo sai por R$ 150. O serviço de manicure está indisponível. A maquiagem custa R$ 170 e o penteado R$ 178,70 (para cabelos médios). As profissionais ficam com 75% do valor do serviço. As profissionais passam por uma entrevista antes de entrarem no app. Easy Look O Easy Look é um aplicativo capixaba, que ainda está começando a chegar em São Paulo. Ao contrário dos outros, ele funciona mais como um aplicativo de agendamento que também oferece serviços em domicílio. A ideia é entregar um rol de locais e profissionais que podem oferecer o serviço no horário que a cliente quer e próximo a ela. O serviço ainda é totalmente gratuito. "Nós não cobramos pelo app nem cobramos qualquer percentual sobre o serviço", afirma Fabricio Vargas Matos, um dos sócios e co-criador do app. Ele conta que o preço é combinado entre o salão/profissional e o cliente. Um item interessante: a cliente pode mandar uma foto do cabelo para saber quanto irá gastar. Segundo o dono, o serviço mais buscado no Espírito Santo é o de manicure/pedicure. MakeYou Ainda com mais cara de site do que aplicativo, o MakeYou tem como principal diferencial, segundo a revista Vogue, ter por trás os profissionais da Capa MGT, agência de renomados maquiadores e cabeleireiros do mundo fashion. É oferecido um catálogo com diferentes tipos de penteados e maquiagens pré-definidos para as clientes escolheres. Os penteados custam entre R$ 140 (escova) e R$ 260 (coque baixo e com volume, estilo tapete vermelho do Oscar). Os makes saem por R$ 250. A coluna tentou entrar em contato com o Make You, por meio do e-mail e celular publicados na página, porém não houve retorno até a publicação deste texto.
10
Sem obra, 'só com dilúvio', diz diretor do DH
Após duas propostas serem recusadas, o DH (Departamento Hidroviário) de São Paulo quer fazer uma ensecadeira –espécie de barragem de terra– temporária para fechar o canal de Pereira Barreto e permitir a volta da navegação em metade da hidrovia Tietê-Paraná. A obra está em fase de análise. Segundo o diretor do DH, Casemiro Tércio Carvalho, a proposta fecharia o canal com a água disponível em Promissão e Barra Bonita, guardando água na represa de Três Irmãos. O nível subiria, e as barcaças teriam condições de navegar. O assunto está em discussão com o ONS (Operador Nacional do Sistema). Se aprovado, terá um custo de R$ 2 milhões e deverá permitir a navegação a partir de novembro. "Se não for possível, teremos de sentar e esperar Noé chamar Deus e avisar que teremos um dilúvio. Nem São Pedro ajuda mais. Não existe cenário de chuvas que possa recuperar o reservatório em um único período chuvoso." Ainda que a obra saia do papel, não será unanimidade. Um grupo de empresários goianos é contra, pois ela não contemplará toda a hidrovia, que atinge todo o Tietê, além de Mato Grosso do Sul e Paraná. "Estamos em um cenário crítico, [ao ponto de] escolher um para sobreviver. Isso foi nossa atitude técnica", disse. Em 2014, foram feitas duas propostas, ambas rechaçadas pelo ONS com o argumento de que precisa da água para ter segurança energética. Proprietário da DNP Indústria e Navegação, o empresário Nelson Michielin disse que a alternativa para reabrir parcialmente a hidrovia é a única possível no momento.
mercado
Sem obra, 'só com dilúvio', diz diretor do DHApós duas propostas serem recusadas, o DH (Departamento Hidroviário) de São Paulo quer fazer uma ensecadeira –espécie de barragem de terra– temporária para fechar o canal de Pereira Barreto e permitir a volta da navegação em metade da hidrovia Tietê-Paraná. A obra está em fase de análise. Segundo o diretor do DH, Casemiro Tércio Carvalho, a proposta fecharia o canal com a água disponível em Promissão e Barra Bonita, guardando água na represa de Três Irmãos. O nível subiria, e as barcaças teriam condições de navegar. O assunto está em discussão com o ONS (Operador Nacional do Sistema). Se aprovado, terá um custo de R$ 2 milhões e deverá permitir a navegação a partir de novembro. "Se não for possível, teremos de sentar e esperar Noé chamar Deus e avisar que teremos um dilúvio. Nem São Pedro ajuda mais. Não existe cenário de chuvas que possa recuperar o reservatório em um único período chuvoso." Ainda que a obra saia do papel, não será unanimidade. Um grupo de empresários goianos é contra, pois ela não contemplará toda a hidrovia, que atinge todo o Tietê, além de Mato Grosso do Sul e Paraná. "Estamos em um cenário crítico, [ao ponto de] escolher um para sobreviver. Isso foi nossa atitude técnica", disse. Em 2014, foram feitas duas propostas, ambas rechaçadas pelo ONS com o argumento de que precisa da água para ter segurança energética. Proprietário da DNP Indústria e Navegação, o empresário Nelson Michielin disse que a alternativa para reabrir parcialmente a hidrovia é a única possível no momento.
2