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Fábula recheada de valores éticos é tema da Coleção Folha Folclore
"Vamos passear na floresta enquanto seu lobo não vem..." Começa assim a música que embala "Tá Pronto, Seu Lobo?", uma das brincadeiras propostas no 23º volume da Coleção Folha Folclore Brasileiro para Crianças, que sai no próximo domingo (21). Se no jogo sugerido às crianças a bicharada tem de fugir do lobo, na história de "O Homem, a Onça e o Jabuti" é o felino do título quem espalha o medo. O reconto assinado por Manoela Pamplona e ilustrado por Sidney Meireles começa com um grito desesperado ecoando pela floresta. É a onça, presa numa armadilha, quem pede socorro. Um homem que por acaso está passando pelas redondezas vai acudir a vítima. Diante da onça, ele vive um dilema: se deixá-la presa, vai se sentir culpado; se soltá-la, pode ser sua vítima. Até que a história se resolva, um jabuti vai entrar em cena. E o desfecho vai mostrar que essa lenda deixa valores éticos como legado. A história está toda narrada no CD que acompanha o volume. No mesmo disco estão também um trava-língua e famosas cantigas, como "Pirulito que Bate Bate". O livro da coleção também explica como fazer um pião de papel, também chamado de piorra. Um palito de madeira e meia folha de jornal são a base para a confecção. Versinhos, rimas curtas para embalar brincadeiras com corda e bola, jogos de adivinhação e um texto que explica como tirar a sorte com cílios e ossinhos de frango completam o pacote de diversões.
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Fábula recheada de valores éticos é tema da Coleção Folha Folclore"Vamos passear na floresta enquanto seu lobo não vem..." Começa assim a música que embala "Tá Pronto, Seu Lobo?", uma das brincadeiras propostas no 23º volume da Coleção Folha Folclore Brasileiro para Crianças, que sai no próximo domingo (21). Se no jogo sugerido às crianças a bicharada tem de fugir do lobo, na história de "O Homem, a Onça e o Jabuti" é o felino do título quem espalha o medo. O reconto assinado por Manoela Pamplona e ilustrado por Sidney Meireles começa com um grito desesperado ecoando pela floresta. É a onça, presa numa armadilha, quem pede socorro. Um homem que por acaso está passando pelas redondezas vai acudir a vítima. Diante da onça, ele vive um dilema: se deixá-la presa, vai se sentir culpado; se soltá-la, pode ser sua vítima. Até que a história se resolva, um jabuti vai entrar em cena. E o desfecho vai mostrar que essa lenda deixa valores éticos como legado. A história está toda narrada no CD que acompanha o volume. No mesmo disco estão também um trava-língua e famosas cantigas, como "Pirulito que Bate Bate". O livro da coleção também explica como fazer um pião de papel, também chamado de piorra. Um palito de madeira e meia folha de jornal são a base para a confecção. Versinhos, rimas curtas para embalar brincadeiras com corda e bola, jogos de adivinhação e um texto que explica como tirar a sorte com cílios e ossinhos de frango completam o pacote de diversões.
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Empresas devem 'invadir' apps de mensagem para fazer marketing
Quanto tempo o usuário médio de smartphone desejaria gastar conversando com empresas ou robôs? Se a longa fila de empresas que estão oferecendo serviços via canais móveis de mensagens serve como exemplo, a resposta deve ser: muito. Mas determinar se elas estão ou não certas dependerá de avaliar se compreenderam bem os atrativos dos sistemas de mensagens móveis, para começar. Esta semana, o WhatsApp, o aplicativo de mensagens simples que o Facebook adquiriu por US$ 19 bilhões dois anos atrás, ofereceu o primeiro indício de como pretende justificar essa soma espantosa: planeja cobrar das empresas que estiverem interessadas em trocar mensagens com seus usuários. Mas não se preocupe. O WhatsApp promete que as companhias que se infiltrarão em suas trocas de mensagens não serão qualquer porcaria: serão "empresas das quais você deseja receber informações". Não se trata de publicidade empresarial, mas de chats empresariais. Esse é apenas o mais recente exemplo de como as companhias de tecnologia estão tentando transformar os serviços de mensagens em canal predominante nos smartphones, servindo de conduto a todas as formas de comunicação e informação. Serviços como o WeChat e o Line vêm trabalhando já há algum tempo em transformar seus apps de mensagens em uma plataforma mais ampla de comunicação móvel. Estão tentando convertê-los em canais de distribuição para outros apps, tais como jogos –e com isso pretendem se expandir para além das funções básicas de chat. No entanto, a tentativa de infiltrar comunicação comercial nas conversas dos usuários –ou seja, transformar conversas casuais na forma predominante de interação em aparelhos móveis de modo mais amplo, e não só dentro da rede de contatos de um usuário– é assunto muito diferente. A posição, para os que defendem essa visão, é a de que chats são uma maneira de lidar com a maior parte das necessidades cotidianas da vida, da busca de informações às compras. Se isso é verdade, então categorias inteiras de serviços online, por exemplo buscas na Internet e comércio eletrônico, poderiam mudar profundamente nos aparelhos móveis. As redes de mensagens não só têm imenso alcance como são serviços aos quais muita gente dedica a maior parte de seu tempo de uso de aparelhos móveis, Os usuários do WhatsApp já dedicam generosas oito horas mensais de seu tempo ao app, e os do Facebook passam 14 horas ao mês usando o app da rede social, de acordo com relatório da Verto no ano passado. Não surpreende que as empresas desejem contatar as pessoas por meio dos serviços que já ocupam boa parte de sua atenção; a questão chave é determinar se o estilo de interação que os serviços de mensagens representam pode ser estendido para executar outras funções. Algumas coisas poderiam ser facilmente incorporadas a um bate-papo via app. Por exemplo, a avalanche de notificações comerciais dos apps poderia ser mais digerível nesse formato. Uma grande atração do Slack –o serviço de mensagens grupais que vem crescendo aceleradamente no mundo empresarial– é a capacidade de receber notificações de outros aplicativos empresariais. A cada vez que uma fatura é emitida, por exemplo, isso pode gerar uma mensagem. E depois disso é um passo curto para um sistema de resposta baseado em bots para lidar com perguntas e respostas simples. Levado um passo adiante, isso poderia se tornar uma abordagem alternativa para as buscas de Internet. O Facebook Messenger, por exemplo, está testando uma função de busca chamada M que usa a troca de mensagens entre usuários como forma de estreitar o foco de uma busca até que o serviço possa oferecer resposta precisa. O desejo da companhia, em última análise, é que essas "conversações" sejam direcionadas por inteligência artificial, ainda que em sua fase inicial ela esteja promovendo dose considerável de interação humana a fim de ajudar a "treinar" seus sistemas. O estilo de conversa que caracteriza os serviços de mensagens pode se adaptar bem a buscas em aparelhos móveis. Ciente dessa ameaça, o Google também está trabalhando em um novo serviço de chat que incluiria bots automatizados, de acordo com uma pessoa informada sobre os planos da empresa. Isso constituiria a mais nova tentativa do Google de ganhar força na mídia social, depois de uma série de esforços pífios. Como melhor combinar o aspecto humano e a automação é uma das questões mais intrigantes que a companhia enfrenta. Tudo isso presume, claro, que os usuários do smartphone estejam dispostos a estender seu uso de mensagens a tantas outras funções –e que eles estejam dispostos a admitir entidades comerciais e robôs a uma forma de interação que, por natureza, é profundamente pessoal. O WhatsApp argumenta que as pessoas receberão positivamente a interação direta com empresas para coisas como alertas de fraude ou notificações de atraso em um voo. Na realidade, porém, a maior parte dos consumidores não deseja passar mais tempo do que o mínimo necessário conversando com empresas. Além disso, sempre que uma empresa iniciar uma interação com eles, acreditarão –e muitas vezes com toda razão– que o objetivo último seja lhes vender alguma coisa. Os serviços de mensagens podem representar um canal novo e atraente, mas precisarão ser usados com muito cuidado. Tradução: PAULO MIGLIACCI
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Empresas devem 'invadir' apps de mensagem para fazer marketingQuanto tempo o usuário médio de smartphone desejaria gastar conversando com empresas ou robôs? Se a longa fila de empresas que estão oferecendo serviços via canais móveis de mensagens serve como exemplo, a resposta deve ser: muito. Mas determinar se elas estão ou não certas dependerá de avaliar se compreenderam bem os atrativos dos sistemas de mensagens móveis, para começar. Esta semana, o WhatsApp, o aplicativo de mensagens simples que o Facebook adquiriu por US$ 19 bilhões dois anos atrás, ofereceu o primeiro indício de como pretende justificar essa soma espantosa: planeja cobrar das empresas que estiverem interessadas em trocar mensagens com seus usuários. Mas não se preocupe. O WhatsApp promete que as companhias que se infiltrarão em suas trocas de mensagens não serão qualquer porcaria: serão "empresas das quais você deseja receber informações". Não se trata de publicidade empresarial, mas de chats empresariais. Esse é apenas o mais recente exemplo de como as companhias de tecnologia estão tentando transformar os serviços de mensagens em canal predominante nos smartphones, servindo de conduto a todas as formas de comunicação e informação. Serviços como o WeChat e o Line vêm trabalhando já há algum tempo em transformar seus apps de mensagens em uma plataforma mais ampla de comunicação móvel. Estão tentando convertê-los em canais de distribuição para outros apps, tais como jogos –e com isso pretendem se expandir para além das funções básicas de chat. No entanto, a tentativa de infiltrar comunicação comercial nas conversas dos usuários –ou seja, transformar conversas casuais na forma predominante de interação em aparelhos móveis de modo mais amplo, e não só dentro da rede de contatos de um usuário– é assunto muito diferente. A posição, para os que defendem essa visão, é a de que chats são uma maneira de lidar com a maior parte das necessidades cotidianas da vida, da busca de informações às compras. Se isso é verdade, então categorias inteiras de serviços online, por exemplo buscas na Internet e comércio eletrônico, poderiam mudar profundamente nos aparelhos móveis. As redes de mensagens não só têm imenso alcance como são serviços aos quais muita gente dedica a maior parte de seu tempo de uso de aparelhos móveis, Os usuários do WhatsApp já dedicam generosas oito horas mensais de seu tempo ao app, e os do Facebook passam 14 horas ao mês usando o app da rede social, de acordo com relatório da Verto no ano passado. Não surpreende que as empresas desejem contatar as pessoas por meio dos serviços que já ocupam boa parte de sua atenção; a questão chave é determinar se o estilo de interação que os serviços de mensagens representam pode ser estendido para executar outras funções. Algumas coisas poderiam ser facilmente incorporadas a um bate-papo via app. Por exemplo, a avalanche de notificações comerciais dos apps poderia ser mais digerível nesse formato. Uma grande atração do Slack –o serviço de mensagens grupais que vem crescendo aceleradamente no mundo empresarial– é a capacidade de receber notificações de outros aplicativos empresariais. A cada vez que uma fatura é emitida, por exemplo, isso pode gerar uma mensagem. E depois disso é um passo curto para um sistema de resposta baseado em bots para lidar com perguntas e respostas simples. Levado um passo adiante, isso poderia se tornar uma abordagem alternativa para as buscas de Internet. O Facebook Messenger, por exemplo, está testando uma função de busca chamada M que usa a troca de mensagens entre usuários como forma de estreitar o foco de uma busca até que o serviço possa oferecer resposta precisa. O desejo da companhia, em última análise, é que essas "conversações" sejam direcionadas por inteligência artificial, ainda que em sua fase inicial ela esteja promovendo dose considerável de interação humana a fim de ajudar a "treinar" seus sistemas. O estilo de conversa que caracteriza os serviços de mensagens pode se adaptar bem a buscas em aparelhos móveis. Ciente dessa ameaça, o Google também está trabalhando em um novo serviço de chat que incluiria bots automatizados, de acordo com uma pessoa informada sobre os planos da empresa. Isso constituiria a mais nova tentativa do Google de ganhar força na mídia social, depois de uma série de esforços pífios. Como melhor combinar o aspecto humano e a automação é uma das questões mais intrigantes que a companhia enfrenta. Tudo isso presume, claro, que os usuários do smartphone estejam dispostos a estender seu uso de mensagens a tantas outras funções –e que eles estejam dispostos a admitir entidades comerciais e robôs a uma forma de interação que, por natureza, é profundamente pessoal. O WhatsApp argumenta que as pessoas receberão positivamente a interação direta com empresas para coisas como alertas de fraude ou notificações de atraso em um voo. Na realidade, porém, a maior parte dos consumidores não deseja passar mais tempo do que o mínimo necessário conversando com empresas. Além disso, sempre que uma empresa iniciar uma interação com eles, acreditarão –e muitas vezes com toda razão– que o objetivo último seja lhes vender alguma coisa. Os serviços de mensagens podem representar um canal novo e atraente, mas precisarão ser usados com muito cuidado. Tradução: PAULO MIGLIACCI
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Viaduto Santo Amaro é reaberto para tráfego de táxis em São Paulo
O viaduto Santo Amaro (zona sul de São Paulo) foi reaberto às 5h desta quinta-feira (3) para o tráfego de táxis. A pouco mais de uma semana, duas faixas do viaduto já tinham sido liberadas para o tráfego de ônibus —no total, 25 linhas passam sobre a via. A prefeitura disse, em nota, que o viaduto passou por uma série de testes nos últimos dias e teve o asfalto removido, aliviando o peso sobre a estrutura. No dia 13 de fevereiro, uma batida entre dois caminhões na avenida dos Bandeirantes, sob o viaduto, causou um incêndio e danificou a via. Ela permaneceu completamente interditada até dia 25. O prefeito Fernando Haddad (PT) chegou a dar como certa a demolição do viaduto, porém, após três laudos contratados, a administração municipal desistiu da ideia. A Siurb (Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras) da Prefeitura de São Paulo continua monitorando a estrutura, de acordo com a prefeitura, para decidir se vai demolir a estrutura ou utilizar outra alternativa para a recuperação. As possibilidades de recuperação são realizar obras pela parte de cima, pela parte de baixo ou ainda criar uma nova estrutura de apoio para o viaduto Santo Amaro. Ainda não há estimativa de custo da reconstrução.
cotidiano
Viaduto Santo Amaro é reaberto para tráfego de táxis em São PauloO viaduto Santo Amaro (zona sul de São Paulo) foi reaberto às 5h desta quinta-feira (3) para o tráfego de táxis. A pouco mais de uma semana, duas faixas do viaduto já tinham sido liberadas para o tráfego de ônibus —no total, 25 linhas passam sobre a via. A prefeitura disse, em nota, que o viaduto passou por uma série de testes nos últimos dias e teve o asfalto removido, aliviando o peso sobre a estrutura. No dia 13 de fevereiro, uma batida entre dois caminhões na avenida dos Bandeirantes, sob o viaduto, causou um incêndio e danificou a via. Ela permaneceu completamente interditada até dia 25. O prefeito Fernando Haddad (PT) chegou a dar como certa a demolição do viaduto, porém, após três laudos contratados, a administração municipal desistiu da ideia. A Siurb (Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras) da Prefeitura de São Paulo continua monitorando a estrutura, de acordo com a prefeitura, para decidir se vai demolir a estrutura ou utilizar outra alternativa para a recuperação. As possibilidades de recuperação são realizar obras pela parte de cima, pela parte de baixo ou ainda criar uma nova estrutura de apoio para o viaduto Santo Amaro. Ainda não há estimativa de custo da reconstrução.
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Estudo aponta que China aumentou restrição a jornalistas estrangeiros
A China intensificou as restrições impostas a jornalistas estrangeiros desde que Xi Jinping tornou-se o líder do país, quatro anos atrás, complicando os esforços feitos para interpretar o pensamento de Pequim, isso em um momento em que a desaceleração econômica da China e suas ambições econômicas crescentes tornam o país cada vez mais importante para o mundo. Um relatório divulgado nesta quinta-feira (22) pela PEN America, associação de escritores com sede em Nova York, procura quantificar a dificuldade atual enfrentada por jornalistas para divulgar os acontecimentos na China. Suas conclusões: os estimados 700 jornalistas estrangeiros de 50 países que trabalham no país "enfrentam mais limitações hoje que em qualquer outro momento da história recente". O relatório também destacou várias instâncias do que descreveu como empresas de mídia estrangeiras comprometendo seus padrões editoriais para poderem atuar na China. O grupo entrevistou mais de três dúzias de jornalistas, além de profissionais chineses locais de órgãos de mídia estrangeiros, especialistas, organizações de mídia e outros para compilar o relatório de 76 páginas. A PEN America já tratou muitas vezes da liberdade de expressão na China, normalmente com relação a escritores chineses. Sua diretora executiva, Suzanne Nossel, disse em entrevista que também é importante chamar a atenção para os desafios enfrentados por jornalistas internacionais que procuram cobrir a China. "É claro que não é possível comparar essas restrições à pressão sentida pelos escritores chineses", disse Nossel. "Mas dependemos do papel crucial exercido pelos correspondentes de órgãos de mídia estrangeiros. Eles são uma peça importante no quebra-cabeça que é entender a China." ASSÉDIO O relatório citou vários fatores preocupantes, incluindo o assédio crescente a jornalistas estrangeiros que trabalham em lugares delicados, como o Tibete e Xinjiang, região autônoma no noroeste da China. Jornalistas entrevistados disseram que frequentemente são filmados enquanto trabalham e às vezes são seguidos tão de perto que não conseguem entrevistar moradores dessas regiões. Segundo outros jornalistas, as autoridades estão extremamente cautelosas diante de descrições feitas de Xi Jinping. Repórteres e editores dizem que já foram criticados por traçar comparações pouco elogiosas entre Xi e Mao Tse-tung ou por dizer que o presidente é objeto de um culto à personalidade. As conclusões do relatório provavelmente coincidem com as experiências de muitos correspondentes de veículos internacionais. Mas alguns disseram que o documento não traz uma perspectiva de mais longo prazo. Na década de 1990, a maioria das viagens para fora da capital chinesa tinha obrigatoriamente que incluir acompanhantes do governo provincial. Os correspondentes estrangeiros eram obrigados a viver em complexos residenciais vigiados por soldados. No final dos anos 1990 e início da década de 2000 essas regras já eram ignoradas com frequência, mas ainda eram aplicadas para punir correspondentes ou separá-los da sociedade local. "Depende da definição que fazem do que é recente", disse Melinda Liu, que abriu a sucursal da "Newsweek" em 1980 e é sua chefe atual. "Já houve épocas em que as coisas estiveram melhores, mas também outras em que estiveram muitíssimo piores." EFEITO OLÍMPICO A China suavizou as restrições na fase que antecedeu a Olimpíada de 2008. Depois dos Jogos, porém, o país intensificou a implementação dos regulamentos, ao mesmo tempo em que impunha controles mais rígidos à sociedade civil chinesa. O processamento de vistos tornou-se mais burocrático e às vezes restritivo e o governo mostrava-se mais avesso a críticas a seus líderes ou políticas. O relatório também critica a falta de informação fornecida pelos ministérios do governo, um problema que ocorre há décadas. Alguns jornalistas disseram que estão recebendo menos informação das autoridades que no passado, especialmente estatísticas de rotina. "Os jornalistas estrangeiros na China são importantes para empresários", disse Joerg Wuttke, presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China. "Eles influem sobre a opinião pública de nossos investidores e outros em nível global", afirma, aludindo a empresas e seus acionistas, governos, ONGs como "think tanks" e grupos de voluntários, e o público em geral. Apesar da repressão sobre a sociedade civil, sob alguns aspectos há mais informações disponíveis sobre políticas públicas hoje que no passado, graças à internet e às mídias sociais. Apesar de ser sujeitos a monitoramento intenso, grupos de discussão chineses fazem circular críticas acirradas à política governamental, mesmo em relação a questões delicadas como a Revolução Cultural. Embora autoridades do governo raramente se disponham a dar entrevistas, muitas de suas posições e políticas estão mais claras hoje do que nas décadas passadas. DIVISÃO Uma preocupação destacada no relatório da PEN é o fato de o governo explorar a divisão entre o lado empresarial das empresas de mídia e suas operações jornalísticas. A maioria das organizações de mídia diz que isola suas operações de jornalismo de suas estratégias empresariais, mas essa divisão é mais difícil de observar quando essas empresas buscam oportunidades na China. Segundo o relatório, várias organizações noticiosas deixaram de publicar em chinês algumas reportagens contendo críticas à China. Citando jornalistas anônimos, o texto disse também que a agência de notícias Reuters endureceu seus padrões de maneira que reduziu o número de artigos de jornalismo sobre direitos humanos. Mas o estudo observou que a organização ainda cobre o tema dos direitos humanos em reportagens especiais de âmbito mais amplo. As alegações não puderem ser checadas independentemente. Uma porta-voz da Reuters não reagiu imediatamente a um pedido de comentários. O relatório disse que o site do "New York Times" em chinês traduz artigos semelhantes na íntegra, mas o site é bloqueado na China. O relatório foi apresentado formalmente na noite de quinta-feira no Overseas Press Club (clube de correspondentes no exterior), em Nova York. Tradução de CLARA ALLAIN
mundo
Estudo aponta que China aumentou restrição a jornalistas estrangeirosA China intensificou as restrições impostas a jornalistas estrangeiros desde que Xi Jinping tornou-se o líder do país, quatro anos atrás, complicando os esforços feitos para interpretar o pensamento de Pequim, isso em um momento em que a desaceleração econômica da China e suas ambições econômicas crescentes tornam o país cada vez mais importante para o mundo. Um relatório divulgado nesta quinta-feira (22) pela PEN America, associação de escritores com sede em Nova York, procura quantificar a dificuldade atual enfrentada por jornalistas para divulgar os acontecimentos na China. Suas conclusões: os estimados 700 jornalistas estrangeiros de 50 países que trabalham no país "enfrentam mais limitações hoje que em qualquer outro momento da história recente". O relatório também destacou várias instâncias do que descreveu como empresas de mídia estrangeiras comprometendo seus padrões editoriais para poderem atuar na China. O grupo entrevistou mais de três dúzias de jornalistas, além de profissionais chineses locais de órgãos de mídia estrangeiros, especialistas, organizações de mídia e outros para compilar o relatório de 76 páginas. A PEN America já tratou muitas vezes da liberdade de expressão na China, normalmente com relação a escritores chineses. Sua diretora executiva, Suzanne Nossel, disse em entrevista que também é importante chamar a atenção para os desafios enfrentados por jornalistas internacionais que procuram cobrir a China. "É claro que não é possível comparar essas restrições à pressão sentida pelos escritores chineses", disse Nossel. "Mas dependemos do papel crucial exercido pelos correspondentes de órgãos de mídia estrangeiros. Eles são uma peça importante no quebra-cabeça que é entender a China." ASSÉDIO O relatório citou vários fatores preocupantes, incluindo o assédio crescente a jornalistas estrangeiros que trabalham em lugares delicados, como o Tibete e Xinjiang, região autônoma no noroeste da China. Jornalistas entrevistados disseram que frequentemente são filmados enquanto trabalham e às vezes são seguidos tão de perto que não conseguem entrevistar moradores dessas regiões. Segundo outros jornalistas, as autoridades estão extremamente cautelosas diante de descrições feitas de Xi Jinping. Repórteres e editores dizem que já foram criticados por traçar comparações pouco elogiosas entre Xi e Mao Tse-tung ou por dizer que o presidente é objeto de um culto à personalidade. As conclusões do relatório provavelmente coincidem com as experiências de muitos correspondentes de veículos internacionais. Mas alguns disseram que o documento não traz uma perspectiva de mais longo prazo. Na década de 1990, a maioria das viagens para fora da capital chinesa tinha obrigatoriamente que incluir acompanhantes do governo provincial. Os correspondentes estrangeiros eram obrigados a viver em complexos residenciais vigiados por soldados. No final dos anos 1990 e início da década de 2000 essas regras já eram ignoradas com frequência, mas ainda eram aplicadas para punir correspondentes ou separá-los da sociedade local. "Depende da definição que fazem do que é recente", disse Melinda Liu, que abriu a sucursal da "Newsweek" em 1980 e é sua chefe atual. "Já houve épocas em que as coisas estiveram melhores, mas também outras em que estiveram muitíssimo piores." EFEITO OLÍMPICO A China suavizou as restrições na fase que antecedeu a Olimpíada de 2008. Depois dos Jogos, porém, o país intensificou a implementação dos regulamentos, ao mesmo tempo em que impunha controles mais rígidos à sociedade civil chinesa. O processamento de vistos tornou-se mais burocrático e às vezes restritivo e o governo mostrava-se mais avesso a críticas a seus líderes ou políticas. O relatório também critica a falta de informação fornecida pelos ministérios do governo, um problema que ocorre há décadas. Alguns jornalistas disseram que estão recebendo menos informação das autoridades que no passado, especialmente estatísticas de rotina. "Os jornalistas estrangeiros na China são importantes para empresários", disse Joerg Wuttke, presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China. "Eles influem sobre a opinião pública de nossos investidores e outros em nível global", afirma, aludindo a empresas e seus acionistas, governos, ONGs como "think tanks" e grupos de voluntários, e o público em geral. Apesar da repressão sobre a sociedade civil, sob alguns aspectos há mais informações disponíveis sobre políticas públicas hoje que no passado, graças à internet e às mídias sociais. Apesar de ser sujeitos a monitoramento intenso, grupos de discussão chineses fazem circular críticas acirradas à política governamental, mesmo em relação a questões delicadas como a Revolução Cultural. Embora autoridades do governo raramente se disponham a dar entrevistas, muitas de suas posições e políticas estão mais claras hoje do que nas décadas passadas. DIVISÃO Uma preocupação destacada no relatório da PEN é o fato de o governo explorar a divisão entre o lado empresarial das empresas de mídia e suas operações jornalísticas. A maioria das organizações de mídia diz que isola suas operações de jornalismo de suas estratégias empresariais, mas essa divisão é mais difícil de observar quando essas empresas buscam oportunidades na China. Segundo o relatório, várias organizações noticiosas deixaram de publicar em chinês algumas reportagens contendo críticas à China. Citando jornalistas anônimos, o texto disse também que a agência de notícias Reuters endureceu seus padrões de maneira que reduziu o número de artigos de jornalismo sobre direitos humanos. Mas o estudo observou que a organização ainda cobre o tema dos direitos humanos em reportagens especiais de âmbito mais amplo. As alegações não puderem ser checadas independentemente. Uma porta-voz da Reuters não reagiu imediatamente a um pedido de comentários. O relatório disse que o site do "New York Times" em chinês traduz artigos semelhantes na íntegra, mas o site é bloqueado na China. O relatório foi apresentado formalmente na noite de quinta-feira no Overseas Press Club (clube de correspondentes no exterior), em Nova York. Tradução de CLARA ALLAIN
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Estratagema russo
Na semana em que a guerra na Síria completa cinco anos, a Rússia surpreendeu a todos com a decisão de retirar parte de suas forças que atuam no país árabe. Consoante ao estilo do presidente russo, Vladimir Putin, o anúncio da saída foi tão inopinado quanto o da entrada no conflito, há quase seis meses. A explicação de Moscou é que "a tarefa colocada (...), em sua totalidade, foi cumprida". Da perspectiva do Kremlin, com efeito, a intervenção militar pode ser considerada um sucesso. Em primeiro lugar, mudou o rumo da guerra em favor do regime de Bashar al-Assad, maior aliado russo no Oriente Médio, que vinha sofrendo sucessivas derrotas. Com a ajuda, o governo sírio reconquistou 400 cidades e retomou o controle sobre uma área de 10 mil km2. Do ponto de vista geopolítico, o Kremlin restabeleceu o papel de ator relevante no Oriente Médio. Mais, se colocou como peça crucial da solução do conflito, tendo alinhavado, com os Estados Unidos, tanto o frágil cessar-fogo hoje em vigor como a nova rodada de negociações de paz. Acompanhado de uma retórica triunfalista, o anúncio da retirada parcial de forças tem, ademais, efeitos positivos no âmbito doméstico. No momento em que a Rússia sofre com sanções devido ao conflito na Ucrânia e com a derrocada do preço do petróleo, a imagem de um Putin vitorioso granjeia apoio na opinião pública e ajuda a desviar a atenção da crise econômica. Não é coincidência a decisão de Moscou ter vindo a público no mesmo dia em que recomeçaram as negociações de paz na Suíça –que visam encerrar um conflito que deixou mais de 400 mil mortos e obrigou 5 milhões a abandonar o país. Ao diminuir suas forças, Putin busca projetar a imagem de estar comprometido com o fim do conflito. Analistas interpretaram a retirada militar como uma maneira de pressionar Assad a negociar, visto que o ditador vinha se tornando mais inflexível à medida que mudava sua sorte no campo de batalha. Seja como for, o fato de a Rússia manter duas importantes bases sírias em operação deixa claro que suas forças permanecerão prontas para combater caso as negociações de paz não avancem ou o regime de Assad volte a sofrer derrotas. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
Estratagema russoNa semana em que a guerra na Síria completa cinco anos, a Rússia surpreendeu a todos com a decisão de retirar parte de suas forças que atuam no país árabe. Consoante ao estilo do presidente russo, Vladimir Putin, o anúncio da saída foi tão inopinado quanto o da entrada no conflito, há quase seis meses. A explicação de Moscou é que "a tarefa colocada (...), em sua totalidade, foi cumprida". Da perspectiva do Kremlin, com efeito, a intervenção militar pode ser considerada um sucesso. Em primeiro lugar, mudou o rumo da guerra em favor do regime de Bashar al-Assad, maior aliado russo no Oriente Médio, que vinha sofrendo sucessivas derrotas. Com a ajuda, o governo sírio reconquistou 400 cidades e retomou o controle sobre uma área de 10 mil km2. Do ponto de vista geopolítico, o Kremlin restabeleceu o papel de ator relevante no Oriente Médio. Mais, se colocou como peça crucial da solução do conflito, tendo alinhavado, com os Estados Unidos, tanto o frágil cessar-fogo hoje em vigor como a nova rodada de negociações de paz. Acompanhado de uma retórica triunfalista, o anúncio da retirada parcial de forças tem, ademais, efeitos positivos no âmbito doméstico. No momento em que a Rússia sofre com sanções devido ao conflito na Ucrânia e com a derrocada do preço do petróleo, a imagem de um Putin vitorioso granjeia apoio na opinião pública e ajuda a desviar a atenção da crise econômica. Não é coincidência a decisão de Moscou ter vindo a público no mesmo dia em que recomeçaram as negociações de paz na Suíça –que visam encerrar um conflito que deixou mais de 400 mil mortos e obrigou 5 milhões a abandonar o país. Ao diminuir suas forças, Putin busca projetar a imagem de estar comprometido com o fim do conflito. Analistas interpretaram a retirada militar como uma maneira de pressionar Assad a negociar, visto que o ditador vinha se tornando mais inflexível à medida que mudava sua sorte no campo de batalha. Seja como for, o fato de a Rússia manter duas importantes bases sírias em operação deixa claro que suas forças permanecerão prontas para combater caso as negociações de paz não avancem ou o regime de Assad volte a sofrer derrotas. editoriais@grupofolha.com.br
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'Diálogos Transformadores' discute instituição de novo modelo econômico
O primeiro evento de 2017 da série "Diálogos Transformadores" reuniu empresário, empreendedores e especialistas para debaterem "Economia Circular - Um Jeito Novo de Produzir e Consumir" no auditório da Folha, nesta terça-feira (18), em São Paulo. O encontro teve início com uma entrevista com Luísa Santiago, da Fundação Ellen MacArthur, referência mundial em economia circular; Jonas Lessa, empreendedor social que cofundou a Retalhar, que reaproveita resíduos de uniformes; e Carlos Ohde, diretor-geral da Sinctronics, empresa que transforma eletroeletrônicos usados em matéria prima para novos produtos
tv
'Diálogos Transformadores' discute instituição de novo modelo econômicoO primeiro evento de 2017 da série "Diálogos Transformadores" reuniu empresário, empreendedores e especialistas para debaterem "Economia Circular - Um Jeito Novo de Produzir e Consumir" no auditório da Folha, nesta terça-feira (18), em São Paulo. O encontro teve início com uma entrevista com Luísa Santiago, da Fundação Ellen MacArthur, referência mundial em economia circular; Jonas Lessa, empreendedor social que cofundou a Retalhar, que reaproveita resíduos de uniformes; e Carlos Ohde, diretor-geral da Sinctronics, empresa que transforma eletroeletrônicos usados em matéria prima para novos produtos
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Sul-coreano registra o primeiro recorde da Rio-2016
O sul-coreano Kim Woojin bateu o recorde mundial de pontuação no tiro com arco com 700 pontos, o primeiro recorde da Rio-2016. Acompanhe a cobertura completa da Folha dos Jogos Olímpicos aqui 0:53 http://thumb.mais.uol.com.br/15952013-large.jpg?ver=1
esporte
Sul-coreano registra o primeiro recorde da Rio-2016 O sul-coreano Kim Woojin bateu o recorde mundial de pontuação no tiro com arco com 700 pontos, o primeiro recorde da Rio-2016. Acompanhe a cobertura completa da Folha dos Jogos Olímpicos aqui 0:53 http://thumb.mais.uol.com.br/15952013-large.jpg?ver=1
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'Infelizmente' matar 'faz parte da ação policial', diz deputado Telhada
Na recepção do gabinete do deputado estadual Paulo Telhada (PSDB-SP), um potinho de balas de goma saúda o visitante, embaladas em papel branco com seu nome e a expressão "bancada da bala" –como é conhecida a frente política conservadora integrada por Telhada, coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo. Na parede, mais um trocadilho: um grande cartaz com o slogan que adotou ao ingressar na política –"Uma nova Rota na política de São Paulo"– referindo-se à controversa unidade de elite da qual foi comandante antes de ir para a reserva. Na sala de espera, o encarte sobre o trabalho do deputado traz uma cartela destacável para montar uma miniviatura da Rota. Segundo deputado mais votado de São Paulo no ano passado, pelo PSDB, Coronel Telhada diz que as "balinhas docinhas" são para ironizar o nome dado de forma "pejorativa" à bancada da bala, que defende projetos para reduzir a maioridade penal e flexibilizar o porte de armas. O grupo reúne um "um pessoal que quer trabalhar forte, quer combater o crime, quer trabalhar dentro da lei", define. Telhada já afirmou à imprensa ter matado mais que 30 pessoas em seus anos na ativa. À reportagem, diz que na verdade "nunca contou" o total, mas que foi "uma pancada", sempre "dentro da lei". O coronel se exalta com críticas ao número de mortes causadas por policiais, afirmando que matar "faz parte da ação policial' e não pode ser evitado em um país em "guerra" como o Brasil. No primeiro semestre deste ano, o número de pessoas mortas por policiais em serviço cresceu 10% e foi o mais alto em dez anos, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. No último dia 13, 18 pessoas foram mortas em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, e suspeita-se que a chacina tenha sido cometida por policiais para vingar a morte de um colega. Segundo informações obtidas pela TV Globo, a Corregedoria da Polícia Militar estaria investigando 19 suspeitos de envolvimento nos assassinatos. Dezoito dos investigados seriam policiais militares, de acordo com a emissora. Telhada diz que a chacina é "gravíssima" mas revolta-se com o Secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, que afirmou logo após o crime que a principal linha de investigação apura envolvimento policial –para Telhada, uma "besteira" que joga a corporação "num mar de lama sem qualquer prova". Ele defende o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados para reduzir a maioridade penal, mas queria que a redução fosse dos 18 para os 14 anos. Para ele, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) é um "Frankenstein" que criou "um monstro mirim", como se refere ao infrator menor de idade. Os problemas sociais por trás do envolvimento de adolescentes com o crime são de responsabilidade do Estado, afirma –ele, como policial, trabalha "com o efeito". "Eu ganho para resolver aquele problema", diz. Leia abaixo os principais trechos da entrevista. * BBC Brasil - O senhor é parte da chamada "bancada da bala", que vem ganhando força no poder Legislativo. A que o senhor deve esse crescimento? Coronel Telhada - Aqui no Brasil se costuma mostrar o criminoso como vítima da sociedade e o policial como algoz. Isso veio após a revolução de 64, ou o golpe militar, ou chame como quiser - onde tudo que é relativo a segurança e ao nome "militar" virou sinônimo de tortura, violência. Mas agora a população cansou disso, e quer uma posição firme contra o crime, firme contra as irregularidades. A nossa legislação criminal é muito benevolente com o crime. Tem que ser alterada e fazer com que o criminoso sinta, sim, o peso da lei. Aqui no Brasil, o crime compensa, porque o cara não recebe a sanção adequada para o que fez. A sensação de impunidade é muito grande. O criminoso fica à vontade para praticar crime, porque sabe que quase não vai ter efeito nenhum sobre ele. A nossa principal briga é no sentido de melhorar a legislação penal. O senhor fala em impunidade, mas comumente esta é um crítica feita também à polícia. O outro lado é a polícia com fama de ser muito violenta e o policial percebido como algoz. Acho que isso é um ranço do regime militar. Toda ocorrência onde você tem um confronto entre a polícia e o criminoso, de imediato já se fala que a polícia é culpada. A mídia sempre aponta a polícia como autora de violência e essa conduta é muito ruim. O pessoal tem que entender que a polícia não é culpada da violência. O culpado da violência é o Estado brasileiro. São nossas leis que são fracas para o criminoso e favorecem o tráfico de entorpecentes e a falta de policiamento nas fronteiras. É a nossa educação que está uma porcaria no Brasil. Todos os segmentos da sociedade estão falhando. E quando chega no crime, a culpa é da policia, e todo mundo lava as mãos. Mas infelizmente não é raro ver policiais envolvidos com violência. Semana passada 18 pessoas foram assassinadas na chacina de Osasco e Barueri e o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que a principal linha de investigação considera a participação de PMs. O secretário devia pensar mais antes de falar. Ele, por ser o chefe de polícia, devia ter mais de cautela antes de falar besteira. Ele não tem prova nenhuma. Pode ser policial? Pode, ninguém está negando essa hipótese. Mas quando ele joga essa hipótese como a principal linha de investigação, olha a grave falha que ele comete. Ele já acusa uma corporação. Se provado amanhã que há policiais envolvidos, que paguem, e que paguem bem caro, porque cometeram um crime grave. Mas é complicado você jogar uma corporação num mar de lama sem qualquer prova. Ouvi falar que o governador (Geraldo Alckmin) está dando um prêmio de R$ 50 mil para quem tiver alguma prova. Eles não têm uma prova de que seja policial militar! Aí vão falar da munição usada. Hoje qualquer bandido usa armamento exclusivo das Forças Armadas. A chacina é uma coisa gravíssima e não deve acontecer. Mas quando morre um policial a preocupação não é a mesma. Nos últimos quatro anos, já passamos de 400 policiais mortos em São Paulo. Quando morre um criminoso a grita é geral. Poxa, será que nós valemos menos que um criminoso? Recentemente a Anistia Internacional divulgou um relatório falando sobre o alto número de mortes causados por policiais no Estado do Rio. Nos últimos cinco anos, a polícia matou mais de 1.500 pessoas, o equivalente a 16% dos homicídios no período. Os casos foram registrados como autos de resistência que, segundo a Anistia, podem mascarar execuções extrajudiciais. O que me chama atenção é que eles falam de 16% em decorrência de ações policiais. E os outros 84%? São mortes de cidadãos pais de família. Ninguém se preocupa. O elevado não são os 16%. O número de mortes no Brasil é muito alto. A legislação penal não pune de maneira adequada. A vida de um cidadão perdeu o sentido. Hoje um criminoso mata por causa de um celular, por causa de R$ 10. Então me assusto quando vejo os outros países com essa hipocrisia internacional, porque no país deles a lei funciona. Então eles vêm aqui questionar a minha polícia, se nós estamos agindo legitimamente? em um país que não tem lei, onde ninguém respeita a lei. O único obstáculo entre o cidadão decente e o bandido se chama polícia. E essa polícia está de quatro, essa policia está amarrada. Essa polícia está desestimulada. O policial civil e militar não só ganha um mau salário como também não tem apoio da família e da sociedade para trabalhar. O governo hoje não valoriza a policia que tem. Quer que policia tome atitude, exige, e quando toma, o policial é punido. Mas o problema é a sensação de que a polícia pode matar e isso não tem consequências. Um policial na rua está sujeito a tudo, a salvar, a matar e a morrer. E infelizmente às vezes a gente é obrigado a matar para não morrer. O interessante é que quando você mata como policial, a Anistia quer imputar a pecha de que somos perigosos, de que nós matamos porque nós queremos. Parte do princípio de que o policial matou porque quis matar, ou porque é violento. Nunca de que ele matou para se salvar ou salvar uma pessoa. Se um policial fica 30 anos na rua e não mata ninguém, quero saber a quantas ocorrências ele foi. Porque tem tiroteio todo dia. Todo dia morre pai de família. Aliás, está fazendo 25 anos que eu fui baleado pela primeira vez. Isso a Anistia não leva em consideração. Mas quando eu matei, a Anistia ficou preocupada porque eu matei. É complicado você estar na guerra, não dar tiro, não morrer, não ser baleado, não matar como já tive que matar. Infelizmente, isso faz parte da ação policial. Em um país como o Brasil, onde o bandido não respeita a lei, ele atira por qualquer motivo. Mas o senhor está falando de casos de legítima defesa e a Anistia está falando de casos de suspeita de execuções extrajudiciais. Eu desconheço casos de execução que tenha envolvimento do policial em que não tenha sido tomada uma atitude. Eu conheço casos em que foram encontradas várias pessoas mortas e não se chegou ao autor. Estamos partindo do pressuposto de que todas as pessoas que foram executadas foi policial que matou. É muito perigosa essa afirmação. Então não existem execuções extrajudiciais na polícia? Que eu saiba não. Eu nunca participei de nenhuma. Quando houve, a polícia conseguiu constatar e expulsou da corporação, e (os responsáveis) estão cumprindo pena. Em todos os casos, sem exceção, é feito inquérito policial. Eu mesmo já fui julgado e absolvido. Se o policial matou e não foi condenado, é porque estava agindo legitimamente. É por isso que existe um pressuposto da legítima defesa e do estrito cumprimento do dever legal. Os bons policiais agem dentro da lei. Mas nós matamos também. Graças a Deus nós estamos vivos. Eu sou avô hoje, graças a Deus. O senhor disse diversos casos (de pessoas que matou). O que aconteceu depois? Todas as vezes que eu tive ocorrência em que tive que trocar tiro e matar um ladrão, eu apresentei a ocorrência no distrito, foi feito todo o procedimento legal, foram ouvidas todas as testemunhas, todas as vítimas. As vítimas confirmaram a versão do policial. Fomos julgados e fomos absolvidos. Nunca tive nenhuma condenação, porque nunca fiz nada errado. Fiquei 33 anos no serviço ativo, tive inúmeras ocorrências e nunca fui condenado. Porque sempre trabalhei dentro da lei. Eu não posso falar pelo meu vizinho. Quantas ocorrências? Ah, uma pancada. Muitas. Nunca contei, filha. Mas já vi números citados em reportagens –ao New York Times o senhor falou em mais de 30. Eu queria que fosse aquele número mesmo. Eles falam em 36. A imprensa fala. Eu mesmo não sei. Por Deus que está no céu. Eu nunca parei para contar. Mas os caras levantam a minha ficha no Tribunal Militar e lá tem um número "x" de ocorrências. Minha preocupação foi sempre trabalhar dentro da lei. Quantos morreram ou não, não sei. Agora, nunca me perguntaram quantos eu salvei. Quantos? Ah, milhares. Milhares, milhares. Isso ninguém está preocupado. A redução da maioridade penal é uma das principais bandeiras da bancada da bala. O projeto é defendido por parte da população, e outros criticam com veemência a ideia de se julgar e penalizar menores como adultos. Eu entendo que quando o legislador criou a ideia da maioridade penal aos 18 anos, ele pensou no melhor para a sociedade. Mas ele criou um monstro, chamado infrator menor de idade. Um monstro mirim. É um 'Frankenstein'. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) é um Frankenstein, porque quis fazer uma coisa boa e criou um monstro. O jovem com 12, 13 anos atua no crime sabendo o que está fazendo. Nos morros do Rio, os bandidos soldados que tomam conta das biqueiras (bocas de fumo) são jovens de 12, 13 anos, e andam armados de fuzis. Aqui em São Paulo, criminosos de 14, 15 anos estupram, matam, sabendo o que estão fazendo. As quadrilhas usam os menores de idade porque sabem que, caso eles sejam presos, os menores assumem o crime e ficam presos por um ou dois anos no máximo. O indivíduo praticou um crime, ele tem que pagar pelo que ele fez. Se não fica uma imagem de impunidade que faz com que outras pessoas cometam o mesmo crime. A sociedade brasileira não aguenta mais. E a mudança necessária é a diminuição da maioridade penal. Infelizmente para os 16 anos, eu gostaria que fosse aos 14. Mas outro argumento de quem condena a mudança é que a maioria desses jovens são pobres, negros e crescem sem acesso a educação, com uma falta absoluta de oportunidade. Minha querida, você está entrevistando o Coronel Telhada. Estou falando como PM. Eu, como Segurança Pública, trabalho com o efeito. Quem tem que trabalhar com a causa é o Estado, que tem que prover educação, assistência social, saúde publica, o que não é feito. Eu trabalho com o crime, eu pego a situação pronta. O menor de idade estuprando, matando, fazendo tráfico de entorpecente. É com isso que eu tenho que agir. Se ele teve problema na infância ou não, se não teve educação, se a mãe dele era prostituta, se o pai era drogado, eu, como policial, isso não é problema meu. Eu ganho para agir para resolver aquele problema. Fora isso, toda a sociedade falha. Todos os órgãos que deveriam estar envolvidos para melhorar a segurança pública no Brasil não se apresentam. E a culpa é só da polícia.
bbc
'Infelizmente' matar 'faz parte da ação policial', diz deputado TelhadaNa recepção do gabinete do deputado estadual Paulo Telhada (PSDB-SP), um potinho de balas de goma saúda o visitante, embaladas em papel branco com seu nome e a expressão "bancada da bala" –como é conhecida a frente política conservadora integrada por Telhada, coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo. Na parede, mais um trocadilho: um grande cartaz com o slogan que adotou ao ingressar na política –"Uma nova Rota na política de São Paulo"– referindo-se à controversa unidade de elite da qual foi comandante antes de ir para a reserva. Na sala de espera, o encarte sobre o trabalho do deputado traz uma cartela destacável para montar uma miniviatura da Rota. Segundo deputado mais votado de São Paulo no ano passado, pelo PSDB, Coronel Telhada diz que as "balinhas docinhas" são para ironizar o nome dado de forma "pejorativa" à bancada da bala, que defende projetos para reduzir a maioridade penal e flexibilizar o porte de armas. O grupo reúne um "um pessoal que quer trabalhar forte, quer combater o crime, quer trabalhar dentro da lei", define. Telhada já afirmou à imprensa ter matado mais que 30 pessoas em seus anos na ativa. À reportagem, diz que na verdade "nunca contou" o total, mas que foi "uma pancada", sempre "dentro da lei". O coronel se exalta com críticas ao número de mortes causadas por policiais, afirmando que matar "faz parte da ação policial' e não pode ser evitado em um país em "guerra" como o Brasil. No primeiro semestre deste ano, o número de pessoas mortas por policiais em serviço cresceu 10% e foi o mais alto em dez anos, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. No último dia 13, 18 pessoas foram mortas em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, e suspeita-se que a chacina tenha sido cometida por policiais para vingar a morte de um colega. Segundo informações obtidas pela TV Globo, a Corregedoria da Polícia Militar estaria investigando 19 suspeitos de envolvimento nos assassinatos. Dezoito dos investigados seriam policiais militares, de acordo com a emissora. Telhada diz que a chacina é "gravíssima" mas revolta-se com o Secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, que afirmou logo após o crime que a principal linha de investigação apura envolvimento policial –para Telhada, uma "besteira" que joga a corporação "num mar de lama sem qualquer prova". Ele defende o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados para reduzir a maioridade penal, mas queria que a redução fosse dos 18 para os 14 anos. Para ele, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) é um "Frankenstein" que criou "um monstro mirim", como se refere ao infrator menor de idade. Os problemas sociais por trás do envolvimento de adolescentes com o crime são de responsabilidade do Estado, afirma –ele, como policial, trabalha "com o efeito". "Eu ganho para resolver aquele problema", diz. Leia abaixo os principais trechos da entrevista. * BBC Brasil - O senhor é parte da chamada "bancada da bala", que vem ganhando força no poder Legislativo. A que o senhor deve esse crescimento? Coronel Telhada - Aqui no Brasil se costuma mostrar o criminoso como vítima da sociedade e o policial como algoz. Isso veio após a revolução de 64, ou o golpe militar, ou chame como quiser - onde tudo que é relativo a segurança e ao nome "militar" virou sinônimo de tortura, violência. Mas agora a população cansou disso, e quer uma posição firme contra o crime, firme contra as irregularidades. A nossa legislação criminal é muito benevolente com o crime. Tem que ser alterada e fazer com que o criminoso sinta, sim, o peso da lei. Aqui no Brasil, o crime compensa, porque o cara não recebe a sanção adequada para o que fez. A sensação de impunidade é muito grande. O criminoso fica à vontade para praticar crime, porque sabe que quase não vai ter efeito nenhum sobre ele. A nossa principal briga é no sentido de melhorar a legislação penal. O senhor fala em impunidade, mas comumente esta é um crítica feita também à polícia. O outro lado é a polícia com fama de ser muito violenta e o policial percebido como algoz. Acho que isso é um ranço do regime militar. Toda ocorrência onde você tem um confronto entre a polícia e o criminoso, de imediato já se fala que a polícia é culpada. A mídia sempre aponta a polícia como autora de violência e essa conduta é muito ruim. O pessoal tem que entender que a polícia não é culpada da violência. O culpado da violência é o Estado brasileiro. São nossas leis que são fracas para o criminoso e favorecem o tráfico de entorpecentes e a falta de policiamento nas fronteiras. É a nossa educação que está uma porcaria no Brasil. Todos os segmentos da sociedade estão falhando. E quando chega no crime, a culpa é da policia, e todo mundo lava as mãos. Mas infelizmente não é raro ver policiais envolvidos com violência. Semana passada 18 pessoas foram assassinadas na chacina de Osasco e Barueri e o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que a principal linha de investigação considera a participação de PMs. O secretário devia pensar mais antes de falar. Ele, por ser o chefe de polícia, devia ter mais de cautela antes de falar besteira. Ele não tem prova nenhuma. Pode ser policial? Pode, ninguém está negando essa hipótese. Mas quando ele joga essa hipótese como a principal linha de investigação, olha a grave falha que ele comete. Ele já acusa uma corporação. Se provado amanhã que há policiais envolvidos, que paguem, e que paguem bem caro, porque cometeram um crime grave. Mas é complicado você jogar uma corporação num mar de lama sem qualquer prova. Ouvi falar que o governador (Geraldo Alckmin) está dando um prêmio de R$ 50 mil para quem tiver alguma prova. Eles não têm uma prova de que seja policial militar! Aí vão falar da munição usada. Hoje qualquer bandido usa armamento exclusivo das Forças Armadas. A chacina é uma coisa gravíssima e não deve acontecer. Mas quando morre um policial a preocupação não é a mesma. Nos últimos quatro anos, já passamos de 400 policiais mortos em São Paulo. Quando morre um criminoso a grita é geral. Poxa, será que nós valemos menos que um criminoso? Recentemente a Anistia Internacional divulgou um relatório falando sobre o alto número de mortes causados por policiais no Estado do Rio. Nos últimos cinco anos, a polícia matou mais de 1.500 pessoas, o equivalente a 16% dos homicídios no período. Os casos foram registrados como autos de resistência que, segundo a Anistia, podem mascarar execuções extrajudiciais. O que me chama atenção é que eles falam de 16% em decorrência de ações policiais. E os outros 84%? São mortes de cidadãos pais de família. Ninguém se preocupa. O elevado não são os 16%. O número de mortes no Brasil é muito alto. A legislação penal não pune de maneira adequada. A vida de um cidadão perdeu o sentido. Hoje um criminoso mata por causa de um celular, por causa de R$ 10. Então me assusto quando vejo os outros países com essa hipocrisia internacional, porque no país deles a lei funciona. Então eles vêm aqui questionar a minha polícia, se nós estamos agindo legitimamente? em um país que não tem lei, onde ninguém respeita a lei. O único obstáculo entre o cidadão decente e o bandido se chama polícia. E essa polícia está de quatro, essa policia está amarrada. Essa polícia está desestimulada. O policial civil e militar não só ganha um mau salário como também não tem apoio da família e da sociedade para trabalhar. O governo hoje não valoriza a policia que tem. Quer que policia tome atitude, exige, e quando toma, o policial é punido. Mas o problema é a sensação de que a polícia pode matar e isso não tem consequências. Um policial na rua está sujeito a tudo, a salvar, a matar e a morrer. E infelizmente às vezes a gente é obrigado a matar para não morrer. O interessante é que quando você mata como policial, a Anistia quer imputar a pecha de que somos perigosos, de que nós matamos porque nós queremos. Parte do princípio de que o policial matou porque quis matar, ou porque é violento. Nunca de que ele matou para se salvar ou salvar uma pessoa. Se um policial fica 30 anos na rua e não mata ninguém, quero saber a quantas ocorrências ele foi. Porque tem tiroteio todo dia. Todo dia morre pai de família. Aliás, está fazendo 25 anos que eu fui baleado pela primeira vez. Isso a Anistia não leva em consideração. Mas quando eu matei, a Anistia ficou preocupada porque eu matei. É complicado você estar na guerra, não dar tiro, não morrer, não ser baleado, não matar como já tive que matar. Infelizmente, isso faz parte da ação policial. Em um país como o Brasil, onde o bandido não respeita a lei, ele atira por qualquer motivo. Mas o senhor está falando de casos de legítima defesa e a Anistia está falando de casos de suspeita de execuções extrajudiciais. Eu desconheço casos de execução que tenha envolvimento do policial em que não tenha sido tomada uma atitude. Eu conheço casos em que foram encontradas várias pessoas mortas e não se chegou ao autor. Estamos partindo do pressuposto de que todas as pessoas que foram executadas foi policial que matou. É muito perigosa essa afirmação. Então não existem execuções extrajudiciais na polícia? Que eu saiba não. Eu nunca participei de nenhuma. Quando houve, a polícia conseguiu constatar e expulsou da corporação, e (os responsáveis) estão cumprindo pena. Em todos os casos, sem exceção, é feito inquérito policial. Eu mesmo já fui julgado e absolvido. Se o policial matou e não foi condenado, é porque estava agindo legitimamente. É por isso que existe um pressuposto da legítima defesa e do estrito cumprimento do dever legal. Os bons policiais agem dentro da lei. Mas nós matamos também. Graças a Deus nós estamos vivos. Eu sou avô hoje, graças a Deus. O senhor disse diversos casos (de pessoas que matou). O que aconteceu depois? Todas as vezes que eu tive ocorrência em que tive que trocar tiro e matar um ladrão, eu apresentei a ocorrência no distrito, foi feito todo o procedimento legal, foram ouvidas todas as testemunhas, todas as vítimas. As vítimas confirmaram a versão do policial. Fomos julgados e fomos absolvidos. Nunca tive nenhuma condenação, porque nunca fiz nada errado. Fiquei 33 anos no serviço ativo, tive inúmeras ocorrências e nunca fui condenado. Porque sempre trabalhei dentro da lei. Eu não posso falar pelo meu vizinho. Quantas ocorrências? Ah, uma pancada. Muitas. Nunca contei, filha. Mas já vi números citados em reportagens –ao New York Times o senhor falou em mais de 30. Eu queria que fosse aquele número mesmo. Eles falam em 36. A imprensa fala. Eu mesmo não sei. Por Deus que está no céu. Eu nunca parei para contar. Mas os caras levantam a minha ficha no Tribunal Militar e lá tem um número "x" de ocorrências. Minha preocupação foi sempre trabalhar dentro da lei. Quantos morreram ou não, não sei. Agora, nunca me perguntaram quantos eu salvei. Quantos? Ah, milhares. Milhares, milhares. Isso ninguém está preocupado. A redução da maioridade penal é uma das principais bandeiras da bancada da bala. O projeto é defendido por parte da população, e outros criticam com veemência a ideia de se julgar e penalizar menores como adultos. Eu entendo que quando o legislador criou a ideia da maioridade penal aos 18 anos, ele pensou no melhor para a sociedade. Mas ele criou um monstro, chamado infrator menor de idade. Um monstro mirim. É um 'Frankenstein'. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) é um Frankenstein, porque quis fazer uma coisa boa e criou um monstro. O jovem com 12, 13 anos atua no crime sabendo o que está fazendo. Nos morros do Rio, os bandidos soldados que tomam conta das biqueiras (bocas de fumo) são jovens de 12, 13 anos, e andam armados de fuzis. Aqui em São Paulo, criminosos de 14, 15 anos estupram, matam, sabendo o que estão fazendo. As quadrilhas usam os menores de idade porque sabem que, caso eles sejam presos, os menores assumem o crime e ficam presos por um ou dois anos no máximo. O indivíduo praticou um crime, ele tem que pagar pelo que ele fez. Se não fica uma imagem de impunidade que faz com que outras pessoas cometam o mesmo crime. A sociedade brasileira não aguenta mais. E a mudança necessária é a diminuição da maioridade penal. Infelizmente para os 16 anos, eu gostaria que fosse aos 14. Mas outro argumento de quem condena a mudança é que a maioria desses jovens são pobres, negros e crescem sem acesso a educação, com uma falta absoluta de oportunidade. Minha querida, você está entrevistando o Coronel Telhada. Estou falando como PM. Eu, como Segurança Pública, trabalho com o efeito. Quem tem que trabalhar com a causa é o Estado, que tem que prover educação, assistência social, saúde publica, o que não é feito. Eu trabalho com o crime, eu pego a situação pronta. O menor de idade estuprando, matando, fazendo tráfico de entorpecente. É com isso que eu tenho que agir. Se ele teve problema na infância ou não, se não teve educação, se a mãe dele era prostituta, se o pai era drogado, eu, como policial, isso não é problema meu. Eu ganho para agir para resolver aquele problema. Fora isso, toda a sociedade falha. Todos os órgãos que deveriam estar envolvidos para melhorar a segurança pública no Brasil não se apresentam. E a culpa é só da polícia.
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Filme póstumo de Coutinho é quase documentário sobre ele, dizem diretores
"Últimas Conversas", filme póstumo de Eduardo Coutinho, é mais um longa sobre o documentarista paulista morto no ano passado do que um dirigido por ele. A afirmação é dos também diretores Carlos Nader e Ricardo Calil. Os diretores, que disputam o prêmio de melhor documentário brasileiro no festival É Tudo Verdade, participaram de debate ao vivo nesta sexta-feira (10), na "TV Folha". Leia mais em: http://folha.com/no1615060
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Filme póstumo de Coutinho é quase documentário sobre ele, dizem diretores"Últimas Conversas", filme póstumo de Eduardo Coutinho, é mais um longa sobre o documentarista paulista morto no ano passado do que um dirigido por ele. A afirmação é dos também diretores Carlos Nader e Ricardo Calil. Os diretores, que disputam o prêmio de melhor documentário brasileiro no festival É Tudo Verdade, participaram de debate ao vivo nesta sexta-feira (10), na "TV Folha". Leia mais em: http://folha.com/no1615060
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Festival reúne palestras, shows, food trucks e filmes em Pinheiros
DE SÃO PAULO Filmes, palestras, atrações musicais e food trucks se reunirão em Pinheiros para o Festival Path neste sábado (25) e domingo (26). Há atrações pagas e gratuitas. Para esta edição, são esperadas 5 mil pessoas no total, sendo 2.300 pagantes. Uma das vantagens da escolha do bairro, segundo a organização do evento, é a reunião de todas as atrações em locais próximos. Além da praça dos Omaguás, o festival vai ocupar o Instituto Tomie Ohtake, o Museu A Casa, o Estúdio, a Casa 92 e o Bar Secreto. Para a terceira edição, Fábio Seixas, um dos organizadores, diz que "a curadoria de quase um ano busca pessoas e inovações em suas áreas". E essas inovações estão presentes em todas as palestras, que vai de educação a empreendedorismo social, de robótica e comunicação. "Haverá uma mesa falando de política, sobre como o jovem enxerga a política no Brasil", exemplifica. Outra será a discussão sobre medicina e tecnologia. A programação traz ainda 23 filmes brasileiros, dez food trucks e festa na Casa 92. Entre os palestrantes, o arquiteto Marcelo Rosenbaum, o designer Guto Requena, a atriz Clarice Niskier e o paraquedista Gui Pádua. Gaby Amarantos é uma das atrações musicais. Entre os filmes, serão exibidos curtas de Halder Gomes, incluindo o que deu origem ao sucesso "Cine Holiúdy". O único longa-metragem da mostra é a a pré-estreia do documentário "A Vida Privada dos Hipopótamos", de Maíra Bühler e Matias Mariani. Para o ano que vem, a programação já está sendo montada e a quarta edição deve acontecer entre abril e maio. Os ingressos custam a partir de R$ 99 e podem ser comprados diretamente no site do evento. A feira gastronômica e os filmes têm acesso gratuito.
saopaulo
Festival reúne palestras, shows, food trucks e filmes em PinheirosDE SÃO PAULO Filmes, palestras, atrações musicais e food trucks se reunirão em Pinheiros para o Festival Path neste sábado (25) e domingo (26). Há atrações pagas e gratuitas. Para esta edição, são esperadas 5 mil pessoas no total, sendo 2.300 pagantes. Uma das vantagens da escolha do bairro, segundo a organização do evento, é a reunião de todas as atrações em locais próximos. Além da praça dos Omaguás, o festival vai ocupar o Instituto Tomie Ohtake, o Museu A Casa, o Estúdio, a Casa 92 e o Bar Secreto. Para a terceira edição, Fábio Seixas, um dos organizadores, diz que "a curadoria de quase um ano busca pessoas e inovações em suas áreas". E essas inovações estão presentes em todas as palestras, que vai de educação a empreendedorismo social, de robótica e comunicação. "Haverá uma mesa falando de política, sobre como o jovem enxerga a política no Brasil", exemplifica. Outra será a discussão sobre medicina e tecnologia. A programação traz ainda 23 filmes brasileiros, dez food trucks e festa na Casa 92. Entre os palestrantes, o arquiteto Marcelo Rosenbaum, o designer Guto Requena, a atriz Clarice Niskier e o paraquedista Gui Pádua. Gaby Amarantos é uma das atrações musicais. Entre os filmes, serão exibidos curtas de Halder Gomes, incluindo o que deu origem ao sucesso "Cine Holiúdy". O único longa-metragem da mostra é a a pré-estreia do documentário "A Vida Privada dos Hipopótamos", de Maíra Bühler e Matias Mariani. Para o ano que vem, a programação já está sendo montada e a quarta edição deve acontecer entre abril e maio. Os ingressos custam a partir de R$ 99 e podem ser comprados diretamente no site do evento. A feira gastronômica e os filmes têm acesso gratuito.
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Tobago reúne pousadas 'naturebas' e um dos melhores resorts do Caribe
Relativamente imune até o momento às investidas dos grandes conglomerados turísticos internacionais, diferentemente de boa parte dos países vizinhos no Caribe, Tobago tem uma farta variedade de hotéis para perfis variados de viajantes. Do padrão resort às pousadas naturalistas, a pequena ilha não se contenta com acomodações padronizadas. O imponente Coco Reef tem a fachada na cor salmão, como muitas frentes das casas dos tobaguianos, que gostam de cores vivas em suas moradias. A decoração aposta no kitsch caribenho, que parte de um Rolls-Royce branco estacionado na entrada, passa pelas palmeiras e os quadros de artistas locais dentro do lobby, e se abre para o mar do Caribe, que pode ser avistado de quase todos os pontos da propriedade. Os hóspedes podem desfrutar de uma praia particular e quase sem ondas no hotel, propícia para snorkeling. Com facilidade, veem-se peixes, pequenos caranguejos e enguias à sombra de estátua neoclássica de uma mulher que coroa o charme brega do local. Localizado em Crown Point, ao sul da ilha, o Coco Reef fica próximo das melhores opções de praias e de gastronomia na região. Ao lado do hotel está o Jade's Monkey, modesto misto de bar e balada que é protagonista da vida noturna local –muito menos agitada que as famigeradas danceterias de Cancún, Aruba etc.. De janeiro a abril deste ano, variam de US$ 447 (R$ 1.788) a US$ 3.780 (R$ 15.120) as diárias dos quartos, que contam com decoração antiga, mas bem conservada. Caribe e cia Ainda na região sul está o The Magdalena Beach Grand Resort, com mais de 300 hectares, 178 quartos e todas as formas de serviços e acomodações de luxo que envolvem o turista por completo –o "all inclusive". As jóias da coroa são o campo de golfe de 18 buracos aprovado pela PGA (associação internacional de golfistas profissionais) e o spa. O Magdalena foi considerado um dos melhores hotéis de todo o Caribe por diferentes publicações, como a edição britânica do site "The Huffington Post". Ao lado do mar verde-escuro do Atlântico que o contorna, o resort instalou um circuito de piscinas e espreguiçadeiras. As diversas opções gastronômicas internas estão entre as melhores de Tobago, especialmente o Pembois, um bufê com grelhados ao lado da piscina; o Kali'na, restaurante de corte refinado em que desponta a lagosta grelhada na manteiga com alho e chicória (cerca de R$ 230); e o Tavaco Lounge, charmoso piano bar com mesa de bilhar e apresentações musicais. As diárias na alta temporada começam na faixa dos US$ 175 (R$ 700). As villas, condomínios de casas espaçosas, são uma alternativa mais privativa. Localizadas na baía de Stonehaven, um dos pontos de desova das tartarugas marinhas, ainda na parte sul da ilha, The Plantation Villas e The Villas at Stonehaven oferecem a possibilidade da contratação de um funcionário para limpar e para cozinhar na residência alugada, mas de modo geral os viajantes têm mais privacidade e autonomia nesse modelo de hospedagem. Suntuosas, as casas do The Villas at Stonehaven costumam abrigar celebridades que visitam o país, como a cantora americana Diana Ross e o cantor britânico Sting. As casas abrigam até seis pessoas. No Plantation, os preços começam em US$ 450 (R$ 1.800), enquanto em Stonehaven eles partem da faixa de US$ 400 (R$ 1.200). Para quem procura soluções mais simples e integradas à dinâmica diária local, a Kariwak Village e o Castara Retreats são boas opções. A Kariwak se denomina uma pousada holística, e provê serviços coerentes à sua proposta: refeições feitas a partir de vegetais cultivados organicamente em uma horta do local e produtos comprados de cultivadores locais; aulas de ioga; jardins e redes espalhados pela propriedade. Há também uma piscina média. Se a Kariwak fica no burburinho da região sul, os retiros ("retreats") ficam mais ao norte, na deslumbrante e sossegada baía de Castara, onde pescadores puxam suas redes e remam seus barquinhos, gaivotas se aproveitam dos peixes que sobram, e rastafáris esparramam-se nos bancos e na areia da praia. Os quartos do Castara Retreats estão fincados em uma alta encosta na borda da praia local, rendendo, assim, uma vista aérea ampla da área, que pode ser desfrutada do bar e restaurante da propriedade, entre as copas das árvores e os pássaros multicolores que as povoam. As diárias começam em US$115 (R$ 460). Por fim, para quem busca afastamento mais intenso da vida urbana e coletiva, há o Blue Waters Inn, no extremo norte da ilha. Em meio à pasmaceira da vila de pescadores de Speyside, o hotel tem estrutura bastante confortável e sem rebuscamentos, direcionando às águas do Atlântico que se projetam à sua frente os quartos, a piscina de de borda infinita, o bar e o restaurante. Diante de um dos melhores pontos de mergulho do planeta, conhecido como "Jardins Japoneses" pelo tapete de corais multicoloridos no fundo do mar, o Blue Waters oferece uma das melhores estruturas de mergulho da ilha, com óculos e cilindros novos e bem conservados, além da oferta de lanchas e instrutores para os passeios, que geralmente contornam a antiga mansão de Ian Fleming (criador dos romances de espionagem de James Bond) em Goat Island, pequena ilha visível da orla da praia onde está instalado o hotel. As diárias partem de US$ 275 (R$ 1.100) para um quarto de três pessoas com vista para o mar. O jornalista viajou a convite da Divisão de Transportes e Turismo de Tobago
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Tobago reúne pousadas 'naturebas' e um dos melhores resorts do CaribeRelativamente imune até o momento às investidas dos grandes conglomerados turísticos internacionais, diferentemente de boa parte dos países vizinhos no Caribe, Tobago tem uma farta variedade de hotéis para perfis variados de viajantes. Do padrão resort às pousadas naturalistas, a pequena ilha não se contenta com acomodações padronizadas. O imponente Coco Reef tem a fachada na cor salmão, como muitas frentes das casas dos tobaguianos, que gostam de cores vivas em suas moradias. A decoração aposta no kitsch caribenho, que parte de um Rolls-Royce branco estacionado na entrada, passa pelas palmeiras e os quadros de artistas locais dentro do lobby, e se abre para o mar do Caribe, que pode ser avistado de quase todos os pontos da propriedade. Os hóspedes podem desfrutar de uma praia particular e quase sem ondas no hotel, propícia para snorkeling. Com facilidade, veem-se peixes, pequenos caranguejos e enguias à sombra de estátua neoclássica de uma mulher que coroa o charme brega do local. Localizado em Crown Point, ao sul da ilha, o Coco Reef fica próximo das melhores opções de praias e de gastronomia na região. Ao lado do hotel está o Jade's Monkey, modesto misto de bar e balada que é protagonista da vida noturna local –muito menos agitada que as famigeradas danceterias de Cancún, Aruba etc.. De janeiro a abril deste ano, variam de US$ 447 (R$ 1.788) a US$ 3.780 (R$ 15.120) as diárias dos quartos, que contam com decoração antiga, mas bem conservada. Caribe e cia Ainda na região sul está o The Magdalena Beach Grand Resort, com mais de 300 hectares, 178 quartos e todas as formas de serviços e acomodações de luxo que envolvem o turista por completo –o "all inclusive". As jóias da coroa são o campo de golfe de 18 buracos aprovado pela PGA (associação internacional de golfistas profissionais) e o spa. O Magdalena foi considerado um dos melhores hotéis de todo o Caribe por diferentes publicações, como a edição britânica do site "The Huffington Post". Ao lado do mar verde-escuro do Atlântico que o contorna, o resort instalou um circuito de piscinas e espreguiçadeiras. As diversas opções gastronômicas internas estão entre as melhores de Tobago, especialmente o Pembois, um bufê com grelhados ao lado da piscina; o Kali'na, restaurante de corte refinado em que desponta a lagosta grelhada na manteiga com alho e chicória (cerca de R$ 230); e o Tavaco Lounge, charmoso piano bar com mesa de bilhar e apresentações musicais. As diárias na alta temporada começam na faixa dos US$ 175 (R$ 700). As villas, condomínios de casas espaçosas, são uma alternativa mais privativa. Localizadas na baía de Stonehaven, um dos pontos de desova das tartarugas marinhas, ainda na parte sul da ilha, The Plantation Villas e The Villas at Stonehaven oferecem a possibilidade da contratação de um funcionário para limpar e para cozinhar na residência alugada, mas de modo geral os viajantes têm mais privacidade e autonomia nesse modelo de hospedagem. Suntuosas, as casas do The Villas at Stonehaven costumam abrigar celebridades que visitam o país, como a cantora americana Diana Ross e o cantor britânico Sting. As casas abrigam até seis pessoas. No Plantation, os preços começam em US$ 450 (R$ 1.800), enquanto em Stonehaven eles partem da faixa de US$ 400 (R$ 1.200). Para quem procura soluções mais simples e integradas à dinâmica diária local, a Kariwak Village e o Castara Retreats são boas opções. A Kariwak se denomina uma pousada holística, e provê serviços coerentes à sua proposta: refeições feitas a partir de vegetais cultivados organicamente em uma horta do local e produtos comprados de cultivadores locais; aulas de ioga; jardins e redes espalhados pela propriedade. Há também uma piscina média. Se a Kariwak fica no burburinho da região sul, os retiros ("retreats") ficam mais ao norte, na deslumbrante e sossegada baía de Castara, onde pescadores puxam suas redes e remam seus barquinhos, gaivotas se aproveitam dos peixes que sobram, e rastafáris esparramam-se nos bancos e na areia da praia. Os quartos do Castara Retreats estão fincados em uma alta encosta na borda da praia local, rendendo, assim, uma vista aérea ampla da área, que pode ser desfrutada do bar e restaurante da propriedade, entre as copas das árvores e os pássaros multicolores que as povoam. As diárias começam em US$115 (R$ 460). Por fim, para quem busca afastamento mais intenso da vida urbana e coletiva, há o Blue Waters Inn, no extremo norte da ilha. Em meio à pasmaceira da vila de pescadores de Speyside, o hotel tem estrutura bastante confortável e sem rebuscamentos, direcionando às águas do Atlântico que se projetam à sua frente os quartos, a piscina de de borda infinita, o bar e o restaurante. Diante de um dos melhores pontos de mergulho do planeta, conhecido como "Jardins Japoneses" pelo tapete de corais multicoloridos no fundo do mar, o Blue Waters oferece uma das melhores estruturas de mergulho da ilha, com óculos e cilindros novos e bem conservados, além da oferta de lanchas e instrutores para os passeios, que geralmente contornam a antiga mansão de Ian Fleming (criador dos romances de espionagem de James Bond) em Goat Island, pequena ilha visível da orla da praia onde está instalado o hotel. As diárias partem de US$ 275 (R$ 1.100) para um quarto de três pessoas com vista para o mar. O jornalista viajou a convite da Divisão de Transportes e Turismo de Tobago
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Enfrentando doença degenerativa, Ricardo Piglia lança memórias
Ricardo Piglia tinha 16 anos e levava uma feliz vida de adolescente suburbano em Adrogué, na província de Buenos Aires, quando, subitamente, seu pai tomou a decisão de mudar-se dali. Peronista, dom Piglia tinha se metido numa disputa política local que ameaçava a paz de sua família naquela cidade. O jovem Ricardo, inconformado, sentado no banco de trás do carro, ficou arrasado por ter de deixar os amigos. "A viagem foi para mim uma travessia para o desterro. Eram apenas 400 km até Mar Del Plata [onde a família se instalou], mas eu estava deixando para trás toda uma forma de vida. Foi um rito de passagem. Soa como um exagero, mas as experiências decisivas surgem para nós como exageros. O que importa nos fatos é a intensidade que atribuímos a eles", diz o escritor em entrevista à Folha. As dificuldades para se adaptar à nova cidade lançaram Piglia numa viagem interior. Começou, então, a escrever um diário, que mantém até hoje e já ocupa mais de 327 cadernos de anotações, guardados em 40 caixas. "Foi o começo da literatura para mim. Se não tivesse começado a escrevê-lo naquela época, não teria escrito mais nada depois", explica. INÉDITOS Desde aquele longínquo 1957, Piglia, hoje aos 74, estava determinado a manter esses escritos pessoais inéditos. Há alguns anos, soltou partes no jornal espanhol "El País". Estava experimentando a ideia de torná-lo público quando soube que sofre de esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa que vem limitando sua capacidade de trabalho. Imediatamente, foi acometido por um entusiasmo de produção. O primeiro volume das memórias, reeditadas e com intervenções, chega às livrarias na Argentina e em outros países de língua hispânica (sem previsão para o Brasil). Com a ajuda de uma assistente, Piglia dá forma, às pressas, aos dois volumes que completam a série. Os livros saem com os títulos de "Los Diarios de Emilio Renzi", nome de seu alter ego, presente em obras como "Respiração Artificial" e "Alvo Noturno" (ambos publicados aqui pela Companhia das Letras). Piglia afirma que usa esse recurso porque "é preciso dar uma reviravolta irônica às intimidades". O escritor preferiu não trabalhar com suas anotações em uma ordem cronológica rígida. "Escolhia os cadernos ao acaso e os copiava. A vida é mais fácil de se levar adiante se é fragmentada e aos saltos. Há uma pulsão à la Proust de entrar e sair do tempo recuperado. As notas manuscritas e datadas foram minha 'madeleine' e minha máquina do tempo", resume. Paralelamente ao lançamento do primeiro volume, veio a público "327 Cuadernos", documentário de Andrés Di Tella. O filme traz o autor lendo, nos dias de hoje, passagens de suas anotações desde a adolescência, misturadas a imagens da conturbada história argentina desde então –ditaduras militares, os governos de Juan Domingo Perón (1895-1974). "Desde que ficou doente, e inclusive desde que já não podia mais escrever sozinho, Piglia começou a trabalhar como nunca. Além da edição dos diários, terminou um livro de ensaios ['Las Tres Vanguardias'], colaborou no documentário, e não me surpreenderia se estiver trabalhando em alguma outra coisa", diz à Folha Di Tella –cujo filme deve ser exibido no Brasil neste semestre. TENACIDADE Para o amigo e escritor Edgardo Cozarinsky, "a doença costuma ser um motor para a criatividade. Há alguns meses, Ricardo me disse: 'Não me sinto doente. Meu corpo está doente'". Cozarinsky conta que se impressionou com seu método de trabalho: "A saúde já o obriga a ditar por várias horas diárias, e ele o faz com uma tenacidade exemplar. É uma vitória da vitalidade contra obstáculos que pareciam fatais." Piglia diz que o filme jogou outra luz aos escritos. "O diário foi o motor de toda minha escritura. Mas não é a mesma coisa escrever sobre algo pessoal e ser filmado falando disso. A exposição fazia com que fosse difícil referir-me ao que estava nos cadernos. Essa tensão dá interesse ao documentário." Nas últimas semanas, o autor voltou aos noticiários por enfrentar seu plano de saúde, que se recusava a cumprir uma determinação da Justiça e oferecer tratamento com uma nova medicação, o GM604. O convênio alegava que a droga estava em fase de teste e por isso recusava-se a bancar o valor de cada dose, de US$ 120.000 (cerca de R$ 480.000). Foi aí que o artista Roberto Jacoby iniciou a um abaixo-assinado para pressionar o convênio. Em poucos dias, alcançou mais de 80 mil assinaturas e o plano cedeu. A esclerose lateral amiotrófica não tem cura, mas um bom tratamento pode retardar os efeitos. Para Piglia, pode significar o tempo que precisa para completar o legado que quer deixar como um dos escritores essenciais da literatura latino-americana contemporânea.
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Enfrentando doença degenerativa, Ricardo Piglia lança memóriasRicardo Piglia tinha 16 anos e levava uma feliz vida de adolescente suburbano em Adrogué, na província de Buenos Aires, quando, subitamente, seu pai tomou a decisão de mudar-se dali. Peronista, dom Piglia tinha se metido numa disputa política local que ameaçava a paz de sua família naquela cidade. O jovem Ricardo, inconformado, sentado no banco de trás do carro, ficou arrasado por ter de deixar os amigos. "A viagem foi para mim uma travessia para o desterro. Eram apenas 400 km até Mar Del Plata [onde a família se instalou], mas eu estava deixando para trás toda uma forma de vida. Foi um rito de passagem. Soa como um exagero, mas as experiências decisivas surgem para nós como exageros. O que importa nos fatos é a intensidade que atribuímos a eles", diz o escritor em entrevista à Folha. As dificuldades para se adaptar à nova cidade lançaram Piglia numa viagem interior. Começou, então, a escrever um diário, que mantém até hoje e já ocupa mais de 327 cadernos de anotações, guardados em 40 caixas. "Foi o começo da literatura para mim. Se não tivesse começado a escrevê-lo naquela época, não teria escrito mais nada depois", explica. INÉDITOS Desde aquele longínquo 1957, Piglia, hoje aos 74, estava determinado a manter esses escritos pessoais inéditos. Há alguns anos, soltou partes no jornal espanhol "El País". Estava experimentando a ideia de torná-lo público quando soube que sofre de esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa que vem limitando sua capacidade de trabalho. Imediatamente, foi acometido por um entusiasmo de produção. O primeiro volume das memórias, reeditadas e com intervenções, chega às livrarias na Argentina e em outros países de língua hispânica (sem previsão para o Brasil). Com a ajuda de uma assistente, Piglia dá forma, às pressas, aos dois volumes que completam a série. Os livros saem com os títulos de "Los Diarios de Emilio Renzi", nome de seu alter ego, presente em obras como "Respiração Artificial" e "Alvo Noturno" (ambos publicados aqui pela Companhia das Letras). Piglia afirma que usa esse recurso porque "é preciso dar uma reviravolta irônica às intimidades". O escritor preferiu não trabalhar com suas anotações em uma ordem cronológica rígida. "Escolhia os cadernos ao acaso e os copiava. A vida é mais fácil de se levar adiante se é fragmentada e aos saltos. Há uma pulsão à la Proust de entrar e sair do tempo recuperado. As notas manuscritas e datadas foram minha 'madeleine' e minha máquina do tempo", resume. Paralelamente ao lançamento do primeiro volume, veio a público "327 Cuadernos", documentário de Andrés Di Tella. O filme traz o autor lendo, nos dias de hoje, passagens de suas anotações desde a adolescência, misturadas a imagens da conturbada história argentina desde então –ditaduras militares, os governos de Juan Domingo Perón (1895-1974). "Desde que ficou doente, e inclusive desde que já não podia mais escrever sozinho, Piglia começou a trabalhar como nunca. Além da edição dos diários, terminou um livro de ensaios ['Las Tres Vanguardias'], colaborou no documentário, e não me surpreenderia se estiver trabalhando em alguma outra coisa", diz à Folha Di Tella –cujo filme deve ser exibido no Brasil neste semestre. TENACIDADE Para o amigo e escritor Edgardo Cozarinsky, "a doença costuma ser um motor para a criatividade. Há alguns meses, Ricardo me disse: 'Não me sinto doente. Meu corpo está doente'". Cozarinsky conta que se impressionou com seu método de trabalho: "A saúde já o obriga a ditar por várias horas diárias, e ele o faz com uma tenacidade exemplar. É uma vitória da vitalidade contra obstáculos que pareciam fatais." Piglia diz que o filme jogou outra luz aos escritos. "O diário foi o motor de toda minha escritura. Mas não é a mesma coisa escrever sobre algo pessoal e ser filmado falando disso. A exposição fazia com que fosse difícil referir-me ao que estava nos cadernos. Essa tensão dá interesse ao documentário." Nas últimas semanas, o autor voltou aos noticiários por enfrentar seu plano de saúde, que se recusava a cumprir uma determinação da Justiça e oferecer tratamento com uma nova medicação, o GM604. O convênio alegava que a droga estava em fase de teste e por isso recusava-se a bancar o valor de cada dose, de US$ 120.000 (cerca de R$ 480.000). Foi aí que o artista Roberto Jacoby iniciou a um abaixo-assinado para pressionar o convênio. Em poucos dias, alcançou mais de 80 mil assinaturas e o plano cedeu. A esclerose lateral amiotrófica não tem cura, mas um bom tratamento pode retardar os efeitos. Para Piglia, pode significar o tempo que precisa para completar o legado que quer deixar como um dos escritores essenciais da literatura latino-americana contemporânea.
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Dylan fala de Buddy Holly e Homero em discurso de aceitação do Nobel
Bob Dylan finalmente entregou à Academia Sueca o seu discurso de aceitação do Prêmio Nobel de Literatura, no qual fala de Buddy Holly e de Homero como fonte de inspiração para suas canções. A Academia, que em 13 de outubro surpreendeu o mundo ao conceder o Nobel de Literatura ao cantor e compositor americano, teve que esperar mais de duas semanas até que Dylan se manifestasse. O cantor tampouco quis ir em dezembro à cerimônia de entrega porque disse estar com a agenda cheia. No discurso, lido pelo próprio Bob Dylan em um arquivo de áudio disponível no site da Academia, o músico fala da relação entre as suas letras e a literatura. "Quando recebi o Nobel de Literatura, comecei a me perguntar como as minhas canções estão exatamente relacionadas com a literatura", disse. Depois cita músicos que o inspiraram, como Buddy Holly, cuja canção "mudou a minha vida", e livros que o impactaram, entre eles "Moby Dick", de Herman Melville, e "Nada de novo no front", de Erich Maria Remarque. Dylan, autor da canção "Blowin in the wind", também falou de Ulisses, o protagonista do poema épico de Homero, "A Odisseia". "Os ventos o sacodem e lhe fazem dar voltas. Ventos agitados, ventos frios, ventos hostis. Viaja longe e o vento o devolve", afirma. Dylan, que recebeu o prêmio por ter criado "novas expressões poéticas dentro da grande tradição da música americana", segundo a Academia, assegura que não se importa com o significado das letras. "A única coisa que importa é se uma canção comove. Não preciso saber o que significa [...]. Escrevi todo tipo de coisa nas minhas músicas. E não vou me preocupar com o que significam", assegura no discurso. PRÊMIO Bob Dylan tinha até 10 de junho para entregar o seu discurso de aceitação se quisesse receber o prêmio em espécie de US$ 923 mil, que é dado pelo Nobel. A regra da Academia indica que deve entregá-lo em um prazo máximo de seis meses depois de 10 de dezembro, a data da cerimônia de entrega dos prêmios que coincide com a data de morte de seu fundador, Alfred Nobel. O discurso pode tomar qualquer forma - ditado na cerimônia oficial, gravado ou até uma canção. Depois de meses de silêncio, Dylan aceitou finalmente em 1º de abril o diploma e a medalha de ouro do Nobel em uma cerimônia particular com os 12 membros da Academia Sueca em Estocolmo, onde tinha dois shows marcados. "Houve muita alegria, muito champanha", disse após essa reunião a secretária permanente da Academia. Mas, segundo Maria Schottenius, crítica literária do jornal sueco Dagens Nyheter, a experiência com Dylan e a sua demora em aceitar o prêmio obrigará a fazer mudanças no futuro. "A Academia Sueca terá que ter mais cuidado no futuro se for entregar um prêmio a uma grande estrela do rock que não quiser vir recolhê-lo", disse à AFP. "Embora não se arrependam de ter dado o prêmio a Bob Dylan, sem dúvida causou alguns problemas", acrescentou. Não é a primeira vez que um vencedor do Nobel de Literatura não comparece à cerimônia de entrega, mas por razões distintas. Doris Lessing (vencedora em 2007) não pôde ir por sua idade avançada; Harold Pinter (2005) porque estava hospitalizado; e Elfriede Jelinek (2004) se recusou a ir porque sofre de fobia social. Até agora, o filósofo francês Jean-Paul Sartre foi o único vencedor a recusar o prêmio, em 1964.
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Dylan fala de Buddy Holly e Homero em discurso de aceitação do NobelBob Dylan finalmente entregou à Academia Sueca o seu discurso de aceitação do Prêmio Nobel de Literatura, no qual fala de Buddy Holly e de Homero como fonte de inspiração para suas canções. A Academia, que em 13 de outubro surpreendeu o mundo ao conceder o Nobel de Literatura ao cantor e compositor americano, teve que esperar mais de duas semanas até que Dylan se manifestasse. O cantor tampouco quis ir em dezembro à cerimônia de entrega porque disse estar com a agenda cheia. No discurso, lido pelo próprio Bob Dylan em um arquivo de áudio disponível no site da Academia, o músico fala da relação entre as suas letras e a literatura. "Quando recebi o Nobel de Literatura, comecei a me perguntar como as minhas canções estão exatamente relacionadas com a literatura", disse. Depois cita músicos que o inspiraram, como Buddy Holly, cuja canção "mudou a minha vida", e livros que o impactaram, entre eles "Moby Dick", de Herman Melville, e "Nada de novo no front", de Erich Maria Remarque. Dylan, autor da canção "Blowin in the wind", também falou de Ulisses, o protagonista do poema épico de Homero, "A Odisseia". "Os ventos o sacodem e lhe fazem dar voltas. Ventos agitados, ventos frios, ventos hostis. Viaja longe e o vento o devolve", afirma. Dylan, que recebeu o prêmio por ter criado "novas expressões poéticas dentro da grande tradição da música americana", segundo a Academia, assegura que não se importa com o significado das letras. "A única coisa que importa é se uma canção comove. Não preciso saber o que significa [...]. Escrevi todo tipo de coisa nas minhas músicas. E não vou me preocupar com o que significam", assegura no discurso. PRÊMIO Bob Dylan tinha até 10 de junho para entregar o seu discurso de aceitação se quisesse receber o prêmio em espécie de US$ 923 mil, que é dado pelo Nobel. A regra da Academia indica que deve entregá-lo em um prazo máximo de seis meses depois de 10 de dezembro, a data da cerimônia de entrega dos prêmios que coincide com a data de morte de seu fundador, Alfred Nobel. O discurso pode tomar qualquer forma - ditado na cerimônia oficial, gravado ou até uma canção. Depois de meses de silêncio, Dylan aceitou finalmente em 1º de abril o diploma e a medalha de ouro do Nobel em uma cerimônia particular com os 12 membros da Academia Sueca em Estocolmo, onde tinha dois shows marcados. "Houve muita alegria, muito champanha", disse após essa reunião a secretária permanente da Academia. Mas, segundo Maria Schottenius, crítica literária do jornal sueco Dagens Nyheter, a experiência com Dylan e a sua demora em aceitar o prêmio obrigará a fazer mudanças no futuro. "A Academia Sueca terá que ter mais cuidado no futuro se for entregar um prêmio a uma grande estrela do rock que não quiser vir recolhê-lo", disse à AFP. "Embora não se arrependam de ter dado o prêmio a Bob Dylan, sem dúvida causou alguns problemas", acrescentou. Não é a primeira vez que um vencedor do Nobel de Literatura não comparece à cerimônia de entrega, mas por razões distintas. Doris Lessing (vencedora em 2007) não pôde ir por sua idade avançada; Harold Pinter (2005) porque estava hospitalizado; e Elfriede Jelinek (2004) se recusou a ir porque sofre de fobia social. Até agora, o filósofo francês Jean-Paul Sartre foi o único vencedor a recusar o prêmio, em 1964.
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PM do Rio muda chefes de cargos estratégicos após mortes de crianças
A Polícia Militar do Rio trocou, nesta quarta-feira (12), o comando de três cargos considerados estratégicos para a instituição após casos emblemáticos de violência envolvendo crianças, como o de um adolescente que foi morto a tiros a caminho da escola. As mudanças atingiram a chefia do Estado Maior, a Corregedoria Interna e o Comando de Operações Especiais. Segundo comunicado da instituição, o coronel Lúcio Flávio Baracho passou a ocupar o cargo de Chefe do Estado Maior no lugar do coronel Cláudio Lima Freire. Baracho será responsável, entre outras atribuições, pelo comando de operações policiais. O coronel Wanderby Braga de Medeiros assumirá a Corregedoria Interna da PM no lugar do coronel Welste da Silva Medeiros. E para o Comando de Operações Especiais foi nomeado o coronel Marcelo Nogueira em substituição ao coronel Wilman Renê Gonçalves Alonso. O comandante-geral da PM, coronel Wolney Dias, disse em nota que "outras mudanças ocorrerão". "Fazem parte de um processo de renovação natural e permanente na estrutura da nossa Polícia Militar. Especialmente na atividade policial militar, marcada por uma carga de estresse muito grande, a experiência tem nos mostrado que a troca de comando produz efeitos positivos aos oficiais envolvidos, à corporação e, em última instância, à população que conta com a nossa capacidade de trabalho para protegê-la". VIOLÊNCIA O Rio vive o recrudescimento da violência a ponto de as aulas serem afetadas. Segundo reportagem da Folha publicada nesta quarta-feira (12), dos 100 dias letivos deste ano, em pelo menos 93 houve interrupção de aulas em alguma unidade da na rede municipal, que cuida da educação básica, em função da violência. Ao todo, 381 escolas, ou 25% da rede municipal, ficaram sem aulas em algum dia do ano devido a ocorrência de tiroteios próximos aos locais de ensino. O resultado foram 129 mil crianças afetadas. Unidades escolares da rede municipal do Rio -
cotidiano
PM do Rio muda chefes de cargos estratégicos após mortes de criançasA Polícia Militar do Rio trocou, nesta quarta-feira (12), o comando de três cargos considerados estratégicos para a instituição após casos emblemáticos de violência envolvendo crianças, como o de um adolescente que foi morto a tiros a caminho da escola. As mudanças atingiram a chefia do Estado Maior, a Corregedoria Interna e o Comando de Operações Especiais. Segundo comunicado da instituição, o coronel Lúcio Flávio Baracho passou a ocupar o cargo de Chefe do Estado Maior no lugar do coronel Cláudio Lima Freire. Baracho será responsável, entre outras atribuições, pelo comando de operações policiais. O coronel Wanderby Braga de Medeiros assumirá a Corregedoria Interna da PM no lugar do coronel Welste da Silva Medeiros. E para o Comando de Operações Especiais foi nomeado o coronel Marcelo Nogueira em substituição ao coronel Wilman Renê Gonçalves Alonso. O comandante-geral da PM, coronel Wolney Dias, disse em nota que "outras mudanças ocorrerão". "Fazem parte de um processo de renovação natural e permanente na estrutura da nossa Polícia Militar. Especialmente na atividade policial militar, marcada por uma carga de estresse muito grande, a experiência tem nos mostrado que a troca de comando produz efeitos positivos aos oficiais envolvidos, à corporação e, em última instância, à população que conta com a nossa capacidade de trabalho para protegê-la". VIOLÊNCIA O Rio vive o recrudescimento da violência a ponto de as aulas serem afetadas. Segundo reportagem da Folha publicada nesta quarta-feira (12), dos 100 dias letivos deste ano, em pelo menos 93 houve interrupção de aulas em alguma unidade da na rede municipal, que cuida da educação básica, em função da violência. Ao todo, 381 escolas, ou 25% da rede municipal, ficaram sem aulas em algum dia do ano devido a ocorrência de tiroteios próximos aos locais de ensino. O resultado foram 129 mil crianças afetadas. Unidades escolares da rede municipal do Rio -
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Árbitro alega em súmula que expulsou David Braz por 'reclamação acintosa'
Flávio Rodrigues Guerra, árbitro do clássico entre Corinthians e Santos, escreveu na súmula que expulsou o zagueiro David Braz por reclamação "acintosa" após a marcação do pênalti que originou o primeiro gol na vitória corintiana por 2 a 0. "Expulso com cartão vermelho direto por, após a marcação de um penalti contra sua equipe, vir em minha direção gesticulando de forma acintosa e ofensiva proferindo as seguintes palavras: "você está louco", "contra o Corinthians é assim mesmo", "vai se foder, não foi pênalti", "você vai ver, vocês vão ser punidos", escreveu Guerra. O árbitro escreveu também que David Braz reclamou com o assistente número um da partida, Rogerio Pablos Zanardo. "Vocês estão loucos, não foi pênalti". Guerra ainda relatou na súmula que o zagueiro se desentendeu com Tite. Após receber o cartão vermelho, Braz deixou o campo inconformado alegando que o árbitro expulsou pelo pênalti. No entanto, o jogador não participava da jogada. "Sofremos o gol no pênalti e aí fica a dúvida: por que ele marcou o pênalti? Quem fez o pênalti? Por que eu fui expulso? Ele não sabe... Ninguém sabe quem marcou também. Logo no começo o juiz faz sinal de que nada aconteceu e depois tem a ideia de marcar o pênalti. Todo mundo tem as imagens, espero que STJD e CBF possam ver, analisar, para que a justiça seja feita. Assim como eles punem a gente, tem que punir os árbitros", completou. Além de David Braz, Flávio Rodrigues Guerra expulsou o zagueiro santista, Werley, que estava no banco de reservas. De acordo com o árbitro, Werley foi expulso por xingar o quarto árbitro, Thiago Duarte Peixoto, logo após receber o cartão amarelo. Ele ainda relatou que o zagueiro atingiu Peixoto "com um empurrão em suas costas". Veja vídeo
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Árbitro alega em súmula que expulsou David Braz por 'reclamação acintosa'Flávio Rodrigues Guerra, árbitro do clássico entre Corinthians e Santos, escreveu na súmula que expulsou o zagueiro David Braz por reclamação "acintosa" após a marcação do pênalti que originou o primeiro gol na vitória corintiana por 2 a 0. "Expulso com cartão vermelho direto por, após a marcação de um penalti contra sua equipe, vir em minha direção gesticulando de forma acintosa e ofensiva proferindo as seguintes palavras: "você está louco", "contra o Corinthians é assim mesmo", "vai se foder, não foi pênalti", "você vai ver, vocês vão ser punidos", escreveu Guerra. O árbitro escreveu também que David Braz reclamou com o assistente número um da partida, Rogerio Pablos Zanardo. "Vocês estão loucos, não foi pênalti". Guerra ainda relatou na súmula que o zagueiro se desentendeu com Tite. Após receber o cartão vermelho, Braz deixou o campo inconformado alegando que o árbitro expulsou pelo pênalti. No entanto, o jogador não participava da jogada. "Sofremos o gol no pênalti e aí fica a dúvida: por que ele marcou o pênalti? Quem fez o pênalti? Por que eu fui expulso? Ele não sabe... Ninguém sabe quem marcou também. Logo no começo o juiz faz sinal de que nada aconteceu e depois tem a ideia de marcar o pênalti. Todo mundo tem as imagens, espero que STJD e CBF possam ver, analisar, para que a justiça seja feita. Assim como eles punem a gente, tem que punir os árbitros", completou. Além de David Braz, Flávio Rodrigues Guerra expulsou o zagueiro santista, Werley, que estava no banco de reservas. De acordo com o árbitro, Werley foi expulso por xingar o quarto árbitro, Thiago Duarte Peixoto, logo após receber o cartão amarelo. Ele ainda relatou que o zagueiro atingiu Peixoto "com um empurrão em suas costas". Veja vídeo
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Exército vai atuar na retirada de famílias das áreas de risco em Salvador
Um dia depois dos deslizamentos de terra que mataram ao menos 13 pessoas em Salvador, o governo federal anunciou que o Exército irá atuar na retirada de famílias de áreas de risco da capital baiana. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (28) após reunião do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, com o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Dez áreas de risco consideradas mais críticas serão alvo da ação, incluindo as regiões da San Martin e Bom Juá, onde houve os deslizamentos com vítimas. A prefeitura vai decretar situação de emergência nesses locais. Segundo levantamento da prefeitura, a capital baiana tem cerca de 600 áreas consideradas de risco. Até o final do dia, a prefeitura vai publicar um decreto delimitando qual será o raio de cada uma dessas áreas. Ainda não há uma estimativa de quantas famílias serão realocadas. As famílias que tiverem de deixar suas casas serão encaminhadas para hotéis e abrigos improvisados em escolas municipais. Parte delas receberá um "aluguel social" de R$ 300 mensais. Além de analisar o impacto dos estragos causados pelas chuvas em Salvador, o Exército também poderá atuar no patrulhamento de áreas de risco e no traslado de móveis e eletrodomésticos das famílias para locais seguros. "Pedimos compreensão de todas as famílias. As pessoas que foram solicitadas devem sair imediatamente de suas casas", disse o governador Rui Costa. OBRAS DE CONTENÇÃO O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, afirmou que o governo federal vai repassar recursos para 18 obras de contenção até o final desta semana. Segundo o ministro, o governo também vai apoiar a reconstrução das casas que foram danificadas nos deslizamentos de terra. Como medida emergencial, as pessoas que tiveram suas casas danificadas pelas chuvas também poderão sacar até R$ 6.300 do FGTS. O governo do Estado anunciou ainda investimentos de R$ 150 milhões em obras de contenção de encostas em 98 localidades da capital. Parte delas já está em andamento.
cotidiano
Exército vai atuar na retirada de famílias das áreas de risco em SalvadorUm dia depois dos deslizamentos de terra que mataram ao menos 13 pessoas em Salvador, o governo federal anunciou que o Exército irá atuar na retirada de famílias de áreas de risco da capital baiana. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (28) após reunião do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, com o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Dez áreas de risco consideradas mais críticas serão alvo da ação, incluindo as regiões da San Martin e Bom Juá, onde houve os deslizamentos com vítimas. A prefeitura vai decretar situação de emergência nesses locais. Segundo levantamento da prefeitura, a capital baiana tem cerca de 600 áreas consideradas de risco. Até o final do dia, a prefeitura vai publicar um decreto delimitando qual será o raio de cada uma dessas áreas. Ainda não há uma estimativa de quantas famílias serão realocadas. As famílias que tiverem de deixar suas casas serão encaminhadas para hotéis e abrigos improvisados em escolas municipais. Parte delas receberá um "aluguel social" de R$ 300 mensais. Além de analisar o impacto dos estragos causados pelas chuvas em Salvador, o Exército também poderá atuar no patrulhamento de áreas de risco e no traslado de móveis e eletrodomésticos das famílias para locais seguros. "Pedimos compreensão de todas as famílias. As pessoas que foram solicitadas devem sair imediatamente de suas casas", disse o governador Rui Costa. OBRAS DE CONTENÇÃO O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, afirmou que o governo federal vai repassar recursos para 18 obras de contenção até o final desta semana. Segundo o ministro, o governo também vai apoiar a reconstrução das casas que foram danificadas nos deslizamentos de terra. Como medida emergencial, as pessoas que tiveram suas casas danificadas pelas chuvas também poderão sacar até R$ 6.300 do FGTS. O governo do Estado anunciou ainda investimentos de R$ 150 milhões em obras de contenção de encostas em 98 localidades da capital. Parte delas já está em andamento.
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Governo argentino espera repatriar até US$ 20 bilhões com nova lei
Para atrair os dólares não declarados que os argentinos mantêm no exterior, o governo de Mauricio Macri anunciou que enviará ao Congresso um projeto de lei prevendo desconto no imposto para os que legalizarem a situação até o fim deste ano. A alíquota para a tributação vai variar de 0 a 10%, conforme o valor legalizado. A partir de 2017, será de 15%. Também haverá a possibilidade de regularizar o dinheiro comprando títulos do governo ou investindo no país. Há anos, os argentinos guardam dinheiro no exterior devido à instabilidade econômica. Se o projeto for aprovado, espera-se que até US$ 20 bilhões (R$ 72 bilhões) regressem à Argentina. O governo de Cristina Kirchner (2007-2015) também adotou medidas semelhantes, em 2013, para recuperar dinheiro mantido fora, mas não teve êxito. Levou 26 meses para atrair pouco mais de 50% dos US$ 4 bilhões que pretendia conseguir em seis meses. Agora, Macri acredita que terá sucesso sobretudo porque está fechando parcerias para trocar informações financeiras com outros países. "A expectativa é favorável e é provável que o projeto tenha alto nível de aceitação", diz Alejo Costa, economista-chefe da corretora Puente. Para Soledad Pérez Duhalde, da consultoria Abeceb, as chances de Macri também são maiores por o governo ser mais pró-mercado e pela instabilidade ter diminuído. PARA APOSENTADORIA O valor arrecadado pelo governo com os impostos será destinado a um programa, também incluído no projeto de lei, de aposentadoria universal e ao pagamento de dívidas que o Estado têm hoje com cerca de 2,5 milhões de aposentados. "Para podermos pagar nossas dívidas com os aposentados, vamos cobrar dos que têm mais e que evadiram impostos nos últimos anos. O pagamento também será feito com [recursos] do Fundo de Garantia de Sustentabilidade", afirmou o mandatário no anúncio do projeto de lei. As reformas na aposentadoria significarão um aumento anual de 75 bilhões de pesos (cerca de R$ 20 bilhões) nos gastos. O governo não esclareceu como isso impactará no deficit fiscal, que chegou a 7,1% do PIB no ano passado. A meta de Macri é encerrar seu mandato, em 2019, com um deficit de 0,9%. FORA DO ACORDO Logo após o anúncio do governo, deputados da oposição publicaram documento em que defenderam que sejam excluídos da regularização —e, assim, continuem sob investigação— membros do Executivo e empresas envolvidas no "Panama Papers. Macri é citado nessa operação internacional, que investiga sonegação com base em documentos vazados de um escritório panamenho de advocacia que intermediou a abertura de empresas em paraísos fiscais. O presidente argentino é citado como diretor de uma dessas empresas. O presidente admitiu que as empresas são de sua famílias, mas afirmou não ter participação acionária nelas. Macri está envolvido em outra polêmica financeira: seu patrimônio cresceu 108% de 2014 para 2015, conforme sua primeira declaração juramentada como chefe de Estado ao Departamento Anticorrupção país. A declaração também mostra a transferência de 18 milhões de pesos (R$ 4,7 milhões) para as Bahamas —mesmo paraíso fiscal em que está uma das empresas de sua família.
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Governo argentino espera repatriar até US$ 20 bilhões com nova leiPara atrair os dólares não declarados que os argentinos mantêm no exterior, o governo de Mauricio Macri anunciou que enviará ao Congresso um projeto de lei prevendo desconto no imposto para os que legalizarem a situação até o fim deste ano. A alíquota para a tributação vai variar de 0 a 10%, conforme o valor legalizado. A partir de 2017, será de 15%. Também haverá a possibilidade de regularizar o dinheiro comprando títulos do governo ou investindo no país. Há anos, os argentinos guardam dinheiro no exterior devido à instabilidade econômica. Se o projeto for aprovado, espera-se que até US$ 20 bilhões (R$ 72 bilhões) regressem à Argentina. O governo de Cristina Kirchner (2007-2015) também adotou medidas semelhantes, em 2013, para recuperar dinheiro mantido fora, mas não teve êxito. Levou 26 meses para atrair pouco mais de 50% dos US$ 4 bilhões que pretendia conseguir em seis meses. Agora, Macri acredita que terá sucesso sobretudo porque está fechando parcerias para trocar informações financeiras com outros países. "A expectativa é favorável e é provável que o projeto tenha alto nível de aceitação", diz Alejo Costa, economista-chefe da corretora Puente. Para Soledad Pérez Duhalde, da consultoria Abeceb, as chances de Macri também são maiores por o governo ser mais pró-mercado e pela instabilidade ter diminuído. PARA APOSENTADORIA O valor arrecadado pelo governo com os impostos será destinado a um programa, também incluído no projeto de lei, de aposentadoria universal e ao pagamento de dívidas que o Estado têm hoje com cerca de 2,5 milhões de aposentados. "Para podermos pagar nossas dívidas com os aposentados, vamos cobrar dos que têm mais e que evadiram impostos nos últimos anos. O pagamento também será feito com [recursos] do Fundo de Garantia de Sustentabilidade", afirmou o mandatário no anúncio do projeto de lei. As reformas na aposentadoria significarão um aumento anual de 75 bilhões de pesos (cerca de R$ 20 bilhões) nos gastos. O governo não esclareceu como isso impactará no deficit fiscal, que chegou a 7,1% do PIB no ano passado. A meta de Macri é encerrar seu mandato, em 2019, com um deficit de 0,9%. FORA DO ACORDO Logo após o anúncio do governo, deputados da oposição publicaram documento em que defenderam que sejam excluídos da regularização —e, assim, continuem sob investigação— membros do Executivo e empresas envolvidas no "Panama Papers. Macri é citado nessa operação internacional, que investiga sonegação com base em documentos vazados de um escritório panamenho de advocacia que intermediou a abertura de empresas em paraísos fiscais. O presidente argentino é citado como diretor de uma dessas empresas. O presidente admitiu que as empresas são de sua famílias, mas afirmou não ter participação acionária nelas. Macri está envolvido em outra polêmica financeira: seu patrimônio cresceu 108% de 2014 para 2015, conforme sua primeira declaração juramentada como chefe de Estado ao Departamento Anticorrupção país. A declaração também mostra a transferência de 18 milhões de pesos (R$ 4,7 milhões) para as Bahamas —mesmo paraíso fiscal em que está uma das empresas de sua família.
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Itália retira 1.300 imigrantes de barcos interceptados no Mediterrâneo
A Guarda Costeira do Itália informou neste sábado (11) que foram retirados 1.348 imigrantes e refugiados do mar em 11 operações diferentes entre nas últimas 24 horas no Mediterrâneo, entre a Sicília e o norte da África. A maioria das pessoas retiradas pelos agentes italianos é oriunda de países como Eritreia, Nigéria e Costa do Marfim e tentava chegar ao continente europeu pela rota da Líbia, uma das mais movimentadas da região. Além dos resgates no mar, três georgianos foram presos pela polícia italiana acusados de tráfico humano em Otranto, no sudeste do país. Eles acompanhavam 45 imigrantes ilegais que chegaram em um veleiro. As pessoas que viajavam na embarcação vinham de Afeganistão, Paquistão e Iêmen. Dentre elas, havia dez crianças e adolescentes. Eles foram levados a centros de acolhimento na região de Lecce. Com as pessoas retiradas dos barcos nas últimas 24 horas, passa de 5.000 o número de refugiados e imigrantes que foram interceptados nesta semana do Mediterrâneo pela Guarda Costeira italiana. A rota entre Líbia e Itália voltou ao centro das atenções na Europa após a redução do fluxo de refugiados e imigrantes entre a Grécia e a Turquia, devido ao acordo entre a União Europeia e o governo turco. Segundo o Acnur (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) mais de 48 mil pessoas, quase todas vindas da África subsaariana, chegaram à Itália desde o início do ano, número próximo ao mesmo período do ano passado.
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Itália retira 1.300 imigrantes de barcos interceptados no MediterrâneoA Guarda Costeira do Itália informou neste sábado (11) que foram retirados 1.348 imigrantes e refugiados do mar em 11 operações diferentes entre nas últimas 24 horas no Mediterrâneo, entre a Sicília e o norte da África. A maioria das pessoas retiradas pelos agentes italianos é oriunda de países como Eritreia, Nigéria e Costa do Marfim e tentava chegar ao continente europeu pela rota da Líbia, uma das mais movimentadas da região. Além dos resgates no mar, três georgianos foram presos pela polícia italiana acusados de tráfico humano em Otranto, no sudeste do país. Eles acompanhavam 45 imigrantes ilegais que chegaram em um veleiro. As pessoas que viajavam na embarcação vinham de Afeganistão, Paquistão e Iêmen. Dentre elas, havia dez crianças e adolescentes. Eles foram levados a centros de acolhimento na região de Lecce. Com as pessoas retiradas dos barcos nas últimas 24 horas, passa de 5.000 o número de refugiados e imigrantes que foram interceptados nesta semana do Mediterrâneo pela Guarda Costeira italiana. A rota entre Líbia e Itália voltou ao centro das atenções na Europa após a redução do fluxo de refugiados e imigrantes entre a Grécia e a Turquia, devido ao acordo entre a União Europeia e o governo turco. Segundo o Acnur (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) mais de 48 mil pessoas, quase todas vindas da África subsaariana, chegaram à Itália desde o início do ano, número próximo ao mesmo período do ano passado.
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Samarco descumpriu 'várias legislações' e será multada, diz Dilma
A presidente Dilma Rousseff confirmou, nesta quinta-feira (12), que a mineradora Samarco vai ser multada em R$ 250 milhões pelos danos em decorrência do rompimento das barragens em Mariana (MG), como antecipou o "Painel". A empresa, controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, descumpriu "várias legislações", segundo a presidente, sem dar detalhes. O governo ainda pode cobrar indenizações e ressarcimento por gastos com a reconstrução. "Estamos empenhados em responsabilizar quem tem que ser responsabilizado. Quem é responsável? Uma empresa privada, a Samarco, uma empresa grande que tem como sócios a Vale e a BHP Billiton", disse a presidente, em Governador Valadares (MG), ao lado dos governadores Fernando Pimentel (Minas Gerais) e Paulo Hartung (Espírito Santo). Pimentel, em entrevistas anteriores, havia afirmado que ainda era cedo para apontar responsáveis pelo acidente. "As empresas têm de ser responsabilizadas por várias coisas. Primeiro, pelo atendimento emergencial da população. Segundo, pela busca de soluções mais estáveis, mais perenes. E, terceiro, pela reconstrução e pela capacidade de resolver os problemas da vida de cada um afetado por esse desastre", continuou.. Sete dias depois de um "mar de lama" ter destruído um vilarejo, e causar a morte de pelo menos seis pessoas e o desaparecimento de outras 19, Dilma Rousseff sobrevoou a região mineira e cidades do Espírito Santo nesta quinta-feira (12). Ao menos 600 pessoas ficaram desalojadas e estão em hotéis da região. Veja galeria especial sobre a tragédia em Mariana (MG) Depois de sobrevoar as cidades de Minas Gerais e Espírito Santo que foram afetadas pela lama das barragens de rejeitos de mineração, Dilma visitou Governador Valadares, cidade mineira que teve o abastecimento de água interrompido no domingo (8) depois que a lama atingiu o rio Doce. A prefeitura decretou estado de calamidade pública. "O nosso objetivo maior vai ser recuperar o rio Doce. O rio Doce é o sinônimo de vida da região. O rio Doce é essa bacia fantástica, que tem um nome extremamente sugestivo, que é Doce, e que nós não vamos deixar que ele fique marrom ou esse marrom alaranjado, que ele está hoje que é o marrom de lama", disse. De acordo com a presidente, o valor da multa é preliminar. "Essas multas são preliminares, poderão ainda ser contemplados vários outros tipo de multa. Mas, além disso, tem indenizações tanto à União quanto aos Estados -Estado de Minas Gerais, Estado do Espírito Santo-, quanto às prefeituras, quanto às comunidades e também às pessoas." Ela afirmou que o governo federal pode ainda pedir ressarcimento dos custos de reconstrução das cidades afetadas. Procurada, a Samarco informou que "está mobilizada para providenciar o atendimento às necessidades do município e de seus moradores", sem dar detalhes. Em seguida, a presidente foi para Colatina (ES), cidade que decretou estado de emergência na quarta-feira (11).
cotidiano
Samarco descumpriu 'várias legislações' e será multada, diz DilmaA presidente Dilma Rousseff confirmou, nesta quinta-feira (12), que a mineradora Samarco vai ser multada em R$ 250 milhões pelos danos em decorrência do rompimento das barragens em Mariana (MG), como antecipou o "Painel". A empresa, controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, descumpriu "várias legislações", segundo a presidente, sem dar detalhes. O governo ainda pode cobrar indenizações e ressarcimento por gastos com a reconstrução. "Estamos empenhados em responsabilizar quem tem que ser responsabilizado. Quem é responsável? Uma empresa privada, a Samarco, uma empresa grande que tem como sócios a Vale e a BHP Billiton", disse a presidente, em Governador Valadares (MG), ao lado dos governadores Fernando Pimentel (Minas Gerais) e Paulo Hartung (Espírito Santo). Pimentel, em entrevistas anteriores, havia afirmado que ainda era cedo para apontar responsáveis pelo acidente. "As empresas têm de ser responsabilizadas por várias coisas. Primeiro, pelo atendimento emergencial da população. Segundo, pela busca de soluções mais estáveis, mais perenes. E, terceiro, pela reconstrução e pela capacidade de resolver os problemas da vida de cada um afetado por esse desastre", continuou.. Sete dias depois de um "mar de lama" ter destruído um vilarejo, e causar a morte de pelo menos seis pessoas e o desaparecimento de outras 19, Dilma Rousseff sobrevoou a região mineira e cidades do Espírito Santo nesta quinta-feira (12). Ao menos 600 pessoas ficaram desalojadas e estão em hotéis da região. Veja galeria especial sobre a tragédia em Mariana (MG) Depois de sobrevoar as cidades de Minas Gerais e Espírito Santo que foram afetadas pela lama das barragens de rejeitos de mineração, Dilma visitou Governador Valadares, cidade mineira que teve o abastecimento de água interrompido no domingo (8) depois que a lama atingiu o rio Doce. A prefeitura decretou estado de calamidade pública. "O nosso objetivo maior vai ser recuperar o rio Doce. O rio Doce é o sinônimo de vida da região. O rio Doce é essa bacia fantástica, que tem um nome extremamente sugestivo, que é Doce, e que nós não vamos deixar que ele fique marrom ou esse marrom alaranjado, que ele está hoje que é o marrom de lama", disse. De acordo com a presidente, o valor da multa é preliminar. "Essas multas são preliminares, poderão ainda ser contemplados vários outros tipo de multa. Mas, além disso, tem indenizações tanto à União quanto aos Estados -Estado de Minas Gerais, Estado do Espírito Santo-, quanto às prefeituras, quanto às comunidades e também às pessoas." Ela afirmou que o governo federal pode ainda pedir ressarcimento dos custos de reconstrução das cidades afetadas. Procurada, a Samarco informou que "está mobilizada para providenciar o atendimento às necessidades do município e de seus moradores", sem dar detalhes. Em seguida, a presidente foi para Colatina (ES), cidade que decretou estado de emergência na quarta-feira (11).
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Milton Fornazari Junior: Brasil e combate internacional à corrupção
A facilidade com que é possível se locomover pelo mundo e se comunicar com auxílio da internet acrescentou às relações humanas muitos efeitos. Por outro lado, aumentaram os litígios e a prática de crimes internacionais, em especial a corrupção, os crimes financeiros e a lavagem de dinheiro transnacionais, todos complexos por natureza e de difícil comprovação. Não é demais lembrar que, nesse contexto, os recentes escândalos de corrupção investigados no Brasil tiveram como característica comum a prática de atos criminosos no exterior –pagamentos de propinas no estrangeiro, contas bancárias, empresas "offshore" de agentes públicos em paraísos fiscais etc. A comunidade internacional reagiu a esse cenário mediante a simplificação das formas de cooperação jurídica entre os diversos países, visando facilitá-la entre as autoridades estatais incumbidas da investigação e do processo penal. No Brasil, apesar de a cooperação jurídica já estar prevista com força de lei ordinária em diversos tratados, bem como no regimento do STJ, para que ela venha a ter a efetividade necessária, ainda lhe falta a edição de uma Lei Geral de Cooperação Jurídica Internacional. Essa lei geral serviria para estabelecer o procedimento, os detalhes e os limites a serem observados na sua tramitação ativa (ao exterior) e passiva (do exterior). Tal situação é similar à que ocorria com a delação premiada. Embora estivesse prevista em diversas leis penais, faltava-lhe uma disciplina jurídica acerca do seu procedimento, o que foi sanado com a edição da lei nº 12.850/13. Só após a edição da referida lei, as partes envolvidas (juízes, polícia, Ministério Público, advogados e réus) tiveram a necessária segurança jurídica para a aplicação do instituto, incrementada atualmente. O Brasil aderiu à tendência mundial da cooperação por meio do regime jurídico do "mutual legal assistance", denominado internamente como auxílio direto em matéria penal (artigo 216-O, do Regimento do Superior Tribunal de Justiça). Trata-se de um meio de obtenção de provas de crimes internacionais, bem como da solicitação do bloqueio de bens no exterior e da repatriação de valores, cuja iniciativa é de atribuição do delegado de polícia e do membro do Ministério Público. Caracteriza-se por tramitar entre as autoridades centrais, designadas pelos países envolvidos, dispensando a autenticidade consular e simplificando o andamento no Poder Judiciário quando necessário, observando-se a soberania e a ordem pública de cada país. Em razão disso, configura-se como uma alternativa ágil e eficaz ao burocrático, moroso e superado regime das cartas rogatórias, concentrado na cúpula do Superior Tribunal de Justiça, o que vai ao encontro da Constituição, em especial ao artigo 4º, IX, que determina que o Brasil exercerá a mais ampla cooperação no âmbito internacional. No atual estágio de evolução do combate à corrupção no Brasil, portanto, torna-se imprescindível e urgente imprimir razoável celeridade à tramitação dos projetos de lei já em curso no Congresso Nacional e no Ministério da Justiça. A aprovação dessa matéria vai ajudar a eliminar a insegurança jurídica na cooperação internacional, evitando que trabalhos da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça venham a ser perdidos no futuro por questões meramente formais. Vai colaborar também com a imposição de uma pauta legal preestabelecida a orientar a negociação do Brasil em cada tratado. MILTON FORNAZARI JUNIOR, 41, doutorando em direito penal na PUC-SP, é delegado na Delefin (Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos), da Polícia Federal * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Milton Fornazari Junior: Brasil e combate internacional à corrupçãoA facilidade com que é possível se locomover pelo mundo e se comunicar com auxílio da internet acrescentou às relações humanas muitos efeitos. Por outro lado, aumentaram os litígios e a prática de crimes internacionais, em especial a corrupção, os crimes financeiros e a lavagem de dinheiro transnacionais, todos complexos por natureza e de difícil comprovação. Não é demais lembrar que, nesse contexto, os recentes escândalos de corrupção investigados no Brasil tiveram como característica comum a prática de atos criminosos no exterior –pagamentos de propinas no estrangeiro, contas bancárias, empresas "offshore" de agentes públicos em paraísos fiscais etc. A comunidade internacional reagiu a esse cenário mediante a simplificação das formas de cooperação jurídica entre os diversos países, visando facilitá-la entre as autoridades estatais incumbidas da investigação e do processo penal. No Brasil, apesar de a cooperação jurídica já estar prevista com força de lei ordinária em diversos tratados, bem como no regimento do STJ, para que ela venha a ter a efetividade necessária, ainda lhe falta a edição de uma Lei Geral de Cooperação Jurídica Internacional. Essa lei geral serviria para estabelecer o procedimento, os detalhes e os limites a serem observados na sua tramitação ativa (ao exterior) e passiva (do exterior). Tal situação é similar à que ocorria com a delação premiada. Embora estivesse prevista em diversas leis penais, faltava-lhe uma disciplina jurídica acerca do seu procedimento, o que foi sanado com a edição da lei nº 12.850/13. Só após a edição da referida lei, as partes envolvidas (juízes, polícia, Ministério Público, advogados e réus) tiveram a necessária segurança jurídica para a aplicação do instituto, incrementada atualmente. O Brasil aderiu à tendência mundial da cooperação por meio do regime jurídico do "mutual legal assistance", denominado internamente como auxílio direto em matéria penal (artigo 216-O, do Regimento do Superior Tribunal de Justiça). Trata-se de um meio de obtenção de provas de crimes internacionais, bem como da solicitação do bloqueio de bens no exterior e da repatriação de valores, cuja iniciativa é de atribuição do delegado de polícia e do membro do Ministério Público. Caracteriza-se por tramitar entre as autoridades centrais, designadas pelos países envolvidos, dispensando a autenticidade consular e simplificando o andamento no Poder Judiciário quando necessário, observando-se a soberania e a ordem pública de cada país. Em razão disso, configura-se como uma alternativa ágil e eficaz ao burocrático, moroso e superado regime das cartas rogatórias, concentrado na cúpula do Superior Tribunal de Justiça, o que vai ao encontro da Constituição, em especial ao artigo 4º, IX, que determina que o Brasil exercerá a mais ampla cooperação no âmbito internacional. No atual estágio de evolução do combate à corrupção no Brasil, portanto, torna-se imprescindível e urgente imprimir razoável celeridade à tramitação dos projetos de lei já em curso no Congresso Nacional e no Ministério da Justiça. A aprovação dessa matéria vai ajudar a eliminar a insegurança jurídica na cooperação internacional, evitando que trabalhos da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça venham a ser perdidos no futuro por questões meramente formais. Vai colaborar também com a imposição de uma pauta legal preestabelecida a orientar a negociação do Brasil em cada tratado. MILTON FORNAZARI JUNIOR, 41, doutorando em direito penal na PUC-SP, é delegado na Delefin (Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos), da Polícia Federal * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Por 'neutralidade da rede', EUA devem propor internet como utilidade pública
Regular o serviço da internet como uma utilidade pública. Essa deverá ser a proposta da FCC (Comissão Federal de Comunicações, na sigla em inglês). O movimento deve desencadear uma nova rodada de debates sobre como garantir a chamada "neutralidade da rede", informa o jornal "The New York Times". O objetivo é reclassificar o serviço de internet de alta velocidade como um serviço de telecomunicação, em vez de um serviço de informação, de acordo com analistas, lobistas e membros do FCC ouvidos pela publicação. A mudança na proposta, "empurrada" pelo presidente Barack Obama, daria autoridade legal à comissão para garantir que nenhum conteúdo seja bloqueado e que não exista o chamado "pay-to-play" (pagamento por acessos mais rápidos a certos sites) –proibições que são características do conceito de neutralidade da internet. "Nenhum serviço deve ficar preso a uma 'pista lenta' porque não paga uma taxa", disse Obama em vídeo gravado em novembro do ano passado. "Desde que a internet foi criada, ela se organizou em torno de princípios de transparência, equidade e liberdade." VÍDEO As declarações de Obama responderiam aos rumores de que o presidente do FCC, Tom Wheeler, poderia propor uma regulação da internet dividindo-a em duas: varejo e atacado. No varejo, a ponta onde ficam os consumidores residenciais, não poderia haver nenhum tipo de violação de tráfego, bloqueio de conteúdo ou navegação pelos prestadores de serviço. Mas, no mercado de atacado (onde os operadores negociam com grandes empresas, incluindo produtores de conteúdo como Netflix), poderia haver cobrança diferenciada pelas donas das redes. Quem quisesse mais velocidade, pagaria a mais por isso. Na ocasião, Obama disse que não pode interferir nas decisões do FCC, mas cobrou publicamente uma posição firme de Tom Wheleer na defesa da neutralidade plena de rede. O presidente da agência foi indicado por Obama para ocupar o cargo. Wheeler espera submeter a proposta a comissários da agência até esta quinta-feira (5). A votação completa pela comissão está agendada para o dia 26 de fevereiro. DEBATES A FCC tem estudado há quase um ano quais normas e regras jurídicas seriam apropriadas para indicar como os prestadores de serviços de internet gerenciam o tráfego da web, de forma a se certificar de que tratem todo o conteúdo da internet de forma justa. Esses prestadores têm rejeitado esse caminho, dizendo que a proposta da comissão representaria um peso regulatório e prejudicaria os investimentos. A expectativa é que as empresas combatam a lei nos tribunais. O presidente da câmara norte-americana de comércio, Thomas Donohue, também criticou "os esforços para regular a Internet como se esta fosse um serviço público do século 21". BRASIL No Brasil, as operadoras de telefonia e internet acreditam que já podem vender serviços diferenciados aos clientes que, eventualmente, queiram velocidades mais elevadas ou mais qualidade na transmissão de seus sinais de internet. Segundo Eduardo Levy, presidente do Sinditelebrasil, associação que representa as teles, o Marco Civil da Internet permite que essa oferta diferenciada ocorra desde que seja válida para todos do mercado, provedor ou produtor de conteúdo. "A lei mantém os modelos de negócio", disse Levy. "O que não podemos é discriminar uns em favor de outros." O deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ), relator do Marco Civil, discorda. Para ele, não existe brecha para interpretações deste tipo na lei, aprovada em abril, e que isso configura quebra da neutralidade da rede De acordo com a lei, violações à neutralidade serão tratadas como exceções definidas pela presidente Dilma Rousseff em um decreto ainda sem data prevista.
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Por 'neutralidade da rede', EUA devem propor internet como utilidade públicaRegular o serviço da internet como uma utilidade pública. Essa deverá ser a proposta da FCC (Comissão Federal de Comunicações, na sigla em inglês). O movimento deve desencadear uma nova rodada de debates sobre como garantir a chamada "neutralidade da rede", informa o jornal "The New York Times". O objetivo é reclassificar o serviço de internet de alta velocidade como um serviço de telecomunicação, em vez de um serviço de informação, de acordo com analistas, lobistas e membros do FCC ouvidos pela publicação. A mudança na proposta, "empurrada" pelo presidente Barack Obama, daria autoridade legal à comissão para garantir que nenhum conteúdo seja bloqueado e que não exista o chamado "pay-to-play" (pagamento por acessos mais rápidos a certos sites) –proibições que são características do conceito de neutralidade da internet. "Nenhum serviço deve ficar preso a uma 'pista lenta' porque não paga uma taxa", disse Obama em vídeo gravado em novembro do ano passado. "Desde que a internet foi criada, ela se organizou em torno de princípios de transparência, equidade e liberdade." VÍDEO As declarações de Obama responderiam aos rumores de que o presidente do FCC, Tom Wheeler, poderia propor uma regulação da internet dividindo-a em duas: varejo e atacado. No varejo, a ponta onde ficam os consumidores residenciais, não poderia haver nenhum tipo de violação de tráfego, bloqueio de conteúdo ou navegação pelos prestadores de serviço. Mas, no mercado de atacado (onde os operadores negociam com grandes empresas, incluindo produtores de conteúdo como Netflix), poderia haver cobrança diferenciada pelas donas das redes. Quem quisesse mais velocidade, pagaria a mais por isso. Na ocasião, Obama disse que não pode interferir nas decisões do FCC, mas cobrou publicamente uma posição firme de Tom Wheleer na defesa da neutralidade plena de rede. O presidente da agência foi indicado por Obama para ocupar o cargo. Wheeler espera submeter a proposta a comissários da agência até esta quinta-feira (5). A votação completa pela comissão está agendada para o dia 26 de fevereiro. DEBATES A FCC tem estudado há quase um ano quais normas e regras jurídicas seriam apropriadas para indicar como os prestadores de serviços de internet gerenciam o tráfego da web, de forma a se certificar de que tratem todo o conteúdo da internet de forma justa. Esses prestadores têm rejeitado esse caminho, dizendo que a proposta da comissão representaria um peso regulatório e prejudicaria os investimentos. A expectativa é que as empresas combatam a lei nos tribunais. O presidente da câmara norte-americana de comércio, Thomas Donohue, também criticou "os esforços para regular a Internet como se esta fosse um serviço público do século 21". BRASIL No Brasil, as operadoras de telefonia e internet acreditam que já podem vender serviços diferenciados aos clientes que, eventualmente, queiram velocidades mais elevadas ou mais qualidade na transmissão de seus sinais de internet. Segundo Eduardo Levy, presidente do Sinditelebrasil, associação que representa as teles, o Marco Civil da Internet permite que essa oferta diferenciada ocorra desde que seja válida para todos do mercado, provedor ou produtor de conteúdo. "A lei mantém os modelos de negócio", disse Levy. "O que não podemos é discriminar uns em favor de outros." O deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ), relator do Marco Civil, discorda. Para ele, não existe brecha para interpretações deste tipo na lei, aprovada em abril, e que isso configura quebra da neutralidade da rede De acordo com a lei, violações à neutralidade serão tratadas como exceções definidas pela presidente Dilma Rousseff em um decreto ainda sem data prevista.
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Vídeo 360º mostra cotidiano de aldeia indígena na periferia de Manaus
Na periferia de Manaus, os índios da aldeia caruara lutam pela preservação de sua cultura e dos rios locais. "As gerações de índios que nascem nas cidades deixam desvalorizar a cultura", diz o cacique Val Kokama. "O índio é o coração da floresta." Entre os costumes milenares do povo está a pesca do jaraqui –peixe que, como lembra o cacique, traz na cauda as cores amarela e negra do encontro dos rios Negro e Solimões. "O sangue dos meus antepassados corre nesse rio", diz Val Kokama. O vídeo "Jaraqui", que mostra cenas do cotidiano dos caruara em 360º, tem codireção de Eric Bergeri e Carolina Fernandes e é desenvolvido em parceria de Emotion 360 e Banksia. A produção pode ser visto no player acima ou no app Folha 360º. Lançado em março de 2017, ele é um aplicativo grátis de realidade virtual. A chamada VR (do inglês "virtual reality") permite que o espectador tenha uma experiência interativa ao acompanhar as imagens com os olhos do câmera, em 360º. Uma vez dentro do aplicativo, que permite uma interação maior com o vídeo acima, é possível explorar as imagens de duas maneiras. Com os óculos de realidade virtual, o que amplia a sensação de imersão, e na tela do celular (basta fazer o download). Também é possível acessar uma versão mais leve, disponível no YouTube. O leitor também poderá acessar outros vídeos em 360º produzidos pela Folha: um tour pela Antártida, onde cientistas brasileiros reconstroem a Estação Comandante Ferraz, uma volta na pista do autódromo de Interlagos, passeios pela Baía de Guanabara e ao Cristo Redentor e a exploração de uma rara casa modernista no Pacaembu. Para baixar o app, desenvolvido em parceria com a Beenoculus, basta fazer o download do Folha 360º na loja Google Play (usuários de aparelhos com Android que tenham sensor giroscópio) ou na App Store (usuário da Apple, com modelos de iPhone a partir do 5C). - REALIDADE VIRTUAL COM OS ÓCULOS > A experiência é mais rica com o uso de óculos especialmente desenvolvidos para o 360º > Eles interagem em sincronia com o movimento da cabeça e a imagem acompanha o movimento do usuário > A maioria dos óculos existentes no mercado tem um compartimento para inserir o celular > Eles podem ser feitos de plástico ou de papelão > Uma vez com os óculos, a sugestão é sentar numa cadeira giratória para usufruir melhor da experiência - SÓ COM O CELULAR > Também dá para assistir aos vídeos somente com o uso do celular. Dessa maneira, a imersão não é tão completa, mas ainda é possível interagir com a cena movimentando o aparelho em todas as direções
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Vídeo 360º mostra cotidiano de aldeia indígena na periferia de ManausNa periferia de Manaus, os índios da aldeia caruara lutam pela preservação de sua cultura e dos rios locais. "As gerações de índios que nascem nas cidades deixam desvalorizar a cultura", diz o cacique Val Kokama. "O índio é o coração da floresta." Entre os costumes milenares do povo está a pesca do jaraqui –peixe que, como lembra o cacique, traz na cauda as cores amarela e negra do encontro dos rios Negro e Solimões. "O sangue dos meus antepassados corre nesse rio", diz Val Kokama. O vídeo "Jaraqui", que mostra cenas do cotidiano dos caruara em 360º, tem codireção de Eric Bergeri e Carolina Fernandes e é desenvolvido em parceria de Emotion 360 e Banksia. A produção pode ser visto no player acima ou no app Folha 360º. Lançado em março de 2017, ele é um aplicativo grátis de realidade virtual. A chamada VR (do inglês "virtual reality") permite que o espectador tenha uma experiência interativa ao acompanhar as imagens com os olhos do câmera, em 360º. Uma vez dentro do aplicativo, que permite uma interação maior com o vídeo acima, é possível explorar as imagens de duas maneiras. Com os óculos de realidade virtual, o que amplia a sensação de imersão, e na tela do celular (basta fazer o download). Também é possível acessar uma versão mais leve, disponível no YouTube. O leitor também poderá acessar outros vídeos em 360º produzidos pela Folha: um tour pela Antártida, onde cientistas brasileiros reconstroem a Estação Comandante Ferraz, uma volta na pista do autódromo de Interlagos, passeios pela Baía de Guanabara e ao Cristo Redentor e a exploração de uma rara casa modernista no Pacaembu. Para baixar o app, desenvolvido em parceria com a Beenoculus, basta fazer o download do Folha 360º na loja Google Play (usuários de aparelhos com Android que tenham sensor giroscópio) ou na App Store (usuário da Apple, com modelos de iPhone a partir do 5C). - REALIDADE VIRTUAL COM OS ÓCULOS > A experiência é mais rica com o uso de óculos especialmente desenvolvidos para o 360º > Eles interagem em sincronia com o movimento da cabeça e a imagem acompanha o movimento do usuário > A maioria dos óculos existentes no mercado tem um compartimento para inserir o celular > Eles podem ser feitos de plástico ou de papelão > Uma vez com os óculos, a sugestão é sentar numa cadeira giratória para usufruir melhor da experiência - SÓ COM O CELULAR > Também dá para assistir aos vídeos somente com o uso do celular. Dessa maneira, a imersão não é tão completa, mas ainda é possível interagir com a cena movimentando o aparelho em todas as direções
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Desmatadores enterram árvores para ocultar crime no Paraná
Uma ação de fiscalização nas principais áreas de desmatamento de mata atlântica no Paraná, realizada no fim de março, descobriu que desmatadores da região chegaram a enterrar árvores derrubadas para esconder o crime. "Eu nunca tinha visto isso aqui", diz o tenente-coronel Cesar Lestechen Medeiros, que comanda o Batalhão de Polícia Ambiental do Paraná. "É mais um artifício para não chegar numa serraria com a madeira; uma forma de disfarçar o crime ambiental." A prática foi encontrada em duas fazendas na região central do Estado, onde estão os principais remanescentes da mata de araucárias, parte integrante da mata atlântica e ameaçada de extinção. O Paraná tem sido campeão no desmatamento da mata atlântica nos últimos 30 anos, segundo levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). No ano passado, registrou aumento no ritmo de desmatamento ""grande parte na área central do Estado, onde foi feita a fiscalização. MATA EM PERIGO - Paraná é campeão em desmatamento da mata atlântica nos últimos 30 anos Ritmo de desmatamento no Paraná teve cresceu 116% - Em hectares A maioria das áreas desmatadas, segundo o promotor Alexandre Gaio, deu lugar a lavouras de soja e milho. Algumas árvores foram vendidas a fábricas de carvão. Nas propriedades com árvores enterradas, tratores de esteira foram usados para derrubar a mata. "É um desmatamento que perdeu a dimensão de 'campos de futebol', como costumamos dizer. É uma área de um bairro inteiro", diz o superintendente do Ibama no Paraná, Julio Gonchorosky. As árvores enterradas, por si só, não chegam a prejudicar o meio ambiente, segundo a professora Ana Paula Dalla Corte, do curso de Engenharia Florestal da UFPR (Universidade Federal do Paraná). "É biomassa, material vegetal. Isso se decompõe rapidamente e acaba se integrando ao solo", afirma. Elas impressionam, porém, pela intenção de ocultar o crime de desmatamento. "Não tem como não deixar rastro. A floresta estava lá e desapareceu", diz a diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota. Para Clóvis Borges, da SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental), a prática demonstra "desprezo" pela natureza. "Nem a madeira mais eles querem usar. É um desprezo total pela floresta, pela lei e pelo interesse público." IMAGENS DE SATÉLITE O projeto de fiscalização, chamado Mata Atlântica em Pé, foi idealizado pelo Ministério Público do Paraná, junto com a Polícia Ambiental e o Ibama, que estiveram nas 241 propriedades com maior quantidade de desmatamento no Paraná. Fiscalização realizada no mês passado, no Paraná - Em hectares Imagens de satélite, que comparavam antes e depois, serviram como referência para a ação. Foram selecionadas as áreas com o maior volume de desmatamento nos últimos dez anos. O desmatamento foi confirmado em 92% das propriedades fiscalizadas. No total, foram 1.358 hectares de desmate –o equivalente a 1.400 campos de futebol. Seis pessoas foram presas em flagrante por crime ambiental. "Não estamos tratando aqui de pequenos proprietários rurais. Foram os maiores desmatamentos ocorridos no Paraná", afirma Gaio, que coordena o Centro de Apoio de Proteção ao Meio Ambiente no Ministério Público. Em cerca de 30 áreas, porém, os proprietários tinham licença ambiental para a derrubada –o que, para o Ministério Público, é ilegal e deve ser investigado. "Não é razoável, com a situação que vivemos hoje, de praticamente extinção da mata de araucárias, que se continue a emitir autorizações florestais para desmate, especialmente para abrir novas fronteiras agrícolas", diz Gaio. O objetivo da promotoria, agora, é acionar os donos das terras e obrigá-los a recuperar a área, replantando a floresta. Os nomes dos proprietários só serão divulgados após a tentativa de acordo. A fiscalização também deve ser estendida a outras regiões do Estado. O Batalhão de Polícia Ambiental diz que o projeto serviu como piloto para o trabalho com sensoriamento remoto, como já é realizado em outros Estados. Para Borges, da SPVS, a tecnologia pode servir como um inibidor do desmate. "Agora estamos vendo o que é feito. É aquela coisa: se você mexer [na mata], eu vou te pegar."
ambiente
Desmatadores enterram árvores para ocultar crime no ParanáUma ação de fiscalização nas principais áreas de desmatamento de mata atlântica no Paraná, realizada no fim de março, descobriu que desmatadores da região chegaram a enterrar árvores derrubadas para esconder o crime. "Eu nunca tinha visto isso aqui", diz o tenente-coronel Cesar Lestechen Medeiros, que comanda o Batalhão de Polícia Ambiental do Paraná. "É mais um artifício para não chegar numa serraria com a madeira; uma forma de disfarçar o crime ambiental." A prática foi encontrada em duas fazendas na região central do Estado, onde estão os principais remanescentes da mata de araucárias, parte integrante da mata atlântica e ameaçada de extinção. O Paraná tem sido campeão no desmatamento da mata atlântica nos últimos 30 anos, segundo levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). No ano passado, registrou aumento no ritmo de desmatamento ""grande parte na área central do Estado, onde foi feita a fiscalização. MATA EM PERIGO - Paraná é campeão em desmatamento da mata atlântica nos últimos 30 anos Ritmo de desmatamento no Paraná teve cresceu 116% - Em hectares A maioria das áreas desmatadas, segundo o promotor Alexandre Gaio, deu lugar a lavouras de soja e milho. Algumas árvores foram vendidas a fábricas de carvão. Nas propriedades com árvores enterradas, tratores de esteira foram usados para derrubar a mata. "É um desmatamento que perdeu a dimensão de 'campos de futebol', como costumamos dizer. É uma área de um bairro inteiro", diz o superintendente do Ibama no Paraná, Julio Gonchorosky. As árvores enterradas, por si só, não chegam a prejudicar o meio ambiente, segundo a professora Ana Paula Dalla Corte, do curso de Engenharia Florestal da UFPR (Universidade Federal do Paraná). "É biomassa, material vegetal. Isso se decompõe rapidamente e acaba se integrando ao solo", afirma. Elas impressionam, porém, pela intenção de ocultar o crime de desmatamento. "Não tem como não deixar rastro. A floresta estava lá e desapareceu", diz a diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota. Para Clóvis Borges, da SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental), a prática demonstra "desprezo" pela natureza. "Nem a madeira mais eles querem usar. É um desprezo total pela floresta, pela lei e pelo interesse público." IMAGENS DE SATÉLITE O projeto de fiscalização, chamado Mata Atlântica em Pé, foi idealizado pelo Ministério Público do Paraná, junto com a Polícia Ambiental e o Ibama, que estiveram nas 241 propriedades com maior quantidade de desmatamento no Paraná. Fiscalização realizada no mês passado, no Paraná - Em hectares Imagens de satélite, que comparavam antes e depois, serviram como referência para a ação. Foram selecionadas as áreas com o maior volume de desmatamento nos últimos dez anos. O desmatamento foi confirmado em 92% das propriedades fiscalizadas. No total, foram 1.358 hectares de desmate –o equivalente a 1.400 campos de futebol. Seis pessoas foram presas em flagrante por crime ambiental. "Não estamos tratando aqui de pequenos proprietários rurais. Foram os maiores desmatamentos ocorridos no Paraná", afirma Gaio, que coordena o Centro de Apoio de Proteção ao Meio Ambiente no Ministério Público. Em cerca de 30 áreas, porém, os proprietários tinham licença ambiental para a derrubada –o que, para o Ministério Público, é ilegal e deve ser investigado. "Não é razoável, com a situação que vivemos hoje, de praticamente extinção da mata de araucárias, que se continue a emitir autorizações florestais para desmate, especialmente para abrir novas fronteiras agrícolas", diz Gaio. O objetivo da promotoria, agora, é acionar os donos das terras e obrigá-los a recuperar a área, replantando a floresta. Os nomes dos proprietários só serão divulgados após a tentativa de acordo. A fiscalização também deve ser estendida a outras regiões do Estado. O Batalhão de Polícia Ambiental diz que o projeto serviu como piloto para o trabalho com sensoriamento remoto, como já é realizado em outros Estados. Para Borges, da SPVS, a tecnologia pode servir como um inibidor do desmate. "Agora estamos vendo o que é feito. É aquela coisa: se você mexer [na mata], eu vou te pegar."
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China planeja região turística na fronteira com Rússia e Coreia do Norte
A China está planejando uma zona internacional de turismo em sua região nordeste, na fronteira com a Rússia e a Coreia do Norte, segundo a agência de notícias estatal Xinhua informou na semana passada, como parte do mais recente plano de Pyongyang para captar investimentos. Jiang Chaoliang, governador da província chinesa de Jilin, disse que a região seria responsável por criar, neste ano, o esboço de uma área turística para o delta do rio Tumen, segundo a Xinhua. O rio Tumen divide a China e a Coreia do Norte. O poder público está estudando um modelo de administração para a área, que envolveria os três países. Turistas circulariam pelo local sem necessidade de vistos e teriam direito a fazer compras duty-free, disseram funcionários à Xinhua. A longo prazo, Coreia do Sul, Japão e Mongólia poderiam fazer parte da região, por meio de estradas, ferrovias e linhas aéreas, segundo Zhao Xiaojun, diretor da Administração de Turismo Provincial de Jilin. A iniciativa, proposta pela prefeitura de Hunchun, em Jilin, em 2013, também é a tentativa mais recente da Coreia do Norte de se transformar em uma atração turística –movimentação com potenciais ganhos econômicos a curto prazo, o que permitiria retardar a reestruturação de sua débil indústria. Muitos de seus projetos miram turistas chineses, para quem o país é um destino barato. Enquanto muitos chineses lotam cidades como Paris, Londres e Nova York, alguns visitam a Coreia do Norte para sentir um pouco de nostalgia dos dias anteriores à abertura de seu país ao resto do mundo, nos anos 1980, segundo contam visitantes ocidentais regulares de Pyongyang. A China é o mais importante parceiro diplomático e econômico da Coreia do Norte, embora três testes nucleares, seguidas demonstrações de força e a violência na fronteira tenham posto o apoio de Pequim a teste.
turismo
China planeja região turística na fronteira com Rússia e Coreia do NorteA China está planejando uma zona internacional de turismo em sua região nordeste, na fronteira com a Rússia e a Coreia do Norte, segundo a agência de notícias estatal Xinhua informou na semana passada, como parte do mais recente plano de Pyongyang para captar investimentos. Jiang Chaoliang, governador da província chinesa de Jilin, disse que a região seria responsável por criar, neste ano, o esboço de uma área turística para o delta do rio Tumen, segundo a Xinhua. O rio Tumen divide a China e a Coreia do Norte. O poder público está estudando um modelo de administração para a área, que envolveria os três países. Turistas circulariam pelo local sem necessidade de vistos e teriam direito a fazer compras duty-free, disseram funcionários à Xinhua. A longo prazo, Coreia do Sul, Japão e Mongólia poderiam fazer parte da região, por meio de estradas, ferrovias e linhas aéreas, segundo Zhao Xiaojun, diretor da Administração de Turismo Provincial de Jilin. A iniciativa, proposta pela prefeitura de Hunchun, em Jilin, em 2013, também é a tentativa mais recente da Coreia do Norte de se transformar em uma atração turística –movimentação com potenciais ganhos econômicos a curto prazo, o que permitiria retardar a reestruturação de sua débil indústria. Muitos de seus projetos miram turistas chineses, para quem o país é um destino barato. Enquanto muitos chineses lotam cidades como Paris, Londres e Nova York, alguns visitam a Coreia do Norte para sentir um pouco de nostalgia dos dias anteriores à abertura de seu país ao resto do mundo, nos anos 1980, segundo contam visitantes ocidentais regulares de Pyongyang. A China é o mais importante parceiro diplomático e econômico da Coreia do Norte, embora três testes nucleares, seguidas demonstrações de força e a violência na fronteira tenham posto o apoio de Pequim a teste.
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Governo não sabe se uso de verba da TV de 2019 descumpre lei
Assinada em 4 de agosto de 2015 pela presidente Dilma Rousseff, a lei de responsabilidade fiscal do esporte, o Profut, determinou que clubes que aderirem ao financiamento de suas dívidas com juros especiais não poderão antecipar receitas que comprometam o orçamento de futuras gestões. Nas negociações com SporTV, da Globo, e Esporte Interativo, do grupo Turner, pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro a partir de 2019, os clubes têm garantido o pagamento de bônus, que é antecipado após a assinatura do contrato. Casos de Corinthians, Santos, São Paulo, Inter, Atlético-PR e Bahia, que receberam prêmios pelo contrato de TV que valerá daqui a mais de dois anos. Os seis clubes estão entre os que aderiram ao Profut. Eles receberam A Folha questionou à Receita Federal se o pagamento de premiação em acordos futuros de TV poderia ser configurado como antecipação. O órgão subordinado ao Ministério da Fazenda informou que quem vai avaliar isso é a Apfut (Autoridade Pública de Governança do Futebol), que terá dez membros. Ela foi criada para fiscalizar a lei. A crise política, porém, fez com que até o momento o governo federal não indicasse os membros da Apfut. Logo, não há quem fiscalize os clubes no Profut. "Em caso de descumprimento [da lei], a Apfut comunicará à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) para fins de exclusão do Profut. E, em consequência, a entidade desportiva seria excluída do parcelamento de débitos de tributos", informou a Receita Federal, em nota. Especialistas ouvidos pela Folha avaliaram que o recebimento de dinheiro pelos clubes na assinatura desses novos contratos de direitos de TV não fere a lei. "Luva [bônus na assinatura] não é adiantamento. No adiantamento o clube pega empréstimo no banco porque sabe que vai receber aquele valor no futuro. Luva é pago pela própria empresa que assinou o contrato como prêmio pela assinatura", disse Marcos Motta, especializado em direito desportivo. Antecipar receita de TV passou a ser a principal forma de cobrir buracos para os clubes a partir dos anos 90, quando isso passou a ser a maior fonte de recursos de departamentos de futebol. A proibição de adiantamentos no Profut tinha justamente como foco principal os contratos de direitos de transmissão, e visava tornar os departamentos financeiros dos clubes mais organizados. Sem poder adiantar, eles são obrigados a trabalhar com o orçamento anual, evitando aumento das dívidas. Há exceções com relação a um possível adiantamento na lei. Os dirigentes podem, por exemplo, antecipar 30% da projeção de receita do primeiro mandato subsequente. O professor da FGV Pedro Trengrouse também acredita que não há descumprimento da lei. Ele critica, porém, os clubes por anteciparem as negociações e ignorarem o potencial de arrecadação com novas mídias que não a TV, como redes sociais.
esporte
Governo não sabe se uso de verba da TV de 2019 descumpre leiAssinada em 4 de agosto de 2015 pela presidente Dilma Rousseff, a lei de responsabilidade fiscal do esporte, o Profut, determinou que clubes que aderirem ao financiamento de suas dívidas com juros especiais não poderão antecipar receitas que comprometam o orçamento de futuras gestões. Nas negociações com SporTV, da Globo, e Esporte Interativo, do grupo Turner, pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro a partir de 2019, os clubes têm garantido o pagamento de bônus, que é antecipado após a assinatura do contrato. Casos de Corinthians, Santos, São Paulo, Inter, Atlético-PR e Bahia, que receberam prêmios pelo contrato de TV que valerá daqui a mais de dois anos. Os seis clubes estão entre os que aderiram ao Profut. Eles receberam A Folha questionou à Receita Federal se o pagamento de premiação em acordos futuros de TV poderia ser configurado como antecipação. O órgão subordinado ao Ministério da Fazenda informou que quem vai avaliar isso é a Apfut (Autoridade Pública de Governança do Futebol), que terá dez membros. Ela foi criada para fiscalizar a lei. A crise política, porém, fez com que até o momento o governo federal não indicasse os membros da Apfut. Logo, não há quem fiscalize os clubes no Profut. "Em caso de descumprimento [da lei], a Apfut comunicará à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) para fins de exclusão do Profut. E, em consequência, a entidade desportiva seria excluída do parcelamento de débitos de tributos", informou a Receita Federal, em nota. Especialistas ouvidos pela Folha avaliaram que o recebimento de dinheiro pelos clubes na assinatura desses novos contratos de direitos de TV não fere a lei. "Luva [bônus na assinatura] não é adiantamento. No adiantamento o clube pega empréstimo no banco porque sabe que vai receber aquele valor no futuro. Luva é pago pela própria empresa que assinou o contrato como prêmio pela assinatura", disse Marcos Motta, especializado em direito desportivo. Antecipar receita de TV passou a ser a principal forma de cobrir buracos para os clubes a partir dos anos 90, quando isso passou a ser a maior fonte de recursos de departamentos de futebol. A proibição de adiantamentos no Profut tinha justamente como foco principal os contratos de direitos de transmissão, e visava tornar os departamentos financeiros dos clubes mais organizados. Sem poder adiantar, eles são obrigados a trabalhar com o orçamento anual, evitando aumento das dívidas. Há exceções com relação a um possível adiantamento na lei. Os dirigentes podem, por exemplo, antecipar 30% da projeção de receita do primeiro mandato subsequente. O professor da FGV Pedro Trengrouse também acredita que não há descumprimento da lei. Ele critica, porém, os clubes por anteciparem as negociações e ignorarem o potencial de arrecadação com novas mídias que não a TV, como redes sociais.
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À beira-mar, Brighton, na Inglaterra, celebra o rock com aura hipster
Quando o sol cai e o céu ganha tons de laranja, turistas e moradores lotam o calçadão e a praia de cascalho. A chamada "sunset promenade" é quase obrigatória em Brighton, escapada litorânea apreciada por britânicos. Mas os encantos da cidade, a uma hora de trem de Londres, bem organizada, arborizada e colorida, rendem bem mais do que o "day tour" que a maioria dos turistas opta por fazer. A comunidade universitária empresta um ar descolado a Brighton. Moradores defendem que a cidade é mais continentalmente europeia do que britânica, com seus cafés, sebos, lojas de roupas e hotéis descolados. Um dos mais novos é o Pelirocco (hotelpelirocco.co.uk), que decorou os quartos de forma bem-humorada, com temas que vão das pin-ups à Revolução Russa -e toca rock'n'roll nos ambientes comuns. O local fica em uma ruela do Lanes District, famoso pelos brechós, livrarias, antiquários, barbearias e ateliês de jovens estilistas. Nas vitrines, há de uniformes da Segunda Guerra a roupas moderninhas, de móveis antigos a vibradores futuristas. A cidade tem paixão por café, sobretudo em North Laine. Por ali, cadeiras, mesas e banquetas são locais de estudo para universitários, de escritório móvel para jovens profissionais, de descanso para aposentados e turistas. No recém-aberto Pelicano House (pelicanohouse.com), há filas para provar o cremoso cappuccino e as focaccias bem recheadas. O CLÁSSICO E O ROCK Dos museus e atrações históricas de Brighton, a mais icônica é o Royal Pavillion. Antiga e pomposa residência real, construída em estilo indo-sarraceno no final do século 18 e com interior repleto de peças chinesas, é hoje o principal museu de Brighton. No lado oposto do jardim deste mesmo "quarteirão cultural", o Brighton Museum exibe obras que vão do antigo Egito à era vitoriana. Mas é só circular um pouco para se deparar novamente com um lado hipster: grafites nos muros, performances artísticas por toda a parte, incontáveis galerias de arte -uma delas, dentro de uma antiga igreja (fabrica.org.uk). Turistas também usam a passagem pela cidade para pagar tributo a lendas do rock; o Brighton Dome, estábulo convertido em casa de shows, já recebeu Jimi Hendrix, Led Zeppelin e Pink Floyd -além do Abba, que, em princípio de carreira, venceu ali o festival Eurovision, em 1974. Já que a cidade está na costa, à beira-mar se estende um largo calçadão -cuja atração central é o Brighton Pier. À sua frente, fica o aquário local, passeio preferido das crianças; ao lado, um parque de diversões à moda antiga; e ali pertinho, uma icônica roda-gigante. Batizada de Brighton Eye, ela dá a chance de ver do alto, com clareza, toda a região costeira e os mais famosos edifícios da cidade, a exemplo da gigantesca catedral de St. Bartholomew, que teria sido construída seguindo as dimensões da Arca de Noé. Em 2016, a região ficará ainda mais disputada, com a inauguração do i360, criação dos mesmos designers do ícone britânico London Eye. A gôndola, descrita como "o primeiro 'cable car' vertical do mundo", subirá verticalmente a 138 metros de altura, oferecendo vista panorâmica de 360 graus.
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À beira-mar, Brighton, na Inglaterra, celebra o rock com aura hipsterQuando o sol cai e o céu ganha tons de laranja, turistas e moradores lotam o calçadão e a praia de cascalho. A chamada "sunset promenade" é quase obrigatória em Brighton, escapada litorânea apreciada por britânicos. Mas os encantos da cidade, a uma hora de trem de Londres, bem organizada, arborizada e colorida, rendem bem mais do que o "day tour" que a maioria dos turistas opta por fazer. A comunidade universitária empresta um ar descolado a Brighton. Moradores defendem que a cidade é mais continentalmente europeia do que britânica, com seus cafés, sebos, lojas de roupas e hotéis descolados. Um dos mais novos é o Pelirocco (hotelpelirocco.co.uk), que decorou os quartos de forma bem-humorada, com temas que vão das pin-ups à Revolução Russa -e toca rock'n'roll nos ambientes comuns. O local fica em uma ruela do Lanes District, famoso pelos brechós, livrarias, antiquários, barbearias e ateliês de jovens estilistas. Nas vitrines, há de uniformes da Segunda Guerra a roupas moderninhas, de móveis antigos a vibradores futuristas. A cidade tem paixão por café, sobretudo em North Laine. Por ali, cadeiras, mesas e banquetas são locais de estudo para universitários, de escritório móvel para jovens profissionais, de descanso para aposentados e turistas. No recém-aberto Pelicano House (pelicanohouse.com), há filas para provar o cremoso cappuccino e as focaccias bem recheadas. O CLÁSSICO E O ROCK Dos museus e atrações históricas de Brighton, a mais icônica é o Royal Pavillion. Antiga e pomposa residência real, construída em estilo indo-sarraceno no final do século 18 e com interior repleto de peças chinesas, é hoje o principal museu de Brighton. No lado oposto do jardim deste mesmo "quarteirão cultural", o Brighton Museum exibe obras que vão do antigo Egito à era vitoriana. Mas é só circular um pouco para se deparar novamente com um lado hipster: grafites nos muros, performances artísticas por toda a parte, incontáveis galerias de arte -uma delas, dentro de uma antiga igreja (fabrica.org.uk). Turistas também usam a passagem pela cidade para pagar tributo a lendas do rock; o Brighton Dome, estábulo convertido em casa de shows, já recebeu Jimi Hendrix, Led Zeppelin e Pink Floyd -além do Abba, que, em princípio de carreira, venceu ali o festival Eurovision, em 1974. Já que a cidade está na costa, à beira-mar se estende um largo calçadão -cuja atração central é o Brighton Pier. À sua frente, fica o aquário local, passeio preferido das crianças; ao lado, um parque de diversões à moda antiga; e ali pertinho, uma icônica roda-gigante. Batizada de Brighton Eye, ela dá a chance de ver do alto, com clareza, toda a região costeira e os mais famosos edifícios da cidade, a exemplo da gigantesca catedral de St. Bartholomew, que teria sido construída seguindo as dimensões da Arca de Noé. Em 2016, a região ficará ainda mais disputada, com a inauguração do i360, criação dos mesmos designers do ícone britânico London Eye. A gôndola, descrita como "o primeiro 'cable car' vertical do mundo", subirá verticalmente a 138 metros de altura, oferecendo vista panorâmica de 360 graus.
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O impacto da tecnologia na formação de empreendedores
A tecnologia mudou a nossa vida. Mudou a forma de nos comunicarmos; a forma como nos relacionamos e consumimos. Relatório recente do Banco Mundial mostra que, em um único dia, mais de 2,3 bilhões de gigabytes são trafegados em dados na internet; mais de 200 bilhões de e-mails são trocados; mais de 4 bilhões de buscas no Google acontecem diariamente. São dados que mostram o impacto da tecnologia na última década. Das 7,4 bilhões de pessoas no mundo, cerca de 1,1 bilhão têm acesso à internet de alta velocidade; mais de 5 bilhões têm acesso à telefonia todos os dias. Obviamente, há um impacto em relação a como os empreendedores desenvolverão os seus negócios. Uma das principais tendências na tecnologia, que chamamos de internet das coisas - quando objetos como eletrodomésticos e até camas se conectam à rede -, é um excelente exemplo deste impacto. Com a otimização de processos e recursos, a quantidade de tempo e dinheiro que se economizará é muito significativa! Outra forte tendência se expressa na formação dos novos profissionais. Desde setembro de 2015, mais de 4 milhões de jovens britânicos estão aprendendo a programar a partir dos cinco anos de idade. Ou seja, a programação, o coding, já faz parte do currículo escolar no Reino Unido. Desde 30 de janeiro de 2016, uma regulamentação do presidente Barack Obama, nos Estados Unidos, prevê a inclusão da programação no currículo escolar. Essa nova forma de aprender desenvolverá as competências do século 21. Teremos mais profissionais com capacidade de resolver problemas - e com pensamento crítico e estruturado. O impacto se dará não apenas no mercado de trabalho, mas nos empreendimentos a serem desenvolvidos por esses profissionais. Uma outra tendência significativa também vem dos Estados Unidos. Trata-se da Maker Movement, no qual as pessoas aprendem a fazer os seus próprios objetos. Com essa tendência - e com a grande presença das impressoras 3D - as empresas têm que repensar a forma como produzem e distribuem os produtos. Eventualmente, os consumidores vão poder até imprimir em casa os produtos comprados; vão poder fazer os produtos em casa. Dessa forma, muda também o relacionamento das empresas com o consumidor. Por fim, o desafio. O Governo, as empresas e a sociedade civil terão que se unir para levar esses benefícios aos habitantes dos quatro cantos do mundo. Os benefícios da tecnologia da economia digital precisam ser compartilhados. É importante pensar na criação de novas políticas públicas capazes de trazer inovação e de democratizar os benefícios. E isso deve acontecer nos próximos anos. E, em um ciclo virtuoso, essa democratização deve ter impacto na forma como as empresas lidam com a tecnologia e se relacionam com os consumidores. A análise pode ser acessada em vídeo. MARCEL FUKAYAMA, administrador de empresas, é cofundador do Sistema B Brasil e da Dín4mo e coautor do livro "Negócios com Impacto Social no Brasil" (Editora Peirópolis, 260 páginas. Preço sugerido: R$ 48)
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O impacto da tecnologia na formação de empreendedoresA tecnologia mudou a nossa vida. Mudou a forma de nos comunicarmos; a forma como nos relacionamos e consumimos. Relatório recente do Banco Mundial mostra que, em um único dia, mais de 2,3 bilhões de gigabytes são trafegados em dados na internet; mais de 200 bilhões de e-mails são trocados; mais de 4 bilhões de buscas no Google acontecem diariamente. São dados que mostram o impacto da tecnologia na última década. Das 7,4 bilhões de pessoas no mundo, cerca de 1,1 bilhão têm acesso à internet de alta velocidade; mais de 5 bilhões têm acesso à telefonia todos os dias. Obviamente, há um impacto em relação a como os empreendedores desenvolverão os seus negócios. Uma das principais tendências na tecnologia, que chamamos de internet das coisas - quando objetos como eletrodomésticos e até camas se conectam à rede -, é um excelente exemplo deste impacto. Com a otimização de processos e recursos, a quantidade de tempo e dinheiro que se economizará é muito significativa! Outra forte tendência se expressa na formação dos novos profissionais. Desde setembro de 2015, mais de 4 milhões de jovens britânicos estão aprendendo a programar a partir dos cinco anos de idade. Ou seja, a programação, o coding, já faz parte do currículo escolar no Reino Unido. Desde 30 de janeiro de 2016, uma regulamentação do presidente Barack Obama, nos Estados Unidos, prevê a inclusão da programação no currículo escolar. Essa nova forma de aprender desenvolverá as competências do século 21. Teremos mais profissionais com capacidade de resolver problemas - e com pensamento crítico e estruturado. O impacto se dará não apenas no mercado de trabalho, mas nos empreendimentos a serem desenvolvidos por esses profissionais. Uma outra tendência significativa também vem dos Estados Unidos. Trata-se da Maker Movement, no qual as pessoas aprendem a fazer os seus próprios objetos. Com essa tendência - e com a grande presença das impressoras 3D - as empresas têm que repensar a forma como produzem e distribuem os produtos. Eventualmente, os consumidores vão poder até imprimir em casa os produtos comprados; vão poder fazer os produtos em casa. Dessa forma, muda também o relacionamento das empresas com o consumidor. Por fim, o desafio. O Governo, as empresas e a sociedade civil terão que se unir para levar esses benefícios aos habitantes dos quatro cantos do mundo. Os benefícios da tecnologia da economia digital precisam ser compartilhados. É importante pensar na criação de novas políticas públicas capazes de trazer inovação e de democratizar os benefícios. E isso deve acontecer nos próximos anos. E, em um ciclo virtuoso, essa democratização deve ter impacto na forma como as empresas lidam com a tecnologia e se relacionam com os consumidores. A análise pode ser acessada em vídeo. MARCEL FUKAYAMA, administrador de empresas, é cofundador do Sistema B Brasil e da Dín4mo e coautor do livro "Negócios com Impacto Social no Brasil" (Editora Peirópolis, 260 páginas. Preço sugerido: R$ 48)
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Aplicativos de voz poupam motoristas de usar as mãos, mas são perigosos
Será que os aparatos tecnológicos "hands free" (mãos livres, em inglês), desenvolvidos para que os usuários não percam a atenção enquanto conduzem ou caminham, são realmente eficazes? Aparentemente, não. Um novo estudo encomendado pela associação norte-americana do automóvel (AAA, em inglês) descobriu que estas ferramentas pensadas para evitar que os condutores se distraiam, na verdade representam novas distrações. Os pesquisadores descobriram que depois de usar um equipamento sem fio ou ferramentas que são ativadas por voz, o motorista pode permanecer distraído a um nível potencialmente inseguro durante 27 segundos. Isso apesar de essas ferramentas permitirem aos condutores enviar mensagens de texto ou fazer outras tarefas com seus telefones ou outros equipamentos sem tirar os olhos da pista. "Os motoristas devem ter cuidado quando usam sistemas ativados por voz, também em momentos que parecem seguros", disse Marshall Doney, presidente e chefe-executivo da AAA. "A verdade é que as distrações mentais persistem e podem afetar a atenção do motorista". O estudo, realizado pela Universidade de Utah para a AAA, classificou 13 sistemas de reconhecimento de fala: dez dos fabricantes de automóveis e três de empresas de tecnologia –Apple (Siri), Microsoft (Cortana) e Google Now. O estudo constatou que três sistemas criam níveis "moderados" de distração cognitiva, nove geram níveis "elevados" de distração e um, uma escala "muito alta". Carros diferentes mostraram diferentes níveis de distração em seus sistemas integrados de reconhecimento de voz. O menor foi o Chevrolet Equinoz e o maior foi o do Mazda 6. Mas Gary Shapiro, presidente da CEA –que representa a indústria dos produtos eletrônicos–, disse que essas tecnologias não podem ser consideradas as únicas culpadas pela direção irresponsável. "As distrações nos veículos são provenientes de variadas fontes, desde comer enquanto dirige até utilizar mapas de papel", afirmou Shapiro. "O objetivo geral é reduzir a distração enquanto dirige", explicou. "Não dá para ignorar todos os fatores controláveis exceto os sistemas de reconhecimento de voz".
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Aplicativos de voz poupam motoristas de usar as mãos, mas são perigososSerá que os aparatos tecnológicos "hands free" (mãos livres, em inglês), desenvolvidos para que os usuários não percam a atenção enquanto conduzem ou caminham, são realmente eficazes? Aparentemente, não. Um novo estudo encomendado pela associação norte-americana do automóvel (AAA, em inglês) descobriu que estas ferramentas pensadas para evitar que os condutores se distraiam, na verdade representam novas distrações. Os pesquisadores descobriram que depois de usar um equipamento sem fio ou ferramentas que são ativadas por voz, o motorista pode permanecer distraído a um nível potencialmente inseguro durante 27 segundos. Isso apesar de essas ferramentas permitirem aos condutores enviar mensagens de texto ou fazer outras tarefas com seus telefones ou outros equipamentos sem tirar os olhos da pista. "Os motoristas devem ter cuidado quando usam sistemas ativados por voz, também em momentos que parecem seguros", disse Marshall Doney, presidente e chefe-executivo da AAA. "A verdade é que as distrações mentais persistem e podem afetar a atenção do motorista". O estudo, realizado pela Universidade de Utah para a AAA, classificou 13 sistemas de reconhecimento de fala: dez dos fabricantes de automóveis e três de empresas de tecnologia –Apple (Siri), Microsoft (Cortana) e Google Now. O estudo constatou que três sistemas criam níveis "moderados" de distração cognitiva, nove geram níveis "elevados" de distração e um, uma escala "muito alta". Carros diferentes mostraram diferentes níveis de distração em seus sistemas integrados de reconhecimento de voz. O menor foi o Chevrolet Equinoz e o maior foi o do Mazda 6. Mas Gary Shapiro, presidente da CEA –que representa a indústria dos produtos eletrônicos–, disse que essas tecnologias não podem ser consideradas as únicas culpadas pela direção irresponsável. "As distrações nos veículos são provenientes de variadas fontes, desde comer enquanto dirige até utilizar mapas de papel", afirmou Shapiro. "O objetivo geral é reduzir a distração enquanto dirige", explicou. "Não dá para ignorar todos os fatores controláveis exceto os sistemas de reconhecimento de voz".
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Produtor impressiona mercado com ótimo chá de montanhas da Escócia
Tam O'Braan teve várias vidas. Depois de ter sido soldado, agroquímico e empresário, agora cultiva chá aos pés das Highlands escocesas, com um sucesso que dá inveja a todos que algum dia o chamaram de louco. Quatro anos depois do início, em Dalreoch, região de cria de ovelhas a poucos quilômetros do pequeno povoado escocês de Amulree, o chá branco com um toque defumado produzido por este irlandês recebeu em 2015 medalha de ouro em uma feira especializada em Paris. Desde então, O'Braan vende seu chá às casas mais prestigiosas, como Mariage Frères (€ 78 por 20 gramas) ou Fortnum & Mason (£ 40 por 20 gramas), e a hotéis de luxo, como o Dorchester, em Londres. "Meus vizinhos achavam que eu estava louco", lembra o homem grande e barbudo. "Vários especialistas nos garantiram que seria impossível, que estávamos loucos e que jamais conseguiríamos." No século 19, o botânico escocês Robert Fortune, famoso por ter levado plantas de chá à Índia, dizia o contrário: que era possível cultivar chá na Escócia, mas não conseguiu fazê-lo por não ter as plantas adequadas. Decidido a não cometer os mesmos erros, Tam O'Braan importou árvores de chá que crescem ao pé do Himalaia (Camellia sinensis sinensis) e as foi adaptando pouco a pouco ao severo clima da Escócia. O'Braan extraiu as sementes desta planta e as fez crescer em um pequeno invernadouro sem calefação. "Nos voltamos a estas plantas resistentes à neve, as fizemos mais fortes", diz. REVOLUCIONÁRIO E ÚNICO Uma vez que as plantas de chá se aclimatam, a Escócia se converte em um lugar perfeito para cultivá-las, com sua neblina, chuvas abundantes, topografia acidentada e riqueza de terra. "Os melhores chás Darjeeling e Assam vêm de zonas nubladas na maior parte do ano", afirma O'Braan. O frio escocês tem suas vantagens já que impõe um estresse à planta que confere ao chá branco de Dalreoch "um sabor mais doce", acrescenta. A colheita, que acaba de começar e terminará em setembro, se concentra nas folhas mais jovens para o chá branco e nas folhas inferiores das plantas para os chás verde e preto. Nunca antes se havia conhecido um chá branco defumado, o que faz de Dalreoch "revolucionário e único", segundo a casa de chás Mariage Frères. A alguns quilômetros de Dalreoch, na cafeteria Habitat, no centro do povoado de Amulree, Mike Haggerton propõe a seus clientes, muitas vezes céticos, provar o chá de O'Braan. "Quem o prova sempre diz que é 'incrível'", conta. "Há um verdadeiro potencial para cultivar chá na Escócia", opina. TODA A PRODUÇÃO VENDIDA No ano passado, Tam O'Braan não se limitou a produzir 500 kg de chá com suas 14.000 plantas, também fundou a Scottish Tea Growers Association (associação de produtores de chá da Escócia) com finalidade de atrair novos adeptos no país do uísque. Dez pessoas seguiram seus passos, criando pequenas plantações de chá em um hectare (cerca de 1.000 plantas), algumas na ilha de Mull, outras nas Lowlands. "No começo do próximo ano seremos 20. E estimamos o número mágico de 28 no final de 2017", disse O'Braan, em referência às 28 plantações originais de Darjeeling. "De uma mesma planta se podem fazer 300 tipos de chá", diz. Sem contar que "cada lugar da Escócia, sendo uma terra arenosa, de argila vermelha ou em pântano preto, transmitirá seu sabor". Mas, adverte, "não vamos plantar em todo o país. Sempre será um chá artesanal". O certo é que não faltarão compradores. "Em Dalreoch, toda a nossa produção para os quatro próximos anos estão vendidas, o que significa que tivemos que negar pedidos de clientes, por exemplo da Harrods." "Mas se a Harrods quer vender chá escocês, as outras plantações terão mercado."
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Produtor impressiona mercado com ótimo chá de montanhas da EscóciaTam O'Braan teve várias vidas. Depois de ter sido soldado, agroquímico e empresário, agora cultiva chá aos pés das Highlands escocesas, com um sucesso que dá inveja a todos que algum dia o chamaram de louco. Quatro anos depois do início, em Dalreoch, região de cria de ovelhas a poucos quilômetros do pequeno povoado escocês de Amulree, o chá branco com um toque defumado produzido por este irlandês recebeu em 2015 medalha de ouro em uma feira especializada em Paris. Desde então, O'Braan vende seu chá às casas mais prestigiosas, como Mariage Frères (€ 78 por 20 gramas) ou Fortnum & Mason (£ 40 por 20 gramas), e a hotéis de luxo, como o Dorchester, em Londres. "Meus vizinhos achavam que eu estava louco", lembra o homem grande e barbudo. "Vários especialistas nos garantiram que seria impossível, que estávamos loucos e que jamais conseguiríamos." No século 19, o botânico escocês Robert Fortune, famoso por ter levado plantas de chá à Índia, dizia o contrário: que era possível cultivar chá na Escócia, mas não conseguiu fazê-lo por não ter as plantas adequadas. Decidido a não cometer os mesmos erros, Tam O'Braan importou árvores de chá que crescem ao pé do Himalaia (Camellia sinensis sinensis) e as foi adaptando pouco a pouco ao severo clima da Escócia. O'Braan extraiu as sementes desta planta e as fez crescer em um pequeno invernadouro sem calefação. "Nos voltamos a estas plantas resistentes à neve, as fizemos mais fortes", diz. REVOLUCIONÁRIO E ÚNICO Uma vez que as plantas de chá se aclimatam, a Escócia se converte em um lugar perfeito para cultivá-las, com sua neblina, chuvas abundantes, topografia acidentada e riqueza de terra. "Os melhores chás Darjeeling e Assam vêm de zonas nubladas na maior parte do ano", afirma O'Braan. O frio escocês tem suas vantagens já que impõe um estresse à planta que confere ao chá branco de Dalreoch "um sabor mais doce", acrescenta. A colheita, que acaba de começar e terminará em setembro, se concentra nas folhas mais jovens para o chá branco e nas folhas inferiores das plantas para os chás verde e preto. Nunca antes se havia conhecido um chá branco defumado, o que faz de Dalreoch "revolucionário e único", segundo a casa de chás Mariage Frères. A alguns quilômetros de Dalreoch, na cafeteria Habitat, no centro do povoado de Amulree, Mike Haggerton propõe a seus clientes, muitas vezes céticos, provar o chá de O'Braan. "Quem o prova sempre diz que é 'incrível'", conta. "Há um verdadeiro potencial para cultivar chá na Escócia", opina. TODA A PRODUÇÃO VENDIDA No ano passado, Tam O'Braan não se limitou a produzir 500 kg de chá com suas 14.000 plantas, também fundou a Scottish Tea Growers Association (associação de produtores de chá da Escócia) com finalidade de atrair novos adeptos no país do uísque. Dez pessoas seguiram seus passos, criando pequenas plantações de chá em um hectare (cerca de 1.000 plantas), algumas na ilha de Mull, outras nas Lowlands. "No começo do próximo ano seremos 20. E estimamos o número mágico de 28 no final de 2017", disse O'Braan, em referência às 28 plantações originais de Darjeeling. "De uma mesma planta se podem fazer 300 tipos de chá", diz. Sem contar que "cada lugar da Escócia, sendo uma terra arenosa, de argila vermelha ou em pântano preto, transmitirá seu sabor". Mas, adverte, "não vamos plantar em todo o país. Sempre será um chá artesanal". O certo é que não faltarão compradores. "Em Dalreoch, toda a nossa produção para os quatro próximos anos estão vendidas, o que significa que tivemos que negar pedidos de clientes, por exemplo da Harrods." "Mas se a Harrods quer vender chá escocês, as outras plantações terão mercado."
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Unesp divulga lista de aprovados para 2ª fase do vestibular do meio de ano
A Unesp (Universidade Estadual Paulista) divulgou nesta sexta-feira (29) a lista de aprovados na primeira fase do vestibular do meio de ano. Os candidatos podem consultar a relação de convocados na página oficial do vestibular da Unesp. Os selecionadas deverão fazer a segunda fase do processo seletivo nos dias 13 e 14 de junho. Veja a lista de convocados para a 2ª fase Caderno de questões | Gabarito 1ª fase | Manual do candidato Ao todo, 10.969 candidatos foram selecionados para a próxima etapa, que terá questões dissertativas e uma redação. Serão 36 questões, sendo 12 de cada uma das seguintes áreas: Linguagens e Códigos e suas tecnologias; Ciências Humanas e suas tecnologias; Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Os candidatos disputam 360 vagas nas unidades de Bauru, Dracena, Ilha Solteira, Registro e Sorocaba. São 40 vagas para cada curso oferecido, entre agronomia, zootecnia e as engenharias ambiental, civil, de controle e automação, de produção, elétrica e mecânica. O curso de engenharia civil é o mais concorrido, com 48,4 candidatos por vaga. Em seguida, vem o curso de engenharia de produção, com uma relação de candidato e vaga de 42,3. No vestibular do meio de ano de 2015, o Sistema de Reserva de Vagas para a Educação Básica Pública garante um mínimo de 25% das vagas de cada curso para alunos que tenham feito todo o ensino médio em escola pública. Segundo a Unesp, isso deve ampliar a proporção de matriculados egressos de escolas públicas na universidade, que foi de 40,7% no ano passado. PRIMEIRA FASE A primeira fase do vestibular do meio de ano 2015 da Unesp foi aplicada no dia 17 de maio e teve 10,2% de abstenção. Os candidatos tiveram quatro horas e meia para responder 90 questões de múltipla escolha divididas igualmente em três áreas: "linguagens e códigos" (que engloba língua portuguesa, literatura, língua inglesa, educação física e arte), "ciências humanas" (história, geografia e filosofia) e "ciências da natureza e matemática" (biologia, física, matemática e química. Para professores dos principais cursinhos de São Paulo, a prova da primeira fase do vestibular exigiu boa interpretação de texto e leitura atenta por parte dos estudantes. Contudo, os docentes afirmaram que prova teve duas grandes surpresas. Primeiro, as questões de matemática e física, em especial, eram mais ligadas ao dia a dia dos candidatos. "A maior diferença foi que as perguntas de matemática estavam mais contextualizadas, com questões do cotidiano, coisa que não tinha nas outras edições", afirma Célio Tasinafo, diretor pedagógico da Oficina do Estudante.
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Unesp divulga lista de aprovados para 2ª fase do vestibular do meio de anoA Unesp (Universidade Estadual Paulista) divulgou nesta sexta-feira (29) a lista de aprovados na primeira fase do vestibular do meio de ano. Os candidatos podem consultar a relação de convocados na página oficial do vestibular da Unesp. Os selecionadas deverão fazer a segunda fase do processo seletivo nos dias 13 e 14 de junho. Veja a lista de convocados para a 2ª fase Caderno de questões | Gabarito 1ª fase | Manual do candidato Ao todo, 10.969 candidatos foram selecionados para a próxima etapa, que terá questões dissertativas e uma redação. Serão 36 questões, sendo 12 de cada uma das seguintes áreas: Linguagens e Códigos e suas tecnologias; Ciências Humanas e suas tecnologias; Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Os candidatos disputam 360 vagas nas unidades de Bauru, Dracena, Ilha Solteira, Registro e Sorocaba. São 40 vagas para cada curso oferecido, entre agronomia, zootecnia e as engenharias ambiental, civil, de controle e automação, de produção, elétrica e mecânica. O curso de engenharia civil é o mais concorrido, com 48,4 candidatos por vaga. Em seguida, vem o curso de engenharia de produção, com uma relação de candidato e vaga de 42,3. No vestibular do meio de ano de 2015, o Sistema de Reserva de Vagas para a Educação Básica Pública garante um mínimo de 25% das vagas de cada curso para alunos que tenham feito todo o ensino médio em escola pública. Segundo a Unesp, isso deve ampliar a proporção de matriculados egressos de escolas públicas na universidade, que foi de 40,7% no ano passado. PRIMEIRA FASE A primeira fase do vestibular do meio de ano 2015 da Unesp foi aplicada no dia 17 de maio e teve 10,2% de abstenção. Os candidatos tiveram quatro horas e meia para responder 90 questões de múltipla escolha divididas igualmente em três áreas: "linguagens e códigos" (que engloba língua portuguesa, literatura, língua inglesa, educação física e arte), "ciências humanas" (história, geografia e filosofia) e "ciências da natureza e matemática" (biologia, física, matemática e química. Para professores dos principais cursinhos de São Paulo, a prova da primeira fase do vestibular exigiu boa interpretação de texto e leitura atenta por parte dos estudantes. Contudo, os docentes afirmaram que prova teve duas grandes surpresas. Primeiro, as questões de matemática e física, em especial, eram mais ligadas ao dia a dia dos candidatos. "A maior diferença foi que as perguntas de matemática estavam mais contextualizadas, com questões do cotidiano, coisa que não tinha nas outras edições", afirma Célio Tasinafo, diretor pedagógico da Oficina do Estudante.
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A pergunta do plebiscito da Grécia parece... grego
A formulação da pergunta do plebiscito sobre a dívida grega foi divulgada, e ela é um pouco confusa. Para quem não consegue ler grego, aqui está a tradução. Plebiscito do dia 5 de julho de 2015 Deveria ser aceito o plano de acordo, que foi submetido pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional no Eurogrupo de 25/06/2015 e composto por duas partes, que constituem sua proposta unificada? O primeiro documento é chamado "Reformas para a conclusão do atual programa e além" e o segundo "Análise preliminar de sustentabilidade da dívida". NÃO ACEITO / NÃO ACEITO / SIM Os dois documentos anexos —"Reformas para a conclusão do atual programa e além" e "Análise preliminar de sustentabilidade da dívida"— não parecem ser mais claros do que a questão da consulta popular. Ainda existe a questão de quando e como os eleitores terão acesso a estes documentos e se haverá economistas de primeira linha nos locais de votação para explicá-los. É claro que isso gerou piadas nas redes sociais. E, para alguns analistas político, parece estar por trás do percentual de mais de 15% de indecisos apontados pelas pesquisas de opinião e que poderão ser o fiel da balança num momento em que nem o nai (sim) nem o oxi (não) abriram vantagem significativa nas medições. Em outros países as autoridades criaram mecanismos para evitar confusões. No Canadá, por exemplo, há uma lei para impedir que questões assim sejam colocadas para a população. Depois de dois longos e complicados plebiscitos sobre a independência da província do Quebec em 1980 e 1995, a "Lei de Clareza" determinou que uma consulta popular sobre independência deve se ater a: "Você quer a independência, sim ou não?". NÃO OU SIM? Além de ser um pouco complexa, a questão do plebiscito grego coloca de forma controversa a opção "não" - apoiada pelo governo - sobre a opção "sim", o que fez algumas pessoas dizerem que a consulta está enviesada. É um formato "incomum", diz Katie Ghose, diretora-executiva da Sociedade de Reforma Eleitoral do Reino Unido. No caso do plebiscito grego, aponta Ghose, também há outra complicação: o enunciado diz "O plano deveria ser aceito" em vez de "aceito ou rejeitado". SIM OU NÃO? O referendo da Grécia não é a primeira consulta popular a ser acusada de favorecer uma das opções, e há claramente exemplos piores na história. Em 1978, depois de ser acusado pela ONU de violar direitos humanos, o general chileno Augusto Pinochet fez um referendo para saber se ela apoiava suas políticas. A opção "sim" vinha acompanhada da bandeira chilena. O "não" aparece mais abaixo junto com um retângulo preto. O resultado? Pinochet recebeu o apoio de 78,6% dos chilenos que foram às urnas. E, em 1938, Adolf Hitler fez um referendo com a seguinte pergunta ao povo da Alemanha: "Você aprova a reunificação da Áustria com o Reich alemão obtida em 13 de março de 1938 e você vota na lista de nosso Fuehrer, Adolf Hitler? A cédula tinha um formato para lá de enviesado. Hitler ganhou com 99,7%. TESTE Quando o governo britânico prepara a questão de uma consulta popular, a comissão eleitoral leva 12 semanas para testar a questão com grupos de cidadãos e, assim, eliminar qualquer confusão ou favorecimento. Um rascunho do referendo se o Reino Unido deveria deixar a União Europeia foi reescrito porque confundia a uma minoria significativa de pessoas que não sabia que o país já era membro do bloco. Além de checar seu enviesamento, também é verificada sua clareza, diz Rosie Davenport, da comissão eleitoral. "Analisamos o tamanho da pergunta. Temos critérios para o número de palavras que ela pode conter", afirma ela. "O objetivo é fazer com que a questão fique o mais clara e concisa possível, para que você não apresente um excesso de informações para o cidadão antes de ele votar." TEMPO CURTO Isso nos leva de volta à Grécia. Atenas não teve o luxo de poder testar sua pergunta por 12 semanas: seu plebiscito foi convocado no último fim de semana pelo premiê Alexis Tsipras. "A natureza emergencial desta consulta dá pouco tempo para que os argumentos de cada lado sejam preparados, e a pergunta tem muitos detalhes, essencialmente questionando os gregos se eles aceitam propostas baseadas em documentos específicos do FMI, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia", diz Ghose. Ela acredita ainda que, com tão pouco tempo para o povo se decidir, o que os políticos estão dizendo aos gregos terá mais peso no resultado do que normalmente ocorre em outras consultas. "Milhões estão de ouvidos atentos ao que os líderes dos partidos têm a dizer e basearão suas decisões nisso", afirma Ghose.
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A pergunta do plebiscito da Grécia parece... gregoA formulação da pergunta do plebiscito sobre a dívida grega foi divulgada, e ela é um pouco confusa. Para quem não consegue ler grego, aqui está a tradução. Plebiscito do dia 5 de julho de 2015 Deveria ser aceito o plano de acordo, que foi submetido pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional no Eurogrupo de 25/06/2015 e composto por duas partes, que constituem sua proposta unificada? O primeiro documento é chamado "Reformas para a conclusão do atual programa e além" e o segundo "Análise preliminar de sustentabilidade da dívida". NÃO ACEITO / NÃO ACEITO / SIM Os dois documentos anexos —"Reformas para a conclusão do atual programa e além" e "Análise preliminar de sustentabilidade da dívida"— não parecem ser mais claros do que a questão da consulta popular. Ainda existe a questão de quando e como os eleitores terão acesso a estes documentos e se haverá economistas de primeira linha nos locais de votação para explicá-los. É claro que isso gerou piadas nas redes sociais. E, para alguns analistas político, parece estar por trás do percentual de mais de 15% de indecisos apontados pelas pesquisas de opinião e que poderão ser o fiel da balança num momento em que nem o nai (sim) nem o oxi (não) abriram vantagem significativa nas medições. Em outros países as autoridades criaram mecanismos para evitar confusões. No Canadá, por exemplo, há uma lei para impedir que questões assim sejam colocadas para a população. Depois de dois longos e complicados plebiscitos sobre a independência da província do Quebec em 1980 e 1995, a "Lei de Clareza" determinou que uma consulta popular sobre independência deve se ater a: "Você quer a independência, sim ou não?". NÃO OU SIM? Além de ser um pouco complexa, a questão do plebiscito grego coloca de forma controversa a opção "não" - apoiada pelo governo - sobre a opção "sim", o que fez algumas pessoas dizerem que a consulta está enviesada. É um formato "incomum", diz Katie Ghose, diretora-executiva da Sociedade de Reforma Eleitoral do Reino Unido. No caso do plebiscito grego, aponta Ghose, também há outra complicação: o enunciado diz "O plano deveria ser aceito" em vez de "aceito ou rejeitado". SIM OU NÃO? O referendo da Grécia não é a primeira consulta popular a ser acusada de favorecer uma das opções, e há claramente exemplos piores na história. Em 1978, depois de ser acusado pela ONU de violar direitos humanos, o general chileno Augusto Pinochet fez um referendo para saber se ela apoiava suas políticas. A opção "sim" vinha acompanhada da bandeira chilena. O "não" aparece mais abaixo junto com um retângulo preto. O resultado? Pinochet recebeu o apoio de 78,6% dos chilenos que foram às urnas. E, em 1938, Adolf Hitler fez um referendo com a seguinte pergunta ao povo da Alemanha: "Você aprova a reunificação da Áustria com o Reich alemão obtida em 13 de março de 1938 e você vota na lista de nosso Fuehrer, Adolf Hitler? A cédula tinha um formato para lá de enviesado. Hitler ganhou com 99,7%. TESTE Quando o governo britânico prepara a questão de uma consulta popular, a comissão eleitoral leva 12 semanas para testar a questão com grupos de cidadãos e, assim, eliminar qualquer confusão ou favorecimento. Um rascunho do referendo se o Reino Unido deveria deixar a União Europeia foi reescrito porque confundia a uma minoria significativa de pessoas que não sabia que o país já era membro do bloco. Além de checar seu enviesamento, também é verificada sua clareza, diz Rosie Davenport, da comissão eleitoral. "Analisamos o tamanho da pergunta. Temos critérios para o número de palavras que ela pode conter", afirma ela. "O objetivo é fazer com que a questão fique o mais clara e concisa possível, para que você não apresente um excesso de informações para o cidadão antes de ele votar." TEMPO CURTO Isso nos leva de volta à Grécia. Atenas não teve o luxo de poder testar sua pergunta por 12 semanas: seu plebiscito foi convocado no último fim de semana pelo premiê Alexis Tsipras. "A natureza emergencial desta consulta dá pouco tempo para que os argumentos de cada lado sejam preparados, e a pergunta tem muitos detalhes, essencialmente questionando os gregos se eles aceitam propostas baseadas em documentos específicos do FMI, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia", diz Ghose. Ela acredita ainda que, com tão pouco tempo para o povo se decidir, o que os políticos estão dizendo aos gregos terá mais peso no resultado do que normalmente ocorre em outras consultas. "Milhões estão de ouvidos atentos ao que os líderes dos partidos têm a dizer e basearão suas decisões nisso", afirma Ghose.
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Indicado para o STF atuou no tribunal em que a mulher é juíza
O professor de direito indicado pela presidente Dilma Rousseff para ocupar uma vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Edson Fachin, atuou nos últimos anos em dezenas de processos abertos no tribunal em que sua mulher é juíza. De acordo com levantamento feito pela Folha, Fachin atuou ou ainda atua como advogado em 57 processos abertos desde 2013 no Tribunal de Justiça do Paraná, onde sua mulher, Rosana Amara Girardi Fachin, é desembargadora desde 1999. Na semana passada, ela acompanhou Fachin na peregrinação que ele fez por gabinetes do Senado para pedir apoio à sua nomeação para o Supremo. Fachin deve ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado na próxima semana. CONTROVÉRSIA Nada impede que um advogado atue num tribunal onde um parente é juiz, mas casos como o de Fachin e sua mulher têm provocado controvérsia no Judiciário por criar situações com potencial para conflitos de interesse. Filhos de ministros costumam atuar no STF e no STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas há ministros nos tribunais superiores que condenam a prática nos bastidores. A ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon, que foi ministra do STJ e se aposentou em 2013, manifestou-se várias vezes publicamente contra a atuação de filhos e parentes de ministros e desembargadores nos tribunais. Em 2012, quando se preparava para assumir a presidência do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o então ministro do Supremo Joaquim Barbosa chegou a sugerir a proibição da prática. Barbosa não levou a ideia adiante. OUTRO LADO Em nota à Folha, a assessoria de imprensa do advogado Luiz Edson Fachin afirmou que sua mulher, a desembargadora Rosana Amara Girardi Fachin, evita julgar ações em que ele ou advogados ligados a ele tenham interesse no Tribunal de Justiça do Paraná. "[Rosana] tomou a iniciativa de não só se declarar impedida, mas também deixar determinação formal no setor de distribuição do tribunal para que não fosse distribuído ao gabinete dela qualquer processo envolvendo o doutor Fachin ou qualquer advogado vinculado a ele", afirma a nota da assessoria. Fachin observou que iniciou sua carreira como advogado muito antes da chegada de sua mulher à cúpula do tribunal, atuando "há mais de 30 anos como consultor e advogado", como diz a nota. Formada pela Universidade Federal do Paraná, Rosana foi nomeada desembargadora do antigo Tribunal de Alçada do Paraná pelo então governador Jaime Lerner (PDT) em 1999, por indicação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que tem direito a um quinto das vagas na cúpula da corte. Em 2004, o tribunal se fundiu com o Tribunal de Justiça do Estado. Fachin também tem causas no STF como advogado. Entre seus clientes está o governo do Paraguai, numa disputa envolvendo a hidrelétrica de Itaipu, e também a estatal brasileira Itaipu Binacional, que administra a usina. Indagado sobre os clientes de seu escritório de advocacia, a assessoria de Fachin limitou-se a comentar que "os clientes do escritório estão claramente identificados nos processos, que são públicos". Nos casos que estão em andamento no tribunal do Paraná, Fachin atua na área do direito de família. Entre seus clientes aparecem o Estado do Paraná, uma organização de ensino técnico, um frigorífico, uma agência de viagens, vários espólios e famílias.
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Indicado para o STF atuou no tribunal em que a mulher é juízaO professor de direito indicado pela presidente Dilma Rousseff para ocupar uma vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Edson Fachin, atuou nos últimos anos em dezenas de processos abertos no tribunal em que sua mulher é juíza. De acordo com levantamento feito pela Folha, Fachin atuou ou ainda atua como advogado em 57 processos abertos desde 2013 no Tribunal de Justiça do Paraná, onde sua mulher, Rosana Amara Girardi Fachin, é desembargadora desde 1999. Na semana passada, ela acompanhou Fachin na peregrinação que ele fez por gabinetes do Senado para pedir apoio à sua nomeação para o Supremo. Fachin deve ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado na próxima semana. CONTROVÉRSIA Nada impede que um advogado atue num tribunal onde um parente é juiz, mas casos como o de Fachin e sua mulher têm provocado controvérsia no Judiciário por criar situações com potencial para conflitos de interesse. Filhos de ministros costumam atuar no STF e no STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas há ministros nos tribunais superiores que condenam a prática nos bastidores. A ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon, que foi ministra do STJ e se aposentou em 2013, manifestou-se várias vezes publicamente contra a atuação de filhos e parentes de ministros e desembargadores nos tribunais. Em 2012, quando se preparava para assumir a presidência do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o então ministro do Supremo Joaquim Barbosa chegou a sugerir a proibição da prática. Barbosa não levou a ideia adiante. OUTRO LADO Em nota à Folha, a assessoria de imprensa do advogado Luiz Edson Fachin afirmou que sua mulher, a desembargadora Rosana Amara Girardi Fachin, evita julgar ações em que ele ou advogados ligados a ele tenham interesse no Tribunal de Justiça do Paraná. "[Rosana] tomou a iniciativa de não só se declarar impedida, mas também deixar determinação formal no setor de distribuição do tribunal para que não fosse distribuído ao gabinete dela qualquer processo envolvendo o doutor Fachin ou qualquer advogado vinculado a ele", afirma a nota da assessoria. Fachin observou que iniciou sua carreira como advogado muito antes da chegada de sua mulher à cúpula do tribunal, atuando "há mais de 30 anos como consultor e advogado", como diz a nota. Formada pela Universidade Federal do Paraná, Rosana foi nomeada desembargadora do antigo Tribunal de Alçada do Paraná pelo então governador Jaime Lerner (PDT) em 1999, por indicação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que tem direito a um quinto das vagas na cúpula da corte. Em 2004, o tribunal se fundiu com o Tribunal de Justiça do Estado. Fachin também tem causas no STF como advogado. Entre seus clientes está o governo do Paraguai, numa disputa envolvendo a hidrelétrica de Itaipu, e também a estatal brasileira Itaipu Binacional, que administra a usina. Indagado sobre os clientes de seu escritório de advocacia, a assessoria de Fachin limitou-se a comentar que "os clientes do escritório estão claramente identificados nos processos, que são públicos". Nos casos que estão em andamento no tribunal do Paraná, Fachin atua na área do direito de família. Entre seus clientes aparecem o Estado do Paraná, uma organização de ensino técnico, um frigorífico, uma agência de viagens, vários espólios e famílias.
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Coleção Folha apresenta em livro variedade da culinária espanhola
No domingo (26), a Coleção Folha Cozinhas do Mundo lança livro sobre a culinária espanhola. O país de Miguel de Cervantes, conhecido pela tríade "toros, fiesta y siesta", possui um rico cruzamento de culturas que se reflete em sua cozinha. As viagens do período colonial trouxeram o milho, o cacau, o café, a batata e o tomate. Além das novidades vindas das terras americanas, a gastronomia espanhola foi influenciada pela presença das comunidades moura e dos judeus sefarditas. A união das influências estrangeiras à longa tradição nacional deu origem a uma cozinha visualmente exuberante, rica em aromas e sabores. Algumas de suas receitas mais famosas são a paella –prato que possui inúmeras variações, dependendo da região do país– e o gaspacho, uma sopa fria à base de tomates, que ajuda a matar a sede e a suportar melhor o calor, muito intenso no verão. A Espanha é uma terra de grandes pratos e de matérias-primas excepcionais. A forte presença do mar em seu território oferta peixes e frutos do mar em abundância. Mariscos, polvos e as famosas anchovas da Cantábria são preparados de diversas formas: assados, cozidos, grelhados ou salteados na panela com azeite ("a la plancha", como se diz por lá). A carne suína também tem muito destaque na cozinha espanhola. O jamón (presunto curado) e o chorizo, a linguiça nacional, são consumidos em todas as regiões do país e famosos no mundo todo. Os espanhóis são um povo boêmio, bastante sociável e usam a comida para esse fim. As receitas deste livro são um convite a viver os costumes dessa nação, compartilhando pratos deliciosos com pessoas queridas.
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Coleção Folha apresenta em livro variedade da culinária espanholaNo domingo (26), a Coleção Folha Cozinhas do Mundo lança livro sobre a culinária espanhola. O país de Miguel de Cervantes, conhecido pela tríade "toros, fiesta y siesta", possui um rico cruzamento de culturas que se reflete em sua cozinha. As viagens do período colonial trouxeram o milho, o cacau, o café, a batata e o tomate. Além das novidades vindas das terras americanas, a gastronomia espanhola foi influenciada pela presença das comunidades moura e dos judeus sefarditas. A união das influências estrangeiras à longa tradição nacional deu origem a uma cozinha visualmente exuberante, rica em aromas e sabores. Algumas de suas receitas mais famosas são a paella –prato que possui inúmeras variações, dependendo da região do país– e o gaspacho, uma sopa fria à base de tomates, que ajuda a matar a sede e a suportar melhor o calor, muito intenso no verão. A Espanha é uma terra de grandes pratos e de matérias-primas excepcionais. A forte presença do mar em seu território oferta peixes e frutos do mar em abundância. Mariscos, polvos e as famosas anchovas da Cantábria são preparados de diversas formas: assados, cozidos, grelhados ou salteados na panela com azeite ("a la plancha", como se diz por lá). A carne suína também tem muito destaque na cozinha espanhola. O jamón (presunto curado) e o chorizo, a linguiça nacional, são consumidos em todas as regiões do país e famosos no mundo todo. Os espanhóis são um povo boêmio, bastante sociável e usam a comida para esse fim. As receitas deste livro são um convite a viver os costumes dessa nação, compartilhando pratos deliciosos com pessoas queridas.
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PM prende policial flagrado por TV atirando em suspeitos caídos em SP
A Polícia Militar prendeu administrativamente o policial da Rocam (tropa motorizada da Polícia Militar) que atirou em dois suspeitos durante perseguição, na noite de terça-feira (23), no Jardim São Luís, zona sul de São Paulo. A perseguição foi mostrada ao vivo por emissoras de TV. Nas imagens, o PM aparece atirando nos suspeitos mesmo depois de eles caírem da moto. Segundo a corporação, os policiais estavam em patrulhamento quando encontraram os dois suspeitos em uma moto roubada e tentaram abordá-los. A dupla, no entanto, não obedeceu a ordem de parada e iniciou a fuga. A PM afirmou em nota que as imagens da perseguição serão avaliadas e que a Corregedoria irá investigar se os suspeitos teriam atirado contra o policial mesmo depois de caídos –conforme relato feito pelos responsáveis pela operação. Os dois suspeitos, de 16 e 17 anos, foram socorridos, mas não foram informados os estados de saúde deles. O secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmou nesta quarta que as imagens exibidas na TV são fortes e indicam que o policial praticou uma "séria irregularidade". "Nós vamos apurar [o caso]. Mas, pelas imagens, já constatamos uma séria irregularidade. Mesmo os criminosos tendo atirado, eles estavam no chão quando foram disparados os dois tiros do policial", disse o secretário.
cotidiano
PM prende policial flagrado por TV atirando em suspeitos caídos em SPA Polícia Militar prendeu administrativamente o policial da Rocam (tropa motorizada da Polícia Militar) que atirou em dois suspeitos durante perseguição, na noite de terça-feira (23), no Jardim São Luís, zona sul de São Paulo. A perseguição foi mostrada ao vivo por emissoras de TV. Nas imagens, o PM aparece atirando nos suspeitos mesmo depois de eles caírem da moto. Segundo a corporação, os policiais estavam em patrulhamento quando encontraram os dois suspeitos em uma moto roubada e tentaram abordá-los. A dupla, no entanto, não obedeceu a ordem de parada e iniciou a fuga. A PM afirmou em nota que as imagens da perseguição serão avaliadas e que a Corregedoria irá investigar se os suspeitos teriam atirado contra o policial mesmo depois de caídos –conforme relato feito pelos responsáveis pela operação. Os dois suspeitos, de 16 e 17 anos, foram socorridos, mas não foram informados os estados de saúde deles. O secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmou nesta quarta que as imagens exibidas na TV são fortes e indicam que o policial praticou uma "séria irregularidade". "Nós vamos apurar [o caso]. Mas, pelas imagens, já constatamos uma séria irregularidade. Mesmo os criminosos tendo atirado, eles estavam no chão quando foram disparados os dois tiros do policial", disse o secretário.
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Doria suspende 37 obras em 28 bairros da periferia de SP por falta de dinheiro
A gestão João Doria (PSDB) suspendeu por quatro meses pelo menos 37 obras em 28 bairros da cidade de São Paulo, todos na periferia. As suspensões foram publicadas no "Diário Oficial" da Cidade entre março e abril, segundo levantamento da reportagem. Elas atingem 18 creches, 2 escolas, 1 hospital, 6 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), 3 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e 2 CEUs (Centros de Educação Unificado), além de obras de transporte e de drenagem. A prefeitura alega falta de dinheiro. Ela não informou o valor total das obras paradas. Entre as obras suspensas está a do Hospital Municipal da Brasilândia (zona norte), que tinha um investimento inicial de R$ 209,4 milhões. A construção começou em setembro de 2015, na gestão Fernando Haddad (PT), e deveria ter sido concluída no fim do ano passado. Em novembro, a obra estava parada, segundo a gestão passada, por falta de recursos. Agora, Doria mantém a paralisação por mais 120 dias. O hospital, que terá 250 leitos, sendo 40 de UTI adulta, pediátrica e neonatal, tem só dois andares acabados. O maior número de construções suspensas é de creches: 18. Somente no Campo Limpo (zona sul), três tiveram as obras suspensas. No distrito, a fila de crianças que aguardam por uma vaga em creche chega a 3.171. Na lista de obras suspensas também estão o prolongamento da Radial Leste e melhorias no terminal de ônibus Jardim Ângela (zona sul). O secretário da Fazenda, Caio Megale, diz que o Orçamento "apertado", a queda de receita devido à crise econômica e o aumento das despesas levaram à decisão de suspender obras. "Num ambiente como este, é preciso ter critério para retomar as obras mais relevantes." Segundo Megale, a gestão pretende retomar, primeiro, obras que estão mais perto da conclusão e em regiões onde a demanda pelo serviço é maior. Não há prazo para isso. Ele diz ser normal que as obras suspensas estejam na periferia, onde há maior demanda. A gestão Haddad diz que deixou em caixa R$ 5,5 bilhões e que considera "estranho" citar problemas de Orçamento. Nesta quarta-feira (26), o prefeito Doria disse que vai pedir dinheiro para o Ministério da Educação para concluir as obras dos CEUs Freguesia do Ó e Parque Novo Mundo, ambos na zona norte, ainda neste ano.
cotidiano
Doria suspende 37 obras em 28 bairros da periferia de SP por falta de dinheiroA gestão João Doria (PSDB) suspendeu por quatro meses pelo menos 37 obras em 28 bairros da cidade de São Paulo, todos na periferia. As suspensões foram publicadas no "Diário Oficial" da Cidade entre março e abril, segundo levantamento da reportagem. Elas atingem 18 creches, 2 escolas, 1 hospital, 6 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), 3 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e 2 CEUs (Centros de Educação Unificado), além de obras de transporte e de drenagem. A prefeitura alega falta de dinheiro. Ela não informou o valor total das obras paradas. Entre as obras suspensas está a do Hospital Municipal da Brasilândia (zona norte), que tinha um investimento inicial de R$ 209,4 milhões. A construção começou em setembro de 2015, na gestão Fernando Haddad (PT), e deveria ter sido concluída no fim do ano passado. Em novembro, a obra estava parada, segundo a gestão passada, por falta de recursos. Agora, Doria mantém a paralisação por mais 120 dias. O hospital, que terá 250 leitos, sendo 40 de UTI adulta, pediátrica e neonatal, tem só dois andares acabados. O maior número de construções suspensas é de creches: 18. Somente no Campo Limpo (zona sul), três tiveram as obras suspensas. No distrito, a fila de crianças que aguardam por uma vaga em creche chega a 3.171. Na lista de obras suspensas também estão o prolongamento da Radial Leste e melhorias no terminal de ônibus Jardim Ângela (zona sul). O secretário da Fazenda, Caio Megale, diz que o Orçamento "apertado", a queda de receita devido à crise econômica e o aumento das despesas levaram à decisão de suspender obras. "Num ambiente como este, é preciso ter critério para retomar as obras mais relevantes." Segundo Megale, a gestão pretende retomar, primeiro, obras que estão mais perto da conclusão e em regiões onde a demanda pelo serviço é maior. Não há prazo para isso. Ele diz ser normal que as obras suspensas estejam na periferia, onde há maior demanda. A gestão Haddad diz que deixou em caixa R$ 5,5 bilhões e que considera "estranho" citar problemas de Orçamento. Nesta quarta-feira (26), o prefeito Doria disse que vai pedir dinheiro para o Ministério da Educação para concluir as obras dos CEUs Freguesia do Ó e Parque Novo Mundo, ambos na zona norte, ainda neste ano.
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Para quarto colocado no 'MasterChef', repescagem de Izabel foi injusta
"Não sei ser político", confessou o baiano Cristiano, quarto colocado no "MasterChef Brasil" (Band), no "TV Folha ao Vivo" desta quarta-feira (16). Torcedor declarado de Raul, ele não fez questão de esconder a frustração com a vitória de Izabel, anunciada ontem. "Se eu disser que comemorei, estarei sendo hipócrita. Eu estava torcendo para o Raul. Mas se ela ganhou, foi porque mereceu", pondera Cristiano, que chegou a ter desavenças com a campeã durante o programa. Leia mais aqui
tv
Para quarto colocado no 'MasterChef', repescagem de Izabel foi injusta"Não sei ser político", confessou o baiano Cristiano, quarto colocado no "MasterChef Brasil" (Band), no "TV Folha ao Vivo" desta quarta-feira (16). Torcedor declarado de Raul, ele não fez questão de esconder a frustração com a vitória de Izabel, anunciada ontem. "Se eu disser que comemorei, estarei sendo hipócrita. Eu estava torcendo para o Raul. Mas se ela ganhou, foi porque mereceu", pondera Cristiano, que chegou a ter desavenças com a campeã durante o programa. Leia mais aqui
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Por que não extinguir o horário de verão, questiona leitor
Termina mais um malfadado horário de verão. A quem serve esse famigerado horário? Por que não extingui-lo? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Por que não extinguir o horário de verão, questiona leitorTermina mais um malfadado horário de verão. A quem serve esse famigerado horário? Por que não extingui-lo? * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Facebook estreia ferramenta para encontrar prestadores de serviço
O Facebook estreou, sem alarde, uma ferramenta que ajuda os usuários a encontrar prestadores de serviços baseados em resenhas dos consumidores, levando-o à competição direta com serviços similares, como o Yelp. O serviço, oferecido pela rede social desde o mês passado, está disponível globalmente e pode ser acessado mesmo sem uma conta. "Estamos nos estágios inicias de testar maneiras para pessoas encontrarem páginas mais facilmente para os serviços em que estão interessados", disse o porta-voz do Facebook, Mike Manning. A rede social permite a donos de negócios criar perfis no site –são mais de 50 milhões de estabelecimentos listados; as páginas têm uma sessão em que usuários podem publicar e ler resenhas. Companhias como Yelp e Angie's List são conhecidas por serviços similares, que permitem aos usuários encontrar e classificar restaurantes e uma variedade de outros negócios.
tec
Facebook estreia ferramenta para encontrar prestadores de serviçoO Facebook estreou, sem alarde, uma ferramenta que ajuda os usuários a encontrar prestadores de serviços baseados em resenhas dos consumidores, levando-o à competição direta com serviços similares, como o Yelp. O serviço, oferecido pela rede social desde o mês passado, está disponível globalmente e pode ser acessado mesmo sem uma conta. "Estamos nos estágios inicias de testar maneiras para pessoas encontrarem páginas mais facilmente para os serviços em que estão interessados", disse o porta-voz do Facebook, Mike Manning. A rede social permite a donos de negócios criar perfis no site –são mais de 50 milhões de estabelecimentos listados; as páginas têm uma sessão em que usuários podem publicar e ler resenhas. Companhias como Yelp e Angie's List são conhecidas por serviços similares, que permitem aos usuários encontrar e classificar restaurantes e uma variedade de outros negócios.
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Geraldo Diniz Junqueira (1922-2015) - Criador de cavalos da raça manga-larga
Foi ao morar na então capital federal, o Rio de Janeiro, para estudar no extinto colégio de elite Aldridge, que o paulista de Orlândia Geraldo Diniz Junqueira pegou gosto pelos cavalos de corrida e passou a conhecer "pedigrees" e métodos de seleção. Tempos depois, de volta à terra natal e já formado engenheiro-agrônomo pela USP de Piracicaba, dedicou-se à criação da raça manga-larga. Era um incentivador do "cavalo funcional", usado em esportes ou no trabalho com o gado, por exemplo. Ao longo da vida, teve mais de mil animais, alguns de grande destaque, como Rigoni, Noruega, Hiroshima e o "campeão dos campões" Almanaque Mangalarga. Hoje ao cuidado dos filhos, a criação tem cerca de 250 cavalos. Também lidava com bois da raça nelore no Centro-Oeste e mantinha fazendas e usinas de açúcar no interior paulista. Era fundador da Carol (Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia). Foi ainda presidente do Jockey Club de Ribeirão Preto e da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo), além de secretário da Agricultura do Estado no final da década de 1970. Morreu na quinta (22), aos 92 anos, de problemas de saúde causados pela idade. Viúvo desde 2012 de Magdalena, teve quatro filhos (um já é falecido), 12 netos e 13 bisnetos. Foi enterrado no túmulo da família, em Orlândia, município fundado pelo avô Francisco Orlando. Haverá duas missas do sétimo dia: uma hoje (28/1), às 19h, na paróquia São José, em sua cidade natal, e outra na sexta (30), também às 19h, na paróquia Santa Teresinha, em Higienópolis, São Paulo. coluna.obituario@uol.com.br
cotidiano
Geraldo Diniz Junqueira (1922-2015) - Criador de cavalos da raça manga-largaFoi ao morar na então capital federal, o Rio de Janeiro, para estudar no extinto colégio de elite Aldridge, que o paulista de Orlândia Geraldo Diniz Junqueira pegou gosto pelos cavalos de corrida e passou a conhecer "pedigrees" e métodos de seleção. Tempos depois, de volta à terra natal e já formado engenheiro-agrônomo pela USP de Piracicaba, dedicou-se à criação da raça manga-larga. Era um incentivador do "cavalo funcional", usado em esportes ou no trabalho com o gado, por exemplo. Ao longo da vida, teve mais de mil animais, alguns de grande destaque, como Rigoni, Noruega, Hiroshima e o "campeão dos campões" Almanaque Mangalarga. Hoje ao cuidado dos filhos, a criação tem cerca de 250 cavalos. Também lidava com bois da raça nelore no Centro-Oeste e mantinha fazendas e usinas de açúcar no interior paulista. Era fundador da Carol (Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia). Foi ainda presidente do Jockey Club de Ribeirão Preto e da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo), além de secretário da Agricultura do Estado no final da década de 1970. Morreu na quinta (22), aos 92 anos, de problemas de saúde causados pela idade. Viúvo desde 2012 de Magdalena, teve quatro filhos (um já é falecido), 12 netos e 13 bisnetos. Foi enterrado no túmulo da família, em Orlândia, município fundado pelo avô Francisco Orlando. Haverá duas missas do sétimo dia: uma hoje (28/1), às 19h, na paróquia São José, em sua cidade natal, e outra na sexta (30), também às 19h, na paróquia Santa Teresinha, em Higienópolis, São Paulo. coluna.obituario@uol.com.br
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Café em Tóquio tem coruja para visitantes interagirem
Nos EUA, passar um tempo em um café com animais de estimação é um conceito tão exótico que as pessoas não se cansam de falar dele. No ano passado, um café que aceitava gatos tinha filas que davam volta no quarteirão. E outro café para gatos em Manhattan já está com as reservas esgotadas por mais de dois meses. Mas no Japão, cafés com gatos são só o começo. Você pode conhecer um café que tem coelhos ou outro, em Tóquio, que abriga duas cabras. E mais: não são só animais domésticos. Você também pode passar um tempo em um café segurando uma coruja. Julgando pelo quão complicado foi conseguir reservas no Fukuro no Mise ("Café de Corujas"), os cafés com corujas são uma febre no Japão tanto quanto os cafés com gatos são nos EUA. Para conseguir um lugar, visitantes tem que esperar uma hora na fila antes do estabelecimento abrir. Mas, quando eu apareci duas horas antes fui sortuda o suficiente para conseguir o último lugar numa sessão duas horas depois. Não há reembolso da taxa de US$ 17 (cerca de R$ 44), se você chegar atrasado, você perde seu lugar. Lá dentro, eu recebi uma lista com instruções detalhadas em inglês. Por exemplo, não tocar as corujas na cabeça ou nas costas. E, apesar das corujas serem muito mansas, "elas não podem ser treinadas para fazer suas necessidades em locais determinados como cachorros. Então, por favor, seja compreensivo se elas fizerem cocô em você!". A mulher no comando também deu um grande discurso e uma demonstração em japonês antes de permitir que cada convidado segurasse uma coruja. As corujas vem em vários tamanhos e espécies, de pequenas a bem grandes, incluindo um corujão-orelhudo (ou corujão-da-virgínia) com garras compridas e um bico impressionante. Cada pássaro tem uma amarra no pé, que você segura em uma mão enquanto posicionam a ave em seu braço. Macias e com olhos bem abertos, as corujas parecem calmas apesar do pequeno cômodo estar lotado. Os funcionários colocam a coruja no seu ombro ou na sua cabeça, se você preferir (eu recusei essa opção porque fui avisada que o animal ainda não controlava totalmente o momento de suas necessidades). Os funcionários também podem te ajudar caso a coruja comece a bater suas asas. Levantando sua mão para cima, no ar, usualmente faz com que o animal se acalme, mas aparentemente eu estava levantando meu braço de um jeito errado, até que um funcionário o ajeitou na posição certa. Se você achar que já aguentou demais e só quer ver as corujas com as outras pessoas, os funcionários levam a ave embora. Fotografias são proibidas em alguns dos lugares mais inusitados no Japão, mas esse não é um desses. No entanto, o uso de flash e filmar é proibido – mas nada vai te impedir de postar nas redes sociais uma foto sua segurando uma coruja, que é o desejo da maioria dos visitantes. Diferentemente de outros cafés de animais no Japão, esse lugar só leva esse nome, porque não serve comida e somente uma pequena bebida é oferecida (se conter álcool, é preciso pagar uma taxa extra). A bebida chega em um embrulho de plástico decorado com uma ilustração de coruja feita à caneta. Mas ninguém repara na sua bebida até o final da atividade, que inclui a distribuição de souvenirs. Cada item é exibido e o convidado levanta a mão quando deseja o objeto. Se muitas pessoas levantarem a mão ao mesmo tempo, decide-se através de pedra, papel ou tesoura quem vai levar o presente. Os souvenirs são álbuns de fotografia, pingentes para celular, batons e panos decoradas com corujas. OUTROS ESTABELECIMENTOS Se as corujas não são suficientes para satisfazer sua vontade de conviver com aves de rapina, também existe o Falconers Cafe ("Café de Falcões") em Mitaka, na mesma região que o Museu Ghibli, em Tóquio. Quando ele não está muito cheio, as únicas aves de lá serão as dos donos do estabelecimento – são quatro gaviões-asa-de-telha e um falcão peregrino que os visitantes não podem tocar, só vê-los. Mas donos de gaviões também visitam o estabelecimento com seus pássaros e alguns podem permitir que os visitantes toquem neles. Esse é um café de verdade, servindo pratos de um menu em inglês – o nome dos pratos são inspirados em nomes de aves de rapina. Existem outros cafés de coruja no Japão. Todos com horários de funcionamento e regras diferentes, por isso é recomendado que você procure ajuda de alguém que fale japonês para buscar nos sites e fazer ligações para os estabelecimentos. Fukuro no Mise também tem alguns horários diferentes, então é melhor você buscar no site deles, em japonês, para informações mais precisas: http://profile.ameba.jp/fukurounomise/. E enquanto o café está fora das rotas tradicionais do turismo, é fácil de localizá-lo; próximo a saída 10 da estação de metrô Tsukishima, você vai enxergar a fachada do estabelecimento coberta com pôsteres em inglês e japonês explicando o seu sistema. Uma vez com a sua reserva feita, se você tiver tempo, você pode ir para a rua ao lado e se deparar com uma antiga rua de compras com muitos restaurantes monjayaki – é a versão de Tóquio do okonomiyaki, a panqueca de carne, frutos do mar e vegetais que é preparada em uma chapa na mesa dos clientes. O café sugere que os visitantes que falam inglês visitem o estabelecimento nas sextas-feiras, quando eles têm funcionários que também falam a língua. No entanto, eu não tive nenhuma dificuldade indo em um dia diferente.
comida
Café em Tóquio tem coruja para visitantes interagiremNos EUA, passar um tempo em um café com animais de estimação é um conceito tão exótico que as pessoas não se cansam de falar dele. No ano passado, um café que aceitava gatos tinha filas que davam volta no quarteirão. E outro café para gatos em Manhattan já está com as reservas esgotadas por mais de dois meses. Mas no Japão, cafés com gatos são só o começo. Você pode conhecer um café que tem coelhos ou outro, em Tóquio, que abriga duas cabras. E mais: não são só animais domésticos. Você também pode passar um tempo em um café segurando uma coruja. Julgando pelo quão complicado foi conseguir reservas no Fukuro no Mise ("Café de Corujas"), os cafés com corujas são uma febre no Japão tanto quanto os cafés com gatos são nos EUA. Para conseguir um lugar, visitantes tem que esperar uma hora na fila antes do estabelecimento abrir. Mas, quando eu apareci duas horas antes fui sortuda o suficiente para conseguir o último lugar numa sessão duas horas depois. Não há reembolso da taxa de US$ 17 (cerca de R$ 44), se você chegar atrasado, você perde seu lugar. Lá dentro, eu recebi uma lista com instruções detalhadas em inglês. Por exemplo, não tocar as corujas na cabeça ou nas costas. E, apesar das corujas serem muito mansas, "elas não podem ser treinadas para fazer suas necessidades em locais determinados como cachorros. Então, por favor, seja compreensivo se elas fizerem cocô em você!". A mulher no comando também deu um grande discurso e uma demonstração em japonês antes de permitir que cada convidado segurasse uma coruja. As corujas vem em vários tamanhos e espécies, de pequenas a bem grandes, incluindo um corujão-orelhudo (ou corujão-da-virgínia) com garras compridas e um bico impressionante. Cada pássaro tem uma amarra no pé, que você segura em uma mão enquanto posicionam a ave em seu braço. Macias e com olhos bem abertos, as corujas parecem calmas apesar do pequeno cômodo estar lotado. Os funcionários colocam a coruja no seu ombro ou na sua cabeça, se você preferir (eu recusei essa opção porque fui avisada que o animal ainda não controlava totalmente o momento de suas necessidades). Os funcionários também podem te ajudar caso a coruja comece a bater suas asas. Levantando sua mão para cima, no ar, usualmente faz com que o animal se acalme, mas aparentemente eu estava levantando meu braço de um jeito errado, até que um funcionário o ajeitou na posição certa. Se você achar que já aguentou demais e só quer ver as corujas com as outras pessoas, os funcionários levam a ave embora. Fotografias são proibidas em alguns dos lugares mais inusitados no Japão, mas esse não é um desses. No entanto, o uso de flash e filmar é proibido – mas nada vai te impedir de postar nas redes sociais uma foto sua segurando uma coruja, que é o desejo da maioria dos visitantes. Diferentemente de outros cafés de animais no Japão, esse lugar só leva esse nome, porque não serve comida e somente uma pequena bebida é oferecida (se conter álcool, é preciso pagar uma taxa extra). A bebida chega em um embrulho de plástico decorado com uma ilustração de coruja feita à caneta. Mas ninguém repara na sua bebida até o final da atividade, que inclui a distribuição de souvenirs. Cada item é exibido e o convidado levanta a mão quando deseja o objeto. Se muitas pessoas levantarem a mão ao mesmo tempo, decide-se através de pedra, papel ou tesoura quem vai levar o presente. Os souvenirs são álbuns de fotografia, pingentes para celular, batons e panos decoradas com corujas. OUTROS ESTABELECIMENTOS Se as corujas não são suficientes para satisfazer sua vontade de conviver com aves de rapina, também existe o Falconers Cafe ("Café de Falcões") em Mitaka, na mesma região que o Museu Ghibli, em Tóquio. Quando ele não está muito cheio, as únicas aves de lá serão as dos donos do estabelecimento – são quatro gaviões-asa-de-telha e um falcão peregrino que os visitantes não podem tocar, só vê-los. Mas donos de gaviões também visitam o estabelecimento com seus pássaros e alguns podem permitir que os visitantes toquem neles. Esse é um café de verdade, servindo pratos de um menu em inglês – o nome dos pratos são inspirados em nomes de aves de rapina. Existem outros cafés de coruja no Japão. Todos com horários de funcionamento e regras diferentes, por isso é recomendado que você procure ajuda de alguém que fale japonês para buscar nos sites e fazer ligações para os estabelecimentos. Fukuro no Mise também tem alguns horários diferentes, então é melhor você buscar no site deles, em japonês, para informações mais precisas: http://profile.ameba.jp/fukurounomise/. E enquanto o café está fora das rotas tradicionais do turismo, é fácil de localizá-lo; próximo a saída 10 da estação de metrô Tsukishima, você vai enxergar a fachada do estabelecimento coberta com pôsteres em inglês e japonês explicando o seu sistema. Uma vez com a sua reserva feita, se você tiver tempo, você pode ir para a rua ao lado e se deparar com uma antiga rua de compras com muitos restaurantes monjayaki – é a versão de Tóquio do okonomiyaki, a panqueca de carne, frutos do mar e vegetais que é preparada em uma chapa na mesa dos clientes. O café sugere que os visitantes que falam inglês visitem o estabelecimento nas sextas-feiras, quando eles têm funcionários que também falam a língua. No entanto, eu não tive nenhuma dificuldade indo em um dia diferente.
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Constituição e o vale-tudo político
O Brasil está prestes a passar, mais uma vez, pela lamentável experiência de ter um chefe do Executivo impedido de suas funções devido a desvios cometidos no desempenho do cargo. O país pode se dar, no entanto, a chance de adotar melhores rumos e, no futuro, não ver repetidos os erros já cometidos. Colher os benefícios da ruptura legítima e necessária que representa a cassação de mandato de Dilma Rousseff depende do esforço e do compromisso de toda a sociedade e dos que optaram por liderá-la. Assim, será possível que a Constituição prevaleça sobre o vale-tudo político. Exemplo do tipo de problema, decorrente do vale-tudo, que espera a sociedade depois do impeachment foi dado nesta segunda (9) pelo presidente interino da Câmara, o deputado Waldir Maranhão. De forma despótica, ele anulou a sessão em que os deputados decidiram que pedaladas fiscais devem ser punidas com o impeachment. Com essa atitude, o deputado passou o recado de que a política baixa insistirá em existir. Por isso a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) exerce, de forma ativa, o papel que lhe foi atribuído pela Constituição: o de ser guardiã da própria Carta e também dos direitos e garantias individuais. A OAB não se furtou em cobrar o afastamento do deputado Eduardo Cunha e do senador Delcídio do Amaral, levando requisições ao Congresso e ao STF (Supremo Tribunal Federal). O mesmo ocorreu quando a Ordem, após ampla consulta aos representantes legítimos da advocacia, deu resposta jurídica à sociedade, afirmando que as pedaladas fiscais justificam a cassação da presidente. A OAB ainda viu outras razões para o impeachment: renúncias fiscais ilegais para a Fifa, tentativa de interferência no Judiciário e uso do cargo para beneficiar um aliado. Agora, entra em uma forte campanha sobre conscientização eleitoral. É uma forma de não discutir os problemas apenas durante crises. O deputado Waldir Maranhão pode ser desconhecido pelo grande público, mas está no terceiro mandato, tem histórico de problemas com a Justiça Eleitoral e é investigado pela Operação Lava Jato. São imensos os prejuízos causados pelo fato de Maranhão ter um mandato. Sozinho, ele decidiu afrontar a solidez das instituições. Quis ser maior do que o plenário da Câmara (que é formado por 513 deputados e aprovou o impeachment), do que o Supremo Tribunal Federal (composto por 11 ministros e que definiu as regras para a condução do processo no Congresso) e do que a comissão especial do Senado (integrada por 21 senadores titulares e 21 suplentes, também ratificou a decisão do plenário da Câmara). Já os benefícios temporários da canetada, aparentemente, são extensíveis ao grupo político contrário ao impeachment e também a especuladores que ganharam dinheiro no mercado financeiro. Inexistem na Constituição, na Lei 1.079/50 e no Regimento da Câmara as hipóteses usadas pelo deputado para justificar a anulação da sessão. Além disso, com o processo já no Senado, ele não tem competência para decidir sobre a questão. Antes de votar para prefeitos e vereadores neste ano, os eleitores devem pesquisar sobre os candidatos. É preciso cobrar coerência dos agentes públicos de forma constante, não apenas nas crises. Não é possível, por exemplo, que o próximo governo queira, como aventado pela imprensa, formar um ministério com investigados pela Lava Jato. Esse tipo de nomeação contraria as necessidades do Brasil. O resultado da sessão prevista para esta quarta (11) no Senado inaugurará um novo momento na política. Todavia, com a presidente Dilma afastada ou mantida em suas funções, os problemas do país não desaparecerão magicamente. A sociedade civil não pode deixar de ser vigilante. E a classe política terá que mostrar mais eficiência e adequação aos novos tempos. CLAUDIO LAMACHIA, 55, é presidente nacional da OAB - Ordem dos Advogados do Brasil * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Constituição e o vale-tudo políticoO Brasil está prestes a passar, mais uma vez, pela lamentável experiência de ter um chefe do Executivo impedido de suas funções devido a desvios cometidos no desempenho do cargo. O país pode se dar, no entanto, a chance de adotar melhores rumos e, no futuro, não ver repetidos os erros já cometidos. Colher os benefícios da ruptura legítima e necessária que representa a cassação de mandato de Dilma Rousseff depende do esforço e do compromisso de toda a sociedade e dos que optaram por liderá-la. Assim, será possível que a Constituição prevaleça sobre o vale-tudo político. Exemplo do tipo de problema, decorrente do vale-tudo, que espera a sociedade depois do impeachment foi dado nesta segunda (9) pelo presidente interino da Câmara, o deputado Waldir Maranhão. De forma despótica, ele anulou a sessão em que os deputados decidiram que pedaladas fiscais devem ser punidas com o impeachment. Com essa atitude, o deputado passou o recado de que a política baixa insistirá em existir. Por isso a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) exerce, de forma ativa, o papel que lhe foi atribuído pela Constituição: o de ser guardiã da própria Carta e também dos direitos e garantias individuais. A OAB não se furtou em cobrar o afastamento do deputado Eduardo Cunha e do senador Delcídio do Amaral, levando requisições ao Congresso e ao STF (Supremo Tribunal Federal). O mesmo ocorreu quando a Ordem, após ampla consulta aos representantes legítimos da advocacia, deu resposta jurídica à sociedade, afirmando que as pedaladas fiscais justificam a cassação da presidente. A OAB ainda viu outras razões para o impeachment: renúncias fiscais ilegais para a Fifa, tentativa de interferência no Judiciário e uso do cargo para beneficiar um aliado. Agora, entra em uma forte campanha sobre conscientização eleitoral. É uma forma de não discutir os problemas apenas durante crises. O deputado Waldir Maranhão pode ser desconhecido pelo grande público, mas está no terceiro mandato, tem histórico de problemas com a Justiça Eleitoral e é investigado pela Operação Lava Jato. São imensos os prejuízos causados pelo fato de Maranhão ter um mandato. Sozinho, ele decidiu afrontar a solidez das instituições. Quis ser maior do que o plenário da Câmara (que é formado por 513 deputados e aprovou o impeachment), do que o Supremo Tribunal Federal (composto por 11 ministros e que definiu as regras para a condução do processo no Congresso) e do que a comissão especial do Senado (integrada por 21 senadores titulares e 21 suplentes, também ratificou a decisão do plenário da Câmara). Já os benefícios temporários da canetada, aparentemente, são extensíveis ao grupo político contrário ao impeachment e também a especuladores que ganharam dinheiro no mercado financeiro. Inexistem na Constituição, na Lei 1.079/50 e no Regimento da Câmara as hipóteses usadas pelo deputado para justificar a anulação da sessão. Além disso, com o processo já no Senado, ele não tem competência para decidir sobre a questão. Antes de votar para prefeitos e vereadores neste ano, os eleitores devem pesquisar sobre os candidatos. É preciso cobrar coerência dos agentes públicos de forma constante, não apenas nas crises. Não é possível, por exemplo, que o próximo governo queira, como aventado pela imprensa, formar um ministério com investigados pela Lava Jato. Esse tipo de nomeação contraria as necessidades do Brasil. O resultado da sessão prevista para esta quarta (11) no Senado inaugurará um novo momento na política. Todavia, com a presidente Dilma afastada ou mantida em suas funções, os problemas do país não desaparecerão magicamente. A sociedade civil não pode deixar de ser vigilante. E a classe política terá que mostrar mais eficiência e adequação aos novos tempos. CLAUDIO LAMACHIA, 55, é presidente nacional da OAB - Ordem dos Advogados do Brasil * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Jessica Lange fotógrafa e outras quatro indicações culturais
EXPOSIÇÃO | JESSICA LANGE: FOTÓGRAFA A "Ilustríssima" fez três perguntas para a atriz de 65 anos que expõe em São Paulo suas fotografias. Museu da Imagem e do Som tel. (11) 2117-4777 | abertura ter. (10), às 20h | de ter. a sex., das 12h às 21h; sáb., das 10h às 22h; dom. e feriados, das 11h às 20h | R$ 6 (grátis às ter.) | até 5/4 Folha - Qual Jessica veio primeiro: a atriz ou a fotógrafa? Lange - Provavelmente foi a pintora, essa era minha intenção quando me matriculei na faculdade de belas artes [em 1967]. Uma das disciplinas era fotografia e assim me iniciei, com [Francisco] Paco Grande, que foi meu professor. A fotografia influencia seu trabalho de atriz? É mais ao contrário. Como atriz, é indispensável saber ocupar o espaço e o tempo. Num set, ou na vida real, fotografando, tenho que estar no que interpreto, no que vejo; essa é uma característica que deve ser levada em conta nos dois âmbitos, se não, nada acontece. O que há em comum entre cinema e fotografia? A minha experiência no cinema me permitiu cultivar certa sensibilidade à luz. Nos filmes, como em minhas fotos, a protagonista é sempre a luz, principalmente em meu trabalho no México. Essa sensibilidade vem de 35 anos de cinema. (ÚRSULA PASSOS) * LIVRO | WILLIAM FAULKNER Publicado em 1936, "Absalão, Absalão!" conta, por meio de quatro narradores, a história de Thomas Sutpen, um fazendeiro que busca ficar rico no sul do Estados Unidos na época da Guerra de Secessão. O escritor americano (1897-1962) trata, nesta obra, de questões familiares e do racismo. trad. Celso Mauro Paciornik e Julia Romeu | Cosac Naify | R$ 69,90 (352 págs.) * CINEMA | NICOLAS PHILIBERT A mostra dedicada ao documentarista francês, diretor de "Ser e Ter" (2002), exibe oito de seus longa-metragens, como "A Cidade Louvre" (1990), no qual é possível conhecer as reservas técnicas e os segredos do museu parisiense. Com exceção de "A Estação de Rádio" (2013), seu filme mais recente, sobre a Radio France, todos os títulos serão exibidos em 35mm. Centro Cultural Banco do Brasil | tel. (11) 3113-3651 programação em bb.com.br/cultura | R$ 4 | até 23/2 * EXPOSIÇÃO | 6º SALÃO DOS ARTISTAS SEM GALERIA Com seleção de Adriano Casanova, Enock Sacramento e Mario Gioia, a mostra expõe, em dois espaços, dez artistas que não tenham contrato de representação com galerias -foram 145 inscritos, de 11 Estados. O vencedor ganha prêmio de R$ 1.000 e uma individual na Orlando Lemos Galeria, em Belo Horizonte. Zipper | tel. (11) 4306-4306 de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 17h galeria Sancovsky | tel. (11) 3086-0784 | de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 18h30 | grátis | até 21/2 * MÚSICA | HEITOR VILLA-LOBOS O CD da gravação da "Sinfonia nº 10, Ameríndia" pela Osesp, com o Coro da Osesp, sob regência de Isaac Karabtchevsky, é o terceiro lançamento do projeto da orquestra que pretende gravar as 11 sinfonias do músico carioca (1887-1959). Com trechos de coro em tupi e em latim, a peça foi uma encomenda para o 400º aniversário de São Paulo, em 1954, mas só estreou em 1957. Naxos/Movieplay | R$ 35,90
ilustrissima
Jessica Lange fotógrafa e outras quatro indicações culturaisEXPOSIÇÃO | JESSICA LANGE: FOTÓGRAFA A "Ilustríssima" fez três perguntas para a atriz de 65 anos que expõe em São Paulo suas fotografias. Museu da Imagem e do Som tel. (11) 2117-4777 | abertura ter. (10), às 20h | de ter. a sex., das 12h às 21h; sáb., das 10h às 22h; dom. e feriados, das 11h às 20h | R$ 6 (grátis às ter.) | até 5/4 Folha - Qual Jessica veio primeiro: a atriz ou a fotógrafa? Lange - Provavelmente foi a pintora, essa era minha intenção quando me matriculei na faculdade de belas artes [em 1967]. Uma das disciplinas era fotografia e assim me iniciei, com [Francisco] Paco Grande, que foi meu professor. A fotografia influencia seu trabalho de atriz? É mais ao contrário. Como atriz, é indispensável saber ocupar o espaço e o tempo. Num set, ou na vida real, fotografando, tenho que estar no que interpreto, no que vejo; essa é uma característica que deve ser levada em conta nos dois âmbitos, se não, nada acontece. O que há em comum entre cinema e fotografia? A minha experiência no cinema me permitiu cultivar certa sensibilidade à luz. Nos filmes, como em minhas fotos, a protagonista é sempre a luz, principalmente em meu trabalho no México. Essa sensibilidade vem de 35 anos de cinema. (ÚRSULA PASSOS) * LIVRO | WILLIAM FAULKNER Publicado em 1936, "Absalão, Absalão!" conta, por meio de quatro narradores, a história de Thomas Sutpen, um fazendeiro que busca ficar rico no sul do Estados Unidos na época da Guerra de Secessão. O escritor americano (1897-1962) trata, nesta obra, de questões familiares e do racismo. trad. Celso Mauro Paciornik e Julia Romeu | Cosac Naify | R$ 69,90 (352 págs.) * CINEMA | NICOLAS PHILIBERT A mostra dedicada ao documentarista francês, diretor de "Ser e Ter" (2002), exibe oito de seus longa-metragens, como "A Cidade Louvre" (1990), no qual é possível conhecer as reservas técnicas e os segredos do museu parisiense. Com exceção de "A Estação de Rádio" (2013), seu filme mais recente, sobre a Radio France, todos os títulos serão exibidos em 35mm. Centro Cultural Banco do Brasil | tel. (11) 3113-3651 programação em bb.com.br/cultura | R$ 4 | até 23/2 * EXPOSIÇÃO | 6º SALÃO DOS ARTISTAS SEM GALERIA Com seleção de Adriano Casanova, Enock Sacramento e Mario Gioia, a mostra expõe, em dois espaços, dez artistas que não tenham contrato de representação com galerias -foram 145 inscritos, de 11 Estados. O vencedor ganha prêmio de R$ 1.000 e uma individual na Orlando Lemos Galeria, em Belo Horizonte. Zipper | tel. (11) 4306-4306 de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 17h galeria Sancovsky | tel. (11) 3086-0784 | de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 18h30 | grátis | até 21/2 * MÚSICA | HEITOR VILLA-LOBOS O CD da gravação da "Sinfonia nº 10, Ameríndia" pela Osesp, com o Coro da Osesp, sob regência de Isaac Karabtchevsky, é o terceiro lançamento do projeto da orquestra que pretende gravar as 11 sinfonias do músico carioca (1887-1959). Com trechos de coro em tupi e em latim, a peça foi uma encomenda para o 400º aniversário de São Paulo, em 1954, mas só estreou em 1957. Naxos/Movieplay | R$ 35,90
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Crise hídrica no Estado de SP é tema de debate da Folha
A Folha promove na terça (31), às 19h, debate sobre a situação da crise hídrica no Estado de São Paulo. Participam do evento o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, a ambientalista Marussia Whately, integrante da Aliança pela Água, organização pela segurança hídrica em São Paulo, e Antonio Carlos Zuffo, professor de engenharia hidráulica da Unicamp. O debate terá mediação de Marcelo Leite, repórter especial da Folha. O evento será no auditório do jornal (alameda Barão de Limeira, 425, Campos Elíseos). As inscrições, gratuitas e limitadas, podem ser feitas pelo e-mail eventofolha@grupofolha.com.br ou pelo telefone (11) 3224-3473 (em dias úteis, das 14h às 17h). É preciso informar nome completo e RG.
cotidiano
Crise hídrica no Estado de SP é tema de debate da FolhaA Folha promove na terça (31), às 19h, debate sobre a situação da crise hídrica no Estado de São Paulo. Participam do evento o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, a ambientalista Marussia Whately, integrante da Aliança pela Água, organização pela segurança hídrica em São Paulo, e Antonio Carlos Zuffo, professor de engenharia hidráulica da Unicamp. O debate terá mediação de Marcelo Leite, repórter especial da Folha. O evento será no auditório do jornal (alameda Barão de Limeira, 425, Campos Elíseos). As inscrições, gratuitas e limitadas, podem ser feitas pelo e-mail eventofolha@grupofolha.com.br ou pelo telefone (11) 3224-3473 (em dias úteis, das 14h às 17h). É preciso informar nome completo e RG.
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Em causa própria
BRASÍLIA - Existem muitas formas de legislar em causa própria. Nos últimos meses, o Congresso ensaiou algumas. A Câmara tentou ressuscitar a anistia ao caixa dois. O perdão salvaria dezenas de deputados das garras da Lava Jato. Os senadores aprovaram uma brecha para incluir seus parentes na lei de repatriação. Eles seriam autorizados a resgatar dinheiro não declarado no exterior. O deputado Vicente Cândido (PT-SP) teve outra ideia. Ele quer proibir a prisão de candidatos por um período de oito meses até a eleição. A proposta está no relatório da reforma política. Foi batizada de "Emenda Lula", já que parece ter sido feita sob medida para o ex-presidente. A restrição às prisões é uma regra antiga, criada pelo Código Eleitoral de 1932. O país se libertava da República Velha, em que as disputas eram decididas pelo voto de cabresto. Os coronéis controlavam a política e a polícia. Quando não conseguiam fraudar as urnas, mandavam prender o adversário às vésperas da eleição. A lei original vetou as prisões por cinco dias, salvo em caso de flagrante. Em 1950, o prazo foi ampliado para duas semanas. Para o relator da reforma política, ainda é pouco. Ele quer estender o salvo-conduto para oito meses, o que blindaria os candidatos a partir de fevereiro. Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", Cândido reconheceu que a ideia serviria ao maior líder do PT, recém-condenado a nove anos de prisão. "Lula também, como qualquer outro", disse. Ele apelou ao espírito de corpo dos deputados, que costuma unir lulistas e antilulistas. "É uma blindagem da política. Nós precisamos fazer alguma coisa", conclamou, referindo-se à Lava Jato. A reação da opinião pública deve barrar a ideia da blindagem, assim como aconteceu com a anistia ao caixa dois e a farra da repatriação. Isso não resolverá todos os problemas do relatório. O petista também propôs tirar mais de R$ 2 bilhões dos cofres públicos para bancar as campanhas de suas excelências em 2018.
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Em causa própriaBRASÍLIA - Existem muitas formas de legislar em causa própria. Nos últimos meses, o Congresso ensaiou algumas. A Câmara tentou ressuscitar a anistia ao caixa dois. O perdão salvaria dezenas de deputados das garras da Lava Jato. Os senadores aprovaram uma brecha para incluir seus parentes na lei de repatriação. Eles seriam autorizados a resgatar dinheiro não declarado no exterior. O deputado Vicente Cândido (PT-SP) teve outra ideia. Ele quer proibir a prisão de candidatos por um período de oito meses até a eleição. A proposta está no relatório da reforma política. Foi batizada de "Emenda Lula", já que parece ter sido feita sob medida para o ex-presidente. A restrição às prisões é uma regra antiga, criada pelo Código Eleitoral de 1932. O país se libertava da República Velha, em que as disputas eram decididas pelo voto de cabresto. Os coronéis controlavam a política e a polícia. Quando não conseguiam fraudar as urnas, mandavam prender o adversário às vésperas da eleição. A lei original vetou as prisões por cinco dias, salvo em caso de flagrante. Em 1950, o prazo foi ampliado para duas semanas. Para o relator da reforma política, ainda é pouco. Ele quer estender o salvo-conduto para oito meses, o que blindaria os candidatos a partir de fevereiro. Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", Cândido reconheceu que a ideia serviria ao maior líder do PT, recém-condenado a nove anos de prisão. "Lula também, como qualquer outro", disse. Ele apelou ao espírito de corpo dos deputados, que costuma unir lulistas e antilulistas. "É uma blindagem da política. Nós precisamos fazer alguma coisa", conclamou, referindo-se à Lava Jato. A reação da opinião pública deve barrar a ideia da blindagem, assim como aconteceu com a anistia ao caixa dois e a farra da repatriação. Isso não resolverá todos os problemas do relatório. O petista também propôs tirar mais de R$ 2 bilhões dos cofres públicos para bancar as campanhas de suas excelências em 2018.
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Funcionário da CPTM é acusado de abuso sexual em trem
Um funcionário da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) de 54 anos foi espancado, na manhã de ontem, após ser acusado de abusar sexualmente de uma passageira em um vagão em movimento, já perto da estação Tatuapé (zona leste). O suspeito foi preso em flagrante por estupro. Segundo a polícia, uma estudante de 18 anos estava indo para a faculdade, na linha 11-coral, quando, perto do Tatuapé, um homem começou a se esfregar nela e ejaculou em sua roupa. O trem estava lotado e a jovem gritou: "Socorro. Apertem o botão de segurança, olhem o que ele fez em mim (sic)". Nesse momento, outras passageiras a ajudaram a se afastar do acusado. Enquanto isso, homens que estavam no vagão começaram a xingar e a bater no suspeito. Ao chegar à estação Tatuapé, os passageiros o cercaram e continuaram a agressão. Houve grande tumulto. Agentes de segurança da CPTM evitaram que o suspeito fosse linchado e o encaminharam à 5ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). No local, a jovem confirmou que, pela proximidade física, teve condições de olhar atentamente para o acusado e para as roupas que ele usava e, por isso, pôde apontá-lo como agressor aos seguranças da CPTM. Ela não ficou ferida fisicamente, mas chorava muito. Na delegacia, descobriu-se que ele trabalha na companhia como agente operacional, na estação de Suzano. OUTROS CASOS No início de abril deste ano, um segurança da CPTM também foi acusado de abusar sexualmente de uma passageira. Na ocasião, um ex-presidiário que viu a cena ajudou a deter o suspeito. Já no metrô, outro caso foi registrado na manhã desta terça-feira (15), próximo à estação Praça da Árvore (linha-1 azul). Uma mulher registrou queixa contra um homem se masturbava no vagão. Ele não foi identificado. OUTRO LADO Em nota, a CPTM informou que o funcionário suspeito de abuso sexual foi demitido por "mau procedimento", que equivale à justa causa. A reportagem não teve acesso ao depoimento do acusado nem à sua defesa. O Metrô e a CPTM informaram que realizam campanhas de conscientização para evitar esse tipo de crime. Segundo o Metrô, atualmente, 89% dos acusados descritos pelas vítimas são detidos pelos agentes da empresa e encaminhados para a Delegacia do Metropolitano, órgão responsável pela investigação dos crimes no sistema de trens e metrôs de São Paulo.
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Funcionário da CPTM é acusado de abuso sexual em tremUm funcionário da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) de 54 anos foi espancado, na manhã de ontem, após ser acusado de abusar sexualmente de uma passageira em um vagão em movimento, já perto da estação Tatuapé (zona leste). O suspeito foi preso em flagrante por estupro. Segundo a polícia, uma estudante de 18 anos estava indo para a faculdade, na linha 11-coral, quando, perto do Tatuapé, um homem começou a se esfregar nela e ejaculou em sua roupa. O trem estava lotado e a jovem gritou: "Socorro. Apertem o botão de segurança, olhem o que ele fez em mim (sic)". Nesse momento, outras passageiras a ajudaram a se afastar do acusado. Enquanto isso, homens que estavam no vagão começaram a xingar e a bater no suspeito. Ao chegar à estação Tatuapé, os passageiros o cercaram e continuaram a agressão. Houve grande tumulto. Agentes de segurança da CPTM evitaram que o suspeito fosse linchado e o encaminharam à 5ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). No local, a jovem confirmou que, pela proximidade física, teve condições de olhar atentamente para o acusado e para as roupas que ele usava e, por isso, pôde apontá-lo como agressor aos seguranças da CPTM. Ela não ficou ferida fisicamente, mas chorava muito. Na delegacia, descobriu-se que ele trabalha na companhia como agente operacional, na estação de Suzano. OUTROS CASOS No início de abril deste ano, um segurança da CPTM também foi acusado de abusar sexualmente de uma passageira. Na ocasião, um ex-presidiário que viu a cena ajudou a deter o suspeito. Já no metrô, outro caso foi registrado na manhã desta terça-feira (15), próximo à estação Praça da Árvore (linha-1 azul). Uma mulher registrou queixa contra um homem se masturbava no vagão. Ele não foi identificado. OUTRO LADO Em nota, a CPTM informou que o funcionário suspeito de abuso sexual foi demitido por "mau procedimento", que equivale à justa causa. A reportagem não teve acesso ao depoimento do acusado nem à sua defesa. O Metrô e a CPTM informaram que realizam campanhas de conscientização para evitar esse tipo de crime. Segundo o Metrô, atualmente, 89% dos acusados descritos pelas vítimas são detidos pelos agentes da empresa e encaminhados para a Delegacia do Metropolitano, órgão responsável pela investigação dos crimes no sistema de trens e metrôs de São Paulo.
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Associações de comunicação e Unesco condenam violência contra jornalistas
As entidades que representam os veículos de comunicação do país entregaram nesta quinta-feira (10) ao ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, um ofício no qual cobram providências do governo para enfrentar o aumento da violência e garantir a segurança de profissionais e empresas do setor. No encontro com o ministro, realizado no Palácio do Planalto, as associações de comunicação lembraram casos recentes de agressões e depredações e pediram que o Ministério da Justiça oriente polícias militares e civis a treinarem os agentes policiais para evitarem episódios de violência contra jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas. Elas discutiram ainda a possibilidade da formulação de campanhas que ajudem a diminuir o que chamaram de "clima de acirramento" no país por conta da atual disputa política entre governo e oposição. O encontro teve as participações de representantes da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), da ANJ (Associação Nacional de Jornais), da Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) e da Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas). Segundo o presidente da Abert, Daniel Slaviero, o país tem enfrentado uma escalada de episódios de violência, nos quais jornalistas são agredidos e emissoras têm sido invadidas e depredadas. "Isso é inadmissível, atenta contra o estado de direito democrático e a liberdade de expressão.", criticou. De acordo com ele, tem havido uma interpretação equivocada de que os veículos de comunicação são protagonistas do processo político. "Eles não são, eles simplesmente informam e reportam os fatos que acontecem para a sociedade brasileira", explicou. "Toda vez que um profissional de imprensa é impedido de cobrir um fato, quem mais perde é a sociedade brasileira, que deixa de ser informada", afirmou. Em resposta, o ministro afirmou que o ofício será encaminhado à presidente Dilma Rousseff e ressaltou que o governo federal tomará as providências cabíveis. "Nós temos manifestado a preocupação do governo federal com esse ambiente de intolerância que cresce no país", afirmou. "O governo federal é contra qualquer tipo de manifestação de violência à restrição da liberdade de imprensa e da liberdade de opinião", acrescentou. Slaviero antecipou que será divulgado nos veículos de comunicação um manifesto para que sejam reforçados os equipamentos de proteção e o esquema de segurança para evitar episódios de violência contra profissionais de imprensa que cobrirem os protestos marcados para o domingo (13). REFÉNS A ANJ condenou nesta quinta-feira (10) a ação de integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra) que fez dois jornalistas reféns nesta quarta (9) no Paraná. A repórter Patrícia Sonsin e o repórter cinematográfico Davi Ferreira, ambos da TV Tarobá, emissora afiliada da Band em Cascavel (PR), foram abordados por aproximadamente 50 sem-terra armados com facões, obrigados a seguir o grupo até uma espécie de QG do movimento e mantidos lá por cerca de vinte minutos. "Em mais um episódio criminoso, os integrantes do MST atentaram contra a integridade física dos jornalistas, impediram que eles exercessem sua atividade profissional e, durante cerca de vinte minutos, os mantiveram reféns", diz nota emitida pela ANJ. "Essa escalada de agressões e violência contra o trabalho jornalístico é fruto da intolerância, autoritarismo e impunidade", declarou a associação, que pediu que autoridades investiguem o caso. Na quarta, a TV Tarobá repudiou o episódio e disse que MST feriu a liberdade de imprensa. "A equipe da Tarobá tentava se aproximar pra fazer imagens e tentar uma entrevista com alguém do MST, exatamente para que o movimento pudesse ter espaço de defesa das acusações de ocupação de fazendas naquela região", informou nota da emissora. O MST negou que tenha feito a equipe refém e diz que apenas pediu para que os repórteres deixassem o local. A liderança regional do movimento afirma que não concede entrevistas para a TV Tarobá devido ao posicionamento da emissora que, na visão do movimento, "costuma criminalizar seus integrantes".
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Associações de comunicação e Unesco condenam violência contra jornalistasAs entidades que representam os veículos de comunicação do país entregaram nesta quinta-feira (10) ao ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, um ofício no qual cobram providências do governo para enfrentar o aumento da violência e garantir a segurança de profissionais e empresas do setor. No encontro com o ministro, realizado no Palácio do Planalto, as associações de comunicação lembraram casos recentes de agressões e depredações e pediram que o Ministério da Justiça oriente polícias militares e civis a treinarem os agentes policiais para evitarem episódios de violência contra jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas. Elas discutiram ainda a possibilidade da formulação de campanhas que ajudem a diminuir o que chamaram de "clima de acirramento" no país por conta da atual disputa política entre governo e oposição. O encontro teve as participações de representantes da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), da ANJ (Associação Nacional de Jornais), da Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) e da Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas). Segundo o presidente da Abert, Daniel Slaviero, o país tem enfrentado uma escalada de episódios de violência, nos quais jornalistas são agredidos e emissoras têm sido invadidas e depredadas. "Isso é inadmissível, atenta contra o estado de direito democrático e a liberdade de expressão.", criticou. De acordo com ele, tem havido uma interpretação equivocada de que os veículos de comunicação são protagonistas do processo político. "Eles não são, eles simplesmente informam e reportam os fatos que acontecem para a sociedade brasileira", explicou. "Toda vez que um profissional de imprensa é impedido de cobrir um fato, quem mais perde é a sociedade brasileira, que deixa de ser informada", afirmou. Em resposta, o ministro afirmou que o ofício será encaminhado à presidente Dilma Rousseff e ressaltou que o governo federal tomará as providências cabíveis. "Nós temos manifestado a preocupação do governo federal com esse ambiente de intolerância que cresce no país", afirmou. "O governo federal é contra qualquer tipo de manifestação de violência à restrição da liberdade de imprensa e da liberdade de opinião", acrescentou. Slaviero antecipou que será divulgado nos veículos de comunicação um manifesto para que sejam reforçados os equipamentos de proteção e o esquema de segurança para evitar episódios de violência contra profissionais de imprensa que cobrirem os protestos marcados para o domingo (13). REFÉNS A ANJ condenou nesta quinta-feira (10) a ação de integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra) que fez dois jornalistas reféns nesta quarta (9) no Paraná. A repórter Patrícia Sonsin e o repórter cinematográfico Davi Ferreira, ambos da TV Tarobá, emissora afiliada da Band em Cascavel (PR), foram abordados por aproximadamente 50 sem-terra armados com facões, obrigados a seguir o grupo até uma espécie de QG do movimento e mantidos lá por cerca de vinte minutos. "Em mais um episódio criminoso, os integrantes do MST atentaram contra a integridade física dos jornalistas, impediram que eles exercessem sua atividade profissional e, durante cerca de vinte minutos, os mantiveram reféns", diz nota emitida pela ANJ. "Essa escalada de agressões e violência contra o trabalho jornalístico é fruto da intolerância, autoritarismo e impunidade", declarou a associação, que pediu que autoridades investiguem o caso. Na quarta, a TV Tarobá repudiou o episódio e disse que MST feriu a liberdade de imprensa. "A equipe da Tarobá tentava se aproximar pra fazer imagens e tentar uma entrevista com alguém do MST, exatamente para que o movimento pudesse ter espaço de defesa das acusações de ocupação de fazendas naquela região", informou nota da emissora. O MST negou que tenha feito a equipe refém e diz que apenas pediu para que os repórteres deixassem o local. A liderança regional do movimento afirma que não concede entrevistas para a TV Tarobá devido ao posicionamento da emissora que, na visão do movimento, "costuma criminalizar seus integrantes".
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Electrolux entrega fogão com defeito e demora a resolver, reclama leitor
O leitor Rafael Duque Lopes reclama que comprou, no começo do mês, um fogão Electrolux no site da própria fabricante, e o técnico constatou no momento da instalação que o produto estava com defeito, em curto. O funcionário chegou a emitir um laudo atestando a falha. No mesmo momento, Lopes ligou para a Electrolux pedindo a troca do produto, mas a fabricante disse que ele deveria entrar em contato com a assistência técnica. A assistência, por sua vez, disse que o cliente deveria reclamar direto com a fábrica. Depois de vários contatos, a questão não foi resolvida. O leitor não aceita o conserto e pede seu dinheiro de volta. Resposta da Electrolux - Diz que entrou em contato com o cliente e marcou data para a troca do produto. * Queixa de Vera Lucia: consulta cancelada A Prevent Senior, de planos de saúde, cancelou uma consulta da cliente alegando falta de pagamento da mensalidade. No entanto, a fatura está em dia, diz a leitora, e a consulta de seu marido não foi cancelada. Resposta da Prevent Senior - Afirma que entrou em contato com a cliente e prestou esclarecimentos. * Queixa de Cristiane Aparecida Tonetti: pagamento mínimo A dívida da leitora com o cartão de crédito Bradesco chegou a R$ 4.124. A leitora diz que não consegue pagar a dívida, que chama de injusta, e o banco se recusa a negociar a dívida. Resposta do Bradesco - Diz que prestou os devidos esclarecimentos e que está à disposição da cliente. * Queixa de Ana de Oliveira: restituição de imposto O Banco do Brasil se recusa a antecipar a restituição de imposto de renda da cliente porque ela possui dívidas em seu nome, mas o dinheiro, que o banco antecipa todo ano, seria usado justamente paga pagar essas dívidas. Resposta do Banco do Brasil - Diz que entrou em contato com a cliente para prestar-lhe esclarecimentos. * Queixa de Maria Moreira: plano de saúde A Amil cancelou o plano de saúde da cliente porque, segundo a seguradora, estava havia dois meses sem pagar –o que a leitora nega. Ela tem problemas de saúde e não pode ficar sem atendimento médico. Resposta da Amil - Afirma que entrou em contato com a leitora e lhe prestou esclarecimentos.
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Electrolux entrega fogão com defeito e demora a resolver, reclama leitorO leitor Rafael Duque Lopes reclama que comprou, no começo do mês, um fogão Electrolux no site da própria fabricante, e o técnico constatou no momento da instalação que o produto estava com defeito, em curto. O funcionário chegou a emitir um laudo atestando a falha. No mesmo momento, Lopes ligou para a Electrolux pedindo a troca do produto, mas a fabricante disse que ele deveria entrar em contato com a assistência técnica. A assistência, por sua vez, disse que o cliente deveria reclamar direto com a fábrica. Depois de vários contatos, a questão não foi resolvida. O leitor não aceita o conserto e pede seu dinheiro de volta. Resposta da Electrolux - Diz que entrou em contato com o cliente e marcou data para a troca do produto. * Queixa de Vera Lucia: consulta cancelada A Prevent Senior, de planos de saúde, cancelou uma consulta da cliente alegando falta de pagamento da mensalidade. No entanto, a fatura está em dia, diz a leitora, e a consulta de seu marido não foi cancelada. Resposta da Prevent Senior - Afirma que entrou em contato com a cliente e prestou esclarecimentos. * Queixa de Cristiane Aparecida Tonetti: pagamento mínimo A dívida da leitora com o cartão de crédito Bradesco chegou a R$ 4.124. A leitora diz que não consegue pagar a dívida, que chama de injusta, e o banco se recusa a negociar a dívida. Resposta do Bradesco - Diz que prestou os devidos esclarecimentos e que está à disposição da cliente. * Queixa de Ana de Oliveira: restituição de imposto O Banco do Brasil se recusa a antecipar a restituição de imposto de renda da cliente porque ela possui dívidas em seu nome, mas o dinheiro, que o banco antecipa todo ano, seria usado justamente paga pagar essas dívidas. Resposta do Banco do Brasil - Diz que entrou em contato com a cliente para prestar-lhe esclarecimentos. * Queixa de Maria Moreira: plano de saúde A Amil cancelou o plano de saúde da cliente porque, segundo a seguradora, estava havia dois meses sem pagar –o que a leitora nega. Ela tem problemas de saúde e não pode ficar sem atendimento médico. Resposta da Amil - Afirma que entrou em contato com a leitora e lhe prestou esclarecimentos.
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Lucas Corvacho e Jonas Lessa vencem a Escolha do Leitor
Os jovens empreendedores Jonas Lessa, 25, e Lucas Corvacho, 28, foram eleitos os preferidos do público com 24,9% dos votos na enquete Escolha do Leitor, pelo trabalho feito na Retalhar, que faz reciclagem de uniformes profissionais. O anúncio foi feito na cerimônia do Prêmio Empreendedor Social na noite desta segunda-feira (7), no Teatro Porto Seguro, em São Paulo. Jonas agradece tudo que compõe sua formação, já Lucas disse que é uma honra estar aqui frente a seis idéias que precisam e devem ser replicadas. Em categoria com patrocínio exclusivo da Fundação Banco do Brasil, os mais de 150 mil internautas engajados nas reportagens e na votação que ficou no ar durante 27 dias decidiram seu favorito entre os seis concorrentes das duas categorias. Os fundadores da Retalhar disputaram a preferência do público com os outros cinco finalistas nas duas categorias da premiação: Carlos Pereira, 38, da Livox, Cláudio Spínola, 40, da Morada da Floresta, e Tatsuo Suzuki, 67, da Magnamed (candidatos ao Empreendedor Social); além dos outros dois finalista na categoria Empreendedor de Futuro: Michael Kapps, 27, da Tá.Na.Hora, e Nina Valentini, 29, do Arredondar. FUTURO Outro vencedor foi anunciado na noite desta segunda. Nina Valentini levou o troféu do Prêmio Empreendedor Social de Futuro com seu trabalho que instituiu o arredondamento de centavos para contribuir com o custeio de ONGs e instituições do terceiro setor e que contribui para fomentar a cultura de doação no país. Na categoria, disputava, além de Jonas Lessa e Lucas Corvacho, Michael Kapps, que saiu do Vale do Silício para "tropicalizar" o sistema de saúde no Brasil com uma tecnologia de engajamento e monitoramento de pacientes, gestantes e voluntários de estudos como o da vacina da dengue via SMS. O Prêmio Empreendedor Social tem patrocínio de Coca-Cola, Vivo, IEL, uma iniciativa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), e Fundação Banco do Brasil. Conta com a LATAM como transportadora oficial e o apoio da Porto Seguro. UOL, ESPM e Fundação Dom Cabral são parceiros estratégicos. Leia nesta terça (8), na Folha, o caderno especial sobre os finalistas da edição deste ano.
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Lucas Corvacho e Jonas Lessa vencem a Escolha do LeitorOs jovens empreendedores Jonas Lessa, 25, e Lucas Corvacho, 28, foram eleitos os preferidos do público com 24,9% dos votos na enquete Escolha do Leitor, pelo trabalho feito na Retalhar, que faz reciclagem de uniformes profissionais. O anúncio foi feito na cerimônia do Prêmio Empreendedor Social na noite desta segunda-feira (7), no Teatro Porto Seguro, em São Paulo. Jonas agradece tudo que compõe sua formação, já Lucas disse que é uma honra estar aqui frente a seis idéias que precisam e devem ser replicadas. Em categoria com patrocínio exclusivo da Fundação Banco do Brasil, os mais de 150 mil internautas engajados nas reportagens e na votação que ficou no ar durante 27 dias decidiram seu favorito entre os seis concorrentes das duas categorias. Os fundadores da Retalhar disputaram a preferência do público com os outros cinco finalistas nas duas categorias da premiação: Carlos Pereira, 38, da Livox, Cláudio Spínola, 40, da Morada da Floresta, e Tatsuo Suzuki, 67, da Magnamed (candidatos ao Empreendedor Social); além dos outros dois finalista na categoria Empreendedor de Futuro: Michael Kapps, 27, da Tá.Na.Hora, e Nina Valentini, 29, do Arredondar. FUTURO Outro vencedor foi anunciado na noite desta segunda. Nina Valentini levou o troféu do Prêmio Empreendedor Social de Futuro com seu trabalho que instituiu o arredondamento de centavos para contribuir com o custeio de ONGs e instituições do terceiro setor e que contribui para fomentar a cultura de doação no país. Na categoria, disputava, além de Jonas Lessa e Lucas Corvacho, Michael Kapps, que saiu do Vale do Silício para "tropicalizar" o sistema de saúde no Brasil com uma tecnologia de engajamento e monitoramento de pacientes, gestantes e voluntários de estudos como o da vacina da dengue via SMS. O Prêmio Empreendedor Social tem patrocínio de Coca-Cola, Vivo, IEL, uma iniciativa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), e Fundação Banco do Brasil. Conta com a LATAM como transportadora oficial e o apoio da Porto Seguro. UOL, ESPM e Fundação Dom Cabral são parceiros estratégicos. Leia nesta terça (8), na Folha, o caderno especial sobre os finalistas da edição deste ano.
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Lealdades tribais dão impulso a esforço jordaniano para libertar piloto
É comum dizer que no reino hashemita da Jordânia, toda política é tribal. Isso explica em boa medida a reação do país a uma crise de reféns que envolve um piloto da força aérea jordaniana e um jornalista japonês, e inclui uma oferta da Jordânia de libertar uma extremista que está no corredor da morte, e explica também a disposição das autoridades de fingir que não viram quando manifestantes denegriram o rei diante de seu poderoso serviço de inteligência. Não se trata apenas do fato de que o primeiro-tenente Moaz al-Kasasbeh seja um jovem e bonito piloto de um caça F-16, com presença proeminente na mídia social, e do primeiro membro da coalizão internacional que está bombardeando o Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) a ser capturado pelos extremistas. Ele além disso é membro de uma tribo politicamente influente e parte de uma base crucial de apoio tribal ao rei. "A estrutura social da Jordânia é mais tribal que institucional", disse no sábado Safi Youssef al-Kasasbeh, o pai do tenente, em um diwan, ou salão social, de Amã onde estava aguardando notícias sobre o destino do filho, cercado por uma multidão sempre mutável de simpatizantes que em determinados momentos chegava às centenas de pessoas. "A coesão é muito forte, e agora sentimos que cada membro da tribo conta com o apoio de todas as tribos da Jordânia". A monarquia não só mantém boas relações com as tribos como as incluiu na estrutura do Estado ao priorizar o recrutamento de seus integrantes como membros para as forças armadas e serviços de segurança, dizem analistas. Isso é um legado do passado da Jordânia, que deixou seus oito milhões de cidadãos divididos entre os "transjordanianos", naturais do país, e os "cisjordanianos", descendentes de palestinos deslocados pela criação de Israel e pelas guerras subsequentes entre os israelenses e os vizinhos árabes da Jordânia. A maioria dos jordanianos cujas origens estão ao leste do rio Jordão pertencem a uma entre cerca de 12 tribos, grandes ou pequenas, e são vistos como inquestionavelmente leais ao reino. O clã Kasasbeh é parte da tribo Bararsheh, do sul da Jordânia. Com o desdobramento da crise, os líderes e os notáveis da tribo, sediada na cidade de Karak, correram à capital, Amã, a fim de apoiar a família do tenente Kasasbeh - e para tecer elogios ao piloto capturado. Além disso, os líderes tribais dos Bararsheh abordaram discretamente o governo e solicitaram que as autoridades ofereçam uma troca de Kasasbeh por Sajida al-Rishawi, mulher condenada por tentativa de atentado suicida que está aguardando execução. No final do mês passado, os esforços para libertar Kasasbeh se complicaram quando o EIIL subitamente ameaçou dois reféns japoneses, e em seguida divulgou um vídeo que mostrava um deles sendo decapitado. Ainda que os militantes inicialmente tenham pedido resgate, mais tarde mudaram suas exigências, pedindo a troca do segundo refém japonês por Rishawi, a mesma mulher que a tribo esperava trocar pelo piloto. Quando as autoridades japonesas anunciaram que estão trabalhando com a Jordânia para conseguir a libertação do refém - dias antes de um vídeo que parecia mostrar sua morte, no sábado -, a reação na Jordânia foi furiosa. Começaram a surgir protestos, especialmente entre os membros da tribo do piloto, e em dado momento da semana passada eles chegaram a se manifestar diante do palácio do rei Abdullah em Amã. É sinal do tratamento delicado dado às tribos que, embora os manifestantes estivessem gritando que o rei era um covarde comprado pelo dinheiro dos Estados Unidos, os serviços de inteligência e a polícia de choque jordanianos, em geral muito pró-ativos, se abstiveram de intervir. O rei Abdullah controlou a situação, em lugar disso, convidando o pai, mãe e mulher do piloto a visitar o palácio. A lealdade tribal deixa para trás até mesmo as opiniões políticas. Mustafa Rawashdeh, legislador que assinou uma petição contrária à adesão da Jordânia à coalizão que combate o EIIL, estava sentado ao lado do pai do piloto no diwan, no sábado, porque é membro da mesma tribo. Ele alertou publicamente os oposicionistas a não usar o sofrimento do piloto para ganho político. Em dado momento, havia tantos simpatizantes da tribo em Amã que a família teve de erguer uma grande tenda do lado de fora da casa para acomodar os visitantes e a mídia. O destino do piloto se tornou questão delicada que as autoridades jordanianas mal mencionaram o jornalista japonês Kenji Goto, ainda que o Japão seja um dos grandes doadores de assistência à Jordânia e que representantes do governo japonês tenham visitado Amã buscando cooperação do governo jordaniano para obter sua libertação. O EIIL por fim decidiu incluir a situação do piloto na equação, afirmando que ele seria executado em companhia de Goto se Rishawi não fosse libertada, de acordo com um vídeo atribuído aos militantes. O vídeo não disse que o piloto seria libertado - apenas que sua vida seria poupada se Rishawi fosse libertada antes de um prazo que se esgotou na quinta-feira. As autoridades jordanianas disseram que precisavam de provas de que o piloto estava vivo antes de libertar Rishawi, presa desde 2005 por envolvimento em atentados da organização Al Qaeda no Iraque contra hotéis em Amã. Depois houve silêncio quase completo das duas partes até o sábado, quando surgiu um novo vídeo que parecia mostrar Goto sendo decapitado por um militante. O destino de Kasasbeh era desconhecido, até a noite de sábado. O vídeo que parecia mostrar a morte de Goto, sábado, não fazia menção ao piloto. Mas muitos jordanianos estão preocupados com a possibilidade de que o motivo para que os militantes não fornecessem prova de que o piloto estava vivo, como solicitaram as autoridades jordaniana, era que já o tivessem executado. Tradução de PAULO MIGLIACCI
mundo
Lealdades tribais dão impulso a esforço jordaniano para libertar pilotoÉ comum dizer que no reino hashemita da Jordânia, toda política é tribal. Isso explica em boa medida a reação do país a uma crise de reféns que envolve um piloto da força aérea jordaniana e um jornalista japonês, e inclui uma oferta da Jordânia de libertar uma extremista que está no corredor da morte, e explica também a disposição das autoridades de fingir que não viram quando manifestantes denegriram o rei diante de seu poderoso serviço de inteligência. Não se trata apenas do fato de que o primeiro-tenente Moaz al-Kasasbeh seja um jovem e bonito piloto de um caça F-16, com presença proeminente na mídia social, e do primeiro membro da coalizão internacional que está bombardeando o Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) a ser capturado pelos extremistas. Ele além disso é membro de uma tribo politicamente influente e parte de uma base crucial de apoio tribal ao rei. "A estrutura social da Jordânia é mais tribal que institucional", disse no sábado Safi Youssef al-Kasasbeh, o pai do tenente, em um diwan, ou salão social, de Amã onde estava aguardando notícias sobre o destino do filho, cercado por uma multidão sempre mutável de simpatizantes que em determinados momentos chegava às centenas de pessoas. "A coesão é muito forte, e agora sentimos que cada membro da tribo conta com o apoio de todas as tribos da Jordânia". A monarquia não só mantém boas relações com as tribos como as incluiu na estrutura do Estado ao priorizar o recrutamento de seus integrantes como membros para as forças armadas e serviços de segurança, dizem analistas. Isso é um legado do passado da Jordânia, que deixou seus oito milhões de cidadãos divididos entre os "transjordanianos", naturais do país, e os "cisjordanianos", descendentes de palestinos deslocados pela criação de Israel e pelas guerras subsequentes entre os israelenses e os vizinhos árabes da Jordânia. A maioria dos jordanianos cujas origens estão ao leste do rio Jordão pertencem a uma entre cerca de 12 tribos, grandes ou pequenas, e são vistos como inquestionavelmente leais ao reino. O clã Kasasbeh é parte da tribo Bararsheh, do sul da Jordânia. Com o desdobramento da crise, os líderes e os notáveis da tribo, sediada na cidade de Karak, correram à capital, Amã, a fim de apoiar a família do tenente Kasasbeh - e para tecer elogios ao piloto capturado. Além disso, os líderes tribais dos Bararsheh abordaram discretamente o governo e solicitaram que as autoridades ofereçam uma troca de Kasasbeh por Sajida al-Rishawi, mulher condenada por tentativa de atentado suicida que está aguardando execução. No final do mês passado, os esforços para libertar Kasasbeh se complicaram quando o EIIL subitamente ameaçou dois reféns japoneses, e em seguida divulgou um vídeo que mostrava um deles sendo decapitado. Ainda que os militantes inicialmente tenham pedido resgate, mais tarde mudaram suas exigências, pedindo a troca do segundo refém japonês por Rishawi, a mesma mulher que a tribo esperava trocar pelo piloto. Quando as autoridades japonesas anunciaram que estão trabalhando com a Jordânia para conseguir a libertação do refém - dias antes de um vídeo que parecia mostrar sua morte, no sábado -, a reação na Jordânia foi furiosa. Começaram a surgir protestos, especialmente entre os membros da tribo do piloto, e em dado momento da semana passada eles chegaram a se manifestar diante do palácio do rei Abdullah em Amã. É sinal do tratamento delicado dado às tribos que, embora os manifestantes estivessem gritando que o rei era um covarde comprado pelo dinheiro dos Estados Unidos, os serviços de inteligência e a polícia de choque jordanianos, em geral muito pró-ativos, se abstiveram de intervir. O rei Abdullah controlou a situação, em lugar disso, convidando o pai, mãe e mulher do piloto a visitar o palácio. A lealdade tribal deixa para trás até mesmo as opiniões políticas. Mustafa Rawashdeh, legislador que assinou uma petição contrária à adesão da Jordânia à coalizão que combate o EIIL, estava sentado ao lado do pai do piloto no diwan, no sábado, porque é membro da mesma tribo. Ele alertou publicamente os oposicionistas a não usar o sofrimento do piloto para ganho político. Em dado momento, havia tantos simpatizantes da tribo em Amã que a família teve de erguer uma grande tenda do lado de fora da casa para acomodar os visitantes e a mídia. O destino do piloto se tornou questão delicada que as autoridades jordanianas mal mencionaram o jornalista japonês Kenji Goto, ainda que o Japão seja um dos grandes doadores de assistência à Jordânia e que representantes do governo japonês tenham visitado Amã buscando cooperação do governo jordaniano para obter sua libertação. O EIIL por fim decidiu incluir a situação do piloto na equação, afirmando que ele seria executado em companhia de Goto se Rishawi não fosse libertada, de acordo com um vídeo atribuído aos militantes. O vídeo não disse que o piloto seria libertado - apenas que sua vida seria poupada se Rishawi fosse libertada antes de um prazo que se esgotou na quinta-feira. As autoridades jordanianas disseram que precisavam de provas de que o piloto estava vivo antes de libertar Rishawi, presa desde 2005 por envolvimento em atentados da organização Al Qaeda no Iraque contra hotéis em Amã. Depois houve silêncio quase completo das duas partes até o sábado, quando surgiu um novo vídeo que parecia mostrar Goto sendo decapitado por um militante. O destino de Kasasbeh era desconhecido, até a noite de sábado. O vídeo que parecia mostrar a morte de Goto, sábado, não fazia menção ao piloto. Mas muitos jordanianos estão preocupados com a possibilidade de que o motivo para que os militantes não fornecessem prova de que o piloto estava vivo, como solicitaram as autoridades jordaniana, era que já o tivessem executado. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Palmeiras corre risco de perder mando por briga em Montevidéu
A pancadaria generalizada em Montevidéu após a vitória por 3 a 2 do Palmeiras sobre o Peñarol, na quarta-feira (26), pode custar caro aos brasileiros. Segundo os artigos do "Regulamento Disciplinar" da Conmebol e com base no histórico recente de punições da entidade, o time corre risco de perder mandos de campo no Allianz Parque, ainda que a confusão tenha acontecido no estádio Campeón del Siglo, no Uruguai. Além disso, o volante Felipe Melo foi flagrado dando um soco no jogador Matias Mier e pode ser suspenso até o fim desta Libertadores. À Folha, a assessoria de imprensa da Conmebol disse que o relatório do jogo elaborado pela arbitragem já está em posse do tribunal de disciplina da entidade. Segundo o presidente do órgão, o brasileiro Caio Cesar Rocha, será instaurado um processo, as partes terão prazos específicos para elaborarem suas defesas e o tribunal, então, julgará o ocorrido. De acordo com ele, o processo todo deve durar entre 20 e 30 dias. Com isso, as possíveis penas só serão definidas após a próxima rodada da Libertadores. Na quarta-feira (3), o Palmeiras enfrentará o Jorge Wilstermann, da Bolívia. O time brasileiro tem interesse em acelerar o andamento do processo, já que está praticamente classificado para a próxima fase e, em caso de punições, gostaria de cumpri-las já na fase de grupos. O regulamento da Conmebol diz que "em casos de agressão coletiva ou tumulto em que não seja possível identificar os autores, o órgão disciplinar sancionará a associação ou o clube ao qual pertencem os agressores". Nesse caso, as possíveis punições são radicais: jogar uma ou mais partidas de portões fechados, a proibição de jogar em determinado estádio, a cessão dos pontos da partida, entre outras. Batalha de Montevidéu Com base no histórico da entidade, é pouco provável que o Palmeiras seja punido. Por outro lado, a entidade está sob nova direção, o que pode implicar em um entendimento mais rigoroso. Já Felipe Melo pode ser enquadrado no artigo 10 do primeiro capítulo do "Regulamento Disciplinar", que prevê punição de no mínimo três partidas para comportamentos como "agredir jogadores ou quaisquer outras pessoas em campo". Caso o tribunal disciplinar considere "grave" a agressão, a pena mínima subirá para cinco jogos. Há também a possibilidade de que ele seja punido por um período determinado, o que poderia resultar em uma suspensão superior a cinco jogos. Ainda no Uruguai, o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, o diretor de futebol, Alexandre Mattos, e outros diretores do clube definiram uma estratégia de defesa de Melo: o time foi alvo de uma "tocaia" orquestrada pelo Peñarol e o volante apenas se defendeu quando foi acuado por agressores. O mesmo plano será adotado para explicar o comportamento de seus torcedores na arquibancada. Como evidência, o clube deve apresentar um vídeo que mostra o início da confusão. Nele, é possível ver um jogador do Peñarol indo até Felipe Melo para puxá-lo após o fim do jogo. Outros uruguaios se aproximam e o volante se afasta. A confusão aumenta quando outros palmeirenses tentam protegê-lo. video Nesta quinta (27), centenas de palmeirenses foram ao aeroporto de Guarulhos para recepcionar como heróis os jogadores do clube. Felipe Melo, Willian e Alexandre Mattos foram bastante festejados. "Foi premeditado: pouca polícia, fecharam os portões, sem segurança. Queriam que a gente ficasse exposto em campo para agredirem. Corri para perto do Felipe e tomei um soco", disse Willian, com o rosto machucado. VIOLÊNCIA Ao fim do jogo, jogadores de Palmeiras e Peñarol trocaram agressões. O volante Felipe Melo, que no passado deu declaração polêmica sobre uruguaios, deu um soco no rosto de jogador adversário. Segundo informações do canal SporTV, o goleiro Fernando Prass saiu de campo com a boca sangrando e Willian teve ferimentos no rosto. Nas arquibancadas, torcedores uruguaios tentaram invadir o setor em que estavam os palmeirenses e atiraram objetos como latas de lixo e pedaços de metal. Briga
esporte
Palmeiras corre risco de perder mando por briga em MontevidéuA pancadaria generalizada em Montevidéu após a vitória por 3 a 2 do Palmeiras sobre o Peñarol, na quarta-feira (26), pode custar caro aos brasileiros. Segundo os artigos do "Regulamento Disciplinar" da Conmebol e com base no histórico recente de punições da entidade, o time corre risco de perder mandos de campo no Allianz Parque, ainda que a confusão tenha acontecido no estádio Campeón del Siglo, no Uruguai. Além disso, o volante Felipe Melo foi flagrado dando um soco no jogador Matias Mier e pode ser suspenso até o fim desta Libertadores. À Folha, a assessoria de imprensa da Conmebol disse que o relatório do jogo elaborado pela arbitragem já está em posse do tribunal de disciplina da entidade. Segundo o presidente do órgão, o brasileiro Caio Cesar Rocha, será instaurado um processo, as partes terão prazos específicos para elaborarem suas defesas e o tribunal, então, julgará o ocorrido. De acordo com ele, o processo todo deve durar entre 20 e 30 dias. Com isso, as possíveis penas só serão definidas após a próxima rodada da Libertadores. Na quarta-feira (3), o Palmeiras enfrentará o Jorge Wilstermann, da Bolívia. O time brasileiro tem interesse em acelerar o andamento do processo, já que está praticamente classificado para a próxima fase e, em caso de punições, gostaria de cumpri-las já na fase de grupos. O regulamento da Conmebol diz que "em casos de agressão coletiva ou tumulto em que não seja possível identificar os autores, o órgão disciplinar sancionará a associação ou o clube ao qual pertencem os agressores". Nesse caso, as possíveis punições são radicais: jogar uma ou mais partidas de portões fechados, a proibição de jogar em determinado estádio, a cessão dos pontos da partida, entre outras. Batalha de Montevidéu Com base no histórico da entidade, é pouco provável que o Palmeiras seja punido. Por outro lado, a entidade está sob nova direção, o que pode implicar em um entendimento mais rigoroso. Já Felipe Melo pode ser enquadrado no artigo 10 do primeiro capítulo do "Regulamento Disciplinar", que prevê punição de no mínimo três partidas para comportamentos como "agredir jogadores ou quaisquer outras pessoas em campo". Caso o tribunal disciplinar considere "grave" a agressão, a pena mínima subirá para cinco jogos. Há também a possibilidade de que ele seja punido por um período determinado, o que poderia resultar em uma suspensão superior a cinco jogos. Ainda no Uruguai, o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, o diretor de futebol, Alexandre Mattos, e outros diretores do clube definiram uma estratégia de defesa de Melo: o time foi alvo de uma "tocaia" orquestrada pelo Peñarol e o volante apenas se defendeu quando foi acuado por agressores. O mesmo plano será adotado para explicar o comportamento de seus torcedores na arquibancada. Como evidência, o clube deve apresentar um vídeo que mostra o início da confusão. Nele, é possível ver um jogador do Peñarol indo até Felipe Melo para puxá-lo após o fim do jogo. Outros uruguaios se aproximam e o volante se afasta. A confusão aumenta quando outros palmeirenses tentam protegê-lo. video Nesta quinta (27), centenas de palmeirenses foram ao aeroporto de Guarulhos para recepcionar como heróis os jogadores do clube. Felipe Melo, Willian e Alexandre Mattos foram bastante festejados. "Foi premeditado: pouca polícia, fecharam os portões, sem segurança. Queriam que a gente ficasse exposto em campo para agredirem. Corri para perto do Felipe e tomei um soco", disse Willian, com o rosto machucado. VIOLÊNCIA Ao fim do jogo, jogadores de Palmeiras e Peñarol trocaram agressões. O volante Felipe Melo, que no passado deu declaração polêmica sobre uruguaios, deu um soco no rosto de jogador adversário. Segundo informações do canal SporTV, o goleiro Fernando Prass saiu de campo com a boca sangrando e Willian teve ferimentos no rosto. Nas arquibancadas, torcedores uruguaios tentaram invadir o setor em que estavam os palmeirenses e atiraram objetos como latas de lixo e pedaços de metal. Briga
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Festival do peixe em Lisboa contará com participação do chef Joan Roca
Festival do peixe em Lisboa terá Joan Roca Começa no dia 9 de abril o festival Peixe em Lisboa, na capital portuguesa. Durante o evento, que vai até 19 de abril, restaurantes criam pratos com peixes da costa portuguesa. No Pátio da Galé, visitantes podem ainda fazer aulas de cozinha e assistir a palestras. O chef espanhol Joan Roca e o carioca Rafael Costa e Silva, do Lasai, estão entre os participantes. Os ingressos custam € 15 (R$ 52). Saiba mais no site peixemlisboa.com. * Agência cria roteiro para Dia dos Namorados A Cavalgadas Brasil lançou um passeio especial para o Dia dos Namorados pelas praias de Trancoso e Caraíva, na Bahia. O passeio, entre os dias 12 e 15 de junho, conta com dois dias de cavalgada de experiência nível intermediário e cruza rios e trechos de mata atlântica. O pacote, que inclui hospedagem, refeições e um jantar especial pela data, custa a partir de R$ 1.950 por pessoa, sem aéreo. Mais informações em cavalgadasbrasil.com.br. * FOTO DO LEITOR VIENA Marilda Souza, 63, esteve na capital austríaca e registrou o Staatsoper, onde funciona a Ópera de Viena; 'A cidade é caríssima, mas muito elegante', diz a aposentada * GULOSEIMAS PELO MUNDO CENTOLLA Prato típico da culinária chilena, este caranguejo gigante das águas geladas do Pacífico pode ser encontrado no Mercado Central de Santiago * LANÇAMENTOS PARIS PRA VOCÊ O guia feito pela blogueira Lelê Saddi é divido por temas e traz um índice com as atrações de cada bairro AUTORA Lelê Saddi EDITORA Pulp QUANTO R$ 45 (256 págs.) O GUIA SECRETO DE BUENOS AIRES O livro reúne 111 histórias e lendas urbanas de lugares misteriosos e curiosos de Buenos Aires AUTOR Duda Teixeira EDITORA Record QUANTO R$ 39 (208 págs.) * AGENDA 2 de ABRIL Abrem as inscrições para a viagem fotográfica para Nova York promovida pela escola Panamericana; a expedição ocorre de 2 a 9 de julho, com 12 vagas e custa US$ 2.450 (R$ 7.910) com hospedagem, sem a parte aérea (bit.ly/nyviagem2015) 16 de ABRIL O parque aquático SeaWorld, em Orlando, nos Estados Unidos, estreia show com os leões-marinhos Clyde e Seamore, estrelas do complexo; o ingresso para o parque custa a partir de US$ 75 (R$ 244; seaworldparks.com)
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Festival do peixe em Lisboa contará com participação do chef Joan RocaFestival do peixe em Lisboa terá Joan Roca Começa no dia 9 de abril o festival Peixe em Lisboa, na capital portuguesa. Durante o evento, que vai até 19 de abril, restaurantes criam pratos com peixes da costa portuguesa. No Pátio da Galé, visitantes podem ainda fazer aulas de cozinha e assistir a palestras. O chef espanhol Joan Roca e o carioca Rafael Costa e Silva, do Lasai, estão entre os participantes. Os ingressos custam € 15 (R$ 52). Saiba mais no site peixemlisboa.com. * Agência cria roteiro para Dia dos Namorados A Cavalgadas Brasil lançou um passeio especial para o Dia dos Namorados pelas praias de Trancoso e Caraíva, na Bahia. O passeio, entre os dias 12 e 15 de junho, conta com dois dias de cavalgada de experiência nível intermediário e cruza rios e trechos de mata atlântica. O pacote, que inclui hospedagem, refeições e um jantar especial pela data, custa a partir de R$ 1.950 por pessoa, sem aéreo. Mais informações em cavalgadasbrasil.com.br. * FOTO DO LEITOR VIENA Marilda Souza, 63, esteve na capital austríaca e registrou o Staatsoper, onde funciona a Ópera de Viena; 'A cidade é caríssima, mas muito elegante', diz a aposentada * GULOSEIMAS PELO MUNDO CENTOLLA Prato típico da culinária chilena, este caranguejo gigante das águas geladas do Pacífico pode ser encontrado no Mercado Central de Santiago * LANÇAMENTOS PARIS PRA VOCÊ O guia feito pela blogueira Lelê Saddi é divido por temas e traz um índice com as atrações de cada bairro AUTORA Lelê Saddi EDITORA Pulp QUANTO R$ 45 (256 págs.) O GUIA SECRETO DE BUENOS AIRES O livro reúne 111 histórias e lendas urbanas de lugares misteriosos e curiosos de Buenos Aires AUTOR Duda Teixeira EDITORA Record QUANTO R$ 39 (208 págs.) * AGENDA 2 de ABRIL Abrem as inscrições para a viagem fotográfica para Nova York promovida pela escola Panamericana; a expedição ocorre de 2 a 9 de julho, com 12 vagas e custa US$ 2.450 (R$ 7.910) com hospedagem, sem a parte aérea (bit.ly/nyviagem2015) 16 de ABRIL O parque aquático SeaWorld, em Orlando, nos Estados Unidos, estreia show com os leões-marinhos Clyde e Seamore, estrelas do complexo; o ingresso para o parque custa a partir de US$ 75 (R$ 244; seaworldparks.com)
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Palocci foi protagonista durante os governos do PT
Desde 1988, quando foi eleito vereador em Ribeirão Preto –onde nasceu e se formou como médico–, Antonio Palocci, 56, construiu uma trajetória sempre ligada ao PT, que ele ajudou a fundar em 1980. Nesta quarta-feira (6), ele afirmou ao juiz Sergio Moro que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalizou um "pacto de sangue" no qual a Odebrecht se comprometeu a pagar R$ 300 milhões em propinas ao PT entre o final do governo Lula e os primeiros anos do governo Dilma, segundo seus advogados. Palocci ganhou destaque no partido em 1992, quando foi eleito prefeito de Ribeirão Preto. Em 1998, tornou-se deputado federal por São Paulo. Em 2002, foi alçado ao protagonismo no partido ao coordenar o programa de governo da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Coordenou a "Carta ao Povo Brasileiro", com sinalização pró-mercado do PT. Com a vitória, foi nomeado ministro da Fazenda, ocupando função de estabelecer diálogo com o empresariado, que, temeroso diante da possibilidade de radicalização, foi tranquilizado pela postura moderada de Palocci na economia. Palocci foi acusado, em 2006, de se encontrar com empresários para fazer lobby numa casa do Lago Sul, zona nobre de Brasília, alugada por seus assessores mais próximos. Ele sempre negou ter participado desses encontros. Mas o caseiro Francenildo dos Santos Costa, que cuidava do imóvel, disse ter visto o ministro em eventos no local. Logo após o depoimento, o blog da revista "Época" publicou reportagem que mostrava um extrato da conta do caseiro na Caixa Econômica Federal, que apontava R$ 35 mil em depósitos em seu favor. Francenildo ganhava pouco mais de R$ 500 de salário. Os parlamentares da base do governo Lula acusaram o caseiro de ter recebido dinheiro da oposição para depor contra Palocci. Não demorou para que se percebesse que na divulgação do extrato da conta do caseiro havia uma ilegalidade: a quebra de sigilo bancário sem autorização judicial. Palocci foi chamado a explicar a ilegalidade, mas nunca deu uma resposta satisfatória para o caso e perdeu o cargo de ministro. Em 2011, também ocupou cargo no governo Dilma Rousseff, mas não durou seis meses como ministro da Casa Civil. Ele pediu afastamento após a Folha revelar que ele havia multiplicado o patrimônio por 20 com sua empresa de consultoria.
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Palocci foi protagonista durante os governos do PTDesde 1988, quando foi eleito vereador em Ribeirão Preto –onde nasceu e se formou como médico–, Antonio Palocci, 56, construiu uma trajetória sempre ligada ao PT, que ele ajudou a fundar em 1980. Nesta quarta-feira (6), ele afirmou ao juiz Sergio Moro que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalizou um "pacto de sangue" no qual a Odebrecht se comprometeu a pagar R$ 300 milhões em propinas ao PT entre o final do governo Lula e os primeiros anos do governo Dilma, segundo seus advogados. Palocci ganhou destaque no partido em 1992, quando foi eleito prefeito de Ribeirão Preto. Em 1998, tornou-se deputado federal por São Paulo. Em 2002, foi alçado ao protagonismo no partido ao coordenar o programa de governo da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Coordenou a "Carta ao Povo Brasileiro", com sinalização pró-mercado do PT. Com a vitória, foi nomeado ministro da Fazenda, ocupando função de estabelecer diálogo com o empresariado, que, temeroso diante da possibilidade de radicalização, foi tranquilizado pela postura moderada de Palocci na economia. Palocci foi acusado, em 2006, de se encontrar com empresários para fazer lobby numa casa do Lago Sul, zona nobre de Brasília, alugada por seus assessores mais próximos. Ele sempre negou ter participado desses encontros. Mas o caseiro Francenildo dos Santos Costa, que cuidava do imóvel, disse ter visto o ministro em eventos no local. Logo após o depoimento, o blog da revista "Época" publicou reportagem que mostrava um extrato da conta do caseiro na Caixa Econômica Federal, que apontava R$ 35 mil em depósitos em seu favor. Francenildo ganhava pouco mais de R$ 500 de salário. Os parlamentares da base do governo Lula acusaram o caseiro de ter recebido dinheiro da oposição para depor contra Palocci. Não demorou para que se percebesse que na divulgação do extrato da conta do caseiro havia uma ilegalidade: a quebra de sigilo bancário sem autorização judicial. Palocci foi chamado a explicar a ilegalidade, mas nunca deu uma resposta satisfatória para o caso e perdeu o cargo de ministro. Em 2011, também ocupou cargo no governo Dilma Rousseff, mas não durou seis meses como ministro da Casa Civil. Ele pediu afastamento após a Folha revelar que ele havia multiplicado o patrimônio por 20 com sua empresa de consultoria.
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'Não é por que eu estou pelada que eu não mereço respeito', diz Cleo Pires
'Não é por que eu estou pelada que eu não mereço respeito', afirma Cleo Pires, 33. Ela refere-se à campanha de conscientização contra a cultura do estupro da qual participa."Essa mentalidade de culpar a vítima me irrita", diz a atriz.Acostumada a ouvir elogios, Cleo diz ficar constrangida na maioria das vezes, "mas o ego vai lá em cima", confessa.Convidada desta edição do "Pensando Alto", programa da "TV Folha" que traz conversas com artistas e personalidades sobre a subjetividade do dia a dia, ela conta que é desorganizada e que aprendeu a ser "mais egoísta".Brincalhona, Cléo afirma que seu "medo superficial do momento" é fracassar no Snapchat.
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'Não é por que eu estou pelada que eu não mereço respeito', diz Cleo Pires'Não é por que eu estou pelada que eu não mereço respeito', afirma Cleo Pires, 33. Ela refere-se à campanha de conscientização contra a cultura do estupro da qual participa."Essa mentalidade de culpar a vítima me irrita", diz a atriz.Acostumada a ouvir elogios, Cleo diz ficar constrangida na maioria das vezes, "mas o ego vai lá em cima", confessa.Convidada desta edição do "Pensando Alto", programa da "TV Folha" que traz conversas com artistas e personalidades sobre a subjetividade do dia a dia, ela conta que é desorganizada e que aprendeu a ser "mais egoísta".Brincalhona, Cléo afirma que seu "medo superficial do momento" é fracassar no Snapchat.
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Venezuelanos fazem panelaço durante evento com Maduro
Moradores da ilha de Margarita, no norte da Venezuela, fizeram um panelaço durante uma visita do presidente Nicolás Maduro à cidade na noite de sexta-feira (2). Vídeos publicados na internet mostram manifestantes gritando e batendo panelas enquanto o presidente venezuelano caminha pela rua cercado também por simpatizantes. Maduro foi à ilha para inaugurar unidades de um programa habitacional e discursou contra seus opositores, que defendem a realização de um referendo revogatório para tirá-lo do poder. Segundo o jornal "El Universal", depois do evento oficial, Maduro desceu de seu carro e caminhou praticamente sem escolta. Ele teria discutido com manifestantes. O advogado Alfredo Romero, da ONG Fórum Penal, afirmou que cerca de 30 pessoas foram detidas após os protestos. Segundo o "El Universal", todos eles foram soltos. O opositor Henrique Caprilles falou em um canal oficial que Maduro foi "posto para correr". O governo não comentou o episódio. O protesto ocorreu um dia após uma marcha organizada pela oposição nas ruas de Caracas exigindo a realização do referendo revogatório neste ano ter reunido centenas de milhares de pessoas. Enfraquecido por uma grave crise econômica e de abastecimento que atingem o país, o governo Maduro tenta adiar a votação para 2017. Se o referendo for realizado neste ano e Maduro perder, serão convocadas novas eleições. Se isso ocorrer após 10 de janeiro, o vice assumiria.
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Venezuelanos fazem panelaço durante evento com MaduroMoradores da ilha de Margarita, no norte da Venezuela, fizeram um panelaço durante uma visita do presidente Nicolás Maduro à cidade na noite de sexta-feira (2). Vídeos publicados na internet mostram manifestantes gritando e batendo panelas enquanto o presidente venezuelano caminha pela rua cercado também por simpatizantes. Maduro foi à ilha para inaugurar unidades de um programa habitacional e discursou contra seus opositores, que defendem a realização de um referendo revogatório para tirá-lo do poder. Segundo o jornal "El Universal", depois do evento oficial, Maduro desceu de seu carro e caminhou praticamente sem escolta. Ele teria discutido com manifestantes. O advogado Alfredo Romero, da ONG Fórum Penal, afirmou que cerca de 30 pessoas foram detidas após os protestos. Segundo o "El Universal", todos eles foram soltos. O opositor Henrique Caprilles falou em um canal oficial que Maduro foi "posto para correr". O governo não comentou o episódio. O protesto ocorreu um dia após uma marcha organizada pela oposição nas ruas de Caracas exigindo a realização do referendo revogatório neste ano ter reunido centenas de milhares de pessoas. Enfraquecido por uma grave crise econômica e de abastecimento que atingem o país, o governo Maduro tenta adiar a votação para 2017. Se o referendo for realizado neste ano e Maduro perder, serão convocadas novas eleições. Se isso ocorrer após 10 de janeiro, o vice assumiria.
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Após ter de provar ser paraolímpico, André Brasil promete ouro no nado
Na infância, ele era o último a ser escolhido para o time de futebol. Seu nível como jogador de basquete era razoável, mas nem assim estava entre os preferidos para ser titular. Na água, o cenário era diferente. Quando estava em seu habitat preferido, André Brasil se transformava. Ali, todos queriam tê-lo na equipe. As primeiras braçadas aconteceram como trabalho de reabilitação. Até os oito anos, era só brincadeira. Uma atividade que o ajudou a aprender a se locomover melhor. André, 32, teve paralisia infantil. Passou por sete cirurgias e não precisa usar cadeira de rodas. Tem uma perna mais fina e 5 cm mais curta do que a outra. Num pé, calça 43, no outro, 36. A veia de atleta começou a surgir aos nove anos, quando a técnica Simone, de uma academia do Méier, no Rio, o chamou para integrar a equipe de nadadores. O que era brincadeira se transformou em treinos diários, e ele começou a se destacar. "Na minha primeira competição, contra atletas mais velhos, fiquei em terceiro. Aquilo foi extraordinário. Na piscina, eu podia ser comparado com qualquer pessoa porque não me viam com deficiência", diz. Aos 20 anos, já um atleta de certo destaque no país, ele assistiu à Paraolimpíada de Atenas-2004 e se encantou com o desempenho de Clodoaldo Silva, que ganhou seis ouros na competição. No ano seguinte, André entrou para o esporte adaptado e começou a competir contra atletas com deficiência. No primeiro torneio, quebrou o recorde mundial dos 50 m livre. Pouco depois, foi considerado inelegível para o esporte, ou seja, não poderia mais competir em eventos paraolímpicos pois achavam que sua deficiência não se encaixava nesse tipo de disputa. Decidiu brigar por seu lugar. "Foi uma grande virada na minha vida. Na escola, eu escondia a deficiência embaixo da calça. Em 2005, eu tive de mostrar para todo mundo e lutar para provar que ali era meu lugar", disse. "A entrada no esporte paraolímpico foi um processo de aceitação. De entender que eu tinha uma bandeira a levantar." André faz parte da equipe que é um dos carros-chefe do país na Paraolimpíada do Rio. Nos Jogos passados, em Londres, o Brasil teve uma das melhores campanhas da história: sétimo lugar, com 43 medalhas, sendo 21 delas de ouro. A natação foi uma das grandes responsáveis pelo sucesso, com nove medalhas de ouro, conquistas por dois atletas: Daniel Dias (seis) e André Brasil (três). Para entrar no time da Rio-2016, os atletas tiveram de atingir ao menos uma vez o índice estipulado neste ano. Os nadadores têm como meta melhorar o desempenho de Londres-2012, quando além dos nove ouros, o país conquistou quatro pratas e um bronze. André sabe que não é mais um garoto e tem cuidado mais do corpo. "Já sofri mais. Hoje, busco mais felicidade. Tomar um vinho ou uma cerveja de vez em quando tudo bem, mas é um e acabou. No dia seguinte, tenho de estar bem." Evita comer alimentos gordurosos, chegou a cortar o leite da dieta, mas voltou a tomar porque estava com deficiência de cálcio.Os treinos vão de segunda a sábado. Por causa dos problemas físicos recentes, ele ainda sente dor. "Ela é minha amante", brinca. O trabalho de fortalecimento da parte abdominal é constante. Ele também não se priva de trabalhar com peso, mesmo com hérnias cervicais e lombares: faz levantamento olímpico, semelhante ao visto na Olimpíada. Quando conseguiu mostrar que deveria competir entre os atletas deficientes, André logo começou a se destacar e colocar seu nome junto aos dos melhores do mundo. Ganhou dez medalhas nas Paraolimpíadas de Pequim-2008 e Londres-2012. A fase de aceitação estava superada. Em 2014, no entanto, novas dúvidas surgiram. Dessa vez, ele não sabia se seu corpo iria aguentar: se machucou e descobriu que tinha cinco hérnias. "Eu achei que já tinha dado tudo o que podia [à natação], que não conseguiria mais competir", diz ele. Lidar com a dor era um problema, acreditar que poderia vencê-la era outro muito maior. André contou com a ajuda de uma psicóloga para pôr o problema em perspectiva. "Ela disse que eu já tinha me superado muitas vezes, por que não tentar de novo?", relembra. E lá foi ele. Depois de nove meses de reabilitação, conseguiu conviver melhor com a dor e foi para o Mundial de 2015. Voltou com cinco medalhas. Para controlar a ansiedade, o atleta faz trabalhos de respiração e relaxamento. Também busca se inspirar em esportistas que estão ficando mais velhos e continuam com um bom desempenho. Quando hesita, pensa no nadador norte-americano Michael Phelps, 31, dono de 28 medalhas em olimpíadas, e no brasileiro Daniel Dias, 28, multicampeão paraolímpico.
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Após ter de provar ser paraolímpico, André Brasil promete ouro no nadoNa infância, ele era o último a ser escolhido para o time de futebol. Seu nível como jogador de basquete era razoável, mas nem assim estava entre os preferidos para ser titular. Na água, o cenário era diferente. Quando estava em seu habitat preferido, André Brasil se transformava. Ali, todos queriam tê-lo na equipe. As primeiras braçadas aconteceram como trabalho de reabilitação. Até os oito anos, era só brincadeira. Uma atividade que o ajudou a aprender a se locomover melhor. André, 32, teve paralisia infantil. Passou por sete cirurgias e não precisa usar cadeira de rodas. Tem uma perna mais fina e 5 cm mais curta do que a outra. Num pé, calça 43, no outro, 36. A veia de atleta começou a surgir aos nove anos, quando a técnica Simone, de uma academia do Méier, no Rio, o chamou para integrar a equipe de nadadores. O que era brincadeira se transformou em treinos diários, e ele começou a se destacar. "Na minha primeira competição, contra atletas mais velhos, fiquei em terceiro. Aquilo foi extraordinário. Na piscina, eu podia ser comparado com qualquer pessoa porque não me viam com deficiência", diz. Aos 20 anos, já um atleta de certo destaque no país, ele assistiu à Paraolimpíada de Atenas-2004 e se encantou com o desempenho de Clodoaldo Silva, que ganhou seis ouros na competição. No ano seguinte, André entrou para o esporte adaptado e começou a competir contra atletas com deficiência. No primeiro torneio, quebrou o recorde mundial dos 50 m livre. Pouco depois, foi considerado inelegível para o esporte, ou seja, não poderia mais competir em eventos paraolímpicos pois achavam que sua deficiência não se encaixava nesse tipo de disputa. Decidiu brigar por seu lugar. "Foi uma grande virada na minha vida. Na escola, eu escondia a deficiência embaixo da calça. Em 2005, eu tive de mostrar para todo mundo e lutar para provar que ali era meu lugar", disse. "A entrada no esporte paraolímpico foi um processo de aceitação. De entender que eu tinha uma bandeira a levantar." André faz parte da equipe que é um dos carros-chefe do país na Paraolimpíada do Rio. Nos Jogos passados, em Londres, o Brasil teve uma das melhores campanhas da história: sétimo lugar, com 43 medalhas, sendo 21 delas de ouro. A natação foi uma das grandes responsáveis pelo sucesso, com nove medalhas de ouro, conquistas por dois atletas: Daniel Dias (seis) e André Brasil (três). Para entrar no time da Rio-2016, os atletas tiveram de atingir ao menos uma vez o índice estipulado neste ano. Os nadadores têm como meta melhorar o desempenho de Londres-2012, quando além dos nove ouros, o país conquistou quatro pratas e um bronze. André sabe que não é mais um garoto e tem cuidado mais do corpo. "Já sofri mais. Hoje, busco mais felicidade. Tomar um vinho ou uma cerveja de vez em quando tudo bem, mas é um e acabou. No dia seguinte, tenho de estar bem." Evita comer alimentos gordurosos, chegou a cortar o leite da dieta, mas voltou a tomar porque estava com deficiência de cálcio.Os treinos vão de segunda a sábado. Por causa dos problemas físicos recentes, ele ainda sente dor. "Ela é minha amante", brinca. O trabalho de fortalecimento da parte abdominal é constante. Ele também não se priva de trabalhar com peso, mesmo com hérnias cervicais e lombares: faz levantamento olímpico, semelhante ao visto na Olimpíada. Quando conseguiu mostrar que deveria competir entre os atletas deficientes, André logo começou a se destacar e colocar seu nome junto aos dos melhores do mundo. Ganhou dez medalhas nas Paraolimpíadas de Pequim-2008 e Londres-2012. A fase de aceitação estava superada. Em 2014, no entanto, novas dúvidas surgiram. Dessa vez, ele não sabia se seu corpo iria aguentar: se machucou e descobriu que tinha cinco hérnias. "Eu achei que já tinha dado tudo o que podia [à natação], que não conseguiria mais competir", diz ele. Lidar com a dor era um problema, acreditar que poderia vencê-la era outro muito maior. André contou com a ajuda de uma psicóloga para pôr o problema em perspectiva. "Ela disse que eu já tinha me superado muitas vezes, por que não tentar de novo?", relembra. E lá foi ele. Depois de nove meses de reabilitação, conseguiu conviver melhor com a dor e foi para o Mundial de 2015. Voltou com cinco medalhas. Para controlar a ansiedade, o atleta faz trabalhos de respiração e relaxamento. Também busca se inspirar em esportistas que estão ficando mais velhos e continuam com um bom desempenho. Quando hesita, pensa no nadador norte-americano Michael Phelps, 31, dono de 28 medalhas em olimpíadas, e no brasileiro Daniel Dias, 28, multicampeão paraolímpico.
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Demitido da EBC, jornalista Sidney Rezende desmente salário de R$ 1 milhão
O jornalista Sidney Rezende, que foi dispensado da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) após as mudanças na direção da estatal feitas pelo presidente interino Michel Temer, diz que agora vai se dedicar a seu portal e a outros projetos. Ele, que deixou a GloboNews em novembro, fez na EBC só 13 edições de seu programa de rádio. A SEGUIR 2 E Sidney diz querer "corrigir a injustiça" dos comentários de que ganharia R$ 1 milhão por ano. "É mentira." O valor publicado no "Diário Oficial" foi de R$ 507.400. "Até hoje não recebi um centavo pertinente ao contrato." O documento que suspendeu o acerto prevê o pagamento do valor proporcional, sem multa. Foto do jornalista postada pela EBC há duas semanas: Foto de Sidney Rezende Leia a coluna completa aqui.
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Demitido da EBC, jornalista Sidney Rezende desmente salário de R$ 1 milhãoO jornalista Sidney Rezende, que foi dispensado da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) após as mudanças na direção da estatal feitas pelo presidente interino Michel Temer, diz que agora vai se dedicar a seu portal e a outros projetos. Ele, que deixou a GloboNews em novembro, fez na EBC só 13 edições de seu programa de rádio. A SEGUIR 2 E Sidney diz querer "corrigir a injustiça" dos comentários de que ganharia R$ 1 milhão por ano. "É mentira." O valor publicado no "Diário Oficial" foi de R$ 507.400. "Até hoje não recebi um centavo pertinente ao contrato." O documento que suspendeu o acerto prevê o pagamento do valor proporcional, sem multa. Foto do jornalista postada pela EBC há duas semanas: Foto de Sidney Rezende Leia a coluna completa aqui.
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Proximidade entre natureza e cidade encanta em Belém do Pará
Um silêncio sobrenatural, riscado por raros ruídos silvestres abafados pela vegetação intensa, é das lembranças mais fortes que tenho de um passeio de barco pelos "furos e ilhas" que cercam Belém do Pará. Embora a minutos do centro da cidade, de cujo porto a traineira se soltou pela baía de Guajará, logo estávamos imersos num cenário amazônico, navegando pelos igarapés, observando as margens frondosas. Ao desligar-se o motor do barco, o silêncio nos remetia ao umbigo do Brasil. Mas Belém, e a civilização (?), estavam ali ao lado. Essa proximidade dos dois extremos é o que mais me encanta na cidade. É algo que se impõe a todo instante. A natureza está presente brutalmente nas pancadas de chuva diárias, na alta umidade do ar, na presença ali ao lado do rio Amazonas, cujo braço de mar envolve ali a ilha de Marajó. A comida é maravilhosa e marcada pela proximidade com a natureza (sim, o alimento não nasce nas bandejas de supermercado). Do tacacá que se come nas ruas (o mais autêntico dos pratos brasileiros, quase pré-brasileiro), ao festejado pato (ou peixe) no tucupi. Sem falar no casquinho de muçuã, tartaruguinha que hoje se pode criar para o consumo. No mercado, peixes de aparência jurássica, ervas com aromas gustativos e curativos, garrafas de tucupi, tudo remete à cultura da selva, inclusive a bela e frenética feira do açaí que acontece nas madrugadas bem ao lado. Nos restaurantes mais festejados –como o Lá em Casa, da família de Paulo Martins, banhado pela mansa baía do Guajará, e os Remansos do Peixe e do Bosque, dos irmãos Castanho– o que brilha não é a cozinha europeia, mas a de ingredientes nativos. Mas, no meio de tanta selva, está a mão do homem, que, entre muitos estragos, também deixou belas marcas. O próprio Mercado Ver-o-Peso tem uma imponente estrutura de ferro datada do começo do século. Época da riqueza da borracha, que produziu ainda marcos arquitetônicos como o Theatro da Paz e o cinema Olympia. Em Belém tenho que comer pirarucu, mas também ir ao museu Emílio Goeldi. Tenho que passear diante do que resta de fachadas coloniais. E tenho que fazer meu farnel, como eles: o paraense é famoso pelas caixas de isopor que despacha no avião quando viaja para fora de casa (com jambu, pimenta-de-cheiro, açaí de verdade.... e pratos prontos). Também deveria ir à grande festa local, o Círio de Nazaré. Este eu tenho perdido, ano após ano, e lamento. Mas acho que devo ir, apesar da multidão que me cansa. Deve ser como o desfile de Carnaval no Rio: é preciso ir ao menos uma vez na vida, e se extasiar. Mas este eu já tiquei. JOSIMAR MELO é crítico gastronômico e colunista do "Turismo". Apresentou o programa de viagens "O Guia" (National Geographic) e já perdeu a conta de quantos lugares visitou. A lazer, o que mais gosta é, como dizem os franceses, de "se balader", sair sem horário nem destino. Para mais destinos, clique na cidade correspondente no mapa abaixo. Capa de turismo * PACOTES PARA BELÉM R$ 473 Três diárias no Soft Inn Hangar, com café da manhã e passeios. Na Flytour: 0800 11 8687; flytour.com.br R$ 520 Pacote de três noites no hotel Golden Tulip, com café da manhã. Reservas: (91) 3366-7575; goldentulipbelem.com R$ 1.700 Pacote para o feriado da Consciência Negra, com aéreo e café. Na Trip4u: (21) 3449-3545; trip4u.com.br R$ 2.633 Quatro noites em Belém e três em Alter do Chão, com café e passeios. Na Ambiental: (11) 3818-4600; ambiental.tur.br R$ 3.498 Quatro noites no hotel Manacá, em Belém, e duas na pousada Marhesias, na ilha de Algodoal. Inclui café e passeios. Na Cia Eco: (11) 5571-2525; ciaeco.tur.br R$ 4.020 Pacote de seis noites, com café da manhã e passeio na ilha de Marajó. Sem aéreo. Na Aoka Tours: (11) 2337-0292; aokatours.com.br R$ 2.931 Quatro noites em Belém e duas noites na ilha de Marajó. Inclui café da manhã e passeios. Na Ambiental: (11) 3818-4600; ambiental.tur.br R$ 4.299 Seis noites para passar o Réveillon na Ilha de Marajó (4 noites) e mais duas noites em Belém. Com café e passeios. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br
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Proximidade entre natureza e cidade encanta em Belém do ParáUm silêncio sobrenatural, riscado por raros ruídos silvestres abafados pela vegetação intensa, é das lembranças mais fortes que tenho de um passeio de barco pelos "furos e ilhas" que cercam Belém do Pará. Embora a minutos do centro da cidade, de cujo porto a traineira se soltou pela baía de Guajará, logo estávamos imersos num cenário amazônico, navegando pelos igarapés, observando as margens frondosas. Ao desligar-se o motor do barco, o silêncio nos remetia ao umbigo do Brasil. Mas Belém, e a civilização (?), estavam ali ao lado. Essa proximidade dos dois extremos é o que mais me encanta na cidade. É algo que se impõe a todo instante. A natureza está presente brutalmente nas pancadas de chuva diárias, na alta umidade do ar, na presença ali ao lado do rio Amazonas, cujo braço de mar envolve ali a ilha de Marajó. A comida é maravilhosa e marcada pela proximidade com a natureza (sim, o alimento não nasce nas bandejas de supermercado). Do tacacá que se come nas ruas (o mais autêntico dos pratos brasileiros, quase pré-brasileiro), ao festejado pato (ou peixe) no tucupi. Sem falar no casquinho de muçuã, tartaruguinha que hoje se pode criar para o consumo. No mercado, peixes de aparência jurássica, ervas com aromas gustativos e curativos, garrafas de tucupi, tudo remete à cultura da selva, inclusive a bela e frenética feira do açaí que acontece nas madrugadas bem ao lado. Nos restaurantes mais festejados –como o Lá em Casa, da família de Paulo Martins, banhado pela mansa baía do Guajará, e os Remansos do Peixe e do Bosque, dos irmãos Castanho– o que brilha não é a cozinha europeia, mas a de ingredientes nativos. Mas, no meio de tanta selva, está a mão do homem, que, entre muitos estragos, também deixou belas marcas. O próprio Mercado Ver-o-Peso tem uma imponente estrutura de ferro datada do começo do século. Época da riqueza da borracha, que produziu ainda marcos arquitetônicos como o Theatro da Paz e o cinema Olympia. Em Belém tenho que comer pirarucu, mas também ir ao museu Emílio Goeldi. Tenho que passear diante do que resta de fachadas coloniais. E tenho que fazer meu farnel, como eles: o paraense é famoso pelas caixas de isopor que despacha no avião quando viaja para fora de casa (com jambu, pimenta-de-cheiro, açaí de verdade.... e pratos prontos). Também deveria ir à grande festa local, o Círio de Nazaré. Este eu tenho perdido, ano após ano, e lamento. Mas acho que devo ir, apesar da multidão que me cansa. Deve ser como o desfile de Carnaval no Rio: é preciso ir ao menos uma vez na vida, e se extasiar. Mas este eu já tiquei. JOSIMAR MELO é crítico gastronômico e colunista do "Turismo". Apresentou o programa de viagens "O Guia" (National Geographic) e já perdeu a conta de quantos lugares visitou. A lazer, o que mais gosta é, como dizem os franceses, de "se balader", sair sem horário nem destino. Para mais destinos, clique na cidade correspondente no mapa abaixo. Capa de turismo * PACOTES PARA BELÉM R$ 473 Três diárias no Soft Inn Hangar, com café da manhã e passeios. Na Flytour: 0800 11 8687; flytour.com.br R$ 520 Pacote de três noites no hotel Golden Tulip, com café da manhã. Reservas: (91) 3366-7575; goldentulipbelem.com R$ 1.700 Pacote para o feriado da Consciência Negra, com aéreo e café. Na Trip4u: (21) 3449-3545; trip4u.com.br R$ 2.633 Quatro noites em Belém e três em Alter do Chão, com café e passeios. Na Ambiental: (11) 3818-4600; ambiental.tur.br R$ 3.498 Quatro noites no hotel Manacá, em Belém, e duas na pousada Marhesias, na ilha de Algodoal. Inclui café e passeios. Na Cia Eco: (11) 5571-2525; ciaeco.tur.br R$ 4.020 Pacote de seis noites, com café da manhã e passeio na ilha de Marajó. Sem aéreo. Na Aoka Tours: (11) 2337-0292; aokatours.com.br R$ 2.931 Quatro noites em Belém e duas noites na ilha de Marajó. Inclui café da manhã e passeios. Na Ambiental: (11) 3818-4600; ambiental.tur.br R$ 4.299 Seis noites para passar o Réveillon na Ilha de Marajó (4 noites) e mais duas noites em Belém. Com café e passeios. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br
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Governo de SP planeja reabertura do Museu da Língua Portuguesa em 2019
O governo do Estado de São Paulo anunciou nesta segunda (12) parcerias e prazos para a reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, destruído por um incêndio no ano passado. O início das obras está programado para este mês. O projeto será financiado por um convênio formado com a EDP, o Grupo Itaú e o Grupo Globo –cuja Fundação Roberto Marinho já era parceira do museu– e supervisionado pela IDBrasil, organização social responsável pela gestão da instituição. Segundo o anúncio do governo, a reconstrução será baseada no projeto original do museu e prevê a restauração das quatro fachadas do prédio, bem como a recuperação das esquadrias de madeira atingidas pelo incêndio. O projeto terá a consultoria do arquiteto Pedro Mendes da Rocha, que foi responsável pelo desenvolvimento do projeto original do museu junto com seu pai, Paulo Mendes da Rocha. As obras nas fachadas e esquadrias do edifício da Estação da Luz começam neste mês e devem ser concluídas em dezembro de 2018, quando será iniciada a implantação do museu com previsão de conclusão para março de 2019. O novo prazo excede em um ano as previsões iniciais que projetavam a reinauguração no prazo de dois anos. O custo total da reconstrução foi estimado em R$ 65 milhões –dos quais R$ 36 milhões serão investimento de iniciativa privada e R$ 34 milhões provenientes da indenização do seguro incêndio. De acordo com comunicado, R$ 3 milhões já foram investidos em "ações emergenciais" e R$ 2 milhões serão destinados ao primeiro ano de manutenção do museu. Incêndio INCÊNDIO Patrimônio histórico na região central de São Paulo, o complexo da estação da Luz —que engloba a estação homônima de transporte e o Museu da Língua Portuguesa— foi parcialmente consumido por um incêndio no dia 21 de dezembro de 2015. O fogo começou por volta das 15h50 e foi controlado após duas horas e meia. O bombeiro civil Ronaldo Pereira, 39, que trabalhava no local, fechado às segundas para visitas, morreu após parada cardiorrespiratória devido à fumaça. As chamas destruíram o segundo e o terceiro andares do prédio, e o teto de madeira desabou. Inaugurado em 2006, o museu era um dos mais visitados da capital paulista. Seu diretor, Antonio Carlos Sartini, espera reabri-lo até 2018. Assista "O museu foi totalmente afetado, é uma tragédia", afirmou o secretário do Estado da Cultura, Marcelo Araujo, na ocasião. Todo o acervo do local é digital e, de acordo com ele, conta com cópia de segurança. A estrutura da estação de trem, erguida em 1867, não sofreu dano. Construída para ser a grande porta de entrada da cidade, por onde passaria o café do interior e os imigrantes vindos de Santos, a Estação da Luz, muito semelhante à atingida agora, existe desde 1902. Uma outra, modesta, funcionava ali desde 1867. "O que veio da Europa, desmontado, era o teto de aço. Os tijolos, por exemplo, foram feitos aqui, em olarias que a própria SP Railway incentivava que fossem feitas", afirma o arquiteto Lúcio Gomes Machado, professor da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), da USP. A partir dos anos 1950, com o incentivo ao transporte por automóvel, as ferrovias caíram no ostracismo. No centenário do prédio, em 2002, começaram as obras de restauração do edifício. Parte do local, que estava em estado de abandono, é que recebeu o Museu da Língua Portuguesa. O museu e todo o complexo da estação da Luz não tinham aval dos bombeiros para funcionar.
ilustrada
Governo de SP planeja reabertura do Museu da Língua Portuguesa em 2019O governo do Estado de São Paulo anunciou nesta segunda (12) parcerias e prazos para a reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, destruído por um incêndio no ano passado. O início das obras está programado para este mês. O projeto será financiado por um convênio formado com a EDP, o Grupo Itaú e o Grupo Globo –cuja Fundação Roberto Marinho já era parceira do museu– e supervisionado pela IDBrasil, organização social responsável pela gestão da instituição. Segundo o anúncio do governo, a reconstrução será baseada no projeto original do museu e prevê a restauração das quatro fachadas do prédio, bem como a recuperação das esquadrias de madeira atingidas pelo incêndio. O projeto terá a consultoria do arquiteto Pedro Mendes da Rocha, que foi responsável pelo desenvolvimento do projeto original do museu junto com seu pai, Paulo Mendes da Rocha. As obras nas fachadas e esquadrias do edifício da Estação da Luz começam neste mês e devem ser concluídas em dezembro de 2018, quando será iniciada a implantação do museu com previsão de conclusão para março de 2019. O novo prazo excede em um ano as previsões iniciais que projetavam a reinauguração no prazo de dois anos. O custo total da reconstrução foi estimado em R$ 65 milhões –dos quais R$ 36 milhões serão investimento de iniciativa privada e R$ 34 milhões provenientes da indenização do seguro incêndio. De acordo com comunicado, R$ 3 milhões já foram investidos em "ações emergenciais" e R$ 2 milhões serão destinados ao primeiro ano de manutenção do museu. Incêndio INCÊNDIO Patrimônio histórico na região central de São Paulo, o complexo da estação da Luz —que engloba a estação homônima de transporte e o Museu da Língua Portuguesa— foi parcialmente consumido por um incêndio no dia 21 de dezembro de 2015. O fogo começou por volta das 15h50 e foi controlado após duas horas e meia. O bombeiro civil Ronaldo Pereira, 39, que trabalhava no local, fechado às segundas para visitas, morreu após parada cardiorrespiratória devido à fumaça. As chamas destruíram o segundo e o terceiro andares do prédio, e o teto de madeira desabou. Inaugurado em 2006, o museu era um dos mais visitados da capital paulista. Seu diretor, Antonio Carlos Sartini, espera reabri-lo até 2018. Assista "O museu foi totalmente afetado, é uma tragédia", afirmou o secretário do Estado da Cultura, Marcelo Araujo, na ocasião. Todo o acervo do local é digital e, de acordo com ele, conta com cópia de segurança. A estrutura da estação de trem, erguida em 1867, não sofreu dano. Construída para ser a grande porta de entrada da cidade, por onde passaria o café do interior e os imigrantes vindos de Santos, a Estação da Luz, muito semelhante à atingida agora, existe desde 1902. Uma outra, modesta, funcionava ali desde 1867. "O que veio da Europa, desmontado, era o teto de aço. Os tijolos, por exemplo, foram feitos aqui, em olarias que a própria SP Railway incentivava que fossem feitas", afirma o arquiteto Lúcio Gomes Machado, professor da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), da USP. A partir dos anos 1950, com o incentivo ao transporte por automóvel, as ferrovias caíram no ostracismo. No centenário do prédio, em 2002, começaram as obras de restauração do edifício. Parte do local, que estava em estado de abandono, é que recebeu o Museu da Língua Portuguesa. O museu e todo o complexo da estação da Luz não tinham aval dos bombeiros para funcionar.
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Jamaica prepara comemoração pelos 70 anos do nascimento de Bob Marley
O governo da Jamaica programou para fevereiro diversas atividades para comemorar o que teria sido o 70º aniversário de Bob Marley, o maior ícone da música reggae. "Fui perguntado muitas vezes sobre qual é o valor do reggae, o que significou Bob Marley para a Jamaica e o turismo da ilha, e sempre respondi que é incalculável", disse o ministro de Turismo e Entretenimento da Jamaica, Wykeham McNeill. A lenda do reggae, que morreu em 1981 em Miami, aos 36 anos, completaria 70 anos em 6 de fevereiro deste ano. Natural da Jamaica, trata-se de um dos músicos que mais discos vendeu na história e a celebridade mais conhecida tanto do país natal, como da música reggae e do movimento rastafári. Segundo explicou McNeill, no próximo dia 6 de fevereiro será realizado um simpósio no Museu de Bob Marley na cidade jamaicana de St. Andrew para debater sobre a influência do artista no reggae, a moda, a maconha e a economia do país caribenho. No dia seguinte, o público poderá desfrutar de um show gratuito com artistas de reggae locais e internacionais no píer da capital, Kingston, para lembrar a figura de um artista que chegou a receber em vida a Medalha de Paz da ONU (1978). Também está prevista uma partida de futebol com celebridades no final de fevereiro que levará o nome "One Love", em referência a uma das músicas mais famosas do cantor, que faz parte do Hall da Fama do Rock e conta com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood. "Essas são as conquistas de um grande homem. Esses reconhecimentos não são de uma pessoa qualquer e devemos dar crédito a ele por tudo o que alcançou. O que engrandeceu Bob foi a transcendência de suas canções. Ele falava de temas que tocavam a vida de um homem comum", disse o ministro
turismo
Jamaica prepara comemoração pelos 70 anos do nascimento de Bob MarleyO governo da Jamaica programou para fevereiro diversas atividades para comemorar o que teria sido o 70º aniversário de Bob Marley, o maior ícone da música reggae. "Fui perguntado muitas vezes sobre qual é o valor do reggae, o que significou Bob Marley para a Jamaica e o turismo da ilha, e sempre respondi que é incalculável", disse o ministro de Turismo e Entretenimento da Jamaica, Wykeham McNeill. A lenda do reggae, que morreu em 1981 em Miami, aos 36 anos, completaria 70 anos em 6 de fevereiro deste ano. Natural da Jamaica, trata-se de um dos músicos que mais discos vendeu na história e a celebridade mais conhecida tanto do país natal, como da música reggae e do movimento rastafári. Segundo explicou McNeill, no próximo dia 6 de fevereiro será realizado um simpósio no Museu de Bob Marley na cidade jamaicana de St. Andrew para debater sobre a influência do artista no reggae, a moda, a maconha e a economia do país caribenho. No dia seguinte, o público poderá desfrutar de um show gratuito com artistas de reggae locais e internacionais no píer da capital, Kingston, para lembrar a figura de um artista que chegou a receber em vida a Medalha de Paz da ONU (1978). Também está prevista uma partida de futebol com celebridades no final de fevereiro que levará o nome "One Love", em referência a uma das músicas mais famosas do cantor, que faz parte do Hall da Fama do Rock e conta com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood. "Essas são as conquistas de um grande homem. Esses reconhecimentos não são de uma pessoa qualquer e devemos dar crédito a ele por tudo o que alcançou. O que engrandeceu Bob foi a transcendência de suas canções. Ele falava de temas que tocavam a vida de um homem comum", disse o ministro
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Hambúrguer de pernil de porco é marca inventiva de restaurante em SP
Na Tasca da Esquina, um dos restaurantes portugueses mais celebrados de São Paulo, surge uma cozinha tradicional daquele país com marcas inventivas. Serve de exemplo o hambúrguer de pernil de porco preto e alheira -esta feita por um português no interior de São Paulo, com porco, galinha, miolo de pão e temperos–, que, apesar de ser um hambúrguer, traz sabores e aromas da terrinha. Depois de ficar bem tostado no azeite, o bolo de carne chega à mesa sobre um creme de queijo da Serra da Estrela e sob um ovo frito de gema mole, na companhia de fritas finas, sequinhas e crocantes (R$ 66). Para fazer o creme, conta o chef Luis Espadana, português que trabalha há 20 anos com o premiado chef Vitor Sobral, de mesma nacionalidade e sócios na Tasca, faz-se uma base de alho e cebola, refogados no azeite, na qual se misturam, depois, cascas de queijo serra da Estrela, caldo de galinha, pimenta-do-reino e sal. Fica supercremosa e com sabor intenso desse queijo, feito em pequenos lotes apenas na região de Portugal, a preços altos. Tasca da Esquina Onde: al. Itu, 225, Jardim Paulista; tel. (11) 3262-0033
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Hambúrguer de pernil de porco é marca inventiva de restaurante em SPNa Tasca da Esquina, um dos restaurantes portugueses mais celebrados de São Paulo, surge uma cozinha tradicional daquele país com marcas inventivas. Serve de exemplo o hambúrguer de pernil de porco preto e alheira -esta feita por um português no interior de São Paulo, com porco, galinha, miolo de pão e temperos–, que, apesar de ser um hambúrguer, traz sabores e aromas da terrinha. Depois de ficar bem tostado no azeite, o bolo de carne chega à mesa sobre um creme de queijo da Serra da Estrela e sob um ovo frito de gema mole, na companhia de fritas finas, sequinhas e crocantes (R$ 66). Para fazer o creme, conta o chef Luis Espadana, português que trabalha há 20 anos com o premiado chef Vitor Sobral, de mesma nacionalidade e sócios na Tasca, faz-se uma base de alho e cebola, refogados no azeite, na qual se misturam, depois, cascas de queijo serra da Estrela, caldo de galinha, pimenta-do-reino e sal. Fica supercremosa e com sabor intenso desse queijo, feito em pequenos lotes apenas na região de Portugal, a preços altos. Tasca da Esquina Onde: al. Itu, 225, Jardim Paulista; tel. (11) 3262-0033
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Áreas verdes em cidades expulsam moradores mais pobres, diz sociólogo
Reparar que a grama do vizinho é mais verde nem sempre indica inveja. Para o sociólogo Kenneth Gould, pode ser um atestado de gentrificação. "A ironia é que a indústria ecológica cria espaços urbanos sustentáveis e é socialmente insustentável", diz o diretor do programa de sustentabilidade urbana do Brooklyn College, da Universidade da Cidade de Nova York. Pense numa vizinhança deteriorada que ganha parque, ciclovia de "primeiro mundo" e comércio "natureba". Quem não iria querer morar lá? O problema é que o mercado imobiliário provavelmente chegou à mesma conclusão que a maioria das pessoas. Com tanta procura, os preços disparam. Os incomodados (em geral, da classe C para baixo) que se mudem. É desse fenômeno que trata "Gentrificação Verde", escrito por Gould e Tammy Lewis, também da Universidade da Cidade de Nova York (o livro tem pré-venda na Amazon, por US$ 134,40). Gould recebeu a Folha no Brooklyn, onde a "esverdeação" urbana vem expulsando antigos moradores. Daí vem o termo "racismo ambiental". Nesta região de Nova York, a população branca encolheu 5% desde 1990 (em parte, pelo aumento de hispânicos). O contrário ocorreu em enclaves verdes da área, como Prospect Heights (109% mais branco). Até os anos 1980, a má fama do Prospect Park (hoje 32% embranquecido) o precedia. Tráfico de drogas, acampamento de moradores de rua, roubos: o parque era farto de tudo o que horroriza a "gente de bem". "As pessoas não andavam de um lado da calçada. Temiam ser 'puxadas' para dentro [por criminosos]. Agora, tem um bocado de brancos passeando com suas famílias." O aluguel no Prospect Park é salgado: o site especializado Zumper mostra moradias de um quarto a partir de US$ 3.000 (R$ 11 mil). Antes de se mudar para a residência do governo, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, morava lá perto. O "New York Times" descreve a vizinhança como ímã de "ciclistas que apreciam alimentação orgânica". A pesquisadora Isabelle Angueloviski fala do "efeito Whole Foods Market", rede famosa por produtos naturais e caros. "Depois que uma loja deles abre numa região, os preços no mercado imobiliário tendem a subir." MINHOCÃO AMERICANO O debate sobre transformar ou não o Minhocão paulistano em um parque espelha o High Line Park, linha férrea em NY que virou área de lazer suspensa a oito metros. A arquiteta Raquel Rolnik já se referiu à intervenção como "uma espécie de 'superstar' do urbanismo". Mas fez ressalvas com as quais Gould concorda. "Gentrificou a região inteira", diz ele. Num prédio de 2016, o apartamento com cinco suítes e vista para o High Line está à venda por US$ 50 milhões (R$ 180 milhões). Para ser mais justa, diz Gould, uma cidade não precisa abraçar seus tons de cinza. Uma solução: investir em moradias mistas. Exemplo: uma construtora, ao erguer um edifício de luxo, é obrigada a reservar unidades para baixa renda (mediante sorteio). O acordo deve anteceder à "revolução verde", ou a ejeção de residentes pobres já estará em marcha, diz. Gould reconhece que esse recurso funcionava melhor na "velha economia". Hoje acontece de um jovem free-lancer, sem holerite para comprovar renda, descolar um apartamento popular. No livro, o professor cita outras alternativas ambientais, como os corredores de ônibus na cidade de São Paulo, "que diminuem a dependência do carro". "Nem tudo o que é verde gentrifica."
cotidiano
Áreas verdes em cidades expulsam moradores mais pobres, diz sociólogoReparar que a grama do vizinho é mais verde nem sempre indica inveja. Para o sociólogo Kenneth Gould, pode ser um atestado de gentrificação. "A ironia é que a indústria ecológica cria espaços urbanos sustentáveis e é socialmente insustentável", diz o diretor do programa de sustentabilidade urbana do Brooklyn College, da Universidade da Cidade de Nova York. Pense numa vizinhança deteriorada que ganha parque, ciclovia de "primeiro mundo" e comércio "natureba". Quem não iria querer morar lá? O problema é que o mercado imobiliário provavelmente chegou à mesma conclusão que a maioria das pessoas. Com tanta procura, os preços disparam. Os incomodados (em geral, da classe C para baixo) que se mudem. É desse fenômeno que trata "Gentrificação Verde", escrito por Gould e Tammy Lewis, também da Universidade da Cidade de Nova York (o livro tem pré-venda na Amazon, por US$ 134,40). Gould recebeu a Folha no Brooklyn, onde a "esverdeação" urbana vem expulsando antigos moradores. Daí vem o termo "racismo ambiental". Nesta região de Nova York, a população branca encolheu 5% desde 1990 (em parte, pelo aumento de hispânicos). O contrário ocorreu em enclaves verdes da área, como Prospect Heights (109% mais branco). Até os anos 1980, a má fama do Prospect Park (hoje 32% embranquecido) o precedia. Tráfico de drogas, acampamento de moradores de rua, roubos: o parque era farto de tudo o que horroriza a "gente de bem". "As pessoas não andavam de um lado da calçada. Temiam ser 'puxadas' para dentro [por criminosos]. Agora, tem um bocado de brancos passeando com suas famílias." O aluguel no Prospect Park é salgado: o site especializado Zumper mostra moradias de um quarto a partir de US$ 3.000 (R$ 11 mil). Antes de se mudar para a residência do governo, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, morava lá perto. O "New York Times" descreve a vizinhança como ímã de "ciclistas que apreciam alimentação orgânica". A pesquisadora Isabelle Angueloviski fala do "efeito Whole Foods Market", rede famosa por produtos naturais e caros. "Depois que uma loja deles abre numa região, os preços no mercado imobiliário tendem a subir." MINHOCÃO AMERICANO O debate sobre transformar ou não o Minhocão paulistano em um parque espelha o High Line Park, linha férrea em NY que virou área de lazer suspensa a oito metros. A arquiteta Raquel Rolnik já se referiu à intervenção como "uma espécie de 'superstar' do urbanismo". Mas fez ressalvas com as quais Gould concorda. "Gentrificou a região inteira", diz ele. Num prédio de 2016, o apartamento com cinco suítes e vista para o High Line está à venda por US$ 50 milhões (R$ 180 milhões). Para ser mais justa, diz Gould, uma cidade não precisa abraçar seus tons de cinza. Uma solução: investir em moradias mistas. Exemplo: uma construtora, ao erguer um edifício de luxo, é obrigada a reservar unidades para baixa renda (mediante sorteio). O acordo deve anteceder à "revolução verde", ou a ejeção de residentes pobres já estará em marcha, diz. Gould reconhece que esse recurso funcionava melhor na "velha economia". Hoje acontece de um jovem free-lancer, sem holerite para comprovar renda, descolar um apartamento popular. No livro, o professor cita outras alternativas ambientais, como os corredores de ônibus na cidade de São Paulo, "que diminuem a dependência do carro". "Nem tudo o que é verde gentrifica."
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Entenda a decisão do STF que reabriu debate sobre criminalização do aborto
Na última terça-feira, a maioria da primeira turma do STF (Supremo Tribunal Federal) firmou o entendimento de que praticar aborto nos três primeiros meses de gestação não é crime. A decisão é sobre um caso específico, de uma clínica clandestina de aborto em Duque de Caxias (RJ), mas pode ser utilizada para fundamentar outros julgamentos sobre o mesmo tema. O caso reabriu o debate sobre a criminalização do aborto e dividiu entidades religiosas e grupos "pró-escolha". Abaixo, entenda o que os ministros julgaram e qual é o peso da decisão. * 1. O que foi decidido no Supremo? A maioria da primeira turma do STF (Supremo Tribunal Federal) entendeu, na última terça (29), que interromper a gravidez voluntariamente nos três primeiros meses de gestação não é crime. 2. O que os ministros julgavam? O caso específico de um habeas corpus de 2014 que revogou a prisão preventiva de cinco médicos e funcionários de uma clínica clandestina de aborto em Duque de Caixas (RJ), fechada em 2013. 3. Como votou cada ministro? O parecer foi de Luís Roberto Barroso. Os ministros Rosa Weber e Edson Fachin acompanharam o voto de Barroso na íntegra. Marco Aurélio e Luiz Fux não se manifestaram sobre o tema, votaram apenas pela revogação das prisões preventivas do caso analisado. 4. O entendimento vale para todos os casos de aborto a partir de agora? Não, apenas para esse caso do Rio de Janeiro. 5. Outros juízes podem adotar o mesmo entendimento? Sim. Embora não tenha efeito vinculante (quando decisões valem para outros tribunais que discutem a mesma questão), tem o peso de uma manifestação majoritária de uma turma do STF. 6. Isso pode influenciar futuros julgamentos no tribunal? Sim. É um indicativo de como parte dos ministros do STF vai votar em ações futuras, embora eles sempre possam mudar sua posição. Manifestações anteriores de Celso de Mello sugerem que seu entendimento seja pela descriminalização do aborto. Dos atuais ministros da corte, só Ricardo Lewandowski votou contra a interrupção da gravidez em casos de anencefalia (má-formação incompatível com a vida). 7. Qual a justificativa jurídica dos ministros? Para eles, os artigos do Código Penal, de 1940, que criminalizam o aborto para a mulher e os profissionais que o praticarem são incompatíveis com a Constituição de 1988. 8. Em que condições se entendeu que o aborto no início da gravidez não é crime? Em quaisquer condições e por quaisquer motivos. O Código Penal só permite o aborto em casos de estupro ou de risco de vida para a mãe. Em 2012, o Supremo também decidiu que a interrupção da gravidez de fetos com anencefalia não é crime. 9. Quais os argumentos de cada lado? Entidades contra a liberação do aborto argumentam que é crime porque há vida desde a concepção. Dizem ainda que o STF faz "ativismo judicial" e legisla no lugar no Congresso, onde o texto não passaria, segundo as entidades. Já associações a favor da legalização dizem que a criminalização afeta mulheres pobres e que o STF pode decidir sobre o assunto, que trata de entendimento constitucional. 10. Como é em outros países? O aborto é permitido na Argentina se houver risco de morte à mulher ou se a gravidez for resultado de estupro. Já no Uruguai e em Cuba, a interrupção é permitida em quaisquer circunstâncias até a 12ª e a 10ª semana de gravidez, respectivamente. Estados Unidos e a maior parte dos países da Europa também permitem a interrupção da gravidez por simples solicitação da gestante. 11. E no Legislativo? Uma série de projetos de lei tramita no Congresso tanto no sentido de legalizar quanto no de endurecer as regras para o aborto legal. Ainda não há decisão final sobre eles. Um projeto do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara no ano passado, estabelece penas específicas para quem induzir ou orientar gestantes ao aborto. Outro projeto de lei, do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), apresentado em 2015, revoga os artigos do Código Penal que consideram crime a interrupção voluntária da gravidez.
cotidiano
Entenda a decisão do STF que reabriu debate sobre criminalização do abortoNa última terça-feira, a maioria da primeira turma do STF (Supremo Tribunal Federal) firmou o entendimento de que praticar aborto nos três primeiros meses de gestação não é crime. A decisão é sobre um caso específico, de uma clínica clandestina de aborto em Duque de Caxias (RJ), mas pode ser utilizada para fundamentar outros julgamentos sobre o mesmo tema. O caso reabriu o debate sobre a criminalização do aborto e dividiu entidades religiosas e grupos "pró-escolha". Abaixo, entenda o que os ministros julgaram e qual é o peso da decisão. * 1. O que foi decidido no Supremo? A maioria da primeira turma do STF (Supremo Tribunal Federal) entendeu, na última terça (29), que interromper a gravidez voluntariamente nos três primeiros meses de gestação não é crime. 2. O que os ministros julgavam? O caso específico de um habeas corpus de 2014 que revogou a prisão preventiva de cinco médicos e funcionários de uma clínica clandestina de aborto em Duque de Caixas (RJ), fechada em 2013. 3. Como votou cada ministro? O parecer foi de Luís Roberto Barroso. Os ministros Rosa Weber e Edson Fachin acompanharam o voto de Barroso na íntegra. Marco Aurélio e Luiz Fux não se manifestaram sobre o tema, votaram apenas pela revogação das prisões preventivas do caso analisado. 4. O entendimento vale para todos os casos de aborto a partir de agora? Não, apenas para esse caso do Rio de Janeiro. 5. Outros juízes podem adotar o mesmo entendimento? Sim. Embora não tenha efeito vinculante (quando decisões valem para outros tribunais que discutem a mesma questão), tem o peso de uma manifestação majoritária de uma turma do STF. 6. Isso pode influenciar futuros julgamentos no tribunal? Sim. É um indicativo de como parte dos ministros do STF vai votar em ações futuras, embora eles sempre possam mudar sua posição. Manifestações anteriores de Celso de Mello sugerem que seu entendimento seja pela descriminalização do aborto. Dos atuais ministros da corte, só Ricardo Lewandowski votou contra a interrupção da gravidez em casos de anencefalia (má-formação incompatível com a vida). 7. Qual a justificativa jurídica dos ministros? Para eles, os artigos do Código Penal, de 1940, que criminalizam o aborto para a mulher e os profissionais que o praticarem são incompatíveis com a Constituição de 1988. 8. Em que condições se entendeu que o aborto no início da gravidez não é crime? Em quaisquer condições e por quaisquer motivos. O Código Penal só permite o aborto em casos de estupro ou de risco de vida para a mãe. Em 2012, o Supremo também decidiu que a interrupção da gravidez de fetos com anencefalia não é crime. 9. Quais os argumentos de cada lado? Entidades contra a liberação do aborto argumentam que é crime porque há vida desde a concepção. Dizem ainda que o STF faz "ativismo judicial" e legisla no lugar no Congresso, onde o texto não passaria, segundo as entidades. Já associações a favor da legalização dizem que a criminalização afeta mulheres pobres e que o STF pode decidir sobre o assunto, que trata de entendimento constitucional. 10. Como é em outros países? O aborto é permitido na Argentina se houver risco de morte à mulher ou se a gravidez for resultado de estupro. Já no Uruguai e em Cuba, a interrupção é permitida em quaisquer circunstâncias até a 12ª e a 10ª semana de gravidez, respectivamente. Estados Unidos e a maior parte dos países da Europa também permitem a interrupção da gravidez por simples solicitação da gestante. 11. E no Legislativo? Uma série de projetos de lei tramita no Congresso tanto no sentido de legalizar quanto no de endurecer as regras para o aborto legal. Ainda não há decisão final sobre eles. Um projeto do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara no ano passado, estabelece penas específicas para quem induzir ou orientar gestantes ao aborto. Outro projeto de lei, do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), apresentado em 2015, revoga os artigos do Código Penal que consideram crime a interrupção voluntária da gravidez.
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Educadores veem excessos em nova base curricular brasileira
Apesar do nome, a Base Nacional Comum Curricular, documento que definirá os conteúdos essenciais ao aprendizado no país, não se atém ao básico. Essa é a conclusão consensual de especialistas em educação consultados pela Folha. "Em vez de base, decidiram construir um edifício inteiro", sintetiza Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade. "É impossível que o currículo tenha sido produzido em dois meses, ainda mais com o documento apresentando este alto grau de uniformidade ideológica", diz João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto. Caminha na mesma direção a análise de Naercio Menezes Filho, professor titular e coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper: "A base peca por ser excessivamente ampla. O ideal seria ter poucos pontos, dando um currículo mínimo. Ao querer abarcar muito, dificulta sua aplicação pelos professores". Na opinião de Menezes Filho, a longa extensão do currículo é estratégia que serve para diminuir as resistências de docentes e seus órgãos de representação -tradicionalmente avessos a qualquer recomendação que diminua a autonomia em sala de aula. Ricardo Henriques, superintendente do Instituto Unibanco (que desenvolve projetos na área de educação pública), usa uma útil analogia: "O documento às vezes parece um jogo de pressão para desenhar todos os organismos, mas o seu desafio é achar o coração do corpo". Nesta primeira versão, apresentada em setembro e ainda aberta a modificações, o currículo nacional contém 302 páginas. Os assuntos foram divididos em quatro grandes áreas do conhecimento: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas. "Colocar a base em discussão é um grande mérito do Ministério da Educação. A adoção dessa medida já está atrasada no país, mas o texto deveria ter um núcleo comum bastante claro e contido. Fazer apenas uma soma de reivindicações sempre resultará além do essencial", observa Henriques. Na área de história, por exemplo, onde o problema de escolhas baseadas em ideologia de esquerda foi apontado por pesquisadores, Henriques entende que o conteúdo sugerido "não tem cara de ser o núcleo da disciplina". Em outras matérias, o pesquisador nota maior isenção. Os erros iniciais são reconhecidos pelo MEC. De acordo com o secretário de Educação Básica, Manuel Palácios, o primeiro desenho da base possui "algumas assimetrias", o que oferece "espaço para revisão". Revisar e enxugar a base curricular torna-se ainda mais importante porque ela não esgota o conteúdo oferecido aos estudantes. O documento padroniza 60% do programa educativo -os outros 40% compõem a chamada "parte diversificada", a cargo de Estados e municípios. Para Henriques, a palavra "diversificada" atrapalhou o debate. O líder do Instituto Unibanco acredita que tópicos que dependem do contexto socioeconômico das regiões do país deveriam estar integrados no currículo comum. Os 40% restantes seriam assim flexíveis segundo escolhas de aprofundamento dos próprios estudantes. Essa interpretação encontra eco no MEC, que não vê o total de 40% como exclusivo para conteúdos locais. "É uma possibilidade para oferecer itinerários diferenciados", diz Palácios. Se o diagnóstico é claro, como resolver o problema? Para Henriques, o primeiro passo é o reconhecimento público de que houve excesso de objetivos de aprendizagem, seguido de esforços sóbrios e analíticos a respeito do que e como cortar. A julgar pelas declarações de um dos elaboradores dessas diretrizes, parece haver espaço para essa mudança. "Não é fácil definir o essencial, e creio que nosso esforço transcendeu o objetivo", reconhece Luís Carlos de Menezes, professor do Instituto de Física da USP e membro da equipe de 116 educadores designada pelo MEC para redigir a proposta nacional. De acordo com Schwartzman, a base deveria se dedicar principalmente às áreas de português e matemática. "Nos países europeus, a escolaridade obrigatória vai até os 15 ou 16 anos, em um ciclo de formação geral indispensável. O ensino médio lá serve para aprofundamento." PRAZO CURTO A adoção de um currículo mínimo nacional não resolverá por si só os problemas da educação no país, mas esse é um passo importante para aperfeiçoar o ensino, avaliam especialistas da área. Sem a base comum, dizem, predominam as interpretações pessoais dos professores sobre o que os alunos devem aprender, gerando muitas desigualdades no conteúdo lecionado. "Parâmetros pragmáticos ajudam a ensinar melhor", avalia Naercio Menezes Filho, do Insper. "A base é um pilar do sistema de justiça social. Nada mais democrático e justo", diz Wilson Risolia, ex-secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro e diretor da Falconi Educação. Hoje, países como Austrália, Chile, EUA, França e Inglaterra contam com documentos que definem o aprendizado mínimo essencial. Chegar a esse bom currículo mínimo, com descrições precisas, linguagem clara, coesão entre as disciplinas e sequenciamento coerente entre as séries, no entanto, é resultado de um processo que leva tempo e requer diálogo. No Brasil, a maioria dos especialistas avalia que a condução dessa discussão está longe do ideal. Em primeiro lugar, eles criticam a data fixada para que o plano seja concluído: até o fim de junho de 2016, como determina o Plano Nacional de Educação, lei aprovada em junho de 2014. Mesmo para o professor Luís Carlos de Menezes, da USP, que participou da elaboração como assessor, "o esforço foi rápido demais". O segundo ponto sujeito a críticas é a forma estabelecida para gerenciar o debate sobre essa proposta inicial. O MEC disponibilizou um site para que qualquer interessado se cadastre e faça sugestões ao texto. A partir do dia 15 deste mês, uma comissão passará a julgar as propostas, e fará uma segunda versão da base até março. Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, afirma que rever o documento não é apenas recolher e incorporar comentários. "O trabalho deveria ser coordenado por um grupo pequeno, de renome. Aqui, criaram um monstro", lamenta. Até o momento, não foram divulgados detalhes dos critérios que nortearão a triagem das sugestões. Mais de 4 milhões de recomendações já foram recebidas. O novo documento deve ser divulgado até o início de abril, para então ser discutido nos Estados. Só então deve ser enviado ao CNE (Conselho Nacional de Educação). - BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR O QUE É? Documento que organiza assuntos que as escolas do país devem obrigatoriamente abordar SERVIRÁ A QUAIS ETAPAS? Toda a educação básica, dos 4 aos 17 anos (educação infantil, ensino fundamental 1 e 2 e ensino médio) QUEM DEVE APLICAR? Todas as escolas das redes municipais, estaduais, federal e particulares COMO É ORGANIZADA? O documento define 60% do currículo, sendo que os demais 40% ficam a critério de Estados e municípios Educação infantil Organizado em "campos de experiência": O Eu, o Outro e o Nós Corpo, gestos e movimentos Escuta, fala, pensamento e imaginação Traços, sons, cores e imagens Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações Ensino fundamental (anos iniciais e finais) e ensino médio Organizado em quatro áreas de conhecimento, divididas em componentes curriculares LINGUAGENS Língua portuguesa Língua estrangeira moderna Arte Educação física MATEMÁTICA Matemática CIÊNCIAS HUMANAS História Geografia Ensino religioso (EF) Filosofia (EM) Sociologia CIÊNCIAS DA NATUREZA Ciências (EF) Biologia (EM) Física (EM) Química (EM) TRÂMITE E PARTICIPAÇÃO Documento foi elaborado pelo MEC e 116 especialistas, divididos em 29 comissões Em 16.set.15, ministério divulgou primeira versão da base nacional É possível enviar sugestões, críticas e comentários pelo site basenacionalcomum.mec.gov.br. Não há data limite Em 15.dez.15 começam as análises das contribuições do primeiro ciclo de debates; Até abr.16, uma segunda versão deve estar pronta para seguir para fóruns estaduais. Só então, o documento será entregue ao Conselho Nacional de Educação Pelo Plano Nacional de Educação, documento deve estar concluído até fim de jun.16 CRÍTICAS À VERSÃO INICIAL Excessivamente extenso em alguns tópicos Pouca discussão com os especialistas Feito com pouco prazo Texto inicial sem autoria Algumas escolhas motivadas por ideologia de esquerda Maior parte dos países não contempla ensino médio em currículo básico Falta de foco nas matérias mais básicas (português e matemática) Autonomia regional de 40% –parcela seria muito grande Ausência de bibliografia ou autores recomendados Aberto demais a interpretações Baixa coerência curricular (relação entre tópicos ensinados a cada ano e entre os anos) Fraca continuidade entre tópicos de uma mesma disciplina Colaborou FLÁVIA FOREQUE, de Brasília
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Educadores veem excessos em nova base curricular brasileiraApesar do nome, a Base Nacional Comum Curricular, documento que definirá os conteúdos essenciais ao aprendizado no país, não se atém ao básico. Essa é a conclusão consensual de especialistas em educação consultados pela Folha. "Em vez de base, decidiram construir um edifício inteiro", sintetiza Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade. "É impossível que o currículo tenha sido produzido em dois meses, ainda mais com o documento apresentando este alto grau de uniformidade ideológica", diz João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto. Caminha na mesma direção a análise de Naercio Menezes Filho, professor titular e coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper: "A base peca por ser excessivamente ampla. O ideal seria ter poucos pontos, dando um currículo mínimo. Ao querer abarcar muito, dificulta sua aplicação pelos professores". Na opinião de Menezes Filho, a longa extensão do currículo é estratégia que serve para diminuir as resistências de docentes e seus órgãos de representação -tradicionalmente avessos a qualquer recomendação que diminua a autonomia em sala de aula. Ricardo Henriques, superintendente do Instituto Unibanco (que desenvolve projetos na área de educação pública), usa uma útil analogia: "O documento às vezes parece um jogo de pressão para desenhar todos os organismos, mas o seu desafio é achar o coração do corpo". Nesta primeira versão, apresentada em setembro e ainda aberta a modificações, o currículo nacional contém 302 páginas. Os assuntos foram divididos em quatro grandes áreas do conhecimento: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas. "Colocar a base em discussão é um grande mérito do Ministério da Educação. A adoção dessa medida já está atrasada no país, mas o texto deveria ter um núcleo comum bastante claro e contido. Fazer apenas uma soma de reivindicações sempre resultará além do essencial", observa Henriques. Na área de história, por exemplo, onde o problema de escolhas baseadas em ideologia de esquerda foi apontado por pesquisadores, Henriques entende que o conteúdo sugerido "não tem cara de ser o núcleo da disciplina". Em outras matérias, o pesquisador nota maior isenção. Os erros iniciais são reconhecidos pelo MEC. De acordo com o secretário de Educação Básica, Manuel Palácios, o primeiro desenho da base possui "algumas assimetrias", o que oferece "espaço para revisão". Revisar e enxugar a base curricular torna-se ainda mais importante porque ela não esgota o conteúdo oferecido aos estudantes. O documento padroniza 60% do programa educativo -os outros 40% compõem a chamada "parte diversificada", a cargo de Estados e municípios. Para Henriques, a palavra "diversificada" atrapalhou o debate. O líder do Instituto Unibanco acredita que tópicos que dependem do contexto socioeconômico das regiões do país deveriam estar integrados no currículo comum. Os 40% restantes seriam assim flexíveis segundo escolhas de aprofundamento dos próprios estudantes. Essa interpretação encontra eco no MEC, que não vê o total de 40% como exclusivo para conteúdos locais. "É uma possibilidade para oferecer itinerários diferenciados", diz Palácios. Se o diagnóstico é claro, como resolver o problema? Para Henriques, o primeiro passo é o reconhecimento público de que houve excesso de objetivos de aprendizagem, seguido de esforços sóbrios e analíticos a respeito do que e como cortar. A julgar pelas declarações de um dos elaboradores dessas diretrizes, parece haver espaço para essa mudança. "Não é fácil definir o essencial, e creio que nosso esforço transcendeu o objetivo", reconhece Luís Carlos de Menezes, professor do Instituto de Física da USP e membro da equipe de 116 educadores designada pelo MEC para redigir a proposta nacional. De acordo com Schwartzman, a base deveria se dedicar principalmente às áreas de português e matemática. "Nos países europeus, a escolaridade obrigatória vai até os 15 ou 16 anos, em um ciclo de formação geral indispensável. O ensino médio lá serve para aprofundamento." PRAZO CURTO A adoção de um currículo mínimo nacional não resolverá por si só os problemas da educação no país, mas esse é um passo importante para aperfeiçoar o ensino, avaliam especialistas da área. Sem a base comum, dizem, predominam as interpretações pessoais dos professores sobre o que os alunos devem aprender, gerando muitas desigualdades no conteúdo lecionado. "Parâmetros pragmáticos ajudam a ensinar melhor", avalia Naercio Menezes Filho, do Insper. "A base é um pilar do sistema de justiça social. Nada mais democrático e justo", diz Wilson Risolia, ex-secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro e diretor da Falconi Educação. Hoje, países como Austrália, Chile, EUA, França e Inglaterra contam com documentos que definem o aprendizado mínimo essencial. Chegar a esse bom currículo mínimo, com descrições precisas, linguagem clara, coesão entre as disciplinas e sequenciamento coerente entre as séries, no entanto, é resultado de um processo que leva tempo e requer diálogo. No Brasil, a maioria dos especialistas avalia que a condução dessa discussão está longe do ideal. Em primeiro lugar, eles criticam a data fixada para que o plano seja concluído: até o fim de junho de 2016, como determina o Plano Nacional de Educação, lei aprovada em junho de 2014. Mesmo para o professor Luís Carlos de Menezes, da USP, que participou da elaboração como assessor, "o esforço foi rápido demais". O segundo ponto sujeito a críticas é a forma estabelecida para gerenciar o debate sobre essa proposta inicial. O MEC disponibilizou um site para que qualquer interessado se cadastre e faça sugestões ao texto. A partir do dia 15 deste mês, uma comissão passará a julgar as propostas, e fará uma segunda versão da base até março. Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, afirma que rever o documento não é apenas recolher e incorporar comentários. "O trabalho deveria ser coordenado por um grupo pequeno, de renome. Aqui, criaram um monstro", lamenta. Até o momento, não foram divulgados detalhes dos critérios que nortearão a triagem das sugestões. Mais de 4 milhões de recomendações já foram recebidas. O novo documento deve ser divulgado até o início de abril, para então ser discutido nos Estados. Só então deve ser enviado ao CNE (Conselho Nacional de Educação). - BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR O QUE É? Documento que organiza assuntos que as escolas do país devem obrigatoriamente abordar SERVIRÁ A QUAIS ETAPAS? Toda a educação básica, dos 4 aos 17 anos (educação infantil, ensino fundamental 1 e 2 e ensino médio) QUEM DEVE APLICAR? Todas as escolas das redes municipais, estaduais, federal e particulares COMO É ORGANIZADA? O documento define 60% do currículo, sendo que os demais 40% ficam a critério de Estados e municípios Educação infantil Organizado em "campos de experiência": O Eu, o Outro e o Nós Corpo, gestos e movimentos Escuta, fala, pensamento e imaginação Traços, sons, cores e imagens Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações Ensino fundamental (anos iniciais e finais) e ensino médio Organizado em quatro áreas de conhecimento, divididas em componentes curriculares LINGUAGENS Língua portuguesa Língua estrangeira moderna Arte Educação física MATEMÁTICA Matemática CIÊNCIAS HUMANAS História Geografia Ensino religioso (EF) Filosofia (EM) Sociologia CIÊNCIAS DA NATUREZA Ciências (EF) Biologia (EM) Física (EM) Química (EM) TRÂMITE E PARTICIPAÇÃO Documento foi elaborado pelo MEC e 116 especialistas, divididos em 29 comissões Em 16.set.15, ministério divulgou primeira versão da base nacional É possível enviar sugestões, críticas e comentários pelo site basenacionalcomum.mec.gov.br. Não há data limite Em 15.dez.15 começam as análises das contribuições do primeiro ciclo de debates; Até abr.16, uma segunda versão deve estar pronta para seguir para fóruns estaduais. Só então, o documento será entregue ao Conselho Nacional de Educação Pelo Plano Nacional de Educação, documento deve estar concluído até fim de jun.16 CRÍTICAS À VERSÃO INICIAL Excessivamente extenso em alguns tópicos Pouca discussão com os especialistas Feito com pouco prazo Texto inicial sem autoria Algumas escolhas motivadas por ideologia de esquerda Maior parte dos países não contempla ensino médio em currículo básico Falta de foco nas matérias mais básicas (português e matemática) Autonomia regional de 40% –parcela seria muito grande Ausência de bibliografia ou autores recomendados Aberto demais a interpretações Baixa coerência curricular (relação entre tópicos ensinados a cada ano e entre os anos) Fraca continuidade entre tópicos de uma mesma disciplina Colaborou FLÁVIA FOREQUE, de Brasília
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Leitor elogia Obama por acordo nuclear com Irã
O presidente Barack Obama reergueu a economia americana, arrasada pelas injustificáveis invasões ao Iraque e Afeganistão, durante a desastrosa gestão Bush. Promove a reaproximação com Cuba, que terminará com o desumano embargo comercial imposto há décadas e deverá colaborar com o início de democratização da ilha. Apesar da absurda resistência do partido republicano, influenciado pelo poderoso lobby judaico-americano, celebra um auspicioso acordo nuclear com o Irã, que liderou, a frente de outras 5 potências mundiais (Rússia, França, Alemanha, Reino Unido, China). Para finalizar com chave de ouro seu governo, só falta honrar uma promessa de campanha e desativar a prisão de Guantánamo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor elogia Obama por acordo nuclear com IrãO presidente Barack Obama reergueu a economia americana, arrasada pelas injustificáveis invasões ao Iraque e Afeganistão, durante a desastrosa gestão Bush. Promove a reaproximação com Cuba, que terminará com o desumano embargo comercial imposto há décadas e deverá colaborar com o início de democratização da ilha. Apesar da absurda resistência do partido republicano, influenciado pelo poderoso lobby judaico-americano, celebra um auspicioso acordo nuclear com o Irã, que liderou, a frente de outras 5 potências mundiais (Rússia, França, Alemanha, Reino Unido, China). Para finalizar com chave de ouro seu governo, só falta honrar uma promessa de campanha e desativar a prisão de Guantánamo. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Manicure e clientes são vizinhas em bairro de alto padrão
Só uma rua os separa no Real Parque, bairro rico/pobre na zona sul paulistana. Quem vive lá, pobre/rico/classe média, são vizinhos na marra. São cem metros de distância: de um lado, a Cohab; do outro, prédios com piscinas e varanda gourmet. De um lado, carros populares ou velhos se amontoam na rua estreita: na Cohab, onde vivem 1.246 famílias, não há garagens. Do outro, veículos mais caros se enfileiram para entrar nos condomínios. De um lado, os moradores do conjunto popular reclamam do preço do mercado "deles". "Muito caro", diz Iraci Ferreira, 55, doméstica. E "eles" se queixam do barulho dos "outros". "Não consigo dormir no fim de semana com o som do funk que vem de lá", reclama Rodrigo De Masi, 40, dono de um salão de cabeleireiro. Até 2011, o empresário via uma favela da sua janela. "A chegada da Cohab melhorou o bairro. Está mais bonito visualmente", diz. "Mas vamos gravar um vídeo do baile funk e mandar para a TV ou para a polícia", afirma. No salão de De Masi, a assistente social Regina Oliveira, 60, faz as unhas. Mora há 20 anos em um prédio do Real Parque. "A Cohab trouxe dignidade para essas pessoas, que viviam em barracos, com esgoto a céu aberto. Mas esse baile funk é um inferno." E continua: "A convivência é boa, desde que a gente não se encontre. Quer dizer, desde que nos encontremos em ambientes pacíficos, como esse salão", completa. Quem pinta sua unha é a manicure Francisca do Nascimento, 53, que é vizinha, mas vive na Cohab. Para ela, o baile funk na rua é um "inimigo" comum."A gente também sofre com o barulho, eu mesma durmo com um algodão no ouvido todo fim de semana", diz, com um esmalte na mão. Clique na infografia: Zeis de São Paulo SEIS DÉCADAS DE FAVELA O aposentado José Santana, 72, não frequenta os shopping centers ou restaurantes da região da avenida Luís Carlos Berrini, onde fica o Jardim Edite. "Nunca fui. Não existe essa convivência", diz. Santana morou por quase 60 anos em favelas no Brooklin. "Quando cheguei aqui, em 1958, era tudo mato e barraco. Os prédios chiques é que invadiram nossa área", ri. A vista de sua janela é de cartão-postal e cenário dos jornais da Globo: a ponte Octavio Frias de Oliveira, conhecida como ponte Estaiada. Já recebeu propostas para vender ou alugar seu apartamento, mas sempre nega. Antes da quitação, a venda ou a locação de imóvel da Cohab é proibida. Quem desrespeita é excluído de programas sociais. O comprador pode ser desapropriado. Em locais como Jardim Edite e Real Parque, que têm mais assédio de compradores, funcionários da Cohab fazem blitz para checar se quem vive no local é o dono de fato.
cotidiano
Manicure e clientes são vizinhas em bairro de alto padrãoSó uma rua os separa no Real Parque, bairro rico/pobre na zona sul paulistana. Quem vive lá, pobre/rico/classe média, são vizinhos na marra. São cem metros de distância: de um lado, a Cohab; do outro, prédios com piscinas e varanda gourmet. De um lado, carros populares ou velhos se amontoam na rua estreita: na Cohab, onde vivem 1.246 famílias, não há garagens. Do outro, veículos mais caros se enfileiram para entrar nos condomínios. De um lado, os moradores do conjunto popular reclamam do preço do mercado "deles". "Muito caro", diz Iraci Ferreira, 55, doméstica. E "eles" se queixam do barulho dos "outros". "Não consigo dormir no fim de semana com o som do funk que vem de lá", reclama Rodrigo De Masi, 40, dono de um salão de cabeleireiro. Até 2011, o empresário via uma favela da sua janela. "A chegada da Cohab melhorou o bairro. Está mais bonito visualmente", diz. "Mas vamos gravar um vídeo do baile funk e mandar para a TV ou para a polícia", afirma. No salão de De Masi, a assistente social Regina Oliveira, 60, faz as unhas. Mora há 20 anos em um prédio do Real Parque. "A Cohab trouxe dignidade para essas pessoas, que viviam em barracos, com esgoto a céu aberto. Mas esse baile funk é um inferno." E continua: "A convivência é boa, desde que a gente não se encontre. Quer dizer, desde que nos encontremos em ambientes pacíficos, como esse salão", completa. Quem pinta sua unha é a manicure Francisca do Nascimento, 53, que é vizinha, mas vive na Cohab. Para ela, o baile funk na rua é um "inimigo" comum."A gente também sofre com o barulho, eu mesma durmo com um algodão no ouvido todo fim de semana", diz, com um esmalte na mão. Clique na infografia: Zeis de São Paulo SEIS DÉCADAS DE FAVELA O aposentado José Santana, 72, não frequenta os shopping centers ou restaurantes da região da avenida Luís Carlos Berrini, onde fica o Jardim Edite. "Nunca fui. Não existe essa convivência", diz. Santana morou por quase 60 anos em favelas no Brooklin. "Quando cheguei aqui, em 1958, era tudo mato e barraco. Os prédios chiques é que invadiram nossa área", ri. A vista de sua janela é de cartão-postal e cenário dos jornais da Globo: a ponte Octavio Frias de Oliveira, conhecida como ponte Estaiada. Já recebeu propostas para vender ou alugar seu apartamento, mas sempre nega. Antes da quitação, a venda ou a locação de imóvel da Cohab é proibida. Quem desrespeita é excluído de programas sociais. O comprador pode ser desapropriado. Em locais como Jardim Edite e Real Parque, que têm mais assédio de compradores, funcionários da Cohab fazem blitz para checar se quem vive no local é o dono de fato.
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Lucro da Via Varejo desaba 98,7% no 1º trimestre
A Via Varejo, rede de comércio de eletrodomésticos e móveis do Grupo Pão de Açúcar, anunciou nesta segunda-feira (9) que teve lucro líquido de três milhões de reais, uma queda de 98,7% sobre um ano antes. O resultado operacional da companhia responsável pela administração das Casas Bahia e do Pontofrio, medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação, na sigla em inglês), somou R$ 112 milhões entre janeiro e março, declínio de 78,3% na comparação anual. A margem Ebitda caiu 7,2 pontos percentuais, para 2,4%. A receita líquida da Via Varejo no período caiu 12,7%, para R$ 4,7 bilhões. Segundo a companhia, as vendas de janeiro refletiram a forte base de comparação. A Via Varejo também fechou lojas consideradas de baixo desempenho. A companhia disse ter implementado campanhas de vendas e, embora a margem de lucro tenha caído, a participação de mercado subiu. "Para os próximos trimestres a Via Varejo continuará com o foco no aumento da produtividade das lojas e melhoria no nível de serviço para os clientes e espera com isso fortalecer cada vez mais seus diferenciais competitivos e avançar nos ganhos estruturais de market share", diz trecho do relatório divulgado nesta segunda-feira.
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Lucro da Via Varejo desaba 98,7% no 1º trimestreA Via Varejo, rede de comércio de eletrodomésticos e móveis do Grupo Pão de Açúcar, anunciou nesta segunda-feira (9) que teve lucro líquido de três milhões de reais, uma queda de 98,7% sobre um ano antes. O resultado operacional da companhia responsável pela administração das Casas Bahia e do Pontofrio, medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação, na sigla em inglês), somou R$ 112 milhões entre janeiro e março, declínio de 78,3% na comparação anual. A margem Ebitda caiu 7,2 pontos percentuais, para 2,4%. A receita líquida da Via Varejo no período caiu 12,7%, para R$ 4,7 bilhões. Segundo a companhia, as vendas de janeiro refletiram a forte base de comparação. A Via Varejo também fechou lojas consideradas de baixo desempenho. A companhia disse ter implementado campanhas de vendas e, embora a margem de lucro tenha caído, a participação de mercado subiu. "Para os próximos trimestres a Via Varejo continuará com o foco no aumento da produtividade das lojas e melhoria no nível de serviço para os clientes e espera com isso fortalecer cada vez mais seus diferenciais competitivos e avançar nos ganhos estruturais de market share", diz trecho do relatório divulgado nesta segunda-feira.
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Ataque na Somália mata ao menos 11 pessoas
Um ataque com carro-bomba em Mogadício, capital da Somália, matou ao menos 11 pessoas neste sábado (26). A explosão aconteceu próximo a um mercado da cidade, que estava lotado naquela hora, deixando também pelo menos 16 feridos, segundo autoridades. O alvo do atentado era uma delegacia no bairro de Waberi. O presidente Hassan Sheikh Mohamud estava visitando uma universidade na região, informou o capitão da polícia, Mohamed Hussein. Segundo o policial Colonel Abdikadir Farah, o número de vítimas ainda poderia aumentar. O cenário era de destruição e corpos estavam espalhados pelo local, na manhã de sábado. "O mercado está completamente destruído e há muitas vítimas", disse o policial. Até a conclusão desta edição, ninguém havia assumido a autoria do ataque, mas a milícia radical islâmica Al Shabaab já realizou atentados semelhantes na capital. O país vive um momento de tensão em meio à eleição para o Parlamento. A facção extremista acusa os candidatos de serem "marionetes" do Ocidente. O Al Shabab, que busca estabelecer um emirado islâmico governado por uma versão radical da Sharia (lei islâmica), tem travado uma insurgência contra o fraco governo da Somália, que é apoiado pelas Nações Unidas. TROPAS ESTRANGEIRAS Mais de 22 mil soldados da paz fazem parte da força multinacional da União Africana. O Al Shabab se opõe à presença de tropas estrangeiras. Apesar de ter sido expulsa da maioria de seus principais redutos no sul e no centro da Somália, a milícia continua lançando ataques de guerrilha contra o governo somali e as forças da União Africana em diversas partes do país.
mundo
Ataque na Somália mata ao menos 11 pessoasUm ataque com carro-bomba em Mogadício, capital da Somália, matou ao menos 11 pessoas neste sábado (26). A explosão aconteceu próximo a um mercado da cidade, que estava lotado naquela hora, deixando também pelo menos 16 feridos, segundo autoridades. O alvo do atentado era uma delegacia no bairro de Waberi. O presidente Hassan Sheikh Mohamud estava visitando uma universidade na região, informou o capitão da polícia, Mohamed Hussein. Segundo o policial Colonel Abdikadir Farah, o número de vítimas ainda poderia aumentar. O cenário era de destruição e corpos estavam espalhados pelo local, na manhã de sábado. "O mercado está completamente destruído e há muitas vítimas", disse o policial. Até a conclusão desta edição, ninguém havia assumido a autoria do ataque, mas a milícia radical islâmica Al Shabaab já realizou atentados semelhantes na capital. O país vive um momento de tensão em meio à eleição para o Parlamento. A facção extremista acusa os candidatos de serem "marionetes" do Ocidente. O Al Shabab, que busca estabelecer um emirado islâmico governado por uma versão radical da Sharia (lei islâmica), tem travado uma insurgência contra o fraco governo da Somália, que é apoiado pelas Nações Unidas. TROPAS ESTRANGEIRAS Mais de 22 mil soldados da paz fazem parte da força multinacional da União Africana. O Al Shabab se opõe à presença de tropas estrangeiras. Apesar de ter sido expulsa da maioria de seus principais redutos no sul e no centro da Somália, a milícia continua lançando ataques de guerrilha contra o governo somali e as forças da União Africana em diversas partes do país.
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Salvo-conduto pra matar
Às vésperas do dia da Consciência Negra, o Rio de Janeiro vivenciou mais um capítulo sangrento em sua longa história de violência contra os desvalidos. Após a queda de um helicóptero na Cidade de Deus, que ocasionou a morte de quatro policiais e, segundo a Secretaria de Segurança Pública não apresentou qualquer sinal de perfuração por tiros, no mínimo sete pessoas foram mortas na comunidade. Ao que tudo indica tratou-se de retaliação de policiais contra o suposto ataque ao helicóptero. Os corpos foram encontrados pelos familiares em uma mata, com braços e pernas decepados, de bruços e marcas de tiros e facadas. Sinais claros de execução. Em um país onde nove pessoas são mortas por policiais a cada dia e com uma cultura de genocídio contra pobres e negros, não é possível pensar em outra coisa senão vingança e execução sumária dos moradores da Cidade de Deus. Parte da imprensa, como de hábito, tem descrito a operação policial como um "confronto" e ressaltado que as vítimas teriam antecedentes criminais. Induz-se de forma perversa a aprovação dos atos, legitimando-se aos policiais uma espécie de salvo-conduto para fazer "justiça" com as próprias mãos. Recentemente, a chacina dos cinco jovens na Grande São Paulo foi tratada com o mesmo "silêncio sorridente", uma espécie de aprovação velada ao extermínio de quem, supostamente, teria atacado policiais. Não é de hoje o contexto de estado de exceção em que vivem os territórios de favela e periferias em todo o Brasil. Esses casos revelam um cínico paradoxo: suspende-se a ordem e o Estado de Direito em nome do próprio Estado de Direito. A juíza estadual Angélica dos Santos Costa autorizou nesta segunda-feira (21) a polícia a fazer buscas e apreensões coletivas na Cidade de Deus. "Em tempos excepcionais, medidas também excepcionais são exigidas com intuito de restabelecer a ordem pública. Desse modo, deve ser admitida", diz a ilustre magistrada, que seguramente não tem nenhum parente na Cidade de Deus e nunca nem mesmo deve ter pisado por lá. Imagine a reação dela e de seus colegas se uma revista coletiva fosse executada num condomínio de luxo habitado por juízes e desembargadores na Barra da Tijuca. Coincidentemente ou não, ao comentar sobre a estreia de um filme nacional, a apresentadora Fátima Bernardes propôs uma enquete em seu programa matinal. Um policial ferido ou um traficante com risco de morte –quem os participantes do programa socorreriam antes. Se houvesse televisão em 20 de novembro 1695 no Brasil, talvez assistíssemos ao vivo uma enquete sobre a execução de Zumbi dos Palmares, premiada com 50 mil réis por Dom Pedro II. Quando a barbárie é praticada por quem deveria resguardar a lei, quando é feita sob os aplausos da mídia e a bênção do Judiciário, resta saber de que "Estado de Direito" estão falando. Não é de se duvidar que, em breve, tenhamos juízes chancelando os que amarram suspeitos em postes, assim como tivemos recentemente um juiz autorizando técnicas de tortura psicológica contra estudantes que ocuparam uma escola. Os corpos achados em Mogi das Cruzes e o massacre atroz na Cidade de Deus estão aí para nos lembrar que nas periferias, contra a juventude pobre e negra, o Estado de exceção sempre foi a regra.
colunas
Salvo-conduto pra matarÀs vésperas do dia da Consciência Negra, o Rio de Janeiro vivenciou mais um capítulo sangrento em sua longa história de violência contra os desvalidos. Após a queda de um helicóptero na Cidade de Deus, que ocasionou a morte de quatro policiais e, segundo a Secretaria de Segurança Pública não apresentou qualquer sinal de perfuração por tiros, no mínimo sete pessoas foram mortas na comunidade. Ao que tudo indica tratou-se de retaliação de policiais contra o suposto ataque ao helicóptero. Os corpos foram encontrados pelos familiares em uma mata, com braços e pernas decepados, de bruços e marcas de tiros e facadas. Sinais claros de execução. Em um país onde nove pessoas são mortas por policiais a cada dia e com uma cultura de genocídio contra pobres e negros, não é possível pensar em outra coisa senão vingança e execução sumária dos moradores da Cidade de Deus. Parte da imprensa, como de hábito, tem descrito a operação policial como um "confronto" e ressaltado que as vítimas teriam antecedentes criminais. Induz-se de forma perversa a aprovação dos atos, legitimando-se aos policiais uma espécie de salvo-conduto para fazer "justiça" com as próprias mãos. Recentemente, a chacina dos cinco jovens na Grande São Paulo foi tratada com o mesmo "silêncio sorridente", uma espécie de aprovação velada ao extermínio de quem, supostamente, teria atacado policiais. Não é de hoje o contexto de estado de exceção em que vivem os territórios de favela e periferias em todo o Brasil. Esses casos revelam um cínico paradoxo: suspende-se a ordem e o Estado de Direito em nome do próprio Estado de Direito. A juíza estadual Angélica dos Santos Costa autorizou nesta segunda-feira (21) a polícia a fazer buscas e apreensões coletivas na Cidade de Deus. "Em tempos excepcionais, medidas também excepcionais são exigidas com intuito de restabelecer a ordem pública. Desse modo, deve ser admitida", diz a ilustre magistrada, que seguramente não tem nenhum parente na Cidade de Deus e nunca nem mesmo deve ter pisado por lá. Imagine a reação dela e de seus colegas se uma revista coletiva fosse executada num condomínio de luxo habitado por juízes e desembargadores na Barra da Tijuca. Coincidentemente ou não, ao comentar sobre a estreia de um filme nacional, a apresentadora Fátima Bernardes propôs uma enquete em seu programa matinal. Um policial ferido ou um traficante com risco de morte –quem os participantes do programa socorreriam antes. Se houvesse televisão em 20 de novembro 1695 no Brasil, talvez assistíssemos ao vivo uma enquete sobre a execução de Zumbi dos Palmares, premiada com 50 mil réis por Dom Pedro II. Quando a barbárie é praticada por quem deveria resguardar a lei, quando é feita sob os aplausos da mídia e a bênção do Judiciário, resta saber de que "Estado de Direito" estão falando. Não é de se duvidar que, em breve, tenhamos juízes chancelando os que amarram suspeitos em postes, assim como tivemos recentemente um juiz autorizando técnicas de tortura psicológica contra estudantes que ocuparam uma escola. Os corpos achados em Mogi das Cruzes e o massacre atroz na Cidade de Deus estão aí para nos lembrar que nas periferias, contra a juventude pobre e negra, o Estado de exceção sempre foi a regra.
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Garbage lança disco com uma declaração contra o pop de hoje
Um disco sombrio para tempos sombrios. Este era o saldo que o Garbage buscava quando começou a produzir "Strange Little Birds", com lançamento previsto para o dia 10 de junho, no iTunes (US$ 9,99, cerca de R$ 35). "Ao ligar o rádio, tudo o que ouvimos é uma música pop animada e estridente. É totalmente incoerente com o que está rolando no mundo neste momento. Quase beira à insanidade", diz a vocalista Shirley Manson, 49, em entrevista à Folha. Fazendo um contraponto à era dançante e festiva de Justin Bieber e de outros "divos" do pop chiclete moderno, a banda norte-americana de rock alternativo queria soar como uma pessoa real. "Hoje, ninguém quer ser adulto, assumir seus medos, erros e defeitos", reflete. O sucessor de "Not Your Kind of People" (2012) não teme tocar nas próprias feridas. É soturno como os anteriores –mas um pouquinho mais. Divaga sobre frustrações, incertezas e "dias perigosos nos quais matamos as coisas que mais amamos" ("Even Though Our Love Is Doomed"). Poderia servir de trilhas sonoras de séries de zumbis ("Sometimes"). Dramas fofos com protagonistas perturbados também encontrariam pano de fundo ("We Never Tell"). O grupo formado ainda por Steve Marker, Duke Erikson e Butch Vig foca a performance e não as máquinas. "Este é um disco maduro de uma banda madura. Não poderia ter sido feito por crianças", diz Manson. GUITARRAS SOMBRIAS Ir na contramão do que está sendo produzido foi intencional ao menos em parte. Cansada de escutar histórias sobre a morte do rock (e discordar delas), Shirley decidiu focar o que ela e os outros integrantes gostam de ouvir: guitarras sombrias. "De certa maneira, o álbum é uma rebelião contra a esse tipo de retórica que tivemos de escutar nos últimos anos", conta. Com turnê anunciada por Estados Unidos e Europa, o Garbage ainda não prevê datas para o Brasil, mas está entusiasmado com a possibilidade de voltar ao país após passagem em 2012, pelo extinto Planeta Terra. Para a leva de apresentações a começar no fim de maio, não há superprodução. "Quando vou a um show hoje é quase como se eu fosse à Broadway assistir a um musical. Nós não invocamos convidados famosos para dividir o palco. Não usamos efeitos. Não conseguimos competir com as performances com as quais estamos acostumados hoje", diz Manson. "Somos nós quatro no palco tocando". Uma declaração antipop? "Sim, uma declaração de intenção. Nós temos nossa voz. Você ame ou odeie. Neste mundo, se você não tem uma identidade e não defende o que acredita, acaba afogado."
ilustrada
Garbage lança disco com uma declaração contra o pop de hojeUm disco sombrio para tempos sombrios. Este era o saldo que o Garbage buscava quando começou a produzir "Strange Little Birds", com lançamento previsto para o dia 10 de junho, no iTunes (US$ 9,99, cerca de R$ 35). "Ao ligar o rádio, tudo o que ouvimos é uma música pop animada e estridente. É totalmente incoerente com o que está rolando no mundo neste momento. Quase beira à insanidade", diz a vocalista Shirley Manson, 49, em entrevista à Folha. Fazendo um contraponto à era dançante e festiva de Justin Bieber e de outros "divos" do pop chiclete moderno, a banda norte-americana de rock alternativo queria soar como uma pessoa real. "Hoje, ninguém quer ser adulto, assumir seus medos, erros e defeitos", reflete. O sucessor de "Not Your Kind of People" (2012) não teme tocar nas próprias feridas. É soturno como os anteriores –mas um pouquinho mais. Divaga sobre frustrações, incertezas e "dias perigosos nos quais matamos as coisas que mais amamos" ("Even Though Our Love Is Doomed"). Poderia servir de trilhas sonoras de séries de zumbis ("Sometimes"). Dramas fofos com protagonistas perturbados também encontrariam pano de fundo ("We Never Tell"). O grupo formado ainda por Steve Marker, Duke Erikson e Butch Vig foca a performance e não as máquinas. "Este é um disco maduro de uma banda madura. Não poderia ter sido feito por crianças", diz Manson. GUITARRAS SOMBRIAS Ir na contramão do que está sendo produzido foi intencional ao menos em parte. Cansada de escutar histórias sobre a morte do rock (e discordar delas), Shirley decidiu focar o que ela e os outros integrantes gostam de ouvir: guitarras sombrias. "De certa maneira, o álbum é uma rebelião contra a esse tipo de retórica que tivemos de escutar nos últimos anos", conta. Com turnê anunciada por Estados Unidos e Europa, o Garbage ainda não prevê datas para o Brasil, mas está entusiasmado com a possibilidade de voltar ao país após passagem em 2012, pelo extinto Planeta Terra. Para a leva de apresentações a começar no fim de maio, não há superprodução. "Quando vou a um show hoje é quase como se eu fosse à Broadway assistir a um musical. Nós não invocamos convidados famosos para dividir o palco. Não usamos efeitos. Não conseguimos competir com as performances com as quais estamos acostumados hoje", diz Manson. "Somos nós quatro no palco tocando". Uma declaração antipop? "Sim, uma declaração de intenção. Nós temos nossa voz. Você ame ou odeie. Neste mundo, se você não tem uma identidade e não defende o que acredita, acaba afogado."
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Atriz de 'Mulher Maravilha' compartilha primeiro pôster do filme
A estrela de "Mulher Maravilha", Gal Gadot, compartilhou o primeiro pôster do filme nesta sexta-feira (22), antes da divulgação para os fãs na Convenção Comic-Con, em San Diego, nos Estados Unidos. A imagem mostra as feições de perfil da super-heroína amazona com seu famoso traje vermelho, azul e dourado, segurando uma espada contra um céu azul e rosa, e acima as palavras: "Power. Grace. Wisdom. Wonder." ("Poder. Graça. Sabedoria. Maravilha."). "É um sonho que virou realidade! Feliz por finalmente compartilhar isso com todos vocês", escreveu a atriz e modelo israelense em um post no Twitter com a imagem. Muitos dos frequentadores da convenção veem o painel de "Mulher Maravilha", que acontecerá neste sábado (23), como o grande evento da Comic-Con. Espera-se a divulgação do primeiro trailer completo do filme da DC antes de seu lançamento no próximo verão.
ilustrada
Atriz de 'Mulher Maravilha' compartilha primeiro pôster do filmeA estrela de "Mulher Maravilha", Gal Gadot, compartilhou o primeiro pôster do filme nesta sexta-feira (22), antes da divulgação para os fãs na Convenção Comic-Con, em San Diego, nos Estados Unidos. A imagem mostra as feições de perfil da super-heroína amazona com seu famoso traje vermelho, azul e dourado, segurando uma espada contra um céu azul e rosa, e acima as palavras: "Power. Grace. Wisdom. Wonder." ("Poder. Graça. Sabedoria. Maravilha."). "É um sonho que virou realidade! Feliz por finalmente compartilhar isso com todos vocês", escreveu a atriz e modelo israelense em um post no Twitter com a imagem. Muitos dos frequentadores da convenção veem o painel de "Mulher Maravilha", que acontecerá neste sábado (23), como o grande evento da Comic-Con. Espera-se a divulgação do primeiro trailer completo do filme da DC antes de seu lançamento no próximo verão.
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Irritada, Dilma diz que contato com Delcídio foi iniciativa de Mercadante
Irritada com o ministro Aloizio Mercadante (Educação), a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (15) que foi uma decisão pessoal a iniciativa do petista em se reunir com o assessor do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), José Eduardo Marzagão. Em nota, a petista disse que repudia com "veemência e indignação" a tentativa de envolvê-la no episódio. Em delação premiada, homologada nesta terça-feira (15), o senador disse acreditar que o ministro atuou como emissário da petista. Contra a delação premiada, o senador acusou o ministro de oferecer ao senador ajuda financeira e lobby para a sua soltura junto ao STF (Supremo Tribunal Federal). Em entrevista à imprensa, Mercadante eximiu Dilma e disse que não tentou evitar a delação premiada. Com a revelação da conversa, a presidente convocou o ministro para cobrar explicações no Palácio do Planalto. Na conversa, segundo relatos de auxiliares e assessores, a petista deu uma bronca em Mercadante e disse que ele não deveria se meter no envolvimento de Delcídio com a Operação Lava Jato. A petista, que chegou a ser aconselhada a forçar Mercadante a pedir demissão, obrigou o ministro a reconhecer sozinho a culpa pelo episódio, diante da avaliação de que a gravação não era tão grave como considerada inicialmente. Para o Palácio do Planalto, Mercadante em nenhum momento pediu nada em troca nem ofereceu de fato nada ao senador. Segundo a equipe presidencial, a acusação do senador Delcídio contra Mercadante não tem "consistência" e o ministro da Educação teria sido "vítima" de uma tentativa de incriminar a ele e ao governo. Leia a íntegra da delação: Leia a íntegra da delação
poder
Irritada, Dilma diz que contato com Delcídio foi iniciativa de MercadanteIrritada com o ministro Aloizio Mercadante (Educação), a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (15) que foi uma decisão pessoal a iniciativa do petista em se reunir com o assessor do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), José Eduardo Marzagão. Em nota, a petista disse que repudia com "veemência e indignação" a tentativa de envolvê-la no episódio. Em delação premiada, homologada nesta terça-feira (15), o senador disse acreditar que o ministro atuou como emissário da petista. Contra a delação premiada, o senador acusou o ministro de oferecer ao senador ajuda financeira e lobby para a sua soltura junto ao STF (Supremo Tribunal Federal). Em entrevista à imprensa, Mercadante eximiu Dilma e disse que não tentou evitar a delação premiada. Com a revelação da conversa, a presidente convocou o ministro para cobrar explicações no Palácio do Planalto. Na conversa, segundo relatos de auxiliares e assessores, a petista deu uma bronca em Mercadante e disse que ele não deveria se meter no envolvimento de Delcídio com a Operação Lava Jato. A petista, que chegou a ser aconselhada a forçar Mercadante a pedir demissão, obrigou o ministro a reconhecer sozinho a culpa pelo episódio, diante da avaliação de que a gravação não era tão grave como considerada inicialmente. Para o Palácio do Planalto, Mercadante em nenhum momento pediu nada em troca nem ofereceu de fato nada ao senador. Segundo a equipe presidencial, a acusação do senador Delcídio contra Mercadante não tem "consistência" e o ministro da Educação teria sido "vítima" de uma tentativa de incriminar a ele e ao governo. Leia a íntegra da delação: Leia a íntegra da delação
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Em 2 meses no poder, Donald Trump já coleciona fracassos
Com pouco mais de 60 dias no poder, o presidente dos EUA, Donald Trump, já coleciona uma série de fracassos, coroada na sexta-feira (24) com o recuo na votação do projeto de reforma do Obamacare. Apesar da maioria republicana, a Câmara não reuniu votos para a aprovação. O fiasco expôs a incompetência política do governo, que perdeu para si próprio, e as feridas que se abriram no Partido Republicano desde que Trump obteve a indicação da legenda para concorrer à Casa Branca. O presidente admitiu que seu grande erro estratégico foi inaugurar a agenda do Legislativo com a mudança na lei de saúde –e não com a reforma tributária para cortar impostos, tema que tem mais fácil aceitação entre republicanos, embora ainda possa encontrar resistência em algumas alas. Num país em que a assistência à saúde nunca atingiu um grau de universalização comparável ao de nações europeias, onde prosperou o Estado de bem-estar social, a reforma sancionada por Barack Obama, em 2010, ampliou de maneira expressiva o alcance dos cuidados médicos. Um escritório ligado ao próprio Congresso estimou que a reforma, se aprovada, deixaria 24 milhões desassistidos. Longe de ser perfeito, o Obamacare foi bombardeado nos últimos anos por republicanos, que o acusam de promover uma intromissão indevida do Estado ao tornar obrigatória a contratação de planos de saúde e subsidiá-los (com aumento de tributos) para setores de baixa renda. Para conservadores puro-sangue, a lei de Obama deveria ser abandonada em favor de um sistema que eliminasse subsídios e devolvesse aos indivíduos e ao mercado a iniciativa de organizar fundos mútuos e seguros com coberturas variadas de acordo com os interesses e possibilidades de cada um. Mais cautelosos, parlamentares republicanos moderados passaram a temer as consequências de uma reforma que retirasse direitos logo antes das eleições de 2018 para o Congresso –o que daria aos democratas um discurso pronto de campanha. As divergências expressam impasses da direita americana, num contexto em que mudanças demográficas e sociais pressionam por mais amparo governamental e solicitam dos políticos um tipo de sensibilidade nem sempre compatível com o conservadorismo privatista mais rígido e ideológico. Para Trump, o fiasco foi o mais grave de sua breve e mal avaliada gestão –o patamar dos que aprovam seu trabalho é de 40%, o mais baixo entre presidentes nessa fase do mandato. A seu favor, o republicano conta até aqui com a melhoria da economia –que na verdade já vem do período de Obama– e com sua coreografia de CEO hiperativo com as mangas arregaçadas a assinar ordens, disparar ataques contra a mídia de inclinação progressista e martelar sua retórica de América e trabalhadores em primeiro lugar. Além da derrota na Câmara, Trump já teve dois decretos de veto à imigração derrubados na Justiça e enfrenta problemas em investigações que se conectam e colaboram para desgastar seu capital político. A primeira delas diz respeito às ligações subterrâneas entre membros de sua equipe e os serviços de inteligência da Rússia –que parecem retiradas do enredo de um improvável filme de espionagem. O que a muitos soava como mirabolante teoria conspiratória da democrata Hillary Clinton tornou-se um pesadelo político que arrastou Trump para o meio de uma investigação do FBI. O caso ganhou proporções de escândalo quando o conselheiro de Segurança Nacional, o general Michael Flynn, viu-se compelido a deixar o governo menos de um mês depois de ter assumido. A causa foi a revelação de que Flynn ocultou do vice, Mike Pence, as conversas telefônicas que manteve com o embaixador da Rússia em Washington, acerca das sanções impostas pelo governo de Barack Obama a seu país. Depois da mentira do general, foi a vez de o secretário de Justiça, Jeff Sessions, ser apanhado numa dissimulação –o "Washington Post" revelou que ele havia se encontrado duas vezes com o mesmo embaixador, informação que escondera ao ser sabatinado pelo Senado. Sob pressão, Sessions, numa manobra que faz lembrar o padrão político brasileiro, determinou seu próprio afastamento das apurações sobre os contatos com a Rússia e se manteve na função. Numa aparente tentativa de desviar a atenção do imbróglio sobre a conexão russa, o presidente usou uma rede social para acusar, sem embasamento, seu antecessor de ter ordenado grampos telefônicos na Trump Tower, o quartel-general de sua campanha. O caso motivou uma segunda investigação –que nada encontrou até o momento. Trump agora diz que aposta na implosão do Obamacare para relançar um plano de reforma com adesão dos democratas. Mas terá primeiro que recompor seu partido e minimizar suas áreas de atrito –um tipo de esforço conciliatório que não parece impresso em seu DNA. * MEDIDAS DE TRUMP APROVADAS - Muro na fronteira com o México - Oleoduto do Canadá a Texas e Illinois - Indicação de Neil Gorsuch à Suprema Corte - Saída da Parceria Transpacífico (TPP) - Renegociação do Nafta - Aumento das exigências para visto americano - Restrição à atuação de lobistas na Casa Branca - Congelamento de contratações de funcionários - Corte de recursos a "cidades-santuário" APROVADAS EM PARTE - Deportações: cogita poupar imigrantes ilegais sem crimes graves DERRUBADAS - Fim da reforma de saúde de Obama: retirada pela Câmara - Veto a refugiados e cidadãos de seis países: suspenso pela Justiça
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Em 2 meses no poder, Donald Trump já coleciona fracassosCom pouco mais de 60 dias no poder, o presidente dos EUA, Donald Trump, já coleciona uma série de fracassos, coroada na sexta-feira (24) com o recuo na votação do projeto de reforma do Obamacare. Apesar da maioria republicana, a Câmara não reuniu votos para a aprovação. O fiasco expôs a incompetência política do governo, que perdeu para si próprio, e as feridas que se abriram no Partido Republicano desde que Trump obteve a indicação da legenda para concorrer à Casa Branca. O presidente admitiu que seu grande erro estratégico foi inaugurar a agenda do Legislativo com a mudança na lei de saúde –e não com a reforma tributária para cortar impostos, tema que tem mais fácil aceitação entre republicanos, embora ainda possa encontrar resistência em algumas alas. Num país em que a assistência à saúde nunca atingiu um grau de universalização comparável ao de nações europeias, onde prosperou o Estado de bem-estar social, a reforma sancionada por Barack Obama, em 2010, ampliou de maneira expressiva o alcance dos cuidados médicos. Um escritório ligado ao próprio Congresso estimou que a reforma, se aprovada, deixaria 24 milhões desassistidos. Longe de ser perfeito, o Obamacare foi bombardeado nos últimos anos por republicanos, que o acusam de promover uma intromissão indevida do Estado ao tornar obrigatória a contratação de planos de saúde e subsidiá-los (com aumento de tributos) para setores de baixa renda. Para conservadores puro-sangue, a lei de Obama deveria ser abandonada em favor de um sistema que eliminasse subsídios e devolvesse aos indivíduos e ao mercado a iniciativa de organizar fundos mútuos e seguros com coberturas variadas de acordo com os interesses e possibilidades de cada um. Mais cautelosos, parlamentares republicanos moderados passaram a temer as consequências de uma reforma que retirasse direitos logo antes das eleições de 2018 para o Congresso –o que daria aos democratas um discurso pronto de campanha. As divergências expressam impasses da direita americana, num contexto em que mudanças demográficas e sociais pressionam por mais amparo governamental e solicitam dos políticos um tipo de sensibilidade nem sempre compatível com o conservadorismo privatista mais rígido e ideológico. Para Trump, o fiasco foi o mais grave de sua breve e mal avaliada gestão –o patamar dos que aprovam seu trabalho é de 40%, o mais baixo entre presidentes nessa fase do mandato. A seu favor, o republicano conta até aqui com a melhoria da economia –que na verdade já vem do período de Obama– e com sua coreografia de CEO hiperativo com as mangas arregaçadas a assinar ordens, disparar ataques contra a mídia de inclinação progressista e martelar sua retórica de América e trabalhadores em primeiro lugar. Além da derrota na Câmara, Trump já teve dois decretos de veto à imigração derrubados na Justiça e enfrenta problemas em investigações que se conectam e colaboram para desgastar seu capital político. A primeira delas diz respeito às ligações subterrâneas entre membros de sua equipe e os serviços de inteligência da Rússia –que parecem retiradas do enredo de um improvável filme de espionagem. O que a muitos soava como mirabolante teoria conspiratória da democrata Hillary Clinton tornou-se um pesadelo político que arrastou Trump para o meio de uma investigação do FBI. O caso ganhou proporções de escândalo quando o conselheiro de Segurança Nacional, o general Michael Flynn, viu-se compelido a deixar o governo menos de um mês depois de ter assumido. A causa foi a revelação de que Flynn ocultou do vice, Mike Pence, as conversas telefônicas que manteve com o embaixador da Rússia em Washington, acerca das sanções impostas pelo governo de Barack Obama a seu país. Depois da mentira do general, foi a vez de o secretário de Justiça, Jeff Sessions, ser apanhado numa dissimulação –o "Washington Post" revelou que ele havia se encontrado duas vezes com o mesmo embaixador, informação que escondera ao ser sabatinado pelo Senado. Sob pressão, Sessions, numa manobra que faz lembrar o padrão político brasileiro, determinou seu próprio afastamento das apurações sobre os contatos com a Rússia e se manteve na função. Numa aparente tentativa de desviar a atenção do imbróglio sobre a conexão russa, o presidente usou uma rede social para acusar, sem embasamento, seu antecessor de ter ordenado grampos telefônicos na Trump Tower, o quartel-general de sua campanha. O caso motivou uma segunda investigação –que nada encontrou até o momento. Trump agora diz que aposta na implosão do Obamacare para relançar um plano de reforma com adesão dos democratas. Mas terá primeiro que recompor seu partido e minimizar suas áreas de atrito –um tipo de esforço conciliatório que não parece impresso em seu DNA. * MEDIDAS DE TRUMP APROVADAS - Muro na fronteira com o México - Oleoduto do Canadá a Texas e Illinois - Indicação de Neil Gorsuch à Suprema Corte - Saída da Parceria Transpacífico (TPP) - Renegociação do Nafta - Aumento das exigências para visto americano - Restrição à atuação de lobistas na Casa Branca - Congelamento de contratações de funcionários - Corte de recursos a "cidades-santuário" APROVADAS EM PARTE - Deportações: cogita poupar imigrantes ilegais sem crimes graves DERRUBADAS - Fim da reforma de saúde de Obama: retirada pela Câmara - Veto a refugiados e cidadãos de seis países: suspenso pela Justiça
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Manifestantes marcham por Nova York para 'demitir' Donald Trump
Eles marcharam 45 ruas sob a chuva para dar um recado ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump : "Você está demitido". O bordão de Trump no reality "O Aprendiz" foi um dos vários gritos que ecoaram entre milhares de manifestantes em Nova York e em pelo menos outras seis cidades dos EUA na noite de quarta-feira (9), menos de 24 horas após o republicano ser escolhido como o novo chefe da Casa Branca. "Eu avisei, eu avisei", disse Michael Moore à Folha, no meio da multidão. O documentarista lançou no mês passado "Michael Moore in TrumpLand" e, em julho, escreveu um texto se dizendo convencido de que o republicano venceria Hillary Clinton. Ali, vaticinava: "Você está numa bolha com câmara de eco adjacente, onde você e seus amigos se convencerem de que o povo não elegerá um idiota para presidente". "A maioria não queria esse cara lá", disse Moore, lembrando que Hillary teve mais votos populares, mas foi superada no Colégio Eleitoral. O cineasta caminhava ao lado de um grupo fazia que campanha por um "presidente Moore", o que ele logo descartou: "Sem essa besteira de celebridade, esquece a selfie, vamos marchar, gente". Enquanto Moore prometia "fazer o que puder para que nossos irmãos latinos não sejam prejudicados", um trio de garotas se protege da chuva com uma bandeira do México. Na corrida, Trump prometeu deportar milhões de imigrantes ilegais e construir um muro na divisa com o país vizinho. No primeiro e dificilmente último protesto contra o futuro presidente em Nova York também irromperam coros de "black lives matter" (vidas negras importam) e variações com latinos, muçulmanos e transexuais; "one step forward to 50 years back" (um passo à frente para voltar 50 anos); "we want better" (queremos algo melhor); "Trump is a clown, bring that motherfucker down" (Trump é um palhaço, derrubem esse filho da puta); e o mais sintético de todos: "Fuck Trump" (foda-se Trump). Zoe Guttenplan, 21, segurava um cartaz com o símbolo feminino e um punho cerrado dentro dele. Lia-se: "Pussy grabs back" (a xoxota agarra de volta), referência a um vídeo de 2005 em que Trump dizia "agarrar [mulheres] pela xoxota" quando bem entendesse. Alguns choravam em frente à Trump Tower na Quinta Avenida de Manhattan, onde o bilionário mora numa cobertura tríplex com design inspirado no rei francês Luís 14 e pinturas clássicas no teto. A maioria, contudo, gritava. E gritava com força. O filipino Red October, que só aceitou dar seu nome de guerra (outubro vermelho, em português), diz que perto de Trump o presidente de seu país "é um doce" –em setembro, Rodrigo Duterte se comparou com o líder nazista Adolf Hitler e disse que "ficaria feliz" em exterminar 3 milhões de usuários de drogas e traficantes locais. "Acordei no mesmo clima do 11 de setembro", disse Jessica May, 28, revivendo "a angústia" que sentiu após os atentados de 2001 na cidade. "A diferença é que a gente oficialmente chamava aquilo de terrorismo. Trump a gente chama de presidente."
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Manifestantes marcham por Nova York para 'demitir' Donald TrumpEles marcharam 45 ruas sob a chuva para dar um recado ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump : "Você está demitido". O bordão de Trump no reality "O Aprendiz" foi um dos vários gritos que ecoaram entre milhares de manifestantes em Nova York e em pelo menos outras seis cidades dos EUA na noite de quarta-feira (9), menos de 24 horas após o republicano ser escolhido como o novo chefe da Casa Branca. "Eu avisei, eu avisei", disse Michael Moore à Folha, no meio da multidão. O documentarista lançou no mês passado "Michael Moore in TrumpLand" e, em julho, escreveu um texto se dizendo convencido de que o republicano venceria Hillary Clinton. Ali, vaticinava: "Você está numa bolha com câmara de eco adjacente, onde você e seus amigos se convencerem de que o povo não elegerá um idiota para presidente". "A maioria não queria esse cara lá", disse Moore, lembrando que Hillary teve mais votos populares, mas foi superada no Colégio Eleitoral. O cineasta caminhava ao lado de um grupo fazia que campanha por um "presidente Moore", o que ele logo descartou: "Sem essa besteira de celebridade, esquece a selfie, vamos marchar, gente". Enquanto Moore prometia "fazer o que puder para que nossos irmãos latinos não sejam prejudicados", um trio de garotas se protege da chuva com uma bandeira do México. Na corrida, Trump prometeu deportar milhões de imigrantes ilegais e construir um muro na divisa com o país vizinho. No primeiro e dificilmente último protesto contra o futuro presidente em Nova York também irromperam coros de "black lives matter" (vidas negras importam) e variações com latinos, muçulmanos e transexuais; "one step forward to 50 years back" (um passo à frente para voltar 50 anos); "we want better" (queremos algo melhor); "Trump is a clown, bring that motherfucker down" (Trump é um palhaço, derrubem esse filho da puta); e o mais sintético de todos: "Fuck Trump" (foda-se Trump). Zoe Guttenplan, 21, segurava um cartaz com o símbolo feminino e um punho cerrado dentro dele. Lia-se: "Pussy grabs back" (a xoxota agarra de volta), referência a um vídeo de 2005 em que Trump dizia "agarrar [mulheres] pela xoxota" quando bem entendesse. Alguns choravam em frente à Trump Tower na Quinta Avenida de Manhattan, onde o bilionário mora numa cobertura tríplex com design inspirado no rei francês Luís 14 e pinturas clássicas no teto. A maioria, contudo, gritava. E gritava com força. O filipino Red October, que só aceitou dar seu nome de guerra (outubro vermelho, em português), diz que perto de Trump o presidente de seu país "é um doce" –em setembro, Rodrigo Duterte se comparou com o líder nazista Adolf Hitler e disse que "ficaria feliz" em exterminar 3 milhões de usuários de drogas e traficantes locais. "Acordei no mesmo clima do 11 de setembro", disse Jessica May, 28, revivendo "a angústia" que sentiu após os atentados de 2001 na cidade. "A diferença é que a gente oficialmente chamava aquilo de terrorismo. Trump a gente chama de presidente."
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Individualismo e religião na nova classe trabalhadora
RESUMO O debate sobre a estrutura social no Brasil passa pelo entendimento da nova classe trabalhadora. À diferença de sua antecessora clássica, ela não estrutura sua identidade a partir de ideais do chão da fábrica, mas sim em torno de comunidades religiosas que propiciam identificação baseada em medos e expectativas comuns. * Ao contrário da crença intelectual predominante nas últimas duas décadas do século passado -na academia e na esfera pública-, as classes sociais existem e travam lutas decisivas para toda a sociedade, nos diferentes contextos. Isto porém não significa que os antigos sistemas conceituais e explicativos dedicados ao tema -como o marxismo e algumas teorias sociais da primeira metade do século passado- sejam a melhor alternativa intelectual para a construção de um entendimento adequado sobre ele. O apego a certos axiomas do pensamento marxista (que muitas vezes resultam de uma interpretação simplificada e pobre de Marx), por exemplo, em nada ajuda na tarefa de compreender o real significado das clivagens de classe para a ação social dos indivíduos. O teorema marxista de que uma única e mesma estrutura de classes (entre proletários e capitalistas) perpassa todo o conjunto de campos e contextos sociais não se sustenta. A construção política de formas de solidariedade e reconhecimento social transclassistas mostra que a sociedade dispõe de sistemas capazes de produzir modalidades de identificação e pertencimento (como a solidariedade nacional que sustenta o estatuto transclassista da cidadania) que transcendem a reprodução da desigualdade de classes. É o que podemos chamar de contingência (o caráter mutável, não necessário) da luta de classes. A luta de classes, por mais penetrante que seja, não está fadada a ser totalizante no conjunto das relações sociais. Nem todas as relações sociais são relações de classe em luta. No nível das trajetórias de vida individuais, essa contingência também se faz presente. Ainda que a origem de classe (ditada pela origem familiar) estruture a identidade social dos indivíduos, configurando expectativas de ascensão e atuação social nos mais diversos contextos, existem instituições capazes de reestruturar essa identidade, criando expectativas, interesses e sonhos que conferem novo rumo ao que o passado classista fez dos indivíduos. O engajamento no serviço militar é um exemplo; a escola republicana é outro. Essas instituições têm vocação para transcender o vínculo de classe e para criar interesses sociais compartilhados entre distintas classes. A identidade de classe não é um dado nem um fato determinado por uma única dimensão da vida social. Está sujeita aos efeitos de instituições e agentes que sempre podem redefinir interesses, expectativas e projetos coletivos, capazes tanto de reiterar como de superar fronteiras de classe. A consequência disso é uma "indefinição relativa" da identidade de classe. Essa "indefinição relativa" constitui o fermento das disputas ideológicas atuais em torno do surgimento e ascensão de uma nova classe social no cenário brasileiro, pois abre um campo de lutas pela definição da identidade de classe também por meio da identificação com outras classes ou frações de classe. Aliás, a escolha da terminologia adequada já encerra uma disputa importantíssima. Se a denominamos "nova classe trabalhadora", projetamos uma "fusão de interesses" para "baixo", com o restante das classes populares; se falamos em "nova classe média", fazemos uma projeção para "cima", imaginando uma "fusão de interesses" com a classe média tradicional. O mesmo vale para a adoção ou não do adjetivo "nova". FORDISMO Embora as possibilidades de identificação sejam em princípio muito variadas, a trajetória de vínculos institucionais típicos de uma classe limitam e estruturam essas possibilidades. O período fordista, por exemplo, marcado pela organização fabril do trabalho e pela estabilidade do emprego e da renda, ao favorecer a organização sindical, constituiu um perfil de vínculos muito particular, responsável por fazer com que a posição de trabalhador assalariado na esfera da economia se traduzisse em plataforma de ação coletiva no campo político. É importante lembrar que essa ação coletiva esteve vinculada também à identificação com interesses e valores transclassistas, mesmo se o fordismo corresponde a um momento decisivo de oposição entre as classes. O perfil social dessa classe trabalhadora "clássica" é específico de pouquíssimos países e regiões do mundo. O grande equívoco é tomar esse perfil contingente e datado como se fosse a "verdadeira e única face" da classe trabalhadora. Assim como falamos hoje em "variações do capitalismo", podemos falar também em variações da "classe trabalhadora". O que chamamos de nova classe trabalhadora não dispõe das relações de produção fordistas para construir seu perfil de ação social e política; como sabemos todos, a ausência do sindicato como forma de organização sociopolítica é o principal sintoma disto. No entanto, não basta saber o que não constitui o perfil desta nova classe; é preciso saber o que o constitui, sua positividade. O equivalente mais cotado do sindicato para essa nova classe trabalhadora é a comunidade religiosa. Se não dispõe de uma organização (como o sindicato) capaz de operar a tradução e a identificação política a partir de interesses e estilos de vida forjados no chão da fábrica, essa classe encontra nas comunidades (especialmente as pentecostais) espaço para criar uma identificação (especificamente religiosa) a partir de dramas, medos e expectativas comuns. A face religiosa da nova classe trabalhadora, que desnorteia e irrita o dogmatismo conceitual da intelectualidade antirreligiosa de distintas orientações ideológicas, não é um fenômeno inédito do Brasil, da América Latina ou dos "países em desenvolvimento". Expandindo o conceito de classe trabalhadora para além da "noção fabril" de classe operária, vemos, por exemplo, que a classe trabalhadora das cidades médias e pequenas da Alemanha do século 19 e início do século 20 formou sua identidade coletiva com base na construção de um ambiente social católico que servia de contraponto tanto ao secularismo radical dos socialistas como ao protestantismo liberal das classes altas. A diferença mais importante não é tanto se o elemento religioso está ou não presente, mas antes se a identificação coletiva fica ou não restrita a ele. FALTA No caso da nova classe trabalhadora brasileira, a variação em relação ao modelo da classe operária fordista, sindicalizada, que levou à constituição do PT, costuma ser caracterizada pelo signo da "falta". Tal caracterização descreve essa nova classe como desprovida das formas de mobilização e identificação coletivas (sindicato e partido) típicas do "perfil clássico". Por conta dessa "falta", costuma ser tachada de "individualista", em contraste com o sentimento de pertencimento coletivo resultante da inclusão sindical e partidária. A isso se somaria uma orientação ideológica flutuante e mal definida, compondo um quadro interpretativo afinado com um sentimento de "perda" por parte dos setores progressistas do campo político. É esse sentimento que possivelmente melhor define a crise atual do chamado "lulismo", com a desfidelização anunciada de grande parte de sua base eleitoral. O grande desafio, intelectual e prático, é o de compreender essa flutuação para além de definição pela "falta", apreendendo os elementos que produzem um tipo de orientação que o script ideológico tradicional não consegue captar. Esse tipo de orientação -eis uma hipótese para futuras análises- pode talvez ser pensado como uma espécie de "filosofia liberal popular", que embasa "espiritualmente" a identificação da nova classe trabalhadora com o ideário pequeno burguês do controle individual da vida em contraposição também ao modelo da grande empresa fordista. Não se trata de uma orientação bem definida, mas de uma orientação disputada entre os agentes e instituições de mobilização política engajados em interpretar, de formas diferentes, a valorização da dignidade individual típica desta nova classe e, com base nesta interpretação, forjar compromissos transclassistas no campo político. Essa hipótese parece plausível uma vez que a nova classe trabalhadora, como a velha, compartilha projetos de vida genuinamente ancorados nos valores e visões de "vida boa" do individualismo moderno, embora seja falsa a afirmação de que tal individualismo não tenha contrapesos comunitaristas -basta ver as redes de ajuda mútua criadas em torno das comunidades religiosas-, como também é falsa a tese de que a classe trabalhadora "clássica" não se orientava por valores individualistas. A diferença principal dessa nova classe trabalhadora, quando confrontada a sua antecessora, reside na descrença relativamente maior nas formas de representação e participação políticas existentes -o que, no limite, acaba afetando sua adesão a projetos políticos baseados em uma maior politização das relações sociais. ROBERTO DUTRA, 33, doutor em sociologia pela Universidade Humboldt de Berlim e professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), é coautor de "A Ralé Brasileira: Quem É e Como Vive" (ed. UFMG). SERGIO SISTER, 66, é artista plástico.
ilustrissima
Individualismo e religião na nova classe trabalhadoraRESUMO O debate sobre a estrutura social no Brasil passa pelo entendimento da nova classe trabalhadora. À diferença de sua antecessora clássica, ela não estrutura sua identidade a partir de ideais do chão da fábrica, mas sim em torno de comunidades religiosas que propiciam identificação baseada em medos e expectativas comuns. * Ao contrário da crença intelectual predominante nas últimas duas décadas do século passado -na academia e na esfera pública-, as classes sociais existem e travam lutas decisivas para toda a sociedade, nos diferentes contextos. Isto porém não significa que os antigos sistemas conceituais e explicativos dedicados ao tema -como o marxismo e algumas teorias sociais da primeira metade do século passado- sejam a melhor alternativa intelectual para a construção de um entendimento adequado sobre ele. O apego a certos axiomas do pensamento marxista (que muitas vezes resultam de uma interpretação simplificada e pobre de Marx), por exemplo, em nada ajuda na tarefa de compreender o real significado das clivagens de classe para a ação social dos indivíduos. O teorema marxista de que uma única e mesma estrutura de classes (entre proletários e capitalistas) perpassa todo o conjunto de campos e contextos sociais não se sustenta. A construção política de formas de solidariedade e reconhecimento social transclassistas mostra que a sociedade dispõe de sistemas capazes de produzir modalidades de identificação e pertencimento (como a solidariedade nacional que sustenta o estatuto transclassista da cidadania) que transcendem a reprodução da desigualdade de classes. É o que podemos chamar de contingência (o caráter mutável, não necessário) da luta de classes. A luta de classes, por mais penetrante que seja, não está fadada a ser totalizante no conjunto das relações sociais. Nem todas as relações sociais são relações de classe em luta. No nível das trajetórias de vida individuais, essa contingência também se faz presente. Ainda que a origem de classe (ditada pela origem familiar) estruture a identidade social dos indivíduos, configurando expectativas de ascensão e atuação social nos mais diversos contextos, existem instituições capazes de reestruturar essa identidade, criando expectativas, interesses e sonhos que conferem novo rumo ao que o passado classista fez dos indivíduos. O engajamento no serviço militar é um exemplo; a escola republicana é outro. Essas instituições têm vocação para transcender o vínculo de classe e para criar interesses sociais compartilhados entre distintas classes. A identidade de classe não é um dado nem um fato determinado por uma única dimensão da vida social. Está sujeita aos efeitos de instituições e agentes que sempre podem redefinir interesses, expectativas e projetos coletivos, capazes tanto de reiterar como de superar fronteiras de classe. A consequência disso é uma "indefinição relativa" da identidade de classe. Essa "indefinição relativa" constitui o fermento das disputas ideológicas atuais em torno do surgimento e ascensão de uma nova classe social no cenário brasileiro, pois abre um campo de lutas pela definição da identidade de classe também por meio da identificação com outras classes ou frações de classe. Aliás, a escolha da terminologia adequada já encerra uma disputa importantíssima. Se a denominamos "nova classe trabalhadora", projetamos uma "fusão de interesses" para "baixo", com o restante das classes populares; se falamos em "nova classe média", fazemos uma projeção para "cima", imaginando uma "fusão de interesses" com a classe média tradicional. O mesmo vale para a adoção ou não do adjetivo "nova". FORDISMO Embora as possibilidades de identificação sejam em princípio muito variadas, a trajetória de vínculos institucionais típicos de uma classe limitam e estruturam essas possibilidades. O período fordista, por exemplo, marcado pela organização fabril do trabalho e pela estabilidade do emprego e da renda, ao favorecer a organização sindical, constituiu um perfil de vínculos muito particular, responsável por fazer com que a posição de trabalhador assalariado na esfera da economia se traduzisse em plataforma de ação coletiva no campo político. É importante lembrar que essa ação coletiva esteve vinculada também à identificação com interesses e valores transclassistas, mesmo se o fordismo corresponde a um momento decisivo de oposição entre as classes. O perfil social dessa classe trabalhadora "clássica" é específico de pouquíssimos países e regiões do mundo. O grande equívoco é tomar esse perfil contingente e datado como se fosse a "verdadeira e única face" da classe trabalhadora. Assim como falamos hoje em "variações do capitalismo", podemos falar também em variações da "classe trabalhadora". O que chamamos de nova classe trabalhadora não dispõe das relações de produção fordistas para construir seu perfil de ação social e política; como sabemos todos, a ausência do sindicato como forma de organização sociopolítica é o principal sintoma disto. No entanto, não basta saber o que não constitui o perfil desta nova classe; é preciso saber o que o constitui, sua positividade. O equivalente mais cotado do sindicato para essa nova classe trabalhadora é a comunidade religiosa. Se não dispõe de uma organização (como o sindicato) capaz de operar a tradução e a identificação política a partir de interesses e estilos de vida forjados no chão da fábrica, essa classe encontra nas comunidades (especialmente as pentecostais) espaço para criar uma identificação (especificamente religiosa) a partir de dramas, medos e expectativas comuns. A face religiosa da nova classe trabalhadora, que desnorteia e irrita o dogmatismo conceitual da intelectualidade antirreligiosa de distintas orientações ideológicas, não é um fenômeno inédito do Brasil, da América Latina ou dos "países em desenvolvimento". Expandindo o conceito de classe trabalhadora para além da "noção fabril" de classe operária, vemos, por exemplo, que a classe trabalhadora das cidades médias e pequenas da Alemanha do século 19 e início do século 20 formou sua identidade coletiva com base na construção de um ambiente social católico que servia de contraponto tanto ao secularismo radical dos socialistas como ao protestantismo liberal das classes altas. A diferença mais importante não é tanto se o elemento religioso está ou não presente, mas antes se a identificação coletiva fica ou não restrita a ele. FALTA No caso da nova classe trabalhadora brasileira, a variação em relação ao modelo da classe operária fordista, sindicalizada, que levou à constituição do PT, costuma ser caracterizada pelo signo da "falta". Tal caracterização descreve essa nova classe como desprovida das formas de mobilização e identificação coletivas (sindicato e partido) típicas do "perfil clássico". Por conta dessa "falta", costuma ser tachada de "individualista", em contraste com o sentimento de pertencimento coletivo resultante da inclusão sindical e partidária. A isso se somaria uma orientação ideológica flutuante e mal definida, compondo um quadro interpretativo afinado com um sentimento de "perda" por parte dos setores progressistas do campo político. É esse sentimento que possivelmente melhor define a crise atual do chamado "lulismo", com a desfidelização anunciada de grande parte de sua base eleitoral. O grande desafio, intelectual e prático, é o de compreender essa flutuação para além de definição pela "falta", apreendendo os elementos que produzem um tipo de orientação que o script ideológico tradicional não consegue captar. Esse tipo de orientação -eis uma hipótese para futuras análises- pode talvez ser pensado como uma espécie de "filosofia liberal popular", que embasa "espiritualmente" a identificação da nova classe trabalhadora com o ideário pequeno burguês do controle individual da vida em contraposição também ao modelo da grande empresa fordista. Não se trata de uma orientação bem definida, mas de uma orientação disputada entre os agentes e instituições de mobilização política engajados em interpretar, de formas diferentes, a valorização da dignidade individual típica desta nova classe e, com base nesta interpretação, forjar compromissos transclassistas no campo político. Essa hipótese parece plausível uma vez que a nova classe trabalhadora, como a velha, compartilha projetos de vida genuinamente ancorados nos valores e visões de "vida boa" do individualismo moderno, embora seja falsa a afirmação de que tal individualismo não tenha contrapesos comunitaristas -basta ver as redes de ajuda mútua criadas em torno das comunidades religiosas-, como também é falsa a tese de que a classe trabalhadora "clássica" não se orientava por valores individualistas. A diferença principal dessa nova classe trabalhadora, quando confrontada a sua antecessora, reside na descrença relativamente maior nas formas de representação e participação políticas existentes -o que, no limite, acaba afetando sua adesão a projetos políticos baseados em uma maior politização das relações sociais. ROBERTO DUTRA, 33, doutor em sociologia pela Universidade Humboldt de Berlim e professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), é coautor de "A Ralé Brasileira: Quem É e Como Vive" (ed. UFMG). SERGIO SISTER, 66, é artista plástico.
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Aspirina tem novas possíveis indicações
Na reunião anual da Associação Americana para Pesquisas em Câncer, realizada no início do mês, foi apresentado estudo associando o uso regular e por longo tempo de aspirina em doses baixas a possível redução de casos de câncer e consequente morte. A pesquisa mostrou redução de mortalidade em 7% para o sexo feminino e 11% para o masculino em um total de 86.206 mulheres e 43.977 homens, segundo a professora Yin Cao e colaboradores do Massachusetts General Hospital e Universidade de Harvard, EUA. O blog "HealthNewsReview.org", coordenado pelo professor Gary Schwitzer, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, EUA, analisa a qualidade das notícias sobre saúde e medicina publicadas na imprensa americana. Ele afirma que a pesquisa não prova que a aspirina reduz o risco de morte por câncer. O que ele mostra são pessoas mais conscientes e cuidadosas em relação a problemas de saúde do que as que não tomam remédio regularmente. Por outro lado, a aspirina possibilita risco de hemorragia nos portadores de úlceras gastrointestinais, hipertensão sem controle ou com uso concomitante de anticoagulantes e drogas não esteroidais. A aspirina foi descoberta em 1897 na Alemanha. Nos últimos 120 anos tem sido usada para dor de cabeça, febre e problemas reumáticos, entre outras ações. É recomendada para prevenção de infarto em doses máximas de 100 miligramas/dia.
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Aspirina tem novas possíveis indicaçõesNa reunião anual da Associação Americana para Pesquisas em Câncer, realizada no início do mês, foi apresentado estudo associando o uso regular e por longo tempo de aspirina em doses baixas a possível redução de casos de câncer e consequente morte. A pesquisa mostrou redução de mortalidade em 7% para o sexo feminino e 11% para o masculino em um total de 86.206 mulheres e 43.977 homens, segundo a professora Yin Cao e colaboradores do Massachusetts General Hospital e Universidade de Harvard, EUA. O blog "HealthNewsReview.org", coordenado pelo professor Gary Schwitzer, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, EUA, analisa a qualidade das notícias sobre saúde e medicina publicadas na imprensa americana. Ele afirma que a pesquisa não prova que a aspirina reduz o risco de morte por câncer. O que ele mostra são pessoas mais conscientes e cuidadosas em relação a problemas de saúde do que as que não tomam remédio regularmente. Por outro lado, a aspirina possibilita risco de hemorragia nos portadores de úlceras gastrointestinais, hipertensão sem controle ou com uso concomitante de anticoagulantes e drogas não esteroidais. A aspirina foi descoberta em 1897 na Alemanha. Nos últimos 120 anos tem sido usada para dor de cabeça, febre e problemas reumáticos, entre outras ações. É recomendada para prevenção de infarto em doses máximas de 100 miligramas/dia.
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Deputados americanos criticam Moro e defendem Lula em carta pública
Um grupo de 12 deputados do Partido Democrata dos Estados Unidos vai divulgar nesta quarta-feira (18) uma carta pública em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que acusa o juiz Sergio Moro de persegui-lo por meio de decisões "arbitrárias". A carta, obtida pela Folha, é endereçada ao embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral, e afirma que o ex-presidente está sendo "perseguido". "Estamos especialmente preocupados com a perseguição do ex-presidente Lula da Silva, que viola as normas de tratados internacionais que garantem o direito da defesa para todos os indivíduos." "Exortamos as autoridades federais do Brasil a fazer todo o possível para proteger os direitos dos manifestantes, líderes de movimentos sociais e líderes da oposição, como o ex-presidente Lula", diz a missiva. Segundo o texto, o governo de Michel Temer tem agido "para proteger figuras políticas corruptas, para impor uma série de políticas que nunca seriam apoiadas em uma eleição nacional e pressionar adversários nos movimentos sociais e nos partidos de oposição." Na carta do grupo liderado pelo deputado democrata John Conyers, os legisladores afirmam que "Lula se mantém como uma das figuras políticas mais populares no Brasil de hoje e é visto como uma série ameaça nas urnas por seus oponentes políticos". "Nos últimos meses, ele tem sido alvo de uma campanha de calúnias e acusações não comprovadas de corrupção pelos grandes veículos privados de mídia alinhados com as elites do país." Também assinam a missiva alguns sindicatos e think tanks americanos, entre eles a central sindical AFL-CIO, que tem mais de 12 milhões de membros. "Lula tem sido alvo de um juiz, Sergio Moro, cujas ações parciais e arbitrárias tem ameaçado seu direito de defesa. Por exemplo, o juiz ordenou a prisão arbitrária [a condução coercitiva, em março de 2016] do ex-presidente só para servir de intimação, embora não houvesse nenhuma indicação de que o ex-presidente não quisesse depor na Justiça. " O texto critica também a PEC do teto de gastos do governo Temer, dizendo que "vai reverter anos de avanços econômicos e sociais", além de atacar o impeachment de Dilma Rousseff. Em julho, um grupo de deputados havia publicado uma carta contra o processo de impeachment, assinada por 39 deputados democratas e 20 organizações.
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Deputados americanos criticam Moro e defendem Lula em carta públicaUm grupo de 12 deputados do Partido Democrata dos Estados Unidos vai divulgar nesta quarta-feira (18) uma carta pública em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que acusa o juiz Sergio Moro de persegui-lo por meio de decisões "arbitrárias". A carta, obtida pela Folha, é endereçada ao embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral, e afirma que o ex-presidente está sendo "perseguido". "Estamos especialmente preocupados com a perseguição do ex-presidente Lula da Silva, que viola as normas de tratados internacionais que garantem o direito da defesa para todos os indivíduos." "Exortamos as autoridades federais do Brasil a fazer todo o possível para proteger os direitos dos manifestantes, líderes de movimentos sociais e líderes da oposição, como o ex-presidente Lula", diz a missiva. Segundo o texto, o governo de Michel Temer tem agido "para proteger figuras políticas corruptas, para impor uma série de políticas que nunca seriam apoiadas em uma eleição nacional e pressionar adversários nos movimentos sociais e nos partidos de oposição." Na carta do grupo liderado pelo deputado democrata John Conyers, os legisladores afirmam que "Lula se mantém como uma das figuras políticas mais populares no Brasil de hoje e é visto como uma série ameaça nas urnas por seus oponentes políticos". "Nos últimos meses, ele tem sido alvo de uma campanha de calúnias e acusações não comprovadas de corrupção pelos grandes veículos privados de mídia alinhados com as elites do país." Também assinam a missiva alguns sindicatos e think tanks americanos, entre eles a central sindical AFL-CIO, que tem mais de 12 milhões de membros. "Lula tem sido alvo de um juiz, Sergio Moro, cujas ações parciais e arbitrárias tem ameaçado seu direito de defesa. Por exemplo, o juiz ordenou a prisão arbitrária [a condução coercitiva, em março de 2016] do ex-presidente só para servir de intimação, embora não houvesse nenhuma indicação de que o ex-presidente não quisesse depor na Justiça. " O texto critica também a PEC do teto de gastos do governo Temer, dizendo que "vai reverter anos de avanços econômicos e sociais", além de atacar o impeachment de Dilma Rousseff. Em julho, um grupo de deputados havia publicado uma carta contra o processo de impeachment, assinada por 39 deputados democratas e 20 organizações.
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Frentes fazem novo protesto contra reforma da Previdência nesta sexta
As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizarão novos atos contra a reforma da Previdência, a terceirização e o governo do presidente Michel Temer (PMDB) nesta sexta-feira (31). Os atos acontecerão em diversas capitais do país, mas devem ter dimensão menor do que os realizados no dia 15 de março, quando houve paralisações e grande mobilização das centrais sindicais, que atraíram milhares à avenida Paulista, em São Paulo. Desta vez, na capital paulista a manifestação começará também na avenida e seguirá até a Praça da República, no centro. O objetivo é unir-se à assembleia de professores marcada para ocorrer no local. Servidores municipais que se reunirão próximo à sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, também devem se unir à mobilização. Além de São Paulo, devem ocorrer protestos no Rio de Janeiro (16h, na Candelária), Belo Horizonte (16h, em frente à Assembleia Legislativa) e Curitiba (18h, na praça Carlos Gomes), entre outras cidades. "O ato foi motivado pelo crescimento da indignação com a proposta de desmonte da aposentadoria e com a aprovação sorrateira do PL da terceirização", afirma o coordenador da Frente Povo Sem Medo e do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) Guilherme Boulos. Os movimentos afirmam esperar cerca de 50 mil pessoas no protesto de São Paulo. O número é bastante inferior ao estimado por eles na manifestação de 15 de março, que contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele não deve comparecer nesta sexta-feira. Segundo organizadores, o ato desta sexta-feira (31) é um "ensaio" para as mobilizações previstas para 28 de abril, quando novas paralisações de serviços devem ocorrer. Movimentos chegaram a aventar a possibilidade de não participar da manifestação para concentrar esforços em abril, mas decidiram mantê-la após a aprovação da terceirização, que "esquentou" a pauta. Embora espere menor presença, o coordenador da CMP (Central de Movimentos Populares) e da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, afirma acreditar que a manifestação superará em número a organizada por movimentos que lideraram os protestos pró-impeachment em 2016 no domingo (26), que atraiu público acanhado. "Eles estão desmoralizados", afirmou. As manifestações do meio de março foram a primeira ação unificada das duas frentes em 2017, que estiveram na linha de frente dos protestos contra a saída da presidente Dilma Rousseff em 2016. Além de São Paulo, manifestações ocorreram em diversas capitais, como Rio de Janeiro, Curitiba e Recife.
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Frentes fazem novo protesto contra reforma da Previdência nesta sextaAs frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizarão novos atos contra a reforma da Previdência, a terceirização e o governo do presidente Michel Temer (PMDB) nesta sexta-feira (31). Os atos acontecerão em diversas capitais do país, mas devem ter dimensão menor do que os realizados no dia 15 de março, quando houve paralisações e grande mobilização das centrais sindicais, que atraíram milhares à avenida Paulista, em São Paulo. Desta vez, na capital paulista a manifestação começará também na avenida e seguirá até a Praça da República, no centro. O objetivo é unir-se à assembleia de professores marcada para ocorrer no local. Servidores municipais que se reunirão próximo à sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, também devem se unir à mobilização. Além de São Paulo, devem ocorrer protestos no Rio de Janeiro (16h, na Candelária), Belo Horizonte (16h, em frente à Assembleia Legislativa) e Curitiba (18h, na praça Carlos Gomes), entre outras cidades. "O ato foi motivado pelo crescimento da indignação com a proposta de desmonte da aposentadoria e com a aprovação sorrateira do PL da terceirização", afirma o coordenador da Frente Povo Sem Medo e do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) Guilherme Boulos. Os movimentos afirmam esperar cerca de 50 mil pessoas no protesto de São Paulo. O número é bastante inferior ao estimado por eles na manifestação de 15 de março, que contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele não deve comparecer nesta sexta-feira. Segundo organizadores, o ato desta sexta-feira (31) é um "ensaio" para as mobilizações previstas para 28 de abril, quando novas paralisações de serviços devem ocorrer. Movimentos chegaram a aventar a possibilidade de não participar da manifestação para concentrar esforços em abril, mas decidiram mantê-la após a aprovação da terceirização, que "esquentou" a pauta. Embora espere menor presença, o coordenador da CMP (Central de Movimentos Populares) e da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, afirma acreditar que a manifestação superará em número a organizada por movimentos que lideraram os protestos pró-impeachment em 2016 no domingo (26), que atraiu público acanhado. "Eles estão desmoralizados", afirmou. As manifestações do meio de março foram a primeira ação unificada das duas frentes em 2017, que estiveram na linha de frente dos protestos contra a saída da presidente Dilma Rousseff em 2016. Além de São Paulo, manifestações ocorreram em diversas capitais, como Rio de Janeiro, Curitiba e Recife.
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Bahia vence ansiedade do paulistano com brincadeiras e clima tranquilo
MATHEUS MAGENTA SECRETÁRIO-ASSISTENTE DE REDAÇÃO Sendo o que é, a ansiedade não dá sossego na Bahia. A comida vai demorar? O taxista está no caminho certo? Tem dez dias de sol já, vai chover quando chegar lá? O hotel é barulhento? A estrada é perigosa? E não dá para negar. Sim, o garçom perguntará duas vezes o que você pediu e errará a estimativa. E o pedido. Ou vai querer saber logo a entrada e o prato principal porque ele precisa ir ao banco. O frentista vai falar, de brincadeira, que seu cartão de crédito não foi autorizado e rir com você. A palavra "relaxe" nunca será tão irritante. Mas é aí também que está a graça. Episódios que fogem do roteiro fazem parte de todos os destinos. A diferença é que na Bahia, não importa quanto você custe a aceitá-los, eles serão ínfimos em suas lembranças -e você provavelmente acabará rindo deles. Tido como agoniado, o paulista perde sua tensão pré-viagem em praias como Saquaíra, vilarejo de pescadores na península de Maraú. Lá, a ausência de asfalto ou calçamento sugere pés descalços. Há ondas na maré cheia, poucas pousadas e proximidade com as badaladas Itacaré e Barra Grande. É possível se hospedar próximo a clichês cheios de graça, como Praia do Forte, Lençóis ou Porto Seguro, longe da desordem e sob uma calma que toma conta sem pressa em pousadas isoladas. A ansiedade vai deixando o corpo, os percalços evaporam e, quando você vê, já está mergulhado na água gelada do Vale do Capão, perdido no aroma de dendê no restaurante Amado, à beira da Baía de Todos os Santos ou sambando no bairro soteropolitano de Santo Antonio Além do Carmo. O paulista, um terço dos brasileiros que visitam o Estado, tem em Salvador o oposto das bolhas pacatas. Símbolo do sincretismo, o Bonfim e seus arredores são um exemplo. O histórico forte de Mont Serrat está em uma praia poluída, a sorveteira da Ribeira convive com sujeira nas ruas e moquecas maravilhosas são servidas ao lado de encostas na Pedra Furada. O cenário genuíno te faz se sentir em casa, para o bem ou para o mal.
saopaulo
Bahia vence ansiedade do paulistano com brincadeiras e clima tranquiloMATHEUS MAGENTA SECRETÁRIO-ASSISTENTE DE REDAÇÃO Sendo o que é, a ansiedade não dá sossego na Bahia. A comida vai demorar? O taxista está no caminho certo? Tem dez dias de sol já, vai chover quando chegar lá? O hotel é barulhento? A estrada é perigosa? E não dá para negar. Sim, o garçom perguntará duas vezes o que você pediu e errará a estimativa. E o pedido. Ou vai querer saber logo a entrada e o prato principal porque ele precisa ir ao banco. O frentista vai falar, de brincadeira, que seu cartão de crédito não foi autorizado e rir com você. A palavra "relaxe" nunca será tão irritante. Mas é aí também que está a graça. Episódios que fogem do roteiro fazem parte de todos os destinos. A diferença é que na Bahia, não importa quanto você custe a aceitá-los, eles serão ínfimos em suas lembranças -e você provavelmente acabará rindo deles. Tido como agoniado, o paulista perde sua tensão pré-viagem em praias como Saquaíra, vilarejo de pescadores na península de Maraú. Lá, a ausência de asfalto ou calçamento sugere pés descalços. Há ondas na maré cheia, poucas pousadas e proximidade com as badaladas Itacaré e Barra Grande. É possível se hospedar próximo a clichês cheios de graça, como Praia do Forte, Lençóis ou Porto Seguro, longe da desordem e sob uma calma que toma conta sem pressa em pousadas isoladas. A ansiedade vai deixando o corpo, os percalços evaporam e, quando você vê, já está mergulhado na água gelada do Vale do Capão, perdido no aroma de dendê no restaurante Amado, à beira da Baía de Todos os Santos ou sambando no bairro soteropolitano de Santo Antonio Além do Carmo. O paulista, um terço dos brasileiros que visitam o Estado, tem em Salvador o oposto das bolhas pacatas. Símbolo do sincretismo, o Bonfim e seus arredores são um exemplo. O histórico forte de Mont Serrat está em uma praia poluída, a sorveteira da Ribeira convive com sujeira nas ruas e moquecas maravilhosas são servidas ao lado de encostas na Pedra Furada. O cenário genuíno te faz se sentir em casa, para o bem ou para o mal.
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Confira cinco dicas para aproveitar SP da melhor maneira possível
SABINE RIGHETTI DE SÃO PAULO Sabine Righetti, autora do blog "Abecedário" e coordenadora do RUF, separou cinco opções de lazer para aproveitar São Paulo nos próximos dias. Confira. 1. CASA DAS ROSAS Em meio ao caos da avenida Paulista, um espaço dedicado à poesia e um café a céu aberto, ao lado de um jardim de rosas. Informe-se sobre o local 2. PRAÇA BENEDITO CALIXTO Visito a praça com frequência, especialmente quando recebo amigos estrangeiros. Costumo conversar com os artesãos, como pastel com água de coco e fico para o chorinho no sábado à tarde. Não perca a barraca de pedras do sr. Paulo! Ele tem muitas histórias para contar. Pça. Benedito Calixto, Pinheiros, zona oeste, São Paulo, SP 3. OTÁVIO MACHADO Descobri esse restaurante fofo, ao ar livre, a caminho da casa dos meus pais, na Chácara Sto. Antônio. É fora de áreas badaladas, com cardápio requintado e preço acessível. Meu prato é a moqueca vegetariana. R. Capitão Otávio Machado, 283, Chácara Santo Antônio, tel. 38041079. Seg. a sex.: 12h às 15h e 18h às 22. Sáb. e dom.: 12h às 17h. 4. SEBO DO MESSIAS Gosto de visitar o sebo em busca de edições raras e de clássicos. Fico horas no local. Às vezes, levo livros que estavam parados na estante ou repetidos para usar como moeda de troca. Informe-se sobre o local 5. PÉROLA NEGRA Janeiro é um ótimo mês para acompanhar ensaios de escolas de samba. Eu costumo ir à Pérola Negra, aos domingos, na Vila Madalena. Não há tristeza que resista ao samba! R. Girassol, 51, V. Madalena, tel. 3031-9349, gresperolanegra.com.br. Ensaios: dom. (25), qui. (29) e sáb. (31), às 20h. Ingr.: grátis ou R$ 10 (dom., somente homens)
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Confira cinco dicas para aproveitar SP da melhor maneira possívelSABINE RIGHETTI DE SÃO PAULO Sabine Righetti, autora do blog "Abecedário" e coordenadora do RUF, separou cinco opções de lazer para aproveitar São Paulo nos próximos dias. Confira. 1. CASA DAS ROSAS Em meio ao caos da avenida Paulista, um espaço dedicado à poesia e um café a céu aberto, ao lado de um jardim de rosas. Informe-se sobre o local 2. PRAÇA BENEDITO CALIXTO Visito a praça com frequência, especialmente quando recebo amigos estrangeiros. Costumo conversar com os artesãos, como pastel com água de coco e fico para o chorinho no sábado à tarde. Não perca a barraca de pedras do sr. Paulo! Ele tem muitas histórias para contar. Pça. Benedito Calixto, Pinheiros, zona oeste, São Paulo, SP 3. OTÁVIO MACHADO Descobri esse restaurante fofo, ao ar livre, a caminho da casa dos meus pais, na Chácara Sto. Antônio. É fora de áreas badaladas, com cardápio requintado e preço acessível. Meu prato é a moqueca vegetariana. R. Capitão Otávio Machado, 283, Chácara Santo Antônio, tel. 38041079. Seg. a sex.: 12h às 15h e 18h às 22. Sáb. e dom.: 12h às 17h. 4. SEBO DO MESSIAS Gosto de visitar o sebo em busca de edições raras e de clássicos. Fico horas no local. Às vezes, levo livros que estavam parados na estante ou repetidos para usar como moeda de troca. Informe-se sobre o local 5. PÉROLA NEGRA Janeiro é um ótimo mês para acompanhar ensaios de escolas de samba. Eu costumo ir à Pérola Negra, aos domingos, na Vila Madalena. Não há tristeza que resista ao samba! R. Girassol, 51, V. Madalena, tel. 3031-9349, gresperolanegra.com.br. Ensaios: dom. (25), qui. (29) e sáb. (31), às 20h. Ingr.: grátis ou R$ 10 (dom., somente homens)
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Roberto Duailibi contesta crítica às gestões anteriores do Masp
Na fotografia que ilustra a crítica de Fabio Cypriano às gestões anteriores do Masp (Volta dos cavaletes põe fim às gestões que arruinaram o Masp ), vê-se o complexo sistema de ar condicionado que foi instalado nos últimos anos, as persianas que protegem as obras, a iluminação que as valoriza e as obras, muitas restauradas. Cypriano omite que os cavaletes anteriores não resistiam à trepidação da avenida Paulista. No projeto de Lina Bo Bardi, essas inovações não estavam previstas. Por isso é tão difícil encontrar quem queira aceitar trabalho voluntário. Lamentável a crítica. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Roberto Duailibi contesta crítica às gestões anteriores do MaspNa fotografia que ilustra a crítica de Fabio Cypriano às gestões anteriores do Masp (Volta dos cavaletes põe fim às gestões que arruinaram o Masp ), vê-se o complexo sistema de ar condicionado que foi instalado nos últimos anos, as persianas que protegem as obras, a iluminação que as valoriza e as obras, muitas restauradas. Cypriano omite que os cavaletes anteriores não resistiam à trepidação da avenida Paulista. No projeto de Lina Bo Bardi, essas inovações não estavam previstas. Por isso é tão difícil encontrar quem queira aceitar trabalho voluntário. Lamentável a crítica. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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O que é utopia para você? Leia resposta de Michael Löwy, Nélida Piñon e outras 27 pessoas
A palavra "utopia" tornou-se corrente em diversas línguas desde que Thomas Morus (1478-1535) a inventou para designar uma ilha que não se encontrava nos mapas, na qual seus habitantes viviam de uma forma que tampouco existia na vida real. Escrito há 500 anos, "Utopia" inaugurou, como observa o professor Carlos Eduardo Berriel, uma febre narrativa: "Desde então o pensamento moderno pulula de cidades hipotéticas e de mundos ideais, situados em um além imaginário, países que não existem de fato, mas que são dotados, pela mente de seu inventor, de realidade impactante sobre nossas vidas". A "Ilustríssima" celebra o meio milênio da obra com uma edição especial que traz, além do texto de Berriel, estudioso que tem se dedicado ao tema, uma enquete (abaixo) com 29 pessoas ligadas às esferas cultural, intelectual e empresarial, como o sociólogo Michael Löwy, o psicanalista Christian Dunker, a escritora Nélida Piñon e o filósofo José Arthur Giannotti. DEBATE As comemorações em torno da obra de Morus continuam na quarta (31), quando a Folha realiza um debate sobre utopia. Participarão o economista Eduardo Giannetti e o psicanalista Tales Ab'Sáber, sob mediação de Marcos Augusto Gonçalves, editor da "Ilustríssima". O debate será no auditório do jornal (al. Barão de Limeira, 425), às 19h. As inscrições são gratuitas e estão abertas no site eventos.folha.com.br O QUE É UTOPIA PARA VOCÊ?
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O que é utopia para você? Leia resposta de Michael Löwy, Nélida Piñon e outras 27 pessoasA palavra "utopia" tornou-se corrente em diversas línguas desde que Thomas Morus (1478-1535) a inventou para designar uma ilha que não se encontrava nos mapas, na qual seus habitantes viviam de uma forma que tampouco existia na vida real. Escrito há 500 anos, "Utopia" inaugurou, como observa o professor Carlos Eduardo Berriel, uma febre narrativa: "Desde então o pensamento moderno pulula de cidades hipotéticas e de mundos ideais, situados em um além imaginário, países que não existem de fato, mas que são dotados, pela mente de seu inventor, de realidade impactante sobre nossas vidas". A "Ilustríssima" celebra o meio milênio da obra com uma edição especial que traz, além do texto de Berriel, estudioso que tem se dedicado ao tema, uma enquete (abaixo) com 29 pessoas ligadas às esferas cultural, intelectual e empresarial, como o sociólogo Michael Löwy, o psicanalista Christian Dunker, a escritora Nélida Piñon e o filósofo José Arthur Giannotti. DEBATE As comemorações em torno da obra de Morus continuam na quarta (31), quando a Folha realiza um debate sobre utopia. Participarão o economista Eduardo Giannetti e o psicanalista Tales Ab'Sáber, sob mediação de Marcos Augusto Gonçalves, editor da "Ilustríssima". O debate será no auditório do jornal (al. Barão de Limeira, 425), às 19h. As inscrições são gratuitas e estão abertas no site eventos.folha.com.br O QUE É UTOPIA PARA VOCÊ?
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Apple reduz preço do iPhone no Brasil, mas aumenta o do iPad em até 40%
A Apple já está se preparando para a chegada de sua nova linha de produtos, anunciada nesta quarta-feira (9). A empresa reajustou o preço de seus aparelhos, nesta quinta-feira (10), no Brasil. Assim, o iPhone 6 ficou mais barato, enquanto o iPad está até 40% mais caro. Um dos modelos mais antigos da empresa à venda no país, o iPhone 5s é quem teve a menor redução. A versão do aparelho com 16 Gbytes passou de R$ 2.500 para R$ 2.300, uma redução de 8%. O modelo com 32 Gbytes saiu de R$ 2.900 para R$ 2.500. O iPhone 6 também sofreu redução de preço. As versões de 16 Gbytes e 64 Gbytes passaram a custar, respectivamente, R$ 3.200 e R$ 3.500. Com tela maior, o iPhone 6 Plus agora é vendido por R$ 3.500, na versão com 16 Gbytes. O modelo mais potente, de 64 Gbytes, teve o preço reajustado para R$ 3.800. Quem seguiu na contramão foi o iPad Air. O tablet da empresa, de 16 Gbytes, saiu de R$ 2.500 e agora está sendo vendido por R$ 3.500. As mudanças nos preços praticados refletem os anúncios dos novos produtos. O iPad Pro, que terá uma tela de 13 polegadas, foi o grande destaque da apresentação, tendo passado por uma reformulação, que o deixou mais potente. Será vendido a partir de US$ 799. Já os iPhones 6s não tiveram o mesmo destaque. A novidade neles é a 3D Touch, uma ferramenta que consegue identificar a força aplicada pelo usuário na tela. Assim, com menos intensidade, abre apenas um pop-up dos aplicativos. Um aperto mais forte carrega o app todo. Vão custar entre US$ 199 e US$ 499. Os novos produtos ainda não têm data para chegar ao Brasil. Esse é o segundo reajuste de preços da Apple em 2015. No começo do ano, ela deixou os iPhone 6 R$ 300 mais caros. A evolução do iPhone
tec
Apple reduz preço do iPhone no Brasil, mas aumenta o do iPad em até 40%A Apple já está se preparando para a chegada de sua nova linha de produtos, anunciada nesta quarta-feira (9). A empresa reajustou o preço de seus aparelhos, nesta quinta-feira (10), no Brasil. Assim, o iPhone 6 ficou mais barato, enquanto o iPad está até 40% mais caro. Um dos modelos mais antigos da empresa à venda no país, o iPhone 5s é quem teve a menor redução. A versão do aparelho com 16 Gbytes passou de R$ 2.500 para R$ 2.300, uma redução de 8%. O modelo com 32 Gbytes saiu de R$ 2.900 para R$ 2.500. O iPhone 6 também sofreu redução de preço. As versões de 16 Gbytes e 64 Gbytes passaram a custar, respectivamente, R$ 3.200 e R$ 3.500. Com tela maior, o iPhone 6 Plus agora é vendido por R$ 3.500, na versão com 16 Gbytes. O modelo mais potente, de 64 Gbytes, teve o preço reajustado para R$ 3.800. Quem seguiu na contramão foi o iPad Air. O tablet da empresa, de 16 Gbytes, saiu de R$ 2.500 e agora está sendo vendido por R$ 3.500. As mudanças nos preços praticados refletem os anúncios dos novos produtos. O iPad Pro, que terá uma tela de 13 polegadas, foi o grande destaque da apresentação, tendo passado por uma reformulação, que o deixou mais potente. Será vendido a partir de US$ 799. Já os iPhones 6s não tiveram o mesmo destaque. A novidade neles é a 3D Touch, uma ferramenta que consegue identificar a força aplicada pelo usuário na tela. Assim, com menos intensidade, abre apenas um pop-up dos aplicativos. Um aperto mais forte carrega o app todo. Vão custar entre US$ 199 e US$ 499. Os novos produtos ainda não têm data para chegar ao Brasil. Esse é o segundo reajuste de preços da Apple em 2015. No começo do ano, ela deixou os iPhone 6 R$ 300 mais caros. A evolução do iPhone
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Crítica: 'Amor à Primeira Briga' bagunça os estereótipos do cinema
Comédia? Romance? Filme de dupla? Ação? Aventura? Fantasia? Apocalipse? "Amor à Primeira Briga" tem situações e ingredientes destes diversos gêneros, mas se permite não caber num só. Apesar do trapaceiro título brasileiro, o primeiro longa do francês Thomas Cailley é muito mais que um filme de amor. "Os Combatentes", seu título original, revela com mais precisão o programa de Cailley, que consiste, em parte, em imaginar como Adão e Eva sobreviveram à perda do paraíso. Em vez de mergulhar na profundidade que a hipótese sugere, o jovem diretor e roteirista trata tudo com um afiado senso de burlesco e de estranhamento. "Os Combatentes" guarda também maior sentido por que é assim que Arnaud e Madeleine se conhecem, ao acaso na praia, postos corpo a corpo numa cena de luta. Ele é um garoto indeciso, fragilizado pela morte recente do pai, mimado pela mãe e acuado pelo irmão mais velho, que reclama seu engajamento nos trabalhos de carpintaria da empresa familiar. Ela é uma garota riquinha, que treina sem parar, tem o corpo robusto e quer se alistar num programa militar de sobrevivência, pois acredita na iminência do fim do mundo. Logo, a cena de combate em que eles se conhecem reúne dois personagens de perfis contrapostos, ou seja, desenhados para dar sustentação a uma comédia de opostos ou a um romance de atritos, mistura inspirada no humor crítico de Howard Hawks. Mas a apresentação também funciona para desorganizar os estereótipos de virilidade e fragilidade e confundir os lugares associados às imagens de homem e mulher. Assim como transita de um gênero cinematográfico a outro, "Amor à Primeira Briga" também embaralha as marcas que distinguem os gêneros masculino e feminino. Essa indeterminação oferece ao filme uma liberdade incomum no cinema contemporâneo. Por um lado, seus personagens escapam da tipificação excessiva, em que todos têm de representar, simbolizar ou oferecer âncoras de identidade. O espectador, por sua vez, flutua pelos blocos da narrativa sem conseguir prever aonde o fio vai dar e sem se sentir refém de emoções calculadas. Num sentido, Cailley aborda com habilidade ficcional o tema abstrato da indecisão ou da crise que envolve todos a cada momento de escolha. Mais que uma alegoria sobre o fim da adolescência, "Amor à Primeira Briga" amplifica aquele sentimento de limbo, valorizando as incertezas. Claro que o resultado poderia ter sido insuficiente se o filme se dispersasse em meio a tantas possibilidades, mas a cada passo ele se revigora pela paixão do risco. Além disso, o tratamento lúdico e sempre próximo do absurdo é prova de uma imaginação transbordante. Ou seja, razões suficientes para saudar a aparição de um jovem cineasta mais interessado no poder das histórias do que na certeza das teses. AMOR À PRIMEIRA BRIGA DIREÇÃO: THOMAS CAILLEY ELENCO: ADÈLE HAENEL E KÉVIN AZAÏS PRODUÇÃO: FRANÇA, 2014, 14 ANOS QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (2) AVALIAÇÃO bom
ilustrada
Crítica: 'Amor à Primeira Briga' bagunça os estereótipos do cinemaComédia? Romance? Filme de dupla? Ação? Aventura? Fantasia? Apocalipse? "Amor à Primeira Briga" tem situações e ingredientes destes diversos gêneros, mas se permite não caber num só. Apesar do trapaceiro título brasileiro, o primeiro longa do francês Thomas Cailley é muito mais que um filme de amor. "Os Combatentes", seu título original, revela com mais precisão o programa de Cailley, que consiste, em parte, em imaginar como Adão e Eva sobreviveram à perda do paraíso. Em vez de mergulhar na profundidade que a hipótese sugere, o jovem diretor e roteirista trata tudo com um afiado senso de burlesco e de estranhamento. "Os Combatentes" guarda também maior sentido por que é assim que Arnaud e Madeleine se conhecem, ao acaso na praia, postos corpo a corpo numa cena de luta. Ele é um garoto indeciso, fragilizado pela morte recente do pai, mimado pela mãe e acuado pelo irmão mais velho, que reclama seu engajamento nos trabalhos de carpintaria da empresa familiar. Ela é uma garota riquinha, que treina sem parar, tem o corpo robusto e quer se alistar num programa militar de sobrevivência, pois acredita na iminência do fim do mundo. Logo, a cena de combate em que eles se conhecem reúne dois personagens de perfis contrapostos, ou seja, desenhados para dar sustentação a uma comédia de opostos ou a um romance de atritos, mistura inspirada no humor crítico de Howard Hawks. Mas a apresentação também funciona para desorganizar os estereótipos de virilidade e fragilidade e confundir os lugares associados às imagens de homem e mulher. Assim como transita de um gênero cinematográfico a outro, "Amor à Primeira Briga" também embaralha as marcas que distinguem os gêneros masculino e feminino. Essa indeterminação oferece ao filme uma liberdade incomum no cinema contemporâneo. Por um lado, seus personagens escapam da tipificação excessiva, em que todos têm de representar, simbolizar ou oferecer âncoras de identidade. O espectador, por sua vez, flutua pelos blocos da narrativa sem conseguir prever aonde o fio vai dar e sem se sentir refém de emoções calculadas. Num sentido, Cailley aborda com habilidade ficcional o tema abstrato da indecisão ou da crise que envolve todos a cada momento de escolha. Mais que uma alegoria sobre o fim da adolescência, "Amor à Primeira Briga" amplifica aquele sentimento de limbo, valorizando as incertezas. Claro que o resultado poderia ter sido insuficiente se o filme se dispersasse em meio a tantas possibilidades, mas a cada passo ele se revigora pela paixão do risco. Além disso, o tratamento lúdico e sempre próximo do absurdo é prova de uma imaginação transbordante. Ou seja, razões suficientes para saudar a aparição de um jovem cineasta mais interessado no poder das histórias do que na certeza das teses. AMOR À PRIMEIRA BRIGA DIREÇÃO: THOMAS CAILLEY ELENCO: ADÈLE HAENEL E KÉVIN AZAÏS PRODUÇÃO: FRANÇA, 2014, 14 ANOS QUANDO: ESTREIA NESTA QUINTA (2) AVALIAÇÃO bom
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Universidade cidadã
Ocorre hoje nas universidades brasileiras um inexplicável retrocesso democrático. Antes palco de debates brilhantes e efervescentes e berço de ideias transformadoras e libertárias, a academia tranca-se em um círculo vicioso e perigoso, dando às costas aos cidadãos. Nos campi das universidades, a democracia deve pulsar na criação intelectual e no debate político, científico. São direitos que devemos defender sempre, pois trata-se de garantir liberdades individuais e coletivas. Entretanto, jamais podemos perder de vista que uma universidade é uma célula da sociedade. A ela deve retorno e respostas. A comunidade universitária, formada de alunos, professores, funcionários e técnicos administrativos em educação, necessita ter participação na escolha de dirigentes comprometidos com a educação, a pesquisa, o ensino e a extensão em toda plenitude. Não significa, contudo, que tenhamos de nos dobrar a uma espécie de ditadura interna. Uma universidade deve atender aos interesses do coletivo, do Estado, dos cidadãos, todos eles, sem qualquer ideologia ou tendência partidária. Dentro dela, todas as ideologias e tendências partidárias precisam e têm que se manifestar livremente. Daí a aparelhá-la a uma distância abismal. Hoje, algumas importantes universidades do Brasil trilham retrocesso. Alunos sofrem as consequências de gestões incompetentes, sem transparência e cravadas em interesses partidários. Um mau reitor imposto pela comunidade universitária, sem debate e participação de outras forças sociais, impõe suas vontades e convicções por meio de apadrinhamentos e favores políticos. Exigimos respeito à liberdade, tolerância, exercício da solidariedade humana, pleno desenvolvimento do educando, preparo ao exercício da cidadania, qualificação para o trabalho e formação. Queremos uma universidade formadora e transformadora; viva, pulsante, inquieta, crítica. Para tanto, temos que rever imediatamente os processos de eleição de reitores. Tal cargo exige liderança, conquistada ao longo de sua vida, pelo testemunho do trabalho. A meritocracia deve ser contemplada, assim como a produção científica. Porém, não é isso que acontece habitualmente. Não dá para continuar querendo gerir a formação e a educação da Nação em moldes forjados nos anos 60, quase seis décadas atrás. O ideal é que o reitor seja indicado por uma comissão externa, escolhida por instituições sólidas da sociedade civil. Seria apresentada uma lista tríplice e a comunidade universitária definiria por votação. Prevalece dessa maneira o interesse da comunidade, dos cidadãos, não os de pequenos grupos, sem ferir a autonomia universitária. Quando no exercício do cargo, é essencial contínua fiscalização, visando coibir distúrbios de gestão, de modo que a universidade não vire instrumento a serviço de grupelhos. Não podemos perder, por irresponsabilidade política e omissão, mentes brilhantes. Uma vez que em algumas universidades, também pululam mentes medíocres, precisamos de ferramentas sérias para separar o joio do trigo. É preciso comprometimento; não apenas bater o ponto, como acontece em muitas universidades hoje. O esvaziamento dessas instituições de ensino é uma triste realidade e conta com dois motivos: falta de recursos e absoluta carência de gestão competente, agregadora, motivadora. Criar órgãos fiscalizadores, estabelecer meios de fato democráticos de eleição, entre outras medidas são ações urgentes. Até porque a universidade é da comunidade, é do país. E são esses interesses maiores que devem ser preservados e garantidos até o fim. ANTONIO CARLOS LOPES é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Universidade cidadãOcorre hoje nas universidades brasileiras um inexplicável retrocesso democrático. Antes palco de debates brilhantes e efervescentes e berço de ideias transformadoras e libertárias, a academia tranca-se em um círculo vicioso e perigoso, dando às costas aos cidadãos. Nos campi das universidades, a democracia deve pulsar na criação intelectual e no debate político, científico. São direitos que devemos defender sempre, pois trata-se de garantir liberdades individuais e coletivas. Entretanto, jamais podemos perder de vista que uma universidade é uma célula da sociedade. A ela deve retorno e respostas. A comunidade universitária, formada de alunos, professores, funcionários e técnicos administrativos em educação, necessita ter participação na escolha de dirigentes comprometidos com a educação, a pesquisa, o ensino e a extensão em toda plenitude. Não significa, contudo, que tenhamos de nos dobrar a uma espécie de ditadura interna. Uma universidade deve atender aos interesses do coletivo, do Estado, dos cidadãos, todos eles, sem qualquer ideologia ou tendência partidária. Dentro dela, todas as ideologias e tendências partidárias precisam e têm que se manifestar livremente. Daí a aparelhá-la a uma distância abismal. Hoje, algumas importantes universidades do Brasil trilham retrocesso. Alunos sofrem as consequências de gestões incompetentes, sem transparência e cravadas em interesses partidários. Um mau reitor imposto pela comunidade universitária, sem debate e participação de outras forças sociais, impõe suas vontades e convicções por meio de apadrinhamentos e favores políticos. Exigimos respeito à liberdade, tolerância, exercício da solidariedade humana, pleno desenvolvimento do educando, preparo ao exercício da cidadania, qualificação para o trabalho e formação. Queremos uma universidade formadora e transformadora; viva, pulsante, inquieta, crítica. Para tanto, temos que rever imediatamente os processos de eleição de reitores. Tal cargo exige liderança, conquistada ao longo de sua vida, pelo testemunho do trabalho. A meritocracia deve ser contemplada, assim como a produção científica. Porém, não é isso que acontece habitualmente. Não dá para continuar querendo gerir a formação e a educação da Nação em moldes forjados nos anos 60, quase seis décadas atrás. O ideal é que o reitor seja indicado por uma comissão externa, escolhida por instituições sólidas da sociedade civil. Seria apresentada uma lista tríplice e a comunidade universitária definiria por votação. Prevalece dessa maneira o interesse da comunidade, dos cidadãos, não os de pequenos grupos, sem ferir a autonomia universitária. Quando no exercício do cargo, é essencial contínua fiscalização, visando coibir distúrbios de gestão, de modo que a universidade não vire instrumento a serviço de grupelhos. Não podemos perder, por irresponsabilidade política e omissão, mentes brilhantes. Uma vez que em algumas universidades, também pululam mentes medíocres, precisamos de ferramentas sérias para separar o joio do trigo. É preciso comprometimento; não apenas bater o ponto, como acontece em muitas universidades hoje. O esvaziamento dessas instituições de ensino é uma triste realidade e conta com dois motivos: falta de recursos e absoluta carência de gestão competente, agregadora, motivadora. Criar órgãos fiscalizadores, estabelecer meios de fato democráticos de eleição, entre outras medidas são ações urgentes. Até porque a universidade é da comunidade, é do país. E são esses interesses maiores que devem ser preservados e garantidos até o fim. ANTONIO CARLOS LOPES é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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CLT, século 21
Concebida nos anos 1940, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não dá mais conta de regular com segurança as relações entre patrões e empregados no Brasil moderno, que demandam formas variadas e cada vez mais flexíveis de contratação. Por isso, o diploma legal obsoleto tornou-se pouco eficaz em seu objetivo de proteção ao trabalhador e empecilho à geração de novos empregos de qualidade. A CLT tampouco confere peso suficiente à vontade coletiva manifestada nas convenções e acordos entre as empresas e seus funcionários, frequentemente contrariada por súmulas da Justiça. Por fim, enseja um ambiente litigioso —e não por acaso o Brasil encabeça rankings globais de conflitos trabalhistas. Apenas em 2016, foram iniciados 2,8 milhões de novos processos. É bem-vinda, portanto, a tentativa de repensar a legislação. O desafio é buscar um ponto de equilíbrio entre a necessária modernização e a proteção de direitos consagrados e valorizados pela sociedade. O texto recém-apresentado pelo deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), relator do projeto de reforma na Câmara, é abrangente e apresenta alternativas razoáveis para os principais problemas. Prevê, corretamente, que a convenção coletiva possa se sobrepor aos ditames celetistas, desde que não atente contra os direitos fundamentais, como férias, 13º salário e regras de segurança. Jornadas flexíveis, inclusive fora do local de trabalho, poderão ser pactuadas mais livremente, desde que respeitada a carga máxima de 32 horas semanais. Para reduzir litígios, reafirma-se que a rescisão contratual entre as partes, na presença do representante sindical, tem valor legal e não pode ser invalidada no futuro. Ponto fundamental e ambicioso do substitutivo é o fim da contribuição sindical obrigatória, que recolheu R$ 3,96 bilhões apenas ao longo do ano passado. Existem no país nada menos que 11,3 mil sindicatos de trabalhadores e 5,2 mil entidades patronais, quantidades extravagantes para os padrões mundiais. Grande parte desse aparato existe simplesmente para amealhar uma fatia dessa verba carimbada, que custa anualmente um dia do salário de cada trabalhador. Restará rever na Constituição o princípio da unicidade, segundo o qual só pode haver um sindicato por categoria e base geográfica. Nesse caso, as associações disputariam seus representados com a oferta de serviços, em vez de viver de renda. Seria duro golpe contra o corporativismo sindical que, aninhado no Estado, continua a tutelar as relações trabalhistas. editoriais@grupofolha.com.br
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CLT, século 21Concebida nos anos 1940, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não dá mais conta de regular com segurança as relações entre patrões e empregados no Brasil moderno, que demandam formas variadas e cada vez mais flexíveis de contratação. Por isso, o diploma legal obsoleto tornou-se pouco eficaz em seu objetivo de proteção ao trabalhador e empecilho à geração de novos empregos de qualidade. A CLT tampouco confere peso suficiente à vontade coletiva manifestada nas convenções e acordos entre as empresas e seus funcionários, frequentemente contrariada por súmulas da Justiça. Por fim, enseja um ambiente litigioso —e não por acaso o Brasil encabeça rankings globais de conflitos trabalhistas. Apenas em 2016, foram iniciados 2,8 milhões de novos processos. É bem-vinda, portanto, a tentativa de repensar a legislação. O desafio é buscar um ponto de equilíbrio entre a necessária modernização e a proteção de direitos consagrados e valorizados pela sociedade. O texto recém-apresentado pelo deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), relator do projeto de reforma na Câmara, é abrangente e apresenta alternativas razoáveis para os principais problemas. Prevê, corretamente, que a convenção coletiva possa se sobrepor aos ditames celetistas, desde que não atente contra os direitos fundamentais, como férias, 13º salário e regras de segurança. Jornadas flexíveis, inclusive fora do local de trabalho, poderão ser pactuadas mais livremente, desde que respeitada a carga máxima de 32 horas semanais. Para reduzir litígios, reafirma-se que a rescisão contratual entre as partes, na presença do representante sindical, tem valor legal e não pode ser invalidada no futuro. Ponto fundamental e ambicioso do substitutivo é o fim da contribuição sindical obrigatória, que recolheu R$ 3,96 bilhões apenas ao longo do ano passado. Existem no país nada menos que 11,3 mil sindicatos de trabalhadores e 5,2 mil entidades patronais, quantidades extravagantes para os padrões mundiais. Grande parte desse aparato existe simplesmente para amealhar uma fatia dessa verba carimbada, que custa anualmente um dia do salário de cada trabalhador. Restará rever na Constituição o princípio da unicidade, segundo o qual só pode haver um sindicato por categoria e base geográfica. Nesse caso, as associações disputariam seus representados com a oferta de serviços, em vez de viver de renda. Seria duro golpe contra o corporativismo sindical que, aninhado no Estado, continua a tutelar as relações trabalhistas. editoriais@grupofolha.com.br
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Editorial traz roupas de baixo para se usar à mostra em todas ocasiões
Biquínis e bodies que podem sair da praia neste verão e compor produções para todo tipo de ocasião (e de mulher).
serafina
Editorial traz roupas de baixo para se usar à mostra em todas ocasiõesBiquínis e bodies que podem sair da praia neste verão e compor produções para todo tipo de ocasião (e de mulher).
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Colunistas da Folha são alvos de elogios, críticas e discordância
Oportuno e preciso o artigo Bom senso, de Marcelo Freixo. Deveria ser tema de debates e reflexões. O articulista ilumina o bom senso ao afirmar: "Apesar dos retrocessos, sou contrário ao afastamento de Dilma. Não faço isso pelo governo, mas pela democracia". PAULO FERNANDO CAMPBELL FRANCO (Santos, SP) * A leitura dos textos de Gregorio Duvivier me desperta a dúvida: a coluna é um espaço de discussão ou esforço de marketing? É para gerar choque de ideias ou ser uma peça proselitista? Pois é isso que as colunas dele trazem: marketing e proselitismo barato. CAIO GUILHERME SOARES FERNANDES (São Paulo, SP) * Discordo de João Pereira Coutinho sobre a inexistência do pensamento conservador em universidades (Convite para uma decapitação ). O Instituto de Engenharia da Aeronáutica surpreendeu: um de seus alunos mais célebres, Maykel Alex Christimann, defende abertamente o projeto separatista Sul é o Meu País. Há pensamentos de conservadores por toda parte. SUELEN QUEIROZ (Curitiba, PR) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
paineldoleitor
Colunistas da Folha são alvos de elogios, críticas e discordânciaOportuno e preciso o artigo Bom senso, de Marcelo Freixo. Deveria ser tema de debates e reflexões. O articulista ilumina o bom senso ao afirmar: "Apesar dos retrocessos, sou contrário ao afastamento de Dilma. Não faço isso pelo governo, mas pela democracia". PAULO FERNANDO CAMPBELL FRANCO (Santos, SP) * A leitura dos textos de Gregorio Duvivier me desperta a dúvida: a coluna é um espaço de discussão ou esforço de marketing? É para gerar choque de ideias ou ser uma peça proselitista? Pois é isso que as colunas dele trazem: marketing e proselitismo barato. CAIO GUILHERME SOARES FERNANDES (São Paulo, SP) * Discordo de João Pereira Coutinho sobre a inexistência do pensamento conservador em universidades (Convite para uma decapitação ). O Instituto de Engenharia da Aeronáutica surpreendeu: um de seus alunos mais célebres, Maykel Alex Christimann, defende abertamente o projeto separatista Sul é o Meu País. Há pensamentos de conservadores por toda parte. SUELEN QUEIROZ (Curitiba, PR) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Muricy escolhe Boschilia para a vaga de Ganso no São Paulo
Após anunciar mudanças no São Paulo, o técnico Muricy Ramalho vai promover o meia Boschilia, 19, ao time titular. Quem vai perder a vaga é o meia Ganso, camisa 10 do time e que vive má fase. A mudança já será testada nesta quarta-feira (1º de abril) diante do San Lorenzo, em Buenos Aires, em confronto válido pela Libertadores. Formado na base do São Paulo, o jovem participou dos últimos seis jogos da equipe, três deles como titular, e agradou o treinador tricolor. Na vitória por 3 a 0 sobre o Marília, no último dia 22, foi titular e deu uma assistência para o atacante Alan Kardec. O São Paulo pode ter mudanças em outros setores contra o San Lorenzo. Apesar de já estar disponível para jogar, o zagueiro Dória deve ficar na reserva de Lucão. O motivo é a falta de ritmo do defensor, que estava recuperando-se de entorse no tornozelo esquerdo. No ataque, Alan Kardec vai ficar com a vaga de Luis Fabiano, que trata uma lesão muscular na coxa esquerda. Uma última alteração pode ocorrer na lateral direita. Hoje, Bruno é titular, mas como vive má fase pode até sair do time. Dois jogadores têm a preferência do técnico para o setor: O volante Hudson e o zagueiro Paulo Miranda. O confronto contra o San Lorenzo é encarado como decisivo pelo São Paulo para definir a classificação às oitavas de final da Libertadores. O São Paulo é o vice-líder do Grupo 2 com seis pontos. O San Lorenzo tem três, no terceiro lugar. Só os dois primeiros de cada chave avançam. O Corinthians lidera com nove pontos. Já o Danubio (URU) não somou pontos. O duelo contra os argentinos fez até um grupo de torcedores protestaram durante o treino do time, na tarde desta segunda-feira (30). Cerca de 84 torcedores cobraram os jogadores e exigiram vitória na Argentina. "Fome, sede e frio, se não ganhar na Argentina, não volta para o Brasil", gritaram os torcedores, que estavam em dois ônibus no CT e depois seguiram viagem à Argentina, a viagem deve durar 40h. MURICY NO LIMITE Pressionado no cargo, Muricy está limite. Ao menos foi o que disse a mulher dele, Roseli Ramalho, ao UOL. "Ele está no limite, mas está dando preferência ao São Paulo", disse Roseli. "Precisa fazer uma operação de vesícula. [Mas] como ele está trabalhando, fica entre ter que parar [a carreira] e fazer a operação, onde o retorno é de 20 dias mais ou menos".
esporte
Muricy escolhe Boschilia para a vaga de Ganso no São PauloApós anunciar mudanças no São Paulo, o técnico Muricy Ramalho vai promover o meia Boschilia, 19, ao time titular. Quem vai perder a vaga é o meia Ganso, camisa 10 do time e que vive má fase. A mudança já será testada nesta quarta-feira (1º de abril) diante do San Lorenzo, em Buenos Aires, em confronto válido pela Libertadores. Formado na base do São Paulo, o jovem participou dos últimos seis jogos da equipe, três deles como titular, e agradou o treinador tricolor. Na vitória por 3 a 0 sobre o Marília, no último dia 22, foi titular e deu uma assistência para o atacante Alan Kardec. O São Paulo pode ter mudanças em outros setores contra o San Lorenzo. Apesar de já estar disponível para jogar, o zagueiro Dória deve ficar na reserva de Lucão. O motivo é a falta de ritmo do defensor, que estava recuperando-se de entorse no tornozelo esquerdo. No ataque, Alan Kardec vai ficar com a vaga de Luis Fabiano, que trata uma lesão muscular na coxa esquerda. Uma última alteração pode ocorrer na lateral direita. Hoje, Bruno é titular, mas como vive má fase pode até sair do time. Dois jogadores têm a preferência do técnico para o setor: O volante Hudson e o zagueiro Paulo Miranda. O confronto contra o San Lorenzo é encarado como decisivo pelo São Paulo para definir a classificação às oitavas de final da Libertadores. O São Paulo é o vice-líder do Grupo 2 com seis pontos. O San Lorenzo tem três, no terceiro lugar. Só os dois primeiros de cada chave avançam. O Corinthians lidera com nove pontos. Já o Danubio (URU) não somou pontos. O duelo contra os argentinos fez até um grupo de torcedores protestaram durante o treino do time, na tarde desta segunda-feira (30). Cerca de 84 torcedores cobraram os jogadores e exigiram vitória na Argentina. "Fome, sede e frio, se não ganhar na Argentina, não volta para o Brasil", gritaram os torcedores, que estavam em dois ônibus no CT e depois seguiram viagem à Argentina, a viagem deve durar 40h. MURICY NO LIMITE Pressionado no cargo, Muricy está limite. Ao menos foi o que disse a mulher dele, Roseli Ramalho, ao UOL. "Ele está no limite, mas está dando preferência ao São Paulo", disse Roseli. "Precisa fazer uma operação de vesícula. [Mas] como ele está trabalhando, fica entre ter que parar [a carreira] e fazer a operação, onde o retorno é de 20 dias mais ou menos".
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Incêndio atinge loja na zona sul de São Paulo
Um incêndio atingiu loja em Santo Amaro (zona sul de São Paulo) na noite deste domingo (18). A região, próxima ao largo 13, é conhecida pelo comércio popular. Não houve vítimas. As chamas, que atingem um estabelecimento na avenida Adolfo Pinheiro, começaram por volta das 20h. O Corpo de Bombeiros foi ao local inicialmente com quatro viaturas. Devido à proporção do fogo, contudo, foram necessários mais carros. No total, 14 viaturas controlaram as chamas. À meia-noite, os bombeiros trabalhavam no rescaldo do incêndio.
cotidiano
Incêndio atinge loja na zona sul de São PauloUm incêndio atingiu loja em Santo Amaro (zona sul de São Paulo) na noite deste domingo (18). A região, próxima ao largo 13, é conhecida pelo comércio popular. Não houve vítimas. As chamas, que atingem um estabelecimento na avenida Adolfo Pinheiro, começaram por volta das 20h. O Corpo de Bombeiros foi ao local inicialmente com quatro viaturas. Devido à proporção do fogo, contudo, foram necessários mais carros. No total, 14 viaturas controlaram as chamas. À meia-noite, os bombeiros trabalhavam no rescaldo do incêndio.
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Gestão Doria se compromete a zerar fila de exames complexos até março
A gestão João Doria (PSDB) comprometeu-se a equacionar a fila de exames de saúde complexos até março de 2018. A meta foi anunciada nesta quinta-feira (5), em evento de lançamento da segunda fase do programa Corujão da Saúde, que terá início em novembro. Atualmente, segundo a Prefeitura de São Paulo, existe fila de 83.322 pessoas por procedimentos considerados mais complexos, ou seja, aqueles que requerem sedação ou levam muitas horas para serem executados. A média atual é de 120 dias de espera para agendamento de exames. A prefeitura promete colocar os exames complexos em prazos de espera de 30 dias para exames urgentes, e 60 dias para os demais exames, até março. "Até o final de março nós pretendemos estar com a fila estabilizada com os prazos de 30 a 60 dias, como na primeira fase já alcançamos. É um compromisso. Esses exames têm muito mais surpresas que os outros [contemplados na primeira fase do Corujão]. O prefeito que nós demos datas exatas, então acho que dá para assumir esse compromisso", disse Wilson Pollara, secretário de Saúde. "É uma desumanidade marcar exame para uma pessoa para daqui a um ano. Isso não vai ter mais", completou. "Investimos muito na saúde preventiva. Estamos percebendo um aumento da pressão por saúde, não só em São Paulo. Nos últimos três meses, cresceu enormemente. É assim no Brasil inteiro", disse Doria. "Nossa orientação é para investir pesadamente em saúde." A segunda fase do Corujão contemplará os seguintes exames: prova de função pulmonar completa; teste ergométrico; colonoscopia; monitoramento pelo sistema Holter; monitorização ambulatorial da pressão arterial; estudo urodinâmico; nasofibrolaringoscopia; e esofagastroduodenoscopia. A prefeitura recebe cerca de 30 mil pedidos desses exames por mês –no caso dos exames de imagem contemplados pela primeira fase do Corujão da Saúde, como ultrassonografias e radiografias, são 110 mil demandas. Segundo estimativa da prefeitura, uma pessoa que entrasse na fila para um estudo urodinâmico (exame para identificar irregularidades no trato urinário), por exemplo, demoraria até 867 dias para ser atendida. Além do atendimento em hospitais e clínicas na rede pública, o programa prevê a oferta de exames na rede privada. O custo estimado da nova fase do Corujão é de R$ 6 milhões. O programa é uma vitrine na saúde municipal para Doria, que trava disputa interna no PSDB com o governador Geraldo Alckmin para a escolha do candidato do partido nas eleições à Presidência no ano que vem. Alckmin teve papel decisivo na escolha de Doria como candidato tucano na disputa municipal. Para ser candidato ao Planalto ou ao governo paulista em 2018, o prefeito terá de deixar o cargo até o início de abril (seis meses antes da eleição). PARCERIA Doria ainda disse que anunciará em breve uma parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro para compra de medicamentos e insumos da área de Saúde. "Estamos fazendo parcerias a partir da Frente Nacional de Prefeitos, parcerias com municípios para comprar mais e comprar melhor. Vamos fazer isso com o Rio de Janeiro. Vamos passar a fazer compras conjuntas com a cidade do Rio. Oportunamente vamos anunciar isso com o prefeito Marcelo Crivella (PRB). Vamos melhorar a qualidade do estoque e o preço também. Quem compra mais, compra melhor", disse o prefeito. "Estamos terminando a formatação. [Compra conjunta de] Insumos e medicamentos. Se der certo, e tem tudo para dar, vamos estender para outras capitais", finalizou. FILA Na primeira fase, focada em exames baseados em imagem, como ultrassonografias e tomografias, o Corujão acabou com a lista de espera herdada da gestão Fernando Haddad (PT) até abril. No entanto, três meses depois, uma nova fila surgiu, com outros exames e novos pacientes, mostram dados da Secretaria Municipal da Saúde enviados à Folha depois de pedido feito por meio da Lei de Acesso à Informação. No total, há 128 diagnósticos com tempo médio de espera informado. Desses, 84% levam mais de 30 dias e 64%, mais de 60. O tempo médio de espera é de 89 dias. No total, a fila tem 215 mil procedimentos cada um pode se referir a mais de um paciente. O quadro já foi pior. Em janeiro, havia 485 mil na fila desde 2016, na gestão petista. A promessa Zerar a fila dos principais exames em São Paulo até abril. Depois, o prazo seria normalizado em 30 dias. Posteriormente, Doria estendeu o limite para 60 dias O que aconteceu Lançado em janeiro com foco em exames de imagem, o programa Corujão da Saúde zerou os 485 mil procedimentos herdados da gestão Haddad, mas uma nova fila surgiu, com outros exames e novos pacientes Situação da fila em jul.2017 - 89 dias é o tempo médio para a realização de um exame - 214.637 é o total de procedimentos na fila Tempo médio de espera - Em número de tipos de exames* -
cotidiano
Gestão Doria se compromete a zerar fila de exames complexos até marçoA gestão João Doria (PSDB) comprometeu-se a equacionar a fila de exames de saúde complexos até março de 2018. A meta foi anunciada nesta quinta-feira (5), em evento de lançamento da segunda fase do programa Corujão da Saúde, que terá início em novembro. Atualmente, segundo a Prefeitura de São Paulo, existe fila de 83.322 pessoas por procedimentos considerados mais complexos, ou seja, aqueles que requerem sedação ou levam muitas horas para serem executados. A média atual é de 120 dias de espera para agendamento de exames. A prefeitura promete colocar os exames complexos em prazos de espera de 30 dias para exames urgentes, e 60 dias para os demais exames, até março. "Até o final de março nós pretendemos estar com a fila estabilizada com os prazos de 30 a 60 dias, como na primeira fase já alcançamos. É um compromisso. Esses exames têm muito mais surpresas que os outros [contemplados na primeira fase do Corujão]. O prefeito que nós demos datas exatas, então acho que dá para assumir esse compromisso", disse Wilson Pollara, secretário de Saúde. "É uma desumanidade marcar exame para uma pessoa para daqui a um ano. Isso não vai ter mais", completou. "Investimos muito na saúde preventiva. Estamos percebendo um aumento da pressão por saúde, não só em São Paulo. Nos últimos três meses, cresceu enormemente. É assim no Brasil inteiro", disse Doria. "Nossa orientação é para investir pesadamente em saúde." A segunda fase do Corujão contemplará os seguintes exames: prova de função pulmonar completa; teste ergométrico; colonoscopia; monitoramento pelo sistema Holter; monitorização ambulatorial da pressão arterial; estudo urodinâmico; nasofibrolaringoscopia; e esofagastroduodenoscopia. A prefeitura recebe cerca de 30 mil pedidos desses exames por mês –no caso dos exames de imagem contemplados pela primeira fase do Corujão da Saúde, como ultrassonografias e radiografias, são 110 mil demandas. Segundo estimativa da prefeitura, uma pessoa que entrasse na fila para um estudo urodinâmico (exame para identificar irregularidades no trato urinário), por exemplo, demoraria até 867 dias para ser atendida. Além do atendimento em hospitais e clínicas na rede pública, o programa prevê a oferta de exames na rede privada. O custo estimado da nova fase do Corujão é de R$ 6 milhões. O programa é uma vitrine na saúde municipal para Doria, que trava disputa interna no PSDB com o governador Geraldo Alckmin para a escolha do candidato do partido nas eleições à Presidência no ano que vem. Alckmin teve papel decisivo na escolha de Doria como candidato tucano na disputa municipal. Para ser candidato ao Planalto ou ao governo paulista em 2018, o prefeito terá de deixar o cargo até o início de abril (seis meses antes da eleição). PARCERIA Doria ainda disse que anunciará em breve uma parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro para compra de medicamentos e insumos da área de Saúde. "Estamos fazendo parcerias a partir da Frente Nacional de Prefeitos, parcerias com municípios para comprar mais e comprar melhor. Vamos fazer isso com o Rio de Janeiro. Vamos passar a fazer compras conjuntas com a cidade do Rio. Oportunamente vamos anunciar isso com o prefeito Marcelo Crivella (PRB). Vamos melhorar a qualidade do estoque e o preço também. Quem compra mais, compra melhor", disse o prefeito. "Estamos terminando a formatação. [Compra conjunta de] Insumos e medicamentos. Se der certo, e tem tudo para dar, vamos estender para outras capitais", finalizou. FILA Na primeira fase, focada em exames baseados em imagem, como ultrassonografias e tomografias, o Corujão acabou com a lista de espera herdada da gestão Fernando Haddad (PT) até abril. No entanto, três meses depois, uma nova fila surgiu, com outros exames e novos pacientes, mostram dados da Secretaria Municipal da Saúde enviados à Folha depois de pedido feito por meio da Lei de Acesso à Informação. No total, há 128 diagnósticos com tempo médio de espera informado. Desses, 84% levam mais de 30 dias e 64%, mais de 60. O tempo médio de espera é de 89 dias. No total, a fila tem 215 mil procedimentos cada um pode se referir a mais de um paciente. O quadro já foi pior. Em janeiro, havia 485 mil na fila desde 2016, na gestão petista. A promessa Zerar a fila dos principais exames em São Paulo até abril. Depois, o prazo seria normalizado em 30 dias. Posteriormente, Doria estendeu o limite para 60 dias O que aconteceu Lançado em janeiro com foco em exames de imagem, o programa Corujão da Saúde zerou os 485 mil procedimentos herdados da gestão Haddad, mas uma nova fila surgiu, com outros exames e novos pacientes Situação da fila em jul.2017 - 89 dias é o tempo médio para a realização de um exame - 214.637 é o total de procedimentos na fila Tempo médio de espera - Em número de tipos de exames* -
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Artigo contrário à relação HIV-Aids é 'despublicado' de revista científica
Um artigo que afirmava que o HIV não é o agente causador da Aids foi retirado em 19 de dezembro da internet pelo periódico "Health", que o havia publicado em julho. De autoria do romeno Dumitru Pavel, o artigo foi removido porque "necessita de mais pesquisa e estudo", segundo a nota de retratação da revista, que pertence ao grupo editorial Scientific Research Publishing (Scirp), que é registrado nos Estados Unidos, mas desenvolve suas atividades na China. "Na verdade, a insuficiência cardíaca representa o fator causal da Aids e de muitas outras deficiências imunológicas", afirmou Pavel em seu artigo, que ainda pode ser lido em páginas arquivadas por outros pesquisadores. A "despublicação" aconteceu três dias após o texto ser duramente criticado pelo bibliotecário Jeffrey Beall, da Universidade do Colorado em Denver (EUA), em seu blog dedicado a questões sobre publicações científicas em acesso aberto pela internet. "O artigo é intitulado 'Princípios básicos da fisiologia humana' e não é preciso você ser um cientista para saber que ele é um lixo", disse Beall em seu blog. A principal hipótese contra o HIV como causador da Aids, feita em 1987 por Peter Duesberg, da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), foi amplamente rejeitada. No final dos anos 1990, o presidente sul-africano Thabo Mbeki a usou como argumento para pedir dinheiro em vez dos medicamentos oferecidos por outros países. Pavel mostrou no artigo uma única referência bibliográfica, que é de sua própria autoria. E se apresentou como vinculado à "Universidade Médica de Bucareste", que não consta na relação das instituições de ensino superior do site do Ministério da Educação Nacional da Romênia. Com cerca de 200 periódicos, o Scirp integra a lista de "publishers predatórios" do blog de Beall. No post O publisher chinês Scirp: Um império editorial construído sobre a ciência-lixo, ele diz que pode haver estudos honestos nas revistas do grupo, mas eles "são desvalorizados e estigmatizados" pela associação a artigos como o de Pavel. O blog do Scirp respondeu que o título do post de Beall é "pejorativo e busca caluniar nosso negócio, inclusive milhares de autores, editores e equipes. É indigno de quem afirma fazer 'pesquisa'".
equilibrioesaude
Artigo contrário à relação HIV-Aids é 'despublicado' de revista científicaUm artigo que afirmava que o HIV não é o agente causador da Aids foi retirado em 19 de dezembro da internet pelo periódico "Health", que o havia publicado em julho. De autoria do romeno Dumitru Pavel, o artigo foi removido porque "necessita de mais pesquisa e estudo", segundo a nota de retratação da revista, que pertence ao grupo editorial Scientific Research Publishing (Scirp), que é registrado nos Estados Unidos, mas desenvolve suas atividades na China. "Na verdade, a insuficiência cardíaca representa o fator causal da Aids e de muitas outras deficiências imunológicas", afirmou Pavel em seu artigo, que ainda pode ser lido em páginas arquivadas por outros pesquisadores. A "despublicação" aconteceu três dias após o texto ser duramente criticado pelo bibliotecário Jeffrey Beall, da Universidade do Colorado em Denver (EUA), em seu blog dedicado a questões sobre publicações científicas em acesso aberto pela internet. "O artigo é intitulado 'Princípios básicos da fisiologia humana' e não é preciso você ser um cientista para saber que ele é um lixo", disse Beall em seu blog. A principal hipótese contra o HIV como causador da Aids, feita em 1987 por Peter Duesberg, da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), foi amplamente rejeitada. No final dos anos 1990, o presidente sul-africano Thabo Mbeki a usou como argumento para pedir dinheiro em vez dos medicamentos oferecidos por outros países. Pavel mostrou no artigo uma única referência bibliográfica, que é de sua própria autoria. E se apresentou como vinculado à "Universidade Médica de Bucareste", que não consta na relação das instituições de ensino superior do site do Ministério da Educação Nacional da Romênia. Com cerca de 200 periódicos, o Scirp integra a lista de "publishers predatórios" do blog de Beall. No post O publisher chinês Scirp: Um império editorial construído sobre a ciência-lixo, ele diz que pode haver estudos honestos nas revistas do grupo, mas eles "são desvalorizados e estigmatizados" pela associação a artigos como o de Pavel. O blog do Scirp respondeu que o título do post de Beall é "pejorativo e busca caluniar nosso negócio, inclusive milhares de autores, editores e equipes. É indigno de quem afirma fazer 'pesquisa'".
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Saiba como usar quatro ferramentas para abrir um negócio
Ferramentas clássicas de administração podem ser usadas para estruturar um novo negócio ou avaliar o seu desempenho; saiba como aplicar quatro desses modelos, com comentários de professores e consultores da área. * VER PARA CRER Transformar ideias em um negócio tangível é a função do Business Canvas. A ferramenta permite ilustrar o modelo do negócio através de um quadro em que se respondem quatro perguntas centrais: "O que é" (o diferencial da empresa), "para quem" (clientela e canais de relacionamento), "como" (as atividades exercidas e parcerias) e "quanto" (os custos da operação e as fonte de receita). O Canvas pode ser criado de forma física, em um painel na parede com post-its, ou em forma de software, disponível na internet. "A forma mais usada é por post-its, porque fica uma coisa mais lúdica",diz Yuri Cunha, professor da Business School São Paulo. Essa vertente facilita a colaboração de outros funcionários na elaboração. O Canvas se tornou popular após o estouro da bolha da internet, nos anos 2000, quando muitas companhias quebraram. A ferramenta pode ser usada no estágio inicial da empresa ou para tornar mais clara a operação de companhias já existentes. "O pequeno empresário aprende na prática, mas não tem a visão ampla de um gestor", afirma André Nardy, professor da Saint Paul Escola de Negócios. EMPRESA NO DIVÃ Mais conhecida entre as quatro ferramentas descritas aqui, a Análise Swot promove o "autoconhecimento" da empresa observando perspectivas internas e externas. "Não há grande empreendedor que não a conheça", diz Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP. Consiste num quadrante, onde se elencam as forças, fraquezas, oportunidades (novos mercados) e ameaças (concorrência). A análise pode ser feita no papel ou em programas básicos de computador, como Word ou Excel. A partir da avaliação, é possível focar em fortalecer os diferenciais e corrigir deficiências -por exemplo, fazer convênio com um valet caso a empresa não ofereça vagas de estacionamento. "Empreendedores costumam ser otimistas sobre o próprio negócio e esquecem de seus pontos fracos. A análise faz a empresa encarar seus problemas", afirma Yuri Cunha, professor da Business School São Paulo. A vantagem da Swot é a sua simplicidade, diz André Nardy, professor da Saint Paul. "O risco é de ser feita de forma genérica e não gerar respostas específicas." ENTRE VACAS E ABACAXIS Saber quais produtos priorizar e quais eliminar do portfólio da empresa é a função da Matriz BCG. Através da ferramenta, cada item é qualificado pelo cruzamento entre a geração de lucro para a empresa e quanto demanda de investimento (do custo do produto ao marketing). A equação classifica os produtos em quatro categorias: estrelas (alta rentabilidade e custo elevado), vacas-leiteiras (alta contribuição e investimento baixo), abacaxis (baixo investimento e pouco resultado) e pontos de interrogação (investimento alto com potencial desconhecido por serem novos no mercado). Os abacaxis são mercadorias que podem ser descontinuadas ou merecem ter a estratégia repensada. Já os itens vacas-leiteira devem ser mantidos nesse patamar, enquanto as estrelas são interessantes, mas a meta para elas é baixar o investimento necessário. "A BCG é mais útil para as empresas que não tenham portfólios muito grandes, porque envolve muitas análises", diz Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP. "A matriz parte do princípio de que há informações de mercado, mas nem sempre a pequena empresa tem esses dados", observa Nardy, da Saint Paul. CAMINHO DA VITÓRIA A mais estratégica das ferramentas, as 5 Forças de Porter servem para analisar o setor em que a empresa pretende entrar. "É interessante para pequenas empresas terem uma ideia de como competir", diz André Nardy, da Saint Paul Escola de Negócios. Como o nome diz, o estudo usa cinco fatores para ditar o posicionamento da empresa no mercado: a capacidade de negociar com fornecedores, o poder de barganha dos clientes, a rivalidade com concorrentes, produtos substitutos e a criação de barreiras para a entrada de empresas. "Caso o negócio dependa de poucos clientes, e eles sejam grandes varejistas, isso é uma ameaça, porque o poder de barganha desses será alto", exemplifica Yuri Cunha, professor da Business School São Paulo. "Considerando essas cinco dimensões e o grau de ameaça de cada uma, o empresário analisará se vale a pena investir no setor." Por gerar essa reflexão, a aplicação da ferramenta é interessante sobretudo antes da abertura do negócio. Colaborou Anna Rangel
mercado
Saiba como usar quatro ferramentas para abrir um negócioFerramentas clássicas de administração podem ser usadas para estruturar um novo negócio ou avaliar o seu desempenho; saiba como aplicar quatro desses modelos, com comentários de professores e consultores da área. * VER PARA CRER Transformar ideias em um negócio tangível é a função do Business Canvas. A ferramenta permite ilustrar o modelo do negócio através de um quadro em que se respondem quatro perguntas centrais: "O que é" (o diferencial da empresa), "para quem" (clientela e canais de relacionamento), "como" (as atividades exercidas e parcerias) e "quanto" (os custos da operação e as fonte de receita). O Canvas pode ser criado de forma física, em um painel na parede com post-its, ou em forma de software, disponível na internet. "A forma mais usada é por post-its, porque fica uma coisa mais lúdica",diz Yuri Cunha, professor da Business School São Paulo. Essa vertente facilita a colaboração de outros funcionários na elaboração. O Canvas se tornou popular após o estouro da bolha da internet, nos anos 2000, quando muitas companhias quebraram. A ferramenta pode ser usada no estágio inicial da empresa ou para tornar mais clara a operação de companhias já existentes. "O pequeno empresário aprende na prática, mas não tem a visão ampla de um gestor", afirma André Nardy, professor da Saint Paul Escola de Negócios. EMPRESA NO DIVÃ Mais conhecida entre as quatro ferramentas descritas aqui, a Análise Swot promove o "autoconhecimento" da empresa observando perspectivas internas e externas. "Não há grande empreendedor que não a conheça", diz Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP. Consiste num quadrante, onde se elencam as forças, fraquezas, oportunidades (novos mercados) e ameaças (concorrência). A análise pode ser feita no papel ou em programas básicos de computador, como Word ou Excel. A partir da avaliação, é possível focar em fortalecer os diferenciais e corrigir deficiências -por exemplo, fazer convênio com um valet caso a empresa não ofereça vagas de estacionamento. "Empreendedores costumam ser otimistas sobre o próprio negócio e esquecem de seus pontos fracos. A análise faz a empresa encarar seus problemas", afirma Yuri Cunha, professor da Business School São Paulo. A vantagem da Swot é a sua simplicidade, diz André Nardy, professor da Saint Paul. "O risco é de ser feita de forma genérica e não gerar respostas específicas." ENTRE VACAS E ABACAXIS Saber quais produtos priorizar e quais eliminar do portfólio da empresa é a função da Matriz BCG. Através da ferramenta, cada item é qualificado pelo cruzamento entre a geração de lucro para a empresa e quanto demanda de investimento (do custo do produto ao marketing). A equação classifica os produtos em quatro categorias: estrelas (alta rentabilidade e custo elevado), vacas-leiteiras (alta contribuição e investimento baixo), abacaxis (baixo investimento e pouco resultado) e pontos de interrogação (investimento alto com potencial desconhecido por serem novos no mercado). Os abacaxis são mercadorias que podem ser descontinuadas ou merecem ter a estratégia repensada. Já os itens vacas-leiteira devem ser mantidos nesse patamar, enquanto as estrelas são interessantes, mas a meta para elas é baixar o investimento necessário. "A BCG é mais útil para as empresas que não tenham portfólios muito grandes, porque envolve muitas análises", diz Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP. "A matriz parte do princípio de que há informações de mercado, mas nem sempre a pequena empresa tem esses dados", observa Nardy, da Saint Paul. CAMINHO DA VITÓRIA A mais estratégica das ferramentas, as 5 Forças de Porter servem para analisar o setor em que a empresa pretende entrar. "É interessante para pequenas empresas terem uma ideia de como competir", diz André Nardy, da Saint Paul Escola de Negócios. Como o nome diz, o estudo usa cinco fatores para ditar o posicionamento da empresa no mercado: a capacidade de negociar com fornecedores, o poder de barganha dos clientes, a rivalidade com concorrentes, produtos substitutos e a criação de barreiras para a entrada de empresas. "Caso o negócio dependa de poucos clientes, e eles sejam grandes varejistas, isso é uma ameaça, porque o poder de barganha desses será alto", exemplifica Yuri Cunha, professor da Business School São Paulo. "Considerando essas cinco dimensões e o grau de ameaça de cada uma, o empresário analisará se vale a pena investir no setor." Por gerar essa reflexão, a aplicação da ferramenta é interessante sobretudo antes da abertura do negócio. Colaborou Anna Rangel
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Artista fotografa o pôr do sol em SP todos os dias, há três anos
ELVIS PEREIRA DE SÃO PAULO Gabriela Saueia, 27, gasta duas horas e meia de seu tempo, diariamente, para provar que está errado quem diz que São Paulo é cinza. Há três anos, religiosamente, ela fotografa o pôr do sol da cidade, de onde estiver. As fotos, em formato Polaroid, são compartilhadas no Instagram e no Facebook do projeto Depois das Seis —as melhores ainda viram lambe-lambes colados nos muros paulistanos. "A cidade pode ser bonita se a gente conseguir observá-la", afirma a paulistana, formada em jornalismo, ex-estudante de direito, ex-moradora da zona sul e hoje habitante da região central. A relação com o pôr do sol se tornou tão importante que está, hoje, acima de um bar com amigos ou de um joelho operado. * sãopaulo - Ao postar a primeira foto do projeto, em março de 2013, você escreveu que pretendia mudar um pouco a alma de São Paulo. Por quê? Gabriela Saueia - Mudar um pouco a alma da cidade, mas também mostrar um outro lado dela. As pessoas ficam no automático —de sair de casa, trabalhar e voltar— e não percebem o que tem na cidade e é de graça. O pôr do sol está ali e muita gente não repara, só quando o céu está supercolorido. Mas é algo que acontece todo dia e todo dia é completamente diferente. O projeto foi um jeito que encontrei de redescobrir essa cidade, de ir mais para a rua. E todo mundo fala que São Paulo é muito cinza... Não é cinza? É, mas tem cores. Uma parte do projeto é colocar [as fotografias] nos muros para tentar mostrar como a cidade pode ser bonita se conseguirmos observá-la. Essa visão da "cidade cinza" a incomodava? A minha relação com São Paulo sempre foi muito complicada. Eu ficava muito mais em casa do que na rua. Era medo da cidade, por ela ter aquele estigma de ser superviolenta, perigosa. E o projeto me tirou isso. Não é assim [violenta]. E por que decidiu fotografar justamente o pôr do sol? Foi por acaso e não foi ao mesmo tempo [risos]. Sempre gostei do céu, que é incrível. Eu tinha começado um projeto de fotografar todo dia, mas era à noite e não deu certo. Aí começou o pôr do sol -muito porque a vista da minha antiga casa, na Vila Andrade, era direto para ele. Passei a gostar, era algo que dava um sentido diferente para os meus dias. É um jeito de fugir da rotina. Como cumpre a tarefa de fotografar diariamente? Transformei o projeto na minha vida. Paro tudo para fotografar. Meus amigos, às vezes, não entendem [risos]. Houve dias em que eu estava no bar com eles e falei: "Gente, já volto. Vou ali tirar uma foto." Como é a seleção dos pontos? Tem dias que escolho, mas de um tempo para cá começou a ser muito mais aleatório. Um dia entro no metrô e saio andando para descobrir lugares diferentes. E quando chove? Não importa, todo dia estou lá. Quando há dias complicados, tento tirar da minha casa [na região central]. Eu tinha de operar o meu joelho quando estava fazendo esse projeto e fui a uma consulta mais ou menos na hora do pôr do sol. O médico se atrasou. Saí, fui fotografar e voltei. Quando fui operar, falei no hospital: "Tenho de estar acordada na hora do pôr do sol, independentemente do que aconteça". A operação foi de manhã. Tem até uma foto em que estou na cadeira de rodas, o joelho direito enfaixado e fotografando da janela. Também quebrei a mão e continuei. Quais são os melhores locais para se observar o pôr do sol? Eu já tirei foto da avenida Rebouças e ficou legal. Na avenida São João, onde teoricamente você pensa que não há pôr do sol, fica bem certinho. E por que espalhar as fotografias com esses registros? A arte de rua está crescendo e colocar as imagens do pôr do sol nela é um jeito de tentar mostrar que a cidade não é tão cinza assim, se souber olhar. O projeto mudou a sua percepção sobre São Paulo? Eu tinha uma outra visão da cidade: pesada, sufocante. O projeto me fez ver que não [é assim]. É só realmente tentar procurar alguma coisa. Há coisas que ignoramos, que passam despercebidas.
saopaulo
Artista fotografa o pôr do sol em SP todos os dias, há três anosELVIS PEREIRA DE SÃO PAULO Gabriela Saueia, 27, gasta duas horas e meia de seu tempo, diariamente, para provar que está errado quem diz que São Paulo é cinza. Há três anos, religiosamente, ela fotografa o pôr do sol da cidade, de onde estiver. As fotos, em formato Polaroid, são compartilhadas no Instagram e no Facebook do projeto Depois das Seis —as melhores ainda viram lambe-lambes colados nos muros paulistanos. "A cidade pode ser bonita se a gente conseguir observá-la", afirma a paulistana, formada em jornalismo, ex-estudante de direito, ex-moradora da zona sul e hoje habitante da região central. A relação com o pôr do sol se tornou tão importante que está, hoje, acima de um bar com amigos ou de um joelho operado. * sãopaulo - Ao postar a primeira foto do projeto, em março de 2013, você escreveu que pretendia mudar um pouco a alma de São Paulo. Por quê? Gabriela Saueia - Mudar um pouco a alma da cidade, mas também mostrar um outro lado dela. As pessoas ficam no automático —de sair de casa, trabalhar e voltar— e não percebem o que tem na cidade e é de graça. O pôr do sol está ali e muita gente não repara, só quando o céu está supercolorido. Mas é algo que acontece todo dia e todo dia é completamente diferente. O projeto foi um jeito que encontrei de redescobrir essa cidade, de ir mais para a rua. E todo mundo fala que São Paulo é muito cinza... Não é cinza? É, mas tem cores. Uma parte do projeto é colocar [as fotografias] nos muros para tentar mostrar como a cidade pode ser bonita se conseguirmos observá-la. Essa visão da "cidade cinza" a incomodava? A minha relação com São Paulo sempre foi muito complicada. Eu ficava muito mais em casa do que na rua. Era medo da cidade, por ela ter aquele estigma de ser superviolenta, perigosa. E o projeto me tirou isso. Não é assim [violenta]. E por que decidiu fotografar justamente o pôr do sol? Foi por acaso e não foi ao mesmo tempo [risos]. Sempre gostei do céu, que é incrível. Eu tinha começado um projeto de fotografar todo dia, mas era à noite e não deu certo. Aí começou o pôr do sol -muito porque a vista da minha antiga casa, na Vila Andrade, era direto para ele. Passei a gostar, era algo que dava um sentido diferente para os meus dias. É um jeito de fugir da rotina. Como cumpre a tarefa de fotografar diariamente? Transformei o projeto na minha vida. Paro tudo para fotografar. Meus amigos, às vezes, não entendem [risos]. Houve dias em que eu estava no bar com eles e falei: "Gente, já volto. Vou ali tirar uma foto." Como é a seleção dos pontos? Tem dias que escolho, mas de um tempo para cá começou a ser muito mais aleatório. Um dia entro no metrô e saio andando para descobrir lugares diferentes. E quando chove? Não importa, todo dia estou lá. Quando há dias complicados, tento tirar da minha casa [na região central]. Eu tinha de operar o meu joelho quando estava fazendo esse projeto e fui a uma consulta mais ou menos na hora do pôr do sol. O médico se atrasou. Saí, fui fotografar e voltei. Quando fui operar, falei no hospital: "Tenho de estar acordada na hora do pôr do sol, independentemente do que aconteça". A operação foi de manhã. Tem até uma foto em que estou na cadeira de rodas, o joelho direito enfaixado e fotografando da janela. Também quebrei a mão e continuei. Quais são os melhores locais para se observar o pôr do sol? Eu já tirei foto da avenida Rebouças e ficou legal. Na avenida São João, onde teoricamente você pensa que não há pôr do sol, fica bem certinho. E por que espalhar as fotografias com esses registros? A arte de rua está crescendo e colocar as imagens do pôr do sol nela é um jeito de tentar mostrar que a cidade não é tão cinza assim, se souber olhar. O projeto mudou a sua percepção sobre São Paulo? Eu tinha uma outra visão da cidade: pesada, sufocante. O projeto me fez ver que não [é assim]. É só realmente tentar procurar alguma coisa. Há coisas que ignoramos, que passam despercebidas.
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Promotor que acusou Kirchner é encontrado morto; entenda o caso
A morte de um promotor que havia acusado na semana passada a presidente Cristina Kirchner de querer por um fim à investigação do atentado em 1994 que matou 85 pessoas em uma centro judaico em Buenos Aires provocou comoção e polêmica na Argentina. O corpo de Alberto Nisman, de 51 anos, foi encontrado na noite de domingo (18) no banheiro do seu apartamento na capital argentina, no bairro de Puerto Madero, quatro dias depois de ter denunciado que a presidente, o ministro das Relações Exteriores, Hector Timerman, e outras duas pessoas teriam arquitetado um plano para acobertar possíveis pistas contra iranianos acusados pelo ataque a bomba de 1994. Nisman era esperado na tarde desta segunda-feira na Câmara dos Deputados para esclarecer as denúncias feitas na quarta-feira (14). O corpo do promotor estava junto a um revólver calibre 22, segundo uma promotora de Justiça que esteve no local. Nisman tinha afirmado à imprensa argentina no final da semana passada que temia ser morto por causa da investigação. A polícia trabalha com a hipótese de suicídio. Mas setores da oposição suspeitam que Nisman teria sido morto. "Falei com ele no sábado, mais de uma vez, e ele me disse que estava se preparando, estudando tudo para comparecer na segunda-feira (19). Ele também me disse que vinha sendo pressionado e sofrendo ameaças", disse a deputada opositora Patricia Bullrich nesta segunda à imprensa local. Num comunicado divulgado na manhã desta segunda-feira, a Secretaria Nacional de Segurança diz que Nisman contava com a segurança de dez profissionais e que foram eles que perceberam que o promotor não tinha pegado os jornais na porta do apartamento, como fazia normalmente, e decidiram ligar para a secretária dele e para familiares. O secretário de Segurança do governo da presidente Cristina Kirchner, Sergio Berni, disse que, diante da preocupação dos seguranças, ligou para familiares de Nisman, e foi decidido que entrariam no apartamento. "Entramos com seguranças, com a polícia e com a família. A mãe dele entrou no banheiro, que estava fechado, e foi constatado (que ele estava morto no local)", disse Berni à emissora de televisão TN (Todo Notícias), de Buenos Aires. Os documentos e fitas sobre as denúncias que fez contra a presidente e seus assessores teriam ficado em uma mesa do apartamento, segundo informações da imprensa local. "Tudo foi fotografado porque buscamos a maior transparência possível. Mas não posso dizer o que havia no apartamento", disse Berni quando perguntado sobre os documentos. Para o ex-ministro da Justiça Ricardo Gil Laavedra, a morte do promotor "é um caso gravíssimo". COMPLÔ Nisman havia denunciado um suposto complô liderado pela presidente Cristina Kirchner para excluir iranianos da lista de acusados pelo atentado contra a Associação Mutural Israelense Argentina (AMIA), no dia 18 de julho de 1994, que deixou 85 pessoas mortas e cerca de 300 feridas. Na ocasião, um carro-bomba foi detonado em frente à associação, no que até hoje é visto como o maior atentado terrorista da história na América Latina. As primeiras investigações levaram à prisão de alguns argentinos que teriam dado apoio logístico aos autores do ataque a bomba. Mas eles foram soltos e hoje ninguém se encontra preso pelo caso. As investigações judiciais - que passaram a ser comandadas por Nisman a partir de 2005 –levaram à acusação formal de oito pessoas– sete iranianos e um libanês. A Justiça argentina dizia ter provas de que o ataque foi organizado pelo movimento islâmico libanês Hizbollah com apoio estratégico e econômico do governo iraniano. Em 2006, o governo de Néstor Kirchner fez um pedido formal à Interpol pela captura dos acusados. O governo iraniano refutou as acusações e se recusou a entregar os oito acusados, que supostamente vivem no país. Segundo Nisman, desde 2011 o governo teria mudado de posição em relação ao caso. "Houve uma mudança radical na postura do governo", disse ele na quarta passada à emissora de TV Todos Notícias (TN). "Agora se fez um acordo com terroristas". Ele disse à TN, naquela mesma quarta, que o governo argentino ofereceu grãos em troca de petróleo ao Irã, com a promessa de que as acusações contra os sete iranianos e o libanês fossem colocadas de lado. "Tenho uma série de gravações (de escutas telefônicas) e tudo foi por ordem da presidente Cristina Kirchner", disse à TV. PETRÓLEO E GRÃOS Segundo Nisman, em janeiro de 2011 a presidente teria "determinado" ao ministro Timerman que "desvinculasse" os iranianos acusados do caso. Ele afirmou ainda que contava com gravações que comprovam o que chamou de "pacto de silêncio" sobre os iranianos procurados pela Interpol. Na entrevista à TN, Nisman disse que vinha sofrendo ameaças e que seu telefone havia sido grampeado. "Sabem da minha ex-mulher, sabem de coisas que eu não sabia". Os familiares das vítimas do atentado afirmaram estar "chocados" com a morte do promotor. Luis Cichesky, pai de uma das vítimas do atentado a bomba, disse: "É uma tragédia para o país. O melhor agora é que a denúncia dele ganhe um caminho para a saúde do país". O presidente da Daia (Delegação de Associações Judaicas Argentinas), Julio Schlosser, disse que todos estão "consternados".
bbc
Promotor que acusou Kirchner é encontrado morto; entenda o casoA morte de um promotor que havia acusado na semana passada a presidente Cristina Kirchner de querer por um fim à investigação do atentado em 1994 que matou 85 pessoas em uma centro judaico em Buenos Aires provocou comoção e polêmica na Argentina. O corpo de Alberto Nisman, de 51 anos, foi encontrado na noite de domingo (18) no banheiro do seu apartamento na capital argentina, no bairro de Puerto Madero, quatro dias depois de ter denunciado que a presidente, o ministro das Relações Exteriores, Hector Timerman, e outras duas pessoas teriam arquitetado um plano para acobertar possíveis pistas contra iranianos acusados pelo ataque a bomba de 1994. Nisman era esperado na tarde desta segunda-feira na Câmara dos Deputados para esclarecer as denúncias feitas na quarta-feira (14). O corpo do promotor estava junto a um revólver calibre 22, segundo uma promotora de Justiça que esteve no local. Nisman tinha afirmado à imprensa argentina no final da semana passada que temia ser morto por causa da investigação. A polícia trabalha com a hipótese de suicídio. Mas setores da oposição suspeitam que Nisman teria sido morto. "Falei com ele no sábado, mais de uma vez, e ele me disse que estava se preparando, estudando tudo para comparecer na segunda-feira (19). Ele também me disse que vinha sendo pressionado e sofrendo ameaças", disse a deputada opositora Patricia Bullrich nesta segunda à imprensa local. Num comunicado divulgado na manhã desta segunda-feira, a Secretaria Nacional de Segurança diz que Nisman contava com a segurança de dez profissionais e que foram eles que perceberam que o promotor não tinha pegado os jornais na porta do apartamento, como fazia normalmente, e decidiram ligar para a secretária dele e para familiares. O secretário de Segurança do governo da presidente Cristina Kirchner, Sergio Berni, disse que, diante da preocupação dos seguranças, ligou para familiares de Nisman, e foi decidido que entrariam no apartamento. "Entramos com seguranças, com a polícia e com a família. A mãe dele entrou no banheiro, que estava fechado, e foi constatado (que ele estava morto no local)", disse Berni à emissora de televisão TN (Todo Notícias), de Buenos Aires. Os documentos e fitas sobre as denúncias que fez contra a presidente e seus assessores teriam ficado em uma mesa do apartamento, segundo informações da imprensa local. "Tudo foi fotografado porque buscamos a maior transparência possível. Mas não posso dizer o que havia no apartamento", disse Berni quando perguntado sobre os documentos. Para o ex-ministro da Justiça Ricardo Gil Laavedra, a morte do promotor "é um caso gravíssimo". COMPLÔ Nisman havia denunciado um suposto complô liderado pela presidente Cristina Kirchner para excluir iranianos da lista de acusados pelo atentado contra a Associação Mutural Israelense Argentina (AMIA), no dia 18 de julho de 1994, que deixou 85 pessoas mortas e cerca de 300 feridas. Na ocasião, um carro-bomba foi detonado em frente à associação, no que até hoje é visto como o maior atentado terrorista da história na América Latina. As primeiras investigações levaram à prisão de alguns argentinos que teriam dado apoio logístico aos autores do ataque a bomba. Mas eles foram soltos e hoje ninguém se encontra preso pelo caso. As investigações judiciais - que passaram a ser comandadas por Nisman a partir de 2005 –levaram à acusação formal de oito pessoas– sete iranianos e um libanês. A Justiça argentina dizia ter provas de que o ataque foi organizado pelo movimento islâmico libanês Hizbollah com apoio estratégico e econômico do governo iraniano. Em 2006, o governo de Néstor Kirchner fez um pedido formal à Interpol pela captura dos acusados. O governo iraniano refutou as acusações e se recusou a entregar os oito acusados, que supostamente vivem no país. Segundo Nisman, desde 2011 o governo teria mudado de posição em relação ao caso. "Houve uma mudança radical na postura do governo", disse ele na quarta passada à emissora de TV Todos Notícias (TN). "Agora se fez um acordo com terroristas". Ele disse à TN, naquela mesma quarta, que o governo argentino ofereceu grãos em troca de petróleo ao Irã, com a promessa de que as acusações contra os sete iranianos e o libanês fossem colocadas de lado. "Tenho uma série de gravações (de escutas telefônicas) e tudo foi por ordem da presidente Cristina Kirchner", disse à TV. PETRÓLEO E GRÃOS Segundo Nisman, em janeiro de 2011 a presidente teria "determinado" ao ministro Timerman que "desvinculasse" os iranianos acusados do caso. Ele afirmou ainda que contava com gravações que comprovam o que chamou de "pacto de silêncio" sobre os iranianos procurados pela Interpol. Na entrevista à TN, Nisman disse que vinha sofrendo ameaças e que seu telefone havia sido grampeado. "Sabem da minha ex-mulher, sabem de coisas que eu não sabia". Os familiares das vítimas do atentado afirmaram estar "chocados" com a morte do promotor. Luis Cichesky, pai de uma das vítimas do atentado a bomba, disse: "É uma tragédia para o país. O melhor agora é que a denúncia dele ganhe um caminho para a saúde do país". O presidente da Daia (Delegação de Associações Judaicas Argentinas), Julio Schlosser, disse que todos estão "consternados".
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Ipiranga guarda projetos de Ramos de Azevedo e casarões do início do séc. 20
DE SÃO PAULO Casarões do início do século 20 e projetos do arquiteto Ramos de Azevedo são preciosidades que se revelam em passeio pelo bairro. Veja.
sobretudo
Ipiranga guarda projetos de Ramos de Azevedo e casarões do início do séc. 20 DE SÃO PAULO Casarões do início do século 20 e projetos do arquiteto Ramos de Azevedo são preciosidades que se revelam em passeio pelo bairro. Veja.
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O PMDB tem algo a dizer
SÃO PAULO - Há uma convicção difusa na opinião pública e na crítica informada de que o sistema de representação política do Brasil é um estorvo a necessitar ampla modernização. No horizonte do anseio reformista estão modelos ideais de coerência doutrinária e organização do voto. Um indício da força desse juízo é a série de intervenções no ordenamento partidário e eleitoral praticadas pelo Supremo Tribunal Federal neste século. A corte já tentou harmonizar à força as coligações partidárias e impingir fidelidade partidária aos eleitos. Agora está prestes a proibir, numa interpretação bastante subjetiva, empresas de financiarem candidatos. Os comandos cerebrinos do Supremo têm sido subvertidos pela prática política. Restabeleceu-se a liberdade de coligações; abriram-se fendas para mudanças de partido. É provável que o veto ao dinheiro empresarial seja também relativizado após ser decretado pela Justiça. Será apenas por maldade e medo de perder o posto que a massa de deputados, senadores e lideranças partidárias contraria a opinião média de elites influentes acerca do que é melhor para o Brasil? Avaliado em quesitos objetivos –como o grau de competição, previsibilidade, estabilidade e influência nas ações do Estado–, o modelo político-partidário brasileiro não se sai mal. Ele representa razoavelmente bem as demandas da grande maioria mal remediada dos eleitores, que depende dos fundos públicos para satisfazer necessidades de vida e bem-estar. Pela primeira vez em muitos anos, pode tornar-se majoritária uma ideia de reforma adaptativa surgida no núcleo dos praticantes da política. Trata-se do "distritão", pelo qual são eleitos para deputado federal sempre os candidatos mais votados em cada Estado. Alguns malham a proposta porque vem do PMDB. Para outros, como eu, esse é um motivo para avaliá-la com interesse e profundidade.
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O PMDB tem algo a dizerSÃO PAULO - Há uma convicção difusa na opinião pública e na crítica informada de que o sistema de representação política do Brasil é um estorvo a necessitar ampla modernização. No horizonte do anseio reformista estão modelos ideais de coerência doutrinária e organização do voto. Um indício da força desse juízo é a série de intervenções no ordenamento partidário e eleitoral praticadas pelo Supremo Tribunal Federal neste século. A corte já tentou harmonizar à força as coligações partidárias e impingir fidelidade partidária aos eleitos. Agora está prestes a proibir, numa interpretação bastante subjetiva, empresas de financiarem candidatos. Os comandos cerebrinos do Supremo têm sido subvertidos pela prática política. Restabeleceu-se a liberdade de coligações; abriram-se fendas para mudanças de partido. É provável que o veto ao dinheiro empresarial seja também relativizado após ser decretado pela Justiça. Será apenas por maldade e medo de perder o posto que a massa de deputados, senadores e lideranças partidárias contraria a opinião média de elites influentes acerca do que é melhor para o Brasil? Avaliado em quesitos objetivos –como o grau de competição, previsibilidade, estabilidade e influência nas ações do Estado–, o modelo político-partidário brasileiro não se sai mal. Ele representa razoavelmente bem as demandas da grande maioria mal remediada dos eleitores, que depende dos fundos públicos para satisfazer necessidades de vida e bem-estar. Pela primeira vez em muitos anos, pode tornar-se majoritária uma ideia de reforma adaptativa surgida no núcleo dos praticantes da política. Trata-se do "distritão", pelo qual são eleitos para deputado federal sempre os candidatos mais votados em cada Estado. Alguns malham a proposta porque vem do PMDB. Para outros, como eu, esse é um motivo para avaliá-la com interesse e profundidade.
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Justiça acertou em rejeitar pressão da mídia sobre morte de cinegrafista, diz leitor
Ninguém nega a tragédia que representou a morte do cinegrafista da Band Santiago Andrade (Acusados pela morte de cinegrafista serão soltos). Mas a Justiça não poderia se deixar levar pela implacável perseguição da emissora para que os rapazes sejam punidos como frios assassinos. Com bom senso, a Justiça do Rio decidiu que os responsáveis não agiram com dolo, que não tiveram intenção de matar. Não podemos aceitar que a mídia tipifique crime. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Justiça acertou em rejeitar pressão da mídia sobre morte de cinegrafista, diz leitorNinguém nega a tragédia que representou a morte do cinegrafista da Band Santiago Andrade (Acusados pela morte de cinegrafista serão soltos). Mas a Justiça não poderia se deixar levar pela implacável perseguição da emissora para que os rapazes sejam punidos como frios assassinos. Com bom senso, a Justiça do Rio decidiu que os responsáveis não agiram com dolo, que não tiveram intenção de matar. Não podemos aceitar que a mídia tipifique crime. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Hashtag me amem
Dediquei uns bons minutos pensando em que tipo de homenagem eu faria a Paris nas redes sociais. Por sorte, lembrei que estou há maravilhosos dez dias sem Facebook. Me restava o Instagram. Fiquei em dúvida entre a foto "cores da bandeira francesa na torre Eiffel" e o vídeo "homem que levou o próprio piano para a rua e tocou 'Imagine'". Comecei a me achar um tanto ridícula, um tanto "fazendo o que todos estão fazendo sem nem entender direito o motivo, mas fazendo, porque não fazer, em algum lugar de nossas mentes malucas e viciadas, fica parecendo que somos alienados cruéis" e decidi, uma vez que já estava preparada para me propagandear em forma de pixels e filtros, postar algo nada a ver, algo de minha rotina comezinha, algo fofo apesar deste ano estranho, uma foto da minha cachorra, Chiquinha, com seu novo brinquedo: uma granada de borracha ecológica que não solta pedacinhos e ainda combate tártaros, higienizando os dentes. Ops, me liguei a tempo, seria o fim da minha carreira. Não publiquei nada. Por que, em tempos de redes sociais, queremos o dia inteiro nos posicionar sobre tudo? Por que brasileiros que viajaram a Paris uma única vez há mais de dez anos e voltaram de lá reclamando do quanto foram maltratados em restaurantes e lojas de repente dedicam um sábado inteiro a comunicar (em inglês?) como amam aquele lugar mais do que tudo e se sentem pessoalmente afetados e choram e pedem #prayforParis? Peraí, rezar não, acabaram de lançar uma hashtag mais moderna e esperta e usada pelos meus amigos mais hypados, que faz justamente uma crítica ao lance de rezar por Paris. Vou trocar. Daí essas mesmas pessoas, em sua ânsia de pertencimento militante da bondade, em sua urgência de se colocarem como protagonistas vitimadas de qualquer desordem mundial, acreditam que acabaram deixando de lado uma questão ainda mais lamentável, uma vez que é nacional, chamada cidade de Mariana, lugar que possivelmente nunca se deram muita conta de que existia. E então nós, vou me incluir porque também faço isso, escravos das redes sociais e da necessidade de sermos amados e considerados "do lado certo", postamos um pot-pourri com as duas bandeiras dizendo que "uma desgraça não pode anular a outra" e nos sentimos apaziguados até que... Faltou falar das escolas públicas fechadas! Pelo amor de Deus como eu faço pra provar que dou conta de ser muito bem informada e muito boa pessoa em espaços tão pequenos e curtos e rápidos? Mas não demoraram a chegar ilustrações que resumiam 234 catástrofes, fossem causadas por humanos ou pela natureza, fossem de hoje ou um resumo do trimestre, em um único desenho. A frase "fazer o bem sem olhar a quem" traduzia o espírito. Já podíamos nos posicionar a favor da benevolência universal e interestelar sem deixar nadinha de fora! Já poderíamos chorar, enfim, pelo menininho sírio morto sem parecer que estávamos ignorando chacinas em bairros próximos. Até o pesar hoje em dia precisa ser otimizado, se você ficar triste por uma coisa só, será acusado de desumano! Engajamento não tem fim, bateria do celular, sim. E o pior é que vai ter leitor dando um jeito de entender que estou desmerecendo a gravidade do atentado em Paris, do acidente em Mariana e, principalmente, a importância da espécie humana como um todo. E eu vou querer convencer o universo que sou legal (e vou lembrar que por essa razão me deletei do Facebook e respirar aliviada) e nunca mais sairemos da internet, onde morreremos explicando, em vão, que merecemos ser amados.
colunas
Hashtag me amemDediquei uns bons minutos pensando em que tipo de homenagem eu faria a Paris nas redes sociais. Por sorte, lembrei que estou há maravilhosos dez dias sem Facebook. Me restava o Instagram. Fiquei em dúvida entre a foto "cores da bandeira francesa na torre Eiffel" e o vídeo "homem que levou o próprio piano para a rua e tocou 'Imagine'". Comecei a me achar um tanto ridícula, um tanto "fazendo o que todos estão fazendo sem nem entender direito o motivo, mas fazendo, porque não fazer, em algum lugar de nossas mentes malucas e viciadas, fica parecendo que somos alienados cruéis" e decidi, uma vez que já estava preparada para me propagandear em forma de pixels e filtros, postar algo nada a ver, algo de minha rotina comezinha, algo fofo apesar deste ano estranho, uma foto da minha cachorra, Chiquinha, com seu novo brinquedo: uma granada de borracha ecológica que não solta pedacinhos e ainda combate tártaros, higienizando os dentes. Ops, me liguei a tempo, seria o fim da minha carreira. Não publiquei nada. Por que, em tempos de redes sociais, queremos o dia inteiro nos posicionar sobre tudo? Por que brasileiros que viajaram a Paris uma única vez há mais de dez anos e voltaram de lá reclamando do quanto foram maltratados em restaurantes e lojas de repente dedicam um sábado inteiro a comunicar (em inglês?) como amam aquele lugar mais do que tudo e se sentem pessoalmente afetados e choram e pedem #prayforParis? Peraí, rezar não, acabaram de lançar uma hashtag mais moderna e esperta e usada pelos meus amigos mais hypados, que faz justamente uma crítica ao lance de rezar por Paris. Vou trocar. Daí essas mesmas pessoas, em sua ânsia de pertencimento militante da bondade, em sua urgência de se colocarem como protagonistas vitimadas de qualquer desordem mundial, acreditam que acabaram deixando de lado uma questão ainda mais lamentável, uma vez que é nacional, chamada cidade de Mariana, lugar que possivelmente nunca se deram muita conta de que existia. E então nós, vou me incluir porque também faço isso, escravos das redes sociais e da necessidade de sermos amados e considerados "do lado certo", postamos um pot-pourri com as duas bandeiras dizendo que "uma desgraça não pode anular a outra" e nos sentimos apaziguados até que... Faltou falar das escolas públicas fechadas! Pelo amor de Deus como eu faço pra provar que dou conta de ser muito bem informada e muito boa pessoa em espaços tão pequenos e curtos e rápidos? Mas não demoraram a chegar ilustrações que resumiam 234 catástrofes, fossem causadas por humanos ou pela natureza, fossem de hoje ou um resumo do trimestre, em um único desenho. A frase "fazer o bem sem olhar a quem" traduzia o espírito. Já podíamos nos posicionar a favor da benevolência universal e interestelar sem deixar nadinha de fora! Já poderíamos chorar, enfim, pelo menininho sírio morto sem parecer que estávamos ignorando chacinas em bairros próximos. Até o pesar hoje em dia precisa ser otimizado, se você ficar triste por uma coisa só, será acusado de desumano! Engajamento não tem fim, bateria do celular, sim. E o pior é que vai ter leitor dando um jeito de entender que estou desmerecendo a gravidade do atentado em Paris, do acidente em Mariana e, principalmente, a importância da espécie humana como um todo. E eu vou querer convencer o universo que sou legal (e vou lembrar que por essa razão me deletei do Facebook e respirar aliviada) e nunca mais sairemos da internet, onde morreremos explicando, em vão, que merecemos ser amados.
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Pedindo para ser traída
RIO DE JANEIRO - Na iminência de despedir-se do poder que exerceu com triunfal empáfia, a presidente Dilma Rousseff olha em volta e se vê sozinha, abandonada e cercada de traidores. Com razão. Poucos seriam tão eficientes quanto ela na arte de chamar para seu governo aqueles que, na sua visão, acabariam por traí-la. A começar pela escolha de Michel Temer como seu vice. Para Dilma, Temer seria, no máximo, um manequim de vitrine — aliás, ele tinha o "physique du rôle". Nas poucas vezes em que se deixou fotografar ao seu lado nas campanhas, era evidente que ela o via como um 2 de paus. E, nas comemorações da vitória, em 2010 e 2014, Temer mal era notado no palanque em meio aos petistas de segundo e terceiro times — como se a máquina do seu partido, o PMDB, não tivesse sido responsável por boa parte da votação da titular. Várias vezes, durante os dois mandatos, Temer pareceu implorar pela atenção da presidente para sua existência. Debalde. Exceto pelas viagens de Dilma, em que ele era constitucionalmente chamado a se sentar na cadeira, Temer só faltou ter de juntar-se a visitas guiadas para, como turista, conhecer por dentro o Palácio do Planalto. Outro erro de Dilma foi compor seus ministérios usando como critério não a competência técnica, mas a subserviência dos ministros a ela. Ao fazer isto, estava pedindo para ser traída — como confiar em quem se presta a tal papel? E, agora, diante do desembarque maciço dos partidos em que pensava se apoiar, descobre que, com sua caneta sem tinta, seus ministérios não valem nada. Dilma deveria se poupar desse discurso de traição. Afinal, ao trair seus 54 milhões de eleitores no dia seguinte à reeleição, ela deu sem querer o tom do que seria o seu governo: um negócio de risco, em que valia a pena entrar, desde que se soubesse a hora de sair.
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Pedindo para ser traídaRIO DE JANEIRO - Na iminência de despedir-se do poder que exerceu com triunfal empáfia, a presidente Dilma Rousseff olha em volta e se vê sozinha, abandonada e cercada de traidores. Com razão. Poucos seriam tão eficientes quanto ela na arte de chamar para seu governo aqueles que, na sua visão, acabariam por traí-la. A começar pela escolha de Michel Temer como seu vice. Para Dilma, Temer seria, no máximo, um manequim de vitrine — aliás, ele tinha o "physique du rôle". Nas poucas vezes em que se deixou fotografar ao seu lado nas campanhas, era evidente que ela o via como um 2 de paus. E, nas comemorações da vitória, em 2010 e 2014, Temer mal era notado no palanque em meio aos petistas de segundo e terceiro times — como se a máquina do seu partido, o PMDB, não tivesse sido responsável por boa parte da votação da titular. Várias vezes, durante os dois mandatos, Temer pareceu implorar pela atenção da presidente para sua existência. Debalde. Exceto pelas viagens de Dilma, em que ele era constitucionalmente chamado a se sentar na cadeira, Temer só faltou ter de juntar-se a visitas guiadas para, como turista, conhecer por dentro o Palácio do Planalto. Outro erro de Dilma foi compor seus ministérios usando como critério não a competência técnica, mas a subserviência dos ministros a ela. Ao fazer isto, estava pedindo para ser traída — como confiar em quem se presta a tal papel? E, agora, diante do desembarque maciço dos partidos em que pensava se apoiar, descobre que, com sua caneta sem tinta, seus ministérios não valem nada. Dilma deveria se poupar desse discurso de traição. Afinal, ao trair seus 54 milhões de eleitores no dia seguinte à reeleição, ela deu sem querer o tom do que seria o seu governo: um negócio de risco, em que valia a pena entrar, desde que se soubesse a hora de sair.
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'Parem de humilhar meu filho': mãe faz apelo contra cyberbullying de menino que virou meme
A americana Alice-Ann foi surpreendida ao ver um meme envolvendo seu filho, Jameson, circular no Facebook. A imagem comparava o menino, que nasceu com a Síndrome de Pfeiffer, com um cachorro da raça pug. "Não vi a mínima graça no meme. E não entendo como alguém pôde fazer isso", diz ela, em entrevista à BBC. A Síndrome de Pfeiffer, que afeta um a cada 100 mil nascimentos, se caracteriza por anomalias cranianas e faciais. Alice-Ann decidiu contra-atacar. Mas não foi fácil. "Era um jogo de gato e rato. Todas as vezes que denunciávamos a foto, outra surgia em instantes", relembra ela. Alice-Ann criou, então, uma página no Facebook explicando a doença de seu filho e pediu às pessoas que parassem de compartilhar o meme. "Muita gente veio falar comigo e pediu desculpas. Elas disseram não saber que se tratava de uma criança real. E me agradeceram por compartilhar o que ele (Jameson) tem e outros detalhes da doença", explica. Clique para assistir ao vídeo
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'Parem de humilhar meu filho': mãe faz apelo contra cyberbullying de menino que virou memeA americana Alice-Ann foi surpreendida ao ver um meme envolvendo seu filho, Jameson, circular no Facebook. A imagem comparava o menino, que nasceu com a Síndrome de Pfeiffer, com um cachorro da raça pug. "Não vi a mínima graça no meme. E não entendo como alguém pôde fazer isso", diz ela, em entrevista à BBC. A Síndrome de Pfeiffer, que afeta um a cada 100 mil nascimentos, se caracteriza por anomalias cranianas e faciais. Alice-Ann decidiu contra-atacar. Mas não foi fácil. "Era um jogo de gato e rato. Todas as vezes que denunciávamos a foto, outra surgia em instantes", relembra ela. Alice-Ann criou, então, uma página no Facebook explicando a doença de seu filho e pediu às pessoas que parassem de compartilhar o meme. "Muita gente veio falar comigo e pediu desculpas. Elas disseram não saber que se tratava de uma criança real. E me agradeceram por compartilhar o que ele (Jameson) tem e outros detalhes da doença", explica. Clique para assistir ao vídeo
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