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Uma hora diária de exercício anula danos de ficar oito horas sentado
Cientistas fizeram algumas contas e chegaram à conclusão de que ficar sentado demais faz mal –o risco de alguém que não se mexe muito morrer é até 27% maior se ele ficar sentado oito horas por dia ou mais. A boa notícia é que, com uma hora diária de atividade física moderada, é possível reverter esse prognóstico ruim. Quem se mexe bastante, mas fica sentado durante as mesmas oito horas, tem um risco 4% maior de morrer – considerando a "margem de erro" da estatística, é como se não houvesse prejuízo. Esses resultados não querem dizer que ficar sentado, em si, faz mal, mas que a inatividade física associada a esse comportamento traz, sim, prejuízos importantes, especialmente para a saúde do sistema cardiovascular, cujas complicações são a principal causa de morte em países desenvolvidos. Algo semelhante, porém ainda mais assustador, é o que acontece quando se vê televisão demais. O risco de morte chega a aumentar 44% para quem assiste a TV mais de cinco horas por dia. EXERCITAR OU SENTAR? - Trabalhe sentado, mas pratique atividade física "O problema de assistir a TV é que o comportamento está ligado a outros, como ficar sentado, não se mexer e ter uma dieta inadequada", explica o educador físico e professor da Universidade Federal de Pelotas Pedro Hallal. Mesmo em pessoas que praticam uma hora por dia de atividade física moderada, o prejuízo da TV ainda continua presente, embora com menos impacto –15% de aumento da mortalidade. O estudo que formalizou esses escores foi feito com base em 16 pesquisas anteriores, que, no total, possuem mais de 1 milhão de participantes. A pesquisa foi publicada pela revista científica "The Lancet" em uma série de artigos relacionados à atividade física. Segundo Hallal, coordenador desse projeto da revista britânica, a publicação próxima à Olimpíada consegue atrair atenção para a pandemia de inatividade física pela qual passa o mundo. PIOR QUE TABACO Em um dos artigos da série de 2012, calculou-se que mais de 5 milhões de pessoas morrem, anualmente, por falta de exercício físico. "Isso é comparável às mortes devido ao tabaco anualmente e é muito mais do que as mortes por Aids [1,2 milhão em 2014], por exemplo", diz o professor. Outro achado aferiu a fração de adultos e adolescentes que são inativos fisicamente: 23% e 80%, respectivamente. O alarmante índice de inatividade entre os adolescentes é devido a diferença do critério para os dois grupos. Enquanto os adultos ativos praticam 150 minutos de atividades moderadas por semana (o que equivale a 30 min por dia, de segunda a sexta), o sarrafo para adolescentes é mais acima –300 minutos por semana, ou 1h por dia útil. "Hoje em dia há muita tela e pouco movimento, comenta Hallal. MEXER FAZ BEM - Quanto a inatividade física contribui para o aparecimento de doenças (em %)? As consequências na saúde também são mensuráveis. Um em cada dez casos de câncer de colo e de mama poderia ser evitado se todos praticassem exercícios. O mesmo raciocínio vale para doenças coronarianas, diabetes e até demência. A pergunta de um milhão de dólares é: como convencer as pessoas a desligar a TV, sair de casa e praticar exercícios? Ninguém ainda achou a resposta, mas Hallal diz que a oferta de atividades e a comunicação devem ser melhoradas. "Não dá para vender a atividade física como remédio, tem que ser algo prazeroso e acessível. As pessoas não têm que pensar que precisam fazer uma hora de musculação ou algo que considerem chato. Se elas forem de bicicleta para o trabalho, já é o suficiente." Em um dos artigos da série de 2016, foi quantificado o prejuízo financeiro trazido pela falta de exercícios: US$ 53,8 bilhões (R$ 172 bilhões). Desse total, 58% foi arcado pelo setor público. O investimento do Brasil para realizar uma Olimpíada está calculado em US$ 11,6 bilhões. Infelizmente, no que diz respeito à prática de atividade física, não há evidências científicas claras de que haja um legado olímpico positivo ou negativo. "É uma oportunidade perdida", avalia Hallal. "Todo o mundo está vendo corpos em movimento, a área da educação física está em evidência. Não dá para aceitar que tem gente morrendo porque não faz nem um pouquinho de exercício."
equilibrioesaude
Uma hora diária de exercício anula danos de ficar oito horas sentadoCientistas fizeram algumas contas e chegaram à conclusão de que ficar sentado demais faz mal –o risco de alguém que não se mexe muito morrer é até 27% maior se ele ficar sentado oito horas por dia ou mais. A boa notícia é que, com uma hora diária de atividade física moderada, é possível reverter esse prognóstico ruim. Quem se mexe bastante, mas fica sentado durante as mesmas oito horas, tem um risco 4% maior de morrer – considerando a "margem de erro" da estatística, é como se não houvesse prejuízo. Esses resultados não querem dizer que ficar sentado, em si, faz mal, mas que a inatividade física associada a esse comportamento traz, sim, prejuízos importantes, especialmente para a saúde do sistema cardiovascular, cujas complicações são a principal causa de morte em países desenvolvidos. Algo semelhante, porém ainda mais assustador, é o que acontece quando se vê televisão demais. O risco de morte chega a aumentar 44% para quem assiste a TV mais de cinco horas por dia. EXERCITAR OU SENTAR? - Trabalhe sentado, mas pratique atividade física "O problema de assistir a TV é que o comportamento está ligado a outros, como ficar sentado, não se mexer e ter uma dieta inadequada", explica o educador físico e professor da Universidade Federal de Pelotas Pedro Hallal. Mesmo em pessoas que praticam uma hora por dia de atividade física moderada, o prejuízo da TV ainda continua presente, embora com menos impacto –15% de aumento da mortalidade. O estudo que formalizou esses escores foi feito com base em 16 pesquisas anteriores, que, no total, possuem mais de 1 milhão de participantes. A pesquisa foi publicada pela revista científica "The Lancet" em uma série de artigos relacionados à atividade física. Segundo Hallal, coordenador desse projeto da revista britânica, a publicação próxima à Olimpíada consegue atrair atenção para a pandemia de inatividade física pela qual passa o mundo. PIOR QUE TABACO Em um dos artigos da série de 2012, calculou-se que mais de 5 milhões de pessoas morrem, anualmente, por falta de exercício físico. "Isso é comparável às mortes devido ao tabaco anualmente e é muito mais do que as mortes por Aids [1,2 milhão em 2014], por exemplo", diz o professor. Outro achado aferiu a fração de adultos e adolescentes que são inativos fisicamente: 23% e 80%, respectivamente. O alarmante índice de inatividade entre os adolescentes é devido a diferença do critério para os dois grupos. Enquanto os adultos ativos praticam 150 minutos de atividades moderadas por semana (o que equivale a 30 min por dia, de segunda a sexta), o sarrafo para adolescentes é mais acima –300 minutos por semana, ou 1h por dia útil. "Hoje em dia há muita tela e pouco movimento, comenta Hallal. MEXER FAZ BEM - Quanto a inatividade física contribui para o aparecimento de doenças (em %)? As consequências na saúde também são mensuráveis. Um em cada dez casos de câncer de colo e de mama poderia ser evitado se todos praticassem exercícios. O mesmo raciocínio vale para doenças coronarianas, diabetes e até demência. A pergunta de um milhão de dólares é: como convencer as pessoas a desligar a TV, sair de casa e praticar exercícios? Ninguém ainda achou a resposta, mas Hallal diz que a oferta de atividades e a comunicação devem ser melhoradas. "Não dá para vender a atividade física como remédio, tem que ser algo prazeroso e acessível. As pessoas não têm que pensar que precisam fazer uma hora de musculação ou algo que considerem chato. Se elas forem de bicicleta para o trabalho, já é o suficiente." Em um dos artigos da série de 2016, foi quantificado o prejuízo financeiro trazido pela falta de exercícios: US$ 53,8 bilhões (R$ 172 bilhões). Desse total, 58% foi arcado pelo setor público. O investimento do Brasil para realizar uma Olimpíada está calculado em US$ 11,6 bilhões. Infelizmente, no que diz respeito à prática de atividade física, não há evidências científicas claras de que haja um legado olímpico positivo ou negativo. "É uma oportunidade perdida", avalia Hallal. "Todo o mundo está vendo corpos em movimento, a área da educação física está em evidência. Não dá para aceitar que tem gente morrendo porque não faz nem um pouquinho de exercício."
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Restaurante servirá na rua versões japonesas de omelete e 'estrogonofe'
O chef japonês Shin Koike, do restaurante Sakagura, vai realizar neste sábado (20) mais uma edição do evento gastronômico "Comida de Rua, né?". Serão servidas duas receitas: o omuraisu, omelete sobre arroz pilaf (preparado com especiarias e popular no Oriente Médio), e o hayashi raisu –conhecido como o "estrogonofe japonês"–, preparado com carne acebolada ao molho demiglace e servido com arroz branco. Ambos os pratos custarão R$ 20. O evento será das 12h30 às 16h no deque do restaurante, que fica no bairro Itaim Bibi, em São Paulo. 11ª EDIÇÃO "COMIDA DE RUA, NÉ?" Onde Sakagura A1 (r. Jerônimo da Veiga, 74, Itaim Bibi; tel. 11/3078-3883 Quando 20 de junho (sábado), das 12h30 às 16h
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Restaurante servirá na rua versões japonesas de omelete e 'estrogonofe'O chef japonês Shin Koike, do restaurante Sakagura, vai realizar neste sábado (20) mais uma edição do evento gastronômico "Comida de Rua, né?". Serão servidas duas receitas: o omuraisu, omelete sobre arroz pilaf (preparado com especiarias e popular no Oriente Médio), e o hayashi raisu –conhecido como o "estrogonofe japonês"–, preparado com carne acebolada ao molho demiglace e servido com arroz branco. Ambos os pratos custarão R$ 20. O evento será das 12h30 às 16h no deque do restaurante, que fica no bairro Itaim Bibi, em São Paulo. 11ª EDIÇÃO "COMIDA DE RUA, NÉ?" Onde Sakagura A1 (r. Jerônimo da Veiga, 74, Itaim Bibi; tel. 11/3078-3883 Quando 20 de junho (sábado), das 12h30 às 16h
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Famosa pelo turismo de aventura, Brotas reúne atrações no ar e na água
Famosa como destino de aventura, Brotas oferece boas opções para quem quer tirar o pé do chão e encarar passeios no ar e na água. Além da queda livre, os voos de tirolesa, em que a pessoa desliza por uma corda em alta velocidade, dão asas aos turistas em suas viagens. Não faltam opções na cidade. As duas tirolesas mais famosas são o Voo do Tarzan (a partir de R$ 96) e a o Voo do Super-Homem (R$ 123). Na primeira, o viajante se pendura como em um cipó em um percurso de 1,8 km, a 120 metros. Na outra, vai deitado com as costas para cima, como se estivesse voando igual ao super-herói. O passeio é feito em duas tirolesas, que somam 1,1 km de extensão, a 150 metros de altura. Para se divertir nas atividades, é preciso contatar uma das agências no centro da cidade, fazer a reserva on-line ou agendá-las na recepção das pousadas –além de garantir vaga nos passeios, esta opção inclui a comodidade de o ônibus buscá-lo e levá-lo na hospedagem. O parque Aventurah, a 13 km do centro, oferece voos em dupla para casais (ou com um instrutor ao lado) e outro, para crianças pequenas, em que o pai ou a mãe podem levar o filho no colo. ÁGUA PARA TODO LADO Nas águas, o rafting (a partir de R$ 99) é o passeio símbolo da cidade. É só o relógio passar das 18h para as ruas do centro serem tomadas por ônibus rebocando montanhas de botes e levando os aventureiros de volta para os hotéis. Quando o volume de água está baixo, a descida do rio Jacaré-Pepira começa em uma fazenda a 20 minutos da cidade. Lá, o coordenador dá as instruções aos visitantes enquanto o resto da equipe prepara as embarcações. Cada uma pode levar de quatro a oito pessoas, mais um monitor, que é quem de fato comanda o bote. Antes de descer o percurso de quase 30 corredeiras, todos os aventureiros passam por um rápido treinamento em um lago dentro da fazenda, para aprender a remar e a se comportar dentro da embarcação durante as quedas. O passeio dura cerca de quatro horas, desde a saída até um lanche que espera os turistas no ponto de chegada. Dependendo da operadora contratada, o horário do passeio pode mudar, mas eles sempre acontecem de manhã e à tarde. Algumas empresas ainda têm a opção de fazer rafting noturno. Seja no ar ou na água, é bom o viajante estar preparado para gastar. As principais atrações podem custar mais de R$ 100 por pessoa. Uma opção de diversão grátis é o Parque dos Saltos, próximo ao centro da cidade. O local, que já abrigou uma pequena usina hidrelétrica, foi revitalizado no final da década passada, com a criação de caminhos nas margens e a colocação de pontes. A primeira delas já se tornou um ponto de encontro para casais. Além de tirar fotos com as quedas-d'água ao fundo, alguns aproveitam para colocar seus "cadeados do amor" nas grades, como se costumava fazer na pont des Arts, de Paris. No verão, é comum ver moradores tomando banho nas quedas, também usadas para o rafting quando o volume da água é maior devido às chuvas. * PACOTES PARA BROTAS R$ 214 Preço por pessoa para o fim de semana, de 18/9 a 20/9, na pousada do Lago. Inclui wi-fi, café da manhã, quadra de tênis e salão de beleza. Na Ahoba Viagens: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 225 Uma noite na pousada Pé na Terra, com café da manhã. Pacote com rafting noturno nos dias 29/8 ou 26/9, tirolesas aquáticas e ingresso no parque Aventurah incluídos. Na EcoAção: (14) 3653-9140; ecoacao.com.br R$ 340 Bate-volta para Brotas em 18/10. Inclui transporte e passeio no Centro de Aventura, com trilha leve, praia de rio, redário e "slackline". Na Ahoba Viagens: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 458 Uma diária no hotel Brotas Eco Resort, com café da manhã incluído. Valores válidos para check-in em 24/8, sem transporte até a cidade No Submarino: (11) 4003-9888; submarino viagens.com.br R$ 760 Pacote com duas noites para casal em suíte com varanda na Pousada Frangipani. Inclui café da manhã. As viagens precisam ser feitas até 31 de outubro. Na Frangipani: (14) 3653-4851; 3042-0854; frangipani.com.br R$ 929 Duas noites para casal no Brotas Eco Resort com gratuidade para uma criança de até nove anos. Quarto duplo e café da manhã incluído. Hotel permite pets. No Hotel Urbano: (21) 2108-8845; hotelurbano.com
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Famosa pelo turismo de aventura, Brotas reúne atrações no ar e na águaFamosa como destino de aventura, Brotas oferece boas opções para quem quer tirar o pé do chão e encarar passeios no ar e na água. Além da queda livre, os voos de tirolesa, em que a pessoa desliza por uma corda em alta velocidade, dão asas aos turistas em suas viagens. Não faltam opções na cidade. As duas tirolesas mais famosas são o Voo do Tarzan (a partir de R$ 96) e a o Voo do Super-Homem (R$ 123). Na primeira, o viajante se pendura como em um cipó em um percurso de 1,8 km, a 120 metros. Na outra, vai deitado com as costas para cima, como se estivesse voando igual ao super-herói. O passeio é feito em duas tirolesas, que somam 1,1 km de extensão, a 150 metros de altura. Para se divertir nas atividades, é preciso contatar uma das agências no centro da cidade, fazer a reserva on-line ou agendá-las na recepção das pousadas –além de garantir vaga nos passeios, esta opção inclui a comodidade de o ônibus buscá-lo e levá-lo na hospedagem. O parque Aventurah, a 13 km do centro, oferece voos em dupla para casais (ou com um instrutor ao lado) e outro, para crianças pequenas, em que o pai ou a mãe podem levar o filho no colo. ÁGUA PARA TODO LADO Nas águas, o rafting (a partir de R$ 99) é o passeio símbolo da cidade. É só o relógio passar das 18h para as ruas do centro serem tomadas por ônibus rebocando montanhas de botes e levando os aventureiros de volta para os hotéis. Quando o volume de água está baixo, a descida do rio Jacaré-Pepira começa em uma fazenda a 20 minutos da cidade. Lá, o coordenador dá as instruções aos visitantes enquanto o resto da equipe prepara as embarcações. Cada uma pode levar de quatro a oito pessoas, mais um monitor, que é quem de fato comanda o bote. Antes de descer o percurso de quase 30 corredeiras, todos os aventureiros passam por um rápido treinamento em um lago dentro da fazenda, para aprender a remar e a se comportar dentro da embarcação durante as quedas. O passeio dura cerca de quatro horas, desde a saída até um lanche que espera os turistas no ponto de chegada. Dependendo da operadora contratada, o horário do passeio pode mudar, mas eles sempre acontecem de manhã e à tarde. Algumas empresas ainda têm a opção de fazer rafting noturno. Seja no ar ou na água, é bom o viajante estar preparado para gastar. As principais atrações podem custar mais de R$ 100 por pessoa. Uma opção de diversão grátis é o Parque dos Saltos, próximo ao centro da cidade. O local, que já abrigou uma pequena usina hidrelétrica, foi revitalizado no final da década passada, com a criação de caminhos nas margens e a colocação de pontes. A primeira delas já se tornou um ponto de encontro para casais. Além de tirar fotos com as quedas-d'água ao fundo, alguns aproveitam para colocar seus "cadeados do amor" nas grades, como se costumava fazer na pont des Arts, de Paris. No verão, é comum ver moradores tomando banho nas quedas, também usadas para o rafting quando o volume da água é maior devido às chuvas. * PACOTES PARA BROTAS R$ 214 Preço por pessoa para o fim de semana, de 18/9 a 20/9, na pousada do Lago. Inclui wi-fi, café da manhã, quadra de tênis e salão de beleza. Na Ahoba Viagens: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 225 Uma noite na pousada Pé na Terra, com café da manhã. Pacote com rafting noturno nos dias 29/8 ou 26/9, tirolesas aquáticas e ingresso no parque Aventurah incluídos. Na EcoAção: (14) 3653-9140; ecoacao.com.br R$ 340 Bate-volta para Brotas em 18/10. Inclui transporte e passeio no Centro de Aventura, com trilha leve, praia de rio, redário e "slackline". Na Ahoba Viagens: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br R$ 458 Uma diária no hotel Brotas Eco Resort, com café da manhã incluído. Valores válidos para check-in em 24/8, sem transporte até a cidade No Submarino: (11) 4003-9888; submarino viagens.com.br R$ 760 Pacote com duas noites para casal em suíte com varanda na Pousada Frangipani. Inclui café da manhã. As viagens precisam ser feitas até 31 de outubro. Na Frangipani: (14) 3653-4851; 3042-0854; frangipani.com.br R$ 929 Duas noites para casal no Brotas Eco Resort com gratuidade para uma criança de até nove anos. Quarto duplo e café da manhã incluído. Hotel permite pets. No Hotel Urbano: (21) 2108-8845; hotelurbano.com
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Microsoft libera Office para tablets Android gratuitamente
A Microsoft tornou aplicativos do pacote Office disponíveis gratuitamente para tablets Android nesta quinta-feira (29), no mais recente passo na estratégia para obter mais usuários de dispositivos móveis para sua plataforma. A companhia também lançou um aplicativo para o programa de e-mail Outlook poder ser executado em iPhones e iPads, na expectativa de atrair milhões de usuários que utilizam o software diariamente no trabalho. OS lançamentos são as mais recentes apostas do presidente-executivo, Satya Nadella, para tentar recuperar iniciativa na batalha pelos usuários de dispositivos móveis, onde a Microsoft está bem atrás de Apple e Google. Nadella quebrou décadas de tradição em março ao liberar gratuitamente uma versão do Office para iPad antes que o programa estivesse disponível para aparelhos que executam o Windows. A empresa pretende lançar uma nova versão do Office compatível com telas sensíveis a toque ainda este ano, quando lançar o Windows 10.
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Microsoft libera Office para tablets Android gratuitamenteA Microsoft tornou aplicativos do pacote Office disponíveis gratuitamente para tablets Android nesta quinta-feira (29), no mais recente passo na estratégia para obter mais usuários de dispositivos móveis para sua plataforma. A companhia também lançou um aplicativo para o programa de e-mail Outlook poder ser executado em iPhones e iPads, na expectativa de atrair milhões de usuários que utilizam o software diariamente no trabalho. OS lançamentos são as mais recentes apostas do presidente-executivo, Satya Nadella, para tentar recuperar iniciativa na batalha pelos usuários de dispositivos móveis, onde a Microsoft está bem atrás de Apple e Google. Nadella quebrou décadas de tradição em março ao liberar gratuitamente uma versão do Office para iPad antes que o programa estivesse disponível para aparelhos que executam o Windows. A empresa pretende lançar uma nova versão do Office compatível com telas sensíveis a toque ainda este ano, quando lançar o Windows 10.
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Tite diz que China 'ferrou' Corinthians e que tem inveja de técnico do Atlético
Neste domingo (17), na derrota do Corinthians para o Atlético-MG em sua estreia na Florida Cup, ficaram evidentes os efeitos das saídas dos principais jogadores da equipe para times estrangeiros. Sem Renato Augusto, Jadson, Ralf e Vagner Love, o Corinthians foi dominado pela equipe mineira e perdeu por 1 a 0. Mais que o resultado, o desempenho em campo mostrou as lacunas deixadas pelas transferências. Após a partida, o técnico Tite lamentou o desmanche de sua equipe, campeã do Brasileiro em 2015, sem abrir mão do bom humor. "Não me surpreende o Atlético-MG manter os jogadores. Só me faz invejar um pouquinho o Aguirre [técnico do Atlético-MG] pela permanência [de jogadores]. A gente entende [as saídas], não é [colocar] carga de responsabilidade maior. Corinthians e Atlético têm grandeza de conquistar, estiveram entre os três ou quatro melhores times do ano passado. A China nos ferrou. A manutenção dos atletas importantes eleva o nível técnico e infelizmente a realidade nos retirou isso", disse o treinador. "Houve nuances de domínio do Atlético. Bola no pé do [Rafael] Carioca, do [Marcos] Rocha, são jogadores de qualidade. A saída de bola com Jemerson. Time tem imposição e qualidade técnica para sair. Dátolo é um pensador. O adversário teve momentos melhores, mas o Corinthians não foi um time que cedeu a esses momentos. Na média, ele reagiu, teve ideia da triangulação. No geral, desempenho bom", concluiu. O Corinthians volta a campo na quarta-feira (20), contra o Shakhtar Donetsk (UCR). Com a vitória, o Atlético-MG sagrou-se campeão da Florida Cup.
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Tite diz que China 'ferrou' Corinthians e que tem inveja de técnico do AtléticoNeste domingo (17), na derrota do Corinthians para o Atlético-MG em sua estreia na Florida Cup, ficaram evidentes os efeitos das saídas dos principais jogadores da equipe para times estrangeiros. Sem Renato Augusto, Jadson, Ralf e Vagner Love, o Corinthians foi dominado pela equipe mineira e perdeu por 1 a 0. Mais que o resultado, o desempenho em campo mostrou as lacunas deixadas pelas transferências. Após a partida, o técnico Tite lamentou o desmanche de sua equipe, campeã do Brasileiro em 2015, sem abrir mão do bom humor. "Não me surpreende o Atlético-MG manter os jogadores. Só me faz invejar um pouquinho o Aguirre [técnico do Atlético-MG] pela permanência [de jogadores]. A gente entende [as saídas], não é [colocar] carga de responsabilidade maior. Corinthians e Atlético têm grandeza de conquistar, estiveram entre os três ou quatro melhores times do ano passado. A China nos ferrou. A manutenção dos atletas importantes eleva o nível técnico e infelizmente a realidade nos retirou isso", disse o treinador. "Houve nuances de domínio do Atlético. Bola no pé do [Rafael] Carioca, do [Marcos] Rocha, são jogadores de qualidade. A saída de bola com Jemerson. Time tem imposição e qualidade técnica para sair. Dátolo é um pensador. O adversário teve momentos melhores, mas o Corinthians não foi um time que cedeu a esses momentos. Na média, ele reagiu, teve ideia da triangulação. No geral, desempenho bom", concluiu. O Corinthians volta a campo na quarta-feira (20), contra o Shakhtar Donetsk (UCR). Com a vitória, o Atlético-MG sagrou-se campeão da Florida Cup.
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Pelos cabelos
Polêmicas por causa do cabelo: o mundo caminha para o Apocalipse? Talvez. Mas antes que a festa acabe, conto rápido. Um estudante branco da Universidade de São Francisco, ostentando as suas rastas, foi abordado por uma aluna negra. A donzela, indignada com o cabelo do rapaz, acusou: "É a minha cultura!" O rapaz tentou justificar-se perante a agressividade da donzela. As coisas não tomaram proporções violentas porque Corey Goldstein (eis o nome do estudante) fugiu a tempo. Fugiu, mas não esqueceu: em vídeo posterior ao incidente, Goldstein justificou-se. Ninguém é dono de uma estética particular, disse ele. E, além disso, o cabelo com rastas existiu em múltiplas culturas –dos egípcios aos vikings, sem esquecer os vitorianos. Os negros, quando muito, apenas continuaram uma tradição. Pior a emenda que o soneto: os Estados Unidos discutem se rastas em rapazes brancos são um roubo cultural imperdoável. E até a Europa participa do delírio: no "The Independent", a escritora Wedaeli Chibelushi acusa Goldstein de desrespeitar os negros e de usar o cabelo com a arrogância própria da "supremacia branca". Será que o rapaz não conhece o papel do cabelo na luta contra o racismo e a segregação racial? É triste constatar o fato: ontem havia Martin Luther King; hoje há idiotas que discutem penteados. Para eles, a minha única sugestão é assistirem ao notável e premiado documentário de Chris Rock intitulado "Good Hair". Informação: da última vez que confirmei, Chris Rock não era branco. E a pergunta que anima o seu filme é tentar compreender por que motivo a maioria dos negros nos Estados Unidos tem uma relação assaz problemática com o cabelo. Abreviando, detestam-no. E tentam desesperadamente alisar as cabeleiras com químicos e "extensões". Quando digo "desesperadamente", não exagero: Chris Rock visita uma das principais fábricas que fornece produtos químicos para o efeito. Fica na Carolina do Norte (ironicamente, um dos estados confederados que romperam com a União no século 19). Conclusão: muitos negros americanos usam hidróxido de sódio para terem belas cabeleiras lisas. O hidróxido de sódio (ou, para os leigos, a soda cáustica) é um composto perigoso que pode causar lesões permanentes na pele. E quando um cientista, entrevistado por Chris Rock, pergunta o óbvio ("Mas por que motivo fazem isso?"), o ator responde também o óbvio ("Para parecerem brancos"). Mas não é preciso correr riscos para a saúde quando a ideia é imitar os brancos. Alguns, mais endinheirados, compram extensões e resolvem o assunto sem abrir buracos na cabeça. E de onde vêm essas extensões? Chris Rock pega um avião e viaja para a Índia. Nos templos, é comum pagar promessas com cortes radicais. O cabelo é depois lavado, tratado e exportado para os Estados Unidos. Esses são, digamos, os fornecedores "normais". Mas também existem máfias que atacam indianas adormecidas (ou desprevenidas) para roubarem cabelo. O destino do roubo, pago a peso de ouro, é o mesmo. Não sei o que diriam os indignados como Wedaeli Chibelushi sobre essa realidade: a constante tentativa dos negros americanos em "apropriarem-se" dos penteados dos brancos. Um esforço de apropriação que depende muitas vezes do risco pessoal ou da exploração dos mais miseráveis asiáticos. Provavelmente, dirão que a culpa é novamente dos brancos e do "imperialismo" capilar que eles impõem na TV, no cinema ou na moda. Aliás, se o "pensamento" de criaturas como Wedaeli Chibelushi fosse para levar a sério, as culturas humanas estariam condenadas a nunca se misturarem umas com as outras. Um branco jamais poderia praticar capoeira. Um negro jamais poderia lutar kung fu. Curiosamente, seria uma nova segregação racial, promovida por aqueles que lutam contra a segregação racial. Perfeito. Da minha parte, a única coisa que posso prometer é nunca acusar nenhum negro de "roubar a minha cultura" só porque ele usa cabelos lisos. Infelizmente, o mesmo já não posso dizer das pobres indianas, que despertam todas as manhãs com menos peso na cabeça.
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Pelos cabelosPolêmicas por causa do cabelo: o mundo caminha para o Apocalipse? Talvez. Mas antes que a festa acabe, conto rápido. Um estudante branco da Universidade de São Francisco, ostentando as suas rastas, foi abordado por uma aluna negra. A donzela, indignada com o cabelo do rapaz, acusou: "É a minha cultura!" O rapaz tentou justificar-se perante a agressividade da donzela. As coisas não tomaram proporções violentas porque Corey Goldstein (eis o nome do estudante) fugiu a tempo. Fugiu, mas não esqueceu: em vídeo posterior ao incidente, Goldstein justificou-se. Ninguém é dono de uma estética particular, disse ele. E, além disso, o cabelo com rastas existiu em múltiplas culturas –dos egípcios aos vikings, sem esquecer os vitorianos. Os negros, quando muito, apenas continuaram uma tradição. Pior a emenda que o soneto: os Estados Unidos discutem se rastas em rapazes brancos são um roubo cultural imperdoável. E até a Europa participa do delírio: no "The Independent", a escritora Wedaeli Chibelushi acusa Goldstein de desrespeitar os negros e de usar o cabelo com a arrogância própria da "supremacia branca". Será que o rapaz não conhece o papel do cabelo na luta contra o racismo e a segregação racial? É triste constatar o fato: ontem havia Martin Luther King; hoje há idiotas que discutem penteados. Para eles, a minha única sugestão é assistirem ao notável e premiado documentário de Chris Rock intitulado "Good Hair". Informação: da última vez que confirmei, Chris Rock não era branco. E a pergunta que anima o seu filme é tentar compreender por que motivo a maioria dos negros nos Estados Unidos tem uma relação assaz problemática com o cabelo. Abreviando, detestam-no. E tentam desesperadamente alisar as cabeleiras com químicos e "extensões". Quando digo "desesperadamente", não exagero: Chris Rock visita uma das principais fábricas que fornece produtos químicos para o efeito. Fica na Carolina do Norte (ironicamente, um dos estados confederados que romperam com a União no século 19). Conclusão: muitos negros americanos usam hidróxido de sódio para terem belas cabeleiras lisas. O hidróxido de sódio (ou, para os leigos, a soda cáustica) é um composto perigoso que pode causar lesões permanentes na pele. E quando um cientista, entrevistado por Chris Rock, pergunta o óbvio ("Mas por que motivo fazem isso?"), o ator responde também o óbvio ("Para parecerem brancos"). Mas não é preciso correr riscos para a saúde quando a ideia é imitar os brancos. Alguns, mais endinheirados, compram extensões e resolvem o assunto sem abrir buracos na cabeça. E de onde vêm essas extensões? Chris Rock pega um avião e viaja para a Índia. Nos templos, é comum pagar promessas com cortes radicais. O cabelo é depois lavado, tratado e exportado para os Estados Unidos. Esses são, digamos, os fornecedores "normais". Mas também existem máfias que atacam indianas adormecidas (ou desprevenidas) para roubarem cabelo. O destino do roubo, pago a peso de ouro, é o mesmo. Não sei o que diriam os indignados como Wedaeli Chibelushi sobre essa realidade: a constante tentativa dos negros americanos em "apropriarem-se" dos penteados dos brancos. Um esforço de apropriação que depende muitas vezes do risco pessoal ou da exploração dos mais miseráveis asiáticos. Provavelmente, dirão que a culpa é novamente dos brancos e do "imperialismo" capilar que eles impõem na TV, no cinema ou na moda. Aliás, se o "pensamento" de criaturas como Wedaeli Chibelushi fosse para levar a sério, as culturas humanas estariam condenadas a nunca se misturarem umas com as outras. Um branco jamais poderia praticar capoeira. Um negro jamais poderia lutar kung fu. Curiosamente, seria uma nova segregação racial, promovida por aqueles que lutam contra a segregação racial. Perfeito. Da minha parte, a única coisa que posso prometer é nunca acusar nenhum negro de "roubar a minha cultura" só porque ele usa cabelos lisos. Infelizmente, o mesmo já não posso dizer das pobres indianas, que despertam todas as manhãs com menos peso na cabeça.
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Corintianos protestam contra 'ladrão de merenda' e pedem contas do estádio
A Gaviões da Fiel, maior organizada do Corinthians, intensificou o protesto contra Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo. Nesta noite de quarta-feira (16), a uniformizada espalhou pequenos cartazes no setor norte da arena em Itaquera, com mensagens contra o deputado estadual. As mensagens eram duas: "CPI da merenda já" e "Quem vai prender o ladrão da merenda?". Inimigo das organizadas há anos, Capez é investigado na Operação Alba Branca, que apura esquema de fraudes em merendas escolares. O protesto também foi contra a diretoria do Corinthians. Uma faixa maior surgiu no setor leste, que aparece nas filmagens do jogo, logo acima das placas dos patrocinadores. "Cadê as contas do estádio", dizia a mensagem. A Gaviões cobra da cúpula alvinegra que detalhe os gastos e as receitas na arena, além de esclarecer despesas com o Fiel Torcedor e ingressos. A manifestação aconteceu durante o jogo contra o Cerro Porteño (PAR), pela quarta rodada da Copa Libertadores. PERSISTENTES Os protestos na Arena Corinthians tem sido recorrentes. Eles começaram em 11 de fevereiro, na partida contra o Capivariano. Na ocasião o protesto gerou confusão com a Polícia Militar. Capez só se tornou alvo no jogo seguinte, um clássico entre Corinthians e São Paulo. OUTRO LADO Em entrevista à Folha, em 15 de fevereiro, Capez afirmou que poderia estar sendo envolvido em uma armação e que prefere acreditar que seu nome tenha sido usado por ex-assessores
esporte
Corintianos protestam contra 'ladrão de merenda' e pedem contas do estádioA Gaviões da Fiel, maior organizada do Corinthians, intensificou o protesto contra Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo. Nesta noite de quarta-feira (16), a uniformizada espalhou pequenos cartazes no setor norte da arena em Itaquera, com mensagens contra o deputado estadual. As mensagens eram duas: "CPI da merenda já" e "Quem vai prender o ladrão da merenda?". Inimigo das organizadas há anos, Capez é investigado na Operação Alba Branca, que apura esquema de fraudes em merendas escolares. O protesto também foi contra a diretoria do Corinthians. Uma faixa maior surgiu no setor leste, que aparece nas filmagens do jogo, logo acima das placas dos patrocinadores. "Cadê as contas do estádio", dizia a mensagem. A Gaviões cobra da cúpula alvinegra que detalhe os gastos e as receitas na arena, além de esclarecer despesas com o Fiel Torcedor e ingressos. A manifestação aconteceu durante o jogo contra o Cerro Porteño (PAR), pela quarta rodada da Copa Libertadores. PERSISTENTES Os protestos na Arena Corinthians tem sido recorrentes. Eles começaram em 11 de fevereiro, na partida contra o Capivariano. Na ocasião o protesto gerou confusão com a Polícia Militar. Capez só se tornou alvo no jogo seguinte, um clássico entre Corinthians e São Paulo. OUTRO LADO Em entrevista à Folha, em 15 de fevereiro, Capez afirmou que poderia estar sendo envolvido em uma armação e que prefere acreditar que seu nome tenha sido usado por ex-assessores
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Giovanni Gronchi terá mais 1,4 km de faixa de ônibus a partir desta segunda
A partir desta segunda-feira (7), mais um trecho de faixa exclusiva para ônibus passa a operar na avenida Giovanni Gronchi. Com 1,4 km, a pista fica entre as avenidas Guilherme Dumont Villares e Carlos Caldeira Filho. O novo trecho possibilitará a conexão entre as faixas exclusivas de ônibus já existentes no local. Após a Rua Alexandre Archipenko, no sentido da Ponte João Dias, a faixa de ônibus será remanejada do lado direito para o lado esquerdo da via. Ainda na zona sul, as rua Centro Africana, Acari e Castro Verde ganharão, ao todo, 800 metros de corredor de ônibus, que funcionará de segunda à sexta, das 16h às 20h. TEMPO O dia deve começar ensolarado, com previsão de pancadas de chuva à tarde e à noite. A máxima é de 31ºC e a mínima, 21°C. * VOCÊ DEVERIA SABER O grupo de pichadores que escreveu frases contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na porta do Instituto Lula, na sexta-feira à noite, atacou neste domingo a sede nacional do PT em São Paulo, localizada na rua Silveira Martins, centro da capital. Quatro pessoas da mesma família morreram após um desmoronamento em São José dos Campos. De acordo com a Polícia Militar, a casa havia sido erguida em área de risco. O engenheiro americano Ray Tomlinson, considerado o pai do serviço de e-mails, morreu no último sábado. Ele criou em 1971 uma novo modelo para elas serem trocadas: usar endereços divididos pelo sinal de "@". * AGENDA CULTURAL para se viciar | Aproveitando a estreia da quarta temporada da série "House of Cards", a revista sãopaulo pediu para sete paulistanos indicarem suas séries prediletas. Confira cinema | Não precisa esperar passar na TV, o longa argentino "Relatos Selvagens" ainda está em cartaz no Caixa Belas Artes. Ao todo já são 70 semanas de exibição. depois do trabalho | Para começar a semana no agito, a dica é ir ao bar "Gola Solta", inaugurado recentemente na zona sul. Aberto das 17h à 1h, a ideia é que o local vire ponto de encontro para a happy hour.
saopaulo
Giovanni Gronchi terá mais 1,4 km de faixa de ônibus a partir desta segundaA partir desta segunda-feira (7), mais um trecho de faixa exclusiva para ônibus passa a operar na avenida Giovanni Gronchi. Com 1,4 km, a pista fica entre as avenidas Guilherme Dumont Villares e Carlos Caldeira Filho. O novo trecho possibilitará a conexão entre as faixas exclusivas de ônibus já existentes no local. Após a Rua Alexandre Archipenko, no sentido da Ponte João Dias, a faixa de ônibus será remanejada do lado direito para o lado esquerdo da via. Ainda na zona sul, as rua Centro Africana, Acari e Castro Verde ganharão, ao todo, 800 metros de corredor de ônibus, que funcionará de segunda à sexta, das 16h às 20h. TEMPO O dia deve começar ensolarado, com previsão de pancadas de chuva à tarde e à noite. A máxima é de 31ºC e a mínima, 21°C. * VOCÊ DEVERIA SABER O grupo de pichadores que escreveu frases contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na porta do Instituto Lula, na sexta-feira à noite, atacou neste domingo a sede nacional do PT em São Paulo, localizada na rua Silveira Martins, centro da capital. Quatro pessoas da mesma família morreram após um desmoronamento em São José dos Campos. De acordo com a Polícia Militar, a casa havia sido erguida em área de risco. O engenheiro americano Ray Tomlinson, considerado o pai do serviço de e-mails, morreu no último sábado. Ele criou em 1971 uma novo modelo para elas serem trocadas: usar endereços divididos pelo sinal de "@". * AGENDA CULTURAL para se viciar | Aproveitando a estreia da quarta temporada da série "House of Cards", a revista sãopaulo pediu para sete paulistanos indicarem suas séries prediletas. Confira cinema | Não precisa esperar passar na TV, o longa argentino "Relatos Selvagens" ainda está em cartaz no Caixa Belas Artes. Ao todo já são 70 semanas de exibição. depois do trabalho | Para começar a semana no agito, a dica é ir ao bar "Gola Solta", inaugurado recentemente na zona sul. Aberto das 17h à 1h, a ideia é que o local vire ponto de encontro para a happy hour.
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Onda de manifestações no país inspira a peça 'Marte, Você Está Aí?'
MARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Inspirada pelas "ruas inflamadas" vistas no Brasil desde as manifestações de 2013, a dramaturga mineira Silvia Gomez, 39, criou um cenário distópico em "Marte, Você Está Aí?". Na peça, em cartaz a partir de sexta (9), há um contraditório desejo de buscar a felicidade fora do nosso mundo, em Marte, mesmo o planeta não garantindo a sobrevivência humana. "É uma espécie de Pasárgada apocalíptica", afirma. A trama traz uma militante (Michelle Ferreira), sua mãe (Selma Egrei) e um misterioso intruso (Jorge Emil). "Explorando as contradições desses personagens, tento abordar a falta de certezas que temos vivido", conta Silvia, expoente de uma geração de jovens autoras —ela venceu, em 2015, os prêmios APCA e Aplauso Brasil por "Mantenha Fora do Alcance do Bebê". "Procuro questionar as normatizações impostas pela vida contemporânea. Creio que o dramaturgo deve falar de seu tempo", diz. Masp. Av. Paulista, 1.578, Bela Vista, tel. 3149-5959. Sex. e sáb.: 21h. Dom.: 20h. Até 30/7. Ingresso: R$ 20. * MUSICAL I Wanna Rock! A comédia musical da Broadway "A Era do Rock" chega pela 4ACT Entretenimento ao Teatro Porto Seguro homenageando o gênero nos anos 1980. Com canções como "We're Not Gonna Take It", do Twisted Sister, a trama se passa em um clube de Los Angeles. Vá preparado: quatro pessoas podem acompanhar a história de perto, sentadas no palco, e o cantor Supla empresta a voz para a locução de abertura das sessões. Teatro Porto Seguro. Al. Barão de Piracicaba, 740, centro. Sex.: 21h. Sáb.: 17h e 21h. Dom.: 18h. Até 30/7. Ingr.: R$ 60 a R$ 120. * CENA INDEPENDENTE Na corda bamba O grupo Folias corre o risco de fechar as portas de sua sede na Santa Cecília, região central. Com quatro aluguéis atrasados e outras despesas administrativas, a companhia soma uma dívida de mais de R$ 60 mil. Para tentar reverter a situação, eles buscam captar a verba via financiamento coletivo.
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Onda de manifestações no país inspira a peça 'Marte, Você Está Aí?'MARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Inspirada pelas "ruas inflamadas" vistas no Brasil desde as manifestações de 2013, a dramaturga mineira Silvia Gomez, 39, criou um cenário distópico em "Marte, Você Está Aí?". Na peça, em cartaz a partir de sexta (9), há um contraditório desejo de buscar a felicidade fora do nosso mundo, em Marte, mesmo o planeta não garantindo a sobrevivência humana. "É uma espécie de Pasárgada apocalíptica", afirma. A trama traz uma militante (Michelle Ferreira), sua mãe (Selma Egrei) e um misterioso intruso (Jorge Emil). "Explorando as contradições desses personagens, tento abordar a falta de certezas que temos vivido", conta Silvia, expoente de uma geração de jovens autoras —ela venceu, em 2015, os prêmios APCA e Aplauso Brasil por "Mantenha Fora do Alcance do Bebê". "Procuro questionar as normatizações impostas pela vida contemporânea. Creio que o dramaturgo deve falar de seu tempo", diz. Masp. Av. Paulista, 1.578, Bela Vista, tel. 3149-5959. Sex. e sáb.: 21h. Dom.: 20h. Até 30/7. Ingresso: R$ 20. * MUSICAL I Wanna Rock! A comédia musical da Broadway "A Era do Rock" chega pela 4ACT Entretenimento ao Teatro Porto Seguro homenageando o gênero nos anos 1980. Com canções como "We're Not Gonna Take It", do Twisted Sister, a trama se passa em um clube de Los Angeles. Vá preparado: quatro pessoas podem acompanhar a história de perto, sentadas no palco, e o cantor Supla empresta a voz para a locução de abertura das sessões. Teatro Porto Seguro. Al. Barão de Piracicaba, 740, centro. Sex.: 21h. Sáb.: 17h e 21h. Dom.: 18h. Até 30/7. Ingr.: R$ 60 a R$ 120. * CENA INDEPENDENTE Na corda bamba O grupo Folias corre o risco de fechar as portas de sua sede na Santa Cecília, região central. Com quatro aluguéis atrasados e outras despesas administrativas, a companhia soma uma dívida de mais de R$ 60 mil. Para tentar reverter a situação, eles buscam captar a verba via financiamento coletivo.
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Acusada de censura, Editora 34 diz que recusou livro por motivos literários
A ideia era publicar o romance em junho, pela editora 34 -onde o baiano Antonio Risério tem lançado seus livros no últimos anos. Mas apareceu uma pedra no meio do caminho. A editora paulistana voltou atrás. E recebeu a acusação de censura do autor. O motivo da celeuma é o oitavo capítulo de "Que Você é Esse?" Nele, Daniel Kertzman, protagonista, aparece atuando no marketing político -e o romance faz referências veladas às campanhas eleitorais, nas quais Risério trabalhou como diretor de conteúdo de 2002 até 2010. A notícia foi antecipada pela coluna de Mônica Bergamo, na Folha, nesta quarta -feira (30). A editora Record já anunciou que dará "abrigo editorial" ao autor. A 34 avisou Risério da decisão em uma mensagem que dizia: "Em face do acirramento da crise, com a turma pró-impeachment apelando para medidas ilegais e até criminosas para levar a cabo (...) a derrubada do atual governo (...), não nos sentiríamos bem engrossando esse caldo. Num momento em que o bom senso e a reflexão crítica estão indo por água abaixo, o seu livro poderia ser instrumentalizado nesse sentido." No começo do e-mail, a editora aponta também o que considera problemas literários do romance. "Evidente que isso é uma censura. 'Não vamos publicar seu livro porque ele vai prejudicar Dilma e o PT'. Isso é fruto de um sectarismo desses meses. Eu já vivi muitas crises políticas na minha vida, mas esse é um momento de sectarismo que eu nunca vi antes", diz Risério. Em nota, a editora diz "se orgulhar" das obras de Risério que publicou, mas afirma que "constatou vários problemas de ordem literária", como "falta de tensão na voz narrativa, digressões excessivas por parte do narrador, mistura (literariamente contraproducente) das vozes do narrador e dos personagens", entre outros. A casa afirma ainda que as passagens sobre o marketing político "soavam mais como um desabafo pessoal do que uma construção literária de peso". Por fim, a 34 diz achar "descabido" o uso do termo "censura". Risério é um nome conhecido da esquerda. Além de trabalhar nas campanhas do PT -e depois chegar a escrever os discursos da presidente Dilma Rousseff-, ele foi assessor de Gilberto Gil no Ministério da Cultura. Hoje, rompido com a legenda, apoia a Rede. ROMANCE DE GERAÇÃO "'Que Você é Esse?' é uma gíria baiana que parece Heidegger. Você usa quando está jogando bola e aquele seu amigo lhe dá uma porrada. Expressa meu estranhamento com tudo", diz Risério. O autor vê seu romance, cuja narrativa começa nos anos 1960 e chega até hoje, como a história de uma geração. A obra começa contando a trajetória da família do protagonista e segue seu caminho ao longo das décadas -momento em que viraria hippie, depois comunista e por fim vai trabalhar em campanhas eleitorais. "O capítulo oitavo trata desses jovens que entraram no marketing achando que iam botar a esquerda no poder pelo voto. Depois, foram se decepcionando com o PT traindo a ética, se convertendo num antro de larápios", afirma Risério. O escritor destaca, porém, que o livro não é sobre isso -e que o assunto é tratado em apenas um capítulo. "O livro não fala em impeachment. É um livro à esquerda do PT", afirma. Sobre sua crítica às campanhas, Risério -que é a favor do financiamento público- diz ver nos marqueteiros uma mistura de Goebbels, ministro da propaganda nazista, com Odorico Paraguaçu, prefeito da novela "O Bem-Amado" obcecado por inaugurar o cemitério da cidade. "Acho que é narcisismo demais um editor achar que um livro que ele publica vai derrubar um presidente. Isso pode acontecer, mas só em casos muito excepcionais na História", conclui o autor. LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA EDITORA 34 A Editora 34 é apartidária e contra qualquer forma de censura. Entendemos que a relação entre autor e editora é pessoal e privada, e por isso não costumamos divulgar, em respeito aos autores que nos procuram, os motivos de recusa de um original. Foi o que levou a não nos manifestarmos na nota publicada na coluna de Mônica Bergamo do dia 30/3. Diante da controvérsia gerada, nos vemos na obrigação de esclarecer alguns fatos. A Editora 34 já publicou três livros de ensaios de Antonio Risério - A utopia brasileira e os movimentos negros (2007), A cidade no Brasil (2012) e Mulher, casa e cidade (2015) -, dos quais muito se orgulha. Acolheu o romance "Que você é esse?", com publicação prevista para este ano, mas constatou vários problemas de ordem literária, tais como: falta de tensão na voz narrativa, digressões excessivas por parte do narrador, mistura (literariamente contraproducente) das vozes do narrador e dos personagens, bem como dos personagens entre si. A primeira parte da carta a ele endereçada dizia respeito exatamente a esses aspectos - e fazia sugestões nesse sentido. Ciente de que Risério trabalhou por muitos anos como assessor de marketing político em campanhas eleitorais e de que certas passagens do livro soavam mais como um desabafo pessoal do que uma construção literária de peso, a Editora 34 manifestou seu desconforto com a possível instrumentalização dessas passagens. É um trecho desta segunda parte da carta que a Folha transcreveu na edição de ontem. Por isso nos parece totalmente descabido o termo "censura" utilizado na nota. Trata-se muito simplesmente do direito de uma editora de declinar de um original que considera insatisfatório, mesmo quando admira seu autor por outras obras e outros motivos, como é o caso de Risério.
ilustrada
Acusada de censura, Editora 34 diz que recusou livro por motivos literáriosA ideia era publicar o romance em junho, pela editora 34 -onde o baiano Antonio Risério tem lançado seus livros no últimos anos. Mas apareceu uma pedra no meio do caminho. A editora paulistana voltou atrás. E recebeu a acusação de censura do autor. O motivo da celeuma é o oitavo capítulo de "Que Você é Esse?" Nele, Daniel Kertzman, protagonista, aparece atuando no marketing político -e o romance faz referências veladas às campanhas eleitorais, nas quais Risério trabalhou como diretor de conteúdo de 2002 até 2010. A notícia foi antecipada pela coluna de Mônica Bergamo, na Folha, nesta quarta -feira (30). A editora Record já anunciou que dará "abrigo editorial" ao autor. A 34 avisou Risério da decisão em uma mensagem que dizia: "Em face do acirramento da crise, com a turma pró-impeachment apelando para medidas ilegais e até criminosas para levar a cabo (...) a derrubada do atual governo (...), não nos sentiríamos bem engrossando esse caldo. Num momento em que o bom senso e a reflexão crítica estão indo por água abaixo, o seu livro poderia ser instrumentalizado nesse sentido." No começo do e-mail, a editora aponta também o que considera problemas literários do romance. "Evidente que isso é uma censura. 'Não vamos publicar seu livro porque ele vai prejudicar Dilma e o PT'. Isso é fruto de um sectarismo desses meses. Eu já vivi muitas crises políticas na minha vida, mas esse é um momento de sectarismo que eu nunca vi antes", diz Risério. Em nota, a editora diz "se orgulhar" das obras de Risério que publicou, mas afirma que "constatou vários problemas de ordem literária", como "falta de tensão na voz narrativa, digressões excessivas por parte do narrador, mistura (literariamente contraproducente) das vozes do narrador e dos personagens", entre outros. A casa afirma ainda que as passagens sobre o marketing político "soavam mais como um desabafo pessoal do que uma construção literária de peso". Por fim, a 34 diz achar "descabido" o uso do termo "censura". Risério é um nome conhecido da esquerda. Além de trabalhar nas campanhas do PT -e depois chegar a escrever os discursos da presidente Dilma Rousseff-, ele foi assessor de Gilberto Gil no Ministério da Cultura. Hoje, rompido com a legenda, apoia a Rede. ROMANCE DE GERAÇÃO "'Que Você é Esse?' é uma gíria baiana que parece Heidegger. Você usa quando está jogando bola e aquele seu amigo lhe dá uma porrada. Expressa meu estranhamento com tudo", diz Risério. O autor vê seu romance, cuja narrativa começa nos anos 1960 e chega até hoje, como a história de uma geração. A obra começa contando a trajetória da família do protagonista e segue seu caminho ao longo das décadas -momento em que viraria hippie, depois comunista e por fim vai trabalhar em campanhas eleitorais. "O capítulo oitavo trata desses jovens que entraram no marketing achando que iam botar a esquerda no poder pelo voto. Depois, foram se decepcionando com o PT traindo a ética, se convertendo num antro de larápios", afirma Risério. O escritor destaca, porém, que o livro não é sobre isso -e que o assunto é tratado em apenas um capítulo. "O livro não fala em impeachment. É um livro à esquerda do PT", afirma. Sobre sua crítica às campanhas, Risério -que é a favor do financiamento público- diz ver nos marqueteiros uma mistura de Goebbels, ministro da propaganda nazista, com Odorico Paraguaçu, prefeito da novela "O Bem-Amado" obcecado por inaugurar o cemitério da cidade. "Acho que é narcisismo demais um editor achar que um livro que ele publica vai derrubar um presidente. Isso pode acontecer, mas só em casos muito excepcionais na História", conclui o autor. LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA EDITORA 34 A Editora 34 é apartidária e contra qualquer forma de censura. Entendemos que a relação entre autor e editora é pessoal e privada, e por isso não costumamos divulgar, em respeito aos autores que nos procuram, os motivos de recusa de um original. Foi o que levou a não nos manifestarmos na nota publicada na coluna de Mônica Bergamo do dia 30/3. Diante da controvérsia gerada, nos vemos na obrigação de esclarecer alguns fatos. A Editora 34 já publicou três livros de ensaios de Antonio Risério - A utopia brasileira e os movimentos negros (2007), A cidade no Brasil (2012) e Mulher, casa e cidade (2015) -, dos quais muito se orgulha. Acolheu o romance "Que você é esse?", com publicação prevista para este ano, mas constatou vários problemas de ordem literária, tais como: falta de tensão na voz narrativa, digressões excessivas por parte do narrador, mistura (literariamente contraproducente) das vozes do narrador e dos personagens, bem como dos personagens entre si. A primeira parte da carta a ele endereçada dizia respeito exatamente a esses aspectos - e fazia sugestões nesse sentido. Ciente de que Risério trabalhou por muitos anos como assessor de marketing político em campanhas eleitorais e de que certas passagens do livro soavam mais como um desabafo pessoal do que uma construção literária de peso, a Editora 34 manifestou seu desconforto com a possível instrumentalização dessas passagens. É um trecho desta segunda parte da carta que a Folha transcreveu na edição de ontem. Por isso nos parece totalmente descabido o termo "censura" utilizado na nota. Trata-se muito simplesmente do direito de uma editora de declinar de um original que considera insatisfatório, mesmo quando admira seu autor por outras obras e outros motivos, como é o caso de Risério.
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Sem muitos sustos, 'A Família Addams 2' é apenas divertido
Se humor negro é o fundamento da comédia "A Família Addams 2" ("Addams Family Values", 1993, 12 anos, 11h05, TC Fun), o objetivo aparente dos produtores foi evitar que ele fosse tão negro assim. Assim, para cuidar dessa família macabra, tão próxima do horror e da morte, a produção trouxe o diretor Barry Sonnenfeld: promessa de um filme que não se completa (em suas mãos parece que os filmes sempre escapam), mas de uma diversão familiar sem maiores sustos. O melhor, nesse caso, é se segurar com o elenco: Anjelica Huston, Raúl Juliá, Christopher Lloyd e Christina Ricci caem como uma luva nos personagens criados por Charles Addams. Nesta aventura, o casal Gomez/Mortícia terá de inventar meios para preservar a fortuna da família de um falsário que pretende ser seu há muito desaparecido tio Fester.
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Sem muitos sustos, 'A Família Addams 2' é apenas divertidoSe humor negro é o fundamento da comédia "A Família Addams 2" ("Addams Family Values", 1993, 12 anos, 11h05, TC Fun), o objetivo aparente dos produtores foi evitar que ele fosse tão negro assim. Assim, para cuidar dessa família macabra, tão próxima do horror e da morte, a produção trouxe o diretor Barry Sonnenfeld: promessa de um filme que não se completa (em suas mãos parece que os filmes sempre escapam), mas de uma diversão familiar sem maiores sustos. O melhor, nesse caso, é se segurar com o elenco: Anjelica Huston, Raúl Juliá, Christopher Lloyd e Christina Ricci caem como uma luva nos personagens criados por Charles Addams. Nesta aventura, o casal Gomez/Mortícia terá de inventar meios para preservar a fortuna da família de um falsário que pretende ser seu há muito desaparecido tio Fester.
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Vigiar e polir
A noção de vigilância não encontra adversários no campo da saúde, no qual obter informações e agir prontamente com base nelas previne epidemias e moléstias crônicas. No mundo da educação pública, porém, o conceito costuma ser abominado como óbice à criatividade e à autonomia pedagógica. Pois é de fraqueza na vigilância que padece o ensino oficial no Brasil. Se o termo incomoda, pela associação indesejável com autoritarismo, que seja substituído por "monitoramento". Ruim é deixar que a carência de dados minuciosos faça prosperar a cultura da leniência com desempenhos medíocres. Essa foi a mensagem central do Seminário Internacional de Gestão Escolar 2015, promovido pelo Instituto Unibanco e por esta Folha. Ainda que exista no país razoável conjunto de exames padronizados e bases estatísticas sobre educação, enfrentamos séria dificuldade para dar o salto que se impõe –de qualidade– após a universalização do ensino fundamental. A deficiência se faz sentir de modo agudo no ensino médio. Em 2013, meros 54% dos estudantes brasileiros terminaram esse nível com até um ano de atraso; no Chile, foram 87%. Contamos 7,2 anos de escolaridade média, contra 9,8 dos chilenos. Nossos jovens vão ficando para trás. Condenam-se a empregos subalternos e mal remunerados, por sua baixa qualificação. Não é aceitável conformar-se com isso. Para enfrentar tal falência coletiva, há que aprender com as experiências bem-sucedidas noutras nações. No seminário, ganharam relevo as experiências no Reino Unido, na Austrália e na província canadense de Ontário. O denominador comum entre elas se fundamenta na adoção de um currículo unificado, como defende esta Folha. Apenas quando se tem clareza sobre o que de fato precisa ser ensinado em cada ano, em cada classe e em cada área resulta factível monitorar de perto o desempenho de cada escola, cada professor e cada aluno. Bases de dados detalhados permitiram identificar precocemente deficiências e concentrar recursos para saná-las. Passou-se a acompanhar de forma sistemática o desempenho de cada estudante, que recebia atenção especial tão logo começasse a se atrasar. Nenhum educador –pai, professor, diretor, secretário ou ministro– pode deixar de enxergar o aluno que se apaga em sala de aula. A obrigação de todos é redobrar esforços para devolver-lhe o brilho que se oculta e esmaece sob a grossa camada de desalento que cobre a educação básica no Brasil. editoriais@uol.com.br
opiniao
Vigiar e polirA noção de vigilância não encontra adversários no campo da saúde, no qual obter informações e agir prontamente com base nelas previne epidemias e moléstias crônicas. No mundo da educação pública, porém, o conceito costuma ser abominado como óbice à criatividade e à autonomia pedagógica. Pois é de fraqueza na vigilância que padece o ensino oficial no Brasil. Se o termo incomoda, pela associação indesejável com autoritarismo, que seja substituído por "monitoramento". Ruim é deixar que a carência de dados minuciosos faça prosperar a cultura da leniência com desempenhos medíocres. Essa foi a mensagem central do Seminário Internacional de Gestão Escolar 2015, promovido pelo Instituto Unibanco e por esta Folha. Ainda que exista no país razoável conjunto de exames padronizados e bases estatísticas sobre educação, enfrentamos séria dificuldade para dar o salto que se impõe –de qualidade– após a universalização do ensino fundamental. A deficiência se faz sentir de modo agudo no ensino médio. Em 2013, meros 54% dos estudantes brasileiros terminaram esse nível com até um ano de atraso; no Chile, foram 87%. Contamos 7,2 anos de escolaridade média, contra 9,8 dos chilenos. Nossos jovens vão ficando para trás. Condenam-se a empregos subalternos e mal remunerados, por sua baixa qualificação. Não é aceitável conformar-se com isso. Para enfrentar tal falência coletiva, há que aprender com as experiências bem-sucedidas noutras nações. No seminário, ganharam relevo as experiências no Reino Unido, na Austrália e na província canadense de Ontário. O denominador comum entre elas se fundamenta na adoção de um currículo unificado, como defende esta Folha. Apenas quando se tem clareza sobre o que de fato precisa ser ensinado em cada ano, em cada classe e em cada área resulta factível monitorar de perto o desempenho de cada escola, cada professor e cada aluno. Bases de dados detalhados permitiram identificar precocemente deficiências e concentrar recursos para saná-las. Passou-se a acompanhar de forma sistemática o desempenho de cada estudante, que recebia atenção especial tão logo começasse a se atrasar. Nenhum educador –pai, professor, diretor, secretário ou ministro– pode deixar de enxergar o aluno que se apaga em sala de aula. A obrigação de todos é redobrar esforços para devolver-lhe o brilho que se oculta e esmaece sob a grossa camada de desalento que cobre a educação básica no Brasil. editoriais@uol.com.br
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Folha agradece as mensagens recebidas pelos seus 95 anos
A Folha agradece as mensagens pelos seus 95 anos recebidas de José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP (São Paulo, SP), Toninho Paiva, vereador pelo PR (São Paulo, SP), Mauro Borges, coordenador nacional da campanha Droga Mata & Esporte Salva (São Paulo, SP), Gésner Batista (Rio Claro, SP), José Cláudio Moscatelli (Sertãozinho, SP), Tomás Cunzolo Jr (São Paulo, SP), Marcos Nunes de Carvalho (São Bernardo do Campo, SP), Luthero Maynard (São Paulo, SP) e Mercia de Marchi (Botucatu, SP). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Folha agradece as mensagens recebidas pelos seus 95 anosA Folha agradece as mensagens pelos seus 95 anos recebidas de José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP (São Paulo, SP), Toninho Paiva, vereador pelo PR (São Paulo, SP), Mauro Borges, coordenador nacional da campanha Droga Mata & Esporte Salva (São Paulo, SP), Gésner Batista (Rio Claro, SP), José Cláudio Moscatelli (Sertãozinho, SP), Tomás Cunzolo Jr (São Paulo, SP), Marcos Nunes de Carvalho (São Bernardo do Campo, SP), Luthero Maynard (São Paulo, SP) e Mercia de Marchi (Botucatu, SP). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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O salsichão alemão
Quando um amigo (porteiro do Laboratory, um clube de sexo para homens na lendária região de Berghain, em Berlim) me convidou para uma de suas festas, decidi participar espontaneamente. Lá dentro, homens cercavam o bar: alguns nus, outros seminus. Eles lotavam as fendas do prédio, os recantos, as salas de jogos, os salões e os banheiros. O ar cheirava a poppers, fumaça, álcool, suor e sexo. Observei a massa amorfa, peluda e musculosa de homens bonitos e outros nem tanto que tinha acabado de transar - ou que estava prestes a fazer isso. Notei um cara num macacão de látex com um volume realmente grande na virilha. Dois drinques depois, criei coragem para falar com ele. Ele se apresentou como Micha e respondeu pacientemente minhas perguntas. Ele me mostrou seu pênis aumentado com silicone e me deixou tocá-lo. Encontrei-o várias vezes durante um ano e fiquei sabendo mais coisas sobre esse homem de 45 anos e seu pênis de 22 cm de comprimento e 7 cm largura. Há certas coisas óbvias que devo esclarecer logo de cara. Quando se trata de sexo, parece que os implantes de silicone não aumentam o prazer físico; além disso, qualquer ereção do Micha acontece "dentro" de seu prepúcio de 3 quilos. Sendo assim, a ereção não é visível a olho nu, e é claro que as modificações corporais de Micha tornam o sexo mais difícil (mas não impossível). Quanto a outras funções primárias do pênis, Micha prefere fazer xixi sentado, já que ele atrai olhares estranhos quando usa o mictório. Assista ao documentário sobre ele abaixo ou leia a entrevista que se segue ao vídeo: Veja vídeo VICE: Oi, Micha. Na primeira vez que te vi, notei imediatamente seu volume gigante. Por que você aumentou seu pênis com injeções de silicone? Micha: É uma história meio longa. Acho que a coisa toda começou 20 anos atrás, quando ganhei uma bomba peniana de presente. Eu estava curioso demais para não experimentar. Primeiro, usei isso em segredo, sozinho. Depois, comecei a sair com o pênis bombado e percebi que era uma sensação boa. Você sabe explicar o que te fascinou nisso? O jeito mais fácil de explicar é que adorei a sensação de "ser outro". Mas não quero dizer que isso me fez sentir mais másculo, ousado ou legal que as outras pessoas. Tive a sensação de que não estava preso ao corpo em que nasci. O fato de eu ter tomado uma decisão consciente de mudar foi importante. Qual foi o passo seguinte depois da bomba peniana? O próximo passo para mim foram injeções salinas: injetar uma solução de cloreto de sódio estéril e isotônica. Como foi essa experiência? A sensação foi ótima, mas eu não gostava de tomar as injeções - havia sempre o risco de infecção. E as pessoas começaram a notar que não havia volume na minha calça num dia, e um volume enorme no outro. Por isso, comecei a procurar algo mais permanente. E quando você decidiu dar o passo seguinte? No final, isso levou vários anos. A coisa toda foi um processo. Durante alguns anos, tive silicone injetado no meu pênis e escroto. Atualmente, já fiz quatro desses procedimentos. Como você fez esses procedimentos? Por muito tempo, você só conseguia fazer injeções de silicone em Londres. Mas, muitos anos atrás, o nome de uma certa pessoa começou a circular em Berlim. Ele tinha uma boa reputação e não injetava apenas nos outros - ele também injetava em si mesmo. Entrei em contato com ele e pude me informar sobre todos os detalhes. Na mesma época, conheci alguém que estudava medicina. Conversamos muito, e ele acabou realizando as primeiras injeções para mim. E como você se sentiu depois? Logo depois da injeção, meu pênis pinicava e ardia, mas essas sensações eram mais prazerosas que dolorosas. No começo, o silicone parecia algo alheio, mas, com o tempo, isso foi se tornando mais e mais parte do meu corpo. "Claro que é possível penetrar meu prepúcio. Vários caras já se ofereceram para fazer isso. Mas isso não me satisfaz muito sexualmente." Você tem algum problema no cotidiano por causa do seu pênis siliconado? Levo uma vida normal. Trabalho, faço compras, vou a bares e clubes, ao cinema. Geralmente, tento não deixar isso muito óbvio. Mas acho que não é tão fácil como comprar uma calça nova. Como seu pênis afeta sua vida sexual? Depois que atinge certo tamanho, você não consegue mais fazer certas coisas. Pelo menos não com todo mundo e não sem preliminares. Mas tem outras coisas que você pode fazer com ele. Você só precisa se libertar de papéis estabelecidos e ideias inflexíveis sobre sexo, estando disposto a brincar. Já me disseram que meu pênis parece uma bunda ou uma boca de frente. Obrigado, Micha! Tradução: Marina Schnoor Leia no site da 'Vice': http://www.vice.com/pt_br/video/o-salsichao-alemao
vice
O salsichão alemãoQuando um amigo (porteiro do Laboratory, um clube de sexo para homens na lendária região de Berghain, em Berlim) me convidou para uma de suas festas, decidi participar espontaneamente. Lá dentro, homens cercavam o bar: alguns nus, outros seminus. Eles lotavam as fendas do prédio, os recantos, as salas de jogos, os salões e os banheiros. O ar cheirava a poppers, fumaça, álcool, suor e sexo. Observei a massa amorfa, peluda e musculosa de homens bonitos e outros nem tanto que tinha acabado de transar - ou que estava prestes a fazer isso. Notei um cara num macacão de látex com um volume realmente grande na virilha. Dois drinques depois, criei coragem para falar com ele. Ele se apresentou como Micha e respondeu pacientemente minhas perguntas. Ele me mostrou seu pênis aumentado com silicone e me deixou tocá-lo. Encontrei-o várias vezes durante um ano e fiquei sabendo mais coisas sobre esse homem de 45 anos e seu pênis de 22 cm de comprimento e 7 cm largura. Há certas coisas óbvias que devo esclarecer logo de cara. Quando se trata de sexo, parece que os implantes de silicone não aumentam o prazer físico; além disso, qualquer ereção do Micha acontece "dentro" de seu prepúcio de 3 quilos. Sendo assim, a ereção não é visível a olho nu, e é claro que as modificações corporais de Micha tornam o sexo mais difícil (mas não impossível). Quanto a outras funções primárias do pênis, Micha prefere fazer xixi sentado, já que ele atrai olhares estranhos quando usa o mictório. Assista ao documentário sobre ele abaixo ou leia a entrevista que se segue ao vídeo: Veja vídeo VICE: Oi, Micha. Na primeira vez que te vi, notei imediatamente seu volume gigante. Por que você aumentou seu pênis com injeções de silicone? Micha: É uma história meio longa. Acho que a coisa toda começou 20 anos atrás, quando ganhei uma bomba peniana de presente. Eu estava curioso demais para não experimentar. Primeiro, usei isso em segredo, sozinho. Depois, comecei a sair com o pênis bombado e percebi que era uma sensação boa. Você sabe explicar o que te fascinou nisso? O jeito mais fácil de explicar é que adorei a sensação de "ser outro". Mas não quero dizer que isso me fez sentir mais másculo, ousado ou legal que as outras pessoas. Tive a sensação de que não estava preso ao corpo em que nasci. O fato de eu ter tomado uma decisão consciente de mudar foi importante. Qual foi o passo seguinte depois da bomba peniana? O próximo passo para mim foram injeções salinas: injetar uma solução de cloreto de sódio estéril e isotônica. Como foi essa experiência? A sensação foi ótima, mas eu não gostava de tomar as injeções - havia sempre o risco de infecção. E as pessoas começaram a notar que não havia volume na minha calça num dia, e um volume enorme no outro. Por isso, comecei a procurar algo mais permanente. E quando você decidiu dar o passo seguinte? No final, isso levou vários anos. A coisa toda foi um processo. Durante alguns anos, tive silicone injetado no meu pênis e escroto. Atualmente, já fiz quatro desses procedimentos. Como você fez esses procedimentos? Por muito tempo, você só conseguia fazer injeções de silicone em Londres. Mas, muitos anos atrás, o nome de uma certa pessoa começou a circular em Berlim. Ele tinha uma boa reputação e não injetava apenas nos outros - ele também injetava em si mesmo. Entrei em contato com ele e pude me informar sobre todos os detalhes. Na mesma época, conheci alguém que estudava medicina. Conversamos muito, e ele acabou realizando as primeiras injeções para mim. E como você se sentiu depois? Logo depois da injeção, meu pênis pinicava e ardia, mas essas sensações eram mais prazerosas que dolorosas. No começo, o silicone parecia algo alheio, mas, com o tempo, isso foi se tornando mais e mais parte do meu corpo. "Claro que é possível penetrar meu prepúcio. Vários caras já se ofereceram para fazer isso. Mas isso não me satisfaz muito sexualmente." Você tem algum problema no cotidiano por causa do seu pênis siliconado? Levo uma vida normal. Trabalho, faço compras, vou a bares e clubes, ao cinema. Geralmente, tento não deixar isso muito óbvio. Mas acho que não é tão fácil como comprar uma calça nova. Como seu pênis afeta sua vida sexual? Depois que atinge certo tamanho, você não consegue mais fazer certas coisas. Pelo menos não com todo mundo e não sem preliminares. Mas tem outras coisas que você pode fazer com ele. Você só precisa se libertar de papéis estabelecidos e ideias inflexíveis sobre sexo, estando disposto a brincar. Já me disseram que meu pênis parece uma bunda ou uma boca de frente. Obrigado, Micha! Tradução: Marina Schnoor Leia no site da 'Vice': http://www.vice.com/pt_br/video/o-salsichao-alemao
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Segunda tem teatro, coral e abertura de exposição
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 25 de julho de 2016. Segunda. Bom dia para você que acordou se sentindo implacável! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Amigas do cárcere | Com sessões às segundas, quartas, quintas, sextas e sábados, a peça "Noites sem Fim" a história de duas presidiárias que se tornam amigas na cadeia. Uma delas tem 50 anos. A outra, 30. Em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil. Para todos | Como parte do ensaio aberto ao público, o Coro Lírico Municipal de São Paulo faz na Praça das Artes a leitura de trechos das óperas "Elektra", de Richard Strauss, e "Fosca", de Carlos Gomes. As peças serão apresentadas em outubro no Theatro Municipal. A entrada é gratuita. *Exposição * | A galeria Blau Projects inaugura a exposição "Formas de Abandonar o Corpo - Parte 1". A mostra reúne obras de artistas brasileiros e argentinos que refletem sobre o que há de político no amor. A seleção de trabalhos, feita por Natália Quinderé, integra performances, fotos, vídeos e outros formatos. Saiba mais aqui. * PARA TER ASSUNTO Entrevista | Sem teto para gastos públicos, o país sofrerá com aumento de impostos e juros elevados por longo tempo, afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista à Folha. Leia a íntegra aqui. Apreensão | Ao menos uma pessoa morreu e 12 ficaram feridas neste domingo (24) após uma explosão registrada em um bar na cidade de Ansbach, perto de Nuremberg, na Alemanha. O morto seria o suposto autor do ataque, um sírio de 27 anos, de acordo com agências de notícias internacionais. Leia aqui. Olimpíada | A polícia prendeu neste domingo (24) Leonid El Kadre de Melo, único alvo da Operação Hashtag que ainda não havia sido detido. "Ele será ouvido e posteriormente encaminhado a um presídio federal. Os horários e locais não serão divulgados por questões de segurança", afirma a PF em nota. Quem fala o que quer | 'Não queremos cangurus, queremos encanadores', responde delegação da Austrália ao prefeito do Rio, Eduardo Paes. Em referência ao descontentamento australiano em relação às instalações da Vila Olímpica, Paes havia dito que estava "quase botando um canguru na frente do prédio deles, para ficar pulando e eles se sentirem em casa". Corrida | O vereador Andrea Matarazzo desistiu de se lançar candidato a prefeito de São Paulo. O seu partido, o PSD, fechou aliança com o PMDB. Ele negocia condições para ser candidato a vice de Marta Suplicy (PMDB). Elevado | O prefeito Fernando Haddad (PT) sanciona nesta segunda (25) lei que muda o nome do Elevado Costa e Silva, o Minhocão, para Elevado Presidente João Goulart. Leia aqui. Na Paulista | Região da av. Paulista vive onda de furtos. Delegacia responsável pela área registrou recorde de 1.117 desses crimes em maio, o equivalente a 37 casos por dia. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidadania | Das 19h às 22h, a iniciativa Escola do Parlamento, na Câmara Municipal, promove aula cujo tema é "Fundamentos da Política e dos Direitos da População em Situação de Rua". Veja mais aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | O dia deve ser mais quente que o domingo, com temperatura máxima prevista de 24ºC e mínima de 14ºC. Também de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o céu deve ficar parcialmente nublado e não há previsão de chuva. Zona sul | A rua dos Otonis está bloqueada entre as ruas Varpa e Pedro de Toledo até o mês de setembro para obras da estação Clemente, da linha 5 do metrô. A rua Laguna, no Jardim Caravelas, também será interditada no cruzamento com a rua Bragança Paulista até o dia 11 de agosto devido a obras de expansão da Chucri Zaidan. A Av. Ibirapuera terá bloqueio entre a av. Pedro Álvares Cabral e a rua Borges Lagoa a partir desta segunda para a implantação de faixa de ônibus. Zona leste | A av. Itaquera terá bloqueio nos dois sentidos entre as av. Sylvio Torres e Guiomar Ataliba Penteado até o dia 11 de agosto. A interdição se dá para a construção do corredor de ônibus. A rua Gregório Ramalho também ficará interditada para obras entre as ruas Flores do Piauí e Victório Santim. Zona oeste | A rua João Ramalho, na região de Perdizes, ficará totalmente interditada na altura da rua Cardoso de Almeida, por cerca de três anos. A mudança começou no domingo (17) e acontece devido às obras da futura estação PUC-Cardoso de Almeida, da linha 6-laranja do metrô.
saopaulo
Segunda tem teatro, coral e abertura de exposiçãoBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 25 de julho de 2016. Segunda. Bom dia para você que acordou se sentindo implacável! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Amigas do cárcere | Com sessões às segundas, quartas, quintas, sextas e sábados, a peça "Noites sem Fim" a história de duas presidiárias que se tornam amigas na cadeia. Uma delas tem 50 anos. A outra, 30. Em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil. Para todos | Como parte do ensaio aberto ao público, o Coro Lírico Municipal de São Paulo faz na Praça das Artes a leitura de trechos das óperas "Elektra", de Richard Strauss, e "Fosca", de Carlos Gomes. As peças serão apresentadas em outubro no Theatro Municipal. A entrada é gratuita. *Exposição * | A galeria Blau Projects inaugura a exposição "Formas de Abandonar o Corpo - Parte 1". A mostra reúne obras de artistas brasileiros e argentinos que refletem sobre o que há de político no amor. A seleção de trabalhos, feita por Natália Quinderé, integra performances, fotos, vídeos e outros formatos. Saiba mais aqui. * PARA TER ASSUNTO Entrevista | Sem teto para gastos públicos, o país sofrerá com aumento de impostos e juros elevados por longo tempo, afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista à Folha. Leia a íntegra aqui. Apreensão | Ao menos uma pessoa morreu e 12 ficaram feridas neste domingo (24) após uma explosão registrada em um bar na cidade de Ansbach, perto de Nuremberg, na Alemanha. O morto seria o suposto autor do ataque, um sírio de 27 anos, de acordo com agências de notícias internacionais. Leia aqui. Olimpíada | A polícia prendeu neste domingo (24) Leonid El Kadre de Melo, único alvo da Operação Hashtag que ainda não havia sido detido. "Ele será ouvido e posteriormente encaminhado a um presídio federal. Os horários e locais não serão divulgados por questões de segurança", afirma a PF em nota. Quem fala o que quer | 'Não queremos cangurus, queremos encanadores', responde delegação da Austrália ao prefeito do Rio, Eduardo Paes. Em referência ao descontentamento australiano em relação às instalações da Vila Olímpica, Paes havia dito que estava "quase botando um canguru na frente do prédio deles, para ficar pulando e eles se sentirem em casa". Corrida | O vereador Andrea Matarazzo desistiu de se lançar candidato a prefeito de São Paulo. O seu partido, o PSD, fechou aliança com o PMDB. Ele negocia condições para ser candidato a vice de Marta Suplicy (PMDB). Elevado | O prefeito Fernando Haddad (PT) sanciona nesta segunda (25) lei que muda o nome do Elevado Costa e Silva, o Minhocão, para Elevado Presidente João Goulart. Leia aqui. Na Paulista | Região da av. Paulista vive onda de furtos. Delegacia responsável pela área registrou recorde de 1.117 desses crimes em maio, o equivalente a 37 casos por dia. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidadania | Das 19h às 22h, a iniciativa Escola do Parlamento, na Câmara Municipal, promove aula cujo tema é "Fundamentos da Política e dos Direitos da População em Situação de Rua". Veja mais aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | O dia deve ser mais quente que o domingo, com temperatura máxima prevista de 24ºC e mínima de 14ºC. Também de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o céu deve ficar parcialmente nublado e não há previsão de chuva. Zona sul | A rua dos Otonis está bloqueada entre as ruas Varpa e Pedro de Toledo até o mês de setembro para obras da estação Clemente, da linha 5 do metrô. A rua Laguna, no Jardim Caravelas, também será interditada no cruzamento com a rua Bragança Paulista até o dia 11 de agosto devido a obras de expansão da Chucri Zaidan. A Av. Ibirapuera terá bloqueio entre a av. Pedro Álvares Cabral e a rua Borges Lagoa a partir desta segunda para a implantação de faixa de ônibus. Zona leste | A av. Itaquera terá bloqueio nos dois sentidos entre as av. Sylvio Torres e Guiomar Ataliba Penteado até o dia 11 de agosto. A interdição se dá para a construção do corredor de ônibus. A rua Gregório Ramalho também ficará interditada para obras entre as ruas Flores do Piauí e Victório Santim. Zona oeste | A rua João Ramalho, na região de Perdizes, ficará totalmente interditada na altura da rua Cardoso de Almeida, por cerca de três anos. A mudança começou no domingo (17) e acontece devido às obras da futura estação PUC-Cardoso de Almeida, da linha 6-laranja do metrô.
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Empresa gaúcha usa papelão para fazer móveis e casinha de brinquedo
Um casal gaúcho criou há três anos uma empresa que não precisou sair do papel para dar lucro. Batizada de Eu amo Papelão, a fabricante já vendeu mais de 100 mil brinquedos feitos desse material. Mesmo em época de crise, o casal diz que o faturamento subiu 40% de janeiro a maio deste ano, em relação a igual período de 2015 –mas não revela o valor absoluto. Há mais de uma década trabalhando no setor de embalagens de papelão, Thiago Cestari da Costa, 37, se associou à mulher, Simone Buksztejn Menda, 36, para montar a empresa, cujo foco são brinquedos que exigem interação entre pais e filhos. As peças precisam ser destacadas de suas cartelas, montadas e encaixadas. A intenção é que as crianças usem tintas, canetas e lápis coloridos para personalizá-las. 150 KG Os brinquedos custam entre R$ 9 (um cofrinho) e R$ 189 (uma casinha) –menos da metade do preço de um similar tradicional, de plástico, em lojas on-line. Os proprietários, porém, dizem que não querem se diferenciar pelo preço, mas pela proposta de experiência diferente. A fábrica faz também mesinhas e bancos. A Folha testou um banco para adultos que suporta até 150 quilos. O papelão é virgem e possui folha dupla. "Tem toda uma engenharia por trás, não adianta pegar papelão do lixo e tentar fazer igual", diz Simone. A Eu Amo Papelão vende os produtos pela internet para todo o país e também em lojas físicas em dez Estados. AMPLIAÇÃO Os planos para este ano incluem expandir as vendas e iniciar exportações. O próximo lançamento da marca, um avião, foi uma "encomenda" de Renato, 8, filho do casal. Roberta, 5, por sua vez, pediu uma cama para sua boneca e o castelo de brinquedo. Alguns pais fazem pedidos específicos, que são atendidos quando o produto passa a ser uma tendência de demanda dos clientes. É o caso da cartela com a história dos Três Porquinhos. O brinquedo permite fazer o Lobo Mau derrubar as casinhas, mas é comum que as crianças inventem outras histórias. O brinquedo mais encomendado, porém, é a casinha. "Quando a criança entra na casinha, ela cria um outro mundo. Aquela casinha pode ser qualquer coisa. É o mundo da imaginação", diz. Fundada em 2013, a empresa tem cinco funcionários.
mercado
Empresa gaúcha usa papelão para fazer móveis e casinha de brinquedoUm casal gaúcho criou há três anos uma empresa que não precisou sair do papel para dar lucro. Batizada de Eu amo Papelão, a fabricante já vendeu mais de 100 mil brinquedos feitos desse material. Mesmo em época de crise, o casal diz que o faturamento subiu 40% de janeiro a maio deste ano, em relação a igual período de 2015 –mas não revela o valor absoluto. Há mais de uma década trabalhando no setor de embalagens de papelão, Thiago Cestari da Costa, 37, se associou à mulher, Simone Buksztejn Menda, 36, para montar a empresa, cujo foco são brinquedos que exigem interação entre pais e filhos. As peças precisam ser destacadas de suas cartelas, montadas e encaixadas. A intenção é que as crianças usem tintas, canetas e lápis coloridos para personalizá-las. 150 KG Os brinquedos custam entre R$ 9 (um cofrinho) e R$ 189 (uma casinha) –menos da metade do preço de um similar tradicional, de plástico, em lojas on-line. Os proprietários, porém, dizem que não querem se diferenciar pelo preço, mas pela proposta de experiência diferente. A fábrica faz também mesinhas e bancos. A Folha testou um banco para adultos que suporta até 150 quilos. O papelão é virgem e possui folha dupla. "Tem toda uma engenharia por trás, não adianta pegar papelão do lixo e tentar fazer igual", diz Simone. A Eu Amo Papelão vende os produtos pela internet para todo o país e também em lojas físicas em dez Estados. AMPLIAÇÃO Os planos para este ano incluem expandir as vendas e iniciar exportações. O próximo lançamento da marca, um avião, foi uma "encomenda" de Renato, 8, filho do casal. Roberta, 5, por sua vez, pediu uma cama para sua boneca e o castelo de brinquedo. Alguns pais fazem pedidos específicos, que são atendidos quando o produto passa a ser uma tendência de demanda dos clientes. É o caso da cartela com a história dos Três Porquinhos. O brinquedo permite fazer o Lobo Mau derrubar as casinhas, mas é comum que as crianças inventem outras histórias. O brinquedo mais encomendado, porém, é a casinha. "Quando a criança entra na casinha, ela cria um outro mundo. Aquela casinha pode ser qualquer coisa. É o mundo da imaginação", diz. Fundada em 2013, a empresa tem cinco funcionários.
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De Kelly Clarkson a Missy Elliott, cantoras se unem em música feminista
A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, se uniu à compositora americana Diane Warren para promover um "hino de empoderamento feminino". Intitulada "This Is for My Girls", a canção estreou na madrugada desta quarta (16). Diane não é estranha a músicas com conotações políticas. Este ano, ela concorreu pela oitava vez ao Oscar de melhor canção original com "Til It Happens to You", tema do documentário "The Hunting Ground", que aborda estupros no ambiente universitário. Lady Gaga assumiu os vocais. Desta vez, a compositora recrutou mais de um nome para interpretar sua faixa. Escolhidas por Diane e Michelle Obama, Kelly Clarkson, Missy Elliott, Kelly Rowland, Janelle Monae, Lea Michele, Zendaya, Jadagrace e Chloe & Halle dividem os versos. Diane comparou o resultado final a uma mistura entre "We Are the World' —canção dos anos 1980 com mais de 40 artistas cuja arrecadação foi doada para o combate à fome na África— e "Lady Marmalade", parceria entre Christina Aguilera, Pink, Mya e Lil'Kim para o filme "Moulin Rouge". "Quando foi a última vez que você ouviu uma música como essa com essa quantidade de divas maravilhosas? Estou muito orgulhosa", disse em entrevista à revista "Billboard". A música foi produzida pelo site americano Makers, uma plataforma digital que compartilha a história de vida de mulheres. Toda a arrecadação será revertida à Let Girls Learn (Deixe as Garotas Aprenderem, em português), campanha da Casa Branca que promove o acesso à educação a meninas ao redor do mundo. "Acho que a canção tem potencial para ser um grande hino mundial. Espero que se torne um", declarou a compositora. Escute um trecho de "This Is for My Girls" abaixo: This Is for my Girls
ilustrada
De Kelly Clarkson a Missy Elliott, cantoras se unem em música feministaA primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, se uniu à compositora americana Diane Warren para promover um "hino de empoderamento feminino". Intitulada "This Is for My Girls", a canção estreou na madrugada desta quarta (16). Diane não é estranha a músicas com conotações políticas. Este ano, ela concorreu pela oitava vez ao Oscar de melhor canção original com "Til It Happens to You", tema do documentário "The Hunting Ground", que aborda estupros no ambiente universitário. Lady Gaga assumiu os vocais. Desta vez, a compositora recrutou mais de um nome para interpretar sua faixa. Escolhidas por Diane e Michelle Obama, Kelly Clarkson, Missy Elliott, Kelly Rowland, Janelle Monae, Lea Michele, Zendaya, Jadagrace e Chloe & Halle dividem os versos. Diane comparou o resultado final a uma mistura entre "We Are the World' —canção dos anos 1980 com mais de 40 artistas cuja arrecadação foi doada para o combate à fome na África— e "Lady Marmalade", parceria entre Christina Aguilera, Pink, Mya e Lil'Kim para o filme "Moulin Rouge". "Quando foi a última vez que você ouviu uma música como essa com essa quantidade de divas maravilhosas? Estou muito orgulhosa", disse em entrevista à revista "Billboard". A música foi produzida pelo site americano Makers, uma plataforma digital que compartilha a história de vida de mulheres. Toda a arrecadação será revertida à Let Girls Learn (Deixe as Garotas Aprenderem, em português), campanha da Casa Branca que promove o acesso à educação a meninas ao redor do mundo. "Acho que a canção tem potencial para ser um grande hino mundial. Espero que se torne um", declarou a compositora. Escute um trecho de "This Is for My Girls" abaixo: This Is for my Girls
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Em emergências, cupins não entram em pânico nem abandonam colegas
Os cupinzeiros gigantes das savanas africanas são tão peculiares que é tentador lhes dar nomes, como "Elefante que grita" ou "Totem da fertilidade flagrantemente óbvio". Mas, qualquer que seja a metáfora, essas grandes formações dominam a paisagem, e não só visualmente. Os cientistas estão descobrindo que os cupins e os seus habitats são cruciais para a saúde e a vitalidade de uma série de ecossistemas: de desertos e florestas tropicais ao parque perto da sua casa. Pesquisadores da Universidade de Princeton (Nova Jersey) relataram na revista "Science" que os cupinzeiros podem servir como um oásis no deserto, permitindo que as plantas ao seu redor sobrevivam com uma fração da precipitação anual que seria necessária ou se recuperem após uma seca fulminante. Dessa maneira, os montes poderiam representar possíveis baluartes contra a mudança climática, impedindo a degradação de terras áridas. "Mesmo quando você vê um iní­cio de desertificação entre os cupinzeiros, a vegetação sobre ou ao redor deles se mantém bem", disse Corina Tarnita, professora em Princeton e coautora do estudo. Os leigos costumam enxergar os cupins apenas como vermes brancos e cegos capazes de destruir os móveis da casa, mas a verdade é que apenas alguns das cerca de 3.000 espécies conhecidas de cupins são pragas para os humanos. Muitos dos demais vivem e trabalham dentro da terra, e você deveria agradecê-los por ter um chão firme sob seus pés. "Eles são engenheiros do solo", disse David Bignell, professor emérito da Universidade Queen Mary, de Londres. Ao escavarem seus buracos, os cupins permitem que a chuva encharque o solo, em vez de escorrer ou evaporar. Os cupins misturam areia, pedra e barro com pedaços orgânicos de folhas mortas, exoesqueletos descartados e eventualmente alguma cauda de esquilo, numa combinação que ajuda o solo a resistir à erosão e a reter nutrientes. A viscosidade das fezes e de outras excreções corporais dos cupins conferem estrutura e coerência ao solo, o que também evita a erosão. As bactérias intestinais do cupim são capazes de fixar o nitrogênio, extraindo-o do ar e transformando-o em fertilizante. "Os cupins são ótimos para a saúde do solo, da qual todo o resto depende", disse Bignell. Os cupins também fornecem um modelo para compreender as origens da vida social, a divisão do trabalho e o comportamento abnegado e altruísta. Em um novo estudo, pesquisadores do Centro Agrícola da Universidade Estadual da Louisiana concluí­ram que os cupins não entram em pânico ao serem perturbados. Eles não iniciam uma correria com empurra-empurra nem pisoteiam os caídos. Não se comportam como pessoas em um teatro lotado quando alguém grita "fogo", nem como formigas cujo formigueiro foi revirado. Em vez disso, os pesquisadores descobriram que, ao chacoalharem discos plásticos com 110 cupins colocados em cima, os animais começavam a correr de forma ordenada. Os operários entravam em uma formação de fila única. Os da frente decidiam se virariam à esquerda ou à direita, e os outros seguiam com velocidade e espaçamento uniformes. Os soldados se deslocavam para as laterais desse fluxo, batendo suas mandíbulas como que se preparando para uma batalha. Se um cupim tropeçava ou se atrasava, os que vinham atrás paravam e esperavam o colega se endireitar. Essa organização distingue cupins de outros insetos sociais mais famosos, as formigas. "As formigas se amontoam e ficam retidas em saí­das ou cruzamentos. Mas não vi nenhum indício de egoísmo entre os cupins", explicou o entomologista Gregg Henderson, do Centro Agrí­cola da Universidade Estadual da Louisiana, co-autor do estudo publicado na revista "Insect Science". Essa perfeição pode ser resultado da prática. Os cupins, segundo Henderson, "foram os primeiros animais a formarem sociedades", há cerca de 200 milhões de anos. Com a ajuda de bactérias simbióticas e de protozoários guardados em seus estômagos, os cupins prosperaram por comer o que os outros não conseguiam ou não queriam: madeira, esterco e até mesmo sujeira. Os grandes cupins-artistas da África, construtores de grandes montes, cultivam um fungo em seus túneis e galerias. Os cupins comem uma pequena porção dos esporos dos fungos e utilizam as enzimas desses organismos para auxiliar na quebra de fontes alimentares fibrosas. Esses fungos parceiros, por sua vez, recebem água e alimento dos cupins, além de um refúgio ventilado, com temperatura regulada e livre de cepas concorrentes. Os cupinzeiros também protegem seus construtores contra o sol, as chuvas sazonais e os predadores. Os maiores cupinzeiros africanos podem medir até nove metros de altura. No Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, antí­lopes se reúnem em torno cupinzeiros, e não só pela possibilidade de pastar ali. "Os montes são mais frios no calor do dia e mais quentes à noite", disse Robert Pringle, de Princeton, um dos autores do estudo publicado na "Science". "São locais muito agradáveis"
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Em emergências, cupins não entram em pânico nem abandonam colegasOs cupinzeiros gigantes das savanas africanas são tão peculiares que é tentador lhes dar nomes, como "Elefante que grita" ou "Totem da fertilidade flagrantemente óbvio". Mas, qualquer que seja a metáfora, essas grandes formações dominam a paisagem, e não só visualmente. Os cientistas estão descobrindo que os cupins e os seus habitats são cruciais para a saúde e a vitalidade de uma série de ecossistemas: de desertos e florestas tropicais ao parque perto da sua casa. Pesquisadores da Universidade de Princeton (Nova Jersey) relataram na revista "Science" que os cupinzeiros podem servir como um oásis no deserto, permitindo que as plantas ao seu redor sobrevivam com uma fração da precipitação anual que seria necessária ou se recuperem após uma seca fulminante. Dessa maneira, os montes poderiam representar possíveis baluartes contra a mudança climática, impedindo a degradação de terras áridas. "Mesmo quando você vê um iní­cio de desertificação entre os cupinzeiros, a vegetação sobre ou ao redor deles se mantém bem", disse Corina Tarnita, professora em Princeton e coautora do estudo. Os leigos costumam enxergar os cupins apenas como vermes brancos e cegos capazes de destruir os móveis da casa, mas a verdade é que apenas alguns das cerca de 3.000 espécies conhecidas de cupins são pragas para os humanos. Muitos dos demais vivem e trabalham dentro da terra, e você deveria agradecê-los por ter um chão firme sob seus pés. "Eles são engenheiros do solo", disse David Bignell, professor emérito da Universidade Queen Mary, de Londres. Ao escavarem seus buracos, os cupins permitem que a chuva encharque o solo, em vez de escorrer ou evaporar. Os cupins misturam areia, pedra e barro com pedaços orgânicos de folhas mortas, exoesqueletos descartados e eventualmente alguma cauda de esquilo, numa combinação que ajuda o solo a resistir à erosão e a reter nutrientes. A viscosidade das fezes e de outras excreções corporais dos cupins conferem estrutura e coerência ao solo, o que também evita a erosão. As bactérias intestinais do cupim são capazes de fixar o nitrogênio, extraindo-o do ar e transformando-o em fertilizante. "Os cupins são ótimos para a saúde do solo, da qual todo o resto depende", disse Bignell. Os cupins também fornecem um modelo para compreender as origens da vida social, a divisão do trabalho e o comportamento abnegado e altruísta. Em um novo estudo, pesquisadores do Centro Agrícola da Universidade Estadual da Louisiana concluí­ram que os cupins não entram em pânico ao serem perturbados. Eles não iniciam uma correria com empurra-empurra nem pisoteiam os caídos. Não se comportam como pessoas em um teatro lotado quando alguém grita "fogo", nem como formigas cujo formigueiro foi revirado. Em vez disso, os pesquisadores descobriram que, ao chacoalharem discos plásticos com 110 cupins colocados em cima, os animais começavam a correr de forma ordenada. Os operários entravam em uma formação de fila única. Os da frente decidiam se virariam à esquerda ou à direita, e os outros seguiam com velocidade e espaçamento uniformes. Os soldados se deslocavam para as laterais desse fluxo, batendo suas mandíbulas como que se preparando para uma batalha. Se um cupim tropeçava ou se atrasava, os que vinham atrás paravam e esperavam o colega se endireitar. Essa organização distingue cupins de outros insetos sociais mais famosos, as formigas. "As formigas se amontoam e ficam retidas em saí­das ou cruzamentos. Mas não vi nenhum indício de egoísmo entre os cupins", explicou o entomologista Gregg Henderson, do Centro Agrí­cola da Universidade Estadual da Louisiana, co-autor do estudo publicado na revista "Insect Science". Essa perfeição pode ser resultado da prática. Os cupins, segundo Henderson, "foram os primeiros animais a formarem sociedades", há cerca de 200 milhões de anos. Com a ajuda de bactérias simbióticas e de protozoários guardados em seus estômagos, os cupins prosperaram por comer o que os outros não conseguiam ou não queriam: madeira, esterco e até mesmo sujeira. Os grandes cupins-artistas da África, construtores de grandes montes, cultivam um fungo em seus túneis e galerias. Os cupins comem uma pequena porção dos esporos dos fungos e utilizam as enzimas desses organismos para auxiliar na quebra de fontes alimentares fibrosas. Esses fungos parceiros, por sua vez, recebem água e alimento dos cupins, além de um refúgio ventilado, com temperatura regulada e livre de cepas concorrentes. Os cupinzeiros também protegem seus construtores contra o sol, as chuvas sazonais e os predadores. Os maiores cupinzeiros africanos podem medir até nove metros de altura. No Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, antí­lopes se reúnem em torno cupinzeiros, e não só pela possibilidade de pastar ali. "Os montes são mais frios no calor do dia e mais quentes à noite", disse Robert Pringle, de Princeton, um dos autores do estudo publicado na "Science". "São locais muito agradáveis"
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Contra Uruguai, seleção tenta superar fama de freguês no estádio Centenário
A seleção entra em campo invicta sob o comando de Tite. Lidera, com boa vantagem, as eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia. Uma vitória contra o Uruguai nesta quinta (23), às 20h, deixa a equipe praticamente classificada para o Mundial de 2018. Apesar disso, o confronto promete ser difícil. O Brasil é freguês do Uruguai no estádio Centenário, palco da partida e onde os uruguaios venceram todos os jogos disputados nestas eliminatórias. Em 21 jogos no estádio erguido para a Copa do Mundo de 1930, a seleção tem um retrospecto pífio. Só conseguiu sair de lá comemorando a vitória três vezes. No restante, a equipe nacional amargou oito derrotas para os donos da casa e empatou dez vezes. Mesmo com raras vitórias no estádio, o Brasil ganhou a última. Em 2009, o time de Dunga goleou os uruguaios, por 4 a 0, pelas eliminatórias da Copa da África. Os gols foram de Daniel Alves, Juan, Luís Fabiano e Kaká. Mas nem sempre foi tão fácil. Antes disso, o Brasil amargou um jejum de 33 anos. Em 1976, o time derrotou os donos da casa, por 2 a 1. A primeira vitória brasileira no Centenário foi em 1932, quando Leônidas da Silva marcou dois gols nos então campeões do mundo. O placar foi novamente 2 a 1. Quando a seleção joga fora do principal estádio do país, é mais efetiva. Na história do confronto, o time nacional coleciona 34 vitórias, 20 empates e 20 derrotas. Apesar da fama de freguês em Montevidéu, a seleção tem um bom retrospecto fora de casa nestas eliminatórias. Depois de perder para o Chile, por 2 a 0, em Santiago, na rodada de abertura, o Brasil está invicto em cinco partidas como visitante -venceu três (contra Peru, Venezuela e Equador) e empatou duas (ante Argentina e Paraguai) "Hoje o que mais preocupa a seleção brasileira é se ela vai estar no seu nível. Respeitamos o Uruguai e vamos jogar em busca da vitória", afirmou o zagueiro Miranda, lamentando a falta de tempo do time para se preparar para o clássico. A equipe fez apenas dois treinos curtos com todos os titulares. Com Gabriel Jesus lesionado, Tite aposta no talento de Neymar e Philippe Coutinho para decidir o jogo. Se ganhar nesta noite, o técnico vai superar o recorde de João Saldanha, que venceu seis partidas seguidas nas eliminatórias com a base do time que depois conquistou a Copa de 1970, no México. Os uruguaios também estão desfalcados de seu atacante -Luis Suárez está suspenso. Cavani, do Paris Saint-Germain, é a principal esperança de gol do time da casa. Em 2016, no primeiro confronto entre as equipes nesta edição das eliminatórias, as seleções empataram em 2 a 2, em Pernambuco. VAGA PARA A COPA Se conseguir vencer o jogo desta quinta no Centenário, a seleção praticamente garante vaga na Copa de 2018. A vitória deixa o time com 30 pontos. Desde que o torneio continental passou a adotar a atual forma de disputa, nas eliminatórias para a Copa de 1998, nunca uma equipe com essa pontuação deixou de se classificar. Brasil Alisson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Marcelo; Casemiro; Paulinho, Renato Augusto, Philippe Coutinho e Neymar; Roberto Firmino. Técnico: Tite Uruguai Martín Silva; Pereira, Coates, Godín e Gaston Silva; Carlos Sánchez, Matias Vecino, Arévalo e Cristian Rodriguez; Diego Rolan e Cavani Técnico: Oscar Tabárez Árbitro: Patrício Loustau (Argentina) Local: Estádio Centenário NA TV Uruguai x Brasil 20h Globo e SporTV
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Contra Uruguai, seleção tenta superar fama de freguês no estádio CentenárioA seleção entra em campo invicta sob o comando de Tite. Lidera, com boa vantagem, as eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia. Uma vitória contra o Uruguai nesta quinta (23), às 20h, deixa a equipe praticamente classificada para o Mundial de 2018. Apesar disso, o confronto promete ser difícil. O Brasil é freguês do Uruguai no estádio Centenário, palco da partida e onde os uruguaios venceram todos os jogos disputados nestas eliminatórias. Em 21 jogos no estádio erguido para a Copa do Mundo de 1930, a seleção tem um retrospecto pífio. Só conseguiu sair de lá comemorando a vitória três vezes. No restante, a equipe nacional amargou oito derrotas para os donos da casa e empatou dez vezes. Mesmo com raras vitórias no estádio, o Brasil ganhou a última. Em 2009, o time de Dunga goleou os uruguaios, por 4 a 0, pelas eliminatórias da Copa da África. Os gols foram de Daniel Alves, Juan, Luís Fabiano e Kaká. Mas nem sempre foi tão fácil. Antes disso, o Brasil amargou um jejum de 33 anos. Em 1976, o time derrotou os donos da casa, por 2 a 1. A primeira vitória brasileira no Centenário foi em 1932, quando Leônidas da Silva marcou dois gols nos então campeões do mundo. O placar foi novamente 2 a 1. Quando a seleção joga fora do principal estádio do país, é mais efetiva. Na história do confronto, o time nacional coleciona 34 vitórias, 20 empates e 20 derrotas. Apesar da fama de freguês em Montevidéu, a seleção tem um bom retrospecto fora de casa nestas eliminatórias. Depois de perder para o Chile, por 2 a 0, em Santiago, na rodada de abertura, o Brasil está invicto em cinco partidas como visitante -venceu três (contra Peru, Venezuela e Equador) e empatou duas (ante Argentina e Paraguai) "Hoje o que mais preocupa a seleção brasileira é se ela vai estar no seu nível. Respeitamos o Uruguai e vamos jogar em busca da vitória", afirmou o zagueiro Miranda, lamentando a falta de tempo do time para se preparar para o clássico. A equipe fez apenas dois treinos curtos com todos os titulares. Com Gabriel Jesus lesionado, Tite aposta no talento de Neymar e Philippe Coutinho para decidir o jogo. Se ganhar nesta noite, o técnico vai superar o recorde de João Saldanha, que venceu seis partidas seguidas nas eliminatórias com a base do time que depois conquistou a Copa de 1970, no México. Os uruguaios também estão desfalcados de seu atacante -Luis Suárez está suspenso. Cavani, do Paris Saint-Germain, é a principal esperança de gol do time da casa. Em 2016, no primeiro confronto entre as equipes nesta edição das eliminatórias, as seleções empataram em 2 a 2, em Pernambuco. VAGA PARA A COPA Se conseguir vencer o jogo desta quinta no Centenário, a seleção praticamente garante vaga na Copa de 2018. A vitória deixa o time com 30 pontos. Desde que o torneio continental passou a adotar a atual forma de disputa, nas eliminatórias para a Copa de 1998, nunca uma equipe com essa pontuação deixou de se classificar. Brasil Alisson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Marcelo; Casemiro; Paulinho, Renato Augusto, Philippe Coutinho e Neymar; Roberto Firmino. Técnico: Tite Uruguai Martín Silva; Pereira, Coates, Godín e Gaston Silva; Carlos Sánchez, Matias Vecino, Arévalo e Cristian Rodriguez; Diego Rolan e Cavani Técnico: Oscar Tabárez Árbitro: Patrício Loustau (Argentina) Local: Estádio Centenário NA TV Uruguai x Brasil 20h Globo e SporTV
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Canal de cozinha famoso no YouTube, 'Ana Maria Brogui' abre food truck
O publicitário Caio Novaes, conhecido pelo canal culinário do YouTube "Ana Maria Brogui", no qual ensina os segredos das receitas de pratos famosos –como a cebola empanada do Outback–, vai lançar nesta quinta-feira (13) o próprio food truck. O novo negócio estreia a partir das 18h, no espaço gastronômico Panela na Rua, na praça Benedito Calixto, na zona oeste de São Paulo. "Montei o food truck porque senti que as pessoas queriam experimentar o que eu cozinhava: elas comentavam nos vídeos dizendo que sonhavam em provar os pratos. E eu sempre quis ter esse contato mais de perto com os fãs", disse Novaes à Folha. Se na internet ele ficou famoso ao revelar segredos de alguns dos mais famosos restaurantes do mundo, no novo negócio o cardápio terá apenas criações próprias –ao menos por enquanto. Nesta quinta, ele vai servir o chamado "melhor sanduíche do mundo" (R$ 15), que leva pão com linguiça especial, requeijão, mozarela, queijo gouda e alho. De sobremesa, a opção é uma bomba de chocolate (R$ 8). Novaes espera em breve expandir o menu e servir pratos parecidos com as receitas famosas que já desvendou em seu canal. Ele já mostrou o passo a passo de como fazer o leite fermentado Yakult, o salgadinho Doritos, o chocolate Kinder Ovo e o molho especial do Big Mac, do McDonald's, além da cebola do Outback. Segundo o publicitário, por enquanto, o novo food truck estará presente apenas em eventos e não circulará pela cidade de São Paulo. No começo, ele mesmo vai comandar a cozinha. Criado em setembro de 2006, o "Ana Maria Brogui" é um dos mais conhecidos canais de culinária do YouTube: tem 1,2 milhão de inscritos e já registrou mais de 80 milhões de visualizações.
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Canal de cozinha famoso no YouTube, 'Ana Maria Brogui' abre food truckO publicitário Caio Novaes, conhecido pelo canal culinário do YouTube "Ana Maria Brogui", no qual ensina os segredos das receitas de pratos famosos –como a cebola empanada do Outback–, vai lançar nesta quinta-feira (13) o próprio food truck. O novo negócio estreia a partir das 18h, no espaço gastronômico Panela na Rua, na praça Benedito Calixto, na zona oeste de São Paulo. "Montei o food truck porque senti que as pessoas queriam experimentar o que eu cozinhava: elas comentavam nos vídeos dizendo que sonhavam em provar os pratos. E eu sempre quis ter esse contato mais de perto com os fãs", disse Novaes à Folha. Se na internet ele ficou famoso ao revelar segredos de alguns dos mais famosos restaurantes do mundo, no novo negócio o cardápio terá apenas criações próprias –ao menos por enquanto. Nesta quinta, ele vai servir o chamado "melhor sanduíche do mundo" (R$ 15), que leva pão com linguiça especial, requeijão, mozarela, queijo gouda e alho. De sobremesa, a opção é uma bomba de chocolate (R$ 8). Novaes espera em breve expandir o menu e servir pratos parecidos com as receitas famosas que já desvendou em seu canal. Ele já mostrou o passo a passo de como fazer o leite fermentado Yakult, o salgadinho Doritos, o chocolate Kinder Ovo e o molho especial do Big Mac, do McDonald's, além da cebola do Outback. Segundo o publicitário, por enquanto, o novo food truck estará presente apenas em eventos e não circulará pela cidade de São Paulo. No começo, ele mesmo vai comandar a cozinha. Criado em setembro de 2006, o "Ana Maria Brogui" é um dos mais conhecidos canais de culinária do YouTube: tem 1,2 milhão de inscritos e já registrou mais de 80 milhões de visualizações.
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Luiza Lian estreia disco solo explorando timbres psicodélicos
NATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Em seu primeiro disco solo, Luiza Lian, que se apresenta na quinta (2), no Itaú Cultural, explora timbres psicodélicos dos anos 1970 e referências do blues, do jazz e dos terreiros —estas fruto de sua experiência no Reino do Sol, grupo de umbandaime (mistura entre a doutrina do daime com a umbanda) do qual seu pai, Gê Marques é um dos dirigentes. "No meio dessa salada tem uma unidade bem forte", diz a cantora. A banda que a acompanha no disco homônimo e no show, formada por músicos como Tim Bernardes (O Terno) influenciou o seu som, embora o direcionamento seja "100%" dela. "Montamos os arranjos coletivamente. Às vezes o Tim chegava com uma guitarra distorcida e eu pedia 'mais Iemanjá e menos mellotron (teclado semelhante a um órgão)", lembra aos risos. Além dele, Lian conta com Guilherme d' Almeida, no baixo (O Terno e Grand Bazaar), Tomás de Souza, nos teclados (Charlie & os Marretas e Grand Bazaar), Charles Tixier, na bateria (Charlie & os Marretas), e Juliano Abramovay, no violão (Grand Bazaar, Noite Torta e Orkestra Bandida). Todos companheiros de selo, o Risco, formado atualmente por nove bandas e artistas. Com eles, ela exercitou reinterpretar as próprias musicas. "Foi uma troca. A gente já tocava junto há um tempo. Fui mostrando o que eu tinha e fomos colocando um pouco de cada. Acabou ficando com essa cara meio anos 1970, que penso ser a referência em comum entre todos", explica. "Luiza Lian" levou três anos para ficar pronto. A cantora já tinha lançado informalmente outro trabalho autoral, "Rio Adentro", com a banda Noite Torta, mas é no disco que leva seu nome que pôde colocar mais de suas experiências e memória afetiva. Mais da metade do álbum, constituído de 13 músicas, é de composições dela. As demais, são da amiga Barbara Malavóglia ("Me Tema") ou de seu pai ("Protetora", "Ônibus Lotado", "Luz da Vela" e "Gula" —esta com Beto Bianchi). As composições do pai, uma das motivações para a produção do álbum, eram cantadas por sua mãe, Fabiana Lian, durante a sua infância em Trancoso (BA). Lá, Fabiana também tinha uma banda "com uns argentinos" e cantava músicas do marido que nunca foram gravadas. Além delas, Luiza incluiu "Escuta Zé", um poema que foi musicado. Há ainda dois cantos para Oxum (orixá que representa a sabedoria e o poder feminino): "Chororô" e "Protetora". A maneira feminina de se relacionar com o sexo, o corpo e a vida é outro tema abordado. "É autobiográfico no sentido de mostrar como eu vivo as coisas. Se estou falando de uma linha de amor, dentro do amor também tem isso, de se conectar com o outro. As alegrias e as viagens que a gente tem dentro disso. O sexo faz parte", finaliza. Itaú Cultural - sala Itaú Cultural. Av. Paulista, 149, Bela Vista, região central, tel. 2168-1776. 249 lugares. Qui. (2): 20h. 60 min. Livre. Retirar ingr. 30 mín. antes. Estac. c/ manob. (R$ 14 a 1ª h, na r. Leôncio de Carvalho, 108 ). GRÁTIS OUÇA COROA DE FLORES Vídeo
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Luiza Lian estreia disco solo explorando timbres psicodélicosNATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Em seu primeiro disco solo, Luiza Lian, que se apresenta na quinta (2), no Itaú Cultural, explora timbres psicodélicos dos anos 1970 e referências do blues, do jazz e dos terreiros —estas fruto de sua experiência no Reino do Sol, grupo de umbandaime (mistura entre a doutrina do daime com a umbanda) do qual seu pai, Gê Marques é um dos dirigentes. "No meio dessa salada tem uma unidade bem forte", diz a cantora. A banda que a acompanha no disco homônimo e no show, formada por músicos como Tim Bernardes (O Terno) influenciou o seu som, embora o direcionamento seja "100%" dela. "Montamos os arranjos coletivamente. Às vezes o Tim chegava com uma guitarra distorcida e eu pedia 'mais Iemanjá e menos mellotron (teclado semelhante a um órgão)", lembra aos risos. Além dele, Lian conta com Guilherme d' Almeida, no baixo (O Terno e Grand Bazaar), Tomás de Souza, nos teclados (Charlie & os Marretas e Grand Bazaar), Charles Tixier, na bateria (Charlie & os Marretas), e Juliano Abramovay, no violão (Grand Bazaar, Noite Torta e Orkestra Bandida). Todos companheiros de selo, o Risco, formado atualmente por nove bandas e artistas. Com eles, ela exercitou reinterpretar as próprias musicas. "Foi uma troca. A gente já tocava junto há um tempo. Fui mostrando o que eu tinha e fomos colocando um pouco de cada. Acabou ficando com essa cara meio anos 1970, que penso ser a referência em comum entre todos", explica. "Luiza Lian" levou três anos para ficar pronto. A cantora já tinha lançado informalmente outro trabalho autoral, "Rio Adentro", com a banda Noite Torta, mas é no disco que leva seu nome que pôde colocar mais de suas experiências e memória afetiva. Mais da metade do álbum, constituído de 13 músicas, é de composições dela. As demais, são da amiga Barbara Malavóglia ("Me Tema") ou de seu pai ("Protetora", "Ônibus Lotado", "Luz da Vela" e "Gula" —esta com Beto Bianchi). As composições do pai, uma das motivações para a produção do álbum, eram cantadas por sua mãe, Fabiana Lian, durante a sua infância em Trancoso (BA). Lá, Fabiana também tinha uma banda "com uns argentinos" e cantava músicas do marido que nunca foram gravadas. Além delas, Luiza incluiu "Escuta Zé", um poema que foi musicado. Há ainda dois cantos para Oxum (orixá que representa a sabedoria e o poder feminino): "Chororô" e "Protetora". A maneira feminina de se relacionar com o sexo, o corpo e a vida é outro tema abordado. "É autobiográfico no sentido de mostrar como eu vivo as coisas. Se estou falando de uma linha de amor, dentro do amor também tem isso, de se conectar com o outro. As alegrias e as viagens que a gente tem dentro disso. O sexo faz parte", finaliza. Itaú Cultural - sala Itaú Cultural. Av. Paulista, 149, Bela Vista, região central, tel. 2168-1776. 249 lugares. Qui. (2): 20h. 60 min. Livre. Retirar ingr. 30 mín. antes. Estac. c/ manob. (R$ 14 a 1ª h, na r. Leôncio de Carvalho, 108 ). GRÁTIS OUÇA COROA DE FLORES Vídeo
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Superlua com eclipse lunar enfeita o céu de domingo
Neste domingo, teremos um eclipse total da Lua visível em todo o Brasil, e duas circunstâncias diferentes concorrem para torná-lo especial. A primeira e mais notável delas é que o momento do eclipse –quando a Terra se interpõe entre o Sol e a Lua, projetando sua sombra sobre o satélite natural– será quase concomitante ao perigeu lunar, ou seja, o momento em que a Lua está mais perto da Terra. Nosso satélite natural orbita ao redor do planeta numa órbita que não é exatamente circular, mas ligeiramente oval. Por isso, há essa variação de distância. Infográfico: Eclipse da Superlua No caso em questão, no momento do eclipse, a Lua estará a apenas 356,8 mil km da Terra (a distância média é de 384 mil km, e a máxima ultrapassa os 402 mil km). A implicação óbvia é que o diâmetro da Lua parecerá um pouco maior do que o usual. Quando isso se dá durante a fase cheia, a moda recente é chamá-la de superlua. Uma coincidência tão grande da superlua com o eclipse lunar é relativamente rara e aconteceu apenas cinco vezes desde 1900 (em 1910, 1928, 1946, 1964 e 1982). O próximo só vai ocorrer em 2033. Já o próximo eclipse lunar ocorre bem antes, em 2018. Também acontecerá perto do perigeu, embora não tanto quanto agora. "Similarmente, [no eclipse] em 21 de janeiro de 2019 a Lua estará apenas 0,23% mais longe do que agora, e em 26 de maio de 2021, meros 0,16%", lembra o astrônomo alemão Daniel Fischer. Isso ajuda a mostrar que também não é uma coisa tão rara assim, do ponto de vista prático. TÉTRADE Já a segunda circunstância a tornar especial a ocorrência do eclipse deste domingo é o fato de que ele marca uma sequência de quatro eclipses totais lunares em apenas dois anos –uma série tétrade. De tempos em tempos, os movimentos celestes se sincronizam para produzir essas séries. Durante o século 21, estamos vivenciando a maior sequência de tétrades dos últimos mil anos. São oito ao todo. A última tétrade aconteceu entre 2003 e 2004, e a próxima será entre 2032 e 2033. O QUE SE VÊ O fenômeno começa às 21h11 de domingo (pelo horário de Brasília), quando a Lua começa a avançar sob a penumbra da Terra. Essa etapa é menos perceptível, porque apenas parte da luz solar é bloqueada e a redução de brilho lunar é muito sutil. O espetáculo mesmo acontece a partir das 22h07, quando começa a fase umbral, e a sombra da Terra começa a escurecer gradualmente a Lua. O fenômeno poderá ser visto a olho nu, se o céu não estiver encoberto. A totalidade é atingida às 23h11, quando a Lua ganha uma cor avermelhada. Isso se dá porque a única luz solar que vai até ela é a que atravessou as bordas da atmosfera terrestre antes de chegar lá. Como se pode ver durante um pôr do Sol, a atmosfera tende a espalhar as cores mais energéticas (azuladas), deixando só os tons avermelhados fazerem a travessia completa do invólucro de ar. Então, o mesmo processo que torna o nascente e o poente avermelhados é o que cria a Lua "sangrenta", como gostam de chamar alguns mais dramáticos. A fase de totalidade do eclipse lunar termina à 0h23 de segunda-feira, e aí temos um replay em ordem inversa do que vimos no início do eclipse. Depois de 1h27, estaremos já na fase penumbral novamente, pouco perceptível.
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Superlua com eclipse lunar enfeita o céu de domingoNeste domingo, teremos um eclipse total da Lua visível em todo o Brasil, e duas circunstâncias diferentes concorrem para torná-lo especial. A primeira e mais notável delas é que o momento do eclipse –quando a Terra se interpõe entre o Sol e a Lua, projetando sua sombra sobre o satélite natural– será quase concomitante ao perigeu lunar, ou seja, o momento em que a Lua está mais perto da Terra. Nosso satélite natural orbita ao redor do planeta numa órbita que não é exatamente circular, mas ligeiramente oval. Por isso, há essa variação de distância. Infográfico: Eclipse da Superlua No caso em questão, no momento do eclipse, a Lua estará a apenas 356,8 mil km da Terra (a distância média é de 384 mil km, e a máxima ultrapassa os 402 mil km). A implicação óbvia é que o diâmetro da Lua parecerá um pouco maior do que o usual. Quando isso se dá durante a fase cheia, a moda recente é chamá-la de superlua. Uma coincidência tão grande da superlua com o eclipse lunar é relativamente rara e aconteceu apenas cinco vezes desde 1900 (em 1910, 1928, 1946, 1964 e 1982). O próximo só vai ocorrer em 2033. Já o próximo eclipse lunar ocorre bem antes, em 2018. Também acontecerá perto do perigeu, embora não tanto quanto agora. "Similarmente, [no eclipse] em 21 de janeiro de 2019 a Lua estará apenas 0,23% mais longe do que agora, e em 26 de maio de 2021, meros 0,16%", lembra o astrônomo alemão Daniel Fischer. Isso ajuda a mostrar que também não é uma coisa tão rara assim, do ponto de vista prático. TÉTRADE Já a segunda circunstância a tornar especial a ocorrência do eclipse deste domingo é o fato de que ele marca uma sequência de quatro eclipses totais lunares em apenas dois anos –uma série tétrade. De tempos em tempos, os movimentos celestes se sincronizam para produzir essas séries. Durante o século 21, estamos vivenciando a maior sequência de tétrades dos últimos mil anos. São oito ao todo. A última tétrade aconteceu entre 2003 e 2004, e a próxima será entre 2032 e 2033. O QUE SE VÊ O fenômeno começa às 21h11 de domingo (pelo horário de Brasília), quando a Lua começa a avançar sob a penumbra da Terra. Essa etapa é menos perceptível, porque apenas parte da luz solar é bloqueada e a redução de brilho lunar é muito sutil. O espetáculo mesmo acontece a partir das 22h07, quando começa a fase umbral, e a sombra da Terra começa a escurecer gradualmente a Lua. O fenômeno poderá ser visto a olho nu, se o céu não estiver encoberto. A totalidade é atingida às 23h11, quando a Lua ganha uma cor avermelhada. Isso se dá porque a única luz solar que vai até ela é a que atravessou as bordas da atmosfera terrestre antes de chegar lá. Como se pode ver durante um pôr do Sol, a atmosfera tende a espalhar as cores mais energéticas (azuladas), deixando só os tons avermelhados fazerem a travessia completa do invólucro de ar. Então, o mesmo processo que torna o nascente e o poente avermelhados é o que cria a Lua "sangrenta", como gostam de chamar alguns mais dramáticos. A fase de totalidade do eclipse lunar termina à 0h23 de segunda-feira, e aí temos um replay em ordem inversa do que vimos no início do eclipse. Depois de 1h27, estaremos já na fase penumbral novamente, pouco perceptível.
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Leitor comenta artigo sobre produção científica no Brasil
Sobre o artigo "Produção científica e lixo acadêmico no Brasil", do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite, gostaria de comentar o seguinte: 1) faltou o professor Cerqueira Leite "dar nomes aos bois". Nem todas as áreas contribuem igualmente para o "lixo acadêmico". 2) Se a produção está um "lixo" é porque a própria comunidade acadêmica aprova, permite e aceita. 3) Sobre os "concursos falsificados", suponho que o professor Cerqueira Leite tenha em mente alguma experiência vivida na própria instituição, já que não teria condições de emitir opinião sobre a totalidade das instituições brasileiras. Nesse caso, ele deveria denunciar a fraude. IVAN S. OLIVEIRA, diretor substituto do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (Rio de Janeiro, RJ) * O professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite, tendo declarado voto na presidente Dilma, poderia também ter expressado suas expectativas quanto às soluções dos problemas apontados por ele, pelo recentemente nomeado ministro da Ciência e Tecnologia. FERNANDO TADEU CALDEIRA BRANDT (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor comenta artigo sobre produção científica no BrasilSobre o artigo "Produção científica e lixo acadêmico no Brasil", do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite, gostaria de comentar o seguinte: 1) faltou o professor Cerqueira Leite "dar nomes aos bois". Nem todas as áreas contribuem igualmente para o "lixo acadêmico". 2) Se a produção está um "lixo" é porque a própria comunidade acadêmica aprova, permite e aceita. 3) Sobre os "concursos falsificados", suponho que o professor Cerqueira Leite tenha em mente alguma experiência vivida na própria instituição, já que não teria condições de emitir opinião sobre a totalidade das instituições brasileiras. Nesse caso, ele deveria denunciar a fraude. IVAN S. OLIVEIRA, diretor substituto do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (Rio de Janeiro, RJ) * O professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite, tendo declarado voto na presidente Dilma, poderia também ter expressado suas expectativas quanto às soluções dos problemas apontados por ele, pelo recentemente nomeado ministro da Ciência e Tecnologia. FERNANDO TADEU CALDEIRA BRANDT (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Diário de Caracas - São João chavista
Dia desses recebi convite para passar um dia no litoral com um alto dirigente do governo venezuelano. Gente grande, do primeiro escalão chavista. O funcionário queria reunir um punhado de correspondentes estrangeiros para mostrar a festa de São João de sua cidadezinha natal, a uma hora de carro de Caracas. Em seguida, receberia os jornalistas em sua casa. Puro marketing. Mas, num país onde a mídia estrangeira quase não tem acesso ao governo, uma oportunidade dessas não poderia ser desperdiçada. A experiência acabou sendo uma das mais eloquentes para entender como pensam e quem são os donos do poder na Venezuela. Estava implícito que conversas sobre política e economia não seriam usadas como entrevista formal. É o famoso "off the record", no jargão jornalístico. Éramos uma dúzia de repórteres estrangeiros. Chegamos às 9h30, quando a população se aglomerava em volta da igreja da humilde região, espremida entre o mar do Caribe e os verdejantes montes que costeiam o litoral. No meio do povo estava o membro do governo, de camisa vermelha, boné e óculos Ray-Ban escuros, jogando dominó com amigos. Rojões marcaram o início da cerimônia, na qual uma miniestátua de São João foi carregada pelas ruas, num êxtase carnavalesco cheirando a suor e cerveja, ritmado por um batuque alucinante. O chavista dançava e tomava tragos como peixe na água no meio dos seus, que o cumprimentavam com abraços e beijos e o chamavam pelo primeiro nome. Os seguranças, à paisana, acompanhavam de longe, quase invisíveis. PAPO RETO O primeiro papo sério rolou durante o almoço, num boteco de praia. O figurão admitiu que a situação econômica é crítica e que o chavismo continua dividido entre pragmáticos e ortodoxos. Questionado sobre o porquê de o governo não soltar cifras econômicas desde 2014, alegou divergências de cálculo entre órgãos oficiais. Perguntamos o que o governo fará para reverter a crise e ouvimos respostas genéricas do tipo "atrair investimentos" ou "incentivar a produção". Segundo ele, tudo é "muito simples". Sobre o escândalo na Odebrecht, parceira do chavismo em muitas das maiores obras da Venezuela, ele disse que o Brasil está estremecido porque "abriram a caixa de pandora da indústria petroleira". A Venezuela também tem caixa de pandora? "Provavelmente, mas não foi aberta", gargalhou o governante, que disse ter saudade da era Chávez-Lula. FARRAS Ele contou anedotas, como a vez em que foi flagrado por Chávez no Brasil, em plena viagem presidencial, voltando ao hotel às 6h, após uma noite de farra. "Levei reprimenda do comandante." O dirigente fez circular o smartphone entre jornalistas para mostrar a selfie de uma moça, aparentando menos da metade de sua idade, fazendo biquinho insinuante. "Minha namorada", gabou-se. A toda hora um morador interrompia o almoço do chavista. Um queria saber como andava "aquele projeto de cooperativa". Outro pediu que lhe pagasse uma sopa de peixe. Uma mulher apresentou sua filha, morena de 20 anos, que cantou uma música romântica para ele. Vozeirão o da moça. SALSA E TENSÃO Já era meio da tarde quando chegamos ao terraço da casa do figurão, erguida sobre um morro que domina uma favela de ruas íngremes e apertadas. Bebida à vontade, lulas fritas e salsa a todo volume. No banheiro, papel higiênico abundante –um luxo nestes tempos de escassez. Quando o álcool e o sol na cuca já entortavam as falas, voltou-se a conversar sobre política. Um correspondente europeu disse que nenhum país sério esconde estatísticas. O chavista não gostou. No bate-boca, o gringo exigiu "respeito", enfurecendo ainda mais o governante, que o xingou e por pouco não o esmurrou. Os guarda-costas se aproximaram. Nem a reaparição da mocinha cantora, requebrando no microfone, bastou para acalmar o ambiente sufocado de tensão. Fomos embora. Pouco depois, uma jovem jornalista que estava no grupo recebeu uma mensagem de texto do governista: "Oi, tudo bem?". SAMY ADGHIRNI, 36, é correspondente da Folha em Caracas.
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Diário de Caracas - São João chavistaDia desses recebi convite para passar um dia no litoral com um alto dirigente do governo venezuelano. Gente grande, do primeiro escalão chavista. O funcionário queria reunir um punhado de correspondentes estrangeiros para mostrar a festa de São João de sua cidadezinha natal, a uma hora de carro de Caracas. Em seguida, receberia os jornalistas em sua casa. Puro marketing. Mas, num país onde a mídia estrangeira quase não tem acesso ao governo, uma oportunidade dessas não poderia ser desperdiçada. A experiência acabou sendo uma das mais eloquentes para entender como pensam e quem são os donos do poder na Venezuela. Estava implícito que conversas sobre política e economia não seriam usadas como entrevista formal. É o famoso "off the record", no jargão jornalístico. Éramos uma dúzia de repórteres estrangeiros. Chegamos às 9h30, quando a população se aglomerava em volta da igreja da humilde região, espremida entre o mar do Caribe e os verdejantes montes que costeiam o litoral. No meio do povo estava o membro do governo, de camisa vermelha, boné e óculos Ray-Ban escuros, jogando dominó com amigos. Rojões marcaram o início da cerimônia, na qual uma miniestátua de São João foi carregada pelas ruas, num êxtase carnavalesco cheirando a suor e cerveja, ritmado por um batuque alucinante. O chavista dançava e tomava tragos como peixe na água no meio dos seus, que o cumprimentavam com abraços e beijos e o chamavam pelo primeiro nome. Os seguranças, à paisana, acompanhavam de longe, quase invisíveis. PAPO RETO O primeiro papo sério rolou durante o almoço, num boteco de praia. O figurão admitiu que a situação econômica é crítica e que o chavismo continua dividido entre pragmáticos e ortodoxos. Questionado sobre o porquê de o governo não soltar cifras econômicas desde 2014, alegou divergências de cálculo entre órgãos oficiais. Perguntamos o que o governo fará para reverter a crise e ouvimos respostas genéricas do tipo "atrair investimentos" ou "incentivar a produção". Segundo ele, tudo é "muito simples". Sobre o escândalo na Odebrecht, parceira do chavismo em muitas das maiores obras da Venezuela, ele disse que o Brasil está estremecido porque "abriram a caixa de pandora da indústria petroleira". A Venezuela também tem caixa de pandora? "Provavelmente, mas não foi aberta", gargalhou o governante, que disse ter saudade da era Chávez-Lula. FARRAS Ele contou anedotas, como a vez em que foi flagrado por Chávez no Brasil, em plena viagem presidencial, voltando ao hotel às 6h, após uma noite de farra. "Levei reprimenda do comandante." O dirigente fez circular o smartphone entre jornalistas para mostrar a selfie de uma moça, aparentando menos da metade de sua idade, fazendo biquinho insinuante. "Minha namorada", gabou-se. A toda hora um morador interrompia o almoço do chavista. Um queria saber como andava "aquele projeto de cooperativa". Outro pediu que lhe pagasse uma sopa de peixe. Uma mulher apresentou sua filha, morena de 20 anos, que cantou uma música romântica para ele. Vozeirão o da moça. SALSA E TENSÃO Já era meio da tarde quando chegamos ao terraço da casa do figurão, erguida sobre um morro que domina uma favela de ruas íngremes e apertadas. Bebida à vontade, lulas fritas e salsa a todo volume. No banheiro, papel higiênico abundante –um luxo nestes tempos de escassez. Quando o álcool e o sol na cuca já entortavam as falas, voltou-se a conversar sobre política. Um correspondente europeu disse que nenhum país sério esconde estatísticas. O chavista não gostou. No bate-boca, o gringo exigiu "respeito", enfurecendo ainda mais o governante, que o xingou e por pouco não o esmurrou. Os guarda-costas se aproximaram. Nem a reaparição da mocinha cantora, requebrando no microfone, bastou para acalmar o ambiente sufocado de tensão. Fomos embora. Pouco depois, uma jovem jornalista que estava no grupo recebeu uma mensagem de texto do governista: "Oi, tudo bem?". SAMY ADGHIRNI, 36, é correspondente da Folha em Caracas.
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Mortes: Deixou o Líbano para adotar o Brasil
Não importa o quão distantes Brasil e Líbano estejam no mapa; os dois países pareciam se encontrar na vida de Fayez Kemel Farhoud. Libanês de nascimento, afirmava que era brasileiro por opção. "Tudo o encantava aqui, da terra ao povo. Tinha muito orgulho de dizer que era brasileiro", conta o filho Kemel. Desembarcou no interior de São Paulo no início da década de 1950. Antes tinha deixado o Líbano para servir na Segunda Guerra Mundial. Atuou como farmacêutico nos campos de batalha na Itália, ao lado dos Aliados. Escolheu o Brasil por já ter primos morando aqui e foi logo trabalhar no cultivo de café. A agricultura não era um desafio, já que cresceu trabalhando na terra, ao lado dos pais e dos nove irmãos. No Brasil, passou por cidades como Tupã, Garça e Pirajuí, até chegar à capital paulista na década de 1960. Tinha acabado de se casar com Hortência, descendente de libaneses com quem ficou por quase 50 anos, até a morte dela, em 2012. Em São Paulo, entrou para os negócios imobiliários, profissão que abraçou até o fim. "Nunca nem pensou em se aposentar, já estava com 96 anos e ainda trabalhando", lembra o filho. Sempre comunicativo, adorava se reunir com os amigos, seja em casa ou no clube Atlético Monte Líbano. Também gostava de acompanhar os noticiários, fossem nacionais ou internacionais. Nunca voltou a viver no Líbano, mas fazia visitas aos parentes que deixou por lá. Morreu no dia 22, aos 96 anos, em decorrência de uma pneumonia. Deixa filho, nora e neto, além de três irmãos. coluna.obituario@uol.com.br - MORTES Etel Spett - Aos 101. Deixa os filhos Peter e Irene, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. Laura Moraes Vellozo - Aos 97, viúva. Deixa os filhos, João Paulo e Oswaldo, netos, bisnetos, tataranetos e noras. Cemitério Municipal de Santa Rita do Passa Quatro, SP. Marcello de Camargo Pacheco - Aos 82, casado com Maria Lucia. Deixa filhos, noras e netos. Cemitério do Araçá. Raquel Crochik - Aos 89. Deixa os filhos Sergio, Haroldo, Paulina, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Embu. Raquel Macadar Jamuy de Widman - Aos 86. Deixa os filhos Maximo, Simon e Rosalia, irmãos, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. Zilda Candeli - Aos 83, casada com David Candeli. Deixa os filhos Beni, Edith e Silvio, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. * 7º DIA Francisco Fonseca Altenfelder Silva - Hoje (1º/10), às 18h30, na igreja Assunção de Nossa Senhora, al. Lorena, 665, Jd. Paulista. * 30º DIA Luiz Gonzaga Alca de Sant'anna - Hoje (1º/10), ao meio-dia, na igreja São José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa. * 11º MÊS Marcos Garboggini da Gama - Hoje (1º/10), ao meio-dia, na igreja São Luiz Gonzaga, av. Paulista, 2.378, Cerqueira César. * 55º MÊS Fernando César Novaes Galhano - Hoje (1º/10), às 18h, na igreja Imaculado Coração de Maria (capela da PUC), r. Monte Alegre, 948, Perdizes. * 2º ANO Luiz Mazzarolo Neto - Amanhã (2/10), às 19h, na igreja São Luiz Gonzaga, av. Paulista, 2.378, Cerqueira César. Terezinha do Jesus dos Santos Carvalho - Hoje (1º/10), às 16h, na Capela de Santa Marcelina, r. Santa Marcelina, 177, Itaquera. * 14º ANO Luzia dos Santos Carvalho - Hoje (1º/10), às 16h, na Capela de Santa Marcelina, r. Santa Marcelina, 177, Itaquera. * 19º ANO Ascanio Trivellini - Hoje (1º/10), às 19h, na paróquia N. S. das Mercês, r. N. S das Mercês, 1.463, Vila das Mercês.
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Mortes: Deixou o Líbano para adotar o BrasilNão importa o quão distantes Brasil e Líbano estejam no mapa; os dois países pareciam se encontrar na vida de Fayez Kemel Farhoud. Libanês de nascimento, afirmava que era brasileiro por opção. "Tudo o encantava aqui, da terra ao povo. Tinha muito orgulho de dizer que era brasileiro", conta o filho Kemel. Desembarcou no interior de São Paulo no início da década de 1950. Antes tinha deixado o Líbano para servir na Segunda Guerra Mundial. Atuou como farmacêutico nos campos de batalha na Itália, ao lado dos Aliados. Escolheu o Brasil por já ter primos morando aqui e foi logo trabalhar no cultivo de café. A agricultura não era um desafio, já que cresceu trabalhando na terra, ao lado dos pais e dos nove irmãos. No Brasil, passou por cidades como Tupã, Garça e Pirajuí, até chegar à capital paulista na década de 1960. Tinha acabado de se casar com Hortência, descendente de libaneses com quem ficou por quase 50 anos, até a morte dela, em 2012. Em São Paulo, entrou para os negócios imobiliários, profissão que abraçou até o fim. "Nunca nem pensou em se aposentar, já estava com 96 anos e ainda trabalhando", lembra o filho. Sempre comunicativo, adorava se reunir com os amigos, seja em casa ou no clube Atlético Monte Líbano. Também gostava de acompanhar os noticiários, fossem nacionais ou internacionais. Nunca voltou a viver no Líbano, mas fazia visitas aos parentes que deixou por lá. Morreu no dia 22, aos 96 anos, em decorrência de uma pneumonia. Deixa filho, nora e neto, além de três irmãos. coluna.obituario@uol.com.br - MORTES Etel Spett - Aos 101. Deixa os filhos Peter e Irene, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. Laura Moraes Vellozo - Aos 97, viúva. Deixa os filhos, João Paulo e Oswaldo, netos, bisnetos, tataranetos e noras. Cemitério Municipal de Santa Rita do Passa Quatro, SP. Marcello de Camargo Pacheco - Aos 82, casado com Maria Lucia. Deixa filhos, noras e netos. Cemitério do Araçá. Raquel Crochik - Aos 89. Deixa os filhos Sergio, Haroldo, Paulina, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Embu. Raquel Macadar Jamuy de Widman - Aos 86. Deixa os filhos Maximo, Simon e Rosalia, irmãos, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. Zilda Candeli - Aos 83, casada com David Candeli. Deixa os filhos Beni, Edith e Silvio, netos e bisnetos. Cemitério Israelita do Butantã. * 7º DIA Francisco Fonseca Altenfelder Silva - Hoje (1º/10), às 18h30, na igreja Assunção de Nossa Senhora, al. Lorena, 665, Jd. Paulista. * 30º DIA Luiz Gonzaga Alca de Sant'anna - Hoje (1º/10), ao meio-dia, na igreja São José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa. * 11º MÊS Marcos Garboggini da Gama - Hoje (1º/10), ao meio-dia, na igreja São Luiz Gonzaga, av. Paulista, 2.378, Cerqueira César. * 55º MÊS Fernando César Novaes Galhano - Hoje (1º/10), às 18h, na igreja Imaculado Coração de Maria (capela da PUC), r. Monte Alegre, 948, Perdizes. * 2º ANO Luiz Mazzarolo Neto - Amanhã (2/10), às 19h, na igreja São Luiz Gonzaga, av. Paulista, 2.378, Cerqueira César. Terezinha do Jesus dos Santos Carvalho - Hoje (1º/10), às 16h, na Capela de Santa Marcelina, r. Santa Marcelina, 177, Itaquera. * 14º ANO Luzia dos Santos Carvalho - Hoje (1º/10), às 16h, na Capela de Santa Marcelina, r. Santa Marcelina, 177, Itaquera. * 19º ANO Ascanio Trivellini - Hoje (1º/10), às 19h, na paróquia N. S. das Mercês, r. N. S das Mercês, 1.463, Vila das Mercês.
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Sem convênio, Rio de Janeiro fica sem vagas para internar usuários de crack
O usuário de crack que quiser fazer um tratamento completo no Rio dará com a cara na porta. Desde 2016 a cidade não tem mais convênios com comunidades terapêuticas. O programa que atendia usuários de drogas foi extinto na gestão Eduardo Paes (PMDB) e ainda não foi renovado desde que Marcelo Crivella (PRB) assumiu a prefeitura. "Não temos hoje nenhum programa para a dependência química", admite a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do município, Maria Teresa Bergher. "O que temos é um tratamento paliativo em abrigos, mas isso não resolve. O que resolve é preparar as pessoas para serem inseridas na sociedade. Esse tipo de programa de tratamento permanente nós não temos." Isso em um momento em que a população de rua explode, com o desemprego que não dá trégua ao Estado –o número de pessoas morando nas ruas triplicou nos últimos três anos–, e a falta de verba encolhe o equipamento da rede de atenção psicossocial. Desse modo, a prefeitura enxuga gelo. A cidade tem 63 abrigos, dois destinados a menores usuários de drogas, além de um para gestantes usuárias de drogas ou usuárias de drogas que acabaram de ter filhos. Ao todo, há 2.155 vagas –15% da população de rua da cidade. Segundo a secretaria de Assistência Social, 1.300 vagas para menores foram fechadas e o programa Proximidade, que tratava dependentes químicos, foi encerrado, no final de 2016. A secretaria diz que busca retomá-lo, pedindo apoio do governo federal. Grávida de oito meses, Erika Mendonça, 36, foi a primeira a chegar a um recém-inaugurado abrigo para gestantes e mães dependentes químicas na zona oeste do Rio. Ela tem outros quatro filhos, nenhum deles criado por ela. Desta vez, diz, quer mudar. "Se estou viva, se comecei a me tratar, foi por causa do bebê. Não fosse por ele, viraria só mais uma na rua. Estou há 23 dias limpa. Sei que, se for para a rua, volto a usar, então quero ficar aqui pelo tempo que precisar, depois quero arrumar um trabalho –qualquer um–, arrumar um canto e ficar com meus filhos. Assistentes sociais dizem que o que evita que o problema do crack tome a proporção que tem em outras cidades, como São Paulo, é que é pequena a população usuária da droga na cidade. O estudo anual de abordagem social de 2016 aponta que há 14.279 pessoas em situação de rua; destas, 238 (1,7%) declararam usar crack. Especialistas não sabem com certeza por que isso acontece. Uma explicação que dão tem a ver com a oferta da droga. Aos traficantes, a venda de crack pouco interessa, dizem. Trata-se de uma droga barata, que representa pouco lucro. Além disso, a presença de usuários perto das bocas de fumo acaba atraindo a atenção da polícia, o que traficantes não querem. A prefeitura diz que não há cracolândias no Rio. Os usuários circulam por pontos da cidade onde há uso de outras drogas, como no centro e na Lapa, mas não permanecem em um só lugar, como acontece em São Paulo. Há dois lugares onde é comum vê-los: em uma via de acesso ao Complexo da Maré, conjunto de favelas à beira da avenida Brasil, na zona norte, e em frente à favela do Jacarezinho, também na zona norte. No entanto, mesmo esses grupos, diz a prefeitura, são transitório. "O grande problema da população de rua no Rio é o álcool, mais ainda que o crack", diz Bergher. O Rio chegou a ter internação compulsória de usuários de drogas. Entre 2011 e 2012, 2.924 usuários foram retirados das ruas à força. Em 2012, o Ministério Público proibiu essas ações. "O resultado foi negativo e está aí nas ruas. As pessoas não foram tratadas, mas removidas numa ação de higienização e posteriormente devolvidas às ruas", diz Bergher. Para Francisco Netto, coordenador executivo do Programa Álcool, Crack e outras Drogas, da Fiocruz, a rede deveria ser ampliada e integrada com outros serviços de forma mais efetiva. "No Rio, temos unidades de atendimento que funcionam bem. O problema é que elas não são suficientes. É preciso que haja mais. Além disso, não se pode jogar a culpa toda no crack. Essas pessoas, em geral, têm necessidades que vão muito além da droga, que estão ligadas à pobreza." Segundo ele, só de Caps (Centro de Atenção Psicossocial), o Rio precisaria ter o triplo de unidades que tem hoje para atender a demanda que há. Hoje, o atendimento funciona assim: a assistência social faz a abordagem nas cenas de uso. Se o usuário for de outro Estado e quiser voltar para casa, há um programa de pagamento de passagens. O usuário que aceita o acolhimento é levado para um dos abrigos do município. No entanto, em conversas com os moradores de rua, nota-se que muitos acabam deixando os locais de acolhimento. "Abrigo não adianta a vida de ninguém", diz um usuário de crack que não quis se identificar.
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Sem convênio, Rio de Janeiro fica sem vagas para internar usuários de crackO usuário de crack que quiser fazer um tratamento completo no Rio dará com a cara na porta. Desde 2016 a cidade não tem mais convênios com comunidades terapêuticas. O programa que atendia usuários de drogas foi extinto na gestão Eduardo Paes (PMDB) e ainda não foi renovado desde que Marcelo Crivella (PRB) assumiu a prefeitura. "Não temos hoje nenhum programa para a dependência química", admite a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do município, Maria Teresa Bergher. "O que temos é um tratamento paliativo em abrigos, mas isso não resolve. O que resolve é preparar as pessoas para serem inseridas na sociedade. Esse tipo de programa de tratamento permanente nós não temos." Isso em um momento em que a população de rua explode, com o desemprego que não dá trégua ao Estado –o número de pessoas morando nas ruas triplicou nos últimos três anos–, e a falta de verba encolhe o equipamento da rede de atenção psicossocial. Desse modo, a prefeitura enxuga gelo. A cidade tem 63 abrigos, dois destinados a menores usuários de drogas, além de um para gestantes usuárias de drogas ou usuárias de drogas que acabaram de ter filhos. Ao todo, há 2.155 vagas –15% da população de rua da cidade. Segundo a secretaria de Assistência Social, 1.300 vagas para menores foram fechadas e o programa Proximidade, que tratava dependentes químicos, foi encerrado, no final de 2016. A secretaria diz que busca retomá-lo, pedindo apoio do governo federal. Grávida de oito meses, Erika Mendonça, 36, foi a primeira a chegar a um recém-inaugurado abrigo para gestantes e mães dependentes químicas na zona oeste do Rio. Ela tem outros quatro filhos, nenhum deles criado por ela. Desta vez, diz, quer mudar. "Se estou viva, se comecei a me tratar, foi por causa do bebê. Não fosse por ele, viraria só mais uma na rua. Estou há 23 dias limpa. Sei que, se for para a rua, volto a usar, então quero ficar aqui pelo tempo que precisar, depois quero arrumar um trabalho –qualquer um–, arrumar um canto e ficar com meus filhos. Assistentes sociais dizem que o que evita que o problema do crack tome a proporção que tem em outras cidades, como São Paulo, é que é pequena a população usuária da droga na cidade. O estudo anual de abordagem social de 2016 aponta que há 14.279 pessoas em situação de rua; destas, 238 (1,7%) declararam usar crack. Especialistas não sabem com certeza por que isso acontece. Uma explicação que dão tem a ver com a oferta da droga. Aos traficantes, a venda de crack pouco interessa, dizem. Trata-se de uma droga barata, que representa pouco lucro. Além disso, a presença de usuários perto das bocas de fumo acaba atraindo a atenção da polícia, o que traficantes não querem. A prefeitura diz que não há cracolândias no Rio. Os usuários circulam por pontos da cidade onde há uso de outras drogas, como no centro e na Lapa, mas não permanecem em um só lugar, como acontece em São Paulo. Há dois lugares onde é comum vê-los: em uma via de acesso ao Complexo da Maré, conjunto de favelas à beira da avenida Brasil, na zona norte, e em frente à favela do Jacarezinho, também na zona norte. No entanto, mesmo esses grupos, diz a prefeitura, são transitório. "O grande problema da população de rua no Rio é o álcool, mais ainda que o crack", diz Bergher. O Rio chegou a ter internação compulsória de usuários de drogas. Entre 2011 e 2012, 2.924 usuários foram retirados das ruas à força. Em 2012, o Ministério Público proibiu essas ações. "O resultado foi negativo e está aí nas ruas. As pessoas não foram tratadas, mas removidas numa ação de higienização e posteriormente devolvidas às ruas", diz Bergher. Para Francisco Netto, coordenador executivo do Programa Álcool, Crack e outras Drogas, da Fiocruz, a rede deveria ser ampliada e integrada com outros serviços de forma mais efetiva. "No Rio, temos unidades de atendimento que funcionam bem. O problema é que elas não são suficientes. É preciso que haja mais. Além disso, não se pode jogar a culpa toda no crack. Essas pessoas, em geral, têm necessidades que vão muito além da droga, que estão ligadas à pobreza." Segundo ele, só de Caps (Centro de Atenção Psicossocial), o Rio precisaria ter o triplo de unidades que tem hoje para atender a demanda que há. Hoje, o atendimento funciona assim: a assistência social faz a abordagem nas cenas de uso. Se o usuário for de outro Estado e quiser voltar para casa, há um programa de pagamento de passagens. O usuário que aceita o acolhimento é levado para um dos abrigos do município. No entanto, em conversas com os moradores de rua, nota-se que muitos acabam deixando os locais de acolhimento. "Abrigo não adianta a vida de ninguém", diz um usuário de crack que não quis se identificar.
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Em "Mia Madre", Moretti continua fazendo crônica social e política
"Tenho 35 anos. Não voltarão mais os doces de quando eu era uma criança. As tardes de maio não voltarão mais. Os doces de quando eu era criança não voltarão mais! As merendas com pão e chocolate! Mamãe! Minha mãe! Minha mãe não voltará mais! A canja de galinha de quando eu ficava doente! O último dia de escola antes das férias!", lamentava Michele, personagem de Nanni Moretti, ao perder um lance decisivo no final da partida de polo aquático em "Palombella Rossa" (1989). Três décadas depois, aos 62 anos, o cineasta retorna em "Mia Madre" ao mesmo sentimento de orfandade ao evocar a morte de sua própria mãe, a professora de latim Agata Apicella Moretti, em 2010. Filmar a partir das próprias experiências é a intenção que orienta o trabalho de Moretti desde o título explícito de seu primeiro longa, "Io Sono un Autarchico" ("Eu me Basto", em tradução livre), de 1976. Mais tarde, a proposta foi radicalizada com "Caro Diário" (1993) e "Aprile" (1998), títulos que trouxeram popularidade ao diretor italiano e nos quais não se distingue a ficção da autorreflexão. Michele Apicella, alter ego de Moretti, surgiu no primeiro longa e foi sempre interpretado pelo cineasta-ator, como uma versão adulta do garoto de "Boyhood" e de tantos romances de formação. Em "Mia Madre", assim como em "O Quarto do Filho", outro filme em torno da experiência do luto, seus personagens se chamam Giovanni, nome civil do diretor. Esse jogo de espelhos, em vez de reafirmar um enfadonho narcisismo autoral, permite a Moretti fazer filmes que combinam crônica social e política e observações sobre o nonsense da existência. Em "Mia Madre", ele duplica seus eus nos personagens do filho dedicado, que ele próprio interpreta, e da irmã, Margherita, cineasta irascível que entra em crise quando a mãe vai hospitalizada durante a produção de um filme. Se a comicidade era um aspecto predominante nos primeiros filmes do diretor, engraçados mesmo quando amargos, a melancolia suplantou o riso nas fases seguintes. "Minha Mãe", como o soberbo "Habemus Papam" (2011), tem o impasse e a paralisia como temas mais evidentes. Em ambos, os protagonistas fazem viagens na irrealidade cotidiana para na volta encontrarem-se mais estupefatos. A oscilação entre o público e o privado, entre o que querem de mim e o que eu quero (ou não quero mais) para mim demarca o percurso de Margherita, interpretada com precisão por Margherita Buy. A chegada do caricato ator americano Barry (John Turturro), com seus tiques de gente de cinema, só agrava o amuramento dela. No entanto, a sabedoria de Moretti impede que "Mia Madre" se transforme num tratado de psicologia em formato de filme. A camada pessoal e subjetiva de Margherita atrai e repele múltiplas formas de afeto (com a mãe, o irmão, a filha, o ex-marido, o namorado, a equipe), e o realizador explora essas combinações para produzir também um estudo de sociedade. A folclorização da cultura, o esvaziamento de significado do cinema, a retórica dos formadores de opinião, a banalização da violência, a inutilidade ou não do que se ensina na escola são alguns tópicos que o filme apenas constata, temeroso de que a profundidade seja um círculo vicioso. Aparentemente, não há saída, nos diz Moretti, mas não custa mostrar o que provoca tanto mal-estar. Ajuda os que se perderam na multidão a se reencontrar. Mia Madre QUANTO: SÓ LOCAÇÃO DIREÇÃO: NANNI MORETTI GRAVADORA: CALIFORNIA
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Em "Mia Madre", Moretti continua fazendo crônica social e política"Tenho 35 anos. Não voltarão mais os doces de quando eu era uma criança. As tardes de maio não voltarão mais. Os doces de quando eu era criança não voltarão mais! As merendas com pão e chocolate! Mamãe! Minha mãe! Minha mãe não voltará mais! A canja de galinha de quando eu ficava doente! O último dia de escola antes das férias!", lamentava Michele, personagem de Nanni Moretti, ao perder um lance decisivo no final da partida de polo aquático em "Palombella Rossa" (1989). Três décadas depois, aos 62 anos, o cineasta retorna em "Mia Madre" ao mesmo sentimento de orfandade ao evocar a morte de sua própria mãe, a professora de latim Agata Apicella Moretti, em 2010. Filmar a partir das próprias experiências é a intenção que orienta o trabalho de Moretti desde o título explícito de seu primeiro longa, "Io Sono un Autarchico" ("Eu me Basto", em tradução livre), de 1976. Mais tarde, a proposta foi radicalizada com "Caro Diário" (1993) e "Aprile" (1998), títulos que trouxeram popularidade ao diretor italiano e nos quais não se distingue a ficção da autorreflexão. Michele Apicella, alter ego de Moretti, surgiu no primeiro longa e foi sempre interpretado pelo cineasta-ator, como uma versão adulta do garoto de "Boyhood" e de tantos romances de formação. Em "Mia Madre", assim como em "O Quarto do Filho", outro filme em torno da experiência do luto, seus personagens se chamam Giovanni, nome civil do diretor. Esse jogo de espelhos, em vez de reafirmar um enfadonho narcisismo autoral, permite a Moretti fazer filmes que combinam crônica social e política e observações sobre o nonsense da existência. Em "Mia Madre", ele duplica seus eus nos personagens do filho dedicado, que ele próprio interpreta, e da irmã, Margherita, cineasta irascível que entra em crise quando a mãe vai hospitalizada durante a produção de um filme. Se a comicidade era um aspecto predominante nos primeiros filmes do diretor, engraçados mesmo quando amargos, a melancolia suplantou o riso nas fases seguintes. "Minha Mãe", como o soberbo "Habemus Papam" (2011), tem o impasse e a paralisia como temas mais evidentes. Em ambos, os protagonistas fazem viagens na irrealidade cotidiana para na volta encontrarem-se mais estupefatos. A oscilação entre o público e o privado, entre o que querem de mim e o que eu quero (ou não quero mais) para mim demarca o percurso de Margherita, interpretada com precisão por Margherita Buy. A chegada do caricato ator americano Barry (John Turturro), com seus tiques de gente de cinema, só agrava o amuramento dela. No entanto, a sabedoria de Moretti impede que "Mia Madre" se transforme num tratado de psicologia em formato de filme. A camada pessoal e subjetiva de Margherita atrai e repele múltiplas formas de afeto (com a mãe, o irmão, a filha, o ex-marido, o namorado, a equipe), e o realizador explora essas combinações para produzir também um estudo de sociedade. A folclorização da cultura, o esvaziamento de significado do cinema, a retórica dos formadores de opinião, a banalização da violência, a inutilidade ou não do que se ensina na escola são alguns tópicos que o filme apenas constata, temeroso de que a profundidade seja um círculo vicioso. Aparentemente, não há saída, nos diz Moretti, mas não custa mostrar o que provoca tanto mal-estar. Ajuda os que se perderam na multidão a se reencontrar. Mia Madre QUANTO: SÓ LOCAÇÃO DIREÇÃO: NANNI MORETTI GRAVADORA: CALIFORNIA
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Justiça aceita denúncia e torna irmão de Bruno réu por sequestro de Eliza
A Justiça do Rio de Janeiro acatou, na última sexta-feira (17), a denúncia feita pelo Ministério Público contra o irmão do goleiro Bruno Fernandes e tornou réu Rodrigo Fernandes. A denúncia aponta o irmão do goleiro como um dos participantes do sequestro de Eliza Samudio, em 2009, quando ela ainda estava grávida. Segundo o Tribunal de Justiça, a investigação, na época, concluiu que quatro homens participaram do crime, mas somente Bruno e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, haviam sido identificados. Agora foram denunciados também o irmão do jogador e Anderson Rocha da Silva, conhecido como Russo. A investigação aponta que Eliza –que estava no quinto mês de gravidez– foi levada para o apartamento de Bruno, no Rio, onde foi ameaçada e forçada a tomar remédios abortivos. Apesar disso, ela deu à luz o filho com Bruno em fevereiro de 2010, quatro meses antes de ser assassinada. Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pela morte de Eliza, em 2013, mas foi solto no último dia 24. O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), argumenta que o jogador não poderia seguir encarcerado com base em prisão preventiva –sem julgamento da apelação em segunda instância. O irmão de Bruno também é suspeito de crimes no Piauí. Em setembro de 2015, ele foi preso por suspeita de estuprar uma adolescente em Teresina. Outros estupros também são atribuídos a ele. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, o Ministério Público chegou a solicitar arquivamento do inquérito que apurava o envolvimento de Rodrigo e Russo no sequestro de Eliza, mas o juiz Marco Couto, titular da 1ª Vara Criminal Regional de Jacarepaguá, entendeu que havia provas suficientes para o prosseguimento das investigações.
cotidiano
Justiça aceita denúncia e torna irmão de Bruno réu por sequestro de ElizaA Justiça do Rio de Janeiro acatou, na última sexta-feira (17), a denúncia feita pelo Ministério Público contra o irmão do goleiro Bruno Fernandes e tornou réu Rodrigo Fernandes. A denúncia aponta o irmão do goleiro como um dos participantes do sequestro de Eliza Samudio, em 2009, quando ela ainda estava grávida. Segundo o Tribunal de Justiça, a investigação, na época, concluiu que quatro homens participaram do crime, mas somente Bruno e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, haviam sido identificados. Agora foram denunciados também o irmão do jogador e Anderson Rocha da Silva, conhecido como Russo. A investigação aponta que Eliza –que estava no quinto mês de gravidez– foi levada para o apartamento de Bruno, no Rio, onde foi ameaçada e forçada a tomar remédios abortivos. Apesar disso, ela deu à luz o filho com Bruno em fevereiro de 2010, quatro meses antes de ser assassinada. Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pela morte de Eliza, em 2013, mas foi solto no último dia 24. O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), argumenta que o jogador não poderia seguir encarcerado com base em prisão preventiva –sem julgamento da apelação em segunda instância. O irmão de Bruno também é suspeito de crimes no Piauí. Em setembro de 2015, ele foi preso por suspeita de estuprar uma adolescente em Teresina. Outros estupros também são atribuídos a ele. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, o Ministério Público chegou a solicitar arquivamento do inquérito que apurava o envolvimento de Rodrigo e Russo no sequestro de Eliza, mas o juiz Marco Couto, titular da 1ª Vara Criminal Regional de Jacarepaguá, entendeu que havia provas suficientes para o prosseguimento das investigações.
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Palestina usa futebol para ajudar reconhecimento do país
Mais do que uma vitória improvável ou gols, Husam Younis, diretor técnico da seleção da Palestina, sonhava com dois momentos na disputa inédita da Copa da Ásia: a entrada em campo do time com a bandeira do país e a execução do hino nacional. A equipe fez sua estreia na competição nesta segunda-feira (12) e foi derrotada pelo Japão por 4 a 0, em jogo realizado na cidade australiana de Newcastle. "Ver a bandeira da Palestina sendo exibida dentro da Austrália, que não nos reconhece como país, é mais do que um gol", afirma Younis à Folha. O dirigente se refere à posição do governo australiano no Conselho de Segurança da ONU, no dia 30 de dezembro de 2014, que vetou uma proposta de criação do Estado da Palestina. O projeto previa ainda a retirada das forças de segurança de Israel do território até 2017. Oito países votaram a favor, mas Austrália e Estados Unidos foram contra a medida, que precisava do apoio de nove nações para ser aprovada. "Viemos aqui jogar futebol, mas sabemos que a nossa presença representa mais do que o esporte. O nosso hino sendo ouvido aqui na Austrália, a nossa bandeira sendo vista é uma resposta. Mostramos que somos um país, um povo livre, que tem o direito de ser representado", defende Younis. Pela primeira vez na história, a Palestina disputará a Copa da Ásia, torneio que tem uma fase eliminatória antes da disputa no país sede. Aceito como seleção nacional pela Fifa em 1998, o país só foi liberado para disputar partidas oficiais em seu território em 2011. Antes, a entidade máxima do futebol não permitia a realização de jogos internacionais na região por entender que não havia garantias de segurança para as equipes rivais. ENTRE BOMBAS E PERDAS O caminho desde a conquista da vaga para a Copa da Ásia, em maio de 2014, até o desembarque na Austrália na última semana foi tortuoso. Responsável pela campanha vitoriosa nas eliminatórias do torneio continental, o técnico Jamal Mahmoud teve sua casa bombardeada durante ataques israelenses ao território palestino, em setembro. O treinador sobreviveu, mas depois do caso resolveu pedir demissão, segundo ele explicou na época, para "cuidar de sua família". Em 2014, a Federação Palestina de Futebol entregou à Fifa um relatório com denúncias de agressões do exército de Israel a atletas do país. Um dos casos mais conhecidos é o do jogador Mahmoud Kamel Sarsak, preso em 2009 pelas autoridades israelenses, quando se deslocava de Gaza para o leste do país. O motivo, segundo o exército, era uma suposta relação dele com a Jihad Islâmica, força militar islâmica, responsável por ataques a Israel. A ligação com o grupo foi negada pela Federação de Futebol da Palestina e pelo jogador, que ficou detido por três anos. "Como todos os palestinos, os atletas sofrem com injustiças nos pontos de checagem do exército de Israel. Somos impedidos de nos deslocar no país, o que atrapalha o desenvolvimento do esporte", diz Younis. Dias antes do embarque para a Austrália, o atacante Sameh Ma'raba, convocado para a Copa da Ásia, teve seu passaporte cassado pelas autoridades israelenses e foi impedido de viajar. Em 2014, ele esteve preso por oito meses também por suposta ligação com grupos militares da Palestina. Com tantos percalços e um futebol profissional ainda engatinhando, os jogadores reconhecem que dificilmente a equipe passará da primeira fase do torneio. "Somos o time mais fraco, que teve mais dificuldade na preparação, porém vamos fazer uma Copa da Ásia digna", admite o lateral esquerdo Alexis Norambuena. "Mas o futebol é mágico. Seria lindo mostrar para o mundo outra imagem da Palestina que não a dos conflitos e mortes", completa.
esporte
Palestina usa futebol para ajudar reconhecimento do paísMais do que uma vitória improvável ou gols, Husam Younis, diretor técnico da seleção da Palestina, sonhava com dois momentos na disputa inédita da Copa da Ásia: a entrada em campo do time com a bandeira do país e a execução do hino nacional. A equipe fez sua estreia na competição nesta segunda-feira (12) e foi derrotada pelo Japão por 4 a 0, em jogo realizado na cidade australiana de Newcastle. "Ver a bandeira da Palestina sendo exibida dentro da Austrália, que não nos reconhece como país, é mais do que um gol", afirma Younis à Folha. O dirigente se refere à posição do governo australiano no Conselho de Segurança da ONU, no dia 30 de dezembro de 2014, que vetou uma proposta de criação do Estado da Palestina. O projeto previa ainda a retirada das forças de segurança de Israel do território até 2017. Oito países votaram a favor, mas Austrália e Estados Unidos foram contra a medida, que precisava do apoio de nove nações para ser aprovada. "Viemos aqui jogar futebol, mas sabemos que a nossa presença representa mais do que o esporte. O nosso hino sendo ouvido aqui na Austrália, a nossa bandeira sendo vista é uma resposta. Mostramos que somos um país, um povo livre, que tem o direito de ser representado", defende Younis. Pela primeira vez na história, a Palestina disputará a Copa da Ásia, torneio que tem uma fase eliminatória antes da disputa no país sede. Aceito como seleção nacional pela Fifa em 1998, o país só foi liberado para disputar partidas oficiais em seu território em 2011. Antes, a entidade máxima do futebol não permitia a realização de jogos internacionais na região por entender que não havia garantias de segurança para as equipes rivais. ENTRE BOMBAS E PERDAS O caminho desde a conquista da vaga para a Copa da Ásia, em maio de 2014, até o desembarque na Austrália na última semana foi tortuoso. Responsável pela campanha vitoriosa nas eliminatórias do torneio continental, o técnico Jamal Mahmoud teve sua casa bombardeada durante ataques israelenses ao território palestino, em setembro. O treinador sobreviveu, mas depois do caso resolveu pedir demissão, segundo ele explicou na época, para "cuidar de sua família". Em 2014, a Federação Palestina de Futebol entregou à Fifa um relatório com denúncias de agressões do exército de Israel a atletas do país. Um dos casos mais conhecidos é o do jogador Mahmoud Kamel Sarsak, preso em 2009 pelas autoridades israelenses, quando se deslocava de Gaza para o leste do país. O motivo, segundo o exército, era uma suposta relação dele com a Jihad Islâmica, força militar islâmica, responsável por ataques a Israel. A ligação com o grupo foi negada pela Federação de Futebol da Palestina e pelo jogador, que ficou detido por três anos. "Como todos os palestinos, os atletas sofrem com injustiças nos pontos de checagem do exército de Israel. Somos impedidos de nos deslocar no país, o que atrapalha o desenvolvimento do esporte", diz Younis. Dias antes do embarque para a Austrália, o atacante Sameh Ma'raba, convocado para a Copa da Ásia, teve seu passaporte cassado pelas autoridades israelenses e foi impedido de viajar. Em 2014, ele esteve preso por oito meses também por suposta ligação com grupos militares da Palestina. Com tantos percalços e um futebol profissional ainda engatinhando, os jogadores reconhecem que dificilmente a equipe passará da primeira fase do torneio. "Somos o time mais fraco, que teve mais dificuldade na preparação, porém vamos fazer uma Copa da Ásia digna", admite o lateral esquerdo Alexis Norambuena. "Mas o futebol é mágico. Seria lindo mostrar para o mundo outra imagem da Palestina que não a dos conflitos e mortes", completa.
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'Friends from College' é renovada para segunda temporada pela Netflix
Pouco mais de um mês após a estreia de sua primeira temporada, a comédia "Friends from College", da Netflix, foi renovada para mais um ano. A série acompanha um grupo de amigos que estudaram juntos em Harvard e se reencontram em seus 40 anos, alguns com sucesso, outros não. "Friends from College" é estrelada pelo ator Fred Savage, protagonista de "Anos Incríveis". Seu último papel na TV foi em 2016 na série "The Grinder", da Fox. Outro destaque é Cobie Smulders, que retorna à TV para sua primeira comédia após atuar como a jornalista Robin Scherbatsky nas nove temporadas de "How I Met Your Mother". A segunda temporada ainda não tem data para estrear. Enquanto isso, os oito episódios da primeira temporada estão disponíveis na plataforma do streaming. Confira o trailer. Trailer de Friends from College
ilustrada
'Friends from College' é renovada para segunda temporada pela NetflixPouco mais de um mês após a estreia de sua primeira temporada, a comédia "Friends from College", da Netflix, foi renovada para mais um ano. A série acompanha um grupo de amigos que estudaram juntos em Harvard e se reencontram em seus 40 anos, alguns com sucesso, outros não. "Friends from College" é estrelada pelo ator Fred Savage, protagonista de "Anos Incríveis". Seu último papel na TV foi em 2016 na série "The Grinder", da Fox. Outro destaque é Cobie Smulders, que retorna à TV para sua primeira comédia após atuar como a jornalista Robin Scherbatsky nas nove temporadas de "How I Met Your Mother". A segunda temporada ainda não tem data para estrear. Enquanto isso, os oito episódios da primeira temporada estão disponíveis na plataforma do streaming. Confira o trailer. Trailer de Friends from College
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Ex-Guns N' Roses, Slash mostra novo disco em SP neste domingo
de são paulo - Acompanhado do grupo The Conspirators, comandado pelo vocalista Myles Kennedy, o guitarrista Slash apresenta em show em São Paulo, neste domingo (22), seu novo disco, "World on Fire", lançado em 2014. A apresentação ocorre, a partir das 20h, no Espaço das Américas (rua Tagipuru, 795, Barra Funda). Os ingressos custam entre R$ 240 e R$ 420, à venda em www.ticket360.com.br e na bilheteria da casa. O álbum recente, conta Slash, traz canções criadas na estrada –inclusive algumas foram gravadas no seu celular, de maneira improvisada. "Meu celular é como minha guitarra, está sempre comigo", disse em entrevista à Folha no início deste ano. Slash, conhecido por ter feito parte da banda Guns N' Roses, comemora sua nova fase. "Nesse ponto da minha carreira, foi um alívio encontrar Myles e os rapazes", contou. "É bom estar com quem você tem vontade de trabalhar." Atualmente, o músico evita comentar em entrevistas, mas sua saída do grupo, em 1996, foi causada por desavenças com o cantor Axl Rose. Em seguida, no início dos anos 2000, Slash se reuniu com alguns dos ex-parceiros de Guns e com o vocalista Scott Weiland, do Stone Temple Pilots, para formar outro grupo de sucesso, o Velvet Revolver, em hiato desde 2008.
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Ex-Guns N' Roses, Slash mostra novo disco em SP neste domingode são paulo - Acompanhado do grupo The Conspirators, comandado pelo vocalista Myles Kennedy, o guitarrista Slash apresenta em show em São Paulo, neste domingo (22), seu novo disco, "World on Fire", lançado em 2014. A apresentação ocorre, a partir das 20h, no Espaço das Américas (rua Tagipuru, 795, Barra Funda). Os ingressos custam entre R$ 240 e R$ 420, à venda em www.ticket360.com.br e na bilheteria da casa. O álbum recente, conta Slash, traz canções criadas na estrada –inclusive algumas foram gravadas no seu celular, de maneira improvisada. "Meu celular é como minha guitarra, está sempre comigo", disse em entrevista à Folha no início deste ano. Slash, conhecido por ter feito parte da banda Guns N' Roses, comemora sua nova fase. "Nesse ponto da minha carreira, foi um alívio encontrar Myles e os rapazes", contou. "É bom estar com quem você tem vontade de trabalhar." Atualmente, o músico evita comentar em entrevistas, mas sua saída do grupo, em 1996, foi causada por desavenças com o cantor Axl Rose. Em seguida, no início dos anos 2000, Slash se reuniu com alguns dos ex-parceiros de Guns e com o vocalista Scott Weiland, do Stone Temple Pilots, para formar outro grupo de sucesso, o Velvet Revolver, em hiato desde 2008.
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Nos relógios, rivais da Apple vão reduzir dependência do Google
A chegada do Apple Watch lembra o início de um filme já visto no mundo dos smartphones, no qual Apple e Android rivalizam pelo mercado. No caso dos relógios inteligentes, porém, a briga deverá ficar mais fragmentada. Os fabricantes que se acostumaram a depender do Android para produzir bons celulares parecem dispostos a arriscar em outras plataformas, reduzindo a dependência do sistema criado pelo Google, presente em mais de 80% dos smartphones vendidos no mundo. Na última edição do Mobile World Congress, evento mais importante do setor de comunicação móvel, o LG Watch Urbane, que foi o relógio de maior destaque, não trouxe o Android Wear como sistema operacional. A companhia preferiu o webOS, sistema operacional criado pela Palm em 2009 e adotado pela LG em suas TVs no ano passado. O caminho é parecido com o tomado pela sua rival coreana. Dos seis modelos de relógios inteligentes já lançados pela Samsung, apenas um traz o Android Wear. Os outros rodam Tizen, plataforma criada pela própria Samsung. Enquanto isso, a Asus também pode estar preparada para flertar com outras plataformas. Jerry Shen, executivo-chefe da companhia, anunciou que a próxima geração do ZenWatch deverá contar com pelo menos um modelo com sistema diferente. "Nossa principal preocupação é economia de bateria. Vamos continuar trabalhando com o Google e teremos outro relógio inteligente que não será baseado em Android Wear, com uma autonomia de bateria maior", afirmou. A busca por uma plataforma convincente está refletida nos números do Android Wear, que ainda não empolgou o consumidor. Segundo a consultoria Canalys, o Android Wear teve participação de apenas 16% no mercado de relógios e pulseiras inteligentes em 2014. Das 4,6 milhões de unidades vendidas no ano passado, a plataforma do Google foi responsável por 720 mil unidades. Os números da Samsung não foram revelados, mas a companhia aparece na liderança. Outro fabricante com destaque na pesquisa é o Pebble, que também dispensa o Android Wear. Entre 2013 e 2014, teve 1 milhão de unidades vendidas. Apesar disso, o Android Wear ainda conta com um grupo importante de empresas para combater o Apple Watch, entre elas a Motorola, a Sony e a Huawei -além das "fujonas" LG e Asus. O jornalista BRUNO ROMANI viajou a convite da Samsung
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Nos relógios, rivais da Apple vão reduzir dependência do GoogleA chegada do Apple Watch lembra o início de um filme já visto no mundo dos smartphones, no qual Apple e Android rivalizam pelo mercado. No caso dos relógios inteligentes, porém, a briga deverá ficar mais fragmentada. Os fabricantes que se acostumaram a depender do Android para produzir bons celulares parecem dispostos a arriscar em outras plataformas, reduzindo a dependência do sistema criado pelo Google, presente em mais de 80% dos smartphones vendidos no mundo. Na última edição do Mobile World Congress, evento mais importante do setor de comunicação móvel, o LG Watch Urbane, que foi o relógio de maior destaque, não trouxe o Android Wear como sistema operacional. A companhia preferiu o webOS, sistema operacional criado pela Palm em 2009 e adotado pela LG em suas TVs no ano passado. O caminho é parecido com o tomado pela sua rival coreana. Dos seis modelos de relógios inteligentes já lançados pela Samsung, apenas um traz o Android Wear. Os outros rodam Tizen, plataforma criada pela própria Samsung. Enquanto isso, a Asus também pode estar preparada para flertar com outras plataformas. Jerry Shen, executivo-chefe da companhia, anunciou que a próxima geração do ZenWatch deverá contar com pelo menos um modelo com sistema diferente. "Nossa principal preocupação é economia de bateria. Vamos continuar trabalhando com o Google e teremos outro relógio inteligente que não será baseado em Android Wear, com uma autonomia de bateria maior", afirmou. A busca por uma plataforma convincente está refletida nos números do Android Wear, que ainda não empolgou o consumidor. Segundo a consultoria Canalys, o Android Wear teve participação de apenas 16% no mercado de relógios e pulseiras inteligentes em 2014. Das 4,6 milhões de unidades vendidas no ano passado, a plataforma do Google foi responsável por 720 mil unidades. Os números da Samsung não foram revelados, mas a companhia aparece na liderança. Outro fabricante com destaque na pesquisa é o Pebble, que também dispensa o Android Wear. Entre 2013 e 2014, teve 1 milhão de unidades vendidas. Apesar disso, o Android Wear ainda conta com um grupo importante de empresas para combater o Apple Watch, entre elas a Motorola, a Sony e a Huawei -além das "fujonas" LG e Asus. O jornalista BRUNO ROMANI viajou a convite da Samsung
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Mexicano é premiado por 'Conjunto da Obra' no 50 Best América Latina
O chef Enrique Olvera, do restaurante mexicano Pujol, foi premiado pelo "Conjunto da Obra" na América Latina, que leva em conta sua contribuição na gastronomia mundial ao longo da carreira. A categoria faz parte do 50 Best América Latina, ranking dos 50 melhores restaurantes da região organizado pela revista britânica "Restaurant". O prêmio anunciado anteriormente será entregue ao chef durante a cerimônia que revelará a lista, marcada para o dia 23 de setembro, na Cidade do México –no mês passado, o 50 Best elegeu a brasileira Roberta Sudbrack como melhor chef mulher. O Pujol, atual sexto colocado na lista latino-americana e 16o na lista mundial, tem cozinha contemporânea, com ingredientes locais e tradicionais, em interpretações das raízes mexicanas. Enrique Olvera estudou no Culinary Institute of America, em Nova York –em 2014 abriu em Manhattan o restaurante Cosme. Em 2012, Olvera fundou o festival Mesamérica, que promove a culinária do México. "Este é um prêmio muito especial porque contempla o trabalho e a experiência de um chef, os altos, baixos e tudo o mais. Sinto-me grato por esse reconhecimento e estou ansioso por tudo o que está por vir", disse o chef aos organizadores do prêmio.
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Mexicano é premiado por 'Conjunto da Obra' no 50 Best América LatinaO chef Enrique Olvera, do restaurante mexicano Pujol, foi premiado pelo "Conjunto da Obra" na América Latina, que leva em conta sua contribuição na gastronomia mundial ao longo da carreira. A categoria faz parte do 50 Best América Latina, ranking dos 50 melhores restaurantes da região organizado pela revista britânica "Restaurant". O prêmio anunciado anteriormente será entregue ao chef durante a cerimônia que revelará a lista, marcada para o dia 23 de setembro, na Cidade do México –no mês passado, o 50 Best elegeu a brasileira Roberta Sudbrack como melhor chef mulher. O Pujol, atual sexto colocado na lista latino-americana e 16o na lista mundial, tem cozinha contemporânea, com ingredientes locais e tradicionais, em interpretações das raízes mexicanas. Enrique Olvera estudou no Culinary Institute of America, em Nova York –em 2014 abriu em Manhattan o restaurante Cosme. Em 2012, Olvera fundou o festival Mesamérica, que promove a culinária do México. "Este é um prêmio muito especial porque contempla o trabalho e a experiência de um chef, os altos, baixos e tudo o mais. Sinto-me grato por esse reconhecimento e estou ansioso por tudo o que está por vir", disse o chef aos organizadores do prêmio.
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Arquitetura eleitoral
O noticiário trouxe, nos últimos dias, dois exemplos de um tipo comum de descaso com o dinheiro do contribuinte: a aplicação de recursos públicos em obras de necessidade duvidosa e que, para piorar, terminam custando, considerados atrasos e aditamentos, muito mais do que se anunciava no lançamento das intervenções. Em São Bernardo do Campo (SP), berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador começou em abril de 2012 e deveria ter sido finalizada no início de 2013. Vários problemas, todavia, adiaram sua conclusão, e o projeto do prefeito Luiz Marinho (PT) está parado há oito meses. Além disso, a licitação foi reprovada pelo Tribunal de Contas do Estado, que identificou indícios de direcionamento do contrato e irregularidades no orçamento. Com um custo a princípio estimado em R$ 18,9 milhões, a iniciativa deve consumir pelo menos outros R$ 4,5 milhões, solicitados num aditamento de outubro passado. Muito dinheiro, sem dúvida, mas, diante do Aquário do Pantanal, em Campo Grande (MS), o museu do trabalho, passe o trocadilho, é um peixe pequeno. Anunciado em 2011 como o maior aquário de água doce do mundo, o edifício demandou R$ 173 milhões até agora, o dobro da previsão inicial. Deveria ter sido concluído em 2014, mas não está pronto. Devido ao atraso, morreram mais de 10 mil peixes que precisariam ser transferidos para o reservatório. Demoras à parte, André Puccinelli (PMDB), governador do Estado de 2007 a 2014, percebeu que se mostrava insuficiente dizer que o aquário impulsionaria o turismo. Passou, assim, a defender uma certa importância estratégica da obra. Uma vez pronta, simbolizaria as riquezas locais e ajudaria a diferenciar o Estado de seu vizinho. "Universidades do mundo todo vão vir e dizer que aqui é Mato Grosso do Sul, e não Mato Grosso", afirmou. Tanto o Aquário do Pantanal como o Museu do Trabalho e do Trabalhador estão sendo investigados pelo Ministério Público, e caberá à Justiça concluir se houve atos ilícitos nessas empreitadas. Do ponto de vista político, porém, o julgamento é mais simples: gestores envolvidos em projetos dessa natureza ou falham como administradores e não conseguem definir prioridades, ou superdimensionam tais iniciativas por motivações eleitoreiras. De um jeito ou de outro, dificilmente serão inocentes. editoriais@uol.com.br
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Arquitetura eleitoralO noticiário trouxe, nos últimos dias, dois exemplos de um tipo comum de descaso com o dinheiro do contribuinte: a aplicação de recursos públicos em obras de necessidade duvidosa e que, para piorar, terminam custando, considerados atrasos e aditamentos, muito mais do que se anunciava no lançamento das intervenções. Em São Bernardo do Campo (SP), berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador começou em abril de 2012 e deveria ter sido finalizada no início de 2013. Vários problemas, todavia, adiaram sua conclusão, e o projeto do prefeito Luiz Marinho (PT) está parado há oito meses. Além disso, a licitação foi reprovada pelo Tribunal de Contas do Estado, que identificou indícios de direcionamento do contrato e irregularidades no orçamento. Com um custo a princípio estimado em R$ 18,9 milhões, a iniciativa deve consumir pelo menos outros R$ 4,5 milhões, solicitados num aditamento de outubro passado. Muito dinheiro, sem dúvida, mas, diante do Aquário do Pantanal, em Campo Grande (MS), o museu do trabalho, passe o trocadilho, é um peixe pequeno. Anunciado em 2011 como o maior aquário de água doce do mundo, o edifício demandou R$ 173 milhões até agora, o dobro da previsão inicial. Deveria ter sido concluído em 2014, mas não está pronto. Devido ao atraso, morreram mais de 10 mil peixes que precisariam ser transferidos para o reservatório. Demoras à parte, André Puccinelli (PMDB), governador do Estado de 2007 a 2014, percebeu que se mostrava insuficiente dizer que o aquário impulsionaria o turismo. Passou, assim, a defender uma certa importância estratégica da obra. Uma vez pronta, simbolizaria as riquezas locais e ajudaria a diferenciar o Estado de seu vizinho. "Universidades do mundo todo vão vir e dizer que aqui é Mato Grosso do Sul, e não Mato Grosso", afirmou. Tanto o Aquário do Pantanal como o Museu do Trabalho e do Trabalhador estão sendo investigados pelo Ministério Público, e caberá à Justiça concluir se houve atos ilícitos nessas empreitadas. Do ponto de vista político, porém, o julgamento é mais simples: gestores envolvidos em projetos dessa natureza ou falham como administradores e não conseguem definir prioridades, ou superdimensionam tais iniciativas por motivações eleitoreiras. De um jeito ou de outro, dificilmente serão inocentes. editoriais@uol.com.br
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Nobel britânico deixa cargo após comentários sexistas
Um cientista britânico laureado com o Prêmio Nobel renunciou ao cargo de professor honorário da University College London após dizer que mulheres cientistas deveriam trabalhar em laboratórios separados dos homens. Tim Hunt, 72, disse no início da semana em uma conferência internacional de jornalismo científico em Seul, na Coreia do Sul, que a reação de mulheres às críticas pode dificultar o trabalho nos laboratórios. "Deixem-me contar a vocês sobre o meu problema com as mulheres. Três coisas acontecem quando elas estão no laboratório. Você se apaixona por elas, elas se apaixonam por você e quando você as critica, elas choram", disse. Em declaração publicada na última quarta-feira (10), confirmando a renúncia de Hunt, a University College London disse que "foi a primeira universidade na Inglaterra a admitir estudantes mulheres em termos de igualdade aos homens e que acredita que esse resultado é compatível com o compromisso com a igualdade de gênero". O texto também afirma que o cargo de professor honorário não envolve salário e normalmente não envolve ensino ou pesquisa, e sim atividades em consulta aos departamentos da universidade. Á rádio BBC, Hunt se desculpou e disse não ter tido intenção de causar problemas com mulheres. "Eu já me apaixonei no laboratório, elas já se apaixonaram por mim e isso é muito perturbador para a ciência, porque em um laboratório é muito importante que as pessoas tenham as mesmas chances de sucesso", disse. "Descobri que esses envolvimentos emocionais tornam a vida muito difícil. Sinto muito por qualquer ofensa que tenha feito. Eu só quis ser honesto", afirmou. O bioquímico foi laureado com o Prêmio Nobel de fisiologia ou medicina, em 2001, por suas pesquisas sobre divisão celular. REAÇÃO O caso gerou grande repercussão nas redes sociais. Mulheres cientistas de diversos países começaram a postar fotos em que aparecem trabalhando nos laboratórios com textos irônicos e a hashtag #distractinglysexy (algo como "minha sensualidade distrai"). O assunto chegou aos "trending topics" (assuntos mais mencionados) do Twitter dos Estados Unidos. Nas imagens, elas usavam seus uniformes de trabalho com legendas irônicas do tipo "Ainda pareço sexy depois de um dia inteiro de cultura de células. E nem chorei dessa vez", ou "Me apaixonei pela microcentrífuga... Mais um dia comum no laboratório". "Isso, de que homens e mulheres não deveriam trabalhar no mesmo laboratório é uma grande bobagem", disse à Folha Mayana Zatz, geneticista da USP. Para ela, essas declarações são um caso isolado e não representam o cenário do país. "Já disse mais de uma vez que no Brasil as mulheres cientistas não são alvo de preconceito." A diretora da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader, disse que é lamentável que um laureado pelo prêmio Nobel neste milênio tenha um pensamento dessa natureza. "Ele deveria estudar um pouco a história da ciência. Se fizesse isso, saberia que a única pessoa que ganhou o Prêmio Nobel na área de ciência duas vezes foi uma mulher: Marie Curie. Talvez ele tenha tido alguma experiência pessoal ruim que esteja atrapalhando seu julgamento sobre as mulheres", disse. Suzana Herculano-Houzel, neurocientista, professora da UFRJ e colunista da Folha, também comentou as declarações do bioquímico. "Acho lamentável uma pessoa supostamente tão inteligente culpar o sexo oposto por sua própria incapacidade de controlar seu comportamento. A declaração 'brincalhona' dele não fica longe das opiniões sexistas que culpam mulheres pelo seu estupro", disse. "Meninos e meninas aprendem essa premissa sexista de que uns agem sem chorar e outras, chorando. Enquanto existir premissa, essa expectativa de que meninas e mulheres pensam e agem diferente, ela será uma profecia autorrealizada", completou. Com as agências de notícias
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Nobel britânico deixa cargo após comentários sexistasUm cientista britânico laureado com o Prêmio Nobel renunciou ao cargo de professor honorário da University College London após dizer que mulheres cientistas deveriam trabalhar em laboratórios separados dos homens. Tim Hunt, 72, disse no início da semana em uma conferência internacional de jornalismo científico em Seul, na Coreia do Sul, que a reação de mulheres às críticas pode dificultar o trabalho nos laboratórios. "Deixem-me contar a vocês sobre o meu problema com as mulheres. Três coisas acontecem quando elas estão no laboratório. Você se apaixona por elas, elas se apaixonam por você e quando você as critica, elas choram", disse. Em declaração publicada na última quarta-feira (10), confirmando a renúncia de Hunt, a University College London disse que "foi a primeira universidade na Inglaterra a admitir estudantes mulheres em termos de igualdade aos homens e que acredita que esse resultado é compatível com o compromisso com a igualdade de gênero". O texto também afirma que o cargo de professor honorário não envolve salário e normalmente não envolve ensino ou pesquisa, e sim atividades em consulta aos departamentos da universidade. Á rádio BBC, Hunt se desculpou e disse não ter tido intenção de causar problemas com mulheres. "Eu já me apaixonei no laboratório, elas já se apaixonaram por mim e isso é muito perturbador para a ciência, porque em um laboratório é muito importante que as pessoas tenham as mesmas chances de sucesso", disse. "Descobri que esses envolvimentos emocionais tornam a vida muito difícil. Sinto muito por qualquer ofensa que tenha feito. Eu só quis ser honesto", afirmou. O bioquímico foi laureado com o Prêmio Nobel de fisiologia ou medicina, em 2001, por suas pesquisas sobre divisão celular. REAÇÃO O caso gerou grande repercussão nas redes sociais. Mulheres cientistas de diversos países começaram a postar fotos em que aparecem trabalhando nos laboratórios com textos irônicos e a hashtag #distractinglysexy (algo como "minha sensualidade distrai"). O assunto chegou aos "trending topics" (assuntos mais mencionados) do Twitter dos Estados Unidos. Nas imagens, elas usavam seus uniformes de trabalho com legendas irônicas do tipo "Ainda pareço sexy depois de um dia inteiro de cultura de células. E nem chorei dessa vez", ou "Me apaixonei pela microcentrífuga... Mais um dia comum no laboratório". "Isso, de que homens e mulheres não deveriam trabalhar no mesmo laboratório é uma grande bobagem", disse à Folha Mayana Zatz, geneticista da USP. Para ela, essas declarações são um caso isolado e não representam o cenário do país. "Já disse mais de uma vez que no Brasil as mulheres cientistas não são alvo de preconceito." A diretora da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader, disse que é lamentável que um laureado pelo prêmio Nobel neste milênio tenha um pensamento dessa natureza. "Ele deveria estudar um pouco a história da ciência. Se fizesse isso, saberia que a única pessoa que ganhou o Prêmio Nobel na área de ciência duas vezes foi uma mulher: Marie Curie. Talvez ele tenha tido alguma experiência pessoal ruim que esteja atrapalhando seu julgamento sobre as mulheres", disse. Suzana Herculano-Houzel, neurocientista, professora da UFRJ e colunista da Folha, também comentou as declarações do bioquímico. "Acho lamentável uma pessoa supostamente tão inteligente culpar o sexo oposto por sua própria incapacidade de controlar seu comportamento. A declaração 'brincalhona' dele não fica longe das opiniões sexistas que culpam mulheres pelo seu estupro", disse. "Meninos e meninas aprendem essa premissa sexista de que uns agem sem chorar e outras, chorando. Enquanto existir premissa, essa expectativa de que meninas e mulheres pensam e agem diferente, ela será uma profecia autorrealizada", completou. Com as agências de notícias
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Leitores comentam coluna de Reinaldo Azevedo sobre Eduardo Cunha
Muito boa a coluna de Reinaldo Azevedo Ódio a Cunha é ódio à democracia. Difícil discordar de que Cunha avançou na reforma política, mas vejo alguns senões. Primeiro, o fato de que, várias vezes, Cunha deu mostras de que age com o fígado. Não consigo enxergar o ódio. Percebo oposição, mas dentro do regimento. Por fim, o autor da instituição da reeleição é o PSDB, que agora votou contra ela. Torço muito para que o colunista não caia na armadilha de agir com o fígado, como volta e meia faz Cunha. ANÍSIO FRANCO CÂMARA (São Paulo, SP) * * Gostaria de saber se Reinaldo Azevedo realmente apoia Eduardo Cunha por sua postura de "independência" diante do Executivo ou por ele se dedicar a azucrinar o governo do PT. FÁBIO ALEXANDRE LUNARDINI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores comentam coluna de Reinaldo Azevedo sobre Eduardo CunhaMuito boa a coluna de Reinaldo Azevedo Ódio a Cunha é ódio à democracia. Difícil discordar de que Cunha avançou na reforma política, mas vejo alguns senões. Primeiro, o fato de que, várias vezes, Cunha deu mostras de que age com o fígado. Não consigo enxergar o ódio. Percebo oposição, mas dentro do regimento. Por fim, o autor da instituição da reeleição é o PSDB, que agora votou contra ela. Torço muito para que o colunista não caia na armadilha de agir com o fígado, como volta e meia faz Cunha. ANÍSIO FRANCO CÂMARA (São Paulo, SP) * * Gostaria de saber se Reinaldo Azevedo realmente apoia Eduardo Cunha por sua postura de "independência" diante do Executivo ou por ele se dedicar a azucrinar o governo do PT. FÁBIO ALEXANDRE LUNARDINI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Ministro da Saúde defende plano de saúde 'popular' para aliviar o SUS
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou nesta quarta-feira (6) que irá defender a criação de um plano de saúde "mais popular", com acesso a menos serviços do que a cobertura mínima obrigatória determinada pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), mas também com menor custo ao consumidor. Segundo Barros, a medida pode "contribuir com o financiamento do SUS". "A ANS [agência que regula o setor] estabelece uma cobertura mínima para os planos de saúde. Isso implica também num custo de uma mensalidade do plano para essa cobertura estabelecida. O que estamos propondo é uma flexão para que possamos ter planos com acesso mais fácil à população e com cobertura proporcional a esse acesso. É ter outras faixas de plano de saúde para que mais pessoas possam contribuir com o financiamento da saúde no Brasil", disse, após participar de uma audiência no Senado. Segundo Barros, a proposta, que deve levada para aprovação da agência, implicaria na criação e oferta no mercado do que definiu como um "plano de saúde popular", medida que poderia aliviar os gastos do governo com o SUS. "Quando uma pessoa tem um plano [de saúde], ela participa dos custos de atendimento da saúde. E como tem menor cobertura, parte dos atendimentos continuarão sendo feitos pelo SUS para os casos que não estão na cobertura definida pela ANS." "Isso ajudará a agilizar o atendimento das pessoas e a construir a universalização que está prevista na Constituição. Cada vez que a ANS manda o plano cobrir mais alguma coisa, aumenta os custos", completou, citando como exemplo os testes para detecção do vírus da zika, recém-incluídos na lista de cobertura obrigatória. Questionado pela Folha se a medida não poderia levar a uma redução na importância do SUS, Barros minimizou as críticas e disse não ver motivo para polêmica. "A adesão aos planos é voluntária. Ninguém é obrigado a ir para os planos de saúde", disse. Mas o ideal não seria investir mais no SUS para melhorar os serviços? "O orçamento é finito, não há recursos ilimitados" respondeu. "Sou ministro da Saúde, não sou só o ministro do SUS." Segundo Barros, a aprovação do novo modelo de planos de saúde caberá à ANS, que tem autonomia para regular o tema. Ele diz, porém, esperar "convencer" a agência a reduzir a cobertura mínima exigida de serviços exigidos aos planos para atender à proposta. Para ele, a medida seria uma espécie de "cooperação" para ampliar os recursos disponíveis para o SUS. "Temos hoje uma parcela de financiamento da saúde que se faz pelo serviço privado e outra pelo serviço público. O serviço público atende com 1/4 do valor do que o serviço da saúde suplementar atende. Queremos diminuir essa distância". O ministro cita o exemplo de hospitais filantrópicos, que atendem uma parcela de usuários do SUS e outra de planos de saúde, "e o que atende dos planos ajuda a compensar o deficit no SUS". Questionado se a iniciativa de uma plano "menor" não poderia trazer prejuízo ao consumidor, uma vez que planos de saúde têm sido alvo crescente de críticas por falhas e negativas de atendimento, Barros disse que o usuário pode procurar a ANS e o Procon para reivindicar seus direitos. "Não é um problema que devemos ter como fundamental. A reclamação dos serviços de telefonia é muito grande, dos serviços bancários é muito grande. Aliás, são os campeões de reclamação, e não os planos de saúde. A relação é contratual e as pessoas ficam ou não." SEM MAIS RECURSOS Pouco antes de detalhar a proposta de um plano de saúde popular, Barros foi alvo de críticas de alguns senadores durante a audiência ao afirmar, ao contrário do que defendiam seus antecessores no cargo, que não buscaria no momento novos recursos para a saúde, mas sim que investiria na melhoria da gestão. "É preciso gastar melhor", disse. "Há espaço para mais qualidade nos serviços de saúde com os recursos que temos. Vivemos uma crise fiscal, não é o momento de propor mais recursos para a saúde." Para Barros, é necessário também aumentar o ressarcimento dos planos de saúde ao SUS por atendimentos realizados na rede pública de usuários da rede suplementar. O encontro na Comissão de Assuntos Sociais do Senado foi convocado após o ministro declarar em maio, em entrevista à Folha, que era preciso rever o tamanho do SUS. A declaração gerou protestos de entidades e movimentos da saúde. Questionado, Barros negou se referir a uma redução no tamanho do sistema. "Quem leu a entrevista sabe o que falei", disse. Na entrevista, no entanto, ele afirma que "quanto mais gente tiver planos, melhor" e que o Estado não tem condições de assumir todas as garantias previstas na Constituição –incluindo o acesso universal em saúde, proposta do SUS.
cotidiano
Ministro da Saúde defende plano de saúde 'popular' para aliviar o SUSO ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou nesta quarta-feira (6) que irá defender a criação de um plano de saúde "mais popular", com acesso a menos serviços do que a cobertura mínima obrigatória determinada pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), mas também com menor custo ao consumidor. Segundo Barros, a medida pode "contribuir com o financiamento do SUS". "A ANS [agência que regula o setor] estabelece uma cobertura mínima para os planos de saúde. Isso implica também num custo de uma mensalidade do plano para essa cobertura estabelecida. O que estamos propondo é uma flexão para que possamos ter planos com acesso mais fácil à população e com cobertura proporcional a esse acesso. É ter outras faixas de plano de saúde para que mais pessoas possam contribuir com o financiamento da saúde no Brasil", disse, após participar de uma audiência no Senado. Segundo Barros, a proposta, que deve levada para aprovação da agência, implicaria na criação e oferta no mercado do que definiu como um "plano de saúde popular", medida que poderia aliviar os gastos do governo com o SUS. "Quando uma pessoa tem um plano [de saúde], ela participa dos custos de atendimento da saúde. E como tem menor cobertura, parte dos atendimentos continuarão sendo feitos pelo SUS para os casos que não estão na cobertura definida pela ANS." "Isso ajudará a agilizar o atendimento das pessoas e a construir a universalização que está prevista na Constituição. Cada vez que a ANS manda o plano cobrir mais alguma coisa, aumenta os custos", completou, citando como exemplo os testes para detecção do vírus da zika, recém-incluídos na lista de cobertura obrigatória. Questionado pela Folha se a medida não poderia levar a uma redução na importância do SUS, Barros minimizou as críticas e disse não ver motivo para polêmica. "A adesão aos planos é voluntária. Ninguém é obrigado a ir para os planos de saúde", disse. Mas o ideal não seria investir mais no SUS para melhorar os serviços? "O orçamento é finito, não há recursos ilimitados" respondeu. "Sou ministro da Saúde, não sou só o ministro do SUS." Segundo Barros, a aprovação do novo modelo de planos de saúde caberá à ANS, que tem autonomia para regular o tema. Ele diz, porém, esperar "convencer" a agência a reduzir a cobertura mínima exigida de serviços exigidos aos planos para atender à proposta. Para ele, a medida seria uma espécie de "cooperação" para ampliar os recursos disponíveis para o SUS. "Temos hoje uma parcela de financiamento da saúde que se faz pelo serviço privado e outra pelo serviço público. O serviço público atende com 1/4 do valor do que o serviço da saúde suplementar atende. Queremos diminuir essa distância". O ministro cita o exemplo de hospitais filantrópicos, que atendem uma parcela de usuários do SUS e outra de planos de saúde, "e o que atende dos planos ajuda a compensar o deficit no SUS". Questionado se a iniciativa de uma plano "menor" não poderia trazer prejuízo ao consumidor, uma vez que planos de saúde têm sido alvo crescente de críticas por falhas e negativas de atendimento, Barros disse que o usuário pode procurar a ANS e o Procon para reivindicar seus direitos. "Não é um problema que devemos ter como fundamental. A reclamação dos serviços de telefonia é muito grande, dos serviços bancários é muito grande. Aliás, são os campeões de reclamação, e não os planos de saúde. A relação é contratual e as pessoas ficam ou não." SEM MAIS RECURSOS Pouco antes de detalhar a proposta de um plano de saúde popular, Barros foi alvo de críticas de alguns senadores durante a audiência ao afirmar, ao contrário do que defendiam seus antecessores no cargo, que não buscaria no momento novos recursos para a saúde, mas sim que investiria na melhoria da gestão. "É preciso gastar melhor", disse. "Há espaço para mais qualidade nos serviços de saúde com os recursos que temos. Vivemos uma crise fiscal, não é o momento de propor mais recursos para a saúde." Para Barros, é necessário também aumentar o ressarcimento dos planos de saúde ao SUS por atendimentos realizados na rede pública de usuários da rede suplementar. O encontro na Comissão de Assuntos Sociais do Senado foi convocado após o ministro declarar em maio, em entrevista à Folha, que era preciso rever o tamanho do SUS. A declaração gerou protestos de entidades e movimentos da saúde. Questionado, Barros negou se referir a uma redução no tamanho do sistema. "Quem leu a entrevista sabe o que falei", disse. Na entrevista, no entanto, ele afirma que "quanto mais gente tiver planos, melhor" e que o Estado não tem condições de assumir todas as garantias previstas na Constituição –incluindo o acesso universal em saúde, proposta do SUS.
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Museum Week terá Casa das Rosas e Museu da Língua Portuguesa
TATIANA BABADOBULOS DE SÃO PAULO Mais de 1.400 museus do mundo todo vão participar da segunda edição do Museum Week, iniciativa que convida instituições culturais e museus a fazerem postagens temáticas no Twitter. O evento está marcado para acontecer de segunda (23) a sábado (29) e vai usar a hashtag #MuseumWeek. Durante a semana, os participantes vão tuitar sobre temas determinados, como arquitetura, bastidores e até mesmo os selfies —nos museus em que as fotos são permitidas. Na quarta (25), por exemplo, é o dia para contar a história do edifício, dos jardins e do bairro onde o museu está instalado. No fim de semana, a organização pretende reunir o público que visita cada museu. Em São Paulo, participam, entre outros, a Casa das Rosas, Museu Afro Brasil, Museu da Imagem e do Som, Museu do Futebol e Museu da Língua Portuguesa. Ao todo, vão participar museus de 50 países e mais de 670 cidades. Da França, por exemplo, participam os museus D'Orsay, do Louvre, l'Orangerie e outros; dos EUA, estão a National Gallery of Art, o Museu da História Natural e o MoMA de São Francisco. Há ainda museus do Japão, Reino Unido, Canadá, da Venezuela, Arábia Saudita, Suécia, Argentina. A primeira edição, realizada no ano passado, movimentou 630 museus europeus. O objetivo do evento, segundo a organização, é "unir um público ainda mais amplo, de uma forma divertida e participativa". Na ocasião do lançamento, a Ministra da Cultura e da Comunicação da França, Fleur Pellerin, disse que "a #MuseumWeek é uma grande oportunidade para atrair um público mais amplo". Já Dick Costolo, CEO do Twitter, afirmou que, "com o Twitter, a arte pode se espalhar como nunca antes. Nosso objetivo é remover as barreiras". Segundo Renata Motta, coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, "a proposta é divulgar informações curiosas, de bastidores, e que são pouco conhecidas do público".
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Museum Week terá Casa das Rosas e Museu da Língua PortuguesaTATIANA BABADOBULOS DE SÃO PAULO Mais de 1.400 museus do mundo todo vão participar da segunda edição do Museum Week, iniciativa que convida instituições culturais e museus a fazerem postagens temáticas no Twitter. O evento está marcado para acontecer de segunda (23) a sábado (29) e vai usar a hashtag #MuseumWeek. Durante a semana, os participantes vão tuitar sobre temas determinados, como arquitetura, bastidores e até mesmo os selfies —nos museus em que as fotos são permitidas. Na quarta (25), por exemplo, é o dia para contar a história do edifício, dos jardins e do bairro onde o museu está instalado. No fim de semana, a organização pretende reunir o público que visita cada museu. Em São Paulo, participam, entre outros, a Casa das Rosas, Museu Afro Brasil, Museu da Imagem e do Som, Museu do Futebol e Museu da Língua Portuguesa. Ao todo, vão participar museus de 50 países e mais de 670 cidades. Da França, por exemplo, participam os museus D'Orsay, do Louvre, l'Orangerie e outros; dos EUA, estão a National Gallery of Art, o Museu da História Natural e o MoMA de São Francisco. Há ainda museus do Japão, Reino Unido, Canadá, da Venezuela, Arábia Saudita, Suécia, Argentina. A primeira edição, realizada no ano passado, movimentou 630 museus europeus. O objetivo do evento, segundo a organização, é "unir um público ainda mais amplo, de uma forma divertida e participativa". Na ocasião do lançamento, a Ministra da Cultura e da Comunicação da França, Fleur Pellerin, disse que "a #MuseumWeek é uma grande oportunidade para atrair um público mais amplo". Já Dick Costolo, CEO do Twitter, afirmou que, "com o Twitter, a arte pode se espalhar como nunca antes. Nosso objetivo é remover as barreiras". Segundo Renata Motta, coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, "a proposta é divulgar informações curiosas, de bastidores, e que são pouco conhecidas do público".
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Só os operários que fundaram o Corinthians estão acima de Tite
Se a diretoria do Corinthians pensa em preservar a história do clube, deve providenciar algo especial para Tite na sala de troféus do Parque São Jorge. A campanha para o hexacampeonato brasileiro consolida o gaúcho Adenor Leonardo Bachi ao patamar de personagem mais importante dos 105 anos de história corintiana. É o maior nome de todos os tempos. Não há, desde 1º de setembro de 1910, jogador, dirigente ou treinador que tenha um papel tão relevante como ele em termos de conquistas. Até a volta de Tite ao Corinthians, no final de 2010, Oswaldo Brandão figurava como o técnico mais importante. Não era por menos: Brandão dirigiu o time em duas das principais conquistas do século 20: 1) no Campeonato Paulista de 1954, no célebre troféu conquistado já no início de 1955 em cima do maior rival, no quarto Centenário do aniversário da cidade de São Paulo; 2) e coincidentemente, no título seguinte, em 1977, pondo fim ao histórico jejum de 22 anos de fila. Muitos dirão que os tempos são outros e que não se pode comparar momentos distintos do futebol. Aceitemos o argumento, igualando, por exemplo, as conquistas da Libertadores de 2012 e do Paulista 77, pela expectativa e pressão que as antecederam. Mesmo assim, Tite foi além: levou o pentacampeonato brasileiro meses antes e, em dezembro de 2012, recolocou o clube no topo do planeta, com a conquista do bicampeonato Mundial, no Japão. Ali, Tite deixou Brandão para trás e virou definitivamente o maior treinador mosqueteiro. Tite, porém, tem sido mais do que um simples treinador. É um comandante. Um líder que não se omite e acumula uma longa lista de decisões duríssimas e acertadas. Em 2011, por exemplo, sacou do time o então irregular zagueiro Chicão, mesmo ciente que se tratava de um dos líderes do time desde a campanha da segunda divisão, três anos antes. Mesmo sob risco, fez o que tinha de ser feito. Outra decisão complicada, mas também correta, veio em 2012, quando sacou o goleiro Julio César e escalou Cássio como titular dos mata-matas da Libertadores. Agora, em 2015, para remontar o time, colocou o experiente e líder Ralf no banco. Tite ganhou cada vez mais o respeito do grupo e da torcida. Criou uma casca de comandante. Casca que usou de forma brilhante em Yokohama. Primeiro quando olhou nos olhos de cada jogador e fez cada um deles acreditar que era possível, sim, jogar de igual para igual contra o Chelsea ("Vai Corinthians, é nóis, mano", disse na última coletiva antes da finalíssima). E, segundo, quando sacou Douglas, titular da semifinal, e escalou o polivalente Jorge Henrique na grande decisão para jogar como uma espécie de segundo lateral-direito no auxílio ao capitão Alessandro. Enumerar ídolos é complicado. Alguns jogadores figuram na galeria de importância pelas conquistas e pelo papel desempenhado dentro e fora do campo. Assim foi Marcelinho Carioca na década de 90, sendo o jogador que mais ganhou títulos com a camisa alvinegra. Assim foi Sócrates no começo dos anos 80, com os títulos Paulistas e o movimento da Democracia Corintiana. Como importante também foi Neto ao ganhar praticamente sozinho o primeiro Brasileirão, em 1990, ou Luizinho, o Pequeno Polegar, maior ídolo dos anos 50. Sem falar de Neco (o primeiro grande ídolo), Teleco, Baltazar. Rivelino foi um dos melhores (senão, o melhor) que passou pelo campo, mas a geração de times medíocres que carregou nas costas o deixam de fora de qualquer lista de protagonismo em termos de conquistas. Talvez somente os operários do Bom Retiro que fundaram o clube em 1910 estejam acima de Tite. Afinal, sem eles, não haveria Corinthians. Mas é certo que nem esses italianos e espanhóis imaginavam que 105 anos depois um treinador faria tanto em tão pouco tempo. Certamente pediriam uma estátua para ele. Eduardo Scolese e Leandro Colon se conheceram na arquibancada há mais de uma década. Estiveram juntos com outros 30 mil torcedores na invasão ao Japão
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Só os operários que fundaram o Corinthians estão acima de TiteSe a diretoria do Corinthians pensa em preservar a história do clube, deve providenciar algo especial para Tite na sala de troféus do Parque São Jorge. A campanha para o hexacampeonato brasileiro consolida o gaúcho Adenor Leonardo Bachi ao patamar de personagem mais importante dos 105 anos de história corintiana. É o maior nome de todos os tempos. Não há, desde 1º de setembro de 1910, jogador, dirigente ou treinador que tenha um papel tão relevante como ele em termos de conquistas. Até a volta de Tite ao Corinthians, no final de 2010, Oswaldo Brandão figurava como o técnico mais importante. Não era por menos: Brandão dirigiu o time em duas das principais conquistas do século 20: 1) no Campeonato Paulista de 1954, no célebre troféu conquistado já no início de 1955 em cima do maior rival, no quarto Centenário do aniversário da cidade de São Paulo; 2) e coincidentemente, no título seguinte, em 1977, pondo fim ao histórico jejum de 22 anos de fila. Muitos dirão que os tempos são outros e que não se pode comparar momentos distintos do futebol. Aceitemos o argumento, igualando, por exemplo, as conquistas da Libertadores de 2012 e do Paulista 77, pela expectativa e pressão que as antecederam. Mesmo assim, Tite foi além: levou o pentacampeonato brasileiro meses antes e, em dezembro de 2012, recolocou o clube no topo do planeta, com a conquista do bicampeonato Mundial, no Japão. Ali, Tite deixou Brandão para trás e virou definitivamente o maior treinador mosqueteiro. Tite, porém, tem sido mais do que um simples treinador. É um comandante. Um líder que não se omite e acumula uma longa lista de decisões duríssimas e acertadas. Em 2011, por exemplo, sacou do time o então irregular zagueiro Chicão, mesmo ciente que se tratava de um dos líderes do time desde a campanha da segunda divisão, três anos antes. Mesmo sob risco, fez o que tinha de ser feito. Outra decisão complicada, mas também correta, veio em 2012, quando sacou o goleiro Julio César e escalou Cássio como titular dos mata-matas da Libertadores. Agora, em 2015, para remontar o time, colocou o experiente e líder Ralf no banco. Tite ganhou cada vez mais o respeito do grupo e da torcida. Criou uma casca de comandante. Casca que usou de forma brilhante em Yokohama. Primeiro quando olhou nos olhos de cada jogador e fez cada um deles acreditar que era possível, sim, jogar de igual para igual contra o Chelsea ("Vai Corinthians, é nóis, mano", disse na última coletiva antes da finalíssima). E, segundo, quando sacou Douglas, titular da semifinal, e escalou o polivalente Jorge Henrique na grande decisão para jogar como uma espécie de segundo lateral-direito no auxílio ao capitão Alessandro. Enumerar ídolos é complicado. Alguns jogadores figuram na galeria de importância pelas conquistas e pelo papel desempenhado dentro e fora do campo. Assim foi Marcelinho Carioca na década de 90, sendo o jogador que mais ganhou títulos com a camisa alvinegra. Assim foi Sócrates no começo dos anos 80, com os títulos Paulistas e o movimento da Democracia Corintiana. Como importante também foi Neto ao ganhar praticamente sozinho o primeiro Brasileirão, em 1990, ou Luizinho, o Pequeno Polegar, maior ídolo dos anos 50. Sem falar de Neco (o primeiro grande ídolo), Teleco, Baltazar. Rivelino foi um dos melhores (senão, o melhor) que passou pelo campo, mas a geração de times medíocres que carregou nas costas o deixam de fora de qualquer lista de protagonismo em termos de conquistas. Talvez somente os operários do Bom Retiro que fundaram o clube em 1910 estejam acima de Tite. Afinal, sem eles, não haveria Corinthians. Mas é certo que nem esses italianos e espanhóis imaginavam que 105 anos depois um treinador faria tanto em tão pouco tempo. Certamente pediriam uma estátua para ele. Eduardo Scolese e Leandro Colon se conheceram na arquibancada há mais de uma década. Estiveram juntos com outros 30 mil torcedores na invasão ao Japão
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Veja onde saborear bacalhau, cabrito ou cordeiro no domingo de Páscoa
DANIELLE NAGASE DE SÃO PAULO O que comer na Páscoa? Pinçamos opções clássicas para facilitar a escolha do almoço de domingo (27). Confira. * BACALHAU MAX ABDO BISTRÔ Até o próximo domingo (27/3), o bistrô do chef Max Abdo oferece três receitas com bacalhau para celebrar a data. A versão grelhada à portuguesa (R$ 95; foto) traz a posta guarnecida de tomates, batatas e azeitonas. Mais em conta, o arroz de bacalhau acompanhado de banana-da-terra também é opção. R. Peixoto Gomide, 1.658, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3062-5557. 36 lugares. Seg.: 12h às 15h. Ter. a sex.: 12h às 15h e 20h às 23h. Sáb.: 12h às 17h e 20h às 23h. Dom. (27): 12h às 17h. CC: AE, D, E, H, M e V. Estac. (grátis a 1ª h, após R$ 5 p/ 2 h, na al. Lorena, 1.157 - convênio). * PEIXE BARBACOA GRILL Para quem deseja fugir do clássico bacalhau, mas, ainda assim, quer comer peixe durante o feriado da Páscoa, o restaurante destaca o robalo (R$ 77,90; 220 g) e a pescada branca (R$ 71,90; foto). Os filés chegam à mesa com uma guarnição à escolha e dão direito ao bufê de saladas à vontade. Morumbi Shopping. Av. Roque Petroni Jr., 1.089, piso lazer, Jardim das Acácias, região sul, tel. 5181-6898. 185 lugares. Seg. a sáb.: 12h às 23h. Dom.: 12h às 22h. CC: AE, D, H, M e V. T: A, So, Te e Vr. Estac. (R$ 13 p/ 2 h). * CORDEIRO TARSILA Como em todos os domingos, o restaurante do hotel In­tercontinental oferece brunch (R$ 120) no dia 27. Na Páscoa, porém, dedica-se a receitas clássicas da data. Entre os principais, por exemplo, destaca-se o carré de cordeiro. O pacote inclui espumante nacional e outras bebidas não alcoólicas. Hotel Intercontinental São Paulo. Al. Santos, 1.123, Cerqueira César, região oeste, tel. 3179-2555. 120 lugares. Seg.: 6h às 10h e 12h às 15h. Ter. a sex.: 6h às 10h, 12h às 15h e 19h às 23h. Sáb.: 7h às 11h, 12h30 às 16h e 19h às 23h. Dom.: 7h às 11h e 12h30 às 16h. CC: AE, D, M e V. Estac. c/ manob. (R$ 18 p/ 3 h). * CABRITO ZUCCO Vai de cabrito no almoço de Páscoa? Pois no restaurante, a sugestão do dia é a paleta assada no forno a lenha com batatas rústicas assadas, brócolis e molho (R$ 69; foto). Dois dias antes, na Sexta-Feira Santa (25), o destaque é o lombo de bacalhau com ovos de codorna, tomate-cereja e cebolinha confitada (R$ 95). R. Haddock Lobo, 1.416, Cerqueira César, região oeste, tel. 3897-0666. 84 lugares. Seg. a qui.: 12h às 24h. Sex. e sáb.: 12h à 1h30. Dom.: 12h às 23h. CC: AE, D, E, M e V. Valet (R$ 25). * OVO DE PÁSCOA PRAÇA SÃO LOURENÇO Inspirado nas receitas pascais, o bufê do chef Felipe Mirassieras oferece, no próximo domingo (27/3), antepastos e saladas, mais 38 sugestões de pratos principais (R$ 116, para comer à vontade). O destaque, porém, está na seção de doces, que inclui um ovo de Páscoa recheado com bolo de cenoura. R. Casa do Ator, 608, Vila Olímpia, região oeste, tel. 3053-9300. 350 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h30 e 19h à 0h30. Sáb.: 12h às 17h e 19h à 0h30. Dom.: 12h às 17h. CC: AE, D, E, M e V. T: A, So e Te. Valet (R$ 25).
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Veja onde saborear bacalhau, cabrito ou cordeiro no domingo de PáscoaDANIELLE NAGASE DE SÃO PAULO O que comer na Páscoa? Pinçamos opções clássicas para facilitar a escolha do almoço de domingo (27). Confira. * BACALHAU MAX ABDO BISTRÔ Até o próximo domingo (27/3), o bistrô do chef Max Abdo oferece três receitas com bacalhau para celebrar a data. A versão grelhada à portuguesa (R$ 95; foto) traz a posta guarnecida de tomates, batatas e azeitonas. Mais em conta, o arroz de bacalhau acompanhado de banana-da-terra também é opção. R. Peixoto Gomide, 1.658, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3062-5557. 36 lugares. Seg.: 12h às 15h. Ter. a sex.: 12h às 15h e 20h às 23h. Sáb.: 12h às 17h e 20h às 23h. Dom. (27): 12h às 17h. CC: AE, D, E, H, M e V. Estac. (grátis a 1ª h, após R$ 5 p/ 2 h, na al. Lorena, 1.157 - convênio). * PEIXE BARBACOA GRILL Para quem deseja fugir do clássico bacalhau, mas, ainda assim, quer comer peixe durante o feriado da Páscoa, o restaurante destaca o robalo (R$ 77,90; 220 g) e a pescada branca (R$ 71,90; foto). Os filés chegam à mesa com uma guarnição à escolha e dão direito ao bufê de saladas à vontade. Morumbi Shopping. Av. Roque Petroni Jr., 1.089, piso lazer, Jardim das Acácias, região sul, tel. 5181-6898. 185 lugares. Seg. a sáb.: 12h às 23h. Dom.: 12h às 22h. CC: AE, D, H, M e V. T: A, So, Te e Vr. Estac. (R$ 13 p/ 2 h). * CORDEIRO TARSILA Como em todos os domingos, o restaurante do hotel In­tercontinental oferece brunch (R$ 120) no dia 27. Na Páscoa, porém, dedica-se a receitas clássicas da data. Entre os principais, por exemplo, destaca-se o carré de cordeiro. O pacote inclui espumante nacional e outras bebidas não alcoólicas. Hotel Intercontinental São Paulo. Al. Santos, 1.123, Cerqueira César, região oeste, tel. 3179-2555. 120 lugares. Seg.: 6h às 10h e 12h às 15h. Ter. a sex.: 6h às 10h, 12h às 15h e 19h às 23h. Sáb.: 7h às 11h, 12h30 às 16h e 19h às 23h. Dom.: 7h às 11h e 12h30 às 16h. CC: AE, D, M e V. Estac. c/ manob. (R$ 18 p/ 3 h). * CABRITO ZUCCO Vai de cabrito no almoço de Páscoa? Pois no restaurante, a sugestão do dia é a paleta assada no forno a lenha com batatas rústicas assadas, brócolis e molho (R$ 69; foto). Dois dias antes, na Sexta-Feira Santa (25), o destaque é o lombo de bacalhau com ovos de codorna, tomate-cereja e cebolinha confitada (R$ 95). R. Haddock Lobo, 1.416, Cerqueira César, região oeste, tel. 3897-0666. 84 lugares. Seg. a qui.: 12h às 24h. Sex. e sáb.: 12h à 1h30. Dom.: 12h às 23h. CC: AE, D, E, M e V. Valet (R$ 25). * OVO DE PÁSCOA PRAÇA SÃO LOURENÇO Inspirado nas receitas pascais, o bufê do chef Felipe Mirassieras oferece, no próximo domingo (27/3), antepastos e saladas, mais 38 sugestões de pratos principais (R$ 116, para comer à vontade). O destaque, porém, está na seção de doces, que inclui um ovo de Páscoa recheado com bolo de cenoura. R. Casa do Ator, 608, Vila Olímpia, região oeste, tel. 3053-9300. 350 lugares. Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h30 e 19h à 0h30. Sáb.: 12h às 17h e 19h à 0h30. Dom.: 12h às 17h. CC: AE, D, E, M e V. T: A, So e Te. Valet (R$ 25).
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Dom Paulo Evaristo Arns melhora e está consciente, mas continua na UTI
O arcebispo-emérito de São Paulo dom Paulo Evaristo Arns, 93 anos, segue internado na capital paulista, mas apresentou melhora em seu estado de saúde. Segundo boletim médico divulgado nesta quarta-feira (3), o religioso está consciente e se alimenta normalmente. Na manhã da última segunda-feira (1º), ele sofreu de um mal súbito e foi levado do convento onde mora, em Taboão da Serra (SP), para o Hospital Santa Catarina, na avenida Paulista. De acordo com o boletim médico, o religioso segue internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para monitoramento de seus sinais vitais e cuidados gerais. Não há previsão de alta. Na tarde da terça-feira (2), ele recebeu a visita na unidade médica do arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer. Eles conversaram sobre a novena a São José de Anchieta, santo celebrado no dia 09 de junho, e o arcebispo-emérito pediu para que rezassem por ele. O religioso foi um dos principais nomes da luta em favor dos direitos humanos durante a ditadura militar. Em 1972, ele criou a Comissão Brasileira Justiça e Paz, que articulou denúncias contra abusos do regime. O arcebispo-emérito também fundou o projeto "Brasil: Nunca Mais", que reuniu documentos oficiais sobre o uso da tortura durante o regime militar no Brasil. A iniciativa ajudou a sistematizar informações de mais de 1 milhão de páginas de 707 processos do STM (Superior Tribunal Militar). O relatório obtido teve papel fundamenta na identificação e denúncia de torturadores do regime e no esclarecimento de assassinatos e desaparecimentos.
poder
Dom Paulo Evaristo Arns melhora e está consciente, mas continua na UTIO arcebispo-emérito de São Paulo dom Paulo Evaristo Arns, 93 anos, segue internado na capital paulista, mas apresentou melhora em seu estado de saúde. Segundo boletim médico divulgado nesta quarta-feira (3), o religioso está consciente e se alimenta normalmente. Na manhã da última segunda-feira (1º), ele sofreu de um mal súbito e foi levado do convento onde mora, em Taboão da Serra (SP), para o Hospital Santa Catarina, na avenida Paulista. De acordo com o boletim médico, o religioso segue internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para monitoramento de seus sinais vitais e cuidados gerais. Não há previsão de alta. Na tarde da terça-feira (2), ele recebeu a visita na unidade médica do arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer. Eles conversaram sobre a novena a São José de Anchieta, santo celebrado no dia 09 de junho, e o arcebispo-emérito pediu para que rezassem por ele. O religioso foi um dos principais nomes da luta em favor dos direitos humanos durante a ditadura militar. Em 1972, ele criou a Comissão Brasileira Justiça e Paz, que articulou denúncias contra abusos do regime. O arcebispo-emérito também fundou o projeto "Brasil: Nunca Mais", que reuniu documentos oficiais sobre o uso da tortura durante o regime militar no Brasil. A iniciativa ajudou a sistematizar informações de mais de 1 milhão de páginas de 707 processos do STM (Superior Tribunal Militar). O relatório obtido teve papel fundamenta na identificação e denúncia de torturadores do regime e no esclarecimento de assassinatos e desaparecimentos.
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Spielberg oferece entretenimento sólido baseado na ação verbal
Diretor do grande espetáculo e das emoções ligeiras, Steven Spielberg virou, quem diria, um belo cineasta da palavra. Depois de "Lincoln" (2012), ele oferece em "Ponte dos Espiões" mais uma celebração do poder do diálogo. Baseado em fatos reais, o filme tem como protagonista James Donovan (Tom Hanks), advogado especializado em seguros que aceita defender Rudolf Abel (o inglês Mark Rylance, excelente), espião soviético capturado pelos americanos em meio à Guerra Fria. A persistência de Donovan em livrar Abel da pena de morte é vista como uma traição à pátria. Mas, sendo um legalista, acredita que qualquer indivíduo merece defesa. Quando um militar americano é capturado pelos soviéticos e oferecido em troca de Abel, Donovan é enviado a Berlim para comandar as negociações –e decide tentar incluir no acordo um estudante americano preso na Alemanha Oriental. O problema é que soviéticos e alemães orientais não estavam alinhados e que os americanos não faziam questão de resgatar o segundo preso. Mas Donovan insiste na ideia de que toda vida vale o esforço e passa a negociar com os três lados. Seja trabalhando com o filme de tribunal (na primeira metade do filme) ou com o filme de guerra (na segunda metade), Spielberg oferece um sólido entretenimento baseado não na ação física, mas na ação verbal. Em um sentido superficial, "Ponte dos Espiões" pode ser visto como o triunfo da sagacidade americana, representada na figura de Donovan. Mas o advogado não é um herói americano convencional: ele é alguém que afronta a opinião pública e seu governo por seus valores; que defende uma superioridade ética, não bélica. "Ponte dos Espiões" é a apoteose do mediador. E, nesse sentido, é também um filme político, por defender um poder moderador, não-ideológico (algo que remete à política externa de Obama). Spielberg, quem diria, virou não apenas um belo cineasta da palavra, como também um belo cineasta político. PONTE DOS ESPIÕES (Bridge Of Spies) DIREÇÃO Steven Spielberg ELENCO Tom Hanks, Mark Rylance, Domenick Lombardozzi PRODUÇÃO EUA, 2015, 12 anos QUANDO estreia nesta quinta (22)
ilustrada
Spielberg oferece entretenimento sólido baseado na ação verbalDiretor do grande espetáculo e das emoções ligeiras, Steven Spielberg virou, quem diria, um belo cineasta da palavra. Depois de "Lincoln" (2012), ele oferece em "Ponte dos Espiões" mais uma celebração do poder do diálogo. Baseado em fatos reais, o filme tem como protagonista James Donovan (Tom Hanks), advogado especializado em seguros que aceita defender Rudolf Abel (o inglês Mark Rylance, excelente), espião soviético capturado pelos americanos em meio à Guerra Fria. A persistência de Donovan em livrar Abel da pena de morte é vista como uma traição à pátria. Mas, sendo um legalista, acredita que qualquer indivíduo merece defesa. Quando um militar americano é capturado pelos soviéticos e oferecido em troca de Abel, Donovan é enviado a Berlim para comandar as negociações –e decide tentar incluir no acordo um estudante americano preso na Alemanha Oriental. O problema é que soviéticos e alemães orientais não estavam alinhados e que os americanos não faziam questão de resgatar o segundo preso. Mas Donovan insiste na ideia de que toda vida vale o esforço e passa a negociar com os três lados. Seja trabalhando com o filme de tribunal (na primeira metade do filme) ou com o filme de guerra (na segunda metade), Spielberg oferece um sólido entretenimento baseado não na ação física, mas na ação verbal. Em um sentido superficial, "Ponte dos Espiões" pode ser visto como o triunfo da sagacidade americana, representada na figura de Donovan. Mas o advogado não é um herói americano convencional: ele é alguém que afronta a opinião pública e seu governo por seus valores; que defende uma superioridade ética, não bélica. "Ponte dos Espiões" é a apoteose do mediador. E, nesse sentido, é também um filme político, por defender um poder moderador, não-ideológico (algo que remete à política externa de Obama). Spielberg, quem diria, virou não apenas um belo cineasta da palavra, como também um belo cineasta político. PONTE DOS ESPIÕES (Bridge Of Spies) DIREÇÃO Steven Spielberg ELENCO Tom Hanks, Mark Rylance, Domenick Lombardozzi PRODUÇÃO EUA, 2015, 12 anos QUANDO estreia nesta quinta (22)
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As anotações de Ingmar Bergman para o filme "Persona"
12 de abril de 2016, Fårö, Suécia. Estamos completamente mergulhados nos textos que se acumularam nos 50 anos desde que Ingmar Bergman lançou "Persona". A exposição abrirá em algumas semanas no Bergmancenter. Os dias se despedem num rápido relance no relógio. Nosso desafio não é pequeno: navegar por esse universo analítico infinito para criar algo sensorial e impactante. Às críticas e análises acadêmicas sobre o filme somam-se incontáveis entrevistas e depoimentos do diretor. Nos concentramos então no acervo de cadernos de anotações e roteiros manuscritos que Bergman deixou. O conteúdo é vasto e revela um homem meticuloso, detalhista e assombrado por imagens e sensações que traduziu em seus filmes e peças de teatro. 12 de abril de 1965, Estocolmo. O paciente Ernst Ingmar Bergman encontra-se num estado de saúde deplorável. Pneumonia, envenenamento por excesso de penicilina e uma infecção viral lhe causam acessos de tontura. Prestes a completar 47 anos, acumula invejáveis 33 filmes, incluindo obras-primas como "Mônica e o Desejo" (1953), "O Sétimo Selo" (1957) e "Morangos Silvestres" (1957), além da renomada trilogia do silêncio. Igualmente prolífico no teatro, dirige o Teatro Nacional Sueco desde 1960. Casado com sua quarta mulher, carrega na bagagem sete filhos. Em seu quarto de hospital, "apenas para exercitar a mão", escreve a primeira anotação que culminaria em "Persona": "Eu quero começar do começo. Não inventar, não inflamar, não bagunçar, mas começar do começo por um novo eu –se eu tiver um. Ela tem sido uma atriz –isso eu talvez possa me permitir? E então ela se calou. Nada de anormal nisso". 29 de abril de 1965, Estocolmo. Ainda internado, Bergman tenta se salvar criando regras: "As seguintes regras devo tentar seguir: café da manhã às oito e meia com os demais pacientes. Imediatamente em seguida, sair para a caminhada matinal. Nenhum jornal ou revista durante esse período. Nenhuma forma de contato com o teatro. Não receber cartas, telegramas ou ligações telefônicas. [...] Nenhum cinema ou TV. Sinto agora que uma batalha decisiva está se aproximando, e é importante não prorrogá-la mais. Acredito que eu talvez não seja capaz de escrever alguma coisa. Nesse caso não importa. Preciso atingir algum tipo de clareza. Caso contrário, tudo irá definitivamente para o inferno". Dois meses depois, ele viajaria para as filmagens: "Começamos em 19/7 num estúdio em Estocolmo. Os primeiros dias foram horríveis. Bibi estava brava, Liv, nervosa, e eu, paralisado pelo cansaço. ["¦] Quando chegamos em Fårö, passamos a nos divertir. O tempo estava ótimo, a filmagem fluiu e decidimos refazer tudo o que havíamos rodado em Estocolmo". 29 de abril de 2016, Fårö. A ilha que deu vida a "Persona" nos oferece o outro lado da moeda. Remota, sem estrutura, mão de obra ou fornecedores, nos força a encontrar soluções. Tudo de que precisamos para a exposição fica a uma travessia de ferry e mais 70 km de estrada, por vezes ainda coberta de neve. Perder uma saída do barco causa um efeito avalanche em nosso já apertado cronograma. Com tempo e recursos escassos, nos transformamos em carpinteiros, pintores e eletricistas. As regras que o mestre havia criado para si passam a servir também para nós: "nenhum cinema ou TV", "nenhum jornal ou revista", "caso contrário, tudo irá definitivamente para o inferno". 4 de maio de 2016, Fårö. Um dia para a abertura. A última jornada de trabalho começou na manhã do dia 3 e terminou nas primeiras horas de hoje. É aniversário de Murilo, que dorme no Skrivstugan de Bergman, algo como chalé do escritor, uma cabana de madeira cercada pela vegetação típica da região, à beira da praia de pedras imortalizada no filme. A única casa próxima é a icônica residência construída pelo diretor após "Persona" para viver com seu mais novo amor, Liv Ullmann. Paralisados de cansaço, trocamos poucas palavras. Fårö nos brinda com seu esplendor. A exposição está pronta. E, assim como Bergman, sobrevivemos. HELEN BELTRAME-LINNÉ, 36, é diretora do Bergmancenter, em Fårö, na Suécia, e responsável pela mostra "Por Trás da Máscara: 50 Anos de Persona", no Itaú Cultural, em São Paulo, até 6/11. MURILO HAUSER, 35, é roteirista, dramaturgo, diretor e músico; codirigiu, com Hector Babenco, o espetáculo "Hell".
ilustrissima
As anotações de Ingmar Bergman para o filme "Persona"12 de abril de 2016, Fårö, Suécia. Estamos completamente mergulhados nos textos que se acumularam nos 50 anos desde que Ingmar Bergman lançou "Persona". A exposição abrirá em algumas semanas no Bergmancenter. Os dias se despedem num rápido relance no relógio. Nosso desafio não é pequeno: navegar por esse universo analítico infinito para criar algo sensorial e impactante. Às críticas e análises acadêmicas sobre o filme somam-se incontáveis entrevistas e depoimentos do diretor. Nos concentramos então no acervo de cadernos de anotações e roteiros manuscritos que Bergman deixou. O conteúdo é vasto e revela um homem meticuloso, detalhista e assombrado por imagens e sensações que traduziu em seus filmes e peças de teatro. 12 de abril de 1965, Estocolmo. O paciente Ernst Ingmar Bergman encontra-se num estado de saúde deplorável. Pneumonia, envenenamento por excesso de penicilina e uma infecção viral lhe causam acessos de tontura. Prestes a completar 47 anos, acumula invejáveis 33 filmes, incluindo obras-primas como "Mônica e o Desejo" (1953), "O Sétimo Selo" (1957) e "Morangos Silvestres" (1957), além da renomada trilogia do silêncio. Igualmente prolífico no teatro, dirige o Teatro Nacional Sueco desde 1960. Casado com sua quarta mulher, carrega na bagagem sete filhos. Em seu quarto de hospital, "apenas para exercitar a mão", escreve a primeira anotação que culminaria em "Persona": "Eu quero começar do começo. Não inventar, não inflamar, não bagunçar, mas começar do começo por um novo eu –se eu tiver um. Ela tem sido uma atriz –isso eu talvez possa me permitir? E então ela se calou. Nada de anormal nisso". 29 de abril de 1965, Estocolmo. Ainda internado, Bergman tenta se salvar criando regras: "As seguintes regras devo tentar seguir: café da manhã às oito e meia com os demais pacientes. Imediatamente em seguida, sair para a caminhada matinal. Nenhum jornal ou revista durante esse período. Nenhuma forma de contato com o teatro. Não receber cartas, telegramas ou ligações telefônicas. [...] Nenhum cinema ou TV. Sinto agora que uma batalha decisiva está se aproximando, e é importante não prorrogá-la mais. Acredito que eu talvez não seja capaz de escrever alguma coisa. Nesse caso não importa. Preciso atingir algum tipo de clareza. Caso contrário, tudo irá definitivamente para o inferno". Dois meses depois, ele viajaria para as filmagens: "Começamos em 19/7 num estúdio em Estocolmo. Os primeiros dias foram horríveis. Bibi estava brava, Liv, nervosa, e eu, paralisado pelo cansaço. ["¦] Quando chegamos em Fårö, passamos a nos divertir. O tempo estava ótimo, a filmagem fluiu e decidimos refazer tudo o que havíamos rodado em Estocolmo". 29 de abril de 2016, Fårö. A ilha que deu vida a "Persona" nos oferece o outro lado da moeda. Remota, sem estrutura, mão de obra ou fornecedores, nos força a encontrar soluções. Tudo de que precisamos para a exposição fica a uma travessia de ferry e mais 70 km de estrada, por vezes ainda coberta de neve. Perder uma saída do barco causa um efeito avalanche em nosso já apertado cronograma. Com tempo e recursos escassos, nos transformamos em carpinteiros, pintores e eletricistas. As regras que o mestre havia criado para si passam a servir também para nós: "nenhum cinema ou TV", "nenhum jornal ou revista", "caso contrário, tudo irá definitivamente para o inferno". 4 de maio de 2016, Fårö. Um dia para a abertura. A última jornada de trabalho começou na manhã do dia 3 e terminou nas primeiras horas de hoje. É aniversário de Murilo, que dorme no Skrivstugan de Bergman, algo como chalé do escritor, uma cabana de madeira cercada pela vegetação típica da região, à beira da praia de pedras imortalizada no filme. A única casa próxima é a icônica residência construída pelo diretor após "Persona" para viver com seu mais novo amor, Liv Ullmann. Paralisados de cansaço, trocamos poucas palavras. Fårö nos brinda com seu esplendor. A exposição está pronta. E, assim como Bergman, sobrevivemos. HELEN BELTRAME-LINNÉ, 36, é diretora do Bergmancenter, em Fårö, na Suécia, e responsável pela mostra "Por Trás da Máscara: 50 Anos de Persona", no Itaú Cultural, em São Paulo, até 6/11. MURILO HAUSER, 35, é roteirista, dramaturgo, diretor e músico; codirigiu, com Hector Babenco, o espetáculo "Hell".
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O conto da repatriação
A crer nas declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o Planalto já teria rejeitado a ideia de atenuar a lei de anistia a quem remeteu dinheiro ao exterior clandestinamente. Espera-se que sua convicção se prove correta, mas há motivos para desconfiar. Surgiram informações de que estudos sobre mudanças no programa de repatriação foram conduzidos no entorno de Michel Temer (PMDB) e de que o presidente interino se dispõe a analisar modificações que tornem mais sedutora a norma que entrou em vigor neste ano, antes de Dilma Rousseff (PT) ser afastada do Planalto. Existe no governo certa frustração com os resultados da lei. Contava-se que, com os impostos (alíquota de 15%) e as multas (outros 15%) pagos por brasileiros para regularizar recursos mantidos ilegalmente fora, a arrecadação adicional chegaria a R$ 21 bilhões. Por ora, está na casa de R$ 8 bilhões. Uma das sugestões para estimular a reentrada de dinheiro partiu de escritórios de advocacia interessados em facilitar a vida de seus clientes: a tributação e a multa incidiriam somente sobre o saldo em conta no dia 31 de dezembro de 2014, não sobre o que tenha sido gasto antes dessa data. É fácil ver que a mudança atende os interesses de quem tem ativos irregulares no exterior. Difícil é entender como um governo sério poderia concordar com tamanha doçura diante de uma ilegalidade. As necessidades contábeis não podem ser postas à frente do respeito à lei e dos mandamentos éticos. Não custa lembrar que anistias desse tipo, por sua própria natureza, tendem a ser um prêmio para quem andou à margem da lei e um desrespeito com quem observou as devidas formalidades legais. Além disso, criam renovadas expectativas de impunidade e podem beneficiar quem, por meio da sonegação, obteve vantagens competitivas em sua atividade. No caso específico da lei da repatriação, a experiência internacional comprova potencial não desprezível de arrecadação. Nem por isso o Brasil poderia abrir mão de contrapartidas, muito menos suavizá-las após entrarem em vigor. Talvez, vendo o aperto orçamentário do país, alguns tenham calculado que poderiam induzir o governo a rever os termos da lei. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), parece ser um deles. Aperto, mesmo, enfrenta quem mantém dinheiro não declarado no exterior. Em 2018 o Brasil terá acesso a dados tributários de 97 países, como parte de convênio de intercâmbio de informações na área. Como ficarão vulneráveis a processos criminais, os sonegadores não encontrarão incentivo maior que esse para regularizar ativos. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
O conto da repatriaçãoA crer nas declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o Planalto já teria rejeitado a ideia de atenuar a lei de anistia a quem remeteu dinheiro ao exterior clandestinamente. Espera-se que sua convicção se prove correta, mas há motivos para desconfiar. Surgiram informações de que estudos sobre mudanças no programa de repatriação foram conduzidos no entorno de Michel Temer (PMDB) e de que o presidente interino se dispõe a analisar modificações que tornem mais sedutora a norma que entrou em vigor neste ano, antes de Dilma Rousseff (PT) ser afastada do Planalto. Existe no governo certa frustração com os resultados da lei. Contava-se que, com os impostos (alíquota de 15%) e as multas (outros 15%) pagos por brasileiros para regularizar recursos mantidos ilegalmente fora, a arrecadação adicional chegaria a R$ 21 bilhões. Por ora, está na casa de R$ 8 bilhões. Uma das sugestões para estimular a reentrada de dinheiro partiu de escritórios de advocacia interessados em facilitar a vida de seus clientes: a tributação e a multa incidiriam somente sobre o saldo em conta no dia 31 de dezembro de 2014, não sobre o que tenha sido gasto antes dessa data. É fácil ver que a mudança atende os interesses de quem tem ativos irregulares no exterior. Difícil é entender como um governo sério poderia concordar com tamanha doçura diante de uma ilegalidade. As necessidades contábeis não podem ser postas à frente do respeito à lei e dos mandamentos éticos. Não custa lembrar que anistias desse tipo, por sua própria natureza, tendem a ser um prêmio para quem andou à margem da lei e um desrespeito com quem observou as devidas formalidades legais. Além disso, criam renovadas expectativas de impunidade e podem beneficiar quem, por meio da sonegação, obteve vantagens competitivas em sua atividade. No caso específico da lei da repatriação, a experiência internacional comprova potencial não desprezível de arrecadação. Nem por isso o Brasil poderia abrir mão de contrapartidas, muito menos suavizá-las após entrarem em vigor. Talvez, vendo o aperto orçamentário do país, alguns tenham calculado que poderiam induzir o governo a rever os termos da lei. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), parece ser um deles. Aperto, mesmo, enfrenta quem mantém dinheiro não declarado no exterior. Em 2018 o Brasil terá acesso a dados tributários de 97 países, como parte de convênio de intercâmbio de informações na área. Como ficarão vulneráveis a processos criminais, os sonegadores não encontrarão incentivo maior que esse para regularizar ativos. editoriais@grupofolha.com.br
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Mito de que parto normal não pode ser feito após cesárea estimula cirurgias
"Uma vez cesárea, sempre cesárea." A frase, dita pelo pesquisador Edwin Cragin, em 1916, era para alertar seus colegas obstetras sobre o risco de se fazer uma cesárea e sobre como deveriam evitá-la, especialmente em mulheres grávidas pela primeira vez. Hoje, 99 anos depois, ela continua, segundo especialistas, sendo tirada de contexto e usada para alimentar o tabu de que mulheres não poderiam ter um parto normal se já tiverem passado por uma cesárea. E em um país como o Brasil, que tem o mais alto índice de cesarianas do planeta, essa concepção tem um impacto ainda maior e mais perigoso, alimentando uma epidemia que já faz com que 84% dos partos na rede privada sejam cesáreas (na rede pública, é de 40%), enquanto o recomendado pela OMS é de 15%. Embora tenha índices mais baixos que os brasileiros, os Estados Unidos também enfrentam desafios semelhantes para baixar do patamar de 32,8% de cesáreas, já que muitas das razões que fizeram esse índice subir por lá são as mesmas que temos aqui. E um desses pontos em comum é justamente o tabu do parto normal após cesárea ou VBAC - sigla em inglês para Vaginal Birth after Cesarean Section (parto vaginal após uma cesárea), que também é usada no Brasil. PROIBIDO O estudo "Listening to Mothers" (Ouvindo as Mães), feito com mais de 2.400 grávidas nos EUA pela organização Childbirth Connection, concluiu que muitas das cesáreas estavam ligadas ao acesso restrito ao parto normal após cesárea. "É claro que aumentar as expectativas [de que sempre é possível um parto normal após cesárea] não é algo saudável para as mulheres", afirmou à BBC Brasil Carol Sakala, doutora em saúde pública e bem-estar materno da ChildBirth Connection. "Mas é completamente inaceitável que não se discuta a possibilidade de um VBAC com as mães. É inaceitável pressionar uma mulher a ter outra cesárea desnecessária diante da quantidade de evidências que temos hoje mostrando que VBACs podem ser seguros." Carol ressalta que o estudo mostrou ainda que entre mulheres com cesáreas anteriores, quase a metade (48%) estava interessada em um parto normal, mas 46% tiveram essa opção negada. Em 24% dos casos, isso ocorreu por relutância do médico e, em 15%, os hospitais em que elas dariam à luz simplesmente não faziam partos normais após cesárea. 'LOUCA' E foi exatamente esses empecilhos que a enfermeira e professora da Universidade Federal de Brasília (UnB) Mônica Chiodi de Campos enfrentou ao ter seus três primeiros filhos –todos por cesárea– até conseguir ter seu quarto filho por parto normal. "Me colocaram todo o tipo de barreira possível. Foi muito difícil encontrar uma equipe para me auxiliar no parto. Fui chamada de louca por muita gente", conta. "Na minha primeira gravidez, minha bolsa rompeu com 38 semanas e passei por uma cesárea 'de urgência'. No meu segundo filho, meu ginecologista da época já me despejou a famosa 'uma vez cesárea, sempre cesárea', e assim foi. Na terceira gestação, achei que seria diferente, mas, ao ser atendida na maternidade por uma médica plantonista e por ter duas cesáreas, minha sentença já estava decretada." A enfermeira conta que, quando engravidou pela quarta vez, encontrou um médico que, depois de muita insistência, topou lhe acompanhar. "Durante a gestação, pesquisamos muito sobre parto vaginal do quarto filho após três cesáreas, que ele nunca tinha feito. Há pouca literatura sobre isso no Brasil." "Sofri muita pressão, mas me mantive firme. É claro que, se houvesse qualquer problema, faria uma cesárea. Mas meu parto foi ótimo e meu filho (que tem 3 meses) é super saudável. Ao saber da história, várias mulheres me procuraram, pedindo dicas de parto normal após cesárea. Muitas nem sabiam que podiam fazer parto normal depois de uma cesárea." TERRORISMO Organizações fazem campanhas para elevar número de partos normais nos Estados Unidos Para a obstetra e professora da UFSCar Carla Andreucci Polido, aos poucos as brasileiras estão indo atrás de informações sobre esse procedimento, mas ela acredita que ainda haja muito "terrorismo" sobre risco de rotura uterina após cesarianas. Segundo Carla, estudos mostram que o sucesso de um VBAC após duas cesáreas pode ultrapassar 70% e que a segunda, terceira ou quarta cesarianas têm riscos de complicações semelhantes à prova de trabalho de parto após cesariana. Já para o ginecologista Etelvino Trindade, presidente da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o risco de rotura uterina é preciso estar bem claro para a mãe, já que se isso ocorre há chances de morrerem mãe e bebê. Os dois médicos, no entanto, concordam que ampliar a discussão sobre o parto normal após cesárea é um dos caminhos para se combater a epidemia de cesárea por aqui. "Entender que é uma possibilidade segura é uma constatação especialmente digna de nota em nosso país", afirmou Carla, em relação ao fato de Brasil ter a maior taxa de cesáreas do mundo. "Isso porque é cada vez mais provável que mulheres já cheguem aos obstetras com cicatrizes uterinas anteriores." TUDO ON-LINE Mas como fazer para que o número de partos normais após cesáreas entre as brasileiras se eleve? Se formos novamente comparar nosso cenário com o americano, vale considerar algumas medidas que elevaram a taxa de partos normais após cesárea de 8,3% em 2007 para 10,2% em 2012. As principais iniciativas vêm de organizações independentes, que divulgam informações sobre o procedimento, auxiliam grávidas interessadas no tema e publicam na internet taxas de partos normais após cesárea de milhares de hospitais e médicos país afora. Sites como o CalQualityCare comparam os índices em todas as cidades da Califórnia. O site VBACfinder também faz um levantamento na maioria dos Estados americanos. Outra fonte é o e-book Vaginal Birth Bans in America: The Insanity of Mandatory Surgery, que traz um mapa interativo com hospitais que não atendem mulheres com cesáreas prévias que querem tentar um parto normal. CESARISTAS No Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deu recentemente um primeiro passo nessa direção. Uma das resoluções para estimular o parto normal e reduzir as cesarianas na rede privada (que atende hoje 23,7 milhões de brasileiras) prevê que as mulheres possam solicitar aos planos de saúde os porcentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais por estabelecimento de saúde e por médico. O dado deve estar disponível em 15 dias, sob pena de multa de R$ 25 mil. A medida foi criticada por algumas classes médicas, que disseram que é uma invasão na autonomia do médico. "Invasão é quando uma mulher é cortada sem necessidade", afirma Carol Sakala, da ChildBirth Connection. "E a autonomia deveria estar com a mulher. Sempre que são publicados os dados sobre os procedimentos usados no parto, isso sempre melhora a situação e o atendimento de mães e bebês" Para Carol, seria ainda mais útil se as barreiras fossem eliminadas, e os dados estivessem à disposição para todos online, sem a necessidade de pedir para o plano de saúde e esperar. Segundo a ANS, essa possibilidade está sendo estudada para o futuro. No entanto Trindade, da Febrasgo, diz que sua preocupação é com o fato de o médico poder ficar "estigmatizado" ao ver sua taxa de cesáreas se tornar pública. "A percepção das taxas pode ficar enviesada e ter distorções, no caso de um médico especialista em casos complicados, de alto risco (que podem ser indicação de cesárea). Ele pode ser chamado de cesarista, como costumam dizer. E isso é incômodo para alguns", afirma o ginecologista, em referência a como são chamados médicos com altíssimos níveis de cesarianas. Karla Coelho, gerente de assistência à saúde da ANS, rebate essa opinião, dizendo não creditar que haja médicos com 80% de casos complicados. "Isso é uma reversão da lógica. Não se pode banalizar essa discussão." Trindade atribui a epidemia de cesárea, em parte, ao temor dos médicos brasileiros de serem processados. "Os médicos estão mais reticentes em querer assumir um risco maior", disse, acrescentando que um congresso em março vai discutir medidas para se reduzir as cesáreas e apontar propostas. Questionado se essas propostas não deveriam estar sendo feitas há anos, ele afirmou que "muitos médicos estão em sua zona de conforto e, embora concordem que é preciso reduzir as cesáreas, não se preocupam muito com isso".
bbc
Mito de que parto normal não pode ser feito após cesárea estimula cirurgias"Uma vez cesárea, sempre cesárea." A frase, dita pelo pesquisador Edwin Cragin, em 1916, era para alertar seus colegas obstetras sobre o risco de se fazer uma cesárea e sobre como deveriam evitá-la, especialmente em mulheres grávidas pela primeira vez. Hoje, 99 anos depois, ela continua, segundo especialistas, sendo tirada de contexto e usada para alimentar o tabu de que mulheres não poderiam ter um parto normal se já tiverem passado por uma cesárea. E em um país como o Brasil, que tem o mais alto índice de cesarianas do planeta, essa concepção tem um impacto ainda maior e mais perigoso, alimentando uma epidemia que já faz com que 84% dos partos na rede privada sejam cesáreas (na rede pública, é de 40%), enquanto o recomendado pela OMS é de 15%. Embora tenha índices mais baixos que os brasileiros, os Estados Unidos também enfrentam desafios semelhantes para baixar do patamar de 32,8% de cesáreas, já que muitas das razões que fizeram esse índice subir por lá são as mesmas que temos aqui. E um desses pontos em comum é justamente o tabu do parto normal após cesárea ou VBAC - sigla em inglês para Vaginal Birth after Cesarean Section (parto vaginal após uma cesárea), que também é usada no Brasil. PROIBIDO O estudo "Listening to Mothers" (Ouvindo as Mães), feito com mais de 2.400 grávidas nos EUA pela organização Childbirth Connection, concluiu que muitas das cesáreas estavam ligadas ao acesso restrito ao parto normal após cesárea. "É claro que aumentar as expectativas [de que sempre é possível um parto normal após cesárea] não é algo saudável para as mulheres", afirmou à BBC Brasil Carol Sakala, doutora em saúde pública e bem-estar materno da ChildBirth Connection. "Mas é completamente inaceitável que não se discuta a possibilidade de um VBAC com as mães. É inaceitável pressionar uma mulher a ter outra cesárea desnecessária diante da quantidade de evidências que temos hoje mostrando que VBACs podem ser seguros." Carol ressalta que o estudo mostrou ainda que entre mulheres com cesáreas anteriores, quase a metade (48%) estava interessada em um parto normal, mas 46% tiveram essa opção negada. Em 24% dos casos, isso ocorreu por relutância do médico e, em 15%, os hospitais em que elas dariam à luz simplesmente não faziam partos normais após cesárea. 'LOUCA' E foi exatamente esses empecilhos que a enfermeira e professora da Universidade Federal de Brasília (UnB) Mônica Chiodi de Campos enfrentou ao ter seus três primeiros filhos –todos por cesárea– até conseguir ter seu quarto filho por parto normal. "Me colocaram todo o tipo de barreira possível. Foi muito difícil encontrar uma equipe para me auxiliar no parto. Fui chamada de louca por muita gente", conta. "Na minha primeira gravidez, minha bolsa rompeu com 38 semanas e passei por uma cesárea 'de urgência'. No meu segundo filho, meu ginecologista da época já me despejou a famosa 'uma vez cesárea, sempre cesárea', e assim foi. Na terceira gestação, achei que seria diferente, mas, ao ser atendida na maternidade por uma médica plantonista e por ter duas cesáreas, minha sentença já estava decretada." A enfermeira conta que, quando engravidou pela quarta vez, encontrou um médico que, depois de muita insistência, topou lhe acompanhar. "Durante a gestação, pesquisamos muito sobre parto vaginal do quarto filho após três cesáreas, que ele nunca tinha feito. Há pouca literatura sobre isso no Brasil." "Sofri muita pressão, mas me mantive firme. É claro que, se houvesse qualquer problema, faria uma cesárea. Mas meu parto foi ótimo e meu filho (que tem 3 meses) é super saudável. Ao saber da história, várias mulheres me procuraram, pedindo dicas de parto normal após cesárea. Muitas nem sabiam que podiam fazer parto normal depois de uma cesárea." TERRORISMO Organizações fazem campanhas para elevar número de partos normais nos Estados Unidos Para a obstetra e professora da UFSCar Carla Andreucci Polido, aos poucos as brasileiras estão indo atrás de informações sobre esse procedimento, mas ela acredita que ainda haja muito "terrorismo" sobre risco de rotura uterina após cesarianas. Segundo Carla, estudos mostram que o sucesso de um VBAC após duas cesáreas pode ultrapassar 70% e que a segunda, terceira ou quarta cesarianas têm riscos de complicações semelhantes à prova de trabalho de parto após cesariana. Já para o ginecologista Etelvino Trindade, presidente da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o risco de rotura uterina é preciso estar bem claro para a mãe, já que se isso ocorre há chances de morrerem mãe e bebê. Os dois médicos, no entanto, concordam que ampliar a discussão sobre o parto normal após cesárea é um dos caminhos para se combater a epidemia de cesárea por aqui. "Entender que é uma possibilidade segura é uma constatação especialmente digna de nota em nosso país", afirmou Carla, em relação ao fato de Brasil ter a maior taxa de cesáreas do mundo. "Isso porque é cada vez mais provável que mulheres já cheguem aos obstetras com cicatrizes uterinas anteriores." TUDO ON-LINE Mas como fazer para que o número de partos normais após cesáreas entre as brasileiras se eleve? Se formos novamente comparar nosso cenário com o americano, vale considerar algumas medidas que elevaram a taxa de partos normais após cesárea de 8,3% em 2007 para 10,2% em 2012. As principais iniciativas vêm de organizações independentes, que divulgam informações sobre o procedimento, auxiliam grávidas interessadas no tema e publicam na internet taxas de partos normais após cesárea de milhares de hospitais e médicos país afora. Sites como o CalQualityCare comparam os índices em todas as cidades da Califórnia. O site VBACfinder também faz um levantamento na maioria dos Estados americanos. Outra fonte é o e-book Vaginal Birth Bans in America: The Insanity of Mandatory Surgery, que traz um mapa interativo com hospitais que não atendem mulheres com cesáreas prévias que querem tentar um parto normal. CESARISTAS No Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deu recentemente um primeiro passo nessa direção. Uma das resoluções para estimular o parto normal e reduzir as cesarianas na rede privada (que atende hoje 23,7 milhões de brasileiras) prevê que as mulheres possam solicitar aos planos de saúde os porcentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais por estabelecimento de saúde e por médico. O dado deve estar disponível em 15 dias, sob pena de multa de R$ 25 mil. A medida foi criticada por algumas classes médicas, que disseram que é uma invasão na autonomia do médico. "Invasão é quando uma mulher é cortada sem necessidade", afirma Carol Sakala, da ChildBirth Connection. "E a autonomia deveria estar com a mulher. Sempre que são publicados os dados sobre os procedimentos usados no parto, isso sempre melhora a situação e o atendimento de mães e bebês" Para Carol, seria ainda mais útil se as barreiras fossem eliminadas, e os dados estivessem à disposição para todos online, sem a necessidade de pedir para o plano de saúde e esperar. Segundo a ANS, essa possibilidade está sendo estudada para o futuro. No entanto Trindade, da Febrasgo, diz que sua preocupação é com o fato de o médico poder ficar "estigmatizado" ao ver sua taxa de cesáreas se tornar pública. "A percepção das taxas pode ficar enviesada e ter distorções, no caso de um médico especialista em casos complicados, de alto risco (que podem ser indicação de cesárea). Ele pode ser chamado de cesarista, como costumam dizer. E isso é incômodo para alguns", afirma o ginecologista, em referência a como são chamados médicos com altíssimos níveis de cesarianas. Karla Coelho, gerente de assistência à saúde da ANS, rebate essa opinião, dizendo não creditar que haja médicos com 80% de casos complicados. "Isso é uma reversão da lógica. Não se pode banalizar essa discussão." Trindade atribui a epidemia de cesárea, em parte, ao temor dos médicos brasileiros de serem processados. "Os médicos estão mais reticentes em querer assumir um risco maior", disse, acrescentando que um congresso em março vai discutir medidas para se reduzir as cesáreas e apontar propostas. Questionado se essas propostas não deveriam estar sendo feitas há anos, ele afirmou que "muitos médicos estão em sua zona de conforto e, embora concordem que é preciso reduzir as cesáreas, não se preocupam muito com isso".
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Presos do RS lançam facção em nome do 'lado certo da vida errada'
"Nosso comando tem compromisso primeiramente com o lado certo da vida errada, pois nesta data de hoje está formada uma facção com respeito de todos", para "buscar espaço no cumprimento da pena com a segurança de todos os seus membros". Casos de esquartejamento, assassinato de mulheres e toques de recolher na disputa entre facções rivais no Rio Grande do Sul, a disputa por espaço e os casos de violência nos presídios do Estado levaram um grupo de presos a lançar um comunicado e uma nova facção: o CPC (Comando Pelo Certo). O texto enviado à fiscalização dos presídios de Porto Alegre –e endossado por 828 presos– diz que o novo grupo "tem compromisso com o lado certo da vida errada", para garantir segurança no cumprimento das penas de seus membros "espalhados em várias prisões desse Estado". O manifesto ainda segue: "O surgimento deste grupo é para o bem de todos, para o bem da sociedade, pois é para a sociedade que devemos nosso maior respeito". O manifesto surgiu de detentos de três unidades do Estado, incluindo o Presídio Central de Porto Alegre, que já foi considerado por uma CPI da Câmara dos Deputados como o pior do Brasil. A crise na segurança no Rio Grande do Sul, com presídios superlotados e carceragem de delegacias servindo de prisão, faz com que presos sejam abrigados nos porta-malas em carros de polícia. Neste mês, o governo gaúcho decidiu que usará contêineres para abrigar detentos. Os episódios de violência viraram rotina no Estado. Só este ano, foram registrados pelo menos dez esquartejamentos em Porto Alegre, segundo a Polícia Civil. Em um deles, no início de agosto, policiais do bairro Rubem Berta, o mais populoso de Porto Alegre, encontraram a cabeça de um homem dentro de uma sacola. Apenas cinco dias antes, o bairro da zona norte havia sido palco de um fim de semana sangrento –oito mortes em 26 horas. Segundo a polícia, tratou-se de um acerto de contas entre grupos rivais. Também no começo daquele mês, em uma página no Facebook, moradores do bairro Mário Quintana, um dos mais pobres da capital, avisaram: "Os comércios grandes e pequenos fecharam as portas no Mário Quintana, Leopoldina, Morro Santana e mais bairros da Zona Norte! O Crime ditou a Lei no dia 4 de Agosto de 2016 e o Governo se Calou". SUPERLOTAÇÃO O manifesto dos presos começou a circular no início de outubro. Apesar de não divulgar o documento, a Susepe (Superintendência de Serviços Penitenciários) confirma que ele é autêntico. O órgão se manifestou apenas por meio de nota dizendo que "identifica e monitora possíveis integrantes de supostos grupos envolvidos em crimes". O secretário de Segurança Pública, César Schirmer, definiu a atitude do grupo como "um deboche". Para a Polícia Civil, o grupo é ainda "sem expressão". Ainda assim, em entrevista à Folha, o delegado Paulo Grillo, responsável pelo Departamento de Homicídios, disse reconhecer que as mortes violentas, criticadas pelos presos do CPC, aumentaram. "Nós temos hoje grupos que se digladiam. Eles têm provocado baixas de lado a lado e algumas dessas mortes com requinte de crueldade", diz Grillo. Segundo o Ministério Público, o Estado tem um déficit de 10 mil vagas e um índice de superlotação mínima de 100% –há unidades com três vezes mais detentos. Para o promotor Luciano Pretto, é o pior momento de violência nas cadeias gaúchas. "Todas as facções estão sofrendo hoje com essa violência brutal. A coisa chegou a um nível tamanho de violência que eles mesmos estão nessa tentativa de mudar." O promotor diz ainda não ter percebido um impacto da nova facção nos presídios, mas acredita que o efeito venha primeiro nas ruas. O último caso de esquartejamento na capital ocorreu no mesmo dia de lançamento do comunicado do grupo. Na periferia, moradores refletem o temor descrito no manifesto dos detentos. "A comunidade em si se sente apavorada, se sente atirada em um canto. O nosso canto é conhecido como os leprosos, as piores partes de Porto Alegre removidas vieram parar aqui", disse um morador do bairro Quintana, que pediu anonimato.
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Presos do RS lançam facção em nome do 'lado certo da vida errada'"Nosso comando tem compromisso primeiramente com o lado certo da vida errada, pois nesta data de hoje está formada uma facção com respeito de todos", para "buscar espaço no cumprimento da pena com a segurança de todos os seus membros". Casos de esquartejamento, assassinato de mulheres e toques de recolher na disputa entre facções rivais no Rio Grande do Sul, a disputa por espaço e os casos de violência nos presídios do Estado levaram um grupo de presos a lançar um comunicado e uma nova facção: o CPC (Comando Pelo Certo). O texto enviado à fiscalização dos presídios de Porto Alegre –e endossado por 828 presos– diz que o novo grupo "tem compromisso com o lado certo da vida errada", para garantir segurança no cumprimento das penas de seus membros "espalhados em várias prisões desse Estado". O manifesto ainda segue: "O surgimento deste grupo é para o bem de todos, para o bem da sociedade, pois é para a sociedade que devemos nosso maior respeito". O manifesto surgiu de detentos de três unidades do Estado, incluindo o Presídio Central de Porto Alegre, que já foi considerado por uma CPI da Câmara dos Deputados como o pior do Brasil. A crise na segurança no Rio Grande do Sul, com presídios superlotados e carceragem de delegacias servindo de prisão, faz com que presos sejam abrigados nos porta-malas em carros de polícia. Neste mês, o governo gaúcho decidiu que usará contêineres para abrigar detentos. Os episódios de violência viraram rotina no Estado. Só este ano, foram registrados pelo menos dez esquartejamentos em Porto Alegre, segundo a Polícia Civil. Em um deles, no início de agosto, policiais do bairro Rubem Berta, o mais populoso de Porto Alegre, encontraram a cabeça de um homem dentro de uma sacola. Apenas cinco dias antes, o bairro da zona norte havia sido palco de um fim de semana sangrento –oito mortes em 26 horas. Segundo a polícia, tratou-se de um acerto de contas entre grupos rivais. Também no começo daquele mês, em uma página no Facebook, moradores do bairro Mário Quintana, um dos mais pobres da capital, avisaram: "Os comércios grandes e pequenos fecharam as portas no Mário Quintana, Leopoldina, Morro Santana e mais bairros da Zona Norte! O Crime ditou a Lei no dia 4 de Agosto de 2016 e o Governo se Calou". SUPERLOTAÇÃO O manifesto dos presos começou a circular no início de outubro. Apesar de não divulgar o documento, a Susepe (Superintendência de Serviços Penitenciários) confirma que ele é autêntico. O órgão se manifestou apenas por meio de nota dizendo que "identifica e monitora possíveis integrantes de supostos grupos envolvidos em crimes". O secretário de Segurança Pública, César Schirmer, definiu a atitude do grupo como "um deboche". Para a Polícia Civil, o grupo é ainda "sem expressão". Ainda assim, em entrevista à Folha, o delegado Paulo Grillo, responsável pelo Departamento de Homicídios, disse reconhecer que as mortes violentas, criticadas pelos presos do CPC, aumentaram. "Nós temos hoje grupos que se digladiam. Eles têm provocado baixas de lado a lado e algumas dessas mortes com requinte de crueldade", diz Grillo. Segundo o Ministério Público, o Estado tem um déficit de 10 mil vagas e um índice de superlotação mínima de 100% –há unidades com três vezes mais detentos. Para o promotor Luciano Pretto, é o pior momento de violência nas cadeias gaúchas. "Todas as facções estão sofrendo hoje com essa violência brutal. A coisa chegou a um nível tamanho de violência que eles mesmos estão nessa tentativa de mudar." O promotor diz ainda não ter percebido um impacto da nova facção nos presídios, mas acredita que o efeito venha primeiro nas ruas. O último caso de esquartejamento na capital ocorreu no mesmo dia de lançamento do comunicado do grupo. Na periferia, moradores refletem o temor descrito no manifesto dos detentos. "A comunidade em si se sente apavorada, se sente atirada em um canto. O nosso canto é conhecido como os leprosos, as piores partes de Porto Alegre removidas vieram parar aqui", disse um morador do bairro Quintana, que pediu anonimato.
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Beltrame deixa segurança do Rio com sensação de ter enxugado gelo
RIO DE JANEIRO - O mais longevo dos enxugadores de gelo do Rio despede-se da função nesta semana. José Mariano Beltrame, secretário de Segurança do Estado por quase uma década, deixa o cargo vendo a maior marca de sua gestão, as Unidades de Polícia Pacificadora, desmoronar. Com as UPPs, Beltrame colocou em prática uma ideia conceitualmente simples, mas de difícil execução: a polícia precisava se aproximar dos moradores e do cotidiano das favelas, em vez de entrar nelas só para impor medo e trocar tiros com bandidos. Mas o resto do Estado precisava subir o morro também. Se a única face visível do poder público nas comunidades fosse a policial, jamais haveria paz duradoura. Beltrame sempre soube que o sucesso das UPPs como força de ocupação militar teria duração limitada. E ela expirou. Não apenas por conta da calamidade financeira em que o PMDB jogou o Rio, mas por uma falha de execução do projeto. Porque os governantes se preocuparam mais em levar teleféricos do que saneamento às favelas. É difícil evitar o desânimo ao ver que a melhor oportunidade que a cidade já teve para controlar a violência não durou nem uma década. Beltrame superou seus antecessores em longevidade porque teve condições para trabalhar como ninguém antes dele, e aproveitou-as com inteligência. Mas se despede do cargo em baixa como os demais. Parabéns, secretário. O senhor foi o mais eficiente dos dublês de Sísifo que o Rio já teve. Por alguns anos, chegou mesmo a convencer ao menos parte da sociedade de que seu plano lograria êxito. Mas jamais haverá pacificação sem que se trate seriamente da inclusão social. Sem que se admita o fracasso da guerra às drogas como executada até hoje. E sem que se garanta à polícia formação e remuneração dignas.
colunas
Beltrame deixa segurança do Rio com sensação de ter enxugado geloRIO DE JANEIRO - O mais longevo dos enxugadores de gelo do Rio despede-se da função nesta semana. José Mariano Beltrame, secretário de Segurança do Estado por quase uma década, deixa o cargo vendo a maior marca de sua gestão, as Unidades de Polícia Pacificadora, desmoronar. Com as UPPs, Beltrame colocou em prática uma ideia conceitualmente simples, mas de difícil execução: a polícia precisava se aproximar dos moradores e do cotidiano das favelas, em vez de entrar nelas só para impor medo e trocar tiros com bandidos. Mas o resto do Estado precisava subir o morro também. Se a única face visível do poder público nas comunidades fosse a policial, jamais haveria paz duradoura. Beltrame sempre soube que o sucesso das UPPs como força de ocupação militar teria duração limitada. E ela expirou. Não apenas por conta da calamidade financeira em que o PMDB jogou o Rio, mas por uma falha de execução do projeto. Porque os governantes se preocuparam mais em levar teleféricos do que saneamento às favelas. É difícil evitar o desânimo ao ver que a melhor oportunidade que a cidade já teve para controlar a violência não durou nem uma década. Beltrame superou seus antecessores em longevidade porque teve condições para trabalhar como ninguém antes dele, e aproveitou-as com inteligência. Mas se despede do cargo em baixa como os demais. Parabéns, secretário. O senhor foi o mais eficiente dos dublês de Sísifo que o Rio já teve. Por alguns anos, chegou mesmo a convencer ao menos parte da sociedade de que seu plano lograria êxito. Mas jamais haverá pacificação sem que se trate seriamente da inclusão social. Sem que se admita o fracasso da guerra às drogas como executada até hoje. E sem que se garanta à polícia formação e remuneração dignas.
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Aécio critica governo e afirma que país vive 'caos anunciado'
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) voltou, nesta quinta-feira (10), a responsabilizar o governo da presidente Dilma Rousseff pela perda do grau de investimento do país, retirado nesta quarta (9) pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. Para o tucano, o governo rechaçou do debate eleitoral, no ano passado, a questão do ajuste da economia para que Dilma não perdesse as eleições, o que levou o país a enfrentar uma situação econômica muito pior agora. "Estamos, como todos os brasileiros já percebem, vivendo hoje o caos anunciado. E diferente do que diz a presidente da República, ele foi anunciado há muito tempo. A presidente quer passar a impressão de que só soube do agravamento da crise após as eleições e isso não é verdade. Falta com a verdade a presidente", afirmou o senador. Aécio destacou que desde o primeiro semestre de 2014 já havia um resultado de queda de receita em relação ao primeiro semestre do ano anterior, "o que por si só justificaria uma reorganização das despesas públicas". "Obviamente, com a sua contenção [de despesas] mas ela [Dilma] ampliou os gastos", ironizou. O senador disse ainda que Dilma não quis perder sua popularidade no ano passado para vencer as eleições e que, sem ter tomado as medidas necessárias na área econômica, "nos colocou nessa crise extremamente profunda que é de responsabilidade exclusiva desse governo". Para ele, faz parte das responsabilidades de quem foi eleito para comandar o país, ter desgastes quando for necessário, "principalmente quando for por erros que eles próprios cometeram". "O rebaixamento da nota, talvez, não tivesse acontecido se tivéssemos debatido com a verdade e não com a mentira", disse. No mesmo sentido, o senador José Serra (PSDB-SP), afirmou que o rebaixamento do Brasil se deu, principalmente, pela crise política que o governo enfrenta. "A economia brasileira não vai bem e por isso não se podia esperar uma nota alta. Mas eu acho que o fator fundamental foi político. A fragilidade e a insegurança que o governo passa na economia. Ou seja, eles acham que, nessa toada, a economia não vai melhorar por causa da política", disse. Segundo Aécio, o PSDB será contrário a qualquer proposta que aumente a carga tributária do país antes do governo cortar gastos. "Não há como aceitar que o governo busque cobrar da sociedade brasileira, novamente a partir de aumento de carga tributária, um esforço que ele não fez", disse. Para o tucano, ao apresentar um Orçamento para o próximo ano com a previsão de deficit de R$ 30,5 bilhões e sem a indicação das áreas em que o governo quer fazer cortes de gastos, o governo teve um "gesto de covardia" ao não assumiu a sua responsabilidade. "O governo quis transferir essa responsabilidade para o Congresso e na verdade nós aguardamos que ele aponte os caminhos sobre o equilíbrio orçamentário", disse. Aécio também reclamou dos recentes recuos do governo diante de propostas sugeridas mas que, com várias críticas recebidas, foram rejeitadas pelo Planalto. "Esse vai e vem do governo, com propostas que ele lança ao vento para ver se colam, só aumenta o descrédito, só aumento a incapacidade desse governo de conduzir o Brasil", disse. "Nós da oposição não somos e jamais seremos contra o Brasil. Propostas exequíveis e realistas serão analisas por nós com todo o interesse e boa vontade. Mas nós não podemos, até porque perdemos a eleição, subir a rampa do palácio do planalto e começar a governar. Não podemos fazer aquilo que a presidente não vem fazendo. Enquanto ela estiver lá é ela que deve governar", completou. Aécio acusou ainda o Planalto de ter feito um planejamento de governo baseado na "distribuição de favores e de cargos públicos". "Portanto, em um momento em que o governo se fragiliza, não há nada que una a sua base. [...] O governo, como agiu, achando que podia comprar o Congresso com emendas parlamentares ou com a distribuição farta de cargos, viu que se não tiver um projeto de país não se sustenta", disse. Entenda como o corte de gastos pode atrasar a recuperação da economia
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Aécio critica governo e afirma que país vive 'caos anunciado'O senador Aécio Neves (PSDB-MG) voltou, nesta quinta-feira (10), a responsabilizar o governo da presidente Dilma Rousseff pela perda do grau de investimento do país, retirado nesta quarta (9) pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. Para o tucano, o governo rechaçou do debate eleitoral, no ano passado, a questão do ajuste da economia para que Dilma não perdesse as eleições, o que levou o país a enfrentar uma situação econômica muito pior agora. "Estamos, como todos os brasileiros já percebem, vivendo hoje o caos anunciado. E diferente do que diz a presidente da República, ele foi anunciado há muito tempo. A presidente quer passar a impressão de que só soube do agravamento da crise após as eleições e isso não é verdade. Falta com a verdade a presidente", afirmou o senador. Aécio destacou que desde o primeiro semestre de 2014 já havia um resultado de queda de receita em relação ao primeiro semestre do ano anterior, "o que por si só justificaria uma reorganização das despesas públicas". "Obviamente, com a sua contenção [de despesas] mas ela [Dilma] ampliou os gastos", ironizou. O senador disse ainda que Dilma não quis perder sua popularidade no ano passado para vencer as eleições e que, sem ter tomado as medidas necessárias na área econômica, "nos colocou nessa crise extremamente profunda que é de responsabilidade exclusiva desse governo". Para ele, faz parte das responsabilidades de quem foi eleito para comandar o país, ter desgastes quando for necessário, "principalmente quando for por erros que eles próprios cometeram". "O rebaixamento da nota, talvez, não tivesse acontecido se tivéssemos debatido com a verdade e não com a mentira", disse. No mesmo sentido, o senador José Serra (PSDB-SP), afirmou que o rebaixamento do Brasil se deu, principalmente, pela crise política que o governo enfrenta. "A economia brasileira não vai bem e por isso não se podia esperar uma nota alta. Mas eu acho que o fator fundamental foi político. A fragilidade e a insegurança que o governo passa na economia. Ou seja, eles acham que, nessa toada, a economia não vai melhorar por causa da política", disse. Segundo Aécio, o PSDB será contrário a qualquer proposta que aumente a carga tributária do país antes do governo cortar gastos. "Não há como aceitar que o governo busque cobrar da sociedade brasileira, novamente a partir de aumento de carga tributária, um esforço que ele não fez", disse. Para o tucano, ao apresentar um Orçamento para o próximo ano com a previsão de deficit de R$ 30,5 bilhões e sem a indicação das áreas em que o governo quer fazer cortes de gastos, o governo teve um "gesto de covardia" ao não assumiu a sua responsabilidade. "O governo quis transferir essa responsabilidade para o Congresso e na verdade nós aguardamos que ele aponte os caminhos sobre o equilíbrio orçamentário", disse. Aécio também reclamou dos recentes recuos do governo diante de propostas sugeridas mas que, com várias críticas recebidas, foram rejeitadas pelo Planalto. "Esse vai e vem do governo, com propostas que ele lança ao vento para ver se colam, só aumenta o descrédito, só aumento a incapacidade desse governo de conduzir o Brasil", disse. "Nós da oposição não somos e jamais seremos contra o Brasil. Propostas exequíveis e realistas serão analisas por nós com todo o interesse e boa vontade. Mas nós não podemos, até porque perdemos a eleição, subir a rampa do palácio do planalto e começar a governar. Não podemos fazer aquilo que a presidente não vem fazendo. Enquanto ela estiver lá é ela que deve governar", completou. Aécio acusou ainda o Planalto de ter feito um planejamento de governo baseado na "distribuição de favores e de cargos públicos". "Portanto, em um momento em que o governo se fragiliza, não há nada que una a sua base. [...] O governo, como agiu, achando que podia comprar o Congresso com emendas parlamentares ou com a distribuição farta de cargos, viu que se não tiver um projeto de país não se sustenta", disse. Entenda como o corte de gastos pode atrasar a recuperação da economia
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Para leitor, delações premiadas precisam ser homologadas
DELAÇÕES A fim de que as delações premiadas de grandes empresas não se transformem em dilações descaradas, é preciso que o Supremo Tribunal Federal assuma seu papel e homologue todos os depoimentos. Assim virão a público todas as mazelas e falcatruas que marcaram o último e funesto desgoverno do Brasil. YVETTE KFOURI ABRAO (São Paulo, SP) * Sobre a entrevista do senador Eunício Oliveira, favorito para presidir o Senado, acho que ocorre o contrário do que esse senhor diz. O delator delata porque já foi pego e não tem mais defesa, o crime está comprovado e ele delata outras pessoas para diminuir a sua pena. Quem mente é o delatado, que ainda se mexe procurando esconder os fatos verdadeiros. Ele é o mentiroso que será pego. ÉDISON GONÇALVES (São Paulo, SP) - PRESÍDIOS O colunista Luís Francisco Carvalho Filho acerta ao dizer que "os partidos políticos estão se lixando para as penitenciárias", assim como a sociedade em geral. Aliás, quando o sistema explode, os presos aparecem como únicos culpados. Com isso aproveita-se para fazer política rasa e inútil a pretexto de combater o crime organizado. Enquanto há o silêncio nas masmorras brasileiras, tudo transcorre bem, e divulga-se que o sistema está sob controle. Pura ilusão. Parte da solução para a crise prisional passa pela ampla discussão e revisão da política de drogas. TIAGO CINTRA ESSADO, promotor (Rio Claro, SP) - MARCHA ANTIABORTO A Folha estampou em primeira página neste sábado (28) uma foto de milhares de manifestantes antiaborto em Washington, apoiados por Donald Trump e pelo vice-presidente dos EUA, Mike Pence. Não entendo o motivo de tamanha movimentação se o dispositivo legal é permissivo, e não proibitivo. Ninguém, nunca, poderá obrigar uma mulher a abortar se ela não quiser. Isso nos lembra as antigas manifestações a favor ou contra o divórcio. Quem não queria se divorciar lutava contra a separação de um casal infeliz. SALVATORE D' ONOFRIO, professor da Unesp (São José do Rio Preto, SP) - DONALD TRUMP Fiquei surpreso com o artigo de Sérgio Rodrigues. Entendo o sarcasmo por trás do título "As 77 palavras do presidente", aproveitado do escritor Philip Roth. Contudo em passado recente tivemos exemplos de presidentes que não alcançavam metade de 77 unidades linguísticas com significado. Discursos vergonhosos e linhas de raciocínio ridículas já formaram o nosso dia a dia presidencial. Donald Trump parece ter pressa e isso é compreensível, afinal, o mandato de Barack Obama não existiu. Ele enrolou e procrastinou ações. NELSON HEIN, professor (Blumenau, SC) - SÃO PAULO Como migrante há mais de 20 anos vivendo em São Paulo, me identifiquei muito com a bela homenagem à cidade feita pela colunista Mariliz Pereira Jorge. Discutindo os limites do grafite, da pichação, da velocidade nas marginais ou um caminho para a organização de nosso charmoso caos, partilhamos todos —paulistanos de nascimento ou de coração— da vontade comum de termos uma cidade melhor. JEFFERSON C. VIEIRA (São Paulo, SP) - ARTE DE RUA Causa espécie o desconhecimento sobre a cidade por quem tem a responsabilidade de administrá-la. Anunciar o lançamento de um programa denominado "Museu de Arte de Rua" é ignorar a existência de projetos espalhados por São Paulo que contemplam, justamente, programa congênere. Para falar apenas de um, dos mais conhecidos, cito o Museu Aberto de Arte Urbana, trabalho de mais de 50 artistas que grafitaram as 33 colunas que sustentam a linha azul do metrô ao longo da avenida Cruzeiro do Sul. CARLOS ROBERTO BARRETTO (São Paulo, SP) - ECONOMIA O fato de o spread ter aumentado em meio à queda da inadimplência e da taxa de captação dos bancos é a prova definitiva de que o Brasil e seu governo são controlados por uma elite econômica que vive e se esbalda em ambiente sem concorrência, sem regulação e sem oposição. Os culpados somos nós, uma sociedade pouco informada, acomodada e omissa. Esse quadro está matando o presente e o futuro de todo o país. ANTONIO CAMARGO (São Paulo, SP) - AQUECIMENTO GLOBAL Estamos vivendo a era do aquecimento global e o consequente desequilíbrio do clima, do ecossistema e da biodiversidade. Doenças extintas ressurgem, mananciais secam, geleiras derretem, entre outros prejuízos irreparáveis que são causados pela ação do homem na natureza. Apesar de todas as evidências e do perceptível calor que experimentamos no cotidiano, existe uma parcela da população que desperdiça recursos naturais, exagera no consumismo e propaga uma teoria da conspiração infantil, acreditando que o aquecimento global é mentira e serve a interesses. DANIEL MARQUES, historiador (Virginópolis, MG) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Para leitor, delações premiadas precisam ser homologadasDELAÇÕES A fim de que as delações premiadas de grandes empresas não se transformem em dilações descaradas, é preciso que o Supremo Tribunal Federal assuma seu papel e homologue todos os depoimentos. Assim virão a público todas as mazelas e falcatruas que marcaram o último e funesto desgoverno do Brasil. YVETTE KFOURI ABRAO (São Paulo, SP) * Sobre a entrevista do senador Eunício Oliveira, favorito para presidir o Senado, acho que ocorre o contrário do que esse senhor diz. O delator delata porque já foi pego e não tem mais defesa, o crime está comprovado e ele delata outras pessoas para diminuir a sua pena. Quem mente é o delatado, que ainda se mexe procurando esconder os fatos verdadeiros. Ele é o mentiroso que será pego. ÉDISON GONÇALVES (São Paulo, SP) - PRESÍDIOS O colunista Luís Francisco Carvalho Filho acerta ao dizer que "os partidos políticos estão se lixando para as penitenciárias", assim como a sociedade em geral. Aliás, quando o sistema explode, os presos aparecem como únicos culpados. Com isso aproveita-se para fazer política rasa e inútil a pretexto de combater o crime organizado. Enquanto há o silêncio nas masmorras brasileiras, tudo transcorre bem, e divulga-se que o sistema está sob controle. Pura ilusão. Parte da solução para a crise prisional passa pela ampla discussão e revisão da política de drogas. TIAGO CINTRA ESSADO, promotor (Rio Claro, SP) - MARCHA ANTIABORTO A Folha estampou em primeira página neste sábado (28) uma foto de milhares de manifestantes antiaborto em Washington, apoiados por Donald Trump e pelo vice-presidente dos EUA, Mike Pence. Não entendo o motivo de tamanha movimentação se o dispositivo legal é permissivo, e não proibitivo. Ninguém, nunca, poderá obrigar uma mulher a abortar se ela não quiser. Isso nos lembra as antigas manifestações a favor ou contra o divórcio. Quem não queria se divorciar lutava contra a separação de um casal infeliz. SALVATORE D' ONOFRIO, professor da Unesp (São José do Rio Preto, SP) - DONALD TRUMP Fiquei surpreso com o artigo de Sérgio Rodrigues. Entendo o sarcasmo por trás do título "As 77 palavras do presidente", aproveitado do escritor Philip Roth. Contudo em passado recente tivemos exemplos de presidentes que não alcançavam metade de 77 unidades linguísticas com significado. Discursos vergonhosos e linhas de raciocínio ridículas já formaram o nosso dia a dia presidencial. Donald Trump parece ter pressa e isso é compreensível, afinal, o mandato de Barack Obama não existiu. Ele enrolou e procrastinou ações. NELSON HEIN, professor (Blumenau, SC) - SÃO PAULO Como migrante há mais de 20 anos vivendo em São Paulo, me identifiquei muito com a bela homenagem à cidade feita pela colunista Mariliz Pereira Jorge. Discutindo os limites do grafite, da pichação, da velocidade nas marginais ou um caminho para a organização de nosso charmoso caos, partilhamos todos —paulistanos de nascimento ou de coração— da vontade comum de termos uma cidade melhor. JEFFERSON C. VIEIRA (São Paulo, SP) - ARTE DE RUA Causa espécie o desconhecimento sobre a cidade por quem tem a responsabilidade de administrá-la. Anunciar o lançamento de um programa denominado "Museu de Arte de Rua" é ignorar a existência de projetos espalhados por São Paulo que contemplam, justamente, programa congênere. Para falar apenas de um, dos mais conhecidos, cito o Museu Aberto de Arte Urbana, trabalho de mais de 50 artistas que grafitaram as 33 colunas que sustentam a linha azul do metrô ao longo da avenida Cruzeiro do Sul. CARLOS ROBERTO BARRETTO (São Paulo, SP) - ECONOMIA O fato de o spread ter aumentado em meio à queda da inadimplência e da taxa de captação dos bancos é a prova definitiva de que o Brasil e seu governo são controlados por uma elite econômica que vive e se esbalda em ambiente sem concorrência, sem regulação e sem oposição. Os culpados somos nós, uma sociedade pouco informada, acomodada e omissa. Esse quadro está matando o presente e o futuro de todo o país. ANTONIO CAMARGO (São Paulo, SP) - AQUECIMENTO GLOBAL Estamos vivendo a era do aquecimento global e o consequente desequilíbrio do clima, do ecossistema e da biodiversidade. Doenças extintas ressurgem, mananciais secam, geleiras derretem, entre outros prejuízos irreparáveis que são causados pela ação do homem na natureza. Apesar de todas as evidências e do perceptível calor que experimentamos no cotidiano, existe uma parcela da população que desperdiça recursos naturais, exagera no consumismo e propaga uma teoria da conspiração infantil, acreditando que o aquecimento global é mentira e serve a interesses. DANIEL MARQUES, historiador (Virginópolis, MG) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Peça mostra lutas travadas em greve histórica de 1979
FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO A histórica greve que os metalúrgicos do ABC paulista fizeram em 1979 é o mote da nova peça da Companhia do Latão, "O Pão e a Pedra", em cartaz até 3/7 no Tusp (Teatro da Universidade de São Paulo). A obra mistura realismo, fantasia e religião para tratar do assunto. Em cena, o drama de uma operária que se disfarça de homem para conseguir melhorar de vida —coloca-se em discussão, dessa forma, a situação das mulheres nas fábricas. Mas outros personagens também aparecem nas duas horas de espetáculo. Todos fictícios, acabam travando um embate interno acerca de suas próprias vidas coisificadas enquanto lutam pelo aumento salarial e enfrentam a polícia. A montagem aborda, ainda, a relevante participação de religiões nesses movimentos que deram origem ao chamado novo sindicalismo. A direção é de Sérgio de Carvalho, também responsável pela concepção do projeto e pelo roteiro final (a montagem é criação coletiva). A trilha sonora é tocada ao vivo por Lincoln Antonio, do grupo A Barca, que assina a direção musical e volta a colaborar com a Cia. do Latão após 15 anos. No elenco estão Ney Piacentini, Beatriz Bittencourt, Beto Matos, Érika Rocha, Helena Albergaria, João Filho, Rogério Bandeira, Sol Faganello e Thiago França. Tusp - Centro Universitário Maria Antônia - r. Maria Antônia, 294, Vila Buarque, centro, São Paulo, SP. Tel.: 3123.5233. Até 3/7. 120 min. 18 anos. 98 lugares. Qui. a sáb.: 19h30. Dom.: 18h. Ingr.: R$ 20.
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Peça mostra lutas travadas em greve histórica de 1979FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO A histórica greve que os metalúrgicos do ABC paulista fizeram em 1979 é o mote da nova peça da Companhia do Latão, "O Pão e a Pedra", em cartaz até 3/7 no Tusp (Teatro da Universidade de São Paulo). A obra mistura realismo, fantasia e religião para tratar do assunto. Em cena, o drama de uma operária que se disfarça de homem para conseguir melhorar de vida —coloca-se em discussão, dessa forma, a situação das mulheres nas fábricas. Mas outros personagens também aparecem nas duas horas de espetáculo. Todos fictícios, acabam travando um embate interno acerca de suas próprias vidas coisificadas enquanto lutam pelo aumento salarial e enfrentam a polícia. A montagem aborda, ainda, a relevante participação de religiões nesses movimentos que deram origem ao chamado novo sindicalismo. A direção é de Sérgio de Carvalho, também responsável pela concepção do projeto e pelo roteiro final (a montagem é criação coletiva). A trilha sonora é tocada ao vivo por Lincoln Antonio, do grupo A Barca, que assina a direção musical e volta a colaborar com a Cia. do Latão após 15 anos. No elenco estão Ney Piacentini, Beatriz Bittencourt, Beto Matos, Érika Rocha, Helena Albergaria, João Filho, Rogério Bandeira, Sol Faganello e Thiago França. Tusp - Centro Universitário Maria Antônia - r. Maria Antônia, 294, Vila Buarque, centro, São Paulo, SP. Tel.: 3123.5233. Até 3/7. 120 min. 18 anos. 98 lugares. Qui. a sáb.: 19h30. Dom.: 18h. Ingr.: R$ 20.
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Visita de príncipe do Japão comove primeiras gerações no Brasil
A comunidade japonesa no Brasil esperou sete anos para voltar a receber um membro da Casa Imperial. O nível de expectativa com a visita do príncipe Akishino, porém, varia com a idade dos cerca de 1,9 milhão de japoneses e descendentes no país -a maior comunidade fora do Japão. Os mais velhos não viam a hora de ele e a princesa Kiko chegarem; a maioria dos jovens não tem dado muita atenção. O roteiro dos príncipes no Brasil A família de Alberto Oppata, 50, é um exemplo da diferente visão de gerações sobre a família imperial. Presidente da Associação Cultural de Tomé-Açu (PA) –cidade ao sul de Belém colonizada por agricultores japoneses no fim dos anos 20–, ele foi convidado para ver Akishino em um evento na capital paraense na próxima terça-feira (3). Oppata conta que os pais, de 84 e 77 anos, estão ansiosos, enquanto as filhas dele, de 10 e 16, não quiseram viajar para estar perto do príncipe. "Os mais idosos, especialmente a primeira ou segunda geração japonesa no Brasil, ainda veem o imperador e seus filhos com reverência, como um símbolo do período em que deixaram seu país. Esse sentimento não existe entre netos, bisnetos", diz Oppata. "Se fosse um cantor sertanejo em Belém, minha filha ia voando. O príncipe, para ela, é apenas uma pessoa famosa", brinca. A maioria dos japoneses que migraram para o Brasil veio antes ou durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando o imperador ainda era oficialmente considerado uma figura divina no Japão. Esse status foi perdido na Constituição pós-guerra, mas de certa forma "congelou-se" no imaginário de quem viveu aquela época. FALAR COM O PRÍNCIPE Aos mais velhos da comunidade japonesa já é uma honra só o fato de estar no mesmo recinto que o príncipe Akishino. Muitos gostariam de falar com ele, mas sabem que dirigir-lhe a palavra é proibido pelas regras do rígido protocolo. Convidados só podem fazer isso se a iniciativa partir de Akishino-está escrito nos convites enviados pelos consulados do Japão. Essa orientação não vale para o economista e tradutor Miyoshi Egashira, 81. Ele será o responsável por apresentar ao casal Akishino, neste sábado (31), o Museu Histórico da Imigração Japonesa em Rolândia (PR), pequena cidade do norte paranaense aonde os japoneses chegaram em 1935 para plantar café. Egashira participou dos eventos de todas as viagens imperiais anteriores a Rolândia (incluindo o imperador Akihito, em 1978, e o próprio Akishino, em 1988). Agora, porém, será a primeira vez que poderá conversar com um dos príncipes. "Serão 20 minutos, e o que falarei na apresentação foi aprovado pelo consulado. Só vou dizer algo diferente se Sua Alteza me perguntar algo", diz Egashira, para quem a ocasião será "uma grande honra". Ele conta já ter recebido muitas autoridades japonesas, mas reconhece se tratar de uma "situação especial". "Isso é algo que talvez os mais jovens da comunidade não vejam como eu", afirma.
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Visita de príncipe do Japão comove primeiras gerações no BrasilA comunidade japonesa no Brasil esperou sete anos para voltar a receber um membro da Casa Imperial. O nível de expectativa com a visita do príncipe Akishino, porém, varia com a idade dos cerca de 1,9 milhão de japoneses e descendentes no país -a maior comunidade fora do Japão. Os mais velhos não viam a hora de ele e a princesa Kiko chegarem; a maioria dos jovens não tem dado muita atenção. O roteiro dos príncipes no Brasil A família de Alberto Oppata, 50, é um exemplo da diferente visão de gerações sobre a família imperial. Presidente da Associação Cultural de Tomé-Açu (PA) –cidade ao sul de Belém colonizada por agricultores japoneses no fim dos anos 20–, ele foi convidado para ver Akishino em um evento na capital paraense na próxima terça-feira (3). Oppata conta que os pais, de 84 e 77 anos, estão ansiosos, enquanto as filhas dele, de 10 e 16, não quiseram viajar para estar perto do príncipe. "Os mais idosos, especialmente a primeira ou segunda geração japonesa no Brasil, ainda veem o imperador e seus filhos com reverência, como um símbolo do período em que deixaram seu país. Esse sentimento não existe entre netos, bisnetos", diz Oppata. "Se fosse um cantor sertanejo em Belém, minha filha ia voando. O príncipe, para ela, é apenas uma pessoa famosa", brinca. A maioria dos japoneses que migraram para o Brasil veio antes ou durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando o imperador ainda era oficialmente considerado uma figura divina no Japão. Esse status foi perdido na Constituição pós-guerra, mas de certa forma "congelou-se" no imaginário de quem viveu aquela época. FALAR COM O PRÍNCIPE Aos mais velhos da comunidade japonesa já é uma honra só o fato de estar no mesmo recinto que o príncipe Akishino. Muitos gostariam de falar com ele, mas sabem que dirigir-lhe a palavra é proibido pelas regras do rígido protocolo. Convidados só podem fazer isso se a iniciativa partir de Akishino-está escrito nos convites enviados pelos consulados do Japão. Essa orientação não vale para o economista e tradutor Miyoshi Egashira, 81. Ele será o responsável por apresentar ao casal Akishino, neste sábado (31), o Museu Histórico da Imigração Japonesa em Rolândia (PR), pequena cidade do norte paranaense aonde os japoneses chegaram em 1935 para plantar café. Egashira participou dos eventos de todas as viagens imperiais anteriores a Rolândia (incluindo o imperador Akihito, em 1978, e o próprio Akishino, em 1988). Agora, porém, será a primeira vez que poderá conversar com um dos príncipes. "Serão 20 minutos, e o que falarei na apresentação foi aprovado pelo consulado. Só vou dizer algo diferente se Sua Alteza me perguntar algo", diz Egashira, para quem a ocasião será "uma grande honra". Ele conta já ter recebido muitas autoridades japonesas, mas reconhece se tratar de uma "situação especial". "Isso é algo que talvez os mais jovens da comunidade não vejam como eu", afirma.
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Fábio Assunção e a responsabilidade de quem decide usar drogas
Depois da encrenca no interior de Pernambuco, quando bateu boca e foi preso por desacato, o ator Fábio Assunção publicou no Instagram um pedido de desculpas. Disse entre outras coisas que: 1. Não estava usando droga ilícita e que isso será comprovado por um exame toxicológico. 2. Será responsável pelos danos que causou. O primeiro item para mim é irrelevante; pouco importa se o ator agiu embalado por café, álcool, coentro ou cocaína. Prefiro um cocainômano bem-educado a um bêbado inconveniente. O que importa são as ofensas e o prejuízo que Fábio Assunção provocou aos pernambucanos. No segundo ponto, o ator disse o que eu queria ouvir: vai se responsabilizar, reparar os danos que cometeu. Tocou assim numa questão muitas vezes esquecida nos debates sobre drogas: a responsabilidade de drogados adultos por suas ações. Quem defende a legalização costuma se apoiar num ótimo argumento, o da liberdade individual. A pessoa deve ter o direito de consumir a droga que quiser, seja maconha, cocaína, edições da "Carta Capital" ou cigarros com sabor. Proibi-la seria invadir sua vida íntima e sua propriedade privada. Mas essa liberdade acompanha responsabilidade. Se o indivíduo decidiu sentir o gosto do perigo, precisa desfrutar também as consequências. Numa sociedade de adultos, se o drogado se prejudicar, a responsabilidade é toda dele. Também é uma invasão à vida íntima e à propriedade privada coagir cidadãos contrários às drogas a pagar impostos para cuidar de consumidores de drogas. Na polêmica de Fábio Assunção, muita gente criticou quem divulgou e se divertiu com vídeos do ator fora de si. Tony Goes, aqui na Folha, disse que a repercussão mostrava um "conservadorismo ignorante que avança no mundo inteiro". Peraí. Uma coisa é usar drogas, outra é ofender metade da cidade. Se Fábio Assunção tivesse cheirado cocaína e ficado no seu canto, ninguém reclamaria. Mas como saiu da linha, precisa arcar com as consequências –inclusive as consequências para sua reputação. Talvez no passado celebridades podiam ofender pessoas simples e sair impunes. Hoje, felizmente, são punidas pelas câmeras de celular. Muitos defensores da legalização se esquecem do detalhe da responsabilidade individual. Não querem que a sociedade se intrometa na sua vida quando bebem, fumam ou cheiram. Mas se algo der errado vão correndo exigir que os outros os aceitem ou resolvam o problema. "É preciso criar políticas públicas", "é papel da sociedade e dever do Estado resolver a questão", dizem por aí. Eis uma típica política para bebezões. Queremos direito a tudo e nenhuma responsabilidade. Se Fábio Assunção cheirava cocaína e se vai continuar cheirando, confesso que não estou nem aí. Mas torço para que ele cumpra sua promessa e seja responsável pelos danos que causou aos pernambucanos.
colunas
Fábio Assunção e a responsabilidade de quem decide usar drogasDepois da encrenca no interior de Pernambuco, quando bateu boca e foi preso por desacato, o ator Fábio Assunção publicou no Instagram um pedido de desculpas. Disse entre outras coisas que: 1. Não estava usando droga ilícita e que isso será comprovado por um exame toxicológico. 2. Será responsável pelos danos que causou. O primeiro item para mim é irrelevante; pouco importa se o ator agiu embalado por café, álcool, coentro ou cocaína. Prefiro um cocainômano bem-educado a um bêbado inconveniente. O que importa são as ofensas e o prejuízo que Fábio Assunção provocou aos pernambucanos. No segundo ponto, o ator disse o que eu queria ouvir: vai se responsabilizar, reparar os danos que cometeu. Tocou assim numa questão muitas vezes esquecida nos debates sobre drogas: a responsabilidade de drogados adultos por suas ações. Quem defende a legalização costuma se apoiar num ótimo argumento, o da liberdade individual. A pessoa deve ter o direito de consumir a droga que quiser, seja maconha, cocaína, edições da "Carta Capital" ou cigarros com sabor. Proibi-la seria invadir sua vida íntima e sua propriedade privada. Mas essa liberdade acompanha responsabilidade. Se o indivíduo decidiu sentir o gosto do perigo, precisa desfrutar também as consequências. Numa sociedade de adultos, se o drogado se prejudicar, a responsabilidade é toda dele. Também é uma invasão à vida íntima e à propriedade privada coagir cidadãos contrários às drogas a pagar impostos para cuidar de consumidores de drogas. Na polêmica de Fábio Assunção, muita gente criticou quem divulgou e se divertiu com vídeos do ator fora de si. Tony Goes, aqui na Folha, disse que a repercussão mostrava um "conservadorismo ignorante que avança no mundo inteiro". Peraí. Uma coisa é usar drogas, outra é ofender metade da cidade. Se Fábio Assunção tivesse cheirado cocaína e ficado no seu canto, ninguém reclamaria. Mas como saiu da linha, precisa arcar com as consequências –inclusive as consequências para sua reputação. Talvez no passado celebridades podiam ofender pessoas simples e sair impunes. Hoje, felizmente, são punidas pelas câmeras de celular. Muitos defensores da legalização se esquecem do detalhe da responsabilidade individual. Não querem que a sociedade se intrometa na sua vida quando bebem, fumam ou cheiram. Mas se algo der errado vão correndo exigir que os outros os aceitem ou resolvam o problema. "É preciso criar políticas públicas", "é papel da sociedade e dever do Estado resolver a questão", dizem por aí. Eis uma típica política para bebezões. Queremos direito a tudo e nenhuma responsabilidade. Se Fábio Assunção cheirava cocaína e se vai continuar cheirando, confesso que não estou nem aí. Mas torço para que ele cumpra sua promessa e seja responsável pelos danos que causou aos pernambucanos.
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Incêndio de grandes proporções atinge Museu da Língua Portuguesa
Um incêndio de grandes proporções atinge o Museu da Língua Portuguesa, na Luz (região central de SP), na tarde desta segunda (21). De acordo com o Corpo de Bombeiros, por volta das 17h, 20 viaturas trabalhavam para extinguir as chamas. Não há informações sobre vítimas. Chove muito no local. Leia a reportagem aqui
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Incêndio de grandes proporções atinge Museu da Língua PortuguesaUm incêndio de grandes proporções atinge o Museu da Língua Portuguesa, na Luz (região central de SP), na tarde desta segunda (21). De acordo com o Corpo de Bombeiros, por volta das 17h, 20 viaturas trabalhavam para extinguir as chamas. Não há informações sobre vítimas. Chove muito no local. Leia a reportagem aqui
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Especialista dá dicas sobre como cobrar por um trabalho autônomo
DE SÃO PAULO Tomas O'Farrell, co-fundador da plataforma Workana, de serviços autônomos, dá quatro dicas sobre como cobrar por um trabalho autônomo. * CUSTOS Calcule o seu gasto com internet, telefone e outras despesas de trabalho. Além disso, pesquise quanto seus concorrentes cobram por demandas semelhantes SEM PECHINCHA Não jogue o valor para baixo pensando em conquistar uma carteira maior de clientes. Eles podem se acostumar com o preço artificial e não aceitar aumento TEMPO É DINHEIRO Em cada projeto, calcule cerca de 40% de tempo a mais apenas para fazer alterações e atender a pedidos do cliente. Faça isso mesmo que o valor seja cobrado por trabalho e não por hora CONTRATO FORMAL O cliente pode querer mudar o projeto no meio do caminho. Se isso acontecer, não tenha vergonha de reajustar o valor cobrado de acordo com as novas demandas
sobretudo
Especialista dá dicas sobre como cobrar por um trabalho autônomo DE SÃO PAULO Tomas O'Farrell, co-fundador da plataforma Workana, de serviços autônomos, dá quatro dicas sobre como cobrar por um trabalho autônomo. * CUSTOS Calcule o seu gasto com internet, telefone e outras despesas de trabalho. Além disso, pesquise quanto seus concorrentes cobram por demandas semelhantes SEM PECHINCHA Não jogue o valor para baixo pensando em conquistar uma carteira maior de clientes. Eles podem se acostumar com o preço artificial e não aceitar aumento TEMPO É DINHEIRO Em cada projeto, calcule cerca de 40% de tempo a mais apenas para fazer alterações e atender a pedidos do cliente. Faça isso mesmo que o valor seja cobrado por trabalho e não por hora CONTRATO FORMAL O cliente pode querer mudar o projeto no meio do caminho. Se isso acontecer, não tenha vergonha de reajustar o valor cobrado de acordo com as novas demandas
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Queda nos preços do cacau deve impulsionar indústria do chocolate
As vendas mundiais de chocolate estão perto de uma retomada, com o estímulo que a inovação do setor e a queda nos preços do cacau estão propiciando ao setor, prevê o presidente-executivo da maior fornecedora mundial de chocolate e derivados. Antoine de Saint-Affrique, presidente da suíça Barry Callebaut, disse que as vendas se aceleraram nos últimos meses e vão voltar ao "ritmo normal" de crescimento. "Do ponto de vista da dinâmica do mercado, estou absolutamente convencido de que o pior já passou." Os fabricantes mundiais de doces e chocolates, muitos dos quais são clientes da Barry Callebaut, foram prejudicados nos últimos anos pela tendência da alimentação saudável e pela alta do cacau. O mercado global de chocolate para uso industrial sofreu queda de volume de 1,5% em 2015 e 0,4% em 2016, diz a consultoria Euromonitor. Agora, os preços do cacau caíram 40% em 12 meses após boas safras nos principais produtores. "Estamos repassando as altas e as quedas de preços aos nossos clientes", disse Saint-Affrique, embora deva levar tempo para que o consumidor sinta a mudança no bolso. "Por isso digo que me sinto bastante otimista." Ele espera que os fabricantes de chocolates ofereçam mais descontos e promoções para "incendiar" o mercado. "Devemos retomar o ritmo de crescimento que era normal, de entre 1% e 2% ao ano." As quedas de preços seriam apenas um dos fatores que promovem a recuperação. A inovação seria outro: por exemplo barras de cereais recobertas de chocolate. Neste mês, a Nestlé anunciou a inauguração de uma nova fábrica no Japão para expandir a produção das barras de chocolate KitKat em sabores como pistache e amoras. A Barry Callebaut expandiu a produção de chocolate "resistente ao calor", visando países mais quentes. Os fabricantes de chocolates também podem se expandir a novos mercados, disse Saint-Affrique. "Ainda há muitos lugares onde as pessoas estão no estágio de descoberta do chocolate." Jean-Philippe Bertschy, analista da Vontobel, disse que a projeção de crescimento feita por Saint-Affrique era "um tanto agressiva". "É claro que existe potencial de crescimento significativo nos mercados emergentes, mas a China vem sendo um mercado muito desafiador até agora." Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Queda nos preços do cacau deve impulsionar indústria do chocolateAs vendas mundiais de chocolate estão perto de uma retomada, com o estímulo que a inovação do setor e a queda nos preços do cacau estão propiciando ao setor, prevê o presidente-executivo da maior fornecedora mundial de chocolate e derivados. Antoine de Saint-Affrique, presidente da suíça Barry Callebaut, disse que as vendas se aceleraram nos últimos meses e vão voltar ao "ritmo normal" de crescimento. "Do ponto de vista da dinâmica do mercado, estou absolutamente convencido de que o pior já passou." Os fabricantes mundiais de doces e chocolates, muitos dos quais são clientes da Barry Callebaut, foram prejudicados nos últimos anos pela tendência da alimentação saudável e pela alta do cacau. O mercado global de chocolate para uso industrial sofreu queda de volume de 1,5% em 2015 e 0,4% em 2016, diz a consultoria Euromonitor. Agora, os preços do cacau caíram 40% em 12 meses após boas safras nos principais produtores. "Estamos repassando as altas e as quedas de preços aos nossos clientes", disse Saint-Affrique, embora deva levar tempo para que o consumidor sinta a mudança no bolso. "Por isso digo que me sinto bastante otimista." Ele espera que os fabricantes de chocolates ofereçam mais descontos e promoções para "incendiar" o mercado. "Devemos retomar o ritmo de crescimento que era normal, de entre 1% e 2% ao ano." As quedas de preços seriam apenas um dos fatores que promovem a recuperação. A inovação seria outro: por exemplo barras de cereais recobertas de chocolate. Neste mês, a Nestlé anunciou a inauguração de uma nova fábrica no Japão para expandir a produção das barras de chocolate KitKat em sabores como pistache e amoras. A Barry Callebaut expandiu a produção de chocolate "resistente ao calor", visando países mais quentes. Os fabricantes de chocolates também podem se expandir a novos mercados, disse Saint-Affrique. "Ainda há muitos lugares onde as pessoas estão no estágio de descoberta do chocolate." Jean-Philippe Bertschy, analista da Vontobel, disse que a projeção de crescimento feita por Saint-Affrique era "um tanto agressiva". "É claro que existe potencial de crescimento significativo nos mercados emergentes, mas a China vem sendo um mercado muito desafiador até agora." Tradução de PAULO MIGLIACCI
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De novo a Belíndia
O governo Michel Temer avança celeremente para o abismo social. Talvez tenha ficado impactado, em sua recente viagem à Índia, ao constatar que aquele espetacular país tem um bolsão monumental (dezenas, talvez centenas de milhões) de excluídos do mercado de trabalho. Lembro-me que em outubro de 2014, quando visitei a Índia para fazer conferência em Nova Déli, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, acabava de lançar um "novo" slogan. Dizia que, assim como a China celebrizou-se pelo made in China, a Índia deveria consagrar-se pelo make in Índia. No país das castas e classes, riquezas e vilipêndios, a superexploração do trabalho poderia ser ainda mais intensa que a chinesa. Temer não pôde ver com os próprios olhos, poucas semanas antes de sua viagem, a greve que foi considerada a maior do país, com mais de 180 milhões de participantes. No Brasil, o ministro do Trabalho, anteriormente, sugeriu que deveríamos aumentar a jornada de trabalho para 12 horas diárias. O desemprego, por aqui, não para de crescer -são quase 12 milhões de pessoas e outras tantas entre o subemprego e o desalento. O eixo central das ações de Temer nas relações de trabalho é implantar a flexibilização completa dos direitos. O sentido essencial do PLC 30/2015 é avançar na terceirização total, por meio da eliminação da disjuntiva entre atividade-meio e atividade-fim. O governo age alegando que está, na verdade, regulamentando o trabalho terceirizado. Todos sabem o real significado desse ato -a deterioração ainda maior das relações de trabalho, uma vez que os terceirizados receberão menos, trabalharão mais e terão ainda maior subtração de direitos. Enquanto isso, as empresas contratadas que fornecem os terceirizados poderão continuar fugindo das penalidades por meio de burlas que frequentemente praticam e pelas quais raramente são condenadas. Vou dar um exemplo emblemático que parece excitar o empresariado, global e tropical. Trata-se do "zero hour contract" (contrato de zero hora), modalidade perversa de trabalho que viceja no Reino Unido e em outros cantos, onde os contratos não têm determinação de horas. Trabalhadores das mais diversas atividades ficam à disposição e, quando recebem uma solicitação, ganham estritamente pelo que fizeram. Nada recebem pelo tempo que ficam à espera da nova dádiva. E os capitais informáticos, numa engenhosa forma de escravidão digital, cada vez mais se utilizam dessa pragmática de flexibilização total. Assim, de um lado deve existir a disponibilidade perpétua para o labor, facilitada pela expansão do trabalho on-line. De outro, propaga-se a precariedade total, que destrói ainda mais os direitos vigentes. É por isso que, neste mundo do trabalho digital e flexível, o dicionário empresarial não para de "inovar". "Pejotização" em todas as profissões -médicos, advogados, professores, bancários, eletricistas, cuidadoras. "Frila fixos" espalhados nas Redações dos jornais, com "metas" impostas que geram assédios, adoecimentos e depressões. Isso sem falar nos pilotos da aviação global que já são contratados nos países em que a legislação está em processo de desmonte. E "trabalho voluntário" em ritmo compulsório na Olimpíada, que enriquece ainda mais as corporações do entretenimento. Em breve teremos um Brasil com riqueza exuberante no topo, parecido com a Bélgica, e uma miserabilidade social que segue os padrões da Índia. Seremos novamente a Belíndia. RICARDO ANTUNES é professor titular de sociologia do trabalho na Unicamp. Escreveu, entre outros, o livro "Os Sentidos do Trabalho" (ed. Boitempo) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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De novo a BelíndiaO governo Michel Temer avança celeremente para o abismo social. Talvez tenha ficado impactado, em sua recente viagem à Índia, ao constatar que aquele espetacular país tem um bolsão monumental (dezenas, talvez centenas de milhões) de excluídos do mercado de trabalho. Lembro-me que em outubro de 2014, quando visitei a Índia para fazer conferência em Nova Déli, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, acabava de lançar um "novo" slogan. Dizia que, assim como a China celebrizou-se pelo made in China, a Índia deveria consagrar-se pelo make in Índia. No país das castas e classes, riquezas e vilipêndios, a superexploração do trabalho poderia ser ainda mais intensa que a chinesa. Temer não pôde ver com os próprios olhos, poucas semanas antes de sua viagem, a greve que foi considerada a maior do país, com mais de 180 milhões de participantes. No Brasil, o ministro do Trabalho, anteriormente, sugeriu que deveríamos aumentar a jornada de trabalho para 12 horas diárias. O desemprego, por aqui, não para de crescer -são quase 12 milhões de pessoas e outras tantas entre o subemprego e o desalento. O eixo central das ações de Temer nas relações de trabalho é implantar a flexibilização completa dos direitos. O sentido essencial do PLC 30/2015 é avançar na terceirização total, por meio da eliminação da disjuntiva entre atividade-meio e atividade-fim. O governo age alegando que está, na verdade, regulamentando o trabalho terceirizado. Todos sabem o real significado desse ato -a deterioração ainda maior das relações de trabalho, uma vez que os terceirizados receberão menos, trabalharão mais e terão ainda maior subtração de direitos. Enquanto isso, as empresas contratadas que fornecem os terceirizados poderão continuar fugindo das penalidades por meio de burlas que frequentemente praticam e pelas quais raramente são condenadas. Vou dar um exemplo emblemático que parece excitar o empresariado, global e tropical. Trata-se do "zero hour contract" (contrato de zero hora), modalidade perversa de trabalho que viceja no Reino Unido e em outros cantos, onde os contratos não têm determinação de horas. Trabalhadores das mais diversas atividades ficam à disposição e, quando recebem uma solicitação, ganham estritamente pelo que fizeram. Nada recebem pelo tempo que ficam à espera da nova dádiva. E os capitais informáticos, numa engenhosa forma de escravidão digital, cada vez mais se utilizam dessa pragmática de flexibilização total. Assim, de um lado deve existir a disponibilidade perpétua para o labor, facilitada pela expansão do trabalho on-line. De outro, propaga-se a precariedade total, que destrói ainda mais os direitos vigentes. É por isso que, neste mundo do trabalho digital e flexível, o dicionário empresarial não para de "inovar". "Pejotização" em todas as profissões -médicos, advogados, professores, bancários, eletricistas, cuidadoras. "Frila fixos" espalhados nas Redações dos jornais, com "metas" impostas que geram assédios, adoecimentos e depressões. Isso sem falar nos pilotos da aviação global que já são contratados nos países em que a legislação está em processo de desmonte. E "trabalho voluntário" em ritmo compulsório na Olimpíada, que enriquece ainda mais as corporações do entretenimento. Em breve teremos um Brasil com riqueza exuberante no topo, parecido com a Bélgica, e uma miserabilidade social que segue os padrões da Índia. Seremos novamente a Belíndia. RICARDO ANTUNES é professor titular de sociologia do trabalho na Unicamp. Escreveu, entre outros, o livro "Os Sentidos do Trabalho" (ed. Boitempo) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Casa Suíça não troca bolo com pedaços de plástico, diz leitora
A leitora Diana Mendes reclama da qualidade do produto e do atendimento da marca Casa Suíça. Ela conta que, ao cortar uma fatia de um bolo pronto, notou um pedaço de plástico no meio da massa. Ao analisar o alimento, a consumidora percebeu que havia pedaços do material, idêntico ao da embalagem, em todo o bolo. Diana então ligou para a fabricante, que retirou o produto e prometeu analisar o caso. Porém, uma semana depois, a empresa não enviou um bolo novo nem questionou se o produto havia causado danos à saúde de alguém. "Uma das atendentes me sugeriu o envio de um panetone, que provavelmente foi produzido antes de dezembro", queixa-se a leitora. Resposta - A Casa Suíça diz que enviou o reembolso à cliente e que entrará em contato com ela quando concluir a análise do bolo. - Queixa de Gloria Scanavino: Demora no IPTU Imóvel residencial foi comprado para ser convertido em comercial. Documentos necessários foram apresentados à subprefeitura de Pinheiros, junto com a solicitação para mudança no nome do proprietário no IPTU, ainda em 2014. Apesar de acompanhamento do pedido ser feito pessoalmente por quatro meses, órgão ainda não emitiu parcelas do imposto. Resposta da subprefeitura Diz que o IPTU não foi entregue por falha, mas que os boletos já estão disponíveis. - Queixa de Cesar Habert Paciornik: Plano suspenso Qualicorp envia duas faturas com mesma data de validade. Ao ser informado sobre falha, atendente diz que cobranças são de meses diferentes, mas instrui cliente a pagar apenas um dos boletos, suspendendo o outro para análise. Apesar de usuário seguir a orientação, o plano de saúde é suspenso, sem aviso prévio, por suposto atraso no pagamento. Resposta da Qualicorp Esclarece que o cancelamento ocorreu por falha de comunicação da empresa, já resolvida.
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Casa Suíça não troca bolo com pedaços de plástico, diz leitoraA leitora Diana Mendes reclama da qualidade do produto e do atendimento da marca Casa Suíça. Ela conta que, ao cortar uma fatia de um bolo pronto, notou um pedaço de plástico no meio da massa. Ao analisar o alimento, a consumidora percebeu que havia pedaços do material, idêntico ao da embalagem, em todo o bolo. Diana então ligou para a fabricante, que retirou o produto e prometeu analisar o caso. Porém, uma semana depois, a empresa não enviou um bolo novo nem questionou se o produto havia causado danos à saúde de alguém. "Uma das atendentes me sugeriu o envio de um panetone, que provavelmente foi produzido antes de dezembro", queixa-se a leitora. Resposta - A Casa Suíça diz que enviou o reembolso à cliente e que entrará em contato com ela quando concluir a análise do bolo. - Queixa de Gloria Scanavino: Demora no IPTU Imóvel residencial foi comprado para ser convertido em comercial. Documentos necessários foram apresentados à subprefeitura de Pinheiros, junto com a solicitação para mudança no nome do proprietário no IPTU, ainda em 2014. Apesar de acompanhamento do pedido ser feito pessoalmente por quatro meses, órgão ainda não emitiu parcelas do imposto. Resposta da subprefeitura Diz que o IPTU não foi entregue por falha, mas que os boletos já estão disponíveis. - Queixa de Cesar Habert Paciornik: Plano suspenso Qualicorp envia duas faturas com mesma data de validade. Ao ser informado sobre falha, atendente diz que cobranças são de meses diferentes, mas instrui cliente a pagar apenas um dos boletos, suspendendo o outro para análise. Apesar de usuário seguir a orientação, o plano de saúde é suspenso, sem aviso prévio, por suposto atraso no pagamento. Resposta da Qualicorp Esclarece que o cancelamento ocorreu por falha de comunicação da empresa, já resolvida.
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Nem os eleitores de Trump acreditam em tudo o que ele promete
Donald Trump continua a fazer promessas que os especialistas não acreditam que será capaz de cumprir. Pode parecer que ele esteja enganando as pessoas com suas afirmações implausíveis, que incluem promessas de fazer com que o México pague por uma muralha na fronteira com os Estados Unidos, e de trazer empregos industriais de volta aos EUA. O psicólogo Donald Dunning, por exemplo, sugeriu que muitos eleitores estão apoiando Trump porque não dispõem de conhecimentos suficientes para reconhecer os erros do candidato. Mas em algumas reportagens, os partidários de Trump, o virtual indicado do Partido Republicano à Presidência, parecem mais realistas quanto ao que ele poderia realizar no cargo. Um eleitor disse ao jornal "Washington Post": "Pense bem: uma muralha física? É uma visão e uma ideia muito forte, mas só o que me importa é que a fronteira fique segura". Da mesma forma, a rádio pública NPR entrevistou um operário aposentado do setor de siderurgia, que reconheceu que os empregos em seu setor provavelmente desapareceram para sempre, mas disse, sobre Trump, que "se ele realizar 10% do que diz que vai fazer, então teremos 10% a mais do que qualquer outra pessoa faria". Quando o assunto são políticas públicas, portanto, esses partidários de Trump talvez não sejam tão ingênuos quanto as pessoas presumem. Muitos não acreditam literalmente em suas promessas —por exemplo, apenas 42% dos republicanos acreditam que Trump conseguirá fazer com que o México pague pela muralha. Alguns desses eleitores optaram por votar nele, em lugar disso, porque na Presidência ele conduziria as políticas públicas do país na direção que eles preferem, ainda que nem tão longe quanto promete fazer. Alguns deles podem nem mesmo desejar que ele coloque em prática suas propostas —uma pesquisa de opinião pública conduzida em março, por exemplo, constatou que 37% dos partidários de Trump discordam de seu plano de deportar todos os imigrantes ilegais que no momento vivem nos Estados Unidos. Essas reações são compatíveis com as pesquisas do cientista político Bernard Grofman, que estudou o que poderia acontecer quando os eleitores não escolhessem um candidato cujas posições fossem compatíveis com as deles. Se os eleitores desconsiderassem as promessas e em lugar disso simplesmente avaliassem o efeito provável de cada candidato sobre o status quo, em alguns casos poderiam escolher um candidato cuja posição preferencial estivesse mais distante da posição deles. Grofman descreve um modelo da situação que observamos hoje —um partido de inclinações direitistas, ao qual ele denomina R, concorrendo como partido oposicionista com um candidato cuja posição preferencial fica bem distante do status quo. Esse partido "tentaria mover o status quo para a direita", ele escreve, mas nenhum eleitor "racional" acreditaria que "R teria sucesso em promover mudança tão radical em um mandato eleitoral; ou seja, a plataforma do partido R seria em parte descontada pelos eleitores". Dessa maneira, um eleitor que preferisse um movimento mais modesto para a direita seria ainda assim capaz de preferir R racionalmente, ainda que a posição de R estivesse mais distante da posição do eleitor do que a posição de um partido mais moderado e mais esquerdista. Grofman, cujo artigo foi publicado em 1985, sugere que esse tipo de postura pode ter ajudado Ronald Reagan junto aos eleitores que não acreditavam que ele "pudesse de fato executar plenamente as mudanças drásticas de políticas que sua plataforma propunha, na direção do conservadorismo". A mesma dinâmica pode estar inesperadamente propelindo a candidatura de Trump. Para eleitores que querem uma mudança no status quo quanto a questões como o comércio externo e a imigração, apoiá-lo pode parecer perfeitamente racional —ainda que as promessas de Trump talvez não o sejam. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Nem os eleitores de Trump acreditam em tudo o que ele prometeDonald Trump continua a fazer promessas que os especialistas não acreditam que será capaz de cumprir. Pode parecer que ele esteja enganando as pessoas com suas afirmações implausíveis, que incluem promessas de fazer com que o México pague por uma muralha na fronteira com os Estados Unidos, e de trazer empregos industriais de volta aos EUA. O psicólogo Donald Dunning, por exemplo, sugeriu que muitos eleitores estão apoiando Trump porque não dispõem de conhecimentos suficientes para reconhecer os erros do candidato. Mas em algumas reportagens, os partidários de Trump, o virtual indicado do Partido Republicano à Presidência, parecem mais realistas quanto ao que ele poderia realizar no cargo. Um eleitor disse ao jornal "Washington Post": "Pense bem: uma muralha física? É uma visão e uma ideia muito forte, mas só o que me importa é que a fronteira fique segura". Da mesma forma, a rádio pública NPR entrevistou um operário aposentado do setor de siderurgia, que reconheceu que os empregos em seu setor provavelmente desapareceram para sempre, mas disse, sobre Trump, que "se ele realizar 10% do que diz que vai fazer, então teremos 10% a mais do que qualquer outra pessoa faria". Quando o assunto são políticas públicas, portanto, esses partidários de Trump talvez não sejam tão ingênuos quanto as pessoas presumem. Muitos não acreditam literalmente em suas promessas —por exemplo, apenas 42% dos republicanos acreditam que Trump conseguirá fazer com que o México pague pela muralha. Alguns desses eleitores optaram por votar nele, em lugar disso, porque na Presidência ele conduziria as políticas públicas do país na direção que eles preferem, ainda que nem tão longe quanto promete fazer. Alguns deles podem nem mesmo desejar que ele coloque em prática suas propostas —uma pesquisa de opinião pública conduzida em março, por exemplo, constatou que 37% dos partidários de Trump discordam de seu plano de deportar todos os imigrantes ilegais que no momento vivem nos Estados Unidos. Essas reações são compatíveis com as pesquisas do cientista político Bernard Grofman, que estudou o que poderia acontecer quando os eleitores não escolhessem um candidato cujas posições fossem compatíveis com as deles. Se os eleitores desconsiderassem as promessas e em lugar disso simplesmente avaliassem o efeito provável de cada candidato sobre o status quo, em alguns casos poderiam escolher um candidato cuja posição preferencial estivesse mais distante da posição deles. Grofman descreve um modelo da situação que observamos hoje —um partido de inclinações direitistas, ao qual ele denomina R, concorrendo como partido oposicionista com um candidato cuja posição preferencial fica bem distante do status quo. Esse partido "tentaria mover o status quo para a direita", ele escreve, mas nenhum eleitor "racional" acreditaria que "R teria sucesso em promover mudança tão radical em um mandato eleitoral; ou seja, a plataforma do partido R seria em parte descontada pelos eleitores". Dessa maneira, um eleitor que preferisse um movimento mais modesto para a direita seria ainda assim capaz de preferir R racionalmente, ainda que a posição de R estivesse mais distante da posição do eleitor do que a posição de um partido mais moderado e mais esquerdista. Grofman, cujo artigo foi publicado em 1985, sugere que esse tipo de postura pode ter ajudado Ronald Reagan junto aos eleitores que não acreditavam que ele "pudesse de fato executar plenamente as mudanças drásticas de políticas que sua plataforma propunha, na direção do conservadorismo". A mesma dinâmica pode estar inesperadamente propelindo a candidatura de Trump. Para eleitores que querem uma mudança no status quo quanto a questões como o comércio externo e a imigração, apoiá-lo pode parecer perfeitamente racional —ainda que as promessas de Trump talvez não o sejam. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Governo peca pela 'absoluta ineficácia da comunicação social', diz leitor
GOVERNO TEMER Eloquente o editorial "Ironias de Temer", acerca dos pronunciamentos do presidente Michel Temer sobre os protestos contra medidas de seu governo, que, se não peca com a PEC 241 nem com a reforma do ensino médio, certamente o faz pela absoluta ineficácia da comunicação social. NELSON VIDAL GOMES (Fortaleza, CE) - PISCINA DO ALVORADA O ex-presidente Lula corre o risco de ficar na história como o governante que teve problemas com o bem e com o mal. Os bens não são dele e os males são dos companheiros. CARLOS GASPAR (São Paulo, SP) * Já já vão dizer que o Palácio também é de Lula! CAETANO ESTELLITA PESSOA (São Paulo, SP) - JUDICIÁRIO O ministro Barroso claramente se posicionou contrariamente a todos os interesses corporativos. Essa caixa-preta tem que ser aberta e as leis, respeitadas. Que em nenhum Poder alguém possa ganhar mais que os ministros do STF e que estes tenham salários fixados em relação ao salário mínimo, condizentes com as responsabilidades dos cargo e sem qualquer penduricalho. JOÃO HENRIQUE RIEDER (São Paulo, SP) * Lúcida e coerente a entrevista do ministro Luís Barroso. Nela, pude ver algo que, confesso, ainda não conhecia: a sua vocação progressista e apartidária. ADAUTO LEVI CARDOSO (Sorocaba, SP) - TRUMP PRESIDENTE Ian McEwan afirma que "Praticamente não houve um único impulso humano tenebroso que ele [Trump] deixou de revelar ou explorar quando fez campanha [...]: ódio racial, xenofobia, mesquinha sede de vingança, ignorância insensata". Os eleitores que deram a Trump a oportunidade de ocupar o cargo mais poderoso do mundo também não são dotados dos mesmos impulsos? "Cada povo tem o governo que merece". Isso, sim, é preocupante! MARIA DE LOURDES M. N. MATOS (Itajubá, MG) * Deliciosa a definição de Trump no artigo de Ian McEwan: "Ele é uma criança ignorante e mal-humorada, estranhamente promovida para um posição superior à dos adultos". EDUARDO BRITTO (São Paulo, SP) - CORRUPÇÃO Nós, que fomos às ruas pedir o impeachment de Dilma e o fim da corrupção, temos que reagir e voltar para as ruas, porque há um grupo de parlamentares manobrando a pauta a favor da impunidade. "Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido". ARCANGELO SFORCIN FILHO (São Paulo, SP) * Na tentativa de barrar os trabalhos do Judiciário na Operação Lava Jato, há quem recorra até a organismos internacionais, visando assim fugir das suas responsabilidades. A verdade já foi escancarada. Não cabem mais pantominas e intimidações. ROBERTO FISSMER (Porto Alegre, RS) - LEI ROUANET Uma pena ver Silvio Santos ajudando a demonizar a lei que tem, como um dos princípios, a democratização do acesso à cultura. Sem ela, os ingressos terão que cobrir os custos, o que eleva o preço da entrada. E adivinhem quem terá dinheiro para entrar? Nesse caso não ganham nem o auditório, nem a carta. FREDERICO GODOY, pianista (São Paulo, SP) - VAQUEJADAS Defensores das vaquejadas não somente ignoram que animais são dotados de cognição, vida psíquica e sensibilidade biológica específicas e ímpares comparadas àquelas presentes em humanos como também desprezam o fato de que animais, entes vulneráveis em todas as definições possíveis, não devem ser tratados como coisas, objetos ou instrumentos a serviço daqueles que podem oprimi-los, ainda que essa seja a prática corrente dos autointitulados cidadãos de bem. FRANK ALARCÓN (Rio de Janeiro, RJ) * Como se não bastassem os sofrimentos impostos aos animais,ao longo de milênios, existe um "esporte", chamado vaquejada, cujos defensores o justificam como meio de auferir ganhos financeiros. Ora,j á não são sofrimento bastante o abate dos animais,o uso de animais como força de tração e outras tantas explorações? Existem outras maneiras de se ganhar a vida que não sejam as ultrapassadas "vaquejadas". Os tempos são outros. ADRIANA CAMPOS TEIXEIRA (Belo Horizonte, MG) - LEONARD COHEN Sobre uma apresentação de Leonard Cohen, a coreógrafa Deborah Colker disse ter tido a sensação de estar diante do "sermão da montanha". É triste pensar que não haverá mais Cohen — "um compositor dos compositores", comobem destacou o crítico André Barcinski no Brasil. LUÍS CÉSAR SCHIAVETTO (Poços de Caldas, MG) - COLUNISTAS Como sempre, muito oportuna a coluna de Rosely Sayão, ao sugerir que as crianças, alvo central do consumismo no Natal, sejam incentivadas pelos adultos a presentear os mais próximos. Altruísmo se aprende desde tenra idade. M. INÊS DE ARAÚJO (S. João da B. Vista, SP) * Marcos Lisboa se esqueceu de despesas que o Estado do Rio realizou em favor do mercado: as desonerações fiscais, abusivas e ilegais por não cumprirem a LRF. Sugiro ao articulista, quando falar em corporações, incluir os empresários que rodeiam e pressionam os governantes e recebem favores que acabam gerando caixa dois, jantares acintosos, anel de brilhantes etc. Não se deve tratar o grave problema da promiscuidade dos interesses públicos com os privados de modo parcial. LENIR SANTOS (Campinas, SP) - SALÁRIO DOS PROFESSORES Cumprimento a Folha pela reportagem "Professor recebe até 39% menos que profissional com igual escolaridade". A meta 17 do PNE (e do Plano Estadual de Educação de São Paulo) precisa ser cumprida. No nosso Estado, a defasagem é maior. Estudos do Dieese e da Apeoesp mostram que o índice necessário para a equiparação salarial é de 75,33%. Estamos sem reajuste desde julho de 2014. A própria Folha, em maio de 2015, concluiu que o reajuste necessário era de 60%. MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA, presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Governo peca pela 'absoluta ineficácia da comunicação social', diz leitorGOVERNO TEMER Eloquente o editorial "Ironias de Temer", acerca dos pronunciamentos do presidente Michel Temer sobre os protestos contra medidas de seu governo, que, se não peca com a PEC 241 nem com a reforma do ensino médio, certamente o faz pela absoluta ineficácia da comunicação social. NELSON VIDAL GOMES (Fortaleza, CE) - PISCINA DO ALVORADA O ex-presidente Lula corre o risco de ficar na história como o governante que teve problemas com o bem e com o mal. Os bens não são dele e os males são dos companheiros. CARLOS GASPAR (São Paulo, SP) * Já já vão dizer que o Palácio também é de Lula! CAETANO ESTELLITA PESSOA (São Paulo, SP) - JUDICIÁRIO O ministro Barroso claramente se posicionou contrariamente a todos os interesses corporativos. Essa caixa-preta tem que ser aberta e as leis, respeitadas. Que em nenhum Poder alguém possa ganhar mais que os ministros do STF e que estes tenham salários fixados em relação ao salário mínimo, condizentes com as responsabilidades dos cargo e sem qualquer penduricalho. JOÃO HENRIQUE RIEDER (São Paulo, SP) * Lúcida e coerente a entrevista do ministro Luís Barroso. Nela, pude ver algo que, confesso, ainda não conhecia: a sua vocação progressista e apartidária. ADAUTO LEVI CARDOSO (Sorocaba, SP) - TRUMP PRESIDENTE Ian McEwan afirma que "Praticamente não houve um único impulso humano tenebroso que ele [Trump] deixou de revelar ou explorar quando fez campanha [...]: ódio racial, xenofobia, mesquinha sede de vingança, ignorância insensata". Os eleitores que deram a Trump a oportunidade de ocupar o cargo mais poderoso do mundo também não são dotados dos mesmos impulsos? "Cada povo tem o governo que merece". Isso, sim, é preocupante! MARIA DE LOURDES M. N. MATOS (Itajubá, MG) * Deliciosa a definição de Trump no artigo de Ian McEwan: "Ele é uma criança ignorante e mal-humorada, estranhamente promovida para um posição superior à dos adultos". EDUARDO BRITTO (São Paulo, SP) - CORRUPÇÃO Nós, que fomos às ruas pedir o impeachment de Dilma e o fim da corrupção, temos que reagir e voltar para as ruas, porque há um grupo de parlamentares manobrando a pauta a favor da impunidade. "Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido". ARCANGELO SFORCIN FILHO (São Paulo, SP) * Na tentativa de barrar os trabalhos do Judiciário na Operação Lava Jato, há quem recorra até a organismos internacionais, visando assim fugir das suas responsabilidades. A verdade já foi escancarada. Não cabem mais pantominas e intimidações. ROBERTO FISSMER (Porto Alegre, RS) - LEI ROUANET Uma pena ver Silvio Santos ajudando a demonizar a lei que tem, como um dos princípios, a democratização do acesso à cultura. Sem ela, os ingressos terão que cobrir os custos, o que eleva o preço da entrada. E adivinhem quem terá dinheiro para entrar? Nesse caso não ganham nem o auditório, nem a carta. FREDERICO GODOY, pianista (São Paulo, SP) - VAQUEJADAS Defensores das vaquejadas não somente ignoram que animais são dotados de cognição, vida psíquica e sensibilidade biológica específicas e ímpares comparadas àquelas presentes em humanos como também desprezam o fato de que animais, entes vulneráveis em todas as definições possíveis, não devem ser tratados como coisas, objetos ou instrumentos a serviço daqueles que podem oprimi-los, ainda que essa seja a prática corrente dos autointitulados cidadãos de bem. FRANK ALARCÓN (Rio de Janeiro, RJ) * Como se não bastassem os sofrimentos impostos aos animais,ao longo de milênios, existe um "esporte", chamado vaquejada, cujos defensores o justificam como meio de auferir ganhos financeiros. Ora,j á não são sofrimento bastante o abate dos animais,o uso de animais como força de tração e outras tantas explorações? Existem outras maneiras de se ganhar a vida que não sejam as ultrapassadas "vaquejadas". Os tempos são outros. ADRIANA CAMPOS TEIXEIRA (Belo Horizonte, MG) - LEONARD COHEN Sobre uma apresentação de Leonard Cohen, a coreógrafa Deborah Colker disse ter tido a sensação de estar diante do "sermão da montanha". É triste pensar que não haverá mais Cohen — "um compositor dos compositores", comobem destacou o crítico André Barcinski no Brasil. LUÍS CÉSAR SCHIAVETTO (Poços de Caldas, MG) - COLUNISTAS Como sempre, muito oportuna a coluna de Rosely Sayão, ao sugerir que as crianças, alvo central do consumismo no Natal, sejam incentivadas pelos adultos a presentear os mais próximos. Altruísmo se aprende desde tenra idade. M. INÊS DE ARAÚJO (S. João da B. Vista, SP) * Marcos Lisboa se esqueceu de despesas que o Estado do Rio realizou em favor do mercado: as desonerações fiscais, abusivas e ilegais por não cumprirem a LRF. Sugiro ao articulista, quando falar em corporações, incluir os empresários que rodeiam e pressionam os governantes e recebem favores que acabam gerando caixa dois, jantares acintosos, anel de brilhantes etc. Não se deve tratar o grave problema da promiscuidade dos interesses públicos com os privados de modo parcial. LENIR SANTOS (Campinas, SP) - SALÁRIO DOS PROFESSORES Cumprimento a Folha pela reportagem "Professor recebe até 39% menos que profissional com igual escolaridade". A meta 17 do PNE (e do Plano Estadual de Educação de São Paulo) precisa ser cumprida. No nosso Estado, a defasagem é maior. Estudos do Dieese e da Apeoesp mostram que o índice necessário para a equiparação salarial é de 75,33%. Estamos sem reajuste desde julho de 2014. A própria Folha, em maio de 2015, concluiu que o reajuste necessário era de 60%. MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA, presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Manifestantes jogam papel higiênico no consulado da Venezuela em SP
Integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) protestaram na frente do consulado da Venezuela em São Paulo contra o governo de Nicolás Maduro. Os manifestantes penduraram cartazes pedindo a libertação do político de oposição venezuelano Leopoldo López e criticando a postura governo brasileiro, acusado de dar "apoio financeiro" e ter "alinhamento ideológico com ditaduras socialistas". O grupo também jogou papel higiênico no prédio do consulado e pediu, por meio de sua conta do Facebook, que simpatizantes da causa coloquem cadeados no portão do prédio, que fica no bairro dos Jardins. Segundo os organizadores, de 40 a 50 pessoas compareceram à manifestação, convocada pelas redes sociais. O MBL foi um dos grupos que liderou os protestos em março que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff. DIPLOMACIA Na tarde desta quinta-feira (18), senadores brasileiros foram à Venezuela para visitar opositores de Maduro que estão presos, mas relataram ter sido hostilizados por manifestantes e impedidos de seguir seu roteiro por conta de uma estrada fechada. O Itamaraty divulgou uma nota condenando a recepção dos parlamentares no país vizinho, mas os senadores exigem uma reprimenda mais dura por parte do governo. "O governo brasileiro lamenta os incidentes que afetaram a visita à Venezuela da Comissão Externa do Senado e prejudicaram o cumprimento da programação prevista naquele país. São inaceitáveis atos hostis de manifestantes contra parlamentares brasileiros", afirma a nota da diplomacia brasileira.
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Manifestantes jogam papel higiênico no consulado da Venezuela em SPIntegrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) protestaram na frente do consulado da Venezuela em São Paulo contra o governo de Nicolás Maduro. Os manifestantes penduraram cartazes pedindo a libertação do político de oposição venezuelano Leopoldo López e criticando a postura governo brasileiro, acusado de dar "apoio financeiro" e ter "alinhamento ideológico com ditaduras socialistas". O grupo também jogou papel higiênico no prédio do consulado e pediu, por meio de sua conta do Facebook, que simpatizantes da causa coloquem cadeados no portão do prédio, que fica no bairro dos Jardins. Segundo os organizadores, de 40 a 50 pessoas compareceram à manifestação, convocada pelas redes sociais. O MBL foi um dos grupos que liderou os protestos em março que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff. DIPLOMACIA Na tarde desta quinta-feira (18), senadores brasileiros foram à Venezuela para visitar opositores de Maduro que estão presos, mas relataram ter sido hostilizados por manifestantes e impedidos de seguir seu roteiro por conta de uma estrada fechada. O Itamaraty divulgou uma nota condenando a recepção dos parlamentares no país vizinho, mas os senadores exigem uma reprimenda mais dura por parte do governo. "O governo brasileiro lamenta os incidentes que afetaram a visita à Venezuela da Comissão Externa do Senado e prejudicaram o cumprimento da programação prevista naquele país. São inaceitáveis atos hostis de manifestantes contra parlamentares brasileiros", afirma a nota da diplomacia brasileira.
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Crítica: 'La Luna' comprova vocação de Bertolucci para a polêmica
O diretor italiano Bernardo Bertolucci, 73, ganhou nos anos 1970 o adjetivo de "polêmico" muito antes desta palavra ser vulgarizada. O trabalho do cineasta era realmente capaz de disparar discussões intensas. Foi assim com "O Último Tango em Paris" (1972), espécie de narrativa existencialista com Marlon Brando, Maria Schneider pelada e uma famosa cena com manteiga. "La Luna" ("La Luna", 1979, 16 anos, Telecine Cult, 19h25), de 1979, já foi concebido com direção irreversível para a polêmica. Como poderia ser diferente? O filme mostra uma mãe que chega a satisfazer sexualmente o filho adolescente para aplacar a dor do garoto que busca mais e mais cocaína. A ótima atriz americana Jill Clayburgh interpreta a cantora de ópera que tem essa relação explosiva com o filho e enlouquece com ele. "La Luna" é um filme belíssimo e perturbador.
ilustrada
Crítica: 'La Luna' comprova vocação de Bertolucci para a polêmicaO diretor italiano Bernardo Bertolucci, 73, ganhou nos anos 1970 o adjetivo de "polêmico" muito antes desta palavra ser vulgarizada. O trabalho do cineasta era realmente capaz de disparar discussões intensas. Foi assim com "O Último Tango em Paris" (1972), espécie de narrativa existencialista com Marlon Brando, Maria Schneider pelada e uma famosa cena com manteiga. "La Luna" ("La Luna", 1979, 16 anos, Telecine Cult, 19h25), de 1979, já foi concebido com direção irreversível para a polêmica. Como poderia ser diferente? O filme mostra uma mãe que chega a satisfazer sexualmente o filho adolescente para aplacar a dor do garoto que busca mais e mais cocaína. A ótima atriz americana Jill Clayburgh interpreta a cantora de ópera que tem essa relação explosiva com o filho e enlouquece com ele. "La Luna" é um filme belíssimo e perturbador.
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Câmara aprova nova política para juros do BNDES
Depois de horas de obstrução que avançaram pela madrugada, a nova política do governo para os juros do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) foi aprovada no plenário da Câmara dos Deputados no início da tarde desta quinta-feira (24). O texto-base da medida provisória que estabelece uma nova taxa de juros para o banco estatal foi aprovado em votação simbólica. A análise de três destaques ficou para a semana que vem. Depois disso, o texto segue para o Senado. O governo tem pressa na votação, porque a medida provisória perde a validade no dia 6 de setembro, daqui a duas semanas. A medida provisória cria uma nova referência para os empréstimos do banco oficial, a TLP (Taxa de Longo Prazo), que seguiria as taxas pagas pelo governo para se financiar no mercado com títulos de cinco anos de prazo e substituiria a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que hoje é fixada pelo governo. Integrantes da equipe econômica, que elaboraram a proposta, argumentam que a mudança reduzirá os subsídios que hoje beneficiam as empresas, o que permitirá diminuir os gastos do governo e as taxas de juros no país. Críticos da medida, entre eles o senador José Serra (PSDB-SP), argumentam que a nova taxa será mais alta, vai encarecer os empréstimos e desestimular investimentos. DEBATES No plenário da Câmara, a discussão levou parlamentares a debater a atuação recente do BNDES e empréstimos concedidos a grandes empresas, entre elas a JBS dos irmãos Joesley e Wesley Batista. "Os grandes empresários só são grandes com recursos do povo brasileiro. Isso está certo? Nós queremos justiça para esses recursos", afirmou Pauderney Avelino (DEM-AM), favorável à nova taxa. "Qual o objetivo desta MP? É suprimir uma fonte de financiamento mais barata do que as taxas de juros privados para financiar a indústria", disse Carlos Zarattini (PT-SP). Em debate na comissão, o senador José Serra afirmou que a nova taxa provocará gastos extras que não foram considerados pela medida provisória, como manda a Constituição. O argumento é que, com uma taxa mais alta nos empréstimos, os subsídios para bancar taxas menores para o setor agrícola vão aumentar. Para a equipe econômica, a hipótese não se sustenta. Os gastos com subsídios agrícolas são aprovados pelo Congresso, no Plano Safra. Ou seja, não haveria risco de aumento de gastos sem previsão no Orçamento da União. Além disso, a TLP largará com o mesmo valor da TJLP (hoje 7% ao ano) e não se pode dizer que será mais alta, porque sua definição seguirá o comportamento das taxas de juros de mercado e da inflação, que estão em queda. ATRASO NA VOTAÇÃO Ao estender discursos e usar outras medidas protelatórias, a oposição conseguiu atrasar a votação. A tentativa para concluir a análise seguiu até as 2h da manhã, sem êxito, com o quórum já escasso. O debate foi retomado na manhã desta quinta, com novas tentativas de obstrução por parte dos parlamentares oposicionistas. A oposição aproveitou o embate sobre a TLP para criticar os planos de privatização anunciados pelo governo, principalmente a venda de parte de ações da Eletrobrás. "É sério o processo de desnacionalização e de retirada dos bancos públicos. Estamos ajudando a destruir o Estado brasileiro para favorecer a pilhagem e o ganho do capital financeiro e de grupos estrangeiros", afirmou Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
mercado
Câmara aprova nova política para juros do BNDESDepois de horas de obstrução que avançaram pela madrugada, a nova política do governo para os juros do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) foi aprovada no plenário da Câmara dos Deputados no início da tarde desta quinta-feira (24). O texto-base da medida provisória que estabelece uma nova taxa de juros para o banco estatal foi aprovado em votação simbólica. A análise de três destaques ficou para a semana que vem. Depois disso, o texto segue para o Senado. O governo tem pressa na votação, porque a medida provisória perde a validade no dia 6 de setembro, daqui a duas semanas. A medida provisória cria uma nova referência para os empréstimos do banco oficial, a TLP (Taxa de Longo Prazo), que seguiria as taxas pagas pelo governo para se financiar no mercado com títulos de cinco anos de prazo e substituiria a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que hoje é fixada pelo governo. Integrantes da equipe econômica, que elaboraram a proposta, argumentam que a mudança reduzirá os subsídios que hoje beneficiam as empresas, o que permitirá diminuir os gastos do governo e as taxas de juros no país. Críticos da medida, entre eles o senador José Serra (PSDB-SP), argumentam que a nova taxa será mais alta, vai encarecer os empréstimos e desestimular investimentos. DEBATES No plenário da Câmara, a discussão levou parlamentares a debater a atuação recente do BNDES e empréstimos concedidos a grandes empresas, entre elas a JBS dos irmãos Joesley e Wesley Batista. "Os grandes empresários só são grandes com recursos do povo brasileiro. Isso está certo? Nós queremos justiça para esses recursos", afirmou Pauderney Avelino (DEM-AM), favorável à nova taxa. "Qual o objetivo desta MP? É suprimir uma fonte de financiamento mais barata do que as taxas de juros privados para financiar a indústria", disse Carlos Zarattini (PT-SP). Em debate na comissão, o senador José Serra afirmou que a nova taxa provocará gastos extras que não foram considerados pela medida provisória, como manda a Constituição. O argumento é que, com uma taxa mais alta nos empréstimos, os subsídios para bancar taxas menores para o setor agrícola vão aumentar. Para a equipe econômica, a hipótese não se sustenta. Os gastos com subsídios agrícolas são aprovados pelo Congresso, no Plano Safra. Ou seja, não haveria risco de aumento de gastos sem previsão no Orçamento da União. Além disso, a TLP largará com o mesmo valor da TJLP (hoje 7% ao ano) e não se pode dizer que será mais alta, porque sua definição seguirá o comportamento das taxas de juros de mercado e da inflação, que estão em queda. ATRASO NA VOTAÇÃO Ao estender discursos e usar outras medidas protelatórias, a oposição conseguiu atrasar a votação. A tentativa para concluir a análise seguiu até as 2h da manhã, sem êxito, com o quórum já escasso. O debate foi retomado na manhã desta quinta, com novas tentativas de obstrução por parte dos parlamentares oposicionistas. A oposição aproveitou o embate sobre a TLP para criticar os planos de privatização anunciados pelo governo, principalmente a venda de parte de ações da Eletrobrás. "É sério o processo de desnacionalização e de retirada dos bancos públicos. Estamos ajudando a destruir o Estado brasileiro para favorecer a pilhagem e o ganho do capital financeiro e de grupos estrangeiros", afirmou Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
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Bom dia, canceriano! Hoje tem show de Arnaldo Antunes, jogo do Palmeiras adiantado e ioga gratuita no parque Ibirapuera
DE SÃO PAULO São Paulo, 21 de junho de 2016. Terça-feira. Bom dia para você canceriano! Hoje o Sol chega ao seu signo (calma, não precisa se emocionar), inspirando iniciativas de cuidado (respira fundo) e proteção (pensa em outra coisa), trazendo mais vitalidade e disposição (arregala o olho, olha pra cima) para criar seu mundo (não deixa o lábio tremer) do jeito que você (vai, tá quase acabando) sonha! Chorou de novo, né? Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Óum | Para celebrar o Dia Internacional da Ioga das Nações Unidas, haverá uma aula gratuita no parque Ibirapuera a partir das 9h. Show | Arnaldo Antunes faz show no Teatro Bradesco a partir das 21h30. O cantor traz faixas de seu 16º disco, "Já É", que conta músicas como "Põe Fé Que Já É", "Se Você Nadar" e "Naturalmente, Naturalmente". Ingressos custam entre R$ 40 e R$ 150. Música clássica | O violinista Gidon Kremer, nascido na Letônia, faz duas apresentações (nesta terça e na quarta, 22), acompanhado pela orquestra Kremerata Báltica (fundada pelo próprio em 1997), na Sala São Paulo. No programa constam peças de Mieczyslaw Weinberg, Robert Schumann, Tchaikovsky (na segunda 21) e Beethoven, Raskatov e Piazzolla (na quarta 22). Bravo! | Cantores líricos da Academia de Ópera do Theatro São Pedro apresentam trechos variados da ópera "Albert Herring", de Benjamin Britten, a partir das 12h, na estação Marechal Deodoro do Metrô. A atração faz parte do evento "10 Minutos de Ópera". Arte contemporânea | O MIS recebe, a partir das 19h, a exposição "Elefante Branco com Paninho em Cima", com trabalhos reunidos por Ana Maria Maia, mestre em história da arte e pesquisadora, durante residência curatorial promovida pelo Paço das Artes. Durante os três meses que ficou em residência, ela buscou encontrar o valor social de representações da juventude na arte. A mostra, com entrada gratuita, reúne trabalhos de diferentes artistas, como Fabiana Faleiros, Leonilson e Rafa Campos Rocha. na ocasião da abertura será realizada a performance "Xerografia do Natural", de Daniel Santiago. * PARA TER ASSUNTO Sinal ruim | A operadora de telefonia Oi pediu recuperação judicial, incluindo R$ 65,4 bilhões em dívidas no processo, o maior valor da história do país. A medida é adotada como proteção por empresas que não conseguem pagar suas dívidas, para evitar que credores peçam a falência delas. Delação | Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, vai assumir que controlava pessoalmente os recursos legais e ilegais que irrigam as campanhas presidenciais de 2010 a 2014, vencidas pela presidente afastada, Dilma Rousseff. SOS | Cunha tenta resistir, mas aliados dão como certa saída do cargo. Vida dura A equipe de Dilma Rousseff está preparando uma campanha de financiamento coletivo ("crowdfunding") para arcar com os custos das viagens dela pelo Brasil. A conta das viagens tinha sido repassada para o PT, mas estava salgada para o partido. Há relatos de que também o Instituto Lula está apertando os cintos. As contribuições, outrora abundantes, desapareceram. Orlando | Atirador que matou 49 pessoas em ataque a boate gay na Flórida no último dia 12 disse que ataque foi vingança por bombardeios dos EUA. Pente fino | O Ministério da Cultura precisará de pouco menos de 19 anos para terminar a análise de prestações de contas de projetos aprovados na Rouanet apenas nos 20 primeiros anos de existência da lei. É o que sugere um relatório de gestão do MinC preparado na véspera da saída do então ministro Juca Ferreira, em maio. 8.0 | Música Hermeto Pascoal completa 80 anos, diz que se sente uma criança, continua a criar em ritmo frenético e estima suas composições na casa dos milhares. À luz | Cesariana a pedido só será realizada após 39 semanas de gravidez. De acordo com Conselho Federal de Medicina, esse tipo de parto antes deste período poderia prejudicar os bebês. Frio | O centro da capital paulista amanheceu na segunda (20) com montanhas de cobertores cinzentos espalhadas em vários pontos. Moradores de ruas afirmam que as mantas são doações que foram abandonadas por pessoas que dormiram no local e não foram recolhidas pela equipe de limpeza da Prefeitura de São Paulo, como costumava ser feito até semana passada. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Veja destaques da política da segunda Minuto da política | O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, do PP, retirou a consulta à Comissão de Constituição e Justiça que poderia beneficiar o deputado afastado Eduardo Cunha, do PMDB. A doleira Nelma Kodama, primeira presa da Operação Lava Jato, deixou a prisão nesta segunda. Assista ao vídeo com os destaques da política nesta segunda-feira. Casas | A Câmara Municipal promove reuniões da Comissão Extraordinária Permanente de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude (11h30 às 13h), e sessão solene em homenagem ao aniversário do bairro do Belém. Na Assembleia Legislativa (próxima ao parque Ibirapuera), haverá, a partir das 9h, reunião de manifestantes contra o projeto de lei 328, que aliena imóveis públicos paras fazer caixa e equilibrar contas do governo estadual. Também haverá reunião da Comissão de Educação e Cultura. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | É melhor pegar o guarda-chuva: a previsão do tempo volta a indicar possibilidade de chuva na tarde e na noite desta terça. A temperatura máxima prevista pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), é de 16ºC. A mínima, de 12ºC. Pompeia | O trânsito deve ficar mais carregado na região da Pompeia, na zona oeste, próximo ao Allianz Parque, devido ao jogo entre o Palmeiras (1º colocado no Campeonato Brasileiro) e o América-MG (penúltimo), pela 10ª rodada do Brasileirão. O jogo, que era para ser realizado na quarta, foi adiantado em razão de um evento que será realizado no estádio. Zona leste | A av. Itaquera teve uma faixa interditada, na segunda (20), entre as av. Líder e Professor Edgar Santos. A medida deve se estender por 30 dias. A av. Sapopemba também terá a faixa sentido bairro fechada para carros desta até sexta (24), sempre das 23h às 5h. A interdição ocorre entre as ruas Francisca Marinho e Milton da Cruz.
saopaulo
Bom dia, canceriano! Hoje tem show de Arnaldo Antunes, jogo do Palmeiras adiantado e ioga gratuita no parque IbirapueraDE SÃO PAULO São Paulo, 21 de junho de 2016. Terça-feira. Bom dia para você canceriano! Hoje o Sol chega ao seu signo (calma, não precisa se emocionar), inspirando iniciativas de cuidado (respira fundo) e proteção (pensa em outra coisa), trazendo mais vitalidade e disposição (arregala o olho, olha pra cima) para criar seu mundo (não deixa o lábio tremer) do jeito que você (vai, tá quase acabando) sonha! Chorou de novo, né? Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Óum | Para celebrar o Dia Internacional da Ioga das Nações Unidas, haverá uma aula gratuita no parque Ibirapuera a partir das 9h. Show | Arnaldo Antunes faz show no Teatro Bradesco a partir das 21h30. O cantor traz faixas de seu 16º disco, "Já É", que conta músicas como "Põe Fé Que Já É", "Se Você Nadar" e "Naturalmente, Naturalmente". Ingressos custam entre R$ 40 e R$ 150. Música clássica | O violinista Gidon Kremer, nascido na Letônia, faz duas apresentações (nesta terça e na quarta, 22), acompanhado pela orquestra Kremerata Báltica (fundada pelo próprio em 1997), na Sala São Paulo. No programa constam peças de Mieczyslaw Weinberg, Robert Schumann, Tchaikovsky (na segunda 21) e Beethoven, Raskatov e Piazzolla (na quarta 22). Bravo! | Cantores líricos da Academia de Ópera do Theatro São Pedro apresentam trechos variados da ópera "Albert Herring", de Benjamin Britten, a partir das 12h, na estação Marechal Deodoro do Metrô. A atração faz parte do evento "10 Minutos de Ópera". Arte contemporânea | O MIS recebe, a partir das 19h, a exposição "Elefante Branco com Paninho em Cima", com trabalhos reunidos por Ana Maria Maia, mestre em história da arte e pesquisadora, durante residência curatorial promovida pelo Paço das Artes. Durante os três meses que ficou em residência, ela buscou encontrar o valor social de representações da juventude na arte. A mostra, com entrada gratuita, reúne trabalhos de diferentes artistas, como Fabiana Faleiros, Leonilson e Rafa Campos Rocha. na ocasião da abertura será realizada a performance "Xerografia do Natural", de Daniel Santiago. * PARA TER ASSUNTO Sinal ruim | A operadora de telefonia Oi pediu recuperação judicial, incluindo R$ 65,4 bilhões em dívidas no processo, o maior valor da história do país. A medida é adotada como proteção por empresas que não conseguem pagar suas dívidas, para evitar que credores peçam a falência delas. Delação | Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, vai assumir que controlava pessoalmente os recursos legais e ilegais que irrigam as campanhas presidenciais de 2010 a 2014, vencidas pela presidente afastada, Dilma Rousseff. SOS | Cunha tenta resistir, mas aliados dão como certa saída do cargo. Vida dura A equipe de Dilma Rousseff está preparando uma campanha de financiamento coletivo ("crowdfunding") para arcar com os custos das viagens dela pelo Brasil. A conta das viagens tinha sido repassada para o PT, mas estava salgada para o partido. Há relatos de que também o Instituto Lula está apertando os cintos. As contribuições, outrora abundantes, desapareceram. Orlando | Atirador que matou 49 pessoas em ataque a boate gay na Flórida no último dia 12 disse que ataque foi vingança por bombardeios dos EUA. Pente fino | O Ministério da Cultura precisará de pouco menos de 19 anos para terminar a análise de prestações de contas de projetos aprovados na Rouanet apenas nos 20 primeiros anos de existência da lei. É o que sugere um relatório de gestão do MinC preparado na véspera da saída do então ministro Juca Ferreira, em maio. 8.0 | Música Hermeto Pascoal completa 80 anos, diz que se sente uma criança, continua a criar em ritmo frenético e estima suas composições na casa dos milhares. À luz | Cesariana a pedido só será realizada após 39 semanas de gravidez. De acordo com Conselho Federal de Medicina, esse tipo de parto antes deste período poderia prejudicar os bebês. Frio | O centro da capital paulista amanheceu na segunda (20) com montanhas de cobertores cinzentos espalhadas em vários pontos. Moradores de ruas afirmam que as mantas são doações que foram abandonadas por pessoas que dormiram no local e não foram recolhidas pela equipe de limpeza da Prefeitura de São Paulo, como costumava ser feito até semana passada. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Veja destaques da política da segunda Minuto da política | O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, do PP, retirou a consulta à Comissão de Constituição e Justiça que poderia beneficiar o deputado afastado Eduardo Cunha, do PMDB. A doleira Nelma Kodama, primeira presa da Operação Lava Jato, deixou a prisão nesta segunda. Assista ao vídeo com os destaques da política nesta segunda-feira. Casas | A Câmara Municipal promove reuniões da Comissão Extraordinária Permanente de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude (11h30 às 13h), e sessão solene em homenagem ao aniversário do bairro do Belém. Na Assembleia Legislativa (próxima ao parque Ibirapuera), haverá, a partir das 9h, reunião de manifestantes contra o projeto de lei 328, que aliena imóveis públicos paras fazer caixa e equilibrar contas do governo estadual. Também haverá reunião da Comissão de Educação e Cultura. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | É melhor pegar o guarda-chuva: a previsão do tempo volta a indicar possibilidade de chuva na tarde e na noite desta terça. A temperatura máxima prevista pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), é de 16ºC. A mínima, de 12ºC. Pompeia | O trânsito deve ficar mais carregado na região da Pompeia, na zona oeste, próximo ao Allianz Parque, devido ao jogo entre o Palmeiras (1º colocado no Campeonato Brasileiro) e o América-MG (penúltimo), pela 10ª rodada do Brasileirão. O jogo, que era para ser realizado na quarta, foi adiantado em razão de um evento que será realizado no estádio. Zona leste | A av. Itaquera teve uma faixa interditada, na segunda (20), entre as av. Líder e Professor Edgar Santos. A medida deve se estender por 30 dias. A av. Sapopemba também terá a faixa sentido bairro fechada para carros desta até sexta (24), sempre das 23h às 5h. A interdição ocorre entre as ruas Francisca Marinho e Milton da Cruz.
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Inter humilha o Vasco no Beira-Rio e afunda ainda mais o time carioca
O Internacional goleou o Vasco por 6 a 0 e afundou ainda mais a equipe carioca na noite desta quarta-feira (2), pela 22ª rodada do Brasileiro. Com a vitória no Beira-Rio, os gaúchos foram a 31 pontos. O Vasco permaneceu com 13, na lanterna da competição, tornando a missão de fugir do rebaixamento ainda mais difícil. Ernando, de cabeça, e Eduardo Sasha marcaram no primeiro tempo. Na segunda etapa, o argentino Lisandro López e Valdívia, com um golaço, transformaram a vitória em goleada. Com outro belo gol, Nilton ampliou o marcador. Ainda cabia mais um, que veio em cabeçada de López já nos acréscimos. Na próxima rodada, o Internacional joga contra o São Paulo no Morumbi, às 19h30 de sábado (5). No mesmo dia e horário, o Vasco recebe o Atlético-MG no Maracanã. Inter 6 x 0 Vasco
esporte
Inter humilha o Vasco no Beira-Rio e afunda ainda mais o time cariocaO Internacional goleou o Vasco por 6 a 0 e afundou ainda mais a equipe carioca na noite desta quarta-feira (2), pela 22ª rodada do Brasileiro. Com a vitória no Beira-Rio, os gaúchos foram a 31 pontos. O Vasco permaneceu com 13, na lanterna da competição, tornando a missão de fugir do rebaixamento ainda mais difícil. Ernando, de cabeça, e Eduardo Sasha marcaram no primeiro tempo. Na segunda etapa, o argentino Lisandro López e Valdívia, com um golaço, transformaram a vitória em goleada. Com outro belo gol, Nilton ampliou o marcador. Ainda cabia mais um, que veio em cabeçada de López já nos acréscimos. Na próxima rodada, o Internacional joga contra o São Paulo no Morumbi, às 19h30 de sábado (5). No mesmo dia e horário, o Vasco recebe o Atlético-MG no Maracanã. Inter 6 x 0 Vasco
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Editorial: O ano da canícula
No ano passado, os moradores de São Paulo enfrentaram o mês de janeiro com as temperaturas mais altas em 70 anos. Em 17 de outubro, viram os termômetros marcarem abrasadores 37,2°C, índice mais elevado já registrado na cidade. Embora sejam fenômenos locais e isoladamente não digam muito, um paulistano bem-humorado talvez recorresse ao bordão "eu já sabia" ao ser informado de que 2014 foi o ano mais quente da história. O resultado foi divulgado pela Nasa, agência espacial americana, e pela Noaa, órgão do governo dos Estados Unidos dedicado aos oceanos e à atmosfera. O cálculo combinou dados de 6.300 estações meteorológicas e medições realizadas nos mares e em estações de pesquisa na Antártida. Com isso, são cada vez mais consistentes as evidências sobre a mudança do clima mundial. Em todos os anos desde 1976, por exemplo, a temperatura do planeta esteve acima da média histórica do século 20 (13,9°C). Além disso, com a exceção de 1998, os dez anos mais quentes a partir de 1880, quando começaram os registros, ocorreram todos neste século 21. A velocidade e a gravidade do fenômeno ainda são motivo de debate –não se conhece muito bem o papel de alguns fatores naturais, como o comportamento dos oceanos. Mas não há dúvida de que o aquecimento global está em curso, e de que a causa mais preponderante é o aumento das emissões de gases do efeito estufa, como o CO2. A principal forma de prevenção à vista, porém –um corte drástico na liberação desses gases na atmosfera–, esbarra em complexas e quase sempre infrutíferas negociações internacionais. Verdade que avanços como o acordo entre os EUA e a China e a carta da 20ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (COP-20), em Lima, trouxeram alguma esperança. Mas também é fato que não houve grandes definições sobre os principais compromissos a serem assumidos pelos diversos países. Por isso, neste ano, as atenções estarão voltadas para a COP-21, em Paris. O encontro tem a dificultosa missão de produzir entre as nações um consenso capaz de evitar que a temperatura da atmosfera da Terra aumente mais de 2°C neste século, limiar além do qual a mudança climática pode provar-se perigosa, com frequência maior de desastrosos eventos climáticos extremos. O cenário que se projeta é pouco refrescante. Acredita-se que 2014 não será o último ano a bater recordes de calor –terá sido apenas um em uma série de décadas quentes. Considerada a canícula das primeiras semanas de 2015 em São Paulo, onde a média de temperatura está acima da do ano passado, os paulistanos certamente concordarão com a afirmação.
opiniao
Editorial: O ano da canículaNo ano passado, os moradores de São Paulo enfrentaram o mês de janeiro com as temperaturas mais altas em 70 anos. Em 17 de outubro, viram os termômetros marcarem abrasadores 37,2°C, índice mais elevado já registrado na cidade. Embora sejam fenômenos locais e isoladamente não digam muito, um paulistano bem-humorado talvez recorresse ao bordão "eu já sabia" ao ser informado de que 2014 foi o ano mais quente da história. O resultado foi divulgado pela Nasa, agência espacial americana, e pela Noaa, órgão do governo dos Estados Unidos dedicado aos oceanos e à atmosfera. O cálculo combinou dados de 6.300 estações meteorológicas e medições realizadas nos mares e em estações de pesquisa na Antártida. Com isso, são cada vez mais consistentes as evidências sobre a mudança do clima mundial. Em todos os anos desde 1976, por exemplo, a temperatura do planeta esteve acima da média histórica do século 20 (13,9°C). Além disso, com a exceção de 1998, os dez anos mais quentes a partir de 1880, quando começaram os registros, ocorreram todos neste século 21. A velocidade e a gravidade do fenômeno ainda são motivo de debate –não se conhece muito bem o papel de alguns fatores naturais, como o comportamento dos oceanos. Mas não há dúvida de que o aquecimento global está em curso, e de que a causa mais preponderante é o aumento das emissões de gases do efeito estufa, como o CO2. A principal forma de prevenção à vista, porém –um corte drástico na liberação desses gases na atmosfera–, esbarra em complexas e quase sempre infrutíferas negociações internacionais. Verdade que avanços como o acordo entre os EUA e a China e a carta da 20ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (COP-20), em Lima, trouxeram alguma esperança. Mas também é fato que não houve grandes definições sobre os principais compromissos a serem assumidos pelos diversos países. Por isso, neste ano, as atenções estarão voltadas para a COP-21, em Paris. O encontro tem a dificultosa missão de produzir entre as nações um consenso capaz de evitar que a temperatura da atmosfera da Terra aumente mais de 2°C neste século, limiar além do qual a mudança climática pode provar-se perigosa, com frequência maior de desastrosos eventos climáticos extremos. O cenário que se projeta é pouco refrescante. Acredita-se que 2014 não será o último ano a bater recordes de calor –terá sido apenas um em uma série de décadas quentes. Considerada a canícula das primeiras semanas de 2015 em São Paulo, onde a média de temperatura está acima da do ano passado, os paulistanos certamente concordarão com a afirmação.
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Ataque a jornal francês gera debate sobre os limites entre humor e religião
O ataque ao jornal francês "Charlie Hebdo", no último dia 7, por publicar charges consideradas ofensivas à religião islâmica está causando uma discussão no Brasil e em vários países: piadas deveriam ter limite quando mexem com a fé das pessoas? Para responder a essa pergunta, a "Folhinha" conversou com o cartunista Carlos Ruas, 29. Há seis anos, ele criou o blog Um Sábado Qualquer, que trata diferentes religiões com humor e tem mais de 2,3 milhões de seguidores no Facebook, entre crianças e adultos. "Minha intenção não é ofender", explicou. "Coloco os personagens religiosos todos juntos, trocando ensinamentos, farpas. Gosto de praticar o debate." Ao desenhar o profeta Maomé (veja tira acima), considerado mensageiro de Deus, Ruas optou por cobrir o rosto dele, pois muçulmanos consideram um insulto retratar sua imagem. No "Charlie Hebdo", por outro lado, ele aparecia até pelado (leia sobre o ataque ao jornal aqui). Os franceses estariam errados? Nada disso, afirma Ruas. "Eles defendiam a liberdade de falar o que quiser, contra quem quiser. Eu os considero muito corajosos, por testar a liberdade no país deles. Sensacional o que fizeram, eu não teria essa mesma coragem." Ruas diz que, no Brasil, a maior parte das pessoas lida bem com o seu trabalho, mas que também há radicais. "Tem uma minoria que acha que desenhar Deus é uma ofensa terrível." FABIANO DIAS MAISONNAVE, 13, é filho do repórter da Folha Fabiano Maisonnave
folhinha
Ataque a jornal francês gera debate sobre os limites entre humor e religiãoO ataque ao jornal francês "Charlie Hebdo", no último dia 7, por publicar charges consideradas ofensivas à religião islâmica está causando uma discussão no Brasil e em vários países: piadas deveriam ter limite quando mexem com a fé das pessoas? Para responder a essa pergunta, a "Folhinha" conversou com o cartunista Carlos Ruas, 29. Há seis anos, ele criou o blog Um Sábado Qualquer, que trata diferentes religiões com humor e tem mais de 2,3 milhões de seguidores no Facebook, entre crianças e adultos. "Minha intenção não é ofender", explicou. "Coloco os personagens religiosos todos juntos, trocando ensinamentos, farpas. Gosto de praticar o debate." Ao desenhar o profeta Maomé (veja tira acima), considerado mensageiro de Deus, Ruas optou por cobrir o rosto dele, pois muçulmanos consideram um insulto retratar sua imagem. No "Charlie Hebdo", por outro lado, ele aparecia até pelado (leia sobre o ataque ao jornal aqui). Os franceses estariam errados? Nada disso, afirma Ruas. "Eles defendiam a liberdade de falar o que quiser, contra quem quiser. Eu os considero muito corajosos, por testar a liberdade no país deles. Sensacional o que fizeram, eu não teria essa mesma coragem." Ruas diz que, no Brasil, a maior parte das pessoas lida bem com o seu trabalho, mas que também há radicais. "Tem uma minoria que acha que desenhar Deus é uma ofensa terrível." FABIANO DIAS MAISONNAVE, 13, é filho do repórter da Folha Fabiano Maisonnave
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'O Homem que Caiu na Terra' vai virar musical com roteiro de David Bowie
Quarenta anos depois, David Bowie irá voltar personagem que viveu no filme "O Homem que Caiu na Terra", de 1976. Desta vez, porém, ele não viverá o papel do alienígena com problemas com álcool, mas escreverá o roteiro da história, baseada no romance homônimo de Nicolas Roeg, para um musical que deve estrear em Nova York fora do circuito da Broadway no início do ano que vem. De acordo com o jornal "The New York Times", o cantor está trabalhando com a dramaturga irlandesa Enda Walsh, vencedora do Tony por "Once". O musical, chamado "Lazarus", não terá o camaleão do rock no palco, mas contará com músicas inéditas e novos arranjos de seus clássicos na trilha sonora. Além de Bowie, outros rockstars têm se aventurado em produções para os palcos. David Byrne produziu um musical sobre Imelda Marcos, "Here Lies Love" e, na Broadway, Cyndi Lauper compôs as músicas de "Kinky Boots", que venceram o Tony.
ilustrada
'O Homem que Caiu na Terra' vai virar musical com roteiro de David BowieQuarenta anos depois, David Bowie irá voltar personagem que viveu no filme "O Homem que Caiu na Terra", de 1976. Desta vez, porém, ele não viverá o papel do alienígena com problemas com álcool, mas escreverá o roteiro da história, baseada no romance homônimo de Nicolas Roeg, para um musical que deve estrear em Nova York fora do circuito da Broadway no início do ano que vem. De acordo com o jornal "The New York Times", o cantor está trabalhando com a dramaturga irlandesa Enda Walsh, vencedora do Tony por "Once". O musical, chamado "Lazarus", não terá o camaleão do rock no palco, mas contará com músicas inéditas e novos arranjos de seus clássicos na trilha sonora. Além de Bowie, outros rockstars têm se aventurado em produções para os palcos. David Byrne produziu um musical sobre Imelda Marcos, "Here Lies Love" e, na Broadway, Cyndi Lauper compôs as músicas de "Kinky Boots", que venceram o Tony.
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Nível dos seis principais reservatórios de SP tem queda nesta segunda
O nível dos seis principais mananciais que abastecem a região metropolitana de São Paulo baixou nesta segunda-feira (12) em relação ao dia anterior. De acordo com o balança divulgado pela Sabesp, o nível dos reservatórios caiu entre 0,1 e 0,4 ponto percentual. As quedas mais acentuadas foram nos reservatórios de Rio Claro e Rio Grande. Após permanecer estável por dois dias consecutivos, o nível do sistema Cantareira baixou 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior e opera com 6,5% de sua capacidade. O reservatório é responsável pelo atendimento de 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo e já opera com a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada). O nível do Alto Tietê também caiu 0,1 ponto percentual e opera com 11,3% de sua capacidade. O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. Com a adição do volume morto no dia 14 de dezembro, o sistema ganhou volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). Já a represa de Guarapiranga, que fornece água para 4,9 milhões de pessoas, opera com 39,2% de sua capacidade após baixar 0,3 ponto percentual em relação ao dia anterior. O reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, opera com 30,2% de sua capacidade nesta segunda após cair 0,1 ponto percentual. O nível dos sistemas Rio Claro e Rio Grande caiu em relação ao dia anterior: 0,4 e 0,3 ponto percentual, respectivamente. O reservatório de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 27,5% de sua capacidade. Já o manancial de Rio Grande, que atende a 1,2 milhão de pessoas, opera com 70,3% de sua capacidade. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
cotidiano
Nível dos seis principais reservatórios de SP tem queda nesta segundaO nível dos seis principais mananciais que abastecem a região metropolitana de São Paulo baixou nesta segunda-feira (12) em relação ao dia anterior. De acordo com o balança divulgado pela Sabesp, o nível dos reservatórios caiu entre 0,1 e 0,4 ponto percentual. As quedas mais acentuadas foram nos reservatórios de Rio Claro e Rio Grande. Após permanecer estável por dois dias consecutivos, o nível do sistema Cantareira baixou 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior e opera com 6,5% de sua capacidade. O reservatório é responsável pelo atendimento de 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo e já opera com a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada). O nível do Alto Tietê também caiu 0,1 ponto percentual e opera com 11,3% de sua capacidade. O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. Com a adição do volume morto no dia 14 de dezembro, o sistema ganhou volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo). Já a represa de Guarapiranga, que fornece água para 4,9 milhões de pessoas, opera com 39,2% de sua capacidade após baixar 0,3 ponto percentual em relação ao dia anterior. O reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, opera com 30,2% de sua capacidade nesta segunda após cair 0,1 ponto percentual. O nível dos sistemas Rio Claro e Rio Grande caiu em relação ao dia anterior: 0,4 e 0,3 ponto percentual, respectivamente. O reservatório de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 27,5% de sua capacidade. Já o manancial de Rio Grande, que atende a 1,2 milhão de pessoas, opera com 70,3% de sua capacidade. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
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Saquê 'puro' do Japão chega a restaurantes de SP em garrafas de cerveja
MAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Água, arroz e koji (levedura). No Japão, são variáveis desta receita (água da montanha ou do subsolo, 200 tipos de arroz, as bactérias presentes) que criam as sutilezas do saquê. No caso do Neko Sake, resultou em uma bebida levemente seca, fresca e com sutil sabor de arroz. Produzido na região de Sapporo, no norte do país, está sendo trazido ao Brasil por Kei Nakajima. Kei trabalhou por seis anos como consultora de marcas de saquê, até que resolveu estar à frente de seu próprio rótulo. Via, no Japão, produtores artesanais fechando as portas por causa da queda da demanda e, no Brasil, um mercado potencial, com garrafas importadas caras demais e saquês nacionais muito diferentes daqueles de que gostava. "Pensamos em uma bebida que agrade o paladar daqui, para ser tomada fria [entre 5ºC e 10ºC], que seja versátil na harmonização e que possa ser usada em drinques", diz Kei. Mas até em "saquerinhas"? "Não sou como os sushimen contrários ao 'california roll' e outras releituras. Acho que os coquetéis abrem espaço para a cultura do saquê." Kei resolveu trazer a bebida em contêineres e fazer aqui o envase, para diminuir custos ao máximo. Usa as comuns garrafas de cerveja brasileiras, de 600 ml, e o rótulo desenhado por uma amiga (com uma gatinha, significado da palavra neko, apelido de Kei). As garrafas do saquê, que não tem conservantes ou qualquer aditivo (eles não são permitidos no Japão), custam cerca de R$ 70 e podem ser compradas, por enquanto, por telefone, em uma distribuidora. Além disso, a bebida será servida, a partir da semana que vem, no menu-degustação do Un, de Tadashi Shiraishi, no Kosushi e nos restaurantes do sushiman Jun Sakamoto. As vendas pela internet devem começar no ano que vem. Neko Sake. na Tradbras, tel. (11) 3229-6455
saopaulo
Saquê 'puro' do Japão chega a restaurantes de SP em garrafas de cervejaMAGÊ FLORES DE SÃO PAULO Água, arroz e koji (levedura). No Japão, são variáveis desta receita (água da montanha ou do subsolo, 200 tipos de arroz, as bactérias presentes) que criam as sutilezas do saquê. No caso do Neko Sake, resultou em uma bebida levemente seca, fresca e com sutil sabor de arroz. Produzido na região de Sapporo, no norte do país, está sendo trazido ao Brasil por Kei Nakajima. Kei trabalhou por seis anos como consultora de marcas de saquê, até que resolveu estar à frente de seu próprio rótulo. Via, no Japão, produtores artesanais fechando as portas por causa da queda da demanda e, no Brasil, um mercado potencial, com garrafas importadas caras demais e saquês nacionais muito diferentes daqueles de que gostava. "Pensamos em uma bebida que agrade o paladar daqui, para ser tomada fria [entre 5ºC e 10ºC], que seja versátil na harmonização e que possa ser usada em drinques", diz Kei. Mas até em "saquerinhas"? "Não sou como os sushimen contrários ao 'california roll' e outras releituras. Acho que os coquetéis abrem espaço para a cultura do saquê." Kei resolveu trazer a bebida em contêineres e fazer aqui o envase, para diminuir custos ao máximo. Usa as comuns garrafas de cerveja brasileiras, de 600 ml, e o rótulo desenhado por uma amiga (com uma gatinha, significado da palavra neko, apelido de Kei). As garrafas do saquê, que não tem conservantes ou qualquer aditivo (eles não são permitidos no Japão), custam cerca de R$ 70 e podem ser compradas, por enquanto, por telefone, em uma distribuidora. Além disso, a bebida será servida, a partir da semana que vem, no menu-degustação do Un, de Tadashi Shiraishi, no Kosushi e nos restaurantes do sushiman Jun Sakamoto. As vendas pela internet devem começar no ano que vem. Neko Sake. na Tradbras, tel. (11) 3229-6455
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Segunda fase da Unicamp começa no próximo domingo
Os 15 mil candidatos aprovados na primeira fase da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) começam no próximo domingo (11) a segunda etapa do vestibular. Serão três dias de prova. Ao todo, 15.444 candidatos participam da segunda etapa, que acontece entre os dias 11 e 13 de janeiro, das 13h às 17h. A Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) recomenda que os candidatos deve chegar com pelo menos uma hora de antecedência. Eles concorrem a 3.320 vagas em 70 cursos de graduação da instituição. Confira a lista de aprovados | Locais de prova da 2ª fase Veja a nota de corte e a relação candidato/vaga As provas serão aplicadas em Bauru, Brasília, Campinas, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba. A Comvest ressalta ainda que os candidatos devem ficar atentos aos locais das provas, já que eles não serão necessariamente os mesmos onde o candidato realizou a primeira fase. A comissão informa ainda que, em alguns casos, os estudantes também terão alteração na cidade em que fizeram a prova da primeira fase: quem fez em Sumaré fará em Campinas; quem fez em São Bernardo do Campo fará em Santo André, na Grande São Paulo; e quem fez em São João da Boa Vista fará em Mogi Guaçu. Confira aqui os locais de prova. Todos os candidatos aprovados devem fazer todas as provas da segunda fase, independentemente do curso escolhido. No primeiro dia de prova, o candidato deverá levar uma foto 3x4 tirada em 2014, com nome e número de inscrição anotados no verso. Cada uma das provas é composta por seis questões discursivas e terá duração de quatro horas. A saída do local de prova será permitida apenas após 2h30 do início. Além disso, os candidatos deverão escrever uma redação. No primeiro dia, os candidatos terão de fazer a redação, formada por duas propostas de textos, além do prova de língua portuguesa e de literatura. No segundo dia, os estudantes farão as provas de matemática, história e geografia, enquanto que o último dia é reservado para as provas de física, química e biologia. As provas de habilidades específicas para os cursos de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança, serão realizadas entre 19 e 22 de janeiro de 2015, em Campinas (a 93 km de São Paulo). A primeira chamada será divulgada dia 2 de fevereiro. Os convocados deverão efetivar a matrícula não presencial nos dia 3 ou 4 de fevereiro, exclusivamente no site da Comvest, em formulário específico. DESEMPENHO No dia 6 de janeiro, a Unicamp, divulgou as notas da primeira fase do vestibular. Para saber o desempenho, os candidatos precisam acessar o site da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) e digitar seu número de inscrição e senha. Este ano, 70.947 candidatos fizeram a prova da primeira fase, realizada no dia 23 de novembro passado. PRIMEIRA FASE No dia 23 de novembro, os candidatos realizaram a primeira fase do vestibular, que registrou abstenção de 8% – maior índice nos últimos três anos. Dos 77.128 candidatos esperados, 6.199 não fizeram a prova que foi realizada em 20 cidades do Estado, além de Brasília. Os três maiores índices de abstenção ocorreram em Brasília (27,7%), Presidente Prudente (13,01%) e Santos (9,25%). A prova da primeira fase foi composta por 90 questões de múltipla escolha, distribuídas da seguinte maneira: 14 questões de língua portuguesa e literaturas, 14 de matemática, 9 de história, 9 de geografia, 1 de filosofia, 1 de sociologia, 10 de física, 10 de química, 10 de biologia, 8 de inglês, além de 4 questões interdisciplinares. Para professores de cursos preparatórios ouvidos pela Folha, a primeira fase foi mais ampla, conceitual e antenada aos temas da atualidade. A crise hídrica que afeta o Sudeste, as implicações da transposição do rio São Francisco, os grupos separatistas na Bélgica e até uma citação do "rolezinho" –fenômeno social dado aos encontros de jovens combinados pela internet -foram cobrados na prova. "A Unicamp conseguiu produzir uma prova que cobra a maior diversidade possível de conteúdo e seleciona o melhor tipo de aluno", analisa Célio Tasinafo, diretor-pedagógico do Oficina do Estudante. Confira aqui a correção da prova.
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Segunda fase da Unicamp começa no próximo domingoOs 15 mil candidatos aprovados na primeira fase da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) começam no próximo domingo (11) a segunda etapa do vestibular. Serão três dias de prova. Ao todo, 15.444 candidatos participam da segunda etapa, que acontece entre os dias 11 e 13 de janeiro, das 13h às 17h. A Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) recomenda que os candidatos deve chegar com pelo menos uma hora de antecedência. Eles concorrem a 3.320 vagas em 70 cursos de graduação da instituição. Confira a lista de aprovados | Locais de prova da 2ª fase Veja a nota de corte e a relação candidato/vaga As provas serão aplicadas em Bauru, Brasília, Campinas, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba. A Comvest ressalta ainda que os candidatos devem ficar atentos aos locais das provas, já que eles não serão necessariamente os mesmos onde o candidato realizou a primeira fase. A comissão informa ainda que, em alguns casos, os estudantes também terão alteração na cidade em que fizeram a prova da primeira fase: quem fez em Sumaré fará em Campinas; quem fez em São Bernardo do Campo fará em Santo André, na Grande São Paulo; e quem fez em São João da Boa Vista fará em Mogi Guaçu. Confira aqui os locais de prova. Todos os candidatos aprovados devem fazer todas as provas da segunda fase, independentemente do curso escolhido. No primeiro dia de prova, o candidato deverá levar uma foto 3x4 tirada em 2014, com nome e número de inscrição anotados no verso. Cada uma das provas é composta por seis questões discursivas e terá duração de quatro horas. A saída do local de prova será permitida apenas após 2h30 do início. Além disso, os candidatos deverão escrever uma redação. No primeiro dia, os candidatos terão de fazer a redação, formada por duas propostas de textos, além do prova de língua portuguesa e de literatura. No segundo dia, os estudantes farão as provas de matemática, história e geografia, enquanto que o último dia é reservado para as provas de física, química e biologia. As provas de habilidades específicas para os cursos de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança, serão realizadas entre 19 e 22 de janeiro de 2015, em Campinas (a 93 km de São Paulo). A primeira chamada será divulgada dia 2 de fevereiro. Os convocados deverão efetivar a matrícula não presencial nos dia 3 ou 4 de fevereiro, exclusivamente no site da Comvest, em formulário específico. DESEMPENHO No dia 6 de janeiro, a Unicamp, divulgou as notas da primeira fase do vestibular. Para saber o desempenho, os candidatos precisam acessar o site da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) e digitar seu número de inscrição e senha. Este ano, 70.947 candidatos fizeram a prova da primeira fase, realizada no dia 23 de novembro passado. PRIMEIRA FASE No dia 23 de novembro, os candidatos realizaram a primeira fase do vestibular, que registrou abstenção de 8% – maior índice nos últimos três anos. Dos 77.128 candidatos esperados, 6.199 não fizeram a prova que foi realizada em 20 cidades do Estado, além de Brasília. Os três maiores índices de abstenção ocorreram em Brasília (27,7%), Presidente Prudente (13,01%) e Santos (9,25%). A prova da primeira fase foi composta por 90 questões de múltipla escolha, distribuídas da seguinte maneira: 14 questões de língua portuguesa e literaturas, 14 de matemática, 9 de história, 9 de geografia, 1 de filosofia, 1 de sociologia, 10 de física, 10 de química, 10 de biologia, 8 de inglês, além de 4 questões interdisciplinares. Para professores de cursos preparatórios ouvidos pela Folha, a primeira fase foi mais ampla, conceitual e antenada aos temas da atualidade. A crise hídrica que afeta o Sudeste, as implicações da transposição do rio São Francisco, os grupos separatistas na Bélgica e até uma citação do "rolezinho" –fenômeno social dado aos encontros de jovens combinados pela internet -foram cobrados na prova. "A Unicamp conseguiu produzir uma prova que cobra a maior diversidade possível de conteúdo e seleciona o melhor tipo de aluno", analisa Célio Tasinafo, diretor-pedagógico do Oficina do Estudante. Confira aqui a correção da prova.
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Marcas treinam para dialogar com jovem no mundo digital, diz publicitário
O presidente da agência J. Walter Thompson Brasil, Ezra Geld, falou sobre o impacto da mídia digital no Arena do Marketing, programa realizado pela Folha e em parceria com a ESPM-SP. Na transmissão ao vivo pela 'TV Folha', ele também debateu como as empresas estão respondendo às novas mídias. Leia mais aqui
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Marcas treinam para dialogar com jovem no mundo digital, diz publicitárioO presidente da agência J. Walter Thompson Brasil, Ezra Geld, falou sobre o impacto da mídia digital no Arena do Marketing, programa realizado pela Folha e em parceria com a ESPM-SP. Na transmissão ao vivo pela 'TV Folha', ele também debateu como as empresas estão respondendo às novas mídias. Leia mais aqui
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Na Antártida, não faça xixi contra o vento, recomenda cientista
O glaciologista Jefferson Simões dá a dica aos novatos: "Na hora do xixi, é como fazer na rua, só que tem que ser de costas para o vento, senão congela." Outras necessidades fisiológicas impõem maiores dificuldades. Fezes são feitas em uma barraca dedicada a isso, em cima de uma tampa especial –os pesquisadores não deixam resíduos sólidos para trás. O detrito é armazenado em sacos, guardados dentro de tonéis. Ao fim, tudo é enviado de avião para o Chile, onde o tonel é devidamente descartado. A alimentação é hipercalórica, pois o próprio organismo produz o calor disponível dentro das roupas ou do saco de dormir. Os cientistas levaram um total de 100 kg de comida. No café da manhã, granola, aveia, queijo, café e chocolate quente. No almoço, algum tipo de miojo com molho. À noite, comida de verdade: purê de batata, massas e carnes, que haviam sido congeladas –o que, na Antártida, não é muito complicado... Para aquecer os alimentos, um fogareiro de gasolina pressurizada. Utiliza-se a própria neve para fazer água. Como ela é totalmente pura, é preciso adicionar sais minerais. Os pesquisadores passaram os 11 dias sem banho. Escovavam os dentes uma vez por dia –a tarefa é penosa porque a mão congela. Se há coceira, tem de esperar passar. É quase impossível encostar na pele com três a cinco camadas de roupa por cima. Para dormir, montam-se acampamentos. As barracas são isotérmicas, com duas camadas. A temperatura dentro delas varia de -10°C a 5°C. Os pesquisadores também utilizam sacos de dormir de pena de ganso, especialmente quentes. O café da manhã era às 8h. Em seguida, os cientistas partiam para uma jornada de 200 km por dia, parando a cada 10 km para retirar uma amostra superficial da neve e a cada 100 km a perfuração era maior, de cinco metros. Às 21h, começavam a montar novamente o acampamento. Às 23h, era hora do jantar, para, enfim, descansar.
ciencia
Na Antártida, não faça xixi contra o vento, recomenda cientistaO glaciologista Jefferson Simões dá a dica aos novatos: "Na hora do xixi, é como fazer na rua, só que tem que ser de costas para o vento, senão congela." Outras necessidades fisiológicas impõem maiores dificuldades. Fezes são feitas em uma barraca dedicada a isso, em cima de uma tampa especial –os pesquisadores não deixam resíduos sólidos para trás. O detrito é armazenado em sacos, guardados dentro de tonéis. Ao fim, tudo é enviado de avião para o Chile, onde o tonel é devidamente descartado. A alimentação é hipercalórica, pois o próprio organismo produz o calor disponível dentro das roupas ou do saco de dormir. Os cientistas levaram um total de 100 kg de comida. No café da manhã, granola, aveia, queijo, café e chocolate quente. No almoço, algum tipo de miojo com molho. À noite, comida de verdade: purê de batata, massas e carnes, que haviam sido congeladas –o que, na Antártida, não é muito complicado... Para aquecer os alimentos, um fogareiro de gasolina pressurizada. Utiliza-se a própria neve para fazer água. Como ela é totalmente pura, é preciso adicionar sais minerais. Os pesquisadores passaram os 11 dias sem banho. Escovavam os dentes uma vez por dia –a tarefa é penosa porque a mão congela. Se há coceira, tem de esperar passar. É quase impossível encostar na pele com três a cinco camadas de roupa por cima. Para dormir, montam-se acampamentos. As barracas são isotérmicas, com duas camadas. A temperatura dentro delas varia de -10°C a 5°C. Os pesquisadores também utilizam sacos de dormir de pena de ganso, especialmente quentes. O café da manhã era às 8h. Em seguida, os cientistas partiam para uma jornada de 200 km por dia, parando a cada 10 km para retirar uma amostra superficial da neve e a cada 100 km a perfuração era maior, de cinco metros. Às 21h, começavam a montar novamente o acampamento. Às 23h, era hora do jantar, para, enfim, descansar.
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Com 37 pontos de LeBron, Cleveland vence e fica a uma vitória da final
Com uma grande atuação do astro LeBron James, o Cleveland Cavaliers venceu o Atlanta Hawks por 114 a 111, em casa, pelo terceiro jogo da final da Conferência Leste da NBA. A partida foi decidida na prorrogação após empate por 104 a 104 no tempo normal. Com o triunfo, o Cleveland Cavaliers abriu 3 a 0 na série e está a uma vitória de garantir vaga na final da competição. O quarto jogo da série está programado para esta terça-feira (26), novamente em Cleveland. O vencedor do confronto encara o ganhador do duelo entre Golden State Warrios e Houston Rockets. Os Warriors vencem por 3 a 0 e podem confirmar a vaga na decisão nesta segunda-feira no quarto jogo da série. A partida será realizada em Houston. LeBron James foi o grande nome da terceira vitória do Cleveland Cavaliers sobre o Atlanta Hawks. Ele marcou 37 pontos, além de pegar 18 rebotes e dar 13 assistências.
esporte
Com 37 pontos de LeBron, Cleveland vence e fica a uma vitória da finalCom uma grande atuação do astro LeBron James, o Cleveland Cavaliers venceu o Atlanta Hawks por 114 a 111, em casa, pelo terceiro jogo da final da Conferência Leste da NBA. A partida foi decidida na prorrogação após empate por 104 a 104 no tempo normal. Com o triunfo, o Cleveland Cavaliers abriu 3 a 0 na série e está a uma vitória de garantir vaga na final da competição. O quarto jogo da série está programado para esta terça-feira (26), novamente em Cleveland. O vencedor do confronto encara o ganhador do duelo entre Golden State Warrios e Houston Rockets. Os Warriors vencem por 3 a 0 e podem confirmar a vaga na decisão nesta segunda-feira no quarto jogo da série. A partida será realizada em Houston. LeBron James foi o grande nome da terceira vitória do Cleveland Cavaliers sobre o Atlanta Hawks. Ele marcou 37 pontos, além de pegar 18 rebotes e dar 13 assistências.
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Internauta pergunta tema de redação do Enem para ministro e leva bronca
Faltando pouco mais de um mês para o Enem 2015, um internauta resolveu arriscar: será que o ministro da Educação não poderia adiantar o tema da redação do exame? A pergunta foi enviada em mensagem reservada ao filósofo Renato Janine Ribeiro, por meio de sua conta no Facebook. Nesta quarta-feira (9), ele relatou o episódio, e reproduziu o texto enviado pelo candidato. "Boa noite ministro! Eu já estou estudando a algum tempo para o Enem, e estou pensando em alguns temas que podem cair na redação. O excelentíssimo não poderia me informar algo sobre? Ficarei muito agradecido", disse a pessoa, segundo relato de Janine. O ministro reconheceu não ter o hábito de responder mensagens enviadas pelas redes sociais. "Mas a este eu faço questão", retrucou ele, que lecionava ética e filosofia política na USP até assumir o comando do MEC (Ministério da Educação). E, em seguida, afirmou: "Estude ética. Muita ética! E pratique." Até o início da tarde desta quarta, foram ao menos 4,6 mil curtidas ao posicionamento do ministro. Para não restar dúvidas, Janine ainda comentou: "Antes que alguém entenda (!?) que ética será o tema da redação, informo: eu não tenho a menor ideia. Não passou por mim". SIMULADO FOLHA-ADAPTATIVA Quem vai prestar Enem neste ano poderá se preparar melhor com a ajuda da Folha. Estão abertas até o dia 20 de setembro as inscrições para o simulado Folha-Adaptativa 2015. O exame é gratuito e a prova é on-line. Funciona assim: depois de se inscrever –o que é muito fácil e rápido–, os estudantes poderão fazer a simulação da prova de 11 a 20 de setembro. Os inscritos podem escolher fazer a prova de uma só vez, em dois dias (como acontece no exame real) ou no tempo que desejarem enquanto a prova estiver disponível. Os resultados serão divulgados um dia após o término do prazo para realizar a prova, no dia 21 de setembro. Cada cada estudante terá acesso a uma espécie de boletim personalizado com seu desempenho no exame. Isso significa que, após a divulgação dos resultados do simulado Folha-Adaptativa, os estudantes terão ainda um mês para estudar. Os alunos poderão, por exemplo, focar as áreas nas quais teve pior desempenho –sabe-se que, em geral, os alunos tendem a estudar mais os assuntos com os quais ele se sente confortável e acaba deixando de lado os temas que trazem mais dificuldade. As provas do Enem acontecem nacionalmente nos dias 24 e 25 de outubro.
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Internauta pergunta tema de redação do Enem para ministro e leva broncaFaltando pouco mais de um mês para o Enem 2015, um internauta resolveu arriscar: será que o ministro da Educação não poderia adiantar o tema da redação do exame? A pergunta foi enviada em mensagem reservada ao filósofo Renato Janine Ribeiro, por meio de sua conta no Facebook. Nesta quarta-feira (9), ele relatou o episódio, e reproduziu o texto enviado pelo candidato. "Boa noite ministro! Eu já estou estudando a algum tempo para o Enem, e estou pensando em alguns temas que podem cair na redação. O excelentíssimo não poderia me informar algo sobre? Ficarei muito agradecido", disse a pessoa, segundo relato de Janine. O ministro reconheceu não ter o hábito de responder mensagens enviadas pelas redes sociais. "Mas a este eu faço questão", retrucou ele, que lecionava ética e filosofia política na USP até assumir o comando do MEC (Ministério da Educação). E, em seguida, afirmou: "Estude ética. Muita ética! E pratique." Até o início da tarde desta quarta, foram ao menos 4,6 mil curtidas ao posicionamento do ministro. Para não restar dúvidas, Janine ainda comentou: "Antes que alguém entenda (!?) que ética será o tema da redação, informo: eu não tenho a menor ideia. Não passou por mim". SIMULADO FOLHA-ADAPTATIVA Quem vai prestar Enem neste ano poderá se preparar melhor com a ajuda da Folha. Estão abertas até o dia 20 de setembro as inscrições para o simulado Folha-Adaptativa 2015. O exame é gratuito e a prova é on-line. Funciona assim: depois de se inscrever –o que é muito fácil e rápido–, os estudantes poderão fazer a simulação da prova de 11 a 20 de setembro. Os inscritos podem escolher fazer a prova de uma só vez, em dois dias (como acontece no exame real) ou no tempo que desejarem enquanto a prova estiver disponível. Os resultados serão divulgados um dia após o término do prazo para realizar a prova, no dia 21 de setembro. Cada cada estudante terá acesso a uma espécie de boletim personalizado com seu desempenho no exame. Isso significa que, após a divulgação dos resultados do simulado Folha-Adaptativa, os estudantes terão ainda um mês para estudar. Os alunos poderão, por exemplo, focar as áreas nas quais teve pior desempenho –sabe-se que, em geral, os alunos tendem a estudar mais os assuntos com os quais ele se sente confortável e acaba deixando de lado os temas que trazem mais dificuldade. As provas do Enem acontecem nacionalmente nos dias 24 e 25 de outubro.
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'Sustentável', festival faz público pagar por copos para consumir bebida
O festival de música Back2Black, que começou no Rio nesta sexta (20) e que tem programação neste sábado (21), lançou uma novidade inusitada em prol da "sustentabilidade": para consumir bebidas (refrigerantes, R$ 5; cerveja, R$ 10), o público deveria também pagar por copos de plástico (R$ 5). Para não forçar a compra do objeto, o que desrespeitaria o Código de Defesa do Consumidor, os organizadores devolviam o dinheiro para quem devolvesse o copo após beber. "Não temos copos descartáveis para reduzir o lixo", disse a atendente que vendeu o copo para o repórter. De fato, tendo de pagar pelo copo, o público não o jogava fora —para mantê-lo consigo quando vazio, também era oferecido um cordão porta-copo (R$ 3) que permitia pendurá-lo no pescoço. A aquisição do copo (final ou em comodato) era feita com dinheiro —para comprar com cartão, era preciso negociar uma "exceção", já que, se a pessoa devolvesse o copo, receberia em espécie o valor que havia dado eletronicamente. Questionada por que o festival não permitia que o público levasse a bebida na lata em que ela vinha, o que teria o efeito ecológico de dispensar a produção de copos de plástico, a assessoria de imprensa não havia respondido até a conclusão deste texto. Com ingressos a R$ 150, o Back2Black teve nesta sexta shows de Lynton Kwesi Johnson e Planet Hemp, entre outros. Neste sábado (21) se apresentam o belga Stromae e a cantora Angelique Kidjo, do Benim, entre outros.
ilustrada
'Sustentável', festival faz público pagar por copos para consumir bebidaO festival de música Back2Black, que começou no Rio nesta sexta (20) e que tem programação neste sábado (21), lançou uma novidade inusitada em prol da "sustentabilidade": para consumir bebidas (refrigerantes, R$ 5; cerveja, R$ 10), o público deveria também pagar por copos de plástico (R$ 5). Para não forçar a compra do objeto, o que desrespeitaria o Código de Defesa do Consumidor, os organizadores devolviam o dinheiro para quem devolvesse o copo após beber. "Não temos copos descartáveis para reduzir o lixo", disse a atendente que vendeu o copo para o repórter. De fato, tendo de pagar pelo copo, o público não o jogava fora —para mantê-lo consigo quando vazio, também era oferecido um cordão porta-copo (R$ 3) que permitia pendurá-lo no pescoço. A aquisição do copo (final ou em comodato) era feita com dinheiro —para comprar com cartão, era preciso negociar uma "exceção", já que, se a pessoa devolvesse o copo, receberia em espécie o valor que havia dado eletronicamente. Questionada por que o festival não permitia que o público levasse a bebida na lata em que ela vinha, o que teria o efeito ecológico de dispensar a produção de copos de plástico, a assessoria de imprensa não havia respondido até a conclusão deste texto. Com ingressos a R$ 150, o Back2Black teve nesta sexta shows de Lynton Kwesi Johnson e Planet Hemp, entre outros. Neste sábado (21) se apresentam o belga Stromae e a cantora Angelique Kidjo, do Benim, entre outros.
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Frangó é espécie de Guimarães Rosa dos bares, com seu sertão particular
ROBERTO DIAS SECRETÁRIO-ASSISTENTE DE REDAÇÃO Cabem 173 Mococas na cidade de São Paulo. Mas resulta difícil pra dedéu achar uma delas. É preciso buscar aquela silenciosa paz de espírito, pouco característica das metrópoles, oferecida por uma praça com sua igreja quando vista durante uma cerveja na calçada. É preciso descobrir o interior de SP dentro da capital. É preciso chegar ao Frangó. Na Freguesia do Ó, na zona norte paulistana, marcas do mundo todo se concentram naquela que forma a melhor carta de cervejas da cidade, segundo o júri. São cinco centenas de rótulos. Sempre em renovação, o cardápio facilita a vida de quem quiser seguir o conselho nele impresso: "Olhe para ela como se fosse a primeira vez". Ao navegar nesse mar de cervejas, é útil pedir ajuda aos garçons e ter um tico de paciência para pescar promoções —vale ficar de olho nos pacotes oferecidos para viagem. A experiência fica melhor se houver lugar na calçada. Dali é possível acompanhar o movimento do largo da matriz e de ônibus que insinuam novas Mococas paulistanas, como a linha 9022, a caminho da Vila Iório. Com seu ar interiorano e seu cardápio globalizado, o Frangó evoca o mundo e o sertão particular de cada um. Uma espécie de Guimarães Rosa dos bares. Lgo. da Matriz Nsa. Sra. do Ó, 168, Freguesia do Ó, região norte, tel. 3932-4818. 200 lugares. Ter. a qui.: 11h às 24h. Sex. e sáb.: 11h às 2h. Dom.: 11h às 19h. Preço: R$ 12 (Heineken 600 ml). MELHOR CARTA DE CERVEJAS (JÚRI)
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Frangó é espécie de Guimarães Rosa dos bares, com seu sertão particularROBERTO DIAS SECRETÁRIO-ASSISTENTE DE REDAÇÃO Cabem 173 Mococas na cidade de São Paulo. Mas resulta difícil pra dedéu achar uma delas. É preciso buscar aquela silenciosa paz de espírito, pouco característica das metrópoles, oferecida por uma praça com sua igreja quando vista durante uma cerveja na calçada. É preciso descobrir o interior de SP dentro da capital. É preciso chegar ao Frangó. Na Freguesia do Ó, na zona norte paulistana, marcas do mundo todo se concentram naquela que forma a melhor carta de cervejas da cidade, segundo o júri. São cinco centenas de rótulos. Sempre em renovação, o cardápio facilita a vida de quem quiser seguir o conselho nele impresso: "Olhe para ela como se fosse a primeira vez". Ao navegar nesse mar de cervejas, é útil pedir ajuda aos garçons e ter um tico de paciência para pescar promoções —vale ficar de olho nos pacotes oferecidos para viagem. A experiência fica melhor se houver lugar na calçada. Dali é possível acompanhar o movimento do largo da matriz e de ônibus que insinuam novas Mococas paulistanas, como a linha 9022, a caminho da Vila Iório. Com seu ar interiorano e seu cardápio globalizado, o Frangó evoca o mundo e o sertão particular de cada um. Uma espécie de Guimarães Rosa dos bares. Lgo. da Matriz Nsa. Sra. do Ó, 168, Freguesia do Ó, região norte, tel. 3932-4818. 200 lugares. Ter. a qui.: 11h às 24h. Sex. e sáb.: 11h às 2h. Dom.: 11h às 19h. Preço: R$ 12 (Heineken 600 ml). MELHOR CARTA DE CERVEJAS (JÚRI)
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Animação 'Phineas e Ferb' vai acabar; último episódio será exibido em junho
Os irmãos Phineas e Ferb não vão mais criar seus projetos mirabolantes. Perry, o ornitorrinco, também não esconderá mais sua identidade de agente secreto para lutar contra o vilão Dr. Doofenshmirtz. O desenho animado "Phineas e Ferb" terá seu último espisódio original exibido em 12 de junho, nos Estados Unidos. No capítulo, que terá uma hora de duração, os garotos vão viver seu último dia das férias de verão. A máquina do tempo criada pelo Dr. Doofenshmirtz vai "encurtar" as horas e fazer com que os garotos desapareçam. O canal pago Disney XD anunciou que os criadores da animação, Dan Povenmire e Jeff "Swampy" Marsh, vão trabalhar na produção de uma nova série chamada "Mikey Murphy's Law", prevista para 2017. NÃO É O FIM Depois do último episódio, ainda haverá reprises dos 126 capítulos de "Phineas e Ferb" produzidos desde 2007. Ao longo destes quase nove anos, a série ganhou também cinco especiais e um longa-metragem. No Brasil, ela é transmitida pelos canais pagos Disney Channel e Disney XD.
folhinha
Animação 'Phineas e Ferb' vai acabar; último episódio será exibido em junhoOs irmãos Phineas e Ferb não vão mais criar seus projetos mirabolantes. Perry, o ornitorrinco, também não esconderá mais sua identidade de agente secreto para lutar contra o vilão Dr. Doofenshmirtz. O desenho animado "Phineas e Ferb" terá seu último espisódio original exibido em 12 de junho, nos Estados Unidos. No capítulo, que terá uma hora de duração, os garotos vão viver seu último dia das férias de verão. A máquina do tempo criada pelo Dr. Doofenshmirtz vai "encurtar" as horas e fazer com que os garotos desapareçam. O canal pago Disney XD anunciou que os criadores da animação, Dan Povenmire e Jeff "Swampy" Marsh, vão trabalhar na produção de uma nova série chamada "Mikey Murphy's Law", prevista para 2017. NÃO É O FIM Depois do último episódio, ainda haverá reprises dos 126 capítulos de "Phineas e Ferb" produzidos desde 2007. Ao longo destes quase nove anos, a série ganhou também cinco especiais e um longa-metragem. No Brasil, ela é transmitida pelos canais pagos Disney Channel e Disney XD.
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Grécia pretende revisar acordo de concessão de aeroportos
A Grécia planeja "revisar" um acordo de 1,2 bilhões de euros com a operadora de aeroportos alemã Fraport para administrar 14 aeroportos regionais, disse o ministro de Estado à TV grega neste sábado (14). "Isso (o acordo) não foi selado", disse Alekos Flabouraris. "Nós dissemos que será suspenso e que vamos revisá-lo." A Fraport, em parceria com a empresa de energia Copelouzos, fechou acordo em 2014 com a agência de privatização grega para controlar aeroportos em populares destinos turísticos, como Corfu. Foi um dos maiores acordos de privatização da Grécia desde o início de sua crise da dívida.
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Grécia pretende revisar acordo de concessão de aeroportosA Grécia planeja "revisar" um acordo de 1,2 bilhões de euros com a operadora de aeroportos alemã Fraport para administrar 14 aeroportos regionais, disse o ministro de Estado à TV grega neste sábado (14). "Isso (o acordo) não foi selado", disse Alekos Flabouraris. "Nós dissemos que será suspenso e que vamos revisá-lo." A Fraport, em parceria com a empresa de energia Copelouzos, fechou acordo em 2014 com a agência de privatização grega para controlar aeroportos em populares destinos turísticos, como Corfu. Foi um dos maiores acordos de privatização da Grécia desde o início de sua crise da dívida.
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Vencedor do Prêmio Empreendedor Social 2016 entra para a Rede Schwab
Carlos Pereira, vencedor do prêmio Empreendedor Social 2016, foi admitido como um líderes de impacto do ano da da Rede Schwab de Empreendedores Sociais. Presente em todos os continentes, a Fundação Schwab é a maior rede de empreendedores sociais do mundo, que conecta mais de 320 líderes em 60 países. As inscrições para a edição de 2017 já estão abertas; participe Nesse ano, os 17 novos líderes aceitos na rede vieram de diferentes países como Ruanda, Libéria, Serra Leoa, Zâmbia, Vietnã, EUA, Colômbia, Dinamarca, Reino Unido, Índia, Paquistão e Brasil. As 13 iniciativas criadas por eles vão desde a entrega de vacinas e remédios por drones até técnicas para o combate à mortalidade infantil, iniciativas para melhorar o acesso à água potável e saneamento básico, ambulâncias e centros de saúde, além de aplicativos para reconectar famílias de refugiados, entre outros. A cerimônia em que Pereira foi admitido ocorreu durante a rodada latino-americana do Fórum Econômico Mundial, em Buenos Aires. O empreendedor belga Yves Moury, da Fundación Capital, tabém recebeu a honraria. A homenagem encerrou a mesa que teve a presença do presidente argentino, Mauricio Macri, e Klaus Schwab, líder do fórum. LIVOX O Livox, aplicativo criado por Pereira, permite a comunicação de pessoas com deficiências ou doenças que afetem a fala. A ferramenta de comunicação nasceu em 2011 em uma start-up embarcada no Porto Digital do Recife (PE), um dos principais parques tecnológicos do país. Ela foi desenvolvida para que Pereira pudesse se comunicar com sua filha, Clara, 9, que, devido a um erro no parto, tem paralisia cerebral. Em 2014, foi selecionado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como uma das start-ups na categoria "qualidade de vida".No ano seguinte, o app foi premiado pela ONU na categoria "inclusão e empoderamento" do World Summit Award. Desde então, foi destaque na imprensa internacional. Todo ano, o vencedor do Prêmio Empreendedor Social é apresentado ao Conselho da Fundação Schwab para avaliação e potencial integração à Rede Schwab de Empreendedores Sociais.
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Vencedor do Prêmio Empreendedor Social 2016 entra para a Rede SchwabCarlos Pereira, vencedor do prêmio Empreendedor Social 2016, foi admitido como um líderes de impacto do ano da da Rede Schwab de Empreendedores Sociais. Presente em todos os continentes, a Fundação Schwab é a maior rede de empreendedores sociais do mundo, que conecta mais de 320 líderes em 60 países. As inscrições para a edição de 2017 já estão abertas; participe Nesse ano, os 17 novos líderes aceitos na rede vieram de diferentes países como Ruanda, Libéria, Serra Leoa, Zâmbia, Vietnã, EUA, Colômbia, Dinamarca, Reino Unido, Índia, Paquistão e Brasil. As 13 iniciativas criadas por eles vão desde a entrega de vacinas e remédios por drones até técnicas para o combate à mortalidade infantil, iniciativas para melhorar o acesso à água potável e saneamento básico, ambulâncias e centros de saúde, além de aplicativos para reconectar famílias de refugiados, entre outros. A cerimônia em que Pereira foi admitido ocorreu durante a rodada latino-americana do Fórum Econômico Mundial, em Buenos Aires. O empreendedor belga Yves Moury, da Fundación Capital, tabém recebeu a honraria. A homenagem encerrou a mesa que teve a presença do presidente argentino, Mauricio Macri, e Klaus Schwab, líder do fórum. LIVOX O Livox, aplicativo criado por Pereira, permite a comunicação de pessoas com deficiências ou doenças que afetem a fala. A ferramenta de comunicação nasceu em 2011 em uma start-up embarcada no Porto Digital do Recife (PE), um dos principais parques tecnológicos do país. Ela foi desenvolvida para que Pereira pudesse se comunicar com sua filha, Clara, 9, que, devido a um erro no parto, tem paralisia cerebral. Em 2014, foi selecionado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como uma das start-ups na categoria "qualidade de vida".No ano seguinte, o app foi premiado pela ONU na categoria "inclusão e empoderamento" do World Summit Award. Desde então, foi destaque na imprensa internacional. Todo ano, o vencedor do Prêmio Empreendedor Social é apresentado ao Conselho da Fundação Schwab para avaliação e potencial integração à Rede Schwab de Empreendedores Sociais.
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O bromance entre Ernest Hemingway e um boxeador neozelandês
Foi numa praia em frente ao hotel Compleat Angler, na ilha de Bimini, nas Bahamas, que dois velhos amigos tiraram suas camisas, cerraram os punhos e mandaram ver. Era o verão de 1935, e um duelo entre pesos-pesados sem precedentes estava prestes a rolar. Um dos combatentes era Tom Heeney, boxeador neo-zelandês conhecido como "the Hard Rock from Down Under" [A Rocha das Terras Oceânicas] que, sete anos antes, lutara contra Gene Tunney pelo título mundial de pesos-pesados em frente a 46 mil pessoas, no Yankee Stadium, nos Estados Unidos. O outro era ninguém menos que Ernest Hemingway, escritor americano rumo a se tornar um dos maiores autores do século 20. Ele acreditava ser um bom boxeador e vivia de peito estufado –uma vez, dizem, desafiou até Gene Tunney para uma luta–, mas não passava de um amador. Eles trocaram pancadas por uns instantes e atraíram curiosos até que, para contar vantagem, Hemingway disse: "Melhor pararmos agora, Tommy; qualquer instituição de caridade daria tudo para passar o chapéu aqui". O escritor não se cansava de contar essa história –ele ficava mais hiperbólico a cada narrativa, segundo os ouvintes–, e a autora neozelandesa Lydia Monin resolveu recontá-la mais uma vez na biografia que escreveu em 2008 sobre Heeney, o único nativo do país que lutou pelo título de pesos-pesados. Hemingway alegava ter dado conta do recado, mas no livro From Poverty Bay to Broadway, Monin conta que George Brown, dono de uma academia de Nova York, conhecido de "Papa" [apelido de Hemingway, criado pelo próprio], comentou que o único jeito de o escritor conseguir dar um soco em Heeney seria se o pugilista estivesse atolado na areia. Figuras literárias são atraídas pelo pugilismo desde que o esporte nasceu. Charles Dickens foi um dos espectadores da primeira luta por um título mundial da história, na Inglaterra, em 1860, ao passo que autores como Jack London, Arthur Conan Doyle, Joyce Carol Oates e Norman Mailer (com o famoso romance The Fight) costumavam escrever sobre o lirismo brutal do esporte. Por que tamanho fascínio? Quando o gongo ressoa no boxe, o lutador enfrenta um oponente por conta e risco. É um lugar empolgante, mas solitário. Somente a combinação perfeita de trabalho duro, dedicação e mera sorte abre caminho para o sucesso. Talvez o mesmo se aplique à boa literatura. "O pugilismo estava passando por um período de ouro, e as pessoas queriam ler sobre isso, então atraiu os grandes escritores", contou à VICE Sports Ron Palenski, renomado colunista de esportes neozelandês, em referência ao amigo famoso de Heeney. "Mas acho que o drama humano do boxe profissional é que atraiu mesmo esses caras. Eles gostavam de observar a vida e escrever sobre a vida." Hemingway ouviu falar de Heeney pela primeira vez quando ligou o rádio para escutar a luta pelo título em 28 de julho de 1928. Se ele já soubesse da história do neozelandês naquele momento, o escritor notoriamente machão estaria em chamas. Nascido em 1898, Heeney aprendeu a lutar com o pai, o irlandês Hugh, em um estábulo de latão no quintal de casa, de acordo com Monin. Encanador e ex-soldado, ganhou uma medalha de honra por resgatar duas mulheres que surfavam na praia de Waikanae, em Gisborne, Nova Zelândia. Em 1921, ele representou sua província em rúgbi contra a seleção nacional da África do Sul, que estava por ali em turnê. Seu dom de boxeador reluziu cedo, e ele subiu no ranking neozelandês rapidinho ao vencer o título de pesos-pesados da Associação de Boxe da Nova Zelândia em 1920, logo em sua terceira luta profissional. Ele lutou e perdeu as disputas pelos cinturões da Austrália e do Império Britânico antes de rumar aos Estados Unidos. Nos EUA, ele conquistou um empate respeitável contra o desafiante Jack Sharkey, futuro peso-pesado, e depois venceu o desafiante canadense Jack Delany no Madison Square Garden, em março de 1928. Isso garantiu ao neozelandês um lugar no ranking internacional dos cinco melhores boxeadores e o colocou na roda de candidatos a campeão. O detentor do título da época, Gene Tunney, havia derrotado dois anos antes o antigo campeão, Jack Dempsey, em uma das duas lutas mais famosas da década. Todavia, conforme Monin observou, Tunney prometera à nova esposa, a socialite nova-iorquina Polly Lauder, que deixaria o boxe assim que se casassem, em outubro de 1928. Tunney estava atrás de uma luta fácil, então optou por Heeney. Pela primeira vez desde Bob Fitzsimmons –campeão dos anos 1890, nascido na Irlanda, criado na Nova Zelândia–, a decisão de Tunney colocou um neozelandês sob os holofotes da mídia americana, chamando atenção para o outro extremo do mundo, uma raridade. Heeney se preparou para a luta combatendo o futuro campeão peso-pesado James J. Braddock. Dempsey, então treinador de Heeney, disse aos jornalistas (segundo a biografia de Braddock, Cinderella Man, escrita por Jeremy Schaap) que "apenas um super-homem poderia derrotá-lo". Já o autor Paul Gallico, famoso por escrever sobre boxe, descreveu o estilo de Heeney de outra forma no jornal The Daily News: "um triunfo em mediocridade, engatado em seriedade, de rara coragem e uma durabilidade revestida de ferro". Enquanto isso, na Nova Zelândia, aparelhos de rádio ao redor de todo o país estavam sintonizados nos comentários atrasados e crepitados acerca da luta. O governo entrou em suspensão para que os membros do parlamento pudessem escutar. "Ele foi a primeira estrela esportiva do rádio na Nova Zelândia", disse Palenski. Embora Heeney tenha aguentado onze assaltos no Yankee Stadium, seu único momento de brilho ocorreu no segundo assalto, quando ele mandou um gancho de esquerda impressionante para cima de Tunney, que por fim venceu por nocaute técnico. Junto com Fitzsimmons e David Tua, nascido em Samoa, Heeney é um dos únicos três pugilistas ligados à Nova Zelândia que lutaram pela coroa de pesos-pesados. O sentimentalismo por causa desse fato, intensificado pelo tempo, gerou a lenda de que ele esteve a apenas um soco do título. Contudo, Sir Bob Jones, magnata do setor imobiliário, que por acaso também é um dos principais historiadores de boxe na Nova Zelândia, diz que o pugilista "não passava de um cara bem esforçado". "O lugar de Heeney na história do boxe, em termos gerais, é absolutamente insignificante", disse Sir Bob. "Ele não entraria para a lista dos top mil lutadores entre as dezenas de milhares que lutaram pelo título de pesos-pesados." "Ele foi feito sob medida para levar uma surra besta do Tunney –a luta estava fora da alçada dele", acrescentou. Hemingway ficou impressionado, no entanto. Os dois se encontraram em Nova York no início dos anos 30, e uma amizade profunda floresceu com Heeney, que deixou o esporte em 1933. O escritor tornou-se um visitante regular do bar que Heeney abriu em Miami Beach em 1937. O duo volta e meia pescava junto em Florida Keys, e fazia viagens secretas a Cuba para beber, segundo Monin. Hemingway também gostava de impressionar mulheres levando-as para conhecer o ex-pugilista. Martha Gellhorn, a famosa jornalista de guerra, e terceira esposa de "Papa", figura entre as visitantes. "Esse cara é que é homem de verdade, e além de tudo, é escritor", Heeney disse sobre o amigo uma vez, de acordo com Monin. "Ele sempre admite que esteve em Cuba quando retorna, sem pestanejar." Sir Bob vê a amizade de Hemingway com Heeney como uma tentativa fátua de parecer machão. "Hemingway se gabava muito", disse Sir Bob. "Ele gostava de se mostrar como um cara do boxe, embora fizesse papel de bobo." "Toda essa história de hombridade que Hemingway abraçou nos últimos anos de vida –para mim, ele fez papel de bobo. Eu entendo por que ele andava com o Heeney, faz todo o sentido." Embora Hemingway falasse de Heeney em suas cartas para os amigos, os dois passaram a se ver menos nos anos 50. "O mundo quebra a todos, e alguns ficam mais fortes nos lugares quebrados", Hemingway escreveu uma vez, em O Sol Também Se Levanta. "Mas aos que não se deixam quebrar, o mundo os mata." Hemingway nunca ficou forte o bastante nos lugares que precisava. O escritor tirou a própria vida em 1961. Heeney viveu até 1984, na Flórida, e tudo indica que foi um homem contente. Ele entrou para o Hall da Fama da Nova Zelândia em 1996. Cartazes de lutadores campeões passados estamparam as paredes do bar de Heeney, em Miami Beach, durante décadas a fio, inclusive um pôster enorme do próprio enquanto jovem, sem camisa, de punhos em riste. Havia dois pequenos retratos ao lado do grande pôster, um de cada lado, fotografias assinadas de Hemingway, ostentando varas de pescar e um punhado de atuns. Vai saber onde foram parar essas fotos; o antigo bar hoje é um boteco que serve buffalo wings de madrugada e costuma receber resenhas pouco positivas. Contudo, segundo Monin, quando Heeney ainda era vivo, as fotos de "Papa" estavam entre os pertences mais estimados do boxeador. Tradução: Stephanie Fernandes Leia no site da Vice: O bromance entre Ernest Hemingway e um boxeador neozelandês
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O bromance entre Ernest Hemingway e um boxeador neozelandêsFoi numa praia em frente ao hotel Compleat Angler, na ilha de Bimini, nas Bahamas, que dois velhos amigos tiraram suas camisas, cerraram os punhos e mandaram ver. Era o verão de 1935, e um duelo entre pesos-pesados sem precedentes estava prestes a rolar. Um dos combatentes era Tom Heeney, boxeador neo-zelandês conhecido como "the Hard Rock from Down Under" [A Rocha das Terras Oceânicas] que, sete anos antes, lutara contra Gene Tunney pelo título mundial de pesos-pesados em frente a 46 mil pessoas, no Yankee Stadium, nos Estados Unidos. O outro era ninguém menos que Ernest Hemingway, escritor americano rumo a se tornar um dos maiores autores do século 20. Ele acreditava ser um bom boxeador e vivia de peito estufado –uma vez, dizem, desafiou até Gene Tunney para uma luta–, mas não passava de um amador. Eles trocaram pancadas por uns instantes e atraíram curiosos até que, para contar vantagem, Hemingway disse: "Melhor pararmos agora, Tommy; qualquer instituição de caridade daria tudo para passar o chapéu aqui". O escritor não se cansava de contar essa história –ele ficava mais hiperbólico a cada narrativa, segundo os ouvintes–, e a autora neozelandesa Lydia Monin resolveu recontá-la mais uma vez na biografia que escreveu em 2008 sobre Heeney, o único nativo do país que lutou pelo título de pesos-pesados. Hemingway alegava ter dado conta do recado, mas no livro From Poverty Bay to Broadway, Monin conta que George Brown, dono de uma academia de Nova York, conhecido de "Papa" [apelido de Hemingway, criado pelo próprio], comentou que o único jeito de o escritor conseguir dar um soco em Heeney seria se o pugilista estivesse atolado na areia. Figuras literárias são atraídas pelo pugilismo desde que o esporte nasceu. Charles Dickens foi um dos espectadores da primeira luta por um título mundial da história, na Inglaterra, em 1860, ao passo que autores como Jack London, Arthur Conan Doyle, Joyce Carol Oates e Norman Mailer (com o famoso romance The Fight) costumavam escrever sobre o lirismo brutal do esporte. Por que tamanho fascínio? Quando o gongo ressoa no boxe, o lutador enfrenta um oponente por conta e risco. É um lugar empolgante, mas solitário. Somente a combinação perfeita de trabalho duro, dedicação e mera sorte abre caminho para o sucesso. Talvez o mesmo se aplique à boa literatura. "O pugilismo estava passando por um período de ouro, e as pessoas queriam ler sobre isso, então atraiu os grandes escritores", contou à VICE Sports Ron Palenski, renomado colunista de esportes neozelandês, em referência ao amigo famoso de Heeney. "Mas acho que o drama humano do boxe profissional é que atraiu mesmo esses caras. Eles gostavam de observar a vida e escrever sobre a vida." Hemingway ouviu falar de Heeney pela primeira vez quando ligou o rádio para escutar a luta pelo título em 28 de julho de 1928. Se ele já soubesse da história do neozelandês naquele momento, o escritor notoriamente machão estaria em chamas. Nascido em 1898, Heeney aprendeu a lutar com o pai, o irlandês Hugh, em um estábulo de latão no quintal de casa, de acordo com Monin. Encanador e ex-soldado, ganhou uma medalha de honra por resgatar duas mulheres que surfavam na praia de Waikanae, em Gisborne, Nova Zelândia. Em 1921, ele representou sua província em rúgbi contra a seleção nacional da África do Sul, que estava por ali em turnê. Seu dom de boxeador reluziu cedo, e ele subiu no ranking neozelandês rapidinho ao vencer o título de pesos-pesados da Associação de Boxe da Nova Zelândia em 1920, logo em sua terceira luta profissional. Ele lutou e perdeu as disputas pelos cinturões da Austrália e do Império Britânico antes de rumar aos Estados Unidos. Nos EUA, ele conquistou um empate respeitável contra o desafiante Jack Sharkey, futuro peso-pesado, e depois venceu o desafiante canadense Jack Delany no Madison Square Garden, em março de 1928. Isso garantiu ao neozelandês um lugar no ranking internacional dos cinco melhores boxeadores e o colocou na roda de candidatos a campeão. O detentor do título da época, Gene Tunney, havia derrotado dois anos antes o antigo campeão, Jack Dempsey, em uma das duas lutas mais famosas da década. Todavia, conforme Monin observou, Tunney prometera à nova esposa, a socialite nova-iorquina Polly Lauder, que deixaria o boxe assim que se casassem, em outubro de 1928. Tunney estava atrás de uma luta fácil, então optou por Heeney. Pela primeira vez desde Bob Fitzsimmons –campeão dos anos 1890, nascido na Irlanda, criado na Nova Zelândia–, a decisão de Tunney colocou um neozelandês sob os holofotes da mídia americana, chamando atenção para o outro extremo do mundo, uma raridade. Heeney se preparou para a luta combatendo o futuro campeão peso-pesado James J. Braddock. Dempsey, então treinador de Heeney, disse aos jornalistas (segundo a biografia de Braddock, Cinderella Man, escrita por Jeremy Schaap) que "apenas um super-homem poderia derrotá-lo". Já o autor Paul Gallico, famoso por escrever sobre boxe, descreveu o estilo de Heeney de outra forma no jornal The Daily News: "um triunfo em mediocridade, engatado em seriedade, de rara coragem e uma durabilidade revestida de ferro". Enquanto isso, na Nova Zelândia, aparelhos de rádio ao redor de todo o país estavam sintonizados nos comentários atrasados e crepitados acerca da luta. O governo entrou em suspensão para que os membros do parlamento pudessem escutar. "Ele foi a primeira estrela esportiva do rádio na Nova Zelândia", disse Palenski. Embora Heeney tenha aguentado onze assaltos no Yankee Stadium, seu único momento de brilho ocorreu no segundo assalto, quando ele mandou um gancho de esquerda impressionante para cima de Tunney, que por fim venceu por nocaute técnico. Junto com Fitzsimmons e David Tua, nascido em Samoa, Heeney é um dos únicos três pugilistas ligados à Nova Zelândia que lutaram pela coroa de pesos-pesados. O sentimentalismo por causa desse fato, intensificado pelo tempo, gerou a lenda de que ele esteve a apenas um soco do título. Contudo, Sir Bob Jones, magnata do setor imobiliário, que por acaso também é um dos principais historiadores de boxe na Nova Zelândia, diz que o pugilista "não passava de um cara bem esforçado". "O lugar de Heeney na história do boxe, em termos gerais, é absolutamente insignificante", disse Sir Bob. "Ele não entraria para a lista dos top mil lutadores entre as dezenas de milhares que lutaram pelo título de pesos-pesados." "Ele foi feito sob medida para levar uma surra besta do Tunney –a luta estava fora da alçada dele", acrescentou. Hemingway ficou impressionado, no entanto. Os dois se encontraram em Nova York no início dos anos 30, e uma amizade profunda floresceu com Heeney, que deixou o esporte em 1933. O escritor tornou-se um visitante regular do bar que Heeney abriu em Miami Beach em 1937. O duo volta e meia pescava junto em Florida Keys, e fazia viagens secretas a Cuba para beber, segundo Monin. Hemingway também gostava de impressionar mulheres levando-as para conhecer o ex-pugilista. Martha Gellhorn, a famosa jornalista de guerra, e terceira esposa de "Papa", figura entre as visitantes. "Esse cara é que é homem de verdade, e além de tudo, é escritor", Heeney disse sobre o amigo uma vez, de acordo com Monin. "Ele sempre admite que esteve em Cuba quando retorna, sem pestanejar." Sir Bob vê a amizade de Hemingway com Heeney como uma tentativa fátua de parecer machão. "Hemingway se gabava muito", disse Sir Bob. "Ele gostava de se mostrar como um cara do boxe, embora fizesse papel de bobo." "Toda essa história de hombridade que Hemingway abraçou nos últimos anos de vida –para mim, ele fez papel de bobo. Eu entendo por que ele andava com o Heeney, faz todo o sentido." Embora Hemingway falasse de Heeney em suas cartas para os amigos, os dois passaram a se ver menos nos anos 50. "O mundo quebra a todos, e alguns ficam mais fortes nos lugares quebrados", Hemingway escreveu uma vez, em O Sol Também Se Levanta. "Mas aos que não se deixam quebrar, o mundo os mata." Hemingway nunca ficou forte o bastante nos lugares que precisava. O escritor tirou a própria vida em 1961. Heeney viveu até 1984, na Flórida, e tudo indica que foi um homem contente. Ele entrou para o Hall da Fama da Nova Zelândia em 1996. Cartazes de lutadores campeões passados estamparam as paredes do bar de Heeney, em Miami Beach, durante décadas a fio, inclusive um pôster enorme do próprio enquanto jovem, sem camisa, de punhos em riste. Havia dois pequenos retratos ao lado do grande pôster, um de cada lado, fotografias assinadas de Hemingway, ostentando varas de pescar e um punhado de atuns. Vai saber onde foram parar essas fotos; o antigo bar hoje é um boteco que serve buffalo wings de madrugada e costuma receber resenhas pouco positivas. Contudo, segundo Monin, quando Heeney ainda era vivo, as fotos de "Papa" estavam entre os pertences mais estimados do boxeador. Tradução: Stephanie Fernandes Leia no site da Vice: O bromance entre Ernest Hemingway e um boxeador neozelandês
3
Animal provoca acidente com morte na Dutra na Grande SP
Um búfalo solto na via Dutra, principal ligação entre SP e Rio, foi atingido por um carro e acabou projetado para cima de outro veículo, provocando a morte do motorista, na região de Arujá (Grande São Paulo). O acidente aconteceu por volta das 23h30 de quinta-feira (23). Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o animal acessou a rodovia e passou a andar contra o fluxo na faixa da esquerda, quando foi atingido por um Golf. Outro veículo bateu na traseira desse carro, perdeu o controle e capotou. Com o impacto da batida, o animal foi projetado para cima e acabou atingindo a cabine de outro carro que vinha atrás, um Amarok. O motorista, o empresário Sabino Simonato, 66, ex-secretário de obras de São José dos Campos, morreu no local. Os demais motoristas e passageiros dos veículos envolvidos no acidente não se feriram. A pista sentido Rio ficou parcialmente interditada por cerca de três horas e não teve congestionamento durante o período.
cotidiano
Animal provoca acidente com morte na Dutra na Grande SPUm búfalo solto na via Dutra, principal ligação entre SP e Rio, foi atingido por um carro e acabou projetado para cima de outro veículo, provocando a morte do motorista, na região de Arujá (Grande São Paulo). O acidente aconteceu por volta das 23h30 de quinta-feira (23). Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o animal acessou a rodovia e passou a andar contra o fluxo na faixa da esquerda, quando foi atingido por um Golf. Outro veículo bateu na traseira desse carro, perdeu o controle e capotou. Com o impacto da batida, o animal foi projetado para cima e acabou atingindo a cabine de outro carro que vinha atrás, um Amarok. O motorista, o empresário Sabino Simonato, 66, ex-secretário de obras de São José dos Campos, morreu no local. Os demais motoristas e passageiros dos veículos envolvidos no acidente não se feriram. A pista sentido Rio ficou parcialmente interditada por cerca de três horas e não teve congestionamento durante o período.
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Comissão aprova mudança na meta fiscal com deficit de R$ 120 bi
Sob protesto da oposição, a Comissão Mista de Orçamento do Congresso aprovou nesta terça-feira (17) a mudança na meta fiscal para o orçamento da União deste ano com a autorização para que o governo tenha um déficit de até R$ 119,9 bilhões. A meta inicial do governo era encerrar o ano de 2015 com um superavit de R$ 55,3 bilhões mas devido à frustração de arrecadação com a queda da atividade econômica do país, o governo foi obrigado a revisar sua meta admitindo o deficit. Em julho, o governo já havia revisado a meta para um superavit de R$ 5,8 bilhões. A proposta foi aprovada por 22 votos favoráveis e oito contrários da Câmara, e, no Senado, a votação foi simbólica. Inicialmente, o rombo oficializado pelo governo era de R$ 51,8 bilhões nas contas da União. Posteriormente, porém, a CMO decidiu somar o valor devido pelo governo das chamadas pedaladas fiscais, prática que foi condenada pelo TCU (Tribunal de Contas da União), que chegaram a R$ 57 bilhões. Foram incluídos na conta também algumas dívidas da União. O texto da mudança da meta deve ser votado agora pelo plenário do Congresso Nacional, onde deverá ter o respaldo da maioria dos senadores e deputados para que seja aprovado. A não votação da proposta até o fim do ano pode levar a presidente Dilma Rousseff a ser enquadrada pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e responder pelo crime de responsabilidade. Isso porque, sem a mudança, o governo acabaria gastando mais do que o previsto pela lei orçamentária. A presidente da comissão, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), irá negociar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a inclusão da proposta na pauta da sessão do Congresso marcada para a noite desta terça-feira. Como será incluído de última hora, o texto deverá entrar em uma pauta extra que só poderá ser analisado após a votação de 13 vetos presidenciais que estão na pauta. Como a sessão pode se estender por muito tempo, parlamentares consideram a possibilidade de que Renan convoque sessões extraordinárias do Congresso ainda nesta semana para se votar a matéria e também o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016. Se isso não acontecer, a próxima sessão conjunta está marcada para 17 de dezembro. OPOSIÇÃO Durante a sessão, parlamentares da oposição criticaram a alteração da meta e fizeram apelos a outros deputados e senadores para que não aprovassem a nova meta com déficit. Para eles, a aprovação significaria uma chancela que o Legislativo estaria dando ao Executivo para que este pudesse descumprir suas metas e depois apenas alterá-las no Congresso.
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Comissão aprova mudança na meta fiscal com deficit de R$ 120 biSob protesto da oposição, a Comissão Mista de Orçamento do Congresso aprovou nesta terça-feira (17) a mudança na meta fiscal para o orçamento da União deste ano com a autorização para que o governo tenha um déficit de até R$ 119,9 bilhões. A meta inicial do governo era encerrar o ano de 2015 com um superavit de R$ 55,3 bilhões mas devido à frustração de arrecadação com a queda da atividade econômica do país, o governo foi obrigado a revisar sua meta admitindo o deficit. Em julho, o governo já havia revisado a meta para um superavit de R$ 5,8 bilhões. A proposta foi aprovada por 22 votos favoráveis e oito contrários da Câmara, e, no Senado, a votação foi simbólica. Inicialmente, o rombo oficializado pelo governo era de R$ 51,8 bilhões nas contas da União. Posteriormente, porém, a CMO decidiu somar o valor devido pelo governo das chamadas pedaladas fiscais, prática que foi condenada pelo TCU (Tribunal de Contas da União), que chegaram a R$ 57 bilhões. Foram incluídos na conta também algumas dívidas da União. O texto da mudança da meta deve ser votado agora pelo plenário do Congresso Nacional, onde deverá ter o respaldo da maioria dos senadores e deputados para que seja aprovado. A não votação da proposta até o fim do ano pode levar a presidente Dilma Rousseff a ser enquadrada pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e responder pelo crime de responsabilidade. Isso porque, sem a mudança, o governo acabaria gastando mais do que o previsto pela lei orçamentária. A presidente da comissão, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), irá negociar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a inclusão da proposta na pauta da sessão do Congresso marcada para a noite desta terça-feira. Como será incluído de última hora, o texto deverá entrar em uma pauta extra que só poderá ser analisado após a votação de 13 vetos presidenciais que estão na pauta. Como a sessão pode se estender por muito tempo, parlamentares consideram a possibilidade de que Renan convoque sessões extraordinárias do Congresso ainda nesta semana para se votar a matéria e também o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016. Se isso não acontecer, a próxima sessão conjunta está marcada para 17 de dezembro. OPOSIÇÃO Durante a sessão, parlamentares da oposição criticaram a alteração da meta e fizeram apelos a outros deputados e senadores para que não aprovassem a nova meta com déficit. Para eles, a aprovação significaria uma chancela que o Legislativo estaria dando ao Executivo para que este pudesse descumprir suas metas e depois apenas alterá-las no Congresso.
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Cenário político interfere na recuperação do PIB brasileiro, diz economista
As incertezas políticas impedem especialistas de terem o mínimo de previsibilidade em torno do cenário econômico brasileiro para 2016, mas a perspectiva é de aprofundamento da recessão pela qual o país passa, afirma Marco Caruso, economista-sênior do banco Pine, em entrevista à TV Folha.Após a queda acumulada de 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre, o economista projeta retração de 3,8% no ano e nova contração de 3% em 2016. No entanto, alguns fatores podem agravar a crise econômica, entre eles uma desaceleração mais forte que o esperado da China ou um aumento mais acelerado da taxa de juros nos Estados Unidos.O quadro político continuará em evidência também e influenciará a economia, com a possibilidade de novo rebaixamento da nota de crédito do país caso as discussões em torno do ajuste fiscal não avancem no Congresso. Confira outras perspectivas e avaliações de Caruso no vídeo da TV Folha. Os jornalistas Anderson Figo e Danielle Brant conversam com ele.
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Cenário político interfere na recuperação do PIB brasileiro, diz economistaAs incertezas políticas impedem especialistas de terem o mínimo de previsibilidade em torno do cenário econômico brasileiro para 2016, mas a perspectiva é de aprofundamento da recessão pela qual o país passa, afirma Marco Caruso, economista-sênior do banco Pine, em entrevista à TV Folha.Após a queda acumulada de 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre, o economista projeta retração de 3,8% no ano e nova contração de 3% em 2016. No entanto, alguns fatores podem agravar a crise econômica, entre eles uma desaceleração mais forte que o esperado da China ou um aumento mais acelerado da taxa de juros nos Estados Unidos.O quadro político continuará em evidência também e influenciará a economia, com a possibilidade de novo rebaixamento da nota de crédito do país caso as discussões em torno do ajuste fiscal não avancem no Congresso. Confira outras perspectivas e avaliações de Caruso no vídeo da TV Folha. Os jornalistas Anderson Figo e Danielle Brant conversam com ele.
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Quem é Alexandre de Moraes - Sua Política #1
O novo ministro do Supremo Tribunal Federal é Alexandre de Moraes, confirmado no cargo na quarta (22). Ele ocupará a vaga que foi de Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo em janeiro, e deve tomar posse em março. Mas quem é o novo ministro? Veja a trajetória e as polêmicas de Moraes com a repórter de "Poder" Angela Boldrini. Reportagem sobre as suspeitas de plágio Assine a TVFolha https://goo.gl/EBg4ag Leia mais em http://www1.folha.uol.com.br/poder/ Facebook https://www.facebook.com/folhadesp/ Instagram https://www.instagram.com/folhadespaulo/
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Quem é Alexandre de Moraes - Sua Política #1O novo ministro do Supremo Tribunal Federal é Alexandre de Moraes, confirmado no cargo na quarta (22). Ele ocupará a vaga que foi de Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo em janeiro, e deve tomar posse em março. Mas quem é o novo ministro? Veja a trajetória e as polêmicas de Moraes com a repórter de "Poder" Angela Boldrini. Reportagem sobre as suspeitas de plágio Assine a TVFolha https://goo.gl/EBg4ag Leia mais em http://www1.folha.uol.com.br/poder/ Facebook https://www.facebook.com/folhadesp/ Instagram https://www.instagram.com/folhadespaulo/
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WhatsApp para de funcionar para usuários de várias partes do mundo
O WhatsApp ficou fora do ar por cerca de duas horas para usuários de diversas partes do mundo, segundo relatos em redes sociais e sites que indicam se um serviço está funcionando ou não. No site Down Detector indicou que a falha, que aparentemente atingiu apenas uma parte dos 1 bilhão de usuários no mundo, começou por volta das 16h50 (horário de Brasília). Por volta das 19h, usuários começaram a indicar que o problema havia sido resolvido. Procurada, a assessoria de imprensa do app, usado por 100 milhões de pessoas no mundo, não comentou o problema. Twitter
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WhatsApp para de funcionar para usuários de várias partes do mundoO WhatsApp ficou fora do ar por cerca de duas horas para usuários de diversas partes do mundo, segundo relatos em redes sociais e sites que indicam se um serviço está funcionando ou não. No site Down Detector indicou que a falha, que aparentemente atingiu apenas uma parte dos 1 bilhão de usuários no mundo, começou por volta das 16h50 (horário de Brasília). Por volta das 19h, usuários começaram a indicar que o problema havia sido resolvido. Procurada, a assessoria de imprensa do app, usado por 100 milhões de pessoas no mundo, não comentou o problema. Twitter
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Crise política não bateu na economia 'real'
O IMPACTO do novo surto de crise política em vendas, produção e encomendas foi de pequeno a nenhum, passado quase um mês do escândalo. É o que conta gente de três varejistas grandes, de uma associação comercial paulista, de bancos e de uma consultoria, gente que acompanha a vida "real" da economia. Sim, são números precários, de dia a dia, ainda mais imprecisos ou instáveis do que as prévias das estatísticas oficiais de produção e consumo. São observações precoces, pois talvez o impacto da crise ainda não tenha sido digerido. Além do mais, pode ser que tenhamos de engolir muita gororoba política adiante. Por falar em prévias imprecisas, considere-se o mês de abril. Menos do que fraco, teria sido ruim. Era o que se ouvia no mundo das estimativas econômicas em maio e junho. Bem, abril não foi ruim. Indústria, comércio e serviços cresceram mais do que o previsto. É possível que maio tenha sido assim também, mesmo depois do "evento do dia 17", como algumas pessoas do "mercado" chamam o estouro do grampo de Michel Temer. Abril é passado remoto, decerto. Além disso, mesmo antes da crise política a atividade econômica era instável, uma sucessão de melhorazinhas seguidas de tombos, mês a mês. Por fim, não é razoável supor que "o balança mais não cai" de Temer não venha a afetar o ânimo de consumidores, empresas e, em particular, de bancos. Feitas as ressalvas, quantas dessas suposições razoáveis são disparatadas? Erradas para o bem ou para o mal? Para começar, considere-se o que aconteceu em abril, segundo os dados do IBGE para variações mês a mês, em relação a março. Em abril, a indústria cresceu 0,6%, batendo a média de estimativas de alta de só 0,1%. O comércio de varejo cresceu 1%, ao contrário das previsões de queda de 0,7%. Nesta quarta (14), o IBGE informou que o setor de serviços avançou 1%, superando a projeção de 0,4%. Em maio, ao menos parte da indústria voltou a crescer, como no caso das montadoras; a venda de carros nacionais cresceu 18% no ano em relação a 2017. O impulso maior tem vindo de exportações, mas vinha vindo. Há quem atribua a surpresa positiva do comércio em abril ao dinheiro das contas inativas do FGTS. Não era bem para ser surpresa, nem chega a ser problema. Esse impulso não vai se dissipar logo, a não ser que apareça uma força na direção contrária. Pode haver revertério nos juros também. No fim de maio, o Banco Central dizia com todas as letras que retardaria a baixa da Selic. No entanto, a inflação continua a baixar, contrariando as previsões médias do "mercado", como tem acontecido faz quase um ano. O IPCA deve terminar o ano em 3,5%; em janeiro, a previsão era que a inflação deste 2017 seria de 4,8%. No atacado, os preços estão caindo, no acumulado em 12 meses. Não se está fazendo festinha para números que indicam apenas uma economia a se arrastar das profundas do inferno da recessão, sob risco de depressão. Mas os dados sugeriam que era razoável acreditar no fim da recessão, naquele crescimento de quase nada de 0,5% em 2017. Era pouco, mas poderia ou pode ser uma pequena espiral positiva, em vez de um novo ciclo de pessimismo a arrastar também para baixo o ano de 2018.
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Crise política não bateu na economia 'real'O IMPACTO do novo surto de crise política em vendas, produção e encomendas foi de pequeno a nenhum, passado quase um mês do escândalo. É o que conta gente de três varejistas grandes, de uma associação comercial paulista, de bancos e de uma consultoria, gente que acompanha a vida "real" da economia. Sim, são números precários, de dia a dia, ainda mais imprecisos ou instáveis do que as prévias das estatísticas oficiais de produção e consumo. São observações precoces, pois talvez o impacto da crise ainda não tenha sido digerido. Além do mais, pode ser que tenhamos de engolir muita gororoba política adiante. Por falar em prévias imprecisas, considere-se o mês de abril. Menos do que fraco, teria sido ruim. Era o que se ouvia no mundo das estimativas econômicas em maio e junho. Bem, abril não foi ruim. Indústria, comércio e serviços cresceram mais do que o previsto. É possível que maio tenha sido assim também, mesmo depois do "evento do dia 17", como algumas pessoas do "mercado" chamam o estouro do grampo de Michel Temer. Abril é passado remoto, decerto. Além disso, mesmo antes da crise política a atividade econômica era instável, uma sucessão de melhorazinhas seguidas de tombos, mês a mês. Por fim, não é razoável supor que "o balança mais não cai" de Temer não venha a afetar o ânimo de consumidores, empresas e, em particular, de bancos. Feitas as ressalvas, quantas dessas suposições razoáveis são disparatadas? Erradas para o bem ou para o mal? Para começar, considere-se o que aconteceu em abril, segundo os dados do IBGE para variações mês a mês, em relação a março. Em abril, a indústria cresceu 0,6%, batendo a média de estimativas de alta de só 0,1%. O comércio de varejo cresceu 1%, ao contrário das previsões de queda de 0,7%. Nesta quarta (14), o IBGE informou que o setor de serviços avançou 1%, superando a projeção de 0,4%. Em maio, ao menos parte da indústria voltou a crescer, como no caso das montadoras; a venda de carros nacionais cresceu 18% no ano em relação a 2017. O impulso maior tem vindo de exportações, mas vinha vindo. Há quem atribua a surpresa positiva do comércio em abril ao dinheiro das contas inativas do FGTS. Não era bem para ser surpresa, nem chega a ser problema. Esse impulso não vai se dissipar logo, a não ser que apareça uma força na direção contrária. Pode haver revertério nos juros também. No fim de maio, o Banco Central dizia com todas as letras que retardaria a baixa da Selic. No entanto, a inflação continua a baixar, contrariando as previsões médias do "mercado", como tem acontecido faz quase um ano. O IPCA deve terminar o ano em 3,5%; em janeiro, a previsão era que a inflação deste 2017 seria de 4,8%. No atacado, os preços estão caindo, no acumulado em 12 meses. Não se está fazendo festinha para números que indicam apenas uma economia a se arrastar das profundas do inferno da recessão, sob risco de depressão. Mas os dados sugeriam que era razoável acreditar no fim da recessão, naquele crescimento de quase nada de 0,5% em 2017. Era pouco, mas poderia ou pode ser uma pequena espiral positiva, em vez de um novo ciclo de pessimismo a arrastar também para baixo o ano de 2018.
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Abaixo do ápice, Arthur Zanetti abre nova fase na Copa do Mundo em SP
A etapa de São Paulo da Copa do Mundo, principal circuito internacional de ginástica artística, põe à prova a partir das 8h desta sexta-feira (1º) uma mudança recente na preparação do campeão olímpico Arthur Zanetti para os Jogos do Rio. Desde o início do mês, o especialista na prova de argolas adotou a capital fluminense como base para a maior parte dos treinos –ele passará uma semana de cada mês em São Caetano, sua cidade natal. Zanetti e o restante da seleção brasileira têm feito suas atividades no centro nacional de ginástica, que fica dentro da Arena da Barra. A instalação será o palco das competições de ginástica em 2016. A parada paulistana da Copa do Mundo, que ocorre no ginásio do Ibirapuera de sexta a domingo, será o primeiro desafio após a mudança. Zanetti competirá só nas argolas, cujas eliminatórias ocorrem na tarde desta sexta e a final na manhã do domingo (3). No mês de março, ele levou o ouro nas duas primeiras etapas do circuito, em Cottbus, na Alemanha, e Doha, no Qatar. "Chego para competir aqui confiante a preparado. Não estou 100% porque não é hora de estar no pico, mas vai ser possível fazer uma boa apresentação, assim espero", disse Zanetti, em entrevista à Folha. "Acho que hoje estou com uns 70% ou 75% do meu potencial", complementou. O ginasta de 25 anos prevê atingir sua melhor forma neste ano em outubro, quando ocorre o Mundial da modalidade, em Glasgow, na Escócia. A competição determina classificação olímpica e o objetivo é que a equipe masculina obtenha uma vaga. No fundo, esta é a grande motivação para a mudança para o Rio. O Brasil nunca teve um time nacional masculino qualificado para os Jogos Olímpicos. Da provável seleção, somente Sergio Sasaki -lesionado- não se apresentará nesta Copa do Mundo paulistana, que servirá como uma espécie de treino para a equipe. "Os treinos no Rio têm sido bem intensos, mas produtivos. A prioridade é a equipe. O fato de todos [da seleção] treinarem juntos é uma vantagem, porque um puxa o outro e o nível aumenta. Além disso, ficamos familiarizados com o que podemos ver em 2016." Seu técnico, Marcos Goto, também passou a adotar a ponte aérea Rio-São Paulo. Segundo Zanetti, a expectativa é de que a seleção use as instalações da Arena da Barra até o final deste ano, quando o espaço será entregue ao comitê organizador dos Jogos. INGRESSOS É possível comprar entradas para assistir à etapa de São Paulo da Copa do Mundo no site www.livepass.com.br. Para esta sexta, os valores variam de R$ 20 a R$ 100, e para sábado e domingo vão de R$ 40 a R$ 200. Há três categorias de compras (cadeiras superiores, gold e premium) e meia-entrada disponível para estudantes, professores e maiores de 60 anos.
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Abaixo do ápice, Arthur Zanetti abre nova fase na Copa do Mundo em SPA etapa de São Paulo da Copa do Mundo, principal circuito internacional de ginástica artística, põe à prova a partir das 8h desta sexta-feira (1º) uma mudança recente na preparação do campeão olímpico Arthur Zanetti para os Jogos do Rio. Desde o início do mês, o especialista na prova de argolas adotou a capital fluminense como base para a maior parte dos treinos –ele passará uma semana de cada mês em São Caetano, sua cidade natal. Zanetti e o restante da seleção brasileira têm feito suas atividades no centro nacional de ginástica, que fica dentro da Arena da Barra. A instalação será o palco das competições de ginástica em 2016. A parada paulistana da Copa do Mundo, que ocorre no ginásio do Ibirapuera de sexta a domingo, será o primeiro desafio após a mudança. Zanetti competirá só nas argolas, cujas eliminatórias ocorrem na tarde desta sexta e a final na manhã do domingo (3). No mês de março, ele levou o ouro nas duas primeiras etapas do circuito, em Cottbus, na Alemanha, e Doha, no Qatar. "Chego para competir aqui confiante a preparado. Não estou 100% porque não é hora de estar no pico, mas vai ser possível fazer uma boa apresentação, assim espero", disse Zanetti, em entrevista à Folha. "Acho que hoje estou com uns 70% ou 75% do meu potencial", complementou. O ginasta de 25 anos prevê atingir sua melhor forma neste ano em outubro, quando ocorre o Mundial da modalidade, em Glasgow, na Escócia. A competição determina classificação olímpica e o objetivo é que a equipe masculina obtenha uma vaga. No fundo, esta é a grande motivação para a mudança para o Rio. O Brasil nunca teve um time nacional masculino qualificado para os Jogos Olímpicos. Da provável seleção, somente Sergio Sasaki -lesionado- não se apresentará nesta Copa do Mundo paulistana, que servirá como uma espécie de treino para a equipe. "Os treinos no Rio têm sido bem intensos, mas produtivos. A prioridade é a equipe. O fato de todos [da seleção] treinarem juntos é uma vantagem, porque um puxa o outro e o nível aumenta. Além disso, ficamos familiarizados com o que podemos ver em 2016." Seu técnico, Marcos Goto, também passou a adotar a ponte aérea Rio-São Paulo. Segundo Zanetti, a expectativa é de que a seleção use as instalações da Arena da Barra até o final deste ano, quando o espaço será entregue ao comitê organizador dos Jogos. INGRESSOS É possível comprar entradas para assistir à etapa de São Paulo da Copa do Mundo no site www.livepass.com.br. Para esta sexta, os valores variam de R$ 20 a R$ 100, e para sábado e domingo vão de R$ 40 a R$ 200. Há três categorias de compras (cadeiras superiores, gold e premium) e meia-entrada disponível para estudantes, professores e maiores de 60 anos.
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Cantora americana Taylor Swift patenteia frases de seu álbum '1989'
A cantora americana Taylor Swift patenteou frases das músicas de seu álbum "1989", lançado em 2014, segundo informa a revista "Vox". Frases como "this sick beat", "party like it's 1989) ou a nunca antes dita "nice to meet you. where you been?" (prazer em conhecê-lo, onde você esteve?) não poderão mais ser utilizadas em produtos como camisetas, adesivos —e até bengalas— sem a autorização de Swift. O pedido de patente foi feito pela cantora em outubro, antes do lançamento de "1989". O disco mais recente da cantora já vendeu mais de quatro milhões de cópias nos Estados Unidos.
ilustrada
Cantora americana Taylor Swift patenteia frases de seu álbum '1989'A cantora americana Taylor Swift patenteou frases das músicas de seu álbum "1989", lançado em 2014, segundo informa a revista "Vox". Frases como "this sick beat", "party like it's 1989) ou a nunca antes dita "nice to meet you. where you been?" (prazer em conhecê-lo, onde você esteve?) não poderão mais ser utilizadas em produtos como camisetas, adesivos —e até bengalas— sem a autorização de Swift. O pedido de patente foi feito pela cantora em outubro, antes do lançamento de "1989". O disco mais recente da cantora já vendeu mais de quatro milhões de cópias nos Estados Unidos.
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Romero Britto processa Apple por uso indevido de ilustrações
O artista Romero Britto está processando a Apple e uma empresa de design americana, a Craig & Karl, em um corte federal dos Estados Unidos por uso indevido de ilustrações em uma campanha de marketing da marca. A ação judicial, que tramita em um tribunal federal em Miami, exige o pagamento de uma indenização ao artista por violação de direitos autorais e concorrência desleal. Além disso, Britto também pede que o uso de suas imagens pela empresa de tecnologia seja proibido. A campanha da Apple, com título "Start Something New" ("comece algo novo", em inglês), foi citada no processo como um exemplo recente do mau uso de ilustrações. Uma imagem de uma mão esticada com cores vibrantes e desenhos diversos saindo da ponta de um dedo foi licenciada pela Craig & Karl para a Apple. Os advogados de Britto disseram que, apesar de a imagem veiculada pela Apple não ser uma cópia idêntica, o uso de cores vibrantes e padrões são semelhantes ao trabalho do artista.
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Romero Britto processa Apple por uso indevido de ilustraçõesO artista Romero Britto está processando a Apple e uma empresa de design americana, a Craig & Karl, em um corte federal dos Estados Unidos por uso indevido de ilustrações em uma campanha de marketing da marca. A ação judicial, que tramita em um tribunal federal em Miami, exige o pagamento de uma indenização ao artista por violação de direitos autorais e concorrência desleal. Além disso, Britto também pede que o uso de suas imagens pela empresa de tecnologia seja proibido. A campanha da Apple, com título "Start Something New" ("comece algo novo", em inglês), foi citada no processo como um exemplo recente do mau uso de ilustrações. Uma imagem de uma mão esticada com cores vibrantes e desenhos diversos saindo da ponta de um dedo foi licenciada pela Craig & Karl para a Apple. Os advogados de Britto disseram que, apesar de a imagem veiculada pela Apple não ser uma cópia idêntica, o uso de cores vibrantes e padrões são semelhantes ao trabalho do artista.
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Governo descolado da realidade
A cada quatro anos e meio, todo Estado-membro da ONU deve prestar contas aos seus pares sobre o que tem feito para melhorar a situação dos direitos humanos e receber sugestões de melhorias. Criada em 2008, a RPU (Revisão Periódica Universal), pela qual o Brasil passou, no último dia 5, pela terceira vez, é um compromisso político mas também um dos principais instrumentos de avaliação dos esforços de cada país no âmbito dos direitos humanos. Esse mecanismo abre uma janela de oportunidade para a sociedade civil contrapor a narrativa oficial. Neste último ciclo da RPU, vimos como o governo está descolado da realidade. Um bom exemplo é a questão indígena. Quem escutou a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, dizer que "o governo brasileiro concorda plenamente com a necessidade se cumprir o que preconiza a Constituição Federal em relação ao regime de demarcação de terras indígenas", ficaria na dúvida sobre qual país ela representava. Seu discurso contrastou com a coletiva de imprensa convocada no mesmo dia pelo presidente exonerado da Funai (Fundação Nacional do Índio), Antonio Fernandes Costa, que denunciou a ingerência política no órgão por parte de líderes ruralistas, declaradamente inimigos da causa indígena. Foi graças à mobilização da sociedade civil que 9 dos 53 relatórios enviados à ONU para a RPU do Brasil trataram da situação dos povos indígenas, do meio ambiente e da violência no campo. O resultado foi uma forte sensibilização internacional aos temas, com pelo menos 34 recomendações vindas dos Estados acerca da questão dos índios. Como já esperado, a segurança pública foi alvo de fortes críticas. A Alemanha ressaltou a necessidade de aprovar o projeto de lei 554/2011, que trata da implementação das audiências de custódia, pela qual qualquer pessoa presa em flagrante deve ser apresentada a um juiz em um prazo de 24 horas. Também pediu o fim das execuções extrajudiciais, abolindo os chamados "autos de resistência" e garantindo a investigação imparcial de todas as mortes causadas por policiais. Após a onda de violência em presídios, no início do ano, as violações sistemáticas do sistema carcerário brasileiro ficaram ainda mais evidenciadas. Diante da comunidade internacional, a delegação brasileira acenou com promessas demagógicas que pouco servirão para corrigir o colapsado prisional. Esse debate precisa começar pela revisão da atual Lei de Drogas, um dos motores do encarceramento. Em setembro, na sessão do Conselho de Direitos Humanos, o Brasil deverá responder quais das mais de 200 recomendações se comprometerá a cumprir. Espera-se a rejeição de propostas regressivas, como a visão de família do Vaticano, e a aceitação integral das questões que apontam para avanços impostergáveis. Admitir publicamente a aversão a pontos sensíveis de direitos humanos seria um ônus político indesejável a qualquer país que deseja se inserido nos debates internacionais de alto nível. JUANA KWEITEL, mestre em direito internacional dos direitos humanos pela Essex University (Reino Unido), é diretora-executiva da ONG Conectas Direitos Humanos PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
opiniao
Governo descolado da realidadeA cada quatro anos e meio, todo Estado-membro da ONU deve prestar contas aos seus pares sobre o que tem feito para melhorar a situação dos direitos humanos e receber sugestões de melhorias. Criada em 2008, a RPU (Revisão Periódica Universal), pela qual o Brasil passou, no último dia 5, pela terceira vez, é um compromisso político mas também um dos principais instrumentos de avaliação dos esforços de cada país no âmbito dos direitos humanos. Esse mecanismo abre uma janela de oportunidade para a sociedade civil contrapor a narrativa oficial. Neste último ciclo da RPU, vimos como o governo está descolado da realidade. Um bom exemplo é a questão indígena. Quem escutou a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, dizer que "o governo brasileiro concorda plenamente com a necessidade se cumprir o que preconiza a Constituição Federal em relação ao regime de demarcação de terras indígenas", ficaria na dúvida sobre qual país ela representava. Seu discurso contrastou com a coletiva de imprensa convocada no mesmo dia pelo presidente exonerado da Funai (Fundação Nacional do Índio), Antonio Fernandes Costa, que denunciou a ingerência política no órgão por parte de líderes ruralistas, declaradamente inimigos da causa indígena. Foi graças à mobilização da sociedade civil que 9 dos 53 relatórios enviados à ONU para a RPU do Brasil trataram da situação dos povos indígenas, do meio ambiente e da violência no campo. O resultado foi uma forte sensibilização internacional aos temas, com pelo menos 34 recomendações vindas dos Estados acerca da questão dos índios. Como já esperado, a segurança pública foi alvo de fortes críticas. A Alemanha ressaltou a necessidade de aprovar o projeto de lei 554/2011, que trata da implementação das audiências de custódia, pela qual qualquer pessoa presa em flagrante deve ser apresentada a um juiz em um prazo de 24 horas. Também pediu o fim das execuções extrajudiciais, abolindo os chamados "autos de resistência" e garantindo a investigação imparcial de todas as mortes causadas por policiais. Após a onda de violência em presídios, no início do ano, as violações sistemáticas do sistema carcerário brasileiro ficaram ainda mais evidenciadas. Diante da comunidade internacional, a delegação brasileira acenou com promessas demagógicas que pouco servirão para corrigir o colapsado prisional. Esse debate precisa começar pela revisão da atual Lei de Drogas, um dos motores do encarceramento. Em setembro, na sessão do Conselho de Direitos Humanos, o Brasil deverá responder quais das mais de 200 recomendações se comprometerá a cumprir. Espera-se a rejeição de propostas regressivas, como a visão de família do Vaticano, e a aceitação integral das questões que apontam para avanços impostergáveis. Admitir publicamente a aversão a pontos sensíveis de direitos humanos seria um ônus político indesejável a qualquer país que deseja se inserido nos debates internacionais de alto nível. JUANA KWEITEL, mestre em direito internacional dos direitos humanos pela Essex University (Reino Unido), é diretora-executiva da ONG Conectas Direitos Humanos PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Produção de veículos cai em setembro mas acumula alta de 27% no ano
A produção de veículos no Brasil cresceu 27% entre janeiro e setembro de 2017 em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram produzidas 1,98 milhão de unidades no período, entre carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. Os dados foram divulgados pela Anfavea, associação que representa as montadoras instaladas no Brasil, nesta quinta-feira (5). Na comparação com agosto, houve queda de 9,2% na fabricação de autos. A oscilação é considerada normal pela Anfavea. As vendas internas chegaram a 199 mil unidades em setembro. Houve queda de 8% na comparação com agosto, mas crescimento de 24,5% sobre setembro de 2016 —que foi o pior mês de vendas no ano passado. Os dados incluem carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. O estoque é suficiente para atender a 33 dias de vendas, número considerado adequado pela Anfavea. O número de trabalhadores cresceu 1,3% no acumulado do ano. EXPORTAÇÕES As exportações, que cresceram 55,7% entre janeiro e setembro, ajudam a explicar a alta da produção. A Volkswagen está na frente nesse segmento, com crescimento de 76% no acumulado de 2017. A montadora já enviou 125 mil carros ao exterior neste ano. Os principais mercados para os carros brasileiros da marca são Argentina, México, Colômbia, Chile, Uruguai e Peru. ROTA 2030 O atraso nas definições do Rota 2030, política industrial que vai substituir o Inovar-Auto, já era aguardado pela entidade. A divulgação das metas do regime, previstas para agosto e postergadas para outubro, ainda não ocorreu. "Trabalhamos com a perspectiva de ter uma definição até o fim do ano. É um plano complexo, há muitas negociações ocorrendo. Primeiro se discutem conceitos, avançamos muito nesse ponto. Agora são discutidas as métricas, os detalhes", disse Rogelio Golfarb, vice-presidente da Anfavea. De acordo com o executivo, os departamentos jurídicos das montadoras e o governo avaliam se será necessário estabelecer a noventena entre o anúncio das metas e a implementação do Rota 2030. É provável que o período não seja obrigatório. A expectativa é de que o novo regime entre em vigor até abril de 2018.
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Produção de veículos cai em setembro mas acumula alta de 27% no anoA produção de veículos no Brasil cresceu 27% entre janeiro e setembro de 2017 em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram produzidas 1,98 milhão de unidades no período, entre carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. Os dados foram divulgados pela Anfavea, associação que representa as montadoras instaladas no Brasil, nesta quinta-feira (5). Na comparação com agosto, houve queda de 9,2% na fabricação de autos. A oscilação é considerada normal pela Anfavea. As vendas internas chegaram a 199 mil unidades em setembro. Houve queda de 8% na comparação com agosto, mas crescimento de 24,5% sobre setembro de 2016 —que foi o pior mês de vendas no ano passado. Os dados incluem carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. O estoque é suficiente para atender a 33 dias de vendas, número considerado adequado pela Anfavea. O número de trabalhadores cresceu 1,3% no acumulado do ano. EXPORTAÇÕES As exportações, que cresceram 55,7% entre janeiro e setembro, ajudam a explicar a alta da produção. A Volkswagen está na frente nesse segmento, com crescimento de 76% no acumulado de 2017. A montadora já enviou 125 mil carros ao exterior neste ano. Os principais mercados para os carros brasileiros da marca são Argentina, México, Colômbia, Chile, Uruguai e Peru. ROTA 2030 O atraso nas definições do Rota 2030, política industrial que vai substituir o Inovar-Auto, já era aguardado pela entidade. A divulgação das metas do regime, previstas para agosto e postergadas para outubro, ainda não ocorreu. "Trabalhamos com a perspectiva de ter uma definição até o fim do ano. É um plano complexo, há muitas negociações ocorrendo. Primeiro se discutem conceitos, avançamos muito nesse ponto. Agora são discutidas as métricas, os detalhes", disse Rogelio Golfarb, vice-presidente da Anfavea. De acordo com o executivo, os departamentos jurídicos das montadoras e o governo avaliam se será necessário estabelecer a noventena entre o anúncio das metas e a implementação do Rota 2030. É provável que o período não seja obrigatório. A expectativa é de que o novo regime entre em vigor até abril de 2018.
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Teatros recebem grandes espetáculos e peças independentes; veja lista de espaços
DE SÃO PAULO Para assistir a grandes espetáculos ou a peças independentes, veja quais espaços se encaixam no seu perfil. - Teatro Alfa Lugares: 1.110. Cortinas abertas para: danças, óperas, orquestras e grandes espetáculos. Em cartaz: "O Homem de La Mancha", musical dirigido por Miguel Falabella. Até 28/5. Vale saber: suntuoso, o teatro na região de Santo Amaro chama a atenção pelo tamanho. Tem também uma sala menor, com 199 lugares, que costuma receber espetáculos infantis. R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, região sul, tel.: 5693-4000. * Teatro Bradesco Lugares: 1.439. Cortinas abertas para: grandes produções, shows e espetáculos de dança. Em cartaz: "Peter Pan", musical baseado no clássico infantil e dirigido pelo italiano Billy Bond. Até 23/4. Vale saber: ao escolher um lugar, cuidado com as frisas do terceiro andar, que podem ter a visão prejudicada pela barra de segurança. Bourbon Shopping - R. Palestra Itália, 500, 3º piso, Perdizes, região oeste, tel. 3670-4100. * Teatro Cetip Lugares: 627. Cortinas abertas para: peças adultas e infantis, shows e espetáculos musicais. Em cartaz: "Tô Grávida", comédia romântica com atuação de Paulo Vilhena e Fernanda Rodrigues. Até 30/4. Vale saber: as poltronas, macias, têm bom espaçamento e não apertam as pernas. R. Coropés, 88, Pinheiros, região oeste, tel. 4003-5588. * Teatro J. Safra Lugares: 627. Cortinas abertas para: espetáculos adultos, infantis e shows. Em cartaz: "O Leão e a Bailarina", que narra a história do felino que se apaixona pela dançarina. Até 14/5. Vale saber: as barras do mezanino podem atrapalhar a visão do palco. R. Josef Kryss, 318, Barra Funda, região oeste, tel. 2626-0243. * Teatro Porto Seguro Lugares: 496. Cortinas abertas para: shows –que são boa parte da programação–, peças adultas e também infantis. Em cartaz: "Gota D'Água [A Seco]", adaptação musical do clássico escrito por Chico Buarque e Paulo Pontes. Até 7/5. Vale saber: inaugurado em 2015 no centro da cidade, tem ampla sala de espera e plateia com boa visão do palco. Al. Br. de Piracicaba, 740, Campos Elíseos, região central, tel. 3226-7300. * Teatro Renault Lugares: 1.530. Cortinas abertas para: Musicais e megaproduções da Broadway. Em cartaz: "Les Misérables", baseado na obra homônima de Victor Hugo (leia mais na pág. 94). Até 30/7. Vale saber: É o teatro com maior capacidade de espectadores da cidade. Seu imóvel de arquitetura "art nouveau" data de 1929. Av. Brig. Luís Antônio, 411, Bela Vista, região central, tel. 4003-5588. - Independentes São Paulo abre suas portas (e palcos) para grandes espetáculos e também para a vasta cena experimental, cujas montagens são criadas pelas próprias companhias. Quem quiser acompanhá-las pode procurar os espaços dos grupos, como o Teatro Oficina, no Bexiga, o Espaço dos Satyros, na praça Roosevelt, e o Viga Espaço Cênico, em Pinheiros. Teatro Oficina - R. Jaceguai, 520, Bela Vista, tel. 3104-0678. Espaço dos Satyros - Pça. Franklin Roosevelt, 134, tel. 3258-6345. Viga Espaço Cênico - R. Capote Valente, 1.323, Pinheiros, tel. 3801-1843. - Vem por aí... Teatro Opus O shopping Villa-Lobos ganha, na quinta (13), um novo espaço cultural: o Teatro Opus. A inauguração da casa será com show dos Titãs. Depois, engata curta temporada de "A Bela Adormecida" (28/4 a 6/5), produção musical que revisita o conto clássico. Em tempo: Adriane Galisteu dará vida a Malévola no espetáculo. Shopping Villa-Lobos - 4º andar - Av, das Nações Unidas, 4.777, Alto de Pinheiros, região oeste.
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Teatros recebem grandes espetáculos e peças independentes; veja lista de espaçosDE SÃO PAULO Para assistir a grandes espetáculos ou a peças independentes, veja quais espaços se encaixam no seu perfil. - Teatro Alfa Lugares: 1.110. Cortinas abertas para: danças, óperas, orquestras e grandes espetáculos. Em cartaz: "O Homem de La Mancha", musical dirigido por Miguel Falabella. Até 28/5. Vale saber: suntuoso, o teatro na região de Santo Amaro chama a atenção pelo tamanho. Tem também uma sala menor, com 199 lugares, que costuma receber espetáculos infantis. R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, região sul, tel.: 5693-4000. * Teatro Bradesco Lugares: 1.439. Cortinas abertas para: grandes produções, shows e espetáculos de dança. Em cartaz: "Peter Pan", musical baseado no clássico infantil e dirigido pelo italiano Billy Bond. Até 23/4. Vale saber: ao escolher um lugar, cuidado com as frisas do terceiro andar, que podem ter a visão prejudicada pela barra de segurança. Bourbon Shopping - R. Palestra Itália, 500, 3º piso, Perdizes, região oeste, tel. 3670-4100. * Teatro Cetip Lugares: 627. Cortinas abertas para: peças adultas e infantis, shows e espetáculos musicais. Em cartaz: "Tô Grávida", comédia romântica com atuação de Paulo Vilhena e Fernanda Rodrigues. Até 30/4. Vale saber: as poltronas, macias, têm bom espaçamento e não apertam as pernas. R. Coropés, 88, Pinheiros, região oeste, tel. 4003-5588. * Teatro J. Safra Lugares: 627. Cortinas abertas para: espetáculos adultos, infantis e shows. Em cartaz: "O Leão e a Bailarina", que narra a história do felino que se apaixona pela dançarina. Até 14/5. Vale saber: as barras do mezanino podem atrapalhar a visão do palco. R. Josef Kryss, 318, Barra Funda, região oeste, tel. 2626-0243. * Teatro Porto Seguro Lugares: 496. Cortinas abertas para: shows –que são boa parte da programação–, peças adultas e também infantis. Em cartaz: "Gota D'Água [A Seco]", adaptação musical do clássico escrito por Chico Buarque e Paulo Pontes. Até 7/5. Vale saber: inaugurado em 2015 no centro da cidade, tem ampla sala de espera e plateia com boa visão do palco. Al. Br. de Piracicaba, 740, Campos Elíseos, região central, tel. 3226-7300. * Teatro Renault Lugares: 1.530. Cortinas abertas para: Musicais e megaproduções da Broadway. Em cartaz: "Les Misérables", baseado na obra homônima de Victor Hugo (leia mais na pág. 94). Até 30/7. Vale saber: É o teatro com maior capacidade de espectadores da cidade. Seu imóvel de arquitetura "art nouveau" data de 1929. Av. Brig. Luís Antônio, 411, Bela Vista, região central, tel. 4003-5588. - Independentes São Paulo abre suas portas (e palcos) para grandes espetáculos e também para a vasta cena experimental, cujas montagens são criadas pelas próprias companhias. Quem quiser acompanhá-las pode procurar os espaços dos grupos, como o Teatro Oficina, no Bexiga, o Espaço dos Satyros, na praça Roosevelt, e o Viga Espaço Cênico, em Pinheiros. Teatro Oficina - R. Jaceguai, 520, Bela Vista, tel. 3104-0678. Espaço dos Satyros - Pça. Franklin Roosevelt, 134, tel. 3258-6345. Viga Espaço Cênico - R. Capote Valente, 1.323, Pinheiros, tel. 3801-1843. - Vem por aí... Teatro Opus O shopping Villa-Lobos ganha, na quinta (13), um novo espaço cultural: o Teatro Opus. A inauguração da casa será com show dos Titãs. Depois, engata curta temporada de "A Bela Adormecida" (28/4 a 6/5), produção musical que revisita o conto clássico. Em tempo: Adriane Galisteu dará vida a Malévola no espetáculo. Shopping Villa-Lobos - 4º andar - Av, das Nações Unidas, 4.777, Alto de Pinheiros, região oeste.
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Peças da mostra do 'Castelo' serão leiloadas
Neste domingo (1º), o MIS-SP (Museu da Imagem e do Som de São Paulo) promove um leilão com objetos recriados para a mostra sobre o programa infantil "Castelo Rá-Tim-Bum". O evento acontece às 16h no Auditório MIS (Avenida Europa, 158, tel. 11-2117-4777). As senhas, grátis, serão distribuídas às 15h.
ilustrada
Peças da mostra do 'Castelo' serão leiloadasNeste domingo (1º), o MIS-SP (Museu da Imagem e do Som de São Paulo) promove um leilão com objetos recriados para a mostra sobre o programa infantil "Castelo Rá-Tim-Bum". O evento acontece às 16h no Auditório MIS (Avenida Europa, 158, tel. 11-2117-4777). As senhas, grátis, serão distribuídas às 15h.
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Casemiro vai de motivo de chacota a peça importante do Real Madrid
Quando jogava no São Paulo, Casemiro, 25, era galáctico apenas no apelido. A alcunha de "Kaisermiro" era dita algumas vezes em tom de chacota. "Kaiser" é imperador em alemão. Apelido dado a Franz Beckenbauer, capitão da Alemanha Ocidental campeã da Copa do Mundo de 1974, e um dos maiores nomes da história do futebol. Quando Casemiro jogava no Brasil, era considerado um volante promissor, mas que não conseguia realizar o potencial visto nas categorias de base como profissional. Alguém que parecia lento e desinteressado em campo. Jogando como segundo volante e, às vezes, como meia, não conseguia chegar ao ataque e voltar para marcar. As críticas cresciam nas fases ruins no Morumbi e ser flagrado em boates não ajudou sua reputação. Até ser questionado por um de seus assessores: "Por que você não joga como primeiro volante?" Ele já havia pensado no assunto, e foi aí que sua carreira mudou. Nesta terça-feira (7), ele entra em campo como titular do Real Madrid para enfrentar o Napoli pela partida de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa. No primeiro jogo, na Espanha, o Real venceu por 3 a 1. Longe das críticas da época de São Paulo e fixado na posição de primeiro volante, mudou a percepção que o público tinha de seu futebol. "Casemiro sempre jogou muito. Mas nem todos perceberam isso. É ambidestro e tem muita visão de jogo para o passe vertical. Joga de cabeça erguida. Ele é perfeito para a filosofia do Real Madrid", afirma o técnico Sergio Baresi, que dirigiu o volante nas categorias de base. Ele chegou ao time principal do São Paulo em 2010 e três anos depois foi emprestado para o Real Madrid B, após 111 jogos pelo clube. Na Europa, foi José Mourinho quem primeiro percebeu que as constatações de Baresi faziam sentido. O português viu que o senso de posicionamento de Casemiro e sua visão de jogo serviam para a saída de bola da defesa. E foi assim que ele foi escalado tanto no Real Madrid quanto no Porto, clube para o qual foi emprestado por uma temporada em 2014. Lá, acostumou-se a discutir táticas e posicionamento com o técnico espanhol Julen Lopetegui, e se firmou, já que em Madri havia concorrência de Xabi Alonso, o dono da posição que Casemiro almejava. "O Real Madrid ganhou a Liga dos Campeões [de 2016] por causa de Casemiro. Ele foi a solução para os problemas da equipe", elogiou o uruguaio Gus Poyet, ex-técnico do Betis, da Espanha. Casemiro, que desde os 14 anos é responsável por cuidar da família e é visto como um pai pelos irmãos que desde cedo dependiam dele, montou uma estrutura particular para acompanhá-lo na capital espanhola, com preparador físico e fisioterapeuta. Montou uma academia em casa para usar nas folgas. Se em 2013 a notícia de sua contratação pelo Real Madrid surpreendeu, ouvir o nome do volante nas convocações de Tite virou algo comum. Agora, ser campeão da Liga dos Campeões pode também virar rotina. Ele busca seu terceiro título. Se conseguir, estará ao lado de Roberto Carlos, Daniel Alves e Sávio como brasileiro com mais troféus na competição. NA TV Napoli x Real Madrid 16h EI Maxx
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Casemiro vai de motivo de chacota a peça importante do Real MadridQuando jogava no São Paulo, Casemiro, 25, era galáctico apenas no apelido. A alcunha de "Kaisermiro" era dita algumas vezes em tom de chacota. "Kaiser" é imperador em alemão. Apelido dado a Franz Beckenbauer, capitão da Alemanha Ocidental campeã da Copa do Mundo de 1974, e um dos maiores nomes da história do futebol. Quando Casemiro jogava no Brasil, era considerado um volante promissor, mas que não conseguia realizar o potencial visto nas categorias de base como profissional. Alguém que parecia lento e desinteressado em campo. Jogando como segundo volante e, às vezes, como meia, não conseguia chegar ao ataque e voltar para marcar. As críticas cresciam nas fases ruins no Morumbi e ser flagrado em boates não ajudou sua reputação. Até ser questionado por um de seus assessores: "Por que você não joga como primeiro volante?" Ele já havia pensado no assunto, e foi aí que sua carreira mudou. Nesta terça-feira (7), ele entra em campo como titular do Real Madrid para enfrentar o Napoli pela partida de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa. No primeiro jogo, na Espanha, o Real venceu por 3 a 1. Longe das críticas da época de São Paulo e fixado na posição de primeiro volante, mudou a percepção que o público tinha de seu futebol. "Casemiro sempre jogou muito. Mas nem todos perceberam isso. É ambidestro e tem muita visão de jogo para o passe vertical. Joga de cabeça erguida. Ele é perfeito para a filosofia do Real Madrid", afirma o técnico Sergio Baresi, que dirigiu o volante nas categorias de base. Ele chegou ao time principal do São Paulo em 2010 e três anos depois foi emprestado para o Real Madrid B, após 111 jogos pelo clube. Na Europa, foi José Mourinho quem primeiro percebeu que as constatações de Baresi faziam sentido. O português viu que o senso de posicionamento de Casemiro e sua visão de jogo serviam para a saída de bola da defesa. E foi assim que ele foi escalado tanto no Real Madrid quanto no Porto, clube para o qual foi emprestado por uma temporada em 2014. Lá, acostumou-se a discutir táticas e posicionamento com o técnico espanhol Julen Lopetegui, e se firmou, já que em Madri havia concorrência de Xabi Alonso, o dono da posição que Casemiro almejava. "O Real Madrid ganhou a Liga dos Campeões [de 2016] por causa de Casemiro. Ele foi a solução para os problemas da equipe", elogiou o uruguaio Gus Poyet, ex-técnico do Betis, da Espanha. Casemiro, que desde os 14 anos é responsável por cuidar da família e é visto como um pai pelos irmãos que desde cedo dependiam dele, montou uma estrutura particular para acompanhá-lo na capital espanhola, com preparador físico e fisioterapeuta. Montou uma academia em casa para usar nas folgas. Se em 2013 a notícia de sua contratação pelo Real Madrid surpreendeu, ouvir o nome do volante nas convocações de Tite virou algo comum. Agora, ser campeão da Liga dos Campeões pode também virar rotina. Ele busca seu terceiro título. Se conseguir, estará ao lado de Roberto Carlos, Daniel Alves e Sávio como brasileiro com mais troféus na competição. NA TV Napoli x Real Madrid 16h EI Maxx
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'Ex-gay' e 'ex-ex-gay' divergem sobre 'cura' para homossexualidade
Claudemiro Soares, 43, se diz "ex-gay". Sergio Viula, 48, "ex-ex-gay". O primeiro é evangélico. O segundo, "ex-crente". Em algum ponto da vida, os dois buscaram a "cura gay", na igreja e no divã. Ambos se consideram um "case" de sucesso. Claudemiro, por ter se livrado do "demônio" do "homossexualismo". Sergio, por concluir que renegar sua natureza era uma baboseira que nada tinha a ver com Deus. Se o desfecho diverge, o ponto de partida é o mesmo: uma infância atormentada pelo bullying –em casa, na escola, nas ruas. Eram, na palavra dos próprios, crianças "afeminadas". Autor de "Homossexualidade Masculina: Escolha ou Destino?" (2008), Claudemiro se diz "infernizado pela militância LGBT". Mestre em saúde pela Fiocruz, ele discursou como especialista numa audiência judicial que terminou com vitória para psicólogos cristãos favoráveis ao atendimento de pacientes que desejem "reorientação sexual". Há nove dias, uma decisão do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal do Distrito Federal, reacendeu a polêmica. Ele concedeu uma liminar que suspende parte de uma resolução do CFP (Conselho Federal de Psicologia) contrária à prática –a autarquia recorreu. Por trás da causa estão psicólogos como Marisa Lobo, que já se definiu como "coach" do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), e Rozângela Justino, punida pelo conselho em 2009 por tratar homossexualidade como distúrbio. Também assessora do deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), ligado ao pastor Silas Malafaia, Rozângela evoca sua fé nas redes sociais ao reagir a notícias como "sexo oral ajuda a espalhar a superbactéria da gonorreia" ("Deus fez tudo perfeito, toda vez que o homem perverte se dá mal!"). A ação acusa o órgão de praticar "ato de censura" ao impedir "psicólogos de desenvolver estudos, atendimentos e pesquisas científicas". O juiz frisou que ser gay é "uma variação natural da sexualidade humana", e não "condição patológica", rótulo descartado em 1990 pela Organização Mundial da Saúde. Dito isso, determinou que o CFP não vete estudos ou atendimentos, "de forma reservada, pertinentes à (re)orientação sexual, garantindo a plena liberdade científica". 'JEITO AFEMINADO' Para Claudemiro, uma vitória. Em 2015, no púlpito de uma igreja, ele disse que orou para que Deus "mudasse" seu "jeito afeminado". "Como vocês podem ver, Ele fez um bom trabalho. Aleluia!", brada no vídeo do testemunho, que sobrepõe à imagem do orador o link www.oexgay.com. À Folha ele conta que, após se converter evangélico, buscou auxílio de um psicólogo que lhe aplicou a EMDR (sigla em inglês para "reprocessamento e dessensibilização pelo movimento ocular"). Usada contra estresses pós-traumáticos, a terapia promete reeducar o cérebro a "digerir" perturbações passadas. Claudemiro afirma que também praticou a "auto-hipnose". Nela, repete para si: "Sou homem, sou satisfeito com minha masculinidade". Ele atribui seu "superado" interesse por homens a vários motivos. Sofreu "abuso homossexual" aos 8 anos, alvo de um jovem de "uns 19". Também sofria com a rejeição paterna, por ser o único "branquinho" dos 12 filhos. Diz que, sem referência masculina, começou a adquirir "trejeitos". Os irmãos insinuavam que ele era filho bastardo e o chamavam de "mariquinha" por não dar bola para futebol. Acabou virando mesmo, diz. "É uma profecia que se autorrealiza." Um trauma infantil: o pintor que retratou a família como pai, mãe, sete filhos e cinco filhas. Eram, na verdade, oito meninos –só que ele foi computado na ala feminina. O pai riu. Ah, se fosse com um filho de Claudemiro. Ele breca o discurso. "Não convém a um crente fazer o que eu gostaria com aquele pintor." Outro: a irmã que lhe perguntou quem era o mais bonito dos Menudos. "Eu já sabia que homem não pode achar homem bonito." Ele era bombeiro quando engatou relações "com um sargento da PM, um médico, um professor, um assessor de ministro de tribunal...". Aderiu a drogas e baladas. Já acordou empapado de sangue sem saber por quê. Um amigo esclareceu: Claudemiro "levou um murro" após passar a mão "nas nádegas de um rapaz". Certa vez, fez limpeza de pele e estranhou a esteticista, que "marchava". Ela, evangélica ex-mãe de santo, justificou: estava a "repreender o maligno". Ele, que tomava o meio "crente" por "pequenas igrejas, grandes negócios", deu chance à religião e diz ter encontrado paz de espírito. Hoje pastor e pai de dois filhos, usa uma passagem bíblica (1 Coríntios 6:10) para aliar homossexualidade a pecado: "Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus". BIRRA DE DEUS Sergio pegou birra de Deus. Seria Ele "sádico", por ser o todo-poderoso e não lhe dar o dom de parar de gostar de homens? "Também podia ser que Ele nem estivesse lá." A dúvida surgiu nos anos em que tentou deixar de ser gay. Antes de sair do armário, ele foi casado por 14 anos com uma mulher que lhe deu dois filhos. Quando menino, era atormentado na escola, onde lhe apelidaram de Capitão Gay, Ney Matogrosso e boiola. "Nessa fase os garotos são muito machistas. Não sabem nem o que fazer com pinto direito, mas já falam como se fossem grandes homens." E ele era "diferente". "As meninas eram ótimas amigas para mim, mas eram os meninos que me interessavam." Aos 12, teve o primeiro namoradinho. Encerrou a relação quando o parceiro contou sobre eles para um amigo em comum. Sergio temia que a mãe descobrisse. "O fantasma da homofobia doméstica estava sempre atrás de mim." Cresceu, virou evangélico e, feito pastor, liderou o Movimento pela Sexualidade Sadia. Depois, já desiludido com a igreja, constatou que só conheceu um homossexual "curado", e ele tinha uma gaveta "cheia de antidepressivos." Sergio recorreu a mais de um "psicólogo cristão" para deixar de gostar de homens. Um "fez um trabalho meio hipnótico", induzindo-o a rememorar o namoro da juventude."Ele tentou fazer uma desconstrução para que, mesmo que eu lembrasse [do ex], não fosse gatilho para desejo. Besteira. Não foi [uma relação] violenta, imposta. Não inventamos, o desejo estava lá." E não foi embora. "Na hipnose, me entreguei àquela coisa de ficar deitado, olho fechado. Quando acabou, pensei: tomara que funcione. Mas estimulou. Lembrei de uma série de detalhes que talvez nem tivesse pensado sozinho." LARANJA MECÂNICA Nos EUA dos anos 60, uma terapia "pró-heterossexualidade" remetia à cena de "Laranja Mecânica" em que o protagonista leva choques e toma drogas que o fazem vomitar enquanto assiste a imagens agressivas. Meta: associar violência (que o seduzia) a uma sensação ruim. Fora da ficção, os gays viam nus masculinos. Homo e evangélico, Artur Vieira, 33, teve sorte no divã. "Lembro de o psicólogo falar: vá ser feliz", diz o apresentador de "De Volta ao Reino" (Rede Brasil). Ele rejeita a ideia de que abusos na infância estimulam a homossexualidade. "Nunca vivi um." Arrepia-se ao lembrar do drama de um jovem nordestino que o procurou: desgostoso com a orientação sexual do rapaz, o pai diz à esposa que o leva para jogar bola, "mas o obriga a transar com uma moça". Se a ereção não vem, é forçado a tomar Viagra. O pai também aplica hormônios masculinos nele. "A gente precisa é de uma capsulazinha contra o preconceito", afirma Artur.
cotidiano
'Ex-gay' e 'ex-ex-gay' divergem sobre 'cura' para homossexualidadeClaudemiro Soares, 43, se diz "ex-gay". Sergio Viula, 48, "ex-ex-gay". O primeiro é evangélico. O segundo, "ex-crente". Em algum ponto da vida, os dois buscaram a "cura gay", na igreja e no divã. Ambos se consideram um "case" de sucesso. Claudemiro, por ter se livrado do "demônio" do "homossexualismo". Sergio, por concluir que renegar sua natureza era uma baboseira que nada tinha a ver com Deus. Se o desfecho diverge, o ponto de partida é o mesmo: uma infância atormentada pelo bullying –em casa, na escola, nas ruas. Eram, na palavra dos próprios, crianças "afeminadas". Autor de "Homossexualidade Masculina: Escolha ou Destino?" (2008), Claudemiro se diz "infernizado pela militância LGBT". Mestre em saúde pela Fiocruz, ele discursou como especialista numa audiência judicial que terminou com vitória para psicólogos cristãos favoráveis ao atendimento de pacientes que desejem "reorientação sexual". Há nove dias, uma decisão do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal do Distrito Federal, reacendeu a polêmica. Ele concedeu uma liminar que suspende parte de uma resolução do CFP (Conselho Federal de Psicologia) contrária à prática –a autarquia recorreu. Por trás da causa estão psicólogos como Marisa Lobo, que já se definiu como "coach" do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), e Rozângela Justino, punida pelo conselho em 2009 por tratar homossexualidade como distúrbio. Também assessora do deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), ligado ao pastor Silas Malafaia, Rozângela evoca sua fé nas redes sociais ao reagir a notícias como "sexo oral ajuda a espalhar a superbactéria da gonorreia" ("Deus fez tudo perfeito, toda vez que o homem perverte se dá mal!"). A ação acusa o órgão de praticar "ato de censura" ao impedir "psicólogos de desenvolver estudos, atendimentos e pesquisas científicas". O juiz frisou que ser gay é "uma variação natural da sexualidade humana", e não "condição patológica", rótulo descartado em 1990 pela Organização Mundial da Saúde. Dito isso, determinou que o CFP não vete estudos ou atendimentos, "de forma reservada, pertinentes à (re)orientação sexual, garantindo a plena liberdade científica". 'JEITO AFEMINADO' Para Claudemiro, uma vitória. Em 2015, no púlpito de uma igreja, ele disse que orou para que Deus "mudasse" seu "jeito afeminado". "Como vocês podem ver, Ele fez um bom trabalho. Aleluia!", brada no vídeo do testemunho, que sobrepõe à imagem do orador o link www.oexgay.com. À Folha ele conta que, após se converter evangélico, buscou auxílio de um psicólogo que lhe aplicou a EMDR (sigla em inglês para "reprocessamento e dessensibilização pelo movimento ocular"). Usada contra estresses pós-traumáticos, a terapia promete reeducar o cérebro a "digerir" perturbações passadas. Claudemiro afirma que também praticou a "auto-hipnose". Nela, repete para si: "Sou homem, sou satisfeito com minha masculinidade". Ele atribui seu "superado" interesse por homens a vários motivos. Sofreu "abuso homossexual" aos 8 anos, alvo de um jovem de "uns 19". Também sofria com a rejeição paterna, por ser o único "branquinho" dos 12 filhos. Diz que, sem referência masculina, começou a adquirir "trejeitos". Os irmãos insinuavam que ele era filho bastardo e o chamavam de "mariquinha" por não dar bola para futebol. Acabou virando mesmo, diz. "É uma profecia que se autorrealiza." Um trauma infantil: o pintor que retratou a família como pai, mãe, sete filhos e cinco filhas. Eram, na verdade, oito meninos –só que ele foi computado na ala feminina. O pai riu. Ah, se fosse com um filho de Claudemiro. Ele breca o discurso. "Não convém a um crente fazer o que eu gostaria com aquele pintor." Outro: a irmã que lhe perguntou quem era o mais bonito dos Menudos. "Eu já sabia que homem não pode achar homem bonito." Ele era bombeiro quando engatou relações "com um sargento da PM, um médico, um professor, um assessor de ministro de tribunal...". Aderiu a drogas e baladas. Já acordou empapado de sangue sem saber por quê. Um amigo esclareceu: Claudemiro "levou um murro" após passar a mão "nas nádegas de um rapaz". Certa vez, fez limpeza de pele e estranhou a esteticista, que "marchava". Ela, evangélica ex-mãe de santo, justificou: estava a "repreender o maligno". Ele, que tomava o meio "crente" por "pequenas igrejas, grandes negócios", deu chance à religião e diz ter encontrado paz de espírito. Hoje pastor e pai de dois filhos, usa uma passagem bíblica (1 Coríntios 6:10) para aliar homossexualidade a pecado: "Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus". BIRRA DE DEUS Sergio pegou birra de Deus. Seria Ele "sádico", por ser o todo-poderoso e não lhe dar o dom de parar de gostar de homens? "Também podia ser que Ele nem estivesse lá." A dúvida surgiu nos anos em que tentou deixar de ser gay. Antes de sair do armário, ele foi casado por 14 anos com uma mulher que lhe deu dois filhos. Quando menino, era atormentado na escola, onde lhe apelidaram de Capitão Gay, Ney Matogrosso e boiola. "Nessa fase os garotos são muito machistas. Não sabem nem o que fazer com pinto direito, mas já falam como se fossem grandes homens." E ele era "diferente". "As meninas eram ótimas amigas para mim, mas eram os meninos que me interessavam." Aos 12, teve o primeiro namoradinho. Encerrou a relação quando o parceiro contou sobre eles para um amigo em comum. Sergio temia que a mãe descobrisse. "O fantasma da homofobia doméstica estava sempre atrás de mim." Cresceu, virou evangélico e, feito pastor, liderou o Movimento pela Sexualidade Sadia. Depois, já desiludido com a igreja, constatou que só conheceu um homossexual "curado", e ele tinha uma gaveta "cheia de antidepressivos." Sergio recorreu a mais de um "psicólogo cristão" para deixar de gostar de homens. Um "fez um trabalho meio hipnótico", induzindo-o a rememorar o namoro da juventude."Ele tentou fazer uma desconstrução para que, mesmo que eu lembrasse [do ex], não fosse gatilho para desejo. Besteira. Não foi [uma relação] violenta, imposta. Não inventamos, o desejo estava lá." E não foi embora. "Na hipnose, me entreguei àquela coisa de ficar deitado, olho fechado. Quando acabou, pensei: tomara que funcione. Mas estimulou. Lembrei de uma série de detalhes que talvez nem tivesse pensado sozinho." LARANJA MECÂNICA Nos EUA dos anos 60, uma terapia "pró-heterossexualidade" remetia à cena de "Laranja Mecânica" em que o protagonista leva choques e toma drogas que o fazem vomitar enquanto assiste a imagens agressivas. Meta: associar violência (que o seduzia) a uma sensação ruim. Fora da ficção, os gays viam nus masculinos. Homo e evangélico, Artur Vieira, 33, teve sorte no divã. "Lembro de o psicólogo falar: vá ser feliz", diz o apresentador de "De Volta ao Reino" (Rede Brasil). Ele rejeita a ideia de que abusos na infância estimulam a homossexualidade. "Nunca vivi um." Arrepia-se ao lembrar do drama de um jovem nordestino que o procurou: desgostoso com a orientação sexual do rapaz, o pai diz à esposa que o leva para jogar bola, "mas o obriga a transar com uma moça". Se a ereção não vem, é forçado a tomar Viagra. O pai também aplica hormônios masculinos nele. "A gente precisa é de uma capsulazinha contra o preconceito", afirma Artur.
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Cade aprova aquisição da Submarino Viagens pela CVC
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição da B2W Viagens, que opera a marca Submarino Viagens, pela empresa de turismo CVC. A operação de compra foi anunciada no fim de maio, pelo valor de R$ 80 milhões. A B2W Viagens é subsidiária da empresa de comércio eletrônico B2W. O Cade concluiu que a operação não levanta preocupações sob o enfoque concorrencial uma vez que a B2W Viagens é uma agência virtual, enquanto 95% das vendas da CVC ocorrem por meio físico, entre outros fatores. Em maio, a CVC afirmou que "a aquisição fortalece a presença no canal online da CVC, que se tornará um dos principais 'players' do mercado de viagens online brasileiro". O preço de aquisição está sujeito a eventuais ajustes relacionados às demonstrações financeiras da empresa, incluindo premissa de endividamento zero.
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Cade aprova aquisição da Submarino Viagens pela CVCO Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição da B2W Viagens, que opera a marca Submarino Viagens, pela empresa de turismo CVC. A operação de compra foi anunciada no fim de maio, pelo valor de R$ 80 milhões. A B2W Viagens é subsidiária da empresa de comércio eletrônico B2W. O Cade concluiu que a operação não levanta preocupações sob o enfoque concorrencial uma vez que a B2W Viagens é uma agência virtual, enquanto 95% das vendas da CVC ocorrem por meio físico, entre outros fatores. Em maio, a CVC afirmou que "a aquisição fortalece a presença no canal online da CVC, que se tornará um dos principais 'players' do mercado de viagens online brasileiro". O preço de aquisição está sujeito a eventuais ajustes relacionados às demonstrações financeiras da empresa, incluindo premissa de endividamento zero.
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Madame Satã
RIO DE JANEIRO - Animado com a exposição "O Rio de Mário, Rubem e João", em cartaz no Arte Sesc, peguei na estante um delicioso livro de Mário Lago, "Na Rolança do Tempo". A páginas tantas, encontrei uma cena de briga, a que o autor garante ter assistido "in loco", protagonizada por Madame Satã. "O arranca-rabo foi em frente à Leiteria Bol. Oito meganhas cercavam um mulato, na tentativa de arrastá-lo para o tintureiro ou abrir-lhe as costas a golpes de chanfalho. Mas o mulato lhes escapava das mãos como uma enguia (...). Num abrir e fechar de olhos suas mãos se transformavam em pés e os pés, em volteios alucinantes, agrediam com a violência de um bate-estaca." Fascinante personagem. Paulo Francis o comparou a Júlio César, Alexandre, o Grande, Heydrich e Goering. Depois de passar 27 anos no presídio da Ilha Grande, era exibido nos bares da zona sul carioca como encarnação viva da bandeira "Seja herói, seja marginal". Mas logo a "intelligentsia" festiva cansou-se dele. O único a lhe permanecer fiel, na camaradagem e nos copos, foi o cartunista Jaguar. Morto em 1976, o cidadão João Francisco dos Santos, maior malandro de todos os tempos, resiste a desmistificações e desconstruções. Era "analfabeto de pai e mãe", como fazia questão de dizer. Sua lenda sobrevive tendo como principal fonte um único livro, "Memórias de Madame Satã", ditado ao escritor Sylvan Paezzo, de fértil imaginação. Millôr Fernandes tentou uma rasteira no mito. Dizia ter inventado, para um musical, cena de balé em que um capoeirista enfrenta na Lapa uma patrulha inteira da Polícia Especial, mui temida durante o Estado Novo de Vargas. Madame, em entrevista ao "Pasquim", apressou-se a confirmar o fato. Na dúvida, fico com a sacada do Millôr. E com o testemunho do Mário Lago.
colunas
Madame SatãRIO DE JANEIRO - Animado com a exposição "O Rio de Mário, Rubem e João", em cartaz no Arte Sesc, peguei na estante um delicioso livro de Mário Lago, "Na Rolança do Tempo". A páginas tantas, encontrei uma cena de briga, a que o autor garante ter assistido "in loco", protagonizada por Madame Satã. "O arranca-rabo foi em frente à Leiteria Bol. Oito meganhas cercavam um mulato, na tentativa de arrastá-lo para o tintureiro ou abrir-lhe as costas a golpes de chanfalho. Mas o mulato lhes escapava das mãos como uma enguia (...). Num abrir e fechar de olhos suas mãos se transformavam em pés e os pés, em volteios alucinantes, agrediam com a violência de um bate-estaca." Fascinante personagem. Paulo Francis o comparou a Júlio César, Alexandre, o Grande, Heydrich e Goering. Depois de passar 27 anos no presídio da Ilha Grande, era exibido nos bares da zona sul carioca como encarnação viva da bandeira "Seja herói, seja marginal". Mas logo a "intelligentsia" festiva cansou-se dele. O único a lhe permanecer fiel, na camaradagem e nos copos, foi o cartunista Jaguar. Morto em 1976, o cidadão João Francisco dos Santos, maior malandro de todos os tempos, resiste a desmistificações e desconstruções. Era "analfabeto de pai e mãe", como fazia questão de dizer. Sua lenda sobrevive tendo como principal fonte um único livro, "Memórias de Madame Satã", ditado ao escritor Sylvan Paezzo, de fértil imaginação. Millôr Fernandes tentou uma rasteira no mito. Dizia ter inventado, para um musical, cena de balé em que um capoeirista enfrenta na Lapa uma patrulha inteira da Polícia Especial, mui temida durante o Estado Novo de Vargas. Madame, em entrevista ao "Pasquim", apressou-se a confirmar o fato. Na dúvida, fico com a sacada do Millôr. E com o testemunho do Mário Lago.
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Supremo adia para próxima semana discussão sobre porte de drogas
O STF (Supremo Tribunal Federal) adiou nesta quinta-feira (13) o julgamento que pode definir se é crime ou não portar drogas para consumo próprio. Durante toda a tarde de hoje, a Suprema Corte discutiu ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul que pediu ao Judiciário definição de prazo para reforma no Albergue Estadual de Uruguaiana. A expectativa agora é de que o caso sobre porte de entorpecentes seja analisado na próxima quarta-feira (19), segundo informou o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. O julgamento tem como base um recurso que chegou à Corte mais alta do país em 2011, em decorrência de um flagrante de maconha, dois anos antes, dentro do centro de detenção provisória de Diadema (SP). Clique na infografia: Entenda a descriminalização das drogas A partir desse episódio, o STF vai analisar se é ou não constitucional artigo da Lei Antidrogas que criminaliza o porte de entorpecentes. Três ministros ouvidos pela Folha avaliam que a tendência do tribunal é descriminalizar o porte de drogas para uso pessoal. Segundo eles, a expectativa é de que o relator da matéria, ministro Gilmar Mendes, aumente o poder de decisão do juiz diante do flagrante do porte de drogas. Se hoje cabe à polícia decidir se a pessoa será enquadrada como usuária ou traficante, agora essa análise passaria a se feita pelo magistrado. Os ministros podem discutir ainda se uma eventual mudança na legislação atual tem efeito retroativo. Hoje, quem é flagrado com drogas para uso próprio pode ser penalizado com advertência, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa. De toda forma, a condenação tira a condição de réu primário. AMICUS CURIAE Para chegar a uma decisão final, os ministros pretendem ouvir entidades interessadas em opinar sobre o tema - o chamado "amicus curiae". Na lista de participantes, estão por exemplo a Pastoral Carcerária, o Instituto Sou da Paz e o IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais). Vice-presidente da entidade, Cristiano Maronna defende a descriminalização do porte. Ele argumenta que o usuário não causa dano a terceiros e, portanto, não pode ser penalizado por carregar drogas para consumo pessoal. Em 2011, parecer enviado pela Procuradoria-Geral da República ao STF defendeu a manutenção da criminalização.
cotidiano
Supremo adia para próxima semana discussão sobre porte de drogasO STF (Supremo Tribunal Federal) adiou nesta quinta-feira (13) o julgamento que pode definir se é crime ou não portar drogas para consumo próprio. Durante toda a tarde de hoje, a Suprema Corte discutiu ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul que pediu ao Judiciário definição de prazo para reforma no Albergue Estadual de Uruguaiana. A expectativa agora é de que o caso sobre porte de entorpecentes seja analisado na próxima quarta-feira (19), segundo informou o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. O julgamento tem como base um recurso que chegou à Corte mais alta do país em 2011, em decorrência de um flagrante de maconha, dois anos antes, dentro do centro de detenção provisória de Diadema (SP). Clique na infografia: Entenda a descriminalização das drogas A partir desse episódio, o STF vai analisar se é ou não constitucional artigo da Lei Antidrogas que criminaliza o porte de entorpecentes. Três ministros ouvidos pela Folha avaliam que a tendência do tribunal é descriminalizar o porte de drogas para uso pessoal. Segundo eles, a expectativa é de que o relator da matéria, ministro Gilmar Mendes, aumente o poder de decisão do juiz diante do flagrante do porte de drogas. Se hoje cabe à polícia decidir se a pessoa será enquadrada como usuária ou traficante, agora essa análise passaria a se feita pelo magistrado. Os ministros podem discutir ainda se uma eventual mudança na legislação atual tem efeito retroativo. Hoje, quem é flagrado com drogas para uso próprio pode ser penalizado com advertência, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa. De toda forma, a condenação tira a condição de réu primário. AMICUS CURIAE Para chegar a uma decisão final, os ministros pretendem ouvir entidades interessadas em opinar sobre o tema - o chamado "amicus curiae". Na lista de participantes, estão por exemplo a Pastoral Carcerária, o Instituto Sou da Paz e o IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais). Vice-presidente da entidade, Cristiano Maronna defende a descriminalização do porte. Ele argumenta que o usuário não causa dano a terceiros e, portanto, não pode ser penalizado por carregar drogas para consumo pessoal. Em 2011, parecer enviado pela Procuradoria-Geral da República ao STF defendeu a manutenção da criminalização.
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Leitor critica projeto que proíbe adoção de criança por casais gays
A reportagem "Evangélico, Cunha desengaveta projetos de caráter religioso" demonstra a irresponsabilidade de alguns indivíduos para com a sociedade. Cabe à sociedade conscientizar-se que negros e homossexuais fazem parte de uma minoria que possui um histórico de recriminação, preconceito e todo tipo de represália a que o homem branco e hétero não foi submetido. Não podemos ser diretamente responsabilizados pelo que aconteceu no passado, mas temos a responsabilidade de combater a todo custo qualquer chance reincidência, e acredito que a ideia de que "família = homem + mulher é justamente um lapso de responsabilidade das pessoas que acreditam ser livres de quaisquer amarras morais e de valores que não escolheram. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor critica projeto que proíbe adoção de criança por casais gaysA reportagem "Evangélico, Cunha desengaveta projetos de caráter religioso" demonstra a irresponsabilidade de alguns indivíduos para com a sociedade. Cabe à sociedade conscientizar-se que negros e homossexuais fazem parte de uma minoria que possui um histórico de recriminação, preconceito e todo tipo de represália a que o homem branco e hétero não foi submetido. Não podemos ser diretamente responsabilizados pelo que aconteceu no passado, mas temos a responsabilidade de combater a todo custo qualquer chance reincidência, e acredito que a ideia de que "família = homem + mulher é justamente um lapso de responsabilidade das pessoas que acreditam ser livres de quaisquer amarras morais e de valores que não escolheram. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Ex-presidente da Eletronuclear nega ter recebido propina por Angra 3
O ex-presidente da Eletronuclear Othon Pinheiro da Silva negou ter recebido propina da empreiteira Andrade Gutierrez pelas obras da usina nuclear de Angra 3. De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), Pinheiro Silva é acusado de corrupção ativa por aceitar R$ 3 milhões pela obra. O ex-presidente da Eletronuclear negou a propina em depoimento prestado na tarde desta sexta (29) na 7a Vara Federal Criminal, no Rio. Mas o confirmou ter recebido pagamento da empreiteira. Segundo Pinheiro Silva este dinheiro foi por uma consultoria feita para a Andrade Gutierrez entre março e dezembro de 2004. Em março de 2005, Othon Pinheiro da Silva assumiu a presidência da Eletronuclear. Pinheiro da Silva disse que o contrato do projeto era baseado no sucesso. Se fosse colocado em pratica, ele receberia pela consultoria. Para o MPF, a nomeação para o cargo foi por indicação da empreiteira. Nenhum documento foi assinado entre Pinheiro Silva e a Andrade Gutierrez. "Se as ideias dessem certo eu receberia pelo sucesso do trabalho. Isso não é ser lobista. No mercado de trabalho de São Paulo existe isso. É comum não assinar papel, disse o ex-presidente da Eletronuclear. De acordo com depoimentos na Justiça Federal de ex-diretores da Andrade Gutierrez, Othon Pinheiro da Silva recebeu, através da sua empresa, a Aratec, os R$ 3 milhões em parcelas de R$ 20 mil a R$ 30 mil. Os pagamentos aconteceram no período em que ele já estava na presidência da Eletronuclear. "Não considerava ilícito mas achava desconfortável. Eu não achava que fazia algo de errado. Eu não vendi a minha cadeira. Se fosse hoje, não faria", afirmou. O MPF considera que houve conflito de interesse já que o almirante, como é conhecido, elaborou um projeto em que ele só receberia se fosse colocado em pratica. A sua presença na presidência possibilitou isso. Pinheiro Silva negou que a sua indicação ao cargo tenha sido feita por intermediação da Andrade Gutierrez. Ele negou ainda que tenha distribuído a empreiteira uma lista com nomes de diretores da companhia para receberem mesadas da empresa. A empreiteira Andrade Gutierrez não vai comentar o caso.
poder
Ex-presidente da Eletronuclear nega ter recebido propina por Angra 3O ex-presidente da Eletronuclear Othon Pinheiro da Silva negou ter recebido propina da empreiteira Andrade Gutierrez pelas obras da usina nuclear de Angra 3. De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), Pinheiro Silva é acusado de corrupção ativa por aceitar R$ 3 milhões pela obra. O ex-presidente da Eletronuclear negou a propina em depoimento prestado na tarde desta sexta (29) na 7a Vara Federal Criminal, no Rio. Mas o confirmou ter recebido pagamento da empreiteira. Segundo Pinheiro Silva este dinheiro foi por uma consultoria feita para a Andrade Gutierrez entre março e dezembro de 2004. Em março de 2005, Othon Pinheiro da Silva assumiu a presidência da Eletronuclear. Pinheiro da Silva disse que o contrato do projeto era baseado no sucesso. Se fosse colocado em pratica, ele receberia pela consultoria. Para o MPF, a nomeação para o cargo foi por indicação da empreiteira. Nenhum documento foi assinado entre Pinheiro Silva e a Andrade Gutierrez. "Se as ideias dessem certo eu receberia pelo sucesso do trabalho. Isso não é ser lobista. No mercado de trabalho de São Paulo existe isso. É comum não assinar papel, disse o ex-presidente da Eletronuclear. De acordo com depoimentos na Justiça Federal de ex-diretores da Andrade Gutierrez, Othon Pinheiro da Silva recebeu, através da sua empresa, a Aratec, os R$ 3 milhões em parcelas de R$ 20 mil a R$ 30 mil. Os pagamentos aconteceram no período em que ele já estava na presidência da Eletronuclear. "Não considerava ilícito mas achava desconfortável. Eu não achava que fazia algo de errado. Eu não vendi a minha cadeira. Se fosse hoje, não faria", afirmou. O MPF considera que houve conflito de interesse já que o almirante, como é conhecido, elaborou um projeto em que ele só receberia se fosse colocado em pratica. A sua presença na presidência possibilitou isso. Pinheiro Silva negou que a sua indicação ao cargo tenha sido feita por intermediação da Andrade Gutierrez. Ele negou ainda que tenha distribuído a empreiteira uma lista com nomes de diretores da companhia para receberem mesadas da empresa. A empreiteira Andrade Gutierrez não vai comentar o caso.
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