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Musical 'Os Dez Mandamentos' terá telão gigante e efeitos
O Mar Vermelho vai se abrir dentro do Teatro Procópio Ferreira a partir desta sexta (17), na estreia de "Os Dez Mandamentos - O Musical", que adapta o clássico episódio bíblico já levado à TV e ao cinema.Assinada por Emilio Boechat, que foi um dos roteiristas da novela homônima exibida pela Record, a montagem se passa no Egito aproximadamente em 1.300 a.C. e acompanha a história de Moisés (Julio Mancini) -que descobre a verdade sobre sua origem, se envolve com o sofrimento de seu povo e acaba sendo condenado à morte.?A direção e a coreografia são de Fernanda Chamma, e Wladimir Pinheiro assina a direção musical. Cenas marcantes da história, como as Dez Pragas, estão na peça, que promete muitos efeitos e interação com o público.
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Musical 'Os Dez Mandamentos' terá telão gigante e efeitosO Mar Vermelho vai se abrir dentro do Teatro Procópio Ferreira a partir desta sexta (17), na estreia de "Os Dez Mandamentos - O Musical", que adapta o clássico episódio bíblico já levado à TV e ao cinema.Assinada por Emilio Boechat, que foi um dos roteiristas da novela homônima exibida pela Record, a montagem se passa no Egito aproximadamente em 1.300 a.C. e acompanha a história de Moisés (Julio Mancini) -que descobre a verdade sobre sua origem, se envolve com o sofrimento de seu povo e acaba sendo condenado à morte.?A direção e a coreografia são de Fernanda Chamma, e Wladimir Pinheiro assina a direção musical. Cenas marcantes da história, como as Dez Pragas, estão na peça, que promete muitos efeitos e interação com o público.
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Conselheiros do Palmeiras se unem em manifesto contra ação da polícia
Conselheiros e membros de várias facções políticas rivais do Palmeiras se uniram para protestar contra a ação da Polícia Militar (PM) antes do clássico contra o Corinthians, no último domingo (8), disputado no estádio do clube alviverde. O manifesto contesta o que chama de abuso da força empregada pela PM, que resultou em tumulto generalizado, corre-corre e até princípio de intoxicação por uso de bombas de gás pimenta. E pede que a corregedoria da PM investigue o que ocorreu. No texto, os conselheiros questionam também por que o Ministério Público não vai investigar a ação da PM no dia, apenas as federações e os dois clubes envolvidos no jogo. Assinam o manifesto três chapas que participaram para eleições do Cobnselho Deliberativo do clube no último sábado (7): Academia, Chapa Palestra e UVB. Também assinam os grupos políticos Confraria Palestrina, democracia Verde, Dissidenti, Sociedade dos Eternos Palestrinos, Fanfulla e Pró-PAlmeiras. Em nota oficial divulgada nesta segunda (dia 9), a Secretaria de Segurança Pública defendeu a atuação da Polícia Militar, considerando-a "absolutamente necessária em virtude das agressões e atos de vandalismo praticados por torcedores". E conclui: "Eventuais denúncias de desvio de conduta serão apuradas com o máximo rigor". VEJA ABAIXO A ÍNTEGRA DO MANIFESTO _MANIFESTO - ABUSO DA POLÍCIA MILITAR CONTRA OS PALMEIRENSES Nós, conselheiros da Sociedade Esportiva Palmeiras, representando os grupos políticos existentes em nossa associação, tendo presenciado ou sido informados dos atos desagradáveis e injustificáveis protagonizados pela Polícia Militar do Estado de São Paulo nos dias 7 e 8 de fevereiro, nas imediações da Sede Social da Agremiação que integramos, vimos por meio desta manifestar nosso repúdio aos atos anteriormente citados. Nada pode justificar que representantes do Estado brasileiro, munidos do uso exclusivo da força que sua condição lhes dá, simplesmente atuem com excesso e de forma truculenta. Não se pode apoiar ou mesmo compreender que seja necessário o uso de balas de borracha e bombas de efeito moral em vias públicas com grande presença de crianças, mulheres e idosos. E nem se diga que houve quaisquer provocações ou desentendimentos que teriam ocorrido (segundo a PM) com pessoas ou grupos nas imediações do clube: é dever do Estado compreender que tais situações, ainda que não desejadas, são esperadas e corriqueiras, e que deve integrar a preparação de seus agentes a resposta contida e proporcional a tais eventos. Tais "provocações ou desentendimentos" teriam ocorrido, segundo afirmações da própria Polícia Militar, na barreira da entrada da torcida adversária, vale dizer, na esquina da Rua Padre Antônio Thomaz com Av. Antártica. No entanto, o tumulto generalizado provocado pela Polícia Militar ocorreu a 500 metros de distância, na esquina da Rua Turiassu com a Rua Caraíbas, onde até então a paz reinava entre os palmeirenses. As imagens feitas pela imprensa e por torcedores não deixam dúvida sobre o uso excessivo de força. Policiais Militares avançaram de forma totalmente desnecessária da Av. Sumaré em direção à Rua Caraibas, atirando bombas e balas de borracha, quando aqueles que supostamente haviam iniciado o tumulto já haviam se dispersado. O excesso e o despreparo são evidentes. Nesse sentido, "absolutamente necessário", utilizando-se dos termos da lamentável nota oficial divulgada pela Polícia Militar, é o dever de agente público em agir com discernimento! Não se pode aceitar como legítimo e necessário que a Polícia Militar provoque com suas ações danos às pessoas e às propriedades que não tenham qualquer relação direta ou indireta com atos que reivindiquem a repressão dos agentes do Estado! Não se imagina que seja tarefa fácil: é contudo, seu dever inafastável, e episódios como os do último final-de-semana mostram que ainda grassa a visão, na Polícia Militar, que o torcedor de futebol é potencialmente um vândalo - ainda que milhares de pais, crianças, idosos na multidão atacada confiassem e aguardassem da atuação estatal uma resposta condigna ao seu status de cidadão, as bombas e balas de borracha reduziram tais pessoas a elementos em uma massa a ser agredida e dispersa. O abuso de poder ficou claro também no dia anterior, quando um bloco de carnaval que ocupava parte na Rua Turiassu, também com grande presença de crianças, mulheres e idosos, foi dispersado com uso de bombas de efeito moral (inclusive atiradas em brinquedos onde estavam crianças) e balas de borracha. Fica a pergunta: é praxe da Polícia Militar do Estado de São Paulo dispersar foliões dessa forma, ou só se estiverem nas proximidades do Palestra Itália? Vivemos em um Estado Democrático de Direito! E, como tal, o cidadão exige e merece o devido respeito dos agentes desse Estado! Que venha a paz dentro e fora dos estádios, e que o Estado contribua, e não destrua essa possibilidade. Exigimos a apuração dos fatos pela Corregedoria da Polícia Militar, punindo-se os responsáveis pelo abuso de poder, pelo excesso de força e pelo tumulto generalizado causado. Por fim, aproveitamos ainda para indagar aos Srs. Promotores de Justiça, Dr. Paulo Castilho e Dr. Roberto Senise, sedizentes guardiões da paz nos estádios paulistas e brasileiros, a razão pela qual somente Clubes e Federação serão investigados pelo ocorrido no último domingo, sem qualquer menção à atuação da Polícia Militar._
esporte
Conselheiros do Palmeiras se unem em manifesto contra ação da políciaConselheiros e membros de várias facções políticas rivais do Palmeiras se uniram para protestar contra a ação da Polícia Militar (PM) antes do clássico contra o Corinthians, no último domingo (8), disputado no estádio do clube alviverde. O manifesto contesta o que chama de abuso da força empregada pela PM, que resultou em tumulto generalizado, corre-corre e até princípio de intoxicação por uso de bombas de gás pimenta. E pede que a corregedoria da PM investigue o que ocorreu. No texto, os conselheiros questionam também por que o Ministério Público não vai investigar a ação da PM no dia, apenas as federações e os dois clubes envolvidos no jogo. Assinam o manifesto três chapas que participaram para eleições do Cobnselho Deliberativo do clube no último sábado (7): Academia, Chapa Palestra e UVB. Também assinam os grupos políticos Confraria Palestrina, democracia Verde, Dissidenti, Sociedade dos Eternos Palestrinos, Fanfulla e Pró-PAlmeiras. Em nota oficial divulgada nesta segunda (dia 9), a Secretaria de Segurança Pública defendeu a atuação da Polícia Militar, considerando-a "absolutamente necessária em virtude das agressões e atos de vandalismo praticados por torcedores". E conclui: "Eventuais denúncias de desvio de conduta serão apuradas com o máximo rigor". VEJA ABAIXO A ÍNTEGRA DO MANIFESTO _MANIFESTO - ABUSO DA POLÍCIA MILITAR CONTRA OS PALMEIRENSES Nós, conselheiros da Sociedade Esportiva Palmeiras, representando os grupos políticos existentes em nossa associação, tendo presenciado ou sido informados dos atos desagradáveis e injustificáveis protagonizados pela Polícia Militar do Estado de São Paulo nos dias 7 e 8 de fevereiro, nas imediações da Sede Social da Agremiação que integramos, vimos por meio desta manifestar nosso repúdio aos atos anteriormente citados. Nada pode justificar que representantes do Estado brasileiro, munidos do uso exclusivo da força que sua condição lhes dá, simplesmente atuem com excesso e de forma truculenta. Não se pode apoiar ou mesmo compreender que seja necessário o uso de balas de borracha e bombas de efeito moral em vias públicas com grande presença de crianças, mulheres e idosos. E nem se diga que houve quaisquer provocações ou desentendimentos que teriam ocorrido (segundo a PM) com pessoas ou grupos nas imediações do clube: é dever do Estado compreender que tais situações, ainda que não desejadas, são esperadas e corriqueiras, e que deve integrar a preparação de seus agentes a resposta contida e proporcional a tais eventos. Tais "provocações ou desentendimentos" teriam ocorrido, segundo afirmações da própria Polícia Militar, na barreira da entrada da torcida adversária, vale dizer, na esquina da Rua Padre Antônio Thomaz com Av. Antártica. No entanto, o tumulto generalizado provocado pela Polícia Militar ocorreu a 500 metros de distância, na esquina da Rua Turiassu com a Rua Caraíbas, onde até então a paz reinava entre os palmeirenses. As imagens feitas pela imprensa e por torcedores não deixam dúvida sobre o uso excessivo de força. Policiais Militares avançaram de forma totalmente desnecessária da Av. Sumaré em direção à Rua Caraibas, atirando bombas e balas de borracha, quando aqueles que supostamente haviam iniciado o tumulto já haviam se dispersado. O excesso e o despreparo são evidentes. Nesse sentido, "absolutamente necessário", utilizando-se dos termos da lamentável nota oficial divulgada pela Polícia Militar, é o dever de agente público em agir com discernimento! Não se pode aceitar como legítimo e necessário que a Polícia Militar provoque com suas ações danos às pessoas e às propriedades que não tenham qualquer relação direta ou indireta com atos que reivindiquem a repressão dos agentes do Estado! Não se imagina que seja tarefa fácil: é contudo, seu dever inafastável, e episódios como os do último final-de-semana mostram que ainda grassa a visão, na Polícia Militar, que o torcedor de futebol é potencialmente um vândalo - ainda que milhares de pais, crianças, idosos na multidão atacada confiassem e aguardassem da atuação estatal uma resposta condigna ao seu status de cidadão, as bombas e balas de borracha reduziram tais pessoas a elementos em uma massa a ser agredida e dispersa. O abuso de poder ficou claro também no dia anterior, quando um bloco de carnaval que ocupava parte na Rua Turiassu, também com grande presença de crianças, mulheres e idosos, foi dispersado com uso de bombas de efeito moral (inclusive atiradas em brinquedos onde estavam crianças) e balas de borracha. Fica a pergunta: é praxe da Polícia Militar do Estado de São Paulo dispersar foliões dessa forma, ou só se estiverem nas proximidades do Palestra Itália? Vivemos em um Estado Democrático de Direito! E, como tal, o cidadão exige e merece o devido respeito dos agentes desse Estado! Que venha a paz dentro e fora dos estádios, e que o Estado contribua, e não destrua essa possibilidade. Exigimos a apuração dos fatos pela Corregedoria da Polícia Militar, punindo-se os responsáveis pelo abuso de poder, pelo excesso de força e pelo tumulto generalizado causado. Por fim, aproveitamos ainda para indagar aos Srs. Promotores de Justiça, Dr. Paulo Castilho e Dr. Roberto Senise, sedizentes guardiões da paz nos estádios paulistas e brasileiros, a razão pela qual somente Clubes e Federação serão investigados pelo ocorrido no último domingo, sem qualquer menção à atuação da Polícia Militar._
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Microsoft distribuirá Office de graça para futuros dispositivos móveis
Junto com as novidades sobre o futuro Windows 10, a Microsoft anunciou nesta quarta-feira (21) novas versões para os seus programas do pacote Office, que será integrado em pequenos tablets e celulares que serão vendidos com o sistema, ainda sem data anunciada de lançamento. A Microsoft já vinha distribuindo versões do Office para iOS, da Apple, e Android, do Google, de maneira gratuita, em uma das medidas da gestão do presidente-executivo Satya Nadella, que assumiu o cargo no ano passado. Um dos destaques é para um novo aplicativo do serviço de e-mail Outlook, que funciona entre as diferentes plataformas para as quais o sistema foi anunciado. Outra novidade do programa de correio eletrônico é a integração do sistema de processamento de texto do Microsoft Word no aplicativo –o que já acontece na versão atual para PC do Outlook. Também haverá capacidades de "gestos", para gerenciar mensagens pelo ato de deslizá-las. Outros programas que serão "inter-plataforma" serão o OneDrive, de armazenamento de fotos e de outros arquivos análogo ao Dropbox, e o calendário. O visual dos outros programas do Office –Word, PowerPoint, Excel etc– será semelhante à da edição para computadores, só que adaptado para interface de toque.
tec
Microsoft distribuirá Office de graça para futuros dispositivos móveisJunto com as novidades sobre o futuro Windows 10, a Microsoft anunciou nesta quarta-feira (21) novas versões para os seus programas do pacote Office, que será integrado em pequenos tablets e celulares que serão vendidos com o sistema, ainda sem data anunciada de lançamento. A Microsoft já vinha distribuindo versões do Office para iOS, da Apple, e Android, do Google, de maneira gratuita, em uma das medidas da gestão do presidente-executivo Satya Nadella, que assumiu o cargo no ano passado. Um dos destaques é para um novo aplicativo do serviço de e-mail Outlook, que funciona entre as diferentes plataformas para as quais o sistema foi anunciado. Outra novidade do programa de correio eletrônico é a integração do sistema de processamento de texto do Microsoft Word no aplicativo –o que já acontece na versão atual para PC do Outlook. Também haverá capacidades de "gestos", para gerenciar mensagens pelo ato de deslizá-las. Outros programas que serão "inter-plataforma" serão o OneDrive, de armazenamento de fotos e de outros arquivos análogo ao Dropbox, e o calendário. O visual dos outros programas do Office –Word, PowerPoint, Excel etc– será semelhante à da edição para computadores, só que adaptado para interface de toque.
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Pelé, Dinamite e agora Messi; veja outros jogadores que marcaram mais de 400 gols pelo mesmo clube
Neste sábado (18), o argentino Lionel Messi marcou o seu gol de número 400 com a camisa do Barcelona na vitória do time catalão por 2 a 0 sobre o Valencia. Com o gol, Messi se junta a um seleto grupo de atletas que chegaram a marca jogando por um só clube. O "Atleta do Século" marcou 1.091 gols com a camisa do Santos nos 18 anos em que atuou pelo clube. É o maior artilheiro da história do Vasco da Gama. Pela equipe cruzmaltina, Dinamite marcou 754 gols em mais de 1.000 jogos. O alemão jogou no Bayern de Munique por mais de 15 anos, anotando 525 gols pelo clube bávaro. O Galinho de Quintino é o maior ídolo da história do Flamengo, onde marcou 508 gols em mais de 700 jogos pelo clube da Gávea. Nascido na Argentina, Atilio García atuou pelo Nacional (Uruguai) entre os anos 1930 e 1940. É até hoje o maior artilheiro do clube de Montevidéu, com 486 gols marcados. Jogou no Internacional de Porto Alegre no time que ficou conhecido nos anos 1940 como "Rolo Compressor". Marcou 485 gols, se tornando o maior artilheiro da história da equipe colorada. Nascido em Moçambique, colônia de Portugal, o Pantera Negra marcou 482 jogando com a camisa do Benfica, clube que defendeu entre 1960 e 1975. Jogou no Peñarol (Uruguai) entre os anos 1970 e 1980, marcando 428 gols. Em 1978, anotou sete vezes em uma única partida contra o Huracán Buceo. José Macia, o Pepe, fez 402 gols jogando pelo Santos. Ele costuma brincar dizendo que na verdade é o maior artilheiro do Santos, já que na sua opinião, Pelé não conta por ser de "outro planeta".
asmais
Pelé, Dinamite e agora Messi; veja outros jogadores que marcaram mais de 400 gols pelo mesmo clubeNeste sábado (18), o argentino Lionel Messi marcou o seu gol de número 400 com a camisa do Barcelona na vitória do time catalão por 2 a 0 sobre o Valencia. Com o gol, Messi se junta a um seleto grupo de atletas que chegaram a marca jogando por um só clube. O "Atleta do Século" marcou 1.091 gols com a camisa do Santos nos 18 anos em que atuou pelo clube. É o maior artilheiro da história do Vasco da Gama. Pela equipe cruzmaltina, Dinamite marcou 754 gols em mais de 1.000 jogos. O alemão jogou no Bayern de Munique por mais de 15 anos, anotando 525 gols pelo clube bávaro. O Galinho de Quintino é o maior ídolo da história do Flamengo, onde marcou 508 gols em mais de 700 jogos pelo clube da Gávea. Nascido na Argentina, Atilio García atuou pelo Nacional (Uruguai) entre os anos 1930 e 1940. É até hoje o maior artilheiro do clube de Montevidéu, com 486 gols marcados. Jogou no Internacional de Porto Alegre no time que ficou conhecido nos anos 1940 como "Rolo Compressor". Marcou 485 gols, se tornando o maior artilheiro da história da equipe colorada. Nascido em Moçambique, colônia de Portugal, o Pantera Negra marcou 482 jogando com a camisa do Benfica, clube que defendeu entre 1960 e 1975. Jogou no Peñarol (Uruguai) entre os anos 1970 e 1980, marcando 428 gols. Em 1978, anotou sete vezes em uma única partida contra o Huracán Buceo. José Macia, o Pepe, fez 402 gols jogando pelo Santos. Ele costuma brincar dizendo que na verdade é o maior artilheiro do Santos, já que na sua opinião, Pelé não conta por ser de "outro planeta".
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Após tigres mortos, Tailândia apura se turismo alimenta o tráfico de animais
Selfies com tigres, passeios de elefante e boxe entre orangotangos. A Tailândia oferece aos turistas diferentes atrações classificadas por ativistas que lutam pelos direitos dos animais como cruéis. Na semana passada, ao resgatar 137 tigres em um templo budista de Bancoc, autoridades descobriram dezenas de filhotes da espécie mortos no local –o que despertou a suspeita de que algumas atrações turísticas possam estar servindo de fachada ao tráfico de animais. "Sabemos que alguns zoológicos e companhias fornecem animais ao mercado negro", diz Steve Galster, diretor da Freeland, organização sediada em Bancoc que combate o tráfico de espécies selvagens. "Eles criam animais, ficam com alguns para ganhar dinheiro junto aos turistas e vendem os demais". Não é de hoje que a Tailândia recebe acusações de ser polo do tráfico ilícito de bichos selvagens, em que espécies ameaçadas são vendidas. O templo do Tigre, como é conhecido o lugar, "era só a ponta do iceberg", afirma Jan Schmidt-Burbach, consultor da World Animal Protection. O templo nega as acusações. Com a repercussão do caso, o Departamento de Parques Nacionais tailandês disse que planeja inspecionar outros locais que usam tigres como atrações turísticas. É o caso do zoológico de tigres Sriracha, em Chonburi, a leste de Bancoc. Como o templo do Tigre, o local cobra dos turistas para que eles alimentem filhotes de tigres ou tirem selfies com eles. A principal atração é um circo no qual sete tigres saltam por anéis de fogo ou caminham sobre as patas traseiras. A Tailândia introduziu uma lei de proteção aos animais em 2015 para coibir o comércio ilegal de espécies, mas ativistas alegam que ela não é aplicada com rigor. Tradução de PAULO MIGLIACCI
turismo
Após tigres mortos, Tailândia apura se turismo alimenta o tráfico de animaisSelfies com tigres, passeios de elefante e boxe entre orangotangos. A Tailândia oferece aos turistas diferentes atrações classificadas por ativistas que lutam pelos direitos dos animais como cruéis. Na semana passada, ao resgatar 137 tigres em um templo budista de Bancoc, autoridades descobriram dezenas de filhotes da espécie mortos no local –o que despertou a suspeita de que algumas atrações turísticas possam estar servindo de fachada ao tráfico de animais. "Sabemos que alguns zoológicos e companhias fornecem animais ao mercado negro", diz Steve Galster, diretor da Freeland, organização sediada em Bancoc que combate o tráfico de espécies selvagens. "Eles criam animais, ficam com alguns para ganhar dinheiro junto aos turistas e vendem os demais". Não é de hoje que a Tailândia recebe acusações de ser polo do tráfico ilícito de bichos selvagens, em que espécies ameaçadas são vendidas. O templo do Tigre, como é conhecido o lugar, "era só a ponta do iceberg", afirma Jan Schmidt-Burbach, consultor da World Animal Protection. O templo nega as acusações. Com a repercussão do caso, o Departamento de Parques Nacionais tailandês disse que planeja inspecionar outros locais que usam tigres como atrações turísticas. É o caso do zoológico de tigres Sriracha, em Chonburi, a leste de Bancoc. Como o templo do Tigre, o local cobra dos turistas para que eles alimentem filhotes de tigres ou tirem selfies com eles. A principal atração é um circo no qual sete tigres saltam por anéis de fogo ou caminham sobre as patas traseiras. A Tailândia introduziu uma lei de proteção aos animais em 2015 para coibir o comércio ilegal de espécies, mas ativistas alegam que ela não é aplicada com rigor. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Grupo italiano mistura Cinderela, Branca de Neve e ópera em espetáculo
A companhia de teatro italiana Gruppo Amarcord apresenta seu espetáculo gratuito "Fábulas em Música", em que mistura contos de fadas, ópera e comédia, em São Paulo. Nas apresentações, que são gratuitas, os artistas unem clássicos como "Branca de Neve" e "Cinderela" a diferentes músicas, que passam por "Funiculì Funiculà", "New York New York" e uma canção brasileira surpresa. "Fábulas em Música" é o projeto mais recente da companhia e já passou por Estados Unidos, Hungria e Itália. Em São Paulo, serão dois dias de apresentação, nos dias 27 e 28 de março. PARA CONFERIR "Fábulas em Música" QUANDO dias 27 e 28 de março; sábado, às às 20h; domingo, às às 16h e às 19h ONDE praça Victor Civita - Rua Sumidouro, 580 QUANTO grátis
folhinha
Grupo italiano mistura Cinderela, Branca de Neve e ópera em espetáculoA companhia de teatro italiana Gruppo Amarcord apresenta seu espetáculo gratuito "Fábulas em Música", em que mistura contos de fadas, ópera e comédia, em São Paulo. Nas apresentações, que são gratuitas, os artistas unem clássicos como "Branca de Neve" e "Cinderela" a diferentes músicas, que passam por "Funiculì Funiculà", "New York New York" e uma canção brasileira surpresa. "Fábulas em Música" é o projeto mais recente da companhia e já passou por Estados Unidos, Hungria e Itália. Em São Paulo, serão dois dias de apresentação, nos dias 27 e 28 de março. PARA CONFERIR "Fábulas em Música" QUANDO dias 27 e 28 de março; sábado, às às 20h; domingo, às às 16h e às 19h ONDE praça Victor Civita - Rua Sumidouro, 580 QUANTO grátis
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Zika impede multiplicação celular e amadurecimento de neurônios
Cientistas brasileiros acabam de traçar um mapa detalhado dos efeitos do vírus da zika sobre as células que dão origem ao cérebro humano. O invasor microscópico é capaz de travar a multiplicação celular e de impedir que neurônios maduros apareçam, o que provavelmente explica o tamanho reduzido do cérebro dos recém-nascidos afetados pelo zika quando estavam na barriga da mãe. Ao fim do trabalho, a equipe coordenada por Patricia Garcez e Stevens Rehen, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino, conseguiu uma biblioteca de mais de 500 proteínas e genes das células humanas que parecem ser manipulados ou alterados indiretamente pela presença do vírus. Algumas dessas moléculas podem se revelar alvos promissores para medicamentos que bloqueiem a ação do vírus de modo específico –algo que não existe hoje. Estragos causados pelo zika Garcez, Rehen e companhia estão tentando desvendar os aspectos básicos da biologia do vírus da zika desde que o patógeno foi ligado à epidemia de microcefalia em bebês do Nordeste. A principal ferramenta usada é o cultivo, em laboratório, das chamadas neuroesferas. Essas pequenas massas esféricas de células se formam quando as precursoras dos neurônios são cultivadas juntas, e sua estrutura simula alguns aspectos do desenvolvimento cerebral dos fetos humanos. Após expor células-tronco neurais (precursoras dos componentes do cérebro) ao zika durante duas horas, os cientistas esperaram que elas formassem neuroesferas e compararam o desenvolvimento subsequente das estruturas com o de neuroesferas formadas sem o contato das células com o vírus PEQUENAS E MORIBUNDAS Os primeiros resultados foram similares aos que a equipe já tinha observado em estudos anteriores: as neuroesferas infectadas com o zika eram menores que as não infectadas e, com o passar do tempo, começaram a sumir (veja infográfico). Depois os pesquisadores usaram técnicas que lhes permitem enxergar detalhadamente os efeitos do vírus sobre as células. Com a ajuda de uma espécie de balança molecular, que diferencia os vários tipos de proteínas com base em seu "peso", identificaram as moléculas presentes nas neuroesferas afetadas. Mapearam ainda as moléculas de mRNA (RNA mensageiro) nas células. Para cada gene no DNA há pelo menos uma molécula de mRNA, que transmite ao maquinário celular as instruções para produzir a molécula cuja receita está contida no gene. Na prática, isso significa que a quantidade de cópias de mRNA correspondentes a determinado gene que estão circulando pela célula pode ser usada para medir o quanto aquele gene está ativo –quanto mais cópias de mRNA, mais acionado ele está. Com essas ferramentas, foi possível enxergar os detalhes dos efeitos do zika sobre as células humanas. Em primeiro lugar, não é só que o vírus saia matando indiscriminadamente as precursoras dos neurônios. A presença dele leva a uma interrupção no chamado ciclo celular -o processo delicadamente programado pelo qual as células fazem novas cópias do seu material genético e depois se dividem, dando origem a outras células. "A parada no ciclo é uma resposta da célula aos danos em seu DNA", disse Rehen à Folha. Outro processo complexo, a chamada neurogênese –na qual as células-tronco neurais dão origem a diferentes formas especializadas de neurônios–, também é derrubado pelo zika, a julgar pelos genes ligados a esse mecanismo que ficaram menos ativos nas neuroesferas infectadas. Alguns genes parecem estar diretamente associados à capacidade de multiplicação do vírus. "Penso que o DDX6 é um bom alvo", afirma Rehen, referindo-se a um desses genes, que, quando fica menos ativo, leva a uma menor replicação do vírus da dengue. Em tese, portanto, alguma intervenção envolvendo o DDX6 poderia ter efeito contra o vírus da zika. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti FINANCIAMENTO Com laboratórios no Rio, Rehen e Garcez têm sido afetados pela crise financeira do Estado e pelos problemas mais gerais de financiamento que têm preocupado a comunidade científica brasileira. A situação deles é um pouco menos grave por causa da prioridade que tem sido dada aos estudos sobre o zika. "Boa parte dos recursos federais para zika tem sido repassada, com cortes. Infelizmente, no caso da Faperj [órgão estadual de fomento à pesquisa], nem isso. A porcentagem repassada até agora foi mínima e não permite o andamento das pesquisas", diz Rehen. Também assinam o estudo pesquisadores da Unicamp, da Fiocruz, do Instituto Evandro Chagas e da Universidade Federal do Pará. Os dados estão em artigo na revista especializada "Scientific Reports". Tudo sobre: o mosquito
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Zika impede multiplicação celular e amadurecimento de neurôniosCientistas brasileiros acabam de traçar um mapa detalhado dos efeitos do vírus da zika sobre as células que dão origem ao cérebro humano. O invasor microscópico é capaz de travar a multiplicação celular e de impedir que neurônios maduros apareçam, o que provavelmente explica o tamanho reduzido do cérebro dos recém-nascidos afetados pelo zika quando estavam na barriga da mãe. Ao fim do trabalho, a equipe coordenada por Patricia Garcez e Stevens Rehen, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino, conseguiu uma biblioteca de mais de 500 proteínas e genes das células humanas que parecem ser manipulados ou alterados indiretamente pela presença do vírus. Algumas dessas moléculas podem se revelar alvos promissores para medicamentos que bloqueiem a ação do vírus de modo específico –algo que não existe hoje. Estragos causados pelo zika Garcez, Rehen e companhia estão tentando desvendar os aspectos básicos da biologia do vírus da zika desde que o patógeno foi ligado à epidemia de microcefalia em bebês do Nordeste. A principal ferramenta usada é o cultivo, em laboratório, das chamadas neuroesferas. Essas pequenas massas esféricas de células se formam quando as precursoras dos neurônios são cultivadas juntas, e sua estrutura simula alguns aspectos do desenvolvimento cerebral dos fetos humanos. Após expor células-tronco neurais (precursoras dos componentes do cérebro) ao zika durante duas horas, os cientistas esperaram que elas formassem neuroesferas e compararam o desenvolvimento subsequente das estruturas com o de neuroesferas formadas sem o contato das células com o vírus PEQUENAS E MORIBUNDAS Os primeiros resultados foram similares aos que a equipe já tinha observado em estudos anteriores: as neuroesferas infectadas com o zika eram menores que as não infectadas e, com o passar do tempo, começaram a sumir (veja infográfico). Depois os pesquisadores usaram técnicas que lhes permitem enxergar detalhadamente os efeitos do vírus sobre as células. Com a ajuda de uma espécie de balança molecular, que diferencia os vários tipos de proteínas com base em seu "peso", identificaram as moléculas presentes nas neuroesferas afetadas. Mapearam ainda as moléculas de mRNA (RNA mensageiro) nas células. Para cada gene no DNA há pelo menos uma molécula de mRNA, que transmite ao maquinário celular as instruções para produzir a molécula cuja receita está contida no gene. Na prática, isso significa que a quantidade de cópias de mRNA correspondentes a determinado gene que estão circulando pela célula pode ser usada para medir o quanto aquele gene está ativo –quanto mais cópias de mRNA, mais acionado ele está. Com essas ferramentas, foi possível enxergar os detalhes dos efeitos do zika sobre as células humanas. Em primeiro lugar, não é só que o vírus saia matando indiscriminadamente as precursoras dos neurônios. A presença dele leva a uma interrupção no chamado ciclo celular -o processo delicadamente programado pelo qual as células fazem novas cópias do seu material genético e depois se dividem, dando origem a outras células. "A parada no ciclo é uma resposta da célula aos danos em seu DNA", disse Rehen à Folha. Outro processo complexo, a chamada neurogênese –na qual as células-tronco neurais dão origem a diferentes formas especializadas de neurônios–, também é derrubado pelo zika, a julgar pelos genes ligados a esse mecanismo que ficaram menos ativos nas neuroesferas infectadas. Alguns genes parecem estar diretamente associados à capacidade de multiplicação do vírus. "Penso que o DDX6 é um bom alvo", afirma Rehen, referindo-se a um desses genes, que, quando fica menos ativo, leva a uma menor replicação do vírus da dengue. Em tese, portanto, alguma intervenção envolvendo o DDX6 poderia ter efeito contra o vírus da zika. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti FINANCIAMENTO Com laboratórios no Rio, Rehen e Garcez têm sido afetados pela crise financeira do Estado e pelos problemas mais gerais de financiamento que têm preocupado a comunidade científica brasileira. A situação deles é um pouco menos grave por causa da prioridade que tem sido dada aos estudos sobre o zika. "Boa parte dos recursos federais para zika tem sido repassada, com cortes. Infelizmente, no caso da Faperj [órgão estadual de fomento à pesquisa], nem isso. A porcentagem repassada até agora foi mínima e não permite o andamento das pesquisas", diz Rehen. Também assinam o estudo pesquisadores da Unicamp, da Fiocruz, do Instituto Evandro Chagas e da Universidade Federal do Pará. Os dados estão em artigo na revista especializada "Scientific Reports". Tudo sobre: o mosquito
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Tempo para o autoconhecimento
As férias da criançada e dos adolescentes chegaram! De novo?! Sim, caro leitor, de novo! Sabemos que muitas famílias reclamam dos períodos –que lhes parecem grandes demais– em que as crianças ficam em casa. O motivo é que os pais não têm dois momentos de férias e isso gera um problema doméstico/familiar. Esse é um dos indicadores de que a escola deixou de ser a instituição em que os mais novos vão só para ter a iniciação básica do conhecimento sistematizado. Hoje, a escola é, acima de tudo, um local para deixar os filhos com tranquilidade, não é? Mas, se pensarmos nas crianças e nos adolescentes, eles precisam desses dois períodos intercalados com o tempo de estudos para elaborar tudo o que estão aprendendo, para ter um tempo sem rotinas impostas, para soltar as amarras da imaginação e da criatividade e para ter um contato maior com eles mesmos e, dessa maneira, ouvir melhor as próprias demandas, vontades, emoções, interesses. O autoconhecimento é um importante aprendizado para os mais novos e, com as rígidas rotinas estabelecidas na escola e pela família nos períodos letivos, fica difícil ter tempo ocioso para esse reconhecimento de si, que é muito importante na formação e que tem sido desvalorizado. Você leu corretamente, caro leitor. Eu disse mesmo "tempo ocioso". Pode até parecer estranho, mas, mesmo durante as férias, é difícil para os adultos ver crianças e adolescentes sem fazer nada! Aliás, criança ociosa, hoje, é uma expressão usada de modo pejorativo, negativo. Mesmo em tempo de férias, parece que precisamos ver as crianças e os adolescentes ocupados com alguma coisa útil. O porquê ainda não sabemos. Só gostamos de, depois, reclamar da hiperatividade deles. Por isso, vamos fazer um esforço de tolerância e permitir que os adolescentes durmam, durmam e durmam! O quanto eles quiserem. Eles precisam disso. Vamos deixar as crianças à vontade, sem programação predefinida, sem horários estabelecidos, a não ser os importantes para a família. E, se a família não conta com uma rede social que lhe permita deixar as crianças em casa ou com parentes e amigos na maior parte do tempo e precise muito colocar a criança em alguma atividade, que seja uma atividade artística! A arte tem qualidades inestimáveis na formação e no desenvolvimento da criança. Na expressão artística, seja ela qual for, a criança aprende, pela experiência, que o processo a que se dedica é muito mais importante do que o resultado final, por exemplo. E há aprendizado mais importante do que esse para o desenvolvimento intelectual? A criatividade, característica das mais requisitadas hoje, em qualquer profissão e área de trabalho, pode ser muito mais desenvolvida na dedicação às artes porque, nelas, a criança perde o medo de errar, medo esse que aprendeu a ter ao se dedicar aos trabalhos escolares e que foi ensinado pelos adultos educadores –escolares e familiares– mesmo que não se dessem conta do que estavam ensinando. É também na prática artística que os mais novos têm a grande oportunidade de perceber, com alegria e prazer, o quanto o compromisso e a dedicação são valiosos no trabalho. Vamos permitir que, para as crianças e os adolescentes, férias sejam tempos em que eles possam "fazer arte", tanto no sentido literal quanto no metafórico. É desse espaço que eles precisam.
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Tempo para o autoconhecimentoAs férias da criançada e dos adolescentes chegaram! De novo?! Sim, caro leitor, de novo! Sabemos que muitas famílias reclamam dos períodos –que lhes parecem grandes demais– em que as crianças ficam em casa. O motivo é que os pais não têm dois momentos de férias e isso gera um problema doméstico/familiar. Esse é um dos indicadores de que a escola deixou de ser a instituição em que os mais novos vão só para ter a iniciação básica do conhecimento sistematizado. Hoje, a escola é, acima de tudo, um local para deixar os filhos com tranquilidade, não é? Mas, se pensarmos nas crianças e nos adolescentes, eles precisam desses dois períodos intercalados com o tempo de estudos para elaborar tudo o que estão aprendendo, para ter um tempo sem rotinas impostas, para soltar as amarras da imaginação e da criatividade e para ter um contato maior com eles mesmos e, dessa maneira, ouvir melhor as próprias demandas, vontades, emoções, interesses. O autoconhecimento é um importante aprendizado para os mais novos e, com as rígidas rotinas estabelecidas na escola e pela família nos períodos letivos, fica difícil ter tempo ocioso para esse reconhecimento de si, que é muito importante na formação e que tem sido desvalorizado. Você leu corretamente, caro leitor. Eu disse mesmo "tempo ocioso". Pode até parecer estranho, mas, mesmo durante as férias, é difícil para os adultos ver crianças e adolescentes sem fazer nada! Aliás, criança ociosa, hoje, é uma expressão usada de modo pejorativo, negativo. Mesmo em tempo de férias, parece que precisamos ver as crianças e os adolescentes ocupados com alguma coisa útil. O porquê ainda não sabemos. Só gostamos de, depois, reclamar da hiperatividade deles. Por isso, vamos fazer um esforço de tolerância e permitir que os adolescentes durmam, durmam e durmam! O quanto eles quiserem. Eles precisam disso. Vamos deixar as crianças à vontade, sem programação predefinida, sem horários estabelecidos, a não ser os importantes para a família. E, se a família não conta com uma rede social que lhe permita deixar as crianças em casa ou com parentes e amigos na maior parte do tempo e precise muito colocar a criança em alguma atividade, que seja uma atividade artística! A arte tem qualidades inestimáveis na formação e no desenvolvimento da criança. Na expressão artística, seja ela qual for, a criança aprende, pela experiência, que o processo a que se dedica é muito mais importante do que o resultado final, por exemplo. E há aprendizado mais importante do que esse para o desenvolvimento intelectual? A criatividade, característica das mais requisitadas hoje, em qualquer profissão e área de trabalho, pode ser muito mais desenvolvida na dedicação às artes porque, nelas, a criança perde o medo de errar, medo esse que aprendeu a ter ao se dedicar aos trabalhos escolares e que foi ensinado pelos adultos educadores –escolares e familiares– mesmo que não se dessem conta do que estavam ensinando. É também na prática artística que os mais novos têm a grande oportunidade de perceber, com alegria e prazer, o quanto o compromisso e a dedicação são valiosos no trabalho. Vamos permitir que, para as crianças e os adolescentes, férias sejam tempos em que eles possam "fazer arte", tanto no sentido literal quanto no metafórico. É desse espaço que eles precisam.
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Pintura de chinês é vendida por valor recorde de US$ 35 mi em Hong Kong
Uma pintura do artista chinês Zhang Daqian foi vendida por quase US$ 35 milhões (R$ 128 milhões) em Hong Kong nesta terça-feira (5), o valor mais alto já obtido por qualquer uma de suas obras, enfatizando a grande procura por arte chinesa de qualidade apesar do desaquecimento geral do mercado. "Peach Blossom Spring", pintura de dois metros de altura em forma de papiro, obteve mais que o triplo de seu preço estimado em um leilão de primavera da casa Sotheby's, sendo arrematada por US$ 34,91 milhões, incluindo a taxa paga pelo comprador à casa de leilões. Kevin Ching, executivo-chefe da Sotheby's da Ásia, disse que o trabalho de 1982 é monumental e merece a avaliação que recebeu. "As cores são absolutamente vibrantes, e... provavelmente (é) uma das duas ou três obras mais importantes disponíveis hoje em mão de particulares", disse Ching a repórteres. Os interessados se envolveram em uma verdadeira batalha no salão lotado antes do martelo ser batido após 50 minutos tensos, o que fez deste um dos leilões mais demorados da Sotheby's nos últimos anos. Trata-se também da pintura chinesa mais cara já vendida na Sotheby's de Hong Kong. O lance vencedor foi dado pelo Museu Long de Xangai, fundado pelo magnata chinês Liu Yiqian e sua esposa, Wang Wei, e que nos últimos anos adquiriram algumas das obras de arte chinesas e ocidentais mais caras do mundo, como o "Nu deitado" de Modigliani, de 1917, por US$ 170,4 milhões. Zhang Daqian (1899-1983) é considerado por muitos como um dos grandes nomes da pintura chinesa, e teve uma carreira prolífica que incluiu passagens por Argentina, Brasil, Califórnia e Taiwan. A venda da paisagem impressionista de pessegueiros e gigantescas montanhas de turquesa com uma inscrição poética ocorreu em um momento de baixa na venda de obras de arte devido ao crescimento lento da China, a segunda maior economia do mundo, e da maior seletividade dos compradores. A venda global de obras de arte diminuiu sete por cento em 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior e ficou em US$ 63,8 bilhões, e as vendas de arte na China caíram 23 por cento no mesmo período, de acordo com o Relatório do Mercado de Arte da Tefaf, uma das maiores feiras de arte do mundo.
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Pintura de chinês é vendida por valor recorde de US$ 35 mi em Hong KongUma pintura do artista chinês Zhang Daqian foi vendida por quase US$ 35 milhões (R$ 128 milhões) em Hong Kong nesta terça-feira (5), o valor mais alto já obtido por qualquer uma de suas obras, enfatizando a grande procura por arte chinesa de qualidade apesar do desaquecimento geral do mercado. "Peach Blossom Spring", pintura de dois metros de altura em forma de papiro, obteve mais que o triplo de seu preço estimado em um leilão de primavera da casa Sotheby's, sendo arrematada por US$ 34,91 milhões, incluindo a taxa paga pelo comprador à casa de leilões. Kevin Ching, executivo-chefe da Sotheby's da Ásia, disse que o trabalho de 1982 é monumental e merece a avaliação que recebeu. "As cores são absolutamente vibrantes, e... provavelmente (é) uma das duas ou três obras mais importantes disponíveis hoje em mão de particulares", disse Ching a repórteres. Os interessados se envolveram em uma verdadeira batalha no salão lotado antes do martelo ser batido após 50 minutos tensos, o que fez deste um dos leilões mais demorados da Sotheby's nos últimos anos. Trata-se também da pintura chinesa mais cara já vendida na Sotheby's de Hong Kong. O lance vencedor foi dado pelo Museu Long de Xangai, fundado pelo magnata chinês Liu Yiqian e sua esposa, Wang Wei, e que nos últimos anos adquiriram algumas das obras de arte chinesas e ocidentais mais caras do mundo, como o "Nu deitado" de Modigliani, de 1917, por US$ 170,4 milhões. Zhang Daqian (1899-1983) é considerado por muitos como um dos grandes nomes da pintura chinesa, e teve uma carreira prolífica que incluiu passagens por Argentina, Brasil, Califórnia e Taiwan. A venda da paisagem impressionista de pessegueiros e gigantescas montanhas de turquesa com uma inscrição poética ocorreu em um momento de baixa na venda de obras de arte devido ao crescimento lento da China, a segunda maior economia do mundo, e da maior seletividade dos compradores. A venda global de obras de arte diminuiu sete por cento em 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior e ficou em US$ 63,8 bilhões, e as vendas de arte na China caíram 23 por cento no mesmo período, de acordo com o Relatório do Mercado de Arte da Tefaf, uma das maiores feiras de arte do mundo.
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Empresa anuncia primeiro robô caseiro de 'preço acessível'
A empresa taiwanesa Asus anunciou o que descreve ser o primeiro robô caseiro de "preço acessível". Ativável por voz, o Zenbo será vendido por € 599 (R$ 2,4 mil). Segundo a Asus, o dispositivo será capaz de controlar casas inteligentes e seus equipamentos. A empresa afirma que o preço baixo do Zenbo, se comparado com aparelhos concorrentes, é possível por causa da falta de características humanoides, como braços. O robô ainda está em fase de criação —a data de lançamento não foi anunciada.
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Empresa anuncia primeiro robô caseiro de 'preço acessível'A empresa taiwanesa Asus anunciou o que descreve ser o primeiro robô caseiro de "preço acessível". Ativável por voz, o Zenbo será vendido por € 599 (R$ 2,4 mil). Segundo a Asus, o dispositivo será capaz de controlar casas inteligentes e seus equipamentos. A empresa afirma que o preço baixo do Zenbo, se comparado com aparelhos concorrentes, é possível por causa da falta de características humanoides, como braços. O robô ainda está em fase de criação —a data de lançamento não foi anunciada.
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Musical de terror tem exibição gratuita em cemitério neste sábado
Mescla de terror, comédia e musical, "Sinfonia da Necrópole" terá sessão especial gratuita no Cemitério da Consolação neste sábado (9), às 20h. O longa é o primeiro solo assinado por Juliana Rojas, co-diretora de "Trabalhar Cansa ao lado de Marco Dutra, acostumada a trabalhar o suspense e o fantástico em suas obras. Ambientado em São Paulo, "Sinfonia da Necrópole" acompanha o dia a dia do aprendiz de coveiro Deodato (Eduardo Gomes), cuja rotina é alterada com a chegada de uma nova funcionária (Luciana Paes) ao cemitério. Juntos, terão de recadastrar os túmulos abandonados e enfrentar uma série de acontecimentos bizarros, que levará os dois a questionarem as consequências de trabalharem cercado por mortos —tudo, é claro, embalado por números musicais. Os momentos de música e dança foram escritos pela diretora ao lado de Ramiro Murillo, responsável por coreografia e arranjos das canções. Marco Dutra retoma a parceria com Juliana e também assina composições do filme, que venceu o prêmio de melhor trilha sonora na sexta edição do Festival de Paulínia. Também sagrou-se vencedor no Festival de Gramado, onde foi eleito pela crítica como o melhor filme da 42ª edição.
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Musical de terror tem exibição gratuita em cemitério neste sábadoMescla de terror, comédia e musical, "Sinfonia da Necrópole" terá sessão especial gratuita no Cemitério da Consolação neste sábado (9), às 20h. O longa é o primeiro solo assinado por Juliana Rojas, co-diretora de "Trabalhar Cansa ao lado de Marco Dutra, acostumada a trabalhar o suspense e o fantástico em suas obras. Ambientado em São Paulo, "Sinfonia da Necrópole" acompanha o dia a dia do aprendiz de coveiro Deodato (Eduardo Gomes), cuja rotina é alterada com a chegada de uma nova funcionária (Luciana Paes) ao cemitério. Juntos, terão de recadastrar os túmulos abandonados e enfrentar uma série de acontecimentos bizarros, que levará os dois a questionarem as consequências de trabalharem cercado por mortos —tudo, é claro, embalado por números musicais. Os momentos de música e dança foram escritos pela diretora ao lado de Ramiro Murillo, responsável por coreografia e arranjos das canções. Marco Dutra retoma a parceria com Juliana e também assina composições do filme, que venceu o prêmio de melhor trilha sonora na sexta edição do Festival de Paulínia. Também sagrou-se vencedor no Festival de Gramado, onde foi eleito pela crítica como o melhor filme da 42ª edição.
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Teliana vence 27ª do mundo, e Brasil volta a uma final de WTA após 27 anos
A tenista pernambucana Teliana Pereira venceu a ucraniana Elina Svitolina –20 anos, 27ª do ranking mundial e cabeça de chave um–, neste sábado (18), em Bogotá, e chega pela primeira a uma final de torneio WTA (a associação profissional das mulheres). A decisão é neste domingo, às 13h (com Band Sports). Com 26 anos e atualmente 130 do mundo, a brasileira bateu a rival por 2 sets a 0 (parciais de 7/6 e 6/3). O resultado é o melhor da carreira de Teliana, que já havia chegado outras duas vezes em semifinais de torneios do mesmo porte –em 2013 também em Bogotá e em 2014 no Rio. Desde 1988, com Niege Dias campeã em Barcelona, na Espanha, o Brasil não tinha uma tenista em final de WTA. "É um sonho estar em uma final de WTA. Sempre acreditei que seria possível e agora vou ter essa oportunidade. É a recompensa de todo um trabalho e dedicação de muito tempo com a minha equipe. Estou muito feliz também, por estar levando o tênis feminino do Brasil para os grandes torneios do mundo. O nosso tênis pode crescer e estamos no caminho certo", disse a tenista após o jogo. A tenista número 1 do Brasil está em uma semana muito boa no torneio colombiano que distribui US$ 250 mil em prêmios. Na estreia, Teliana eliminou a ex-campeã de Roland Garros, a italiana Francesca Schiavone (ex-quarta do ranking mundial, hoje em 70º). Das possíveis adversárias da final deste domingo, Teliana enfrentou apenas a colombiana Duque Marino, 134ª do mundo, e a venceu duas vezes. Contra Shvedova, 75ª do ranking, Teliana nunca jogou. A segunda partida da semifinal acontece na tarde deste sábado. Ainda em Bogotá, o Brasil terá representantes na final de duplas. Bia Haddad e Paula Gonçalves se classificaram à decisão ainda na noite de sexta (17) e, assim como Teliana, aguardam pelas rivais. TELIANA Natural de Águas Belas (PE), Teliana mudou-se com a família para o Paraná ainda criança. Ela iniciou sua carreira profissional em 2005 e, em 2007, conquistou a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio, ao lado de Joana Cortez, nas duplas. Em 2013, ela se tornou a primeira brasileira a alcançar a semifinal de um WTA desde 1989. Ainda naquele ano, se tornou no top 100 na WTA (seu melhor ranking foi a 87ª colocação). Em 2014, Teliana conseguiu disputar pela primeira vez na carreira a chave principal de todos os Grand Slams e chegou a ganhar uma rodada em Roland Garros, na França.
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Teliana vence 27ª do mundo, e Brasil volta a uma final de WTA após 27 anosA tenista pernambucana Teliana Pereira venceu a ucraniana Elina Svitolina –20 anos, 27ª do ranking mundial e cabeça de chave um–, neste sábado (18), em Bogotá, e chega pela primeira a uma final de torneio WTA (a associação profissional das mulheres). A decisão é neste domingo, às 13h (com Band Sports). Com 26 anos e atualmente 130 do mundo, a brasileira bateu a rival por 2 sets a 0 (parciais de 7/6 e 6/3). O resultado é o melhor da carreira de Teliana, que já havia chegado outras duas vezes em semifinais de torneios do mesmo porte –em 2013 também em Bogotá e em 2014 no Rio. Desde 1988, com Niege Dias campeã em Barcelona, na Espanha, o Brasil não tinha uma tenista em final de WTA. "É um sonho estar em uma final de WTA. Sempre acreditei que seria possível e agora vou ter essa oportunidade. É a recompensa de todo um trabalho e dedicação de muito tempo com a minha equipe. Estou muito feliz também, por estar levando o tênis feminino do Brasil para os grandes torneios do mundo. O nosso tênis pode crescer e estamos no caminho certo", disse a tenista após o jogo. A tenista número 1 do Brasil está em uma semana muito boa no torneio colombiano que distribui US$ 250 mil em prêmios. Na estreia, Teliana eliminou a ex-campeã de Roland Garros, a italiana Francesca Schiavone (ex-quarta do ranking mundial, hoje em 70º). Das possíveis adversárias da final deste domingo, Teliana enfrentou apenas a colombiana Duque Marino, 134ª do mundo, e a venceu duas vezes. Contra Shvedova, 75ª do ranking, Teliana nunca jogou. A segunda partida da semifinal acontece na tarde deste sábado. Ainda em Bogotá, o Brasil terá representantes na final de duplas. Bia Haddad e Paula Gonçalves se classificaram à decisão ainda na noite de sexta (17) e, assim como Teliana, aguardam pelas rivais. TELIANA Natural de Águas Belas (PE), Teliana mudou-se com a família para o Paraná ainda criança. Ela iniciou sua carreira profissional em 2005 e, em 2007, conquistou a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio, ao lado de Joana Cortez, nas duplas. Em 2013, ela se tornou a primeira brasileira a alcançar a semifinal de um WTA desde 1989. Ainda naquele ano, se tornou no top 100 na WTA (seu melhor ranking foi a 87ª colocação). Em 2014, Teliana conseguiu disputar pela primeira vez na carreira a chave principal de todos os Grand Slams e chegou a ganhar uma rodada em Roland Garros, na França.
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A China no feirão da Petrobras
A crise da Petrobras abriu uma temporada de oportunidades no mercado mundial de energia, com empresas e concessões à venda. Para os americanos e europeus, a Lava Jato mostrou que esse é um campo minado por propinas e ligações perigosas. Para a China, esses riscos são desprezíveis. Ela já é o maior parceiro comercial do Brasil, precisa de petróleo e vem expandindo sua presença na América Latina. Há pouco os chineses socorreram a Petrobras com um empréstimo de US$ 3,5 bilhões. Essa poderia ser uma situação virtuosa, mas em seus negócios com a China o governo brasileiro trabalha de forma incompetente, pensando mais em marquetagens. Em 2004, quando o presidente Hu Jintao visitou Brasília, deram-lhe um intérprete que transformou uma promessa de comércio em anúncio de investimento. Em 2011 a doutora Dilma foi à China e de sua comitiva saiu a notícia de que a empresa Foxconn investiria US$ 12 bilhões em seis anos produzindo iPhones e iPads mais baratos em Pindorama. Lorota. Passaram-se quatro anos, a Foxconn beneficiou-se com incentivos e doações de terrenos, investiu menos de US$ 2 bilhões, produz iPhones e iPads, mas para os brasileiros eles continuam a ser os mais caros do mundo. Quem já negociou com o governo e empresas chinesas ensina: "Eles sentam para conversar sabendo o que querem. Nós sentamos sem saber sequer o que queremos". O governo brasileiro já lidou com o que Lula chamou de "decisão ideológica". Foi assim que decidiu associar a Petrobras a uma empresa chinesa no projeto de um gasoduto de mil quilômetros entre o Espírito Santo e a Bahia. A iniciativa foi tocada por uma empresa de fachada. O pior dos mundos seria um casamento de petrocomissários como Pedro Barusco com mandarins semelhantes a Zhou Yongkang. O companheiro Zhou foi um dos homens mais poderosos da China e começou a vida no mundo do petróleo. Em breve ele irá a julgamento, e seu filho está na cadeia. A Petrobras estimou que a corrupção custou-lhe R$ 6,2 bilhões. Mixaria. O governo chinês já confiscou US$ 14,5 bilhões de Zhou, sua família e seus comparsas. * ASTROLOGIA Os astrólogos do Planalto acreditam que a maré de impopularidade da doutora Dilma começou a refluir. Ela sairia o oitavo círculo do inferno, onde ficam os mentirosos, para o sétimo, o dos criadores de conflitos sociais. LOGO QUEM Lula ensinou: "O mundo precisa acabar com o preconceito contra a África". Preconceituoso seria o sujeito que, ao ver ruas limpas na capital da Namíbia, diz o seguinte: "Estou surpreso porque para quem chega em Windhoek não parece que está num país africano". Suas palavras, em 2003. RAVENSBRUCK Saiu nos Estados Unidos um belo livro contando a história do campo de extermínio de Ravensbruck, onde Olga Benário, a mulher de Luiz Carlos Prestes, foi mandada para a câmara de gás em 1942. Era um campo só de mulheres. Como ficava dentro da Alemanha, é pouco lembrado. A jornalista Sarah Helm conta sua história com emoção e olho feminino. Nele talvez haja uma novidade: os serviços de informações ingleses impediram que comunistas do porto de Southampton resgatassem Olga do navio que a levava a Hamburgo. A empresa Siemens ainda não se desculpou por ter mantido no campo uma fábrica movida a trabalho escravo. Assim é a vida. Filinto Müller, o chefe de polícia de Getúlio Vargas, ficou com a conta da deportação de Olga, grávida de sete meses, mas a decisão foi tomada numa reunião ministerial, onde ele tinha voz, mas não tinha voto. O ministro da Justiça Vicente Rao assinou com Getúlio o ato de expulsão de Olga. Mais: a deportação foi assegurada pelo Supremo Tribunal Federal. Serviço: "Ravensbruck" está na rede por US$ 5.99. DILMA O grande argumento que acompanhou o convite a Michel Temer para assumir a coordenação política do governo foi o de que, àquela altura, se ele recusasse o cargo, o governo acabaria. Era exagero, mas, antes de acabar, deve começar. Como ensina o professor Delfim Netto, para funcionar, um governo precisa fazer o seguinte: "Você tem que abrir a quitanda às seis da manhã, colocar os as beringelas no balcão e conferir o caixa para ver se há troco para as freguesas." AÉCIO O senador Aécio Neves baixará o tom em relação ao impedimento da doutora Dilma. Resta saber o que colocará no balcão do PSDB. Desde que a doutora sequestrou-lhe a agenda econômica, Aécio transformou-se no trombone da orquestra, faz barulho com pouca melodia. EREMILDO, O IDIOTA Com o apoio da oposição, o Congresso resolveu dar R$ 867 milhões aos partidos políticos. A doutora Dilma sancionou o mimo e continua prometendo um aperto fiscal. Eremildo é um idiota e fez a conta. Cada brasileiro adulto doará R$ 6,50 aos maganos. Não é nada, não é nada, é o preço de dois litros de leite, com direito a troco. A hora de serviço do trabalhador que ganha um salário mínimo vale R$ 3,58. MUDANÇA DE CLIMA Parlamentares que pareciam zumbis quando se falava da "Lista do Janot", adquiriram uma nova vida. Circulam sorridentes por Brasília. Isso se deve, em parte, à constatação de que o Ministério Público e a Polícia Federal estão batendo cabeças por causa do ritual de tomada de depoimentos. Quem deve, não teme depoimento, teme diligências e investigações. - O SALTO ALTO DOS DOUTORES DA LAVA JATO O juiz Sérgio Moro esqueceu-se do versinho: "A vida é uma arte, errar faz parte". Desde novembro ele se transformou numa esperança de correção e rigor. Botou maganos na cadeia, desmontou as empulhações do governo, da Petrobras e das empreiteiras. Tomou centenas de providências, mas deu-se mal quando prorrogou a prisão de Marice Correa de Lima, cunhada do comissário João Vaccari Neto. Aceitou a prova de um vídeo obtido pela Polícia Federal, endossada pelo Ministério Público, na qual ela foi confundida com Giselda, sua irmã. Desde o primeiro momento o advogado de Marice disse que a senhora mostrada no vídeo era Giselda. A própria Giselda informou que era ela quem aparecia no vídeo. Depois de manter a cidadã presa por vários dias, Moro mandou soltá-la dizendo que "neste momento processual, porém, não tem mais este Juízo certeza da correção da premissa utilizada". Caso típico para uma bolsa de Madame Natasha. Não se tratava de ter ou não certeza, mas de admitir que houve um erro. O Ministério Público não comentou a trapalhada e todos esperam por uma perícia da Polícia Federal. Juízes, procuradores e policiais engrandecidos pela opinião pública tendem a confiar na própria infalibilidade e acham que admitir erro é vergonha. É o contrário. Não custa repetir a explicação do juiz David Souter num voto dado na Corte Suprema, ao admitir que contrariava o que dissera noutro julgamento: "Ignorância, meus senhores, ignorância".
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A China no feirão da PetrobrasA crise da Petrobras abriu uma temporada de oportunidades no mercado mundial de energia, com empresas e concessões à venda. Para os americanos e europeus, a Lava Jato mostrou que esse é um campo minado por propinas e ligações perigosas. Para a China, esses riscos são desprezíveis. Ela já é o maior parceiro comercial do Brasil, precisa de petróleo e vem expandindo sua presença na América Latina. Há pouco os chineses socorreram a Petrobras com um empréstimo de US$ 3,5 bilhões. Essa poderia ser uma situação virtuosa, mas em seus negócios com a China o governo brasileiro trabalha de forma incompetente, pensando mais em marquetagens. Em 2004, quando o presidente Hu Jintao visitou Brasília, deram-lhe um intérprete que transformou uma promessa de comércio em anúncio de investimento. Em 2011 a doutora Dilma foi à China e de sua comitiva saiu a notícia de que a empresa Foxconn investiria US$ 12 bilhões em seis anos produzindo iPhones e iPads mais baratos em Pindorama. Lorota. Passaram-se quatro anos, a Foxconn beneficiou-se com incentivos e doações de terrenos, investiu menos de US$ 2 bilhões, produz iPhones e iPads, mas para os brasileiros eles continuam a ser os mais caros do mundo. Quem já negociou com o governo e empresas chinesas ensina: "Eles sentam para conversar sabendo o que querem. Nós sentamos sem saber sequer o que queremos". O governo brasileiro já lidou com o que Lula chamou de "decisão ideológica". Foi assim que decidiu associar a Petrobras a uma empresa chinesa no projeto de um gasoduto de mil quilômetros entre o Espírito Santo e a Bahia. A iniciativa foi tocada por uma empresa de fachada. O pior dos mundos seria um casamento de petrocomissários como Pedro Barusco com mandarins semelhantes a Zhou Yongkang. O companheiro Zhou foi um dos homens mais poderosos da China e começou a vida no mundo do petróleo. Em breve ele irá a julgamento, e seu filho está na cadeia. A Petrobras estimou que a corrupção custou-lhe R$ 6,2 bilhões. Mixaria. O governo chinês já confiscou US$ 14,5 bilhões de Zhou, sua família e seus comparsas. * ASTROLOGIA Os astrólogos do Planalto acreditam que a maré de impopularidade da doutora Dilma começou a refluir. Ela sairia o oitavo círculo do inferno, onde ficam os mentirosos, para o sétimo, o dos criadores de conflitos sociais. LOGO QUEM Lula ensinou: "O mundo precisa acabar com o preconceito contra a África". Preconceituoso seria o sujeito que, ao ver ruas limpas na capital da Namíbia, diz o seguinte: "Estou surpreso porque para quem chega em Windhoek não parece que está num país africano". Suas palavras, em 2003. RAVENSBRUCK Saiu nos Estados Unidos um belo livro contando a história do campo de extermínio de Ravensbruck, onde Olga Benário, a mulher de Luiz Carlos Prestes, foi mandada para a câmara de gás em 1942. Era um campo só de mulheres. Como ficava dentro da Alemanha, é pouco lembrado. A jornalista Sarah Helm conta sua história com emoção e olho feminino. Nele talvez haja uma novidade: os serviços de informações ingleses impediram que comunistas do porto de Southampton resgatassem Olga do navio que a levava a Hamburgo. A empresa Siemens ainda não se desculpou por ter mantido no campo uma fábrica movida a trabalho escravo. Assim é a vida. Filinto Müller, o chefe de polícia de Getúlio Vargas, ficou com a conta da deportação de Olga, grávida de sete meses, mas a decisão foi tomada numa reunião ministerial, onde ele tinha voz, mas não tinha voto. O ministro da Justiça Vicente Rao assinou com Getúlio o ato de expulsão de Olga. Mais: a deportação foi assegurada pelo Supremo Tribunal Federal. Serviço: "Ravensbruck" está na rede por US$ 5.99. DILMA O grande argumento que acompanhou o convite a Michel Temer para assumir a coordenação política do governo foi o de que, àquela altura, se ele recusasse o cargo, o governo acabaria. Era exagero, mas, antes de acabar, deve começar. Como ensina o professor Delfim Netto, para funcionar, um governo precisa fazer o seguinte: "Você tem que abrir a quitanda às seis da manhã, colocar os as beringelas no balcão e conferir o caixa para ver se há troco para as freguesas." AÉCIO O senador Aécio Neves baixará o tom em relação ao impedimento da doutora Dilma. Resta saber o que colocará no balcão do PSDB. Desde que a doutora sequestrou-lhe a agenda econômica, Aécio transformou-se no trombone da orquestra, faz barulho com pouca melodia. EREMILDO, O IDIOTA Com o apoio da oposição, o Congresso resolveu dar R$ 867 milhões aos partidos políticos. A doutora Dilma sancionou o mimo e continua prometendo um aperto fiscal. Eremildo é um idiota e fez a conta. Cada brasileiro adulto doará R$ 6,50 aos maganos. Não é nada, não é nada, é o preço de dois litros de leite, com direito a troco. A hora de serviço do trabalhador que ganha um salário mínimo vale R$ 3,58. MUDANÇA DE CLIMA Parlamentares que pareciam zumbis quando se falava da "Lista do Janot", adquiriram uma nova vida. Circulam sorridentes por Brasília. Isso se deve, em parte, à constatação de que o Ministério Público e a Polícia Federal estão batendo cabeças por causa do ritual de tomada de depoimentos. Quem deve, não teme depoimento, teme diligências e investigações. - O SALTO ALTO DOS DOUTORES DA LAVA JATO O juiz Sérgio Moro esqueceu-se do versinho: "A vida é uma arte, errar faz parte". Desde novembro ele se transformou numa esperança de correção e rigor. Botou maganos na cadeia, desmontou as empulhações do governo, da Petrobras e das empreiteiras. Tomou centenas de providências, mas deu-se mal quando prorrogou a prisão de Marice Correa de Lima, cunhada do comissário João Vaccari Neto. Aceitou a prova de um vídeo obtido pela Polícia Federal, endossada pelo Ministério Público, na qual ela foi confundida com Giselda, sua irmã. Desde o primeiro momento o advogado de Marice disse que a senhora mostrada no vídeo era Giselda. A própria Giselda informou que era ela quem aparecia no vídeo. Depois de manter a cidadã presa por vários dias, Moro mandou soltá-la dizendo que "neste momento processual, porém, não tem mais este Juízo certeza da correção da premissa utilizada". Caso típico para uma bolsa de Madame Natasha. Não se tratava de ter ou não certeza, mas de admitir que houve um erro. O Ministério Público não comentou a trapalhada e todos esperam por uma perícia da Polícia Federal. Juízes, procuradores e policiais engrandecidos pela opinião pública tendem a confiar na própria infalibilidade e acham que admitir erro é vergonha. É o contrário. Não custa repetir a explicação do juiz David Souter num voto dado na Corte Suprema, ao admitir que contrariava o que dissera noutro julgamento: "Ignorância, meus senhores, ignorância".
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"Pagará com a vida", diz leitor sobre brasileiro condenado na Indonésia
Estranho o fato de que, com tantas opções de estudo, um jovem de família rica vá traficar drogas em um país onde a pena para esse crime é a morte ("Indonésia avisa que executará segundo brasileiro neste ano", "Cotidiano", 26/4). Enquanto rico, deveria ter buscado formas menos perigosas e mais divertidas de encontrar a felicidade. Se fosse o caso de procurar algum tratamento para seu suposto problema mental, isso deveria ter sido planejado pelas escolas que os ricos costumam frequentar. Vendeu uma realidade alternativa e pagará com a vida por todo o sofrimento que seu produto gera, tanto aqui quanto lá. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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"Pagará com a vida", diz leitor sobre brasileiro condenado na IndonésiaEstranho o fato de que, com tantas opções de estudo, um jovem de família rica vá traficar drogas em um país onde a pena para esse crime é a morte ("Indonésia avisa que executará segundo brasileiro neste ano", "Cotidiano", 26/4). Enquanto rico, deveria ter buscado formas menos perigosas e mais divertidas de encontrar a felicidade. Se fosse o caso de procurar algum tratamento para seu suposto problema mental, isso deveria ter sido planejado pelas escolas que os ricos costumam frequentar. Vendeu uma realidade alternativa e pagará com a vida por todo o sofrimento que seu produto gera, tanto aqui quanto lá. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Na esteira da idade penal, propostas de reforma do ECA devem ganhar força
Na esteira da votação da proposta de emenda constitucional que visa reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos para alguns crimes específicos, os debates em torno das reformas do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), devem ganhar força no Congresso nas próximas semanas, com grupos de promotores já preparando propostas para apreciação no Senado –além das que já foram apresentadas por parlamentares e aguardam discussão. Em meio à expectativa pela segunda votação da redução da maioridade na Câmara (após aprovação em primeira rodada), e à posterior votação por senadores, especialistas ouvidos pela BBC Brasil dizem que as reformas do ECA –que completa 25 anos nesta segunda-feira (13)– devem tornar-se a próxima grande discussão nacional no tema da criminalidade infantojuvenil. A expectativa dos que apontam para a necessidade das alterações é que, independentemente do resultado da votação da maioridade, o destaque que o assunto recebe atualmente deve criar um clima favorável entre os congressistas e a opinião pública para a revisão do estatuto e também da lei do Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo), que regulamenta execução das medidas socioeducativas de menores infratores, sancionada em 2012. Para eles, a alteração mais urgente é a possibilidade de que um juiz passe a determinar um tempo mínimo de internação para os menores. Atualmente, o ECA prevê prazo de internação de até três anos, mas o magistrado só pode fixar o tipo de medida (internação, semiliberdade ou liberdade assistida), e ordenar sua reavaliação, geralmente a cada seis meses, tendo como base o comportamento dos jovens e não a gravidade do ato infracional cometido. DISTORÇÕES Segundo uma pesquisa dos Ministérios Públicos dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, na prática isto gera distorções no sistema, fazendo com que a grande maioria dos menores infratores cumpra períodos de internação de apenas seis meses, independentemente de terem sido julgados por um furto ou um assassinato. Dados recentes do Ministério Público de São Paulo mostram que a comarca da capital paulista conta atualmente com 1.552 menores internados em unidades. Destes, 1.046 estão privados de liberdade entre cinco a nove meses, e apenas um está internado há 15 meses, um há 20 meses e um há 33 meses. Outros 503 estão internados por diferentes períodos, mas por menos de 15 meses. Já na comarca da capital fluminense há 508 internos, e deste total, há 15 cumprindo medida de internação há mais de um ano, um há mais de dois anos e nenhum há mais de dois anos e meio. Os outros 492 cumprem medidas abaixo de um ano, independentemente do ato infracional cometido. Embora já tenha sofrido alterações desde sua aprovação, em 13 de julho de 1990, o ECA é objeto de dezenas de projetos de reformas no Congresso, a maioria deles pedindo tempo maior de internação para os menores infratores. Dentre os mais conhecidos estão os do senador José Serra (PSDB-SP), que eleva o tempo máximo de privação de liberdade dos jovens dos atuais três anos para dez anos; o do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que aumenta o tempo máximo de internação para oito anos; e o da deputada Andreia Zito (PSDB-RJ), que pede a elevação do tempo máximo de internação para oito anos em casos de atos inflacionais hediondos. PROPOSTAS Para Flávia Ferrer, procuradora de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro, que encabeça um grupo de estudos de mais de dez promotores das varas de Infância e Juventude de todo o Estado, a lei deveria dar ao juiz a capacidade para determinar o tempo mínimo de internação de menores infratores. Segundo ela e seu grupo, de nada adianta aumentar o tempo de privação de liberdade sem modificar este mecanismo da lei. "Muitos acham que no momento da sentença o juiz pode determinar que o menor cumpra um ano de internação, dois anos, ou até o período máximo atual, de três anos. Mas, na prática, não é assim, o que acaba fazendo com que a maioria (dos menores infratores) esteja livre ou migre para semiliberdade ou liberdade assistida já após os primeiros seis meses de cumprimento das medidas", diz. O grupo pretende entregar seu estudo com as recomendações ao Senado até o final de julho, esperando coincidir com uma potencial votação em primeiro turno da proposta de redução da maioridade penal, caso seja aprovada em segundo turno na Câmara. Ferrer explica que a lógica jurídica do ECA é que no momento da reavaliação do tempo de internação, apenas o comportamento dos jovens dentro das unidades seja levado em conta, e não a gravidade do ato cometido. "Desta forma, a lei diz que a Justiça deve cuidar do adolescente pelo que é, e não pelo que ele fez. Mas a falha é não enxergar que o ato cometido é parte integral de quem este adolescente é", indica. "É importante que a opinião pública e os parlamentares se atentem para o fato de que, sem a revisão deste mecanismo, pode-se aumentar o tempo máximo de internação para seis anos, ou oito anos, mas na prática os menores continuarão, em sua grande maioria, cumprindo período médio de seis meses", afirma. Outro ponto identificado como crucial é a impossibilidade de cumprir a mesma medida socioeducativa por atos descobertos após uma primeira internação. "Se um adolescente está internado por roubo, e já migrou para a semiliberdade, mas a polícia descobre que antes do julgamento ele já havia matado três pessoas, o ECA não permite que o juiz aplique novo período de internação", explica a procuradora, que se diz contrária à redução da maioridade penal. Outras propostas elaboradas pelo grupo de trabalho liderado por Ferrer incluem uma maior responsabilização dos pais no processo de ressocialização, elevação do tempo de internação para alguns atos infracionais, além de alterações nas unidades de internação. Para Thiago Rodrigues, promotor da Infância e Juventude do Ministério Público de SP, as reformas do ECA são cruciais para que o país passe a implementar, de fato, o sistema de recuperação e ressocialização proposto pela legislação sancionada em 1990. "Com essas falhas, a lei em vigor há 25 anos nunca permitiu que colocássemos esse sistema, de fato, em execução. Teríamos que primeiro executar todo o potencial desta lei, com as reformas necessárias, e aí sim discutir a redução da maioridade penal. Como podemos decretar a falência de um sistema que nunca foi implementado de verdade?", questiona. Ele defende ainda que o juiz possa levar em conta a gravidade do ato infracional cometido quando as medidas forem reavaliadas, seja a cada seis meses, ou a cada ano. "O fato de um adolescente que matou alguém sair da unidade muitas vezes antes de outro que furtou é algo que gera uma sensação de injustiça entre os próprios internos. É uma distorção importante", diz. CAUTELA Apesar de concordar com a necessidade de reformas, o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em Políticas de Segurança Pública pela PUC-SP e ex-conselheiro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) diz que é necessário manter um clima de cautela durante o debate. Para ele, há uma lógica diferente no corpo de leis que rege o processo de recuperação dos adolescentes, e é preocupante que as reformas o tornem muito semelhante à lógica do Código Penal, que pune os crimes cometidos por maiores de 18 anos. "É uma discussão positiva, mas há que se atentar para o fato de que o objetivo do ECA não é a punição e a reclusão, como no Código Penal, e sim a execução de medidas socioeducativas que levem à recuperação e ressocialização destes menores. Caso um juiz possa determinar um período mínimo de internação, por exemplo, deveria-se manter a revisão da medida a cada seis meses", diz. Alves acredita que, desta forma, é possível manter o adolescente engajado com o processo de recuperação. "Caso você sentencie um adolescente a três anos de internação sem possibilidade de revisão, corre-se o risco de ele perder o interesse em manter bom comportamento dentro da unidade, e se desconectar do processo de ressocialização, perdendo um estímulo importante", afirma. "É importante reformar a lei, mas não podemos transformar o sistema socioeducativo numa sucursal do sistema carcerário", diz.
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Na esteira da idade penal, propostas de reforma do ECA devem ganhar forçaNa esteira da votação da proposta de emenda constitucional que visa reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos para alguns crimes específicos, os debates em torno das reformas do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), devem ganhar força no Congresso nas próximas semanas, com grupos de promotores já preparando propostas para apreciação no Senado –além das que já foram apresentadas por parlamentares e aguardam discussão. Em meio à expectativa pela segunda votação da redução da maioridade na Câmara (após aprovação em primeira rodada), e à posterior votação por senadores, especialistas ouvidos pela BBC Brasil dizem que as reformas do ECA –que completa 25 anos nesta segunda-feira (13)– devem tornar-se a próxima grande discussão nacional no tema da criminalidade infantojuvenil. A expectativa dos que apontam para a necessidade das alterações é que, independentemente do resultado da votação da maioridade, o destaque que o assunto recebe atualmente deve criar um clima favorável entre os congressistas e a opinião pública para a revisão do estatuto e também da lei do Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo), que regulamenta execução das medidas socioeducativas de menores infratores, sancionada em 2012. Para eles, a alteração mais urgente é a possibilidade de que um juiz passe a determinar um tempo mínimo de internação para os menores. Atualmente, o ECA prevê prazo de internação de até três anos, mas o magistrado só pode fixar o tipo de medida (internação, semiliberdade ou liberdade assistida), e ordenar sua reavaliação, geralmente a cada seis meses, tendo como base o comportamento dos jovens e não a gravidade do ato infracional cometido. DISTORÇÕES Segundo uma pesquisa dos Ministérios Públicos dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, na prática isto gera distorções no sistema, fazendo com que a grande maioria dos menores infratores cumpra períodos de internação de apenas seis meses, independentemente de terem sido julgados por um furto ou um assassinato. Dados recentes do Ministério Público de São Paulo mostram que a comarca da capital paulista conta atualmente com 1.552 menores internados em unidades. Destes, 1.046 estão privados de liberdade entre cinco a nove meses, e apenas um está internado há 15 meses, um há 20 meses e um há 33 meses. Outros 503 estão internados por diferentes períodos, mas por menos de 15 meses. Já na comarca da capital fluminense há 508 internos, e deste total, há 15 cumprindo medida de internação há mais de um ano, um há mais de dois anos e nenhum há mais de dois anos e meio. Os outros 492 cumprem medidas abaixo de um ano, independentemente do ato infracional cometido. Embora já tenha sofrido alterações desde sua aprovação, em 13 de julho de 1990, o ECA é objeto de dezenas de projetos de reformas no Congresso, a maioria deles pedindo tempo maior de internação para os menores infratores. Dentre os mais conhecidos estão os do senador José Serra (PSDB-SP), que eleva o tempo máximo de privação de liberdade dos jovens dos atuais três anos para dez anos; o do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que aumenta o tempo máximo de internação para oito anos; e o da deputada Andreia Zito (PSDB-RJ), que pede a elevação do tempo máximo de internação para oito anos em casos de atos inflacionais hediondos. PROPOSTAS Para Flávia Ferrer, procuradora de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro, que encabeça um grupo de estudos de mais de dez promotores das varas de Infância e Juventude de todo o Estado, a lei deveria dar ao juiz a capacidade para determinar o tempo mínimo de internação de menores infratores. Segundo ela e seu grupo, de nada adianta aumentar o tempo de privação de liberdade sem modificar este mecanismo da lei. "Muitos acham que no momento da sentença o juiz pode determinar que o menor cumpra um ano de internação, dois anos, ou até o período máximo atual, de três anos. Mas, na prática, não é assim, o que acaba fazendo com que a maioria (dos menores infratores) esteja livre ou migre para semiliberdade ou liberdade assistida já após os primeiros seis meses de cumprimento das medidas", diz. O grupo pretende entregar seu estudo com as recomendações ao Senado até o final de julho, esperando coincidir com uma potencial votação em primeiro turno da proposta de redução da maioridade penal, caso seja aprovada em segundo turno na Câmara. Ferrer explica que a lógica jurídica do ECA é que no momento da reavaliação do tempo de internação, apenas o comportamento dos jovens dentro das unidades seja levado em conta, e não a gravidade do ato cometido. "Desta forma, a lei diz que a Justiça deve cuidar do adolescente pelo que é, e não pelo que ele fez. Mas a falha é não enxergar que o ato cometido é parte integral de quem este adolescente é", indica. "É importante que a opinião pública e os parlamentares se atentem para o fato de que, sem a revisão deste mecanismo, pode-se aumentar o tempo máximo de internação para seis anos, ou oito anos, mas na prática os menores continuarão, em sua grande maioria, cumprindo período médio de seis meses", afirma. Outro ponto identificado como crucial é a impossibilidade de cumprir a mesma medida socioeducativa por atos descobertos após uma primeira internação. "Se um adolescente está internado por roubo, e já migrou para a semiliberdade, mas a polícia descobre que antes do julgamento ele já havia matado três pessoas, o ECA não permite que o juiz aplique novo período de internação", explica a procuradora, que se diz contrária à redução da maioridade penal. Outras propostas elaboradas pelo grupo de trabalho liderado por Ferrer incluem uma maior responsabilização dos pais no processo de ressocialização, elevação do tempo de internação para alguns atos infracionais, além de alterações nas unidades de internação. Para Thiago Rodrigues, promotor da Infância e Juventude do Ministério Público de SP, as reformas do ECA são cruciais para que o país passe a implementar, de fato, o sistema de recuperação e ressocialização proposto pela legislação sancionada em 1990. "Com essas falhas, a lei em vigor há 25 anos nunca permitiu que colocássemos esse sistema, de fato, em execução. Teríamos que primeiro executar todo o potencial desta lei, com as reformas necessárias, e aí sim discutir a redução da maioridade penal. Como podemos decretar a falência de um sistema que nunca foi implementado de verdade?", questiona. Ele defende ainda que o juiz possa levar em conta a gravidade do ato infracional cometido quando as medidas forem reavaliadas, seja a cada seis meses, ou a cada ano. "O fato de um adolescente que matou alguém sair da unidade muitas vezes antes de outro que furtou é algo que gera uma sensação de injustiça entre os próprios internos. É uma distorção importante", diz. CAUTELA Apesar de concordar com a necessidade de reformas, o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em Políticas de Segurança Pública pela PUC-SP e ex-conselheiro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) diz que é necessário manter um clima de cautela durante o debate. Para ele, há uma lógica diferente no corpo de leis que rege o processo de recuperação dos adolescentes, e é preocupante que as reformas o tornem muito semelhante à lógica do Código Penal, que pune os crimes cometidos por maiores de 18 anos. "É uma discussão positiva, mas há que se atentar para o fato de que o objetivo do ECA não é a punição e a reclusão, como no Código Penal, e sim a execução de medidas socioeducativas que levem à recuperação e ressocialização destes menores. Caso um juiz possa determinar um período mínimo de internação, por exemplo, deveria-se manter a revisão da medida a cada seis meses", diz. Alves acredita que, desta forma, é possível manter o adolescente engajado com o processo de recuperação. "Caso você sentencie um adolescente a três anos de internação sem possibilidade de revisão, corre-se o risco de ele perder o interesse em manter bom comportamento dentro da unidade, e se desconectar do processo de ressocialização, perdendo um estímulo importante", afirma. "É importante reformar a lei, mas não podemos transformar o sistema socioeducativo numa sucursal do sistema carcerário", diz.
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Sob crítica, governo fará mutirão de demarcação de terras indígenas
Sob crítica de que tem dedicado pouco espaço em sua agenda pública para a causa indígena, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, anunciou nesta quarta-feira (3) a intenção de fazer uma espécie de mutirão para agilizar processos parados de demarcação de terras. Em entrevista à imprensa, no Palácio do Planalto, ele afirmou que o objetivo é identificar pedidos que estejam "lentos" ou "dificultados" e disse que o Ministério da Justiça irá "imediatamente proceder com as demarcações". "O governo Michel Temer quer, sim, legalizar as demarcações e o que iremos fazer agora com regime de mutirão é identificar os processos que estão muitos lentos e dificultados. Nós queremos mostrar à população que iremos respeitar a Constituição Federal e a Suprema Corte", afirmou. A Folha mostrou na terça-feira (2) que o ministro teve sua agenda oficial desde que assumiu dominada por ruralistas e alvos da Operação Lava Jato. Foram cem audiências com integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária e com políticos investigados. Não houve nenhum encontro registrado oficialmente com representantes indígenas. Na entrevista desta quarta-feira (3), o ministro disse que tem recebido em audiência quem a solicita e afirmou que, na semana passada, chegou a se reunir com um grupo de índios no gabinete do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), ex-governador do Amazonas. "Eu lanço um desafio para que alguém identifique uma situação em que alguém tenha solicitado uma audiência em que eu não o tenha recebido", disse. No domingo (30), um ataque deixou mais de dez indígenas do povo Gamela feridos no Povoado de Bahias, em Viana, no Maranhão. Um deles teve fratura exposta nas mãos devido a golpes de facão e corre o risco de perdê-las, segundo Inaldo Serejo, 43 anos, vítima e membro da Comissão Pastoral da Terra do Maranhão (CPT-MA). O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), afirmou que se dispõe a pagar pelos estudos de demarcação de terras indígenas em Viana, a 220 km de São Luís. No ano passado, o governo do Maranhão enviou ofício à Funai (Fundação Nacional do Índio) questionando a demora em delimitar as terras dos índios Gamela. O órgão respondeu que não dispunha de verba e pessoal.
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Sob crítica, governo fará mutirão de demarcação de terras indígenasSob crítica de que tem dedicado pouco espaço em sua agenda pública para a causa indígena, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, anunciou nesta quarta-feira (3) a intenção de fazer uma espécie de mutirão para agilizar processos parados de demarcação de terras. Em entrevista à imprensa, no Palácio do Planalto, ele afirmou que o objetivo é identificar pedidos que estejam "lentos" ou "dificultados" e disse que o Ministério da Justiça irá "imediatamente proceder com as demarcações". "O governo Michel Temer quer, sim, legalizar as demarcações e o que iremos fazer agora com regime de mutirão é identificar os processos que estão muitos lentos e dificultados. Nós queremos mostrar à população que iremos respeitar a Constituição Federal e a Suprema Corte", afirmou. A Folha mostrou na terça-feira (2) que o ministro teve sua agenda oficial desde que assumiu dominada por ruralistas e alvos da Operação Lava Jato. Foram cem audiências com integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária e com políticos investigados. Não houve nenhum encontro registrado oficialmente com representantes indígenas. Na entrevista desta quarta-feira (3), o ministro disse que tem recebido em audiência quem a solicita e afirmou que, na semana passada, chegou a se reunir com um grupo de índios no gabinete do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), ex-governador do Amazonas. "Eu lanço um desafio para que alguém identifique uma situação em que alguém tenha solicitado uma audiência em que eu não o tenha recebido", disse. No domingo (30), um ataque deixou mais de dez indígenas do povo Gamela feridos no Povoado de Bahias, em Viana, no Maranhão. Um deles teve fratura exposta nas mãos devido a golpes de facão e corre o risco de perdê-las, segundo Inaldo Serejo, 43 anos, vítima e membro da Comissão Pastoral da Terra do Maranhão (CPT-MA). O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), afirmou que se dispõe a pagar pelos estudos de demarcação de terras indígenas em Viana, a 220 km de São Luís. No ano passado, o governo do Maranhão enviou ofício à Funai (Fundação Nacional do Índio) questionando a demora em delimitar as terras dos índios Gamela. O órgão respondeu que não dispunha de verba e pessoal.
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Vírus da zika encontrado nos olhos pode levar à cegueira, afirma estudo
O vírus da zika pode permanecer nos olhos –é o que revelam testes em ratos, que poderiam explicar o motivo pelo qual pessoas infectadas desenvolvem doenças oftalmológicas, podendo, em alguns casos raros, levar à cegueira. A conclusão é de um estudo publicado nesta terça (6) na revista americana "Cell Reports", que descreve os efeitos da zika nos olhos dos fetos de ratos, de camundongos e de animais adultos. Os cientistas pretendem completar seu estudo com pesquisas em humanos. "Nossa pesquisa sugere que os olhos podem ser um reservatório para o vírus Zika", explica o dr. Michael Diamond, professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, Missouri, coautor do trabalho. "Devemos verificar se pessoas infectadas pelo zika têm o vírus nos olhos e por quanto tempo ele pode ficar ali", completou. Zika e microcefalia Nos adultos, o vírus da zika pode provocar conjuntivite, uma irritação dos olhos e, em alguns casos raros, uveíte, que pode levar à cegueira irreversível. Para determinar os efeitos para os olhos, os cientistas infectaram, em especial, ratos adultos na pele, reproduzindo uma infecção transmitida pela picada de mosquito. Eles detectaram o vírus da zika vivo nos olhos dos roedores sete dias depois. Ainda não se sabe se o vírus atravessa, de modo sistemático, a barreira protetora que separa a retina do olho do restante da circulação para se propagar ao longo do nervo óptico, ligando o cérebro aos olhos, ou se busca outros caminhos. Uma infecção nos olhos por esse vírus abre a possibilidade de que pessoas possam ser contaminadas por um simples contato com lágrimas. Os pesquisadores detectaram uma assinatura genética da zika no líquido lacrimal de ratos infectados até 28 dias após a infecção. Neste caso, porém, o vírus não estava vivo. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
equilibrioesaude
Vírus da zika encontrado nos olhos pode levar à cegueira, afirma estudoO vírus da zika pode permanecer nos olhos –é o que revelam testes em ratos, que poderiam explicar o motivo pelo qual pessoas infectadas desenvolvem doenças oftalmológicas, podendo, em alguns casos raros, levar à cegueira. A conclusão é de um estudo publicado nesta terça (6) na revista americana "Cell Reports", que descreve os efeitos da zika nos olhos dos fetos de ratos, de camundongos e de animais adultos. Os cientistas pretendem completar seu estudo com pesquisas em humanos. "Nossa pesquisa sugere que os olhos podem ser um reservatório para o vírus Zika", explica o dr. Michael Diamond, professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, Missouri, coautor do trabalho. "Devemos verificar se pessoas infectadas pelo zika têm o vírus nos olhos e por quanto tempo ele pode ficar ali", completou. Zika e microcefalia Nos adultos, o vírus da zika pode provocar conjuntivite, uma irritação dos olhos e, em alguns casos raros, uveíte, que pode levar à cegueira irreversível. Para determinar os efeitos para os olhos, os cientistas infectaram, em especial, ratos adultos na pele, reproduzindo uma infecção transmitida pela picada de mosquito. Eles detectaram o vírus da zika vivo nos olhos dos roedores sete dias depois. Ainda não se sabe se o vírus atravessa, de modo sistemático, a barreira protetora que separa a retina do olho do restante da circulação para se propagar ao longo do nervo óptico, ligando o cérebro aos olhos, ou se busca outros caminhos. Uma infecção nos olhos por esse vírus abre a possibilidade de que pessoas possam ser contaminadas por um simples contato com lágrimas. Os pesquisadores detectaram uma assinatura genética da zika no líquido lacrimal de ratos infectados até 28 dias após a infecção. Neste caso, porém, o vírus não estava vivo. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
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Sem-teto ajudam greve dos bancários com piquetes e vigilância nas agências
Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) estão apoiando ativamente a greve dos bancários, que completa 11 dias nesta sexta-feira (16). Eles fazem piquetes na porta das agências e auxiliam os grevistas, atuando como vigilantes. Em dez agências visitadas pela Folha na quarta-feira na região da avenida Paulista, centro de São Paulo, membros do MTST resguardavam a entrada e orientavam funcionários e clientes sobre o estado de greve. Em algumas agências os militantes estavam sozinhos; em outras, acompanhados de bancários. O líder do MTST e colunista da Folha, Guilherme Boulos, confirmou a orientação para apoiar a greve em todo o país, não somente em São Paulo. "Existem objetivos comuns [entre o MTST e o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região] e, por isso, o movimento ajuda ativamente a paralisação." O apoio foi declarado publicamente no site do sindicato no início da greve. "Demonstraremos nossa solidariedade orientando a militância sem-teto a contribuir com a greve, com apoio aos piquetes e todas as outras formas que sejam necessárias." AÇÕES EM CONJUNTO Em maio deste ano, MTST e sindicato fizeram uma proposta ao governo para pedir redução da alíquota do recolhimento compulsório sobre a poupança de 20% para 15%, condicionada a financiar moradias populares. "Temos essa troca política. Nós defendemos o que eles defendem e eles defendem o que nos defendemos", afirma Juvandia Moreira, presidente do sindicato. "O MTST colocou alguns militantes à disposição. Eles vêm nos dias que podem, não sei de onde ou como", diz a dirigente sindical. Segundo integrantes do movimento, que preferem não ter seus nomes publicados, vans do sindicato vão até ocupações lideradas pelo MTST para buscar os manifestantes. De uma ocupação em Mauá, região metropolitana de São Paulo, por exemplo, seis conduções saem por dia para a região da Paulista. Além do transporte, o sindicato fornece lanche, suco e frutas. Boulos afirma que não há pagamento em dinheiro pelo apoio e não sabe informar quantos militantes ajudam na greve. SOLIDARIEDADE A solidariedade à paralisação também é feita por outras categorias profissionais e movimentos sociais. Nesta sexta-feira, bancários e petroleiros, duas categorias profissionais em campanha salarial, fazem ato na Paulista, a partir de 15h. Também participarão do protesto trabalhadores do setor de alimentação, integrantes do MPA (movimento de pequenos agricultores) e do MST, que reúne os rurais sem terra. "Recebemos a solidariedade de movimentos e categorias assim como já levamos também nosso apoio aos metalúrgicos do ABC. Levamos água e comida em um acampamento deles [contra demissões em empresas da região]", afirma a presidente do sindicato. ADESÃO À GREVE Os bancários pedem reajuste de 16% (inclui aumento real de 5,7%) e os bancos ofereceram 5,5%. A paralisação em São Paulo mobilizou nesta quinta cerca de 60 mil bancários, segundo o sindicato, em 818 locais de trabalho. A entidade representa 142 mil trabalhadores do setor. De acordo com a Contraf-CUT, no país a greve afeta 11.818 agências e 44 centros administrativos em 26 estados e no Distrito Federal. A federação dos bancos não fornece a adesão ao movimento nem as atividades afetadas.
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Sem-teto ajudam greve dos bancários com piquetes e vigilância nas agênciasIntegrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) estão apoiando ativamente a greve dos bancários, que completa 11 dias nesta sexta-feira (16). Eles fazem piquetes na porta das agências e auxiliam os grevistas, atuando como vigilantes. Em dez agências visitadas pela Folha na quarta-feira na região da avenida Paulista, centro de São Paulo, membros do MTST resguardavam a entrada e orientavam funcionários e clientes sobre o estado de greve. Em algumas agências os militantes estavam sozinhos; em outras, acompanhados de bancários. O líder do MTST e colunista da Folha, Guilherme Boulos, confirmou a orientação para apoiar a greve em todo o país, não somente em São Paulo. "Existem objetivos comuns [entre o MTST e o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região] e, por isso, o movimento ajuda ativamente a paralisação." O apoio foi declarado publicamente no site do sindicato no início da greve. "Demonstraremos nossa solidariedade orientando a militância sem-teto a contribuir com a greve, com apoio aos piquetes e todas as outras formas que sejam necessárias." AÇÕES EM CONJUNTO Em maio deste ano, MTST e sindicato fizeram uma proposta ao governo para pedir redução da alíquota do recolhimento compulsório sobre a poupança de 20% para 15%, condicionada a financiar moradias populares. "Temos essa troca política. Nós defendemos o que eles defendem e eles defendem o que nos defendemos", afirma Juvandia Moreira, presidente do sindicato. "O MTST colocou alguns militantes à disposição. Eles vêm nos dias que podem, não sei de onde ou como", diz a dirigente sindical. Segundo integrantes do movimento, que preferem não ter seus nomes publicados, vans do sindicato vão até ocupações lideradas pelo MTST para buscar os manifestantes. De uma ocupação em Mauá, região metropolitana de São Paulo, por exemplo, seis conduções saem por dia para a região da Paulista. Além do transporte, o sindicato fornece lanche, suco e frutas. Boulos afirma que não há pagamento em dinheiro pelo apoio e não sabe informar quantos militantes ajudam na greve. SOLIDARIEDADE A solidariedade à paralisação também é feita por outras categorias profissionais e movimentos sociais. Nesta sexta-feira, bancários e petroleiros, duas categorias profissionais em campanha salarial, fazem ato na Paulista, a partir de 15h. Também participarão do protesto trabalhadores do setor de alimentação, integrantes do MPA (movimento de pequenos agricultores) e do MST, que reúne os rurais sem terra. "Recebemos a solidariedade de movimentos e categorias assim como já levamos também nosso apoio aos metalúrgicos do ABC. Levamos água e comida em um acampamento deles [contra demissões em empresas da região]", afirma a presidente do sindicato. ADESÃO À GREVE Os bancários pedem reajuste de 16% (inclui aumento real de 5,7%) e os bancos ofereceram 5,5%. A paralisação em São Paulo mobilizou nesta quinta cerca de 60 mil bancários, segundo o sindicato, em 818 locais de trabalho. A entidade representa 142 mil trabalhadores do setor. De acordo com a Contraf-CUT, no país a greve afeta 11.818 agências e 44 centros administrativos em 26 estados e no Distrito Federal. A federação dos bancos não fornece a adesão ao movimento nem as atividades afetadas.
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'Pai do Taleban', general Hamid Gul morre aos 78 no Paquistão
Hamid Gul, o general paquistanês acusado pelo Ocidente de ser o "pai do Taleban", morreu neste sábado (15) no bucólico retiro de montanha de Murree, na porção da Caxemira que pertence a seu país. Ele tinha 78 anos e sofreu um derrame. Listado como terrorista pelos Estados Unidos, Gul era considerado um herói nacional nos meios militares do Paquistão, ainda que fosse visto como um pária pelo governo do premiê Nawaz Sharif e tivesse perdido parte de sua influência nos últimos anos. Sua história se confunde com a da conturbada afirmação da identidade nacional do país de quase 200 milhões de habitantes, que foi extirpado da Índia quando os britânicos bateram em retirada, em 1948. No Exército desde 1954, Gul lutou duas das guerras entre o seu país e a Índia, em 1965 e em 1971. Participou ativamente da ditadura de Zia ul-Haq, entre 1977 e 1988. Braço direito do presidente que islamizou a sociedade paquistanesa com elementos conservadores que perduram até hoje, Gul tratou de inserir a mesma ideologia nas Forças Armadas. Ocupou vários cargos até chegar a diretor-geral do poderoso ISI, o serviço secreto militar paquistanês, considerado um Estado dentro do Estado. Era 1987, e ele ajudou a escalar a guerra dos mujahedin ("guerreiros santos") no Afeganistão contra os invasores soviéticos, que ocupavam o país vizinho desde 1979. Naquele momento, o homem tachado de terrorista era um aliado, e Gul coordenou a entrega de recursos e armas dos EUA e da Arábia Saudita para os guerrilheiros. A jihad ("guerra santa") atraiu jovens muçulmanos de diversos países, como o filho de um milionário saudita chamado Osama bin Laden. Deu certo: em 1989, enfraquecidos política e economicamente em casa, os soviéticos foram embora. Este foi o momento em que Gul começou o seu rompimento com o Ocidente. Removido do cargo pela premiê Benazir Bhutto, cujo assassinato em 2007 fora previsto por ela como uma possível obra de Gul, o general passou a operar nos bastidores, mantendo sob sua influência uma geração de oficiais paquistaneses. Foi operacional para criar no principal território sob disputa com a Índia, a Caxemira, grupos de mujahedin que haviam lutado no Afeganistão. A campanha de terror persiste até hoje, em menor intensidade, e quase levou os dois países à guerra em pelo menos duas ocasiões desde então. Além disso, ele manteve estreitos contatos com alguns dos grupos que se engalfinharam na guerra civil que assolou o Afeganistão nos anos após a retirada soviética. Gul, um homem de voz pausada e olhar frio, sempre dizia aos interlocutores que a falta de apoio americano aos afegãos naquele momento era um dos maiores crimes de guerra que já presenciara. Ele viu outros. Percebendo a ascensão de forças da etnia pashtun, majoritária no Afeganistão e da qual ele fazia parte, Gul fomentou o recrutamento de afegãos exilados nas mesmas áreas tribais paquistanesas onde ele cresceu no fim dos anos 30. Eles eram "talibs", estudantes em pashtun, baseados em escolas religiosas. Aos poucos, viraram uma força própria, o Taleban, e o resto é história: tomaram Cabul em 1996 e só saíram de lá chutados pelos americanos por abrigar a Al Qaeda de Bin Laden, responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001. "Isso é uma bobagem, o Taleban é uma força legítima, surgiu sozinho", repetiu Gul nas ocasiões em que a Folha o entrevistou entre 2001 e 2011, sobre a acusação de ter sido o mentor do grupo extremista. Certamente outros fatores concorreram, mas a força de Gul sobre os círculos militares e de espiões que ajudaram a viabilizar o Taleban foi decisiva. De sua ampla mas simples casa na vila para militares aposentados em Rawalpindi, cidade geminada à capital Islamabad, Gul operava nas sombras. Teve uma relação complicada com o regime militar de Pervez Musharraf, que mandou que ele fosse preso em casa, e viu a ascensão de seus dois maiores inimigos: o viúvo de Benazir, Asif Ali Zardari, virou presidente entre 2008 e 2013, e o ex-premiê Sharif voltou ao cargo em 2013 e está lá até hoje. Perdeu contatos, mas não influência retórica. O islamismo militante e belicista defendido por ele é dominante nos meios militares paquistaneses. Ele sempre rejeitou a acusação americana de que tinha ligações com a Al Qaeda, o que parece bem difícil, dado o seu histórico nos anos 80 e 90, e recentemente elogiou táticas militares do Estado Islâmico –embora defendendo a islamização pacífica da sociedade paquistanesa, e não "banhos de sangue". Nunca escondeu seu antiamericanismo de estirpe paranoica. Em 2001, disse que o 11/9 foi cometido pelos EUA e por Israel, uma teoria conspiratória popular em seu país. Via em tudo uma maquinação americana para, com os indianos, acabar com o Paquistão. Sua fala em tom professoral aumentava a sensação de estranhamento: ele parecia realmente acreditar em tudo o que falava. Era também um analista político que costumava acertar. Na última entrevista que concedeu à Folha, em 2011, previa que a China poderia tornar-se a nova parceira do seu país no balanço estratégico da região, algo que lentamente vem ocorrendo. Virou porta-voz de uma causa popular no seu país contra os ataques de aviões robôs americanos nas áreas tribais. Isso lhe garantia espaço na mídia conservadora paquistanesa, mas, segundo analistas, ele já era visto como uma figura obsoleta, do século 20, entre as novas gerações de militares do país.
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'Pai do Taleban', general Hamid Gul morre aos 78 no PaquistãoHamid Gul, o general paquistanês acusado pelo Ocidente de ser o "pai do Taleban", morreu neste sábado (15) no bucólico retiro de montanha de Murree, na porção da Caxemira que pertence a seu país. Ele tinha 78 anos e sofreu um derrame. Listado como terrorista pelos Estados Unidos, Gul era considerado um herói nacional nos meios militares do Paquistão, ainda que fosse visto como um pária pelo governo do premiê Nawaz Sharif e tivesse perdido parte de sua influência nos últimos anos. Sua história se confunde com a da conturbada afirmação da identidade nacional do país de quase 200 milhões de habitantes, que foi extirpado da Índia quando os britânicos bateram em retirada, em 1948. No Exército desde 1954, Gul lutou duas das guerras entre o seu país e a Índia, em 1965 e em 1971. Participou ativamente da ditadura de Zia ul-Haq, entre 1977 e 1988. Braço direito do presidente que islamizou a sociedade paquistanesa com elementos conservadores que perduram até hoje, Gul tratou de inserir a mesma ideologia nas Forças Armadas. Ocupou vários cargos até chegar a diretor-geral do poderoso ISI, o serviço secreto militar paquistanês, considerado um Estado dentro do Estado. Era 1987, e ele ajudou a escalar a guerra dos mujahedin ("guerreiros santos") no Afeganistão contra os invasores soviéticos, que ocupavam o país vizinho desde 1979. Naquele momento, o homem tachado de terrorista era um aliado, e Gul coordenou a entrega de recursos e armas dos EUA e da Arábia Saudita para os guerrilheiros. A jihad ("guerra santa") atraiu jovens muçulmanos de diversos países, como o filho de um milionário saudita chamado Osama bin Laden. Deu certo: em 1989, enfraquecidos política e economicamente em casa, os soviéticos foram embora. Este foi o momento em que Gul começou o seu rompimento com o Ocidente. Removido do cargo pela premiê Benazir Bhutto, cujo assassinato em 2007 fora previsto por ela como uma possível obra de Gul, o general passou a operar nos bastidores, mantendo sob sua influência uma geração de oficiais paquistaneses. Foi operacional para criar no principal território sob disputa com a Índia, a Caxemira, grupos de mujahedin que haviam lutado no Afeganistão. A campanha de terror persiste até hoje, em menor intensidade, e quase levou os dois países à guerra em pelo menos duas ocasiões desde então. Além disso, ele manteve estreitos contatos com alguns dos grupos que se engalfinharam na guerra civil que assolou o Afeganistão nos anos após a retirada soviética. Gul, um homem de voz pausada e olhar frio, sempre dizia aos interlocutores que a falta de apoio americano aos afegãos naquele momento era um dos maiores crimes de guerra que já presenciara. Ele viu outros. Percebendo a ascensão de forças da etnia pashtun, majoritária no Afeganistão e da qual ele fazia parte, Gul fomentou o recrutamento de afegãos exilados nas mesmas áreas tribais paquistanesas onde ele cresceu no fim dos anos 30. Eles eram "talibs", estudantes em pashtun, baseados em escolas religiosas. Aos poucos, viraram uma força própria, o Taleban, e o resto é história: tomaram Cabul em 1996 e só saíram de lá chutados pelos americanos por abrigar a Al Qaeda de Bin Laden, responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001. "Isso é uma bobagem, o Taleban é uma força legítima, surgiu sozinho", repetiu Gul nas ocasiões em que a Folha o entrevistou entre 2001 e 2011, sobre a acusação de ter sido o mentor do grupo extremista. Certamente outros fatores concorreram, mas a força de Gul sobre os círculos militares e de espiões que ajudaram a viabilizar o Taleban foi decisiva. De sua ampla mas simples casa na vila para militares aposentados em Rawalpindi, cidade geminada à capital Islamabad, Gul operava nas sombras. Teve uma relação complicada com o regime militar de Pervez Musharraf, que mandou que ele fosse preso em casa, e viu a ascensão de seus dois maiores inimigos: o viúvo de Benazir, Asif Ali Zardari, virou presidente entre 2008 e 2013, e o ex-premiê Sharif voltou ao cargo em 2013 e está lá até hoje. Perdeu contatos, mas não influência retórica. O islamismo militante e belicista defendido por ele é dominante nos meios militares paquistaneses. Ele sempre rejeitou a acusação americana de que tinha ligações com a Al Qaeda, o que parece bem difícil, dado o seu histórico nos anos 80 e 90, e recentemente elogiou táticas militares do Estado Islâmico –embora defendendo a islamização pacífica da sociedade paquistanesa, e não "banhos de sangue". Nunca escondeu seu antiamericanismo de estirpe paranoica. Em 2001, disse que o 11/9 foi cometido pelos EUA e por Israel, uma teoria conspiratória popular em seu país. Via em tudo uma maquinação americana para, com os indianos, acabar com o Paquistão. Sua fala em tom professoral aumentava a sensação de estranhamento: ele parecia realmente acreditar em tudo o que falava. Era também um analista político que costumava acertar. Na última entrevista que concedeu à Folha, em 2011, previa que a China poderia tornar-se a nova parceira do seu país no balanço estratégico da região, algo que lentamente vem ocorrendo. Virou porta-voz de uma causa popular no seu país contra os ataques de aviões robôs americanos nas áreas tribais. Isso lhe garantia espaço na mídia conservadora paquistanesa, mas, segundo analistas, ele já era visto como uma figura obsoleta, do século 20, entre as novas gerações de militares do país.
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Rio ganha plataforma on-line que ajuda a achar trabalho voluntário
A rede social Atados, que conecta pessoas que querem engajar-se como voluntárias em uma causa para atender as necessidades de organizações sociais, lançou no último sábado (5) a versão Atados Carioca, no Rio de Janeiro. Agora, além das sedes em São Paulo, Brasília e Curitiba, a plataforma on-line, fundada por cinco estudantes de administração da USP, oferece opção de voluntariado na Cidade Maravilhosa. O Atados, finalista do Prêmio Empreendedor Social de Futuro, em 2014, conta com uma rede de 40 mil pessoas, 400 ONGs e 30 empresas em torno de 800 oportunidades de voluntariado. A chegada ao Rio é o primeiro passo da atuação do Atados na cidade, que começa com a sensibilização e deve evoluir para ações recorrentes e criação de projetos como o Abraço Cultural - curso de idiomas com professores refugiados.
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Rio ganha plataforma on-line que ajuda a achar trabalho voluntárioA rede social Atados, que conecta pessoas que querem engajar-se como voluntárias em uma causa para atender as necessidades de organizações sociais, lançou no último sábado (5) a versão Atados Carioca, no Rio de Janeiro. Agora, além das sedes em São Paulo, Brasília e Curitiba, a plataforma on-line, fundada por cinco estudantes de administração da USP, oferece opção de voluntariado na Cidade Maravilhosa. O Atados, finalista do Prêmio Empreendedor Social de Futuro, em 2014, conta com uma rede de 40 mil pessoas, 400 ONGs e 30 empresas em torno de 800 oportunidades de voluntariado. A chegada ao Rio é o primeiro passo da atuação do Atados na cidade, que começa com a sensibilização e deve evoluir para ações recorrentes e criação de projetos como o Abraço Cultural - curso de idiomas com professores refugiados.
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Veja dez sugestões de presentes do "Comida" para mães gourmet
O Dia das Mães está chegando. Se sua mãe é cozinheira –ou adora comer bem– um presente gastronômico com certeza é boa pedida (neste caso, esqueça aquela história de que dar panela pega mal). O "Comida" selecionou dez sugestões de presentes, com preços e propostas variadas, para os filhos baterem o martelo ou se inspirarem. São ingredientes, utensílios e
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Veja dez sugestões de presentes do "Comida" para mães gourmetO Dia das Mães está chegando. Se sua mãe é cozinheira –ou adora comer bem– um presente gastronômico com certeza é boa pedida (neste caso, esqueça aquela história de que dar panela pega mal). O "Comida" selecionou dez sugestões de presentes, com preços e propostas variadas, para os filhos baterem o martelo ou se inspirarem. São ingredientes, utensílios e
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Nelito serve pratos triviais em clima interiorano na Vila Romana
Seu Nelito nasceu e morreu caipira. Sua figura, o sujeito do interior que jogava futebol, assava cabrito e tomava cachaça, hoje serve de inspiração ao misto de bar e restaurante que leva seu nome. Foi no início deste ano que o Nelito ocupou uma casa de esquina, na Vila Romana, na qual ficou ativo um boteco por três décadas. Na cozinha, foram mantidas duas cozinheiras da velha guarda para conservar a feijoada, às quartas e aos sábados. A receita, no entanto, não tem nada da tradicional: dispensa pé, rabo e orelha e se concentra no básico (bisteca, um pouco seca, paio, linguiça, carne-seca e costelinha). Por R$ 28 (a pequena), come-se ainda arroz, couve (brilhante, com azeite e alho), laranja, farofa e torresmo (mais carnudo se sairia melhor). Mas ali há algo para além da comida, que é gostosa e acolhedora. Uma atmosfera interiorana toca o espaço despretensioso (ao som de um Tim Maia dos anos 1970), o atendimento gentil, o cardápio, tão trivial, e os preços (pratos na casa dos R$ 20). No entorno, a mesma sintonia: sobrados, árvores e uma praça que serve de extensão, com chorinho aos sábados (R$ 5 o couvert artístico), convidativa às crianças. E é do bairro, aliás, que vêm alguns dos quitutes. Uma vizinha abastece a casa com os dadinhos de queijo (R$ 18) inspirados na receita do Mocotó, com tapioca. Em uma rua abaixo, fica o fornecedor das coxinhas (R$ 24). Dos pratos, há opções do dia (como o virado à paulista servido às segundas por R$ 24) e itens combinados com salada, arroz, feijão e fritas. Um deles é o contrafilé à parmigiana (R$ 28) que, após empanado, recebe mozarela e um denso molho de tomate caseiro. Pena as fritas perderem a crocância –são servidas chafurdadas no molho. As sobremesas também remetem a sabores familiares. Goiabada mole com queijo sai por R$ 10 e vai bem com café. Nelito QUANDO: SEG. A QUI., DAS 11H30 ÀS 15H30; SEX., DAS 11H30 ÀS 22H30; SÁB., DAS 11H30 ÀS 20H30 ONDE: R. MÁRIO, 77, VILA ROMANA; TEL. (11) 3871-9783
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Nelito serve pratos triviais em clima interiorano na Vila RomanaSeu Nelito nasceu e morreu caipira. Sua figura, o sujeito do interior que jogava futebol, assava cabrito e tomava cachaça, hoje serve de inspiração ao misto de bar e restaurante que leva seu nome. Foi no início deste ano que o Nelito ocupou uma casa de esquina, na Vila Romana, na qual ficou ativo um boteco por três décadas. Na cozinha, foram mantidas duas cozinheiras da velha guarda para conservar a feijoada, às quartas e aos sábados. A receita, no entanto, não tem nada da tradicional: dispensa pé, rabo e orelha e se concentra no básico (bisteca, um pouco seca, paio, linguiça, carne-seca e costelinha). Por R$ 28 (a pequena), come-se ainda arroz, couve (brilhante, com azeite e alho), laranja, farofa e torresmo (mais carnudo se sairia melhor). Mas ali há algo para além da comida, que é gostosa e acolhedora. Uma atmosfera interiorana toca o espaço despretensioso (ao som de um Tim Maia dos anos 1970), o atendimento gentil, o cardápio, tão trivial, e os preços (pratos na casa dos R$ 20). No entorno, a mesma sintonia: sobrados, árvores e uma praça que serve de extensão, com chorinho aos sábados (R$ 5 o couvert artístico), convidativa às crianças. E é do bairro, aliás, que vêm alguns dos quitutes. Uma vizinha abastece a casa com os dadinhos de queijo (R$ 18) inspirados na receita do Mocotó, com tapioca. Em uma rua abaixo, fica o fornecedor das coxinhas (R$ 24). Dos pratos, há opções do dia (como o virado à paulista servido às segundas por R$ 24) e itens combinados com salada, arroz, feijão e fritas. Um deles é o contrafilé à parmigiana (R$ 28) que, após empanado, recebe mozarela e um denso molho de tomate caseiro. Pena as fritas perderem a crocância –são servidas chafurdadas no molho. As sobremesas também remetem a sabores familiares. Goiabada mole com queijo sai por R$ 10 e vai bem com café. Nelito QUANDO: SEG. A QUI., DAS 11H30 ÀS 15H30; SEX., DAS 11H30 ÀS 22H30; SÁB., DAS 11H30 ÀS 20H30 ONDE: R. MÁRIO, 77, VILA ROMANA; TEL. (11) 3871-9783
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Já viu um astronauta de duas cabeças? Confira as tirinhas da 'Folhinha'
A mula não tem cabeça e o astronauta do cartunista Adão tem duas! Bem que ele podia doar uma para ela, não? Confira abaixo também os quadrinhos do desenhista Laerte e as aventuras de Armandinho. *
folhinha
Já viu um astronauta de duas cabeças? Confira as tirinhas da 'Folhinha'A mula não tem cabeça e o astronauta do cartunista Adão tem duas! Bem que ele podia doar uma para ela, não? Confira abaixo também os quadrinhos do desenhista Laerte e as aventuras de Armandinho. *
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Universidades contestarão na Justiça prioridade a Norte e Nordeste no Fies
A Fenep (entidade que representa universidades privadas) afirmou que contestará na Justiça o novo critério do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) de oferecer mais vagas no Norte e no Nordeste. "O aluno pobre do Sudeste precisa do financiamento tanto quanto o do Nordeste", afirmou a presidente da entidade, Amabile Pacios. "Parece mais uma forma de atender à base eleitoral da [presidente] Dilma." É no Norte e no Nordeste onde Dilma obteve os melhores resultados na eleição presidencial ano passado. No fim do mês passado, o ministro Renato Janine Ribeiro (Educação) anunciou que serão oferecidos 61,5 mil novos financiamentos estudantis, com prioridade para regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (exceto o Distrito Federal). Segundo Janine, a medida foi tomada para que "as regiões que têm um certo atraso em relação ao Sul e Sudeste possam se aproximar do patamar deles". A Fenep afirmou que aguarda apenas a publicação da portaria com as novas regras para entrar na Justiça federal com pedido de mandado de segurança, para barrar a alteração. Até o ano passado, não havia política indutora no Fies para privilegiar regiões do país. O Ministério da Educação afirmou que "todos os critérios utilizados para o novo Fies foram amplamente debatidos e pactuados com as entidades representativas das instituições de ensino superior e têm por único objetivo atender critérios técnicos e de inclusão social". A Constituição afirma que a União pode agir para tentar diminuir as desigualdades regionais. Mas a Fenep defende que a mudança no Fies traz discriminação aos alunos também em dificuldades que moram no Sul e Sudeste. Já a Abmes, outra entidade que representa as universidades, confirmou que participou do debate com o ministério. "O fundamento da medida é dar oportunidade às áreas mais pobres. É algo previsto na Constituição e tem o nosso apoio", disse o diretor executivo da entidade, Sólon Caldas.
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Universidades contestarão na Justiça prioridade a Norte e Nordeste no FiesA Fenep (entidade que representa universidades privadas) afirmou que contestará na Justiça o novo critério do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) de oferecer mais vagas no Norte e no Nordeste. "O aluno pobre do Sudeste precisa do financiamento tanto quanto o do Nordeste", afirmou a presidente da entidade, Amabile Pacios. "Parece mais uma forma de atender à base eleitoral da [presidente] Dilma." É no Norte e no Nordeste onde Dilma obteve os melhores resultados na eleição presidencial ano passado. No fim do mês passado, o ministro Renato Janine Ribeiro (Educação) anunciou que serão oferecidos 61,5 mil novos financiamentos estudantis, com prioridade para regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (exceto o Distrito Federal). Segundo Janine, a medida foi tomada para que "as regiões que têm um certo atraso em relação ao Sul e Sudeste possam se aproximar do patamar deles". A Fenep afirmou que aguarda apenas a publicação da portaria com as novas regras para entrar na Justiça federal com pedido de mandado de segurança, para barrar a alteração. Até o ano passado, não havia política indutora no Fies para privilegiar regiões do país. O Ministério da Educação afirmou que "todos os critérios utilizados para o novo Fies foram amplamente debatidos e pactuados com as entidades representativas das instituições de ensino superior e têm por único objetivo atender critérios técnicos e de inclusão social". A Constituição afirma que a União pode agir para tentar diminuir as desigualdades regionais. Mas a Fenep defende que a mudança no Fies traz discriminação aos alunos também em dificuldades que moram no Sul e Sudeste. Já a Abmes, outra entidade que representa as universidades, confirmou que participou do debate com o ministério. "O fundamento da medida é dar oportunidade às áreas mais pobres. É algo previsto na Constituição e tem o nosso apoio", disse o diretor executivo da entidade, Sólon Caldas.
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Tornado deixa dois mortos e cerca de mil pessoas desabrigadas em SC
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) afirmou que a cidade de Xanxerê, em Santa Catarina, foi atingida por um tornado na tarde desta segunda-feira (20). O Grupo de Ações Coordenadas do Estado informou que ao menos duas pessoas morreram e mil ficaram desabrigadas após a passagem do fenômeno natural. O governo disse que está calculando o número de casas destelhadas e postes derrubados, mas estima que ao menos 500 imóveis foram atingidos pelos ventos. De acordo com a Celesc, responsável pela distribuição de energia na cidade, cinco torres de energia foram arrancadas do chão durante o tornado, o que provocou a queda de energia de cerca de 200 mil clientes na região oeste do Estado. Na tarde desta terça, em torno de 12 mil clientes permaneciam sem luz. O meteorologista de plantão em uma estação do Inmet no Rio Grande do Sul, Rogério Rezende, disse que não é possível saber a velocidade exata dos ventos porque não havia um medidor no local atingido pelo tornado. "Pelas imagens, imagino que os ventos chegaram a atingir de 130 a 160 km/h, mas isso só será definido após uma avaliação técnica dos estragos. Posso dizer que foi um pequeno tornado, que durou entre dois e três minutos e atingiu uma região pequena", afirmou o Rezende. O meteorologista disse que esse tornado deve ser classificado como categoria F1, numa escala que vai de F0 a F5. A Defesa Civil de Santa Catarina já disponibilizou, 570 kits de acomodação, 630 colchões e 300 cestas básicas para entregar aos desalojados. Parte desses itens já foram entregues e o restante deve chegar até a manhã desta quarta-feira (22). O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, afirmou que todas as instituições devem atuar de forma integrada para atender os desabrigados.
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Tornado deixa dois mortos e cerca de mil pessoas desabrigadas em SCO Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) afirmou que a cidade de Xanxerê, em Santa Catarina, foi atingida por um tornado na tarde desta segunda-feira (20). O Grupo de Ações Coordenadas do Estado informou que ao menos duas pessoas morreram e mil ficaram desabrigadas após a passagem do fenômeno natural. O governo disse que está calculando o número de casas destelhadas e postes derrubados, mas estima que ao menos 500 imóveis foram atingidos pelos ventos. De acordo com a Celesc, responsável pela distribuição de energia na cidade, cinco torres de energia foram arrancadas do chão durante o tornado, o que provocou a queda de energia de cerca de 200 mil clientes na região oeste do Estado. Na tarde desta terça, em torno de 12 mil clientes permaneciam sem luz. O meteorologista de plantão em uma estação do Inmet no Rio Grande do Sul, Rogério Rezende, disse que não é possível saber a velocidade exata dos ventos porque não havia um medidor no local atingido pelo tornado. "Pelas imagens, imagino que os ventos chegaram a atingir de 130 a 160 km/h, mas isso só será definido após uma avaliação técnica dos estragos. Posso dizer que foi um pequeno tornado, que durou entre dois e três minutos e atingiu uma região pequena", afirmou o Rezende. O meteorologista disse que esse tornado deve ser classificado como categoria F1, numa escala que vai de F0 a F5. A Defesa Civil de Santa Catarina já disponibilizou, 570 kits de acomodação, 630 colchões e 300 cestas básicas para entregar aos desalojados. Parte desses itens já foram entregues e o restante deve chegar até a manhã desta quarta-feira (22). O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, afirmou que todas as instituições devem atuar de forma integrada para atender os desabrigados.
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Deputadas governistas defendem fala de Temer sobre papel da mulher
Deputadas da base aliada a Michel Temer defenderam nesta quarta-feira (8) a fala do presidente em evento relacionado ao Dia Internacional da Mulher. Temer diz ter "convicção do quanto a mulher faz pela casa" e da importância da figura feminina para a formação dos filhos. O que, segundo ele, é "seguramente" de responsabilidade da mãe. Momentos depois, o deputado Marco Maia (PT-RS), que é da oposição, criticou o peemedebista no plenário da Câmara afirmando que Temer atribuía uma papel reduzido à mulher brasileira. "Hoje, as mulheres ocupam espaços de destaque no mundo, nos principais organismos internacionais, nos principais lugares da sociedade. Portanto, não há nenhuma justificativa para dizer que a mulher tem como principal responsabilidade cuidar da economia doméstica, ir ao supermercado fazer compras e, ao mesmo tempo, ser única e exclusivamente responsável pela educação dos filhos." A deputada Shéridan (PSDB-RR) rebateu: "Eu gostaria de iniciar lembrando que lugar de mulher é onde ela quiser. Feminismo é inclusive respeitar o direito da mulher de ser dona de casa. Isso não diminui a mulher em nada. (...) Muito me estranha homem vir falar de papel de dona de casa. Reduzido por quê? Desde quando o papel da dona de casa se reduz?" Outra a sair em defesa de Temer foi Soraya Santos (PMDB-RJ). "O que o Presidente Michel Temer falou sobre economia, citando as mulheres, foi que, na economia, as primeiras pessoas a sentirem a crise são as mulheres que administram a casa, porque fazem a compra e a contabilidade do dia a dia", disse a deputada, acrescentando: "As donas de casa são as primeiras que sentem quando aumenta o preço da batata."
poder
Deputadas governistas defendem fala de Temer sobre papel da mulherDeputadas da base aliada a Michel Temer defenderam nesta quarta-feira (8) a fala do presidente em evento relacionado ao Dia Internacional da Mulher. Temer diz ter "convicção do quanto a mulher faz pela casa" e da importância da figura feminina para a formação dos filhos. O que, segundo ele, é "seguramente" de responsabilidade da mãe. Momentos depois, o deputado Marco Maia (PT-RS), que é da oposição, criticou o peemedebista no plenário da Câmara afirmando que Temer atribuía uma papel reduzido à mulher brasileira. "Hoje, as mulheres ocupam espaços de destaque no mundo, nos principais organismos internacionais, nos principais lugares da sociedade. Portanto, não há nenhuma justificativa para dizer que a mulher tem como principal responsabilidade cuidar da economia doméstica, ir ao supermercado fazer compras e, ao mesmo tempo, ser única e exclusivamente responsável pela educação dos filhos." A deputada Shéridan (PSDB-RR) rebateu: "Eu gostaria de iniciar lembrando que lugar de mulher é onde ela quiser. Feminismo é inclusive respeitar o direito da mulher de ser dona de casa. Isso não diminui a mulher em nada. (...) Muito me estranha homem vir falar de papel de dona de casa. Reduzido por quê? Desde quando o papel da dona de casa se reduz?" Outra a sair em defesa de Temer foi Soraya Santos (PMDB-RJ). "O que o Presidente Michel Temer falou sobre economia, citando as mulheres, foi que, na economia, as primeiras pessoas a sentirem a crise são as mulheres que administram a casa, porque fazem a compra e a contabilidade do dia a dia", disse a deputada, acrescentando: "As donas de casa são as primeiras que sentem quando aumenta o preço da batata."
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Diálogos Transformadores abre inscrições para o público
A primeira edição da série Diálogos Transformadores em 2016 está com inscrições abertas para o público interessado. O encontro, que tem como tema "Boas Práticas no Combate ao Desmatamento", será na quarta-feira (18), no auditório da Folha, em São Paulo. O evento multimídia, realizado em parceria com a Ashoka, mistura entrevista e debate para discutir e apontar caminhos para assuntos emergentes da agenda sustentável. Nesta edição, que conta com patrocínio da Unilever, participam convidados como Suzana Pádua, do Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicas); Elizabeth de Carvalhaes, da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores); e Sergio Leitão, que já atuou no Greenpeace e fundou organizações como o Instituto Socioambiental e Instituto Escolhas. Também participam Rodrigo Castro, da Associação Caatinga; Ana Cristina Barros, ex-secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente; e Aline Tristão, da FSC Brasil. As inscrições são feitas pelo e-mail eventofolha@grupofolha.com.br, até quarta-feira (18), às 12h. As vagas são limitadas.
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Diálogos Transformadores abre inscrições para o públicoA primeira edição da série Diálogos Transformadores em 2016 está com inscrições abertas para o público interessado. O encontro, que tem como tema "Boas Práticas no Combate ao Desmatamento", será na quarta-feira (18), no auditório da Folha, em São Paulo. O evento multimídia, realizado em parceria com a Ashoka, mistura entrevista e debate para discutir e apontar caminhos para assuntos emergentes da agenda sustentável. Nesta edição, que conta com patrocínio da Unilever, participam convidados como Suzana Pádua, do Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicas); Elizabeth de Carvalhaes, da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores); e Sergio Leitão, que já atuou no Greenpeace e fundou organizações como o Instituto Socioambiental e Instituto Escolhas. Também participam Rodrigo Castro, da Associação Caatinga; Ana Cristina Barros, ex-secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente; e Aline Tristão, da FSC Brasil. As inscrições são feitas pelo e-mail eventofolha@grupofolha.com.br, até quarta-feira (18), às 12h. As vagas são limitadas.
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Lenda do salto com vara lança candidatura para comandar atletismo
O recordista mundial do salto com vara, Sergei Bubka, lançou nesta quarta-feira (28) a sua candidatura à presidência da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo). Atual presidente do Comitê Olímpico da Ucrânia, Bubka, de 51 anos, pretende substituir o senegalês Lamine Diack, que deixará o comando do atletismo mundial em 2015. "Precisamos aproveitar a oportunidade para engajar novas audiências e garantir que a IAAF seja a melhor entidade em termos de ética, transparência, gestão comercial, boa governança e zelo pela integridade da nossa modalidade", afirmou Bubka em um comunicado. Considerado uma lenda no atletismo mundial, Bubka venceu a medalha de ouro nos Jogos de Seul-1988 e seis títulos mundiais consecutivos. Além disso, o ucraniano quebrou o recorde mundial do salto com vara em 17 ocasiões. Para chegar ao cargo, Bubka precisará derrotar o britânico Sebastian Coe, duas vezes campeão olímpico nos 1.500 metros e chefe do Comitê Organizador dos Jogos de Londres-2012. Vice-presidente da IAAF, Coe está em campanha desde o ano passado. A eleição para a presidência da IAAF está marcada para agosto, em Pequim.
esporte
Lenda do salto com vara lança candidatura para comandar atletismoO recordista mundial do salto com vara, Sergei Bubka, lançou nesta quarta-feira (28) a sua candidatura à presidência da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo). Atual presidente do Comitê Olímpico da Ucrânia, Bubka, de 51 anos, pretende substituir o senegalês Lamine Diack, que deixará o comando do atletismo mundial em 2015. "Precisamos aproveitar a oportunidade para engajar novas audiências e garantir que a IAAF seja a melhor entidade em termos de ética, transparência, gestão comercial, boa governança e zelo pela integridade da nossa modalidade", afirmou Bubka em um comunicado. Considerado uma lenda no atletismo mundial, Bubka venceu a medalha de ouro nos Jogos de Seul-1988 e seis títulos mundiais consecutivos. Além disso, o ucraniano quebrou o recorde mundial do salto com vara em 17 ocasiões. Para chegar ao cargo, Bubka precisará derrotar o britânico Sebastian Coe, duas vezes campeão olímpico nos 1.500 metros e chefe do Comitê Organizador dos Jogos de Londres-2012. Vice-presidente da IAAF, Coe está em campanha desde o ano passado. A eleição para a presidência da IAAF está marcada para agosto, em Pequim.
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Alalaô: Para evitar vaias, boneco de Dilma fica fora de desfile de gigantes
PATRÍCIA BRITTO ENVIADA ESPECIAL A OLINDA Para evitar vaias, a réplica da presidente Dilma Rousseff ficou de fora do desfile dos tradicionais bonecos gigantes que percorreu as ruas de Olinda nesta segunda de Carnaval. "Eu preferi não colocar [no desfile]... Leia post completo no blog
cotidiano
Alalaô: Para evitar vaias, boneco de Dilma fica fora de desfile de gigantesPATRÍCIA BRITTO ENVIADA ESPECIAL A OLINDA Para evitar vaias, a réplica da presidente Dilma Rousseff ficou de fora do desfile dos tradicionais bonecos gigantes que percorreu as ruas de Olinda nesta segunda de Carnaval. "Eu preferi não colocar [no desfile]... Leia post completo no blog
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Diário do Rio - Calor, praias cheias e os relatos dos taxistas
A praia, sempre a praia. Fazer o quê, se ela está ali perto, e a cidade registrou, nos primeiros dias do verão, seis das dez temperaturas mais altas do mundo, segundo dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos? Fevereiro, com possíveis chuvas, promete um refresco, mas será? Quem pode amanhece na praia -e anoitece também, pois a frequência à noite está batendo outros recordes. As preferidas são, claro, as da zona sul, o litoral do Tim Maia: "Do Leme ao Pontal, não há nada igual". Nos fins de semana, com a afluência absurda de locais e turistas, encontrar um lugarzinho ao sol é tarefa difícil. Algumas fotos tiradas do alto são assustadoras: perto da beira-mar, não se vê a faixa branca de areia, entupida de gente e barracas coloridas. Uma visão do inferno no paraíso. Faz um calor de -como dizia o Eça- "derreter o bestunto" do cidadão. O resultado não poderia ser outro: a pouca inteligência grassa nessa época como em nenhuma outra do ano. Volta-se a discutir a necessidade de limitar o transporte para as pessoas que vêm da zona norte, e surgem até propostas de cobrar ingresso para entrar na praia (imagine as catracas ao longo da orla). O que se quer é uma espécie de faxina social para combater os tumultos e arrastões que a segurança pública não consegue evitar. Enquanto isso, aquele que seria o espaço democrático por excelência do carioca consagra mais um modismo. Depois do verão do píer, da lata, do apito, do créu, 2015 desponta como o do "pau de selfie". Ou "pau de belfie", extensor de câmera projetado para capturar a própria bunda. Tudo a ver com praia. SEXO ORAL Em seu segundo e excelente livro de contos, "Cantos Profanos" [Biblioteca Azul, 152 págs., R$34,90], Evando Nascimento flagra as atividades de um personagem velho conhecido da cidade: o taxista conquistador que, não satisfeito, narra com detalhes suas transas. Ao pobre passageiro, resta ouvi-las, ou descer do carro. O relato "Táxi" é preciso ao mostrar a frustração do motorista: "(...) vontade mesmo tenho de escrever um romance contando minhas aventuras, desventuras, muito além da imaginação". Cuidado com o tipo, leitor, ainda mais sabendo que o tempo perdido no Rio em engarrafamentos triplicou nos últimos dez anos. AI DE TI, CARIOCA É uma pena, mas, em meio à pompa pelo aniversário dos 450 anos, o principal marco civilizatório da cidade está morrendo. O rio Carioca -que nasce no Corcovado e desce ao longo do Cosme Velho e Laranjeiras, silencioso e subterrâneo, em direção ao mar do Flamengo- resume-se a um filete negro de puro esgoto. No único trecho em que corre a céu aberto, no largo do Boticário, há uma placa informando sua extensão: 4.300 metros. Triste é ver que o canal está atulhado de todo tipo de lixo. Suas águas, antes potáveis e abundantes, e que abasteciam os primeiros moradores e navios portugueses, franceses, holandeses, hoje abrigam uma superbactéria. Salvar o rio Carioca seria um presente saudável. QUEM SABE MAIS? Virou moda de verão o jogo de tabuleiro "Desafio Carioca", criado pelo jornalista Luiz André Alzer, com ilustrações de Bruno Drummond e Renato Machado. Ganha quem tem sorte, mas também quem conhece mais o Rio. Qual a distância entre o Leme e o Pontal? Pode ser disputado por até seis pessoas. Num mapa, estão os lugares mais manjados: Pão de Açúcar, sambódromo, igreja da Penha. O objetivo é visitar três cartões-postais e uma praia (de novo, ela), além de cruzar a cidade de uma região a outra. Se você cair num botequim, tem direito a uma bolacha de chope, que substitui um ponto turístico de visita obrigatória. O passatempo custa R$ 84 e é vendido on-line, pelo site desafiocarioca.com.br. São 360 questões, algumas difíceis. Nada, contudo, semelhante às perguntas, apelidadas de "Horta da Luzia", que Ivan Lessa propunha no "Pasquim". Ali, sim, o grau de dificuldade era "profissa": que cigarro fumava Noel Rosa? Quais os dois campeões cariocas de 1948 pelo Botafogo que foram pracinhas? Que criminoso de guerra nazista explorava os pedalinhos da Lagoa? ALVARO COSTA E SILVA, o Marechal, 52, é jornalista.
ilustrissima
Diário do Rio - Calor, praias cheias e os relatos dos taxistasA praia, sempre a praia. Fazer o quê, se ela está ali perto, e a cidade registrou, nos primeiros dias do verão, seis das dez temperaturas mais altas do mundo, segundo dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos? Fevereiro, com possíveis chuvas, promete um refresco, mas será? Quem pode amanhece na praia -e anoitece também, pois a frequência à noite está batendo outros recordes. As preferidas são, claro, as da zona sul, o litoral do Tim Maia: "Do Leme ao Pontal, não há nada igual". Nos fins de semana, com a afluência absurda de locais e turistas, encontrar um lugarzinho ao sol é tarefa difícil. Algumas fotos tiradas do alto são assustadoras: perto da beira-mar, não se vê a faixa branca de areia, entupida de gente e barracas coloridas. Uma visão do inferno no paraíso. Faz um calor de -como dizia o Eça- "derreter o bestunto" do cidadão. O resultado não poderia ser outro: a pouca inteligência grassa nessa época como em nenhuma outra do ano. Volta-se a discutir a necessidade de limitar o transporte para as pessoas que vêm da zona norte, e surgem até propostas de cobrar ingresso para entrar na praia (imagine as catracas ao longo da orla). O que se quer é uma espécie de faxina social para combater os tumultos e arrastões que a segurança pública não consegue evitar. Enquanto isso, aquele que seria o espaço democrático por excelência do carioca consagra mais um modismo. Depois do verão do píer, da lata, do apito, do créu, 2015 desponta como o do "pau de selfie". Ou "pau de belfie", extensor de câmera projetado para capturar a própria bunda. Tudo a ver com praia. SEXO ORAL Em seu segundo e excelente livro de contos, "Cantos Profanos" [Biblioteca Azul, 152 págs., R$34,90], Evando Nascimento flagra as atividades de um personagem velho conhecido da cidade: o taxista conquistador que, não satisfeito, narra com detalhes suas transas. Ao pobre passageiro, resta ouvi-las, ou descer do carro. O relato "Táxi" é preciso ao mostrar a frustração do motorista: "(...) vontade mesmo tenho de escrever um romance contando minhas aventuras, desventuras, muito além da imaginação". Cuidado com o tipo, leitor, ainda mais sabendo que o tempo perdido no Rio em engarrafamentos triplicou nos últimos dez anos. AI DE TI, CARIOCA É uma pena, mas, em meio à pompa pelo aniversário dos 450 anos, o principal marco civilizatório da cidade está morrendo. O rio Carioca -que nasce no Corcovado e desce ao longo do Cosme Velho e Laranjeiras, silencioso e subterrâneo, em direção ao mar do Flamengo- resume-se a um filete negro de puro esgoto. No único trecho em que corre a céu aberto, no largo do Boticário, há uma placa informando sua extensão: 4.300 metros. Triste é ver que o canal está atulhado de todo tipo de lixo. Suas águas, antes potáveis e abundantes, e que abasteciam os primeiros moradores e navios portugueses, franceses, holandeses, hoje abrigam uma superbactéria. Salvar o rio Carioca seria um presente saudável. QUEM SABE MAIS? Virou moda de verão o jogo de tabuleiro "Desafio Carioca", criado pelo jornalista Luiz André Alzer, com ilustrações de Bruno Drummond e Renato Machado. Ganha quem tem sorte, mas também quem conhece mais o Rio. Qual a distância entre o Leme e o Pontal? Pode ser disputado por até seis pessoas. Num mapa, estão os lugares mais manjados: Pão de Açúcar, sambódromo, igreja da Penha. O objetivo é visitar três cartões-postais e uma praia (de novo, ela), além de cruzar a cidade de uma região a outra. Se você cair num botequim, tem direito a uma bolacha de chope, que substitui um ponto turístico de visita obrigatória. O passatempo custa R$ 84 e é vendido on-line, pelo site desafiocarioca.com.br. São 360 questões, algumas difíceis. Nada, contudo, semelhante às perguntas, apelidadas de "Horta da Luzia", que Ivan Lessa propunha no "Pasquim". Ali, sim, o grau de dificuldade era "profissa": que cigarro fumava Noel Rosa? Quais os dois campeões cariocas de 1948 pelo Botafogo que foram pracinhas? Que criminoso de guerra nazista explorava os pedalinhos da Lagoa? ALVARO COSTA E SILVA, o Marechal, 52, é jornalista.
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Mapa quantifica pela 1ª vez água escondida debaixo da terra no mundo
O volume total de água armazenada no subsolo do planeta é estimado em 23 milhões de km³. Seria o suficiente para cobrir toda a superfície da Terra com uma camada de 180 metros de profundidade. Essa foi a conclusão de um estudo conduzido por pesquisadores canadenses e publicado na revista científica "Nature Geoscience". Mas apenas 6% dessa água é própria para consumo humano. Isso porque a chamada água "moderna" presente no subsolo está próxima da superfície e pode ser extraída ou usada para complementar recursos localizados acima do solo, em rios e lagos. "Esta é a água que é renovada mais rapidamente –na escala de vida humana", explicou Tom Gleeson, da Universidade de Victoria, no Canadá, responsável pelo estudo. "Ao mesmo tempo, é a mais sensível a mudanças climáticas e contaminação humana. Trata-se, portanto, de um recurso vital que precisa ser melhor gerenciado." RECURSO FINITO Para quantificar a água armazenada nos dois primeiros quilômetros da superfície da Terra, Gleeson e sua equipe combinaram extensas bases de dados e modelos computacionais. Foram analisados, entre outros fatores, a permeabilidade de rochas e do solo, sua porosidade e características dos lençóis freáticos. A chave para determinar a idade de toda a água armazenada foram medições feitas com trítio, uma forma radioativa de hidrogênio que surgiu na atmosfera há 50 anos como resultado de testes de bombas termonucleares. A partir desse elemento químico, os cientistas puderam identificar toda a chuva que chegou ao subsolo desde então. RESERVAS O mapa acima mostra a distribuição da água moderna presente no subsolo ao redor do mundo. As manchas em azul escuro mostram onde ela é renovada rapidamente. Em tom mais claro, a água mais antiga, que em sua maioria está estagnada e não pode ser renovada. "As características dessa água antiga variam muito", disse Gleeson. "Em alguns lugares, é muito profunda. Em outros, não. Em muitos lugares, ela é de má qualidade e pode ser mais salina que a água do mar, além de ter metais e outros componentes químicos dissolvidos nela e que teriam de ser tratada antes de se tornar potável ou usada na agricultura." Isso torna ainda mais importante as reservas modernas e a necessidade de administrá-las de forma sustentável, alertam os cientistas. O estudo destaca ainda como elas estão distribuídas de forma desigual no planeta. O próximo passo, afirmou Gleeson, é determinar o ritmo com que algumas reservas estão sendo consumidas. "Essa visão global da água no subsolo irá conscientizar de que nossas reservas mais recentes no subsolo, aquelas que são mais sensíveis a mudanças ambientais e provocadas pelo homem, são finitas", disse Ying Fan, da Rutgers University, nos Estados Unidos.
bbc
Mapa quantifica pela 1ª vez água escondida debaixo da terra no mundoO volume total de água armazenada no subsolo do planeta é estimado em 23 milhões de km³. Seria o suficiente para cobrir toda a superfície da Terra com uma camada de 180 metros de profundidade. Essa foi a conclusão de um estudo conduzido por pesquisadores canadenses e publicado na revista científica "Nature Geoscience". Mas apenas 6% dessa água é própria para consumo humano. Isso porque a chamada água "moderna" presente no subsolo está próxima da superfície e pode ser extraída ou usada para complementar recursos localizados acima do solo, em rios e lagos. "Esta é a água que é renovada mais rapidamente –na escala de vida humana", explicou Tom Gleeson, da Universidade de Victoria, no Canadá, responsável pelo estudo. "Ao mesmo tempo, é a mais sensível a mudanças climáticas e contaminação humana. Trata-se, portanto, de um recurso vital que precisa ser melhor gerenciado." RECURSO FINITO Para quantificar a água armazenada nos dois primeiros quilômetros da superfície da Terra, Gleeson e sua equipe combinaram extensas bases de dados e modelos computacionais. Foram analisados, entre outros fatores, a permeabilidade de rochas e do solo, sua porosidade e características dos lençóis freáticos. A chave para determinar a idade de toda a água armazenada foram medições feitas com trítio, uma forma radioativa de hidrogênio que surgiu na atmosfera há 50 anos como resultado de testes de bombas termonucleares. A partir desse elemento químico, os cientistas puderam identificar toda a chuva que chegou ao subsolo desde então. RESERVAS O mapa acima mostra a distribuição da água moderna presente no subsolo ao redor do mundo. As manchas em azul escuro mostram onde ela é renovada rapidamente. Em tom mais claro, a água mais antiga, que em sua maioria está estagnada e não pode ser renovada. "As características dessa água antiga variam muito", disse Gleeson. "Em alguns lugares, é muito profunda. Em outros, não. Em muitos lugares, ela é de má qualidade e pode ser mais salina que a água do mar, além de ter metais e outros componentes químicos dissolvidos nela e que teriam de ser tratada antes de se tornar potável ou usada na agricultura." Isso torna ainda mais importante as reservas modernas e a necessidade de administrá-las de forma sustentável, alertam os cientistas. O estudo destaca ainda como elas estão distribuídas de forma desigual no planeta. O próximo passo, afirmou Gleeson, é determinar o ritmo com que algumas reservas estão sendo consumidas. "Essa visão global da água no subsolo irá conscientizar de que nossas reservas mais recentes no subsolo, aquelas que são mais sensíveis a mudanças ambientais e provocadas pelo homem, são finitas", disse Ying Fan, da Rutgers University, nos Estados Unidos.
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Arlequina salva 'Esquadrão Suicida' da falta de humor da trupe de vilões
A leva dos blockbusters com super-heróis parece longe do esgotamento. Neste ano já encaramos "Deadpool", "Batman vs Superman", "Capitão América - Guerra Civil" e "X-Men - Apocalipse". A eficácia da fórmula, apesar de oscilações, é confirmada pelas bilheterias. Para não matar a galinha dos ovos de ouro, o formato precisa sugerir renovação. É o que promete "Esquadrão Suicida" ao juntar um bando de malfeitores no lugar dos personagens "do bem". Assim, a DC Comics tenta desbancar o megassucesso da Marvel com um "'Os Vingadores' do mal". HQs, novelas, séries e filmes sabem há tempos que vilões fazem mais sucesso que gente boazinha. "Esquadrão Suicida" explora essa tendência, mostrando que a turma "do mal" também pode ter um lado bom quando se trata de salvar o mundo. O diretor e roteirista David Ayer ganhou respeito com filmes conduzidos por personagens obscuros, pelos quais é difícil torcer. Isso domina "Esquadrão Suicida", mas o filme sofre do mesmo problema de todos do gênero: o desequilíbrio entre personagens e ação. Há um esboço de apresentar a história de cada um, mas a ação logo se impõe com um ritmo sem respiro. E tudo passa a depender de uma hiperatividade que esgota o interesse. Pode ser que a indústria do entretenimento considere essa a sensibilidade predominante –uma espécie de anestesia geral que precisa de eletrochoque. Mas há o contraexemplo de "Deadpool", personagem histérico que existia durante a avalanche de ação e que alcançou sucesso. Apesar do esforço de Ayer, "Esquadrão Suicida" é um filme sem humor, em que os bons momentos dependem só de Arlequina. Quem preferir trocar esse time de malfeitores por quatro fantásticos, meia dúzia de vingadores, dezenas de mutantes ou qualquer outro punhado não vai sentir prejuízo. ESQUADRÃO SUICIDA (SUICIDE SQUAD) DIREÇÃO David Ayer ELENCO Will Smith, Jared Leto, Margot Robbie PRODUÇÃO EUA, 2016, 14 anos QUANDO: Em cartaz
ilustrada
Arlequina salva 'Esquadrão Suicida' da falta de humor da trupe de vilõesA leva dos blockbusters com super-heróis parece longe do esgotamento. Neste ano já encaramos "Deadpool", "Batman vs Superman", "Capitão América - Guerra Civil" e "X-Men - Apocalipse". A eficácia da fórmula, apesar de oscilações, é confirmada pelas bilheterias. Para não matar a galinha dos ovos de ouro, o formato precisa sugerir renovação. É o que promete "Esquadrão Suicida" ao juntar um bando de malfeitores no lugar dos personagens "do bem". Assim, a DC Comics tenta desbancar o megassucesso da Marvel com um "'Os Vingadores' do mal". HQs, novelas, séries e filmes sabem há tempos que vilões fazem mais sucesso que gente boazinha. "Esquadrão Suicida" explora essa tendência, mostrando que a turma "do mal" também pode ter um lado bom quando se trata de salvar o mundo. O diretor e roteirista David Ayer ganhou respeito com filmes conduzidos por personagens obscuros, pelos quais é difícil torcer. Isso domina "Esquadrão Suicida", mas o filme sofre do mesmo problema de todos do gênero: o desequilíbrio entre personagens e ação. Há um esboço de apresentar a história de cada um, mas a ação logo se impõe com um ritmo sem respiro. E tudo passa a depender de uma hiperatividade que esgota o interesse. Pode ser que a indústria do entretenimento considere essa a sensibilidade predominante –uma espécie de anestesia geral que precisa de eletrochoque. Mas há o contraexemplo de "Deadpool", personagem histérico que existia durante a avalanche de ação e que alcançou sucesso. Apesar do esforço de Ayer, "Esquadrão Suicida" é um filme sem humor, em que os bons momentos dependem só de Arlequina. Quem preferir trocar esse time de malfeitores por quatro fantásticos, meia dúzia de vingadores, dezenas de mutantes ou qualquer outro punhado não vai sentir prejuízo. ESQUADRÃO SUICIDA (SUICIDE SQUAD) DIREÇÃO David Ayer ELENCO Will Smith, Jared Leto, Margot Robbie PRODUÇÃO EUA, 2016, 14 anos QUANDO: Em cartaz
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Maternar: Não force ou antecipe; veja dicas para desfraldar seu filho
Você já desfraldou seu filho? Parece que essa pergunta bizarra e invasiva passa a ser disparada por todo e qualquer desconhecido a partir do momento que seu bebezinho lindo completa dois anos. Sim, porque não faltam "cases de sucesso" do ... Leia post completo no blog
cotidiano
Maternar: Não force ou antecipe; veja dicas para desfraldar seu filhoVocê já desfraldou seu filho? Parece que essa pergunta bizarra e invasiva passa a ser disparada por todo e qualquer desconhecido a partir do momento que seu bebezinho lindo completa dois anos. Sim, porque não faltam "cases de sucesso" do ... Leia post completo no blog
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Agora adulto, Harry Potter no teatro gera filas e empolga fãs em Londres
Vestindo as roupas da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e segurando varinhas, fãs ansiosos tiveram um vislumbre do próximo capítulo da saga "Harry Potter" e aprovaram —com entusiasmo— uma nova produção teatral prestes a entrar em cartaz em Londres. "Harry Potter and the Cursed Child" (Harry Potter e a criança maldiçoada) traz de volta o mundo mágico da escritora J.K. Rowling e se passa 19 anos depois de seu último livro, "Harry Potter e as Relíquias da Morte", lançado em 2007. A peça, que é a oitava história da série, teve sessões de pré-estreia na noite desta terça-feira (7) no Palace Theatre de Londres e gerou filas de metros e metros de comprimento. Dividida em duas partes, a produção acompanha os amigos Harry, Ron e Hermione já como adultos. Potter é mostrado como um funcionário ocupado do Ministério da Magia, que tem que lidar com a dificuldade enfrentada por seu filho mais novo, Albus Severus, com o legado de sua família famosa. Poucas informações sobre a produção foram reveladas. Rowling, cujos livros se tornaram uma lucrativa franquia de filmes, pediu que a plateia não estrague a surpresa dos que ainda não assistiram à peça. 'ESQUEÇAM OS FILMES' "Eu realmente gostei dos filmes, mas depois de ver isso, eu diria: 'Esqueçam os filmes'", avisou o fã Callum Fawcett. "É fantástico... tem de tudo." "Foi inteiramente extraordinária, realmente incrível", acrescentou Ollie Southgate, "É uma versão inteiramente diferente de tudo que todo o mundo adora nos livros. Os efeitos visuais que eles usam não se parecem com nada que eu já vi." A peça se baseia em uma história escrita por Rowling, o roteirista e dramaturgo Jack Thorne e o diretor John Tiffany. "A plateia não podia estar mais empolgada, mais agradecida ou mais pronta para entrar no espírito da empreitada", escreveu o jornal norte-americano "The New York Times", acrescentando: "Os três personagens principais continuam fiéis às suas versões mais jovens". Já o diário britânico "Daily Telegraph" afirmou: "O público chegou querendo magia, e recebeu em doses fartas. Será que Rowling acertou de novo? O público não teve dúvida". No Twitter, a escritora disse que a reação à pré-estreia foi "maravilhosa". BRUXO DE OURO "Harry Potter and the Cursed Child" estreia oficialmente em 30 de julho. Os primeiros 175 mil ingressos para a apresentação foram vendidos em 24 horas em outubro. Os convites para os dois atos oscilam entre 30 e 130 libras (R$ 151 a R$ 657) no total. Até agora tudo ligado a "Harry Potter" se transformou em ouro. Os livros de Rowling já venderam mais de 450 milhões de cópias e foram traduzidos em 78 línguas, enquanto a franquia de filmes, em oito partes, com base nos livros, arrecadou mais de US$ 7 bilhões nas bilheterias do mundo todo. O roteiro da peça dará origem a um novo livro da saga, que no Reino Unido será publicado logo após a estreia do espetáculo. Assim como a montagem, a versão impressa é dividida em duas partes e será lançada em outubro pela editora Rocco no Brasil.
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Agora adulto, Harry Potter no teatro gera filas e empolga fãs em LondresVestindo as roupas da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e segurando varinhas, fãs ansiosos tiveram um vislumbre do próximo capítulo da saga "Harry Potter" e aprovaram —com entusiasmo— uma nova produção teatral prestes a entrar em cartaz em Londres. "Harry Potter and the Cursed Child" (Harry Potter e a criança maldiçoada) traz de volta o mundo mágico da escritora J.K. Rowling e se passa 19 anos depois de seu último livro, "Harry Potter e as Relíquias da Morte", lançado em 2007. A peça, que é a oitava história da série, teve sessões de pré-estreia na noite desta terça-feira (7) no Palace Theatre de Londres e gerou filas de metros e metros de comprimento. Dividida em duas partes, a produção acompanha os amigos Harry, Ron e Hermione já como adultos. Potter é mostrado como um funcionário ocupado do Ministério da Magia, que tem que lidar com a dificuldade enfrentada por seu filho mais novo, Albus Severus, com o legado de sua família famosa. Poucas informações sobre a produção foram reveladas. Rowling, cujos livros se tornaram uma lucrativa franquia de filmes, pediu que a plateia não estrague a surpresa dos que ainda não assistiram à peça. 'ESQUEÇAM OS FILMES' "Eu realmente gostei dos filmes, mas depois de ver isso, eu diria: 'Esqueçam os filmes'", avisou o fã Callum Fawcett. "É fantástico... tem de tudo." "Foi inteiramente extraordinária, realmente incrível", acrescentou Ollie Southgate, "É uma versão inteiramente diferente de tudo que todo o mundo adora nos livros. Os efeitos visuais que eles usam não se parecem com nada que eu já vi." A peça se baseia em uma história escrita por Rowling, o roteirista e dramaturgo Jack Thorne e o diretor John Tiffany. "A plateia não podia estar mais empolgada, mais agradecida ou mais pronta para entrar no espírito da empreitada", escreveu o jornal norte-americano "The New York Times", acrescentando: "Os três personagens principais continuam fiéis às suas versões mais jovens". Já o diário britânico "Daily Telegraph" afirmou: "O público chegou querendo magia, e recebeu em doses fartas. Será que Rowling acertou de novo? O público não teve dúvida". No Twitter, a escritora disse que a reação à pré-estreia foi "maravilhosa". BRUXO DE OURO "Harry Potter and the Cursed Child" estreia oficialmente em 30 de julho. Os primeiros 175 mil ingressos para a apresentação foram vendidos em 24 horas em outubro. Os convites para os dois atos oscilam entre 30 e 130 libras (R$ 151 a R$ 657) no total. Até agora tudo ligado a "Harry Potter" se transformou em ouro. Os livros de Rowling já venderam mais de 450 milhões de cópias e foram traduzidos em 78 línguas, enquanto a franquia de filmes, em oito partes, com base nos livros, arrecadou mais de US$ 7 bilhões nas bilheterias do mundo todo. O roteiro da peça dará origem a um novo livro da saga, que no Reino Unido será publicado logo após a estreia do espetáculo. Assim como a montagem, a versão impressa é dividida em duas partes e será lançada em outubro pela editora Rocco no Brasil.
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Comediante Don Rickles morre aos 90 anos em Los Angeles
Don Rickles, comediante que era considerado um mestre do insulto e que fez rir com o deboche e o sarcasmo durante uma carreira de décadas que lhe rendeu o apelido irônico "Senhor Caloroso", morreu nesta quinta-feira (6) em sua casa de Los Angeles de insuficiência renal aos 90 anos de idade, disse seu empresário. Rickles, que contou ter desenvolvido seu estilo de zombaria bem-humorada porque não sabia contar piadas tradicionais, havia cancelado algumas apresentações recentemente, incluindo uma que faria em maio em Tulsa, no Estado do Oklahoma, que havia sido adiada nesta semana para novembro. Em 2008, o comediante venceu o Emmy de melhor performance em um programa musical ou de variedades, por "Mr. Warmth: The Don Rickles project". Ele ficou conhecido por dublar o personagem "Cabeça de Batata" da animação Toy Story. Sua morte foi confirmada por seu porta-voz, Paul Shefrin, que disse que Rickles deixa sua esposa, Barbara, a filha, Mindy Mann, e dois netos. Nascido em Nova York, Rickles tinha tiradas intensas, velozes e muitas vezes improvisadas e um sorriso amplo e endiabrado. Ele fazia a alegria das plateias de clubes noturnos, da realeza de Hollywood e de políticos ao lançar insultos, mas tudo com muito bom humor. Ao se encontrar com Frank Sinatra pela primeira vez durante uma apresentação de stand-up em 1957, Rickles saudou o temperamental cantor, que chegava com uma comitiva de tipos durões, dizendo "sinta-se em casa, Frank - bata em alguém". Para sorte de Rickles a piada agradou Sinatra, que se tornou um de seus maiores admiradores e passou a chamar o comediante baixo e calvo de "Cabeça de Bala". Mas os alvos mais frequentes do "Mercador de Venenos" eram os fãs que lotavam seus shows para ter uma chance de ser humilhados sendo chamados de "otário" ou pior. Celebridades compareciam com frequência só pela honra de ser ridicularizadas por Rickles, e nenhuma minoria ou grupo étnico escapava de sua língua ferina.
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Comediante Don Rickles morre aos 90 anos em Los AngelesDon Rickles, comediante que era considerado um mestre do insulto e que fez rir com o deboche e o sarcasmo durante uma carreira de décadas que lhe rendeu o apelido irônico "Senhor Caloroso", morreu nesta quinta-feira (6) em sua casa de Los Angeles de insuficiência renal aos 90 anos de idade, disse seu empresário. Rickles, que contou ter desenvolvido seu estilo de zombaria bem-humorada porque não sabia contar piadas tradicionais, havia cancelado algumas apresentações recentemente, incluindo uma que faria em maio em Tulsa, no Estado do Oklahoma, que havia sido adiada nesta semana para novembro. Em 2008, o comediante venceu o Emmy de melhor performance em um programa musical ou de variedades, por "Mr. Warmth: The Don Rickles project". Ele ficou conhecido por dublar o personagem "Cabeça de Batata" da animação Toy Story. Sua morte foi confirmada por seu porta-voz, Paul Shefrin, que disse que Rickles deixa sua esposa, Barbara, a filha, Mindy Mann, e dois netos. Nascido em Nova York, Rickles tinha tiradas intensas, velozes e muitas vezes improvisadas e um sorriso amplo e endiabrado. Ele fazia a alegria das plateias de clubes noturnos, da realeza de Hollywood e de políticos ao lançar insultos, mas tudo com muito bom humor. Ao se encontrar com Frank Sinatra pela primeira vez durante uma apresentação de stand-up em 1957, Rickles saudou o temperamental cantor, que chegava com uma comitiva de tipos durões, dizendo "sinta-se em casa, Frank - bata em alguém". Para sorte de Rickles a piada agradou Sinatra, que se tornou um de seus maiores admiradores e passou a chamar o comediante baixo e calvo de "Cabeça de Bala". Mas os alvos mais frequentes do "Mercador de Venenos" eram os fãs que lotavam seus shows para ter uma chance de ser humilhados sendo chamados de "otário" ou pior. Celebridades compareciam com frequência só pela honra de ser ridicularizadas por Rickles, e nenhuma minoria ou grupo étnico escapava de sua língua ferina.
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Força-tarefa da Lava Jato intensifica negociações para delação da Odebrecht
Integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato intensificaram as negociações para a finalização da delação premiada da Odebrecht. Depoimentos foram colhidos durante toda a semana passada. O ritmo deve se manter na próxima. FOGO AMIGO Há entre pessoas que participam do processo a nítida impressão de que é preciso correr contra o relógio para evitar que pressões externas e divisões internas "melem" a delação. Policiais federais, por exemplo, têm dito que ela já não seria tão necessária, pois as investigações estariam bem avançadas. FOGO AMIGO 2 A delação da Odebrecht é considerada a delação das delações, com potencial de atingir figuras de primeiro time de todos os partidos. Na avaliação de um negociador favorável às tratativas com a empreiteira, não faltam "inimigos" para esse acordo. ELEMENTO PÚBLICO A escritora e pesquisadora Sandra Brecheret, filha do escultor Victor Brecheret (1894-1955), procurou o Ministério Público de SP na manhã desta sexta (30) depois de ver que o Monumento à Bandeiras, feito por seu pai, havia amanhecido pichado com tinta colorida. CONEXÃO "Quero que cobrem da prefeitura maior proteção às obras [de Brecheret], que pertencem não a mim, mas à cidade", afirma ela. "A pichação é resultado de falta de educação, falta de interesse das autoridades e, eu acho, até ligação com o crime organizado", diz. EM ALTO E BOM SOM Os atores Wagner Moura e Denise Fraga lerão trechos dos livros "Enclausurado", de Ian McEwan, e "O Inferno dos Outros", de David Grossman, na comemoração do aniversário de 30 anos da Companhia das Letras, no dia 25, às 20h, no Sesc Pinheiros. Os autores estarão do evento e participarão de um debate sobre literatura e ética. RODA DE AMIGOS O presidente Michel Temer reuniu velhos amigos advogados nesta sexta (30) num almoço no restaurante Parigi, da rede Fasano, em São Paulo. Estavam com ele José Yunes, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira e Manuel Alceu Affonso Ferreira, entre outros. Apesar das recentes crises na pasta da Justiça, um dos integrantes jura que o nome do atual titular da pasta, Alexandre de Moraes, nem sequer foi lembrado. SHOW DE CALOUROS Promotoras do Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica (Gevid) e do Núcleo de Gênero do Ministério Público de SP vão falar em outubro sobre Lei Maria da Penha e políticas públicas para mulheres a grêmios de escolas estaduais de SP. Os alunos serão convidados a participar de um concurso musical em que criarão uma canção sobre o tema. A vencedora será gravada pelo produtor Rick Bonadio, jurado do programa "XFactor". - MULTIÚSO A cantora Mahmundi, que se reveza entre teclados e guitarra, faz show hoje à noite no Z Carniceria - INÍCIO DA FESTA Joyce Pascowitch promoveu na quinta (29) um jantar na casa do arquiteto David Bastos como parte da comemoração dos dez anos da revista "J.P". O casal Marcos e Bete Arbaitman, os estilistas Gloria Coelho e Reinaldo Lourenço e os empresários Vanda Jacintho e Tato Malzoni estiveram no encontro. - CURTO-CIRCUITO O Ecla (Espaço Cultural Latino-Americano), na rua Abolição, no Bixiga, vai instalar telão para exibir neste domingo (2) a apuração das eleições. Ayrton Camargo e Silva lança o livro "Tudo É Passageiro: Expansão Urbana, Transporte Público e o Extermínio dos Bondes em SP", neste sábado (1º), às 15h, na Casa Guilherme de Almeida. Ana Cañas faz show com participação de Filipe Catto, neste sábado (1º), às 22h, no Espaço L'Atelier, no WTC Sheraton. Wolf Maya realiza neste sábado (1º) a premiação do Mobile Festival, em sua escola de teatro, no shopping Frei Caneca. O Museu de Arte Brasileira da Faap inaugura neste sábado (1º) a mostra "Marinella Pirelli", às 17h, em Higienópolis. Com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e DIEGO ZERBATO
colunas
Força-tarefa da Lava Jato intensifica negociações para delação da OdebrechtIntegrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato intensificaram as negociações para a finalização da delação premiada da Odebrecht. Depoimentos foram colhidos durante toda a semana passada. O ritmo deve se manter na próxima. FOGO AMIGO Há entre pessoas que participam do processo a nítida impressão de que é preciso correr contra o relógio para evitar que pressões externas e divisões internas "melem" a delação. Policiais federais, por exemplo, têm dito que ela já não seria tão necessária, pois as investigações estariam bem avançadas. FOGO AMIGO 2 A delação da Odebrecht é considerada a delação das delações, com potencial de atingir figuras de primeiro time de todos os partidos. Na avaliação de um negociador favorável às tratativas com a empreiteira, não faltam "inimigos" para esse acordo. ELEMENTO PÚBLICO A escritora e pesquisadora Sandra Brecheret, filha do escultor Victor Brecheret (1894-1955), procurou o Ministério Público de SP na manhã desta sexta (30) depois de ver que o Monumento à Bandeiras, feito por seu pai, havia amanhecido pichado com tinta colorida. CONEXÃO "Quero que cobrem da prefeitura maior proteção às obras [de Brecheret], que pertencem não a mim, mas à cidade", afirma ela. "A pichação é resultado de falta de educação, falta de interesse das autoridades e, eu acho, até ligação com o crime organizado", diz. EM ALTO E BOM SOM Os atores Wagner Moura e Denise Fraga lerão trechos dos livros "Enclausurado", de Ian McEwan, e "O Inferno dos Outros", de David Grossman, na comemoração do aniversário de 30 anos da Companhia das Letras, no dia 25, às 20h, no Sesc Pinheiros. Os autores estarão do evento e participarão de um debate sobre literatura e ética. RODA DE AMIGOS O presidente Michel Temer reuniu velhos amigos advogados nesta sexta (30) num almoço no restaurante Parigi, da rede Fasano, em São Paulo. Estavam com ele José Yunes, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira e Manuel Alceu Affonso Ferreira, entre outros. Apesar das recentes crises na pasta da Justiça, um dos integrantes jura que o nome do atual titular da pasta, Alexandre de Moraes, nem sequer foi lembrado. SHOW DE CALOUROS Promotoras do Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica (Gevid) e do Núcleo de Gênero do Ministério Público de SP vão falar em outubro sobre Lei Maria da Penha e políticas públicas para mulheres a grêmios de escolas estaduais de SP. Os alunos serão convidados a participar de um concurso musical em que criarão uma canção sobre o tema. A vencedora será gravada pelo produtor Rick Bonadio, jurado do programa "XFactor". - MULTIÚSO A cantora Mahmundi, que se reveza entre teclados e guitarra, faz show hoje à noite no Z Carniceria - INÍCIO DA FESTA Joyce Pascowitch promoveu na quinta (29) um jantar na casa do arquiteto David Bastos como parte da comemoração dos dez anos da revista "J.P". O casal Marcos e Bete Arbaitman, os estilistas Gloria Coelho e Reinaldo Lourenço e os empresários Vanda Jacintho e Tato Malzoni estiveram no encontro. - CURTO-CIRCUITO O Ecla (Espaço Cultural Latino-Americano), na rua Abolição, no Bixiga, vai instalar telão para exibir neste domingo (2) a apuração das eleições. Ayrton Camargo e Silva lança o livro "Tudo É Passageiro: Expansão Urbana, Transporte Público e o Extermínio dos Bondes em SP", neste sábado (1º), às 15h, na Casa Guilherme de Almeida. Ana Cañas faz show com participação de Filipe Catto, neste sábado (1º), às 22h, no Espaço L'Atelier, no WTC Sheraton. Wolf Maya realiza neste sábado (1º) a premiação do Mobile Festival, em sua escola de teatro, no shopping Frei Caneca. O Museu de Arte Brasileira da Faap inaugura neste sábado (1º) a mostra "Marinella Pirelli", às 17h, em Higienópolis. Com JOELMIR TAVARES, LETÍCIA MORI e DIEGO ZERBATO
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Mérito de 'A Bruxa' é se filiar ao terror sem se prender a chavões
Nos Estados Unidos, "A Bruxa" foi saudado como um renovador do filme de horror. Talvez seja uma conclusão precipitada, mas não há dúvidas de que a produção está bem acima da média do gênero hoje. Primeiro filme de Robert Eggers, realizado com baixo orçamento, "A Bruxa" se passa na colônia da Nova Inglaterra, no século 17. Ameaçada de ser banida por sua comunidade, uma família de colonos ingleses decide se mudar para um local distante, uma floresta desabitada. O motivo do banimento não fica claro, mas tem algo a ver com o fundamentalismo religioso da família. No novo lar, o pai William, a mãe Katherine, a filha adolescente Thomasin, o filho pré-adolescente Caleb e os gêmeos Mercy e Jonas presenciam estranhos acontecimentos. Primeiro, as espigas de milho plantado apodrecem sem razão. Depois, um bode preto se torna violento. E, mais importante, o bebê recém-nascido da família desaparece sem deixar vestígios. A partir daí, um clima de paranoia se instala na família: eles passam a desconfiar que um de seus membros pode estar enfeitiçado pelo demônio. As principais suspeitas recaem sobre Thomasin. Nesse entrecho, o filme parece ser uma versão caseira de "As Bruxas de Salem" (1953), a peça de Arthur Miller em que se dramatiza a perseguição a mulheres vistas como bruxas em uma comunidade da Massachusetts do final do século 17. Em escalas distintas, ambos lidam com as consequências trágicas do fanatismo religioso. Mas, diferentemente da peça, "A Bruxa" é uma obra de horror –ou seja, o coisa ruim não é apenas uma abstração humana. O maior mérito do filme é se filiar claramente ao um gênero sem ceder a seus chavões. No lugar dos sustos fáceis, o filme oferece uma tensão crescente –quando o terror aparece, ele chega pra valer. "A Bruxa" tem a sabedoria de não oferecer conclusões para seus mistérios. Mas o filme também tem suas limitações. A principal é não se contentar em ser um pequeno grande filme de terror, mas almejar ser um filme de arte. O estreante Eggers parece ansioso para mostrar que sabe filmar bonito: cada plano está saturado pelo desejo de ostentar estilo –o que torna o resultado demasiadamente calculado. É um apego à razão em um gênero baseado justamente na falência dela. A BRUXA (The Witch) DIREÇÃO: Robert Eggers ELENCO: Anya Taylor-joy, Ralph Ineson e Kate Dickie PRODUÇÃO: EUA, 2015, 16 anos
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Mérito de 'A Bruxa' é se filiar ao terror sem se prender a chavõesNos Estados Unidos, "A Bruxa" foi saudado como um renovador do filme de horror. Talvez seja uma conclusão precipitada, mas não há dúvidas de que a produção está bem acima da média do gênero hoje. Primeiro filme de Robert Eggers, realizado com baixo orçamento, "A Bruxa" se passa na colônia da Nova Inglaterra, no século 17. Ameaçada de ser banida por sua comunidade, uma família de colonos ingleses decide se mudar para um local distante, uma floresta desabitada. O motivo do banimento não fica claro, mas tem algo a ver com o fundamentalismo religioso da família. No novo lar, o pai William, a mãe Katherine, a filha adolescente Thomasin, o filho pré-adolescente Caleb e os gêmeos Mercy e Jonas presenciam estranhos acontecimentos. Primeiro, as espigas de milho plantado apodrecem sem razão. Depois, um bode preto se torna violento. E, mais importante, o bebê recém-nascido da família desaparece sem deixar vestígios. A partir daí, um clima de paranoia se instala na família: eles passam a desconfiar que um de seus membros pode estar enfeitiçado pelo demônio. As principais suspeitas recaem sobre Thomasin. Nesse entrecho, o filme parece ser uma versão caseira de "As Bruxas de Salem" (1953), a peça de Arthur Miller em que se dramatiza a perseguição a mulheres vistas como bruxas em uma comunidade da Massachusetts do final do século 17. Em escalas distintas, ambos lidam com as consequências trágicas do fanatismo religioso. Mas, diferentemente da peça, "A Bruxa" é uma obra de horror –ou seja, o coisa ruim não é apenas uma abstração humana. O maior mérito do filme é se filiar claramente ao um gênero sem ceder a seus chavões. No lugar dos sustos fáceis, o filme oferece uma tensão crescente –quando o terror aparece, ele chega pra valer. "A Bruxa" tem a sabedoria de não oferecer conclusões para seus mistérios. Mas o filme também tem suas limitações. A principal é não se contentar em ser um pequeno grande filme de terror, mas almejar ser um filme de arte. O estreante Eggers parece ansioso para mostrar que sabe filmar bonito: cada plano está saturado pelo desejo de ostentar estilo –o que torna o resultado demasiadamente calculado. É um apego à razão em um gênero baseado justamente na falência dela. A BRUXA (The Witch) DIREÇÃO: Robert Eggers ELENCO: Anya Taylor-joy, Ralph Ineson e Kate Dickie PRODUÇÃO: EUA, 2015, 16 anos
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Restaurante Cozinha 212 usa calor da brasa sem ousadia, mas vale a visita
LUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA O novo Cozinha 212 tem uma série de qualidades, a começar pelo ambiente, caloroso e aconchegante, com uma churrasqueira a lenha aberta para o salão. Ao fundo, caras como Stevie Wonder e Curtis Mayfield fazem a trilha, pura alegria. A proposta é outro acerto: usar o calor da brasa e ingredientes em estado bruto, pouco manipulados e sem muita interferência de temperos. A estrutura do cardápio é muito semelhante à do Chou, com entradas para compartilhar, elementos da grelha e acompanhamentos à parte, que podem ser mesclados ao gosto do freguês. O resultado no prato, porém, ainda está irregular. Falta alinhar o timing da cozinha e da brasa para evitar detonar algumas receitas. A batata frita com alho e tomilho (R$ 12), bem fininha, ficou tempo demais sobre o balcão -fria e murcha, portanto, não dá pé. Sai-se bem o polvo (R$ 48), robusto, mas faz falta ousadia no preparo. Seus tentáculos chegam extremamente macios (e cadê as fibras que fazem parte da textura natural do animal?) e pouco tostados -o calor é usado de maneira comedida, não há aquele sedutor chamuscado. Idem para o bife de chorizo (R$ 66) -e o garçom (equipe afiada e gentil, aliás) diz que o ponto da casa é bem vermelho, mas a carne chega ao ponto para bem passado, sem perder a suculência, porém. Lagostins (estes sim mais tostados) são servidos inteiros com salsa de coentro (R$ 36) e o pargo grelhado também, com cabeça e tudo, bonitão (R$ 52). Das guarnições, a abóbora com purê de alho (R$ 12) é uma delícia, firme, doce, levemente tostada (mas o purê, perfumado, denso e bem concentrado, surge só em gotículas, não faz cena). A porção de minilegumes (R$ 14) também vale a pena -inclui milho, batata-doce, ervilha-torta. O bar, aberto para o salão e para a rua, onde têm-se acumulado longas filas de espera, exibe boas ideias -como o bloody mary com vodca saborizada com bacon ou beterraba (R$ 32, cada um). É gostoso, mas caro para ter suco de tomate industrializado. Para encerrar, a torta de pera com gorgonzola (R$ 22) pedia mais leveza -é massuda e esconde a fruta, mas o balanço final é positivo. COZINHA 212 (bom) ONDE r. dos Pinheiros, 174, Pinheiros; tel. 2478-6612 QUANDO ter. a sex., das 19h à 0h; sáb., das 13h às 16h e das 19h à 1h
saopaulo
Restaurante Cozinha 212 usa calor da brasa sem ousadia, mas vale a visitaLUIZA FECAROTTA CRÍTICA DA FOLHA O novo Cozinha 212 tem uma série de qualidades, a começar pelo ambiente, caloroso e aconchegante, com uma churrasqueira a lenha aberta para o salão. Ao fundo, caras como Stevie Wonder e Curtis Mayfield fazem a trilha, pura alegria. A proposta é outro acerto: usar o calor da brasa e ingredientes em estado bruto, pouco manipulados e sem muita interferência de temperos. A estrutura do cardápio é muito semelhante à do Chou, com entradas para compartilhar, elementos da grelha e acompanhamentos à parte, que podem ser mesclados ao gosto do freguês. O resultado no prato, porém, ainda está irregular. Falta alinhar o timing da cozinha e da brasa para evitar detonar algumas receitas. A batata frita com alho e tomilho (R$ 12), bem fininha, ficou tempo demais sobre o balcão -fria e murcha, portanto, não dá pé. Sai-se bem o polvo (R$ 48), robusto, mas faz falta ousadia no preparo. Seus tentáculos chegam extremamente macios (e cadê as fibras que fazem parte da textura natural do animal?) e pouco tostados -o calor é usado de maneira comedida, não há aquele sedutor chamuscado. Idem para o bife de chorizo (R$ 66) -e o garçom (equipe afiada e gentil, aliás) diz que o ponto da casa é bem vermelho, mas a carne chega ao ponto para bem passado, sem perder a suculência, porém. Lagostins (estes sim mais tostados) são servidos inteiros com salsa de coentro (R$ 36) e o pargo grelhado também, com cabeça e tudo, bonitão (R$ 52). Das guarnições, a abóbora com purê de alho (R$ 12) é uma delícia, firme, doce, levemente tostada (mas o purê, perfumado, denso e bem concentrado, surge só em gotículas, não faz cena). A porção de minilegumes (R$ 14) também vale a pena -inclui milho, batata-doce, ervilha-torta. O bar, aberto para o salão e para a rua, onde têm-se acumulado longas filas de espera, exibe boas ideias -como o bloody mary com vodca saborizada com bacon ou beterraba (R$ 32, cada um). É gostoso, mas caro para ter suco de tomate industrializado. Para encerrar, a torta de pera com gorgonzola (R$ 22) pedia mais leveza -é massuda e esconde a fruta, mas o balanço final é positivo. COZINHA 212 (bom) ONDE r. dos Pinheiros, 174, Pinheiros; tel. 2478-6612 QUANDO ter. a sex., das 19h à 0h; sáb., das 13h às 16h e das 19h à 1h
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Afinal, quanto se pode pagar aos dirigentes das organizações da sociedade civil?
A remuneração de dirigentes das entidades sem fins lucrativos foi, por décadas, um tabu. Não é mais, graças às modificações legislativas que começaram em 1999, com a lei 9.790, das Osicps, e foram ampliadas em 2013, 2014 e 2015, com as leis 12.868; 13.151 e 13.204, respectivamente. Todas essas leis dispuseram, com absoluta clareza, que é possível remunerar os dirigentes executivos de entidades sem fins lucrativos. E também que o valor dessa remuneração não pode ser exorbitante ou destoante do mercado. Mas deixaram na incerteza uma relevante questão: o valor máximo da remuneração. Os prêmios Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro já estão com as inscrições abertas; participe A lei das Oscips permite que as detentoras desta qualificação remunerem dirigentes que atuem na gestão executiva ou prestem serviços específicos à entidade, pelo valor praticado pelo mercado, na sua região de atuação. A legislação foi complementada pela lei 10.637/02, que acrescentou duas novas condições para a regularidade da remuneração: estabelecimento de vínculo trabalhista entre entidade e dirigente e observância do teto remuneratório bruto do servidor público federal. Para as Oscips, portanto, a remuneração dos dirigentes deve refletir o valor do mercado, mas se o mercado estiver muito "generoso", a remuneração será balizada por um segundo critério, o teto do Executivo Federal. Somente em 2013 a legislação ampliou o universo das organizações autorizadas a remunerar dirigentes. A lei 12.868 permitiu que as entidades imunes (educação e assistência social) e as detentoras do Cebas (entidade beneficente de assistência social) remunerem dirigentes estatutários. O valor bruto correspondente, no entanto, deve ser inferior a 70% do limite da remuneração de servidores do Executivo federal. E o total pago para o conjunto de dirigentes seja inferior a cinco vezes o valor do limite individual. Até então, era certo que a remuneração dos dirigentes das Oscips esbarraria em um teto (100% da remuneração máxima do Executivo federal) e das entidades de educação, assistência social e/ou detentoras do Cebas, em outro (70% da remuneração máxima do Executivo federal). Mas em julho de 2015 a lei 13.151 trouxe novas alterações ao quase pacificado tema, estabelecendo que a remuneração a ser paga aos dirigentes executivos das entidades Cebas e das albergadas pela lei 9.532 observe, como limite máximo, o valor praticado pelo mercado na região de sua área de atuação. O valor deve ser fixado pelo órgão de deliberação superior da entidade, registrado em ata, com comunicação ao Ministério Público, no caso das fundações. Só que o fez sem revogar expressamente os artigos das duas leis anteriores que estabelecem um teto distinto, de 70% da remuneração máxima do servidor federal. Portanto, com a superposição das regras e limites instituídos pelas leis 12.868 e 13.151, as entidades Cebas e as demais ficaram em dúvida sobre qual limite máximo remuneratório obedecer. O da lei 12.868, que fala em 70% do teto federal, ou o da lei 13.151, que expressamente adota como "limite máximo" os valores praticados pelo mercado na região correspondente a sua área de atuação. A lei 13.204, de dezembro de 2015, não trouxe solução ao impasse. Ampliou o leque de entidades autorizadas a remunerar seus dirigentes executivos para todas as associações, fundações ou organizações da sociedade civil sem fins lucrativos que se dediquem a uma das atividades descritas no art. 3º da lei 9.790 e não participem em campanhas político-partidárias ou eleitorais. Manteve, no entanto, o mesmo texto da lei 13.151, quanto ao teto remuneratório: "Respeitados como limites máximos valores praticados pelo mercado na região correspondente à sua área de atuação". Com a barafunda de leis, resta saber: qual o teto que as entidades que desejam remunerar seus dirigentes devem respeitar? 100% da remuneração máxima do servidor federal? 70% da remuneração máxima do servidor federal? Ou o valor máximo praticado pelo mercado? As detentoras do Cebas e as demais entidades regidas pela lei 9.532 devem, em meu entendimento, adotar como teto o valor máximo do mercado de sua área de atuação. Isso porque lei posterior revoga anterior. Se não de forma expressa, de forma implícita, quando a nova disposição for contrária ou incompatível com a disposição antiga. Se tanto a lei 9.532 como a lei 12.101 contém artigos conflitantes, estabelecendo tetos remuneratórios diferentes, apenas um deles deve prevalecer. E se o texto antigo determina que seja respeitado o limite máximo de 70% do teto federal e o texto novo exige seja respeitado o limite máximo praticado pelo mercado, este último é o que deve servir de parâmetro para remuneração dos dirigentes das Organizações da Sociedade Civil. Quanto às Oscips, a tendência é mantê-las no regime antigo da remuneração limitada a 100% do teto federal, porque específico. Mas cabe refletir: se as Oscips se enquadram perfeitamente na definição de associações, fundações ou organizações da sociedade civil sem fins lucrativos da lei 9.532, com a redação dada pela lei 13.204, por que mantê-las em um regime antigo limitante se um regime novo e mais benéfico lhes estende as mãos? Sou da opinião, portanto, que as entidades sem fins lucrativos podem remunerar seus dirigentes executivos, respeitando como teto, unicamente, os valores máximos do mercado. Resta saber se a Receita Federal partilhará deste mesmo entendimento e não penalizará as organizações que, buscando estruturar seus quadros com profissionais qualificados e disputados, "ousem" lhes pagar uma remuneração condizente com o mercado, mas acima do maior valor pago ao servidor do Executivo federal. ERIKA BECHARA é sócia de Szazi Bechara Storto Advogados, parceiro do Prêmio Empreendedor Social
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Afinal, quanto se pode pagar aos dirigentes das organizações da sociedade civil?A remuneração de dirigentes das entidades sem fins lucrativos foi, por décadas, um tabu. Não é mais, graças às modificações legislativas que começaram em 1999, com a lei 9.790, das Osicps, e foram ampliadas em 2013, 2014 e 2015, com as leis 12.868; 13.151 e 13.204, respectivamente. Todas essas leis dispuseram, com absoluta clareza, que é possível remunerar os dirigentes executivos de entidades sem fins lucrativos. E também que o valor dessa remuneração não pode ser exorbitante ou destoante do mercado. Mas deixaram na incerteza uma relevante questão: o valor máximo da remuneração. Os prêmios Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro já estão com as inscrições abertas; participe A lei das Oscips permite que as detentoras desta qualificação remunerem dirigentes que atuem na gestão executiva ou prestem serviços específicos à entidade, pelo valor praticado pelo mercado, na sua região de atuação. A legislação foi complementada pela lei 10.637/02, que acrescentou duas novas condições para a regularidade da remuneração: estabelecimento de vínculo trabalhista entre entidade e dirigente e observância do teto remuneratório bruto do servidor público federal. Para as Oscips, portanto, a remuneração dos dirigentes deve refletir o valor do mercado, mas se o mercado estiver muito "generoso", a remuneração será balizada por um segundo critério, o teto do Executivo Federal. Somente em 2013 a legislação ampliou o universo das organizações autorizadas a remunerar dirigentes. A lei 12.868 permitiu que as entidades imunes (educação e assistência social) e as detentoras do Cebas (entidade beneficente de assistência social) remunerem dirigentes estatutários. O valor bruto correspondente, no entanto, deve ser inferior a 70% do limite da remuneração de servidores do Executivo federal. E o total pago para o conjunto de dirigentes seja inferior a cinco vezes o valor do limite individual. Até então, era certo que a remuneração dos dirigentes das Oscips esbarraria em um teto (100% da remuneração máxima do Executivo federal) e das entidades de educação, assistência social e/ou detentoras do Cebas, em outro (70% da remuneração máxima do Executivo federal). Mas em julho de 2015 a lei 13.151 trouxe novas alterações ao quase pacificado tema, estabelecendo que a remuneração a ser paga aos dirigentes executivos das entidades Cebas e das albergadas pela lei 9.532 observe, como limite máximo, o valor praticado pelo mercado na região de sua área de atuação. O valor deve ser fixado pelo órgão de deliberação superior da entidade, registrado em ata, com comunicação ao Ministério Público, no caso das fundações. Só que o fez sem revogar expressamente os artigos das duas leis anteriores que estabelecem um teto distinto, de 70% da remuneração máxima do servidor federal. Portanto, com a superposição das regras e limites instituídos pelas leis 12.868 e 13.151, as entidades Cebas e as demais ficaram em dúvida sobre qual limite máximo remuneratório obedecer. O da lei 12.868, que fala em 70% do teto federal, ou o da lei 13.151, que expressamente adota como "limite máximo" os valores praticados pelo mercado na região correspondente a sua área de atuação. A lei 13.204, de dezembro de 2015, não trouxe solução ao impasse. Ampliou o leque de entidades autorizadas a remunerar seus dirigentes executivos para todas as associações, fundações ou organizações da sociedade civil sem fins lucrativos que se dediquem a uma das atividades descritas no art. 3º da lei 9.790 e não participem em campanhas político-partidárias ou eleitorais. Manteve, no entanto, o mesmo texto da lei 13.151, quanto ao teto remuneratório: "Respeitados como limites máximos valores praticados pelo mercado na região correspondente à sua área de atuação". Com a barafunda de leis, resta saber: qual o teto que as entidades que desejam remunerar seus dirigentes devem respeitar? 100% da remuneração máxima do servidor federal? 70% da remuneração máxima do servidor federal? Ou o valor máximo praticado pelo mercado? As detentoras do Cebas e as demais entidades regidas pela lei 9.532 devem, em meu entendimento, adotar como teto o valor máximo do mercado de sua área de atuação. Isso porque lei posterior revoga anterior. Se não de forma expressa, de forma implícita, quando a nova disposição for contrária ou incompatível com a disposição antiga. Se tanto a lei 9.532 como a lei 12.101 contém artigos conflitantes, estabelecendo tetos remuneratórios diferentes, apenas um deles deve prevalecer. E se o texto antigo determina que seja respeitado o limite máximo de 70% do teto federal e o texto novo exige seja respeitado o limite máximo praticado pelo mercado, este último é o que deve servir de parâmetro para remuneração dos dirigentes das Organizações da Sociedade Civil. Quanto às Oscips, a tendência é mantê-las no regime antigo da remuneração limitada a 100% do teto federal, porque específico. Mas cabe refletir: se as Oscips se enquadram perfeitamente na definição de associações, fundações ou organizações da sociedade civil sem fins lucrativos da lei 9.532, com a redação dada pela lei 13.204, por que mantê-las em um regime antigo limitante se um regime novo e mais benéfico lhes estende as mãos? Sou da opinião, portanto, que as entidades sem fins lucrativos podem remunerar seus dirigentes executivos, respeitando como teto, unicamente, os valores máximos do mercado. Resta saber se a Receita Federal partilhará deste mesmo entendimento e não penalizará as organizações que, buscando estruturar seus quadros com profissionais qualificados e disputados, "ousem" lhes pagar uma remuneração condizente com o mercado, mas acima do maior valor pago ao servidor do Executivo federal. ERIKA BECHARA é sócia de Szazi Bechara Storto Advogados, parceiro do Prêmio Empreendedor Social
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Novo 'Mortal Kombat' terá dublagem da cantora Pitty
A Warner anunciou nesta segunda-feira (9) que "Mortal Kombat X" terá dublagem da cantora Pitty na versão brasileira. A roqueira dará voz à uma nova personagem da consagrada série de luta: a lutadora Cassie Cage, filha dos veteranos Johnny Cage e Sonia Blade. "Já tive a oportunidade de trabalhar em diversos projetos, mas nunca achei que faria parte de um jogo como 'Mortal Kombat', que marcou muito minha adolescência", disse a cantora por meio de um comunicado. "A personagem que interpreto é forte, rápida e tem uma história muito interessante. Vocês irão se surpreender ao vê-la em ação", afirmou. Cassie Cage será uma das protagonistas do jogo. "Mortal Combat X" tem lançamento previsto para abril e estará disponível para PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One e PC. Veja o trailer do jogo: Vídeo CELEBRIDADES NOS GAMES Pitty não é a primeira celebridade brasileira a participar como dubladora em jogos de videogame. O ator André Ramiro, que interpretou o personagem Mathias no filme "Tropa de Elite", deu voz ao protagonista Irish em "Battlefield 4", jogo de 2013. Mais recentemente, a EA anunciou que o cantor Roger Moreira, da banda Ultraje a Rigor, dublará o protagonista do modo campanha de "Battlefield Hardline", com lançamento previsto para março.
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Novo 'Mortal Kombat' terá dublagem da cantora PittyA Warner anunciou nesta segunda-feira (9) que "Mortal Kombat X" terá dublagem da cantora Pitty na versão brasileira. A roqueira dará voz à uma nova personagem da consagrada série de luta: a lutadora Cassie Cage, filha dos veteranos Johnny Cage e Sonia Blade. "Já tive a oportunidade de trabalhar em diversos projetos, mas nunca achei que faria parte de um jogo como 'Mortal Kombat', que marcou muito minha adolescência", disse a cantora por meio de um comunicado. "A personagem que interpreto é forte, rápida e tem uma história muito interessante. Vocês irão se surpreender ao vê-la em ação", afirmou. Cassie Cage será uma das protagonistas do jogo. "Mortal Combat X" tem lançamento previsto para abril e estará disponível para PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One e PC. Veja o trailer do jogo: Vídeo CELEBRIDADES NOS GAMES Pitty não é a primeira celebridade brasileira a participar como dubladora em jogos de videogame. O ator André Ramiro, que interpretou o personagem Mathias no filme "Tropa de Elite", deu voz ao protagonista Irish em "Battlefield 4", jogo de 2013. Mais recentemente, a EA anunciou que o cantor Roger Moreira, da banda Ultraje a Rigor, dublará o protagonista do modo campanha de "Battlefield Hardline", com lançamento previsto para março.
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A naturalidade com que se encara a corrupção machuca a todos, diz leitor
CORRUPÇÃO A cada dia que passa o cidadão brasileiro vai perdendo a esperança de ver o Brasil passado a limpo. Tiveram prisão decretada no dia 30/6, na operação Saqueador, os empresários Fernando Cavendish, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e Adir Assad. Um dia depois, a Justiça concedeu aos três o direito à prisão domiciliar. Por que o trabalho da Polícia Federal foi tão desrespeitado? E por que a cadeia só serve para prender os pobres? Parece haver uma guerra de egos entre as instituições, para ver quem pode mais. IZABEL AVALLONE (São Paulo, SP) * A naturalidade com que se encara o desvio de verbas públicas no Brasil machuca a todos nós. O sistema está corrompido radicalmente, e essa chamada democracia brasileira mais se parece com um sistema tirano e terrivelmente impiedoso. Pobre país rico, que caminha tão lentamente, mas de costas para o seu futuro. MARCELO GOMES JORGE FERES (Rio de Janeiro, RJ) * Eduardo Cunha, logo que assumiu a presidência da Câmara, afirmou que projetos sobre a liberalização do aborto só seriam votados se passassem por cima do seu cadáver. Pois pergunto: por onde passam sua desfaçatez, seu cinismo, seu despudor, sua desonestidade? O moralista é aquele que berra para que normas sejam ouvidas e cumpridas com o devido rigor e, acima de tudo, para evitar que escute a própria imoralidade . *ANETE ARAUJO GUEDES * (Belo Horizonte, MG) - INDÚSTRIA Ao pegar a Folha para ler, encontro uma reportagem esperada há muito pelos brasileiros. Isso quer dizer que o país volta a crescer, a gerar mais empregos, a ser acreditado. O Brasil voltará a ter credibilidade internacional, não teremos mais vergonha de dizer lá fora que somos brasileiros. CREUSA COLAÇO MONTE ALEGRE (São Paulo, SP) - VIOLÊNCIA Às vésperas da Olimpíada , o Rio sofre um contínuo e assustador período de violência urbana. O roubo de equipamentos de TVs alemãs foi só mais um triste episódio das tragédias que vivemos nas grandes cidades do país. Urge assim que nossas legítimas lideranças, de todos os seguimentos governamentais, ponham o enfrentamento do crime no topo de suas prioridades. Só assim teremos tranquilidade para encarar outros temas urgentes. JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA, historiador e advogado (Rio, RJ) * Num país em que qualquer marginal atira sem pestanejar na polícia, parece existir um consenso de que duas balas precisam passar zunindo pela cabeça do policial para que ele possa atirar para se defender. Caso contrário, é precipitação e abuso. Dessa forma, qual seria a expectativa de vida para quem enfrenta situações de risco praticamente todos os dias? A propósito, a famosa polícia inglesa, quando erradamente considerou o brasileiro Jean Charles um terrorista, simplesmente atirou primeiro. MARCIO MACEDO (São Paulo, SP) * CONSUELO DE CASTRO O teatro brasileiro perdeu uma de suas mais importantes dramaturgas. Tive a oportunidade de dirigir a primeira montagem de "Prova de Fogo", em 1976. Premiada pelo SNT (Serviço Nacional de Teatro) em 1968, a peça foi censurada pelo regime militar. Nossa montagem clandestina foi encenada com os grupos de teatro de ciências sociais e biologia, da USP, no prédio em que hoje está a FFLCH. Mais de 16 mil espectadores assistiram aos espetáculos entre março e maio daquele ano. TIN URBINATTI, diretor e ator (São Paulo, SP) * PERÍCIA DO SENADO Lendo o artigo da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), fico a me perguntar como deve ser o caráter de uma pessoa que defende um governo que mergulhou o nosso país na maior crise econômica de sua história, que permitiu que seu partido político montasse uma quadrilha organizada, que, por incompetência administrativa, deixou mais de 11 milhões de brasileiros desempregados. TOMAZ DE AQUINO DOS SANTOS (Piracicaba - SP) - COLUNISTAS Demétrio Magnoli dá uma aula de coerência e de paciência ao tentar explicar que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff não é golpe. Nós, os alunos, não temos mais dúvidas sobre a comprovação de crime de responsabilidade fiscal. Não há o que discutir sobre a legitimidade do processo. Nunca houve na história da democracia brasileira alguém com tanta garantia do direito de defesa quanto Dilma. JOSÉ OSVALDO GONÇALVES ANDRADE (Belo Horizonte, MG) * O cargo de ombudsman da Folha está se tornando supérfluo. Reinaldo Azevedo pode acumular essa função, pois é um contumaz crítico de seus colegas de trabalho. A bola da vez foi Elio Gaspari, tripudiado no artigo "O Gato quântico de Gaspari". O estressado jornalista fica ainda mais patético quando se arvora no direito de fazer o papel de " Catão, o censor", para gáudio de seus admiradores radicais de direita. FRANCISCO NASCIMENTO XAVIER (São Paulo, SP) * A já folclórica birra de Ruy Castro com o rock vem proporcionando a leitura de cartas divertidas no "Painel do Leitor" da Folha. Gostaria de sugerir ao colunista que escreva mais sobre o assunto. Ninguém leva os textos a sério, mas são saborosos. AGILBERTO DE LUCCA MARCÍLIO (Ubá, MG) PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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A naturalidade com que se encara a corrupção machuca a todos, diz leitorCORRUPÇÃO A cada dia que passa o cidadão brasileiro vai perdendo a esperança de ver o Brasil passado a limpo. Tiveram prisão decretada no dia 30/6, na operação Saqueador, os empresários Fernando Cavendish, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e Adir Assad. Um dia depois, a Justiça concedeu aos três o direito à prisão domiciliar. Por que o trabalho da Polícia Federal foi tão desrespeitado? E por que a cadeia só serve para prender os pobres? Parece haver uma guerra de egos entre as instituições, para ver quem pode mais. IZABEL AVALLONE (São Paulo, SP) * A naturalidade com que se encara o desvio de verbas públicas no Brasil machuca a todos nós. O sistema está corrompido radicalmente, e essa chamada democracia brasileira mais se parece com um sistema tirano e terrivelmente impiedoso. Pobre país rico, que caminha tão lentamente, mas de costas para o seu futuro. MARCELO GOMES JORGE FERES (Rio de Janeiro, RJ) * Eduardo Cunha, logo que assumiu a presidência da Câmara, afirmou que projetos sobre a liberalização do aborto só seriam votados se passassem por cima do seu cadáver. Pois pergunto: por onde passam sua desfaçatez, seu cinismo, seu despudor, sua desonestidade? O moralista é aquele que berra para que normas sejam ouvidas e cumpridas com o devido rigor e, acima de tudo, para evitar que escute a própria imoralidade . *ANETE ARAUJO GUEDES * (Belo Horizonte, MG) - INDÚSTRIA Ao pegar a Folha para ler, encontro uma reportagem esperada há muito pelos brasileiros. Isso quer dizer que o país volta a crescer, a gerar mais empregos, a ser acreditado. O Brasil voltará a ter credibilidade internacional, não teremos mais vergonha de dizer lá fora que somos brasileiros. CREUSA COLAÇO MONTE ALEGRE (São Paulo, SP) - VIOLÊNCIA Às vésperas da Olimpíada , o Rio sofre um contínuo e assustador período de violência urbana. O roubo de equipamentos de TVs alemãs foi só mais um triste episódio das tragédias que vivemos nas grandes cidades do país. Urge assim que nossas legítimas lideranças, de todos os seguimentos governamentais, ponham o enfrentamento do crime no topo de suas prioridades. Só assim teremos tranquilidade para encarar outros temas urgentes. JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA, historiador e advogado (Rio, RJ) * Num país em que qualquer marginal atira sem pestanejar na polícia, parece existir um consenso de que duas balas precisam passar zunindo pela cabeça do policial para que ele possa atirar para se defender. Caso contrário, é precipitação e abuso. Dessa forma, qual seria a expectativa de vida para quem enfrenta situações de risco praticamente todos os dias? A propósito, a famosa polícia inglesa, quando erradamente considerou o brasileiro Jean Charles um terrorista, simplesmente atirou primeiro. MARCIO MACEDO (São Paulo, SP) * CONSUELO DE CASTRO O teatro brasileiro perdeu uma de suas mais importantes dramaturgas. Tive a oportunidade de dirigir a primeira montagem de "Prova de Fogo", em 1976. Premiada pelo SNT (Serviço Nacional de Teatro) em 1968, a peça foi censurada pelo regime militar. Nossa montagem clandestina foi encenada com os grupos de teatro de ciências sociais e biologia, da USP, no prédio em que hoje está a FFLCH. Mais de 16 mil espectadores assistiram aos espetáculos entre março e maio daquele ano. TIN URBINATTI, diretor e ator (São Paulo, SP) * PERÍCIA DO SENADO Lendo o artigo da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), fico a me perguntar como deve ser o caráter de uma pessoa que defende um governo que mergulhou o nosso país na maior crise econômica de sua história, que permitiu que seu partido político montasse uma quadrilha organizada, que, por incompetência administrativa, deixou mais de 11 milhões de brasileiros desempregados. TOMAZ DE AQUINO DOS SANTOS (Piracicaba - SP) - COLUNISTAS Demétrio Magnoli dá uma aula de coerência e de paciência ao tentar explicar que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff não é golpe. Nós, os alunos, não temos mais dúvidas sobre a comprovação de crime de responsabilidade fiscal. Não há o que discutir sobre a legitimidade do processo. Nunca houve na história da democracia brasileira alguém com tanta garantia do direito de defesa quanto Dilma. JOSÉ OSVALDO GONÇALVES ANDRADE (Belo Horizonte, MG) * O cargo de ombudsman da Folha está se tornando supérfluo. Reinaldo Azevedo pode acumular essa função, pois é um contumaz crítico de seus colegas de trabalho. A bola da vez foi Elio Gaspari, tripudiado no artigo "O Gato quântico de Gaspari". O estressado jornalista fica ainda mais patético quando se arvora no direito de fazer o papel de " Catão, o censor", para gáudio de seus admiradores radicais de direita. FRANCISCO NASCIMENTO XAVIER (São Paulo, SP) * A já folclórica birra de Ruy Castro com o rock vem proporcionando a leitura de cartas divertidas no "Painel do Leitor" da Folha. Gostaria de sugerir ao colunista que escreva mais sobre o assunto. Ninguém leva os textos a sério, mas são saborosos. AGILBERTO DE LUCCA MARCÍLIO (Ubá, MG) PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Amantes do off-road e iniciados no golfe podem curtir a zona sul
INGRID FAGUNDEZ REGIANE TEIXEIRA DE SÃO PAULO Iniciados no golfe O imenso campo é espaço de treino para diversos profissionais, mas o clube só aceita visitantes de segunda a sexta-feira. Aos finais de semana, o espaço é restrito para sócios e convidados. Além de pagar R$ 200 e o auxiliar para carregar o saco com tacos (o custo é de cerca de R$ 70), o interessado precisa já saber jogar golfe. O local também conta com restaurante. Guarapiranga Golf Club. Av. Jaceguava, s/n, Balneário São José, tel. (11) 5922-1000. guarapirangagolf.com.br - Amantes do off-road Os cerca de 70 km da capital até a entrada do Parque Estadual Serra do Mar são tortuosos, mas os últimos 15 km valem o tempo e as chacoalhadas pelo caminho. A subida é melhor se feita por veículos off-road, enquanto o trajeto em veículos de passeio é sofrido, mas possível. O caminho de cascalho em meio a árvores e pequenos sítios deslumbra e termina na entrada e mirante do parque. É preciso agendar a visita com ao menos três dias de antecedência por e-mail. Do mirante, é possível avistar de Peruíbe até a Praia Grande e fazer uma trilha com duração de duas horas e meia. Durante a caminhada, os grupos andam pela mata e podem conhecer nascentes de rios. Parque Estadual Serra do Mar - Núcleo Curucutu. R. da Bela Vista, 7.090, Embura do Alto, tel. (11) 5975-2000 Visitas agendados pelo e-mail Pesm.curucutu@gmail.com
saopaulo
Amantes do off-road e iniciados no golfe podem curtir a zona sulINGRID FAGUNDEZ REGIANE TEIXEIRA DE SÃO PAULO Iniciados no golfe O imenso campo é espaço de treino para diversos profissionais, mas o clube só aceita visitantes de segunda a sexta-feira. Aos finais de semana, o espaço é restrito para sócios e convidados. Além de pagar R$ 200 e o auxiliar para carregar o saco com tacos (o custo é de cerca de R$ 70), o interessado precisa já saber jogar golfe. O local também conta com restaurante. Guarapiranga Golf Club. Av. Jaceguava, s/n, Balneário São José, tel. (11) 5922-1000. guarapirangagolf.com.br - Amantes do off-road Os cerca de 70 km da capital até a entrada do Parque Estadual Serra do Mar são tortuosos, mas os últimos 15 km valem o tempo e as chacoalhadas pelo caminho. A subida é melhor se feita por veículos off-road, enquanto o trajeto em veículos de passeio é sofrido, mas possível. O caminho de cascalho em meio a árvores e pequenos sítios deslumbra e termina na entrada e mirante do parque. É preciso agendar a visita com ao menos três dias de antecedência por e-mail. Do mirante, é possível avistar de Peruíbe até a Praia Grande e fazer uma trilha com duração de duas horas e meia. Durante a caminhada, os grupos andam pela mata e podem conhecer nascentes de rios. Parque Estadual Serra do Mar - Núcleo Curucutu. R. da Bela Vista, 7.090, Embura do Alto, tel. (11) 5975-2000 Visitas agendados pelo e-mail Pesm.curucutu@gmail.com
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Após tortura e morte de turista no Egito, Itália convoca embaixador
O governo italiano convocou o embaixador egípcio em Roma, Amr Mostafa Kamal Helmy, para dar explicações sobre a morte de um turista do país, cujo corpo foi encontrado na quarta (3) com sinais de tortura às margens de uma estrada nos arredores do Cairo. O corpo foi identificado como sendo do estudante italiano Giulio Regeni, 28, que estava desaparecido desde 25 de janeiro, dia do quinto aniversário da queda do ditador egípcio Hosni Mubarak. Uma campanha havia sido lançada por amigos nas redes sociais para tentar encontrá-lo. O jovem estudava no Departamento de Política e Estudos Internacionais na Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Segundo o promotor responsável pelo caso, Ahmed Nagi, o corpo de Regeni apresentava sinais de tortura e "morte lenta", entre eles múltiplos ferimentos com faca e queimaduras de cigarro na pele. Nagi disse ainda à Associated Press que o corpo de Regeni estava seminu da cintura para baixo. Uma investigação inicial dizia que a morte teria sido causada por um acidente na estrada, e não reportava sinais de tortura. A chancelaria italiana pediu ao governo egípcio que seja feita uma investigação conjunta sobre o caso, segundo comunicado divulgado nesta quinta (4). O ministério italiano disse esperar a "máxima colaboração em todos os níveis diante da gravidade excepcional do que ocorreu". "Em nome de seu país, [o embaixador egípcio] Helmy manifestou profundas condolências pela morte de Regeni e nos assegurou que o Egito vai cooperar totalmente para encontrar os responsáveis por esse ato criminoso", diz a nota. A insegurança no Egito já tem afetado o turismo, uma das atividades econômicas mais importantes no país. A cada vez maior presença de radicais ligados à facção terrorista Estado Islâmico (EI) em território egípcio levou países como o Reino Unido a desaconselhar viagens ao país, especialmente à península do Sinai. Em agosto, um cidadão croata que estava trabalhando no setor petroleiro no Cairo foi decapitado, e, meses antes, uma bomba explodiu em frente ao consulado italiano na capital egípcia. Ainda não há indícios, contudo, de que a morte de Regeni esteja associada a ação de terroristas. Onde fica o Cairo
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Após tortura e morte de turista no Egito, Itália convoca embaixadorO governo italiano convocou o embaixador egípcio em Roma, Amr Mostafa Kamal Helmy, para dar explicações sobre a morte de um turista do país, cujo corpo foi encontrado na quarta (3) com sinais de tortura às margens de uma estrada nos arredores do Cairo. O corpo foi identificado como sendo do estudante italiano Giulio Regeni, 28, que estava desaparecido desde 25 de janeiro, dia do quinto aniversário da queda do ditador egípcio Hosni Mubarak. Uma campanha havia sido lançada por amigos nas redes sociais para tentar encontrá-lo. O jovem estudava no Departamento de Política e Estudos Internacionais na Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Segundo o promotor responsável pelo caso, Ahmed Nagi, o corpo de Regeni apresentava sinais de tortura e "morte lenta", entre eles múltiplos ferimentos com faca e queimaduras de cigarro na pele. Nagi disse ainda à Associated Press que o corpo de Regeni estava seminu da cintura para baixo. Uma investigação inicial dizia que a morte teria sido causada por um acidente na estrada, e não reportava sinais de tortura. A chancelaria italiana pediu ao governo egípcio que seja feita uma investigação conjunta sobre o caso, segundo comunicado divulgado nesta quinta (4). O ministério italiano disse esperar a "máxima colaboração em todos os níveis diante da gravidade excepcional do que ocorreu". "Em nome de seu país, [o embaixador egípcio] Helmy manifestou profundas condolências pela morte de Regeni e nos assegurou que o Egito vai cooperar totalmente para encontrar os responsáveis por esse ato criminoso", diz a nota. A insegurança no Egito já tem afetado o turismo, uma das atividades econômicas mais importantes no país. A cada vez maior presença de radicais ligados à facção terrorista Estado Islâmico (EI) em território egípcio levou países como o Reino Unido a desaconselhar viagens ao país, especialmente à península do Sinai. Em agosto, um cidadão croata que estava trabalhando no setor petroleiro no Cairo foi decapitado, e, meses antes, uma bomba explodiu em frente ao consulado italiano na capital egípcia. Ainda não há indícios, contudo, de que a morte de Regeni esteja associada a ação de terroristas. Onde fica o Cairo
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Só pensei na minha mãe e comecei a chorar, diz menina presa em ônibus
"Quando meu braço ficou preso, eu só pensei na minha mãe, comecei a chorar e chamar por ela. Para mim, pareceu muito tempo. Quando lembro, fico nervosa", disse Jheniffer Florencio, 6, que ficou pendurada, presa apenas pelo braço, em um ônibus do sistema BRT na noite desta quinta-feira (9). Segundo a família, dentro do coletivo, passageiros gritaram para o motorista parar e tiveram seus pedidos ignorados. O funcionário da Viação Santa Maria, Claudio Amilton, só parou cerca de 1,8 km depois, na estação seguinte, segundo a família. O coletivo seguia pelo chamado corredor expresso Transcarioca (que faz a conexão entre Barra da Tijuca, na zona oeste, e o aeroporto internacional do Galeão). Entre os passageiros estava Jheniffer acompanhada pela tia, Michele Florencio, 30, e a avó materna. Elas estavam a caminho do cinema. Ao chegar na estação Maré do BRT, as três se preparavam para desembarcar quando o motorista acelerou com o ônibus e acionou o fechamento das portas. Jheniffer já estava com o corpo para fora do veículo e acabou ficando presa por um dos braços. De acordo com o relato das parentes de Jéssica, ao parar na estação do BRT próxima à Universidade Federal do Rio de Janeiro, o motorista abandonou o ônibus sem dar explicações. Horas depois, ele compareceu a uma delegacia para prestar depoimento sobre o caso. A mãe de Jheniffer, Jessica Florencio, recordou o momento em que reencontrou a filha ainda na estação do BRT: "Ela me abraçou chorando muito. Só gritava: mãe, mãe". OUTRO LADO A Folha não conseguiu localizar o motorista do ônibus para ouvir sua versão. De acordo com o diretor da viação Santa Maria, Paulo Valente, "ele alegou que teria sido agredido por usuários de crack dentro do coletivo. Por estar nervoso, não teria prestado atenção no embarque e desembarque". Segundo o diretor, a conduta do motorista foi irresponsável. O Consórcio BRT informou que o motorista foi demitido por justa causa e que sua atitude "não condiz com a postura que se espera dos profissionais do sistema". Ele trabalhava na empresa havia seis meses e não havia outros incidentes em sua ficha. Segundo o consórcio, as imagens das câmeras de segurança serão colocadas à disposição das autoridades policiais, para investigação. A viação Santa Maria afirmou que entrou em contato com os familiares de Jheniffer para prestar auxílio, e que está à disposição para ajudar nos eventuais gastos em medicações com a criança. O caso foi registrado como lesão corporal culposa, cuja pena é de até três anos. Segundo o Consórcio BRT, o motorista foi demitido por justa causa e sua atitude "não condiz com a postura que se espera dos profissionais que atuam no sistema".
cotidiano
Só pensei na minha mãe e comecei a chorar, diz menina presa em ônibus"Quando meu braço ficou preso, eu só pensei na minha mãe, comecei a chorar e chamar por ela. Para mim, pareceu muito tempo. Quando lembro, fico nervosa", disse Jheniffer Florencio, 6, que ficou pendurada, presa apenas pelo braço, em um ônibus do sistema BRT na noite desta quinta-feira (9). Segundo a família, dentro do coletivo, passageiros gritaram para o motorista parar e tiveram seus pedidos ignorados. O funcionário da Viação Santa Maria, Claudio Amilton, só parou cerca de 1,8 km depois, na estação seguinte, segundo a família. O coletivo seguia pelo chamado corredor expresso Transcarioca (que faz a conexão entre Barra da Tijuca, na zona oeste, e o aeroporto internacional do Galeão). Entre os passageiros estava Jheniffer acompanhada pela tia, Michele Florencio, 30, e a avó materna. Elas estavam a caminho do cinema. Ao chegar na estação Maré do BRT, as três se preparavam para desembarcar quando o motorista acelerou com o ônibus e acionou o fechamento das portas. Jheniffer já estava com o corpo para fora do veículo e acabou ficando presa por um dos braços. De acordo com o relato das parentes de Jéssica, ao parar na estação do BRT próxima à Universidade Federal do Rio de Janeiro, o motorista abandonou o ônibus sem dar explicações. Horas depois, ele compareceu a uma delegacia para prestar depoimento sobre o caso. A mãe de Jheniffer, Jessica Florencio, recordou o momento em que reencontrou a filha ainda na estação do BRT: "Ela me abraçou chorando muito. Só gritava: mãe, mãe". OUTRO LADO A Folha não conseguiu localizar o motorista do ônibus para ouvir sua versão. De acordo com o diretor da viação Santa Maria, Paulo Valente, "ele alegou que teria sido agredido por usuários de crack dentro do coletivo. Por estar nervoso, não teria prestado atenção no embarque e desembarque". Segundo o diretor, a conduta do motorista foi irresponsável. O Consórcio BRT informou que o motorista foi demitido por justa causa e que sua atitude "não condiz com a postura que se espera dos profissionais do sistema". Ele trabalhava na empresa havia seis meses e não havia outros incidentes em sua ficha. Segundo o consórcio, as imagens das câmeras de segurança serão colocadas à disposição das autoridades policiais, para investigação. A viação Santa Maria afirmou que entrou em contato com os familiares de Jheniffer para prestar auxílio, e que está à disposição para ajudar nos eventuais gastos em medicações com a criança. O caso foi registrado como lesão corporal culposa, cuja pena é de até três anos. Segundo o Consórcio BRT, o motorista foi demitido por justa causa e sua atitude "não condiz com a postura que se espera dos profissionais que atuam no sistema".
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Mantenha os bandidos felizes no Rio, aconselha França aos turistas dos Jogos
DA REUTERS Ter um dinheiro no bolso para manter o ladrão feliz. Esse é o conselho que visitantes franceses a caminho dos Jogos Olímpicos têm recebido do seu governo para diminuir o risco de se ferirem no Rio de Janeiro. As recomendações sobre segurança da França falam para os turistas andarem nas ruas da capital fluminense sem joias ou objetos de valor e para carregarem notas de dinheiro para ser dada a um assaltante. "A ideia é que é melhor não resistir a um assalto e é sempre útil ter uma nota de R$ 20 ou R$ 50 para manter o ladrão feliz", disse Thibaut Lespagnol, porta-voz da embaixada francesa. Cerca de meio milhão de turistas estrangeiros são esperados no Rio para os primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul entre 5 e 21 de agosto, e o Brasil está empregando 88 mil policiais e soldados para protegê-los de ameaças terroristas e dissuadir os assaltantes. Na semana passada, a Polícia Federal prendeu 12 brasileiros suspeitos de simpatizarem com grupos terroristas. Os 12 suspeitos compartilhavam materiais que ensinavam como construir uma bomba e disseram que a Olimpíada do Rio de Janeiro era a oportunidade de irem para o paraíso, segundo a PF. Em seu desembarcou no Rio de Janeiro na manhã desta quarta-feira (27), o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, diz confiar que os brasileiros resolverão todos os problemas. "A alguns dias dos Jogos, há sempre um problema ou outro para resolver, e os brasileiros vão resolver. Já é possível sentir o clima de Olimpíada no aeroporto, na cidade e nos sorridentes voluntários. Estamos ansiosos para ter grandes Jogos. Temos confiança no Brasil e de que vão ser Jogos fantásticos", afirmou.
esporte
Mantenha os bandidos felizes no Rio, aconselha França aos turistas dos Jogos DA REUTERS Ter um dinheiro no bolso para manter o ladrão feliz. Esse é o conselho que visitantes franceses a caminho dos Jogos Olímpicos têm recebido do seu governo para diminuir o risco de se ferirem no Rio de Janeiro. As recomendações sobre segurança da França falam para os turistas andarem nas ruas da capital fluminense sem joias ou objetos de valor e para carregarem notas de dinheiro para ser dada a um assaltante. "A ideia é que é melhor não resistir a um assalto e é sempre útil ter uma nota de R$ 20 ou R$ 50 para manter o ladrão feliz", disse Thibaut Lespagnol, porta-voz da embaixada francesa. Cerca de meio milhão de turistas estrangeiros são esperados no Rio para os primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul entre 5 e 21 de agosto, e o Brasil está empregando 88 mil policiais e soldados para protegê-los de ameaças terroristas e dissuadir os assaltantes. Na semana passada, a Polícia Federal prendeu 12 brasileiros suspeitos de simpatizarem com grupos terroristas. Os 12 suspeitos compartilhavam materiais que ensinavam como construir uma bomba e disseram que a Olimpíada do Rio de Janeiro era a oportunidade de irem para o paraíso, segundo a PF. Em seu desembarcou no Rio de Janeiro na manhã desta quarta-feira (27), o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, diz confiar que os brasileiros resolverão todos os problemas. "A alguns dias dos Jogos, há sempre um problema ou outro para resolver, e os brasileiros vão resolver. Já é possível sentir o clima de Olimpíada no aeroporto, na cidade e nos sorridentes voluntários. Estamos ansiosos para ter grandes Jogos. Temos confiança no Brasil e de que vão ser Jogos fantásticos", afirmou.
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Secretaria contesta reportagem sobre avaliação de transporte em São Paulo
Sobre a matéria Transporte em SP tem sua pior avaliação, a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos lamenta que a reportagem tenha subtraído do texto importante informação de que a ANTP (Associação Nacional dos Transportes Públicos) realiza pesquisa de imagem, com entrevistados que são ou não usuários do sistema. Pesquisa do Datafolha publicada na revista sãopaulo, em maio de 2015, mostra que 64% dos paulistanos escolhem o Metrô como o melhor meio de transporte em São Paulo. Os números coincidem com os 56% de desempenho satisfatório (muito bom e bom) da última e penúltima mensuração do Metrô, em 2014, e os 52% de 2013. RESPOSTA DO JORNALISTA ANDRÉ MONTEIRO - A pesquisa ouve quem usa e quem não usa transporte público. Mas a avaliação de cada meio, como metrô, ônibus ou trens, é calculada com base nas respostas de usuários do transporte avaliado. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Secretaria contesta reportagem sobre avaliação de transporte em São PauloSobre a matéria Transporte em SP tem sua pior avaliação, a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos lamenta que a reportagem tenha subtraído do texto importante informação de que a ANTP (Associação Nacional dos Transportes Públicos) realiza pesquisa de imagem, com entrevistados que são ou não usuários do sistema. Pesquisa do Datafolha publicada na revista sãopaulo, em maio de 2015, mostra que 64% dos paulistanos escolhem o Metrô como o melhor meio de transporte em São Paulo. Os números coincidem com os 56% de desempenho satisfatório (muito bom e bom) da última e penúltima mensuração do Metrô, em 2014, e os 52% de 2013. RESPOSTA DO JORNALISTA ANDRÉ MONTEIRO - A pesquisa ouve quem usa e quem não usa transporte público. Mas a avaliação de cada meio, como metrô, ônibus ou trens, é calculada com base nas respostas de usuários do transporte avaliado. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Dólar sobe! E Miami desaparece!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E o dólar? O DÓÓÓLAR! O dólar não pode subir. Porque como diz aquela música do Roberto Carlos: tudo que eu gosto é imoral, ilegal ou EM DÓLAR! É a nova versão do Roberto Carlos! Rarará! E atenção! Nota de três reais existe: um dólar. E se o real desvalorizar mais um pouco vão ter que mudar o bicho da cédula: javali! Já Vali! Nota de cem reais: JÁ VALI! Rarará! Nota de 20 reais: Já Vali! Todas as notas do real serão ilustradas pelo javali. Rarará! E se o real desvalorizar mais um pouco, eu pego uma nota de um dólar e dou entrada num carro zero! Compro a Petrobras! Rarará! O dólar sobe e Miami fica mais longe! Toda vez que o dólar sobe, Miami fica cada vez mais longe! E eu sei como fazer o dólar baixar: atrela ao Botafogo! Atrela o dólar ao Botafogo! Cai rapidinho! Rarará! E eu tenho uma amiga que apelidou o pingolim do marido de dólar: só assim sobe! Ela chega na cama e grita: "DÓLAR! DÓLAR!". E o pingolim VUUUUUMP! Dólar é melhor que Viagra! Rarará! E sabe o que o dólar falou pro real? VALEU! Rarará. E se você entender alguma coisa que economista fala, alguma coisa está errada com você! E agora no Brasil tem mais analista político que técnico de futebol! E o Renan Escandalheiros vestiu a camiseta: "Roubei, mas não fui eu". E o "Piauí Herald" mostra o Cunha vestindo aquela camiseta do Luciano Huck: Se eu não me lembro, não fiz. Rarará! Agora que sujaram na Lava Jato, eles estão pagando de bonzinhos! E a trilha sonora da lista do Janot é aquele bloco de Carnaval: "O negócio tá feio e o teu nome tá no meio". Sempre que o negócio tá feio, o nome do Renan tá no meio! Rarará. É mole? É mole, mas sobe! Piada Pronta! Olha esta: "Depósito de R$ 400 mil na conta da mulher do Vaccari foi um empréstimo do amigo Claudio Mente!" Rarará! Quem mente? O Vaccari mente ou o Claudio Mente? Todos! Todos mentem! Falar a verdade dá cadeia! Rarará! Nóis sofre, mas nós goza! Hoje, só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
colunas
Dólar sobe! E Miami desaparece!Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E o dólar? O DÓÓÓLAR! O dólar não pode subir. Porque como diz aquela música do Roberto Carlos: tudo que eu gosto é imoral, ilegal ou EM DÓLAR! É a nova versão do Roberto Carlos! Rarará! E atenção! Nota de três reais existe: um dólar. E se o real desvalorizar mais um pouco vão ter que mudar o bicho da cédula: javali! Já Vali! Nota de cem reais: JÁ VALI! Rarará! Nota de 20 reais: Já Vali! Todas as notas do real serão ilustradas pelo javali. Rarará! E se o real desvalorizar mais um pouco, eu pego uma nota de um dólar e dou entrada num carro zero! Compro a Petrobras! Rarará! O dólar sobe e Miami fica mais longe! Toda vez que o dólar sobe, Miami fica cada vez mais longe! E eu sei como fazer o dólar baixar: atrela ao Botafogo! Atrela o dólar ao Botafogo! Cai rapidinho! Rarará! E eu tenho uma amiga que apelidou o pingolim do marido de dólar: só assim sobe! Ela chega na cama e grita: "DÓLAR! DÓLAR!". E o pingolim VUUUUUMP! Dólar é melhor que Viagra! Rarará! E sabe o que o dólar falou pro real? VALEU! Rarará. E se você entender alguma coisa que economista fala, alguma coisa está errada com você! E agora no Brasil tem mais analista político que técnico de futebol! E o Renan Escandalheiros vestiu a camiseta: "Roubei, mas não fui eu". E o "Piauí Herald" mostra o Cunha vestindo aquela camiseta do Luciano Huck: Se eu não me lembro, não fiz. Rarará! Agora que sujaram na Lava Jato, eles estão pagando de bonzinhos! E a trilha sonora da lista do Janot é aquele bloco de Carnaval: "O negócio tá feio e o teu nome tá no meio". Sempre que o negócio tá feio, o nome do Renan tá no meio! Rarará. É mole? É mole, mas sobe! Piada Pronta! Olha esta: "Depósito de R$ 400 mil na conta da mulher do Vaccari foi um empréstimo do amigo Claudio Mente!" Rarará! Quem mente? O Vaccari mente ou o Claudio Mente? Todos! Todos mentem! Falar a verdade dá cadeia! Rarará! Nóis sofre, mas nós goza! Hoje, só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Sexta deve ter dia frio, chuva, show de Paulinho da Viola e estreia de musical com Luiza Possi
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 7 de outubro de 2016. Sexta-feira. Bom dia para você que não aguenta mais tempo ruim e quer poder chamar logo seus amigos para curtir a piscina do prédio no qual alugou apartamento justamente por causa da piscina! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Viola, minha viola | Paulinho da Viola toca na sexta e no sábado (8) no Theatro Net. O carioca se apresenta com a filha e cantora Beatriz Rabello e com o quinteto composto por Dininho (contrabaixo), Adriano (teclado), Ricardo Costa (bateria), Celsinho (percussão), Hércules (ritmos) e João Rabello (violão). Ingressos custam de R$ 60 a R$ 120. Saiba mais aqui. O Grande Encontro | A paraibana Elba Ramalho e os pernambucanos Geraldo Azevedo e Alceu Valença se unem para gravar o DVD de "O Grande Encontro" em show realizado no Citibank Hall, na zona sul. O espetáculo enaltece o sotaque nordestino e as raízes culturais da região com repertório que mescla clássicos da MPB, temas folclóricos do Nordeste e sucessos dos artistas. Veja mais aqui. Musicais | Dois musicais estreiam em palcos de São Paulo nesta sexta. Com a cantora Luiza Possi no elenco, o espetáculo "Divas - O Musical", que entra em cartaz no teatro Procópio Ferreira, conta a história de três amigas que formaram uma banda na adolescência e se reencontraram em um reality show. Já o Espaço Promon, na av. Juscelino Kubitschek, recebe "Tudo É Jazz", encenação que homenageia famosas composições criadas pela dupla norte-americana Kander e Ebb para musicais como "Chicago", "Cabaret" e "O Beijo da Mulher-Aranha". Saiba mais sobre as duas atrações aqui. Teatro internacional | Realizada pela primeira vez no Brasil, a FranceDanse traz 11 companhias de teatro francesas a 13 locais de São Paulo a partir desta sexta até o dia 12 de novembro. O evento, que 2007 apresenta produções recentes do país europeu pelo mundo, começa com o espetáculo "BiT", do coreógrafo Maguy Marin, no Sesc Pinheiros. Confira a programação completa no site oficial do evento. * PARA TER ASSUNTO Ônibus | O congelamento da tarifa nos ônibus municipais em 2017, anunciado pelo prefeito eleito João Doria (PSDB), pode elevar em R$ 1 bilhão os subsídios pagos pelo poder público para as viações. O valor seria suficiente para construir 30 quilômetros de corredores exclusivos para coletivos na cidade. Teto | Após mais de oito horas de debates na comissão especial, 23 de 30 deputados votaram nesta quinta (6) pela aprovação da proposta de emenda à constituição 241, a PEC do teto, que limita os gastos do governo à inflação oficial dos 12 meses anteriores. Com a aprovação na comissão, a PEC, que precisava de maioria para ser aprovada, será enviada para o plenário da Câmara dos Deputados, onde deve ser votada na segunda (10). Furacão Matthew | O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou estado de emergência na Flórida e na Carolina do Sul nesta quinta-feira (6) às vésperas da chegada do furacão Matthew à costa americana. A decisão de Obama autoriza que o Departamento de Segurança Interna e a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema, na sigla em inglês) a coordenar esforços para combater os estragos da tempestade. Mudança | Os taxistas tiveram novas normas definidas nesta quarta-feira (5) em portaria publicada no "Diário Oficial" da Cidade. Entre as novidades, está a proibição de deixar o carro estacionado no ponto sem estar próximo do veículo. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente se reúne na Câmara Municipal para debater o tema "Crianças e Adolescentes em Situação de Rua" das 14h às 17h. Confira outras atividades que a casa promove nesta sexta aqui. Estado | A Assembleia Legislativa abriga reunião do Conselho Federal Parlamentar das 11h às 16h. Veja mais aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo sexta-feira é de 20ºC. A mínima deve ficar em 11ºC. O céu deve ficar encoberto ao longo do dia, com possibilidade de pancada de chuva durante a madrugada e a manhã e de céu nublado e com chuvisco durante a tarde e a noite. Zona leste | A av. Sapopemba terá uma pista do sentido centro interditada entre as ruas Milton da Cruz e Francisca Marinho das 23h desta sexta até as 5h de sábado devido a obras da linha 15 do monotrilho do metrô. Centro | A rua Sergipe, em Higienópolis, está interditada para o trânsito de veículos na altura da rua Ceará. O bloqueio se dá em razão de obras da futura estação Angélica/Mackenzie da linha 6-laranja do metrô e deve durar aproximadamente três anos. Zona sul | A rua Pedro de Toledo também fica interditada entre as ruas Domingos de Morais e Tenente Gomes Ribeiro para a continuação de obras da linha 5-lilás do metrô. O bloqueio segue até fevereiro de 2018. A rua José Guerra fica fechada entre as ruas da Paz e Alexandre Dumas até 30 de outubro para obras de extensão na av. Dr. Chucri Zaidan. Zona oeste | A rua José Gomes Falcão, na Barra Funda, fica parcialmente interditada até março de 2018.
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Sexta deve ter dia frio, chuva, show de Paulinho da Viola e estreia de musical com Luiza PossiBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 7 de outubro de 2016. Sexta-feira. Bom dia para você que não aguenta mais tempo ruim e quer poder chamar logo seus amigos para curtir a piscina do prédio no qual alugou apartamento justamente por causa da piscina! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Viola, minha viola | Paulinho da Viola toca na sexta e no sábado (8) no Theatro Net. O carioca se apresenta com a filha e cantora Beatriz Rabello e com o quinteto composto por Dininho (contrabaixo), Adriano (teclado), Ricardo Costa (bateria), Celsinho (percussão), Hércules (ritmos) e João Rabello (violão). Ingressos custam de R$ 60 a R$ 120. Saiba mais aqui. O Grande Encontro | A paraibana Elba Ramalho e os pernambucanos Geraldo Azevedo e Alceu Valença se unem para gravar o DVD de "O Grande Encontro" em show realizado no Citibank Hall, na zona sul. O espetáculo enaltece o sotaque nordestino e as raízes culturais da região com repertório que mescla clássicos da MPB, temas folclóricos do Nordeste e sucessos dos artistas. Veja mais aqui. Musicais | Dois musicais estreiam em palcos de São Paulo nesta sexta. Com a cantora Luiza Possi no elenco, o espetáculo "Divas - O Musical", que entra em cartaz no teatro Procópio Ferreira, conta a história de três amigas que formaram uma banda na adolescência e se reencontraram em um reality show. Já o Espaço Promon, na av. Juscelino Kubitschek, recebe "Tudo É Jazz", encenação que homenageia famosas composições criadas pela dupla norte-americana Kander e Ebb para musicais como "Chicago", "Cabaret" e "O Beijo da Mulher-Aranha". Saiba mais sobre as duas atrações aqui. Teatro internacional | Realizada pela primeira vez no Brasil, a FranceDanse traz 11 companhias de teatro francesas a 13 locais de São Paulo a partir desta sexta até o dia 12 de novembro. O evento, que 2007 apresenta produções recentes do país europeu pelo mundo, começa com o espetáculo "BiT", do coreógrafo Maguy Marin, no Sesc Pinheiros. Confira a programação completa no site oficial do evento. * PARA TER ASSUNTO Ônibus | O congelamento da tarifa nos ônibus municipais em 2017, anunciado pelo prefeito eleito João Doria (PSDB), pode elevar em R$ 1 bilhão os subsídios pagos pelo poder público para as viações. O valor seria suficiente para construir 30 quilômetros de corredores exclusivos para coletivos na cidade. Teto | Após mais de oito horas de debates na comissão especial, 23 de 30 deputados votaram nesta quinta (6) pela aprovação da proposta de emenda à constituição 241, a PEC do teto, que limita os gastos do governo à inflação oficial dos 12 meses anteriores. Com a aprovação na comissão, a PEC, que precisava de maioria para ser aprovada, será enviada para o plenário da Câmara dos Deputados, onde deve ser votada na segunda (10). Furacão Matthew | O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou estado de emergência na Flórida e na Carolina do Sul nesta quinta-feira (6) às vésperas da chegada do furacão Matthew à costa americana. A decisão de Obama autoriza que o Departamento de Segurança Interna e a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema, na sigla em inglês) a coordenar esforços para combater os estragos da tempestade. Mudança | Os taxistas tiveram novas normas definidas nesta quarta-feira (5) em portaria publicada no "Diário Oficial" da Cidade. Entre as novidades, está a proibição de deixar o carro estacionado no ponto sem estar próximo do veículo. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente se reúne na Câmara Municipal para debater o tema "Crianças e Adolescentes em Situação de Rua" das 14h às 17h. Confira outras atividades que a casa promove nesta sexta aqui. Estado | A Assembleia Legislativa abriga reunião do Conselho Federal Parlamentar das 11h às 16h. Veja mais aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista pelo sexta-feira é de 20ºC. A mínima deve ficar em 11ºC. O céu deve ficar encoberto ao longo do dia, com possibilidade de pancada de chuva durante a madrugada e a manhã e de céu nublado e com chuvisco durante a tarde e a noite. Zona leste | A av. Sapopemba terá uma pista do sentido centro interditada entre as ruas Milton da Cruz e Francisca Marinho das 23h desta sexta até as 5h de sábado devido a obras da linha 15 do monotrilho do metrô. Centro | A rua Sergipe, em Higienópolis, está interditada para o trânsito de veículos na altura da rua Ceará. O bloqueio se dá em razão de obras da futura estação Angélica/Mackenzie da linha 6-laranja do metrô e deve durar aproximadamente três anos. Zona sul | A rua Pedro de Toledo também fica interditada entre as ruas Domingos de Morais e Tenente Gomes Ribeiro para a continuação de obras da linha 5-lilás do metrô. O bloqueio segue até fevereiro de 2018. A rua José Guerra fica fechada entre as ruas da Paz e Alexandre Dumas até 30 de outubro para obras de extensão na av. Dr. Chucri Zaidan. Zona oeste | A rua José Gomes Falcão, na Barra Funda, fica parcialmente interditada até março de 2018.
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Depois de Cinque Terre, paraíso grego quer limitar número de turistas
Um dos principais destinos turísticos gregos, a ilha de Santorini deve ser o próximo paraíso europeu a impor limites ao turismo de massa. Ao longo da última semana, o jornal grego "Kathimerini" e o site especializado em cruzeiros Cruise Capital noticiaram planos das autoridades locais para restringir a visitação na ilha. De acordo com o jornal britânico "Daily Mail", o número de cruzeiristas autorizados a desembarcar em Santorini vai ser limitado a 8.000 por dia. Hoje, na alta temporada, que vai de maio a outubro, a quantidade pode superar os 10 mil cruzeiristas diários, segundo constatou um estudo encomendado pela associação turística local à Universidade do Egeu. Outro problema constatado pelo levantamento foi o de que, ao mesmo tempo em que há visitação em massa em alguns dias, em outros pode quase não haver desembarques. Segundo a publicação grega, o sistema que será implantado agora quer impor limites diários de visitantes e criar uma melhor distribuição para as paradas de cruzeiros. Em 2015, 636 navios estiveram na ilha, somando 790 mil passageiros –volume de pessoas que causa, segundo as autoridades, pressões socioeconômicas e ambientais. Segundo as autoridades, o novo sistema vai funcionar de modo mais flexível nesta temporada, já que muitos pacotes já foram vendidos e roteiros de cruzeiros, definidos; as restrições maiores serão impostas a partir de 2017. No mês passado, o parque de Cinque Terre, na Itália, anunciou uma série de medidas para limitar os impactos do turismo no local –entre elas, a instalação de dispositivos para bloquear os acessos ao parque quando determinado número de visitantes estiver ali.
turismo
Depois de Cinque Terre, paraíso grego quer limitar número de turistasUm dos principais destinos turísticos gregos, a ilha de Santorini deve ser o próximo paraíso europeu a impor limites ao turismo de massa. Ao longo da última semana, o jornal grego "Kathimerini" e o site especializado em cruzeiros Cruise Capital noticiaram planos das autoridades locais para restringir a visitação na ilha. De acordo com o jornal britânico "Daily Mail", o número de cruzeiristas autorizados a desembarcar em Santorini vai ser limitado a 8.000 por dia. Hoje, na alta temporada, que vai de maio a outubro, a quantidade pode superar os 10 mil cruzeiristas diários, segundo constatou um estudo encomendado pela associação turística local à Universidade do Egeu. Outro problema constatado pelo levantamento foi o de que, ao mesmo tempo em que há visitação em massa em alguns dias, em outros pode quase não haver desembarques. Segundo a publicação grega, o sistema que será implantado agora quer impor limites diários de visitantes e criar uma melhor distribuição para as paradas de cruzeiros. Em 2015, 636 navios estiveram na ilha, somando 790 mil passageiros –volume de pessoas que causa, segundo as autoridades, pressões socioeconômicas e ambientais. Segundo as autoridades, o novo sistema vai funcionar de modo mais flexível nesta temporada, já que muitos pacotes já foram vendidos e roteiros de cruzeiros, definidos; as restrições maiores serão impostas a partir de 2017. No mês passado, o parque de Cinque Terre, na Itália, anunciou uma série de medidas para limitar os impactos do turismo no local –entre elas, a instalação de dispositivos para bloquear os acessos ao parque quando determinado número de visitantes estiver ali.
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Marcelo Martinelli e João Carlos Alves Barata: A USP é tudo isso e mais um tanto
Logo após celebrar seus 80 anos de existência, a Universidade de São Paulo apresentou, com orgulho, mais um anúncio de sua posição em rankings internacionais de avaliação (Marco Antonio Zago: A USP é tudo isso?, 29/03 ). Se fôssemos apontar o que diferencia as universidades públicas paulistas de suas irmãs brasileiras, poderíamos colocar, em primeiro lugar, a independência. A autonomia administrativa e financeira vigente desde 1989 a protegeu de humores do governo de ocasião - situação enfrentada periodicamente pelas federais. Some-se à autonomia o objetivo da instituição, conforme seu próprio estatuto: "promover e desenvolver todas as formas de conhecimento, por meio do ensino e da pesquisa"; e "estender à sociedade serviços indissociáveis das atividades de ensino e de pesquisa." Com isso, ela vem desempenhando seu papel como uma universidade pública, patrimônio da população do Estado de São Paulo, ao qual ela deve prestar contas de seus atos. Paradoxalmente, enquanto a USP atinge um reconhecimento crescente na comunidade internacional, ela enfrenta ataques aos seus fundamentos. Sua estrutura física e moral é atacada periodicamente por entidades minoritárias, que optam pela depredação, coerção física, ou agressão pura e simples. Elas repudiam avaliações, consideram sucesso em pesquisa uma mentalidade empresarial, e defendem sistematicamente o interesse exclusivo de seus associados, travestindo seu discurso em defesa da instituição. Exemplo disso foi seu o apoio às medidas recentes que resultaram em aumentos na folha de pagamentos acima do próprio orçamento. Neste instante em que se elabora um novo estatuto para a USP, após a verdadeira festa feita com o dinheiro do contribuinte, o ataque se acentua. Demandas por uma "democracia interna" visam aumentar o poder destes grupos –apropriando-se do patrimônio e dos recursos públicos para interesses dos regentes de assembleias não representativas. Porém, mais assustador que as habituais demandas da Adusp, Sintusp e DCE/USP (associações de alguns docentes, funcionários e estudantes), é o fato de que um grupo temático de notáveis acadêmicos, convocados pela Reitoria, emitiu uma proposta ameaçadora para a carreira docente. Ameaçadora na medida em que tira a primazia do ensino e pesquisa, e coloca a extensão no mesmo nível desta última. De que forma um docente sem histórico de pesquisa habilita-se a exercer uma atividade de extensão? Extensão é consequência da criação. Queremos meros repetidores de conhecimento, ou investigadores criativos? Esta proposta traz ainda a falácia da progressão horizontal. Antes, a progressão ocorria por concurso, onde o candidato era avaliado por membros externos à Universidade - pelo menos nos seus bons departamentos. As reformas das carreiras realizadas em anos recentes, atendendo às demandas da ADUSP por uma progressão horizontal, contribuíram para o atual rombo nas contas da USP. A nova proposta pretende avançar mais colocando, entre outras sugestões de igual calibre, a possibilidade de um docente ser contratado, jamais fazer pesquisa, e progredir indefinidamente ao salário máximo, avaliado apenas pelos seus colegas mais próximos. Estes são alguns dos exemplos dos riscos atuais ao patrimônio paulista representado por sua principal universidade. Se queremos realmente que a USP desempenhe seu papel na sociedade e torne-se competitiva mundialmente, não podemos aceitar que ela seja entregue a sindicatos, avessos ao mérito, e adeptos de ações entre amigos. Não podemos aceitar que docentes tenham prerrogativas de dilapidar o patrimônio público. Se queremos uma universidade pública, atendendo aos anseios democráticos, esta deve valorizar o mérito, os seus membros devem ser contínua e seriamente avaliados, e ela deve prestar sempre contas de seus atos para fazer valer sua autonomia. MARCELO MARTINELLI e JOÃO CARLOS ALVES BARATA são docentes do Instituto de Física da USP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Marcelo Martinelli e João Carlos Alves Barata: A USP é tudo isso e mais um tantoLogo após celebrar seus 80 anos de existência, a Universidade de São Paulo apresentou, com orgulho, mais um anúncio de sua posição em rankings internacionais de avaliação (Marco Antonio Zago: A USP é tudo isso?, 29/03 ). Se fôssemos apontar o que diferencia as universidades públicas paulistas de suas irmãs brasileiras, poderíamos colocar, em primeiro lugar, a independência. A autonomia administrativa e financeira vigente desde 1989 a protegeu de humores do governo de ocasião - situação enfrentada periodicamente pelas federais. Some-se à autonomia o objetivo da instituição, conforme seu próprio estatuto: "promover e desenvolver todas as formas de conhecimento, por meio do ensino e da pesquisa"; e "estender à sociedade serviços indissociáveis das atividades de ensino e de pesquisa." Com isso, ela vem desempenhando seu papel como uma universidade pública, patrimônio da população do Estado de São Paulo, ao qual ela deve prestar contas de seus atos. Paradoxalmente, enquanto a USP atinge um reconhecimento crescente na comunidade internacional, ela enfrenta ataques aos seus fundamentos. Sua estrutura física e moral é atacada periodicamente por entidades minoritárias, que optam pela depredação, coerção física, ou agressão pura e simples. Elas repudiam avaliações, consideram sucesso em pesquisa uma mentalidade empresarial, e defendem sistematicamente o interesse exclusivo de seus associados, travestindo seu discurso em defesa da instituição. Exemplo disso foi seu o apoio às medidas recentes que resultaram em aumentos na folha de pagamentos acima do próprio orçamento. Neste instante em que se elabora um novo estatuto para a USP, após a verdadeira festa feita com o dinheiro do contribuinte, o ataque se acentua. Demandas por uma "democracia interna" visam aumentar o poder destes grupos –apropriando-se do patrimônio e dos recursos públicos para interesses dos regentes de assembleias não representativas. Porém, mais assustador que as habituais demandas da Adusp, Sintusp e DCE/USP (associações de alguns docentes, funcionários e estudantes), é o fato de que um grupo temático de notáveis acadêmicos, convocados pela Reitoria, emitiu uma proposta ameaçadora para a carreira docente. Ameaçadora na medida em que tira a primazia do ensino e pesquisa, e coloca a extensão no mesmo nível desta última. De que forma um docente sem histórico de pesquisa habilita-se a exercer uma atividade de extensão? Extensão é consequência da criação. Queremos meros repetidores de conhecimento, ou investigadores criativos? Esta proposta traz ainda a falácia da progressão horizontal. Antes, a progressão ocorria por concurso, onde o candidato era avaliado por membros externos à Universidade - pelo menos nos seus bons departamentos. As reformas das carreiras realizadas em anos recentes, atendendo às demandas da ADUSP por uma progressão horizontal, contribuíram para o atual rombo nas contas da USP. A nova proposta pretende avançar mais colocando, entre outras sugestões de igual calibre, a possibilidade de um docente ser contratado, jamais fazer pesquisa, e progredir indefinidamente ao salário máximo, avaliado apenas pelos seus colegas mais próximos. Estes são alguns dos exemplos dos riscos atuais ao patrimônio paulista representado por sua principal universidade. Se queremos realmente que a USP desempenhe seu papel na sociedade e torne-se competitiva mundialmente, não podemos aceitar que ela seja entregue a sindicatos, avessos ao mérito, e adeptos de ações entre amigos. Não podemos aceitar que docentes tenham prerrogativas de dilapidar o patrimônio público. Se queremos uma universidade pública, atendendo aos anseios democráticos, esta deve valorizar o mérito, os seus membros devem ser contínua e seriamente avaliados, e ela deve prestar sempre contas de seus atos para fazer valer sua autonomia. MARCELO MARTINELLI e JOÃO CARLOS ALVES BARATA são docentes do Instituto de Física da USP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Leitores comentam coluna de Padura sobre papel do jornalismo
Indo ao encontro da coluna de Leonardo Padura, quero parabenizar a Folha (O quarto poder ). Leio quatro jornais por dia e ela, sem dúvidas, é a que mais valoriza o divergente. Precisamos de mais e mais dissidência. Parabéns ao jornal por respeitar a pluralidade de opinião e ideologia. PEDRO FERNANDES SOARES, estudante (Itaperuna, RJ) * A coluna de Leonardo Padura mostra com clareza como está a imprensa no mundo, e serve como uma verdade absoluta sobre a imprensa no Brasil. Não é possível que o governo Haddad seja tão estimulado em suas ações atuais, com o apoio quase incondicional desse jornal que, um dia, foi realmente independente. ALEXANDRE BARONI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitores comentam coluna de Padura sobre papel do jornalismoIndo ao encontro da coluna de Leonardo Padura, quero parabenizar a Folha (O quarto poder ). Leio quatro jornais por dia e ela, sem dúvidas, é a que mais valoriza o divergente. Precisamos de mais e mais dissidência. Parabéns ao jornal por respeitar a pluralidade de opinião e ideologia. PEDRO FERNANDES SOARES, estudante (Itaperuna, RJ) * A coluna de Leonardo Padura mostra com clareza como está a imprensa no mundo, e serve como uma verdade absoluta sobre a imprensa no Brasil. Não é possível que o governo Haddad seja tão estimulado em suas ações atuais, com o apoio quase incondicional desse jornal que, um dia, foi realmente independente. ALEXANDRE BARONI (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Volume 15 de coleção, Miles Davis passou por todas as fases do jazz
"Kind of Blue", de 1959, lidera quase todas as listas de melhores álbuns do jazz. O disco é a obra-prima de Miles Davis (1926-1991) e sua sua coroação como músico mais influente da história do gênero. Ali, o trompetista encerra a década mais produtiva e aclamada de um músico de jazz. Davis reuniu criatividade, performances arrebatadoras, ousadia para romper com sons estabelecidos e uma incomparável capacidade para conduzir novos talentos. As cinco décadas de carreira desse gênio estão contempladas no volume 15 da Coleção Folha Lendas do Jazz, que vai às bancas no dia 25. Fãs ardorosos têm dificuldade para apontar quais seriam seus outros discos essenciais. Todos que gravou, até um ou outro menos inspirado, trazem momentos divinos. Entre o bebop da década de 1940 e as fusões musicais nos anos 1979 e 1990, Davis transitou por todos os movimentos relevantes do gênero. Sua liderança sobre os músicos que o acompanharam foi construída com métodos pouco ortodoxos. Ele interrompia ensaios para cozinhar macarrão para a turma e, às vezes, desafiava algum dos pupilos para lutar boxe. Quem seguisse sua cartilha era recompensado com muito respeito e muitas chances para criar livremente sua música. A lista de músicos que passaram pela condução do mito inclui nomes consagrados, como os pianistas Thelonious Monk e Herbie Hancock e os saxofonistas Sonny Rollins e John Coltrane. Gostar de jazz é gostar de Miles Davis. Quem começa a escutá-lo não consegue parar.
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Volume 15 de coleção, Miles Davis passou por todas as fases do jazz"Kind of Blue", de 1959, lidera quase todas as listas de melhores álbuns do jazz. O disco é a obra-prima de Miles Davis (1926-1991) e sua sua coroação como músico mais influente da história do gênero. Ali, o trompetista encerra a década mais produtiva e aclamada de um músico de jazz. Davis reuniu criatividade, performances arrebatadoras, ousadia para romper com sons estabelecidos e uma incomparável capacidade para conduzir novos talentos. As cinco décadas de carreira desse gênio estão contempladas no volume 15 da Coleção Folha Lendas do Jazz, que vai às bancas no dia 25. Fãs ardorosos têm dificuldade para apontar quais seriam seus outros discos essenciais. Todos que gravou, até um ou outro menos inspirado, trazem momentos divinos. Entre o bebop da década de 1940 e as fusões musicais nos anos 1979 e 1990, Davis transitou por todos os movimentos relevantes do gênero. Sua liderança sobre os músicos que o acompanharam foi construída com métodos pouco ortodoxos. Ele interrompia ensaios para cozinhar macarrão para a turma e, às vezes, desafiava algum dos pupilos para lutar boxe. Quem seguisse sua cartilha era recompensado com muito respeito e muitas chances para criar livremente sua música. A lista de músicos que passaram pela condução do mito inclui nomes consagrados, como os pianistas Thelonious Monk e Herbie Hancock e os saxofonistas Sonny Rollins e John Coltrane. Gostar de jazz é gostar de Miles Davis. Quem começa a escutá-lo não consegue parar.
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Mendieta deixa o Palmeiras e vai para o Olimpia, diz seu empresário
Em postagem no Twitter nesta quinta-feira (19), o empresário de Mendieta, meia paraguaio do Palmeiras, afirmou que o jogador defenderá o Olímpia, de sua terra natal, até 31 de dezembro de 2015. Regis Marques Chedid ainda revelou nas mensagens que o jogador pediu para ser emprestado ao clube paraguaio, e agradeceu à diretoria alviverde por não atrasar salários. Mendieta tem contrato até 2017 com o Palmeiras. Regis Marques Chedid Regis Marques Chedid Com Robinho, Valdivia, Allione, Alan Patrick e Cleiton Xavier no elenco, o paraguaio tem sido preterido pelo treinador Oswaldo de Oliveira. Em 2014, o jogador também foi pouco aproveitado. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Palmeiras confirma o prazo do empréstimo e diz que faltam apenas detalhes para concluir a negociação. Editoria de Arte/Folhapress
esporte
Mendieta deixa o Palmeiras e vai para o Olimpia, diz seu empresárioEm postagem no Twitter nesta quinta-feira (19), o empresário de Mendieta, meia paraguaio do Palmeiras, afirmou que o jogador defenderá o Olímpia, de sua terra natal, até 31 de dezembro de 2015. Regis Marques Chedid ainda revelou nas mensagens que o jogador pediu para ser emprestado ao clube paraguaio, e agradeceu à diretoria alviverde por não atrasar salários. Mendieta tem contrato até 2017 com o Palmeiras. Regis Marques Chedid Regis Marques Chedid Com Robinho, Valdivia, Allione, Alan Patrick e Cleiton Xavier no elenco, o paraguaio tem sido preterido pelo treinador Oswaldo de Oliveira. Em 2014, o jogador também foi pouco aproveitado. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Palmeiras confirma o prazo do empréstimo e diz que faltam apenas detalhes para concluir a negociação. Editoria de Arte/Folhapress
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Lula construiu um castelo de cartas que está desmoronando, afirma leitor
Está correto o senhor Rui Falcão ao enfatizar no seu artigo Aos 70, Lula ainda faz história a grande e positiva contribuição de Lula para o país num passado distante, na década de 80. Já quando protagonista, ou seja, como presidente da República, as evidências atuais indicam –ao contrário do que senhor Rui Falcão afirma– que Lula construiu um castelo de cartas que agora está desmoronando. RODRIGO ENS (Curitiba, PR) * * Oportuno, sensato e verdadeiro o artigo assinado por Rui Falcão. Lula é, nos dias atuais, o maior líder político do país. E isso não é do agrado da elite brasileira que, acoplada, à mídia conservadora promove sórdida campanha contra o ex-presidente, temendo-o como candidato na eleição de 2018. É inegável que a elite branca terá, uma vez mais, que se inclinar diante de Luiz Inácio Lula da Silva. CLÉCIO RIBEIRO, advogado (São Paulo, SP) * O artigo de Rui Falcão sobre os 70 anos do ex-presidente Lula é um verdadeiro escárnio. Admira-me muito a Folha ceder seu precioso espaço para um embuste de tamanha magnitude. RAQUEL AMORIM (Belo Horizonte, MG) * Não concordo, na maior parte das vezes, com o que é escrito por políticos, pois, desde que se criou essa nefasta ligação simbiótica entre política e marketing político, o que é dito e escrito por nossos "çábios" não reflete aquilo em que acreditam, mas aquilo que acreditam ser o que nós queremos ouvir. Mas me enche de esperança saber que ainda temos uma imprensa que ouve e publica todos os lados e as suas versões. Muitos que leem com o olhar da ideologia reclamam por vocês publicarem esse ou aquele, se esquecendo que a ideologia é inimiga da democracia. ARTUR NEVES SOBRINHO (Sorocaba, SP) * * As reportagens Com contratos milionários, filho de Lula mora de favor em imóvel e Luis Cláudio passa por perseguição, diz petista deixam evidentes mudanças recentes e significativas no Brasil. E no PT. O Brasil mostra que mudou quando um cidadão é alvo de investigações, por parte do Ministério Público e da Polícia Federal, apesar de ser filho de um ex-presidente, ainda que seu advogado veja apenas a filiação como justificativa para a investigação (Ele só é alvo por ser filho de ex-presidente, diz advogado ). O PT mostra que mudou, quando o seu presidente incluiu o Ministério Público, a PF e o Judiciário no rol dos perseguidores do partido e do ex-presidente. SIMÃO PEDRO MARINHO (Belo Horizonte, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Lula construiu um castelo de cartas que está desmoronando, afirma leitorEstá correto o senhor Rui Falcão ao enfatizar no seu artigo Aos 70, Lula ainda faz história a grande e positiva contribuição de Lula para o país num passado distante, na década de 80. Já quando protagonista, ou seja, como presidente da República, as evidências atuais indicam –ao contrário do que senhor Rui Falcão afirma– que Lula construiu um castelo de cartas que agora está desmoronando. RODRIGO ENS (Curitiba, PR) * * Oportuno, sensato e verdadeiro o artigo assinado por Rui Falcão. Lula é, nos dias atuais, o maior líder político do país. E isso não é do agrado da elite brasileira que, acoplada, à mídia conservadora promove sórdida campanha contra o ex-presidente, temendo-o como candidato na eleição de 2018. É inegável que a elite branca terá, uma vez mais, que se inclinar diante de Luiz Inácio Lula da Silva. CLÉCIO RIBEIRO, advogado (São Paulo, SP) * O artigo de Rui Falcão sobre os 70 anos do ex-presidente Lula é um verdadeiro escárnio. Admira-me muito a Folha ceder seu precioso espaço para um embuste de tamanha magnitude. RAQUEL AMORIM (Belo Horizonte, MG) * Não concordo, na maior parte das vezes, com o que é escrito por políticos, pois, desde que se criou essa nefasta ligação simbiótica entre política e marketing político, o que é dito e escrito por nossos "çábios" não reflete aquilo em que acreditam, mas aquilo que acreditam ser o que nós queremos ouvir. Mas me enche de esperança saber que ainda temos uma imprensa que ouve e publica todos os lados e as suas versões. Muitos que leem com o olhar da ideologia reclamam por vocês publicarem esse ou aquele, se esquecendo que a ideologia é inimiga da democracia. ARTUR NEVES SOBRINHO (Sorocaba, SP) * * As reportagens Com contratos milionários, filho de Lula mora de favor em imóvel e Luis Cláudio passa por perseguição, diz petista deixam evidentes mudanças recentes e significativas no Brasil. E no PT. O Brasil mostra que mudou quando um cidadão é alvo de investigações, por parte do Ministério Público e da Polícia Federal, apesar de ser filho de um ex-presidente, ainda que seu advogado veja apenas a filiação como justificativa para a investigação (Ele só é alvo por ser filho de ex-presidente, diz advogado ). O PT mostra que mudou, quando o seu presidente incluiu o Ministério Público, a PF e o Judiciário no rol dos perseguidores do partido e do ex-presidente. SIMÃO PEDRO MARINHO (Belo Horizonte, MG) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Lucro da dona da Brastemp frustra expectativas e empresa corta previsão
A Whirlpool, dona da Brastemp, divulgou lucro trimestral menor do que o esperado nesta terça-feira (25), com o dólar forte nos Estados Unidos afetando a receita no exterior, e reduziu sua previsão de lucro para o ano inteiro, citando fraqueza nos mercados norte-americano e britânico, bem como debilidade da libra britânica. Foi a primeira vez neste ano que a maior fabricante mundial de eletrodomésticos reduziu sua previsão de ganhos. A empresa também reduziu seus gastos de capital planejados para o ano. Para o Brasil, a Whirlpool disse que espera um declínio nos embarques de 10% a 12% em todo o ano de 2016, devido à fraqueza da economia. A Whirlpool registrou lucro líquido de US$ 238 milhões no terceiro trimestre, ou US$ 3,10 por ação, ante US$ 235 milhões, ou US$ 2,95 por ação, um ano antes. A empresa baseada em Michigan Benton Harbor, afirmou que os ganhos por ação de operações continuadas subiu para US$ 3,66, ante US$ 3,45. Analistas, em média, previam US$ 3,86. A receita caiu para US$ 5,25 bilhões, ante US$ 5,28 bilhões, mas teria subido se o dólar não tive se fortalecido tanto, afirmou a Whirlpool. A companhia cortou sua previsão de lucro líquido para todo o ano para entre US$ 11,50 e US$ 11,75 por ação, ante intervalo anterior de US$ 11,50 a US$ 12,00. A previsão do ganho por ação em 2016 para as operações continuadas passou para de US$ 14 para US$ 14,25, abaixo das estimativas de analistas de US$ 14,61. A empresa também reduziu seus planos de investimentos (capex) para o ano pelo segundo trimestre seguido, para entre US$ 650 milhões e US$ 700 milhões, ante meta anterior de US$ 700 milhões a US$ 750 milhões.
mercado
Lucro da dona da Brastemp frustra expectativas e empresa corta previsãoA Whirlpool, dona da Brastemp, divulgou lucro trimestral menor do que o esperado nesta terça-feira (25), com o dólar forte nos Estados Unidos afetando a receita no exterior, e reduziu sua previsão de lucro para o ano inteiro, citando fraqueza nos mercados norte-americano e britânico, bem como debilidade da libra britânica. Foi a primeira vez neste ano que a maior fabricante mundial de eletrodomésticos reduziu sua previsão de ganhos. A empresa também reduziu seus gastos de capital planejados para o ano. Para o Brasil, a Whirlpool disse que espera um declínio nos embarques de 10% a 12% em todo o ano de 2016, devido à fraqueza da economia. A Whirlpool registrou lucro líquido de US$ 238 milhões no terceiro trimestre, ou US$ 3,10 por ação, ante US$ 235 milhões, ou US$ 2,95 por ação, um ano antes. A empresa baseada em Michigan Benton Harbor, afirmou que os ganhos por ação de operações continuadas subiu para US$ 3,66, ante US$ 3,45. Analistas, em média, previam US$ 3,86. A receita caiu para US$ 5,25 bilhões, ante US$ 5,28 bilhões, mas teria subido se o dólar não tive se fortalecido tanto, afirmou a Whirlpool. A companhia cortou sua previsão de lucro líquido para todo o ano para entre US$ 11,50 e US$ 11,75 por ação, ante intervalo anterior de US$ 11,50 a US$ 12,00. A previsão do ganho por ação em 2016 para as operações continuadas passou para de US$ 14 para US$ 14,25, abaixo das estimativas de analistas de US$ 14,61. A empresa também reduziu seus planos de investimentos (capex) para o ano pelo segundo trimestre seguido, para entre US$ 650 milhões e US$ 700 milhões, ante meta anterior de US$ 700 milhões a US$ 750 milhões.
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De costas para o futuro
Os deputados derrotaram o governo de Michel Temer (PMDB) e todos os que se preocupam com a saúde das contas públicas ao decepar a proposta de renegociação da dívida dos Estados que havia sido aprovada pelo Senado. O projeto de lei que agora segue para sanção presidencial estabelece o alongamento por 20 anos das dívidas dos entes regionais com a União, com descontos nas prestações até junho de 2018 —a diferença será acrescida ao saldo devedor. Reconheça-se a necessidade do alívio; muitos Estados, por obra de governadores presentes ou passados, vivem situação calamitosa. Tal socorro, contudo, jamais poderia equivaler a um favor. Era, mais que oportuno, imperativo valer-se desse momento para impedir a repetição de gestões irresponsáveis nos Estados. Não por outro motivo a proposta a princípio vedava contratações e aumentos de salários e determinava a redução dos cargos comissionados e o aumento na contribuição de inativos. Em vez dessas medidas —sem dúvida duras, mas essenciais para equilibrar as contas—, os deputados deixaram uma simples contrapartida: a limitação do crescimento do gasto primário dos governos regionais à variação da inflação pelo prazo de dois anos. Em outras palavras, os deputados deram de ombros para o futuro. Não querem nem saber se os governos resolverão o verdadeiro problema: as despesas com pessoal ativo e aposentados, se corretamente contabilizadas, com frequência superam 70% da receita. Num padrão há muito conhecido, gestores permitem que a máquina cresça sem se preocuparem com a arrecadação. Tornam as despesas incompatíveis com as receitas e fingem que isso é administrar. Os deputados federais, por sua vez, seja porque não entendem nada desse assunto, seja porque têm medo de aprovar medidas tachadas de impopulares, quase sempre cedem à pressão das corporações beneficiadas à custa do contribuinte. Na renegociação com os Estados, o governo conseguiu ao menos uma vitória parcial. Preservou-se o Regime de Recuperação Fiscal, que se pretende análogo à recuperação judicial de empresa privada. A ideia básica é facilitar a reestruturação de passivos, inclusive com pessoal e fornecedores. Também aí, porém, os deputados enfraqueceram o texto com a retirada de itens como a possível redução de jornadas de trabalho com redução proporcional de salários. Ainda que a prerrogativa de homologar o plano seja da Presidência, e ainda que Temer tenha manifestado intenção de exigir contrapartidas em troca de ajuda, perdeu-se a oportunidade de criar um roteiro de ajuste a partir da lei federal. Além do funcionalismo dos Estados, ninguém ganha com isso. editoriais@grupofolha.com.br
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De costas para o futuroOs deputados derrotaram o governo de Michel Temer (PMDB) e todos os que se preocupam com a saúde das contas públicas ao decepar a proposta de renegociação da dívida dos Estados que havia sido aprovada pelo Senado. O projeto de lei que agora segue para sanção presidencial estabelece o alongamento por 20 anos das dívidas dos entes regionais com a União, com descontos nas prestações até junho de 2018 —a diferença será acrescida ao saldo devedor. Reconheça-se a necessidade do alívio; muitos Estados, por obra de governadores presentes ou passados, vivem situação calamitosa. Tal socorro, contudo, jamais poderia equivaler a um favor. Era, mais que oportuno, imperativo valer-se desse momento para impedir a repetição de gestões irresponsáveis nos Estados. Não por outro motivo a proposta a princípio vedava contratações e aumentos de salários e determinava a redução dos cargos comissionados e o aumento na contribuição de inativos. Em vez dessas medidas —sem dúvida duras, mas essenciais para equilibrar as contas—, os deputados deixaram uma simples contrapartida: a limitação do crescimento do gasto primário dos governos regionais à variação da inflação pelo prazo de dois anos. Em outras palavras, os deputados deram de ombros para o futuro. Não querem nem saber se os governos resolverão o verdadeiro problema: as despesas com pessoal ativo e aposentados, se corretamente contabilizadas, com frequência superam 70% da receita. Num padrão há muito conhecido, gestores permitem que a máquina cresça sem se preocuparem com a arrecadação. Tornam as despesas incompatíveis com as receitas e fingem que isso é administrar. Os deputados federais, por sua vez, seja porque não entendem nada desse assunto, seja porque têm medo de aprovar medidas tachadas de impopulares, quase sempre cedem à pressão das corporações beneficiadas à custa do contribuinte. Na renegociação com os Estados, o governo conseguiu ao menos uma vitória parcial. Preservou-se o Regime de Recuperação Fiscal, que se pretende análogo à recuperação judicial de empresa privada. A ideia básica é facilitar a reestruturação de passivos, inclusive com pessoal e fornecedores. Também aí, porém, os deputados enfraqueceram o texto com a retirada de itens como a possível redução de jornadas de trabalho com redução proporcional de salários. Ainda que a prerrogativa de homologar o plano seja da Presidência, e ainda que Temer tenha manifestado intenção de exigir contrapartidas em troca de ajuda, perdeu-se a oportunidade de criar um roteiro de ajuste a partir da lei federal. Além do funcionalismo dos Estados, ninguém ganha com isso. editoriais@grupofolha.com.br
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Cirurgiões fazem o primeiro transplante de útero nos EUA
Cirurgiões na Clínica Cleveland realizaram o primeiro transplante de útero nos EUA. A operação, que durou nove horas, ocorreu na quarta (24) e usou o útero de uma doadora morta. A paciente que recebeu o órgão tem 26 anos e não teve a identidade revelada para proteger sua privacidade. Segundo a clínica, ela está em condições estáveis. O objetivo do procedimento é permitir que mulheres que nasceram sem útero ou que precisaram retirar o órgão possam engravidar e dar à luz. A paciente terá que esperar um ano antes de tentar engravidar para que ela se recupere completamente e para permitir que os médicos ajustem a dose da medicação contra a rejeição do órgão. Ela então precisará se submeter a uma fertilização in vitro. Antes do transplante, os ovários dela foram retirados, fertilizados com o esperma do marido e congelados. Os embriões depois serão transferidos para o útero. Infográfico: Transplante de útero O transplante será temporário. O útero será removido depois que a paciente tiver um ou dois filhos, para que ela possa parar de tomar as drogas imunossupressoras. O líder da equipe cirúrgica foi o médico Andreas Tzakis, que antes do transplante viajou à Suécia e trabalhou com profissionais da Universidade de Gotemburgo, os únicos do mundo que haviam realizado esse procedimento com sucesso até então. Nove mulheres já se submeteram à cirurgia na Suécia, com órgãos retirados de doadoras vivas. Pelo menos quatro delas já tiveram bebês -o primeiro nascimento ocorreu em 2014. Cerca de 50 mil mulheres nos EUA são possíveis candidatas ao transplante.
equilibrioesaude
Cirurgiões fazem o primeiro transplante de útero nos EUACirurgiões na Clínica Cleveland realizaram o primeiro transplante de útero nos EUA. A operação, que durou nove horas, ocorreu na quarta (24) e usou o útero de uma doadora morta. A paciente que recebeu o órgão tem 26 anos e não teve a identidade revelada para proteger sua privacidade. Segundo a clínica, ela está em condições estáveis. O objetivo do procedimento é permitir que mulheres que nasceram sem útero ou que precisaram retirar o órgão possam engravidar e dar à luz. A paciente terá que esperar um ano antes de tentar engravidar para que ela se recupere completamente e para permitir que os médicos ajustem a dose da medicação contra a rejeição do órgão. Ela então precisará se submeter a uma fertilização in vitro. Antes do transplante, os ovários dela foram retirados, fertilizados com o esperma do marido e congelados. Os embriões depois serão transferidos para o útero. Infográfico: Transplante de útero O transplante será temporário. O útero será removido depois que a paciente tiver um ou dois filhos, para que ela possa parar de tomar as drogas imunossupressoras. O líder da equipe cirúrgica foi o médico Andreas Tzakis, que antes do transplante viajou à Suécia e trabalhou com profissionais da Universidade de Gotemburgo, os únicos do mundo que haviam realizado esse procedimento com sucesso até então. Nove mulheres já se submeteram à cirurgia na Suécia, com órgãos retirados de doadoras vivas. Pelo menos quatro delas já tiveram bebês -o primeiro nascimento ocorreu em 2014. Cerca de 50 mil mulheres nos EUA são possíveis candidatas ao transplante.
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Cérebro de quem obedece ordens de atos negativos se sente menos culpado
"Mas eu estava só cumprindo ordens": a frase virou uma espécie de clichê canalha, usado para ressaltar a hipocrisia de quem comete atrocidades a mando de chefes militares ou políticos, mas pode ser que a neurociência reabilite, em parte, o raciocínio por trás dela. Experimentos feitos no Reino Unido sugerem que, de fato, o cérebro de quem recebe uma ordem se sente menos responsável por suas ações. A pesquisa, coordenada por cientistas da Universidade Livre de Bruxelas e da University College de Londres, inspirou-se num dos estudos mais importantes e polêmicos da história da psicologia. Nos anos 1960, o americano Stanley Milgram mostrou que universitários frequentemente topavam dar choques elétricos dolorosíssimos em pessoas inocentes -desde que um sujeito de jaleco branco estivesse ordenando que eles fizessem isso. Milgram, na verdade, usou atores e uma "máquina de choque" falsa em seus experimentos - ninguém foi eletrocutado de verdade no laboratório. Nos novos experimentos, choques reais, ainda que leves, foram uma das ferramentas usadas para tentar dar mais peso a uma das teses polêmicas de Milgram, para quem as ordens dadas por uma figura com autoridade são capazes de "despersonalizar" as ações humanas, fazendo com que as pessoas tenham mais facilidade de causar dano aos outros. POR ALGUMAS LIBRAS A equipe coordenada por Emilie Caspar e Patrick Haggard recrutou, para a primeira rodada de experimentos, 60 universitárias, divididas em duplas, e receberam o equivalente a cerca de R$ 100 para participar da pesquisa. A questão é que elas podiam aumentar esses ganhos tirando um pouco de dinheiro da parceira de experimento. Como? Bem, aí é que o desenho experimental bolado pelos pesquisadores começa a ficar complicado (veja o infográfico). Parte das moças participou da versão dos testes apelidada de "livre escolha". Nela, a participante é que escolhia se, ao apertar uma tecla do computador, a colega dela simplesmente perdia um pouco de dinheiro (em metade dos casos) ou se apertar a tecla fazia com que a pessoa levasse um choque e, logo em seguida, perdesse o dinheiro. Depois de certo número de rodadas, as posições se invertiam, até o fim do experimento. "A intensidade do choque foi controlada antes, com a ajuda das próprias voluntárias, que diziam até que ponto a corrente elétrica era desagradável, mas não dolorosa demais", explicou Emilie Caspar à Folha. Só que havia ainda a versão dita "coerciva" do teste, na qual não eram as alunas que escolhiam o que fazer, mas sim um dos cientistas, que ficava dizendo "Tire o dinheiro dela!" ou "Dê um choque nela!". A intenção era justamente comparar o que acontecia nos dois casos e ver qual era o efeito das ordens sobre o "senso de agência" das moças -ou seja, o quanto elas sentiam que elas eram agentes, e não figuras passivas, naquele contexto. "Só três participantes perguntaram se podiam desobedecer à ordem de dar os choques na versão coerciva, mas elas sabiam desde o começo que o experimento envolveria esse fator, diferentemente dos voluntários de Milgram", diz a pesquisadora. Ocorre que um dos jeitos de medir isso é a sensação de passagem do tempo entre uma ação e seu resultado. Vários outros estudos já tinham mostrado que, quando uma pessoa associa diretamente uma ação dela a um resultado, o que significa que ela foi responsável por ele, tal pessoa sente que o tempo entre uma coisa e outra passou muito rápido. Por outro lado, quando ela não associa uma coisa à outra, o tempo parece passar mais devagar, da perspectiva dela. Para tirar partido disso, os pesquisadores programaram as teclas do computador para que, além dos choques, elas emitissem um apito eletrônico toda vez que fossem apertadas, após um certo intervalo. As voluntárias tinham, então, de estimar quanto tempo durava esse intervalo. Veio então o primeiro resultado: na versão coerciva do experimento, as moças estimavam que mais tempo havia transcorrido do que na versão em que elas mesmas escolhiam se dariam os choques ou não (nesse caso, elas só davam choquinhos nas companheiras em metade das sessões do teste). Curiosamente, o mesmo vale para a ordem de só tirar o dinheiro da companheira (sem o choque), sugerindo que o fator crucial é mesmo ser coagido, independentemente do conteúdo da ordem. Mais 20 voluntárias passaram por um teste muito parecido, mas desta vez com o auxílio de EEG (eletroencefalografia), ou seja, uma medição da atividade do cérebro das participantes. De novo, os cientistas viram uma percepção da ação mais lenta nas moças que recebiam ordens. Emilie diz que, em seus próximos experimentos, a equipe pretende ir mais fundo no que acontece no cérebro em relação à percepção de "agência". Os resultados estão em artigo na revista científica "Current Biology". MANDA QUEM PODE
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Cérebro de quem obedece ordens de atos negativos se sente menos culpado"Mas eu estava só cumprindo ordens": a frase virou uma espécie de clichê canalha, usado para ressaltar a hipocrisia de quem comete atrocidades a mando de chefes militares ou políticos, mas pode ser que a neurociência reabilite, em parte, o raciocínio por trás dela. Experimentos feitos no Reino Unido sugerem que, de fato, o cérebro de quem recebe uma ordem se sente menos responsável por suas ações. A pesquisa, coordenada por cientistas da Universidade Livre de Bruxelas e da University College de Londres, inspirou-se num dos estudos mais importantes e polêmicos da história da psicologia. Nos anos 1960, o americano Stanley Milgram mostrou que universitários frequentemente topavam dar choques elétricos dolorosíssimos em pessoas inocentes -desde que um sujeito de jaleco branco estivesse ordenando que eles fizessem isso. Milgram, na verdade, usou atores e uma "máquina de choque" falsa em seus experimentos - ninguém foi eletrocutado de verdade no laboratório. Nos novos experimentos, choques reais, ainda que leves, foram uma das ferramentas usadas para tentar dar mais peso a uma das teses polêmicas de Milgram, para quem as ordens dadas por uma figura com autoridade são capazes de "despersonalizar" as ações humanas, fazendo com que as pessoas tenham mais facilidade de causar dano aos outros. POR ALGUMAS LIBRAS A equipe coordenada por Emilie Caspar e Patrick Haggard recrutou, para a primeira rodada de experimentos, 60 universitárias, divididas em duplas, e receberam o equivalente a cerca de R$ 100 para participar da pesquisa. A questão é que elas podiam aumentar esses ganhos tirando um pouco de dinheiro da parceira de experimento. Como? Bem, aí é que o desenho experimental bolado pelos pesquisadores começa a ficar complicado (veja o infográfico). Parte das moças participou da versão dos testes apelidada de "livre escolha". Nela, a participante é que escolhia se, ao apertar uma tecla do computador, a colega dela simplesmente perdia um pouco de dinheiro (em metade dos casos) ou se apertar a tecla fazia com que a pessoa levasse um choque e, logo em seguida, perdesse o dinheiro. Depois de certo número de rodadas, as posições se invertiam, até o fim do experimento. "A intensidade do choque foi controlada antes, com a ajuda das próprias voluntárias, que diziam até que ponto a corrente elétrica era desagradável, mas não dolorosa demais", explicou Emilie Caspar à Folha. Só que havia ainda a versão dita "coerciva" do teste, na qual não eram as alunas que escolhiam o que fazer, mas sim um dos cientistas, que ficava dizendo "Tire o dinheiro dela!" ou "Dê um choque nela!". A intenção era justamente comparar o que acontecia nos dois casos e ver qual era o efeito das ordens sobre o "senso de agência" das moças -ou seja, o quanto elas sentiam que elas eram agentes, e não figuras passivas, naquele contexto. "Só três participantes perguntaram se podiam desobedecer à ordem de dar os choques na versão coerciva, mas elas sabiam desde o começo que o experimento envolveria esse fator, diferentemente dos voluntários de Milgram", diz a pesquisadora. Ocorre que um dos jeitos de medir isso é a sensação de passagem do tempo entre uma ação e seu resultado. Vários outros estudos já tinham mostrado que, quando uma pessoa associa diretamente uma ação dela a um resultado, o que significa que ela foi responsável por ele, tal pessoa sente que o tempo entre uma coisa e outra passou muito rápido. Por outro lado, quando ela não associa uma coisa à outra, o tempo parece passar mais devagar, da perspectiva dela. Para tirar partido disso, os pesquisadores programaram as teclas do computador para que, além dos choques, elas emitissem um apito eletrônico toda vez que fossem apertadas, após um certo intervalo. As voluntárias tinham, então, de estimar quanto tempo durava esse intervalo. Veio então o primeiro resultado: na versão coerciva do experimento, as moças estimavam que mais tempo havia transcorrido do que na versão em que elas mesmas escolhiam se dariam os choques ou não (nesse caso, elas só davam choquinhos nas companheiras em metade das sessões do teste). Curiosamente, o mesmo vale para a ordem de só tirar o dinheiro da companheira (sem o choque), sugerindo que o fator crucial é mesmo ser coagido, independentemente do conteúdo da ordem. Mais 20 voluntárias passaram por um teste muito parecido, mas desta vez com o auxílio de EEG (eletroencefalografia), ou seja, uma medição da atividade do cérebro das participantes. De novo, os cientistas viram uma percepção da ação mais lenta nas moças que recebiam ordens. Emilie diz que, em seus próximos experimentos, a equipe pretende ir mais fundo no que acontece no cérebro em relação à percepção de "agência". Os resultados estão em artigo na revista científica "Current Biology". MANDA QUEM PODE
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Maia adota prática de Cunha e vai descontar salário dos faltosos
O novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na manhã desta quarta-feira (20), que vai descontar salários dos deputados que não estiverem presentes à sessões convocadas ao longo desse segundo semestre. "Pauta marcada, deputado tem que estar presente. Em qualquer trabalho é assim. Se você marcou uma data para exercer, para que eles estejam aqui para votar, é importante que todos votem". A prática, adotada pelo antecessor Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou no último dia 7, havia sido suspensa na breve interinidade do primeiro vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), que esteve no comando entre 5 de maio, quando Cunha foi afastado por unanimidade pelo STF (Supremo Tribunal Federal), até quinta passada (14), quando Maia foi eleito para o mandato tampão. A prática se mostrou bem-sucedida durante a gestão Cunha, que conseguia manter o plenário cheio mesmo em dias que, tradicionalmente, o Congresso já tinha os corredores esvaziados, como às quintas-feiras. Essa é intenção de Rodrigo Maia. Ele pretende convocar sessões, pelo menos em agosto, três vezes por semana, de segunda, dia em que normalmente os parlamentares ainda estão em seus estados, até quarta. O presidente está, desde terça (19), discutindo com líderes da Casa como vai ser o ritmo do seu primeiro mês no comando. Disse que pretende começar destravando a pauta, com a votação das medidas provisórias que aguardam votação e do projeto de renegociação da dívida dos estados. Nesta quarta, ele disse que vai conversar com alguns líderes da oposição, que não estavam em Brasília nesta terça, para terminar de desenhar seus primeiros passos na presidência. Ele tem a missão de fazer avançar projetos importantes para o governo interino Michel Temer, como o teto de gastos e as reformas da Previdência e trabalhista.
poder
Maia adota prática de Cunha e vai descontar salário dos faltososO novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na manhã desta quarta-feira (20), que vai descontar salários dos deputados que não estiverem presentes à sessões convocadas ao longo desse segundo semestre. "Pauta marcada, deputado tem que estar presente. Em qualquer trabalho é assim. Se você marcou uma data para exercer, para que eles estejam aqui para votar, é importante que todos votem". A prática, adotada pelo antecessor Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou no último dia 7, havia sido suspensa na breve interinidade do primeiro vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), que esteve no comando entre 5 de maio, quando Cunha foi afastado por unanimidade pelo STF (Supremo Tribunal Federal), até quinta passada (14), quando Maia foi eleito para o mandato tampão. A prática se mostrou bem-sucedida durante a gestão Cunha, que conseguia manter o plenário cheio mesmo em dias que, tradicionalmente, o Congresso já tinha os corredores esvaziados, como às quintas-feiras. Essa é intenção de Rodrigo Maia. Ele pretende convocar sessões, pelo menos em agosto, três vezes por semana, de segunda, dia em que normalmente os parlamentares ainda estão em seus estados, até quarta. O presidente está, desde terça (19), discutindo com líderes da Casa como vai ser o ritmo do seu primeiro mês no comando. Disse que pretende começar destravando a pauta, com a votação das medidas provisórias que aguardam votação e do projeto de renegociação da dívida dos estados. Nesta quarta, ele disse que vai conversar com alguns líderes da oposição, que não estavam em Brasília nesta terça, para terminar de desenhar seus primeiros passos na presidência. Ele tem a missão de fazer avançar projetos importantes para o governo interino Michel Temer, como o teto de gastos e as reformas da Previdência e trabalhista.
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Em 'Silêncio', de Scorsese, questão linguística se esvai
Até a metade do filme, todo mundo pode se perguntar por que diabos Martin Scorsese resolveu fazer este "Silêncio". Que atualidade ou interesse tão grande pode ter a história de jesuítas que, no século 17, tentam introduzir o cristianismo no Japão? Afinal, se é para falar de intolerância, convém lembrar que, naquele mesmo momento, a Inquisição corria solta na Europa. E não se tratava de introduzir um elemento estranho à cultura local. Se é para falar de intolerância, por que não remeter aos judeus, perseguidos por séculos a fio pelos cristãos, em especial os católicos? Aos poucos, no entanto, descobrimos que, apesar dos impropérios lançados pelos padres (ou ex-padres) contra o Japão, eles não espelham o pensamento do filme. Martin Scorsese pode ser católico, mas não se chama Mel Gibson. Lá estão dois jovens jesuítas, dispostos a enfrentar todos os perigos de uma repressão feroz para resgatar do Japão o seu mentor, há anos desaparecido. O "Silêncio" a que o filme se refere é, infere-se a partir de certo momento, o de Deus. Lá estão, nas profundezas do Japão –às voltas com uma cultura que não os compreende, assim como eles não a compreendem–, seus mais fiéis seguidores, aqueles que saíram pelo mundo dispostos a propagar a "fé verdadeira". No entanto Deus não os escuta. Suas preces são como que jogadas no vazio. Já havíamos visto esse tipo de dor em "A Última Tentação de Cristo". Aquela vez era o próprio Cristo, o filho de Deus, que precisava escutar sua voz. O silêncio de Deus doía infinitamente mais do que a cruz ou os espinhos da coroa. Então, sim, nos damos conta de que "Silêncio" é um filme da crise da fé. Ou, se se prefere, que nos remete mais à fé trágica dos jansenistas do que aos jesuítas. Sem discutir a questão que está por trás disso, o ponto de vista é bem interessante, e já alimentou, por sinal, grandes cineastas. IDIOMA A questão que emperra "Silêncio" é de outra natureza. É mais uma questão de Scorsese não conseguir se desfazer de seu hollywoodianismo quando isso se impõe. Filmar jesuítas portugueses no Japão, que chegam ao país sem falar japonês, propõe ao filme uma questão linguística interessante, que logo se desfaz porque todo mundo se entende na língua dos padres muito bem. O português, em princípio. O inglês no filme. O cinema pode tomar certas liberdades nessa questão. Mas, quando a questão central é de natureza linguística, convém ir com cuidado. Depois de um início em que insinua se aprofundar nas dificuldades do contato, Scorsese acaba entregando a questão a Deus. E Deus, como o filme bem constata, mantém-se em silêncio, o bastante para, no fim das contas, o espectador se lembrar de outro filme do mesmo diretor que nos fazia pensar tão intensamente no que o havia levado a fazê-lo: o esquecível "Kundun" (1997). Silêncio QUANDO: estreia nesta quinta (9) ELENCO: Andrew Garfield, Adam Driver, Liam Neeson PRODUÇÃO: EUA, 2016, 14 anos DIREÇÃO: Martin Scorsese
ilustrada
Em 'Silêncio', de Scorsese, questão linguística se esvaiAté a metade do filme, todo mundo pode se perguntar por que diabos Martin Scorsese resolveu fazer este "Silêncio". Que atualidade ou interesse tão grande pode ter a história de jesuítas que, no século 17, tentam introduzir o cristianismo no Japão? Afinal, se é para falar de intolerância, convém lembrar que, naquele mesmo momento, a Inquisição corria solta na Europa. E não se tratava de introduzir um elemento estranho à cultura local. Se é para falar de intolerância, por que não remeter aos judeus, perseguidos por séculos a fio pelos cristãos, em especial os católicos? Aos poucos, no entanto, descobrimos que, apesar dos impropérios lançados pelos padres (ou ex-padres) contra o Japão, eles não espelham o pensamento do filme. Martin Scorsese pode ser católico, mas não se chama Mel Gibson. Lá estão dois jovens jesuítas, dispostos a enfrentar todos os perigos de uma repressão feroz para resgatar do Japão o seu mentor, há anos desaparecido. O "Silêncio" a que o filme se refere é, infere-se a partir de certo momento, o de Deus. Lá estão, nas profundezas do Japão –às voltas com uma cultura que não os compreende, assim como eles não a compreendem–, seus mais fiéis seguidores, aqueles que saíram pelo mundo dispostos a propagar a "fé verdadeira". No entanto Deus não os escuta. Suas preces são como que jogadas no vazio. Já havíamos visto esse tipo de dor em "A Última Tentação de Cristo". Aquela vez era o próprio Cristo, o filho de Deus, que precisava escutar sua voz. O silêncio de Deus doía infinitamente mais do que a cruz ou os espinhos da coroa. Então, sim, nos damos conta de que "Silêncio" é um filme da crise da fé. Ou, se se prefere, que nos remete mais à fé trágica dos jansenistas do que aos jesuítas. Sem discutir a questão que está por trás disso, o ponto de vista é bem interessante, e já alimentou, por sinal, grandes cineastas. IDIOMA A questão que emperra "Silêncio" é de outra natureza. É mais uma questão de Scorsese não conseguir se desfazer de seu hollywoodianismo quando isso se impõe. Filmar jesuítas portugueses no Japão, que chegam ao país sem falar japonês, propõe ao filme uma questão linguística interessante, que logo se desfaz porque todo mundo se entende na língua dos padres muito bem. O português, em princípio. O inglês no filme. O cinema pode tomar certas liberdades nessa questão. Mas, quando a questão central é de natureza linguística, convém ir com cuidado. Depois de um início em que insinua se aprofundar nas dificuldades do contato, Scorsese acaba entregando a questão a Deus. E Deus, como o filme bem constata, mantém-se em silêncio, o bastante para, no fim das contas, o espectador se lembrar de outro filme do mesmo diretor que nos fazia pensar tão intensamente no que o havia levado a fazê-lo: o esquecível "Kundun" (1997). Silêncio QUANDO: estreia nesta quinta (9) ELENCO: Andrew Garfield, Adam Driver, Liam Neeson PRODUÇÃO: EUA, 2016, 14 anos DIREÇÃO: Martin Scorsese
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O Fies é uma Fiesta de maganos
Sérgio Cabral via em Eike Batista "um homem de visão fordiana, stevejobsiana". Ambos estão na cadeia. Para Cabral, Eike simbolizava o "Brasil de Lula e de Dilma". Ele encarnava também um aspecto do capitalismo brasileiro. Numa das listas de bilionários (em dólares) da revista "Forbes", estrelada por Eike até 2011, Pindorama tinha três empresários do setor educacional. Estranha situação, porque, entre os 1.694 bilionários americanos, havia só um nesse mercado. O Brasil não tem bons indicadores educacionais, mas tem a maior empresa privada do mundo, a Kroton. No "Brasil de Lula e de Dilma", o Fundo de Financiamento Estudantil, Fies, foi transformado em girafa pedagógica e financeira. O estudante conseguia o financiamento da Viúva mesmo que tivesse tirado zero na prova de redação. Quando Dilma Rousseff mudou essa maluquice, exigindo um mínimo de 450 pontos na prova do Enem, donos de faculdades privadas protestaram. A girafa financeira permitiu que as empresas que operam nesse setor transferissem para a caixa do Fies o risco da inadimplência de seus estudantes. Num ano ruim ele ficava em torno de 25%. Afrouxaram as exigências para os fiadores e aquilo que podia parecer um programa de incentivo aos jovens virou um programa de estatização dos riscos das empresas. Uma delas tornou-se a maior receptora de dinheiro da Viúva, superando até mesmo a Odebrecht. O repórter Paulo Saldaña informa que numa carteira de 562 mil contratos, a taxa de inadimplência do Fies está em 53%. Um terço dos caloteiros não paga suas prestações há mais de um ano. A explosão era pedra cantada. A taxa de inadimplência do programa que o antecedeu, hospedado na Caixa Econômica, era de 70%. Saldaña estava na equipe que ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo de 2015 com uma reportagem sobre as loucuras do Fies. O analista de investimentos Tiago Ring batizara o sistema de Fiesta. A Fiesta envolve uma carteira de um milhão de contratos e um ervanário de R$ 55,5 bilhões (o deficit do Rio de Janeiro é de apenas R$ 17 bilhões). O Ministério da Educação diz que não dispõe de estudos ou informações sobre os calotes no Fies, mas oferece boa parolagem: "Medidas mitigadoras dos atuais níveis de inadimplência, como também voltadas à reformulação do Fies ora em estudo, pretendem equacionar a sustentabilidade do programa". Pura empulhação, eles sabem o tamanho da encrenca e, no escurinho da esplanada, estão estudando um Fies 2.0. José Janguiê Diniz, um dos bilionários da "Forbes", dono do maior grupo educacional do Norte e Nordeste, defende a lassitude na concessão de financiamentos a estudantes com desempenho abaixo dos 450 pontos do Enem: "A gente acredita que o programa precisa colocar na universidade quem precisa e não pode pagar. E quem não tem nota é exatamente quem mais precisa". Não faz sentido, quem não tem nota nota não tem. O Fies enriqueceu o andar de cima e está desmoralizando o sistema de financiamento público para o andar de baixo. Paulo Renato Souza, o ministro da Educação de Fernando Henrique Cardoso, toureava os interesses das faculdades privadas com uma ponta de fatalismo: "Há setores que você pode até entregar para as freiras carmelitas descalças, mas na segunda reunião elas chegam com bolsas Vuitton".
colunas
O Fies é uma Fiesta de maganosSérgio Cabral via em Eike Batista "um homem de visão fordiana, stevejobsiana". Ambos estão na cadeia. Para Cabral, Eike simbolizava o "Brasil de Lula e de Dilma". Ele encarnava também um aspecto do capitalismo brasileiro. Numa das listas de bilionários (em dólares) da revista "Forbes", estrelada por Eike até 2011, Pindorama tinha três empresários do setor educacional. Estranha situação, porque, entre os 1.694 bilionários americanos, havia só um nesse mercado. O Brasil não tem bons indicadores educacionais, mas tem a maior empresa privada do mundo, a Kroton. No "Brasil de Lula e de Dilma", o Fundo de Financiamento Estudantil, Fies, foi transformado em girafa pedagógica e financeira. O estudante conseguia o financiamento da Viúva mesmo que tivesse tirado zero na prova de redação. Quando Dilma Rousseff mudou essa maluquice, exigindo um mínimo de 450 pontos na prova do Enem, donos de faculdades privadas protestaram. A girafa financeira permitiu que as empresas que operam nesse setor transferissem para a caixa do Fies o risco da inadimplência de seus estudantes. Num ano ruim ele ficava em torno de 25%. Afrouxaram as exigências para os fiadores e aquilo que podia parecer um programa de incentivo aos jovens virou um programa de estatização dos riscos das empresas. Uma delas tornou-se a maior receptora de dinheiro da Viúva, superando até mesmo a Odebrecht. O repórter Paulo Saldaña informa que numa carteira de 562 mil contratos, a taxa de inadimplência do Fies está em 53%. Um terço dos caloteiros não paga suas prestações há mais de um ano. A explosão era pedra cantada. A taxa de inadimplência do programa que o antecedeu, hospedado na Caixa Econômica, era de 70%. Saldaña estava na equipe que ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo de 2015 com uma reportagem sobre as loucuras do Fies. O analista de investimentos Tiago Ring batizara o sistema de Fiesta. A Fiesta envolve uma carteira de um milhão de contratos e um ervanário de R$ 55,5 bilhões (o deficit do Rio de Janeiro é de apenas R$ 17 bilhões). O Ministério da Educação diz que não dispõe de estudos ou informações sobre os calotes no Fies, mas oferece boa parolagem: "Medidas mitigadoras dos atuais níveis de inadimplência, como também voltadas à reformulação do Fies ora em estudo, pretendem equacionar a sustentabilidade do programa". Pura empulhação, eles sabem o tamanho da encrenca e, no escurinho da esplanada, estão estudando um Fies 2.0. José Janguiê Diniz, um dos bilionários da "Forbes", dono do maior grupo educacional do Norte e Nordeste, defende a lassitude na concessão de financiamentos a estudantes com desempenho abaixo dos 450 pontos do Enem: "A gente acredita que o programa precisa colocar na universidade quem precisa e não pode pagar. E quem não tem nota é exatamente quem mais precisa". Não faz sentido, quem não tem nota nota não tem. O Fies enriqueceu o andar de cima e está desmoralizando o sistema de financiamento público para o andar de baixo. Paulo Renato Souza, o ministro da Educação de Fernando Henrique Cardoso, toureava os interesses das faculdades privadas com uma ponta de fatalismo: "Há setores que você pode até entregar para as freiras carmelitas descalças, mas na segunda reunião elas chegam com bolsas Vuitton".
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Rio Acre volta a baixar na capital, mas vazante afeta cidades do interior
Depois de alcançar a marca histórica de 18,40 metros em seu nível na noite de quarta-feira (4), o rio Acre voltou a baixar neste sábado (7), em Rio Branco (AC), atingindo 17,27 metros ao meio-dia. A vazante na capital acriana, porém, tem afetado cidades do interior do Estado. As águas do manancial têm escoado para Porto Acre (a 78 km de Rio Branco), onde o rio já subiu 44 centímetros em 48 horas. Ele continuava subindo de 1,5 cm a 2 cm por hora neste sábado, segundo dados da Comdec (Comissão Municipal de Defesa Civil). No município, que decretou estado de calamidade pública na quinta-feira (5), 616 moradores foram atingidos pela alagação. Na zona rural, 116 famílias (413 pessoas) foram afetadas pela cheia. Os demais estão alojados em sete abrigos montados pelo poder público. Outras cidades da região do Alto Acre também já sofrem os efeitos da vazante e preocupam a Defesa Civil. Em Assis Brasil, o nível do rio Acre é de 9,57 metros. Em Brasiléia, o nível também aumentou. Na medição das 9h deste sábado, registrava 9,03 metros. Caso chegue a 9,80 metros, o município entrará em estado de alerta. VOLTA PARA CASA Em Rio Branco, na primeira medição do dia, às 9h, o manancial marcava 17,33 metros. Já ao meio-dia, estava seis centímetros abaixo, de acordo com o boletim da Defesa Civil do Estado do Acre. Com isso, algumas atividades foram retomadas na capital. Na manhã deste sábado, parte do sistema de transporte público foi liberado, bem como o tráfego de veículos e pedestres na ponte Coronel Sebastião Dantas, conhecida como Ponte Nova. O fornecimento de energia elétrica foi restabelecido em alguns pontos da cidade e uma operação de limpeza com cerca 30 equipes deve ir às ruas neste domingo. De acordo com a assessoria de imprensa do município, só após essa limpeza e com a confirmação que o nível do rio continue baixando é que começará a ser discutida a operação volta para casa das 3.368 famílias desabrigadas. Nos 26 abrigos montados na capital acriana, estão alojadas 10.599 pessoas. RECURSOS LIBERADOS Na manhã deste sábado, alguns destes abrigos receberam a visita do ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, que aproveitou o encontro para anunciar a liberação de recursos para os moradores de Rio Branco, Brasiléia e Xapuri vitimados pela cheia. A estimativa é que cerca R$ 37 milhões sejam liberados para mais de 40 mil beneficiários. As solicitações poderão ser feitas a partir do dia 25, em agências bancárias. Apesar de o nível da água ter baixado em Rio Branco, a previsão é de chuva para os próximos dias em todo o Estado. Em Brasiléia, Cruzeiro do Sul e Xapuri, a probabilidade de pancadas de chuva é de 90%, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Para os municípios de Porto Acre, Sena Madureira, Tarauacá e Rio Branco o índice fica na casa dos 80%. As temperaturas devem oscilar entre 22º C e 31º C.
cotidiano
Rio Acre volta a baixar na capital, mas vazante afeta cidades do interiorDepois de alcançar a marca histórica de 18,40 metros em seu nível na noite de quarta-feira (4), o rio Acre voltou a baixar neste sábado (7), em Rio Branco (AC), atingindo 17,27 metros ao meio-dia. A vazante na capital acriana, porém, tem afetado cidades do interior do Estado. As águas do manancial têm escoado para Porto Acre (a 78 km de Rio Branco), onde o rio já subiu 44 centímetros em 48 horas. Ele continuava subindo de 1,5 cm a 2 cm por hora neste sábado, segundo dados da Comdec (Comissão Municipal de Defesa Civil). No município, que decretou estado de calamidade pública na quinta-feira (5), 616 moradores foram atingidos pela alagação. Na zona rural, 116 famílias (413 pessoas) foram afetadas pela cheia. Os demais estão alojados em sete abrigos montados pelo poder público. Outras cidades da região do Alto Acre também já sofrem os efeitos da vazante e preocupam a Defesa Civil. Em Assis Brasil, o nível do rio Acre é de 9,57 metros. Em Brasiléia, o nível também aumentou. Na medição das 9h deste sábado, registrava 9,03 metros. Caso chegue a 9,80 metros, o município entrará em estado de alerta. VOLTA PARA CASA Em Rio Branco, na primeira medição do dia, às 9h, o manancial marcava 17,33 metros. Já ao meio-dia, estava seis centímetros abaixo, de acordo com o boletim da Defesa Civil do Estado do Acre. Com isso, algumas atividades foram retomadas na capital. Na manhã deste sábado, parte do sistema de transporte público foi liberado, bem como o tráfego de veículos e pedestres na ponte Coronel Sebastião Dantas, conhecida como Ponte Nova. O fornecimento de energia elétrica foi restabelecido em alguns pontos da cidade e uma operação de limpeza com cerca 30 equipes deve ir às ruas neste domingo. De acordo com a assessoria de imprensa do município, só após essa limpeza e com a confirmação que o nível do rio continue baixando é que começará a ser discutida a operação volta para casa das 3.368 famílias desabrigadas. Nos 26 abrigos montados na capital acriana, estão alojadas 10.599 pessoas. RECURSOS LIBERADOS Na manhã deste sábado, alguns destes abrigos receberam a visita do ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, que aproveitou o encontro para anunciar a liberação de recursos para os moradores de Rio Branco, Brasiléia e Xapuri vitimados pela cheia. A estimativa é que cerca R$ 37 milhões sejam liberados para mais de 40 mil beneficiários. As solicitações poderão ser feitas a partir do dia 25, em agências bancárias. Apesar de o nível da água ter baixado em Rio Branco, a previsão é de chuva para os próximos dias em todo o Estado. Em Brasiléia, Cruzeiro do Sul e Xapuri, a probabilidade de pancadas de chuva é de 90%, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Para os municípios de Porto Acre, Sena Madureira, Tarauacá e Rio Branco o índice fica na casa dos 80%. As temperaturas devem oscilar entre 22º C e 31º C.
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Congressistas da Catalunha chegam a acordo e evitam novas eleições
Parlamentares da Catalunha chegaram a um acordo neste sábado (9) para a formação de um governo, evitando, assim, a convocação de novas eleições regionais. A coalizão Juntos pelo Sim (que reúne siglas alinhadas à direita e à esquerda) e o partido CUP (Candidatura de Unidade Popular, de extrema esquerda) concordaram que Artur Mas abdicaria de sua candidatura à reeleição como presidente do governo autônomo catalão, cargo que ocupava desde 2010. Em seu lugar, será indicado Carles Puigdemont, 53, prefeito de Girona. Jornalista e presidente da Associação de Municípios pela Independência da Catalunha, Puigdemont "tem muito claro que a Catalunha é uma nação com direito de decidir seu futuro", disse Mas, em coletiva de imprensa. O novo líder faz parte do partido de Mas, o conservador Convergência. Os partidos pró-independência da Catalunha haviam conquistado maioria absoluta no Parlamento regional (72 de 135 cadeiras) nas eleições de 27 de setembro. No entanto, para formar um governo, o Juntos pelo Sim (com 62 deputados) necessitava do apoio da CUP (10 deputados), que rejeitava o nome Artur Mas como líder, por considerá-lo demasiadamente conservador. tuite Os parlamentes tinham até domingo (10) para chegar a um acordo, quando então seriam obrigados a convocar novas eleições regionais. Além da renúncia de Mas, o acordo prevê que a CUP ceda dois de seus parlamentares à coalizão Juntos pelo Sim. SEPARATISMO "Disputar outras eleições a curto prazo não era o melhor dos cenários, era o pior", disse Mas. Para ele, o acordo garante a estabilidade política necessária para os congressistas trabalharem no projeto de independência da Catalunha. Impulsionado por sua maioria pró-independência, o Parlamento catalão havia aprovado resolução, em novembro, estabelecendo um plano para criar uma república dentro de 18 meses na região altamente industrializada e populosa no nordeste da Espanha, que corresponde a um quinto da produção econômica do país. No início de dezembro, porém, o Tribunal Constitucional (TC) espanhol revogou a moção, após recurso do governo de Mariano Rajoy, que considera a iniciativa inconstitucional. Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos catalães apoiam a convocação de um referendo sobre a independência, mas que estão divididos sobre se ela deve ocorrer. "Concentrem seus esforços para buscar soluções para seus cidadãos em vez de gerar novas tensões", disse o governo central da Espanha em comunicado após o acordo. "Não há maioria parlamentar que possa amparar ou justificar atos ilegais, menos ainda a pretensão de romper a soberania nacional expressa na Constituição."
mundo
Congressistas da Catalunha chegam a acordo e evitam novas eleiçõesParlamentares da Catalunha chegaram a um acordo neste sábado (9) para a formação de um governo, evitando, assim, a convocação de novas eleições regionais. A coalizão Juntos pelo Sim (que reúne siglas alinhadas à direita e à esquerda) e o partido CUP (Candidatura de Unidade Popular, de extrema esquerda) concordaram que Artur Mas abdicaria de sua candidatura à reeleição como presidente do governo autônomo catalão, cargo que ocupava desde 2010. Em seu lugar, será indicado Carles Puigdemont, 53, prefeito de Girona. Jornalista e presidente da Associação de Municípios pela Independência da Catalunha, Puigdemont "tem muito claro que a Catalunha é uma nação com direito de decidir seu futuro", disse Mas, em coletiva de imprensa. O novo líder faz parte do partido de Mas, o conservador Convergência. Os partidos pró-independência da Catalunha haviam conquistado maioria absoluta no Parlamento regional (72 de 135 cadeiras) nas eleições de 27 de setembro. No entanto, para formar um governo, o Juntos pelo Sim (com 62 deputados) necessitava do apoio da CUP (10 deputados), que rejeitava o nome Artur Mas como líder, por considerá-lo demasiadamente conservador. tuite Os parlamentes tinham até domingo (10) para chegar a um acordo, quando então seriam obrigados a convocar novas eleições regionais. Além da renúncia de Mas, o acordo prevê que a CUP ceda dois de seus parlamentares à coalizão Juntos pelo Sim. SEPARATISMO "Disputar outras eleições a curto prazo não era o melhor dos cenários, era o pior", disse Mas. Para ele, o acordo garante a estabilidade política necessária para os congressistas trabalharem no projeto de independência da Catalunha. Impulsionado por sua maioria pró-independência, o Parlamento catalão havia aprovado resolução, em novembro, estabelecendo um plano para criar uma república dentro de 18 meses na região altamente industrializada e populosa no nordeste da Espanha, que corresponde a um quinto da produção econômica do país. No início de dezembro, porém, o Tribunal Constitucional (TC) espanhol revogou a moção, após recurso do governo de Mariano Rajoy, que considera a iniciativa inconstitucional. Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos catalães apoiam a convocação de um referendo sobre a independência, mas que estão divididos sobre se ela deve ocorrer. "Concentrem seus esforços para buscar soluções para seus cidadãos em vez de gerar novas tensões", disse o governo central da Espanha em comunicado após o acordo. "Não há maioria parlamentar que possa amparar ou justificar atos ilegais, menos ainda a pretensão de romper a soberania nacional expressa na Constituição."
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Adeus, Brasil cordial
A crise política que vivemos proporciona uma outra leitura sobre o nosso povo. De "homem cordial", o brasileiro passou a "homem troglodita". Sem escalas. De que outra maneira explicar, por exemplo, a agressão ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega em um hospital, em fevereiro do ano passado? Não em um hospital qualquer, o que já seria intolerável, mas no Albert Einstein, instituição de referência no país. Na ocasião, uma grita nacional deveria ter repreendido os que insultaram o ex-ministro em momento de extrema fragilidade, quando ele levava sua mulher, doente, para buscar atendimento. Nada, contudo, aconteceu. Nada. Algumas notícias depois, o assunto morreu, mas o mau exemplo prosseguiu. Mantega foi hostilizado mais duas vezes, não em hospitais, mas em restaurantes. Pouco depois, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha foi insultado, também num restaurante. O mesmo ocorreu com o comediante Gregorio Duvivier. E também com Jaques Wagner, ministro-chefe do gabinete pessoal da presidente Dilma Rousseff. O álcool dá coragem. O disparate chegou a tal ponto que até mesmo o velório de José Eduardo Dutra, ex-presidente nacional do PT, ficou tristemente marcado por ofensas. Panfletos com a inscrição "petista bom é petista morto" foram jogados no local onde o corpo era velado. Talvez em outro país tal ato fosse tratado como um escândalo nacional. Aqui, mais uma vez, nada aconteceu. Insultaram ainda o ex-senador Eduardo Suplicy (acreditam nisso, o Suplicy?) na Livraria Cultura de São Paulo. E a livraria deixou. A Cultura. No Rio, Chico Buarque, acompanhado de amigos (o escritor Eric Nepomuceno e os cineastas Cacá Diegues, Rui Solberg e Miguel Faria Jr.), foi hostilizado na saída de um restaurante por um grupo de jovens antipetistas. Um deles confessou depois ter ido perguntar ao pai quem era mesmo Chico Buarque. Aconteceu alguma coisa? Nada. Poderia citar aqui muitos outros exemplos. Em todos eles, nada aconteceu aos agressores e preconceituosos. Nada. Por ser um ator conhecido e eleitor do PT, sabia que era um alvo fácil e que minha vez não demoraria a chegar. Até que chegou mesmo, em um restaurante (mais uma vez) de São Paulo. Reagi como deu, com um cuspe. Ser chamado de ladrão, ver sua mulher xingada de vagabunda e sua mãe de puta, isso não é muito legal. Usei a juridicamente chamada "retorsão imediata à injúria". O injuriante, que se dizia advogado, deve saber que vai ser processado civil e criminalmente e denunciado à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Os fascistas tentaram transformar os vândalos agressores em vítimas. Mas as "vítimas", caso inédito nos anais da criminalidade, fugiram. Nem eles acreditaram na mentira de seus defensores. Todos esses casos já prefiguravam o golpe que estava por vir, escondido sob a aparente legalidade do processo de impeachment. Eu sinto muito pelos menos favorecidos. Vão entregar o Brasil ao PMDB carioca. De Eduardo Cunha. Do secretário Pedro Paulo Carvalho Teixeira, que bateu na própria mulher. Do prefeito Eduardo Paes, que gastou quase R$ 45 milhões em uma ciclovia que desabou após três meses de uso. De Moreira Franco, talvez o pior governador que o Estado do Rio já teve em sua história. E a outros políticos do mesmo calibre, de outros Estados, de outros partidos, mas muitos com a mesma marca: enroscados na Lava Jato. E o que pesa contra Dilma? Pedaladas. As mesmas que muitos outros políticos também deram. E que, suspeita-se, Antonio Anastasia, agora relator do processo de impeachment de Dilma no Senado, também deu. É tanta hipocrisia, tanto desapego à democracia. Adeus, Brasil cordial. JOSÉ DE ABREU, 69, é ator. Trabalhou, entre outros, nas minisséries "O Tempo e o Vento" (1985) e "Anos Dourados" (1986) e na novela "A Regra do Jogo" (2015/16), da TV Globo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Adeus, Brasil cordialA crise política que vivemos proporciona uma outra leitura sobre o nosso povo. De "homem cordial", o brasileiro passou a "homem troglodita". Sem escalas. De que outra maneira explicar, por exemplo, a agressão ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega em um hospital, em fevereiro do ano passado? Não em um hospital qualquer, o que já seria intolerável, mas no Albert Einstein, instituição de referência no país. Na ocasião, uma grita nacional deveria ter repreendido os que insultaram o ex-ministro em momento de extrema fragilidade, quando ele levava sua mulher, doente, para buscar atendimento. Nada, contudo, aconteceu. Nada. Algumas notícias depois, o assunto morreu, mas o mau exemplo prosseguiu. Mantega foi hostilizado mais duas vezes, não em hospitais, mas em restaurantes. Pouco depois, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha foi insultado, também num restaurante. O mesmo ocorreu com o comediante Gregorio Duvivier. E também com Jaques Wagner, ministro-chefe do gabinete pessoal da presidente Dilma Rousseff. O álcool dá coragem. O disparate chegou a tal ponto que até mesmo o velório de José Eduardo Dutra, ex-presidente nacional do PT, ficou tristemente marcado por ofensas. Panfletos com a inscrição "petista bom é petista morto" foram jogados no local onde o corpo era velado. Talvez em outro país tal ato fosse tratado como um escândalo nacional. Aqui, mais uma vez, nada aconteceu. Insultaram ainda o ex-senador Eduardo Suplicy (acreditam nisso, o Suplicy?) na Livraria Cultura de São Paulo. E a livraria deixou. A Cultura. No Rio, Chico Buarque, acompanhado de amigos (o escritor Eric Nepomuceno e os cineastas Cacá Diegues, Rui Solberg e Miguel Faria Jr.), foi hostilizado na saída de um restaurante por um grupo de jovens antipetistas. Um deles confessou depois ter ido perguntar ao pai quem era mesmo Chico Buarque. Aconteceu alguma coisa? Nada. Poderia citar aqui muitos outros exemplos. Em todos eles, nada aconteceu aos agressores e preconceituosos. Nada. Por ser um ator conhecido e eleitor do PT, sabia que era um alvo fácil e que minha vez não demoraria a chegar. Até que chegou mesmo, em um restaurante (mais uma vez) de São Paulo. Reagi como deu, com um cuspe. Ser chamado de ladrão, ver sua mulher xingada de vagabunda e sua mãe de puta, isso não é muito legal. Usei a juridicamente chamada "retorsão imediata à injúria". O injuriante, que se dizia advogado, deve saber que vai ser processado civil e criminalmente e denunciado à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Os fascistas tentaram transformar os vândalos agressores em vítimas. Mas as "vítimas", caso inédito nos anais da criminalidade, fugiram. Nem eles acreditaram na mentira de seus defensores. Todos esses casos já prefiguravam o golpe que estava por vir, escondido sob a aparente legalidade do processo de impeachment. Eu sinto muito pelos menos favorecidos. Vão entregar o Brasil ao PMDB carioca. De Eduardo Cunha. Do secretário Pedro Paulo Carvalho Teixeira, que bateu na própria mulher. Do prefeito Eduardo Paes, que gastou quase R$ 45 milhões em uma ciclovia que desabou após três meses de uso. De Moreira Franco, talvez o pior governador que o Estado do Rio já teve em sua história. E a outros políticos do mesmo calibre, de outros Estados, de outros partidos, mas muitos com a mesma marca: enroscados na Lava Jato. E o que pesa contra Dilma? Pedaladas. As mesmas que muitos outros políticos também deram. E que, suspeita-se, Antonio Anastasia, agora relator do processo de impeachment de Dilma no Senado, também deu. É tanta hipocrisia, tanto desapego à democracia. Adeus, Brasil cordial. JOSÉ DE ABREU, 69, é ator. Trabalhou, entre outros, nas minisséries "O Tempo e o Vento" (1985) e "Anos Dourados" (1986) e na novela "A Regra do Jogo" (2015/16), da TV Globo * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Frederico Vasconcelos: CNJ procura local para uma nova sede
Precariedade do imóvel atual motivou reclamações desde a mudança do órgão em agosto do ano passado. O Conselho Nacional de Justiça vai procurar um novo local para instalação de sua sede. A medida foi confirmada pelo presidente do CNJ, ministro Ricardo Lewandowski, ... Leia post completo no blog
poder
Frederico Vasconcelos: CNJ procura local para uma nova sedePrecariedade do imóvel atual motivou reclamações desde a mudança do órgão em agosto do ano passado. O Conselho Nacional de Justiça vai procurar um novo local para instalação de sua sede. A medida foi confirmada pelo presidente do CNJ, ministro Ricardo Lewandowski, ... Leia post completo no blog
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Pela manutenção do exame da Ordem
Como sucede em dezenas de países mundo afora, mesmo aqueles conhecidos pela excelência de seu ensino superior, como é o caso dos Estados Unidos, França ou Reino Unido, o graduado em direito - isto é, o bacharel - para se tornar advogado precisa ser aprovado numa prova aplicada pela OAB e conhecida como exame de Ordem. Como afirma com propriedade o Presidente da OAB/SP Marcos da Costa, o exame de Ordem não é um instrumento de proteção da advocacia, mas sim da cidadania, na medida em que visa a assegurar mínima qualificação para aqueles que têm a relevante tarefa de patrocinar direitos alheios. E a importância desse filtro é revelada com a eloquência dos números: a aprovação nunca supera a marca de 20%, e o número de bacharéis que não lograram êxito já passou da casa de 3 milhões. E não se pense que o exame é só para sumidades: sua dificuldade é quando muito mediana. Mas há interesses contrários ao exame, vinculados não à massa dos despreparados, porque eles normalmente são inocentes no despreparo, mas a quem assim os forma, pois esses sim estão conscientes do embuste que vendem à guisa de ensino. É grei poderosa, já que o Brasil é de longe o país que mais cursos de direito possui no mundo - 1.300, na sua maioria abaixo da crítica (os EUA, com população maior, conta com 232, para ficar num exemplo). Fruto da atuação desse influente lobby, os advogados fomos brindados, no dia em que se celebra a nossa profissão, 11 de agosto, com o avanço dessa formidável ameaça ao seu exercício - a aprovação, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, de projeto de lei que extingue a exigência de aprovação no exame de Ordem. O STF já teve a oportunidade de proclamar a constitucionalidade do exame de Ordem: cabe mesmo à lei impor requisitos de qualificação profissional. Mas do alto de sua sabedoria jurídica de engenheiro civil, o Relator na CCJ da Câmara, Deputado Ricardo Barros, decretou que o STF estava errado, e certo ele. Sem temor à gafe, a Excelência diz que o exame, criado, nos moldes atuais, em 1994, somente se justificava "na mentalidade do Império de onde se originou", quando na monarquia não havia nem exame e nem OAB –ao contrário, na linha do ideário da Revolução Francesa, a Constituição de 1824 aboliu as "corporações de ofício". Diz o deputado que se presume qualificado quem concluiu uma faculdade. Mas como se viu dos resultados do exame essa presunção é falsa, e não se pode, por conta dela, inundar o país com profissionais ineptos, que certamente porão a pique o direito dos incautos que lhes confiarem as causas do mesmo modo como naufragaram nos exames que prestaram. Para arrematar, o presidente da Câmara, o notório Deputado Eduardo Cunha (autor ele de um dos projetos contrários à prova), disparou no Facebook, dentre outros vitupérios, que o exame seria "nefasto e corrupto", sendo a OAB "um cartel". A Ordem, como toda instituição humana, merece críticas, mas de cartel não pode ser acusada, pois cartel é um ajuste entre 2 ou mais agentes para burlar a concorrência –não, o nobre deputado tem a língua viperina, mas não sabe bem do que está xingando. Já a acusação contra a lisura do exame é mil vezes leviana. Mas às invectivas do deputado talvez se aplique a resposta do senador Nabuco de Araújo a uma acusação do Visconde de Mauá: quem julga os outros por si mesmo não comete injúria. RICARDO TEPEDINO, advogado, é membro do Conselho Seccional da OAB-SP e sócio do escritório Tepedino, Migliore e Berezowski Advogados * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Pela manutenção do exame da OrdemComo sucede em dezenas de países mundo afora, mesmo aqueles conhecidos pela excelência de seu ensino superior, como é o caso dos Estados Unidos, França ou Reino Unido, o graduado em direito - isto é, o bacharel - para se tornar advogado precisa ser aprovado numa prova aplicada pela OAB e conhecida como exame de Ordem. Como afirma com propriedade o Presidente da OAB/SP Marcos da Costa, o exame de Ordem não é um instrumento de proteção da advocacia, mas sim da cidadania, na medida em que visa a assegurar mínima qualificação para aqueles que têm a relevante tarefa de patrocinar direitos alheios. E a importância desse filtro é revelada com a eloquência dos números: a aprovação nunca supera a marca de 20%, e o número de bacharéis que não lograram êxito já passou da casa de 3 milhões. E não se pense que o exame é só para sumidades: sua dificuldade é quando muito mediana. Mas há interesses contrários ao exame, vinculados não à massa dos despreparados, porque eles normalmente são inocentes no despreparo, mas a quem assim os forma, pois esses sim estão conscientes do embuste que vendem à guisa de ensino. É grei poderosa, já que o Brasil é de longe o país que mais cursos de direito possui no mundo - 1.300, na sua maioria abaixo da crítica (os EUA, com população maior, conta com 232, para ficar num exemplo). Fruto da atuação desse influente lobby, os advogados fomos brindados, no dia em que se celebra a nossa profissão, 11 de agosto, com o avanço dessa formidável ameaça ao seu exercício - a aprovação, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, de projeto de lei que extingue a exigência de aprovação no exame de Ordem. O STF já teve a oportunidade de proclamar a constitucionalidade do exame de Ordem: cabe mesmo à lei impor requisitos de qualificação profissional. Mas do alto de sua sabedoria jurídica de engenheiro civil, o Relator na CCJ da Câmara, Deputado Ricardo Barros, decretou que o STF estava errado, e certo ele. Sem temor à gafe, a Excelência diz que o exame, criado, nos moldes atuais, em 1994, somente se justificava "na mentalidade do Império de onde se originou", quando na monarquia não havia nem exame e nem OAB –ao contrário, na linha do ideário da Revolução Francesa, a Constituição de 1824 aboliu as "corporações de ofício". Diz o deputado que se presume qualificado quem concluiu uma faculdade. Mas como se viu dos resultados do exame essa presunção é falsa, e não se pode, por conta dela, inundar o país com profissionais ineptos, que certamente porão a pique o direito dos incautos que lhes confiarem as causas do mesmo modo como naufragaram nos exames que prestaram. Para arrematar, o presidente da Câmara, o notório Deputado Eduardo Cunha (autor ele de um dos projetos contrários à prova), disparou no Facebook, dentre outros vitupérios, que o exame seria "nefasto e corrupto", sendo a OAB "um cartel". A Ordem, como toda instituição humana, merece críticas, mas de cartel não pode ser acusada, pois cartel é um ajuste entre 2 ou mais agentes para burlar a concorrência –não, o nobre deputado tem a língua viperina, mas não sabe bem do que está xingando. Já a acusação contra a lisura do exame é mil vezes leviana. Mas às invectivas do deputado talvez se aplique a resposta do senador Nabuco de Araújo a uma acusação do Visconde de Mauá: quem julga os outros por si mesmo não comete injúria. RICARDO TEPEDINO, advogado, é membro do Conselho Seccional da OAB-SP e sócio do escritório Tepedino, Migliore e Berezowski Advogados * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Neymar ganha game para celulares, mas sem partidas de futebol
O jogador Neymar ganhou nesta quinta-feira (8) um game para celulares, mas não é um simulador de futebol, como "Fifa 16" ou "Pro Evolution Soccer". O jogo, desenvolvido pela brasileira Smyowl em parceria com a Maurício de Sousa Produções e outras duas empresas, é um misto de "puzzle" e ação com temática futebolística. "Nós queríamos tornar o jogo o mais acessível possível. Se fosse de futebol, teria um público restrito", afirma Maurício Alegretti, dono da Smyowl, em entrevista à Folha na Brasil Game Show, a maior feira de games do país. "Neymar Jr Quest" é similar ao famoso "Candy Crush", em que o jogador precisa fazer sequência de doces no tabuleiro para ganhar pontos e avançar. No game do atleta, que tem o personagem desenhado no mesmo estilo da "Turma da Mônica", é preciso unir bolas e outros itens típicos do esporte. O game segue a história produzida por Maurício de Sousa nas tirinhas sobre o jogador. O vilão Mago Ranzinza rouba a coleção de bolas do jogador – que as de fato junta na vida real. Assim, Neymar fica fraco e perde sua habilidade futebolística. O objetivo do game é atravessar dezenas de fases, recuperando as bolas e enfrentando inimigos poderosos. A cada 20 fases, há um chefe, um oponente ainda mais forte, em que é preciso usar estratégia para derrotá-lo. Para vencer esses adversários, a pessoa pode comprar, com dinheiro real, equipamentos mais poderosos ou o direito a ter mais jogadas para chegar ao objetivo necessário. O game em si é gratuito. "Ninguém precisa comprar nada para terminá-lo", diz Alegretti. "Mas o jogador que quiser pode conseguir alguns atalhos." Outra falta no jogo são as gírias típicas do jogador. Para recuperar a coleção de bolas, ele monta um time, mas jamais chama seus aliados de "parças", conforme o atleta faria. Também não espere ouvi-lo falar "é tóis", no game. Alegretti diz que Neymar, o atleta, sabe do jogo, mas não se envolveu no seu desenvolvimento. "Eu queria conhecê-lo, mas não consegui". Quem cuidou da produção foi a equipe que gerencia a carreira do astro do Barcelona e da seleção brasileira. "Neymar Jr Quest" está disponível para Android, iOS e Windows Phone.
tec
Neymar ganha game para celulares, mas sem partidas de futebolO jogador Neymar ganhou nesta quinta-feira (8) um game para celulares, mas não é um simulador de futebol, como "Fifa 16" ou "Pro Evolution Soccer". O jogo, desenvolvido pela brasileira Smyowl em parceria com a Maurício de Sousa Produções e outras duas empresas, é um misto de "puzzle" e ação com temática futebolística. "Nós queríamos tornar o jogo o mais acessível possível. Se fosse de futebol, teria um público restrito", afirma Maurício Alegretti, dono da Smyowl, em entrevista à Folha na Brasil Game Show, a maior feira de games do país. "Neymar Jr Quest" é similar ao famoso "Candy Crush", em que o jogador precisa fazer sequência de doces no tabuleiro para ganhar pontos e avançar. No game do atleta, que tem o personagem desenhado no mesmo estilo da "Turma da Mônica", é preciso unir bolas e outros itens típicos do esporte. O game segue a história produzida por Maurício de Sousa nas tirinhas sobre o jogador. O vilão Mago Ranzinza rouba a coleção de bolas do jogador – que as de fato junta na vida real. Assim, Neymar fica fraco e perde sua habilidade futebolística. O objetivo do game é atravessar dezenas de fases, recuperando as bolas e enfrentando inimigos poderosos. A cada 20 fases, há um chefe, um oponente ainda mais forte, em que é preciso usar estratégia para derrotá-lo. Para vencer esses adversários, a pessoa pode comprar, com dinheiro real, equipamentos mais poderosos ou o direito a ter mais jogadas para chegar ao objetivo necessário. O game em si é gratuito. "Ninguém precisa comprar nada para terminá-lo", diz Alegretti. "Mas o jogador que quiser pode conseguir alguns atalhos." Outra falta no jogo são as gírias típicas do jogador. Para recuperar a coleção de bolas, ele monta um time, mas jamais chama seus aliados de "parças", conforme o atleta faria. Também não espere ouvi-lo falar "é tóis", no game. Alegretti diz que Neymar, o atleta, sabe do jogo, mas não se envolveu no seu desenvolvimento. "Eu queria conhecê-lo, mas não consegui". Quem cuidou da produção foi a equipe que gerencia a carreira do astro do Barcelona e da seleção brasileira. "Neymar Jr Quest" está disponível para Android, iOS e Windows Phone.
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Fotógrafo registra parques nacionais pelo Brasil; veja imagens
Os parques nacionais são a paixão do fotógrafo e engenheiro químico sergipano Príamo Melo, 43. Em nove anos de viagens, já registrou as paisagens de 13 deles, espalhados por quatro países: Brasil, Estados Unidos, Inglaterra e Namíbia. "Um dos objetivos dos parques é fazer com que seus visitantes percebam a necessidade de se proteger a natureza. O fotógrafo também tem um papel importante nessa missão: fazer imagens das belezas naturais que sensibilizem as pessoas", diz. Para fazer boas fotos de paisagens, é recomendável ter o espírito aventureiro. Em 2015, Melo embarcou em uma trilha de três dias entre as cidades de Petrópolis e Teresópolis, ambas na região serrana do Rio de Janeiro, com todos os equipamentos fotográficos nas costas em busca de bons cliques. Um dos 'prêmios' da expedição, feita com um grupo de montanhistas-fotógrafos, foi uma foto do amanhecer a partir dos "Portais de Hércules", mirante no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. "O lugar é de uma beleza ímpar, e seu nascer do sol é espetacular", conta. Os parques nacionais da Tijuca (RJ), de Jericoacoara (CE), da Chapada dos Veadeiros (GO) e o de Fernando de Noronha (PE) também estão na lista de destinos já visitados pelo engenheiro no Brasil, que pretende fazer a próxima viagem para a Chapada Diamantina (BA). Mas será que ser engenheiro químico ajuda de alguma forma na arte da fotografia? "Contribui para que eu tenha um rigor técnico, que vai influenciar na qualidade final, mas é o lado emocional que vai criar uma imagem de impacto que emocione as pessoas", afirma. As fotos do acervo de Melo podem ser vistas em seus perfis no Instagram e no Flickr. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Animais da África, por Ana Zinger Praias do Ceará, por Marco Ankosqui Zellfie já visitou 69 países Bichos do Brasil, por Cristian Dimitrius Águas de Florianópolis, por Luciana Freire Ribeirinhos da Amazônia, por Analu Buchmann Pontos inusitados de Nova York, por Rodrigo Paiva Cabo Polonio, por Vitor Monteiro Lado 'zen' do Japão, por Jefferson Kimura Animais de Galápagos, por Carolina Daffara
turismo
Fotógrafo registra parques nacionais pelo Brasil; veja imagensOs parques nacionais são a paixão do fotógrafo e engenheiro químico sergipano Príamo Melo, 43. Em nove anos de viagens, já registrou as paisagens de 13 deles, espalhados por quatro países: Brasil, Estados Unidos, Inglaterra e Namíbia. "Um dos objetivos dos parques é fazer com que seus visitantes percebam a necessidade de se proteger a natureza. O fotógrafo também tem um papel importante nessa missão: fazer imagens das belezas naturais que sensibilizem as pessoas", diz. Para fazer boas fotos de paisagens, é recomendável ter o espírito aventureiro. Em 2015, Melo embarcou em uma trilha de três dias entre as cidades de Petrópolis e Teresópolis, ambas na região serrana do Rio de Janeiro, com todos os equipamentos fotográficos nas costas em busca de bons cliques. Um dos 'prêmios' da expedição, feita com um grupo de montanhistas-fotógrafos, foi uma foto do amanhecer a partir dos "Portais de Hércules", mirante no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. "O lugar é de uma beleza ímpar, e seu nascer do sol é espetacular", conta. Os parques nacionais da Tijuca (RJ), de Jericoacoara (CE), da Chapada dos Veadeiros (GO) e o de Fernando de Noronha (PE) também estão na lista de destinos já visitados pelo engenheiro no Brasil, que pretende fazer a próxima viagem para a Chapada Diamantina (BA). Mas será que ser engenheiro químico ajuda de alguma forma na arte da fotografia? "Contribui para que eu tenha um rigor técnico, que vai influenciar na qualidade final, mas é o lado emocional que vai criar uma imagem de impacto que emocione as pessoas", afirma. As fotos do acervo de Melo podem ser vistas em seus perfis no Instagram e no Flickr. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Animais da África, por Ana Zinger Praias do Ceará, por Marco Ankosqui Zellfie já visitou 69 países Bichos do Brasil, por Cristian Dimitrius Águas de Florianópolis, por Luciana Freire Ribeirinhos da Amazônia, por Analu Buchmann Pontos inusitados de Nova York, por Rodrigo Paiva Cabo Polonio, por Vitor Monteiro Lado 'zen' do Japão, por Jefferson Kimura Animais de Galápagos, por Carolina Daffara
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Audiência do Oscar cai 16% em relação à edição 2014; é a menor desde 2009
A transmissão da cerimônia do Oscar neste domingo à noite (22), pela rede ABC, atraiu 16% a menos de telespectadores do que em 2014, mostram dados da medidora Nielsen. Os dados da Nielsen mostraram nesta segunda-feira que a audiência ficou em 36,6 milhões de pessoas nos Estados Unidos, uma preocupante queda para a ABC, que pertence à Walt Disney, já que o evento é sua maior atração anual. A ABC bancou o ator Neil Patrick Harris, elogiado por seu desempenho como apresentador das premiações de TV Emmy e de teatro Tony, para incrementar ainda mais o impulso dado pela comediante Ellen DeGeneres, que ajudou a atrair os 43,7 milhões de telespectadores que sintonizaram a cerimônia do Oscar no ano passado, a maior audiência desde 2000. A apresentação do Oscar atrai anualmente a maior audiência não esportiva da TV dos EUA, mas o show deste ano atraiu o menor número de telespectadores desde 2009. A fraca bilheteria dos principais indicados foi apontada como um fator para explicar a diminuição —dos indicados a melhor filme, só "Sniper Americano" pode ser considerado um sucesso nos EUA. Harris, de 41 anos, que possui um grande número de fãs entre os jovens por ter sido um dos astros do sitcom "Como Eu Conheci Sua Mãe", foi visto como uma possível ponte entre os espectadores mais velhos e as audiências mais jovens, mais perseguidas pelos anunciantes. Os produtores Craig Zadan e Neil Meron, agora em sua terceira temporada à frente da cerimônia do Oscar, apostaram em grandes números musicais, como o tributo de Lady Gaga à música tema de "A Noviça Rebelde" e uma abertura cheia de som e dança, mas que falhou em extrair uma grande ovação da plateia repleta de celebridades.
ilustrada
Audiência do Oscar cai 16% em relação à edição 2014; é a menor desde 2009A transmissão da cerimônia do Oscar neste domingo à noite (22), pela rede ABC, atraiu 16% a menos de telespectadores do que em 2014, mostram dados da medidora Nielsen. Os dados da Nielsen mostraram nesta segunda-feira que a audiência ficou em 36,6 milhões de pessoas nos Estados Unidos, uma preocupante queda para a ABC, que pertence à Walt Disney, já que o evento é sua maior atração anual. A ABC bancou o ator Neil Patrick Harris, elogiado por seu desempenho como apresentador das premiações de TV Emmy e de teatro Tony, para incrementar ainda mais o impulso dado pela comediante Ellen DeGeneres, que ajudou a atrair os 43,7 milhões de telespectadores que sintonizaram a cerimônia do Oscar no ano passado, a maior audiência desde 2000. A apresentação do Oscar atrai anualmente a maior audiência não esportiva da TV dos EUA, mas o show deste ano atraiu o menor número de telespectadores desde 2009. A fraca bilheteria dos principais indicados foi apontada como um fator para explicar a diminuição —dos indicados a melhor filme, só "Sniper Americano" pode ser considerado um sucesso nos EUA. Harris, de 41 anos, que possui um grande número de fãs entre os jovens por ter sido um dos astros do sitcom "Como Eu Conheci Sua Mãe", foi visto como uma possível ponte entre os espectadores mais velhos e as audiências mais jovens, mais perseguidas pelos anunciantes. Os produtores Craig Zadan e Neil Meron, agora em sua terceira temporada à frente da cerimônia do Oscar, apostaram em grandes números musicais, como o tributo de Lady Gaga à música tema de "A Noviça Rebelde" e uma abertura cheia de som e dança, mas que falhou em extrair uma grande ovação da plateia repleta de celebridades.
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Casal de atores 'faz a América' na TV e indica quatro destinos no continente
O casal de atores Amanda Richter e Max Fercondini estreou, no último sábado (27), no programa "Como Será?", da Globo, o quadro de viagem "América do Sul Sobre Rodas". A base para a série, que terá dez episódios, foi uma viagem que os dois fizeram, a bordo de um motorhome, por quase todo o continente –eles saíram de Chuí (RS) e, ao longo de quase 20 mil quilômetros, passaram por Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Equador e Colômbia. A iniciativa também vai virar um livro, para o qual os dois criaram um projeto de financiamento coletivo (catarse.me/sobrerodas ). Os dois destacam aqui alguns dos destinos sul-americanos mais marcantes vistos ao longo da viagem. * Vírus da zika afeta setor turístico em Cingapura e Miami Depois de afetar o turismo no Brasil no início deste ano, quando países desestimularam seus cidadãos a viajarem para cá, o vírus da zika gera agora efeitos em outros destinos. O último foi Cingapura. Os 82 casos da doença no país fizeram Austrália, Taiwan, Coreia do Sul e Estados Unidos pedirem que mulheres grávidas evitem o local, que recebe diversos voos rumo à Ásia. Mais de 55 milhões de pessoas passam pelo aeroporto Changi todos os anos. Em Miami, nos Estados Unidos, onde casos de zika foram confirmados, hotéis reservaram 2,9% menos quartos no distrito central. Simultaneamente à queda, as tarifas aéreas ficaram mais baratas para o destino. Os parques de diversões têm distribuído repelente aos frequentadores. * Menos da metade dos quartos do Rio são ocupados para a Paraolimpíada Ao contrário do que aconteceu na Olimpíada, quando os hotéis do Rio de Janeiro ficaram praticamente lotados por três semanas, a ocupação média de leitos na cidade não chegou à metade para a Paraolimpíada, que começa no próximo dia 7. Segundo pesquisa da ABIH-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), concluída na terça-feira (30), a ocupação está em 49,30% –o número é menor do que a média para setembro, que costuma registrar em torno de 65%. O local com maior número de turistas hospedados é a Barra da Tijuca, com 67,61% de lotação. Ipanema e Leblon têm pouco mais de 55%, enquanto Copacabana e Leme pouco passam dos 47%. * HUGO FRANÇA, designer * * O "Turismo" prepara uma seleção de dicas, novidades e eventos todas as semanas. "Sobrevoo" também responde a perguntas feitas por leitores e publica fotos de viagem. Para colaborar, envie e-mail para turismo@grupofolha.com.br.
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Casal de atores 'faz a América' na TV e indica quatro destinos no continenteO casal de atores Amanda Richter e Max Fercondini estreou, no último sábado (27), no programa "Como Será?", da Globo, o quadro de viagem "América do Sul Sobre Rodas". A base para a série, que terá dez episódios, foi uma viagem que os dois fizeram, a bordo de um motorhome, por quase todo o continente –eles saíram de Chuí (RS) e, ao longo de quase 20 mil quilômetros, passaram por Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Equador e Colômbia. A iniciativa também vai virar um livro, para o qual os dois criaram um projeto de financiamento coletivo (catarse.me/sobrerodas ). Os dois destacam aqui alguns dos destinos sul-americanos mais marcantes vistos ao longo da viagem. * Vírus da zika afeta setor turístico em Cingapura e Miami Depois de afetar o turismo no Brasil no início deste ano, quando países desestimularam seus cidadãos a viajarem para cá, o vírus da zika gera agora efeitos em outros destinos. O último foi Cingapura. Os 82 casos da doença no país fizeram Austrália, Taiwan, Coreia do Sul e Estados Unidos pedirem que mulheres grávidas evitem o local, que recebe diversos voos rumo à Ásia. Mais de 55 milhões de pessoas passam pelo aeroporto Changi todos os anos. Em Miami, nos Estados Unidos, onde casos de zika foram confirmados, hotéis reservaram 2,9% menos quartos no distrito central. Simultaneamente à queda, as tarifas aéreas ficaram mais baratas para o destino. Os parques de diversões têm distribuído repelente aos frequentadores. * Menos da metade dos quartos do Rio são ocupados para a Paraolimpíada Ao contrário do que aconteceu na Olimpíada, quando os hotéis do Rio de Janeiro ficaram praticamente lotados por três semanas, a ocupação média de leitos na cidade não chegou à metade para a Paraolimpíada, que começa no próximo dia 7. Segundo pesquisa da ABIH-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), concluída na terça-feira (30), a ocupação está em 49,30% –o número é menor do que a média para setembro, que costuma registrar em torno de 65%. O local com maior número de turistas hospedados é a Barra da Tijuca, com 67,61% de lotação. Ipanema e Leblon têm pouco mais de 55%, enquanto Copacabana e Leme pouco passam dos 47%. * HUGO FRANÇA, designer * * O "Turismo" prepara uma seleção de dicas, novidades e eventos todas as semanas. "Sobrevoo" também responde a perguntas feitas por leitores e publica fotos de viagem. Para colaborar, envie e-mail para turismo@grupofolha.com.br.
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'Não vou comer foie gras escondido', diz o jurado francês do Masterchef
"Eu vou fazer o quê? Não vou comer foie gras escondido", disse o chef francês Erick Jacquin, jurado do Masterchef, sobre a proibição do foie gras na cidade de São Paulo. O prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou, na noite desta quinta-feira (25), a lei que proíbe a produção e a venda de foie gras na cidade de São Paulo. O projeto, apresentado pelo vereador Laércio Benko (PHS) em 2013, havia sido aprovado por unanimidade na Câmara no último dia 13 de maio. A expectativa era que o prefeito vetasse o texto definido como inconstitucional pela Procuradoria Geral do Município. O órgão afirmou que o governo da cidade deve tratar de questões locais –não caberia à prefeitura legislar sobre o comércio de um produto, mas sim à União. "Isso não vai mudar a minha vida", disse o chef francês. "Eu não vou mais cozinhar e vender foie gras: vou aceitar e cumprir a lei. Mas eu espero que o prefeito tome atitudes também em outros temas políticos. Porque eu não sei se isso vai melhorar a cidade." Segundo Jacquin, a cozinha francesa continuará sendo boa. "Ninguém vai morrer porque não vai ter mais foie gras, vamos continuar cozinhando muito bem. O mercado deste ingrediente é muito pequeno. Preocupante é a situação do produtor, que investiu no negócio e agora vai perder dinheiro."
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'Não vou comer foie gras escondido', diz o jurado francês do Masterchef"Eu vou fazer o quê? Não vou comer foie gras escondido", disse o chef francês Erick Jacquin, jurado do Masterchef, sobre a proibição do foie gras na cidade de São Paulo. O prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou, na noite desta quinta-feira (25), a lei que proíbe a produção e a venda de foie gras na cidade de São Paulo. O projeto, apresentado pelo vereador Laércio Benko (PHS) em 2013, havia sido aprovado por unanimidade na Câmara no último dia 13 de maio. A expectativa era que o prefeito vetasse o texto definido como inconstitucional pela Procuradoria Geral do Município. O órgão afirmou que o governo da cidade deve tratar de questões locais –não caberia à prefeitura legislar sobre o comércio de um produto, mas sim à União. "Isso não vai mudar a minha vida", disse o chef francês. "Eu não vou mais cozinhar e vender foie gras: vou aceitar e cumprir a lei. Mas eu espero que o prefeito tome atitudes também em outros temas políticos. Porque eu não sei se isso vai melhorar a cidade." Segundo Jacquin, a cozinha francesa continuará sendo boa. "Ninguém vai morrer porque não vai ter mais foie gras, vamos continuar cozinhando muito bem. O mercado deste ingrediente é muito pequeno. Preocupante é a situação do produtor, que investiu no negócio e agora vai perder dinheiro."
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Defensor do acesso à informação, criador da Wikipedia vem a São Paulo
O empreendedor americano Jimmy Wales, nome mais conhecido por trás da criação da enciclopédia on-line colaborativa e gratuita Wikipedia, fará uma palestra em São Paulo na noite desta quarta (24). Ele é o segundo conferencista da temporada 2015 do ciclo de debates Fronteiras do Pensamento, que traz grandes pensadores da atualidade para explorar, neste ano, o tema "Como Viver Juntos?". Leia mais aqui
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Defensor do acesso à informação, criador da Wikipedia vem a São PauloO empreendedor americano Jimmy Wales, nome mais conhecido por trás da criação da enciclopédia on-line colaborativa e gratuita Wikipedia, fará uma palestra em São Paulo na noite desta quarta (24). Ele é o segundo conferencista da temporada 2015 do ciclo de debates Fronteiras do Pensamento, que traz grandes pensadores da atualidade para explorar, neste ano, o tema "Como Viver Juntos?". Leia mais aqui
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Coreia do Sul faz teste militar para aumentar defesa contra Pyongyang
A Coreia do Sul realizou nesta quarta-feira (13) o seu primeiro exercício de fogo real com um míssil de cruzeiro que deve reforçar a capacidade do país de realizar um ataque preventivo contra o vizinho norte-coreano. De acordo com o Exército da Coreia do Sul, o míssil Taurus, disparado de um caça F-15, voou a baixa altitude antes de atingir com sucesso um alvo na costa ocidental do país. O projétil, de fabricação alemã, pode viajar por até 500 quilômetros e conta com tecnologia que evita a sua detecção por radares. Segundo a agência de notícias Associated Press, Seul não descarta realizar um ataque preventivo contra o regime norte-coreano para frustrar um eventual ataque nuclear do vizinho. A Coreia do Sul tem acelerado os seus esforços para ampliar a sua capacidade militar após uma série de testes nucleares realizados pelo ditador norte-coreano, Kim Jong-un. O último deles, no dia 3 de setembro, foi o mais potente e importante. Segundo Pyongyang, a atividade contou com uma bomba de hidrogênio capaz de ser transportada por uma ogiva de míssil. Na segunda (11), a ONU impôs a oitava rodada de sanções contra a Coreia do Norte por seu programa nuclear desde julho de 2006. A medida proíbe as exportações têxteis de Pyongyang e restringe o seu abastecimento em petróleo e gás. A resolução incomodou o regime norte-coreano, que afirmou na terça (12) que os Estados Unidos enfrentarão em breve "a maior dor"   que já sentiram. Nesta quarta, Pyongyang voltou a reagir e disse que vai acelerar o seu programa militar. Assista ao vídeo RADIAÇÃO Também nesta quarta, a Coreia do Sul afirmou ter detectado uma pequena quantidade de radiação no ar após o último teste realizado pela Coreia do Norte. A Comissão de Segurança Nuclear do país disse que a descoberta do isótopo xenon-133 está ligado ao recente teste, mas não conseguiu detectar qual tipo de bomba foi detonada. Relatório divulgado pela organização americana 38 North indica também que o teste pode ter sido mais potente do que o inicialmente estimado, com potência aproximada de 250 quilotons, sendo equivalente a cerca de 16 vezes a força da bomba atômica que destruiu a cidade japonesa de Hiroshima em 1945. Logo após o teste, o governo sul-coreano estimou a sua potência em 50 quilotons, ou três vezes mais a bomba americana que destruiu Hiroshima. Seul acredita também que Pyongyang está melhorando a sua capacidade de ocultar as suas atividades nucleares, tornando a radioatividade menos detectável de longe. O regime norte-coreano tem tornado mais eficaz também a sua capacidade armamentista. O país alega ter a capacidade de produzir mísseis nucleares e de atingir todo o território dos Estados Unidos.
mundo
Coreia do Sul faz teste militar para aumentar defesa contra PyongyangA Coreia do Sul realizou nesta quarta-feira (13) o seu primeiro exercício de fogo real com um míssil de cruzeiro que deve reforçar a capacidade do país de realizar um ataque preventivo contra o vizinho norte-coreano. De acordo com o Exército da Coreia do Sul, o míssil Taurus, disparado de um caça F-15, voou a baixa altitude antes de atingir com sucesso um alvo na costa ocidental do país. O projétil, de fabricação alemã, pode viajar por até 500 quilômetros e conta com tecnologia que evita a sua detecção por radares. Segundo a agência de notícias Associated Press, Seul não descarta realizar um ataque preventivo contra o regime norte-coreano para frustrar um eventual ataque nuclear do vizinho. A Coreia do Sul tem acelerado os seus esforços para ampliar a sua capacidade militar após uma série de testes nucleares realizados pelo ditador norte-coreano, Kim Jong-un. O último deles, no dia 3 de setembro, foi o mais potente e importante. Segundo Pyongyang, a atividade contou com uma bomba de hidrogênio capaz de ser transportada por uma ogiva de míssil. Na segunda (11), a ONU impôs a oitava rodada de sanções contra a Coreia do Norte por seu programa nuclear desde julho de 2006. A medida proíbe as exportações têxteis de Pyongyang e restringe o seu abastecimento em petróleo e gás. A resolução incomodou o regime norte-coreano, que afirmou na terça (12) que os Estados Unidos enfrentarão em breve "a maior dor"   que já sentiram. Nesta quarta, Pyongyang voltou a reagir e disse que vai acelerar o seu programa militar. Assista ao vídeo RADIAÇÃO Também nesta quarta, a Coreia do Sul afirmou ter detectado uma pequena quantidade de radiação no ar após o último teste realizado pela Coreia do Norte. A Comissão de Segurança Nuclear do país disse que a descoberta do isótopo xenon-133 está ligado ao recente teste, mas não conseguiu detectar qual tipo de bomba foi detonada. Relatório divulgado pela organização americana 38 North indica também que o teste pode ter sido mais potente do que o inicialmente estimado, com potência aproximada de 250 quilotons, sendo equivalente a cerca de 16 vezes a força da bomba atômica que destruiu a cidade japonesa de Hiroshima em 1945. Logo após o teste, o governo sul-coreano estimou a sua potência em 50 quilotons, ou três vezes mais a bomba americana que destruiu Hiroshima. Seul acredita também que Pyongyang está melhorando a sua capacidade de ocultar as suas atividades nucleares, tornando a radioatividade menos detectável de longe. O regime norte-coreano tem tornado mais eficaz também a sua capacidade armamentista. O país alega ter a capacidade de produzir mísseis nucleares e de atingir todo o território dos Estados Unidos.
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Tailândia busca suspeito visto em vídeo no local do ataque em Bancoc
As autoridades da Tailândia divulgaram nesta terça-feira (18) imagens que mostram um homem que teria sido o autor do atentado´ que atingiu na segunda (17) um templo hindu em Bancoc, deixando ao menos 20 mortos e 126 feridos. Nos vídeos das câmeras de segurança de locais próximos ao templo Erawan, um homem de camiseta amarela e óculos aparece deixando uma mochila preta embaixo de um banco em uma área próxima ao templo. A polícia afirma que a imagem do homem se repete em outras câmeras, motivo pelo qual se pode inferir que ele seja o autor. "É muito claro que ele quem cometeu o crime", disse o porta-voz da polícia, Prawut Thavornsiri. Segundo o representante dos agentes, o suposto autor saiu do local de mototáxi minutos após deixar a mochila com a bomba. Para os investigadores, a bomba foi montada na Tailândia e seus materiais foram comprados no país. Veja vídeo O chefe da junta militar, Prayut Chao-ocha, disse que os autores querem prejudicar o país. "Este é um movimento que provavelmente deseja ter vantagem política, e destruir a economia, o turismo, dentre outras coisas". Nenhum grupo reivindicou o ataque. Dentre os principais suspeitos estão integrantes contrários à ditadura militar e insurgentes muçulmanos do sul do país, embora a ação não siga o padrão usado por estes últimos. A polícia também suspeita que uigures, etnia islâmica da província separatista de Xinjiang, na China, possam estar por trás da ação. No mês passado, a Tailândia deportou 109 uigures de volta para o território chinês. Os moradores de Bancoc tomaram outro susto nesta terça quando uma pequena bomba explodiu após ser atirada de uma ponte, sem deixar feridos. A polícia ainda tenta descobrir se há ligação entre as duas ações. PERÍCIA Nesta terça, a polícia continuou sua perícia pelo local do acidente, tentando encontrar qualquer vestígio que leve aos autores do ataque contra um dos cruzamentos mais movimentados e frequentados por turistas na cidade. O ataque atingiu também o mercado financeiro do país. O baht tailandês caiu para a menor cotação em seis anos, diante do temor de que o atentado reduza o número de turistas que vão ao país. Dentre os 20 mortos, estão cinco tailandeses, dois chineses, dois cidadãos de Hong Kong, um britânico, dois malaios, um cingapuriano, um indonésio e um filipino. A China pediu à Tailândia investigação rigorosa do ataque. Nos últimos anos, a Tailândia passou por uma crise política que levou ao golpe de Estado contra a primeira-ministra Yingluck Shinawatra, em 2014. Em seu lugar, assumiu a junta militar que controla o país atualmente. O irmão de Yingluck, o também ex-chefe de governo Thaksin Shinawatra, descartou qualquer relação com os ataques em Bancoc.
mundo
Tailândia busca suspeito visto em vídeo no local do ataque em BancocAs autoridades da Tailândia divulgaram nesta terça-feira (18) imagens que mostram um homem que teria sido o autor do atentado´ que atingiu na segunda (17) um templo hindu em Bancoc, deixando ao menos 20 mortos e 126 feridos. Nos vídeos das câmeras de segurança de locais próximos ao templo Erawan, um homem de camiseta amarela e óculos aparece deixando uma mochila preta embaixo de um banco em uma área próxima ao templo. A polícia afirma que a imagem do homem se repete em outras câmeras, motivo pelo qual se pode inferir que ele seja o autor. "É muito claro que ele quem cometeu o crime", disse o porta-voz da polícia, Prawut Thavornsiri. Segundo o representante dos agentes, o suposto autor saiu do local de mototáxi minutos após deixar a mochila com a bomba. Para os investigadores, a bomba foi montada na Tailândia e seus materiais foram comprados no país. Veja vídeo O chefe da junta militar, Prayut Chao-ocha, disse que os autores querem prejudicar o país. "Este é um movimento que provavelmente deseja ter vantagem política, e destruir a economia, o turismo, dentre outras coisas". Nenhum grupo reivindicou o ataque. Dentre os principais suspeitos estão integrantes contrários à ditadura militar e insurgentes muçulmanos do sul do país, embora a ação não siga o padrão usado por estes últimos. A polícia também suspeita que uigures, etnia islâmica da província separatista de Xinjiang, na China, possam estar por trás da ação. No mês passado, a Tailândia deportou 109 uigures de volta para o território chinês. Os moradores de Bancoc tomaram outro susto nesta terça quando uma pequena bomba explodiu após ser atirada de uma ponte, sem deixar feridos. A polícia ainda tenta descobrir se há ligação entre as duas ações. PERÍCIA Nesta terça, a polícia continuou sua perícia pelo local do acidente, tentando encontrar qualquer vestígio que leve aos autores do ataque contra um dos cruzamentos mais movimentados e frequentados por turistas na cidade. O ataque atingiu também o mercado financeiro do país. O baht tailandês caiu para a menor cotação em seis anos, diante do temor de que o atentado reduza o número de turistas que vão ao país. Dentre os 20 mortos, estão cinco tailandeses, dois chineses, dois cidadãos de Hong Kong, um britânico, dois malaios, um cingapuriano, um indonésio e um filipino. A China pediu à Tailândia investigação rigorosa do ataque. Nos últimos anos, a Tailândia passou por uma crise política que levou ao golpe de Estado contra a primeira-ministra Yingluck Shinawatra, em 2014. Em seu lugar, assumiu a junta militar que controla o país atualmente. O irmão de Yingluck, o também ex-chefe de governo Thaksin Shinawatra, descartou qualquer relação com os ataques em Bancoc.
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Bispo que pregou 'pisar a cabeça da jararaca' é promovido pelo papa
Dom Darci José Nicioli, bispo-auxiliar de Aparecida que ganhou fama na internet após dizer que os fiéis deveriam pedir "a graça de pisar à cabeça da serpente", foi promovido pelo papa Francisco. Ele fez o polêmico sermão dias após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comparar a uma jararaca. Ele se tornará arcebispo de Diamantina e comandará uma arquidiocese com 37 municípios e quase dois milhões de habitantes. A notícia foi divulgada nesta quarta-feira (9) por sites de notícias ligados à Igreja Católica. A promoção foi oficializada dias após o bispo dizer, durante uma missa na basílica de Aparecida, que os fieis deveriam pedir "a graça de "pisar a cabeça da serpente". "Peça, meu irmão e minha irmã, a graça de pisar a cabeça da serpente. De todas as víboras que existem e persistem em nossas vidas", pregou. "Daqueles que se autodenominam jararacas. Pisar a cabeça da serpente. Vencer o mal pelo bem, por Cristo nosso Senhor", concluiu. O bispo fez esse sermão após o ex-presidente Lula insinuar a militantes e jornalistas que a Lava Jato havia falhado na intenção de destruir sua reputação. "Se tentaram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve", afirmou.
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Bispo que pregou 'pisar a cabeça da jararaca' é promovido pelo papaDom Darci José Nicioli, bispo-auxiliar de Aparecida que ganhou fama na internet após dizer que os fiéis deveriam pedir "a graça de pisar à cabeça da serpente", foi promovido pelo papa Francisco. Ele fez o polêmico sermão dias após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comparar a uma jararaca. Ele se tornará arcebispo de Diamantina e comandará uma arquidiocese com 37 municípios e quase dois milhões de habitantes. A notícia foi divulgada nesta quarta-feira (9) por sites de notícias ligados à Igreja Católica. A promoção foi oficializada dias após o bispo dizer, durante uma missa na basílica de Aparecida, que os fieis deveriam pedir "a graça de "pisar a cabeça da serpente". "Peça, meu irmão e minha irmã, a graça de pisar a cabeça da serpente. De todas as víboras que existem e persistem em nossas vidas", pregou. "Daqueles que se autodenominam jararacas. Pisar a cabeça da serpente. Vencer o mal pelo bem, por Cristo nosso Senhor", concluiu. O bispo fez esse sermão após o ex-presidente Lula insinuar a militantes e jornalistas que a Lava Jato havia falhado na intenção de destruir sua reputação. "Se tentaram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve", afirmou.
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Delegado-geral de SP contesta reportagem sobre elo com a Lava Jato
O Delegado Geral de Polícia de São Paulo, Youssef Abou Chahin, repudia a forma leviana, tendenciosa e equivocada da reportagem "Delegado-geral de SP é investigado por relações com delatores da Lava Jato", que tenta relacionar seu nome, de maneira irresponsável, com irregularidades inexistentes. A reportagem se baseia em uma investigação do Ministério Público de Estado de São Paulo que já foi concluída e está para ser arquivada pela Justiça. No dia 30 de junho último, o subprocurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, Nilo Spinola Salgado Filho, propôs o arquivamento do caso à Justiça por não existir quaisquer indícios de relacionamento do Delegado Geral com atos praticados por dois delatores da Lava Jato. Cabe destacar que a Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo permite que policiais civis possam tem participação acionária em empresas, desde que não sejam administradores. No despacho, o Subprocurador afirma textualmente que o arquivamento, que já estava proposto, não foi abalado pela reportagem televisiva veiculada pelo Jornal da Band, em 16 de junho de 2016, relacionada com o mesmo tema. Portanto, é inverídica a informação da reportagem de que o Ministério Público de São Paulo teria desistido do arquivamento. Outro equívoco cometido pelo autor da reportagem foi a afirmação de que o "delegado havia saído formalmente da Oregon Blindados porque sua participação era investigada pelo Estado (....) porque o então chefe do Deic (Departamento de Estadual de Investigações Criminais) participava de uma empresa de segurança privada", o que poderia configurar conflito de interesses. No entanto, a Oregon Blindados nunca atuou no ramo de segurança privada. Youssef Chahin transferiu suas cotas em 2008. Não houve qualquer contato do repórter Reynaldo Turollo Jr com a DGP nas últimas semanas. Se procurada, teria informado da propositura de arquivamento da investigação pelo Ministério Público e sua matéria não teria mais fundamento para publicação. FABÍOLA DE OLIVEIRA ALVES, delegada de polícia da comunicação da Delegacia-Geral de Polícia (São Paulo, SP) * RESPOSTA DO JORNALISTA REYNALDO TUROLLO JR.- As apurações do Ministério Público estadual e federal são mencionadas, mas não são o fundamento da reportagem, diferentemente do que diz a missivista. O texto é sobre as relações de Youssef Chahin com dois delatores da Lava Jato e não faz insinuações. A saída de Chahin da Oregon Blindados ocorreu em 2007, seis dias após a Folha revelar que a empresa anunciava serviços de segurança privada, como atuação em casos de sequestro. Hoje, estão em andamento duas apurações sobre as empresas de Chahin ligadas aos delatores: uma no MPF e outra no Ministério Público do Estado, na área cível. Sobre o inquérito criminal no órgão estadual, os responsáveis haviam desistido de arquivá-lo, mas voltaram atrás e pediram à Justiça novo arquivamento. A informação foi corrigida no texto. - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Delegado-geral de SP contesta reportagem sobre elo com a Lava JatoO Delegado Geral de Polícia de São Paulo, Youssef Abou Chahin, repudia a forma leviana, tendenciosa e equivocada da reportagem "Delegado-geral de SP é investigado por relações com delatores da Lava Jato", que tenta relacionar seu nome, de maneira irresponsável, com irregularidades inexistentes. A reportagem se baseia em uma investigação do Ministério Público de Estado de São Paulo que já foi concluída e está para ser arquivada pela Justiça. No dia 30 de junho último, o subprocurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, Nilo Spinola Salgado Filho, propôs o arquivamento do caso à Justiça por não existir quaisquer indícios de relacionamento do Delegado Geral com atos praticados por dois delatores da Lava Jato. Cabe destacar que a Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo permite que policiais civis possam tem participação acionária em empresas, desde que não sejam administradores. No despacho, o Subprocurador afirma textualmente que o arquivamento, que já estava proposto, não foi abalado pela reportagem televisiva veiculada pelo Jornal da Band, em 16 de junho de 2016, relacionada com o mesmo tema. Portanto, é inverídica a informação da reportagem de que o Ministério Público de São Paulo teria desistido do arquivamento. Outro equívoco cometido pelo autor da reportagem foi a afirmação de que o "delegado havia saído formalmente da Oregon Blindados porque sua participação era investigada pelo Estado (....) porque o então chefe do Deic (Departamento de Estadual de Investigações Criminais) participava de uma empresa de segurança privada", o que poderia configurar conflito de interesses. No entanto, a Oregon Blindados nunca atuou no ramo de segurança privada. Youssef Chahin transferiu suas cotas em 2008. Não houve qualquer contato do repórter Reynaldo Turollo Jr com a DGP nas últimas semanas. Se procurada, teria informado da propositura de arquivamento da investigação pelo Ministério Público e sua matéria não teria mais fundamento para publicação. FABÍOLA DE OLIVEIRA ALVES, delegada de polícia da comunicação da Delegacia-Geral de Polícia (São Paulo, SP) * RESPOSTA DO JORNALISTA REYNALDO TUROLLO JR.- As apurações do Ministério Público estadual e federal são mencionadas, mas não são o fundamento da reportagem, diferentemente do que diz a missivista. O texto é sobre as relações de Youssef Chahin com dois delatores da Lava Jato e não faz insinuações. A saída de Chahin da Oregon Blindados ocorreu em 2007, seis dias após a Folha revelar que a empresa anunciava serviços de segurança privada, como atuação em casos de sequestro. Hoje, estão em andamento duas apurações sobre as empresas de Chahin ligadas aos delatores: uma no MPF e outra no Ministério Público do Estado, na área cível. Sobre o inquérito criminal no órgão estadual, os responsáveis haviam desistido de arquivá-lo, mas voltaram atrás e pediram à Justiça novo arquivamento. A informação foi corrigida no texto. - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Empresa nega envolvimento em esquema de corrupção na Petrobras
A Alumini Engenharia (antiga Alusa Engenharia) repudia com veemência todas as acusações absolutamente infundadas que foram feitas na reportagem "Delator detalha R$ 1,2 bi em propina para PT e executivos". A Alumini jamais pagou propina a qualquer agente público ou político e tem absoluta convicção da lisura de seus atos. O próprio senhor Barusco, em seu depoimento, afirmou que a Alusa fora convidada a participar da licitação para "quebrar o cartel". A Alumini reitera que todas as obras que prestou para a Petrobras foram conquistadas por meio de licitações transparentes, com regras rígidas, e que jamais se envolveu em qualquer acordo ou atividade ilícita. MAURICIO KHALIL DOS REIS, assessor de imprensa da Alumini Engenharia (São Paulo, SP) * Em "Seta à esquerda, caminho à direita", Ricardo Melo afirma que "a roda da fortuna (...) foi azeitada em 1998. O PT assumiu o governo em 2002...". Ou seja, como o PT pegou um esquema iniciado no mandato de FHC, está perdoado por ter dado continuidade e não ter feito nada? Mas não foi justamente pra mudar tudo de errado que o PSDB fez que nós elegemos e reelegemos Lula e depois Dilma? Até quando o PT vai se defender argumentando que todos os problemas começaram com FHC? JOÃO MANUEL CARVALHO MAIO (São José dos Campos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Empresa nega envolvimento em esquema de corrupção na PetrobrasA Alumini Engenharia (antiga Alusa Engenharia) repudia com veemência todas as acusações absolutamente infundadas que foram feitas na reportagem "Delator detalha R$ 1,2 bi em propina para PT e executivos". A Alumini jamais pagou propina a qualquer agente público ou político e tem absoluta convicção da lisura de seus atos. O próprio senhor Barusco, em seu depoimento, afirmou que a Alusa fora convidada a participar da licitação para "quebrar o cartel". A Alumini reitera que todas as obras que prestou para a Petrobras foram conquistadas por meio de licitações transparentes, com regras rígidas, e que jamais se envolveu em qualquer acordo ou atividade ilícita. MAURICIO KHALIL DOS REIS, assessor de imprensa da Alumini Engenharia (São Paulo, SP) * Em "Seta à esquerda, caminho à direita", Ricardo Melo afirma que "a roda da fortuna (...) foi azeitada em 1998. O PT assumiu o governo em 2002...". Ou seja, como o PT pegou um esquema iniciado no mandato de FHC, está perdoado por ter dado continuidade e não ter feito nada? Mas não foi justamente pra mudar tudo de errado que o PSDB fez que nós elegemos e reelegemos Lula e depois Dilma? Até quando o PT vai se defender argumentando que todos os problemas começaram com FHC? JOÃO MANUEL CARVALHO MAIO (São José dos Campos, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Só repressão não combate trabalho forçado na moda, aponta 'Diálogos'
"Quando cheguei ao Brasil, trabalhei numa oficina de costura e ganhava R$ 5 por cada vestido que fazia. Fiquei quatro meses sem salário. Agora que tenho minha própria oficina, ganho R$ 12 por peça. Elas são vendidas nas lojas por R$ 300", conta a boliviana Lídia Romero, vítima de trabalho forçado. Essa realidade, que é a de muitos outros imigrantes e brasileiros, foi debatida no último evento da série "Diálogos Transformadores" este ano, que nesta quinta-feira (28) teve como tema o "Trabalho e Imigração na Indústria da Moda". O encontro, mediado por Eliane Trindade, editora do Prêmio Empreendedor Social, foi realizado pela Folha, em parceria com a Ashoka e o Instituto C&A. Os oito especialistas presentes cobraram mais responsabilização das empresas acusadas, fiscalização de toda a cadeia de produção, divulgação da chamada "lista suja" e mecanismos para evitar a concorrência desleal. Para Leonardo Sakamoto, um dos debatedores, a exploração da mão de obra é consequência de um tripé. "A pobreza e a impunidade são a mãe do trabalho escravo. A terceirização é o pai", afirmou o fundador da ONG Repórter Brasil, que investiga e divulga num aplicativo casos de violação de direitos. Ele criticou a lei da terceirização, aprovada no Congresso, por diminuir a força de sindicatos ao mesmo tempo que exige maior negociação dos funcionários com as empresas. "Não dá para dissociar o trabalho escravo desse modelo de produção, que tenta tirar direitos a todo custo." Também protagonista do encontro, Edmundo Lima, diretor-executivo da ABVTex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), que representa as principais redes do varejo nacional, apontou como desafios a concorrência desleal e informalidade, que caracteriza o setor têxtil. "São 30 mil empresas produzindo vestuário no Brasil para abastecimento local, e 90% delas são micro e pequena empresa. A ABVTex representa 24% do mercado, os outros 76% estão trabalhando sem conformidade e fiscalização", disse Lima. "Os varejistas já investiram R$ 18 milhões, mas monitorar essa cadeia é um esforço monumental." A associação, segundo ele, vem promovendo, desde 2010, a certificação de oficinas que fornecem para as grandes marcas. "Os primeiros casos de exploração mobilizaram as empresas para controlar suas cadeias produtivas. Hoje, todas têm buscado o compliance." Dariele Santos, cofundadora do Instituto Alinha, atua justamente com esses 76%, buscando regularizar as oficinas de costura de fundo de quintal para poder conectá-las com marcas interessadas em pagar um preço mais justo. Ela relatou o caso de uma costureira boliviana que ganhava R$ 2,50 por peça costurada, trabalhando 15 horas por dia, em situação análoga à escravidão. A exploração ficava ainda mais patente, quando a Alinha conseguiu rastrear produtos desde a fabricação até a loja. "Um casaco em que costureiro ganhou R$ 18 para produzir era vendido por R$ 1.600", relatou. "Se o dinheiro das grandes empresas não chegarem à base, é difícil ter uma mudança estrutural." Para ela, outro ator importante da equação é o consumidor, que precisa provocar as empresas a terem maior responsabilidade. REPRESSÃO Durante o debate, os participantes chegaram a três ações necessárias para combater a escravidão moderna : prevenir por meio de conscientização, reprimir com maior rigor e empoderar as vítimas. Na plateia, o deputado estadual Carlos Bezerra Jr. (PSDB-SP) defende mais punição. Ele é autor da nova lei estadual contra trabalho escravo, em vigor desde 2013 e considerada pela ONU (Organização das Nações Unidas) como referência. "É um crime extremamente lucrativo. Quem explora trabalho escravo tem 200% a mais de lucro do que quem não explora. A lei vai no cerne do problema porque fecha o negócio e cessa o lucro", disse o parlamentar. A tramitação mais rápida, segundo ele, é outro elemento inibidor desse tipo dessa prática –antes demorava cerca de 20 anos, agora são em torno de três. "O espírito da lei não é caçar negócios, mas sim estabelecer regras claras, que façam valer direitos trabalhistas garantindo os direitos humanos. E está se criando um ciclo virtuoso. Estimativas mostram que 25% das empresas do setor têxtil passaram a se adequar." Em outubro de 2016, a empresa dona das marcas M.Officer e Carlos Miele foi a primeira condenada pela lei de Bezerra. A decisão, em primeira instância, obriga o negócio a desembolsar R$ 6 milhões por ter peças confeccionadas por trabalhadores em condição análoga à escravidão. Ainda cabe recurso. Para a procuradora Cristiane Lopes, coordenadora do grupo de trabalho sobre migrantes e refugiados do Ministério Público do Trabalho, porém, não basta apenas penalizar quem age errado. "O problema é complexo. Vivemos num sistema econômico que estimula ações desse tipo para ter competitividade, ainda mais num cenário de crise e num momento que os direitos trabalhistas estão sendo 'blangladeshrizados'", diz ela, em referência ao país que é muito criticado pelas fracas leis de proteção ao trabalhador e pela exploração de mão de obra barata em fábricas têxteis. Lopes critica a falta de recursos para fiscalização dos casos denunciados. "A ausência da fiscalização está se consolidando, com seus sistemas sendo paulatinamente desmantelados. Falta gasolina [para os carros dos fiscais]. Esse dinheiro está indo para outro lugar." O alemão Peter Poschen, diretor do escritório brasileiro da OIT (Organização Internacional do Trabalho), acha que fiscalização e sanção são pressões fundamentais, mas insuficientes para lidar com as causas. "Temos casos de trabalhadores forçados liberados cinco vezes. A pergunta que fazemos é 'O que os leva a isso?'" Parte da equipe de coordenação da Missão Paz, entidade filantrópica em favor dos migrantes e refugiados, o padre Paolo Parise relembrou outro caso. "Atendemos bolivianos com sequelas graves do trabalho forçado. Uma delas costurava em cima de um botijão de gás. E o trabalho escravo se repete em outras áreas, no mercado da carne e do agronegócio, por exemplo." Esse fenômeno ainda tem um fator de gênero, afirmou a peruana Soledad Requena, coordenadora do Cami (Centro de Apoio e Pastoral do Migrante). "A imigração é feminina. 80% dessas trabalhadoras exploradas são mulheres. E justo ela que está na ponta da cadeia, é a maior consumidora de moda." CAMINHOS Os especialistas e empreendedores sociais concordam com a importância da "lista suja", que voltou a ser divulgada pelo governo federal em março, após dois anos de pressão de organizações e da sociedade civil. Nela, estão os nomes das empresas que não têm boas práticas. "Quando a Zara foi flagrada com trabalho escravo no Brasil, a informação correu o [oceano] Atlântico e as ações da empresa caíram na bolsa da Espanha. O próprio mercado age. Ninguém quer estar ligado a marcas que usam trabalho análogo à escravidão", disse Sakamoto. O diretor da ABVTex afirmou que não se pode estigmatizar a indústria têxtil. "É um setor importante para a geração de renda e emprego. Tem que punir todos os envolvidos com práticas de precarização do trabalho, mas em toda a cadeia, não só as grandes marcas." Giuliana Ortega, diretora-executiva do Instituto C&A, braço social da gigante do varejo, defende o diálogo. "Esse não é o problema de uma organização, uma empresa, um governo. A solução precisa ser feita através da coletividade, dos vários atores." A ação conjunta também foi defendida pelo diretor da OIT. "Nos últimos 15 anos tem sido feito um esforço de unir forças dos vários atores, os de investigação, do MPT, da pastoral da terra, do setor privado, dos sindicatos e da sociedade." Houve avanços legislativos, como a nova lei da imigração, segundo a procuradora do MPT. "A lei não vê mais os imigrantes como uma ameaça ao país. Foi uma conquista. Eles precisam saber que não serão deportados caso denunciem abusos que estão sofrendo." Essa capacitação e orientação para que esses imigrantes conheçam seus direitos no Brasil é oferecida pelo Cami. "Com as rodas de conversa, as mulheres estão se empoderando, formalizando suas oficinas, cobrando melhores condições de trabalho e denunciando abusos", afirmou De Spyer. A boliviana Lídia Romero também vê o futuro com esperança. "Hoje posso trabalhar menos horas, tenho tempo para os meus filhos, posso ir ao parque, ao cinema, coisa que antes eu não podia", disse. "Quero que meus filhos sejam trabalhadores têxteis e possam ter a própria marca deles." "Diálogos Transformadores - Trabalho e Imigração na Indústria da Moda" teve apoio do Instituto C&A * Assista à íntegra do evento abaixo Assista ao vídeo Assista ao vídeo
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Só repressão não combate trabalho forçado na moda, aponta 'Diálogos'"Quando cheguei ao Brasil, trabalhei numa oficina de costura e ganhava R$ 5 por cada vestido que fazia. Fiquei quatro meses sem salário. Agora que tenho minha própria oficina, ganho R$ 12 por peça. Elas são vendidas nas lojas por R$ 300", conta a boliviana Lídia Romero, vítima de trabalho forçado. Essa realidade, que é a de muitos outros imigrantes e brasileiros, foi debatida no último evento da série "Diálogos Transformadores" este ano, que nesta quinta-feira (28) teve como tema o "Trabalho e Imigração na Indústria da Moda". O encontro, mediado por Eliane Trindade, editora do Prêmio Empreendedor Social, foi realizado pela Folha, em parceria com a Ashoka e o Instituto C&A. Os oito especialistas presentes cobraram mais responsabilização das empresas acusadas, fiscalização de toda a cadeia de produção, divulgação da chamada "lista suja" e mecanismos para evitar a concorrência desleal. Para Leonardo Sakamoto, um dos debatedores, a exploração da mão de obra é consequência de um tripé. "A pobreza e a impunidade são a mãe do trabalho escravo. A terceirização é o pai", afirmou o fundador da ONG Repórter Brasil, que investiga e divulga num aplicativo casos de violação de direitos. Ele criticou a lei da terceirização, aprovada no Congresso, por diminuir a força de sindicatos ao mesmo tempo que exige maior negociação dos funcionários com as empresas. "Não dá para dissociar o trabalho escravo desse modelo de produção, que tenta tirar direitos a todo custo." Também protagonista do encontro, Edmundo Lima, diretor-executivo da ABVTex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), que representa as principais redes do varejo nacional, apontou como desafios a concorrência desleal e informalidade, que caracteriza o setor têxtil. "São 30 mil empresas produzindo vestuário no Brasil para abastecimento local, e 90% delas são micro e pequena empresa. A ABVTex representa 24% do mercado, os outros 76% estão trabalhando sem conformidade e fiscalização", disse Lima. "Os varejistas já investiram R$ 18 milhões, mas monitorar essa cadeia é um esforço monumental." A associação, segundo ele, vem promovendo, desde 2010, a certificação de oficinas que fornecem para as grandes marcas. "Os primeiros casos de exploração mobilizaram as empresas para controlar suas cadeias produtivas. Hoje, todas têm buscado o compliance." Dariele Santos, cofundadora do Instituto Alinha, atua justamente com esses 76%, buscando regularizar as oficinas de costura de fundo de quintal para poder conectá-las com marcas interessadas em pagar um preço mais justo. Ela relatou o caso de uma costureira boliviana que ganhava R$ 2,50 por peça costurada, trabalhando 15 horas por dia, em situação análoga à escravidão. A exploração ficava ainda mais patente, quando a Alinha conseguiu rastrear produtos desde a fabricação até a loja. "Um casaco em que costureiro ganhou R$ 18 para produzir era vendido por R$ 1.600", relatou. "Se o dinheiro das grandes empresas não chegarem à base, é difícil ter uma mudança estrutural." Para ela, outro ator importante da equação é o consumidor, que precisa provocar as empresas a terem maior responsabilidade. REPRESSÃO Durante o debate, os participantes chegaram a três ações necessárias para combater a escravidão moderna : prevenir por meio de conscientização, reprimir com maior rigor e empoderar as vítimas. Na plateia, o deputado estadual Carlos Bezerra Jr. (PSDB-SP) defende mais punição. Ele é autor da nova lei estadual contra trabalho escravo, em vigor desde 2013 e considerada pela ONU (Organização das Nações Unidas) como referência. "É um crime extremamente lucrativo. Quem explora trabalho escravo tem 200% a mais de lucro do que quem não explora. A lei vai no cerne do problema porque fecha o negócio e cessa o lucro", disse o parlamentar. A tramitação mais rápida, segundo ele, é outro elemento inibidor desse tipo dessa prática –antes demorava cerca de 20 anos, agora são em torno de três. "O espírito da lei não é caçar negócios, mas sim estabelecer regras claras, que façam valer direitos trabalhistas garantindo os direitos humanos. E está se criando um ciclo virtuoso. Estimativas mostram que 25% das empresas do setor têxtil passaram a se adequar." Em outubro de 2016, a empresa dona das marcas M.Officer e Carlos Miele foi a primeira condenada pela lei de Bezerra. A decisão, em primeira instância, obriga o negócio a desembolsar R$ 6 milhões por ter peças confeccionadas por trabalhadores em condição análoga à escravidão. Ainda cabe recurso. Para a procuradora Cristiane Lopes, coordenadora do grupo de trabalho sobre migrantes e refugiados do Ministério Público do Trabalho, porém, não basta apenas penalizar quem age errado. "O problema é complexo. Vivemos num sistema econômico que estimula ações desse tipo para ter competitividade, ainda mais num cenário de crise e num momento que os direitos trabalhistas estão sendo 'blangladeshrizados'", diz ela, em referência ao país que é muito criticado pelas fracas leis de proteção ao trabalhador e pela exploração de mão de obra barata em fábricas têxteis. Lopes critica a falta de recursos para fiscalização dos casos denunciados. "A ausência da fiscalização está se consolidando, com seus sistemas sendo paulatinamente desmantelados. Falta gasolina [para os carros dos fiscais]. Esse dinheiro está indo para outro lugar." O alemão Peter Poschen, diretor do escritório brasileiro da OIT (Organização Internacional do Trabalho), acha que fiscalização e sanção são pressões fundamentais, mas insuficientes para lidar com as causas. "Temos casos de trabalhadores forçados liberados cinco vezes. A pergunta que fazemos é 'O que os leva a isso?'" Parte da equipe de coordenação da Missão Paz, entidade filantrópica em favor dos migrantes e refugiados, o padre Paolo Parise relembrou outro caso. "Atendemos bolivianos com sequelas graves do trabalho forçado. Uma delas costurava em cima de um botijão de gás. E o trabalho escravo se repete em outras áreas, no mercado da carne e do agronegócio, por exemplo." Esse fenômeno ainda tem um fator de gênero, afirmou a peruana Soledad Requena, coordenadora do Cami (Centro de Apoio e Pastoral do Migrante). "A imigração é feminina. 80% dessas trabalhadoras exploradas são mulheres. E justo ela que está na ponta da cadeia, é a maior consumidora de moda." CAMINHOS Os especialistas e empreendedores sociais concordam com a importância da "lista suja", que voltou a ser divulgada pelo governo federal em março, após dois anos de pressão de organizações e da sociedade civil. Nela, estão os nomes das empresas que não têm boas práticas. "Quando a Zara foi flagrada com trabalho escravo no Brasil, a informação correu o [oceano] Atlântico e as ações da empresa caíram na bolsa da Espanha. O próprio mercado age. Ninguém quer estar ligado a marcas que usam trabalho análogo à escravidão", disse Sakamoto. O diretor da ABVTex afirmou que não se pode estigmatizar a indústria têxtil. "É um setor importante para a geração de renda e emprego. Tem que punir todos os envolvidos com práticas de precarização do trabalho, mas em toda a cadeia, não só as grandes marcas." Giuliana Ortega, diretora-executiva do Instituto C&A, braço social da gigante do varejo, defende o diálogo. "Esse não é o problema de uma organização, uma empresa, um governo. A solução precisa ser feita através da coletividade, dos vários atores." A ação conjunta também foi defendida pelo diretor da OIT. "Nos últimos 15 anos tem sido feito um esforço de unir forças dos vários atores, os de investigação, do MPT, da pastoral da terra, do setor privado, dos sindicatos e da sociedade." Houve avanços legislativos, como a nova lei da imigração, segundo a procuradora do MPT. "A lei não vê mais os imigrantes como uma ameaça ao país. Foi uma conquista. Eles precisam saber que não serão deportados caso denunciem abusos que estão sofrendo." Essa capacitação e orientação para que esses imigrantes conheçam seus direitos no Brasil é oferecida pelo Cami. "Com as rodas de conversa, as mulheres estão se empoderando, formalizando suas oficinas, cobrando melhores condições de trabalho e denunciando abusos", afirmou De Spyer. A boliviana Lídia Romero também vê o futuro com esperança. "Hoje posso trabalhar menos horas, tenho tempo para os meus filhos, posso ir ao parque, ao cinema, coisa que antes eu não podia", disse. "Quero que meus filhos sejam trabalhadores têxteis e possam ter a própria marca deles." "Diálogos Transformadores - Trabalho e Imigração na Indústria da Moda" teve apoio do Instituto C&A * Assista à íntegra do evento abaixo Assista ao vídeo Assista ao vídeo
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Falsa ruptura
Os primeiros dias do governo interino não deixaram dúvidas -seus objetivos se limitam a acalmar os mercados e a garantir governança com uma sólida base legislativa. Aos opositores, a total indiferença. Quando os protestos, mesmo pacíficos, chegam perto dos atuais donos do poder, sobram cacetadas, jatos de água e gás por tropas de choque da Polícia Militar. As gravações do agora ex-ministro Romero Jucá reveladas pela Folha expõem uma conspiração para a tomada do poder, revelando como os mais baixos recônditos do sistema político brasileiro prosseguem firmes em sua esperança de sufocar a consolidação do Estado de Direito e da democracia no país. O impeachment surge como um sinistro pacto a portas fechadas urdido pelas forças mais retrógradas, desesperadas para manter seu poder. Uma aberração institucional que custará muito caro ao Brasil. A reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, foi um acidente inaceitável para o establishment econômico e político brasileiro. Dilma era o risco permanente. Seja risco aos mercados, que sabiam que sua única base real estava à esquerda, seja o risco aos corruptos de sempre, que não sentiam ter um escudo seguro. Entregando a cabeça de Dilma, acreditavam que tudo voltaria ao normal: ordem e progresso, como nos bons tempos da ditadura militar. O demorado e bizarro julgamento das pedaladas fiscais nos obriga a discutir uma patética infinidade de detalhes num processo que já estava decidido. Não por qualquer sombra de análise jurídica, mas nas idas e vindas dos mais dignos representantes de nossa elite ao Palácio do Jaburu, residência ocupada pelo presidente interino Michel Temer. A ausência de mulheres no ministério do governo interino é o exemplo maior do grotesco descolamento da realidade do grupo que agora nos governa. O rebaixamento dos ministérios de Ciência e Tecnologia e Direitos Humanos foi também um caminho totalmente natural para um grupo que viveu e floresceu eternamente na sombra dos gabinetes, a léguas de distância do pensamento crítico e da sociedade civil organizada. Para agregar um caráter ainda mais sinistro, a administração interina conseguiu também nomear para a secretaria de Segurança Institucional o general do Exército Sérgio Etchegoyen, justamente o único oficial de alta patente que, abertamente, confrontou o relatório da Comissão Nacional da Verdade. Ao fim e ao cabo, a chegada do PMDB ao poder representa a tentativa de sobrevivência da base mais profunda que deu sustentação à nossa transição democrática lenta, gradual e, como agora vemos, insegura. A grande vítima da conspiração reinante é, ironicamente, a Constituição de 1988 que o presidente interino disse defender. Vários projetos de lei já estão no Congresso para desmontar os direitos conquistados na esteira da constitucionalidade. Espero que rapidamente acordemos desse transe e novas eleições sejam promovidas para reestabelecer um mínimo de espaço para nossa tão desmoralizada República. E que as futuras gerações estudem com afinco os infinitos erros da minha geração, que lutou contra a ditadura e se iludiu tantas vezes com aparentes mudanças que, na verdade, jamais lograram transformar o autoritarismo profundamente incrustado no sistema político e na sociedade. PAULO SÉRGIO PINHEIRO, 72, foi secretário de Estado de Direitos Humanos (governo FHC) e membro da Comissão Nacional da Verdade * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
opiniao
Falsa rupturaOs primeiros dias do governo interino não deixaram dúvidas -seus objetivos se limitam a acalmar os mercados e a garantir governança com uma sólida base legislativa. Aos opositores, a total indiferença. Quando os protestos, mesmo pacíficos, chegam perto dos atuais donos do poder, sobram cacetadas, jatos de água e gás por tropas de choque da Polícia Militar. As gravações do agora ex-ministro Romero Jucá reveladas pela Folha expõem uma conspiração para a tomada do poder, revelando como os mais baixos recônditos do sistema político brasileiro prosseguem firmes em sua esperança de sufocar a consolidação do Estado de Direito e da democracia no país. O impeachment surge como um sinistro pacto a portas fechadas urdido pelas forças mais retrógradas, desesperadas para manter seu poder. Uma aberração institucional que custará muito caro ao Brasil. A reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, foi um acidente inaceitável para o establishment econômico e político brasileiro. Dilma era o risco permanente. Seja risco aos mercados, que sabiam que sua única base real estava à esquerda, seja o risco aos corruptos de sempre, que não sentiam ter um escudo seguro. Entregando a cabeça de Dilma, acreditavam que tudo voltaria ao normal: ordem e progresso, como nos bons tempos da ditadura militar. O demorado e bizarro julgamento das pedaladas fiscais nos obriga a discutir uma patética infinidade de detalhes num processo que já estava decidido. Não por qualquer sombra de análise jurídica, mas nas idas e vindas dos mais dignos representantes de nossa elite ao Palácio do Jaburu, residência ocupada pelo presidente interino Michel Temer. A ausência de mulheres no ministério do governo interino é o exemplo maior do grotesco descolamento da realidade do grupo que agora nos governa. O rebaixamento dos ministérios de Ciência e Tecnologia e Direitos Humanos foi também um caminho totalmente natural para um grupo que viveu e floresceu eternamente na sombra dos gabinetes, a léguas de distância do pensamento crítico e da sociedade civil organizada. Para agregar um caráter ainda mais sinistro, a administração interina conseguiu também nomear para a secretaria de Segurança Institucional o general do Exército Sérgio Etchegoyen, justamente o único oficial de alta patente que, abertamente, confrontou o relatório da Comissão Nacional da Verdade. Ao fim e ao cabo, a chegada do PMDB ao poder representa a tentativa de sobrevivência da base mais profunda que deu sustentação à nossa transição democrática lenta, gradual e, como agora vemos, insegura. A grande vítima da conspiração reinante é, ironicamente, a Constituição de 1988 que o presidente interino disse defender. Vários projetos de lei já estão no Congresso para desmontar os direitos conquistados na esteira da constitucionalidade. Espero que rapidamente acordemos desse transe e novas eleições sejam promovidas para reestabelecer um mínimo de espaço para nossa tão desmoralizada República. E que as futuras gerações estudem com afinco os infinitos erros da minha geração, que lutou contra a ditadura e se iludiu tantas vezes com aparentes mudanças que, na verdade, jamais lograram transformar o autoritarismo profundamente incrustado no sistema político e na sociedade. PAULO SÉRGIO PINHEIRO, 72, foi secretário de Estado de Direitos Humanos (governo FHC) e membro da Comissão Nacional da Verdade * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Pintura de Edvard Munch pode arrecadar US$ 50 milhões em leilão
Uma obra do artista norueguês Edvard Munch está pronta para ser vendida por mais de US$ 50 milhões no leilão de arte impressionista e moderna da casa de leilões Sotheby's. "As Meninas na Ponte", um trabalho seminal de 1902, retrata um grupo de garotas amontoadas sobre uma ponte de uma vila. A tela foi vendida em 1996 por US$ 7,7 milhões e novamente em 2008 por US$ 30,8 milhões, cada vez estabelecendo um novo recorde para o artista. O leilão está agendado para a tarde desta segunda (14) em Nova York. Em 2012, "O Grito", obra mais famosa de Munch e uma das imagens mais icônicas da história da arte, foi vendida por US$ 119,9 milhões na mesma casa de leilões. Tornou-se a obra de arte mais cara a ser leiloada, um recorde que já foi superado quatro vezes desde então. "As Mulheres de Argel", quadro de Pablo Picasso, mantém atualmente a distinção, tendo sido vendida por US$ 179,4 milhões no ano passado. Entre as obras que serão leiloadas nesta segunda estão ainda uma pintura em larga escala de Picasso, "O Pintor e seu Modelo", de 1963, que permaneceu com a mesma família desde que foi adquirida em 1968. A tela tem uma estimativa de pré-venda entre US$ 12 a US$ 18 milhões. Também de Picasso, um busto de bronze de sua musa Françoise Gilot, datado de 1951, também está na seleção e pode arrecadar de US$ 6 a US$ 8 milhões. Uma composição cubista do artista mexicano Diego Rivera, "Sem Título (Composição Cubista)", de 1916, tem valor estimado entre US$ 500 a US$ 700 mil.
ilustrada
Pintura de Edvard Munch pode arrecadar US$ 50 milhões em leilãoUma obra do artista norueguês Edvard Munch está pronta para ser vendida por mais de US$ 50 milhões no leilão de arte impressionista e moderna da casa de leilões Sotheby's. "As Meninas na Ponte", um trabalho seminal de 1902, retrata um grupo de garotas amontoadas sobre uma ponte de uma vila. A tela foi vendida em 1996 por US$ 7,7 milhões e novamente em 2008 por US$ 30,8 milhões, cada vez estabelecendo um novo recorde para o artista. O leilão está agendado para a tarde desta segunda (14) em Nova York. Em 2012, "O Grito", obra mais famosa de Munch e uma das imagens mais icônicas da história da arte, foi vendida por US$ 119,9 milhões na mesma casa de leilões. Tornou-se a obra de arte mais cara a ser leiloada, um recorde que já foi superado quatro vezes desde então. "As Mulheres de Argel", quadro de Pablo Picasso, mantém atualmente a distinção, tendo sido vendida por US$ 179,4 milhões no ano passado. Entre as obras que serão leiloadas nesta segunda estão ainda uma pintura em larga escala de Picasso, "O Pintor e seu Modelo", de 1963, que permaneceu com a mesma família desde que foi adquirida em 1968. A tela tem uma estimativa de pré-venda entre US$ 12 a US$ 18 milhões. Também de Picasso, um busto de bronze de sua musa Françoise Gilot, datado de 1951, também está na seleção e pode arrecadar de US$ 6 a US$ 8 milhões. Uma composição cubista do artista mexicano Diego Rivera, "Sem Título (Composição Cubista)", de 1916, tem valor estimado entre US$ 500 a US$ 700 mil.
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Rio terá 456 blocos de Carnaval de rua a partir deste sábado
O Rio de Janeiro terá 456 blocos de Carnaval autorizados pela prefeitura a sair nas ruas este ano. O primeiro a desfilar é o "Eles que Digam", na travessa São Diogo, no bairro de Santo Cristo, no centro da cidade, às 16h deste sábado (17). Os últimos saem no domingo seguinte aos quatro dias oficiais da folia. No total, serão 141 blocos na zona sul, sete a menos do que no ano passado, 94 no centro, 163 na zona norte, sendo 58 só na Tijuca e 27 na Ilha do Governador, e 58 na zona oeste, sendo 36 na Barra da Tijuca e Jacarepaguá. A novidade é a mudança da localização de alguns dos grandes blocos –como o da Preta Gil e do Monobloco –que sairão na avenida Presidente Vargas. Num primeiro momento, foi anunciado que ambos seriam alocados na avenida Presidente Antonio Carlos, mas a via será palco somente do desfile do Cordão da Bola Preta. A Riotur, empresa de turismo do município responsável pela organização da festa, diz que o Carnaval de rua vai apresentar uma nova marca com o símbolo das comemorações dos 450 anos da cidade. O número de banheiros foi ampliado para 24.525 posições disponíveis. Em 2009, eram apenas 900. Também subiu de 5.000 para 7.000 mil o número de vendedores ambulantes credenciados para atender aos foliões no comércio de bebidas.
cotidiano
Rio terá 456 blocos de Carnaval de rua a partir deste sábadoO Rio de Janeiro terá 456 blocos de Carnaval autorizados pela prefeitura a sair nas ruas este ano. O primeiro a desfilar é o "Eles que Digam", na travessa São Diogo, no bairro de Santo Cristo, no centro da cidade, às 16h deste sábado (17). Os últimos saem no domingo seguinte aos quatro dias oficiais da folia. No total, serão 141 blocos na zona sul, sete a menos do que no ano passado, 94 no centro, 163 na zona norte, sendo 58 só na Tijuca e 27 na Ilha do Governador, e 58 na zona oeste, sendo 36 na Barra da Tijuca e Jacarepaguá. A novidade é a mudança da localização de alguns dos grandes blocos –como o da Preta Gil e do Monobloco –que sairão na avenida Presidente Vargas. Num primeiro momento, foi anunciado que ambos seriam alocados na avenida Presidente Antonio Carlos, mas a via será palco somente do desfile do Cordão da Bola Preta. A Riotur, empresa de turismo do município responsável pela organização da festa, diz que o Carnaval de rua vai apresentar uma nova marca com o símbolo das comemorações dos 450 anos da cidade. O número de banheiros foi ampliado para 24.525 posições disponíveis. Em 2009, eram apenas 900. Também subiu de 5.000 para 7.000 mil o número de vendedores ambulantes credenciados para atender aos foliões no comércio de bebidas.
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Startup brasileira voltada à educação política recebe prêmio em Davos
A Politze! foi uma das vencedoras do prêmio "Shaping a Better Future" ("moldando um futuro melhor", em tradução livre), anunciado durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos. A startup – uma plataforma de educação política online – já havia levado o prêmio de US$ 10 mil também em 2014. Neste ano, concorreu com um novo projeto, voltado para estudantes do ensino médio em Joinville (SC). O prêmio, criado pela Coca-Cola, financia desde 2013 iniciativas inovadoras ao redor do mundo. Mais de cem projetos concorreram e foram votados pela comunidade dos Global Shapers, que escolheu os cinco finalistas. Os Global Shapers são uma rede mundial com mais de 6.000 jovens voluntários, espalhados por mais de 450 cidades ("hubs"), que busca impactar positivamente suas cidades por meio de projetos, conexões e compartilhamento de aprendizados. A rede foi criada pelo Fórum Econômico Mundial e jovens brasileiros que quiserem fazer parte dela podem se inscrever até o dia 10 de fevereiro. "O que a gente busca com isso é acelerar soluções que tenham um potencial de criar comunidades melhores e mais sustentáveis" explica Pedro Massa, Diretor de Valor Compartilhado da Coca-Cola Brasil. No Brasil, a empresa tem outra iniciativa voltada para o apoio às startups, em conjunto com a Artemísia – que também é parceira do Prêmio Empreendedor Social. Trata-se do Coca-Cola Open Up, uma plataforma de inovação aberta e aceleração. "Desde então a gente têm acelerado algumas soluções, a grande maioria de jovens entre 20 e 30 – o que está bem conectado com a comunidade dos Global Shapers", explica Pedro. Em 2014, o desafio "The Boat Challenge", em parceria com a comunidade de Manaus, reuniu empreendedores com projetos para o desenvolvimento da cidade. COMO SURGIU O POLITIZE? Quando os protestos de 2013 ocorreram, o administrador Diego Calegari Feldhaus, 29, decidiu que precisava fazer algo a respeito. Surgia ali o embrião da companhia. Em 2014, o clima político do país pesou ainda mais, e polarizou-se por causa das eleições. Ficou claro que muita gente não sabia do que estava falando. Diego levou então à comunidade dos Global Shapers sua ideia de criar uma plataforma de educação política. Com o apoio de diversas pessoas, entrou em contato e entrevistou cerca de 100 pessoas do campo da política, ao longo do primeiro semestre. A ideia era entender melhor o setor e evitar redundâncias, ou seja, evitar fazer algo que já estivesse sendo feito. No segundo semestre daquele ano, Diego submeteu a ideia ao congresso anual da rede de Global Shapers, que ocorre em agosto. Ao mesmo tempo, iniciou uma campanha para arrecadar fundos no Catarse, site de crowdfunding, e conseguiu levantar, em setembro e outubro, mais de R$ 67 mil. Com a boa receptividade, seu projeto acabou ficando entre os mais votados pelos outros jovens da rede, o que levou a Politize! a ficar entre os finalistas do prêmio "Shaping a Better Future" em 2014. O financiamento, aliado ao dinheiro do crowdfunding, foi suficiente para tirar o site do papel. A plataforma está no ar desde julho de 2015, conta com mais de 500 conteúdos e possui média mensal de visitantes que varia entre 500 e 700 mil acessos e não tem inclinações ideológicas e político-partidárias. "A gente sempre busca a pluralidade, mostrar o máximo de visões e perspectivas sobre aquele assunto, pra que o próprio usuário possa tomar uma decisão em relação ao que ele acredita", explica Diego. "É uma equipe diversa, do ponto de vista do pensamento, em relações a questões ideológicas e políticas. Isso não interfere no nosso trabalho, só nos ajuda a tentar manter um olhar crítico sobre o que a gente está fazendo." POLITIZE! NAS ESCOLAS Nascido em Joinville (SC), Diego diz que seu interesse por educação vem de família. "Minha mãe é professora, minha avó foi professora... quase todas as mulheres da minha família foram professoras", diz. Para ele, isso ajudou a ver a educação também pela perspectiva dos educadores. Hoje, Diego é diretor de Inovação e Tecnologia na Secretaria de Educação de Santa Catarina. Foi um dos fundadores do "hub" do Global Shapers em Florianópolis (SC), além de gestor do Politize!. "Nossa vontade também sempre foi atuar com jovens e crianças, por entender que essa é uma janela de formação muito importante, onde eles vão adquirir muitos dos valores que vão carregar ao longo da vida", diz ele. Pensando nisso, e em contato com a comunidade dos Global Shapers, Diego teve a ideia de levar o projeto às escolas. Para isso, deixou o "hub" de Joinville (SC), como responsável. "A proposta era levar uma educação política, em um formato divertido, com infográficos – como é o site –, diretamente às escolas", explica a coordenadora do "hub" de Joinville, Amanda Meyer da Luz, 30. Foi ela que participou do último congresso de Global Shapers, na Suíça, onde apresentou e fez o lobby pelo projeto. Politize! nas escolas "Com o prêmio, vamos contratar uma pessoa específica para cuidar disso. É um projeto robusto, vai exigir muitas idas à escolas, muitas conversas com professores, com alunos", explica Diego. Dessa vez, os recursos não serão investidos integralmente na plataforma digital. Isso porque muitas escolas públicas ainda não têm acesso a bons computadores e internet de alta velocidade. O objetivo é apostar em conteúdo e metodologia. "Algo que seja altamente escalável, facilmente replicável, para que qualquer pessoa com algum tipo de compreensão pedagógica consiga pegar e aplicar na sua sala de aula", explica Diego. Para ele, o importante é sair de um modelo meramente expositivo de transmissão de conteúdos, para trabalhar com metodologias ativas que ajudem a desenvolver habilidades importantes para se viver em coletividade. "Educar para a cidadania é educar para aceitar, abraçar e valorizar a diversidade. Acho que quem não tem isso em mente dificilmente vai fazer um bom trabalho de educação política hoje", sintetiza Diego.
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Startup brasileira voltada à educação política recebe prêmio em DavosA Politze! foi uma das vencedoras do prêmio "Shaping a Better Future" ("moldando um futuro melhor", em tradução livre), anunciado durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos. A startup – uma plataforma de educação política online – já havia levado o prêmio de US$ 10 mil também em 2014. Neste ano, concorreu com um novo projeto, voltado para estudantes do ensino médio em Joinville (SC). O prêmio, criado pela Coca-Cola, financia desde 2013 iniciativas inovadoras ao redor do mundo. Mais de cem projetos concorreram e foram votados pela comunidade dos Global Shapers, que escolheu os cinco finalistas. Os Global Shapers são uma rede mundial com mais de 6.000 jovens voluntários, espalhados por mais de 450 cidades ("hubs"), que busca impactar positivamente suas cidades por meio de projetos, conexões e compartilhamento de aprendizados. A rede foi criada pelo Fórum Econômico Mundial e jovens brasileiros que quiserem fazer parte dela podem se inscrever até o dia 10 de fevereiro. "O que a gente busca com isso é acelerar soluções que tenham um potencial de criar comunidades melhores e mais sustentáveis" explica Pedro Massa, Diretor de Valor Compartilhado da Coca-Cola Brasil. No Brasil, a empresa tem outra iniciativa voltada para o apoio às startups, em conjunto com a Artemísia – que também é parceira do Prêmio Empreendedor Social. Trata-se do Coca-Cola Open Up, uma plataforma de inovação aberta e aceleração. "Desde então a gente têm acelerado algumas soluções, a grande maioria de jovens entre 20 e 30 – o que está bem conectado com a comunidade dos Global Shapers", explica Pedro. Em 2014, o desafio "The Boat Challenge", em parceria com a comunidade de Manaus, reuniu empreendedores com projetos para o desenvolvimento da cidade. COMO SURGIU O POLITIZE? Quando os protestos de 2013 ocorreram, o administrador Diego Calegari Feldhaus, 29, decidiu que precisava fazer algo a respeito. Surgia ali o embrião da companhia. Em 2014, o clima político do país pesou ainda mais, e polarizou-se por causa das eleições. Ficou claro que muita gente não sabia do que estava falando. Diego levou então à comunidade dos Global Shapers sua ideia de criar uma plataforma de educação política. Com o apoio de diversas pessoas, entrou em contato e entrevistou cerca de 100 pessoas do campo da política, ao longo do primeiro semestre. A ideia era entender melhor o setor e evitar redundâncias, ou seja, evitar fazer algo que já estivesse sendo feito. No segundo semestre daquele ano, Diego submeteu a ideia ao congresso anual da rede de Global Shapers, que ocorre em agosto. Ao mesmo tempo, iniciou uma campanha para arrecadar fundos no Catarse, site de crowdfunding, e conseguiu levantar, em setembro e outubro, mais de R$ 67 mil. Com a boa receptividade, seu projeto acabou ficando entre os mais votados pelos outros jovens da rede, o que levou a Politize! a ficar entre os finalistas do prêmio "Shaping a Better Future" em 2014. O financiamento, aliado ao dinheiro do crowdfunding, foi suficiente para tirar o site do papel. A plataforma está no ar desde julho de 2015, conta com mais de 500 conteúdos e possui média mensal de visitantes que varia entre 500 e 700 mil acessos e não tem inclinações ideológicas e político-partidárias. "A gente sempre busca a pluralidade, mostrar o máximo de visões e perspectivas sobre aquele assunto, pra que o próprio usuário possa tomar uma decisão em relação ao que ele acredita", explica Diego. "É uma equipe diversa, do ponto de vista do pensamento, em relações a questões ideológicas e políticas. Isso não interfere no nosso trabalho, só nos ajuda a tentar manter um olhar crítico sobre o que a gente está fazendo." POLITIZE! NAS ESCOLAS Nascido em Joinville (SC), Diego diz que seu interesse por educação vem de família. "Minha mãe é professora, minha avó foi professora... quase todas as mulheres da minha família foram professoras", diz. Para ele, isso ajudou a ver a educação também pela perspectiva dos educadores. Hoje, Diego é diretor de Inovação e Tecnologia na Secretaria de Educação de Santa Catarina. Foi um dos fundadores do "hub" do Global Shapers em Florianópolis (SC), além de gestor do Politize!. "Nossa vontade também sempre foi atuar com jovens e crianças, por entender que essa é uma janela de formação muito importante, onde eles vão adquirir muitos dos valores que vão carregar ao longo da vida", diz ele. Pensando nisso, e em contato com a comunidade dos Global Shapers, Diego teve a ideia de levar o projeto às escolas. Para isso, deixou o "hub" de Joinville (SC), como responsável. "A proposta era levar uma educação política, em um formato divertido, com infográficos – como é o site –, diretamente às escolas", explica a coordenadora do "hub" de Joinville, Amanda Meyer da Luz, 30. Foi ela que participou do último congresso de Global Shapers, na Suíça, onde apresentou e fez o lobby pelo projeto. Politize! nas escolas "Com o prêmio, vamos contratar uma pessoa específica para cuidar disso. É um projeto robusto, vai exigir muitas idas à escolas, muitas conversas com professores, com alunos", explica Diego. Dessa vez, os recursos não serão investidos integralmente na plataforma digital. Isso porque muitas escolas públicas ainda não têm acesso a bons computadores e internet de alta velocidade. O objetivo é apostar em conteúdo e metodologia. "Algo que seja altamente escalável, facilmente replicável, para que qualquer pessoa com algum tipo de compreensão pedagógica consiga pegar e aplicar na sua sala de aula", explica Diego. Para ele, o importante é sair de um modelo meramente expositivo de transmissão de conteúdos, para trabalhar com metodologias ativas que ajudem a desenvolver habilidades importantes para se viver em coletividade. "Educar para a cidadania é educar para aceitar, abraçar e valorizar a diversidade. Acho que quem não tem isso em mente dificilmente vai fazer um bom trabalho de educação política hoje", sintetiza Diego.
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Nos EUA, epidemia de heroína 'migra' para população branca e de classe média
Uma epidemia de heroína com características muito diferentes daquela que atingiu grandes cidades dos Estados Unidos nos anos 1960 e 1970 vem matando cada vez mais americanos e se tornou um dos temas de destaque na campanha para a eleição presidencial, em novembro. Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças, ou CDC, na sigla em inglês), ligado ao Departamento de Saúde dos Estados Unidos, o número de mortes por overdose de heroína ou de analgésicos opiáceos (remédios contra dor obtidos com receita médica e que agem no cérebro de maneira semelhante à heroína) aumentou 200% desde 2000. Somente em 2014, overdoses mataram 47.055 pessoas no país, mais do que em qualquer outro ano e mais do que as mortes no trânsito. Desse total, 61%, ou 28.647 mortes, foram associadas a overdose de heroína ou opiáceos. Segundo o CDC, as mortes por heroína mais do que triplicaram desde 2010. PERFIL Além dos números alarmantes, o que vem chamando a atenção é o perfil das vítimas. "A duas últimas grandes epidemias de drogas nos Estados Unidos, de cocaína e crack nos anos 1980/1990 e de heroína nos anos 1960/1970, afetaram desproporcionalmente negros e latinos que viviam em comunidades de baixa renda, especialmente nas grandes cidades", disse à BBC Brasil o médico especialista em abuso de drogas Andrew Kolodny, da Universidade Brandeis, no Estado de Massachusetts. "A atual epidemia é o oposto. Atinge principalmente pessoas brancas que moram em bairros residenciais de classe média, cidades pequenas ou zonas rurais", destaca Kolodny, que é diretor médico da Phoenix House, organização dedicada ao tratamento de dependência de drogas. Calcula-se que 90% dos americanos que experimentaram heroína pela primeira vez na última década sejam brancos. "As taxas de dependência e mortes por heroína são muito mais altas entre a população branca", ressalta Kolodny. ORIGEM Uma das explicações para essa diferença de perfil pode estar relacionada à origem da epidemia, ligada ao aumento no número de analgésicos opiáceos receitados pelos médicos americanos a partir da década de 1990. "Pacientes brancos têm mais probabilidade de receber uma receita de opiáceo. Há indicações de que médicos são mais cautelosos ao receitar essas drogas para pacientes negros", salienta Kolodny. Segundo o CDC, o número e analgésicos opiáceos receitados nos Estados Unidos quadruplicou desde 1999. "O que deu início a essa epidemia foi a aprovação pela FDA (Food and Drug Administration, agência do governo responsável pelo controle de medicamentos) de remédios muito poderosos contra a dor nos anos 1990", disse à BBC Brasil o doutor em psicologia Adam Brooks, do Treatment Research Institute, instituto de pesquisa sobre abuso de drogas, na Pensilvânia. CAUTELA Kolodny observa que essas drogas eram vistas inicialmente como alternativa para tratar apenas pacientes terminais, com doenças como câncer. "Na época, os médicos eram muito cautelosos ao receitar", afirma Kolodny. No entanto, várias campanhas começaram a ser lançadas, com o apoio de especialistas médicos, hospitais e órgãos reguladores, dizendo que os médicos não deveriam permitir que seus pacientes sofressem dor desnecessariamente. "Uma organização médica nacionalmente reconhecida lançou um relatório dizendo que a dor não estava sendo tratada adequadamente, que essas drogas podiam ser usadas de maneira segura e havia pouca evidência de que levassem a abuso", disse à BBC Brasil o especialista em abuso de drogas Theodore Cicero, professor de psiquiatria da Universidade Washington, em Saint Louis. PREÇO Com o tempo, esses analgésicos opiáceos passaram a ser receitados cada vez mais para problemas crônicos, como dor na coluna ou dor de cabeça, e muitos pacientes acabaram viciados. "Muitos pacientes chegam a um ponto em que o médico reconhece que têm dependência e para de receitar. E eles acabam considerando usar heroína, que custa muito mais barato do que um comprimido no mercado negro", diz Brooks. Segundo o CDC, "o aumento da oferta, a queda nos preços e a pureza da heroína nos Estados Unidos" estão entre os principais motivos para o crescente uso da droga e aumento de overdoses. Assim, uma droga que no passado era vista como exclusiva de junkies ou veteranos retornando da Guerra do Vietnã e restrita a grandes cidades acabou se infiltrando em comunidades de todo o país. ELEIÇÕES O alcance da epidemia faz com que ela cada vez mais seja reconhecida como um problema de saúde pública e acabou provocando mudanças no tom da campanha presidencial. Diante de pesquisas que indicam que quatro em cada 10 americanos conhecem alguém dependente de opiáceos, pré-candidatos democratas e republicanos têm se esforçado para demonstrar empatia com essa fatia do eleitorado. O ex-governador da Flórida Jeb Bush já falou sobre a dependência de sua filha, Noelle. "Nunca imaginei ver minha linda filha na cadeia", disse Bush. "Ela passou pelo inferno, assim como sua mãe e eu." Nesta quarta-feira, o senador texano Ted Cruz lembrou a morte de sua meia-irmã por overdose de comprimidos. "Ela passou anos entrando e saindo da prisão. Ela era uma pessoa bonita e encantadora que tomou uma série de decisões erradas." No fim do ano passado, em um vídeo que viralizou na internet, o governador de Nova Jersey, Chris Christie, falou sobre a morte de um colega de faculdade devido a overdose de opiáceos. "Pode acontecer com qualquer um. E por isso temos que começar a tratar as pessoas nesse país, e não prendê-las", disse. MUDANÇA DE ATITUDE Ao contrário de defender prisão para os usuários, como em em epidemias anteriores, políticos de ambos os partidos e o governo agora concordam que a dependência é uma doença e que a melhor solução é oferecer tratamento e prevenção. "Quando o problema de dependência era mais grave entre pobres e minorias, acho que era mais fácil para políticos e governantes criminalizar os viciados", observa Kolodny. "Agora temos uma epidemia que afeta as famílias de policiais, advogados, juízes, políticos, então eles começam a ver a dependência de maneira diferente. E isso está ajudando a mudar as atitudes em relação ao vício", diz. Alguns críticos reclamam que muitos políticos não defendem a mesma compaixão para viciados em cocaína ou crack, que afetam mais negros e pobres. Mas, apesar disso, a mudança de tom em relação à heroína é bem recebida por especialistas. "Tenho esperança de que essa mudança de foco traga mudanças na maneira como os recursos são gastos", ressalta Brooks. SOLUÇÕES O presidente Barack Obama, que já foi criticado por especialistas como Kolodny por ignorar a epidemia, também mudou de tom nos últimos meses. Em outubro, Obama falou publicamente sobre o problema em viagem ao Estado da Virgínia Ocidental, onde apresentou proposta de aumentar em US$ 133 milhões os gastos no combate à dependência e ampliar o acesso a tratamento e prevenção. Na semana passada, a Casa Branca anunciou uma iniciativa para combater o problema em áreas rurais, envolvendo vários departamentos do governo, com coordenação do ministro de Agricultura, Tom Vilsack. Especialistas concordam que prevenção e tratamento são as melhores maneiras de combater a epidemia. "Para prevenir novos casos, é preciso fazer com que médicos receitem de maneira mais cautelosa", diz Kolodny. Cicero sugere um grande esforço educacional, como o visto em relação ao fumo. "É preciso que haja o reconhecimento de que esse é um problema em nível nacional", diz Cicero. Para Brooks, é importante lembrar que essa é uma doença de longo prazo. "Temos que ter o cuidado de não gerar uma expectativa na população de que esse problema pode ser resolvido da noite para o dia", diz.
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Nos EUA, epidemia de heroína 'migra' para população branca e de classe médiaUma epidemia de heroína com características muito diferentes daquela que atingiu grandes cidades dos Estados Unidos nos anos 1960 e 1970 vem matando cada vez mais americanos e se tornou um dos temas de destaque na campanha para a eleição presidencial, em novembro. Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças, ou CDC, na sigla em inglês), ligado ao Departamento de Saúde dos Estados Unidos, o número de mortes por overdose de heroína ou de analgésicos opiáceos (remédios contra dor obtidos com receita médica e que agem no cérebro de maneira semelhante à heroína) aumentou 200% desde 2000. Somente em 2014, overdoses mataram 47.055 pessoas no país, mais do que em qualquer outro ano e mais do que as mortes no trânsito. Desse total, 61%, ou 28.647 mortes, foram associadas a overdose de heroína ou opiáceos. Segundo o CDC, as mortes por heroína mais do que triplicaram desde 2010. PERFIL Além dos números alarmantes, o que vem chamando a atenção é o perfil das vítimas. "A duas últimas grandes epidemias de drogas nos Estados Unidos, de cocaína e crack nos anos 1980/1990 e de heroína nos anos 1960/1970, afetaram desproporcionalmente negros e latinos que viviam em comunidades de baixa renda, especialmente nas grandes cidades", disse à BBC Brasil o médico especialista em abuso de drogas Andrew Kolodny, da Universidade Brandeis, no Estado de Massachusetts. "A atual epidemia é o oposto. Atinge principalmente pessoas brancas que moram em bairros residenciais de classe média, cidades pequenas ou zonas rurais", destaca Kolodny, que é diretor médico da Phoenix House, organização dedicada ao tratamento de dependência de drogas. Calcula-se que 90% dos americanos que experimentaram heroína pela primeira vez na última década sejam brancos. "As taxas de dependência e mortes por heroína são muito mais altas entre a população branca", ressalta Kolodny. ORIGEM Uma das explicações para essa diferença de perfil pode estar relacionada à origem da epidemia, ligada ao aumento no número de analgésicos opiáceos receitados pelos médicos americanos a partir da década de 1990. "Pacientes brancos têm mais probabilidade de receber uma receita de opiáceo. Há indicações de que médicos são mais cautelosos ao receitar essas drogas para pacientes negros", salienta Kolodny. Segundo o CDC, o número e analgésicos opiáceos receitados nos Estados Unidos quadruplicou desde 1999. "O que deu início a essa epidemia foi a aprovação pela FDA (Food and Drug Administration, agência do governo responsável pelo controle de medicamentos) de remédios muito poderosos contra a dor nos anos 1990", disse à BBC Brasil o doutor em psicologia Adam Brooks, do Treatment Research Institute, instituto de pesquisa sobre abuso de drogas, na Pensilvânia. CAUTELA Kolodny observa que essas drogas eram vistas inicialmente como alternativa para tratar apenas pacientes terminais, com doenças como câncer. "Na época, os médicos eram muito cautelosos ao receitar", afirma Kolodny. No entanto, várias campanhas começaram a ser lançadas, com o apoio de especialistas médicos, hospitais e órgãos reguladores, dizendo que os médicos não deveriam permitir que seus pacientes sofressem dor desnecessariamente. "Uma organização médica nacionalmente reconhecida lançou um relatório dizendo que a dor não estava sendo tratada adequadamente, que essas drogas podiam ser usadas de maneira segura e havia pouca evidência de que levassem a abuso", disse à BBC Brasil o especialista em abuso de drogas Theodore Cicero, professor de psiquiatria da Universidade Washington, em Saint Louis. PREÇO Com o tempo, esses analgésicos opiáceos passaram a ser receitados cada vez mais para problemas crônicos, como dor na coluna ou dor de cabeça, e muitos pacientes acabaram viciados. "Muitos pacientes chegam a um ponto em que o médico reconhece que têm dependência e para de receitar. E eles acabam considerando usar heroína, que custa muito mais barato do que um comprimido no mercado negro", diz Brooks. Segundo o CDC, "o aumento da oferta, a queda nos preços e a pureza da heroína nos Estados Unidos" estão entre os principais motivos para o crescente uso da droga e aumento de overdoses. Assim, uma droga que no passado era vista como exclusiva de junkies ou veteranos retornando da Guerra do Vietnã e restrita a grandes cidades acabou se infiltrando em comunidades de todo o país. ELEIÇÕES O alcance da epidemia faz com que ela cada vez mais seja reconhecida como um problema de saúde pública e acabou provocando mudanças no tom da campanha presidencial. Diante de pesquisas que indicam que quatro em cada 10 americanos conhecem alguém dependente de opiáceos, pré-candidatos democratas e republicanos têm se esforçado para demonstrar empatia com essa fatia do eleitorado. O ex-governador da Flórida Jeb Bush já falou sobre a dependência de sua filha, Noelle. "Nunca imaginei ver minha linda filha na cadeia", disse Bush. "Ela passou pelo inferno, assim como sua mãe e eu." Nesta quarta-feira, o senador texano Ted Cruz lembrou a morte de sua meia-irmã por overdose de comprimidos. "Ela passou anos entrando e saindo da prisão. Ela era uma pessoa bonita e encantadora que tomou uma série de decisões erradas." No fim do ano passado, em um vídeo que viralizou na internet, o governador de Nova Jersey, Chris Christie, falou sobre a morte de um colega de faculdade devido a overdose de opiáceos. "Pode acontecer com qualquer um. E por isso temos que começar a tratar as pessoas nesse país, e não prendê-las", disse. MUDANÇA DE ATITUDE Ao contrário de defender prisão para os usuários, como em em epidemias anteriores, políticos de ambos os partidos e o governo agora concordam que a dependência é uma doença e que a melhor solução é oferecer tratamento e prevenção. "Quando o problema de dependência era mais grave entre pobres e minorias, acho que era mais fácil para políticos e governantes criminalizar os viciados", observa Kolodny. "Agora temos uma epidemia que afeta as famílias de policiais, advogados, juízes, políticos, então eles começam a ver a dependência de maneira diferente. E isso está ajudando a mudar as atitudes em relação ao vício", diz. Alguns críticos reclamam que muitos políticos não defendem a mesma compaixão para viciados em cocaína ou crack, que afetam mais negros e pobres. Mas, apesar disso, a mudança de tom em relação à heroína é bem recebida por especialistas. "Tenho esperança de que essa mudança de foco traga mudanças na maneira como os recursos são gastos", ressalta Brooks. SOLUÇÕES O presidente Barack Obama, que já foi criticado por especialistas como Kolodny por ignorar a epidemia, também mudou de tom nos últimos meses. Em outubro, Obama falou publicamente sobre o problema em viagem ao Estado da Virgínia Ocidental, onde apresentou proposta de aumentar em US$ 133 milhões os gastos no combate à dependência e ampliar o acesso a tratamento e prevenção. Na semana passada, a Casa Branca anunciou uma iniciativa para combater o problema em áreas rurais, envolvendo vários departamentos do governo, com coordenação do ministro de Agricultura, Tom Vilsack. Especialistas concordam que prevenção e tratamento são as melhores maneiras de combater a epidemia. "Para prevenir novos casos, é preciso fazer com que médicos receitem de maneira mais cautelosa", diz Kolodny. Cicero sugere um grande esforço educacional, como o visto em relação ao fumo. "É preciso que haja o reconhecimento de que esse é um problema em nível nacional", diz Cicero. Para Brooks, é importante lembrar que essa é uma doença de longo prazo. "Temos que ter o cuidado de não gerar uma expectativa na população de que esse problema pode ser resolvido da noite para o dia", diz.
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Porquinho-da-índia ajuda crianças autistas na escola
Os porcos-da-índia não julgam. Não são prepotentes. São amigáveis, sociais e aceitam carinho. Quando brincam com porcos-da-índia na escola, as crianças com transtornos do espectro autista têm maior disposição a escutar, ficam mais sociais e interativas e tornam-se menos ansiosas, segundo uma série de estudos, o mais recente deles publicado na revista"Developmental Psychobiology". Nele, os pesquisadores analisaram dados fisiológicos que apontam para o efeito calmante dos animais sobre as crianças. As crianças brincaram com dois porcos-da-índia em grupos de três -uma criança que estava no espectro autista e duas em desenvolvimento típico. Todas as 99 crianças do estudo, com idades entre 5 e 12 anos, usavam pulseiras que monitoravam seus níveis de excitação. Na primeira vez em que as crianças com desenvolvimento típico brincaram com porcos-da-índia, elas relataram sensação de alegria e registraram níveis mais altos de excitação. Os pesquisadores especulam que as crianças ficaram animadas com a novidade dos animais. As crianças com transtornos do espectro autista também relataram sensações de alegria, mas as medições das pulseiras sugeriram que seus níveis de excitação tinham diminuído. Os animais parecem ter reduzido a tensão das crianças, concluíram os pesquisadores. Geraldine Dawson, do Centro Duke para Autismo e Desenvolvimento Cerebral, na Carolina do Norte, disse que o autismo é associado a altos níveis de excitação e ansiedade que interferem com a interação social. Ela disse que essa modesta intervenção poderia ser facilmente adaptada para salas de aula pelos professores. "Talvez seja mais fácil interagir com outros quando você tem um terceiro elemento, em vez da interação face a face", disse Dawson. Quando as crianças no espectro autista brincavam com objetos na presença das outras duas crianças, seus níveis continuavam elevados. "Elas descobriram alguma coisa no animal em si que era útil", disse Dawson. As atividades com porcos-da-índia não tinham um roteiro. As crianças podiam alimentar, afagar, pentear e desenhar os animais. Depois de oito semanas, muitas crianças, tanto típicas como no espectro, descreveram os porcos-da-índia como "meu melhor amigo", disse Marguerite E. O'Haire, da Universidade Purdue em Indiana (EUA). "Se você perguntar às crianças o que o porco-da-índia está pensando, uma resposta comum seria: 'Ele gosta de mim'", disse O'Haire. As crianças autistas são vulneráveis a provocações e exclusões dos colegas da corrente dominante. Porém, após 16 sessões com porcos-da-índia, os pais diziam a O'Haire: "Agora minha filha sente que tem amigos com quem ela pode se sentar na escola". Ela disse que os animais podem funcionar como "parachoques sociais" para essas crianças, para as quais o envolvimento é algo assustador. Deborah Fein, especialista em autismo na Universidade de Connecticut, disse: "Não há realmente um lado negativo nessa intervenção".
equilibrioesaude
Porquinho-da-índia ajuda crianças autistas na escolaOs porcos-da-índia não julgam. Não são prepotentes. São amigáveis, sociais e aceitam carinho. Quando brincam com porcos-da-índia na escola, as crianças com transtornos do espectro autista têm maior disposição a escutar, ficam mais sociais e interativas e tornam-se menos ansiosas, segundo uma série de estudos, o mais recente deles publicado na revista"Developmental Psychobiology". Nele, os pesquisadores analisaram dados fisiológicos que apontam para o efeito calmante dos animais sobre as crianças. As crianças brincaram com dois porcos-da-índia em grupos de três -uma criança que estava no espectro autista e duas em desenvolvimento típico. Todas as 99 crianças do estudo, com idades entre 5 e 12 anos, usavam pulseiras que monitoravam seus níveis de excitação. Na primeira vez em que as crianças com desenvolvimento típico brincaram com porcos-da-índia, elas relataram sensação de alegria e registraram níveis mais altos de excitação. Os pesquisadores especulam que as crianças ficaram animadas com a novidade dos animais. As crianças com transtornos do espectro autista também relataram sensações de alegria, mas as medições das pulseiras sugeriram que seus níveis de excitação tinham diminuído. Os animais parecem ter reduzido a tensão das crianças, concluíram os pesquisadores. Geraldine Dawson, do Centro Duke para Autismo e Desenvolvimento Cerebral, na Carolina do Norte, disse que o autismo é associado a altos níveis de excitação e ansiedade que interferem com a interação social. Ela disse que essa modesta intervenção poderia ser facilmente adaptada para salas de aula pelos professores. "Talvez seja mais fácil interagir com outros quando você tem um terceiro elemento, em vez da interação face a face", disse Dawson. Quando as crianças no espectro autista brincavam com objetos na presença das outras duas crianças, seus níveis continuavam elevados. "Elas descobriram alguma coisa no animal em si que era útil", disse Dawson. As atividades com porcos-da-índia não tinham um roteiro. As crianças podiam alimentar, afagar, pentear e desenhar os animais. Depois de oito semanas, muitas crianças, tanto típicas como no espectro, descreveram os porcos-da-índia como "meu melhor amigo", disse Marguerite E. O'Haire, da Universidade Purdue em Indiana (EUA). "Se você perguntar às crianças o que o porco-da-índia está pensando, uma resposta comum seria: 'Ele gosta de mim'", disse O'Haire. As crianças autistas são vulneráveis a provocações e exclusões dos colegas da corrente dominante. Porém, após 16 sessões com porcos-da-índia, os pais diziam a O'Haire: "Agora minha filha sente que tem amigos com quem ela pode se sentar na escola". Ela disse que os animais podem funcionar como "parachoques sociais" para essas crianças, para as quais o envolvimento é algo assustador. Deborah Fein, especialista em autismo na Universidade de Connecticut, disse: "Não há realmente um lado negativo nessa intervenção".
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Senado deve criar CPI para investigar queda de barragem da Samarco em MG
O Senado deverá criar, nesta semana, uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as responsabilidades da mineradora Samarco no rompimento de barreiras de contenção de rejeitos oriundos da exploração mineral no município de Mariana, Minas Gerais. O presidente do Senado, Renan Calheiros, leu nesta terça-feira (24) o requerimento de criação da CPI, encaminhado pela senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), com as assinaturas de 47 senadores. A comissão terá 180 dias para apurar e analisar as irregularidades na fiscalização e manutenção das barragens da Samarco, empresa controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, e investigar as responsabilidades pelo desastre ambiental oriundo da queda da barreira, que aconteceu em 5 de novembro. De acordo com Rose de Freitas, a CPI também deverá analisar a situação de outros locais de mineração que podem também podem apresentar risco de provocarem um desastre ambiental. A senadora cobrou a apuração imediata da responsabilidade técnica, social e administrativa do desastre e disse esperar que a comissão force uma reestruturação dos órgãos fiscalizadores, que atualmente não têm condições de acompanhar devidamente todos os pontos de exploração mineral. Segundo a peemedebista, ao que tudo indica, "o rompimento decorreu de grave negligência da mineradora em seu dever objetivo de cuidado" e alega que pode também ter havido omissão do poder público no dever de fiscalizar as condições de segurança das barragens. Os senadores que assinaram o requerimento de criação da CPI têm até a meia-noite desta terça para retirar suas assinaturas se desistirem de apoiar a comissão. Se isso não acontecer, a CPI deverá ser instalada nos próximos dias. Infográfico: Dano ambiental
cotidiano
Senado deve criar CPI para investigar queda de barragem da Samarco em MGO Senado deverá criar, nesta semana, uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as responsabilidades da mineradora Samarco no rompimento de barreiras de contenção de rejeitos oriundos da exploração mineral no município de Mariana, Minas Gerais. O presidente do Senado, Renan Calheiros, leu nesta terça-feira (24) o requerimento de criação da CPI, encaminhado pela senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), com as assinaturas de 47 senadores. A comissão terá 180 dias para apurar e analisar as irregularidades na fiscalização e manutenção das barragens da Samarco, empresa controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, e investigar as responsabilidades pelo desastre ambiental oriundo da queda da barreira, que aconteceu em 5 de novembro. De acordo com Rose de Freitas, a CPI também deverá analisar a situação de outros locais de mineração que podem também podem apresentar risco de provocarem um desastre ambiental. A senadora cobrou a apuração imediata da responsabilidade técnica, social e administrativa do desastre e disse esperar que a comissão force uma reestruturação dos órgãos fiscalizadores, que atualmente não têm condições de acompanhar devidamente todos os pontos de exploração mineral. Segundo a peemedebista, ao que tudo indica, "o rompimento decorreu de grave negligência da mineradora em seu dever objetivo de cuidado" e alega que pode também ter havido omissão do poder público no dever de fiscalizar as condições de segurança das barragens. Os senadores que assinaram o requerimento de criação da CPI têm até a meia-noite desta terça para retirar suas assinaturas se desistirem de apoiar a comissão. Se isso não acontecer, a CPI deverá ser instalada nos próximos dias. Infográfico: Dano ambiental
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Crime cibernético
Tornado público recentemente, o relatório final da CPI de crimes cibernéticos tem suscitado inúmeras controvérsias. Não é para menos. Sob o pretexto de aumentar a segurança no ambiente virtual, o texto sugere medidas e leis que, se forem aprovadas, aumentarão o poder de censura sobre a rede e diminuirão a privacidade do usuário. Dada a grita de entidades e acadêmicos preocupados com o tema, o deputado Esperidião Amin (PP-SC), relator da CPI, excluiu do texto um dos pontos mais polêmicos. Pretendia-se sugerir que uma lei tornasse sites e aplicativos corresponsáveis por conteúdos atentatórios à honra caso não os retirassem em até 48 horas após solicitação do ofendido –e isso sem necessidade de decisão judicial. Pode-se imaginar que, por precaução, sites e aplicativos terminariam por restringir de modo severo os conteúdos em circulação –incluindo notícias sobre envolvimento de políticos em corrupção. Se esse mecanismo foi eliminado, o conjunto restante não deixa de ser uma compilação de iniciavas que visam a limitar o livre funcionamento da internet. Suas disposições atacam pilares do Marco Civil da Internet, diploma aprovado em 2014 que colocou o Brasil na vanguarda do tema. Um dos pontos atingidos é a chamada neutralidade da rede. De maneira geral, esse princípio estatui que todos os dados que trafegam pela internet devem ter um tratamento isonômico, sem qualquer tipo de discriminação ou filtragem. Isso garante, por exemplo, que a velocidade de conexão não seja alterada em razão do conteúdo ou endereço acessado. Também proíbe que bloqueios ou censuras ocorram no nível da transmissão dos dados (a infraestrutura da rede), salvo por motivos técnicos. É sobre esse último ponto que a CPI sugere criar uma exceção. Propõe-se que, a pretexto de coibir atividade criminosa, juízes possam determinar que empresas provedoras de conexão interrompam o tráfego de sites inteiros. Trata-se de um desatino. Já existem mecanismos legais que possibilitam a retirada específica de qualquer material considerado ilícito. Além disso, o dispositivo abre espaço para variados abusos. Disputas envolvendo direitos autorais sobre determinada postagem, ou mesmo questionamentos de caráter político, podem resultar em banimento de endereços virtuais —esse é o tipo de controle usado por países como China e Irã. A votação do relatório da CPI está marcada para quarta-feira (27). É imperioso que, até lá, essas graves distorções sejam corrigidas. editoriais@uol.com.br
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Crime cibernéticoTornado público recentemente, o relatório final da CPI de crimes cibernéticos tem suscitado inúmeras controvérsias. Não é para menos. Sob o pretexto de aumentar a segurança no ambiente virtual, o texto sugere medidas e leis que, se forem aprovadas, aumentarão o poder de censura sobre a rede e diminuirão a privacidade do usuário. Dada a grita de entidades e acadêmicos preocupados com o tema, o deputado Esperidião Amin (PP-SC), relator da CPI, excluiu do texto um dos pontos mais polêmicos. Pretendia-se sugerir que uma lei tornasse sites e aplicativos corresponsáveis por conteúdos atentatórios à honra caso não os retirassem em até 48 horas após solicitação do ofendido –e isso sem necessidade de decisão judicial. Pode-se imaginar que, por precaução, sites e aplicativos terminariam por restringir de modo severo os conteúdos em circulação –incluindo notícias sobre envolvimento de políticos em corrupção. Se esse mecanismo foi eliminado, o conjunto restante não deixa de ser uma compilação de iniciavas que visam a limitar o livre funcionamento da internet. Suas disposições atacam pilares do Marco Civil da Internet, diploma aprovado em 2014 que colocou o Brasil na vanguarda do tema. Um dos pontos atingidos é a chamada neutralidade da rede. De maneira geral, esse princípio estatui que todos os dados que trafegam pela internet devem ter um tratamento isonômico, sem qualquer tipo de discriminação ou filtragem. Isso garante, por exemplo, que a velocidade de conexão não seja alterada em razão do conteúdo ou endereço acessado. Também proíbe que bloqueios ou censuras ocorram no nível da transmissão dos dados (a infraestrutura da rede), salvo por motivos técnicos. É sobre esse último ponto que a CPI sugere criar uma exceção. Propõe-se que, a pretexto de coibir atividade criminosa, juízes possam determinar que empresas provedoras de conexão interrompam o tráfego de sites inteiros. Trata-se de um desatino. Já existem mecanismos legais que possibilitam a retirada específica de qualquer material considerado ilícito. Além disso, o dispositivo abre espaço para variados abusos. Disputas envolvendo direitos autorais sobre determinada postagem, ou mesmo questionamentos de caráter político, podem resultar em banimento de endereços virtuais —esse é o tipo de controle usado por países como China e Irã. A votação do relatório da CPI está marcada para quarta-feira (27). É imperioso que, até lá, essas graves distorções sejam corrigidas. editoriais@uol.com.br
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Leite de marsupiais pode ajudar no combate às superbactérias
O leite materno do diabo da Tasmânia, marsupial que vive em uma ilha ao sul da Austrália, contém proteínas que poderiam ajudar na luta global contra as cada vez mais mortais "superbactérias" resistentes aos antibióticos, disseram pesquisadores australianos na terça-feira. As superbactérias são bactérias que desenvolveram resistência devido principalmente ao uso inadequado de antibióticos, e por isso não podem ser tratadas com os medicamentos existentes. Segundo um estudo britânico recente, estas superbactérias poderiam chegar a matar até 10 milhões de pessoas por ano em 2050, ou seja, serão tão mortais quanto o câncer. Cientistas da Universidade de Sydney descobriram peptídeos (elementos de base de uma proteína) presentes no leite da fêmea do diabo da Tasmânia que podem matar algumas superbactérias, entre elas o estafilococo dourado, resistente à meticilina, e os enterococos, resistentes ao poderoso antibiótico vancomicina. Os pesquisadores se interessaram pelo diabo da Tasmânia, que carrega seus filhotes recém-nascidos em uma bolsa nas costas, devido às características biológicas da espécie. Apesar de terem sistemas imunológicos pouco desenvolvidos, os filhotes sobrevivem ao crescimento na bolsa cheia de bactérias das suas mães. "Achamos que isso levou a uma expansão destes peptídeos nos marsupiais," disse à AFP Emma Peel, pesquisadora da Universidade de Sydney que trabalhou no estudo publicado na revista on-line Scientific Reports, do grupo Nature. "Os marsupiais têm mais peptídeos do que outros mamíferos. No diabo encontramos seis, enquanto os humanos têm apenas um peptídeo deste tipo", afirmou a pesquisadora. "Outra pesquisa em outros marsupiais mostraram que os wallabies (espécie de canguru) têm oito destes peptídeos, e os gambás têm 12", disse Peel, acrescentando que também estão sendo realizados estudos com o leite dos coalas. Os cientistas criaram artificialmente os peptídeos antimicrobianos, chamados catelicidina, depois de extrair a sequência do genoma do diabo da Tasmânia, e descobriram que eles "mataram as bactérias resistentes (...) e outras bactérias". Eles esperam que os peptídeos marsupiais possam eventualmente ser usados para desenvolver novos antibióticos para humanos que ajudem na batalha contra as superbactérias. "Uma das coisas mais difíceis no mundo de hoje é tentar encontrar novos antibióticos para cepas de bactérias resistentes às drogas", disse à AFP a diretora de pesquisa do grupo de genômica da Vida Selvagem da universidade, Carolyn Hogg. "A maioria dos outros antibióticos anteriores vieram de plantas, fungos e outros trabalhos que já existem há cerca de 100 anos, então é hora de começar a procurar em outro lugar", acrescentou. A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, alertou no mês passado que alguns cientistas estavam descrevendo o impacto das superbactérias como um "tsunami em câmara lenta" e que a situação era "ruim e (estava) ficando pior".
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Leite de marsupiais pode ajudar no combate às superbactériasO leite materno do diabo da Tasmânia, marsupial que vive em uma ilha ao sul da Austrália, contém proteínas que poderiam ajudar na luta global contra as cada vez mais mortais "superbactérias" resistentes aos antibióticos, disseram pesquisadores australianos na terça-feira. As superbactérias são bactérias que desenvolveram resistência devido principalmente ao uso inadequado de antibióticos, e por isso não podem ser tratadas com os medicamentos existentes. Segundo um estudo britânico recente, estas superbactérias poderiam chegar a matar até 10 milhões de pessoas por ano em 2050, ou seja, serão tão mortais quanto o câncer. Cientistas da Universidade de Sydney descobriram peptídeos (elementos de base de uma proteína) presentes no leite da fêmea do diabo da Tasmânia que podem matar algumas superbactérias, entre elas o estafilococo dourado, resistente à meticilina, e os enterococos, resistentes ao poderoso antibiótico vancomicina. Os pesquisadores se interessaram pelo diabo da Tasmânia, que carrega seus filhotes recém-nascidos em uma bolsa nas costas, devido às características biológicas da espécie. Apesar de terem sistemas imunológicos pouco desenvolvidos, os filhotes sobrevivem ao crescimento na bolsa cheia de bactérias das suas mães. "Achamos que isso levou a uma expansão destes peptídeos nos marsupiais," disse à AFP Emma Peel, pesquisadora da Universidade de Sydney que trabalhou no estudo publicado na revista on-line Scientific Reports, do grupo Nature. "Os marsupiais têm mais peptídeos do que outros mamíferos. No diabo encontramos seis, enquanto os humanos têm apenas um peptídeo deste tipo", afirmou a pesquisadora. "Outra pesquisa em outros marsupiais mostraram que os wallabies (espécie de canguru) têm oito destes peptídeos, e os gambás têm 12", disse Peel, acrescentando que também estão sendo realizados estudos com o leite dos coalas. Os cientistas criaram artificialmente os peptídeos antimicrobianos, chamados catelicidina, depois de extrair a sequência do genoma do diabo da Tasmânia, e descobriram que eles "mataram as bactérias resistentes (...) e outras bactérias". Eles esperam que os peptídeos marsupiais possam eventualmente ser usados para desenvolver novos antibióticos para humanos que ajudem na batalha contra as superbactérias. "Uma das coisas mais difíceis no mundo de hoje é tentar encontrar novos antibióticos para cepas de bactérias resistentes às drogas", disse à AFP a diretora de pesquisa do grupo de genômica da Vida Selvagem da universidade, Carolyn Hogg. "A maioria dos outros antibióticos anteriores vieram de plantas, fungos e outros trabalhos que já existem há cerca de 100 anos, então é hora de começar a procurar em outro lugar", acrescentou. A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, alertou no mês passado que alguns cientistas estavam descrevendo o impacto das superbactérias como um "tsunami em câmara lenta" e que a situação era "ruim e (estava) ficando pior".
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Caraguatatuba, no litoral de SP, tem a primeira morte por dengue neste ano
Uma dona de casa de 39 anos morreu de dengue hemorrágica na madrugada de quarta-feira (28), em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. A confirmação foi feita pela secretaria de Saúde do município. Trata-se da primeira morte em decorrência da doença registrada na cidade neste ano. No ano passado, foram três. De acordo com a prefeitura, Adelaide Amaro Simões deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) no último dia 27 e, devido ao quadro hemorrágico, foi transferida no mesmo dia para a Casa de Saúde Stella Maris, onde morreu horas depois. Segundo a secretaria, a demora na procura pelo atendimento médico pode ter contribuído para o agravamento do quadro –não há registros de consultas recentes da paciente na rede pública. A família de Adelaide contesta a informação. Nádia Gonçalves Pires, irmã da dona de casa, afirma que ela procurou o médico assim que surgiram os primeiros sintomas –dores fortes na cabeça e no corpo, febre e tremores. "Ela já tinha um problema de saúde nos ossos e tomava medicação para isso, tanto que nem podia trabalhar. Quando começou a sentir dores e a passar mal, no dia 24 de janeiro, foi ao hospital, onde tomou soro e fez exames", disse. Ainda segundo Nádia, sua irmã voltou no dia seguinte ao médico para ver o resultado dos exames, que confirmou a doença. Ela foi orientada a tomar paracetamol. "Depois disso, ela só piorou. Se tivesse recebido os cuidados necessários desde o início, talvez ainda estivesse aqui com a gente. Quando ela foi para a UPA no dia 27, a situação já estava bem grave e ela nem estava consciente." Adelaide morava no bairro Perequê Mirim, na região sul de Caraguatatuba, com as netas de 3 e 5 anos. De acordo com a família, ela não teve dengue anteriormente e contraiu a doença no bairro onde residia, já que não costumava sair de lá. O Perequê Mirim é um dos grandes focos da doença no município, onde, somente em janeiro, foram confirmados 313 casos. Nas ruas e calçadas do bairro da periferia há muitos criadouros do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, como lixo acumulado, entulho e restos de poda. Segundo Nádia, áreas do bairro costumam alagar, como ocorreu em dezembro. As poças de água se acumulam e também contribuem para aumentar os casos de dengue.
cotidiano
Caraguatatuba, no litoral de SP, tem a primeira morte por dengue neste anoUma dona de casa de 39 anos morreu de dengue hemorrágica na madrugada de quarta-feira (28), em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. A confirmação foi feita pela secretaria de Saúde do município. Trata-se da primeira morte em decorrência da doença registrada na cidade neste ano. No ano passado, foram três. De acordo com a prefeitura, Adelaide Amaro Simões deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) no último dia 27 e, devido ao quadro hemorrágico, foi transferida no mesmo dia para a Casa de Saúde Stella Maris, onde morreu horas depois. Segundo a secretaria, a demora na procura pelo atendimento médico pode ter contribuído para o agravamento do quadro –não há registros de consultas recentes da paciente na rede pública. A família de Adelaide contesta a informação. Nádia Gonçalves Pires, irmã da dona de casa, afirma que ela procurou o médico assim que surgiram os primeiros sintomas –dores fortes na cabeça e no corpo, febre e tremores. "Ela já tinha um problema de saúde nos ossos e tomava medicação para isso, tanto que nem podia trabalhar. Quando começou a sentir dores e a passar mal, no dia 24 de janeiro, foi ao hospital, onde tomou soro e fez exames", disse. Ainda segundo Nádia, sua irmã voltou no dia seguinte ao médico para ver o resultado dos exames, que confirmou a doença. Ela foi orientada a tomar paracetamol. "Depois disso, ela só piorou. Se tivesse recebido os cuidados necessários desde o início, talvez ainda estivesse aqui com a gente. Quando ela foi para a UPA no dia 27, a situação já estava bem grave e ela nem estava consciente." Adelaide morava no bairro Perequê Mirim, na região sul de Caraguatatuba, com as netas de 3 e 5 anos. De acordo com a família, ela não teve dengue anteriormente e contraiu a doença no bairro onde residia, já que não costumava sair de lá. O Perequê Mirim é um dos grandes focos da doença no município, onde, somente em janeiro, foram confirmados 313 casos. Nas ruas e calçadas do bairro da periferia há muitos criadouros do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, como lixo acumulado, entulho e restos de poda. Segundo Nádia, áreas do bairro costumam alagar, como ocorreu em dezembro. As poças de água se acumulam e também contribuem para aumentar os casos de dengue.
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Fotógrafo German Lorca mostra suas estonteantes imagens coloridas
Num canto de seu estúdio todo branco, German Lorca lembra tempos mais coloridos. Ele conta que o galpão na zona sul paulistana vivia alugado para campanhas publicitárias até sofrer com os abalos da crise econômica. Foi na publicidade, no caso, que esse artista, um dos pilares da fotografia moderna do país, construiu um lado de sua obra ainda quase desconhecido. Lorca fez história com imagens ultrageométricas, em preto e branco, de uma São Paulo que se industrializava ao longo dos anos 1950 e 1960. Último sobrevivente do famoso Foto Cine Clube Bandeirante –grupo de fotógrafos que modernizou a linguagem visual no país na primeira metade do século passado–, Lorca, 94, foi um dos cronistas de uma metrópole em transe, de arranha-céus espetando as nuvens, gruas levantando lajes, telhados e telhas em sucessão vertiginosa, luzes e sombras fantasmagóricas –o calor da marcha rumo à modernidade. Enquanto o MoMA, em Nova York, acaba de comprar uma série dessas imagens para seu acervo, São Paulo verá agora o avesso dessa sua austeridade metálica. Dezenas de fotografias coloridíssimas do artista, grande parte delas feitas para vender carros, fogões, LPs ou anunciar liquidações, vêm à tona agora numa retrospectiva no Sesc Bom Retiro. FÚRIA CAPITALISTA "É a primeira vez que eu faço isso", diz o fotógrafo. "Queria mostrar as fotos coloridas que nunca foram mostradas." Juntas, essas imagens inéditas ou pouco vistas documentam de forma indireta a fúria capitalista por trás do crescimento da cidade que tanto atraiu o olhar de Lorca, ou seja, eram sonhos de consumo que povoariam túneis, avenidas e estradas de ferro. Estão ali os carros, elegantes Aero Willys ou os Renault Dauphine, pilotados por senhoritas como Bibi Ferreira, Maria della Costa e Eva Wilma. Também estão lá os fogões em cores saturadas para compor interiores modernos. Mais surreal, uma delas mostra um Jeep carregando uma girafa. Lorca lembra a loucura que foi fazer a foto no centro da cidade –irritado, o bicho fugiu e foi dar uma volta pelo vale do Anhangabaú. Entre uma e outra campanha, o artista fazia experimentos coloridos –da mesma forma que usava o tempo livre na era em preto e branco para criar suas imagens mais icônicas, como aquela em que pôs o filho e a avó diante da Oca no parque Ibirapuera em construção, como se fitassem um disco voador caído do céu. Em cores, Lorca flagrou um colchão de ar vermelho flutuando na superfície azulzíssima de uma piscina, o reflexo das torres do World Trade Center na carroceria arredondada de um Jaguar deslizando pela rua e as luzes de Nova York enfeitada para o Natal. "É impressionante como eles iluminam a cidade toda [Nova York]", diz Lorca. "Então eu remontei essa imagem para dar mais força e mais confusão." Ele fala das duplas e triplas exposições que costuma fazer, multiplicando os pontos de vista numa mesma imagem para criar sombras e brilhos insuspeitados, imitando o enxame de luzes das grandes cidades. Nova York e São Paulo são os lugares mais fotografados. Na mostra, uma visão da capital paulista em que os prédios parecem se multiplicar surge contraposta a Manhattan retratada do mesmo jeito, um paredão de aço e vidro colorido. * GERMAN LORCA QUANDO abre qui. (27), às 19h; de ter. a sex., das 9h às 20h; sáb., 10h às 20h; dom., 10h às 18h; até 26/2 ONDE Sesc Bom Retiro, al. Nothmann, 185, tel. (11) 3332-3600 QUANTO grátis
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Fotógrafo German Lorca mostra suas estonteantes imagens coloridasNum canto de seu estúdio todo branco, German Lorca lembra tempos mais coloridos. Ele conta que o galpão na zona sul paulistana vivia alugado para campanhas publicitárias até sofrer com os abalos da crise econômica. Foi na publicidade, no caso, que esse artista, um dos pilares da fotografia moderna do país, construiu um lado de sua obra ainda quase desconhecido. Lorca fez história com imagens ultrageométricas, em preto e branco, de uma São Paulo que se industrializava ao longo dos anos 1950 e 1960. Último sobrevivente do famoso Foto Cine Clube Bandeirante –grupo de fotógrafos que modernizou a linguagem visual no país na primeira metade do século passado–, Lorca, 94, foi um dos cronistas de uma metrópole em transe, de arranha-céus espetando as nuvens, gruas levantando lajes, telhados e telhas em sucessão vertiginosa, luzes e sombras fantasmagóricas –o calor da marcha rumo à modernidade. Enquanto o MoMA, em Nova York, acaba de comprar uma série dessas imagens para seu acervo, São Paulo verá agora o avesso dessa sua austeridade metálica. Dezenas de fotografias coloridíssimas do artista, grande parte delas feitas para vender carros, fogões, LPs ou anunciar liquidações, vêm à tona agora numa retrospectiva no Sesc Bom Retiro. FÚRIA CAPITALISTA "É a primeira vez que eu faço isso", diz o fotógrafo. "Queria mostrar as fotos coloridas que nunca foram mostradas." Juntas, essas imagens inéditas ou pouco vistas documentam de forma indireta a fúria capitalista por trás do crescimento da cidade que tanto atraiu o olhar de Lorca, ou seja, eram sonhos de consumo que povoariam túneis, avenidas e estradas de ferro. Estão ali os carros, elegantes Aero Willys ou os Renault Dauphine, pilotados por senhoritas como Bibi Ferreira, Maria della Costa e Eva Wilma. Também estão lá os fogões em cores saturadas para compor interiores modernos. Mais surreal, uma delas mostra um Jeep carregando uma girafa. Lorca lembra a loucura que foi fazer a foto no centro da cidade –irritado, o bicho fugiu e foi dar uma volta pelo vale do Anhangabaú. Entre uma e outra campanha, o artista fazia experimentos coloridos –da mesma forma que usava o tempo livre na era em preto e branco para criar suas imagens mais icônicas, como aquela em que pôs o filho e a avó diante da Oca no parque Ibirapuera em construção, como se fitassem um disco voador caído do céu. Em cores, Lorca flagrou um colchão de ar vermelho flutuando na superfície azulzíssima de uma piscina, o reflexo das torres do World Trade Center na carroceria arredondada de um Jaguar deslizando pela rua e as luzes de Nova York enfeitada para o Natal. "É impressionante como eles iluminam a cidade toda [Nova York]", diz Lorca. "Então eu remontei essa imagem para dar mais força e mais confusão." Ele fala das duplas e triplas exposições que costuma fazer, multiplicando os pontos de vista numa mesma imagem para criar sombras e brilhos insuspeitados, imitando o enxame de luzes das grandes cidades. Nova York e São Paulo são os lugares mais fotografados. Na mostra, uma visão da capital paulista em que os prédios parecem se multiplicar surge contraposta a Manhattan retratada do mesmo jeito, um paredão de aço e vidro colorido. * GERMAN LORCA QUANDO abre qui. (27), às 19h; de ter. a sex., das 9h às 20h; sáb., 10h às 20h; dom., 10h às 18h; até 26/2 ONDE Sesc Bom Retiro, al. Nothmann, 185, tel. (11) 3332-3600 QUANTO grátis
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Templo Zu Lai, Paranapiacaba e mais destinos próximos de SP para fugir da correria da capital
DE SÃO PAULO Quase nada é impossível para quem está em São Paulo. Nem mesmo, num passeio de apenas um dia, sentir o cheiro de mato, ter a paz de um templo budista e até visitar uma vinícola * PARANAPIACABA Distância de SP: 63 km Porque vale: a maioria das edificações da vila foi construída por britânicos, que desembarcaram na região para construir a primeira ferrovia paulista De olho: no relógio de 1898 na estação Alto da Serra, uma reprodução do Big Ben Como chegar: para entrar no clima, de trem —o Expresso Turístico sai da estação da Luz Veja datas de viagem e os valores das passagens em cptm.sp.gov.br * FEIRA DE EMBU DAS ARTES Distância de SP: 30 km Porque vale: nos sábados e domingos, as vielas do centro histórico são tomadas pelas artes manuais. Vende-se de tudo ali: tapetes, artigos de decoração, antiguidades, móveis, bijuterias De olho: nos restaurantes no entorno e no Museu de Arte Sacra de Jesuítas Como chegar: de carro Centro Histórico do Largo Vinte e Um de Abril - Lgo. 21 de Abril, 139, Centro, Embu das Artes, tel. 4704-6565. Sáb. e dom.: 9h às 18h30. Ingr. p/ embudasartes.tur.br * TEMPLO ZU LAI Distância de SP: 30 km Porque vale: é um dos maiores templos budistas da América Latina. Os visitantes podem acompanhar as cerimônias recitadas pelas monjas, meditar, explorar as dependências do belíssimo santuário e almoçar no fim de semana De olho: aos sábados e domingos, monta-se um bufê vegetariano de receitas chinesas Como chegar: de carro Estr. Fernando Nobre, 1.461, Parque Rincão, Cotia, tel. 3500-3600. Ter. a sex.: 12h às 17h. Sáb. e dom.: 9h às 17h. Estac. (grátis). Ingr. p/ templozulai.org.br. Estac. (grátis) * SÃO ROQUE Distância de SP: 61 km Porque vale: a região tem mais de 30 vinícolas como a Goés (no km 9 da Estrada do Vinho; tel. 4711-3500), que oferece um passeio guiado pela plantação de uvas cabernet sauvignon, com degustação dos rótulos Como chegar: o ideal é contratar serviço de translado para poder experimentar as bebidas Informações: saoroque.sp.gov.br *Distância estimada para viagem de carro
especial
Templo Zu Lai, Paranapiacaba e mais destinos próximos de SP para fugir da correria da capitalDE SÃO PAULO Quase nada é impossível para quem está em São Paulo. Nem mesmo, num passeio de apenas um dia, sentir o cheiro de mato, ter a paz de um templo budista e até visitar uma vinícola * PARANAPIACABA Distância de SP: 63 km Porque vale: a maioria das edificações da vila foi construída por britânicos, que desembarcaram na região para construir a primeira ferrovia paulista De olho: no relógio de 1898 na estação Alto da Serra, uma reprodução do Big Ben Como chegar: para entrar no clima, de trem —o Expresso Turístico sai da estação da Luz Veja datas de viagem e os valores das passagens em cptm.sp.gov.br * FEIRA DE EMBU DAS ARTES Distância de SP: 30 km Porque vale: nos sábados e domingos, as vielas do centro histórico são tomadas pelas artes manuais. Vende-se de tudo ali: tapetes, artigos de decoração, antiguidades, móveis, bijuterias De olho: nos restaurantes no entorno e no Museu de Arte Sacra de Jesuítas Como chegar: de carro Centro Histórico do Largo Vinte e Um de Abril - Lgo. 21 de Abril, 139, Centro, Embu das Artes, tel. 4704-6565. Sáb. e dom.: 9h às 18h30. Ingr. p/ embudasartes.tur.br * TEMPLO ZU LAI Distância de SP: 30 km Porque vale: é um dos maiores templos budistas da América Latina. Os visitantes podem acompanhar as cerimônias recitadas pelas monjas, meditar, explorar as dependências do belíssimo santuário e almoçar no fim de semana De olho: aos sábados e domingos, monta-se um bufê vegetariano de receitas chinesas Como chegar: de carro Estr. Fernando Nobre, 1.461, Parque Rincão, Cotia, tel. 3500-3600. Ter. a sex.: 12h às 17h. Sáb. e dom.: 9h às 17h. Estac. (grátis). Ingr. p/ templozulai.org.br. Estac. (grátis) * SÃO ROQUE Distância de SP: 61 km Porque vale: a região tem mais de 30 vinícolas como a Goés (no km 9 da Estrada do Vinho; tel. 4711-3500), que oferece um passeio guiado pela plantação de uvas cabernet sauvignon, com degustação dos rótulos Como chegar: o ideal é contratar serviço de translado para poder experimentar as bebidas Informações: saoroque.sp.gov.br *Distância estimada para viagem de carro
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Leitora lembra que Elomar "Bode" serviu de inspiração para Henfil
Nunca é demais lembrar que o grande e inesquecível cartunista Henfil criou seu personagem Bode Orelana (aquele que comia os livros), com declarada inspiração e em homenagem ao notável compositor trovador Elomar Figueira Mello (A festa do bode). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitora lembra que Elomar "Bode" serviu de inspiração para HenfilNunca é demais lembrar que o grande e inesquecível cartunista Henfil criou seu personagem Bode Orelana (aquele que comia os livros), com declarada inspiração e em homenagem ao notável compositor trovador Elomar Figueira Mello (A festa do bode). * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Mortes: Goleiro e motorista de ambulância no sul da Bahia
Na ambulância, Romalho Gomes tinha que encolher os braços para enganchar o volante. Em campo, atendendo por Romário, os já longos membros dobravam de tamanho: seguro e arrojado, botava medo nos atacantes do sul da Bahia. Goleiro cigano, amarrou o burro em Itagimirim, a 97 km de Porto Seguro, no começo dos anos 2000. Com passagens por clubes de todos os cantos da Bahia e outros tantos da Paraíba, Romalho estava atrás de estabilidade. Primeiro com um cargo na área de esportes, depois como motorista concursado da secretaria de saúde, tornou-se figura querida na prefeitura. Como o preparo físico sempre esteve nos trinques, nunca chegou a largar o futebol: no torneio intermunicipal, que no passado revelou Bobô e Edílson, jogou até os 45. A passagem mais destacada foi na seleção de Eunápolis, município que o acolhera no auge da carreira. De 1995 a 1997, o time profissional da cidade disputou a primeira divisão do Campeonato Baiano. Era o piadista do grupo. "Ele fazia nossa alegria. Quando a gente jogava fora de casa e ele não viajava, não era a mesma coisa", lembra Rogério Mineiro, meia do time. Também cartola, o goleiro presidiu a liga amadora de Itagimirim e promoveu o esporte por aqueles lados. No último dia 24, antes de Bahia e Grêmio se enfrentarem pela 25ª rodada da Série A, o minuto de silêncio na Fonte Nova homenageou o homem que dividia seu tempo entre as luvas e a sirene. Cinco dias antes, Romalho sofrera um grave acidente de carro na BR-101. Deixa mulher e três filhos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Mortes: Goleiro e motorista de ambulância no sul da BahiaNa ambulância, Romalho Gomes tinha que encolher os braços para enganchar o volante. Em campo, atendendo por Romário, os já longos membros dobravam de tamanho: seguro e arrojado, botava medo nos atacantes do sul da Bahia. Goleiro cigano, amarrou o burro em Itagimirim, a 97 km de Porto Seguro, no começo dos anos 2000. Com passagens por clubes de todos os cantos da Bahia e outros tantos da Paraíba, Romalho estava atrás de estabilidade. Primeiro com um cargo na área de esportes, depois como motorista concursado da secretaria de saúde, tornou-se figura querida na prefeitura. Como o preparo físico sempre esteve nos trinques, nunca chegou a largar o futebol: no torneio intermunicipal, que no passado revelou Bobô e Edílson, jogou até os 45. A passagem mais destacada foi na seleção de Eunápolis, município que o acolhera no auge da carreira. De 1995 a 1997, o time profissional da cidade disputou a primeira divisão do Campeonato Baiano. Era o piadista do grupo. "Ele fazia nossa alegria. Quando a gente jogava fora de casa e ele não viajava, não era a mesma coisa", lembra Rogério Mineiro, meia do time. Também cartola, o goleiro presidiu a liga amadora de Itagimirim e promoveu o esporte por aqueles lados. No último dia 24, antes de Bahia e Grêmio se enfrentarem pela 25ª rodada da Série A, o minuto de silêncio na Fonte Nova homenageou o homem que dividia seu tempo entre as luvas e a sirene. Cinco dias antes, Romalho sofrera um grave acidente de carro na BR-101. Deixa mulher e três filhos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas
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Relator da Lava Jato no STF, Teori faz críticas a Sergio Moro com colegas
O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), tem feito críticas ao juiz Sergio Moro com outros colegas. INTIMADO O comportamento do juiz em alguns episódios tem merecido ressalvas também de outros magistrados. Além de Marco Aurélio Mello, que condenou a condução coercitiva de Lula para prestar depoimento, a ministra Cármen Lúcia, de forma mais moderada, também já opinou que tal medida só seria cabível a investigados já intimados e que se negaram a comparecer. O que não era o caso do ex-presidente. VIDA PRIVADA Dois outros ministros dizem que o uso dos grampos autorizados por Moro em Lula aparentemente não seguiu rigidamente as regras. A lei de interceptações telefônicas diz que todo e qualquer diálogo de um investigado que não contenha indício de crime deve ser "destruído por determinação da decisão judicial". VIDA PRIVADA 2 A medida deve ser seguida à risca, já que a quebra do sigilo está prevista exclusivamente para a investigação de crimes e não para devassar a intimidade do investigado. Ao levantar o sigilo de todas as gravações telefônicas, inclusive de conversas familiares, Moro divulgou até mesmo diálogo de Marisa Letícia com um de seus filhos, Fabio, xingando os panelaços. ENDEREÇO CERTO Um dos ministros que opinaram sobre o grampo com a coluna afirma que, ao interceptar conversa com Dilma Rousseff, que tem foro privilegiado, Moro deveria ter enviado o conteúdo ao STF (Supremo Tribunal Federal), sob sigilo, para que a corte então examinasse se houve tentativa de obstrução da Justiça. "O magistrado se apossa do sigilo para investigar, e não para fazer divulgação ou qualquer ato político", afirma o ministro. INTERROGAÇÃO Eventuais irregularidades na captação das conversas podem gerar, inclusive, nulidades, diz o outro ministro com quem a coluna conversou. Segundo ele, é preciso redobrar o cuidado em casos de quebra de sigilo de cidadãos investigados, para evitar abusos. LUPA Apesar das ressalvas, o STF deve abrir investigação contra Dilma sobre o conteúdo da conversa com Lula em que ela envia termo de posse para ser usado "em caso de necessidade". Moro afirmou em despacho que o diálogo sugere que o ex-presidente só virou ministro para ganhar foro privilegiado. RESPOSTA As afirmações do ex-presidente sobre o STF estar "acovardado" também geraram incômodo na corte, levando o decano do tribunal, Celso de Mello, a se manifestar duramente contra Lula. PHEDRA SÃO MUITAS As atrizes Paula Cohen, Cléo De Páris e Maria Casadevall ensaiam as cenas que vão fazer no espetáculo beneficente para a atriz Phedra D. Córdoba. A apresentação será na sexta (25), às 21h, no Teatro Oficina, com direção de Gero Camilo e Robson Catalunha. E terá ainda artistas como José Celso Martinez Corrêa, Hugo Possolo e Ivam Cabral. * A renda do show "Phedras por Phedra" vai ajudar a pagar o tratamento de saúde da atriz de 78 anos. O roteiro tem músicas que remetem à história dela. E Paula, Cléo e Maria vão encenar momentos marcantes da vida da cubana que vive no Brasil desde os anos 1950 e é "diva" da praça Roosevelt. QUESTÃO FILOSÓFICA A atriz Natallia Rodrigues faz parte da peça "Sobre Ratos e Homens", que teve pré-estreia na quinta (17), no Sesc Bom Retiro. Luiz Serra, Gustavo Vaz, Luciano Schwab, Tom Nunes, Cássio Inácio, Ricardo Monastero e Ando Camargo completam o elenco. Os atores Ricardo Tozzi e Mariana Elisabetsky estiveram na plateia. BRINDE A BACO O Teatro Jardim Sul, que será inaugurado no próximo dia 5 no shopping Jardim Sul, no Morumbi, terá venda de vinho no meio da plateia. O serviço será oferecido só nas peças adultas, meia hora antes do início do espetáculo. A casa tem duas salas com 200 poltronas cada uma. PRAZO VENCIDO A reforma que o Memorial da América Latina faz na parte estrutural está trocando equipamentos que não eram renovados há 26 anos, como os carpetes e as máquinas de ar-condicionado. O presidente da instituição, João Batista de Andrade, chegou a ter uma crise de asma por causa da sujeira no piso e no sistema de ar. Com a renovação, que também substituiu toda a iluminação por lâmpadas de LED, a meta é economizar 50% em energia. FORA, MOSQUITOS E frequentadores têm demonstrado preocupação com o espelho d'água do Memorial por causa do mosquito da dengue. A direção recebeu mensagens questionando sobre o assunto. "Limpamos o espelho d'água várias vezes por semana e tratamos a água", diz o presidente. NO GOGÓ O grupo israelense Voca People vai cantar músicas de Adoniran Barbosa, Tim Maia, Zezé Di Camargo & Luciano e Cazuza na turnê que fará no Brasil neste ano. O conjunto, que combina sons vocais, beatbox e comédia, também vai tocar clássicos internacionais nas apresentações, agenciadas pela Opus Promoções. ARTES DO CORPO As artistas visuais Juliana Curi e Maria Eugenia Cordero abriram a instalação artística "A Batalha do Corpo", na quinta (17), no Centro Cultural São Paulo. A obra propõe reflexões sobre o HIV. O gestor público Marcelo Morais, a educadora Raquel Luanda e a artista plástica Micaela Cyrino, da produção da mostra, participaram da abertura. CURTO-CIRCUITO O marchand James Lisboa faz leilão de arte nesta segunda (21) em seu escritório, nos Jardins. O musical "A Paixão segundo Nelson", inspirado na obra de Nelson Rodrigues, estreia nesta segunda (21), às 21h, no Teatro Bradesco. A presidente do Instituto Alana, Ana Lucia Villela, fala nesta segunda (21) na ONU, em Nova York, sobre educação inclusiva em evento sobre síndrome de Down. O Instituto Ayrton Senna lança nesta segunda (21) um site especial para fãs do piloto, que completaria 56 anos. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
colunas
Relator da Lava Jato no STF, Teori faz críticas a Sergio Moro com colegasO ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), tem feito críticas ao juiz Sergio Moro com outros colegas. INTIMADO O comportamento do juiz em alguns episódios tem merecido ressalvas também de outros magistrados. Além de Marco Aurélio Mello, que condenou a condução coercitiva de Lula para prestar depoimento, a ministra Cármen Lúcia, de forma mais moderada, também já opinou que tal medida só seria cabível a investigados já intimados e que se negaram a comparecer. O que não era o caso do ex-presidente. VIDA PRIVADA Dois outros ministros dizem que o uso dos grampos autorizados por Moro em Lula aparentemente não seguiu rigidamente as regras. A lei de interceptações telefônicas diz que todo e qualquer diálogo de um investigado que não contenha indício de crime deve ser "destruído por determinação da decisão judicial". VIDA PRIVADA 2 A medida deve ser seguida à risca, já que a quebra do sigilo está prevista exclusivamente para a investigação de crimes e não para devassar a intimidade do investigado. Ao levantar o sigilo de todas as gravações telefônicas, inclusive de conversas familiares, Moro divulgou até mesmo diálogo de Marisa Letícia com um de seus filhos, Fabio, xingando os panelaços. ENDEREÇO CERTO Um dos ministros que opinaram sobre o grampo com a coluna afirma que, ao interceptar conversa com Dilma Rousseff, que tem foro privilegiado, Moro deveria ter enviado o conteúdo ao STF (Supremo Tribunal Federal), sob sigilo, para que a corte então examinasse se houve tentativa de obstrução da Justiça. "O magistrado se apossa do sigilo para investigar, e não para fazer divulgação ou qualquer ato político", afirma o ministro. INTERROGAÇÃO Eventuais irregularidades na captação das conversas podem gerar, inclusive, nulidades, diz o outro ministro com quem a coluna conversou. Segundo ele, é preciso redobrar o cuidado em casos de quebra de sigilo de cidadãos investigados, para evitar abusos. LUPA Apesar das ressalvas, o STF deve abrir investigação contra Dilma sobre o conteúdo da conversa com Lula em que ela envia termo de posse para ser usado "em caso de necessidade". Moro afirmou em despacho que o diálogo sugere que o ex-presidente só virou ministro para ganhar foro privilegiado. RESPOSTA As afirmações do ex-presidente sobre o STF estar "acovardado" também geraram incômodo na corte, levando o decano do tribunal, Celso de Mello, a se manifestar duramente contra Lula. PHEDRA SÃO MUITAS As atrizes Paula Cohen, Cléo De Páris e Maria Casadevall ensaiam as cenas que vão fazer no espetáculo beneficente para a atriz Phedra D. Córdoba. A apresentação será na sexta (25), às 21h, no Teatro Oficina, com direção de Gero Camilo e Robson Catalunha. E terá ainda artistas como José Celso Martinez Corrêa, Hugo Possolo e Ivam Cabral. * A renda do show "Phedras por Phedra" vai ajudar a pagar o tratamento de saúde da atriz de 78 anos. O roteiro tem músicas que remetem à história dela. E Paula, Cléo e Maria vão encenar momentos marcantes da vida da cubana que vive no Brasil desde os anos 1950 e é "diva" da praça Roosevelt. QUESTÃO FILOSÓFICA A atriz Natallia Rodrigues faz parte da peça "Sobre Ratos e Homens", que teve pré-estreia na quinta (17), no Sesc Bom Retiro. Luiz Serra, Gustavo Vaz, Luciano Schwab, Tom Nunes, Cássio Inácio, Ricardo Monastero e Ando Camargo completam o elenco. Os atores Ricardo Tozzi e Mariana Elisabetsky estiveram na plateia. BRINDE A BACO O Teatro Jardim Sul, que será inaugurado no próximo dia 5 no shopping Jardim Sul, no Morumbi, terá venda de vinho no meio da plateia. O serviço será oferecido só nas peças adultas, meia hora antes do início do espetáculo. A casa tem duas salas com 200 poltronas cada uma. PRAZO VENCIDO A reforma que o Memorial da América Latina faz na parte estrutural está trocando equipamentos que não eram renovados há 26 anos, como os carpetes e as máquinas de ar-condicionado. O presidente da instituição, João Batista de Andrade, chegou a ter uma crise de asma por causa da sujeira no piso e no sistema de ar. Com a renovação, que também substituiu toda a iluminação por lâmpadas de LED, a meta é economizar 50% em energia. FORA, MOSQUITOS E frequentadores têm demonstrado preocupação com o espelho d'água do Memorial por causa do mosquito da dengue. A direção recebeu mensagens questionando sobre o assunto. "Limpamos o espelho d'água várias vezes por semana e tratamos a água", diz o presidente. NO GOGÓ O grupo israelense Voca People vai cantar músicas de Adoniran Barbosa, Tim Maia, Zezé Di Camargo & Luciano e Cazuza na turnê que fará no Brasil neste ano. O conjunto, que combina sons vocais, beatbox e comédia, também vai tocar clássicos internacionais nas apresentações, agenciadas pela Opus Promoções. ARTES DO CORPO As artistas visuais Juliana Curi e Maria Eugenia Cordero abriram a instalação artística "A Batalha do Corpo", na quinta (17), no Centro Cultural São Paulo. A obra propõe reflexões sobre o HIV. O gestor público Marcelo Morais, a educadora Raquel Luanda e a artista plástica Micaela Cyrino, da produção da mostra, participaram da abertura. CURTO-CIRCUITO O marchand James Lisboa faz leilão de arte nesta segunda (21) em seu escritório, nos Jardins. O musical "A Paixão segundo Nelson", inspirado na obra de Nelson Rodrigues, estreia nesta segunda (21), às 21h, no Teatro Bradesco. A presidente do Instituto Alana, Ana Lucia Villela, fala nesta segunda (21) na ONU, em Nova York, sobre educação inclusiva em evento sobre síndrome de Down. O Instituto Ayrton Senna lança nesta segunda (21) um site especial para fãs do piloto, que completaria 56 anos. com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI
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Análise: Depoimento faz crise subir de patamar
Se algo pode piorar, não há duvida de que irá. A velha máxima pegou em cheio o PT e o governo Dilma hoje com a condução coercitiva do tesoureiro João Vaccari Neto para depor à PF e a revelação de detalhes da delação premiada do "gerente de US$ 100 milhões", Pedro Barusco. O ex-gerente de Engenharia da Petrobras confirmou e apresentou documentação sobre o esquema operado por Vaccari para sangrar a estatal em pelo menos US$ 200 milhões ao longo de dez anos. O "pelo menos" fica por conta de que Barusco é apenas um dos envolvidos nas tramoias apuradas pela Operação Lava Jato. A pergunta seguinte, que certamente já foi feita a Vaccari, é: para onde foi o dinheiro? Sendo ele o homem das finanças do PT, substituto do notório Delúbio Soares, a resposta é quase óbvia. Isso tudo ocorre na véspera do encontro que celebraria os 35 anos do PT com a presença de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, sob cujos governos foi arquitetada e executada a corrupção gigante na Petrobras. Véspera também do prazo para a escolha da nova diretoria da estatal, que substituirá a derrubada trupe de Graça Foster. Fica muito batido usar "tempestade perfeita" para descrever o que acontece no entorno do PT e do Planalto. Por ora, alheamento é a palavra de ordem. Dilma passou a posse de Mangabeira Unger na Secretaria de Assuntos Estratégicos falando algo sobre o "passaporte do pré-sal", como se estivesse em 2009. Próceres do PT afirmam que farão uma "defesa enfática" de Vaccari na sexta em BH –como são escaldados, talvez mudem de ideia com a leitura do noticiário ao longo do dia. Seja como for, o Partido dos Trabalhadores chega aos 35 anos sob uma crise que é, antes de tudo, existencial. Se mantiver o padrão de negação e continuidade nos erros que assumiu durante o mensalão, quando tudo era "culpa da mídia golpista", entrará num beco sem saída. Enquanto isso, o resto da base aliada do governo mostra como o jogo será jogado ao instalar a CPI da Petrobras na Câmara. A crise, se é que isso parecia possível, subiu de patamar.
poder
Análise: Depoimento faz crise subir de patamarSe algo pode piorar, não há duvida de que irá. A velha máxima pegou em cheio o PT e o governo Dilma hoje com a condução coercitiva do tesoureiro João Vaccari Neto para depor à PF e a revelação de detalhes da delação premiada do "gerente de US$ 100 milhões", Pedro Barusco. O ex-gerente de Engenharia da Petrobras confirmou e apresentou documentação sobre o esquema operado por Vaccari para sangrar a estatal em pelo menos US$ 200 milhões ao longo de dez anos. O "pelo menos" fica por conta de que Barusco é apenas um dos envolvidos nas tramoias apuradas pela Operação Lava Jato. A pergunta seguinte, que certamente já foi feita a Vaccari, é: para onde foi o dinheiro? Sendo ele o homem das finanças do PT, substituto do notório Delúbio Soares, a resposta é quase óbvia. Isso tudo ocorre na véspera do encontro que celebraria os 35 anos do PT com a presença de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, sob cujos governos foi arquitetada e executada a corrupção gigante na Petrobras. Véspera também do prazo para a escolha da nova diretoria da estatal, que substituirá a derrubada trupe de Graça Foster. Fica muito batido usar "tempestade perfeita" para descrever o que acontece no entorno do PT e do Planalto. Por ora, alheamento é a palavra de ordem. Dilma passou a posse de Mangabeira Unger na Secretaria de Assuntos Estratégicos falando algo sobre o "passaporte do pré-sal", como se estivesse em 2009. Próceres do PT afirmam que farão uma "defesa enfática" de Vaccari na sexta em BH –como são escaldados, talvez mudem de ideia com a leitura do noticiário ao longo do dia. Seja como for, o Partido dos Trabalhadores chega aos 35 anos sob uma crise que é, antes de tudo, existencial. Se mantiver o padrão de negação e continuidade nos erros que assumiu durante o mensalão, quando tudo era "culpa da mídia golpista", entrará num beco sem saída. Enquanto isso, o resto da base aliada do governo mostra como o jogo será jogado ao instalar a CPI da Petrobras na Câmara. A crise, se é que isso parecia possível, subiu de patamar.
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Schwarzenegger, astronauta e furacão Sandy: o que eles têm a ver com a saída dos EUA do Acordo de Paris
Com a decisão de Trump, os EUA se juntam à Nicarágua e à Síria, os outros não signatários do Acordo de Paris. Os motivos da recusa, porém são diferentes. Nas negociações do texto, a Nicarágua disse que só assinaria um acordo com obrigações vinculantes. "Responsabilidades voluntárias são um caminho para a derrota", disse Paul Orquist, representante do país. * Já a Síria está envolvida em uma guerra civil desde 2011, o que dificulta qualquer compromisso climático do tipo. * O ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger criticou a decisão de Donald Trump de retirar os EUA do Acordo de Paris, pedindo uma "revolução para salvar o planeta". "Um homem não pode destruir nosso progresso. Um homem não pode parar nossa revolução da energia limpa. E um homem não pode voltar no tempo -só eu posso fazer isso", afirmou o astro do filme "Exterminador do Futuro", que também é membro do Partido Republicano, em vídeo. "Alguns de nós sabemos como um futuro de energia limpa se parece, e ele não é assustador." * Os governadores da Califórnia, Nova York e do Estado de Washington anunciaram a criação da Aliança dos Estados Unidos pelo Clima (United States Climate Alliance) para unir os Estados que apoiam o Acordo de Paris e onde ações mais agressivas contra a mudança do clima serão tomadas. * Bill de Blasio, prefeito de Nova York, comprometeu-se a manter as metas de Paris. "A cidade viu o poder destrutivo da natureza na era da mudança climática graças ao Furacão Sandy", disse. * Já o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg disse que vai doar US$ 15 milhões de sua fortuna para um fundo da ONU de mudanças climáticas para preencher um "vazio que surge como resultado do anúncio do presidente Trump". * O astronauta Scott Kelly disse no Twitter que a "saída do Acordo de Paris será devastadora para o planeta. Paris e Pittsburgh compartilham o mesmo ambiente", sobre Trump ter dito que fora eleito pelos eleitores de Pittsburgh, não pelos de Paris.
asmais
Schwarzenegger, astronauta e furacão Sandy: o que eles têm a ver com a saída dos EUA do Acordo de ParisCom a decisão de Trump, os EUA se juntam à Nicarágua e à Síria, os outros não signatários do Acordo de Paris. Os motivos da recusa, porém são diferentes. Nas negociações do texto, a Nicarágua disse que só assinaria um acordo com obrigações vinculantes. "Responsabilidades voluntárias são um caminho para a derrota", disse Paul Orquist, representante do país. * Já a Síria está envolvida em uma guerra civil desde 2011, o que dificulta qualquer compromisso climático do tipo. * O ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger criticou a decisão de Donald Trump de retirar os EUA do Acordo de Paris, pedindo uma "revolução para salvar o planeta". "Um homem não pode destruir nosso progresso. Um homem não pode parar nossa revolução da energia limpa. E um homem não pode voltar no tempo -só eu posso fazer isso", afirmou o astro do filme "Exterminador do Futuro", que também é membro do Partido Republicano, em vídeo. "Alguns de nós sabemos como um futuro de energia limpa se parece, e ele não é assustador." * Os governadores da Califórnia, Nova York e do Estado de Washington anunciaram a criação da Aliança dos Estados Unidos pelo Clima (United States Climate Alliance) para unir os Estados que apoiam o Acordo de Paris e onde ações mais agressivas contra a mudança do clima serão tomadas. * Bill de Blasio, prefeito de Nova York, comprometeu-se a manter as metas de Paris. "A cidade viu o poder destrutivo da natureza na era da mudança climática graças ao Furacão Sandy", disse. * Já o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg disse que vai doar US$ 15 milhões de sua fortuna para um fundo da ONU de mudanças climáticas para preencher um "vazio que surge como resultado do anúncio do presidente Trump". * O astronauta Scott Kelly disse no Twitter que a "saída do Acordo de Paris será devastadora para o planeta. Paris e Pittsburgh compartilham o mesmo ambiente", sobre Trump ter dito que fora eleito pelos eleitores de Pittsburgh, não pelos de Paris.
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História do Google Glass tem traição amorosa e erros de estratégia
Esta é uma história que envolve muita intriga pública, uma tecnologia vestível futurística, um laboratório secreto, modelos de moda, paraquedistas e um triângulo amoroso no escritório que pôs fim ao casamento de um bilionário. É a história do Google Glass. Antes de começar, essa é a parte da história em que eu provavelmente deveria explicar o que é o Google Glass. Mas nem preciso. O Google Glass não chegou ao mundo despercebido. Em lugar disso, explodiu nele com toda a pompa e atenção normalmente reservadas a um Apple iQualquercoisa. Desde que foi lançado, em 2012, o Google Glass vem sendo visto como O aparelho, objeto obrigatório de desejo de todo mundo, de nerds e presidentes de empresas a chefs de cozinha e profissionais da moda. Era o brinquedinho compulsório que ditaria o padrão para uma nova classe de computadores vestíveis. A revista "Time" o apontou como uma das "melhores invenções do ano". O aparelho foi alvo de um artigo de 12 páginas na revista "Vogue". Um episódio de "Os Simpsons" foi dedicado ao Google Glass, ainda que Homer os chamasse de "Oogle Goggles"; e o produto foi alvo de muitas paródias cômicas, por exemplo no "Saturday Night Live", no "The Colbert Report" e em numerosos vídeos no YouTube. Presidentes de todo o mundo o testaram. O príncipe Charles usou o Google Glass, e o mesmo vale para Oprah, Beyoncé, Jennifer Lawrence e Bill Murray. Também houve o momento, na semana de moda de Nova York de 2012, em que Diane von Furstenberg apareceu com um Google Glass vermelho, e enviou suas modelos à passarela usando versões do aparelho em diferentes cores. Mais tarde, em um vídeo de produção refinada, Furstenberg, usando um novo modelo produzido pela DVF (Made for Glass), dizia a Isabelle Olsson, designer do Google, que "revelamos o Google Glass ao mundo". DESISTÊNCIA Mas talvez o maior impacto tenha surgido no mês passado, quando, do nada, o Google anunciou que o Glass, tal qual o conhecemos, sairia de linha. Para compreender o que houve de errado, é preciso recuar no tempo alguns anos, e voltar aos modernos escritórios do Google em Mountain View, Califórnia. Lá, em meio às figueiras e às edificações coloridas, os fundadores da empresa e um pequeno grupo de executivos de confiança desenvolveram uma lista de cem ideias futuristas. Elas incluíam um GPS para uso em espaços fechados e um projeto chamado Google Brain. Mas a maior empolgação estava reservada para um novo gênero de computadores vestíveis que poderiam ser usados junto à pele ou, talvez, em forma de óculos. Pelo final de 2009, Eric Schmidt, então presidente-executivo do Google, abordou Sebastian Thrun, um pesquisador genial que trabalhava com múltiplas disciplinas na Universidade Stanford, e o contratou para transformar essas ideias em produtos. Thrun, instruído a criar um nome bacana, decidiu que o laboratório seria provisoriamente conhecido como Google X, esperando desenvolver nome melhor mais adiante. De acordo com diversos funcionários do Google que trabalharam nos primeiros estágios do Projeto X (todos os quais só aceitaram falar do assunto sob a condição de que seus nomes não fossem revelados, porque ainda trabalham para a empresa ou têm relações de negócios com ela), o laboratório logo encontrou um lar sigiloso no complexo que sedia o Google, ocupando o segundo piso em um edifício anônimo na avenida Charleston, 1.489. Lá, nasceu o primeiro projeto do laboratório: um produto de realidade virtual que mais tarde se tornaria o Google Glass. Thrun recrutou diversos cientistas e pesquisadores prestigiados para trabalhar no Glass, entre os quais Astro Teller e Babak Parviz, os dois pesquisadores de vanguarda quanto à computação vestível, e a designer Olsson. Não demorou para que Sergey Brin, cofundador do Google, se tornasse um dos comandantes do projeto X. LANÇAMENTO Para reforçar a ideia de que o Glass era uma obra em progresso, o Google decidiu que a primeira versão não seria vendida no varejo, e limitou sua distribuição aos Google Explorers, um grupo seleto de geeks e jornalistas que pagaram US$ 1.500 pelo privilégio de estar entre os usuários iniciais. A estratégia deu errado. A exclusividade reforçou o interesse já intenso, com veículos de mídia brigando por seu pedaço da história. Com a grande empolgação do público pelo projeto, o Google simplesmente transformou uma pequena fogueira em conflagração, ao lançá-lo em escala limitada. "A equipe do Google X sabia que o produto não estava nem perto de pronto para lançamento", disse um antigo funcionário do Google. Mas Brin e a equipe de marketing do Google tinham outros planos. Em uma conferência do Google para desenvolvedores, em junho de 2012, por exemplo, paraquedistas usando o Glass pousaram no topo do salão de conferência, percorreram o telhado de bicicleta e desceram ao salão, sob aplausos estrondosos. (Eu estava lá, e nunca vi uma demonstração de produto como aquela.) Brin parecia muito feliz com a atenção, e foi comparado a Tony Stark, o empresário dos quadrinhos do Homem de Ferro. Mais tarde naquele ano, Brin assistiria ao desfile de von Furstenberg na primeira fila, usando orgulhosamente um Google Glass. Não era assim que o Glass deveria ter sido introduzido. O que estava acontecendo não era a experiência discreta que os engenheiros do Google prefeririam ter conduzido enquanto ajustavam o produto. Era como ver alguém murmurando um segredo em um megafone. Mas paraquedistas e modelos não bastam, e o brilho do produto logo começou a se desgastar. Os resenhistas de tecnologia que por fim receberam o Glass o descreveram como "o pior produto de todos os tempos", apontando, com razão, que sua bateria durava nada, e que se tratava de "um produto repleto de bugs". Surgiram questões de privacidade, com as pessoas temerosas de ser gravadas em vídeo em momentos privados, por exemplo ao usar o banheiro, como aconteceu comigo em outra conferência do Google, na qual me vi cercado de pessoas usando o Glass. O produto também foi proibido em bares, cinemas, cassinos de Las Vegas e outros lugares que não querem ver seus fregueses gravando imagens sem autorização. O Glass logo deixou de ser um acessório cobiçado para se tornar alvo de piada. Surgiu um site no Tumblr chamado Homens Brancos Usando Google Glass. TRAIÇÃO Então, no começo de 2014, um escândalo digno de jornal sensacionalista varreu o Google X. Entre as impressoras 3D e os chips, havia surgido um caso de amor entre Brin e Amanda Rosenberg, uma executiva de marketing do Google Glass que havia ajudado a organizar o desfile de Diane von Furstenberg. Brin decidiu deixar a mulher para ficar com Rosenberg, que também decidiu acabar seu namoro com outro funcionário do Google. Uma reviravolta ainda mais estranha, reportada pela "Vanity Fair", envolvia o fato de que a mulher de Brin antes disso tudo era amiga de Rosenberg. E desde então o Google Glass pareceu definhar. Funcionários que trabalharam no começo do projeto X deixaram a companhia, entre os quais Parvitz, que se transferiu para a Amazon. Brin, que estava enfrentando as consequências de seu caso no Google, também parou de usar o Glass em público. E foi assim que chegamos ao mês passado, quando o Google anunciou abruptamente o encerramento do programa Google Glass. Isso foi reportado em quase toda parte como a morte do produto. Mas pode ser que não. Em sua nova vida, o Glass será comandado por Ivy Ross, designer de joias que comanda a divisão de óculos inteligentes do Google, e Tony Fadell, antigo executivo de produto da Apple e criador da Nest. Diversas pessoas informadas sobre os planos de Fadell para o Glass afirmam que ele pretende redesenhar o óculos do zero e que só o lançaria quando estivesse pronto. "Não haverá experiências públicas", disse um assessor de Fadell. "Tony conhece produtos e não vai lançar qualquer coisa que não esteja perfeita." Quanto a von Furstenberg, ela não tem arrependimentos. Em entrevista, disse que o Google Glass era nada menos que revolucionário. "Foi a primeira vez que pessoas falaram de tecnologia vestível", afirmou. "A tecnologia avança cada vez mais rápido, e o Google Glass será parte da História". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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História do Google Glass tem traição amorosa e erros de estratégiaEsta é uma história que envolve muita intriga pública, uma tecnologia vestível futurística, um laboratório secreto, modelos de moda, paraquedistas e um triângulo amoroso no escritório que pôs fim ao casamento de um bilionário. É a história do Google Glass. Antes de começar, essa é a parte da história em que eu provavelmente deveria explicar o que é o Google Glass. Mas nem preciso. O Google Glass não chegou ao mundo despercebido. Em lugar disso, explodiu nele com toda a pompa e atenção normalmente reservadas a um Apple iQualquercoisa. Desde que foi lançado, em 2012, o Google Glass vem sendo visto como O aparelho, objeto obrigatório de desejo de todo mundo, de nerds e presidentes de empresas a chefs de cozinha e profissionais da moda. Era o brinquedinho compulsório que ditaria o padrão para uma nova classe de computadores vestíveis. A revista "Time" o apontou como uma das "melhores invenções do ano". O aparelho foi alvo de um artigo de 12 páginas na revista "Vogue". Um episódio de "Os Simpsons" foi dedicado ao Google Glass, ainda que Homer os chamasse de "Oogle Goggles"; e o produto foi alvo de muitas paródias cômicas, por exemplo no "Saturday Night Live", no "The Colbert Report" e em numerosos vídeos no YouTube. Presidentes de todo o mundo o testaram. O príncipe Charles usou o Google Glass, e o mesmo vale para Oprah, Beyoncé, Jennifer Lawrence e Bill Murray. Também houve o momento, na semana de moda de Nova York de 2012, em que Diane von Furstenberg apareceu com um Google Glass vermelho, e enviou suas modelos à passarela usando versões do aparelho em diferentes cores. Mais tarde, em um vídeo de produção refinada, Furstenberg, usando um novo modelo produzido pela DVF (Made for Glass), dizia a Isabelle Olsson, designer do Google, que "revelamos o Google Glass ao mundo". DESISTÊNCIA Mas talvez o maior impacto tenha surgido no mês passado, quando, do nada, o Google anunciou que o Glass, tal qual o conhecemos, sairia de linha. Para compreender o que houve de errado, é preciso recuar no tempo alguns anos, e voltar aos modernos escritórios do Google em Mountain View, Califórnia. Lá, em meio às figueiras e às edificações coloridas, os fundadores da empresa e um pequeno grupo de executivos de confiança desenvolveram uma lista de cem ideias futuristas. Elas incluíam um GPS para uso em espaços fechados e um projeto chamado Google Brain. Mas a maior empolgação estava reservada para um novo gênero de computadores vestíveis que poderiam ser usados junto à pele ou, talvez, em forma de óculos. Pelo final de 2009, Eric Schmidt, então presidente-executivo do Google, abordou Sebastian Thrun, um pesquisador genial que trabalhava com múltiplas disciplinas na Universidade Stanford, e o contratou para transformar essas ideias em produtos. Thrun, instruído a criar um nome bacana, decidiu que o laboratório seria provisoriamente conhecido como Google X, esperando desenvolver nome melhor mais adiante. De acordo com diversos funcionários do Google que trabalharam nos primeiros estágios do Projeto X (todos os quais só aceitaram falar do assunto sob a condição de que seus nomes não fossem revelados, porque ainda trabalham para a empresa ou têm relações de negócios com ela), o laboratório logo encontrou um lar sigiloso no complexo que sedia o Google, ocupando o segundo piso em um edifício anônimo na avenida Charleston, 1.489. Lá, nasceu o primeiro projeto do laboratório: um produto de realidade virtual que mais tarde se tornaria o Google Glass. Thrun recrutou diversos cientistas e pesquisadores prestigiados para trabalhar no Glass, entre os quais Astro Teller e Babak Parviz, os dois pesquisadores de vanguarda quanto à computação vestível, e a designer Olsson. Não demorou para que Sergey Brin, cofundador do Google, se tornasse um dos comandantes do projeto X. LANÇAMENTO Para reforçar a ideia de que o Glass era uma obra em progresso, o Google decidiu que a primeira versão não seria vendida no varejo, e limitou sua distribuição aos Google Explorers, um grupo seleto de geeks e jornalistas que pagaram US$ 1.500 pelo privilégio de estar entre os usuários iniciais. A estratégia deu errado. A exclusividade reforçou o interesse já intenso, com veículos de mídia brigando por seu pedaço da história. Com a grande empolgação do público pelo projeto, o Google simplesmente transformou uma pequena fogueira em conflagração, ao lançá-lo em escala limitada. "A equipe do Google X sabia que o produto não estava nem perto de pronto para lançamento", disse um antigo funcionário do Google. Mas Brin e a equipe de marketing do Google tinham outros planos. Em uma conferência do Google para desenvolvedores, em junho de 2012, por exemplo, paraquedistas usando o Glass pousaram no topo do salão de conferência, percorreram o telhado de bicicleta e desceram ao salão, sob aplausos estrondosos. (Eu estava lá, e nunca vi uma demonstração de produto como aquela.) Brin parecia muito feliz com a atenção, e foi comparado a Tony Stark, o empresário dos quadrinhos do Homem de Ferro. Mais tarde naquele ano, Brin assistiria ao desfile de von Furstenberg na primeira fila, usando orgulhosamente um Google Glass. Não era assim que o Glass deveria ter sido introduzido. O que estava acontecendo não era a experiência discreta que os engenheiros do Google prefeririam ter conduzido enquanto ajustavam o produto. Era como ver alguém murmurando um segredo em um megafone. Mas paraquedistas e modelos não bastam, e o brilho do produto logo começou a se desgastar. Os resenhistas de tecnologia que por fim receberam o Glass o descreveram como "o pior produto de todos os tempos", apontando, com razão, que sua bateria durava nada, e que se tratava de "um produto repleto de bugs". Surgiram questões de privacidade, com as pessoas temerosas de ser gravadas em vídeo em momentos privados, por exemplo ao usar o banheiro, como aconteceu comigo em outra conferência do Google, na qual me vi cercado de pessoas usando o Glass. O produto também foi proibido em bares, cinemas, cassinos de Las Vegas e outros lugares que não querem ver seus fregueses gravando imagens sem autorização. O Glass logo deixou de ser um acessório cobiçado para se tornar alvo de piada. Surgiu um site no Tumblr chamado Homens Brancos Usando Google Glass. TRAIÇÃO Então, no começo de 2014, um escândalo digno de jornal sensacionalista varreu o Google X. Entre as impressoras 3D e os chips, havia surgido um caso de amor entre Brin e Amanda Rosenberg, uma executiva de marketing do Google Glass que havia ajudado a organizar o desfile de Diane von Furstenberg. Brin decidiu deixar a mulher para ficar com Rosenberg, que também decidiu acabar seu namoro com outro funcionário do Google. Uma reviravolta ainda mais estranha, reportada pela "Vanity Fair", envolvia o fato de que a mulher de Brin antes disso tudo era amiga de Rosenberg. E desde então o Google Glass pareceu definhar. Funcionários que trabalharam no começo do projeto X deixaram a companhia, entre os quais Parvitz, que se transferiu para a Amazon. Brin, que estava enfrentando as consequências de seu caso no Google, também parou de usar o Glass em público. E foi assim que chegamos ao mês passado, quando o Google anunciou abruptamente o encerramento do programa Google Glass. Isso foi reportado em quase toda parte como a morte do produto. Mas pode ser que não. Em sua nova vida, o Glass será comandado por Ivy Ross, designer de joias que comanda a divisão de óculos inteligentes do Google, e Tony Fadell, antigo executivo de produto da Apple e criador da Nest. Diversas pessoas informadas sobre os planos de Fadell para o Glass afirmam que ele pretende redesenhar o óculos do zero e que só o lançaria quando estivesse pronto. "Não haverá experiências públicas", disse um assessor de Fadell. "Tony conhece produtos e não vai lançar qualquer coisa que não esteja perfeita." Quanto a von Furstenberg, ela não tem arrependimentos. Em entrevista, disse que o Google Glass era nada menos que revolucionário. "Foi a primeira vez que pessoas falaram de tecnologia vestível", afirmou. "A tecnologia avança cada vez mais rápido, e o Google Glass será parte da História". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Secretaria de Segurança contesta reportagem sobre omissão de dados
A Secretaria de Segurança Pública alerta que há graves erros na matéria Governo Alckmin omite dados de pessoas mortas por policiais em SP e repudia a forma como os dados, que estavam publicados no site da SSP, desde o dia anterior, foram ignorados pela reportagem. São Paulo está entre os Estados mais transparentes na divulgação de índices criminais, sendo um dos poucos que publica, mensalmente, dados estatísticos de homicídios em seu site e, a cada três meses, divulga os dados de letalidade, conforme estabelece o conjunto de normas que trata do tema. Esses dados são publicados mensalmente no "Diário Oficial". A reportagem desprezou os dados de homicídios de 2014 e 2015, que estão disponíveis no site da SSP, e também confunde homicídios com mortes causadas por policiais em folga. A SSP informa que não está havendo nenhum fracionamento. Nem tampouco há escolha de índices bons ou ruins. Os dados divulgados são feitos em sua inteireza e colocados imediatamente no site. Na terça-feira, foram divulgados os dados de roubos de veículos de todos os municípios do Estado. Na quarta, os dados de todas as ocorrências e vítimas de homicídios dos 645 municípios e, na quinta feira, os dados completos de letalidade do 3º trimestre de 2015, em seus seis tópicos para cada polícia. Os dados, sejam bons ou ruins, sempre são divulgados em respeito à publicidade e transparência. Ao ignorar e não publicar os dados completos de roubo de veículos e homicídios, a Folha privou seu leitor de importantes informações e desrespeitou seu próprio "Manual de Redação". MARCO NASCIMENTO, diretor de Comunicação Social da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (São Paulo, SP) RESPOSTA DOS JORNALISTAS REYNALDO TUROLLO JR., ROGÉRIO PAGNAN E LUCAS FERRAZ - A Folha mantém todas as informações publicadas na reportagem. * A Folha vive noticiando supostos crimes de policiais, no melhor estilo esquerdista que vê a realidade de forma invertida. Seria muito mais inteligente se a Folha defendesse leis mais severas e um Judiciário menos leniente para reduzir mortes de inocentes e bandidos. O resultado seria melhor para todos. RAFAEL ALBERTI CESA (Caxias do Sul, RS) * O que está acontecendo na Secretaria da Segurança Pública é a implantação de uma política de violência e truculência na Polícia Militar. Temos que nos esconder da polícia? Os cidadãos honrados são os criminosos. BENEDICTA CATHARINA FONZAR, professora aposentada da UnB (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Secretaria de Segurança contesta reportagem sobre omissão de dadosA Secretaria de Segurança Pública alerta que há graves erros na matéria Governo Alckmin omite dados de pessoas mortas por policiais em SP e repudia a forma como os dados, que estavam publicados no site da SSP, desde o dia anterior, foram ignorados pela reportagem. São Paulo está entre os Estados mais transparentes na divulgação de índices criminais, sendo um dos poucos que publica, mensalmente, dados estatísticos de homicídios em seu site e, a cada três meses, divulga os dados de letalidade, conforme estabelece o conjunto de normas que trata do tema. Esses dados são publicados mensalmente no "Diário Oficial". A reportagem desprezou os dados de homicídios de 2014 e 2015, que estão disponíveis no site da SSP, e também confunde homicídios com mortes causadas por policiais em folga. A SSP informa que não está havendo nenhum fracionamento. Nem tampouco há escolha de índices bons ou ruins. Os dados divulgados são feitos em sua inteireza e colocados imediatamente no site. Na terça-feira, foram divulgados os dados de roubos de veículos de todos os municípios do Estado. Na quarta, os dados de todas as ocorrências e vítimas de homicídios dos 645 municípios e, na quinta feira, os dados completos de letalidade do 3º trimestre de 2015, em seus seis tópicos para cada polícia. Os dados, sejam bons ou ruins, sempre são divulgados em respeito à publicidade e transparência. Ao ignorar e não publicar os dados completos de roubo de veículos e homicídios, a Folha privou seu leitor de importantes informações e desrespeitou seu próprio "Manual de Redação". MARCO NASCIMENTO, diretor de Comunicação Social da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (São Paulo, SP) RESPOSTA DOS JORNALISTAS REYNALDO TUROLLO JR., ROGÉRIO PAGNAN E LUCAS FERRAZ - A Folha mantém todas as informações publicadas na reportagem. * A Folha vive noticiando supostos crimes de policiais, no melhor estilo esquerdista que vê a realidade de forma invertida. Seria muito mais inteligente se a Folha defendesse leis mais severas e um Judiciário menos leniente para reduzir mortes de inocentes e bandidos. O resultado seria melhor para todos. RAFAEL ALBERTI CESA (Caxias do Sul, RS) * O que está acontecendo na Secretaria da Segurança Pública é a implantação de uma política de violência e truculência na Polícia Militar. Temos que nos esconder da polícia? Os cidadãos honrados são os criminosos. BENEDICTA CATHARINA FONZAR, professora aposentada da UnB (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Pão de queijo ganha recheio de carne de panela em casa de SP
Uma das estrelas do cardápio do Quem Quer Pão 75, uma casa graciosa e feminina em uma rua de paralelepípedo na Barra Funda, é o pão de queijo. A chef e proprietária Manu Ferraz traz o queijo do Vale do Jequitinhonha, região na qual cresceu, no norte de Minas Gerais, e o incorpora em boa dose na receita. A combinação com polvilho da mesma procedência resulta em um pão mais consistente, com alvéolos e casquinha crocante. Em seu pequeno restaurante de bairro, de ares interioranos, a cozinheira o serve na versão com alho (este, acrescido cru à massa, bem intenso, portanto), recheado com uma carne de panela, que cozinha até desmanchar (R$ 11). Para evitar o desperdício, os pães de queijo do dia anterior viram torradas no dia seguinte, que integram uma entradinha do cardápio. A mesma carne de panela forra uma cumbuquinha de cerâmica e, sobre ela, é acomodado um ovo caipira frito e as torradinhas, que ajudam a fisgar a mistura, que deve ser comida com as mãos (R$ 13). Quem Quer Pão 75 Onde: r. Dona Elisa, 117, Barra Funda; tel. (11) 2538-0844
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Pão de queijo ganha recheio de carne de panela em casa de SPUma das estrelas do cardápio do Quem Quer Pão 75, uma casa graciosa e feminina em uma rua de paralelepípedo na Barra Funda, é o pão de queijo. A chef e proprietária Manu Ferraz traz o queijo do Vale do Jequitinhonha, região na qual cresceu, no norte de Minas Gerais, e o incorpora em boa dose na receita. A combinação com polvilho da mesma procedência resulta em um pão mais consistente, com alvéolos e casquinha crocante. Em seu pequeno restaurante de bairro, de ares interioranos, a cozinheira o serve na versão com alho (este, acrescido cru à massa, bem intenso, portanto), recheado com uma carne de panela, que cozinha até desmanchar (R$ 11). Para evitar o desperdício, os pães de queijo do dia anterior viram torradas no dia seguinte, que integram uma entradinha do cardápio. A mesma carne de panela forra uma cumbuquinha de cerâmica e, sobre ela, é acomodado um ovo caipira frito e as torradinhas, que ajudam a fisgar a mistura, que deve ser comida com as mãos (R$ 13). Quem Quer Pão 75 Onde: r. Dona Elisa, 117, Barra Funda; tel. (11) 2538-0844
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Série de quadrinhos 'Love and Rockets' é relançada na íntegra no Brasil
A vila de Palomar e seus 386 habitantes vieram ao mundo em 1983. Os primeiros contos da série em quadrinhos "Love and Rockets", ambientados no pequeno povoado localizado em algum ponto da América Latina, foram concebidos quando o seu autor, Gilbert Hernandez, tinha apenas 26 anos. Agora, aos 59, o artista texano terá seu trabalho mais aclamado republicado na íntegra no Brasil. A recém-lançada "Sopa de Lágrimas" é a primeira de três coletâneas previstas para os próximos anos reunindo as histórias de Hernandez com os moradores da fictícia Palomar. "Sempre quis criar a ilusão de que todos nós já estivemos naquele lugar", explica Hernandez em entrevista à Folha. "A maioria dos leitores de quadrinhos continua a ler HQs por pura nostalgia. Eu quero me relacionar com o passado dos meus leitores sem depender desse apelo nostálgico dos gibis." Recentemente, Gilbert também anunciou a retomada de "Love and Rockets" como uma publicação quadrimestral a partir de setembro e o lançamento de um romance gráfico contando sua versão para a história de Adão e Eva. "Sopa de Lágrimas" apresenta as primeiras histórias do quadrinista sobre Palomar e introduz alguns dos mais célebres cidadãos da vila. Chelo é a parteira local e dona da única casa de banho da região, que ganha a concorrência da recém-chegada Luba. Amigos inseparáveis, Manuel e Soledad nasceram quase juntos, mas apaixonaram-se pela jovem Pipo. Heráclio acabou de chegar ao povoado, mas volta e meia vê o fantasma de um pintor que habitava a região. Os aspectos fantásticos das histórias de Gilbert levaram a comparações com as várias tramas de Gabriel García Márquez no clássico "Cem Anos de Solidão": "Já estava na 14ª edição de 'Love and Rockets' quando li García Márquez pela primeira vez. Reconheço essas semelhanças. A relação provável que vejo para esse diálogo talvez seja minha formação católica e latina". Criado com mais cinco irmãos, o artista é filho de pai mexicano e mãe texana. EM FAMÍLIA "Love and Rockets" foi criado por Hernandez com seus irmãos Mario e Jaime. O título intercalou os contos de Palomar com as histórias de "Locas", série protagonizada por jovens da cena punk de Los Angeles no início dos anos 1980. Os três irmãos são um dos pilares de uma geração de quadrinistas underground americanos que transformou a percepção do público em relação às possibilidades das histórias em quadrinhos. "Pensava que, se eu simplesmente me expressasse com honestidade, o trabalho teria sua influência particular. Meu foco era ser o mais honesto possível", diz Gilbert, contemporâneo de ícones como Charles Burns, Art Spiegelman e Lynda Barry. "Na verdade, não acho que meus quadrinhos demonstram qualquer esperteza criativa. Escrevo e desenho de maneira simples, sem pretensão de alcançar um grande impacto artístico." SOPA DE LÁGRIMAS AUTOR Gilbert Hernandez EDITORA Veneta QUANTO R$79,90 (288 páginas) * Com ascendência mexicana, Gilbert Hernandez é um dos quadrinistas de origem latino-americana mais respeitados nos Estados Unidos. Hoje, passados mais de 30 anos desde o início de sua carreira, diz não temer a possibilidade de o republicano Donald Trump –que tem causado controvérsia por suas declarações anti-imigração e até chegou a propor um muro na fronteira entre os EUA e o México– eleger-se à presidência americana. "Nunca tenho medo dessas coisas, estamos apenas vendo a verdade em relação às pessoas", afirma à Folha. "Esse tipo de coisa sempre existiu. Se não pudermos ter vidas felizes mesmo com esses idiotas, então não merecermos ser felizes. Não tenho tempo para ter medo, tenho quadrinhos para fazer." O trabalho, porém, começou como diversão. Hernandez conta que ele e seus irmãos, com quem criou "Love and Rockets", liam quadrinhos quando criança e desenhavam pelo prazer. "Não havia um plano, não queríamos fazer HQs da Marvel ou da DC, então fizemos a partir da nossa imaginação, das nossas experiências", comenta. E não vê com bons olhos o atual domínio de Hollywood de publicações "mainstream". "Isso vai eventualmente acabar destruindo qualquer resquício de criatividade que esses quadrinhos já tiveram."
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Série de quadrinhos 'Love and Rockets' é relançada na íntegra no BrasilA vila de Palomar e seus 386 habitantes vieram ao mundo em 1983. Os primeiros contos da série em quadrinhos "Love and Rockets", ambientados no pequeno povoado localizado em algum ponto da América Latina, foram concebidos quando o seu autor, Gilbert Hernandez, tinha apenas 26 anos. Agora, aos 59, o artista texano terá seu trabalho mais aclamado republicado na íntegra no Brasil. A recém-lançada "Sopa de Lágrimas" é a primeira de três coletâneas previstas para os próximos anos reunindo as histórias de Hernandez com os moradores da fictícia Palomar. "Sempre quis criar a ilusão de que todos nós já estivemos naquele lugar", explica Hernandez em entrevista à Folha. "A maioria dos leitores de quadrinhos continua a ler HQs por pura nostalgia. Eu quero me relacionar com o passado dos meus leitores sem depender desse apelo nostálgico dos gibis." Recentemente, Gilbert também anunciou a retomada de "Love and Rockets" como uma publicação quadrimestral a partir de setembro e o lançamento de um romance gráfico contando sua versão para a história de Adão e Eva. "Sopa de Lágrimas" apresenta as primeiras histórias do quadrinista sobre Palomar e introduz alguns dos mais célebres cidadãos da vila. Chelo é a parteira local e dona da única casa de banho da região, que ganha a concorrência da recém-chegada Luba. Amigos inseparáveis, Manuel e Soledad nasceram quase juntos, mas apaixonaram-se pela jovem Pipo. Heráclio acabou de chegar ao povoado, mas volta e meia vê o fantasma de um pintor que habitava a região. Os aspectos fantásticos das histórias de Gilbert levaram a comparações com as várias tramas de Gabriel García Márquez no clássico "Cem Anos de Solidão": "Já estava na 14ª edição de 'Love and Rockets' quando li García Márquez pela primeira vez. Reconheço essas semelhanças. A relação provável que vejo para esse diálogo talvez seja minha formação católica e latina". Criado com mais cinco irmãos, o artista é filho de pai mexicano e mãe texana. EM FAMÍLIA "Love and Rockets" foi criado por Hernandez com seus irmãos Mario e Jaime. O título intercalou os contos de Palomar com as histórias de "Locas", série protagonizada por jovens da cena punk de Los Angeles no início dos anos 1980. Os três irmãos são um dos pilares de uma geração de quadrinistas underground americanos que transformou a percepção do público em relação às possibilidades das histórias em quadrinhos. "Pensava que, se eu simplesmente me expressasse com honestidade, o trabalho teria sua influência particular. Meu foco era ser o mais honesto possível", diz Gilbert, contemporâneo de ícones como Charles Burns, Art Spiegelman e Lynda Barry. "Na verdade, não acho que meus quadrinhos demonstram qualquer esperteza criativa. Escrevo e desenho de maneira simples, sem pretensão de alcançar um grande impacto artístico." SOPA DE LÁGRIMAS AUTOR Gilbert Hernandez EDITORA Veneta QUANTO R$79,90 (288 páginas) * Com ascendência mexicana, Gilbert Hernandez é um dos quadrinistas de origem latino-americana mais respeitados nos Estados Unidos. Hoje, passados mais de 30 anos desde o início de sua carreira, diz não temer a possibilidade de o republicano Donald Trump –que tem causado controvérsia por suas declarações anti-imigração e até chegou a propor um muro na fronteira entre os EUA e o México– eleger-se à presidência americana. "Nunca tenho medo dessas coisas, estamos apenas vendo a verdade em relação às pessoas", afirma à Folha. "Esse tipo de coisa sempre existiu. Se não pudermos ter vidas felizes mesmo com esses idiotas, então não merecermos ser felizes. Não tenho tempo para ter medo, tenho quadrinhos para fazer." O trabalho, porém, começou como diversão. Hernandez conta que ele e seus irmãos, com quem criou "Love and Rockets", liam quadrinhos quando criança e desenhavam pelo prazer. "Não havia um plano, não queríamos fazer HQs da Marvel ou da DC, então fizemos a partir da nossa imaginação, das nossas experiências", comenta. E não vê com bons olhos o atual domínio de Hollywood de publicações "mainstream". "Isso vai eventualmente acabar destruindo qualquer resquício de criatividade que esses quadrinhos já tiveram."
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Esquerda promete para o dia 16 maior mobilização desde Collor
"Esta é a maior mobilização da esquerda brasileira contemporânea desde o impeachment de Collor." Foi assim que o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) nacional, Vagner Freitas, apresentou o ato contra o impeachment, pelo fim do ajuste fiscal e pelo fora Cunha programado para o dia 16, às 17h, na avenida Paulista, em São Paulo. Trata-se de caso raro de união de duas grandes frentes de movimentos sociais ligados à esquerda: Povo Sem Medo e Brasil Popular. "Temos nossas divergências, mas nos unificamos em torno desses eixos, o que demonstra não só a gravidade do momento que o Brasil vive mas também um amadurecimento da esquerda." Segundo Freitas, CUT, Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Intersindical, União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e Confederação Nacional de Entidades Negras (Conen) planejaram a manifestação do próximo dia 16 -três dias após ato agendado por grupos pró-impeachment- em torno da "valorização da democracia". "Temos consciência de que o impeachment se dará no Congresso mas que as disputas nas ruas serão essenciais para definir os rumos deste processo", avalia Carina Vitral, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). De acordo com Guilherme Boulos, presidente do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST), a manifestação mais importante deve ocorrer em São Paulo. "Vamos levar mais de 50 mil pessoas para a Paulista", disse. "É um ato contra o impeachment porque entendemos que Michel Temer na presidência aprofundaria o ataque aos direitos sociais. Seria uma ponte para o passado", avalia. "Mas quem disser que é um ato em defesa de Dilma e do PT está fazendo malabarismo. Somos contra o ajuste fiscal do governo." Segundo Gilmar Mauro, coordenador nacional do MST, o objetivo da articulação das frentes é, primeiro, mobilizar não só outros movimentos mas todos os democratas e progressistas do país, e, em segundo lugar, articular um processo de mobilização por reformas estruturais no governo.
poder
Esquerda promete para o dia 16 maior mobilização desde Collor"Esta é a maior mobilização da esquerda brasileira contemporânea desde o impeachment de Collor." Foi assim que o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) nacional, Vagner Freitas, apresentou o ato contra o impeachment, pelo fim do ajuste fiscal e pelo fora Cunha programado para o dia 16, às 17h, na avenida Paulista, em São Paulo. Trata-se de caso raro de união de duas grandes frentes de movimentos sociais ligados à esquerda: Povo Sem Medo e Brasil Popular. "Temos nossas divergências, mas nos unificamos em torno desses eixos, o que demonstra não só a gravidade do momento que o Brasil vive mas também um amadurecimento da esquerda." Segundo Freitas, CUT, Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Intersindical, União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e Confederação Nacional de Entidades Negras (Conen) planejaram a manifestação do próximo dia 16 -três dias após ato agendado por grupos pró-impeachment- em torno da "valorização da democracia". "Temos consciência de que o impeachment se dará no Congresso mas que as disputas nas ruas serão essenciais para definir os rumos deste processo", avalia Carina Vitral, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). De acordo com Guilherme Boulos, presidente do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST), a manifestação mais importante deve ocorrer em São Paulo. "Vamos levar mais de 50 mil pessoas para a Paulista", disse. "É um ato contra o impeachment porque entendemos que Michel Temer na presidência aprofundaria o ataque aos direitos sociais. Seria uma ponte para o passado", avalia. "Mas quem disser que é um ato em defesa de Dilma e do PT está fazendo malabarismo. Somos contra o ajuste fiscal do governo." Segundo Gilmar Mauro, coordenador nacional do MST, o objetivo da articulação das frentes é, primeiro, mobilizar não só outros movimentos mas todos os democratas e progressistas do país, e, em segundo lugar, articular um processo de mobilização por reformas estruturais no governo.
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