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Melhor marca de iogurte em SP, Danone nasceu com 'sobremesas saudáveis'
ANDREA MARTINS COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Das farmácias francesas para as prateleiras de 120 países, a Danone carrega o mote da saúde em seu DNA. Fundada em 1919 em Barcelona, na Espanha, por Isaac Carasso, a pequena fábrica de iogurtes ganhou esse nome em homenagem ao filho do fundador, Daniel. O garoto era conhecido pelo apelido catalão "Danon". E foi o próprio o herdeiro que, dez anos depois, levou a marca para a França, sede mundial da empresa, onde o iogurte era vendido em farmácias, em potinhos de cerâmica, para tratar problemas intestinais. O primeiro slogan publicitário —"Delicioso e saudável, o iogurte Danone é a sobremesa perfeita para uma digestão saudável e prazerosa"— foi criado pelo próprio "Danon". A mensagem foi pioneira em unir aspectos como saúde e prazer. A marca chegou ao Brasil em 1970, com o primeiro iogurte com polpa de frutas. Atualmente, a companhia, que também tem divisão de águas, de nutrição infantil e de nutrição especializada, atua com oito fábricas no país —duas só para lácteos, em Minas Gerais e no Ceará. São oito produtos em linha, entre eles Danone, Corpus, Danette e Danoninho. Eleita a melhor marca de iogurte pela segunda vez, a Danone é sinônimo de categoria entre o público: "dois em cada três brasileiros usam a marca para designar iogurte", conta Marília Zanoli, diretora de marketing de Produtos Lácteos Frescos da Danone. Versáteis, os produtos da empresa dão as caras na mesa do café da manhã e na lancheira da escola. Isso quando não vão parar na panela ou na forma, em receitas de bolos, frozens, sopas e molhos. "Desenvolver alimentos nutritivos faz parte da estratégia do grupo, que nasceu da convicção de que a nutrição é o meio para a manutenção da saúde", reforça Marília.
o-melhor-de-sao-paulo
Melhor marca de iogurte em SP, Danone nasceu com 'sobremesas saudáveis'ANDREA MARTINS COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Das farmácias francesas para as prateleiras de 120 países, a Danone carrega o mote da saúde em seu DNA. Fundada em 1919 em Barcelona, na Espanha, por Isaac Carasso, a pequena fábrica de iogurtes ganhou esse nome em homenagem ao filho do fundador, Daniel. O garoto era conhecido pelo apelido catalão "Danon". E foi o próprio o herdeiro que, dez anos depois, levou a marca para a França, sede mundial da empresa, onde o iogurte era vendido em farmácias, em potinhos de cerâmica, para tratar problemas intestinais. O primeiro slogan publicitário —"Delicioso e saudável, o iogurte Danone é a sobremesa perfeita para uma digestão saudável e prazerosa"— foi criado pelo próprio "Danon". A mensagem foi pioneira em unir aspectos como saúde e prazer. A marca chegou ao Brasil em 1970, com o primeiro iogurte com polpa de frutas. Atualmente, a companhia, que também tem divisão de águas, de nutrição infantil e de nutrição especializada, atua com oito fábricas no país —duas só para lácteos, em Minas Gerais e no Ceará. São oito produtos em linha, entre eles Danone, Corpus, Danette e Danoninho. Eleita a melhor marca de iogurte pela segunda vez, a Danone é sinônimo de categoria entre o público: "dois em cada três brasileiros usam a marca para designar iogurte", conta Marília Zanoli, diretora de marketing de Produtos Lácteos Frescos da Danone. Versáteis, os produtos da empresa dão as caras na mesa do café da manhã e na lancheira da escola. Isso quando não vão parar na panela ou na forma, em receitas de bolos, frozens, sopas e molhos. "Desenvolver alimentos nutritivos faz parte da estratégia do grupo, que nasceu da convicção de que a nutrição é o meio para a manutenção da saúde", reforça Marília.
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Corrida Maluca reúne carros antigos para rodar de madrugada em SP
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Na noite de sexta-feira (27), dezenas de carros antigos são esperados para um passeio que deve passar por todas as regiões de São Paulo. O encontro, chamado de Corrida Maluca, não exige inscrição prévia: basta possuir um carro com mais de 30 anos de idade e aparecer na frente do Armazém Alves Tibiriçá, a partir das 22h. O local é um misto de restaurante e mercearia que fica na Vila Buarque (centro de São Paulo). O passeio parte à meia-noite. "A rota é decidida em cima da hora. Devemos andar por São Paulo inteira", conta Marcos Melo, 37, sócio da empresa Beer Freaks, que vende opções de presentes inspirados em cerveja. Apesar do nome, não há nenhuma disputa no asfalto e o passeio transcorre em ritmo tranquilo. "O evento chama Corrida Maluca pois não temos um monte de regras, como os auto clubes que permitem só um tipo de carro. Aqui todos são bem-vindos", explica Melo. Em edições anteriores do passeio, realizado desde o ano passado, já apareceram modelos e marcas como Cadillac, Galaxy, Impala, Landau e versões alemãs do Fusca e da Variant. Corrida Maluca. Início: Armazém Alves Tibiriçá. R. Marquês de Itu, 847, Vila Buarque, centro, São Paulo, SP. Concentração: sex. (27): 22h. Partida: sex. (27): 24h. Grátis.
saopaulo
Corrida Maluca reúne carros antigos para rodar de madrugada em SPRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Na noite de sexta-feira (27), dezenas de carros antigos são esperados para um passeio que deve passar por todas as regiões de São Paulo. O encontro, chamado de Corrida Maluca, não exige inscrição prévia: basta possuir um carro com mais de 30 anos de idade e aparecer na frente do Armazém Alves Tibiriçá, a partir das 22h. O local é um misto de restaurante e mercearia que fica na Vila Buarque (centro de São Paulo). O passeio parte à meia-noite. "A rota é decidida em cima da hora. Devemos andar por São Paulo inteira", conta Marcos Melo, 37, sócio da empresa Beer Freaks, que vende opções de presentes inspirados em cerveja. Apesar do nome, não há nenhuma disputa no asfalto e o passeio transcorre em ritmo tranquilo. "O evento chama Corrida Maluca pois não temos um monte de regras, como os auto clubes que permitem só um tipo de carro. Aqui todos são bem-vindos", explica Melo. Em edições anteriores do passeio, realizado desde o ano passado, já apareceram modelos e marcas como Cadillac, Galaxy, Impala, Landau e versões alemãs do Fusca e da Variant. Corrida Maluca. Início: Armazém Alves Tibiriçá. R. Marquês de Itu, 847, Vila Buarque, centro, São Paulo, SP. Concentração: sex. (27): 22h. Partida: sex. (27): 24h. Grátis.
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Após derrota, Freixo diz que sua vitória foi ter colocado o povo novamente nas ruas
SÉRGIO RANGEL DO RIO Apesar da derrota, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), disse na noite de domingo (30) que a "vitória" da sua candidatura foi ter colocado o povo novamente nas ruas. "É bonito demais o que aconteceu no Rio. A nossa vida não é movida pelas urnas. Devolvemos as pessoas para as praças. Isso foi o mais simbólico", afirmou Freixo, para os seus eleitores na Cinelândia. "Mostra também uma resistência de um projeto de esquerda que renasce no Rio e pode voltar", acrescentou. Crivella (PRB) foi eleito com 59,4% dos votos —Freixo ficou com 40,6%. Professor de história nascido em Niterói, Freixo disse que o sonho "ainda está começando" e não quis falar do seu futuro político. "Não quero falar de 2018 ou 2020. Apresentamos um projeto que quero voltar a discutir com todos já no próximo mês", afirmou o candidato, que teve apenas 11 segundos no programa de TV no primeiro turno. Mapa da apuração no Rio de Janeiro Ela acusou o senador Marcelo Crivella de ter feito uma campanha "obscurantista". "Fizemos uma campanha dentro do campo ético. Mostramos que a vitória é possível", disse. Antes e depois do discurso de Freixo, os eleitores gritavam "fora, Temer". O deputado contou com o apoio de vários artistas, entre eles o ator Wagner Moura e os cantores e compositores Caetano Veloso e Chico Buarque. Foi a segunda tentativa de Freixo para chegar no comando. Em 2012, ele perdeu para o prefeito Eduardo Paes (PMDB) no segundo turno. Na ocasião, o pemedebista teve 64,60% dos votos válidos (2.097.733), e Marcelo Freixo (PSOL), 28,15% (914.082). Ameaçado de morte por milícias do Estado, Freixo teve dificuldade para fazer campanha na zona oeste da cidade, área na qual se concentram os grupos. No filme "Tropa de Elite 2", o personagem inspirado em Freixo é um professor de história que se torna deputado e combate milícias no Rio. Wagner Moura, hoje cabo-eleitoral do parlamentar real, interpreta o protagonista, capitão Nascimento.
poder
Após derrota, Freixo diz que sua vitória foi ter colocado o povo novamente nas ruasSÉRGIO RANGEL DO RIO Apesar da derrota, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), disse na noite de domingo (30) que a "vitória" da sua candidatura foi ter colocado o povo novamente nas ruas. "É bonito demais o que aconteceu no Rio. A nossa vida não é movida pelas urnas. Devolvemos as pessoas para as praças. Isso foi o mais simbólico", afirmou Freixo, para os seus eleitores na Cinelândia. "Mostra também uma resistência de um projeto de esquerda que renasce no Rio e pode voltar", acrescentou. Crivella (PRB) foi eleito com 59,4% dos votos —Freixo ficou com 40,6%. Professor de história nascido em Niterói, Freixo disse que o sonho "ainda está começando" e não quis falar do seu futuro político. "Não quero falar de 2018 ou 2020. Apresentamos um projeto que quero voltar a discutir com todos já no próximo mês", afirmou o candidato, que teve apenas 11 segundos no programa de TV no primeiro turno. Mapa da apuração no Rio de Janeiro Ela acusou o senador Marcelo Crivella de ter feito uma campanha "obscurantista". "Fizemos uma campanha dentro do campo ético. Mostramos que a vitória é possível", disse. Antes e depois do discurso de Freixo, os eleitores gritavam "fora, Temer". O deputado contou com o apoio de vários artistas, entre eles o ator Wagner Moura e os cantores e compositores Caetano Veloso e Chico Buarque. Foi a segunda tentativa de Freixo para chegar no comando. Em 2012, ele perdeu para o prefeito Eduardo Paes (PMDB) no segundo turno. Na ocasião, o pemedebista teve 64,60% dos votos válidos (2.097.733), e Marcelo Freixo (PSOL), 28,15% (914.082). Ameaçado de morte por milícias do Estado, Freixo teve dificuldade para fazer campanha na zona oeste da cidade, área na qual se concentram os grupos. No filme "Tropa de Elite 2", o personagem inspirado em Freixo é um professor de história que se torna deputado e combate milícias no Rio. Wagner Moura, hoje cabo-eleitoral do parlamentar real, interpreta o protagonista, capitão Nascimento.
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Veja empresas que instalam película antivandalismo em vidros de carros
DE SÃO PAULO Conheça quatro empresas em São Paulo que instalam película antivandalismo em vidros de carros. * CARGLASS Instala películas que resistem a impactos de pedras e até de marteladas. Na Barra Funda (zona oeste). Tel.: (11) 3770-3500; carglass.com.br INSULFILM Oferece películas com diferentes níveis de proteção contra impacto. No Pacaembu (zona oeste). Tel.: (11) 4062-0098; insulfilmpacaembu.com.br AUTOGLASS Além da instalação de película antivandalismo, oferece serviços de reparo de vidros. No Planalto Paulista (zona sul). Tel.: (11) 2121-5500; autoglass.com.br GT5 FILM AUTO De acordo com a empresa, as películas suportam impactos seguidos contra o vidro. Na Lapa (zona oeste). Tel.: (11) 2615-5072; gt5filmauto.com.br
sobretudo
Veja empresas que instalam película antivandalismo em vidros de carros DE SÃO PAULO Conheça quatro empresas em São Paulo que instalam película antivandalismo em vidros de carros. * CARGLASS Instala películas que resistem a impactos de pedras e até de marteladas. Na Barra Funda (zona oeste). Tel.: (11) 3770-3500; carglass.com.br INSULFILM Oferece películas com diferentes níveis de proteção contra impacto. No Pacaembu (zona oeste). Tel.: (11) 4062-0098; insulfilmpacaembu.com.br AUTOGLASS Além da instalação de película antivandalismo, oferece serviços de reparo de vidros. No Planalto Paulista (zona sul). Tel.: (11) 2121-5500; autoglass.com.br GT5 FILM AUTO De acordo com a empresa, as películas suportam impactos seguidos contra o vidro. Na Lapa (zona oeste). Tel.: (11) 2615-5072; gt5filmauto.com.br
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Como viviam os deuses gregos? Colunista de 10 anos explica
Acho que algumas pessoas podem estar se perguntado por que escolhi escrever sobre mitos gregos, já que as histórias são velhas e aconteceram há muitos e muitos anos. É que todas as lendas têm ação, aventura e romance. São vários deuses –como a Afrodite, a deusa do amor e da beleza, o Apolo, o deus da música, e muitos outros, cada um com um jeito diferente. Quando se apaixonavam ou ficavam com raiva, eles podiam criar muitas confusões. E, acredite, ficavam bravos por vários motivos, muitos sem nenhuma importância. Leia a coluna completa de Clarice Werneck Barcinski, 10, aqui.
folhinha
Como viviam os deuses gregos? Colunista de 10 anos explicaAcho que algumas pessoas podem estar se perguntado por que escolhi escrever sobre mitos gregos, já que as histórias são velhas e aconteceram há muitos e muitos anos. É que todas as lendas têm ação, aventura e romance. São vários deuses –como a Afrodite, a deusa do amor e da beleza, o Apolo, o deus da música, e muitos outros, cada um com um jeito diferente. Quando se apaixonavam ou ficavam com raiva, eles podiam criar muitas confusões. E, acredite, ficavam bravos por vários motivos, muitos sem nenhuma importância. Leia a coluna completa de Clarice Werneck Barcinski, 10, aqui.
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Funcionamento da democracia depende da educação
O problema da administração pública é aumentar a produtividade dos gastos. Isso exige programas bem projetados com objetivos quantitativos e qualitativos e recursos bem definidos e datados. Os grandes desejos e esperanças da sociedade são expressos na preferência dos eleitores quando, no processo eleitoral, escolhem os chefes do Executivo. É por isso que a "marquetagem" mentirosa, que acende fantasias que nunca poderão realizar-se pela simples e boa razão de que superam os limites impostos pela restrição física dos recursos disponíveis, deveria ser, em si mesmo, condição suficiente para a inabilitação do candidato. A democracia apoiada no sufrágio universal honesto é o mais difícil de todos os regimes. Até aqui, entretanto, foi o único que demonstrou ser capaz de construir uma sociedade na qual os valores supremos são a liberdade individual e a perseguição permanente da igualdade de oportunidades. O seu bom funcionamento depende do aumento da capacidade crítica dos eleitores, o que está diretamente ligado ao nível de educação. Uma das coisas mais pitorescas é empobrecer o papel da educação como um fator econômico. Não! A educação é muito mais. Foi ela que permitiu ao homem descobrir a sua "humanidade". Foi ela que transformou o macaco no animal que ainda não teve tempo para saber quem é. De que depende, fundamentalmente, o aumento da igualdade de oportunidades? Da capacidade da sociedade de prover as condições que reduzam a vantagem inicial do acidente do nascimento. Todos, não importam as condições em que nasceram, devem ter oportunidades semelhantes para construir o seu aparato de apreensão do mundo (o seu cérebro). É por isso que a Constituição do Brasil determina saúde e educação para todos, financiadas por todos (não "grátis"!). Gestado, as mães devem ter suporte adequado. Nascidos, têm "direitos" à saúde e à educação básicas. O complemento para a igualdade de oportunidades é a mitigação da transferência intergeracional da riqueza acumulada, feita através de mecanismo inteligentes que harmonizem o aumento do consumo com o necessário aumento dos investimentos para sustentá-los. Nada disso é resultado do "mercado". Exige um governo forte, constitucionalmente controlado e com mandato para fazê-lo, o que, obviamente, exige a lisura eleitoral. O papel fundamental do Legislativo é aprovar o orçamento (o provedor de "esperança") e controlar a sua execução. O controle tem que ser permanente porque as prioridades evoluem com o tempo. É por isso que é duvidoso que as "vinculações" à saúde e à educação as produzam eficientemente.
colunas
Funcionamento da democracia depende da educaçãoO problema da administração pública é aumentar a produtividade dos gastos. Isso exige programas bem projetados com objetivos quantitativos e qualitativos e recursos bem definidos e datados. Os grandes desejos e esperanças da sociedade são expressos na preferência dos eleitores quando, no processo eleitoral, escolhem os chefes do Executivo. É por isso que a "marquetagem" mentirosa, que acende fantasias que nunca poderão realizar-se pela simples e boa razão de que superam os limites impostos pela restrição física dos recursos disponíveis, deveria ser, em si mesmo, condição suficiente para a inabilitação do candidato. A democracia apoiada no sufrágio universal honesto é o mais difícil de todos os regimes. Até aqui, entretanto, foi o único que demonstrou ser capaz de construir uma sociedade na qual os valores supremos são a liberdade individual e a perseguição permanente da igualdade de oportunidades. O seu bom funcionamento depende do aumento da capacidade crítica dos eleitores, o que está diretamente ligado ao nível de educação. Uma das coisas mais pitorescas é empobrecer o papel da educação como um fator econômico. Não! A educação é muito mais. Foi ela que permitiu ao homem descobrir a sua "humanidade". Foi ela que transformou o macaco no animal que ainda não teve tempo para saber quem é. De que depende, fundamentalmente, o aumento da igualdade de oportunidades? Da capacidade da sociedade de prover as condições que reduzam a vantagem inicial do acidente do nascimento. Todos, não importam as condições em que nasceram, devem ter oportunidades semelhantes para construir o seu aparato de apreensão do mundo (o seu cérebro). É por isso que a Constituição do Brasil determina saúde e educação para todos, financiadas por todos (não "grátis"!). Gestado, as mães devem ter suporte adequado. Nascidos, têm "direitos" à saúde e à educação básicas. O complemento para a igualdade de oportunidades é a mitigação da transferência intergeracional da riqueza acumulada, feita através de mecanismo inteligentes que harmonizem o aumento do consumo com o necessário aumento dos investimentos para sustentá-los. Nada disso é resultado do "mercado". Exige um governo forte, constitucionalmente controlado e com mandato para fazê-lo, o que, obviamente, exige a lisura eleitoral. O papel fundamental do Legislativo é aprovar o orçamento (o provedor de "esperança") e controlar a sua execução. O controle tem que ser permanente porque as prioridades evoluem com o tempo. É por isso que é duvidoso que as "vinculações" à saúde e à educação as produzam eficientemente.
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De paraquedas ou helicóptero, turista desafia o medo na Nova Zelândia
"Há 50 tons de verde e de azul para apreciar na Nova Zelândia", diz, animada, a guia de um passeio pela ilha de Waiheke, destino a 30 minutos de barco de Auckland, a maior cidade do país, com 1,4 milhão de habitantes. De fato, a diversidade natural impressiona e pode ser apreciada de vários jeitos. Em Waiheke, além de praias e de um oceano translúcido, o turista pode explorar as mais de 20 vinícolas ali estabelecidas. Há desde pontos de encontro para jovens na faixa dos 20 anos até propriedades sofisticadas, que produzem vinhos premiados em competições internacionais. Entre esses dois extremos, uma boa opção é visitar a vinícola Te Motu, que oferece degustação a preços acessíveis –20 dólares locais pelo teste de cinco produtos (R$ 46)–, além de contar com um restaurante próprio. O lugar oferece uma linda vista para o vinhedo. De volta a Auckland, é possível experimentar uma das atividades favoritas dos habitantes da cidade: uma volta de barco à vela. A empresa Explore vende tanto um passeio em uma embarcação veloz, antes utilizada pelo time neozelandês na tradicional America's Cup, quanto em um barco menos esportivo. Em ambos os casos o turista poderá aproveitar a vista da baía da cidade e de seu distrito de negócios. Já para os turistas mais radicais, a cidade oferece duas possibilidades de salto: um assistido por cabos do topo da Sky Tower, de 192 metros de altura, ou o tradicional bungee-jump da ponte do porto, de 40 metros. CIDADE RADICAL Apesar das duas atrações de Auckland, a cidade ideal para quem procura atividades radicais na Nova Zelândia é Queenstown, localizada no sul do país. Ao pé das montanhas Remarkables ("as memoráveis") e ladeada pelo lago Wakatipu, a cidade oferece opções por terra, água e ar. Pode-se saltar de um helicóptero para o topo de uma montanha, voar de asa-delta, saltar de paraquedas, praticar bungee-jump com uma das maiores alturas do mundo (134 metros), acelerar em descidas de trenó ou em lanchas pela região. A Folha testou uma modalidade recém-criada na região: a tirolesa iniciada por uma queda livre, em penhasco de 182 metros de altura. Não bastasse o tamanho do desafio, os guias da Shotover Canyon Fox fazem questão de brincar com o medo de quem se arrisca na empreitada (ao custo de 165 dólares locais, R$ 380). "Espero que você se divirta nesses últimos momentos", fala um deles para uma garota quase aos prantos –mas satisfeita ao final da aventura. Queenstown é também uma ótima base para conhecer a beleza natural da região sul da Nova Zelândia. O passeio de carro pelo cânion Skippers, em suas apertadas estradas, serve para relembrar o passado da área, em que exploradores fizeram uma verdadeira corrida pelo ouro –antes dos europeus, os maori se atinham à extração de jade, ou "pounamu", à beira de rios locais. É possível ainda navegar pelo lago Wakatipu, em um instrutivo passeio que inclui paradas em locações usadas por filmes como "Senhor dos Anéis" ou "Nárnia" e uma volta de lancha em alta velocidade pelo lago Wakatipu (229 dólares locais, R$ 527). COMIDA DO LADO DE LÁ Embora não tenha uma culinária típica marcante, a Nova Zelândia oferece ao turista opções gastronômicas saborosas. Uma razão para isso é a boa qualidade dos ingredientes locais. Legumes e frutas frescas, ostras e peixes recém-saídos do mar, frangos e carneiros criados livres, laticínios feitos em sistema de cooperativas. Tudo vendido em pequenos negócios, muitas vezes familiares, que valorizam a matéria-prima e a produção própria, quase artesanal. Em Auckland, a maior cidade do país, ao norte, e em Wellington, no centro, há dois passeios que podem agradar a qualquer paladar. Na primeira cidade, ponto de entrada da maioria dos turistas, a empresa Finding Flavour ("encontrando sabor", em tradução livre) oferece um tour pela principal via do bairro Mount Eden, reconhecido por abrigar empreendimentos artísticos e culturais. Por 119 dólares neozelandeses (R$ 274), o passeio de três horas permite que o turista deguste um pouco de tudo –e a lista é longa. Estão inclusos nessa maratona pães artesanais, chás feitos a partir de ervas locais (como a kawakawa), frutas, sobremesas, peixes (um "fish and chips" herdado da colonização britânica), embutidos, cafés e, por fim, um restaurante italiano. Vale a pena guardar um espaço no estômago para o almoço. Dirigido e criado pela imigrante Stefania Ugolini, auxiliada por cozinheiros e garçons italianos, o restaurante Pasta & Cuore tem ganhado, de forma merecida, a atenção da imprensa de Auckland. Ali, em um pequeno salão ou em um jardim aconchegante, são oferecidas massas frescas em receitas tradicionais, do clássico molho à bolonhesa ao "verdadeiro carbonara", que o cardápio faz questão de enfatizar. Para a noite, o ideal é visitar a região de Ponsonby, uma das mais movimentadas de Auckland, e escolher uma das diversas opções no Ponsonby Central. CAPITAL DO CAFÉ A cidade de Wellington não se contenta em ser a capital da Nova Zelândia: ela deseja ser uma das capitais mundiais da cultura do café. Um bom modo de conhecer essa faceta local é o passeio gastronômico da Zest Tours (179 dólares locais, R$ 412, mínimo de duas pessoas). Partindo do centro da cidade, a pé, o visitante conhece empresas que importam grãos de todo o mundo –inclusive do Brasil– para criar seus próprios blends. Exemplo disso é o Havana Coffee Works, situado em um edifício de esquina que concentra a atividade industrial e o atendimento ao consumidor. Durante o passeio, há paradas em sorveterias, em pequenas fábricas de creme de amendoim e de chocolate e em um supermercado gourmet, o Moore Wilson's, onde é feita uma degustação de queijos nacionais. A última parada é, outra vez, em um café, onde o guia oferece uma lista valiosa de restaurantes, bares e cafeterias mais frequentados por locais. Boa sugestão é o Matterhorn, um restaurante elegante em uma galeria de lojas na rua Cuba, ponto turístico da cidade. Veja pacotes para a Nova Zelândia.
turismo
De paraquedas ou helicóptero, turista desafia o medo na Nova Zelândia"Há 50 tons de verde e de azul para apreciar na Nova Zelândia", diz, animada, a guia de um passeio pela ilha de Waiheke, destino a 30 minutos de barco de Auckland, a maior cidade do país, com 1,4 milhão de habitantes. De fato, a diversidade natural impressiona e pode ser apreciada de vários jeitos. Em Waiheke, além de praias e de um oceano translúcido, o turista pode explorar as mais de 20 vinícolas ali estabelecidas. Há desde pontos de encontro para jovens na faixa dos 20 anos até propriedades sofisticadas, que produzem vinhos premiados em competições internacionais. Entre esses dois extremos, uma boa opção é visitar a vinícola Te Motu, que oferece degustação a preços acessíveis –20 dólares locais pelo teste de cinco produtos (R$ 46)–, além de contar com um restaurante próprio. O lugar oferece uma linda vista para o vinhedo. De volta a Auckland, é possível experimentar uma das atividades favoritas dos habitantes da cidade: uma volta de barco à vela. A empresa Explore vende tanto um passeio em uma embarcação veloz, antes utilizada pelo time neozelandês na tradicional America's Cup, quanto em um barco menos esportivo. Em ambos os casos o turista poderá aproveitar a vista da baía da cidade e de seu distrito de negócios. Já para os turistas mais radicais, a cidade oferece duas possibilidades de salto: um assistido por cabos do topo da Sky Tower, de 192 metros de altura, ou o tradicional bungee-jump da ponte do porto, de 40 metros. CIDADE RADICAL Apesar das duas atrações de Auckland, a cidade ideal para quem procura atividades radicais na Nova Zelândia é Queenstown, localizada no sul do país. Ao pé das montanhas Remarkables ("as memoráveis") e ladeada pelo lago Wakatipu, a cidade oferece opções por terra, água e ar. Pode-se saltar de um helicóptero para o topo de uma montanha, voar de asa-delta, saltar de paraquedas, praticar bungee-jump com uma das maiores alturas do mundo (134 metros), acelerar em descidas de trenó ou em lanchas pela região. A Folha testou uma modalidade recém-criada na região: a tirolesa iniciada por uma queda livre, em penhasco de 182 metros de altura. Não bastasse o tamanho do desafio, os guias da Shotover Canyon Fox fazem questão de brincar com o medo de quem se arrisca na empreitada (ao custo de 165 dólares locais, R$ 380). "Espero que você se divirta nesses últimos momentos", fala um deles para uma garota quase aos prantos –mas satisfeita ao final da aventura. Queenstown é também uma ótima base para conhecer a beleza natural da região sul da Nova Zelândia. O passeio de carro pelo cânion Skippers, em suas apertadas estradas, serve para relembrar o passado da área, em que exploradores fizeram uma verdadeira corrida pelo ouro –antes dos europeus, os maori se atinham à extração de jade, ou "pounamu", à beira de rios locais. É possível ainda navegar pelo lago Wakatipu, em um instrutivo passeio que inclui paradas em locações usadas por filmes como "Senhor dos Anéis" ou "Nárnia" e uma volta de lancha em alta velocidade pelo lago Wakatipu (229 dólares locais, R$ 527). COMIDA DO LADO DE LÁ Embora não tenha uma culinária típica marcante, a Nova Zelândia oferece ao turista opções gastronômicas saborosas. Uma razão para isso é a boa qualidade dos ingredientes locais. Legumes e frutas frescas, ostras e peixes recém-saídos do mar, frangos e carneiros criados livres, laticínios feitos em sistema de cooperativas. Tudo vendido em pequenos negócios, muitas vezes familiares, que valorizam a matéria-prima e a produção própria, quase artesanal. Em Auckland, a maior cidade do país, ao norte, e em Wellington, no centro, há dois passeios que podem agradar a qualquer paladar. Na primeira cidade, ponto de entrada da maioria dos turistas, a empresa Finding Flavour ("encontrando sabor", em tradução livre) oferece um tour pela principal via do bairro Mount Eden, reconhecido por abrigar empreendimentos artísticos e culturais. Por 119 dólares neozelandeses (R$ 274), o passeio de três horas permite que o turista deguste um pouco de tudo –e a lista é longa. Estão inclusos nessa maratona pães artesanais, chás feitos a partir de ervas locais (como a kawakawa), frutas, sobremesas, peixes (um "fish and chips" herdado da colonização britânica), embutidos, cafés e, por fim, um restaurante italiano. Vale a pena guardar um espaço no estômago para o almoço. Dirigido e criado pela imigrante Stefania Ugolini, auxiliada por cozinheiros e garçons italianos, o restaurante Pasta & Cuore tem ganhado, de forma merecida, a atenção da imprensa de Auckland. Ali, em um pequeno salão ou em um jardim aconchegante, são oferecidas massas frescas em receitas tradicionais, do clássico molho à bolonhesa ao "verdadeiro carbonara", que o cardápio faz questão de enfatizar. Para a noite, o ideal é visitar a região de Ponsonby, uma das mais movimentadas de Auckland, e escolher uma das diversas opções no Ponsonby Central. CAPITAL DO CAFÉ A cidade de Wellington não se contenta em ser a capital da Nova Zelândia: ela deseja ser uma das capitais mundiais da cultura do café. Um bom modo de conhecer essa faceta local é o passeio gastronômico da Zest Tours (179 dólares locais, R$ 412, mínimo de duas pessoas). Partindo do centro da cidade, a pé, o visitante conhece empresas que importam grãos de todo o mundo –inclusive do Brasil– para criar seus próprios blends. Exemplo disso é o Havana Coffee Works, situado em um edifício de esquina que concentra a atividade industrial e o atendimento ao consumidor. Durante o passeio, há paradas em sorveterias, em pequenas fábricas de creme de amendoim e de chocolate e em um supermercado gourmet, o Moore Wilson's, onde é feita uma degustação de queijos nacionais. A última parada é, outra vez, em um café, onde o guia oferece uma lista valiosa de restaurantes, bares e cafeterias mais frequentados por locais. Boa sugestão é o Matterhorn, um restaurante elegante em uma galeria de lojas na rua Cuba, ponto turístico da cidade. Veja pacotes para a Nova Zelândia.
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Google vai oferecer 'turismo virtual' em Machu Picchu
O Google vai disponibilizar, a partir desta quinta-feira (3), um "passeio" pelas ruínas arqueológicas de Machu Picchu por meio do Street View –ferramenta que transporta o usuário a diversos locais no mundo por meio de séries de fotografias. O local, uma das principais atrações turísticas do Peru, é considerado patrimônio histórico da humanidade desde 1983. Sua cobertura no Street View foi feita em parceria com o Ministério da Cultura do Peru. Outros pontos de interesse mundial estão na ferramenta –presente em 74 países, com centenas das chamadas Special Collections. Entre elas estão as pirâmides egípcias, o monte Fuji (Japão), as ruínas de Petra (Jordânia) e o Taj Mahal (Índia). No Brasil, podem ser visitados locais como os estádios da copa de 2014, o arquipélago de Fernando de Noronha (PE), trilhas pela Amazônia e a estrada velha de Santos.
turismo
Google vai oferecer 'turismo virtual' em Machu PicchuO Google vai disponibilizar, a partir desta quinta-feira (3), um "passeio" pelas ruínas arqueológicas de Machu Picchu por meio do Street View –ferramenta que transporta o usuário a diversos locais no mundo por meio de séries de fotografias. O local, uma das principais atrações turísticas do Peru, é considerado patrimônio histórico da humanidade desde 1983. Sua cobertura no Street View foi feita em parceria com o Ministério da Cultura do Peru. Outros pontos de interesse mundial estão na ferramenta –presente em 74 países, com centenas das chamadas Special Collections. Entre elas estão as pirâmides egípcias, o monte Fuji (Japão), as ruínas de Petra (Jordânia) e o Taj Mahal (Índia). No Brasil, podem ser visitados locais como os estádios da copa de 2014, o arquipélago de Fernando de Noronha (PE), trilhas pela Amazônia e a estrada velha de Santos.
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Os 10 Direitos da Criança aprovados pela ONU em 1959
Em 1959, a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou uma declaração com dez direitos das crianças para garantir que elas fossem protegidas –afinal, meninos e meninas merecem viver bem e felizes. Porém, nem sempre essa combinação é cumprida, em especial nos períodos de guerra. Mas o esforço é do planeta inteiro para que crianças tenham condições de viver em paz, com alimentos, saúde, segurança e acesso à escola. Por quê? Porque elas sonham com o futuro. Como diz a canção "Aquarela", de Toquinho, é como se o amanhã fosse um navio de partida ou uma astronave que um dia vai pousar. Em 1987, Toquinho e Elifas Andreato criaram um disco com músicas inspiradas nesses direitos –que integram o musical "Canção dos Direitos da Criança", em cartaz até 1º de novembro, em São Paulo. O CD é interpretado por músicos como Chico Buarque, Elba Ramalho e pelo próprio Toquinho. Os direitos das crianças continuaram a evoluir depois disso. Em 1989, a ONU publicou outro acordo sobre o tema, que seria assinado por 193 países –que também inspirou o livro "Eu Tenho Direito de Ser Criança" (Pequena Zahar; R$ 44,90). No Brasil, há o Estatuto da Criança e do Adolescente, que fez 25 anos em julho. * * * * * * * * *
asmais
Os 10 Direitos da Criança aprovados pela ONU em 1959Em 1959, a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou uma declaração com dez direitos das crianças para garantir que elas fossem protegidas –afinal, meninos e meninas merecem viver bem e felizes. Porém, nem sempre essa combinação é cumprida, em especial nos períodos de guerra. Mas o esforço é do planeta inteiro para que crianças tenham condições de viver em paz, com alimentos, saúde, segurança e acesso à escola. Por quê? Porque elas sonham com o futuro. Como diz a canção "Aquarela", de Toquinho, é como se o amanhã fosse um navio de partida ou uma astronave que um dia vai pousar. Em 1987, Toquinho e Elifas Andreato criaram um disco com músicas inspiradas nesses direitos –que integram o musical "Canção dos Direitos da Criança", em cartaz até 1º de novembro, em São Paulo. O CD é interpretado por músicos como Chico Buarque, Elba Ramalho e pelo próprio Toquinho. Os direitos das crianças continuaram a evoluir depois disso. Em 1989, a ONU publicou outro acordo sobre o tema, que seria assinado por 193 países –que também inspirou o livro "Eu Tenho Direito de Ser Criança" (Pequena Zahar; R$ 44,90). No Brasil, há o Estatuto da Criança e do Adolescente, que fez 25 anos em julho. * * * * * * * * *
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Política econômica de Trump é tão paradoxal quanto seu regente
Se quiser agradar, ao mesmo tempo, o mercado e seus eleitores, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, corre o risco de aplicar uma política econômica errática, com resultados que podem contradizer suas promessas. O bilionário vem acenando com redução de impostos e desregulamentação do mercado financeiro, que agradam o Partido Republicano e as grandes corporações. Seu desafio é combinar essa política liberal com o discurso populista e protecionista de ameaças de guerra comercial contra a China, para "trazer os empregos de volta" Até agora, a reação dos mercados às promessas de Trump tem sido tão paradoxal quanto a personalidade do novo ocupante da Casa Branca. Apesar das incertezas sobre o novo governo, o dólar se fortaleceu. Desde as eleições americanas em 8 de novembro até a posse nesta sexta-feira (20), euro, iene e peso mexicano, se desvalorizaram, respectivamente, cerca de 3%, 8% e 15% em relação ao dólar. Ou seja, enquanto Trump vociferava no Twitter contra as montadoras que investem no México, a expectativa de sua chegada à Presidência tornou o país vizinho ainda mais barato e atrativo. O dólar vem se valorizando por conta da promessa de uma política fiscal mais frouxa, que combina redução de impostos com US$ 1 trilhão de gastos em infraestrutura. A aposta dos investidores é que essas medidas vão aquecer a economia, provocar inflação e levar o Fed, o banco central dos EUA, a subir os juros mais que o previsto. Juros mais altos atraem capital e fortalecem a moeda. Os assessores de Trump estimam que o PIB dos EUA pode crescer 3% a 4% nos próximos anos, um ritmo que o país não vê há mais de uma década, por conta da crise financeira, da baixa produtividade e do envelhecimento da sua população. Os analistas estão mais cautelosos. Na segunda-feira (16), o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou as estimativas de crescimento dos EUA para 2,3% este ano e 2,5% em 2018. Para Mônica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute, em Washington, sem elevar a produtividade da economia, existe o risco de mais gastos provocarem apenas um surto de crescimento, que deixará para trás ainda mais dívidas. Os EUA estão crescendo devagar, mas Trump herda uma situação muito mais confortável que seu antecessor, Barack Obama, que assumiu após a crise de 2008. A taxa de desemprego americana está em 4,9%, patamar considerado pleno emprego. Faltam vagas pouco qualificadas para a classe média baixa branca que elegeu Trump, mas outros setores e regiões avançam. Mesmo assim, o ex-astro de TV prometeu sobretaxar os produtos feitos por empresas americanas no exterior para gerar mais empregos nos Estados Unidos. Se a força de trabalho não crescer (e é provável que encolha caso imigrantes sejam deportados), a demanda extra elevará os salários, o que é bom para os trabalhadores, mas pressiona a inflação e reduz os lucros das empresas. Além disso, barreiras protecionistas aumentarão os custos dos insumos e dos produtos importados —outro abalado para a competitividade. No curto prazo, as ameaças de Trump até atraem investimentos, mas seu intervencionismo prejudica as engrenagens da economia. Não é o melhor jeito de "tornar a América grande de novo"
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Política econômica de Trump é tão paradoxal quanto seu regenteSe quiser agradar, ao mesmo tempo, o mercado e seus eleitores, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, corre o risco de aplicar uma política econômica errática, com resultados que podem contradizer suas promessas. O bilionário vem acenando com redução de impostos e desregulamentação do mercado financeiro, que agradam o Partido Republicano e as grandes corporações. Seu desafio é combinar essa política liberal com o discurso populista e protecionista de ameaças de guerra comercial contra a China, para "trazer os empregos de volta" Até agora, a reação dos mercados às promessas de Trump tem sido tão paradoxal quanto a personalidade do novo ocupante da Casa Branca. Apesar das incertezas sobre o novo governo, o dólar se fortaleceu. Desde as eleições americanas em 8 de novembro até a posse nesta sexta-feira (20), euro, iene e peso mexicano, se desvalorizaram, respectivamente, cerca de 3%, 8% e 15% em relação ao dólar. Ou seja, enquanto Trump vociferava no Twitter contra as montadoras que investem no México, a expectativa de sua chegada à Presidência tornou o país vizinho ainda mais barato e atrativo. O dólar vem se valorizando por conta da promessa de uma política fiscal mais frouxa, que combina redução de impostos com US$ 1 trilhão de gastos em infraestrutura. A aposta dos investidores é que essas medidas vão aquecer a economia, provocar inflação e levar o Fed, o banco central dos EUA, a subir os juros mais que o previsto. Juros mais altos atraem capital e fortalecem a moeda. Os assessores de Trump estimam que o PIB dos EUA pode crescer 3% a 4% nos próximos anos, um ritmo que o país não vê há mais de uma década, por conta da crise financeira, da baixa produtividade e do envelhecimento da sua população. Os analistas estão mais cautelosos. Na segunda-feira (16), o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou as estimativas de crescimento dos EUA para 2,3% este ano e 2,5% em 2018. Para Mônica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute, em Washington, sem elevar a produtividade da economia, existe o risco de mais gastos provocarem apenas um surto de crescimento, que deixará para trás ainda mais dívidas. Os EUA estão crescendo devagar, mas Trump herda uma situação muito mais confortável que seu antecessor, Barack Obama, que assumiu após a crise de 2008. A taxa de desemprego americana está em 4,9%, patamar considerado pleno emprego. Faltam vagas pouco qualificadas para a classe média baixa branca que elegeu Trump, mas outros setores e regiões avançam. Mesmo assim, o ex-astro de TV prometeu sobretaxar os produtos feitos por empresas americanas no exterior para gerar mais empregos nos Estados Unidos. Se a força de trabalho não crescer (e é provável que encolha caso imigrantes sejam deportados), a demanda extra elevará os salários, o que é bom para os trabalhadores, mas pressiona a inflação e reduz os lucros das empresas. Além disso, barreiras protecionistas aumentarão os custos dos insumos e dos produtos importados —outro abalado para a competitividade. No curto prazo, as ameaças de Trump até atraem investimentos, mas seu intervencionismo prejudica as engrenagens da economia. Não é o melhor jeito de "tornar a América grande de novo"
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Vingança por morte de PM pode ter provocado 32 mortes na Grande SP
A força-tarefa criada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) para investigar a chacina que deixou 19 mortos na Grande SP detectou indícios de ligação do crime com outros 13 assassinatos ocorridos nos cinco dias anteriores. Com isso, a apuração já trabalha oficialmente com a hipótese de um mesmo grupo ter matado 32 pessoas e deixado dez feridos em cinco municípios vizinhos entre si na região metropolitana: Osasco, Barueri, Carapicuíba, Itapevi e Santana do Parnaíba. Os crimes ocorreram a partir de 8 de agosto, um dia após a morte de um PM por bandidos que assaltavam um posto de combustível. A principal linha da investigação é que a série de ataques, que culminou na chacina com 19 mortes em 13 de agosto, tenha sido retaliação de policiais ao assassinato do colega. Em documentos obtidos pela Folha e anexados à investigação, a polícia listou as 32 mortes e disse haver semelhança, desde as ações de 8 de agosto, no "modus operandi" dos atacantes, que são chamados de "facção criminosa". Também cita a "proximidade geográfica" e a "igualdade de calibres de armas de fogo empregadas" como indícios de que deve haver ligação entre esses crimes. A Folha apurou que a força-tarefa foi informada que exames periciais nos projéteis e cápsulas encontrados nos locais também reforçam a ligação entre a chacina e a pré-chacina –ao menos parte das munições utilizadas nos assassinatos em dias diferentes saiu da mesma arma. AGRUPADOS A relação das 32 mortes foi apresentada pela Corregedoria da PM à Justiça Militar na semana passada para pedir mais prazo para investigação. Ao considerar a ligação entre os diferentes crimes, a força-tarefa de Alckmin afirma haver indícios de participação de "indivíduos agrupados, com divisão de tarefas". Quase um mês e meio após a chacina com 19 mortos, a gestão tucana ainda não conseguiu esclarecer os ataques –apenas um soldado da Rota foi preso até agora sob suspeita de envolvimento e, mesmo assim, a consistência dos indícios contra ele chegou a ser questionada pela Justiça. Como a principal linha de investigação da série de ataques é uma suposta represália à morte de um PM, as ações podem se estender a circunscrições de quatro batalhões, 14º e 42º (Osasco), 20º (Barueri, Itapevi e Santana de Parnaíba) e 33º (Carapicuíba), conforme afirmam documentos da própria PM. O governo não trabalhava inicialmente com a possibilidade de ligação entre a chacina e as mortes anteriores. Os assassinatos entre os dias 8 e 12 de agosto vinham sendo investigados diretamente pelos policiais das cidades onde eles ocorreram. Agora, as apurações devem ser concentradas no DHPP (departamento de homicídios), que já respondia pela investigação das 19 mortes em Osasco e Barueri. No final de semana passado, quatro jovens, entre 16 e 18 anos, foram alvo de chacina em Carapicuíba. A polícia vai apurar eventual ligação com esse crime também, embora não tenha indício disso.
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Vingança por morte de PM pode ter provocado 32 mortes na Grande SPA força-tarefa criada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) para investigar a chacina que deixou 19 mortos na Grande SP detectou indícios de ligação do crime com outros 13 assassinatos ocorridos nos cinco dias anteriores. Com isso, a apuração já trabalha oficialmente com a hipótese de um mesmo grupo ter matado 32 pessoas e deixado dez feridos em cinco municípios vizinhos entre si na região metropolitana: Osasco, Barueri, Carapicuíba, Itapevi e Santana do Parnaíba. Os crimes ocorreram a partir de 8 de agosto, um dia após a morte de um PM por bandidos que assaltavam um posto de combustível. A principal linha da investigação é que a série de ataques, que culminou na chacina com 19 mortes em 13 de agosto, tenha sido retaliação de policiais ao assassinato do colega. Em documentos obtidos pela Folha e anexados à investigação, a polícia listou as 32 mortes e disse haver semelhança, desde as ações de 8 de agosto, no "modus operandi" dos atacantes, que são chamados de "facção criminosa". Também cita a "proximidade geográfica" e a "igualdade de calibres de armas de fogo empregadas" como indícios de que deve haver ligação entre esses crimes. A Folha apurou que a força-tarefa foi informada que exames periciais nos projéteis e cápsulas encontrados nos locais também reforçam a ligação entre a chacina e a pré-chacina –ao menos parte das munições utilizadas nos assassinatos em dias diferentes saiu da mesma arma. AGRUPADOS A relação das 32 mortes foi apresentada pela Corregedoria da PM à Justiça Militar na semana passada para pedir mais prazo para investigação. Ao considerar a ligação entre os diferentes crimes, a força-tarefa de Alckmin afirma haver indícios de participação de "indivíduos agrupados, com divisão de tarefas". Quase um mês e meio após a chacina com 19 mortos, a gestão tucana ainda não conseguiu esclarecer os ataques –apenas um soldado da Rota foi preso até agora sob suspeita de envolvimento e, mesmo assim, a consistência dos indícios contra ele chegou a ser questionada pela Justiça. Como a principal linha de investigação da série de ataques é uma suposta represália à morte de um PM, as ações podem se estender a circunscrições de quatro batalhões, 14º e 42º (Osasco), 20º (Barueri, Itapevi e Santana de Parnaíba) e 33º (Carapicuíba), conforme afirmam documentos da própria PM. O governo não trabalhava inicialmente com a possibilidade de ligação entre a chacina e as mortes anteriores. Os assassinatos entre os dias 8 e 12 de agosto vinham sendo investigados diretamente pelos policiais das cidades onde eles ocorreram. Agora, as apurações devem ser concentradas no DHPP (departamento de homicídios), que já respondia pela investigação das 19 mortes em Osasco e Barueri. No final de semana passado, quatro jovens, entre 16 e 18 anos, foram alvo de chacina em Carapicuíba. A polícia vai apurar eventual ligação com esse crime também, embora não tenha indício disso.
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Troca de guarda é alterada no palácio de Buckingham, em Londres
A troca da guarda no Palácio de Buckingham, em Londres, que atrai milhares de turistas, será realizada nos mesmos dias de cada semana como parte do plano para evitar ataques como o do mercado de Natal em Berlim. A polícia já havia anunciado no mês passado que fechará o tráfego em torno de Buckingham durante as cerimônias militares, para evitar o uso de um veículo para perpetrar um ataque, como aconteceu na capital alemã com um caminhão. A Casa Real anunciou que a troca da guarda vai acontecer toda segunda, quarta, sexta e domingo. Anteriormente, ela era feita em dias alternados, de modo que a cada semana caia em dias diferentes. "Este novo programa permite ao público, turistas, motoristas e empresas ter em conta as restrições de tráfego pela troca da guarda", disse Christian Lockyer, a organização que administra os parques reais. A decisão de fechar a área para o tráfego já havia sido tentada, mas a sua implementação final foi acelerada depois do ataque de 19 de dezembro, que deixou 12 mortos na capital alemã.
turismo
Troca de guarda é alterada no palácio de Buckingham, em LondresA troca da guarda no Palácio de Buckingham, em Londres, que atrai milhares de turistas, será realizada nos mesmos dias de cada semana como parte do plano para evitar ataques como o do mercado de Natal em Berlim. A polícia já havia anunciado no mês passado que fechará o tráfego em torno de Buckingham durante as cerimônias militares, para evitar o uso de um veículo para perpetrar um ataque, como aconteceu na capital alemã com um caminhão. A Casa Real anunciou que a troca da guarda vai acontecer toda segunda, quarta, sexta e domingo. Anteriormente, ela era feita em dias alternados, de modo que a cada semana caia em dias diferentes. "Este novo programa permite ao público, turistas, motoristas e empresas ter em conta as restrições de tráfego pela troca da guarda", disse Christian Lockyer, a organização que administra os parques reais. A decisão de fechar a área para o tráfego já havia sido tentada, mas a sua implementação final foi acelerada depois do ataque de 19 de dezembro, que deixou 12 mortos na capital alemã.
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Contribuintes podem realizar doações para ações sociais na declaração do IR
A dez dias do prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda, os contribuintes ainda podem fazer um gesto social ao mesmo tempo em que cumprem a obrigação. Os prêmios Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro já estão com as inscrições abertas; participe De todo o imposto devido, 3% podem ser destinados aos Fundos de Direitos da Criança e do Adolescente, administrados por conselhos municipais, estaduais ou federais, se a declaração for feita pelo modelo completo (veja passo a passo abaixo). "É uma possibilidade de participação social desconhecida e importante", afirma a coordenadora de Mobilização Social da Fundação Itaú Social, Cláudia Sintoni. O destino do dinheiro é definido pelos conselhos, que possuem representantes governamentais e da sociedade civil. Após um diagnóstico local, eles desenvolvem um plano de ação para aplicar os recursos. Na hora da declaração, o contribuinte opta para qual município ou Estado deseja destinar o repasse, podendo acompanhar diretamente com o conselho a aplicação do dinheiro. VALOR PODE SER MAIOR A possibilidade de destinar parte do imposto devido no ato da declaração é recente, mas o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) prevê o repasse de até 6% desde sua criação, há 25 anos. Para receber esse valor, é preciso que a doação tenha sido feita em 2015. Como o contribuinte nem sempre sabe quanto pagará de imposto, o Itaú fornece um simulador em seu site. A partir dele, é possível saber até quanto será restituído. O banco realiza esse tipo de doação desde 2002 e, somente no ano passado, conseguiu mobilizar 4.000 colaboradores para doarem R$ 870 mil. Se quiser realizar uma doação este ano, confira a lista de organizações sociais da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais. Como declarar
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Contribuintes podem realizar doações para ações sociais na declaração do IRA dez dias do prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda, os contribuintes ainda podem fazer um gesto social ao mesmo tempo em que cumprem a obrigação. Os prêmios Empreendedor Social e Folha Empreendedor Social de Futuro já estão com as inscrições abertas; participe De todo o imposto devido, 3% podem ser destinados aos Fundos de Direitos da Criança e do Adolescente, administrados por conselhos municipais, estaduais ou federais, se a declaração for feita pelo modelo completo (veja passo a passo abaixo). "É uma possibilidade de participação social desconhecida e importante", afirma a coordenadora de Mobilização Social da Fundação Itaú Social, Cláudia Sintoni. O destino do dinheiro é definido pelos conselhos, que possuem representantes governamentais e da sociedade civil. Após um diagnóstico local, eles desenvolvem um plano de ação para aplicar os recursos. Na hora da declaração, o contribuinte opta para qual município ou Estado deseja destinar o repasse, podendo acompanhar diretamente com o conselho a aplicação do dinheiro. VALOR PODE SER MAIOR A possibilidade de destinar parte do imposto devido no ato da declaração é recente, mas o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) prevê o repasse de até 6% desde sua criação, há 25 anos. Para receber esse valor, é preciso que a doação tenha sido feita em 2015. Como o contribuinte nem sempre sabe quanto pagará de imposto, o Itaú fornece um simulador em seu site. A partir dele, é possível saber até quanto será restituído. O banco realiza esse tipo de doação desde 2002 e, somente no ano passado, conseguiu mobilizar 4.000 colaboradores para doarem R$ 870 mil. Se quiser realizar uma doação este ano, confira a lista de organizações sociais da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais. Como declarar
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Entenda o que é o MBA e quanto o curso pode aumentar seu salário
Confira na arte abaixo as principais características da especialização em gestão conhecida como MBA, sigla para Master of Business Administration. Entenda o MBA
educacao
Entenda o que é o MBA e quanto o curso pode aumentar seu salárioConfira na arte abaixo as principais características da especialização em gestão conhecida como MBA, sigla para Master of Business Administration. Entenda o MBA
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Porta dos Fundos investe no improviso na peça 'Portátil', que estreia em SP
A história da sua vida pode ser interpretada pelo grupo Porta dos Fundos a partir deste sábado (5), no Teatro J. Safra. O espetáculo de improviso "Portátil" –que estreou em maio de 2015, já passou por 11 cidades brasileiras e por Portugal– agora pretende transformar em peça as narrativas dos paulistanos. Logo no início, Gregorio Duvivier (colunista da Folha), João Vicente de Castro, Luís Lobianco e Gustavo Miranda escolhem um voluntário da plateia para subir ao palco e contar alguns detalhes de sua infância e fatos marcantes. Como seus pais se conheceram? Qual o seu sonho? É esse tipo de informação que eles recolhem para criar a performance que começa logo em seguida, após uns dez minutos iniciais de bate-papo. "Para nós, não seria um desafio fazer os esquetes [de humor] no teatro", conta Lobianco, referindo-se aos quadros de internet do Porta que já tiveram mais de 2 bilhões de visualizações. "Por isso, resolvemos criar algo próprio com esse formato longo de improviso, algo ainda novo no Brasil." O artista diz que foram mais ou menos três meses de ensaio antes da estreia e que o processo todo foi muito doloroso. "É uma fase em que você erra todo dia, e teve ocasiões em que eu saí um pouco mal, pois pensava que não iria conseguir." Com a prática, diz, a confiança voltou. COLOMBIANO Especializado em técnicas de improviso, o colombiano Gustavo Miranda participou do período de treinamento e logo se tornou parte do elenco. "Fico muito feliz de ter encontrado João, Gregorio e Luís no palco, pois minha pesquisa de improvisação se encaixou perfeitamente no desejo deles." Ele explica que, ao contrário das cenas curtas desse formato, nas quais o artista geralmente faz o que primeiro lhe vier à cabeça, numa peça longa há mais tempo de construir um personagem. "É necessário ter atenção e memória, e a concentração é vital desde o primeiro segundo no palco", afirma. A música tem papel grande e fica a cargo de Andres Giraldo, que cria o clima das cenas, podendo transitar, de um instante a outro, entre o romântico, o cômico e o dramático. Barbara Duvivier, irmã de Gregorio, é quem assina a direção de "Portátil", que virou série de TV com estreia prevista para 14/3, no Comedy Central. PORTÁTIL QUANDO sáb., às 21h, dom., às 19h; até 27/3. ONDE Teatro J. Safra, r. Josef Kryss, 318, tel. (11) 3611-3042 QUANTO R$ 30 a R$ 80 CLASSIFICAÇÃO 12 anos
ilustrada
Porta dos Fundos investe no improviso na peça 'Portátil', que estreia em SPA história da sua vida pode ser interpretada pelo grupo Porta dos Fundos a partir deste sábado (5), no Teatro J. Safra. O espetáculo de improviso "Portátil" –que estreou em maio de 2015, já passou por 11 cidades brasileiras e por Portugal– agora pretende transformar em peça as narrativas dos paulistanos. Logo no início, Gregorio Duvivier (colunista da Folha), João Vicente de Castro, Luís Lobianco e Gustavo Miranda escolhem um voluntário da plateia para subir ao palco e contar alguns detalhes de sua infância e fatos marcantes. Como seus pais se conheceram? Qual o seu sonho? É esse tipo de informação que eles recolhem para criar a performance que começa logo em seguida, após uns dez minutos iniciais de bate-papo. "Para nós, não seria um desafio fazer os esquetes [de humor] no teatro", conta Lobianco, referindo-se aos quadros de internet do Porta que já tiveram mais de 2 bilhões de visualizações. "Por isso, resolvemos criar algo próprio com esse formato longo de improviso, algo ainda novo no Brasil." O artista diz que foram mais ou menos três meses de ensaio antes da estreia e que o processo todo foi muito doloroso. "É uma fase em que você erra todo dia, e teve ocasiões em que eu saí um pouco mal, pois pensava que não iria conseguir." Com a prática, diz, a confiança voltou. COLOMBIANO Especializado em técnicas de improviso, o colombiano Gustavo Miranda participou do período de treinamento e logo se tornou parte do elenco. "Fico muito feliz de ter encontrado João, Gregorio e Luís no palco, pois minha pesquisa de improvisação se encaixou perfeitamente no desejo deles." Ele explica que, ao contrário das cenas curtas desse formato, nas quais o artista geralmente faz o que primeiro lhe vier à cabeça, numa peça longa há mais tempo de construir um personagem. "É necessário ter atenção e memória, e a concentração é vital desde o primeiro segundo no palco", afirma. A música tem papel grande e fica a cargo de Andres Giraldo, que cria o clima das cenas, podendo transitar, de um instante a outro, entre o romântico, o cômico e o dramático. Barbara Duvivier, irmã de Gregorio, é quem assina a direção de "Portátil", que virou série de TV com estreia prevista para 14/3, no Comedy Central. PORTÁTIL QUANDO sáb., às 21h, dom., às 19h; até 27/3. ONDE Teatro J. Safra, r. Josef Kryss, 318, tel. (11) 3611-3042 QUANTO R$ 30 a R$ 80 CLASSIFICAÇÃO 12 anos
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MinC anuncia Oswaldo Massaini Filho como novo diretor da Cinemateca
Oswaldo Massaini Filho foi confirmado pelo Ministério da Cultura como o novo diretor da Cinemateca. Massaini atuou no ramo da distribuição de filmes e hoje se dedica ao setor financeiro, principalmente com captação de projetos audiovisuais. Ele é filho de Oswaldo Massaini (1920-1994), produtor que levou a Palma de Ouro em Cannes por "O Pagador de Promessas" (1962), de Anselmo Duarte. Massaini Filho é também irmão de Aníbal Massaini Neto, diretor do documentário "Pelé Eterno" (2004). A Folha entrou em contato com Massaini, que confirmou o convite, mas disse que só irá se manifestar após a nomeação. O nome de Massaini não foi bem recebido no meio. Para a Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, "é alarmante", já que é um nome que, embora ligado ao cinema, não tem "nenhum histórico de relação com a área de preservação audiovisual", divulgou em nota. Ícaro Martins, diretor da Associação Paulista de Cineastas, disse não conhecê-lo, mas chamou as exonerações no órgão de "uma nova rasteira". Na manhã desta terça (26), o ministério publicou no "Diário Oficial" a exoneração de 70 funcionários em cargos de comissão na pasta, incluindo toda a cúpula da Cinemateca. Foram demitidos Olga Futemma, que coordenava a entidade, além de Alexandre Myazito, Nancy Hitomi Korim, Adinael Alves de Jesus e Daniel Oliveira Albano. Todos detinham cargos comissionados, contratados antes de Calero assumir. Segundo o MinC, os demais cargos exonerados serão ocupados preferencialmente por servidores de carreira. A Cinemateca é a entidade responsável pela preservação do acervo audiovisual brasileiro e já chegou a contar com cerca de 150 funcionários até 2013. Hoje, são em torno de 30 -todos ocupando cargos técnicos e admitidos por meio de um contrato com a Acerp, Organização Social que atualmente gere as contratações no órgão.
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MinC anuncia Oswaldo Massaini Filho como novo diretor da CinematecaOswaldo Massaini Filho foi confirmado pelo Ministério da Cultura como o novo diretor da Cinemateca. Massaini atuou no ramo da distribuição de filmes e hoje se dedica ao setor financeiro, principalmente com captação de projetos audiovisuais. Ele é filho de Oswaldo Massaini (1920-1994), produtor que levou a Palma de Ouro em Cannes por "O Pagador de Promessas" (1962), de Anselmo Duarte. Massaini Filho é também irmão de Aníbal Massaini Neto, diretor do documentário "Pelé Eterno" (2004). A Folha entrou em contato com Massaini, que confirmou o convite, mas disse que só irá se manifestar após a nomeação. O nome de Massaini não foi bem recebido no meio. Para a Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, "é alarmante", já que é um nome que, embora ligado ao cinema, não tem "nenhum histórico de relação com a área de preservação audiovisual", divulgou em nota. Ícaro Martins, diretor da Associação Paulista de Cineastas, disse não conhecê-lo, mas chamou as exonerações no órgão de "uma nova rasteira". Na manhã desta terça (26), o ministério publicou no "Diário Oficial" a exoneração de 70 funcionários em cargos de comissão na pasta, incluindo toda a cúpula da Cinemateca. Foram demitidos Olga Futemma, que coordenava a entidade, além de Alexandre Myazito, Nancy Hitomi Korim, Adinael Alves de Jesus e Daniel Oliveira Albano. Todos detinham cargos comissionados, contratados antes de Calero assumir. Segundo o MinC, os demais cargos exonerados serão ocupados preferencialmente por servidores de carreira. A Cinemateca é a entidade responsável pela preservação do acervo audiovisual brasileiro e já chegou a contar com cerca de 150 funcionários até 2013. Hoje, são em torno de 30 -todos ocupando cargos técnicos e admitidos por meio de um contrato com a Acerp, Organização Social que atualmente gere as contratações no órgão.
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'Gilmore Girls' estreava há 16 anos; elenco da série relembra momentos
Movido à nostalgia, o revival de "Gilmore Girls" tem rendido boas memórias antes mesmo de estrear. Em um vídeo de bastidores divulgado nesta quarta-feira (5), o elenco relembra momentos da série de Amy Sherman-Palladino que surgia há 16 anos, no dia 5 de outubro de 2000. Além de cenas das sete temporadas anteriores, o "featurette" conta com depoimentos de Scott Patterson (Luke), Keiko Agena (Lane), Milo Ventimiglia (Jess), Jared Padalecki (Dean), Kelly Bishop (Emily), Sean Gunn (Kirk), Liza Weil (Paris), Matt Czuchry (Logan) e, claro, Lauren Graham (Lorelai) e Alexis Bledel (Rory). "Gilmore Girls: A Year in the Life" estreará em 25 de novembro na Netflix. Serão quatro episódios de 90 minutos e cada um se passará em uma estação do ano em um salto de oito anos no futuro desde os episódios da última temporada. A série, exibida no Brasil pelo SBT e MTV, narra a relação entre mãe e filha e o cotidiano em um pequeno povoado fictício de Connecticut. Diálogos rápidos e frequentes referências à cultura popular eram marcas da trama. As sete temporadas anteriores já estão disponíveis no serviço de vídeos sob demanda. 'Voltamos'
ilustrada
'Gilmore Girls' estreava há 16 anos; elenco da série relembra momentosMovido à nostalgia, o revival de "Gilmore Girls" tem rendido boas memórias antes mesmo de estrear. Em um vídeo de bastidores divulgado nesta quarta-feira (5), o elenco relembra momentos da série de Amy Sherman-Palladino que surgia há 16 anos, no dia 5 de outubro de 2000. Além de cenas das sete temporadas anteriores, o "featurette" conta com depoimentos de Scott Patterson (Luke), Keiko Agena (Lane), Milo Ventimiglia (Jess), Jared Padalecki (Dean), Kelly Bishop (Emily), Sean Gunn (Kirk), Liza Weil (Paris), Matt Czuchry (Logan) e, claro, Lauren Graham (Lorelai) e Alexis Bledel (Rory). "Gilmore Girls: A Year in the Life" estreará em 25 de novembro na Netflix. Serão quatro episódios de 90 minutos e cada um se passará em uma estação do ano em um salto de oito anos no futuro desde os episódios da última temporada. A série, exibida no Brasil pelo SBT e MTV, narra a relação entre mãe e filha e o cotidiano em um pequeno povoado fictício de Connecticut. Diálogos rápidos e frequentes referências à cultura popular eram marcas da trama. As sete temporadas anteriores já estão disponíveis no serviço de vídeos sob demanda. 'Voltamos'
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Vizinhas, casas de Hendrix e Händel em Londres são abertas ao público
Os dois edifícios vizinhos onde viveram e trabalharam, com 240 anos de diferença, o compositor alemão George Friedrich Händel e o músico americano Jimi Hendrix em Londres abriram suas portas pela primeira vez ao público na semana passada. No interior das antigas casas foi instalada a Händel&Hendrix, uma exposição que percorre as vidas privadas desses artistas da música clássica e do rock através da recriação de alguns dos quartos onde viveram, assim como documentos históricos, música e vídeos. Apenas um muro separa as duas casas, localizadas nos números 23 e 25 da Brook Street, no bairro de Mayfair. Este projeto reconstruiu detalhadamente o apartamento em que Hendrix (1942-1970) viveu no ano de 1969. O guitarrista encontrou a residência, no último andar do número 23 da Brook Street, em um anúncio de jornal, e pagava 30 libras por semana. Onde era a sala o visitante pode ver fotos, recortes de jornais, vídeos e entrevistas do próprio Hendrix e de outros artistas sobre ele, que mostram um pouco como era a vida doméstica da superestrela. O roqueiro convidava com frequência outros artistas à sua casa, organizava encontros com jornalistas e fotógrafos e realizava muitas festas, às quais costumavam comparecer George Harrison. Também podem se ouvir trechos de sessões de estúdio de 1969. Em outra das salas estão expostos em uma parede parte da coleção de discos que o artista acumulou, que mostra "quem era Hendrix como músico", destacou o produtor fonográfico Rob Dickins. Uma coleção de uma centena de discos, entre os que se destacam álbuns de Bob Dylan e gêneros como blues, jazz e música clássica, com Händel entre seus favoritos, explicou Dickins. A guitarra acústica Epiphone FT79, que o cantor comprou de segunda mão por US$ 25 em Nova York e com a qual tocou canções como sua versão de "All Along the Watchower", de Bob Dylan, também está em exibição. Recriado a partir de fotografias e gravações, assim como pelas descrições de repórteres e da ex-companheira do músico, Kathy Etchingham, o quarto de Hendrix tem réplicas detalhadamente reconstruídas e peças análogas da década de 60. Destacam-se o espelho ovalado pendurado sobre a chaminé e que fazia parte da mobília da casa, assim como o xale vitoriano favorito do cantor pendurado no teto, criando uma espécie de cobertura sobre a cama. Do outro lado da parede, no segundo andar do número 25 da mesma rua, a casa do compositor barroco Händel (1685-1759) era um elegante apartamento georgiano onde o músico viveu e trabalhou em seus últimos 36 anos de vida. O local estava perfeitamente montado para as necessidades do compositor, perto das comunidades artísticas que se concentravam em Soho e Covent Garden, e também do palácio de Saint James, onde desenvolvia seu trabalho oficial. Foi nesse longo período que Händel escreveu muitos de seus trabalhos mais importantes, incluído o "Messias", realizou seus ensaios e suas primeiras atuações, e morreu em 1759. A reprodução do lar do compositor, que tinha um hall, um quarto, uma ambiente para compor e várias salas de exposição, tem quadros, gravuras e móveis da época, além de partituras, reproduções de sua música, ilustrações e pianos. Entre os instrumentos de corda, se destaca o cravo duplo manual, muito utilizado na época barroca, e datado em 1754. A diretora da mostra, Michelle Aland, antecipou que o centro organizará diferentes programas, concertos e atividades para crianças nos diferentes espaços dos imóveis. "Hendrix achou uma vez que tinha visto o fantasma de Händel em um de seus espelhos e pensava que o espírito da música estava na casa, portanto nós queremos celebrar esse espírito da música", comentou Aland.
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Vizinhas, casas de Hendrix e Händel em Londres são abertas ao públicoOs dois edifícios vizinhos onde viveram e trabalharam, com 240 anos de diferença, o compositor alemão George Friedrich Händel e o músico americano Jimi Hendrix em Londres abriram suas portas pela primeira vez ao público na semana passada. No interior das antigas casas foi instalada a Händel&Hendrix, uma exposição que percorre as vidas privadas desses artistas da música clássica e do rock através da recriação de alguns dos quartos onde viveram, assim como documentos históricos, música e vídeos. Apenas um muro separa as duas casas, localizadas nos números 23 e 25 da Brook Street, no bairro de Mayfair. Este projeto reconstruiu detalhadamente o apartamento em que Hendrix (1942-1970) viveu no ano de 1969. O guitarrista encontrou a residência, no último andar do número 23 da Brook Street, em um anúncio de jornal, e pagava 30 libras por semana. Onde era a sala o visitante pode ver fotos, recortes de jornais, vídeos e entrevistas do próprio Hendrix e de outros artistas sobre ele, que mostram um pouco como era a vida doméstica da superestrela. O roqueiro convidava com frequência outros artistas à sua casa, organizava encontros com jornalistas e fotógrafos e realizava muitas festas, às quais costumavam comparecer George Harrison. Também podem se ouvir trechos de sessões de estúdio de 1969. Em outra das salas estão expostos em uma parede parte da coleção de discos que o artista acumulou, que mostra "quem era Hendrix como músico", destacou o produtor fonográfico Rob Dickins. Uma coleção de uma centena de discos, entre os que se destacam álbuns de Bob Dylan e gêneros como blues, jazz e música clássica, com Händel entre seus favoritos, explicou Dickins. A guitarra acústica Epiphone FT79, que o cantor comprou de segunda mão por US$ 25 em Nova York e com a qual tocou canções como sua versão de "All Along the Watchower", de Bob Dylan, também está em exibição. Recriado a partir de fotografias e gravações, assim como pelas descrições de repórteres e da ex-companheira do músico, Kathy Etchingham, o quarto de Hendrix tem réplicas detalhadamente reconstruídas e peças análogas da década de 60. Destacam-se o espelho ovalado pendurado sobre a chaminé e que fazia parte da mobília da casa, assim como o xale vitoriano favorito do cantor pendurado no teto, criando uma espécie de cobertura sobre a cama. Do outro lado da parede, no segundo andar do número 25 da mesma rua, a casa do compositor barroco Händel (1685-1759) era um elegante apartamento georgiano onde o músico viveu e trabalhou em seus últimos 36 anos de vida. O local estava perfeitamente montado para as necessidades do compositor, perto das comunidades artísticas que se concentravam em Soho e Covent Garden, e também do palácio de Saint James, onde desenvolvia seu trabalho oficial. Foi nesse longo período que Händel escreveu muitos de seus trabalhos mais importantes, incluído o "Messias", realizou seus ensaios e suas primeiras atuações, e morreu em 1759. A reprodução do lar do compositor, que tinha um hall, um quarto, uma ambiente para compor e várias salas de exposição, tem quadros, gravuras e móveis da época, além de partituras, reproduções de sua música, ilustrações e pianos. Entre os instrumentos de corda, se destaca o cravo duplo manual, muito utilizado na época barroca, e datado em 1754. A diretora da mostra, Michelle Aland, antecipou que o centro organizará diferentes programas, concertos e atividades para crianças nos diferentes espaços dos imóveis. "Hendrix achou uma vez que tinha visto o fantasma de Händel em um de seus espelhos e pensava que o espírito da música estava na casa, portanto nós queremos celebrar esse espírito da música", comentou Aland.
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Guarda Municipal agride moradores do centro histórico de Salvador
Moradores do centro histórico de Salvador foram agredidos por guardas municipais na tarde desta sexta-feira (2) numa ação da prefeitura para derrubada de um muro. A ação aconteceu na ladeira da Preguiça, onde casas foram demolidas pela administração em maio deste ano após as fortes chuvas e deslizamentos de terra que mataram 21 pessoas na capital baiana. Em um vídeo feito por uma moradora e obtido pela Folha, é possível ver um dos guardas municipais dando golpes com cassetete em um dos dois homens já caídos no chão. Uma mulher recebe um jato de spray de pimenta nos olhos ao tentar se aproximar de um dos homens que estava sendo atacado. Moradores reagiram chamando os guardas municipais de covardes. Veja vídeo Em nota, a Guarda Municipal alega que um dos agentes foi agredido com um soco por um homem que teria tentado impedir a demolição. Os agentes acompanhavam uma equipe da secretaria de Urbanismo que foi ao local para demolir um muro construído numa área de propriedade da Santa Casa de Misericórdia. A construção foi feita por um morador que teve o muro ao lado de sua casa demolido em maio pela prefeitura. Ele quis reconstruir a parede, mas foi notificado. Moradores da ladeira criticaram a ação dos agentes da prefeitura, classificando-a de "truculenta" e "arbitrária". "A prefeitura não conversa com a população e acha que pode fazer o que quer. Estão varrendo a população negra e pobre do centro histórico como se fosse lixo", diz a moradora Eliana Silva. O secretário municipal de Urbanismo, Sílvio Pinheiro, rebate a acusação: "Não é verdade. Todas as ações fiscais são precedidas de notificações". Após a confusão, os dois homens agredidos foram encaminhados para uma unidade de pronto atendimento e depois levados à central de flagrantes da Polícia Civil. A ladeira da Preguiça fica em área tombada e considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, um dos braços da ONU (Organização das Nações Unidas). Em abril e maio deste ano, 31 imóveis, dois deles tombados, foram demolidos no centro histórico pela gestão ACM Neto (DEM), que alegou risco de desabamento. Entidades de arquitetos reagiram pedindo a inclusão do casario de Salvador na lista de patrimônios ameaçados. OUTRO LADO A secretaria municipal de Urbanismo informou que o responsável pela construção do muro havia sido notificado cerca de 20 dias atrás. Como o morador não desfez a construção irregular, fiscais da secretaria foram ao local fazer a demolição, "conforme previsto no Código de Obras do Município". "Esse muro ultrapassava os limites do imóvel e tinha que ser demolido", diz o secretário Sílvio Pinheiro. A Superintendência de Segurança Urbana e Prevenção à Violência diz que vai apurar se houve abuso dos agentes da Guarda Municipal envolvidos na operação.
cotidiano
Guarda Municipal agride moradores do centro histórico de SalvadorMoradores do centro histórico de Salvador foram agredidos por guardas municipais na tarde desta sexta-feira (2) numa ação da prefeitura para derrubada de um muro. A ação aconteceu na ladeira da Preguiça, onde casas foram demolidas pela administração em maio deste ano após as fortes chuvas e deslizamentos de terra que mataram 21 pessoas na capital baiana. Em um vídeo feito por uma moradora e obtido pela Folha, é possível ver um dos guardas municipais dando golpes com cassetete em um dos dois homens já caídos no chão. Uma mulher recebe um jato de spray de pimenta nos olhos ao tentar se aproximar de um dos homens que estava sendo atacado. Moradores reagiram chamando os guardas municipais de covardes. Veja vídeo Em nota, a Guarda Municipal alega que um dos agentes foi agredido com um soco por um homem que teria tentado impedir a demolição. Os agentes acompanhavam uma equipe da secretaria de Urbanismo que foi ao local para demolir um muro construído numa área de propriedade da Santa Casa de Misericórdia. A construção foi feita por um morador que teve o muro ao lado de sua casa demolido em maio pela prefeitura. Ele quis reconstruir a parede, mas foi notificado. Moradores da ladeira criticaram a ação dos agentes da prefeitura, classificando-a de "truculenta" e "arbitrária". "A prefeitura não conversa com a população e acha que pode fazer o que quer. Estão varrendo a população negra e pobre do centro histórico como se fosse lixo", diz a moradora Eliana Silva. O secretário municipal de Urbanismo, Sílvio Pinheiro, rebate a acusação: "Não é verdade. Todas as ações fiscais são precedidas de notificações". Após a confusão, os dois homens agredidos foram encaminhados para uma unidade de pronto atendimento e depois levados à central de flagrantes da Polícia Civil. A ladeira da Preguiça fica em área tombada e considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, um dos braços da ONU (Organização das Nações Unidas). Em abril e maio deste ano, 31 imóveis, dois deles tombados, foram demolidos no centro histórico pela gestão ACM Neto (DEM), que alegou risco de desabamento. Entidades de arquitetos reagiram pedindo a inclusão do casario de Salvador na lista de patrimônios ameaçados. OUTRO LADO A secretaria municipal de Urbanismo informou que o responsável pela construção do muro havia sido notificado cerca de 20 dias atrás. Como o morador não desfez a construção irregular, fiscais da secretaria foram ao local fazer a demolição, "conforme previsto no Código de Obras do Município". "Esse muro ultrapassava os limites do imóvel e tinha que ser demolido", diz o secretário Sílvio Pinheiro. A Superintendência de Segurança Urbana e Prevenção à Violência diz que vai apurar se houve abuso dos agentes da Guarda Municipal envolvidos na operação.
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'Parques' de camas elásticas em shoppings unem mais de 90 trampolins
JÚLIA GOUVEIA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Muita gente já gastou horas e horas na infância dando seus "pulinhos" em camas elásticas. Pois ao menos quatro shoppings têm atrações que permitem a qualquer adulto matar um pouco da saudade da brincadeira –e, às crianças, simplesmente se divertir. O Parque Shopping Maia, por exemplo, montou um verdadeiro complexo de pula-pulas: o Kangoo Trampoline Park tem 93 camas elásticas, que se esparramam por mil metros quadrados, em três alas: a Kids, para crianças de três a sete anos, a Sports, com slackline e parede de escalada, e a Arena, onde são realizadas partidas de queimada e há uma pista de obstáculos. No Metrô Tatuapé, o Trampolim Park ocupa uma área de 200 metros quadrados. Por ali, além de dar cambalhotas e pularem alto, os participantes podem testar as habilidades em um cesto de basquete ou se jogar em duas piscinas com blocos de espuma. No Shopping ABC, em Santo André, foi montado o Super Parque de Camas Elásticas, com 15 lonas unidas –algumas até na "parede". Depois do "pula-pula", ainda é possível se jogar na piscina de espuma. Para brincar, é preciso adquirir um par de meias antiderrapantes (R$ 5). E, depois de uma temporada em julho passado, o Jump Mania voltou ao Granja Vianna. Nesse parque de camas elásticas, até 50 pessoas podem pular por período de tempo, em esquema similar ao dos outros shoppings: muito espaço para saltar, cesta de basquete e piscina de espuma. Parque Shopping Maia - piso 3. Av. Bartholomeu de Carlos, 230, Jd. Flor da Montanha, Guarulhos, tel. 2485-1600. Seg. a sáb.: 12h às 20h. Dom.: 14h às 20h. Até 28/2. A partir de 3 anos. Ingr. (inclui meia antiderrapante): R$ 54 (de seg. a sex.) a R$ 59 (sáb., dom. e feriados). Estac. a partir de R$ 10. Shopping Metrô Tatuapé - pça. de eventos. R. Dr. Melo Freire, s/nº, Tatuapé, tel. 2090-7400. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 12h às 20h. Até 17/2. Livre. Ingr.: R$ 20 p/ 15 minutos. Estac. a partir de R$ 8. Shopping ABC - pça. de eventos. Av. Pereira Barreto, 42, Vila Gilda, Santo André, tel. 3437-7222. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom: 12h às 20h. Até 12/2. A partir de 3 anos. Ingr.: R$ 20 p/ 20 minutos. Estac. a partir de R$ 8. Shopping Granja Vianna - pça. de eventos. Rod. Raposo Tavares, km 23,5, Cotia, tel. 4613-9056. Seg. a dom.: 12h às 20h. Até 5/3. A partir de 3 anos. Ingr.: R$ 20 p/ 15 minutos. Estac. a partir de R$ 7. - Touchdown!: Super Bowl Fãs de futebol americano terão a chance de assistir na telona ao Super Bowl, final do campeonato da modalidade, realizada neste domingo (5), em Houston (EUA). Uma das salas da PlayArte do Metrópole irá transmitir a partida entre Atlanta Falcons e New England Patriots, a partir das 21h. Ingressos podem ser comprados no site ingresso.com. Veja outros cinemas e bares onde a partida será transmitida. Shopping Metrópole - cinema. Pça. Samuel Sabatini, 200, Centro, São Bernardo do Campo, tel. 4003-7370. 21h. Ingr.: R$ 60. Estac. a partir de R$ 6. * Causa animal: Especial é Ser Diferente A partir desta segunda (6) o Market Place recebe uma exposição de fotos, de Jairo Goldflus e Danilo Borges, que mostram cães e gatos com alguma deficiência física posando ao lado de celebridades como a apresentadora Sabrina Sato e o ator José Loreto. A ideia é chamar a atenção do público para esses bichinhos, que encontram mais dificuldade na hora de serem adotados. Shopping Market Place - pça. de eventos. Av. Dr. Chucri Zaidan, 902, V. Cordeiro, tel. 3048-7000. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Até 17/2. Livre. Estac. a partir de R$ 15. GRÁTIS * TV criança: Arena Nick Jr. No JK Iguatemi, dois dos desenhos de maior sucesso do canal Nickelodeon dividem um espaço para a criançada: "Patrulha Canina" e "Dora, a Aventureira". Na ala dos cachorrinhos, há quatro brincadeiras, como um teste da memória; na parte da Dora, os participantes encaram desafios como um labirinto. Shopping JK Iguatemi - 2º piso. Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041, Vila Nova Conceição, tel. 3152-6800. Seg. a sex. e dom.: 14h às 20h. Sáb.: 12h às 20h. Até 19/2. De 3 a 8 anos. 25 min. Estac. a partir de R$ 15. GRÁTIS * Férias sem fim: Kollor Balls Até 14/3, o clima de férias continua no West Plaza com o Kollor Balls. O "miniparque de diversões", para crianças e adultos, tem brinquedos como uma roda-gigante, jogos de obstáculos, cabines do videogame Xbox e até uma máquina de tombos. Shopping West Plaza - pça. de eventos. Av. Francisco Matarazzo, Água Branca, tel. 3677-4000. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Até 14/3. Ingr.: a partir de R$ 15 por 30 minutos. Livre. Estac. a partir de R$ 10.
saopaulo
'Parques' de camas elásticas em shoppings unem mais de 90 trampolinsJÚLIA GOUVEIA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Muita gente já gastou horas e horas na infância dando seus "pulinhos" em camas elásticas. Pois ao menos quatro shoppings têm atrações que permitem a qualquer adulto matar um pouco da saudade da brincadeira –e, às crianças, simplesmente se divertir. O Parque Shopping Maia, por exemplo, montou um verdadeiro complexo de pula-pulas: o Kangoo Trampoline Park tem 93 camas elásticas, que se esparramam por mil metros quadrados, em três alas: a Kids, para crianças de três a sete anos, a Sports, com slackline e parede de escalada, e a Arena, onde são realizadas partidas de queimada e há uma pista de obstáculos. No Metrô Tatuapé, o Trampolim Park ocupa uma área de 200 metros quadrados. Por ali, além de dar cambalhotas e pularem alto, os participantes podem testar as habilidades em um cesto de basquete ou se jogar em duas piscinas com blocos de espuma. No Shopping ABC, em Santo André, foi montado o Super Parque de Camas Elásticas, com 15 lonas unidas –algumas até na "parede". Depois do "pula-pula", ainda é possível se jogar na piscina de espuma. Para brincar, é preciso adquirir um par de meias antiderrapantes (R$ 5). E, depois de uma temporada em julho passado, o Jump Mania voltou ao Granja Vianna. Nesse parque de camas elásticas, até 50 pessoas podem pular por período de tempo, em esquema similar ao dos outros shoppings: muito espaço para saltar, cesta de basquete e piscina de espuma. Parque Shopping Maia - piso 3. Av. Bartholomeu de Carlos, 230, Jd. Flor da Montanha, Guarulhos, tel. 2485-1600. Seg. a sáb.: 12h às 20h. Dom.: 14h às 20h. Até 28/2. A partir de 3 anos. Ingr. (inclui meia antiderrapante): R$ 54 (de seg. a sex.) a R$ 59 (sáb., dom. e feriados). Estac. a partir de R$ 10. Shopping Metrô Tatuapé - pça. de eventos. R. Dr. Melo Freire, s/nº, Tatuapé, tel. 2090-7400. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 12h às 20h. Até 17/2. Livre. Ingr.: R$ 20 p/ 15 minutos. Estac. a partir de R$ 8. Shopping ABC - pça. de eventos. Av. Pereira Barreto, 42, Vila Gilda, Santo André, tel. 3437-7222. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom: 12h às 20h. Até 12/2. A partir de 3 anos. Ingr.: R$ 20 p/ 20 minutos. Estac. a partir de R$ 8. Shopping Granja Vianna - pça. de eventos. Rod. Raposo Tavares, km 23,5, Cotia, tel. 4613-9056. Seg. a dom.: 12h às 20h. Até 5/3. A partir de 3 anos. Ingr.: R$ 20 p/ 15 minutos. Estac. a partir de R$ 7. - Touchdown!: Super Bowl Fãs de futebol americano terão a chance de assistir na telona ao Super Bowl, final do campeonato da modalidade, realizada neste domingo (5), em Houston (EUA). Uma das salas da PlayArte do Metrópole irá transmitir a partida entre Atlanta Falcons e New England Patriots, a partir das 21h. Ingressos podem ser comprados no site ingresso.com. Veja outros cinemas e bares onde a partida será transmitida. Shopping Metrópole - cinema. Pça. Samuel Sabatini, 200, Centro, São Bernardo do Campo, tel. 4003-7370. 21h. Ingr.: R$ 60. Estac. a partir de R$ 6. * Causa animal: Especial é Ser Diferente A partir desta segunda (6) o Market Place recebe uma exposição de fotos, de Jairo Goldflus e Danilo Borges, que mostram cães e gatos com alguma deficiência física posando ao lado de celebridades como a apresentadora Sabrina Sato e o ator José Loreto. A ideia é chamar a atenção do público para esses bichinhos, que encontram mais dificuldade na hora de serem adotados. Shopping Market Place - pça. de eventos. Av. Dr. Chucri Zaidan, 902, V. Cordeiro, tel. 3048-7000. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Até 17/2. Livre. Estac. a partir de R$ 15. GRÁTIS * TV criança: Arena Nick Jr. No JK Iguatemi, dois dos desenhos de maior sucesso do canal Nickelodeon dividem um espaço para a criançada: "Patrulha Canina" e "Dora, a Aventureira". Na ala dos cachorrinhos, há quatro brincadeiras, como um teste da memória; na parte da Dora, os participantes encaram desafios como um labirinto. Shopping JK Iguatemi - 2º piso. Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041, Vila Nova Conceição, tel. 3152-6800. Seg. a sex. e dom.: 14h às 20h. Sáb.: 12h às 20h. Até 19/2. De 3 a 8 anos. 25 min. Estac. a partir de R$ 15. GRÁTIS * Férias sem fim: Kollor Balls Até 14/3, o clima de férias continua no West Plaza com o Kollor Balls. O "miniparque de diversões", para crianças e adultos, tem brinquedos como uma roda-gigante, jogos de obstáculos, cabines do videogame Xbox e até uma máquina de tombos. Shopping West Plaza - pça. de eventos. Av. Francisco Matarazzo, Água Branca, tel. 3677-4000. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h. Até 14/3. Ingr.: a partir de R$ 15 por 30 minutos. Livre. Estac. a partir de R$ 10.
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Alckmin contra a Fapesp
A Assembleia Legislativa paulista desferiu golpe contundente contra a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Nos dias finais de 2016, aprovou uma lei orçamentária desviando R$ 120 milhões da dotação assegurada pela Constituição estadual a essa instituição exemplar. O valor corresponde a mais de um décimo do desembolso previsto na proposta do Executivo, R$ 1,117 bilhão. Com isso, em lugar do mínimo de 1% da receita tributária estipulado no artigo 271 da Constituição estadual, a Fapesp contaria com 0,9%. A diferença subtraída pelos deputados estaduais vai para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. A justificativa para o desvio seria fortalecer institutos de pesquisa em crônica penúria financeira, como o Butantan e o Biológico. Despe-se um santo para cobrir outro, seria o caso de dizer. Um erro estratégico, porque a Fapesp tem prestado serviços relevantes ao Estado, ao contribuir –em parceria com as universidades estaduais– para colocá-lo na vanguarda da investigação científica no país. A pesquisa em genômica, biocombustíveis e mudança climática, por exemplo, seria bem menos pujante no Brasil se não fosse a fundação. Sua eficiência se deve a dois fatores principais: fluxo assegurado de recursos, a salvo de ingerências políticas, e autonomia para sua destinação, com base unicamente no mérito dos projetos avaliados por especialistas. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), no entanto, já deu mostras de incômodo com tal independência. Numa reunião de seu secretariado, em abril do ano passado, havia criticado a suposta ausência de utilidade prática nos estudos financiados pela Fapesp. Parece ser essa a visão míope a motivar a manobra da Assembleia. E nada acontece ali sem conhecimento e anuência do Bandeirantes. Além do que, a secretaria agraciada com o redirecionamento da verba constitucional está sob o comando de figura cada vez mais próxima de Alckmin, o vice-governador Márcio França (PSB). Os R$ 120 milhões remanejados para ficar à sua disposição reforçam o cacife do político tido como preferido do tucano para a própria sucessão. A julgar pela facilidade com que se aprovou a transferência na Assembleia, a bancada do governador talvez considere a quantia insignificante, mas ela fará muita falta para a Fapesp. Em lugar de enfraquecê-la, Alckmin deveria perguntar-se por que tantos governos estaduais tentam emular a fundação –com escasso sucesso.
opiniao
Alckmin contra a FapespA Assembleia Legislativa paulista desferiu golpe contundente contra a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Nos dias finais de 2016, aprovou uma lei orçamentária desviando R$ 120 milhões da dotação assegurada pela Constituição estadual a essa instituição exemplar. O valor corresponde a mais de um décimo do desembolso previsto na proposta do Executivo, R$ 1,117 bilhão. Com isso, em lugar do mínimo de 1% da receita tributária estipulado no artigo 271 da Constituição estadual, a Fapesp contaria com 0,9%. A diferença subtraída pelos deputados estaduais vai para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. A justificativa para o desvio seria fortalecer institutos de pesquisa em crônica penúria financeira, como o Butantan e o Biológico. Despe-se um santo para cobrir outro, seria o caso de dizer. Um erro estratégico, porque a Fapesp tem prestado serviços relevantes ao Estado, ao contribuir –em parceria com as universidades estaduais– para colocá-lo na vanguarda da investigação científica no país. A pesquisa em genômica, biocombustíveis e mudança climática, por exemplo, seria bem menos pujante no Brasil se não fosse a fundação. Sua eficiência se deve a dois fatores principais: fluxo assegurado de recursos, a salvo de ingerências políticas, e autonomia para sua destinação, com base unicamente no mérito dos projetos avaliados por especialistas. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), no entanto, já deu mostras de incômodo com tal independência. Numa reunião de seu secretariado, em abril do ano passado, havia criticado a suposta ausência de utilidade prática nos estudos financiados pela Fapesp. Parece ser essa a visão míope a motivar a manobra da Assembleia. E nada acontece ali sem conhecimento e anuência do Bandeirantes. Além do que, a secretaria agraciada com o redirecionamento da verba constitucional está sob o comando de figura cada vez mais próxima de Alckmin, o vice-governador Márcio França (PSB). Os R$ 120 milhões remanejados para ficar à sua disposição reforçam o cacife do político tido como preferido do tucano para a própria sucessão. A julgar pela facilidade com que se aprovou a transferência na Assembleia, a bancada do governador talvez considere a quantia insignificante, mas ela fará muita falta para a Fapesp. Em lugar de enfraquecê-la, Alckmin deveria perguntar-se por que tantos governos estaduais tentam emular a fundação –com escasso sucesso.
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Segunda deve voltar a esquentar e tem festival contemporâneo de dança
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 31 de outubro de 2016. Segunda-feira. Bom dia para você que resolveu voltar a malhar rumo ao projeto verão para tirar o atraso do tempo que ficou parado, colocou a mesma quantidade de peso que puxava quando estava acostumado e agora vai passar o dia andando como um ciborgue de tanta dor nas partes. Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Terreno coreográfico | Começa o 9º Festival Contemporâneo de Dança, que leva espetáculos de experimentação ao Centro Cultural Olido e ao Sesc Bom Retiro. Marcando a estreia, o grupo Terreyro Coreográfico apresenta o espetáculo "Celebração", que envolve música, comida e dança misturando elementos do Dia das Bruxas. Confira a programação completa desta edição do festival no site www.fcdsp.com.br. Até 13/11. * PARA TER ASSUNTO Tucanos | Após o resultado do segundo turno, o PSDB passará a governar municípios que equivalem a 24% da população brasileira. Em São Paulo, além da capital, o partido ganhou em cidades importantes como Santo André e São Bernardo do Campo. Mapa astral | Veja como ficou a divisão de poder entre as capitais do Brasil neste link, que mostra a redução do poder de partidos de esquerda, como o PT, e o avanço da direita sobre as prefeituras. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | A Câmara Municipal de São Paulo promove encontro do Conselho Municipal do Idoso das 14h às 17h. Veja a programação completa do dia aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista para esta segunda é de 28ºC. A mínima deve ficar em 16ºC. O céu deve pode ficar parcialmente nublado. Zona oeste | A alameda Santos será interditada entre as ruas Ministro Rocha Azevedo e a Peixoto Gomide das 23h30 desta segunda às 4h de terça para o estacionamento de um guindaste. Marginal | A Marginal Tietê será parcialmente interditada das 23h desta segunda às 4h de terça (1º/11) para a realização de serviços de manutenção.
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Segunda deve voltar a esquentar e tem festival contemporâneo de dançaBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 31 de outubro de 2016. Segunda-feira. Bom dia para você que resolveu voltar a malhar rumo ao projeto verão para tirar o atraso do tempo que ficou parado, colocou a mesma quantidade de peso que puxava quando estava acostumado e agora vai passar o dia andando como um ciborgue de tanta dor nas partes. Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Terreno coreográfico | Começa o 9º Festival Contemporâneo de Dança, que leva espetáculos de experimentação ao Centro Cultural Olido e ao Sesc Bom Retiro. Marcando a estreia, o grupo Terreyro Coreográfico apresenta o espetáculo "Celebração", que envolve música, comida e dança misturando elementos do Dia das Bruxas. Confira a programação completa desta edição do festival no site www.fcdsp.com.br. Até 13/11. * PARA TER ASSUNTO Tucanos | Após o resultado do segundo turno, o PSDB passará a governar municípios que equivalem a 24% da população brasileira. Em São Paulo, além da capital, o partido ganhou em cidades importantes como Santo André e São Bernardo do Campo. Mapa astral | Veja como ficou a divisão de poder entre as capitais do Brasil neste link, que mostra a redução do poder de partidos de esquerda, como o PT, e o avanço da direita sobre as prefeituras. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | A Câmara Municipal de São Paulo promove encontro do Conselho Municipal do Idoso das 14h às 17h. Veja a programação completa do dia aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A temperatura máxima prevista para esta segunda é de 28ºC. A mínima deve ficar em 16ºC. O céu deve pode ficar parcialmente nublado. Zona oeste | A alameda Santos será interditada entre as ruas Ministro Rocha Azevedo e a Peixoto Gomide das 23h30 desta segunda às 4h de terça para o estacionamento de um guindaste. Marginal | A Marginal Tietê será parcialmente interditada das 23h desta segunda às 4h de terça (1º/11) para a realização de serviços de manutenção.
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Sábado tem show de samba e balada com jatos de tinta fluorescente
O QUE AFETA SUA VIDA O trânsito nas rodovias Anchieta e Imigrantes deve começar a se intensificar a partir das 15h deste sábado (2), segundo a concessionária Ecovias. Na Rio-Santos a previsão é de lentidão já no período da manhã, das 10h até as 19h. Acompanhe aqui o movimento nas estradas. * TEMPO A previsão é de sol à tarde e garoa à noite. A temperatura máxima esperada é de 29ºC e a mínima, de 21°C. * CULTURA E LAZER De acordo com o Climatempo, o sol deve aparecer à tarde e um sorvete cairá bem. Vale experimentar os gelatos que são misturados a coberturas e guloseimas em cima de uma pedra gelada. Confira as dicas de sorveteria do "Guia". Aproveite para ir à Pinacoteca, aos sábados o ingresso é grátis. O museu abriga uma exposição dedicada às gravuras de Arthur Luiz Piza, que participou da 1ª Bienal Internacional de São Paulo. À noite, a sambista Graça Braga, egressa do Samba da Vela, dedica a apresentação ao sambista Candeia. O evento ocorre no Sesc Campo Limpo, na zona sul, e é grátis. Ainda no clima de Réveillon, a festa White Glow promete colorir as roupas dos baladeiros que forem de branco. Jatos de tinta vão colorir a galera, que dança ao som pop, twerk e hip-hop. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Heloísa Negrão
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Sábado tem show de samba e balada com jatos de tinta fluorescenteO QUE AFETA SUA VIDA O trânsito nas rodovias Anchieta e Imigrantes deve começar a se intensificar a partir das 15h deste sábado (2), segundo a concessionária Ecovias. Na Rio-Santos a previsão é de lentidão já no período da manhã, das 10h até as 19h. Acompanhe aqui o movimento nas estradas. * TEMPO A previsão é de sol à tarde e garoa à noite. A temperatura máxima esperada é de 29ºC e a mínima, de 21°C. * CULTURA E LAZER De acordo com o Climatempo, o sol deve aparecer à tarde e um sorvete cairá bem. Vale experimentar os gelatos que são misturados a coberturas e guloseimas em cima de uma pedra gelada. Confira as dicas de sorveteria do "Guia". Aproveite para ir à Pinacoteca, aos sábados o ingresso é grátis. O museu abriga uma exposição dedicada às gravuras de Arthur Luiz Piza, que participou da 1ª Bienal Internacional de São Paulo. À noite, a sambista Graça Braga, egressa do Samba da Vela, dedica a apresentação ao sambista Candeia. O evento ocorre no Sesc Campo Limpo, na zona sul, e é grátis. Ainda no clima de Réveillon, a festa White Glow promete colorir as roupas dos baladeiros que forem de branco. Jatos de tinta vão colorir a galera, que dança ao som pop, twerk e hip-hop. * AMANHÃ As dicas do dia seguinte são publicadas às 21h. Coordenação: Ricardo Ampudia Reportagem: Heloísa Negrão
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Renan diz que Senado vai manter mudança do fator previdenciário
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou nesta quinta-feira (14) que os senadores devem impor nova derrota ao governo federal mantendo a emenda que altera o chamado fator previdenciário. Renan disse que o Senado "não vai recusar a troca" do mecanismo que retarda as aposentadorias para os trabalhadores. "O Senado já decidiu há anos sobre o fator previdenciário. É obvio que, tendo uma nova oportunidade, o Senado não vai recusar a troca dessa regra que delonga as aposentadorias", afirmou. Questionado se o Senado vai manter a nova fórmula de cálculo das aposentadorias aprovada pela Câmara, Renan disse que o modelo ainda será definido pelos parlamentares. "Eu não vi ainda a fórmula, mas como o Senado já resolveu acabar com o fator previdenciário, é obvio que vai aproveitar essa oportunidade para colocar no lugar do fator previdenciário uma regra que seja mais favorável aos trabalhadores e aposentados." O fator previdenciário foi criado no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso com o objetivo de retardar as aposentadorias. Ele é calculado de acordo com a idade do trabalhador, tempo de contribuição e expectativa de sobrevida. A emenda aprovada no plenário da Câmara nesta quarta, de autoria do PTB, propõe uma exceção a essa regra, com a adoção da fórmula 85/ 95 —soma, para mulheres e homens, da idade mais o tempo de contribuição. Caso o trabalhador decida se aposentar antes de atingir essa marca, a emenda determina que a aposentadoria continue sendo reduzida pelo fator previdenciário. Pelos cálculos do governo, se os trabalhadores passarem a não optar pelo fator na hora de se aposentar a partir deste ano, os gastos da Previdência com aposentadoria vão aumentar em R$ 40 bilhões em dez anos; e R$ 300 bilhões nos próximos 20. Renan vem fazendo sucessivas defesas de medidas favoráveis aos trabalhadores desde que o governo editou as duas medidas provisórias do ajuste fiscal. Os deputados aprovaram ambas, mas no caso do fator previdenciário, impuseram uma derrota ao Planalto com o apoio de deputados do PT e PMDB. As MPs começam a ser analisadas pelo Senado na semana que vem. TERCEIRIZAÇÃO Renan voltou a criticar nesta quinta o projeto que regulamenta a terceirização no país. O peemedebista, que "engavetou" o projeto sem prazo para que seja analisado pelos senadores, disse que a terceirização "precariza a economia quando libera geral a atividade-fim". "Eu acho que tem que regulamentar a atividade-meio, temos que ser engenhosos, criativos, mas não podemos de forma nenhuma regulamentar liberando geral porque aí você vai precarizar e especializar menos a economia brasileira, o que desfaz ainda mais a pouca competitividade que nós temos", afirmou. A Câmara aprovou o projeto da terceirização, mas Renan não está disposto a colocá-lo em votação por discordar de vários pontos da proposta. O presidente do Senado disse que, ao contrário dos deputados, não permitiria a redução de direitos trabalhistas. Renan chegou a acusar a Câmara de ter aprovado uma versão do projeto que dá "pedaladas" nos direitos dos trabalhadores. O projeto provocou uma troca de farpas pública entre Renan e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O deputado ameaçou barrar na Câmara a tramitação de projetos vindos do Senado, entre eles a validação de benefícios tributários concedidos por Estados. Renan então acusou o deputado de promover um controvérsia que atinge o "fortalecimento e a independência" do Congresso e que beneficia "aqueles que têm horror ao ativismo parlamentar".
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Renan diz que Senado vai manter mudança do fator previdenciárioO presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou nesta quinta-feira (14) que os senadores devem impor nova derrota ao governo federal mantendo a emenda que altera o chamado fator previdenciário. Renan disse que o Senado "não vai recusar a troca" do mecanismo que retarda as aposentadorias para os trabalhadores. "O Senado já decidiu há anos sobre o fator previdenciário. É obvio que, tendo uma nova oportunidade, o Senado não vai recusar a troca dessa regra que delonga as aposentadorias", afirmou. Questionado se o Senado vai manter a nova fórmula de cálculo das aposentadorias aprovada pela Câmara, Renan disse que o modelo ainda será definido pelos parlamentares. "Eu não vi ainda a fórmula, mas como o Senado já resolveu acabar com o fator previdenciário, é obvio que vai aproveitar essa oportunidade para colocar no lugar do fator previdenciário uma regra que seja mais favorável aos trabalhadores e aposentados." O fator previdenciário foi criado no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso com o objetivo de retardar as aposentadorias. Ele é calculado de acordo com a idade do trabalhador, tempo de contribuição e expectativa de sobrevida. A emenda aprovada no plenário da Câmara nesta quarta, de autoria do PTB, propõe uma exceção a essa regra, com a adoção da fórmula 85/ 95 —soma, para mulheres e homens, da idade mais o tempo de contribuição. Caso o trabalhador decida se aposentar antes de atingir essa marca, a emenda determina que a aposentadoria continue sendo reduzida pelo fator previdenciário. Pelos cálculos do governo, se os trabalhadores passarem a não optar pelo fator na hora de se aposentar a partir deste ano, os gastos da Previdência com aposentadoria vão aumentar em R$ 40 bilhões em dez anos; e R$ 300 bilhões nos próximos 20. Renan vem fazendo sucessivas defesas de medidas favoráveis aos trabalhadores desde que o governo editou as duas medidas provisórias do ajuste fiscal. Os deputados aprovaram ambas, mas no caso do fator previdenciário, impuseram uma derrota ao Planalto com o apoio de deputados do PT e PMDB. As MPs começam a ser analisadas pelo Senado na semana que vem. TERCEIRIZAÇÃO Renan voltou a criticar nesta quinta o projeto que regulamenta a terceirização no país. O peemedebista, que "engavetou" o projeto sem prazo para que seja analisado pelos senadores, disse que a terceirização "precariza a economia quando libera geral a atividade-fim". "Eu acho que tem que regulamentar a atividade-meio, temos que ser engenhosos, criativos, mas não podemos de forma nenhuma regulamentar liberando geral porque aí você vai precarizar e especializar menos a economia brasileira, o que desfaz ainda mais a pouca competitividade que nós temos", afirmou. A Câmara aprovou o projeto da terceirização, mas Renan não está disposto a colocá-lo em votação por discordar de vários pontos da proposta. O presidente do Senado disse que, ao contrário dos deputados, não permitiria a redução de direitos trabalhistas. Renan chegou a acusar a Câmara de ter aprovado uma versão do projeto que dá "pedaladas" nos direitos dos trabalhadores. O projeto provocou uma troca de farpas pública entre Renan e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O deputado ameaçou barrar na Câmara a tramitação de projetos vindos do Senado, entre eles a validação de benefícios tributários concedidos por Estados. Renan então acusou o deputado de promover um controvérsia que atinge o "fortalecimento e a independência" do Congresso e que beneficia "aqueles que têm horror ao ativismo parlamentar".
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Júri condena Robin Thicke e Pharrell Williams por plágio de Marvin Gaye
Robin Thicke e Pharrell Williams terão que pagar US$7,3 milhões (cerca de R$23 mi) para a família do músico Marvin Gaye, após perderem um processo por violação de direitos autorais. Um júri decidiu que a música "Blurred Lines", hit de 2013 da dupla, é um plágio de "Got to Give It Up", de Gaye, lançada em 1977. Williams, que teria tocado a linha de baixo da música durante o julgamento, segundo o site "Consequence of Sound", afirmou que as músicas apenas partilhavam a mesma "vibração". Além de US$4 milhões (R$12,5 mi) por violação de direitos autorais, cada músico deverá pagar à família de Gaye os lucros que obteve com a canção, totalizando US$7,3 milhões.
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Júri condena Robin Thicke e Pharrell Williams por plágio de Marvin GayeRobin Thicke e Pharrell Williams terão que pagar US$7,3 milhões (cerca de R$23 mi) para a família do músico Marvin Gaye, após perderem um processo por violação de direitos autorais. Um júri decidiu que a música "Blurred Lines", hit de 2013 da dupla, é um plágio de "Got to Give It Up", de Gaye, lançada em 1977. Williams, que teria tocado a linha de baixo da música durante o julgamento, segundo o site "Consequence of Sound", afirmou que as músicas apenas partilhavam a mesma "vibração". Além de US$4 milhões (R$12,5 mi) por violação de direitos autorais, cada músico deverá pagar à família de Gaye os lucros que obteve com a canção, totalizando US$7,3 milhões.
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"Mortal Kombat X" torna lutas mais sangrentas e complexas
Poucos games às margens do gênero horror são tão brutais e sanguinolentos quanto os da franquia de luta "Mortal Kombat", criada por Ed Boon e John Tobias. O décimo título da série reforça essas características enquanto se revigora para uma nova geração. "Mortal Kombat X" dá um salto de 25 anos em relação aos acontecimentos de seu antecessor, lançado em 2011. Talvez por isso o estúdio NetherRealm, em parceria com a Warner Bros., tenha visto a necessidade de apresentar tantos lutadores inéditos. Há 24 deles disponíveis, e mais podem ser adquiridos com microtransações e expansões. Oito dão as caras na franquia pela primeira vez, como herdeiros de personagens consagrados entre os fãs (Cassie Cage, filha de Johnny Cage e Sonya Blade, e Jacqui Briggs, filha de Jax). Além disso, há a mulher inseto D'vorah, o vaqueiro Erron Black e a dupla Ferra/Tor. O elenco, no entanto, parece ter o triplo de lutadores. Isso porque cada um deles possui três variações, uma novidade de "Mortal Kombat X" que promove alterações visuais e lhes dá habilidades distintas. Quem quiser conhecer os poderes e as fraquezas de todos terá muito o que estudar. SANGUE Graças aos gráficos aprimorados e texturas extremamente detalhadas, os golpes raio-X (que mostram os ossos se estraçalhando) e os "fatalities" estão mais repugnantes que nunca. As arenas também ganharam mais vida e dinamicidade: elementos interativos, incluindo uma idosa desatenta, podem ser arremessados nos confrontos e há sempre algo interessante acontecendo no plano de fundo. É no modo história que alguns "kombatentes", tanto heróis como vilões, ganham um mínimo de profundidade e deixam de ser apenas personagens selecionáveis capazes de dar socos e arrancar as tripas dos adversários. Em aproximadamente quatro horas, o game desenvolve um enredo empolgante e brega num universo em que qualquer tipo de desavença, até familiar, é resolvida na porrada. Capítulos protagonizados por diferentes personagens se unem de maneira fluida, enquanto belas sequências cinematográficas contextualizam o espectador. CHATICES Não há outro modo tão atrativo para o jogador solitário. As torres de adversários de inteligência artificial consecutivos se tornam chatas e repetitivas depois de um tempo, e os combates com modificadores que influenciam as lutas são mais um passatempo. Para quebrar a monotonia, há a guerra de facções, uma competição on-line da qual os jogadores de todas as plataformas participam indiretamente. É como a disputa de casas da escola de magia e bruxaria de Hogwarts, em "Harry Potter": tudo o que se faz em "Mortal Kombat X" acumula pontos para sua facção. Ao fim de cada semana, uma delas sai vencedora. Como nem tudo no game está desbloqueado, é preciso gastar os "koins" obtidos após as lutas na cripta, um cemitério que se pode explorar em primeira pessoa em busca de novos "fatalities", "brutalities", roupas de personagens e itens colecionáveis, como artes conceituais e músicas. Um modo on-line com combates individuais e em equipes, além de torres e modificadores, aguarda os jogadores que se sentirem preparados para enfrentar outros humanos. Se ambos tiverem uma boa conexão à internet, as batalhas fluem bem, como se estivessem sentados num sofá de uma mesma sala de estar. E a dublagem? Os problemas de localização de "Mortal Kombat X" vão muito além da participação da cantora Pitty como Cassie Cage. A atuação dela não é a única insatisfatória, o trabalho de som deixa a desejar em alguns momentos e a tradução de muitas falas poderia ter sido tratada com mais cuidado. Mas isso não é o suficiente para estragar o restante da experiência, muito menos para criar uma petição a favor da redublagem de uma personagem. Se o áudio em português incomoda você, basta mudar o idioma do seu console. * MORTAL KOMBAT X PLATAFORMAS: PC, XBOX ONE, PS4, IOS, ANDROID
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"Mortal Kombat X" torna lutas mais sangrentas e complexasPoucos games às margens do gênero horror são tão brutais e sanguinolentos quanto os da franquia de luta "Mortal Kombat", criada por Ed Boon e John Tobias. O décimo título da série reforça essas características enquanto se revigora para uma nova geração. "Mortal Kombat X" dá um salto de 25 anos em relação aos acontecimentos de seu antecessor, lançado em 2011. Talvez por isso o estúdio NetherRealm, em parceria com a Warner Bros., tenha visto a necessidade de apresentar tantos lutadores inéditos. Há 24 deles disponíveis, e mais podem ser adquiridos com microtransações e expansões. Oito dão as caras na franquia pela primeira vez, como herdeiros de personagens consagrados entre os fãs (Cassie Cage, filha de Johnny Cage e Sonya Blade, e Jacqui Briggs, filha de Jax). Além disso, há a mulher inseto D'vorah, o vaqueiro Erron Black e a dupla Ferra/Tor. O elenco, no entanto, parece ter o triplo de lutadores. Isso porque cada um deles possui três variações, uma novidade de "Mortal Kombat X" que promove alterações visuais e lhes dá habilidades distintas. Quem quiser conhecer os poderes e as fraquezas de todos terá muito o que estudar. SANGUE Graças aos gráficos aprimorados e texturas extremamente detalhadas, os golpes raio-X (que mostram os ossos se estraçalhando) e os "fatalities" estão mais repugnantes que nunca. As arenas também ganharam mais vida e dinamicidade: elementos interativos, incluindo uma idosa desatenta, podem ser arremessados nos confrontos e há sempre algo interessante acontecendo no plano de fundo. É no modo história que alguns "kombatentes", tanto heróis como vilões, ganham um mínimo de profundidade e deixam de ser apenas personagens selecionáveis capazes de dar socos e arrancar as tripas dos adversários. Em aproximadamente quatro horas, o game desenvolve um enredo empolgante e brega num universo em que qualquer tipo de desavença, até familiar, é resolvida na porrada. Capítulos protagonizados por diferentes personagens se unem de maneira fluida, enquanto belas sequências cinematográficas contextualizam o espectador. CHATICES Não há outro modo tão atrativo para o jogador solitário. As torres de adversários de inteligência artificial consecutivos se tornam chatas e repetitivas depois de um tempo, e os combates com modificadores que influenciam as lutas são mais um passatempo. Para quebrar a monotonia, há a guerra de facções, uma competição on-line da qual os jogadores de todas as plataformas participam indiretamente. É como a disputa de casas da escola de magia e bruxaria de Hogwarts, em "Harry Potter": tudo o que se faz em "Mortal Kombat X" acumula pontos para sua facção. Ao fim de cada semana, uma delas sai vencedora. Como nem tudo no game está desbloqueado, é preciso gastar os "koins" obtidos após as lutas na cripta, um cemitério que se pode explorar em primeira pessoa em busca de novos "fatalities", "brutalities", roupas de personagens e itens colecionáveis, como artes conceituais e músicas. Um modo on-line com combates individuais e em equipes, além de torres e modificadores, aguarda os jogadores que se sentirem preparados para enfrentar outros humanos. Se ambos tiverem uma boa conexão à internet, as batalhas fluem bem, como se estivessem sentados num sofá de uma mesma sala de estar. E a dublagem? Os problemas de localização de "Mortal Kombat X" vão muito além da participação da cantora Pitty como Cassie Cage. A atuação dela não é a única insatisfatória, o trabalho de som deixa a desejar em alguns momentos e a tradução de muitas falas poderia ter sido tratada com mais cuidado. Mas isso não é o suficiente para estragar o restante da experiência, muito menos para criar uma petição a favor da redublagem de uma personagem. Se o áudio em português incomoda você, basta mudar o idioma do seu console. * MORTAL KOMBAT X PLATAFORMAS: PC, XBOX ONE, PS4, IOS, ANDROID
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Av. dos Bandeirantes, em SP, deve ser reaberta até a madrugada de segunda
A avenida dos Bandeirantes, na zona sul paulistana, foi liberada por volta das 19h deste domingo (14) no sentido marginal Pinheiros. Já o sentido Imigrantes da via será aberto aos veículos a partir das 4h de segunda (15). A via está interditada desde sábado (13), quando dois caminhões se chocaram na altura do viaduto Santo Amaro e um deles pegou fogo. O incêndio deve fazer com que o viaduto seja demolido total ou parcialmente. A decisão será tomada com base nos laudos de análise que estão sendo feitos. Até lá, o viaduto ficará interditado. De acordo com a prefeitura, a obra emergencial para recuperar o viaduto terá prazo de 180 dias. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Milton Persoli, deverá ser concluída ainda neste domingo (14) a montagem de uma estrutura para escorar o viaduto. Terminado esse processo, as pistas da Bandeirantes terão de passar por serviços como o de tapa-buraco. "O ritmo das obras está indo bem. Estamos trabalhando para liberar a avenida com segurança." Por enquanto, os motoristas devem utilizar desvios organizados na região. A avenida é uma das principais da cidade e é utilizada no trajeto entre a marginal Tietê e a rodovia dos Imigrantes. Para o Santo Amaro, não há previsão de quando o local voltará a ser utilizado. Em uma avaliação preliminar, engenheiros da prefeitura constataram que o incêndio em um dos veículos, um caminhão-tanque carregado com álcool e gasolina, danificou a estrutura do viaduto. Com isso, ele terá de ser demolido parcial ou totalmente. "Esse viaduto tem um gabarito pequeno, talvez já se faça a obra para alterar o viaduto, melhorar a passagem de pedestres", afirmou o coordenador da Defesa Civil. Waze
cotidiano
Av. dos Bandeirantes, em SP, deve ser reaberta até a madrugada de segundaA avenida dos Bandeirantes, na zona sul paulistana, foi liberada por volta das 19h deste domingo (14) no sentido marginal Pinheiros. Já o sentido Imigrantes da via será aberto aos veículos a partir das 4h de segunda (15). A via está interditada desde sábado (13), quando dois caminhões se chocaram na altura do viaduto Santo Amaro e um deles pegou fogo. O incêndio deve fazer com que o viaduto seja demolido total ou parcialmente. A decisão será tomada com base nos laudos de análise que estão sendo feitos. Até lá, o viaduto ficará interditado. De acordo com a prefeitura, a obra emergencial para recuperar o viaduto terá prazo de 180 dias. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Milton Persoli, deverá ser concluída ainda neste domingo (14) a montagem de uma estrutura para escorar o viaduto. Terminado esse processo, as pistas da Bandeirantes terão de passar por serviços como o de tapa-buraco. "O ritmo das obras está indo bem. Estamos trabalhando para liberar a avenida com segurança." Por enquanto, os motoristas devem utilizar desvios organizados na região. A avenida é uma das principais da cidade e é utilizada no trajeto entre a marginal Tietê e a rodovia dos Imigrantes. Para o Santo Amaro, não há previsão de quando o local voltará a ser utilizado. Em uma avaliação preliminar, engenheiros da prefeitura constataram que o incêndio em um dos veículos, um caminhão-tanque carregado com álcool e gasolina, danificou a estrutura do viaduto. Com isso, ele terá de ser demolido parcial ou totalmente. "Esse viaduto tem um gabarito pequeno, talvez já se faça a obra para alterar o viaduto, melhorar a passagem de pedestres", afirmou o coordenador da Defesa Civil. Waze
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Acer diz estar disposta a receber ofertas após queda de ações
O fundador da Acer, Stan Shih, disse que aceitaria receber uma oferta pela fabricante de computadores taiwanesa em dificuldades após uma forte queda nos preços de suas ações, ao mesmo tempo alertando que qualquer potencial comprador pagaria um preço alto. "Receberia bem", disse Shih a jornalistas em resposta a uma pergunta sobre se a Acer estaria aberta a uma oferta de compra. Ele acrescentou, porém, que um possível comprador receberia uma "casca vazia" e pagaria muito. "As equipes administrativas norte-americanas e europeias normalmente se preocupam com dinheiro, seus presidentes-executivos apenas trabalham por dinheiro. Mas taiwaneses estão mais preocupados com um sentido de missão e fatores emocionais", disse. As declarações foram divulgadas primeiro pela mídia taiwanesa nesta quinta-feira (27) e confirmadas por um porta-voz da companhia. A Acer registrou forte queda nas vendas na base anual nos últimos meses, incluindo um recuo de 33% em julho. A companhia sofreu um prejuízo de 2,89 bilhões de dólares taiwaneses (US$ 90 milhões) nos primeiros seis meses de 2015, contra um leve lucro no mesmo período do ano anterior. A Acer contabilizou prejuízos para os anos inteiros de 2011, 2012 e 2013 em meio à queda nas vendas de PCs.
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Acer diz estar disposta a receber ofertas após queda de açõesO fundador da Acer, Stan Shih, disse que aceitaria receber uma oferta pela fabricante de computadores taiwanesa em dificuldades após uma forte queda nos preços de suas ações, ao mesmo tempo alertando que qualquer potencial comprador pagaria um preço alto. "Receberia bem", disse Shih a jornalistas em resposta a uma pergunta sobre se a Acer estaria aberta a uma oferta de compra. Ele acrescentou, porém, que um possível comprador receberia uma "casca vazia" e pagaria muito. "As equipes administrativas norte-americanas e europeias normalmente se preocupam com dinheiro, seus presidentes-executivos apenas trabalham por dinheiro. Mas taiwaneses estão mais preocupados com um sentido de missão e fatores emocionais", disse. As declarações foram divulgadas primeiro pela mídia taiwanesa nesta quinta-feira (27) e confirmadas por um porta-voz da companhia. A Acer registrou forte queda nas vendas na base anual nos últimos meses, incluindo um recuo de 33% em julho. A companhia sofreu um prejuízo de 2,89 bilhões de dólares taiwaneses (US$ 90 milhões) nos primeiros seis meses de 2015, contra um leve lucro no mesmo período do ano anterior. A Acer contabilizou prejuízos para os anos inteiros de 2011, 2012 e 2013 em meio à queda nas vendas de PCs.
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Medo de terrorismo faz número de visitantes do Louvre despencar
O Museu do Louvre, em Paris, continua a ser o mais visitado do mundo, mas o seu número de visitantes vem caindo. E, mais de um ano do atentado à sede do jornal "Charlie Hebdo" e depois do ataque que matou 130 pessoas na capital francesa no último mês de novembro, sai nas bancas a famosa lista dos 100 museus mais visitados do ano da versão italiana da publicação "The Art Newspaper". Na classificação, que analisa os dados de 2015, o Louvre ainda aparece em primeiro lugar, com 8,6 milhões de visitas. No entanto, em 2014, o museu recebeu 660 mil visitantes a mais. Além disso, o Centre Pompidou e os museus da Ville Lumière também apresentaram uma queda. Já estabelecimentos culturais de países vizinhos, como os do Reino Unido e da Itália, parecem não ter sofrido um impacto tão grande com o "medo do terrorismo". É o caso do segundo lugar da lista, que ficou com o British Museum, em Londres, com exatamente 6.820.686 visitantes em 2015, um aumento de 1,9% em relação a 2014. E completando o top 3 do ranking aparece o Metropolitan Museum of Art (MET) de Nova York, com 6.533.106 visitas. A Itália vem logo em seguida, em quarto lugar, proeza conseguida com os Museus do Vaticano, que receberam em 2015 mais de 6 mil pessoas. Este é um dos nove lugares italianos que aparecem entre os 100 da classificação. A segunda melhor posição do país é da Galleria Uffizi, em Florença, que conquistou o 25º lugar. Já as outras são a Galleria dell'Accademia (37º), também em Florença, o Palazzo Ducale (43º), em Veneza, o museu nacional de Castel Sant' Angelo (56º), em Roma, o Palazzo Pitti (68º), em Florença, o Palazzo Vecchio (73º), também em Florença, o Triennale Design Museum (76º), em Milão, e o Museo delle Antichità Egizie (83º) em Turim. Completando o ranking dos 10 museus mais visitados de 2015, estão o National Gallery, em Londres, o National Palace Museum, em Taipei, Taiwan, o Tate Modern, também em Londres, o National Gallery of Art, em Washington, o Ermitage, em São Petesburgo, Rússia, e o Musée d' Orsay, em Paris.
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Medo de terrorismo faz número de visitantes do Louvre despencarO Museu do Louvre, em Paris, continua a ser o mais visitado do mundo, mas o seu número de visitantes vem caindo. E, mais de um ano do atentado à sede do jornal "Charlie Hebdo" e depois do ataque que matou 130 pessoas na capital francesa no último mês de novembro, sai nas bancas a famosa lista dos 100 museus mais visitados do ano da versão italiana da publicação "The Art Newspaper". Na classificação, que analisa os dados de 2015, o Louvre ainda aparece em primeiro lugar, com 8,6 milhões de visitas. No entanto, em 2014, o museu recebeu 660 mil visitantes a mais. Além disso, o Centre Pompidou e os museus da Ville Lumière também apresentaram uma queda. Já estabelecimentos culturais de países vizinhos, como os do Reino Unido e da Itália, parecem não ter sofrido um impacto tão grande com o "medo do terrorismo". É o caso do segundo lugar da lista, que ficou com o British Museum, em Londres, com exatamente 6.820.686 visitantes em 2015, um aumento de 1,9% em relação a 2014. E completando o top 3 do ranking aparece o Metropolitan Museum of Art (MET) de Nova York, com 6.533.106 visitas. A Itália vem logo em seguida, em quarto lugar, proeza conseguida com os Museus do Vaticano, que receberam em 2015 mais de 6 mil pessoas. Este é um dos nove lugares italianos que aparecem entre os 100 da classificação. A segunda melhor posição do país é da Galleria Uffizi, em Florença, que conquistou o 25º lugar. Já as outras são a Galleria dell'Accademia (37º), também em Florença, o Palazzo Ducale (43º), em Veneza, o museu nacional de Castel Sant' Angelo (56º), em Roma, o Palazzo Pitti (68º), em Florença, o Palazzo Vecchio (73º), também em Florença, o Triennale Design Museum (76º), em Milão, e o Museo delle Antichità Egizie (83º) em Turim. Completando o ranking dos 10 museus mais visitados de 2015, estão o National Gallery, em Londres, o National Palace Museum, em Taipei, Taiwan, o Tate Modern, também em Londres, o National Gallery of Art, em Washington, o Ermitage, em São Petesburgo, Rússia, e o Musée d' Orsay, em Paris.
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Música em Letras: Oficinas de "concertos"
Pense em oficinas onde mecânicos levam seus carros para arrumar. Nelas, imagine funcionários felizes por compartilharem com os clientes o melhor de suas experiências profissionais. Tudo isto com preços abaixo do mercado. A comparação com o mundo automotivo não é ... Leia post completo no blog
ilustrada
Música em Letras: Oficinas de "concertos"Pense em oficinas onde mecânicos levam seus carros para arrumar. Nelas, imagine funcionários felizes por compartilharem com os clientes o melhor de suas experiências profissionais. Tudo isto com preços abaixo do mercado. A comparação com o mundo automotivo não é ... Leia post completo no blog
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Edson Mineiro
A seleção brasileira amanhã ou depois poderá entrar em campo com a seguinte escalação: Diego Alves, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Lucas Lima e Renato Augusto; Douglas Costa, Ricardo Oliveira e Neymar Júnior, que é como, ao menos, ele gostaria de ser chamado. Um time sem nenhum nome simples, assim como Marcos, Cafu, Ditão, Oscar e Rildo; Falcão, Zico e Sócrates; Garrincha, Tostão e Pelé. Ou Coutinho. Ou Careca. Ou Romário. Por que será? Dobraram os nomes e dividiram o futebol! Narradores reclamam. Dizem que é mais fácil narrar uma jogada do croata Mandzukic do que de Philippe Coutinho. Do alemão Schweinsteiger do que de Roberto Firmino, o que já parece um exagero deles. Mas, de fato, há inflação de nomes compostos, de nomes e sobrenomes, além de uma profusão de Luizes e Alves e, é claro, de Silvas e Souzas. Aquilo de dizer que futebol é simples, arroz com feijão, ficou para trás, perdeu-se na memória. Há melhor nome para um zagueiro do que Ditão? Ou, vá lá, do que de um impetuoso Oscar? Vai ver, talvez, e é só uma especulação maluca, é por isso que o atual meio-campista da seleção que atende pelo mesmo nome não dá tão certo como o ex-zagueiro da time canarinho de 1982, da Ponte Preta e do São Paulo. Dá saudades de Pagão, de Zague, até de Tonhão e Odvan e Cafuringa. De Zito, então, nem se fale. Dino! O Flamengo teve um ataque fantástico nos anos de 1950 que tinha três endiabrados, de apenas quatro letras: Joel, Babá e Dida. Era fácil narrar, era uma delícia escutar: "De Joel para Babá, Babá para Dida e gol!". Ou como Chico Buarque, em "O futebol": "Para Mané para Didi para Mané Mané para Didi para Mané para Didi para Pagão para Pelé e Canhoteiro". Para não falar de Dudu, do Palmeiras. Sim, de Didi, o melhor da Copa do Mundo de 1958, ainda que com as presenças de Mané e Pelé. Tente cantar algo parecido com os jogadores da seleção atual e escape do trava-língua se for capaz. É claro que há exceções —e são tantas que acabam por não ser. De Leônidas da Silva a Ademir de Menezes ou da Guia —Domingos ou o filho. De Nilton Santos a Mauro Ramos de Oliveira. Mas são casos em que se falava ou escrevia o nome inteiro para aumentar a nobreza do futebol que jogavam, a pompa e a circunstância, era como se fosse um título nobiliárquico: Roberto Rivellino, o Reizinho do Parque. Na narração dos jogos, porém, eram só Leônidas, Ademir, Domingos, Mauro ou Rivellino. Nilton Santos não, era Nilton Santos mesmo. Marquinhos Gabriel será só um modismo? Modismo como o que ao nome se acrescenta a origem do jogador, como Juninho Pernambucano, Juninho Paulista, Marcelinho Carioca, Marcelinho Paraíba, Júnior Baiano, Dudu Cearense? Pense se fosse hoje em dia, um neguinho vindo do interior para jogar num grande clube. Magrinho, tímido, humilde. "Não, este nome não! É ridículo. Vamos chamá-lo de Edson Nascimento", batizaria o presidente. "Tenho ideia melhor", diria o diretor de marketing. "Vamos chamá-lo de Edson Mineiro, porque ele é de Três Corações". Pelé teria sido apenas um apelido de infância.
colunas
Edson MineiroA seleção brasileira amanhã ou depois poderá entrar em campo com a seguinte escalação: Diego Alves, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Lucas Lima e Renato Augusto; Douglas Costa, Ricardo Oliveira e Neymar Júnior, que é como, ao menos, ele gostaria de ser chamado. Um time sem nenhum nome simples, assim como Marcos, Cafu, Ditão, Oscar e Rildo; Falcão, Zico e Sócrates; Garrincha, Tostão e Pelé. Ou Coutinho. Ou Careca. Ou Romário. Por que será? Dobraram os nomes e dividiram o futebol! Narradores reclamam. Dizem que é mais fácil narrar uma jogada do croata Mandzukic do que de Philippe Coutinho. Do alemão Schweinsteiger do que de Roberto Firmino, o que já parece um exagero deles. Mas, de fato, há inflação de nomes compostos, de nomes e sobrenomes, além de uma profusão de Luizes e Alves e, é claro, de Silvas e Souzas. Aquilo de dizer que futebol é simples, arroz com feijão, ficou para trás, perdeu-se na memória. Há melhor nome para um zagueiro do que Ditão? Ou, vá lá, do que de um impetuoso Oscar? Vai ver, talvez, e é só uma especulação maluca, é por isso que o atual meio-campista da seleção que atende pelo mesmo nome não dá tão certo como o ex-zagueiro da time canarinho de 1982, da Ponte Preta e do São Paulo. Dá saudades de Pagão, de Zague, até de Tonhão e Odvan e Cafuringa. De Zito, então, nem se fale. Dino! O Flamengo teve um ataque fantástico nos anos de 1950 que tinha três endiabrados, de apenas quatro letras: Joel, Babá e Dida. Era fácil narrar, era uma delícia escutar: "De Joel para Babá, Babá para Dida e gol!". Ou como Chico Buarque, em "O futebol": "Para Mané para Didi para Mané Mané para Didi para Mané para Didi para Pagão para Pelé e Canhoteiro". Para não falar de Dudu, do Palmeiras. Sim, de Didi, o melhor da Copa do Mundo de 1958, ainda que com as presenças de Mané e Pelé. Tente cantar algo parecido com os jogadores da seleção atual e escape do trava-língua se for capaz. É claro que há exceções —e são tantas que acabam por não ser. De Leônidas da Silva a Ademir de Menezes ou da Guia —Domingos ou o filho. De Nilton Santos a Mauro Ramos de Oliveira. Mas são casos em que se falava ou escrevia o nome inteiro para aumentar a nobreza do futebol que jogavam, a pompa e a circunstância, era como se fosse um título nobiliárquico: Roberto Rivellino, o Reizinho do Parque. Na narração dos jogos, porém, eram só Leônidas, Ademir, Domingos, Mauro ou Rivellino. Nilton Santos não, era Nilton Santos mesmo. Marquinhos Gabriel será só um modismo? Modismo como o que ao nome se acrescenta a origem do jogador, como Juninho Pernambucano, Juninho Paulista, Marcelinho Carioca, Marcelinho Paraíba, Júnior Baiano, Dudu Cearense? Pense se fosse hoje em dia, um neguinho vindo do interior para jogar num grande clube. Magrinho, tímido, humilde. "Não, este nome não! É ridículo. Vamos chamá-lo de Edson Nascimento", batizaria o presidente. "Tenho ideia melhor", diria o diretor de marketing. "Vamos chamá-lo de Edson Mineiro, porque ele é de Três Corações". Pelé teria sido apenas um apelido de infância.
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Quarta tem São Paulo no Morumbi lotado e sorteio da Mega-Sena
O São Paulo enfrenta o River Plate, da Argentina, nesta quarta (13), às 21h30 no estádio do Morumbi, zona sul da cidade. É esperado o maior público do ano. Já foram vendidos mais de 40 mil ingressos. A Mega-Sena, que continua acumulada, deve pagar até R$ 50 milhões nesta quarta. Apostas até às 19h. O governo do Estado liberou na última segunda (11) os créditos da Nota Fiscal Paulista. O dinheiro é referente às compras feitas no primeiro semestre de 2015 e poderá ser transferido por clientes que pediram CPF na nota. Acesse o site do programa para receber os seus. * TEMPO O dia segue quente e a quarta deve ter máxima de 32ºC e mínima de 20º, sem previsão de chuva, segundo o Climatempo * VOCÊ DEVERIA SABER A Fiesp perdeu autorização para projetar imagens e frases no prédio da sua sede, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo a prefeitura, a entidade violou a Lei Cidade Limpa projetando campanhas de cunho político na fachada. Prepare o bolso e feche a torneira, a Sabesp recebeu autorização da agência reguladora do setor para aumentar as contas de água e esgoto 8,45% a partir do dia 12 do mês que vem. * AGENDA CULTURAL Shows | Chico César, Mariana Aydar e Mestrinho fazem show do Canto da Ema, tradicional casa de forró em Pinheiros, interpretando composições de grandes nomes do ritmo. Canto da Ema - av. Brig. Faria Lima, 364, Pinheiros. Tel.: 3813 4708. Às 20h30. Ingr.: homem R$ 35, mulher R$ 26.
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Quarta tem São Paulo no Morumbi lotado e sorteio da Mega-SenaO São Paulo enfrenta o River Plate, da Argentina, nesta quarta (13), às 21h30 no estádio do Morumbi, zona sul da cidade. É esperado o maior público do ano. Já foram vendidos mais de 40 mil ingressos. A Mega-Sena, que continua acumulada, deve pagar até R$ 50 milhões nesta quarta. Apostas até às 19h. O governo do Estado liberou na última segunda (11) os créditos da Nota Fiscal Paulista. O dinheiro é referente às compras feitas no primeiro semestre de 2015 e poderá ser transferido por clientes que pediram CPF na nota. Acesse o site do programa para receber os seus. * TEMPO O dia segue quente e a quarta deve ter máxima de 32ºC e mínima de 20º, sem previsão de chuva, segundo o Climatempo * VOCÊ DEVERIA SABER A Fiesp perdeu autorização para projetar imagens e frases no prédio da sua sede, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo a prefeitura, a entidade violou a Lei Cidade Limpa projetando campanhas de cunho político na fachada. Prepare o bolso e feche a torneira, a Sabesp recebeu autorização da agência reguladora do setor para aumentar as contas de água e esgoto 8,45% a partir do dia 12 do mês que vem. * AGENDA CULTURAL Shows | Chico César, Mariana Aydar e Mestrinho fazem show do Canto da Ema, tradicional casa de forró em Pinheiros, interpretando composições de grandes nomes do ritmo. Canto da Ema - av. Brig. Faria Lima, 364, Pinheiros. Tel.: 3813 4708. Às 20h30. Ingr.: homem R$ 35, mulher R$ 26.
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Organizadas de Corinthians e Palmeiras pagarão danos em metrô
O secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmou que as torcidas Mancha Alvi Verde e a Camisa 12 serão responsabilizadas a pagar pela destruição em uma estação de metrô da capital paulista. No domingo (3), corintianos e palmeirenses protagonizaram cenas de violência em diversos pontos da Grande São Paulo. Na estação Brás, houve confronto na plataforma, gerando pânico em usuários que estavam de passagem no local. Câmeras de segurança flagraram o momento do conflito. As imagens estão sendo utilizadas para identificar os envolvidos. "Além das medidas penais, eles serão banidos dos estádios. Todos os torcedores que forem identificados serão banidos de todos os jogos. Enviaremos esse material para a Procuradoria do Estado para que entrem com uma ação contra a Mancha e a Camisa 12, para que paguem pela depredação do metrô. Eles terão que reparar isso. Vamos acabar também com essa impunidade", disse o secretário. Ainda não há informações do valor que será cobrado das torcidas. Vídeo divulgado por um usuário do metrô mostra o momento do conflito na estação do Brás
esporte
Organizadas de Corinthians e Palmeiras pagarão danos em metrôO secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmou que as torcidas Mancha Alvi Verde e a Camisa 12 serão responsabilizadas a pagar pela destruição em uma estação de metrô da capital paulista. No domingo (3), corintianos e palmeirenses protagonizaram cenas de violência em diversos pontos da Grande São Paulo. Na estação Brás, houve confronto na plataforma, gerando pânico em usuários que estavam de passagem no local. Câmeras de segurança flagraram o momento do conflito. As imagens estão sendo utilizadas para identificar os envolvidos. "Além das medidas penais, eles serão banidos dos estádios. Todos os torcedores que forem identificados serão banidos de todos os jogos. Enviaremos esse material para a Procuradoria do Estado para que entrem com uma ação contra a Mancha e a Camisa 12, para que paguem pela depredação do metrô. Eles terão que reparar isso. Vamos acabar também com essa impunidade", disse o secretário. Ainda não há informações do valor que será cobrado das torcidas. Vídeo divulgado por um usuário do metrô mostra o momento do conflito na estação do Brás
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Gustavo Ungaro: Paradoxo no combate à corrupção
A sucessão de escândalos com dinheiro público que drenam recursos escassos, decorrentes da contribuição de todos, desviados de políticas públicas para a satisfação de interesses privados escusos, gera indignação popular. A atestar a inaceitável dimensão da corrupção basta conferir o mais recente indicador da Transparência Internacional, no qual o Brasil ocupa desconfortável posição, apesar de estar entre as 10 maiores economias mundiais, em claro descompasso entre o protagonismo econômico nacional e o descalabro ético. Além do gravíssimo caso nos altos escalões, conhecido como mensalão, surge agora episódio danoso ainda maior, cujo prejuízo ao erário já se estima na casa dos bilhões de reais, a afetar a maior estatal brasileira, situação confessada em delações premiadas e evidenciada pela prisão de ex-diretores e de executivos de grandes empresas privadas, inclusive ensejando abertura de investigações e aplicação de multas no exterior. Vergonha nacional. De outra perspectiva, a Constituição de 1988, além de ampliar a proteção aos direitos fundamentais e modelar o Estado Democrático de Direito, reforçou temas e diretrizes essenciais para uma organização estatal condizente com os postulados republicanos, dos quais vale realçar a promoção da transparência e a valorização do controle da atividade administrativa, estipulando um duplo mecanismo fiscalizatório do uso dos recursos públicos, com uma dimensão externa e outra interna. A transparência na gestão pública foi intensificada pelo acréscimo de novas leis, como a de responsabilidade fiscal, a de transparência e a de acesso à informação, normas que enfrentam resistências burocráticas calcadas na cultura do autoritarismo, do segredo e da irresponsabilidade. O combate à corrupção também contou com regras adicionais, a exemplo da que sanciona os atos de improbidade administrativa, de 1992, e a mais recente, de 2013, a chamada lei anticorrupção ou da empresa limpa, a estabelecer procedimento punitivo de pessoas jurídicas por ilícitos praticados em detrimento do patrimônio coletivo. Ainda que possa comportar críticas pontuais de juristas, a inovação legislativa ataca a prevalência da impunidade e cumpre convenções internacionais em vigor. Constata-se, ainda, sensível aperfeiçoamento institucional, perceptível no campo do controle externo –por meio do maior rigor na atuação dos Tribunais de Contas, do reconhecimento do Ministério Público, da atuação independente do Poder Judiciário e da crescente articulação da sociedade civil– e no âmbito do autocontrole da Administração. Isso acontece graças ao fortalecimento dos órgãos centrais de controle de todo o país, reunidos no Conselho Nacional de Controle Interno (CONACI), bastando lembrar da trajetória ascendente da CGU (Corregedoria Geral da União), que passou a integrar a Presidência da República em 2001, sendo seu titular ministro de Estado, estruturalmente ampliada em 2002, por meio do decreto nº 4.177, que lhe transferiu a Secretaria Federal de Controle Interno e a Comissão de Coordenação de Controle Interno. Tendo assumido a denominação de Controladoria em 2003, a CGU chega aos dias atuais com resultados expressivos no zelo pela legalidade e na responsabilização por condutas indevidas. Eis o paradoxo da atual quadra histórica brasileira: à elevada percepção da corrupção, com multiplicação de casos graves, contrapõem-se, felizmente, avanços normativos e institucionais, sempre no marco democrático, voltados a enfrentar as práticas ilícitas. Por certo que aumentar a possibilidade de monitoramento e exposição da atuação governamental, com mais transparência, e fortalecer o controle interno, externo, social e difuso sobre a administração, evitando-se irregularidades e afastando a impunidade, muito representam em termos de redução das oportunidades para a corrupção, urgente prioridade nacional. GUSTAVO UNGARO é mestre em direito pela USP, presidente do Conselho Nacional de Controle Interno e da Corregedoria Geral da Administração do Estado de São Paulo e autor de "Responsabilidade do Estado e Direitos Humanos" (Saraiva, 2012) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Gustavo Ungaro: Paradoxo no combate à corrupçãoA sucessão de escândalos com dinheiro público que drenam recursos escassos, decorrentes da contribuição de todos, desviados de políticas públicas para a satisfação de interesses privados escusos, gera indignação popular. A atestar a inaceitável dimensão da corrupção basta conferir o mais recente indicador da Transparência Internacional, no qual o Brasil ocupa desconfortável posição, apesar de estar entre as 10 maiores economias mundiais, em claro descompasso entre o protagonismo econômico nacional e o descalabro ético. Além do gravíssimo caso nos altos escalões, conhecido como mensalão, surge agora episódio danoso ainda maior, cujo prejuízo ao erário já se estima na casa dos bilhões de reais, a afetar a maior estatal brasileira, situação confessada em delações premiadas e evidenciada pela prisão de ex-diretores e de executivos de grandes empresas privadas, inclusive ensejando abertura de investigações e aplicação de multas no exterior. Vergonha nacional. De outra perspectiva, a Constituição de 1988, além de ampliar a proteção aos direitos fundamentais e modelar o Estado Democrático de Direito, reforçou temas e diretrizes essenciais para uma organização estatal condizente com os postulados republicanos, dos quais vale realçar a promoção da transparência e a valorização do controle da atividade administrativa, estipulando um duplo mecanismo fiscalizatório do uso dos recursos públicos, com uma dimensão externa e outra interna. A transparência na gestão pública foi intensificada pelo acréscimo de novas leis, como a de responsabilidade fiscal, a de transparência e a de acesso à informação, normas que enfrentam resistências burocráticas calcadas na cultura do autoritarismo, do segredo e da irresponsabilidade. O combate à corrupção também contou com regras adicionais, a exemplo da que sanciona os atos de improbidade administrativa, de 1992, e a mais recente, de 2013, a chamada lei anticorrupção ou da empresa limpa, a estabelecer procedimento punitivo de pessoas jurídicas por ilícitos praticados em detrimento do patrimônio coletivo. Ainda que possa comportar críticas pontuais de juristas, a inovação legislativa ataca a prevalência da impunidade e cumpre convenções internacionais em vigor. Constata-se, ainda, sensível aperfeiçoamento institucional, perceptível no campo do controle externo –por meio do maior rigor na atuação dos Tribunais de Contas, do reconhecimento do Ministério Público, da atuação independente do Poder Judiciário e da crescente articulação da sociedade civil– e no âmbito do autocontrole da Administração. Isso acontece graças ao fortalecimento dos órgãos centrais de controle de todo o país, reunidos no Conselho Nacional de Controle Interno (CONACI), bastando lembrar da trajetória ascendente da CGU (Corregedoria Geral da União), que passou a integrar a Presidência da República em 2001, sendo seu titular ministro de Estado, estruturalmente ampliada em 2002, por meio do decreto nº 4.177, que lhe transferiu a Secretaria Federal de Controle Interno e a Comissão de Coordenação de Controle Interno. Tendo assumido a denominação de Controladoria em 2003, a CGU chega aos dias atuais com resultados expressivos no zelo pela legalidade e na responsabilização por condutas indevidas. Eis o paradoxo da atual quadra histórica brasileira: à elevada percepção da corrupção, com multiplicação de casos graves, contrapõem-se, felizmente, avanços normativos e institucionais, sempre no marco democrático, voltados a enfrentar as práticas ilícitas. Por certo que aumentar a possibilidade de monitoramento e exposição da atuação governamental, com mais transparência, e fortalecer o controle interno, externo, social e difuso sobre a administração, evitando-se irregularidades e afastando a impunidade, muito representam em termos de redução das oportunidades para a corrupção, urgente prioridade nacional. GUSTAVO UNGARO é mestre em direito pela USP, presidente do Conselho Nacional de Controle Interno e da Corregedoria Geral da Administração do Estado de São Paulo e autor de "Responsabilidade do Estado e Direitos Humanos" (Saraiva, 2012) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Cultivo de maconha medicinal se torna alternativa à coca na Colômbia
"Enquanto houver uma planta de coca, alguém virá atrás dela. Um bandido, uma gangue ou um cartel, é por isso que reduzir a área de produção é um dos principais desafios da Colômbia", disse Rafael Pardo, o Alto Conselheiro para o Pós-Conflito, no começo da semana, em conferência da ONU, em Viena. Após a entrada da maioria dos ex-guerrilheiros nas zonas de segurança designadas pelo Estado, o início da entrega de armas e a aprovação da criação dos tribunais especiais, inicia-se uma das fases mais importantes da implementação do acordo de paz entre o governo e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), aprovado em dezembro de 2016. Trata-se de combater o aumento do território dedicado a áreas de cultivo de coca para a produção de cocaína, provocado por uma decisão do governo, em 2014, de parar com a fumigação das plantações ilegais. Na ocasião, o governo atendeu a um pedido das Farc e dos camponeses, por conta dos danos causados à saúde pelos produtos químicos utilizados na fumigação. O governo também acaba de pôr em marcha um plano para fazer acordos com os camponeses que antes produziam coca para fornecer à guerrilha. A ideia é que aceitem a substituição por outro tipo de cultivo. Segundo relatório divulgado pelos EUA na semana passada e acatado pelo Ministério da Defesa colombiano, hoje há no país 188 mil hectares destinados a esse cultivo ilícito. É um número elevado ainda quando comparado a outros grandes produtores da região, como Peru (53 mil hectares) e Bolívia (36,5 mil). COCA NA COLÔMBIA - Situação atual, em % Segundo Pardo, o objetivo inicial será propor a troca aos cultivadores. Os que aceitarem, receberão estímulos financeiros do governo. Os que não, terão as plantações destruídas pelo Exército. MACONHA Como em outros programas de substituição pelo mundo, há resistência dos camponeses colombianos em deixar um negócio lucrativo para passar a plantar tomates, bananas, café, ou seja, produtos menos rentáveis. Por isso, uma das opções do governo é estimular a produção de maconha para uso medicinal, de olho no mercado interno e na legalização da droga em Estados americanos e países europeus. Para isso, em 2015, o Congresso aprovou uma lei proposta pelo Executivo para liberar a produção de maconha para fins medicinais. No começo deste ano, o governo começou a distribuir licenças para grupos estrangeiros e cooperativas locais. A ideia é produzir cremes, azeite, gel e pastilhas de maconha com o objetivo de tratar os sintomas de pessoas que sofrem de artrite, epilepsia, mal de Alzheimer e outras doenças. "É uma oportunidade para que a Colômbia tenha mais um instrumento para reconstruir sua economia neste período de pós-conflito", diz o ministro da Saúde, Alejandro Gaviria. Para o professor Hernando Zuleta, diretor do centro de estudo de drogas da Universidad de los Andes, de Bogotá, "o projeto tem base científica, pode ajudar os doentes, pode facilitar o diálogo do Estado com os produtores de coca e oferecer-lhes um novo negócio", disse à Folha. O especialista, porém, faz algumas ressalvas. "Há diferenças na composição e no modo de produção da maconha medicinal, ou seja, quem produz maconha para vender para usuários recreativos talvez ainda veja mais lucro nesse mercado", diz. GUERRA ÀS DROGAS O presidente Juan Manuel Santos vem dizendo que a "guerra às drogas" não funcionou. Em seu discurso de recebimento do Nobel da Paz, em outubro, afirmou que havia chegado a hora de a América Latina "reformular a luta contra o narcotráfico". Porém, além da legalização da maconha medicinal, Santos não estimulou a criação de novas leis. "Percebe-se que Santos quer colocar essa agenda da legalização para a sociedade. Mas isso corre perigo caso a oposição vença as próximas eleições", disse Zuleta. COCA NA COLÔMBIA - Projeto original do governo, em % Em 2018, haverá eleições presidenciais e legislativas na Colômbia. O principal opositor de Santos é o ex-presidente Álvaro Uribe, crítico ferrenho do acordo de paz e da legalização das drogas. Nem Santos nem Uribe estão aptos para concorrer ao cargo, mas seus escolhidos para a corrida eleitoral defenderão suas bandeiras. GOVERNO Apesar de afirmar que o Exército colombiano está vigilante com relação aos territórios deixados pelas Farc em seu caminho às zonas de segurança, o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, disse que "ainda há dificuldades em algumas áreas", referindo-se a Catatumbo e a localidades dos departamentos de Cauca, Chocó e Nariño. Nesses lugares, foram identificadas associações entre guerrilheiros que não se entregaram —estima-se que sejam cerca de 400 a 600— a criminosos. A incorporação de dissidentes das Farc aos bandos existentes provocou novas disputas por territórios, e um pesadelo que remonta ao começo da guerra voltou a ocorrer: mais famílias tiveram de deslocar-se, abandonando suas casas em direção aos centros urbanos. Segundo a ONG Insight Crime, especializada em monitorar grupos armados, também há indicativos de que membros do ELN (Exército de Libertação Nacional), que negocia a paz com o Estado, tomaram redes de tráfico e de extorsão que antes pertenciam às Farc.
mundo
Cultivo de maconha medicinal se torna alternativa à coca na Colômbia"Enquanto houver uma planta de coca, alguém virá atrás dela. Um bandido, uma gangue ou um cartel, é por isso que reduzir a área de produção é um dos principais desafios da Colômbia", disse Rafael Pardo, o Alto Conselheiro para o Pós-Conflito, no começo da semana, em conferência da ONU, em Viena. Após a entrada da maioria dos ex-guerrilheiros nas zonas de segurança designadas pelo Estado, o início da entrega de armas e a aprovação da criação dos tribunais especiais, inicia-se uma das fases mais importantes da implementação do acordo de paz entre o governo e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), aprovado em dezembro de 2016. Trata-se de combater o aumento do território dedicado a áreas de cultivo de coca para a produção de cocaína, provocado por uma decisão do governo, em 2014, de parar com a fumigação das plantações ilegais. Na ocasião, o governo atendeu a um pedido das Farc e dos camponeses, por conta dos danos causados à saúde pelos produtos químicos utilizados na fumigação. O governo também acaba de pôr em marcha um plano para fazer acordos com os camponeses que antes produziam coca para fornecer à guerrilha. A ideia é que aceitem a substituição por outro tipo de cultivo. Segundo relatório divulgado pelos EUA na semana passada e acatado pelo Ministério da Defesa colombiano, hoje há no país 188 mil hectares destinados a esse cultivo ilícito. É um número elevado ainda quando comparado a outros grandes produtores da região, como Peru (53 mil hectares) e Bolívia (36,5 mil). COCA NA COLÔMBIA - Situação atual, em % Segundo Pardo, o objetivo inicial será propor a troca aos cultivadores. Os que aceitarem, receberão estímulos financeiros do governo. Os que não, terão as plantações destruídas pelo Exército. MACONHA Como em outros programas de substituição pelo mundo, há resistência dos camponeses colombianos em deixar um negócio lucrativo para passar a plantar tomates, bananas, café, ou seja, produtos menos rentáveis. Por isso, uma das opções do governo é estimular a produção de maconha para uso medicinal, de olho no mercado interno e na legalização da droga em Estados americanos e países europeus. Para isso, em 2015, o Congresso aprovou uma lei proposta pelo Executivo para liberar a produção de maconha para fins medicinais. No começo deste ano, o governo começou a distribuir licenças para grupos estrangeiros e cooperativas locais. A ideia é produzir cremes, azeite, gel e pastilhas de maconha com o objetivo de tratar os sintomas de pessoas que sofrem de artrite, epilepsia, mal de Alzheimer e outras doenças. "É uma oportunidade para que a Colômbia tenha mais um instrumento para reconstruir sua economia neste período de pós-conflito", diz o ministro da Saúde, Alejandro Gaviria. Para o professor Hernando Zuleta, diretor do centro de estudo de drogas da Universidad de los Andes, de Bogotá, "o projeto tem base científica, pode ajudar os doentes, pode facilitar o diálogo do Estado com os produtores de coca e oferecer-lhes um novo negócio", disse à Folha. O especialista, porém, faz algumas ressalvas. "Há diferenças na composição e no modo de produção da maconha medicinal, ou seja, quem produz maconha para vender para usuários recreativos talvez ainda veja mais lucro nesse mercado", diz. GUERRA ÀS DROGAS O presidente Juan Manuel Santos vem dizendo que a "guerra às drogas" não funcionou. Em seu discurso de recebimento do Nobel da Paz, em outubro, afirmou que havia chegado a hora de a América Latina "reformular a luta contra o narcotráfico". Porém, além da legalização da maconha medicinal, Santos não estimulou a criação de novas leis. "Percebe-se que Santos quer colocar essa agenda da legalização para a sociedade. Mas isso corre perigo caso a oposição vença as próximas eleições", disse Zuleta. COCA NA COLÔMBIA - Projeto original do governo, em % Em 2018, haverá eleições presidenciais e legislativas na Colômbia. O principal opositor de Santos é o ex-presidente Álvaro Uribe, crítico ferrenho do acordo de paz e da legalização das drogas. Nem Santos nem Uribe estão aptos para concorrer ao cargo, mas seus escolhidos para a corrida eleitoral defenderão suas bandeiras. GOVERNO Apesar de afirmar que o Exército colombiano está vigilante com relação aos territórios deixados pelas Farc em seu caminho às zonas de segurança, o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, disse que "ainda há dificuldades em algumas áreas", referindo-se a Catatumbo e a localidades dos departamentos de Cauca, Chocó e Nariño. Nesses lugares, foram identificadas associações entre guerrilheiros que não se entregaram —estima-se que sejam cerca de 400 a 600— a criminosos. A incorporação de dissidentes das Farc aos bandos existentes provocou novas disputas por territórios, e um pesadelo que remonta ao começo da guerra voltou a ocorrer: mais famílias tiveram de deslocar-se, abandonando suas casas em direção aos centros urbanos. Segundo a ONG Insight Crime, especializada em monitorar grupos armados, também há indicativos de que membros do ELN (Exército de Libertação Nacional), que negocia a paz com o Estado, tomaram redes de tráfico e de extorsão que antes pertenciam às Farc.
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Estatuto da Criança e do Adolescente completa 25 anos cheio de desafios
Nem sempre criança foi entendida como criança. Na Idade Média, época de reis e castelos, criança era uma espécie de adulto em miniatura. Não existiam cuidados especiais. Isso foi mudando. A ideia de infância foi construída com o tempo e impactou como crianças são tratadas pelas famílias, nas escolas e até pelas leis. No tempo dos avós e bisavós, lá no Brasil do século 20, existiu o Código de Menores, que tratava só de crianças abandonadas, infratoras e pobres, consideradas em "situação irregular". Elas não tinham direitos, mas carências. A partir dos anos 1980, muita gente se organizou para dar direitos a crianças e adolescentes. Assim nasceu o ECA. Depois de seu nascimento, foi formada uma grande roda para cuidar das crianças. Nessa ciranda estão conselheiros tutelares, juízes, policiais e educadores, entre outros, todos fundamentais para a garantia de direitos. Mas ainda hoje, 25 anos após o ECA ser criado, a sociedade (você, seus pais, seus vizinhos...) pouco conhece o estatuto, o que atrapalha na hora de fazer valer a lei. No aniversário de 25 anos, o ECA ainda enfrenta o seu maior desafio: sair de vez do papel.
folhinha
Estatuto da Criança e do Adolescente completa 25 anos cheio de desafiosNem sempre criança foi entendida como criança. Na Idade Média, época de reis e castelos, criança era uma espécie de adulto em miniatura. Não existiam cuidados especiais. Isso foi mudando. A ideia de infância foi construída com o tempo e impactou como crianças são tratadas pelas famílias, nas escolas e até pelas leis. No tempo dos avós e bisavós, lá no Brasil do século 20, existiu o Código de Menores, que tratava só de crianças abandonadas, infratoras e pobres, consideradas em "situação irregular". Elas não tinham direitos, mas carências. A partir dos anos 1980, muita gente se organizou para dar direitos a crianças e adolescentes. Assim nasceu o ECA. Depois de seu nascimento, foi formada uma grande roda para cuidar das crianças. Nessa ciranda estão conselheiros tutelares, juízes, policiais e educadores, entre outros, todos fundamentais para a garantia de direitos. Mas ainda hoje, 25 anos após o ECA ser criado, a sociedade (você, seus pais, seus vizinhos...) pouco conhece o estatuto, o que atrapalha na hora de fazer valer a lei. No aniversário de 25 anos, o ECA ainda enfrenta o seu maior desafio: sair de vez do papel.
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Experiente em crises, BTG tem futuro incerto
O BTG Pactual que tenta sobreviver à crise de reputação, após a prisão do banqueiro André Esteves, tem longa experiência em passar por momentos de apuros. Nos anos 80, época da hiperinflação, vivia da aplicação do dinheiro dos clientes no overnight, o antigo mercado de juros de um dia, até pouco antes de o Brasil dar o calote na dívida, em 1987. Após a estabilização, o negócio de destaque passou a ser as reestruturações de empresas que rumavam para a falência -passaram pelo "hospital" do Pactual a fabricante de chocolates Lacta, a aérea Varig, a loja Mesbla, de departamentos, a construtora Encol e a TV Manchete. Foi o banqueiro Luiz Cezar Fernandes, fundador e então controlador do Pactual, quem introduziu no país a engenharia financeira (e jurídica) de separar a parte boa -marca, história, fábricas etc.- da parte podre de uma empresa: dívidas, processos judiciais, impostos atrasados. Ganhou manchetes nos jornais, trouxe esperança de manutenção de empregos, mas sucesso mesmo teve apenas com a Lacta, que foi vendida para a Philip Morris; nas demais, a crise era afastada até uma próxima tormenta. O reinado de Luiz Cezar começou a ruir em 1997, com a tentativa frustrada de comprar o antigo banco BCN. Ele foi abandonado na última hora pelos sócios André Jakurski e Paulo Guedes, que se opunham ao Pactual ir para as ruas disputar espaço com Bradesco e Itaú. Luiz Cezar foi se afundando em dívidas de suas outras empresas. Aos poucos, foi trocando socorro financeiro dos sócios -entre eles, o jovem André Esteves- por parte de suas ações. No final de 1999, acabou sendo obrigado a vender os 12% restantes por US$ 80 milhões ao quarteto que, além de Esteves, tinha Gilberto Sayão, Marcelo Serfaty e Eduardo Plass. Começava o reinado de Esteves, ainda dividindo espaço com Sayão, hoje na Vinci Partners. Nos anos 2000, o banco apostou no chamado Novo Mercado da Bolsa, o segmento de alta transparência e respeito aos minoritários, e comandou a onda de aberturas de capital. O sucesso foi tão grande que despertou a cobiça dos suíços do UBS, maior gestor de fortunas do mundo, que adquiriu o Pactual em 2006, por US$ 2,6 bilhões. Dois anos depois veio a crise americana, o UBS quase quebra e precisa ser socorrido pelo governo. À época, falava-se que Esteves teria liderado um grupo para derrubar os antigos controladores e comprá-lo barato; ele nega. Fora do UBS, onde chegou a comandar a área de renda fixa global em Londres, Esteves volta ao Brasil, abre sua butique BTG (Banking and Trading Group) e recompra o banco dos suíços praticamente pelo mesmo valor, formando o BTG Pactual. O banco vira um dos campeões nacionais do governo Lula e arremata o PanAmericano do empresário Silvio Santos, em meio a escândalo de maquiagem de balanço. Com a compra da corretora chilena Serfin, consolida uma posição de destaque na América Latina. No ano passado, comprou o suíço BSI, também gestor de fortunas, que agora está à venda. Para sobreviver, vai se desfazendo uma a uma das participações: foram-se a Rede D'Or, de hospitais e a próxima deve ser a Estapar, de estacionamentos. Nas palavras de um ex-sócio, que pediu para não se identificar, fatalmente o Pactual tentará passar uma borracha no reinado de Esteves, perderá muitos clientes e "encolherá". "Se irá sobreviver é uma outra história."
mercado
Experiente em crises, BTG tem futuro incertoO BTG Pactual que tenta sobreviver à crise de reputação, após a prisão do banqueiro André Esteves, tem longa experiência em passar por momentos de apuros. Nos anos 80, época da hiperinflação, vivia da aplicação do dinheiro dos clientes no overnight, o antigo mercado de juros de um dia, até pouco antes de o Brasil dar o calote na dívida, em 1987. Após a estabilização, o negócio de destaque passou a ser as reestruturações de empresas que rumavam para a falência -passaram pelo "hospital" do Pactual a fabricante de chocolates Lacta, a aérea Varig, a loja Mesbla, de departamentos, a construtora Encol e a TV Manchete. Foi o banqueiro Luiz Cezar Fernandes, fundador e então controlador do Pactual, quem introduziu no país a engenharia financeira (e jurídica) de separar a parte boa -marca, história, fábricas etc.- da parte podre de uma empresa: dívidas, processos judiciais, impostos atrasados. Ganhou manchetes nos jornais, trouxe esperança de manutenção de empregos, mas sucesso mesmo teve apenas com a Lacta, que foi vendida para a Philip Morris; nas demais, a crise era afastada até uma próxima tormenta. O reinado de Luiz Cezar começou a ruir em 1997, com a tentativa frustrada de comprar o antigo banco BCN. Ele foi abandonado na última hora pelos sócios André Jakurski e Paulo Guedes, que se opunham ao Pactual ir para as ruas disputar espaço com Bradesco e Itaú. Luiz Cezar foi se afundando em dívidas de suas outras empresas. Aos poucos, foi trocando socorro financeiro dos sócios -entre eles, o jovem André Esteves- por parte de suas ações. No final de 1999, acabou sendo obrigado a vender os 12% restantes por US$ 80 milhões ao quarteto que, além de Esteves, tinha Gilberto Sayão, Marcelo Serfaty e Eduardo Plass. Começava o reinado de Esteves, ainda dividindo espaço com Sayão, hoje na Vinci Partners. Nos anos 2000, o banco apostou no chamado Novo Mercado da Bolsa, o segmento de alta transparência e respeito aos minoritários, e comandou a onda de aberturas de capital. O sucesso foi tão grande que despertou a cobiça dos suíços do UBS, maior gestor de fortunas do mundo, que adquiriu o Pactual em 2006, por US$ 2,6 bilhões. Dois anos depois veio a crise americana, o UBS quase quebra e precisa ser socorrido pelo governo. À época, falava-se que Esteves teria liderado um grupo para derrubar os antigos controladores e comprá-lo barato; ele nega. Fora do UBS, onde chegou a comandar a área de renda fixa global em Londres, Esteves volta ao Brasil, abre sua butique BTG (Banking and Trading Group) e recompra o banco dos suíços praticamente pelo mesmo valor, formando o BTG Pactual. O banco vira um dos campeões nacionais do governo Lula e arremata o PanAmericano do empresário Silvio Santos, em meio a escândalo de maquiagem de balanço. Com a compra da corretora chilena Serfin, consolida uma posição de destaque na América Latina. No ano passado, comprou o suíço BSI, também gestor de fortunas, que agora está à venda. Para sobreviver, vai se desfazendo uma a uma das participações: foram-se a Rede D'Or, de hospitais e a próxima deve ser a Estapar, de estacionamentos. Nas palavras de um ex-sócio, que pediu para não se identificar, fatalmente o Pactual tentará passar uma borracha no reinado de Esteves, perderá muitos clientes e "encolherá". "Se irá sobreviver é uma outra história."
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Confira como foi acidente com carro alegórico da Unidos da Tijuca
Pouco depois de entrar na avenida, na madrugada desta terça-feira (28), a parte superior do segundo carro alegórico da Unidos da Tijuca afundou, derrubando componentes que estavam em cima dela. Foram realizados 20 atendimentos médicos, sendo que 10 das pessoas atendidas estavam feridas. Destas, nove foram levadas para o hospital e suspeita-se que duas estejam em estado grave. O desfile da Unidos da Tijuca terminou atrasado, com 76 minutos, um minuto a mais que o tempo máximo permitido.
cotidiano
Confira como foi acidente com carro alegórico da Unidos da TijucaPouco depois de entrar na avenida, na madrugada desta terça-feira (28), a parte superior do segundo carro alegórico da Unidos da Tijuca afundou, derrubando componentes que estavam em cima dela. Foram realizados 20 atendimentos médicos, sendo que 10 das pessoas atendidas estavam feridas. Destas, nove foram levadas para o hospital e suspeita-se que duas estejam em estado grave. O desfile da Unidos da Tijuca terminou atrasado, com 76 minutos, um minuto a mais que o tempo máximo permitido.
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Livro usa mito do Congo para explicar como os homens descobriram o fogo
Diz a mitologia grega que, em uma época em que a humanidade ainda não tinha acesso ao fogo, Prometeu subiu ao Olimpo e roubou a chama dos deuses para presenteá-la aos homens. Como castigo, ele foi acorrentado a uma pedra, onde, todos os dias, um pássaro comia um pedacinho do seu fígado. A história de como os homens descobriram o fogo aparece em diferentes culturas e povos. Neste livro, os autores usam o mito do Congo, um país da África, para contar as peripécias da menina Alafiá e de seu papagaio. Certo dia, o passarinho se perde na floresta e, ao procurá-lo, Alafiá encontra uma pantera de olhos de rubi. Será que a menina achará o fogo e acabará sendo castigada como Prometeu? 'Alafiá e a Pantera que Tinha Olhos de Rubi' AUTORES Marcel Tenório e Theo de Oliveira EDITORA Globinho PREÇO R$ 36 INDICAÇÃO a partir de 7 anos
folhinha
Livro usa mito do Congo para explicar como os homens descobriram o fogoDiz a mitologia grega que, em uma época em que a humanidade ainda não tinha acesso ao fogo, Prometeu subiu ao Olimpo e roubou a chama dos deuses para presenteá-la aos homens. Como castigo, ele foi acorrentado a uma pedra, onde, todos os dias, um pássaro comia um pedacinho do seu fígado. A história de como os homens descobriram o fogo aparece em diferentes culturas e povos. Neste livro, os autores usam o mito do Congo, um país da África, para contar as peripécias da menina Alafiá e de seu papagaio. Certo dia, o passarinho se perde na floresta e, ao procurá-lo, Alafiá encontra uma pantera de olhos de rubi. Será que a menina achará o fogo e acabará sendo castigada como Prometeu? 'Alafiá e a Pantera que Tinha Olhos de Rubi' AUTORES Marcel Tenório e Theo de Oliveira EDITORA Globinho PREÇO R$ 36 INDICAÇÃO a partir de 7 anos
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Sob pressão na CPI da Petrobras, advogada deixa clientes na Lava Jato
Responsável por fechar nove das 17 delações premiadas firmadas na Operação Lava Jato, a advogada Beatriz Catta Preta está se desligando de todas as ações relacionadas às investigações do esquema de corrupção na Petrobras. Nesta segunda (20), a criminalista comunicou ao juiz Sergio Moro que largou as defesas do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e do ex-executivo da Toyo Setal Augusto de Mendonça. Ela já informou aos seus clientes que eles têm até o dia 30 de julho para constituir um novo defensor. No meio jurídico, onde Catta Preta costuma ser atacada por críticos da delação premiada, especula-se que seus honorários estão entre R$ 2,5 milhões e R$ 5 milhões por causa. Pessoas próximas afirmam que ela estaria de mudança para Miami (EUA), onde abriu um escritório em 2014. A Procuradoria Geral da República informou que a mudança de advogado não afeta acordos de delação premiada já homologados nem invalida o conteúdo dos depoimentos já colhidos. A advogada abandonou a Lava Jato duas semanas após um de seus clientes, o lobista Julio Camargo, mudar sua versão e dizer ter pago US$ 5 milhões em propina ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O deputado nega ter recebido propina. Desde então, Catta Preta passou a sofrer pressão de aliados de Cunha. Integrante da CPI da Petrobras, o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ) apresentou dois requerimentos relativos à advogada. No primeiro, determinou que ela fosse convocada para explicar a origem do dinheiro que recebeu como pagamento dos réus da Lava Jato. No outro, dirigido a uma juíza do Paraná, exigiu a lista de todos os clientes de criminalista. 'PAU MANDADO' No mesmo dia, Pansera agiu contra outros personagens da operação. Pediu a quebra do sigilo de parentes do doleiro Alberto Youssef -que também citou Cunha como beneficiário do esquema - e a convocação do filho de Julio Camargo à CPI. A manobra revoltou o doleiro, que chamou Pansera de "pau mandado" do presidente da Câmara e disse que a iniciativa era uma "intimidação" por sua colaboração. Os requerimentos foram apresentados quando já se especulava que Cunha seria incluído na delação de Camargo. Procurado para falar sobre os requerimentos de seu aliado, Cunha respondeu: "Meu nome é Eduardo Cunha e não Celso Pansera. Pergunte a ele". Pansera negou ter pressionado Catta Preta e familiares dos delatores a mando de Cunha. Diz que houve "coincidência" entre a data de apresentação dos requerimentos e o crescimento dos rumores de que Cunha seria alvo de uma acusação. ESTILO Catta Preta também abandonou a defesa de clientes antigos que não estão na Lava Jato, mas tiveram, em alguma ocasião,o nome vinculado a Cunha. É o caso do empresário Lúcio Funaro. Ele é assistido pela advogada há dez anos. Catta Preta o livrou de uma condenação no processo do mensalão ao fazer dele um delator. "Muitos advogados reclamam, mas os clientes de quase todos eles estão presos e os dela, soltos", disse Funaro. Em junho, o empresário Milton Schahin disse ao "O Globo" que uma aliada de Cunha havia apresentado requerimentos contra ele para favorecer o grupo de Funaro em uma disputa judicial. Ele nega ligação com Cunha e elogia a atuação de sua advogada. Apesar de atuar há anos, Catta Preta ganhou notoriedade e inimigos no meio jurídico com a Lava Jato. Colegas de profissão costumam acusá-la de assediar clientes dos outros e aproveitar momentos de fragilidade familiar para estimular delações. Detonador da crise com Cunha, Camargo é um exemplo do estilo de Catta Preta. O advogado dele se ausentou por três dias e, ao voltar, soube que estava demitido e que o lobista firmara a delação. Quem assumiu? Catta Preta. * CONFIRA OS DOCUMENTOS Colaborou AGUIRRE TALENTO, de Brasília
poder
Sob pressão na CPI da Petrobras, advogada deixa clientes na Lava JatoResponsável por fechar nove das 17 delações premiadas firmadas na Operação Lava Jato, a advogada Beatriz Catta Preta está se desligando de todas as ações relacionadas às investigações do esquema de corrupção na Petrobras. Nesta segunda (20), a criminalista comunicou ao juiz Sergio Moro que largou as defesas do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e do ex-executivo da Toyo Setal Augusto de Mendonça. Ela já informou aos seus clientes que eles têm até o dia 30 de julho para constituir um novo defensor. No meio jurídico, onde Catta Preta costuma ser atacada por críticos da delação premiada, especula-se que seus honorários estão entre R$ 2,5 milhões e R$ 5 milhões por causa. Pessoas próximas afirmam que ela estaria de mudança para Miami (EUA), onde abriu um escritório em 2014. A Procuradoria Geral da República informou que a mudança de advogado não afeta acordos de delação premiada já homologados nem invalida o conteúdo dos depoimentos já colhidos. A advogada abandonou a Lava Jato duas semanas após um de seus clientes, o lobista Julio Camargo, mudar sua versão e dizer ter pago US$ 5 milhões em propina ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O deputado nega ter recebido propina. Desde então, Catta Preta passou a sofrer pressão de aliados de Cunha. Integrante da CPI da Petrobras, o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ) apresentou dois requerimentos relativos à advogada. No primeiro, determinou que ela fosse convocada para explicar a origem do dinheiro que recebeu como pagamento dos réus da Lava Jato. No outro, dirigido a uma juíza do Paraná, exigiu a lista de todos os clientes de criminalista. 'PAU MANDADO' No mesmo dia, Pansera agiu contra outros personagens da operação. Pediu a quebra do sigilo de parentes do doleiro Alberto Youssef -que também citou Cunha como beneficiário do esquema - e a convocação do filho de Julio Camargo à CPI. A manobra revoltou o doleiro, que chamou Pansera de "pau mandado" do presidente da Câmara e disse que a iniciativa era uma "intimidação" por sua colaboração. Os requerimentos foram apresentados quando já se especulava que Cunha seria incluído na delação de Camargo. Procurado para falar sobre os requerimentos de seu aliado, Cunha respondeu: "Meu nome é Eduardo Cunha e não Celso Pansera. Pergunte a ele". Pansera negou ter pressionado Catta Preta e familiares dos delatores a mando de Cunha. Diz que houve "coincidência" entre a data de apresentação dos requerimentos e o crescimento dos rumores de que Cunha seria alvo de uma acusação. ESTILO Catta Preta também abandonou a defesa de clientes antigos que não estão na Lava Jato, mas tiveram, em alguma ocasião,o nome vinculado a Cunha. É o caso do empresário Lúcio Funaro. Ele é assistido pela advogada há dez anos. Catta Preta o livrou de uma condenação no processo do mensalão ao fazer dele um delator. "Muitos advogados reclamam, mas os clientes de quase todos eles estão presos e os dela, soltos", disse Funaro. Em junho, o empresário Milton Schahin disse ao "O Globo" que uma aliada de Cunha havia apresentado requerimentos contra ele para favorecer o grupo de Funaro em uma disputa judicial. Ele nega ligação com Cunha e elogia a atuação de sua advogada. Apesar de atuar há anos, Catta Preta ganhou notoriedade e inimigos no meio jurídico com a Lava Jato. Colegas de profissão costumam acusá-la de assediar clientes dos outros e aproveitar momentos de fragilidade familiar para estimular delações. Detonador da crise com Cunha, Camargo é um exemplo do estilo de Catta Preta. O advogado dele se ausentou por três dias e, ao voltar, soube que estava demitido e que o lobista firmara a delação. Quem assumiu? Catta Preta. * CONFIRA OS DOCUMENTOS Colaborou AGUIRRE TALENTO, de Brasília
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Ataques nos EUA mostram simplismo em plano antiterror de presidenciáveis
Não há nada nos planos antiterrorismo de Donald Trump ou de Hillary Clinton que teria tido muitas chances de evitar os ataques a bomba em Nova York e em Nova Jersey dos quais Ahmad Khan Rahami, 28, é acusado de ser o autor. A questão de como prevenir o terrorismo será quase com certeza o assunto principal na segunda-feira (26) à noite, quando os dois candidatos presidenciais se encontrarem para o primeiro debate. Mas a verdade é que casos como o de Rahami fogem completamente a todo tipo de categoria. E sua trajetória de uma infância como imigrante para tornar-se um cidadão naturalizado e depois um acusado de terrorismo mostra que o debate que está em curso na campanha é simplista demais. Falha em encontrar a causa mais difícil e mais comum da radicalização nos Estados Unidos, quando os demônios pessoais se transformam em violência motivada por ideologia. Rahami chegou aos Estados Unidos, vindo do Afeganistão, aos sete anos de idade, e depois adquiriu a cidadania. A insistência de Trump, recentemente, em dizer que não vê nenhum problema com a realização de perfis étnicos poderia ter levado a interrogatórios mais duros feitos a Rahami quando ele viajou para Quetta, no Paquistão, o centro do poder talibã, e quando voltou, ou quando retornou de lá com uma esposa paquistanesa. O indício mais forte das suas inclinações aconteceu em 2014, quando a polícia local e o FBI investigaram a acusação do pai de Rahami, de que seu filho era um terrorista. Mas, ao não encontrar nenhuma evidência, as autoridades não agiram. A partir do fato de que Rahami é um cidadão norte-americano, a única maneira em que ele poderia ter sido preso sem provas seria sob um sistema de detenção semelhante à maneira como os nipo-americanos eram colocados em "campos de internamento" japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Essa foi uma técnica que Trump comentou à revista "Time" em dezembro, que ele poderia ter apoiado ou não na época. Ele acrescentou que, por mais indesejável que seria reativar um expediente assim, em uma era de terrorismo, "a guerra é difícil". RECEPTAR MENSAGENS A abordagem de Clinton seria contar com um sistema de receptação de mensagens para impedir a radicalização e tentar reconhecer os primeiros sinais de extremismo. Mas ninguém parece totalmente seguro sobre como Rahami foi radicalizado —se na internet, durante viagens ao Paquistão, ou talvez por sua nova esposa. E a proposta de Clinton, até mesmo seus defensores reconhecem, não traz nenhuma garantia: tenta segurar a onda, ao invés de revertê-la. Trump, em suma, descreveu uma política de manutenção de potenciais terroristas totalmente fora do país, mesmo que isso signifique suspender ou violar os tradicionais princípios dos Estados Unidos de acolhimento de refugiados e não discriminação de imigrantes com base em sua religião. Clinton, por outro lado, discutiu o exame minucioso de imigrantes —em relação à sua história ou simpatia por ideologias radicais— e defendeu o trabalho de combate de mensagens e comportamentos extremistas. Clinton tem o objetivo de criar um sistema de alerta precoce, comunidade por comunidade, que se baseia em um número crescente de programas que a administração Obama chama de "luta contra o extremismo violento". O objetivo não é apenas contar com líderes religiosos, como imãs, para ajudar a detectar os primeiros sinais de radicalização, mas também mobilizar professores, treinadores, médicos e outras pessoas que possam notar mudanças sutis no comportamento de um indivíduo e, talvez, com a ajuda de família e amigos, intervir. Clinton também sugeriu, em dezembro, que iria acelerar os trabalhos com empresas de tecnologia para retirar discursos radicais do Facebook, YouTube, Snapchat e de aplicativos criptografados usados por terroristas. "Você vai ouvir todas as queixas de sempre: 'Liberdade de expressão'", disse ela ao Instituto Brookings. Também sugeriu que essas reclamações devem ser dispensadas. TRABALHO NAS COMUNIDADES Seus assessores reconhecem que isso não constituiria uma solução completa —mas também não seria uma solução completa a proibição da imigração, o que eles veem como algo contrário aos valores norte-americanos. "Olha, nós nunca vamos ser capazes de identificar todos os potenciais malfeitores apenas por meio de um registro policial ou do seu envolvimento com outros malfeitores", disse Daniel Benjamin, ex-coordenador de terrorismo do Departamento de Estado e agora acadêmico do Dartmouth College. "Então, ter mais atenção a isso e mais consciência dentro das comunidades é algo absolutamente essencial, e terá de ser uma parte fundamental da solução." Benjamin, que é assessor da campanha de Clinton, reconheceu na terça-feira (20) que "não há nenhuma garantia de que tais programas teriam identificado Rahami antes do tempo". Mas ele disse que o caso de Rahami, e do homem somali-americano que esfaqueou nove pessoas em um shopping no Estado de Minnesota, antes de ser baleado e morto por um policial de folga, "parecem ser exemplos de mudanças bastante dramáticas de comportamento que poderiam ter disparado alarmes". Clinton falou por telefone durante 45 minutos na terça-feira de manhã com um grupo de assessores de elite em segurança nacional e contraterrorismo sobre as lições aprendidas com os ataques terroristas mais recentes e sobre que medidas adicionais uma eventual administração Clinton teria de tomar para evitar ataques em solo norte-americano, de acordo com um resumo da conversa telefônica difundido pela campanha. Eles também conversaram sobre como garantir que a polícia e outros órgãos de Justiça acompanhem indivíduos anteriormente identificados como possíveis ameaças. Clinton pediu uma "intensificação de inteligência" para melhorar o compartilhamento de informações entre as agências federais e com parceiros estrangeiros. Hillary e seus assessores refletiram sobre formas de combater os chamados ataques de lobos solitários e a radicalização on-line —sem direção específica ou habilitação por parte de grupos como o Estado Islâmico ou a Al-Qaeda— e sobre "como podemos equilibrar melhor o direito à privacidade e esse imperativo de segurança nacional dos tempos atuais", segundo o resumo. Por fim, o grupo examinou "os perigos da retórica inflamada, de generalizações e de manifestações de preconceito", tudo o que Clinton e seus apoiadores acusaram Trump de usar em seus comentários nas redes sociais e nos discursos de campanha. REPRESSÃO Trump tem uma palavra para essas soluções: "Fracas". Ele disse em um comício na terça-feira que a lição dos atentados a bomba em Nova York e em Nova Jersey era a necessidade de uma repressão da imigração. "Esses ataques foram possíveis por causa do nosso sistema de imigração extremamente aberto, que não consegue banir e examinar adequadamente indivíduos ou famílias que entram no nosso país", disse. "Ataque após ataque —do 11 de Setembro a San Bernardino, a Orlando— temos visto como o fracasso ao examinar quem entra nos Estados Unidos coloca todos os nossos cidadãos em grande perigo." Ele disse que Clinton era favorável "à entrada ininterrupta de pessoas vindas da Síria", embora os 10 mil refugiados que vieram de lá este ano sejam uma pequena fração do que receberam as nações europeias. Trump defendeu a interrupção do "influxo massivo de refugiados, que Hillary Clinton está tentando aumentar drasticamente". Tradução de DENISE MOTA
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Ataques nos EUA mostram simplismo em plano antiterror de presidenciáveisNão há nada nos planos antiterrorismo de Donald Trump ou de Hillary Clinton que teria tido muitas chances de evitar os ataques a bomba em Nova York e em Nova Jersey dos quais Ahmad Khan Rahami, 28, é acusado de ser o autor. A questão de como prevenir o terrorismo será quase com certeza o assunto principal na segunda-feira (26) à noite, quando os dois candidatos presidenciais se encontrarem para o primeiro debate. Mas a verdade é que casos como o de Rahami fogem completamente a todo tipo de categoria. E sua trajetória de uma infância como imigrante para tornar-se um cidadão naturalizado e depois um acusado de terrorismo mostra que o debate que está em curso na campanha é simplista demais. Falha em encontrar a causa mais difícil e mais comum da radicalização nos Estados Unidos, quando os demônios pessoais se transformam em violência motivada por ideologia. Rahami chegou aos Estados Unidos, vindo do Afeganistão, aos sete anos de idade, e depois adquiriu a cidadania. A insistência de Trump, recentemente, em dizer que não vê nenhum problema com a realização de perfis étnicos poderia ter levado a interrogatórios mais duros feitos a Rahami quando ele viajou para Quetta, no Paquistão, o centro do poder talibã, e quando voltou, ou quando retornou de lá com uma esposa paquistanesa. O indício mais forte das suas inclinações aconteceu em 2014, quando a polícia local e o FBI investigaram a acusação do pai de Rahami, de que seu filho era um terrorista. Mas, ao não encontrar nenhuma evidência, as autoridades não agiram. A partir do fato de que Rahami é um cidadão norte-americano, a única maneira em que ele poderia ter sido preso sem provas seria sob um sistema de detenção semelhante à maneira como os nipo-americanos eram colocados em "campos de internamento" japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Essa foi uma técnica que Trump comentou à revista "Time" em dezembro, que ele poderia ter apoiado ou não na época. Ele acrescentou que, por mais indesejável que seria reativar um expediente assim, em uma era de terrorismo, "a guerra é difícil". RECEPTAR MENSAGENS A abordagem de Clinton seria contar com um sistema de receptação de mensagens para impedir a radicalização e tentar reconhecer os primeiros sinais de extremismo. Mas ninguém parece totalmente seguro sobre como Rahami foi radicalizado —se na internet, durante viagens ao Paquistão, ou talvez por sua nova esposa. E a proposta de Clinton, até mesmo seus defensores reconhecem, não traz nenhuma garantia: tenta segurar a onda, ao invés de revertê-la. Trump, em suma, descreveu uma política de manutenção de potenciais terroristas totalmente fora do país, mesmo que isso signifique suspender ou violar os tradicionais princípios dos Estados Unidos de acolhimento de refugiados e não discriminação de imigrantes com base em sua religião. Clinton, por outro lado, discutiu o exame minucioso de imigrantes —em relação à sua história ou simpatia por ideologias radicais— e defendeu o trabalho de combate de mensagens e comportamentos extremistas. Clinton tem o objetivo de criar um sistema de alerta precoce, comunidade por comunidade, que se baseia em um número crescente de programas que a administração Obama chama de "luta contra o extremismo violento". O objetivo não é apenas contar com líderes religiosos, como imãs, para ajudar a detectar os primeiros sinais de radicalização, mas também mobilizar professores, treinadores, médicos e outras pessoas que possam notar mudanças sutis no comportamento de um indivíduo e, talvez, com a ajuda de família e amigos, intervir. Clinton também sugeriu, em dezembro, que iria acelerar os trabalhos com empresas de tecnologia para retirar discursos radicais do Facebook, YouTube, Snapchat e de aplicativos criptografados usados por terroristas. "Você vai ouvir todas as queixas de sempre: 'Liberdade de expressão'", disse ela ao Instituto Brookings. Também sugeriu que essas reclamações devem ser dispensadas. TRABALHO NAS COMUNIDADES Seus assessores reconhecem que isso não constituiria uma solução completa —mas também não seria uma solução completa a proibição da imigração, o que eles veem como algo contrário aos valores norte-americanos. "Olha, nós nunca vamos ser capazes de identificar todos os potenciais malfeitores apenas por meio de um registro policial ou do seu envolvimento com outros malfeitores", disse Daniel Benjamin, ex-coordenador de terrorismo do Departamento de Estado e agora acadêmico do Dartmouth College. "Então, ter mais atenção a isso e mais consciência dentro das comunidades é algo absolutamente essencial, e terá de ser uma parte fundamental da solução." Benjamin, que é assessor da campanha de Clinton, reconheceu na terça-feira (20) que "não há nenhuma garantia de que tais programas teriam identificado Rahami antes do tempo". Mas ele disse que o caso de Rahami, e do homem somali-americano que esfaqueou nove pessoas em um shopping no Estado de Minnesota, antes de ser baleado e morto por um policial de folga, "parecem ser exemplos de mudanças bastante dramáticas de comportamento que poderiam ter disparado alarmes". Clinton falou por telefone durante 45 minutos na terça-feira de manhã com um grupo de assessores de elite em segurança nacional e contraterrorismo sobre as lições aprendidas com os ataques terroristas mais recentes e sobre que medidas adicionais uma eventual administração Clinton teria de tomar para evitar ataques em solo norte-americano, de acordo com um resumo da conversa telefônica difundido pela campanha. Eles também conversaram sobre como garantir que a polícia e outros órgãos de Justiça acompanhem indivíduos anteriormente identificados como possíveis ameaças. Clinton pediu uma "intensificação de inteligência" para melhorar o compartilhamento de informações entre as agências federais e com parceiros estrangeiros. Hillary e seus assessores refletiram sobre formas de combater os chamados ataques de lobos solitários e a radicalização on-line —sem direção específica ou habilitação por parte de grupos como o Estado Islâmico ou a Al-Qaeda— e sobre "como podemos equilibrar melhor o direito à privacidade e esse imperativo de segurança nacional dos tempos atuais", segundo o resumo. Por fim, o grupo examinou "os perigos da retórica inflamada, de generalizações e de manifestações de preconceito", tudo o que Clinton e seus apoiadores acusaram Trump de usar em seus comentários nas redes sociais e nos discursos de campanha. REPRESSÃO Trump tem uma palavra para essas soluções: "Fracas". Ele disse em um comício na terça-feira que a lição dos atentados a bomba em Nova York e em Nova Jersey era a necessidade de uma repressão da imigração. "Esses ataques foram possíveis por causa do nosso sistema de imigração extremamente aberto, que não consegue banir e examinar adequadamente indivíduos ou famílias que entram no nosso país", disse. "Ataque após ataque —do 11 de Setembro a San Bernardino, a Orlando— temos visto como o fracasso ao examinar quem entra nos Estados Unidos coloca todos os nossos cidadãos em grande perigo." Ele disse que Clinton era favorável "à entrada ininterrupta de pessoas vindas da Síria", embora os 10 mil refugiados que vieram de lá este ano sejam uma pequena fração do que receberam as nações europeias. Trump defendeu a interrupção do "influxo massivo de refugiados, que Hillary Clinton está tentando aumentar drasticamente". Tradução de DENISE MOTA
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Por fraude fiscal, Mascherano é condenado a um ano de prisão
O defensor Javier Mascherano, do Barcelona, foi condenado a um ano de prisão por evasão fiscal nesta quinta-feira (21), na Espanha, informou a imprensa espanhola. O atleta argentino reconheceu, no final do ano passado, perante à Justiça, que sonegou mais de 1,5 milhão de euros (R$ 6,4 milhões) de impostos à Receita Federal Espanhola relativos aos direitos de imagem, entre 2011 e 2012. De acordo com o jornal "El País", Mascherano não deve ser detido após aceitar pagar uma multa de 800 mil euros e os custos do processo judicial. Além disso, os advogados de defesa solicitaram o pagamento de um valor —em torno de 20 mil euros— para desvincular judicialmente o jogador do processo. O Barcelona ainda não se manifestou, porém, publicou em seu site a mesma carta pública que Mascherano colocou em suas mídias sociais. Já Lionel Messi pode passar pelo mesmo episódio em breve. O seu julgamento está marcado para acontecer entre o fim de maio e o início de junho.
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Por fraude fiscal, Mascherano é condenado a um ano de prisãoO defensor Javier Mascherano, do Barcelona, foi condenado a um ano de prisão por evasão fiscal nesta quinta-feira (21), na Espanha, informou a imprensa espanhola. O atleta argentino reconheceu, no final do ano passado, perante à Justiça, que sonegou mais de 1,5 milhão de euros (R$ 6,4 milhões) de impostos à Receita Federal Espanhola relativos aos direitos de imagem, entre 2011 e 2012. De acordo com o jornal "El País", Mascherano não deve ser detido após aceitar pagar uma multa de 800 mil euros e os custos do processo judicial. Além disso, os advogados de defesa solicitaram o pagamento de um valor —em torno de 20 mil euros— para desvincular judicialmente o jogador do processo. O Barcelona ainda não se manifestou, porém, publicou em seu site a mesma carta pública que Mascherano colocou em suas mídias sociais. Já Lionel Messi pode passar pelo mesmo episódio em breve. O seu julgamento está marcado para acontecer entre o fim de maio e o início de junho.
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Macron vence em todas as faixas etárias e de renda, diz instituto
Eleito presidente da França neste domingo (7), o centrista Emmanuel Macron teve mais votos que a ultranacionalista Marine Le Pen em todas as faixas etárias e de renda, segundo o instituto Ipsos. Entre os jovens de 18 a 24 anos, por exemplo, Macron teve 66% dos votos, contra 34% de Le Pen. No outro extremo, de pessoas com mais de 70 anos, a vantagem do centrista foi ainda maior (78% contra 22%). Em termos de renda, a disputa foi mais acirrada no grupo que ganha menos de 1.250 euros: Macron teve 55%, contra 45% de Le Pen. Entre os franceses com renda superior a 3.000 euros, a vitória foi mais expressiva (75% contra 25%). Macron, 39, foi eleito presidente da França neste domingo (7) com 65,1% dos votos, segundo estimativas de boca de urna, que ainda serão confirmadas durante as próximas horas. Representando o movimento independente Em Frente!, ele governará pelos próximos cinco anos a sétima maior economia do mundo e um dos cinco países com direito o veto no Conselho de Segurança da ONU. Macron disputava as eleições, com impacto no restante da União Europeia, contra a ultranacionalista Marine Le Pen, da Frente Nacional, que recebeu 34,9%. ABSTENÇÃO Segundo os resultados oficiais, a abstenção no segundo turno é de 25,4%, superior à do primeiro turno, de 22%. O total de votos brancos e nulos, de acordo com o Ipsos, chegou a 4 milhões (11,5% dos que votaram).
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Macron vence em todas as faixas etárias e de renda, diz institutoEleito presidente da França neste domingo (7), o centrista Emmanuel Macron teve mais votos que a ultranacionalista Marine Le Pen em todas as faixas etárias e de renda, segundo o instituto Ipsos. Entre os jovens de 18 a 24 anos, por exemplo, Macron teve 66% dos votos, contra 34% de Le Pen. No outro extremo, de pessoas com mais de 70 anos, a vantagem do centrista foi ainda maior (78% contra 22%). Em termos de renda, a disputa foi mais acirrada no grupo que ganha menos de 1.250 euros: Macron teve 55%, contra 45% de Le Pen. Entre os franceses com renda superior a 3.000 euros, a vitória foi mais expressiva (75% contra 25%). Macron, 39, foi eleito presidente da França neste domingo (7) com 65,1% dos votos, segundo estimativas de boca de urna, que ainda serão confirmadas durante as próximas horas. Representando o movimento independente Em Frente!, ele governará pelos próximos cinco anos a sétima maior economia do mundo e um dos cinco países com direito o veto no Conselho de Segurança da ONU. Macron disputava as eleições, com impacto no restante da União Europeia, contra a ultranacionalista Marine Le Pen, da Frente Nacional, que recebeu 34,9%. ABSTENÇÃO Segundo os resultados oficiais, a abstenção no segundo turno é de 25,4%, superior à do primeiro turno, de 22%. O total de votos brancos e nulos, de acordo com o Ipsos, chegou a 4 milhões (11,5% dos que votaram).
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Aplicativo parecido ao Uber cria rede de entregadores
DE SÃO PAULO Inspirado pela tendência de economia colaborativa, o executivo João Paulo Camargo, 38, deixou a carreira de "head hunter" para abrir a Eu Entrego, uma plataforma que funciona de maneira semelhante ao aplicativo Uber. Quem precisa entregar qualquer coisa -de documentos a cortadores de grama- coloca origem e destino no programa e um colaborador cadastrado faz a entrega. A empresa fica com 20% do valor cobrado, e o entregador com o resto. Segundo Camargo, 3.000 entregas já foram realizadas em seis meses. O objetivo é alcançar 1 milhão até 2018. O aplicativo atende principalmente empresas, em especial o setor de comércio eletrônico. "Conseguimos chegar em lugares que as grandes empresas de entrega não chegam", diz.
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Aplicativo parecido ao Uber cria rede de entregadores DE SÃO PAULO Inspirado pela tendência de economia colaborativa, o executivo João Paulo Camargo, 38, deixou a carreira de "head hunter" para abrir a Eu Entrego, uma plataforma que funciona de maneira semelhante ao aplicativo Uber. Quem precisa entregar qualquer coisa -de documentos a cortadores de grama- coloca origem e destino no programa e um colaborador cadastrado faz a entrega. A empresa fica com 20% do valor cobrado, e o entregador com o resto. Segundo Camargo, 3.000 entregas já foram realizadas em seis meses. O objetivo é alcançar 1 milhão até 2018. O aplicativo atende principalmente empresas, em especial o setor de comércio eletrônico. "Conseguimos chegar em lugares que as grandes empresas de entrega não chegam", diz.
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Contas do governo federal melhoram, mas Estados e municípios têm piora
O setor público registrou superavit de R$ 27,9 bilhões em janeiro deste ano, informou nesta sexta-feira (26) o Banco Central, aumento de 33% em relação ao mesmo mês do ano passado. Houve melhora na esfera federal, mas piora nos dados dos governos regionais. Na quinta-feira (25), o governo já havia informado que uma questão contábil faria com que o resultado na esfera federal apurado pelo BC (R$ 20,9 bilhões) ficasse bem acima do anunciado um dia antes pelo Tesouro Nacional (R$ 14,8 bilhões). Em dezembro, o BC registrou como deficit algumas dívidas com bancos públicos que só entraram na estatística do Tesouro em janeiro. O BC estima que o resultado divulgado nesta sexta esteja cerca R$ 8 bilhões acima do apurado pelo Tesouro por conta desse fator. Na quinta-feira, o Tesouro informou também que o resultado de janeiro estava influenciado por um fator atípico, uma arrecadação extraordinária de R$ 11 bilhões com o leilão de hidrelétricas de novembro. O BC lembrou ainda que janeiro é um mês historicamente favorável para as contas públicas, o que explica porque o resultado voltou a ficar positivo, após oito deficits registrados entre abril e dezembro do ano passado. Resultado primário do setor público - Em R$ bilhões ESTADOS O BC informou ainda que Estados e municípios fecharam o mês de janeiro com superavit de R$ 7,98 bilhões, abaixo dos R$ 10,5 bilhões do mesmo período de 2015. "O ritmo da atividade já vem afetando as contas dos governos regionais e isso tende a continuar, a despeito do aumento de algumas alíquotas de ICMS neste início de ano", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. No ano passado, por exemplo, a receita do principal tributo dos Estados, o ICMS, teve uma queda real (descontada a inflação) de 5,5%. DÍVIDA Em 12 meses, o setor público registra deficit primário (sem contar as despesas com juros) de 1,75% do PIB. Somados os gastos com juros de 9,06%, o deficit total está em 10,82% do PIB. A dívida bruta do setor público está em 67% do PIB, acima dos 66,2% de dezembro de 2015 e dos 57,2% do final de 2014. Maciel afirmou que o resultado do mês de janeiro foi positivo e, a despeito das receitas extraordinárias, reflete redução de despesas. Disse ainda que a dívida continuará crescendo, pois o superavit previsto para o ano (R$ 30,5 bilhões) não é suficiente para estabilizar a dívida.
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Contas do governo federal melhoram, mas Estados e municípios têm pioraO setor público registrou superavit de R$ 27,9 bilhões em janeiro deste ano, informou nesta sexta-feira (26) o Banco Central, aumento de 33% em relação ao mesmo mês do ano passado. Houve melhora na esfera federal, mas piora nos dados dos governos regionais. Na quinta-feira (25), o governo já havia informado que uma questão contábil faria com que o resultado na esfera federal apurado pelo BC (R$ 20,9 bilhões) ficasse bem acima do anunciado um dia antes pelo Tesouro Nacional (R$ 14,8 bilhões). Em dezembro, o BC registrou como deficit algumas dívidas com bancos públicos que só entraram na estatística do Tesouro em janeiro. O BC estima que o resultado divulgado nesta sexta esteja cerca R$ 8 bilhões acima do apurado pelo Tesouro por conta desse fator. Na quinta-feira, o Tesouro informou também que o resultado de janeiro estava influenciado por um fator atípico, uma arrecadação extraordinária de R$ 11 bilhões com o leilão de hidrelétricas de novembro. O BC lembrou ainda que janeiro é um mês historicamente favorável para as contas públicas, o que explica porque o resultado voltou a ficar positivo, após oito deficits registrados entre abril e dezembro do ano passado. Resultado primário do setor público - Em R$ bilhões ESTADOS O BC informou ainda que Estados e municípios fecharam o mês de janeiro com superavit de R$ 7,98 bilhões, abaixo dos R$ 10,5 bilhões do mesmo período de 2015. "O ritmo da atividade já vem afetando as contas dos governos regionais e isso tende a continuar, a despeito do aumento de algumas alíquotas de ICMS neste início de ano", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. No ano passado, por exemplo, a receita do principal tributo dos Estados, o ICMS, teve uma queda real (descontada a inflação) de 5,5%. DÍVIDA Em 12 meses, o setor público registra deficit primário (sem contar as despesas com juros) de 1,75% do PIB. Somados os gastos com juros de 9,06%, o deficit total está em 10,82% do PIB. A dívida bruta do setor público está em 67% do PIB, acima dos 66,2% de dezembro de 2015 e dos 57,2% do final de 2014. Maciel afirmou que o resultado do mês de janeiro foi positivo e, a despeito das receitas extraordinárias, reflete redução de despesas. Disse ainda que a dívida continuará crescendo, pois o superavit previsto para o ano (R$ 30,5 bilhões) não é suficiente para estabilizar a dívida.
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Pinheiros ganha novo centro cultural com JazznosFundos reformado
AMANDA NOGUEIRA DE SÃO PAULO Escondido aos fundos de um estacionamento da rua João Moura, em Pinheiros, o JazznosFundos permaneceu por nove anos em um apertado —há quem diga aconchegante— espaço onde mal cabiam seus clientes. Ainda assim, tornou-se referência no estilo musical que carrega em seu nome. Fechado para reformas desde dezembro, ele reabre em junho como parte de um complexo de três andares que, apesar de ocupar o mesmo terreno da antiga casa, finalmente ganha portas novas e independentes —desta vez, voltadas para a rua Cardeal Arcoverde. Tentando preservar o clima intimista, a casa de shows ocupará o também diminuto subsolo, abaixo dos vizinhos superiores que, juntos, formarão o Centro Cultural de Música Instrumental. "O JazznosFundos era um lugar diferente para mostrar em São Paulo. Era muito inusual, em um ambiente forçado para ser o que não era, tecnicamente fizemos milagre durante esses anos. Não queríamos matar algo que era realmente muito bom e que as pessoas apreciavam", diz o argentino Máximo Levy, 44, sócio por trás do novo projeto. Logo na entrada, no térreo, os visitantes encontram a chamada Sala do Autor, um espaço reservada para música contemporânea, brasileira e outras vertentes que não serão contempladas pelo JazznosFundos, dedicado a uma proposta mais instrumental e jazzística. O piso superior, estruturado com grandes janelas e área externa para fumantes, abrigará um restaurante inspirado no bairro catalão La Barceloneta. Ali, serão servidas tapas à moda espanhola, dispostas em um balcão. O bar servirá cervejas artesanais exclusivamente da Ambev, fornecedora responsável por parte do financiamento do complexo. Além do patrocinador, o idealizador precisou recorrer a linhas de crédito para financiar o ambicioso projeto. "A nossa música é sofrida, é muito boa, mas não ganha dinheiro", diz Levy, que afirma ter criado um público que não existia em São Paulo. Uma das ideias é aproveitar o mesmo espaço de convivência para realizar reuniões, palestras, feiras de orgânicos e eventos diversos. Algo semelhante já acontece no JazzB, casa também sob o comando de Levy —o espaço, no Centro, divide o prédio com palestras fomentadas pelo jornal Le Monde Diplomatique. "Não faz sentido manter o prédio aberto o dia todo, sem programação. Queremos portas abertas", diz Levy. A inauguração do Centro Cultural de Música Instrumental será feita com seis shows distribuídos entre os dias 16, 17 e 18 e alternados entre as duas salas de espetáculo. Entre os nomes confirmados, estão o pianista e compositor carioca André Mehmari, referência na cena jazzística brasileira, e o bandolinista e compositor paulistano Danilo Brito, importante nome do chorinho contemporâneo da cidade. Tecnológico Para concentrar a maior parte das vendas no início do mês e, com isso, viabilizar o pagamento dos artistas com antecedência, a casa planeja elaborar um aplicativo em parceria com o Ingresse.com. O objetivo é vender as entradas dos eventos antecipadamente e com desconto atrativo, além de fornecer cotas para consumo de comes e bebes no local, em um sistema parecido com autoatendimento. Futuramente, planeja integrar a tecnologia com estabelecimentos da cidade que possuem propostas parecidas, como a Casa de Francisca. Centro Cultural de Música Instrumental - Rua Cardeal Arcoverde, 742, Pinheiros, tel. 3068-0947. Ingressos p/ jazznosfundos.net. Temporariamente de qui. a sáb.: das 19h às 2h30.
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Pinheiros ganha novo centro cultural com JazznosFundos reformadoAMANDA NOGUEIRA DE SÃO PAULO Escondido aos fundos de um estacionamento da rua João Moura, em Pinheiros, o JazznosFundos permaneceu por nove anos em um apertado —há quem diga aconchegante— espaço onde mal cabiam seus clientes. Ainda assim, tornou-se referência no estilo musical que carrega em seu nome. Fechado para reformas desde dezembro, ele reabre em junho como parte de um complexo de três andares que, apesar de ocupar o mesmo terreno da antiga casa, finalmente ganha portas novas e independentes —desta vez, voltadas para a rua Cardeal Arcoverde. Tentando preservar o clima intimista, a casa de shows ocupará o também diminuto subsolo, abaixo dos vizinhos superiores que, juntos, formarão o Centro Cultural de Música Instrumental. "O JazznosFundos era um lugar diferente para mostrar em São Paulo. Era muito inusual, em um ambiente forçado para ser o que não era, tecnicamente fizemos milagre durante esses anos. Não queríamos matar algo que era realmente muito bom e que as pessoas apreciavam", diz o argentino Máximo Levy, 44, sócio por trás do novo projeto. Logo na entrada, no térreo, os visitantes encontram a chamada Sala do Autor, um espaço reservada para música contemporânea, brasileira e outras vertentes que não serão contempladas pelo JazznosFundos, dedicado a uma proposta mais instrumental e jazzística. O piso superior, estruturado com grandes janelas e área externa para fumantes, abrigará um restaurante inspirado no bairro catalão La Barceloneta. Ali, serão servidas tapas à moda espanhola, dispostas em um balcão. O bar servirá cervejas artesanais exclusivamente da Ambev, fornecedora responsável por parte do financiamento do complexo. Além do patrocinador, o idealizador precisou recorrer a linhas de crédito para financiar o ambicioso projeto. "A nossa música é sofrida, é muito boa, mas não ganha dinheiro", diz Levy, que afirma ter criado um público que não existia em São Paulo. Uma das ideias é aproveitar o mesmo espaço de convivência para realizar reuniões, palestras, feiras de orgânicos e eventos diversos. Algo semelhante já acontece no JazzB, casa também sob o comando de Levy —o espaço, no Centro, divide o prédio com palestras fomentadas pelo jornal Le Monde Diplomatique. "Não faz sentido manter o prédio aberto o dia todo, sem programação. Queremos portas abertas", diz Levy. A inauguração do Centro Cultural de Música Instrumental será feita com seis shows distribuídos entre os dias 16, 17 e 18 e alternados entre as duas salas de espetáculo. Entre os nomes confirmados, estão o pianista e compositor carioca André Mehmari, referência na cena jazzística brasileira, e o bandolinista e compositor paulistano Danilo Brito, importante nome do chorinho contemporâneo da cidade. Tecnológico Para concentrar a maior parte das vendas no início do mês e, com isso, viabilizar o pagamento dos artistas com antecedência, a casa planeja elaborar um aplicativo em parceria com o Ingresse.com. O objetivo é vender as entradas dos eventos antecipadamente e com desconto atrativo, além de fornecer cotas para consumo de comes e bebes no local, em um sistema parecido com autoatendimento. Futuramente, planeja integrar a tecnologia com estabelecimentos da cidade que possuem propostas parecidas, como a Casa de Francisca. Centro Cultural de Música Instrumental - Rua Cardeal Arcoverde, 742, Pinheiros, tel. 3068-0947. Ingressos p/ jazznosfundos.net. Temporariamente de qui. a sáb.: das 19h às 2h30.
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Os 7 videogames mais usados pelos brasileiros
O videogame mais presente nas casas dos brasileiros é o Xbox 360, da Microsoft. É o que diz a pesquisa Game Brasil 2015, realizada pela consultoria Sioux. O estudo ouviu 909 pessoas por todo o país entre 5 e 23 de janeiro. O Xbox 360, que pertence à sétima geração de consoles, foi a resposta de 42,9% dos entrevistados pela empresa sobre qual videogame possuíam. O PlayStation 2, da geração anterior, vem logo em seguida. Entre os videogames novos, a briga é entre PlayStation 4 e Xbox One, e a plataforma da Sony lidera. O Wii U, considerado um fracasso de vendas, fez pouco sucesso no pais. Confira o ranking: 1. XBOX 360 (MICROSOFT) - 42,9% 2. PLAYSTATION 2 (SONY) - 38,9% 3. PLAYSTATION 3 (SONY) – 30,3% 4. PLAYSTATION 4 (SONY) – 10,4% 5. WII (NINTENDO) – 9,8% 6. XBOX ONE (MICROSOFT) - 7% 7. WII U (NINTENDO) - 2,2% (outros: 6,4%) Veja a pesquisa completa aqui
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Os 7 videogames mais usados pelos brasileirosO videogame mais presente nas casas dos brasileiros é o Xbox 360, da Microsoft. É o que diz a pesquisa Game Brasil 2015, realizada pela consultoria Sioux. O estudo ouviu 909 pessoas por todo o país entre 5 e 23 de janeiro. O Xbox 360, que pertence à sétima geração de consoles, foi a resposta de 42,9% dos entrevistados pela empresa sobre qual videogame possuíam. O PlayStation 2, da geração anterior, vem logo em seguida. Entre os videogames novos, a briga é entre PlayStation 4 e Xbox One, e a plataforma da Sony lidera. O Wii U, considerado um fracasso de vendas, fez pouco sucesso no pais. Confira o ranking: 1. XBOX 360 (MICROSOFT) - 42,9% 2. PLAYSTATION 2 (SONY) - 38,9% 3. PLAYSTATION 3 (SONY) – 30,3% 4. PLAYSTATION 4 (SONY) – 10,4% 5. WII (NINTENDO) – 9,8% 6. XBOX ONE (MICROSOFT) - 7% 7. WII U (NINTENDO) - 2,2% (outros: 6,4%) Veja a pesquisa completa aqui
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Sociedade Brasileira de Urologia comenta coluna sobre próstata
Sobre o artigo Exame da próstata não faz o homem viver mais, o câncer de próstata (CaP) permanece como a neoplasia sólida mais comum e a segunda maior causa de óbito oncológico no sexo masculino. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) preveem para o ano de 2015 no Brasil 79.882 novos casos e 18.850 óbitos, o que significa que ainda quase 25% dos portadores de câncer de próstata morrem devido à doença. Atualmente, cerca de 20% dos pacientes portadores de câncer de próstata ainda são diagnosticados em estágios avançados, embora um declínio importante tenha ocorrido nas últimas décadas em decorrência principalmente de políticas de rastreamento da doença e maior conscientização da população masculina. O rastreamento universal de toda população masculina (sem considerar idade, raça e história familiar) não parece ser a melhor abordagem. Apesar de associado ao diagnóstico precoce e diminuição da mortalidade, pode trazer malefícios a muitos homens. Individualizar a abordagem é fundamental neste sentido. A identificação de pacientes com alto risco de desenvolverem a doença de uma forma mais agressiva através de parâmetros clínicos ou laboratoriais pode ajudar a individualizar a indicação e frequência do rastreamento. Entre diversos fatores, a idade, a raça e a história familiar apresentam-se como os mais importantes. Outro ponto é o oferecimento da observação vigilante como forma de tratamento na doença de baixo risco. Esta abordagem consiste em avaliações periódicas através de toque retal, PSA e biópsia prostática em intervalos variados, com tratamento definitivo, caso seja identificada progressão da doença, poupando pacientes com tumores indolentes das consequências do tratamento radical. Sobrevida global talvez não seja o melhor desfecho para se avaliar a eficácia do rastreamento. O impacto do rastreamento sobre mortalidade câncer específica, a qualidade de vida, a diminuição de metástases, dor ou outros benefícios não podem ser avaliados nos trabalhos publicados. Como esperado, as consequências da equivocada resolução da USPSTF nos EUA começam a aparecer. Trabalho apresentado no 2015 Genitourinary Cancers Symposium pode provocar ainda mais discussão sobre o tema e reforçar o papel do rastreamento. Foram avaliados retrospectivamente 87.562 novos casos diagnosticados entre 2003 e 2013 em 150 instituições nos EUA. Foi demonstrado que após a recomendação da U.S. Preventive Services Task Force (2011) contra o rastreamento, houve um aumento de 3% ao ano no diagnóstico de tumores de risco intermediário e alto risco. (3) Outra publicação recente mostrou redução no número de diagnóstico de tumores agressivos, o que cria preocupação de que o diagnóstico atrasado em casos importantes de câncer de próstata pode representar pior resultado oncológico no futuro. (4) A Sociedade Brasileira de Urologia mantém sua recomendação de que homens a partir de 50 anos devem procurar um profissional especializado para avaliação individualizada. Aqueles da raça negra ou com parentes de primeiro grau com CaP devem começar aos 45 anos. O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios. Após 75 anos, deverá ser realizado apenas àqueles com expectativa de vida acima de 10 anos. Veja a nota completa da Sociedade Brasileira de Urologia em: portaldaurologia.org.br/noticias-publico/saiba-mais-sobre-psa-e-toque-no-cancer-de-prostata/ * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Sociedade Brasileira de Urologia comenta coluna sobre próstataSobre o artigo Exame da próstata não faz o homem viver mais, o câncer de próstata (CaP) permanece como a neoplasia sólida mais comum e a segunda maior causa de óbito oncológico no sexo masculino. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) preveem para o ano de 2015 no Brasil 79.882 novos casos e 18.850 óbitos, o que significa que ainda quase 25% dos portadores de câncer de próstata morrem devido à doença. Atualmente, cerca de 20% dos pacientes portadores de câncer de próstata ainda são diagnosticados em estágios avançados, embora um declínio importante tenha ocorrido nas últimas décadas em decorrência principalmente de políticas de rastreamento da doença e maior conscientização da população masculina. O rastreamento universal de toda população masculina (sem considerar idade, raça e história familiar) não parece ser a melhor abordagem. Apesar de associado ao diagnóstico precoce e diminuição da mortalidade, pode trazer malefícios a muitos homens. Individualizar a abordagem é fundamental neste sentido. A identificação de pacientes com alto risco de desenvolverem a doença de uma forma mais agressiva através de parâmetros clínicos ou laboratoriais pode ajudar a individualizar a indicação e frequência do rastreamento. Entre diversos fatores, a idade, a raça e a história familiar apresentam-se como os mais importantes. Outro ponto é o oferecimento da observação vigilante como forma de tratamento na doença de baixo risco. Esta abordagem consiste em avaliações periódicas através de toque retal, PSA e biópsia prostática em intervalos variados, com tratamento definitivo, caso seja identificada progressão da doença, poupando pacientes com tumores indolentes das consequências do tratamento radical. Sobrevida global talvez não seja o melhor desfecho para se avaliar a eficácia do rastreamento. O impacto do rastreamento sobre mortalidade câncer específica, a qualidade de vida, a diminuição de metástases, dor ou outros benefícios não podem ser avaliados nos trabalhos publicados. Como esperado, as consequências da equivocada resolução da USPSTF nos EUA começam a aparecer. Trabalho apresentado no 2015 Genitourinary Cancers Symposium pode provocar ainda mais discussão sobre o tema e reforçar o papel do rastreamento. Foram avaliados retrospectivamente 87.562 novos casos diagnosticados entre 2003 e 2013 em 150 instituições nos EUA. Foi demonstrado que após a recomendação da U.S. Preventive Services Task Force (2011) contra o rastreamento, houve um aumento de 3% ao ano no diagnóstico de tumores de risco intermediário e alto risco. (3) Outra publicação recente mostrou redução no número de diagnóstico de tumores agressivos, o que cria preocupação de que o diagnóstico atrasado em casos importantes de câncer de próstata pode representar pior resultado oncológico no futuro. (4) A Sociedade Brasileira de Urologia mantém sua recomendação de que homens a partir de 50 anos devem procurar um profissional especializado para avaliação individualizada. Aqueles da raça negra ou com parentes de primeiro grau com CaP devem começar aos 45 anos. O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios. Após 75 anos, deverá ser realizado apenas àqueles com expectativa de vida acima de 10 anos. Veja a nota completa da Sociedade Brasileira de Urologia em: portaldaurologia.org.br/noticias-publico/saiba-mais-sobre-psa-e-toque-no-cancer-de-prostata/ * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Justiça obriga Alckmin a contratar policiais no interior; Estado recorrerá
O deficit de policiais civis e o aumento da violência têm levado a Justiça a obrigar o governo Geraldo Alckmin (PSDB) a repor o quadro de servidores nas delegacias do Estado de São Paulo. Duas decisões nesse sentido foram dadas em primeira instância em março: em Jacareí, cidade a 84 km de São Paulo com 226,5 mil habitantes, e em Leme, a 188 km e com 99,3 mil moradores. O Ministério Público já propôs ações similares em outros municípios, como São José do Rio Preto (a 438 km de São Paulo), que tem 442,5 mil habitantes. Cabe recurso. Procurado, o governo informou que vai recorrer das decisões. Segundo promotores, a falta de delegados, investigadores, escrivães, carcereiros e agentes, e os desvios de função, dificultam a investigação e a prisão dos criminosos, favorecendo a insegurança e o registro de novos delitos. De acordo com o sindicato dos policiais civis de São Paulo, faltam cerca de 8.000 servidores em todo o Estado. O índice de esclarecimento de roubos, por exemplo, é de 2%, de acordo com dados oficiais. No primeiro bimestre deste ano, roubos e furtos cresceram 3,2% e 7,3%, respectivamente, em todo o Estado, ante o mesmo período de 2015. Na contramão, houve queda nos homicídios e furtos e roubos de veículos. Para as decisões, a Justiça considera que o governo descumpre uma resolução própria, a 105/2013, que fixa o quadro de servidores em cada unidade policial. Além disso, promotores e juízes apontam que, sem garantir segurança aos cidadãos, o Estado descumpre um dos seus papéis previstos na Constituição Federal. CASOS Em Jacareí, a decisão diz que o Estado deve reservar 12 investigadores e 13 escrivães do concurso público atual para a cidade, e também excluir os policiais da Operação Verão, no litoral, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia por policial deslocado. Segundo a Justiça, o deficit de policiais na cidade é de 77 servidores. A resolução 105/2013 diz que Jacareí deve ter 165 policiais. No primeiro bimestre deste ano, o município registrou aumento nos casos de roubos (2%), furtos de veículos (4,4%) e homicídios (42,9%), se comparado com o mesmo período do ano passado, segundo dados do governo. Já em Leme, a decisão liminar diz que o Estado tem 30 dias para garantir o mínimo de 49 policiais, número previsto na resolução. Segundo a ação, o município dispõe de 31 servidores no setor. Segundo dados do governo, em janeiro e fevereiro cresceram os casos de roubos de veículos (200%) e furtos (16,7%) em relação a igual período de 2015. Também foi registrado um homicídio, o que não ocorreu no ano passado. "Há mais de dez anos Jacareí não tem o número suficiente de policiais para investigar e solucionar crimes. A gente quer que o Estado cumpra o prometido", disse o promotor Fernando Alvarez Belaz. Em Rio Preto, o Ministério Público pediu que o Estado reponha em 15 dias, após a notificação, os 76 servidores necessários para o quadro previsto nas sete delegacias da cidade. A Justiça ainda analisa o pedido. No município, houve aumento de roubos (17,9%), roubos de veículo (107%) e furtos de veículos (15%) no primeiro bimestre do ano. O número de homicídios se manteve no mesmo patamar. SECRETARIA RECORRERÁ A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) afirma que o Estado de São Paulo vai recorrer de todas as decisões liminares que obrigam contratações por entender que elas ferem a discricionariedade entre os poderes Executivo e Judiciário. A Secretaria da Segurança Pública afirma, em nota, que as polícias estão empenhadas em garantir a segurança de todos os paulistas, e aponta quedas nos crimes de latrocínio e roubos de carga e de bancos neste ano. No caso dos indicadores de criminalidade de Leme e Jacareí, a secretaria optou por comparar os dados dos primeiros bimestres de 2015 e 2014. Em Leme, houve queda de 23,43% nos roubos e furtos de veículos. A pasta não disse, porém, por que não usou os dados de 2016. O governo também não explica os motivos de não cumprir a resolução 105/2013, que fixa o número de servidores, nem fala do descumprimento constitucional apontado pela Justiça e Procuradoria. Informa apenas que desde 2011 contratou 128 policiais para a região de São José dos Campos, onde está Jacareí, e 149 para a região de Piracicaba, onde está Leme.
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Justiça obriga Alckmin a contratar policiais no interior; Estado recorreráO deficit de policiais civis e o aumento da violência têm levado a Justiça a obrigar o governo Geraldo Alckmin (PSDB) a repor o quadro de servidores nas delegacias do Estado de São Paulo. Duas decisões nesse sentido foram dadas em primeira instância em março: em Jacareí, cidade a 84 km de São Paulo com 226,5 mil habitantes, e em Leme, a 188 km e com 99,3 mil moradores. O Ministério Público já propôs ações similares em outros municípios, como São José do Rio Preto (a 438 km de São Paulo), que tem 442,5 mil habitantes. Cabe recurso. Procurado, o governo informou que vai recorrer das decisões. Segundo promotores, a falta de delegados, investigadores, escrivães, carcereiros e agentes, e os desvios de função, dificultam a investigação e a prisão dos criminosos, favorecendo a insegurança e o registro de novos delitos. De acordo com o sindicato dos policiais civis de São Paulo, faltam cerca de 8.000 servidores em todo o Estado. O índice de esclarecimento de roubos, por exemplo, é de 2%, de acordo com dados oficiais. No primeiro bimestre deste ano, roubos e furtos cresceram 3,2% e 7,3%, respectivamente, em todo o Estado, ante o mesmo período de 2015. Na contramão, houve queda nos homicídios e furtos e roubos de veículos. Para as decisões, a Justiça considera que o governo descumpre uma resolução própria, a 105/2013, que fixa o quadro de servidores em cada unidade policial. Além disso, promotores e juízes apontam que, sem garantir segurança aos cidadãos, o Estado descumpre um dos seus papéis previstos na Constituição Federal. CASOS Em Jacareí, a decisão diz que o Estado deve reservar 12 investigadores e 13 escrivães do concurso público atual para a cidade, e também excluir os policiais da Operação Verão, no litoral, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia por policial deslocado. Segundo a Justiça, o deficit de policiais na cidade é de 77 servidores. A resolução 105/2013 diz que Jacareí deve ter 165 policiais. No primeiro bimestre deste ano, o município registrou aumento nos casos de roubos (2%), furtos de veículos (4,4%) e homicídios (42,9%), se comparado com o mesmo período do ano passado, segundo dados do governo. Já em Leme, a decisão liminar diz que o Estado tem 30 dias para garantir o mínimo de 49 policiais, número previsto na resolução. Segundo a ação, o município dispõe de 31 servidores no setor. Segundo dados do governo, em janeiro e fevereiro cresceram os casos de roubos de veículos (200%) e furtos (16,7%) em relação a igual período de 2015. Também foi registrado um homicídio, o que não ocorreu no ano passado. "Há mais de dez anos Jacareí não tem o número suficiente de policiais para investigar e solucionar crimes. A gente quer que o Estado cumpra o prometido", disse o promotor Fernando Alvarez Belaz. Em Rio Preto, o Ministério Público pediu que o Estado reponha em 15 dias, após a notificação, os 76 servidores necessários para o quadro previsto nas sete delegacias da cidade. A Justiça ainda analisa o pedido. No município, houve aumento de roubos (17,9%), roubos de veículo (107%) e furtos de veículos (15%) no primeiro bimestre do ano. O número de homicídios se manteve no mesmo patamar. SECRETARIA RECORRERÁ A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) afirma que o Estado de São Paulo vai recorrer de todas as decisões liminares que obrigam contratações por entender que elas ferem a discricionariedade entre os poderes Executivo e Judiciário. A Secretaria da Segurança Pública afirma, em nota, que as polícias estão empenhadas em garantir a segurança de todos os paulistas, e aponta quedas nos crimes de latrocínio e roubos de carga e de bancos neste ano. No caso dos indicadores de criminalidade de Leme e Jacareí, a secretaria optou por comparar os dados dos primeiros bimestres de 2015 e 2014. Em Leme, houve queda de 23,43% nos roubos e furtos de veículos. A pasta não disse, porém, por que não usou os dados de 2016. O governo também não explica os motivos de não cumprir a resolução 105/2013, que fixa o número de servidores, nem fala do descumprimento constitucional apontado pela Justiça e Procuradoria. Informa apenas que desde 2011 contratou 128 policiais para a região de São José dos Campos, onde está Jacareí, e 149 para a região de Piracicaba, onde está Leme.
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O homem-bomba
Eduardo Cunha está atrás das grades. Acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e envio clandestino de recursos ao exterior (evasão de divisas), o ex-presidente da Câmara dos Deputados teve sua prisão preventiva decretada pelo juiz federal Sergio Moro. Em decisão assinada na segunda-feira (17) e executada nesta quarta (19), o magistrado de Curitiba, responsável pelos julgamentos em primeira instância da Operação Lava Jato, afirmou haver indícios de que o ex-deputado pelo PMDB-RJ se envolveu "na prática habitual e profissional de crimes contra a administração pública". Baseando-se em documentos reunidos pelo Ministério Público Federal, Moro sustenta que Cunha utilizou contas secretas no exterior para ocultar o produto de seus desvios, os quais teriam ocorrido não só nos contratos com a Petrobras mas também em outras áreas, não raro "com o emprego de extorsão e de terceiros para colher propinas". Daí por que o juiz considerou necessária a prisão provisória por tempo indeterminado: para evitar obstrução da Justiça e reiteração do delito, além de dificultar a dispersão de montantes ainda não recuperados —cerca de US$ 13 milhões, segundo o MPF— e impedir a fuga de Cunha, nascido no Rio e detentor de cidadania italiana. Dado o conjunto da obra e o grau de exposição que se deu a ela, havia poucas dúvidas de que, tendo perdido as proteções que a Constituição oferece aos deputados, o peemedebista cedo ou tarde teria o mesmo destino de outros investigados pela força-tarefa de Curitiba. Surpreendeu que tenha sido tão cedo: pouco mais de um mês após terminar na Câmara o processo de cassação do mandato de Cunha, o mais longo de nossa história, e menos de uma semana depois de a ação penal, iniciada no Supremo Tribunal Federal, começar a tramitar sob a batuta de Moro. Pegos desprevenidos, os antigos colegas de Cunha demoraram a reagir à notícia. Quando o fizeram, sem conseguirem esconder a perplexidade diante da prisão de um dos mais poderosos presidentes da Câmara que o Brasil já conheceu, paralisaram votações e suspenderam sessões em plena quarta, dia de maior movimentação na Casa. Sensação semelhante tomou conta do governo federal. Oficialmente em silêncio —o presidente se encontrava em trânsito, retornando do Japão—, o entourage de Michel Temer (PMDB) revelava nos bastidores grande apreensão. Parlamentar influente como poucos, o ex-deputado vinha negando a possibilidade de negociar um acordo com os investigadores. "Só faz delação quem cometeu crime, e eu não cometi", dizia. Agora que Eduardo Cunha sabe como Sergio Moro enxerga sua situação, talvez ele mude de ideia. Sua delação premiada cairia como uma bomba em Brasília —e não há quem não saiba disso no mundo político. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
O homem-bombaEduardo Cunha está atrás das grades. Acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e envio clandestino de recursos ao exterior (evasão de divisas), o ex-presidente da Câmara dos Deputados teve sua prisão preventiva decretada pelo juiz federal Sergio Moro. Em decisão assinada na segunda-feira (17) e executada nesta quarta (19), o magistrado de Curitiba, responsável pelos julgamentos em primeira instância da Operação Lava Jato, afirmou haver indícios de que o ex-deputado pelo PMDB-RJ se envolveu "na prática habitual e profissional de crimes contra a administração pública". Baseando-se em documentos reunidos pelo Ministério Público Federal, Moro sustenta que Cunha utilizou contas secretas no exterior para ocultar o produto de seus desvios, os quais teriam ocorrido não só nos contratos com a Petrobras mas também em outras áreas, não raro "com o emprego de extorsão e de terceiros para colher propinas". Daí por que o juiz considerou necessária a prisão provisória por tempo indeterminado: para evitar obstrução da Justiça e reiteração do delito, além de dificultar a dispersão de montantes ainda não recuperados —cerca de US$ 13 milhões, segundo o MPF— e impedir a fuga de Cunha, nascido no Rio e detentor de cidadania italiana. Dado o conjunto da obra e o grau de exposição que se deu a ela, havia poucas dúvidas de que, tendo perdido as proteções que a Constituição oferece aos deputados, o peemedebista cedo ou tarde teria o mesmo destino de outros investigados pela força-tarefa de Curitiba. Surpreendeu que tenha sido tão cedo: pouco mais de um mês após terminar na Câmara o processo de cassação do mandato de Cunha, o mais longo de nossa história, e menos de uma semana depois de a ação penal, iniciada no Supremo Tribunal Federal, começar a tramitar sob a batuta de Moro. Pegos desprevenidos, os antigos colegas de Cunha demoraram a reagir à notícia. Quando o fizeram, sem conseguirem esconder a perplexidade diante da prisão de um dos mais poderosos presidentes da Câmara que o Brasil já conheceu, paralisaram votações e suspenderam sessões em plena quarta, dia de maior movimentação na Casa. Sensação semelhante tomou conta do governo federal. Oficialmente em silêncio —o presidente se encontrava em trânsito, retornando do Japão—, o entourage de Michel Temer (PMDB) revelava nos bastidores grande apreensão. Parlamentar influente como poucos, o ex-deputado vinha negando a possibilidade de negociar um acordo com os investigadores. "Só faz delação quem cometeu crime, e eu não cometi", dizia. Agora que Eduardo Cunha sabe como Sergio Moro enxerga sua situação, talvez ele mude de ideia. Sua delação premiada cairia como uma bomba em Brasília —e não há quem não saiba disso no mundo político. editoriais@grupofolha.com.br
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Ex-ministra francesa é agredida e perde a consciência durante campanha
A ex-ministra francesa da Ecologia e candidata republicana a deputada, Nathalie Kosciusko-Morizet, 44, foi agredida nesta quinta-feira (15) por um homem quando fazia campanha nas ruas de Paris. Ela caiu, bateu a cabeça no chão e perdeu a consciência por alguns minutos. Kosciusko-Morizet distribuía panfletos no 5º distrito da capital francesa quando um homem de aproximadamente 50 anos se aproximou, arrancou os panfletos de sua mão e os jogou em seu rosto. O homem também teria insultado verbalmente a ex-ministra. Ao retomar a consciência, a candidata foi levada ao hospital. O agressor fugiu e promotores investigam o caso. Kosciusko-Morizet fazia campanha para o segundo turno das eleições legislativas na França, que acontecem no domigo (18). A ex-ministra e porta-voz do ex-presidente da França Nicolás Sarkozy enfrenta em sua região o candidato Gilles le Gendre, apoiado pelo presidente francês Emmanuel Macron, do República em Frente!.
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Ex-ministra francesa é agredida e perde a consciência durante campanhaA ex-ministra francesa da Ecologia e candidata republicana a deputada, Nathalie Kosciusko-Morizet, 44, foi agredida nesta quinta-feira (15) por um homem quando fazia campanha nas ruas de Paris. Ela caiu, bateu a cabeça no chão e perdeu a consciência por alguns minutos. Kosciusko-Morizet distribuía panfletos no 5º distrito da capital francesa quando um homem de aproximadamente 50 anos se aproximou, arrancou os panfletos de sua mão e os jogou em seu rosto. O homem também teria insultado verbalmente a ex-ministra. Ao retomar a consciência, a candidata foi levada ao hospital. O agressor fugiu e promotores investigam o caso. Kosciusko-Morizet fazia campanha para o segundo turno das eleições legislativas na França, que acontecem no domigo (18). A ex-ministra e porta-voz do ex-presidente da França Nicolás Sarkozy enfrenta em sua região o candidato Gilles le Gendre, apoiado pelo presidente francês Emmanuel Macron, do República em Frente!.
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Leitor critica elogios a Dunga após amistoso contra a França
Bastou o Brasil ganhar do time francês —no qual não tinha um só boleiro de qualidade, a exemplo de Zidane, e que vive apenas do oportunismo de Benzema— e pronto, louvação a Dunga! É assim que ensaiamos para perder a próxima Copa, como foi na última quando ganhamos dois anos antes um torneio em cima de uma Espanha vencedora em 2010 —e que era apenas o simulacro daquela que jogava um belo futebol parecido com o do Barcelona—, para, deslumbrados, perder em 2014 de 7 X 1 da seleção alemã. LAÉRCIO ZANNINI (São Paulo, SP) * Coisas que acontecem no Brasil... A Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro), que organiza o Campeonato Carioca, o fez para si, não para os clubes. No rateio da renda, as agremiações, que são os artistas dos jogos, ficam com migalhas, enquanto a Ferj fica com a parte do leão. A Ferj fica no lucro e os clubes no prejuízo. Pode isso? HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor critica elogios a Dunga após amistoso contra a FrançaBastou o Brasil ganhar do time francês —no qual não tinha um só boleiro de qualidade, a exemplo de Zidane, e que vive apenas do oportunismo de Benzema— e pronto, louvação a Dunga! É assim que ensaiamos para perder a próxima Copa, como foi na última quando ganhamos dois anos antes um torneio em cima de uma Espanha vencedora em 2010 —e que era apenas o simulacro daquela que jogava um belo futebol parecido com o do Barcelona—, para, deslumbrados, perder em 2014 de 7 X 1 da seleção alemã. LAÉRCIO ZANNINI (São Paulo, SP) * Coisas que acontecem no Brasil... A Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro), que organiza o Campeonato Carioca, o fez para si, não para os clubes. No rateio da renda, as agremiações, que são os artistas dos jogos, ficam com migalhas, enquanto a Ferj fica com a parte do leão. A Ferj fica no lucro e os clubes no prejuízo. Pode isso? HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Commodities mantêm alta de preços e ajudam balança comercial do Brasil
Em alta, os preços internacionais das commodities surpreendem nesta reta final de ano e ajudam a sustentar o saldo da balança comercial do país. O Brasil, no entanto, já não tem mais alguns dos principais produtos da pauta de exportação para colocar no mercado externo. Soja e milho são exemplos. O valor da tonelada de soja subiu para US$ 414 na média das exportações brasileiras em novembro, 8% mais do que o de igual período de 2015. Com isso, as receitas obtidas com a soja em grão, de janeiro a novembro, subiram para US$ 19,1 bilhões, ante US$ 20,7 bilhões em 2015. As estimativas iniciais não previam números tão próximos nas receitas deste ano, em relação às do ano passado. As divisas obtidas pelo país foram ajudadas também pelo volume exportado, que supera 50 milhões de toneladas. As carnes "in natura" também ganharam preço neste final de ano, em relação a igual período do ano passado. O resultado foi que as receitas, apenas com o produto "in natura", já somam US$ 10,7 bilhões no ano, acima das de igual período de 2015. Um dos destaques da balança continua sendo o açúcar, devido ao fato de a oferta mundial do produto ser inferior a demanda. O açúcar bruto vendido pelo Brasil ao mercado externo no mês passado foi negociado a US$ 408 por tonelada, em média, 41% superior ao de novembro de 2015. Já o refinado teve alta de 44%. Apenas o açúcar bruto já rende US$ 7,4 bilhões no ano, 40% mais do que de janeiro a novembro de 2015, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). O milho, após a intensa aceleração das vendas externas no primeiro semestre, perdeu força no segundo. Preços competitivos e demanda aquecida no mercado interno seguraram parte do produto que iria para fora do país. Mesmo assim, as exportações acumuladas até novembro atingiram 20,8 milhões de toneladas. O volume a ser exportado neste ano, no entanto, deverá ficar distante dos 29 milhões de toneladas de 2015. O café, que também teve os preços de novembro acima dos de há um ano, rendeu US$ 536 milhões no mês e US$ 4,3 bilhões em 11 meses. As exportações de novembro somam 3 milhões de sacas.
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Commodities mantêm alta de preços e ajudam balança comercial do BrasilEm alta, os preços internacionais das commodities surpreendem nesta reta final de ano e ajudam a sustentar o saldo da balança comercial do país. O Brasil, no entanto, já não tem mais alguns dos principais produtos da pauta de exportação para colocar no mercado externo. Soja e milho são exemplos. O valor da tonelada de soja subiu para US$ 414 na média das exportações brasileiras em novembro, 8% mais do que o de igual período de 2015. Com isso, as receitas obtidas com a soja em grão, de janeiro a novembro, subiram para US$ 19,1 bilhões, ante US$ 20,7 bilhões em 2015. As estimativas iniciais não previam números tão próximos nas receitas deste ano, em relação às do ano passado. As divisas obtidas pelo país foram ajudadas também pelo volume exportado, que supera 50 milhões de toneladas. As carnes "in natura" também ganharam preço neste final de ano, em relação a igual período do ano passado. O resultado foi que as receitas, apenas com o produto "in natura", já somam US$ 10,7 bilhões no ano, acima das de igual período de 2015. Um dos destaques da balança continua sendo o açúcar, devido ao fato de a oferta mundial do produto ser inferior a demanda. O açúcar bruto vendido pelo Brasil ao mercado externo no mês passado foi negociado a US$ 408 por tonelada, em média, 41% superior ao de novembro de 2015. Já o refinado teve alta de 44%. Apenas o açúcar bruto já rende US$ 7,4 bilhões no ano, 40% mais do que de janeiro a novembro de 2015, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). O milho, após a intensa aceleração das vendas externas no primeiro semestre, perdeu força no segundo. Preços competitivos e demanda aquecida no mercado interno seguraram parte do produto que iria para fora do país. Mesmo assim, as exportações acumuladas até novembro atingiram 20,8 milhões de toneladas. O volume a ser exportado neste ano, no entanto, deverá ficar distante dos 29 milhões de toneladas de 2015. O café, que também teve os preços de novembro acima dos de há um ano, rendeu US$ 536 milhões no mês e US$ 4,3 bilhões em 11 meses. As exportações de novembro somam 3 milhões de sacas.
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Em meio a agravamento da crise no governo, Temer prega unidade
No momento em que a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff ganha novo fôlego por causa da Operação Lava Jato, o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), pregou "unidade" para tirar o Brasil da crise política e econômica. Temer esteve na manhã deste domingo (6) em Tietê, cidade em que nasceu, no interior de São Paulo, para a comemoração do aniversário do município, que faz 174 anos. Em discurso proferido na solenidade, Temer defendeu a "harmonia entre os Poderes da República" e a "conexão do trabalhador com o empresário" para superar a crise. Em seguida, saiu sem falar com a imprensa e não quis comentar sobre a mais recente fase da Operação Lava Jato, que obrigou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a depor na sexta-feira (4). No discurso, o peemedebista falou da Caravana da Unidade, uma iniciativa de seu partido que já passou por 19 Estados, e de como ela se transformou, conforme sua avaliação, em uma "caravana da unidade do país". A presidente Dilma não foi citada em nenhum momento. "Hoje, o que o país mais precisa é de unidade, de reunificação, um instante em que todos têm que dar as mãos para tirar o país da crise", disse. "Vamos unir esforços, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário, os setores produtivos, porque é inadmissível que um país como o Brasil hoje tenha milhões e milhões de desempregados. É a iniciativa privada, prestigiada pelo poder público, que pode gerar empregos", afirmou, para uma plateia de autoridades e empresários locais. "Essa conexão do trabalhador com o empresário, ou do capital com o trabalho, é fundamental. Em vez de separações, divisões entre a sociedade brasileira, nós precisamos de um somatório da sociedade brasileira." Temer já havia falado de "unidade" em outras duas ocasiões. Em agosto passado, no auge da crise política e ante a ameaça da abertura de um processo de impeachment na Câmara, o vice disse a líderes da base governista que o país precisava de alguém que tivesse "a capacidade de reunificar a todos". A declaração incomodou assessores da presidente. Em contexto diferente, defendeu, em dezembro, um "governo de união nacional". Àquela altura, o processo de impeachment já estava em curso, e Temer havia enviado uma carta com queixas à presidente Dilma –que repercutira mal para ele. 'DESARMONIA' Em Tietê, sem mencionar o impeachment, o vice-presidente afirmou que o governo tem de recuperar a confiança dos brasileiros, pois precisa de uma sociedade "pacificada" para conseguir trabalhar, e pregou harmonia entre os três Poderes. "Não somos donos do poder, somos meros exercentes do poder. Hoje eu vejo muita desarmonia entre o Legislativo e o Executivo e, às vezes, o Judiciário [...] Toda vez que há uma desarmonia, está havendo uma inconstitucionalidade", afirmou, citando a determinação expressa na Constituição de que os Poderes devem ser "independentes e harmônicos entre si". Na última quinta (3), a revista "IstoÉ" divulgou que o acordo de delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) implica diretamente a presidente Dilma na Lava Jato. Segundo a delação do senador, Dilma tentou interferir no Judiciário em prol da libertação de executivos de empreiteiras presos, nomeando para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) o ministro Marcelo Navarro, que teria prometido votar pela soltura. O XADREZ DE TEMER
poder
Em meio a agravamento da crise no governo, Temer prega unidadeNo momento em que a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff ganha novo fôlego por causa da Operação Lava Jato, o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), pregou "unidade" para tirar o Brasil da crise política e econômica. Temer esteve na manhã deste domingo (6) em Tietê, cidade em que nasceu, no interior de São Paulo, para a comemoração do aniversário do município, que faz 174 anos. Em discurso proferido na solenidade, Temer defendeu a "harmonia entre os Poderes da República" e a "conexão do trabalhador com o empresário" para superar a crise. Em seguida, saiu sem falar com a imprensa e não quis comentar sobre a mais recente fase da Operação Lava Jato, que obrigou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a depor na sexta-feira (4). No discurso, o peemedebista falou da Caravana da Unidade, uma iniciativa de seu partido que já passou por 19 Estados, e de como ela se transformou, conforme sua avaliação, em uma "caravana da unidade do país". A presidente Dilma não foi citada em nenhum momento. "Hoje, o que o país mais precisa é de unidade, de reunificação, um instante em que todos têm que dar as mãos para tirar o país da crise", disse. "Vamos unir esforços, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário, os setores produtivos, porque é inadmissível que um país como o Brasil hoje tenha milhões e milhões de desempregados. É a iniciativa privada, prestigiada pelo poder público, que pode gerar empregos", afirmou, para uma plateia de autoridades e empresários locais. "Essa conexão do trabalhador com o empresário, ou do capital com o trabalho, é fundamental. Em vez de separações, divisões entre a sociedade brasileira, nós precisamos de um somatório da sociedade brasileira." Temer já havia falado de "unidade" em outras duas ocasiões. Em agosto passado, no auge da crise política e ante a ameaça da abertura de um processo de impeachment na Câmara, o vice disse a líderes da base governista que o país precisava de alguém que tivesse "a capacidade de reunificar a todos". A declaração incomodou assessores da presidente. Em contexto diferente, defendeu, em dezembro, um "governo de união nacional". Àquela altura, o processo de impeachment já estava em curso, e Temer havia enviado uma carta com queixas à presidente Dilma –que repercutira mal para ele. 'DESARMONIA' Em Tietê, sem mencionar o impeachment, o vice-presidente afirmou que o governo tem de recuperar a confiança dos brasileiros, pois precisa de uma sociedade "pacificada" para conseguir trabalhar, e pregou harmonia entre os três Poderes. "Não somos donos do poder, somos meros exercentes do poder. Hoje eu vejo muita desarmonia entre o Legislativo e o Executivo e, às vezes, o Judiciário [...] Toda vez que há uma desarmonia, está havendo uma inconstitucionalidade", afirmou, citando a determinação expressa na Constituição de que os Poderes devem ser "independentes e harmônicos entre si". Na última quinta (3), a revista "IstoÉ" divulgou que o acordo de delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) implica diretamente a presidente Dilma na Lava Jato. Segundo a delação do senador, Dilma tentou interferir no Judiciário em prol da libertação de executivos de empreiteiras presos, nomeando para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) o ministro Marcelo Navarro, que teria prometido votar pela soltura. O XADREZ DE TEMER
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Usiminas dá aval a socorro de R$ 1 bilhão para evitar recuperação judicial
O conselho de administração da Usiminas aprovou nesta quinta-feira (12) a recomendação de um aumento de capital de R$ 1 bilhão para evitar a recuperação judicial da siderúrgica mineira. O aumento de capital é aberto a todos os sócios, mas a Nippon Steel se comprometeu a injetar os recursos se os demais não quiserem. A proposta será votada na próxima assembleia de acionistas, em data a ser definida, em razão da exigência dos japoneses para o investimento. Eles querem que os bancos credores congelem a dívida de curto prazo da empresa por 90 dias e renegociem os débitos de longo prazo. A Usiminas não tem caixa para pagar as dívidas. Só neste mês vencem R$ 455 milhões. No ano, será R$ 1,5 bilhão. A dívida bruta total é de R$ 7,9 bilhões, concentrada no Banco do Brasil, no BNDES e no japonês JBIC. Segundo a Folha apurou, os bancos já estavam dispostos a conceder mais prazo se houvesse um aumento de capital, mas pediam que os sócios injetassem R$ 4 bilhões. As negociações entre empresa e os bancos vão continuar. Para aprovar o aumento de capital, os conselheiros ignoraram o acordo de acionistas, que prevê que os principais sócios –Nippon e Ternium– precisam de consenso antes de qualquer votação, o que não ocorreu. As duas empresas brigam há anos pelo comando da companhia. A proposta dos japoneses foi aprovada por 7 votos a 3, com apoio da Nippon e dos minoritários. Os conselheiros decidiram ignorar o acordo de acionistas em razão da crítica situação da empresa. A Ternium votou contra a proposta, porque preferia que os sócios injetassem R$ 500 milhões e o restante viesse do caixa da subsidiária Mineração Usiminas (Musa). A Musa possui R$ 1,3 bilhão em caixa. A Usiminas detém 70% da empresa, mas os sócios japoneses da Sumitomo não liberaram o dinheiro. A Sumitomo informou ao mercado que só vai avaliar a ajuda após a injeção de capital da Nippon. Os dois grupos japoneses são próximos. Segundo a Folha apurou, a Ternium não pretende recorrer da decisão do conselho, apesar do rompimento do acordo de acionistas. Os ítalo-argentinos vão defender sua proposta na assembleia de acionistas. Eles argumentam que haverá forte diluição dos minoritários. As ações da Usiminas estão dividas entre Nippon (29,45%), Ternium (27,66%), Previdência Usiminas (6,75%) e o mercado (36,14%). Executivos ligados à Ternium e à Nippon negam que o aumento de capital altere o acordo de acionistas, que concede poderes iguais às duas empresas, mas a situação é nebulosa. LIMINAR A CSN, que também é sócia da Usiminas, pediu liminar para impedir a aprovação do investimento pelo conselho, mas não conseguiu. A siderúrgica não vota nas assembleias da Usiminas por determinação do Cade, que regula a concorrência e vê conflito de interesses. A CSN deve pedir ao órgão que abra uma exceção na próxima assembleia de acionistas, por causa da diluição dos minoritários, mas a chance de vitória é pequena.
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Usiminas dá aval a socorro de R$ 1 bilhão para evitar recuperação judicialO conselho de administração da Usiminas aprovou nesta quinta-feira (12) a recomendação de um aumento de capital de R$ 1 bilhão para evitar a recuperação judicial da siderúrgica mineira. O aumento de capital é aberto a todos os sócios, mas a Nippon Steel se comprometeu a injetar os recursos se os demais não quiserem. A proposta será votada na próxima assembleia de acionistas, em data a ser definida, em razão da exigência dos japoneses para o investimento. Eles querem que os bancos credores congelem a dívida de curto prazo da empresa por 90 dias e renegociem os débitos de longo prazo. A Usiminas não tem caixa para pagar as dívidas. Só neste mês vencem R$ 455 milhões. No ano, será R$ 1,5 bilhão. A dívida bruta total é de R$ 7,9 bilhões, concentrada no Banco do Brasil, no BNDES e no japonês JBIC. Segundo a Folha apurou, os bancos já estavam dispostos a conceder mais prazo se houvesse um aumento de capital, mas pediam que os sócios injetassem R$ 4 bilhões. As negociações entre empresa e os bancos vão continuar. Para aprovar o aumento de capital, os conselheiros ignoraram o acordo de acionistas, que prevê que os principais sócios –Nippon e Ternium– precisam de consenso antes de qualquer votação, o que não ocorreu. As duas empresas brigam há anos pelo comando da companhia. A proposta dos japoneses foi aprovada por 7 votos a 3, com apoio da Nippon e dos minoritários. Os conselheiros decidiram ignorar o acordo de acionistas em razão da crítica situação da empresa. A Ternium votou contra a proposta, porque preferia que os sócios injetassem R$ 500 milhões e o restante viesse do caixa da subsidiária Mineração Usiminas (Musa). A Musa possui R$ 1,3 bilhão em caixa. A Usiminas detém 70% da empresa, mas os sócios japoneses da Sumitomo não liberaram o dinheiro. A Sumitomo informou ao mercado que só vai avaliar a ajuda após a injeção de capital da Nippon. Os dois grupos japoneses são próximos. Segundo a Folha apurou, a Ternium não pretende recorrer da decisão do conselho, apesar do rompimento do acordo de acionistas. Os ítalo-argentinos vão defender sua proposta na assembleia de acionistas. Eles argumentam que haverá forte diluição dos minoritários. As ações da Usiminas estão dividas entre Nippon (29,45%), Ternium (27,66%), Previdência Usiminas (6,75%) e o mercado (36,14%). Executivos ligados à Ternium e à Nippon negam que o aumento de capital altere o acordo de acionistas, que concede poderes iguais às duas empresas, mas a situação é nebulosa. LIMINAR A CSN, que também é sócia da Usiminas, pediu liminar para impedir a aprovação do investimento pelo conselho, mas não conseguiu. A siderúrgica não vota nas assembleias da Usiminas por determinação do Cade, que regula a concorrência e vê conflito de interesses. A CSN deve pedir ao órgão que abra uma exceção na próxima assembleia de acionistas, por causa da diluição dos minoritários, mas a chance de vitória é pequena.
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Mercadante afirma que 'não há base jurídica para impeachment' de Dilma
O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, convocou entrevista coletiva neste sábado (27) para se pronunciar sobre a delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, e afirmou que "não há base jurídica para o impeachment" da presidente Dilma Rousseff. De acordo com relatos da revista "Veja", Pessoa disse em sua delação que fez repasses ilegais para tesoureiros petistas e que foi pressionado para doar à campanha da presidente Dilma. Ele também teria citado repasses de dinheiro proveniente de propina à campanha de Mercadante ao governo de São Paulo em 2010, mas o ministro sustentou que as doações foram legais. "De fato as empresas contribuíram com R$ 500 mil. R$ 250 mil foram doados no dia 29/7/2010 pela Constran e a outra metade pela UTC no dia 27/8/2010. É só entrar [na Justiça Eleitoral] e estão lá as duas doações, o que mostra que as duas contribuições foram legais, estão oficializadas, e portanto não procede essa suspeição", disse. Mercadante confirmou ter se reunido com Pessoa durante a campanha. "Houve uma reunião na minha casa, de fato aconteceu. Tinha feito uma cirurgia, esse senhor queria me conhecer. Conheci ele nesta reunião e, basicamente nessa reunião, o que ele tratou foi sobre meu programa para São Paulo. Ele revelou que poderia contribuir para a minha campanha e eu agradeci. Que entrasse em contato com minha campanha e desde que fosse dentro da legislação", afirmou. Sobre as doações à campanha da presidente Dilma, ele afirmou que todas foram legais e registradas. O ministro também admitiu que desistiu de acompanhar a presidente Dilma em sua viagem aos Estados Unidos para se defender das acusações. "Eu queria estar aqui, eu queria explicar todas as vezes que fosse necessário. Tenho como homem público obrigação de prestar esclarecimentos. Quem não deve não teme. Por isso também eu fiquei", disse.
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Mercadante afirma que 'não há base jurídica para impeachment' de DilmaO ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, convocou entrevista coletiva neste sábado (27) para se pronunciar sobre a delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, e afirmou que "não há base jurídica para o impeachment" da presidente Dilma Rousseff. De acordo com relatos da revista "Veja", Pessoa disse em sua delação que fez repasses ilegais para tesoureiros petistas e que foi pressionado para doar à campanha da presidente Dilma. Ele também teria citado repasses de dinheiro proveniente de propina à campanha de Mercadante ao governo de São Paulo em 2010, mas o ministro sustentou que as doações foram legais. "De fato as empresas contribuíram com R$ 500 mil. R$ 250 mil foram doados no dia 29/7/2010 pela Constran e a outra metade pela UTC no dia 27/8/2010. É só entrar [na Justiça Eleitoral] e estão lá as duas doações, o que mostra que as duas contribuições foram legais, estão oficializadas, e portanto não procede essa suspeição", disse. Mercadante confirmou ter se reunido com Pessoa durante a campanha. "Houve uma reunião na minha casa, de fato aconteceu. Tinha feito uma cirurgia, esse senhor queria me conhecer. Conheci ele nesta reunião e, basicamente nessa reunião, o que ele tratou foi sobre meu programa para São Paulo. Ele revelou que poderia contribuir para a minha campanha e eu agradeci. Que entrasse em contato com minha campanha e desde que fosse dentro da legislação", afirmou. Sobre as doações à campanha da presidente Dilma, ele afirmou que todas foram legais e registradas. O ministro também admitiu que desistiu de acompanhar a presidente Dilma em sua viagem aos Estados Unidos para se defender das acusações. "Eu queria estar aqui, eu queria explicar todas as vezes que fosse necessário. Tenho como homem público obrigação de prestar esclarecimentos. Quem não deve não teme. Por isso também eu fiquei", disse.
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Hussein Kalout: O Senado e as sabatinas diplomáticas
O rito da sabatina de embaixadores na Comissão de Relações Exteriores do Senado –mecanismo de defesa e proteção dos interesses do cidadão na escolha de seus representantes nas legações brasileiras no exterior– não poderia ser descrito de outra forma que não pelo aforismo de Hipócrates: "Seria cômico, se não fosse trágico". Com origens na era romana e, mais recentemente, inspirada no sistema político norte-americano, a prática objetiva avaliar capacidade e predicados do sabatinado para representar o país junto a outros Estados ou organizações internacionais. Ao longo da história republicana brasileira, as sabatinas transcorreram marcadas pelo desinteresse pela política externa. Por vezes, aprovações sucediam-se a toque de caixa e em um enfadonho processo envolto por indiferença. Como política externa não é tema de ampla demanda popular e exige conhecimento específico, a comissão, ao largo de diversas legislaturas, deu mostras de condescendência em relação ao que era apresentado por candidatos a embaixador. Salvo raras exceções, alguns senadores limitavam-se a tecer comentários elogiosos ao sabatinado ou solicitar meros esclarecimento sobre curiosidades triviais, sem maiores implicações para a política externa, em vez de formular questionamentos propositivos, perguntas de fundo prático ou comentários com densidade analítica. Se a política externa fosse realmente compreendida e levada a sério, e a seriedade fosse a métrica escolhida para avaliar a adequação do indicado ao posto, número substancialmente maior de candidaturas seria rejeitado. Entre inconsistentes apresentações marcadas por superficial padrão analítico e dados ostensivamente disponíveis na internet, alguns sobremaneira desatualizados, as apresentações variam entre o marasmo e a pobreza conceitual e estratégica, o que evidencia a pouca importância atribuída às relações internacionais do Brasil e aos seus potenciais impactos sociais. A rejeição do diplomata Guilherme Patriota ao posto de embaixador na OEA (Organização dos Estados Americanos) pelo Senado Federal na semana passada reflete a inocuidade dessa dinâmica. Exceções à parte, é melancólico observar o processo. Normalmente, os senadores não têm ideia do que e como perguntar, ao passo que os diplomatas –muitas vezes designados a ocupar um posto, sem nunca haver estado na região ou trabalhado com o tema– recorrem à leitura de arquivos pouco elaborados para passar incólumes por esse procedimento constitucional, com apresentações burocráticas e insubstanciais. Nas sabatinas não se discutem os riscos ou benefícios aos interesses nacionais de um ou outro grupo político ascender ao poder em um país e quem são os competidores diretos do Brasil naquele Estado. Também não há mapeamento e sincronização de informações entre formulação e execução da política externa ou questionamento de oportunidades comerciais e de investimentos. Em razão do processo de rotação de diplomatas, ao menos dois embaixadores serão sabatinados para o mesmo posto no exterior durante uma mesma legislatura do Senado. Seria necessário, então, repensar o formato das sabatinas para reforçar critérios que melhorem o conteúdo das apresentações, evitando que sejam balizadas por narrativas repetitivas e que agregam poucos dados. É necessária uma interlocução mais objetiva e ativa entre Parlamento, chancelaria e sociedade. A comissão não é parte no processo decisório e fica quase sempre à margem do que realmente interessa nas relações internacionais. Uma maior integração entre o Itamaraty e o Senado deveria ser uma prioridade que inspire debates de alto nível em que se discutam visões estratégicas sobre a política externa. Para aperfeiçoar a dinâmica das sabatinas, poderia se exigir dos indicados a apresentação de plano estratégico no qual descreveriam seus projetos à frente do posto. Esse documento serviria de base ao processo de análise e formulação do parecer das relatorias. Assim, os sabatinados não se exporiam a insossas apresentações de "Almanaque Abril" e a comissão estaria pressionada a elevar o nível das arguições, não só em respeito ao eleitor, mas em atenção aos interesses estratégicos da nação. HUSSEIN KALOUT, 39, é cientista político e pesquisador da Universidade Harvard * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
Hussein Kalout: O Senado e as sabatinas diplomáticasO rito da sabatina de embaixadores na Comissão de Relações Exteriores do Senado –mecanismo de defesa e proteção dos interesses do cidadão na escolha de seus representantes nas legações brasileiras no exterior– não poderia ser descrito de outra forma que não pelo aforismo de Hipócrates: "Seria cômico, se não fosse trágico". Com origens na era romana e, mais recentemente, inspirada no sistema político norte-americano, a prática objetiva avaliar capacidade e predicados do sabatinado para representar o país junto a outros Estados ou organizações internacionais. Ao longo da história republicana brasileira, as sabatinas transcorreram marcadas pelo desinteresse pela política externa. Por vezes, aprovações sucediam-se a toque de caixa e em um enfadonho processo envolto por indiferença. Como política externa não é tema de ampla demanda popular e exige conhecimento específico, a comissão, ao largo de diversas legislaturas, deu mostras de condescendência em relação ao que era apresentado por candidatos a embaixador. Salvo raras exceções, alguns senadores limitavam-se a tecer comentários elogiosos ao sabatinado ou solicitar meros esclarecimento sobre curiosidades triviais, sem maiores implicações para a política externa, em vez de formular questionamentos propositivos, perguntas de fundo prático ou comentários com densidade analítica. Se a política externa fosse realmente compreendida e levada a sério, e a seriedade fosse a métrica escolhida para avaliar a adequação do indicado ao posto, número substancialmente maior de candidaturas seria rejeitado. Entre inconsistentes apresentações marcadas por superficial padrão analítico e dados ostensivamente disponíveis na internet, alguns sobremaneira desatualizados, as apresentações variam entre o marasmo e a pobreza conceitual e estratégica, o que evidencia a pouca importância atribuída às relações internacionais do Brasil e aos seus potenciais impactos sociais. A rejeição do diplomata Guilherme Patriota ao posto de embaixador na OEA (Organização dos Estados Americanos) pelo Senado Federal na semana passada reflete a inocuidade dessa dinâmica. Exceções à parte, é melancólico observar o processo. Normalmente, os senadores não têm ideia do que e como perguntar, ao passo que os diplomatas –muitas vezes designados a ocupar um posto, sem nunca haver estado na região ou trabalhado com o tema– recorrem à leitura de arquivos pouco elaborados para passar incólumes por esse procedimento constitucional, com apresentações burocráticas e insubstanciais. Nas sabatinas não se discutem os riscos ou benefícios aos interesses nacionais de um ou outro grupo político ascender ao poder em um país e quem são os competidores diretos do Brasil naquele Estado. Também não há mapeamento e sincronização de informações entre formulação e execução da política externa ou questionamento de oportunidades comerciais e de investimentos. Em razão do processo de rotação de diplomatas, ao menos dois embaixadores serão sabatinados para o mesmo posto no exterior durante uma mesma legislatura do Senado. Seria necessário, então, repensar o formato das sabatinas para reforçar critérios que melhorem o conteúdo das apresentações, evitando que sejam balizadas por narrativas repetitivas e que agregam poucos dados. É necessária uma interlocução mais objetiva e ativa entre Parlamento, chancelaria e sociedade. A comissão não é parte no processo decisório e fica quase sempre à margem do que realmente interessa nas relações internacionais. Uma maior integração entre o Itamaraty e o Senado deveria ser uma prioridade que inspire debates de alto nível em que se discutam visões estratégicas sobre a política externa. Para aperfeiçoar a dinâmica das sabatinas, poderia se exigir dos indicados a apresentação de plano estratégico no qual descreveriam seus projetos à frente do posto. Esse documento serviria de base ao processo de análise e formulação do parecer das relatorias. Assim, os sabatinados não se exporiam a insossas apresentações de "Almanaque Abril" e a comissão estaria pressionada a elevar o nível das arguições, não só em respeito ao eleitor, mas em atenção aos interesses estratégicos da nação. HUSSEIN KALOUT, 39, é cientista político e pesquisador da Universidade Harvard * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Empreendedor deixa empresa em SP para escalar montanhas em programa
INGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Gustavo Ziller quase teve um piripaque em 2012, enquanto dirigia pela Avenida Cidade Jardim, no Itaim Bibi (zona oeste). O diagnóstico foi simples, apesar dos sintomas assustadores, como taquicardia e visão embaçada: estafa geral. Ziller estava a beira de um ataque de nervos, disseram os médicos. Três anos depois de correr para o hospital, ele estará bem longe de São Paulo. O empreendedor de 40 anos planeja conquistar o cume do Monte Kilimanjaro, o mais alto da África, em meados de 2015. Entre um episódio e outro, Ziller, que era sócio de uma empresa de softwares para smartphones e tablets, largou a vida de executivo e a capital paulista. Começou a investir pesado em treinamento para escalar as maiores montanhas de cada continente e também da Antártica e da América do Sul. A primeira, o Aconcágua, foi riscada da lista em fevereiro, após 14 horas de subida. Ao todo foram 16 dias de escalada, com direito a presenciar, a poucos metros do topo, o resgate do corpo de um polonês que morreu após ter um ataque cardíaco. Esse e os próximos desafios serão tema do programa "7 cumes", que estreia no próximo sábado, 11 de abril, no canal pago OFF. Cada expedição será mostrada em três episódios numa sequência que deve durar 30 meses e mais cansaço, só que do bom. Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o mineiro, que já foi colunista de tecnologia da Folha. * VIDA EM SP "Sempre fui empreendedor, dono dos meus sonhos. Me mudei para São Paulo porque era um dos sócios de uma empresa de soluções de softwares para smartphones e tablets. Ir para São Paulo era importantíssimo para a empresa crescer. Peguei mulher e três filhos e fui. Sempre fui caxias demais e não tinha outra opção do que fazer a empresa dar certo. Imagina ficar em São Paulo durante 23 meses sem receber pró-labore (remuneração pelo trabalho). Ficamos sem pagar a escola dos meninos, que foi sempre muito compreensiva. Foi uma situação de imersão total para fazer dar certo e tem o peso emocional disso tudo. Nessa época não percebia, mas estava sendo dragado por uma angústia." MONTANHISMO "Um belo dia fui buscar os meninos no colégio e encontrei com um amigo. Eu estava há seis anos parado, sem fazer exercício e ele falou "você devia fazer o Everest comigo". Aquele mosquitinho ficou no meio ouvido zumbindo. Todo mundo falou "pai, você está doido". Acabou que em 2012 resolvi voltar a treinar e ir para uma montanha. Tinha treinador, médico, investi bastante nessa preparação. Minha primeira aventura foi numa montanha chamada Annapurna, também no Nepal, em abril de 2013. Estou lançando no final de maio um livro sobre essa preparação. E o último capítulo do livro é justamente a reflexão: e se eu treinasse, fosse uma pessoa comum, com filhos, esposa, e me transformasse em um montanhista através de um treinamento. O roteiro dos sete cumes é o mais tradicional do montanhismo. Passa por todos os continentes e tem montanhas com geologia absolutamente díspares." TREINAMENTO "Tenho uma equipe de nove pessoas de apoio. Sou um aprendiz. É o que corre menos risco na montanha. O que corre mais risco é o turista, que acha que está indo para Disney. Cheguei da primeira montanha muito mal, fiz vários exames, mas lá não tive mal da montanha. Meu organismo estava tão preparado que não tive nenhum dos estágios desse mal. O acampamento inteiro teve uma diarreia radical. No Aconcágua sofri com cansaço extremo. Seu cérebro não coordena mais os movimentos motores. Tive isso quando estava descendo do cume. No último dia, foram 14 horas subindo, e seis, sete descendo. A distância linear é quase de dois quilômetros. É como atravessar um campo de futebol em uma hora. De onze pessoas [no grupo], só cinco conseguiram chegar no cume." OBSESSÃO "Falo que todo ser humano tem uma obsessão na vida. E falo isso no sentido positivo. Quando você entra num processo de estagnação, zona de conforto ou limbo, se você se agarra na sua obsessão, se resgata mais facilmente. Pode ser ler, fazer exercícios. No meu caso é realizar projetos. Pensei "tenho que fazer um projeto para minha vida, para o meu corpo, para minha cabeça". Montar um projeto para me resgatar. Virou documentário e tudo mais. Essa é minha obsessão. "
saopaulo
Empreendedor deixa empresa em SP para escalar montanhas em programaINGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO Gustavo Ziller quase teve um piripaque em 2012, enquanto dirigia pela Avenida Cidade Jardim, no Itaim Bibi (zona oeste). O diagnóstico foi simples, apesar dos sintomas assustadores, como taquicardia e visão embaçada: estafa geral. Ziller estava a beira de um ataque de nervos, disseram os médicos. Três anos depois de correr para o hospital, ele estará bem longe de São Paulo. O empreendedor de 40 anos planeja conquistar o cume do Monte Kilimanjaro, o mais alto da África, em meados de 2015. Entre um episódio e outro, Ziller, que era sócio de uma empresa de softwares para smartphones e tablets, largou a vida de executivo e a capital paulista. Começou a investir pesado em treinamento para escalar as maiores montanhas de cada continente e também da Antártica e da América do Sul. A primeira, o Aconcágua, foi riscada da lista em fevereiro, após 14 horas de subida. Ao todo foram 16 dias de escalada, com direito a presenciar, a poucos metros do topo, o resgate do corpo de um polonês que morreu após ter um ataque cardíaco. Esse e os próximos desafios serão tema do programa "7 cumes", que estreia no próximo sábado, 11 de abril, no canal pago OFF. Cada expedição será mostrada em três episódios numa sequência que deve durar 30 meses e mais cansaço, só que do bom. Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o mineiro, que já foi colunista de tecnologia da Folha. * VIDA EM SP "Sempre fui empreendedor, dono dos meus sonhos. Me mudei para São Paulo porque era um dos sócios de uma empresa de soluções de softwares para smartphones e tablets. Ir para São Paulo era importantíssimo para a empresa crescer. Peguei mulher e três filhos e fui. Sempre fui caxias demais e não tinha outra opção do que fazer a empresa dar certo. Imagina ficar em São Paulo durante 23 meses sem receber pró-labore (remuneração pelo trabalho). Ficamos sem pagar a escola dos meninos, que foi sempre muito compreensiva. Foi uma situação de imersão total para fazer dar certo e tem o peso emocional disso tudo. Nessa época não percebia, mas estava sendo dragado por uma angústia." MONTANHISMO "Um belo dia fui buscar os meninos no colégio e encontrei com um amigo. Eu estava há seis anos parado, sem fazer exercício e ele falou "você devia fazer o Everest comigo". Aquele mosquitinho ficou no meio ouvido zumbindo. Todo mundo falou "pai, você está doido". Acabou que em 2012 resolvi voltar a treinar e ir para uma montanha. Tinha treinador, médico, investi bastante nessa preparação. Minha primeira aventura foi numa montanha chamada Annapurna, também no Nepal, em abril de 2013. Estou lançando no final de maio um livro sobre essa preparação. E o último capítulo do livro é justamente a reflexão: e se eu treinasse, fosse uma pessoa comum, com filhos, esposa, e me transformasse em um montanhista através de um treinamento. O roteiro dos sete cumes é o mais tradicional do montanhismo. Passa por todos os continentes e tem montanhas com geologia absolutamente díspares." TREINAMENTO "Tenho uma equipe de nove pessoas de apoio. Sou um aprendiz. É o que corre menos risco na montanha. O que corre mais risco é o turista, que acha que está indo para Disney. Cheguei da primeira montanha muito mal, fiz vários exames, mas lá não tive mal da montanha. Meu organismo estava tão preparado que não tive nenhum dos estágios desse mal. O acampamento inteiro teve uma diarreia radical. No Aconcágua sofri com cansaço extremo. Seu cérebro não coordena mais os movimentos motores. Tive isso quando estava descendo do cume. No último dia, foram 14 horas subindo, e seis, sete descendo. A distância linear é quase de dois quilômetros. É como atravessar um campo de futebol em uma hora. De onze pessoas [no grupo], só cinco conseguiram chegar no cume." OBSESSÃO "Falo que todo ser humano tem uma obsessão na vida. E falo isso no sentido positivo. Quando você entra num processo de estagnação, zona de conforto ou limbo, se você se agarra na sua obsessão, se resgata mais facilmente. Pode ser ler, fazer exercícios. No meu caso é realizar projetos. Pensei "tenho que fazer um projeto para minha vida, para o meu corpo, para minha cabeça". Montar um projeto para me resgatar. Virou documentário e tudo mais. Essa é minha obsessão. "
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Leitores criticam deputados e pedem aceitação da denúncia contra Temer
GOVERNO ENCURRALADO Parabéns à Folha pela iniciativa da pesquisa sobre o placar da denúncia contra o presidente Michel Temer. Embora nada esteja definido e as coisas possam mudar à medida que se aproxima a votação em plenário, uma coisa já ficou claríssima: poucos querem correr o risco de não serem reeleitos no próximo ano por contrariar a vontade majoritária dos brasileiros. ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP) * Quando o navio dá sinais de que vai afundar, os ratos são os primeiros a sair do porão para se salvar. Como o navio está cheio (513), esse número vai aumentar conforme suba o volume de águas fétidas. BIANCA MIRANDA (Viçosa, MG) - AÉCIO NEVES Aécio retornará ao Senado. Até este momento, acuado, só se manifestou comodamente pelas redes sociais. Todos os brasileiros –e principalmente os sete milhões de mineiros que o elegeram senador– estão ansiosos pelo seu primeiro pronunciamento "olho no olho" perante os demais congressistas, aliados e opositores. Chegou a hora da verdade. NILSON TADEU MOLARO (Araraquara, SP) - JUSTIÇA E LAVA JATO Foro privilegiado, sinônimo de impunidade. Fonte segura de consulta: Supremo Tribunal Federal. PAULO GUIDA (São Paulo, SP) * Exemplos como a longa relação de processos pendentes envolvendo extenso número de políticos, a manutenção dos direitos políticos de Dilma, a incrível absolvição da chapa Dilma-Temer e a indecorosa complacência com o deputado da mala e com o senador de "primeira classe" indicam que temos uma Justiça cara, lenta, incapaz e inaceitavelmente política. JASON CÉSAR DE SOUZA GODINHO (Santos, SP) - REFORMA TRABALHISTA Reforma trabalhista é de interesse do empregado, não do empregador. Este, por natureza, tem iniciativa e recursos e, se não houver ambiente de investimento num país, pode investir em outro. Quem não está de acordo e acha que patrão ganha muito que pare de choramingar, abra sua própria empresa e curta a "vida boa" de patrão. HILDEBRANDO TEIXEIRA (Piumhi, MG) * Roberto Setubal cita a queda da renda per capita em 9% como consequência mais dramática do modelo econômico adotado. Setubal não menciona o crescimento da concentração de renda em escala global. Oito homens acumulam fortuna equivalente à renda de 3,6 bilhões de pessoas. Na última década, os bancos apresentaram recordes sucessivos nos lucros. Do artigo, o que eu entendi foi isto: quero aumentar ainda mais meus lucros e concentrar renda, por isso a reforma trabalhista é importante. ANDRÉ LUIS VAZ MASSON (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Na sua coluna, Carlos Heitor Cony deseja "a coragem e competência que se espera de um presidente" a Rodrigo Maia. Deixou de lado "honestidade" por achá-la inexistente no sucessor legal de Michel Temer? RADOICO CÂMARA GUIMARÃES (São Paulo, SP) * Imperdível a coluna "Filme de bandido", de Ruy Castro. É por isso não vou mais ao cinema! Nada se compara às câmeras que filmaram Rocha Loures com a mala saindo da pizzaria e olhando para os lados. "Film noir"puríssimo! REGINA CUTIN (São Paulo, SP) - COTAS NA USP Das dores negras, indígenas e populares faz-se o longo e duro parto das cotas na USP. Vitória da luta, da dignidade e da vergonha na cara. O novo paradigma científico para o acesso à universidade no Brasil, enfim, faz ceder o provincianismo acadêmico em sua última torre de marfim: a USP. Segue a marcha histórica cidadã da nova abolição. No entanto, que não branqueiem as cotas da USP, como quer uma minoria movida pelo racismo, ódio e privilégio. Direito não se negocia. SÉRGIO JOSÉ CUSTÓDIO, da coordenação do Movimento dos Sem Universidade (São Paulo, SP) - CHARGE Sensacionais as charges de Jean Galvão na Folha. Incrível a criatividade do cartunista. Está no mesmo nível dos grandes da era Pasquim. RAIMUNDO T MORAES (S. José dos Campos, SP) - DETECTA A SSP esclarece que a Folha levou informações distorcidas para o leitor sobre o sistema Detecta. Durante apresentação aos jornalistas, foram mostradas três situações de vídeo analítico, que geram avisos de suspeita de crime. Houve um alerta de um veículo sobre uma faixa zebrada e outro de um motoqueiro com capacete em um estabelecimento comercial, situações programadas para emissão de avisos. Em apenas uma delas houve a situação relatada pela reportagem. PATRÍCIA PAZ, assessora de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (São Paulo, SP) * RESPOSTA DOS JORNALISTAS JÚLIA BARBON E ROGÉRIO PAGNAN - Não há distorção. Os próprios técnicos indicados pela Secretaria da Segurança Pública para apresentar o Detecta concluíram que o sistema de vídeo analítico ainda não funciona. O alerta da sombra foi exemplo utilizado pela reportagem. - OBITUÁRIO De vez em quando, a seção "Mortes" da Folha me surpreende tristemente. Há poucos meses, li a notícia do falecimento do meu editor da "Folha da Tarde", Nildo Carlos Oliveira, autor de vários livros e com quem aprendi a trabalhar na Redação. No último sábado (1º), li sobre a morte do meu colega de Casper Líbero Paulo Nogueira, com quem também trabalhei na extinta "Folha da Tarde". Todos se vão relativamente jovens. Fica, desde já, a minha saudade. JAIME P. DA SILVA, jornalista (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Leitores criticam deputados e pedem aceitação da denúncia contra TemerGOVERNO ENCURRALADO Parabéns à Folha pela iniciativa da pesquisa sobre o placar da denúncia contra o presidente Michel Temer. Embora nada esteja definido e as coisas possam mudar à medida que se aproxima a votação em plenário, uma coisa já ficou claríssima: poucos querem correr o risco de não serem reeleitos no próximo ano por contrariar a vontade majoritária dos brasileiros. ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP) * Quando o navio dá sinais de que vai afundar, os ratos são os primeiros a sair do porão para se salvar. Como o navio está cheio (513), esse número vai aumentar conforme suba o volume de águas fétidas. BIANCA MIRANDA (Viçosa, MG) - AÉCIO NEVES Aécio retornará ao Senado. Até este momento, acuado, só se manifestou comodamente pelas redes sociais. Todos os brasileiros –e principalmente os sete milhões de mineiros que o elegeram senador– estão ansiosos pelo seu primeiro pronunciamento "olho no olho" perante os demais congressistas, aliados e opositores. Chegou a hora da verdade. NILSON TADEU MOLARO (Araraquara, SP) - JUSTIÇA E LAVA JATO Foro privilegiado, sinônimo de impunidade. Fonte segura de consulta: Supremo Tribunal Federal. PAULO GUIDA (São Paulo, SP) * Exemplos como a longa relação de processos pendentes envolvendo extenso número de políticos, a manutenção dos direitos políticos de Dilma, a incrível absolvição da chapa Dilma-Temer e a indecorosa complacência com o deputado da mala e com o senador de "primeira classe" indicam que temos uma Justiça cara, lenta, incapaz e inaceitavelmente política. JASON CÉSAR DE SOUZA GODINHO (Santos, SP) - REFORMA TRABALHISTA Reforma trabalhista é de interesse do empregado, não do empregador. Este, por natureza, tem iniciativa e recursos e, se não houver ambiente de investimento num país, pode investir em outro. Quem não está de acordo e acha que patrão ganha muito que pare de choramingar, abra sua própria empresa e curta a "vida boa" de patrão. HILDEBRANDO TEIXEIRA (Piumhi, MG) * Roberto Setubal cita a queda da renda per capita em 9% como consequência mais dramática do modelo econômico adotado. Setubal não menciona o crescimento da concentração de renda em escala global. Oito homens acumulam fortuna equivalente à renda de 3,6 bilhões de pessoas. Na última década, os bancos apresentaram recordes sucessivos nos lucros. Do artigo, o que eu entendi foi isto: quero aumentar ainda mais meus lucros e concentrar renda, por isso a reforma trabalhista é importante. ANDRÉ LUIS VAZ MASSON (São Paulo, SP) - COLUNISTAS Na sua coluna, Carlos Heitor Cony deseja "a coragem e competência que se espera de um presidente" a Rodrigo Maia. Deixou de lado "honestidade" por achá-la inexistente no sucessor legal de Michel Temer? RADOICO CÂMARA GUIMARÃES (São Paulo, SP) * Imperdível a coluna "Filme de bandido", de Ruy Castro. É por isso não vou mais ao cinema! Nada se compara às câmeras que filmaram Rocha Loures com a mala saindo da pizzaria e olhando para os lados. "Film noir"puríssimo! REGINA CUTIN (São Paulo, SP) - COTAS NA USP Das dores negras, indígenas e populares faz-se o longo e duro parto das cotas na USP. Vitória da luta, da dignidade e da vergonha na cara. O novo paradigma científico para o acesso à universidade no Brasil, enfim, faz ceder o provincianismo acadêmico em sua última torre de marfim: a USP. Segue a marcha histórica cidadã da nova abolição. No entanto, que não branqueiem as cotas da USP, como quer uma minoria movida pelo racismo, ódio e privilégio. Direito não se negocia. SÉRGIO JOSÉ CUSTÓDIO, da coordenação do Movimento dos Sem Universidade (São Paulo, SP) - CHARGE Sensacionais as charges de Jean Galvão na Folha. Incrível a criatividade do cartunista. Está no mesmo nível dos grandes da era Pasquim. RAIMUNDO T MORAES (S. José dos Campos, SP) - DETECTA A SSP esclarece que a Folha levou informações distorcidas para o leitor sobre o sistema Detecta. Durante apresentação aos jornalistas, foram mostradas três situações de vídeo analítico, que geram avisos de suspeita de crime. Houve um alerta de um veículo sobre uma faixa zebrada e outro de um motoqueiro com capacete em um estabelecimento comercial, situações programadas para emissão de avisos. Em apenas uma delas houve a situação relatada pela reportagem. PATRÍCIA PAZ, assessora de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (São Paulo, SP) * RESPOSTA DOS JORNALISTAS JÚLIA BARBON E ROGÉRIO PAGNAN - Não há distorção. Os próprios técnicos indicados pela Secretaria da Segurança Pública para apresentar o Detecta concluíram que o sistema de vídeo analítico ainda não funciona. O alerta da sombra foi exemplo utilizado pela reportagem. - OBITUÁRIO De vez em quando, a seção "Mortes" da Folha me surpreende tristemente. Há poucos meses, li a notícia do falecimento do meu editor da "Folha da Tarde", Nildo Carlos Oliveira, autor de vários livros e com quem aprendi a trabalhar na Redação. No último sábado (1º), li sobre a morte do meu colega de Casper Líbero Paulo Nogueira, com quem também trabalhei na extinta "Folha da Tarde". Todos se vão relativamente jovens. Fica, desde já, a minha saudade. JAIME P. DA SILVA, jornalista (São Paulo, SP) - PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Aécio diz apoiar projeto que libera empresas a terceirizar todas etapas
O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, afirmou nesta quinta-feira (16) ser pessoalmente favorável ao projeto que libera as empresas a terceirizar qualquer etapa de suas atividades, inclusive a principal, hoje proibida pela Justiça trabalhista. O tucano afirmou que continuará a conversar com os deputados e senadores do partido para tentar definir uma posição única da legenda. Na semana passada, o PSDB votou em massa a favor do projeto, mas após reação negativa nas redes sociais recuou. Metade da bancada de deputados federais passou a ser contra a medida, que é combatida pelo PT e pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), entre outros. Com isso, a Câmara adiou para a próxima semana a conclusão da votação do projeto. Aliados do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmam que diferentemente do que diz em público, Aécio agiu nos bastidores para que o partido recuasse. A avaliação seria de que o PT estava colando nos tucanos, novamente, a imagem de inimigos dos trabalhadores.
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Aécio diz apoiar projeto que libera empresas a terceirizar todas etapasO presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, afirmou nesta quinta-feira (16) ser pessoalmente favorável ao projeto que libera as empresas a terceirizar qualquer etapa de suas atividades, inclusive a principal, hoje proibida pela Justiça trabalhista. O tucano afirmou que continuará a conversar com os deputados e senadores do partido para tentar definir uma posição única da legenda. Na semana passada, o PSDB votou em massa a favor do projeto, mas após reação negativa nas redes sociais recuou. Metade da bancada de deputados federais passou a ser contra a medida, que é combatida pelo PT e pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), entre outros. Com isso, a Câmara adiou para a próxima semana a conclusão da votação do projeto. Aliados do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmam que diferentemente do que diz em público, Aécio agiu nos bastidores para que o partido recuasse. A avaliação seria de que o PT estava colando nos tucanos, novamente, a imagem de inimigos dos trabalhadores.
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Envolver-se com a ciência de forma cidadã pode ajudar a definir o futuro
Imaginar como será o mundo daqui a uma ou duas décadas pode nos dar a sensação de estarmos folheando um catálogo de visões distópicas inspiradas nas manchetes consternadoras de hoje. Será que os smartphones vão deixar nossos filhos deprimidos e solitários? Estamos prestes a converter o planeta em um lugar quase inabitável? O hacking e o ciberterrorismo vão nos conduzir a guerras na vida real? Os bioterroristas conseguirão usar manipulação genética de alta precisão para matar milhões de pessoas? As inovações tecnológicas vão gerar desemprego em massa? Não é coincidência o fato de muitos desses temores estarem ligados a avanços científicos e tecnológicos. As forças da ciência e tecnologia que movem grandes setores da economia de hoje catalisam transformações sociais vastas. Inovações nascem em corporações, universidades e laboratórios distantes do cotidiano da maioria das pessoas. A compreensão delas frequentemente requer conhecimentos especializados. Ao mesmo tempo em que podem ser tremendamente benéficas, essas mudanças frequentemente vêm acompanhadas de contrapartidas. Eis um exemplo: as plataformas de mídia social nos oferecem mais conexão social mas também podem permitir que a informação vire uma arma de guerra assimétrica. Às vezes, podemos ter a sensação de que pesquisadores profissionais e tecnólogos nos estão empurrando para um futuro que talvez não seja o que visualizamos para nós. A inovação tecnológica pode parecer mais um desastre natural que fruto de decisões humanas, se você se esforça para ganhar a vida ou precisa lidar com dejetos eletrônicos tóxicos. Temos medo de perder o controle, de cedermos nossa autonomia a algoritmos, empresas de tecnologia e pesquisadores científicos. Uma maneira de aliviar alguns desses receios é aumentar o envolvimento público nas pesquisas científicas e inovações tecnológicas, sem a necessidade de doutorados. Isso pode se dar de várias maneiras, que incluem a participação em projetos de pesquisa e a colaboração com cientistas. É uma oportunidade de combater precisamente aquilo que deixa muitas pessoas temerosas em relação ao futuro: a falta de controle sobre o modo como a ciência e a tecnologia moldam nossas vidas. CIÊNCIA CIDADÃ A ciência cidadã traz oportunidades para as pessoas participarem de experimentos nos mais diversos campos, desde biologia e ciência ambiental a astronomia e física –qualquer que seja sua área de interesse. Como você talvez já tenha ouvido falar, existem muitos projetos que solicitam a ajuda do público com coleta de dados –seja monitorando seu entorno, seja ajudando a Nasa a documentar um eclipse solar. Mas também há oportunidades para participar da formulação de pesquisas e da definição daquelas que são prioritárias. A avaliação participativa de ciência e tecnologia é um método relativamente novo para conseguir "insight" público que contribua para a tomada de decisões técnicas e envolvendo políticas públicas. Por exemplo, a rede Ecast (Avaliação Especializada e Cidadã de Ciência e Tecnologia, na sigla em inglês) está organizando, em parceria com a Fundação Kettering, grupos de discussão em que leigos podem expressar suas preocupações sobre o lançamento de veículos sem motorista em suas comunidades. Grupos de defesa dos interesses de pacientes hoje podem influenciar o modo como são desenvolvidas tecnologias médicas (ou podem desenvolvê-las eles próprios) e como são gastas as verbas para pesquisas. Já escrevemos antes sobre a necessidade de os especialistas ouvirem as opiniões do público para enriquecer e aprimorar suas pesquisas, para melhor alinhar as inovações que produzem com os valores e as necessidades da sociedade. Mas a responsabilidade é de mão dupla. Exigir que os programas de pesquisa levem em conta as preocupações do público e que as inovações beneficiem nosso futuro comum requer cidadãos engajados, críticos e cientificamente informados –basicamente, mais leitores da "Slate". FALAR A LÍNGUA Isso requer algum trabalho. Segundo pesquisas da Universidade de Michigan, pouco mais de 25% dos adultos americanos são considerados cientificamente bem informados. É uma parcela que permanece igual há anos. Ser cientificamente bem informado não é pré-requisito para o engajamento com questões importantes como a mudança climática ou os transgênicos. Mas algum nível de compreensão de questões e metodologias científicas ajuda você a dialogar com confiança com pesquisadores e tecnólogos. E pode inspirá-lo a agir com base nesse conhecimento –por exemplo, trabalhando como voluntário em um projeto de ciência cidadã. Entender como algo funciona e familiarizar-se com vocabulário especializado e conceitos técnicos torna isso tudo menos intimidador. O conhecimento é apenas uma parte da equação. Para ajudar a moldar o futuro, você precisa compartilhar seus conhecimentos especializados, sua expertise local ou as preocupações de sua comunidade, quando é convidado a fazê-lo. As atividades que podem ajudar pesquisadores a estudar tópicos importantes nem sempre recebem apoio público. Quando os responsáveis pelo fornecimento de água em Filadélfia buscaram voluntários para coletar amostras de água potável a serem testadas a fim de averiguar a presença de chumbo, menos de 2% das 8.000 pessoas contatadas completaram o processo. É tentador defender que o envolvimento cidadão na ciência e tecnologia deva ser uma obrigação cívica, como o voto, mas a participação do eleitorado americano nas eleições não é muito impressionante. Talvez seja mais eficaz mostrar às pessoas que isso atende a seus próprios interesses. Uma participação maior na ciência cidadã e o engajamento na tomada de decisões científicas e tecnológicas vai ajudá-lo a assumir controle de seu próprio futuro. Pode ajudá-lo a descobrir oportunidades no futuro próximo em que alguns economistas preveem uma força de trabalho "polarizada" entre empregos técnicos bem pagos e trabalhos braçais. Os especialistas estão divididos quanto à possibilidade de as inovações nos próximos dez anos acabarem com mais empregos do que os que vão gerar, mas está claro que os avanços tecnológicos vão afetar profissionais em campos tão diversos quanto transportes, medicina, jornalismo e direito. Isso representa uma mudança significativa em relação ao passado recente, quando eram principalmente trabalhadores manufatureiros de classe média baixa que viram seus empregos serem tomados por robôs ou transferidos para o exterior. Profissionais de todos os tipos vão precisar de novas habilidades para se orientar com êxito no meio dessas transformações econômicas. A natureza das mudanças previstas significa que formações em ciência, tecnologia, engenharia e matemática são as que mais podem beneficiar os trabalhadores. Um esforço vem sendo feito para dar ênfase a essas disciplinas no ensino primário e secundário, para assegurar que os estudantes americanos sejam capazes de atender às necessidades da economia futura. Mas a ciranda tecnológica vem girando tão rápido que voltar a atenção primordialmente aos estudantes deixa a já existente força de trabalho esquecida. Caminhoneiros, contadores, profissionais do varejo, editores, pessoas que trabalham em telemarketing e muitos outros profissionais podem precisar de competências de ciência, tecnologia, engenharia e matemática muito antes de se aposentarem. Os programas de aperfeiçoamento de trabalhadores, há anos a solução proposta por economistas e políticos para ajudar os escanteados pela tecnologia a encontrar emprego novo e mais bem remunerado, frequentemente são ineficazes, segundo avaliação recente do Departamento de Trabalho dos EUA. E voltar à faculdade pode ser intimidador, senão impossível, para adultos temerosos de fazer dívidas ou afastar-se da força de trabalho por algum tempo. Há programas novos e promissores que estão enfrentando algumas dessas preocupações. A Global Freshman Academy (Academia Global de Calouros) da Arizona State University (ASU) permite ao estudante fazer cursos gratuitos de nível introdutório online, pagando pelos créditos acadêmicos obtidos apenas quando se satisfaz com a nota e quer se candidatar a um curso com vistas a um diploma. (NOTA DA REDAÇÃO: a ASU é parceira da "Slate" e do "think tank" New America no projeto Future Tense.) Na Filadélfia, a plataforma Digital On-Ramps suaviza o processo de encontrar cursos e formação para o avanço profissional, por meio de parcerias com escolas, programas educacionais informais e empregadores. Faculdades públicas na Pensilvânia estão começando a levar em conta experiência na vida real como formação profissional ou participação em projetos de pesquisas de ciência cidadã, de modo que os estudantes adultos já começam com uma dianteira quando procuram se inscrever. Mas muitas pessoas simplesmente não possuem os recursos necessários para explorar seus interesses e preocupações. Trabalhar em um emprego ou dois, cuidar de filhos, pagar as prestações do carro e da casa e atender a outros compromissos que você possa ter, além de passar, por exemplo, os sábados discutindo opções de resiliência climática, pode ser difícil. Como observou um estudo recente das Academias Nacionais, os esforços para democratizar as forças da ciência e tecnologia terão que buscar maneiras de "melhorar o fluxo de informação, interligar fontes financeiras, articular planos de carreira, construir modelos de competência e implementar estratégias setoriais". Mas, se você puder encontrar tempo para isso, valerá a pena. Nós todos, como sociedade, temos interesse em fazer essa democratização funcionar para distribuir os benefícios da ciência e tecnologia de modo mais amplo e equitativo possível. Os pesquisadores e tecnólogos precisam da contribuição do público para assegurar que estejam trabalhando para criar o tipo de futuro que a sociedade deseja. E, quando dizemos "o público", estamos falando de você. NOTA DA REDAÇÃO: Este artigo faz parte do projeto Future Tense (Tempo Futuro), uma colaboração entre a Arizona State University, o New America e a "Slate". O Future Tense explora os modos como as tecnologias emergentes afetam a sociedade, as políticas públicas e a cultura. Tradução de CLARA ALLAIN
ilustrissima
Envolver-se com a ciência de forma cidadã pode ajudar a definir o futuroImaginar como será o mundo daqui a uma ou duas décadas pode nos dar a sensação de estarmos folheando um catálogo de visões distópicas inspiradas nas manchetes consternadoras de hoje. Será que os smartphones vão deixar nossos filhos deprimidos e solitários? Estamos prestes a converter o planeta em um lugar quase inabitável? O hacking e o ciberterrorismo vão nos conduzir a guerras na vida real? Os bioterroristas conseguirão usar manipulação genética de alta precisão para matar milhões de pessoas? As inovações tecnológicas vão gerar desemprego em massa? Não é coincidência o fato de muitos desses temores estarem ligados a avanços científicos e tecnológicos. As forças da ciência e tecnologia que movem grandes setores da economia de hoje catalisam transformações sociais vastas. Inovações nascem em corporações, universidades e laboratórios distantes do cotidiano da maioria das pessoas. A compreensão delas frequentemente requer conhecimentos especializados. Ao mesmo tempo em que podem ser tremendamente benéficas, essas mudanças frequentemente vêm acompanhadas de contrapartidas. Eis um exemplo: as plataformas de mídia social nos oferecem mais conexão social mas também podem permitir que a informação vire uma arma de guerra assimétrica. Às vezes, podemos ter a sensação de que pesquisadores profissionais e tecnólogos nos estão empurrando para um futuro que talvez não seja o que visualizamos para nós. A inovação tecnológica pode parecer mais um desastre natural que fruto de decisões humanas, se você se esforça para ganhar a vida ou precisa lidar com dejetos eletrônicos tóxicos. Temos medo de perder o controle, de cedermos nossa autonomia a algoritmos, empresas de tecnologia e pesquisadores científicos. Uma maneira de aliviar alguns desses receios é aumentar o envolvimento público nas pesquisas científicas e inovações tecnológicas, sem a necessidade de doutorados. Isso pode se dar de várias maneiras, que incluem a participação em projetos de pesquisa e a colaboração com cientistas. É uma oportunidade de combater precisamente aquilo que deixa muitas pessoas temerosas em relação ao futuro: a falta de controle sobre o modo como a ciência e a tecnologia moldam nossas vidas. CIÊNCIA CIDADÃ A ciência cidadã traz oportunidades para as pessoas participarem de experimentos nos mais diversos campos, desde biologia e ciência ambiental a astronomia e física –qualquer que seja sua área de interesse. Como você talvez já tenha ouvido falar, existem muitos projetos que solicitam a ajuda do público com coleta de dados –seja monitorando seu entorno, seja ajudando a Nasa a documentar um eclipse solar. Mas também há oportunidades para participar da formulação de pesquisas e da definição daquelas que são prioritárias. A avaliação participativa de ciência e tecnologia é um método relativamente novo para conseguir "insight" público que contribua para a tomada de decisões técnicas e envolvendo políticas públicas. Por exemplo, a rede Ecast (Avaliação Especializada e Cidadã de Ciência e Tecnologia, na sigla em inglês) está organizando, em parceria com a Fundação Kettering, grupos de discussão em que leigos podem expressar suas preocupações sobre o lançamento de veículos sem motorista em suas comunidades. Grupos de defesa dos interesses de pacientes hoje podem influenciar o modo como são desenvolvidas tecnologias médicas (ou podem desenvolvê-las eles próprios) e como são gastas as verbas para pesquisas. Já escrevemos antes sobre a necessidade de os especialistas ouvirem as opiniões do público para enriquecer e aprimorar suas pesquisas, para melhor alinhar as inovações que produzem com os valores e as necessidades da sociedade. Mas a responsabilidade é de mão dupla. Exigir que os programas de pesquisa levem em conta as preocupações do público e que as inovações beneficiem nosso futuro comum requer cidadãos engajados, críticos e cientificamente informados –basicamente, mais leitores da "Slate". FALAR A LÍNGUA Isso requer algum trabalho. Segundo pesquisas da Universidade de Michigan, pouco mais de 25% dos adultos americanos são considerados cientificamente bem informados. É uma parcela que permanece igual há anos. Ser cientificamente bem informado não é pré-requisito para o engajamento com questões importantes como a mudança climática ou os transgênicos. Mas algum nível de compreensão de questões e metodologias científicas ajuda você a dialogar com confiança com pesquisadores e tecnólogos. E pode inspirá-lo a agir com base nesse conhecimento –por exemplo, trabalhando como voluntário em um projeto de ciência cidadã. Entender como algo funciona e familiarizar-se com vocabulário especializado e conceitos técnicos torna isso tudo menos intimidador. O conhecimento é apenas uma parte da equação. Para ajudar a moldar o futuro, você precisa compartilhar seus conhecimentos especializados, sua expertise local ou as preocupações de sua comunidade, quando é convidado a fazê-lo. As atividades que podem ajudar pesquisadores a estudar tópicos importantes nem sempre recebem apoio público. Quando os responsáveis pelo fornecimento de água em Filadélfia buscaram voluntários para coletar amostras de água potável a serem testadas a fim de averiguar a presença de chumbo, menos de 2% das 8.000 pessoas contatadas completaram o processo. É tentador defender que o envolvimento cidadão na ciência e tecnologia deva ser uma obrigação cívica, como o voto, mas a participação do eleitorado americano nas eleições não é muito impressionante. Talvez seja mais eficaz mostrar às pessoas que isso atende a seus próprios interesses. Uma participação maior na ciência cidadã e o engajamento na tomada de decisões científicas e tecnológicas vai ajudá-lo a assumir controle de seu próprio futuro. Pode ajudá-lo a descobrir oportunidades no futuro próximo em que alguns economistas preveem uma força de trabalho "polarizada" entre empregos técnicos bem pagos e trabalhos braçais. Os especialistas estão divididos quanto à possibilidade de as inovações nos próximos dez anos acabarem com mais empregos do que os que vão gerar, mas está claro que os avanços tecnológicos vão afetar profissionais em campos tão diversos quanto transportes, medicina, jornalismo e direito. Isso representa uma mudança significativa em relação ao passado recente, quando eram principalmente trabalhadores manufatureiros de classe média baixa que viram seus empregos serem tomados por robôs ou transferidos para o exterior. Profissionais de todos os tipos vão precisar de novas habilidades para se orientar com êxito no meio dessas transformações econômicas. A natureza das mudanças previstas significa que formações em ciência, tecnologia, engenharia e matemática são as que mais podem beneficiar os trabalhadores. Um esforço vem sendo feito para dar ênfase a essas disciplinas no ensino primário e secundário, para assegurar que os estudantes americanos sejam capazes de atender às necessidades da economia futura. Mas a ciranda tecnológica vem girando tão rápido que voltar a atenção primordialmente aos estudantes deixa a já existente força de trabalho esquecida. Caminhoneiros, contadores, profissionais do varejo, editores, pessoas que trabalham em telemarketing e muitos outros profissionais podem precisar de competências de ciência, tecnologia, engenharia e matemática muito antes de se aposentarem. Os programas de aperfeiçoamento de trabalhadores, há anos a solução proposta por economistas e políticos para ajudar os escanteados pela tecnologia a encontrar emprego novo e mais bem remunerado, frequentemente são ineficazes, segundo avaliação recente do Departamento de Trabalho dos EUA. E voltar à faculdade pode ser intimidador, senão impossível, para adultos temerosos de fazer dívidas ou afastar-se da força de trabalho por algum tempo. Há programas novos e promissores que estão enfrentando algumas dessas preocupações. A Global Freshman Academy (Academia Global de Calouros) da Arizona State University (ASU) permite ao estudante fazer cursos gratuitos de nível introdutório online, pagando pelos créditos acadêmicos obtidos apenas quando se satisfaz com a nota e quer se candidatar a um curso com vistas a um diploma. (NOTA DA REDAÇÃO: a ASU é parceira da "Slate" e do "think tank" New America no projeto Future Tense.) Na Filadélfia, a plataforma Digital On-Ramps suaviza o processo de encontrar cursos e formação para o avanço profissional, por meio de parcerias com escolas, programas educacionais informais e empregadores. Faculdades públicas na Pensilvânia estão começando a levar em conta experiência na vida real como formação profissional ou participação em projetos de pesquisas de ciência cidadã, de modo que os estudantes adultos já começam com uma dianteira quando procuram se inscrever. Mas muitas pessoas simplesmente não possuem os recursos necessários para explorar seus interesses e preocupações. Trabalhar em um emprego ou dois, cuidar de filhos, pagar as prestações do carro e da casa e atender a outros compromissos que você possa ter, além de passar, por exemplo, os sábados discutindo opções de resiliência climática, pode ser difícil. Como observou um estudo recente das Academias Nacionais, os esforços para democratizar as forças da ciência e tecnologia terão que buscar maneiras de "melhorar o fluxo de informação, interligar fontes financeiras, articular planos de carreira, construir modelos de competência e implementar estratégias setoriais". Mas, se você puder encontrar tempo para isso, valerá a pena. Nós todos, como sociedade, temos interesse em fazer essa democratização funcionar para distribuir os benefícios da ciência e tecnologia de modo mais amplo e equitativo possível. Os pesquisadores e tecnólogos precisam da contribuição do público para assegurar que estejam trabalhando para criar o tipo de futuro que a sociedade deseja. E, quando dizemos "o público", estamos falando de você. NOTA DA REDAÇÃO: Este artigo faz parte do projeto Future Tense (Tempo Futuro), uma colaboração entre a Arizona State University, o New America e a "Slate". O Future Tense explora os modos como as tecnologias emergentes afetam a sociedade, as políticas públicas e a cultura. Tradução de CLARA ALLAIN
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Brasil registra queda nos casos de dengue, zika e chikungunya neste ano
Com aumento geralmente esperado para esta época do ano, os casos de dengue, zika e chikungunya têm seguido até agora um cenário oposto, com queda nos dois primeiros meses de 2017 em comparação ao mesmo período de 2016. A redução nos casos, em média, já chega a 90%, segundo dados de um novo boletim do Ministério da Saúde, com informações consolidadas até 18 de fevereiro. Segundo o boletim, até essa data, foram registrados 48.177 casos prováveis de dengue no país, contra 475.260 no mesmo período do ano anterior –queda de 89,8%. AS DOENÇAS DO AEDES - Após disparada do ano passado, número de casos cai no país Mesma redução é percebida no total de casos registrados de chikungunya e zika, ambas transmitidas pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti. Até o dia 18 de fevereiro, foram 1.653 casos registrados de zika, contra 71.553 no mesmo período do ano anterior –queda de 97,6%. DADOS POR REGIÃO - Casos de dengue, até 18.fev, por região Já os casos de chikungunya, tidos ainda como principal ameaça para este verão e os próximos meses, também registram redução até o momento, mas menor: para estes, foi de 76,3%. Em 2017, já são 10.294 casos da doença, contra 43.567 no mesmo intervalo do último ano. FATORES Para o infectologista Marcos Boulos, da Coordenadoria de Controle de Doenças do Estado de São Paulo, vários fatores explicam essa diminuição dos casos, que ocorre na contramão do cenário esperado para este período –em geral, o aumento nos registros de dengue, zika e chikungunya já começa a ser percebido nos meses de dezembro e janeiro. Além de passar por uma epidemia forte de dengue nos últimos anos, cenário que pode sinalizar trégua devido ao menor número de pessoas suscetíveis, o alerta emitido no ano passado para a zika, e que levou à maior articulação nacional contra o Aedes aegypti, ajudou a diminuir a incidência do vetor dessas doenças no país. "Quando não se quer uma epidemia no verão, tem que trabalhar no inverno para evitar que chegue no verão com muitos focos. Começamos o verão com situação muito adequada neste ano. Tivemos uma redução muito grande de Aedes no país, e as doenças acompanharam isso", afirma. Segundo o coordenador, apesar da queda, ainda há risco de aumento de casos, mas em ritmo menor. "Estamos tendo nos últimos dois meses um aumento do Aedes outra vez. Já percebemos isso aqui em São Paulo. Mas como está terminando o verão, isso não vai ser suficiente para que tenhamos uma epidemia importante neste ano, pois é um momento em que o Aedes não tem mais condições propícias de proliferação. É provável que ainda tenhamos aumento, mas vai ser bem menor do que no ano passado", completa ele, que também reforça a necessidade de que as ações de prevenção sejam mantidas. Tudo sobre: o mosquito O risco de que haja um aumento de casos também é apontado pelo infectologista e professor da Unesp, Carlos Magno Fortaleza. "Ainda pode vir a ocorrer [um aumento], embora haja indicadores epidemiológicos que sugerem que quando a epidemia vai ter um pico muito alto, ela começa bem precoce. Com dengue, isso é clássico: todas as grandes epidemias começaram já em outubro. No entanto, já aconteceu dos dois primeiros meses do ano terem número pequeno de casos, e depois explodirem em epidemias tardias." Para ele, como o período de comparação adotado no boletim é curto, ainda é cedo para avaliar o cenário. "Precisamos observar mais meses para dizer que esse ano está melhor do que o ano anterior", afirma. Uma eventual redução, no entanto, coincide com o aumento de pessoas já afetadas por essas doenças em algumas regiões, diz. "Sabemos que parte da população já foi afetada no ano passado, fazendo com que seja imune ou ao principal sorotipo da dengue em circulação, ou ao zika e chikungunya. Isso faz com que esses vírus diminuam sua velocidade de transmissão. Mas ainda temos muitas regiões do país que não foram fortemente afetadas [por zika e chikungunya], e não é impossível que tenhamos aumento nessas regiões." Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
cotidiano
Brasil registra queda nos casos de dengue, zika e chikungunya neste anoCom aumento geralmente esperado para esta época do ano, os casos de dengue, zika e chikungunya têm seguido até agora um cenário oposto, com queda nos dois primeiros meses de 2017 em comparação ao mesmo período de 2016. A redução nos casos, em média, já chega a 90%, segundo dados de um novo boletim do Ministério da Saúde, com informações consolidadas até 18 de fevereiro. Segundo o boletim, até essa data, foram registrados 48.177 casos prováveis de dengue no país, contra 475.260 no mesmo período do ano anterior –queda de 89,8%. AS DOENÇAS DO AEDES - Após disparada do ano passado, número de casos cai no país Mesma redução é percebida no total de casos registrados de chikungunya e zika, ambas transmitidas pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti. Até o dia 18 de fevereiro, foram 1.653 casos registrados de zika, contra 71.553 no mesmo período do ano anterior –queda de 97,6%. DADOS POR REGIÃO - Casos de dengue, até 18.fev, por região Já os casos de chikungunya, tidos ainda como principal ameaça para este verão e os próximos meses, também registram redução até o momento, mas menor: para estes, foi de 76,3%. Em 2017, já são 10.294 casos da doença, contra 43.567 no mesmo intervalo do último ano. FATORES Para o infectologista Marcos Boulos, da Coordenadoria de Controle de Doenças do Estado de São Paulo, vários fatores explicam essa diminuição dos casos, que ocorre na contramão do cenário esperado para este período –em geral, o aumento nos registros de dengue, zika e chikungunya já começa a ser percebido nos meses de dezembro e janeiro. Além de passar por uma epidemia forte de dengue nos últimos anos, cenário que pode sinalizar trégua devido ao menor número de pessoas suscetíveis, o alerta emitido no ano passado para a zika, e que levou à maior articulação nacional contra o Aedes aegypti, ajudou a diminuir a incidência do vetor dessas doenças no país. "Quando não se quer uma epidemia no verão, tem que trabalhar no inverno para evitar que chegue no verão com muitos focos. Começamos o verão com situação muito adequada neste ano. Tivemos uma redução muito grande de Aedes no país, e as doenças acompanharam isso", afirma. Segundo o coordenador, apesar da queda, ainda há risco de aumento de casos, mas em ritmo menor. "Estamos tendo nos últimos dois meses um aumento do Aedes outra vez. Já percebemos isso aqui em São Paulo. Mas como está terminando o verão, isso não vai ser suficiente para que tenhamos uma epidemia importante neste ano, pois é um momento em que o Aedes não tem mais condições propícias de proliferação. É provável que ainda tenhamos aumento, mas vai ser bem menor do que no ano passado", completa ele, que também reforça a necessidade de que as ações de prevenção sejam mantidas. Tudo sobre: o mosquito O risco de que haja um aumento de casos também é apontado pelo infectologista e professor da Unesp, Carlos Magno Fortaleza. "Ainda pode vir a ocorrer [um aumento], embora haja indicadores epidemiológicos que sugerem que quando a epidemia vai ter um pico muito alto, ela começa bem precoce. Com dengue, isso é clássico: todas as grandes epidemias começaram já em outubro. No entanto, já aconteceu dos dois primeiros meses do ano terem número pequeno de casos, e depois explodirem em epidemias tardias." Para ele, como o período de comparação adotado no boletim é curto, ainda é cedo para avaliar o cenário. "Precisamos observar mais meses para dizer que esse ano está melhor do que o ano anterior", afirma. Uma eventual redução, no entanto, coincide com o aumento de pessoas já afetadas por essas doenças em algumas regiões, diz. "Sabemos que parte da população já foi afetada no ano passado, fazendo com que seja imune ou ao principal sorotipo da dengue em circulação, ou ao zika e chikungunya. Isso faz com que esses vírus diminuam sua velocidade de transmissão. Mas ainda temos muitas regiões do país que não foram fortemente afetadas [por zika e chikungunya], e não é impossível que tenhamos aumento nessas regiões." Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
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Projeto Jazz Mansion ocupa casarões da capital paulista com festas de jazz
VICTORIA AZEVEDO DE SÃO PAULO Com a proposta de oferecer conteúdo cultural que unisse música, história e arquitetura, a produtora Cuco Eventos resolveu criar o projeto Jazz Mansion, que leva shows do ritmo a casarões históricos, ou de valor arquitetônico, da capital paulista. Ainda sem uma periodicidade certa, suas edições ocorrem a cada um ou dois meses, sempre nas tardes de domingo. "Nós vamos andando pela cidade em busca das casas", diz Dennis Vianêz, 25, produtor. "O difícil é encontrar um lugar que tenha a infraestrutura necessária para receber o evento", diz. Ele e seus parceiros buscam casas privadas que possam ser alugadas por um dia. "Mas já teve corretora vindo atrás da gente com opções de espaço", comenta. A curadoria das atrações musicais, feita em parceria com o Bourbon Street, pretende abrir espaço para novas caras do jazz, sem deixar de lado nomes já consagrados na cena. Tássia Reis, por exemplo, participou da terceira festa. Na quarta edição, que ocorre no domingo (20) em um casarão da década de 1940 na alameda Gabriel Monteiro da Silva, tocam o Hammond Grooves e o trio Théo com Sétima, este conhecido por seus shows ao ar livre pelas ruas de SP. "Descobrimos o conjunto em um domingo, na avenida Paulista. Eles estavam fazendo um show bem animado e achamos que combinava com o nosso projeto." * JAZZ MANSION #4 ONDE Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2.472, Jardim América, região oeste, s/ tel. 300 pessoas. QUANDO Dom. (20): 15h. QUANTO Ingresso: R$ 25. Ingr. p/ ingresse.com. 18 anos.
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Projeto Jazz Mansion ocupa casarões da capital paulista com festas de jazzVICTORIA AZEVEDO DE SÃO PAULO Com a proposta de oferecer conteúdo cultural que unisse música, história e arquitetura, a produtora Cuco Eventos resolveu criar o projeto Jazz Mansion, que leva shows do ritmo a casarões históricos, ou de valor arquitetônico, da capital paulista. Ainda sem uma periodicidade certa, suas edições ocorrem a cada um ou dois meses, sempre nas tardes de domingo. "Nós vamos andando pela cidade em busca das casas", diz Dennis Vianêz, 25, produtor. "O difícil é encontrar um lugar que tenha a infraestrutura necessária para receber o evento", diz. Ele e seus parceiros buscam casas privadas que possam ser alugadas por um dia. "Mas já teve corretora vindo atrás da gente com opções de espaço", comenta. A curadoria das atrações musicais, feita em parceria com o Bourbon Street, pretende abrir espaço para novas caras do jazz, sem deixar de lado nomes já consagrados na cena. Tássia Reis, por exemplo, participou da terceira festa. Na quarta edição, que ocorre no domingo (20) em um casarão da década de 1940 na alameda Gabriel Monteiro da Silva, tocam o Hammond Grooves e o trio Théo com Sétima, este conhecido por seus shows ao ar livre pelas ruas de SP. "Descobrimos o conjunto em um domingo, na avenida Paulista. Eles estavam fazendo um show bem animado e achamos que combinava com o nosso projeto." * JAZZ MANSION #4 ONDE Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2.472, Jardim América, região oeste, s/ tel. 300 pessoas. QUANDO Dom. (20): 15h. QUANTO Ingresso: R$ 25. Ingr. p/ ingresse.com. 18 anos.
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Haddad vai contratar cães rottweiler para combater furtos em cemitérios
Cães da raça rottweiler viraram a principal solução para combater os constantes furtos que ocorrem em cemitérios da capital paulista. Cinco deles e mais um fila viraram "cães de guarda-túmulo" do tradicional cemitério da Consolação (região central) em 5 de janeiro. Desde então, nenhum furto foi registrado. No ano passado todo, foram 410 casos. A eficiência dos cães empolgou tanto que a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) vai abrir uma licitação para levar os animais para outros três cemitérios: São Paulo (oeste), Araçá (centro) e Quarta Parada (leste). Esses locais são os principais alvos dos bandidos especializados em furtar túmulos, segundo análise feita pela prefeitura. Os cães "bravos" são responsáveis por policiar uma área de 76 mil metros quadrados no cemitério da Consolação. São acompanhados por um funcionário de uma empresa de segurança. Antes da vigilância canina, quase tudo era alvo de furto no cemitério: vasos, estátuas de bronze, placas, jardineiras e até bustos. Uma família, dona de um jazigo, chegou a enterrar uma imagem de Jesus Cristo para evitar que ela fosse levada. "Tentamos colocar câmeras de vigilância e não funcionou. Eles [cães] chegaram e não temos mais furtos", afirma Simão Pedro, secretário municipal de Serviços. CANIL Os cães moram no cemitério da Consolação, em uma casinha provisória. Quando o programa for ampliado, a prefeitura vai construir um canil no Araçá, onde os animais vão repousar de dia –eles só trabalham à noite. Também contarão com um veterinário exclusivo. Antes da guarda canina, o cemitério da Consolação era o campeão de furtos. Desestimulados pelos cães, os ladrões migraram para o Araçá, a dois quilômetros dali. Em todo o ano de 2014, o Araçá teve 64 furtos. Só neste ano já foram 90. Para conseguir novos animais, a gestão Haddad terá que contratar empresas de segurança que ofereçam o serviço.
cotidiano
Haddad vai contratar cães rottweiler para combater furtos em cemitériosCães da raça rottweiler viraram a principal solução para combater os constantes furtos que ocorrem em cemitérios da capital paulista. Cinco deles e mais um fila viraram "cães de guarda-túmulo" do tradicional cemitério da Consolação (região central) em 5 de janeiro. Desde então, nenhum furto foi registrado. No ano passado todo, foram 410 casos. A eficiência dos cães empolgou tanto que a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) vai abrir uma licitação para levar os animais para outros três cemitérios: São Paulo (oeste), Araçá (centro) e Quarta Parada (leste). Esses locais são os principais alvos dos bandidos especializados em furtar túmulos, segundo análise feita pela prefeitura. Os cães "bravos" são responsáveis por policiar uma área de 76 mil metros quadrados no cemitério da Consolação. São acompanhados por um funcionário de uma empresa de segurança. Antes da vigilância canina, quase tudo era alvo de furto no cemitério: vasos, estátuas de bronze, placas, jardineiras e até bustos. Uma família, dona de um jazigo, chegou a enterrar uma imagem de Jesus Cristo para evitar que ela fosse levada. "Tentamos colocar câmeras de vigilância e não funcionou. Eles [cães] chegaram e não temos mais furtos", afirma Simão Pedro, secretário municipal de Serviços. CANIL Os cães moram no cemitério da Consolação, em uma casinha provisória. Quando o programa for ampliado, a prefeitura vai construir um canil no Araçá, onde os animais vão repousar de dia –eles só trabalham à noite. Também contarão com um veterinário exclusivo. Antes da guarda canina, o cemitério da Consolação era o campeão de furtos. Desestimulados pelos cães, os ladrões migraram para o Araçá, a dois quilômetros dali. Em todo o ano de 2014, o Araçá teve 64 furtos. Só neste ano já foram 90. Para conseguir novos animais, a gestão Haddad terá que contratar empresas de segurança que ofereçam o serviço.
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Calor externo provocou fogo em Galaxy Note 7 na China, diz Samsung
A Samsung disse nesta segunda-feira (19) que um Galaxy Note 7 que teria pegado fogo foi danificado por calor externo, com a empresa tentando garantir aos consumidores do maior mercado de smartphones do mundo que seus aparelhos são seguros. O incidente aconteceu em meio a um recall dos celulares Note 7, incluindo Coreia do Sul e Estados Unidos, devido a problemas nas baterias que levavam os dispositivos a pegar fogo enquanto eram carregados ou durante uso. A Samsung disse que vendeu 2,5 milhões de celulares equipados com as baterias suspeitas. No domingo, a revista financeira on-line chinesa Caixin citou o relato de usuário, feito pela internet, de que seu celular Note 7, comprado pelo site JD.com, havia se incendiado, no que parecia ser o primeiro caso de fogo no dispositivo na China. Em comunicado em seu próprio site na China, a Samsung disse que a investigação do celular mostra que "o dano ao produto foi causado por calor externo", sem mais detalhes. A fabricante de baterias Amperex disse nesta segunda-feira que uma de suas baterias estava no Note 7 mencionado, mas que sua investigação conjunta com a Samsung descobriu que o incidente não foi diretamente conectado a uma bateria produzida pela empresa chinesa. "De acordo com as marcas de queimadura na amostra, nós presumimos que a fonte de calor tenha vindo de fora da bateria e é muito provável que um fator externo tenha causado o problema de aquecimento", disse a fabricante de baterias em comunicado.
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Calor externo provocou fogo em Galaxy Note 7 na China, diz SamsungA Samsung disse nesta segunda-feira (19) que um Galaxy Note 7 que teria pegado fogo foi danificado por calor externo, com a empresa tentando garantir aos consumidores do maior mercado de smartphones do mundo que seus aparelhos são seguros. O incidente aconteceu em meio a um recall dos celulares Note 7, incluindo Coreia do Sul e Estados Unidos, devido a problemas nas baterias que levavam os dispositivos a pegar fogo enquanto eram carregados ou durante uso. A Samsung disse que vendeu 2,5 milhões de celulares equipados com as baterias suspeitas. No domingo, a revista financeira on-line chinesa Caixin citou o relato de usuário, feito pela internet, de que seu celular Note 7, comprado pelo site JD.com, havia se incendiado, no que parecia ser o primeiro caso de fogo no dispositivo na China. Em comunicado em seu próprio site na China, a Samsung disse que a investigação do celular mostra que "o dano ao produto foi causado por calor externo", sem mais detalhes. A fabricante de baterias Amperex disse nesta segunda-feira que uma de suas baterias estava no Note 7 mencionado, mas que sua investigação conjunta com a Samsung descobriu que o incidente não foi diretamente conectado a uma bateria produzida pela empresa chinesa. "De acordo com as marcas de queimadura na amostra, nós presumimos que a fonte de calor tenha vindo de fora da bateria e é muito provável que um fator externo tenha causado o problema de aquecimento", disse a fabricante de baterias em comunicado.
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Professor responde a colega após crítica a texto sobre Belo Monte
Em resposta ao professor José Antônio Lerosa de Siqueira, devo dizer que é o atraso científico e tecnológico brasileiro em renováveis modernas (solar, eólica e biomassa) que explica a insistência em associar oferta de energia a concentração de poder e devastação ambiental. Que Belo Monte, desde que cumpridas suas condicionantes, seja o último passo nessa direção retrógrada. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Professor responde a colega após crítica a texto sobre Belo MonteEm resposta ao professor José Antônio Lerosa de Siqueira, devo dizer que é o atraso científico e tecnológico brasileiro em renováveis modernas (solar, eólica e biomassa) que explica a insistência em associar oferta de energia a concentração de poder e devastação ambiental. Que Belo Monte, desde que cumpridas suas condicionantes, seja o último passo nessa direção retrógrada. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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ONG vai premiar dentistas voluntários que atendem pessoas de baixa renda
Os dentistas voluntários que mais se destacaram prestando serviços gratuitos a pessoas de baixa renda neste ano serão reconhecidos pelo prêmio Sorriso do Bem, que acontece entre 5 e 8 de novembro, em São Bento do Sapucaí, no interior paulista. Para participar do evento, que é organizado pela ONG Turma do Bem, há 10 anos, foram selecionados 400 dentistas entre os 16 mil participantes do projeto Dentista do Bem. A iniciativa oferece tratamento gratuito a jovens de baixa renda com idade entre 11 e 17 anos e a mulheres vítimas de violência doméstica. Hoje, além do Brasil, a ONG está presente em 12 países da América Latina e Portugal. Fundada pelo dentista Fábio Bibancos, vencedor do Prêmio Empreendedor Social, em 2006, a Turma do Bem já atendeu 58 mil jovens em uma década. Ao longo dos cinco dias de evento, também acontecerão palestras com profissionais de diferentes áreas. Juan Pablo Escobar, filho do lendário narcotraficante colombiano Pablo Escobar, Alexandra Loras, consulesa francesa, Marcelo Tas, apresentador de TV, Eduardo Jorge, médico sanitarista e político e o jornalista Leonardo Sakamoto somarão ao debate sobre a importância da saúde bucal na sociedade. O evento terá apresentações dos cantores Luciana Mello, Jairzinho e Simoninha. Os debates e a premiação podem ser conferidos on-line e ao vivo por meio da TV TdB a partir das 17h30.
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ONG vai premiar dentistas voluntários que atendem pessoas de baixa rendaOs dentistas voluntários que mais se destacaram prestando serviços gratuitos a pessoas de baixa renda neste ano serão reconhecidos pelo prêmio Sorriso do Bem, que acontece entre 5 e 8 de novembro, em São Bento do Sapucaí, no interior paulista. Para participar do evento, que é organizado pela ONG Turma do Bem, há 10 anos, foram selecionados 400 dentistas entre os 16 mil participantes do projeto Dentista do Bem. A iniciativa oferece tratamento gratuito a jovens de baixa renda com idade entre 11 e 17 anos e a mulheres vítimas de violência doméstica. Hoje, além do Brasil, a ONG está presente em 12 países da América Latina e Portugal. Fundada pelo dentista Fábio Bibancos, vencedor do Prêmio Empreendedor Social, em 2006, a Turma do Bem já atendeu 58 mil jovens em uma década. Ao longo dos cinco dias de evento, também acontecerão palestras com profissionais de diferentes áreas. Juan Pablo Escobar, filho do lendário narcotraficante colombiano Pablo Escobar, Alexandra Loras, consulesa francesa, Marcelo Tas, apresentador de TV, Eduardo Jorge, médico sanitarista e político e o jornalista Leonardo Sakamoto somarão ao debate sobre a importância da saúde bucal na sociedade. O evento terá apresentações dos cantores Luciana Mello, Jairzinho e Simoninha. Os debates e a premiação podem ser conferidos on-line e ao vivo por meio da TV TdB a partir das 17h30.
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JBS vende operações na Argentina, Paraguai e Uruguai por US$ 300 mi
A JBS vendeu por US$ 300 milhões todas as ações de suas subsidiárias com operações de carne bovina na Argentina, no Paraguai e no Uruguai. Os papéis foram comprados por subsidiárias da Minerva, de acordo com comunicado divulgado ao mercado pela empresa nesta terça-feira (6). A aquisição ocorreu por meio das subsidiárias da Minerva Frigomerc, Pul Argentina e Pulsa. Segundo a JBS, fazem parte do acordo as operações de abate, desossa, industrialização, processamento e comercialização nos três países. A operação de couros na Argentina e no Uruguai não está incluída na transação. "A JBS ressalta que segue comprometida em manter o curso regular dos negócios até a conclusão da operação, o que inclui a manutenção dos empregos em cada um dos países envolvidos", informou a empresa. O negócio foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Administração da JBS e depende agora de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). JBS MUNDO AFORA - Participação na receita total, em % A JBS informou que pretende utilizar os recursos obtidos com a transação para diminuir sua alavancagem financeira. A empresa terminou março com dívida líquida de R$ 47,8 bilhões –o equivalente a 4,2 vezes o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) de 12 meses. Investidores vêm especulando sobre potencial venda de ativos pela JBS e sua controladora J&F em razão de multas pelo acordo de leniência e de delação premiada com autoridades brasileiras, além de outras eventuais penalidades, após executivos admitirem pagamento de propina para obter facilidades para o conglomerado. A transação foi aprovada pelos conselhos de administração de ambas as companhias e está condicionada a condições precedentes usuais em operações dessa natureza, incluindo a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). "A aquisição da JBS Paraguay, IPF, JBS Argentina e Frigorifico Canelones pelas subsidiárias da companhia constitui oportunidade estratégica de complementação das operações do Grupo Minerva e representa mais um passo em sua diversificação geográfica na América do Sul", disse a Minerva. O frigorífico disse que, após a conclusão da operação, o grupo passará a ter uma capacidade total de abate de 26,380 mil cabeças por dia. A JBS pertence à holding J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. O grupo está no centro da atual crise política que atinge o governo do presidente Michel Temer, após Joesley admitir em delação premiada ter pago propina a políticos em troca de vantagens, como acesso a recursos do BNDES. A empresa é alvo de cinco operações da Polícia Federal, como a Lava Jato e a Carne Fraca. Na semana passada, a J&F fechou acordo de leniência com o Ministério Público por R$ 10,3 bilhões. Até então, a empresa vinha negando que venderia ativos para arcar com a penalidade. Nos últimos três anos, porém, a J&F não recebeu dividendos suficientes para pagar as parcelas da multa, que podem variar entre R$ 400 milhões e R$ 850 milhões. Os dividendos somaram R$ 92 milhões em 2014, R$ 213 milhões em 2015 e R$ 109 milhões no ano passado. Com o acerto, as empresas do grupo garantem o direito de continuar sendo contratadas pelo poder público e retiram entraves para obter empréstimos junto a instituições financeiras.
mercado
JBS vende operações na Argentina, Paraguai e Uruguai por US$ 300 miA JBS vendeu por US$ 300 milhões todas as ações de suas subsidiárias com operações de carne bovina na Argentina, no Paraguai e no Uruguai. Os papéis foram comprados por subsidiárias da Minerva, de acordo com comunicado divulgado ao mercado pela empresa nesta terça-feira (6). A aquisição ocorreu por meio das subsidiárias da Minerva Frigomerc, Pul Argentina e Pulsa. Segundo a JBS, fazem parte do acordo as operações de abate, desossa, industrialização, processamento e comercialização nos três países. A operação de couros na Argentina e no Uruguai não está incluída na transação. "A JBS ressalta que segue comprometida em manter o curso regular dos negócios até a conclusão da operação, o que inclui a manutenção dos empregos em cada um dos países envolvidos", informou a empresa. O negócio foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Administração da JBS e depende agora de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). JBS MUNDO AFORA - Participação na receita total, em % A JBS informou que pretende utilizar os recursos obtidos com a transação para diminuir sua alavancagem financeira. A empresa terminou março com dívida líquida de R$ 47,8 bilhões –o equivalente a 4,2 vezes o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) de 12 meses. Investidores vêm especulando sobre potencial venda de ativos pela JBS e sua controladora J&F em razão de multas pelo acordo de leniência e de delação premiada com autoridades brasileiras, além de outras eventuais penalidades, após executivos admitirem pagamento de propina para obter facilidades para o conglomerado. A transação foi aprovada pelos conselhos de administração de ambas as companhias e está condicionada a condições precedentes usuais em operações dessa natureza, incluindo a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). "A aquisição da JBS Paraguay, IPF, JBS Argentina e Frigorifico Canelones pelas subsidiárias da companhia constitui oportunidade estratégica de complementação das operações do Grupo Minerva e representa mais um passo em sua diversificação geográfica na América do Sul", disse a Minerva. O frigorífico disse que, após a conclusão da operação, o grupo passará a ter uma capacidade total de abate de 26,380 mil cabeças por dia. A JBS pertence à holding J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. O grupo está no centro da atual crise política que atinge o governo do presidente Michel Temer, após Joesley admitir em delação premiada ter pago propina a políticos em troca de vantagens, como acesso a recursos do BNDES. A empresa é alvo de cinco operações da Polícia Federal, como a Lava Jato e a Carne Fraca. Na semana passada, a J&F fechou acordo de leniência com o Ministério Público por R$ 10,3 bilhões. Até então, a empresa vinha negando que venderia ativos para arcar com a penalidade. Nos últimos três anos, porém, a J&F não recebeu dividendos suficientes para pagar as parcelas da multa, que podem variar entre R$ 400 milhões e R$ 850 milhões. Os dividendos somaram R$ 92 milhões em 2014, R$ 213 milhões em 2015 e R$ 109 milhões no ano passado. Com o acerto, as empresas do grupo garantem o direito de continuar sendo contratadas pelo poder público e retiram entraves para obter empréstimos junto a instituições financeiras.
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Deem a cajadada
Como se o nível de respeito aos eleitores e à ética já não estivesse rebaixado o bastante na Câmara, e como se a maioria dos deputados federais já não houvesse dado suficientes demonstrações de desfaçatez e vigarice, eis que o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), volta a atacar. Nesta terça-feira (31), Maranhão encaminhou à Comissão de Constituição e Justiça uma consulta que poderá resultar em mudanças importantes nas regras relativas à tramitação de processos por quebra de decoro. A depender das respostas, será mais fácil para o plenário salvar a pele de quem tenha sido renegado pelo Conselho de Ética. Trata-se, obviamente, de mais uma descarada manobra com o propósito de impedir a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara por decisão unânime do Supremo Tribunal Federal. As inúmeras chicanas do peemedebista já transformaram o seu processo no mais longo da história da Casa. Com a intervenção de Maranhão, pode terminar neutralizado o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que na mesma terça finalizou o documento com a sugestão de que Cunha seja cassado por ter mentido à CPI da Petrobras, ainda em 2015. Na ocasião, o peemedebista negou possuir contas bancárias no exterior. Enquanto os deputados não tomam em relação a Cunha a atitude que deles espera a população, o pitoresco Maranhão continua à frente da Câmara. Sem exibir a força política daquele a quem substitui, no entanto, o pepista não assumiu propriamente o comando das deliberações legislativas. Ao contrário, terminou enxotado da Mesa Diretora, tendo sido obrigado a delegar a presidência da Casa, nas votações, ao segundo-vice, Giacobo (PR-PR). Maranhão sofre, por assim dizer, espécie de bullying parlamentar, mas esse fato não anula os 428 votos que seus colegas lhe deram no ano passado para o cargo de primeiro-vice-presidente, na mesma eleição em que Cunha recebeu 267 votos para dirigir a Câmara. Desde que o STF afastou Cunha, muitos deputados procuram um meio regimental de tirar Maranhão da linha de frente. Existe um caminho, mas a maioria, não se sabe bem por que motivo, prefere não trilhá-lo: basta cassar o peemedebista, com o que seriam realizadas novas eleições para a presidência da Casa legislativa. De uma só vez destituiriam não dois coelhos, mas duas raposas. Pois então que derrubem os dois com uma única cajadada. Não proceder dessa forma equivalerá a admitir que Eduardo Cunha e Waldir Maranhão são mesmo os seus legítimos representantes. editoriais@uol.com.br
opiniao
Deem a cajadadaComo se o nível de respeito aos eleitores e à ética já não estivesse rebaixado o bastante na Câmara, e como se a maioria dos deputados federais já não houvesse dado suficientes demonstrações de desfaçatez e vigarice, eis que o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), volta a atacar. Nesta terça-feira (31), Maranhão encaminhou à Comissão de Constituição e Justiça uma consulta que poderá resultar em mudanças importantes nas regras relativas à tramitação de processos por quebra de decoro. A depender das respostas, será mais fácil para o plenário salvar a pele de quem tenha sido renegado pelo Conselho de Ética. Trata-se, obviamente, de mais uma descarada manobra com o propósito de impedir a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara por decisão unânime do Supremo Tribunal Federal. As inúmeras chicanas do peemedebista já transformaram o seu processo no mais longo da história da Casa. Com a intervenção de Maranhão, pode terminar neutralizado o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que na mesma terça finalizou o documento com a sugestão de que Cunha seja cassado por ter mentido à CPI da Petrobras, ainda em 2015. Na ocasião, o peemedebista negou possuir contas bancárias no exterior. Enquanto os deputados não tomam em relação a Cunha a atitude que deles espera a população, o pitoresco Maranhão continua à frente da Câmara. Sem exibir a força política daquele a quem substitui, no entanto, o pepista não assumiu propriamente o comando das deliberações legislativas. Ao contrário, terminou enxotado da Mesa Diretora, tendo sido obrigado a delegar a presidência da Casa, nas votações, ao segundo-vice, Giacobo (PR-PR). Maranhão sofre, por assim dizer, espécie de bullying parlamentar, mas esse fato não anula os 428 votos que seus colegas lhe deram no ano passado para o cargo de primeiro-vice-presidente, na mesma eleição em que Cunha recebeu 267 votos para dirigir a Câmara. Desde que o STF afastou Cunha, muitos deputados procuram um meio regimental de tirar Maranhão da linha de frente. Existe um caminho, mas a maioria, não se sabe bem por que motivo, prefere não trilhá-lo: basta cassar o peemedebista, com o que seriam realizadas novas eleições para a presidência da Casa legislativa. De uma só vez destituiriam não dois coelhos, mas duas raposas. Pois então que derrubem os dois com uma única cajadada. Não proceder dessa forma equivalerá a admitir que Eduardo Cunha e Waldir Maranhão são mesmo os seus legítimos representantes. editoriais@uol.com.br
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A deturpação da crítica de Arthur de Gobineau à miscigenação
RESUMO Autor se debruça sobre texto de meados do século 19 em que diplomata e aristocrata francês trata da diluição (e eventual morte) das culturas pela miscigenação ("anarquia étnica", em suas palavras). Ensaio que esboçava uma filosofia da história foi progressivamente instrumentalizado por ideólogos do racismo. Dois anos antes da abolição da escravatura nos EUA (1865), fundou-se em Londres a Sociedade Antropológica, com o intuito de apoiar os racistas do sul americano. Uma de suas ações foi a tradução da obra de Arthur de Gobineau (1816-82), "Essai sur l'Inégalité des Races Humaines" (ensaio sobre a desigualdade das raças humanas), com o sugestivo e falso título de "Moral and Intellectual Diversity of Races" (diversidade moral e intelectual das raças). Desde a abolição, o racismo instalou-se como um câncer a corroer a democracia, especialmente na América profunda, conforme retratado nos romances de Erskine Caldwell (1903-87) dos anos 1940. A eleição de Obama parecia anunciar a remissão da enfermidade, mas eis que o racismo ressurge, copioso, na boca de seu sucessor, evidenciando que a democracia é uma correlação de forças sociais, não uma carta de princípios. Manifestações de intolerância e movimentos de Donald Trump para manter uma espécie de supremacia branca norte-americana colocam na ordem do dia uma nova discussão sobre o racismo e suas atualizações. Parece que o fantasma de Gobineau levanta do túmulo para assombrar o presente. Mas há nos EUA uma longa tradição de intolerância. Desde o século 18, em alguns Estados, como os da Nova Inglaterra (enclave na região nordeste do país), as cidades tinham conselhos dotados da prerrogativa de determinar a expulsão de estrangeiros ou forasteiros indesejados –como mães solteiras, prostitutas, bêbados ou chineses–, que pareciam viver ali sob liberdade condicional. Bravatas de Trump contra mexicanos, portanto, não são disparates da última hora. No caso do novo mandatário, a intolerância constitui, antes de mais nada, uma tradição pessoal. O histórico racista de Trump foi analisado pelo jornalista Nicholas Kristof, do "New York Times". O republicano foi processado por se recusar a alugar apartamentos para negros. Também retuitou mensagens de simpatizantes nazistas. Mas o que Kristof conclui é que há uma contradição nos discursos do presidente, pois "muçulmanos e hispânicos podem ser de qualquer raça –então algumas dessas declarações tecnicamente refletem mais intolerância do que racismo". Parece firula de linguagem, mas é fato que o delito de opinião não pode ser tomado como o racismo por inteiro, que é um sistema de pensamento que o justifica para os que o praticam. Sem doutrina, o "civilizado" se bestializa, iguala-se a sua vítima, nivelando-se a quem considera sem alma. A doutrina dá à violência o sentido de missão; define os "bad hombres" (sic). No mundo cristão, criou hierarquias baseadas na crença de que parte da humanidade era desprovida de alma. Foi o cimento ideológico do colonialismo e do imperialismo. Como o capitalismo recria incessantemente a desigualdade, ele repõe premissas do racismo. E entende-se por que, após estudar a "inégalité" das raças, Gobineau, redescoberto meio século depois de ter escrito um livro inexpressivo, foi usado como doutrina, embora seu propósito fosse estudar a humanidade viva iluminada pela humanidade morta. Mas não se pode ler raça no século 19 como lemos hoje, com enfoque apenas físico. Havia naturalistas que contavam até 63 raças humanas. Talvez por isso o "Essai" de 1853 de Gobineau (escritor eclético dedicado a defender a aristocracia francesa frente aos riscos de decadência prenunciados pela Revolução) nunca tenha sido a bíblia do racismo como, de modo desavisado, se crê. POLIGENIA O cerne do racismo do século 19 residiu na crença poligenista de que Deus havia criado cada raça humana como espécie separada, sendo negros e brancos tão distintos como "cavalos e jumentos". Mas Darwin escreveu "A Origem do Homem e a Seleção Sexual" (1871) como libelo contra a escravidão; ali, ele postulava a monogenia, isto é, a origem única da espécie Homo sapiens sapiens, e o fazia analisando as diferenças entre raças humanas. Para redigir o volume, ele estuda detidamente os argumentos de dezenas de poligenistas; a bibliografia não inclui Gobineau, e isso por causa da importância ínfima de suas ideias. Ao fim e ao cabo, Darwin mostrará que o homem é destas espécies polimórficas, nas quais as diferenças secundárias (cor da pele, cabelo etc) não incidem nos caracteres definidores da espécie ou em sua evolução. Ele dirá ainda que a simpatia entre grupos humanos diferentes é dos últimos desenvolvimentos morais da humanidade e ainda está em processo de consolidação, que se completará quando barreiras artificiais (políticas) entre esses núcleos forem derrubadas. O "Essai" de Gobineau fica em melhor moldura intelectual como obra do romantismo oitocentista –tão afeito ao estudo das culturas, especialmente o orientalismo– influenciada por um então imberbe cientificismo (que desembocará em Darwin). Sua preocupação era com as civilizações antigas (da Ásia central e do Sudeste Asiático) e com a europeia, todas tomadas a partir de uma perspectiva comparativa que explicasse as transformações e a decadência das primeiras. Raça, para ele, era uma entidade ao mesmo tempo física, cultural e histórica. Na fusão racial, fruto de instintos igualitários, diluem-se a aristocracia e sua vocação para servir de guia iluminado da história. É certo que Gobineau falou estupidez sobre os negros brasileiros (tachados por ele de boçais e preguiçosos), mas isso era apenas um detalhe do desprezo que devotou ao país como um todo quando foi embaixador da França no Rio. No "Essai", seu argumento capital é o de que não existem raças puras: elas desaparecem pelos sucessivos cruzamentos que acontecem quando do contato entre os povos. Ou seja, diluem-se as culturas anteriores naquelas que as sucedem. O texto atribuía à história humana a duração de 14 mil anos, divididos em duas fases: uma primeira, de esplendor e vigor intelectual, e a seguinte, de decrepitude. "A família ariana" –escreveu– "é o resto da família branca, tendo sido absolutamente pura apenas à época do nascimento de Cristo". Na modernidade, Gobineau achava que a noção de raça perdera sentido dada a "anarquia étnica". No final do século 19, quando o debate sobre raças se agudizou, a obra dele foi acatada pelos inimigos da miscigenação –vista pelo autor como a morte anunciada de qualquer cultura. Mas o que Gobineau tentava mesmo era construir uma filosofia da história, tão em voga no ambiente intelectual do século 19, conforme Kant ("Ideia de uma História Universal de um Ponto de Vista Cosmopolita", 1784), Hegel (1770-1831), Herder (1744-1803) ou Marx (1818-83). De onde vem, então, a sua fama de pai do racismo, a acusação de ter sido um darwinista social "avant la lettre", formulada até por intelectuais brasileiros recentes? Certamente das ocasiões em que seu pensamento transbordou os limites da cultura diletante em que se movia para ser convocado pelo racismo militante. Esse desvio de rota foi urdido pelo inglês Houston Chamberlain (1855-1927), germanista e artífice da cultura nazista, especialmente do mito da raça. RAÇA ARIANA Em "Os Fundamentos do Século 19" (1899), Chamberlain sustentou a ideia de que a raça superior ariana, descrita por Gobineau, era a matriz das classes superiores europeias. Mas foi além, afirmando que ela não desaparecera, podendo ser encontrada em estado puro tanto na Alemanha como no norte da Europa (os celtas e nórdicos pertenceriam à mesma matriz germânica). A obra de Chamberlain se tornou a bíblia do pangermanismo no começo do século 20, vindo a exercer grande influência sobre a política antissemita do nazismo. Por obra dessa associação forçada, Gobineau virou, após a Segunda Guerra, nome impublicável entre os democratas. Mas suas proposições são reavaliadas em obras mais atuais, como "O Mito do Estado" (1946), do respeitado filósofo Ernst Cassirer, "Nós e os Outros" (1989), de Tzvetan Todorov, e "O Olhar Distanciado" (1983), de Claude Lévi-Strauss. Ora, a função do racismo é determinar, no plano simbólico e prático, quem deve vencer na competição, especialmente econômica, a partir de critérios suficientes para inferiorizar o outro. Vale tanto para o esbulho de terras indígenas quanto para preencher um emprego qualquer, disputado por diferentes. O que Trump prometeu, ao conquistar o comando, foi trazer os empregos de volta aos EUA, o que significa retomá-los a qualquer custo e de qualquer um –interna ou externamente, já que em boa medida foram as transnacionais norte-americanas que os espalharam pelo mundo. O "capitalismo num só país" parece ser o projeto de Trump subjacente ao seu racismo loquaz. Suas atitudes, no controle de fronteiras e na meta de recuperação dos empregos, aliadas à declaração intempestiva de que os norte-americanos estão fartos de perder guerras, ou à ameaça de invadir o México, configuram uma retórica que prenuncia um redesenho do imperialismo e, portanto, do discurso racista, indo além da intolerância. Certamente, trata-se de uma ameaça maior para o mundo do que jamais foi o pensamento aristocrático de Gobineau. Este pretendia descrever um processo histórico acabado, em que Estado e nação não se imiscuíam no debate racial. Já Trump dá sinais de que não hesitará em se servir do Estado para construir um novo país e, no ínterim, redefinir a noção de raça. Nenhum dos teóricos racistas do século 19 defendeu, como o faz Trump, o uso da tortura enquanto método de governo das gentes. O que ele propõe não é apenas hierarquizar os homens "inimigos", mas destituí-los de humanidade, se não nasceram norte-americanos brancos. CARLOS ALBERTO DÓRIA, 66, é doutor em sociologia pela Unicamp, tendo se dedicado ao estudo do evolucionismo e da recepção do darwinismo no Brasil
ilustrissima
A deturpação da crítica de Arthur de Gobineau à miscigenaçãoRESUMO Autor se debruça sobre texto de meados do século 19 em que diplomata e aristocrata francês trata da diluição (e eventual morte) das culturas pela miscigenação ("anarquia étnica", em suas palavras). Ensaio que esboçava uma filosofia da história foi progressivamente instrumentalizado por ideólogos do racismo. Dois anos antes da abolição da escravatura nos EUA (1865), fundou-se em Londres a Sociedade Antropológica, com o intuito de apoiar os racistas do sul americano. Uma de suas ações foi a tradução da obra de Arthur de Gobineau (1816-82), "Essai sur l'Inégalité des Races Humaines" (ensaio sobre a desigualdade das raças humanas), com o sugestivo e falso título de "Moral and Intellectual Diversity of Races" (diversidade moral e intelectual das raças). Desde a abolição, o racismo instalou-se como um câncer a corroer a democracia, especialmente na América profunda, conforme retratado nos romances de Erskine Caldwell (1903-87) dos anos 1940. A eleição de Obama parecia anunciar a remissão da enfermidade, mas eis que o racismo ressurge, copioso, na boca de seu sucessor, evidenciando que a democracia é uma correlação de forças sociais, não uma carta de princípios. Manifestações de intolerância e movimentos de Donald Trump para manter uma espécie de supremacia branca norte-americana colocam na ordem do dia uma nova discussão sobre o racismo e suas atualizações. Parece que o fantasma de Gobineau levanta do túmulo para assombrar o presente. Mas há nos EUA uma longa tradição de intolerância. Desde o século 18, em alguns Estados, como os da Nova Inglaterra (enclave na região nordeste do país), as cidades tinham conselhos dotados da prerrogativa de determinar a expulsão de estrangeiros ou forasteiros indesejados –como mães solteiras, prostitutas, bêbados ou chineses–, que pareciam viver ali sob liberdade condicional. Bravatas de Trump contra mexicanos, portanto, não são disparates da última hora. No caso do novo mandatário, a intolerância constitui, antes de mais nada, uma tradição pessoal. O histórico racista de Trump foi analisado pelo jornalista Nicholas Kristof, do "New York Times". O republicano foi processado por se recusar a alugar apartamentos para negros. Também retuitou mensagens de simpatizantes nazistas. Mas o que Kristof conclui é que há uma contradição nos discursos do presidente, pois "muçulmanos e hispânicos podem ser de qualquer raça –então algumas dessas declarações tecnicamente refletem mais intolerância do que racismo". Parece firula de linguagem, mas é fato que o delito de opinião não pode ser tomado como o racismo por inteiro, que é um sistema de pensamento que o justifica para os que o praticam. Sem doutrina, o "civilizado" se bestializa, iguala-se a sua vítima, nivelando-se a quem considera sem alma. A doutrina dá à violência o sentido de missão; define os "bad hombres" (sic). No mundo cristão, criou hierarquias baseadas na crença de que parte da humanidade era desprovida de alma. Foi o cimento ideológico do colonialismo e do imperialismo. Como o capitalismo recria incessantemente a desigualdade, ele repõe premissas do racismo. E entende-se por que, após estudar a "inégalité" das raças, Gobineau, redescoberto meio século depois de ter escrito um livro inexpressivo, foi usado como doutrina, embora seu propósito fosse estudar a humanidade viva iluminada pela humanidade morta. Mas não se pode ler raça no século 19 como lemos hoje, com enfoque apenas físico. Havia naturalistas que contavam até 63 raças humanas. Talvez por isso o "Essai" de 1853 de Gobineau (escritor eclético dedicado a defender a aristocracia francesa frente aos riscos de decadência prenunciados pela Revolução) nunca tenha sido a bíblia do racismo como, de modo desavisado, se crê. POLIGENIA O cerne do racismo do século 19 residiu na crença poligenista de que Deus havia criado cada raça humana como espécie separada, sendo negros e brancos tão distintos como "cavalos e jumentos". Mas Darwin escreveu "A Origem do Homem e a Seleção Sexual" (1871) como libelo contra a escravidão; ali, ele postulava a monogenia, isto é, a origem única da espécie Homo sapiens sapiens, e o fazia analisando as diferenças entre raças humanas. Para redigir o volume, ele estuda detidamente os argumentos de dezenas de poligenistas; a bibliografia não inclui Gobineau, e isso por causa da importância ínfima de suas ideias. Ao fim e ao cabo, Darwin mostrará que o homem é destas espécies polimórficas, nas quais as diferenças secundárias (cor da pele, cabelo etc) não incidem nos caracteres definidores da espécie ou em sua evolução. Ele dirá ainda que a simpatia entre grupos humanos diferentes é dos últimos desenvolvimentos morais da humanidade e ainda está em processo de consolidação, que se completará quando barreiras artificiais (políticas) entre esses núcleos forem derrubadas. O "Essai" de Gobineau fica em melhor moldura intelectual como obra do romantismo oitocentista –tão afeito ao estudo das culturas, especialmente o orientalismo– influenciada por um então imberbe cientificismo (que desembocará em Darwin). Sua preocupação era com as civilizações antigas (da Ásia central e do Sudeste Asiático) e com a europeia, todas tomadas a partir de uma perspectiva comparativa que explicasse as transformações e a decadência das primeiras. Raça, para ele, era uma entidade ao mesmo tempo física, cultural e histórica. Na fusão racial, fruto de instintos igualitários, diluem-se a aristocracia e sua vocação para servir de guia iluminado da história. É certo que Gobineau falou estupidez sobre os negros brasileiros (tachados por ele de boçais e preguiçosos), mas isso era apenas um detalhe do desprezo que devotou ao país como um todo quando foi embaixador da França no Rio. No "Essai", seu argumento capital é o de que não existem raças puras: elas desaparecem pelos sucessivos cruzamentos que acontecem quando do contato entre os povos. Ou seja, diluem-se as culturas anteriores naquelas que as sucedem. O texto atribuía à história humana a duração de 14 mil anos, divididos em duas fases: uma primeira, de esplendor e vigor intelectual, e a seguinte, de decrepitude. "A família ariana" –escreveu– "é o resto da família branca, tendo sido absolutamente pura apenas à época do nascimento de Cristo". Na modernidade, Gobineau achava que a noção de raça perdera sentido dada a "anarquia étnica". No final do século 19, quando o debate sobre raças se agudizou, a obra dele foi acatada pelos inimigos da miscigenação –vista pelo autor como a morte anunciada de qualquer cultura. Mas o que Gobineau tentava mesmo era construir uma filosofia da história, tão em voga no ambiente intelectual do século 19, conforme Kant ("Ideia de uma História Universal de um Ponto de Vista Cosmopolita", 1784), Hegel (1770-1831), Herder (1744-1803) ou Marx (1818-83). De onde vem, então, a sua fama de pai do racismo, a acusação de ter sido um darwinista social "avant la lettre", formulada até por intelectuais brasileiros recentes? Certamente das ocasiões em que seu pensamento transbordou os limites da cultura diletante em que se movia para ser convocado pelo racismo militante. Esse desvio de rota foi urdido pelo inglês Houston Chamberlain (1855-1927), germanista e artífice da cultura nazista, especialmente do mito da raça. RAÇA ARIANA Em "Os Fundamentos do Século 19" (1899), Chamberlain sustentou a ideia de que a raça superior ariana, descrita por Gobineau, era a matriz das classes superiores europeias. Mas foi além, afirmando que ela não desaparecera, podendo ser encontrada em estado puro tanto na Alemanha como no norte da Europa (os celtas e nórdicos pertenceriam à mesma matriz germânica). A obra de Chamberlain se tornou a bíblia do pangermanismo no começo do século 20, vindo a exercer grande influência sobre a política antissemita do nazismo. Por obra dessa associação forçada, Gobineau virou, após a Segunda Guerra, nome impublicável entre os democratas. Mas suas proposições são reavaliadas em obras mais atuais, como "O Mito do Estado" (1946), do respeitado filósofo Ernst Cassirer, "Nós e os Outros" (1989), de Tzvetan Todorov, e "O Olhar Distanciado" (1983), de Claude Lévi-Strauss. Ora, a função do racismo é determinar, no plano simbólico e prático, quem deve vencer na competição, especialmente econômica, a partir de critérios suficientes para inferiorizar o outro. Vale tanto para o esbulho de terras indígenas quanto para preencher um emprego qualquer, disputado por diferentes. O que Trump prometeu, ao conquistar o comando, foi trazer os empregos de volta aos EUA, o que significa retomá-los a qualquer custo e de qualquer um –interna ou externamente, já que em boa medida foram as transnacionais norte-americanas que os espalharam pelo mundo. O "capitalismo num só país" parece ser o projeto de Trump subjacente ao seu racismo loquaz. Suas atitudes, no controle de fronteiras e na meta de recuperação dos empregos, aliadas à declaração intempestiva de que os norte-americanos estão fartos de perder guerras, ou à ameaça de invadir o México, configuram uma retórica que prenuncia um redesenho do imperialismo e, portanto, do discurso racista, indo além da intolerância. Certamente, trata-se de uma ameaça maior para o mundo do que jamais foi o pensamento aristocrático de Gobineau. Este pretendia descrever um processo histórico acabado, em que Estado e nação não se imiscuíam no debate racial. Já Trump dá sinais de que não hesitará em se servir do Estado para construir um novo país e, no ínterim, redefinir a noção de raça. Nenhum dos teóricos racistas do século 19 defendeu, como o faz Trump, o uso da tortura enquanto método de governo das gentes. O que ele propõe não é apenas hierarquizar os homens "inimigos", mas destituí-los de humanidade, se não nasceram norte-americanos brancos. CARLOS ALBERTO DÓRIA, 66, é doutor em sociologia pela Unicamp, tendo se dedicado ao estudo do evolucionismo e da recepção do darwinismo no Brasil
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Ministério Público vê irregularidades de R$ 2,5 bilhões no Bolsa Família
Um levantamento do Ministério Público Federal identificou irregularidades em pagamentos e perfis dos beneficiários do Programa Bolsa Família, entre 2013 e 2014, que somam R$ 2,5 bilhões. Segundo dados da Câmaras Criminal e de Combate à Corrupção do MP, as inconsistências abrangem 1,4 milhão dos beneficiários, entre titulares e suas famílias. Foram encontrados saques realizados por pessoas já falecidas e indivíduos sem CPF. Também foram apontados problemas em benefícios para servidores públicos com família de menos de quatro pessoas, doadores de campanha em valores superiores ao recebido no programa, proprietários ou responsáveis por empresas ativas. Os problemas foram apontados após o MPF cruzar informações de beneficiários com dados da Receita, Tribunal Superior Eleitoral e Tribunais de Contas. A partir do resultado, o MPF deu prazo de 30 dias para que a Secretaria Nacional de Renda e Cidadania (Senarc), vinculada ao Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário, informe quais providências serão adotadas diante de inconsistências. Em abril, o Tribunal de Contas da União encontrou 163.173 beneficiários com renda acima do permitido para receber os recursos. Depois disso, o Ministério do Desenvolvimento Social informou que retirou, até janeiro de 2016, 75.477 beneficiários irregulares. OUTRO LADO Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário afirmou que "não ignora a possibilidade de irregularidades ocorridas na gestão anterior". Segundo o texto, a pasta está empenhada em aperfeiçoar o controle e os mecanismos de fiscalização dos beneficiários do Bolsa Família. "O MDS esteve no Tribunal de Contas da União e entrou em contato com o Ministério Público Federal para tratar do assunto. Um comitê de controle será criado para depurar e garantir que o Bolsa Família seja destinado para quem mais precisa."
poder
Ministério Público vê irregularidades de R$ 2,5 bilhões no Bolsa FamíliaUm levantamento do Ministério Público Federal identificou irregularidades em pagamentos e perfis dos beneficiários do Programa Bolsa Família, entre 2013 e 2014, que somam R$ 2,5 bilhões. Segundo dados da Câmaras Criminal e de Combate à Corrupção do MP, as inconsistências abrangem 1,4 milhão dos beneficiários, entre titulares e suas famílias. Foram encontrados saques realizados por pessoas já falecidas e indivíduos sem CPF. Também foram apontados problemas em benefícios para servidores públicos com família de menos de quatro pessoas, doadores de campanha em valores superiores ao recebido no programa, proprietários ou responsáveis por empresas ativas. Os problemas foram apontados após o MPF cruzar informações de beneficiários com dados da Receita, Tribunal Superior Eleitoral e Tribunais de Contas. A partir do resultado, o MPF deu prazo de 30 dias para que a Secretaria Nacional de Renda e Cidadania (Senarc), vinculada ao Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário, informe quais providências serão adotadas diante de inconsistências. Em abril, o Tribunal de Contas da União encontrou 163.173 beneficiários com renda acima do permitido para receber os recursos. Depois disso, o Ministério do Desenvolvimento Social informou que retirou, até janeiro de 2016, 75.477 beneficiários irregulares. OUTRO LADO Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário afirmou que "não ignora a possibilidade de irregularidades ocorridas na gestão anterior". Segundo o texto, a pasta está empenhada em aperfeiçoar o controle e os mecanismos de fiscalização dos beneficiários do Bolsa Família. "O MDS esteve no Tribunal de Contas da União e entrou em contato com o Ministério Público Federal para tratar do assunto. Um comitê de controle será criado para depurar e garantir que o Bolsa Família seja destinado para quem mais precisa."
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Análise de DNA de esqueletos muda teoria sobre a origem da agricultura
Quando a ideia é boa, ela pode surgir ao mesmo tempo para várias pessoas. Foi o caso da "invenção" da agricultura, segundo três estudos com o material genético tanto de antigos agricultores como de pessoas atuais. Os resultados mostram que "múltiplas populações geneticamente diferenciadas de caçadores-coletores adotaram a agricultura no sudoeste da Ásia", segundo os autores de um dos estudos, publicado na revista "Science". Os outros dois, que chegaram a conclusões semelhantes, estão disponíveis no site especializado em biologia bioRxiv. A região onde surgiu a agricultura tem um nome clássico, "Crescente Fértil", considerada o centro de origem das plantas domesticadas. O termo foi cunhado por James Breasted em 1906 e se referia aos primórdios das civilizações agrárias no Egito e na Mesopotâmia. O termo foi popularizado por Gordon Childe em 1935 para identificar os locais do que ele chamou de "Revolução Neolítica". O Neolítico –popularmente conhecido como a Idade da Pedra Polida– mostrou grandes avanços técnicos nas comunidades humanas. Mas a maior mudança, revolucionária, foi a criação e disseminação da agricultura. Os ossos Falam As pequenas comunidades que viviam de caçar e coletar frutos passaram a plantar diversas culturas e também a domesticar animais. Com isso também se criou o estímulo para largar o modo de vida nômade e adotar a vida sedentária em vilas e aldeias. Sem a agricultura e o pastoreio teria sido impossível para a humanidade produzir comida suficiente para sustentar o espetacular aumento da população. Estima-se que havia cinco milhões de pessoas em todo o planeta 10 mil anos atrás, quando começou a Revolução Neolítica. Hoje há mais de sete bilhões de pessoas na Terra. A visão tradicional, baseada em grande parte na arqueologia, era que uma população cultural e geneticamente homogênea teria começado a Revolução Agrícola. Mas agora o sequenciamento do DNA de antigos habitantes da região das montanhas Zagros, entre Irã e Iraque indicou uma variedade humana inesperada. Os ancestrais dos agricultores de toda a Europa vieram da região da Anatólia, Turquia. Comparando com o material genético dos pioneiros agricultores, é possível que os que mais se aproximam dos antigos anatolianos vivam hoje na Sardenha, ilha no mar Mediterrâneo. Já os antigos fazendeiros das montanhas iranianas revelaram ter um DNA bem diferente. Curiosamente, os quatro esqueletos estudados no artigo da "Science" de antigos agricultores mostraram ter maior afinidade com a população atual de zoroastrianos (seguidores de uma antiga religião persa), bem anterior à islamização do atual Irã. Pois apesar de viverem relativamente próximas, as populações ancestrais eram geneticamente distintas. A pesquisa liderada por Joachim Burger, da Universidade de Mainz, Alemanha, sugere que os dois grupos de agricultores se separaram da população ancestral entre 46 mil a 77 mil anos atrás. "Nós temos uma revolução agrícola extremamente complexa que foi criada por pessoas que eram extremamente diversas", declarou Burger. Os três estudos envolveram dezenas de pesquisadores de países como EUA, França, Israel, Suécia, Irã, Croácia e China para compilar o mosaico genético da humanidade de hoje, e de 10 mil, 9.000 ou 6.000 anos atrás. Um dos estudos, feito por uma equipe de 52 pesquisadores, analisou o DNA de 44 habitantes do Oriente Médio que viveram entre 14 mil e 3.400 anos atrás. A equipe, coordenada por David Reich, da Universidade Harvard, concluiu que "os primeiros agricultores do sul do Levante –Israel e Jordânia– e das montanhas Zagros (Irã) eram extremamente diferenciados geneticamente, e cada um descendia de caçadores-coletores locais. Na época da Idade do Bronze, as duas populações e os agricultores relacionados com a Anatólia tinham cruzado uns com os outros e com os caçadores-coletores da Europa para reduzir a diferença genética". Eles lembram que o impacto desses agricultores do Oriente Próximo foi estendido para bem mais longe. Os agricultores aparentados com os da Anatólia se espalharam para a Europa; outros agricultores relacionados com os do Levante se espalharam para a África Oriental; agricultores relacionados com os do Irã se espalharam para a estepe da Eurásia; e pessoas relacionadas tanto com os primeiros agricultores do Irã e aos pastores da estepe eurasiática se espalharam para o leste até o sul da Ásia.
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Análise de DNA de esqueletos muda teoria sobre a origem da agriculturaQuando a ideia é boa, ela pode surgir ao mesmo tempo para várias pessoas. Foi o caso da "invenção" da agricultura, segundo três estudos com o material genético tanto de antigos agricultores como de pessoas atuais. Os resultados mostram que "múltiplas populações geneticamente diferenciadas de caçadores-coletores adotaram a agricultura no sudoeste da Ásia", segundo os autores de um dos estudos, publicado na revista "Science". Os outros dois, que chegaram a conclusões semelhantes, estão disponíveis no site especializado em biologia bioRxiv. A região onde surgiu a agricultura tem um nome clássico, "Crescente Fértil", considerada o centro de origem das plantas domesticadas. O termo foi cunhado por James Breasted em 1906 e se referia aos primórdios das civilizações agrárias no Egito e na Mesopotâmia. O termo foi popularizado por Gordon Childe em 1935 para identificar os locais do que ele chamou de "Revolução Neolítica". O Neolítico –popularmente conhecido como a Idade da Pedra Polida– mostrou grandes avanços técnicos nas comunidades humanas. Mas a maior mudança, revolucionária, foi a criação e disseminação da agricultura. Os ossos Falam As pequenas comunidades que viviam de caçar e coletar frutos passaram a plantar diversas culturas e também a domesticar animais. Com isso também se criou o estímulo para largar o modo de vida nômade e adotar a vida sedentária em vilas e aldeias. Sem a agricultura e o pastoreio teria sido impossível para a humanidade produzir comida suficiente para sustentar o espetacular aumento da população. Estima-se que havia cinco milhões de pessoas em todo o planeta 10 mil anos atrás, quando começou a Revolução Neolítica. Hoje há mais de sete bilhões de pessoas na Terra. A visão tradicional, baseada em grande parte na arqueologia, era que uma população cultural e geneticamente homogênea teria começado a Revolução Agrícola. Mas agora o sequenciamento do DNA de antigos habitantes da região das montanhas Zagros, entre Irã e Iraque indicou uma variedade humana inesperada. Os ancestrais dos agricultores de toda a Europa vieram da região da Anatólia, Turquia. Comparando com o material genético dos pioneiros agricultores, é possível que os que mais se aproximam dos antigos anatolianos vivam hoje na Sardenha, ilha no mar Mediterrâneo. Já os antigos fazendeiros das montanhas iranianas revelaram ter um DNA bem diferente. Curiosamente, os quatro esqueletos estudados no artigo da "Science" de antigos agricultores mostraram ter maior afinidade com a população atual de zoroastrianos (seguidores de uma antiga religião persa), bem anterior à islamização do atual Irã. Pois apesar de viverem relativamente próximas, as populações ancestrais eram geneticamente distintas. A pesquisa liderada por Joachim Burger, da Universidade de Mainz, Alemanha, sugere que os dois grupos de agricultores se separaram da população ancestral entre 46 mil a 77 mil anos atrás. "Nós temos uma revolução agrícola extremamente complexa que foi criada por pessoas que eram extremamente diversas", declarou Burger. Os três estudos envolveram dezenas de pesquisadores de países como EUA, França, Israel, Suécia, Irã, Croácia e China para compilar o mosaico genético da humanidade de hoje, e de 10 mil, 9.000 ou 6.000 anos atrás. Um dos estudos, feito por uma equipe de 52 pesquisadores, analisou o DNA de 44 habitantes do Oriente Médio que viveram entre 14 mil e 3.400 anos atrás. A equipe, coordenada por David Reich, da Universidade Harvard, concluiu que "os primeiros agricultores do sul do Levante –Israel e Jordânia– e das montanhas Zagros (Irã) eram extremamente diferenciados geneticamente, e cada um descendia de caçadores-coletores locais. Na época da Idade do Bronze, as duas populações e os agricultores relacionados com a Anatólia tinham cruzado uns com os outros e com os caçadores-coletores da Europa para reduzir a diferença genética". Eles lembram que o impacto desses agricultores do Oriente Próximo foi estendido para bem mais longe. Os agricultores aparentados com os da Anatólia se espalharam para a Europa; outros agricultores relacionados com os do Levante se espalharam para a África Oriental; agricultores relacionados com os do Irã se espalharam para a estepe da Eurásia; e pessoas relacionadas tanto com os primeiros agricultores do Irã e aos pastores da estepe eurasiática se espalharam para o leste até o sul da Ásia.
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Masguf, prato típico iraquiano, é servido nas calçadas de Bagdá
Uma caminhada pela rua Abu Nuwas, em Bagdá, é temperada pelo cheiro vindo das grelhas na calçada: ali, se cozinha o masguf, prato típico iraquiano. Pelo equivalente a R$ 60, a reportagem compra um peixe de três quilos, que é preparado no local e servido a outras duas pessoas. Cebolas e picles acompanham. A carpa é escolhida viva em um tanque e jogada no chão de cabeça para que morra. O cozinheiro termina o serviço com uma paulada e abre o peixe, prensando-o numa grelha. Salgado, o interior do peixe fica de frente para o calor. Após 45 minutos, está pronto. A tradição é comer com a mão, usando pedaços de pão. A carne, com gosto de limão, se desfaz ao toque. Os cozinheiros, porém, não revelam o segredo do molho.
comida
Masguf, prato típico iraquiano, é servido nas calçadas de BagdáUma caminhada pela rua Abu Nuwas, em Bagdá, é temperada pelo cheiro vindo das grelhas na calçada: ali, se cozinha o masguf, prato típico iraquiano. Pelo equivalente a R$ 60, a reportagem compra um peixe de três quilos, que é preparado no local e servido a outras duas pessoas. Cebolas e picles acompanham. A carpa é escolhida viva em um tanque e jogada no chão de cabeça para que morra. O cozinheiro termina o serviço com uma paulada e abre o peixe, prensando-o numa grelha. Salgado, o interior do peixe fica de frente para o calor. Após 45 minutos, está pronto. A tradição é comer com a mão, usando pedaços de pão. A carne, com gosto de limão, se desfaz ao toque. Os cozinheiros, porém, não revelam o segredo do molho.
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Senhores candidatos, as crianças estão aprendendo?
Há dez anos, vi o bibliófilo José Ephim Mindlin bastante abatido, pois perdera havia pouco sua mulher, Gita, mas uma força o levara às escadarias do Museu do Ipiranga: o lançamento de um grande movimento da sociedade civil para transformar a frágil aprendizagem das crianças e jovens do país. Em 6 de setembro de 2006, foi lançado o Todos pela Educação, com metas para garantir que todos estivessem na escola, com aprendizagem adequada à sua série. Os resultados da Prova Brasil e do Pisa mostravam um quadro triste. Entre os resultados da Prova Brasil de 2005, chamou-me a atenção que 65% dos alunos do 9º ano não sabiam porcentagem. No Pisa, o Brasil estava pior que outros países de mesmo estágio de desenvolvimento e as deficiências não eram só da escola pública, os 25% mais ricos do país tinham desempenho pior que os mais pobres da OCDE. Não foi difícil reunir um grupo grande de pessoas em torno de uma ideia: podemos ter uma educação em que os alunos aprendam. Uma das propostas do Todos foi a de termos, até 2022, no bicentenário da independência do Brasil, resultados de aprendizagem equivalentes aos da média da OCDE. Para tanto, a estratégia construída junto com o governo foi a de divulgar, a cada dois anos, perto do período eleitoral, um indicador, o Ideb, que mostrasse a aprendizagem dos alunos e em que medida eles continuavam na escola e avançavam para as séries seguintes. Com isso, dar-se-ia mais visibilidade a algo que escapa, muitas vezes, da percepção do cidadão comum. Sabe-se se prédios escolares foram construídos ou se estão em estado ruim, se a merenda ou livros são entregues, mas, afinal, as crianças estão aprendendo? Se não estão, o que exatamente não está adequado? Dentre as promessas de campanha, a educação certamente aparece, mas será que como algo que vai além da infraestrutura e realmente impacte a competência de leitura e interpretação de textos dos alunos e o raciocínio matemático tão importante para atos simples da vida, como comprar a crédito, analisar discursos de políticos ou ter acesso qualificado ao mundo do trabalho quando tantas funções estão sendo automatizadas? Na segunda semana de setembro, o Inep deve divulgar o Ideb de 2015. Vamos descobrir o quanto cada cidade avançou em educação. É o momento para avaliar a atuação de prefeitos que almejam a reeleição ou querem indicar quem os suceda. Então, senhores candidatos, haverá competência de gestão para assegurar que avanços existentes se mantenham ou quadros ruins se revertam? O que será feito para que as crianças aprendam? O ano de 2022 vai chegar logo e algo urgente deve ser feito. Com a palavra, os candidatos!
colunas
Senhores candidatos, as crianças estão aprendendo?Há dez anos, vi o bibliófilo José Ephim Mindlin bastante abatido, pois perdera havia pouco sua mulher, Gita, mas uma força o levara às escadarias do Museu do Ipiranga: o lançamento de um grande movimento da sociedade civil para transformar a frágil aprendizagem das crianças e jovens do país. Em 6 de setembro de 2006, foi lançado o Todos pela Educação, com metas para garantir que todos estivessem na escola, com aprendizagem adequada à sua série. Os resultados da Prova Brasil e do Pisa mostravam um quadro triste. Entre os resultados da Prova Brasil de 2005, chamou-me a atenção que 65% dos alunos do 9º ano não sabiam porcentagem. No Pisa, o Brasil estava pior que outros países de mesmo estágio de desenvolvimento e as deficiências não eram só da escola pública, os 25% mais ricos do país tinham desempenho pior que os mais pobres da OCDE. Não foi difícil reunir um grupo grande de pessoas em torno de uma ideia: podemos ter uma educação em que os alunos aprendam. Uma das propostas do Todos foi a de termos, até 2022, no bicentenário da independência do Brasil, resultados de aprendizagem equivalentes aos da média da OCDE. Para tanto, a estratégia construída junto com o governo foi a de divulgar, a cada dois anos, perto do período eleitoral, um indicador, o Ideb, que mostrasse a aprendizagem dos alunos e em que medida eles continuavam na escola e avançavam para as séries seguintes. Com isso, dar-se-ia mais visibilidade a algo que escapa, muitas vezes, da percepção do cidadão comum. Sabe-se se prédios escolares foram construídos ou se estão em estado ruim, se a merenda ou livros são entregues, mas, afinal, as crianças estão aprendendo? Se não estão, o que exatamente não está adequado? Dentre as promessas de campanha, a educação certamente aparece, mas será que como algo que vai além da infraestrutura e realmente impacte a competência de leitura e interpretação de textos dos alunos e o raciocínio matemático tão importante para atos simples da vida, como comprar a crédito, analisar discursos de políticos ou ter acesso qualificado ao mundo do trabalho quando tantas funções estão sendo automatizadas? Na segunda semana de setembro, o Inep deve divulgar o Ideb de 2015. Vamos descobrir o quanto cada cidade avançou em educação. É o momento para avaliar a atuação de prefeitos que almejam a reeleição ou querem indicar quem os suceda. Então, senhores candidatos, haverá competência de gestão para assegurar que avanços existentes se mantenham ou quadros ruins se revertam? O que será feito para que as crianças aprendam? O ano de 2022 vai chegar logo e algo urgente deve ser feito. Com a palavra, os candidatos!
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Astrologia
Clima astral confuso: ótimo para as artes, ruim para a política. LUA CHEIA EM LIBRA: 23/3 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Até onde você pode ir numa competição? Até onde seu senso de medidas permitir. Hoje ele está forte, e você com todas as forças para namorar, aceitar um novo desafio etc. Escute sua intuição, pois ela está bem forte. Sucesso no amor. TOURO (21 abr. a 20 mai.) A mente nos amigos, no clube, no contato social, mas o coração pede pequenas alegrias domésticas, junto aos que ama. Se você tem dons culinários, é o dia certo para mostrar aos seus queridos, aos amigos também. Sensibilidade artística. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Vem chegando o fim de semana, com a Lua trazendo um convite bem bacana pra viajar. Pode ser pertinho, mas será ótimo para desanuviar a cabeça de preocupações. Pode haver discordância com o cônjuge, mas conversando, haverá entendimento. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Você pode ser convidado para uma nova tarefa, ou começar uma atividade estimulante. No cotidiano, pode haver decisão feliz que envolva empregados e valores. Confie no seu potencial e não fuja de uma boa oportunidade. Amor em alta. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) A Lua começa o trânsito mensal por seu signo, trazendo sensibilidade emocional e necessidade de se cuidar mais. Com Marte ajudando, você se distinguirá nos esportes também. Foco e dedicação a mudanças internas darão ótimos resultados. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Dia de meditar, ficar de longe observando a feira de vaidades –e encarar as suas próprias, mesmo ocultas de olhos alheios. Cuidado para não demonstrar irritabilidade com o pessoal de casa –se quiser ficar só, melhor ser honesto neste sentido. LIBRA (23 set. a 22 out.) A rotina pode estar ainda um tanto conturbada e enevoada. Vênus e Netuno confundem juízo e trazem pessoas pouco confiáveis. Um encontro carinhoso com amigos encerra um dia para você extravasar sua criatividade artística. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Vigie sua imagem pública hoje, sendo zeloso com sua atuação profissional e social. Sensibilidade com o pessoal de casa. Saiba compartilhar as responsabilidades e não centralize demais as decisões no trabalho. Noite boa para namorar. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Garra e ânimo para os esportes, a filosofia e as viagens. Lua e Marte trazem inspiração para novos alvos, novas atitudes pessoais etc. Que tal se declarar para aquela pessoa especial? Receberá notícias de longe, algumas trazem alegrias. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Você, que é pessoa tão racional e prática, tem medo dos que intuem e mergulham de cabeça em aventuras de amor? Pode ser que sim, e neste caso, o dia pode ser difícil se não permitir que outros sigam suas próprias inclinações e paixões. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Aproveite o embalo astral para prestar atenção no que seu sócio propõe, no que o cliente espera, no que o cônjuge pode trocar com você. Dia de melhorar a convivência. Interferência de amigos favorece uma nova aproximação, de trabalho ou amizade. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Astral perfeito para dar uma escapada da rotina e respirar ar puro em paragens tranquilas. Seu trabalho pode ser mais interessante por uma tarefa nova hoje, mas cuide da saúde, que está um tanto delicada. Altos e baixos na relação amorosa.
ilustrada
AstrologiaClima astral confuso: ótimo para as artes, ruim para a política. LUA CHEIA EM LIBRA: 23/3 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Até onde você pode ir numa competição? Até onde seu senso de medidas permitir. Hoje ele está forte, e você com todas as forças para namorar, aceitar um novo desafio etc. Escute sua intuição, pois ela está bem forte. Sucesso no amor. TOURO (21 abr. a 20 mai.) A mente nos amigos, no clube, no contato social, mas o coração pede pequenas alegrias domésticas, junto aos que ama. Se você tem dons culinários, é o dia certo para mostrar aos seus queridos, aos amigos também. Sensibilidade artística. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Vem chegando o fim de semana, com a Lua trazendo um convite bem bacana pra viajar. Pode ser pertinho, mas será ótimo para desanuviar a cabeça de preocupações. Pode haver discordância com o cônjuge, mas conversando, haverá entendimento. CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Você pode ser convidado para uma nova tarefa, ou começar uma atividade estimulante. No cotidiano, pode haver decisão feliz que envolva empregados e valores. Confie no seu potencial e não fuja de uma boa oportunidade. Amor em alta. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) A Lua começa o trânsito mensal por seu signo, trazendo sensibilidade emocional e necessidade de se cuidar mais. Com Marte ajudando, você se distinguirá nos esportes também. Foco e dedicação a mudanças internas darão ótimos resultados. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) Dia de meditar, ficar de longe observando a feira de vaidades –e encarar as suas próprias, mesmo ocultas de olhos alheios. Cuidado para não demonstrar irritabilidade com o pessoal de casa –se quiser ficar só, melhor ser honesto neste sentido. LIBRA (23 set. a 22 out.) A rotina pode estar ainda um tanto conturbada e enevoada. Vênus e Netuno confundem juízo e trazem pessoas pouco confiáveis. Um encontro carinhoso com amigos encerra um dia para você extravasar sua criatividade artística. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Vigie sua imagem pública hoje, sendo zeloso com sua atuação profissional e social. Sensibilidade com o pessoal de casa. Saiba compartilhar as responsabilidades e não centralize demais as decisões no trabalho. Noite boa para namorar. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Garra e ânimo para os esportes, a filosofia e as viagens. Lua e Marte trazem inspiração para novos alvos, novas atitudes pessoais etc. Que tal se declarar para aquela pessoa especial? Receberá notícias de longe, algumas trazem alegrias. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Você, que é pessoa tão racional e prática, tem medo dos que intuem e mergulham de cabeça em aventuras de amor? Pode ser que sim, e neste caso, o dia pode ser difícil se não permitir que outros sigam suas próprias inclinações e paixões. AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Aproveite o embalo astral para prestar atenção no que seu sócio propõe, no que o cliente espera, no que o cônjuge pode trocar com você. Dia de melhorar a convivência. Interferência de amigos favorece uma nova aproximação, de trabalho ou amizade. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Astral perfeito para dar uma escapada da rotina e respirar ar puro em paragens tranquilas. Seu trabalho pode ser mais interessante por uma tarefa nova hoje, mas cuide da saúde, que está um tanto delicada. Altos e baixos na relação amorosa.
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Expansão de creches na cidade de SP será foco de Chalita na Educação
A ampliação das vagas nas creches será a prioridade do novo secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita (PMDB). A avaliação tem sido dita pelo novo titular da pasta a pessoas próximas, segundo a Folha apurou. A expansão do ensino infantil foi uma das principais bandeiras do prefeito Fernando Haddad (PT) na campanha. O petista prometeu abrir 150 mil vagas até 2016, mas o último balanço da prefeitura aponta que apenas 28% já haviam sido entregues quase na metade do mandato. Em dezembro, o então secretário, Cesar Callegari, disse que, apesar do baixo número, o cronograma inicial estava sendo cumprido e que mudanças burocráticas haviam sido feitas para acelerar o crescimento do sistema. Chalita disse também a colegas que manterá a regra para reprovação de alunos do ensino fundamental municipal, implementada ano passado e que despertou polêmica. A gestão Haddad aumentou de duas para cinco as séries em que o aluno pode ser reprovado. No fim do ano letivo, porém, a determinação da prefeitura foi que deveriam ser aprovados mesmo estudantes com nota vermelha. O temor era que houvesse uma explosão na reprovação de estudantes. ESCOLA DA FAMÍLIA Nos cinco anos de Chalita como secretário estadual de Educação da gestão Alckmin (PSDB), não houve nenhuma grande greve —já Haddad enfrentou paralisação nos dois primeiros anos do mandato. Na época, o PT era crítico da política educacional na administração tucana. Na rede estadual, a principal marca de Chalita foi o projeto Escola da Família, que consiste em abrir os colégios à sociedade aos fins de semana, para aumentar a interação das famílias e da comunidade com as escolas. Foi premiado pela Organização dos Estados Americanos. Por outro lado, as escolas estaduais não melhoraram nos principais indicadores de qualidade na sua gestão. A média na avaliação federal permaneceu de 10% a 20% abaixo do recomendado ao fim do fundamental -dependendo da matéria. A melhora do ensino também é desafio no município, que não tem batido metas federais.
cotidiano
Expansão de creches na cidade de SP será foco de Chalita na EducaçãoA ampliação das vagas nas creches será a prioridade do novo secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita (PMDB). A avaliação tem sido dita pelo novo titular da pasta a pessoas próximas, segundo a Folha apurou. A expansão do ensino infantil foi uma das principais bandeiras do prefeito Fernando Haddad (PT) na campanha. O petista prometeu abrir 150 mil vagas até 2016, mas o último balanço da prefeitura aponta que apenas 28% já haviam sido entregues quase na metade do mandato. Em dezembro, o então secretário, Cesar Callegari, disse que, apesar do baixo número, o cronograma inicial estava sendo cumprido e que mudanças burocráticas haviam sido feitas para acelerar o crescimento do sistema. Chalita disse também a colegas que manterá a regra para reprovação de alunos do ensino fundamental municipal, implementada ano passado e que despertou polêmica. A gestão Haddad aumentou de duas para cinco as séries em que o aluno pode ser reprovado. No fim do ano letivo, porém, a determinação da prefeitura foi que deveriam ser aprovados mesmo estudantes com nota vermelha. O temor era que houvesse uma explosão na reprovação de estudantes. ESCOLA DA FAMÍLIA Nos cinco anos de Chalita como secretário estadual de Educação da gestão Alckmin (PSDB), não houve nenhuma grande greve —já Haddad enfrentou paralisação nos dois primeiros anos do mandato. Na época, o PT era crítico da política educacional na administração tucana. Na rede estadual, a principal marca de Chalita foi o projeto Escola da Família, que consiste em abrir os colégios à sociedade aos fins de semana, para aumentar a interação das famílias e da comunidade com as escolas. Foi premiado pela Organização dos Estados Americanos. Por outro lado, as escolas estaduais não melhoraram nos principais indicadores de qualidade na sua gestão. A média na avaliação federal permaneceu de 10% a 20% abaixo do recomendado ao fim do fundamental -dependendo da matéria. A melhora do ensino também é desafio no município, que não tem batido metas federais.
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Leitores comentam coluna de Janio de Freitas sobre Israel
Janio de Freitas volta a atacar e ameaçar, agora com processos judiciais, a comunidade judaica brasileira para tentar negar o teor antissemita do que escreveu. O colunista pode ter a opinião que quiser da diplomacia de Israel. Esse não é o ponto. O que não se admite é ameaçar brasileiros judeus por posições de alguns destes, dizendo que o "convívio cordial que é dado aqui à comunidade judaica" estaria em risco por críticas a posições do governo. Esse convívio cordial é garantido pela Constituição. Não nos é dado nem pode ser ameaçado. Fernando Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (São Paulo, SP) * Enquanto outros colunistas da Folha manifestam suas opiniões discordantes do governo israelense com argumentos e sem grosserias e ofensas, Janio, dominado por seu viés ideológico, procura intimidar os que pensam diferente dele, chegando mesmo a fazer ameaças. Agora quer posar de inocente. Simão Korn (Santos, SP) * Nem sempre concordo com o que escreve o sr. Janio de Freitas, mas hoje não posso deixar de aplaudi-lo pela brilhante resposta que dá aos membros da comunidade judaica que o agrediram. A tentativa de nomeação do sr. Dayan como embaixador no Brasil, se não foi um erro do governo israelense, foi uma provocação, seja pelo personagem envolvido, seja pela forma como foi feita. Marcos Candau (São Paulo, SP) * A partir do artigo de Janio, percebemos a surpreendente insistência de um pequeno grupo de judeus em defender as ocupações de territórios palestinos por Israel. Quem quiser saber tudo sobre esse assunto deveria ler "Estados Fracassados", livro de um judeu ilustre, Noam Chomsky. Osmar Collaço, engenheiro (Santos, SP)
paineldoleitor
Leitores comentam coluna de Janio de Freitas sobre IsraelJanio de Freitas volta a atacar e ameaçar, agora com processos judiciais, a comunidade judaica brasileira para tentar negar o teor antissemita do que escreveu. O colunista pode ter a opinião que quiser da diplomacia de Israel. Esse não é o ponto. O que não se admite é ameaçar brasileiros judeus por posições de alguns destes, dizendo que o "convívio cordial que é dado aqui à comunidade judaica" estaria em risco por críticas a posições do governo. Esse convívio cordial é garantido pela Constituição. Não nos é dado nem pode ser ameaçado. Fernando Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (São Paulo, SP) * Enquanto outros colunistas da Folha manifestam suas opiniões discordantes do governo israelense com argumentos e sem grosserias e ofensas, Janio, dominado por seu viés ideológico, procura intimidar os que pensam diferente dele, chegando mesmo a fazer ameaças. Agora quer posar de inocente. Simão Korn (Santos, SP) * Nem sempre concordo com o que escreve o sr. Janio de Freitas, mas hoje não posso deixar de aplaudi-lo pela brilhante resposta que dá aos membros da comunidade judaica que o agrediram. A tentativa de nomeação do sr. Dayan como embaixador no Brasil, se não foi um erro do governo israelense, foi uma provocação, seja pelo personagem envolvido, seja pela forma como foi feita. Marcos Candau (São Paulo, SP) * A partir do artigo de Janio, percebemos a surpreendente insistência de um pequeno grupo de judeus em defender as ocupações de territórios palestinos por Israel. Quem quiser saber tudo sobre esse assunto deveria ler "Estados Fracassados", livro de um judeu ilustre, Noam Chomsky. Osmar Collaço, engenheiro (Santos, SP)
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Juiz determina prisão domiciliar e Eike deixa presídio
O empresário Eike Batista deixou a cela no complexo prisional de Bangu, zona oeste do Rio, por volta das 9h20 deste domingo (30) para aguardar julgamento em sua casa no Jardim Botânico, bairro nobre da zona sul da cidade. Foi o que decidiu a Justiça Federal no Rio neste sábado (29), durante o plantão judiciário, após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes ter concedido, na sexta, liminar que autorizava o empresário a deixar a prisão. O juiz do plantão Gustavo de Arruda Macedo decidiu que Eike poderá cumprir prisão domiciliar, mas deverá respeitar uma série de restrições, entre elas se afastar da administração das empresas do Grupo X ou manter qualquer contato com réus de processos da Lava Jato. Eike também terá de entregar o passaporte à Justiça, poderá receber visitas da Polícia Federal sem aviso prévio e terá quebrados seus sigilos telefônicos e eletrônicos (telemático). A defesa será obrigada ainda a manter um registro de pessoas que visitam o empresário pelo tempo que durar a prisão domiciliar. Ele é obrigado a atender às solicitações da Justiça e tem de pedir a autorização para mudar de endereço. Eike estava preso desde janeiro, em razão de investigações da operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato no Rio. Ele é suspeito de pagar US$ 16,5 milhões a título de propina ao esquema do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Em fevereiro, ele foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro. Eike foi beneficiado com um habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes. O processo voltou ao Rio no final de semana e coube ao juiz de plantão definir as condições da liberdade do empresário. Gilmar Mendes escreveu em despacho que o fato de o empresário ter sido denunciado não poderia, por si só, ser fundamento para a manutenção da prisão preventiva. Para Gilmar, o perigo à ordem pública ou ao processo podem ser mitigados por outras medidas. O ministro disse ainda que os crimes que teriam sido cometidos estariam ligados à atuação de um grupo político atualmente afastado da gestão pública. "Muito embora graves, os crimes apurados na operação Lava Jato foram praticados sem violência ou grave ameaça. A atuação dos órgão se segurança pública sobre os alegados grupos criminosos é um fator a ser considerado em desfavor da necessidade de manutenção da medida cautelar mais gravosa", escreveu o ministro.
poder
Juiz determina prisão domiciliar e Eike deixa presídioO empresário Eike Batista deixou a cela no complexo prisional de Bangu, zona oeste do Rio, por volta das 9h20 deste domingo (30) para aguardar julgamento em sua casa no Jardim Botânico, bairro nobre da zona sul da cidade. Foi o que decidiu a Justiça Federal no Rio neste sábado (29), durante o plantão judiciário, após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes ter concedido, na sexta, liminar que autorizava o empresário a deixar a prisão. O juiz do plantão Gustavo de Arruda Macedo decidiu que Eike poderá cumprir prisão domiciliar, mas deverá respeitar uma série de restrições, entre elas se afastar da administração das empresas do Grupo X ou manter qualquer contato com réus de processos da Lava Jato. Eike também terá de entregar o passaporte à Justiça, poderá receber visitas da Polícia Federal sem aviso prévio e terá quebrados seus sigilos telefônicos e eletrônicos (telemático). A defesa será obrigada ainda a manter um registro de pessoas que visitam o empresário pelo tempo que durar a prisão domiciliar. Ele é obrigado a atender às solicitações da Justiça e tem de pedir a autorização para mudar de endereço. Eike estava preso desde janeiro, em razão de investigações da operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato no Rio. Ele é suspeito de pagar US$ 16,5 milhões a título de propina ao esquema do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Em fevereiro, ele foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro. Eike foi beneficiado com um habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes. O processo voltou ao Rio no final de semana e coube ao juiz de plantão definir as condições da liberdade do empresário. Gilmar Mendes escreveu em despacho que o fato de o empresário ter sido denunciado não poderia, por si só, ser fundamento para a manutenção da prisão preventiva. Para Gilmar, o perigo à ordem pública ou ao processo podem ser mitigados por outras medidas. O ministro disse ainda que os crimes que teriam sido cometidos estariam ligados à atuação de um grupo político atualmente afastado da gestão pública. "Muito embora graves, os crimes apurados na operação Lava Jato foram praticados sem violência ou grave ameaça. A atuação dos órgão se segurança pública sobre os alegados grupos criminosos é um fator a ser considerado em desfavor da necessidade de manutenção da medida cautelar mais gravosa", escreveu o ministro.
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Uber capta US$ 1 bi e vale mais do que a Petrobras, afirma jornal
O polêmico aplicativo de transporte privado Uber levantou US$ 1 bilhão com investidores e passou a ser avaliado em US$ 51 bilhões, de acordo com o "Wall Street Journal". A empresa, que tem apenas cinco anos, passou a ter um valor de mercado superior ao da Petrobras. Nesta sexta (31), a estatal brasileira valia R$ 145,7 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo. Os US$ 51 bilhões do Uber, convertidos pelo câmbio de R$ 3,42, equivalem a R$ 171 bilhões. De acordo com o diário norte-americano, a nova rodada de investimentos contou com a participação da Microsoft e do conglomerado de mídia da Índia Bennett Coleman & Co. As empresas não comentaram. O valor de mercado do Uber equivale ao recorde alcançado por uma start-up de tecnologia. Em 2011, o Facebook foi avaliado em US$ 50 bilhões depois de o Goldman Sachs oferecer a clientes ricos fora dos EUA ações da rede social. A diferença é que, à época, o Facebook tinha quase sete anos, ante os cinco do Uber hoje. No ano seguinte, a rede de Mark Zuckerberg abriria capital na Bolsa. O Uber ainda não lançou ações no mercado. Presente em mais de 300 cidades em todo o mundo, o Uber tem despertado a ira de taxistas, que os acusam de serviço pirata. A polêmica chegou ao Brasil, em cidades como Rio e São Paulo, que já tiveram protestos contra o aplicativo.
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Uber capta US$ 1 bi e vale mais do que a Petrobras, afirma jornalO polêmico aplicativo de transporte privado Uber levantou US$ 1 bilhão com investidores e passou a ser avaliado em US$ 51 bilhões, de acordo com o "Wall Street Journal". A empresa, que tem apenas cinco anos, passou a ter um valor de mercado superior ao da Petrobras. Nesta sexta (31), a estatal brasileira valia R$ 145,7 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo. Os US$ 51 bilhões do Uber, convertidos pelo câmbio de R$ 3,42, equivalem a R$ 171 bilhões. De acordo com o diário norte-americano, a nova rodada de investimentos contou com a participação da Microsoft e do conglomerado de mídia da Índia Bennett Coleman & Co. As empresas não comentaram. O valor de mercado do Uber equivale ao recorde alcançado por uma start-up de tecnologia. Em 2011, o Facebook foi avaliado em US$ 50 bilhões depois de o Goldman Sachs oferecer a clientes ricos fora dos EUA ações da rede social. A diferença é que, à época, o Facebook tinha quase sete anos, ante os cinco do Uber hoje. No ano seguinte, a rede de Mark Zuckerberg abriria capital na Bolsa. O Uber ainda não lançou ações no mercado. Presente em mais de 300 cidades em todo o mundo, o Uber tem despertado a ira de taxistas, que os acusam de serviço pirata. A polêmica chegou ao Brasil, em cidades como Rio e São Paulo, que já tiveram protestos contra o aplicativo.
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Jogos das quartas de final da Copa do Mundo de rúgbi começam neste sábado; veja
Dizer que a Copa do Mundo de rúgbi chega ao mata-mata pode soar redundante em um esporte praticado com tanto vigor —e lealdade, bom deixar claro— pelos atletas. O fato é que a partir deste sábado (17) começam as quartas de final do Mundial disputado na Inglaterra. A competição iniciou no dia 18 de setembro. Como os jogadores precisam de intervalos longos para se recuperar das partidas, disputadas com dois tempos de 40 minutos, será encerrada apenas em 31 de outubro. Nos confrontos decisivos, listados abaixo, você dificilmente verá placares elásticos como os 64 a 0 aplicados pela África do Sul contra os EUA. A promessa é de grandes jogos, já que as oito seleções na briga pelo título estão entre as principais potências do esporte. Todas as partidas serão transmitidas pelos canais ESPN. A vantagem histórica é dos sul-africanos, bicampeões mundiais, que venceram 27 dos 30 duelos contra os galeses. No último deles, porém, a vitória foi britânica. A África do Sul se classificou em primeiro no Grupo B, mesmo tendo sido derrotada pelo Japão na maior zebra da Copa do Mundo. O País de Gales, que estava no "grupo da morte", conseguiu se classificar por ter vencido – e eliminado– a Inglaterra. É a reedição da final do último Mundial, disputado em 2011 e que acabou com apertada vitória neo-zelandesa por 8 a 7. Os All Blacks, como é conhecida a seleção da Nova Zelândia, fizeram a melhor campanha da primeira fase e são favoritos à conquista do terceiro título. Os franceses, que tem três vices no currículo, podem endurecer. Duas seleções tradicionais, no entanto um degrau abaixo das favoritas. A melhor campanha dos argentinos foi um terceiro lugar em 2007. Os irlandeses nunca chegaram às semifinais, mas estão invictos no Mundial, com direito à vitória sobre a França na fase de grupos que tirou a equipe do caminho dos All Blacks. Os escoceses terão uma missão dura para tentar chegar à primeira semifinal de Mundial desde 1991. A bicampeã Austrália é apontada como a grande seleção da Copa do Mundo até o momento. No "grupo da morte", venceu Inglaterra e País de Gales e é a favorita para despachar mais um britânico.
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Jogos das quartas de final da Copa do Mundo de rúgbi começam neste sábado; vejaDizer que a Copa do Mundo de rúgbi chega ao mata-mata pode soar redundante em um esporte praticado com tanto vigor —e lealdade, bom deixar claro— pelos atletas. O fato é que a partir deste sábado (17) começam as quartas de final do Mundial disputado na Inglaterra. A competição iniciou no dia 18 de setembro. Como os jogadores precisam de intervalos longos para se recuperar das partidas, disputadas com dois tempos de 40 minutos, será encerrada apenas em 31 de outubro. Nos confrontos decisivos, listados abaixo, você dificilmente verá placares elásticos como os 64 a 0 aplicados pela África do Sul contra os EUA. A promessa é de grandes jogos, já que as oito seleções na briga pelo título estão entre as principais potências do esporte. Todas as partidas serão transmitidas pelos canais ESPN. A vantagem histórica é dos sul-africanos, bicampeões mundiais, que venceram 27 dos 30 duelos contra os galeses. No último deles, porém, a vitória foi britânica. A África do Sul se classificou em primeiro no Grupo B, mesmo tendo sido derrotada pelo Japão na maior zebra da Copa do Mundo. O País de Gales, que estava no "grupo da morte", conseguiu se classificar por ter vencido – e eliminado– a Inglaterra. É a reedição da final do último Mundial, disputado em 2011 e que acabou com apertada vitória neo-zelandesa por 8 a 7. Os All Blacks, como é conhecida a seleção da Nova Zelândia, fizeram a melhor campanha da primeira fase e são favoritos à conquista do terceiro título. Os franceses, que tem três vices no currículo, podem endurecer. Duas seleções tradicionais, no entanto um degrau abaixo das favoritas. A melhor campanha dos argentinos foi um terceiro lugar em 2007. Os irlandeses nunca chegaram às semifinais, mas estão invictos no Mundial, com direito à vitória sobre a França na fase de grupos que tirou a equipe do caminho dos All Blacks. Os escoceses terão uma missão dura para tentar chegar à primeira semifinal de Mundial desde 1991. A bicampeã Austrália é apontada como a grande seleção da Copa do Mundo até o momento. No "grupo da morte", venceu Inglaterra e País de Gales e é a favorita para despachar mais um britânico.
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Mestres renascentistas estreiam espaço no centro de São Paulo
MARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Davi, nu e imponente, é tudo o que se vê assim que a porta do Espaço Cultural Porto Seguro é atravessada. A réplica em tamanho real da escultura de Michelangelo (tem cinco metros de altura e 800 quilos) integra a mostra "Grandes Mestres - Leonardo, Michelangelo e Rafael", escolhida para inaugurar o lugar no próximo sábado (30). Instalado no quarteirão do Teatro Porto Seguro, na alameda Barão de Piracicaba, no centro, o local tem cerca de 960 m² e três andares de área expositiva —a mostra traz 12 salas temáticas. De acordo com Ângela Barbour, diretora-executiva e artista visual, a proposta curatorial prevê um olhar contemporâneo sobre a arte. "'Grandes Mestres', por exemplo, é interativa e possibilita às pessoas conhecerem mais a fundo o que os artistas pensaram para fazer as obras", ela comenta, durante visita da sãopaulo. Para além dos itens apresentados na exposição —será possível, por exemplo, fazer um selfie no lugar do Homem Vitruviano de Da Vinci—, a imersão nos trabalhos de Michelangelo, Leonardo e Rafael também poderá ocorrer por meio de cursos e oficinas. A entrada é grátis e as visitas podem ser agendadas para evitar filas. Espaço Cultural Porto Seguro. Al. Br. de Piracicaba, 610, Campos Elíseos, tel. 3226-7361. Ter. a sáb.: 10h às 19h. Dom.: 10h às 17h. Abertura: 30/1. Até 3/4. Retirar ingr. 30 min. antes. Serviço de van grátis, na estação Luz, saída pq. da Luz. GRÁTIS
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Mestres renascentistas estreiam espaço no centro de São PauloMARIANA MARINHO DE SÃO PAULO Davi, nu e imponente, é tudo o que se vê assim que a porta do Espaço Cultural Porto Seguro é atravessada. A réplica em tamanho real da escultura de Michelangelo (tem cinco metros de altura e 800 quilos) integra a mostra "Grandes Mestres - Leonardo, Michelangelo e Rafael", escolhida para inaugurar o lugar no próximo sábado (30). Instalado no quarteirão do Teatro Porto Seguro, na alameda Barão de Piracicaba, no centro, o local tem cerca de 960 m² e três andares de área expositiva —a mostra traz 12 salas temáticas. De acordo com Ângela Barbour, diretora-executiva e artista visual, a proposta curatorial prevê um olhar contemporâneo sobre a arte. "'Grandes Mestres', por exemplo, é interativa e possibilita às pessoas conhecerem mais a fundo o que os artistas pensaram para fazer as obras", ela comenta, durante visita da sãopaulo. Para além dos itens apresentados na exposição —será possível, por exemplo, fazer um selfie no lugar do Homem Vitruviano de Da Vinci—, a imersão nos trabalhos de Michelangelo, Leonardo e Rafael também poderá ocorrer por meio de cursos e oficinas. A entrada é grátis e as visitas podem ser agendadas para evitar filas. Espaço Cultural Porto Seguro. Al. Br. de Piracicaba, 610, Campos Elíseos, tel. 3226-7361. Ter. a sáb.: 10h às 19h. Dom.: 10h às 17h. Abertura: 30/1. Até 3/4. Retirar ingr. 30 min. antes. Serviço de van grátis, na estação Luz, saída pq. da Luz. GRÁTIS
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O fracasso do isolamento de Israel
Por mais de dez anos, ativistas palestinos e seus aliados rotulam Israel como um regime similar ao abominável apartheid sul-africano e, desde então, tentam isolar o "inimigo" no cenário global. A estratégia se mostra um rotundo fracasso. Talvez por isso, seja momento de reavaliar o movimento BDS (Boicotes, Desinvestimento e Sanções). Considero-me em posição privilegiada para contribuir com uma visão do conflito. Sou cidadão israelense, diplomata de carreira e integrante da comunidade árabe-drusa. Transito pelas diversas comunidades da região e posso garantir que há mais pontos em comum do que divergências em nossas aspirações. Ser pró-palestino não implica ser anti-israelense. Embora haja expressivo apoio internacional à independência palestina, Israel também se sustenta numa robusta inserção global, com 104 missões diplomáticas. E cresce também, entre as nações amigas de Israel, a percepção dos perigos à existência do país, criado em 1948 pela ONU e pressionado por uma vizinhança turbulenta e hostil. O regime fundamentalista e opressivo do Hamas, na faixa de Gaza, é um exemplo. O BDS erra ao atribuir o terrível adjetivo de apartheid a um país onde 20% dos seus cidadãos são árabes, que contam com partidos políticos, com deputados no Parlamento e com representante na suprema corte. Israel naturalmente apresenta suas imperfeições e, no contexto da democracia, luta-se para aperfeiçoar nossa sociedade. Não deixo de apontar os problemas e posso, por exemplo, dizer que aldeias árabes recebem dotações orçamentárias governamentais inferiores à média nacional. Ao mesmo tempo, celebro a liberdade de reivindicar, pois os árabes israelenses desfrutam da mais avançada democracia no Oriente Médio e com o mais alto padrão de vida da região, exceto os Emirados Árabes Unidos. O BDS se sustenta também na ideia de derrubar o muro de segurança que separa Israel da Cisjordânia. A construção surgiu após violenta onda de terror, a intifada dos "homens-bomba", entre 2000 e 2004. Qual país não se protegeria após a morte de centenas de seus cidadãos? Antes da ofensiva terrorista, 120 mil palestinos trabalhavam em solo israelense. A luta contra Israel baseada no terror trouxe enormes perdas aos palestinos. É chegada a hora de surgir uma liderança palestina com coragem para romper dogmas, negociar e reconciliar. Mas seus dirigentes apostam no terrorismo: sequestro de aviões nos anos 1970, infiltração em escolas e hotéis na década de 1980, atentados suicidas no período posterior e, finalmente, o lançamento de foguetes. Apesar das dificuldades, Israel construiu uma economia avançada e altamente tecnológica. Cientistas e pesquisadores se empenham para salvar vidas e melhorar nossa existência, com avanços que beneficiam toda a humanidade. Algumas dessas inovações são produzidas por árabe-israelenses. Humildemente, deixaria um conselho aos ativistas do BDS: mudem o rumo. Parem de perseguir Israel, pois este Estado não é o seu verdadeiro inimigo. Construam em Gaza e em Ramallah uma sociedade civil calcada na democracia, no respeito à diversidade e na cultura da paz. Tenho certeza que seus filhos e as futuras gerações agradecerão. REDA MANSOUR é embaixador de Israel no Brasil * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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O fracasso do isolamento de IsraelPor mais de dez anos, ativistas palestinos e seus aliados rotulam Israel como um regime similar ao abominável apartheid sul-africano e, desde então, tentam isolar o "inimigo" no cenário global. A estratégia se mostra um rotundo fracasso. Talvez por isso, seja momento de reavaliar o movimento BDS (Boicotes, Desinvestimento e Sanções). Considero-me em posição privilegiada para contribuir com uma visão do conflito. Sou cidadão israelense, diplomata de carreira e integrante da comunidade árabe-drusa. Transito pelas diversas comunidades da região e posso garantir que há mais pontos em comum do que divergências em nossas aspirações. Ser pró-palestino não implica ser anti-israelense. Embora haja expressivo apoio internacional à independência palestina, Israel também se sustenta numa robusta inserção global, com 104 missões diplomáticas. E cresce também, entre as nações amigas de Israel, a percepção dos perigos à existência do país, criado em 1948 pela ONU e pressionado por uma vizinhança turbulenta e hostil. O regime fundamentalista e opressivo do Hamas, na faixa de Gaza, é um exemplo. O BDS erra ao atribuir o terrível adjetivo de apartheid a um país onde 20% dos seus cidadãos são árabes, que contam com partidos políticos, com deputados no Parlamento e com representante na suprema corte. Israel naturalmente apresenta suas imperfeições e, no contexto da democracia, luta-se para aperfeiçoar nossa sociedade. Não deixo de apontar os problemas e posso, por exemplo, dizer que aldeias árabes recebem dotações orçamentárias governamentais inferiores à média nacional. Ao mesmo tempo, celebro a liberdade de reivindicar, pois os árabes israelenses desfrutam da mais avançada democracia no Oriente Médio e com o mais alto padrão de vida da região, exceto os Emirados Árabes Unidos. O BDS se sustenta também na ideia de derrubar o muro de segurança que separa Israel da Cisjordânia. A construção surgiu após violenta onda de terror, a intifada dos "homens-bomba", entre 2000 e 2004. Qual país não se protegeria após a morte de centenas de seus cidadãos? Antes da ofensiva terrorista, 120 mil palestinos trabalhavam em solo israelense. A luta contra Israel baseada no terror trouxe enormes perdas aos palestinos. É chegada a hora de surgir uma liderança palestina com coragem para romper dogmas, negociar e reconciliar. Mas seus dirigentes apostam no terrorismo: sequestro de aviões nos anos 1970, infiltração em escolas e hotéis na década de 1980, atentados suicidas no período posterior e, finalmente, o lançamento de foguetes. Apesar das dificuldades, Israel construiu uma economia avançada e altamente tecnológica. Cientistas e pesquisadores se empenham para salvar vidas e melhorar nossa existência, com avanços que beneficiam toda a humanidade. Algumas dessas inovações são produzidas por árabe-israelenses. Humildemente, deixaria um conselho aos ativistas do BDS: mudem o rumo. Parem de perseguir Israel, pois este Estado não é o seu verdadeiro inimigo. Construam em Gaza e em Ramallah uma sociedade civil calcada na democracia, no respeito à diversidade e na cultura da paz. Tenho certeza que seus filhos e as futuras gerações agradecerão. REDA MANSOUR é embaixador de Israel no Brasil * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Youtuber pago por governo Temer fez posts contra negros e gays na internet
Um dos youtubers que receberam dinheiro do Ministério da Educação, ligado ao governo Michel Temer, para fazer propaganda disfarçada da reforma do ensino médio fez comentários preconceituosos na internet. Em mensagens no Twitter, ele ataca negros, homossexuais, mulheres e nordestinos. As mensagens são de Lukas Marques, um dos responsáveis pelo canal Você Sabia. Como a Folha revelou nesta sexta-feira (17), o canal recebeu R$ 65 mil do Ministério da Educação para publicar um vídeo em que são feitos elogios à reforma, sancionada nesta quinta-feira (16) por Temer. O site "Sensacionalista" resgatou mensagens preconceituosas publicadas entre 2011 e 2014. "Nada contra gays, mas não me diga que isso é normal", diz uma das mensagens. "Não sou racista... Só acho que os pretos poderiam se fuder mais...". Ele ainda escreveu "malditos pretos macumbeiros.... Hauhaha". As mensagens já haviam sido apagadas na tarde desta sexta. Outros posts atacavam mulheres e nordestinos, além da ex-presidente Dilma Rousseff. "Quem gosta de pica eh viado... mulher gosta eh de dinheiro", diz outra. "Nordeste todo elegeu a Dilma pq pensa com a barriga e não com cabeça Pelo twitter, Lukas Marques pediu desculpas nesta sexta. "Sobre meus tweets antigos, peço desculpas. Não é como eu penso e me arrependo de ter postado. Nunca tive a intenção de ofender ninguém". O canal Você Sabia tem mais de 7 milhões de seguidores. Só o vídeo sobre a reforma do ensino médio teve mais de 1,7 milhão de visualizações até esta sexta-feira. A Folha procurou a empresa que gerencia a carreira dos autores do canal e foi informada que Marques não comentaria mais o assunto. Além do canal Você Sabia, o governo federal pagou a outros youtubers. Foram gastos R$ 295 mil nesse tipo de ação. O MEC defendeu a estratégia de financiar influenciadores digitais. "As mídias digitais são uma realidade e a campanha institucional do MEC nestes canais é adequada, legal, barata e eficiente para atingir o público-alvo do ensino médio", afirmou em nota.
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Youtuber pago por governo Temer fez posts contra negros e gays na internetUm dos youtubers que receberam dinheiro do Ministério da Educação, ligado ao governo Michel Temer, para fazer propaganda disfarçada da reforma do ensino médio fez comentários preconceituosos na internet. Em mensagens no Twitter, ele ataca negros, homossexuais, mulheres e nordestinos. As mensagens são de Lukas Marques, um dos responsáveis pelo canal Você Sabia. Como a Folha revelou nesta sexta-feira (17), o canal recebeu R$ 65 mil do Ministério da Educação para publicar um vídeo em que são feitos elogios à reforma, sancionada nesta quinta-feira (16) por Temer. O site "Sensacionalista" resgatou mensagens preconceituosas publicadas entre 2011 e 2014. "Nada contra gays, mas não me diga que isso é normal", diz uma das mensagens. "Não sou racista... Só acho que os pretos poderiam se fuder mais...". Ele ainda escreveu "malditos pretos macumbeiros.... Hauhaha". As mensagens já haviam sido apagadas na tarde desta sexta. Outros posts atacavam mulheres e nordestinos, além da ex-presidente Dilma Rousseff. "Quem gosta de pica eh viado... mulher gosta eh de dinheiro", diz outra. "Nordeste todo elegeu a Dilma pq pensa com a barriga e não com cabeça Pelo twitter, Lukas Marques pediu desculpas nesta sexta. "Sobre meus tweets antigos, peço desculpas. Não é como eu penso e me arrependo de ter postado. Nunca tive a intenção de ofender ninguém". O canal Você Sabia tem mais de 7 milhões de seguidores. Só o vídeo sobre a reforma do ensino médio teve mais de 1,7 milhão de visualizações até esta sexta-feira. A Folha procurou a empresa que gerencia a carreira dos autores do canal e foi informada que Marques não comentaria mais o assunto. Além do canal Você Sabia, o governo federal pagou a outros youtubers. Foram gastos R$ 295 mil nesse tipo de ação. O MEC defendeu a estratégia de financiar influenciadores digitais. "As mídias digitais são uma realidade e a campanha institucional do MEC nestes canais é adequada, legal, barata e eficiente para atingir o público-alvo do ensino médio", afirmou em nota.
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Cruzeiro mescla comodidade e expedição na Amazônia, eleito melhor destino de ecoturismo
GABRIEL CABRAL DE SÃO PAULO Às 18h começa o espetáculo. O maior clichê de um cruzeiro se dá logo que bagagens são descarregadas. O sol se põe enorme e rosa atrás da ponte Rio Negro, que atravessa o rio homônimo em Manaus, no Amazonas. No deque do navio, o volume alto das caixas de som ecoam "Conquest of Paradise" (a conquista do paraíso), do grego Vangelis. Está dada a largada a bordo do Grand Amazon, "hotel flutuante" que promete "muita aventura" e o conforto e a elegância de cinco estrelas —para quem estiver disposto a pagar de R$ 1.800 a R$ 3.000 por três noites (há pacotes mais extensos). Água para todos os lados. O rio Solimões com seus igarapés, casas flutuantes e natureza abundante fazem lembrar que, apesar de todo luxo e do negroni nas mãos, você está em meio à Amazônia. São 74 cabines no navio, que abrigam até 150 pessoas. O bar serve de drinques clássicos (Manhattan) a versões exóticas utilizando as frutas regionais. No bufê, todas as refeições são inclusas, com cascatas de camarão do jantar de gala oferecido pelo capitão. Os guias são um espetáculo à parte. Quase todos executam várias tarefas. Piro, o Indião, toca flautas indígenas. Tem também guia-DJ e o Wenceslau, chefe da expedição e espécie de "Google Translator" da vida real. Ele fala português, inglês e espanhol ao mesmo tempo, traduzindo até piadas sobre como os jacarés podem comer seus dedos (não, não há histórico de turistas virando "snack" dos bichos). Além de uma parada para pesca, o roteiro tem passeio na floresta, focagens de jacarés (avistá-los à noite) e outros animais de hábitos noturnos. O cruzeiro se encerra com outro belo clichê: a alvorada encontrando as águas dos rios Negro e Solimões. O repórter-fotográfico Gabriel Cabral viajou a convite do Iberostar Grand Amazon. * QUEM LEVA AGAXTUR Três noites no Amazon Ecopark Jungle Lodge em apartamento duplo e pensão completa. Inclui traslados e passeio na selva. Sem aéreo.A partir de R$ 2.015. agaxtur.com.br; tel. 3067-0900. CVC Sete noites em apartamento duplo no Grand Amazon, saindo de Manaus e passando por arquipélago de Anavilhanas, Novo Airão, rio Ariaú e praia Grande. "All inclusive". Sem aéreo. A partir de R$ 5.355. cvc.com.br; tel. 3003-9282. IBEROSTAR A partir de três noites em cabine dupla a bordo do Iberostar Grand Amazon, com saída do porto de Manaus. Inclui passeios e refeições. Sem aéreo. Diárias a partir de R$ 855. thegrandcollection.com; tel. (92) 2126-9927.
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Cruzeiro mescla comodidade e expedição na Amazônia, eleito melhor destino de ecoturismoGABRIEL CABRAL DE SÃO PAULO Às 18h começa o espetáculo. O maior clichê de um cruzeiro se dá logo que bagagens são descarregadas. O sol se põe enorme e rosa atrás da ponte Rio Negro, que atravessa o rio homônimo em Manaus, no Amazonas. No deque do navio, o volume alto das caixas de som ecoam "Conquest of Paradise" (a conquista do paraíso), do grego Vangelis. Está dada a largada a bordo do Grand Amazon, "hotel flutuante" que promete "muita aventura" e o conforto e a elegância de cinco estrelas —para quem estiver disposto a pagar de R$ 1.800 a R$ 3.000 por três noites (há pacotes mais extensos). Água para todos os lados. O rio Solimões com seus igarapés, casas flutuantes e natureza abundante fazem lembrar que, apesar de todo luxo e do negroni nas mãos, você está em meio à Amazônia. São 74 cabines no navio, que abrigam até 150 pessoas. O bar serve de drinques clássicos (Manhattan) a versões exóticas utilizando as frutas regionais. No bufê, todas as refeições são inclusas, com cascatas de camarão do jantar de gala oferecido pelo capitão. Os guias são um espetáculo à parte. Quase todos executam várias tarefas. Piro, o Indião, toca flautas indígenas. Tem também guia-DJ e o Wenceslau, chefe da expedição e espécie de "Google Translator" da vida real. Ele fala português, inglês e espanhol ao mesmo tempo, traduzindo até piadas sobre como os jacarés podem comer seus dedos (não, não há histórico de turistas virando "snack" dos bichos). Além de uma parada para pesca, o roteiro tem passeio na floresta, focagens de jacarés (avistá-los à noite) e outros animais de hábitos noturnos. O cruzeiro se encerra com outro belo clichê: a alvorada encontrando as águas dos rios Negro e Solimões. O repórter-fotográfico Gabriel Cabral viajou a convite do Iberostar Grand Amazon. * QUEM LEVA AGAXTUR Três noites no Amazon Ecopark Jungle Lodge em apartamento duplo e pensão completa. Inclui traslados e passeio na selva. Sem aéreo.A partir de R$ 2.015. agaxtur.com.br; tel. 3067-0900. CVC Sete noites em apartamento duplo no Grand Amazon, saindo de Manaus e passando por arquipélago de Anavilhanas, Novo Airão, rio Ariaú e praia Grande. "All inclusive". Sem aéreo. A partir de R$ 5.355. cvc.com.br; tel. 3003-9282. IBEROSTAR A partir de três noites em cabine dupla a bordo do Iberostar Grand Amazon, com saída do porto de Manaus. Inclui passeios e refeições. Sem aéreo. Diárias a partir de R$ 855. thegrandcollection.com; tel. (92) 2126-9927.
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Rússia negocia estender trégua parcial na Síria a Aleppo
A Rússia afirmou neste domingo (1º) que há negociações para incluir Aleppo no regime temporário de trégua decretado pelo Exército sírio em algumas partes do oeste do país. O anúncio é um sinal dos esforços internacionais para conter a violência na cidade que já foi a capital comercial da Síria. Os EUA disseram que interromper os confrontos sangrentos em Aleppo, centro de uma escalada de violência que minou um acordo mais amplo de trégua e as conversas de paz em Genebra, é prioritário nos esforços internacionais para encerrar a guerra civil que se arrasta no país desde 2011. Quase dez dias de bombardeios das forças do governo e dos insurgentes mataram mais de 250 pessoas em Aleppo, segundo grupos de monitoramento do conflito. O anúncio das negociações foi feito pela agência de notícias Interfax, que cita fontes do governo. Ela não diz, contudo, quem estaria responsável pela negociação. A trégua parcial está sob efeito em Damasco por mais 24 horas e na Província Latakia até segunda-feira. Diversos grupos rebeldes, contudo, rejeitaram o "regime de calma" nas duas regiões, alegando que qualquer medida do tipo deve incluir áreas onde há confrontos entre governo e oposição. Neste domingo, o Papa Francisco pediu a todas as partes envolvidas no conflito na Síria que respeitem o cessar-fogo e expressou sua dor profunda ante os combatem que prosseguem, principalmente em Aleppo.
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Rússia negocia estender trégua parcial na Síria a AleppoA Rússia afirmou neste domingo (1º) que há negociações para incluir Aleppo no regime temporário de trégua decretado pelo Exército sírio em algumas partes do oeste do país. O anúncio é um sinal dos esforços internacionais para conter a violência na cidade que já foi a capital comercial da Síria. Os EUA disseram que interromper os confrontos sangrentos em Aleppo, centro de uma escalada de violência que minou um acordo mais amplo de trégua e as conversas de paz em Genebra, é prioritário nos esforços internacionais para encerrar a guerra civil que se arrasta no país desde 2011. Quase dez dias de bombardeios das forças do governo e dos insurgentes mataram mais de 250 pessoas em Aleppo, segundo grupos de monitoramento do conflito. O anúncio das negociações foi feito pela agência de notícias Interfax, que cita fontes do governo. Ela não diz, contudo, quem estaria responsável pela negociação. A trégua parcial está sob efeito em Damasco por mais 24 horas e na Província Latakia até segunda-feira. Diversos grupos rebeldes, contudo, rejeitaram o "regime de calma" nas duas regiões, alegando que qualquer medida do tipo deve incluir áreas onde há confrontos entre governo e oposição. Neste domingo, o Papa Francisco pediu a todas as partes envolvidas no conflito na Síria que respeitem o cessar-fogo e expressou sua dor profunda ante os combatem que prosseguem, principalmente em Aleppo.
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Brasil perde 2,1 milhões de alunos em tempo integral no ensino fundamental
O número de matrículas em tempo integral no ensino fundamental registrou queda de 46% no ano passado em comparação com 2015, de acordo com o último censo escolar divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Inep, órgão do Ministério da Educação. Segundo os dados, o Brasil possui 27,5 milhões de matrículas nessa etapa do ensino, em escolas públicas e privadas. Desse total, 9,1% (cerca de 2,5 milhões) dos estudantes estão matriculados em tempo integral. Em 2015, o ministério havia registrado 27,8 milhões de matrículas, sendo cerca de 4,6 milhões em tempo integral. Com isso, o ensino fundamental em tempo integral teve um recuo de 2,1 milhões de matrículas. Já o ensino médio, um dos focos de atenção do governo Michel Temer, teve uma leva expansão do percentual de alunos em tempo integral: passou de 5,9%, em 2015, para 6,4%, em 2016. Cerca de 8,1 milhões de matrículas foram registradas nessa etapa de ensino. Escola em tempo integral - Matrícula caiu 46% no ensino fundamental em comparação com 2015. Números em milhões O MEC diz ainda que o interesse pelo ensino médio integral aumentou em 2016, se comparado com 2015, em torno de 8,6%. Já as matrículas no ensino médio regular subiram 0,7% de 2015 para 2016. Apesar do aumento do investimento nos últimos anos, as tendências dos anos anteriores permanecem inalteradas e ainda distantes das metas do PNE (Plano Nacional de Educação). Uma dessas metas é a educação em tempo integral cujo objetivo do governo federal é atingir ao menos 50% dos alunos de toda a educação básica. O censo coleta ainda informações sobre infraestrutura das escolas, como acesso à biblioteca e internet. Os dados mostram que quadras esportivas e vias adequadas para alunos com deficiência, por exemplo, ainda são necessárias em boa parte das unidades. REFORMA ENSINO MÉDIO Nesta quinta (16), o presidente Michel Temer sancionou a lei que altera o ensino médio e consolida, entre outros pontos, a flexibilização da grade curricular. As redes, entretanto, não terão obrigação de oferecer um leque de opções para os alunos. Com a reforma, o ensino médio passa a ser organizado com uma área comum, referente a 60% da carga horária, e uma segunda parte a ser escolhida pelo aluno a partir de cinco áreas: ciência humanas, ciências da natureza, matemática, linguagens e educação profissional. REFORMA DO ENSINO MÉDIO - Texto sancionado altera Lei de Diretrizes e Bases da Educação A reforma tem prazo de implementação de dois anos após a aprovação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que vai descrever o que os alunos devem aprender. A base orientará os conteúdos da parte comum (referente a 60%) da grade curricular. Como o bloco do ensino médio da BNCC só fica pronto no ano que vem, a flexibilização deve entrar em vigor somente após 2020. Mudanças valem para as escolas públicas e privadas. O que já passa a valer é o prazo de cinco anos para ampliar a carga horária mínima -de 4 horas para 5 horas diárias. As redes devem progressivamente chegar a 7 horas (ensino integral). O Plano Nacional de Educação prevê 25% das matrículas nesse modelo até 2024 -hoje são 6%. O MEC anunciou que vai investir R$ 1,5 bilhão em quatro anos para ampliar o número de escolas de tempo integral.
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Brasil perde 2,1 milhões de alunos em tempo integral no ensino fundamentalO número de matrículas em tempo integral no ensino fundamental registrou queda de 46% no ano passado em comparação com 2015, de acordo com o último censo escolar divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Inep, órgão do Ministério da Educação. Segundo os dados, o Brasil possui 27,5 milhões de matrículas nessa etapa do ensino, em escolas públicas e privadas. Desse total, 9,1% (cerca de 2,5 milhões) dos estudantes estão matriculados em tempo integral. Em 2015, o ministério havia registrado 27,8 milhões de matrículas, sendo cerca de 4,6 milhões em tempo integral. Com isso, o ensino fundamental em tempo integral teve um recuo de 2,1 milhões de matrículas. Já o ensino médio, um dos focos de atenção do governo Michel Temer, teve uma leva expansão do percentual de alunos em tempo integral: passou de 5,9%, em 2015, para 6,4%, em 2016. Cerca de 8,1 milhões de matrículas foram registradas nessa etapa de ensino. Escola em tempo integral - Matrícula caiu 46% no ensino fundamental em comparação com 2015. Números em milhões O MEC diz ainda que o interesse pelo ensino médio integral aumentou em 2016, se comparado com 2015, em torno de 8,6%. Já as matrículas no ensino médio regular subiram 0,7% de 2015 para 2016. Apesar do aumento do investimento nos últimos anos, as tendências dos anos anteriores permanecem inalteradas e ainda distantes das metas do PNE (Plano Nacional de Educação). Uma dessas metas é a educação em tempo integral cujo objetivo do governo federal é atingir ao menos 50% dos alunos de toda a educação básica. O censo coleta ainda informações sobre infraestrutura das escolas, como acesso à biblioteca e internet. Os dados mostram que quadras esportivas e vias adequadas para alunos com deficiência, por exemplo, ainda são necessárias em boa parte das unidades. REFORMA ENSINO MÉDIO Nesta quinta (16), o presidente Michel Temer sancionou a lei que altera o ensino médio e consolida, entre outros pontos, a flexibilização da grade curricular. As redes, entretanto, não terão obrigação de oferecer um leque de opções para os alunos. Com a reforma, o ensino médio passa a ser organizado com uma área comum, referente a 60% da carga horária, e uma segunda parte a ser escolhida pelo aluno a partir de cinco áreas: ciência humanas, ciências da natureza, matemática, linguagens e educação profissional. REFORMA DO ENSINO MÉDIO - Texto sancionado altera Lei de Diretrizes e Bases da Educação A reforma tem prazo de implementação de dois anos após a aprovação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que vai descrever o que os alunos devem aprender. A base orientará os conteúdos da parte comum (referente a 60%) da grade curricular. Como o bloco do ensino médio da BNCC só fica pronto no ano que vem, a flexibilização deve entrar em vigor somente após 2020. Mudanças valem para as escolas públicas e privadas. O que já passa a valer é o prazo de cinco anos para ampliar a carga horária mínima -de 4 horas para 5 horas diárias. As redes devem progressivamente chegar a 7 horas (ensino integral). O Plano Nacional de Educação prevê 25% das matrículas nesse modelo até 2024 -hoje são 6%. O MEC anunciou que vai investir R$ 1,5 bilhão em quatro anos para ampliar o número de escolas de tempo integral.
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Banco Central prevê retração de 1,1% na economia e inflação de 9% em 2015
O Banco Central espera uma retração de 1,1% da economia brasileira em 2015. Há três meses, a instituição projetava queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,5%. A estimativa de retração divulgada no Orçamento do ano é de 1,2%. A projeção do mercado pela pesquisa Focus é de queda de 1,45%. A instituição também elevou a projeção de inflação medida pelo IPCA (índice de preços ao consumidor) para o ano de 7,9% para 9,0%, maior valor desde 2003 (9,3%), acima do teto da meta, de 6,5%. Para 2016, a previsão passou de 4,9% para 4,8%. Em junho de 2017, segundo o BC, a inflação ao centro da meta de 4,5%. O objetivo da instituição é alcançar esse valor em dezembro do próximo ano. As estimativas consideram a taxa básica de juros atual, de 13,75% ao ano, e um dólar cotado a R$ 3,10. Os dados fazem parte do Relatório Trimestral de Inflação do BC, divulgado nesta quarta-feira (24). A instituição tem sinalizado que continuará a subir a taxa básica de juros até que sua projeção para o IPCA de 2016 esteja em 4,5%, que é o centro da meta de inflação. A meta tem um intervalo de tolerância que vai até 6,5%. Quando esse valor é superado, o BC precisa divulgar uma carta aberta ao Ministério da Fazenda para explicar o motivo de não ter cumprido o objetivo fixado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), formado por BC, Fazenda e Ministério do Planejamento. A chance de estouro da meta em 2015, segundo o BC, é de cerca de 99%. O BC também projetou a inflação utilizando as expectativas do mercado para juros e câmbio. As previsões dos analistas são de um dólar mais caro ao longo do período e de uma taxa básica que chegaria a 14% ao ano no fim de 2015, para depois cair para 12% em 2016. Nesse caso, a inflação ficaria em 9,1% no fim de 2015, 5,1% em dezembro de 2016 e 4,8% em junho de 2017, segundo cálculo do BC. Infográfico Projeções para 2015 - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress DESEMPREGO Apesar dos dados recentes que mostram aumento do desemprego e queda na renda, o BC afirma que ainda prevalece risco "significativo" de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade, com repercussões negativas sobre a inflação. "Moderação salarial constitui elemento-chave para a obtenção de um ambiente macroeconômico com estabilidade de preços", diz o BC no relatório. "A dinâmica salarial ainda permanece originando pressões inflacionárias de custos." Segundo o BC, depois de um período necessário de ajustes, o ritmo de atividade tende a se intensificar, na medida em que a confiança de firmas e famílias se fortalecer. Esses ajustes, entre eles a alta dos juros, são necessários para que "as taxas de crescimento do PIB potencial e efetivo retomem patamares mais elevados". O BC diz ainda que aumentou a possibilidade de queda da inflação, hoje em 8,47%, para 4,5% no final de 2016. "Contudo, os avanços alcançados no combate à inflação (...) ainda não se mostram suficientes. Nesse contexto, o Copom reafirma que a política monetária deve manter-se vigilante", diz a instituição indicando que haverá novos aumentos de juros.
mercado
Banco Central prevê retração de 1,1% na economia e inflação de 9% em 2015O Banco Central espera uma retração de 1,1% da economia brasileira em 2015. Há três meses, a instituição projetava queda do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,5%. A estimativa de retração divulgada no Orçamento do ano é de 1,2%. A projeção do mercado pela pesquisa Focus é de queda de 1,45%. A instituição também elevou a projeção de inflação medida pelo IPCA (índice de preços ao consumidor) para o ano de 7,9% para 9,0%, maior valor desde 2003 (9,3%), acima do teto da meta, de 6,5%. Para 2016, a previsão passou de 4,9% para 4,8%. Em junho de 2017, segundo o BC, a inflação ao centro da meta de 4,5%. O objetivo da instituição é alcançar esse valor em dezembro do próximo ano. As estimativas consideram a taxa básica de juros atual, de 13,75% ao ano, e um dólar cotado a R$ 3,10. Os dados fazem parte do Relatório Trimestral de Inflação do BC, divulgado nesta quarta-feira (24). A instituição tem sinalizado que continuará a subir a taxa básica de juros até que sua projeção para o IPCA de 2016 esteja em 4,5%, que é o centro da meta de inflação. A meta tem um intervalo de tolerância que vai até 6,5%. Quando esse valor é superado, o BC precisa divulgar uma carta aberta ao Ministério da Fazenda para explicar o motivo de não ter cumprido o objetivo fixado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), formado por BC, Fazenda e Ministério do Planejamento. A chance de estouro da meta em 2015, segundo o BC, é de cerca de 99%. O BC também projetou a inflação utilizando as expectativas do mercado para juros e câmbio. As previsões dos analistas são de um dólar mais caro ao longo do período e de uma taxa básica que chegaria a 14% ao ano no fim de 2015, para depois cair para 12% em 2016. Nesse caso, a inflação ficaria em 9,1% no fim de 2015, 5,1% em dezembro de 2016 e 4,8% em junho de 2017, segundo cálculo do BC. Infográfico Projeções para 2015 - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress DESEMPREGO Apesar dos dados recentes que mostram aumento do desemprego e queda na renda, o BC afirma que ainda prevalece risco "significativo" de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade, com repercussões negativas sobre a inflação. "Moderação salarial constitui elemento-chave para a obtenção de um ambiente macroeconômico com estabilidade de preços", diz o BC no relatório. "A dinâmica salarial ainda permanece originando pressões inflacionárias de custos." Segundo o BC, depois de um período necessário de ajustes, o ritmo de atividade tende a se intensificar, na medida em que a confiança de firmas e famílias se fortalecer. Esses ajustes, entre eles a alta dos juros, são necessários para que "as taxas de crescimento do PIB potencial e efetivo retomem patamares mais elevados". O BC diz ainda que aumentou a possibilidade de queda da inflação, hoje em 8,47%, para 4,5% no final de 2016. "Contudo, os avanços alcançados no combate à inflação (...) ainda não se mostram suficientes. Nesse contexto, o Copom reafirma que a política monetária deve manter-se vigilante", diz a instituição indicando que haverá novos aumentos de juros.
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Astrologia
Sol em Libra reforça aspirações de justiça, paz e equilíbrio. LUA CHEIA EM ÁRIES: 27/10 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Hoje o Sol entra no signo oposto e complementar ao seu: Libra. Por algumas semanas, você se sentirá mais dependente dos outros, que terão mais poder de comando em sua vida. Aprenda a negociar e a ser mais diplomático. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Com o Sol em Libra, o trabalho e a convivência com os colegas pode ser um problema ou uma solução. Para tornar sua vida cotidiana mais respirável, pequenas atenções e delicadezas serão imprescindíveis. Abra espaço para a arte em sua rotina. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Geminianos começam a viver momento astral superpositivo com o Sol em Libra! Para brilharem mais, com desenvoltura, agilidade e rapidez mental. Concursos, provas e competições são ocasiões para você se destacar. Romance no ar! CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Tempo de equilibrar a vida familiar, trazendo mais arte, sofisticação e bem-estar para todos, quem sabe mudando de casa, bairro, cidade? O Sol em Libra lembrará a você de onde veio e para onde quer ir. Um mundo de paz e beleza: projeto essencial. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Leoninos contam com a elegância de Libra a seu favor a partir de agora. Comunicação, movimento, diálogo e urbanidade -são os temas em pauta quando o Sol transita este signo sociável e desenvolto. Informe-se, comunique-se. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) De hoje a 23/10, você estará mais consciente do valor de seus dotes, talentos e dons. O contato com as pessoas será trunfo certeiro para acertar suas finanças. São bônus do Sol em Libra. Escolhas equilibradas: você está pronto para elas. LIBRA (23 set. a 22 out.) O Sol passa a transitar seu signo hoje, trazendo saúde, vitalidade, destaque e garra. Assim você está pronto para batalhar o que deseja para seu mundo e sua realidade pessoal. Amplie seu raio de ação. Urbanidade e sofisticação. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Começa hoje um período de investigações intimas, de renovação emocional, com o Sol transitando Libra, signo anterior ao seu. Tudo se passa num plano sutil, os sonhos trazem lições. Exercite a modéstia e a receptividade amorosa. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Ser equilibrado é um desafio, saber conviver com todo tipo de gente também. E agora chegou a época do ano, com a primavera, de exercitar essas capacidades -o Sol em Libra ilumina a importância de ter bons contatos e viver em sociedade. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Começa agora a fase da colheita, de tantos esforços feitos nos meses passados. Além de uma boa aparência, de comportamento adequado e de relações sociais equilibradas, você pode elaborar novas ambições. É o Sol em Libra! AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Os antigos diziam: os deuses falam pelos sonhos, e escutavam os áugures, que os contavam. Você agora pode ser o áugure de seu destino, e devolver para a comunidade suas inspirações, intuições e percepções; é o Sol em Libra. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Serão quatro semanas ótimas para você negociar muito bem com patrocinadores, clientes, fornecedores, sócios e clientes -o valor dessas pessoas será revelado a você. Que terá de fazer concessões justas.
ilustrada
AstrologiaSol em Libra reforça aspirações de justiça, paz e equilíbrio. LUA CHEIA EM ÁRIES: 27/10 ÁRIES (21 mar. a 20 abr.) Hoje o Sol entra no signo oposto e complementar ao seu: Libra. Por algumas semanas, você se sentirá mais dependente dos outros, que terão mais poder de comando em sua vida. Aprenda a negociar e a ser mais diplomático. TOURO (21 abr. a 20 mai.) Com o Sol em Libra, o trabalho e a convivência com os colegas pode ser um problema ou uma solução. Para tornar sua vida cotidiana mais respirável, pequenas atenções e delicadezas serão imprescindíveis. Abra espaço para a arte em sua rotina. GÊMEOS (21 mai. a 20 jun.) Geminianos começam a viver momento astral superpositivo com o Sol em Libra! Para brilharem mais, com desenvoltura, agilidade e rapidez mental. Concursos, provas e competições são ocasiões para você se destacar. Romance no ar! CÂNCER (21 jun. a 21 jul.) Tempo de equilibrar a vida familiar, trazendo mais arte, sofisticação e bem-estar para todos, quem sabe mudando de casa, bairro, cidade? O Sol em Libra lembrará a você de onde veio e para onde quer ir. Um mundo de paz e beleza: projeto essencial. LEÃO (22 jul. a 22 ago.) Leoninos contam com a elegância de Libra a seu favor a partir de agora. Comunicação, movimento, diálogo e urbanidade -são os temas em pauta quando o Sol transita este signo sociável e desenvolto. Informe-se, comunique-se. VIRGEM (23 ago. a 22 set.) De hoje a 23/10, você estará mais consciente do valor de seus dotes, talentos e dons. O contato com as pessoas será trunfo certeiro para acertar suas finanças. São bônus do Sol em Libra. Escolhas equilibradas: você está pronto para elas. LIBRA (23 set. a 22 out.) O Sol passa a transitar seu signo hoje, trazendo saúde, vitalidade, destaque e garra. Assim você está pronto para batalhar o que deseja para seu mundo e sua realidade pessoal. Amplie seu raio de ação. Urbanidade e sofisticação. ESCORPIÃO (23 out. a 21 nov.) Começa hoje um período de investigações intimas, de renovação emocional, com o Sol transitando Libra, signo anterior ao seu. Tudo se passa num plano sutil, os sonhos trazem lições. Exercite a modéstia e a receptividade amorosa. SAGITÁRIO (22 nov. a 21 dez.) Ser equilibrado é um desafio, saber conviver com todo tipo de gente também. E agora chegou a época do ano, com a primavera, de exercitar essas capacidades -o Sol em Libra ilumina a importância de ter bons contatos e viver em sociedade. CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.) Começa agora a fase da colheita, de tantos esforços feitos nos meses passados. Além de uma boa aparência, de comportamento adequado e de relações sociais equilibradas, você pode elaborar novas ambições. É o Sol em Libra! AQUÁRIO (21 jan. a 19 fev.) Os antigos diziam: os deuses falam pelos sonhos, e escutavam os áugures, que os contavam. Você agora pode ser o áugure de seu destino, e devolver para a comunidade suas inspirações, intuições e percepções; é o Sol em Libra. PEIXES (20 fev. a 20 mar.) Serão quatro semanas ótimas para você negociar muito bem com patrocinadores, clientes, fornecedores, sócios e clientes -o valor dessas pessoas será revelado a você. Que terá de fazer concessões justas.
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Vilã inerte de 'Annabelle 2' poderia ter lugar tomado por lata de lixo
ANNABELLE 2: A CRIAÇÃO DO MAL (bom) (Annabelle: Creation) DIREÇÃO David F. Sandberg ELENCO Stephanie Sigman, Miranda Otto, Anthony LaPaglia PRODUÇÃO EUA, 2017, 14 anos Veja salas e horários de exibição * O terror psicológico é construído com silêncios. Em "Annabelle 2", o único elemento a ficar quieto é a boneca imóvel que dá título ao filme. De resto, o silêncio só serve se for rasgado por um barulho alto e súbito, a cada três minutos. O brinquedo, figurante em "Invocação do Mal", ganhou franquia própria em 2014. A boneca vendeu que nem água: arrecadou quase R$ 1 bilhão no mundo. E cá estamos com mais um episódio do objeto de terror inanimado. "Annabelle 2" mostra a origem da boneca. A verdadeira, não a versão falsiê apresentada no primeiro filme, em que a alma de uma assassina dos anos 1960 era transplantada para o brinquedo –é que a cútis satânica da boneca esconde sua verdadeira idade. Estamos em 1940: um bonequeiro e sua mulher perdem a filhinha amada. Uma década depois, decidem que a casa é grande demais para o casal e dezenas de bonecas tétricas. Convidam uma horda de órfãs, toureada por uma freira. Claro, por que não? Uma das gurias, a coxa de poliomielite, é mais curiosa do que deveria e encontra um armário trancado. E adivinha quem está lá dentro? Plasticamente, o filme é um sucesso: direção de arte e fotografia são de um capricho sem paralelo no gênero, os planos são ousados e a trilha vai na lógica do filme: silêncio, silêncio, silêncio, BARULHO MUITO ALTO. Até o elenco sai quase todo vivo de uma crítica. As atrizes-mirins dão conta do recado de gritar e dois segundos depois estarem calmas, se convencendo de que o capeta era só o fervilhar das mentes. O pai (Anthony LaPaglia) é de uma canastrice antológica. Toda fala parece um sarau da Escola Wolf Maya de artes televisivas. É um filme com ritmo, que poderia ir além. Mas o roteiro é vitimado pela boneca. É preciso explicar a todo momento a sua presença. Estamos diante do vilão mais imprestável do terror comercial recente. Annabelle não faz nada. Na-da. Uma lata de lixo roubaria seu lugar, se tivesse um ar maligno. Para driblar as limitações, dá-lhe clichês do terror paranormal: poço ("O Chamado"), espantalho ("Colheita Maldita"), vômito em jorros ("O Exorcista"), portas batidas por mãos invisíveis (todo terror feito desde 2000). "Annabelle 2" finaliza com dignidade toda e qualquer possível história dessa vilãzinha de porcelana. Capaz que num futuro próximo Hollywood volte sua sanha para outras linhas de brinquedos assassinos, em filmes como "O Spinner Demoníaco" ou "Tamagochi Atrás da Porta". Assista ao trailer de 'Annabelle 2' Assista ao trailer de 'Annabelle 2'
ilustrada
Vilã inerte de 'Annabelle 2' poderia ter lugar tomado por lata de lixoANNABELLE 2: A CRIAÇÃO DO MAL (bom) (Annabelle: Creation) DIREÇÃO David F. Sandberg ELENCO Stephanie Sigman, Miranda Otto, Anthony LaPaglia PRODUÇÃO EUA, 2017, 14 anos Veja salas e horários de exibição * O terror psicológico é construído com silêncios. Em "Annabelle 2", o único elemento a ficar quieto é a boneca imóvel que dá título ao filme. De resto, o silêncio só serve se for rasgado por um barulho alto e súbito, a cada três minutos. O brinquedo, figurante em "Invocação do Mal", ganhou franquia própria em 2014. A boneca vendeu que nem água: arrecadou quase R$ 1 bilhão no mundo. E cá estamos com mais um episódio do objeto de terror inanimado. "Annabelle 2" mostra a origem da boneca. A verdadeira, não a versão falsiê apresentada no primeiro filme, em que a alma de uma assassina dos anos 1960 era transplantada para o brinquedo –é que a cútis satânica da boneca esconde sua verdadeira idade. Estamos em 1940: um bonequeiro e sua mulher perdem a filhinha amada. Uma década depois, decidem que a casa é grande demais para o casal e dezenas de bonecas tétricas. Convidam uma horda de órfãs, toureada por uma freira. Claro, por que não? Uma das gurias, a coxa de poliomielite, é mais curiosa do que deveria e encontra um armário trancado. E adivinha quem está lá dentro? Plasticamente, o filme é um sucesso: direção de arte e fotografia são de um capricho sem paralelo no gênero, os planos são ousados e a trilha vai na lógica do filme: silêncio, silêncio, silêncio, BARULHO MUITO ALTO. Até o elenco sai quase todo vivo de uma crítica. As atrizes-mirins dão conta do recado de gritar e dois segundos depois estarem calmas, se convencendo de que o capeta era só o fervilhar das mentes. O pai (Anthony LaPaglia) é de uma canastrice antológica. Toda fala parece um sarau da Escola Wolf Maya de artes televisivas. É um filme com ritmo, que poderia ir além. Mas o roteiro é vitimado pela boneca. É preciso explicar a todo momento a sua presença. Estamos diante do vilão mais imprestável do terror comercial recente. Annabelle não faz nada. Na-da. Uma lata de lixo roubaria seu lugar, se tivesse um ar maligno. Para driblar as limitações, dá-lhe clichês do terror paranormal: poço ("O Chamado"), espantalho ("Colheita Maldita"), vômito em jorros ("O Exorcista"), portas batidas por mãos invisíveis (todo terror feito desde 2000). "Annabelle 2" finaliza com dignidade toda e qualquer possível história dessa vilãzinha de porcelana. Capaz que num futuro próximo Hollywood volte sua sanha para outras linhas de brinquedos assassinos, em filmes como "O Spinner Demoníaco" ou "Tamagochi Atrás da Porta". Assista ao trailer de 'Annabelle 2' Assista ao trailer de 'Annabelle 2'
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Governo veta prioridade para metas de educação no orçamento de 2018
No mesmo dia em que culpou o governo Dilma Rousseff (PT) por metas não cumpridas do PNE (Plano Nacional de Educação), a gestão Michel Temer (PMDB) vetou artigo que dava prioridade ao plano no Orçamento de 2018. O artigo vetado havia sido incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias pelo Congresso. O texto dizia que a alocação de recursos em educação teria como objetivo "o cumprimento das metas previstas no Plano Nacional de Educação". Afirmava ainda que era preciso implantar o CAQi (Custo Aluno Qualidade inicial). O valor do CAQi é um considerado como patamar mínimo para garantir ensino de qualidade. Parâmetros já foram definidos pelo Conselho Nacional de Educação, mas precisariam de aval do MEC (Ministério da Educação) para entrar em vigor, o que não ocorreu ainda. Ao justificar o veto, o governo Temer afirmou que priorizar o PNE "restringiria a discricionariedade" da União na implementação de políticas públicas e reduziria a flexibilidade em caso de ajustes necessários para o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. A medida foi tomada no mesmo dia em que o governo culpou a gestão anterior por metas do Plano Nacional de Educação não cumpridas. Em nota, o MEC afirma que o texto do veto "reflete uma posição técnica" dos ministérios do Planejamento e da Fazenda. "No entanto, não afeta em nada o orçamento do Ministério da Educação para 2018 e a prioridade do MEC com relação ao atingimento das metas do PNE." ATRASO Nas piores posições nas avaliações internacionais de alunos, o Brasil patina na execução de metas do PNE (Plano Nacional de Educação), que tem o objetivo de elevar a qualidade do ensino. Discutidos por anos no Congresso, os objetivos que constam do documento tratam de temas como financiamento, organização dos sistemas de ensino e inclusão de crianças na escola. No total, são 20 metas, com 254 estratégias associadas e 14 artigos que dizem o que país deveria fazer na área. Os compromissos têm prazo escalonado até 2024. Trinta deles tinham como data-limite os anos de 2015, 2016 e 2017, mas, desses, apenas seis foram cumpridos, de acordo com estudo do Observatório do PNE, que reúne organizações da área. Entre os itens não cumpridos, está o que prevê a inclusão de todas as crianças de 4 a 17 anos na escola (veja outros ao final). Segundo dados de 2015, ainda havia 2,5 milhões nessa faixa etária não matriculados. Para financiar a inclusão das crianças e elevar os índices de qualidade de ensino, o plano previa a definição de um valor mínimo por aluno, o CAQi. O Conselho Nacional de Educação chegou a definir um valor, mas a decisão final está parada no MEC, que diz estar ainda atualizando os estudos sobre o tema. Outra meta atrasada é a da instituição, até 2015, de uma Lei de Responsabilidade Educacional, que puniria gestores que não cumprissem os compromissos legais estabelecidos para a área. Há propostas nesse sentido em tramitação no Congresso, mas nenhuma obteve aprovação final. Também não foi adiante a instituição de um Sistema Nacional de Educação, que distribuiria responsabilidades entre as esferas municipal, estadual e federal. EXPLICAÇÕES Entre as razões elencadas para as metas do PNE não terem sido alcançadas, está a crise econômica. "Quando o plano foi aprovado, havia a expectativa de usar uma parte da receita e royalties do petróleo", diz a secretária-executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro. Em nota, o governo Michel Temer (PMDB) culpou a gestão Dilma Rousseff (PT), de quem ele era vice-presidente. "A atual gestão —que assumiu em 13 de maio de 2016— recebeu o MEC com o descumprimento de todas as metas do PNE para 23 de junho de 2016 e praticamente todas as estratégias contidas no plano mal encaminhadas. Entre as ações da gestão anterior, foi possível encontrar programas sem planejamento, sem controle e com resultados insatisfatórios", disse o Ministério da Educação em nota. Organizações não governamentais defendem um planejamento estratégico para definir um caminho para alcançar as metas. O ex-ministro da Educação Aloísio Mercadante afirmou em nota que o PNE representou uma conquista histórica da educação brasileira e que, em sua gestão, o MEC criou um escritório de processos, responsável pelo detalhamento de metas e estratégia, estipulando os prazos e responsáveis pelos resultados. Ele destaca ainda que a criação do PAR (Plano de Ações Articuladas), que permitiu o alinhamento das metas e que já tinha a adesão de mais de 5.000 municípios, 23 Estados e o DF ao término do governo Dilma, em maio de 2016. Outras instâncias fundamentais de pactuação também foram criadas e tiveram funcionamento regular durante o governo Dilma. A jornalista viajou a convite da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) * ALGUMAS METAS QUE NÃO FORAM CUMPRIDAS NO PRAZO 1. Incluir todos os adolescentes de 15 a 17 anos na escola até 2016 Jovens de 15 a 17 anos matriculados, em % - - 2. Elevar a alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 Taxa de alfabetização dessa faixa etária, em % - - 3. Garantir condições para a efetivação da gestão democrática da educação até 2016 Forma de escolha do diretor - Em % de escolas (2015) Conselho escolar - Em % de escolas (2015) Fonte: Observatório do PNE
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Governo veta prioridade para metas de educação no orçamento de 2018No mesmo dia em que culpou o governo Dilma Rousseff (PT) por metas não cumpridas do PNE (Plano Nacional de Educação), a gestão Michel Temer (PMDB) vetou artigo que dava prioridade ao plano no Orçamento de 2018. O artigo vetado havia sido incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias pelo Congresso. O texto dizia que a alocação de recursos em educação teria como objetivo "o cumprimento das metas previstas no Plano Nacional de Educação". Afirmava ainda que era preciso implantar o CAQi (Custo Aluno Qualidade inicial). O valor do CAQi é um considerado como patamar mínimo para garantir ensino de qualidade. Parâmetros já foram definidos pelo Conselho Nacional de Educação, mas precisariam de aval do MEC (Ministério da Educação) para entrar em vigor, o que não ocorreu ainda. Ao justificar o veto, o governo Temer afirmou que priorizar o PNE "restringiria a discricionariedade" da União na implementação de políticas públicas e reduziria a flexibilidade em caso de ajustes necessários para o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. A medida foi tomada no mesmo dia em que o governo culpou a gestão anterior por metas do Plano Nacional de Educação não cumpridas. Em nota, o MEC afirma que o texto do veto "reflete uma posição técnica" dos ministérios do Planejamento e da Fazenda. "No entanto, não afeta em nada o orçamento do Ministério da Educação para 2018 e a prioridade do MEC com relação ao atingimento das metas do PNE." ATRASO Nas piores posições nas avaliações internacionais de alunos, o Brasil patina na execução de metas do PNE (Plano Nacional de Educação), que tem o objetivo de elevar a qualidade do ensino. Discutidos por anos no Congresso, os objetivos que constam do documento tratam de temas como financiamento, organização dos sistemas de ensino e inclusão de crianças na escola. No total, são 20 metas, com 254 estratégias associadas e 14 artigos que dizem o que país deveria fazer na área. Os compromissos têm prazo escalonado até 2024. Trinta deles tinham como data-limite os anos de 2015, 2016 e 2017, mas, desses, apenas seis foram cumpridos, de acordo com estudo do Observatório do PNE, que reúne organizações da área. Entre os itens não cumpridos, está o que prevê a inclusão de todas as crianças de 4 a 17 anos na escola (veja outros ao final). Segundo dados de 2015, ainda havia 2,5 milhões nessa faixa etária não matriculados. Para financiar a inclusão das crianças e elevar os índices de qualidade de ensino, o plano previa a definição de um valor mínimo por aluno, o CAQi. O Conselho Nacional de Educação chegou a definir um valor, mas a decisão final está parada no MEC, que diz estar ainda atualizando os estudos sobre o tema. Outra meta atrasada é a da instituição, até 2015, de uma Lei de Responsabilidade Educacional, que puniria gestores que não cumprissem os compromissos legais estabelecidos para a área. Há propostas nesse sentido em tramitação no Congresso, mas nenhuma obteve aprovação final. Também não foi adiante a instituição de um Sistema Nacional de Educação, que distribuiria responsabilidades entre as esferas municipal, estadual e federal. EXPLICAÇÕES Entre as razões elencadas para as metas do PNE não terem sido alcançadas, está a crise econômica. "Quando o plano foi aprovado, havia a expectativa de usar uma parte da receita e royalties do petróleo", diz a secretária-executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro. Em nota, o governo Michel Temer (PMDB) culpou a gestão Dilma Rousseff (PT), de quem ele era vice-presidente. "A atual gestão —que assumiu em 13 de maio de 2016— recebeu o MEC com o descumprimento de todas as metas do PNE para 23 de junho de 2016 e praticamente todas as estratégias contidas no plano mal encaminhadas. Entre as ações da gestão anterior, foi possível encontrar programas sem planejamento, sem controle e com resultados insatisfatórios", disse o Ministério da Educação em nota. Organizações não governamentais defendem um planejamento estratégico para definir um caminho para alcançar as metas. O ex-ministro da Educação Aloísio Mercadante afirmou em nota que o PNE representou uma conquista histórica da educação brasileira e que, em sua gestão, o MEC criou um escritório de processos, responsável pelo detalhamento de metas e estratégia, estipulando os prazos e responsáveis pelos resultados. Ele destaca ainda que a criação do PAR (Plano de Ações Articuladas), que permitiu o alinhamento das metas e que já tinha a adesão de mais de 5.000 municípios, 23 Estados e o DF ao término do governo Dilma, em maio de 2016. Outras instâncias fundamentais de pactuação também foram criadas e tiveram funcionamento regular durante o governo Dilma. A jornalista viajou a convite da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) * ALGUMAS METAS QUE NÃO FORAM CUMPRIDAS NO PRAZO 1. Incluir todos os adolescentes de 15 a 17 anos na escola até 2016 Jovens de 15 a 17 anos matriculados, em % - - 2. Elevar a alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 Taxa de alfabetização dessa faixa etária, em % - - 3. Garantir condições para a efetivação da gestão democrática da educação até 2016 Forma de escolha do diretor - Em % de escolas (2015) Conselho escolar - Em % de escolas (2015) Fonte: Observatório do PNE
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A fila andou e deixou mágoas
A história do humor na televisão é repleta de altos e baixos em matéria de qualidade, bem como de avanços e recuos em relação ao que pode ou não ser motivo de piada. Também é um processo que obedece ao roteiro clássico da indústria do entretenimento, a saber, o da consagração e, em algum momento, do desgaste da imagem de seus protagonistas. A estreia do humorístico "Tá no Ar" em abril de 2014, pouco mais de 15 meses depois da exibição do último programa da turma do "Casseta & Planeta", é um marco importante nesta história. Representa uma espécie de "troca de guarda" dentro da Globo ainda não totalmente assimilada. Um debate realizado nesta semana em São Paulo, promovido pelo festival Risadaria, expôs aspectos inéditos dessa transição e mostrou como algumas feridas ainda não fecharam. O tema geral do encontro, "A Importância do Humor na TV", serviu de pretexto para um diálogo franco entre um dos criadores do "Tá no Ar", Marcius Melhem, e um dos fundadores do "Casseta", Marcelo Madureira. Fui o mediador da conversa, que também contou com a participação de Bruno Mazzeo, Paulo Bonfá e Caco Galhardo. Confessando-se "ressentido", Madureira primeiro reclamou da Globo por ter tirado o "Casseta" do ar. "A Globo hoje mais parece com a IBM do que com uma produtora de conteúdo. Nada do que faz acontece." Em seguida, referindo-se ao panorama do humor atual na televisão, atacou: "O que é bom não é novo. O que é novo não é bom". A primeira parte da boutade foi uma clara referência ao "Tá no Ar" e ao novo "Zorra", ambos sob responsabilidade direta de Melhem, que respondeu: "Humor é processo. Quero que reconheçam o lugar para onde a gente levou isso". O ressentimento de Madureira com a Globo diz respeito às muitas restrições impostas ao "Casseta & Planeta" ao longo dos anos, notadamente a proibição de mencionar marcas de produtos, emissoras e programas da concorrência, além de atenuar a crítica política. Melhem reivindica crédito pela batalha que levou à derrubada de todos estes vetos. Convidado por Carlos Henrique Schroder, diretor-geral da Globo desde 2013, a participar de um fórum destinado a discutir propostas para a emissora, o humorista afirma que o seu primeiro comentário foi: "Se não tirar o [departamento] jurídico da frente, não dá para fazer humor". O novo "Zorra", no ar desde maio de 2015, e o "Tá no Ar", que já teve duas temporadas exibidas, estão aí para confirmar que a emissora realmente vive uma nova fase em matéria de humor. Melhem contou que semanalmente leva a Schroder um DVD com os quadros que considera potencialmente mais polêmicos. E garante que nunca houve um veto. "A emissora é minha fiadora", disse. Um esquete sobre delação premiada, no qual políticos fictícios são citados, levou o diretor da emissora a perguntar se os nomes mencionados não correspondiam a alguma figura real. Melhem contou que não havia pesquisado isso antes e se deu conta de que poderia haver um paralelo, sim. Um nome, então, foi cortado, mas o quadro foi ao ar. Resta saber até onde -e até quando- irá esta "abertura" da emissora.
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A fila andou e deixou mágoasA história do humor na televisão é repleta de altos e baixos em matéria de qualidade, bem como de avanços e recuos em relação ao que pode ou não ser motivo de piada. Também é um processo que obedece ao roteiro clássico da indústria do entretenimento, a saber, o da consagração e, em algum momento, do desgaste da imagem de seus protagonistas. A estreia do humorístico "Tá no Ar" em abril de 2014, pouco mais de 15 meses depois da exibição do último programa da turma do "Casseta & Planeta", é um marco importante nesta história. Representa uma espécie de "troca de guarda" dentro da Globo ainda não totalmente assimilada. Um debate realizado nesta semana em São Paulo, promovido pelo festival Risadaria, expôs aspectos inéditos dessa transição e mostrou como algumas feridas ainda não fecharam. O tema geral do encontro, "A Importância do Humor na TV", serviu de pretexto para um diálogo franco entre um dos criadores do "Tá no Ar", Marcius Melhem, e um dos fundadores do "Casseta", Marcelo Madureira. Fui o mediador da conversa, que também contou com a participação de Bruno Mazzeo, Paulo Bonfá e Caco Galhardo. Confessando-se "ressentido", Madureira primeiro reclamou da Globo por ter tirado o "Casseta" do ar. "A Globo hoje mais parece com a IBM do que com uma produtora de conteúdo. Nada do que faz acontece." Em seguida, referindo-se ao panorama do humor atual na televisão, atacou: "O que é bom não é novo. O que é novo não é bom". A primeira parte da boutade foi uma clara referência ao "Tá no Ar" e ao novo "Zorra", ambos sob responsabilidade direta de Melhem, que respondeu: "Humor é processo. Quero que reconheçam o lugar para onde a gente levou isso". O ressentimento de Madureira com a Globo diz respeito às muitas restrições impostas ao "Casseta & Planeta" ao longo dos anos, notadamente a proibição de mencionar marcas de produtos, emissoras e programas da concorrência, além de atenuar a crítica política. Melhem reivindica crédito pela batalha que levou à derrubada de todos estes vetos. Convidado por Carlos Henrique Schroder, diretor-geral da Globo desde 2013, a participar de um fórum destinado a discutir propostas para a emissora, o humorista afirma que o seu primeiro comentário foi: "Se não tirar o [departamento] jurídico da frente, não dá para fazer humor". O novo "Zorra", no ar desde maio de 2015, e o "Tá no Ar", que já teve duas temporadas exibidas, estão aí para confirmar que a emissora realmente vive uma nova fase em matéria de humor. Melhem contou que semanalmente leva a Schroder um DVD com os quadros que considera potencialmente mais polêmicos. E garante que nunca houve um veto. "A emissora é minha fiadora", disse. Um esquete sobre delação premiada, no qual políticos fictícios são citados, levou o diretor da emissora a perguntar se os nomes mencionados não correspondiam a alguma figura real. Melhem contou que não havia pesquisado isso antes e se deu conta de que poderia haver um paralelo, sim. Um nome, então, foi cortado, mas o quadro foi ao ar. Resta saber até onde -e até quando- irá esta "abertura" da emissora.
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O olho fatal
RIO DE JANEIRO - "Justino o quê?". É o que me perguntam quando cito Justino Martins entre os jornalistas com quem mais aprendi. Explico: o gaúcho Justino foi diretor da revista "Manchete" durante 16 anos, de 1959 a 1975, e fez dela a melhor semanal brasileira de seu tempo —talvez de todos os tempos. Em resposta, vejo rostos em branco. Perdeu-se no Brasil a memória do que seja uma revista semanal ilustrada, com suas reportagens em grandes páginas duplas, um escrete de fotógrafos sob contrato, acesso ao material das melhores agências internacionais e uma Redação de craques do jornalismo e da literatura produzindo textos caprichados. Os modelos lá de fora eram as americanas "Look" e "Life" e a francesa "Paris-Match". Aqui, essa revista era "O Cruzeiro". Quando "Manchete" surgiu, em 1952, não parecia capaz de assustar –era uma revista basicamente de texto, bem escrita, mas muito feia. Justino, que era seu correspondente em Paris e conhecia todo mundo na Europa —políticos, escritores, princesas no exílio, cineastas—, veio dirigi-la em 1959 e logo enterrou a concorrência. Não importava o assunto, qualquer matéria de "Manchete" era graficamente espetacular. Seu olho para selecionar fotografias era fatal. E era também um leitor atento dos textos que publicava —sei disso porque fui seu redator nos anos 70, e ele me chamava para discutir de vírgulas a ideias. Levou para a revista seu estilo de vida: elegância, sol, mulheres bonitas, viagens, literatura (reservou quatro páginas para a morte de Ezra Pound, em 1972) e um charmoso verniz de esquerda. Os pesquisadores de hoje ficariam surpresos se dessem à coleção de "Manchete" a importância que dão à de "Veja" ou do "JB". Justino, que morreu em 1983, teria completado 100 anos no dia 13 último. Só foi lembrado pelos colegas e amigos.
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O olho fatalRIO DE JANEIRO - "Justino o quê?". É o que me perguntam quando cito Justino Martins entre os jornalistas com quem mais aprendi. Explico: o gaúcho Justino foi diretor da revista "Manchete" durante 16 anos, de 1959 a 1975, e fez dela a melhor semanal brasileira de seu tempo —talvez de todos os tempos. Em resposta, vejo rostos em branco. Perdeu-se no Brasil a memória do que seja uma revista semanal ilustrada, com suas reportagens em grandes páginas duplas, um escrete de fotógrafos sob contrato, acesso ao material das melhores agências internacionais e uma Redação de craques do jornalismo e da literatura produzindo textos caprichados. Os modelos lá de fora eram as americanas "Look" e "Life" e a francesa "Paris-Match". Aqui, essa revista era "O Cruzeiro". Quando "Manchete" surgiu, em 1952, não parecia capaz de assustar –era uma revista basicamente de texto, bem escrita, mas muito feia. Justino, que era seu correspondente em Paris e conhecia todo mundo na Europa —políticos, escritores, princesas no exílio, cineastas—, veio dirigi-la em 1959 e logo enterrou a concorrência. Não importava o assunto, qualquer matéria de "Manchete" era graficamente espetacular. Seu olho para selecionar fotografias era fatal. E era também um leitor atento dos textos que publicava —sei disso porque fui seu redator nos anos 70, e ele me chamava para discutir de vírgulas a ideias. Levou para a revista seu estilo de vida: elegância, sol, mulheres bonitas, viagens, literatura (reservou quatro páginas para a morte de Ezra Pound, em 1972) e um charmoso verniz de esquerda. Os pesquisadores de hoje ficariam surpresos se dessem à coleção de "Manchete" a importância que dão à de "Veja" ou do "JB". Justino, que morreu em 1983, teria completado 100 anos no dia 13 último. Só foi lembrado pelos colegas e amigos.
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A obsessão de uma mulher por uma caveira; um conto argentino
SOBRE O TEXTO Este é um dos 12 contos que fazem parte da antologia "As Coisas que Perdemos no Fogo", que a Intrínseca lança em 29/5. Eu a avistei quando estava a ponto de atravessar a avenida. Estava no meio de um monte de lixo, abandonada em cima das raízes de uma árvore. Os estudantes de odontologia, pensei, essa gente desalmada e estúpida, essa gente que só pensa no dinheiro, encharcada de mau gosto e sadismo. Levantei-a com as duas mãos, temendo que se desmanchasse. À caveira faltavam a mandíbula e a totalidade dos dentes, mutilação que me confirmou a ação dos protodentistas. Vasculhei ao redor da árvore, entre os resíduos. Não encontrei a dentadura. Que pena, pensei, e fui até meu apartamento, a apenas 200 metros, com a caveira entre as mãos, como se caminhasse para uma cerimônia pagã no bosque. Depositei-a na mesa da sala de estar. Era pequena. A caveira de uma criança? Não sei nada sobre anatomia e assuntos ósseos. Por exemplo: não entendo por que as caveiras não têm nariz. Quando toco meu rosto, sinto o nariz grudado no crânio. Por acaso o nariz é uma cartilagem? Acho que não, embora seja verdade que dizem que não dói quando se quebra e que se quebra com facilidade, como se fosse um osso frágil. Examinei a caveira um pouco mais e encontrei um nome escrito. E um número. "Tati, 1975." Quantas opções. Podia ser seu nome, Tati, nascida em 1975. Ou sua dona podia ser uma Tati nascida em 1975. Ou o número talvez não fosse uma data e tivesse a ver com alguma classificação. Por respeito, decidi batizá-la com o genérico Caveira. À noite, quando meu namorado voltou do trabalho, já era somente Vera. Ele, meu namorado, não a viu até tirar a jaqueta e se sentar na poltrona. É um homem muito desatento. Quando a notou, teve um sobressalto, mas não se levantou. Também é preguiçoso e está ficando gordo. Não gosto de gordos. – O que é isso? É de verdade? – Claro que é de verdade –respondi. – Encontrei na rua. É uma caveira. Gritou comigo. Por que você trouxe isto, bradou, exagerado, de onde a tirou. Julguei que estava fazendo um escândalo e ordenei que baixasse a voz. Tentei explicar com calma que a encontrara jogada na rua, embaixo de uma árvore, abandonada, e que teria sido totalmente indecente de minha parte agir com indiferença e deixá-la ali. – Você está louca. – Pode ser –respondi, e levei Vera para o quarto. Sei que ele esperou um tempo para ver se eu saía para fazer a comida dele. Não tem que comer mais, está ficando gordo, as coxas já roçam uma na outra, e se ele usasse saia estaria sempre com assaduras entre as pernas. Depois de uma hora, o ouvi me insultar e usar o telefone para pedir uma pizza. A preguiça: prefere pedir comida em casa a caminhar até o centro e comer num restaurante. O gasto de dinheiro é quase o mesmo. – Vera, não sei o que fazer com ele. Se ela pudesse falar, sei que me diria para largá-lo. É uma questão de bom senso. Antes de dormir, borrifo a cama com meu perfume favorito e passo um pouquinho em Vera embaixo dos olhos e nas têmporas. Amanhã vou comprar uma peruquinha para ela. Para que meu namorado não entre no quarto, fecho a porta com chave. Meu namorado diz que está assustado e outras besteiras. Dorme na sala, mas não é um sacrifício, porque o futon que comprei com meu dinheiro –ele ganha pouco– é de excelente qualidade. Está assustado com quê, pergunto. Ele balbucia bobagens sobre o fato de eu me trancar com Vera e diz que me escuta falando com ela. Peço-lhe que vá embora, que junte suas coisas e saia do apartamento, que me deixe. Faz cara de profunda dor, não acredito nele e quase o empurro quarto adentro para que faça as malas. Grita de volta, mas desta vez de medo. É que avistou Verinha, com sua peruca loura caríssima de cabelo natural, fino e amarelo, sem dúvida cortado num vilarejo soviético da Ucrânia ou da estepe (as siberianas são louras?), as tranças de alguma garota que ainda não encontrou quem a tire de seu povoado miserável. Parece-me muito estranho que existam louros pobres, por isso a comprei. Também comprei para ela uns colares de contas coloridas, muito festivos. E está rodeada de velas aromáticas, dessas que as mulheres que não são como eu põem no banheiro ou no quarto para esperar algum homem entre pequenas chamas e pétalas de rosa. Ameaçou telefonar para minha mãe. Eu disse que ele podia fazer o que quisesse. Achei-o mais gordo do que nunca, com as bochechas caídas como as de um mastim napolitano, e naquela noite, depois que ele foi embora com a mala e uma bolsa pendurada no ombro, decidi começar a comer pouco, bem pouco. Pensei em corpos belos como o de Vera, se estivesse completo: ossos brancos que brilham sob a lua em tumbas esquecidas, ossos magros que quando se batem soam como sininhos de festa, danças na floresta, bailes da morte. Ele não tem nada a ver com a beleza etérea dos ossos nus, ele os tem cobertos por camadas de gordura e aborrecimento. Vera e eu vamos ser belas e leves, noturnas e terrestres; belas crostas de terra sobre os ossos. Esqueletos ocos e bailarinos. Nada de carne sobre nós. Uma semana depois de parar de comer, meu corpo muda. Quando levanto os braços, as costelas aparecem, ainda que não muito. Sonho: algum dia, quando me sentar neste piso de madeira, terei ossos em vez de nádegas, e os ossos vão atravessar a carne e vão deixar rastros de sangue no chão, vão cortar a pele por dentro. Comprei para Vera umas luzes de decoração, as que se usam para enfeitar a árvore de Natal. Não podia continuar vendo-a sem olhos ou, melhor dizendo, com os olhos mortos, de modo que decidi que dentro das órbitas vazias brilhariam duas lampadinhas; como são coloridas, podem ser trocadas, e Vera um dia terá olhos vermelhos, outro dia verdes, outro dia azuis. Quando estava contemplando da cama o efeito de Vera com olhos, ouvi que uma chave abria a porta do meu apartamento. Minha mãe, a única que tem cópia, porque obriguei meu ex obeso a entregar a dele. Levantei-me para recebê-la. Preparei um chá e me sentei para tomar com ela. Está mais magra, afirmou. É o estresse da separação, respondi. Ficamos caladas. Por fim, ela falou: – Patricio me disse que você está fazendo algo estranho. – O quê? Faça-me o favor, mamãe, ele inventa coisas porque o dispensei. – Diz que você está obcecada por uma caveira. Eu ri. – Ele está louco. Eu e umas amigas estamos arrumando fantasias e maquetes de terror para o Dia das Bruxas, é para nos divertirmos. Não tive tempo de comprar uma fantasia, por isso armei um altar vodu e vou comprar outras coisinhas para ambientar, entende? Porque vamos fazer a festa aqui em casa. Não sei se entendeu muito, mas lhe pareceu uma estupidez razoável. Ela quis conhecer Vera e eu lhe mostrei. Achou macabro que eu a mantivesse dentro do quarto, mas acreditou por completo na história da ambientação para a festa, apesar de eu jamais ter organizado uma festa na vida e detestar aniversários. Também acreditou em minhas mentiras sobre o despeito de Patricio. Foi embora tranquila e não vai voltar por um tempo. Tudo muito bem, quero ficar sozinha porque agora me angustia a incompletude de Vera. Não pode continuar sem dentes, sem braços, sem coluna vertebral. Nunca vou poder recuperar os ossos que correspondem a ela, isso é óbvio. Tenho que estudar anatomia, além do mais, para averiguar o nome e o aspecto dos ossos que faltam, que são todos. E onde buscá-los? Não posso profanar túmulos, não saberia como fazê-lo. Meu pai costumava falar dessas valas comuns dos cemitérios, que ficavam ao ar livre como uma piscina de ossos, mas acho que não existem mais. Se ainda existem, será que não estão protegidas e vigiadas? Ele me dizia que os estudantes de medicina iam buscar ali seus esqueletos, os que usavam para estudar. De onde tiram, agora, os ossos para estudar? Ou será que usam réplicas de plástico? Imagino que seja muito difícil caminhar pelas ruas com costelas humanas. Se encontrar algumas, usarei a mochila grande que Patricio deixou para carregá-las, a que usávamos para acampar quando ele ainda era magro. Todos caminhamos sobre ossos, é uma questão de fazer buracos profundos e alcançar os mortos encobertos. Tenho que cavar, com uma pá, com as mãos, como os cães, que sempre encontram os ossos, que sempre sabem onde os esconderam, onde os deixaram esquecidos. MARIANA ENRIQUEZ, 43, jornalista argentina do jornal "Página/12", é também professora. JOSÉ GERALDO COUTO, 60, é jornalista, crítico de cinema e tradutor. Assina coluna no blog do Instituto Moreira Salles. LOVELOVE6, 27, autora de "Garota Siririca" (garotasiririca.com), escreve histórias em quadrinhos, publicando em formato impresso e digital desde 2013.
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A obsessão de uma mulher por uma caveira; um conto argentinoSOBRE O TEXTO Este é um dos 12 contos que fazem parte da antologia "As Coisas que Perdemos no Fogo", que a Intrínseca lança em 29/5. Eu a avistei quando estava a ponto de atravessar a avenida. Estava no meio de um monte de lixo, abandonada em cima das raízes de uma árvore. Os estudantes de odontologia, pensei, essa gente desalmada e estúpida, essa gente que só pensa no dinheiro, encharcada de mau gosto e sadismo. Levantei-a com as duas mãos, temendo que se desmanchasse. À caveira faltavam a mandíbula e a totalidade dos dentes, mutilação que me confirmou a ação dos protodentistas. Vasculhei ao redor da árvore, entre os resíduos. Não encontrei a dentadura. Que pena, pensei, e fui até meu apartamento, a apenas 200 metros, com a caveira entre as mãos, como se caminhasse para uma cerimônia pagã no bosque. Depositei-a na mesa da sala de estar. Era pequena. A caveira de uma criança? Não sei nada sobre anatomia e assuntos ósseos. Por exemplo: não entendo por que as caveiras não têm nariz. Quando toco meu rosto, sinto o nariz grudado no crânio. Por acaso o nariz é uma cartilagem? Acho que não, embora seja verdade que dizem que não dói quando se quebra e que se quebra com facilidade, como se fosse um osso frágil. Examinei a caveira um pouco mais e encontrei um nome escrito. E um número. "Tati, 1975." Quantas opções. Podia ser seu nome, Tati, nascida em 1975. Ou sua dona podia ser uma Tati nascida em 1975. Ou o número talvez não fosse uma data e tivesse a ver com alguma classificação. Por respeito, decidi batizá-la com o genérico Caveira. À noite, quando meu namorado voltou do trabalho, já era somente Vera. Ele, meu namorado, não a viu até tirar a jaqueta e se sentar na poltrona. É um homem muito desatento. Quando a notou, teve um sobressalto, mas não se levantou. Também é preguiçoso e está ficando gordo. Não gosto de gordos. – O que é isso? É de verdade? – Claro que é de verdade –respondi. – Encontrei na rua. É uma caveira. Gritou comigo. Por que você trouxe isto, bradou, exagerado, de onde a tirou. Julguei que estava fazendo um escândalo e ordenei que baixasse a voz. Tentei explicar com calma que a encontrara jogada na rua, embaixo de uma árvore, abandonada, e que teria sido totalmente indecente de minha parte agir com indiferença e deixá-la ali. – Você está louca. – Pode ser –respondi, e levei Vera para o quarto. Sei que ele esperou um tempo para ver se eu saía para fazer a comida dele. Não tem que comer mais, está ficando gordo, as coxas já roçam uma na outra, e se ele usasse saia estaria sempre com assaduras entre as pernas. Depois de uma hora, o ouvi me insultar e usar o telefone para pedir uma pizza. A preguiça: prefere pedir comida em casa a caminhar até o centro e comer num restaurante. O gasto de dinheiro é quase o mesmo. – Vera, não sei o que fazer com ele. Se ela pudesse falar, sei que me diria para largá-lo. É uma questão de bom senso. Antes de dormir, borrifo a cama com meu perfume favorito e passo um pouquinho em Vera embaixo dos olhos e nas têmporas. Amanhã vou comprar uma peruquinha para ela. Para que meu namorado não entre no quarto, fecho a porta com chave. Meu namorado diz que está assustado e outras besteiras. Dorme na sala, mas não é um sacrifício, porque o futon que comprei com meu dinheiro –ele ganha pouco– é de excelente qualidade. Está assustado com quê, pergunto. Ele balbucia bobagens sobre o fato de eu me trancar com Vera e diz que me escuta falando com ela. Peço-lhe que vá embora, que junte suas coisas e saia do apartamento, que me deixe. Faz cara de profunda dor, não acredito nele e quase o empurro quarto adentro para que faça as malas. Grita de volta, mas desta vez de medo. É que avistou Verinha, com sua peruca loura caríssima de cabelo natural, fino e amarelo, sem dúvida cortado num vilarejo soviético da Ucrânia ou da estepe (as siberianas são louras?), as tranças de alguma garota que ainda não encontrou quem a tire de seu povoado miserável. Parece-me muito estranho que existam louros pobres, por isso a comprei. Também comprei para ela uns colares de contas coloridas, muito festivos. E está rodeada de velas aromáticas, dessas que as mulheres que não são como eu põem no banheiro ou no quarto para esperar algum homem entre pequenas chamas e pétalas de rosa. Ameaçou telefonar para minha mãe. Eu disse que ele podia fazer o que quisesse. Achei-o mais gordo do que nunca, com as bochechas caídas como as de um mastim napolitano, e naquela noite, depois que ele foi embora com a mala e uma bolsa pendurada no ombro, decidi começar a comer pouco, bem pouco. Pensei em corpos belos como o de Vera, se estivesse completo: ossos brancos que brilham sob a lua em tumbas esquecidas, ossos magros que quando se batem soam como sininhos de festa, danças na floresta, bailes da morte. Ele não tem nada a ver com a beleza etérea dos ossos nus, ele os tem cobertos por camadas de gordura e aborrecimento. Vera e eu vamos ser belas e leves, noturnas e terrestres; belas crostas de terra sobre os ossos. Esqueletos ocos e bailarinos. Nada de carne sobre nós. Uma semana depois de parar de comer, meu corpo muda. Quando levanto os braços, as costelas aparecem, ainda que não muito. Sonho: algum dia, quando me sentar neste piso de madeira, terei ossos em vez de nádegas, e os ossos vão atravessar a carne e vão deixar rastros de sangue no chão, vão cortar a pele por dentro. Comprei para Vera umas luzes de decoração, as que se usam para enfeitar a árvore de Natal. Não podia continuar vendo-a sem olhos ou, melhor dizendo, com os olhos mortos, de modo que decidi que dentro das órbitas vazias brilhariam duas lampadinhas; como são coloridas, podem ser trocadas, e Vera um dia terá olhos vermelhos, outro dia verdes, outro dia azuis. Quando estava contemplando da cama o efeito de Vera com olhos, ouvi que uma chave abria a porta do meu apartamento. Minha mãe, a única que tem cópia, porque obriguei meu ex obeso a entregar a dele. Levantei-me para recebê-la. Preparei um chá e me sentei para tomar com ela. Está mais magra, afirmou. É o estresse da separação, respondi. Ficamos caladas. Por fim, ela falou: – Patricio me disse que você está fazendo algo estranho. – O quê? Faça-me o favor, mamãe, ele inventa coisas porque o dispensei. – Diz que você está obcecada por uma caveira. Eu ri. – Ele está louco. Eu e umas amigas estamos arrumando fantasias e maquetes de terror para o Dia das Bruxas, é para nos divertirmos. Não tive tempo de comprar uma fantasia, por isso armei um altar vodu e vou comprar outras coisinhas para ambientar, entende? Porque vamos fazer a festa aqui em casa. Não sei se entendeu muito, mas lhe pareceu uma estupidez razoável. Ela quis conhecer Vera e eu lhe mostrei. Achou macabro que eu a mantivesse dentro do quarto, mas acreditou por completo na história da ambientação para a festa, apesar de eu jamais ter organizado uma festa na vida e detestar aniversários. Também acreditou em minhas mentiras sobre o despeito de Patricio. Foi embora tranquila e não vai voltar por um tempo. Tudo muito bem, quero ficar sozinha porque agora me angustia a incompletude de Vera. Não pode continuar sem dentes, sem braços, sem coluna vertebral. Nunca vou poder recuperar os ossos que correspondem a ela, isso é óbvio. Tenho que estudar anatomia, além do mais, para averiguar o nome e o aspecto dos ossos que faltam, que são todos. E onde buscá-los? Não posso profanar túmulos, não saberia como fazê-lo. Meu pai costumava falar dessas valas comuns dos cemitérios, que ficavam ao ar livre como uma piscina de ossos, mas acho que não existem mais. Se ainda existem, será que não estão protegidas e vigiadas? Ele me dizia que os estudantes de medicina iam buscar ali seus esqueletos, os que usavam para estudar. De onde tiram, agora, os ossos para estudar? Ou será que usam réplicas de plástico? Imagino que seja muito difícil caminhar pelas ruas com costelas humanas. Se encontrar algumas, usarei a mochila grande que Patricio deixou para carregá-las, a que usávamos para acampar quando ele ainda era magro. Todos caminhamos sobre ossos, é uma questão de fazer buracos profundos e alcançar os mortos encobertos. Tenho que cavar, com uma pá, com as mãos, como os cães, que sempre encontram os ossos, que sempre sabem onde os esconderam, onde os deixaram esquecidos. MARIANA ENRIQUEZ, 43, jornalista argentina do jornal "Página/12", é também professora. JOSÉ GERALDO COUTO, 60, é jornalista, crítico de cinema e tradutor. Assina coluna no blog do Instituto Moreira Salles. LOVELOVE6, 27, autora de "Garota Siririca" (garotasiririca.com), escreve histórias em quadrinhos, publicando em formato impresso e digital desde 2013.
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Depois do foie gras
O tema não conquistou a mesma unanimidade que, na Câmara Municipal, cercou a votação do projeto que veta a produção e a comercialização do foie gras ("fígado gordo" em francês) em São Paulo. Essa circunstância, contudo, não impediu os vereadores de aprovar, com insólita celeridade, uma proposta apresentada por Dalton Silvano (PV): ampliar de 18 para 30 as vagas existentes em cada gabinete no Legislativo paulistano. O fato de o placar ter sido 38 a 7, com 10 abstenções, tampouco servirá para livrar os edis de críticas ainda mais duras do que as merecidas pela proibição do foie gras. Estariam, no caso da iguaria, mobilizados pela boa intenção de proteger patos e gansos, um mandamento que decerto os fez considerar de somenos a inconstitucionalidade do ato –a municipalidade não tem competência para banir produtos legalizados no país. Considerações dessa ordem não poderiam, naturalmente, justificar os 660 novos cargos de assessoria. Muito menos ajudariam a defender a análise a jato –não transcorreu nem uma semana entre a apresentação da proposta e sua aprovação. Sem argumentos palatáveis, o autor do projeto buscou um esdrúxulo: "Tivemos crescimento de 1,5 milhão de pessoas na cidade de 2002 para cá. São 12 novos assessores para trabalhar para a população". O raciocínio só faria sentido se São Paulo tivesse cerca de 2,3 milhões de habitantes há 13 anos; tinha pouco mais de 10,4 milhões. Debater nesses termos, todavia, já é atribuir à medida uma seriedade que ela não tem. Os edis, embora devessem, não estão preocupados em melhorar a qualidade de seu trabalho. Querem apenas usar os disputados recursos da cidade para contratar cabos eleitorais. Sem dar o braço a torcer, a presidência da Câmara alega que a medida não terá impactos na massa salarial da Casa. Ainda que seja verdade, um benefício como o vale-refeição pode trazer novas despesas de R$ 5,5 milhões ao ano. De resto, os legisladores deveriam diminuir o número de assessores e, sobretudo, a verba de gabinete: os R$ 130 mil mensais de que dispõem supera a rubrica equivalente na Câmara dos Deputados (R$ 92 mil), onde o parlamentar contrata no máximo 25 auxiliares. No sistema de freios e contrapesos, cabe ao Executivo conter esse tipo de excesso do Legislativo. Parece ocioso, porém, esperar o veto de Fernando Haddad (PT). Patos e gansos talvez estejam agradecidos, mas um prefeito precisa saber contrariar o interesse dos vereadores –sobretudo quando estes legislam em causa própria. editoriais@uol.com.br
opiniao
Depois do foie grasO tema não conquistou a mesma unanimidade que, na Câmara Municipal, cercou a votação do projeto que veta a produção e a comercialização do foie gras ("fígado gordo" em francês) em São Paulo. Essa circunstância, contudo, não impediu os vereadores de aprovar, com insólita celeridade, uma proposta apresentada por Dalton Silvano (PV): ampliar de 18 para 30 as vagas existentes em cada gabinete no Legislativo paulistano. O fato de o placar ter sido 38 a 7, com 10 abstenções, tampouco servirá para livrar os edis de críticas ainda mais duras do que as merecidas pela proibição do foie gras. Estariam, no caso da iguaria, mobilizados pela boa intenção de proteger patos e gansos, um mandamento que decerto os fez considerar de somenos a inconstitucionalidade do ato –a municipalidade não tem competência para banir produtos legalizados no país. Considerações dessa ordem não poderiam, naturalmente, justificar os 660 novos cargos de assessoria. Muito menos ajudariam a defender a análise a jato –não transcorreu nem uma semana entre a apresentação da proposta e sua aprovação. Sem argumentos palatáveis, o autor do projeto buscou um esdrúxulo: "Tivemos crescimento de 1,5 milhão de pessoas na cidade de 2002 para cá. São 12 novos assessores para trabalhar para a população". O raciocínio só faria sentido se São Paulo tivesse cerca de 2,3 milhões de habitantes há 13 anos; tinha pouco mais de 10,4 milhões. Debater nesses termos, todavia, já é atribuir à medida uma seriedade que ela não tem. Os edis, embora devessem, não estão preocupados em melhorar a qualidade de seu trabalho. Querem apenas usar os disputados recursos da cidade para contratar cabos eleitorais. Sem dar o braço a torcer, a presidência da Câmara alega que a medida não terá impactos na massa salarial da Casa. Ainda que seja verdade, um benefício como o vale-refeição pode trazer novas despesas de R$ 5,5 milhões ao ano. De resto, os legisladores deveriam diminuir o número de assessores e, sobretudo, a verba de gabinete: os R$ 130 mil mensais de que dispõem supera a rubrica equivalente na Câmara dos Deputados (R$ 92 mil), onde o parlamentar contrata no máximo 25 auxiliares. No sistema de freios e contrapesos, cabe ao Executivo conter esse tipo de excesso do Legislativo. Parece ocioso, porém, esperar o veto de Fernando Haddad (PT). Patos e gansos talvez estejam agradecidos, mas um prefeito precisa saber contrariar o interesse dos vereadores –sobretudo quando estes legislam em causa própria. editoriais@uol.com.br
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Para filmar longa com iPhone, diretor usou bicicleta e aplicativo
Quando a comédia "Tangerine" estreou, em janeiro, no Festival Sundance de Cinema, foi recebida positivamente pelos críticos. Manohla Dargis escreveu, no "New York Times", que o filme tinha "uma bela direção". E Justin Chang, da revista "Variety", elogiou seu "look amplo, revigorantemente cinematográfico, com um brilho quase radiativo". Assim, pode surpreender que o filme tenha sido gravado com um aparelho que muitos dos telespectadores carregavam no bolso ao assistir ao filme: um iPhone da Apple. Não se trata do primeiro longa-metragem gravado assim. "And Uneasy Lies the Mind", thriller de 2014, foi o pioneiro —ao menos de acordo com o site do filme. Mas "Tangerine", mesmo antes de seu lançamento em circuito comercial na sexta-feira (10), já se tornou o mais comentado dos filmes de iPhone. A história transcorre em Hollywood, na véspera do Natal, quando duas prostitutas transgênero (Mya Taylor e Kitana Kiki Rodriguez) saem em busca de um namorado traidor. O look do filme é colorido, saturado, ousado e, a um só tempo, abarca a grandiosidade de Los Angeles e gera um senso de intimidade. O roteirista e diretor, Sean Baker, cujos filmes independentes sempre giram em torno de protagonistas atípicos (como imigrantes ganeses ou estrelas pornô de Los Angeles), disse que a ideia de "Tangerine" veio de pensar em Hollywood como locação. Em entrevista ao "New York Times", com o iPhone repousando na mesa diante dele, Baker explicou que "a ideia surgiu na esquina do Santa Monica Boulevard com a Highland Avenue, que serve como uma zona extraoficial de prostituição. Fica a menos de um quilômetro da minha casa". Para Baker, a qualidade da câmera sempre foi importante. Ele rodou seu primeiro filme, "Four Letter Words" (2000), em película 35 milímetros. Mas o trabalho seguinte, "Take-Out", produzido com orçamento muito baixo, usava vídeo de definição regular. E ele não apreciou a perda de qualidade. "Lembro-me daquele período", ele conta. "Shih-Ching Tsou, com quem codirigi 'Take-Out', dizia que eu devia parar de reclamar por estarmos rodando o filme em vídeo de definição regular, e que o importante era o conteúdo, não a câmera". E Baker se encorajava pensando no trabalho de diretores como Lars von Trier, um dos criadores do movimento Dogma 95, que defendia um cinema de vanguarda mas não de alta tecnologia, e usou iluminação natural e vídeo de média definição para produzir "Os Idiotas". Em "Starlet", filme que ele rodou em 2012, Baker usou uma câmera digital da Sony com lentes digitais anamórficas, para criar um estilo ensolarado, com cara de Califórnia dos anos 70. O filme foi rodado por US$ 235 mil. O orçamento de "Tangerine" foi de menos de metade desse valor, e por isso ele teve de buscar alternativas que envolvessem uma equipe de filmagem menor. Uma inspiração foi "Red Hook Summer", dirigido por Spike Lee em 2012.Um dos personagens do filme, um cineasta iniciante, grava vídeos com um iPad, e os espectadores podem ver algumas das imagens. "Sempre que ele cortava para as imagens do iPad, eu ficava pensando como aquilo era interessante", disse Baker, definindo o resultado como um Dogma 95 de alta definição. Ele estudou o site de vídeo Vimeo, e um canal específico que se concentra em curtas rodados com o iPhone. "Fiquei muito impressionado com o que vi", ele disse. "Pensei que aquele trabalho era capaz de se sustentar". Usando o canal em questão, ele encontrou uma campanha no Kickstarter para a Moondog Labs, empresa que produz um adaptador que se encaixa na lente do iPhone e ajuda os cineastas a obter um resultado mais cinematográfico. "O aparelho nos permitia rodar do jeito que Sergio Leone rodava westerns", ele disse. Baker procurou a empresa para descobrir se era possível obter os adaptadores, que ainda estavam em estágio de protótipo. Mencionou o nome de um de seus produtores executivos, Mark Duplass. A Moondog lhe enviou três adaptadores. Ele os combinou ao Filmic Pro, um app de baixo custo que oferece diversas ferramentas úteis. "A capacidade de controlar separadamente o balanço branco, o foco e a exposição eram fundamentos cruciais, que lhes permitiam obter bons pontos focais em cada tomada", disse Neil Barham, fundador e presidente-executivo da Filmic Pro, explicando como o app de sua empresa ajudou a equipe de "Tangerine". Os cineastas compraram três iPhone 5 para a filmagem, mas usavam só dois simultaneamente, com Baker e seu diretor de câmera, Radium Cheng, registrando a imagem de ângulos diferentes. Usavam um sistema de Steadicam manual chamado Smoothie para as tomadas estabilizadas. Para obter panorâmicas que teriam exigido uma dolly se o filme tivesse sido gravado com uma câmera tradicional, Baker usava sua bicicleta, com o iPhone em uma mão e a outra operando o guidão. "A sensação era literalmente a mesma dos meus 12 anos, quando eu gravava filmes em VHS em Nova Jersey", ele disse. (Na pós-produção, um efeito película foi adicionado, e a cor das imagens registradas foi intensificada para criar um look saturado.) O uso do iPhone oferecia ainda outros benefícios. Atores não profissionais, como suas duas protagonistas, em geral precisam de tempo para se acostumar à câmera. Mas porque todo mundo conhece o iPhone, o elenco se sentiu confortável desde o começo. O que a Apple acha dos resultados? Um porta-voz se recusou a comentar, mas Baker diz que a companhia lhe mandou um iPhone 6 Plus grátis depois do Sundance, e em uma recente palestra em uma loja da Apple, os atores e produtores também ganharam iPhones. Assim, a equipe já tem equipamento para uma possível nova produção. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Para filmar longa com iPhone, diretor usou bicicleta e aplicativoQuando a comédia "Tangerine" estreou, em janeiro, no Festival Sundance de Cinema, foi recebida positivamente pelos críticos. Manohla Dargis escreveu, no "New York Times", que o filme tinha "uma bela direção". E Justin Chang, da revista "Variety", elogiou seu "look amplo, revigorantemente cinematográfico, com um brilho quase radiativo". Assim, pode surpreender que o filme tenha sido gravado com um aparelho que muitos dos telespectadores carregavam no bolso ao assistir ao filme: um iPhone da Apple. Não se trata do primeiro longa-metragem gravado assim. "And Uneasy Lies the Mind", thriller de 2014, foi o pioneiro —ao menos de acordo com o site do filme. Mas "Tangerine", mesmo antes de seu lançamento em circuito comercial na sexta-feira (10), já se tornou o mais comentado dos filmes de iPhone. A história transcorre em Hollywood, na véspera do Natal, quando duas prostitutas transgênero (Mya Taylor e Kitana Kiki Rodriguez) saem em busca de um namorado traidor. O look do filme é colorido, saturado, ousado e, a um só tempo, abarca a grandiosidade de Los Angeles e gera um senso de intimidade. O roteirista e diretor, Sean Baker, cujos filmes independentes sempre giram em torno de protagonistas atípicos (como imigrantes ganeses ou estrelas pornô de Los Angeles), disse que a ideia de "Tangerine" veio de pensar em Hollywood como locação. Em entrevista ao "New York Times", com o iPhone repousando na mesa diante dele, Baker explicou que "a ideia surgiu na esquina do Santa Monica Boulevard com a Highland Avenue, que serve como uma zona extraoficial de prostituição. Fica a menos de um quilômetro da minha casa". Para Baker, a qualidade da câmera sempre foi importante. Ele rodou seu primeiro filme, "Four Letter Words" (2000), em película 35 milímetros. Mas o trabalho seguinte, "Take-Out", produzido com orçamento muito baixo, usava vídeo de definição regular. E ele não apreciou a perda de qualidade. "Lembro-me daquele período", ele conta. "Shih-Ching Tsou, com quem codirigi 'Take-Out', dizia que eu devia parar de reclamar por estarmos rodando o filme em vídeo de definição regular, e que o importante era o conteúdo, não a câmera". E Baker se encorajava pensando no trabalho de diretores como Lars von Trier, um dos criadores do movimento Dogma 95, que defendia um cinema de vanguarda mas não de alta tecnologia, e usou iluminação natural e vídeo de média definição para produzir "Os Idiotas". Em "Starlet", filme que ele rodou em 2012, Baker usou uma câmera digital da Sony com lentes digitais anamórficas, para criar um estilo ensolarado, com cara de Califórnia dos anos 70. O filme foi rodado por US$ 235 mil. O orçamento de "Tangerine" foi de menos de metade desse valor, e por isso ele teve de buscar alternativas que envolvessem uma equipe de filmagem menor. Uma inspiração foi "Red Hook Summer", dirigido por Spike Lee em 2012.Um dos personagens do filme, um cineasta iniciante, grava vídeos com um iPad, e os espectadores podem ver algumas das imagens. "Sempre que ele cortava para as imagens do iPad, eu ficava pensando como aquilo era interessante", disse Baker, definindo o resultado como um Dogma 95 de alta definição. Ele estudou o site de vídeo Vimeo, e um canal específico que se concentra em curtas rodados com o iPhone. "Fiquei muito impressionado com o que vi", ele disse. "Pensei que aquele trabalho era capaz de se sustentar". Usando o canal em questão, ele encontrou uma campanha no Kickstarter para a Moondog Labs, empresa que produz um adaptador que se encaixa na lente do iPhone e ajuda os cineastas a obter um resultado mais cinematográfico. "O aparelho nos permitia rodar do jeito que Sergio Leone rodava westerns", ele disse. Baker procurou a empresa para descobrir se era possível obter os adaptadores, que ainda estavam em estágio de protótipo. Mencionou o nome de um de seus produtores executivos, Mark Duplass. A Moondog lhe enviou três adaptadores. Ele os combinou ao Filmic Pro, um app de baixo custo que oferece diversas ferramentas úteis. "A capacidade de controlar separadamente o balanço branco, o foco e a exposição eram fundamentos cruciais, que lhes permitiam obter bons pontos focais em cada tomada", disse Neil Barham, fundador e presidente-executivo da Filmic Pro, explicando como o app de sua empresa ajudou a equipe de "Tangerine". Os cineastas compraram três iPhone 5 para a filmagem, mas usavam só dois simultaneamente, com Baker e seu diretor de câmera, Radium Cheng, registrando a imagem de ângulos diferentes. Usavam um sistema de Steadicam manual chamado Smoothie para as tomadas estabilizadas. Para obter panorâmicas que teriam exigido uma dolly se o filme tivesse sido gravado com uma câmera tradicional, Baker usava sua bicicleta, com o iPhone em uma mão e a outra operando o guidão. "A sensação era literalmente a mesma dos meus 12 anos, quando eu gravava filmes em VHS em Nova Jersey", ele disse. (Na pós-produção, um efeito película foi adicionado, e a cor das imagens registradas foi intensificada para criar um look saturado.) O uso do iPhone oferecia ainda outros benefícios. Atores não profissionais, como suas duas protagonistas, em geral precisam de tempo para se acostumar à câmera. Mas porque todo mundo conhece o iPhone, o elenco se sentiu confortável desde o começo. O que a Apple acha dos resultados? Um porta-voz se recusou a comentar, mas Baker diz que a companhia lhe mandou um iPhone 6 Plus grátis depois do Sundance, e em uma recente palestra em uma loja da Apple, os atores e produtores também ganharam iPhones. Assim, a equipe já tem equipamento para uma possível nova produção. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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'B.O.' de Lampião vai virar peça de museu 80 anos após crimes no RN
Uma folha de papel amarelada e de aspecto quebradiço registra, no Rio Grande do Norte, 55 nomes sob a alcunha que aterrorizava o sertão: o grupo de Lampião. Os cangaceiros são parte do bando suspeito de matar, saquear e provocar destruição em áreas da zona rural potiguar e também de Pernambuco, Paraíba, Ceará, Alagoas, Bahia e Sergipe, entre as décadas de 1920 e 1940. No Rio Grande do Norte, onde a incursão completa 80 anos em junho, a folha de papel que lista os integrantes do grupo foi achada por acaso no Instituto Técnico-Científico de Perícia do Estado e fará parte de exibição neste ano. "Vamos montar uma sala histórica que também terá outros registros civis e criminais do órgão, assim como máquinas e equipamentos usados por peritos", diz Tiago Tadeu Santos de Araújo, chefe de gabinete do Instituto e responsável por reunir o acervo. O documento relacionado a Lampião, segundo ele, estava arquivado em uma sala do Itep e veio à tona quando Araújo buscava histórias de "pessoas proeminentes", em novembro do ano passado. "Acreditamos que seja parte de um processo contra o bando que não havia recebido tratamento histórico antes." Armazenado dentro de uma pasta, o arquivo estava classificado como prontuário aberto em 29 de abril de 1940, com o título "O grupo de Lampião". O texto relaciona, à mão, nomes ou apelidos de 55 cangaceiros. "Virgolino Ferreira, vulgo Lampião" é o primeiro da lista. O documento seria juntado a um ofício do juiz da Comarca de Pau dos Ferros –cidade a 400 km de Natal– "e remetido ao senhor coronel chefe de polícia". Os 55 homens citados aparecem ao final do texto "pronunciados pelo juiz como incursos nas penas do artigo 294 da Consolidação das leis Penais, e do artigo 356, da mesma consolidação". Na prática, significa que mataram e subtraíram "para si ou para outrem cousa alheia móvel, fazendo violência à pessoa ou empregando força". SEM LEI Não era comum haver denúncias, depoimentos ou processos contra Lampião e seu bando, diz o historiador Frederico Pernambucano de Mello, autor dos livros "Guerreiros do Sol", "Violência e banditismo no Nordeste do Brasil" e "Estrelas de Couro: a Estética do Cangaço". "Exerciam dominação por meio do terror, então o número de processos é relativamente pequeno quando comparado à quantidade dos crimes." Segundo o livro "A Marcha de Lampião, Assalto a Mossoró", essa incursão reuniu 75 homens em uma viagem de 400 quilômetros entre 10 e 13 de junho de 1927. Ao longo do percurso, eles invadiram fazendas, roubaram animais, joias e dinheiro, praticaram atos de vandalismo, provocaram incêndios, torturaram, sequestraram e mataram. A jornada do grupo em território potiguar só terminou em Mossoró, onde planejavam roubar o Banco do Brasil e o que mais conseguissem para dividir lucros com coronéis que patrocinavam seus atos. Eles acabaram, no entanto, expulsos da cidade e seguiram para o Ceará."Foi uma missão muito cruel, que deixou marcas profundas no imaginário do homem do sertão", diz o historiador Frederico Pernambucano de Mello. Lampião morreu em 1938. E "o cangaço de grande feitio", diz Mello, acabou em 1940, mesmo ano em que foi escrita à mão a relação de nomes dos cangaceiros que cometeram crimes no RN.
cotidiano
'B.O.' de Lampião vai virar peça de museu 80 anos após crimes no RNUma folha de papel amarelada e de aspecto quebradiço registra, no Rio Grande do Norte, 55 nomes sob a alcunha que aterrorizava o sertão: o grupo de Lampião. Os cangaceiros são parte do bando suspeito de matar, saquear e provocar destruição em áreas da zona rural potiguar e também de Pernambuco, Paraíba, Ceará, Alagoas, Bahia e Sergipe, entre as décadas de 1920 e 1940. No Rio Grande do Norte, onde a incursão completa 80 anos em junho, a folha de papel que lista os integrantes do grupo foi achada por acaso no Instituto Técnico-Científico de Perícia do Estado e fará parte de exibição neste ano. "Vamos montar uma sala histórica que também terá outros registros civis e criminais do órgão, assim como máquinas e equipamentos usados por peritos", diz Tiago Tadeu Santos de Araújo, chefe de gabinete do Instituto e responsável por reunir o acervo. O documento relacionado a Lampião, segundo ele, estava arquivado em uma sala do Itep e veio à tona quando Araújo buscava histórias de "pessoas proeminentes", em novembro do ano passado. "Acreditamos que seja parte de um processo contra o bando que não havia recebido tratamento histórico antes." Armazenado dentro de uma pasta, o arquivo estava classificado como prontuário aberto em 29 de abril de 1940, com o título "O grupo de Lampião". O texto relaciona, à mão, nomes ou apelidos de 55 cangaceiros. "Virgolino Ferreira, vulgo Lampião" é o primeiro da lista. O documento seria juntado a um ofício do juiz da Comarca de Pau dos Ferros –cidade a 400 km de Natal– "e remetido ao senhor coronel chefe de polícia". Os 55 homens citados aparecem ao final do texto "pronunciados pelo juiz como incursos nas penas do artigo 294 da Consolidação das leis Penais, e do artigo 356, da mesma consolidação". Na prática, significa que mataram e subtraíram "para si ou para outrem cousa alheia móvel, fazendo violência à pessoa ou empregando força". SEM LEI Não era comum haver denúncias, depoimentos ou processos contra Lampião e seu bando, diz o historiador Frederico Pernambucano de Mello, autor dos livros "Guerreiros do Sol", "Violência e banditismo no Nordeste do Brasil" e "Estrelas de Couro: a Estética do Cangaço". "Exerciam dominação por meio do terror, então o número de processos é relativamente pequeno quando comparado à quantidade dos crimes." Segundo o livro "A Marcha de Lampião, Assalto a Mossoró", essa incursão reuniu 75 homens em uma viagem de 400 quilômetros entre 10 e 13 de junho de 1927. Ao longo do percurso, eles invadiram fazendas, roubaram animais, joias e dinheiro, praticaram atos de vandalismo, provocaram incêndios, torturaram, sequestraram e mataram. A jornada do grupo em território potiguar só terminou em Mossoró, onde planejavam roubar o Banco do Brasil e o que mais conseguissem para dividir lucros com coronéis que patrocinavam seus atos. Eles acabaram, no entanto, expulsos da cidade e seguiram para o Ceará."Foi uma missão muito cruel, que deixou marcas profundas no imaginário do homem do sertão", diz o historiador Frederico Pernambucano de Mello. Lampião morreu em 1938. E "o cangaço de grande feitio", diz Mello, acabou em 1940, mesmo ano em que foi escrita à mão a relação de nomes dos cangaceiros que cometeram crimes no RN.
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Fazenda prevê quitar mais de R$ 6 bi em pedaladas com o Banco do Brasil
Dados do Ministério da Fazenda mostram que o governo deve repassar ao Banco do Brasil mais de R$ 6 bilhões para reduzir a dívida em relação a operações de crédito subsidiadas. O ministério tem afirmado que o pagamento aos bancos públicos tem sido feito de acordo com a disponibilidade de recursos. No ano passado, por exemplo, foram pagos ao BB, a título de subvenção econômica de diversos anos, R$ 874,8 milhões. Em 2015, foram R$ 5,36 bilhões até o momento, com previsão de repasse de outros R$ 703 milhões até o final do ano. A Fazenda publicou, nesta quarta-feira (9), 18 portarias que tratam de subsídios à safra agrícola por meio, por exemplo, do BNDES e do Banco do Brasil. Parte das pedaladas apontadas pelo TCU se refere justamente ao repasse de dinheiro para que esses bancos oferecem recursos a juros mais baixos nessas linhas. Técnicos do governo informaram que parte das mudanças teve como objetivo corrigir algumas "inconsistências" nas regras publicadas nos últimos anos e promover um "aperfeiçoamento" na metodologia de correção desses valores. Essas alterações não trazem impacto para o Tesouro Nacional, segundo o governo. Nesta quarta-feira, o TCU (Tribunal de Contas da União) negou recurso do governo que tentava reverter a decisão do órgão que considerou, em abril deste ano, que foram ilegais os atrasos dos repasses da União para quitar benefícios sociais e subsídios pagos por bancos públicos em 2013 e 2014. SEGURO DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO O governo também publicou, nesta quarta-feira, a medida provisória 701, que altera normas que tratam do seguro de crédito à exportação. De acordo com Guilherme Laux, subsecretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, o objetivo das mudanças é dar mais transparência, mais eficiência e atrair mais exportadores e bancos financiadores. Entre as mudança estão a dispensa da tentativa de recuperar valores quando este forem inferiores ao custo de cobrança. Também foram colocados na lei procedimento já adotados em relação ao pagamento de prêmio. O governo também atendeu demanda setorial para incluir entre os segurados produtores agrícolas com produto beneficiário de cotas tarifárias para mercados preferenciais, como açúcar e algodão. De acordo com Laux, o FGE (Fundo de Garantia à Exportação) tem hoje cobertura de US$ 28 bilhões e margem para aprovar outros US$ 7 bilhões. Entenda as pedaladas
poder
Fazenda prevê quitar mais de R$ 6 bi em pedaladas com o Banco do BrasilDados do Ministério da Fazenda mostram que o governo deve repassar ao Banco do Brasil mais de R$ 6 bilhões para reduzir a dívida em relação a operações de crédito subsidiadas. O ministério tem afirmado que o pagamento aos bancos públicos tem sido feito de acordo com a disponibilidade de recursos. No ano passado, por exemplo, foram pagos ao BB, a título de subvenção econômica de diversos anos, R$ 874,8 milhões. Em 2015, foram R$ 5,36 bilhões até o momento, com previsão de repasse de outros R$ 703 milhões até o final do ano. A Fazenda publicou, nesta quarta-feira (9), 18 portarias que tratam de subsídios à safra agrícola por meio, por exemplo, do BNDES e do Banco do Brasil. Parte das pedaladas apontadas pelo TCU se refere justamente ao repasse de dinheiro para que esses bancos oferecem recursos a juros mais baixos nessas linhas. Técnicos do governo informaram que parte das mudanças teve como objetivo corrigir algumas "inconsistências" nas regras publicadas nos últimos anos e promover um "aperfeiçoamento" na metodologia de correção desses valores. Essas alterações não trazem impacto para o Tesouro Nacional, segundo o governo. Nesta quarta-feira, o TCU (Tribunal de Contas da União) negou recurso do governo que tentava reverter a decisão do órgão que considerou, em abril deste ano, que foram ilegais os atrasos dos repasses da União para quitar benefícios sociais e subsídios pagos por bancos públicos em 2013 e 2014. SEGURO DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO O governo também publicou, nesta quarta-feira, a medida provisória 701, que altera normas que tratam do seguro de crédito à exportação. De acordo com Guilherme Laux, subsecretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, o objetivo das mudanças é dar mais transparência, mais eficiência e atrair mais exportadores e bancos financiadores. Entre as mudança estão a dispensa da tentativa de recuperar valores quando este forem inferiores ao custo de cobrança. Também foram colocados na lei procedimento já adotados em relação ao pagamento de prêmio. O governo também atendeu demanda setorial para incluir entre os segurados produtores agrícolas com produto beneficiário de cotas tarifárias para mercados preferenciais, como açúcar e algodão. De acordo com Laux, o FGE (Fundo de Garantia à Exportação) tem hoje cobertura de US$ 28 bilhões e margem para aprovar outros US$ 7 bilhões. Entenda as pedaladas
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Peça 'A Língua em Pedaços' apresenta embates filosóficos
Dirigido por Elias Andreato, com Ana Cecília Costa e Marco Antônio Pâmio em cena, "A Língua em Pedaços", texto do espanhol Juan Mayorga, resgata o valor filosófico da fé e encontra na obra da freira Teresa d'Ávila (1515-82) uma busca vertical pela verdade. O autor retrata um momento ficcionado, em que um inquisidor vai a um monastério construído por Teresa para investigar suas ideias revolucionárias. Católica, ela enfrentou o clero ao defender a renúncia material e uma aproximação vertiginosa com Deus. No diálogo, a fé de Teresa é colocada à prova. Ela diz que viu Jesus, e o inquisidor exerce não o papel de carrasco, mas de quem incute dúvida sobre os relatos de Teresa. Teresa é atacada por ter lido obras proibidas e se aproximado de homens cujas posturas a igreja reprovou. Ela defende se tratar de uma experiência íntima. O inquisidor fica atado: investigar Teresa se faz possível por meio de seu relato, da palavra. Ele não tem muito mais a que recorrer. Importa menos aferir se há um vencedor. Os discursos mostram uma revelação filosófica sobre o poder da língua e seu sentido criador. Aparentemente, é condicional à encenação não mostrar o inquisidor como intolerante, tampouco Teresa como figura de razão indubitável. Assim, a peça depende de trabalhos minuciosos dos atores. A construção de Pâmio se equilibra perfeitamente no desenho de um inquisidor que precisa agir com convicção, mas não o faz o tempo todo. Profere sentenças seguras, mas dá brecha para a dúvida. Ana mostra um temperamento lúcido e breves olhares de delírio, revelando uma personagem de inteligência excepcional. Ela coloca em questão o papel da arte e da filosofia como possíveis contrapontos ao racionalismo vigente. A iluminação e a trilha sonora –um pouco excessiva– retornam ao barroco, desenhando, sem surpresas, intensidades emotivas desse espelhamento humano no divino. A LÍNGUA EM PEDAÇOS QUANDO sáb., às 20h (a partir de 6/6 haverá sessões às 17h30), dom., às 19h, seg., às 20h; até 29/6 ONDE CCBB, r. Álvares Penteado, 112, tel. (11) 3113-3651/3652 QUANTO R$ 10 CLASSIFICAÇÃO 12 anos AVALIAÇÃO muito bom
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Peça 'A Língua em Pedaços' apresenta embates filosóficosDirigido por Elias Andreato, com Ana Cecília Costa e Marco Antônio Pâmio em cena, "A Língua em Pedaços", texto do espanhol Juan Mayorga, resgata o valor filosófico da fé e encontra na obra da freira Teresa d'Ávila (1515-82) uma busca vertical pela verdade. O autor retrata um momento ficcionado, em que um inquisidor vai a um monastério construído por Teresa para investigar suas ideias revolucionárias. Católica, ela enfrentou o clero ao defender a renúncia material e uma aproximação vertiginosa com Deus. No diálogo, a fé de Teresa é colocada à prova. Ela diz que viu Jesus, e o inquisidor exerce não o papel de carrasco, mas de quem incute dúvida sobre os relatos de Teresa. Teresa é atacada por ter lido obras proibidas e se aproximado de homens cujas posturas a igreja reprovou. Ela defende se tratar de uma experiência íntima. O inquisidor fica atado: investigar Teresa se faz possível por meio de seu relato, da palavra. Ele não tem muito mais a que recorrer. Importa menos aferir se há um vencedor. Os discursos mostram uma revelação filosófica sobre o poder da língua e seu sentido criador. Aparentemente, é condicional à encenação não mostrar o inquisidor como intolerante, tampouco Teresa como figura de razão indubitável. Assim, a peça depende de trabalhos minuciosos dos atores. A construção de Pâmio se equilibra perfeitamente no desenho de um inquisidor que precisa agir com convicção, mas não o faz o tempo todo. Profere sentenças seguras, mas dá brecha para a dúvida. Ana mostra um temperamento lúcido e breves olhares de delírio, revelando uma personagem de inteligência excepcional. Ela coloca em questão o papel da arte e da filosofia como possíveis contrapontos ao racionalismo vigente. A iluminação e a trilha sonora –um pouco excessiva– retornam ao barroco, desenhando, sem surpresas, intensidades emotivas desse espelhamento humano no divino. A LÍNGUA EM PEDAÇOS QUANDO sáb., às 20h (a partir de 6/6 haverá sessões às 17h30), dom., às 19h, seg., às 20h; até 29/6 ONDE CCBB, r. Álvares Penteado, 112, tel. (11) 3113-3651/3652 QUANTO R$ 10 CLASSIFICAÇÃO 12 anos AVALIAÇÃO muito bom
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Caça venezuelano cai perto da fronteira com a Colômbia
Um caça venezuelano com duas pessoas a bordo caiu perto da fronteira com a Colômbia na noite de quinta-feira (17), após uma "aeronave ilícita", supostamente colombiana, ser localizada violando o espaço aéreo, informou o governo da Venezuela. Não ficou imediatamente claro se os dois pilotos a bordo da aeronave Sukhoi Su-30 morreram. A causa do acidente não foi determinada. "Nossa Força Aérea irá continuar voando implacavelmente para garantir nossa soberania e independência, combatendo os flagelos do narcotráfico, paramilitarismo e outros crimes cometidos na fronteira entre Colômbia e Venezuela", disse o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, em nota. Ele acrescentou que a zona na qual a aeronave entrou ilegalmente na Venezuela é conhecia por ser usada por "máfias ligadas ao narcotráfico". A queda acontece em meio a uma crescente tensão entre os vizinhos, após a Venezuela fechar grandes travessias fronteiriças nas últimas semanas, sob o pretexto de repressão ao contrabando na região. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fechou as fronteiras e deportou mais de 1.500 colombianos no mês passado. Ele culpa o tráfico pela escassez crônica venezuelana de bens básicos. Ele se reúne com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, na próxima segunda (21) em Quito, no Equador, para discutir a crise. Será a primeira reunião entre os dois chefes de Estado desde o início dos fechamentos dos postos, no último dia 19 de agosto. Opositores do governo de Maduro dizem que o bloqueio das fronteiras é uma manobra para desviar a atenção da crise econômica e de abastecimento no país, nas vésperas das eleições legislativas, marcadas para 6 de dezembro.
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Caça venezuelano cai perto da fronteira com a ColômbiaUm caça venezuelano com duas pessoas a bordo caiu perto da fronteira com a Colômbia na noite de quinta-feira (17), após uma "aeronave ilícita", supostamente colombiana, ser localizada violando o espaço aéreo, informou o governo da Venezuela. Não ficou imediatamente claro se os dois pilotos a bordo da aeronave Sukhoi Su-30 morreram. A causa do acidente não foi determinada. "Nossa Força Aérea irá continuar voando implacavelmente para garantir nossa soberania e independência, combatendo os flagelos do narcotráfico, paramilitarismo e outros crimes cometidos na fronteira entre Colômbia e Venezuela", disse o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, em nota. Ele acrescentou que a zona na qual a aeronave entrou ilegalmente na Venezuela é conhecia por ser usada por "máfias ligadas ao narcotráfico". A queda acontece em meio a uma crescente tensão entre os vizinhos, após a Venezuela fechar grandes travessias fronteiriças nas últimas semanas, sob o pretexto de repressão ao contrabando na região. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fechou as fronteiras e deportou mais de 1.500 colombianos no mês passado. Ele culpa o tráfico pela escassez crônica venezuelana de bens básicos. Ele se reúne com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, na próxima segunda (21) em Quito, no Equador, para discutir a crise. Será a primeira reunião entre os dois chefes de Estado desde o início dos fechamentos dos postos, no último dia 19 de agosto. Opositores do governo de Maduro dizem que o bloqueio das fronteiras é uma manobra para desviar a atenção da crise econômica e de abastecimento no país, nas vésperas das eleições legislativas, marcadas para 6 de dezembro.
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Parte da Biblioteca Nacional fica alagada após temporal no Rio
Diversos espaços da Biblioteca Nacional, no Rio, sofreram alagamentos na última sexta-feira (19) em razão da forte chuva que caiu na cidade. De acordo com o órgão federal, o acervo histórico não foi danificado. Uma "combinação bem infeliz" de elementos, cuja responsabilidade está sendo apurada, resultou na inundação, segundo Ângela Fatorelli, chefe de gabinete da instituição. De acordo com a porta-voz, canos desconectados, um pequeno buraco aberto para a passagem de um fio terra e a quantidade de água das chuvas causaram o alagamento de parte do edifício na avenida Rio Branco. O laudo assinado pela Mipe Engenharia, empresa responsável pela avaliação do prédio, informa que uma tubulação de cobre interligada a um tubo de PVC estava desconectada, o que pode ter sido ocasionado pelo alto volume de chuvas dos últimos dias. "O caminho natural de escoamento [para a água da cobertura] seria através do buzinote localizado na canaleta externa [...], o que não aconteceu, pois o mesmo estava obstruído por raízes de vegetação [...] consequentemente causando as infiltrações e demais vazamentos", diz o documento. O quinto andar, onde funciona o departamento de pesquisas e editoração, e o segundo andar, de acesso ao público pela avenida Rio Branco foram os mais prejudicados. "Não registramos danos no acervo. Por enquanto, os danos se resumem a dois teclados. Não posso garantir que foi só isso mesmo, seria leviano de minha parte. Seguimos avaliando", afirma a chefe de gabinete da Biblioteca. Luciana Muniz, presidente da Associação de Servidores da Biblioteca Nacional (ASBN), acredita outros itens da Biblioteca foram danificados. Segundo a servidora, uma caixa de livros novos, de títulos não informados, também foi atingido. Ao menos três obras estão em curso no edifício da Biblioteca Nacional, mas somente os reparos na rede elétrica têm uma previsão de data para conclusão, em julho deste ano. De acordo com Ângela Fatorelli, as obras do telhado e da fachada ainda não possuem prazo. ALVARÁ A Biblioteca Nacional funciona sem alvará do Corpo de Bombeiros e não há previsão para que a documentação seja regularizada. "Estamos em contato constante com os bombeiros, há uma série de divergências nos documentos. É sugerida, por exemplo, a instalação de sprinklers (chuveiros ligados automaticamente no caso de incêndios), mas não podemos correr o risco de molhar nosso acervo. Estamos resolvendo essas questões", diz Ângela Fatorelli, chefe de gabinete da Biblioteca Nacional. Segundo Luciana Muniz, o edifício no centro do Rio não é o único que funciona sem alvará. "Precisamos de uma solução técnica viável. Infelizmente esse não é um quadro exclusivo nosso, muitos museus estão funcionando sem alvará", diz. Luciana.
cotidiano
Parte da Biblioteca Nacional fica alagada após temporal no RioDiversos espaços da Biblioteca Nacional, no Rio, sofreram alagamentos na última sexta-feira (19) em razão da forte chuva que caiu na cidade. De acordo com o órgão federal, o acervo histórico não foi danificado. Uma "combinação bem infeliz" de elementos, cuja responsabilidade está sendo apurada, resultou na inundação, segundo Ângela Fatorelli, chefe de gabinete da instituição. De acordo com a porta-voz, canos desconectados, um pequeno buraco aberto para a passagem de um fio terra e a quantidade de água das chuvas causaram o alagamento de parte do edifício na avenida Rio Branco. O laudo assinado pela Mipe Engenharia, empresa responsável pela avaliação do prédio, informa que uma tubulação de cobre interligada a um tubo de PVC estava desconectada, o que pode ter sido ocasionado pelo alto volume de chuvas dos últimos dias. "O caminho natural de escoamento [para a água da cobertura] seria através do buzinote localizado na canaleta externa [...], o que não aconteceu, pois o mesmo estava obstruído por raízes de vegetação [...] consequentemente causando as infiltrações e demais vazamentos", diz o documento. O quinto andar, onde funciona o departamento de pesquisas e editoração, e o segundo andar, de acesso ao público pela avenida Rio Branco foram os mais prejudicados. "Não registramos danos no acervo. Por enquanto, os danos se resumem a dois teclados. Não posso garantir que foi só isso mesmo, seria leviano de minha parte. Seguimos avaliando", afirma a chefe de gabinete da Biblioteca. Luciana Muniz, presidente da Associação de Servidores da Biblioteca Nacional (ASBN), acredita outros itens da Biblioteca foram danificados. Segundo a servidora, uma caixa de livros novos, de títulos não informados, também foi atingido. Ao menos três obras estão em curso no edifício da Biblioteca Nacional, mas somente os reparos na rede elétrica têm uma previsão de data para conclusão, em julho deste ano. De acordo com Ângela Fatorelli, as obras do telhado e da fachada ainda não possuem prazo. ALVARÁ A Biblioteca Nacional funciona sem alvará do Corpo de Bombeiros e não há previsão para que a documentação seja regularizada. "Estamos em contato constante com os bombeiros, há uma série de divergências nos documentos. É sugerida, por exemplo, a instalação de sprinklers (chuveiros ligados automaticamente no caso de incêndios), mas não podemos correr o risco de molhar nosso acervo. Estamos resolvendo essas questões", diz Ângela Fatorelli, chefe de gabinete da Biblioteca Nacional. Segundo Luciana Muniz, o edifício no centro do Rio não é o único que funciona sem alvará. "Precisamos de uma solução técnica viável. Infelizmente esse não é um quadro exclusivo nosso, muitos museus estão funcionando sem alvará", diz. Luciana.
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