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'Sou travesti e não me prostituo', diz professora de escola pública de SP
Na quinta-feira (12), Herbe de Souza, 35, vai entrar pela porta da frente na principal universidade do país, a USP, para dar uma palestra sobre sua vida. São muitas as lições que a professora de escola pública têm a ensinar para os seus alunos do ensino fundamental 1, com idades entre 8 e 9 anos, e também para adultos, na condição de travesti. O prêmio Empreendedor Social está com as inscrições abertas até 15 de maio; participe Desde os cinco anos, a hoje funcionária da rede pública municipal de Caieiras, na Grande São Paulo, sofre bullying, agressões e assédio na escola, nas ruas e no transporte público em razão da sua sexualidade. Superou todos os obstáculos para conseguiu se formar no ensino médio e alcançar o superior por meio de uma bolsa do Governo Federal. Hoje, suas lutas são para dissociar a imagem da travesti a da prostituição e para que todos possam ter direito à educação. "Eu sou travesti e não me prostituo e é isso que a sociedade precisa entender", afirma. "A travesti só precisa estar dentro da escola e estudar. A escola tem que respeitar a orientação de cada pessoa, porque educação é direito de todos." Leia a seguir o depoimento de Herbe à Folha. * Meu nome é Herbe, tanto pode ser 'a' ou 'o' Herbe. Sou um artigo indefinido. Meus alunos me chamam de 'a prof' ou 'o prof', tanto faz, eu respondo. Eu sou travesti, não mulher trans. Elas têm outras questões, eu já não pretendo mudar nada no meu corpo, sexo ou nome. Estou tranquilo. Entrei nessa profissão por acaso, não queria dar aula. Era o terror dos professores na escola. No ensino médio, ingressei no magistério e gostei de ensinar. Terminando o curso, em 2002, comecei a dar aula. A primeira vez em que entrei em uma sala para dar aula, eu estava já montada [vestida de mulher], de cabelo grande. Na turma, tinha alunos de 10 a 15 anos, todos em recuperação. Praticamente não dei aula. A sala era indisciplinada, não consegui trabalhar. Eles nem viram que eu estava lá. Para dar aula em escola pública, prestei vários concursos. Em um deles, tive problema. Quando cheguei para fazer atribuição de cargo, estava bem loira e já vi os olhares. Disseram que eu não estava dentro dos padrões do edital. Eu tinha a formação pedida e fazia pós em pedagogia, mas me barraram. Entendi o porquê. Podia ter entrado com um mandado de segurança, mas preferi não. Em 2011, vim trabalhar em uma escola municipal de Caieiras. Nessa época, todos já sabiam quem eu sou, porque meu nome é único nessa região: 'Herbe, a professora travesti'. No primeiro ano, teve professora, do tipo bem religiosa, que não quis que eu a substituísse, com a desculpa que os pais não entenderiam. Muitos colegas só me olhavam, cochichavam. Com o tempo foi melhorando. Não vou dizer que foi fácil, nunca foi. Em 2005, fiz a prova do Enem e consegui uma bolsa do Prouni de 50% do valor da faculdade, onde me licenciei em geografia. Como moro sozinha, a bolsa foi fundamental, porque a faculdade seria uma conta a mais que eu não teria condições de pagar naquela época. A diretora da escola onde eu trabalhava, pagou os outros 50% da primeira mensalidade. Durante a faculdade, dava muitas aulas, de manhã e à tarde, para conseguir me manter, pagar o ônibus e a mensalidade. BULLYING Aos cinco anos, descobri que eu gostava de meninos. Para mim, era normal gostar de ficar com eles. Nessa idade, tive meu primeiro namoradinho. A descoberta da minha sexualidade veio mesmo aos 8, quando entrei na escola e conheci alguns meninos. Comecei a ficar com um e outro. A experiência sexual deles, na infância, começou comigo. Hoje, morrem de medo de que eu fale. Teve aquela fase de me chamarem 'viado' e 'bichinha', mas só fui descobrir depois que era uma ofensa. Isso passava, no outro dia estávamos brincando juntos. Eu morava com os meus pais e dois irmãos. Eles só perceberam na fase da puberdade, pois eu não tinha muitos hormônios masculinos. Eu cresci, a cintura afinou, o quadril aumentou e ganhei seios aos 11 anos. Começaram os olhares de homens mais velhos. Eu me vestia de moleton, que minha mãe comprava. Mas usava escondido os sapatos de salto alto dela e da minha irmã. Nas ruas, aos 15 anos, o bullying ficou mais agressivo. Jogavam pedra, batiam, davam tapa. Eu não ia ao banheiro da escola, tinha medo de ficar sozinho com os meninos. Para mim, o problema estava nos outros, o meu jeito era normal. Então, me apaixonei por um rapaz que gostava de menina. Troquei de escola e comecei a gostar de outro, que gosto até hoje, mesmo sendo casado e tendo filhos. Eu respeito. Apanhei muito do meu pai sem saber o porquê. Não falo com ele desde que se separou da minha mãe, quando eu tinha 17 anos. Ele é torneiro mecânico, mas trabalhava como pedreiro. Minha mãe era auxiliar de enfermagem, hoje aposentada. Também não tenho mais contato com ela, que dizia que me matava se eu virasse gay. Nunca cheguei a dizer: 'Mãe, sou gay'. Não precisava. Ela via as mudanças no meu corpo. PÃO COM OVO Na adolescência, frequentava o centro de São Paulo, comecei a sair com homens mais velhos. Era a fase da bichinha pão com ovo, fervida, descendo até o chão. Em casa, eu tinha que manter as aparências, foi quando descobri o que era errado para a sociedade. Herbe em depoimento ao Museu da Pessoa Aos 22 anos, saí de casa, já não tinha mais ambiente. Comecei a usar roupas femininas, salto alto, furei a orelha e fiz a sobrancelha, coisas que minha mãe não deixava fazer. A rua é muito perigosa para mim. Tive que comprar um carro para me sentir segura. Dentro do transporte público sofro agressões e assédio de todo o tipo. É mão dentro da roupa, xingamento. Palavrão, eu não ligo. Mas se vier para cima, eu também vou. Sempre frequento os mesmos lugares, por questão de segurança. As pessoas associam a vida da travesti com o sexo, acham que você está ali fazendo programa. Quando eu falo que dou aula, as pessoas se espantam. Agora, as mulheres trans estão na faculdade, são médicas, enfermeiras. Profissões que fogem do clichê do cabeleireiro e da profissional do sexo. A travesti não tem nem classe social, está abaixo do mendigo. É como um rato, não tem direito à saúde e à educação. Eu resisti na escola. As que não conseguem estudar, por não terem uma família estruturada, são obrigadas a ir para rua e para a prostituição? Estamos vivendo um retrocesso com essa bancada conservadoríssima no Congresso Nacional. Enquanto eles barrarem a discussão de gênero e outras questões como violência contra a mulher, não teremos avanços. Ano passado, fiz um debate sobre gênero com os meus alunos do 5º ano. Os pais estão mais tranquilos, já me conhecem. Alguns não querem que eu saia da escola. A minha luta é: sou travesti e não me prostituo. É isso que a sociedade precisa entender. A travesti só precisa estar dentro da escola e estudar. A escola tem que respeitar a orientação de cada pessoa, porque educação é direito de todos. Não posso me abater com bullying. Se eu choro, no outro dia tenho que levantar, colocar maquiagem na cara e ir trabalhar. Preciso pagar minhas contas. QUERO SER DIRETORA Hoje, minha rotina é ir para a escola de manhã e à tarde. À noite, faço um curso sobre transcidadania na USP e sou convidada para dar palestras sobre a minha vida. Não conheço nenhuma outra professora travesti. Ainda almejo um cargo de direção, mas tem entraves: 'Você é competente, mas não dá'. Quero ser diretora, pretendo mudar a visão da escola de que o professor sabe tudo. Existe diversidade. Não consigo mudar o currículo, porque vem do MEC, mas consigo mudar atitudes, preconceitos sexuais e raciais. A educação é capaz de mudar muitas vidas. O aluno pode ser o que quiser, desde que tenha o direito de escolha. Educar uma criança tem efeito multiplicador. A gente pode mudar o mundo. HERBE DE SOUZA participou, em 2014, da série de depoimentos "Trans Histórias", realizada pelo Museu da Pessoa. Membro da Rede Folha de Empreendedores Sociais, a organização coleciona histórias de vida de pessoas comuns e prega que escutar o outro é um instrumento para a democratização da memória social
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'Sou travesti e não me prostituo', diz professora de escola pública de SPNa quinta-feira (12), Herbe de Souza, 35, vai entrar pela porta da frente na principal universidade do país, a USP, para dar uma palestra sobre sua vida. São muitas as lições que a professora de escola pública têm a ensinar para os seus alunos do ensino fundamental 1, com idades entre 8 e 9 anos, e também para adultos, na condição de travesti. O prêmio Empreendedor Social está com as inscrições abertas até 15 de maio; participe Desde os cinco anos, a hoje funcionária da rede pública municipal de Caieiras, na Grande São Paulo, sofre bullying, agressões e assédio na escola, nas ruas e no transporte público em razão da sua sexualidade. Superou todos os obstáculos para conseguiu se formar no ensino médio e alcançar o superior por meio de uma bolsa do Governo Federal. Hoje, suas lutas são para dissociar a imagem da travesti a da prostituição e para que todos possam ter direito à educação. "Eu sou travesti e não me prostituo e é isso que a sociedade precisa entender", afirma. "A travesti só precisa estar dentro da escola e estudar. A escola tem que respeitar a orientação de cada pessoa, porque educação é direito de todos." Leia a seguir o depoimento de Herbe à Folha. * Meu nome é Herbe, tanto pode ser 'a' ou 'o' Herbe. Sou um artigo indefinido. Meus alunos me chamam de 'a prof' ou 'o prof', tanto faz, eu respondo. Eu sou travesti, não mulher trans. Elas têm outras questões, eu já não pretendo mudar nada no meu corpo, sexo ou nome. Estou tranquilo. Entrei nessa profissão por acaso, não queria dar aula. Era o terror dos professores na escola. No ensino médio, ingressei no magistério e gostei de ensinar. Terminando o curso, em 2002, comecei a dar aula. A primeira vez em que entrei em uma sala para dar aula, eu estava já montada [vestida de mulher], de cabelo grande. Na turma, tinha alunos de 10 a 15 anos, todos em recuperação. Praticamente não dei aula. A sala era indisciplinada, não consegui trabalhar. Eles nem viram que eu estava lá. Para dar aula em escola pública, prestei vários concursos. Em um deles, tive problema. Quando cheguei para fazer atribuição de cargo, estava bem loira e já vi os olhares. Disseram que eu não estava dentro dos padrões do edital. Eu tinha a formação pedida e fazia pós em pedagogia, mas me barraram. Entendi o porquê. Podia ter entrado com um mandado de segurança, mas preferi não. Em 2011, vim trabalhar em uma escola municipal de Caieiras. Nessa época, todos já sabiam quem eu sou, porque meu nome é único nessa região: 'Herbe, a professora travesti'. No primeiro ano, teve professora, do tipo bem religiosa, que não quis que eu a substituísse, com a desculpa que os pais não entenderiam. Muitos colegas só me olhavam, cochichavam. Com o tempo foi melhorando. Não vou dizer que foi fácil, nunca foi. Em 2005, fiz a prova do Enem e consegui uma bolsa do Prouni de 50% do valor da faculdade, onde me licenciei em geografia. Como moro sozinha, a bolsa foi fundamental, porque a faculdade seria uma conta a mais que eu não teria condições de pagar naquela época. A diretora da escola onde eu trabalhava, pagou os outros 50% da primeira mensalidade. Durante a faculdade, dava muitas aulas, de manhã e à tarde, para conseguir me manter, pagar o ônibus e a mensalidade. BULLYING Aos cinco anos, descobri que eu gostava de meninos. Para mim, era normal gostar de ficar com eles. Nessa idade, tive meu primeiro namoradinho. A descoberta da minha sexualidade veio mesmo aos 8, quando entrei na escola e conheci alguns meninos. Comecei a ficar com um e outro. A experiência sexual deles, na infância, começou comigo. Hoje, morrem de medo de que eu fale. Teve aquela fase de me chamarem 'viado' e 'bichinha', mas só fui descobrir depois que era uma ofensa. Isso passava, no outro dia estávamos brincando juntos. Eu morava com os meus pais e dois irmãos. Eles só perceberam na fase da puberdade, pois eu não tinha muitos hormônios masculinos. Eu cresci, a cintura afinou, o quadril aumentou e ganhei seios aos 11 anos. Começaram os olhares de homens mais velhos. Eu me vestia de moleton, que minha mãe comprava. Mas usava escondido os sapatos de salto alto dela e da minha irmã. Nas ruas, aos 15 anos, o bullying ficou mais agressivo. Jogavam pedra, batiam, davam tapa. Eu não ia ao banheiro da escola, tinha medo de ficar sozinho com os meninos. Para mim, o problema estava nos outros, o meu jeito era normal. Então, me apaixonei por um rapaz que gostava de menina. Troquei de escola e comecei a gostar de outro, que gosto até hoje, mesmo sendo casado e tendo filhos. Eu respeito. Apanhei muito do meu pai sem saber o porquê. Não falo com ele desde que se separou da minha mãe, quando eu tinha 17 anos. Ele é torneiro mecânico, mas trabalhava como pedreiro. Minha mãe era auxiliar de enfermagem, hoje aposentada. Também não tenho mais contato com ela, que dizia que me matava se eu virasse gay. Nunca cheguei a dizer: 'Mãe, sou gay'. Não precisava. Ela via as mudanças no meu corpo. PÃO COM OVO Na adolescência, frequentava o centro de São Paulo, comecei a sair com homens mais velhos. Era a fase da bichinha pão com ovo, fervida, descendo até o chão. Em casa, eu tinha que manter as aparências, foi quando descobri o que era errado para a sociedade. Herbe em depoimento ao Museu da Pessoa Aos 22 anos, saí de casa, já não tinha mais ambiente. Comecei a usar roupas femininas, salto alto, furei a orelha e fiz a sobrancelha, coisas que minha mãe não deixava fazer. A rua é muito perigosa para mim. Tive que comprar um carro para me sentir segura. Dentro do transporte público sofro agressões e assédio de todo o tipo. É mão dentro da roupa, xingamento. Palavrão, eu não ligo. Mas se vier para cima, eu também vou. Sempre frequento os mesmos lugares, por questão de segurança. As pessoas associam a vida da travesti com o sexo, acham que você está ali fazendo programa. Quando eu falo que dou aula, as pessoas se espantam. Agora, as mulheres trans estão na faculdade, são médicas, enfermeiras. Profissões que fogem do clichê do cabeleireiro e da profissional do sexo. A travesti não tem nem classe social, está abaixo do mendigo. É como um rato, não tem direito à saúde e à educação. Eu resisti na escola. As que não conseguem estudar, por não terem uma família estruturada, são obrigadas a ir para rua e para a prostituição? Estamos vivendo um retrocesso com essa bancada conservadoríssima no Congresso Nacional. Enquanto eles barrarem a discussão de gênero e outras questões como violência contra a mulher, não teremos avanços. Ano passado, fiz um debate sobre gênero com os meus alunos do 5º ano. Os pais estão mais tranquilos, já me conhecem. Alguns não querem que eu saia da escola. A minha luta é: sou travesti e não me prostituo. É isso que a sociedade precisa entender. A travesti só precisa estar dentro da escola e estudar. A escola tem que respeitar a orientação de cada pessoa, porque educação é direito de todos. Não posso me abater com bullying. Se eu choro, no outro dia tenho que levantar, colocar maquiagem na cara e ir trabalhar. Preciso pagar minhas contas. QUERO SER DIRETORA Hoje, minha rotina é ir para a escola de manhã e à tarde. À noite, faço um curso sobre transcidadania na USP e sou convidada para dar palestras sobre a minha vida. Não conheço nenhuma outra professora travesti. Ainda almejo um cargo de direção, mas tem entraves: 'Você é competente, mas não dá'. Quero ser diretora, pretendo mudar a visão da escola de que o professor sabe tudo. Existe diversidade. Não consigo mudar o currículo, porque vem do MEC, mas consigo mudar atitudes, preconceitos sexuais e raciais. A educação é capaz de mudar muitas vidas. O aluno pode ser o que quiser, desde que tenha o direito de escolha. Educar uma criança tem efeito multiplicador. A gente pode mudar o mundo. HERBE DE SOUZA participou, em 2014, da série de depoimentos "Trans Histórias", realizada pelo Museu da Pessoa. Membro da Rede Folha de Empreendedores Sociais, a organização coleciona histórias de vida de pessoas comuns e prega que escutar o outro é um instrumento para a democratização da memória social
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Adultos frequentam aulas para aprender a colorir livros terapêuticos
Em 6 e 7 de agosto, Walter Miranda, professor e presidente da Apap (Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo), ministra seis horas de aulas ensinando aos pupilos como técnicas de pintura podem aprimorar o desfrute (e os resultados) da coqueluche editorial -mais da metade dos best-sellers do mês são de traços para se preencher. Leia mais aqui
tv
Adultos frequentam aulas para aprender a colorir livros terapêuticosEm 6 e 7 de agosto, Walter Miranda, professor e presidente da Apap (Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo), ministra seis horas de aulas ensinando aos pupilos como técnicas de pintura podem aprimorar o desfrute (e os resultados) da coqueluche editorial -mais da metade dos best-sellers do mês são de traços para se preencher. Leia mais aqui
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'Desproporcional seria usar armas letais', diz porta-voz da PM do Paraná
A Polícia Militar do Paraná afirma que não houve uso desproporcional de força no protesto de professores que deixou 170 feridos em Curitiba nesta quarta-feira. "Desproporcional seria usar armas letais", argumentou à BBC Brasil Márcia Santos, coordenadora de imprensa da PM paranaense. "O uso da força foi progressivo. Se você olhar as imagens, primeiro, os policiais estavam totalmente pacíficos olhando tudo. Foi gradativo", diz a porta-voz. Segundo a Prefeitura de Curitiba e a Secretaria de Segurança Pública do Estado, 20 policiais e 150 manifestantes ficaram feridos em frente à Assembleia Legislativa. No confronto, policiais usaram, segundo Santos, "gás lacrimogêneo, bomba identificadora e tiros de bala de borracha". Do outro lado, manifestantes atiraram paus e pedras. "Eles vieram preparados com máscaras contra gás e vinagre em lenços. Isso mostra a predisposição que eles tinham para o confronto", argumenta a PM. À BBC, pelas redes sociais, o professor Richard Orciuch afirmou que "este foi o dia mais vergonhoso da história do Paraná". "Sou professor em Curitiba, onde tudo isso está acontecendo. Conheço gente que foi atingida por balas de borracha e respiraram gás lacrimogêneo." Em um post que viralizou nas redes sociais, uma professora aparece ensanguentada em uma foto. "Olhem o professor paranaense. Olhem, Beto Richa. Eu sou professora há 23 anos. Depois de 23 anos como professora é isso que eu mereço? Eu mereço uma bomba no rosto?". Na noite de quarta-feira, a PM informou que vai abrir inquérito policial militar 'para apurar a conduta dos profissionais envolvidos no confronto' com acompanhamento do Ministério Público do Paraná. Em nota enviada à imprensa, a seção paranaense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) disse que a "democracia está de luto" e classificou a ação da PM como um "massacre". "A Polícia Militar deve agir para garantir a integridade da população, não para executar o massacre que se presencia no momento", diz o texto. VOTAÇÃO Os manifestantes alegam perda de benefícios trabalhistas após a votação, a portas fechadas, de um projeto que muda as regras da previdência dos funcionários públicos estaduais. De autoria do governador do Estado, Beto Richa (PSDB), e aprovado pela Assembleia Legislativa, a medida diminui as contribuições do Estado sobre pensões pagas a servidores e pretende poupar ao governo R$ 1,7 bilhão por ano. Pelo Twitter, o governador disse que "os direitos dos aposentados e pensionistas estão garantidos". Por ordem judicial, a votação ocorreu sem a presença dos servidores afetados pela medida. Desde o início da semana, a Assembleia Legislativa estava cercada pela Polícia Militar, em uma operação que só terminou nesta quinta-feira. O conflito começou quando a manifestação avançou em direção ao prédio. BLACK BLOCS "Não estamos dizendo que foram os professores", disse à BBC Brasil a porta-voz da PM do Paraná. "A PM identificou black blocs infiltrados no grupo, agentes penitenciários e outras pessoas que tomaram o movimento dos professores para agitação." A reportagem da BBC Brasil questionou: "Mas dezenas de professores estão publicando fotos com ferimentos de balas de borracha nas redes sociais". Márcia Santos responde: "É porque insistiram em ficar próximos à zona de conflito". Ainda segundo a assessoria da PM paranaense, a polícia utilizou apenas "armas não-letais, que não acarretam morte a ninguém".
bbc
'Desproporcional seria usar armas letais', diz porta-voz da PM do ParanáA Polícia Militar do Paraná afirma que não houve uso desproporcional de força no protesto de professores que deixou 170 feridos em Curitiba nesta quarta-feira. "Desproporcional seria usar armas letais", argumentou à BBC Brasil Márcia Santos, coordenadora de imprensa da PM paranaense. "O uso da força foi progressivo. Se você olhar as imagens, primeiro, os policiais estavam totalmente pacíficos olhando tudo. Foi gradativo", diz a porta-voz. Segundo a Prefeitura de Curitiba e a Secretaria de Segurança Pública do Estado, 20 policiais e 150 manifestantes ficaram feridos em frente à Assembleia Legislativa. No confronto, policiais usaram, segundo Santos, "gás lacrimogêneo, bomba identificadora e tiros de bala de borracha". Do outro lado, manifestantes atiraram paus e pedras. "Eles vieram preparados com máscaras contra gás e vinagre em lenços. Isso mostra a predisposição que eles tinham para o confronto", argumenta a PM. À BBC, pelas redes sociais, o professor Richard Orciuch afirmou que "este foi o dia mais vergonhoso da história do Paraná". "Sou professor em Curitiba, onde tudo isso está acontecendo. Conheço gente que foi atingida por balas de borracha e respiraram gás lacrimogêneo." Em um post que viralizou nas redes sociais, uma professora aparece ensanguentada em uma foto. "Olhem o professor paranaense. Olhem, Beto Richa. Eu sou professora há 23 anos. Depois de 23 anos como professora é isso que eu mereço? Eu mereço uma bomba no rosto?". Na noite de quarta-feira, a PM informou que vai abrir inquérito policial militar 'para apurar a conduta dos profissionais envolvidos no confronto' com acompanhamento do Ministério Público do Paraná. Em nota enviada à imprensa, a seção paranaense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) disse que a "democracia está de luto" e classificou a ação da PM como um "massacre". "A Polícia Militar deve agir para garantir a integridade da população, não para executar o massacre que se presencia no momento", diz o texto. VOTAÇÃO Os manifestantes alegam perda de benefícios trabalhistas após a votação, a portas fechadas, de um projeto que muda as regras da previdência dos funcionários públicos estaduais. De autoria do governador do Estado, Beto Richa (PSDB), e aprovado pela Assembleia Legislativa, a medida diminui as contribuições do Estado sobre pensões pagas a servidores e pretende poupar ao governo R$ 1,7 bilhão por ano. Pelo Twitter, o governador disse que "os direitos dos aposentados e pensionistas estão garantidos". Por ordem judicial, a votação ocorreu sem a presença dos servidores afetados pela medida. Desde o início da semana, a Assembleia Legislativa estava cercada pela Polícia Militar, em uma operação que só terminou nesta quinta-feira. O conflito começou quando a manifestação avançou em direção ao prédio. BLACK BLOCS "Não estamos dizendo que foram os professores", disse à BBC Brasil a porta-voz da PM do Paraná. "A PM identificou black blocs infiltrados no grupo, agentes penitenciários e outras pessoas que tomaram o movimento dos professores para agitação." A reportagem da BBC Brasil questionou: "Mas dezenas de professores estão publicando fotos com ferimentos de balas de borracha nas redes sociais". Márcia Santos responde: "É porque insistiram em ficar próximos à zona de conflito". Ainda segundo a assessoria da PM paranaense, a polícia utilizou apenas "armas não-letais, que não acarretam morte a ninguém".
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Escolas ensinam alunos a criarem seus próprios games em São Paulo
Com ajuda de um programa, um grupo de alunos cria um feudo medieval, enquanto outros aprendem sobre insetos numa partida no computador. Se o uso de jogos eletrônicos já é realidade em alguns colégios, a tendência é ensinar aos estudantes como criar seus próprios games. É o que acontece no Colégio Bandeirantes, na zona sul de São Paulo. Os alunos desenham a estrutura do jogo num papel quadriculado, que depois é fotografado e vira um game para computador e celular. "A escola precisa acolher o aluno, e a ideia é trabalhar o jogo como uma linguagem que faz parte do seu universo", diz Tiago Eugênio, professor responsável pela aula, atividade extracurricular a partir do 5º ano. "Desde pequeno eu jogava videogame. Quando apareceu a chance de fazer essa aula, eu aproveitei na hora", conta Pedro Paes, 13, aluno do 8º ano do Bandeirantes. A oficina de games começou há três anos usando o Minecraft —em que o jogador faz de pequenas construções a cidades inteiras. No início deste ano, o projeto mudou e os próprios alunos passaram a criar jogos usando aplicativos e conhecimentos de programação. "A parte mais legal é fazer o design e criar os personagens", diz Paes. "Os jogos envolvem diferentes matérias: inglês, matemática, toda uma parafernália de física. Se você ensina o aluno a fazer um jogo, ele desenvolve essas habilidades também", diz Marco Giroto, sócio e CEO da SuperGeeks, escola que ensina programação a crianças. PROJETO PEDAGÓGICO No Colégio Visconde de Porto Seguro, no Morumbi, zona oeste de São Paulo, a disciplina de games faz parte do currículo a partir dos 4 anos de idade. "A escola tem que estar mergulhada na tecnologia. Ela nunca será a vanguarda desse movimento, mas precisa levar para dentro o que os alunos vivem no dia a dia", afirma Joice Lopes Leite, coordenadora de tecnologia educacional da escola. Para Lopes, não adianta apenas usar os jogos, é preciso que eles façam parte do projeto pedagógico. "Só usar o game na sala de aula é tecnologia pela tecnologia. O pulo é fazer o aluno entender como funciona", diz ela. "Já fizemos projeto de história com feudos. Pegamos os elementos característicos para construí-los", exemplifica Francisco Tupy, professor do Porto Seguro e pesquisador de tecnologia na educação. "Eu gosto de aprender a fazer, porque sempre joguei, mas não sabia como funcionava", afirma Sérgio Bolina, 10, estudante do 5º ano do Porto Seguro. "Quando se usa um jogo na escola, aproximamos do conhecimento o conteúdo que o aluno vê em casa. O jogo vira um objeto de estudo, permite trabalhar habilidades como visão crítica, comunicação e colaboração", completa Tupy. Já Eugênio, do Bandeirantes, utilizou a mecânica de "Pokémon Go" num jogo cujo objetivo é capturar insetos. "Eu poderia simplesmente passar a matéria na lousa, de um jeito tradicional, mas os alunos não iriam aprender com o mesmo brilho nos olhos", afirma. Para a advogada Alessandra Borelli, diretora-executiva de Nethics, empresa especializada em educação digital, o uso dos games no ensino é benéfico, desde que haja também atividades físicas e um claro limite de tempo diante da tela. "A família precisa trabalhar com a escola para que a criança aprenda a separar realidade de ficção", diz. BLOCO A BLOCO Numa escola de São Paulo, alunos usam um jogo de computador para reconstruir de maneira virtual as áreas do município de Mariana (MG), destruídas pelo rompimento da barragem da Samarco, em novembro do ano passado. Utilizando a interface do "Minecraft", o projeto está sendo desenvolvido pelo colégio Saint Clair, no Pari (região central de São Paulo). "Primeiro, vimos no Google Maps como era a cidade. Depois, pesquisamos diferentes tópicos de aula que poderiam ser usados: matemática, história, geografia, ciências", diz Carla Luczyk, professora do colégio e idealizadora do projeto. "Dividimos como cada aluno trabalharia uma parte específica." Segundo João Mattar, professor e pesquisador da Anhembi Morumbi na área de tecnologias na educação, o uso de games no ensino de outras disciplinas, como geografia ou história, aumenta o envolvimento do aluno e facilita a aprendizagem. "As pesquisas mostram que uma classe que usou game e outra que não usou têm resultados parecidos logo após a aula. Mas, depois de alguns meses, a turma que usou games tem um resultado melhor, lembra mais da matéria", afirma. Segundo ele, a presença dos games na sala de aula está aumentando, mas ainda costuma ser resultado de iniciativas individuais, e não parte do plano pedagógico. "Ainda falta estrutura nas escolas. Quando esses projetos dão certo, em geral é ideia de um professor."
educacao
Escolas ensinam alunos a criarem seus próprios games em São PauloCom ajuda de um programa, um grupo de alunos cria um feudo medieval, enquanto outros aprendem sobre insetos numa partida no computador. Se o uso de jogos eletrônicos já é realidade em alguns colégios, a tendência é ensinar aos estudantes como criar seus próprios games. É o que acontece no Colégio Bandeirantes, na zona sul de São Paulo. Os alunos desenham a estrutura do jogo num papel quadriculado, que depois é fotografado e vira um game para computador e celular. "A escola precisa acolher o aluno, e a ideia é trabalhar o jogo como uma linguagem que faz parte do seu universo", diz Tiago Eugênio, professor responsável pela aula, atividade extracurricular a partir do 5º ano. "Desde pequeno eu jogava videogame. Quando apareceu a chance de fazer essa aula, eu aproveitei na hora", conta Pedro Paes, 13, aluno do 8º ano do Bandeirantes. A oficina de games começou há três anos usando o Minecraft —em que o jogador faz de pequenas construções a cidades inteiras. No início deste ano, o projeto mudou e os próprios alunos passaram a criar jogos usando aplicativos e conhecimentos de programação. "A parte mais legal é fazer o design e criar os personagens", diz Paes. "Os jogos envolvem diferentes matérias: inglês, matemática, toda uma parafernália de física. Se você ensina o aluno a fazer um jogo, ele desenvolve essas habilidades também", diz Marco Giroto, sócio e CEO da SuperGeeks, escola que ensina programação a crianças. PROJETO PEDAGÓGICO No Colégio Visconde de Porto Seguro, no Morumbi, zona oeste de São Paulo, a disciplina de games faz parte do currículo a partir dos 4 anos de idade. "A escola tem que estar mergulhada na tecnologia. Ela nunca será a vanguarda desse movimento, mas precisa levar para dentro o que os alunos vivem no dia a dia", afirma Joice Lopes Leite, coordenadora de tecnologia educacional da escola. Para Lopes, não adianta apenas usar os jogos, é preciso que eles façam parte do projeto pedagógico. "Só usar o game na sala de aula é tecnologia pela tecnologia. O pulo é fazer o aluno entender como funciona", diz ela. "Já fizemos projeto de história com feudos. Pegamos os elementos característicos para construí-los", exemplifica Francisco Tupy, professor do Porto Seguro e pesquisador de tecnologia na educação. "Eu gosto de aprender a fazer, porque sempre joguei, mas não sabia como funcionava", afirma Sérgio Bolina, 10, estudante do 5º ano do Porto Seguro. "Quando se usa um jogo na escola, aproximamos do conhecimento o conteúdo que o aluno vê em casa. O jogo vira um objeto de estudo, permite trabalhar habilidades como visão crítica, comunicação e colaboração", completa Tupy. Já Eugênio, do Bandeirantes, utilizou a mecânica de "Pokémon Go" num jogo cujo objetivo é capturar insetos. "Eu poderia simplesmente passar a matéria na lousa, de um jeito tradicional, mas os alunos não iriam aprender com o mesmo brilho nos olhos", afirma. Para a advogada Alessandra Borelli, diretora-executiva de Nethics, empresa especializada em educação digital, o uso dos games no ensino é benéfico, desde que haja também atividades físicas e um claro limite de tempo diante da tela. "A família precisa trabalhar com a escola para que a criança aprenda a separar realidade de ficção", diz. BLOCO A BLOCO Numa escola de São Paulo, alunos usam um jogo de computador para reconstruir de maneira virtual as áreas do município de Mariana (MG), destruídas pelo rompimento da barragem da Samarco, em novembro do ano passado. Utilizando a interface do "Minecraft", o projeto está sendo desenvolvido pelo colégio Saint Clair, no Pari (região central de São Paulo). "Primeiro, vimos no Google Maps como era a cidade. Depois, pesquisamos diferentes tópicos de aula que poderiam ser usados: matemática, história, geografia, ciências", diz Carla Luczyk, professora do colégio e idealizadora do projeto. "Dividimos como cada aluno trabalharia uma parte específica." Segundo João Mattar, professor e pesquisador da Anhembi Morumbi na área de tecnologias na educação, o uso de games no ensino de outras disciplinas, como geografia ou história, aumenta o envolvimento do aluno e facilita a aprendizagem. "As pesquisas mostram que uma classe que usou game e outra que não usou têm resultados parecidos logo após a aula. Mas, depois de alguns meses, a turma que usou games tem um resultado melhor, lembra mais da matéria", afirma. Segundo ele, a presença dos games na sala de aula está aumentando, mas ainda costuma ser resultado de iniciativas individuais, e não parte do plano pedagógico. "Ainda falta estrutura nas escolas. Quando esses projetos dão certo, em geral é ideia de um professor."
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Segurança de SP contesta reportagem sobre acesso a informações públicas
Na reportagem Segurança de SP aperta filtro de acesso a informações públicas, o jornalista demonstrou total desconhecimento da nova regulamentação que ampliou o acesso a todas as informações, sem nenhuma previsão de sigilo prévio. Além disso, omitiu parte da resposta enviada: a Secretaria da Segurança Pública informou, sim, as lotações dos responsáveis pelo SIC: o delegado José Godoy Pereira Neto, na titularidade da assistência policial civil da SSP, o coronel Luiz Carlos Pereira Martins, na chefia da assessoria da PM da SSP, e a perita criminal Maysa Ribeiro Parisi, representante da superintendência da polícia técnico-científica na SSP. MARCO NASCIMENTO, diretor-executivo de imprensa e comunicação da Secretaria da Segurança Pública (São Paulo, SP) RESPOSTA DO JORNALISTA ROGÉRIO PAGNAN - A reportagem questionou onde os funcionários ficarão lotados fisicamente, não os seus cargos atuais. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Segurança de SP contesta reportagem sobre acesso a informações públicasNa reportagem Segurança de SP aperta filtro de acesso a informações públicas, o jornalista demonstrou total desconhecimento da nova regulamentação que ampliou o acesso a todas as informações, sem nenhuma previsão de sigilo prévio. Além disso, omitiu parte da resposta enviada: a Secretaria da Segurança Pública informou, sim, as lotações dos responsáveis pelo SIC: o delegado José Godoy Pereira Neto, na titularidade da assistência policial civil da SSP, o coronel Luiz Carlos Pereira Martins, na chefia da assessoria da PM da SSP, e a perita criminal Maysa Ribeiro Parisi, representante da superintendência da polícia técnico-científica na SSP. MARCO NASCIMENTO, diretor-executivo de imprensa e comunicação da Secretaria da Segurança Pública (São Paulo, SP) RESPOSTA DO JORNALISTA ROGÉRIO PAGNAN - A reportagem questionou onde os funcionários ficarão lotados fisicamente, não os seus cargos atuais. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Veja frases da plateia sobre o Seminário Inovação Educativa
Confira abaixo algumas impressões do público sobre o Seminário Inovação Educativa, promovido pela Folha em parceria com a Fundação Telefônica Vivo, entre esta terça-feira (22) e esta quarta (23), no Tucarena. * "O evento foi ótimo, adorei a diversidade de palestrantes e perspectivas. Foi o que se destacou para mim, porque você vê a complexidade do tema. O que a gente está tentando colocar na prática hoje é o que o Paulo Freire falava há 30, 40 anos: a educação deve desenvolver pessoas que sejam protagonistas da própria vida. No contexto atual, isso significa formar pessoas que saibam usar todo esse conteúdo que temos disponível de todos os lados." Carolina Maciel de Oliveira, 36, formada em psicologia "Os debates foram excelentes. Abriram novos horizontes, permitiram que a gente tivesse um olhar de 360º sobre a educação. Temos que ouvir mais os alunos, levá-los para fora da sala de aula, testar novos métodos revolucionários. Inovar na educação é isso. Os métodos antigos valeram naquela época, mas nas últimas décadas nossa realidade mudou." Armando César, 55, profissional de tecnologia da informação e comércio exterior "O evento ajudou a mostrar os novos desafios para a educação, que fazem a diferença para crianças e professores, porque todos eles fazem parte desse processo. Quando você trabalha com isso todos os dias, acaba perdendo essa visão do todo. Precisamos fazer novas conexões em sala de aula e trabalhar com as necessidades e vontades dos alunos." Josiane Depoli, 50, professora e assessora pedagógica
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Veja frases da plateia sobre o Seminário Inovação EducativaConfira abaixo algumas impressões do público sobre o Seminário Inovação Educativa, promovido pela Folha em parceria com a Fundação Telefônica Vivo, entre esta terça-feira (22) e esta quarta (23), no Tucarena. * "O evento foi ótimo, adorei a diversidade de palestrantes e perspectivas. Foi o que se destacou para mim, porque você vê a complexidade do tema. O que a gente está tentando colocar na prática hoje é o que o Paulo Freire falava há 30, 40 anos: a educação deve desenvolver pessoas que sejam protagonistas da própria vida. No contexto atual, isso significa formar pessoas que saibam usar todo esse conteúdo que temos disponível de todos os lados." Carolina Maciel de Oliveira, 36, formada em psicologia "Os debates foram excelentes. Abriram novos horizontes, permitiram que a gente tivesse um olhar de 360º sobre a educação. Temos que ouvir mais os alunos, levá-los para fora da sala de aula, testar novos métodos revolucionários. Inovar na educação é isso. Os métodos antigos valeram naquela época, mas nas últimas décadas nossa realidade mudou." Armando César, 55, profissional de tecnologia da informação e comércio exterior "O evento ajudou a mostrar os novos desafios para a educação, que fazem a diferença para crianças e professores, porque todos eles fazem parte desse processo. Quando você trabalha com isso todos os dias, acaba perdendo essa visão do todo. Precisamos fazer novas conexões em sala de aula e trabalhar com as necessidades e vontades dos alunos." Josiane Depoli, 50, professora e assessora pedagógica
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Santos empata e completa 10 anos sem vencer na estreia do Brasileiro
Mais uma vez a torcida santista não pôde comemorar uma vitória da equipe na estreia do Campeonato Brasileiro. Neste domingo, o atual campeão paulista empatou com o Avaí por 1 a 1, no estádio da Ressacada, em Florianópolis, pela 1ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com o empate, o Santos completou dez anos sem vencer na estreia do Brasileiro. Desde 2005, o time não ganha na primeira rodada da competição nacional –são sete empates e três derrotas. Quando o assunto é estreia fora de casa, a situação é ainda pior. Desde quando o Brasileiro começou a ser disputado por pontos corridos –2003–, o Santos nunca venceu a primeira partida jogando fora de seus domínios. A história poderia ser diferente após o gol marcado por Robinho, aos 26 min. O atacante recebeu passe de Victor Ferraz e sem marcação chutou forte para abrir o placar para os visitantes. Sem poupar nenhum jogador, o Santos foi a campo com o time que enfrentou o Palmeiras na final do Campeonato Paulista, e só não marcou mais na primeira etapa pela boa atuação do goleiro Vagner. Os gols fizeram falta à equipe do litoral paulista. No segundo tempo, os donos da casa voltaram com mais ímpeto e conseguiram o empate. Aos 16 minutos, Marquinhos em cobrança de falta deixou tudo igual. O jogador defendeu o Santos em 2010, quando ajudou na conquista do título do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil. A virada da equipe de Florianópolis só não veio, pois o goleiro Vladimir fez boas defesas na segunda etapa, impedindo a derrota santista.
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Santos empata e completa 10 anos sem vencer na estreia do BrasileiroMais uma vez a torcida santista não pôde comemorar uma vitória da equipe na estreia do Campeonato Brasileiro. Neste domingo, o atual campeão paulista empatou com o Avaí por 1 a 1, no estádio da Ressacada, em Florianópolis, pela 1ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com o empate, o Santos completou dez anos sem vencer na estreia do Brasileiro. Desde 2005, o time não ganha na primeira rodada da competição nacional –são sete empates e três derrotas. Quando o assunto é estreia fora de casa, a situação é ainda pior. Desde quando o Brasileiro começou a ser disputado por pontos corridos –2003–, o Santos nunca venceu a primeira partida jogando fora de seus domínios. A história poderia ser diferente após o gol marcado por Robinho, aos 26 min. O atacante recebeu passe de Victor Ferraz e sem marcação chutou forte para abrir o placar para os visitantes. Sem poupar nenhum jogador, o Santos foi a campo com o time que enfrentou o Palmeiras na final do Campeonato Paulista, e só não marcou mais na primeira etapa pela boa atuação do goleiro Vagner. Os gols fizeram falta à equipe do litoral paulista. No segundo tempo, os donos da casa voltaram com mais ímpeto e conseguiram o empate. Aos 16 minutos, Marquinhos em cobrança de falta deixou tudo igual. O jogador defendeu o Santos em 2010, quando ajudou na conquista do título do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil. A virada da equipe de Florianópolis só não veio, pois o goleiro Vladimir fez boas defesas na segunda etapa, impedindo a derrota santista.
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Novas tecnologias dinamizaram a forma de ver TV, diz diretor da Globo
Dona de cerca de 40% de todo o investimento em publicidade no país, a Rede Globo faz 50 anos este ano em um momento em que a competição deixou de vir apenas dos canais abertos. Serviços de vídeo sob demanda, como Netflix, e todas as segundas e terceiras telas disputam e dispersam a atenção do consumidor e levam à queda na audiência. Em entrevista à Folha, o diretor-geral de Negócios da Globo, Willy Haas, 63, diz que os pilares para continuar líder num cenário mais competitivo são qualidade e relevância de conteúdo, adequação do conteúdo à agenda diária e sazonal da população e capilaridade de distribuição da programação * Folha - A Globo está fazendo 50 anos. Como imagina a TV aberta quando a Globo fizer 60? O intervalo comercial será a principal fonte de receita? Willy Haas - A TV será vital, conectada com seu público, contando histórias que façam sentido e sejam relevantes à vida que se viverá daqui a 10 anos. O mesmo vale para o comercial. A construção e a manutenção de marcas fortes continuará a ser fundamental. O intervalo comercial e o comercial de 30 segundos continuarão a ser os protagonistas nas estratégias de comunicação dos clientes. A empresa alemã GfK deve iniciar a medição de audiência no Brasil. Qual a sua expectativa com relação a essa ferramenta, que chega para competir com o Ibope? O mercado brasileiro tem características próprias e adota padrões técnicos elevados. O mais importante é dispor de informações tecnicamente precisas e seguras, para a tomada de decisões. E acreditamos que temos isso. Sempre que surgirem novas ferramentas e fornecedores, iremos acompanhar o seu desenvolvimento e avaliar a sua utilização. É o que estamos fazendo agora. Ainda que esteja bem na frente do segundo lugar, a audiência da TV Globo vem caindo. Como vê essa queda? A população brasileira cresceu, assim como o número de aparelhos de TV, o número de lares com receptores de TV, as horas dedicadas pelos telespectadores e a área de cobertura. Com isso, as emissoras de TV aberta hoje têm mais audiência do que tinham há 20, 30 anos. Numa conta rápida, 30 pontos de audiência da Globo em 1997 (ano do início da medição PNT –Painel Nacional de Audiência de TV) equivaliam a 10.106.038 domicílios com TV. No ano passado, correspondiam a 18.146.208 domicílios com TV. Ou seja, a audiência da Globo cresceu 79,6% em âmbito nacional, em número de domicílios e, consequentemente, em número de telespectadores. Como a Globo se prepara para se manter relevante no contexto de novas mídias digitais? O que nos dá coragem para encarar esse e outros desafios são a qualidade e a relevância dos nossos conteúdos, a adequação deles à agenda diária e sazonal da população, e a capilaridade de distribuição da nossa programação. Podemos dizer que as novas tecnologias dinamizaram a maneira de ver TV. Nossas histórias são grande combustível de conversas também no ambiente digital. Isso faz com que a gente esteja cada vez mais perto do público. É um momento muito favorável à TV aberta. Temos feito experiências, testado formatos, investido em novos talentos, estabelecido parcerias para enriquecer ainda mais a experiência de ver TV. Quem é o principal concorrente da Globo hoje? Todos. Não podemos nos acomodar, de jeito nenhum. Daí nossa filosofia de olhar para o futuro. Falar dos nossos 50 anos é falar do futuro. Como o sr. vê o surgimento de empresas como Netflix? Nossa filosofia é ter nosso conteúdo ao alcance do público em todas as plataformas que ele quiser. O que vem mudando são os canais de distribuição, não a essência do que produzimos. Neste momento, estamos privilegiando plataformas próprias para disponibilizar o nosso conteúdo, como fazemos, por exemplo, com o piloto do Globo TV + e, em breve, numa nova solução de VOD [vídeo on demand]. Também distribuímos conteúdos em plataformas de terceiros, como é o caso dos serviços on demand das operadoras de TV por assinatura, que já são nossos parceiros de longa data na distribuição em plataformas tradicionais. Este é um ano difícil para o país como um todo e as empresas de comunicação sentem a freada dos anunciantes. Como a Globo se adapta ao cenário? Como qualquer empresa, estamos permanentemente atentos ao que acontece na economia do país e trabalhamos em sintonia com o mercado publicitário. Como responde à crítica de que o modelo de compra de mídia no Brasil, em que a compra é concentrada nas agências e não num bureau de mídia, reforça o poder de mercado da TV Globo? No Brasil, o modelo de relacionamento do mercado publicitário é bastante peculiar, regido por legislação e melhores práticas via autorregulação, e se baseia no atendimento full service [serviço completo, incluindo compra de mídia]. Esse modelo, apoiado pelas associações representativas de anunciantes, agências e meios, garantiu as condições para o desenvolvimento do mercado publicitário e a reputação da propaganda brasileira como uma das mais criativas e sofisticadas do mundo.
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Novas tecnologias dinamizaram a forma de ver TV, diz diretor da GloboDona de cerca de 40% de todo o investimento em publicidade no país, a Rede Globo faz 50 anos este ano em um momento em que a competição deixou de vir apenas dos canais abertos. Serviços de vídeo sob demanda, como Netflix, e todas as segundas e terceiras telas disputam e dispersam a atenção do consumidor e levam à queda na audiência. Em entrevista à Folha, o diretor-geral de Negócios da Globo, Willy Haas, 63, diz que os pilares para continuar líder num cenário mais competitivo são qualidade e relevância de conteúdo, adequação do conteúdo à agenda diária e sazonal da população e capilaridade de distribuição da programação * Folha - A Globo está fazendo 50 anos. Como imagina a TV aberta quando a Globo fizer 60? O intervalo comercial será a principal fonte de receita? Willy Haas - A TV será vital, conectada com seu público, contando histórias que façam sentido e sejam relevantes à vida que se viverá daqui a 10 anos. O mesmo vale para o comercial. A construção e a manutenção de marcas fortes continuará a ser fundamental. O intervalo comercial e o comercial de 30 segundos continuarão a ser os protagonistas nas estratégias de comunicação dos clientes. A empresa alemã GfK deve iniciar a medição de audiência no Brasil. Qual a sua expectativa com relação a essa ferramenta, que chega para competir com o Ibope? O mercado brasileiro tem características próprias e adota padrões técnicos elevados. O mais importante é dispor de informações tecnicamente precisas e seguras, para a tomada de decisões. E acreditamos que temos isso. Sempre que surgirem novas ferramentas e fornecedores, iremos acompanhar o seu desenvolvimento e avaliar a sua utilização. É o que estamos fazendo agora. Ainda que esteja bem na frente do segundo lugar, a audiência da TV Globo vem caindo. Como vê essa queda? A população brasileira cresceu, assim como o número de aparelhos de TV, o número de lares com receptores de TV, as horas dedicadas pelos telespectadores e a área de cobertura. Com isso, as emissoras de TV aberta hoje têm mais audiência do que tinham há 20, 30 anos. Numa conta rápida, 30 pontos de audiência da Globo em 1997 (ano do início da medição PNT –Painel Nacional de Audiência de TV) equivaliam a 10.106.038 domicílios com TV. No ano passado, correspondiam a 18.146.208 domicílios com TV. Ou seja, a audiência da Globo cresceu 79,6% em âmbito nacional, em número de domicílios e, consequentemente, em número de telespectadores. Como a Globo se prepara para se manter relevante no contexto de novas mídias digitais? O que nos dá coragem para encarar esse e outros desafios são a qualidade e a relevância dos nossos conteúdos, a adequação deles à agenda diária e sazonal da população, e a capilaridade de distribuição da nossa programação. Podemos dizer que as novas tecnologias dinamizaram a maneira de ver TV. Nossas histórias são grande combustível de conversas também no ambiente digital. Isso faz com que a gente esteja cada vez mais perto do público. É um momento muito favorável à TV aberta. Temos feito experiências, testado formatos, investido em novos talentos, estabelecido parcerias para enriquecer ainda mais a experiência de ver TV. Quem é o principal concorrente da Globo hoje? Todos. Não podemos nos acomodar, de jeito nenhum. Daí nossa filosofia de olhar para o futuro. Falar dos nossos 50 anos é falar do futuro. Como o sr. vê o surgimento de empresas como Netflix? Nossa filosofia é ter nosso conteúdo ao alcance do público em todas as plataformas que ele quiser. O que vem mudando são os canais de distribuição, não a essência do que produzimos. Neste momento, estamos privilegiando plataformas próprias para disponibilizar o nosso conteúdo, como fazemos, por exemplo, com o piloto do Globo TV + e, em breve, numa nova solução de VOD [vídeo on demand]. Também distribuímos conteúdos em plataformas de terceiros, como é o caso dos serviços on demand das operadoras de TV por assinatura, que já são nossos parceiros de longa data na distribuição em plataformas tradicionais. Este é um ano difícil para o país como um todo e as empresas de comunicação sentem a freada dos anunciantes. Como a Globo se adapta ao cenário? Como qualquer empresa, estamos permanentemente atentos ao que acontece na economia do país e trabalhamos em sintonia com o mercado publicitário. Como responde à crítica de que o modelo de compra de mídia no Brasil, em que a compra é concentrada nas agências e não num bureau de mídia, reforça o poder de mercado da TV Globo? No Brasil, o modelo de relacionamento do mercado publicitário é bastante peculiar, regido por legislação e melhores práticas via autorregulação, e se baseia no atendimento full service [serviço completo, incluindo compra de mídia]. Esse modelo, apoiado pelas associações representativas de anunciantes, agências e meios, garantiu as condições para o desenvolvimento do mercado publicitário e a reputação da propaganda brasileira como uma das mais criativas e sofisticadas do mundo.
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Bolt encontra crianças de favela do Rio
DO RIO O jamaicano Usain Bolt posou para fotografias com crianças que moram na região da Penha, na zona norte do Rio, ao lado do centro de treinamento da delegação de atletismo da Jamaica, no Rio. O astro postou a imagem em suas redes sociais. A Jamaica tem treinado isolada no Cefan, o centro de educação física da Marinha, e nem imprensa, nem curiosos tem acesso porque o Comitê Olímpico da Jamaica fechou o local com exclusividade. o Cefan não é equipamento oficial de treinos da Rio-2016. Usain Bolt "Eles dizem que essas crianças são das comunidades (favelas) mais perigosas aqui no Rio. Eles são o nosso futuro e eu estou muito feliz por conhecê-los", escreveu Bolt. Ele também fez fotos com funcionários do Cefan, e sempre com a pose de sua marca registrada, o gesto como se fosse um raio. Bolt é um dos principais nomes da Rio-2016 e vai tentar o tricampeonato olímpico nos 100m, 200m e 4x100m no atletismo, competição que começa dia 12 de agosto, no Engenhão. Nesta quarta (3), a delegação de atletismo da Jamaica deixará um hotel em que estão hospedados próximo ao aeroporto do Galeão, e entrarão na Vila Olímpica. Bolt terá um apartamento só para ele.
esporte
Bolt encontra crianças de favela do Rio DO RIO O jamaicano Usain Bolt posou para fotografias com crianças que moram na região da Penha, na zona norte do Rio, ao lado do centro de treinamento da delegação de atletismo da Jamaica, no Rio. O astro postou a imagem em suas redes sociais. A Jamaica tem treinado isolada no Cefan, o centro de educação física da Marinha, e nem imprensa, nem curiosos tem acesso porque o Comitê Olímpico da Jamaica fechou o local com exclusividade. o Cefan não é equipamento oficial de treinos da Rio-2016. Usain Bolt "Eles dizem que essas crianças são das comunidades (favelas) mais perigosas aqui no Rio. Eles são o nosso futuro e eu estou muito feliz por conhecê-los", escreveu Bolt. Ele também fez fotos com funcionários do Cefan, e sempre com a pose de sua marca registrada, o gesto como se fosse um raio. Bolt é um dos principais nomes da Rio-2016 e vai tentar o tricampeonato olímpico nos 100m, 200m e 4x100m no atletismo, competição que começa dia 12 de agosto, no Engenhão. Nesta quarta (3), a delegação de atletismo da Jamaica deixará um hotel em que estão hospedados próximo ao aeroporto do Galeão, e entrarão na Vila Olímpica. Bolt terá um apartamento só para ele.
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Em vídeo, comandante da PM diz que não aceitará mortes sem necessidade
Em meio a suspeitas da participação de policiais em uma série de assassinatos, o comandante da Polícia Militar de São Paulo, Ricardo Gambaroni, gravou um vídeo alertando os subordinados que a corporação não vai "tolerar" maus policiais e que mortes só são aceitáveis sobre "o abrigo da legítima defesa"."Não cabe a nenhum de nós, como profissionais de polícia, decidir sobre a vida do infrator por pior que tenha sido o crime cometido", afirma o coronel em mensagem distribuída entre os policiais, ao qual a Folha teve acesso.Leia a reportagem aqui
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Em vídeo, comandante da PM diz que não aceitará mortes sem necessidadeEm meio a suspeitas da participação de policiais em uma série de assassinatos, o comandante da Polícia Militar de São Paulo, Ricardo Gambaroni, gravou um vídeo alertando os subordinados que a corporação não vai "tolerar" maus policiais e que mortes só são aceitáveis sobre "o abrigo da legítima defesa"."Não cabe a nenhum de nós, como profissionais de polícia, decidir sobre a vida do infrator por pior que tenha sido o crime cometido", afirma o coronel em mensagem distribuída entre os policiais, ao qual a Folha teve acesso.Leia a reportagem aqui
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Ministro do STJ dá aval para PF indiciar Fernando Pimentel
O ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Herman Benjamin, autorizou que a Polícia Federal interrogue o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, nas investigações da Operação Acrônimo e faça seu indiciamento caso ache pertinente. A decisão do ministro é de fevereiro, em resposta a um pedido da Polícia Federal. A PGR (Procuradoria Geral da República) havia se manifestado contra a possibilidade de a PF promover indiciamentos contra autoridades com foro privilegiado. Caso seja indiciado, Pimentel passa a ser considerado formalmente investigado no caso. Posteriormente, porém, cabe à PGR mover a ação penal e incluí-lo como alvo caso veja indícios contra Pimentel. O chefe do Executivo mineiro é um dos principais alvos da Operação Acrônimo, que apura indícios de ilegalidades na campanha do petista ao Palácio da Liberdade, em 2014. A mesma investigação mira em suspeitas de compra de medidas provisórias e de favorecimento a empresas com empréstimos do BNDES, no período em que Pimentel comandava o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, pasta à qual o banco de fomento é vinculado. A Folha apurou que, na avaliação da PF, o governador pode ser indiciado sob suspeita dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Procurada, a defesa de Pimentel informou que vai recorrer do despacho do ministro Herman Benjamin. O advogado Pierpaolo Bottini afirmou que, em seu entendimento, não pode ser delegada à PF a atribuição de indiciar uma autoridade com foro privilegiado.
poder
Ministro do STJ dá aval para PF indiciar Fernando PimentelO ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Herman Benjamin, autorizou que a Polícia Federal interrogue o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, nas investigações da Operação Acrônimo e faça seu indiciamento caso ache pertinente. A decisão do ministro é de fevereiro, em resposta a um pedido da Polícia Federal. A PGR (Procuradoria Geral da República) havia se manifestado contra a possibilidade de a PF promover indiciamentos contra autoridades com foro privilegiado. Caso seja indiciado, Pimentel passa a ser considerado formalmente investigado no caso. Posteriormente, porém, cabe à PGR mover a ação penal e incluí-lo como alvo caso veja indícios contra Pimentel. O chefe do Executivo mineiro é um dos principais alvos da Operação Acrônimo, que apura indícios de ilegalidades na campanha do petista ao Palácio da Liberdade, em 2014. A mesma investigação mira em suspeitas de compra de medidas provisórias e de favorecimento a empresas com empréstimos do BNDES, no período em que Pimentel comandava o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, pasta à qual o banco de fomento é vinculado. A Folha apurou que, na avaliação da PF, o governador pode ser indiciado sob suspeita dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Procurada, a defesa de Pimentel informou que vai recorrer do despacho do ministro Herman Benjamin. O advogado Pierpaolo Bottini afirmou que, em seu entendimento, não pode ser delegada à PF a atribuição de indiciar uma autoridade com foro privilegiado.
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Coroa que pode ter sido de Roberto Carlos vai a leilão por R$ 10 mil
No subsolo de um pequeno galpão apinhado até o teto de objetos cenográficos (caveiras, tronos, bancos de praça), no Recreio dos Bandeirantes, no Rio, descansa sobre uma almofada de veludo vermelho a coroa do rei. Foi supostamente com ela que Roberto Carlos foi coroado Rei da Juventude, pelas mãos de sua mãe, Lady Laura, no programa do Chacrinha na TV Excelsior, em 1966. Ela será leiloada a partir desta segunda (21) com outras 1.500 peças da Mundo Teatral, que aluga apetrechos para teatro, TV e cinema. A coroa é a peça mais cara. Sairá por pelo menos R$ 10 mil, e a organizadora, Leslie Diniz, estima que possa chegar R$ 300 mil pelo valor simbólico. "Interessados, nós temos." Até a última quarta (16), eram quatro, e um deles já havia feito uma oferta inicial de R$ 10.500. Segundo Leslie, dois são fãs enlouquecidos, um é colecionador e o quarto, investidor. A reportagem conversou com este último, que não quis se identificar. Ele diz acreditar que poderá revender a peça por pelo menos R$20 mil em alguns anos. Acredita que a peça seja autêntica por confiança na casa de leilões, de quem já comprou "milhares de peças". Roberto Carlos não confirma nem refuta a autenticidade da coroa. Por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não se lembra dos detalhes daquele dia. "Pudera", diz seu biógrafo, Paulo Cesar de Araújo. "Sabe aquela cena das pessoas desmaiando ao ver os Beatles? Com Roberto era igual, só que não temos os vídeos para provar." Segundo Araújo, o apelido de "rei" já havia colado mesmo antes desse episódio. "A música brasileira teve vários personagens chamados de 'reis'. A diferença é que o Roberto teve muito sucesso nesse momento e não parou." "Nunca mais tiramos ela do acervo. O lucro do aluguel não compensaria o risco de algum dano", diz Emerson Marques, da Mundo Teatral.
ilustrada
Coroa que pode ter sido de Roberto Carlos vai a leilão por R$ 10 milNo subsolo de um pequeno galpão apinhado até o teto de objetos cenográficos (caveiras, tronos, bancos de praça), no Recreio dos Bandeirantes, no Rio, descansa sobre uma almofada de veludo vermelho a coroa do rei. Foi supostamente com ela que Roberto Carlos foi coroado Rei da Juventude, pelas mãos de sua mãe, Lady Laura, no programa do Chacrinha na TV Excelsior, em 1966. Ela será leiloada a partir desta segunda (21) com outras 1.500 peças da Mundo Teatral, que aluga apetrechos para teatro, TV e cinema. A coroa é a peça mais cara. Sairá por pelo menos R$ 10 mil, e a organizadora, Leslie Diniz, estima que possa chegar R$ 300 mil pelo valor simbólico. "Interessados, nós temos." Até a última quarta (16), eram quatro, e um deles já havia feito uma oferta inicial de R$ 10.500. Segundo Leslie, dois são fãs enlouquecidos, um é colecionador e o quarto, investidor. A reportagem conversou com este último, que não quis se identificar. Ele diz acreditar que poderá revender a peça por pelo menos R$20 mil em alguns anos. Acredita que a peça seja autêntica por confiança na casa de leilões, de quem já comprou "milhares de peças". Roberto Carlos não confirma nem refuta a autenticidade da coroa. Por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não se lembra dos detalhes daquele dia. "Pudera", diz seu biógrafo, Paulo Cesar de Araújo. "Sabe aquela cena das pessoas desmaiando ao ver os Beatles? Com Roberto era igual, só que não temos os vídeos para provar." Segundo Araújo, o apelido de "rei" já havia colado mesmo antes desse episódio. "A música brasileira teve vários personagens chamados de 'reis'. A diferença é que o Roberto teve muito sucesso nesse momento e não parou." "Nunca mais tiramos ela do acervo. O lucro do aluguel não compensaria o risco de algum dano", diz Emerson Marques, da Mundo Teatral.
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Novas drogas contra o colesterol estão a um passo da aprovação nos EUA
Uma comissão da Food and Drug Administration (FDA), agência que regula remédios nos EUA, recomendou a aprovação de novas drogas que se mostraram capazes de reduzir os níveis de colesterol ruim, o LDL. Em resultados preliminares de estudos clínicos, pessoas que tomaram os remédios viram seus níveis de colesterol ruim cair significativamente. Os testes clínicos deverão ser concluídos em 2017. Esses remédios são anticorpos que têm como alvo uma proteína (PCSK9) presente no fígado e no intestino e que destrói os receptores de LDL nas células. Esses receptores se encaixam no colesterol ruim e o tiram de circulação. Ao impedir a ação da PCSK9, é possível baixar o LDL no sangue. Pessoas com mutações genéticas que levam à redução dos níveis da PCSK9 no sangue têm colesterol mais baixo. Os remédios são injetáveis, e são aplicados a cada duas semanas ou uma vez por mês, dependendo da formulação. Drogas de duas farmacêuticas, o alirocumab, desenvolvido pela Sanofi e pela Regeneron, e o evolocumab, da Amgen, receberam a recomendação da FDA para serem aprovadas, com 13 fotos a favor e 3 contra. A FDA costuma seguir a recomendação das comissões. A aprovação final deverá ser decidida entre julho e agosto. As farmacêuticas pedem a aprovação das drogas para três grupos de paciente: aqueles com altos níveis de LDL, que não conseguem diminuir esses níveis apenas com estatinas; pessoas que já sofreram infarto, que têm diabetes e que não conseguem diminuir seus níveis de colesterol com estatinas; e pessoas com altos níveis de LDL que não toleram a estatina. Os médicos costumam definir como alto risco níveis de colesterol LDL acima de 70. A Sanofi estima que a droga poderá ser aplicada em 11 milhões de americanos. A Amgem estima em 8 milhões. Até agora, aparentemente todos que tomaram os remédios responderam bem ao tratamento. Os níveis de colesterol LDL caíram cerca de 40% a 65%, mesmo que o nível inicial foi alcançado com uso da estatina. Os estudos clínicos também mostraram que os remédios aparentemente não têm mais efeitos colaterais do que um placebo. Paul Chew, diretor médico da Sanofi disse ao "New York Times" que tanto pacientes do grupo que tomou placebo quanto o grupo que tomou o medicamento relataram esquecimento. Mais resultados serão obtidos conforme os estudos, que estão primeiramente tentando investigar se a drogas reduzem os casos de enfarto e mortes tão bem quanto reduzem os níveis de colesterol ruim, avançam. A Sanofi está fazendo estudos com 27.500 pacientes e a Amgem com 18 mil. CUSTO As drogas, porém, prometem ser caras. Como muitas outras drogas contra o câncer, os novos medicamentos são anticorpos, produzidos a partir de células vivas a um custo muito elevado. As farmacêuticas não revelaram quanto elas pretendem cobrar pelas novas drogas, mas William Shrank, chefe científico da organização CVS Health, estimou ao NYT que elas podem custar de U$ 7 mil a U$ 12 mil por ano.
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Novas drogas contra o colesterol estão a um passo da aprovação nos EUAUma comissão da Food and Drug Administration (FDA), agência que regula remédios nos EUA, recomendou a aprovação de novas drogas que se mostraram capazes de reduzir os níveis de colesterol ruim, o LDL. Em resultados preliminares de estudos clínicos, pessoas que tomaram os remédios viram seus níveis de colesterol ruim cair significativamente. Os testes clínicos deverão ser concluídos em 2017. Esses remédios são anticorpos que têm como alvo uma proteína (PCSK9) presente no fígado e no intestino e que destrói os receptores de LDL nas células. Esses receptores se encaixam no colesterol ruim e o tiram de circulação. Ao impedir a ação da PCSK9, é possível baixar o LDL no sangue. Pessoas com mutações genéticas que levam à redução dos níveis da PCSK9 no sangue têm colesterol mais baixo. Os remédios são injetáveis, e são aplicados a cada duas semanas ou uma vez por mês, dependendo da formulação. Drogas de duas farmacêuticas, o alirocumab, desenvolvido pela Sanofi e pela Regeneron, e o evolocumab, da Amgen, receberam a recomendação da FDA para serem aprovadas, com 13 fotos a favor e 3 contra. A FDA costuma seguir a recomendação das comissões. A aprovação final deverá ser decidida entre julho e agosto. As farmacêuticas pedem a aprovação das drogas para três grupos de paciente: aqueles com altos níveis de LDL, que não conseguem diminuir esses níveis apenas com estatinas; pessoas que já sofreram infarto, que têm diabetes e que não conseguem diminuir seus níveis de colesterol com estatinas; e pessoas com altos níveis de LDL que não toleram a estatina. Os médicos costumam definir como alto risco níveis de colesterol LDL acima de 70. A Sanofi estima que a droga poderá ser aplicada em 11 milhões de americanos. A Amgem estima em 8 milhões. Até agora, aparentemente todos que tomaram os remédios responderam bem ao tratamento. Os níveis de colesterol LDL caíram cerca de 40% a 65%, mesmo que o nível inicial foi alcançado com uso da estatina. Os estudos clínicos também mostraram que os remédios aparentemente não têm mais efeitos colaterais do que um placebo. Paul Chew, diretor médico da Sanofi disse ao "New York Times" que tanto pacientes do grupo que tomou placebo quanto o grupo que tomou o medicamento relataram esquecimento. Mais resultados serão obtidos conforme os estudos, que estão primeiramente tentando investigar se a drogas reduzem os casos de enfarto e mortes tão bem quanto reduzem os níveis de colesterol ruim, avançam. A Sanofi está fazendo estudos com 27.500 pacientes e a Amgem com 18 mil. CUSTO As drogas, porém, prometem ser caras. Como muitas outras drogas contra o câncer, os novos medicamentos são anticorpos, produzidos a partir de células vivas a um custo muito elevado. As farmacêuticas não revelaram quanto elas pretendem cobrar pelas novas drogas, mas William Shrank, chefe científico da organização CVS Health, estimou ao NYT que elas podem custar de U$ 7 mil a U$ 12 mil por ano.
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Cores do mundo: Sony premia melhores fotos de 2015 de 54 países
O Sony World Photography Awards de 2015 anunciou os vencedores de seu programa dedicado aos prêmios nacionais, dados aos autores das melhores fotos de 54 países. O Brasil não participou da premiação. As fotografias premiadas serão exibidas no Sony World Photography Awards Exhibition, na Somerset House, em Londres, de 24 de abril a 10 de maio.
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Cores do mundo: Sony premia melhores fotos de 2015 de 54 paísesO Sony World Photography Awards de 2015 anunciou os vencedores de seu programa dedicado aos prêmios nacionais, dados aos autores das melhores fotos de 54 países. O Brasil não participou da premiação. As fotografias premiadas serão exibidas no Sony World Photography Awards Exhibition, na Somerset House, em Londres, de 24 de abril a 10 de maio.
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Com passes e finalizações, Messi criou 40% dos gols do Barcelona em 10 anos
Lionel Messi, 27, foi responsável direto por 40% de todos os gols que o Barcelona marcou ao longo dos últimos dez anos. Levantamento feito pela Folha mostra que o atacante argentino participou ativamente de 589 dos 1449 gols (40,7%) anotados pelo clube catalão nas últimas dez temporadas. Foram 406 gols e mais 183 passes para companheiros de time balançarem as redes adversárias no período. Fora as incontáveis vezes em que a jogada começou com o astro ou quando ele atraiu a marcação e deixou os parceiros livres. A temporada em que o Barcelona mais dependeu do seu camisa 10 foi a 2011/12, a melhor de sua carreira, quando o craque respondeu (com gols e passes) por 57,9% da totalidade dos tentos catalães. Na atual temporada, a participação de Messi nos gols do time espanhol é de 51,2%. Ele já marcou 53 vezes e deu 30 assistências -o time todo marcou 162 vezes em partidas oficiais. Na vitória por 3 a 0 sobre o Bayern de Munique, quarta (6), no jogo de ida das semifinais da Liga dos Campeões dA Europa, o argentino teve responsabilidade direto em todos os gols. Nos dois primeiros, ele próprio balançou as redes. No último, foi dele o passe para Neymar marcar. O resultado deixou os espanhóis muito próximos da decisão europeia. O Barcelona só não será finalista se perder na próxima terça (12) por pelo menos quatro gols de diferença –3 a 0 leva a disputa para a prorrogação.
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Com passes e finalizações, Messi criou 40% dos gols do Barcelona em 10 anosLionel Messi, 27, foi responsável direto por 40% de todos os gols que o Barcelona marcou ao longo dos últimos dez anos. Levantamento feito pela Folha mostra que o atacante argentino participou ativamente de 589 dos 1449 gols (40,7%) anotados pelo clube catalão nas últimas dez temporadas. Foram 406 gols e mais 183 passes para companheiros de time balançarem as redes adversárias no período. Fora as incontáveis vezes em que a jogada começou com o astro ou quando ele atraiu a marcação e deixou os parceiros livres. A temporada em que o Barcelona mais dependeu do seu camisa 10 foi a 2011/12, a melhor de sua carreira, quando o craque respondeu (com gols e passes) por 57,9% da totalidade dos tentos catalães. Na atual temporada, a participação de Messi nos gols do time espanhol é de 51,2%. Ele já marcou 53 vezes e deu 30 assistências -o time todo marcou 162 vezes em partidas oficiais. Na vitória por 3 a 0 sobre o Bayern de Munique, quarta (6), no jogo de ida das semifinais da Liga dos Campeões dA Europa, o argentino teve responsabilidade direto em todos os gols. Nos dois primeiros, ele próprio balançou as redes. No último, foi dele o passe para Neymar marcar. O resultado deixou os espanhóis muito próximos da decisão europeia. O Barcelona só não será finalista se perder na próxima terça (12) por pelo menos quatro gols de diferença –3 a 0 leva a disputa para a prorrogação.
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Orlandinho vence em estreia no Pan em jogo para duas torcedoras
A estreia da principal revelação brasileira do tênis no Pan de Toronto foi com vitória, vista apenas por duas torcedoras. Orlando Luz, 17, venceu nesta sexta-feira (10) o hondurenho Alejandro Obando, de 23 anos, atualmente fora do ranking mundial dos profissionais. Orlandinho, como é conhecido no circuito, 570º do ranking da ATP (Associação de Tenistas Profissionais), dominou toda a partida e a fechou em 2 sets a 0, parciais de 6/1 e 6/1, em uma hora e 15 minutos de jogo. Foi a estreia do gaúcho de Carazinho em uma competição adulta representando o Brasil. Orlandinho jogou na quadra cinco do Centro Canadense de Tênis, onde são disputadas grandes competições dos circuitos profissionais masculino e feminino. No entanto, a partida foi em uma quadra sem arquibancada, como essas de parques públicos.  As únicas duas torcedoras chegaram quando o jogo já se encaminhava para o fim. As irmãs Daniela e Juliana Almenara, de 35 e 32 anos, respectivamente, estavam vestidas com camisetas verde-amarelas e segurando a bandeira do Brasil. Amantes de tênis, aproveitaram as férias em Toronto para assistir aos jogos. Pagaram 30 dólares canadenses nos ingressos (cerca de R$ 72). E gostaram da partida. As outras pessoas ao redor da quadra eram três voluntários, dois seguranças, dois funcionários do comitê organizador do Jogos, os técnicos e a jogadora do Brasil Paula Gonçalves (Bia Haddad e Gabriela Cé assistiram apenas a alguns games do jogo). Como as meninas do Brasil estreiam neste sábado, a técnica delas, Carla Tieni, foi quem acompanhou Orlandinho. Isto porque o técnico da equipe masculina, Patricio Arnold, estava no jogo de Marcelo Zormann, outro brasileiro que jogava ao mesmo tempo (perdeu na estreia por 2 sets a 1 para o dominicano Roberto Cid). "Prefiro jogar com torcida. O público às vezes te levanta. E espero jogar na quadra central [para 10 mil torcedores] aqui. Espero jogar o ATP de Toronto em breve aqui também", afirmou Orlandinho.  Ele assumiu que, às vezes, se distraia com as pessoas passando ao lado da quadra. "É diferente jogar sem torcida. Ficava com um olho fora da quadra na hora de receber o saque, porque você vê as pessoas caminhando".  Na próxima rodada, ele enfrenta o norte-americano Dennis Novikov, de 21 anos e 196º do mundo (partida ainda sem data definida). "Não sabia muito do cara contra quem joguei. Conheço pouco outros também. Mas sei que os argentinos vão brigar pelo título", disse o tenista que há um ano ganhou o título juvenil em duplas em Wimbledon, ao lado de Zormann.  Em abril, já aos 17, Orlandinho se tornou o mais jovem brasileiro a vencer uma partida de Challenger (segundo degrau entre os torneios profissionais). Chegou lá um ano mais cedo do que Gustavo Kuerten. Um mês depois, permaneceu duas semanas na liderança do ranking mundial juvenil, posto que perdeu pois passou a jogar torneios profissionais.
esporte
Orlandinho vence em estreia no Pan em jogo para duas torcedorasA estreia da principal revelação brasileira do tênis no Pan de Toronto foi com vitória, vista apenas por duas torcedoras. Orlando Luz, 17, venceu nesta sexta-feira (10) o hondurenho Alejandro Obando, de 23 anos, atualmente fora do ranking mundial dos profissionais. Orlandinho, como é conhecido no circuito, 570º do ranking da ATP (Associação de Tenistas Profissionais), dominou toda a partida e a fechou em 2 sets a 0, parciais de 6/1 e 6/1, em uma hora e 15 minutos de jogo. Foi a estreia do gaúcho de Carazinho em uma competição adulta representando o Brasil. Orlandinho jogou na quadra cinco do Centro Canadense de Tênis, onde são disputadas grandes competições dos circuitos profissionais masculino e feminino. No entanto, a partida foi em uma quadra sem arquibancada, como essas de parques públicos.  As únicas duas torcedoras chegaram quando o jogo já se encaminhava para o fim. As irmãs Daniela e Juliana Almenara, de 35 e 32 anos, respectivamente, estavam vestidas com camisetas verde-amarelas e segurando a bandeira do Brasil. Amantes de tênis, aproveitaram as férias em Toronto para assistir aos jogos. Pagaram 30 dólares canadenses nos ingressos (cerca de R$ 72). E gostaram da partida. As outras pessoas ao redor da quadra eram três voluntários, dois seguranças, dois funcionários do comitê organizador do Jogos, os técnicos e a jogadora do Brasil Paula Gonçalves (Bia Haddad e Gabriela Cé assistiram apenas a alguns games do jogo). Como as meninas do Brasil estreiam neste sábado, a técnica delas, Carla Tieni, foi quem acompanhou Orlandinho. Isto porque o técnico da equipe masculina, Patricio Arnold, estava no jogo de Marcelo Zormann, outro brasileiro que jogava ao mesmo tempo (perdeu na estreia por 2 sets a 1 para o dominicano Roberto Cid). "Prefiro jogar com torcida. O público às vezes te levanta. E espero jogar na quadra central [para 10 mil torcedores] aqui. Espero jogar o ATP de Toronto em breve aqui também", afirmou Orlandinho.  Ele assumiu que, às vezes, se distraia com as pessoas passando ao lado da quadra. "É diferente jogar sem torcida. Ficava com um olho fora da quadra na hora de receber o saque, porque você vê as pessoas caminhando".  Na próxima rodada, ele enfrenta o norte-americano Dennis Novikov, de 21 anos e 196º do mundo (partida ainda sem data definida). "Não sabia muito do cara contra quem joguei. Conheço pouco outros também. Mas sei que os argentinos vão brigar pelo título", disse o tenista que há um ano ganhou o título juvenil em duplas em Wimbledon, ao lado de Zormann.  Em abril, já aos 17, Orlandinho se tornou o mais jovem brasileiro a vencer uma partida de Challenger (segundo degrau entre os torneios profissionais). Chegou lá um ano mais cedo do que Gustavo Kuerten. Um mês depois, permaneceu duas semanas na liderança do ranking mundial juvenil, posto que perdeu pois passou a jogar torneios profissionais.
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Estátua da Mônica será leiloada para ajudar vítimas de terremotos no Nepal
Uma das baixinhas dentuças que participaram da exposição urbana "Monica Parade" em 2013 será doada à Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para ajudar vítimas dos dois terremotos que atingiram o Nepal no último mês. Feita pela artista Erika Mizutani, a estátua "Mônica Mizulina" será leiloada para arrecadar fundos para o país, que teve milhares de casas demolidas, a maioria em áreas rurais, sem acesso a cuidados médicos de emergência. Neste domingo (17), o governo do Nepal disse que o número de mortos já ultrapassou 8.500, o que faz do desastre o mais fatal da história do país. No final de abril, a Unicef iniciou uma campanha de arrecadação com foco para atender às necessidades humanitárias urgentes das crianças. Entre elas estão água, saneamento, nutrição e educação. MÔNICA ROUBADA Em novembro de 2013, uma das estátuas da "Monica Parade" foi furtada na rua Oscar Freire, no bairro Jardins, em São Paulo. Seis dias depois, a personagem foi encontrada às margens de um córrego em um terreno baldio em Guarulhos e levada à delegacia (veja galeria abaixo). A exposição, que comemorou os 50 anos de criação da personagem, levou esculturas personalizadas a todas as regiões de São Paulo, cada uma com uma versão diferente da Mônica, inspirada na filha do cartunista e empresário Mauricio de Sousa. A data e o local do leilão ainda não foram divulgados.
folhinha
Estátua da Mônica será leiloada para ajudar vítimas de terremotos no NepalUma das baixinhas dentuças que participaram da exposição urbana "Monica Parade" em 2013 será doada à Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para ajudar vítimas dos dois terremotos que atingiram o Nepal no último mês. Feita pela artista Erika Mizutani, a estátua "Mônica Mizulina" será leiloada para arrecadar fundos para o país, que teve milhares de casas demolidas, a maioria em áreas rurais, sem acesso a cuidados médicos de emergência. Neste domingo (17), o governo do Nepal disse que o número de mortos já ultrapassou 8.500, o que faz do desastre o mais fatal da história do país. No final de abril, a Unicef iniciou uma campanha de arrecadação com foco para atender às necessidades humanitárias urgentes das crianças. Entre elas estão água, saneamento, nutrição e educação. MÔNICA ROUBADA Em novembro de 2013, uma das estátuas da "Monica Parade" foi furtada na rua Oscar Freire, no bairro Jardins, em São Paulo. Seis dias depois, a personagem foi encontrada às margens de um córrego em um terreno baldio em Guarulhos e levada à delegacia (veja galeria abaixo). A exposição, que comemorou os 50 anos de criação da personagem, levou esculturas personalizadas a todas as regiões de São Paulo, cada uma com uma versão diferente da Mônica, inspirada na filha do cartunista e empresário Mauricio de Sousa. A data e o local do leilão ainda não foram divulgados.
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CBF vai pedir punição mínima de um jogo para Neymar
A CBF vai defender nesta sexta (19) a punição de apenas uma partida para o atacante Neymar na Copa América. O documento de defesa enviado ao Tribunal da Conmebol vai se basear na tese jurídica do "quantum satis", quanto suficiente, para o jogador do Barcelona. Neymar foi expulso na quarta (18) logo após o encerramento da derrota para a Colômbia, por 1 a 0, em Santiago. O jogador foi o pivô de de uma confusão no campo. Ele tentou dar uma cabeçada num adversário e trocou empurrões com os colombianos. Antes, ele já havia recebido o cartão amarelo, o seu segundo no torneio, e teria que cumprir suspensão automática. O diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, vai alegar que uma punição superior a uma partida seria muito dura com Neymar e afirma que o regulamento da competição é omisso ao tratar sobre a suspensão automática por amarelo no mesmo jogo que o atleta recebe o vermelho. O caso será julgado provavelmente no sábado (20) pelo tribunal. "A suspensão por uma partida é mais que suficiente para sancionar o Neymar pela falta que praticou. Qualquer outra coisa, é demais para um atleta que é caçado em campo", disse o dirigente. Lopes culpou o "fraco nível da arbitragem" pela expulsão do jogador. "Ele recebe falta de todas as formas em campo. Quando dá um lençol, o juiz o adverte após marcar a falta. O bandeira ficou chamando o Neymar de piscineiro, segundo o próprio jogador e a comissão técnica. Isso o desestabilizou", afirmou. Apesar da CBF alegar omissão no artigo, especialistas em direito esportivo acreditam que Neymar terá que ser punido com, no mínimo, duas partidas. O texto do regulamento diz que "se um jogador é culpado de conduta antidesportiva grave e é expulso do terreno de jogo [cartão vermelho direto], toda advertência que tiver recebido previamente no curso da mesma partida manterá sua vigência." Os organizadores da Copa América mudaram de opinião durante o dia sobre a punição preventiva imposta a Neymar. No início da manhã, o site do torneio informava que o atacante brasileiro estava suspenso preventivamente por duas partidas. Horas depois, a informação foi alterada. Os organizadores disseram que Neymar estava fora apenas de uma partida. A tese da CBF ganhou força na Comissão Disciplinar da Conmebol. O presidente do órgão, o brasileiro Caio Rocha, acredita que Neymar deve ser punido por apenas um jogo. 'Em tese, ele pode ser suspenso apenas uma partida. O regulamento não deixa claro se o amarelo recebido na partida de ontem, o seu segundo no torneio, é mantido. Caso o tribunal entenda que o amarelo é anulado pelo vermelho, a suspensão automática cai e o Neymar poderá ser punido com apenas um jogo pela expulsão', disse o presidente do tribunal, Caio Rocha. Ele também é presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). No julgamento do caso Neymar, Rocha não vai participar. Pelas regras do tribunal, ele não pode julgar casos envolvendo atletas brasileiros. Infográfico Seleções na Copa América
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CBF vai pedir punição mínima de um jogo para NeymarA CBF vai defender nesta sexta (19) a punição de apenas uma partida para o atacante Neymar na Copa América. O documento de defesa enviado ao Tribunal da Conmebol vai se basear na tese jurídica do "quantum satis", quanto suficiente, para o jogador do Barcelona. Neymar foi expulso na quarta (18) logo após o encerramento da derrota para a Colômbia, por 1 a 0, em Santiago. O jogador foi o pivô de de uma confusão no campo. Ele tentou dar uma cabeçada num adversário e trocou empurrões com os colombianos. Antes, ele já havia recebido o cartão amarelo, o seu segundo no torneio, e teria que cumprir suspensão automática. O diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, vai alegar que uma punição superior a uma partida seria muito dura com Neymar e afirma que o regulamento da competição é omisso ao tratar sobre a suspensão automática por amarelo no mesmo jogo que o atleta recebe o vermelho. O caso será julgado provavelmente no sábado (20) pelo tribunal. "A suspensão por uma partida é mais que suficiente para sancionar o Neymar pela falta que praticou. Qualquer outra coisa, é demais para um atleta que é caçado em campo", disse o dirigente. Lopes culpou o "fraco nível da arbitragem" pela expulsão do jogador. "Ele recebe falta de todas as formas em campo. Quando dá um lençol, o juiz o adverte após marcar a falta. O bandeira ficou chamando o Neymar de piscineiro, segundo o próprio jogador e a comissão técnica. Isso o desestabilizou", afirmou. Apesar da CBF alegar omissão no artigo, especialistas em direito esportivo acreditam que Neymar terá que ser punido com, no mínimo, duas partidas. O texto do regulamento diz que "se um jogador é culpado de conduta antidesportiva grave e é expulso do terreno de jogo [cartão vermelho direto], toda advertência que tiver recebido previamente no curso da mesma partida manterá sua vigência." Os organizadores da Copa América mudaram de opinião durante o dia sobre a punição preventiva imposta a Neymar. No início da manhã, o site do torneio informava que o atacante brasileiro estava suspenso preventivamente por duas partidas. Horas depois, a informação foi alterada. Os organizadores disseram que Neymar estava fora apenas de uma partida. A tese da CBF ganhou força na Comissão Disciplinar da Conmebol. O presidente do órgão, o brasileiro Caio Rocha, acredita que Neymar deve ser punido por apenas um jogo. 'Em tese, ele pode ser suspenso apenas uma partida. O regulamento não deixa claro se o amarelo recebido na partida de ontem, o seu segundo no torneio, é mantido. Caso o tribunal entenda que o amarelo é anulado pelo vermelho, a suspensão automática cai e o Neymar poderá ser punido com apenas um jogo pela expulsão', disse o presidente do tribunal, Caio Rocha. Ele também é presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). No julgamento do caso Neymar, Rocha não vai participar. Pelas regras do tribunal, ele não pode julgar casos envolvendo atletas brasileiros. Infográfico Seleções na Copa América
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Marchand se 'veste de periferia' para caçar novos talentos em São Paulo
NATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Quando morou em Londres de 2000 a 2012, João Correia, 38, ficou de olho em Stik, grafiteiro conhecido por suas figuras brancas compridas com braços e pernas em formato palitinho. "Ele desenhava em tapumes de obras. Recomendava a conhecidos que recolhessem os pedaços antes de virarem lixo", conta o marchand (negociante de obras de arte). Comercializou uma peça dele de 50 cm por 80 cm por £ 3.000 (R$ 17,3 mil). Ver essa mágica da transformação do valor de uma peça é um dos prazeres do paulistano que cobra até R$ 600 por hora de consultoria. O seu retorno financeiro representa, em média, 10% do valor da compra feita pelo cliente —que pode atingir R$ 60 mil, por exemplo. Há 22 anos no mercado de arte, João frequenta bienais, museus e galerias ao redor do mundo para garimpar. Mas é a rua um dos seus maiores campos para caçar talentos. Além de considerar o recente boom da street art, ele elenca apelo emocional, discurso e diferencial estético como indicadores de sucesso. De volta a São Paulo há três anos, João tem se interessado pela cena da periferia, principalmente a pichação, que considera uma manifestação cultural brasileira autêntica. Alia o diferencial ao contexto político, que tem colocado uma arte ativista em pauta. "Por que a Bienal de Berlim está interessada na pichação e aqui esse tipo de expressão é visto como sujeira?", indaga. Ao menos uma vez por semana, ele bate perna por quebradas de São Paulo, como Jardim Jangadeiro e Paraisópolis. "Tiro a fantasia de marchand e me visto de periferia", diz em seu apartamento no Itaim. Isso significa substituir o jeans de marca, a camisa e o mocassim por moletom, camiseta de rap e tênis batido. Ele, que vê o próprio trabalho como uma "caça armada", se mune de um questionário: a obra é relevante? Representa o nosso tempo? O artista se arrisca de alguma maneira? O pichador Cripta Djan —do grupo que invadiu a Bienal de São Paulo em 2010—, passou pelo crivo. João conheceu o artista de Osasco em 2012. "A obra dele não tinha valor. Era inclusive depreciada, vista como vandalismo", conta. A aposta na identidade visual elaborada e no discurso rendeu. Hoje, chegam a pagar € 4.500 (cerca de R$ 18,4 mil), além do frete, por uma peça de Djan. "Há fila de espera", fala orgulhoso. Para João, a construção dessa "estética do picho" tem a ver com educar o público. "O meu trabalho é apresentar a arte de uma forma diferente, tirá-la de um contexto e levar para outro, sofisticado." A investigação desse cenário também será abordada no documentário "Como Nasce um Artista", que João está produzindo enquanto coordena um grupo de discussão de arte contemporânea e dá palestras sobre arte e negócios. "[Ao tomar essas iniciativas] Eu me vejo como um marchand e um 'problem solver'", conclui. - ENTÃO É NATAL A tradicional árvore de Natal em frente ao parque Ibirapuera (zona sul) já começou a ser montada. Por enquanto, a SPTuris mantém em segredo tanto detalhes da estrutura, por exemplo, a altura, como de quem pagará a conta. Uma comissão ainda analisa como será a decoração em outros pontos da capital paulista. - MULHERES NA DIREÇÃO Ex-atleta de três modalidades (ginástica artística, aeróbica e trampolim), Ana Paula Adami é a nova diretora-executiva de alto rendimento do Esporte Clube Pinheiros. A educadora física, que também preside o Instituto Vida Ideal —formador de atletas de baixa renda—, é a primeira mulher a assumir o cargo em 116 anos. - LEITURA EM CENA Grátis, o ciclo de leituras dramáticas criado pela atriz Maria Fernanda Cândido na Casa do Saber segue em 2016. A partir de janeiro, sempre no último sábado do mês, atores serão dirigidos por nomes como Elias Andreato. Na última sessão de 2015 (28/11), o texto "Trótksi no Exílio", de Peter Weiss, é conduzido por Oswaldo Mendes. - QUALQUER NÚMERO 2.000 quilos de alimentos, em média, são descartados nos três dias principais do GP Brasil de F-1, segundo Cláudia Troncoso, 53. Ela é coordenadora da Associação Brasileira de Redistribuição de Excedentes, que liga o evento a até 35 entidades beneficiárias. A maior parte dos restos são frutas, pães, bolos e congelados, e o total que os três voluntários carregam sofre variáveis: "se fizer frio, sobra mais água e refrigerante; se o melhor brasileiro deixar da prova, o público sai e resta mais comida", diz Cláudia. A entidade planeja lançar um aplicativo de doações em 2016. Saiba mais em www.abre-excedente.org.br.
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Marchand se 'veste de periferia' para caçar novos talentos em São PauloNATÁLIA ALBERTONI DE SÃO PAULO Quando morou em Londres de 2000 a 2012, João Correia, 38, ficou de olho em Stik, grafiteiro conhecido por suas figuras brancas compridas com braços e pernas em formato palitinho. "Ele desenhava em tapumes de obras. Recomendava a conhecidos que recolhessem os pedaços antes de virarem lixo", conta o marchand (negociante de obras de arte). Comercializou uma peça dele de 50 cm por 80 cm por £ 3.000 (R$ 17,3 mil). Ver essa mágica da transformação do valor de uma peça é um dos prazeres do paulistano que cobra até R$ 600 por hora de consultoria. O seu retorno financeiro representa, em média, 10% do valor da compra feita pelo cliente —que pode atingir R$ 60 mil, por exemplo. Há 22 anos no mercado de arte, João frequenta bienais, museus e galerias ao redor do mundo para garimpar. Mas é a rua um dos seus maiores campos para caçar talentos. Além de considerar o recente boom da street art, ele elenca apelo emocional, discurso e diferencial estético como indicadores de sucesso. De volta a São Paulo há três anos, João tem se interessado pela cena da periferia, principalmente a pichação, que considera uma manifestação cultural brasileira autêntica. Alia o diferencial ao contexto político, que tem colocado uma arte ativista em pauta. "Por que a Bienal de Berlim está interessada na pichação e aqui esse tipo de expressão é visto como sujeira?", indaga. Ao menos uma vez por semana, ele bate perna por quebradas de São Paulo, como Jardim Jangadeiro e Paraisópolis. "Tiro a fantasia de marchand e me visto de periferia", diz em seu apartamento no Itaim. Isso significa substituir o jeans de marca, a camisa e o mocassim por moletom, camiseta de rap e tênis batido. Ele, que vê o próprio trabalho como uma "caça armada", se mune de um questionário: a obra é relevante? Representa o nosso tempo? O artista se arrisca de alguma maneira? O pichador Cripta Djan —do grupo que invadiu a Bienal de São Paulo em 2010—, passou pelo crivo. João conheceu o artista de Osasco em 2012. "A obra dele não tinha valor. Era inclusive depreciada, vista como vandalismo", conta. A aposta na identidade visual elaborada e no discurso rendeu. Hoje, chegam a pagar € 4.500 (cerca de R$ 18,4 mil), além do frete, por uma peça de Djan. "Há fila de espera", fala orgulhoso. Para João, a construção dessa "estética do picho" tem a ver com educar o público. "O meu trabalho é apresentar a arte de uma forma diferente, tirá-la de um contexto e levar para outro, sofisticado." A investigação desse cenário também será abordada no documentário "Como Nasce um Artista", que João está produzindo enquanto coordena um grupo de discussão de arte contemporânea e dá palestras sobre arte e negócios. "[Ao tomar essas iniciativas] Eu me vejo como um marchand e um 'problem solver'", conclui. - ENTÃO É NATAL A tradicional árvore de Natal em frente ao parque Ibirapuera (zona sul) já começou a ser montada. Por enquanto, a SPTuris mantém em segredo tanto detalhes da estrutura, por exemplo, a altura, como de quem pagará a conta. Uma comissão ainda analisa como será a decoração em outros pontos da capital paulista. - MULHERES NA DIREÇÃO Ex-atleta de três modalidades (ginástica artística, aeróbica e trampolim), Ana Paula Adami é a nova diretora-executiva de alto rendimento do Esporte Clube Pinheiros. A educadora física, que também preside o Instituto Vida Ideal —formador de atletas de baixa renda—, é a primeira mulher a assumir o cargo em 116 anos. - LEITURA EM CENA Grátis, o ciclo de leituras dramáticas criado pela atriz Maria Fernanda Cândido na Casa do Saber segue em 2016. A partir de janeiro, sempre no último sábado do mês, atores serão dirigidos por nomes como Elias Andreato. Na última sessão de 2015 (28/11), o texto "Trótksi no Exílio", de Peter Weiss, é conduzido por Oswaldo Mendes. - QUALQUER NÚMERO 2.000 quilos de alimentos, em média, são descartados nos três dias principais do GP Brasil de F-1, segundo Cláudia Troncoso, 53. Ela é coordenadora da Associação Brasileira de Redistribuição de Excedentes, que liga o evento a até 35 entidades beneficiárias. A maior parte dos restos são frutas, pães, bolos e congelados, e o total que os três voluntários carregam sofre variáveis: "se fizer frio, sobra mais água e refrigerante; se o melhor brasileiro deixar da prova, o público sai e resta mais comida", diz Cláudia. A entidade planeja lançar um aplicativo de doações em 2016. Saiba mais em www.abre-excedente.org.br.
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Meta de inflação será de 4,25% para 2019 e 4% para 2020, 1ª mudança em 14 anos
O CMN (Conselho Monetário Nacional) estabeleceu nesta quinta-feira (29) que a meta de inflação, que desde 2005 está em 4,5%, será de 4,25% em 2019 e de 4% em 2020. A banda, ou intervalo de tolerância, foi mantida em 1,5 ponto percentual. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. A partir de agora, a meta será fixada com três anos de antecedência, segundo decreto publicado no Diário Oficial da União. "Estamos iniciando uma convergência aos padrões internacionais, que tendem a ter padrões mais longos", afirmou Meirelles, que citou o forte recuo da inflação desde 2016 para justificar a decisão. "O momento é propício. De um pico de 10,7% de inflação medida pelo IPCA no início de 2016, já se chegou a 3,6% em maio em 12 meses, recuando portanto 7,1 pontos percentuais, é substancial essa convergência", disse Meirelles. "Além do mais é preciso ressaltar a credibilidade da política monetária do Banco Central, que garante a ancoragem das expectativas de inflação." "Estamos assegurando a continuada queda do desemprego para padrões históricos e internacionais". As expectativas de inflação para 2019 e 2020 já estão em 4,25%, de acordo com projeções dos analistas do boletim Focus. Segundo alguns analistas, uma meta menor ajuda a inibir a inflação no longo prazo. Neste ano, a expectativa dos analistas é que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) será de 3,48%, abaixo do centro da meta, de 4,5%. A banda atual é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2018, a projeção é de uma inflação oficial de 4,3%. CONVERGÊNCIA Meirelles afirmou que a fixação da inflação em 2020 em 4%, ou seja, 0,25 ponto percentual a menos do que os 4,25% fixados para 2019, que por sua vez é 0,25 ponto percentual menor que a dos anos anteriores, é uma sinalização de convergência da meta para os padrões internacionais, de 3%. "Sim, há uma sinalizacao clara da intenção do Brasil de convergir para os padrões internacionais", disse o ministro. De acordo com o presidente do BC, a ampliação do prazo para definição da meta para três anos tem três benefícios: reduzir as incertezas, melhorando a capacidade de planejamento, juros de longo prazo mais baixos e acomodação de choques de preços no curto prazo. "A maioria dos países tem metas e horizontes até mais longos do que os nossos", afirmou. "A política econômica hoje tem as condições inflacionárias necessárias [para a mudança], além da transparência e credibilidade necessárias." EXPECTATIVAS A avaliação de parte do mercado é de que, apesar de a meta ter sido reduzida, a decisão do CMN pode levar a quedas maiores nas taxas de juros. Isso porque a mudança pode ajudar a reduzir as expectativas de juros para os próximos anos, permitindo ao Banco Central cortar mais a taxa básica. previsão do mercado - Para o IPCA em 2017 e 2018, semana a semana Questionado se os juros podem subir com a mudança, o presidente do BC afirmou que na verdade a expectativa é que a decisão na verdade pode reduzir as taxas de longo prazo. "Nossa visão é que é o contrário", disse. "Vai levar a taxas de juros longos mais baixas, desde que essas metas sejam críveis, e notamos nos últimos tempos as expectativas estão ancoradas. A expectativa para 2019 já está em 4,25%". A expectativa, segundo Goldfajn, é que ao longo do tempo as projeções do mercado para a inflação de 2020 se reduzam para 4%. REFORMAS Tanto Goldfajn quanto Meirelles afirmaram que uma eventual não aprovação das reformas não terá impacto negativo nas expectativas de inflação. "Estamos caminhando bem nas expectativas de inflação. Quanto mais reformas, melhor, mas a trajetória definida hoje é gradual e sustentável, já levando em consideração que vivemos hoje", disse o presidente do BC. Para Meirelles, a aprovação das reformas, com impacto de longo prazo, e a política monetária não devem ser colocadas na "mesma situação". "A reforma é muito importante, mas não devemos colocar na mesma situação projetos, reformas fundamentais de efeito de longo prazo, e a política monetária. Mesmo com a extensão do horizonte de planejamento, estamos falando aqui de outro ciclo. Não influencia na trajetória de inflação nem cria necessidade de convivermos com inflações mais elevadas no futuro", afirmou Meirelles. Sobre o impacto que a crise política pode ter sobre o cumprimento de uma meta mais apertada, Goldfajn declarou que as expectativas de inflação são "extremamente favoráveis independentemnete de qualquer consideração de ordem política".
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Meta de inflação será de 4,25% para 2019 e 4% para 2020, 1ª mudança em 14 anosO CMN (Conselho Monetário Nacional) estabeleceu nesta quinta-feira (29) que a meta de inflação, que desde 2005 está em 4,5%, será de 4,25% em 2019 e de 4% em 2020. A banda, ou intervalo de tolerância, foi mantida em 1,5 ponto percentual. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. A partir de agora, a meta será fixada com três anos de antecedência, segundo decreto publicado no Diário Oficial da União. "Estamos iniciando uma convergência aos padrões internacionais, que tendem a ter padrões mais longos", afirmou Meirelles, que citou o forte recuo da inflação desde 2016 para justificar a decisão. "O momento é propício. De um pico de 10,7% de inflação medida pelo IPCA no início de 2016, já se chegou a 3,6% em maio em 12 meses, recuando portanto 7,1 pontos percentuais, é substancial essa convergência", disse Meirelles. "Além do mais é preciso ressaltar a credibilidade da política monetária do Banco Central, que garante a ancoragem das expectativas de inflação." "Estamos assegurando a continuada queda do desemprego para padrões históricos e internacionais". As expectativas de inflação para 2019 e 2020 já estão em 4,25%, de acordo com projeções dos analistas do boletim Focus. Segundo alguns analistas, uma meta menor ajuda a inibir a inflação no longo prazo. Neste ano, a expectativa dos analistas é que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) será de 3,48%, abaixo do centro da meta, de 4,5%. A banda atual é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2018, a projeção é de uma inflação oficial de 4,3%. CONVERGÊNCIA Meirelles afirmou que a fixação da inflação em 2020 em 4%, ou seja, 0,25 ponto percentual a menos do que os 4,25% fixados para 2019, que por sua vez é 0,25 ponto percentual menor que a dos anos anteriores, é uma sinalização de convergência da meta para os padrões internacionais, de 3%. "Sim, há uma sinalizacao clara da intenção do Brasil de convergir para os padrões internacionais", disse o ministro. De acordo com o presidente do BC, a ampliação do prazo para definição da meta para três anos tem três benefícios: reduzir as incertezas, melhorando a capacidade de planejamento, juros de longo prazo mais baixos e acomodação de choques de preços no curto prazo. "A maioria dos países tem metas e horizontes até mais longos do que os nossos", afirmou. "A política econômica hoje tem as condições inflacionárias necessárias [para a mudança], além da transparência e credibilidade necessárias." EXPECTATIVAS A avaliação de parte do mercado é de que, apesar de a meta ter sido reduzida, a decisão do CMN pode levar a quedas maiores nas taxas de juros. Isso porque a mudança pode ajudar a reduzir as expectativas de juros para os próximos anos, permitindo ao Banco Central cortar mais a taxa básica. previsão do mercado - Para o IPCA em 2017 e 2018, semana a semana Questionado se os juros podem subir com a mudança, o presidente do BC afirmou que na verdade a expectativa é que a decisão na verdade pode reduzir as taxas de longo prazo. "Nossa visão é que é o contrário", disse. "Vai levar a taxas de juros longos mais baixas, desde que essas metas sejam críveis, e notamos nos últimos tempos as expectativas estão ancoradas. A expectativa para 2019 já está em 4,25%". A expectativa, segundo Goldfajn, é que ao longo do tempo as projeções do mercado para a inflação de 2020 se reduzam para 4%. REFORMAS Tanto Goldfajn quanto Meirelles afirmaram que uma eventual não aprovação das reformas não terá impacto negativo nas expectativas de inflação. "Estamos caminhando bem nas expectativas de inflação. Quanto mais reformas, melhor, mas a trajetória definida hoje é gradual e sustentável, já levando em consideração que vivemos hoje", disse o presidente do BC. Para Meirelles, a aprovação das reformas, com impacto de longo prazo, e a política monetária não devem ser colocadas na "mesma situação". "A reforma é muito importante, mas não devemos colocar na mesma situação projetos, reformas fundamentais de efeito de longo prazo, e a política monetária. Mesmo com a extensão do horizonte de planejamento, estamos falando aqui de outro ciclo. Não influencia na trajetória de inflação nem cria necessidade de convivermos com inflações mais elevadas no futuro", afirmou Meirelles. Sobre o impacto que a crise política pode ter sobre o cumprimento de uma meta mais apertada, Goldfajn declarou que as expectativas de inflação são "extremamente favoráveis independentemnete de qualquer consideração de ordem política".
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Entidade de aposentados de São Paulo discorda de editorial sobre ajuste fiscal
A Fapesp (Federação das Associações e Departamentos de Aposentados, Pensionistas e Idosos do Estado de São Paulo) discorda do editorial que critica duramente o Congresso na aprovação da MP 664 (São João na Câmara) com alterações que reduzem o impacto no benefício das viúvas. Os meios de comunicação devem ouvir todos os lados envolvidos, e a Fapesp propõe debate público sobre o ajuste fiscal. A Seguridade Social gera todos os anos superavit –em 2014, acumulou R$ 54 bilhões (dados da Anfip - Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil). São recursos que não pertencem ao Orçamento e sim ao trabalhador. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Entidade de aposentados de São Paulo discorda de editorial sobre ajuste fiscalA Fapesp (Federação das Associações e Departamentos de Aposentados, Pensionistas e Idosos do Estado de São Paulo) discorda do editorial que critica duramente o Congresso na aprovação da MP 664 (São João na Câmara) com alterações que reduzem o impacto no benefício das viúvas. Os meios de comunicação devem ouvir todos os lados envolvidos, e a Fapesp propõe debate público sobre o ajuste fiscal. A Seguridade Social gera todos os anos superavit –em 2014, acumulou R$ 54 bilhões (dados da Anfip - Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil). São recursos que não pertencem ao Orçamento e sim ao trabalhador. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Proposta de lei prevê apagar críticas a políticos na web
Dá para dizer que surgiu um gênero dentre as muitas propostas legislativas que vêm aparecendo no Congresso Nacional recentemente. Esse gênero consiste no "projeto de lei para impedir que cidadãos possam criticar políticos na internet". Em outras palavras, tentativas de se criar leis no país para que críticas feitas a políticos levem à penalização de usuários, ao apagamento de conteúdos publicados e até mesmo ao bloqueio de sites e serviços. O mais recente exemplo desse gênero legislativo é o projeto de lei 8.443 de 2017, apresentado pelo deputado Luiz Lauro Fillho (PSB-SP). O projeto busca criar no Brasil o chamado "direito ao esquecimento". Nas palavras do próprio texto, a lei permitiria a "retirada de dados pessoais que sejam considerados indevidos ou prejudiciais" à "imagem, honra e nome". A retirada poderá ser feita "de qualquer veículo de comunicação em massa". Ganha o prêmio Eremildo quem conseguir definir o que seria "indevido" ou mesmo "prejudicial à imagem, honra e nome". São conceitos totalmente subjetivos, que teriam por consequência prática promover um "limpa" em informações publicadas na internet ou até mesmo nos arquivos de jornais, TVs e outros veículos de imprensa. Vale notar que mesmo na Europa, onde o controverso "direito ao esquecimento" surgiu, ele não permite o apagamento de qualquer dado ou informação. Já na versão brasileira que está sendo proposta, fica concedida autorização para revisar a história, ou ainda, para apagar pura e simplesmente qualquer crítica que alguém possa fazer a políticos na internet, de forma imediata. O projeto chega a prever que as ações para remoção e apagamento de conteúdos poderão ser propostas nos juizados especiais cíveis ("pequenas causas"), onde são gratuitas, têm procedimento simplificado e não requerem advogado. A justificativa do deputado é que o projeto seria feito "para proteger o cidadão". Se é esse o caso, por que não incluir artigo dizendo que "o disposto nesse projeto não se aplica a nenhum ocupante de cargo público no país"? A inclusão de um artigo como esse seria suficiente para enterrar o projeto, por falta de apoio. Afinal, a maioria absoluta das ações judiciais em defesa "da honra" são propostas por personalidades públicas, em especial políticos. Isso é especialmente problemático porque políticos não possuem a mesma proteção à honra do que cidadãos comuns. Por exercerem cargos públicos, sua vida privada se confunde com o interesse público. Não é coincidência que essa lei esteja sendo proposta justamente nas vésperas de um dos anos eleitorais mais importantes e desafiadores da história recente do país. São muitos os políticos e partidos que gostariam de uma "vida nova" e de começar "do zero". Não custa lembrar que o autor do primeiro projeto sobre "direito ao esquecimento" foi o então deputado Eduardo Cunha. Ao que tudo indica, a prisão em Curitiba não derrotou totalmente Cunha. Suas ideias continuam livres e influentes em Brasília. * READER JÁ ERA Filmar na horizontal como padrão JÁ É Filmar na vertical (94% dos vídeos de celular são feitos assim) JÁ VEM Cada vez mais festivais de vídeo vertical
colunas
Proposta de lei prevê apagar críticas a políticos na webDá para dizer que surgiu um gênero dentre as muitas propostas legislativas que vêm aparecendo no Congresso Nacional recentemente. Esse gênero consiste no "projeto de lei para impedir que cidadãos possam criticar políticos na internet". Em outras palavras, tentativas de se criar leis no país para que críticas feitas a políticos levem à penalização de usuários, ao apagamento de conteúdos publicados e até mesmo ao bloqueio de sites e serviços. O mais recente exemplo desse gênero legislativo é o projeto de lei 8.443 de 2017, apresentado pelo deputado Luiz Lauro Fillho (PSB-SP). O projeto busca criar no Brasil o chamado "direito ao esquecimento". Nas palavras do próprio texto, a lei permitiria a "retirada de dados pessoais que sejam considerados indevidos ou prejudiciais" à "imagem, honra e nome". A retirada poderá ser feita "de qualquer veículo de comunicação em massa". Ganha o prêmio Eremildo quem conseguir definir o que seria "indevido" ou mesmo "prejudicial à imagem, honra e nome". São conceitos totalmente subjetivos, que teriam por consequência prática promover um "limpa" em informações publicadas na internet ou até mesmo nos arquivos de jornais, TVs e outros veículos de imprensa. Vale notar que mesmo na Europa, onde o controverso "direito ao esquecimento" surgiu, ele não permite o apagamento de qualquer dado ou informação. Já na versão brasileira que está sendo proposta, fica concedida autorização para revisar a história, ou ainda, para apagar pura e simplesmente qualquer crítica que alguém possa fazer a políticos na internet, de forma imediata. O projeto chega a prever que as ações para remoção e apagamento de conteúdos poderão ser propostas nos juizados especiais cíveis ("pequenas causas"), onde são gratuitas, têm procedimento simplificado e não requerem advogado. A justificativa do deputado é que o projeto seria feito "para proteger o cidadão". Se é esse o caso, por que não incluir artigo dizendo que "o disposto nesse projeto não se aplica a nenhum ocupante de cargo público no país"? A inclusão de um artigo como esse seria suficiente para enterrar o projeto, por falta de apoio. Afinal, a maioria absoluta das ações judiciais em defesa "da honra" são propostas por personalidades públicas, em especial políticos. Isso é especialmente problemático porque políticos não possuem a mesma proteção à honra do que cidadãos comuns. Por exercerem cargos públicos, sua vida privada se confunde com o interesse público. Não é coincidência que essa lei esteja sendo proposta justamente nas vésperas de um dos anos eleitorais mais importantes e desafiadores da história recente do país. São muitos os políticos e partidos que gostariam de uma "vida nova" e de começar "do zero". Não custa lembrar que o autor do primeiro projeto sobre "direito ao esquecimento" foi o então deputado Eduardo Cunha. Ao que tudo indica, a prisão em Curitiba não derrotou totalmente Cunha. Suas ideias continuam livres e influentes em Brasília. * READER JÁ ERA Filmar na horizontal como padrão JÁ É Filmar na vertical (94% dos vídeos de celular são feitos assim) JÁ VEM Cada vez mais festivais de vídeo vertical
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EUA pedem 'investigação imparcial' sobre morte de promotor argentino
Os Estados Unidos pediram nesta sexta-feira (23) uma investigação "completa e imparcial" sobre a morte do promotor Alberto Nisman, Nisman havia acusado a presidente Cristina Kirchner, seu chanceler Hector Timerman e outros apoiadores de seu governo de encobrir a participação do Irã no atentado à Amia (Agência Mutua Israelita Argentina), que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos em 1994. Ele foi encontrado morto em seu apartamento, em Buenos Aires, com um tiro na cabeça, horas antes de ir ao congresso apresentar a denúncia. "As autoridades estão analisando a morte e pedimos uma investigação completa e imparcial", disse a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, que se recusou a comentar sobre as denúncias que Nisman havia feito. De acordo com Psaki, o governo americano está "a par das acusações contra a presidente Kirchner, mas há uma investigação aberta e não faremos comentários". Sobre as diversas versões que surgiram sobre as circunstâncias da morte de Nisman, a porta-voz disse que também não fará "especulação alguma". A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, primeiro havia especulado o que levara Nisman a tirar a própria vida. Depois, entretanto, passou a afirmar que a morte do promotor fazia parte de uma "operação contra o governo". Psaki acrescentou que "Os EUA e a comunidade internacional continuam trabalhando com o governo argentino e com as vítimas do atentado à Amia, na busca por justiça". Além disso, disse que Nisman dedicou "de forma valente" uma grande parte de sua vida profissional a descobrir quem perpetrou o ataque e expressou "o mais profundo pesar" pela morte do promotor, e das vítimas do atentado.
mundo
EUA pedem 'investigação imparcial' sobre morte de promotor argentinoOs Estados Unidos pediram nesta sexta-feira (23) uma investigação "completa e imparcial" sobre a morte do promotor Alberto Nisman, Nisman havia acusado a presidente Cristina Kirchner, seu chanceler Hector Timerman e outros apoiadores de seu governo de encobrir a participação do Irã no atentado à Amia (Agência Mutua Israelita Argentina), que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos em 1994. Ele foi encontrado morto em seu apartamento, em Buenos Aires, com um tiro na cabeça, horas antes de ir ao congresso apresentar a denúncia. "As autoridades estão analisando a morte e pedimos uma investigação completa e imparcial", disse a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, que se recusou a comentar sobre as denúncias que Nisman havia feito. De acordo com Psaki, o governo americano está "a par das acusações contra a presidente Kirchner, mas há uma investigação aberta e não faremos comentários". Sobre as diversas versões que surgiram sobre as circunstâncias da morte de Nisman, a porta-voz disse que também não fará "especulação alguma". A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, primeiro havia especulado o que levara Nisman a tirar a própria vida. Depois, entretanto, passou a afirmar que a morte do promotor fazia parte de uma "operação contra o governo". Psaki acrescentou que "Os EUA e a comunidade internacional continuam trabalhando com o governo argentino e com as vítimas do atentado à Amia, na busca por justiça". Além disso, disse que Nisman dedicou "de forma valente" uma grande parte de sua vida profissional a descobrir quem perpetrou o ataque e expressou "o mais profundo pesar" pela morte do promotor, e das vítimas do atentado.
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Bélgica vence Grécia e é a sexta seleção garantida na Copa do Mundo
O primeiro país europeu a garantir em campo uma vaga na Copa do Mundo de 2018 é a Bélgica. Neste domingo (3), a equipe venceu a Grécia por 2 a 1, fora de casa, pela oitava rodada do Grupo H. Os gols da seleção belga foram marcados por Vertonghen e Lukaku. Zeca diminuiu. Com o resultado, a Bélgica soma 22 pontos, contra 14 da Bósnia, segunda colocada. A seleção comandada por Roberto Martínez não perde há um ano A Bélgica agora faz companhia a Brasil, Irã, Japão, México e a anfitriã Rússia, seleções que também já garantiram de forma antecipada uma vaga no Mundial. RESTAM 26 VAGAS Das 209 seleções que começaram as Eliminatórias, só 77 ainda lutam para estar na Copa do Mundo. Na Europa restam 12 vagas diretas no Mundial, que serão dos campeões dos demais oito grupos e dos vencedores da repescagem. Quem está mais perto de confirmar classificação é a Alemanha, líder do grupo C com cinco pontos de vantagem: uma vitória sobre a Noruega, na segunda-feira (4), somada a um tropeço da Irlanda do Norte, garante os atuais campeões mundiais na Rússia. Na Ásia resta apenas uma rodada, a ser jogada na terça-feira (5), e sete seleções ainda lutam por três vagas diretas. A Nova Zelândia deve confirmar presença na repescagem mundial no mesmo dia. Na América do Sul ainda faltam três rodadas, com sete países em disputa totalmente aberta. O mesmo vale para a África, onde só a Nigéria tem chances de classificação já nesta semana. Já nas Américas do Norte e Central são quatro seleções para duas vagas e meia, estando a Costa Rica mais perto de uma vaga no Mundial.
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Bélgica vence Grécia e é a sexta seleção garantida na Copa do MundoO primeiro país europeu a garantir em campo uma vaga na Copa do Mundo de 2018 é a Bélgica. Neste domingo (3), a equipe venceu a Grécia por 2 a 1, fora de casa, pela oitava rodada do Grupo H. Os gols da seleção belga foram marcados por Vertonghen e Lukaku. Zeca diminuiu. Com o resultado, a Bélgica soma 22 pontos, contra 14 da Bósnia, segunda colocada. A seleção comandada por Roberto Martínez não perde há um ano A Bélgica agora faz companhia a Brasil, Irã, Japão, México e a anfitriã Rússia, seleções que também já garantiram de forma antecipada uma vaga no Mundial. RESTAM 26 VAGAS Das 209 seleções que começaram as Eliminatórias, só 77 ainda lutam para estar na Copa do Mundo. Na Europa restam 12 vagas diretas no Mundial, que serão dos campeões dos demais oito grupos e dos vencedores da repescagem. Quem está mais perto de confirmar classificação é a Alemanha, líder do grupo C com cinco pontos de vantagem: uma vitória sobre a Noruega, na segunda-feira (4), somada a um tropeço da Irlanda do Norte, garante os atuais campeões mundiais na Rússia. Na Ásia resta apenas uma rodada, a ser jogada na terça-feira (5), e sete seleções ainda lutam por três vagas diretas. A Nova Zelândia deve confirmar presença na repescagem mundial no mesmo dia. Na América do Sul ainda faltam três rodadas, com sete países em disputa totalmente aberta. O mesmo vale para a África, onde só a Nigéria tem chances de classificação já nesta semana. Já nas Américas do Norte e Central são quatro seleções para duas vagas e meia, estando a Costa Rica mais perto de uma vaga no Mundial.
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Marqueteiro João Santana mostra falta de vergonha na cara, afirma leitor
Tínhamos esperança de que o processo de investigações e condenações de grandes empresários, desencadeado pela Lava Jato, fosse mudar o rumo do entendimento ético e moral da política no país. No entanto o marqueteiro João Santana mostra que a falta de vergonha na cara pode ser maior, assumindo que recebeu dinheiro ilícito em campanhas em outros países (Santana dirá que recebeu ilegalmente no exterior ). MARCO ANTÔNIO FELIX (São Paulo, SP) * * Tenho opinião fortemente formada contra o PT e o atual governo e confesso que me regozijo com manchetes que indiquem mais um passo para o enterro deles. Entretanto a manchete "Marqueteiro de Dilma vai admitir caixa 2 no exterior" ("Primeira Página", 24/2) é simplesmente absurda. Na página A4, título de teor similar, acompanhado do subtítulo "Apesar da confissão, ele ressalvará que não há relação com campanhas do PT". Isso é jornalismo de tabloide sensacionalista, totalmente indigno do jornal que a Folha pretende ser! HEINZ KLEIN (Santos, SP) * O PT, hoje perdido no olho do furacão, foi alvo de mais um panelaço (Programa do PT na televisão gera panelaço em SP e capitais ). Os partidos precisam adquirir uma forma consistente e sustentável de vida e gestão. As campanhas eleitorais devem ter meios de custeio que não esbarrem no Código Penal. E os governos têm de parar de cooptar perdedores para formar a maioria parlamentar fisiológica. Quando isso for concretizado, acabarão os panelaços. DIRCEU CARDOSO GONÇALVES (São Paulo, SP) * Não é preciso recriar a CPMF. O governo deve repor o montante desviado, começando pelas pedaladas fiscais, passando pelo mensalão e pela Lava Jato. Nada mais justo. Isso fará o país voltar a crescer e ser merecedor de todas as notas, conquistando a confiança dos investidores. SONIA REGINA VALENTIM (São Paulo, SP) * A corrupção é um crime que respinga na qualidade de vida do cidadão, principalmente dos mais pobres, que mais precisam do governo. Todos pagamos impostos infinitos neste país, e os poderes públicos têm o dever político, moral, social e institucional de corresponder com austeridade aos anseios da população! CÉLIO BORBA (Curitiba, PR) * Em sua coluna Suruba política, Bernardo Mello Franco relata as elocubrações que os deputados, da tropa do presidente da Câmara, fazem para que o processo não evolua para votação do relatório do processo contra Eduardo Cunha. Quanta indignidade e, realmente, teremos que dar razão ao deputado Vinicius Rangel, do PR, que disse, em alto e bom tom: "Isso aqui está virando uma suruba". Ou em outras palavras, a Câmara está virando uma zona. E nós, povo brasileiro, pacientemente, esperamos que o STF se manifeste e determine o afastamento do sr. Eduardo Cunha (provadamente, um desonesto) e, até mesmo, a sua cassação e consequente prisão pelo juiz Moro. Só assim voltaremos a acreditar no sistema político e judicial CARLOS EDUARDO POMPEU (Limeira, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Marqueteiro João Santana mostra falta de vergonha na cara, afirma leitorTínhamos esperança de que o processo de investigações e condenações de grandes empresários, desencadeado pela Lava Jato, fosse mudar o rumo do entendimento ético e moral da política no país. No entanto o marqueteiro João Santana mostra que a falta de vergonha na cara pode ser maior, assumindo que recebeu dinheiro ilícito em campanhas em outros países (Santana dirá que recebeu ilegalmente no exterior ). MARCO ANTÔNIO FELIX (São Paulo, SP) * * Tenho opinião fortemente formada contra o PT e o atual governo e confesso que me regozijo com manchetes que indiquem mais um passo para o enterro deles. Entretanto a manchete "Marqueteiro de Dilma vai admitir caixa 2 no exterior" ("Primeira Página", 24/2) é simplesmente absurda. Na página A4, título de teor similar, acompanhado do subtítulo "Apesar da confissão, ele ressalvará que não há relação com campanhas do PT". Isso é jornalismo de tabloide sensacionalista, totalmente indigno do jornal que a Folha pretende ser! HEINZ KLEIN (Santos, SP) * O PT, hoje perdido no olho do furacão, foi alvo de mais um panelaço (Programa do PT na televisão gera panelaço em SP e capitais ). Os partidos precisam adquirir uma forma consistente e sustentável de vida e gestão. As campanhas eleitorais devem ter meios de custeio que não esbarrem no Código Penal. E os governos têm de parar de cooptar perdedores para formar a maioria parlamentar fisiológica. Quando isso for concretizado, acabarão os panelaços. DIRCEU CARDOSO GONÇALVES (São Paulo, SP) * Não é preciso recriar a CPMF. O governo deve repor o montante desviado, começando pelas pedaladas fiscais, passando pelo mensalão e pela Lava Jato. Nada mais justo. Isso fará o país voltar a crescer e ser merecedor de todas as notas, conquistando a confiança dos investidores. SONIA REGINA VALENTIM (São Paulo, SP) * A corrupção é um crime que respinga na qualidade de vida do cidadão, principalmente dos mais pobres, que mais precisam do governo. Todos pagamos impostos infinitos neste país, e os poderes públicos têm o dever político, moral, social e institucional de corresponder com austeridade aos anseios da população! CÉLIO BORBA (Curitiba, PR) * Em sua coluna Suruba política, Bernardo Mello Franco relata as elocubrações que os deputados, da tropa do presidente da Câmara, fazem para que o processo não evolua para votação do relatório do processo contra Eduardo Cunha. Quanta indignidade e, realmente, teremos que dar razão ao deputado Vinicius Rangel, do PR, que disse, em alto e bom tom: "Isso aqui está virando uma suruba". Ou em outras palavras, a Câmara está virando uma zona. E nós, povo brasileiro, pacientemente, esperamos que o STF se manifeste e determine o afastamento do sr. Eduardo Cunha (provadamente, um desonesto) e, até mesmo, a sua cassação e consequente prisão pelo juiz Moro. Só assim voltaremos a acreditar no sistema político e judicial CARLOS EDUARDO POMPEU (Limeira, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Homem mata namorada grávida em São Paulo e leva cabeça a delegacia
Um homem de 23 anos confessou ter matado e decapitado a namorada grávida na zona sul de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, o crime ocorreu na quinta-feira (26), mas somente neste sábado (28) José Ramos dos Santos se apresentou a uma delegacia levando a cabeça da vítima em uma mochila. A Secretaria da Segurança Pública informou que o corpo de Shirley Souza, 16, foi encontrado por moradores em uma viela próxima à rua Manuel Rodrigues Mexelhão, na Pedreira, por volta das 19h30 deste sábado (28). Quando soube que o corpo foi localizado, Santos buscou a cabeça na casa dele para levá-la à polícia. Segundo os policiais, Santos embarcou em um ônibus com destino ao centro com a cabeça da vítima e confessou o crime no 1º DP (Liberdade). No local, ele mostrou a cabeça e disse que matou a adolescente após ela assumir que o traiu. O corpo decapitado foi encontrado por policiais militares nu, enrolado em um lençol e com as pernas amarradas com fios plásticos. Quando o crime foi comunicado pelos PMs à delegacia mais próxima –o 98º DP (Jardim Miriam)–, o delegado responsável afirmou que o suspeito já tinha se entregado no 1° DP. Em depoimento à polícia, o homem disse que mantinha um relacionamento com a vítima havia cerca de um ano, mas já desconfiava da traição desde o fim de 2014. Ele afirmou que Shirley falava sobre relacionamentos que mantinha com outros homens quando ele estava drogado. O suspeito disse que a desconfiança aumentou após a mulher engravidar, pois ele disse ter visto na carteirinha de saúde dela que sua última menstruação foi em agosto, quando o casal estava separado. CHEIRO FORTE Santos afirmou em depoimento que se encontrou com a namorada na última quinta (26) na casa onde ele mora com o irmão, como costumava fazer. Eles tiveram relações sexuais e depois passaram a discutir sobre as possíveis traições de Shirley. A namorada, então, confessou ter se relacionado com um amigo do casal às vésperas do Natal e do Ano Novo. Após ouvir o relato, Santos contou ter aproveitado que a mulher se preparava para tomar banho para aplicar uma gravata, até ela desmaiar. Ele, então, foi tomar banho e, quando voltou, viu que a namorada tinha morrido. Santos foi até a cozinha, pegou uma faca e cortou o pescoço da vítima até arrancar a cabeça. Depois, enrolou-a em um saco plástico e a guardou dentro de uma mochila. O corpo foi enrolado em um edredom e escondido atrás de um botijão de gás, com os pés e tronco amarrados com um saco plástico. Após o crime, o suspeito relatou ter limpado a casa para que o irmão dele não desconfiasse. Também jogou a roupa suja no lixo, lavou o sangue da faca e a guardou novamente, junto com os demais talheres. O corpo só foi retirado da casa dois dias depois, após o irmão de Santos reclamar de um mau cheiro na casa. Foi quando o homem jogou o corpo em uma viela. A Folha não encontrou o advogado de defesa de Santos. O caso também será investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
cotidiano
Homem mata namorada grávida em São Paulo e leva cabeça a delegaciaUm homem de 23 anos confessou ter matado e decapitado a namorada grávida na zona sul de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, o crime ocorreu na quinta-feira (26), mas somente neste sábado (28) José Ramos dos Santos se apresentou a uma delegacia levando a cabeça da vítima em uma mochila. A Secretaria da Segurança Pública informou que o corpo de Shirley Souza, 16, foi encontrado por moradores em uma viela próxima à rua Manuel Rodrigues Mexelhão, na Pedreira, por volta das 19h30 deste sábado (28). Quando soube que o corpo foi localizado, Santos buscou a cabeça na casa dele para levá-la à polícia. Segundo os policiais, Santos embarcou em um ônibus com destino ao centro com a cabeça da vítima e confessou o crime no 1º DP (Liberdade). No local, ele mostrou a cabeça e disse que matou a adolescente após ela assumir que o traiu. O corpo decapitado foi encontrado por policiais militares nu, enrolado em um lençol e com as pernas amarradas com fios plásticos. Quando o crime foi comunicado pelos PMs à delegacia mais próxima –o 98º DP (Jardim Miriam)–, o delegado responsável afirmou que o suspeito já tinha se entregado no 1° DP. Em depoimento à polícia, o homem disse que mantinha um relacionamento com a vítima havia cerca de um ano, mas já desconfiava da traição desde o fim de 2014. Ele afirmou que Shirley falava sobre relacionamentos que mantinha com outros homens quando ele estava drogado. O suspeito disse que a desconfiança aumentou após a mulher engravidar, pois ele disse ter visto na carteirinha de saúde dela que sua última menstruação foi em agosto, quando o casal estava separado. CHEIRO FORTE Santos afirmou em depoimento que se encontrou com a namorada na última quinta (26) na casa onde ele mora com o irmão, como costumava fazer. Eles tiveram relações sexuais e depois passaram a discutir sobre as possíveis traições de Shirley. A namorada, então, confessou ter se relacionado com um amigo do casal às vésperas do Natal e do Ano Novo. Após ouvir o relato, Santos contou ter aproveitado que a mulher se preparava para tomar banho para aplicar uma gravata, até ela desmaiar. Ele, então, foi tomar banho e, quando voltou, viu que a namorada tinha morrido. Santos foi até a cozinha, pegou uma faca e cortou o pescoço da vítima até arrancar a cabeça. Depois, enrolou-a em um saco plástico e a guardou dentro de uma mochila. O corpo foi enrolado em um edredom e escondido atrás de um botijão de gás, com os pés e tronco amarrados com um saco plástico. Após o crime, o suspeito relatou ter limpado a casa para que o irmão dele não desconfiasse. Também jogou a roupa suja no lixo, lavou o sangue da faca e a guardou novamente, junto com os demais talheres. O corpo só foi retirado da casa dois dias depois, após o irmão de Santos reclamar de um mau cheiro na casa. Foi quando o homem jogou o corpo em uma viela. A Folha não encontrou o advogado de defesa de Santos. O caso também será investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
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Já ouviu falar de parkour? Crianças fazem saltos e escaladas na atividade
Foi inspirado no Homem-Aranha que Thomás Souza, 8, pediu para começar a fazer aulas de parkour. Ele sonhava em também escalar paredes e subir muros, assim como o herói. O parkour é uma atividade física criada na França nos anos 1990 que incentiva os praticantes a saltarem, escalarem e descerem por muros e corrimões de ruas e estações de metrô. A prática, cujo nome em francês é inspirado em um treinamento militar com obstáculos, ganhou força no Brasil. Não é difícil ver pessoas fazendo piruetas em praças -e até academias passaram a oferecer aulas (algumas com turmas só de crianças). "Foi uma surpresa quando minha mãe disse que a aula era na academia, e não na rua", conta Thomás. As atividades começam com exercícios fáceis. Crianças sobem e descem de caixotes que têm 1 metro de altura cada um. Depois, os obstáculos vão ficando maiores. O aluno pula de um para o outro e aprende qual tipo de salto é o ideal. Embora o parkour geralmente seja praticado ao ar livre, alguns pais preferem que seus filhos comecem a treinar em uma academia, por ser aparentemente mais seguro. "Mas podem ocorrer fraturas ou entorses em qualquer lugar", diz a pediatra Ana Lucia de Sá Pinto. "Por isso, os instrutores devem sempre respeitar os limites das crianças", afirma (leia mais abaixo). Durante as atividades, alunos podem ter um pouco de medo. "Dá um frio na barriga. Mas acho que dói menos cair aqui do que na rua", diz Gabriela Dalva, 10. Ela e seu irmão gêmeo, Daniel, treinam na academia Tracer, em São Paulo. Eles realizam treinos ao ar livre somente uma vez por mês. O medo de se esborrachar no chão não impediu João Vitor, 7, de decidir fazer aulas com o grupo Parkour Brazil, que treina em praças e parques de São Paulo. "Minha mãe fica com medo. Na primeira aula, ela quis que eu fosse embora. Mas só as manobras dos profissionais são perigosas –as nossas, não", diz. Jean Wainer, diretor da academia Tracer, diz que a atividade faz com que a criança ganhe confiança. "Ela passa a ter consciência do que consegue fazer e tem mais coragem para superar os desafios." A prática ganhou fama incentivada por filmes como "007" e alguns games, principalmente "Assassin's Creed" (indicado para jogadores a partir de 14 anos), em que personagens usam manobras similares. "Vi meu irmão escalando umas paredes no jogo e achei legal. Então quis fazer", conta João Vitor Machado, 7. Das 20 crianças da sua turma, apenas uma é menina: Sarah Jacobs, 8. "Mas parkour é coisa de menino e de menina", afirma ela. * CUIDADOS Como saltar também significa cair, veja abaixo alguns cuidados na hora de praticar parkour COMO COMEÇAR? Não é necessário ter qualquer conhecimento prévio sobre o parkour nem preparo físico de esportista. POSSO PULAR DE QUALQUER LUGAR? Os instrutores elaboram as aulas levando em consideração os movimentos que uma criança pode fazer, seu porte físico e a altura dos aparelhos. Há coisas que só adultos podem fazer. MACHUCA? Tombos podem acontecer em qualquer esporte. Mas, ao seguir as orientações dos professores, as chances diminuem bastante. O QUE VESTIR? Prefira roupas confortáveis, como camiseta, calça esportiva e tênis apropriados para exercício físico. Ao ar livre, não esqueça do boné e protetor solar. Se estiver muito sol, não se esqueça de beber bastante água. * ONDE PRATICAR Atividade pode ser praticada em academias ou a céu aberto EM ACADEMIAS: Tracer ONDE r. Cardeal Arcoverde, 2210 (Pinheiros) e r. Antonio Borba, 59 (Vila Madalena) QUANTO R$ 160 por mês COMO É São duas turmas uma para crianças de 5 a 9 anos e outra de 10 a 13 anos, com aulas dentro da academia uma vez por semana. Elas também podem usar o local em outros horários para treinar, desde que tenha supervisão de algum adulto. A partir de fevereiro haverá aulas semanais em praças e parques (R$ 130) - Simeos Parkour ONDE CEU Jambeiro, av José Pinheiro Borges, 60 (Guaianases) QUANTO grátis COMO É Há uma turma para crianças de 6 a 12 anos, além de quem está iniciando na modalidade. A aula dura 1h30 e acontecem dentro do CEU (Centro de Estudo Unificado), mas podem ser marcados fora, em parques, dependendo da turma. As classes são cheias, com mais e 30 participantes - Action Parkour Fitness ONDE largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 167 (Freguesia do Ó) QUANTO a partir de R$ 100 por mês COMO É As aulas acontecem dentro da academia, que conta com equipamentos como caixotes, estruturas metálicas e até parede de escalada. A academia oferece espaço para os pais assistirem às aulas, que também podem ser vistas por um aplicativo com as imagens das câmeras de segurança. Para crianças de 4 a 8 anos e de 9 a 16 anos - NA RUA: Parkour Brazil ONDE os instrutores publicam o local da aula no site do grupo na véspera (lepartanos.com) QUANTO R$ 150 por mês COMO É as aulas, que duram mais de duas horas, acontecem em parques e outros pontos da cidade de São Paulo, como o Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1000). Há grupos ara crianças de 7 a 10 anos e de 11 a 13 anos
folhinha
Já ouviu falar de parkour? Crianças fazem saltos e escaladas na atividadeFoi inspirado no Homem-Aranha que Thomás Souza, 8, pediu para começar a fazer aulas de parkour. Ele sonhava em também escalar paredes e subir muros, assim como o herói. O parkour é uma atividade física criada na França nos anos 1990 que incentiva os praticantes a saltarem, escalarem e descerem por muros e corrimões de ruas e estações de metrô. A prática, cujo nome em francês é inspirado em um treinamento militar com obstáculos, ganhou força no Brasil. Não é difícil ver pessoas fazendo piruetas em praças -e até academias passaram a oferecer aulas (algumas com turmas só de crianças). "Foi uma surpresa quando minha mãe disse que a aula era na academia, e não na rua", conta Thomás. As atividades começam com exercícios fáceis. Crianças sobem e descem de caixotes que têm 1 metro de altura cada um. Depois, os obstáculos vão ficando maiores. O aluno pula de um para o outro e aprende qual tipo de salto é o ideal. Embora o parkour geralmente seja praticado ao ar livre, alguns pais preferem que seus filhos comecem a treinar em uma academia, por ser aparentemente mais seguro. "Mas podem ocorrer fraturas ou entorses em qualquer lugar", diz a pediatra Ana Lucia de Sá Pinto. "Por isso, os instrutores devem sempre respeitar os limites das crianças", afirma (leia mais abaixo). Durante as atividades, alunos podem ter um pouco de medo. "Dá um frio na barriga. Mas acho que dói menos cair aqui do que na rua", diz Gabriela Dalva, 10. Ela e seu irmão gêmeo, Daniel, treinam na academia Tracer, em São Paulo. Eles realizam treinos ao ar livre somente uma vez por mês. O medo de se esborrachar no chão não impediu João Vitor, 7, de decidir fazer aulas com o grupo Parkour Brazil, que treina em praças e parques de São Paulo. "Minha mãe fica com medo. Na primeira aula, ela quis que eu fosse embora. Mas só as manobras dos profissionais são perigosas –as nossas, não", diz. Jean Wainer, diretor da academia Tracer, diz que a atividade faz com que a criança ganhe confiança. "Ela passa a ter consciência do que consegue fazer e tem mais coragem para superar os desafios." A prática ganhou fama incentivada por filmes como "007" e alguns games, principalmente "Assassin's Creed" (indicado para jogadores a partir de 14 anos), em que personagens usam manobras similares. "Vi meu irmão escalando umas paredes no jogo e achei legal. Então quis fazer", conta João Vitor Machado, 7. Das 20 crianças da sua turma, apenas uma é menina: Sarah Jacobs, 8. "Mas parkour é coisa de menino e de menina", afirma ela. * CUIDADOS Como saltar também significa cair, veja abaixo alguns cuidados na hora de praticar parkour COMO COMEÇAR? Não é necessário ter qualquer conhecimento prévio sobre o parkour nem preparo físico de esportista. POSSO PULAR DE QUALQUER LUGAR? Os instrutores elaboram as aulas levando em consideração os movimentos que uma criança pode fazer, seu porte físico e a altura dos aparelhos. Há coisas que só adultos podem fazer. MACHUCA? Tombos podem acontecer em qualquer esporte. Mas, ao seguir as orientações dos professores, as chances diminuem bastante. O QUE VESTIR? Prefira roupas confortáveis, como camiseta, calça esportiva e tênis apropriados para exercício físico. Ao ar livre, não esqueça do boné e protetor solar. Se estiver muito sol, não se esqueça de beber bastante água. * ONDE PRATICAR Atividade pode ser praticada em academias ou a céu aberto EM ACADEMIAS: Tracer ONDE r. Cardeal Arcoverde, 2210 (Pinheiros) e r. Antonio Borba, 59 (Vila Madalena) QUANTO R$ 160 por mês COMO É São duas turmas uma para crianças de 5 a 9 anos e outra de 10 a 13 anos, com aulas dentro da academia uma vez por semana. Elas também podem usar o local em outros horários para treinar, desde que tenha supervisão de algum adulto. A partir de fevereiro haverá aulas semanais em praças e parques (R$ 130) - Simeos Parkour ONDE CEU Jambeiro, av José Pinheiro Borges, 60 (Guaianases) QUANTO grátis COMO É Há uma turma para crianças de 6 a 12 anos, além de quem está iniciando na modalidade. A aula dura 1h30 e acontecem dentro do CEU (Centro de Estudo Unificado), mas podem ser marcados fora, em parques, dependendo da turma. As classes são cheias, com mais e 30 participantes - Action Parkour Fitness ONDE largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 167 (Freguesia do Ó) QUANTO a partir de R$ 100 por mês COMO É As aulas acontecem dentro da academia, que conta com equipamentos como caixotes, estruturas metálicas e até parede de escalada. A academia oferece espaço para os pais assistirem às aulas, que também podem ser vistas por um aplicativo com as imagens das câmeras de segurança. Para crianças de 4 a 8 anos e de 9 a 16 anos - NA RUA: Parkour Brazil ONDE os instrutores publicam o local da aula no site do grupo na véspera (lepartanos.com) QUANTO R$ 150 por mês COMO É as aulas, que duram mais de duas horas, acontecem em parques e outros pontos da cidade de São Paulo, como o Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1000). Há grupos ara crianças de 7 a 10 anos e de 11 a 13 anos
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Amigos e funcionários fazem vídeo em apoio a Marcelo Odebrecht
Familiares, amigos e funcionários da Odebrecht fizeram um vídeo em apoio a Marcelo Odebrecht, que presidia o grupo até ser preso pela Polícia Federal em junho do ano passado sob acusação de pagar propina para conseguir contratos com a Petrobras -o que os advogados dele negam enfaticamente. O pai de Marcelo, Emílio Odebrecht, diz no vídeo que a prisão do executivo é uma "injustiça": "A família Odebrecht nos inspirou a isso Somos solidários a você e a todos que vivem as dores da injustiça. Jamais me ausentarei. Jamais me escondi e muito menos abdiquei das minhas responsabilidades. Não o farei agora. Jamais os abandonarei". Na peça, Marcelo é chamado de "executivo brilhante, homem de família, de hábitos simples, de responsabilidade como pai e esposo". As imagens mostram funcionários carregando placas com as hashtags #SomosOdebrecht e #EuconheçoMarceloOdebrecht. Uma prima de Marcelo, Solange Odebrecht, afirma no vídeo: "Acreditamos que a verdade virá! O tempo se encarrega de dar resposta clara e verdadeira". A campanha foi revelada pelo jornal "O Globo" na edição deste sábado (13). A peça traz fotos de família e uma imagem do fundador da empresa, Norberto Odebrecht (1920-2014), avô de Marcelo, com irmã Dulce (1914-1992), que foi beatificada pelo Vaticano. Segundo a assessoria da Odebrecht, a manifestação começou com uma declaração de Solange Odebrecht nas redes sociais. Posteriormente, amigos e funcionários organizaram o movimento de modo espontâneo, ainda de acordo com assessores da empresa.
poder
Amigos e funcionários fazem vídeo em apoio a Marcelo OdebrechtFamiliares, amigos e funcionários da Odebrecht fizeram um vídeo em apoio a Marcelo Odebrecht, que presidia o grupo até ser preso pela Polícia Federal em junho do ano passado sob acusação de pagar propina para conseguir contratos com a Petrobras -o que os advogados dele negam enfaticamente. O pai de Marcelo, Emílio Odebrecht, diz no vídeo que a prisão do executivo é uma "injustiça": "A família Odebrecht nos inspirou a isso Somos solidários a você e a todos que vivem as dores da injustiça. Jamais me ausentarei. Jamais me escondi e muito menos abdiquei das minhas responsabilidades. Não o farei agora. Jamais os abandonarei". Na peça, Marcelo é chamado de "executivo brilhante, homem de família, de hábitos simples, de responsabilidade como pai e esposo". As imagens mostram funcionários carregando placas com as hashtags #SomosOdebrecht e #EuconheçoMarceloOdebrecht. Uma prima de Marcelo, Solange Odebrecht, afirma no vídeo: "Acreditamos que a verdade virá! O tempo se encarrega de dar resposta clara e verdadeira". A campanha foi revelada pelo jornal "O Globo" na edição deste sábado (13). A peça traz fotos de família e uma imagem do fundador da empresa, Norberto Odebrecht (1920-2014), avô de Marcelo, com irmã Dulce (1914-1992), que foi beatificada pelo Vaticano. Segundo a assessoria da Odebrecht, a manifestação começou com uma declaração de Solange Odebrecht nas redes sociais. Posteriormente, amigos e funcionários organizaram o movimento de modo espontâneo, ainda de acordo com assessores da empresa.
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Protesto de alunos fecha cruzamento da Teodoro com Henrique Schaumann
Estudantes da rede pública paulista voltaram a fechar vias em São Paulo, na tarde desta quarta-feira (2), em protesto contra a reorganização das escolas anunciada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para 2016. O protesto foi desmobilizado com a ação da polícia que interveio com bombas. Por volta das 17h30, um grupo de cerca de 150 manifestantes bloqueou o cruzamento da rua Teodoro Sampaio com a avenida Henrique Schaumann, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Para fugir do protesto, alguns motoristas fizeram retorno pelo canteiro central das vias, uma das principais de ligação com a região central da cidade. Alguns alunos presentes na manifestação são da escola Fernão Dias, que está ocupada há semanas por estudantes. Desde o início da semana, estudantes têm adotado a estratégia que chamam de "trancamento" das avenidas para chamar a atenção de suas manifestações. Em três casos recentes, a PM precisou intervir com o uso da força para liberar o tráfego. O advogado Alberico Gazzineo, 30, é um dos presos no trânsito. "Eu acho absurdo qualquer tipo de protesto. A gente tem que mostrar pro mundo que estamos parados? Que investidor vai vir para cá? O Brasil já está parado. Fiquei parado duas horas no trânsito na marginal e agora isso. Estou a 5 minutos do escritório ", reclama. Entre os motoristas presos no trânsito, estão membros da torcida organizada do Palmeiras, que estavam indo em direção ao estádio do time, ver a final da Copa do Brasil, que ocorrerá nesta noite. Após, uma negociação com os alunos, alguns torcedores conseguiram passar. Outros presos no trânsito incitavam que os policiais que acompanham a manifestação dispersem os alunos. Um tenente da PM avisou aos alunos do protesto que a via será liberada, nem que a força policial tenha que ser utilizada. TENSÃO Na última terça (1º), houve conflito dentro da escola Maria José, no centro, após pais e professores tentarem a desocupação do colégio. A PM chegou a usar gás de pimenta na ação. À noite, um protesto na av. Nove de Julho, com alunos contrários à reorganização, terminou em confronto com PMs, que usaram bombas de gás para desbloquear a via. Alguns revidaram com pedras. Mais cedo, em Osasco (Grande SP), a escola Coronel Antônio Paiva de Sampaio, que estava ocupada, foi depredada. Os autores não foram identificados. Os alunos negam que tenham sido eles e citam ação de desconhecidos. Nesta quarta-feira (2), mais cedo, houve um princípio de tumulto entre alguns estudantes e a Polícia Militar. Os policiais tentaram retirar a força alunos que protestavam no meio da avenida Doutor Arnaldo. Alguns policiais usaram cassetetes para imobilizar os manifestantes DISPUTA O plano do governo Estadual, já publicado em decreto, prevê a divisão das escolas por ciclos únicos (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Segundo o governo, o objetivo é melhorar a qualidade do ensino e evitar, por exemplo, que alunos de seis anos frequentem a mesma unidade de adolescentes de 17 e 18 anos. Para isso, 92 escolas serão fechadas, e cerca de 300 mil alunos serão remanejados a rede paulista tem 5.147 escolas e 3,8 milhões de estudantes. Ao todo, 754 unidades novas escolas terão só um ciclo no Estado a partir do próximo ano. O plano encontra resistência de parte dos alunos afetados -191 escolas estão ocupadas em protesto contra a mudança. Além disso, o Ministério Público do Estado decidiu entrar com ações na Justiça para derrubar a proposta da Secretaria do Estado de Educação de São Paulo.
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Protesto de alunos fecha cruzamento da Teodoro com Henrique SchaumannEstudantes da rede pública paulista voltaram a fechar vias em São Paulo, na tarde desta quarta-feira (2), em protesto contra a reorganização das escolas anunciada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para 2016. O protesto foi desmobilizado com a ação da polícia que interveio com bombas. Por volta das 17h30, um grupo de cerca de 150 manifestantes bloqueou o cruzamento da rua Teodoro Sampaio com a avenida Henrique Schaumann, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Para fugir do protesto, alguns motoristas fizeram retorno pelo canteiro central das vias, uma das principais de ligação com a região central da cidade. Alguns alunos presentes na manifestação são da escola Fernão Dias, que está ocupada há semanas por estudantes. Desde o início da semana, estudantes têm adotado a estratégia que chamam de "trancamento" das avenidas para chamar a atenção de suas manifestações. Em três casos recentes, a PM precisou intervir com o uso da força para liberar o tráfego. O advogado Alberico Gazzineo, 30, é um dos presos no trânsito. "Eu acho absurdo qualquer tipo de protesto. A gente tem que mostrar pro mundo que estamos parados? Que investidor vai vir para cá? O Brasil já está parado. Fiquei parado duas horas no trânsito na marginal e agora isso. Estou a 5 minutos do escritório ", reclama. Entre os motoristas presos no trânsito, estão membros da torcida organizada do Palmeiras, que estavam indo em direção ao estádio do time, ver a final da Copa do Brasil, que ocorrerá nesta noite. Após, uma negociação com os alunos, alguns torcedores conseguiram passar. Outros presos no trânsito incitavam que os policiais que acompanham a manifestação dispersem os alunos. Um tenente da PM avisou aos alunos do protesto que a via será liberada, nem que a força policial tenha que ser utilizada. TENSÃO Na última terça (1º), houve conflito dentro da escola Maria José, no centro, após pais e professores tentarem a desocupação do colégio. A PM chegou a usar gás de pimenta na ação. À noite, um protesto na av. Nove de Julho, com alunos contrários à reorganização, terminou em confronto com PMs, que usaram bombas de gás para desbloquear a via. Alguns revidaram com pedras. Mais cedo, em Osasco (Grande SP), a escola Coronel Antônio Paiva de Sampaio, que estava ocupada, foi depredada. Os autores não foram identificados. Os alunos negam que tenham sido eles e citam ação de desconhecidos. Nesta quarta-feira (2), mais cedo, houve um princípio de tumulto entre alguns estudantes e a Polícia Militar. Os policiais tentaram retirar a força alunos que protestavam no meio da avenida Doutor Arnaldo. Alguns policiais usaram cassetetes para imobilizar os manifestantes DISPUTA O plano do governo Estadual, já publicado em decreto, prevê a divisão das escolas por ciclos únicos (anos iniciais e finais do fundamental e o médio). Segundo o governo, o objetivo é melhorar a qualidade do ensino e evitar, por exemplo, que alunos de seis anos frequentem a mesma unidade de adolescentes de 17 e 18 anos. Para isso, 92 escolas serão fechadas, e cerca de 300 mil alunos serão remanejados a rede paulista tem 5.147 escolas e 3,8 milhões de estudantes. Ao todo, 754 unidades novas escolas terão só um ciclo no Estado a partir do próximo ano. O plano encontra resistência de parte dos alunos afetados -191 escolas estão ocupadas em protesto contra a mudança. Além disso, o Ministério Público do Estado decidiu entrar com ações na Justiça para derrubar a proposta da Secretaria do Estado de Educação de São Paulo.
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Descendentes de Bernanos estão espalhados pelo Brasil
Poucos antes de morrer de câncer, em 1948, o escritor francês Georges Bernanos manifestou a vontade de voltar ao Brasil, de onde partira três anos antes. Bernanos desejou fundar uma colônia francesa no período em que viveu por aqui (1938-1945). O projetou não se concretizou, mas o autor francês deixou raízes profundas no Brasil. Há descendentes de Bernanos espalhados por Mato Grosso do Sul, Minas, Santa Catarina e São Paulo. Quando Bernanos voltou para a França, em 1945, uma de suas filhas, Chantal, decidiu permanecer no Brasil. Ela já era casada com o aviador Watson Mesquita, que conhecera em Barbacena. Chantal e o marido viveram em Belo Horizonte. Tiveram seis filhos. Chantal morreu em 1980, aos 62 anos. "Minha mãe se encantou pelo Brasil, não quis mais voltar para a França. Era cruzeirense doente e amava o Carnaval", conta a filha Nádia Cíntia Mesquita Guimarães, 57, neta de Bernanos. Nádia, que mora em Formiga (MG), passou a infância ouvindo histórias do avô. "Ele tinha um gênio forte, não era tranquilo. Era muito rigoroso com os filhos. E tinha a cabeça um pouco estreita também, não comungava com os avanços do mundo moderno." Além de Chantal, outra filha de Bernanos escolheu o Brasil para viver. Claude chegou a voltar para Paris com o pai, em 1945, mas quatro anos depois retornou, casada com o engenheiro agrônomo espanhol José Eugênio de Zayas D´Harcourt. Claude herdou do avô o espírito aventureiro e o gosto pela vida no campo. Em 1955, ela e o marido instalaram-se na fazenda Serradinho, em Bonito, no Mato Grosso do Sul. Claude criou duas escolas e orientava as famílias do local, na época com pouquíssima infraestrutura. Teve quatro filhos, seis netos e nove bisnetos. Morreu em 2009, em Bonito, aos 78 anos. "Pelo que minha mãe contava, Bernanos era explosivo, muito angustiado, mas também muito dócil", conta Pilar De Zayas Bernanos, 64, filha de Claude, moradora de Florianópolis. "Ele gostava muito de criança, mas em geral ficava irado quando o assunto era política." "Já minha avó, Jehanne, teve uma educação muito rígida e religiosa, nunca expressava opinião. Apenas cumpria com suas obrigações. Acho que ela sofria um pouco com as viagens e mudanças constantes, mas não dizia nada, sempre seguiu meu avô." Há vários relatos sobre a beleza das filhas de Bernanos durante o período de Barbacena, de 1940 a 1945. "Claude Bernanos é uma criatura de fogo. Herdou o perfil aquilino da mãe, uns toques de sublime do pai; os olhos rasgados, fuzilantes; o cabelo comprido, quase liso; os seios empinados, uma beleza selvagem", descreveu o historiador Pedro Octavio Carneiro da Cunha. Em São Paulo também há parentes do escritor. Atualmente moram na cidade a nora de Bernanos, Elza Rodrigues, 86, viúva de Yves, sua filha Marie-Madeleine, 70, e dois bisnetos. Dos seis filhos do escritor, apenas Dominique ainda é viva. Tem 86 anos e mora na França. Ficou no Brasil dos 10 aos 16 anos. "Eu adorava viver em Barbacena. Era uma época muito alegre. Fiz muitas amizades, andei muito a cavalo. Eu amava a fazenda. Papai não era um bom fazendeiro, a vocação dele era escrever. Nós é que cuidávamos dos animais", conta Dominique num português com leve sotaque mineiro.
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Descendentes de Bernanos estão espalhados pelo BrasilPoucos antes de morrer de câncer, em 1948, o escritor francês Georges Bernanos manifestou a vontade de voltar ao Brasil, de onde partira três anos antes. Bernanos desejou fundar uma colônia francesa no período em que viveu por aqui (1938-1945). O projetou não se concretizou, mas o autor francês deixou raízes profundas no Brasil. Há descendentes de Bernanos espalhados por Mato Grosso do Sul, Minas, Santa Catarina e São Paulo. Quando Bernanos voltou para a França, em 1945, uma de suas filhas, Chantal, decidiu permanecer no Brasil. Ela já era casada com o aviador Watson Mesquita, que conhecera em Barbacena. Chantal e o marido viveram em Belo Horizonte. Tiveram seis filhos. Chantal morreu em 1980, aos 62 anos. "Minha mãe se encantou pelo Brasil, não quis mais voltar para a França. Era cruzeirense doente e amava o Carnaval", conta a filha Nádia Cíntia Mesquita Guimarães, 57, neta de Bernanos. Nádia, que mora em Formiga (MG), passou a infância ouvindo histórias do avô. "Ele tinha um gênio forte, não era tranquilo. Era muito rigoroso com os filhos. E tinha a cabeça um pouco estreita também, não comungava com os avanços do mundo moderno." Além de Chantal, outra filha de Bernanos escolheu o Brasil para viver. Claude chegou a voltar para Paris com o pai, em 1945, mas quatro anos depois retornou, casada com o engenheiro agrônomo espanhol José Eugênio de Zayas D´Harcourt. Claude herdou do avô o espírito aventureiro e o gosto pela vida no campo. Em 1955, ela e o marido instalaram-se na fazenda Serradinho, em Bonito, no Mato Grosso do Sul. Claude criou duas escolas e orientava as famílias do local, na época com pouquíssima infraestrutura. Teve quatro filhos, seis netos e nove bisnetos. Morreu em 2009, em Bonito, aos 78 anos. "Pelo que minha mãe contava, Bernanos era explosivo, muito angustiado, mas também muito dócil", conta Pilar De Zayas Bernanos, 64, filha de Claude, moradora de Florianópolis. "Ele gostava muito de criança, mas em geral ficava irado quando o assunto era política." "Já minha avó, Jehanne, teve uma educação muito rígida e religiosa, nunca expressava opinião. Apenas cumpria com suas obrigações. Acho que ela sofria um pouco com as viagens e mudanças constantes, mas não dizia nada, sempre seguiu meu avô." Há vários relatos sobre a beleza das filhas de Bernanos durante o período de Barbacena, de 1940 a 1945. "Claude Bernanos é uma criatura de fogo. Herdou o perfil aquilino da mãe, uns toques de sublime do pai; os olhos rasgados, fuzilantes; o cabelo comprido, quase liso; os seios empinados, uma beleza selvagem", descreveu o historiador Pedro Octavio Carneiro da Cunha. Em São Paulo também há parentes do escritor. Atualmente moram na cidade a nora de Bernanos, Elza Rodrigues, 86, viúva de Yves, sua filha Marie-Madeleine, 70, e dois bisnetos. Dos seis filhos do escritor, apenas Dominique ainda é viva. Tem 86 anos e mora na França. Ficou no Brasil dos 10 aos 16 anos. "Eu adorava viver em Barbacena. Era uma época muito alegre. Fiz muitas amizades, andei muito a cavalo. Eu amava a fazenda. Papai não era um bom fazendeiro, a vocação dele era escrever. Nós é que cuidávamos dos animais", conta Dominique num português com leve sotaque mineiro.
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Dois bebês nascem com microcefalia associada a zika na Califórnia
Dois bebês nasceram com microcefalia na Califórnia após suas mães terem contraído o vírus zika durante a gravidez, disseram as autoridades nesta quinta (4). São os primeiros casos de microcefalia, uma má-formação grave que prejudica o desenvolvimento cerebral, associada ao vírus da zika no estado. O CDPH (Departamento de Saúde Pública da Califórnia) não revelou de onde as mães eram, mas disse que elas foram infectadas este ano em um país onde o vírus da zika é endêmico. "Embora mosquitos que podem transportar o vírus tenham sido encontrados em 12 condados da Califórnia, não há nenhuma evidência de que esses mosquitos estão transmitindo zika no estado neste momento", disse o CDPH. Zika e microcefalia O estado registrou 114 casos de infecções pela zika, todos em pessoas que tinham viajado para regiões afetadas pelo vírus, em 22 condados da Califórnia desde 29 de julho. Na segunda, as autoridades da Flórida informaram que foram registrados 14 casos de zika em Miami, os primeiros transmitidos localmente por mosquitos nos EUA continental. "Este é um lembrete para os californianos de que a zika pode causar sérios danos a um feto em desenvolvimento", disse a diretora do CDPH, Karen Smith, pedindo às mulheres grávidas que evitem áreas com transmissão do zika. Não existe cura para o vírus, que causa sintomas brandos como erupção cutânea, dor articular ou infecção ocular. Em 80% dos casos, a infecção passa despercebida. No entanto, a zika é particularmente perigoso para as mulheres grávidas, visto que pode causar danos permanentes ao feto em desenvolvimento, incluindo a microcefalia, uma condição na qual o bebê nasce com o crânio e o cérebro menores que a média. Os cientistas estão lutando para encontrar uma maneira de conter o vírus, que está se espalhando em 50 países e territórios, principalmente na América Latina, no Caribe e no estado americano da Flórida. Três vacinas experimentais contra o zika estão sendo desenvolvidas nos EUA e apresentaram bons resultados em testes com macacos, de acordo com um artigo publicado na revista "Science" nesta quinta. Outras duas vacinas experimentais estão atualmente sendo testadas em humanos nos Estados Unidos e no Canadá. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
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Dois bebês nascem com microcefalia associada a zika na CalifórniaDois bebês nasceram com microcefalia na Califórnia após suas mães terem contraído o vírus zika durante a gravidez, disseram as autoridades nesta quinta (4). São os primeiros casos de microcefalia, uma má-formação grave que prejudica o desenvolvimento cerebral, associada ao vírus da zika no estado. O CDPH (Departamento de Saúde Pública da Califórnia) não revelou de onde as mães eram, mas disse que elas foram infectadas este ano em um país onde o vírus da zika é endêmico. "Embora mosquitos que podem transportar o vírus tenham sido encontrados em 12 condados da Califórnia, não há nenhuma evidência de que esses mosquitos estão transmitindo zika no estado neste momento", disse o CDPH. Zika e microcefalia O estado registrou 114 casos de infecções pela zika, todos em pessoas que tinham viajado para regiões afetadas pelo vírus, em 22 condados da Califórnia desde 29 de julho. Na segunda, as autoridades da Flórida informaram que foram registrados 14 casos de zika em Miami, os primeiros transmitidos localmente por mosquitos nos EUA continental. "Este é um lembrete para os californianos de que a zika pode causar sérios danos a um feto em desenvolvimento", disse a diretora do CDPH, Karen Smith, pedindo às mulheres grávidas que evitem áreas com transmissão do zika. Não existe cura para o vírus, que causa sintomas brandos como erupção cutânea, dor articular ou infecção ocular. Em 80% dos casos, a infecção passa despercebida. No entanto, a zika é particularmente perigoso para as mulheres grávidas, visto que pode causar danos permanentes ao feto em desenvolvimento, incluindo a microcefalia, uma condição na qual o bebê nasce com o crânio e o cérebro menores que a média. Os cientistas estão lutando para encontrar uma maneira de conter o vírus, que está se espalhando em 50 países e territórios, principalmente na América Latina, no Caribe e no estado americano da Flórida. Três vacinas experimentais contra o zika estão sendo desenvolvidas nos EUA e apresentaram bons resultados em testes com macacos, de acordo com um artigo publicado na revista "Science" nesta quinta. Outras duas vacinas experimentais estão atualmente sendo testadas em humanos nos Estados Unidos e no Canadá. Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
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Mudanças climáticas: o negócio é sério
Há mais de 250 anos, um empreendedor britânico chamado Richard Arkwright construiu a primeira máquina têxtil automática. Ao fazê-lo, deu início à Revolução Industrial –uma era movida a carvão e, com o passar dos anos, também a petróleo e gás. Esse período transformou a vida e a paisagem na Terra, tirou bilhões de pessoas da pobreza e criou grandes fortunas. A queima de combustíveis fósseis, no entanto, não mudou apenas nossa maneira de viver e trabalhar: ela mudou o planeta. Por isso, agora é preciso renovar nosso jeito de fazer negócios. O custo da inação é alto demais. Se continuarmos no mesmo caminho, vamos colocar em risco a segurança nacional e mundial, e também a prosperidade econômica. Ao longo da última década, os custos impostos por intempéries extremas nos Estados Unidos ultrapassaram 300 bilhões de dólares. Eles incluem episódios como o furacão Sandy e as secas que castigam a Califórnia e o Texas. São Paulo, responsável por um terço do PIB brasileiro e dependente de fontes hidrelétricas para obter 80% da energia que consome, atravessa a pior seca das últimas oito décadas. Segundo a ONU, desde o ano 2000 as perdas associadas a desastres naturais foram de 2,5 trilhões de dólares –e esses eventos são cada vez mais atribuídos ao aquecimento do planeta. De acordo com nossos cálculos, apenas na Unilever os custos ligados aos efeitos das mudanças climáticas chegam a 300 milhões de euros por ano. A boa notícia é que mudanças trazem oportunidades. Elas representam uma chance de transformar as empresas, cortar custos, reduzir riscos e incentivar a inovação. Publicado no ano passado pela Comissão Global sobre Economia e Clima (iniciativa internacional capitaneada pelo ex-presidente do México, Felipe Calderón), o relatório Better Growth, Better Climate (do inglês, Crescimento Melhor, Clima Melhor) demonstra que crescimento econômico e ações de combate às mudanças climáticas não precisam estar em confronto. Ao contrário: combinado à rápida adoção de fontes de energia limpa, o crescimento das cidades representa uma oportunidade de negócios que chega à casa dos trilhões. Nossa empresa tem apresentado possibilidades semelhantes. A proposta de reduzir nosso impacto ambiental ajudou a economizar mais de 400 milhões de euros desde 2008. Em 2014, nossas marcas com propósito sustentável responderam por metade do crescimento da empresa, e cresceram duas vezes mais rápido que as demais. Ou seja: os consumidores estão votando com o bolso. Isso ajuda a garantir a oferta. Mais de 55% das matérias-primas agrícolas usadas pela Unilever já são de origem sustentável. Esse número mostra que superamos metade do caminho na nossa meta de atingir 100% até 2020. Para chegar lá, estamos ajudando pequenos agricultores a aumentar a produtividade - até o momento, já treinamos 800 mil pessoas. Ao longo dessa jornada, contribuímos para melhorar a vida de muita gente, e preparamos nossa organização para enfrentar o futuro em um mundo volátil. Estamos provando que uma empresa pode crescer e, ao mesmo tempo, reduzir os impactos ambientais e aumentar os benefícios sociais. Fico ainda mais animado ao perceber que os jovens são os primeiros a entender essa lógica. Além daqueles que estavam entre as centenas de milhares de participantes da Marcha Popular pelo Clima, realizada em março em Nova York e outras cidades do mundo, há também os jovens empreendedores que venho conhecendo, capazes de compreender que a inovação pode melhorar a vida de milhões de pessoas. Dentro de apenas sete meses, líderes de mais de 190 países vão se reunir em Paris para assinar um acordo sobre o clima. O caminho à frente ainda é longo. No passado, houve quem criticasse as primeiras fábricas que adotaram os teares mecanizados de Arkwright; da mesma maneira, sempre haverá céticos e detratores representando interesses escusos, ou paralisados por uma apatia assustadora. Mas as empresas estão abraçando essa oportunidade. Cada vez mais negócios exigem metas ambiciosas por parte dos governos. Mais de mil organizações assinaram a Declaração sobre o Preço do Carbono, produzida pelo Banco Mundial, que conclama governantes a adotar um preço para o carbono. Integrantes do chamado B-Team, do qual eu e sir Richard Branson fazemos parte, pedem uma meta de Emissões Líquidas Zero até 2050. É um objetivo difícil, mas necessário para minimizar os riscos impostos ao planeta e maximizar as oportunidades para os negócios. Daqui a muitos anos, quando o mundo olhar para trás e enxergar 2015 em retrospecto (assim como falamos hoje sobre a grande invenção de Richard Arkwright), espero que este ano seja visto como o momento da virada, um marco no início da segunda grande revolução industrial: o ano em que governos, líderes de negócios e sociedade civil se uniram para estabelecer os alicerces de um mundo melhor. PAUL POLMAN, 59, é presidente-executivo da Unilever e presidente do World Business Council for Sustainable Development (Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Mudanças climáticas: o negócio é sérioHá mais de 250 anos, um empreendedor britânico chamado Richard Arkwright construiu a primeira máquina têxtil automática. Ao fazê-lo, deu início à Revolução Industrial –uma era movida a carvão e, com o passar dos anos, também a petróleo e gás. Esse período transformou a vida e a paisagem na Terra, tirou bilhões de pessoas da pobreza e criou grandes fortunas. A queima de combustíveis fósseis, no entanto, não mudou apenas nossa maneira de viver e trabalhar: ela mudou o planeta. Por isso, agora é preciso renovar nosso jeito de fazer negócios. O custo da inação é alto demais. Se continuarmos no mesmo caminho, vamos colocar em risco a segurança nacional e mundial, e também a prosperidade econômica. Ao longo da última década, os custos impostos por intempéries extremas nos Estados Unidos ultrapassaram 300 bilhões de dólares. Eles incluem episódios como o furacão Sandy e as secas que castigam a Califórnia e o Texas. São Paulo, responsável por um terço do PIB brasileiro e dependente de fontes hidrelétricas para obter 80% da energia que consome, atravessa a pior seca das últimas oito décadas. Segundo a ONU, desde o ano 2000 as perdas associadas a desastres naturais foram de 2,5 trilhões de dólares –e esses eventos são cada vez mais atribuídos ao aquecimento do planeta. De acordo com nossos cálculos, apenas na Unilever os custos ligados aos efeitos das mudanças climáticas chegam a 300 milhões de euros por ano. A boa notícia é que mudanças trazem oportunidades. Elas representam uma chance de transformar as empresas, cortar custos, reduzir riscos e incentivar a inovação. Publicado no ano passado pela Comissão Global sobre Economia e Clima (iniciativa internacional capitaneada pelo ex-presidente do México, Felipe Calderón), o relatório Better Growth, Better Climate (do inglês, Crescimento Melhor, Clima Melhor) demonstra que crescimento econômico e ações de combate às mudanças climáticas não precisam estar em confronto. Ao contrário: combinado à rápida adoção de fontes de energia limpa, o crescimento das cidades representa uma oportunidade de negócios que chega à casa dos trilhões. Nossa empresa tem apresentado possibilidades semelhantes. A proposta de reduzir nosso impacto ambiental ajudou a economizar mais de 400 milhões de euros desde 2008. Em 2014, nossas marcas com propósito sustentável responderam por metade do crescimento da empresa, e cresceram duas vezes mais rápido que as demais. Ou seja: os consumidores estão votando com o bolso. Isso ajuda a garantir a oferta. Mais de 55% das matérias-primas agrícolas usadas pela Unilever já são de origem sustentável. Esse número mostra que superamos metade do caminho na nossa meta de atingir 100% até 2020. Para chegar lá, estamos ajudando pequenos agricultores a aumentar a produtividade - até o momento, já treinamos 800 mil pessoas. Ao longo dessa jornada, contribuímos para melhorar a vida de muita gente, e preparamos nossa organização para enfrentar o futuro em um mundo volátil. Estamos provando que uma empresa pode crescer e, ao mesmo tempo, reduzir os impactos ambientais e aumentar os benefícios sociais. Fico ainda mais animado ao perceber que os jovens são os primeiros a entender essa lógica. Além daqueles que estavam entre as centenas de milhares de participantes da Marcha Popular pelo Clima, realizada em março em Nova York e outras cidades do mundo, há também os jovens empreendedores que venho conhecendo, capazes de compreender que a inovação pode melhorar a vida de milhões de pessoas. Dentro de apenas sete meses, líderes de mais de 190 países vão se reunir em Paris para assinar um acordo sobre o clima. O caminho à frente ainda é longo. No passado, houve quem criticasse as primeiras fábricas que adotaram os teares mecanizados de Arkwright; da mesma maneira, sempre haverá céticos e detratores representando interesses escusos, ou paralisados por uma apatia assustadora. Mas as empresas estão abraçando essa oportunidade. Cada vez mais negócios exigem metas ambiciosas por parte dos governos. Mais de mil organizações assinaram a Declaração sobre o Preço do Carbono, produzida pelo Banco Mundial, que conclama governantes a adotar um preço para o carbono. Integrantes do chamado B-Team, do qual eu e sir Richard Branson fazemos parte, pedem uma meta de Emissões Líquidas Zero até 2050. É um objetivo difícil, mas necessário para minimizar os riscos impostos ao planeta e maximizar as oportunidades para os negócios. Daqui a muitos anos, quando o mundo olhar para trás e enxergar 2015 em retrospecto (assim como falamos hoje sobre a grande invenção de Richard Arkwright), espero que este ano seja visto como o momento da virada, um marco no início da segunda grande revolução industrial: o ano em que governos, líderes de negócios e sociedade civil se uniram para estabelecer os alicerces de um mundo melhor. PAUL POLMAN, 59, é presidente-executivo da Unilever e presidente do World Business Council for Sustainable Development (Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Robô gigante estilo 'Avatar' dá os primeiros passos na Coreia do Sul
Uma empresa sul-coreana revelou o protótipo de um robô que seria o primeiro modelo bípede e tripulado do mundo. A máquina, de quatro metros de altura, lembra os robôs militares do filme de ficção científica "Avatar", de 2009. Seu projetista, Vitaly Bulgarov, trabalhou em filmes de Hollywood como "Robocop" e "Exterminador do Futuro". A máquina foi criada para uso na construção e na indústria, e em áreas perigosas onde humanos precisam de proteção, como limpeza após acidentes industriais. Hoje o Method-2 ainda é um pouco trêmulo nos pés, e a firma coreana Hankook Mirae espera lançá-lo em 2017, após ajustes. Cada unidade deverá ser vendida por US$ 8 milhões. A invenção, porém, vem sendo alvo de questionamentos por algumas publicações especializadas. O site "Live Science", por exemplo, diz que a empresa coreana praticamente não tem presença na internet e era desconhecida por pesquisadores em robótica consultados pelo site.
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Robô gigante estilo 'Avatar' dá os primeiros passos na Coreia do SulUma empresa sul-coreana revelou o protótipo de um robô que seria o primeiro modelo bípede e tripulado do mundo. A máquina, de quatro metros de altura, lembra os robôs militares do filme de ficção científica "Avatar", de 2009. Seu projetista, Vitaly Bulgarov, trabalhou em filmes de Hollywood como "Robocop" e "Exterminador do Futuro". A máquina foi criada para uso na construção e na indústria, e em áreas perigosas onde humanos precisam de proteção, como limpeza após acidentes industriais. Hoje o Method-2 ainda é um pouco trêmulo nos pés, e a firma coreana Hankook Mirae espera lançá-lo em 2017, após ajustes. Cada unidade deverá ser vendida por US$ 8 milhões. A invenção, porém, vem sendo alvo de questionamentos por algumas publicações especializadas. O site "Live Science", por exemplo, diz que a empresa coreana praticamente não tem presença na internet e era desconhecida por pesquisadores em robótica consultados pelo site.
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Mulheres maduras consideram que ainda são ignoradas por marcas de cosméticos
HELOISA NEGRÃO COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Maria Adélia Cardoso de Oliveira Azevedo fez a própria maquiagem para o casamento dela, na década de 1950, com produtos Helena Rubinstein, marca do início do século 20. "Era o que tinha aqui no Brasil na época", lembra. Hoje, as opções à disposição dela se multiplicaram. Pouco a pouco, o mundo da beleza começa a notar que nem todas as mulheres sonham só com cirurgias plásticas. Maria Adélia, 92, por exemplo, nunca recorreu aos procedimentos. Usa apenas um hidratante. "Temos que envelhecer com a nossa cara." "Em 2016, fizemos uma pesquisa com mulheres acima de 45 anos e descobrimos que, a partir dessa fase, elas estão cada vez mais conscientes de sua beleza", afirma Jurema Aguiar, diretora de marketing da Avon. Ou seja, elas se consideram bonitas como são, independentemente de suas rugas e fios brancos. Elas, no entanto, acreditam que ainda são ignoradas pelas marcas. "Na [linha] de maquiagem, a comunicação é voltada principalmente para quem tem até 40 anos, mas estamos discutindo como aumentar essa faixa etária", diz Maria Paula Fonseca, diretora da unidade global de cosmética da Natura. Em levantamento feito pela empresa de pesquisa REDS, em janeiro deste ano, com 382 brasileiras com mais de 55 anos, mais da metade disse não se sentir representada pelas propagandas de cosméticos. "A indústria ainda está muito longe de se comunicar com esse público. O pouco que as mulheres com mais de 60 sabem sobre cuidados específicos é fruto da sua própria pesquisa", afirma Karina Milare, diretora presidente da REDS. "Elas não têm desejo de entrar na sala de um cirurgião plástico e sair uma nova pessoa", diz Karina. "A maioria se sente confortável com o amadurecimento e busca produtos e procedimentos que contribuam para ressaltar o que tem de melhor." COBIÇADOS Hoje, fazem sucesso os cremes que prometem lifting instantâneo. O primeiro foi o Ageless, da distribuidora Jeunesse —sem loja física no Brasil. No início deste ano, a BeYoung lançou a versão nacional do produto. Ao aplicar sobre as rugas dos olhos, boca e testa, o produto estica a pele, deixando-a com ar mais jovial. "O ingrediente responsável por essa transformação é o progeline, um peptídeo biomimético que, aliado a outros componentes da fórmula, proporciona, em minutos, o mesmo efeito de um botox", explica Cássia Giacometti, diretora de inovação da BeYoung. O produto é aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
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Mulheres maduras consideram que ainda são ignoradas por marcas de cosméticosHELOISA NEGRÃO COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo Maria Adélia Cardoso de Oliveira Azevedo fez a própria maquiagem para o casamento dela, na década de 1950, com produtos Helena Rubinstein, marca do início do século 20. "Era o que tinha aqui no Brasil na época", lembra. Hoje, as opções à disposição dela se multiplicaram. Pouco a pouco, o mundo da beleza começa a notar que nem todas as mulheres sonham só com cirurgias plásticas. Maria Adélia, 92, por exemplo, nunca recorreu aos procedimentos. Usa apenas um hidratante. "Temos que envelhecer com a nossa cara." "Em 2016, fizemos uma pesquisa com mulheres acima de 45 anos e descobrimos que, a partir dessa fase, elas estão cada vez mais conscientes de sua beleza", afirma Jurema Aguiar, diretora de marketing da Avon. Ou seja, elas se consideram bonitas como são, independentemente de suas rugas e fios brancos. Elas, no entanto, acreditam que ainda são ignoradas pelas marcas. "Na [linha] de maquiagem, a comunicação é voltada principalmente para quem tem até 40 anos, mas estamos discutindo como aumentar essa faixa etária", diz Maria Paula Fonseca, diretora da unidade global de cosmética da Natura. Em levantamento feito pela empresa de pesquisa REDS, em janeiro deste ano, com 382 brasileiras com mais de 55 anos, mais da metade disse não se sentir representada pelas propagandas de cosméticos. "A indústria ainda está muito longe de se comunicar com esse público. O pouco que as mulheres com mais de 60 sabem sobre cuidados específicos é fruto da sua própria pesquisa", afirma Karina Milare, diretora presidente da REDS. "Elas não têm desejo de entrar na sala de um cirurgião plástico e sair uma nova pessoa", diz Karina. "A maioria se sente confortável com o amadurecimento e busca produtos e procedimentos que contribuam para ressaltar o que tem de melhor." COBIÇADOS Hoje, fazem sucesso os cremes que prometem lifting instantâneo. O primeiro foi o Ageless, da distribuidora Jeunesse —sem loja física no Brasil. No início deste ano, a BeYoung lançou a versão nacional do produto. Ao aplicar sobre as rugas dos olhos, boca e testa, o produto estica a pele, deixando-a com ar mais jovial. "O ingrediente responsável por essa transformação é o progeline, um peptídeo biomimético que, aliado a outros componentes da fórmula, proporciona, em minutos, o mesmo efeito de um botox", explica Cássia Giacometti, diretora de inovação da BeYoung. O produto é aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
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Jota Quest lança música com participação da banda Natiruts
A banda Jota Quest lançou, nesta terça-feira (24), a música "Reggae Town", com participação do Natiruts. A canção faz parte do álbum "Funky Funky Boom Boom". Esta é a primeira vez que os dois grupos realizam um trabalho em conjunto. Com voz de Alexandre Carlo e guitarras adicionais de Kiko Peres, do Natiruts, "Reggae Town" representa a primeira incursão do Jota Quest nesse estilo musical. A faixa já está disponível no canal oficial da banda mineira no YouTube e no iTunes. Um clip da música deve ser lançado em abril.
ilustrada
Jota Quest lança música com participação da banda NatirutsA banda Jota Quest lançou, nesta terça-feira (24), a música "Reggae Town", com participação do Natiruts. A canção faz parte do álbum "Funky Funky Boom Boom". Esta é a primeira vez que os dois grupos realizam um trabalho em conjunto. Com voz de Alexandre Carlo e guitarras adicionais de Kiko Peres, do Natiruts, "Reggae Town" representa a primeira incursão do Jota Quest nesse estilo musical. A faixa já está disponível no canal oficial da banda mineira no YouTube e no iTunes. Um clip da música deve ser lançado em abril.
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Haddad e a realidade
Perto de completar seu terceiro ano no comando da cidade de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) não tem resistido ao teste da realidade. Suas promessas feitas durante a campanha e mesmo as metas fixadas após as eleições continuam, ainda hoje, mais no plano do discurso do que no da prática. O deficiente padrão administrativo, indesejável em qualquer parte da metrópole, é ainda mais danoso nos extremos da cidade, onde se faz maior a necessidade de intervenção do poder público. Levantamento desta Folha mostra que não saíram do papel duas em cada três melhorias anunciadas para as regiões periféricas da capital nas áreas de educação, saúde, mobilidade e infraestrutura. Das 751 obras constantes do plano da prefeitura, 479 (64%) nem chegaram a ser iniciadas, 131 (17%) encontram-se em andamento e 141 (19%) foram entregues. No setor da saúde, por exemplo, quase 70% das metas ainda são ficção. Os moradores da periferia viram até agora só 5 das 61 prometidas novas unidades responsáveis pelo atendimento primário. Melhorias educacionais estão no mesmo patamar pífio. A expansão dos CEUs (Centros Educacionais Unificados) bateu em barreira intransponível com Haddad. Das 20 unidades prometidas, só a de Heliópolis foi concluída. As demais nem tiveram sua construção iniciada. Os atrasos talvez ajudem a explicar porque apenas 20% dos paulistanos aprovam a gestão do petista. Fernando Haddad decerto discorda dessa avaliação, pois, segundo a prefeitura, a culpa pela letargia administrativa é do Executivo federal, que não estaria repassando recursos prometidos para as obras. Logo ele que, em 2012, fez das parcerias com o governo federal um mote de campanha. O Ministério das Cidades –que, numa ironia do destino, é hoje comandado pelo predecessor de Haddad, Gilberto Kassab (PSD)– afirma que as verbas só podem afluir de Brasília para São Paulo após o início efetivo das obras. Em outras palavras, a ineficiência da gestão municipal em superar entraves burocráticos que antecedem as construções seria a grande responsável pela seca de recursos. Os paulistanos, e não só os que residem na periferia, por certo esperavam mais do prefeito que, enquanto candidato, se apresentava como o "homem novo". Novas, pelo visto, nem as desculpas. editoriais@uol.com.br
opiniao
Haddad e a realidadePerto de completar seu terceiro ano no comando da cidade de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) não tem resistido ao teste da realidade. Suas promessas feitas durante a campanha e mesmo as metas fixadas após as eleições continuam, ainda hoje, mais no plano do discurso do que no da prática. O deficiente padrão administrativo, indesejável em qualquer parte da metrópole, é ainda mais danoso nos extremos da cidade, onde se faz maior a necessidade de intervenção do poder público. Levantamento desta Folha mostra que não saíram do papel duas em cada três melhorias anunciadas para as regiões periféricas da capital nas áreas de educação, saúde, mobilidade e infraestrutura. Das 751 obras constantes do plano da prefeitura, 479 (64%) nem chegaram a ser iniciadas, 131 (17%) encontram-se em andamento e 141 (19%) foram entregues. No setor da saúde, por exemplo, quase 70% das metas ainda são ficção. Os moradores da periferia viram até agora só 5 das 61 prometidas novas unidades responsáveis pelo atendimento primário. Melhorias educacionais estão no mesmo patamar pífio. A expansão dos CEUs (Centros Educacionais Unificados) bateu em barreira intransponível com Haddad. Das 20 unidades prometidas, só a de Heliópolis foi concluída. As demais nem tiveram sua construção iniciada. Os atrasos talvez ajudem a explicar porque apenas 20% dos paulistanos aprovam a gestão do petista. Fernando Haddad decerto discorda dessa avaliação, pois, segundo a prefeitura, a culpa pela letargia administrativa é do Executivo federal, que não estaria repassando recursos prometidos para as obras. Logo ele que, em 2012, fez das parcerias com o governo federal um mote de campanha. O Ministério das Cidades –que, numa ironia do destino, é hoje comandado pelo predecessor de Haddad, Gilberto Kassab (PSD)– afirma que as verbas só podem afluir de Brasília para São Paulo após o início efetivo das obras. Em outras palavras, a ineficiência da gestão municipal em superar entraves burocráticos que antecedem as construções seria a grande responsável pela seca de recursos. Os paulistanos, e não só os que residem na periferia, por certo esperavam mais do prefeito que, enquanto candidato, se apresentava como o "homem novo". Novas, pelo visto, nem as desculpas. editoriais@uol.com.br
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O transexual visível
Quem tem criança em casa sabe que as refeições podem ser problemáticas. Para ajudar os pais na hora do café da manhã, a marca de sucrilhos "Wheaties", uma das mais populares dos Estados Unidos, lançou o slogan: "Wheaties, o café da manhã dos campeões". De 1934 a 2014, as caixas do cereal traziam a figura de esportistas famosos. Gerações de crianças americanas cresceram querendo ser os atletas que estampavam as caixas do tal sucrilho. Bruce Jenner foi um desses campeões. É pouco conhecido no Brasil, mas, aqui nos Estados Unidos, é uma celebridade. Além de atleta (ganhou a medalha de ouro no decatlo na Olimpíada de 1976), era muito bonitão e participou de programas de TV e de reality shows. Casou-se três vezes, foi pai de seis filhos e teve quatro enteados, entre os quais a modelo e atriz Kim Kardashian. Na semana passada, Bruce Jenner, que tem 64 anos, declarou-se transgênero em cadeia nacional de televisão. A notícia causou furor. Seria como se Rivelino ou Tostão fizessem o mesmo no programa da finada Hebe Camargo. De forma simplificada, transgêneros (ou transexuais) são pessoas que nasceram com o corpo errado. São mulheres que nascem com anatomia masculina e homens que nascem com anatomia feminina. Embora esse fenômeno tenha existido sempre -e a antropologia tem exemplos de sua manifestação em várias culturas-, no Ocidente judaico-cristão, os transgêneros foram historicamente estigmatizados, condenados perpetuamente ao sofrimento e à não aceitação. Aos poucos, no entanto, ganham visibilidade. Bruce Jenner é parte desse processo. A loja de departamentos Barney's fez uma campanha publicitária com modelos transgêneros, e uma das séries de TV de mais sucesso nos Estados Unidos ("Orange Is the New Black") tem uma atriz transexual. Em seu último discurso sobre o estado da União, Barack Obama declarou apoio explícito aos transgêneros. Foi a primeira vez que um presidente dos Estados Unidos fez isso oficialmente. No Brasil, tivemos Roberta Close, que trouxe para o imaginário do grande público a figura de uma pessoa trans. Recentemente, a modelo Lea T., filha de Toninho Cerezo, e o cartunista Laerte também vieram a público falar de sua transexualidade. Tem gente que acha esse tipo de exposição excessiva. "Para que isso? Por que expor o assunto dessa forma aberta?" A resposta é simples: porque é difícil respeitar o que não se vê. É importante que os transexuais se mostrem em toda a sua plenitude e dignidade humanas. Especialmente os que têm penetração social e formam opinião. Estigmatizar os transexuais é cruel. Religiosos intolerantes opõem-se à sua aceitação. O papa Francisco, porém, recebeu um cidadão transgênero e sua namorada no Vaticano. "Deus te aceita como és", foi o que lhe disse. Goste-se ou não, os transexuais existem e têm os mesmos direitos que eu e você. Ninguém faz nenhum favor ao reconhecer-lhes a identidade. Nascer transgênero já é complicado demais para que as autoridades agreguem dificuldades. A transexualidade é um fenômeno da natureza humana. Só isso. Não precisa ter medo. A intolerância não cabe aqui.
colunas
O transexual visívelQuem tem criança em casa sabe que as refeições podem ser problemáticas. Para ajudar os pais na hora do café da manhã, a marca de sucrilhos "Wheaties", uma das mais populares dos Estados Unidos, lançou o slogan: "Wheaties, o café da manhã dos campeões". De 1934 a 2014, as caixas do cereal traziam a figura de esportistas famosos. Gerações de crianças americanas cresceram querendo ser os atletas que estampavam as caixas do tal sucrilho. Bruce Jenner foi um desses campeões. É pouco conhecido no Brasil, mas, aqui nos Estados Unidos, é uma celebridade. Além de atleta (ganhou a medalha de ouro no decatlo na Olimpíada de 1976), era muito bonitão e participou de programas de TV e de reality shows. Casou-se três vezes, foi pai de seis filhos e teve quatro enteados, entre os quais a modelo e atriz Kim Kardashian. Na semana passada, Bruce Jenner, que tem 64 anos, declarou-se transgênero em cadeia nacional de televisão. A notícia causou furor. Seria como se Rivelino ou Tostão fizessem o mesmo no programa da finada Hebe Camargo. De forma simplificada, transgêneros (ou transexuais) são pessoas que nasceram com o corpo errado. São mulheres que nascem com anatomia masculina e homens que nascem com anatomia feminina. Embora esse fenômeno tenha existido sempre -e a antropologia tem exemplos de sua manifestação em várias culturas-, no Ocidente judaico-cristão, os transgêneros foram historicamente estigmatizados, condenados perpetuamente ao sofrimento e à não aceitação. Aos poucos, no entanto, ganham visibilidade. Bruce Jenner é parte desse processo. A loja de departamentos Barney's fez uma campanha publicitária com modelos transgêneros, e uma das séries de TV de mais sucesso nos Estados Unidos ("Orange Is the New Black") tem uma atriz transexual. Em seu último discurso sobre o estado da União, Barack Obama declarou apoio explícito aos transgêneros. Foi a primeira vez que um presidente dos Estados Unidos fez isso oficialmente. No Brasil, tivemos Roberta Close, que trouxe para o imaginário do grande público a figura de uma pessoa trans. Recentemente, a modelo Lea T., filha de Toninho Cerezo, e o cartunista Laerte também vieram a público falar de sua transexualidade. Tem gente que acha esse tipo de exposição excessiva. "Para que isso? Por que expor o assunto dessa forma aberta?" A resposta é simples: porque é difícil respeitar o que não se vê. É importante que os transexuais se mostrem em toda a sua plenitude e dignidade humanas. Especialmente os que têm penetração social e formam opinião. Estigmatizar os transexuais é cruel. Religiosos intolerantes opõem-se à sua aceitação. O papa Francisco, porém, recebeu um cidadão transgênero e sua namorada no Vaticano. "Deus te aceita como és", foi o que lhe disse. Goste-se ou não, os transexuais existem e têm os mesmos direitos que eu e você. Ninguém faz nenhum favor ao reconhecer-lhes a identidade. Nascer transgênero já é complicado demais para que as autoridades agreguem dificuldades. A transexualidade é um fenômeno da natureza humana. Só isso. Não precisa ter medo. A intolerância não cabe aqui.
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Assembleia da Cetip aprova união com BM&FBovespa
Assembleia de acionistas da central depositária de títulos Cetip aprovou nesta sexta-feira (20) a operação de união com a BM&FBovespa, segundo ata da reunião. Na assembleia, foi aprovada por maioria a dispensa da realização de oferta pública de aquisição de ações da Cetip no âmbito da união com a operadora da Bolsa. A BM&FBovespa também informou nesta sexta-feira que uma assembleia de acionistas aprovou a união da companhia com a Cetip. Em abril, após meses de negociação, a BM&FBovespa anunciou a compra da Cetip, por R$ 11,9 bilhões. Pelo acordo, a Cetip deve ficar com 11,8% do capital social da Bolsa brasileira. As duas empresas são vistas como concorrentes naturais, mas atuam hoje em mercados complementares. Enquanto a BM&FBovespa é referência em ações e derivativos (contratos que derivam de outros ativos e têm vencimento futuro), a Cetip faz o registro de títulos de renda fixa. Pelo contrato firmado, acionistas da central de títulos devem receber R$ 44,78 por ação —o cálculo considera pagamento de R$ 29,90 em dinheiro mais R$ 14,88 por ação, baseado no preço de fechamento dos papéis da BM&FBovespa. Antes de chegarem a um acordo, aCetip recusou duas propostas de compra feitas pela Bolsa brasileira. Em novembro de 2015, a BM&F ofereceu o equivalente a R$ 39 por ação à central de títulos. A oferta foi recusada porque "subavaliava a companhia", de acordo com seu conselho de administração. Em fevereiro deste ano, a Bolsa fez nova proposta, dessa vez de R$ 41 por ação, mais uma vez recusada. No entanto, a Cetip abriu espaço para negociação entre as duas empresas.
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Assembleia da Cetip aprova união com BM&FBovespaAssembleia de acionistas da central depositária de títulos Cetip aprovou nesta sexta-feira (20) a operação de união com a BM&FBovespa, segundo ata da reunião. Na assembleia, foi aprovada por maioria a dispensa da realização de oferta pública de aquisição de ações da Cetip no âmbito da união com a operadora da Bolsa. A BM&FBovespa também informou nesta sexta-feira que uma assembleia de acionistas aprovou a união da companhia com a Cetip. Em abril, após meses de negociação, a BM&FBovespa anunciou a compra da Cetip, por R$ 11,9 bilhões. Pelo acordo, a Cetip deve ficar com 11,8% do capital social da Bolsa brasileira. As duas empresas são vistas como concorrentes naturais, mas atuam hoje em mercados complementares. Enquanto a BM&FBovespa é referência em ações e derivativos (contratos que derivam de outros ativos e têm vencimento futuro), a Cetip faz o registro de títulos de renda fixa. Pelo contrato firmado, acionistas da central de títulos devem receber R$ 44,78 por ação —o cálculo considera pagamento de R$ 29,90 em dinheiro mais R$ 14,88 por ação, baseado no preço de fechamento dos papéis da BM&FBovespa. Antes de chegarem a um acordo, aCetip recusou duas propostas de compra feitas pela Bolsa brasileira. Em novembro de 2015, a BM&F ofereceu o equivalente a R$ 39 por ação à central de títulos. A oferta foi recusada porque "subavaliava a companhia", de acordo com seu conselho de administração. Em fevereiro deste ano, a Bolsa fez nova proposta, dessa vez de R$ 41 por ação, mais uma vez recusada. No entanto, a Cetip abriu espaço para negociação entre as duas empresas.
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Conheça Chris Pratt, astro de 'Jurassic World' que já teve 136 kg
Aos 35 anos, Chris Pratt finalmente se tornou um astro de Hollywood apó o sucesso de "Guardiões da Galáxia", uma das maiores bilheterias de 2014. Antes, o ator se destacou na sitcom "Parks and Recreation".Leia mais aqui .
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Conheça Chris Pratt, astro de 'Jurassic World' que já teve 136 kgAos 35 anos, Chris Pratt finalmente se tornou um astro de Hollywood apó o sucesso de "Guardiões da Galáxia", uma das maiores bilheterias de 2014. Antes, o ator se destacou na sitcom "Parks and Recreation".Leia mais aqui .
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Unicamp divulga lista de aprovados para 2ª fase do vestibular 2017; veja
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) divulgou nesta terça-feira (13) a lista dos aprovados para a segunda fase do vestibular 2017. Ao todo, 15.390 candidatos foram selecionados para a próxima etapa. Os candidatos podem verificar a relação completa aqui ou no site da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp), responsável pelo exame. A comissão também divulgou os novos locais de prova da segunda fase, que acontecerá nos dias 15, 16 e 17 de janeiro de 2017. A Comvest ressalta que os candidatos devem ficar atentos aos locais das provas, já que eles não serão necessariamente os mesmos onde o candidato realizou a primeira fase. As provas acontecerão em Bauru, Brasília, Campinas, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mogi Guaçu, Piracicaba, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba. Os candidatos disputam uma das 3.320 vagas distribuídas em 70 cursos de graduação da instituição. A Comvest alerta que os estudantes devem ficar atentos as datas das provas de habilidades específicas de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança, que ocorrerão no período de 23 a 26 de janeiro de 2017. Os candidatos terão acesso à nota que obtiveram na primeira parte do exame no dia 21 de dezembro. A lista de aprovados será divulgada em 13 de fevereiro de 2017, e os candidatos selecionados devem realizar a matrícula não presencial entre os dias 14 e 15 de fevereiro. A Unicamp não adota o sistema de cotas, mas concede bonificação nas notas da primeira e segunda fases para alunos. Todos os candidatos que fizeram o ensino médio integralmente em escolas públicas recebem 60 pontos na primeira fase e outros 90 pontos na segunda fase. Os candidatos de escola pública autodeclarados pretos, pardos ou indígenas têm além desses, outros 20 e 30 pontos respectivamente na primeira e na segunda fases. A lista de livros obrigatórios (confira aqui ) reúne 12 obras e é composta por diferentes gêneros e extensões, que inclui romances, coletâneas de poemas e peças teatrais, mas também textos curtos, como contos, crônicas, peças de oratória ou de crítica, a fim de levar o vestibulando a ampliar o seu campo de estudos sem sobrecarregá-lo no volume de leituras. PRIMEIRA FASE De acordo com a Comvest, 67.143 candidatos fizeram a prova da primeira fase, que foi realizada no dia 20 de novembro. A taxa de abstenção foi de 8,6%, um pouco superior ao registrado em 2015, com 8,2%. Professores de cursinho ouvidos pela Folha afirmaram que a primeira etapa exigiu bom domínio do conteúdo, sobretudo nas questões interdisciplinares, e acertou no formato. O exame foi difícil e precisava não só de atenção, mas também do exercício de diferentes habilidades, segundo eles. "A Unicamp, entre os vestibulares até agora, foi a que teve maior exigência de conteúdo", afirmou Marcelo Carvalho, coordenador-geral do curso Etapa. As 13 perguntas interdisciplinares foram o diferencial da prova. "O aluno realmente precisava de informações de duas disciplinas para responder", disse o diretor pedagógico da Oficina do Estudante, de Campinas (interior de São Paulo), Célio Tasinafo. Para a coordenadora do colégio e curso Objetivo, Vera Lúcia da Costa Antunes, "o aluno tinha que ter domínio dos conceitos e boa interpretação textual" O coordenador do Etapa afirmou que as interdisciplinares pediram tempo para resposta e foram, ao mesmo tempo, o ponto de destaque e de mais dificuldade. "Uma questão ou outra pode ter pecado pela especificidade, mas é interessante porque o mundo de hoje é isso." "A prova estava bem estruturada, de média para difícil", declarou Paulo Moraes, diretor de ensino do Anglo Vestibulares. De acordo com ele, o grau de exigência pesou especialmente para os alunos de humanas, por conta de biologia, que "se ateve a detalhes não muito usuais [no ensino médio]", e matemática.
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Unicamp divulga lista de aprovados para 2ª fase do vestibular 2017; vejaA Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) divulgou nesta terça-feira (13) a lista dos aprovados para a segunda fase do vestibular 2017. Ao todo, 15.390 candidatos foram selecionados para a próxima etapa. Os candidatos podem verificar a relação completa aqui ou no site da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp), responsável pelo exame. A comissão também divulgou os novos locais de prova da segunda fase, que acontecerá nos dias 15, 16 e 17 de janeiro de 2017. A Comvest ressalta que os candidatos devem ficar atentos aos locais das provas, já que eles não serão necessariamente os mesmos onde o candidato realizou a primeira fase. As provas acontecerão em Bauru, Brasília, Campinas, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mogi Guaçu, Piracicaba, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba. Os candidatos disputam uma das 3.320 vagas distribuídas em 70 cursos de graduação da instituição. A Comvest alerta que os estudantes devem ficar atentos as datas das provas de habilidades específicas de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança, que ocorrerão no período de 23 a 26 de janeiro de 2017. Os candidatos terão acesso à nota que obtiveram na primeira parte do exame no dia 21 de dezembro. A lista de aprovados será divulgada em 13 de fevereiro de 2017, e os candidatos selecionados devem realizar a matrícula não presencial entre os dias 14 e 15 de fevereiro. A Unicamp não adota o sistema de cotas, mas concede bonificação nas notas da primeira e segunda fases para alunos. Todos os candidatos que fizeram o ensino médio integralmente em escolas públicas recebem 60 pontos na primeira fase e outros 90 pontos na segunda fase. Os candidatos de escola pública autodeclarados pretos, pardos ou indígenas têm além desses, outros 20 e 30 pontos respectivamente na primeira e na segunda fases. A lista de livros obrigatórios (confira aqui ) reúne 12 obras e é composta por diferentes gêneros e extensões, que inclui romances, coletâneas de poemas e peças teatrais, mas também textos curtos, como contos, crônicas, peças de oratória ou de crítica, a fim de levar o vestibulando a ampliar o seu campo de estudos sem sobrecarregá-lo no volume de leituras. PRIMEIRA FASE De acordo com a Comvest, 67.143 candidatos fizeram a prova da primeira fase, que foi realizada no dia 20 de novembro. A taxa de abstenção foi de 8,6%, um pouco superior ao registrado em 2015, com 8,2%. Professores de cursinho ouvidos pela Folha afirmaram que a primeira etapa exigiu bom domínio do conteúdo, sobretudo nas questões interdisciplinares, e acertou no formato. O exame foi difícil e precisava não só de atenção, mas também do exercício de diferentes habilidades, segundo eles. "A Unicamp, entre os vestibulares até agora, foi a que teve maior exigência de conteúdo", afirmou Marcelo Carvalho, coordenador-geral do curso Etapa. As 13 perguntas interdisciplinares foram o diferencial da prova. "O aluno realmente precisava de informações de duas disciplinas para responder", disse o diretor pedagógico da Oficina do Estudante, de Campinas (interior de São Paulo), Célio Tasinafo. Para a coordenadora do colégio e curso Objetivo, Vera Lúcia da Costa Antunes, "o aluno tinha que ter domínio dos conceitos e boa interpretação textual" O coordenador do Etapa afirmou que as interdisciplinares pediram tempo para resposta e foram, ao mesmo tempo, o ponto de destaque e de mais dificuldade. "Uma questão ou outra pode ter pecado pela especificidade, mas é interessante porque o mundo de hoje é isso." "A prova estava bem estruturada, de média para difícil", declarou Paulo Moraes, diretor de ensino do Anglo Vestibulares. De acordo com ele, o grau de exigência pesou especialmente para os alunos de humanas, por conta de biologia, que "se ateve a detalhes não muito usuais [no ensino médio]", e matemática.
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Lições de um movimento
As imagens falaram por si mesmas. Encerrados 55 dias de protesto, os estudantes que estavam na escola Fernão Dias Paes, no bairro Pinheiros (zona oeste de São Paulo), promoveram um mutirão de limpeza antes de devolver o edifício à administração estadual. Apresentaram um "termo de entrega", lido num jogral, pelo qual se comprometiam a reparar eventuais danos ao patrimônio público, citando como exemplos uma mesa e alguns espelhos quebrados. Ao longo de toda a mobilização, houve registro de atividades culturais, festas e debates, assim como dos sinais, expressos em cartazes onde se especificavam as tarefas cotidianas, da organização com que se empreendeu o protesto. Num movimento que, ao atingir seu auge, envolveu 196 escolas da rede pública em todo o Estado, naturalmente ocorreriam danos. O governo Geraldo Alckmin (PSDB) aponta 81 incidentes desse tipo. Sem minimizar tais eventos, que teriam resultado em prejuízo de R$ 1 milhão, é inegável que, de modo geral, o protesto se desenvolveu de forma pacífica, ordenada e feliz. Pode-se certamente discordar, como esta Folha o fez diversas vezes, dos objetivos do movimento. A reorganização intentada pelo governo estadual –num contexto em que, de 1998 a 2014, o sistema perdeu 2 milhões de alunos– faz sentido por razões econômicas e pedagógicas, embora a elas os estudantes não tenham dado atenção. É melhor o desempenho das escolas onde se concentram alunos de uma única faixa etária. Além de aumentar em 52% o número de instituições desse tipo, o plano governamental previa utilizar quase 3.000 salas de aula hoje ociosas. Decidido sem suficiente diálogo, porém, o projeto enfrentou reação ampla e surpreendente. Surpresa sobretudo positiva. O movimento contou com a simpatia de parte expressiva da opinião pública; expôs as deficiências do sistema. No colégio Fernão Dias, por exemplo, viu-se um laboratório de química aparentemente há anos sem uso. Os alunos expressaram comprometimento para com seu local de estudo. Aprenderam a se organizar e a ter voz ativa na sociedade; cresceram. Saem vitoriosos, e com eles a cultura democrática do país. A lição de política foi boa. O que falta? Tudo aquilo que protestos, por si sós, são incapazes de prover. Faltam recursos públicos e qualidade de ensino. Faltam aulas de química –e de economia também.
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Lições de um movimentoAs imagens falaram por si mesmas. Encerrados 55 dias de protesto, os estudantes que estavam na escola Fernão Dias Paes, no bairro Pinheiros (zona oeste de São Paulo), promoveram um mutirão de limpeza antes de devolver o edifício à administração estadual. Apresentaram um "termo de entrega", lido num jogral, pelo qual se comprometiam a reparar eventuais danos ao patrimônio público, citando como exemplos uma mesa e alguns espelhos quebrados. Ao longo de toda a mobilização, houve registro de atividades culturais, festas e debates, assim como dos sinais, expressos em cartazes onde se especificavam as tarefas cotidianas, da organização com que se empreendeu o protesto. Num movimento que, ao atingir seu auge, envolveu 196 escolas da rede pública em todo o Estado, naturalmente ocorreriam danos. O governo Geraldo Alckmin (PSDB) aponta 81 incidentes desse tipo. Sem minimizar tais eventos, que teriam resultado em prejuízo de R$ 1 milhão, é inegável que, de modo geral, o protesto se desenvolveu de forma pacífica, ordenada e feliz. Pode-se certamente discordar, como esta Folha o fez diversas vezes, dos objetivos do movimento. A reorganização intentada pelo governo estadual –num contexto em que, de 1998 a 2014, o sistema perdeu 2 milhões de alunos– faz sentido por razões econômicas e pedagógicas, embora a elas os estudantes não tenham dado atenção. É melhor o desempenho das escolas onde se concentram alunos de uma única faixa etária. Além de aumentar em 52% o número de instituições desse tipo, o plano governamental previa utilizar quase 3.000 salas de aula hoje ociosas. Decidido sem suficiente diálogo, porém, o projeto enfrentou reação ampla e surpreendente. Surpresa sobretudo positiva. O movimento contou com a simpatia de parte expressiva da opinião pública; expôs as deficiências do sistema. No colégio Fernão Dias, por exemplo, viu-se um laboratório de química aparentemente há anos sem uso. Os alunos expressaram comprometimento para com seu local de estudo. Aprenderam a se organizar e a ter voz ativa na sociedade; cresceram. Saem vitoriosos, e com eles a cultura democrática do país. A lição de política foi boa. O que falta? Tudo aquilo que protestos, por si sós, são incapazes de prover. Faltam recursos públicos e qualidade de ensino. Faltam aulas de química –e de economia também.
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Temer anuncia crédito de R$ 3 bilhões para renovação de ônibus
Na tentativa de impor uma pauta positiva diante do agravamento da crise política, o presidente Michel Temer anunciará nesta segunda-feira (12) a criação de uma linha de crédito de R$ 3 bilhões para a renovação da frota nacional de ônibus. O anúncio será feito na capital paulista, onde o peemedebista participará de premiação no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. A ideia é que a linha pelo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) permita a renovação de 10% dos veículos utilizados para transporte público. O objetivo da medida é ativar as montadoras de veículos, que atualmente enfrentam os efeitos da crise econômica, ajudando ainda na geração de empregos e nas revendas. Além dessa iniciativa, a equipe econômica pretende anunciar até o final da semana outras medidas para geração de emprego e liberação de crédito. O esforço ocorre após a cúpula do Palácio do Planalto, incluindo o presidente, terem sido citados em delação premiada de um ex-funcionário da empreiteira baiana Odebrecht.
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Temer anuncia crédito de R$ 3 bilhões para renovação de ônibusNa tentativa de impor uma pauta positiva diante do agravamento da crise política, o presidente Michel Temer anunciará nesta segunda-feira (12) a criação de uma linha de crédito de R$ 3 bilhões para a renovação da frota nacional de ônibus. O anúncio será feito na capital paulista, onde o peemedebista participará de premiação no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. A ideia é que a linha pelo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) permita a renovação de 10% dos veículos utilizados para transporte público. O objetivo da medida é ativar as montadoras de veículos, que atualmente enfrentam os efeitos da crise econômica, ajudando ainda na geração de empregos e nas revendas. Além dessa iniciativa, a equipe econômica pretende anunciar até o final da semana outras medidas para geração de emprego e liberação de crédito. O esforço ocorre após a cúpula do Palácio do Planalto, incluindo o presidente, terem sido citados em delação premiada de um ex-funcionário da empreiteira baiana Odebrecht.
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Representante dos taxistas ameaça prefeito Haddad e nada acontece?
Onde estamos que o presidente do Sindicato dos Taxistas de São Paulo enfrenta o prefeito de São Paulo com clara ameaça e não tem nenhuma punição? Quem os taxistas pensam que são? Daqui para a frente as pessoas de bem vão preferir os motoristas do Uber: educados, bem-vestidos e, acima de tudo, dispostos a negociar impostos. Silvia Takeshita de Toledo (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Representante dos taxistas ameaça prefeito Haddad e nada acontece?Onde estamos que o presidente do Sindicato dos Taxistas de São Paulo enfrenta o prefeito de São Paulo com clara ameaça e não tem nenhuma punição? Quem os taxistas pensam que são? Daqui para a frente as pessoas de bem vão preferir os motoristas do Uber: educados, bem-vestidos e, acima de tudo, dispostos a negociar impostos. Silvia Takeshita de Toledo (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Espanha vira um dos principais cenários de 'Game of Thrones'
O anfiteatro de Itálica, no sul da Espanha, foi construído no século 2 por Adriano. Era um dos maiores do Império Romano. Cabiam 25.000 pessoas e... OK, mas e o dragão afinal por onde é que entra? Um pedreiro inglês responde à Folha: "Se eu contar, vou precisar te matar". Um colega menos soturno aponta para um dos lados e explica: "Vai ser por ali". Depois, não diz muito mais. A reportagem acompanhou durante os últimos meses os preparativos e os entornos da sétima temporada de "Game of Thrones" –conhecida pelos lagartos voadores cuspidores de fogo. A Espanha se consolidou, com sua paisagem e incentivos oficiais, como um dos principais cenários do épico produzido pelo canal HBO. Além de Itálica, no município de Santiponce, diversas outras cidades e povoados se beneficiaram neste ano, como Sevilha, Almodóvar del Río, Cáceres e Malpartida. Houve cenas também na Irlanda do Norte e na Islândia. A produção foi realizada em clima de "top secret", protegida por uma complexa estrutura de segurança e sigilos. Mas, pelas beiradas, foi possível vislumbrar as próximas cenas do show, que será exibido em meados de 2017. SANTIPONCE Em Santiponce, todas as sequências foram gravadas dentro do anfiteatro, de 160 metros de comprimento. O local foi fechado a turistas por semanas e, de fora, não se podia ver as filmagens. A reportagem esteve ali, no entanto, dias antes do início. Funcionários da produção cobriam um buraco aberto no centro, escondendo o subsolo em geral exposto. As arquibancadas vão ser ampliadas no computador. A equipe acampou dentro das ruínas. A prefeitura lhes entregou as chaves de uma estradinha que passa por trás do cemitério da vila, para evitar olhares indiscretos. Apesar do sigilo, imagina-se que as cenas se pareçam com aquelas da quinta temporada, gravadas em uma praça de touros em Osuna. Foi ali que Daenerys foi resgatada por um dragão, em um dos momentos mais célebres de "Game of Thrones". ALMODÓVAR Houve gravações também em Almodóvar del Río, um castelo próximo a Granada. As ruínas são propriedade de uma família e o espaço foi reformado para adequar-se à série. O castelo é conhecido na região como espaço para cerimônias de bodas. Para quem se lembra do "casamento vermelho", em "Game of Thrones", uma ideia que parecerá talvez funesta. María Sierra Luque Calvillo, prefeita do povoado, é um personagem digno do épico. Ela já caminhou 100 km como protesto para exigir uma estação de trem nesse município. "As gravações são muito importantes para nós", diz à Folha em seu escritório. "Vai aumentar o turismo, gerar empregos, trazer capital para os hotéis e restaurantes." Almodóvar del Río ofereceu diversos mimos à produção. O ginásio poliesportivo, por exemplo. A série não pagou para usar instalações municipais. Um grupo de costureiras do mercado local ofereceu-se para ajudar voluntariamente no figurino. A prefeita –a quem a HBO proibiu de levar o celular nas reuniões– estima que as gravações geraram, como contrapartida, empregos a 400 figurantes e 70 vigias. MALPARTIDA Boa parte das cenas espanholas da sétima temporada foram gravadas durante dezembro em Malpartida de Cáceres, no extremo oeste. O trecho inclui a batalha mais cara já rodada no país, com dezenas de cavalos. As paisagens naturais conhecidas como "Barruecos" serão o cenário, com estruturas rochosas em torno de lagos. A equipe de "Game of Thrones" fez nevar no povoado, que não se cobria de gelo há anos. Holofotes transformaram as noites em dia, segundo moradores. "Não acreditei quando me disseram que iam filmar aqui", diz à Folha o prefeito Alfredo Aguilera, fã da série. "É melhor do que a loteria. Não acontece duas vezes. A promoção é impagável." A vila não cobrou nada da produção, mas pediu que em contrapartida moradores fossem contratados para a filmagem. Cerca de 70 conseguiram trabalho, em uma cidade de 4.000 moradores e 20% de desemprego. Havia 700 funcionários, contando também os estrangeiros. "Queremos aproveitar no médio prazo. Gerar turismo de culto cinematográfico", diz. O município planeja um final de semana temático realizado todos os anos, com um mercado medieval e projeções de episódios da série. O impacto dos dragões –que também vão voar ali– só poderá ser estimado depois da exibição das cenas, provavelmente no quarto episódio. Enquanto espera para debulhar os resultados do investimento, o prefeito sonha com as campanhas de publicidade com que irão atrair turistas. Malpartida será apresentada como "oitavo reino" da série (que faz constante menções a "sete reinos"). Em vez dos estandartes de Winterfell e do Porto Real, tremularão por ali as bandeiras da casa Ciconia, representada pela cegonha. O animal é típico dessa região. A meta dos personagens da série, marcada pela violência, é justamente conquistar os reinos inimigos e vencer o sanguinolento jogo de tronos. SACRIFÍCIOS As filmagens de "Game of Thrones" exigiram sacrifícios dos governos regionais e municipais que receberam a produção na Espanha. Ruínas foram fechadas durante semanas, estradas foram cortadas, instalações municipais foram cedidas sem pagamento. Os povoados visitados pela reportagem não cobraram nada. Os acordos foram travados tendo em vista investimentos e o incremento do turismo. O país tem se consolidado, ademais, como cenário para outras produções de época. Mas os benefícios não devem ser distribuídos de maneira igual entre os reinos espanhóis. Tampouco era consensual entre os moradores que eles seriam favorecidos. Pequenos municípios como Santiponce e Malpartida de Cáceres, por exemplo, não abrigaram os atores. Os protagonistas da série foram alojados em cidades maiores nas proximidades, como Sevilha (a 20 minutos de Santiponce) e Cáceres (15 minutos de Malpartida de Cáceres). A seleção de figurantes, por sua vez, concentrou-se em alguns polos, como Almodóvar del Río, o que gerou alguma queixa entre moradores que não puderam apresentar-se à disputa. Santiponce fechou recentemente suas fábricas de cortiça e não sobrevive mais das plantações de pêssego, que têm desaparecido. De seus 7.900 habitantes, 1.700 estão desempregados. "Game of Thrones" contratou 15 para trabalhar nas construções. PLANEJAMENTO O quanto os municípios vão ser beneficiados dependerá, agora, do planejamento. Em Malpartida de Cáceres, a prefeitura criou um banco de dados de pessoas dispostas a alugar suas casas para a equipe de filmagem. O povoado também usou seu banco de contatos de desempregados para preencher as vagas oferecidas pela produtora. As filmagens causaram alguns atritos ali. O dono de um restaurante, que não se identificou, reclamou à reportagem: "Há centenas de pessoas, mas devo ter vendido dois cafés no máximo". A equipe, ademais, estava lotando seu estacionamento, afugentando os clientes habituais. Em Cáceres, houve mais movimentação. A população já sabia de cor, quando conversou com a reportagem, o itinerário de todos os atores. Nikolaj Coster-Waldau, que representa Jamie Lannister na série, frequentou a academia El Peru. Jerome Flynn, que interpreta Bronn, comprou uma almofada e um espremedor de alho. "Ele foi super gentil", diz a vendedora Cristina. Mas ela não entende a pergunta sobre o quanto as gravações podem aumentar sua clientela. "Não acho que ninguém vai vir até a nossa loja
ilustrada
Espanha vira um dos principais cenários de 'Game of Thrones'O anfiteatro de Itálica, no sul da Espanha, foi construído no século 2 por Adriano. Era um dos maiores do Império Romano. Cabiam 25.000 pessoas e... OK, mas e o dragão afinal por onde é que entra? Um pedreiro inglês responde à Folha: "Se eu contar, vou precisar te matar". Um colega menos soturno aponta para um dos lados e explica: "Vai ser por ali". Depois, não diz muito mais. A reportagem acompanhou durante os últimos meses os preparativos e os entornos da sétima temporada de "Game of Thrones" –conhecida pelos lagartos voadores cuspidores de fogo. A Espanha se consolidou, com sua paisagem e incentivos oficiais, como um dos principais cenários do épico produzido pelo canal HBO. Além de Itálica, no município de Santiponce, diversas outras cidades e povoados se beneficiaram neste ano, como Sevilha, Almodóvar del Río, Cáceres e Malpartida. Houve cenas também na Irlanda do Norte e na Islândia. A produção foi realizada em clima de "top secret", protegida por uma complexa estrutura de segurança e sigilos. Mas, pelas beiradas, foi possível vislumbrar as próximas cenas do show, que será exibido em meados de 2017. SANTIPONCE Em Santiponce, todas as sequências foram gravadas dentro do anfiteatro, de 160 metros de comprimento. O local foi fechado a turistas por semanas e, de fora, não se podia ver as filmagens. A reportagem esteve ali, no entanto, dias antes do início. Funcionários da produção cobriam um buraco aberto no centro, escondendo o subsolo em geral exposto. As arquibancadas vão ser ampliadas no computador. A equipe acampou dentro das ruínas. A prefeitura lhes entregou as chaves de uma estradinha que passa por trás do cemitério da vila, para evitar olhares indiscretos. Apesar do sigilo, imagina-se que as cenas se pareçam com aquelas da quinta temporada, gravadas em uma praça de touros em Osuna. Foi ali que Daenerys foi resgatada por um dragão, em um dos momentos mais célebres de "Game of Thrones". ALMODÓVAR Houve gravações também em Almodóvar del Río, um castelo próximo a Granada. As ruínas são propriedade de uma família e o espaço foi reformado para adequar-se à série. O castelo é conhecido na região como espaço para cerimônias de bodas. Para quem se lembra do "casamento vermelho", em "Game of Thrones", uma ideia que parecerá talvez funesta. María Sierra Luque Calvillo, prefeita do povoado, é um personagem digno do épico. Ela já caminhou 100 km como protesto para exigir uma estação de trem nesse município. "As gravações são muito importantes para nós", diz à Folha em seu escritório. "Vai aumentar o turismo, gerar empregos, trazer capital para os hotéis e restaurantes." Almodóvar del Río ofereceu diversos mimos à produção. O ginásio poliesportivo, por exemplo. A série não pagou para usar instalações municipais. Um grupo de costureiras do mercado local ofereceu-se para ajudar voluntariamente no figurino. A prefeita –a quem a HBO proibiu de levar o celular nas reuniões– estima que as gravações geraram, como contrapartida, empregos a 400 figurantes e 70 vigias. MALPARTIDA Boa parte das cenas espanholas da sétima temporada foram gravadas durante dezembro em Malpartida de Cáceres, no extremo oeste. O trecho inclui a batalha mais cara já rodada no país, com dezenas de cavalos. As paisagens naturais conhecidas como "Barruecos" serão o cenário, com estruturas rochosas em torno de lagos. A equipe de "Game of Thrones" fez nevar no povoado, que não se cobria de gelo há anos. Holofotes transformaram as noites em dia, segundo moradores. "Não acreditei quando me disseram que iam filmar aqui", diz à Folha o prefeito Alfredo Aguilera, fã da série. "É melhor do que a loteria. Não acontece duas vezes. A promoção é impagável." A vila não cobrou nada da produção, mas pediu que em contrapartida moradores fossem contratados para a filmagem. Cerca de 70 conseguiram trabalho, em uma cidade de 4.000 moradores e 20% de desemprego. Havia 700 funcionários, contando também os estrangeiros. "Queremos aproveitar no médio prazo. Gerar turismo de culto cinematográfico", diz. O município planeja um final de semana temático realizado todos os anos, com um mercado medieval e projeções de episódios da série. O impacto dos dragões –que também vão voar ali– só poderá ser estimado depois da exibição das cenas, provavelmente no quarto episódio. Enquanto espera para debulhar os resultados do investimento, o prefeito sonha com as campanhas de publicidade com que irão atrair turistas. Malpartida será apresentada como "oitavo reino" da série (que faz constante menções a "sete reinos"). Em vez dos estandartes de Winterfell e do Porto Real, tremularão por ali as bandeiras da casa Ciconia, representada pela cegonha. O animal é típico dessa região. A meta dos personagens da série, marcada pela violência, é justamente conquistar os reinos inimigos e vencer o sanguinolento jogo de tronos. SACRIFÍCIOS As filmagens de "Game of Thrones" exigiram sacrifícios dos governos regionais e municipais que receberam a produção na Espanha. Ruínas foram fechadas durante semanas, estradas foram cortadas, instalações municipais foram cedidas sem pagamento. Os povoados visitados pela reportagem não cobraram nada. Os acordos foram travados tendo em vista investimentos e o incremento do turismo. O país tem se consolidado, ademais, como cenário para outras produções de época. Mas os benefícios não devem ser distribuídos de maneira igual entre os reinos espanhóis. Tampouco era consensual entre os moradores que eles seriam favorecidos. Pequenos municípios como Santiponce e Malpartida de Cáceres, por exemplo, não abrigaram os atores. Os protagonistas da série foram alojados em cidades maiores nas proximidades, como Sevilha (a 20 minutos de Santiponce) e Cáceres (15 minutos de Malpartida de Cáceres). A seleção de figurantes, por sua vez, concentrou-se em alguns polos, como Almodóvar del Río, o que gerou alguma queixa entre moradores que não puderam apresentar-se à disputa. Santiponce fechou recentemente suas fábricas de cortiça e não sobrevive mais das plantações de pêssego, que têm desaparecido. De seus 7.900 habitantes, 1.700 estão desempregados. "Game of Thrones" contratou 15 para trabalhar nas construções. PLANEJAMENTO O quanto os municípios vão ser beneficiados dependerá, agora, do planejamento. Em Malpartida de Cáceres, a prefeitura criou um banco de dados de pessoas dispostas a alugar suas casas para a equipe de filmagem. O povoado também usou seu banco de contatos de desempregados para preencher as vagas oferecidas pela produtora. As filmagens causaram alguns atritos ali. O dono de um restaurante, que não se identificou, reclamou à reportagem: "Há centenas de pessoas, mas devo ter vendido dois cafés no máximo". A equipe, ademais, estava lotando seu estacionamento, afugentando os clientes habituais. Em Cáceres, houve mais movimentação. A população já sabia de cor, quando conversou com a reportagem, o itinerário de todos os atores. Nikolaj Coster-Waldau, que representa Jamie Lannister na série, frequentou a academia El Peru. Jerome Flynn, que interpreta Bronn, comprou uma almofada e um espremedor de alho. "Ele foi super gentil", diz a vendedora Cristina. Mas ela não entende a pergunta sobre o quanto as gravações podem aumentar sua clientela. "Não acho que ninguém vai vir até a nossa loja
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Aos 25, MTV extingue VJs e aposta em 'realities' para se manter jovem
Do alto de seus 25 anos, a MTV brasileira vive a juventude e a maturidade ao mesmo tempo. Completadas as bodas de prata do seu desembarque no país, em 20 de outubro de 1990, o canal concilia o vigor da reinvenção feita há apenas dois anos e a autoridade de quem formou nomes como Astrid Fontenelle e Tatá Werneck. Então regida pelo grupo Abril em parceria com a americana Viacom, a MTV chegou para ser uma "não TV", aos moldes da matriz americana. Mirando os jovens consumidores de música com seu visual moderninho e vanguardista, estava mais para rádio com imagens que para um canal tradicional de televisão. Em teoria, uma emissora artesanal não deveria ter o sucesso medido por números de audiência. Na prática, o baixo ibope e o resultado financeiro levaram a MTV a se despedir da TV aberta em 30 de setembro de 2013. Se fim ou transmutação, ainda não há consenso. Logo no dia seguinte, 1º de outubro, a Viacom assumiu a marca e continuou a tocar o barco, desta vez na TV paga. Para os saudosistas, excluído o nome, pouco restou de sua primeira encarnação. Para Natalia Julião, 35, diretora de programação da atual MTV, a veia musical do canal foi preservada, com documentários, premiações, shows ao vivo e videoclipes. Entre as atrações, ela destaca o "MTV Push", programa que introduz aos telespectadores nomes promissores do cenário musical. Fato é que a MTV não nasceu para envelhecer com o espectador. Ao contrário, passa de uma geração a outra, mantendo-se sempre jovem —escolha que alimenta a nostalgia de seu antigo público. "Sempre foi uma TV segmentada para jovens. Não é a intenção agradar alguém de 40 anos. O público se renova. Você não pode ficar preocupado com uma pessoa que é muito mais velha, e a MTV atual também não pode se preocupar com quem tem saudade da antiga, que não existe mais", diz Chris Lobo, 49, ex-diretora de programação e produção do canal em sua primeira encarnação. Zico Góes, 51, autor do livro "MTV, Bota Essa P#@% pra Funcionar" (ed. Panda Books) e diretor de programação e conteúdo na antiga emissora, faz coro: "A MTV não fideliza seu público: ele a atravessa, envelhece, vai embora e fica com saudade do que já não é mais para ele. Então entra um pessoal mais novo, querendo consumir outras coisas", explica. QUATRO "V"S Ainda sob o comando da Abril, a emissora se apoiava em quatro pilares: videoclipes, vinhetas, VJs e VMB —sigla para Video Music Brasil, a premiação do canal. Destes, apenas os dois primeiros sobreviveram no novo formato, ainda que com fôlegos diferentes. Antes carro-chefe, o clipe musical agora ocupa a faixa da madrugada e do começo da manhã. Em seu antigo espaço, hoje reinam séries americanas como "The Vampire Diaries" e "Faking It". Em partes, a mudança se deve à pulverização da internet. "Com a internet, o videoclipe virou commodity. Pode ser visto em qualquer lugar", explica Natalia. "Os tempos mudaram, os jovens já não são mais carentes de ousadia porque a internet começou a prover de maneira mais intensa", defende Góes. "O que se vê na rede hoje –as figuras estranhas, os programas meio malucos, essa onda de humor– é um pouco do que era a antiga MTV." Chris é otimista. "Quando a MTV era só música e videoclipe, você não tinha o [canal de vídeos no YouTube] Vevo e a internet como tem hoje em dia, mas uma TV segmentada para o jovem continua tendo seu espaço." Atualmente, os videoclipes perderam também seus apresentadores, os VJs, marca registrada da antiga MTV. Já ocupado por nomes como Cazé Peçanha, Thunderbird e Marina Person —a mais longeva—, o posto não encontrou espaço na reformulação. Em vez disso, o canal agora aposta em uma estratégia diferente, baseada na interatividade com o espectador. "O 'MTV Hits', nosso programa diário de clipes, mostra tuites do público na tela. Com isso, o Twitter vira o VJ", explica Natalia Julião. "O apresentador da MTV é diferente de qualquer outro porque tem uma ligação mais íntima com sua audiência. Essa talvez seja uma das grandes marcas do canal: lançar pessoas que não necessariamente são as mais fotogênicas, articuladas ou com a melhor pronúncia, mas com grande identificação com o público", diz Góes. Saíram os VJs, entraram em cena as estrelas de "reality show". Com "Adotada", "Papito In Love" e "Are You The One Brasil", o formato ganhou espaço na grade de programação. Entre esses, é Maria Eugênia Suconic que rouba a cena. A modelo e ex-namorada de Supla despontou em 2013 como jurada no "reality show" de namoro do músico. No ano seguinte, ganhou o "Adotada", experimento antropológico no qual se hospeda na casa de diversas famílias. "Eu fui convidada pelo Supla para participar do 'Papito In Love', achei muito engraçado e aceitei. Depois me chamaram para fazer o 'Coletivation'. Gravei algumas entrevistas e falei que não conseguia, que não era para mim. Até pensei: 'Nossa, nunca mais'", conta Mareu, como foi apelidada no canal. "Mas entraram em contato comigo de novo, e o diretor Ernani Nunes criou o 'Adotada' para mim." Engana-se quem acha que a ex-modelo recebeu o programa de mão beijada. Maria Eugênia trabalhou junto com a produção para inserir seu jeito no formato. A atração é tão "ela" que não demanda inspiração de outros grandes nomes de "reality show", vindo naturalmente. "Eu já era assim, sempre adorei morar na casa das pessoas. Chegava de mala pronta. Para mim, [o 'Adotada'] é muito tranquilo. Não tenho vergonha porque é quem eu sou. Gosto muito de lidar com gente, fui hostess e produtora por isso." Seguindo o sucesso de seu primeiro programa, ela ganhou este ano o "Modo Mareu", atração na qual fala sobre amor, moda e beleza. Como resultado, virou a nova cara do canal da noite para o dia –condição que não deixa de diverti-la. "As pessoas me vêem na rua e gritam e eu grito de volta na cara delas", ri. A apresentadora não se aflige com a responsabilidade de ter substituído os antigos VJ's da MTV. Duvida, porém, que repetisse o mesmo êxito na televisão fora dos "realities". "Acho que, se fizesse teatro, sentiria um pouco de vergonha, acharia complicado decorar texto, não ser quem eu sou." Para Natalia Julião, os "realities" são parte do futuro. No ano que vem, cerca de 70% do orçamento será destinado ao conteúdo nacional –em 2015, foram 58%. Parte do investimento será destinado à segunda temporada de "Are You The One? Brasil", comandado por Felipe Titto, e a uma provável terceira temporada de "Adotada", em fase de negociação. Entre as atrações inéditas estará "Deu Match", "reality" inspirado em aplicativos de relacionamento, como o Tinder. Chris Lobo não estranha ou vê com maus olhos a invasão dos "realities" na grade da emissora. Pelo contrário, considera a transição natural. "Nós fizemos o primeiro 'reality show' da TV brasileira", lembra. "Vinte e Poucos Anos" estreou em 5 de julho de 2000, pouco antes do mais popular "No Limite", da Globo, que foi ao ar no dia 23 do mesmo ano. "Ter um ou outro 'reality' faz parte de uma grade de programação que precisa evoluir". "No mundo todo, os 'realities' são tendência. É um bom jeito de contar histórias —você consegue criar programas baseados em fatos reais sem necessariamente envolver competição, confinamento ou o caráter mais vulgar associado ao formato. A internet os fomentou muito. Ela é quase um 'reality' em si mesma", opina Góes. Com esses programas, a nova MTV tenta resgatar o caráter "glocal" (misto de "global" e "local") da programação que marcou sua antecessora na TV aberta. No auge, a MTV Brasil chegou a ter 80% de sua grade feita em casa. Entre os títulos nacionais que perderam espaço está o VMB. A premiação –que em seus anos de glória produziu pérolas como o "bota essa porra para funcionar", frase dita por Caetano Veloso ao reclamar de um problema técnico e mais tarde slogan do canal– foi colocada para escanteio ainda em 2012. Uma edição de despedida foi vetada pela Abril em 2013. "Uma premiação é um pretexto para criar um programa, é um jeito de fazer televisão celebrando a aproximação do artista com o seu publico. Esse tipo de atração é muito legal de se fazer", conta Góes. "Hoje, eles teriam que rebolar para achar como ele seria, já que não há tanta rotação de videoclipe. A música na MTV anda mais na paralela. Seria um desafio interessante." Corre desde a antiga encarnação da MTV a pressão por diversificar seu conteúdo em diferentes plataformas, a chamada estratégia "transmídia". Vista como essencial por uns e utilizada à exaustão por outros, transformou-se em tendência para reter o público. "A gente já fazia o transmídia muito antes de inventarem esse nome, como no site e em projetos tais quais o 'MTV Overdrive' [espécie de YouTube da marca]. Nem tudo dá ensejo a um conteúdo em todas as mídias o tempo todo e isso é normal. Não é –e não deveria ser– um problema", opina Zico Góes. "Contar histórias em diferentes plataformas é uma obrigação de todo canal. Em geral, a TV brasileira ainda está em uma fase de transição: não existe mais um estranhamento, mas estamos no meio de um aprendizado de como usar as ferramentas de diferentes telas", diz Chris. Por enquanto, a estratégia da Viacom dá certo: comparada a outubro de 2013, quando se despediu da TV aberta, sua audiência cresceu 133% entre o público de 18 a 24 anos. Só este ano, foram mais de 17 milhões de espectadores até agosto. Sua maior vitória, talvez, seja permanecer relevante entre os mais novos: entre as emissoras da TV paga, é campeã em porcentagem de jovens, informou o canal.
ilustrada
Aos 25, MTV extingue VJs e aposta em 'realities' para se manter jovemDo alto de seus 25 anos, a MTV brasileira vive a juventude e a maturidade ao mesmo tempo. Completadas as bodas de prata do seu desembarque no país, em 20 de outubro de 1990, o canal concilia o vigor da reinvenção feita há apenas dois anos e a autoridade de quem formou nomes como Astrid Fontenelle e Tatá Werneck. Então regida pelo grupo Abril em parceria com a americana Viacom, a MTV chegou para ser uma "não TV", aos moldes da matriz americana. Mirando os jovens consumidores de música com seu visual moderninho e vanguardista, estava mais para rádio com imagens que para um canal tradicional de televisão. Em teoria, uma emissora artesanal não deveria ter o sucesso medido por números de audiência. Na prática, o baixo ibope e o resultado financeiro levaram a MTV a se despedir da TV aberta em 30 de setembro de 2013. Se fim ou transmutação, ainda não há consenso. Logo no dia seguinte, 1º de outubro, a Viacom assumiu a marca e continuou a tocar o barco, desta vez na TV paga. Para os saudosistas, excluído o nome, pouco restou de sua primeira encarnação. Para Natalia Julião, 35, diretora de programação da atual MTV, a veia musical do canal foi preservada, com documentários, premiações, shows ao vivo e videoclipes. Entre as atrações, ela destaca o "MTV Push", programa que introduz aos telespectadores nomes promissores do cenário musical. Fato é que a MTV não nasceu para envelhecer com o espectador. Ao contrário, passa de uma geração a outra, mantendo-se sempre jovem —escolha que alimenta a nostalgia de seu antigo público. "Sempre foi uma TV segmentada para jovens. Não é a intenção agradar alguém de 40 anos. O público se renova. Você não pode ficar preocupado com uma pessoa que é muito mais velha, e a MTV atual também não pode se preocupar com quem tem saudade da antiga, que não existe mais", diz Chris Lobo, 49, ex-diretora de programação e produção do canal em sua primeira encarnação. Zico Góes, 51, autor do livro "MTV, Bota Essa P#@% pra Funcionar" (ed. Panda Books) e diretor de programação e conteúdo na antiga emissora, faz coro: "A MTV não fideliza seu público: ele a atravessa, envelhece, vai embora e fica com saudade do que já não é mais para ele. Então entra um pessoal mais novo, querendo consumir outras coisas", explica. QUATRO "V"S Ainda sob o comando da Abril, a emissora se apoiava em quatro pilares: videoclipes, vinhetas, VJs e VMB —sigla para Video Music Brasil, a premiação do canal. Destes, apenas os dois primeiros sobreviveram no novo formato, ainda que com fôlegos diferentes. Antes carro-chefe, o clipe musical agora ocupa a faixa da madrugada e do começo da manhã. Em seu antigo espaço, hoje reinam séries americanas como "The Vampire Diaries" e "Faking It". Em partes, a mudança se deve à pulverização da internet. "Com a internet, o videoclipe virou commodity. Pode ser visto em qualquer lugar", explica Natalia. "Os tempos mudaram, os jovens já não são mais carentes de ousadia porque a internet começou a prover de maneira mais intensa", defende Góes. "O que se vê na rede hoje –as figuras estranhas, os programas meio malucos, essa onda de humor– é um pouco do que era a antiga MTV." Chris é otimista. "Quando a MTV era só música e videoclipe, você não tinha o [canal de vídeos no YouTube] Vevo e a internet como tem hoje em dia, mas uma TV segmentada para o jovem continua tendo seu espaço." Atualmente, os videoclipes perderam também seus apresentadores, os VJs, marca registrada da antiga MTV. Já ocupado por nomes como Cazé Peçanha, Thunderbird e Marina Person —a mais longeva—, o posto não encontrou espaço na reformulação. Em vez disso, o canal agora aposta em uma estratégia diferente, baseada na interatividade com o espectador. "O 'MTV Hits', nosso programa diário de clipes, mostra tuites do público na tela. Com isso, o Twitter vira o VJ", explica Natalia Julião. "O apresentador da MTV é diferente de qualquer outro porque tem uma ligação mais íntima com sua audiência. Essa talvez seja uma das grandes marcas do canal: lançar pessoas que não necessariamente são as mais fotogênicas, articuladas ou com a melhor pronúncia, mas com grande identificação com o público", diz Góes. Saíram os VJs, entraram em cena as estrelas de "reality show". Com "Adotada", "Papito In Love" e "Are You The One Brasil", o formato ganhou espaço na grade de programação. Entre esses, é Maria Eugênia Suconic que rouba a cena. A modelo e ex-namorada de Supla despontou em 2013 como jurada no "reality show" de namoro do músico. No ano seguinte, ganhou o "Adotada", experimento antropológico no qual se hospeda na casa de diversas famílias. "Eu fui convidada pelo Supla para participar do 'Papito In Love', achei muito engraçado e aceitei. Depois me chamaram para fazer o 'Coletivation'. Gravei algumas entrevistas e falei que não conseguia, que não era para mim. Até pensei: 'Nossa, nunca mais'", conta Mareu, como foi apelidada no canal. "Mas entraram em contato comigo de novo, e o diretor Ernani Nunes criou o 'Adotada' para mim." Engana-se quem acha que a ex-modelo recebeu o programa de mão beijada. Maria Eugênia trabalhou junto com a produção para inserir seu jeito no formato. A atração é tão "ela" que não demanda inspiração de outros grandes nomes de "reality show", vindo naturalmente. "Eu já era assim, sempre adorei morar na casa das pessoas. Chegava de mala pronta. Para mim, [o 'Adotada'] é muito tranquilo. Não tenho vergonha porque é quem eu sou. Gosto muito de lidar com gente, fui hostess e produtora por isso." Seguindo o sucesso de seu primeiro programa, ela ganhou este ano o "Modo Mareu", atração na qual fala sobre amor, moda e beleza. Como resultado, virou a nova cara do canal da noite para o dia –condição que não deixa de diverti-la. "As pessoas me vêem na rua e gritam e eu grito de volta na cara delas", ri. A apresentadora não se aflige com a responsabilidade de ter substituído os antigos VJ's da MTV. Duvida, porém, que repetisse o mesmo êxito na televisão fora dos "realities". "Acho que, se fizesse teatro, sentiria um pouco de vergonha, acharia complicado decorar texto, não ser quem eu sou." Para Natalia Julião, os "realities" são parte do futuro. No ano que vem, cerca de 70% do orçamento será destinado ao conteúdo nacional –em 2015, foram 58%. Parte do investimento será destinado à segunda temporada de "Are You The One? Brasil", comandado por Felipe Titto, e a uma provável terceira temporada de "Adotada", em fase de negociação. Entre as atrações inéditas estará "Deu Match", "reality" inspirado em aplicativos de relacionamento, como o Tinder. Chris Lobo não estranha ou vê com maus olhos a invasão dos "realities" na grade da emissora. Pelo contrário, considera a transição natural. "Nós fizemos o primeiro 'reality show' da TV brasileira", lembra. "Vinte e Poucos Anos" estreou em 5 de julho de 2000, pouco antes do mais popular "No Limite", da Globo, que foi ao ar no dia 23 do mesmo ano. "Ter um ou outro 'reality' faz parte de uma grade de programação que precisa evoluir". "No mundo todo, os 'realities' são tendência. É um bom jeito de contar histórias —você consegue criar programas baseados em fatos reais sem necessariamente envolver competição, confinamento ou o caráter mais vulgar associado ao formato. A internet os fomentou muito. Ela é quase um 'reality' em si mesma", opina Góes. Com esses programas, a nova MTV tenta resgatar o caráter "glocal" (misto de "global" e "local") da programação que marcou sua antecessora na TV aberta. No auge, a MTV Brasil chegou a ter 80% de sua grade feita em casa. Entre os títulos nacionais que perderam espaço está o VMB. A premiação –que em seus anos de glória produziu pérolas como o "bota essa porra para funcionar", frase dita por Caetano Veloso ao reclamar de um problema técnico e mais tarde slogan do canal– foi colocada para escanteio ainda em 2012. Uma edição de despedida foi vetada pela Abril em 2013. "Uma premiação é um pretexto para criar um programa, é um jeito de fazer televisão celebrando a aproximação do artista com o seu publico. Esse tipo de atração é muito legal de se fazer", conta Góes. "Hoje, eles teriam que rebolar para achar como ele seria, já que não há tanta rotação de videoclipe. A música na MTV anda mais na paralela. Seria um desafio interessante." Corre desde a antiga encarnação da MTV a pressão por diversificar seu conteúdo em diferentes plataformas, a chamada estratégia "transmídia". Vista como essencial por uns e utilizada à exaustão por outros, transformou-se em tendência para reter o público. "A gente já fazia o transmídia muito antes de inventarem esse nome, como no site e em projetos tais quais o 'MTV Overdrive' [espécie de YouTube da marca]. Nem tudo dá ensejo a um conteúdo em todas as mídias o tempo todo e isso é normal. Não é –e não deveria ser– um problema", opina Zico Góes. "Contar histórias em diferentes plataformas é uma obrigação de todo canal. Em geral, a TV brasileira ainda está em uma fase de transição: não existe mais um estranhamento, mas estamos no meio de um aprendizado de como usar as ferramentas de diferentes telas", diz Chris. Por enquanto, a estratégia da Viacom dá certo: comparada a outubro de 2013, quando se despediu da TV aberta, sua audiência cresceu 133% entre o público de 18 a 24 anos. Só este ano, foram mais de 17 milhões de espectadores até agosto. Sua maior vitória, talvez, seja permanecer relevante entre os mais novos: entre as emissoras da TV paga, é campeã em porcentagem de jovens, informou o canal.
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O fim do congestionamento
Cheguei ao Brasil há quase sete anos. Amo este país. Mas sofro com este trânsito maluco, os 12 milhões de moradores de São Paulo e eu. Passamos sufoco porque as cidades se planejaram para os carros. Na capital paulista, 25% da área construída é dedicada a estacionamentos. Todo cidadão sente o custo do transporte no Brasil. As famílias gastam 20% da renda com isso, despesa equivalente a 17% do salário mínimo em São Paulo e no Rio -em Xangai, por exemplo, o número é de 4%. O alto custo se soma à falta de segurança. Em São Paulo, 35% das mulheres já sofreram assédio no transporte público. A missão do aplicativo 99 é tornar a mobilidade urbana mais barata, rápida e segura. Somente no primeiro semestre, recebemos centenas de milhões de dólares em investimentos. As grandes cidades brasileiras estão atraindo o capital internacional porque o problema do trânsito vai ser resolvido. Sim, as cidades podem ser mais vivas, agradáveis e seguras. Temos sinais concretos de que passamos por uma revolução em termos de mobilidade urbana. A transformação começa com as próprias pessoas. Elas não precisam possuir as coisas para desfrutá-las. Cada vez mais os indivíduos vão preferir utilizar carros, em vez de ser donos deles. O carro não é mais símbolo de liberdade. Ao contrário: tem se tornado um fardo. Pesquisa da Box 1824 mostrou que só 3% dos jovens do Brasil, entre 18 e 24 anos, desejam comprar carros e motocicletas. Pedir um transporte por um aplicativo sempre que quiser e onde estiver, e chegar aonde você precisa da melhor maneira possível. Esta é a opção mais rápida e mais barata. Como consequência, quanto mais usarmos carros (em vez de comprá-los), menos carros circularão. Para cada duas pessoas que compartilharem suas rotas, teremos um carro a menos por aí . Em dez anos, as grandes cidades brasileiras terão menos trânsito, poluição e estacionamentos. E serão mais seguras. A segurança precisa ser construída com o esforço de todos. A 99 mapeia áreas de riscos, envia alerta aos motoristas e tem um 0800 dedicado para apoiar os usuários 24 horas por dia, 7 dias por semana. Monitoramos corridas e investimos pesado em tecnologias que previnem a violência. Empresas como a 99 podem e devem colaborar com os governos. Hoje, em Jinan, na China, nosso parceiro DiDi Chuxing já opera semáforos inteligentes, melhorando a velocidade do trânsito em 20%. Sonhamos em fazer algo assim nas grandes cidades brasileiras. Questões que afetam a vida de milhões de brasileiros serão resolvidas de forma colaborativa por empresas de tecnologia, governos e sociedade. O futuro já começou. PETER FERNANDEZ é presidente da 99 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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O fim do congestionamentoCheguei ao Brasil há quase sete anos. Amo este país. Mas sofro com este trânsito maluco, os 12 milhões de moradores de São Paulo e eu. Passamos sufoco porque as cidades se planejaram para os carros. Na capital paulista, 25% da área construída é dedicada a estacionamentos. Todo cidadão sente o custo do transporte no Brasil. As famílias gastam 20% da renda com isso, despesa equivalente a 17% do salário mínimo em São Paulo e no Rio -em Xangai, por exemplo, o número é de 4%. O alto custo se soma à falta de segurança. Em São Paulo, 35% das mulheres já sofreram assédio no transporte público. A missão do aplicativo 99 é tornar a mobilidade urbana mais barata, rápida e segura. Somente no primeiro semestre, recebemos centenas de milhões de dólares em investimentos. As grandes cidades brasileiras estão atraindo o capital internacional porque o problema do trânsito vai ser resolvido. Sim, as cidades podem ser mais vivas, agradáveis e seguras. Temos sinais concretos de que passamos por uma revolução em termos de mobilidade urbana. A transformação começa com as próprias pessoas. Elas não precisam possuir as coisas para desfrutá-las. Cada vez mais os indivíduos vão preferir utilizar carros, em vez de ser donos deles. O carro não é mais símbolo de liberdade. Ao contrário: tem se tornado um fardo. Pesquisa da Box 1824 mostrou que só 3% dos jovens do Brasil, entre 18 e 24 anos, desejam comprar carros e motocicletas. Pedir um transporte por um aplicativo sempre que quiser e onde estiver, e chegar aonde você precisa da melhor maneira possível. Esta é a opção mais rápida e mais barata. Como consequência, quanto mais usarmos carros (em vez de comprá-los), menos carros circularão. Para cada duas pessoas que compartilharem suas rotas, teremos um carro a menos por aí . Em dez anos, as grandes cidades brasileiras terão menos trânsito, poluição e estacionamentos. E serão mais seguras. A segurança precisa ser construída com o esforço de todos. A 99 mapeia áreas de riscos, envia alerta aos motoristas e tem um 0800 dedicado para apoiar os usuários 24 horas por dia, 7 dias por semana. Monitoramos corridas e investimos pesado em tecnologias que previnem a violência. Empresas como a 99 podem e devem colaborar com os governos. Hoje, em Jinan, na China, nosso parceiro DiDi Chuxing já opera semáforos inteligentes, melhorando a velocidade do trânsito em 20%. Sonhamos em fazer algo assim nas grandes cidades brasileiras. Questões que afetam a vida de milhões de brasileiros serão resolvidas de forma colaborativa por empresas de tecnologia, governos e sociedade. O futuro já começou. PETER FERNANDEZ é presidente da 99 PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamentos contemporâneo.
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Filha de Luiz Carlos Prestes lança biografia política sobre o pai
"Eu tenho que começar de alguma maneira. E a melhor maneira que descobri é tirando alguns quadros da parede. Parece fácil, mas posso garantir que não é. Ou você já tentou arrancar seu coração e colocar ele em cima do aparelho de TV?", pergunta Mário Bortolotto no último texto deste livro. O trecho resume bem o clima da coletânea, que reúne anotações pessoais, como aforismos, e crônicas marcadas pela memória. O escritor, dramaturgo e ator recolhe um pouco de sua história, em relatos breves, mas cuja intensidade é sempre surpreendente e direta, numa linguagem básica, que é de onde ele tira sua carga de lirismo e não lirismo para penetrar o coração de suas experiências pessoais. Como nos bonitos textos, retratos sem meio tons, dedicados ao seu universo afetivo: a difícil relação com a mãe, as explosões do pai, o Zé Branco, com um demônio colado no pé dele, o surdo Tio Miguel e sua coleção de gibis, amigos como Everton, Valdelino Laurindo, Paulo de Tharso, ou ainda o Flávio, um mendigo. (HEITOR FERRAZ MELLO) Esse tal de Amor e outros sentimentos cruéis QUANTO: R$ 32 *EDITORA:* Reformatório * LUIZ CARLOS PRESTES - UM COMUNISTA BRASILEIRO A chave de leitura é dada pela condição da autora, Anita Leocádia Prestes, filha do líder comunista e sua assessora de 1958 até sua morte. Não se deve esperar isenção da historiadora. Sua perspectiva, naturalmente, é a de Prestes, cuja careira foi marcada por polêmicas, inclusive no campo da esquerda. Trata-se de uma biografia política. Aspectos pessoais são logo tirados do caminho. A notícia da morte de Olga, mãe da autora, nos campos nazistas, é resumida em duas linhas. Algumas análises são apenas burocráticas, como argumentar que o levante de 1935 não foi uma insurreição comunista. O que o livro tem de melhor é a documentação, à qual a autora teve acesso privilegiado. Nesse sentido, é uma obra importante para ser consultada. O "Prestes" de Anita Leocádia fica no meio do caminho entre a exaltação de Jorge Amado em "O Cavaleiro da Esperança" e "Um Revolucionário entre Dois Mundos", de Daniel Aarão Reis, que oferece um relato mais equilibrado. (Oscar Pilagallo) LUIZ CARLOS PRESTES - UM COMUNISTA BRASILEIRO QUANTO: R$ 48 (608 PÁGS.) AUTOR: ANITA LEOCÁDIA PRESTES EDITORA: BOITEMPO * ANGELA MARIA - A ETERNA CANTORA DO BRASIL Com "Angela Maria", Rodrigo Faour confirma mais uma vez ter um lugar de destaque entre os biógrafos da música popular brasileira. A exemplo do que fizera ao contar a vida de Cauby Peixoto, Dolores Duran e Claudette Soares, o pesquisador apresenta um trabalho caudaloso sobre a Sapoti, apelido que o presidente Getúlio Vargas deu à cantora, hoje com 86 anos. O autor reuniu boas histórias, obtidas em entrevistas exclusivas e em material publicado pela imprensa. Por vezes, no entanto, o detalhismo excessivo e a reprodução na íntegra de artigos dispensáveis comprometem a fluência do texto. Outro problema é a superestimação da personagem. A intérprete de "Babalu" esteve longe de "manter o prestígio intacto" nas seis décadas de carreira. Da mesma maneira, é insustentável a afirmação de que é impossível contar a história do Brasil sem mencionar seu nome. Exageros à parte, o livro, com cerca de 900 páginas (incluindo dois cadernos de ilustrações), vale quanto pesa. (OP) ANGELA MARIA - A ETERNA CANTORA DO BRASIL QUANTO: R$ 85 (840) PÁGS. AUTOR: RODRIGO FAOUR EDITORA: RECORD
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Filha de Luiz Carlos Prestes lança biografia política sobre o pai"Eu tenho que começar de alguma maneira. E a melhor maneira que descobri é tirando alguns quadros da parede. Parece fácil, mas posso garantir que não é. Ou você já tentou arrancar seu coração e colocar ele em cima do aparelho de TV?", pergunta Mário Bortolotto no último texto deste livro. O trecho resume bem o clima da coletânea, que reúne anotações pessoais, como aforismos, e crônicas marcadas pela memória. O escritor, dramaturgo e ator recolhe um pouco de sua história, em relatos breves, mas cuja intensidade é sempre surpreendente e direta, numa linguagem básica, que é de onde ele tira sua carga de lirismo e não lirismo para penetrar o coração de suas experiências pessoais. Como nos bonitos textos, retratos sem meio tons, dedicados ao seu universo afetivo: a difícil relação com a mãe, as explosões do pai, o Zé Branco, com um demônio colado no pé dele, o surdo Tio Miguel e sua coleção de gibis, amigos como Everton, Valdelino Laurindo, Paulo de Tharso, ou ainda o Flávio, um mendigo. (HEITOR FERRAZ MELLO) Esse tal de Amor e outros sentimentos cruéis QUANTO: R$ 32 *EDITORA:* Reformatório * LUIZ CARLOS PRESTES - UM COMUNISTA BRASILEIRO A chave de leitura é dada pela condição da autora, Anita Leocádia Prestes, filha do líder comunista e sua assessora de 1958 até sua morte. Não se deve esperar isenção da historiadora. Sua perspectiva, naturalmente, é a de Prestes, cuja careira foi marcada por polêmicas, inclusive no campo da esquerda. Trata-se de uma biografia política. Aspectos pessoais são logo tirados do caminho. A notícia da morte de Olga, mãe da autora, nos campos nazistas, é resumida em duas linhas. Algumas análises são apenas burocráticas, como argumentar que o levante de 1935 não foi uma insurreição comunista. O que o livro tem de melhor é a documentação, à qual a autora teve acesso privilegiado. Nesse sentido, é uma obra importante para ser consultada. O "Prestes" de Anita Leocádia fica no meio do caminho entre a exaltação de Jorge Amado em "O Cavaleiro da Esperança" e "Um Revolucionário entre Dois Mundos", de Daniel Aarão Reis, que oferece um relato mais equilibrado. (Oscar Pilagallo) LUIZ CARLOS PRESTES - UM COMUNISTA BRASILEIRO QUANTO: R$ 48 (608 PÁGS.) AUTOR: ANITA LEOCÁDIA PRESTES EDITORA: BOITEMPO * ANGELA MARIA - A ETERNA CANTORA DO BRASIL Com "Angela Maria", Rodrigo Faour confirma mais uma vez ter um lugar de destaque entre os biógrafos da música popular brasileira. A exemplo do que fizera ao contar a vida de Cauby Peixoto, Dolores Duran e Claudette Soares, o pesquisador apresenta um trabalho caudaloso sobre a Sapoti, apelido que o presidente Getúlio Vargas deu à cantora, hoje com 86 anos. O autor reuniu boas histórias, obtidas em entrevistas exclusivas e em material publicado pela imprensa. Por vezes, no entanto, o detalhismo excessivo e a reprodução na íntegra de artigos dispensáveis comprometem a fluência do texto. Outro problema é a superestimação da personagem. A intérprete de "Babalu" esteve longe de "manter o prestígio intacto" nas seis décadas de carreira. Da mesma maneira, é insustentável a afirmação de que é impossível contar a história do Brasil sem mencionar seu nome. Exageros à parte, o livro, com cerca de 900 páginas (incluindo dois cadernos de ilustrações), vale quanto pesa. (OP) ANGELA MARIA - A ETERNA CANTORA DO BRASIL QUANTO: R$ 85 (840) PÁGS. AUTOR: RODRIGO FAOUR EDITORA: RECORD
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Festival Literário integra três capitais sul-americanas
Três capitais sul-americanas ficam integradas a partir desta quarta (23) por um evento literário. Trata-se do Filba (Festival Internacional de Literatura de Buenos Aires) que, em sua sétima edição, atravessa os Andes e cruza o Rio da Prata, levando sua programação de 18 escritores internacionais também a Santiago e Montevidéu (informações em www.filba.org.ar). Integram o elenco deste ano o sul-africano J.M. Coetzee e a canadense Eleanor Catton, além de um reforçado time de mais de 50 autores locais, como Martín Kohan e Pablo Katchadjian. Do Brasil, comparece Ana Paula Maia. "Seguimos a tendência de festivais internacionais menores, que têm curadoria de nicho e estão ligados ao fortalecimento de editoras pequenas", diz a diretora do evento, Gabriela Adamo. O fenômeno a que se refere começou após a crise econômica pela qual passou a Argentina em 2001. Um dos efeitos foi tornar os livros de editoras grandes, geralmente espanholas, caros e inacessíveis, por serem importados. Um grupo de editores, então, passou a se dedicar a lançar livros de tiragem baixa (de mil a 3.000 volumes) e com público específico, além de traduções de obras menos óbvias de autores célebres, portanto mais baratas. Logo, as pequenas editoras passaram a predominar. Hoje, só na Argentina, são mais de 400. Entre elas destacam-se Mar Dulce, Caja Negra e Adriana Hidalgo. A Eterna Cadencia, que também possui uma charmosa livraria em Palermo, foi quem fundou o Filba e hoje o organiza. O evento ocorre no Malba (Museo de Arte Latinoamericano) e na Abadia de San Benito, um antigo monastério no bairro de Belgrano que há tempos estava fechado para o público. Agora reabre com o festival, transformando-se em um centro cultural permanente.
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Festival Literário integra três capitais sul-americanasTrês capitais sul-americanas ficam integradas a partir desta quarta (23) por um evento literário. Trata-se do Filba (Festival Internacional de Literatura de Buenos Aires) que, em sua sétima edição, atravessa os Andes e cruza o Rio da Prata, levando sua programação de 18 escritores internacionais também a Santiago e Montevidéu (informações em www.filba.org.ar). Integram o elenco deste ano o sul-africano J.M. Coetzee e a canadense Eleanor Catton, além de um reforçado time de mais de 50 autores locais, como Martín Kohan e Pablo Katchadjian. Do Brasil, comparece Ana Paula Maia. "Seguimos a tendência de festivais internacionais menores, que têm curadoria de nicho e estão ligados ao fortalecimento de editoras pequenas", diz a diretora do evento, Gabriela Adamo. O fenômeno a que se refere começou após a crise econômica pela qual passou a Argentina em 2001. Um dos efeitos foi tornar os livros de editoras grandes, geralmente espanholas, caros e inacessíveis, por serem importados. Um grupo de editores, então, passou a se dedicar a lançar livros de tiragem baixa (de mil a 3.000 volumes) e com público específico, além de traduções de obras menos óbvias de autores célebres, portanto mais baratas. Logo, as pequenas editoras passaram a predominar. Hoje, só na Argentina, são mais de 400. Entre elas destacam-se Mar Dulce, Caja Negra e Adriana Hidalgo. A Eterna Cadencia, que também possui uma charmosa livraria em Palermo, foi quem fundou o Filba e hoje o organiza. O evento ocorre no Malba (Museo de Arte Latinoamericano) e na Abadia de San Benito, um antigo monastério no bairro de Belgrano que há tempos estava fechado para o público. Agora reabre com o festival, transformando-se em um centro cultural permanente.
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Gerenciar redes sociais é nova opção para profissionais de marketing
Há cinco anos, não se sabia o que eram tablets. Em 2007, o iPhone revolucionou o mercado dos smartphones. E, antes de 2004, todos viviam sem Facebook. O mundo passa por mudanças significativas e rápidas e os segmentos profissionais se transformam no mesmo ritmo. Novas áreas são criadas e há carreiras que surgem como uma espécie de versão atualizada de profissões tradicionais. Essas áreas podem ser uma oportunidade do jovem se destacar no mercado de trabalho. A Folha ouviu recrutadores, professores universitários e profissionais para destacar características destas profissões como perfil desejado pelas empresas, salário inicial e onde há vagas, que servem de indicação para ajudar na escolha ou na evolução da carreira. Confira as características do Marketing e da Análise de Mídias Sociais: MARKETING Onde Estudar USP (Universidade de São Paulo), ESPM-SP, UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Duração do Curso 4 anos O Que Faz Estudo de mercado, estratégias de venda, concepção do produto, elaboração de campanhas, ações dentro das empresas para melhorar a compreensão e o engajamento dos colaboradores, realização de eventos, investigação do comportamento das pessoas ao fazerem escolhas de compra Salário Inicial R$ 2 mil Perfil Desejado pelas Empresas Saber escrever bem, conhecer a sua área de atuação, ter ritmo para produção constante de conteúdo, capacidade de observação, facilidade para lidar com pessoas, boa comunicação, empreendedorismo e habilidade de negociação Onde Há Vagas Empresas de serviços e varejo, indústrias, órgão públicos e terceiro setor Visão de Quem Faz "Os jovens criam uma expectativa um tanto glamorosa no que diz respeito ao dia a dia da profissão. A rotina do profissional não é nada glamorosa. Temos um volume de trabalho muito grande. Muitos pensam que o marketing só realiza campanhas publicitárias, desfiles e que vivemos em almoços e jantares com pessoas influentes, mas isso é apenas 10% do trabalho. Por trás dos bastidores disso tudo tem suor, dedicação e esforço" Daniela Boll, 36, gerente de marketing da Tip Top * ANALISTA DE MÍDIAS SOCIAIS Onde Estudar Belas Artes, ESPM, Senac, Anhembi Morumbi, Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), PUCSP e PUCRS (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e do Rio Grande do Sul), FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) Duração do Curso A partir de 40 horas (especialização), até 4 anos (graduação) O Que Faz Planejamento estratégico e produção de conteúdo para as diversas redes em que a empresa está presente, relacionamento com os usuários, monitoramento do que acontece nos meios digitais Salário Inicial R$ 1,6 mil Perfil Desejado Pelas Empresas Ser apaixonado por redes sociais, tecnologia e comunicação. Facilidade em lidar com equipes diferentes, saber gerenciar demandas, gostar de planejar e ter perfil analítico Onde Há Vagas Agências especializadas e empresas com produtos voltados ao consumidor final Visão de Quem Faz "Quem sonha em trabalhar com a área sabe que é preciso criatividade. Mas as pessoas acabam ignorando a importância de duas habilidades: agilidade e organização. É preciso trabalhar com rapidez nas interações e no gerenciamento de problemas. E também organização para planejar a quantidade e periodicidade de conteúdo e a análise de resultados" Rafael Farias Teixeira, 28, gestor de comunidade no Mandaê * GESTOR DE MARKETING DE E-COMMERCE Onde Estudar ESPM, FGV-SP, Senac Duração do Curso A partir de 16 horas (introdução), até 2 anos (MBA) O Que Faz Gerencia, controla e coordena os projetos de comércio eletrônico de um varejista online. Envolve-se com a parte de cobrança on-line, logística e produtos de clientes. Organiza a prospecção de novos produtos a serem disponibilizado na loja virtual. Salário Inicial R$ 3 mil Perfil Desejado Pelas Empresas Profissional que consiga aliar um perfil analítico com tomada rápida de decisões, com conhecimento em marketing e no ambiente digital. É desejável falar mais de um idioma Onde Há Vagas Empresas de venda ou prestação de serviço online, escolas que ministrem cursos pela internet Visão de Quem Faz "O mercado digital tende a crescer cada vez mais no Brasil devido ao aumento do número de pessoas conectadas e ao crescimento da confiança neste tipo de transação, o que só deve aumentar a demanad por este tipo de profissional" Flavia Matsuda, 33, gerente de marketing da Sofá Digital Fonte: Hays, Stato e 2Get
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Gerenciar redes sociais é nova opção para profissionais de marketingHá cinco anos, não se sabia o que eram tablets. Em 2007, o iPhone revolucionou o mercado dos smartphones. E, antes de 2004, todos viviam sem Facebook. O mundo passa por mudanças significativas e rápidas e os segmentos profissionais se transformam no mesmo ritmo. Novas áreas são criadas e há carreiras que surgem como uma espécie de versão atualizada de profissões tradicionais. Essas áreas podem ser uma oportunidade do jovem se destacar no mercado de trabalho. A Folha ouviu recrutadores, professores universitários e profissionais para destacar características destas profissões como perfil desejado pelas empresas, salário inicial e onde há vagas, que servem de indicação para ajudar na escolha ou na evolução da carreira. Confira as características do Marketing e da Análise de Mídias Sociais: MARKETING Onde Estudar USP (Universidade de São Paulo), ESPM-SP, UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Duração do Curso 4 anos O Que Faz Estudo de mercado, estratégias de venda, concepção do produto, elaboração de campanhas, ações dentro das empresas para melhorar a compreensão e o engajamento dos colaboradores, realização de eventos, investigação do comportamento das pessoas ao fazerem escolhas de compra Salário Inicial R$ 2 mil Perfil Desejado pelas Empresas Saber escrever bem, conhecer a sua área de atuação, ter ritmo para produção constante de conteúdo, capacidade de observação, facilidade para lidar com pessoas, boa comunicação, empreendedorismo e habilidade de negociação Onde Há Vagas Empresas de serviços e varejo, indústrias, órgão públicos e terceiro setor Visão de Quem Faz "Os jovens criam uma expectativa um tanto glamorosa no que diz respeito ao dia a dia da profissão. A rotina do profissional não é nada glamorosa. Temos um volume de trabalho muito grande. Muitos pensam que o marketing só realiza campanhas publicitárias, desfiles e que vivemos em almoços e jantares com pessoas influentes, mas isso é apenas 10% do trabalho. Por trás dos bastidores disso tudo tem suor, dedicação e esforço" Daniela Boll, 36, gerente de marketing da Tip Top * ANALISTA DE MÍDIAS SOCIAIS Onde Estudar Belas Artes, ESPM, Senac, Anhembi Morumbi, Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), PUCSP e PUCRS (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e do Rio Grande do Sul), FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) Duração do Curso A partir de 40 horas (especialização), até 4 anos (graduação) O Que Faz Planejamento estratégico e produção de conteúdo para as diversas redes em que a empresa está presente, relacionamento com os usuários, monitoramento do que acontece nos meios digitais Salário Inicial R$ 1,6 mil Perfil Desejado Pelas Empresas Ser apaixonado por redes sociais, tecnologia e comunicação. Facilidade em lidar com equipes diferentes, saber gerenciar demandas, gostar de planejar e ter perfil analítico Onde Há Vagas Agências especializadas e empresas com produtos voltados ao consumidor final Visão de Quem Faz "Quem sonha em trabalhar com a área sabe que é preciso criatividade. Mas as pessoas acabam ignorando a importância de duas habilidades: agilidade e organização. É preciso trabalhar com rapidez nas interações e no gerenciamento de problemas. E também organização para planejar a quantidade e periodicidade de conteúdo e a análise de resultados" Rafael Farias Teixeira, 28, gestor de comunidade no Mandaê * GESTOR DE MARKETING DE E-COMMERCE Onde Estudar ESPM, FGV-SP, Senac Duração do Curso A partir de 16 horas (introdução), até 2 anos (MBA) O Que Faz Gerencia, controla e coordena os projetos de comércio eletrônico de um varejista online. Envolve-se com a parte de cobrança on-line, logística e produtos de clientes. Organiza a prospecção de novos produtos a serem disponibilizado na loja virtual. Salário Inicial R$ 3 mil Perfil Desejado Pelas Empresas Profissional que consiga aliar um perfil analítico com tomada rápida de decisões, com conhecimento em marketing e no ambiente digital. É desejável falar mais de um idioma Onde Há Vagas Empresas de venda ou prestação de serviço online, escolas que ministrem cursos pela internet Visão de Quem Faz "O mercado digital tende a crescer cada vez mais no Brasil devido ao aumento do número de pessoas conectadas e ao crescimento da confiança neste tipo de transação, o que só deve aumentar a demanad por este tipo de profissional" Flavia Matsuda, 33, gerente de marketing da Sofá Digital Fonte: Hays, Stato e 2Get
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Como saber se alguém é acumulador compulsivo?
Como sei se alguém é um acumulador compulsivo? O que fazer para ajudar a pessoa? T.M A acumulação é um transtorno psiquiátrico. A principal característica do problema é a dificuldade persistente para se desfazer de objetos pessoais. Isso, em algum momento, acaba causando o acúmulo. "É diferente de uma coleção, de um hobbie, de algo que tem um sentido", diz Daniel Costa, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas USP. "Em geral, o que os pacientes falam é que eventualmente eles podem precisar dos objetos." A condição pode trazer problemas emocionais, familiares e até mesmo gerar problemas sanitários pela presença de animais em meio aos objetos. Normalmente a pessoa que sofre do acúmulo não procura ajuda por conta própria. As formas de tratar a acumulação são pouco eficazes. Não há tratamentos farmacológicos e terapias não são muito eficazes. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o nosso Facebook, e-mail saude@grupofolha.com.br ou use #sdresp em alguma de suas redes sociais para falar sobre sua dúvida. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
equilibrioesaude
Como saber se alguém é acumulador compulsivo?Como sei se alguém é um acumulador compulsivo? O que fazer para ajudar a pessoa? T.M A acumulação é um transtorno psiquiátrico. A principal característica do problema é a dificuldade persistente para se desfazer de objetos pessoais. Isso, em algum momento, acaba causando o acúmulo. "É diferente de uma coleção, de um hobbie, de algo que tem um sentido", diz Daniel Costa, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas USP. "Em geral, o que os pacientes falam é que eventualmente eles podem precisar dos objetos." A condição pode trazer problemas emocionais, familiares e até mesmo gerar problemas sanitários pela presença de animais em meio aos objetos. Normalmente a pessoa que sofre do acúmulo não procura ajuda por conta própria. As formas de tratar a acumulação são pouco eficazes. Não há tratamentos farmacológicos e terapias não são muito eficazes. - A cada semana, nas edições de sábado do jornal impresso, a editoria de Saúde da Folha responde a uma pergunta dos leitores sobre saúde. É dada preferência a questões mais gerais sobre doenças, cuidados com a saúde e hábitos saudáveis. Mande sua dúvida para o nosso Facebook, e-mail saude@grupofolha.com.br ou use #sdresp em alguma de suas redes sociais para falar sobre sua dúvida. Por carta, escreva para Editoria de Saúde, al. Barão de Limeira, 425, 4º. andar, CEP 01202-900, São Paulo-SP.
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Reduzir idade penal só inflará prisões, diz presidente da antiga Febem de SP
Com uma população de 7.966 infratores, quase a metade da do país, São Paulo vai esvaziar as unidades para adolescentes e lotar ainda mais as prisões caso a maioridade penal seja reduzida. A opinião é da presidente da Fundação Casa, Berenice Giannella. Apesar de contrária à redução, ela apoia projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para aumentar a punição para os casos de crimes graves, ideia que encontra respaldo de outras entidades, como a OAB federal. O discurso da presidente da instituição gerida por Alckmin, no entanto, é contrária ao que sustenta outro líder tucano. O então candidato à Presidência Aécio Neves defendeu em seu programa eleitoral a redução da maioridade penal. Leia trechos da entrevista concedida à Folha. * Folha - A senhora é a favor da redução da maioridade penal? Berenice Giannella - Sou contra. Isso não vai impedir o adolescente de praticar o crime. Ele é imaturo, inconsequente, ainda uma pessoa em formação. Por isso a lei da maioria dos países trata o menor de 18 anos diferente. Essa impulsividade da adolescência não vai mudar porque a imputabilidade penal passaria para os 16 anos. Outra questão é que a imensa maioria vem de classes baixas, com quase nenhum acesso a políticas públicas. Então vamos criminalizá-los ainda mais. E as pessoas precisariam saber que os crimes praticados por eles são em muito menor número do que os cometidos por adultos. O que mostram as estatísticas? Segundo a Secretaria de Segurança Pública, para cada cem pessoas presas em flagrante, 86 ou 87 são adultos e os outros 13 ou 14 são adolescentes. Então há muito mais adultos envolvidos na criminalidade. Se olharmos os atos que causam comoção, é um percentual bastante pequeno de jovens em crimes de latrocínio, homicídio qualificado. Não chega a 3%. E a variação foi muito pequena ao longo dos anos. O que cresceu foram roubo e tráfico. Então não justifica diminuir a idade penal para todos com 16 anos por causa de alguns que mereceriam algum tratamento diferenciado. E qual seria esse tratamento? O governador encaminhou um projeto de lei propondo um aumento do tempo de internação para até oito anos nos casos de crimes hediondos. Teria que ter um tempo maior, até para uma resposta à sociedade, até como uma punição maior. Mas você não pode perder a essência do estatuto que é ter uma avaliação. Se o jovem mudar de comportamento em três ou quatro anos, não precisa ficar oito anos na fundação. E onde ficariam estes jovens de crimes graves? Em alas especiais na fundação. A princípio dá para fazer nos prédios que já existem. Mas, ainda assim, seria no máximo 270, 280 adolescentes [hoje há um total de 7.966 internados no Estado]. Caso a maioridade penal seja reduzida, qual efeito em SP? Ele vira um adulto com 16 anos e vai para o presídio. Você esvaziaria a fundação e iria inflar o sistema prisional. Jogaria estes jovens, absolutamente imaturos, no sistema prisional, com resultados práticos muito duvidosos.
cotidiano
Reduzir idade penal só inflará prisões, diz presidente da antiga Febem de SPCom uma população de 7.966 infratores, quase a metade da do país, São Paulo vai esvaziar as unidades para adolescentes e lotar ainda mais as prisões caso a maioridade penal seja reduzida. A opinião é da presidente da Fundação Casa, Berenice Giannella. Apesar de contrária à redução, ela apoia projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para aumentar a punição para os casos de crimes graves, ideia que encontra respaldo de outras entidades, como a OAB federal. O discurso da presidente da instituição gerida por Alckmin, no entanto, é contrária ao que sustenta outro líder tucano. O então candidato à Presidência Aécio Neves defendeu em seu programa eleitoral a redução da maioridade penal. Leia trechos da entrevista concedida à Folha. * Folha - A senhora é a favor da redução da maioridade penal? Berenice Giannella - Sou contra. Isso não vai impedir o adolescente de praticar o crime. Ele é imaturo, inconsequente, ainda uma pessoa em formação. Por isso a lei da maioria dos países trata o menor de 18 anos diferente. Essa impulsividade da adolescência não vai mudar porque a imputabilidade penal passaria para os 16 anos. Outra questão é que a imensa maioria vem de classes baixas, com quase nenhum acesso a políticas públicas. Então vamos criminalizá-los ainda mais. E as pessoas precisariam saber que os crimes praticados por eles são em muito menor número do que os cometidos por adultos. O que mostram as estatísticas? Segundo a Secretaria de Segurança Pública, para cada cem pessoas presas em flagrante, 86 ou 87 são adultos e os outros 13 ou 14 são adolescentes. Então há muito mais adultos envolvidos na criminalidade. Se olharmos os atos que causam comoção, é um percentual bastante pequeno de jovens em crimes de latrocínio, homicídio qualificado. Não chega a 3%. E a variação foi muito pequena ao longo dos anos. O que cresceu foram roubo e tráfico. Então não justifica diminuir a idade penal para todos com 16 anos por causa de alguns que mereceriam algum tratamento diferenciado. E qual seria esse tratamento? O governador encaminhou um projeto de lei propondo um aumento do tempo de internação para até oito anos nos casos de crimes hediondos. Teria que ter um tempo maior, até para uma resposta à sociedade, até como uma punição maior. Mas você não pode perder a essência do estatuto que é ter uma avaliação. Se o jovem mudar de comportamento em três ou quatro anos, não precisa ficar oito anos na fundação. E onde ficariam estes jovens de crimes graves? Em alas especiais na fundação. A princípio dá para fazer nos prédios que já existem. Mas, ainda assim, seria no máximo 270, 280 adolescentes [hoje há um total de 7.966 internados no Estado]. Caso a maioridade penal seja reduzida, qual efeito em SP? Ele vira um adulto com 16 anos e vai para o presídio. Você esvaziaria a fundação e iria inflar o sistema prisional. Jogaria estes jovens, absolutamente imaturos, no sistema prisional, com resultados práticos muito duvidosos.
5
MPE pede que construtoras devolvam parque Augusta à prefeitura, diz TV
O Ministério Público Estadual pediu à Justiça que construtoras devolvam a área onde deveria ficar o parque Augusta, na região central de São Paulo, para a Prefeitura, segundo informações do jornal "SPTV", da Globo. Segundo o promotor de Justiça Sílvio Marques, um dos responsáveis pela ação civil, as empresas descumpriram determinação presente na matrícula do imóvel, de que a área verde do local precisaria ser preservada. "O que consta na matrícula caso isso não seja cumprido é a entrega do terreno, que tem 12 mil m² ou mais, para a administração municipal", afirmou. A promotoria também pediu o pagamento de danos morais coletivos no valor de R$ 500 mil por dia em que o parque esteve fechado, em um total que pode chegar a mais de R$ 400 milhões. As construtoras Cyrela e Setin, proprietárias do local, afirmam que o terreno permanece fechado porque ambas aguardam a autorização de órgãos públicos para melhorar a infraestrutura da área. Uma audiência de conciliação sobre o caso foi marcada para o dia 19 de maio. A ação civil pública é de autoria dos promotores de Justiça Sílvio Marques, Karyna Mori, Valter Santin e José Carlos Blat. Em dezembro de 2013, o prefeito Fernando Haddad (PT) aprovou a criação do parque, cujo projeto existe há 40 anos, mas a Secretaria Municipal do Verde informou que não conseguiria arcar com os custos de desapropriação da área –estimada, na época, em R$ 70 milhões. O portão da rua Marquês de Paranaguá chegou a ser reaberto ao público em julho de 2015 por uma decisão liminar da Justiça. A área, no entanto, continuou sendo propriedade das construtoras Cyrela e Setin, que planejam levantar três edifícios no local. O terreno é tombado pelo município desde 2004 e nele estão árvores nativas da mata atlântica e o que restou de um tradicional colégio particular demolido nos anos 1970. OUTRO LADO As construtoras Cyrela e Setin informaram em nota à Globo que o terreno permanece fechado porque aguardam autorização dos órgãos públicos para fazer melhorias na infraestrutura do terreno. Segundo as empresas, a preservação da área estaria comprometida devido a pichações e depredações. As construtoras afirmam ainda que não descumpriram os termos do compromisso, porque as obrigações só teriam validade depois que o projeto do empreendimento fosse aprovado, o que ainda estaria em andamento.
cotidiano
MPE pede que construtoras devolvam parque Augusta à prefeitura, diz TVO Ministério Público Estadual pediu à Justiça que construtoras devolvam a área onde deveria ficar o parque Augusta, na região central de São Paulo, para a Prefeitura, segundo informações do jornal "SPTV", da Globo. Segundo o promotor de Justiça Sílvio Marques, um dos responsáveis pela ação civil, as empresas descumpriram determinação presente na matrícula do imóvel, de que a área verde do local precisaria ser preservada. "O que consta na matrícula caso isso não seja cumprido é a entrega do terreno, que tem 12 mil m² ou mais, para a administração municipal", afirmou. A promotoria também pediu o pagamento de danos morais coletivos no valor de R$ 500 mil por dia em que o parque esteve fechado, em um total que pode chegar a mais de R$ 400 milhões. As construtoras Cyrela e Setin, proprietárias do local, afirmam que o terreno permanece fechado porque ambas aguardam a autorização de órgãos públicos para melhorar a infraestrutura da área. Uma audiência de conciliação sobre o caso foi marcada para o dia 19 de maio. A ação civil pública é de autoria dos promotores de Justiça Sílvio Marques, Karyna Mori, Valter Santin e José Carlos Blat. Em dezembro de 2013, o prefeito Fernando Haddad (PT) aprovou a criação do parque, cujo projeto existe há 40 anos, mas a Secretaria Municipal do Verde informou que não conseguiria arcar com os custos de desapropriação da área –estimada, na época, em R$ 70 milhões. O portão da rua Marquês de Paranaguá chegou a ser reaberto ao público em julho de 2015 por uma decisão liminar da Justiça. A área, no entanto, continuou sendo propriedade das construtoras Cyrela e Setin, que planejam levantar três edifícios no local. O terreno é tombado pelo município desde 2004 e nele estão árvores nativas da mata atlântica e o que restou de um tradicional colégio particular demolido nos anos 1970. OUTRO LADO As construtoras Cyrela e Setin informaram em nota à Globo que o terreno permanece fechado porque aguardam autorização dos órgãos públicos para fazer melhorias na infraestrutura do terreno. Segundo as empresas, a preservação da área estaria comprometida devido a pichações e depredações. As construtoras afirmam ainda que não descumpriram os termos do compromisso, porque as obrigações só teriam validade depois que o projeto do empreendimento fosse aprovado, o que ainda estaria em andamento.
5
Decisões sobre condutas no fim da vida trazem dilemas éticos para a saúde
Com o envelhecimento da população, os médicos enfrentam cada vez mais um dilema moral ao tratar de idosos sem parentes ou amigos: para quem pedir autorização para fazer certos procedimentos no caso de uma pessoa completamente solitária? Essa discussão tem se tornado cada vez mais comum até mesmo entre pacientes. Elizabeth Evans, 88, é uma delas. Dificilmente Elizabeth seria considerada incapaz de tomar decisões. Ela, que dedicou a vida ao voluntariado e que gosta de ler e de jardinagem, ainda dirige por cinco minutos até o mercado. Ela usa andador e vive em um rancho em Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA). Há um ano ela se recupera da morte de Jerome, seu marido. O trauma fez com que ela refletisse a respeito do fim da vida. "Depois de ver meu marido tendo a vida prolongada artificialmente, com todas as coisas que eles fazem em você, eu não optaria por isso", disse. "Foi horrível. Eu prefiro fechar meus olhos em paz." Ela não teve filhos. Seu irmão tem 97 anos e sua irmã mora longe. Do grupo de tricô, de quatro pessoas, duas morreram. Ela não preencheu um formulário dado pelo seu médico (para emergência) nem conversou com ninguém a respeito de suas vontades. "Não sou o tipo de pessoa que sofre por antecipação." No caso de necessidade, assistentes sociais buscarão seus parentes e o hospital a considerará "sem parentes ou amigos" se ninguém aparecer para tomar decisões. 'NÃO REPRESENTADO' Muitas pessoas caem na estranha categoria. De acordo com um estudo do médico Douglas White, da Universidade de Pittsburgh, e colaboradores em um hospital da cidade, 16% dos pacientes de UTI caíam na categoria. Em outro levantamento, eles eram 5,5% dos mortos. Alguns estudiosos preferem usa a expressão menos estigmatizante "não representado". Os números aumentarão conforme a população envelhece –em parte porque a taxa de pessoas com demência aumenta com a idade. As condições de idosos não representados também mudaram. No passado, muitos eram marginalizados –sem-teto, usuários de drogas, dementes e abandonados. Os que nasceram após a Segunda Guerra Mundial, com poucos filhos e altas taxas de divórcio, têm famílias menores e distantes e vivem mais que no passado. Acabam ficando solitários. Hospitais, políticos e pesquisadores estão lidando com a questão com atraso, mas alternativas para contornar o problema vêm surgindo. Por exemplo, alguns Estados estão deixando menos exigentes os critérios de quem pode ser o representante legal –geralmente são preferidos os cônjuges, seguidos dos irmãos e depois os filhos. A adição de um "amigo próximo" à lista tem ajudado a aliviar o problema nos EUA. Outra solução foi incluir tios, sobrinhos e netos adultos nas possibilidades. No Estado do Texas, um membro da igreja pode assumir a função. Com essa lógica, quanto mais possibilidades, maior a chance de achar alguém autorizado a tomar decisões. Muitas vezes, as enfermeiras e outros profissionais ficam pensando se um paciente aceitaria ou não (se estivesse consciente) passar por determinados procedimentos. . Há aí o risco de tratar demais ou "de menos". SIGA O MANUAL Por isso, algumas instituições já estão elaborando guias de conduta –em alguns casos, os próprios médicos disporiam de um "consentimento implícito". Sem as diretrizes, "os profissionais de saúde tem tomar as decisões por si mesmos", diz Thaddeus Pope, diretor do Instituto Direito em Saúde na Universidade Hamline, em Minnesota. "O problema é que sabemos que médicos podem ter todo tipo de viés –desde raça até mesmo fatores socioeconômicos– em suas preferências de tratamento". Eles também podem sentir pressões econômicas, afirma. Uma das ideias é que para procedimentos como transfusão ou cirurgia, dois médicos e um especialista em ética concordem no que é melhor para o paciente –a medida foi adotada na clínica Cleveland. O mesmo vale para ordens de não ressuscitação. Desligar o respirador artificial requer ainda a revisão de um comitê. Desde 2009, mais de cem casos foram analisados. Os pacientes devem explicar suas crenças e desejos aos representantes que escolherem e deixar documentos com detalhes do que deve ser feito, diz White. Assim, seria possível saber o que eles consideram pior que a própria morte. Isso, Elizabeth decidiu após a conversa com a reportagem, é o que a representa melhor: escrever as instruções e ter conversas francas com sua irmã ou com seu advogado. "Você pensa que nada vai acontecer, e depois você percebe que isso é possível. Eu deveria ter feito isso ontem."
equilibrioesaude
Decisões sobre condutas no fim da vida trazem dilemas éticos para a saúdeCom o envelhecimento da população, os médicos enfrentam cada vez mais um dilema moral ao tratar de idosos sem parentes ou amigos: para quem pedir autorização para fazer certos procedimentos no caso de uma pessoa completamente solitária? Essa discussão tem se tornado cada vez mais comum até mesmo entre pacientes. Elizabeth Evans, 88, é uma delas. Dificilmente Elizabeth seria considerada incapaz de tomar decisões. Ela, que dedicou a vida ao voluntariado e que gosta de ler e de jardinagem, ainda dirige por cinco minutos até o mercado. Ela usa andador e vive em um rancho em Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA). Há um ano ela se recupera da morte de Jerome, seu marido. O trauma fez com que ela refletisse a respeito do fim da vida. "Depois de ver meu marido tendo a vida prolongada artificialmente, com todas as coisas que eles fazem em você, eu não optaria por isso", disse. "Foi horrível. Eu prefiro fechar meus olhos em paz." Ela não teve filhos. Seu irmão tem 97 anos e sua irmã mora longe. Do grupo de tricô, de quatro pessoas, duas morreram. Ela não preencheu um formulário dado pelo seu médico (para emergência) nem conversou com ninguém a respeito de suas vontades. "Não sou o tipo de pessoa que sofre por antecipação." No caso de necessidade, assistentes sociais buscarão seus parentes e o hospital a considerará "sem parentes ou amigos" se ninguém aparecer para tomar decisões. 'NÃO REPRESENTADO' Muitas pessoas caem na estranha categoria. De acordo com um estudo do médico Douglas White, da Universidade de Pittsburgh, e colaboradores em um hospital da cidade, 16% dos pacientes de UTI caíam na categoria. Em outro levantamento, eles eram 5,5% dos mortos. Alguns estudiosos preferem usa a expressão menos estigmatizante "não representado". Os números aumentarão conforme a população envelhece –em parte porque a taxa de pessoas com demência aumenta com a idade. As condições de idosos não representados também mudaram. No passado, muitos eram marginalizados –sem-teto, usuários de drogas, dementes e abandonados. Os que nasceram após a Segunda Guerra Mundial, com poucos filhos e altas taxas de divórcio, têm famílias menores e distantes e vivem mais que no passado. Acabam ficando solitários. Hospitais, políticos e pesquisadores estão lidando com a questão com atraso, mas alternativas para contornar o problema vêm surgindo. Por exemplo, alguns Estados estão deixando menos exigentes os critérios de quem pode ser o representante legal –geralmente são preferidos os cônjuges, seguidos dos irmãos e depois os filhos. A adição de um "amigo próximo" à lista tem ajudado a aliviar o problema nos EUA. Outra solução foi incluir tios, sobrinhos e netos adultos nas possibilidades. No Estado do Texas, um membro da igreja pode assumir a função. Com essa lógica, quanto mais possibilidades, maior a chance de achar alguém autorizado a tomar decisões. Muitas vezes, as enfermeiras e outros profissionais ficam pensando se um paciente aceitaria ou não (se estivesse consciente) passar por determinados procedimentos. . Há aí o risco de tratar demais ou "de menos". SIGA O MANUAL Por isso, algumas instituições já estão elaborando guias de conduta –em alguns casos, os próprios médicos disporiam de um "consentimento implícito". Sem as diretrizes, "os profissionais de saúde tem tomar as decisões por si mesmos", diz Thaddeus Pope, diretor do Instituto Direito em Saúde na Universidade Hamline, em Minnesota. "O problema é que sabemos que médicos podem ter todo tipo de viés –desde raça até mesmo fatores socioeconômicos– em suas preferências de tratamento". Eles também podem sentir pressões econômicas, afirma. Uma das ideias é que para procedimentos como transfusão ou cirurgia, dois médicos e um especialista em ética concordem no que é melhor para o paciente –a medida foi adotada na clínica Cleveland. O mesmo vale para ordens de não ressuscitação. Desligar o respirador artificial requer ainda a revisão de um comitê. Desde 2009, mais de cem casos foram analisados. Os pacientes devem explicar suas crenças e desejos aos representantes que escolherem e deixar documentos com detalhes do que deve ser feito, diz White. Assim, seria possível saber o que eles consideram pior que a própria morte. Isso, Elizabeth decidiu após a conversa com a reportagem, é o que a representa melhor: escrever as instruções e ter conversas francas com sua irmã ou com seu advogado. "Você pensa que nada vai acontecer, e depois você percebe que isso é possível. Eu deveria ter feito isso ontem."
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Um gesto de realismo
Os mais recentes acontecimentos no âmbito da Operação Lava Jato colocaram um sentido de urgência absoluta na solução da crise política que dizima a economia e promete nos levar a um estado além da recessão, ou seja, à depressão. As consequências tornam-se imprevisíveis, inclusive nas relações sociais, que começam a esgarçar. Somente uma ampla recomposição política reverterá o quadro alarmante que se desenha nos últimos dias. E, sem a renúncia da presidente Dilma Rousseff, não há possibilidade de construção de um mínimo consenso em torno de medidas urgentes para estancar o esfacelamento político e econômico em curso. Esse é o caminho mais breve, menos traumático e mais seguro para a democracia brasileira. O Brasil não pode esperar mais por outras soluções igualmente constitucionais, como o processo de impeachment ou as eleições gerais em 2018. Não se trata com a renúncia de admitir como verdadeiras as acusações que atingem atualmente a Presidência da República –esse papel cabe à Justiça. O que deveria mover a presidente é a inconteste falta de condições políticas para conduzir o país neste momento de desafios extremos, tanto no âmbito institucional como no cenário econômico já arruinado por uma das piores recessões da história. A presidente teve tempo em seu primeiro mandato para corrigir os erros de política econômica que vinham do passado, mas o consumiu com novos enganos, especialmente ao não saber ou não querer ajustar o gasto público às receitas tributárias, além de tumultuar com mudanças atabalhoadas o regime regulatório de setores como o de energia elétrica, de óleo e gás e de etanol. As condições para a reversão não mais lhe favorecem e ficam cada vez menos propícias. Assim, a renúncia não seria um fim em si mesmo, e sim um gesto de realismo que representaria o passo inicial para tirar o país do imobilismo em que se meteu devido ao vazio de liderança e da falta de credibilidade do governo. Qualquer saída que não seja essa só dará sobrevida à situação de inoperância do governo que o faz aproximar-se novamente de políticas, principalmente na área econômica, que já se revelaram equivocadas. Hoje, as energias do Planalto estão direcionadas para temas que não tocam nas questões mais prementes, a começar pela crise econômica. Como a barragem de detritos que se rompeu em Mariana, traçando um curso de destruição rio abaixo, a desdita econômica, associada com o rompimento dos limites da ética e da moral na gestão pública e na política, só tem produzido destruição. A retração de 3,8% do PIB em 2015 foi o pior resultado desde 1990, devolvendo a economia ao patamar em que se encontrava quando Dilma se elegeu presidente. O investimento está em queda há dez trimestres consecutivos; a indústria recua há sete trimestres; a inflação se descolou da meta de 4,5% em 2010 e não mais se aprumou; as demissões líquidas atingem 100 mil ao mês, em média. Se isso não fosse suficiente, outras variáveis podem deteriorar ainda mais o ambiente negativo. Nas próximas semanas, a crise que ora se manifesta com força, sobretudo no âmbito do Executivo, poderá chegar ao Legislativo com a divulgação dos nomes de parlamentares supostamente envolvidos, segundo investigações da força-tarefa da Lava Jato, em operações ilegais na Petrobras. Além disso, o país convive com o risco de convulsões sociais, seja pelo aumento do desemprego e ausência de perspectivas positivas, seja pelo incitamento por parte dos pescadores de águas turvas. Nesse contexto, o tempo urge. O quadro é mais feio do que pensávamos, e as fontes de instabilidade parecem inesgotáveis. Se as crises plantam a semente de sua redenção, está nas mãos da presidente tomar a única atitude que pode desencadear o processo saneador, devolvendo aos brasileiros parte da esperança perdida nos últimos tempos.
colunas
Um gesto de realismoOs mais recentes acontecimentos no âmbito da Operação Lava Jato colocaram um sentido de urgência absoluta na solução da crise política que dizima a economia e promete nos levar a um estado além da recessão, ou seja, à depressão. As consequências tornam-se imprevisíveis, inclusive nas relações sociais, que começam a esgarçar. Somente uma ampla recomposição política reverterá o quadro alarmante que se desenha nos últimos dias. E, sem a renúncia da presidente Dilma Rousseff, não há possibilidade de construção de um mínimo consenso em torno de medidas urgentes para estancar o esfacelamento político e econômico em curso. Esse é o caminho mais breve, menos traumático e mais seguro para a democracia brasileira. O Brasil não pode esperar mais por outras soluções igualmente constitucionais, como o processo de impeachment ou as eleições gerais em 2018. Não se trata com a renúncia de admitir como verdadeiras as acusações que atingem atualmente a Presidência da República –esse papel cabe à Justiça. O que deveria mover a presidente é a inconteste falta de condições políticas para conduzir o país neste momento de desafios extremos, tanto no âmbito institucional como no cenário econômico já arruinado por uma das piores recessões da história. A presidente teve tempo em seu primeiro mandato para corrigir os erros de política econômica que vinham do passado, mas o consumiu com novos enganos, especialmente ao não saber ou não querer ajustar o gasto público às receitas tributárias, além de tumultuar com mudanças atabalhoadas o regime regulatório de setores como o de energia elétrica, de óleo e gás e de etanol. As condições para a reversão não mais lhe favorecem e ficam cada vez menos propícias. Assim, a renúncia não seria um fim em si mesmo, e sim um gesto de realismo que representaria o passo inicial para tirar o país do imobilismo em que se meteu devido ao vazio de liderança e da falta de credibilidade do governo. Qualquer saída que não seja essa só dará sobrevida à situação de inoperância do governo que o faz aproximar-se novamente de políticas, principalmente na área econômica, que já se revelaram equivocadas. Hoje, as energias do Planalto estão direcionadas para temas que não tocam nas questões mais prementes, a começar pela crise econômica. Como a barragem de detritos que se rompeu em Mariana, traçando um curso de destruição rio abaixo, a desdita econômica, associada com o rompimento dos limites da ética e da moral na gestão pública e na política, só tem produzido destruição. A retração de 3,8% do PIB em 2015 foi o pior resultado desde 1990, devolvendo a economia ao patamar em que se encontrava quando Dilma se elegeu presidente. O investimento está em queda há dez trimestres consecutivos; a indústria recua há sete trimestres; a inflação se descolou da meta de 4,5% em 2010 e não mais se aprumou; as demissões líquidas atingem 100 mil ao mês, em média. Se isso não fosse suficiente, outras variáveis podem deteriorar ainda mais o ambiente negativo. Nas próximas semanas, a crise que ora se manifesta com força, sobretudo no âmbito do Executivo, poderá chegar ao Legislativo com a divulgação dos nomes de parlamentares supostamente envolvidos, segundo investigações da força-tarefa da Lava Jato, em operações ilegais na Petrobras. Além disso, o país convive com o risco de convulsões sociais, seja pelo aumento do desemprego e ausência de perspectivas positivas, seja pelo incitamento por parte dos pescadores de águas turvas. Nesse contexto, o tempo urge. O quadro é mais feio do que pensávamos, e as fontes de instabilidade parecem inesgotáveis. Se as crises plantam a semente de sua redenção, está nas mãos da presidente tomar a única atitude que pode desencadear o processo saneador, devolvendo aos brasileiros parte da esperança perdida nos últimos tempos.
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Mulheres protestam contra assédio e machismo em blocos de Carnaval
O Carnaval no Rio e de São Paulo também ficou marcado por campanhas contra o assédio. Muitos blocos de rua aproveitaram o folia para protestar contra o machismo.No Rio, em cima do carro de som da Orquestra Voadora, Ju Storino, integrante do coletivo Todas por Todas discursou sobre o tema."Estamos comunicando que se desrespeitar, não vamos ficar caladas, vamos tirar do bloco. Cansamos de só repetir mantras contra o assédio", disse Ju Storino.
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Mulheres protestam contra assédio e machismo em blocos de CarnavalO Carnaval no Rio e de São Paulo também ficou marcado por campanhas contra o assédio. Muitos blocos de rua aproveitaram o folia para protestar contra o machismo.No Rio, em cima do carro de som da Orquestra Voadora, Ju Storino, integrante do coletivo Todas por Todas discursou sobre o tema."Estamos comunicando que se desrespeitar, não vamos ficar caladas, vamos tirar do bloco. Cansamos de só repetir mantras contra o assédio", disse Ju Storino.
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Dólar volta a subir após duas baixas de olho em quadro fiscal e no exterior
Após duas quedas, o dólar voltou a subir nesta sexta-feira (16) em relação ao real e a outras moedas emergentes com dados da economia americana no radar dos investidores e a notícia de que o governo brasileiro deverá rever a meta fiscal de 2015. Às 12h (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,44%, para R$ 3,837 na venda. Já o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, avançava 0,89%, também a R$ 3,837. O dólar subia sobre 18 das 24 principais moedas emergentes do mundo. Novos dados que sinalizaram fortalecimento da economia americana voltaram a gerar expectativas sobre quando o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) começará a subir os juros naquele país. Embora o mercado espere um aumento apenas em 2016, membros do Fed não descartam a possibilidade de que isso ocorra ainda neste ano. Uma alta da taxa retiraria investimentos de emergentes, como o Brasil, encarecendo o dólar. A produção industrial nos EUA recuou 0,2% em setembro, dentro do esperado, embora a confiança do consumidor americano tenha subido de 87,2 no mês passado para 92,1 em outubro, segundo o indicador calculado pela Universidade de Michigan, superando as expectativas que rondavam 89. Internamente, o mercado digere a notícia de que governo Dilma avalia medidas que podem levar a um rombo nas contas públicas superior a R$ 60 bilhões, cerca de 1% do PIB. Até agora, a promessa oficial é de que a União economize 0,10% do PIB (ou R$ 5,8 bilhões), mas já havia a expectativa de um deficit de até R$ 20,6 bilhões. A atenção ao quadro político brasileiro e a preocupação com a demora na aprovação de novas medidas de ajuste fiscal foram reforçadas na véspera, após a agência de classificação de risco Fitch ter rebaixado a nota de crédito do Brasil a BBB-, apesar de ter mantido o selo de bom pagador do país. No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, as taxas operavam com sinais opostos. O DI para janeiro de 2016 subia de 14,285% para 14,304%. Já o DI para janeiro de 2021 apontava taxa de 15,760%, ante 15,710% na sessão anterior. BOLSA O principal índice da Bolsa brasileira destoava do bom humor externo e operava em queda nesta sexta-feira, influenciado pela desvalorização de bancos, Petrobras e Vale. O Ibovespa recuava 0,98% às 12h, para 46.696 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,8 bilhão. No exterior, os índices acionários europeus subiam mais de 0,2%, assim como as Bolsas em Nova York. As ações preferenciais da Petrobras e da Vale, mais negociadas e sem direito a voto, recuavam 1,75% e 1,32%, nesta ordem. Já as ordinárias, com direito a voto, caíam 1,65% e 1,61%, respectivamente. O setor bancário, segmento com maior peso dentro do Ibovespa, operava no vermelho e ajudava a sustentar a queda do índice. O Itaú Unibanco tinha desvalorização de 1,35%, enquanto o Bradesco perdia 2,40% e o Banco do Brasil mostrava baixa de 1,81%.
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Dólar volta a subir após duas baixas de olho em quadro fiscal e no exteriorApós duas quedas, o dólar voltou a subir nesta sexta-feira (16) em relação ao real e a outras moedas emergentes com dados da economia americana no radar dos investidores e a notícia de que o governo brasileiro deverá rever a meta fiscal de 2015. Às 12h (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,44%, para R$ 3,837 na venda. Já o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, avançava 0,89%, também a R$ 3,837. O dólar subia sobre 18 das 24 principais moedas emergentes do mundo. Novos dados que sinalizaram fortalecimento da economia americana voltaram a gerar expectativas sobre quando o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) começará a subir os juros naquele país. Embora o mercado espere um aumento apenas em 2016, membros do Fed não descartam a possibilidade de que isso ocorra ainda neste ano. Uma alta da taxa retiraria investimentos de emergentes, como o Brasil, encarecendo o dólar. A produção industrial nos EUA recuou 0,2% em setembro, dentro do esperado, embora a confiança do consumidor americano tenha subido de 87,2 no mês passado para 92,1 em outubro, segundo o indicador calculado pela Universidade de Michigan, superando as expectativas que rondavam 89. Internamente, o mercado digere a notícia de que governo Dilma avalia medidas que podem levar a um rombo nas contas públicas superior a R$ 60 bilhões, cerca de 1% do PIB. Até agora, a promessa oficial é de que a União economize 0,10% do PIB (ou R$ 5,8 bilhões), mas já havia a expectativa de um deficit de até R$ 20,6 bilhões. A atenção ao quadro político brasileiro e a preocupação com a demora na aprovação de novas medidas de ajuste fiscal foram reforçadas na véspera, após a agência de classificação de risco Fitch ter rebaixado a nota de crédito do Brasil a BBB-, apesar de ter mantido o selo de bom pagador do país. No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, as taxas operavam com sinais opostos. O DI para janeiro de 2016 subia de 14,285% para 14,304%. Já o DI para janeiro de 2021 apontava taxa de 15,760%, ante 15,710% na sessão anterior. BOLSA O principal índice da Bolsa brasileira destoava do bom humor externo e operava em queda nesta sexta-feira, influenciado pela desvalorização de bancos, Petrobras e Vale. O Ibovespa recuava 0,98% às 12h, para 46.696 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,8 bilhão. No exterior, os índices acionários europeus subiam mais de 0,2%, assim como as Bolsas em Nova York. As ações preferenciais da Petrobras e da Vale, mais negociadas e sem direito a voto, recuavam 1,75% e 1,32%, nesta ordem. Já as ordinárias, com direito a voto, caíam 1,65% e 1,61%, respectivamente. O setor bancário, segmento com maior peso dentro do Ibovespa, operava no vermelho e ajudava a sustentar a queda do índice. O Itaú Unibanco tinha desvalorização de 1,35%, enquanto o Bradesco perdia 2,40% e o Banco do Brasil mostrava baixa de 1,81%.
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No Brasil, realidade virtual terá que superar barreiras de preço e conteúdo
Apesar de a feira Mobile World Congress, em Barcelona, ser voltada para celulares, o grande destaque da edição deste ano, que vai até quinta (25), é a realidade virtual.Empresas como Samsung, LG e HTC já apresentaram seus óculos de realidade virtual, e mesmo entre empresas menores e startups já é possível encontrar protótipos desses produtores, diz o repórter Bruno Romani, enviado especial da Folha a Barcelona.Em programa ao vivo da "TV Folha" nesta terça-feira (23), Romani e Leonardo Munin, da consultoria IDC BRasil, discutiram dificuldades para a adesão dos produtos voltados ao segmento.
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No Brasil, realidade virtual terá que superar barreiras de preço e conteúdoApesar de a feira Mobile World Congress, em Barcelona, ser voltada para celulares, o grande destaque da edição deste ano, que vai até quinta (25), é a realidade virtual.Empresas como Samsung, LG e HTC já apresentaram seus óculos de realidade virtual, e mesmo entre empresas menores e startups já é possível encontrar protótipos desses produtores, diz o repórter Bruno Romani, enviado especial da Folha a Barcelona.Em programa ao vivo da "TV Folha" nesta terça-feira (23), Romani e Leonardo Munin, da consultoria IDC BRasil, discutiram dificuldades para a adesão dos produtos voltados ao segmento.
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Surto de febre amarela no Brasil é o maior de série histórica, desde 1980
Com 88 casos confirmados, o surto de febre amarela do início de 2017 é o maior desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica. Foram confirmados no início da noite desta quinta-feira (26), pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, 84 casos da doença no Estado. São 15 novas confirmações –na quarta (25), o número total era de 69 doentes. O Estado também atingiu 40 mortes, contra 38 confirmadas ontem. Somados aos dados de outros Estados divulgados no início da tarde desta quinta pelo Ministério da Saúde –Goiás e Mato Grosso do Sul apresentaram casos de suspeita da doença– o número supera pela primeira vez os 85 episódios registrados no Brasil em 2000, até então o mais alto da série histórica. MAIOR SURTO DA SÉRIE HISTÓRICA - Evolução dos casos de febre amarela confirmados no Brasil No total, são 423 casos em investigação, incluindo 61 mortes. Todos os casos no país são de febre amarela silvestre, transmitida por um ciclo que envolve macacos e mosquitos presentes em áreas rurais –não há registro da versão urbana da doença no Brasil desde 1942. Naquele ano, segundo reportagem da Folha de janeiro de 2001, foram 39 mortes no país. Outros picos de febre amarela aconteceram periodicamente no Brasil: em 1993, foram 83 casos registrados; em 1999, 76. A última epidemia da doença no país aconteceu nos anos de 2008 e 2009, com 46 e 47 casos, respectivamente. No ano passado, foram sete registros, com cinco mortes. A taxa de letalidade média da doença na série histórica, segundo dados do ministério, é de 51,8% dos casos. No surto deste ano, entre os casos contabilizados, com 43 mortes confirmadas no território nacional, fica por volta de 49,5%. Municípios com notificações de febre amarela Tudo sobre: o mosquito
cotidiano
Surto de febre amarela no Brasil é o maior de série histórica, desde 1980Com 88 casos confirmados, o surto de febre amarela do início de 2017 é o maior desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica. Foram confirmados no início da noite desta quinta-feira (26), pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, 84 casos da doença no Estado. São 15 novas confirmações –na quarta (25), o número total era de 69 doentes. O Estado também atingiu 40 mortes, contra 38 confirmadas ontem. Somados aos dados de outros Estados divulgados no início da tarde desta quinta pelo Ministério da Saúde –Goiás e Mato Grosso do Sul apresentaram casos de suspeita da doença– o número supera pela primeira vez os 85 episódios registrados no Brasil em 2000, até então o mais alto da série histórica. MAIOR SURTO DA SÉRIE HISTÓRICA - Evolução dos casos de febre amarela confirmados no Brasil No total, são 423 casos em investigação, incluindo 61 mortes. Todos os casos no país são de febre amarela silvestre, transmitida por um ciclo que envolve macacos e mosquitos presentes em áreas rurais –não há registro da versão urbana da doença no Brasil desde 1942. Naquele ano, segundo reportagem da Folha de janeiro de 2001, foram 39 mortes no país. Outros picos de febre amarela aconteceram periodicamente no Brasil: em 1993, foram 83 casos registrados; em 1999, 76. A última epidemia da doença no país aconteceu nos anos de 2008 e 2009, com 46 e 47 casos, respectivamente. No ano passado, foram sete registros, com cinco mortes. A taxa de letalidade média da doença na série histórica, segundo dados do ministério, é de 51,8% dos casos. No surto deste ano, entre os casos contabilizados, com 43 mortes confirmadas no território nacional, fica por volta de 49,5%. Municípios com notificações de febre amarela Tudo sobre: o mosquito
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Polícia acha desmanche de carro de luxo e prende suspeito na Grande SP
Um homem suspeito de fazer parte de uma quadrilha que rouba carros de luxo foi preso na noite desta quarta-feira (2) em um desmanche, no bairro Jordanópolis, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Três carros roubados foram recuperados. A prisão do suspeito ocorreu após o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) receber uma denúncia de que funcionava um desmanche de veículos roubados em um galpão na avenida Padre Anchieta. Por volta das 21h30, os policiais montaram campana em frente ao galpão e flagraram o motorista Janderson Correia Silva, 39, chegando com um Merdedes Benz CLK. Desarmado, o suspeito não resistiu à abordagem policial. Silva vai responder por receptação, crime pelo qual ele já tem outras três passagens. No interior do galpão, os policiais localizaram mais dois carros roubados, um Audi Q3 e um Volkswagen Jetta. No local, também foram apreendidos um bloqueador de rastreadores e material para desmanche de veículos. Segundo o Deic, o carro Mercedes tinha sido roubado cerca de meia hora antes na Mata Machado, na Vila Prudente, na zona leste de São Paulo. Os outros dois veículos recuperados também tinha sido roubados na mesma região. ROUBOS Em média, um carro foi roubado por minuto no Brasil em 2015, 509.978 registros no total. Esse número pouco variou em relação a 2014, caiu só 0,6%. Os dados fazem parte da 10ª edição do anuário produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e consideram os boletins de ocorrência registrados em delegacias de todos os Estados. Por outro lado, os casos de roubo de cargas e assaltos a bancos cresceram aproximadamente 10% no país. "Acho que temos aí uma mudança no padrão da criminalidade organizada", afirma Renato Sérgio de Lima, diretor executivo do fórum, que vê uma possível ligação no aumento desses crimes à guerra de facções nos presídios, em 2016. "Talvez tenha sido uma forma de financiar as atividades e crescimento das facções".
cotidiano
Polícia acha desmanche de carro de luxo e prende suspeito na Grande SPUm homem suspeito de fazer parte de uma quadrilha que rouba carros de luxo foi preso na noite desta quarta-feira (2) em um desmanche, no bairro Jordanópolis, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Três carros roubados foram recuperados. A prisão do suspeito ocorreu após o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) receber uma denúncia de que funcionava um desmanche de veículos roubados em um galpão na avenida Padre Anchieta. Por volta das 21h30, os policiais montaram campana em frente ao galpão e flagraram o motorista Janderson Correia Silva, 39, chegando com um Merdedes Benz CLK. Desarmado, o suspeito não resistiu à abordagem policial. Silva vai responder por receptação, crime pelo qual ele já tem outras três passagens. No interior do galpão, os policiais localizaram mais dois carros roubados, um Audi Q3 e um Volkswagen Jetta. No local, também foram apreendidos um bloqueador de rastreadores e material para desmanche de veículos. Segundo o Deic, o carro Mercedes tinha sido roubado cerca de meia hora antes na Mata Machado, na Vila Prudente, na zona leste de São Paulo. Os outros dois veículos recuperados também tinha sido roubados na mesma região. ROUBOS Em média, um carro foi roubado por minuto no Brasil em 2015, 509.978 registros no total. Esse número pouco variou em relação a 2014, caiu só 0,6%. Os dados fazem parte da 10ª edição do anuário produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e consideram os boletins de ocorrência registrados em delegacias de todos os Estados. Por outro lado, os casos de roubo de cargas e assaltos a bancos cresceram aproximadamente 10% no país. "Acho que temos aí uma mudança no padrão da criminalidade organizada", afirma Renato Sérgio de Lima, diretor executivo do fórum, que vê uma possível ligação no aumento desses crimes à guerra de facções nos presídios, em 2016. "Talvez tenha sido uma forma de financiar as atividades e crescimento das facções".
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Em Cuba, 'jeitinho' garante sobrevida a carros cinquentenários
Um dos traços marcantes da paisagem em Cuba é a onipresença de carros americanos antigos. As ruas de Havana parecem um museu a céu aberto com tantos Chevrolet, Plymouth e Ford com mais de meio século de idade. Calcula-se que haja cerca de 60 mil veículos vintage em circulação no país, o equivalente a 10% da frota total de carros. Mecânicos locais se autoproclamam os mais criativos e hábeis do mundo por conseguir manter de pé tantos carros antigos. Pouquíssimos modelos têm todas as peças originais. Veja mais na reportagem acima, dos enviados especiais Marlene Bergamo e Samy Adghirni. http://folha.com/no1660051
tv
Em Cuba, 'jeitinho' garante sobrevida a carros cinquentenáriosUm dos traços marcantes da paisagem em Cuba é a onipresença de carros americanos antigos. As ruas de Havana parecem um museu a céu aberto com tantos Chevrolet, Plymouth e Ford com mais de meio século de idade. Calcula-se que haja cerca de 60 mil veículos vintage em circulação no país, o equivalente a 10% da frota total de carros. Mecânicos locais se autoproclamam os mais criativos e hábeis do mundo por conseguir manter de pé tantos carros antigos. Pouquíssimos modelos têm todas as peças originais. Veja mais na reportagem acima, dos enviados especiais Marlene Bergamo e Samy Adghirni. http://folha.com/no1660051
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Estudo inédito faz levantamento das tirinhas publicadas no Brasil
É um clássico leitor aquele que, diante de um jornal em papel, vai direto ao caderno de cultura em busca de sua primeira leitura: as tirinhas. O jornalista Paulo Ramos, porém, recentemente levou a prática a um extremo –durante um ano, ele leu essas histórias em 94 diários brasileiros, em todas as capitais e no Estado de São Paulo. O resultado é a pesquisa "Raio-X das Tiras no Brasil", em que o também professor do departamento de letras na Unifesp mapeia as tirinhas publicadas no Brasil. As conclusões foram publicadas em setembro na revista do Observatório de Histórias em Quadrinhos da USP. "Chamava a atenção o fato de as tiras terem encontrado nas mídias virtuais um novo local de circulação. Faltavam, no entanto, dados que permitissem uma leitura comparativa com os jornais." Os jornais impressos foram, durante o século 20, o meio predileto de circulação de tirinhas. Já não são mais. Seu futuro, para o pesquisador, está na internet, enquanto diários suspendem seus espaços dedicados para os quadrinhos. O "Jornal do Brasil", por exemplo, encerrou a publicação de suas tirinhas em 2008, diz Ramos. A adoção de um novo suporte é um curioso passo para as tirinhas, que se desenvolveram no espaço limitado da página do jornal –como as tirinhas publicadas pela "Ilustrada", em geral com apenas três quadrinhos. "Tem havido um alargamento no tamanho das tiras produzidas na internet. É como uma camisa de força que, de uma hora para outra, é aberta", afirma. "Mesmo assim, os autores têm mantido a tendência de as tiras serem construídas em narrativas curtas", diz o autor. "MENTIRINHAS" As conclusões desse estudo podem ser observadas em casos particulares, como a história de Fábio Coala, o criador do "Mentirinhas". Em 2009, Coala publicava tirinhas em um jornal local de São Vicente. "Poucos jornais tinham espaço para tiras e eu sabia que seria muito difícil viver disso", diz à Folha. Em 2010, esse artista passou a publicar seu trabalho em seu próprio site. O site das tiras de "Mentirinhas" chegam a ter 20 mil acessos ao dia. Coala divulga o seu trabalho também por meio das mídias sociais. A maior diferença de publicar seu trabalho on-line, afirma Coala, é a liberdade criativa. "Você pode experimentar mais e ter uma resposta imediata dos leitores." Mas há ainda diversos exemplos da convivência entre o digital e o impresso, no universo dos quadrinhos. Veteranos do papel –como Laerte e Adão– também exploram sites, contas no Twitter e páginas no Facebook. André Dahmer, que publica as tirinhas "Malvados" na "Ilustrada", começou na internet em 2001 e só depois foi ao impresso, no "Jornal do Brasil". "Acho que é um movimento de ida e volta", ele afirma à reportagem. Seu perfil no Facebook tem quase 200 mil seguidores. "É um espaço para propagar meu trabalho", diz. NETFLIX Não só as tirinhas, mas os quadrinhos em geral têm desenvolvido estratégias para sobreviver entre o papel e a internet. Um exemplo recente é o projeto Cosmic, criado pelos cearenses Ramon Cavalcante e George Pedrosa. O Cosmic funciona como um tipo de Netflix das HQs, permitindo a leitura de gibis em "streaming" por uma mensalidade de R$ 15,90. Eles também produziram um suporte gratuito para a leitura de quadrinhos em tablets, celulares e computadores. "Trabalho com HQs há 12 anos e, nesse percurso, vim e voltei para tentativas no digital", diz Cavalcante. "Em cada projeto nos deparamos com problemas tanto no impresso quanto no digital. Custo de impressão, de distribuição, postos de venda..." Parte da motivação da dupla vem do cálculo do "custo-benefício" da leitura de gibis. O preço é alto, e a leitura dura pouco, afirmam, em busca de novos modelos de mercado. Mas os criadores do Cosmic também querem transformar a própria experiência de consumir uma HQ. O serviço de leitura em "streaming" vai começar com 50 autores. Numa etapa posterior, os criadores estimam lançar cinco ou seis novos títulos a cada semana.
ilustrada
Estudo inédito faz levantamento das tirinhas publicadas no BrasilÉ um clássico leitor aquele que, diante de um jornal em papel, vai direto ao caderno de cultura em busca de sua primeira leitura: as tirinhas. O jornalista Paulo Ramos, porém, recentemente levou a prática a um extremo –durante um ano, ele leu essas histórias em 94 diários brasileiros, em todas as capitais e no Estado de São Paulo. O resultado é a pesquisa "Raio-X das Tiras no Brasil", em que o também professor do departamento de letras na Unifesp mapeia as tirinhas publicadas no Brasil. As conclusões foram publicadas em setembro na revista do Observatório de Histórias em Quadrinhos da USP. "Chamava a atenção o fato de as tiras terem encontrado nas mídias virtuais um novo local de circulação. Faltavam, no entanto, dados que permitissem uma leitura comparativa com os jornais." Os jornais impressos foram, durante o século 20, o meio predileto de circulação de tirinhas. Já não são mais. Seu futuro, para o pesquisador, está na internet, enquanto diários suspendem seus espaços dedicados para os quadrinhos. O "Jornal do Brasil", por exemplo, encerrou a publicação de suas tirinhas em 2008, diz Ramos. A adoção de um novo suporte é um curioso passo para as tirinhas, que se desenvolveram no espaço limitado da página do jornal –como as tirinhas publicadas pela "Ilustrada", em geral com apenas três quadrinhos. "Tem havido um alargamento no tamanho das tiras produzidas na internet. É como uma camisa de força que, de uma hora para outra, é aberta", afirma. "Mesmo assim, os autores têm mantido a tendência de as tiras serem construídas em narrativas curtas", diz o autor. "MENTIRINHAS" As conclusões desse estudo podem ser observadas em casos particulares, como a história de Fábio Coala, o criador do "Mentirinhas". Em 2009, Coala publicava tirinhas em um jornal local de São Vicente. "Poucos jornais tinham espaço para tiras e eu sabia que seria muito difícil viver disso", diz à Folha. Em 2010, esse artista passou a publicar seu trabalho em seu próprio site. O site das tiras de "Mentirinhas" chegam a ter 20 mil acessos ao dia. Coala divulga o seu trabalho também por meio das mídias sociais. A maior diferença de publicar seu trabalho on-line, afirma Coala, é a liberdade criativa. "Você pode experimentar mais e ter uma resposta imediata dos leitores." Mas há ainda diversos exemplos da convivência entre o digital e o impresso, no universo dos quadrinhos. Veteranos do papel –como Laerte e Adão– também exploram sites, contas no Twitter e páginas no Facebook. André Dahmer, que publica as tirinhas "Malvados" na "Ilustrada", começou na internet em 2001 e só depois foi ao impresso, no "Jornal do Brasil". "Acho que é um movimento de ida e volta", ele afirma à reportagem. Seu perfil no Facebook tem quase 200 mil seguidores. "É um espaço para propagar meu trabalho", diz. NETFLIX Não só as tirinhas, mas os quadrinhos em geral têm desenvolvido estratégias para sobreviver entre o papel e a internet. Um exemplo recente é o projeto Cosmic, criado pelos cearenses Ramon Cavalcante e George Pedrosa. O Cosmic funciona como um tipo de Netflix das HQs, permitindo a leitura de gibis em "streaming" por uma mensalidade de R$ 15,90. Eles também produziram um suporte gratuito para a leitura de quadrinhos em tablets, celulares e computadores. "Trabalho com HQs há 12 anos e, nesse percurso, vim e voltei para tentativas no digital", diz Cavalcante. "Em cada projeto nos deparamos com problemas tanto no impresso quanto no digital. Custo de impressão, de distribuição, postos de venda..." Parte da motivação da dupla vem do cálculo do "custo-benefício" da leitura de gibis. O preço é alto, e a leitura dura pouco, afirmam, em busca de novos modelos de mercado. Mas os criadores do Cosmic também querem transformar a própria experiência de consumir uma HQ. O serviço de leitura em "streaming" vai começar com 50 autores. Numa etapa posterior, os criadores estimam lançar cinco ou seis novos títulos a cada semana.
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Mortes: Um advogado que cresceu com sua cidade
Apenas alguns anos mais velho que a cidade de Ribeirão Pires, na região metropolitana de São Paulo, Kentaro Kamoto foi um dos muitos que cresceram com o município. Chegou com apenas cinco anos, com os pais e os quatro irmãos, à região de Ouro Fino, posteriormente emancipada da cidade de Santo André, também na Grande SP. Sempre sério e dedicado, atuou no setor de transporte, trânsito, justiça e até no futebol local. Essa versatilidade acabou deixando-o conhecido e lhe rendeu o título Cidadão Ribeirão Pirense, concedido pela Câmara Municipal. A paixão de Kentaro, no entanto, era a advocacia. Formado inicialmente em contabilidade, optou pelo curso de direito quase de forma aleatória, seguindo alguns amigos. Só nos anos 1980, após a venda da empresa de ônibus da família, que abraçou de vez a profissão. Além do escritório que mantinha, foi tesoureiro da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na cidade e examinador das provas do órgão no Grande ABC. Também atuou como conciliador no Juizado de Causas Especiais e na Vara de Família. Continuou a trabalhar até o final. Sua companheira nessa jornada foi Leda, com quem ficou casado por 49 anos. Quando não estava dedicado ao trabalho ou à família, gostava de jogar futebol e pescar. Mesmo no pequeno período em que não morou na cidade, fazia questão de voltar para Ribeirão Pires todas as quintas-feiras para jogar no time do município. Morreu no dia 11, aos 74 anos, após uma luta contra um câncer. Deixa a mulher, quatro filhas e três netos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - VEJA MORTES E MISSAS PUBLICADAS NESTA QUARTA-FEIRA Ana de Jesus Jantarada - Aos 94, viúva de Alfredo Augusto Xavier. Deixa dois filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Miguel Fichman - Aos 84, casado com Conceição Luna Reis Fichman. Deixa os filhos Luiz Roberto, Sergio e Claudia, e neta. Cemitério Israelita do Butantã. Nelson Fecchio - Aos 84, viúvo de Isabel Gonzales Fecchio. Deixa dois filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Wilson Martinez Lucas - Aos 71, casado com Márcia Barroso Lopes Lucas. Deixa a filha Márcia Cristina e a neta Fernanda. Crematório da Vila Alpina. * 7º DIA Alexandre Yazbek Jr. - Quinta (21/1), ao meio-dia, na catedral Metropolitana Ortodoxa, r. Vergueiro, 1.515, Paraíso​. Luiz Eduardo Reis de Toledo Barros - Quinta (21/1), às 19h, na igreja Santa Teresinha, 617, r. Maranhão, 617, Higienópolis. Oscar Diez - Quinta (21/1), às 19h, na igreja Nossa Senhora Mãe da Igreja, al. Franca, 889, Cerqueira César. Roberto Covello Pinheiro - Nesta quarta (20/1), às 20h, na igreja Nossa Senhora da Saúde, r. Domingos de Morais, 2.387, Vila Mariana. * 1º ANO Itália Giampá Scheibel - Quinta (21/1), às 19h30, igreja Dom Bosco, r. Cerro Corá, 2.101, Alto da Lapa.
cotidiano
Mortes: Um advogado que cresceu com sua cidadeApenas alguns anos mais velho que a cidade de Ribeirão Pires, na região metropolitana de São Paulo, Kentaro Kamoto foi um dos muitos que cresceram com o município. Chegou com apenas cinco anos, com os pais e os quatro irmãos, à região de Ouro Fino, posteriormente emancipada da cidade de Santo André, também na Grande SP. Sempre sério e dedicado, atuou no setor de transporte, trânsito, justiça e até no futebol local. Essa versatilidade acabou deixando-o conhecido e lhe rendeu o título Cidadão Ribeirão Pirense, concedido pela Câmara Municipal. A paixão de Kentaro, no entanto, era a advocacia. Formado inicialmente em contabilidade, optou pelo curso de direito quase de forma aleatória, seguindo alguns amigos. Só nos anos 1980, após a venda da empresa de ônibus da família, que abraçou de vez a profissão. Além do escritório que mantinha, foi tesoureiro da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na cidade e examinador das provas do órgão no Grande ABC. Também atuou como conciliador no Juizado de Causas Especiais e na Vara de Família. Continuou a trabalhar até o final. Sua companheira nessa jornada foi Leda, com quem ficou casado por 49 anos. Quando não estava dedicado ao trabalho ou à família, gostava de jogar futebol e pescar. Mesmo no pequeno período em que não morou na cidade, fazia questão de voltar para Ribeirão Pires todas as quintas-feiras para jogar no time do município. Morreu no dia 11, aos 74 anos, após uma luta contra um câncer. Deixa a mulher, quatro filhas e três netos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - VEJA MORTES E MISSAS PUBLICADAS NESTA QUARTA-FEIRA Ana de Jesus Jantarada - Aos 94, viúva de Alfredo Augusto Xavier. Deixa dois filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Miguel Fichman - Aos 84, casado com Conceição Luna Reis Fichman. Deixa os filhos Luiz Roberto, Sergio e Claudia, e neta. Cemitério Israelita do Butantã. Nelson Fecchio - Aos 84, viúvo de Isabel Gonzales Fecchio. Deixa dois filhos. Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras. Wilson Martinez Lucas - Aos 71, casado com Márcia Barroso Lopes Lucas. Deixa a filha Márcia Cristina e a neta Fernanda. Crematório da Vila Alpina. * 7º DIA Alexandre Yazbek Jr. - Quinta (21/1), ao meio-dia, na catedral Metropolitana Ortodoxa, r. Vergueiro, 1.515, Paraíso​. Luiz Eduardo Reis de Toledo Barros - Quinta (21/1), às 19h, na igreja Santa Teresinha, 617, r. Maranhão, 617, Higienópolis. Oscar Diez - Quinta (21/1), às 19h, na igreja Nossa Senhora Mãe da Igreja, al. Franca, 889, Cerqueira César. Roberto Covello Pinheiro - Nesta quarta (20/1), às 20h, na igreja Nossa Senhora da Saúde, r. Domingos de Morais, 2.387, Vila Mariana. * 1º ANO Itália Giampá Scheibel - Quinta (21/1), às 19h30, igreja Dom Bosco, r. Cerro Corá, 2.101, Alto da Lapa.
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Quatro poemas líricos de Ricardo Domeneck
SOBRE O TEXTO Os poemas aqui reproduzidos estarão na nova edição de "Cigarros na Cama". Ao livro de 2011 foi acrescida a seção "Lamúrias Posteriores para os Ouvidos Moucos d'O Moço", que inclui estes e outros poemas líricos inéditos. Com a publicação, a editora Luna Parque dá início, no fim de outubro, a projeto de reedição de livros de poesia. Ao lado de "Cigarros na Cama", sai ainda nova edição de "Risco no Disco" (1981), de Ledusha. Eu culpo minha corcunda, me debrucei demais sobre você, esse foi meu primeiro tropeço. E ao embalo do seu colo, notei logo tudo encavalar-se. Fui seu contrapeso de gangorra, seu cavalo-de-balanço capenga. Eu corria as mãos por suas ancas fortes e moças e sentia já nas minhas os sintomas do engessamento. Você dançava e eu me descadeirava, eu expectorava e o seu peito subia e descia calmo. Escute o meu: range feito roda de carroça. E quando seus olhos vagavam para fora da janela, era como se eu fosse defenestrado. Já era ele este outro que você buscava longe, fora da sala onde meu corpo estava tão ao seu alcance? Em que momento um eu que era um passa a ser só outro, outro só? . Antídotos matinais, o primeiro cigarro e xícara de café, as pernas bambeiam, a cabeça fica leve, é como experimentar o seu amor de novo por três segundos toda manhã. Só em caso de emergência na precisão de um transplante eu doaria a você um pulmão um rim meio fígado falido & se no presídio sem grana de fiança acarretaria os custos ou roubaria um banco em alto estilo-bonnie desde que você me desclydeficou & se feito refém do pentágono da al-qaeda de aliens da yakuza eu em resgate com direito a cavalo estandarte e mil trombetas mas não não tenho tempo para o cinema não nãotenho tempo para um café não não tenho tempo como vai tudo bem Contando os dias 1884 anos atrás, num dia deste mês de outubro, Antínoo há-de afogar-se no Nilo. 1854 anos depois, num dia deste mês de outubro, O Moço há-de nascer. : ou : 1884 anos atrás, num dia (como outro qualquer) deste mês de outubro, Antínoo há-de morrer entre as margens do Nilo. 1854 anos depois, num dia (como outro qualquer) deste mês de outubro, O Moço há-de nascer às margens do Reno. : ou : Antínoo morreu hoje. Começo a contar os 677.176 dias até o nascimento d'O Moço. : ou : Estou em Paris. Hoje é 14 de julho de 1789 e fazem muito barulho fora da janela de minha cama. Suo só. Quero apenas dormir. O Moço ainda não nasceu. : ou : Depositei hoje flores às margens do Reno. Fiz uma oração por Antínoo, a um Deus que ele não adorou. : ou : Soube que um substituto meu tornou oficial a religião dos escravos. Desaprovam as lindas estátuas de Antínoo. Quereria morrer no Nilo, mas espero às margens do Reno. : ou : Antínoo é morto. O Moço ainda não nasceu. Minha mulher queixa-se de minhas lamúrias pelos cantos. Ela chama-se Sabina. Raptem-na, por favor. : ou : – Eclodiu a Guerra! – Onde?! Não façam crateras onde há-de nascer O Moço! : ou : Houvesse nascido às margens do Reno quando Antínoo ainda não singrara pelo Nilo, teria eu chamado O Moço de bárbaro? Não. Sob minhas tetas de loba, substituiria a Rômulo e Remo. RICARDO DOMENECK, 39, é escritor, autor de "Medir com as Próprias Mãos a Febre" (7 Letras). RODRIGO VISCA, 36, é artista plástico.
ilustrissima
Quatro poemas líricos de Ricardo DomeneckSOBRE O TEXTO Os poemas aqui reproduzidos estarão na nova edição de "Cigarros na Cama". Ao livro de 2011 foi acrescida a seção "Lamúrias Posteriores para os Ouvidos Moucos d'O Moço", que inclui estes e outros poemas líricos inéditos. Com a publicação, a editora Luna Parque dá início, no fim de outubro, a projeto de reedição de livros de poesia. Ao lado de "Cigarros na Cama", sai ainda nova edição de "Risco no Disco" (1981), de Ledusha. Eu culpo minha corcunda, me debrucei demais sobre você, esse foi meu primeiro tropeço. E ao embalo do seu colo, notei logo tudo encavalar-se. Fui seu contrapeso de gangorra, seu cavalo-de-balanço capenga. Eu corria as mãos por suas ancas fortes e moças e sentia já nas minhas os sintomas do engessamento. Você dançava e eu me descadeirava, eu expectorava e o seu peito subia e descia calmo. Escute o meu: range feito roda de carroça. E quando seus olhos vagavam para fora da janela, era como se eu fosse defenestrado. Já era ele este outro que você buscava longe, fora da sala onde meu corpo estava tão ao seu alcance? Em que momento um eu que era um passa a ser só outro, outro só? . Antídotos matinais, o primeiro cigarro e xícara de café, as pernas bambeiam, a cabeça fica leve, é como experimentar o seu amor de novo por três segundos toda manhã. Só em caso de emergência na precisão de um transplante eu doaria a você um pulmão um rim meio fígado falido & se no presídio sem grana de fiança acarretaria os custos ou roubaria um banco em alto estilo-bonnie desde que você me desclydeficou & se feito refém do pentágono da al-qaeda de aliens da yakuza eu em resgate com direito a cavalo estandarte e mil trombetas mas não não tenho tempo para o cinema não nãotenho tempo para um café não não tenho tempo como vai tudo bem Contando os dias 1884 anos atrás, num dia deste mês de outubro, Antínoo há-de afogar-se no Nilo. 1854 anos depois, num dia deste mês de outubro, O Moço há-de nascer. : ou : 1884 anos atrás, num dia (como outro qualquer) deste mês de outubro, Antínoo há-de morrer entre as margens do Nilo. 1854 anos depois, num dia (como outro qualquer) deste mês de outubro, O Moço há-de nascer às margens do Reno. : ou : Antínoo morreu hoje. Começo a contar os 677.176 dias até o nascimento d'O Moço. : ou : Estou em Paris. Hoje é 14 de julho de 1789 e fazem muito barulho fora da janela de minha cama. Suo só. Quero apenas dormir. O Moço ainda não nasceu. : ou : Depositei hoje flores às margens do Reno. Fiz uma oração por Antínoo, a um Deus que ele não adorou. : ou : Soube que um substituto meu tornou oficial a religião dos escravos. Desaprovam as lindas estátuas de Antínoo. Quereria morrer no Nilo, mas espero às margens do Reno. : ou : Antínoo é morto. O Moço ainda não nasceu. Minha mulher queixa-se de minhas lamúrias pelos cantos. Ela chama-se Sabina. Raptem-na, por favor. : ou : – Eclodiu a Guerra! – Onde?! Não façam crateras onde há-de nascer O Moço! : ou : Houvesse nascido às margens do Reno quando Antínoo ainda não singrara pelo Nilo, teria eu chamado O Moço de bárbaro? Não. Sob minhas tetas de loba, substituiria a Rômulo e Remo. RICARDO DOMENECK, 39, é escritor, autor de "Medir com as Próprias Mãos a Febre" (7 Letras). RODRIGO VISCA, 36, é artista plástico.
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Crítica a limite para dívida usa premissas falsas
A professora Laura Carvalho, em coluna publicada na Folha, criticou o projeto (PRS) que fixa limites para a dívida da União relatado pelo Senador José Serra. Baseou sua avaliação em premissas falsas. Primeiro, a fixação de limite é comando constitucional. Não se trata de matéria de escolha. O poder público está obrigado a fixar este limite. O que se pode discutir é a sua magnitude e como fazê-lo. No mérito, o argumento básico é que existiria contradição entre responsabilidade fiscal e crescimento econômico. Nisso está apenas praticando keynesianismo mandrake. No mundo mágico em que vigem essas estranhas leis, o descontrole da dívida poderia coexistir com o maior crescimento do PIB! Outra derivação dessa doutrina: a recessão atual teria sido gerada pela "austeridade". Como? Austeridade fiscal deve existir sempre. Sempre se deve buscar a eficiência social e econômica do gasto e controlar o déficit. O impulso populista do petismo foi de tal ordem que não se conseguiu ainda parar esse trem desgovernado do gasto mal feito e do deficit. O terceiro dado falso é de que apenas sete países teriam teto para a dívida. A professora se esqueceu do mecanismo de Schuldembremse (freio da dívida), adotado na Alemanha para limitar a dívida pública a 60% do PIB e que agora foi estendido a toda a União Europeia. O quarto erro é a comparação rasa com o limite de dívida dos EUA. Existem vários mecanismos que tornam o limite no Brasil mais flexível, a exemplo do que se prevê também no modelo europeu. Sempre que o PIB crescer menos de 1%, o prazo de quinze anos será expandido. Se o governo entender que o limite anual não poderá ser cumprido, por outra razão relevante, enviará mensagem ao Senado e submeterá novo número à apreciação do parlamento e da sociedade. O senador Serra propõe dois limites: um para a dívida bruta e outro para a líquida. A dívida bruta é a soma de todos os passivos do setor público, incluindo os títulos públicos que o governo emite. A dívida líquida equivale a este montante descontado dos ativos do setor público. O duplo limite ajudará a evidenciar, entre outros, os efeitos fiscais das politicas monetária e cambial, incluindo créditos que o governo vem acumulando sem qualquer tipo de prestação de contas à sociedade. Por exemplo, as reservas hoje custam R$ 200 bilhões/ano, sete vezes o orçamento do Bolsa Família. O limite proposto no PRS para a dívida bruta é de 4,4 vezes a receita corrente líquida; o da dívida líquida, de 2,2 vezes. Aqui também a economista se equivocou, apontando números errados. Além disso, o artigo ignora uma informação crucial: os dois indicadores poderão crescer, por cinco anos, para então começar a cair. Criou-se esse período de transição justamente para adequar a proposta à crise atual e à pouca margem de manobra no curto prazo deixada pelas políticas praticadas desde 2009. A nota irônica dessa repulsa ao controle da dívida pública é se esquecer do pilar marxista em que também se assenta o pensamento da autora: "A dívida pública (...) dá à moeda o poder de se multiplicar e, assim, se transformar em capital, sem a necessidade de se expor aos problemas e riscos inseparáveis de seu uso na indústria e até mesmo na usura". FELIPE SALTO e MARCOS KÖHLER são economistas e assessores do senador José Serra (PSDB-SP)
mercado
Crítica a limite para dívida usa premissas falsasA professora Laura Carvalho, em coluna publicada na Folha, criticou o projeto (PRS) que fixa limites para a dívida da União relatado pelo Senador José Serra. Baseou sua avaliação em premissas falsas. Primeiro, a fixação de limite é comando constitucional. Não se trata de matéria de escolha. O poder público está obrigado a fixar este limite. O que se pode discutir é a sua magnitude e como fazê-lo. No mérito, o argumento básico é que existiria contradição entre responsabilidade fiscal e crescimento econômico. Nisso está apenas praticando keynesianismo mandrake. No mundo mágico em que vigem essas estranhas leis, o descontrole da dívida poderia coexistir com o maior crescimento do PIB! Outra derivação dessa doutrina: a recessão atual teria sido gerada pela "austeridade". Como? Austeridade fiscal deve existir sempre. Sempre se deve buscar a eficiência social e econômica do gasto e controlar o déficit. O impulso populista do petismo foi de tal ordem que não se conseguiu ainda parar esse trem desgovernado do gasto mal feito e do deficit. O terceiro dado falso é de que apenas sete países teriam teto para a dívida. A professora se esqueceu do mecanismo de Schuldembremse (freio da dívida), adotado na Alemanha para limitar a dívida pública a 60% do PIB e que agora foi estendido a toda a União Europeia. O quarto erro é a comparação rasa com o limite de dívida dos EUA. Existem vários mecanismos que tornam o limite no Brasil mais flexível, a exemplo do que se prevê também no modelo europeu. Sempre que o PIB crescer menos de 1%, o prazo de quinze anos será expandido. Se o governo entender que o limite anual não poderá ser cumprido, por outra razão relevante, enviará mensagem ao Senado e submeterá novo número à apreciação do parlamento e da sociedade. O senador Serra propõe dois limites: um para a dívida bruta e outro para a líquida. A dívida bruta é a soma de todos os passivos do setor público, incluindo os títulos públicos que o governo emite. A dívida líquida equivale a este montante descontado dos ativos do setor público. O duplo limite ajudará a evidenciar, entre outros, os efeitos fiscais das politicas monetária e cambial, incluindo créditos que o governo vem acumulando sem qualquer tipo de prestação de contas à sociedade. Por exemplo, as reservas hoje custam R$ 200 bilhões/ano, sete vezes o orçamento do Bolsa Família. O limite proposto no PRS para a dívida bruta é de 4,4 vezes a receita corrente líquida; o da dívida líquida, de 2,2 vezes. Aqui também a economista se equivocou, apontando números errados. Além disso, o artigo ignora uma informação crucial: os dois indicadores poderão crescer, por cinco anos, para então começar a cair. Criou-se esse período de transição justamente para adequar a proposta à crise atual e à pouca margem de manobra no curto prazo deixada pelas políticas praticadas desde 2009. A nota irônica dessa repulsa ao controle da dívida pública é se esquecer do pilar marxista em que também se assenta o pensamento da autora: "A dívida pública (...) dá à moeda o poder de se multiplicar e, assim, se transformar em capital, sem a necessidade de se expor aos problemas e riscos inseparáveis de seu uso na indústria e até mesmo na usura". FELIPE SALTO e MARCOS KÖHLER são economistas e assessores do senador José Serra (PSDB-SP)
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Inadimplência explode e cria risco de crise do 'subprime' de carros nos EUA
A inadimplência em financiamentos de automóveis para clientes de alto risco subiu ao seu mais alto patamar em duas décadas nos Estados Unidos, de acordo com a agência de classificação de risco Fitch, o que reforça as preocupações quanto a esse mercado em rápido crescimento. A proporção de financiamentos automobilísticos de risco com mais de 60 dias de atraso nos pagamentos subiu a 5,16% nos Estados Unidos em fevereiro. O indicador ultrapassou a marca mais alta posterior à crise financeira e representa a proporção mais alta desde os 5,96% de outubro de 1996, de acordo com a Fitch. Os financiamentos automobilísticos de risco há muito preocupam os analistas, alguns dos quais temem que o ritmo rápido de concessão de crédito desde a crise e o relaxamento dos critérios de financiamento possam causar problemas no mercado de títulos lastreados por financiamentos automobilísticos. Nele, bancos empacotam os ativos representados pelos empréstimos na forma de títulos lastreados por ativos, e os vendem a investidores, mais ou menos como acontecia com as hipotecas no mercado de crédito imobiliário "subprime" [de alto risco] nos anos 2000. "O forte crescimento no volume de empréstimos concedido, a competição ampliada e os padrões mais relaxados de subscrição dos três últimos anos contribuíram para o desempenho mais fraco do ano passado", segundo a Fitch. O mercado geral de financiamento automobilístico dos Estados Unidos ultrapassou o US$ 1 trilhão em 2015, propelido pelas fortes vendas de automóveis. A emissão de títulos lastreados por financiamentos de carros subiu em 17% no ano passado e atingiu os US$ 82,5 bilhões, de acordo com dados da Dealogic, o que representa o melhor ano para o setor desde 2005. A Fitch acompanha o desempenho de cerca de US$ 100 bilhões em financiamentos de automóveis que foram convertidos nos chamados "títulos lastreados por ativos" (ABS, na sigla em inglês), dos quais pouco mais de um terço são considerados como de risco. O nível de inadimplência dos ABS automobilísticos norte-americanos de primeira linha foi de apenas 0,46%, em fevereiro, pouco acima do mês anterior, mas sem mudança quanto a fevereiro de 2015. Financiamentos de risco tipicamente envolvem clientes com menos de 620 pontos pelos critérios da FICO, a maior companhia de classificação de crédito pessoal, que avalia os clientes em uma escala de 300 a 850 pontos. PREVISÃO A Fitch antecipa melhoras no desempenho dos ABS de primeira linha e de risco no segundo trimestre, devido a restituições de impostos, mas prevê benefícios sazonais mais discretos, dada a queda na qualidade dos financiamentos e a perda de ímpeto prevista para o mercado atacadista de automóveis nos Estados Unidos. "Tanto o segmento de primeira linha quanto o de risco foram estimulados pela força do segmento de veículos usados nos últimos cinco anos, o que contribuiu para uma severidade menor nas perdas causadas por inadimplência", o relatório afirma. "Mas, com as vendas de veículos novos e a oferta de veículos com contratos de leasing encerrados atingindo níveis históricos de alta no início de 2016, a Fitch antecipa fraqueza no mercado de atacado". Depois de mostrar forte recuperação ante a profunda queda causada pela recessão, o Índice Manheim de Valor de Veículos Usados caiu em 1,4% em fevereiro. "Quaisquer futuros declínios do Manheim, como de outros indicadores do mercado, provavelmente contribuirão para uma severidade maior dos prejuízos por inadimplência e causarão perdas maiores", apontou a Fitch. Em nota de pesquisa publicada no mês passado, a consultoria Oxford Economics destacou esse mercado como um possível sinal de alerta para o ciclo do crédito mais amplo. Embora os empréstimos ao consumidor parecessem firmes, a única "área de alguma preocupação é o financiamento automobilístico de risco, onde as inadimplências e os créditos contabilizados como prejuízo devem crescer", a consultoria afirmou. No entanto, os analistas do banco de investimento Jefferies argumentaram que a intensa competição no mercado de financiamentos automobilísticos de risco havia chegado a um pico em 2012 e 2013, e gerado um "miniciclo" e correção em 2014, e eles agora acreditam que oferta e procura estejam reequilibradas. "Acreditamos que as preocupações de crédito quanto às companhias dessa área possam estar sendo exageradas no momento", argumentou o banco em um relatório sobre o crédito ao consumidor em novembro. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Inadimplência explode e cria risco de crise do 'subprime' de carros nos EUAA inadimplência em financiamentos de automóveis para clientes de alto risco subiu ao seu mais alto patamar em duas décadas nos Estados Unidos, de acordo com a agência de classificação de risco Fitch, o que reforça as preocupações quanto a esse mercado em rápido crescimento. A proporção de financiamentos automobilísticos de risco com mais de 60 dias de atraso nos pagamentos subiu a 5,16% nos Estados Unidos em fevereiro. O indicador ultrapassou a marca mais alta posterior à crise financeira e representa a proporção mais alta desde os 5,96% de outubro de 1996, de acordo com a Fitch. Os financiamentos automobilísticos de risco há muito preocupam os analistas, alguns dos quais temem que o ritmo rápido de concessão de crédito desde a crise e o relaxamento dos critérios de financiamento possam causar problemas no mercado de títulos lastreados por financiamentos automobilísticos. Nele, bancos empacotam os ativos representados pelos empréstimos na forma de títulos lastreados por ativos, e os vendem a investidores, mais ou menos como acontecia com as hipotecas no mercado de crédito imobiliário "subprime" [de alto risco] nos anos 2000. "O forte crescimento no volume de empréstimos concedido, a competição ampliada e os padrões mais relaxados de subscrição dos três últimos anos contribuíram para o desempenho mais fraco do ano passado", segundo a Fitch. O mercado geral de financiamento automobilístico dos Estados Unidos ultrapassou o US$ 1 trilhão em 2015, propelido pelas fortes vendas de automóveis. A emissão de títulos lastreados por financiamentos de carros subiu em 17% no ano passado e atingiu os US$ 82,5 bilhões, de acordo com dados da Dealogic, o que representa o melhor ano para o setor desde 2005. A Fitch acompanha o desempenho de cerca de US$ 100 bilhões em financiamentos de automóveis que foram convertidos nos chamados "títulos lastreados por ativos" (ABS, na sigla em inglês), dos quais pouco mais de um terço são considerados como de risco. O nível de inadimplência dos ABS automobilísticos norte-americanos de primeira linha foi de apenas 0,46%, em fevereiro, pouco acima do mês anterior, mas sem mudança quanto a fevereiro de 2015. Financiamentos de risco tipicamente envolvem clientes com menos de 620 pontos pelos critérios da FICO, a maior companhia de classificação de crédito pessoal, que avalia os clientes em uma escala de 300 a 850 pontos. PREVISÃO A Fitch antecipa melhoras no desempenho dos ABS de primeira linha e de risco no segundo trimestre, devido a restituições de impostos, mas prevê benefícios sazonais mais discretos, dada a queda na qualidade dos financiamentos e a perda de ímpeto prevista para o mercado atacadista de automóveis nos Estados Unidos. "Tanto o segmento de primeira linha quanto o de risco foram estimulados pela força do segmento de veículos usados nos últimos cinco anos, o que contribuiu para uma severidade menor nas perdas causadas por inadimplência", o relatório afirma. "Mas, com as vendas de veículos novos e a oferta de veículos com contratos de leasing encerrados atingindo níveis históricos de alta no início de 2016, a Fitch antecipa fraqueza no mercado de atacado". Depois de mostrar forte recuperação ante a profunda queda causada pela recessão, o Índice Manheim de Valor de Veículos Usados caiu em 1,4% em fevereiro. "Quaisquer futuros declínios do Manheim, como de outros indicadores do mercado, provavelmente contribuirão para uma severidade maior dos prejuízos por inadimplência e causarão perdas maiores", apontou a Fitch. Em nota de pesquisa publicada no mês passado, a consultoria Oxford Economics destacou esse mercado como um possível sinal de alerta para o ciclo do crédito mais amplo. Embora os empréstimos ao consumidor parecessem firmes, a única "área de alguma preocupação é o financiamento automobilístico de risco, onde as inadimplências e os créditos contabilizados como prejuízo devem crescer", a consultoria afirmou. No entanto, os analistas do banco de investimento Jefferies argumentaram que a intensa competição no mercado de financiamentos automobilísticos de risco havia chegado a um pico em 2012 e 2013, e gerado um "miniciclo" e correção em 2014, e eles agora acreditam que oferta e procura estejam reequilibradas. "Acreditamos que as preocupações de crédito quanto às companhias dessa área possam estar sendo exageradas no momento", argumentou o banco em um relatório sobre o crédito ao consumidor em novembro. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Veja hotéis de São Paulo onde é possível pagar para usar a piscina
Espreguiçadeiras, guarda-sóis e uma bela piscina. Quem não tem essa mordomia em casa pode aproveitar a estrutura de diferentes hotéis de São Paulo para se refrescar nesse calorão. Muitos oferecem serviço de "day use", que pode incluir ainda o uso do apartamento por algumas horas, sauna e até academia. Veja sete opções. * HILTON MORUMBI No 28º andar, a piscina coberta tem vista para a ponte Estaiada. O modelo de "day use" conta ainda com jacuzzi, academia e sauna ENDEREÇO av. das Nações Unidas, 12.901 PREÇOS R$ 85 por pessoa (fins de semana); R$ 105 (seg. a sex.) HORÁRIOS fins de semana, das 9h às 19h; seg. a sex., das 6h às 22h MAIS hiltonmorumbi.com.br - TIVOLI MOFARREJ Oferece dois tipos de pacote. Um só para o uso da piscina, com valor consumível no bar. Outro, para o casal, inclui ainda um quarto ENDEREÇO al. Santos, 1.437 PREÇOS R$ 250 por pessoa (só piscina); R$ 450 por casal (com acesso ao quarto) HORÁRIOS diariamente, das 9h às 18h MAIS tivolihotels.com UNIQUE A piscina é um dos melhores lugares para admirar a vista dos prédios e dos casarões que ficam perto do parque Ibirapuera. O pacote inclui quarto, saunas, academia e piscina coberta com tobogã ENDEREÇO av. Brigadeiro Luís Antônio, 4700 PREÇOS a partir de R$ 650 por casal (o valor pode variar de acordo com a tarifa do hotel) HORÁRIOS diariamente, das 9h às 17h MAIS hotelunique.com.br - BLUE TREE PAULISTA Com piscina climatizada, academia e sauna, o hotel disponibiliza o serviço todos os dias da semana. Inclui o uso do apartamento ENDEREÇO r. Peixoto Gomide, 707 PREÇOS R$ 259 por casal HORÁRIOS diariamente, por seis horas, em qualquer período MAIS bluetree.com.br - GRAND MERCURE Além da piscina, o pacote proporciona ao visitante do hotel o uso de um dos apartamentos, da sauna e da academia de ginástica por um período de seis horas, de preferência à tarde ENDEREÇO r. Sena Madureira, 1.355, bloco 1 PREÇOS a partir de R$ 300 (casal) HORÁRIOS diariamente, das 12h às 18h (horário negociável) MAIS grandmercure.com.br - GRAND HYATT Dispõe de uma piscina externa e outra interna e climatizada, com raias para natação e espaço para relaxamento. O "day use" também dá acesso à sauna e à academia ENDEREÇO av. das Nações Unidas, 13.301 PREÇOS R$ 250 por pessoa (fins de semana); R$ 200 (seg. a sex.) HORÁRIOS diariamente, das 8h às 22h MAIS saopaulo.grand.hyatt.com - TRYP IGUATEMI Com o pacote, o casal aproveita a piscina e a academia, que ficam na cobertura do hotel. O usuário pode contar com um quarto como ponto de apoio ENDEREÇO r. Iguatemi, 150 PREÇOS R$ 259 (casal, sem taxas) HORÁRIOS diariamente, das 10h às 16h MAIS tryphotels.com
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Veja hotéis de São Paulo onde é possível pagar para usar a piscinaEspreguiçadeiras, guarda-sóis e uma bela piscina. Quem não tem essa mordomia em casa pode aproveitar a estrutura de diferentes hotéis de São Paulo para se refrescar nesse calorão. Muitos oferecem serviço de "day use", que pode incluir ainda o uso do apartamento por algumas horas, sauna e até academia. Veja sete opções. * HILTON MORUMBI No 28º andar, a piscina coberta tem vista para a ponte Estaiada. O modelo de "day use" conta ainda com jacuzzi, academia e sauna ENDEREÇO av. das Nações Unidas, 12.901 PREÇOS R$ 85 por pessoa (fins de semana); R$ 105 (seg. a sex.) HORÁRIOS fins de semana, das 9h às 19h; seg. a sex., das 6h às 22h MAIS hiltonmorumbi.com.br - TIVOLI MOFARREJ Oferece dois tipos de pacote. Um só para o uso da piscina, com valor consumível no bar. Outro, para o casal, inclui ainda um quarto ENDEREÇO al. Santos, 1.437 PREÇOS R$ 250 por pessoa (só piscina); R$ 450 por casal (com acesso ao quarto) HORÁRIOS diariamente, das 9h às 18h MAIS tivolihotels.com UNIQUE A piscina é um dos melhores lugares para admirar a vista dos prédios e dos casarões que ficam perto do parque Ibirapuera. O pacote inclui quarto, saunas, academia e piscina coberta com tobogã ENDEREÇO av. Brigadeiro Luís Antônio, 4700 PREÇOS a partir de R$ 650 por casal (o valor pode variar de acordo com a tarifa do hotel) HORÁRIOS diariamente, das 9h às 17h MAIS hotelunique.com.br - BLUE TREE PAULISTA Com piscina climatizada, academia e sauna, o hotel disponibiliza o serviço todos os dias da semana. Inclui o uso do apartamento ENDEREÇO r. Peixoto Gomide, 707 PREÇOS R$ 259 por casal HORÁRIOS diariamente, por seis horas, em qualquer período MAIS bluetree.com.br - GRAND MERCURE Além da piscina, o pacote proporciona ao visitante do hotel o uso de um dos apartamentos, da sauna e da academia de ginástica por um período de seis horas, de preferência à tarde ENDEREÇO r. Sena Madureira, 1.355, bloco 1 PREÇOS a partir de R$ 300 (casal) HORÁRIOS diariamente, das 12h às 18h (horário negociável) MAIS grandmercure.com.br - GRAND HYATT Dispõe de uma piscina externa e outra interna e climatizada, com raias para natação e espaço para relaxamento. O "day use" também dá acesso à sauna e à academia ENDEREÇO av. das Nações Unidas, 13.301 PREÇOS R$ 250 por pessoa (fins de semana); R$ 200 (seg. a sex.) HORÁRIOS diariamente, das 8h às 22h MAIS saopaulo.grand.hyatt.com - TRYP IGUATEMI Com o pacote, o casal aproveita a piscina e a academia, que ficam na cobertura do hotel. O usuário pode contar com um quarto como ponto de apoio ENDEREÇO r. Iguatemi, 150 PREÇOS R$ 259 (casal, sem taxas) HORÁRIOS diariamente, das 10h às 16h MAIS tryphotels.com
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Alckmin defende reorganização de escolas e diz que há conservadorismo
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu nesta quinta-feira (29) a reorganização nas escolas paulistas e disse que os protestos realizados contra o "fechamento" de 94 unidades no próximo ano refletem o conservadorismo da sociedade diante de mudanças. "É normal, natural [os protestos]. Nós, às vezes, somos muito conservadores. Sempre quando você vai mudar uma coisa há uma reação. Mas qual o objetivo [da reorganização]? É melhorar a qualidade da escola pública", disse Alckmin. O tucano esteve em Nova Odessa, na região de Campinas (SP), pela manhã, para participar da entrega de moradias populares feitas em parceria com o governo federal. A presidente Dilma Rousseff participou da cerimônia por meio de uma transmissão simultânea de TV. Reportagem da Folha publicada nesta quinta mostrou que as 94 escolas a serem fechadas registraram indicadores negativos nas últimas avaliações feitas pelos governos. Infográfico: Desempenho das escolas 'fechadas' De acordo com o governador, há recomendações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) para a criação de escolas de ciclo único –com alunos separados por ensino infantil, fundamental e médio. A medida contribuiria para elevar os indicadores da educação. "Nós estamos fazendo o que foi recomendado, que é o correto, que é necessário. Há um conservadorismo. A gente precisa inovar, precisa fazer aquilo, precisa explicar direitinho e fazer o que precisa ser feito", disse Alckmin. Não houve protestos no local. Questionado se a reorganização terá continuidade –num primeiro momento, a medida provocaria a mudança de 2 milhões de alunos de escolas, mas agora ficou em 311 mil transferências, o tucano disse que primeiro seria implantada a etapa atual. Das 94 escolas que serão "fechadas", 25 estão na capital, 30 na Grande São Paulo e 39 no interior. Segundo o governo paulista, 66 serão repassadas para a rede municipal ou serão aproveitadas pelo Estado para outras finalidades educacionais. O restante, 28, tem destino incerto. Para a coordenadora-geral da ONG Todos pela Educação, Alejandra Meraz Velasco, o governo tem o mérito de buscar a racionalização dos recursos ao reorganizar sua rede. A professora da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Angela Soligo vê "com preocupação" as mudanças implementadas pela gestão Alckmin e diz que o Estado deveria aproveitar que tem diminuído o número de estudantes no ensino básico para reduzir também o tamanho das turmas . E não fechar escolas.
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Alckmin defende reorganização de escolas e diz que há conservadorismoO governador Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu nesta quinta-feira (29) a reorganização nas escolas paulistas e disse que os protestos realizados contra o "fechamento" de 94 unidades no próximo ano refletem o conservadorismo da sociedade diante de mudanças. "É normal, natural [os protestos]. Nós, às vezes, somos muito conservadores. Sempre quando você vai mudar uma coisa há uma reação. Mas qual o objetivo [da reorganização]? É melhorar a qualidade da escola pública", disse Alckmin. O tucano esteve em Nova Odessa, na região de Campinas (SP), pela manhã, para participar da entrega de moradias populares feitas em parceria com o governo federal. A presidente Dilma Rousseff participou da cerimônia por meio de uma transmissão simultânea de TV. Reportagem da Folha publicada nesta quinta mostrou que as 94 escolas a serem fechadas registraram indicadores negativos nas últimas avaliações feitas pelos governos. Infográfico: Desempenho das escolas 'fechadas' De acordo com o governador, há recomendações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) para a criação de escolas de ciclo único –com alunos separados por ensino infantil, fundamental e médio. A medida contribuiria para elevar os indicadores da educação. "Nós estamos fazendo o que foi recomendado, que é o correto, que é necessário. Há um conservadorismo. A gente precisa inovar, precisa fazer aquilo, precisa explicar direitinho e fazer o que precisa ser feito", disse Alckmin. Não houve protestos no local. Questionado se a reorganização terá continuidade –num primeiro momento, a medida provocaria a mudança de 2 milhões de alunos de escolas, mas agora ficou em 311 mil transferências, o tucano disse que primeiro seria implantada a etapa atual. Das 94 escolas que serão "fechadas", 25 estão na capital, 30 na Grande São Paulo e 39 no interior. Segundo o governo paulista, 66 serão repassadas para a rede municipal ou serão aproveitadas pelo Estado para outras finalidades educacionais. O restante, 28, tem destino incerto. Para a coordenadora-geral da ONG Todos pela Educação, Alejandra Meraz Velasco, o governo tem o mérito de buscar a racionalização dos recursos ao reorganizar sua rede. A professora da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Angela Soligo vê "com preocupação" as mudanças implementadas pela gestão Alckmin e diz que o Estado deveria aproveitar que tem diminuído o número de estudantes no ensino básico para reduzir também o tamanho das turmas . E não fechar escolas.
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Pimentel pede prisão de gerentes do BB para liberar depósitos judiciais
Para conseguir a liberação de quase R$ 3 bilhões em depósitos judiciais, o governo de Minas pediu à Justiça a prisão de três gerentes de uma agência do Banco do Brasil de Belo Horizonte que se recusaram a transferir o dinheiro. A disputa aconteceu por uma diferença de entendimento do valor dos depósitos que a gestão de Fernando Pimentel (PT) pode usar para pagar despesas como precatórios, previdência e dívida pública. Ao acionar a Justiça, no último dia 19, o advogado-geral do Estado Onofre Alves Batista Júnior pediu que, além do repasse dos valores, houvesse, "se necessária, a decretação da prisão para assegurar a efetividade da ordem". Com a recusa do banco, três gerentes tiveram a prisão decretada por um juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública estadual na última sexta (23), mas a medida foi revogada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Nesta quarta (28), segundo o governo de Minas Gerais, o BB transferiu o dinheiro para os cofres do Estado após uma disputa judicial que chegou ao STF (Supremo Tribunal de Justiça). Foram liberados R$ 2,87 bilhões. O governo tem argumentado que o montante é essencial para evitar a piora da situação dos cofres estaduais, que devem apresentar um deficit de R$ 10 bilhões este ano. LEIS DIFERENTES Em Minas Gerais, duas leis tratam do tema, uma estadual (de julho) e uma federal (de agosto). A lei estadual, sancionada por Pimentel, afirma que o governo pode usar 75% dos depósitos em juízo das ações vinculados ao Tribunal de Justiça do Estado, inclusive entre pessoas físicas. Isso significa que o Estado não precisa ser parte da ação para poder utilizar o dinheiro. Já a lei federal aceita que os Estados usem até 70% dos depósitos, mas apenas de ações em que sejam parte. Em Minas, o governo tem utilizado a lei federal nos casos em que o governo faz parte da ação e a lei estadual nas outras situações. Quando o governo de Minas solicitou os R$ 2,87 bilhões, o Banco do Brasil já havia liberado outros R$ 2 bilhões e argumentou que, como segue a lei federal, não poderia transferir o restante do dinheiro, que correspondia aos depósitos judiciais que não envolviam ações do governo. A Procuradoria-Geral da República considerou a lei estadual inconstitucional e a questionou no Supremo, mas ainda não há decisão sobre o tema. Procurado, o governo de Minas disse que a liberação dos recursos "é fruto de esforços do governo do Estado no sentido de honrar compromissos financeiros no atual cenário de deficit orçamentário", mas não respondeu sobre o pedido de prisão. Procurado pela reportagem, o Banco do Brasil afirmou que realizou o depósito do valor determinado judicialmente, mas que prossegue com os recursos cabíveis.
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Pimentel pede prisão de gerentes do BB para liberar depósitos judiciaisPara conseguir a liberação de quase R$ 3 bilhões em depósitos judiciais, o governo de Minas pediu à Justiça a prisão de três gerentes de uma agência do Banco do Brasil de Belo Horizonte que se recusaram a transferir o dinheiro. A disputa aconteceu por uma diferença de entendimento do valor dos depósitos que a gestão de Fernando Pimentel (PT) pode usar para pagar despesas como precatórios, previdência e dívida pública. Ao acionar a Justiça, no último dia 19, o advogado-geral do Estado Onofre Alves Batista Júnior pediu que, além do repasse dos valores, houvesse, "se necessária, a decretação da prisão para assegurar a efetividade da ordem". Com a recusa do banco, três gerentes tiveram a prisão decretada por um juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública estadual na última sexta (23), mas a medida foi revogada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Nesta quarta (28), segundo o governo de Minas Gerais, o BB transferiu o dinheiro para os cofres do Estado após uma disputa judicial que chegou ao STF (Supremo Tribunal de Justiça). Foram liberados R$ 2,87 bilhões. O governo tem argumentado que o montante é essencial para evitar a piora da situação dos cofres estaduais, que devem apresentar um deficit de R$ 10 bilhões este ano. LEIS DIFERENTES Em Minas Gerais, duas leis tratam do tema, uma estadual (de julho) e uma federal (de agosto). A lei estadual, sancionada por Pimentel, afirma que o governo pode usar 75% dos depósitos em juízo das ações vinculados ao Tribunal de Justiça do Estado, inclusive entre pessoas físicas. Isso significa que o Estado não precisa ser parte da ação para poder utilizar o dinheiro. Já a lei federal aceita que os Estados usem até 70% dos depósitos, mas apenas de ações em que sejam parte. Em Minas, o governo tem utilizado a lei federal nos casos em que o governo faz parte da ação e a lei estadual nas outras situações. Quando o governo de Minas solicitou os R$ 2,87 bilhões, o Banco do Brasil já havia liberado outros R$ 2 bilhões e argumentou que, como segue a lei federal, não poderia transferir o restante do dinheiro, que correspondia aos depósitos judiciais que não envolviam ações do governo. A Procuradoria-Geral da República considerou a lei estadual inconstitucional e a questionou no Supremo, mas ainda não há decisão sobre o tema. Procurado, o governo de Minas disse que a liberação dos recursos "é fruto de esforços do governo do Estado no sentido de honrar compromissos financeiros no atual cenário de deficit orçamentário", mas não respondeu sobre o pedido de prisão. Procurado pela reportagem, o Banco do Brasil afirmou que realizou o depósito do valor determinado judicialmente, mas que prossegue com os recursos cabíveis.
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Votação na Assembleia do Rio tem protesto, bombas e tiros de borracha
Enquanto deputados da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) votavam nesta quarta-feira (24) o aumento da contribuição previdenciária dos servidores do Estado de 11% para 14%, servidores que protestavam entraram em confronto com a polícia. O protesto foi reprimido com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha. A Tropa de Choque se posicionou na porta da assembleia e atirava contra os que se aproximavam. Manifestantes recuaram e montaram barricadas de fogo em ruas do entorno. A polícia os cercou e lançou bombas, causando confusão no centro da cidade. O serviço de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) na avenida Rio Branco foi interrompido. Com a confusão, lojas baixaram as postas. Segundo a Polícia Militar, seis pessoas foram conduzidas para as delegacias da região e, destas, duas ficaram detidas por ataques contra os policiais durante o protesto. De acordo com a PM, o confronto começou quando manifestantes mascarados tentaram invadir o prédio pela lateral da Assembleia e os policiais intervieram, fazendo uso progressivo de força. O grupo se dispersou e retornou depois que a sessão foi encerrada com a aprovação do aumento da alíquota. Ainda de acordo com a PM, os mascarados, então, atacaram com pedras e rojões as equipes policiais. Um dos detidos foi preso por policiais do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (GEPE), e conduzido para a 10ª DP. Já o outro foi preso por agentes do Centro Presente, com apoio de policiais do 4°BPM (São Cristóvão), e levado para a 9ªDP.
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Votação na Assembleia do Rio tem protesto, bombas e tiros de borrachaEnquanto deputados da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) votavam nesta quarta-feira (24) o aumento da contribuição previdenciária dos servidores do Estado de 11% para 14%, servidores que protestavam entraram em confronto com a polícia. O protesto foi reprimido com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha. A Tropa de Choque se posicionou na porta da assembleia e atirava contra os que se aproximavam. Manifestantes recuaram e montaram barricadas de fogo em ruas do entorno. A polícia os cercou e lançou bombas, causando confusão no centro da cidade. O serviço de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) na avenida Rio Branco foi interrompido. Com a confusão, lojas baixaram as postas. Segundo a Polícia Militar, seis pessoas foram conduzidas para as delegacias da região e, destas, duas ficaram detidas por ataques contra os policiais durante o protesto. De acordo com a PM, o confronto começou quando manifestantes mascarados tentaram invadir o prédio pela lateral da Assembleia e os policiais intervieram, fazendo uso progressivo de força. O grupo se dispersou e retornou depois que a sessão foi encerrada com a aprovação do aumento da alíquota. Ainda de acordo com a PM, os mascarados, então, atacaram com pedras e rojões as equipes policiais. Um dos detidos foi preso por policiais do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (GEPE), e conduzido para a 10ª DP. Já o outro foi preso por agentes do Centro Presente, com apoio de policiais do 4°BPM (São Cristóvão), e levado para a 9ªDP.
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Brasileiro exporta consultório sobre rodas para Estados Unidos e Colômbia
A ideia de criar um sistema de atendimento médico móvel surgiu em 2008, diante da falta de acesso à saúde nas periferias de São Paulo. No próximo ano, o modelo de consultório criado pelo médico brasileiro Roberto Kikawa, 45, será replicado fora do Brasil, com atendimento realizado em contêineres. A partir de janeiro, os centros médicos de alta tecnologia desenvolvidos pelo Cies (Centro de Integração e Saúde) passarão a funcionar em Atlanta, nos Estados Unidos, e em Soacha, na Colômbia. Os consultórios atenderão quatro especialidades, com foco não apenas no tratamento, mas também na prevenção. Segundo Kikawa, o modelo tem grande potencial nos EUA, onde 40 milhões não possuem plano de saúde. "Para nós, também é uma grande oportunidade. Quando se planta em um país como esse, se atrai mais possíveis investidores", diz o gastroenterologista. Nos EUA, o modelo será operado por profissionais locais, com consultas em radiologia, cardiologia, oftalmologia e gastroenterologia. A princípio, serão realizados até cem atendimentos diários de segunda a sexta. O projeto será feito em parceria com cinco organizações, entre privadas e religiosas, sem fins lucrativos. Já em Sachoa, na Colômbia, o Cies será comandado por uma empresa privada fundada especialmente para o projeto e que receberá verba do governo para operá-lo. "Há uma população vulnerável que não possui atendimento básico", diz Robert Sandoval, 24, presidente da transportadora Incoltanques e responsável por levar o Cies para a Colômbia. A carreta atenderá as mesmas especialidades que o modelo desenhado para os EUA. Kikawa também planeja levar o projeto para China, Haiti, Paraguai e África. O Cies atraiu ainda a atenção dos indianos, mas a barreira cultural dificulta a aplicação do modelo. No país, há grande resistência nas comunidades carentes à ação de pessoas de fora da região. "Nós queremos formar um grupo especial para trabalhar no projeto, adaptando o que funciona no Brasil para a realidade indiana", diz o líder da Fundação Saujanya Amit Gupta, 24, que esteve no Brasil para conhecer o Cies. Vencedor do Prêmio Empreendedor Social, em 2010, realizado pela Folha com a Fundação Schwab, Kikawa diz que participar da rede ajudou a obter as parcerias. "Quando se pensa em globalização do projeto, tem que se pensar em parceria. Aprendi com a Fundação Schwab que o empreendedor precisa saber usar muito bem as redes", afirma o médico. No Brasil, o Cies atendeu mais de 700 mil pacientes em 32 municípios em sete anos e faz 34 mil exames por mês. Em São Paulo, virou política pública no programa Rede Hora Certa.
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Brasileiro exporta consultório sobre rodas para Estados Unidos e ColômbiaA ideia de criar um sistema de atendimento médico móvel surgiu em 2008, diante da falta de acesso à saúde nas periferias de São Paulo. No próximo ano, o modelo de consultório criado pelo médico brasileiro Roberto Kikawa, 45, será replicado fora do Brasil, com atendimento realizado em contêineres. A partir de janeiro, os centros médicos de alta tecnologia desenvolvidos pelo Cies (Centro de Integração e Saúde) passarão a funcionar em Atlanta, nos Estados Unidos, e em Soacha, na Colômbia. Os consultórios atenderão quatro especialidades, com foco não apenas no tratamento, mas também na prevenção. Segundo Kikawa, o modelo tem grande potencial nos EUA, onde 40 milhões não possuem plano de saúde. "Para nós, também é uma grande oportunidade. Quando se planta em um país como esse, se atrai mais possíveis investidores", diz o gastroenterologista. Nos EUA, o modelo será operado por profissionais locais, com consultas em radiologia, cardiologia, oftalmologia e gastroenterologia. A princípio, serão realizados até cem atendimentos diários de segunda a sexta. O projeto será feito em parceria com cinco organizações, entre privadas e religiosas, sem fins lucrativos. Já em Sachoa, na Colômbia, o Cies será comandado por uma empresa privada fundada especialmente para o projeto e que receberá verba do governo para operá-lo. "Há uma população vulnerável que não possui atendimento básico", diz Robert Sandoval, 24, presidente da transportadora Incoltanques e responsável por levar o Cies para a Colômbia. A carreta atenderá as mesmas especialidades que o modelo desenhado para os EUA. Kikawa também planeja levar o projeto para China, Haiti, Paraguai e África. O Cies atraiu ainda a atenção dos indianos, mas a barreira cultural dificulta a aplicação do modelo. No país, há grande resistência nas comunidades carentes à ação de pessoas de fora da região. "Nós queremos formar um grupo especial para trabalhar no projeto, adaptando o que funciona no Brasil para a realidade indiana", diz o líder da Fundação Saujanya Amit Gupta, 24, que esteve no Brasil para conhecer o Cies. Vencedor do Prêmio Empreendedor Social, em 2010, realizado pela Folha com a Fundação Schwab, Kikawa diz que participar da rede ajudou a obter as parcerias. "Quando se pensa em globalização do projeto, tem que se pensar em parceria. Aprendi com a Fundação Schwab que o empreendedor precisa saber usar muito bem as redes", afirma o médico. No Brasil, o Cies atendeu mais de 700 mil pacientes em 32 municípios em sete anos e faz 34 mil exames por mês. Em São Paulo, virou política pública no programa Rede Hora Certa.
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Anastasia apresenta relatório a favor de processo de impeachment
O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) apresentou nesta quarta (4) à comissão especial do impeachment relatório a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Relator do caso na comissão do Senado, Anastasia aponta que há elementos suficientes para que o processo seja aberto e petista julgada por crime de responsabilidade. Dilma é acusada de editar, em 2015, créditos suplementares e de usar dinheiro de bancos federais em programas do Tesouro, as chamadas "pedaladas fiscais". "Em face do exposto, consideramos que os fatos criminosos estão devidamente descritos, com indícios suficientes de autoria e materialidade, há plausibilidade na denúncia e atendimento aos pressupostos formais, restando, portanto, atendidos os requisitos exigidos pela lei para que a denunciada responda ao processo de impeachment", diz Anastasia. "É importante colocar em relevo que a denúncia em exame se refere a matéria da mais alta relevância para o país, qual seja, o da avaliação da responsabilidade na gestão fiscal e orçamentária", afirma o relator. "Esta Comissão não está apreciando meros tecnicismos. Tratamos da admissibilidade de uma denúncia centrada em indícios de irregularidades que, por sua natureza, podem colocar em xeque o próprio regime de responsabilidade fiscal", ressalta o tucano. Anastasia critica no relatório as alegações de Dilma de que é vítima de um "golpe". Para ele, é uma acusação "absolutamente descabida e desprovida de amparo fático e legal". "Nunca se viu golpe com direito a ampla defesa, contraditório, com reuniões às claras, transmitidas ao vivo, com direito à fala por membros de todos os matizes políticos, e com procedimento ditado pela Constituição e pelo STF", diz trecho de seu parecer. "Demais disso, o que se quer é deslegitimar a própria figura do impeachment, como se ela fosse estranha ao presidencialismo, ou sua antítese, o que é objetivamente falso", ressalta. Leia aqui a íntegra do relatório de Anastasia Em seu relatório, Anastasia diz que a linha de defesa de Dilma tenta atribuir a ela "um salvo conduto" para que ela entre para a história como uma "senhora de bem, que paira além da linha dos anjos". "Por outro lado, não se cuida, neste mister, de abonar a linha de defesa da Senhora Chefe do Poder Executivo, que pretende, por estratégia retórica, a ela atribuir um salvo conduto para que transite pela história como a Senhora do bem, que paira além da linha dos anjos", disse. Ao defender o afastamento de Dilma, Anastasia afirmou que defender o presidencialismo sem impeachment é "monarquia absoluta" e "ditadura". "Querer defender o presidencialismo sem impeachment é querer, mais uma vez, o melhor (para o governo) de dois mundos: o Executivo forte do presidencialismo, mas sem a possibilidade de retirada do poder em caso de abuso. Presidencialismo sem possibilidade de impeachment é monarquia absoluta, é ditadura, por isso que o mecanismo foi previsto em todas as nossas Constituições, e inclusive já utilizado sem traumas institucionais", escreveu em seu parecer. Ele também abriu espaço para que os senadores alterem, durante o julgamento da presidente, a tipificação dos crimes atribuídos a Dilma na denúncia original, desde que em cima dos mesmos fatos analisados: a edição de créditos suplementares e as chamadas "pedaladas fiscais. "Durante a instrução probatória, o julgador pode, conforme previsão expressa do CPP (art. 383), alterar essa tipificação, propor distinta classificação jurídica para os fatos postos", disse o relator. O relatório não menciona a Operação Lava Jato, o esquema de corrupção na Petrobras, ou algo referente ao tema. A intenção de Anastasia foi focar nos itens da denúncia original, ligados a possíveis manobras fiscais, e evitar uma espécie de "judicialização" do processo por parte da base do governo. Na Câmara, onde a admissibilidade foi aprovada, o relator Jovair Arantes (PTB-GO) faz referência à Lava Jato, o que causou protesto por parte dos aliados de Dilma. Arantes não usou o escândalo para pedir a abertura do processo de impeachment, mas sugeriu que o Senado pudesse abordar e aprofundar o tema, o que não foi acatado pelo relatório de Anastasia nesta etapa do processo. O parecer de Anastasia foi lido nesta tarde e será votado na comissão na próxima sexta (6). Um dia antes, quinta (5), o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, deve comparecer ao Senado para defender a presidente do documento do senador tucano. Como já ocorreu em outras sessões, senadores governistas e de oposição bateram boca e a sessão foi suspensa por um minuto. Ao chegar para a reunião da comissão, Anastasia foi assediado por alguns parlamentares que pediram para tirar selfies com ele, como o senador Magno Malta (PR-ES). A bancada do governo reafirmou, por meio dos senadores Gleisi Hoffmman (PT-PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ), sua posição contra a atuação de Anastasia pelo fato de ele pertencer ao PSDB, partido interessado no impeachment de Dilma. "Tivemos aqui uma acusação partidarizada. Vamos questionar até o final a presença de um senador do PSDB na relatoria", disse Lindbergh. O líder da bancada tucana, Cássio Cunha Lima (PB), e outros senadores de oposição reagiram às críticas. "Esse teatro todo é para aparecer na televisão. Agora vai ouvir quieto e sentadinho aí", disse Ricardo Ferraço (PSDB-ES) a Lindbergh Farias. "O senador Anastasia tem as condições políticas e institucionais de ser o relator", ressaltou o tucano. O PSDB ficou com a relatoria por questão de proporcionalidade de bloco partidário no colegiado. O clima é de derrota para o governo dentro da comissão. Apenas cinco dos seus 21 titulares são contra a abertura do processo de impeachment. Os trabalhos do colegiado começaram na semana passada - desde então, foram ouvidos os autores da denúncia, a defesa de Dilma e especialistas a favor e contra o impeachment. Depois da votação na sexta, o caso vai ao plenário do Senado, em sessão prevista para o dia 11, uma quarta-feira. São necessários os votos da maioria simples dos presentes para que o processo seja aceito. No momento, ao menos 51 dos 81 senadores já se manifestaram favoráveis. Confirmado esse resultado, Dilma será afastada por até 180 dias, período em que será julgada pelos senadores e o vice Michel Teme assumirá interinamente. Nesta etapa, exige-se o mínimo de 54 votos para que ela seja afastada definitivamente. No caso, pelo menos 42 declararam até agora votos neste sentido. MANIFESTAÇÃO Enquanto Anastasia lê seu relatório, um grupo de cerca de 30 pessoas do Comitê Pró-Democracia realizou uma manifestação contrária ao impeachment na porta da comissão especial. Com palavras de ordem, o manifestantes acusaram o tucano de ser "golpista" e disseram não aceitar um "governo ilegítimo que não tem voto", em referência à possibilidade de o vice-presidente Michel Temer assumir a presidência caso Dilma seja afastada do cargo. O grupo participou de uma audiência pública sobre democracia e direitos humanos na Comissão de Direitos Humanos do Senado no início da tarde. Enquanto se deslocavam para a saída do Congresso, o deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) passou pelo ato e gritou "Fora PT, Fora Dilma". A provocação foi imediatamente rechaçada pelo grupo, que cercou o parlamentar e também o acusou de ser golpista. Os senadores Fátima Bezerra (PT-RN) e Lindbergh Farias (PT-RJ) foram ao encontro dos manifestantes para agradecer pelo apoio. "Como já era esperado, estamos diante de uma fraude jurídica e uma farsa política porque o PSDB, através do seu relator, apresenta voto pelo impeachment", disse Fátima. Cronograma da comissão
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Anastasia apresenta relatório a favor de processo de impeachmentO senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) apresentou nesta quarta (4) à comissão especial do impeachment relatório a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Relator do caso na comissão do Senado, Anastasia aponta que há elementos suficientes para que o processo seja aberto e petista julgada por crime de responsabilidade. Dilma é acusada de editar, em 2015, créditos suplementares e de usar dinheiro de bancos federais em programas do Tesouro, as chamadas "pedaladas fiscais". "Em face do exposto, consideramos que os fatos criminosos estão devidamente descritos, com indícios suficientes de autoria e materialidade, há plausibilidade na denúncia e atendimento aos pressupostos formais, restando, portanto, atendidos os requisitos exigidos pela lei para que a denunciada responda ao processo de impeachment", diz Anastasia. "É importante colocar em relevo que a denúncia em exame se refere a matéria da mais alta relevância para o país, qual seja, o da avaliação da responsabilidade na gestão fiscal e orçamentária", afirma o relator. "Esta Comissão não está apreciando meros tecnicismos. Tratamos da admissibilidade de uma denúncia centrada em indícios de irregularidades que, por sua natureza, podem colocar em xeque o próprio regime de responsabilidade fiscal", ressalta o tucano. Anastasia critica no relatório as alegações de Dilma de que é vítima de um "golpe". Para ele, é uma acusação "absolutamente descabida e desprovida de amparo fático e legal". "Nunca se viu golpe com direito a ampla defesa, contraditório, com reuniões às claras, transmitidas ao vivo, com direito à fala por membros de todos os matizes políticos, e com procedimento ditado pela Constituição e pelo STF", diz trecho de seu parecer. "Demais disso, o que se quer é deslegitimar a própria figura do impeachment, como se ela fosse estranha ao presidencialismo, ou sua antítese, o que é objetivamente falso", ressalta. Leia aqui a íntegra do relatório de Anastasia Em seu relatório, Anastasia diz que a linha de defesa de Dilma tenta atribuir a ela "um salvo conduto" para que ela entre para a história como uma "senhora de bem, que paira além da linha dos anjos". "Por outro lado, não se cuida, neste mister, de abonar a linha de defesa da Senhora Chefe do Poder Executivo, que pretende, por estratégia retórica, a ela atribuir um salvo conduto para que transite pela história como a Senhora do bem, que paira além da linha dos anjos", disse. Ao defender o afastamento de Dilma, Anastasia afirmou que defender o presidencialismo sem impeachment é "monarquia absoluta" e "ditadura". "Querer defender o presidencialismo sem impeachment é querer, mais uma vez, o melhor (para o governo) de dois mundos: o Executivo forte do presidencialismo, mas sem a possibilidade de retirada do poder em caso de abuso. Presidencialismo sem possibilidade de impeachment é monarquia absoluta, é ditadura, por isso que o mecanismo foi previsto em todas as nossas Constituições, e inclusive já utilizado sem traumas institucionais", escreveu em seu parecer. Ele também abriu espaço para que os senadores alterem, durante o julgamento da presidente, a tipificação dos crimes atribuídos a Dilma na denúncia original, desde que em cima dos mesmos fatos analisados: a edição de créditos suplementares e as chamadas "pedaladas fiscais. "Durante a instrução probatória, o julgador pode, conforme previsão expressa do CPP (art. 383), alterar essa tipificação, propor distinta classificação jurídica para os fatos postos", disse o relator. O relatório não menciona a Operação Lava Jato, o esquema de corrupção na Petrobras, ou algo referente ao tema. A intenção de Anastasia foi focar nos itens da denúncia original, ligados a possíveis manobras fiscais, e evitar uma espécie de "judicialização" do processo por parte da base do governo. Na Câmara, onde a admissibilidade foi aprovada, o relator Jovair Arantes (PTB-GO) faz referência à Lava Jato, o que causou protesto por parte dos aliados de Dilma. Arantes não usou o escândalo para pedir a abertura do processo de impeachment, mas sugeriu que o Senado pudesse abordar e aprofundar o tema, o que não foi acatado pelo relatório de Anastasia nesta etapa do processo. O parecer de Anastasia foi lido nesta tarde e será votado na comissão na próxima sexta (6). Um dia antes, quinta (5), o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, deve comparecer ao Senado para defender a presidente do documento do senador tucano. Como já ocorreu em outras sessões, senadores governistas e de oposição bateram boca e a sessão foi suspensa por um minuto. Ao chegar para a reunião da comissão, Anastasia foi assediado por alguns parlamentares que pediram para tirar selfies com ele, como o senador Magno Malta (PR-ES). A bancada do governo reafirmou, por meio dos senadores Gleisi Hoffmman (PT-PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ), sua posição contra a atuação de Anastasia pelo fato de ele pertencer ao PSDB, partido interessado no impeachment de Dilma. "Tivemos aqui uma acusação partidarizada. Vamos questionar até o final a presença de um senador do PSDB na relatoria", disse Lindbergh. O líder da bancada tucana, Cássio Cunha Lima (PB), e outros senadores de oposição reagiram às críticas. "Esse teatro todo é para aparecer na televisão. Agora vai ouvir quieto e sentadinho aí", disse Ricardo Ferraço (PSDB-ES) a Lindbergh Farias. "O senador Anastasia tem as condições políticas e institucionais de ser o relator", ressaltou o tucano. O PSDB ficou com a relatoria por questão de proporcionalidade de bloco partidário no colegiado. O clima é de derrota para o governo dentro da comissão. Apenas cinco dos seus 21 titulares são contra a abertura do processo de impeachment. Os trabalhos do colegiado começaram na semana passada - desde então, foram ouvidos os autores da denúncia, a defesa de Dilma e especialistas a favor e contra o impeachment. Depois da votação na sexta, o caso vai ao plenário do Senado, em sessão prevista para o dia 11, uma quarta-feira. São necessários os votos da maioria simples dos presentes para que o processo seja aceito. No momento, ao menos 51 dos 81 senadores já se manifestaram favoráveis. Confirmado esse resultado, Dilma será afastada por até 180 dias, período em que será julgada pelos senadores e o vice Michel Teme assumirá interinamente. Nesta etapa, exige-se o mínimo de 54 votos para que ela seja afastada definitivamente. No caso, pelo menos 42 declararam até agora votos neste sentido. MANIFESTAÇÃO Enquanto Anastasia lê seu relatório, um grupo de cerca de 30 pessoas do Comitê Pró-Democracia realizou uma manifestação contrária ao impeachment na porta da comissão especial. Com palavras de ordem, o manifestantes acusaram o tucano de ser "golpista" e disseram não aceitar um "governo ilegítimo que não tem voto", em referência à possibilidade de o vice-presidente Michel Temer assumir a presidência caso Dilma seja afastada do cargo. O grupo participou de uma audiência pública sobre democracia e direitos humanos na Comissão de Direitos Humanos do Senado no início da tarde. Enquanto se deslocavam para a saída do Congresso, o deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) passou pelo ato e gritou "Fora PT, Fora Dilma". A provocação foi imediatamente rechaçada pelo grupo, que cercou o parlamentar e também o acusou de ser golpista. Os senadores Fátima Bezerra (PT-RN) e Lindbergh Farias (PT-RJ) foram ao encontro dos manifestantes para agradecer pelo apoio. "Como já era esperado, estamos diante de uma fraude jurídica e uma farsa política porque o PSDB, através do seu relator, apresenta voto pelo impeachment", disse Fátima. Cronograma da comissão
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Artista explora as possibilidades do espaço em exposição
O espaço pode ser subvertido nas mãos de Deborah Engel. A artista paulistana, radicada no Rio, apresenta a partir desta quarta (2), em São Paulo, uma série de trabalhos no qual cria a sensação de tridimensionalidade a partir de colagens, fotografias e caixas de madeiras. A série compõe a exposição "Loco in Loco: O Espaço que se Move", em cartaz na Galeria Virgílio até o dia 26 de setembro. Com fotografias que vão de pequenas salas do parque Lage, no Rio, a um hotel abandonado nas cercanias do Cristo Redentor, a artista cria ambientes agigantados pela sensação do olhar. Uma imagem do fundo de uma caixa de sapato Melissa, por exemplo, reproduzida em camadas de diversos tamanhos, torna-se diante dos olhos o corredor de um navio, uma tubulação de ar, ou o caminho sanfonada que liga terminais a aviões. "É na verdade uma busca pela quarta dimensão, que é uma dimensão poética", diz Deborah, diante de uma das peças, um conjunto de 17 quadros sobrepostos que reproduzem a mesma fotografia, causando uma certa vertigem. A mostra já esteve em cartaz no Rio de Janeiro, em dezembro do ano passado, no Studio-X, espaço que faz parte da rede da Escola de Arquitetura, Planejamento e Preservação da Universidade Columbia. Em São Paulo, a exposição foi acrescida de três caixas de madeira que reproduzem a ideia dos quadros: blocos de diferentes tamanhos sobrepostos, alterando as noções de espaço. "As caixas são uma forma nova de mexer com a imagem no próprio espaço. Queria um dia fazer isso numa galeria de arte. Mas aí eu teria um painel gigante saindo do fundo da galeria, e ninguém conseguiria entrar", diz a artista, sobre planos futuros. Em seus trabalhos anteriores, ela já brincava com a questão da transitoriedade, seja espacial ou temporal. Em 2009, montou a série "Tudo É Passageiro", montagens fotográficas retratando colos de viajantes em trens e ônibus. No ano seguinte, apresentou "Paisagens Possíveis", no qual sobrepunha imagens de revistas, como as da "National Geographic", a cenários reais, criando uma terceira imagem, menos provável —como a fotografia de senhoras inglesas postas ao lado de um trabalhador rural. A partir do dia 7 deste mês, algumas peças de "Loco in Loco" estarão em exposição no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, como parte da mostra internacional "Trio Bienal", que trará obras que trabalhem a tridimensionalidade. Entre os artistas convidados da mostra, estão a sérvia Marina Abramovic, o neozelandês Dane Mitchell e o americano Joseph Kosuth. LOCO IN LOCO: O ESPAÇO QUE SE MOVE ARTISTA Deborah Engel QUANDO seg. a sex., das 11h às 19h, sáb., das 11h às 17h, até 26.set ONDE Galeria Virgílio, r. Virgílio de Carvalho Pinto, 426 QUANTO grátis
ilustrada
Artista explora as possibilidades do espaço em exposiçãoO espaço pode ser subvertido nas mãos de Deborah Engel. A artista paulistana, radicada no Rio, apresenta a partir desta quarta (2), em São Paulo, uma série de trabalhos no qual cria a sensação de tridimensionalidade a partir de colagens, fotografias e caixas de madeiras. A série compõe a exposição "Loco in Loco: O Espaço que se Move", em cartaz na Galeria Virgílio até o dia 26 de setembro. Com fotografias que vão de pequenas salas do parque Lage, no Rio, a um hotel abandonado nas cercanias do Cristo Redentor, a artista cria ambientes agigantados pela sensação do olhar. Uma imagem do fundo de uma caixa de sapato Melissa, por exemplo, reproduzida em camadas de diversos tamanhos, torna-se diante dos olhos o corredor de um navio, uma tubulação de ar, ou o caminho sanfonada que liga terminais a aviões. "É na verdade uma busca pela quarta dimensão, que é uma dimensão poética", diz Deborah, diante de uma das peças, um conjunto de 17 quadros sobrepostos que reproduzem a mesma fotografia, causando uma certa vertigem. A mostra já esteve em cartaz no Rio de Janeiro, em dezembro do ano passado, no Studio-X, espaço que faz parte da rede da Escola de Arquitetura, Planejamento e Preservação da Universidade Columbia. Em São Paulo, a exposição foi acrescida de três caixas de madeira que reproduzem a ideia dos quadros: blocos de diferentes tamanhos sobrepostos, alterando as noções de espaço. "As caixas são uma forma nova de mexer com a imagem no próprio espaço. Queria um dia fazer isso numa galeria de arte. Mas aí eu teria um painel gigante saindo do fundo da galeria, e ninguém conseguiria entrar", diz a artista, sobre planos futuros. Em seus trabalhos anteriores, ela já brincava com a questão da transitoriedade, seja espacial ou temporal. Em 2009, montou a série "Tudo É Passageiro", montagens fotográficas retratando colos de viajantes em trens e ônibus. No ano seguinte, apresentou "Paisagens Possíveis", no qual sobrepunha imagens de revistas, como as da "National Geographic", a cenários reais, criando uma terceira imagem, menos provável —como a fotografia de senhoras inglesas postas ao lado de um trabalhador rural. A partir do dia 7 deste mês, algumas peças de "Loco in Loco" estarão em exposição no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, como parte da mostra internacional "Trio Bienal", que trará obras que trabalhem a tridimensionalidade. Entre os artistas convidados da mostra, estão a sérvia Marina Abramovic, o neozelandês Dane Mitchell e o americano Joseph Kosuth. LOCO IN LOCO: O ESPAÇO QUE SE MOVE ARTISTA Deborah Engel QUANDO seg. a sex., das 11h às 19h, sáb., das 11h às 17h, até 26.set ONDE Galeria Virgílio, r. Virgílio de Carvalho Pinto, 426 QUANTO grátis
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Luxemburgo é anunciado como novo técnico do Cruzeiro
Nesta terça-feira (2), o Cruzeiro anunciou Vanderlei Luxemburgo como seu novo treinador. Ele assumirá o lugar de Marcelo Oliveira, que foi bicampeão brasileiro à frente do clube e teve sua saída anunciada também nesta terça. O contrato com Luxemburgo tem duração prevista até o final de 2016. Luxemburgo esteve no comando do Cruzeiro entre os anos de 2002 e 2004. Durante sua passagem pelo time, o técnico disputou 107 partidas, venceu 68, empatou 22 e perdeu somente 17. Ele teve aproveitamento de 70% dos pontos disputados. A passagem de Luxemburgo ficou marcada, principalmente, pela conquista da "tríplice coroa", ao vencer a Copa do Brasil, os Campeonatos Mineiro e Brasileiro. O último clube treinado por Luxemburgo foi o Flamengo, do qual ele foi demitido no último dia 25 de maio. Editoria de Arte/Folhapress
esporte
Luxemburgo é anunciado como novo técnico do CruzeiroNesta terça-feira (2), o Cruzeiro anunciou Vanderlei Luxemburgo como seu novo treinador. Ele assumirá o lugar de Marcelo Oliveira, que foi bicampeão brasileiro à frente do clube e teve sua saída anunciada também nesta terça. O contrato com Luxemburgo tem duração prevista até o final de 2016. Luxemburgo esteve no comando do Cruzeiro entre os anos de 2002 e 2004. Durante sua passagem pelo time, o técnico disputou 107 partidas, venceu 68, empatou 22 e perdeu somente 17. Ele teve aproveitamento de 70% dos pontos disputados. A passagem de Luxemburgo ficou marcada, principalmente, pela conquista da "tríplice coroa", ao vencer a Copa do Brasil, os Campeonatos Mineiro e Brasileiro. O último clube treinado por Luxemburgo foi o Flamengo, do qual ele foi demitido no último dia 25 de maio. Editoria de Arte/Folhapress
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Leitores divergem sobre razão de Lula liderar pesquisa Datafolha
PESQUISA DATAFOLHA A manchete da Folha de domingo (30/4) é simplesmente tenebrosa: "Lula amplia liderança". Que país é este? Já é inacreditável que um réu em cinco processos, por corrupção e obstrução da Justiça, possa pleitear um cargo de síndico de condomínio -quanto mais o de presidente da República. ANTONIO CARLOS G. DA SILVA (São Paulo, SP) * Embora massacrado diariamente pela mídia, Lula ainda é a maior liderança política do país, como mostra a pesquisa Datafolha. O resultado, considerado em paralelo aos dados do IBGE sobre o desemprego, nos faz parodiar uma marchinha sobre Getúlio Vargas: "Bota o retrato do Lula, bota no mesmo lugar, o sorriso do Lulinha faz a gente trabalhar". CLÉCIO RIBEIRO (São Paulo, SP) * Mensalão, assalto à Petrobras, assalto aos fundos de pensão das estatais, negociatas com a Odebrecht, enriquecimento pessoal, incompetência administrativa, omissão em relação às reformas das quais o país tanto necessita. Parece que tudo isso é pouco para apoiadores do lulopetismo. Na minha opinião, ou esses brasileiros são muito ingênuos, ou aprovam o modus operandi implantado no país por 13 anos. Saída? Continua sendo o aeroporto. RAYMOND KAPPAZ (São Paulo, SP) * O crescimento de Lula, sempre massacrado pela Folha, e a queda dos tucanos, sempre protegidos, representa um tapa na cara de grande parte da mídia por sua abjeta parcialidade. Espero que isso conduza a direção do jornal a alguma forma de reflexão sobre o que seja um jornalismo isento. JOÃO DE DEUS S. SILVA (Presidente Prudente, SP) * Pesquisa fica capenga, injusta e estranha sem Fernando Collor de Mello. Ele é determinado, corajoso e conhecedor profundo dos problemas nacionais. VICENTE LIMONGI NETTO (Brasília, DF) - GREVE O editorial "A greve e as reformas" ("Opinião", 29/4), traz um erro profundo de análise. Maniqueísta, diz que a "alternativa que se coloca é aprovar a proposta governamental ou deixar o sistema como está". Errado. Que tal se, em vez de esfolar milhões de trabalhadores, como propõe o atual governo, acabássemos com os privilégios de milhares de militares, políticos e juízes? CLAYTON ROMANO (Uberaba, MG) * No seu artigo "Luta de Classe" ("Opinião", 29/4), André Singer cometeu um equívoco ao afirmar, sobre as manifestações do dia 28, que a base da sociedade começou a reagir. O movimento foi organizado pelos habituais baderneiros, e não por aqueles que trabalham. Se o país vive esta situação crítica, a culpa é dos governos anteriores, que não tinham preparo para comandar o Estado e ainda incitaram pessoas ao ódio e à luta de classes. ALEXANDRE DURO (Salvador, BA) * A dita greve passou de uma baderna geral, insana e descabida, porque não deixaram o outro lado se manifestar e exercer seu direito de ir e vir. Pagos pelos sindicatos militantes, tiraram as chaves dos motoristas de ônibus, intimidaram comerciantes a fecharem suas lojas, poluíram o ambiente queimando pneus nas ruas e nas estradas, destruíram patrimônio público. Com esse tipo de anarquia, só nos envergonham. LILIAN M. MANSUR (Porto Alegre, RS) * Osmar Serraglio, ministro da Justiça, usa o substantivo "fracasso" classificar um movimento legítimo do povo brasileiro. Com isso, demonstra todo o seu desprezo por uma parte da população que simplesmente pensa diferente dele e ainda paga o seu salário. JOÃO MONTANHA (Recife, PE) - 1º de MAIO Em atenção à nota "Linha cruzada", publicada no "Painel" do dia 29/4, a Polícia Militar esclarece que, diferentemente do que foi citado na coluna, o comandante da Coordenadoria Operacional da PM, coronel Dimitrios Fyskatoris, não tratou do assunto com a CUT. LUIZ MOTTA, diretor de comunicação e imprensa da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo * RESPOSTA DA JORNALISTA DANIELA LIMA, EDITORA DO "PAINEL" - A coluna mantém a informação publicada. Houve contato entre o representante indicado pela PM para negociar com a CUT e a central na última sexta (28). O missivista indica na carta de desmentido um interlocutor que não foi citado pelo "Painel". - BELCHIOR "Paralelas", "Medo de Avião" e "Como Nossos Pais" são músicas lindas deste artista que vai deixar saudades. Que descanse em paz. JUNIOR DE OLIVEIRA (Araçatuba, SP) - ELEIÇÃO NA INGLATERRA A vitória da primeira-ministra Theresa May nas eleições de 8 de junho pode acentuar dois movimentos contrários. De um lado, Inglaterra e País de Gales apoiam o Brexit e negociam o processo de saída do bloco europeu. Do outro, a Escócia convocaria novo referendo para abandonar o Reino Unido, a fim de permanecer na União Europeia. O mais surpreendente movimento seria a Irlanda do Norte promover uma reunificação com a República da Irlanda, em troca de permanecer na União Europeia. LUIZ ROBERTO DA COSTA JR. (Campinas, SP) - CINEMA O crítico tem todo o direito de não gostar de um filme, mas o que Sérgio Alpendre escreveu sobre "No Intenso Agora", de João Moreira Salles, me parece mais um acerto de contas pessoal do que uma crítica ("Forçada, narração de João Moreira Salles joga o filme para baixo", "Ilustrada", 27/4). Não é um filme óbvio, de que todo mundo vá gostar. Requer um mergulho paciente e meditativo no dispositivo proposto pelo realizador. Mas é isso que se espera de um crítico, para que possa escrever algo consistente. JULIO ADAMOR CRUZ NETO (São Paulo, SP) PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. 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Leitores divergem sobre razão de Lula liderar pesquisa DatafolhaPESQUISA DATAFOLHA A manchete da Folha de domingo (30/4) é simplesmente tenebrosa: "Lula amplia liderança". Que país é este? Já é inacreditável que um réu em cinco processos, por corrupção e obstrução da Justiça, possa pleitear um cargo de síndico de condomínio -quanto mais o de presidente da República. ANTONIO CARLOS G. DA SILVA (São Paulo, SP) * Embora massacrado diariamente pela mídia, Lula ainda é a maior liderança política do país, como mostra a pesquisa Datafolha. O resultado, considerado em paralelo aos dados do IBGE sobre o desemprego, nos faz parodiar uma marchinha sobre Getúlio Vargas: "Bota o retrato do Lula, bota no mesmo lugar, o sorriso do Lulinha faz a gente trabalhar". CLÉCIO RIBEIRO (São Paulo, SP) * Mensalão, assalto à Petrobras, assalto aos fundos de pensão das estatais, negociatas com a Odebrecht, enriquecimento pessoal, incompetência administrativa, omissão em relação às reformas das quais o país tanto necessita. Parece que tudo isso é pouco para apoiadores do lulopetismo. Na minha opinião, ou esses brasileiros são muito ingênuos, ou aprovam o modus operandi implantado no país por 13 anos. Saída? Continua sendo o aeroporto. RAYMOND KAPPAZ (São Paulo, SP) * O crescimento de Lula, sempre massacrado pela Folha, e a queda dos tucanos, sempre protegidos, representa um tapa na cara de grande parte da mídia por sua abjeta parcialidade. Espero que isso conduza a direção do jornal a alguma forma de reflexão sobre o que seja um jornalismo isento. JOÃO DE DEUS S. SILVA (Presidente Prudente, SP) * Pesquisa fica capenga, injusta e estranha sem Fernando Collor de Mello. Ele é determinado, corajoso e conhecedor profundo dos problemas nacionais. VICENTE LIMONGI NETTO (Brasília, DF) - GREVE O editorial "A greve e as reformas" ("Opinião", 29/4), traz um erro profundo de análise. Maniqueísta, diz que a "alternativa que se coloca é aprovar a proposta governamental ou deixar o sistema como está". Errado. Que tal se, em vez de esfolar milhões de trabalhadores, como propõe o atual governo, acabássemos com os privilégios de milhares de militares, políticos e juízes? CLAYTON ROMANO (Uberaba, MG) * No seu artigo "Luta de Classe" ("Opinião", 29/4), André Singer cometeu um equívoco ao afirmar, sobre as manifestações do dia 28, que a base da sociedade começou a reagir. O movimento foi organizado pelos habituais baderneiros, e não por aqueles que trabalham. Se o país vive esta situação crítica, a culpa é dos governos anteriores, que não tinham preparo para comandar o Estado e ainda incitaram pessoas ao ódio e à luta de classes. ALEXANDRE DURO (Salvador, BA) * A dita greve passou de uma baderna geral, insana e descabida, porque não deixaram o outro lado se manifestar e exercer seu direito de ir e vir. Pagos pelos sindicatos militantes, tiraram as chaves dos motoristas de ônibus, intimidaram comerciantes a fecharem suas lojas, poluíram o ambiente queimando pneus nas ruas e nas estradas, destruíram patrimônio público. Com esse tipo de anarquia, só nos envergonham. LILIAN M. MANSUR (Porto Alegre, RS) * Osmar Serraglio, ministro da Justiça, usa o substantivo "fracasso" classificar um movimento legítimo do povo brasileiro. Com isso, demonstra todo o seu desprezo por uma parte da população que simplesmente pensa diferente dele e ainda paga o seu salário. JOÃO MONTANHA (Recife, PE) - 1º de MAIO Em atenção à nota "Linha cruzada", publicada no "Painel" do dia 29/4, a Polícia Militar esclarece que, diferentemente do que foi citado na coluna, o comandante da Coordenadoria Operacional da PM, coronel Dimitrios Fyskatoris, não tratou do assunto com a CUT. LUIZ MOTTA, diretor de comunicação e imprensa da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo * RESPOSTA DA JORNALISTA DANIELA LIMA, EDITORA DO "PAINEL" - A coluna mantém a informação publicada. Houve contato entre o representante indicado pela PM para negociar com a CUT e a central na última sexta (28). O missivista indica na carta de desmentido um interlocutor que não foi citado pelo "Painel". - BELCHIOR "Paralelas", "Medo de Avião" e "Como Nossos Pais" são músicas lindas deste artista que vai deixar saudades. Que descanse em paz. JUNIOR DE OLIVEIRA (Araçatuba, SP) - ELEIÇÃO NA INGLATERRA A vitória da primeira-ministra Theresa May nas eleições de 8 de junho pode acentuar dois movimentos contrários. De um lado, Inglaterra e País de Gales apoiam o Brexit e negociam o processo de saída do bloco europeu. Do outro, a Escócia convocaria novo referendo para abandonar o Reino Unido, a fim de permanecer na União Europeia. O mais surpreendente movimento seria a Irlanda do Norte promover uma reunificação com a República da Irlanda, em troca de permanecer na União Europeia. LUIZ ROBERTO DA COSTA JR. (Campinas, SP) - CINEMA O crítico tem todo o direito de não gostar de um filme, mas o que Sérgio Alpendre escreveu sobre "No Intenso Agora", de João Moreira Salles, me parece mais um acerto de contas pessoal do que uma crítica ("Forçada, narração de João Moreira Salles joga o filme para baixo", "Ilustrada", 27/4). Não é um filme óbvio, de que todo mundo vá gostar. Requer um mergulho paciente e meditativo no dispositivo proposto pelo realizador. Mas é isso que se espera de um crítico, para que possa escrever algo consistente. JULIO ADAMOR CRUZ NETO (São Paulo, SP) PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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O choro do neto
O técnico José Roberto Guimarães sempre significou para este "velho maestro" um exemplo de competência, humildade e dignidade. Poucas vezes me emocionei tanto como no dia em que o conheci pessoalmente. Eu estudava uma partitura, minutos antes de o avião decolar, quando ele veio e sentou-se na cadeira ao lado. Durante a conversa, pediu-me que um dia conversasse com suas atletas sobre o significado da palavra superação. Daí nasceu uma grande amizade. O encontro com as atletas, por motivo de agenda, nunca foi possível. Conheço o marido, o pai, o avô e o amigo Zé Roberto, razão pela qual, ao ver seu neto Felipe chorando na derrota do Brasil para a China -e mais ainda, ao ouvir sua explicação para o menino, dizendo que na vida ganhar e perder fazem parte da trajetória de um ser humano-, lembrei-me da cena de uma criança chorando quando o Brasil perdeu a Copa de 1982, na Espanha. Nestes últimos dez anos, já escrevi alguns artigos para "Tendências / Debates", alguns dos quais sobre esporte e não sobre minha profissão, que se transformou numa missão -a música. Desta vez, aproveito para expressar um vazio que restou na alma dos brasileiros, provocado pelo fato de nunca termos visto Ayrton Senna e Nelson Piquet, os dois maiores pilotos de uma época, levantarem juntos a bandeira do Brasil. Cito estes dois gênios do automobilismo para falar de dois dos maiores técnicos de vôlei que o mundo já viu: Zé Roberto e Bernardinho. Mais uma dupla brasileira genial, cujas lideranças são de estilos bem diferentes, mas que nos dignificam como brasileiros. Conheci Bernardinho também num aeroporto. É um homem que extravasa a emoção de forma veemente, contagiando a todos de maneira arrebatadora. Zé Roberto, embora de forma bem diversa, exerce igual poder sobre o público. Com seu jeito contido, transmite os mesmos sentimentos intensos com um simples olhar. Ambos enfrentaram, assim como eu, vitórias e derrotas, emoções antagônicas que moldam o caráter de um homem, que deixam um legado de força e determinação para todo o país, não só para o neto. Mostraram que um campeão não nasce apenas dos louros do vencedor mas sim de cada etapa trilhada, de cada batalha enfrentada e, principalmente, da determinação de seguir em frente, com a tenacidade e o orgulho do caminho percorrido. Guardo em meu peito o sonho de ver, em Tóquio 2020, os meninos e as meninas do vôlei trazerem o ouro, ao lado desses dois técnicos fenomenais unidos em torno da nossa bandeira. Seria um belíssimo exemplo de que a superação é resultado da fé, do trabalho árduo e da persistência na busca de um objetivo. Tudo isso porque adoro sonhar, principalmente quando sei que esse sonho pode se transformar em realidade. Desde já, agradeço a Zé Roberto e a Bernardinho por serem guerreiros corajosos e jamais desistirem diante das adversidades. Eles sim são grandes homens que orgulham o povo brasileiro. JOÃO CARLOS MARTINS é 76, maestro, é diretor artístico da Bachiana Filarmônica Sesi-SP (Serviço Social da Indústria de São Paulo) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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O choro do netoO técnico José Roberto Guimarães sempre significou para este "velho maestro" um exemplo de competência, humildade e dignidade. Poucas vezes me emocionei tanto como no dia em que o conheci pessoalmente. Eu estudava uma partitura, minutos antes de o avião decolar, quando ele veio e sentou-se na cadeira ao lado. Durante a conversa, pediu-me que um dia conversasse com suas atletas sobre o significado da palavra superação. Daí nasceu uma grande amizade. O encontro com as atletas, por motivo de agenda, nunca foi possível. Conheço o marido, o pai, o avô e o amigo Zé Roberto, razão pela qual, ao ver seu neto Felipe chorando na derrota do Brasil para a China -e mais ainda, ao ouvir sua explicação para o menino, dizendo que na vida ganhar e perder fazem parte da trajetória de um ser humano-, lembrei-me da cena de uma criança chorando quando o Brasil perdeu a Copa de 1982, na Espanha. Nestes últimos dez anos, já escrevi alguns artigos para "Tendências / Debates", alguns dos quais sobre esporte e não sobre minha profissão, que se transformou numa missão -a música. Desta vez, aproveito para expressar um vazio que restou na alma dos brasileiros, provocado pelo fato de nunca termos visto Ayrton Senna e Nelson Piquet, os dois maiores pilotos de uma época, levantarem juntos a bandeira do Brasil. Cito estes dois gênios do automobilismo para falar de dois dos maiores técnicos de vôlei que o mundo já viu: Zé Roberto e Bernardinho. Mais uma dupla brasileira genial, cujas lideranças são de estilos bem diferentes, mas que nos dignificam como brasileiros. Conheci Bernardinho também num aeroporto. É um homem que extravasa a emoção de forma veemente, contagiando a todos de maneira arrebatadora. Zé Roberto, embora de forma bem diversa, exerce igual poder sobre o público. Com seu jeito contido, transmite os mesmos sentimentos intensos com um simples olhar. Ambos enfrentaram, assim como eu, vitórias e derrotas, emoções antagônicas que moldam o caráter de um homem, que deixam um legado de força e determinação para todo o país, não só para o neto. Mostraram que um campeão não nasce apenas dos louros do vencedor mas sim de cada etapa trilhada, de cada batalha enfrentada e, principalmente, da determinação de seguir em frente, com a tenacidade e o orgulho do caminho percorrido. Guardo em meu peito o sonho de ver, em Tóquio 2020, os meninos e as meninas do vôlei trazerem o ouro, ao lado desses dois técnicos fenomenais unidos em torno da nossa bandeira. Seria um belíssimo exemplo de que a superação é resultado da fé, do trabalho árduo e da persistência na busca de um objetivo. Tudo isso porque adoro sonhar, principalmente quando sei que esse sonho pode se transformar em realidade. Desde já, agradeço a Zé Roberto e a Bernardinho por serem guerreiros corajosos e jamais desistirem diante das adversidades. Eles sim são grandes homens que orgulham o povo brasileiro. JOÃO CARLOS MARTINS é 76, maestro, é diretor artístico da Bachiana Filarmônica Sesi-SP (Serviço Social da Indústria de São Paulo) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Homem é morto ao tentar roubar seguranças do vice-governador do RS
Um suspeito morreu ao tentar roubar uma camionete S-10 com seguranças do vice-governador do Rio Grande do Sul, José Paulo Cairoli, na noite de domingo (8), na zona norte de Porto Alegre. Um militar ficou ferido. Por volta das 20h, dois homens armados chegaram em um carro branco roubado e abordaram um capitão e um sargento da Brigada Militar que esperavam o vice-governador na rua Couto de Magalhães, no bairro Higienópolis. Segundo a Brigada Militar, os policiais reagiram e trocaram tiros com os suspeitos. Um ladrão morreu no local e o capitão da Brigada foi ferido de raspão na perna. O outro ladrão fugiu. O militar ferido foi levado ao Hospital Cristo Redentor e passa bem, segundo informações da Brigada Militar.
cotidiano
Homem é morto ao tentar roubar seguranças do vice-governador do RSUm suspeito morreu ao tentar roubar uma camionete S-10 com seguranças do vice-governador do Rio Grande do Sul, José Paulo Cairoli, na noite de domingo (8), na zona norte de Porto Alegre. Um militar ficou ferido. Por volta das 20h, dois homens armados chegaram em um carro branco roubado e abordaram um capitão e um sargento da Brigada Militar que esperavam o vice-governador na rua Couto de Magalhães, no bairro Higienópolis. Segundo a Brigada Militar, os policiais reagiram e trocaram tiros com os suspeitos. Um ladrão morreu no local e o capitão da Brigada foi ferido de raspão na perna. O outro ladrão fugiu. O militar ferido foi levado ao Hospital Cristo Redentor e passa bem, segundo informações da Brigada Militar.
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Eike Batista é alvo de mais um processo na Justiça do Rio
A lista de processos contra o ex-bilionário Eike Batista continua crescendo na Justiça do Rio. Em junho, o acionista Márcio Lobo entrou com ação pedindo a anulação da assembleia da OGPar (antiga OGX), realizada em maio de 2014. Segundo Lobo, Eike teria votado nessa assembleia pela aprovação das contas de 2013 da companhia e o aumento da remuneração de executivos em 50%. "Como ele era acionista controlador da companhia, ele não poderia ter votado e aprovado as próprias contas", explica o advogado, ex-minoritário da OGX. "Quero que a lei seja respeitada." Segundo Lobo, ele também não poderia ter votado no aumento de 50% do bolo pago a executivos, para R$ 21 milhões, já que se beneficiaria como administrador. Na época da assembleia, Lobo tentou impedir previamente o voto de Eike por meio de uma reclamação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O caso virou processo, mas não foi julgado. No início da semana, o Ministério Público Federal entrou com um recurso na Justiça para bloquear os bens móveis e imóveis de Eike no valor de R$ 1,026 bilhão. O pedido feito pelo procurador da República José Maria Panoeiro, inclui também bens da esposa do empresário, Flávia Soares Sampaio, e dos filhos Thor e Olin. Carros, imóveis e o iate foram devolvido ao empresário em abril, por decisão do juiz Vitor Valpuesta, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio. Um bloqueio de R$ 162 milhões foi mantido à época. Segundo Ary Bergher, advogado de Eike, a ação movida por Lobo seria uma "aventura jurídica" que não deve ser levado a sério. Ele disse ainda que vai recorrer contra o pedido de bloqueio de bens apresentado pelo MPF. Para Bergher, o MPF só "cumpre tabela".
mercado
Eike Batista é alvo de mais um processo na Justiça do RioA lista de processos contra o ex-bilionário Eike Batista continua crescendo na Justiça do Rio. Em junho, o acionista Márcio Lobo entrou com ação pedindo a anulação da assembleia da OGPar (antiga OGX), realizada em maio de 2014. Segundo Lobo, Eike teria votado nessa assembleia pela aprovação das contas de 2013 da companhia e o aumento da remuneração de executivos em 50%. "Como ele era acionista controlador da companhia, ele não poderia ter votado e aprovado as próprias contas", explica o advogado, ex-minoritário da OGX. "Quero que a lei seja respeitada." Segundo Lobo, ele também não poderia ter votado no aumento de 50% do bolo pago a executivos, para R$ 21 milhões, já que se beneficiaria como administrador. Na época da assembleia, Lobo tentou impedir previamente o voto de Eike por meio de uma reclamação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O caso virou processo, mas não foi julgado. No início da semana, o Ministério Público Federal entrou com um recurso na Justiça para bloquear os bens móveis e imóveis de Eike no valor de R$ 1,026 bilhão. O pedido feito pelo procurador da República José Maria Panoeiro, inclui também bens da esposa do empresário, Flávia Soares Sampaio, e dos filhos Thor e Olin. Carros, imóveis e o iate foram devolvido ao empresário em abril, por decisão do juiz Vitor Valpuesta, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio. Um bloqueio de R$ 162 milhões foi mantido à época. Segundo Ary Bergher, advogado de Eike, a ação movida por Lobo seria uma "aventura jurídica" que não deve ser levado a sério. Ele disse ainda que vai recorrer contra o pedido de bloqueio de bens apresentado pelo MPF. Para Bergher, o MPF só "cumpre tabela".
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Vereadores fazem sessão itinerante na subprefeitura de Pirituba e Jaraguá
Neste sábado (21), a terceira sessão do projeto "Câmara no Seu Bairro", cujo objetivo principal é estimular o diálogo entre vereadores e munícipes, foi à região de Pirituba e Jaraguá, na zona noroeste de São Paulo. O encontro durou cerca de três horas e reuniu aproximadamente 250 moradores no teatro do CEU (Centro de Educação Unificado) Pêra Marmelo, próximo à estação ferroviária da Vila Aurora. A proposta dos integrantes da Câmara Municipal é de atender as 32 subprefeituras da cidade de São Paulo até o final do ano, e, possivelmente, transformar parte das reivindicações dos moradores em projetos de lei. O primeiro plenário aconteceu no dia 7/03, no bairro do Campo Limpo, e, na semana seguinte, em São Miguel. Cerca de 20 vereadores compareceram e dividiram 45 minutos para discursar sobre assuntos de interesse local da região de Pirituba, Jaraguá, São Domingos e arredores. Cada um tinha, em média, quatro ou cinco minutos para falar. Em um segundo momento, foi a vez dos moradores: de 90 que se inscreveram, foram sorteados 30 munícipes para subirem no palanque e apresentarem suas contestações e pedidos. A maior reivindicação foi a descentralização da administração municipal, para que o gerenciamento público fique mais próximo aos subdistritos. Paralelamente, muitos pediram o fortalecimento do poder de atuação das subprefeituras e que elas abranjam áreas menores, para que bairros mais afastados, como Perus e Parada de Taipas, recebam maior atenção. De uma forma geral, os moradores pediram sintonia entre governo e população, além de levantarem questões de mobilidade urbana, segurança, transporte, cultura e lazer. Também, elogiaram a disposição dos vereadores, mas cobram por ações concretas. "O discurso é muito bonito, mas a realidade é diferente", disse Miguel Lima, morador do bairro. "Eles devem voltar no ano que vem, para ver o que foi feito e quais são as novas reivindicações". Nas próximas semanas, o projeto visitará os bairros das subprefeituras de Jaçanã/Tremembé (28/3), São Mateus (11/4) e Santana/Tucuruvi (18/04).
cotidiano
Vereadores fazem sessão itinerante na subprefeitura de Pirituba e JaraguáNeste sábado (21), a terceira sessão do projeto "Câmara no Seu Bairro", cujo objetivo principal é estimular o diálogo entre vereadores e munícipes, foi à região de Pirituba e Jaraguá, na zona noroeste de São Paulo. O encontro durou cerca de três horas e reuniu aproximadamente 250 moradores no teatro do CEU (Centro de Educação Unificado) Pêra Marmelo, próximo à estação ferroviária da Vila Aurora. A proposta dos integrantes da Câmara Municipal é de atender as 32 subprefeituras da cidade de São Paulo até o final do ano, e, possivelmente, transformar parte das reivindicações dos moradores em projetos de lei. O primeiro plenário aconteceu no dia 7/03, no bairro do Campo Limpo, e, na semana seguinte, em São Miguel. Cerca de 20 vereadores compareceram e dividiram 45 minutos para discursar sobre assuntos de interesse local da região de Pirituba, Jaraguá, São Domingos e arredores. Cada um tinha, em média, quatro ou cinco minutos para falar. Em um segundo momento, foi a vez dos moradores: de 90 que se inscreveram, foram sorteados 30 munícipes para subirem no palanque e apresentarem suas contestações e pedidos. A maior reivindicação foi a descentralização da administração municipal, para que o gerenciamento público fique mais próximo aos subdistritos. Paralelamente, muitos pediram o fortalecimento do poder de atuação das subprefeituras e que elas abranjam áreas menores, para que bairros mais afastados, como Perus e Parada de Taipas, recebam maior atenção. De uma forma geral, os moradores pediram sintonia entre governo e população, além de levantarem questões de mobilidade urbana, segurança, transporte, cultura e lazer. Também, elogiaram a disposição dos vereadores, mas cobram por ações concretas. "O discurso é muito bonito, mas a realidade é diferente", disse Miguel Lima, morador do bairro. "Eles devem voltar no ano que vem, para ver o que foi feito e quais são as novas reivindicações". Nas próximas semanas, o projeto visitará os bairros das subprefeituras de Jaçanã/Tremembé (28/3), São Mateus (11/4) e Santana/Tucuruvi (18/04).
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Maternar: A partir de março, material escolar só será vendido com selo de segurança
Todo ano começa com uma série de despesas extras no orçamento familiar. Além de impostos, como IPTU e IPVA, os pais também têm de encarar as imensas listas de material de escolar. Apesar da necessidade de enxugar gastos, as famílias... Leia post completo no blog
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Maternar: A partir de março, material escolar só será vendido com selo de segurançaTodo ano começa com uma série de despesas extras no orçamento familiar. Além de impostos, como IPTU e IPVA, os pais também têm de encarar as imensas listas de material de escolar. Apesar da necessidade de enxugar gastos, as famílias... Leia post completo no blog
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Esculturas de Alexander Calder inspiram livro para crianças
Com um pouco de imaginação e um punhado de arame, Alexandre consegue fazer qualquer coisa. Ele criou cadeiras, camas, bicicletas, guarda-chuvas... Um belo dia, depois de dobrar, torcer, enrolar e cortar, fez um peixe gigante, uma cobra maior ainda e um circo inteiro, com elefante e tudo. Isso sem falar nos monstros imaginários que ele criou com seus arames, como o aramossauro e o aramodilo. Até pessoas ele inventou. Fez um homem sábio, uma amiga e uma bailarina com quem adorava dançar até tarde da noite. Sabe a melhor parte da história? Alexandre existiu de verdade. O livro foi inspirado no escultor Alexander Calder, considerado um dos artistas mais criativos do século passado. Essas invencionices de arame ganharam um nome no mundo da escultura: móbile. Já ouviu falar? 'O ARAME DE ALEXANDRE' AUTOR Sieb Posthuma (tradução Lucas Simone) EDITORA 34 PREÇO R$ 32 INDICAÇÃO a partir de 6 anos
folhinha
Esculturas de Alexander Calder inspiram livro para criançasCom um pouco de imaginação e um punhado de arame, Alexandre consegue fazer qualquer coisa. Ele criou cadeiras, camas, bicicletas, guarda-chuvas... Um belo dia, depois de dobrar, torcer, enrolar e cortar, fez um peixe gigante, uma cobra maior ainda e um circo inteiro, com elefante e tudo. Isso sem falar nos monstros imaginários que ele criou com seus arames, como o aramossauro e o aramodilo. Até pessoas ele inventou. Fez um homem sábio, uma amiga e uma bailarina com quem adorava dançar até tarde da noite. Sabe a melhor parte da história? Alexandre existiu de verdade. O livro foi inspirado no escultor Alexander Calder, considerado um dos artistas mais criativos do século passado. Essas invencionices de arame ganharam um nome no mundo da escultura: móbile. Já ouviu falar? 'O ARAME DE ALEXANDRE' AUTOR Sieb Posthuma (tradução Lucas Simone) EDITORA 34 PREÇO R$ 32 INDICAÇÃO a partir de 6 anos
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Associações de pacientes não recomendam uso da 'pílula do câncer'
A sanção presidencial da lei que, entre outras coisas, autoriza o uso da fosfoetanolamina, droga que ficou conhecida como "pílula do câncer", gerou dúvidas e reações de associações de pacientes, profissionais da saúde e hospitais. O movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) divulgou uma nota direcionada aos pacientes interessados na substância. Nela, defendem que é preciso se informar antes de fazer uso da fosfoetanolamina, a "pílula do câncer". O grupo é composto por mais de 50 entidades. Uma das questões abordadas –talvez a mais comum– é: "Devo tomar a fosfo?". A resposta é que hoje há diversas opções para o tratamento do câncer, que já passaram por estudos clínicos e que recorrer à pílula do câncer pode não ser a melhor ideia neste momento, já que a droga ainda não foi bem estudada. Remédio anticâncer O documento ainda recomenda que o paciente "converse com o seu médico e esgote as possibilidades de utilização de terapias disponíveis para o seu caso." Outra reação, do Instituto Oncoguia, elenca uma série de perguntas ainda sem respostas. Uma delas é: para quem é entregue o termo de responsabilidade? Outra: Onde a droga será entregue ou vendida? Quem vai fabricar? "A Anvisa vai ter que regular algo a que ela se opõe. A gente quer acreditar que pode ser uma esperança, mas precisamos de provas de que funciona, de segurança, de que estudos clínicos sejam feitos", lamenta a presidente do instituto, Luciana Holtz. Recorrer à "fosfo" pode gerar grande prejuízo para pacientes em tratamento de câncer. "Do agendamento de uma mamografia até o início de um tratamento, pode demorar quase um ano. Se a paciente resolve usar a droga e depois piora e desiste, ela tem que voltar para o começo da fila." "São coisas complicadas para o paciente com câncer. Ele está geralmente muito envolvido e cheio de dúvidas na cabeça. Não dá tempo de entender tudo. Esse inclusive é nosso papel, fazer com que o processo seja menos burocrático para que haja acesso ao melhor tratamento. No caso da 'fosfo', é trocar o certo pelo incerto." INFORMAÇÃO Para Merula Steagall, presidente da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), que faz parte do TJCC, no entanto, a ideia não é se posicionar contra ou a favor ao uso da substância. A proposta é informar os pacientes. "A gente defende que há muitas formas de tratamento comprovadas, que é preciso sempre conversar com profissionais da saúde sobre o tratamento", diz. "Para o paciente que já falhou em várias tentativas, que não tem mais respostas na ciência, então ele deve conversar com seu médico e pensar na opção da fosfo." Para ela, a fosfoetalomina seria algo suplementar para pacientes terminais como ajuda espiritual, acupuntura ou até mesmo homeopatia. O documento esclarece ainda que "não se sabe ao certo qual a maneira correta de tomar a fosfo" porque os estudados sobre a substância ainda estão em andamento. A ideia inicial do movimento, de acordo com Steagall, era fazer uma carta à presidente Dilma Rousseff. A conclusão, no entanto, foi que a iniciativa seria inútil. "A gente já sabia que a Dilma iria acabar sancionando por causa da atual crise política", diz. Daí a ideia de mudar o foco para os pacientes. "O que mais me preocupa nesta historia e que as instituições que deveriam cuidar da nossa segurança foram desacreditadas. Quando a solicitação de ritos de segurança pedidos por agencias de regulação, cientistas, médicos, acadêmicos, revistas científicas renomadas e ignorada, voltamos para as trevas. Quem vai nos defender de um charlatão? Quem vai decidir se um tratamento e seguro ou fútil? Grupos de pessoas desesperadas? ", diz Bernardo Garicochea, chefe de pesquisa clínica do Hospital Sírio-Libanês. O documento está disponível no site do movimento e de todas as 50 instituições que fazem parte dele também, o Hospital Sírio-Libanês, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e a Interfarma. O leitor pode ler aqui. Steagall disse ainda que o movimento pretende acompanhar os estudos clínicos de fosfoetanolamina com pacientes. Um deles será conduzido no hospital A.C.Camargo, referência na área de oncologia. - Se um paciente quiser usar a fosfo, como ele deve proceder? Segundo a lei, somente agentes autorizados e licenciados por autoridades sanitárias podem fazer essa distribuição. Até o momento, não há informações sobre quais estabelecimentos devem fornecer o produto. A lei não diz que é necessário ter a prescrição de um médico. Bastam o laudo médico comprovando o câncer e o termo assinado pelo próprio paciente? Não. O Ministério da Saúde está formando um grupo para regular essa questão. A ideia é que a prescrição ocorra em receita em talonário numerado, usada para medicamentos controlados, que permitem o rastreamento do paciente, e que contenham justificativa para o uso. Pra quem ele entrega o termo de responsabilidade para obter a droga? Não há essa informação. Onde ele vai retirar a substância? Não há essa informação. Ela estará disponível no SUS? Vai estar à venda? Não. Segundo o Ministério da Saúde, os interessados em adquirir a fosfoetanolamina devem arcar com os custos da aquisição, já que a substância não está incorporada no SUS, o que só poderia ocorrer diante de uma comprovação de segurança e eficácia, critérios utilizado e analisado pela Conitec (comissão que avalia novas tecnologias no SUS) para tomar a decisão. Quem produzirá a substância? Ainda não há informações sobre como seria neste momento. Mas o Ministério da Ciência e Tecnologia já afirma que, futuramente, na hipótese de comprovada a segurança e eficácia com o avanço dos estudos, o governo deve buscar parcerias com empresas públicas para isso. Haverá uma bula? Não há informação. Esse é um dos pontos de preocupação de entidades contrárias à nova lei. Qual deve ser a dose diária para cada paciente e tipo de tumor? Não há estudos sobre isso. O Ministério da Ciência e Tecnologia, no entanto, já divulgou, com base no resultado dos primeiros estudos, que a pílula não seria tóxica em humanos na quantidade de 1 g por dia. Mesmo assim, a quantidade que geraria algum efeito biológico seria gigantesca, de acordo com os mesmos estudos Tem interação com algum outro medicamento? Como os estudos não chegaram sequer às primeiras etapas da fase de pesquisa clínica, feita em humanos, não há informação. Esse é um dos pontos de preocupação de entidades contrárias à nova lei. Quem fará o controle de qualidade? Ainda não há uma definição sobre isso. A ideia inicial, porém, é que a fiscalização ocorra em conjunto pela Anvisa e Ministério da Saúde, que já planeja pedir balanços mensais da movimentação do produto a eventuais fornecedores Se o paciente passar mal ou não tiver sucesso no tratamento, com quem reclamará? Segundo o Ministério da Saúde, o paciente deve assinar um termo de consentimento em que assume o risco de efeitos adversos. Fonte: Instituto Oncoguia; Anvisa; Ministério da Saúde
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Associações de pacientes não recomendam uso da 'pílula do câncer'A sanção presidencial da lei que, entre outras coisas, autoriza o uso da fosfoetanolamina, droga que ficou conhecida como "pílula do câncer", gerou dúvidas e reações de associações de pacientes, profissionais da saúde e hospitais. O movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) divulgou uma nota direcionada aos pacientes interessados na substância. Nela, defendem que é preciso se informar antes de fazer uso da fosfoetanolamina, a "pílula do câncer". O grupo é composto por mais de 50 entidades. Uma das questões abordadas –talvez a mais comum– é: "Devo tomar a fosfo?". A resposta é que hoje há diversas opções para o tratamento do câncer, que já passaram por estudos clínicos e que recorrer à pílula do câncer pode não ser a melhor ideia neste momento, já que a droga ainda não foi bem estudada. Remédio anticâncer O documento ainda recomenda que o paciente "converse com o seu médico e esgote as possibilidades de utilização de terapias disponíveis para o seu caso." Outra reação, do Instituto Oncoguia, elenca uma série de perguntas ainda sem respostas. Uma delas é: para quem é entregue o termo de responsabilidade? Outra: Onde a droga será entregue ou vendida? Quem vai fabricar? "A Anvisa vai ter que regular algo a que ela se opõe. A gente quer acreditar que pode ser uma esperança, mas precisamos de provas de que funciona, de segurança, de que estudos clínicos sejam feitos", lamenta a presidente do instituto, Luciana Holtz. Recorrer à "fosfo" pode gerar grande prejuízo para pacientes em tratamento de câncer. "Do agendamento de uma mamografia até o início de um tratamento, pode demorar quase um ano. Se a paciente resolve usar a droga e depois piora e desiste, ela tem que voltar para o começo da fila." "São coisas complicadas para o paciente com câncer. Ele está geralmente muito envolvido e cheio de dúvidas na cabeça. Não dá tempo de entender tudo. Esse inclusive é nosso papel, fazer com que o processo seja menos burocrático para que haja acesso ao melhor tratamento. No caso da 'fosfo', é trocar o certo pelo incerto." INFORMAÇÃO Para Merula Steagall, presidente da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), que faz parte do TJCC, no entanto, a ideia não é se posicionar contra ou a favor ao uso da substância. A proposta é informar os pacientes. "A gente defende que há muitas formas de tratamento comprovadas, que é preciso sempre conversar com profissionais da saúde sobre o tratamento", diz. "Para o paciente que já falhou em várias tentativas, que não tem mais respostas na ciência, então ele deve conversar com seu médico e pensar na opção da fosfo." Para ela, a fosfoetalomina seria algo suplementar para pacientes terminais como ajuda espiritual, acupuntura ou até mesmo homeopatia. O documento esclarece ainda que "não se sabe ao certo qual a maneira correta de tomar a fosfo" porque os estudados sobre a substância ainda estão em andamento. A ideia inicial do movimento, de acordo com Steagall, era fazer uma carta à presidente Dilma Rousseff. A conclusão, no entanto, foi que a iniciativa seria inútil. "A gente já sabia que a Dilma iria acabar sancionando por causa da atual crise política", diz. Daí a ideia de mudar o foco para os pacientes. "O que mais me preocupa nesta historia e que as instituições que deveriam cuidar da nossa segurança foram desacreditadas. Quando a solicitação de ritos de segurança pedidos por agencias de regulação, cientistas, médicos, acadêmicos, revistas científicas renomadas e ignorada, voltamos para as trevas. Quem vai nos defender de um charlatão? Quem vai decidir se um tratamento e seguro ou fútil? Grupos de pessoas desesperadas? ", diz Bernardo Garicochea, chefe de pesquisa clínica do Hospital Sírio-Libanês. O documento está disponível no site do movimento e de todas as 50 instituições que fazem parte dele também, o Hospital Sírio-Libanês, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e a Interfarma. O leitor pode ler aqui. Steagall disse ainda que o movimento pretende acompanhar os estudos clínicos de fosfoetanolamina com pacientes. Um deles será conduzido no hospital A.C.Camargo, referência na área de oncologia. - Se um paciente quiser usar a fosfo, como ele deve proceder? Segundo a lei, somente agentes autorizados e licenciados por autoridades sanitárias podem fazer essa distribuição. Até o momento, não há informações sobre quais estabelecimentos devem fornecer o produto. A lei não diz que é necessário ter a prescrição de um médico. Bastam o laudo médico comprovando o câncer e o termo assinado pelo próprio paciente? Não. O Ministério da Saúde está formando um grupo para regular essa questão. A ideia é que a prescrição ocorra em receita em talonário numerado, usada para medicamentos controlados, que permitem o rastreamento do paciente, e que contenham justificativa para o uso. Pra quem ele entrega o termo de responsabilidade para obter a droga? Não há essa informação. Onde ele vai retirar a substância? Não há essa informação. Ela estará disponível no SUS? Vai estar à venda? Não. Segundo o Ministério da Saúde, os interessados em adquirir a fosfoetanolamina devem arcar com os custos da aquisição, já que a substância não está incorporada no SUS, o que só poderia ocorrer diante de uma comprovação de segurança e eficácia, critérios utilizado e analisado pela Conitec (comissão que avalia novas tecnologias no SUS) para tomar a decisão. Quem produzirá a substância? Ainda não há informações sobre como seria neste momento. Mas o Ministério da Ciência e Tecnologia já afirma que, futuramente, na hipótese de comprovada a segurança e eficácia com o avanço dos estudos, o governo deve buscar parcerias com empresas públicas para isso. Haverá uma bula? Não há informação. Esse é um dos pontos de preocupação de entidades contrárias à nova lei. Qual deve ser a dose diária para cada paciente e tipo de tumor? Não há estudos sobre isso. O Ministério da Ciência e Tecnologia, no entanto, já divulgou, com base no resultado dos primeiros estudos, que a pílula não seria tóxica em humanos na quantidade de 1 g por dia. Mesmo assim, a quantidade que geraria algum efeito biológico seria gigantesca, de acordo com os mesmos estudos Tem interação com algum outro medicamento? Como os estudos não chegaram sequer às primeiras etapas da fase de pesquisa clínica, feita em humanos, não há informação. Esse é um dos pontos de preocupação de entidades contrárias à nova lei. Quem fará o controle de qualidade? Ainda não há uma definição sobre isso. A ideia inicial, porém, é que a fiscalização ocorra em conjunto pela Anvisa e Ministério da Saúde, que já planeja pedir balanços mensais da movimentação do produto a eventuais fornecedores Se o paciente passar mal ou não tiver sucesso no tratamento, com quem reclamará? Segundo o Ministério da Saúde, o paciente deve assinar um termo de consentimento em que assume o risco de efeitos adversos. Fonte: Instituto Oncoguia; Anvisa; Ministério da Saúde
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Maduro fala em dia da 'vitória do povo' e pede que eleitores votem
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, usou seu perfil no Twitter para pedir que os eleitores votem nesse domingo nas eleições legislativas que vão definir a configuração da Assembleia Nacional. "Chegou o dia e a hora da vitória do povo, vamos fé no futuro de nossa pátria", escreveu o presidente chavista, que tem um cenário pouco favorável nas urnas neste domingo. Twitter Maduro O pleito para definir a composição da Assembleia Nacional unicameral é o primeiro confronto eleitoral em que o grande projeto de redistribuição da renda petroleira criado pelo tenente-coronel Hugo Chávez (1954-2013) chega sem ser favorito. A crise econômica, social e política que inferniza o dia a dia dos venezuelanos minou a popularidade do governo e fortaleceu a oposição, reunida na aliança Mesa da Unidade Democrática, MUD. Mesmo sem proposta clara e dividida entre radicais e moderados, a MUD liderou com folga as pesquisas de intenção de voto. O instituto Datanálisis, um dos mais respeitados do país, chegou a ver a oposição mais de 30 pontos à frente, embora a margem tenha se reduzido muito nos últimos dias. Maduro fez referência ainda ao Toque de Diana, que toca tradicionalmente no nascer do sol do dia de votação. "Vamos povo de libertadores e libertadoras, façamos história grande. Os [apoiadores] de Chávez a votar para uma vitória perfeita e esplêndida da pátria e que soe a Diana Carabobo com a força do furacão bolivariano. É o despertar da história. Ganhe Chávez", continuou Maduro. Twitter Maduro CHANCELER Na manhã deste domingo, a chanceler Delcy Rodríguez votou e disse estar confiante "na vitória do povo da Venezuela". Ela ressaltou a participação dos observadores internacionais no pleito, que considerou um exemplo da democracia venezuelana. Ela não comentou, contudo, a decisão de Colômbia, Peru, Paraguai e Argentina de ficar fora da missão de acompanhamento da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) na eleição parlamentar após o mal-estar gerado pela saída do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro. Apenas quatro governos do bloco enviaram à Venezuela representantes de seus respectivos órgãos eleitorais: Equador, Bolívia, Chile e Uruguai.
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Maduro fala em dia da 'vitória do povo' e pede que eleitores votemO presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, usou seu perfil no Twitter para pedir que os eleitores votem nesse domingo nas eleições legislativas que vão definir a configuração da Assembleia Nacional. "Chegou o dia e a hora da vitória do povo, vamos fé no futuro de nossa pátria", escreveu o presidente chavista, que tem um cenário pouco favorável nas urnas neste domingo. Twitter Maduro O pleito para definir a composição da Assembleia Nacional unicameral é o primeiro confronto eleitoral em que o grande projeto de redistribuição da renda petroleira criado pelo tenente-coronel Hugo Chávez (1954-2013) chega sem ser favorito. A crise econômica, social e política que inferniza o dia a dia dos venezuelanos minou a popularidade do governo e fortaleceu a oposição, reunida na aliança Mesa da Unidade Democrática, MUD. Mesmo sem proposta clara e dividida entre radicais e moderados, a MUD liderou com folga as pesquisas de intenção de voto. O instituto Datanálisis, um dos mais respeitados do país, chegou a ver a oposição mais de 30 pontos à frente, embora a margem tenha se reduzido muito nos últimos dias. Maduro fez referência ainda ao Toque de Diana, que toca tradicionalmente no nascer do sol do dia de votação. "Vamos povo de libertadores e libertadoras, façamos história grande. Os [apoiadores] de Chávez a votar para uma vitória perfeita e esplêndida da pátria e que soe a Diana Carabobo com a força do furacão bolivariano. É o despertar da história. Ganhe Chávez", continuou Maduro. Twitter Maduro CHANCELER Na manhã deste domingo, a chanceler Delcy Rodríguez votou e disse estar confiante "na vitória do povo da Venezuela". Ela ressaltou a participação dos observadores internacionais no pleito, que considerou um exemplo da democracia venezuelana. Ela não comentou, contudo, a decisão de Colômbia, Peru, Paraguai e Argentina de ficar fora da missão de acompanhamento da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) na eleição parlamentar após o mal-estar gerado pela saída do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro. Apenas quatro governos do bloco enviaram à Venezuela representantes de seus respectivos órgãos eleitorais: Equador, Bolívia, Chile e Uruguai.
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MasterCard quer informar peso do cliente a companhias aéreas
Doze horas em classe econômica disputando o braço da poltrona com o vizinho desconhecido é incômodo. Mas o preço do conforto pode ser permitir que um cartão de crédito rastreie suas compras de roupas para saber se você é tamanho P ou G. Em 2015, a MasterCard solicitou patente para um sistema de armazenamento de dados de compras de roupas e sapatos para compilar as características físicas dos clientes. A informação só veio a público neste mês, divulgada por sites estrangeiros. Ainda não há previsão de colocar a ação em prática, mas a ideia é conseguir estimar a altura e o peso dos clientes com base no tamanho dos produtos comprados. A companhia seria capaz de reconhecer quando um mesmo cartão acumula compras para duas ou mais pessoas, no caso de uma família grande, por exemplo. A partir daí, ela transmitiria tais dados para companhias aéreas ou outras empresas de transporte de passageiros, como ônibus ou trens. Na prática, se as companhias aéreas quisessem tais informações, elas poderiam perguntar diretamente aos passageiros. Mas a argumentação no processo protocolado para a patente é que as pessoas tendem a não ser precisas sobre seu porte físico. O pedido de patente não deixa claro como as empresas aéreas poderiam usar as informações, mas sugere que o objetivo seria o conforto dos passageiros: ao distribui-los no avião, as companhias poderiam usar os dados para evitar duas pessoas grandes sentadas lado a lado. O assunto já gerou desconfiança. Recentemente, um grupo de samoanos que viajava pela Hawaiian Airlines formalizou reclamações no departamento de transportes americano após ter sido obrigado a subir em uma balança antes de entrar no voo. Eles reclamaram porque não puderam escolher seus assentos no avião. A companhia aérea argumentou que houve um aumento na média de peso dos passageiros e por isso precisava colocá-los uniformemente na aeronave. Procurada, a MasterCard afirmou que o projeto faz parte de uma busca por inovação para melhorar seus serviços. "O depósito de patentes é parte desse processo e é feito para garantir a propriedade intelectual da companhia, quer a ideia se transforme ou não em um produto ou serviço", diz a empresa em nota. Na avaliação do especialista Bruno Bioni, uma empresa de cartão precisa pedir autorização expressa para coleta de dados dos consumidores com o objetivo de repassar a outras empresas. "Cada dado pessoal coletado na compra no cartão tem uma finalidade específica. O endereço, por exemplo, serve para a emissão de fatura", diz Bioni, pesquisador do GPOPAI (Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação) da USP.
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MasterCard quer informar peso do cliente a companhias aéreasDoze horas em classe econômica disputando o braço da poltrona com o vizinho desconhecido é incômodo. Mas o preço do conforto pode ser permitir que um cartão de crédito rastreie suas compras de roupas para saber se você é tamanho P ou G. Em 2015, a MasterCard solicitou patente para um sistema de armazenamento de dados de compras de roupas e sapatos para compilar as características físicas dos clientes. A informação só veio a público neste mês, divulgada por sites estrangeiros. Ainda não há previsão de colocar a ação em prática, mas a ideia é conseguir estimar a altura e o peso dos clientes com base no tamanho dos produtos comprados. A companhia seria capaz de reconhecer quando um mesmo cartão acumula compras para duas ou mais pessoas, no caso de uma família grande, por exemplo. A partir daí, ela transmitiria tais dados para companhias aéreas ou outras empresas de transporte de passageiros, como ônibus ou trens. Na prática, se as companhias aéreas quisessem tais informações, elas poderiam perguntar diretamente aos passageiros. Mas a argumentação no processo protocolado para a patente é que as pessoas tendem a não ser precisas sobre seu porte físico. O pedido de patente não deixa claro como as empresas aéreas poderiam usar as informações, mas sugere que o objetivo seria o conforto dos passageiros: ao distribui-los no avião, as companhias poderiam usar os dados para evitar duas pessoas grandes sentadas lado a lado. O assunto já gerou desconfiança. Recentemente, um grupo de samoanos que viajava pela Hawaiian Airlines formalizou reclamações no departamento de transportes americano após ter sido obrigado a subir em uma balança antes de entrar no voo. Eles reclamaram porque não puderam escolher seus assentos no avião. A companhia aérea argumentou que houve um aumento na média de peso dos passageiros e por isso precisava colocá-los uniformemente na aeronave. Procurada, a MasterCard afirmou que o projeto faz parte de uma busca por inovação para melhorar seus serviços. "O depósito de patentes é parte desse processo e é feito para garantir a propriedade intelectual da companhia, quer a ideia se transforme ou não em um produto ou serviço", diz a empresa em nota. Na avaliação do especialista Bruno Bioni, uma empresa de cartão precisa pedir autorização expressa para coleta de dados dos consumidores com o objetivo de repassar a outras empresas. "Cada dado pessoal coletado na compra no cartão tem uma finalidade específica. O endereço, por exemplo, serve para a emissão de fatura", diz Bioni, pesquisador do GPOPAI (Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação) da USP.
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Preconceito racial, EUA x Alemanha nazista, 'roubo' e mordida na orelha; veja 10 super lutas da história do boxe
A luta entre Floyd Mayweather Jr. e Manny Pacquiao, pela unificação dos títulos dos meio-médios, quebra todos os recordes de faturamento na história do boxe. São US$ 300 milhões apenas de bolsa para os dois pugilistas. Antes desse confronto, veja outras dez super lutas da história do pugilismo. A primeira super luta da história do boxe transcendeu o esporte. Campeão mundial dos pesados, Jack Johnson foi o primeiro ídolo esportivo negro nos Estados Unidos. Em uma era em que a divisão racial no país era forte, o ex-campeão Jim Jeffreys voltou aos ringues carregando o manto de "A Grande Esperança Branca". Dentro do ringue, Johnson dominou do começo ao fim e nocauteou o rival no 15º assalto, levando milhões de negros às ruas das cidades norte-americanas. O alemão Max Schmeling derrotou o norte-americano Joe Louis para levar o cinturão dos pesados à Alemanha nazista, em 1936. Dois anos mais tarde, mais de 70 mil pessoas –incluindo estrelas do cinema, como Clark Gable e Gregory Pack–assistiram a revanche em Nova York. Louis destruiu o rival e recuperou o orgulho nacional dos Estados Unidos. Fora dos ringues, os dois lutadores ignoraram a rivalidade entre os dois países e se tornaram grandes amigos. Invicto e no auge da forma, Muhammad Ali perdeu o título mundial ao se recusar a lutar na guerra do Vietnã. Enquanto isso, o ascendente Joe Frazier bateu os rivais para se tornar o novo campeão dos pesados. Em 1971, os dois se enfrentaram pela primeira vez em um duelo de invictos. Em uma luta equilibrada, Frazier levou a melhor ao encurtar a distância e não permitir a Ali mostrar a sua técnica superior. Os dois se tornaram inimigos dentro e fora dos ringues, onde se enfrentaram ainda em 1974 e 1975, com duas vitórias de Ali. Joe Frazier perdeu o cinturão para George Foreman em 1973. Considerado invencível na época, o campeão subiu ao ringue para encarar Muhammad Ali, em luta realizada no Zaire. Mais móvel, o ex-campeão dominou os primeiros assaltos, mas mudou a tática a partir do quinto. Escorado nas cordas, ele atraiu Foreman e nos contra-ataques derrubou o rival. Visto como decadente após a derrota para Frazier, Ali retomou o protagonismo do boxe mundial. Sem novos ídolos, a categoria dos pesados perdeu popularidade. Foi a chance para o sorridente campeão dos meio-médios, Sugar Ray Leonard, se tornar a principal figura do boxe mundial. Em 1980, o norte-americano enfrentou o panamenho Roberto Durán, dono de um cartel com 72 vitórias e apenas uma derrota, na luta mais lucrativa até então. Com um estilo aguerrido, o desafiante surpreendeu Leonard e venceu por pontos. Na revanche, meses depois, Leonard deu o troco. No tira-teima, em 1989, nova vitória do lutador dos Estados Unidos. O melhor assalto da história do boxe. Assim a luta entre os norte-americanos Marvin Hagler e Thomas Hearns pelo títulos dos médios é lembrada pelos fãs. Com estilos agressivos, os dois pugilistas trocaram socos no primeiro assalto em ritmo alucinante, levantando o público. Nesse ritmo, o combate não poderia ir longe. No terceiro assalto, o campeão Hagler mandou Hearns à lona. O desafiante até levantou, mas o árbitro encerrou a luta. Poucas vezes dois pugilistas nutriram tanta antipatia entre si como no combate entre os médios britânicos Chris Eubank e Nigel Benn. Em 1990, os dois lutadores trocaram insultos pessoais por meses antes do combate em Birmingham. Os promotores do campeão Benn chegaram até a sabotar a música de entrada de Eubank. Após o gongo soar, a troca feroz de socos durou nove assaltos, quando o árbitro interrompeu a luta em favor de Eubank. A luta se tornou um clássico e chegou até mesmo a ser lançada em DVD. Três anos depois, a revanche terminou empatada na unificação do título dos super médios. Com 87 vitórias em 87 lutas, o mexicano Julio César Chávez era o dono da categoria dos super-leves. Entretanto, ele decidiu subir para a categoria dos meio-médios para enfrentar o campeão Pernell Whitaker. Na luta, Chávez mostrou dificuldades para enfrentar a força e a envergadura superior do rival. Na avaliação dos jurados, o resultado foi empate. "Roubado!" foi a manchete de capa da revista Sports Illustrated, em alusão ao nítido favorecimento ao mexicano. Na última mega luta dos pesos pesados, o campeão Mike Tyson enfrentou Evander Holyfield. O combate, aguardado para 1991, só aconteceu em 1996, após Tyson ser condenado à prisão por estupro. Já sem o mesmo estilo demolidor do começo da carreira, o campeão foi desmantelado pelas táticas do desafiante. A luta foi interrompida pelo árbitro no 11º assalto, com Tyson grogue nas cordas. No ano seguinte, Holyfield venceu a revanche, na luta lembrada pelo mordida de Tyson em sua orelha. Batizada de "luta do milênio, esse combate reuniu dois lutadores porto-riquenhos campeões invictos. A luta gerou 1,4 milhão de vendas no pay-per-view nos Estados Unidos, um recorde para lutas fora dos pesos pesados, e valia a unificação dos meio-médios. Cercada por histeria, a luta decepcionou os fãs do boxe. Oscar De La Hoya vencia por pontos após oito assaltos, mas uma orientação equivocada do seu técnico fez com que ele abandonasse a iniciativa. A punição demorou, mas veio no placar dos jurados: triunfo de Félix Trinidad.
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Preconceito racial, EUA x Alemanha nazista, 'roubo' e mordida na orelha; veja 10 super lutas da história do boxeA luta entre Floyd Mayweather Jr. e Manny Pacquiao, pela unificação dos títulos dos meio-médios, quebra todos os recordes de faturamento na história do boxe. São US$ 300 milhões apenas de bolsa para os dois pugilistas. Antes desse confronto, veja outras dez super lutas da história do pugilismo. A primeira super luta da história do boxe transcendeu o esporte. Campeão mundial dos pesados, Jack Johnson foi o primeiro ídolo esportivo negro nos Estados Unidos. Em uma era em que a divisão racial no país era forte, o ex-campeão Jim Jeffreys voltou aos ringues carregando o manto de "A Grande Esperança Branca". Dentro do ringue, Johnson dominou do começo ao fim e nocauteou o rival no 15º assalto, levando milhões de negros às ruas das cidades norte-americanas. O alemão Max Schmeling derrotou o norte-americano Joe Louis para levar o cinturão dos pesados à Alemanha nazista, em 1936. Dois anos mais tarde, mais de 70 mil pessoas –incluindo estrelas do cinema, como Clark Gable e Gregory Pack–assistiram a revanche em Nova York. Louis destruiu o rival e recuperou o orgulho nacional dos Estados Unidos. Fora dos ringues, os dois lutadores ignoraram a rivalidade entre os dois países e se tornaram grandes amigos. Invicto e no auge da forma, Muhammad Ali perdeu o título mundial ao se recusar a lutar na guerra do Vietnã. Enquanto isso, o ascendente Joe Frazier bateu os rivais para se tornar o novo campeão dos pesados. Em 1971, os dois se enfrentaram pela primeira vez em um duelo de invictos. Em uma luta equilibrada, Frazier levou a melhor ao encurtar a distância e não permitir a Ali mostrar a sua técnica superior. Os dois se tornaram inimigos dentro e fora dos ringues, onde se enfrentaram ainda em 1974 e 1975, com duas vitórias de Ali. Joe Frazier perdeu o cinturão para George Foreman em 1973. Considerado invencível na época, o campeão subiu ao ringue para encarar Muhammad Ali, em luta realizada no Zaire. Mais móvel, o ex-campeão dominou os primeiros assaltos, mas mudou a tática a partir do quinto. Escorado nas cordas, ele atraiu Foreman e nos contra-ataques derrubou o rival. Visto como decadente após a derrota para Frazier, Ali retomou o protagonismo do boxe mundial. Sem novos ídolos, a categoria dos pesados perdeu popularidade. Foi a chance para o sorridente campeão dos meio-médios, Sugar Ray Leonard, se tornar a principal figura do boxe mundial. Em 1980, o norte-americano enfrentou o panamenho Roberto Durán, dono de um cartel com 72 vitórias e apenas uma derrota, na luta mais lucrativa até então. Com um estilo aguerrido, o desafiante surpreendeu Leonard e venceu por pontos. Na revanche, meses depois, Leonard deu o troco. No tira-teima, em 1989, nova vitória do lutador dos Estados Unidos. O melhor assalto da história do boxe. Assim a luta entre os norte-americanos Marvin Hagler e Thomas Hearns pelo títulos dos médios é lembrada pelos fãs. Com estilos agressivos, os dois pugilistas trocaram socos no primeiro assalto em ritmo alucinante, levantando o público. Nesse ritmo, o combate não poderia ir longe. No terceiro assalto, o campeão Hagler mandou Hearns à lona. O desafiante até levantou, mas o árbitro encerrou a luta. Poucas vezes dois pugilistas nutriram tanta antipatia entre si como no combate entre os médios britânicos Chris Eubank e Nigel Benn. Em 1990, os dois lutadores trocaram insultos pessoais por meses antes do combate em Birmingham. Os promotores do campeão Benn chegaram até a sabotar a música de entrada de Eubank. Após o gongo soar, a troca feroz de socos durou nove assaltos, quando o árbitro interrompeu a luta em favor de Eubank. A luta se tornou um clássico e chegou até mesmo a ser lançada em DVD. Três anos depois, a revanche terminou empatada na unificação do título dos super médios. Com 87 vitórias em 87 lutas, o mexicano Julio César Chávez era o dono da categoria dos super-leves. Entretanto, ele decidiu subir para a categoria dos meio-médios para enfrentar o campeão Pernell Whitaker. Na luta, Chávez mostrou dificuldades para enfrentar a força e a envergadura superior do rival. Na avaliação dos jurados, o resultado foi empate. "Roubado!" foi a manchete de capa da revista Sports Illustrated, em alusão ao nítido favorecimento ao mexicano. Na última mega luta dos pesos pesados, o campeão Mike Tyson enfrentou Evander Holyfield. O combate, aguardado para 1991, só aconteceu em 1996, após Tyson ser condenado à prisão por estupro. Já sem o mesmo estilo demolidor do começo da carreira, o campeão foi desmantelado pelas táticas do desafiante. A luta foi interrompida pelo árbitro no 11º assalto, com Tyson grogue nas cordas. No ano seguinte, Holyfield venceu a revanche, na luta lembrada pelo mordida de Tyson em sua orelha. Batizada de "luta do milênio, esse combate reuniu dois lutadores porto-riquenhos campeões invictos. A luta gerou 1,4 milhão de vendas no pay-per-view nos Estados Unidos, um recorde para lutas fora dos pesos pesados, e valia a unificação dos meio-médios. Cercada por histeria, a luta decepcionou os fãs do boxe. Oscar De La Hoya vencia por pontos após oito assaltos, mas uma orientação equivocada do seu técnico fez com que ele abandonasse a iniciativa. A punição demorou, mas veio no placar dos jurados: triunfo de Félix Trinidad.
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Saiba quais são as atrações do Tomorrowland, que acontece em maio
REGIANE TEIXEIRA DE SÃO PAULO Quando Paul Stanley e Gene Simmons montaram o Kiss, em 1973, Diogo de Moraes, 37, nem era nascido. Em abril deste ano, ele e o filho Luca, 4, irão prestigiar essa banda que tem mais tempo de vida do que os dois juntos. A sexta edição brasileira do festival Monsters of Rock atrai um público de todas as idades, mas que não abre mão de ver clássicos do estilo. Nesse evento, novidades são deixadas de lado pela diversão garantida de ver nomes como Ozzy Osbourne, Motörhead e Judas Priest. "O Luca gosta muito de Kiss. Eu e minha mulher não iríamos nos perdoar se a banda acabasse e ele nunca tivesse ido ao show", diz Diogo. A censura do evento é de 16 anos, mas menores podem ir acompanhados dos pais. "Levarei protetor auricular para ele e vou ficar longe do palco." De acordo com levantamento do portal Rockin'Chair, especializado em shows, o Estado de São Paulo recebeu 544 artistas, de 49 países, participando de 695 apresentações e 25 festivais em 2014. Um número que neste ano tem previsão de ser 50% menor, segundo Aldo Valetim, professor da pós-graduação em gestão cultural do Senac. "O ano passado já não foi fácil, com Copa do Mundo e eleições, que inibiram a aplicação de recursos nessa área. É natural que os investidores observem o comportamento da economia neste ano antes de baterem o martelo [para novos shows]." Por esse motivo, os três maiores festivais em São Paulo têm modelos que garantem público certo: os clássicos do Monsters of Rock, as atrações diversificadas do Lollapalooza e a fama internacional do festival de música eletrônica Tomorrowland, que será realizado pela primeira vez no Brasil, na cidade de Itu, a 103 km de São Paulo. Mesmo com estilos variados, todos são eventos com significados especiais para seus participantes. Com a experiência de ter ido a quatro das cinco edições do Monsters, Eric Claros, 32, já tem técnicas para se dar bem no meio da multidão. "É heavy metal o dia inteiro e o preço do ingresso é o valor do show de uma banda só", diz. "Não levo namorada, por exemplo, porque elas reclamam de tudo: calor, banheiro..." Os fãs brasileiros de música eletrônica não se preocuparam em investir em um evento de programação surpresa. O estudante Rodrigo Batah, 19, pagou R$ 400 para ir aos três dias do Tomorrowland Brasil. Ele ainda não sabia que os primeiros nomes confirmados são os DJs David Guetta (França), Armin van Buuren (Holanda) e Hardwell (Holanda), informação obtida com exclusividade pela sãopaulo. No ano passado, Rodrigo foi ao festival na Bélgica. "Fiquei três anos ouvindo falar do Tomorrowland, vendo vídeos na internet e pensando em quando poderia ir a uma edição", diz ele. "Tenho certeza de que aqui também vai ser legal." Criado na Europa em 2005, o festival vem pela primeira vez ao Brasil e teve seus 180 mil ingressos esgotados em três horas. Para sediá-lo, será montada uma "cidade" —com hospedagem, lojas e restaurantes— dentro da fazenda em Itu. Segundo a organização, quase 30% dos ingressos foram vendidos para residentes de outros países, como Estados Unidos e Austrália. "É um evento com fama pela boa organização e no qual você sabe que vai ter atrações da Holanda e da Bélgica, países que são os grandes produtores de estrelas da música eletrônica", afirma o professor Valentim. Ele mesmo passou horas em frente ao computador para conseguir ingressos. "Paguei R$ 1.700 porque outros lotes tinham acabado", conta. Sem hospedagem garantida, Valentim pretende fazer bate-volta de São Paulo a Itu durante os três dias de festa. A estratégia é certeira, já que a estrutura do evento, que receberá 60 mil pessoas por dia, tem hospedagem para 20 mil pagantes. De acordo com a Prefeitura de Itu, a cidade tem outros 3.316 leitos, entre hotéis, pousadas, campings e spas.
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Saiba quais são as atrações do Tomorrowland, que acontece em maioREGIANE TEIXEIRA DE SÃO PAULO Quando Paul Stanley e Gene Simmons montaram o Kiss, em 1973, Diogo de Moraes, 37, nem era nascido. Em abril deste ano, ele e o filho Luca, 4, irão prestigiar essa banda que tem mais tempo de vida do que os dois juntos. A sexta edição brasileira do festival Monsters of Rock atrai um público de todas as idades, mas que não abre mão de ver clássicos do estilo. Nesse evento, novidades são deixadas de lado pela diversão garantida de ver nomes como Ozzy Osbourne, Motörhead e Judas Priest. "O Luca gosta muito de Kiss. Eu e minha mulher não iríamos nos perdoar se a banda acabasse e ele nunca tivesse ido ao show", diz Diogo. A censura do evento é de 16 anos, mas menores podem ir acompanhados dos pais. "Levarei protetor auricular para ele e vou ficar longe do palco." De acordo com levantamento do portal Rockin'Chair, especializado em shows, o Estado de São Paulo recebeu 544 artistas, de 49 países, participando de 695 apresentações e 25 festivais em 2014. Um número que neste ano tem previsão de ser 50% menor, segundo Aldo Valetim, professor da pós-graduação em gestão cultural do Senac. "O ano passado já não foi fácil, com Copa do Mundo e eleições, que inibiram a aplicação de recursos nessa área. É natural que os investidores observem o comportamento da economia neste ano antes de baterem o martelo [para novos shows]." Por esse motivo, os três maiores festivais em São Paulo têm modelos que garantem público certo: os clássicos do Monsters of Rock, as atrações diversificadas do Lollapalooza e a fama internacional do festival de música eletrônica Tomorrowland, que será realizado pela primeira vez no Brasil, na cidade de Itu, a 103 km de São Paulo. Mesmo com estilos variados, todos são eventos com significados especiais para seus participantes. Com a experiência de ter ido a quatro das cinco edições do Monsters, Eric Claros, 32, já tem técnicas para se dar bem no meio da multidão. "É heavy metal o dia inteiro e o preço do ingresso é o valor do show de uma banda só", diz. "Não levo namorada, por exemplo, porque elas reclamam de tudo: calor, banheiro..." Os fãs brasileiros de música eletrônica não se preocuparam em investir em um evento de programação surpresa. O estudante Rodrigo Batah, 19, pagou R$ 400 para ir aos três dias do Tomorrowland Brasil. Ele ainda não sabia que os primeiros nomes confirmados são os DJs David Guetta (França), Armin van Buuren (Holanda) e Hardwell (Holanda), informação obtida com exclusividade pela sãopaulo. No ano passado, Rodrigo foi ao festival na Bélgica. "Fiquei três anos ouvindo falar do Tomorrowland, vendo vídeos na internet e pensando em quando poderia ir a uma edição", diz ele. "Tenho certeza de que aqui também vai ser legal." Criado na Europa em 2005, o festival vem pela primeira vez ao Brasil e teve seus 180 mil ingressos esgotados em três horas. Para sediá-lo, será montada uma "cidade" —com hospedagem, lojas e restaurantes— dentro da fazenda em Itu. Segundo a organização, quase 30% dos ingressos foram vendidos para residentes de outros países, como Estados Unidos e Austrália. "É um evento com fama pela boa organização e no qual você sabe que vai ter atrações da Holanda e da Bélgica, países que são os grandes produtores de estrelas da música eletrônica", afirma o professor Valentim. Ele mesmo passou horas em frente ao computador para conseguir ingressos. "Paguei R$ 1.700 porque outros lotes tinham acabado", conta. Sem hospedagem garantida, Valentim pretende fazer bate-volta de São Paulo a Itu durante os três dias de festa. A estratégia é certeira, já que a estrutura do evento, que receberá 60 mil pessoas por dia, tem hospedagem para 20 mil pagantes. De acordo com a Prefeitura de Itu, a cidade tem outros 3.316 leitos, entre hotéis, pousadas, campings e spas.
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O audiovisual brasileiro e a arte de construir
O ano começou especial para o cinema brasileiro. Estamos na competição em três dos principais festivais internacionais: Sundance, Roterdã e Berlim. Na Berlinale são 12 filmes nacionais; em Roterdã, 15. Tivemos, em 2016, 30,4 milhões de ingressos vendidos e 143 filmes lançados. Agora vemos "Minha Mãe é uma Peça 2" ultrapassar 8 milhões de espectadores. Esse cenário de sucesso foi gerado pelo suor e talento de realizadores, artistas e empresários para fazer uma cinematografia plural, que reúna inovação e intimidade com o público. Não há sucesso espontâneo. Para florescer e produzir resultados, o setor conta com uma política pública bem-sucedida, feita a muitas mãos, com visão estratégica, diálogo, obstinação e resiliência. No cerne disso esteve a Ancine. Nos seus 15 anos, a Agência Nacional do Cinema formou seu quadro técnico e um corpo dirigente, implantou sistemas, reuniu dados, construiu a regulação da atividade, desenvolveu o setor e orientou-se por fazer do Brasil um grande centro produtor e programador. Coerente com nossa missão, avaliamos o trabalho pelas mudanças reais na vida dos brasileiros. Apesar da crise, o audiovisual cresce 8% ao ano. Havia 1.635 salas de cinema em 2002; hoje são 3.160, o parque exibidor mais moderno da história, todo digitalizado. Havia 3,5 milhões de assinantes de TV e um canal dedicado ao conteúdo brasileiro. Hoje são 18,8 milhões, e 105 canais exibem ao menos seis horas semanais de audiovisual brasileiro. Implantamos um sistema de financiamento com mecanismos automáticos, que premiam o desempenho artístico e comercial, e seletivos, que renovam o mercado. Construímos um arranjo regulatório sólido, com amplo apoio do setor e da sociedade. Os presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff viabilizaram o ambiente propício ao salto que demos. Michel Temer vai se somar a eles ao renovar os mecanismos fiscais, conforme anunciou em novembro. Câmara e Senado firmaram seu apoio ao aprovar leis estruturantes. Nosso Plano de Diretrizes e Metas tem orientado o desenvolvimento. Trilhar esse caminho significa construir respostas a desafios diários. No futuro não será diferente. É preciso um marco regulatório para o vídeo sob demanda que ofereça segurança jurídica, remova barreiras, garanta qualidade e tenha compromisso com o conteúdo brasileiro. Na distribuição de filmes, agora digitais, há um fosso entre grandes e pequenos lançamentos. Temos também a oportunidade de construir ações para que o Brasil seja forte no mercado de jogos eletrônicos. Apesar das conquistas, há muito a fazer. Para quem dirige a Ancine, o interesse dos brasileiros deve ser a baliza desses desafios. Posição de equilíbrio frente aos interesses privados é uma exigência. Isto só é conquistado com convicção de propósitos e habilidade para cultivá-los. Nossa história mostra o quanto é difícil construir. O cinema brasileiro já se pensou condenado aos ciclos. A Ancine, autarquia especial que reúne o melhor das experiências internacionais de regulação e fomento, é uma aposta na institucionalidade e permanência. "Oxóssi não atira na caça, atira onde a caça vai passar", disse Gustavo Dahl, nosso primeiro presidente. A Ancine se fez assim e gostamos de nos ver desse modo. Como cantaram Milton Nascimento e Elis Regina, em outro momento: "se muito vale o já feito, mais vale o que será!". MANOEL RANGEL é cineasta e diretor-presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
opiniao
O audiovisual brasileiro e a arte de construirO ano começou especial para o cinema brasileiro. Estamos na competição em três dos principais festivais internacionais: Sundance, Roterdã e Berlim. Na Berlinale são 12 filmes nacionais; em Roterdã, 15. Tivemos, em 2016, 30,4 milhões de ingressos vendidos e 143 filmes lançados. Agora vemos "Minha Mãe é uma Peça 2" ultrapassar 8 milhões de espectadores. Esse cenário de sucesso foi gerado pelo suor e talento de realizadores, artistas e empresários para fazer uma cinematografia plural, que reúna inovação e intimidade com o público. Não há sucesso espontâneo. Para florescer e produzir resultados, o setor conta com uma política pública bem-sucedida, feita a muitas mãos, com visão estratégica, diálogo, obstinação e resiliência. No cerne disso esteve a Ancine. Nos seus 15 anos, a Agência Nacional do Cinema formou seu quadro técnico e um corpo dirigente, implantou sistemas, reuniu dados, construiu a regulação da atividade, desenvolveu o setor e orientou-se por fazer do Brasil um grande centro produtor e programador. Coerente com nossa missão, avaliamos o trabalho pelas mudanças reais na vida dos brasileiros. Apesar da crise, o audiovisual cresce 8% ao ano. Havia 1.635 salas de cinema em 2002; hoje são 3.160, o parque exibidor mais moderno da história, todo digitalizado. Havia 3,5 milhões de assinantes de TV e um canal dedicado ao conteúdo brasileiro. Hoje são 18,8 milhões, e 105 canais exibem ao menos seis horas semanais de audiovisual brasileiro. Implantamos um sistema de financiamento com mecanismos automáticos, que premiam o desempenho artístico e comercial, e seletivos, que renovam o mercado. Construímos um arranjo regulatório sólido, com amplo apoio do setor e da sociedade. Os presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff viabilizaram o ambiente propício ao salto que demos. Michel Temer vai se somar a eles ao renovar os mecanismos fiscais, conforme anunciou em novembro. Câmara e Senado firmaram seu apoio ao aprovar leis estruturantes. Nosso Plano de Diretrizes e Metas tem orientado o desenvolvimento. Trilhar esse caminho significa construir respostas a desafios diários. No futuro não será diferente. É preciso um marco regulatório para o vídeo sob demanda que ofereça segurança jurídica, remova barreiras, garanta qualidade e tenha compromisso com o conteúdo brasileiro. Na distribuição de filmes, agora digitais, há um fosso entre grandes e pequenos lançamentos. Temos também a oportunidade de construir ações para que o Brasil seja forte no mercado de jogos eletrônicos. Apesar das conquistas, há muito a fazer. Para quem dirige a Ancine, o interesse dos brasileiros deve ser a baliza desses desafios. Posição de equilíbrio frente aos interesses privados é uma exigência. Isto só é conquistado com convicção de propósitos e habilidade para cultivá-los. Nossa história mostra o quanto é difícil construir. O cinema brasileiro já se pensou condenado aos ciclos. A Ancine, autarquia especial que reúne o melhor das experiências internacionais de regulação e fomento, é uma aposta na institucionalidade e permanência. "Oxóssi não atira na caça, atira onde a caça vai passar", disse Gustavo Dahl, nosso primeiro presidente. A Ancine se fez assim e gostamos de nos ver desse modo. Como cantaram Milton Nascimento e Elis Regina, em outro momento: "se muito vale o já feito, mais vale o que será!". MANOEL RANGEL é cineasta e diretor-presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Salgueiro, Beija-Flor e Portela são favoritas no Carnaval do Rio de Janeiro
As apresentações de Beija-Flor e Salgueiro no domingo (26), somando-se ao bom desfile da Portela no segundo dia, colocam as três como potenciais candidatas ao título deste ano –a tradição das escolas também pode jogar a seu favor. A leitura das notas será realizada nesta quarta (1°), às 16h45. Neste ano, a Beija-Flor inovou ao desfilar sem alas. Entre as alegorias, os componentes usavam fantasias misturadas, não mais separados por grupos. O desfile contava a história de Iracema, personagem de José de Alencar. A escola de Nilópolis acabou saindo mais de uma hora depois do horário previsto. A presidente disse que havia óleo na pista, que teria vazado do carro acidentado da Paraíso de Tuiuti. No entanto, a escola agradou à sua torcida fiel, que cantou o samba com empolgação. No Salgueiro, Marcia e Renato Lage entregaram o desfile competente que sempre realizam. Didáticos, fizeram passar na avenida uma representação do poema "A Divina Comédia", de Dante Alighieri, que trazia as três partes da história: inferno, purgatório e paraíso. No segundo dia, sob a batuta do carnavalesco Paulo Barros, a Portela fez um desfile falando sobre rios. A escola fez referência a um de seus grandes nomes, Paulinho da Viola, com o enredo "Foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar", versos de uma de suas mais conhecidas canções. A Mangueira, atual campeã, teve um incidente com seu segundo carro que deve lhe custar a chance de um bicampeonato do título. A alegoria, que representava a festa de São João no enredo sobre fé e religiosidade, parou no meio da avenida, abrindo um imenso buraco bem em frente à segunda cabine dos julgadores. ACIDENTES Os acidentes graves nos dois dias de desfiles, além de erros e problemas pontuais em praticamente todas as escolas, afetaram nitidamente o ambiente e devem se refletir nas notas dos julgadores. A disputa pelo rebaixamento deve ficar entre a Paraíso do Tuiuti e a Unidos da Tijuca, que tiveram as ocorrências com vítimas. A primeira subiu no ano passado e deve perder pontos por causa da correria após o problema com seu carro. Apesar de o acidente da Tuiuti ter deixado mais feridos e com mais gravidade, o fato de ter se dado no último carro atrapalhou menos o desfile do que o incidente da Tijuca, que viu parte de seu segundo carro desabar e travar a entrada dos demais na avenida, enterrando a evolução e a apresentação de seu enredo.
cotidiano
Salgueiro, Beija-Flor e Portela são favoritas no Carnaval do Rio de JaneiroAs apresentações de Beija-Flor e Salgueiro no domingo (26), somando-se ao bom desfile da Portela no segundo dia, colocam as três como potenciais candidatas ao título deste ano –a tradição das escolas também pode jogar a seu favor. A leitura das notas será realizada nesta quarta (1°), às 16h45. Neste ano, a Beija-Flor inovou ao desfilar sem alas. Entre as alegorias, os componentes usavam fantasias misturadas, não mais separados por grupos. O desfile contava a história de Iracema, personagem de José de Alencar. A escola de Nilópolis acabou saindo mais de uma hora depois do horário previsto. A presidente disse que havia óleo na pista, que teria vazado do carro acidentado da Paraíso de Tuiuti. No entanto, a escola agradou à sua torcida fiel, que cantou o samba com empolgação. No Salgueiro, Marcia e Renato Lage entregaram o desfile competente que sempre realizam. Didáticos, fizeram passar na avenida uma representação do poema "A Divina Comédia", de Dante Alighieri, que trazia as três partes da história: inferno, purgatório e paraíso. No segundo dia, sob a batuta do carnavalesco Paulo Barros, a Portela fez um desfile falando sobre rios. A escola fez referência a um de seus grandes nomes, Paulinho da Viola, com o enredo "Foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar", versos de uma de suas mais conhecidas canções. A Mangueira, atual campeã, teve um incidente com seu segundo carro que deve lhe custar a chance de um bicampeonato do título. A alegoria, que representava a festa de São João no enredo sobre fé e religiosidade, parou no meio da avenida, abrindo um imenso buraco bem em frente à segunda cabine dos julgadores. ACIDENTES Os acidentes graves nos dois dias de desfiles, além de erros e problemas pontuais em praticamente todas as escolas, afetaram nitidamente o ambiente e devem se refletir nas notas dos julgadores. A disputa pelo rebaixamento deve ficar entre a Paraíso do Tuiuti e a Unidos da Tijuca, que tiveram as ocorrências com vítimas. A primeira subiu no ano passado e deve perder pontos por causa da correria após o problema com seu carro. Apesar de o acidente da Tuiuti ter deixado mais feridos e com mais gravidade, o fato de ter se dado no último carro atrapalhou menos o desfile do que o incidente da Tijuca, que viu parte de seu segundo carro desabar e travar a entrada dos demais na avenida, enterrando a evolução e a apresentação de seu enredo.
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Tinder tem versão secreta só para pessoas bonitas e celebridades, diz site
Segundo sites especializados, o aplicativo Tinder tem uma versão secreta, o Tinder Select, apenas para pessoas de boa aparência ou famosas o suficiente para se destacar na paquera. A modalidade existe há seis meses e foi revelada pelo site "TechCrunch" nesta terça-feira (7). O Tinder não explicou como são escolhidos os participantes, mas é sabido que seu algoritmo calcula o quão desejável é cada usuário, o que é chamado internamente de "pontuação Elo". O termo vem do xadrez, em que o Elo designa a qualidade de cada jogador. As pessoas que foram convidadas para usar o Tinder Select podem escolher amigos para distribuir convites. Por enquanto, a novidade só foi flagrada nos Estados Unidos. Algumas celebridades que já admitiram usar o Tinder são a surfista Maya Gabeira, o ator Caio Castro, a atriz Hillary Duff e a lutadora Ronda Rousey. Procurada, a empresa não quis comentar a notícia.
tec
Tinder tem versão secreta só para pessoas bonitas e celebridades, diz siteSegundo sites especializados, o aplicativo Tinder tem uma versão secreta, o Tinder Select, apenas para pessoas de boa aparência ou famosas o suficiente para se destacar na paquera. A modalidade existe há seis meses e foi revelada pelo site "TechCrunch" nesta terça-feira (7). O Tinder não explicou como são escolhidos os participantes, mas é sabido que seu algoritmo calcula o quão desejável é cada usuário, o que é chamado internamente de "pontuação Elo". O termo vem do xadrez, em que o Elo designa a qualidade de cada jogador. As pessoas que foram convidadas para usar o Tinder Select podem escolher amigos para distribuir convites. Por enquanto, a novidade só foi flagrada nos Estados Unidos. Algumas celebridades que já admitiram usar o Tinder são a surfista Maya Gabeira, o ator Caio Castro, a atriz Hillary Duff e a lutadora Ronda Rousey. Procurada, a empresa não quis comentar a notícia.
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Juíza da Suprema Corte dos EUA vira celebridade e lança antologia
A juíza da Suprema Corte americana Ruth Bader Ginsburg navega a crista da onda de sua celebridade, tendo lançado uma compilação de seus escritos, que vão de um editorial redigido no colégio até sumários de alguns de seus pareceres discordantes mais mordazes. Parece não haver fim ao interesse suscitado pela integrante mais velha da Suprema Corte, da ala liberal do tribunal. Há alguns meses, Ginsburg fez manchetes com as críticas que expressou ao candidato presidencial republicano, Donald Trump. Uma biografia recente da juíza, escrita em tom divertido e intitulada "Notorious RBG", virou best-seller. Este ano foi publicado um livro infantil sobre Ginsburg. Há também um blog dedicado a ela, inúmeras camisetas e até pessoas com tatuagens de seu rosto. A juíza comentou recentemente a respeito de sua popularidade: "É espantoso. Aos 83 anos de idade, todo o mundo quer ser fotografado comigo." "My Own Words", uma coletânea dos escritos da juíza, será lançado na terça-feira. É algo como um álbum de maiores sucessos. É também o primeiro livro de Ginsburg desde que ela entrou para a Suprema Corte, mais de duas décadas atrás. Os fãs dela não vão necessariamente encontrar nada de novo no livro, mas seus devotos com certeza ficarão felizes em ter 300 páginas de textos de Ginsburg reunidos em um só lugar. O livro também inclui algumas fotos, entre elas uma de Ginsburg no aparelho de ginástica elíptico usando camiseta com os dizeres "Super Diva". O livro contém o discurso que Ginsburg fez no Jardim de Rosas da Casa Branca, em 1993, quando aceitou sua indicação para a Suprema Corte, feita pelo presidente Bill Clinton, e a declaração inicial que fez em sua audiência de confirmação no cargo. Há um sumário da decisão que ela escreveu em um processo que levou o Instituto Militar do Estado da Virgínia a ser aberto a mulheres e sua declaração de discordância em um processo envolvendo uma funcionária da fabricante de pneus Goodyear, Lilly Ledbetter, que perdeu a ação que moveu por receber salário menor que seus colegas homens. O livro contém discursos que Ginsburg já fez sobre outras figuras de destaque, entre elas ex-colegas seus: a juíza aposentada da Suprema Corte Sandra Day O'Connor, o juiz falecido Antonin Scalia e o falecido juiz superior William Rehnquist. Ginsburg disse que a antologia estava prevista para chegar às livrarias depois de sua biografia oficial. Mas o trabalho sobre sua biografia começou em 2003, e as biógrafas não parecem estar perto de concluí-lo, ela disse. Suas biógrafas, porém, Wendy Williams e Mary Hartnett, ajudaram a selecionar os escritos incluídos na antologia e a contextualizar apresentações. Dedicado ao falecido marido de Ginsburg, a antologia não é o primeiro esforço da juíza como autora. Nos anos 1960, quando era uma jovem advogada, ela foi coautora de um livro sobre o direito sueco. Parece provável que seu trabalho mais recente terá um público maior. Tradução de CLARA ALLAIN
mundo
Juíza da Suprema Corte dos EUA vira celebridade e lança antologiaA juíza da Suprema Corte americana Ruth Bader Ginsburg navega a crista da onda de sua celebridade, tendo lançado uma compilação de seus escritos, que vão de um editorial redigido no colégio até sumários de alguns de seus pareceres discordantes mais mordazes. Parece não haver fim ao interesse suscitado pela integrante mais velha da Suprema Corte, da ala liberal do tribunal. Há alguns meses, Ginsburg fez manchetes com as críticas que expressou ao candidato presidencial republicano, Donald Trump. Uma biografia recente da juíza, escrita em tom divertido e intitulada "Notorious RBG", virou best-seller. Este ano foi publicado um livro infantil sobre Ginsburg. Há também um blog dedicado a ela, inúmeras camisetas e até pessoas com tatuagens de seu rosto. A juíza comentou recentemente a respeito de sua popularidade: "É espantoso. Aos 83 anos de idade, todo o mundo quer ser fotografado comigo." "My Own Words", uma coletânea dos escritos da juíza, será lançado na terça-feira. É algo como um álbum de maiores sucessos. É também o primeiro livro de Ginsburg desde que ela entrou para a Suprema Corte, mais de duas décadas atrás. Os fãs dela não vão necessariamente encontrar nada de novo no livro, mas seus devotos com certeza ficarão felizes em ter 300 páginas de textos de Ginsburg reunidos em um só lugar. O livro também inclui algumas fotos, entre elas uma de Ginsburg no aparelho de ginástica elíptico usando camiseta com os dizeres "Super Diva". O livro contém o discurso que Ginsburg fez no Jardim de Rosas da Casa Branca, em 1993, quando aceitou sua indicação para a Suprema Corte, feita pelo presidente Bill Clinton, e a declaração inicial que fez em sua audiência de confirmação no cargo. Há um sumário da decisão que ela escreveu em um processo que levou o Instituto Militar do Estado da Virgínia a ser aberto a mulheres e sua declaração de discordância em um processo envolvendo uma funcionária da fabricante de pneus Goodyear, Lilly Ledbetter, que perdeu a ação que moveu por receber salário menor que seus colegas homens. O livro contém discursos que Ginsburg já fez sobre outras figuras de destaque, entre elas ex-colegas seus: a juíza aposentada da Suprema Corte Sandra Day O'Connor, o juiz falecido Antonin Scalia e o falecido juiz superior William Rehnquist. Ginsburg disse que a antologia estava prevista para chegar às livrarias depois de sua biografia oficial. Mas o trabalho sobre sua biografia começou em 2003, e as biógrafas não parecem estar perto de concluí-lo, ela disse. Suas biógrafas, porém, Wendy Williams e Mary Hartnett, ajudaram a selecionar os escritos incluídos na antologia e a contextualizar apresentações. Dedicado ao falecido marido de Ginsburg, a antologia não é o primeiro esforço da juíza como autora. Nos anos 1960, quando era uma jovem advogada, ela foi coautora de um livro sobre o direito sueco. Parece provável que seu trabalho mais recente terá um público maior. Tradução de CLARA ALLAIN
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STF deve decidir nesta quarta mérito da liminar sobre novas regras do Fies
O STF (Supremo Tribunal Federal) deve decidir nesta quarta-feira (6) o mérito da liminar do ministro Luís Roberto Barroso, que validou a comprovação de desempenho mínimo no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em novos contratos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). De acordo com a decisão de Barroso, estão mantidas as regras para renovação do fundo. Semana passada, além de validar os critérios para novos contratos, Barroso entendeu que a regra não pode ser exigida de alunos que pediram a renovação do contrato. Desde março, o MEC (Ministério da Educação) exige média igual ou superior a 450 pontos e nota na redação diferente de zero no Enem como critério para conceder o financiamento em instituições de ensino superior. A questão foi levada ao STF pelo PSB, que arguiu a validade de duas portarias que estabeleceram as pontuações. Após a decisão, o PSB entrou com embargo de declaração para que o Supremo esclareça se o cumprimento do desempenho no Enem vale para inscrições feitas até o dia 29 de março, quando a regra começou a vigorar. O prazo para adesão ao Fies terminou na quinta-feira (30). A renovação de contratos antigos pode ser feita até 29 de maio. Na sexta-feira (1º), a Justiça Federal do Mato Grosso determinou a prorrogação do prazo de inscrição para novos contratos. Na decisão, o juiz federal Raphael Cazelli de Almeida Carvalho aceitou pedido da Defensoria Pública, estabelecendo a dilação do prazo de inscrição por tempo indeterminado para alunos que tentavam ingressar no programa pela primeira vez e a correção do funcionamento do SisFIES, que apresentou falhas. Na segunda-feira (4), o MEC informou que recorrerá da decisão e que não há recursos para custear novos contratos e renovação de antigos financiamentos.
educacao
STF deve decidir nesta quarta mérito da liminar sobre novas regras do FiesO STF (Supremo Tribunal Federal) deve decidir nesta quarta-feira (6) o mérito da liminar do ministro Luís Roberto Barroso, que validou a comprovação de desempenho mínimo no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em novos contratos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). De acordo com a decisão de Barroso, estão mantidas as regras para renovação do fundo. Semana passada, além de validar os critérios para novos contratos, Barroso entendeu que a regra não pode ser exigida de alunos que pediram a renovação do contrato. Desde março, o MEC (Ministério da Educação) exige média igual ou superior a 450 pontos e nota na redação diferente de zero no Enem como critério para conceder o financiamento em instituições de ensino superior. A questão foi levada ao STF pelo PSB, que arguiu a validade de duas portarias que estabeleceram as pontuações. Após a decisão, o PSB entrou com embargo de declaração para que o Supremo esclareça se o cumprimento do desempenho no Enem vale para inscrições feitas até o dia 29 de março, quando a regra começou a vigorar. O prazo para adesão ao Fies terminou na quinta-feira (30). A renovação de contratos antigos pode ser feita até 29 de maio. Na sexta-feira (1º), a Justiça Federal do Mato Grosso determinou a prorrogação do prazo de inscrição para novos contratos. Na decisão, o juiz federal Raphael Cazelli de Almeida Carvalho aceitou pedido da Defensoria Pública, estabelecendo a dilação do prazo de inscrição por tempo indeterminado para alunos que tentavam ingressar no programa pela primeira vez e a correção do funcionamento do SisFIES, que apresentou falhas. Na segunda-feira (4), o MEC informou que recorrerá da decisão e que não há recursos para custear novos contratos e renovação de antigos financiamentos.
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Delegados da Polícia Federal são presos sob suspeita de corrupção
Três delegados da Polícia Federal (PF) foram presos nesta quinta (14) acusados de corrupção envolvendo investigações que eles próprios conduziam. Os delegados Ulisses Francisco Vieira Mendes, Rodrigo Leão e Carlos Basto Valbão pertencem à Delegacia de Combate a Crimes Previdenciários da PF em São Paulo. Mendes foi o diretor da delegacia até 2015 e está aposentado. Valbão, que começou na Polícia Federal como agente, já havia sido alvo de investigação por corrupção no passado. A investigação começou em agosto de 2015 após a denúncia de que policiais federais teriam pedido propina para deixar de investigar pessoas suspeitas de praticar crimes previdenciários. Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de condução coercitiva e 13 mandados de prisão preventiva, todos na capital paulista e Grande São Paulo. A pedido da PF, um quarto policial foi afastado preventivamente de suas atividades pela 9ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Os investigados serão indiciados e responderão pelos crimes de corrupção ativa e corrupção passiva. Eles estão presos na Superintendência da PF, no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo. Os três policiais eram os principais investigadores de crimes contra o INSS em São Paulo. Em 2013 eles prenderam uma quadrilha formada por funcionários e peritos do INSS de Osasco e Carapicuíba que vendia benefícios, como aposentadorias por invalidez a pessoas saudáveis. Na ocasião, os delegados estimaram que as propinas chegaram ao montante de R$ 5 milhões. O advogado de Ulisses Mendes, Olímpio José Ferreira Rodrigues, afirmou que não há evidências de que seu cliente tenha participado de qualquer tipo de crime e que o pedido de prisão foi feito pelo fato de Ulisses ser, na época, chefe da delegacia onde os crimes foram realizados. A Folha não conseguiu contato com advogados e familiares dos outros acusados.
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Delegados da Polícia Federal são presos sob suspeita de corrupçãoTrês delegados da Polícia Federal (PF) foram presos nesta quinta (14) acusados de corrupção envolvendo investigações que eles próprios conduziam. Os delegados Ulisses Francisco Vieira Mendes, Rodrigo Leão e Carlos Basto Valbão pertencem à Delegacia de Combate a Crimes Previdenciários da PF em São Paulo. Mendes foi o diretor da delegacia até 2015 e está aposentado. Valbão, que começou na Polícia Federal como agente, já havia sido alvo de investigação por corrupção no passado. A investigação começou em agosto de 2015 após a denúncia de que policiais federais teriam pedido propina para deixar de investigar pessoas suspeitas de praticar crimes previdenciários. Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de condução coercitiva e 13 mandados de prisão preventiva, todos na capital paulista e Grande São Paulo. A pedido da PF, um quarto policial foi afastado preventivamente de suas atividades pela 9ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Os investigados serão indiciados e responderão pelos crimes de corrupção ativa e corrupção passiva. Eles estão presos na Superintendência da PF, no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo. Os três policiais eram os principais investigadores de crimes contra o INSS em São Paulo. Em 2013 eles prenderam uma quadrilha formada por funcionários e peritos do INSS de Osasco e Carapicuíba que vendia benefícios, como aposentadorias por invalidez a pessoas saudáveis. Na ocasião, os delegados estimaram que as propinas chegaram ao montante de R$ 5 milhões. O advogado de Ulisses Mendes, Olímpio José Ferreira Rodrigues, afirmou que não há evidências de que seu cliente tenha participado de qualquer tipo de crime e que o pedido de prisão foi feito pelo fato de Ulisses ser, na época, chefe da delegacia onde os crimes foram realizados. A Folha não conseguiu contato com advogados e familiares dos outros acusados.
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Palestras, arte e novidades nas lojas compõem programação da Design Weekend; veja destaques
DE SÃO PAULO O festival Design Weekend cresceu e, agora em sua quinta edição, ganhou a companhia dos protagonistas do mercado de arquitetura e design: lojas, centros universitários, fabricantes de móveis, galerias, estúdios independentes, curadores. Entre os dias 8 e 14, cerca de 260 ações ocorrerão simultaneamente em dez endereços (veja os destaques da programação aqui ). São feiras de negócios, palestras, exposições, workshops e lançamentos de móveis. Veja a seguir os principais endereços da DW 2016 em São Paulo: * AL. GABRIEL MONTEIRO DA SILVA By Kamy Nove designers mostram o resultado de seus trabalhos com tapeçaria, incluindo uma reinterpretação de obras da pintora Tarsila do Amaral realizada por sua sobrinha-neta. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1147, de 10 a 20/8, das 10h às 19h. Decameron Destaque da nova geração, Guilherme Wentz já fez parcerias com diversas marcas, ganhou importantes prêmios e agora faz sua primeira mostra individual, com novas peças. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2.136, de 10 a 13/8, das 10h às 19h; sáb., das 10h às 17h. Dpot A loja participa com o lançamento de peças do estúdio Alva em seu endereço principal e como expositora na Made, no Jockey, onde vai apresentar o mancebo Stand By, da designer Claudia Moreira Salles. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.250, de 10 a 13/8, das 10h às 19h; sáb., 10h às 17h. Estar Móveis A nova coleção tem curadoria e direção de arte de Felipe Morozini. Destaque para o trabalho da artista argentina Alexandra Kehayouglou, que faz esculturas de grande formato em tapeçaria. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.080, de 10 a 13/8, das 10h às 19h. La Lampe A mostra Lux Brasilis se dedica a mostrar a evolução do design brasileiro por meio de lumináris icônicas. São 70 peças, de nomes como Sergio Rodrigues e Marcelo Rosembaum Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.258, de 10 a 20/8, das 10h às 19h. - JARDINS Apartamento 61 A casa-galeria fica num imóvel projetado pelo escultor Victor Brecheret em 1939 e reformado por Rino Levi em 1960. Por lá, Ricardo Graham, o Ebanista, lança a mesa 3 Pés. R. João Moura, 100. Dia 11/8, das 19h às 23h, e 13 de agosto, das 16h às 18h. Grátis. Atelier Fernando Mendes Três móveis inéditos assinados por Sergio Rodrigues (1927-2014), produzidos pelo Atelier Fernando Mendes, poderão ser vistos em primeira mão, como a poltrona Renata. R. Estados Unidos, 2.174, de 12 a 14/8, das 11h às 19h. Lab & Factory O espaço de Kiko Sobrino terá palestras sobre design, arte e moda em parceria com a Faap. Entre os nomes, o artista Thiago Onório e a designer de jóias Camila Rossi. É preciso fazer inscrição. R. da Consolação, 2.900. De 10 a 14 de agosto. Legado Arte Junto com o grupo Design Armorial, a galeria apresenta "Afluentes", mostra que resultou da união de designers contemporâneos com artesãos alagoanos. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 500, de 9/8 a 6/9, das 11h às 18h; sáb., 11h às 15h; dom. fechado. Ovo A dupla de designers Luciana Martins e Gerson de Oliveira apresenta a coleção Círculos, um sistema articulado que pode assumir várias configurações, imitando o movimento de um compasso. R. Estados Unidos, 2.104, 11 e 12/8, das 10h às 19h; 13/8, das 11h às 20h. - AV. PAULISTA Festa Da Economia Solidária Em parceria com a ONG Unisol, o evento inclui feira de artesanato no parque Mário Covas (dia 12, das 10h às 18h), o seminário "Design Bom Para Todos" (dia 11, às 8h30), no Conjunto Nacional, e o ciclo "Design Talks - Relações Improváveis" (dia 12, às 8h30), no Cine Caixa Belas Artes. - VILA MADALENA Ebac A Escola Britânica de Artes Criativas concentra vários eventos, como a exposição "Metamorfoses", do designer Rodrigo Almeida, e a palestra do russo Leonid Bugaev, sobre design de interfaces. R. Mourato Coelho, 1.404, de 10 a 14/8, das 10h às 18h. Banco Poesia Com cerca de 50 metros, a mureta de concreto do recém-inaugurado Parque da Vila, idealizado pelo jornalista Gilberto Dimenstein, ganhará revestimento de madeira pinus e espaço para intervenções escritas. R. Medeiros de Albuquerque, s/nº, 13 e 14/8, das 11h às 20h. - JOCKEY, SÃO PAULO EXPO E SHOPPINGS Made A feira reúne galerias, marcas e designers que exploram a fronteira entre design e arte e traz. Mostras, palestras e instalações completam a programação. Jockey Club. Av. Lineu de Paula Machado, 1.173, de 9 a 14 de agosto, das 13h às 21h. Grátisde ter. a qui. High Design Primeira edição da feira de mobiliário voltada aos negócios, com outros eventos simultâneos, como o Greenbuilding Brasil, sobre arquitetura sustentável. São Paulo Expo. Rod. dos Imigrantes, km 1,5, de 9 a 11/8, das 10h às 20h. Grátis para profissionais do setor. - PINHEIROS Acierno A loja de origem italiana completa um ano e participa do DW com uma mostra que reúne jovens nomes da arquitetura, além de conversas com profissionais sobre design e cidade. R. Francisco Leitão, 116, de 10 a 14/8, das 10h às 19h. Feira na Rosembaum Objetos de decoração, joias e cerâmicas são o forte do evento organizado por Cris Rosenbaum. Rua Cristiano Viana, 224. De 10 a 13 de agosto, das 11h às 20h. Grátis. Girona Design O espaço terá instalação com restos da fábrica, lançamento de estofados e bate-papo sobre design e mídias digitais e sobre a vida útil dos móveis de madeira. R. Mateus Grou, 280. De 10 a 13 de agosto, das 10h às 19h. Grátis. Tok&Stok A filial da marginal Pinheiros exibe a produção de seis grandes designers do Uruguai, que criaram uma coleção de 16 peças, que serão fabricadas no Brasil. A mostra também estará na Made, no Jockey Club. Av. Eusébio Matoso, 1.231, de 10 a 13/8, das 9h às 22h; 14/8, das 12h às 20h. - VILA MARIANA Belas Artes Design Week O centro universitário faz sua própria semana de design, com o tema "90 Anos de Economia Criativa". Um dos destaques é a palestra de Marva Griffin, fundadora do Salão Satélite de Milão. R. José Antonio Coelho, 879, de 8 a 12/8, das 8h30 às 21h.
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Palestras, arte e novidades nas lojas compõem programação da Design Weekend; veja destaquesDE SÃO PAULO O festival Design Weekend cresceu e, agora em sua quinta edição, ganhou a companhia dos protagonistas do mercado de arquitetura e design: lojas, centros universitários, fabricantes de móveis, galerias, estúdios independentes, curadores. Entre os dias 8 e 14, cerca de 260 ações ocorrerão simultaneamente em dez endereços (veja os destaques da programação aqui ). São feiras de negócios, palestras, exposições, workshops e lançamentos de móveis. Veja a seguir os principais endereços da DW 2016 em São Paulo: * AL. GABRIEL MONTEIRO DA SILVA By Kamy Nove designers mostram o resultado de seus trabalhos com tapeçaria, incluindo uma reinterpretação de obras da pintora Tarsila do Amaral realizada por sua sobrinha-neta. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1147, de 10 a 20/8, das 10h às 19h. Decameron Destaque da nova geração, Guilherme Wentz já fez parcerias com diversas marcas, ganhou importantes prêmios e agora faz sua primeira mostra individual, com novas peças. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2.136, de 10 a 13/8, das 10h às 19h; sáb., das 10h às 17h. Dpot A loja participa com o lançamento de peças do estúdio Alva em seu endereço principal e como expositora na Made, no Jockey, onde vai apresentar o mancebo Stand By, da designer Claudia Moreira Salles. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.250, de 10 a 13/8, das 10h às 19h; sáb., 10h às 17h. Estar Móveis A nova coleção tem curadoria e direção de arte de Felipe Morozini. Destaque para o trabalho da artista argentina Alexandra Kehayouglou, que faz esculturas de grande formato em tapeçaria. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.080, de 10 a 13/8, das 10h às 19h. La Lampe A mostra Lux Brasilis se dedica a mostrar a evolução do design brasileiro por meio de lumináris icônicas. São 70 peças, de nomes como Sergio Rodrigues e Marcelo Rosembaum Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.258, de 10 a 20/8, das 10h às 19h. - JARDINS Apartamento 61 A casa-galeria fica num imóvel projetado pelo escultor Victor Brecheret em 1939 e reformado por Rino Levi em 1960. Por lá, Ricardo Graham, o Ebanista, lança a mesa 3 Pés. R. João Moura, 100. Dia 11/8, das 19h às 23h, e 13 de agosto, das 16h às 18h. Grátis. Atelier Fernando Mendes Três móveis inéditos assinados por Sergio Rodrigues (1927-2014), produzidos pelo Atelier Fernando Mendes, poderão ser vistos em primeira mão, como a poltrona Renata. R. Estados Unidos, 2.174, de 12 a 14/8, das 11h às 19h. Lab & Factory O espaço de Kiko Sobrino terá palestras sobre design, arte e moda em parceria com a Faap. Entre os nomes, o artista Thiago Onório e a designer de jóias Camila Rossi. É preciso fazer inscrição. R. da Consolação, 2.900. De 10 a 14 de agosto. Legado Arte Junto com o grupo Design Armorial, a galeria apresenta "Afluentes", mostra que resultou da união de designers contemporâneos com artesãos alagoanos. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 500, de 9/8 a 6/9, das 11h às 18h; sáb., 11h às 15h; dom. fechado. Ovo A dupla de designers Luciana Martins e Gerson de Oliveira apresenta a coleção Círculos, um sistema articulado que pode assumir várias configurações, imitando o movimento de um compasso. R. Estados Unidos, 2.104, 11 e 12/8, das 10h às 19h; 13/8, das 11h às 20h. - AV. PAULISTA Festa Da Economia Solidária Em parceria com a ONG Unisol, o evento inclui feira de artesanato no parque Mário Covas (dia 12, das 10h às 18h), o seminário "Design Bom Para Todos" (dia 11, às 8h30), no Conjunto Nacional, e o ciclo "Design Talks - Relações Improváveis" (dia 12, às 8h30), no Cine Caixa Belas Artes. - VILA MADALENA Ebac A Escola Britânica de Artes Criativas concentra vários eventos, como a exposição "Metamorfoses", do designer Rodrigo Almeida, e a palestra do russo Leonid Bugaev, sobre design de interfaces. R. Mourato Coelho, 1.404, de 10 a 14/8, das 10h às 18h. Banco Poesia Com cerca de 50 metros, a mureta de concreto do recém-inaugurado Parque da Vila, idealizado pelo jornalista Gilberto Dimenstein, ganhará revestimento de madeira pinus e espaço para intervenções escritas. R. Medeiros de Albuquerque, s/nº, 13 e 14/8, das 11h às 20h. - JOCKEY, SÃO PAULO EXPO E SHOPPINGS Made A feira reúne galerias, marcas e designers que exploram a fronteira entre design e arte e traz. Mostras, palestras e instalações completam a programação. Jockey Club. Av. Lineu de Paula Machado, 1.173, de 9 a 14 de agosto, das 13h às 21h. Grátisde ter. a qui. High Design Primeira edição da feira de mobiliário voltada aos negócios, com outros eventos simultâneos, como o Greenbuilding Brasil, sobre arquitetura sustentável. São Paulo Expo. Rod. dos Imigrantes, km 1,5, de 9 a 11/8, das 10h às 20h. Grátis para profissionais do setor. - PINHEIROS Acierno A loja de origem italiana completa um ano e participa do DW com uma mostra que reúne jovens nomes da arquitetura, além de conversas com profissionais sobre design e cidade. R. Francisco Leitão, 116, de 10 a 14/8, das 10h às 19h. Feira na Rosembaum Objetos de decoração, joias e cerâmicas são o forte do evento organizado por Cris Rosenbaum. Rua Cristiano Viana, 224. De 10 a 13 de agosto, das 11h às 20h. Grátis. Girona Design O espaço terá instalação com restos da fábrica, lançamento de estofados e bate-papo sobre design e mídias digitais e sobre a vida útil dos móveis de madeira. R. Mateus Grou, 280. De 10 a 13 de agosto, das 10h às 19h. Grátis. Tok&Stok A filial da marginal Pinheiros exibe a produção de seis grandes designers do Uruguai, que criaram uma coleção de 16 peças, que serão fabricadas no Brasil. A mostra também estará na Made, no Jockey Club. Av. Eusébio Matoso, 1.231, de 10 a 13/8, das 9h às 22h; 14/8, das 12h às 20h. - VILA MARIANA Belas Artes Design Week O centro universitário faz sua própria semana de design, com o tema "90 Anos de Economia Criativa". Um dos destaques é a palestra de Marva Griffin, fundadora do Salão Satélite de Milão. R. José Antonio Coelho, 879, de 8 a 12/8, das 8h30 às 21h.
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Em ano da Copa, CBF tem faturamento recorde de meio bilhão de reais
A seleção brasileira passou por seu maior vexame da história na Copa do Mundo de 2014, ao ser goleada por 7 a 1 pela Alemanha no Mineirão. A humilhação sofrida e a queda nas semifinais, porém, não causaram reflexo nos cofres da CBF. Pelo contrário: a entidade bateu o seu recorde de arrecadação no ano em que teve o Mundial em casa. O balanço financeiro da CBF exibido na posse de Marco Polo Del Nero como presidente nesta quinta (16) mostra que a confederação angariou R$ 519 milhões em 2014. O número é 19% superior ao registrado em 2013, quando a arrecadação chegou a R$ 436 milhões e se tornou o recorde histórico da entidade. A maior parte do dinheiro que entrou na conta da CBF em 2014 é oriunda dos patrocínios acertados para a Copa. Com as cotas de publicidade, a entidade somou R$ 359 milhões -R$ 80 milhões a mais que obteve no ano anterior. As receitas com as partidas da seleção também cresceram no ano passado. A entidade arrecadou R$ 43, 8 milhões, 40% acima de 2013. A fonte de renda que caiu em comparação com o ano anterior foi a dos direitos de transmissão. No ano da Copa, a CBF faturou R$ 97 milhões com as propriedades de exibição dos jogos da seleção e das competições promovidas pela entidade, valor inferior ao de 2013, quando o total chegou a R$ 113 milhões. Apesar do aumento de receitas, a CBF registrou lucro líquido menor do que no ano anterior-foram R$ 51 milhões de superávit, R$ 4 milhões a menos que em 2013. Este número é afetado pelo aumento dos gastos. A CBF somou R$ 367 milhões somente em despesas operacionais, que incluem despesas para realizar as Séries B, C e D do Campeonato Brasileiro, além dos torneios regionais. Del Nero defendeu os gastos. "Temos que fomentar todo o futebol nacional", disse, citando o financiamento de passagens e estadias de clubes das divisões inferiores. Segundo a entidade, são gastos cerca de R$ 100 milhões apenas com os aportes para a disputa das Séries B, C e D e dos campeonatos regionais, além dos repasses às federações estaduais.
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Em ano da Copa, CBF tem faturamento recorde de meio bilhão de reaisA seleção brasileira passou por seu maior vexame da história na Copa do Mundo de 2014, ao ser goleada por 7 a 1 pela Alemanha no Mineirão. A humilhação sofrida e a queda nas semifinais, porém, não causaram reflexo nos cofres da CBF. Pelo contrário: a entidade bateu o seu recorde de arrecadação no ano em que teve o Mundial em casa. O balanço financeiro da CBF exibido na posse de Marco Polo Del Nero como presidente nesta quinta (16) mostra que a confederação angariou R$ 519 milhões em 2014. O número é 19% superior ao registrado em 2013, quando a arrecadação chegou a R$ 436 milhões e se tornou o recorde histórico da entidade. A maior parte do dinheiro que entrou na conta da CBF em 2014 é oriunda dos patrocínios acertados para a Copa. Com as cotas de publicidade, a entidade somou R$ 359 milhões -R$ 80 milhões a mais que obteve no ano anterior. As receitas com as partidas da seleção também cresceram no ano passado. A entidade arrecadou R$ 43, 8 milhões, 40% acima de 2013. A fonte de renda que caiu em comparação com o ano anterior foi a dos direitos de transmissão. No ano da Copa, a CBF faturou R$ 97 milhões com as propriedades de exibição dos jogos da seleção e das competições promovidas pela entidade, valor inferior ao de 2013, quando o total chegou a R$ 113 milhões. Apesar do aumento de receitas, a CBF registrou lucro líquido menor do que no ano anterior-foram R$ 51 milhões de superávit, R$ 4 milhões a menos que em 2013. Este número é afetado pelo aumento dos gastos. A CBF somou R$ 367 milhões somente em despesas operacionais, que incluem despesas para realizar as Séries B, C e D do Campeonato Brasileiro, além dos torneios regionais. Del Nero defendeu os gastos. "Temos que fomentar todo o futebol nacional", disse, citando o financiamento de passagens e estadias de clubes das divisões inferiores. Segundo a entidade, são gastos cerca de R$ 100 milhões apenas com os aportes para a disputa das Séries B, C e D e dos campeonatos regionais, além dos repasses às federações estaduais.
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Conhece o amblipígio? Veja fotos premiadas por revista de ecologia
A revista especializada em ecologia "BMC Ecology" promoveu um concurso para pesquisadores mandarem as fotos mais bonitas dessa área de estudo. Entre os melhores cliques estão o de um passarinho na Arábia Saudita, o de um parente da cegonha (marabu-grande) na Índia e o de uma formiga no Brasil –fotografada por um pesquisador da Unesp Rio Claro, Daniel Wisbech Carstensen. O marabu-grande é uma espécie parente da cegonha e é ameaçada de extinção –estima-se que haja entre 1.200 e 1.800 espécimes no mundo, apesar da fartura deles na imagem obtida. Outra foto curiosa é a de uma mosca "linguaruda", que consegue coletar pólen a vários centímetros da planta. A tilápia de moçambique tem uma característica interessante, por aproximadamente uma semana, ela incuba os ovos fertilizados na boca, até que os eles eclodam e os peixinhos saiam nadando. Um bicho que (quase) ninguém quer encontrar é o amblipígio. Parente das aranhas e dos escorpiões, ele é maior que a mão de um ser humano e come até mesmo aranhas.
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Conhece o amblipígio? Veja fotos premiadas por revista de ecologiaA revista especializada em ecologia "BMC Ecology" promoveu um concurso para pesquisadores mandarem as fotos mais bonitas dessa área de estudo. Entre os melhores cliques estão o de um passarinho na Arábia Saudita, o de um parente da cegonha (marabu-grande) na Índia e o de uma formiga no Brasil –fotografada por um pesquisador da Unesp Rio Claro, Daniel Wisbech Carstensen. O marabu-grande é uma espécie parente da cegonha e é ameaçada de extinção –estima-se que haja entre 1.200 e 1.800 espécimes no mundo, apesar da fartura deles na imagem obtida. Outra foto curiosa é a de uma mosca "linguaruda", que consegue coletar pólen a vários centímetros da planta. A tilápia de moçambique tem uma característica interessante, por aproximadamente uma semana, ela incuba os ovos fertilizados na boca, até que os eles eclodam e os peixinhos saiam nadando. Um bicho que (quase) ninguém quer encontrar é o amblipígio. Parente das aranhas e dos escorpiões, ele é maior que a mão de um ser humano e come até mesmo aranhas.
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'Era motoboy e peladeiro, perdi as duas coisas'
Resumo Gilberto da Silva, 38, tinha 24 anos quando sofreu o acidente que mudou sua vida. Ao cruzar uma linha férrea em Barueri (Grande SP), bateu num trem. A cancela e o sinal sonoro da via estavam quebrados. O motoboy teve o pé direito arrancado. Tornou-se jogador de vôlei sentado e foi a três Jogos Paraolímpicos. Hoje, não arrisca mais pilotar motos. * Eu me lembro bem daquela noite: 13 de setembro de 2003, 19h25. Naquele fim de semana, disse à minha mãe que não queria subir na moto. Havia sido atropelado duas vezes durante a semana por motoristas de carro que fizeram uma conversão proibida. Não aconteceu nada grave, só ralei o cotovelo, mas aquilo me deixou ressabiado. Tenho uma ligação com o trânsito desde pequeno. Aos 12 anos, comecei a ajudar meu pai, caminhoneiro, que trabalhava para uma madeireira. Quando tirei a carteira de motorista, passei a dirigir também. Rodando com ele por aí de caminhão, a gente viu muita coisa, muito acidente. Aprendi a entender os perigos que corria e tinha medo de que algo acontecesse. Quando estava com 19 anos, começou uma febre de motoboys. Ganhava-se um dinheiro até que razoável, e eu decidi tentar. Mas tinha muito medo de São Paulo, o trânsito era uma coisa de louco. Naquela tarde de sábado, estava jogando bola com uns amigos e fazendo uma festa em Carapicuíba, onde eu morava, quando um deles recebeu a notícia de que o filho havia sofrido uma queda. Ele precisava pegar a rodovia Castelo Branco para ir ver a criança, mas não sabia como chegar lá. Peguei uma moto emprestada e fui na frente, mostrando o caminho. Na volta, estava tranquilo. Fazia aquele caminho todos os dias de ida e volta ao trabalho, em Alphaville. Por isso, não estranhei quando cheguei a um cruzamento na linha do trem, em Barueri, e não vi a cancela. Eu sabia que estava sem a sinalização. Geralmente, eu parava quando ouvia o sinal sonoro mas, como não escutei nada, passei distraído. A sirene não estava funcionando naquele dia. Bati de frente no trem. Foi uma mistura de falta de sinalização e desatenção. Meu pé foi arrancado na hora. Eu era motoboy e peladeiro. De repente, perdi essasduas coisas. Minha recuperação foi difícil. Demorei muito tempo para voltar a andar, sentia dores, e ainda tive de passar por uma segunda cirurgia para reparar a primeira. Minha situação financeira ficou complicada, mas sou muito querido, e os vizinhos e amigos me ajudaram. Cerca de três anos após o acidente, fui convidado para experimentar o vôlei sentado. Eu gostava de futebol, não sabia se ia me adaptar, mas comecei a conseguir bons resultados e vi que era para mim. Hoje, não vivo sem. Fiz parte da seleção que, no Rio-2007, ganhou o primeiro ouro para o Brasil em Parapanamericanos [é chamado de Giba, como o craque olímpico]. Fui às Paraolimpíadas de Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016. Durante a reabilitação, ia ao Hospital das Clínicas todas as segundas. Aproveitava e conversava com pessoas que estavam passando pelo mesmo problema que eu e mostrava como o esporte tinha me ajudado. Levei seis delas para o meu time. Voltei a dirigir, mas ainda tenho medo. O trânsito em São Paulo está bem pior do que na época em que eu era motoboy. Falta educação, tem acidentes o tempo todo. Se fosse hoje, escolheria outra profissão. Não teria coragem.
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'Era motoboy e peladeiro, perdi as duas coisas'Resumo Gilberto da Silva, 38, tinha 24 anos quando sofreu o acidente que mudou sua vida. Ao cruzar uma linha férrea em Barueri (Grande SP), bateu num trem. A cancela e o sinal sonoro da via estavam quebrados. O motoboy teve o pé direito arrancado. Tornou-se jogador de vôlei sentado e foi a três Jogos Paraolímpicos. Hoje, não arrisca mais pilotar motos. * Eu me lembro bem daquela noite: 13 de setembro de 2003, 19h25. Naquele fim de semana, disse à minha mãe que não queria subir na moto. Havia sido atropelado duas vezes durante a semana por motoristas de carro que fizeram uma conversão proibida. Não aconteceu nada grave, só ralei o cotovelo, mas aquilo me deixou ressabiado. Tenho uma ligação com o trânsito desde pequeno. Aos 12 anos, comecei a ajudar meu pai, caminhoneiro, que trabalhava para uma madeireira. Quando tirei a carteira de motorista, passei a dirigir também. Rodando com ele por aí de caminhão, a gente viu muita coisa, muito acidente. Aprendi a entender os perigos que corria e tinha medo de que algo acontecesse. Quando estava com 19 anos, começou uma febre de motoboys. Ganhava-se um dinheiro até que razoável, e eu decidi tentar. Mas tinha muito medo de São Paulo, o trânsito era uma coisa de louco. Naquela tarde de sábado, estava jogando bola com uns amigos e fazendo uma festa em Carapicuíba, onde eu morava, quando um deles recebeu a notícia de que o filho havia sofrido uma queda. Ele precisava pegar a rodovia Castelo Branco para ir ver a criança, mas não sabia como chegar lá. Peguei uma moto emprestada e fui na frente, mostrando o caminho. Na volta, estava tranquilo. Fazia aquele caminho todos os dias de ida e volta ao trabalho, em Alphaville. Por isso, não estranhei quando cheguei a um cruzamento na linha do trem, em Barueri, e não vi a cancela. Eu sabia que estava sem a sinalização. Geralmente, eu parava quando ouvia o sinal sonoro mas, como não escutei nada, passei distraído. A sirene não estava funcionando naquele dia. Bati de frente no trem. Foi uma mistura de falta de sinalização e desatenção. Meu pé foi arrancado na hora. Eu era motoboy e peladeiro. De repente, perdi essasduas coisas. Minha recuperação foi difícil. Demorei muito tempo para voltar a andar, sentia dores, e ainda tive de passar por uma segunda cirurgia para reparar a primeira. Minha situação financeira ficou complicada, mas sou muito querido, e os vizinhos e amigos me ajudaram. Cerca de três anos após o acidente, fui convidado para experimentar o vôlei sentado. Eu gostava de futebol, não sabia se ia me adaptar, mas comecei a conseguir bons resultados e vi que era para mim. Hoje, não vivo sem. Fiz parte da seleção que, no Rio-2007, ganhou o primeiro ouro para o Brasil em Parapanamericanos [é chamado de Giba, como o craque olímpico]. Fui às Paraolimpíadas de Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016. Durante a reabilitação, ia ao Hospital das Clínicas todas as segundas. Aproveitava e conversava com pessoas que estavam passando pelo mesmo problema que eu e mostrava como o esporte tinha me ajudado. Levei seis delas para o meu time. Voltei a dirigir, mas ainda tenho medo. O trânsito em São Paulo está bem pior do que na época em que eu era motoboy. Falta educação, tem acidentes o tempo todo. Se fosse hoje, escolheria outra profissão. Não teria coragem.
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Vídeo mostra momento em que Hillary Clinton passa mal em evento do 11/9
A candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, 68, passou mal e deixou às pressas a cerimônia que lembrou os 15 anos dos atentados de 11 de setembro de 2001, no World Trade Center.Por volta das 9h30 (10h30 do Brasil), ela saiu da visão do público, uma hora após chegar ao local -o presidenciável republicano, Donald Trump, também passou pelo evento.Nick Merrill, o porta-voz de sua campanha, afirmou que a ex-secretária de Estado se sentiu "superaquecida" durante a cerimônia -a manhã em Nova York foi de sol forte e temperatura em torno de 27ºC, com bastante umidade. Por isso, foi levada para o apartamento da filha, Chelsea Clinton, em Nova York. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra Hillary, quase tropeçando, sendo amparada por assessores para entrar numa van. De acordo com Merril, ela já estava "muito melhor".Leia mais aqui
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Vídeo mostra momento em que Hillary Clinton passa mal em evento do 11/9A candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, 68, passou mal e deixou às pressas a cerimônia que lembrou os 15 anos dos atentados de 11 de setembro de 2001, no World Trade Center.Por volta das 9h30 (10h30 do Brasil), ela saiu da visão do público, uma hora após chegar ao local -o presidenciável republicano, Donald Trump, também passou pelo evento.Nick Merrill, o porta-voz de sua campanha, afirmou que a ex-secretária de Estado se sentiu "superaquecida" durante a cerimônia -a manhã em Nova York foi de sol forte e temperatura em torno de 27ºC, com bastante umidade. Por isso, foi levada para o apartamento da filha, Chelsea Clinton, em Nova York. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra Hillary, quase tropeçando, sendo amparada por assessores para entrar numa van. De acordo com Merril, ela já estava "muito melhor".Leia mais aqui
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Fim de um panorama escandaloso
A navegação de longo curso é aquela realizada entre portos brasileiros e estrangeiros. Nesse segmento temos desde transporte de cargas em navios inteiros até o uso dos contêineres, que atendem a maioria das empresas exportadoras e importadoras. Mais de 90% das nossas mercadorias de comércio exterior são transportadas pelo modal marítimo. Quase que a totalidade da nossa navegação internacional é realizada por navios estrangeiros, pertencentes a armadores estrangeiros. Mesmo assim, não temos uma norma sequer para fiscalizar, supervisionar, punir e regular as atividades dessas empresas no país. Os estrangeiros operam aqui sem autorização ou registro, a maioria sem amparo de acordos bilaterais de seus países com o Brasil, uma exigência constitucional de reciprocidade. São os donos do setor e fazem o que bem entendem. No segmento de contêineres, impõem aos usuários suas próprias regras, sobretaxas, sobre-estadias e câmbios ilegais. Descumprem escalas regulares, forçam a assinatura de termos de compromisso leoninos, praticam retenção de cargas ou documentos caso discordem de suas regras, dentre tantas outras mazelas. A Antaq, agência reguladora criada em 2001, até hoje não mostrou a que veio. Essa omissão histórica faz com que o setor, principalmente o segmento de contêineres, seja regulado pelas gigantes mundiais, com impacto inclusive nos portos. A única norma que a Antaq editou para tratar da atividade desses armadores estrangeiros no Brasil foi a que permitiu que cobrassem despesas portuárias por meio do Terminal Handling Charge (THC), de caráter ressarcitório, mas que jamais foi fiscalizado. Enquanto isso, aos brasileiros resta o peso da burocracia. A Antaq criou um arcabouço de normas que lhe deu excelência na burocratização das empresas brasileiras que operaram na navegação de longo curso e na cabotagem, exigindo o cumprimento de diversas garantias, certidões, comprovação de patrimônio etc. Aos estrangeiros, para operarem no longo curso, basta trazer seus navios e pegar nossas cargas. Esse panorama escandaloso e vergonhoso, contudo, começa a mudar. Em recente decisão, o TCU (Tribunal de Contas da União) determinou que a Antaq, imediatamente, comece a regular o setor de transporte marítimo internacional, a moralizar o principal meio transporte de mercadorias do nosso comércio exterior. O acórdão do TCU evidencia total omissão da agência reguladora, principalmente com os usuários. A decisão foi extremamente técnica, respeitando nossas leis, determinando, com prazos, a regulação ampla do setor. Dentre as diversas determinações, a Antaq terá que regular fretes, sobretaxas, registrar estrangeiros e organizar o tráfego aquaviário no Brasil de linhas regulares. O mercado não se autorregula. Por isso os Estados Unidos, país mais capitalista do mundo, possuem excelência nesse certame. Lá, segundo as mídias especializadas, armadores estrangeiros que atuam no Brasil estão pagando multas milionárias, respondendo a acusações de cartel por combinação de preços. O mesmo movimento vem ocorrendo na Europa. ANDRÉ DE SEIXAS, técnico em transportes marítimos, é diretor-presidente da Associação dos Usuários dos Portos do Rio de Janeiro (Usuport-RJ) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Fim de um panorama escandalosoA navegação de longo curso é aquela realizada entre portos brasileiros e estrangeiros. Nesse segmento temos desde transporte de cargas em navios inteiros até o uso dos contêineres, que atendem a maioria das empresas exportadoras e importadoras. Mais de 90% das nossas mercadorias de comércio exterior são transportadas pelo modal marítimo. Quase que a totalidade da nossa navegação internacional é realizada por navios estrangeiros, pertencentes a armadores estrangeiros. Mesmo assim, não temos uma norma sequer para fiscalizar, supervisionar, punir e regular as atividades dessas empresas no país. Os estrangeiros operam aqui sem autorização ou registro, a maioria sem amparo de acordos bilaterais de seus países com o Brasil, uma exigência constitucional de reciprocidade. São os donos do setor e fazem o que bem entendem. No segmento de contêineres, impõem aos usuários suas próprias regras, sobretaxas, sobre-estadias e câmbios ilegais. Descumprem escalas regulares, forçam a assinatura de termos de compromisso leoninos, praticam retenção de cargas ou documentos caso discordem de suas regras, dentre tantas outras mazelas. A Antaq, agência reguladora criada em 2001, até hoje não mostrou a que veio. Essa omissão histórica faz com que o setor, principalmente o segmento de contêineres, seja regulado pelas gigantes mundiais, com impacto inclusive nos portos. A única norma que a Antaq editou para tratar da atividade desses armadores estrangeiros no Brasil foi a que permitiu que cobrassem despesas portuárias por meio do Terminal Handling Charge (THC), de caráter ressarcitório, mas que jamais foi fiscalizado. Enquanto isso, aos brasileiros resta o peso da burocracia. A Antaq criou um arcabouço de normas que lhe deu excelência na burocratização das empresas brasileiras que operaram na navegação de longo curso e na cabotagem, exigindo o cumprimento de diversas garantias, certidões, comprovação de patrimônio etc. Aos estrangeiros, para operarem no longo curso, basta trazer seus navios e pegar nossas cargas. Esse panorama escandaloso e vergonhoso, contudo, começa a mudar. Em recente decisão, o TCU (Tribunal de Contas da União) determinou que a Antaq, imediatamente, comece a regular o setor de transporte marítimo internacional, a moralizar o principal meio transporte de mercadorias do nosso comércio exterior. O acórdão do TCU evidencia total omissão da agência reguladora, principalmente com os usuários. A decisão foi extremamente técnica, respeitando nossas leis, determinando, com prazos, a regulação ampla do setor. Dentre as diversas determinações, a Antaq terá que regular fretes, sobretaxas, registrar estrangeiros e organizar o tráfego aquaviário no Brasil de linhas regulares. O mercado não se autorregula. Por isso os Estados Unidos, país mais capitalista do mundo, possuem excelência nesse certame. Lá, segundo as mídias especializadas, armadores estrangeiros que atuam no Brasil estão pagando multas milionárias, respondendo a acusações de cartel por combinação de preços. O mesmo movimento vem ocorrendo na Europa. ANDRÉ DE SEIXAS, técnico em transportes marítimos, é diretor-presidente da Associação dos Usuários dos Portos do Rio de Janeiro (Usuport-RJ) PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br.
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Artistas, intelectuais e escritores agitaram a cena cultural de Maceió
No final dos anos 20 e na primeira metade da década de 30 do século passado, Maceió tinha cerca de 100 mil habitantes, analfabetos em sua maioria. Prevalecia na capital uma sociedade conservadora, que vivia basicamente em função das atividades agrárias. É nesse lugar e nessa época que, surpreendentemente, forma-se um grupo de intelectuais de alto quilate, batizado posteriormente como "A Roda de Maceió". Entre eles, estavam os romancistas Graciliano Ramos e José Lins do Rego, o poeta e também romancista Jorge de Lima e o filólogo e ensaísta Aurélio Buarque de Holanda. Todos alagoanos, com exceção de Lins do Rego, que viera da Paraíba, eles ganharam projeção nacional nas décadas seguintes. Em 1931, Jorge de Lima mudou-se para o Rio, mas nem por isso o grupo se enfraqueceu. Recebeu reforços de outros Estados nordestinos, como a escritora cearense Rachel de Queiroz e o artista gráfico e cenógrafo paraibano Tomás Santa Rosa. Eles se reuniam principalmente no Ponto Central, um trecho da rua do Comércio, a via mais movimentada da cidade na época. Conforme conta Dênis de Moraes em "O Velho Graça - Uma Biografia de Graciliano Ramos" (editora José Olympio), os amigos passavam horas falando sobre literatura. Um dos temas corriqueiros era a Semana de Arte Moderna, de 1922, em São Paulo –Graciliano era especialmente crítico ao movimento. A cidade de Maceió surge com nitidez em obras esboçadas ou escritas ao longo destes anos, como "Angústia", uma das obras-primas de Graciliano, e "Calunga", de Jorge de Lima. CONTRA GETÚLIO Em meio a goles de café ou cachaça no bar do Cupertino (onde hoje funciona uma ótica), no Ponto Central, eles também discutiam política. Todos se opunham a Getúlio Vargas, de acordo com texto do jornalista Luis Gustavo Melo na revista "Graciliano", dedicada à história e à cultura de Alagoas. Em 1936, o autor de "Vidas Secas" foi preso pela ditadura Vargas sob acusação de ligação com o Partido Comunista e levado para o Rio. Outros expoentes da Roda de Maceió deixaram a cidade em busca de centros maiores. Infelizmente, pouco resta da Maceió desta época. O Memorial Jorge de Lima, na praça Sinimbu, no centro, está em reforma. É nesse sobrado que o autor de "Invenção de Orfeu" viveu nos anos 20. Como forma de lembrar esse passado, esculturas em bronze de outros alagoanos notáveis foram colocadas na orla em 2015, quando Maceió completou 200 anos. Ambas são de autoria do mineiro Leo Santana, que havia feito a escultura de Carlos Drummond de Andrade, instalada no calçadão de Copacabana, no Rio. Com um jeito circunspecto e um cigarro na mão esquerda, Graciliano mora no calçadão da praia de Pajuçara, uma das principais da área urbana. Já Aurélio, com um livro sob a mão esquerda, vive na praia vizinha, Ponta Verde. O jornalista viajou a convite da Secretaria de Turismo de Maceió (Semptur) e da Transamérica Turismo * R$ 970 Seis noites de hospedagem no Meridiano Hotel, em Maceió, em quarto com vista parcial para o mar. Inclui aéreo, mas não passeios. Por pessoa, sem taxas. No Decolar.com R$ 1.027,21 Preço por pessoa para quatro noites em Maceió, sem aéreo. Pacote inclui café da manhã e visita às praias de São Miguel dos Milagres. Na Litoral Verde: litoralverde.com.br R$ 1.315 Pacote para abril de 2017, com sete noites na capital de Alagoas. Valor por pessoa, com aéreo incluso e passeio a São Miguel dos Milagres. Na Latam Travel: latamtravel.com R$ 1.380 Com aéreo, quatro noites em São Miguel dos Milagres. Inclui café da manhã. Valor por pessoa, sem passeios previstos no pacote. Na CVC: cvc.com.br R$ 1.578 Carnaval em Maceió, com hospedagem na cidade de 24/2 a 1º/3. Valor por pessoa, com passeios a São Miguel dos Milagres e à Praia do Gunga inclusos. Sem aéreo. Na Agaxtur: agaxtur.com.br R$ 1.583 Valor por pessoa para três noites em Maceió. Inclui café da manhã e visitas à Praia do francês e a São Miguel dos Milagres. Com aéreo. Na RCA: rcaturismo.com.br R$ 1.688 Cinco noites na capital alagoana, com aéreo incluso, saindo de São Paulo. O pacote prevê passeios em Maragogi, Praia do Gunga e São Miguel dos Milagres. Na 55destinos: 55destinos.com R$ 1.818 Com aéreo, quatro noites em São Miguel dos Milagres. Valor por pessoa, com café da manhã, mas sem passeios pela região. Na New Age: newage.tur.br R$ 4.748 Pacote de quatro noites em Maceió, sem aéreo. Valor da hospedagem para dois adultos e duas crianças de até 12 anos no Pratagy Beach Resort, em sistema all inclusive. Não inclui passeios. Reservas: pratagy.com.br R$ 8.819 Valor para um casal passar sete noites em São Miguel dos Milagres, na Pousada do Toque. Com aéreo, wi-fi ilimitado e hospedagem com meia pensão. Sem passeios no pacote. Na Expedia: expedia.com.br
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Artistas, intelectuais e escritores agitaram a cena cultural de MaceióNo final dos anos 20 e na primeira metade da década de 30 do século passado, Maceió tinha cerca de 100 mil habitantes, analfabetos em sua maioria. Prevalecia na capital uma sociedade conservadora, que vivia basicamente em função das atividades agrárias. É nesse lugar e nessa época que, surpreendentemente, forma-se um grupo de intelectuais de alto quilate, batizado posteriormente como "A Roda de Maceió". Entre eles, estavam os romancistas Graciliano Ramos e José Lins do Rego, o poeta e também romancista Jorge de Lima e o filólogo e ensaísta Aurélio Buarque de Holanda. Todos alagoanos, com exceção de Lins do Rego, que viera da Paraíba, eles ganharam projeção nacional nas décadas seguintes. Em 1931, Jorge de Lima mudou-se para o Rio, mas nem por isso o grupo se enfraqueceu. Recebeu reforços de outros Estados nordestinos, como a escritora cearense Rachel de Queiroz e o artista gráfico e cenógrafo paraibano Tomás Santa Rosa. Eles se reuniam principalmente no Ponto Central, um trecho da rua do Comércio, a via mais movimentada da cidade na época. Conforme conta Dênis de Moraes em "O Velho Graça - Uma Biografia de Graciliano Ramos" (editora José Olympio), os amigos passavam horas falando sobre literatura. Um dos temas corriqueiros era a Semana de Arte Moderna, de 1922, em São Paulo –Graciliano era especialmente crítico ao movimento. A cidade de Maceió surge com nitidez em obras esboçadas ou escritas ao longo destes anos, como "Angústia", uma das obras-primas de Graciliano, e "Calunga", de Jorge de Lima. CONTRA GETÚLIO Em meio a goles de café ou cachaça no bar do Cupertino (onde hoje funciona uma ótica), no Ponto Central, eles também discutiam política. Todos se opunham a Getúlio Vargas, de acordo com texto do jornalista Luis Gustavo Melo na revista "Graciliano", dedicada à história e à cultura de Alagoas. Em 1936, o autor de "Vidas Secas" foi preso pela ditadura Vargas sob acusação de ligação com o Partido Comunista e levado para o Rio. Outros expoentes da Roda de Maceió deixaram a cidade em busca de centros maiores. Infelizmente, pouco resta da Maceió desta época. O Memorial Jorge de Lima, na praça Sinimbu, no centro, está em reforma. É nesse sobrado que o autor de "Invenção de Orfeu" viveu nos anos 20. Como forma de lembrar esse passado, esculturas em bronze de outros alagoanos notáveis foram colocadas na orla em 2015, quando Maceió completou 200 anos. Ambas são de autoria do mineiro Leo Santana, que havia feito a escultura de Carlos Drummond de Andrade, instalada no calçadão de Copacabana, no Rio. Com um jeito circunspecto e um cigarro na mão esquerda, Graciliano mora no calçadão da praia de Pajuçara, uma das principais da área urbana. Já Aurélio, com um livro sob a mão esquerda, vive na praia vizinha, Ponta Verde. O jornalista viajou a convite da Secretaria de Turismo de Maceió (Semptur) e da Transamérica Turismo * R$ 970 Seis noites de hospedagem no Meridiano Hotel, em Maceió, em quarto com vista parcial para o mar. Inclui aéreo, mas não passeios. Por pessoa, sem taxas. No Decolar.com R$ 1.027,21 Preço por pessoa para quatro noites em Maceió, sem aéreo. Pacote inclui café da manhã e visita às praias de São Miguel dos Milagres. Na Litoral Verde: litoralverde.com.br R$ 1.315 Pacote para abril de 2017, com sete noites na capital de Alagoas. Valor por pessoa, com aéreo incluso e passeio a São Miguel dos Milagres. Na Latam Travel: latamtravel.com R$ 1.380 Com aéreo, quatro noites em São Miguel dos Milagres. Inclui café da manhã. Valor por pessoa, sem passeios previstos no pacote. Na CVC: cvc.com.br R$ 1.578 Carnaval em Maceió, com hospedagem na cidade de 24/2 a 1º/3. Valor por pessoa, com passeios a São Miguel dos Milagres e à Praia do Gunga inclusos. Sem aéreo. Na Agaxtur: agaxtur.com.br R$ 1.583 Valor por pessoa para três noites em Maceió. Inclui café da manhã e visitas à Praia do francês e a São Miguel dos Milagres. Com aéreo. Na RCA: rcaturismo.com.br R$ 1.688 Cinco noites na capital alagoana, com aéreo incluso, saindo de São Paulo. O pacote prevê passeios em Maragogi, Praia do Gunga e São Miguel dos Milagres. Na 55destinos: 55destinos.com R$ 1.818 Com aéreo, quatro noites em São Miguel dos Milagres. Valor por pessoa, com café da manhã, mas sem passeios pela região. Na New Age: newage.tur.br R$ 4.748 Pacote de quatro noites em Maceió, sem aéreo. Valor da hospedagem para dois adultos e duas crianças de até 12 anos no Pratagy Beach Resort, em sistema all inclusive. Não inclui passeios. Reservas: pratagy.com.br R$ 8.819 Valor para um casal passar sete noites em São Miguel dos Milagres, na Pousada do Toque. Com aéreo, wi-fi ilimitado e hospedagem com meia pensão. Sem passeios no pacote. Na Expedia: expedia.com.br
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Timing errado
BRASÍLIA - Dilma Rousseff vai chegando ao final do nono mês do seu segundo mandato gestando dois ajustes fiscais e uma reforma administrativa e ministerial que deveriam ter sido obras para os primeiros meses do seu governo. Não por outro motivo a petista está presa, praticamente desde que foi reeleita, a uma agenda negativa da qual não consegue se desvencilhar. Para quem dizia que ajuste é coisa de tucano, deve ser terrível ter de bancar não só um, mas dois pacotes fiscais em menos de um ano –e sem que o primeiro ainda tenha tido o efeito esperado e necessário. Pior, talvez, seja curvar-se às pressões de aliados e prometer um corte de ministérios, defendido pela oposição na campanha eleitoral, exatamente no momento em que não pode nem pensar em desagradar sua frágil base aliada no Congresso. Um erro de cálculo e lá se vai a segunda fase do ajuste fiscal antes mesmo de ela chegar ao Legislativo. Isto mesmo, anunciadas na segunda-feira passada, talvez as medidas cheguem hoje ao Congresso com uma semana de atraso. Sem falar no pior dos mundos. Deixar aliados insatisfeitos pode ser fatal quando o fantasma do impeachment assombra o governo nos corredores da Câmara dos Deputados. Para ajudar sua criatura a sair desta enrascada, Lula circulou por Brasília dizendo não que aguenta mais falar de ajuste fiscal e voltou a aconselhar a presidente a criar urgentemente uma agenda positiva para levantar o astral do país. Questionado por petistas que agenda seria essa, citou a redução da taxa de juros neste momento de recessão. Ato contínuo, porém, ele mesmo reconheceu que, hoje, isso é impossível diante da falta de confiança nos rumos da economia. Enfim, o timing do governo está todo errado. Fruto de decisões tomadas sem muita convicção pela presidente, que agravam os problemas e obrigam a petista a aprofundar medidas que só lhe trazem desgaste.
colunas
Timing erradoBRASÍLIA - Dilma Rousseff vai chegando ao final do nono mês do seu segundo mandato gestando dois ajustes fiscais e uma reforma administrativa e ministerial que deveriam ter sido obras para os primeiros meses do seu governo. Não por outro motivo a petista está presa, praticamente desde que foi reeleita, a uma agenda negativa da qual não consegue se desvencilhar. Para quem dizia que ajuste é coisa de tucano, deve ser terrível ter de bancar não só um, mas dois pacotes fiscais em menos de um ano –e sem que o primeiro ainda tenha tido o efeito esperado e necessário. Pior, talvez, seja curvar-se às pressões de aliados e prometer um corte de ministérios, defendido pela oposição na campanha eleitoral, exatamente no momento em que não pode nem pensar em desagradar sua frágil base aliada no Congresso. Um erro de cálculo e lá se vai a segunda fase do ajuste fiscal antes mesmo de ela chegar ao Legislativo. Isto mesmo, anunciadas na segunda-feira passada, talvez as medidas cheguem hoje ao Congresso com uma semana de atraso. Sem falar no pior dos mundos. Deixar aliados insatisfeitos pode ser fatal quando o fantasma do impeachment assombra o governo nos corredores da Câmara dos Deputados. Para ajudar sua criatura a sair desta enrascada, Lula circulou por Brasília dizendo não que aguenta mais falar de ajuste fiscal e voltou a aconselhar a presidente a criar urgentemente uma agenda positiva para levantar o astral do país. Questionado por petistas que agenda seria essa, citou a redução da taxa de juros neste momento de recessão. Ato contínuo, porém, ele mesmo reconheceu que, hoje, isso é impossível diante da falta de confiança nos rumos da economia. Enfim, o timing do governo está todo errado. Fruto de decisões tomadas sem muita convicção pela presidente, que agravam os problemas e obrigam a petista a aprofundar medidas que só lhe trazem desgaste.
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Alunos desocupam colégio na Ilha do Governador, no Rio
Alunos do colégio estadual Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha do Governador, zona norte do Rio, desocuparam nesta segunda (16) a unidade. A escola foi a primeira a ser ocupada no dia 21 de março por estudantes com o objetivo de apoiar a greve dos docentes e pedir melhorias na qualidade do ensino. Durante anúncio da desocupação houve um bate-boca entre a professora de Geografia do Mendes de Moraes, Alessandra Bruno, e o chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), Caio Castro Lima, que pediu exoneração do cargo. A professora acusou Lima de incitar ataques ao colégio e chamou o chefe de gabinete de fascista. Ele retrucou com dedo em riste, ordenando que a professora calasse a boca. A partir daí, os estudantes se revoltaram e colocaram Caio Castro Lima para fora do colégio à base de protestos. Lima se defendeu. "Eu não sou obrigado a tolerar desrespeito. Tudo estava indo bem, mas não vou aceitar nunca ser chamado de fascista. Uma coisa é o fato de eu representar uma organização e eles a hostilizarem. Bem diferente é me atacarem pessoalmente. Tenho família e entes queridos que gostam de mim. Eu mandei que ela se calasse porque é uma pessoa extremamente desequilibrada, que sequer deveria estar presente nas negociações. A maioria dos alunos é menor de idade, ela não. Ela deveria saber o que fala e com quem fala para não ficar inflamando os estudantes", desabafou. O chefe de gabinete declarou que isso afeta bastante a relação da Seeduc com os alunos do Mendes de Moraes. "Não tenha dúvida que afeta. Eu me dispus a vir aqui sozinho, de peito aberto, para participar do anúncio e sou recebido assim. A sociedade tem que ver isso e analisar se, de fato, é isso que se quer", disse, com relação ao movimento. A professora Alessandra Bruno envolvida na confusão recusou-se a falar com a imprensa. O aluno do Mendes de Moraes, João Victor da Silva, que cursa o 3° ano do ensino médio na unidade, repudiou a atitude de Caio Castro e disse que o episódio ilustra o "baixo nível" da secretaria. "Nunca que ele vai mandar um professor calar a boca dentro da escola. Isso mostra o baixo nível que é a Secretaria de Educação. Eles acham que temos medo deles, mas eles que tem que nos temer. Mostramos com a ocupação do que somos capazes. Temos o poder de pensarmos sozinhos e tomarmos nossas atitudes seguindo o que acreditamos", disse. Com relação à desocupação, antes da confusão João Victor havia comunicado que o movimento se retira do colégio pela quantidade de pautas atendidas pela Secretaria de Educação, mas não deixa de participar da luta dos outros colégios ainda ocupados. "Estamos desocupando com muita alegria porque podemos passar o nosso poder de organizar, agir. Foram 56 dias de muita resistência, mesmo debaixo de ataques de todos os lados. Grande parte das nossas pautas foi atendida e isso é uma grande vitória. O Mendes foi a chave que abriu a porta para o restante da luta e seria injusto abandonarmos essa causa. Saímos daqui, mas continuamos com os nossos irmãos nas outras escolas", garantiu. João Victor revelou que a secretaria estabelecerá uma comissão de visitas em cada escola que foi ocupada para analisar o que cada unidade precisa, além de um documento expedido pelo órgão garantindo as reformas. Cada colégio receberá R$ 15 mil para essas obras emergenciais. "É um valor miserável, concedido com muita má vontade pela secretaria. Mas foi o que conseguimos com muito suor e luta", disse o estudante. Além disso, outras conquistas dos alunos foram a exoneração do diretor do Mendes de Moraes, Marcos Madeira, fim do Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj) e a reunião da secretaria com os representantes dos 68 colégios ocupados pelo movimento.
educacao
Alunos desocupam colégio na Ilha do Governador, no RioAlunos do colégio estadual Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha do Governador, zona norte do Rio, desocuparam nesta segunda (16) a unidade. A escola foi a primeira a ser ocupada no dia 21 de março por estudantes com o objetivo de apoiar a greve dos docentes e pedir melhorias na qualidade do ensino. Durante anúncio da desocupação houve um bate-boca entre a professora de Geografia do Mendes de Moraes, Alessandra Bruno, e o chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), Caio Castro Lima, que pediu exoneração do cargo. A professora acusou Lima de incitar ataques ao colégio e chamou o chefe de gabinete de fascista. Ele retrucou com dedo em riste, ordenando que a professora calasse a boca. A partir daí, os estudantes se revoltaram e colocaram Caio Castro Lima para fora do colégio à base de protestos. Lima se defendeu. "Eu não sou obrigado a tolerar desrespeito. Tudo estava indo bem, mas não vou aceitar nunca ser chamado de fascista. Uma coisa é o fato de eu representar uma organização e eles a hostilizarem. Bem diferente é me atacarem pessoalmente. Tenho família e entes queridos que gostam de mim. Eu mandei que ela se calasse porque é uma pessoa extremamente desequilibrada, que sequer deveria estar presente nas negociações. A maioria dos alunos é menor de idade, ela não. Ela deveria saber o que fala e com quem fala para não ficar inflamando os estudantes", desabafou. O chefe de gabinete declarou que isso afeta bastante a relação da Seeduc com os alunos do Mendes de Moraes. "Não tenha dúvida que afeta. Eu me dispus a vir aqui sozinho, de peito aberto, para participar do anúncio e sou recebido assim. A sociedade tem que ver isso e analisar se, de fato, é isso que se quer", disse, com relação ao movimento. A professora Alessandra Bruno envolvida na confusão recusou-se a falar com a imprensa. O aluno do Mendes de Moraes, João Victor da Silva, que cursa o 3° ano do ensino médio na unidade, repudiou a atitude de Caio Castro e disse que o episódio ilustra o "baixo nível" da secretaria. "Nunca que ele vai mandar um professor calar a boca dentro da escola. Isso mostra o baixo nível que é a Secretaria de Educação. Eles acham que temos medo deles, mas eles que tem que nos temer. Mostramos com a ocupação do que somos capazes. Temos o poder de pensarmos sozinhos e tomarmos nossas atitudes seguindo o que acreditamos", disse. Com relação à desocupação, antes da confusão João Victor havia comunicado que o movimento se retira do colégio pela quantidade de pautas atendidas pela Secretaria de Educação, mas não deixa de participar da luta dos outros colégios ainda ocupados. "Estamos desocupando com muita alegria porque podemos passar o nosso poder de organizar, agir. Foram 56 dias de muita resistência, mesmo debaixo de ataques de todos os lados. Grande parte das nossas pautas foi atendida e isso é uma grande vitória. O Mendes foi a chave que abriu a porta para o restante da luta e seria injusto abandonarmos essa causa. Saímos daqui, mas continuamos com os nossos irmãos nas outras escolas", garantiu. João Victor revelou que a secretaria estabelecerá uma comissão de visitas em cada escola que foi ocupada para analisar o que cada unidade precisa, além de um documento expedido pelo órgão garantindo as reformas. Cada colégio receberá R$ 15 mil para essas obras emergenciais. "É um valor miserável, concedido com muita má vontade pela secretaria. Mas foi o que conseguimos com muito suor e luta", disse o estudante. Além disso, outras conquistas dos alunos foram a exoneração do diretor do Mendes de Moraes, Marcos Madeira, fim do Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj) e a reunião da secretaria com os representantes dos 68 colégios ocupados pelo movimento.
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