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Extra recusa cartão, mas realiza cobrança de produto, diz leitora
A leitora Katia Elisa Pinto reclama que um aparelho para respiração comprado pelo site do Extra teve o pagamento recusado pela operadora do cartão de crédito. Ela mudou o cartão e refez o pedido. Quando recebeu a fatura, o valor tinha sido cobrado em ambos os cartões. Além disso, o produto, que tinha entrega prevista para até 4 de novembro, não foi entregue no prazo. "Atravessei a cidade e fui eu mesma comprar", diz Katia. Ela solicitou o cancelamento das compras pelo site, sem retorno. No dia seguinte, o aparelho chegou por correio e foi recusado pela cliente. Nenhum estorno foi feito. Resposta - O Extra afirma que o estorno, já solicitado, será visualizado em até duas faturas subsequentes, e que lamenta o transtorno. - Queixa de Marina Queiroz Barros: cobrança indevida AES Eletropaulo cobra tarifas comerciais nas duas instalações vinculadas a CNPJ, mas uma delas é uma instalação residencial. Já foi solicitada a mudança cadastral e devolução do valor correspondente cobrado no período. Resposta da AES Eletropaulo Diz que realizou a alteração, mas que as faturas foram cobradas pelo tipo de instalação. - Queixa de Gustavo Nunes Cezar: entrega não realizada Fraldas compradas no site do Ponto Frio para retirada em loja não foram entregues. Novo prazo foi dado, excedendo em mais de dez dias o original. A empresa ainda alegou que não podia devolver o valor. Resposta do Ponto Frio Diz que o produto está disponível para retirada, lamenta e se desculpa por transtornos. - Queixa de Gilberto Fernandes Magalhães Junior: fraude em sistema Milhas do sistema da Azul foram roubadas e a senha de acesso alterada. Não é a primeira vez que isso ocorre. Além do furto de todos os pontos, foram expostos todos os dados pessoais. Resposta da Azul Limita-se a informar que entrou em contato com o cliente para prestar esclarecimentos. - Queixa de Aldino Silva: alteração contratual Por causa de intermitência no sinal de TV e telefone, a NET agendou troca dos cabos. Depois alegaram que um dos pontos, na edícula, é distante e deveria ter outro contrato. Os pontos estão no mesmo contrato há 15 anos. Resposta da NET Informa que o problema foi solucionado após realizar atendimento técnico.
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Extra recusa cartão, mas realiza cobrança de produto, diz leitoraA leitora Katia Elisa Pinto reclama que um aparelho para respiração comprado pelo site do Extra teve o pagamento recusado pela operadora do cartão de crédito. Ela mudou o cartão e refez o pedido. Quando recebeu a fatura, o valor tinha sido cobrado em ambos os cartões. Além disso, o produto, que tinha entrega prevista para até 4 de novembro, não foi entregue no prazo. "Atravessei a cidade e fui eu mesma comprar", diz Katia. Ela solicitou o cancelamento das compras pelo site, sem retorno. No dia seguinte, o aparelho chegou por correio e foi recusado pela cliente. Nenhum estorno foi feito. Resposta - O Extra afirma que o estorno, já solicitado, será visualizado em até duas faturas subsequentes, e que lamenta o transtorno. - Queixa de Marina Queiroz Barros: cobrança indevida AES Eletropaulo cobra tarifas comerciais nas duas instalações vinculadas a CNPJ, mas uma delas é uma instalação residencial. Já foi solicitada a mudança cadastral e devolução do valor correspondente cobrado no período. Resposta da AES Eletropaulo Diz que realizou a alteração, mas que as faturas foram cobradas pelo tipo de instalação. - Queixa de Gustavo Nunes Cezar: entrega não realizada Fraldas compradas no site do Ponto Frio para retirada em loja não foram entregues. Novo prazo foi dado, excedendo em mais de dez dias o original. A empresa ainda alegou que não podia devolver o valor. Resposta do Ponto Frio Diz que o produto está disponível para retirada, lamenta e se desculpa por transtornos. - Queixa de Gilberto Fernandes Magalhães Junior: fraude em sistema Milhas do sistema da Azul foram roubadas e a senha de acesso alterada. Não é a primeira vez que isso ocorre. Além do furto de todos os pontos, foram expostos todos os dados pessoais. Resposta da Azul Limita-se a informar que entrou em contato com o cliente para prestar esclarecimentos. - Queixa de Aldino Silva: alteração contratual Por causa de intermitência no sinal de TV e telefone, a NET agendou troca dos cabos. Depois alegaram que um dos pontos, na edícula, é distante e deveria ter outro contrato. Os pontos estão no mesmo contrato há 15 anos. Resposta da NET Informa que o problema foi solucionado após realizar atendimento técnico.
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Opositores planejam instalar 'impeachômetro' nas capitais
Alinhados aos movimentos de rua que comandam os atos contra a presidente Dilma Rousseff, entusiastas do impeachment no Congresso aguardam o fim do julgamento das contas do governo no TCU (Tribunal de Contas da União) para deflagrar um "clima de vigília no país" pela saída da petista. A estratégia inclui a montagem de acampamentos na porta das casas de deputados contrários ao afastamento de Dilma e até a construção de um placar, nas principais capitais do país, que serviria de termômetro para a sociedade acompanhar a evolução dos votos de deputados contra e a favor do impeachment. A ideia é fazer algo como o conhecido "impostômetro", painel luminoso da Associação Comercial de São Paulo que registra diariamente os valores arrecadados em impostos pelo governo federal. O "impeachômetro" seria atualizado com base em enquetes feitas diariamente pelos próprios parlamentares.
poder
Opositores planejam instalar 'impeachômetro' nas capitaisAlinhados aos movimentos de rua que comandam os atos contra a presidente Dilma Rousseff, entusiastas do impeachment no Congresso aguardam o fim do julgamento das contas do governo no TCU (Tribunal de Contas da União) para deflagrar um "clima de vigília no país" pela saída da petista. A estratégia inclui a montagem de acampamentos na porta das casas de deputados contrários ao afastamento de Dilma e até a construção de um placar, nas principais capitais do país, que serviria de termômetro para a sociedade acompanhar a evolução dos votos de deputados contra e a favor do impeachment. A ideia é fazer algo como o conhecido "impostômetro", painel luminoso da Associação Comercial de São Paulo que registra diariamente os valores arrecadados em impostos pelo governo federal. O "impeachômetro" seria atualizado com base em enquetes feitas diariamente pelos próprios parlamentares.
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Aos 35, Elano anuncia aposentadoria e se tornará auxiliar técnico do Santos
Aos 35 anos, o meia Elano anunciou a sua aposentadoria nesta quinta-feira (24). O anúncio foi feito pelo site oficial do Santos, clube que o jogador defende atualmente. De acordo com a publicação, o jogador será auxiliar técnico da equipe a partir do ano que vem e trabalhará ao lado de Dorival Júnior, atual treinador. "O Santos me proporcionou ser um atleta profissional, o que me ajudou a conquistar tudo em minha vida. Aqui eu cresci como ser humano e ganhei títulos importantes. Tenho carinho e gratidão por este clube que me abriu as portas há tanto tempo e, agora, permite que eu continue minha história", afirmou Elano. Revelado na equipe santista em 2001, ele teve passagens pela Europa, onde defendeu o Shaktar Donetsk, Manchester City e o Galatasaray. Pela seleção brasileira, conquistou a Copa das Confederações em 2009. Antes de retornar ao Santos, em 2015, Elano defendeu o Grêmio, Flamengo e o indiano Chennaiyin. Com a camisa alvinegra, foi campeão da Libertadores em 2011, Campeão Brasileiro em 2002 e 2004 e tetra campeão do Campeonato Paulista.
esporte
Aos 35, Elano anuncia aposentadoria e se tornará auxiliar técnico do SantosAos 35 anos, o meia Elano anunciou a sua aposentadoria nesta quinta-feira (24). O anúncio foi feito pelo site oficial do Santos, clube que o jogador defende atualmente. De acordo com a publicação, o jogador será auxiliar técnico da equipe a partir do ano que vem e trabalhará ao lado de Dorival Júnior, atual treinador. "O Santos me proporcionou ser um atleta profissional, o que me ajudou a conquistar tudo em minha vida. Aqui eu cresci como ser humano e ganhei títulos importantes. Tenho carinho e gratidão por este clube que me abriu as portas há tanto tempo e, agora, permite que eu continue minha história", afirmou Elano. Revelado na equipe santista em 2001, ele teve passagens pela Europa, onde defendeu o Shaktar Donetsk, Manchester City e o Galatasaray. Pela seleção brasileira, conquistou a Copa das Confederações em 2009. Antes de retornar ao Santos, em 2015, Elano defendeu o Grêmio, Flamengo e o indiano Chennaiyin. Com a camisa alvinegra, foi campeão da Libertadores em 2011, Campeão Brasileiro em 2002 e 2004 e tetra campeão do Campeonato Paulista.
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Governo estuda desvincular benefícios do salário mínimo, confirma Padilha
O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) confirmou que o governo Michel Temer estuda desvincular benefícios, como a pensão por morte e o BPC (Benefício de Prestação Continuada), do salário mínimo. O Palácio do Planalto já decidiu que não irá desvincular a aposentadoria do mínimo. Isso porque os técnicos concluíram que uma alteração nessa regra poderia gerar questionamentos na Justiça. Segundo dados de agosto de 2016, 23 milhões de pessoas receberam um benefício previdenciário de até um salário mínimo. Equivalente a um desembolso mensal de R$ 19,9 bilhões, o que representa cerca de 49% do total de benefícios do INSS. Há dez anos, eram 16,3 milhões de pessoas que recebiam o piso, com um desembolso de R$ 5,6 bilhões –pouco mais de 42% do valor total. O governo quer desvincular o BPC para desestimular este tipo de benefício, pago a pessoas que completam 65 anos e recebem benefício assistencial de um salário mínimo mesmo sem contribuir para a Previdência. Para ter direito, a renda per capita da família deve ser menor que 25% do salário mínimo. São 4,3 milhões de beneficiários (com um custo de R$ 3,8 bilhões por mês). De acordo com as regras atuais, o salário mínimo é corrigido pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mais a variação do PIB de dois anos antes. Essa política de reajuste vale até 2019, quando o governo pode mudar a regra. A correção dos benefícios da Previdência com valor acima do salário mínimo, hoje em R$ 880, também é feita com base no INPC. MILITARES O alcance que a reforma terá em relação às regras para os militares ainda será definida por Temer. A ideia, por enquanto, é manter um regime próprio para os integrantes das Forças Armadas, mas ajustar regras relacionadas ao tempo de contribuição necessário para aposentadoria. Durante reunião com empresários do setor de mídia, Padilha afirmou que, se a Previdência continuar como está, "o sistema estoura em 2025, 2030". "O sujeito vai ao banco com o cartãozinho e não terá dinheiro para sacar." O Palácio do Planalto desistiu de enviar antes das eleições a reforma da Previdência ao Congresso. Temer quer passar um "olho clínico" no texto e conversar com centrais sindicais, confederações e com líderes aliados no Congresso Nacional antes de enviar o texto ao Legislativo. Nesta quarta, Padilha confirmou que a reforma vai prever uma idade mínima de 65 anos para a aposentadoria. O projeto também prevê uma contribuição mínima de 25 anos. Para ter o benefício integral, no entanto, o tempo de contribuição deverá ser maior. O período de transição será de 20 anos para mulheres e de 15 para homens. O projeto acaba ainda com o acúmulo de benefícios. O beneficiário terá direito apenas àquele de maior valor.
mercado
Governo estuda desvincular benefícios do salário mínimo, confirma PadilhaO ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) confirmou que o governo Michel Temer estuda desvincular benefícios, como a pensão por morte e o BPC (Benefício de Prestação Continuada), do salário mínimo. O Palácio do Planalto já decidiu que não irá desvincular a aposentadoria do mínimo. Isso porque os técnicos concluíram que uma alteração nessa regra poderia gerar questionamentos na Justiça. Segundo dados de agosto de 2016, 23 milhões de pessoas receberam um benefício previdenciário de até um salário mínimo. Equivalente a um desembolso mensal de R$ 19,9 bilhões, o que representa cerca de 49% do total de benefícios do INSS. Há dez anos, eram 16,3 milhões de pessoas que recebiam o piso, com um desembolso de R$ 5,6 bilhões –pouco mais de 42% do valor total. O governo quer desvincular o BPC para desestimular este tipo de benefício, pago a pessoas que completam 65 anos e recebem benefício assistencial de um salário mínimo mesmo sem contribuir para a Previdência. Para ter direito, a renda per capita da família deve ser menor que 25% do salário mínimo. São 4,3 milhões de beneficiários (com um custo de R$ 3,8 bilhões por mês). De acordo com as regras atuais, o salário mínimo é corrigido pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mais a variação do PIB de dois anos antes. Essa política de reajuste vale até 2019, quando o governo pode mudar a regra. A correção dos benefícios da Previdência com valor acima do salário mínimo, hoje em R$ 880, também é feita com base no INPC. MILITARES O alcance que a reforma terá em relação às regras para os militares ainda será definida por Temer. A ideia, por enquanto, é manter um regime próprio para os integrantes das Forças Armadas, mas ajustar regras relacionadas ao tempo de contribuição necessário para aposentadoria. Durante reunião com empresários do setor de mídia, Padilha afirmou que, se a Previdência continuar como está, "o sistema estoura em 2025, 2030". "O sujeito vai ao banco com o cartãozinho e não terá dinheiro para sacar." O Palácio do Planalto desistiu de enviar antes das eleições a reforma da Previdência ao Congresso. Temer quer passar um "olho clínico" no texto e conversar com centrais sindicais, confederações e com líderes aliados no Congresso Nacional antes de enviar o texto ao Legislativo. Nesta quarta, Padilha confirmou que a reforma vai prever uma idade mínima de 65 anos para a aposentadoria. O projeto também prevê uma contribuição mínima de 25 anos. Para ter o benefício integral, no entanto, o tempo de contribuição deverá ser maior. O período de transição será de 20 anos para mulheres e de 15 para homens. O projeto acaba ainda com o acúmulo de benefícios. O beneficiário terá direito apenas àquele de maior valor.
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Petrobras aumenta em 7,2% preço do gás para comércio e indústria
A Petrobras anunciou nesta terça-feira (15) aumento de 7,2% no preço do gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha) vendido em grandes vasilhames ou a granel. A alta não vale para o produto vendido em botijões de 13 quilos, que já foi reajustado em 6,9% no início do mês. O reajuste anunciado nesta terça começa a vigorar à 0h de quarta (16). Vale para o produto envasado em botijões acima de 13 quilos e a granel, mais consumido por comércio e indústrias. Desde 2005, por determinação do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), a Petrobras pratica preços diferentes para os dois tipos de consumo. Na época, a decisão foi tomada com o objetivo de combater a inflação. O Sindigás (Sindicato das Empresas Distribuidoras de GLP) diz que o aumento desta terça é "preocupante, pois afasta ainda mais o preço interno dos valores praticados no mercado internacional, impactando justamente setores que precisam reduzir custos". Com o novo aumento, a entidade calcula que o preço do gás vendido para comércio e indústria ficará 39,9% acima da paridade de importação (conceito que calcula o preço para trazer produtos importados até o mercado brasileiro).
mercado
Petrobras aumenta em 7,2% preço do gás para comércio e indústriaA Petrobras anunciou nesta terça-feira (15) aumento de 7,2% no preço do gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha) vendido em grandes vasilhames ou a granel. A alta não vale para o produto vendido em botijões de 13 quilos, que já foi reajustado em 6,9% no início do mês. O reajuste anunciado nesta terça começa a vigorar à 0h de quarta (16). Vale para o produto envasado em botijões acima de 13 quilos e a granel, mais consumido por comércio e indústrias. Desde 2005, por determinação do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), a Petrobras pratica preços diferentes para os dois tipos de consumo. Na época, a decisão foi tomada com o objetivo de combater a inflação. O Sindigás (Sindicato das Empresas Distribuidoras de GLP) diz que o aumento desta terça é "preocupante, pois afasta ainda mais o preço interno dos valores praticados no mercado internacional, impactando justamente setores que precisam reduzir custos". Com o novo aumento, a entidade calcula que o preço do gás vendido para comércio e indústria ficará 39,9% acima da paridade de importação (conceito que calcula o preço para trazer produtos importados até o mercado brasileiro).
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Obama liga para americanos e elogia valentia em ação no trem
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou neste sábado (22) aos três compatriotas que detiveram um homem armado em um trem que fazia o trajeto Paris-Amsterdã e os felicitou por sua extraordinária valentia, informou a Casa Branca. Spencer Stone, Aleksander Skarlatos e Anthony Sadler abordaram, desarmaram e renderam o homem na sexta-feira depois que ele disparou seu rifle de assalto Kalashnikov e uma pistola automática dentro do vagão. Stone, integrante da Força Aérea, se cortou gravemente na luta que travou com o terrorista e ainda está no hospital se recuperando. Obama ligou aos três para elogiá-los por sua coragem e rápida ação a bordo do trem, disse o porta-voz da Casa Branca, Eric Schultz. O presidente expressou gratidão a eles pelas ações heroicas que evitaram uma tragédia maior. O presidente desejou a Stone uma recuperação rápida e expressou o orgulho de todos os americanos. Os três amigos de infância viajavam juntos pela Europa depois da passagem de Skarlatos pelo Afeganistão como membro da Guarda Nacional do Oregon.
mundo
Obama liga para americanos e elogia valentia em ação no tremO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou neste sábado (22) aos três compatriotas que detiveram um homem armado em um trem que fazia o trajeto Paris-Amsterdã e os felicitou por sua extraordinária valentia, informou a Casa Branca. Spencer Stone, Aleksander Skarlatos e Anthony Sadler abordaram, desarmaram e renderam o homem na sexta-feira depois que ele disparou seu rifle de assalto Kalashnikov e uma pistola automática dentro do vagão. Stone, integrante da Força Aérea, se cortou gravemente na luta que travou com o terrorista e ainda está no hospital se recuperando. Obama ligou aos três para elogiá-los por sua coragem e rápida ação a bordo do trem, disse o porta-voz da Casa Branca, Eric Schultz. O presidente expressou gratidão a eles pelas ações heroicas que evitaram uma tragédia maior. O presidente desejou a Stone uma recuperação rápida e expressou o orgulho de todos os americanos. Os três amigos de infância viajavam juntos pela Europa depois da passagem de Skarlatos pelo Afeganistão como membro da Guarda Nacional do Oregon.
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Rivais franceses da Uber intensificam esforços para roubar fatia de mercado
Os rivais da Uber em Paris estão acelerando seus esforços para abocanhar fatia de mercado no serviço de motoristas, na França e em toda Europa, em uma tentativa de tirar vantagem da pressão que o grupo norte-americano vem sofrendo. A Chauffeur Privé, o segundo mais popular entre os apps de serviços de carros na França por número de assinantes, está concluindo uma rodada de capitalização de € 50 milhões para alimentar sua expansão, na França e em outros mercados. A empresa pretende contratar entre 70 e 100 novos funcionários nos próximos meses, para expandir seu atual quadro de 150 empregados. Na França, disputas sobre preços e direitos trabalhistas entre a Uber e seus motoristas resultaram em uma greve de centenas de motoristas antes do Natal do ano passado, o que abriu caminho para que concorrentes como a Chauffeur Privé e Heetch avançassem no mercado. A Uber cobra 25% de comissão de seus motoristas a cada corrida, ante 20% no caso da Chauffeur Privé e 15% para a Heetch. A Uber também está tentando resolver seus problemas de relacionamento com os motoristas do serviço na França, propondo assistência financeira temporária aos motoristas de minitáxis que enfrentam dificuldades. "A percepção sobre a Uber no mercado e os erros que eles cometeram nos permitiram capturar uma fatia maior", disse Yan Hascoet, fundador da Chauffeur Privé. Muitos motoristas escolhem usar o app da Uber e o da Chauffeur Privé para aumentarem suas chances de obter corridas. Hascoet diz que, se um motorista da empresa afirma que não está disponível para uma corrida, mas seu carro é rastreado nas ruas, isso em geral que dizer que ele aceitou uma corrida da Uber. "O que vemos é que os motoristas dedicam mais tempo a nós e menos à Uber", disse Hascoet. O número de usuários da Chauffeur Privé já cresceu em 50% neste ano, de cerca de um milhão para 1,5 milhão de pessoas, ele informou. Enquanto isso, o serviço de carros franceses Heetch foi relançado seis meses atrás depois de ser considerado ilegal e multado em € 600 mil pelas autoridades regulatórias. Uma porta-voz da Uber disse que o número de usuários do app da empresa na França vem "crescendo fortemente". Tradução de PAULO MIGLIACCI
mercado
Rivais franceses da Uber intensificam esforços para roubar fatia de mercadoOs rivais da Uber em Paris estão acelerando seus esforços para abocanhar fatia de mercado no serviço de motoristas, na França e em toda Europa, em uma tentativa de tirar vantagem da pressão que o grupo norte-americano vem sofrendo. A Chauffeur Privé, o segundo mais popular entre os apps de serviços de carros na França por número de assinantes, está concluindo uma rodada de capitalização de € 50 milhões para alimentar sua expansão, na França e em outros mercados. A empresa pretende contratar entre 70 e 100 novos funcionários nos próximos meses, para expandir seu atual quadro de 150 empregados. Na França, disputas sobre preços e direitos trabalhistas entre a Uber e seus motoristas resultaram em uma greve de centenas de motoristas antes do Natal do ano passado, o que abriu caminho para que concorrentes como a Chauffeur Privé e Heetch avançassem no mercado. A Uber cobra 25% de comissão de seus motoristas a cada corrida, ante 20% no caso da Chauffeur Privé e 15% para a Heetch. A Uber também está tentando resolver seus problemas de relacionamento com os motoristas do serviço na França, propondo assistência financeira temporária aos motoristas de minitáxis que enfrentam dificuldades. "A percepção sobre a Uber no mercado e os erros que eles cometeram nos permitiram capturar uma fatia maior", disse Yan Hascoet, fundador da Chauffeur Privé. Muitos motoristas escolhem usar o app da Uber e o da Chauffeur Privé para aumentarem suas chances de obter corridas. Hascoet diz que, se um motorista da empresa afirma que não está disponível para uma corrida, mas seu carro é rastreado nas ruas, isso em geral que dizer que ele aceitou uma corrida da Uber. "O que vemos é que os motoristas dedicam mais tempo a nós e menos à Uber", disse Hascoet. O número de usuários da Chauffeur Privé já cresceu em 50% neste ano, de cerca de um milhão para 1,5 milhão de pessoas, ele informou. Enquanto isso, o serviço de carros franceses Heetch foi relançado seis meses atrás depois de ser considerado ilegal e multado em € 600 mil pelas autoridades regulatórias. Uma porta-voz da Uber disse que o número de usuários do app da empresa na França vem "crescendo fortemente". Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Alalaô: Disque 100 receberá denúncias de violência contra crianças no Carnaval
DA AGÊNCIA BRASIL A campanha nacional de combate à violência contra crianças e adolescentes no Carnaval foi lançada nesta terça-feira (10), no Rio de Janeiro, pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em conjunto com os governos estadual... Leia post completo no blog
cotidiano
Alalaô: Disque 100 receberá denúncias de violência contra crianças no CarnavalDA AGÊNCIA BRASIL A campanha nacional de combate à violência contra crianças e adolescentes no Carnaval foi lançada nesta terça-feira (10), no Rio de Janeiro, pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em conjunto com os governos estadual... Leia post completo no blog
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Ex-presidente português Mario Soares está em estado 'muito crítico'
O ex-presidente socialista português Mario Soares, 92, hospitalizado em cuidados intensivos há 12 dias, se encontrava neste domingo (25) em situação "muito crítica", indicou o porta-voz do hospital da Cruz Vermelha. Seus médicos constataram "um diminuição do seu estado de consciência, muito significativa e preocupante, que suscita fortes reservas sobre seu prognóstico", declarou à imprensa o porta-voz José Barata. Mario Soares foi hospitalizado em 13 de dezembro devido a uma "piora geral da sua saúde", internado em uma unidade de terapia intensiva. Segundo parentes, o ex-presidente nunca se recuperou totalmente da encefalite que sofreu em janeiro de 2013, e ficou ainda mais debilitado após a morte de sua esposa, em julho de 2015. Soares, que contribuiu para a instauração da democracia em 1974 e para a integração europeia de seu país, esteve ativo na política portuguesa por 40 anos. Fundador do Partido Socialista português, foi ministro das Relações Exteriores, duas vezes chefe de governo, presidente da República de 1986 a 1996 e deputado europeu.
mundo
Ex-presidente português Mario Soares está em estado 'muito crítico'O ex-presidente socialista português Mario Soares, 92, hospitalizado em cuidados intensivos há 12 dias, se encontrava neste domingo (25) em situação "muito crítica", indicou o porta-voz do hospital da Cruz Vermelha. Seus médicos constataram "um diminuição do seu estado de consciência, muito significativa e preocupante, que suscita fortes reservas sobre seu prognóstico", declarou à imprensa o porta-voz José Barata. Mario Soares foi hospitalizado em 13 de dezembro devido a uma "piora geral da sua saúde", internado em uma unidade de terapia intensiva. Segundo parentes, o ex-presidente nunca se recuperou totalmente da encefalite que sofreu em janeiro de 2013, e ficou ainda mais debilitado após a morte de sua esposa, em julho de 2015. Soares, que contribuiu para a instauração da democracia em 1974 e para a integração europeia de seu país, esteve ativo na política portuguesa por 40 anos. Fundador do Partido Socialista português, foi ministro das Relações Exteriores, duas vezes chefe de governo, presidente da República de 1986 a 1996 e deputado europeu.
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Após Santos anunciar que quitou salário, Damião continua sem receber
O Santos anunciou na terça-feira (13) que os dois meses de salários atrasados aos jogadores foram quitados. No entanto, a Folha apurou que o atacante Leandro Damião, que tem contrato com a equipe até 2018 e está emprestado ao Cruzeiro, não recebeu o pagamento. O atleta acionou o clube na Justiça na terça para cobrar dois meses de pagamento atrasado, o 13º salário, fundo de garantia e férias. A ação foi registrada pelo advogado Henrique José da Rocha na 4ª Vara do Trabalho, em Santos. A audiência foi agendada para 30 de março. Damião foi a contratação mais cara da história do Santos. O jogador custou ao clube R$ 42 milhões. O valor foi pago ao Internacional com ajuda do do fundo de investimento Doyen Sport. O desempenho do atacante, no entanto, não empolgou. Fez apenas 11 gols em 44 jogos. Acabou desprestigiado e o presidente do Santos, Modesto Roma Jr., empossado neste ano, chegou a declarar que foi a pior contratação da centenária história do clube. Damião foi o sexto jogador a acionar a Justiça contra o Santos. Antes dele, Arouca, Mena, o meia Matheus Índio, o volante Renê Santos e o goleiro Felipe fizeram o mesmo. Os dois últimos nem estavam no Santos no último ano. O goleiro deixou a equipe em 2012 e o volante no final 2013. O goleiro Aranha deve ser o próximo. Nesta terça, o jogador faltou pelo segundo dia consecutivo ao treinamento.
esporte
Após Santos anunciar que quitou salário, Damião continua sem receberO Santos anunciou na terça-feira (13) que os dois meses de salários atrasados aos jogadores foram quitados. No entanto, a Folha apurou que o atacante Leandro Damião, que tem contrato com a equipe até 2018 e está emprestado ao Cruzeiro, não recebeu o pagamento. O atleta acionou o clube na Justiça na terça para cobrar dois meses de pagamento atrasado, o 13º salário, fundo de garantia e férias. A ação foi registrada pelo advogado Henrique José da Rocha na 4ª Vara do Trabalho, em Santos. A audiência foi agendada para 30 de março. Damião foi a contratação mais cara da história do Santos. O jogador custou ao clube R$ 42 milhões. O valor foi pago ao Internacional com ajuda do do fundo de investimento Doyen Sport. O desempenho do atacante, no entanto, não empolgou. Fez apenas 11 gols em 44 jogos. Acabou desprestigiado e o presidente do Santos, Modesto Roma Jr., empossado neste ano, chegou a declarar que foi a pior contratação da centenária história do clube. Damião foi o sexto jogador a acionar a Justiça contra o Santos. Antes dele, Arouca, Mena, o meia Matheus Índio, o volante Renê Santos e o goleiro Felipe fizeram o mesmo. Os dois últimos nem estavam no Santos no último ano. O goleiro deixou a equipe em 2012 e o volante no final 2013. O goleiro Aranha deve ser o próximo. Nesta terça, o jogador faltou pelo segundo dia consecutivo ao treinamento.
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Com juro negativo, bancos europeus avaliam guardar dinheiro em espécie
A ideia de manter pilhas de dinheiro em cofres de alta segurança espalhados pela Europa pode parecer algo tirado de um filme antigo, mas, com a adoção dos juros negativos em muitas partes da Europa, alguns bancos e seguradoras passaram a considerar essa hipótese. As rodovias europeias ainda não estão congestionadas de caminhões carregando dinheiro para locais secretos. Porém, se os juros caírem ainda mais e os bancos consideraram que é financeiramente sensato formar reservas de dinheiro em espécie, isso pode reduzir sensivelmente os efeitos da política de bancos centrais de usar a taxa negativa para estimular o crescimento econômico. Depois do mais recente corte de juros do Banco Central Europeu (BCE), em março, os bancos do setor privado estão pagando o que equivale a uma contribuição anual de 0,4% sobre a maioria do montante depositado nos BCs da zona do euro. Essa política, que já custou € 2,64 bilhões aos bancos desde que o BCE adotou juros negativos em 2014, tem por objetivo acelerar o crescimento ao criar incentivos para que os bancos emprestem dinheiro a empresas, em vez de deixá-lo parado. Os dirigentes dos bancos centrais europeus dizem que podem cortar de novo as taxas de juros caso as condições econômicas se agravem, mas executivos de bancos e seguradoras privados já estão pensando em maneiras criativas de evitar completamente esse custo. Uma das maneiras seria transformar o dinheiro eletrônico que mantêm depositado nos BCs em dinheiro físico. A seguradora Munich Re conduziu uma experiência bem-sucedida de manter uma dezena de milhões de euros armazenada em forma física, a um custo que ela descreve como administrável. Alguns outros bancos alemães, como o Commerzbank, a segunda maior instituição de empréstimos do país, também estão considerando seguir esse exemplo. Mas, quando um fundo de pensões suíço tentou sacar de seu banco uma grande quantia em espécie, a fim de armazená-la em um cofre, o banco se recusou a fornecer o dinheiro, de acordo com reportagens na imprensa local. Total de euros em circulação e mantido por bancos - € 2,075 trilhões PROBLEMAS Se essa prática se generalizar, poderá ter grandes implicações econômicas. Se os bancos não tiverem de pagar juros aos BCs pelo dinheiro que tenham depositado neles, não serão mais tão afetados pelos cortes nas taxas de juros oficiais. Portanto, não seriam estimulados a fazer mais empréstimos. Felizmente para os bancos centrais, a armazenagem de dinheiro em forma física cria uma série de outros custos. Parte deles se relaciona ao transporte e armazenagem, ainda que estes não sejam os maiores problemas. Retirar um grande montante do banco central de uma vez manteria baixos os custos de transporte, e o alto valor das cédulas de euros e francos suíços das maiores denominações significaria que grandes quantias poderiam ser armazenadas formando volumes pequenos. Ladrões, terremotos e outros desastres imprevisíveis, por outro lado, são um problema. Ou melhor, o problema é encontrar uma seguradora disposta a encarar os riscos cobrando um preço razoável. "Ninguém mantém dinheiro armazenado por períodos longos. No momento, o dinheiro entra e sai rapidamente para os caixas automáticos", disse um banqueiro alemão, que estudou o custo de adotar armazenagem de dinheiro físico. Ele estimou que o custo de seguro seria de provavelmente 0,5% a 1% do valor das notas armazenadas. Isso seria mais alto que o custo dos juros negativos do BCE, mas se aproximaria da cobrada pelo banco central suíço —a taxa fica em uma faixa entre -0,25% e -1,25% ao ano. Dinheiro na mão PROTESTOS Um banqueiro alemão afirmou ser improvável que armazenar dinheiro em espécie se torne prática comum. A medida serviria, em lugar disso, como forma de os bancos protestarem contra o impacto dos juros negativos. "Seria sensato para dois ou três bancos... a fim de deixar claro que há um piso para os juros negativos", ele disse. "[Guardar dinheiro em espécie] não serve aos interesses de pessoa alguma. Custaria muito aos bancos e significaria claramente que os BCs não têm o que fazer para baixar as taxas de juros, no momento. Todos os lados querem evitar que isso aconteça."
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Com juro negativo, bancos europeus avaliam guardar dinheiro em espécieA ideia de manter pilhas de dinheiro em cofres de alta segurança espalhados pela Europa pode parecer algo tirado de um filme antigo, mas, com a adoção dos juros negativos em muitas partes da Europa, alguns bancos e seguradoras passaram a considerar essa hipótese. As rodovias europeias ainda não estão congestionadas de caminhões carregando dinheiro para locais secretos. Porém, se os juros caírem ainda mais e os bancos consideraram que é financeiramente sensato formar reservas de dinheiro em espécie, isso pode reduzir sensivelmente os efeitos da política de bancos centrais de usar a taxa negativa para estimular o crescimento econômico. Depois do mais recente corte de juros do Banco Central Europeu (BCE), em março, os bancos do setor privado estão pagando o que equivale a uma contribuição anual de 0,4% sobre a maioria do montante depositado nos BCs da zona do euro. Essa política, que já custou € 2,64 bilhões aos bancos desde que o BCE adotou juros negativos em 2014, tem por objetivo acelerar o crescimento ao criar incentivos para que os bancos emprestem dinheiro a empresas, em vez de deixá-lo parado. Os dirigentes dos bancos centrais europeus dizem que podem cortar de novo as taxas de juros caso as condições econômicas se agravem, mas executivos de bancos e seguradoras privados já estão pensando em maneiras criativas de evitar completamente esse custo. Uma das maneiras seria transformar o dinheiro eletrônico que mantêm depositado nos BCs em dinheiro físico. A seguradora Munich Re conduziu uma experiência bem-sucedida de manter uma dezena de milhões de euros armazenada em forma física, a um custo que ela descreve como administrável. Alguns outros bancos alemães, como o Commerzbank, a segunda maior instituição de empréstimos do país, também estão considerando seguir esse exemplo. Mas, quando um fundo de pensões suíço tentou sacar de seu banco uma grande quantia em espécie, a fim de armazená-la em um cofre, o banco se recusou a fornecer o dinheiro, de acordo com reportagens na imprensa local. Total de euros em circulação e mantido por bancos - € 2,075 trilhões PROBLEMAS Se essa prática se generalizar, poderá ter grandes implicações econômicas. Se os bancos não tiverem de pagar juros aos BCs pelo dinheiro que tenham depositado neles, não serão mais tão afetados pelos cortes nas taxas de juros oficiais. Portanto, não seriam estimulados a fazer mais empréstimos. Felizmente para os bancos centrais, a armazenagem de dinheiro em forma física cria uma série de outros custos. Parte deles se relaciona ao transporte e armazenagem, ainda que estes não sejam os maiores problemas. Retirar um grande montante do banco central de uma vez manteria baixos os custos de transporte, e o alto valor das cédulas de euros e francos suíços das maiores denominações significaria que grandes quantias poderiam ser armazenadas formando volumes pequenos. Ladrões, terremotos e outros desastres imprevisíveis, por outro lado, são um problema. Ou melhor, o problema é encontrar uma seguradora disposta a encarar os riscos cobrando um preço razoável. "Ninguém mantém dinheiro armazenado por períodos longos. No momento, o dinheiro entra e sai rapidamente para os caixas automáticos", disse um banqueiro alemão, que estudou o custo de adotar armazenagem de dinheiro físico. Ele estimou que o custo de seguro seria de provavelmente 0,5% a 1% do valor das notas armazenadas. Isso seria mais alto que o custo dos juros negativos do BCE, mas se aproximaria da cobrada pelo banco central suíço —a taxa fica em uma faixa entre -0,25% e -1,25% ao ano. Dinheiro na mão PROTESTOS Um banqueiro alemão afirmou ser improvável que armazenar dinheiro em espécie se torne prática comum. A medida serviria, em lugar disso, como forma de os bancos protestarem contra o impacto dos juros negativos. "Seria sensato para dois ou três bancos... a fim de deixar claro que há um piso para os juros negativos", ele disse. "[Guardar dinheiro em espécie] não serve aos interesses de pessoa alguma. Custaria muito aos bancos e significaria claramente que os BCs não têm o que fazer para baixar as taxas de juros, no momento. Todos os lados querem evitar que isso aconteça."
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Vídeo com 'detentos' atirando em prisão causa polêmica na Venezuela
Um vídeo mostrando supostos detentos disparando para o alto em uma prisão da ilha Margarita, na Venezuela, causou muita polêmica no país. Nas imagens podem ser vistos homens com revólveres, fuzis e munição —um verdadeiro arsenal. Para muitos venezuelanos, o vídeo causou pouca surpresa. Muitos dizem saber "há algum tempo" que presos estão armados e que na prisão de San Antonio, em Margarita, eles "fazem o que têm vontade". Nos vídeos, os detentos estariam fazendo uma homenagem a Teofilo Cazorla, conhecido como "El Conejo" ("O Coelho"), que morreu no domingo e era o "pran" da prisão, como são chamados na Venezuela os detentos que controlam uma penitenciária. Os vídeos foram publicados na internet pelo ex-candidato à presidência da oposição Henrique Capriles. Ele disse à BBC Mundo que não pode revelar a fonte das imagens. A BBC Mundo não pôde verificar de forma independente a autenticidade dos vídeos. Outras gravações Moradores da ilha Margarita no entanto publicaram vídeos e fotos que parecem confirmar que um tiroteio tomou os céus do principal destino turístico do país na tarde de segunda-feira. Na terça-feira (26), as imagens chegaram à Assembleia Nacional da Venezuela. Os deputados da oposição, que agora são maioria, projetaram vídeos e fotos durante a sessão para chamar a atenção para o problema carcerário do país, afirmando que a culpa é do governo. Até o momento da publicação desta reportagem, na manhã de quarta-feira (27), os porta-vozes do governo venezuelano não tinham se pronunciado. Funerais dos "pranes" O governo de Nicolás Maduro afirma que 'não há armas nas prisões venezuelanas' Nos últimos anos, com o aumento do poder de criminosos na Venezuela, suas manias e tradições foram ficando mais conhecidas do grande público. Uma das "tradições" dos criminosos locais é disparar para o alto durante o funeral de um de seus líderes. "El Conejo", que cumpria pena por narcotráfico, estava preso em San Antonio desde 2003 e era considerado um dos líderes carcerários mais poderosos da Venezuela. Ele estava em liberdade condicional e, ao sair de uma festa na ilha Margarita, foi morto a tiros. Enquanto esteve preso, era o "gerente" da penitenciária, coordenando as operações ilícitas dentro de San Antonio. Era famoso, assim como outros "pranes" de prisões do país. Em contas de redes sociais são divulgadas as armas que eles possuem, os bens e atividades que fazem dentro das prisões. "Sem armas" O governo da Venezuela já negou várias vezes que existam armas dentro das prisões. "Não há armas nas prisões", disse a ministra para Prisões venezuelana, Iris Varela, durante uma sessão da Assembleia Nacional há algumas semanas. "Existem apenas cinco líderes ('pranes') em todas as prisões venezuelanas que estão afetando negativamente os que estão reclusos", acrescentou. Varela comanda a pasta desde sua criação, em 2011, e recebeu a aprovação do presidente Nicolás Maduro em uma reestruturação recente do gabinete de governo. Ela defendeu seu plano de desarmamento das prisões do país e disse que o governo impulsionou uma política carcerária de "disciplina social". Segundo o Observatório Venezuelano de Prisões, desde a criação do ministério até junho de 2015 foram mortas 1622 pessoas nas prisões do país e outras 2328 ficaram feridas. A maioria delas por armas de fogo. O diretor da ONG, Humberto Prado, disse que a "política da ministra tem sido a de 'o que entra bom (em uma prisão) sai ruim e o que entra ruim sai pior'". "Só é preciso ver que, cada vez que ela diz que não há armas nas prisões do país, dias depois acontece um escândalo como o que aconteceu na segunda-feira em Margarita", disse Prado à BBC Mundo. "A última vez em que disse não haverem armas (nas prisões), houve, dois dias depois, o tiroteio na prisão de Sabaneta que deixou 16 mortos", afirmou. Prisão de luxo Não é a primeira vez que a prisão de San Antonio na ilha Margarita aparece com destaque no noticiário nacional. Várias equipes de reportagem que entraram no presídio mostraram imagens do que mais parecia ser um resort de férias do que uma prisão. Em 2011, uma reportagem do jornal americano The New York Times mostrou que dentro de San Antonio havia piscinas, rinhas de galo, discotecas, armas e drogas. Vários prisioneiros davam seus depoimentos na reportagem afirmando que realizavam seus negócios de narcotráfico e contrabando através dos sistemas de comunicação que têm dentro da prisão. O jornal "New York Times" também mostrou algumas das imagens que voltaram a circular nas redes sociais nesta semana, de murais com retratos do "El Conejo" junto com Hugo Chávez. Em uma das imagens, "Conejo" aparecia comendo ostras.
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Vídeo com 'detentos' atirando em prisão causa polêmica na VenezuelaUm vídeo mostrando supostos detentos disparando para o alto em uma prisão da ilha Margarita, na Venezuela, causou muita polêmica no país. Nas imagens podem ser vistos homens com revólveres, fuzis e munição —um verdadeiro arsenal. Para muitos venezuelanos, o vídeo causou pouca surpresa. Muitos dizem saber "há algum tempo" que presos estão armados e que na prisão de San Antonio, em Margarita, eles "fazem o que têm vontade". Nos vídeos, os detentos estariam fazendo uma homenagem a Teofilo Cazorla, conhecido como "El Conejo" ("O Coelho"), que morreu no domingo e era o "pran" da prisão, como são chamados na Venezuela os detentos que controlam uma penitenciária. Os vídeos foram publicados na internet pelo ex-candidato à presidência da oposição Henrique Capriles. Ele disse à BBC Mundo que não pode revelar a fonte das imagens. A BBC Mundo não pôde verificar de forma independente a autenticidade dos vídeos. Outras gravações Moradores da ilha Margarita no entanto publicaram vídeos e fotos que parecem confirmar que um tiroteio tomou os céus do principal destino turístico do país na tarde de segunda-feira. Na terça-feira (26), as imagens chegaram à Assembleia Nacional da Venezuela. Os deputados da oposição, que agora são maioria, projetaram vídeos e fotos durante a sessão para chamar a atenção para o problema carcerário do país, afirmando que a culpa é do governo. Até o momento da publicação desta reportagem, na manhã de quarta-feira (27), os porta-vozes do governo venezuelano não tinham se pronunciado. Funerais dos "pranes" O governo de Nicolás Maduro afirma que 'não há armas nas prisões venezuelanas' Nos últimos anos, com o aumento do poder de criminosos na Venezuela, suas manias e tradições foram ficando mais conhecidas do grande público. Uma das "tradições" dos criminosos locais é disparar para o alto durante o funeral de um de seus líderes. "El Conejo", que cumpria pena por narcotráfico, estava preso em San Antonio desde 2003 e era considerado um dos líderes carcerários mais poderosos da Venezuela. Ele estava em liberdade condicional e, ao sair de uma festa na ilha Margarita, foi morto a tiros. Enquanto esteve preso, era o "gerente" da penitenciária, coordenando as operações ilícitas dentro de San Antonio. Era famoso, assim como outros "pranes" de prisões do país. Em contas de redes sociais são divulgadas as armas que eles possuem, os bens e atividades que fazem dentro das prisões. "Sem armas" O governo da Venezuela já negou várias vezes que existam armas dentro das prisões. "Não há armas nas prisões", disse a ministra para Prisões venezuelana, Iris Varela, durante uma sessão da Assembleia Nacional há algumas semanas. "Existem apenas cinco líderes ('pranes') em todas as prisões venezuelanas que estão afetando negativamente os que estão reclusos", acrescentou. Varela comanda a pasta desde sua criação, em 2011, e recebeu a aprovação do presidente Nicolás Maduro em uma reestruturação recente do gabinete de governo. Ela defendeu seu plano de desarmamento das prisões do país e disse que o governo impulsionou uma política carcerária de "disciplina social". Segundo o Observatório Venezuelano de Prisões, desde a criação do ministério até junho de 2015 foram mortas 1622 pessoas nas prisões do país e outras 2328 ficaram feridas. A maioria delas por armas de fogo. O diretor da ONG, Humberto Prado, disse que a "política da ministra tem sido a de 'o que entra bom (em uma prisão) sai ruim e o que entra ruim sai pior'". "Só é preciso ver que, cada vez que ela diz que não há armas nas prisões do país, dias depois acontece um escândalo como o que aconteceu na segunda-feira em Margarita", disse Prado à BBC Mundo. "A última vez em que disse não haverem armas (nas prisões), houve, dois dias depois, o tiroteio na prisão de Sabaneta que deixou 16 mortos", afirmou. Prisão de luxo Não é a primeira vez que a prisão de San Antonio na ilha Margarita aparece com destaque no noticiário nacional. Várias equipes de reportagem que entraram no presídio mostraram imagens do que mais parecia ser um resort de férias do que uma prisão. Em 2011, uma reportagem do jornal americano The New York Times mostrou que dentro de San Antonio havia piscinas, rinhas de galo, discotecas, armas e drogas. Vários prisioneiros davam seus depoimentos na reportagem afirmando que realizavam seus negócios de narcotráfico e contrabando através dos sistemas de comunicação que têm dentro da prisão. O jornal "New York Times" também mostrou algumas das imagens que voltaram a circular nas redes sociais nesta semana, de murais com retratos do "El Conejo" junto com Hugo Chávez. Em uma das imagens, "Conejo" aparecia comendo ostras.
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Veja lista de aeroportos assustadores para pousar
O jornal londrino "The Telegraph" fez uma lista com os aeroportos mais "eletrizantes" (ou mesmo assustadores) para aterrissar. Confira lista de 15 desses aeroportos: 1. Madeira, Portugal O aeroporto fica localizado em um terreno plano, mas cercado por mar. Sua pista curta e estreita, somada as condições climáticas ruins, significam um problema até para pilotos experientes. 2. Skiathos, Grécia A pista do aeroporto da pequena ilha grega é tão curta que parece desembocar no mar. 3. Paro, Butão Localizado em um vale profundo, rodeado pelas montanhas do Himalaia, o aeroporto de Paro também entrou para a lista. De tão desafiador, até pouco tempo atrás, apenas oito pilotos no mundo tinham autorização para pousar no local. 4. Princess Juliana, St Maarten, Caribe O avião chega ao aeroporto voando sobre o mar e os pilotos precisam checar instrumentos constantemente para garantir a altitude correta. Na hora de aterrissar, os aviões passam a poucos metros de altura da popular praia de Maho. 5. Ilha de Barra, Escócia O aeroporto da ilha é o único do mundo localizado em uma praia que tem voos com horários marcados. Horários, estes, que são ditados pelo movimento da maré: todo dia a maré alta invade a pista principal. 6. Gibraltar Devido a pista curta, o piloto deve pisar fundo nos freios para não acabar pousando nas águas do Mediterrâneo. 7. Toncontin, Honduras Esse aeroporto é considerado perigoso por conta das montanhas próximas do final da pista. Devido a um acidente que matou cinco pessoas, aviões de grande porte não tem permissão de aterrissar no local desde 2008. 8. Courchevel, Alpes Franceses Com pista curta, fina e inclinada, esse aeroporto é um desafio e apenas alguns pilotos certificados tem permissão de pousar. Como se não bastasse, o clima montanhoso também dificulta uma aterrissagem tranquila. 9. Kai Tak, Hong Kong Além de enfrentar os ventos fortes e as montanhas ao redor, os pilotos tinham que fazer curvas de quase 90º graus para aterrissarem sem bater em alguma construção. Depois de diversos acidentes, o aeroporto foi fechado em 1998. 10. Wellington, Nova Zelândia Pista curta, paisagem montanhosa e ventos fortes garantem uma aterrissagem turbulenta. 11. Quito, Equador Localizado bem no meio da populosa capital, o aeroporto é rodeado não só por prédios residenciais, mas também por montanhas e vulcões ativos. 12. Matekane, Lesoto Localizada no alto das montanhas, a pista desse aeroporto tem apenas 400 m de extensão e em seu final há uma queda de 600 m, mas dependendo das condições de vento os pilotos são instruídos a não decolar enquanto não chegarem no final da curta pista. 13. Saba, Caribe Com o oceano ao redor e penhascos em três de seus lados, a pista é considerada uma das menores, com aproximadamente 390 m. Para pousar, é preciso voar em direção a um penhasco antes de fazer uma curva fechada para a esquerda logo antes de pousar. 14. Sea Ice Runway, Antártida Pilotos devem evitar aterrissagens pesadas e aviões estacionados devem ser constantemente checados para que não afundem mais de dez centímetros no gelo dessa pista. 15. Narsarsuaq, Groenlândia A descida pode ser linda para os passageiros, mas para os pilotos... é no mínimo tensa. A aterrissagem envolve, além de voar por um fiorde -que são vales rochosos inundados por mar- a constante ameaça de turbulência. Apenas pilotos com extenso conhecimento da geografia do local tem permissão de tentar um voo pelo fiorde. Durante a noite é proibido decolar e pousar.
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Veja lista de aeroportos assustadores para pousarO jornal londrino "The Telegraph" fez uma lista com os aeroportos mais "eletrizantes" (ou mesmo assustadores) para aterrissar. Confira lista de 15 desses aeroportos: 1. Madeira, Portugal O aeroporto fica localizado em um terreno plano, mas cercado por mar. Sua pista curta e estreita, somada as condições climáticas ruins, significam um problema até para pilotos experientes. 2. Skiathos, Grécia A pista do aeroporto da pequena ilha grega é tão curta que parece desembocar no mar. 3. Paro, Butão Localizado em um vale profundo, rodeado pelas montanhas do Himalaia, o aeroporto de Paro também entrou para a lista. De tão desafiador, até pouco tempo atrás, apenas oito pilotos no mundo tinham autorização para pousar no local. 4. Princess Juliana, St Maarten, Caribe O avião chega ao aeroporto voando sobre o mar e os pilotos precisam checar instrumentos constantemente para garantir a altitude correta. Na hora de aterrissar, os aviões passam a poucos metros de altura da popular praia de Maho. 5. Ilha de Barra, Escócia O aeroporto da ilha é o único do mundo localizado em uma praia que tem voos com horários marcados. Horários, estes, que são ditados pelo movimento da maré: todo dia a maré alta invade a pista principal. 6. Gibraltar Devido a pista curta, o piloto deve pisar fundo nos freios para não acabar pousando nas águas do Mediterrâneo. 7. Toncontin, Honduras Esse aeroporto é considerado perigoso por conta das montanhas próximas do final da pista. Devido a um acidente que matou cinco pessoas, aviões de grande porte não tem permissão de aterrissar no local desde 2008. 8. Courchevel, Alpes Franceses Com pista curta, fina e inclinada, esse aeroporto é um desafio e apenas alguns pilotos certificados tem permissão de pousar. Como se não bastasse, o clima montanhoso também dificulta uma aterrissagem tranquila. 9. Kai Tak, Hong Kong Além de enfrentar os ventos fortes e as montanhas ao redor, os pilotos tinham que fazer curvas de quase 90º graus para aterrissarem sem bater em alguma construção. Depois de diversos acidentes, o aeroporto foi fechado em 1998. 10. Wellington, Nova Zelândia Pista curta, paisagem montanhosa e ventos fortes garantem uma aterrissagem turbulenta. 11. Quito, Equador Localizado bem no meio da populosa capital, o aeroporto é rodeado não só por prédios residenciais, mas também por montanhas e vulcões ativos. 12. Matekane, Lesoto Localizada no alto das montanhas, a pista desse aeroporto tem apenas 400 m de extensão e em seu final há uma queda de 600 m, mas dependendo das condições de vento os pilotos são instruídos a não decolar enquanto não chegarem no final da curta pista. 13. Saba, Caribe Com o oceano ao redor e penhascos em três de seus lados, a pista é considerada uma das menores, com aproximadamente 390 m. Para pousar, é preciso voar em direção a um penhasco antes de fazer uma curva fechada para a esquerda logo antes de pousar. 14. Sea Ice Runway, Antártida Pilotos devem evitar aterrissagens pesadas e aviões estacionados devem ser constantemente checados para que não afundem mais de dez centímetros no gelo dessa pista. 15. Narsarsuaq, Groenlândia A descida pode ser linda para os passageiros, mas para os pilotos... é no mínimo tensa. A aterrissagem envolve, além de voar por um fiorde -que são vales rochosos inundados por mar- a constante ameaça de turbulência. Apenas pilotos com extenso conhecimento da geografia do local tem permissão de tentar um voo pelo fiorde. Durante a noite é proibido decolar e pousar.
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Levy terá que cumprir quarentena para assumir função no Banco Mundial
O ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy deve esperar até o final de junho para assumir a função de diretor financeiro do Banco Mundial. A determinação é da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que analisou o caso nesta quinta-feira (28) a partir de consulta feita pela assessoria de imprensa da Presidência e da Fazenda. Levy pode recorrer da decisão. De acordo com o relatório do conselheiro Horácio Pires, Levy "não teria atentado para a regra proibitiva" prevista em lei, que fixa uma quarentena de seis meses para servidores federais —entre eles ministros— assumirem função que configure conflito de interesse com o cargo exercido anteriormente no governo. Entre as tarefas que configuram conflito de interesse estão por exemplo a prestação de serviço a pessoa física ou jurídica com quem o ex-ministro tenha "estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou emprego" ou caso desempenhe atividade "relacionada à área de competência do cargo ou emprego ocupado". A norma prevê ainda que o conselho precisa ser informado de proposta de trabalho feita a um ex-servidor federal. "Assinalo que o Dr. Levy, se aceitou ou pretende aceitar o cargo mencionado, até o momento não atentou para o dever de comunicar à CEP [Comissão de Ética Pública] a proposta de trabalho do Banco Mundial", destaca Pires. Diante da data prevista para a posse de Levy no Banco Mundial, nesta segunda-feira (1), o texto aponta a necessidade de notificar o ministro "com a urgência que o caso requer". "MOMENTOS DENSOS" O conselheiro ainda apresenta argumentos para justificar o que aponta como conflito de interesse no caso de Levy. "Pelo fato de ter comandado as finanças do Estado e os rumos da economia em geral, em momentos tão densos politicamente, o ex-ministro Joaquim Levy deverá, em princípio, observar a quarentena, abstendo-se de assumir cargo ou emprego em instituição com a qual tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do múnus ministerial ou que atue na mesma área de competência." O ex-ministro pode recorrer da decisão. Se não cumprir o que está previsto no documento, pode ser acusado de improbidade administrativa, segundo a legislação em vigor. "Apesar da parceria entre a organização [Banco Mundial] e o Brasil, responsável pelo incremento de programas sociais, não resta dúvida da possibilidade de situações conflituosas, com disputas sobre investimentos, a exigir o resguardo de interesses nacionais e as cautelas em relação a informações privilegiadas", diz o relatório, aprovado pela comissão.
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Levy terá que cumprir quarentena para assumir função no Banco MundialO ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy deve esperar até o final de junho para assumir a função de diretor financeiro do Banco Mundial. A determinação é da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que analisou o caso nesta quinta-feira (28) a partir de consulta feita pela assessoria de imprensa da Presidência e da Fazenda. Levy pode recorrer da decisão. De acordo com o relatório do conselheiro Horácio Pires, Levy "não teria atentado para a regra proibitiva" prevista em lei, que fixa uma quarentena de seis meses para servidores federais —entre eles ministros— assumirem função que configure conflito de interesse com o cargo exercido anteriormente no governo. Entre as tarefas que configuram conflito de interesse estão por exemplo a prestação de serviço a pessoa física ou jurídica com quem o ex-ministro tenha "estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou emprego" ou caso desempenhe atividade "relacionada à área de competência do cargo ou emprego ocupado". A norma prevê ainda que o conselho precisa ser informado de proposta de trabalho feita a um ex-servidor federal. "Assinalo que o Dr. Levy, se aceitou ou pretende aceitar o cargo mencionado, até o momento não atentou para o dever de comunicar à CEP [Comissão de Ética Pública] a proposta de trabalho do Banco Mundial", destaca Pires. Diante da data prevista para a posse de Levy no Banco Mundial, nesta segunda-feira (1), o texto aponta a necessidade de notificar o ministro "com a urgência que o caso requer". "MOMENTOS DENSOS" O conselheiro ainda apresenta argumentos para justificar o que aponta como conflito de interesse no caso de Levy. "Pelo fato de ter comandado as finanças do Estado e os rumos da economia em geral, em momentos tão densos politicamente, o ex-ministro Joaquim Levy deverá, em princípio, observar a quarentena, abstendo-se de assumir cargo ou emprego em instituição com a qual tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do múnus ministerial ou que atue na mesma área de competência." O ex-ministro pode recorrer da decisão. Se não cumprir o que está previsto no documento, pode ser acusado de improbidade administrativa, segundo a legislação em vigor. "Apesar da parceria entre a organização [Banco Mundial] e o Brasil, responsável pelo incremento de programas sociais, não resta dúvida da possibilidade de situações conflituosas, com disputas sobre investimentos, a exigir o resguardo de interesses nacionais e as cautelas em relação a informações privilegiadas", diz o relatório, aprovado pela comissão.
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Liminar da Justiça de Sergipe suspende venda da BR Distribuidora
A 3ª Vara da Justiça Federal de Sergipe determinou a suspensão imediata do processo de venda da BR Distribuidora, uma das principais operações do plano de desinvestimentos da Petrobras. A decisão foi tomada de forma liminar na última sexta (2), em resposta a ação civil pública movida pelos petroleiros José Hunaldo dos Santos e Fernando Borges da Silva, que questionam a venda de ativos da estatal sem licitação. "No presente caso, a venda do capital majoritário da BR Distribuidora está a pleno vapor e, a qualquer momento, pode ser finalizada em termos não conhecidos pela sociedade", escreveu o juiz Edmilson da Silva Pimenta, para justificar a liminar. Os autores da ação dizem que a venda "causaria interferência direta na vida de todos os cidadãos do país", já que o novo controlador definirá condições contratuais com postos e garantia do suprimento. Eles colocam entre os réus a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), responsável pela garantia do abastecimento nacional. A Petrobras disse à Justiça que a operação segue a lei que indicaria que obrigar a companhia a licitar atividades estratégicas "significa impedi-la de atuar no mercado em condições de paridade com as demais empresas petrolíferas". A empresa afirmou ainda que enviou ao mercado 105 prospectos sobre a BR e que, até agora, 25 empresas iniciaram negociações com relação ao termo de confidencialidade do processo de venda. Procurada pela Folha, a Petrobras ainda não respondeu se vai recorrer. A direção da estatal não espera concluir a venda da BR ainda em 2016. A ANP argumentou ao juiz que não tem ingerência sobre assuntos relativos a participações acionárias de subsidiárias da Petrobras. Há duas semanas o petroleiro Santos obteve outra liminar em Sergipe contra a venda de ativos da Petrobras. Na ocasião, questionou a venda dos campos de Baúna e Tartaruga Verde à australiana Karoon Gas. Com seu plano de desinvestimentos, a Petrobras prevê arrecadar US$ 34,6 bilhões até o fim de 2019. Até agora, foram realizadas operações no valor de US$ 10,7 bilhões.
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Liminar da Justiça de Sergipe suspende venda da BR DistribuidoraA 3ª Vara da Justiça Federal de Sergipe determinou a suspensão imediata do processo de venda da BR Distribuidora, uma das principais operações do plano de desinvestimentos da Petrobras. A decisão foi tomada de forma liminar na última sexta (2), em resposta a ação civil pública movida pelos petroleiros José Hunaldo dos Santos e Fernando Borges da Silva, que questionam a venda de ativos da estatal sem licitação. "No presente caso, a venda do capital majoritário da BR Distribuidora está a pleno vapor e, a qualquer momento, pode ser finalizada em termos não conhecidos pela sociedade", escreveu o juiz Edmilson da Silva Pimenta, para justificar a liminar. Os autores da ação dizem que a venda "causaria interferência direta na vida de todos os cidadãos do país", já que o novo controlador definirá condições contratuais com postos e garantia do suprimento. Eles colocam entre os réus a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), responsável pela garantia do abastecimento nacional. A Petrobras disse à Justiça que a operação segue a lei que indicaria que obrigar a companhia a licitar atividades estratégicas "significa impedi-la de atuar no mercado em condições de paridade com as demais empresas petrolíferas". A empresa afirmou ainda que enviou ao mercado 105 prospectos sobre a BR e que, até agora, 25 empresas iniciaram negociações com relação ao termo de confidencialidade do processo de venda. Procurada pela Folha, a Petrobras ainda não respondeu se vai recorrer. A direção da estatal não espera concluir a venda da BR ainda em 2016. A ANP argumentou ao juiz que não tem ingerência sobre assuntos relativos a participações acionárias de subsidiárias da Petrobras. Há duas semanas o petroleiro Santos obteve outra liminar em Sergipe contra a venda de ativos da Petrobras. Na ocasião, questionou a venda dos campos de Baúna e Tartaruga Verde à australiana Karoon Gas. Com seu plano de desinvestimentos, a Petrobras prevê arrecadar US$ 34,6 bilhões até o fim de 2019. Até agora, foram realizadas operações no valor de US$ 10,7 bilhões.
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Brasil passa Europa e se torna líder em empresas juniores
O Brasil se tornou líder mundial em número de empresas juniores, superando a quantidade de negócios tocados por estudantes de universidades em toda a Europa. Em 2015, foram computadas 311 empresas distribuídas por universidades brasileiras, enquanto o continente europeu, onde o movimento surgiu na década de 1960, possui 296 iniciativas operando nos mesmos moldes. Os dados são do Censo e Identidade da Confederação Brasileira de Empresas Juniores, a Brasil Júnior, lançado anualmente e divulgado pela Folha com exclusividade. O setor faturou cerca de R$ 10 milhões no ano passado, quase o dobro dos R$ 5,7 milhões registrados em 2014. O número de negócios saltou de 222 para 311 no período. Foram ouvidas 237 empresas e 3.385 empresários juniores no país. As empresas juniores são associações sem fins lucrativos e os estudantes vinculados são voluntários. A liderança brasileira explica-se por uma deficiência das universidades brasileiras, que não oferecem cursos de empreendedorismo, como acontece nas norte-americanas, segundo Pedro Rio Verde, presidente da Brasil Júnior. "Lá é muito forte. No Brasil, não temos isso. Então as empresas juniores complementam uma ausência de ensino na prática." A pesquisa revela que a maior fatia das empresas juniores brasileiras (40%) são ligadas aos cursos de engenharia. "A iniciativa nasceu no Brasil na área de administração, mas, com o passar do tempo, houve um boom das engenharias", diz Rio Verde. Por serem desenvolvidos por estudantes, os serviços chegam ao mercado com custo mais baixo e competitivo. É em busca do crescimento que 60% dos entrevistados ingressaram numa empresa júnior. É o caso de Joice Toyota, 31, que entrou para o projeto da engenharia elétrica da USP no primeiro ano do curso. "Foi o lugar onde mais aprendi na prática sobre a profissão", diz Joice, cofundadora do Vetor Brasil, organização que oferece trainees para o setor público.
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Brasil passa Europa e se torna líder em empresas junioresO Brasil se tornou líder mundial em número de empresas juniores, superando a quantidade de negócios tocados por estudantes de universidades em toda a Europa. Em 2015, foram computadas 311 empresas distribuídas por universidades brasileiras, enquanto o continente europeu, onde o movimento surgiu na década de 1960, possui 296 iniciativas operando nos mesmos moldes. Os dados são do Censo e Identidade da Confederação Brasileira de Empresas Juniores, a Brasil Júnior, lançado anualmente e divulgado pela Folha com exclusividade. O setor faturou cerca de R$ 10 milhões no ano passado, quase o dobro dos R$ 5,7 milhões registrados em 2014. O número de negócios saltou de 222 para 311 no período. Foram ouvidas 237 empresas e 3.385 empresários juniores no país. As empresas juniores são associações sem fins lucrativos e os estudantes vinculados são voluntários. A liderança brasileira explica-se por uma deficiência das universidades brasileiras, que não oferecem cursos de empreendedorismo, como acontece nas norte-americanas, segundo Pedro Rio Verde, presidente da Brasil Júnior. "Lá é muito forte. No Brasil, não temos isso. Então as empresas juniores complementam uma ausência de ensino na prática." A pesquisa revela que a maior fatia das empresas juniores brasileiras (40%) são ligadas aos cursos de engenharia. "A iniciativa nasceu no Brasil na área de administração, mas, com o passar do tempo, houve um boom das engenharias", diz Rio Verde. Por serem desenvolvidos por estudantes, os serviços chegam ao mercado com custo mais baixo e competitivo. É em busca do crescimento que 60% dos entrevistados ingressaram numa empresa júnior. É o caso de Joice Toyota, 31, que entrou para o projeto da engenharia elétrica da USP no primeiro ano do curso. "Foi o lugar onde mais aprendi na prática sobre a profissão", diz Joice, cofundadora do Vetor Brasil, organização que oferece trainees para o setor público.
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Hotel oferece o luxo 'definitivo': a chance de desligar o sinal de internet
Tempos de desespero exigem medidas desesperadas. Uma companhia de hotéis de luxo criou o jeito "definitivo" de ajudar seus hóspedes a relaxar: um botão que desliga a internet. Um interruptor prateado perto das camas no Villa Stéphanie Spa Sesort em Baden-Baden (no sul da Alemanha) ativa uma grade de fios de cobre nas paredes que bloqueia sinais de internet sem fio. "É igual a um interruptor", disse Frank Marrenbach, diretor-executivo do Oetkler Collection, companhia de hotéis de luxo europeia que administra o Le Briston de Paris, o Hotel Du Cap em Antibes (na costa francesa) e vai abrir um renovado hotel Lanesborough em Londres no dia 1º de julho. Até agora, cerca de metade dos hóspedes já optou, em algum momento durante sua estada, por desligar a internet, indicando que o sistema pode ser expandido para outros hotéis. A atitude pode parecer extrema, levando em conta que desligar aparelhos conectados atingiria o mesmo fim, mas Chris Baréz-Brown, autor que explora o balanço entre vida e trabalho, disse que a maioria de nós não consegue controlar o desejo de dar uma "espiadinha" em nossas telas. "Nós não somos muito bons em gerenciar nosso comportamento. É só ver o álcool, cigarros, refrigerantes, televisão ou jogos", ele disse. "Vamos ver mais ideias assim. Vão existir zonas onde as pessoas desconectam, mais negócios vão sugerir que as pessoas não mandem e-mails em alguns momentos do dia e assim vai. Há muitas pesquisas que sugerem que nossa capacidade de multitarefa está nos tornando mais superficiais." Marrenbach disse que, além da grade, seus quartos tem um revestimento especial para bloquear 26% do sinal de internet sem fio. "Não importa o que seu vizinho faz, se você desligar o interruptor, você não terá recepção de sinal." Ele prevê que a tecnologia seja comum em casas de luxo dentro de cinco anos. Nenhum outro hotel foi até o mesmo extremo, mas muitos estão se perguntando como ajudar seus hóspedes a relaxar em um mundo conectado. O grupo InterContinental disse que seus hotéis para viagens de negócios, como a rede Crowne Plaza, oferecem aromaterapia e podcasts de um especialista em sono. Marrenbach disse que muitos de seus hóspedes, que pagam € 1.115 por noite em um pacote no Villa Stephanie no verão do hemisfério norte, não se desligaram por anos. "Nós precisamos aprender mais sobre como lidar com isso de uma maneira saudável", disse ele. "Nos anos 1950, ninguém se incomodava com cigarro, porque todos fumavam. Agora, quando você pessoas fumando parece uma atitude vulgar. Não é um sinal de inteligência estar constantemente olhando para novas mensagens. Isso não é esperto, isso é estúpido."
turismo
Hotel oferece o luxo 'definitivo': a chance de desligar o sinal de internetTempos de desespero exigem medidas desesperadas. Uma companhia de hotéis de luxo criou o jeito "definitivo" de ajudar seus hóspedes a relaxar: um botão que desliga a internet. Um interruptor prateado perto das camas no Villa Stéphanie Spa Sesort em Baden-Baden (no sul da Alemanha) ativa uma grade de fios de cobre nas paredes que bloqueia sinais de internet sem fio. "É igual a um interruptor", disse Frank Marrenbach, diretor-executivo do Oetkler Collection, companhia de hotéis de luxo europeia que administra o Le Briston de Paris, o Hotel Du Cap em Antibes (na costa francesa) e vai abrir um renovado hotel Lanesborough em Londres no dia 1º de julho. Até agora, cerca de metade dos hóspedes já optou, em algum momento durante sua estada, por desligar a internet, indicando que o sistema pode ser expandido para outros hotéis. A atitude pode parecer extrema, levando em conta que desligar aparelhos conectados atingiria o mesmo fim, mas Chris Baréz-Brown, autor que explora o balanço entre vida e trabalho, disse que a maioria de nós não consegue controlar o desejo de dar uma "espiadinha" em nossas telas. "Nós não somos muito bons em gerenciar nosso comportamento. É só ver o álcool, cigarros, refrigerantes, televisão ou jogos", ele disse. "Vamos ver mais ideias assim. Vão existir zonas onde as pessoas desconectam, mais negócios vão sugerir que as pessoas não mandem e-mails em alguns momentos do dia e assim vai. Há muitas pesquisas que sugerem que nossa capacidade de multitarefa está nos tornando mais superficiais." Marrenbach disse que, além da grade, seus quartos tem um revestimento especial para bloquear 26% do sinal de internet sem fio. "Não importa o que seu vizinho faz, se você desligar o interruptor, você não terá recepção de sinal." Ele prevê que a tecnologia seja comum em casas de luxo dentro de cinco anos. Nenhum outro hotel foi até o mesmo extremo, mas muitos estão se perguntando como ajudar seus hóspedes a relaxar em um mundo conectado. O grupo InterContinental disse que seus hotéis para viagens de negócios, como a rede Crowne Plaza, oferecem aromaterapia e podcasts de um especialista em sono. Marrenbach disse que muitos de seus hóspedes, que pagam € 1.115 por noite em um pacote no Villa Stephanie no verão do hemisfério norte, não se desligaram por anos. "Nós precisamos aprender mais sobre como lidar com isso de uma maneira saudável", disse ele. "Nos anos 1950, ninguém se incomodava com cigarro, porque todos fumavam. Agora, quando você pessoas fumando parece uma atitude vulgar. Não é um sinal de inteligência estar constantemente olhando para novas mensagens. Isso não é esperto, isso é estúpido."
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Com gol de Firmino, Brasil vence Chile e mantém 100% com Dunga
Com um gol de Roberto Firmino, a seleção brasileira venceu o Chile por 1 a 0, no Emirates Stadium (Arsenal), em Londres, e manteve a marca de 100% de aproveitamento do técnico Dunga. O jogo não teve grandes emoções. Para testar outros nomes do grupo convocado, Dunga havia trocado seis titulares do time que começou jogando na vitória de 3 a 1 sobre a França na quinta-feira (26). Marcelo, Fernandinho, Souza, Philippe Coutinho, Douglas Costa e Luiz Adriano substituíram, respectivamente, Filipe Luís, Luiz Gustavo, Elias, Oscar, William e Firmino. No campo, não deu muito certo. As novas apostas pouco apareceram –em boa fase no Liverpool e badalado pela imprensa britânica, o meia Philippe Coutinho, por exemplo, decepcionou. Veja vídeo No primeiro tempo, a seleção chegou apenas duas vezes com algum perigo contra o gol do chileno Bravo.  Titular contra a França, Firmino entrou na segunda etapa. Aproveitando belo passe do lateral Danilo, driblou o goleiro e marcou o gol da vitória, para a comemoração dos brasileiros presentes ao estádio do Arsenal.  O ataque chileno, por sua vez, esbarrou no bom desempenho de Miranda na zaga, e do goleiro Jefferson, que defendeu uma falta perigosa a cinco minutos do final.  No segundo tempo, Dunga mexeu bastante. Colocou, além de Firmino, Elias, William, Robinho e Filipe Luís. Atacante do Hoffenheim, da Alemanha, Firmino virou a aposta de Dunga para a função de Diego Tardelli, titular em outros amistosos e cortado por contusão desses dois últimos. Ao que tudo indica, garantiu o nome na lista da Copa América.  Dunga já avisou que a convocação não terá surpresas —quem não foi chamado para os amistosos até agora deve ficar de fora. Ao todo, o treinador convocou 43 atletas para as oito partidas que disputou. Alguns jogadores têm praticamente vaga cativa de titular, como Jefferson, Luiz Gustavo, Willian, Oscar e Neymar. Cortado por contusão dos amistosos contra França e Chile, o zagueiro David Luiz  é outro que parece ter lugar garantido entre os 11.
esporte
Com gol de Firmino, Brasil vence Chile e mantém 100% com DungaCom um gol de Roberto Firmino, a seleção brasileira venceu o Chile por 1 a 0, no Emirates Stadium (Arsenal), em Londres, e manteve a marca de 100% de aproveitamento do técnico Dunga. O jogo não teve grandes emoções. Para testar outros nomes do grupo convocado, Dunga havia trocado seis titulares do time que começou jogando na vitória de 3 a 1 sobre a França na quinta-feira (26). Marcelo, Fernandinho, Souza, Philippe Coutinho, Douglas Costa e Luiz Adriano substituíram, respectivamente, Filipe Luís, Luiz Gustavo, Elias, Oscar, William e Firmino. No campo, não deu muito certo. As novas apostas pouco apareceram –em boa fase no Liverpool e badalado pela imprensa britânica, o meia Philippe Coutinho, por exemplo, decepcionou. Veja vídeo No primeiro tempo, a seleção chegou apenas duas vezes com algum perigo contra o gol do chileno Bravo.  Titular contra a França, Firmino entrou na segunda etapa. Aproveitando belo passe do lateral Danilo, driblou o goleiro e marcou o gol da vitória, para a comemoração dos brasileiros presentes ao estádio do Arsenal.  O ataque chileno, por sua vez, esbarrou no bom desempenho de Miranda na zaga, e do goleiro Jefferson, que defendeu uma falta perigosa a cinco minutos do final.  No segundo tempo, Dunga mexeu bastante. Colocou, além de Firmino, Elias, William, Robinho e Filipe Luís. Atacante do Hoffenheim, da Alemanha, Firmino virou a aposta de Dunga para a função de Diego Tardelli, titular em outros amistosos e cortado por contusão desses dois últimos. Ao que tudo indica, garantiu o nome na lista da Copa América.  Dunga já avisou que a convocação não terá surpresas —quem não foi chamado para os amistosos até agora deve ficar de fora. Ao todo, o treinador convocou 43 atletas para as oito partidas que disputou. Alguns jogadores têm praticamente vaga cativa de titular, como Jefferson, Luiz Gustavo, Willian, Oscar e Neymar. Cortado por contusão dos amistosos contra França e Chile, o zagueiro David Luiz  é outro que parece ter lugar garantido entre os 11.
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Católicos e evangélicos frearam acordo de paz na Colômbia
"Ganhamos! De Deus ninguém faz piada!", diz o pastor Miguel Arrázola, num vídeo que viralizou em 2 de outubro último, quando se conheceram os resultados do plebiscito que rejeitou o acordo de paz entre o governo e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Para Arrázola, e para muitos líderes evangélicos e católicos do país, a vitória do "não" representou "uma defesa contra a desintegração da família" e uma "estocada no ateísmo que avança com o comunismo da guerrilha", para usar algumas das expressões que a Folha escutou em cultos e missas em distintas cidades colombianas. A igreja de Arrázola, chamada Ríos de Vida, em Cartagena, é uma das mais famosas da populosa região da costa do país, e visitada com frequência por ninguém menos que o ex-presidente Álvaro Uribe, líder político da vitória do "não". Arrázola, um pastor jovem, sorridente e de retórica exaltada, é amigo de jogadores de futebol e tem 86 mil seguidores no Facebook. Num ato assistido pela Folha, disse que votaria pelo "não" porque a paz proposta pelo governo "estava sendo preparada em Cuba, e a Colômbia não pode ter uma paz cozinhada pelos Castro, que não creem em Deus. É como aceitar uma paz que venha do inferno." Existem 6.000 igrejas evangélicas na Colômbia, que reúnem 10 milhões de fiéis. A cadeia Radial Vida, que pertence a uma dessas igrejas, possui 40 emissoras de rádio e é a terceira do país. Já a Igreja Católica, predominante no país, mostrou-se mais dividida com relação à paz. O papa Francisco apoiou as negociações. Porém, nem todos seus seguidores acompanharam a liderança. O desgaste começou algumas semanas antes da votação, quando o ministério da Educação, então comandado por uma ministra homossexual, propôs a distribuição de cartilhas de orientação sexual que pregavam a tolerância com as diferenças de opção. Houve protestos em várias cidades. Em Bogotá, os manifestantes diziam que, se a ministra e sua "ideologia de gênero" não caíssem, votariam pelo "não". Líderes católicos pediram que o acordo fosse reescrito, incluindo uma seção que defendesse o "direito à vida" e que garantisse a liberdade de que os pais educassem os filhos conforme seus valores. A avaliação do governo é que a religião influenciou muito o voto pelo "não". Segundo o senador Roy Barreras, da Comissão de Paz do governo, "pelo menos 2 dos 6 milhões de votos que teve o 'não' foram de fieis evangélicos e católicos que acreditaram que o acordo colocava em risco a ideia de família." CÚPULA Aos presidentes latino-americanos reunidos na última Cúpula Iberoamericana, na semana passada, em Cartagena, o presidente Juan Manuel Santos contou que o "front religioso" tem sido dos mais espinhosos na nova fase de negociação pela paz. Na semana seguinte à derrota do "sim", o presidente chamou a oposição e os grupos religiosos que apoiaram o "não" para ouvir suas ressalvas ao documento. O presidente reuniu os argumentos desses grupos e os entregou à equipe de negociadores do governo, que agora discutem os pontos polêmicos com os líderes da guerrilha, em Havana. A perspectiva de Santos é ter um novo acordo redigido até o fim do ano. Apesar de estar avançando, o novo diálogo não vem sendo fácil. Se os uribistas foram claros nos pontos em que discordam do acordo —são contra a Justiça especial, a favor de penas de prisão e contra a elegibilidade automática de ex-guerrilheiros—, as razões dos religiosos, dependendo da corrente, são variadas. À Folha, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, contou que Santos disse a seus pares na cúpula estar tendo trabalho no diálogo com setores evangélicos e da Igreja Católica, que creem que o acordo prega uma "ideologia de gênero". O principal problema reside em alguns trechos do documento de 297 páginas que tratam da reintegração dos ex-guerrilheiros à sociedade. Essas passagens afirmam que a implementação do acordo deve ser feita "tendo-se em conta a diversidade de gênero, étnica e cultural", e que se promova "a equidade de gênero". Por fim, o trecho considerado mais indigesto pelos religiosos é o que diz que o tratado deve "reconhecer e ter em conta as necessidades, características e particularidades econômicas, culturais e sociais dos territórios e das comunidades rurais, incluindo pessoas com orientação sexual e identidade de gênero diversa." Santos disse que todo esse trecho será revisto. "Vamos tirar tudo aquilo que soe como uma ameaça à família e vamos buscar as palavras, as frases, que não causem temor aos que creem". À Folha, um dos líderes das Farc, o secretário Carlos Antonio Lozada, disse concordar com uma nova redação do trecho polêmico, mas que a guerrilha não abrirá mão de "incluir artigos que garantam a igualdade de gênero e a proteção a minorias mais vulneráveis."
mundo
Católicos e evangélicos frearam acordo de paz na Colômbia"Ganhamos! De Deus ninguém faz piada!", diz o pastor Miguel Arrázola, num vídeo que viralizou em 2 de outubro último, quando se conheceram os resultados do plebiscito que rejeitou o acordo de paz entre o governo e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Para Arrázola, e para muitos líderes evangélicos e católicos do país, a vitória do "não" representou "uma defesa contra a desintegração da família" e uma "estocada no ateísmo que avança com o comunismo da guerrilha", para usar algumas das expressões que a Folha escutou em cultos e missas em distintas cidades colombianas. A igreja de Arrázola, chamada Ríos de Vida, em Cartagena, é uma das mais famosas da populosa região da costa do país, e visitada com frequência por ninguém menos que o ex-presidente Álvaro Uribe, líder político da vitória do "não". Arrázola, um pastor jovem, sorridente e de retórica exaltada, é amigo de jogadores de futebol e tem 86 mil seguidores no Facebook. Num ato assistido pela Folha, disse que votaria pelo "não" porque a paz proposta pelo governo "estava sendo preparada em Cuba, e a Colômbia não pode ter uma paz cozinhada pelos Castro, que não creem em Deus. É como aceitar uma paz que venha do inferno." Existem 6.000 igrejas evangélicas na Colômbia, que reúnem 10 milhões de fiéis. A cadeia Radial Vida, que pertence a uma dessas igrejas, possui 40 emissoras de rádio e é a terceira do país. Já a Igreja Católica, predominante no país, mostrou-se mais dividida com relação à paz. O papa Francisco apoiou as negociações. Porém, nem todos seus seguidores acompanharam a liderança. O desgaste começou algumas semanas antes da votação, quando o ministério da Educação, então comandado por uma ministra homossexual, propôs a distribuição de cartilhas de orientação sexual que pregavam a tolerância com as diferenças de opção. Houve protestos em várias cidades. Em Bogotá, os manifestantes diziam que, se a ministra e sua "ideologia de gênero" não caíssem, votariam pelo "não". Líderes católicos pediram que o acordo fosse reescrito, incluindo uma seção que defendesse o "direito à vida" e que garantisse a liberdade de que os pais educassem os filhos conforme seus valores. A avaliação do governo é que a religião influenciou muito o voto pelo "não". Segundo o senador Roy Barreras, da Comissão de Paz do governo, "pelo menos 2 dos 6 milhões de votos que teve o 'não' foram de fieis evangélicos e católicos que acreditaram que o acordo colocava em risco a ideia de família." CÚPULA Aos presidentes latino-americanos reunidos na última Cúpula Iberoamericana, na semana passada, em Cartagena, o presidente Juan Manuel Santos contou que o "front religioso" tem sido dos mais espinhosos na nova fase de negociação pela paz. Na semana seguinte à derrota do "sim", o presidente chamou a oposição e os grupos religiosos que apoiaram o "não" para ouvir suas ressalvas ao documento. O presidente reuniu os argumentos desses grupos e os entregou à equipe de negociadores do governo, que agora discutem os pontos polêmicos com os líderes da guerrilha, em Havana. A perspectiva de Santos é ter um novo acordo redigido até o fim do ano. Apesar de estar avançando, o novo diálogo não vem sendo fácil. Se os uribistas foram claros nos pontos em que discordam do acordo —são contra a Justiça especial, a favor de penas de prisão e contra a elegibilidade automática de ex-guerrilheiros—, as razões dos religiosos, dependendo da corrente, são variadas. À Folha, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, contou que Santos disse a seus pares na cúpula estar tendo trabalho no diálogo com setores evangélicos e da Igreja Católica, que creem que o acordo prega uma "ideologia de gênero". O principal problema reside em alguns trechos do documento de 297 páginas que tratam da reintegração dos ex-guerrilheiros à sociedade. Essas passagens afirmam que a implementação do acordo deve ser feita "tendo-se em conta a diversidade de gênero, étnica e cultural", e que se promova "a equidade de gênero". Por fim, o trecho considerado mais indigesto pelos religiosos é o que diz que o tratado deve "reconhecer e ter em conta as necessidades, características e particularidades econômicas, culturais e sociais dos territórios e das comunidades rurais, incluindo pessoas com orientação sexual e identidade de gênero diversa." Santos disse que todo esse trecho será revisto. "Vamos tirar tudo aquilo que soe como uma ameaça à família e vamos buscar as palavras, as frases, que não causem temor aos que creem". À Folha, um dos líderes das Farc, o secretário Carlos Antonio Lozada, disse concordar com uma nova redação do trecho polêmico, mas que a guerrilha não abrirá mão de "incluir artigos que garantam a igualdade de gênero e a proteção a minorias mais vulneráveis."
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FPF marca para domingo jogos de Corinthians e São Paulo na Copa SP
A FPF (Federação Paulista de Futebol) anunciou nesta sexta-feira (16) a data e o horário dos jogos de Corinthians e São Paulo pelas oitavas de final da Copa São Paulo de futebol júnior. O Corinthians será o primeiro a entrar em campo. A equipe vai enfrentar o Goiás, no domingo, às 16h30, na Arena Barueri. O time alvinegro tem 100% de aproveitamento na competição. Na quinta-feira, goleou o Grêmio Prudente por 5 a 1. Já o São Paulo encara o Criciúma no estádio Martins Pereira, em São José dos Campos, às 21h. O time do Morumbi também venceu os quatro jogos disputados até agora no torneio. A última vitima foi o Atlético-PR -triunfo por 2 a 1. Além dos jogos de Corinthians e São Paulo, a FPF marcou outros dois jogos para domingo. São Caetano e Figueirense se enfrentam às 10h, no estádio Nicolau Alayon, em São Paulo, enquanto o Flamengo pega o Atlético-MG em Osasco, às 19h. Os outros quatro jogos das oitavas de final serão realizados no sábado (17), de acordo com a tabela divulgada pela FPF na quinta-feira. CONFIRA OS CONFRONTOS DAS OITAVAS DE FINAL DA COPA SÃO PAULO Sábado - 10h - Palmeiras x Ituano Sábado - 16h - Vitória x Cruzeiro Sábado - 19h - Fluminense x Botafogo-SP Sábado - 21h - Grêmio x Goiânia Domingo - 10h - São Caetano x Figueirense Domingo - 16h30 - Corinthians x Goiás Domingo- 19h - Flamengo x Atlético-MG Domingo - 21h - São Paulo x Criciúma
esporte
FPF marca para domingo jogos de Corinthians e São Paulo na Copa SPA FPF (Federação Paulista de Futebol) anunciou nesta sexta-feira (16) a data e o horário dos jogos de Corinthians e São Paulo pelas oitavas de final da Copa São Paulo de futebol júnior. O Corinthians será o primeiro a entrar em campo. A equipe vai enfrentar o Goiás, no domingo, às 16h30, na Arena Barueri. O time alvinegro tem 100% de aproveitamento na competição. Na quinta-feira, goleou o Grêmio Prudente por 5 a 1. Já o São Paulo encara o Criciúma no estádio Martins Pereira, em São José dos Campos, às 21h. O time do Morumbi também venceu os quatro jogos disputados até agora no torneio. A última vitima foi o Atlético-PR -triunfo por 2 a 1. Além dos jogos de Corinthians e São Paulo, a FPF marcou outros dois jogos para domingo. São Caetano e Figueirense se enfrentam às 10h, no estádio Nicolau Alayon, em São Paulo, enquanto o Flamengo pega o Atlético-MG em Osasco, às 19h. Os outros quatro jogos das oitavas de final serão realizados no sábado (17), de acordo com a tabela divulgada pela FPF na quinta-feira. CONFIRA OS CONFRONTOS DAS OITAVAS DE FINAL DA COPA SÃO PAULO Sábado - 10h - Palmeiras x Ituano Sábado - 16h - Vitória x Cruzeiro Sábado - 19h - Fluminense x Botafogo-SP Sábado - 21h - Grêmio x Goiânia Domingo - 10h - São Caetano x Figueirense Domingo - 16h30 - Corinthians x Goiás Domingo- 19h - Flamengo x Atlético-MG Domingo - 21h - São Paulo x Criciúma
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Maternar: Editorial aborda medidas do governo para reduzir cesáreas
Sugiro que mães e pais interessados na discussão sobre as medidas do governo para reduzir o número de cesáreas leiam editorial de hoje da Folha sobre o tema. Assunto é polêmico e costuma dividir opiniões. Clique e leia o editorial ... Leia post completo no blog
cotidiano
Maternar: Editorial aborda medidas do governo para reduzir cesáreasSugiro que mães e pais interessados na discussão sobre as medidas do governo para reduzir o número de cesáreas leiam editorial de hoje da Folha sobre o tema. Assunto é polêmico e costuma dividir opiniões. Clique e leia o editorial ... Leia post completo no blog
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Líderes, Trump e Cruz enfrentam 'fogo amigo' na corrida republicana
As ideias de Donald Trump são absurdas, irrealistas e idiotas. Esses ataques não partiram dos rivais democratas, mas de um editorial publicado pela "National Review", influente revista conservadora dos EUA, junto com um manifesto anti-Trump com textos de 22 intelectuais alinhados ao Partido Republicano -o mesmo pelo qual o bilionário tenta concorrer à Casa Branca em novembro. Visto a princípio como curiosidade passageira, Trump manteve-se na liderança absoluta da corrida republicana (com 35,8%, na média das pesquisas compiladas pelo site Real Clear Politics) e acendeu um sinal de alerta na base conservadora, temerosa de que o bilionário sequestre os ideais do partido em nome de uma aventura personalista. "Trump é um oportunista político sem âncora filosófica que jogaria no lixo o amplo consenso ideológico no Partido Republicano em troca de um populismo centralizador", diz o editorial, que conclui chamando o empresário de "uma ameaça ao conservadorismo americano". RESPOSTA Como de hábito, a resposta foi rápida e mirou o autor das críticas, não seu conteúdo. Trump disse que a "National Review" é uma "revista moribunda e fracassada que ninguém lê". Ele aproveitou para promover a imagem de candidato "outsider" (fora do sistema) e usar o ataque para bater em seu principal concorrente, o senador ultraconservador Ted Cruz, que também enfrenta resistência na base republicana por promover uma guinada à extrema direita. "Eu acho que o establishment está contra mim, mas eles estão se alinhando porque me veem como um opositor ao Cruz, que é um sujeito desagradável, que não se dá com ninguém", disse Trump. "Em certo momento, você tem que fazer acordos." Embora mostre desdém à crítica conservadora, Trump sabe que não pode abrir mão da base republicana se quiser obter a nomeação do partido. Eleição nos EUA - Republicanos Segundo as pesquisas, o bilionário larga na frente nas prévias republicanas que abrem oficialmente a corrida presidencial, nesta segunda (1º), no Estado de Iowa. Trump também está na frente nas duas prévias seguintes, em New Hampshire e na Carolina do Sul. CRUZ E RUBIO Em segundo (com 19,6%) e se aproximando do líder vem Cruz, que tem boa oratória, campanha bem organizada e deve contar com a maioria do voto evangélico. Mas seu discurso extremista nos temas principais da campanha, como imigração e combate à facção terrorista Estado Islâmico, criou desconforto entre líderes republicanos. O temor é de uma guinada para a extrema direita que tornaria difícil bater Hillary Clinton, por enquanto a favorita como rival democrata. Eleição nos EUA - Democratas "Acho que perderemos se ele for o nomeado", disse Orrin Hatch, o mais velho republicano no Senado (desde 1977). "Precisamos ter apelo entre moderados e independentes. Não podemos agir como se um ponto de vista fosse o único caminho a seguir. É aí que Ted terá problemas." Ligado ao movimento de ultradireita Tea Party, Cruz tem sido consistente desde o início de sua campanha, buscando qualificar-se como o mais conservador entre os conservadores. Formado em Princeton, foi advogado e assessor de George W. Bush antes de se eleger senador pelo Texas. Seu discurso contra o establishment também lhe rendeu desafetos no partido. Ficar entre Trump e Cruz é uma escolha que muitos no partido consideram um pesadelo. "É como levar um tiro ou ser envenenado", disse o senador republicano Lindsay Graham. "Qual a diferença?" Enquanto o tom sobe na ruidosa disputa entre Trump e Cruz, o senador Marco Rubio aparece em terceiro lugar e corre por fora, tentando se promover como uma alternativa moderada. Jovem (44), Rubio tem apelo entre os hispânicos, por ser filho de cubanos, e é bom debatedor. No manifesto publicado pela "National Review", os luminares conservadores não apoiam nenhum nome específico. Mas rejeitam Trump como o candidato republicano e lembram a inconsistência das posições do empresário, que já foi a favor de anistia para imigrantes ilegais e agora defende a deportação de todos os 11 milhões. Também não perdoam a proximidade no passado com os democratas e as doações à campanha de Hillary ao Senado. O estilo grandioso, alegam, não combina com a crença no Estado mínimo.
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Líderes, Trump e Cruz enfrentam 'fogo amigo' na corrida republicanaAs ideias de Donald Trump são absurdas, irrealistas e idiotas. Esses ataques não partiram dos rivais democratas, mas de um editorial publicado pela "National Review", influente revista conservadora dos EUA, junto com um manifesto anti-Trump com textos de 22 intelectuais alinhados ao Partido Republicano -o mesmo pelo qual o bilionário tenta concorrer à Casa Branca em novembro. Visto a princípio como curiosidade passageira, Trump manteve-se na liderança absoluta da corrida republicana (com 35,8%, na média das pesquisas compiladas pelo site Real Clear Politics) e acendeu um sinal de alerta na base conservadora, temerosa de que o bilionário sequestre os ideais do partido em nome de uma aventura personalista. "Trump é um oportunista político sem âncora filosófica que jogaria no lixo o amplo consenso ideológico no Partido Republicano em troca de um populismo centralizador", diz o editorial, que conclui chamando o empresário de "uma ameaça ao conservadorismo americano". RESPOSTA Como de hábito, a resposta foi rápida e mirou o autor das críticas, não seu conteúdo. Trump disse que a "National Review" é uma "revista moribunda e fracassada que ninguém lê". Ele aproveitou para promover a imagem de candidato "outsider" (fora do sistema) e usar o ataque para bater em seu principal concorrente, o senador ultraconservador Ted Cruz, que também enfrenta resistência na base republicana por promover uma guinada à extrema direita. "Eu acho que o establishment está contra mim, mas eles estão se alinhando porque me veem como um opositor ao Cruz, que é um sujeito desagradável, que não se dá com ninguém", disse Trump. "Em certo momento, você tem que fazer acordos." Embora mostre desdém à crítica conservadora, Trump sabe que não pode abrir mão da base republicana se quiser obter a nomeação do partido. Eleição nos EUA - Republicanos Segundo as pesquisas, o bilionário larga na frente nas prévias republicanas que abrem oficialmente a corrida presidencial, nesta segunda (1º), no Estado de Iowa. Trump também está na frente nas duas prévias seguintes, em New Hampshire e na Carolina do Sul. CRUZ E RUBIO Em segundo (com 19,6%) e se aproximando do líder vem Cruz, que tem boa oratória, campanha bem organizada e deve contar com a maioria do voto evangélico. Mas seu discurso extremista nos temas principais da campanha, como imigração e combate à facção terrorista Estado Islâmico, criou desconforto entre líderes republicanos. O temor é de uma guinada para a extrema direita que tornaria difícil bater Hillary Clinton, por enquanto a favorita como rival democrata. Eleição nos EUA - Democratas "Acho que perderemos se ele for o nomeado", disse Orrin Hatch, o mais velho republicano no Senado (desde 1977). "Precisamos ter apelo entre moderados e independentes. Não podemos agir como se um ponto de vista fosse o único caminho a seguir. É aí que Ted terá problemas." Ligado ao movimento de ultradireita Tea Party, Cruz tem sido consistente desde o início de sua campanha, buscando qualificar-se como o mais conservador entre os conservadores. Formado em Princeton, foi advogado e assessor de George W. Bush antes de se eleger senador pelo Texas. Seu discurso contra o establishment também lhe rendeu desafetos no partido. Ficar entre Trump e Cruz é uma escolha que muitos no partido consideram um pesadelo. "É como levar um tiro ou ser envenenado", disse o senador republicano Lindsay Graham. "Qual a diferença?" Enquanto o tom sobe na ruidosa disputa entre Trump e Cruz, o senador Marco Rubio aparece em terceiro lugar e corre por fora, tentando se promover como uma alternativa moderada. Jovem (44), Rubio tem apelo entre os hispânicos, por ser filho de cubanos, e é bom debatedor. No manifesto publicado pela "National Review", os luminares conservadores não apoiam nenhum nome específico. Mas rejeitam Trump como o candidato republicano e lembram a inconsistência das posições do empresário, que já foi a favor de anistia para imigrantes ilegais e agora defende a deportação de todos os 11 milhões. Também não perdoam a proximidade no passado com os democratas e as doações à campanha de Hillary ao Senado. O estilo grandioso, alegam, não combina com a crença no Estado mínimo.
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Sem nenhum texto, Mauro Restiffe lança seu primeiro livro de fotografias
Foi sem palavras que o fotógrafo Mauro Restiffe resolveu publicar o primeiro livro com seus trabalhos (ed. Cobogó, 272 págs.). Não há aqui os textos introdutórios tão comuns em volumes sobre fotografia. Não há o título das obras em legenda –os títulos e créditos estão em um encarte à parte– nem sequer os números das páginas. Em suma, não há fala, nada que se assemelhe a uma fala que viria em momento posterior à imagem, organizando-a, direcionando seu sentido, construindo exteriormente suas relações. Há apenas esse modelo muito singular de presença que nós chamamos normalmente de "imagem". Um dos fotógrafos brasileiros mais consistentes de sua geração, Restiffe apresenta um livro capaz de construir por subtração, como se criar fosse, inicialmente, retirar as coisas do horizonte que normalmente lhes envolve. Mas esse gesto de deslocamento não se dá por meio do ato bruto de suspender o objeto de seu contexto, como vemos em várias estratégias de produção da arte contemporânea que visam criar uma espécie de "aura de pedestal". Aqui, a subtração se dá por corte. São espaços cortados, ângulos de construções arquitetônicas que emergem de sua função, cadeiras de praia em praias vazias, edifícios que aparecem como monumentos, monumentos enquadrados pela metade. Como se o corte liberasse o instante de seu fluxo, o espaço de seu código. No entanto, há uma subtração ainda mais decisiva e impressionante. Há uma camada do mundo humano que falta. Para liberar o instante de seu fluxo, o espaço de seu código, Restiffe retirou do horizonte de experiências uma camada de mundo humano. Há pessoas em suas fotografias, assim como há uma profusão de espaços sem pessoas. Mas as pessoas, quando aparecem, na maioria das vezes, se manifestam como massa, como aglomeração, como grupo ou, ainda, como personagens de uma imagem que parece remeter a imagens arquetípicas do universo artístico. Raras são as fotos que colocam em cena algo que poderíamos chamar de "intimidade" (quando elas aparecem são como cortes de séries) e os poucos retratos humanos parecem guiados pela procura de "singularidades". Em um mundo no qual a intimidade é submetida a um regime tirânico de superexposição, em que a "espontaneidade" é o espaço por excelência de imposição de códigos disciplinares de conduta e comportamento, em que os gestos aparentemente mais "livres" trazem em si o peso brutal de uma história de adestramento dos corpos e de padronização das individualidades, retirar uma camada do mundo humano é uma postura ética. Ela consiste em não fazer da vida privada um refúgio ilusório, estratégia clássica do mundo burguês com a intimidade de suas homes desenhadas por decoradores, com sua memorabilia de viagens exóticas. Mas esse ato de retirar camadas é uma forma de desvelamento. É desta maneira que Restiffe pode deslocar nosso olhar em direção ao lugar no qual os sujeitos efetivamente estão. Se Restiffe é um dos poucos fotógrafos atuais a saber fotografar processos históricos (vide sua bela série intitulada "Empossamento", sobre a posse de Lula em 2002, e suas fotos de manifestações populares na Rússia), é por saber que sujeitos não são indivíduos. Sujeitos são processos. Suas fotografias têm, em vários momentos, a força de quem apreende processos, de quem percebe grupos e massas em dinâmica de incorporação. Mas, principalmente, há sujeitos também nas coisas, nas marcas das coisas construídas, deixadas normalmente fora do olhar, mas marcadas pela presença humana indireta. Há o tempo das coisas, que revela uma impressionante dimensão passiva do tempo humano. Um tempo passivo, distinto da atividade dos processos de incorporação. É da imbricação destes dois tempos distintos, tempos a respeito dos quais perdemos a capacidade de compreender sua humanidade, que as fotografias de Restiffe são feitas.
colunas
Sem nenhum texto, Mauro Restiffe lança seu primeiro livro de fotografiasFoi sem palavras que o fotógrafo Mauro Restiffe resolveu publicar o primeiro livro com seus trabalhos (ed. Cobogó, 272 págs.). Não há aqui os textos introdutórios tão comuns em volumes sobre fotografia. Não há o título das obras em legenda –os títulos e créditos estão em um encarte à parte– nem sequer os números das páginas. Em suma, não há fala, nada que se assemelhe a uma fala que viria em momento posterior à imagem, organizando-a, direcionando seu sentido, construindo exteriormente suas relações. Há apenas esse modelo muito singular de presença que nós chamamos normalmente de "imagem". Um dos fotógrafos brasileiros mais consistentes de sua geração, Restiffe apresenta um livro capaz de construir por subtração, como se criar fosse, inicialmente, retirar as coisas do horizonte que normalmente lhes envolve. Mas esse gesto de deslocamento não se dá por meio do ato bruto de suspender o objeto de seu contexto, como vemos em várias estratégias de produção da arte contemporânea que visam criar uma espécie de "aura de pedestal". Aqui, a subtração se dá por corte. São espaços cortados, ângulos de construções arquitetônicas que emergem de sua função, cadeiras de praia em praias vazias, edifícios que aparecem como monumentos, monumentos enquadrados pela metade. Como se o corte liberasse o instante de seu fluxo, o espaço de seu código. No entanto, há uma subtração ainda mais decisiva e impressionante. Há uma camada do mundo humano que falta. Para liberar o instante de seu fluxo, o espaço de seu código, Restiffe retirou do horizonte de experiências uma camada de mundo humano. Há pessoas em suas fotografias, assim como há uma profusão de espaços sem pessoas. Mas as pessoas, quando aparecem, na maioria das vezes, se manifestam como massa, como aglomeração, como grupo ou, ainda, como personagens de uma imagem que parece remeter a imagens arquetípicas do universo artístico. Raras são as fotos que colocam em cena algo que poderíamos chamar de "intimidade" (quando elas aparecem são como cortes de séries) e os poucos retratos humanos parecem guiados pela procura de "singularidades". Em um mundo no qual a intimidade é submetida a um regime tirânico de superexposição, em que a "espontaneidade" é o espaço por excelência de imposição de códigos disciplinares de conduta e comportamento, em que os gestos aparentemente mais "livres" trazem em si o peso brutal de uma história de adestramento dos corpos e de padronização das individualidades, retirar uma camada do mundo humano é uma postura ética. Ela consiste em não fazer da vida privada um refúgio ilusório, estratégia clássica do mundo burguês com a intimidade de suas homes desenhadas por decoradores, com sua memorabilia de viagens exóticas. Mas esse ato de retirar camadas é uma forma de desvelamento. É desta maneira que Restiffe pode deslocar nosso olhar em direção ao lugar no qual os sujeitos efetivamente estão. Se Restiffe é um dos poucos fotógrafos atuais a saber fotografar processos históricos (vide sua bela série intitulada "Empossamento", sobre a posse de Lula em 2002, e suas fotos de manifestações populares na Rússia), é por saber que sujeitos não são indivíduos. Sujeitos são processos. Suas fotografias têm, em vários momentos, a força de quem apreende processos, de quem percebe grupos e massas em dinâmica de incorporação. Mas, principalmente, há sujeitos também nas coisas, nas marcas das coisas construídas, deixadas normalmente fora do olhar, mas marcadas pela presença humana indireta. Há o tempo das coisas, que revela uma impressionante dimensão passiva do tempo humano. Um tempo passivo, distinto da atividade dos processos de incorporação. É da imbricação destes dois tempos distintos, tempos a respeito dos quais perdemos a capacidade de compreender sua humanidade, que as fotografias de Restiffe são feitas.
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Boulos quer MTST nas ruas; Demétrio diz que decisão cabe ao Congresso
Em sua segunda edição, o programa "Fla-Flu", exibido pela "TV Folha" e que promove debates entre personalidades com ideias opostas, recebeu Guilherme Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que defende a permanência da presidente Dilma Rousseff, e Demétrio Magnoli, doutor em geografia humana e especialista em política internacional. No programa, os colunistas da Folha discutiram –de modo inflamado– a legitimidade do processo de impeachment conduzido na Câmara dos Deputados. Boulos disse não houve crime de responsabilidade praticado por Dilma para que a presidente seja impedida de seguir no poder. Segundo ele, "não é só o impeachment que está em jogo, mas também o pacote que vem junto com o golpe: uma devassa nas ações sociais de governo sem precedentes". Magnoli questionou a argumentação de Boulos. "Quem decide se houve crime de responsabilidade é o Congresso. Se há um golpe, a maioria do Supremo [Tribunal Federal] chancela o golpe", disse.
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Boulos quer MTST nas ruas; Demétrio diz que decisão cabe ao CongressoEm sua segunda edição, o programa "Fla-Flu", exibido pela "TV Folha" e que promove debates entre personalidades com ideias opostas, recebeu Guilherme Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que defende a permanência da presidente Dilma Rousseff, e Demétrio Magnoli, doutor em geografia humana e especialista em política internacional. No programa, os colunistas da Folha discutiram –de modo inflamado– a legitimidade do processo de impeachment conduzido na Câmara dos Deputados. Boulos disse não houve crime de responsabilidade praticado por Dilma para que a presidente seja impedida de seguir no poder. Segundo ele, "não é só o impeachment que está em jogo, mas também o pacote que vem junto com o golpe: uma devassa nas ações sociais de governo sem precedentes". Magnoli questionou a argumentação de Boulos. "Quem decide se houve crime de responsabilidade é o Congresso. Se há um golpe, a maioria do Supremo [Tribunal Federal] chancela o golpe", disse.
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Leitor comenta reportagem sobre vereador que afirma comprar 90 mil folhas sulfites por mês
A Folha mostrou a gastança desenfreada do vereador Senival Moura. É duro constatar que há mais 54 eleitos para fazer exatamente o que o edil petista melhor faz: gastar dinheiro público na maior cara de pau. Só cinco bastariam. Para que 55? * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Leitor comenta reportagem sobre vereador que afirma comprar 90 mil folhas sulfites por mêsA Folha mostrou a gastança desenfreada do vereador Senival Moura. É duro constatar que há mais 54 eleitos para fazer exatamente o que o edil petista melhor faz: gastar dinheiro público na maior cara de pau. Só cinco bastariam. Para que 55? * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Escolas privadas cancelam aulas após docentes aderirem à greve do dia 28
Escolas particulares de São Paulo têm cancelado as aulas na sexta-feira (28) após a adesão de professores ao chamado de greve geral. O ato foi convocado por sindicatos e outros movimentos sociais contra as reformas da Previdência e das leis trabalhistas promovidas pelo governo Michel Temer. Alguns colégios tradicionais da capital paulista já divulgaram comunicados às famílias sobre a paralisação. As coordenadorias das escolas têm ressaltado que as aulas serão repostas. O colégio Santa Cruz, da zona oeste, por exemplo, informou em comunicado que os professores decidiram pela adesão, mas pontuou não concordar com a medida. "Apesar de não apoiarmos a decisão, resguardamos o direito constitucional à greve", diz a nota. Colégios como o Equipe, Palmares, Lourenço Castanho, Stance Dual, Escola Viva e Santi já anunciaram que não haverá aulas. O Sinpro-SP decidiu parar em assembleia no último dia 8, contra três reformas do governo Temer: terceirização, reforma trabalhista e a previdenciária. No Lourenço Castanho, zona sul, 70% dos 230 professores decidiram aderir à paralisação, o que motivou a direção da escola, que tem 1.300 alunos, a cancelar as atividades. "Ontem à noite [segunda-feira, 24] passamos comunicado aos pais. Embora a escola não apoie, não temos outra alternativa a não ser suspender a aula e marcar reposição dessas atividades", disse Silvia Gouvea, sócia da escola. Segundo Gouvea, mais de 15 famílias mandaram mensagens questionando o comunicado. Nas redes sociais, pais se dividiam em relação à atitude das escolas que decidiram fechar nesta sexta. Alguns consideravam absurdo privar os alunos das aulas, enquanto outros defendiam o protesto. Por que o governo quer mexer na Previdência Nessas escolas, a decisão de engrossar a paralisações contra a reforma da Previdência foi debatida entre os professores nos últimos dias. Além de cancelar as aulas, o colégio Equipe vai promover uma aula pública no Largo Santa Cecília a partir das 11h da sexta. Segundo Rodrigo Travitzki, professor do Equipe há 15 anos, as conversas entre os professores começaram no fim do mês passado. "Começou com os professores mais jovens e, apesar de a direção inicialmente ser contra, o diálogo foi muito bom", disse. "O esforço nosso foi pensarmos enquanto categoria e enquanto sociedade". Em nota, o Palmares, zona oeste, informou que optou por suspender suas atividades para garantir segurança dos alunos e da equipe escolar. "Não temos como ter certeza que a movimentação pela cidade se dará de forma segura. Além das categorias que já anunciaram a adesão à greve geral, há confirmação de manifestação no Largo da Batata". A manifestação dos professores no local está prevista para as 15h. Em 31 de março, docentes de várias escolas particulares deram aulas vestidos de preto, com números colados às suas roupas, indicando a idade com que poderiam se aposentar caso a reforma seja aprovada. Desde então, o governo desistiu de incluir professores na regra geral para aposentadoria, mantendo o direito de conseguirem o benefício mais cedo do que é exigido dos demais trabalhadores. CONTRA A Associação Brasileira de Escolas Particulares divulgou nota afirmando que a adesão dos professores representa "quebra nas relações contratuais". "Importante assegurar que o direito legítimo à manifestação pública não se faça em detrimento do direito de outros cidadãos em garantir a seus filhos a possibilidade de frequentar a escola nos dias letivos previamente marcados." O Sieeesp (sindicato das escolas particulares) afirmou em nota que "não é favorável, não autoriza e nem apoia a propalada greve dos professores de escolas particulares". "O movimento é apenas uma manifestação da CUT [Central Única dos Trabalhadores] e seus sindicatos afiliados em defesa de seus interesses e causas políticas", diz a nota. A entidade ainda ressalta que os professores da rede particular que se posicionarem a favor do movimento "poderão ter seu dia de trabalho descontado da folha de pagamento", mas que qualquer atitude contrária fica a cargo das escolas. O Sinpro-SP não é filiado a nenhuma central sindical. Embora a origem do movimento desta sexta (28) esteja muito identificado com a CUT, o professor José Salvador Faro, do departamento de comunicação do sindicato, diz que no momento já há uma frente sindical de várias centrais. "O Temer conseguiu um milagre com essas reformas: unir as centrais sindicais", comenta. Segundo ele, os professores têm se mobilizado desde primeira manifestação contra as reformas, no dia 15 de março. O professor diz que o sindicato decidiu usar o termo "greve" em vez de "paralisação", porque o impacto político é maior. Faro afirma ainda que o comunicado do Sieesp tem sido usado para intimidar os professores nas escolas. "Muitas colocaram o papel ao lado do livro de ponto, mas não colocaram o comunicado do Sinpro. Parece uma forma de intimidação." Por causa do grande aumento de consultas de professores, o sindicato criou um serviço telefônico apenas para tirar dúvidas trabalhistas ou administrativas sobre a greve do dia 28. Segundo Faro, há preocupação sobre o que pode ser descontado do salário e se há algum tipo de sanção caso o professor falte nesse dia. Outro motivo para a linha especial, diz ele, é distribuir o material produzido para esta sexta: panfletos, camisetas e broches. Em paralelo com o sindicato, um grupo de professores que afirma ter "organização horizontal" (sem liderança nem hierarquia formal) organiza a paralisação do docentes por meio de redes sociais. Reunindo desde 2014, os professores organizaram assembleias em separado dentro de cada uma das escolas em que trabalham, para reforçar a adesão e tentar convencer os estabelecimentos a fechar as portas nesse dia em apoio ao movimento. Algumas unidades, como o colégio Anália Franco, na zona leste, e Stockler, zona sul, informaram que vão manter as atividades, mas usar o dia para debates sobre as reformas. Professores da rede pública também anunciaram adesão à paralisação do dia 28. A Apeoesp (sindicato dos professores da rede estadual) convocou os docentes para o ato do Largo da Batata. Já o Sinpeem (que representa professores da rede municipal de São Paulo) faz ato às 15h em frente à Prefeitura. - - - - - -
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Escolas privadas cancelam aulas após docentes aderirem à greve do dia 28Escolas particulares de São Paulo têm cancelado as aulas na sexta-feira (28) após a adesão de professores ao chamado de greve geral. O ato foi convocado por sindicatos e outros movimentos sociais contra as reformas da Previdência e das leis trabalhistas promovidas pelo governo Michel Temer. Alguns colégios tradicionais da capital paulista já divulgaram comunicados às famílias sobre a paralisação. As coordenadorias das escolas têm ressaltado que as aulas serão repostas. O colégio Santa Cruz, da zona oeste, por exemplo, informou em comunicado que os professores decidiram pela adesão, mas pontuou não concordar com a medida. "Apesar de não apoiarmos a decisão, resguardamos o direito constitucional à greve", diz a nota. Colégios como o Equipe, Palmares, Lourenço Castanho, Stance Dual, Escola Viva e Santi já anunciaram que não haverá aulas. O Sinpro-SP decidiu parar em assembleia no último dia 8, contra três reformas do governo Temer: terceirização, reforma trabalhista e a previdenciária. No Lourenço Castanho, zona sul, 70% dos 230 professores decidiram aderir à paralisação, o que motivou a direção da escola, que tem 1.300 alunos, a cancelar as atividades. "Ontem à noite [segunda-feira, 24] passamos comunicado aos pais. Embora a escola não apoie, não temos outra alternativa a não ser suspender a aula e marcar reposição dessas atividades", disse Silvia Gouvea, sócia da escola. Segundo Gouvea, mais de 15 famílias mandaram mensagens questionando o comunicado. Nas redes sociais, pais se dividiam em relação à atitude das escolas que decidiram fechar nesta sexta. Alguns consideravam absurdo privar os alunos das aulas, enquanto outros defendiam o protesto. Por que o governo quer mexer na Previdência Nessas escolas, a decisão de engrossar a paralisações contra a reforma da Previdência foi debatida entre os professores nos últimos dias. Além de cancelar as aulas, o colégio Equipe vai promover uma aula pública no Largo Santa Cecília a partir das 11h da sexta. Segundo Rodrigo Travitzki, professor do Equipe há 15 anos, as conversas entre os professores começaram no fim do mês passado. "Começou com os professores mais jovens e, apesar de a direção inicialmente ser contra, o diálogo foi muito bom", disse. "O esforço nosso foi pensarmos enquanto categoria e enquanto sociedade". Em nota, o Palmares, zona oeste, informou que optou por suspender suas atividades para garantir segurança dos alunos e da equipe escolar. "Não temos como ter certeza que a movimentação pela cidade se dará de forma segura. Além das categorias que já anunciaram a adesão à greve geral, há confirmação de manifestação no Largo da Batata". A manifestação dos professores no local está prevista para as 15h. Em 31 de março, docentes de várias escolas particulares deram aulas vestidos de preto, com números colados às suas roupas, indicando a idade com que poderiam se aposentar caso a reforma seja aprovada. Desde então, o governo desistiu de incluir professores na regra geral para aposentadoria, mantendo o direito de conseguirem o benefício mais cedo do que é exigido dos demais trabalhadores. CONTRA A Associação Brasileira de Escolas Particulares divulgou nota afirmando que a adesão dos professores representa "quebra nas relações contratuais". "Importante assegurar que o direito legítimo à manifestação pública não se faça em detrimento do direito de outros cidadãos em garantir a seus filhos a possibilidade de frequentar a escola nos dias letivos previamente marcados." O Sieeesp (sindicato das escolas particulares) afirmou em nota que "não é favorável, não autoriza e nem apoia a propalada greve dos professores de escolas particulares". "O movimento é apenas uma manifestação da CUT [Central Única dos Trabalhadores] e seus sindicatos afiliados em defesa de seus interesses e causas políticas", diz a nota. A entidade ainda ressalta que os professores da rede particular que se posicionarem a favor do movimento "poderão ter seu dia de trabalho descontado da folha de pagamento", mas que qualquer atitude contrária fica a cargo das escolas. O Sinpro-SP não é filiado a nenhuma central sindical. Embora a origem do movimento desta sexta (28) esteja muito identificado com a CUT, o professor José Salvador Faro, do departamento de comunicação do sindicato, diz que no momento já há uma frente sindical de várias centrais. "O Temer conseguiu um milagre com essas reformas: unir as centrais sindicais", comenta. Segundo ele, os professores têm se mobilizado desde primeira manifestação contra as reformas, no dia 15 de março. O professor diz que o sindicato decidiu usar o termo "greve" em vez de "paralisação", porque o impacto político é maior. Faro afirma ainda que o comunicado do Sieesp tem sido usado para intimidar os professores nas escolas. "Muitas colocaram o papel ao lado do livro de ponto, mas não colocaram o comunicado do Sinpro. Parece uma forma de intimidação." Por causa do grande aumento de consultas de professores, o sindicato criou um serviço telefônico apenas para tirar dúvidas trabalhistas ou administrativas sobre a greve do dia 28. Segundo Faro, há preocupação sobre o que pode ser descontado do salário e se há algum tipo de sanção caso o professor falte nesse dia. Outro motivo para a linha especial, diz ele, é distribuir o material produzido para esta sexta: panfletos, camisetas e broches. Em paralelo com o sindicato, um grupo de professores que afirma ter "organização horizontal" (sem liderança nem hierarquia formal) organiza a paralisação do docentes por meio de redes sociais. Reunindo desde 2014, os professores organizaram assembleias em separado dentro de cada uma das escolas em que trabalham, para reforçar a adesão e tentar convencer os estabelecimentos a fechar as portas nesse dia em apoio ao movimento. Algumas unidades, como o colégio Anália Franco, na zona leste, e Stockler, zona sul, informaram que vão manter as atividades, mas usar o dia para debates sobre as reformas. Professores da rede pública também anunciaram adesão à paralisação do dia 28. A Apeoesp (sindicato dos professores da rede estadual) convocou os docentes para o ato do Largo da Batata. Já o Sinpeem (que representa professores da rede municipal de São Paulo) faz ato às 15h em frente à Prefeitura. - - - - - -
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Buracos à vista
A inconsistência das delações premiadas ficou demonstrada já na primeira sessão do Supremo Tribunal Federal em tema importante da Lava Jato –abertura de ação penal por corrupção contra o presidente da Câmara dos Deputados, o segundo na hierarquia de sucessores do(a) presidente da República. Entre a acusação do procurador-geral Rodrigo Janot e a defesa feita pelo advogado Antonio Fernando de Souza, ficou mais do que a divergência esperada. Há um profundo buraco criado pela delação premiada e mantido por falta de investigação capaz de preenchê-lo, com a necessária confirmação ou negação do delatado. Um dos fatos adotados pela acusação como prova de que Eduardo Cunha recebeu ao menos US$ 5 milhões, subornado para não obstruir a contratação de dois navios-sonda pela Petrobras, é uma reunião descrita pelo delator Fernando Soares. Presentes Cunha, levado na carona por Soares, e Julio Camargo, para cobrança a este lobista do suborno devido aos dois, sendo maior a exigência do deputado. Com bastante ênfase, Rodrigo Janot citou as "provas investigadas" da reunião: o pagamento da garagem no Leblon para o carro de Soares e o plano de voo do avião de Julio Camargo para o Rio, ambos com a data do encontro. Não há por que desmentir a ocorrência da reunião com as três presenças e também sua finalidade, mas as "provas" da acusação não provam o que interessa no encontro: o carro de um e o avião do outro não atestam a presença de Eduardo Cunha. Talvez fosse difícil comprová-la, mas para esse problema a Lava Jato é formada por policiais e procuradores. Mal começo. E não foi o pior nele. Houve também um buraco literal. O advogado Antonio Fernando de Souza, ele próprio o procurador-geral que deixou numerosos buracos como acusador no processo do mensalão, lembrou que Fernando Soares repeliu a descrição do tal encontro naqueles termos, quando lhe foi apresentada a redação dada na Lava Jato em setembro de 2015. Mas esse trecho contestador do novo depoimento foi omitido pela acusação apresentada ao Supremo. Não é a primeira omissão injustificável, em transcrições feitas no âmbito da Lava Jato, de trecho que pode ser importante tanto para a configuração dos fatos, como para a defesa. E ainda que não fosse uma coisa nem outra, é outra omissão comprometedora dos rigores necessários. O procurador-geral Rodrigo Janot não respondeu a Antonio Fernando. Em 20 horas, Eduardo Cunha viu ruírem mais de cem dias de manobras protelatórias contra o processo ameaçador no Conselho de Ética da Câmara e, no Supremo, contra a abertura de ação penal que o investigará por corrupção, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, no mínimo. Há outras acusações a caminho. Em mais 20 horas, Eduardo Cunha verá julgada, ainda no Supremo, sua permanência na presidência da Câmara. Não me arrisco a imaginar o resultado. O que pode parecer uma forma de elogio aos ministros julgadores, mas antes decorre de desconhecer o que o procurador-geral Rodrigo Janot terá a dizer na ocasião. Daí por diante, porém, o que se passará na Câmara será mais atraente do que o período morno de depoimentos e investigações pedidos pelo Supremo. Entre os deputados, Eduardo Cunha e seus legionários iniciam logo nova batalha, com manobras redobradas por se tratar, agora, da defesa final do seu mandato. O governo que se cuide, porque o arsenal de pautas-bombas tem reservas. A situação moveu-se, afinal. Mas é preciso esperar para ver em que direção.
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Buracos à vistaA inconsistência das delações premiadas ficou demonstrada já na primeira sessão do Supremo Tribunal Federal em tema importante da Lava Jato –abertura de ação penal por corrupção contra o presidente da Câmara dos Deputados, o segundo na hierarquia de sucessores do(a) presidente da República. Entre a acusação do procurador-geral Rodrigo Janot e a defesa feita pelo advogado Antonio Fernando de Souza, ficou mais do que a divergência esperada. Há um profundo buraco criado pela delação premiada e mantido por falta de investigação capaz de preenchê-lo, com a necessária confirmação ou negação do delatado. Um dos fatos adotados pela acusação como prova de que Eduardo Cunha recebeu ao menos US$ 5 milhões, subornado para não obstruir a contratação de dois navios-sonda pela Petrobras, é uma reunião descrita pelo delator Fernando Soares. Presentes Cunha, levado na carona por Soares, e Julio Camargo, para cobrança a este lobista do suborno devido aos dois, sendo maior a exigência do deputado. Com bastante ênfase, Rodrigo Janot citou as "provas investigadas" da reunião: o pagamento da garagem no Leblon para o carro de Soares e o plano de voo do avião de Julio Camargo para o Rio, ambos com a data do encontro. Não há por que desmentir a ocorrência da reunião com as três presenças e também sua finalidade, mas as "provas" da acusação não provam o que interessa no encontro: o carro de um e o avião do outro não atestam a presença de Eduardo Cunha. Talvez fosse difícil comprová-la, mas para esse problema a Lava Jato é formada por policiais e procuradores. Mal começo. E não foi o pior nele. Houve também um buraco literal. O advogado Antonio Fernando de Souza, ele próprio o procurador-geral que deixou numerosos buracos como acusador no processo do mensalão, lembrou que Fernando Soares repeliu a descrição do tal encontro naqueles termos, quando lhe foi apresentada a redação dada na Lava Jato em setembro de 2015. Mas esse trecho contestador do novo depoimento foi omitido pela acusação apresentada ao Supremo. Não é a primeira omissão injustificável, em transcrições feitas no âmbito da Lava Jato, de trecho que pode ser importante tanto para a configuração dos fatos, como para a defesa. E ainda que não fosse uma coisa nem outra, é outra omissão comprometedora dos rigores necessários. O procurador-geral Rodrigo Janot não respondeu a Antonio Fernando. Em 20 horas, Eduardo Cunha viu ruírem mais de cem dias de manobras protelatórias contra o processo ameaçador no Conselho de Ética da Câmara e, no Supremo, contra a abertura de ação penal que o investigará por corrupção, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, no mínimo. Há outras acusações a caminho. Em mais 20 horas, Eduardo Cunha verá julgada, ainda no Supremo, sua permanência na presidência da Câmara. Não me arrisco a imaginar o resultado. O que pode parecer uma forma de elogio aos ministros julgadores, mas antes decorre de desconhecer o que o procurador-geral Rodrigo Janot terá a dizer na ocasião. Daí por diante, porém, o que se passará na Câmara será mais atraente do que o período morno de depoimentos e investigações pedidos pelo Supremo. Entre os deputados, Eduardo Cunha e seus legionários iniciam logo nova batalha, com manobras redobradas por se tratar, agora, da defesa final do seu mandato. O governo que se cuide, porque o arsenal de pautas-bombas tem reservas. A situação moveu-se, afinal. Mas é preciso esperar para ver em que direção.
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O povo na rua como terrorismo
Depois de grandes manifestações contra o governo, a crise econômica e a classe política que sacudiram a Espanha nos últimos anos, os poderes instituídos resolveram enfim responder. Não, eles nada fizeram para tentar dar alguma realidade institucional a demandas de democracia direta e de autonomia do poder em relação aos interesses do sistema financeiro. A toque de caixa, o governo espanhol aprovou leis que criminalizavam, entre outras coisas, "perturbações graves" junto ao Congresso e "uso indevido" de imagens de policiais. Por exemplo, graças a essa lei, uma espanhola que fotografou um carro da polícia estacionado em área proibida foi multada. Esta é a forma que, atualmente, os "Estados democráticos" respondem quando se sentem ameaçados pela revolta popular: eles procuram todos os meios para transformar a revolta política em crime. Como nenhuma ideia ruim vem à existência sem alguém que tenha a crença de devermos aplicá-la por nossas bandas, o Senado brasileiro acaba de aprovar uma lei que, no fundo, visa simplesmente impor medo aos cidadãos que ousem ir novamente às ruas para manifestar contra a casta política que os governa e seus interesses. Ela vem com o nome de "lei antiterrorista", mesmo que, no Brasil, até segunda ordem, ninguém tenha ouvido falar da existência de "grupos terroristas", a não ser pela boca de políticos do PSDB, que, na era de FHC, o sábio, gostavam de chamar o MST de "terrorista", ou de revistas humorísticas travestidas de semanários de notícia que chamavam manifestantes com a mesma alcunha. Duas interpretações então se impõem. Ou a lei é um caso absolutamente único de legislação constituída antes do fato que a legitime ou ela tem um fato, mas ele não é aquele que alguns procuram nos fazer acreditar. Vejamos, por exemplo, como a lei tipifica "terrorismo": "Provocar ou infundir medo ou terror generalizado mediante ofensa ou tentativa de ofensa à vida, à integridade, à saúde ou à privação da liberdade da pessoa". Provocar terror generalizado mediante tentativa de ofensa à saúde: como todos podem perceber, trata-se de uma definição quase cômica que nem com a maior boa vontade permitiria individualizar com clareza aquelas condutas que deveriam ser tipificadas como terrorismo. Pela definição, a clássica emissão radiofônica de Orson Welles sobre um ataque de marcianos cujo realismo era tamanho que provocou pânico na população seria tipificada de terrorismo pelos parlamentares brasileiros. No entanto, por alguma razão singular, nenhum parlamentar lembrou de tipificar como terrorismo o ato de provocar terror generalizado por meio da corrupção ao bem público. De toda forma, como nossa polícia é eivada de admiradores confessos da ditadura de 64 ou de especialistas em inteligência militar capazes de transformar embalagem de Nescau e de vinagre em artefato bélico, dá para imaginar como será interpretado o ato de "provocar terror generalizado". Afinal, sempre se é o terrorista de alguém. Neste ponto, o sempre alerta senador Aloysio Nunes conseguiu o feito inacreditável de piorar uma lei já medonha ao retirar o parágrafo que afirmava que a nova legislação não se aplica a: "conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou categoria profissional". É que a política brasileira já dispensou a fase dos disfarces. É claro que, ao menos neste ponto, o Brasil não inova. Faz parte da 'novilíngua' atual usar uma noção completamente vaga de "terrorismo" para justificar um Estado de exceção permanente no interior do qual podemos flexibilizar leis que garantem liberdade individual, fichar manifestantes de toda ordem e exigir que as pessoas não tirem fotos de carros de polícia estacionados em lugar proibido. Pois há algo que as democracias oligárquicas atuais têm mais medo do que de terroristas reais: manifestantes nas ruas. No entanto, há um ponto no qual a lei brasileira abre novos caminhos para o mundo, a saber, na tipificação de "terrorismo contra coisas". Sim, é possível ser terrorista contra coisas, desde que tais coisas sejam "meio de transporte coletivo" de propriedade de empresas cujos donos costumam ter contas na Suíça, "instituições do sistema financeiro nacional e sua rede de atendimento", entre tantos outros. Uma lei contra depredação de patrimônio não basta. Quebrar vidraça de banco só podia mesmo ser terrorismo.
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O povo na rua como terrorismoDepois de grandes manifestações contra o governo, a crise econômica e a classe política que sacudiram a Espanha nos últimos anos, os poderes instituídos resolveram enfim responder. Não, eles nada fizeram para tentar dar alguma realidade institucional a demandas de democracia direta e de autonomia do poder em relação aos interesses do sistema financeiro. A toque de caixa, o governo espanhol aprovou leis que criminalizavam, entre outras coisas, "perturbações graves" junto ao Congresso e "uso indevido" de imagens de policiais. Por exemplo, graças a essa lei, uma espanhola que fotografou um carro da polícia estacionado em área proibida foi multada. Esta é a forma que, atualmente, os "Estados democráticos" respondem quando se sentem ameaçados pela revolta popular: eles procuram todos os meios para transformar a revolta política em crime. Como nenhuma ideia ruim vem à existência sem alguém que tenha a crença de devermos aplicá-la por nossas bandas, o Senado brasileiro acaba de aprovar uma lei que, no fundo, visa simplesmente impor medo aos cidadãos que ousem ir novamente às ruas para manifestar contra a casta política que os governa e seus interesses. Ela vem com o nome de "lei antiterrorista", mesmo que, no Brasil, até segunda ordem, ninguém tenha ouvido falar da existência de "grupos terroristas", a não ser pela boca de políticos do PSDB, que, na era de FHC, o sábio, gostavam de chamar o MST de "terrorista", ou de revistas humorísticas travestidas de semanários de notícia que chamavam manifestantes com a mesma alcunha. Duas interpretações então se impõem. Ou a lei é um caso absolutamente único de legislação constituída antes do fato que a legitime ou ela tem um fato, mas ele não é aquele que alguns procuram nos fazer acreditar. Vejamos, por exemplo, como a lei tipifica "terrorismo": "Provocar ou infundir medo ou terror generalizado mediante ofensa ou tentativa de ofensa à vida, à integridade, à saúde ou à privação da liberdade da pessoa". Provocar terror generalizado mediante tentativa de ofensa à saúde: como todos podem perceber, trata-se de uma definição quase cômica que nem com a maior boa vontade permitiria individualizar com clareza aquelas condutas que deveriam ser tipificadas como terrorismo. Pela definição, a clássica emissão radiofônica de Orson Welles sobre um ataque de marcianos cujo realismo era tamanho que provocou pânico na população seria tipificada de terrorismo pelos parlamentares brasileiros. No entanto, por alguma razão singular, nenhum parlamentar lembrou de tipificar como terrorismo o ato de provocar terror generalizado por meio da corrupção ao bem público. De toda forma, como nossa polícia é eivada de admiradores confessos da ditadura de 64 ou de especialistas em inteligência militar capazes de transformar embalagem de Nescau e de vinagre em artefato bélico, dá para imaginar como será interpretado o ato de "provocar terror generalizado". Afinal, sempre se é o terrorista de alguém. Neste ponto, o sempre alerta senador Aloysio Nunes conseguiu o feito inacreditável de piorar uma lei já medonha ao retirar o parágrafo que afirmava que a nova legislação não se aplica a: "conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou categoria profissional". É que a política brasileira já dispensou a fase dos disfarces. É claro que, ao menos neste ponto, o Brasil não inova. Faz parte da 'novilíngua' atual usar uma noção completamente vaga de "terrorismo" para justificar um Estado de exceção permanente no interior do qual podemos flexibilizar leis que garantem liberdade individual, fichar manifestantes de toda ordem e exigir que as pessoas não tirem fotos de carros de polícia estacionados em lugar proibido. Pois há algo que as democracias oligárquicas atuais têm mais medo do que de terroristas reais: manifestantes nas ruas. No entanto, há um ponto no qual a lei brasileira abre novos caminhos para o mundo, a saber, na tipificação de "terrorismo contra coisas". Sim, é possível ser terrorista contra coisas, desde que tais coisas sejam "meio de transporte coletivo" de propriedade de empresas cujos donos costumam ter contas na Suíça, "instituições do sistema financeiro nacional e sua rede de atendimento", entre tantos outros. Uma lei contra depredação de patrimônio não basta. Quebrar vidraça de banco só podia mesmo ser terrorismo.
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E não se move
Segundo informações divulgadas pelo IBGE na sexta-feira (15), o rendimento médio do trabalho começou a cair em outubro -baixa de 1%. O número de pessoas empregadas diminuiu 0,3%. Dada a degradação da economia, a piora ainda não é expressiva, mas não há motivo para acreditar que a situação não se tenha agravado desde então. A combinação de menos empregos e menor renda produziu a primeira queda significativa do total de rendimentos desde que se dispõe da informação em âmbito nacional, 2012. As vendas do comércio, porém, já vinham encolhendo. Até novembro do ano passado, o varejo vendera 4% menos que em 2014. Se considerados também o comércio de veículos e de material de construção, a queda vai a 8,4%. O desemprego nacional passou de 6,6% para 9% em um ano, alta devida mais ao aumento do número de pessoas que voltaram ao mercado de trabalho do que às demissões. O excesso de mão de obra disponível deve contribuir para redução ainda maior do salário médio. O ceticismo generalizado entre empresários e consumidores, os maus prognósticos para salários e comércio, a inoperância do governo e a perspectiva de crise política contínua eram bastantes para angustiar os cidadãos. Novos tumultos internacionais, todavia, tornam o quadro mais sombrio. Renovadas dúvidas sobre o grau de redução do ritmo da economia chinesa são um dos fatores principais da tensão, que provoca onda de descrédito em relação aos emergentes. Dada a instabilidade doméstica, o Brasil se vê atingido com intensidade maior -aumentou muito a percepção de que é arriscado investir aqui. Como se fosse pouco, a turbulência na China ainda contribui para derrubar os preços do petróleo, deprimido pelo excesso de oferta. O barateamento da energia seria benéfico se não fosse o estado ruinoso da Petrobras, que se desfaz de patrimônio e corta investimentos a fim de continuar respirando. Dadas a importância da empresa, seu tamanho e o fato de o governo ser na prática o garantidor de suas finanças, a derrubada de preços do petróleo prejudica ainda mais o crédito do Brasil, encarecendo o custo dos empréstimos internacionais e afetando o valor do real. Além da deterioração objetiva das condições financeiras, a confiança é ainda mais abatida. O governo da presidente Dilma Rousseff (PT), diminuído pela penúria de recursos políticos, econômicos, administrativos e intelectuais, permanece letárgico, outra vez adepto de medidas pontuais, incapaz de reagir à gravidade da situação. editoriais@uol.com.br
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E não se moveSegundo informações divulgadas pelo IBGE na sexta-feira (15), o rendimento médio do trabalho começou a cair em outubro -baixa de 1%. O número de pessoas empregadas diminuiu 0,3%. Dada a degradação da economia, a piora ainda não é expressiva, mas não há motivo para acreditar que a situação não se tenha agravado desde então. A combinação de menos empregos e menor renda produziu a primeira queda significativa do total de rendimentos desde que se dispõe da informação em âmbito nacional, 2012. As vendas do comércio, porém, já vinham encolhendo. Até novembro do ano passado, o varejo vendera 4% menos que em 2014. Se considerados também o comércio de veículos e de material de construção, a queda vai a 8,4%. O desemprego nacional passou de 6,6% para 9% em um ano, alta devida mais ao aumento do número de pessoas que voltaram ao mercado de trabalho do que às demissões. O excesso de mão de obra disponível deve contribuir para redução ainda maior do salário médio. O ceticismo generalizado entre empresários e consumidores, os maus prognósticos para salários e comércio, a inoperância do governo e a perspectiva de crise política contínua eram bastantes para angustiar os cidadãos. Novos tumultos internacionais, todavia, tornam o quadro mais sombrio. Renovadas dúvidas sobre o grau de redução do ritmo da economia chinesa são um dos fatores principais da tensão, que provoca onda de descrédito em relação aos emergentes. Dada a instabilidade doméstica, o Brasil se vê atingido com intensidade maior -aumentou muito a percepção de que é arriscado investir aqui. Como se fosse pouco, a turbulência na China ainda contribui para derrubar os preços do petróleo, deprimido pelo excesso de oferta. O barateamento da energia seria benéfico se não fosse o estado ruinoso da Petrobras, que se desfaz de patrimônio e corta investimentos a fim de continuar respirando. Dadas a importância da empresa, seu tamanho e o fato de o governo ser na prática o garantidor de suas finanças, a derrubada de preços do petróleo prejudica ainda mais o crédito do Brasil, encarecendo o custo dos empréstimos internacionais e afetando o valor do real. Além da deterioração objetiva das condições financeiras, a confiança é ainda mais abatida. O governo da presidente Dilma Rousseff (PT), diminuído pela penúria de recursos políticos, econômicos, administrativos e intelectuais, permanece letárgico, outra vez adepto de medidas pontuais, incapaz de reagir à gravidade da situação. editoriais@uol.com.br
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Protesto contra nacionalistas reuniu de milicianos a religiosos na Virgínia
Religiosos em suas vestes clericais. Uma mulher distribuindo flores. Ativistas do movimento Black Lives Matter. Milicianos armados. Estudantes. Manifestantes antifascistas irados. O grupo diversificado que se reuniu para fazer oposição a um encontro de nacionalistas brancos no fim de semana nesta cidade universitária da Virginia era grande —maior que o contingente nacionalista. Os manifestantes contrários aos nacionalistas não se organizaram coletivamente. Foi um esforço improvisado por grupos que tinham uma missão comum: mostrar que o ódio não é bem-vindo. "Eles só queriam marcar presença para dizer 'não'. Queriam sair à rua, manifestar um amor forte pela comunidade e por tudo o que a América supostamente representa", disse Lisa Woolfork, professora da Universidade da Virginia e moradora de Charlottesville há 17 anos. "Acho isso profundamente animador, um grande incentivo." As autoridades ainda não divulgaram uma estimativa do número de presentes, mas parecia haver pelo menos 500 pessoas a favor do protesto desencadeado pela decisão da cidade de remover um monumento dos Confederados. Pelo menos o dobro desse número de pessoas parecia estar ali para se opor a elas. A violência entre os dois grupos explodiu antes do início marcado do protesto. Neonazistas, skinheads, membros do Ku Klux Klan e outros supremacistas brancos se dirigiram ao parque ao mesmo tempo que os manifestantes contrários, e os dois lados entraram em choque. Pessoas distribuíram socos e gritos, jogaram bombas de fumaça, atiraram garrafas de água e soltaram sprays químicos. Algumas vieram preparadas para brigar, com capacetes e proteção corporal. Outras corriam de um lado a outro, tentando evitar o caos. "Nunca antes me deparei cara a cara com tanto ódio. Foi uma coisa brutal", disse à Associated Press no domingo o acadêmico e ativista Cornel West, um dos manifestantes contrários mais conhecidos. Também houve bolsões de resistência pacífica. Uma mulher distribuía flores em silêncio. Um grupo formou um círculo e cantou hinos com as mãos erguidas. Um homem carregava uma tuba. Paramédicos voluntários ajudavam as pessoas atingidas pelo spray químico, enquanto outros distribuíam água e lanches. Walt Heinecke, outro professor da Universidade da Virgínia, conseguiu autorizações da prefeitura para eventos em dois parques próximos, e os manifestantes contrários usaram os parques para se reagrupar e refazer-se. Heinecke disse que ficou surpreso ao ver membros de um grupo de esquerdistas armados que se postaram nas proximidades, dando proteção às pessoas no parque. Enquanto isso, muitos dos participantes estavam atrás de barreiras montadas pelas autoridades, esperando para o evento começar. Mas os oradores não tiveram a chance de falar. Com o caos aumentando, as autoridades proibiram a manifestação e forçaram a multidão a se dispersar. Os líderes do protesto original, incluindo o organizador Jason Kessler —blogueiro e ativista de direita local— pediram aos seus membros que voltassem para casa. Kessler culpou a polícia pela violência, dizendo que ela não fez o suficiente para manter a ordem e proteger o direito de seu grupo à livre expressão. Duas horas mais tarde, grupinhos de manifestantes contrários convergiram numa rua do centro. Centenas de pessoas estavam passando ao lado, aplaudindo e agitando bandeiras. "A impressão era que tínhamos expulsado os nazistas da cidade", falou Ross Mittiga, pesquisador da Universidade da Virginia que tentou mais não conseguiu se eleger para a Câmara de Delegados do Estado. A impressão foi desfeita rapidamente quando um carro foi projetado contra a multidão, jogando pessoas no ar. Heather Heyer, 32, foi morta e 19 outras pessoas ficaram feridas. Horas mais tarde, um helicóptero da polícia estadual que participava da reação ao incidente caiu em um campo fora da cidade, deixando dois mortos. Em posts deixados em blogs depois da violência, o Daily Stormer, o principal site nacionalista branco que havia promovido o protesto em Charlottesville, prometeu mais eventos "em breve". Os opositores aos nacionalistas disseram que estarão preparados. "Temos que continuar a lutar, a defender o amor, a nos sacrificarmos pela justiça", disse Cornel West. "Não temos outra escolha neste momento." Tradução de CLARA ALLAIN.
mundo
Protesto contra nacionalistas reuniu de milicianos a religiosos na VirgíniaReligiosos em suas vestes clericais. Uma mulher distribuindo flores. Ativistas do movimento Black Lives Matter. Milicianos armados. Estudantes. Manifestantes antifascistas irados. O grupo diversificado que se reuniu para fazer oposição a um encontro de nacionalistas brancos no fim de semana nesta cidade universitária da Virginia era grande —maior que o contingente nacionalista. Os manifestantes contrários aos nacionalistas não se organizaram coletivamente. Foi um esforço improvisado por grupos que tinham uma missão comum: mostrar que o ódio não é bem-vindo. "Eles só queriam marcar presença para dizer 'não'. Queriam sair à rua, manifestar um amor forte pela comunidade e por tudo o que a América supostamente representa", disse Lisa Woolfork, professora da Universidade da Virginia e moradora de Charlottesville há 17 anos. "Acho isso profundamente animador, um grande incentivo." As autoridades ainda não divulgaram uma estimativa do número de presentes, mas parecia haver pelo menos 500 pessoas a favor do protesto desencadeado pela decisão da cidade de remover um monumento dos Confederados. Pelo menos o dobro desse número de pessoas parecia estar ali para se opor a elas. A violência entre os dois grupos explodiu antes do início marcado do protesto. Neonazistas, skinheads, membros do Ku Klux Klan e outros supremacistas brancos se dirigiram ao parque ao mesmo tempo que os manifestantes contrários, e os dois lados entraram em choque. Pessoas distribuíram socos e gritos, jogaram bombas de fumaça, atiraram garrafas de água e soltaram sprays químicos. Algumas vieram preparadas para brigar, com capacetes e proteção corporal. Outras corriam de um lado a outro, tentando evitar o caos. "Nunca antes me deparei cara a cara com tanto ódio. Foi uma coisa brutal", disse à Associated Press no domingo o acadêmico e ativista Cornel West, um dos manifestantes contrários mais conhecidos. Também houve bolsões de resistência pacífica. Uma mulher distribuía flores em silêncio. Um grupo formou um círculo e cantou hinos com as mãos erguidas. Um homem carregava uma tuba. Paramédicos voluntários ajudavam as pessoas atingidas pelo spray químico, enquanto outros distribuíam água e lanches. Walt Heinecke, outro professor da Universidade da Virgínia, conseguiu autorizações da prefeitura para eventos em dois parques próximos, e os manifestantes contrários usaram os parques para se reagrupar e refazer-se. Heinecke disse que ficou surpreso ao ver membros de um grupo de esquerdistas armados que se postaram nas proximidades, dando proteção às pessoas no parque. Enquanto isso, muitos dos participantes estavam atrás de barreiras montadas pelas autoridades, esperando para o evento começar. Mas os oradores não tiveram a chance de falar. Com o caos aumentando, as autoridades proibiram a manifestação e forçaram a multidão a se dispersar. Os líderes do protesto original, incluindo o organizador Jason Kessler —blogueiro e ativista de direita local— pediram aos seus membros que voltassem para casa. Kessler culpou a polícia pela violência, dizendo que ela não fez o suficiente para manter a ordem e proteger o direito de seu grupo à livre expressão. Duas horas mais tarde, grupinhos de manifestantes contrários convergiram numa rua do centro. Centenas de pessoas estavam passando ao lado, aplaudindo e agitando bandeiras. "A impressão era que tínhamos expulsado os nazistas da cidade", falou Ross Mittiga, pesquisador da Universidade da Virginia que tentou mais não conseguiu se eleger para a Câmara de Delegados do Estado. A impressão foi desfeita rapidamente quando um carro foi projetado contra a multidão, jogando pessoas no ar. Heather Heyer, 32, foi morta e 19 outras pessoas ficaram feridas. Horas mais tarde, um helicóptero da polícia estadual que participava da reação ao incidente caiu em um campo fora da cidade, deixando dois mortos. Em posts deixados em blogs depois da violência, o Daily Stormer, o principal site nacionalista branco que havia promovido o protesto em Charlottesville, prometeu mais eventos "em breve". Os opositores aos nacionalistas disseram que estarão preparados. "Temos que continuar a lutar, a defender o amor, a nos sacrificarmos pela justiça", disse Cornel West. "Não temos outra escolha neste momento." Tradução de CLARA ALLAIN.
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Paul Thomas Anderson diz que 'se apaixonou' por David Foster Wallace
O diretor Paul Thomas Anderson revelou em entrevista que, no único ano de faculdade que cursou, foi aluno de inglês de David Foster Wallace — autor conhecido pelo livro "Graça Infinita", que ainda não tinha sido lançado na época. Anderson disse que Wallace foi o primeiro professor pelo qual ele se apaixonou e que "nunca tinha conhecido alguém como ele". Durante o curso, o futuro diretor de cinema ligou para o escritor para pedir ajuda em um trabalho sobre Don DeLillo, autor que foi uma das maiores referências literárias de Wallace. Segundo o ex-aluno, David Foster Wallace era um professor bastante solícito e não se incomodava de receber telefonemas "à meia noite, no dia antes do prazo de entrega do trabalho". Na mesma entrevista ao podcast "WTF", Anderson falou também sobre seu lançamento mais recente, uma adaptação para o cinema do romance "Vício Inerente". O livro foi escrito por Thomas Pynchon, autor recluso da mesma corrente literária pós-moderna que Wallace e DeLillo. "O filme é sobre o Pynchon. Em segundo lugar, é sobre aquela ex-namorada que eu tenho, que todo mundo tem, que ainda tem todo o controle sobre você", afirmou Anderson. Ele disse que o filme é ambientado "naquele estado de mente [das drogas], em que você acha que as coisas estão muito claras, mas na verdade está em um surto paranoico". "Vício Inerente" é a história de um detetive particular em Los Angeles nos anos 1970, envolvido em uma conspiração regada a drogas e referências psicodélicas. O longa já foi lançado nos EUA, mas chega nos cinemas do Brasil apenas em 26 de março.
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Paul Thomas Anderson diz que 'se apaixonou' por David Foster WallaceO diretor Paul Thomas Anderson revelou em entrevista que, no único ano de faculdade que cursou, foi aluno de inglês de David Foster Wallace — autor conhecido pelo livro "Graça Infinita", que ainda não tinha sido lançado na época. Anderson disse que Wallace foi o primeiro professor pelo qual ele se apaixonou e que "nunca tinha conhecido alguém como ele". Durante o curso, o futuro diretor de cinema ligou para o escritor para pedir ajuda em um trabalho sobre Don DeLillo, autor que foi uma das maiores referências literárias de Wallace. Segundo o ex-aluno, David Foster Wallace era um professor bastante solícito e não se incomodava de receber telefonemas "à meia noite, no dia antes do prazo de entrega do trabalho". Na mesma entrevista ao podcast "WTF", Anderson falou também sobre seu lançamento mais recente, uma adaptação para o cinema do romance "Vício Inerente". O livro foi escrito por Thomas Pynchon, autor recluso da mesma corrente literária pós-moderna que Wallace e DeLillo. "O filme é sobre o Pynchon. Em segundo lugar, é sobre aquela ex-namorada que eu tenho, que todo mundo tem, que ainda tem todo o controle sobre você", afirmou Anderson. Ele disse que o filme é ambientado "naquele estado de mente [das drogas], em que você acha que as coisas estão muito claras, mas na verdade está em um surto paranoico". "Vício Inerente" é a história de um detetive particular em Los Angeles nos anos 1970, envolvido em uma conspiração regada a drogas e referências psicodélicas. O longa já foi lançado nos EUA, mas chega nos cinemas do Brasil apenas em 26 de março.
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Internacional decide em dois minutos e abre boa vantagem contra o Ituano
Jogando em casa, o Internacional abriu boa vantagem contra o Ituano, nesta quinta-feira (20), pelas oitavas de final da Copa do Brasil. O colorado venceu por os paulistas por 2 a 0. O Inter pode perder o jogo de volta por até dois gols de diferença, desde que também marque. Resultado de 2 a 0 para o Ituano leva o jogo à decisão por pênaltis. A equipe do interior paulista precisa vencer por três gols de vantagem para ficar com a vaga. A partida acontece na próxima quinta (27), no estádio Novelli Júnior, em Itu. Precisando de uma boa campanha para superar a eliminação na Libertadores e o desempenho irregular no Brasileiro, o Inter abriu o placar aos 14 minutos de jogo, com Vitinho. O meia arriscou de longe, a bola desviou na defesa e entrou sem chances para o goleiro Fábio. Dois minutos depois, Vitinho deixou Valdívia em boas condições para ampliar. Campeão paulista no ano passado, o time de Itu não repetiu o bom desempenho no estadual deste ano. Atualmente, está invicto na Copa Paulista. Para chegar às oitavas de final, eliminou o Goiás, pelo critério de gols marcados fora de casa. Veja vídeo
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Internacional decide em dois minutos e abre boa vantagem contra o ItuanoJogando em casa, o Internacional abriu boa vantagem contra o Ituano, nesta quinta-feira (20), pelas oitavas de final da Copa do Brasil. O colorado venceu por os paulistas por 2 a 0. O Inter pode perder o jogo de volta por até dois gols de diferença, desde que também marque. Resultado de 2 a 0 para o Ituano leva o jogo à decisão por pênaltis. A equipe do interior paulista precisa vencer por três gols de vantagem para ficar com a vaga. A partida acontece na próxima quinta (27), no estádio Novelli Júnior, em Itu. Precisando de uma boa campanha para superar a eliminação na Libertadores e o desempenho irregular no Brasileiro, o Inter abriu o placar aos 14 minutos de jogo, com Vitinho. O meia arriscou de longe, a bola desviou na defesa e entrou sem chances para o goleiro Fábio. Dois minutos depois, Vitinho deixou Valdívia em boas condições para ampliar. Campeão paulista no ano passado, o time de Itu não repetiu o bom desempenho no estadual deste ano. Atualmente, está invicto na Copa Paulista. Para chegar às oitavas de final, eliminou o Goiás, pelo critério de gols marcados fora de casa. Veja vídeo
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Pianista aprende técnicas do século 19 para recuperar som original de partitura
Peças clássicas de piano de compositores como Beethoven, Mozart e Chopin provavelmente soavam muito diferente quando os mestres as apresentaram pela primeira vez. Os pianos mudaram de maneira considerável, assim como a técnica. Durante a última década, um número crescente de musicólogos começou a examinar melhor como a técnica molda não apenas o som da música, mas também a reação do público a ela. "A música tem um pé na física e outro na estética", disse Rolf Inge Godoy, professor de musicologia na Universidade de Oslo, na Noruega. Godoy usa captura óptica de movimentos para estudar a física do movimento musical. Câmeras infravermelhas captam a luz de marcadores reflexivos colocados nas mãos de um violoncelista ou no corpo de um percussionista, registrando o movimento do artista em até 500 quadros por segundo e com a precisão de um terço de milímetro. Algoritmos de computador fazem então associações entre os dados do movimento, o que é escutado e o que os ouvintes dizem ter sentido. Recentemente, Godoy se dedicou a uma pergunta fascinante: como eram tocadas originalmente peças clássicas como a Variação K. 500 de Mozart e os Estudos, Opus 125, de Hummel, e como isso poderia ter feito diferença no som e na reação do público? Para descobrir, Godoy fez um projeto com Christina Kobb, aluna de doutorado na Academia de Música Norueguesa e chefe de teoria no Instituto de Música Barratt Due em Oslo. Como aluna visitante na Universidade Cornell em Ithaca, Nova York, em 2010, Kobb pesquisou tratados pedagógicos de piano do século 19 —essencialmente, manuais de instrução para tocar piano. As técnicas que eles descreviam, percebeu Kobb, diferiam drasticamente das que ela havia aprendido. "Eu não seguia sequer as mais básicas instruções dadas aos iniciantes na época", disse. "Eu me perguntei: isso faria diferença em minha forma de tocar?" Nos três anos seguintes, Kobb gradualmente substituiu seu estilo moderno pela técnica do século 19, aprendida em cerca de 20 tratados. Enquanto os pianistas modernos tendem a se debruçar sobre as teclas e manter os antebraços quase perpendiculares ao teclado, o estilo do século 19 mandava os pianistas se sentarem totalmente eretos. A postura evitava que eles usassem seu peso sobre o teclado, obrigando-os a usar movimentos menores dos dedos. Os cotovelos eram mantidos firmemente junto do corpo, com os antebraços inclinados para baixo e as mãos enviesadas. Conforme Kobb se tornou mais fluente nessa abordagem, descobriu que certos movimentos —saltar rapidamente entre acordes díspares, por exemplo— tornavam-se mais fluidos. Acordes e escalas soavam mais suaves e podiam ser tocados mais rapidamente, e as pausas dramáticas entre as notas -muitas vezes uma questão de necessidade física- se reduziam. O estilo antigo também permite que o pianista seja mais discriminatório ao escolher as notas a enfatizar, aprendeu Kobb, produzindo uma apresentação que é menos intensa pelos padrões atuais. "Há uma sensação física diferente na execução, assim como um resultado diferente", disse ela. Para identificar as fontes dessas diferenças, Godoy e seus colegas prenderam material reflexivo nos dedos e braços de Kobb e então a filmaram tocando um piano elétrico. Depois de analisar seus movimentos, os pesquisadores poderão dizer que diferenças técnicas são responsáveis pelas variações na música. "A correlação entre esforço físico e produção de som é o que queremos descobrir, mas para isso precisamos realizar uma extensa análise estatística", disse Godoy. Ele espera ter os resultados dentro de três ou quatro meses. Kobb, por sua vez, pretende mergulhar mais a fundo no repertório dos compositores românticos. "Está na hora de restaurar as primeiras técnicas para tentarmos nos aproximar de como a música soava na época de Beethoven."
ilustrada
Pianista aprende técnicas do século 19 para recuperar som original de partituraPeças clássicas de piano de compositores como Beethoven, Mozart e Chopin provavelmente soavam muito diferente quando os mestres as apresentaram pela primeira vez. Os pianos mudaram de maneira considerável, assim como a técnica. Durante a última década, um número crescente de musicólogos começou a examinar melhor como a técnica molda não apenas o som da música, mas também a reação do público a ela. "A música tem um pé na física e outro na estética", disse Rolf Inge Godoy, professor de musicologia na Universidade de Oslo, na Noruega. Godoy usa captura óptica de movimentos para estudar a física do movimento musical. Câmeras infravermelhas captam a luz de marcadores reflexivos colocados nas mãos de um violoncelista ou no corpo de um percussionista, registrando o movimento do artista em até 500 quadros por segundo e com a precisão de um terço de milímetro. Algoritmos de computador fazem então associações entre os dados do movimento, o que é escutado e o que os ouvintes dizem ter sentido. Recentemente, Godoy se dedicou a uma pergunta fascinante: como eram tocadas originalmente peças clássicas como a Variação K. 500 de Mozart e os Estudos, Opus 125, de Hummel, e como isso poderia ter feito diferença no som e na reação do público? Para descobrir, Godoy fez um projeto com Christina Kobb, aluna de doutorado na Academia de Música Norueguesa e chefe de teoria no Instituto de Música Barratt Due em Oslo. Como aluna visitante na Universidade Cornell em Ithaca, Nova York, em 2010, Kobb pesquisou tratados pedagógicos de piano do século 19 —essencialmente, manuais de instrução para tocar piano. As técnicas que eles descreviam, percebeu Kobb, diferiam drasticamente das que ela havia aprendido. "Eu não seguia sequer as mais básicas instruções dadas aos iniciantes na época", disse. "Eu me perguntei: isso faria diferença em minha forma de tocar?" Nos três anos seguintes, Kobb gradualmente substituiu seu estilo moderno pela técnica do século 19, aprendida em cerca de 20 tratados. Enquanto os pianistas modernos tendem a se debruçar sobre as teclas e manter os antebraços quase perpendiculares ao teclado, o estilo do século 19 mandava os pianistas se sentarem totalmente eretos. A postura evitava que eles usassem seu peso sobre o teclado, obrigando-os a usar movimentos menores dos dedos. Os cotovelos eram mantidos firmemente junto do corpo, com os antebraços inclinados para baixo e as mãos enviesadas. Conforme Kobb se tornou mais fluente nessa abordagem, descobriu que certos movimentos —saltar rapidamente entre acordes díspares, por exemplo— tornavam-se mais fluidos. Acordes e escalas soavam mais suaves e podiam ser tocados mais rapidamente, e as pausas dramáticas entre as notas -muitas vezes uma questão de necessidade física- se reduziam. O estilo antigo também permite que o pianista seja mais discriminatório ao escolher as notas a enfatizar, aprendeu Kobb, produzindo uma apresentação que é menos intensa pelos padrões atuais. "Há uma sensação física diferente na execução, assim como um resultado diferente", disse ela. Para identificar as fontes dessas diferenças, Godoy e seus colegas prenderam material reflexivo nos dedos e braços de Kobb e então a filmaram tocando um piano elétrico. Depois de analisar seus movimentos, os pesquisadores poderão dizer que diferenças técnicas são responsáveis pelas variações na música. "A correlação entre esforço físico e produção de som é o que queremos descobrir, mas para isso precisamos realizar uma extensa análise estatística", disse Godoy. Ele espera ter os resultados dentro de três ou quatro meses. Kobb, por sua vez, pretende mergulhar mais a fundo no repertório dos compositores românticos. "Está na hora de restaurar as primeiras técnicas para tentarmos nos aproximar de como a música soava na época de Beethoven."
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Jovem burla proibição e escala Grande Pirâmide do Egito; assista
Dizem alguns guias de viagem que escalar as pirâmides do Egito, uma das sete maravilhas do mundo antigo, era permitido –quiçá configurava passeio daqueles obrigatórios– até os anos 1980. O tempo passou, a consciência acerca da preservação cresceu e a atividade se tornou passível de prisão. E nem isso impede algumas figuras de tentar a façanha. O último aventureiro foi um alemão de 18 anos, que, como bom representante de sua geração, logo jogou fotos e vídeos na internet (que viralizaram; só no Instagram foram 16 mil curtidas). Andrej Ciesielski tem diversas publicações nas redes sociais do chamado "roofing" –escalada sem proteção em prédios e monumentos. Depois de se arriscar em cidades como Nova York e Dubai, em meados de janeiro o jovem escalou os mais de 140 metros da Grande Pirâmide. Segundo ele, foram oito minutos de subida -puxada no começo, porque rápida, para ganhar tempo em relação a uma eventual chegada da polícia, mas tranquila "como uma trilha na montanha". De acordo com seu relato, um ambulante que o viu no começo da escalada só deu risada; na metade do caminho, pessoas gritaram em árabe, provavelmente pedindo para ele descer. No alto, ele passou não mais do que cinco minutos fazendo fotos, para não deixar os policiais, já acionados, "ainda mais bravos". "Quando vi as outras pirâmides lá de cima, não podia acreditar que foram erguidas por humanos. Foi uma experiência incrível", limitou-se a dizer o jovem, quando perguntado por e-mail pela Folha se o ambiente era parecido com o que imaginava pelos livros. No vídeo, se vê a paisagem desértica da região, a grandiosidade das pirâmides e, surpresa, o vandalismo de pessoas que deixaram gravações nas pedras milenares. Depois de 20 minutos de descida, Ciesielski foi levado a uma delegacia, mas liberado em cerca de uma hora. De Munique, onde mora com os pais, ele negou à reportagem que tenha recebido um comunicado de banimento, do governo egípcio ou de órgãos da diplomacia alemã (informação veiculada pela mídia local). Ainda assim, afirma que não deve voltar. Nas redes sociais, comentários criticaram sua atitude. Ele afirma não ligar para isso. Andrej Ciesielski
turismo
Jovem burla proibição e escala Grande Pirâmide do Egito; assistaDizem alguns guias de viagem que escalar as pirâmides do Egito, uma das sete maravilhas do mundo antigo, era permitido –quiçá configurava passeio daqueles obrigatórios– até os anos 1980. O tempo passou, a consciência acerca da preservação cresceu e a atividade se tornou passível de prisão. E nem isso impede algumas figuras de tentar a façanha. O último aventureiro foi um alemão de 18 anos, que, como bom representante de sua geração, logo jogou fotos e vídeos na internet (que viralizaram; só no Instagram foram 16 mil curtidas). Andrej Ciesielski tem diversas publicações nas redes sociais do chamado "roofing" –escalada sem proteção em prédios e monumentos. Depois de se arriscar em cidades como Nova York e Dubai, em meados de janeiro o jovem escalou os mais de 140 metros da Grande Pirâmide. Segundo ele, foram oito minutos de subida -puxada no começo, porque rápida, para ganhar tempo em relação a uma eventual chegada da polícia, mas tranquila "como uma trilha na montanha". De acordo com seu relato, um ambulante que o viu no começo da escalada só deu risada; na metade do caminho, pessoas gritaram em árabe, provavelmente pedindo para ele descer. No alto, ele passou não mais do que cinco minutos fazendo fotos, para não deixar os policiais, já acionados, "ainda mais bravos". "Quando vi as outras pirâmides lá de cima, não podia acreditar que foram erguidas por humanos. Foi uma experiência incrível", limitou-se a dizer o jovem, quando perguntado por e-mail pela Folha se o ambiente era parecido com o que imaginava pelos livros. No vídeo, se vê a paisagem desértica da região, a grandiosidade das pirâmides e, surpresa, o vandalismo de pessoas que deixaram gravações nas pedras milenares. Depois de 20 minutos de descida, Ciesielski foi levado a uma delegacia, mas liberado em cerca de uma hora. De Munique, onde mora com os pais, ele negou à reportagem que tenha recebido um comunicado de banimento, do governo egípcio ou de órgãos da diplomacia alemã (informação veiculada pela mídia local). Ainda assim, afirma que não deve voltar. Nas redes sociais, comentários criticaram sua atitude. Ele afirma não ligar para isso. Andrej Ciesielski
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Salto em distância garante o primeiro ouro para o Brasil na Paraolimpíada
DE SÃO PAULO O para-atleta Ricardo Costa de Oliveira, 34, do salto em distância, conquistou nesta quinta-feira (8) a primeira medalha de ouro para o Brasil na Paraolimpíada do Rio. Ele atingiu a marca de 6.52 m e superou o americano Lex Gillete no último salto. O ucraniano Ruslan Katyshev, ouro em Londres-2012, ficou com o bronze. Oliveira compete na categoria T11 (para deficientes visuais). Ele liderou a prova durante a maior parte do tempo, mas foi ultrapassado por Gillete no penúltimo salto. A conquista do brasileiro veio com emoção, em sua última tentativa. Após garantir o lugar mais alto do pódio, Oliveira deu a volta olímpica no Engenhão e foi muito aplaudido. Mais cedo, o paulista Odair Santos, 35, ganhou a primeira medalha brasileira na Paraolimpíada, também no atletismo. Ele ficou com a prata na prova dos 5000 m, com o tempo de 15min17s55. O ouro ficou com o queniano Samwel Mushai Kimani (15min16s11), enquanto Wilson BII (15min22s96), também do Quênia, terminou com o bronze.
esporte
Salto em distância garante o primeiro ouro para o Brasil na Paraolimpíada DE SÃO PAULO O para-atleta Ricardo Costa de Oliveira, 34, do salto em distância, conquistou nesta quinta-feira (8) a primeira medalha de ouro para o Brasil na Paraolimpíada do Rio. Ele atingiu a marca de 6.52 m e superou o americano Lex Gillete no último salto. O ucraniano Ruslan Katyshev, ouro em Londres-2012, ficou com o bronze. Oliveira compete na categoria T11 (para deficientes visuais). Ele liderou a prova durante a maior parte do tempo, mas foi ultrapassado por Gillete no penúltimo salto. A conquista do brasileiro veio com emoção, em sua última tentativa. Após garantir o lugar mais alto do pódio, Oliveira deu a volta olímpica no Engenhão e foi muito aplaudido. Mais cedo, o paulista Odair Santos, 35, ganhou a primeira medalha brasileira na Paraolimpíada, também no atletismo. Ele ficou com a prata na prova dos 5000 m, com o tempo de 15min17s55. O ouro ficou com o queniano Samwel Mushai Kimani (15min16s11), enquanto Wilson BII (15min22s96), também do Quênia, terminou com o bronze.
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Governo perde votação de contribuição previdenciária dos Estados
O governo sofreu nesta terça (25) uma derrota na Câmara dos Deputados durante a votação do projeto que trata do socorro a Estados em situação de insolvência. O texto previa aumento de 11% para, pelo menos, 14% na contribuição previdenciária dos servidores, com o objetivo de reequilibrar as contas dos Estados em calamidade financeira. Os deputados, no entanto, retiraram essa exigência do projeto. A exigência foi imposta pela União, em troca de socorro federal a esses governos. A votação indica dificuldade do governo em conseguir mobilizar sua própria base para aprovar um tema ligado à Previdência. Segundo o relator do projeto de socorro na Câmara, Pedro Paulo (PMDB-RJ), a mudança não desfigura o projeto original e a exigência pode ser restabelecida em votação no Senado. Ele observou, porém, que isso demonstra "sensibilidade" dos deputados a assuntos relacionados à Previdência. Logo após a derrota do governo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), interrompeu a votação do projeto, que ainda não está concluída. Antes disso, dois destaques que tentavam reduzir as contrapartidas dos Estados à ajuda federal foram rejeitados. Maia alegou quórum baixo para prosseguir com a votação. Porém, a votação que acabou derrubando a contribuição previdenciária teve 430 votos (de um total de 513 deputados). Para manter o texto original, que criava a contribuição, o governo precisava de 257 votos. Só conseguiu 241, ou seja, 16 a menos do necessário. Outros 185 deputados votaram a favor da mudança. Governistas queixavam-se, após a votação, de que os deputados da base aliada não ajudaram na rejeição da proposta. Chamou a atenção a baixa adesão entre deputados do PSB, partido que ameaça deixar o governo, e do PR. "A Previdência deu um sinal de que o assunto é delicado e tem que ter atenção especial. Querendo fazer uma aprovação, terá que recompor a base [do governo] especificamente nesse tema", disse Pedro Paulo. Seis outras sugestões de alteração ao texto deverão ser votadas nesta quarta (26), mesmo dia marcado para a apreciação da reforma trabalhista na Câmara. Pelo menos uma delas, do PT, pode derrubar todas as outras contrapartidas dos Estados. O projeto de socorro permite a suspensão do pagamento das dívidas estaduais por três anos, o que dá fôlego de caixa a Estados como o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
mercado
Governo perde votação de contribuição previdenciária dos EstadosO governo sofreu nesta terça (25) uma derrota na Câmara dos Deputados durante a votação do projeto que trata do socorro a Estados em situação de insolvência. O texto previa aumento de 11% para, pelo menos, 14% na contribuição previdenciária dos servidores, com o objetivo de reequilibrar as contas dos Estados em calamidade financeira. Os deputados, no entanto, retiraram essa exigência do projeto. A exigência foi imposta pela União, em troca de socorro federal a esses governos. A votação indica dificuldade do governo em conseguir mobilizar sua própria base para aprovar um tema ligado à Previdência. Segundo o relator do projeto de socorro na Câmara, Pedro Paulo (PMDB-RJ), a mudança não desfigura o projeto original e a exigência pode ser restabelecida em votação no Senado. Ele observou, porém, que isso demonstra "sensibilidade" dos deputados a assuntos relacionados à Previdência. Logo após a derrota do governo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), interrompeu a votação do projeto, que ainda não está concluída. Antes disso, dois destaques que tentavam reduzir as contrapartidas dos Estados à ajuda federal foram rejeitados. Maia alegou quórum baixo para prosseguir com a votação. Porém, a votação que acabou derrubando a contribuição previdenciária teve 430 votos (de um total de 513 deputados). Para manter o texto original, que criava a contribuição, o governo precisava de 257 votos. Só conseguiu 241, ou seja, 16 a menos do necessário. Outros 185 deputados votaram a favor da mudança. Governistas queixavam-se, após a votação, de que os deputados da base aliada não ajudaram na rejeição da proposta. Chamou a atenção a baixa adesão entre deputados do PSB, partido que ameaça deixar o governo, e do PR. "A Previdência deu um sinal de que o assunto é delicado e tem que ter atenção especial. Querendo fazer uma aprovação, terá que recompor a base [do governo] especificamente nesse tema", disse Pedro Paulo. Seis outras sugestões de alteração ao texto deverão ser votadas nesta quarta (26), mesmo dia marcado para a apreciação da reforma trabalhista na Câmara. Pelo menos uma delas, do PT, pode derrubar todas as outras contrapartidas dos Estados. O projeto de socorro permite a suspensão do pagamento das dívidas estaduais por três anos, o que dá fôlego de caixa a Estados como o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
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Fotógrafo clica contrastes das cores do mar de Punta Cana em imagens aéreas
O fotógrafo Sergio Ranalli foi à Punta Cana, naRepública Dominicana, em 2014 e aproveitou para fazer imagens aéreas, que sempre o fascinaram. "Poder observar de cima é algo incrível, um ponto de vista inusitado", diz ele. Ele conta que investiu em registrar as características das cores do mar e da areia, revelando seus contrates. "Punta Cana é um cenário muito interessante", contou. * Confira outras edições do Álbum de Viagem Harlem, por Rubens Guelman Londres, por Gerson Lima Buenos Aires, por Zanone Frassait Serra da Mantiqueira, por Ricardo Martins Uruguai, por Raquel Cunha Minas Gerais, por William Barbosa Marrocos, por Gabriela Batista Fernando de Noronha e Galápagos, por Fernando Chiriboga Índia, por Inácio Rozeira Ilha Formentera, por Cassiana Der Haroutiounian "Chuva fora do lugar", por Davilym Dourado Paraná, por Gabriel Cabral Flórida, por Frâncio de Holanda Salvador, por Moacyr Lopes Junior Uruguai, por Keiny Andrade Nova York, por Danilo Verpa Nordeste, por Araquém Alcântara Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Caça aos rinocerontes, por Érico Hiller
turismo
Fotógrafo clica contrastes das cores do mar de Punta Cana em imagens aéreasO fotógrafo Sergio Ranalli foi à Punta Cana, naRepública Dominicana, em 2014 e aproveitou para fazer imagens aéreas, que sempre o fascinaram. "Poder observar de cima é algo incrível, um ponto de vista inusitado", diz ele. Ele conta que investiu em registrar as características das cores do mar e da areia, revelando seus contrates. "Punta Cana é um cenário muito interessante", contou. * Confira outras edições do Álbum de Viagem Harlem, por Rubens Guelman Londres, por Gerson Lima Buenos Aires, por Zanone Frassait Serra da Mantiqueira, por Ricardo Martins Uruguai, por Raquel Cunha Minas Gerais, por William Barbosa Marrocos, por Gabriela Batista Fernando de Noronha e Galápagos, por Fernando Chiriboga Índia, por Inácio Rozeira Ilha Formentera, por Cassiana Der Haroutiounian "Chuva fora do lugar", por Davilym Dourado Paraná, por Gabriel Cabral Flórida, por Frâncio de Holanda Salvador, por Moacyr Lopes Junior Uruguai, por Keiny Andrade Nova York, por Danilo Verpa Nordeste, por Araquém Alcântara Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Caça aos rinocerontes, por Érico Hiller
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Moody's pode rebaixar ratings da Odebrecht e da Andrade Gutierrez
A agência de classificação de risco Moody's colocou os ratings da Odebrecht e da Andrade Gutierrez em revisão para rebaixamento após a prisão dos presidentes das empresas, Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo, em nova fase da Operação Lava Jato. A decisão de revisar as notas de crédito das empresas foi divulgada neste sábado. Segundo a Moody's, o risco de crédito das companhias pode crescer após os mandados de busca e apreensão na sede das empresas e também com a prisão de executivos das companhias pela Polícia Federal. Sobre as duas companhias, a Moody's afirmou que "embora as investigações ainda estejam em andamento e eventuais sentenças ou penalidades ainda não tenham sido determinadas, esses eventos podem afetar negativamente a execução das estratégias de crescimento". Além disso, a agência ressaltou que a crise pode pressionar "ainda mais os já desafiadores fundamentos da indústria de engenharia e construção no Brasil". Hoje, a Odebrecht tem rating Aa1.br (Escala Nacional Brasil) e Baa3 na escala global. A construtora Andrade Gutierrez tem rating Ba2 na escala global. Segundo a Moody's, a Odebrecht Engenharia e Construção é a maior companhia de engenharia e construção da América Latina, com receita líquida de R$ 32,8 bilhões (US$ 13,1 bilhões) nos últimos 12 meses encerrados em 31 de março de 2015. A Andrade Gutierrez é a segunda maior, com receita líquida de R$ 7,5 bilhões em 2014. Entenda como as agências atribuem ratings
mercado
Moody's pode rebaixar ratings da Odebrecht e da Andrade GutierrezA agência de classificação de risco Moody's colocou os ratings da Odebrecht e da Andrade Gutierrez em revisão para rebaixamento após a prisão dos presidentes das empresas, Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo, em nova fase da Operação Lava Jato. A decisão de revisar as notas de crédito das empresas foi divulgada neste sábado. Segundo a Moody's, o risco de crédito das companhias pode crescer após os mandados de busca e apreensão na sede das empresas e também com a prisão de executivos das companhias pela Polícia Federal. Sobre as duas companhias, a Moody's afirmou que "embora as investigações ainda estejam em andamento e eventuais sentenças ou penalidades ainda não tenham sido determinadas, esses eventos podem afetar negativamente a execução das estratégias de crescimento". Além disso, a agência ressaltou que a crise pode pressionar "ainda mais os já desafiadores fundamentos da indústria de engenharia e construção no Brasil". Hoje, a Odebrecht tem rating Aa1.br (Escala Nacional Brasil) e Baa3 na escala global. A construtora Andrade Gutierrez tem rating Ba2 na escala global. Segundo a Moody's, a Odebrecht Engenharia e Construção é a maior companhia de engenharia e construção da América Latina, com receita líquida de R$ 32,8 bilhões (US$ 13,1 bilhões) nos últimos 12 meses encerrados em 31 de março de 2015. A Andrade Gutierrez é a segunda maior, com receita líquida de R$ 7,5 bilhões em 2014. Entenda como as agências atribuem ratings
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Vencer a Argentina no Mineirão seria um marco do fim da depressão do 7 a 1
Após a conquista da medalha de ouro, de quatro boas atuações e da liderança nas eliminatórias, se o Brasil tiver uma vitória convincente contra a Argentina, no Mineirão, local da tragédia dos 7 a 1, não seria um marco simbólico do fim da depressão, do luto, mesmo não sendo contra a Alemanha nem uma vitória por uma grande diferença de gols? Sepultar os 7 a 1 não seria apagá-los, o que é impossível. Continuarão vivos em nossa memória. Mas, seria bom acabar com a prática de remoer a tragédia, como se fosse um martírio, uma culpa que precisa ser vivenciada, expiada, para sempre. Uma correção e/ou explicação. Indaguei, na coluna anterior, se não estaria na hora de esquecer o futebol ultrapassado que se jogou no Brasil durante uns 20 anos, para iniciar uma nova era. Poderia ter dito 14 anos, já que o Brasil foi campeão do mundo em 2002. Falei 20 anos porque, no início desse período, mais ou menos em 1996, quando comecei a ver jogos com o olhar de comentarista, o futebol brasileiro estava muito ruim, como em todo o mundo. Muitos jornalistas alemães, presentes na Copa do Mundo de 2002, disseram, logo após o Mundial, que a seleção alemã, vice-campeã, era a pior de sua história. Isso mostra a pouca qualidade do futebol na época. A partir daí, começou um plano de recuperação, na Alemanha e em toda a Europa, o que não foi acompanhado no Brasil, como se aqui estivesse tudo ótimo, por causa do título. Isso só começou recentemente, com Tite no Corinthians, antes do Mundial de 2014. Após os 7 a 1, os treinadores acordaram e começaram a mudar, apesar dos vícios acumulados durante longo tempo continuarem ainda impregnados. A seleção com Tite contraria o lugar-comum de que é necessário um longo tempo para se formar um ótimo conjunto. Uma das razões disso é que jogadores que atuam na Europa perceberam que os conceitos e as estratégias do técnico brasileiro são parecidos com os que estão acostumados. Com Felipão e Dunga era bem diferente. Ficavam perdidos. Se Renato Augusto continuar até a Copa com ótimas e surpreendentes atuações, muito melhores do que teve em sua longa carreira, e se Gabriel Jesus se tornar um centroavante excepcional, vai melhorar muito a qualidade e o nível técnico da geração atual. O que não se deve é criar uma expectativa de que Gabriel Jesus será um Romário, um Ronaldo. Aí, é querer demais. BRASILEIRÃO Nesta reta final e decisiva do Brasileirão, provavelmente, veremos jogos com muita emoção, muito tumultuados, com muita reclamação em relação aos árbitros, com muita disputa física, faltas violentas e com menos qualidade técnica. Hoje, vai pegar fogo, com o Internacional, precisando ganhar de qualquer jeito para fugir do rebaixamento, contra o Flamengo, que também precisa vencer para ser campeão. Palmeiras e Atlético-MG têm jogos dificílimos fora de casa, contra Figueirense e Botafogo. O Flamengo confia na volta ao Maracanã. Se o Palmeiras não tivesse uma casa fixa, como não teve os rubro-negros, estaria em primeiro lugar? Não sei. Os times, técnicos e jogadores brasileiros precisam aprender a unir a garra e o talento, a velocidade e a cadência, a intensidade e a lucidez, a inspiração e a expiração. Não é uma coisa ou outra. Quem conseguir fazer isso terá mais chance de vencer.
colunas
Vencer a Argentina no Mineirão seria um marco do fim da depressão do 7 a 1Após a conquista da medalha de ouro, de quatro boas atuações e da liderança nas eliminatórias, se o Brasil tiver uma vitória convincente contra a Argentina, no Mineirão, local da tragédia dos 7 a 1, não seria um marco simbólico do fim da depressão, do luto, mesmo não sendo contra a Alemanha nem uma vitória por uma grande diferença de gols? Sepultar os 7 a 1 não seria apagá-los, o que é impossível. Continuarão vivos em nossa memória. Mas, seria bom acabar com a prática de remoer a tragédia, como se fosse um martírio, uma culpa que precisa ser vivenciada, expiada, para sempre. Uma correção e/ou explicação. Indaguei, na coluna anterior, se não estaria na hora de esquecer o futebol ultrapassado que se jogou no Brasil durante uns 20 anos, para iniciar uma nova era. Poderia ter dito 14 anos, já que o Brasil foi campeão do mundo em 2002. Falei 20 anos porque, no início desse período, mais ou menos em 1996, quando comecei a ver jogos com o olhar de comentarista, o futebol brasileiro estava muito ruim, como em todo o mundo. Muitos jornalistas alemães, presentes na Copa do Mundo de 2002, disseram, logo após o Mundial, que a seleção alemã, vice-campeã, era a pior de sua história. Isso mostra a pouca qualidade do futebol na época. A partir daí, começou um plano de recuperação, na Alemanha e em toda a Europa, o que não foi acompanhado no Brasil, como se aqui estivesse tudo ótimo, por causa do título. Isso só começou recentemente, com Tite no Corinthians, antes do Mundial de 2014. Após os 7 a 1, os treinadores acordaram e começaram a mudar, apesar dos vícios acumulados durante longo tempo continuarem ainda impregnados. A seleção com Tite contraria o lugar-comum de que é necessário um longo tempo para se formar um ótimo conjunto. Uma das razões disso é que jogadores que atuam na Europa perceberam que os conceitos e as estratégias do técnico brasileiro são parecidos com os que estão acostumados. Com Felipão e Dunga era bem diferente. Ficavam perdidos. Se Renato Augusto continuar até a Copa com ótimas e surpreendentes atuações, muito melhores do que teve em sua longa carreira, e se Gabriel Jesus se tornar um centroavante excepcional, vai melhorar muito a qualidade e o nível técnico da geração atual. O que não se deve é criar uma expectativa de que Gabriel Jesus será um Romário, um Ronaldo. Aí, é querer demais. BRASILEIRÃO Nesta reta final e decisiva do Brasileirão, provavelmente, veremos jogos com muita emoção, muito tumultuados, com muita reclamação em relação aos árbitros, com muita disputa física, faltas violentas e com menos qualidade técnica. Hoje, vai pegar fogo, com o Internacional, precisando ganhar de qualquer jeito para fugir do rebaixamento, contra o Flamengo, que também precisa vencer para ser campeão. Palmeiras e Atlético-MG têm jogos dificílimos fora de casa, contra Figueirense e Botafogo. O Flamengo confia na volta ao Maracanã. Se o Palmeiras não tivesse uma casa fixa, como não teve os rubro-negros, estaria em primeiro lugar? Não sei. Os times, técnicos e jogadores brasileiros precisam aprender a unir a garra e o talento, a velocidade e a cadência, a intensidade e a lucidez, a inspiração e a expiração. Não é uma coisa ou outra. Quem conseguir fazer isso terá mais chance de vencer.
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Unidade não tinha estrutura para isolar jovem morto no PI, diz diretor
O diretor do CEM (centro para adolescentes infratores em Teresina), Francisco Hebert Neves da Cruz, disse que a unidade não tinha estrutura para isolar dos outros três colegas Gleison Vieira da Silva, 17, que foi morto dentro da unidade na noite desta quinta-feira (16). Os quatro foram condenados pelo estupro coletivo em Castelo do Piauí (a 190 km de Teresina), de quatro garotas de 15, 16 e 17 anos no final de maio. Os três adolescentes são os suspeitos do homicídio de Gleison, já que estavam recolhidos todos juntos no mesmo alojamento nessa unidade, separados dos demais internos. Gleison foi o responsável por delatar à Justiça os outros três menores. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), disse nesta sexta (17) que pediu rigor nas investigações sobre o assassinato de Gleison Silva, 17, dentro de uma cela de um centro para adolescentes infratores em Teresina. "Vou pedir investigação juntamente com o Ministério Público, o Judiciário, e outras instâncias, que com rigor apurem o assassinato. Toda perda, independente do crime que eles cometeram, toda vida humana tem valor. É muito triste ver essa situação acontecendo", disse. Para o Ministério Público Estadual, houve "falha gritante" na segurança do adolescente, porque ele já vinha denunciando em depoimentos que era ameaçado de morte tanto pelos comparsas do crime quanto por outros internos. Já o diretor do CEM disse não ter recebido da Justiça ou do governo estadual nenhuma recomendação para que Gleison fosse isolado dos três colegas. "Todos os adolescentes que estão na unidade [para onde foram transferidos] rejeitaram e fizeram uma batida de grade por mais de dez minutos". Segundo Neves, a instituição está lotada –com 84 adolescentes, mas capacidade para 60. Ele alega que não tinha estrutura física na unidade para separar Gleison dos demais condenados e que buscou proteger os quatro dos demais internos. "Se não colocasse os quatro separadamente, com certeza haveria quatro óbitos hoje [quinta]". Ao chegarem à unidade, Neves disse ter conversado com os quatro transferidos se, diante da lotação, haveria alguma objeção de ficarem todos juntos, os quatro, no mesmo espaço, e que nenhum teria recusado. No centro anterior, o Ceip, Gleison estava isolado dos outros três adolescentes. O diretor disse ter aberto sindicância para apurar possível negligência dos policiais de plantão e outros funcionários durante o homicídio. Gleison foi o adolescente que deu detalhes do estupro coletivo à polícia e participou da reconstituição do crime no Morro do Garrote, de onde as meninas foram arremessadas depois de terem sido estupradas, amarradas e agredidas. Ao contrário dos outros acusados, Gleison, perante o juiz, manteve a confissão feita pelos quatro anteriormente à polícia de que estupraram e agrediram as quatro vítimas –uma delas, Danielly Rodrigues Feiotsa, 17, que morreu. Os quatro adolescentes foram transferidos às 17h da quarta-feira (15) para o CEM. Eles ficaram por 45 dias recolhidos no Ceip, uma unidade para internação provisória. Pela lei, o prazo máximo de internação em locais provisórios é justamente de 45 dias, e, vencido o prazo, houve a transferência. A chegada deles ao CEM provocou protesto dos demais internos –superlotada, a unidade abriga 84 garotos, apesar de projetada para 60. Por dez minutos, os adolescentes da unidade ficaram batendo nas grades, com gritos, contrários à transferência. Penas aos condenados/Editoria de Arte/Folhapress 'FOGUETES' O corpo de Gleison está no IML de Teresina, aguardando chegada dos parentes para liberação. Não foi autorizado que este procedimento pudesse ser feito pela assistente social de Castelo do Piauí, Ticiane Cavalcanti Chaves Martins. A notícia da morte do adolescente repercutiu na cidade onde houve o estupro coletivo, diz a assistente. "Há uma comemoração, inclusive com foguetes, devido à morte do adolescente. A cidade está em polvorosa. Mas a família só quer que o enterro seja em paz". Em nota, o governo do Piauí disse lamentar a morte de Gleison e que, "para garantir a segurança e integridade dos menores", os adolescentes estavam internados "em alas separadas, a fim de que não ocorressem conflitos com outros internos". A nota não explica, porém, porque Gleison, no CEM, foi posto junto com os três suspeitos de matá-lo. O homicídio deu-se, segundo a nota, "entre os próprios adolescentes envolvidos no crime, após desentendimento entre eles" e que todos os procedimento determinados pela Justiça estão sendo "rigorosamente obedecidos". Com a morte de Gleison, os adolescentes foram novamente removidos e estão recolhidos na central de flagrantes. O governo, segundo o texto, "continuará tomando todas as medidas legais e que foram determinadas pela Justiça". Afirmou, ainda, que disponibiliza, desde o início das investigações do caso, assistentes sociais e psicólogos para as famílias dos envolvidos. * CRONOLOGIA 27.mai Quatro jovens são estupradas e atiradas do Morro do Garrote, em Castelo do Piauí. Um maior e quatro menores de idade são presos nos dias 28 e 29 1º.jun Os quatro adolescentes apontados de cometerem o crime são transferidos do centro socioeducativo, em Teresina, para o Ceip 7.jun Danielly Rodrigues Feitosa, 17, uma das vítimas, morre após dez dias internada. No dia 13, sua missa de sétimo dia reúne mais de 500 pessoas 11.jun Começa o julgamento dos quatro jovens, dias após Gleison Vieira da Silva, 17, delatar que cometeu o crime com os colegas 15.jun Ministério Público do Piauí entrega denúncia contra Adão José de Souza, 40, citado como líder do crime. Pena pode ser de mais de 150 anos 10.jul Decisão jurídica de 24 anos de internação para os jovens. No Ceip, Gleison da Silva fica em cela separada dos outros três 15.jul Às 17h, os menores culpados do crime são transferidos para o CEM, após permanecerem prazo máximo no Ceip. Lá, os quatro ficam na mesma cela 16.jul Gleison Vieira da Silva, 17, é morto. A suspeita é que seus colegas de cela –que cometeram o crime junto com ele– o tenham matado por volta das 23h
cotidiano
Unidade não tinha estrutura para isolar jovem morto no PI, diz diretorO diretor do CEM (centro para adolescentes infratores em Teresina), Francisco Hebert Neves da Cruz, disse que a unidade não tinha estrutura para isolar dos outros três colegas Gleison Vieira da Silva, 17, que foi morto dentro da unidade na noite desta quinta-feira (16). Os quatro foram condenados pelo estupro coletivo em Castelo do Piauí (a 190 km de Teresina), de quatro garotas de 15, 16 e 17 anos no final de maio. Os três adolescentes são os suspeitos do homicídio de Gleison, já que estavam recolhidos todos juntos no mesmo alojamento nessa unidade, separados dos demais internos. Gleison foi o responsável por delatar à Justiça os outros três menores. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), disse nesta sexta (17) que pediu rigor nas investigações sobre o assassinato de Gleison Silva, 17, dentro de uma cela de um centro para adolescentes infratores em Teresina. "Vou pedir investigação juntamente com o Ministério Público, o Judiciário, e outras instâncias, que com rigor apurem o assassinato. Toda perda, independente do crime que eles cometeram, toda vida humana tem valor. É muito triste ver essa situação acontecendo", disse. Para o Ministério Público Estadual, houve "falha gritante" na segurança do adolescente, porque ele já vinha denunciando em depoimentos que era ameaçado de morte tanto pelos comparsas do crime quanto por outros internos. Já o diretor do CEM disse não ter recebido da Justiça ou do governo estadual nenhuma recomendação para que Gleison fosse isolado dos três colegas. "Todos os adolescentes que estão na unidade [para onde foram transferidos] rejeitaram e fizeram uma batida de grade por mais de dez minutos". Segundo Neves, a instituição está lotada –com 84 adolescentes, mas capacidade para 60. Ele alega que não tinha estrutura física na unidade para separar Gleison dos demais condenados e que buscou proteger os quatro dos demais internos. "Se não colocasse os quatro separadamente, com certeza haveria quatro óbitos hoje [quinta]". Ao chegarem à unidade, Neves disse ter conversado com os quatro transferidos se, diante da lotação, haveria alguma objeção de ficarem todos juntos, os quatro, no mesmo espaço, e que nenhum teria recusado. No centro anterior, o Ceip, Gleison estava isolado dos outros três adolescentes. O diretor disse ter aberto sindicância para apurar possível negligência dos policiais de plantão e outros funcionários durante o homicídio. Gleison foi o adolescente que deu detalhes do estupro coletivo à polícia e participou da reconstituição do crime no Morro do Garrote, de onde as meninas foram arremessadas depois de terem sido estupradas, amarradas e agredidas. Ao contrário dos outros acusados, Gleison, perante o juiz, manteve a confissão feita pelos quatro anteriormente à polícia de que estupraram e agrediram as quatro vítimas –uma delas, Danielly Rodrigues Feiotsa, 17, que morreu. Os quatro adolescentes foram transferidos às 17h da quarta-feira (15) para o CEM. Eles ficaram por 45 dias recolhidos no Ceip, uma unidade para internação provisória. Pela lei, o prazo máximo de internação em locais provisórios é justamente de 45 dias, e, vencido o prazo, houve a transferência. A chegada deles ao CEM provocou protesto dos demais internos –superlotada, a unidade abriga 84 garotos, apesar de projetada para 60. Por dez minutos, os adolescentes da unidade ficaram batendo nas grades, com gritos, contrários à transferência. Penas aos condenados/Editoria de Arte/Folhapress 'FOGUETES' O corpo de Gleison está no IML de Teresina, aguardando chegada dos parentes para liberação. Não foi autorizado que este procedimento pudesse ser feito pela assistente social de Castelo do Piauí, Ticiane Cavalcanti Chaves Martins. A notícia da morte do adolescente repercutiu na cidade onde houve o estupro coletivo, diz a assistente. "Há uma comemoração, inclusive com foguetes, devido à morte do adolescente. A cidade está em polvorosa. Mas a família só quer que o enterro seja em paz". Em nota, o governo do Piauí disse lamentar a morte de Gleison e que, "para garantir a segurança e integridade dos menores", os adolescentes estavam internados "em alas separadas, a fim de que não ocorressem conflitos com outros internos". A nota não explica, porém, porque Gleison, no CEM, foi posto junto com os três suspeitos de matá-lo. O homicídio deu-se, segundo a nota, "entre os próprios adolescentes envolvidos no crime, após desentendimento entre eles" e que todos os procedimento determinados pela Justiça estão sendo "rigorosamente obedecidos". Com a morte de Gleison, os adolescentes foram novamente removidos e estão recolhidos na central de flagrantes. O governo, segundo o texto, "continuará tomando todas as medidas legais e que foram determinadas pela Justiça". Afirmou, ainda, que disponibiliza, desde o início das investigações do caso, assistentes sociais e psicólogos para as famílias dos envolvidos. * CRONOLOGIA 27.mai Quatro jovens são estupradas e atiradas do Morro do Garrote, em Castelo do Piauí. Um maior e quatro menores de idade são presos nos dias 28 e 29 1º.jun Os quatro adolescentes apontados de cometerem o crime são transferidos do centro socioeducativo, em Teresina, para o Ceip 7.jun Danielly Rodrigues Feitosa, 17, uma das vítimas, morre após dez dias internada. No dia 13, sua missa de sétimo dia reúne mais de 500 pessoas 11.jun Começa o julgamento dos quatro jovens, dias após Gleison Vieira da Silva, 17, delatar que cometeu o crime com os colegas 15.jun Ministério Público do Piauí entrega denúncia contra Adão José de Souza, 40, citado como líder do crime. Pena pode ser de mais de 150 anos 10.jul Decisão jurídica de 24 anos de internação para os jovens. No Ceip, Gleison da Silva fica em cela separada dos outros três 15.jul Às 17h, os menores culpados do crime são transferidos para o CEM, após permanecerem prazo máximo no Ceip. Lá, os quatro ficam na mesma cela 16.jul Gleison Vieira da Silva, 17, é morto. A suspeita é que seus colegas de cela –que cometeram o crime junto com ele– o tenham matado por volta das 23h
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Limite a gigantes digitais exige criatividade, mas é necessário
SÃO PAULO - Intervenções estatais na livre competição embutem alto risco de trapalhadas, como ocorre agora com os apps de transporte em São Paulo, onde a prefeitura decidiu até o calçado (!) dos motoristas. Ainda assim, há estágios em que tal ação se mostra necessária. Isso aconteceu na União Europeia, que multou o Google no equivalente a R$ 8,9 bilhões por entender que a empresa usa seu buscador para favorecer seu serviço de comércio. Uma medida do tamanho do caso: a multa mais do que dobra a anterior num processo do tipo. Outra medida: a punição significa apenas 3% do caixa da controladora do Google, que rivaliza com a Apple como empresa mais valiosa do mundo. Os números não impressionam menos do que o domínio do Google. Vão na casa dos 80% suas participações nos mercados de busca e de sistemas operacionais —o que lhe dá vantagem no front das lojas de apps. Vista desse ângulo, a regulação do setor impressiona por estar muito aquém do tamanho que tais empresas alcançaram. Está fora de dúvida que são companhias inovadoras e que produzem serviços que melhoram a vida das pessoas —seu sucesso prova sua utilidade. Além disso, ostentam o mérito de não terem contado, para crescer, com imensos benefícios públicos, como tantas monopolistas do petróleo e da telefonia. Essa situação exige ainda mais criatividade dos reguladores e dos competidores. Exemplo disso surgiu agora nos EUA, onde 2.000 publicações pediram isenção das normas antitruste para negociar coletivamente com Google e Facebook, duopólio que leva mais de 70% da publicidade digital. Há maneiras de potencializar a inovação dessas empresas em favor da sociedade. Os dados que coletam deveriam ser mais usados em políticas públicas, como faz o Rio com o Waze. Seria possível impor barreiras para atuação cruzada em distintos mercados. Ou limitar a informação que carregam para seus ambientes. Agir não é tolher a inovação. As atuais gigantes provam isso: elas brotaram após uma importante ação antimonopolista do governo americano contra a Microsoft.
colunas
Limite a gigantes digitais exige criatividade, mas é necessárioSÃO PAULO - Intervenções estatais na livre competição embutem alto risco de trapalhadas, como ocorre agora com os apps de transporte em São Paulo, onde a prefeitura decidiu até o calçado (!) dos motoristas. Ainda assim, há estágios em que tal ação se mostra necessária. Isso aconteceu na União Europeia, que multou o Google no equivalente a R$ 8,9 bilhões por entender que a empresa usa seu buscador para favorecer seu serviço de comércio. Uma medida do tamanho do caso: a multa mais do que dobra a anterior num processo do tipo. Outra medida: a punição significa apenas 3% do caixa da controladora do Google, que rivaliza com a Apple como empresa mais valiosa do mundo. Os números não impressionam menos do que o domínio do Google. Vão na casa dos 80% suas participações nos mercados de busca e de sistemas operacionais —o que lhe dá vantagem no front das lojas de apps. Vista desse ângulo, a regulação do setor impressiona por estar muito aquém do tamanho que tais empresas alcançaram. Está fora de dúvida que são companhias inovadoras e que produzem serviços que melhoram a vida das pessoas —seu sucesso prova sua utilidade. Além disso, ostentam o mérito de não terem contado, para crescer, com imensos benefícios públicos, como tantas monopolistas do petróleo e da telefonia. Essa situação exige ainda mais criatividade dos reguladores e dos competidores. Exemplo disso surgiu agora nos EUA, onde 2.000 publicações pediram isenção das normas antitruste para negociar coletivamente com Google e Facebook, duopólio que leva mais de 70% da publicidade digital. Há maneiras de potencializar a inovação dessas empresas em favor da sociedade. Os dados que coletam deveriam ser mais usados em políticas públicas, como faz o Rio com o Waze. Seria possível impor barreiras para atuação cruzada em distintos mercados. Ou limitar a informação que carregam para seus ambientes. Agir não é tolher a inovação. As atuais gigantes provam isso: elas brotaram após uma importante ação antimonopolista do governo americano contra a Microsoft.
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Câmara escolhe hoje novo presidente da Casa; saiba como será a eleição
Os deputados escolhem nesta quarta-feira (13) o novo presidente da Câmara. A eleição será para um "mandato-tampão", motivada pela renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Casa na semana passada. Afastado das atividades parlamentares pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de agir contra a Operação Lava Jato, Cunha também é alvo de pedido de cassação na Câmara acusado de ter mentido à CPI da Petrobras sobre a propriedade de contas no exterior. Desde que se afastou do cargo, a Câmara é presidida interinamente por Waldir Maranhão (PP-MA). Com a renúncia do peemedebista, porém, o cargo passou a ficar vago, por isso será realizado um novo pleito. O vencedor irá presidir a Casa apenas até fevereiro de 2017, quando um novo presidente será escolhido para o mandato de dois anos. Quatorze deputados já se inscreveram para a disputa, mas a previsão é que só dez efetivamente concorram. O prazo final para para o registro de novas candidaturas se encerra às 12h desta quarta, e os inscritos têm até as 13h para desistir. Depois disso, não será mais possível abandonar a corrida. Os principais nomes na disputa são de Rogério Rosso (PSD-DF), favorito e aliado de Cunha, que conta com o apoio do chamado "centrão" (veja infográfico abaixo); de Marcelo Castro (PMDB-RJ), ex-ministro de Dilma Rousseff que tem apoio do PT e é visto com desconfiança pelo Planalto; Rodigo Maia (DEM-RJ), que conta com o apoio de PSDB e DEM e tenta se colocar com alternativa a Rosso; e Fernando Giacobo (PR-PR), com apoio do PR, um dos partidos do centrão, e de deputados do baixo clero espalhados em outras siglas. Afonso Florence (PT-BA), líder do PT na Câmara, afirmou que a tendência é o partido apoiar Castro. A bancada, porém, ainda não bateu martelo e vai se reunir em instantes para decidir com quem estará na votação marcada para 16h. Segundo Florence, caso o apoio se concretize, o PT deve garantir cerca de 48 dos 58 votos de seus deputados a Marcelo Castro. Como a votação é secreta, porém, não há garantia de que os partidos votem unidos em algum candidato. A eleição será realizada em cabines porque o painel de votação nas bancadas usadas normalmente só têm os botões "sim", "não", "branco" e "abstenção", sem nomes ou números de candidatos. As cabines também servem para garantir o sigilo do voto. * Número de deputados Número de deputados do "Centrão"
poder
Câmara escolhe hoje novo presidente da Casa; saiba como será a eleiçãoOs deputados escolhem nesta quarta-feira (13) o novo presidente da Câmara. A eleição será para um "mandato-tampão", motivada pela renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Casa na semana passada. Afastado das atividades parlamentares pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de agir contra a Operação Lava Jato, Cunha também é alvo de pedido de cassação na Câmara acusado de ter mentido à CPI da Petrobras sobre a propriedade de contas no exterior. Desde que se afastou do cargo, a Câmara é presidida interinamente por Waldir Maranhão (PP-MA). Com a renúncia do peemedebista, porém, o cargo passou a ficar vago, por isso será realizado um novo pleito. O vencedor irá presidir a Casa apenas até fevereiro de 2017, quando um novo presidente será escolhido para o mandato de dois anos. Quatorze deputados já se inscreveram para a disputa, mas a previsão é que só dez efetivamente concorram. O prazo final para para o registro de novas candidaturas se encerra às 12h desta quarta, e os inscritos têm até as 13h para desistir. Depois disso, não será mais possível abandonar a corrida. Os principais nomes na disputa são de Rogério Rosso (PSD-DF), favorito e aliado de Cunha, que conta com o apoio do chamado "centrão" (veja infográfico abaixo); de Marcelo Castro (PMDB-RJ), ex-ministro de Dilma Rousseff que tem apoio do PT e é visto com desconfiança pelo Planalto; Rodigo Maia (DEM-RJ), que conta com o apoio de PSDB e DEM e tenta se colocar com alternativa a Rosso; e Fernando Giacobo (PR-PR), com apoio do PR, um dos partidos do centrão, e de deputados do baixo clero espalhados em outras siglas. Afonso Florence (PT-BA), líder do PT na Câmara, afirmou que a tendência é o partido apoiar Castro. A bancada, porém, ainda não bateu martelo e vai se reunir em instantes para decidir com quem estará na votação marcada para 16h. Segundo Florence, caso o apoio se concretize, o PT deve garantir cerca de 48 dos 58 votos de seus deputados a Marcelo Castro. Como a votação é secreta, porém, não há garantia de que os partidos votem unidos em algum candidato. A eleição será realizada em cabines porque o painel de votação nas bancadas usadas normalmente só têm os botões "sim", "não", "branco" e "abstenção", sem nomes ou números de candidatos. As cabines também servem para garantir o sigilo do voto. * Número de deputados Número de deputados do "Centrão"
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O lado bom do aedes: saliva do mosquito tem poder anti-inflamatório
O Aedes aegypti, quem diria, tem um lado bom. Pesquisadores da USP encontraram na saliva do mosquito transmissor dos vírus da dengue, da zika e da chikungunya substâncias anti-inflamatórias capazes de controlar a imunidade e tratar doenças intestinais, como a colite ulcerativa em roedores. O estudo experimental, realizado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP em Ribeirão Preto, resultou em tese de doutorado e artigo publicado na revista científica "International Immunopharmacology". Agora, os pesquisadores tentam identificar quais são as moléculas da saliva que têm essa ação terapêutica. Segundo a imunologista Cristina Cardoso, que orientou o trabalho, na saliva do aedes existe um "coquetel" de substâncias que ainda estão sendo identificadas. A ideia é extrair essas moléculas específicas, sintetizá-las em laboratório para então estudá-las em ensaios clínicos (humanos). Conheça outros estudos sendo realizados. TINHA QUE TER ALGO DE BOM Como obter baba de mosquito? O especialista é Anderson de Sá Nunes, professor do Instituto de Ciências Biomédicas, da USP. O tratamento no modelo animal escolhido, em camundongos, dura cerca de quatro dias. Para cada dose, são usados 5 microgramas (0,000005 grama) de proteína, o que requer as glândulas salivares de dois mosquitos-fêmeas. É possível que apenas um centésimo deste total de proteína corresponda aos princípios ativos (ainda não se sabe quantos seriam), explica Nunes, que provavelmente têm natureza proteica. Em um exercício de matemática e futurologia, é factível imaginar que a dose de um remédio para humano adulto –supondo que a droga seja segura, eficaz e chegue a esse nível de desenvolvimento– fique na casa dos miligramas. Isso seria compatível com a produção industrial, diz o cientista, que está tentando obter financiamento para criar uma empresa que faria os chamados estudos pré-clínicos –realizados em animais antes que os remédios cheguem aos testes em humanos. Após a identificação e sequenciamento da molécula a produção pode ser feita tanto usando "biofábricas" à base de fungos ou bactérias ou por meio de sintetizadores artificiais, a depender da complexidade da molécula. Segundo Nunes, a nova droga à base de saliva de mosquito também obteve sucesso no tratamento de doenças como a hepatite autoimune e a esclerose múltipla. Assim como a colite ulcerativa, elas têm um importante componente inflamatório. COLITE O trabalho com saliva de aedes na USP de Ribeirão começou há quatro anos. Cristina conta que, primeiro, os roedores foram induzidos a desenvolver colite por meio da ingestão de uma droga diluída em água. Com a inflamação instalada e os sinais manifestados (como diarreia, perda de peso e sangramento intestinal), começou o tratamento. Por três a quatro dias, os animais receberam a injeção de extrato de glândula salivar (nós e o mosquitos dispomos de um par delas). Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti Cristina diz que os camundongos apresentaram melhora clínica geral, com diminuição dos sinais negativos e da inflamação. Também houve diminuição da produção de substâncias do sistema imune associadas à piora clínica, como as citocinas inflamatórias. Essas citocinas são proteínas produzidas por diferentes tipos de células durante a inflamação e estão diretamente associadas ao desenvolvimento da colite ulcerativa e da doença de Crohn. Segundo a imunologista, no estudo experimental, não foram observados efeitos tóxicos do tratamento. TEM VÍRUS É também na glândula salivar da fêmea do aedes que os vírus da dengue, da zika e do chikungunya se alojam. Só a fêmea é que transmite as viroses, pois é ela quem pica. Ela precisa de sangue para amadurecer seus ovos e se reproduzir. Na busca pelo sangue, a fêmea precisa vencer barreiras que começam por transpassar a pele e vão até o controle da hemostasia (mecanismos que regulam a fluidez do sangue) e da imunidade dos hospedeiros (humanos, no caso). "Em consequência dos milhões de anos de coevolução com esses hospedeiros, os mosquitos desenvolveram um coquetel salivar com um arsenal de moléculas que possui efeitos farmacológicos de extrema importância para se sobrepor às dificuldades encontradas ao picar os humanos para se alimentar", explica Cristina. A produção de moléculas bioativas pelas glândulas salivares é uma característica comum a insetos hematófagos (que se alimentam de sangue). No caso do barbeiro (que carrega o parasita causador da doença de Chagas), a saliva possui moléculas anestésicas e até capazes de formar poros em células, como verificaram pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Produzir esse molécula de natureza proteica poderia ser uma defesa natural do bicho contra o parasita Trypanosoma cruzi, que, diferentemente dos mosquitos, não transmite o patógeno pela saliva e sim pelas fezes. - Modelo Os pesquisadores induziram uma inflamação intestinal (colite) colocando uma molécula irritante na água de camundongos Tratamento Após a inflamação estar consolidada, os roedores passaram a receber extrato de saliva de Aedes aegypti, retirado das glândulas salivares Recuperação Após 4 dias, os camundongos apresentaram melhora clínica geral, com menos sintomas como diarreia, perda de peso e sangramento Imunologia O tratamento anti-inflamatório também reduz a produção pelo organismo de moléculas chamadas citocinas inflamatórias, ligadas à piora clínica Doença de Crohn As citocinas são proteínas produzidas por diferentes tipos de células durante a inflamação e estão diretamente associadas ao desenvolvimento da colite ulcerativa e da doença de Crohn, causada por uma falha do sistema imunológico Fontes: "International Immunopharmacology"; tese de doutorado de Helioswilton Sales de Campos, apresentada à USP em 2015
ciencia
O lado bom do aedes: saliva do mosquito tem poder anti-inflamatórioO Aedes aegypti, quem diria, tem um lado bom. Pesquisadores da USP encontraram na saliva do mosquito transmissor dos vírus da dengue, da zika e da chikungunya substâncias anti-inflamatórias capazes de controlar a imunidade e tratar doenças intestinais, como a colite ulcerativa em roedores. O estudo experimental, realizado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP em Ribeirão Preto, resultou em tese de doutorado e artigo publicado na revista científica "International Immunopharmacology". Agora, os pesquisadores tentam identificar quais são as moléculas da saliva que têm essa ação terapêutica. Segundo a imunologista Cristina Cardoso, que orientou o trabalho, na saliva do aedes existe um "coquetel" de substâncias que ainda estão sendo identificadas. A ideia é extrair essas moléculas específicas, sintetizá-las em laboratório para então estudá-las em ensaios clínicos (humanos). Conheça outros estudos sendo realizados. TINHA QUE TER ALGO DE BOM Como obter baba de mosquito? O especialista é Anderson de Sá Nunes, professor do Instituto de Ciências Biomédicas, da USP. O tratamento no modelo animal escolhido, em camundongos, dura cerca de quatro dias. Para cada dose, são usados 5 microgramas (0,000005 grama) de proteína, o que requer as glândulas salivares de dois mosquitos-fêmeas. É possível que apenas um centésimo deste total de proteína corresponda aos princípios ativos (ainda não se sabe quantos seriam), explica Nunes, que provavelmente têm natureza proteica. Em um exercício de matemática e futurologia, é factível imaginar que a dose de um remédio para humano adulto –supondo que a droga seja segura, eficaz e chegue a esse nível de desenvolvimento– fique na casa dos miligramas. Isso seria compatível com a produção industrial, diz o cientista, que está tentando obter financiamento para criar uma empresa que faria os chamados estudos pré-clínicos –realizados em animais antes que os remédios cheguem aos testes em humanos. Após a identificação e sequenciamento da molécula a produção pode ser feita tanto usando "biofábricas" à base de fungos ou bactérias ou por meio de sintetizadores artificiais, a depender da complexidade da molécula. Segundo Nunes, a nova droga à base de saliva de mosquito também obteve sucesso no tratamento de doenças como a hepatite autoimune e a esclerose múltipla. Assim como a colite ulcerativa, elas têm um importante componente inflamatório. COLITE O trabalho com saliva de aedes na USP de Ribeirão começou há quatro anos. Cristina conta que, primeiro, os roedores foram induzidos a desenvolver colite por meio da ingestão de uma droga diluída em água. Com a inflamação instalada e os sinais manifestados (como diarreia, perda de peso e sangramento intestinal), começou o tratamento. Por três a quatro dias, os animais receberam a injeção de extrato de glândula salivar (nós e o mosquitos dispomos de um par delas). Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti Cristina diz que os camundongos apresentaram melhora clínica geral, com diminuição dos sinais negativos e da inflamação. Também houve diminuição da produção de substâncias do sistema imune associadas à piora clínica, como as citocinas inflamatórias. Essas citocinas são proteínas produzidas por diferentes tipos de células durante a inflamação e estão diretamente associadas ao desenvolvimento da colite ulcerativa e da doença de Crohn. Segundo a imunologista, no estudo experimental, não foram observados efeitos tóxicos do tratamento. TEM VÍRUS É também na glândula salivar da fêmea do aedes que os vírus da dengue, da zika e do chikungunya se alojam. Só a fêmea é que transmite as viroses, pois é ela quem pica. Ela precisa de sangue para amadurecer seus ovos e se reproduzir. Na busca pelo sangue, a fêmea precisa vencer barreiras que começam por transpassar a pele e vão até o controle da hemostasia (mecanismos que regulam a fluidez do sangue) e da imunidade dos hospedeiros (humanos, no caso). "Em consequência dos milhões de anos de coevolução com esses hospedeiros, os mosquitos desenvolveram um coquetel salivar com um arsenal de moléculas que possui efeitos farmacológicos de extrema importância para se sobrepor às dificuldades encontradas ao picar os humanos para se alimentar", explica Cristina. A produção de moléculas bioativas pelas glândulas salivares é uma característica comum a insetos hematófagos (que se alimentam de sangue). No caso do barbeiro (que carrega o parasita causador da doença de Chagas), a saliva possui moléculas anestésicas e até capazes de formar poros em células, como verificaram pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Produzir esse molécula de natureza proteica poderia ser uma defesa natural do bicho contra o parasita Trypanosoma cruzi, que, diferentemente dos mosquitos, não transmite o patógeno pela saliva e sim pelas fezes. - Modelo Os pesquisadores induziram uma inflamação intestinal (colite) colocando uma molécula irritante na água de camundongos Tratamento Após a inflamação estar consolidada, os roedores passaram a receber extrato de saliva de Aedes aegypti, retirado das glândulas salivares Recuperação Após 4 dias, os camundongos apresentaram melhora clínica geral, com menos sintomas como diarreia, perda de peso e sangramento Imunologia O tratamento anti-inflamatório também reduz a produção pelo organismo de moléculas chamadas citocinas inflamatórias, ligadas à piora clínica Doença de Crohn As citocinas são proteínas produzidas por diferentes tipos de células durante a inflamação e estão diretamente associadas ao desenvolvimento da colite ulcerativa e da doença de Crohn, causada por uma falha do sistema imunológico Fontes: "International Immunopharmacology"; tese de doutorado de Helioswilton Sales de Campos, apresentada à USP em 2015
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Roubos crescem mais na periferia do que nos bairros ricos de SP
A alta de roubos que atinge a cidade de São Paulo afeta mais os bairros pobres que os bairros ricos. Na periferia, moradores estão mudando a rotina para fugir dos assaltos. Mulheres já não vão mais sozinhas aos pontos de ônibus de manhã. Comércio aberto após as 19h conta com a "caixinha" do assaltante. Pertences roubados que não têm serventia para o ladrão estão sendo descartados em pontos de desova, já mapeados pelos moradores. Os DPs responsáveis pelas áreas dos dez distritos administrativos mais pobres da capital registraram juntos, em 2014, 18.972 roubos –aumento de 37% em relação a 2013. Já os DPs que cobrem as áreas dos dez distritos mais ricos da cidade tiveram 15.030 roubos, 19,1% a mais, na mesma comparação (2013-2014). Na capital como um todo, os roubos subiram 26,5% de um ano para o outro Em janeiro deste ano, os roubos na cidade caíram 1,7% em relação a janeiro de 2014 –após 19 meses seguidos de aumento. Os DPs das dez áreas mais ricas tiveram queda de 19,1%. Os das dez áreas mais pobres, alta de 6,5%. AUMENTO DO CONSUMO "Isso rompe o mito de que são os ricos que sofrem mais com a violência", diz Rafael Alcadipani, professor da FGV que pesquisa segurança. Ele e o analista criminal Guaracy Mingardi, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirmam que esses crimes cresceram mais na periferia porque, hoje, os mais pobres têm mais acesso a bens de consumo –com o crescimento da renda na última década, 54% da população hoje faz parte da classe C– e há menos policiais nesses locais. "Hoje, o celular também está na mão do pobre. Então, o bandido tem na periferia um produto caro e com muita saída. E todo mundo sabe que na periferia tem menos polícia", afirma Mingardi. Alegando razões de segurança, a Secretaria da Segurança Pública não informa como é a distribuição dos policiais pelos bairros da cidade. O início da manhã, quando centenas de pessoas estão nos pontos de ônibus, virou horário crítico, segundo moradores. Os alvos são mulheres, cujas bolsas e celulares são levados por jovens que, normalmente, chegam em motos. Segundo os moradores, muitos bandidos moram por ali. "Eles pegam a bolsa, arrastam a pessoa, pintam o sete. Este Grajaú não era assim", diz uma doméstica de 60 anos, que acorda antes das 5h para pegar o ônibus em direção ao Paraíso, onde trabalha. No ponto de onde parte o ônibus, na rua São Caetano do Sul, as mulheres chegam a pé sempre em grupos. Muitas são levadas de carro pelos maridos –mesmo as que moram a três quadras dali. PONTOS DE DESOVA No Itaim Paulista (zona leste), a moradora Beatriz França, 19, teve a bolsa roubada a caminho do ponto de ônibus, por volta das 6h, por dois homens aparentemente armados. Após dicas de vizinhos, recuperou a bolsa e os documentos no córrego Tijuco Preto, a 500 m do local do crime. Até o cemitério da Saudade, em São Miguel Paulista (zona leste), é usado para esse fim. "Sempre aparece uma carteira ou mochila nos telhados. Algumas ficam grudadas na cerca em cima do muro", conta o agente de apoio do cemitério Jorge de Aragão, 52. Na região, o córrego que segue a avenida Rio das Pedras é ladeado por bolsas, malas e cartões de banco. "CNH eu acho sempre, mas o que vou fazer com isso? Os dias que mais têm são nos fins de semana e depois de pagamento", diz um catador de lixo. Abertas à noite, farmácias na avenida Belmira Marin, no Grajaú, zona sul, "colecionam" assaltos. Uma foi roubada três vezes em fevereiro, em três domingos seguidos. Os ladrões eram um casal que levava leite, fraldas e o dinheiro do caixa. Ao assaltar outra farmácia na mesma avenida, pelo quarto domingo, o homem foi baleado pela PM.
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Roubos crescem mais na periferia do que nos bairros ricos de SPA alta de roubos que atinge a cidade de São Paulo afeta mais os bairros pobres que os bairros ricos. Na periferia, moradores estão mudando a rotina para fugir dos assaltos. Mulheres já não vão mais sozinhas aos pontos de ônibus de manhã. Comércio aberto após as 19h conta com a "caixinha" do assaltante. Pertences roubados que não têm serventia para o ladrão estão sendo descartados em pontos de desova, já mapeados pelos moradores. Os DPs responsáveis pelas áreas dos dez distritos administrativos mais pobres da capital registraram juntos, em 2014, 18.972 roubos –aumento de 37% em relação a 2013. Já os DPs que cobrem as áreas dos dez distritos mais ricos da cidade tiveram 15.030 roubos, 19,1% a mais, na mesma comparação (2013-2014). Na capital como um todo, os roubos subiram 26,5% de um ano para o outro Em janeiro deste ano, os roubos na cidade caíram 1,7% em relação a janeiro de 2014 –após 19 meses seguidos de aumento. Os DPs das dez áreas mais ricas tiveram queda de 19,1%. Os das dez áreas mais pobres, alta de 6,5%. AUMENTO DO CONSUMO "Isso rompe o mito de que são os ricos que sofrem mais com a violência", diz Rafael Alcadipani, professor da FGV que pesquisa segurança. Ele e o analista criminal Guaracy Mingardi, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirmam que esses crimes cresceram mais na periferia porque, hoje, os mais pobres têm mais acesso a bens de consumo –com o crescimento da renda na última década, 54% da população hoje faz parte da classe C– e há menos policiais nesses locais. "Hoje, o celular também está na mão do pobre. Então, o bandido tem na periferia um produto caro e com muita saída. E todo mundo sabe que na periferia tem menos polícia", afirma Mingardi. Alegando razões de segurança, a Secretaria da Segurança Pública não informa como é a distribuição dos policiais pelos bairros da cidade. O início da manhã, quando centenas de pessoas estão nos pontos de ônibus, virou horário crítico, segundo moradores. Os alvos são mulheres, cujas bolsas e celulares são levados por jovens que, normalmente, chegam em motos. Segundo os moradores, muitos bandidos moram por ali. "Eles pegam a bolsa, arrastam a pessoa, pintam o sete. Este Grajaú não era assim", diz uma doméstica de 60 anos, que acorda antes das 5h para pegar o ônibus em direção ao Paraíso, onde trabalha. No ponto de onde parte o ônibus, na rua São Caetano do Sul, as mulheres chegam a pé sempre em grupos. Muitas são levadas de carro pelos maridos –mesmo as que moram a três quadras dali. PONTOS DE DESOVA No Itaim Paulista (zona leste), a moradora Beatriz França, 19, teve a bolsa roubada a caminho do ponto de ônibus, por volta das 6h, por dois homens aparentemente armados. Após dicas de vizinhos, recuperou a bolsa e os documentos no córrego Tijuco Preto, a 500 m do local do crime. Até o cemitério da Saudade, em São Miguel Paulista (zona leste), é usado para esse fim. "Sempre aparece uma carteira ou mochila nos telhados. Algumas ficam grudadas na cerca em cima do muro", conta o agente de apoio do cemitério Jorge de Aragão, 52. Na região, o córrego que segue a avenida Rio das Pedras é ladeado por bolsas, malas e cartões de banco. "CNH eu acho sempre, mas o que vou fazer com isso? Os dias que mais têm são nos fins de semana e depois de pagamento", diz um catador de lixo. Abertas à noite, farmácias na avenida Belmira Marin, no Grajaú, zona sul, "colecionam" assaltos. Uma foi roubada três vezes em fevereiro, em três domingos seguidos. Os ladrões eram um casal que levava leite, fraldas e o dinheiro do caixa. Ao assaltar outra farmácia na mesma avenida, pelo quarto domingo, o homem foi baleado pela PM.
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Jeb Bush implora por aplausos durante encontro com eleitores; veja vídeo
"Por favor, aplaudam", pede um Jeb Bush cansado à plateia, após tentar uma frase de efeito em encontro com eleitores em New Hampshire. Não está sendo fácil para Jeb Bush. Exatamente há um ano, em 4 de fevereiro de 2015 e em pré-campanha, ele liderava as intenções de voto para a indicação republicana à corrida presidencial americana de 2016. Vídeo Com 16,4% das preferências, ele ainda mantinha uma boa distância de Chris Christie, o segundo colocado (com 9,4%). Na época, o magnata Donald Trump nem era uma preocupação: ele só anunciaria sua candidatura em meados de junho de 2015. Então, tudo mudou, e Jeb Bush viu seu favoritismo despencar. Hoje com 4,8% das intenções de voto entre os pré-candidatos republicanos, segundo o site Real Clear Politics, Bush amargou o sexto lugar no caucus em Iowa, com apenas 2,8% dos votos. Além disso, viu o adversário Rand Paul, que foi ligeiramente melhor do que ele no Estado, com 4,5%, abandonar a disputa. Agora, como os outros pré-candidatos, Jeb Bush concentra suas forças no Estado de New Hampshire, onde ocorrerão as próximas prévias, no dia 9 de fevereiro. E foi lá, na última terça (2), segundo Dylan Stableford, do Yahoo!, que o pré-candidato se deparou com uma plateia impassível. "Eu acho que o próximo presidente tem que ser muito mais discreto, mas ainda mandar o sinal que estamos preparados para agir pela segurança nacional do país", dizia, enquanto uma menininha se aconchegava no colo da mãe para um cochilo. "Para voltar ao negócio de criar um mundo mais pacífico!" E silêncio. Jeb Bush vira a cabeça, quase solta um suspiro. "Por favor, aplaudam". A audiência solta risadinhas nervosas e aplaude automaticamente. A menininha também, mas não dá sinal de que vai abrir mão da soneca. AJUDA FRATERNA Filho e irmão de ex-presidentes, o pré-candidato aproveitará a reunião familiar de sua festa de aniversário para impulsionar sua campanha na Carolina do Sul. No dia 11 de fevereiro, Jeb Bush completará 63 anos. Com seu irmão mais velho, o ex-presidente George W. Bush, que é muito popular no Estado, Jeb pretende pedir o apoio de eleitores nas prévias marcadas para 20 de fevereiro. Se em outras ocasiões Jeb tentou se afastar do legado familiar, agora parece abraçá-lo abertamente. "Sou um Bush e tenho orgulho disso. Eu amo minha mãe e ela acha que sou seu filho favorito. Sou abençoado por ter por pai o melhor homem vivo. E amo meu irmão", disse na última quarta (3).
mundo
Jeb Bush implora por aplausos durante encontro com eleitores; veja vídeo"Por favor, aplaudam", pede um Jeb Bush cansado à plateia, após tentar uma frase de efeito em encontro com eleitores em New Hampshire. Não está sendo fácil para Jeb Bush. Exatamente há um ano, em 4 de fevereiro de 2015 e em pré-campanha, ele liderava as intenções de voto para a indicação republicana à corrida presidencial americana de 2016. Vídeo Com 16,4% das preferências, ele ainda mantinha uma boa distância de Chris Christie, o segundo colocado (com 9,4%). Na época, o magnata Donald Trump nem era uma preocupação: ele só anunciaria sua candidatura em meados de junho de 2015. Então, tudo mudou, e Jeb Bush viu seu favoritismo despencar. Hoje com 4,8% das intenções de voto entre os pré-candidatos republicanos, segundo o site Real Clear Politics, Bush amargou o sexto lugar no caucus em Iowa, com apenas 2,8% dos votos. Além disso, viu o adversário Rand Paul, que foi ligeiramente melhor do que ele no Estado, com 4,5%, abandonar a disputa. Agora, como os outros pré-candidatos, Jeb Bush concentra suas forças no Estado de New Hampshire, onde ocorrerão as próximas prévias, no dia 9 de fevereiro. E foi lá, na última terça (2), segundo Dylan Stableford, do Yahoo!, que o pré-candidato se deparou com uma plateia impassível. "Eu acho que o próximo presidente tem que ser muito mais discreto, mas ainda mandar o sinal que estamos preparados para agir pela segurança nacional do país", dizia, enquanto uma menininha se aconchegava no colo da mãe para um cochilo. "Para voltar ao negócio de criar um mundo mais pacífico!" E silêncio. Jeb Bush vira a cabeça, quase solta um suspiro. "Por favor, aplaudam". A audiência solta risadinhas nervosas e aplaude automaticamente. A menininha também, mas não dá sinal de que vai abrir mão da soneca. AJUDA FRATERNA Filho e irmão de ex-presidentes, o pré-candidato aproveitará a reunião familiar de sua festa de aniversário para impulsionar sua campanha na Carolina do Sul. No dia 11 de fevereiro, Jeb Bush completará 63 anos. Com seu irmão mais velho, o ex-presidente George W. Bush, que é muito popular no Estado, Jeb pretende pedir o apoio de eleitores nas prévias marcadas para 20 de fevereiro. Se em outras ocasiões Jeb tentou se afastar do legado familiar, agora parece abraçá-lo abertamente. "Sou um Bush e tenho orgulho disso. Eu amo minha mãe e ela acha que sou seu filho favorito. Sou abençoado por ter por pai o melhor homem vivo. E amo meu irmão", disse na última quarta (3).
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Trump eleito não será um outsider
Nesta terça (8), os EUA elegerão o seu quadragésimo quinto presidente -ou sua primeira presidenta. A diferença entre os eleitores de Clinton e Trump, é, primeiramente, de gênero, raça e geração. Há poucas semanas, o site FiveThirtyEight publicou pesquisa que mostrava o que aconteceria se apenas homens votassem (dica: Trump ganharia de lavada). E mais: Se apenas jovens de menos de 29 anos votassem, Hillary levaria a eleição. Se apenas brancos votassem, Trump ganharia em quase todos os Estados. Ou seja: se Trump perder, ele terá sido derrotado por mulheres, negros, latinos e jovens -cujas identidades já forjam uma nova forma de fazer política. Soma-se aos dados a certeza de que os escândalos envolvendo assédio foram a maior pedra no sapato de Trump na fase final da campanha, e fica claro que a política identitária pode estar salvando a política no epicentro da democracia ocidental. Ainda assim, há quem já comece a imputar uma possível derrota de Hillary aos mesmos grupos identitários que poderiam elegê-la. Essa semana, dados do sistema de voto antecipado revelaram uma taxa de abstenção mais alta entre jovens e negros do que o observado em 2012. E não tardou para que redes democratas começassem a culpar esses grupos por uma possível derrota de sua candidata. Reação semelhante pôde ser observada depois do voto pela saída do Reino Unido da União Europeia, quando jovens supostamente apáticos foram repetidamente responsabilizados pela "tragédia". Os dispositivos que buscam jogar a responsabilidade por resultados eleitorais que favorecem a xenofobia, o racismo e a misoginia nos mesmos grupos identitários que sofrem com o preconceito e a exclusão propositalmente ignoram que esses grupos estão mais politicamente ativos do que nunca. A geração de 18 a 29 anos é mais engajada que as anteriores. O feminismo encontra fôlego renovado. E o movimento negro grita mais alto contra a violência de Estados racistas. O que esses grupos aprenderam, muitas vezes na marra, é que o voto é um dispositivo muito limitado de mudança de mundo. Muitas vezes, as eleições servem apenas para garantir uma transição pacífica de poder entre elites. Ironicamente, é Trump quem está construindo sua carreira política em cima da imagem do antiestablishment. Mas a verdade é que seus eleitores preferenciais podem até ter cansado dos políticos, mas pertencem aos grupos que nunca duvidaram da política. Eles estão bravos com as elites cosmopolitas das costas americanas, que deixaram pra trás o miolo branco de classe média baixa do país. Mas ainda acreditam que a eleição pode ser um dispositivo de mudança de rumo -um luxo ao qual os verdadeiros excluídos não podem se dar. Se Trump ganhar, não é o outsider que governa. Se Hillary ganhar, tampouco, ainda que suas ideias sejam menos assustadoras que as de seu oponente. Em ambos os casos, não poderemos culpar os jovens, os negros, as mulheres. Porque mesmo que estejam descrentes do voto, tenho certeza de que eles e elas continuarão lutando todos os dias. E é com atenção a essa luta cotidiana que teremos que reorientar a trajetória de uma democracia cada vez mais fragilizada por suas próprias limitações. ALESSANDRA OROFINO é economista formada pela Columbia University. Cofundou a Rede Meu Rio e é diretora-executiva do Nossas.
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Trump eleito não será um outsiderNesta terça (8), os EUA elegerão o seu quadragésimo quinto presidente -ou sua primeira presidenta. A diferença entre os eleitores de Clinton e Trump, é, primeiramente, de gênero, raça e geração. Há poucas semanas, o site FiveThirtyEight publicou pesquisa que mostrava o que aconteceria se apenas homens votassem (dica: Trump ganharia de lavada). E mais: Se apenas jovens de menos de 29 anos votassem, Hillary levaria a eleição. Se apenas brancos votassem, Trump ganharia em quase todos os Estados. Ou seja: se Trump perder, ele terá sido derrotado por mulheres, negros, latinos e jovens -cujas identidades já forjam uma nova forma de fazer política. Soma-se aos dados a certeza de que os escândalos envolvendo assédio foram a maior pedra no sapato de Trump na fase final da campanha, e fica claro que a política identitária pode estar salvando a política no epicentro da democracia ocidental. Ainda assim, há quem já comece a imputar uma possível derrota de Hillary aos mesmos grupos identitários que poderiam elegê-la. Essa semana, dados do sistema de voto antecipado revelaram uma taxa de abstenção mais alta entre jovens e negros do que o observado em 2012. E não tardou para que redes democratas começassem a culpar esses grupos por uma possível derrota de sua candidata. Reação semelhante pôde ser observada depois do voto pela saída do Reino Unido da União Europeia, quando jovens supostamente apáticos foram repetidamente responsabilizados pela "tragédia". Os dispositivos que buscam jogar a responsabilidade por resultados eleitorais que favorecem a xenofobia, o racismo e a misoginia nos mesmos grupos identitários que sofrem com o preconceito e a exclusão propositalmente ignoram que esses grupos estão mais politicamente ativos do que nunca. A geração de 18 a 29 anos é mais engajada que as anteriores. O feminismo encontra fôlego renovado. E o movimento negro grita mais alto contra a violência de Estados racistas. O que esses grupos aprenderam, muitas vezes na marra, é que o voto é um dispositivo muito limitado de mudança de mundo. Muitas vezes, as eleições servem apenas para garantir uma transição pacífica de poder entre elites. Ironicamente, é Trump quem está construindo sua carreira política em cima da imagem do antiestablishment. Mas a verdade é que seus eleitores preferenciais podem até ter cansado dos políticos, mas pertencem aos grupos que nunca duvidaram da política. Eles estão bravos com as elites cosmopolitas das costas americanas, que deixaram pra trás o miolo branco de classe média baixa do país. Mas ainda acreditam que a eleição pode ser um dispositivo de mudança de rumo -um luxo ao qual os verdadeiros excluídos não podem se dar. Se Trump ganhar, não é o outsider que governa. Se Hillary ganhar, tampouco, ainda que suas ideias sejam menos assustadoras que as de seu oponente. Em ambos os casos, não poderemos culpar os jovens, os negros, as mulheres. Porque mesmo que estejam descrentes do voto, tenho certeza de que eles e elas continuarão lutando todos os dias. E é com atenção a essa luta cotidiana que teremos que reorientar a trajetória de uma democracia cada vez mais fragilizada por suas próprias limitações. ALESSANDRA OROFINO é economista formada pela Columbia University. Cofundou a Rede Meu Rio e é diretora-executiva do Nossas.
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Mudança no Anhembi segue modelo de centro estadual, diz Haddad
O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta segunda (27) que a parceria privada que será lançada para modernizar o Anhembi seguirá os moldes da feita pelo governo estadual no Centro de Exposições Imigrantes. "Não é uma venda do patrimônio, é uma concessão ou parceria público privada em que você capta do setor privado os recursos necessários para modernizar", disse Haddad à Folha. "O Centro de Exposições Imigrantes inspirou esse modelo. Lá, é um patrimônio do governo do Estado cedido temporariamente." O centro de exposições estadual foi cedido por meio de uma concessão onerosa (de direito de uso, do tipo maior oferta) de 30 anos. A vencedora da licitação, com proposta comercial de R$ 201,5 milhões e concessão de exploração por 30 anos, foi a GL Events, que se comprometeu a aumentar a área do centro de convenções. O nome oficial do local passou a ser São Paulo Expo Exhibition & Convention Center. "Se o Anhembi não for modernizado, ele vai começar a perder clientes em função da concorrência que se estabeleceu com o Centro Imigrantes, no próprio Center Norte e no Transamérica", disse Haddad. Segundo ele, só há dois meios de fazer as melhorias, por meio da parceria privada ou com recursos públicos, que seriam retirados da saúde, educação e transportes. A Folha revelou nesta segunda que a prefeitura vai lançar um chamamento para que as empresas interessadas apresentem propostas para exploração do maior centro de convenções da América Latina. Haddad nega que se trate de privatização. A área total do parque do Anhembi é de 400 mil metros quadrados, sendo 220 mil metros quadrados passíveis de exploração pela iniciativa privada. O projeto não inclui o Sambódromo.
cotidiano
Mudança no Anhembi segue modelo de centro estadual, diz HaddadO prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta segunda (27) que a parceria privada que será lançada para modernizar o Anhembi seguirá os moldes da feita pelo governo estadual no Centro de Exposições Imigrantes. "Não é uma venda do patrimônio, é uma concessão ou parceria público privada em que você capta do setor privado os recursos necessários para modernizar", disse Haddad à Folha. "O Centro de Exposições Imigrantes inspirou esse modelo. Lá, é um patrimônio do governo do Estado cedido temporariamente." O centro de exposições estadual foi cedido por meio de uma concessão onerosa (de direito de uso, do tipo maior oferta) de 30 anos. A vencedora da licitação, com proposta comercial de R$ 201,5 milhões e concessão de exploração por 30 anos, foi a GL Events, que se comprometeu a aumentar a área do centro de convenções. O nome oficial do local passou a ser São Paulo Expo Exhibition & Convention Center. "Se o Anhembi não for modernizado, ele vai começar a perder clientes em função da concorrência que se estabeleceu com o Centro Imigrantes, no próprio Center Norte e no Transamérica", disse Haddad. Segundo ele, só há dois meios de fazer as melhorias, por meio da parceria privada ou com recursos públicos, que seriam retirados da saúde, educação e transportes. A Folha revelou nesta segunda que a prefeitura vai lançar um chamamento para que as empresas interessadas apresentem propostas para exploração do maior centro de convenções da América Latina. Haddad nega que se trate de privatização. A área total do parque do Anhembi é de 400 mil metros quadrados, sendo 220 mil metros quadrados passíveis de exploração pela iniciativa privada. O projeto não inclui o Sambódromo.
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Mães são influenciadas pelo que acham que será o julgamento do outro
Já faz tempo, muito tempo, que as crianças passaram a ter uma vida semelhante à dos adultos: agendas lotadas, compromissos sociais frequentes e exigências desmedidas, que passaram a provocar situações de estresse, tensão, ansiedade, sintomas físicos de fundo emocional etc. As crianças não mais vão a festas de colegas e amigos porque gostam deles: vão porque todos vão e porque sentem que é um compromisso. Esse é um dos motivos que tem provocado, nessas festas, tantas confusões e brigas entre eles. As crianças não mais estudam para aprender: fazem isso para ter altas notas, para saber realizar uma prova em um tempo determinado, para "treinar" para futuros exames considerados fundamentais. Em vez de brincar na piscina, aprendem a nadar estilos diversos; em vez de andar de bicicleta ou jogar bola, tênis de mesa ou jogos de tabuleiros, são matriculados em cursos e aprendem a competir em vez de cooperar. Não é à toa que tantas crianças têm sido medicadas, fazem tratamentos, sofrem com doenças psicossomáticas. Esse movimento de pressionar as crianças até o limite -às vezes além dele- mereceu muitos estudos acadêmicos e investigações jornalísticas. Um livro que falou diretamente aos pais a esse respeito e os alertou sobre os riscos dessa louca corrida para lugar nenhum foi "Sob Pressão: Criança Nenhuma Merece Superpais", de autoria de Carl Honoré. Já percebemos alguns efeitos de tantos estudos. Muitas escolas aumentaram o tempo do intervalo do ensino fundamental; na educação infantil, diversas instituições têm adotado o brincar como metodologia e eliminado as apostilas (?!) para as crianças; e muitas famílias têm diminuído a carga de compromissos dos filhos. Mas ainda é pouco. Entretanto, hoje quero chamar a atenção para a louca corrida competitiva e extrema pressão a que muitas mães estão se submetendo. E é importante lembrar, nessa questão, que a sociedade pressiona, mas as mães aceitam a pressão. Elas precisam se libertar disso, em nome dos filhos. Muitas mulheres acreditam não mais ter a liberdade de escolher o tipo de festa de aniversário que querem para os filhos, por exemplo. Mesmo que seja uma festa "alternativa", ela precisa ser perfeita ao olhar do outro, ou melhor, das outras mães. E nunca é, concorda, caro leitor? Diversas mães com quem conversei consideram exagerada a pressão que a escola coloca sobre os filhos, mas não conseguem trocar de escola pela opinião de familiares e de pessoas de seu círculo social, mesmo percebendo com clareza os prejuízos que isso acarreta às crianças. Até para escolher as atitudes formativas a serem tomadas com os filhos, das mais simples às mais complexas, muitas mães são influenciadas -e quase sempre percebem isso- pelo que pressentem que será o julgamento do outro. Vamos liberar as mães para que façam as suas próprias escolhas? Cara mãe: você pode fazer a festa que desejar para seus filhos, pode transferi-los de escola, caso perceba que eles não estão bem onde estão, pode tomar a atitude educativa que quiser, se ela for respeitosa com a criança em sua etapa de vida. Educação familiar é isto: escolhas feitas considerando as tradições do grupo, seus valores, seus princípios. Para as mulheres que têm filhos e que buscam a perfeição: vocês não precisam jogar tanta energia fora, porque essa meta é inatingível!
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Mães são influenciadas pelo que acham que será o julgamento do outroJá faz tempo, muito tempo, que as crianças passaram a ter uma vida semelhante à dos adultos: agendas lotadas, compromissos sociais frequentes e exigências desmedidas, que passaram a provocar situações de estresse, tensão, ansiedade, sintomas físicos de fundo emocional etc. As crianças não mais vão a festas de colegas e amigos porque gostam deles: vão porque todos vão e porque sentem que é um compromisso. Esse é um dos motivos que tem provocado, nessas festas, tantas confusões e brigas entre eles. As crianças não mais estudam para aprender: fazem isso para ter altas notas, para saber realizar uma prova em um tempo determinado, para "treinar" para futuros exames considerados fundamentais. Em vez de brincar na piscina, aprendem a nadar estilos diversos; em vez de andar de bicicleta ou jogar bola, tênis de mesa ou jogos de tabuleiros, são matriculados em cursos e aprendem a competir em vez de cooperar. Não é à toa que tantas crianças têm sido medicadas, fazem tratamentos, sofrem com doenças psicossomáticas. Esse movimento de pressionar as crianças até o limite -às vezes além dele- mereceu muitos estudos acadêmicos e investigações jornalísticas. Um livro que falou diretamente aos pais a esse respeito e os alertou sobre os riscos dessa louca corrida para lugar nenhum foi "Sob Pressão: Criança Nenhuma Merece Superpais", de autoria de Carl Honoré. Já percebemos alguns efeitos de tantos estudos. Muitas escolas aumentaram o tempo do intervalo do ensino fundamental; na educação infantil, diversas instituições têm adotado o brincar como metodologia e eliminado as apostilas (?!) para as crianças; e muitas famílias têm diminuído a carga de compromissos dos filhos. Mas ainda é pouco. Entretanto, hoje quero chamar a atenção para a louca corrida competitiva e extrema pressão a que muitas mães estão se submetendo. E é importante lembrar, nessa questão, que a sociedade pressiona, mas as mães aceitam a pressão. Elas precisam se libertar disso, em nome dos filhos. Muitas mulheres acreditam não mais ter a liberdade de escolher o tipo de festa de aniversário que querem para os filhos, por exemplo. Mesmo que seja uma festa "alternativa", ela precisa ser perfeita ao olhar do outro, ou melhor, das outras mães. E nunca é, concorda, caro leitor? Diversas mães com quem conversei consideram exagerada a pressão que a escola coloca sobre os filhos, mas não conseguem trocar de escola pela opinião de familiares e de pessoas de seu círculo social, mesmo percebendo com clareza os prejuízos que isso acarreta às crianças. Até para escolher as atitudes formativas a serem tomadas com os filhos, das mais simples às mais complexas, muitas mães são influenciadas -e quase sempre percebem isso- pelo que pressentem que será o julgamento do outro. Vamos liberar as mães para que façam as suas próprias escolhas? Cara mãe: você pode fazer a festa que desejar para seus filhos, pode transferi-los de escola, caso perceba que eles não estão bem onde estão, pode tomar a atitude educativa que quiser, se ela for respeitosa com a criança em sua etapa de vida. Educação familiar é isto: escolhas feitas considerando as tradições do grupo, seus valores, seus princípios. Para as mulheres que têm filhos e que buscam a perfeição: vocês não precisam jogar tanta energia fora, porque essa meta é inatingível!
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Premiação de melhores restaurantes do mundo será em NY em 2016
A organização do prêmio 50 Best, dos 50 melhores restaurantes do mundo, anunciou nesta segunda-feira (1º) que a cerimônia de premiação do ano que vem será realizada em Nova York (EUA). Promovido pela revista britânica "Restaurant", o ranking tem seus vencedores divulgados em Londres desde a primeira edição, em 2002 –a deste ano, inclusive, terá lugar, mais uma vez no Guildhall da capital da Inglaterra, nesta segunda, a partir das 20h (16h de Brasília). Segundo a "Restaurant", a mudança na sede é parte de uma "estratégia global". "A lista é uma marca verdadeiramente global, e queremos refletir isso não apenas nos restaurantes que celebramos, mas também nas sedes dos eventos", disse William Drew, editor da premiação. A ideia, a partir de agora, é fazer mudanças periódicas nas cidades que recebem a cerimônia oficial de premiação, a cada dois ou três anos. A regra será estendida às listas regionais do 50 Best, organizadas na América Latina (que foi realizada duas vezes no Peru, mas terá a terceira edição celebrada na Cidade do México em setembro deste ano) e na Ásia. "Vamos continuar a unir, descobrir e celebrar os diversos talentos gastronômicos e comunidades ao redor do globo", afirmou Drew. "Nova York é, sem dúvida, um dos destinos gastronômicos mais estimulantes do planeta".
comida
Premiação de melhores restaurantes do mundo será em NY em 2016A organização do prêmio 50 Best, dos 50 melhores restaurantes do mundo, anunciou nesta segunda-feira (1º) que a cerimônia de premiação do ano que vem será realizada em Nova York (EUA). Promovido pela revista britânica "Restaurant", o ranking tem seus vencedores divulgados em Londres desde a primeira edição, em 2002 –a deste ano, inclusive, terá lugar, mais uma vez no Guildhall da capital da Inglaterra, nesta segunda, a partir das 20h (16h de Brasília). Segundo a "Restaurant", a mudança na sede é parte de uma "estratégia global". "A lista é uma marca verdadeiramente global, e queremos refletir isso não apenas nos restaurantes que celebramos, mas também nas sedes dos eventos", disse William Drew, editor da premiação. A ideia, a partir de agora, é fazer mudanças periódicas nas cidades que recebem a cerimônia oficial de premiação, a cada dois ou três anos. A regra será estendida às listas regionais do 50 Best, organizadas na América Latina (que foi realizada duas vezes no Peru, mas terá a terceira edição celebrada na Cidade do México em setembro deste ano) e na Ásia. "Vamos continuar a unir, descobrir e celebrar os diversos talentos gastronômicos e comunidades ao redor do globo", afirmou Drew. "Nova York é, sem dúvida, um dos destinos gastronômicos mais estimulantes do planeta".
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Realidade ampliada
Não é segredo que os resultados econômicos de 2015 foram muito ruins. O Orçamento primário, por exemplo, completou dois anos de deficit, algo inédito desde a reforma monetária de 1994. Como a matriz dos problemas da economia está no desequilíbrio das contas públicas, o repetido revés nessa área impôs um tombo extraordinário no investimento, no emprego e na renda, abalando a confiança de empresários e consumidores. A queda do PIB, que provavelmente passou de 3,5% em 2015, somente encontra paralelo na história recente em 1981 e 1990. A retração econômica começou em meados de 2014 e já estava em curso na campanha eleitoral, sem, no entanto, ter suscitado debate eficaz sobre a política econômica, seja pela avaliação fantasiosa da realidade propagada pela situação, seja pela falta de contundência das oposições em seus diagnósticos. Ficou nas mãos dos artífices do retrocesso no qual nos encontramos a tarefa de repor a retomada da agenda de reformas (previdenciária, trabalhista, fiscal etc.), a adoção de medidas reparadoras das contas fiscais, com o corte de programas não essenciais, e o desmonte da indexação generalizada e da vinculação dos gastos públicos. Nada se fez para diminuir o tamanho do Estado ou para melhorar a eficiência do setor público. Ficou apenas na promessa a consolidação fiscal indispensável para reduzir o endividamento público. Sem tais ações, a economia repetirá em 2016 o fracasso de 2015. E não só a economia. Do escândalo da Lava Jato ao estouro da barragem de minérios no Rio Doce, passando pela emergência de novas doenças do mosquito Aedes Aegypti, o ano que passou expôs a realidade ampliada dos problemas nacionais. Só sairemos do impasse com medidas realistas, como tem sido o ajuste tarifário e cambial. Ambos estão desfazendo quase uma década de subsídios que estouraram com o caixa da Petrobras e das empresas elétricas, além de levar as indústrias, as exportações e as contas externas à anemia devido à prolongada valorização do real. Tais medidas engrossam a inflação num primeiro momento. Mas estão criando as condições para o retorno dos investimentos em atividades importantes da economia e já implicam a redução do deficit externo e o fomento à exportação. O colapso das contas públicas também desperta no meio empresarial, na sociedade e entre os políticos a consciência de que só a solução dos problemas estruturais fará o país voltar a crescer. Vão se formando consensos importantes. Um deles é o de que a integração com a economia global favorece a inovação e a produtividade, dois componentes essenciais para a riqueza das nações. É crescente também a percepção no setor privado de que os subsídios de juros, as desonerações tributárias e o protecionismo configuram ganhos ilusórios, se estendidos no tempo, mais servindo para encobrir ineficiências que induzir os avanços empresariais. Tenho esperança de que as contas públicas serão tratadas com maior zelo, inclusive pelo Congresso Nacional, que é a instância fiscalizadora dos atos do governo. E que "criatividade", "maquilagem" e "pedaladas", esses tristes neologismos das contas nacionais, sejam julgadas como realmente são: irresponsabilidades que não dignificam o Brasil e os brasileiros. Esse será o curso natural da crescente aceitação no debate econômico da imperiosa necessidade de que os resultados das políticas públicas sejam sistematicamente auditados, avaliados e divulgados. Quando e se todas essas transformações se tornarem realidade, poderemos festejar o ano que se vai e desejar feliz ano novo não como um chavão da época, mas como compromisso.
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Realidade ampliadaNão é segredo que os resultados econômicos de 2015 foram muito ruins. O Orçamento primário, por exemplo, completou dois anos de deficit, algo inédito desde a reforma monetária de 1994. Como a matriz dos problemas da economia está no desequilíbrio das contas públicas, o repetido revés nessa área impôs um tombo extraordinário no investimento, no emprego e na renda, abalando a confiança de empresários e consumidores. A queda do PIB, que provavelmente passou de 3,5% em 2015, somente encontra paralelo na história recente em 1981 e 1990. A retração econômica começou em meados de 2014 e já estava em curso na campanha eleitoral, sem, no entanto, ter suscitado debate eficaz sobre a política econômica, seja pela avaliação fantasiosa da realidade propagada pela situação, seja pela falta de contundência das oposições em seus diagnósticos. Ficou nas mãos dos artífices do retrocesso no qual nos encontramos a tarefa de repor a retomada da agenda de reformas (previdenciária, trabalhista, fiscal etc.), a adoção de medidas reparadoras das contas fiscais, com o corte de programas não essenciais, e o desmonte da indexação generalizada e da vinculação dos gastos públicos. Nada se fez para diminuir o tamanho do Estado ou para melhorar a eficiência do setor público. Ficou apenas na promessa a consolidação fiscal indispensável para reduzir o endividamento público. Sem tais ações, a economia repetirá em 2016 o fracasso de 2015. E não só a economia. Do escândalo da Lava Jato ao estouro da barragem de minérios no Rio Doce, passando pela emergência de novas doenças do mosquito Aedes Aegypti, o ano que passou expôs a realidade ampliada dos problemas nacionais. Só sairemos do impasse com medidas realistas, como tem sido o ajuste tarifário e cambial. Ambos estão desfazendo quase uma década de subsídios que estouraram com o caixa da Petrobras e das empresas elétricas, além de levar as indústrias, as exportações e as contas externas à anemia devido à prolongada valorização do real. Tais medidas engrossam a inflação num primeiro momento. Mas estão criando as condições para o retorno dos investimentos em atividades importantes da economia e já implicam a redução do deficit externo e o fomento à exportação. O colapso das contas públicas também desperta no meio empresarial, na sociedade e entre os políticos a consciência de que só a solução dos problemas estruturais fará o país voltar a crescer. Vão se formando consensos importantes. Um deles é o de que a integração com a economia global favorece a inovação e a produtividade, dois componentes essenciais para a riqueza das nações. É crescente também a percepção no setor privado de que os subsídios de juros, as desonerações tributárias e o protecionismo configuram ganhos ilusórios, se estendidos no tempo, mais servindo para encobrir ineficiências que induzir os avanços empresariais. Tenho esperança de que as contas públicas serão tratadas com maior zelo, inclusive pelo Congresso Nacional, que é a instância fiscalizadora dos atos do governo. E que "criatividade", "maquilagem" e "pedaladas", esses tristes neologismos das contas nacionais, sejam julgadas como realmente são: irresponsabilidades que não dignificam o Brasil e os brasileiros. Esse será o curso natural da crescente aceitação no debate econômico da imperiosa necessidade de que os resultados das políticas públicas sejam sistematicamente auditados, avaliados e divulgados. Quando e se todas essas transformações se tornarem realidade, poderemos festejar o ano que se vai e desejar feliz ano novo não como um chavão da época, mas como compromisso.
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Alckmin faz piada com viagens de Doria
Geraldo Alckmin tem mostrado confiança de que sua citação no escândalo da Lava Jato, em que ele é acusado de caixa dois, não evoluirá. Três governadores citados na operação –os de Minas, Espírito Santo e Maranhão– já tiveram as investigações arquivadas no STJ (Superior Tribunal de Justiça). O QUE SERÁ? Há magistrados do tribunal, no entanto, que estranham a demora da PGR (Procuradoria-Geral da República) em enviar o caso de Alckmin para a corte, o que poderia ser um mau sinal para o governador. "Ou então não encontraram nada mesmo", afirma um dos ministros. NA LABUTA E uma piada sobre as viagens de João Doria tem sido creditada a Alckmin por secretários do governador que despacham com ele tarde da noite: "O político está aqui gerindo enquanto o gestor faz política". Leia a coluna completa aqui.
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Alckmin faz piada com viagens de DoriaGeraldo Alckmin tem mostrado confiança de que sua citação no escândalo da Lava Jato, em que ele é acusado de caixa dois, não evoluirá. Três governadores citados na operação –os de Minas, Espírito Santo e Maranhão– já tiveram as investigações arquivadas no STJ (Superior Tribunal de Justiça). O QUE SERÁ? Há magistrados do tribunal, no entanto, que estranham a demora da PGR (Procuradoria-Geral da República) em enviar o caso de Alckmin para a corte, o que poderia ser um mau sinal para o governador. "Ou então não encontraram nada mesmo", afirma um dos ministros. NA LABUTA E uma piada sobre as viagens de João Doria tem sido creditada a Alckmin por secretários do governador que despacham com ele tarde da noite: "O político está aqui gerindo enquanto o gestor faz política". Leia a coluna completa aqui.
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Polícia prende mais dois por roubo milionário em transportadora em SP
A polícia prendeu mais dois suspeitos de participar do roubo milionário a uma transportadora de valores na região de São Mateus, zona leste de São Paulo, há duas semanas. Um vigia da empresa já tinha sido detido logo após o crime sob suspeita de facilitar a entrada dos assaltantes. O crime aconteceu no último dia 22, quando um grupo de cerca de 15 homens invadiu o local, trocou tiros com os vigilantes e fugiu levando malotes com R$ 6,7 milhões. Na fuga, um Gol usado pelos criminosos foi incendiado, assim como um caminhão, que foi atravessado em uma rua próxima para evitar a aproximação da polícia. Os bandidos usavam uniformes semelhantes aos dos funcionários da transportadora, um carro com logo da empresa e tinham uma senha anotada em um pedaço de papel para conseguir entrar no local. O conhecimento dos procedimentos internos fez com que a polícia identificasse um dos vigias como parte da quadrilha. Após a primeira prisão, a polícia identificou ainda outros dois suspeitos. Um deles, de 33 anos, foi preso em Itanhaém (no litoral de SP), no último dia 30, onde foram apreendidos R$ 20 mil e um veículo Chevrolet Astra. O outro, de 35 anos, foi preso em Suzano (na Grande SP), no dia 1º, onde foram apreendidos R$ 47 mil e um Fiat Uno. Segundo a polícia, ele teria usado um fuzil.50mm antiaéreo durante a ação. As duas prisões foram divulgadas apenas nesta quarta-feira (6). O caso continua a ser investigado pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
cotidiano
Polícia prende mais dois por roubo milionário em transportadora em SPA polícia prendeu mais dois suspeitos de participar do roubo milionário a uma transportadora de valores na região de São Mateus, zona leste de São Paulo, há duas semanas. Um vigia da empresa já tinha sido detido logo após o crime sob suspeita de facilitar a entrada dos assaltantes. O crime aconteceu no último dia 22, quando um grupo de cerca de 15 homens invadiu o local, trocou tiros com os vigilantes e fugiu levando malotes com R$ 6,7 milhões. Na fuga, um Gol usado pelos criminosos foi incendiado, assim como um caminhão, que foi atravessado em uma rua próxima para evitar a aproximação da polícia. Os bandidos usavam uniformes semelhantes aos dos funcionários da transportadora, um carro com logo da empresa e tinham uma senha anotada em um pedaço de papel para conseguir entrar no local. O conhecimento dos procedimentos internos fez com que a polícia identificasse um dos vigias como parte da quadrilha. Após a primeira prisão, a polícia identificou ainda outros dois suspeitos. Um deles, de 33 anos, foi preso em Itanhaém (no litoral de SP), no último dia 30, onde foram apreendidos R$ 20 mil e um veículo Chevrolet Astra. O outro, de 35 anos, foi preso em Suzano (na Grande SP), no dia 1º, onde foram apreendidos R$ 47 mil e um Fiat Uno. Segundo a polícia, ele teria usado um fuzil.50mm antiaéreo durante a ação. As duas prisões foram divulgadas apenas nesta quarta-feira (6). O caso continua a ser investigado pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
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Apesar da recessão, rede Marriott vai triplicar número de hotéis no Brasil
A rede de hotéis norte-americana Marriott International planeja quase triplicar o número de unidades que opera no Brasil, apostando que o país irá se recuperar relativamente rápido de sua maior recessão econômica em 25 anos. A companhia vai investir R$ 400 milhões no Brasil até 2018, com parte do valor indo para estabelecer três novas marcas visando sobretudo os viajantes locais, disse nesta terça-feira (6) Tim Sheldon, presidente da Marriott para América Latina e o Caribe. De acordo com o plano, a empresa vai construir mais 11 hotéis no Brasil, além dos seis que já possui. Investidores brasileiros serão parceiros nos projetos, colocando aproximadamente mais R$ 300 milhões. A estratégia no Brasil é similar à que a empresa já implantou em outros importantes mercados emergentes, como o México, segundo o executivo. AC by Marriott, Fairfield e Residence Inn são as três novas bandeiras que a companhia dona do hotel Renaissance está trazendo para o Brasil, elevando o total de marcas a nove. "Nós fizemos uma extensa pesquisa de mercado no Brasil, para entender quais eram as oportunidades. Por isso você nos verá construindo hotéis de quatro e três estrelas", afirmou Sheldon, acrescentando que a situação econômica do Brasil não alterou o planejamento da companhia. "Nós pensamos no longo prazo", disse, acrescentando que a desvalorização do real também deverá elevar o turismo doméstico. A economia brasileira deverá registrar contrações nesse ano e no próximo, a primeira vez desde a década de 1930 em que o país terá dois anos seguidos de queda. Segundo Sheldon, a rede hoteleira vai focar em um grupo de 16 cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes cada uma, todas com aeroportos internacionais com voos diretos para a Europa ou os Estados Unidos. A companhia norte-americana está construindo quatro hotéis no Rio de Janeiro, todos com previsão de inauguração até as Olimpíadas. "É melhor que estejam prontos, porque já estão todos lotados para os Jogos", afirmou o executivo. Também serão levantados cinco hotéis no Sul do Brasil (dois em Curitiba, dois em Florianópolis e um em Porto Alegre), além de outras duas unidades em Recife. Apesar do foco em hotéis para a classe média alta brasileira, e o turismo doméstico, a companhia não descarta trazer uma marca de alto luxo para o Brasil no futuro e diz ter potenciais sócios interessados em participar da implementação ou de um Ritz Carlton ou de um Bulgari, ambas marcas do Marriott, em São Paulo.
turismo
Apesar da recessão, rede Marriott vai triplicar número de hotéis no BrasilA rede de hotéis norte-americana Marriott International planeja quase triplicar o número de unidades que opera no Brasil, apostando que o país irá se recuperar relativamente rápido de sua maior recessão econômica em 25 anos. A companhia vai investir R$ 400 milhões no Brasil até 2018, com parte do valor indo para estabelecer três novas marcas visando sobretudo os viajantes locais, disse nesta terça-feira (6) Tim Sheldon, presidente da Marriott para América Latina e o Caribe. De acordo com o plano, a empresa vai construir mais 11 hotéis no Brasil, além dos seis que já possui. Investidores brasileiros serão parceiros nos projetos, colocando aproximadamente mais R$ 300 milhões. A estratégia no Brasil é similar à que a empresa já implantou em outros importantes mercados emergentes, como o México, segundo o executivo. AC by Marriott, Fairfield e Residence Inn são as três novas bandeiras que a companhia dona do hotel Renaissance está trazendo para o Brasil, elevando o total de marcas a nove. "Nós fizemos uma extensa pesquisa de mercado no Brasil, para entender quais eram as oportunidades. Por isso você nos verá construindo hotéis de quatro e três estrelas", afirmou Sheldon, acrescentando que a situação econômica do Brasil não alterou o planejamento da companhia. "Nós pensamos no longo prazo", disse, acrescentando que a desvalorização do real também deverá elevar o turismo doméstico. A economia brasileira deverá registrar contrações nesse ano e no próximo, a primeira vez desde a década de 1930 em que o país terá dois anos seguidos de queda. Segundo Sheldon, a rede hoteleira vai focar em um grupo de 16 cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes cada uma, todas com aeroportos internacionais com voos diretos para a Europa ou os Estados Unidos. A companhia norte-americana está construindo quatro hotéis no Rio de Janeiro, todos com previsão de inauguração até as Olimpíadas. "É melhor que estejam prontos, porque já estão todos lotados para os Jogos", afirmou o executivo. Também serão levantados cinco hotéis no Sul do Brasil (dois em Curitiba, dois em Florianópolis e um em Porto Alegre), além de outras duas unidades em Recife. Apesar do foco em hotéis para a classe média alta brasileira, e o turismo doméstico, a companhia não descarta trazer uma marca de alto luxo para o Brasil no futuro e diz ter potenciais sócios interessados em participar da implementação ou de um Ritz Carlton ou de um Bulgari, ambas marcas do Marriott, em São Paulo.
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Lixo: Ao comemorar 25 da seletiva, Porto Alegre vai intensificar programa
Porto Alegre (RS) vai ampliar a coleta seletiva. Segunda capital brasileira a implantar o sistema (Curitiba foi a primeira), a cidade já universalizou o serviço para todos os bairros e agora anuncia sua intensificação, com recolhimento em dois turnos e de até três vezes por semana em algumas regiões, a partir de agosto. Apesar de o serviço atingir a cidade de Porto Alegre toda, das 2.200 toneladas recolhidas por dia, apenas 110 toneladas são de lixo seco separado pelos moradores, uma fração ainda muito pequena. Isso significa que a adesão da população ainda precisa aumentar muito. De acordo com dados da empresa de limpeza pública, se todos os moradores separassem corretamente os resíduos domiciliares, aproximadamente 320 toneladas diárias seriam encaminhadas para a triagem, quase o triplo do número atual. Essa mudança economizaria recursos consideráveis no orçamento municipal –hoje o lixo que não é reaproveitado é enviado a um aterro sanitário a 100 km de distância da capital, de caminhão. Além disso, com mais material reciclável para trabalhar, as cooperativas poderiam incluir mais trabalhadores, entre eles os atuais carroceiros e condutores de carrinhos, que devem deixar de circular até 2016 nas ruas da cidade. Hoje, o material recolhido é distribuído em 19 galpões de triagem, gerando emprego e renda para 800 cooperados. Na última terça (7), dia em que completou 25 anos da seletiva, Porto Alegre anunciou o aumento de turnos e dias de coleta e o ReciclaPoa, uma campanha de conscientização para incentivar a população a separar corretamente o lixo. Inclusão produtiva de condutores, reestruturação do sistema de triagem e educação ambiental são os três eixos de um programa que conta com recursos de R$ 18 milhões, sendo metade da prefeitura e metade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Desde que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi aprovada, em 2010, o número de cidades que fazem coleta seletiva aumentou 109%: 927 cidades brasileiras têm algum tipo de coleta, o que representa 17% do total de municípios do país, de acordo com uma pesquisa do Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE) de 2014. Mesmo com o crescimento verificado nos últimos quatro anos, só 13% dos brasileiros têm acesso a esses programas.
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Lixo: Ao comemorar 25 da seletiva, Porto Alegre vai intensificar programaPorto Alegre (RS) vai ampliar a coleta seletiva. Segunda capital brasileira a implantar o sistema (Curitiba foi a primeira), a cidade já universalizou o serviço para todos os bairros e agora anuncia sua intensificação, com recolhimento em dois turnos e de até três vezes por semana em algumas regiões, a partir de agosto. Apesar de o serviço atingir a cidade de Porto Alegre toda, das 2.200 toneladas recolhidas por dia, apenas 110 toneladas são de lixo seco separado pelos moradores, uma fração ainda muito pequena. Isso significa que a adesão da população ainda precisa aumentar muito. De acordo com dados da empresa de limpeza pública, se todos os moradores separassem corretamente os resíduos domiciliares, aproximadamente 320 toneladas diárias seriam encaminhadas para a triagem, quase o triplo do número atual. Essa mudança economizaria recursos consideráveis no orçamento municipal –hoje o lixo que não é reaproveitado é enviado a um aterro sanitário a 100 km de distância da capital, de caminhão. Além disso, com mais material reciclável para trabalhar, as cooperativas poderiam incluir mais trabalhadores, entre eles os atuais carroceiros e condutores de carrinhos, que devem deixar de circular até 2016 nas ruas da cidade. Hoje, o material recolhido é distribuído em 19 galpões de triagem, gerando emprego e renda para 800 cooperados. Na última terça (7), dia em que completou 25 anos da seletiva, Porto Alegre anunciou o aumento de turnos e dias de coleta e o ReciclaPoa, uma campanha de conscientização para incentivar a população a separar corretamente o lixo. Inclusão produtiva de condutores, reestruturação do sistema de triagem e educação ambiental são os três eixos de um programa que conta com recursos de R$ 18 milhões, sendo metade da prefeitura e metade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Desde que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi aprovada, em 2010, o número de cidades que fazem coleta seletiva aumentou 109%: 927 cidades brasileiras têm algum tipo de coleta, o que representa 17% do total de municípios do país, de acordo com uma pesquisa do Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE) de 2014. Mesmo com o crescimento verificado nos últimos quatro anos, só 13% dos brasileiros têm acesso a esses programas.
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Universidade dos EUA vai facilitar a admissão de descendentes de escravos
A Universidade Georgetown, na capital americana, irá facilitar a admissão de descendentes dos escravos que foram vendidos para financiar a instituição no século 19. Em 1838, padres jesuítas ligados à universidade venderam 272 escravos, entre homens, mulheres e crianças, para plantações de Louisiana (sul). O montante arrecadado, equivalente a US$ 3,3 milhões (R$ 10,6 milhões) em valores atuais, garantiu a sobrevivência da Georgetown, que está entre as 20 melhores universidades dos EUA. Além de oferecer uma vantagem os descendentes, que terão as mesmas condições preferenciais de admissão concedidas a filhos de ex-alunos da Georgetown, a universidade também atenderá outra recomendação da comissão que examinou seu envolvimento com a escravidão, um pedido formal de desculpas. "A universidade, apesar das muitas formas com que investiu em recursos nos últimos 50 anos para curar as feridas da injustiça racial, não pediu desculpas", diz o relatório da comissão, criado em 2015 pela Georgetown e composto de professores, funcionários, alunos e ex-alunos. "Embora possa haver desculpas vazias, palavras de desculpas expressas genuinamente podem fazer a diferença na busca por reconciliação". John J. DeGioia, presidente da universidade desde 2001, convocou a comissão no ano passado e desde então tem mantido encontros com descendentes dos escravos vendidos pelos jesuítas em 1838 para tentar reparar as ações de seus antecessores. Em junho ele se reuniu com cerca de 50 deles nos Estados de Washington (noroeste) e Louisiana. REPARAÇÃO Outras medidas reparatórias devem ser a criação de um instituto para o estudo da escravidão, um monumento aos escravos explorados pela universidade e a mudança dos nomes de dois prédios da instituição para homenagear um escravo e uma educadora afroamericana que pertencia a uma ordem católica. "Esperamos que os dois prédios se tornem um lembrete de como nossa universidade desprezaram os altos valores da dignidade humana e da educação em relação ao afroamericanos escravizados e livres nos séculos 18 e 19", diz o relatório. Com a iniciativa, a Georgetown dá um passo além no esforço de se penitenciar por seu passado em relação a outras universidades americanas de prestígio envolvidas com a escravidão. Num relatório pioneiro, a Universidade Brown reconheceu em 2006 seus laços com o tráfico de escravos. Num outro exemplo, a direção da Universidade da Virginia, fundada em 1819 pelo terceiro presidente dos EUA, Thomas Jefferson, divulgou um comunicado em que lamenta o uso de escravos. Um dos "pais fundadores" do país e principal autor da Declaração da Independência, que inclui a frase "todos os homens são criados iguais", Jefferson teve centenas de escravos em suas plantações. A Universidade Georgetown afirmou que irá "aprofundar" a pesquisa em seus arquivos para ajudar na busca de descendentes. De acordo com o grupo independente Projeto Memória de Georgetown, modelos estatísticos sugerem que pode haver entre 12 mil e 15 mil descendentes vivos dos escravos negociados pela universidade no século 18.
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Universidade dos EUA vai facilitar a admissão de descendentes de escravosA Universidade Georgetown, na capital americana, irá facilitar a admissão de descendentes dos escravos que foram vendidos para financiar a instituição no século 19. Em 1838, padres jesuítas ligados à universidade venderam 272 escravos, entre homens, mulheres e crianças, para plantações de Louisiana (sul). O montante arrecadado, equivalente a US$ 3,3 milhões (R$ 10,6 milhões) em valores atuais, garantiu a sobrevivência da Georgetown, que está entre as 20 melhores universidades dos EUA. Além de oferecer uma vantagem os descendentes, que terão as mesmas condições preferenciais de admissão concedidas a filhos de ex-alunos da Georgetown, a universidade também atenderá outra recomendação da comissão que examinou seu envolvimento com a escravidão, um pedido formal de desculpas. "A universidade, apesar das muitas formas com que investiu em recursos nos últimos 50 anos para curar as feridas da injustiça racial, não pediu desculpas", diz o relatório da comissão, criado em 2015 pela Georgetown e composto de professores, funcionários, alunos e ex-alunos. "Embora possa haver desculpas vazias, palavras de desculpas expressas genuinamente podem fazer a diferença na busca por reconciliação". John J. DeGioia, presidente da universidade desde 2001, convocou a comissão no ano passado e desde então tem mantido encontros com descendentes dos escravos vendidos pelos jesuítas em 1838 para tentar reparar as ações de seus antecessores. Em junho ele se reuniu com cerca de 50 deles nos Estados de Washington (noroeste) e Louisiana. REPARAÇÃO Outras medidas reparatórias devem ser a criação de um instituto para o estudo da escravidão, um monumento aos escravos explorados pela universidade e a mudança dos nomes de dois prédios da instituição para homenagear um escravo e uma educadora afroamericana que pertencia a uma ordem católica. "Esperamos que os dois prédios se tornem um lembrete de como nossa universidade desprezaram os altos valores da dignidade humana e da educação em relação ao afroamericanos escravizados e livres nos séculos 18 e 19", diz o relatório. Com a iniciativa, a Georgetown dá um passo além no esforço de se penitenciar por seu passado em relação a outras universidades americanas de prestígio envolvidas com a escravidão. Num relatório pioneiro, a Universidade Brown reconheceu em 2006 seus laços com o tráfico de escravos. Num outro exemplo, a direção da Universidade da Virginia, fundada em 1819 pelo terceiro presidente dos EUA, Thomas Jefferson, divulgou um comunicado em que lamenta o uso de escravos. Um dos "pais fundadores" do país e principal autor da Declaração da Independência, que inclui a frase "todos os homens são criados iguais", Jefferson teve centenas de escravos em suas plantações. A Universidade Georgetown afirmou que irá "aprofundar" a pesquisa em seus arquivos para ajudar na busca de descendentes. De acordo com o grupo independente Projeto Memória de Georgetown, modelos estatísticos sugerem que pode haver entre 12 mil e 15 mil descendentes vivos dos escravos negociados pela universidade no século 18.
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Após resistirem, famílias deixam terreno ocupado na Grande SP
A GCM (Guarda Civil Municipal) de Osasco, na Grande São Paulo, realiza na manhã desta segunda-feira (11) a retirada de famílias que ocupam irregularmente uma área pública no Jardim Aliança. Há pelo menos cinco meses, cerca de 150 famílias ocupam o terreno, que fica às margens de um córrego, na avenida Bandeirantes. A região é uma das mais afetadas por inundações durante o período de chuva. Segundo a polícia, a remoção dos moradores ocorre de foram pacífica. Contudo, mais cedo, houve um princípio de tumulto quando funcionários tentaram desligar a energia elétrica da área, informou a rádio CBN. As famílias montaram um cordão impedindo que funcionários efetuassem o corte. A GCM tentou retirá-los e os moradores revidaram com pedras e paus, houve uma grande correria. De acordo com a Prefeitura de Osasco, a desocupação foi determinada pela Justiça em "razão do risco que as pessoas correm pela instabilidade do terreno". A prefeitura disse ainda que busca resolver a situação de forma pacífica e que ofereceu caminhões para o transporte de bens dos moradores, dentro da região de Osasco (Grande SP). Àqueles que não tiverem para onde ir, a prefeitura disse que disponibilizará vagas em albergues. A Polícia Militar informou que não participa da operação, que é realizada pela GCM de Osasco em parceria com a Secretaria de Segurança e com apoio de agentes da Fiscalização e Secretaria de Habitação, além de conselheiros Tutelares.
cotidiano
Após resistirem, famílias deixam terreno ocupado na Grande SPA GCM (Guarda Civil Municipal) de Osasco, na Grande São Paulo, realiza na manhã desta segunda-feira (11) a retirada de famílias que ocupam irregularmente uma área pública no Jardim Aliança. Há pelo menos cinco meses, cerca de 150 famílias ocupam o terreno, que fica às margens de um córrego, na avenida Bandeirantes. A região é uma das mais afetadas por inundações durante o período de chuva. Segundo a polícia, a remoção dos moradores ocorre de foram pacífica. Contudo, mais cedo, houve um princípio de tumulto quando funcionários tentaram desligar a energia elétrica da área, informou a rádio CBN. As famílias montaram um cordão impedindo que funcionários efetuassem o corte. A GCM tentou retirá-los e os moradores revidaram com pedras e paus, houve uma grande correria. De acordo com a Prefeitura de Osasco, a desocupação foi determinada pela Justiça em "razão do risco que as pessoas correm pela instabilidade do terreno". A prefeitura disse ainda que busca resolver a situação de forma pacífica e que ofereceu caminhões para o transporte de bens dos moradores, dentro da região de Osasco (Grande SP). Àqueles que não tiverem para onde ir, a prefeitura disse que disponibilizará vagas em albergues. A Polícia Militar informou que não participa da operação, que é realizada pela GCM de Osasco em parceria com a Secretaria de Segurança e com apoio de agentes da Fiscalização e Secretaria de Habitação, além de conselheiros Tutelares.
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Seleção feminina de handebol escolhe grupo de atual campeã mundial na Rio-16
MARCEL MERGUIZO DE SÃO PAULO Estratégias diferentes para equipes em patamares diferentes. Assim as seleções feminina e masculina de handebol do Brasil iniciaram a Olimpíada, 98 dias antes dos Jogos do Rio. Nesta sexta-feira (29), ocorreu o sorteio dos grupos da primeira fase da competição. Como país sede, o Brasil pôde aguardar a definição das chaves e escolher em qual grupo jogará. Enquanto o dinamarquês Morten Soubak escolheu o grupo mais difícil para disputar com as mulheres, o espanhol Jordi Ribera preferiu o lado mais acessível para os homens passarem de fase. Os quatro primeiros de cada grupo, com seis times cada, classificam-se para as quartas de final. Essa postura diferente na definição das chaves aconteceu porque a seleção feminina do Brasil é favorita ao pódio e pode trabalhar já com a possibilidade de ter um cruzamento mais tranquilo nas quartas de final. Nos Jogos de Londres-2012, por exemplo, a equipe terminou a primeira fase na liderança, mas encarou a Noruega (quarta colocada da outra chave) nas quartas e foi eliminada. "Não acho que tenha um grupo mais fácil ou outro mais difícil. Há muitos países na briga pela medalha, e somos um deles. Vai ser muito difícil para todo mundo. O mais importante é nos classificarmos", afirmou Soubak à Folha. O treinador da seleção feminina do Brasil conta que demorou menos do que os dois minutos aos quais tinha direito para escolher em qual grupo preferia jogar. O próprio dinamarquês diz que havia simulado as possibilidade de sorteio e já sabia o que fazer. Assim, as brasileiras pegam as norueguesas, atuais campeãs mundiais (2015) e bi olímpicas (2008 e 2012). Curiosamente, em 2015, também após terminar a primeira fase em primeiro lugar, as brasileiras foram eliminadas nas oitavas de final pelas romenas, que também estão no Grupo A. "A chave que escolhemos está muito forte, mas como classificam-se quatro, também foi pensado no cruzamento. A hora do cruzamento também é importante", afirma a ponta Alexandra Nascimento, eleita a melhor jogadora do mundo em 2012. MASCULINO Já no masculino, o Brasil não é favorito ao pódio como no feminino, o que fez o técnico Jordi Ribera escolher um grupo, teoricamente, mais fraco na primeira fase. Enquanto as mulheres podem pensar em um possível cruzamento mais tranquilo nas quartas de final, os homens vão lutar para passar de fase. Por esse motivo, a escolha do Grupo B, com Egito, Alemanha, Suécia, Eslovênia e Polônia foi a feita pela seleção masculina do Brasil. "Na Olimpíada todos [os países] são tops. Nos últimos meses assisti jogos de europeus e em pré-olímpicos, a nossa estratégia foi escolher o Grupo B pela combinação de equipes. Os dois grupos são complicados, difíceis", afirmou Ribera à Folha, logo após o sorteio e a escolha. "Temos dois objetivos: classificar e, depois, ir mais longe. Mas cada jogo será de morte", conclui o técnico da seleção masculina do Brasil. No Grupo A, além da tradicional rival Argentina, está a atual campeã mundial (2015), bi olímpica (2008 e 2012) e favorita ao título, a França. Neste lado da chave ainda está a Croácia, que eliminou o Brasil nas oitavas do último Mundial, a Dinamarca, uma potência do esporte, e o Qatar, que conta com uma seleção mundial devido ao grande número de atletas naturalizados. "Na Olimpíada não tem jogo fácil ou difícil, todos são difíceis, Achei o grupo um pouco pesado. Tem o campeão da Europa nesse ano [Alemanha], tem a Eslovênia, que se jogarmos bem vamos sair com a vitória, a Polônia, que já conhecemos o jogo e está totalmente aberto, o Egito é um time muito forte e muito chato de jogar, mas não duvido nada que podemos sair com a vitória. E a Suécia foi muito bem no pré-olímpico. Mas acho que a chave está muito boa. As duas são equilibradas", avalia o armador da seleção Zé Toledo. GRUPOS DO HANDEBOL NA RIO-2016 Países e as respectivas colocações no último Mundial-2015 FEMININO Grupo A BRASIL (10º) Noruega (1º) Romênia (3º) Montenegro (8º) Espanha (12º) Angola (16º) Grupo B Holanda (2º) Rússia (5º) França (7º) Suécia (9º) Coreia do Sul (14º) Argentina (18º) >>> Ordem dos jogos do Brasil na primeira fase: Noruega (6.ago), Romênia (8.ago), Espanha (10.ago), Angola (12.ago) e Montenegro (14.ago) MASCULINO Grupo A França (1º) Qatar (2º) Dinamarca (5º) Croácia (6º) Argentina (12º) Tunísia (15º) Grupo B BRASIL (16º) Polônia (3º) Alemanha (7º) Eslovênia (8º) Suécia (10º) Egito (14º) >>> Ordem dos jogos do Brasil na primeira fase: Polônia (7.ago), Eslovênia (9.ago), Alemanha (11.ago), Egito (13.ago) e Suécia (15.ago)
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Seleção feminina de handebol escolhe grupo de atual campeã mundial na Rio-16 MARCEL MERGUIZO DE SÃO PAULO Estratégias diferentes para equipes em patamares diferentes. Assim as seleções feminina e masculina de handebol do Brasil iniciaram a Olimpíada, 98 dias antes dos Jogos do Rio. Nesta sexta-feira (29), ocorreu o sorteio dos grupos da primeira fase da competição. Como país sede, o Brasil pôde aguardar a definição das chaves e escolher em qual grupo jogará. Enquanto o dinamarquês Morten Soubak escolheu o grupo mais difícil para disputar com as mulheres, o espanhol Jordi Ribera preferiu o lado mais acessível para os homens passarem de fase. Os quatro primeiros de cada grupo, com seis times cada, classificam-se para as quartas de final. Essa postura diferente na definição das chaves aconteceu porque a seleção feminina do Brasil é favorita ao pódio e pode trabalhar já com a possibilidade de ter um cruzamento mais tranquilo nas quartas de final. Nos Jogos de Londres-2012, por exemplo, a equipe terminou a primeira fase na liderança, mas encarou a Noruega (quarta colocada da outra chave) nas quartas e foi eliminada. "Não acho que tenha um grupo mais fácil ou outro mais difícil. Há muitos países na briga pela medalha, e somos um deles. Vai ser muito difícil para todo mundo. O mais importante é nos classificarmos", afirmou Soubak à Folha. O treinador da seleção feminina do Brasil conta que demorou menos do que os dois minutos aos quais tinha direito para escolher em qual grupo preferia jogar. O próprio dinamarquês diz que havia simulado as possibilidade de sorteio e já sabia o que fazer. Assim, as brasileiras pegam as norueguesas, atuais campeãs mundiais (2015) e bi olímpicas (2008 e 2012). Curiosamente, em 2015, também após terminar a primeira fase em primeiro lugar, as brasileiras foram eliminadas nas oitavas de final pelas romenas, que também estão no Grupo A. "A chave que escolhemos está muito forte, mas como classificam-se quatro, também foi pensado no cruzamento. A hora do cruzamento também é importante", afirma a ponta Alexandra Nascimento, eleita a melhor jogadora do mundo em 2012. MASCULINO Já no masculino, o Brasil não é favorito ao pódio como no feminino, o que fez o técnico Jordi Ribera escolher um grupo, teoricamente, mais fraco na primeira fase. Enquanto as mulheres podem pensar em um possível cruzamento mais tranquilo nas quartas de final, os homens vão lutar para passar de fase. Por esse motivo, a escolha do Grupo B, com Egito, Alemanha, Suécia, Eslovênia e Polônia foi a feita pela seleção masculina do Brasil. "Na Olimpíada todos [os países] são tops. Nos últimos meses assisti jogos de europeus e em pré-olímpicos, a nossa estratégia foi escolher o Grupo B pela combinação de equipes. Os dois grupos são complicados, difíceis", afirmou Ribera à Folha, logo após o sorteio e a escolha. "Temos dois objetivos: classificar e, depois, ir mais longe. Mas cada jogo será de morte", conclui o técnico da seleção masculina do Brasil. No Grupo A, além da tradicional rival Argentina, está a atual campeã mundial (2015), bi olímpica (2008 e 2012) e favorita ao título, a França. Neste lado da chave ainda está a Croácia, que eliminou o Brasil nas oitavas do último Mundial, a Dinamarca, uma potência do esporte, e o Qatar, que conta com uma seleção mundial devido ao grande número de atletas naturalizados. "Na Olimpíada não tem jogo fácil ou difícil, todos são difíceis, Achei o grupo um pouco pesado. Tem o campeão da Europa nesse ano [Alemanha], tem a Eslovênia, que se jogarmos bem vamos sair com a vitória, a Polônia, que já conhecemos o jogo e está totalmente aberto, o Egito é um time muito forte e muito chato de jogar, mas não duvido nada que podemos sair com a vitória. E a Suécia foi muito bem no pré-olímpico. Mas acho que a chave está muito boa. As duas são equilibradas", avalia o armador da seleção Zé Toledo. GRUPOS DO HANDEBOL NA RIO-2016 Países e as respectivas colocações no último Mundial-2015 FEMININO Grupo A BRASIL (10º) Noruega (1º) Romênia (3º) Montenegro (8º) Espanha (12º) Angola (16º) Grupo B Holanda (2º) Rússia (5º) França (7º) Suécia (9º) Coreia do Sul (14º) Argentina (18º) >>> Ordem dos jogos do Brasil na primeira fase: Noruega (6.ago), Romênia (8.ago), Espanha (10.ago), Angola (12.ago) e Montenegro (14.ago) MASCULINO Grupo A França (1º) Qatar (2º) Dinamarca (5º) Croácia (6º) Argentina (12º) Tunísia (15º) Grupo B BRASIL (16º) Polônia (3º) Alemanha (7º) Eslovênia (8º) Suécia (10º) Egito (14º) >>> Ordem dos jogos do Brasil na primeira fase: Polônia (7.ago), Eslovênia (9.ago), Alemanha (11.ago), Egito (13.ago) e Suécia (15.ago)
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Senado limita a 25% acréscimo em contratos de obras públicas
O Senado aprovou nesta quarta-feira (6) projeto que limita a 25% o acréscimo em contratos de obras, serviços ou compras da administração pública sobre o seu valor inicial. A Lei de Licitações fixa esse aditivo em até 50% para alguns contratos, mas os senadores querem reduzi-lo para evitar o que chamam de "superfaturamento" em obras e contratos. No modelo em vigor, a lei permite o limite de 50% nos aditivos para reformas em edifícios ou compra de equipamentos. Com a mudança, todas as obras e contratos terão que se enquadrar no novo percentual máximo de 25% sobre o valor inicial da obra, uma vez que a proposta altera a Lei de Licitações. Os casos em que a lei já prevê o percentual de 25% serão mantidos. Como o projeto foi aprovado em caráter terminativo pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, segue diretamente para análise da Câmara. A proposta só precisa ser votada pelo plenário do Senado se um grupo de senadores apresentarem pedido com essa finalidade. Autora do projeto, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) disse que os aditivos de 50% nos contratos já se tornaram regra nas obras públicas, por isso a prática tem que ser coibida. "Isso não se coaduna com os melhores princípios da administração, especialmente com o do planejamento. Não há o que justifique tamanha abertura, para ser usada sem medida e irresponsavelmente", afirmou a senadora ao justificar o projeto. O percentual de 25%, segundo Ana Amélia, será uma "margem de manobra" que assegura ampliar os gastos em casos de imprevistos surgidos ao longo da execução do contrato. Relator do texto, o senador José Agripino Maia (DEM-RN) disse que o acréscimo de 50% no valor inicial das obras e serviços públicos já é considerado no momento em que a União e os entes públicos fecham os contratos. "O administrador público deixa de dedicar adequado esforço no planejamento e desenho do empreendimento, assim como na sua orçamentação, também escorado no elástico permissivo legal. A exceção virou regra, e quase sempre em prejuízo do interesse público", afirmou. Único senador a votar contra o projeto na CCJ, Omar Aziz (PSD-AM) disse que a Lei de Licitações foi "sábia" ao permitir o acréscimo de 50% nos contratos para garantir a solução de problemas e imprevistos durante a execução das obras. "Quando um obra começa, ninguém é capaz de dizer como está o comprometimento da estrutura. Não é dessa forma que vamos coibir superfaturamento", afirmou o parlamentar.
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Senado limita a 25% acréscimo em contratos de obras públicasO Senado aprovou nesta quarta-feira (6) projeto que limita a 25% o acréscimo em contratos de obras, serviços ou compras da administração pública sobre o seu valor inicial. A Lei de Licitações fixa esse aditivo em até 50% para alguns contratos, mas os senadores querem reduzi-lo para evitar o que chamam de "superfaturamento" em obras e contratos. No modelo em vigor, a lei permite o limite de 50% nos aditivos para reformas em edifícios ou compra de equipamentos. Com a mudança, todas as obras e contratos terão que se enquadrar no novo percentual máximo de 25% sobre o valor inicial da obra, uma vez que a proposta altera a Lei de Licitações. Os casos em que a lei já prevê o percentual de 25% serão mantidos. Como o projeto foi aprovado em caráter terminativo pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, segue diretamente para análise da Câmara. A proposta só precisa ser votada pelo plenário do Senado se um grupo de senadores apresentarem pedido com essa finalidade. Autora do projeto, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) disse que os aditivos de 50% nos contratos já se tornaram regra nas obras públicas, por isso a prática tem que ser coibida. "Isso não se coaduna com os melhores princípios da administração, especialmente com o do planejamento. Não há o que justifique tamanha abertura, para ser usada sem medida e irresponsavelmente", afirmou a senadora ao justificar o projeto. O percentual de 25%, segundo Ana Amélia, será uma "margem de manobra" que assegura ampliar os gastos em casos de imprevistos surgidos ao longo da execução do contrato. Relator do texto, o senador José Agripino Maia (DEM-RN) disse que o acréscimo de 50% no valor inicial das obras e serviços públicos já é considerado no momento em que a União e os entes públicos fecham os contratos. "O administrador público deixa de dedicar adequado esforço no planejamento e desenho do empreendimento, assim como na sua orçamentação, também escorado no elástico permissivo legal. A exceção virou regra, e quase sempre em prejuízo do interesse público", afirmou. Único senador a votar contra o projeto na CCJ, Omar Aziz (PSD-AM) disse que a Lei de Licitações foi "sábia" ao permitir o acréscimo de 50% nos contratos para garantir a solução de problemas e imprevistos durante a execução das obras. "Quando um obra começa, ninguém é capaz de dizer como está o comprometimento da estrutura. Não é dessa forma que vamos coibir superfaturamento", afirmou o parlamentar.
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Turquia intercepta avião russo que invadiu espaço aéreo em ação na Síria
A Turquia informou nesta segunda-feira (5) que interceptou um avião militar russo que teria violado o espaço aéreo turco perto da fronteira com a Síria enquanto fazia ataques contra o Estado Islâmico. A invasão acontece cinco dias depois que Moscou começou a bombardear alvos da milícia radical e de rebeldes no país árabe, que há quatro anos enfrenta uma guerra civil. Segundo o Ministério das Relações Exteriores turcas, a invasão ocorreu ao meio-dia de sábado (6h em Brasília) na província de Hatay. Dois caças F-16 turcos interceptaram o avião russo, que retornou seis minutos depois à Síria. A invasão foi confirmada pela Rússia na tarde desta segunda-feira (5). O porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, disse que o caça adentrou o território turco por "um curto espaço de tempo, por alguns segundos" devido às condições meteorológicas na região. Devido à entrada da aeronave sem autorização, a Turquia convocou nesta segunda o embaixador russo em Ancara, Andrei Karlov, para fazer um protesto formal e pedir que não ocorram novas invasões. No sábado, as autoridades turcas haviam comunicado o fato ao chanceler russo, Serguei Lavrov, e a quatro países da Otan —Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Alemanha. O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, disse ter recebido o pedido de desculpas russo. "O que fomos informados pela Rússia é que foi um erro que não voltará a acontecer. Nós tomaremos todas medidas necessárias contra qualquer um que viole as fronteiras da Turquia, mesmo que seja um pássaro." Por outro lado, o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, disse que a acusação turca é investigada pelos russos. "As informações estão sendo analisadas ainda, logo não posso dar certeza de nada neste momento." As arnas de Putin BOMBARDEIOS Assim como outros membros da Otan, a Turquia se opõe ao regime de Bashar al-Assad, aliado russo. No domingo, o presidente Recep Tayyip Erdogan pediu que Moscou parasse de atacar os rebeldes que querem derrubar o ditador. "Assad comete terrorismo de Estado e infelizmente você vê a Rússia e o Irã em sua defesa. Estes dois países que colaboram com o regime serão cobrados por isso na história", disse Erdogan, em visita à França. Apesar de fazer parte da coalizão americana contra o Estado Islâmico, a Turquia provoca críticas de seus parceiros por atacar grupos curdos. Os combatentes da minoria étnica lutam contra a milícia na Síria e no Iraque. Os ataques russos começaram na semana passada, atingindo regiões dominadas por rebeldes moderados contrários a Assad. As ações ocorreram para fortalecer áreas controladas pelo regime sírio. Depois, os bombardeios chegaram a regiões dominadas pelo Estado Islâmico e a Frente al-Nusra, vinculada à rede terrorista Al Qaeda. As duas milícias são alvos também da coalizão liderada pelos Estados Unidos. Nesta segunda, o Ministério da Defesa russo informou que seus caças bombardearam nove alvos do Estado Islâmico nas províncias de Hama, Homs, Idlib e Latakia nas últimas 24 horas. Porém, das regiões mencionadas, a facção está apenas em Homs, segundo a organização americana Instituto para Estudos da Guerra. As outras três têm presença da Frente al-Nusra e de grupos rebeldes moderados. A Otan convocou uma reunião para discutir a invasão. Na Espanha, o secretário de Estado americano, Ashton Carter, voltou a criticar a Rússia por atacar os combatentes da oposição síria. "Por intervir militarmente na Síria contra alvos de grupos moderados, a Rússia fez crescer a guerra civil." O grupo rebelde moderado Ansar al-Sham pediu união das facções que se opõem a Assad para combater contra a Rússia e o Irã. Por outro lado, Moscou recebeu nesta segunda o apoio de milícias xiitas iraquianas, que fazem parte das forças contra o Estado Islâmico.
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Turquia intercepta avião russo que invadiu espaço aéreo em ação na SíriaA Turquia informou nesta segunda-feira (5) que interceptou um avião militar russo que teria violado o espaço aéreo turco perto da fronteira com a Síria enquanto fazia ataques contra o Estado Islâmico. A invasão acontece cinco dias depois que Moscou começou a bombardear alvos da milícia radical e de rebeldes no país árabe, que há quatro anos enfrenta uma guerra civil. Segundo o Ministério das Relações Exteriores turcas, a invasão ocorreu ao meio-dia de sábado (6h em Brasília) na província de Hatay. Dois caças F-16 turcos interceptaram o avião russo, que retornou seis minutos depois à Síria. A invasão foi confirmada pela Rússia na tarde desta segunda-feira (5). O porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, disse que o caça adentrou o território turco por "um curto espaço de tempo, por alguns segundos" devido às condições meteorológicas na região. Devido à entrada da aeronave sem autorização, a Turquia convocou nesta segunda o embaixador russo em Ancara, Andrei Karlov, para fazer um protesto formal e pedir que não ocorram novas invasões. No sábado, as autoridades turcas haviam comunicado o fato ao chanceler russo, Serguei Lavrov, e a quatro países da Otan —Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Alemanha. O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, disse ter recebido o pedido de desculpas russo. "O que fomos informados pela Rússia é que foi um erro que não voltará a acontecer. Nós tomaremos todas medidas necessárias contra qualquer um que viole as fronteiras da Turquia, mesmo que seja um pássaro." Por outro lado, o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, disse que a acusação turca é investigada pelos russos. "As informações estão sendo analisadas ainda, logo não posso dar certeza de nada neste momento." As arnas de Putin BOMBARDEIOS Assim como outros membros da Otan, a Turquia se opõe ao regime de Bashar al-Assad, aliado russo. No domingo, o presidente Recep Tayyip Erdogan pediu que Moscou parasse de atacar os rebeldes que querem derrubar o ditador. "Assad comete terrorismo de Estado e infelizmente você vê a Rússia e o Irã em sua defesa. Estes dois países que colaboram com o regime serão cobrados por isso na história", disse Erdogan, em visita à França. Apesar de fazer parte da coalizão americana contra o Estado Islâmico, a Turquia provoca críticas de seus parceiros por atacar grupos curdos. Os combatentes da minoria étnica lutam contra a milícia na Síria e no Iraque. Os ataques russos começaram na semana passada, atingindo regiões dominadas por rebeldes moderados contrários a Assad. As ações ocorreram para fortalecer áreas controladas pelo regime sírio. Depois, os bombardeios chegaram a regiões dominadas pelo Estado Islâmico e a Frente al-Nusra, vinculada à rede terrorista Al Qaeda. As duas milícias são alvos também da coalizão liderada pelos Estados Unidos. Nesta segunda, o Ministério da Defesa russo informou que seus caças bombardearam nove alvos do Estado Islâmico nas províncias de Hama, Homs, Idlib e Latakia nas últimas 24 horas. Porém, das regiões mencionadas, a facção está apenas em Homs, segundo a organização americana Instituto para Estudos da Guerra. As outras três têm presença da Frente al-Nusra e de grupos rebeldes moderados. A Otan convocou uma reunião para discutir a invasão. Na Espanha, o secretário de Estado americano, Ashton Carter, voltou a criticar a Rússia por atacar os combatentes da oposição síria. "Por intervir militarmente na Síria contra alvos de grupos moderados, a Rússia fez crescer a guerra civil." O grupo rebelde moderado Ansar al-Sham pediu união das facções que se opõem a Assad para combater contra a Rússia e o Irã. Por outro lado, Moscou recebeu nesta segunda o apoio de milícias xiitas iraquianas, que fazem parte das forças contra o Estado Islâmico.
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Veja dicas para fazer parte dos 10% que mantêm o peso após dieta
Não tem escapatória: ajustes na alimentação são parte fundamental de qualquer estratégia bem-sucedida de emagrecimento. Ao mesmo tempo, de todas as pessoas que tentam fazer dietas, só 10% conseguem manter o peso depois de cinco anos. E a pergunta de um milhão de dólares é como fazer para estar nesse grupo privilegiado. Como quase tudo quando o assunto é obesidade, a resposta não é simples. Entre as modalidades de dieta existem algumas que não limitam, a priori, a quantidade de calorias a serem ingeridas, mas, sim, alguns grupos de alimentos, como é o caso das dietas Atkins, Dukan, paleolítica e cetogênica. No jejum intermitente a restrição está no período de alimentação. Nos primeiros meses, o paciente até vê seu esforço se converter em perda de peso. Mas, apesar de a pessoa continuar comendo menos, o emagrecimento desacelera progressivamente até o organismo estacionar em um novo peso, geralmente no meio do caminho entre o inicial e aquele pretendido. O motivo do sucesso inicial é que a pessoa passa a prestar atenção em tudo o que come e, com isso, acaba reduzindo a ingestão diária de calorias e melhorando outros hábitos, explica a professora da Unesp Maria Rita Oliveira. O problema é que é difícil prestar esse nível de atenção para sempre. E a frustração de estacionar em um peso pode até desencadear transtornos alimentares, diz a pesquisadora da USP Bruna Reis. Isso abre espaço para a atuação de psicólogos e nutricionistas especializados em tratar ansiedade e depressão, afirma. Para Maria Rita, ter consciência sobre o que se come, apesar de ser uma tarefa difícil, é a melhor estratégia. "É o efeito da nutricionista-babá: o paciente sabe o que tem que fazer, mas precisa de alguém para lembrá-lo e trazer aquela informação para seu consciente. Depois de dois anos que a pessoa já está magra, ela tem grandes chances de permanecer –a mudança de hábitos já se transformou em algo menos artificial." Um fator que embasa as dietas pobres em carboidrato é que, por ter digestão muito rápida, alimentos ricos em açúcar geralmente não resolvem bem a questão da saciedade. Uma solução pode ser recorrer, com moderação, a frutas com bagaço, alimentos integrais, castanhas e até aqueles ricos em proteína e gordura. Outra tática: após algum tempo que a pessoa se encontra em um "platô dietético", alimentos restritos podem ter suas quantidades aumentadas –aos poucos, para minimizar o reganho de peso enquanto se tenta driblar a frustração. - * Conheça algumas das principais dietas e suas características Filosofia Criada pelo cardiologista americano Robert Atkins (1930-2003), é dividida em fases: no começo, alimentos ricos em carboidratos e em açúcares são removidos; aos poucos, são inseridos até um determinado limite Pode Na primeira fase, carnes, ovos, sementes, nozes, queijos, verduras, vegetais como brócolis e berinjela; na sequência, alimentos com maior índice de carboidratos são adicionados Não pode Os grandes inimigos da dieta são alimentos com açúcar e farinha refinada, como pães e massas Problemas e críticas O paciente tem de se monitorar constantemente para não exceder o limite de carboidratos; assim como outras dietas que apostam na proteína, pode fazer mal para pacientes renais - Filosofia Inspirada na dieta que humanos pré-históricos seguiam, antes mesmo da domesticação de bovinos e do estabelecimento da agricultura Pode Nozes, oleaginosas, frutas, carnes, folhas, ovos, raízes Não pode Laticínios, grãos, alguns legumes, adição de açúcar, alimentos industrializados Problemas e críticas Pode ser uma dieta cara; tem de haver cuidado com o excesso de oleaginosas; as necessidades fisiológicas no século 21 não são as mesmas de um caçador-coletor do paleolítico -a expectativa de vida era baixa naquela época - Filosofia Outra forma de dieta de baixo carboidrato (low-carb), também dividida em fases. Foi criada pelo médico francês Pierre Dukan e ganhou projeção no começo do século 21 Pode Carnes magras, ovos, abóbora, rabanete, alcachofra, repolho, cogumelos, laticínios com pouca (ou sem) gordura; nas fases seguintes, frutas, pão integral e vegetais ricos em amido são introduzidos Não pode Carnes gordurosas, manteiga, alimentos com gorduras saturadas; massas e outros alimentos ricos em carboidratos são restritos Problemas e críticas Os defensores alegam que é possível comer à vontade, mas a lista de alimentos restritos é grande; os estudos que mostram redução de peso, como na maior parte dessas dietas, são de curta duração - Filosofia Não é propriamente uma dieta, mas uma estratégia alimentar que aposta na intercalação de períodos de alimentação livre com outros de restrição alimentar ou jejum completo Pode Nos dias ou períodos (16h, por exemplo) de alimentação normal, a pessoa pode comer o que quiser, a ingestão de verduras e frutas geralmente é encorajada Não pode Quando os períodos restritos chegam a um dia inteiro, geralmente é permitida uma alimentação bastante restrita, algo como 500 kcal diárias; água, café e chá sem açúcar são liberados Problemas e críticas Não há estudos de longo prazo que comprovem a eficácia da estratégia; pode haver, como em dietas restritivas, alteração de humor - Filosofia Acrônimo para Dietary Approaches to Stop Hypertension (abordagens dietéticas para acabar com a hipertensão, em tradução livre). A estratégia é recomendada oficialmente nos EUA como modelo de alimentação saudável Pode Frutas, verduras, legumes, laticínios sem ou com baixo índice de gordura, grãos integrais, carnes magras, peixe, aves, leguminosas, nozes e castanhas Não pode Deve-se evitar consumo excessivo de sal, de gordura saturada e de açúcar Problemas e críticas Há alguns estudos que relatam benefícios da dieta Dash para tratamento de pedra nos rins e também para a redução de peso e outros problemas de saúde; seria uma versão "americanizada" da dieta do mediterrâneo - Filosofia É a estratégia de evitar alimentos que são transformados rapidamente em açúcar e que chegam à corrente sanguínea, causando um pico do hormônio insulina. Quando o sistema é deficiente, pode haver início do diabetes Pode Carnes, alimentos gordurosos e com fibras têm baixo índice glicêmico e podem ser combinados com outros para reduzir essa característica indesejada Não pode O máximo da escala de índice glicêmico é o pão branco; outros alimentos, como arroz, milho, farinha, abacaxi, banana também não devem ser comidos "puros" Problemas e críticas Não há dados consistentes de que as pessoas que não são diabéticas se beneficiem desse tipo de estratégia; um mesmo alimento pode ter índices glicêmicos diferentes, dependendo de como é preparado e da forma que é apresentado - Filosofia Semelhante à dieta Atkins, é uma dieta com alto índice de gorduras e baixíssimo de carboidratos; a meta é mudar a maneira de o corpo usar energia -aproveitando os corpos cetônicos em vez de glicose Pode Alimentos ricos em gordura como salmão, bacon, manteiga, óleo de coco, azeite, ovos, queijos, vegetais verdes, tomate, cebola, abacate Não pode Sucos, frutas, refrigerantes, tubérculos e raízes, óleos vegetais, álcool, bolos, massas, pães, ervilhas, lentilha, feijão, produtos light ou diet (geralmente pobre em gorduras e ricos em açúcares) Problemas e críticas Em adultos pode causar amenorreia e a indesejada cetoacidose, quando a produção dos corpos cetônicos sobe muito; também pode causar cansaço, dificuldade de concentração e náuseas, especialmente no começo da dieta - Filosofia Dieta rica em frutos do mar e vegetais comum em países do Mediterrâneo e associada a uma boa qualidade de vida e à longevidade desse povo Pode Comer sempre pães integrais, massas, frutas, legumes, castanhas, ervas, sementes; comer frequentemente peixes e frutos do mar; comer moderadamente aves, ovos, leite e derivados, vinho Não pode Evitar doces e carnes vermelhas Problemas e críticas Como os alimentos são apreciados em moderação, há poucos riscos para a saúde; não é só a dieta que faz a mágica, mas todo um estilo de vida, que inclui exercício; a dieta pode ser cara em outras partes do mundo
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Veja dicas para fazer parte dos 10% que mantêm o peso após dietaNão tem escapatória: ajustes na alimentação são parte fundamental de qualquer estratégia bem-sucedida de emagrecimento. Ao mesmo tempo, de todas as pessoas que tentam fazer dietas, só 10% conseguem manter o peso depois de cinco anos. E a pergunta de um milhão de dólares é como fazer para estar nesse grupo privilegiado. Como quase tudo quando o assunto é obesidade, a resposta não é simples. Entre as modalidades de dieta existem algumas que não limitam, a priori, a quantidade de calorias a serem ingeridas, mas, sim, alguns grupos de alimentos, como é o caso das dietas Atkins, Dukan, paleolítica e cetogênica. No jejum intermitente a restrição está no período de alimentação. Nos primeiros meses, o paciente até vê seu esforço se converter em perda de peso. Mas, apesar de a pessoa continuar comendo menos, o emagrecimento desacelera progressivamente até o organismo estacionar em um novo peso, geralmente no meio do caminho entre o inicial e aquele pretendido. O motivo do sucesso inicial é que a pessoa passa a prestar atenção em tudo o que come e, com isso, acaba reduzindo a ingestão diária de calorias e melhorando outros hábitos, explica a professora da Unesp Maria Rita Oliveira. O problema é que é difícil prestar esse nível de atenção para sempre. E a frustração de estacionar em um peso pode até desencadear transtornos alimentares, diz a pesquisadora da USP Bruna Reis. Isso abre espaço para a atuação de psicólogos e nutricionistas especializados em tratar ansiedade e depressão, afirma. Para Maria Rita, ter consciência sobre o que se come, apesar de ser uma tarefa difícil, é a melhor estratégia. "É o efeito da nutricionista-babá: o paciente sabe o que tem que fazer, mas precisa de alguém para lembrá-lo e trazer aquela informação para seu consciente. Depois de dois anos que a pessoa já está magra, ela tem grandes chances de permanecer –a mudança de hábitos já se transformou em algo menos artificial." Um fator que embasa as dietas pobres em carboidrato é que, por ter digestão muito rápida, alimentos ricos em açúcar geralmente não resolvem bem a questão da saciedade. Uma solução pode ser recorrer, com moderação, a frutas com bagaço, alimentos integrais, castanhas e até aqueles ricos em proteína e gordura. Outra tática: após algum tempo que a pessoa se encontra em um "platô dietético", alimentos restritos podem ter suas quantidades aumentadas –aos poucos, para minimizar o reganho de peso enquanto se tenta driblar a frustração. - * Conheça algumas das principais dietas e suas características Filosofia Criada pelo cardiologista americano Robert Atkins (1930-2003), é dividida em fases: no começo, alimentos ricos em carboidratos e em açúcares são removidos; aos poucos, são inseridos até um determinado limite Pode Na primeira fase, carnes, ovos, sementes, nozes, queijos, verduras, vegetais como brócolis e berinjela; na sequência, alimentos com maior índice de carboidratos são adicionados Não pode Os grandes inimigos da dieta são alimentos com açúcar e farinha refinada, como pães e massas Problemas e críticas O paciente tem de se monitorar constantemente para não exceder o limite de carboidratos; assim como outras dietas que apostam na proteína, pode fazer mal para pacientes renais - Filosofia Inspirada na dieta que humanos pré-históricos seguiam, antes mesmo da domesticação de bovinos e do estabelecimento da agricultura Pode Nozes, oleaginosas, frutas, carnes, folhas, ovos, raízes Não pode Laticínios, grãos, alguns legumes, adição de açúcar, alimentos industrializados Problemas e críticas Pode ser uma dieta cara; tem de haver cuidado com o excesso de oleaginosas; as necessidades fisiológicas no século 21 não são as mesmas de um caçador-coletor do paleolítico -a expectativa de vida era baixa naquela época - Filosofia Outra forma de dieta de baixo carboidrato (low-carb), também dividida em fases. Foi criada pelo médico francês Pierre Dukan e ganhou projeção no começo do século 21 Pode Carnes magras, ovos, abóbora, rabanete, alcachofra, repolho, cogumelos, laticínios com pouca (ou sem) gordura; nas fases seguintes, frutas, pão integral e vegetais ricos em amido são introduzidos Não pode Carnes gordurosas, manteiga, alimentos com gorduras saturadas; massas e outros alimentos ricos em carboidratos são restritos Problemas e críticas Os defensores alegam que é possível comer à vontade, mas a lista de alimentos restritos é grande; os estudos que mostram redução de peso, como na maior parte dessas dietas, são de curta duração - Filosofia Não é propriamente uma dieta, mas uma estratégia alimentar que aposta na intercalação de períodos de alimentação livre com outros de restrição alimentar ou jejum completo Pode Nos dias ou períodos (16h, por exemplo) de alimentação normal, a pessoa pode comer o que quiser, a ingestão de verduras e frutas geralmente é encorajada Não pode Quando os períodos restritos chegam a um dia inteiro, geralmente é permitida uma alimentação bastante restrita, algo como 500 kcal diárias; água, café e chá sem açúcar são liberados Problemas e críticas Não há estudos de longo prazo que comprovem a eficácia da estratégia; pode haver, como em dietas restritivas, alteração de humor - Filosofia Acrônimo para Dietary Approaches to Stop Hypertension (abordagens dietéticas para acabar com a hipertensão, em tradução livre). A estratégia é recomendada oficialmente nos EUA como modelo de alimentação saudável Pode Frutas, verduras, legumes, laticínios sem ou com baixo índice de gordura, grãos integrais, carnes magras, peixe, aves, leguminosas, nozes e castanhas Não pode Deve-se evitar consumo excessivo de sal, de gordura saturada e de açúcar Problemas e críticas Há alguns estudos que relatam benefícios da dieta Dash para tratamento de pedra nos rins e também para a redução de peso e outros problemas de saúde; seria uma versão "americanizada" da dieta do mediterrâneo - Filosofia É a estratégia de evitar alimentos que são transformados rapidamente em açúcar e que chegam à corrente sanguínea, causando um pico do hormônio insulina. Quando o sistema é deficiente, pode haver início do diabetes Pode Carnes, alimentos gordurosos e com fibras têm baixo índice glicêmico e podem ser combinados com outros para reduzir essa característica indesejada Não pode O máximo da escala de índice glicêmico é o pão branco; outros alimentos, como arroz, milho, farinha, abacaxi, banana também não devem ser comidos "puros" Problemas e críticas Não há dados consistentes de que as pessoas que não são diabéticas se beneficiem desse tipo de estratégia; um mesmo alimento pode ter índices glicêmicos diferentes, dependendo de como é preparado e da forma que é apresentado - Filosofia Semelhante à dieta Atkins, é uma dieta com alto índice de gorduras e baixíssimo de carboidratos; a meta é mudar a maneira de o corpo usar energia -aproveitando os corpos cetônicos em vez de glicose Pode Alimentos ricos em gordura como salmão, bacon, manteiga, óleo de coco, azeite, ovos, queijos, vegetais verdes, tomate, cebola, abacate Não pode Sucos, frutas, refrigerantes, tubérculos e raízes, óleos vegetais, álcool, bolos, massas, pães, ervilhas, lentilha, feijão, produtos light ou diet (geralmente pobre em gorduras e ricos em açúcares) Problemas e críticas Em adultos pode causar amenorreia e a indesejada cetoacidose, quando a produção dos corpos cetônicos sobe muito; também pode causar cansaço, dificuldade de concentração e náuseas, especialmente no começo da dieta - Filosofia Dieta rica em frutos do mar e vegetais comum em países do Mediterrâneo e associada a uma boa qualidade de vida e à longevidade desse povo Pode Comer sempre pães integrais, massas, frutas, legumes, castanhas, ervas, sementes; comer frequentemente peixes e frutos do mar; comer moderadamente aves, ovos, leite e derivados, vinho Não pode Evitar doces e carnes vermelhas Problemas e críticas Como os alimentos são apreciados em moderação, há poucos riscos para a saúde; não é só a dieta que faz a mágica, mas todo um estilo de vida, que inclui exercício; a dieta pode ser cara em outras partes do mundo
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Pai e filho orientais são feridos em tentativa de roubo em SP
Pai e filho orientais foram esfaqueados durante uma tentativa de roubo, no bairro do Bom Retiro, região central de São Paulo, por volta das 5h desta sexta-feira (26). Ao menos três criminosos invadiram um apartamento na rua Newton Prado e renderam a família. Durante a ação dos ladrões, pai e filho foram esfaqueados. Os dois feridos foram levados pelos bombeiros ao Hospital das Clínicas. O estado de saúde não foi informado. Um suspeito foi preso pelos policiais militares próximo ao prédio. Outros dois fugiram sem levar nada. A Polícia Militar não soube informar se pai e filho reagiram à tentativa de roubo. O caso será registrado no 2º DP (Bom Retiro).
cotidiano
Pai e filho orientais são feridos em tentativa de roubo em SPPai e filho orientais foram esfaqueados durante uma tentativa de roubo, no bairro do Bom Retiro, região central de São Paulo, por volta das 5h desta sexta-feira (26). Ao menos três criminosos invadiram um apartamento na rua Newton Prado e renderam a família. Durante a ação dos ladrões, pai e filho foram esfaqueados. Os dois feridos foram levados pelos bombeiros ao Hospital das Clínicas. O estado de saúde não foi informado. Um suspeito foi preso pelos policiais militares próximo ao prédio. Outros dois fugiram sem levar nada. A Polícia Militar não soube informar se pai e filho reagiram à tentativa de roubo. O caso será registrado no 2º DP (Bom Retiro).
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O câncer em tempos de crise
Este mês, além de ser dedicado à conscientização sobre o câncer de próstata, com a estratégia do "Novembro Azul", é marcado ainda pelo Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil (23) e pelo Dia Nacional de Combate ao Câncer (27). Discutir a importância de organização das redes pública e privada, a necessidade da prevenção e do diagnóstico precoce é uma das contribuições que a Fundação do Câncer quer trazer para este momento de reflexão. Em tempos de crise econômica, estados e municípios precisam estar atentos à importância de organizarem suas redes de saúde para oferecerem a prevenção e o diagnóstico precoce de câncer à população. É simples entender. Tratar pacientes em fase inicial é significativamente menos oneroso do que em estágios avançados da doença. Isso porque o tratamento do câncer, quando o tumor é detectado no início, apresenta resultados muito mais eficientes. E principalmente para o paciente o tratamento é geralmente muito menos agressivo. Mais do que nunca é necessário cuidar do uso adequado e racional dos recursos da saúde, primeiro porque a detecção precoce permite tratar melhor dos pacientes que apresentarem um diagnóstico de câncer. Os recursos são finitos, especialmente em cenário de aperto financeiro. Por isso, é preciso planejamento que considere este fator, apontando os grupos de risco e as áreas que necessitam de investimentos prioritários. Demora-se muito para detectar a doença no país - na maioria dos casos, o paciente é diagnosticado em estágio avançado, muitas vezes com o estado de saúde já agravado. É demorado também o acesso aos procedimentos cirúrgicos, quimio e radioterápicos. O controle do câncer exige planejamento de longo prazo. Para reverter esse quadro, estados e municípios devem desenvolver planos de atenção oncológica capazes de estruturar a rede de saúde ao longo de pelo menos uma década. Esses planos têm de definir ações, programas e projetos necessários à implantação de uma política de atenção oncológica em todos os aspectos da educação, promoção à saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, cuidados paliativos, sistemas de informação e regulação assistencial. A Fundação do Câncer desenvolveu metodologia para a elaboração e implementações de planos de atenção oncológica e tem apoiado estados e municípios na sua realização. O Brasil tinha 23,5 milhões de idosos em 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que esse número subirá para 32 milhões em 2025. Em 2055, o país deverá ter maior parcela da população formada por pessoas com 60 anos ou mais do que jovens de até 29 anos. A preocupação é porque o câncer se manifesta com muito mais frequência entre os idosos. Por isso, a sociedade e o sistema de saúde devem preparar-se para cuidar desta enfermidade com foco nessa faixa etária. O planejamento oncológico deve levar em conta também o envelhecimento da população para sua base de diagnóstico. Num estado com maior número de idosos, por exemplo, esse estudo aponta metas necessárias para ampliar o diagnóstico precoce e a oferta de equipamentos de saúde. Nos estados com mais jovens, indica ações de prevenção importantes para evitar que o grupo nessa faixa etária desenvolva câncer. É importante destacar que um quarto da população brasileira (50.261.602 vínculos em setembro de 2015) possui plano de saúde. As operadoras de planos de saúde deveriam desenvolver iniciativas de prevenção e diagnóstico precoce - de forma mais efetiva - visando a controlar o câncer. Poderiam, por exemplo, realizar o rastreamento e o monitoramento em toda sua carteira de beneficiários para os tipos de câncer mais frequentes, como mama, colo uterino, próstata e cólon-retal. Neste tempo de crise temos –toda a sociedade– que buscar as melhores alternativas para o enfrentamento dessa doença. Necessita-se urgentemente que o poder público e empresas privadas revisem suas responsabilidades, pactuando ações concretas para a prevenção, a detecção precoce e o acesso rápido ao tratamento do câncer no Brasil. ALFREDO SCAFF, 50, é médico epidemiologista da Fundação do Câncer * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
opiniao
O câncer em tempos de criseEste mês, além de ser dedicado à conscientização sobre o câncer de próstata, com a estratégia do "Novembro Azul", é marcado ainda pelo Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil (23) e pelo Dia Nacional de Combate ao Câncer (27). Discutir a importância de organização das redes pública e privada, a necessidade da prevenção e do diagnóstico precoce é uma das contribuições que a Fundação do Câncer quer trazer para este momento de reflexão. Em tempos de crise econômica, estados e municípios precisam estar atentos à importância de organizarem suas redes de saúde para oferecerem a prevenção e o diagnóstico precoce de câncer à população. É simples entender. Tratar pacientes em fase inicial é significativamente menos oneroso do que em estágios avançados da doença. Isso porque o tratamento do câncer, quando o tumor é detectado no início, apresenta resultados muito mais eficientes. E principalmente para o paciente o tratamento é geralmente muito menos agressivo. Mais do que nunca é necessário cuidar do uso adequado e racional dos recursos da saúde, primeiro porque a detecção precoce permite tratar melhor dos pacientes que apresentarem um diagnóstico de câncer. Os recursos são finitos, especialmente em cenário de aperto financeiro. Por isso, é preciso planejamento que considere este fator, apontando os grupos de risco e as áreas que necessitam de investimentos prioritários. Demora-se muito para detectar a doença no país - na maioria dos casos, o paciente é diagnosticado em estágio avançado, muitas vezes com o estado de saúde já agravado. É demorado também o acesso aos procedimentos cirúrgicos, quimio e radioterápicos. O controle do câncer exige planejamento de longo prazo. Para reverter esse quadro, estados e municípios devem desenvolver planos de atenção oncológica capazes de estruturar a rede de saúde ao longo de pelo menos uma década. Esses planos têm de definir ações, programas e projetos necessários à implantação de uma política de atenção oncológica em todos os aspectos da educação, promoção à saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, cuidados paliativos, sistemas de informação e regulação assistencial. A Fundação do Câncer desenvolveu metodologia para a elaboração e implementações de planos de atenção oncológica e tem apoiado estados e municípios na sua realização. O Brasil tinha 23,5 milhões de idosos em 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que esse número subirá para 32 milhões em 2025. Em 2055, o país deverá ter maior parcela da população formada por pessoas com 60 anos ou mais do que jovens de até 29 anos. A preocupação é porque o câncer se manifesta com muito mais frequência entre os idosos. Por isso, a sociedade e o sistema de saúde devem preparar-se para cuidar desta enfermidade com foco nessa faixa etária. O planejamento oncológico deve levar em conta também o envelhecimento da população para sua base de diagnóstico. Num estado com maior número de idosos, por exemplo, esse estudo aponta metas necessárias para ampliar o diagnóstico precoce e a oferta de equipamentos de saúde. Nos estados com mais jovens, indica ações de prevenção importantes para evitar que o grupo nessa faixa etária desenvolva câncer. É importante destacar que um quarto da população brasileira (50.261.602 vínculos em setembro de 2015) possui plano de saúde. As operadoras de planos de saúde deveriam desenvolver iniciativas de prevenção e diagnóstico precoce - de forma mais efetiva - visando a controlar o câncer. Poderiam, por exemplo, realizar o rastreamento e o monitoramento em toda sua carteira de beneficiários para os tipos de câncer mais frequentes, como mama, colo uterino, próstata e cólon-retal. Neste tempo de crise temos –toda a sociedade– que buscar as melhores alternativas para o enfrentamento dessa doença. Necessita-se urgentemente que o poder público e empresas privadas revisem suas responsabilidades, pactuando ações concretas para a prevenção, a detecção precoce e o acesso rápido ao tratamento do câncer no Brasil. ALFREDO SCAFF, 50, é médico epidemiologista da Fundação do Câncer * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Armênios relembram centenário de genocídio pelo Império Otomano
Armênios recordam nesta sexta-feira (24) o genocídio que há cem anos dizimou grande parte de sua população, por obra do antigo Império Turco Otomano. Para as autoridades armênias, a morte foi resultado da intenção turca de exterminar seu povo, o que se encaixa na definição da ONU em convenção sobre o tema, de 1948. A Armênia diz que 1,5 milhão de pessoas morreram. Há hoje, em seu Estado moderno, 3 milhões de habitantes. Mas, com a firme negação da Turquia de que as mortes tenham sido causadas por uma política deliberada de extermínio –não sendo, portanto, um genocídio–, essa questão tem se mantido como um acalorado debate. Os turcos aceitam que houve massacres, mas no contexto da Primeira Guerra, quando os armênios apoiavam os inimigos russos. Teriam morrido de 300 a 400 mil pessoas. A maioria dos historiadores reconhece que houve uma política de Estado nas mortes, opinião reforçada pela Associação Internacional de Acadêmicos do Genocídio. Há especialistas turcos que concordam com a posição. DEBATE Mas diversos países, entre eles Brasil e EUA, não reconhecem o genocídio. Detratores atribuem a posição à pressão turca e a interesses econômicos, em linha com os historiadores que negam ter havido projeto oficial otomano de exterminar os armênios. É a opinião, por exemplo, do britânico Norman Stone, professor na Universidade Bilkent, em Ancara (capital turca). "Não há documentos que mostrem que houve uma intenção genocida", afirma. O britânico diz que as fontes apresentadas por historiadores para provar o projeto otomano de exterminar armênios, como telegramas e relatos de diplomatas, foram em vários casos forjadas. "São documentos que servem para jogar areia nos olhos." Stone reconhece a morte de armênios no início do século 20 e insiste em que os acontecimentos foram "horríveis". "Mas não concordo com a ideia de que os armênios são um caso único. Eles deveriam reconhecer o sofrimento dos outros. As condições eram horríveis, naquela época, com doenças e pragas. Morreram turcos e curdos também", diz. Para especialistas como o americano de origem armênia Peter Balakian, argumentos como o de Stone e outros que chama de "negacionistas" não deveriam encontrar espaço no debate público. "Você apresenta fatos, e eles falsificam a realidade para defender o Estado turco." Balakian diz que "centenas de milhares de documentos", vários deles citados em seu livro "The Burning Tigris" e em obras de acadêmicos, registram a intenção otomana. Essa intenção era motivada, segundo o autor, por fatores que incluíam as reivindicações dos armênios por reformas constitucionais. "Pediam direitos iguais para cristãos –impensável na época." Além disso, "armênios eram vistos como aliados dos países cristãos europeus, o que irritava o Império Otomano", afirma. O massacre, afinal, ocorre num contexto de grave crise regional, com o fim do domínio otomano na região dos Bálcãs. INTENÇÃO Para o americano Justin McCarthy, da Universidade de Louisville (EUA), o problema no reconhecimento do genocídio está justamente no contexto. "Se você analisar o período, verá que não foi um extermínio de armênios. Foram tempos terríveis. Há massacres dos dois lados", diz. McCarthy -que tem doutorado honorário pela universidade turca de Bogaziçi- aponta inúmeras revoltas de armênios e alianças com russos para desestabilizar o Império Otomano e diz que, "pelos critérios desses historiadores, houve genocídio também contra curdos e turcos". Para o historiador brasileiro Heitor Loureiro, doutorando na Unesp, dizer que não houve genocídio "é como se ele ainda acontecesse, há cem anos. A Turquia de certo modo continua a cometê-lo." Segundo Loureiro, o fator "intenção" não pode ser o único elemento na discussão. "'Intenção' é peça jurídica. É importante para a lei, na hora de determinar se houve ou não genocídio", diz.
mundo
Armênios relembram centenário de genocídio pelo Império OtomanoArmênios recordam nesta sexta-feira (24) o genocídio que há cem anos dizimou grande parte de sua população, por obra do antigo Império Turco Otomano. Para as autoridades armênias, a morte foi resultado da intenção turca de exterminar seu povo, o que se encaixa na definição da ONU em convenção sobre o tema, de 1948. A Armênia diz que 1,5 milhão de pessoas morreram. Há hoje, em seu Estado moderno, 3 milhões de habitantes. Mas, com a firme negação da Turquia de que as mortes tenham sido causadas por uma política deliberada de extermínio –não sendo, portanto, um genocídio–, essa questão tem se mantido como um acalorado debate. Os turcos aceitam que houve massacres, mas no contexto da Primeira Guerra, quando os armênios apoiavam os inimigos russos. Teriam morrido de 300 a 400 mil pessoas. A maioria dos historiadores reconhece que houve uma política de Estado nas mortes, opinião reforçada pela Associação Internacional de Acadêmicos do Genocídio. Há especialistas turcos que concordam com a posição. DEBATE Mas diversos países, entre eles Brasil e EUA, não reconhecem o genocídio. Detratores atribuem a posição à pressão turca e a interesses econômicos, em linha com os historiadores que negam ter havido projeto oficial otomano de exterminar os armênios. É a opinião, por exemplo, do britânico Norman Stone, professor na Universidade Bilkent, em Ancara (capital turca). "Não há documentos que mostrem que houve uma intenção genocida", afirma. O britânico diz que as fontes apresentadas por historiadores para provar o projeto otomano de exterminar armênios, como telegramas e relatos de diplomatas, foram em vários casos forjadas. "São documentos que servem para jogar areia nos olhos." Stone reconhece a morte de armênios no início do século 20 e insiste em que os acontecimentos foram "horríveis". "Mas não concordo com a ideia de que os armênios são um caso único. Eles deveriam reconhecer o sofrimento dos outros. As condições eram horríveis, naquela época, com doenças e pragas. Morreram turcos e curdos também", diz. Para especialistas como o americano de origem armênia Peter Balakian, argumentos como o de Stone e outros que chama de "negacionistas" não deveriam encontrar espaço no debate público. "Você apresenta fatos, e eles falsificam a realidade para defender o Estado turco." Balakian diz que "centenas de milhares de documentos", vários deles citados em seu livro "The Burning Tigris" e em obras de acadêmicos, registram a intenção otomana. Essa intenção era motivada, segundo o autor, por fatores que incluíam as reivindicações dos armênios por reformas constitucionais. "Pediam direitos iguais para cristãos –impensável na época." Além disso, "armênios eram vistos como aliados dos países cristãos europeus, o que irritava o Império Otomano", afirma. O massacre, afinal, ocorre num contexto de grave crise regional, com o fim do domínio otomano na região dos Bálcãs. INTENÇÃO Para o americano Justin McCarthy, da Universidade de Louisville (EUA), o problema no reconhecimento do genocídio está justamente no contexto. "Se você analisar o período, verá que não foi um extermínio de armênios. Foram tempos terríveis. Há massacres dos dois lados", diz. McCarthy -que tem doutorado honorário pela universidade turca de Bogaziçi- aponta inúmeras revoltas de armênios e alianças com russos para desestabilizar o Império Otomano e diz que, "pelos critérios desses historiadores, houve genocídio também contra curdos e turcos". Para o historiador brasileiro Heitor Loureiro, doutorando na Unesp, dizer que não houve genocídio "é como se ele ainda acontecesse, há cem anos. A Turquia de certo modo continua a cometê-lo." Segundo Loureiro, o fator "intenção" não pode ser o único elemento na discussão. "'Intenção' é peça jurídica. É importante para a lei, na hora de determinar se houve ou não genocídio", diz.
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Em Berlim, brasileiros fazem manifesto por políticas para o cinema
A delegação de cineastas brasileiros que está no Festival de Berlim deste ano escreveu um manifesto com críticas ao governo Temer e reivindicações para que permaneçam as políticas públicas em defesa da produção nacional. O manifesto foi lido na tradicional recepção promovida todos os anos durante a mostra de cinema pela Embaixada do Brasil na Alemanha. "Estamos vivendo uma grave crise democrática no país" é como começa a carta, que fala em direitos de educação, saúde e trabalhistas "duramente atingidos". O texto também menciona o êxito que o país vem tendo em festivais estrangeiros –só neste ano, bateu um recorde de décadas e emplacou 12 produções em Berlim—, e pede pela manutenção das políticas públicas de fomento à produção, particularmente a autoral. Uma versão da carta foi lida pelos diretores presentes na Embaixada: Daniela Thomas, Laís Bodanzky, Julia Murat, Cristiane Oliveira e Felipe Bragança. Boa parte da produção nacional está apreensiva com a troca de comando na Ancine (Agência Nacional do Cinema), responsável pela elaboração dessas políticas. O atual diretor-presidente, Manoel Rangel, deixa o cargo em maio, após 12 anos na entidade. Na quinta (16) ocorrerá a exibição de "Joaquim", de Marcelo Gomes, o único dos 12 títulos nacionais que está na competição principal da Berlinale. À Folha, o diretor antecipou que uma forma de protesto político "foi discutida" entre os cineastas, mas não deu mais detalhes.
ilustrada
Em Berlim, brasileiros fazem manifesto por políticas para o cinemaA delegação de cineastas brasileiros que está no Festival de Berlim deste ano escreveu um manifesto com críticas ao governo Temer e reivindicações para que permaneçam as políticas públicas em defesa da produção nacional. O manifesto foi lido na tradicional recepção promovida todos os anos durante a mostra de cinema pela Embaixada do Brasil na Alemanha. "Estamos vivendo uma grave crise democrática no país" é como começa a carta, que fala em direitos de educação, saúde e trabalhistas "duramente atingidos". O texto também menciona o êxito que o país vem tendo em festivais estrangeiros –só neste ano, bateu um recorde de décadas e emplacou 12 produções em Berlim—, e pede pela manutenção das políticas públicas de fomento à produção, particularmente a autoral. Uma versão da carta foi lida pelos diretores presentes na Embaixada: Daniela Thomas, Laís Bodanzky, Julia Murat, Cristiane Oliveira e Felipe Bragança. Boa parte da produção nacional está apreensiva com a troca de comando na Ancine (Agência Nacional do Cinema), responsável pela elaboração dessas políticas. O atual diretor-presidente, Manoel Rangel, deixa o cargo em maio, após 12 anos na entidade. Na quinta (16) ocorrerá a exibição de "Joaquim", de Marcelo Gomes, o único dos 12 títulos nacionais que está na competição principal da Berlinale. À Folha, o diretor antecipou que uma forma de protesto político "foi discutida" entre os cineastas, mas não deu mais detalhes.
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Primeiro-secretário autoriza processo contra Cunha, mas ação deve empacar
O deputado Beto Mansur (PRB-SP), primeiro-secretário da Câmara dos Deputados, despachou favoravelmente à abertura de processo contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na corregedoria do parlamento. A ação, no entanto, deve empacar. Só para divulgar um parecer o relator do processo, Carlos Manato (SD-ES), terá 45 dias. Leia a coluna completa aqui
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Primeiro-secretário autoriza processo contra Cunha, mas ação deve empacarO deputado Beto Mansur (PRB-SP), primeiro-secretário da Câmara dos Deputados, despachou favoravelmente à abertura de processo contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na corregedoria do parlamento. A ação, no entanto, deve empacar. Só para divulgar um parecer o relator do processo, Carlos Manato (SD-ES), terá 45 dias. Leia a coluna completa aqui
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Rio 2016 Committee Supports Repression of Political Demonstrations: "We Want Clean Arenas"
CAMILA MATTOSO SPECIAL ENVOY TO RIO In a press conference on Sunday morning (7), the Rio-2016 Committee said it stands behind the authorities that did not allow protests at the Olympic competition sites. Saturday (6) was marked by a series of political demonstration attempts by small groups, which were managed by the police in charge of safety in the sporting arenas. The committee said it would continue to resist the protests."We want clean arenas", said the group's Director of Communications, Mario Andrada. In a manual prepared especially for fans and available on the committee's official website, there is an article that covers the topic and states that political demonstrations are not allowed. According to the committee, however, police action will focus on visual issues. Booing, shouts and chants are not prohibited. "If political booing were not allowed, a large part of the crowd would have been removed from the opening ceremony. People can protest. Law enforcement aims to address the visual", said Andrada. "Large events require this type of policy to protect the sponsors who invested money and meet their expectations. In terms of the Olympics, the idea is to promote inclusion, or unity. Political demonstrations create divisions", he added. Translated by SUGHEY RAMIREZ Read the article in the original language +Latest news in English *Mangueira Slum Has ' V.I.P Area' with Funk and Barbecue During Opening *Rio-2016 Food Shops Run Out of Food on 1st Day of Olympics *Opening of Rio-2016 Is Praised by International Press; See the Reaction
esporte
Rio 2016 Committee Supports Repression of Political Demonstrations: "We Want Clean Arenas" CAMILA MATTOSO SPECIAL ENVOY TO RIO In a press conference on Sunday morning (7), the Rio-2016 Committee said it stands behind the authorities that did not allow protests at the Olympic competition sites. Saturday (6) was marked by a series of political demonstration attempts by small groups, which were managed by the police in charge of safety in the sporting arenas. The committee said it would continue to resist the protests."We want clean arenas", said the group's Director of Communications, Mario Andrada. In a manual prepared especially for fans and available on the committee's official website, there is an article that covers the topic and states that political demonstrations are not allowed. According to the committee, however, police action will focus on visual issues. Booing, shouts and chants are not prohibited. "If political booing were not allowed, a large part of the crowd would have been removed from the opening ceremony. People can protest. Law enforcement aims to address the visual", said Andrada. "Large events require this type of policy to protect the sponsors who invested money and meet their expectations. In terms of the Olympics, the idea is to promote inclusion, or unity. Political demonstrations create divisions", he added. Translated by SUGHEY RAMIREZ Read the article in the original language +Latest news in English *Mangueira Slum Has ' V.I.P Area' with Funk and Barbecue During Opening *Rio-2016 Food Shops Run Out of Food on 1st Day of Olympics *Opening of Rio-2016 Is Praised by International Press; See the Reaction
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'Carteirada' impede corte de árvore em calçada de Moema
Uma manifestação de 80 moradores e a influência de autoridades impediram neste sábado o corte de uma árvore na esquina da alameda Jurupis com a avenida Jamaris, no bairro de Moema, na zona sul de São Paulo. Entre os manifestantes encontravam-se o subprefeito da Vila Mariana, João Carlos da Silva Martins, o ministro do STJ Paulo Dias e o desembargador Paulo Alcides de Amaral, morador de um dos prédios da região e que iniciou o processo da cassação da autorização de poda. O terreno em que as árvore estão abrigava o Citibank Hall, fechado em 2012, e agora é o solo da construção de um empreendimento da incorporadora Esser. O protesto começou quando a construtora iniciou o corte de uma grande seringueira localizada na calçada –outras árvores dentro do terreno já foram podadas. De acordo com os moradores, as plantas começaram a ser serradas a partir das 8h. "Eu moro na cobertura do prédio ao lado do terreno e, da janela, não acreditei quando eu vi os galhos e troncos tombando", disse Joana Chama, 18, uma das manifestantes. Um vídeo gravado por Marcos Bandeira, 32, um dos moradores, mostra parte da manifestação e algumas árvores sendo cortadas. Veja vídeo Enquanto os manifestantes estavam na rua, do lado de dentro dos tapumes da construção as negociavam com advogados da empresa. "A documentação da Esser está em ordem, mas abri um inquérito civil para acionar as autoridades competentes a verificar a situação da poda", disse o subprefeito. "Por enquanto, o corte das árvores foi suspenso." Os manifestantes alegavam que a árvore não podia ser retirada pois, como ela se encontra na calçada, faz parte do patrimônio público. De acordo com a Polícia Ambiental, a construtora tem alvará para fazer a poda das árvores. Segundo os advogados da Esser, a construtora recebeu a contra-ordem clamada pelos oficiais, e a autorização para o corte foi cassada. A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente ainda não entregou o documento oficial da cassação.
cotidiano
'Carteirada' impede corte de árvore em calçada de MoemaUma manifestação de 80 moradores e a influência de autoridades impediram neste sábado o corte de uma árvore na esquina da alameda Jurupis com a avenida Jamaris, no bairro de Moema, na zona sul de São Paulo. Entre os manifestantes encontravam-se o subprefeito da Vila Mariana, João Carlos da Silva Martins, o ministro do STJ Paulo Dias e o desembargador Paulo Alcides de Amaral, morador de um dos prédios da região e que iniciou o processo da cassação da autorização de poda. O terreno em que as árvore estão abrigava o Citibank Hall, fechado em 2012, e agora é o solo da construção de um empreendimento da incorporadora Esser. O protesto começou quando a construtora iniciou o corte de uma grande seringueira localizada na calçada –outras árvores dentro do terreno já foram podadas. De acordo com os moradores, as plantas começaram a ser serradas a partir das 8h. "Eu moro na cobertura do prédio ao lado do terreno e, da janela, não acreditei quando eu vi os galhos e troncos tombando", disse Joana Chama, 18, uma das manifestantes. Um vídeo gravado por Marcos Bandeira, 32, um dos moradores, mostra parte da manifestação e algumas árvores sendo cortadas. Veja vídeo Enquanto os manifestantes estavam na rua, do lado de dentro dos tapumes da construção as negociavam com advogados da empresa. "A documentação da Esser está em ordem, mas abri um inquérito civil para acionar as autoridades competentes a verificar a situação da poda", disse o subprefeito. "Por enquanto, o corte das árvores foi suspenso." Os manifestantes alegavam que a árvore não podia ser retirada pois, como ela se encontra na calçada, faz parte do patrimônio público. De acordo com a Polícia Ambiental, a construtora tem alvará para fazer a poda das árvores. Segundo os advogados da Esser, a construtora recebeu a contra-ordem clamada pelos oficiais, e a autorização para o corte foi cassada. A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente ainda não entregou o documento oficial da cassação.
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Governo do Rio diz não ter recursos para cumprir pagamentos na saúde
Diante do colapso na área de saúde, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou não ter dinheiro em caixa para cumprir todas as decisões judiciais relacionadas aos repasses e pagamentos atrasados na área de saúde. Acrescentou ainda que seu governo vai recorrer contra as liminares já concedidas que obrigam o Estado a quitar imediatamente seus compromissos na área de saúde. No caso de descumprimento da liminar concedida nesta quarta-feira (23) a multa foi estabelecida em R$ 50 mil por dia. Há ainda previsão de multa de R$ 10 mil diários para os secretários da Saúde e da Fazenda, além do próprio governador. "A liminar foi dada, e eu estou recorrendo. Recebi uma liminar do Tribunal de Justiça para pagar antes do dia 30. E outra também para pagar antes do dia 30. Liminar eu recorro", disse Pezão. O governador afirmou que vai cumprir o índice constitucional que estabelece um mínimo de 12% do orçamento para investimentos em saúde. Nesta quinta-feira (24), teve início a entrega de insumos e materiais hospitalares doados pelo governo federal para os hospitais públicos estaduais do Rio em solenidade com a presença de Pezão no Hospital Federal da Lagoa, na zona sul carioca. Pezão informou que médicos e enfermeiros já começaram a receber salários atrasados. Entretanto, Alberto Beltrame, representante do Ministério da Saúde destacado para auxiliar na crise do Estado do Rio, avaliou que a regularização do serviço público do Rio ainda vai levar tempo. "Uma reestruturação é necessária. A regularização de uma rede complexa como esta não acontece da noite para o dia", disse Beltrame. Ele afirmou que mais dois hospitais também devem receber insumos para manter as emergências abertas. Até 10 de janeiro, o governo federal deve repassar R$ 90 milhões para a gestão de Pezão. Veja os hospitais e UPAs do Rio de Janeiro com problemas O governo federal já entregou ao sistema de saúde do Estado 300 mil itens, como luvas, agulhas e próteses ortopédicas, avaliados em R$ 20 milhões. O material será encaminhado ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, zona norte do Rio, para garantir o funcionamento do setor de emergência. Nesta quarta-feira (23), o governo federal já havia repassado R$ 45 milhões. Ao todo, a União repassará R$ 155 milhões ao governo do Rio até o dia 10 de janeiro. O prefeito Eduardo Paes anunciou nesta quarta que a Prefeitura do Rio emprestaria R$ 100 milhões aos hospitais estaduais Rocha Faria e Albert Schweitzer, na zona oeste da cidade. EXPEDIENTE NOS HOSPITAIS Na manhã desta quinta, a emergência do Albert Schweitzer reabriu, após uma semana sem funcionar. Os hospitais Getúlio Vargas e Andaraí, ambos na zona norte do Rio, também estavam prestando atendimento à população. "Ontem eu tive sinalizações de empresas e do Tesouro Nacional, e a gente pode ter mais recursos entrando no caixa do Rio na segunda-feira (28). Tudo que entrar eu vou destinar para a saúde", disse o governador. Com repasses do governo federal e empréstimo da Prefeitura do Rio, o governo estadual deve arrecadar R$ 297 milhões para tentar amenizar a crise. A dívida com fornecedores da área de saúde chega a R$ 1,4 bilhão. "Os Estado do Rio vive a maior crise entre os Estados da nação. Temos o maior déficit. O Estado tem uma economia dependente do petróleo. Vocês estão acompanhando com a Petrobras e com o preço do barril de petróleo. Foge ao meu controle. Nós estamos nos readequando ao que o Estado vai ter. O preço do barril de petróleo está a 32 dólares. Esse orçamento é com o preço do barril a 115 dólares", ponderou o governador. Luiz Antônio Teixeira Júnior, que assume a secretaria de Saúde a partir de 1º de janeiro, afirmou que é necessário "encontrar um novo modelo, que caiba dentro da realidade financeira do Estado".
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Governo do Rio diz não ter recursos para cumprir pagamentos na saúdeDiante do colapso na área de saúde, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou não ter dinheiro em caixa para cumprir todas as decisões judiciais relacionadas aos repasses e pagamentos atrasados na área de saúde. Acrescentou ainda que seu governo vai recorrer contra as liminares já concedidas que obrigam o Estado a quitar imediatamente seus compromissos na área de saúde. No caso de descumprimento da liminar concedida nesta quarta-feira (23) a multa foi estabelecida em R$ 50 mil por dia. Há ainda previsão de multa de R$ 10 mil diários para os secretários da Saúde e da Fazenda, além do próprio governador. "A liminar foi dada, e eu estou recorrendo. Recebi uma liminar do Tribunal de Justiça para pagar antes do dia 30. E outra também para pagar antes do dia 30. Liminar eu recorro", disse Pezão. O governador afirmou que vai cumprir o índice constitucional que estabelece um mínimo de 12% do orçamento para investimentos em saúde. Nesta quinta-feira (24), teve início a entrega de insumos e materiais hospitalares doados pelo governo federal para os hospitais públicos estaduais do Rio em solenidade com a presença de Pezão no Hospital Federal da Lagoa, na zona sul carioca. Pezão informou que médicos e enfermeiros já começaram a receber salários atrasados. Entretanto, Alberto Beltrame, representante do Ministério da Saúde destacado para auxiliar na crise do Estado do Rio, avaliou que a regularização do serviço público do Rio ainda vai levar tempo. "Uma reestruturação é necessária. A regularização de uma rede complexa como esta não acontece da noite para o dia", disse Beltrame. Ele afirmou que mais dois hospitais também devem receber insumos para manter as emergências abertas. Até 10 de janeiro, o governo federal deve repassar R$ 90 milhões para a gestão de Pezão. Veja os hospitais e UPAs do Rio de Janeiro com problemas O governo federal já entregou ao sistema de saúde do Estado 300 mil itens, como luvas, agulhas e próteses ortopédicas, avaliados em R$ 20 milhões. O material será encaminhado ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, zona norte do Rio, para garantir o funcionamento do setor de emergência. Nesta quarta-feira (23), o governo federal já havia repassado R$ 45 milhões. Ao todo, a União repassará R$ 155 milhões ao governo do Rio até o dia 10 de janeiro. O prefeito Eduardo Paes anunciou nesta quarta que a Prefeitura do Rio emprestaria R$ 100 milhões aos hospitais estaduais Rocha Faria e Albert Schweitzer, na zona oeste da cidade. EXPEDIENTE NOS HOSPITAIS Na manhã desta quinta, a emergência do Albert Schweitzer reabriu, após uma semana sem funcionar. Os hospitais Getúlio Vargas e Andaraí, ambos na zona norte do Rio, também estavam prestando atendimento à população. "Ontem eu tive sinalizações de empresas e do Tesouro Nacional, e a gente pode ter mais recursos entrando no caixa do Rio na segunda-feira (28). Tudo que entrar eu vou destinar para a saúde", disse o governador. Com repasses do governo federal e empréstimo da Prefeitura do Rio, o governo estadual deve arrecadar R$ 297 milhões para tentar amenizar a crise. A dívida com fornecedores da área de saúde chega a R$ 1,4 bilhão. "Os Estado do Rio vive a maior crise entre os Estados da nação. Temos o maior déficit. O Estado tem uma economia dependente do petróleo. Vocês estão acompanhando com a Petrobras e com o preço do barril de petróleo. Foge ao meu controle. Nós estamos nos readequando ao que o Estado vai ter. O preço do barril de petróleo está a 32 dólares. Esse orçamento é com o preço do barril a 115 dólares", ponderou o governador. Luiz Antônio Teixeira Júnior, que assume a secretaria de Saúde a partir de 1º de janeiro, afirmou que é necessário "encontrar um novo modelo, que caiba dentro da realidade financeira do Estado".
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Para melhorar visual, homens fazem transplante de barba
Bruno Stradiotto, 35, tinha uma falha no bigode que o impedia de usar o cavanhaque como gostaria. "Era horroroso, ficava um buraco", diz. Há dois anos, ele, que é fisioterapeuta, estava atendendo o dermatologista Arthur Tykocinski quando descobriu que era possível transplantar parte dos fios de uma região da barba para outra. "O transplante de barba passou a ser mais popular nos últimos dois anos, tanto por questões de moda quanto pelo avanço da técnica FUE (sigla em inglês para extração da unidade folicular)", afirma Tykocinski. É a mesma técnica já utilizada em transplantes capilares, na qual o cirurgião extrai os folículos —estruturas dérmicas capazes de produzir pelos— um a um, deixando uma pequena cicatriz em forma de ponto no local. Segundo Mauro Speranzini, cirurgião plástico, o transplante pode ser feito tanto em barbas que sempre tiveram falhas quanto em regiões onde os pelos foram caindo por causa de doenças, assim como lugares em que cicatrizes impedem seu crescimento. São retirados folículos da região do pescoço, onde os pelos da barba não são tão desejados, e implantados novamente em regiões da barba em que os pelos não crescem. Quem não tem pelos suficientes no rosto para fazer um transplante da própria barba pode transferir fios de cabelo para o rosto. Infográfico: Barbas "Quando você implanta o folículo, o pelo vai nascer com as mesmas características do lugar de onde foi tirado: se é da barba, fica mais parecido com barba; se é cabelo, pode ficar um pouco diferente", diz José Rogério Régis, coordenador do departamento de cabelos e unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O fio de cabelo geralmente é mais fino e mais liso. Nos dois casos, porém, a barba pode ser raspada e vai crescer novamente. O preço do procedimento varia de acordo com a área a ser coberta, e pode custar de R$ 7.000 a R$ 20 mil. Na maior parte das vezes, apenas uma sessão de transplante, com anestesia local, é suficiente, mas quem quer uma barba bem densa pode precisar de duas cirurgias. "Na primeira vez não podemos implantar os folículos a uma distância menor do que 2 mm", afirma José Carlos Pereira, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar. De acordo com a entidade, os transplantes de barba representaram 1,5% do total de procedimentos de restauração capilar no mundo todo em 2012. No ano passado, eles foram responsáveis por 3,7%. BARBA DE VERDADE O resultado definitivo demora de seis a oito meses para aparecer. Isso porque os fios implantados costumam cair depois de alguns dias, e o folículo demora um tempo para produzir outro pelo. Para Stradiotto, o resultado ficou perfeito. Ele conta que no começo teve que aguentar a brincadeira dos colegas. "Eles diziam que [a ideia do transplante] era muito esquisita, mas eu não me importei. Era um negócio que me incomodava e que eu tinha como resolver. Depois eles acharam que o resultado ficou bom", conta. Ele implantou 57 folículos na região do bigode. O designer Maurício Medeiros, 55, fez a cirurgia há um ano e meio porque sua barba, mesmo cheia, tinha falhas. "Acaba melhorando a autoestima", afirma. CONTRAINDICAÇÕES Segundo os médicos, existem algumas contraindicações para a realização do transplante de barba. "Não é indicado para pacientes com tendência a calvície, porque não dá para gastar na barba o cabelo que poderá ser útil posteriormente em um transplante na própria cabeça", afirma Régis. Os fios que foram retirados da área doadora não voltam a crescer, já que os folículos também foram removidos. Quem tem cabelos muito enrolados pode não ser elegível ao procedimento por causa da dificuldade em pinçar os fios. Pessoas com tendência a ter pelos encravados também devem evitar o procedimento.
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Para melhorar visual, homens fazem transplante de barbaBruno Stradiotto, 35, tinha uma falha no bigode que o impedia de usar o cavanhaque como gostaria. "Era horroroso, ficava um buraco", diz. Há dois anos, ele, que é fisioterapeuta, estava atendendo o dermatologista Arthur Tykocinski quando descobriu que era possível transplantar parte dos fios de uma região da barba para outra. "O transplante de barba passou a ser mais popular nos últimos dois anos, tanto por questões de moda quanto pelo avanço da técnica FUE (sigla em inglês para extração da unidade folicular)", afirma Tykocinski. É a mesma técnica já utilizada em transplantes capilares, na qual o cirurgião extrai os folículos —estruturas dérmicas capazes de produzir pelos— um a um, deixando uma pequena cicatriz em forma de ponto no local. Segundo Mauro Speranzini, cirurgião plástico, o transplante pode ser feito tanto em barbas que sempre tiveram falhas quanto em regiões onde os pelos foram caindo por causa de doenças, assim como lugares em que cicatrizes impedem seu crescimento. São retirados folículos da região do pescoço, onde os pelos da barba não são tão desejados, e implantados novamente em regiões da barba em que os pelos não crescem. Quem não tem pelos suficientes no rosto para fazer um transplante da própria barba pode transferir fios de cabelo para o rosto. Infográfico: Barbas "Quando você implanta o folículo, o pelo vai nascer com as mesmas características do lugar de onde foi tirado: se é da barba, fica mais parecido com barba; se é cabelo, pode ficar um pouco diferente", diz José Rogério Régis, coordenador do departamento de cabelos e unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O fio de cabelo geralmente é mais fino e mais liso. Nos dois casos, porém, a barba pode ser raspada e vai crescer novamente. O preço do procedimento varia de acordo com a área a ser coberta, e pode custar de R$ 7.000 a R$ 20 mil. Na maior parte das vezes, apenas uma sessão de transplante, com anestesia local, é suficiente, mas quem quer uma barba bem densa pode precisar de duas cirurgias. "Na primeira vez não podemos implantar os folículos a uma distância menor do que 2 mm", afirma José Carlos Pereira, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar. De acordo com a entidade, os transplantes de barba representaram 1,5% do total de procedimentos de restauração capilar no mundo todo em 2012. No ano passado, eles foram responsáveis por 3,7%. BARBA DE VERDADE O resultado definitivo demora de seis a oito meses para aparecer. Isso porque os fios implantados costumam cair depois de alguns dias, e o folículo demora um tempo para produzir outro pelo. Para Stradiotto, o resultado ficou perfeito. Ele conta que no começo teve que aguentar a brincadeira dos colegas. "Eles diziam que [a ideia do transplante] era muito esquisita, mas eu não me importei. Era um negócio que me incomodava e que eu tinha como resolver. Depois eles acharam que o resultado ficou bom", conta. Ele implantou 57 folículos na região do bigode. O designer Maurício Medeiros, 55, fez a cirurgia há um ano e meio porque sua barba, mesmo cheia, tinha falhas. "Acaba melhorando a autoestima", afirma. CONTRAINDICAÇÕES Segundo os médicos, existem algumas contraindicações para a realização do transplante de barba. "Não é indicado para pacientes com tendência a calvície, porque não dá para gastar na barba o cabelo que poderá ser útil posteriormente em um transplante na própria cabeça", afirma Régis. Os fios que foram retirados da área doadora não voltam a crescer, já que os folículos também foram removidos. Quem tem cabelos muito enrolados pode não ser elegível ao procedimento por causa da dificuldade em pinçar os fios. Pessoas com tendência a ter pelos encravados também devem evitar o procedimento.
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Crivella compara crise nacional a 'cólicas' antes do parto
O prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), comparou a crise no Brasil aos momentos anteriores a um parto, dolorosos, porém recompensadores. "Eu diria que é como uma mulher prestes a dar à luz. Essas cólicas que estamos sentindo agora, no fundo, são redentoras. O Brasil vai sair muito melhor do que entrou na crise", disse nesta terça-feira (29). Crivella atribuiu as dificuldades políticas e econômicas no país à turbulência resultante de escândalos como a prisão dos ex-governadores do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e Anthony Garotinho (PR). "A nossa crise não é de estagnação. É uma crise moral. Faz parte de uma conjuntura, eu diria, inerente. Temos que vencer. Faz parte do nosso processo de evolução econômica, social, política", disse o bispo licenciado da Igreja Universal, em encontro da Frente Nacional de Prefeitos, em Campinas (SP). Embora tenha dito que a situação da cidade é menos grave que a do Estado, ele criticou a gestão de Cabral por ter feito renúncias fiscais que somaram R$ 160 bilhões sem ter consultado os municípios atingidos. "Eu defendo uma lei em que nenhum Estado possa fazer renúncia fiscal sem ouvir os seus prefeitos. No Rio, somos vítimas disso", afirmou. "Os municípios praticamente quebraram. Isso precisa acabar." Crivella disse que a municipalização do Porto Maravilha e de hospitais federais estão entre os seus principais pleitos junto ao governo Michel Temer. O prefeito eleito estimou receitas anuais de "R$ 50, 60, 70 chegando até a R$ 100 milhões" com a gestão do porto. "Para Brasília, é um entrave. Para o Rio, vai ser uma solução", afirmou. CARNAVAL Crivella disse que o Carnaval no Rio, que enfrenta redimensionamento dada a restrição orçamentária, está garantido. "A festa é indutora da economia e é uma festa popular importante. Ele [Eduardo Paes (PMBD), atual prefeito] já pagou 70%, vamos arrumar os outros 30%. Certamente, o Rio vai ter um lindo Carnaval no ano que vem", disse.
poder
Crivella compara crise nacional a 'cólicas' antes do partoO prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), comparou a crise no Brasil aos momentos anteriores a um parto, dolorosos, porém recompensadores. "Eu diria que é como uma mulher prestes a dar à luz. Essas cólicas que estamos sentindo agora, no fundo, são redentoras. O Brasil vai sair muito melhor do que entrou na crise", disse nesta terça-feira (29). Crivella atribuiu as dificuldades políticas e econômicas no país à turbulência resultante de escândalos como a prisão dos ex-governadores do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e Anthony Garotinho (PR). "A nossa crise não é de estagnação. É uma crise moral. Faz parte de uma conjuntura, eu diria, inerente. Temos que vencer. Faz parte do nosso processo de evolução econômica, social, política", disse o bispo licenciado da Igreja Universal, em encontro da Frente Nacional de Prefeitos, em Campinas (SP). Embora tenha dito que a situação da cidade é menos grave que a do Estado, ele criticou a gestão de Cabral por ter feito renúncias fiscais que somaram R$ 160 bilhões sem ter consultado os municípios atingidos. "Eu defendo uma lei em que nenhum Estado possa fazer renúncia fiscal sem ouvir os seus prefeitos. No Rio, somos vítimas disso", afirmou. "Os municípios praticamente quebraram. Isso precisa acabar." Crivella disse que a municipalização do Porto Maravilha e de hospitais federais estão entre os seus principais pleitos junto ao governo Michel Temer. O prefeito eleito estimou receitas anuais de "R$ 50, 60, 70 chegando até a R$ 100 milhões" com a gestão do porto. "Para Brasília, é um entrave. Para o Rio, vai ser uma solução", afirmou. CARNAVAL Crivella disse que o Carnaval no Rio, que enfrenta redimensionamento dada a restrição orçamentária, está garantido. "A festa é indutora da economia e é uma festa popular importante. Ele [Eduardo Paes (PMBD), atual prefeito] já pagou 70%, vamos arrumar os outros 30%. Certamente, o Rio vai ter um lindo Carnaval no ano que vem", disse.
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Juiz de São Paulo manda quebrar sigilo telefônico de jornalista
A Justiça de São Paulo determinou a quebra de sigilo telefônico da jornalista Andreza Matais, hoje no jornal "O Estado de S. Paulo", para identificar a fonte de uma série de reportagens publicadas por ela pela Folha, em 2012. Os textos apontavam que uma sindicância foi aberta pelo Banco do Brasil para apurar uma movimentação atípica de R$ 1 milhão em benefício do ex-vice-presidente Allan Toledo. Em 2015, ele foi preso, acusado de participar de esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O juiz Rubens Pedreiro Lopes, do Departamento de Inquéritos Policiais, sustentou que a quebra de sigilo era "indispensável para o prosseguimento das investigações", abertas a pedido do ex-vice-presidente do BB. A defesa pediu a reconsideração da decisão, por considerá-la inconstitucional, além de decorrente de um equívoco no processo. "Jamais se pode quebrar o sigilo telefônico de um jornalista, porque se coloca em risco o sigilo da fonte e da liberdade de imprensa", disse Philippe Nascimento, do escritório Dias e Carvalho Filho Advogados, que representa a jornalista a pedido da Folha. EQUÍVOCO O equívoco, ele afirmou, decorre do fato de não ter sido pleiteado acesso a conversas de Matais, entre fevereiro e março de 2012, mas sim de outra pessoa envolvida nas investigações. A jornalista, hoje editora da "Coluna do Estadão", de notas políticas, não se manifestou no processo para preservar o sigilo da fonte, direito garantido pela Constituição. Pedidos foram feitos desde 2013, mas sempre negados por manifestações contrárias do Ministério Público. A promotora Mônica Magarinos Torralbo Gimenez, contudo, desta vez assentiu.
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Juiz de São Paulo manda quebrar sigilo telefônico de jornalistaA Justiça de São Paulo determinou a quebra de sigilo telefônico da jornalista Andreza Matais, hoje no jornal "O Estado de S. Paulo", para identificar a fonte de uma série de reportagens publicadas por ela pela Folha, em 2012. Os textos apontavam que uma sindicância foi aberta pelo Banco do Brasil para apurar uma movimentação atípica de R$ 1 milhão em benefício do ex-vice-presidente Allan Toledo. Em 2015, ele foi preso, acusado de participar de esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O juiz Rubens Pedreiro Lopes, do Departamento de Inquéritos Policiais, sustentou que a quebra de sigilo era "indispensável para o prosseguimento das investigações", abertas a pedido do ex-vice-presidente do BB. A defesa pediu a reconsideração da decisão, por considerá-la inconstitucional, além de decorrente de um equívoco no processo. "Jamais se pode quebrar o sigilo telefônico de um jornalista, porque se coloca em risco o sigilo da fonte e da liberdade de imprensa", disse Philippe Nascimento, do escritório Dias e Carvalho Filho Advogados, que representa a jornalista a pedido da Folha. EQUÍVOCO O equívoco, ele afirmou, decorre do fato de não ter sido pleiteado acesso a conversas de Matais, entre fevereiro e março de 2012, mas sim de outra pessoa envolvida nas investigações. A jornalista, hoje editora da "Coluna do Estadão", de notas políticas, não se manifestou no processo para preservar o sigilo da fonte, direito garantido pela Constituição. Pedidos foram feitos desde 2013, mas sempre negados por manifestações contrárias do Ministério Público. A promotora Mônica Magarinos Torralbo Gimenez, contudo, desta vez assentiu.
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Ambulantes cobram a mais por cerveja para aceitar moeda do festival
No segundo dia de Lollapalooza, neste domingo (29), alguns ambulantes que vendem cerveja no festival passaram a cobrar dos frequentadores R$ 2,5 a mais para aceitar a moeda do festival, o "mango". Assim, a bebida, que já custava quatro "mangos" —ou R$ 10, já que cada um equivale a R$ 2,50— está saindo por cinco "mangos", R$ 12,50. Segundo vendedores ambulantes, a produção do festival orientou-os a receberem apenas em dinheiro por seus produtos. No entanto, a produção do Lollapalooza afirma que apenas os vendedores de comida foram instruídos a não aceitar a moeda falsa, pois não são parceiros da organização. Para os que vendem bebidas, a orientação geral é de que aceitem o "mango" —sem cobrar a mais para isso.
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Ambulantes cobram a mais por cerveja para aceitar moeda do festivalNo segundo dia de Lollapalooza, neste domingo (29), alguns ambulantes que vendem cerveja no festival passaram a cobrar dos frequentadores R$ 2,5 a mais para aceitar a moeda do festival, o "mango". Assim, a bebida, que já custava quatro "mangos" —ou R$ 10, já que cada um equivale a R$ 2,50— está saindo por cinco "mangos", R$ 12,50. Segundo vendedores ambulantes, a produção do festival orientou-os a receberem apenas em dinheiro por seus produtos. No entanto, a produção do Lollapalooza afirma que apenas os vendedores de comida foram instruídos a não aceitar a moeda falsa, pois não são parceiros da organização. Para os que vendem bebidas, a orientação geral é de que aceitem o "mango" —sem cobrar a mais para isso.
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'Cidadãoquatro' alerta sobre riscos à democracia em tom de suspense
Chefes de Estado, executivos, cientistas, cidadãos: nada escapa ao poder de espionagem dos EUA. Consolidando dados de corporações como Google, Facebook, Apple, de cartões de crédito e companhias telefônicas, o governo norte-americano pode remexer na vida de quem quiser. Foi o que Edward Snowden escancarou em série de reportagens de Glenn Greenwald. Os bastidores da revelação estão em "Cidadãoquatro". A diretora Laura Poitras, que acompanhou a apuração, filmou o encontro de Snowden com jornalistas do diário inglês "The Guardian". Num quarto de hotel com cortinas fechadas, o especialista em computadores mostrou arquivos, respondeu a perguntas, falou um pouco de si. Rodado enquanto as primeiras notícias do caso eram produzidas, o filme tem frescor jornalístico. Snowden, de cara, diz saber dos riscos que corre. Declara não ter medo. Tem uma missão: denunciar o esquema de espionagem. Aos poucos, vai demonstrando mais preocupação. Fica sabendo que sua casa está sendo vigiada e surgem problemas esquisitos no pagamento do seu aluguel. Sua identidade logo será revelada, a tensão cresce e ele espia pelas cortinas. Snowden desabafa: não saber o que vai acontecer é assustador, mas tem um lado libertador. Em clima de suspense, o filme mostra conversas por bilhetes e trabalhos em computador ocultos por pano. Poitras capta de forma crua. A diretora expõe debates jurídicos e políticos sobre o Ato Patriota, que aniquilou a privacidade nos EUA e mundo afora. Para além da privacidade, o que o filme defende é que o próprio sistema democrático está em risco. Afinal, com o pretexto de combater o terrorismo, o governo dos EUA se dá o direito de fazer de tudo. "Cidadãoquatro" é um necessário e preocupante alerta. É TUDO VERDADE CIDADÃOQUATRO QUANDO: DOM. (12), ÀS 21H, E DOM. (19), 15H, NO CINE LIVRARIA CULTURA PRODUÇÃO: EUA/ALEMANHA, 2014 DIREÇÃO: LAURA POITRAS
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'Cidadãoquatro' alerta sobre riscos à democracia em tom de suspenseChefes de Estado, executivos, cientistas, cidadãos: nada escapa ao poder de espionagem dos EUA. Consolidando dados de corporações como Google, Facebook, Apple, de cartões de crédito e companhias telefônicas, o governo norte-americano pode remexer na vida de quem quiser. Foi o que Edward Snowden escancarou em série de reportagens de Glenn Greenwald. Os bastidores da revelação estão em "Cidadãoquatro". A diretora Laura Poitras, que acompanhou a apuração, filmou o encontro de Snowden com jornalistas do diário inglês "The Guardian". Num quarto de hotel com cortinas fechadas, o especialista em computadores mostrou arquivos, respondeu a perguntas, falou um pouco de si. Rodado enquanto as primeiras notícias do caso eram produzidas, o filme tem frescor jornalístico. Snowden, de cara, diz saber dos riscos que corre. Declara não ter medo. Tem uma missão: denunciar o esquema de espionagem. Aos poucos, vai demonstrando mais preocupação. Fica sabendo que sua casa está sendo vigiada e surgem problemas esquisitos no pagamento do seu aluguel. Sua identidade logo será revelada, a tensão cresce e ele espia pelas cortinas. Snowden desabafa: não saber o que vai acontecer é assustador, mas tem um lado libertador. Em clima de suspense, o filme mostra conversas por bilhetes e trabalhos em computador ocultos por pano. Poitras capta de forma crua. A diretora expõe debates jurídicos e políticos sobre o Ato Patriota, que aniquilou a privacidade nos EUA e mundo afora. Para além da privacidade, o que o filme defende é que o próprio sistema democrático está em risco. Afinal, com o pretexto de combater o terrorismo, o governo dos EUA se dá o direito de fazer de tudo. "Cidadãoquatro" é um necessário e preocupante alerta. É TUDO VERDADE CIDADÃOQUATRO QUANDO: DOM. (12), ÀS 21H, E DOM. (19), 15H, NO CINE LIVRARIA CULTURA PRODUÇÃO: EUA/ALEMANHA, 2014 DIREÇÃO: LAURA POITRAS
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Servidores públicos do Rio Grande do Sul iniciam nova greve geral
Com novo parcelamento de salários, segundo os sindicatos dos servidores, funcionários públicos estaduais do Rio Grande do sul iniciaram nesta segunda-feira (31) nova greve geral. Sem dinheiro em caixa devido a uma crise financeira, o governo José Ivo Sartori (PMDB) não deve ter recursos para pagar os salários dos servidores. O peemedebista havia adotado o parcelamento dos salários em julho. De acordo com os sindicatos, o governo gaúcho pagou nesta segunda (31) apenas R$ 600 para os funcionários público estaduais. O valor, inferior ao salário mínimo de R$ 788 –e ao salário mínimo regional, que no Estado é de R$ 1.006,88–, é referente à primeira das parcelas do salário. Sartori só deve falar sobre o assunto na manhã desta segunda. A nova greve, prevista até quinta (3), é a segunda em menos de 15 dias. Na semana retrasada, os servidores cruzaram os braços por três dias. A paralisação deve afetar todos os serviços do Estado. A Polícia Civil paralisou seu trabalho desde a meia-noite desta segunda. Apenas casos graves –como homicídio e crimes envolvendo crianças e mulheres– serão atendidos. O Ugeirm (sindicato da categoria) orienta para que carros não sejam tirados das garagens e não sejam cumpridos mandados de prisão e operações policiais. A Brigada Militar (a PM gaúcha) é proibida de fazer greve, mas promete "aquartelamento" a partir de terça-feira (1), o que vai reduzir o policiamento nas ruas. Segundo Leonel Lucas, presidente da Abamf (uma das entidades dos policias), o valor que será depositado na conta dos militares não garante sequer a verba para se deslocar adequadamente ao trabalho. O Cepers (sindicato dos professores) também anunciou greve a partir desta segunda (31). O RS tem cerca de 3 mil escolas. Na greve de três dias, de 19 a 21 de agosto, a adesão foi de 95% das escolas. Os serviço estaduais de saúde irão aderir à greve e apenas atenderão emergências. CRISE Em julho, Sartori parcelou o salário dos servidores. Uma decisão do STF determinou que o Estado pagasse os salários em dia. Segundo o presidente do órgão, o ministro Ricardo Lewandowski, o RS poderia sofrer uma intervenção judicial caso não cumprisse a ordem. O governo gaúcho tentou um recurso, sem sucesso. Ao pagar o restante dos salários, atrasou mais uma vez o pagamento da dívida com a União e teve suas contas bloqueadas e os valores sequestrados até alcançar o valor da dívida. O bloqueio gerou um efeito cascata: fornecedores não foram pagos, verbas não foram repassadas e o tempo de arrecadação diminuiu, gerando mais um parcelamento de salários. Na semana passada, Sartori anunciou o ingresso de uma ação no STF que tenta evitar novo bloqueio de contas em caso de mais um calote na dívida federal. O governo também anunciou que prepara um estudo para rever o contrato da dívida. Um pacote de aumento do ICMS foi enviado à assembleia. A maioria dos deputados, assim como a classe empresarial, é contrária ao projeto. Caso seja aprovado, cerca de R$ 2 bilhões devem ser arrecadados em 2016, cerca de um terço do deficit estimado para o próximo ano. Além de não ter dinheiro para pagar servidores e fornecedores, o governo Sartori enfrenta ainda o caso mais grave de endividamento entre os Estados brasileiros.
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Servidores públicos do Rio Grande do Sul iniciam nova greve geralCom novo parcelamento de salários, segundo os sindicatos dos servidores, funcionários públicos estaduais do Rio Grande do sul iniciaram nesta segunda-feira (31) nova greve geral. Sem dinheiro em caixa devido a uma crise financeira, o governo José Ivo Sartori (PMDB) não deve ter recursos para pagar os salários dos servidores. O peemedebista havia adotado o parcelamento dos salários em julho. De acordo com os sindicatos, o governo gaúcho pagou nesta segunda (31) apenas R$ 600 para os funcionários público estaduais. O valor, inferior ao salário mínimo de R$ 788 –e ao salário mínimo regional, que no Estado é de R$ 1.006,88–, é referente à primeira das parcelas do salário. Sartori só deve falar sobre o assunto na manhã desta segunda. A nova greve, prevista até quinta (3), é a segunda em menos de 15 dias. Na semana retrasada, os servidores cruzaram os braços por três dias. A paralisação deve afetar todos os serviços do Estado. A Polícia Civil paralisou seu trabalho desde a meia-noite desta segunda. Apenas casos graves –como homicídio e crimes envolvendo crianças e mulheres– serão atendidos. O Ugeirm (sindicato da categoria) orienta para que carros não sejam tirados das garagens e não sejam cumpridos mandados de prisão e operações policiais. A Brigada Militar (a PM gaúcha) é proibida de fazer greve, mas promete "aquartelamento" a partir de terça-feira (1), o que vai reduzir o policiamento nas ruas. Segundo Leonel Lucas, presidente da Abamf (uma das entidades dos policias), o valor que será depositado na conta dos militares não garante sequer a verba para se deslocar adequadamente ao trabalho. O Cepers (sindicato dos professores) também anunciou greve a partir desta segunda (31). O RS tem cerca de 3 mil escolas. Na greve de três dias, de 19 a 21 de agosto, a adesão foi de 95% das escolas. Os serviço estaduais de saúde irão aderir à greve e apenas atenderão emergências. CRISE Em julho, Sartori parcelou o salário dos servidores. Uma decisão do STF determinou que o Estado pagasse os salários em dia. Segundo o presidente do órgão, o ministro Ricardo Lewandowski, o RS poderia sofrer uma intervenção judicial caso não cumprisse a ordem. O governo gaúcho tentou um recurso, sem sucesso. Ao pagar o restante dos salários, atrasou mais uma vez o pagamento da dívida com a União e teve suas contas bloqueadas e os valores sequestrados até alcançar o valor da dívida. O bloqueio gerou um efeito cascata: fornecedores não foram pagos, verbas não foram repassadas e o tempo de arrecadação diminuiu, gerando mais um parcelamento de salários. Na semana passada, Sartori anunciou o ingresso de uma ação no STF que tenta evitar novo bloqueio de contas em caso de mais um calote na dívida federal. O governo também anunciou que prepara um estudo para rever o contrato da dívida. Um pacote de aumento do ICMS foi enviado à assembleia. A maioria dos deputados, assim como a classe empresarial, é contrária ao projeto. Caso seja aprovado, cerca de R$ 2 bilhões devem ser arrecadados em 2016, cerca de um terço do deficit estimado para o próximo ano. Além de não ter dinheiro para pagar servidores e fornecedores, o governo Sartori enfrenta ainda o caso mais grave de endividamento entre os Estados brasileiros.
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Após vitória em legislativas, Macron começará reformas econômicas
Com o fim do ciclo de eleições francesas, com dois turnos presidenciais e dois turnos legislativos desde 23 de abril, o mandato do presidente Emmanuel Macron tomará forma nesta semana. Fundador do movimento centrista República em Frente!, ele conquistou uma ampla maioria parlamentar no domingo (18), último turno legislativo, e poderá implementar as reformas que prometeu em sua campanha. O processo começa nesta segunda-feira, quando o premiê conservador Édouard Philippe deve se demitir. O gesto é simbólico, porque Macron deve pedir que Philippe forme o novo governo durante os próximos dias. Não há expectativa de grandes mudanças no gabinete montado há um mês, depois das eleições presidenciais. Os seis ministros que concorreram às legislativas foram eleitos no domingo. Com o fim da contagem de votos, a República em Frente! e seu aliado Movimento Democrático terão 350 assentos –308 deles representam o movimento de Macron. A principal oposição será feita pelos conservadores Republicanos e seus aliados, com 137 assentos. O Partido Socialista e seus aliados, que tinham 284 cadeiras no governo anterior, terão 46, uma das derrotas mais dramáticas deste final de semana. Jean-Christophe Cambadélis, que liderava essa sigla de centro-esquerda, pediu a demissão depois da divulgação dos resultados parciais. "Tomo essa decisão sem amargura nem cólera, consciente da minha obrigação e do momento crucial que a esquerda atravessa", disse. A Frente Nacional, de direita ultranacionalista, elegeu oito deputados. É um avanço em relação à única cadeira que o partido de Marine Le Pen tinha, mas é um resultado bastante baixo para uma sigla que disputou o segundo turno presidencial em maio com 34% dos votos. Parte da explicação é que a França elege deputados em um sistema distrital, e não proporcional ao total de votos. Cada distrito vota, assim, em seu próprio deputado. ABSTENÇÃO O porta-voz do governo, Christophe Castaner, afirmou que a alta abstenção nas eleições legislativas foi uma derrota da classe política, sinalizando a necessidade de mudanças. Mais de 57% do total de 47 milhões de eleitores registrados não votaram. "A vitória real não foi no domingo à noite", disse Castaner. "Será daqui a cinco anos, quando tivermos realmente mudado as coisas." O resultado das legislativas, porém, já aponta para diversas transformações no panorama político francês. Cerca de 75% da Assembleia Nacional foi renovada nestas eleições, um recorde no país. Dos 577 novos deputados, 432 não tinham sido eleitos no pleito de 2012. Outro recorde é a participação das mulheres, com ao menos 223 assentos, 38% do total. A Assembleia anterior tinha 155 mulheres, ou 26%. Catherine Barbaroux, presidente interina da República em Frente!, disse que a nova Assembleia será "mais diversa, mais jovem". "Mas acima de tudo esse é um momento histórico para a representação das mulheres na Casa." Os resultados das legislativas francesas, assim como havia ocorrido um mês antes com as presidenciais, animaram os mercados globais. A vitória de Macron e sua maioria parlamentar sinalizam que a França implementará importantes reformas econômicas, como a flexibilização da legislação trabalhista –motivo de prováveis desgastes nos próximos meses. A Bolsa francesa abriu em alta de quase 1% no início do dia. Houve alta também em Londres e outras capitais.
mundo
Após vitória em legislativas, Macron começará reformas econômicasCom o fim do ciclo de eleições francesas, com dois turnos presidenciais e dois turnos legislativos desde 23 de abril, o mandato do presidente Emmanuel Macron tomará forma nesta semana. Fundador do movimento centrista República em Frente!, ele conquistou uma ampla maioria parlamentar no domingo (18), último turno legislativo, e poderá implementar as reformas que prometeu em sua campanha. O processo começa nesta segunda-feira, quando o premiê conservador Édouard Philippe deve se demitir. O gesto é simbólico, porque Macron deve pedir que Philippe forme o novo governo durante os próximos dias. Não há expectativa de grandes mudanças no gabinete montado há um mês, depois das eleições presidenciais. Os seis ministros que concorreram às legislativas foram eleitos no domingo. Com o fim da contagem de votos, a República em Frente! e seu aliado Movimento Democrático terão 350 assentos –308 deles representam o movimento de Macron. A principal oposição será feita pelos conservadores Republicanos e seus aliados, com 137 assentos. O Partido Socialista e seus aliados, que tinham 284 cadeiras no governo anterior, terão 46, uma das derrotas mais dramáticas deste final de semana. Jean-Christophe Cambadélis, que liderava essa sigla de centro-esquerda, pediu a demissão depois da divulgação dos resultados parciais. "Tomo essa decisão sem amargura nem cólera, consciente da minha obrigação e do momento crucial que a esquerda atravessa", disse. A Frente Nacional, de direita ultranacionalista, elegeu oito deputados. É um avanço em relação à única cadeira que o partido de Marine Le Pen tinha, mas é um resultado bastante baixo para uma sigla que disputou o segundo turno presidencial em maio com 34% dos votos. Parte da explicação é que a França elege deputados em um sistema distrital, e não proporcional ao total de votos. Cada distrito vota, assim, em seu próprio deputado. ABSTENÇÃO O porta-voz do governo, Christophe Castaner, afirmou que a alta abstenção nas eleições legislativas foi uma derrota da classe política, sinalizando a necessidade de mudanças. Mais de 57% do total de 47 milhões de eleitores registrados não votaram. "A vitória real não foi no domingo à noite", disse Castaner. "Será daqui a cinco anos, quando tivermos realmente mudado as coisas." O resultado das legislativas, porém, já aponta para diversas transformações no panorama político francês. Cerca de 75% da Assembleia Nacional foi renovada nestas eleições, um recorde no país. Dos 577 novos deputados, 432 não tinham sido eleitos no pleito de 2012. Outro recorde é a participação das mulheres, com ao menos 223 assentos, 38% do total. A Assembleia anterior tinha 155 mulheres, ou 26%. Catherine Barbaroux, presidente interina da República em Frente!, disse que a nova Assembleia será "mais diversa, mais jovem". "Mas acima de tudo esse é um momento histórico para a representação das mulheres na Casa." Os resultados das legislativas francesas, assim como havia ocorrido um mês antes com as presidenciais, animaram os mercados globais. A vitória de Macron e sua maioria parlamentar sinalizam que a França implementará importantes reformas econômicas, como a flexibilização da legislação trabalhista –motivo de prováveis desgastes nos próximos meses. A Bolsa francesa abriu em alta de quase 1% no início do dia. Houve alta também em Londres e outras capitais.
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O efeito auréola e o avanço da extrema direita na Alemanha
Buch, uma pequena comunidade nos arredores de Berlim, à primeira vista parece ser o tipo de lugar que a personagem infantil Cachinhos Dourados classificaria como "no ponto". A cidade não é rica demais nem pobre demais, dispendiosa demais ou decadente demais, e fica longe o suficiente do movimentado centro da cidade para garantir o conforto, mas não longe o bastante para dificultar o deslocamento diário rumo à capital. Provavelmente não é o tipo de lugar que as pessoas imaginam quando pensam sobre a onda de populismo de extrema-direita que vem varrendo a Europa. Mas, sob a superfície, essa comunidade aconchegante e segura é muito diferente das zonas pós-industriais economicamente deprimidas que costumam ser retratadas como locais de origem do populismo, e é emblemática das forças que estão ameaçando subverter a democracia ocidental na forma pela qual a conhecemos. Nesse aparente baluarte da regularidade, o Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), um partido populista de extrema-direita, conquistou mais de 22% dos votos em uma eleição local em 2016, tornando-se o partido mais votado. Fui a Buch para compreender melhor como o populismo de extrema-direita deitou raízes em boa parte da Europa. E descobri sinais de forças sutis que os cientistas sociais há muito apontam, em suas teorias, como possíveis causas para a onda populista que vem crescendo nas sociedades do Ocidente. EFEITO AURÉOLA Na superfície, Buch parece ser uma fonte improvável de ira contra os imigrantes. Para começar, não existem muitos imigrantes na cidade. Embora muitos bairros da vizinha Berlim apresentem imensa diversidade, e estejam repletos de refugiados e imigrantes vindos de todos os cantos do planeta, Buch se manteve majoritariamente branca, apesar da presença de um pequeno centro de refugiados no centro da cidade. Os cientistas sociais definem o fenômeno como "efeito auréola": a probabilidade de que as pessoas votem em políticos de extrema-direita cresce se elas viverem em áreas próximas a comunidades diversificadas mas não dentro dessas comunidades. O fenômeno se repete por toda a Europa. Jens Rydgren e Patrick Ruth, sociólogos da Universidade de Estocolmo, escreveram em 2011 que as pessoas que moram nessas comunidades talvez vivam suficientemente perto de imigrantes para que se sintam ameaçadas, mas não perto o bastante para manter interações amistosas e regulares com eles que dissipariam seus temores. Eric Kaufmann, cientista político do Birkbeck College, de Londres, constatou que a ascensão na diversidade pode estender o alcance da "auréola". A zona leste de Londres era um centro de ativismo de extrema-direita nos anos 70, mas, quando os bairros da área ganharam maior diversidade populacional, o apoio à extrema-direita caiu na região e se expandiu em subúrbios majoritariamente brancos logo além dos limites da cidade. Buch parece se enquadrar a esse padrão. A despeito da chegada de alguns refugiados, o número de muçulmanos na cidade é tão pequeno que o supermercado local não vende carnes halal [oriunda de animais abatidos de acordo com preceitos do islã]. Mas a comunidade fica em um distrito que faz fronteira com o bairro de Wedding, uma das áreas mais diversificadas de Berlim. Os moradores brancos de Buch, de acordo com essa teoria, têm medo não porque suas vidas e empregos tenham sido perturbados pela imigração, mas porque percebem que algo parecido está acontecendo em áreas como Wedding e se preocupam que a vez deles esteja por chegar. IDENTIDADE NEGATIVA Do outro lado de Buch, ao longo de uma estrada ladeada por blocos de apartamentos construídos na era comunista, visito a igreja em que Cornelia Reuter e seu marido, Hagen Kühne, vivem e trabalham como pastores. Reuter disse que alguns de seus paroquianos têm medo de que mais refugiados sejam enviados a Buch. Ela e o marido consideram que esse medo seja causado em parte por um problema mais profundo. Muitas pessoas em sua comunidade, eles dizem, não têm um senso claro de identidade e de inclusão, e enfrentam dificuldade para encontrá-lo. Depois da Segunda Guerra Mundial, celebrar ou mesmo definir a identidade alemã se tornou tabu, e muitas vezes era visto como um passo na direção do nacionalismo que permitiu a ascensão dos nazistas. A atitude mudou um pouco com a Copa do Mundo de 2006, quando os anfitriões alemães hastearam suas bandeiras com orgulho e celebraram sua nacionalidade. Mas continua a existir um vácuo, que causa um "vazio interior" nas pessoas, segundo Reuter. Essa lacuna no que tange à definição pessoal não deixa outra forma de definir a identidade exceto com base naquilo que as pessoas não são –uma tendência que é às vezes descrita como "identidade negativa". "Você pode dizer que não é muçulmano, mas a maioria das pessoas não dizem ser cristãs", e tampouco articulam sua identidade de alguma outra maneira positiva, explicou Reuter. "Há um vazio. E acho que ele abarca toda a sociedade. Não se trata apenas de um grupo. É um problema muito amplo". TOMANDO O CONTROLE O tabu da identidade não é novo, na Alemanha. Mas acontecimentos recentes fizeram com que ele subitamente parecesse mais doloroso. Immo Fritsche, cientista político da Universidade de Leipzig, constatou que quando as pessoas sentem que perderam o controle, buscam uma identidade forte que as torne parte de um grupo poderoso. A identificação com algo de poderoso e capaz de promover mudanças, por exemplo uma nação poderosa, se torna muito atraente, ele diz. Reuter disse que muita gente em Buch compartilha dessa sensação de perda de controle. A crise de refugiados foi vista como sinal de que as fronteiras da Alemanha são uma região sem lei. E a presença do centro local de refugiados, ainda que ele abrigue apenas algumas centenas de pessoas, criou um senso de urgência. Isso deixou espaço para o Alternativa para a Alemanha, que promete restaurar o patriotismo alemão. Políticos de extrema-direita como Björn Höcke, um dos líderes do partido, disse Reuter, sabem como explorar o tabu da identidade. "Pessoas como Höcke se aproveitam disso", ela disse. "Ele sabe como colocar suas palavras da maneira exata". Em entrevista, Höcke me disse que acreditava que a identidade era "a questão" na Alemanha atual. Minutos mais tarde, ele discursou diante de centenas de partidários entusiásticos e disse que os alemães eram "o único povo do mundo a colocar um monumento da vergonha no coração de sua capital", em referência ao memorial que existe em Berlim em honra dos judeus assassinados no Holocausto. "A Alemanha precisa de um relacionamento positivo com a nossa identidade", ele me disse, "porque a identidade é a fundação para que possamos seguir adiante. A fundação de nossa unidade é a identidade". CONFORTO VIA CONTATO À medida que você se aproxima do centro de refugiados de Buch, os sinais de hostilidade para com os imigrantes se tornam mais fortes. Cartazes do Alternativa para a Alemanha, rasgados e jogados no chão, mostram homens sorridentes, de pele escura, com as mãos cheias de euros. E a sensação de ameaça também se intensifica. Uma das edificações do centro de refugiados porta marcas de fumaça, deixadas por uma recente tentativa de incêndio criminoso. Juliane Willuhn, a diretora do centro, diz que o crime ainda não foi solucionado. Ninguém foi ferido no incêndio, mas o ataque parece ter sido pretendido como ameaça. Os investigadores concluíram que o incêndio foi ateado intencionalmente, em uma sala onde carrinhos de bebê ficavam guardados. Deles, só restaram cinzas e algumas rodas calcinadas. Mas diversos moradores de Buch que vivem perto do centro de refugiados expressaram otimismo com relação aos vizinhos refugiados, em entrevistas. Suas declarações apontavam para o lado oposto de teorias como a do efeito auréola, ou seja, para o fato de que contato com pessoas diferentes atenua os medos que poderiam causar reações populistas. As entrevistas apontavam para a chamada teoria do contato intergrupal: quando pessoas têm contato direto com membros de um grupo nacional ou étnico específico, elas tendem a se tornar mais tolerantes com relação ao grupo como um todo. Isso sugere que contato regular com imigrantes reduz o apoio aos partidos populistas de extrema-direita ao acalmar a sensação de medo que os alimenta. Se isso procede, talvez seja uma indicação de que o domínio do Alternativa para a Alemanha sobre Buch pode ser mais fraco do que os recentes sucessos eleitorais do partido indicam. Mas o efeito desse tipo de contato demora a se desenvolver, enquanto o partido já obteve uma ascensão meteórica. O apoio à extrema-direita pode um dia diminuir. Mas enquanto isso, os imigrantes na Alemanha e a política europeia sofrerão imenso desgaste. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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O efeito auréola e o avanço da extrema direita na AlemanhaBuch, uma pequena comunidade nos arredores de Berlim, à primeira vista parece ser o tipo de lugar que a personagem infantil Cachinhos Dourados classificaria como "no ponto". A cidade não é rica demais nem pobre demais, dispendiosa demais ou decadente demais, e fica longe o suficiente do movimentado centro da cidade para garantir o conforto, mas não longe o bastante para dificultar o deslocamento diário rumo à capital. Provavelmente não é o tipo de lugar que as pessoas imaginam quando pensam sobre a onda de populismo de extrema-direita que vem varrendo a Europa. Mas, sob a superfície, essa comunidade aconchegante e segura é muito diferente das zonas pós-industriais economicamente deprimidas que costumam ser retratadas como locais de origem do populismo, e é emblemática das forças que estão ameaçando subverter a democracia ocidental na forma pela qual a conhecemos. Nesse aparente baluarte da regularidade, o Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), um partido populista de extrema-direita, conquistou mais de 22% dos votos em uma eleição local em 2016, tornando-se o partido mais votado. Fui a Buch para compreender melhor como o populismo de extrema-direita deitou raízes em boa parte da Europa. E descobri sinais de forças sutis que os cientistas sociais há muito apontam, em suas teorias, como possíveis causas para a onda populista que vem crescendo nas sociedades do Ocidente. EFEITO AURÉOLA Na superfície, Buch parece ser uma fonte improvável de ira contra os imigrantes. Para começar, não existem muitos imigrantes na cidade. Embora muitos bairros da vizinha Berlim apresentem imensa diversidade, e estejam repletos de refugiados e imigrantes vindos de todos os cantos do planeta, Buch se manteve majoritariamente branca, apesar da presença de um pequeno centro de refugiados no centro da cidade. Os cientistas sociais definem o fenômeno como "efeito auréola": a probabilidade de que as pessoas votem em políticos de extrema-direita cresce se elas viverem em áreas próximas a comunidades diversificadas mas não dentro dessas comunidades. O fenômeno se repete por toda a Europa. Jens Rydgren e Patrick Ruth, sociólogos da Universidade de Estocolmo, escreveram em 2011 que as pessoas que moram nessas comunidades talvez vivam suficientemente perto de imigrantes para que se sintam ameaçadas, mas não perto o bastante para manter interações amistosas e regulares com eles que dissipariam seus temores. Eric Kaufmann, cientista político do Birkbeck College, de Londres, constatou que a ascensão na diversidade pode estender o alcance da "auréola". A zona leste de Londres era um centro de ativismo de extrema-direita nos anos 70, mas, quando os bairros da área ganharam maior diversidade populacional, o apoio à extrema-direita caiu na região e se expandiu em subúrbios majoritariamente brancos logo além dos limites da cidade. Buch parece se enquadrar a esse padrão. A despeito da chegada de alguns refugiados, o número de muçulmanos na cidade é tão pequeno que o supermercado local não vende carnes halal [oriunda de animais abatidos de acordo com preceitos do islã]. Mas a comunidade fica em um distrito que faz fronteira com o bairro de Wedding, uma das áreas mais diversificadas de Berlim. Os moradores brancos de Buch, de acordo com essa teoria, têm medo não porque suas vidas e empregos tenham sido perturbados pela imigração, mas porque percebem que algo parecido está acontecendo em áreas como Wedding e se preocupam que a vez deles esteja por chegar. IDENTIDADE NEGATIVA Do outro lado de Buch, ao longo de uma estrada ladeada por blocos de apartamentos construídos na era comunista, visito a igreja em que Cornelia Reuter e seu marido, Hagen Kühne, vivem e trabalham como pastores. Reuter disse que alguns de seus paroquianos têm medo de que mais refugiados sejam enviados a Buch. Ela e o marido consideram que esse medo seja causado em parte por um problema mais profundo. Muitas pessoas em sua comunidade, eles dizem, não têm um senso claro de identidade e de inclusão, e enfrentam dificuldade para encontrá-lo. Depois da Segunda Guerra Mundial, celebrar ou mesmo definir a identidade alemã se tornou tabu, e muitas vezes era visto como um passo na direção do nacionalismo que permitiu a ascensão dos nazistas. A atitude mudou um pouco com a Copa do Mundo de 2006, quando os anfitriões alemães hastearam suas bandeiras com orgulho e celebraram sua nacionalidade. Mas continua a existir um vácuo, que causa um "vazio interior" nas pessoas, segundo Reuter. Essa lacuna no que tange à definição pessoal não deixa outra forma de definir a identidade exceto com base naquilo que as pessoas não são –uma tendência que é às vezes descrita como "identidade negativa". "Você pode dizer que não é muçulmano, mas a maioria das pessoas não dizem ser cristãs", e tampouco articulam sua identidade de alguma outra maneira positiva, explicou Reuter. "Há um vazio. E acho que ele abarca toda a sociedade. Não se trata apenas de um grupo. É um problema muito amplo". TOMANDO O CONTROLE O tabu da identidade não é novo, na Alemanha. Mas acontecimentos recentes fizeram com que ele subitamente parecesse mais doloroso. Immo Fritsche, cientista político da Universidade de Leipzig, constatou que quando as pessoas sentem que perderam o controle, buscam uma identidade forte que as torne parte de um grupo poderoso. A identificação com algo de poderoso e capaz de promover mudanças, por exemplo uma nação poderosa, se torna muito atraente, ele diz. Reuter disse que muita gente em Buch compartilha dessa sensação de perda de controle. A crise de refugiados foi vista como sinal de que as fronteiras da Alemanha são uma região sem lei. E a presença do centro local de refugiados, ainda que ele abrigue apenas algumas centenas de pessoas, criou um senso de urgência. Isso deixou espaço para o Alternativa para a Alemanha, que promete restaurar o patriotismo alemão. Políticos de extrema-direita como Björn Höcke, um dos líderes do partido, disse Reuter, sabem como explorar o tabu da identidade. "Pessoas como Höcke se aproveitam disso", ela disse. "Ele sabe como colocar suas palavras da maneira exata". Em entrevista, Höcke me disse que acreditava que a identidade era "a questão" na Alemanha atual. Minutos mais tarde, ele discursou diante de centenas de partidários entusiásticos e disse que os alemães eram "o único povo do mundo a colocar um monumento da vergonha no coração de sua capital", em referência ao memorial que existe em Berlim em honra dos judeus assassinados no Holocausto. "A Alemanha precisa de um relacionamento positivo com a nossa identidade", ele me disse, "porque a identidade é a fundação para que possamos seguir adiante. A fundação de nossa unidade é a identidade". CONFORTO VIA CONTATO À medida que você se aproxima do centro de refugiados de Buch, os sinais de hostilidade para com os imigrantes se tornam mais fortes. Cartazes do Alternativa para a Alemanha, rasgados e jogados no chão, mostram homens sorridentes, de pele escura, com as mãos cheias de euros. E a sensação de ameaça também se intensifica. Uma das edificações do centro de refugiados porta marcas de fumaça, deixadas por uma recente tentativa de incêndio criminoso. Juliane Willuhn, a diretora do centro, diz que o crime ainda não foi solucionado. Ninguém foi ferido no incêndio, mas o ataque parece ter sido pretendido como ameaça. Os investigadores concluíram que o incêndio foi ateado intencionalmente, em uma sala onde carrinhos de bebê ficavam guardados. Deles, só restaram cinzas e algumas rodas calcinadas. Mas diversos moradores de Buch que vivem perto do centro de refugiados expressaram otimismo com relação aos vizinhos refugiados, em entrevistas. Suas declarações apontavam para o lado oposto de teorias como a do efeito auréola, ou seja, para o fato de que contato com pessoas diferentes atenua os medos que poderiam causar reações populistas. As entrevistas apontavam para a chamada teoria do contato intergrupal: quando pessoas têm contato direto com membros de um grupo nacional ou étnico específico, elas tendem a se tornar mais tolerantes com relação ao grupo como um todo. Isso sugere que contato regular com imigrantes reduz o apoio aos partidos populistas de extrema-direita ao acalmar a sensação de medo que os alimenta. Se isso procede, talvez seja uma indicação de que o domínio do Alternativa para a Alemanha sobre Buch pode ser mais fraco do que os recentes sucessos eleitorais do partido indicam. Mas o efeito desse tipo de contato demora a se desenvolver, enquanto o partido já obteve uma ascensão meteórica. O apoio à extrema-direita pode um dia diminuir. Mas enquanto isso, os imigrantes na Alemanha e a política europeia sofrerão imenso desgaste. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Mulheres superam homens em quebras de recordes na natação
Aos poucos, muito mais do que os homens, as mulheres têm conseguido apagar os recordes mundiais da natação estabelecidos em 2008 e em 2009 com trajes de poliuretano –que cobriam quase todo o corpo do atleta e ajudavam sobretudo na flutuação– em piscina longa (50 m). Das 20 provas que fazem parte da programação de Jogos Olímpicos e Mundiais, 16 já tiveram marcas registradas naquele biênio quebradas pela ala feminina. O naipe masculino, por sua vez, derrubou os primados de apenas seis. No Mundial de Budapeste, que se encerra neste domingo (30), foi dada nova prova de que elas têm sido mais eficientes do que o sexo oposto na destruição de tempos. A canadense Kylie Masse, 21, cravou 58s10 na final dos 100 m costas e reduziu em dois centésimos o recorde anterior, que desde 28 de julho de 2009 pertencia à britânica Gemma Spofforth. O tempo da europeia, obtido com o traje, era tido como intocável. "Estou muito orgulhosa do resultado. E muito surpresa porque nem pensava em tocar no recorde mundial", afirmou Kylie na terça (25). Outra marca considerada "impossível" caiu no sábado (29). Nos 50 m livre, a sueca Sarah Sjostrom levou ouro com o tempo de 23'67. Superou assim o recorde estabelecido pela alemã Britta Steffen em 2009, de 23s73. As marcas femininos obtidos em 2008/2009 e ainda em vigor são os dos 200 m livre, 50 m costas, 200 m borboleta e o do revezamento 4 x 200 m livre. À exceção dos 200 m borboleta, todos os demais já viram marcas próximas. Entre os homens, há menos ameaça. Nos 200 m livre, 200 m costas e 400 m medley, por exemplo, nenhum nadador conseguiu ficar a menos de um segundo dos registros feitos com os supertrajes. Nos 800 m livre masculino, o tempo que nos últimos sete anos mais se aproximou dos 7min32s12 feitos pelo chinês Zhang Lin em 2009 foi seis segundos mais lento. Em que pesem fenômenos como Sarah e a norte-americana Katie Ledecky (nos 400 m, 800 m e 1.500 m), que ostentam quatro recordes atuais, outros fatores contribuem para a maior concentração de recordes no feminino. O biomecânico Augusto Barbosa, que trabalha com o brasileiro Cesar Cielo, recordista mundial dos 50 m e 100 m livre, desde 2009 atribui o fato ao equipamento. Os supermaiôs foram vetados pela Fina (Federação Internacional de Natação) em 2010, mas, enquanto aos homens foi permitido usar apenas bermuda, as mulheres utilizam uma peça que cobre coxas, abdômen e peito. "Pode até não ser o mesmo material de 2008 e 2009, mas as mulheres ainda têm quase todo o corpo coberto. Para elas a condição ainda é melhor, enquanto o que foi tirado dos homens é mais significativo", disse Barbosa. Ele também afirma que houve grande evolução em técnicas de treinamento nos últimos anos. Barbosa considera o tempo de Michael Phelps nos 400 m medley (4min03s84), um dos dois recordes ainda remanescentes de 2008, o mais difícil de ser batido. Nicholas Santos, 37, prata dos 50 m borboleta, adere ao coro do biomecânico e inclui outro detalhe para a diferença: relação entre peso e a água. "O fato de os homens terem no geral massa muscular muito maior do que a das mulheres afeta bastante, já que elas têm 50% mais maiô do que nós", afirmou. Santos foi o nadador que mais se aproximou de uma das marcas imbatíveis de 2009. Ao cravar 22s61 nos 50 m borboleta no Troféu Maria Lenk, em maio, ficou a apenas 0s18 do recorde de Rafael Muñoz.
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Mulheres superam homens em quebras de recordes na nataçãoAos poucos, muito mais do que os homens, as mulheres têm conseguido apagar os recordes mundiais da natação estabelecidos em 2008 e em 2009 com trajes de poliuretano –que cobriam quase todo o corpo do atleta e ajudavam sobretudo na flutuação– em piscina longa (50 m). Das 20 provas que fazem parte da programação de Jogos Olímpicos e Mundiais, 16 já tiveram marcas registradas naquele biênio quebradas pela ala feminina. O naipe masculino, por sua vez, derrubou os primados de apenas seis. No Mundial de Budapeste, que se encerra neste domingo (30), foi dada nova prova de que elas têm sido mais eficientes do que o sexo oposto na destruição de tempos. A canadense Kylie Masse, 21, cravou 58s10 na final dos 100 m costas e reduziu em dois centésimos o recorde anterior, que desde 28 de julho de 2009 pertencia à britânica Gemma Spofforth. O tempo da europeia, obtido com o traje, era tido como intocável. "Estou muito orgulhosa do resultado. E muito surpresa porque nem pensava em tocar no recorde mundial", afirmou Kylie na terça (25). Outra marca considerada "impossível" caiu no sábado (29). Nos 50 m livre, a sueca Sarah Sjostrom levou ouro com o tempo de 23'67. Superou assim o recorde estabelecido pela alemã Britta Steffen em 2009, de 23s73. As marcas femininos obtidos em 2008/2009 e ainda em vigor são os dos 200 m livre, 50 m costas, 200 m borboleta e o do revezamento 4 x 200 m livre. À exceção dos 200 m borboleta, todos os demais já viram marcas próximas. Entre os homens, há menos ameaça. Nos 200 m livre, 200 m costas e 400 m medley, por exemplo, nenhum nadador conseguiu ficar a menos de um segundo dos registros feitos com os supertrajes. Nos 800 m livre masculino, o tempo que nos últimos sete anos mais se aproximou dos 7min32s12 feitos pelo chinês Zhang Lin em 2009 foi seis segundos mais lento. Em que pesem fenômenos como Sarah e a norte-americana Katie Ledecky (nos 400 m, 800 m e 1.500 m), que ostentam quatro recordes atuais, outros fatores contribuem para a maior concentração de recordes no feminino. O biomecânico Augusto Barbosa, que trabalha com o brasileiro Cesar Cielo, recordista mundial dos 50 m e 100 m livre, desde 2009 atribui o fato ao equipamento. Os supermaiôs foram vetados pela Fina (Federação Internacional de Natação) em 2010, mas, enquanto aos homens foi permitido usar apenas bermuda, as mulheres utilizam uma peça que cobre coxas, abdômen e peito. "Pode até não ser o mesmo material de 2008 e 2009, mas as mulheres ainda têm quase todo o corpo coberto. Para elas a condição ainda é melhor, enquanto o que foi tirado dos homens é mais significativo", disse Barbosa. Ele também afirma que houve grande evolução em técnicas de treinamento nos últimos anos. Barbosa considera o tempo de Michael Phelps nos 400 m medley (4min03s84), um dos dois recordes ainda remanescentes de 2008, o mais difícil de ser batido. Nicholas Santos, 37, prata dos 50 m borboleta, adere ao coro do biomecânico e inclui outro detalhe para a diferença: relação entre peso e a água. "O fato de os homens terem no geral massa muscular muito maior do que a das mulheres afeta bastante, já que elas têm 50% mais maiô do que nós", afirmou. Santos foi o nadador que mais se aproximou de uma das marcas imbatíveis de 2009. Ao cravar 22s61 nos 50 m borboleta no Troféu Maria Lenk, em maio, ficou a apenas 0s18 do recorde de Rafael Muñoz.
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Plataforma republicana se coloca à direita de candidato
Donald Trump conseguiu incluir na plataforma do Partido Republicano uma de suas propostas mais polêmicas, a construção de um muro na fronteira com o México. Há também menção à necessidade de "um escrutínio especial" de pessoas que vêm de "regiões associadas ao terrorismo islâmico", uma aproximação ao discurso do bilionário. Trump propôs a proibição temporária à entrada de muçulmanos no país. A plataforma será submetida a votação na convenção de Cleveland. Em vários pontos, a plataforma elaborada por um comitê republicano dias antes do encontro é mais de direita que Trump, como na recusa em condenar a discriminação contra os gays. O bilionário defendeu os direitos da comunidade LGBT. O documento reflete a guinada conservadora ocorrida no partido desde a derrota na eleição presidencial de 2012 e a força do eleitorado que alavancou Trump até a candidatura presidencial. Após aquela derrota, uma das conclusões na "autópsia" feita pelo partido, foi de que para tornar-se competitivo era preciso ampliar o discurso a minorias, especialmente os hispânicos. Ao adotar a linha-dura de Trump sobre imigração, o partido "vira a autópsia de cabeça para baixo" escreveu o colunista Dan Balz, do "Washington Post". O resultado da retórica é o esperado. Segundo pesquisa da TV Univision, Trump é rejeitado por 81% dos latinos. Centrada na família, a plataforma preparada em Cleveland é extremamente conservadora e apoia práticas banidas em vários Estados, como a "terapia de conversão", destinada a "reeducar" gays para se tornarem heterossexuais. Manifesta ainda apoio às leis estaduais que proíbem transgêneros de usar banheiros públicos e sugere que os filhos de um "casamento natural" entre homem e mulher têm menos tendência a se tornar viciados em drogas. A plataforma quase nunca é lembrada depois da eleição, mas neste momento é um termômetro do estado de espírito do partido e da influência de Trump. O magnata tem como aliado o presidente do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus, que sempre o apoiou e assegurou que não haveria virada de mesa. Um dos feitos mais festejados por Trump foi a inclusão no texto de um repúdio à lei que proíbe igrejas de apoiar candidatos políticos. Era promessa de campanha, e o magnata espera ampliar seu apoio entre eleitores brancos evangélicos, que já é de 80%. Alguns republicanos expressam preocupação de que uma plataforma conservadora demais prejudique as chances do partido nas eleições presidenciais de novembro. "Os republicanos fizeram todo tipo de análise para saber o que é preciso para vencer. E é centro-direita", disse Joseph Trillo, chefe da campanha de Trump em Rhode Island. "Não pode ir demais para a direita."
mundo
Plataforma republicana se coloca à direita de candidatoDonald Trump conseguiu incluir na plataforma do Partido Republicano uma de suas propostas mais polêmicas, a construção de um muro na fronteira com o México. Há também menção à necessidade de "um escrutínio especial" de pessoas que vêm de "regiões associadas ao terrorismo islâmico", uma aproximação ao discurso do bilionário. Trump propôs a proibição temporária à entrada de muçulmanos no país. A plataforma será submetida a votação na convenção de Cleveland. Em vários pontos, a plataforma elaborada por um comitê republicano dias antes do encontro é mais de direita que Trump, como na recusa em condenar a discriminação contra os gays. O bilionário defendeu os direitos da comunidade LGBT. O documento reflete a guinada conservadora ocorrida no partido desde a derrota na eleição presidencial de 2012 e a força do eleitorado que alavancou Trump até a candidatura presidencial. Após aquela derrota, uma das conclusões na "autópsia" feita pelo partido, foi de que para tornar-se competitivo era preciso ampliar o discurso a minorias, especialmente os hispânicos. Ao adotar a linha-dura de Trump sobre imigração, o partido "vira a autópsia de cabeça para baixo" escreveu o colunista Dan Balz, do "Washington Post". O resultado da retórica é o esperado. Segundo pesquisa da TV Univision, Trump é rejeitado por 81% dos latinos. Centrada na família, a plataforma preparada em Cleveland é extremamente conservadora e apoia práticas banidas em vários Estados, como a "terapia de conversão", destinada a "reeducar" gays para se tornarem heterossexuais. Manifesta ainda apoio às leis estaduais que proíbem transgêneros de usar banheiros públicos e sugere que os filhos de um "casamento natural" entre homem e mulher têm menos tendência a se tornar viciados em drogas. A plataforma quase nunca é lembrada depois da eleição, mas neste momento é um termômetro do estado de espírito do partido e da influência de Trump. O magnata tem como aliado o presidente do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus, que sempre o apoiou e assegurou que não haveria virada de mesa. Um dos feitos mais festejados por Trump foi a inclusão no texto de um repúdio à lei que proíbe igrejas de apoiar candidatos políticos. Era promessa de campanha, e o magnata espera ampliar seu apoio entre eleitores brancos evangélicos, que já é de 80%. Alguns republicanos expressam preocupação de que uma plataforma conservadora demais prejudique as chances do partido nas eleições presidenciais de novembro. "Os republicanos fizeram todo tipo de análise para saber o que é preciso para vencer. E é centro-direita", disse Joseph Trillo, chefe da campanha de Trump em Rhode Island. "Não pode ir demais para a direita."
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O bom combate contra a corrupção
Não há mais o que dizer sobre a gravidade da corrupção no Brasil. A pergunta é se, para além da Operação Lava Jato e das diversas cortes da Justiça, há algo que o brasileiro possa fazer imediatamente para contribuir na luta contra esse mal que ameaça inviabilizar o país. A resposta é sim, há o que fazer. Embora pouco conhecida no Brasil, a legislação americana permite que qualquer cidadão em qualquer país não só contribua para reduzir a corrupção como também seja recompensado financeiramente por sua ação, visando a moralizar o ambiente de trabalho ou de negócios. Para isso, o instrumento legal que tem que se tornar mais conhecido dos brasileiros é o Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), segundo o qual qualquer pessoa pode e deve informar as autoridades americanas –com sua identidade preservada– sobre atividades ilícitas que tenha de alguma forma testemunhado em seu ambiente de trabalho. O FCPA é uma lei que se aplica a empresas americanas ou estrangeiras listadas em Bolsa ou no mercado de balcão nos EUA, ou que sejam obrigadas a preencher relatórios periódicos junto à SEC, órgão correspondente à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no Brasil. O FCPA prevê punição às empresas que paguem suborno a autoridades estrangeiras para obter ou manter negócios. Exige também que tais empresas mantenham registros e livros contábeis precisos e um sistema de controle interno adequado. O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) e a SEC são responsáveis pela execução do FCPA. Graças aos esforços da Polícia Federal brasileira e dessa legislação, diversos escândalos de corrupção no Brasil passaram a ter um capítulo nos EUA. A Petrobras está sendo investigada pelo DOJ e pela SEC por um suposto esquema de suborno de mais de US$ 2 bilhões envolvendo seus diretores e partidos políticos. Uma investigação de quatro anos, ainda em curso, conduzida pelas autoridades americanas, levou promotores brasileiros a ingressar com uma ação penal contra oito funcionários da Embraer por um suposto esquema de suborno de uma autoridade dominicana –no valor de US$ 3,5 milhões– em troca de favorecimento em um contrato para compra de aviões de guerra. Os dois casos demonstram que autoridades brasileiras e americanas podem trabalhar em conjunto contra a corrupção, e um terceiro ator pode ajudar nessa luta –você. Em julho de 2010, o presidente Barack Obama assinou a reforma do sistema bancário e de proteção ao consumidor americano. Por essa reforma, denunciantes que forneçam à SEC informações sobre casos de violação da lei de valores mobiliários dos EUA podem receber de 10% a 30% dos recursos recuperados pelo governo americano. É o Programa SEC, que cria uma parceria público-privada para reportar fraudes e atos de corrupção. Nos EUA, o termo cunhado para definir esse denunciante é "whistleblower" ("tocador de apito"), alguém que tem ciência da atividade criminosa, mas que não participa dela, ao contrário de um delator. Desde que o Programa SEC teve início, três anos atrás, a SEC premiou 17 denunciantes em valores que ultrapassam US$ 50 milhões. Nesse período, a SEC recebeu informações de cidadãos de mais de 83 países. Só em 2014, foram recebidas informações de mais de 60 países. Atualmente, mais de 85 empresas brasileiras, entre as quais Petrobras, Braskem, Ultrapar, Ambev, Embraer, Gerdau, Vale e JBS, estão sujeitas ao Programa SEC e ao FCPA. Além disso, todas as empresas americanas e algumas estrangeiras que atuam no Brasil, como Siemens e Alstom –envolvidas em recente escândalo de corrupção no Brasil– também estão sujeitas ao FCPA. Cidadãos brasileiros podem ter um papel importante nesse cenário. Trabalhando em conjunto com o governo dos EUA, estarão lutando o bom combate pelo bem do Brasil. RAYMOND L. MOSS, 56, é sócio do escritório de advocacia norte-americano Moss & Gilmore LLP FERNANDO A. CORRÊA DA COSTA NETO, 32, é consultor do escritório Moss & Gilmore LLP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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O bom combate contra a corrupçãoNão há mais o que dizer sobre a gravidade da corrupção no Brasil. A pergunta é se, para além da Operação Lava Jato e das diversas cortes da Justiça, há algo que o brasileiro possa fazer imediatamente para contribuir na luta contra esse mal que ameaça inviabilizar o país. A resposta é sim, há o que fazer. Embora pouco conhecida no Brasil, a legislação americana permite que qualquer cidadão em qualquer país não só contribua para reduzir a corrupção como também seja recompensado financeiramente por sua ação, visando a moralizar o ambiente de trabalho ou de negócios. Para isso, o instrumento legal que tem que se tornar mais conhecido dos brasileiros é o Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), segundo o qual qualquer pessoa pode e deve informar as autoridades americanas –com sua identidade preservada– sobre atividades ilícitas que tenha de alguma forma testemunhado em seu ambiente de trabalho. O FCPA é uma lei que se aplica a empresas americanas ou estrangeiras listadas em Bolsa ou no mercado de balcão nos EUA, ou que sejam obrigadas a preencher relatórios periódicos junto à SEC, órgão correspondente à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no Brasil. O FCPA prevê punição às empresas que paguem suborno a autoridades estrangeiras para obter ou manter negócios. Exige também que tais empresas mantenham registros e livros contábeis precisos e um sistema de controle interno adequado. O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) e a SEC são responsáveis pela execução do FCPA. Graças aos esforços da Polícia Federal brasileira e dessa legislação, diversos escândalos de corrupção no Brasil passaram a ter um capítulo nos EUA. A Petrobras está sendo investigada pelo DOJ e pela SEC por um suposto esquema de suborno de mais de US$ 2 bilhões envolvendo seus diretores e partidos políticos. Uma investigação de quatro anos, ainda em curso, conduzida pelas autoridades americanas, levou promotores brasileiros a ingressar com uma ação penal contra oito funcionários da Embraer por um suposto esquema de suborno de uma autoridade dominicana –no valor de US$ 3,5 milhões– em troca de favorecimento em um contrato para compra de aviões de guerra. Os dois casos demonstram que autoridades brasileiras e americanas podem trabalhar em conjunto contra a corrupção, e um terceiro ator pode ajudar nessa luta –você. Em julho de 2010, o presidente Barack Obama assinou a reforma do sistema bancário e de proteção ao consumidor americano. Por essa reforma, denunciantes que forneçam à SEC informações sobre casos de violação da lei de valores mobiliários dos EUA podem receber de 10% a 30% dos recursos recuperados pelo governo americano. É o Programa SEC, que cria uma parceria público-privada para reportar fraudes e atos de corrupção. Nos EUA, o termo cunhado para definir esse denunciante é "whistleblower" ("tocador de apito"), alguém que tem ciência da atividade criminosa, mas que não participa dela, ao contrário de um delator. Desde que o Programa SEC teve início, três anos atrás, a SEC premiou 17 denunciantes em valores que ultrapassam US$ 50 milhões. Nesse período, a SEC recebeu informações de cidadãos de mais de 83 países. Só em 2014, foram recebidas informações de mais de 60 países. Atualmente, mais de 85 empresas brasileiras, entre as quais Petrobras, Braskem, Ultrapar, Ambev, Embraer, Gerdau, Vale e JBS, estão sujeitas ao Programa SEC e ao FCPA. Além disso, todas as empresas americanas e algumas estrangeiras que atuam no Brasil, como Siemens e Alstom –envolvidas em recente escândalo de corrupção no Brasil– também estão sujeitas ao FCPA. Cidadãos brasileiros podem ter um papel importante nesse cenário. Trabalhando em conjunto com o governo dos EUA, estarão lutando o bom combate pelo bem do Brasil. RAYMOND L. MOSS, 56, é sócio do escritório de advocacia norte-americano Moss & Gilmore LLP FERNANDO A. CORRÊA DA COSTA NETO, 32, é consultor do escritório Moss & Gilmore LLP * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Linguagem corporal ajuda investidor a avaliar gestor
Investidores que aplicam recursos em hedge funds (fundos de investimento altamente agressivos) têm sido fortemente aconselhados a examinar as expressões faciais e o estado emocional dos gestores desses fundos antes de decidirem onde aplicar seu dinheiro. Leanne ten Brinke, pós-doutorando na Universidade da Califórnia, e Aimee Kish, chefe de pesquisa da TeamCo (empresa que investe em hedge funds) descobriram que os investidores podem identificar gestores com desempenho mais forte ou aqueles menos propensos a incidentes regulatórios com a análise comportamental. A pesquisa surge num momento crítico para a indústria de hedge funds, que vem sofrendo com vários anos de desempenho medíocre e desilusão de investidores com taxas de administração crescentes. Sorrisos falsos e expressões de escárnio podem servir de alerta, segundo os pesquisadores, enquanto uma testa franzida pode indicar determinação. Um gestor ideal também deve salpicar as conversas com analogias e humor, ilustrando pensamentos abstratos, segundo a pesquisa. O estudo também sugere que os investidores devem evitar questões já discutidas sobre taxas e transparência e, em vez disso, perguntar sobre antecedentes pessoais do gestor, enquanto observam suas reações não verbais. Táticas como essas se tornaram familiares a gestores de hedge funds nos últimos anos, embora eles estejam menos habituados a serem analisados. Grandes fundos recrutaram especialistas para ensinar táticas de interrogatório aos seus funcionários e possibilitar que detectem quando a gerência de uma empresa está mentindo. A indústria de fundos está consultando cada vez mais especialistas de outras áreas, como atletas, da área de segurança e até das forças armadas para ensinar gestores a ganhar vantagem na análise comportamental, tanto para compreender seu próprio desempenho quanto o de empresas onde investem. Em abril, tornou-se pública a informação de que a gestora de fundos Jupiter, cotada na Bolsa de Londres, havia contratado ex-agentes da CIA para treinar gestores a identificar quando parceiros estão mentindo ou quando os clientes estão desconfortáveis. Eles foram orientados a prestar atenção a sinais de desconforto, como quando um cliente mexe repetidamente os pés durante uma reunião, ou se alguém leva mais de cinco segundos para responder a uma pergunta. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
mercado
Linguagem corporal ajuda investidor a avaliar gestorInvestidores que aplicam recursos em hedge funds (fundos de investimento altamente agressivos) têm sido fortemente aconselhados a examinar as expressões faciais e o estado emocional dos gestores desses fundos antes de decidirem onde aplicar seu dinheiro. Leanne ten Brinke, pós-doutorando na Universidade da Califórnia, e Aimee Kish, chefe de pesquisa da TeamCo (empresa que investe em hedge funds) descobriram que os investidores podem identificar gestores com desempenho mais forte ou aqueles menos propensos a incidentes regulatórios com a análise comportamental. A pesquisa surge num momento crítico para a indústria de hedge funds, que vem sofrendo com vários anos de desempenho medíocre e desilusão de investidores com taxas de administração crescentes. Sorrisos falsos e expressões de escárnio podem servir de alerta, segundo os pesquisadores, enquanto uma testa franzida pode indicar determinação. Um gestor ideal também deve salpicar as conversas com analogias e humor, ilustrando pensamentos abstratos, segundo a pesquisa. O estudo também sugere que os investidores devem evitar questões já discutidas sobre taxas e transparência e, em vez disso, perguntar sobre antecedentes pessoais do gestor, enquanto observam suas reações não verbais. Táticas como essas se tornaram familiares a gestores de hedge funds nos últimos anos, embora eles estejam menos habituados a serem analisados. Grandes fundos recrutaram especialistas para ensinar táticas de interrogatório aos seus funcionários e possibilitar que detectem quando a gerência de uma empresa está mentindo. A indústria de fundos está consultando cada vez mais especialistas de outras áreas, como atletas, da área de segurança e até das forças armadas para ensinar gestores a ganhar vantagem na análise comportamental, tanto para compreender seu próprio desempenho quanto o de empresas onde investem. Em abril, tornou-se pública a informação de que a gestora de fundos Jupiter, cotada na Bolsa de Londres, havia contratado ex-agentes da CIA para treinar gestores a identificar quando parceiros estão mentindo ou quando os clientes estão desconfortáveis. Eles foram orientados a prestar atenção a sinais de desconforto, como quando um cliente mexe repetidamente os pés durante uma reunião, ou se alguém leva mais de cinco segundos para responder a uma pergunta. Tradução de MARIA PAULA AUTRAN
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Está com o nome limpo e teve crédito negado? Vídeo explica o porquê
Você paga as contas em dia, não está com o nome sujo na praça e mesmo assim não consegue ampliar o crédito no cartão ou fazer compras em crediários. Parece estranho, mas essa situação é bem comum. Ela se dá por causa de uma avaliação feita pelas empresas com base em notas atribuídas pelos birôs de crédito a cada consumidor. Elas podem ser checadas gratuitamente em sites como o da Serasa e o da Boa Vista. Neste vídeo da série "FolhaInvest", produzida pela TV Folha, a repórter de "Mercado" Tássia Kastner dá dicas para melhorar sua nota e conseguir mais crédito. Mas, se seu problema for mesmo o nome sujo, veja neste outro episódio da série um passo a passo para negociar e sair da situação.
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Está com o nome limpo e teve crédito negado? Vídeo explica o porquêVocê paga as contas em dia, não está com o nome sujo na praça e mesmo assim não consegue ampliar o crédito no cartão ou fazer compras em crediários. Parece estranho, mas essa situação é bem comum. Ela se dá por causa de uma avaliação feita pelas empresas com base em notas atribuídas pelos birôs de crédito a cada consumidor. Elas podem ser checadas gratuitamente em sites como o da Serasa e o da Boa Vista. Neste vídeo da série "FolhaInvest", produzida pela TV Folha, a repórter de "Mercado" Tássia Kastner dá dicas para melhorar sua nota e conseguir mais crédito. Mas, se seu problema for mesmo o nome sujo, veja neste outro episódio da série um passo a passo para negociar e sair da situação.
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Para ministro, mortes de detentos em presídios é situação 'gravíssima'
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, classificou nesta segunda-feira (17) como uma situação "gravíssima" as mortes de ao menos 18 detentos em confrontos entre facções criminosas em presídios de Roraima e Rondônia. Segundo ele, uma delegação do Departamento Penitenciário Nacional foi destacada pelo governo federal para avaliar a gravidade da situação nas unidades prisionais. O ministro disse que, por enquanto, ainda não houve pedidos dos governos estaduais de envio de reforço da Força Nacional ou de transferência de presos para outros presídios do país. "Há uma delegação do Depen [Departamento Penitenciário Nacional] se locomovendo para que nós possamos ver a gravidade da situação. E, a partir daí, tomar as medidas necessárias. Obviamente, que a situação é gravíssima com as mortes", disse. As primeiras mortes ocorreram em rebelião na tarde de domingo (16) na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista (RR). O conflito deixou dez detentos mortos. Na madrugada desta segunda-feira (17), houve uma nova rebelião na Penitenciária Ênio dos Santos Pinheiro, em Porto Velho (RO), onde oitos presos morreram asfixiados. Os detentos mortos tinham idade máxima de 30 anos, setes corpos foram empilhados e queimados, o que dificultou o trabalho da perícia para a identificação. FRONTEIRA O ministro avaliou a situação após reunião com a prefeita eleita de Boa Vista (RR), Teresa Surita (PMDB), ex-mulher do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que também participou do encontro. O encontro teve como objetivo discutir o fluxo migratório de venezuelanos para os municípios que ficam na divisa do Brasil com a Venezuela. Os estrangeiros têm atravessado a fronteira para fazer compras, por conta escassez de produtos no país vizinho. O fluxo tem afetado os serviços de saúde e limpeza dos municípios brasileiros, que não têm conseguido atender à grande demanda de estrangeiros. "As pessoas viajam para fazer compras, mas às vezes acabam retardando esse processo e ficam mais que um dia, sendo que o município não tem condições de suportar essa demanda de serviços da comunidade", disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Para avaliar a situação, o Ministério da Justiça enviará na semana que vem uma comissão para os municípios em questão.
cotidiano
Para ministro, mortes de detentos em presídios é situação 'gravíssima'O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, classificou nesta segunda-feira (17) como uma situação "gravíssima" as mortes de ao menos 18 detentos em confrontos entre facções criminosas em presídios de Roraima e Rondônia. Segundo ele, uma delegação do Departamento Penitenciário Nacional foi destacada pelo governo federal para avaliar a gravidade da situação nas unidades prisionais. O ministro disse que, por enquanto, ainda não houve pedidos dos governos estaduais de envio de reforço da Força Nacional ou de transferência de presos para outros presídios do país. "Há uma delegação do Depen [Departamento Penitenciário Nacional] se locomovendo para que nós possamos ver a gravidade da situação. E, a partir daí, tomar as medidas necessárias. Obviamente, que a situação é gravíssima com as mortes", disse. As primeiras mortes ocorreram em rebelião na tarde de domingo (16) na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista (RR). O conflito deixou dez detentos mortos. Na madrugada desta segunda-feira (17), houve uma nova rebelião na Penitenciária Ênio dos Santos Pinheiro, em Porto Velho (RO), onde oitos presos morreram asfixiados. Os detentos mortos tinham idade máxima de 30 anos, setes corpos foram empilhados e queimados, o que dificultou o trabalho da perícia para a identificação. FRONTEIRA O ministro avaliou a situação após reunião com a prefeita eleita de Boa Vista (RR), Teresa Surita (PMDB), ex-mulher do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que também participou do encontro. O encontro teve como objetivo discutir o fluxo migratório de venezuelanos para os municípios que ficam na divisa do Brasil com a Venezuela. Os estrangeiros têm atravessado a fronteira para fazer compras, por conta escassez de produtos no país vizinho. O fluxo tem afetado os serviços de saúde e limpeza dos municípios brasileiros, que não têm conseguido atender à grande demanda de estrangeiros. "As pessoas viajam para fazer compras, mas às vezes acabam retardando esse processo e ficam mais que um dia, sendo que o município não tem condições de suportar essa demanda de serviços da comunidade", disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Para avaliar a situação, o Ministério da Justiça enviará na semana que vem uma comissão para os municípios em questão.
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Sem jogar no Vasco, Dagoberto é campeão de torneio de golfe
Encostado no Vasco, o atacante Dagoberto, 32, foi campeão do Pro-Am do Aberto do Brasil de golfe, torneio de confraternização entre equipes formadas por um golfista profissional e três amadores. Pentacampeão do Campeonato Brasileiro de futebol, Dagoberto tem contrato com o Vasco, mas está sem jogar na equipe que é comandada pelo técnico Jorginho. "Já tenho cinco títulos brasileiros. Esse é o meu sexto", brincou Dagoberto após levar o título, na quarta-feira (23). "Fiquei muito feliz. O golfe é uma excelente válvula de escape. Adoro o esporte e, sempre que eu posso, vou jogar uma partida", disse o atacante em entrevista publicada pelo site da Confederação Brasileira de Golfe. Os atores Marcos Pasquim e Humberto Martins também participaram da competição. Dagoberto já teve passagens por Atlético-PR, São Paulo, Internacional e Cruzeiro. Ele está emprestado pelo time mineiro ao Vasco.
esporte
Sem jogar no Vasco, Dagoberto é campeão de torneio de golfeEncostado no Vasco, o atacante Dagoberto, 32, foi campeão do Pro-Am do Aberto do Brasil de golfe, torneio de confraternização entre equipes formadas por um golfista profissional e três amadores. Pentacampeão do Campeonato Brasileiro de futebol, Dagoberto tem contrato com o Vasco, mas está sem jogar na equipe que é comandada pelo técnico Jorginho. "Já tenho cinco títulos brasileiros. Esse é o meu sexto", brincou Dagoberto após levar o título, na quarta-feira (23). "Fiquei muito feliz. O golfe é uma excelente válvula de escape. Adoro o esporte e, sempre que eu posso, vou jogar uma partida", disse o atacante em entrevista publicada pelo site da Confederação Brasileira de Golfe. Os atores Marcos Pasquim e Humberto Martins também participaram da competição. Dagoberto já teve passagens por Atlético-PR, São Paulo, Internacional e Cruzeiro. Ele está emprestado pelo time mineiro ao Vasco.
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Diretor de associação elogia editorial sobre inspeção veicular
Parabéns à Folha pelo editorial "Inspeção estacionada" ("Opinião", 29/5), por dar destaque a um tema de suma importância e que, infelizmente, vem sendo deixado de lado pelos órgãos competentes. Como muito bem concluído, já passa da hora de termos de volta um sistema de inspeção veicular que, se bem implantado, nos proporcionará um ar de melhor qualidade. Elcio Luiz Farah, diretor-adjunto da Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões Veiculares (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Diretor de associação elogia editorial sobre inspeção veicularParabéns à Folha pelo editorial "Inspeção estacionada" ("Opinião", 29/5), por dar destaque a um tema de suma importância e que, infelizmente, vem sendo deixado de lado pelos órgãos competentes. Como muito bem concluído, já passa da hora de termos de volta um sistema de inspeção veicular que, se bem implantado, nos proporcionará um ar de melhor qualidade. Elcio Luiz Farah, diretor-adjunto da Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões Veiculares (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Grande realização da proposta de reforma grega é semear discórdia
Se as mais recentes propostas gregas bastarão para garantir um acordo é algo sobre o qual não faço a mais remota ideia. Haverá grandes obstáculos a superar. Mas Alexis Tsipras conseguiu algo que vinha lhe escapando nos últimos cinco meses: dividir os credores. O FMI (Fundo Monetário Internacional) insiste em perdão parcial da dívida. Os franceses ajudaram o primeiro-ministro grego a preparar a proposta, e foram os primeiros a expressar apoio aberto a ela. O presidente François Hollande está se alinhando com Tsipras. E isso muda o que Angela Merkel tem em jogo. Caso a chanceler [primeira-ministra] alemã diga não agora, será acusada de impor riscos irresponsáveis à zona do euro e à aliança franco-alemã. Caso diga sim, seu partido pode se dividir, do mesmo modo que os conservadores britânicos se dividem com relação à Europa. Sempre previ que o momento da verdade para a zona do euro terminaria por vir. E ele virá neste final de semana. As Mais: 12 pontos para entender a crise grega Os mercados financeiros parecem ter se decidido, e acreditam que haverá acordo. Mas é preciso cuidado com as muitas minas semeadas no caminho para ele. Destas, apenas a primeira foi evitada, com a oferta de Tsipras. O que ele propõe agora, economicamente, não difere fundamentalmente daquilo que ele, e o povo grego, rejeitaram no referendo de domingo —mas funciona politicamente para Tsipras. O período de carência para a adoção de algumas das medidas mais duras seria mais longo. E caso haja acordo, desta vez terá de existir referência explícita ao perdão parcial da dívida. O FMI insiste nisso. E até mesmo Donald Tusk, o presidente do Conselho Europeu, se pronunciou nesse sentido. Esse é um desdobramento importante, mas não está claro que todos os credores vão, ou possam, concordar. Até amanhã, as equipes técnicas e os ministros das Finanças terão de discutir se os números gregos batem. A resposta é quase certamente não, especialmente tendo em vista a deterioração da economia do país. A imposição de controles de capital e limites aos saques em bancos paralisou quase toda a atividade econômica. Qualquer programa de ajuste macroeconômico terá de começar pela percepção de que a situação está pior hoje do que há duas semanas. A listra grega leva esse fato em conta ao propor períodos mais lentos de ajuste. A ideia é economicamente sensata. Mas Merkel já declarou que deseja que esse problema seja resolvido por meio de medidas adicionais de austeridade. Para que haja acordo sobre um programa, um dos lados terá de recuar quanto a essa questão. Além disso, existe agora o problema agudo de um sistema bancário insolvente —e completamente dependente da chamada "assistência de emergência à liquidez" (ELA) provida pelo Banco Central Europeu (BCE). Para o BCE, ampliar a ELA não será fácil. Assim, além de chegarem a acordo quanto a um programa de estabilização macroeconômica, os líderes europeus neste final de semana terão de responder a uma pergunta mais imediata: o que fazer com os bancos gregos. Essa é possivelmente a questão mais complicada, porque não existem respostas fáceis e rápidas. O que pode ter de acontecer é reduzir o número de bancos do país a três ou dois, e os depositantes podem ter de participar do resgate. Não consigo imaginar que os credores concordem com um novo programa de reestruturação bancária, além dos € 53,5 bilhões em novos empréstimos que já estão em discussão. E há também a questão da confiança. Será que todos os credores confiam em que Tsipras cumpra o prometido? O referendo destruiu a pouca confiança nele que restava. O discurso do primeiro-ministro grego ao Parlamento Europeu na quarta-feira mostrou que os únicos políticos genuinamente simpáticos à sua posição eram os de extrema esquerda e extrema direita. E, por fim, é preciso considerar a possibilidade de um acidente político. Se Merkel aceitar um acordo, o Bundestag (Legislativo alemão) quase certamente votará sim. Mas será esse o caso em todos os demais países credores? Os holandeses, como os alemães, são extremamente hostis. Será que os finlandeses aceitarão um terceiro programa? E os cidadãos bálticos? E os eslovacos? Mesmo na Alemanha, um acordo seria imensamente controverso. Tanto a União Democrata Cristã, de Merkel, quanto o Partido Social-Democrata, que integra a coalizão governista, prefeririam a saída grega. Um acordo seria muito difícil de vender, nos dois casos. Merkel assumiria um pesado risco político. Caso o programa saia dos trilhos, ela teria de passar os próximos dois anos enfrentando a questão grega, bem como crescente hostilidade dentro de seu partido. O motivo para que eu ainda não aceite um acordo como fato consumado é que, se os credores desejarem que ele fracasse, encontrarão maneira de fazer com que isso aconteça. Entendo por que os observadores distantes estão mais otimistas agora. Mas observando de perto, ainda vejo muitas minas espalhadas pelo caminho, e muita gente que adoraria ouvir uma explosão. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Grande realização da proposta de reforma grega é semear discórdiaSe as mais recentes propostas gregas bastarão para garantir um acordo é algo sobre o qual não faço a mais remota ideia. Haverá grandes obstáculos a superar. Mas Alexis Tsipras conseguiu algo que vinha lhe escapando nos últimos cinco meses: dividir os credores. O FMI (Fundo Monetário Internacional) insiste em perdão parcial da dívida. Os franceses ajudaram o primeiro-ministro grego a preparar a proposta, e foram os primeiros a expressar apoio aberto a ela. O presidente François Hollande está se alinhando com Tsipras. E isso muda o que Angela Merkel tem em jogo. Caso a chanceler [primeira-ministra] alemã diga não agora, será acusada de impor riscos irresponsáveis à zona do euro e à aliança franco-alemã. Caso diga sim, seu partido pode se dividir, do mesmo modo que os conservadores britânicos se dividem com relação à Europa. Sempre previ que o momento da verdade para a zona do euro terminaria por vir. E ele virá neste final de semana. As Mais: 12 pontos para entender a crise grega Os mercados financeiros parecem ter se decidido, e acreditam que haverá acordo. Mas é preciso cuidado com as muitas minas semeadas no caminho para ele. Destas, apenas a primeira foi evitada, com a oferta de Tsipras. O que ele propõe agora, economicamente, não difere fundamentalmente daquilo que ele, e o povo grego, rejeitaram no referendo de domingo —mas funciona politicamente para Tsipras. O período de carência para a adoção de algumas das medidas mais duras seria mais longo. E caso haja acordo, desta vez terá de existir referência explícita ao perdão parcial da dívida. O FMI insiste nisso. E até mesmo Donald Tusk, o presidente do Conselho Europeu, se pronunciou nesse sentido. Esse é um desdobramento importante, mas não está claro que todos os credores vão, ou possam, concordar. Até amanhã, as equipes técnicas e os ministros das Finanças terão de discutir se os números gregos batem. A resposta é quase certamente não, especialmente tendo em vista a deterioração da economia do país. A imposição de controles de capital e limites aos saques em bancos paralisou quase toda a atividade econômica. Qualquer programa de ajuste macroeconômico terá de começar pela percepção de que a situação está pior hoje do que há duas semanas. A listra grega leva esse fato em conta ao propor períodos mais lentos de ajuste. A ideia é economicamente sensata. Mas Merkel já declarou que deseja que esse problema seja resolvido por meio de medidas adicionais de austeridade. Para que haja acordo sobre um programa, um dos lados terá de recuar quanto a essa questão. Além disso, existe agora o problema agudo de um sistema bancário insolvente —e completamente dependente da chamada "assistência de emergência à liquidez" (ELA) provida pelo Banco Central Europeu (BCE). Para o BCE, ampliar a ELA não será fácil. Assim, além de chegarem a acordo quanto a um programa de estabilização macroeconômica, os líderes europeus neste final de semana terão de responder a uma pergunta mais imediata: o que fazer com os bancos gregos. Essa é possivelmente a questão mais complicada, porque não existem respostas fáceis e rápidas. O que pode ter de acontecer é reduzir o número de bancos do país a três ou dois, e os depositantes podem ter de participar do resgate. Não consigo imaginar que os credores concordem com um novo programa de reestruturação bancária, além dos € 53,5 bilhões em novos empréstimos que já estão em discussão. E há também a questão da confiança. Será que todos os credores confiam em que Tsipras cumpra o prometido? O referendo destruiu a pouca confiança nele que restava. O discurso do primeiro-ministro grego ao Parlamento Europeu na quarta-feira mostrou que os únicos políticos genuinamente simpáticos à sua posição eram os de extrema esquerda e extrema direita. E, por fim, é preciso considerar a possibilidade de um acidente político. Se Merkel aceitar um acordo, o Bundestag (Legislativo alemão) quase certamente votará sim. Mas será esse o caso em todos os demais países credores? Os holandeses, como os alemães, são extremamente hostis. Será que os finlandeses aceitarão um terceiro programa? E os cidadãos bálticos? E os eslovacos? Mesmo na Alemanha, um acordo seria imensamente controverso. Tanto a União Democrata Cristã, de Merkel, quanto o Partido Social-Democrata, que integra a coalizão governista, prefeririam a saída grega. Um acordo seria muito difícil de vender, nos dois casos. Merkel assumiria um pesado risco político. Caso o programa saia dos trilhos, ela teria de passar os próximos dois anos enfrentando a questão grega, bem como crescente hostilidade dentro de seu partido. O motivo para que eu ainda não aceite um acordo como fato consumado é que, se os credores desejarem que ele fracasse, encontrarão maneira de fazer com que isso aconteça. Entendo por que os observadores distantes estão mais otimistas agora. Mas observando de perto, ainda vejo muitas minas espalhadas pelo caminho, e muita gente que adoraria ouvir uma explosão. Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Como se o câncer fosse necessário
Dez anos atrás eu "morri". Explico melhor: em 2004, tive câncer. Fui criado na época em que o diagnóstico dessa doença ainda correspondia a sentença de morte. Quando o médico disse o que eu tinha e acrescentou que a cirurgia tinha que ser feita imediatamente ("Seu câncer dobra de tamanho a cada semana"), eu "morri". Hoje em dia muitos cânceres têm cura. Passados dez anos, a chance de minha doença voltar é estatisticamente zero. Estou livre, como inúmeros pacientes, diariamente, superam o que antes era insuperável. Nos últimos meses, porém, me dei conta de que muitas pessoas próximas têm ou tiveram câncer. Cada vez mais gente recebe esse diagnóstico. Vivemos mais tempo, superamos a expectativa de vida de nossos pais e nesse novo patamar de idade, as neoplasias são mais comuns. Podemos dar de barato que em todo o país a medicina está mais acessível e eficiente: o pai de uma pessoa querida, no interior da Bahia, encontra bom tratamento no SUS; a mãe de uma amiga paulistana prefere o Instituto do Câncer (gratuito) a hospitais privados a que teria direito. Então, mesmo que as chances de cura sejam maiores e mais acessíveis: será que estamos preparados? Acho que não: a sociedade contemporânea premia apenas aqueles que têm sucesso, voam a vida em céu de brigadeiro. Qualquer adversidade é tratada como fracasso. Assim é a notícia de uma doença que vai causar sofrimento, sempre, mesmo que seja curada. Em meus anos sob o signo de câncer, procurei conversar com pessoas que tinham sofrido a doença. Uma delas foi o ex-ministro Luiz Gushiken. Ele espantava pela força com que enfrentava o mal, originalmente no estômago, que terminou por vencê-lo após vários anos. Em diversos encontros, durante sua agonia, conversamos sobre o caminho que trilhava. Ele enfrentava o mal com altivez, como se fosse um aprendizado diário. Gushiken atribuía parte de sua força ao convívio com a médica oncologista, Nise Yamaguchi, indicada a ele por nosso amigo comum Eduardo Jorge, médico, candidato à presidência da República na última eleição. Quis conhecê-la. No dia do encontro, a Dra. Nise saía da consulta com uma pessoa que acabara de receber um diagnóstico bem duro: seu câncer tinha voltado, com prognóstico sombrio. "O que você fará de sua vida, quando se curar?", ela perguntou ao paciente depois de descrever o seu quadro. "Mas eu vou me curar?", ele questionou. Ao que ela respondeu: "Não dá para saber, mas se você souber o que quer fazer de sua vida vai viver bem, de qualquer forma, o tempo que lhe restar". Saber onde quer chegar é pressuposto fundamental para encontrar um caminho, que pode ser mais curto ou mais longo. Quando ela me contou o diálogo com seu paciente, me lembrei do verso de Gilberto Gil que tratava o exílio em Londres, durante a ditadura, "como se ter ido fosse necessário para voltar, tanto mais vivo". A via crucis de uma doença pode representar aprendizado importante, um "MBA em autoconhecimento", por assim dizer. A adversidade pode servir como rito de iniciação para uma vida mais bem acabada, ensinar as pessoas a melhorarem o mapa de seus caminhos, tirar da frente o acessório e encontrar o fundamental. Em outras palavras, o câncer pode ser o mal necessário para te tornar mais vivo.
colunas
Como se o câncer fosse necessárioDez anos atrás eu "morri". Explico melhor: em 2004, tive câncer. Fui criado na época em que o diagnóstico dessa doença ainda correspondia a sentença de morte. Quando o médico disse o que eu tinha e acrescentou que a cirurgia tinha que ser feita imediatamente ("Seu câncer dobra de tamanho a cada semana"), eu "morri". Hoje em dia muitos cânceres têm cura. Passados dez anos, a chance de minha doença voltar é estatisticamente zero. Estou livre, como inúmeros pacientes, diariamente, superam o que antes era insuperável. Nos últimos meses, porém, me dei conta de que muitas pessoas próximas têm ou tiveram câncer. Cada vez mais gente recebe esse diagnóstico. Vivemos mais tempo, superamos a expectativa de vida de nossos pais e nesse novo patamar de idade, as neoplasias são mais comuns. Podemos dar de barato que em todo o país a medicina está mais acessível e eficiente: o pai de uma pessoa querida, no interior da Bahia, encontra bom tratamento no SUS; a mãe de uma amiga paulistana prefere o Instituto do Câncer (gratuito) a hospitais privados a que teria direito. Então, mesmo que as chances de cura sejam maiores e mais acessíveis: será que estamos preparados? Acho que não: a sociedade contemporânea premia apenas aqueles que têm sucesso, voam a vida em céu de brigadeiro. Qualquer adversidade é tratada como fracasso. Assim é a notícia de uma doença que vai causar sofrimento, sempre, mesmo que seja curada. Em meus anos sob o signo de câncer, procurei conversar com pessoas que tinham sofrido a doença. Uma delas foi o ex-ministro Luiz Gushiken. Ele espantava pela força com que enfrentava o mal, originalmente no estômago, que terminou por vencê-lo após vários anos. Em diversos encontros, durante sua agonia, conversamos sobre o caminho que trilhava. Ele enfrentava o mal com altivez, como se fosse um aprendizado diário. Gushiken atribuía parte de sua força ao convívio com a médica oncologista, Nise Yamaguchi, indicada a ele por nosso amigo comum Eduardo Jorge, médico, candidato à presidência da República na última eleição. Quis conhecê-la. No dia do encontro, a Dra. Nise saía da consulta com uma pessoa que acabara de receber um diagnóstico bem duro: seu câncer tinha voltado, com prognóstico sombrio. "O que você fará de sua vida, quando se curar?", ela perguntou ao paciente depois de descrever o seu quadro. "Mas eu vou me curar?", ele questionou. Ao que ela respondeu: "Não dá para saber, mas se você souber o que quer fazer de sua vida vai viver bem, de qualquer forma, o tempo que lhe restar". Saber onde quer chegar é pressuposto fundamental para encontrar um caminho, que pode ser mais curto ou mais longo. Quando ela me contou o diálogo com seu paciente, me lembrei do verso de Gilberto Gil que tratava o exílio em Londres, durante a ditadura, "como se ter ido fosse necessário para voltar, tanto mais vivo". A via crucis de uma doença pode representar aprendizado importante, um "MBA em autoconhecimento", por assim dizer. A adversidade pode servir como rito de iniciação para uma vida mais bem acabada, ensinar as pessoas a melhorarem o mapa de seus caminhos, tirar da frente o acessório e encontrar o fundamental. Em outras palavras, o câncer pode ser o mal necessário para te tornar mais vivo.
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Após vender 300 mil livros, fenômeno Kéfera planeja outras duas obras
Se Kéfera Buchmann fosse uma religião, seria a terceira maior do Brasil em número de seguidores. Ficaria atrás apenas de católicos e evangélicos —que, segundo o último censo do IBGE, têm, respectivamente, 123,2 milhões e 42,2 milhões de adeptos. Hoje, a curitibana de 22 anos acumula 6,7 milhões de assinantes do canal de Youtube "5inco Minutos", além de 1,4 milhão no Twitter. Essa legião é responsável por um fenômeno no mercado editorial: "Muito Mais que 5inco Minutos" (Paralela, R$ 24,90, 144 págs.), livro de estreia de Kéfera, vendeu mais de 300 mil exemplares em 101 dias –matemática rápida: aproximadamente 3.000 por dia. O número causa impacto significativo no Grupo Companhia das Letras, que detém o selo Paralela: o título é o lançamento de 2015 mais vendido pelo conglomerado todo, que soma 19 selos. A youtuber faz parte de uma leva de vlogueiros que tornaram ao mercado editorial, entre eles Christian Figueiredo, Rezende Evil e Flavio Giusti. Apesar da onda, Kéfera afirma que sua ligação com as letras é antiga. "Eu cresci escrevendo diários", diz ela à Folha. "Cheguei a ter outras páginas para escrever contos, mas nunca fiz muita questão de divulgar." Com o livro —o primeiro de uma série de três já fechados com a Companhia das Letras—, Kéfera angariou fãs de renome. "Eu não achei que até Paulo Coelho e Gregorio Duvivier —que são dois caras que eu admiro muito— fossem elogiar meu estilo", diz. Em "Muito Mais que 5inco Minutos", Kéfera se mostra como nos vídeos: uma menina brincalhona que não tem papas na língua para falar sobre os mais variados assuntos —o bullying que sofria na infância, quando era gordinha; o desastre que foi o primeiro namoradinho; o dia em que uma depiladora fã do canal no Youtube a reconheceu e pediu para guardar seus pelos como recordação. "Eu nunca considerei o livro uma autobiografia", diz a escritora, que encerra a primeira obra antes de chegar à fama, assunto que será abordado no segundo título. "Vendo o resultado final, ainda faltou muita coisa ali, muitas histórias de infância, todos os anos que não citei e passaram batidos... Então, vejo o livro como uma conversa —longa e em que só eu falo— sobre temas que muitas pessoas que me seguem gostariam de ouvir a respeito." De acordo com Bruno Porto, editor da Companhia das Letras, um dos motivos que explicam o sucesso do livro é a autenticidade da fala, o tom impresso em cada página do livro. Kéfera fez "muita questão de escrever o [próprio] livro", diz. "A gente chegou a levantar a possibilidade de ter um ghost-writer, mas ela não quis, pois os fãs iam perceber que não era a voz dela". Uma voz que pode irritar desafetos, sabe Kéfera. Tanto que, no livro, antes da introdução, a escritora fez um pequeno capítulo chamado "Recado para os haters". "Eu sabia que haveria críticas, pessoas chocadas com o fato de 'uma youtuber' escrever um livro e virar best-seller", diz a curitibana. "O recado foi para tentar evitar o ódio gratuito. As pessoas se chocam ao saber que [a autora] é apenas uma 'menina novinha' fazendo esse barulho. Meu recado é: 'Tá incomodado? Escreva um livro que você considere incrível e publique, ué! Quem sabe vira best-seller e você pode parar de apontar dedos pra quem já é?'"
ilustrada
Após vender 300 mil livros, fenômeno Kéfera planeja outras duas obrasSe Kéfera Buchmann fosse uma religião, seria a terceira maior do Brasil em número de seguidores. Ficaria atrás apenas de católicos e evangélicos —que, segundo o último censo do IBGE, têm, respectivamente, 123,2 milhões e 42,2 milhões de adeptos. Hoje, a curitibana de 22 anos acumula 6,7 milhões de assinantes do canal de Youtube "5inco Minutos", além de 1,4 milhão no Twitter. Essa legião é responsável por um fenômeno no mercado editorial: "Muito Mais que 5inco Minutos" (Paralela, R$ 24,90, 144 págs.), livro de estreia de Kéfera, vendeu mais de 300 mil exemplares em 101 dias –matemática rápida: aproximadamente 3.000 por dia. O número causa impacto significativo no Grupo Companhia das Letras, que detém o selo Paralela: o título é o lançamento de 2015 mais vendido pelo conglomerado todo, que soma 19 selos. A youtuber faz parte de uma leva de vlogueiros que tornaram ao mercado editorial, entre eles Christian Figueiredo, Rezende Evil e Flavio Giusti. Apesar da onda, Kéfera afirma que sua ligação com as letras é antiga. "Eu cresci escrevendo diários", diz ela à Folha. "Cheguei a ter outras páginas para escrever contos, mas nunca fiz muita questão de divulgar." Com o livro —o primeiro de uma série de três já fechados com a Companhia das Letras—, Kéfera angariou fãs de renome. "Eu não achei que até Paulo Coelho e Gregorio Duvivier —que são dois caras que eu admiro muito— fossem elogiar meu estilo", diz. Em "Muito Mais que 5inco Minutos", Kéfera se mostra como nos vídeos: uma menina brincalhona que não tem papas na língua para falar sobre os mais variados assuntos —o bullying que sofria na infância, quando era gordinha; o desastre que foi o primeiro namoradinho; o dia em que uma depiladora fã do canal no Youtube a reconheceu e pediu para guardar seus pelos como recordação. "Eu nunca considerei o livro uma autobiografia", diz a escritora, que encerra a primeira obra antes de chegar à fama, assunto que será abordado no segundo título. "Vendo o resultado final, ainda faltou muita coisa ali, muitas histórias de infância, todos os anos que não citei e passaram batidos... Então, vejo o livro como uma conversa —longa e em que só eu falo— sobre temas que muitas pessoas que me seguem gostariam de ouvir a respeito." De acordo com Bruno Porto, editor da Companhia das Letras, um dos motivos que explicam o sucesso do livro é a autenticidade da fala, o tom impresso em cada página do livro. Kéfera fez "muita questão de escrever o [próprio] livro", diz. "A gente chegou a levantar a possibilidade de ter um ghost-writer, mas ela não quis, pois os fãs iam perceber que não era a voz dela". Uma voz que pode irritar desafetos, sabe Kéfera. Tanto que, no livro, antes da introdução, a escritora fez um pequeno capítulo chamado "Recado para os haters". "Eu sabia que haveria críticas, pessoas chocadas com o fato de 'uma youtuber' escrever um livro e virar best-seller", diz a curitibana. "O recado foi para tentar evitar o ódio gratuito. As pessoas se chocam ao saber que [a autora] é apenas uma 'menina novinha' fazendo esse barulho. Meu recado é: 'Tá incomodado? Escreva um livro que você considere incrível e publique, ué! Quem sabe vira best-seller e você pode parar de apontar dedos pra quem já é?'"
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Quem luta contra as reformas age em defesa dos rentistas
Supostos defensores dos pobres, incluindo colunistas aqui da Folha, repetem que a PEC do Teto de Gastos, a reforma da Previdência e todo o ajuste fiscal atendem a interesses da "junta financeira governante" a custo dos direitos dos pobres e dos aposentados. Só acredita nisso quem está embriagado por ficções de um conflito irreconciliável entre as classes. Se um brasileiro não suporta rentistas e especuladores, se gostaria de ver o país livre de credores que cobram juros extorsivos, então precisa torcer para que o Estado gaste menos e seja um devedor mais confiável. Não há outro caminho. A questão se resume em cinco passos: Nas últimas décadas, uns malucos de Brasília que dizem nos representar arrumaram uma dívida de R$ 3.032.900.000.000 (três tristes trilhões, pra facilitar). Nenhum especulador maldoso os obrigou a isso; eles é que insistiram em contrair o empréstimo. Como a esquerda costuma dizer, há juros altos nessa dívida. Só neste ano, serão mais de R$ 400 bilhões. A Previdência é a maior responsável pelo vermelho das contas. Em 2017, o rombo das aposentadorias chegará a R$ 180 bilhões, mais que o orçamento da Saúde e da Educação (R$ 172 bilhões). A melhor forma de diminuir a dívida é gastando menos do que se arrecada, ou seja, tentar fechar o ano com um superávit. Cortar gastos em casa para no futuro deixar de torrar dinheiro com os juros do cheque especial. A melhor forma de diminuir os juros é convencendo o mercado financeiro de que somos caras legais; que desta vez, ao contrário das nove vezes em que o país deu calote, os malucos de Brasília não vão aloprar, pois não poderão gastar mais que no ano anterior. Não é difícil entender esse raciocínio. Até uma pessoa pouco hábil com o pensamento lógico, até uma criança de 7 anos, até Vladimir Safatle conseguiria entender o problema e suas escassas soluções. As alternativas que a esquerda defende beneficiariam especuladores e prejudicariam os pobres. A "auditoria cidadã da dívida", uma proposta de rever o pagamento de juros, seria interpretada pelo mercado como uma quebra de contrato –um calote. Só por boas taxas alguém voltaria a emprestar ao Brasil. Para a sorte dos rentistas, os juros futuros explodiriam. O imposto sobre fortunas dificilmente eliminaria a necessidade do corte de gastos. Costuma ter um impacto forte na fuga de capitais e fraco na arrecadação (por isso foi recentemente reduzido ou eliminado na Áustria, Itália, Dinamarca, Alemanha, Finlândia, Suécia e França, entre outros). É divertido e tentador imaginar o mundo como um desenho animado em que rentistas sem escrúpulos oprimem os "brasileiros que lutam para não serem espoliados de seus últimos direitos". Mas, no mundo real, não haverá melhoria da vida dos pobres no Brasil enquanto as contas públicas causarem assombro.
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Quem luta contra as reformas age em defesa dos rentistasSupostos defensores dos pobres, incluindo colunistas aqui da Folha, repetem que a PEC do Teto de Gastos, a reforma da Previdência e todo o ajuste fiscal atendem a interesses da "junta financeira governante" a custo dos direitos dos pobres e dos aposentados. Só acredita nisso quem está embriagado por ficções de um conflito irreconciliável entre as classes. Se um brasileiro não suporta rentistas e especuladores, se gostaria de ver o país livre de credores que cobram juros extorsivos, então precisa torcer para que o Estado gaste menos e seja um devedor mais confiável. Não há outro caminho. A questão se resume em cinco passos: Nas últimas décadas, uns malucos de Brasília que dizem nos representar arrumaram uma dívida de R$ 3.032.900.000.000 (três tristes trilhões, pra facilitar). Nenhum especulador maldoso os obrigou a isso; eles é que insistiram em contrair o empréstimo. Como a esquerda costuma dizer, há juros altos nessa dívida. Só neste ano, serão mais de R$ 400 bilhões. A Previdência é a maior responsável pelo vermelho das contas. Em 2017, o rombo das aposentadorias chegará a R$ 180 bilhões, mais que o orçamento da Saúde e da Educação (R$ 172 bilhões). A melhor forma de diminuir a dívida é gastando menos do que se arrecada, ou seja, tentar fechar o ano com um superávit. Cortar gastos em casa para no futuro deixar de torrar dinheiro com os juros do cheque especial. A melhor forma de diminuir os juros é convencendo o mercado financeiro de que somos caras legais; que desta vez, ao contrário das nove vezes em que o país deu calote, os malucos de Brasília não vão aloprar, pois não poderão gastar mais que no ano anterior. Não é difícil entender esse raciocínio. Até uma pessoa pouco hábil com o pensamento lógico, até uma criança de 7 anos, até Vladimir Safatle conseguiria entender o problema e suas escassas soluções. As alternativas que a esquerda defende beneficiariam especuladores e prejudicariam os pobres. A "auditoria cidadã da dívida", uma proposta de rever o pagamento de juros, seria interpretada pelo mercado como uma quebra de contrato –um calote. Só por boas taxas alguém voltaria a emprestar ao Brasil. Para a sorte dos rentistas, os juros futuros explodiriam. O imposto sobre fortunas dificilmente eliminaria a necessidade do corte de gastos. Costuma ter um impacto forte na fuga de capitais e fraco na arrecadação (por isso foi recentemente reduzido ou eliminado na Áustria, Itália, Dinamarca, Alemanha, Finlândia, Suécia e França, entre outros). É divertido e tentador imaginar o mundo como um desenho animado em que rentistas sem escrúpulos oprimem os "brasileiros que lutam para não serem espoliados de seus últimos direitos". Mas, no mundo real, não haverá melhoria da vida dos pobres no Brasil enquanto as contas públicas causarem assombro.
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Maggi atuou em esquema, diz ex-governador em acordo de delação
Em acordo de delação premiada, o ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) relatou, segundo a Folha apurou, que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), participou da montagem de um esquema para liberar dinheiro de precatórios (dívidas decorrentes de sentenças judiciais) estaduais em troca do apoio de parlamentares do Estado. O fato, de acordo com o delator, teria acontecido ao fim da gestão de Maggi como governador do Estado (2003-2010). O acordo de colaboração de Barbosa foi assinado há cerca de dois meses com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e aguarda homologação do ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal). Na quarta (2), o magistrado declarou que a colaboração é "monstruosa", mas se recusou a dar detalhes. Além do ministro do governo Temer, os senadores do Estado Wellington Fagundes (PR) e Cidinho Santos (PR), suplente de Maggi, também são alvos da delação. Os dois, de acordo com Barbosa, teriam se beneficiado de recursos ilícitos. O ex-governador também relata fatos envolvendo pelo menos três deputados federais com mandatos em curso, cujos nomes a reportagem não identificou, além de repasses a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. Barbosa relatou ainda pagamento de um "mensalinho" para deputados estaduais que atuaram na sua gestão para lhe garantir apoio. Como evidência, forneceu vídeos dos parlamentares estaduais recebendo dinheiro em espécie. Envolvidos no acordo afirmaram à reportagem que os valores giravam em torno de R$ 80 mil. Barbosa governou Mato Grosso de 2010 a 2014. Ele foi preso em 2015 na operação Sodoma, que investiga crimes de fraudes na concessão de incentivos fiscais do Estado. Desde junho, porém, está em prisão domiciliar. No acordo assinado com a PGR, Barbosa recebeu uma multa de R$ 80 milhões. Inicialmente os investigadores solicitaram o valor de R$ 150 milhões. Barbosa foi o primeiro ex-governador do país a se tornar um delator. O advogado que negociou seu acordo, Délio Lins e Silva, é o mesmo que conduz a negociação da delação do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso no Paraná. Procurado pela Folha, o defensor não quis se manifestar sobre a delação do ex-governador. OBSTRUÇÃO Barbosa mencionou em sua delação uma suposta tentativa de Maggi de obstruir a Justiça em relação à operação Ararath, apelidada de Lava Jato pantaneira e deflagrada em 2010 para investigar o pagamento de precatórios. O tema, segundo apurou a Folha, também foi abordado por outro delator do caso, o ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso José Geraldo Riva. Riva afirmou que Maggi autorizou o pagamento de cerca de R$ 260,6 milhões em precatórios para a construtora Andrade Gutierrez. O objetivo, segundo ele, seria abastecer um esquema de compra de apoio de parlamentares. O ex-deputado detalhou uma reunião com Maggi, o então secretário da Fazenda de Mato Grosso Éder Moraes e Barbosa para acertar o suposto esquema. Também disse que o pagamento dos precatórios era apenas parte de uma manobra para comprar a adesão dos deputados. A Polícia Federal já tinha apurado, nas investigações da Ararath, que de 2009 a 2012 o governo do Mato Grosso pagou R$ 260,6 milhões à empreiteira referentes a dívidas por obras feitas pelo grupo na década de 1980. A PF descobriu que a Andrade Gutierrez, assim que recebeu a garantia de pagamento, vendeu os créditos dos precatórios à Piran Participações, um dos alvos da operação, com deságio de 54%, o que gerou prejuízos financeiros à empreiteira. Os investigadores apuram se a Piran Participações atuou no esquema de compra dos deputados estaduais e se o seu dono, Valdir Piran, foi um operador do sistema. OUTRO LADO Blairo Maggi afirmou à Folha, por meio de sua assessoria, que jamais usou "de meios ilícitos" na relação com deputados de Mato Grosso e que, quando tiver acesso à delação de Silval Barbosa, vai se utilizar "de todos os meios legais necessários para se defender". "Causa estranheza e indignação que possíveis acordos, muitos ainda não homologados, coloquem em dúvida a credibilidade de figuras públicas que tenham exercido com retidão cargos na administração pública", disse. Segundo o ministro, qualquer afirmação sobre ação feita ou autorizada por ele para obstruir a Justiça "é mentirosa, leviana e criminosa". Disse ainda que "o rito obedecido nos pagamentos de precatórios à Andrade Gutierrez foi absolutamente legal, com atuação dos órgãos consultivos". Afirmou desconhecer a relação entre a Andrade e a Piran Participações e que jamais participou de reunião "com fins espúrios". Cidinho Santos e Wellington Fagundes disseram que não conhecem a delação e, portanto, não podem comentar o assunto. A defesa de Valdir Piran e da Piran Participações disse que atribuir ao empresário o papel de operador "è um exagero" e que o único ato da empresa foi adquirir o precatório com deságio. Destacou que o fato já é objeto de uma ação penal na Justiça de MT em que Barbosa também é acusado. A Andrade informou que colabora com as apurações.
poder
Maggi atuou em esquema, diz ex-governador em acordo de delaçãoEm acordo de delação premiada, o ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) relatou, segundo a Folha apurou, que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), participou da montagem de um esquema para liberar dinheiro de precatórios (dívidas decorrentes de sentenças judiciais) estaduais em troca do apoio de parlamentares do Estado. O fato, de acordo com o delator, teria acontecido ao fim da gestão de Maggi como governador do Estado (2003-2010). O acordo de colaboração de Barbosa foi assinado há cerca de dois meses com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e aguarda homologação do ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal). Na quarta (2), o magistrado declarou que a colaboração é "monstruosa", mas se recusou a dar detalhes. Além do ministro do governo Temer, os senadores do Estado Wellington Fagundes (PR) e Cidinho Santos (PR), suplente de Maggi, também são alvos da delação. Os dois, de acordo com Barbosa, teriam se beneficiado de recursos ilícitos. O ex-governador também relata fatos envolvendo pelo menos três deputados federais com mandatos em curso, cujos nomes a reportagem não identificou, além de repasses a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. Barbosa relatou ainda pagamento de um "mensalinho" para deputados estaduais que atuaram na sua gestão para lhe garantir apoio. Como evidência, forneceu vídeos dos parlamentares estaduais recebendo dinheiro em espécie. Envolvidos no acordo afirmaram à reportagem que os valores giravam em torno de R$ 80 mil. Barbosa governou Mato Grosso de 2010 a 2014. Ele foi preso em 2015 na operação Sodoma, que investiga crimes de fraudes na concessão de incentivos fiscais do Estado. Desde junho, porém, está em prisão domiciliar. No acordo assinado com a PGR, Barbosa recebeu uma multa de R$ 80 milhões. Inicialmente os investigadores solicitaram o valor de R$ 150 milhões. Barbosa foi o primeiro ex-governador do país a se tornar um delator. O advogado que negociou seu acordo, Délio Lins e Silva, é o mesmo que conduz a negociação da delação do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso no Paraná. Procurado pela Folha, o defensor não quis se manifestar sobre a delação do ex-governador. OBSTRUÇÃO Barbosa mencionou em sua delação uma suposta tentativa de Maggi de obstruir a Justiça em relação à operação Ararath, apelidada de Lava Jato pantaneira e deflagrada em 2010 para investigar o pagamento de precatórios. O tema, segundo apurou a Folha, também foi abordado por outro delator do caso, o ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso José Geraldo Riva. Riva afirmou que Maggi autorizou o pagamento de cerca de R$ 260,6 milhões em precatórios para a construtora Andrade Gutierrez. O objetivo, segundo ele, seria abastecer um esquema de compra de apoio de parlamentares. O ex-deputado detalhou uma reunião com Maggi, o então secretário da Fazenda de Mato Grosso Éder Moraes e Barbosa para acertar o suposto esquema. Também disse que o pagamento dos precatórios era apenas parte de uma manobra para comprar a adesão dos deputados. A Polícia Federal já tinha apurado, nas investigações da Ararath, que de 2009 a 2012 o governo do Mato Grosso pagou R$ 260,6 milhões à empreiteira referentes a dívidas por obras feitas pelo grupo na década de 1980. A PF descobriu que a Andrade Gutierrez, assim que recebeu a garantia de pagamento, vendeu os créditos dos precatórios à Piran Participações, um dos alvos da operação, com deságio de 54%, o que gerou prejuízos financeiros à empreiteira. Os investigadores apuram se a Piran Participações atuou no esquema de compra dos deputados estaduais e se o seu dono, Valdir Piran, foi um operador do sistema. OUTRO LADO Blairo Maggi afirmou à Folha, por meio de sua assessoria, que jamais usou "de meios ilícitos" na relação com deputados de Mato Grosso e que, quando tiver acesso à delação de Silval Barbosa, vai se utilizar "de todos os meios legais necessários para se defender". "Causa estranheza e indignação que possíveis acordos, muitos ainda não homologados, coloquem em dúvida a credibilidade de figuras públicas que tenham exercido com retidão cargos na administração pública", disse. Segundo o ministro, qualquer afirmação sobre ação feita ou autorizada por ele para obstruir a Justiça "é mentirosa, leviana e criminosa". Disse ainda que "o rito obedecido nos pagamentos de precatórios à Andrade Gutierrez foi absolutamente legal, com atuação dos órgãos consultivos". Afirmou desconhecer a relação entre a Andrade e a Piran Participações e que jamais participou de reunião "com fins espúrios". Cidinho Santos e Wellington Fagundes disseram que não conhecem a delação e, portanto, não podem comentar o assunto. A defesa de Valdir Piran e da Piran Participações disse que atribuir ao empresário o papel de operador "è um exagero" e que o único ato da empresa foi adquirir o precatório com deságio. Destacou que o fato já é objeto de uma ação penal na Justiça de MT em que Barbosa também é acusado. A Andrade informou que colabora com as apurações.
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Cade aprova fusão da ALL com Rumo Logística, mas impõe restrições
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou por unanimidade nesta quarta-feira (11) a fusão das transportadoras ALL e Rumo Logística, controlada pela Cosan Logística, com restrições. Os conselheiros do órgão de defesa da concorrência acompanharam o voto do relator Gilvandro de Araujo, que recomendou restrições que incluem garantias de isonomia na prestação de serviços a concorrentes. A operação envolve a formação de uma gigante do setor de logística no Brasil avaliada em cerca de R$ 11 bilhões e prevê o encerramento de disputas judiciais entre ambas as companhias em torno de contratos de transporte de commodities. Entre as condições citadas pelo relator estão garantias de terminais de açúcar para concorrentes e impedimentos a executivos da Cosan de assumirem cargos de direção na nova empresa. As ações da ALL e da Cosan Logística, que já vinham sinalizando desde a semana passada a expectativa dos investidores sobre a aprovação da operação anunciada no início do ano passado, voltaram a mostrar alta expressiva nesta quarta-feira. Os papéis da ALL chegaram a atingir um pico de valorização de cerca de 11% e as ações da Cosan Logística tiveram máxima de 13%. Analistas do Bank of America Merrill Lynch afirmaram que a aprovação é positiva para as companhias e as medidas restritivas ficaram em linha com as expectativas. CONCORRENTES O Cade também determinou que a nova empresa tenha contratos separados de prestação de serviços para impedir fechamento de mercados concorrentes. Além disso, a nova companhia terá que garantir acesso de concorrentes a terminais da Rumo Logística no porto de Santos e criar um supervisor para garantir isonomia da empresa na prestação de serviços. A fusão foi fortemente questionada por representantes de vários setores do agronegócio brasileiro. A Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), que representa o setor de soja, o principal exportador de commodities agrícolas do país, afirmou que a união representava "concentração de poder" de mercado da empresa resultante.
mercado
Cade aprova fusão da ALL com Rumo Logística, mas impõe restriçõesO Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou por unanimidade nesta quarta-feira (11) a fusão das transportadoras ALL e Rumo Logística, controlada pela Cosan Logística, com restrições. Os conselheiros do órgão de defesa da concorrência acompanharam o voto do relator Gilvandro de Araujo, que recomendou restrições que incluem garantias de isonomia na prestação de serviços a concorrentes. A operação envolve a formação de uma gigante do setor de logística no Brasil avaliada em cerca de R$ 11 bilhões e prevê o encerramento de disputas judiciais entre ambas as companhias em torno de contratos de transporte de commodities. Entre as condições citadas pelo relator estão garantias de terminais de açúcar para concorrentes e impedimentos a executivos da Cosan de assumirem cargos de direção na nova empresa. As ações da ALL e da Cosan Logística, que já vinham sinalizando desde a semana passada a expectativa dos investidores sobre a aprovação da operação anunciada no início do ano passado, voltaram a mostrar alta expressiva nesta quarta-feira. Os papéis da ALL chegaram a atingir um pico de valorização de cerca de 11% e as ações da Cosan Logística tiveram máxima de 13%. Analistas do Bank of America Merrill Lynch afirmaram que a aprovação é positiva para as companhias e as medidas restritivas ficaram em linha com as expectativas. CONCORRENTES O Cade também determinou que a nova empresa tenha contratos separados de prestação de serviços para impedir fechamento de mercados concorrentes. Além disso, a nova companhia terá que garantir acesso de concorrentes a terminais da Rumo Logística no porto de Santos e criar um supervisor para garantir isonomia da empresa na prestação de serviços. A fusão foi fortemente questionada por representantes de vários setores do agronegócio brasileiro. A Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), que representa o setor de soja, o principal exportador de commodities agrícolas do país, afirmou que a união representava "concentração de poder" de mercado da empresa resultante.
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BCE corta juros e amplia compra de ativos para impulsionar economia
O BCE (Banco Central Europeu) cortou suas três taxas de juros e expandiu seu programa de compra de ativos nesta quinta-feira (10), entregando um pacote maior do que o esperado para impulsionar a economia e impedir que a inflação extremamente baixa se enraíze. A autoridade monetária surpreendeu os mercados financeiros ao reduzir sua principal taxa de refinanciamento de 0,05 % para zero. O banco central também expandiu seu programa de compras de ativos de € 60 bilhões para € 80 bilhões por mês, em um volume maior que o esperado por especialistas. Além disso, ampliou seu portfólio de ativos e vai passar a comprar títulos corporativos. Até agora, o BCE comprava basicamente dívidas de governos e derivativos lastreados por pacotes de empréstimos. A autoridade monetária também cortou mais a taxa de depósito de -0,3% para -0,4%, cobrando mais dos bancos para deixarem dinheiro com o BCE. A decisão contraria o interesse dos bancos, que afirmam que a taxa de depósito negativa está comprometendo seu lucro. O BCE tem pouco a mostrar em relação aos € 700 bilhões que gastou comprando títulos governamentais e outros ativos no último ano, já que os preços de matérias-primas afetaram o impacto de seu programa de estímulo econômico. Isso levanta o risco de as pessoas perderam a confiança no compromisso do banco com seu mandato. A inflação permanece abaixo da meta do BCE de quase 2% há três anos e deve continuar assim por muitos outros. Assim como a taxa de refinanciamento, o que significa que os bancos podem agora tomar emprestado em seus leilões semanais sem custo, o banco cortou a taxa de empréstimo, usada pelos bancos para emprestar do BCE overnight, de 0,3% para 0,25%.
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BCE corta juros e amplia compra de ativos para impulsionar economiaO BCE (Banco Central Europeu) cortou suas três taxas de juros e expandiu seu programa de compra de ativos nesta quinta-feira (10), entregando um pacote maior do que o esperado para impulsionar a economia e impedir que a inflação extremamente baixa se enraíze. A autoridade monetária surpreendeu os mercados financeiros ao reduzir sua principal taxa de refinanciamento de 0,05 % para zero. O banco central também expandiu seu programa de compras de ativos de € 60 bilhões para € 80 bilhões por mês, em um volume maior que o esperado por especialistas. Além disso, ampliou seu portfólio de ativos e vai passar a comprar títulos corporativos. Até agora, o BCE comprava basicamente dívidas de governos e derivativos lastreados por pacotes de empréstimos. A autoridade monetária também cortou mais a taxa de depósito de -0,3% para -0,4%, cobrando mais dos bancos para deixarem dinheiro com o BCE. A decisão contraria o interesse dos bancos, que afirmam que a taxa de depósito negativa está comprometendo seu lucro. O BCE tem pouco a mostrar em relação aos € 700 bilhões que gastou comprando títulos governamentais e outros ativos no último ano, já que os preços de matérias-primas afetaram o impacto de seu programa de estímulo econômico. Isso levanta o risco de as pessoas perderam a confiança no compromisso do banco com seu mandato. A inflação permanece abaixo da meta do BCE de quase 2% há três anos e deve continuar assim por muitos outros. Assim como a taxa de refinanciamento, o que significa que os bancos podem agora tomar emprestado em seus leilões semanais sem custo, o banco cortou a taxa de empréstimo, usada pelos bancos para emprestar do BCE overnight, de 0,3% para 0,25%.
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Saiba 15 sites para ir às compras virtualmente sem sair de casa
DE SÃO PAULO O "O Melhor de sãopaulo - Compras" deste ano reúne 324 opções para você encontrar o seu presente neste fim de ano. Confira abaixo a seleção com 15 sites para quem está à procura de fazer suas compras online. * APPLE A marca tem duas lojas físicas no país, mas é possível adquirir seus produtos pelo e-commerce. Todos os modelos de iPhone, iPad, relógios, computadores e acessórios, além de serviço de suporte para os aparelhos, são disponibilizados via internet. O frete é grátis para todo o Brasil. store.apple.com/br * BOUTIQUE DE ACHADOS Vende artigos diversos de decoração -há mesas, almofadas e enfeites em geral. As categorias são divididas por cores, o que facilita a escolha na hora de combinar com o que se tem em casa. Entre os itens azuis, destaque para o conjunto de prateleiras de ferro com arabescos (32 x 30 cm; duas peças) que sai por R$ 319,60. Frete grátis para compras a partir de R$ 100. boutiquedeachados.com.br * COLECIONA BRINQUEDOS Há uma enorme variedade de brinquedos e colecionáveis. A boneca da personagem Elsa do filme "Frozen - Uma Aventura Congelante", da Mattel, é vendida por R$ 34,99. O Darth Vader sai por R$ 69,99. coleciona.com.br * FLORES ONLINE Arranjos diversos e buquês acompanhados de pelúcias, bebidas ou chocolates podem ser encontrados -o Super Carinhoso, com rosas e lisianthus, vem com urso em tecido branco e um potinho de brigadeiro cremoso do Ateliê Maria Brigadeiro e sai por R$ 106,50. O frete é grátis nas compras acima de R$ 160. floresonline.com.br * GIULIANA FLORES O e-commerce da loja oferece diferentes tipos de flores. É possível encontrar cestas que combinam flores com chocolates, pelúcias e bebidas ou montar um buquê combinando as flores que desejar. O Festa de Rosas Colorida, com 40 flores, é um dos buquês mais pedidos e custa R$ 156,50. O frete mínimo é de R$ 18,90. giulianaflores.com.br * KANUI Roupas e outros artigos esportivos são o foco da loja. Há produtos para praticantes de surfe, skate, ciclismo, artes marciais, corrida, escalada, motocross, mergulho, entre outras. Ao assinar a newsletter, a primeira compra tem desconto de R$ 40. A loja tem aplicativo para iOS e Android. kanui.com.br * LANCÔME A marca francesa vende pela internet seus perfumes, cremes e maquiagens finos. O La Vie Est Belle sai por R$ 299 (30 ml) e é um dos mais pedidos. O valor do frete é calculado na hora da compra. lancome.com.br * NESCAFÉ DOLCE GUSTO Máquinas de café e de outras bebidas, além de cápsulas podem ser adquiridas na loja virtual. Há itens disponíveis só no site, a exemplo do Cortado, café expresso com um pingo de leite (R$ 22,20; 16 doses). Entre as máquinas, a Mini Me em diferentes cores custa R$ 577,20. nescafe-dolcegusto.com.br * NETSHOES Conta com produtos esportivos em geral, mas os tênis são o forte da rede. Um dos lançamentos é o Nike Free 4.0 Flyknit, que sai por R$ 499,90. O frete é grátis para compras acima de R$ 99,90 e tem um aplicativo disponível para iOS e Android. netshoes.com.br * OQVESTIR Vende roupas, moda praia, sapatos e acessórios de mais de 180 grifes como Animale, Maria Filó, Le Lis Blanc, Costume e outras. Entre os destaques estão o macaquinho Sinhazinha, da Farm, que sai por R$ 269, e a saia longa listrada de seda, da Le Lis Blanc, que custa R$ 859. O frete é grátis para compras acima de R$ 450. oqvestir.com.br * POSTHAUS Disponibiliza mais de 15 mil itens entre roupas e calçados, além de moda praia, fitness, plus size e lingerie. Batas e blusinhas femininas têm preços bastante em conta -na faixa de R$ 14,99. Frete a partir de R$ 5 para todo o Brasil. posthaus.com.br * SHOP2GETHER Trabalha com moda feminina, masculina e infantil de marcas famosas como Cris Barros, Diesel, Ellus e Água de Coco. Na galeria de peças da coleção Verão 2016, tem regatas por R$ 79 e vestido por R$ 159. O frete é indicado na hora do pedido e grátis para valores acima de R$ 400. shop2gether.com.br * SONOMA Reúne diversos rótulos de vinhos de diferentes produtores. Entre os mais procurados estão o francês Château Mont Gueydon 2013 e o espanhol Lagar de Eizaga Rioja Crianza 2012, ambos por R$ 59,90 (750 ml). Vende ainda espumantes, cervejas, saca-rolhas, taças e panetones para o Natal. O frete tem valor único de R$ 9,90, independentemente do pedido. sonoma.com.br * TOY MANIA Oferece brinquedos para bebês e crianças. No estoque, há marcas como Mattel, Grow, LEGO e Estrela. Entre os lançamentos há o Hot Wheels Super Carros Sortidos (R$ 19,99 cada). O frete é grátis para compras acima de R$ 99 no Estado de SP. toymania.com.br * WINE Tem mais de 2.000 rótulos de vinhos vindos de diferentes partes do mundo. Destaque para o espanhol Toro Loco Tempranillo 2014 (R$ 30; 750 ml), um dos mais vendidos, e para o chileno Urmeneta Merlot 2014 (R$ 34; 750 ml), um dos lançamentos do site. Vende também destilados, cervejas e acessórios, caso do decanter alemão, que sai R$ 440 com capacidade para 1.500 ml. wine.com.br
saopaulo
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Carvão na encruzilhada
A versão final do Plano de Energia Limpa apresentada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, bateu mais um prego no caixão que um dia sepultará a indústria do carvão mineral. Seja por razões ambientais, seja por motivos econômicos, o setor tem pouco futuro no cenário energético mundial. A versão anterior do programa, de pouco mais de um ano atrás, recebeu mais de 4 milhões de comentários na fase de consulta pública. O setor elétrico terá agora de cortar 32% de suas emissões de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), até 2030, tomando por base os níveis de 2005. A meta sofreu acréscimo de 9%. Por outro lado, Obama fixou dois anos a mais de prazo para cada Estado pôr em prática o planejamento com vistas a alcançar tal objetivo. Além disso, o governo elevou de 22% para 28% a participação esperada de fontes renováveis de energia na matriz elétrica em 2030. Em 2014, os Estados Unidos geraram 39% de sua eletricidade queimando carvão em usinas termelétricas. Cumprido o plano, em 15 anos essa fatia terá caído para 27%. Mas as mineradoras já competem ferozmente por compradores, com o preço do produto no nível mais baixo em uma década e meia. O algoz do ramo carbonífero, contudo, não é Obama, como propagam republicanos e democratas dos Estados onde o setor tem maior peso na economia; é o gás natural, sobretudo o de xisto. Para obter do carvão mineral uma mesma unidade de energia (BTU), paga-se lá US$ 1,80, contra US$ 0,80 pelo gás de xisto. O gás natural não representa solução definitiva para o problema do aquecimento global e da mudança do clima, está claro. Ele mesmo um combustível fóssil, também produz CO2 quando queimado –mas polui menos por unidade de energia. É encarado, por isso, como uma forma de transitar para a descarbonização do setor energético, nos EUA e no restante do mundo. Não no Brasil, cuja matriz elétrica ainda conta com mais de dois terços de uma fonte renovável –a hidrológica– na sua matriz elétrica. Até a China, país onde mais cresceu o consumo de carvão para gerar eletricidade, já planeja seu desembarque dessa fonte. Entre outras razões, porque a poluição do ar causa centenas de milhares de mortes precoces nos centros urbanos. China e EUA, os maiores poluidores do planeta, entraram na rota da descarbonização, ainda que lentamente. A primeira vítima será o carvão, mas também chegará o dia do petróleo e do gás natural. editoriais@uol.com.br
opiniao
Carvão na encruzilhadaA versão final do Plano de Energia Limpa apresentada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, bateu mais um prego no caixão que um dia sepultará a indústria do carvão mineral. Seja por razões ambientais, seja por motivos econômicos, o setor tem pouco futuro no cenário energético mundial. A versão anterior do programa, de pouco mais de um ano atrás, recebeu mais de 4 milhões de comentários na fase de consulta pública. O setor elétrico terá agora de cortar 32% de suas emissões de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), até 2030, tomando por base os níveis de 2005. A meta sofreu acréscimo de 9%. Por outro lado, Obama fixou dois anos a mais de prazo para cada Estado pôr em prática o planejamento com vistas a alcançar tal objetivo. Além disso, o governo elevou de 22% para 28% a participação esperada de fontes renováveis de energia na matriz elétrica em 2030. Em 2014, os Estados Unidos geraram 39% de sua eletricidade queimando carvão em usinas termelétricas. Cumprido o plano, em 15 anos essa fatia terá caído para 27%. Mas as mineradoras já competem ferozmente por compradores, com o preço do produto no nível mais baixo em uma década e meia. O algoz do ramo carbonífero, contudo, não é Obama, como propagam republicanos e democratas dos Estados onde o setor tem maior peso na economia; é o gás natural, sobretudo o de xisto. Para obter do carvão mineral uma mesma unidade de energia (BTU), paga-se lá US$ 1,80, contra US$ 0,80 pelo gás de xisto. O gás natural não representa solução definitiva para o problema do aquecimento global e da mudança do clima, está claro. Ele mesmo um combustível fóssil, também produz CO2 quando queimado –mas polui menos por unidade de energia. É encarado, por isso, como uma forma de transitar para a descarbonização do setor energético, nos EUA e no restante do mundo. Não no Brasil, cuja matriz elétrica ainda conta com mais de dois terços de uma fonte renovável –a hidrológica– na sua matriz elétrica. Até a China, país onde mais cresceu o consumo de carvão para gerar eletricidade, já planeja seu desembarque dessa fonte. Entre outras razões, porque a poluição do ar causa centenas de milhares de mortes precoces nos centros urbanos. China e EUA, os maiores poluidores do planeta, entraram na rota da descarbonização, ainda que lentamente. A primeira vítima será o carvão, mas também chegará o dia do petróleo e do gás natural. editoriais@uol.com.br
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'Multitela': Concorrente da Netflix, Looke libera 70 atrações da Globo
Foi interpretando o político Paulo Ventura, na série "O Brado Retumbante", de 2012, que Domingos Montagner —morto no intervalo de gravações de "Velho Chico" no último ano—, teve um de seus primeiros protagonistas na TV. A série faz parte de cerca de 70 atrações da Globo que estão disponíveis no serviço de streaming Looke, concorrente da Netflix. Quem não é assinante pode alugar ou comprar os programas. Também dá para assistir a clássicos como "Os Trapalhões" e "TV Pirata". Looke (looke.com.br/globo), 14 anos * VEJA TAMBÉM "Sharknado" E se furacões atingissem os oceanos e fizessem com que tubarões voassem e atacassem as pessoas? Essa é a premissa de "Sharknado", filme "trash" que viralizou nos EUA quando estreou. Space, 21h45, 16 anos * ENTREVISTA "The Tonight Show com Jimmy Fallon" Um dos principais nomes do cinema na década de 1990 e tendo seguido a carreira na televisão, a atriz Glenn Close é a entrevistada de Jimmy Fallon, no "late show" que vai ao ar no começo da quinta (2). GNT, 1h, Livre * SÉRIE "Além da Conta" Ingrid Guimarães leva a humorista Dani Calabresa para fazer compras no Brás, região conhecida de São Paulo pelos preços bastante atraentes. Espere muitas risadas enquanto elas escolhem o que querem levar para casa. GNT, 21h30, Livre
ilustrada
'Multitela': Concorrente da Netflix, Looke libera 70 atrações da GloboFoi interpretando o político Paulo Ventura, na série "O Brado Retumbante", de 2012, que Domingos Montagner —morto no intervalo de gravações de "Velho Chico" no último ano—, teve um de seus primeiros protagonistas na TV. A série faz parte de cerca de 70 atrações da Globo que estão disponíveis no serviço de streaming Looke, concorrente da Netflix. Quem não é assinante pode alugar ou comprar os programas. Também dá para assistir a clássicos como "Os Trapalhões" e "TV Pirata". Looke (looke.com.br/globo), 14 anos * VEJA TAMBÉM "Sharknado" E se furacões atingissem os oceanos e fizessem com que tubarões voassem e atacassem as pessoas? Essa é a premissa de "Sharknado", filme "trash" que viralizou nos EUA quando estreou. Space, 21h45, 16 anos * ENTREVISTA "The Tonight Show com Jimmy Fallon" Um dos principais nomes do cinema na década de 1990 e tendo seguido a carreira na televisão, a atriz Glenn Close é a entrevistada de Jimmy Fallon, no "late show" que vai ao ar no começo da quinta (2). GNT, 1h, Livre * SÉRIE "Além da Conta" Ingrid Guimarães leva a humorista Dani Calabresa para fazer compras no Brás, região conhecida de São Paulo pelos preços bastante atraentes. Espere muitas risadas enquanto elas escolhem o que querem levar para casa. GNT, 21h30, Livre
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Pesquisa do BCE aponta expectativas constantes de inflação no longo prazo
As projeções de inflação da zona do euro no longo prazo permanecem bem ancoradas perto da meta do BCE (Banco Central Europeu), mas o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) será mais fraco do que se pensava anteriormente, mostrou nesta sexta-feira (21) uma pesquisa do BCE com analistas. A inflação, agora em 0,4%, deve chegar a 1,8% em 2021, em linha com as projeções anteriores, mostrou a pesquisa com 47 especialistas. A inflação não atingiu a meta de quase 2% do BCE durante anos, com o desemprego alto limitando os salários, os elevados níveis de endividamento sufocando o investimento, a demanda por bens e serviços permanecendo fraca e os preços do petróleo em forte baixa pressionando os custos de insumos. Para 2016, no entanto, a inflação será menor do que se pensava anteriormente, com a pesquisa indicando uma leitura de 0,2%, abaixo do 0,3% previsto anteriormente, mostrou a pesquisa. As perspectivas de crescimento do PIB para 2018 e a longo prazo pioraram, com previsões de 1,5% para 2018 e de 1,6% para 2021, cada uma 0,1 ponto percentual a menos do que há três meses. Para este ano, as projeções para o crescimento do PIB têm melhorado, com a pesquisa prevendo expansão de 1,6%, acima da marca de 1,5% estimada há três meses. Esse número ainda é menor do que as previsões de 1,7% da equipe do BCE.
mercado
Pesquisa do BCE aponta expectativas constantes de inflação no longo prazoAs projeções de inflação da zona do euro no longo prazo permanecem bem ancoradas perto da meta do BCE (Banco Central Europeu), mas o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) será mais fraco do que se pensava anteriormente, mostrou nesta sexta-feira (21) uma pesquisa do BCE com analistas. A inflação, agora em 0,4%, deve chegar a 1,8% em 2021, em linha com as projeções anteriores, mostrou a pesquisa com 47 especialistas. A inflação não atingiu a meta de quase 2% do BCE durante anos, com o desemprego alto limitando os salários, os elevados níveis de endividamento sufocando o investimento, a demanda por bens e serviços permanecendo fraca e os preços do petróleo em forte baixa pressionando os custos de insumos. Para 2016, no entanto, a inflação será menor do que se pensava anteriormente, com a pesquisa indicando uma leitura de 0,2%, abaixo do 0,3% previsto anteriormente, mostrou a pesquisa. As perspectivas de crescimento do PIB para 2018 e a longo prazo pioraram, com previsões de 1,5% para 2018 e de 1,6% para 2021, cada uma 0,1 ponto percentual a menos do que há três meses. Para este ano, as projeções para o crescimento do PIB têm melhorado, com a pesquisa prevendo expansão de 1,6%, acima da marca de 1,5% estimada há três meses. Esse número ainda é menor do que as previsões de 1,7% da equipe do BCE.
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Presidência da Funasa está no centro da disputa por apoio do PTN
A presidência da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) é a moeda que governo e PMDB têm usado para tentar levar o apoio do nanico PTN (Partido Trabalhista Nacional), que possui 13 deputados e foi um dos que mais cresceu no troca-troca partidário na Câmara. O atual presidente da Fundação, Márcio Endles Vale, assumiu o posto interinamente na semana passada, após a saída de um aliado do vice-presidente, Michel Temer. Vale já havia sido indicado para o posto pelo PTN em 2015. A permanência no cargo de Vale, que já era diretor administrativo na Funasa, no entanto, não está garantida. Segundo a Folha apurou, o PMDB já teria oferecido ao PTN, em conversas com parlamentares do partido, a oficialização de Vale em troca de apoio no impeachment. Apesar de negar que o cargo esteja em disputa –e afirmar que sua nomeação foi uma "escolha técnica" do governo, o líder da sigla na Câmara, Aluísio Mendes (PTN-MA), reconheceu que o partido está sendo procurado pelo governo e por parlamentares pró-impeachment. Ele também nega que tenha recebido oferta de ministério. "O assédio do outro lado [oposição] é até mais contundente", diz Mendes. "Mas eu não tenho legitimidade hoje, como líder do partido, para oferecer qualquer tipo de posição, porque não temos uma maioria consolidada sobre uma posição." Dos 13 deputados do PTN, oito seriam contra o impeachment hoje, três favoráveis e dois ainda indecisos. Segundo o líder do partido na Câmara, a posição da sigla em relação ao impeachment deve ser fechada na próxima semana. "A maioria dos votos vai sinalizar a posição do partido", diz Mendes. "Estamos avaliando se os documentos [do impeachment] consolidam ou não o crime de responsabilidade da presidente, a pauta da Lava Jato, a legitimidade da posição do PMDB." Vale afirmou que os deputados que não concordarem com a posição que o partido fechará nos próximos dias "são independentes para votar de acordo com a sua consciência".
poder
Presidência da Funasa está no centro da disputa por apoio do PTNA presidência da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) é a moeda que governo e PMDB têm usado para tentar levar o apoio do nanico PTN (Partido Trabalhista Nacional), que possui 13 deputados e foi um dos que mais cresceu no troca-troca partidário na Câmara. O atual presidente da Fundação, Márcio Endles Vale, assumiu o posto interinamente na semana passada, após a saída de um aliado do vice-presidente, Michel Temer. Vale já havia sido indicado para o posto pelo PTN em 2015. A permanência no cargo de Vale, que já era diretor administrativo na Funasa, no entanto, não está garantida. Segundo a Folha apurou, o PMDB já teria oferecido ao PTN, em conversas com parlamentares do partido, a oficialização de Vale em troca de apoio no impeachment. Apesar de negar que o cargo esteja em disputa –e afirmar que sua nomeação foi uma "escolha técnica" do governo, o líder da sigla na Câmara, Aluísio Mendes (PTN-MA), reconheceu que o partido está sendo procurado pelo governo e por parlamentares pró-impeachment. Ele também nega que tenha recebido oferta de ministério. "O assédio do outro lado [oposição] é até mais contundente", diz Mendes. "Mas eu não tenho legitimidade hoje, como líder do partido, para oferecer qualquer tipo de posição, porque não temos uma maioria consolidada sobre uma posição." Dos 13 deputados do PTN, oito seriam contra o impeachment hoje, três favoráveis e dois ainda indecisos. Segundo o líder do partido na Câmara, a posição da sigla em relação ao impeachment deve ser fechada na próxima semana. "A maioria dos votos vai sinalizar a posição do partido", diz Mendes. "Estamos avaliando se os documentos [do impeachment] consolidam ou não o crime de responsabilidade da presidente, a pauta da Lava Jato, a legitimidade da posição do PMDB." Vale afirmou que os deputados que não concordarem com a posição que o partido fechará nos próximos dias "são independentes para votar de acordo com a sua consciência".
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Presidente turco acusa União Europeia de hipocrisia na crise de refugiados
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou nesta sexta-feira (18) a União Europeia de hipocrisia sobre a questão dos refugiados, em um duro discurso feito em cadeia nacional. "Num momento em que a Turquia abriga três milhões, aqueles que não conseguem achar espaço para alguns poucos refugiados e mantêm esses inocentes em condições vergonhosas no meio da Europa deveriam olhar para si mesmos", disse Erdogan. As declarações ocorrem justamente no dia em que líderes da UE e o premiê turco, Ahmet Davutoglu, se reúnem em Bruxelas para fechar um acordo com o objetivo de reduzir o fluxo de refugiados no continente europeu. A Turquia se compromete a recolher e a manter em seu território quem for pego fazendo a rota ilegal pelo mar Egeu, mas desde que o bloco europeu se comprometa a reassentar um refugiado sírio hoje na Turquia para cada um que for pego na travessia clandestina. As críticas de Erdogan se devem às cobranças feitas pela UE para que Ancara garanta condições dignas aos refugiados que forem recolhidos. O presidente turco, que em tese tem um cargo de chefe de Estado, mas na prática é quem dá as ordens no país, fez alusão em sua declaração aos cerca de 12 mil refugiados instalados precariamente no campo de Idomeni, na fronteira da Grécia com a Macedônia, onde aguardam que a passagem seja novamente liberada. 'CAMPO MINADO' Erdogan também acusou a UE de dar apoio ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), organização rebelde considerada ilegal pela Turquia e apontada como responsável por vários atentados no país –o mais recente, que deixou 37 mortos no último domingo (13), em Ancara, foi reivindicado por um grupo próximo ao PKK. "Apesar dessa clara realidade, países europeus não estão prestando atenção, como se estivessem dançando num campo minado". Ele usou essa metáfora para alertar para o risco de a Europa sofrer com os mesmos atentados ocorridos recentemente na Turquia. "Você nunca sabe ao certo quando vai pisar numa mina. Mas está claro que isso é inevitável." O presidente turco ficou especialmente irritado com o governo da Bélgica por não ter impedido que membros do PKK instalassem uma barraca em frente ao Conselho Europeu, em Bruxelas, durante a cúpula dos refugiados. "Sejam honestos. Isso significa render-se ao terror". Os líderes da União Europeia chegaram a um consenso na noite desta quinta-feira (17) sobre as propostas da Turquia para conter o fluxo de refugiados no continente. A posição do bloco será apresentada ao premiê turco, Ahmet Davutoglu, ao longo desta sexta-feira (18).
mundo
Presidente turco acusa União Europeia de hipocrisia na crise de refugiadosO presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou nesta sexta-feira (18) a União Europeia de hipocrisia sobre a questão dos refugiados, em um duro discurso feito em cadeia nacional. "Num momento em que a Turquia abriga três milhões, aqueles que não conseguem achar espaço para alguns poucos refugiados e mantêm esses inocentes em condições vergonhosas no meio da Europa deveriam olhar para si mesmos", disse Erdogan. As declarações ocorrem justamente no dia em que líderes da UE e o premiê turco, Ahmet Davutoglu, se reúnem em Bruxelas para fechar um acordo com o objetivo de reduzir o fluxo de refugiados no continente europeu. A Turquia se compromete a recolher e a manter em seu território quem for pego fazendo a rota ilegal pelo mar Egeu, mas desde que o bloco europeu se comprometa a reassentar um refugiado sírio hoje na Turquia para cada um que for pego na travessia clandestina. As críticas de Erdogan se devem às cobranças feitas pela UE para que Ancara garanta condições dignas aos refugiados que forem recolhidos. O presidente turco, que em tese tem um cargo de chefe de Estado, mas na prática é quem dá as ordens no país, fez alusão em sua declaração aos cerca de 12 mil refugiados instalados precariamente no campo de Idomeni, na fronteira da Grécia com a Macedônia, onde aguardam que a passagem seja novamente liberada. 'CAMPO MINADO' Erdogan também acusou a UE de dar apoio ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), organização rebelde considerada ilegal pela Turquia e apontada como responsável por vários atentados no país –o mais recente, que deixou 37 mortos no último domingo (13), em Ancara, foi reivindicado por um grupo próximo ao PKK. "Apesar dessa clara realidade, países europeus não estão prestando atenção, como se estivessem dançando num campo minado". Ele usou essa metáfora para alertar para o risco de a Europa sofrer com os mesmos atentados ocorridos recentemente na Turquia. "Você nunca sabe ao certo quando vai pisar numa mina. Mas está claro que isso é inevitável." O presidente turco ficou especialmente irritado com o governo da Bélgica por não ter impedido que membros do PKK instalassem uma barraca em frente ao Conselho Europeu, em Bruxelas, durante a cúpula dos refugiados. "Sejam honestos. Isso significa render-se ao terror". Os líderes da União Europeia chegaram a um consenso na noite desta quinta-feira (17) sobre as propostas da Turquia para conter o fluxo de refugiados no continente. A posição do bloco será apresentada ao premiê turco, Ahmet Davutoglu, ao longo desta sexta-feira (18).
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Doria aparece sem cinto de segurança ao gravar um vídeo dentro de carro
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), apareceu sem cinto de segurança ao gravar um vídeo dentro de um carro para anunciar o início de mais um dia de trabalho. A gravação ocorreu nesta segunda (20) antes de o tucano sair para encontrar o governador do Estado, Geraldo Alckmin, em uma agenda conjunta na Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania. De acordo com a prefeitura, Doria estava com o cinto de segurança, mas afastado do corpo para poder efetuar a gravação da mensagem. No vídeo (confira abaixo), o tucano está virado para o banco de trás falando com a câmera sem que o cinto de segurança apareça afivelado. "Olá pessoal, bom dia! Agora são 5h04. Estamos a caminho do trabalho e vocês vão saber por quê e onde estamos indo a esta hora na madrugada de segunda-feira." João Doria Logo em seguida, o motorista começa a movimentar o carro sem mostrar Doria afivelando o cinto. A infração para esse tipo de penalidade é grave, com multa de R$ 195,23. De acordo com o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), é obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações regulamentadas pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). OUTROS CASOS Em 2013, uma propaganda do PSDB exibia uma grave infração de trânsito de uma van que, pela edição de imagens, aparentava transportar o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG). Aos 4min44s, a van ultrapassa um caminhão, em faixa contínua, na contramão. Na ocasião, a produtora Narrativa, responsável pela filmagem, pediu desculpas e esclareceu que Aécio Neves não estava na van no momento da ultrapassagem. Veja vídeo No mesmo ano, a então presidente Dilma Rousseff foi fotografada dentro de um carro segurando o neto de três anos no colo, no banco de trás do veículo em Porto Alegre (RS). As normas brasileiras de trânsito determinam que crianças de 1 a 4 anos devem usar obrigatoriamente a cadeirinha. A desobediência à norma é considerada infração gravíssima pelo CTB. Logo depois, Dilma pediu desculpas em sua conta no Twitter.
cotidiano
Doria aparece sem cinto de segurança ao gravar um vídeo dentro de carroO prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), apareceu sem cinto de segurança ao gravar um vídeo dentro de um carro para anunciar o início de mais um dia de trabalho. A gravação ocorreu nesta segunda (20) antes de o tucano sair para encontrar o governador do Estado, Geraldo Alckmin, em uma agenda conjunta na Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania. De acordo com a prefeitura, Doria estava com o cinto de segurança, mas afastado do corpo para poder efetuar a gravação da mensagem. No vídeo (confira abaixo), o tucano está virado para o banco de trás falando com a câmera sem que o cinto de segurança apareça afivelado. "Olá pessoal, bom dia! Agora são 5h04. Estamos a caminho do trabalho e vocês vão saber por quê e onde estamos indo a esta hora na madrugada de segunda-feira." João Doria Logo em seguida, o motorista começa a movimentar o carro sem mostrar Doria afivelando o cinto. A infração para esse tipo de penalidade é grave, com multa de R$ 195,23. De acordo com o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), é obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações regulamentadas pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). OUTROS CASOS Em 2013, uma propaganda do PSDB exibia uma grave infração de trânsito de uma van que, pela edição de imagens, aparentava transportar o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG). Aos 4min44s, a van ultrapassa um caminhão, em faixa contínua, na contramão. Na ocasião, a produtora Narrativa, responsável pela filmagem, pediu desculpas e esclareceu que Aécio Neves não estava na van no momento da ultrapassagem. Veja vídeo No mesmo ano, a então presidente Dilma Rousseff foi fotografada dentro de um carro segurando o neto de três anos no colo, no banco de trás do veículo em Porto Alegre (RS). As normas brasileiras de trânsito determinam que crianças de 1 a 4 anos devem usar obrigatoriamente a cadeirinha. A desobediência à norma é considerada infração gravíssima pelo CTB. Logo depois, Dilma pediu desculpas em sua conta no Twitter.
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Ainda sob risco no Corinthians, Andrade cede poder a aliados
As ameaças de impeachment fizeram o presidente Roberto de Andrade prometer mudar seu estilo de administrar o Corinthians. As juras foram suficientes para fazê-lo escapar do afastamento na reunião do conselho deliberativo na última segunda (20). Nova votação, que deve acontecer em abril, ainda é uma ameaça à sua presidência. É quando será discutida a aprovação ou não do balanço financeiro do ano passado e a previsão orçamentária para 2017. "Se ele perder na aprovação do balanço, está fora", disse Herói Vicente, conselheiro de oposição. Andrade era acusado de assinar contratos referentes ao Itaquerão antes de ser assumir o cargo de presidente. Ele venceu na segunda porque adotou discurso humilde. Em conversas com aliados antes da reunião do conselho deliberativo na segunda (20), prometeu ouvir mais. "Eu sou vice e não tenho qualquer participação na administração. Já me coloquei à disposição do Roberto várias vezes, mas fui ignorado", afirmou Jorge Kalil, o segundo vice-presidente. Para conseguir os votos no conselho, ele se comprometeu a preencher todos os cargos no clube que estão vagos e deixar os diretores trabalharem com maior liberdade. Ouviu queixas, sem contestar, sobre a escolha de Flavio Adauto, no ano passado, para a diretoria de futebol. Roberto de Andrade prometeu delegar mais poderes. Nos meses anteriores à votação, ele se recusou a receber ex-dirigentes do clube e conselheiros aliados em sua sala no Parque São Jorge. Nas últimas semanas, o cenário se inverteu. Ele procurou as mesmas pessoas para pedir apoio e ouvir as demandas. Correligionários que ajudaram a elegê-lo há dois anos reclamaram que o presidente não confia em ninguém. Ele disse que mudaria. Deu sinal disso na entrevista que concedeu minutos após o conselho rejeitar a admissibilidade do mérito do pedido de impeachment. "Tenho satisfação em ouvir quem quer o bem do clube. Sozinho, ninguém conquista nada. Qualquer ajuda que será bem-vinda a partir de agora", afirmou. De todos os pedidos que ouviu, não disse não a nenhum para garantir que, pelo menos por enquanto, o impeachment fosse derrotado. Os próximos dois meses serão, para os fiadores do acordo que manteve Roberto de Andrade, um termômetro da disposição do presidente em cumprir o combinado. Embora tenham se manifestado publicamente contra o impeachment, líderes da "Renovação e Transparência", que administra o Corinthians desde 2007, não vão longe na defesa de Andrade. Na saída da reunião de segunda-feira, o ex-presidente Andrés Sanchez foi cobrado por torcedores sobre os problemas do clube. "Vai no 5º andar reclamar. Não sou presidente há cinco anos (sic)", disse Sanchez, que deixou o cargo em 2011. É no 5º andar do Parque São Jorge que fica o escritório da presidência. Cem anos do Derbi
esporte
Ainda sob risco no Corinthians, Andrade cede poder a aliadosAs ameaças de impeachment fizeram o presidente Roberto de Andrade prometer mudar seu estilo de administrar o Corinthians. As juras foram suficientes para fazê-lo escapar do afastamento na reunião do conselho deliberativo na última segunda (20). Nova votação, que deve acontecer em abril, ainda é uma ameaça à sua presidência. É quando será discutida a aprovação ou não do balanço financeiro do ano passado e a previsão orçamentária para 2017. "Se ele perder na aprovação do balanço, está fora", disse Herói Vicente, conselheiro de oposição. Andrade era acusado de assinar contratos referentes ao Itaquerão antes de ser assumir o cargo de presidente. Ele venceu na segunda porque adotou discurso humilde. Em conversas com aliados antes da reunião do conselho deliberativo na segunda (20), prometeu ouvir mais. "Eu sou vice e não tenho qualquer participação na administração. Já me coloquei à disposição do Roberto várias vezes, mas fui ignorado", afirmou Jorge Kalil, o segundo vice-presidente. Para conseguir os votos no conselho, ele se comprometeu a preencher todos os cargos no clube que estão vagos e deixar os diretores trabalharem com maior liberdade. Ouviu queixas, sem contestar, sobre a escolha de Flavio Adauto, no ano passado, para a diretoria de futebol. Roberto de Andrade prometeu delegar mais poderes. Nos meses anteriores à votação, ele se recusou a receber ex-dirigentes do clube e conselheiros aliados em sua sala no Parque São Jorge. Nas últimas semanas, o cenário se inverteu. Ele procurou as mesmas pessoas para pedir apoio e ouvir as demandas. Correligionários que ajudaram a elegê-lo há dois anos reclamaram que o presidente não confia em ninguém. Ele disse que mudaria. Deu sinal disso na entrevista que concedeu minutos após o conselho rejeitar a admissibilidade do mérito do pedido de impeachment. "Tenho satisfação em ouvir quem quer o bem do clube. Sozinho, ninguém conquista nada. Qualquer ajuda que será bem-vinda a partir de agora", afirmou. De todos os pedidos que ouviu, não disse não a nenhum para garantir que, pelo menos por enquanto, o impeachment fosse derrotado. Os próximos dois meses serão, para os fiadores do acordo que manteve Roberto de Andrade, um termômetro da disposição do presidente em cumprir o combinado. Embora tenham se manifestado publicamente contra o impeachment, líderes da "Renovação e Transparência", que administra o Corinthians desde 2007, não vão longe na defesa de Andrade. Na saída da reunião de segunda-feira, o ex-presidente Andrés Sanchez foi cobrado por torcedores sobre os problemas do clube. "Vai no 5º andar reclamar. Não sou presidente há cinco anos (sic)", disse Sanchez, que deixou o cargo em 2011. É no 5º andar do Parque São Jorge que fica o escritório da presidência. Cem anos do Derbi
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Editorial: Remendos e derramas
O governo divulgou na sexta-feira (24) o Orçamento real para 2015, números mais próximos da realidade do que a fantasia de costume aprovada pelo Congresso. Embora mais realistas, as estimativas da equipe econômica evidenciam esperanças que, no momento, parecem excessivas quanto à arrecadação de impostos. Além disso, ainda que a intenção manifesta de conter R$ 69,9 bilhões em despesas seja de um arrojo inédito ao menos neste século, o corte de gastos deve ocorrer, e nisso não há novidade, sobretudo nos investimentos públicos –redução de cerca de 30% do valor desembolsado em 2014, a julgar pelos números anunciados. Mais do que mau hábito, a contenção emergencial desse item crucial ressalta um problema antigo da administração pública brasileira. O gasto federal cresce há décadas em ritmo superior ao da produção de recursos para financiá-lo. Como se não bastasse, muita despesa é obrigatória e cresce à revelia do governo, de modo vegetativo. Apesar de ainda não terem sido apresentados detalhes da nova programação financeira, o governo parece esperar um crescimento real da receita da ordem de 5%. Nos primeiros quatro meses do ano, a arrecadação caiu 2,7%. A baixa prevista da despesa está, grosso modo, em linha com o realizado pelo governo nos primeiros meses do ano. No entanto, tais projeções lançam alguma dúvida sobre a capacidade do Executivo de poupar o que promete. Ainda é desconhecida a reação da receita de impostos à recessão que se aprofunda. Não se conhece o efeito real da alta de tributos e do endurecimento da concessão de benefícios sociais, até porque algumas dessas medidas estão em tramitação no Congresso. Se o corte improvisado de gastos decorre de problemas crônicos do Estado e da irresponsabilidade do primeiro governo Dilma Rousseff (PT), a correção de rumos não tem contado com a ajuda do Legislativo. Não se pode nem se deve esperar do Congresso a mera chancela de atos do Executivo. Mas os parlamentares têm votado com descaso pela oportunidade de formular alternativas sérias ao plano do governo e com desprezo pela ideia de promover reorganização duradoura do padrão de gasto público. Caso o ajuste proposto seja levado a cabo e caso o Congresso não solape tal esforço, o programa econômico deve ao menos estabilizar a atual situação crítica. Feito isso, é imperativo que governo e Congresso trabalhem em planos de cortes perenes de despesas, de aumento da eficiência da máquina pública e de limitação do endividamento. O país está cansado de remendos e derramas.
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Editorial: Remendos e derramasO governo divulgou na sexta-feira (24) o Orçamento real para 2015, números mais próximos da realidade do que a fantasia de costume aprovada pelo Congresso. Embora mais realistas, as estimativas da equipe econômica evidenciam esperanças que, no momento, parecem excessivas quanto à arrecadação de impostos. Além disso, ainda que a intenção manifesta de conter R$ 69,9 bilhões em despesas seja de um arrojo inédito ao menos neste século, o corte de gastos deve ocorrer, e nisso não há novidade, sobretudo nos investimentos públicos –redução de cerca de 30% do valor desembolsado em 2014, a julgar pelos números anunciados. Mais do que mau hábito, a contenção emergencial desse item crucial ressalta um problema antigo da administração pública brasileira. O gasto federal cresce há décadas em ritmo superior ao da produção de recursos para financiá-lo. Como se não bastasse, muita despesa é obrigatória e cresce à revelia do governo, de modo vegetativo. Apesar de ainda não terem sido apresentados detalhes da nova programação financeira, o governo parece esperar um crescimento real da receita da ordem de 5%. Nos primeiros quatro meses do ano, a arrecadação caiu 2,7%. A baixa prevista da despesa está, grosso modo, em linha com o realizado pelo governo nos primeiros meses do ano. No entanto, tais projeções lançam alguma dúvida sobre a capacidade do Executivo de poupar o que promete. Ainda é desconhecida a reação da receita de impostos à recessão que se aprofunda. Não se conhece o efeito real da alta de tributos e do endurecimento da concessão de benefícios sociais, até porque algumas dessas medidas estão em tramitação no Congresso. Se o corte improvisado de gastos decorre de problemas crônicos do Estado e da irresponsabilidade do primeiro governo Dilma Rousseff (PT), a correção de rumos não tem contado com a ajuda do Legislativo. Não se pode nem se deve esperar do Congresso a mera chancela de atos do Executivo. Mas os parlamentares têm votado com descaso pela oportunidade de formular alternativas sérias ao plano do governo e com desprezo pela ideia de promover reorganização duradoura do padrão de gasto público. Caso o ajuste proposto seja levado a cabo e caso o Congresso não solape tal esforço, o programa econômico deve ao menos estabilizar a atual situação crítica. Feito isso, é imperativo que governo e Congresso trabalhem em planos de cortes perenes de despesas, de aumento da eficiência da máquina pública e de limitação do endividamento. O país está cansado de remendos e derramas.
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