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Volkswagen anuncia recall de modelos importados por problema no airbag
A Volkswagen do Brasil iniciou nesta quarta-feira (17) o recall de oito modelos importados por problema no espiral de contato do airbag. A ação envolve 54.179 unidades dos veículos Jetta, Jetta Variant, Tiguan, Passat, Passat Variant, Passat CC, CC e Eos (veja abaixo ano-modelo e chassis não sequenciais). Os veículos têm data de fabricação de 26 de maio de 2009 até 14 de fevereiro de 2014. Em nota, a empresa afirma que foi constatada a possibilidade de rompimento do cabo da espiral de contato do airbag frontal do motorista, devido à eventual entrada de impurezas, como longos fios de cabelo e de tecidos. "Esse cabo mantém o airbag funcional enquanto o volante de direção está sendo esterçado [movido à esquerda e à direita] e, no caso de rompimento desse componente, ocorrerá a perda da conexão elétrica e a luz de advertência do airbag acenderá no painel do veículo. A eventual perda de conexão elétrica do airbag impedirá sua deflagração em caso de colisão, com risco de danos físicos ao motorista", explica a Volks em nota. Os veículos envolvidos devem contatar uma concessionária Volkswagen para agendamento da inspeção e instalação de um componente adicional. De acordo com a empresa, o serviço é gratuito e deve demorar aproximadamente 30 minutos. Em nota, a empresa afirma ainda que está enviando cartas aos proprietários dos veículos envolvidos no recall. Mais informações podem ser obtidas pela central de relacionamento da Volks pelo telefone 0800-019-8866, ou pelo site da empresa. Recall - Confira se o seu veículo está entre os convocados
mercado
Volkswagen anuncia recall de modelos importados por problema no airbagA Volkswagen do Brasil iniciou nesta quarta-feira (17) o recall de oito modelos importados por problema no espiral de contato do airbag. A ação envolve 54.179 unidades dos veículos Jetta, Jetta Variant, Tiguan, Passat, Passat Variant, Passat CC, CC e Eos (veja abaixo ano-modelo e chassis não sequenciais). Os veículos têm data de fabricação de 26 de maio de 2009 até 14 de fevereiro de 2014. Em nota, a empresa afirma que foi constatada a possibilidade de rompimento do cabo da espiral de contato do airbag frontal do motorista, devido à eventual entrada de impurezas, como longos fios de cabelo e de tecidos. "Esse cabo mantém o airbag funcional enquanto o volante de direção está sendo esterçado [movido à esquerda e à direita] e, no caso de rompimento desse componente, ocorrerá a perda da conexão elétrica e a luz de advertência do airbag acenderá no painel do veículo. A eventual perda de conexão elétrica do airbag impedirá sua deflagração em caso de colisão, com risco de danos físicos ao motorista", explica a Volks em nota. Os veículos envolvidos devem contatar uma concessionária Volkswagen para agendamento da inspeção e instalação de um componente adicional. De acordo com a empresa, o serviço é gratuito e deve demorar aproximadamente 30 minutos. Em nota, a empresa afirma ainda que está enviando cartas aos proprietários dos veículos envolvidos no recall. Mais informações podem ser obtidas pela central de relacionamento da Volks pelo telefone 0800-019-8866, ou pelo site da empresa. Recall - Confira se o seu veículo está entre os convocados
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Anvisa suspende propaganda de suplemento com fosfoetanolamina
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu nesta terça-feira (21) propagandas de dois suplementos feitos à base de fosfoetanolamina, conhecida como "pílula do câncer", por alegarem propriedades terapêuticas e funcionais não comprovadas –o que é proibido no Brasil. A medida atinge os produtos "Phospho 2-AEP imune system", da marca New Life, e "Phospho Ethanolamine", da marca Quality Medical Line, que é produzida pelo laboratório Federico Diaz. Ambos os produtos vinham sendo anunciados como suplementos alimentares por meio de propagandas nas páginas das duas marcas no Facebook. A Anvisa, porém, afirma que é proibida a divulgação de propriedades terapêuticas para estes produtos -o que dava a entender parte dos anúncios. "Ou seja, seu fabricante não pode alegar que cura uma determinada doença no seu rótulo, na sua caixa ou na sua propaganda", explica a agência, em nota. Ainda de acordo com a Anvisa, "propagandas nas redes sociais que induzam o consumidor a crer que a fosfoetanolamina, como suplemento, combata o câncer –ou qualquer outra doença– e atribuam propriedades funcionais e/ou de saúde são irregulares". Nova pílula do câncer SUPLEMENTO A decisão, publicada no Diário Oficial da União, abre um novo capítulo no debate em relação ao uso e oferta no Brasil da fosfoetanolamina, substância ainda em fase de testes. No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu a distribuição da droga no país. Desde o início deste mês, no entanto, o produto "Phospho Ethanolamine"vem sendo anunciado no Brasil como suplemento alimentar por dois cientistas que pesquisavam a substância na USP e que, nos últimos meses, se separaram desse grupo inicial de investigação. A ideia, assim, era lançá-lo não mais como um possível remédio, mas como suplemento alimentar –uma forma de acelerar o acesso à substância no país. Segundo os pesquisadores,o produto será fabricado nos Estados Unidos sob a supervisão do laboratório Federico Diaz e poderá ser importado a partir de março, de forma individual. Em geral, a importação de suplementos e remédios para uso individual não precisa da aprovação da Anvisa, desde que a quantidade não seja característica para venda. Se o suplemento for importado para ser vendido no Brasil, no entanto, é preciso o registro do produto, o que requer testes que comprovem suas propriedades. Já no caso das propagandas, a regra prevê que "qualquer informação ou propriedade funcional ou de saúde de um alimento veiculada, por qualquer meio de comunicação, não poderá ser diferente em seu significado daquela aprovada para constar em sua rotulagem". Segundo a Anvisa, as regras dos Estados Unidos também proíbem que suplementos alimentares tragam alegações terapêuticas. Inicialmente, nem a embalagem nem os cientistas responsáveis pelo suplemento citam diretamente benefícios para pacientes com câncer. A página do suplemento no Facebook, no entanto, chegou o anunciar o produto ao lado da foto de uma mulher careca com a frase "Não desista!". Questionada, a Anvisa não informou, porém, quantas e quais propagandas foram suspensas. Nesta terça, após a suspensão, a maior parte das imagens já haviam sido retiradas. Na última semana, um dos cientistas, Marcos Almeida, afirmou à Folha não tinha visto a foto da mulher careca e que a achava de mau gosto. "Foi um erro de marketing", afirmou. A Folha procurou representantes da marca Quality Medical Line comentar a suspensão das propagandas, mas não obteve resposta até o momento. Já a advogada Danielle Bordinhon, que defende no Brasil a New Life Health Company, afirma que a empresa está adequando as divulgações dos produtos em seus sites e redes sociais e irá cumprir todas as determinações das regras brasileiras. Ela afirma ainda que a composição do produto vendido pela empresa é diferente da fosfoetanolamina atualmente em fase de testes no Brasil, tendo uma quantidade menor da substância, informa. Segundo a Anvisa, a decisão ocorre como medida "acauteladora", o que indica que não há aplicação de possíveis penalidades imediatas. Os responsáveis terão o prazo de 60 dias para dar explicações e recorrer da suspensão. - Alegação Terapêutica Rota Alternativa - Década de 1990 A substância é sintetizada pelo pesquisador Gilberto Chierice e começa a ser distribuída para pacientes 10.jun.2014 Após a aposentadoria de Chierice, o Instituto de Química de São Carlos da USP publica portaria que impede a produção e distribuição de qualquer droga sem registro (caso da fosfo) out.2015 O Tribunal de Justiça de São Paulo barra liminares que pediam acesso à droga, mas volta atrás depois que o STF determina a entrega a paciente com câncer no RJ 13.out.2015 USP diz não ter condições de produzir a substância em larga escala, mas que tentará cumprir os mandados judiciais 8.mar.2016 Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que autoriza comercialização e uso da droga; o projeto seguiu para o Senado 22.mar.2016 Projeto de lei é também aprovado pelo Senado Federal 14.abr.2016 Dilma sanciona a lei, contrariando recomendação da Anvisa 19.mai.2016 STF vota liminar para derrubar a lei que permitia a fosfo
equilibrioesaude
Anvisa suspende propaganda de suplemento com fosfoetanolaminaA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu nesta terça-feira (21) propagandas de dois suplementos feitos à base de fosfoetanolamina, conhecida como "pílula do câncer", por alegarem propriedades terapêuticas e funcionais não comprovadas –o que é proibido no Brasil. A medida atinge os produtos "Phospho 2-AEP imune system", da marca New Life, e "Phospho Ethanolamine", da marca Quality Medical Line, que é produzida pelo laboratório Federico Diaz. Ambos os produtos vinham sendo anunciados como suplementos alimentares por meio de propagandas nas páginas das duas marcas no Facebook. A Anvisa, porém, afirma que é proibida a divulgação de propriedades terapêuticas para estes produtos -o que dava a entender parte dos anúncios. "Ou seja, seu fabricante não pode alegar que cura uma determinada doença no seu rótulo, na sua caixa ou na sua propaganda", explica a agência, em nota. Ainda de acordo com a Anvisa, "propagandas nas redes sociais que induzam o consumidor a crer que a fosfoetanolamina, como suplemento, combata o câncer –ou qualquer outra doença– e atribuam propriedades funcionais e/ou de saúde são irregulares". Nova pílula do câncer SUPLEMENTO A decisão, publicada no Diário Oficial da União, abre um novo capítulo no debate em relação ao uso e oferta no Brasil da fosfoetanolamina, substância ainda em fase de testes. No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu a distribuição da droga no país. Desde o início deste mês, no entanto, o produto "Phospho Ethanolamine"vem sendo anunciado no Brasil como suplemento alimentar por dois cientistas que pesquisavam a substância na USP e que, nos últimos meses, se separaram desse grupo inicial de investigação. A ideia, assim, era lançá-lo não mais como um possível remédio, mas como suplemento alimentar –uma forma de acelerar o acesso à substância no país. Segundo os pesquisadores,o produto será fabricado nos Estados Unidos sob a supervisão do laboratório Federico Diaz e poderá ser importado a partir de março, de forma individual. Em geral, a importação de suplementos e remédios para uso individual não precisa da aprovação da Anvisa, desde que a quantidade não seja característica para venda. Se o suplemento for importado para ser vendido no Brasil, no entanto, é preciso o registro do produto, o que requer testes que comprovem suas propriedades. Já no caso das propagandas, a regra prevê que "qualquer informação ou propriedade funcional ou de saúde de um alimento veiculada, por qualquer meio de comunicação, não poderá ser diferente em seu significado daquela aprovada para constar em sua rotulagem". Segundo a Anvisa, as regras dos Estados Unidos também proíbem que suplementos alimentares tragam alegações terapêuticas. Inicialmente, nem a embalagem nem os cientistas responsáveis pelo suplemento citam diretamente benefícios para pacientes com câncer. A página do suplemento no Facebook, no entanto, chegou o anunciar o produto ao lado da foto de uma mulher careca com a frase "Não desista!". Questionada, a Anvisa não informou, porém, quantas e quais propagandas foram suspensas. Nesta terça, após a suspensão, a maior parte das imagens já haviam sido retiradas. Na última semana, um dos cientistas, Marcos Almeida, afirmou à Folha não tinha visto a foto da mulher careca e que a achava de mau gosto. "Foi um erro de marketing", afirmou. A Folha procurou representantes da marca Quality Medical Line comentar a suspensão das propagandas, mas não obteve resposta até o momento. Já a advogada Danielle Bordinhon, que defende no Brasil a New Life Health Company, afirma que a empresa está adequando as divulgações dos produtos em seus sites e redes sociais e irá cumprir todas as determinações das regras brasileiras. Ela afirma ainda que a composição do produto vendido pela empresa é diferente da fosfoetanolamina atualmente em fase de testes no Brasil, tendo uma quantidade menor da substância, informa. Segundo a Anvisa, a decisão ocorre como medida "acauteladora", o que indica que não há aplicação de possíveis penalidades imediatas. Os responsáveis terão o prazo de 60 dias para dar explicações e recorrer da suspensão. - Alegação Terapêutica Rota Alternativa - Década de 1990 A substância é sintetizada pelo pesquisador Gilberto Chierice e começa a ser distribuída para pacientes 10.jun.2014 Após a aposentadoria de Chierice, o Instituto de Química de São Carlos da USP publica portaria que impede a produção e distribuição de qualquer droga sem registro (caso da fosfo) out.2015 O Tribunal de Justiça de São Paulo barra liminares que pediam acesso à droga, mas volta atrás depois que o STF determina a entrega a paciente com câncer no RJ 13.out.2015 USP diz não ter condições de produzir a substância em larga escala, mas que tentará cumprir os mandados judiciais 8.mar.2016 Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que autoriza comercialização e uso da droga; o projeto seguiu para o Senado 22.mar.2016 Projeto de lei é também aprovado pelo Senado Federal 14.abr.2016 Dilma sanciona a lei, contrariando recomendação da Anvisa 19.mai.2016 STF vota liminar para derrubar a lei que permitia a fosfo
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Plataforma permite comparar uso do solo e infraestrutura de cidades
À medida que as cidades crescem e se tornam mais densas –a população urbana no mundo deve aumentar mais de 40% nos próximos 30 anos–, aumentam a diversidade de problemas e sua complexidade. A busca para a solução desses problemas envolve estudiosos e pesquisadores, que procuram entender os fenômenos urbano-sociais, os mecanismos de crescimento das cidades, os efeitos colaterais oriundos desse processo, e a forma de contornar eventuais impasses e distorções. Nesse contexto surge o urbanismo comparado, cujo objetivo é através da confrontação de informações e dados, desenvolver o entendimento do que é válido para todas as cidades, ou para determinada cidade, em determinadas situações. Não é surpresa para ninguém que cada lugar tem características especificas e únicas sobre vários aspectos, mas o que chama a atenção é que diversos lugares espacialmente separados entre si podem ter características muito similares em varias situações. O urbanismo comparado consiste, portanto, no estudo e sistematização de metodologias que possam avaliar as similaridades e diferenças entre cidades e processos urbanos, para que essas informações possam ser utilizadas como ferramenta para o auxilio na evolução do planejamento das cidades. As cidades sofrem processos de urbanização bastante diferentes em várias partes do mundo, que operam para produzir uma grande variedade de formas de desenvolvimento espacial e social. Uma perspectiva comparativa é essencial para o entendimento desses processos, e para a assimilação dessas experiências em benefício da evolução dos conceitos de planejamento urbano. A avaliação criteriosa dos diferentes indutores da rearticulação e reconfiguração espacial das áreas urbanas, das plataformas de competitividade econômica e estruturas de gestão, das novas formas de incentivo e parcerias público-privadas, entre tantos outros aspectos característicos da vida urbana, pode ser uma ferramenta importante para a reorganização do pensamento sobre a estruturação das cidades. Contudo essa comparação se torna difícil, uma vez que as cidades não coletam as informações da mesma maneira, não as georreferenciam da mesma forma, e utilizam mapas com escalas diferentes. Não existem também modelos adequados para comparar de forma ponderada informações como renda, custo de vida, distribuição de água, matriz energética, mobilidade, etc. Esse problema, entretanto, parece estar próximo de uma solução. Richard Saul Wurman, criador do TED, uniu-se com a Esri (Environmental Systems Research Institute), empresa que detém uma das mais poderosas plataformas de mapeamento georreferenciado e tecnologia para análise de dados, para desenvolver o Urban Observatory. Com o Observatório Urbano, será possível cotejar dados das cidades em inúmeros aspectos, como demografia, uso do solo, infraestrutura e transportes, numa plataforma que procura prover o entendimento das questões através da comparação. Com as informações georreferenciados em mapas de mesma escala, a cartografia comparada tornará possível compreender mecanismos de desenvolvimento, falhas, sucessos e oportunidades no planejamento urbano, estabelecendo uma linguagem comum para as cidades compartilharem e aprenderem umas com as outras. Os benefícios do Observatório Urbano poderão ser usufruídos pelos governos e pela iniciativa privada. A análise comparativa das informações mapeadas será, dentre muitas outras possibilidades, importante para ajudar na estruturação e planejamento de novas comunidades, corrigir problemas existentes, atrair capital, e avaliar a expansão de negócios. Enfim, uma grande ideia, que pode ser de extrema utilidade para a evolução do planejamento urbano.
colunas
Plataforma permite comparar uso do solo e infraestrutura de cidadesÀ medida que as cidades crescem e se tornam mais densas –a população urbana no mundo deve aumentar mais de 40% nos próximos 30 anos–, aumentam a diversidade de problemas e sua complexidade. A busca para a solução desses problemas envolve estudiosos e pesquisadores, que procuram entender os fenômenos urbano-sociais, os mecanismos de crescimento das cidades, os efeitos colaterais oriundos desse processo, e a forma de contornar eventuais impasses e distorções. Nesse contexto surge o urbanismo comparado, cujo objetivo é através da confrontação de informações e dados, desenvolver o entendimento do que é válido para todas as cidades, ou para determinada cidade, em determinadas situações. Não é surpresa para ninguém que cada lugar tem características especificas e únicas sobre vários aspectos, mas o que chama a atenção é que diversos lugares espacialmente separados entre si podem ter características muito similares em varias situações. O urbanismo comparado consiste, portanto, no estudo e sistematização de metodologias que possam avaliar as similaridades e diferenças entre cidades e processos urbanos, para que essas informações possam ser utilizadas como ferramenta para o auxilio na evolução do planejamento das cidades. As cidades sofrem processos de urbanização bastante diferentes em várias partes do mundo, que operam para produzir uma grande variedade de formas de desenvolvimento espacial e social. Uma perspectiva comparativa é essencial para o entendimento desses processos, e para a assimilação dessas experiências em benefício da evolução dos conceitos de planejamento urbano. A avaliação criteriosa dos diferentes indutores da rearticulação e reconfiguração espacial das áreas urbanas, das plataformas de competitividade econômica e estruturas de gestão, das novas formas de incentivo e parcerias público-privadas, entre tantos outros aspectos característicos da vida urbana, pode ser uma ferramenta importante para a reorganização do pensamento sobre a estruturação das cidades. Contudo essa comparação se torna difícil, uma vez que as cidades não coletam as informações da mesma maneira, não as georreferenciam da mesma forma, e utilizam mapas com escalas diferentes. Não existem também modelos adequados para comparar de forma ponderada informações como renda, custo de vida, distribuição de água, matriz energética, mobilidade, etc. Esse problema, entretanto, parece estar próximo de uma solução. Richard Saul Wurman, criador do TED, uniu-se com a Esri (Environmental Systems Research Institute), empresa que detém uma das mais poderosas plataformas de mapeamento georreferenciado e tecnologia para análise de dados, para desenvolver o Urban Observatory. Com o Observatório Urbano, será possível cotejar dados das cidades em inúmeros aspectos, como demografia, uso do solo, infraestrutura e transportes, numa plataforma que procura prover o entendimento das questões através da comparação. Com as informações georreferenciados em mapas de mesma escala, a cartografia comparada tornará possível compreender mecanismos de desenvolvimento, falhas, sucessos e oportunidades no planejamento urbano, estabelecendo uma linguagem comum para as cidades compartilharem e aprenderem umas com as outras. Os benefícios do Observatório Urbano poderão ser usufruídos pelos governos e pela iniciativa privada. A análise comparativa das informações mapeadas será, dentre muitas outras possibilidades, importante para ajudar na estruturação e planejamento de novas comunidades, corrigir problemas existentes, atrair capital, e avaliar a expansão de negócios. Enfim, uma grande ideia, que pode ser de extrema utilidade para a evolução do planejamento urbano.
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Unicamp divulga as notas da 1ª fase do vestibular 2015
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) divulgou nesta terça-feira (6) as notas da primeira fase do vestibular 2015. Para saber o desempenho, os candidatos precisam acessar o site da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) e digitar seu número de inscrição e senha. Este ano, 70.947 candidatos fizeram a prova da primeira fase, realizada no dia 23 de novembro passado. Confira a lista de aprovados | Locais de prova da 2ª fase Veja a nota de corte e a relação candidato/vaga Ao todo, 15.444 candidatos foram aprovados para a segunda etapa, que acontece entre os dias 11 e 13 de janeiro, das 13h às 17h. Eles concorrem a 3.320 vagas em 70 cursos de graduação da instituição. Todos os candidatos aprovados devem fazer todas as provas da segunda fase, independentemente do curso escolhido. Cada uma das provas é composta por seis questões discursivas. Além disso, os candidatos deverão escrever uma redação. No primeiro dia, os candidatos terão de fazer a redação, formada por duas propostas de textos, além do prova de língua portuguesa e de literatura. No segundo dia, os estudantes farão as provas de matemática, história e geografia, enquanto que o último dia é reservado para as provas de física, química e biologia. As provas de habilidades específicas para os cursos de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança, serão realizadas entre 19 e 22 de janeiro de 2015, em Campinas (a 93 km de São Paulo). As provas serão aplicadas em Bauru, Brasília, Campinas, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba. A Comvest ressalta que os candidatos devem ficar atentos aos locais das provas, já que eles não serão necessariamente os mesmos onde o candidato realizou a primeira fase. A comissão informa ainda que, em alguns casos, os estudantes também terão alteração na cidade em que fizeram a prova da primeira fase: quem fez em Sumaré fará em Campinas; quem fez em São Bernardo do Campo fará em Santo André, na Grande São Paulo; e quem fez em São João da Boa Vista fará em Mogi Guaçu. A primeira chamada será divulgada dia 2 de fevereiro. Os convocados deverão efetivar a matrícula não presencial nos dia 3 ou 4 de fevereiro, exclusivamente no site da Comvest, em formulário específico. PRIMEIRA FASE No dia 23 de novembro, os candidatos realizaram a primeira fase do vestibular, que registrou abstenção de 8% – maior índice nos últimos três anos. Dos 77.128 candidatos esperados, 6.199 não fizeram a prova que foi realizada em 20 cidades do Estado, além de Brasília. Os três maiores índices de abstenção ocorreram em Brasília (27,7%), Presidente Prudente (13,01%) e Santos (9,25%). A prova da primeira fase foi composta por 90 questões de múltipla escolha, distribuídas da seguinte maneira: 14 questões de língua portuguesa e literaturas, 14 de matemática, 9 de história, 9 de geografia, 1 de filosofia, 1 de sociologia, 10 de física, 10 de química, 10 de biologia, 8 de inglês, além de 4 questões interdisciplinares. Para professores de cursos preparatórios ouvidos pela Folha, a primeira fase foi mais ampla, conceitual e antenada aos temas da atualidade. A crise hídrica que afeta o Sudeste, as implicações da transposição do rio São Francisco, os grupos separatistas na Bélgica e até uma citação do "rolezinho" –fenômeno social dado aos encontros de jovens combinados pela internet -foram cobrados na prova. "A Unicamp conseguiu produzir uma prova que cobra a maior diversidade possível de conteúdo e seleciona o melhor tipo de aluno", analisa Célio Tasinafo, diretor-pedagógico do Oficina do Estudante. Confira aqui a correção da prova.
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Unicamp divulga as notas da 1ª fase do vestibular 2015A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) divulgou nesta terça-feira (6) as notas da primeira fase do vestibular 2015. Para saber o desempenho, os candidatos precisam acessar o site da Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) e digitar seu número de inscrição e senha. Este ano, 70.947 candidatos fizeram a prova da primeira fase, realizada no dia 23 de novembro passado. Confira a lista de aprovados | Locais de prova da 2ª fase Veja a nota de corte e a relação candidato/vaga Ao todo, 15.444 candidatos foram aprovados para a segunda etapa, que acontece entre os dias 11 e 13 de janeiro, das 13h às 17h. Eles concorrem a 3.320 vagas em 70 cursos de graduação da instituição. Todos os candidatos aprovados devem fazer todas as provas da segunda fase, independentemente do curso escolhido. Cada uma das provas é composta por seis questões discursivas. Além disso, os candidatos deverão escrever uma redação. No primeiro dia, os candidatos terão de fazer a redação, formada por duas propostas de textos, além do prova de língua portuguesa e de literatura. No segundo dia, os estudantes farão as provas de matemática, história e geografia, enquanto que o último dia é reservado para as provas de física, química e biologia. As provas de habilidades específicas para os cursos de arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança, serão realizadas entre 19 e 22 de janeiro de 2015, em Campinas (a 93 km de São Paulo). As provas serão aplicadas em Bauru, Brasília, Campinas, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba. A Comvest ressalta que os candidatos devem ficar atentos aos locais das provas, já que eles não serão necessariamente os mesmos onde o candidato realizou a primeira fase. A comissão informa ainda que, em alguns casos, os estudantes também terão alteração na cidade em que fizeram a prova da primeira fase: quem fez em Sumaré fará em Campinas; quem fez em São Bernardo do Campo fará em Santo André, na Grande São Paulo; e quem fez em São João da Boa Vista fará em Mogi Guaçu. A primeira chamada será divulgada dia 2 de fevereiro. Os convocados deverão efetivar a matrícula não presencial nos dia 3 ou 4 de fevereiro, exclusivamente no site da Comvest, em formulário específico. PRIMEIRA FASE No dia 23 de novembro, os candidatos realizaram a primeira fase do vestibular, que registrou abstenção de 8% – maior índice nos últimos três anos. Dos 77.128 candidatos esperados, 6.199 não fizeram a prova que foi realizada em 20 cidades do Estado, além de Brasília. Os três maiores índices de abstenção ocorreram em Brasília (27,7%), Presidente Prudente (13,01%) e Santos (9,25%). A prova da primeira fase foi composta por 90 questões de múltipla escolha, distribuídas da seguinte maneira: 14 questões de língua portuguesa e literaturas, 14 de matemática, 9 de história, 9 de geografia, 1 de filosofia, 1 de sociologia, 10 de física, 10 de química, 10 de biologia, 8 de inglês, além de 4 questões interdisciplinares. Para professores de cursos preparatórios ouvidos pela Folha, a primeira fase foi mais ampla, conceitual e antenada aos temas da atualidade. A crise hídrica que afeta o Sudeste, as implicações da transposição do rio São Francisco, os grupos separatistas na Bélgica e até uma citação do "rolezinho" –fenômeno social dado aos encontros de jovens combinados pela internet -foram cobrados na prova. "A Unicamp conseguiu produzir uma prova que cobra a maior diversidade possível de conteúdo e seleciona o melhor tipo de aluno", analisa Célio Tasinafo, diretor-pedagógico do Oficina do Estudante. Confira aqui a correção da prova.
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Motorista de táxi decidirá se aplica bandeira 1 ou 2; veja como funciona
A partir desta quarta-feira (24), cada taxista está liberado para decidir, corrida a corrida, se cobra ou não o adicional de 30% da bandeira 2 nos serviços prestados em São Paulo, das 20h às 6h dos dias úteis ou em qualquer hora de domingos e feriados. Essa é uma das principais alterações feitas pela gestão Fernando Haddad (PT) nas regras para tarifas do serviço de táxis, conforme portaria da Secretaria Municipal dos Transportes publicada no "Diário Oficial" da Cidade da última sexta-feira (19). De acordo com a direção do Simtetaxis (Sindicato dos Motoristas nas Empresas de Táxis no Estado de São Paulo), não será feita nenhuma recomendação sobre o tema para a categoria. Será importante, portanto, que os usuários desse serviço acertem antes da viagem se o motorista usará ou não a bandeira 2. "Nada opcional anda", critica Everson Silva Albuquerque, diretor do sindicato. "Ou impõe ou não adianta ser opcional. Isso ainda vai dar confusão", prossegue. O Simtetaxi é contra a edição dessa portaria e afirma que o assunto não foi discutido na câmara temática para táxis do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito. Outra mudança promovida pela gestão Haddad foi a uniformização dos valores praticados pelas diversas modalidades do serviço (comum, preto, rádio-táxi, especial e luxo) em R$ 4,50 de bandeirada mais R$ 2,75 por quilômetro percorrido. Esse também é um ponto criticado pelo Simtetaxi. "A categoria foi prejudicada outra vez. Tem gente que pagou R$ 200 mil para ter carro blindado, oferecer serviço diferenciado, e agora vai precisar cobrar o mesmo preço de um táxi comum. Não faz sentido", afirma Albuquerque. Além disso, foram revogadas as cobranças de adicional de 50% para viagens com destino final a outros municípios da região metropolitana, de uso do porta-malas e de chamada de rádio-táxi. De acordo com a gestão Haddad, essas medidas servem para tornar os táxis mais competitivos na disputa com aplicativos de transporte como Uber e Cabify, que conectam passageiros a motoristas particulares e que foram regulamentados neste ano pela Prefeitura de São Paulo. Esses aplicativos não só costumam ter preços mais baixos como também nunca cobraram, por exemplo, a taxa adicional de 50% do valor da corrida para viagens com destino final fora da capital. Atualmente, uma corrida da av. Paulista ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), custa entre R$ 82 e R$ 109 pelo Uber Black, categoria mais luxuosa do serviço, segundo simulação do próprio aplicativo. Já uma corrida com táxi comum sairia por R$ 135 (R$ 90 da corrida mais R$ 45 de adicional). Com a mudança, o valor final nesse trajeto deve ficar próximo de R$ 90. - Quem decide pela cobrança da bandeira 2 opcional? O próprio taxista, no momento da corrida. É importante consultá-lo antes do embarque. Vou para o aeroporto de Guarulhos, preciso pagar uma taxa? Não, a disposição que estipulava adicional de 50% em viagens para fora da capital foi revogada. Taxistas também não podem mais cobrar pelo uso do porta-malas. O que mais mudou? As tarifas de todas as modalidades (como rádio-táxi, preto e luxo) foram igualadas às de táxis comuns: R$ 4,50 de bandeirada mais R$ 2,75 por quilômetro percorrido. Ainda tenho que pagar duas bandeiradas se chamar um rádio-táxi com hora marcada? Não, essa regra foi anulada pela Prefeitura de São Paulo.
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Motorista de táxi decidirá se aplica bandeira 1 ou 2; veja como funcionaA partir desta quarta-feira (24), cada taxista está liberado para decidir, corrida a corrida, se cobra ou não o adicional de 30% da bandeira 2 nos serviços prestados em São Paulo, das 20h às 6h dos dias úteis ou em qualquer hora de domingos e feriados. Essa é uma das principais alterações feitas pela gestão Fernando Haddad (PT) nas regras para tarifas do serviço de táxis, conforme portaria da Secretaria Municipal dos Transportes publicada no "Diário Oficial" da Cidade da última sexta-feira (19). De acordo com a direção do Simtetaxis (Sindicato dos Motoristas nas Empresas de Táxis no Estado de São Paulo), não será feita nenhuma recomendação sobre o tema para a categoria. Será importante, portanto, que os usuários desse serviço acertem antes da viagem se o motorista usará ou não a bandeira 2. "Nada opcional anda", critica Everson Silva Albuquerque, diretor do sindicato. "Ou impõe ou não adianta ser opcional. Isso ainda vai dar confusão", prossegue. O Simtetaxi é contra a edição dessa portaria e afirma que o assunto não foi discutido na câmara temática para táxis do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito. Outra mudança promovida pela gestão Haddad foi a uniformização dos valores praticados pelas diversas modalidades do serviço (comum, preto, rádio-táxi, especial e luxo) em R$ 4,50 de bandeirada mais R$ 2,75 por quilômetro percorrido. Esse também é um ponto criticado pelo Simtetaxi. "A categoria foi prejudicada outra vez. Tem gente que pagou R$ 200 mil para ter carro blindado, oferecer serviço diferenciado, e agora vai precisar cobrar o mesmo preço de um táxi comum. Não faz sentido", afirma Albuquerque. Além disso, foram revogadas as cobranças de adicional de 50% para viagens com destino final a outros municípios da região metropolitana, de uso do porta-malas e de chamada de rádio-táxi. De acordo com a gestão Haddad, essas medidas servem para tornar os táxis mais competitivos na disputa com aplicativos de transporte como Uber e Cabify, que conectam passageiros a motoristas particulares e que foram regulamentados neste ano pela Prefeitura de São Paulo. Esses aplicativos não só costumam ter preços mais baixos como também nunca cobraram, por exemplo, a taxa adicional de 50% do valor da corrida para viagens com destino final fora da capital. Atualmente, uma corrida da av. Paulista ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), custa entre R$ 82 e R$ 109 pelo Uber Black, categoria mais luxuosa do serviço, segundo simulação do próprio aplicativo. Já uma corrida com táxi comum sairia por R$ 135 (R$ 90 da corrida mais R$ 45 de adicional). Com a mudança, o valor final nesse trajeto deve ficar próximo de R$ 90. - Quem decide pela cobrança da bandeira 2 opcional? O próprio taxista, no momento da corrida. É importante consultá-lo antes do embarque. Vou para o aeroporto de Guarulhos, preciso pagar uma taxa? Não, a disposição que estipulava adicional de 50% em viagens para fora da capital foi revogada. Taxistas também não podem mais cobrar pelo uso do porta-malas. O que mais mudou? As tarifas de todas as modalidades (como rádio-táxi, preto e luxo) foram igualadas às de táxis comuns: R$ 4,50 de bandeirada mais R$ 2,75 por quilômetro percorrido. Ainda tenho que pagar duas bandeiradas se chamar um rádio-táxi com hora marcada? Não, essa regra foi anulada pela Prefeitura de São Paulo.
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Dilma pede ajuda ao PMDB para conter rombo nas contas
Preocupada com os efeitos negativos sobre a economia de sua decisão de enviar o Orçamento de 2016 com previsão de deficit, a presidente Dilma Rousseff assumiu pessoalmente a articulação política e chamou os presidentes do Senado e da Câmara para discutir a crise nesta terça (1). Em mais um dia de disparada do dólar, Dilma pediu ajuda ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), este rompido formalmente com o governo, para encontrar saídas para o rombo de R$ 30,5 bilhões previsto no Orçamento do ano que vem. PREVISÕES DO GOVERNOS - Em R$ trilhões Em reuniões sem a participação do vice Michel Temer (PMDB-SP), que se afastou de boa parte das funções de articulador político na semana passada, a petista se reuniu pela manhã com Renan e, à tarde, com Cunha. A presidente tenta evitar que a proposta seja devolvida ao Executivo, como defende a oposição, e busca que sejam aprovadas as medidas de aumento de impostos sugeridas pelo governo para reduzir o tamanho do deficit. Além do encontro com Renan e Cunha, Dilma orientou seus ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda) a se reunirem com parlamentares. No encontro com o presidente da Câmara, que acusa o governo de estimular o Ministério a Público a denunciá-lo na Operação Lava Jato, Dilma pediu um "canal direto" e que ele trabalhe "em harmonia" com o Planalto, evitando a votação de medidas que aumentem despesas. Cobertor curto - Governo tem pouca margem para fazer cortes e tentar diminuir deficit em 2016 O apelo vem num momento de agravamento da crise econômica, depois de o IBGE oficializar que o Brasil entrou em recessão. Depois dos encontros, Renan e Cunha disseram não ver motivos para devolver o Orçamento ao Executivo, mas afirmaram, em entrevistas separadas, que não cabe ao Congresso resolver o problema do deficit. E se colocaram contra aumento de impostos. "Quem faz a peça orçamentária é o Poder Executivo, não pode transferir para o Congresso. Nós todos estamos dispostos a ajudar o país, o que não pode é jogar a responsabilidade nos nossos ombros", disse Cunha. Renan afirmou ter avisado a Dilma que "não cabe ao Congresso resolver o deficit". Ele manteve sua bandeira em defesa de cortes de gastos. FUNKEIRA Para explicitar sua fala, o presidente do Senado citou trecho de uma música da funkeira Valesca Popozuda e disse que a chamada Agenda Brasil, conjunto de várias medidas que o peemedebista alinhavou na área econômica, tem como função fazer com que o país não perca o selo de bom pagador das agências de risco internacionais. "Tiro, porrada e bomba, para utilizar uma expressão tão contemporânea da música brasileira, não reerguem nações e espalham ruínas que, lamentavelmente, só ampliam os escombros. Nós não seremos sabotadores da nação e nem agentes de mais instabilidade", afirmou. OPERAÇÃO Por orientação de Dilma, Mercadante recebeu em seu gabinete líderes do PT, PSD e PRB, enquanto Barbosa e Levy foram ao Congresso. "Precisamos retomar uma ampla discussão sobre a Previdência Social. Hoje é o gasto que mais cresce", disse Barbosa, para quem há pouco espaço para cortes e necessidade de novos recursos. O ministro fez também um apelo para que os parlamentares não derrubem o veto de Dilma ao aumento do salário dos servidores do Judiciário, aprovado pelo Senado e que, segundo o governo, traria um impacto de R$ 25,7 bilhões aos cofres públicos para os próximos quatro anos. O relator do Orçamento, deputado Ricardo Barros (PP-PR), informou que a proposta não incluiu despesas que podem chegar a R$ 3,4 bilhões, o que deve elevar ainda mais o deficit da União. SUPERSIMPLES Na noite desta terça, em uma derrota para o ministro Joaquim Levy, a Câmara aprovou por 417 votos a favor e dois contra o texto principal do projeto de lei que amplia o número de contribuintes que podem entrar no Supersimples, sistema tributário para empresas de menor porte. Nesta quarta (2), devem ser votadas propostas feitas por parlamentares para alterar o texto, que depois seguirá para o Senado. O governo conseguiu negociar para que a medida só tenha impacto em 2017.
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Dilma pede ajuda ao PMDB para conter rombo nas contasPreocupada com os efeitos negativos sobre a economia de sua decisão de enviar o Orçamento de 2016 com previsão de deficit, a presidente Dilma Rousseff assumiu pessoalmente a articulação política e chamou os presidentes do Senado e da Câmara para discutir a crise nesta terça (1). Em mais um dia de disparada do dólar, Dilma pediu ajuda ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), este rompido formalmente com o governo, para encontrar saídas para o rombo de R$ 30,5 bilhões previsto no Orçamento do ano que vem. PREVISÕES DO GOVERNOS - Em R$ trilhões Em reuniões sem a participação do vice Michel Temer (PMDB-SP), que se afastou de boa parte das funções de articulador político na semana passada, a petista se reuniu pela manhã com Renan e, à tarde, com Cunha. A presidente tenta evitar que a proposta seja devolvida ao Executivo, como defende a oposição, e busca que sejam aprovadas as medidas de aumento de impostos sugeridas pelo governo para reduzir o tamanho do deficit. Além do encontro com Renan e Cunha, Dilma orientou seus ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda) a se reunirem com parlamentares. No encontro com o presidente da Câmara, que acusa o governo de estimular o Ministério a Público a denunciá-lo na Operação Lava Jato, Dilma pediu um "canal direto" e que ele trabalhe "em harmonia" com o Planalto, evitando a votação de medidas que aumentem despesas. Cobertor curto - Governo tem pouca margem para fazer cortes e tentar diminuir deficit em 2016 O apelo vem num momento de agravamento da crise econômica, depois de o IBGE oficializar que o Brasil entrou em recessão. Depois dos encontros, Renan e Cunha disseram não ver motivos para devolver o Orçamento ao Executivo, mas afirmaram, em entrevistas separadas, que não cabe ao Congresso resolver o problema do deficit. E se colocaram contra aumento de impostos. "Quem faz a peça orçamentária é o Poder Executivo, não pode transferir para o Congresso. Nós todos estamos dispostos a ajudar o país, o que não pode é jogar a responsabilidade nos nossos ombros", disse Cunha. Renan afirmou ter avisado a Dilma que "não cabe ao Congresso resolver o deficit". Ele manteve sua bandeira em defesa de cortes de gastos. FUNKEIRA Para explicitar sua fala, o presidente do Senado citou trecho de uma música da funkeira Valesca Popozuda e disse que a chamada Agenda Brasil, conjunto de várias medidas que o peemedebista alinhavou na área econômica, tem como função fazer com que o país não perca o selo de bom pagador das agências de risco internacionais. "Tiro, porrada e bomba, para utilizar uma expressão tão contemporânea da música brasileira, não reerguem nações e espalham ruínas que, lamentavelmente, só ampliam os escombros. Nós não seremos sabotadores da nação e nem agentes de mais instabilidade", afirmou. OPERAÇÃO Por orientação de Dilma, Mercadante recebeu em seu gabinete líderes do PT, PSD e PRB, enquanto Barbosa e Levy foram ao Congresso. "Precisamos retomar uma ampla discussão sobre a Previdência Social. Hoje é o gasto que mais cresce", disse Barbosa, para quem há pouco espaço para cortes e necessidade de novos recursos. O ministro fez também um apelo para que os parlamentares não derrubem o veto de Dilma ao aumento do salário dos servidores do Judiciário, aprovado pelo Senado e que, segundo o governo, traria um impacto de R$ 25,7 bilhões aos cofres públicos para os próximos quatro anos. O relator do Orçamento, deputado Ricardo Barros (PP-PR), informou que a proposta não incluiu despesas que podem chegar a R$ 3,4 bilhões, o que deve elevar ainda mais o deficit da União. SUPERSIMPLES Na noite desta terça, em uma derrota para o ministro Joaquim Levy, a Câmara aprovou por 417 votos a favor e dois contra o texto principal do projeto de lei que amplia o número de contribuintes que podem entrar no Supersimples, sistema tributário para empresas de menor porte. Nesta quarta (2), devem ser votadas propostas feitas por parlamentares para alterar o texto, que depois seguirá para o Senado. O governo conseguiu negociar para que a medida só tenha impacto em 2017.
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SP tem protesto mais calmo, mas 'black blocs' depredam metrô no final
Depois da tensão provocada pelo endurecimento dos discursos da polícia e do MPL (Movimento Passe Livre), a terceira manifestação expressiva contra a alta da tarifa de ônibus, metrô e trens foi menos turbulenta nesta quinta (14) em SP, mas terminou com depredação cometida por "black blocs" e nove detidos. Tanto os organizadores quanto a Polícia Militar recuaram de posições mais extremas que marcaram protestos anteriores, permitindo que a passeata ocorresse em dois pontos da cidade, por quatro horas, sem confronto. Ao final do ato, um grupo de "black blocs" (que prega destruição de patrimônio público e privado) atacou a estação Consolação do metrô. Na estação Butantã também houve confusão à noite –quando um grupo soltou morteiros e um homem puxou um freio de emergência de um dos trens, interrompendo a circulação. Ele foi preso. Pela manhã, representantes do Passe Livre se negaram a participar de reunião com a Promotoria e a Secretaria da Segurança Pública, mas, duas horas e meia antes dos atos marcados para as 17h, cederam e aceitaram, pela primeira vez, revelar os trajetos que iriam percorrer. Essa era uma das principais cobranças do governo estadual, com base no artigo 5º da Constituição, que determina aviso prévio às autoridades sobre os protestos. A PM, por sua vez, também desistiu de encurralar os manifestantes e liberou a passagem, sem repetir a repressão adotada no ato de terça (12) -quando, após impasse sobre a rota a ser seguida, foram lançadas bombas antes mesmo de haver confronto. Os grupos partiram nesta quinta-feira do Theatro Municipal (centro) e do largo da Batata (zona oeste). O protesto que seguiu pelo centro foi encerrado sem confusões até a chegada no Masp, na Paulista. O outro também, até a chegada no Butantã. DEPREDAÇÃO Na dispersão, "black blocs" quebraram vidros e provocaram correria na estação Consolação do metrô. Ela estava fechada e, quando a entrada foi liberada, manifestantes tentaram pular as catracas. Depois de serem contidos por seguranças, eles atiraram bombas caseiras e entraram em confronto com os funcionários do Metrô. A polícia fechou novamente a estação, e seis homens e duas mulheres foram levados ao 78º DP (Jardins). Do lado de fora, a PM atirou bombas de gás na Paulista, causando pânico entre manifestantes e pedestres. A reportagem presenciou duas mulheres idosas, que não faziam parte do protesto, caírem na rua Augusta, ao fugir das explosões. A jornalista Cinthia Gomes, da rádio CBN, foi atingida por um disparo de bala de borracha. O tiro acertou a repórter enquanto ela fazia a transmissão ao vivo da cobertura, na esquina da rua Haddock Lobo com a avenida Paulista. Ela recebeu atendimento em um hospital da região. A PM estimou cerca de 2.000 participantes no protesto. O MPL falava em 6.000. O movimento já anunciou uma nova manifestação contra a alta da tarifa na terça-feira (19), na esquina das avenidas Rebouças e Faria Lima. O primeiro protesto do MPL, na sexta (8), foi marcado por atos de vandalismo de "black blocs", com depredação de agências bancárias, ônibus e veículos da CET. Já a manifestação de terça-feira (12) havia sido marcada pela nova estratégia mais repressiva da PM, que sufocou a manifestação ao atirar bombas contra manifestantes e jornalistas. Houve 28 feridos, segundo a organização. Nos dois casos, houve confusão e cenas de violência logo no começo do protesto. O reajuste das passagens unitárias de ônibus, metrô e trens foi anunciado pelas gestões Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) no final do ano passado –e passou a valer no último dia 9. A alta de 8,6% ficou um pouco abaixo da inflação acumulada –superior a 10%. O secretário Alexandre de Moraes (Segurança) chegou a acusar na quarta (13) líderes do MPL de encobrir as ações dos "black blocs". Ele afirmou que a polícia continuará a tipificar as prisões de manifestantes como dano ao patrimônio público e agressões, mas, em se tratando de "black blocs", serão enquadrados como "organização criminosa" -conforme também foi cogitado em 2013. A pena, nesse caso, é mais dura, de até 8 anos de prisão. No caso de dano, varia de um mês a três anos de detenção.
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SP tem protesto mais calmo, mas 'black blocs' depredam metrô no finalDepois da tensão provocada pelo endurecimento dos discursos da polícia e do MPL (Movimento Passe Livre), a terceira manifestação expressiva contra a alta da tarifa de ônibus, metrô e trens foi menos turbulenta nesta quinta (14) em SP, mas terminou com depredação cometida por "black blocs" e nove detidos. Tanto os organizadores quanto a Polícia Militar recuaram de posições mais extremas que marcaram protestos anteriores, permitindo que a passeata ocorresse em dois pontos da cidade, por quatro horas, sem confronto. Ao final do ato, um grupo de "black blocs" (que prega destruição de patrimônio público e privado) atacou a estação Consolação do metrô. Na estação Butantã também houve confusão à noite –quando um grupo soltou morteiros e um homem puxou um freio de emergência de um dos trens, interrompendo a circulação. Ele foi preso. Pela manhã, representantes do Passe Livre se negaram a participar de reunião com a Promotoria e a Secretaria da Segurança Pública, mas, duas horas e meia antes dos atos marcados para as 17h, cederam e aceitaram, pela primeira vez, revelar os trajetos que iriam percorrer. Essa era uma das principais cobranças do governo estadual, com base no artigo 5º da Constituição, que determina aviso prévio às autoridades sobre os protestos. A PM, por sua vez, também desistiu de encurralar os manifestantes e liberou a passagem, sem repetir a repressão adotada no ato de terça (12) -quando, após impasse sobre a rota a ser seguida, foram lançadas bombas antes mesmo de haver confronto. Os grupos partiram nesta quinta-feira do Theatro Municipal (centro) e do largo da Batata (zona oeste). O protesto que seguiu pelo centro foi encerrado sem confusões até a chegada no Masp, na Paulista. O outro também, até a chegada no Butantã. DEPREDAÇÃO Na dispersão, "black blocs" quebraram vidros e provocaram correria na estação Consolação do metrô. Ela estava fechada e, quando a entrada foi liberada, manifestantes tentaram pular as catracas. Depois de serem contidos por seguranças, eles atiraram bombas caseiras e entraram em confronto com os funcionários do Metrô. A polícia fechou novamente a estação, e seis homens e duas mulheres foram levados ao 78º DP (Jardins). Do lado de fora, a PM atirou bombas de gás na Paulista, causando pânico entre manifestantes e pedestres. A reportagem presenciou duas mulheres idosas, que não faziam parte do protesto, caírem na rua Augusta, ao fugir das explosões. A jornalista Cinthia Gomes, da rádio CBN, foi atingida por um disparo de bala de borracha. O tiro acertou a repórter enquanto ela fazia a transmissão ao vivo da cobertura, na esquina da rua Haddock Lobo com a avenida Paulista. Ela recebeu atendimento em um hospital da região. A PM estimou cerca de 2.000 participantes no protesto. O MPL falava em 6.000. O movimento já anunciou uma nova manifestação contra a alta da tarifa na terça-feira (19), na esquina das avenidas Rebouças e Faria Lima. O primeiro protesto do MPL, na sexta (8), foi marcado por atos de vandalismo de "black blocs", com depredação de agências bancárias, ônibus e veículos da CET. Já a manifestação de terça-feira (12) havia sido marcada pela nova estratégia mais repressiva da PM, que sufocou a manifestação ao atirar bombas contra manifestantes e jornalistas. Houve 28 feridos, segundo a organização. Nos dois casos, houve confusão e cenas de violência logo no começo do protesto. O reajuste das passagens unitárias de ônibus, metrô e trens foi anunciado pelas gestões Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) no final do ano passado –e passou a valer no último dia 9. A alta de 8,6% ficou um pouco abaixo da inflação acumulada –superior a 10%. O secretário Alexandre de Moraes (Segurança) chegou a acusar na quarta (13) líderes do MPL de encobrir as ações dos "black blocs". Ele afirmou que a polícia continuará a tipificar as prisões de manifestantes como dano ao patrimônio público e agressões, mas, em se tratando de "black blocs", serão enquadrados como "organização criminosa" -conforme também foi cogitado em 2013. A pena, nesse caso, é mais dura, de até 8 anos de prisão. No caso de dano, varia de um mês a três anos de detenção.
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Conhecida por calendários sensuais, companhia aérea investe em nova imagem
Um grande cartaz do filme "Top Gun" ocupa a recepção da sede da companhia aérea Ryanair em Dublin (Irlanda). Mas no lugar de Tom Cruise em seu uniforme de voo, o cartaz mostra dois dos comissários de bordo da companhia de aviação de baixas tarifas usando seus novos uniformes, acompanhados pelo título "chegando a um aeroporto perto de você". O marketing destaca a mudança que a companhia irlandesa está promovendo ao se transformar de marca jovem e ousada em uma companhia de aviação mais madura —ainda que com um toque de humor. Os dias em que a irritante sirena da Ryanair soava para anunciar a partida de um voo no horário são coisa do passado. Em seu lugar, há trajes mais sofisticados para os tripulantes e interiores de aviões com imagens de famílias felizes em férias. A partir de dezembro, os comissários de bordo usarão novos uniformes que oferecerão combinação de cores mais branda que o amarelo e azul brilhantes hoje usados pelo pessoal. Mas, preservando sua imagem como companhia de baixo custo, os uniformes não foram criados por um estilista famoso —ao contrário da recente colaboração entre a Virgin Atlantic e Vivienne Westwood—, e sim por uma estilista irlandesa em ascensão, Emma Collopy, 25. O reposicionamento da marca Ryanair se segue a decisões semelhantes da parte de concorrentes europeus entre as companhias de aviação de baixo custo neste ano. Em fevereiro, a easyJet atualizou seus uniformes que combinam laranja e branco, com o objetivo de criar um look mais enxuto e moderno. Peter Duffy, diretor-comercial da companhia, disse que os novos uniformes complementariam as mudanças adotadas pela empresa —escolha prévia de lugares, embarque mais rápido—, e enfatizariam para os consumidores as mudanças. A easyJet foi seguida pela Wizz Air, companhia de aviação de baixo custo húngara, que reprojetou seu logotipo e seus uniformes, adotando um look mais adulto, ao completar seu 11° aniversário, no trimestre passado. Simon Glynn, especialista em marcas da consultoria Lippincott, diz que mudanças no visual podem ajudar os viajantes a reavaliar uma companhia de aviação. "Se você o faz como símbolo de algo fundamental —de que 'estamos mudando e queremos que você nos reavalie'—, isso pode ser muito útil". As melhoras cosméticas refletem uma reformulação pelas companhias aéreas de baixo custo. As companhias de baixas tarifas não são mais as rebeldes que buscavam espaço no mercado e iniciaram a revolução das viagens simples e baratas três décadas atrás. Depois de anos de truques de marketing, essas companhias tentam deixar sua imagem de empresas baratas e melhorar seus serviços. Elas precisam atrair gama mais ampla de passageiros, por exemplo, os viajantes de negócios, para seu próximo estágio de crescimento. Na tentativa da easyJet e Ryanair para atrair os passageiros de negócios, mais lucrativos, elas passaram a oferecer mais voos de e para os principais aeroportos das cidades europeias. Isso ajudou a convencer os passageiros de que tarifas baixas não necessariamente significam maus serviços e criou um mercado mais sofisticado para essas empresas, de acordo com analistas. A mudança de imagem para um tom mais elegante precisou ser acompanhada por melhoras mais substanciais a fim de exercer maior impacto. John Strickland, analista da JLS Consulting, diz que as companhias de aviação perceberam que poderiam atrair mais passageiros adotando mudanças modestas, sem deixar de manter uma base de baixo custo. Michael O'Leary, presidente-executivo da Ryanair, admite que sua marca precisava passar por uma "evolução". "Agora que transportamos mais de 100 milhões de passageiros ao ano, a marca precisa evoluir de sua imagem juvenil e ousada, e deixar para trás os esforços deliberados de irritar as pessoas", ele afirma. Mas Glynn diz que a repaginação da marca também envolve enfatizar a "escolha inteligente" que ajudou a popularizar lojas de baixo preço como a Lidl. "As companhias de aviação podem explorar um mercado muito mais amplo caso se vendam como 'escolha inteligente' aos consumidores. Por que pagar mais do que você precisa por alguma coisa?", ele diz. Esse atrativo beneficiou a Norwegian Air Shuttle. A empresa destaca o baixo custo em seu marketing, mas também se orgulha de ser uma das poucas companhias de aviação a oferecer Wi-Fi grátis em seus voos europeus de curta distância. CALENDÁRIO BENEFICENTE A Ryanair ganhou mais visibildiade com o calendário beneficente com suas aeromoças de biquíni e lingerie. A renda das fotos tiradas em 2013 foi revertida para a Teenage Cancer Trust, uma ONG que ajuda adolescentes com câncer. As fotos foram feitas em Chania, ilha de Creta (Grécia), em uma das bases da companhia. ASSISTA AO MAKING OF: Making of: ensaio Ryanair Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Conhecida por calendários sensuais, companhia aérea investe em nova imagemUm grande cartaz do filme "Top Gun" ocupa a recepção da sede da companhia aérea Ryanair em Dublin (Irlanda). Mas no lugar de Tom Cruise em seu uniforme de voo, o cartaz mostra dois dos comissários de bordo da companhia de aviação de baixas tarifas usando seus novos uniformes, acompanhados pelo título "chegando a um aeroporto perto de você". O marketing destaca a mudança que a companhia irlandesa está promovendo ao se transformar de marca jovem e ousada em uma companhia de aviação mais madura —ainda que com um toque de humor. Os dias em que a irritante sirena da Ryanair soava para anunciar a partida de um voo no horário são coisa do passado. Em seu lugar, há trajes mais sofisticados para os tripulantes e interiores de aviões com imagens de famílias felizes em férias. A partir de dezembro, os comissários de bordo usarão novos uniformes que oferecerão combinação de cores mais branda que o amarelo e azul brilhantes hoje usados pelo pessoal. Mas, preservando sua imagem como companhia de baixo custo, os uniformes não foram criados por um estilista famoso —ao contrário da recente colaboração entre a Virgin Atlantic e Vivienne Westwood—, e sim por uma estilista irlandesa em ascensão, Emma Collopy, 25. O reposicionamento da marca Ryanair se segue a decisões semelhantes da parte de concorrentes europeus entre as companhias de aviação de baixo custo neste ano. Em fevereiro, a easyJet atualizou seus uniformes que combinam laranja e branco, com o objetivo de criar um look mais enxuto e moderno. Peter Duffy, diretor-comercial da companhia, disse que os novos uniformes complementariam as mudanças adotadas pela empresa —escolha prévia de lugares, embarque mais rápido—, e enfatizariam para os consumidores as mudanças. A easyJet foi seguida pela Wizz Air, companhia de aviação de baixo custo húngara, que reprojetou seu logotipo e seus uniformes, adotando um look mais adulto, ao completar seu 11° aniversário, no trimestre passado. Simon Glynn, especialista em marcas da consultoria Lippincott, diz que mudanças no visual podem ajudar os viajantes a reavaliar uma companhia de aviação. "Se você o faz como símbolo de algo fundamental —de que 'estamos mudando e queremos que você nos reavalie'—, isso pode ser muito útil". As melhoras cosméticas refletem uma reformulação pelas companhias aéreas de baixo custo. As companhias de baixas tarifas não são mais as rebeldes que buscavam espaço no mercado e iniciaram a revolução das viagens simples e baratas três décadas atrás. Depois de anos de truques de marketing, essas companhias tentam deixar sua imagem de empresas baratas e melhorar seus serviços. Elas precisam atrair gama mais ampla de passageiros, por exemplo, os viajantes de negócios, para seu próximo estágio de crescimento. Na tentativa da easyJet e Ryanair para atrair os passageiros de negócios, mais lucrativos, elas passaram a oferecer mais voos de e para os principais aeroportos das cidades europeias. Isso ajudou a convencer os passageiros de que tarifas baixas não necessariamente significam maus serviços e criou um mercado mais sofisticado para essas empresas, de acordo com analistas. A mudança de imagem para um tom mais elegante precisou ser acompanhada por melhoras mais substanciais a fim de exercer maior impacto. John Strickland, analista da JLS Consulting, diz que as companhias de aviação perceberam que poderiam atrair mais passageiros adotando mudanças modestas, sem deixar de manter uma base de baixo custo. Michael O'Leary, presidente-executivo da Ryanair, admite que sua marca precisava passar por uma "evolução". "Agora que transportamos mais de 100 milhões de passageiros ao ano, a marca precisa evoluir de sua imagem juvenil e ousada, e deixar para trás os esforços deliberados de irritar as pessoas", ele afirma. Mas Glynn diz que a repaginação da marca também envolve enfatizar a "escolha inteligente" que ajudou a popularizar lojas de baixo preço como a Lidl. "As companhias de aviação podem explorar um mercado muito mais amplo caso se vendam como 'escolha inteligente' aos consumidores. Por que pagar mais do que você precisa por alguma coisa?", ele diz. Esse atrativo beneficiou a Norwegian Air Shuttle. A empresa destaca o baixo custo em seu marketing, mas também se orgulha de ser uma das poucas companhias de aviação a oferecer Wi-Fi grátis em seus voos europeus de curta distância. CALENDÁRIO BENEFICENTE A Ryanair ganhou mais visibildiade com o calendário beneficente com suas aeromoças de biquíni e lingerie. A renda das fotos tiradas em 2013 foi revertida para a Teenage Cancer Trust, uma ONG que ajuda adolescentes com câncer. As fotos foram feitas em Chania, ilha de Creta (Grécia), em uma das bases da companhia. ASSISTA AO MAKING OF: Making of: ensaio Ryanair Tradução de PAULO MIGLIACCI
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Leitor reclama de "obra farônica" de aquário em Fortaleza
O ministro da educação, Cid Gomes, e seu sucessor no governo do Ceará, Camilo Santana, deveriam ser informados que para trazer mais turistas para o Estado não é preciso obras faraônicas como o aquário do Ceará (Obra de mega-aquário no Ceará é paralisada a pedido de construtora). É preciso cuidar da segurança, limpar a cidade e valorizar os casarões tão maltratados por décadas de desrespeito à história do Estado. Enfim, é preciso criar uma cidade para seu povo e não uma pirâmide para os turistas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor reclama de "obra farônica" de aquário em FortalezaO ministro da educação, Cid Gomes, e seu sucessor no governo do Ceará, Camilo Santana, deveriam ser informados que para trazer mais turistas para o Estado não é preciso obras faraônicas como o aquário do Ceará (Obra de mega-aquário no Ceará é paralisada a pedido de construtora). É preciso cuidar da segurança, limpar a cidade e valorizar os casarões tão maltratados por décadas de desrespeito à história do Estado. Enfim, é preciso criar uma cidade para seu povo e não uma pirâmide para os turistas. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Doria viajará da Paraíba a Paris
João Doria vai para Campina Grande, na Paraíba, na quinta (31). Na mesma data, embarca para Paris, onde participa de um fórum da fundação do economista Jacques Attali, próximo do presidente francês Emmanuel Macron. Leia a coluna completa aqui.
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Doria viajará da Paraíba a ParisJoão Doria vai para Campina Grande, na Paraíba, na quinta (31). Na mesma data, embarca para Paris, onde participa de um fórum da fundação do economista Jacques Attali, próximo do presidente francês Emmanuel Macron. Leia a coluna completa aqui.
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'Gringos conhecem mais a Amazônia que brasileiros', diz editora; veja fotos
A editora Analu Buchmann, 45, quis viajar para o Amazonas após atuar em um documentário sobre a região. "A Amazônia é a cara do Brasil, e os gringos a conhecem mais que a gente. Não temos a cultura de ir para lá", diz. A primeira parada da viagem, feita em setembro, foi em Manaus. O Musa (Museu da Amazônia) e o Teatro Amazonas foram os pontos altos da cidade, segundo Buchmann. Ela também se surpreendeu com o rio Amazonas. "As pessoas de lá têm uma relação interessante com a natureza, diferente daqui", diz. O município de Presidente Figueiredo, a cerca de 100 km da capital, foi outro lugar visitado. "Queria ir para um lugar no meio da floresta amazônica, por isso fui para lá". O roteiro incluiu trilhas, cachoeiras e visitas a comunidades indígenas. Valeu a pena? "Para quem gosta de natureza, é uma viagem imperdível", garante. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Pontos inusitados de Nova York, por Rodrigo Paiva Cabo Polonio, por Vitor Monteiro Lado 'zen' do Japão, por Jefferson Kimura Animais de Galápagos, por Carolina Daffara O Rio visto do mar, por Rico Sombra Berlim na primavera, por André Felipe América Central, por Claudio Vitor Vaz Bolívia, por Rogério Fernandes Festas populares de Mato Grosso, por Rafael Coelho Cânions gaúchos, por Keiny Andrade
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'Gringos conhecem mais a Amazônia que brasileiros', diz editora; veja fotosA editora Analu Buchmann, 45, quis viajar para o Amazonas após atuar em um documentário sobre a região. "A Amazônia é a cara do Brasil, e os gringos a conhecem mais que a gente. Não temos a cultura de ir para lá", diz. A primeira parada da viagem, feita em setembro, foi em Manaus. O Musa (Museu da Amazônia) e o Teatro Amazonas foram os pontos altos da cidade, segundo Buchmann. Ela também se surpreendeu com o rio Amazonas. "As pessoas de lá têm uma relação interessante com a natureza, diferente daqui", diz. O município de Presidente Figueiredo, a cerca de 100 km da capital, foi outro lugar visitado. "Queria ir para um lugar no meio da floresta amazônica, por isso fui para lá". O roteiro incluiu trilhas, cachoeiras e visitas a comunidades indígenas. Valeu a pena? "Para quem gosta de natureza, é uma viagem imperdível", garante. * Veja outras edições do Álbum de Viagem: Pontos inusitados de Nova York, por Rodrigo Paiva Cabo Polonio, por Vitor Monteiro Lado 'zen' do Japão, por Jefferson Kimura Animais de Galápagos, por Carolina Daffara O Rio visto do mar, por Rico Sombra Berlim na primavera, por André Felipe América Central, por Claudio Vitor Vaz Bolívia, por Rogério Fernandes Festas populares de Mato Grosso, por Rafael Coelho Cânions gaúchos, por Keiny Andrade
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Conheça 10 alternativas gratuitas para sobreviver ao bloqueio do WhatsApp
Milhões de usuários do Whatsapp podem ficar órfãos a partir da meia-noite desta quinta-feira (17). A Justiça mandou suspender o programa de mensagens por 48 horas. Antes de se desesperar, veja uma lista de dez boas alternativas ao programa para se manter conectado com os amigos e familiares. Viber www.viber.com/pt/ O aplicativo permite troca de mensagens, vídeos e imagens em uma plataforma simples e intuitiva. A principal vantagem do app é a possibilidade de fazer chamadas de áudio e vídeo com qualidade de som HD. No entanto, as ligações ficam à mercê de boas conexões com a internet. Foto: Reprodução Hangouts www.google.com/hangouts/ O programa dá ao usuário a opção de bater papo pela rede social Google+ e recentemente adicionou o serviço de trocar de SMS. Ele está disponível para Android, IOS e computadores, mas só é possível trocar mensagens com usuários do Google. Skype www.skype.com/pt-br/ Apesar de ter grande foco em chamadas de vídeo, o aplicativo é uma excelente opção para conversar por texto. Com a possibilidade de trocar mensagens individuais ou em grupo, o Skype só peca no excesso de propagandas em sua interface. KaKaoTalk www.kakao.com/talk No aplicativo é possível trocar mensagens de texto, voz, imagens, nota de áudio, compartilhar eventos e contatos. O programa sincroniza os números da agenda telefônica do usuário e os adiciona automaticamente a lista do app, porém ele não é muito popular o Brasil. Line line.me/pt-BR O software concede a oportunidade de trocar mensagens de voz e de texto, essa ultima com simpáticos stickers exclusivos. O diferencial em relação aos outros aplicativos é a plataforma QR-Code acoplada ao app. Um ponto negativo é o fato de ele não mostrar quando um amigo está online. Kik Messenger www.kik.com O app oferece troca de mensagens de texto, voz e imagens instantaneamente. Versátil e acessível, ele está disponível para Android, IOS, Windows Phone, Symbian e Blackberry. No entanto, não é possível fazer chamadas de voz ou vídeo conferência com o programa. WeChat www.wechat.com/pt/ Além da trocar mensagens de texto, imagens, chamadas de voz e de vídeo, é possível passar o tempo com jogos disponíveis na plataforma. Boa pedida para quem quer conhecer gente nova, o programa tem a função "Olhar ao Redor", que localiza pessoas próximas. Apesar da plataforma leve, ele pode travar durante as chamadas. GroupMe https://groupme.com/ Este é o aplicativo para quem curte juntar os amigos em uma grande conversa. Ele sincroniza contatos da agenda para ajudar o usuário a criar grupos. Por meio dele não é possível abrir um bate-papo individual. Facebook Messenger O comunicador instantâneo está diretamente ligado ao Facebook, mesmo sendo um app a parte. Por ele é possível trocar mensagens de texto, voz e emoticons divertidos, no entanto só é possível conversar com pessoas que tenham conta na rede social. Versões para Android (http://goo.gl/2BBla1), iOS (http://goo.gl/f7KSUU) e WindowsPhone (http://goo.gl/TlnEv3) Telegram https://telegram.org/ Com uma interface bastante agradável, o app disponibiliza funções de troca de mensagens de texto, imagens e vídeos. O grande diferencial da plataforma é a possibilidade de enviar documentos em doc, pdf e vários outros formatos. O ponto negativo é que as pessoas ainda não o aderiram em grande escala no país.
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Conheça 10 alternativas gratuitas para sobreviver ao bloqueio do WhatsAppMilhões de usuários do Whatsapp podem ficar órfãos a partir da meia-noite desta quinta-feira (17). A Justiça mandou suspender o programa de mensagens por 48 horas. Antes de se desesperar, veja uma lista de dez boas alternativas ao programa para se manter conectado com os amigos e familiares. Viber www.viber.com/pt/ O aplicativo permite troca de mensagens, vídeos e imagens em uma plataforma simples e intuitiva. A principal vantagem do app é a possibilidade de fazer chamadas de áudio e vídeo com qualidade de som HD. No entanto, as ligações ficam à mercê de boas conexões com a internet. Foto: Reprodução Hangouts www.google.com/hangouts/ O programa dá ao usuário a opção de bater papo pela rede social Google+ e recentemente adicionou o serviço de trocar de SMS. Ele está disponível para Android, IOS e computadores, mas só é possível trocar mensagens com usuários do Google. Skype www.skype.com/pt-br/ Apesar de ter grande foco em chamadas de vídeo, o aplicativo é uma excelente opção para conversar por texto. Com a possibilidade de trocar mensagens individuais ou em grupo, o Skype só peca no excesso de propagandas em sua interface. KaKaoTalk www.kakao.com/talk No aplicativo é possível trocar mensagens de texto, voz, imagens, nota de áudio, compartilhar eventos e contatos. O programa sincroniza os números da agenda telefônica do usuário e os adiciona automaticamente a lista do app, porém ele não é muito popular o Brasil. Line line.me/pt-BR O software concede a oportunidade de trocar mensagens de voz e de texto, essa ultima com simpáticos stickers exclusivos. O diferencial em relação aos outros aplicativos é a plataforma QR-Code acoplada ao app. Um ponto negativo é o fato de ele não mostrar quando um amigo está online. Kik Messenger www.kik.com O app oferece troca de mensagens de texto, voz e imagens instantaneamente. Versátil e acessível, ele está disponível para Android, IOS, Windows Phone, Symbian e Blackberry. No entanto, não é possível fazer chamadas de voz ou vídeo conferência com o programa. WeChat www.wechat.com/pt/ Além da trocar mensagens de texto, imagens, chamadas de voz e de vídeo, é possível passar o tempo com jogos disponíveis na plataforma. Boa pedida para quem quer conhecer gente nova, o programa tem a função "Olhar ao Redor", que localiza pessoas próximas. Apesar da plataforma leve, ele pode travar durante as chamadas. GroupMe https://groupme.com/ Este é o aplicativo para quem curte juntar os amigos em uma grande conversa. Ele sincroniza contatos da agenda para ajudar o usuário a criar grupos. Por meio dele não é possível abrir um bate-papo individual. Facebook Messenger O comunicador instantâneo está diretamente ligado ao Facebook, mesmo sendo um app a parte. Por ele é possível trocar mensagens de texto, voz e emoticons divertidos, no entanto só é possível conversar com pessoas que tenham conta na rede social. Versões para Android (http://goo.gl/2BBla1), iOS (http://goo.gl/f7KSUU) e WindowsPhone (http://goo.gl/TlnEv3) Telegram https://telegram.org/ Com uma interface bastante agradável, o app disponibiliza funções de troca de mensagens de texto, imagens e vídeos. O grande diferencial da plataforma é a possibilidade de enviar documentos em doc, pdf e vários outros formatos. O ponto negativo é que as pessoas ainda não o aderiram em grande escala no país.
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Vai viajar? Confira algumas curiosidades que você provavelmente não sabia sobre passaportes
1. No Vaticano, o passaporte do papa pode ser sempre o número um; Francisco, por sua vez, optou por manter seu documento argentino 2. Como todos os passaportes do Reino Unido são emitidos "em nome de Sua Majestade", não é necessário que a rainha Elizabeth 2ª possua um 3. Países árabes, como Irã, Kuwait e Líbano não reconhecem Israel e, dessa forma, não permitem que portadores de passaportes israelenses entrem em seus território. 4. Somalilândia é um país não reconhecido internacionalmente. A região se tornou independente em 1991. Apesar de corresponder aos requisitos exigidos pela ONU, o passaporte da Somalilândia é reconhecido em poucos países. 5. Há alguns selos de passaportes bastante cobiçados, como o de quem vai para a Antártida; como o acesso a esse destino se limita a pesquisadores e a turistas que visitam o destino em cruzeiros, o selo é considerado raro 6. Como a China não reconhece Taiwan, os habitantes de ambos os países não podem transitar livremente entre eles, a menos que tenham um passaporte especial 7. O passaporte canadense, em sua última versão (2013), quando exposto à luz negra, revela uma surpresa: diferentes desenhos coloridos. As imagens 'secretas' servem como medida de segurança para evitar que alguém forje o documento Colaborou VICTORIA AZEVEDO
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Vai viajar? Confira algumas curiosidades que você provavelmente não sabia sobre passaportes1. No Vaticano, o passaporte do papa pode ser sempre o número um; Francisco, por sua vez, optou por manter seu documento argentino 2. Como todos os passaportes do Reino Unido são emitidos "em nome de Sua Majestade", não é necessário que a rainha Elizabeth 2ª possua um 3. Países árabes, como Irã, Kuwait e Líbano não reconhecem Israel e, dessa forma, não permitem que portadores de passaportes israelenses entrem em seus território. 4. Somalilândia é um país não reconhecido internacionalmente. A região se tornou independente em 1991. Apesar de corresponder aos requisitos exigidos pela ONU, o passaporte da Somalilândia é reconhecido em poucos países. 5. Há alguns selos de passaportes bastante cobiçados, como o de quem vai para a Antártida; como o acesso a esse destino se limita a pesquisadores e a turistas que visitam o destino em cruzeiros, o selo é considerado raro 6. Como a China não reconhece Taiwan, os habitantes de ambos os países não podem transitar livremente entre eles, a menos que tenham um passaporte especial 7. O passaporte canadense, em sua última versão (2013), quando exposto à luz negra, revela uma surpresa: diferentes desenhos coloridos. As imagens 'secretas' servem como medida de segurança para evitar que alguém forje o documento Colaborou VICTORIA AZEVEDO
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Estrelado por David Bowie há 30 anos, filme 'Labirinto' ganhará sequência
Estrelado por David Bowie há 30 anos, "Labirinto - A Magia do Tempo" ganhará uma sequência. Clássico de aventura e fantasia, "Labirinto" fala de uma garota (Jennifer Connelly, então com 15 anos) cujo irmão mais novo (Toby Froud) é raptado por um goblin (Bowie). Para salvar o garoto, a menina precisa desvendar um labirinto. O novo filme, "Labyrinth 2: I Still Know What You Did Last Labyrinth" (labirinto 2: eu ainda sei o que vocês fizeram no último labirinto), será produzido por Lisa Henson, filha de Jim Henson, o diretor do longa original. Ainda não se sabe se Jennifer Connelly participará da nova produção ou se a trama prestará algum tipo de homenagem a Bowie, morto no último dia 10.
ilustrada
Estrelado por David Bowie há 30 anos, filme 'Labirinto' ganhará sequênciaEstrelado por David Bowie há 30 anos, "Labirinto - A Magia do Tempo" ganhará uma sequência. Clássico de aventura e fantasia, "Labirinto" fala de uma garota (Jennifer Connelly, então com 15 anos) cujo irmão mais novo (Toby Froud) é raptado por um goblin (Bowie). Para salvar o garoto, a menina precisa desvendar um labirinto. O novo filme, "Labyrinth 2: I Still Know What You Did Last Labyrinth" (labirinto 2: eu ainda sei o que vocês fizeram no último labirinto), será produzido por Lisa Henson, filha de Jim Henson, o diretor do longa original. Ainda não se sabe se Jennifer Connelly participará da nova produção ou se a trama prestará algum tipo de homenagem a Bowie, morto no último dia 10.
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Livro explica direito para donos de start-ups; veja lançamentos
O Cifras & Letras seleciona semanalmente lançamentos nacionais e internacionais na área de negócios e economia. Entre as novidades da semana está o livro "Startups e Inovação", que oferece informações de direito importante spara quem atua no mercado de tecnologia. Outro lançamento é de um empreendedor experiente, Carlos Wizard, que narra sua trajetória em "Do Zero ao Milhão". Em "The Broken Ladder", lançamento em língua inglesa, o psicólogo Keith Payne analisa efeitos da desigualdade no corpo e na mente humana. Veja abaixo: - Teoria e Análise 1º (1º) Rápido e Devagar - Daniel Kahneman (Objetiva) - R$ 54,90 2º (2º) Fundamentos de Administração Financeira - Stephen Ross e Randolph Westerfield (GrupoA) - R$ 193 3º (4º) O Capital no Século 21 - Thomas Piketty (Intrínseca) - R$ 59,90 4º (5º) A Riqueza Das Nações (Col. Clássicos de Ouro) - Adam Smith (Nova Fronteira) - R$ 59,90 5º (-) A Verdade É Teimosa - Miriam Leitão (Intrínseca) - R$ 49,90 Práticas e Pessoas 1º (1º) O Poder da Ação - Paulo Vieira (Gente) R$ 29,90 2º (-) Do Zero ao Milhão - Carlos Wizard (Buzz) - R$ 39,90 3º (2º) Por que Fazemos o que Fazemos? - Mario Sergio Cortella (Planeta) R$ 31,90 4º (3º) Os Segredos da Mente Milionária - T. Harv Eker (Sextante) R$ 29,90 5º (4º) Poder e Alta Performance - Paulo Vieira (Gente) - R$ 29,90 Lista feita com amostra informada pelas livrarias Saraiva, Curitiba, Martins Fontes, Fnac, Livraria da Vila, Livraria Cultura e Argumento; os preços são referência do mercado e podem variar; semana entre 4/6 e 10/6; entre parênteses, a posição na semana anterior
mercado
Livro explica direito para donos de start-ups; veja lançamentosO Cifras & Letras seleciona semanalmente lançamentos nacionais e internacionais na área de negócios e economia. Entre as novidades da semana está o livro "Startups e Inovação", que oferece informações de direito importante spara quem atua no mercado de tecnologia. Outro lançamento é de um empreendedor experiente, Carlos Wizard, que narra sua trajetória em "Do Zero ao Milhão". Em "The Broken Ladder", lançamento em língua inglesa, o psicólogo Keith Payne analisa efeitos da desigualdade no corpo e na mente humana. Veja abaixo: - Teoria e Análise 1º (1º) Rápido e Devagar - Daniel Kahneman (Objetiva) - R$ 54,90 2º (2º) Fundamentos de Administração Financeira - Stephen Ross e Randolph Westerfield (GrupoA) - R$ 193 3º (4º) O Capital no Século 21 - Thomas Piketty (Intrínseca) - R$ 59,90 4º (5º) A Riqueza Das Nações (Col. Clássicos de Ouro) - Adam Smith (Nova Fronteira) - R$ 59,90 5º (-) A Verdade É Teimosa - Miriam Leitão (Intrínseca) - R$ 49,90 Práticas e Pessoas 1º (1º) O Poder da Ação - Paulo Vieira (Gente) R$ 29,90 2º (-) Do Zero ao Milhão - Carlos Wizard (Buzz) - R$ 39,90 3º (2º) Por que Fazemos o que Fazemos? - Mario Sergio Cortella (Planeta) R$ 31,90 4º (3º) Os Segredos da Mente Milionária - T. Harv Eker (Sextante) R$ 29,90 5º (4º) Poder e Alta Performance - Paulo Vieira (Gente) - R$ 29,90 Lista feita com amostra informada pelas livrarias Saraiva, Curitiba, Martins Fontes, Fnac, Livraria da Vila, Livraria Cultura e Argumento; os preços são referência do mercado e podem variar; semana entre 4/6 e 10/6; entre parênteses, a posição na semana anterior
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Mortes: Exilado, gerou empregos pela ONU
Clodomir Santos de Morais deixou a casa da família, em Santa Maria da Vitória (BA), com apenas 13 anos, para estudar em São Paulo. Não fazia ideia que muitas outras cidades e países viriam depois. A ditadura militar foi a principal razão para mudanças. Preso entre os anos de 1964 e 1965, ele decidiu deixar o país assim que foi solto. Passou pelo Chile, México, Honduras, Portugal, Alemanha, sempre como consultor da ONU, e dedicado a projetos de geração de emprego. O tema entrou aos poucos em sua vida. Foi atuando como alfaiate, saxofonista, jornalista e deputado que teve contato com sindicatos, trabalhadores rurais e as Ligas Camponesas, criadas nos anos 50, em alguns Estados, para o uso coletivo da terra. Formado em direito, especializou-se em sociologia e antropologia, abordando, em especial, a reforma agrária. Após o exílio, voltou ao Brasil, em 1987, para trabalhar na Universidade de Brasília. Deu aulas, fez projetos de desenvolvimento para cidades, Estados e países e criou o Instituto de Apoio Técnico a Países de Terceiro Mundo. Voltou para a sua cidade natal em 2012, mas não deixou o trabalho. Mesmo aos domingos, estava estudando. Eram poucos seus interesses fora do trabalho. "Não lembro do meu pai jogar futebol, jogar xadrez, só lendo, escrevendo. Lazer era viajar a trabalho", diz o filho Guarani. Sério, pedia exatidão até nas pequenas coisas. "Meu relógio não marca 11 horas e pouco, meu calendário não tem próximos dias", dizia ele. Morreu dia 25, aos 85, após um AVC. Deixa cinco filhos, três netos e dois irmãos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
cotidiano
Mortes: Exilado, gerou empregos pela ONUClodomir Santos de Morais deixou a casa da família, em Santa Maria da Vitória (BA), com apenas 13 anos, para estudar em São Paulo. Não fazia ideia que muitas outras cidades e países viriam depois. A ditadura militar foi a principal razão para mudanças. Preso entre os anos de 1964 e 1965, ele decidiu deixar o país assim que foi solto. Passou pelo Chile, México, Honduras, Portugal, Alemanha, sempre como consultor da ONU, e dedicado a projetos de geração de emprego. O tema entrou aos poucos em sua vida. Foi atuando como alfaiate, saxofonista, jornalista e deputado que teve contato com sindicatos, trabalhadores rurais e as Ligas Camponesas, criadas nos anos 50, em alguns Estados, para o uso coletivo da terra. Formado em direito, especializou-se em sociologia e antropologia, abordando, em especial, a reforma agrária. Após o exílio, voltou ao Brasil, em 1987, para trabalhar na Universidade de Brasília. Deu aulas, fez projetos de desenvolvimento para cidades, Estados e países e criou o Instituto de Apoio Técnico a Países de Terceiro Mundo. Voltou para a sua cidade natal em 2012, mas não deixou o trabalho. Mesmo aos domingos, estava estudando. Eram poucos seus interesses fora do trabalho. "Não lembro do meu pai jogar futebol, jogar xadrez, só lendo, escrevendo. Lazer era viajar a trabalho", diz o filho Guarani. Sério, pedia exatidão até nas pequenas coisas. "Meu relógio não marca 11 horas e pouco, meu calendário não tem próximos dias", dizia ele. Morreu dia 25, aos 85, após um AVC. Deixa cinco filhos, três netos e dois irmãos. coluna.obituario@grupofolha.com.br - Veja os anúncios de mortes Veja os anúncios de missas -
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Faturamento de serviços em São Paulo cai R$ 7 bilhões neste ano
O setor de serviços na capital paulista faturou R$ 173,9 bilhões neste ano até agosto -uma queda real de 4% em relação ao mesmo período de 2015, aponta a FecomercioSP, com dados da Secretaria de Finanças da prefeitura. A projeção da entidade é que as empresas fechem 2016 com uma redução de 3,5% de sua receita anual, já descontada a inflação. Um resultado positivo deverá vir em 2017, segundo Kelly Carvalho, da federação. "Com o aumento da confiança dos consumidores, deverá haver uma melhora nos próximos meses, mas o setor, que foi o último a sentir os efeitos da crise, deverá ser o último a sair dela", avalia. POSSO AJUDAR? - Faturamento do setor de serviços em São Paulo A retração foi puxada principalmente pelo mau desempenho dos serviços contratados por outras empresas, como os jurídicos, econômicos e técnico-administrativos. O segmento, que corresponde a 34% da receita total do setor, teve uma diminuição de 6% no período. As empresas de construção civil também tiveram uma forte redução, de 27,6%. Os serviços de saúde foram os que mais cresceram. A área teve um aumento de 19,9% no acumulado deste ano até agosto, o equivalente a R$ 2,6 bilhões a mais que no mesmo período de 2015. Outro segmento com resultado positivo foi o turismo, que cresceu 12,1%. "Os Jogos Olímpicos atraíram visitantes também a São Paulo, e as viagens de negócios não caíram tanto no período." - Cozinha maior A Sapore, de alimentação corporativa, aproveitou a experiência de servir refeições nos Jogos Olímpicos do Rio para lançar uma divisão voltada a grandes eventos. A área receberá parte do aporte de R$ 33 milhões que a empresa prevê para 2017. Outra parcela será usada na expansão internacional da companhia, hoje no México e na Colômbia. Os próximos alvos são Argentina e Peru. "Em três anos, teremos representatividade local suficiente para entrar no Chile e, em 2020, nos Estados Unidos", afirma Daniel Mendez, presidente da empresa. As metas para 2016 foram superadas, e a Sapore terá receita de R$ 1,7 bilhão, 18% a mais que 2015, diz ele. "Em 2017, projetamos crescer 14%, até porque algumas vendas, que já nos garantem mais 6%, só vão se concretizar no ano que vem." 15 mil são os funcionários da Sapore 1.100 é o número de restaurantes em que a empresa atua no Brasil - Polêmica transmissão Um processo no STJ entre a Oi e o Ecad, que dirá se o escritório deve arrecadar de serviços de streaming (música sob demanda pela web) como Spotify e YouTube, tomou rumo desfavorável ao órgão de direitos autorais. Inicialmente, a tese do Ecad foi acatada por dois ministros. Um terceiro acolheu o entendimento da Oi. Agora, um dos que haviam dado razão ao Ecad pode mudar o voto. O streaming, para os advogados da tele, não é de execução pública, mas individual. "A transmissão aberta é para um grupo indeterminado de ouvintes. Nesse caso, é para um só", diz Ana Basílio, advogada da Oi. O argumento é "natimorto", afirma Pedro Paulo Muanis, que representa o Ecad. "O conceito de execução pública não se constrói do ponto de vista de quem ouve. Se está disponível às pessoas, o conteúdo está aberto ao público." O Ecad vai manter a estratégia: "Tenho dois votos, e a Oi, um", diz Muanis. CONTANDO VIL METAL - Arrecadação do Ecad Arrecadação do Ecad - Maiores crescimentos (em %) - Frete... O volume somado de entregas dos Correios, TNT Express e Total Express cresceu 14% em 2015 no Brasil, segundo a Pitney Bowes. O aumento é maior que a média global, de 2,9%. ...em alta As compras de consumidores eletrônicos impulsionaram o número, aponta a empresa. O custo da operação subiu 15,4% em termos nominais nesse período. Bebidas Dos R$ 10 milhões que o Rei do Mate investirá em 2017, R$ 2 milhões serão destinados à linha de chá envasado. A empresa prevê ampliar as vendas de varejo no Sul e Nordeste do país. Transporte A LM Frotas investiu R$ 30 milhões para adquirir caminhões da Iveco. A compra corresponde a 70% do que a fabricante costuma faturar por mês. - Mães no comando A oscilação do dólar tem sido benéfica para a venda de produtos para bebês, segundo a criadora da feira Baby Bum, do setor. "Quando a moeda está mais cara, mães param de ir à Miami e compram o enxoval aqui", afirma Graziella Ades, que diz não ter sentido o impacto da recessão nos negócios. A expectativa é que o evento, que começa nesta quarta-feira (16) em São Paulo, movimente R$ 4 milhões em quatro dias de duração. São cinco edições por ano, duas delas menores, realizadas no interior do Estado. - Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI
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Faturamento de serviços em São Paulo cai R$ 7 bilhões neste anoO setor de serviços na capital paulista faturou R$ 173,9 bilhões neste ano até agosto -uma queda real de 4% em relação ao mesmo período de 2015, aponta a FecomercioSP, com dados da Secretaria de Finanças da prefeitura. A projeção da entidade é que as empresas fechem 2016 com uma redução de 3,5% de sua receita anual, já descontada a inflação. Um resultado positivo deverá vir em 2017, segundo Kelly Carvalho, da federação. "Com o aumento da confiança dos consumidores, deverá haver uma melhora nos próximos meses, mas o setor, que foi o último a sentir os efeitos da crise, deverá ser o último a sair dela", avalia. POSSO AJUDAR? - Faturamento do setor de serviços em São Paulo A retração foi puxada principalmente pelo mau desempenho dos serviços contratados por outras empresas, como os jurídicos, econômicos e técnico-administrativos. O segmento, que corresponde a 34% da receita total do setor, teve uma diminuição de 6% no período. As empresas de construção civil também tiveram uma forte redução, de 27,6%. Os serviços de saúde foram os que mais cresceram. A área teve um aumento de 19,9% no acumulado deste ano até agosto, o equivalente a R$ 2,6 bilhões a mais que no mesmo período de 2015. Outro segmento com resultado positivo foi o turismo, que cresceu 12,1%. "Os Jogos Olímpicos atraíram visitantes também a São Paulo, e as viagens de negócios não caíram tanto no período." - Cozinha maior A Sapore, de alimentação corporativa, aproveitou a experiência de servir refeições nos Jogos Olímpicos do Rio para lançar uma divisão voltada a grandes eventos. A área receberá parte do aporte de R$ 33 milhões que a empresa prevê para 2017. Outra parcela será usada na expansão internacional da companhia, hoje no México e na Colômbia. Os próximos alvos são Argentina e Peru. "Em três anos, teremos representatividade local suficiente para entrar no Chile e, em 2020, nos Estados Unidos", afirma Daniel Mendez, presidente da empresa. As metas para 2016 foram superadas, e a Sapore terá receita de R$ 1,7 bilhão, 18% a mais que 2015, diz ele. "Em 2017, projetamos crescer 14%, até porque algumas vendas, que já nos garantem mais 6%, só vão se concretizar no ano que vem." 15 mil são os funcionários da Sapore 1.100 é o número de restaurantes em que a empresa atua no Brasil - Polêmica transmissão Um processo no STJ entre a Oi e o Ecad, que dirá se o escritório deve arrecadar de serviços de streaming (música sob demanda pela web) como Spotify e YouTube, tomou rumo desfavorável ao órgão de direitos autorais. Inicialmente, a tese do Ecad foi acatada por dois ministros. Um terceiro acolheu o entendimento da Oi. Agora, um dos que haviam dado razão ao Ecad pode mudar o voto. O streaming, para os advogados da tele, não é de execução pública, mas individual. "A transmissão aberta é para um grupo indeterminado de ouvintes. Nesse caso, é para um só", diz Ana Basílio, advogada da Oi. O argumento é "natimorto", afirma Pedro Paulo Muanis, que representa o Ecad. "O conceito de execução pública não se constrói do ponto de vista de quem ouve. Se está disponível às pessoas, o conteúdo está aberto ao público." O Ecad vai manter a estratégia: "Tenho dois votos, e a Oi, um", diz Muanis. CONTANDO VIL METAL - Arrecadação do Ecad Arrecadação do Ecad - Maiores crescimentos (em %) - Frete... O volume somado de entregas dos Correios, TNT Express e Total Express cresceu 14% em 2015 no Brasil, segundo a Pitney Bowes. O aumento é maior que a média global, de 2,9%. ...em alta As compras de consumidores eletrônicos impulsionaram o número, aponta a empresa. O custo da operação subiu 15,4% em termos nominais nesse período. Bebidas Dos R$ 10 milhões que o Rei do Mate investirá em 2017, R$ 2 milhões serão destinados à linha de chá envasado. A empresa prevê ampliar as vendas de varejo no Sul e Nordeste do país. Transporte A LM Frotas investiu R$ 30 milhões para adquirir caminhões da Iveco. A compra corresponde a 70% do que a fabricante costuma faturar por mês. - Mães no comando A oscilação do dólar tem sido benéfica para a venda de produtos para bebês, segundo a criadora da feira Baby Bum, do setor. "Quando a moeda está mais cara, mães param de ir à Miami e compram o enxoval aqui", afirma Graziella Ades, que diz não ter sentido o impacto da recessão nos negócios. A expectativa é que o evento, que começa nesta quarta-feira (16) em São Paulo, movimente R$ 4 milhões em quatro dias de duração. São cinco edições por ano, duas delas menores, realizadas no interior do Estado. - Hora do café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI
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Tóquio 'aprende a lição' e hoje perde só 2% da água
Apenas 19 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, o Japão projetava usar a Olimpíada de 1964 para mostrar ao mundo que já havia se reerguido da destruição quase completa. Para o evento, construiu, entre outras obras faraônicas, o primeiro trem-bala do mundo. Mas surgiu então um problema inesperado: as torneiras de Tóquio secaram. "Esta cidade está experimentando a falta de água mais crítica em 40 anos enquanto entra no período mais quente do verão e acelera febrilmente os preparativos para os Jogos Olímpicos, marcados para daqui a dois meses e meio", descrevia o jornal "New York Times" em sua edição de 26 de julho de 1964. O principal reservatório de Tóquio, o Ogouchi, ficou com apenas 0,5% de sua capacidade (o Cantareira, na Grande SP, opera hoje com 14,5%). O fornecimento de água chegou a ser cortado durante 11 horas por dia em dezenas de milhares de casas, enquanto moradores faziam fila diante de caminhões-pipa, segundo fotos e relatos da época. A situação só melhorou após a construção emergencial de um canal de cerca de 17 km para levar água ao Ogouchi. O sufoco passou, e a Olimpíada –a primeira transmitida via satélite– foi considerada um sucesso. Para os técnicos do Departamento de Água de Tóquio, ficou a lição. A cinco anos de sediar novamente uma edição dos Jogos Olímpicos, o risco de outra crise hídrica é considerado remoto na cidade, hoje referência na administração de recursos hídricos para São Paulo e outras cidades do mundo. DESPERDÍCIO Entre as diversas melhorias, talvez a maior façanha da metrópole japonesa seja o índice de apenas 2% de perda de água por problemas na tubulação, um dos menores percentuais do mundo. Na região metropolitana de São Paulo, o desperdício é de cerca de 19%, índice que Tóquio registrava na época da Olimpíada de 1964. A diferença pode ser ainda mais alta caso se levem em conta os furtos na região metropolitana -problema inexistente no Japão. Por esse cálculo, a perda em São Paulo fica em torno de 30%. Para especialistas, a redução do desperdício é uma das formas mais eficientes de ampliar a segurança do abastecimento de água. Ao contrário do que se pode imaginar, o segredo não está na alta tecnologia, mas no departamento de recursos humanos, explica Norifumi Tashiro, diretor de coordenação do Departamento de Água do Governo Metropolitano de Tóquio. "É a capacidade do funcionário", disse Tashiro, taxativo, em entrevista à Folha na sede do Departamento de Água, sobre o motivo de um desperdício tão baixo. "Tem a questão da substituição do material do tubo, mas isso já está sendo realizado há tempos. Outro fator importante é a realização imediata do reparo após a detecção do vazamento." Tóquio tem cerca de 400 fiscais com treinamento específico, incluindo um local com simulações de vazamento. A técnica mais usada, de inspeção por geofonamento –que amplifica o som do subsolo–, é praticamente idêntica à utilizada em São Paulo. Quando um vazamento na tubulação é detectado, a reparação é feita no mesmo dia, segundo números oficiais. A Sabesp, empresa de água do Estado de SP, trabalha com um prazo de até 36 horas. DISTRIBUIÇÃO Graças a uma rígida lei ambiental, nenhuma fonte de água doce de Tóquio é imprópria ao consumo humano. A capital japonesa também ampliou sua capacidade de produção de água, com novos reservatórios, canais e estações de tratamento. Hoje, está em construção um anel de dutos para melhor distribuir a água e evitar que uma região esteja mais vulnerável, como em 1964. "Estamos nos preparando para que não haja disparidades", afirmou Tashiro. Tóquio, entretanto, não está imune a problemas. Há três anos, por exemplo, uma seca voltou a diminuir o nível dos reservatórios. Uma campanha publicitária com dicas de economia de água, porém, bastou para evitar problemas de desabastecimento. TROCA TÉCNICA De 2007 a 2010, o Japão prestou cooperação técnica à Sabesp para diminuição de desperdícios no sistema. Em 2012, emprestou R$ 860 milhões para o programa de redução de perdas da empresa paulistana. Eric Carozzi, superintendente da Sabesp, avalia, no entanto, que diferenças entre São Paulo e Tóquio, como a falta da coleta de todo o esgoto daqui, impedem que repliquemos os resultados japoneses. O jornalista FABIANO MAISONNAVE viajou a convite da Jica (Agência de Cooperação Internacional do Japão)
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Tóquio 'aprende a lição' e hoje perde só 2% da águaApenas 19 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, o Japão projetava usar a Olimpíada de 1964 para mostrar ao mundo que já havia se reerguido da destruição quase completa. Para o evento, construiu, entre outras obras faraônicas, o primeiro trem-bala do mundo. Mas surgiu então um problema inesperado: as torneiras de Tóquio secaram. "Esta cidade está experimentando a falta de água mais crítica em 40 anos enquanto entra no período mais quente do verão e acelera febrilmente os preparativos para os Jogos Olímpicos, marcados para daqui a dois meses e meio", descrevia o jornal "New York Times" em sua edição de 26 de julho de 1964. O principal reservatório de Tóquio, o Ogouchi, ficou com apenas 0,5% de sua capacidade (o Cantareira, na Grande SP, opera hoje com 14,5%). O fornecimento de água chegou a ser cortado durante 11 horas por dia em dezenas de milhares de casas, enquanto moradores faziam fila diante de caminhões-pipa, segundo fotos e relatos da época. A situação só melhorou após a construção emergencial de um canal de cerca de 17 km para levar água ao Ogouchi. O sufoco passou, e a Olimpíada –a primeira transmitida via satélite– foi considerada um sucesso. Para os técnicos do Departamento de Água de Tóquio, ficou a lição. A cinco anos de sediar novamente uma edição dos Jogos Olímpicos, o risco de outra crise hídrica é considerado remoto na cidade, hoje referência na administração de recursos hídricos para São Paulo e outras cidades do mundo. DESPERDÍCIO Entre as diversas melhorias, talvez a maior façanha da metrópole japonesa seja o índice de apenas 2% de perda de água por problemas na tubulação, um dos menores percentuais do mundo. Na região metropolitana de São Paulo, o desperdício é de cerca de 19%, índice que Tóquio registrava na época da Olimpíada de 1964. A diferença pode ser ainda mais alta caso se levem em conta os furtos na região metropolitana -problema inexistente no Japão. Por esse cálculo, a perda em São Paulo fica em torno de 30%. Para especialistas, a redução do desperdício é uma das formas mais eficientes de ampliar a segurança do abastecimento de água. Ao contrário do que se pode imaginar, o segredo não está na alta tecnologia, mas no departamento de recursos humanos, explica Norifumi Tashiro, diretor de coordenação do Departamento de Água do Governo Metropolitano de Tóquio. "É a capacidade do funcionário", disse Tashiro, taxativo, em entrevista à Folha na sede do Departamento de Água, sobre o motivo de um desperdício tão baixo. "Tem a questão da substituição do material do tubo, mas isso já está sendo realizado há tempos. Outro fator importante é a realização imediata do reparo após a detecção do vazamento." Tóquio tem cerca de 400 fiscais com treinamento específico, incluindo um local com simulações de vazamento. A técnica mais usada, de inspeção por geofonamento –que amplifica o som do subsolo–, é praticamente idêntica à utilizada em São Paulo. Quando um vazamento na tubulação é detectado, a reparação é feita no mesmo dia, segundo números oficiais. A Sabesp, empresa de água do Estado de SP, trabalha com um prazo de até 36 horas. DISTRIBUIÇÃO Graças a uma rígida lei ambiental, nenhuma fonte de água doce de Tóquio é imprópria ao consumo humano. A capital japonesa também ampliou sua capacidade de produção de água, com novos reservatórios, canais e estações de tratamento. Hoje, está em construção um anel de dutos para melhor distribuir a água e evitar que uma região esteja mais vulnerável, como em 1964. "Estamos nos preparando para que não haja disparidades", afirmou Tashiro. Tóquio, entretanto, não está imune a problemas. Há três anos, por exemplo, uma seca voltou a diminuir o nível dos reservatórios. Uma campanha publicitária com dicas de economia de água, porém, bastou para evitar problemas de desabastecimento. TROCA TÉCNICA De 2007 a 2010, o Japão prestou cooperação técnica à Sabesp para diminuição de desperdícios no sistema. Em 2012, emprestou R$ 860 milhões para o programa de redução de perdas da empresa paulistana. Eric Carozzi, superintendente da Sabesp, avalia, no entanto, que diferenças entre São Paulo e Tóquio, como a falta da coleta de todo o esgoto daqui, impedem que repliquemos os resultados japoneses. O jornalista FABIANO MAISONNAVE viajou a convite da Jica (Agência de Cooperação Internacional do Japão)
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Veja sete casas que oferecem soluções de iluminação em São Paulo
ANA ELISA FARIA CAMILA SAYURI DE SÃO PAULO RAFAEL BAHIA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo ART MAISON Abajures, pendentes e plafons estão entre os produtos oferecidos. A loja também trabalha com almofadas, painéis decorativos, divisórias de ambientes e biombos. artmaison.com.br. R. Rodésia, 216, Vila Madalena, região oeste, tel. 3032-3895. Seg. a sex.: 9h40 às 18h. Sáb.: 10h às 14h50. - BERTOLUCCI Fundada em 1956, conta com fábrica própria. As criações são assinadas por profissionais conceituados como a designer Ana Strumpf e o arquiteto Maurício Arruda. bertolucci.com.br. R. Espártaco, 367, Vila Romana, tel. 3873-2879. Seg a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 14h. - LA LAMPE Oferece soluções de iluminação para ambientes residenciais e comerciais. Um dos destaques é a luminária articulada para mesa ou piso Bob, da designer Baba Vacaro, que sai por R$ 1.032. lalampe.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.258, Jardim América, tel. 3069-3949. Seg. a sex.: 9h30 às 19h. Sáb.: 10h às 14h. - LUMINI Com fábrica própria, oferece soluções em iluminação, com peças assinadas pelo designer Fernando Prado. Também é representante de marcas internacionais. No design, linhas retas, sem muito rebusque. lumini.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.441, Jardim América, tel. 3898-0222. Seg. a sex.: 9h30 às 19h. Sáb.: 10h às 14h. - LUSTRES YAMAMURA Na megaloja, chama atenção a quantidade de itens -mais de 18 mil, com destaque para produtos nas linhas de cristais. Entre as opções, o lustre cobre e preto (23 x 23 cm) sai por R$ 183. yamamura.com.br. R. da Consolação, 2.004/2.064, Cerqueira César, tel. 3218-2727. Seg. a sex.: 9h às 21h. Sáb.: 9h às 20h. Dom.: 10h às 19h. - PUNTOLUCE A loja trabalha com luminárias importadas de marcas como 4Concepts, Kandela, Carlesso e Swarovski, e produtos próprios criados pelo Studio Puntoluce. puntoluce.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 934, Jardim América, tel. 3064-6977. Seg. a sex.: 9h às 19h. Sáb.: 10h às 15h. - REKA A grife existe desde 1973. A maioria das luminárias é feita de latão, ferro, alumínio e acrílico. Seus modelos diversos incluem arandelas, pendentes e embutidos. reka.com.br. R. Fidalga, 565, Vila Madalena, tel. 3093-8177. Seg. a sex.: 9h30 às 18h30. Sáb.: 10h às 14h.
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Veja sete casas que oferecem soluções de iluminação em São PauloANA ELISA FARIA CAMILA SAYURI DE SÃO PAULO RAFAEL BAHIA COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo ART MAISON Abajures, pendentes e plafons estão entre os produtos oferecidos. A loja também trabalha com almofadas, painéis decorativos, divisórias de ambientes e biombos. artmaison.com.br. R. Rodésia, 216, Vila Madalena, região oeste, tel. 3032-3895. Seg. a sex.: 9h40 às 18h. Sáb.: 10h às 14h50. - BERTOLUCCI Fundada em 1956, conta com fábrica própria. As criações são assinadas por profissionais conceituados como a designer Ana Strumpf e o arquiteto Maurício Arruda. bertolucci.com.br. R. Espártaco, 367, Vila Romana, tel. 3873-2879. Seg a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 14h. - LA LAMPE Oferece soluções de iluminação para ambientes residenciais e comerciais. Um dos destaques é a luminária articulada para mesa ou piso Bob, da designer Baba Vacaro, que sai por R$ 1.032. lalampe.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.258, Jardim América, tel. 3069-3949. Seg. a sex.: 9h30 às 19h. Sáb.: 10h às 14h. - LUMINI Com fábrica própria, oferece soluções em iluminação, com peças assinadas pelo designer Fernando Prado. Também é representante de marcas internacionais. No design, linhas retas, sem muito rebusque. lumini.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.441, Jardim América, tel. 3898-0222. Seg. a sex.: 9h30 às 19h. Sáb.: 10h às 14h. - LUSTRES YAMAMURA Na megaloja, chama atenção a quantidade de itens -mais de 18 mil, com destaque para produtos nas linhas de cristais. Entre as opções, o lustre cobre e preto (23 x 23 cm) sai por R$ 183. yamamura.com.br. R. da Consolação, 2.004/2.064, Cerqueira César, tel. 3218-2727. Seg. a sex.: 9h às 21h. Sáb.: 9h às 20h. Dom.: 10h às 19h. - PUNTOLUCE A loja trabalha com luminárias importadas de marcas como 4Concepts, Kandela, Carlesso e Swarovski, e produtos próprios criados pelo Studio Puntoluce. puntoluce.com.br. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 934, Jardim América, tel. 3064-6977. Seg. a sex.: 9h às 19h. Sáb.: 10h às 15h. - REKA A grife existe desde 1973. A maioria das luminárias é feita de latão, ferro, alumínio e acrílico. Seus modelos diversos incluem arandelas, pendentes e embutidos. reka.com.br. R. Fidalga, 565, Vila Madalena, tel. 3093-8177. Seg. a sex.: 9h30 às 18h30. Sáb.: 10h às 14h.
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Brasil lidera avanço global de transgênicos
O Brasil foi no ano passado o principal motor do crescimento mundial das safras geneticamente modificadas. A área sob cultivo no país com esse tipo de semente se expandiu em 11%, para 49 milhões de hectares, área total atrás apenas da dos EUA (73 milhões). Em 2016, porém, o aumento da área dos Estados Unidos foi de apenas 3%. No mundo, a alta foi de 3%, para 185 milhões de hectares, segundo o Isaaa, rede global de centros de pesquisa sem fins lucrativos que promove a biotecnologia agrícola. De uma expansão mundial de 5,4 milhões de hectares, 4,9 milhões foram no Brasil. O estudo de um ano atrás mostrava um pequeno declínio na área plantada, o primeiro desde que as safras geneticamente modificadas começaram a ser comercializadas, 20 anos atrás. TERRITÓRIO PLANTADO POR PAÍS - Em milhões de hectares Paul Teng, presidente do Isaaa e professor da Universidade Tecnológica Nanyang, em Cingapura, atribuiu o crescimento da área cultivada a fatores diversos em partes diferentes do planeta, como o clima favorável e a recuperação nos preços de commodities. "Mas a principal força propulsora é que os agricultores apreciam os efeitos das safras biotecnológicas em termos de avanço na produtividade e na lucratividade, bem como para os esforços de conservação", afirmou Teng. As vendas de sementes geneticamente modificadas também cresceram em 3% ante 2015, segundo a Cropnosis, uma empresa de pesquisa. O mercado de sementes geneticamente modificadas movimentou US$ 15,8 bilhões, o equivalente a 35% do movimento total de vendas de sementes comerciais. NOVA ONDA Os dois principais "traços" conferidos pela engenharia genética, até agora, são a tolerância a herbicidas, o que permite que os agricultores empreguem um spray contra ervas daninhas sem prejudicar as safras, e a resistência a insetos, que impede que pestes devorem as plantas. Mas a chegada de novas sementes geneticamente modificadas deve promover uma nova onda de expansão, disse o professor Teng. "Com a aprovação comercial e o plantio de novas variedades de batatas e maçãs biotecnológicas, os consumidores começarão a desfrutar dos benefícios diretos da tecnologia, com produtos que têm menor probabilidade de danos ou apodrecimento, o que por sua vez pode reduzir substancialmente o desperdício de comida e os gastos com compras de alimentos". CULTURAS NO BRASIL - Maiores safras genetica- mente modificadas do país, em milhões de hectares plantados Ainda que grupos de defesa do consumidor e grupos ambientais de todo o planeta continuem a resistir às safras genericamente modificadas, o Isaaa, que apoia resolutamente o uso da biotecnologia, detecta sinais de mudança de atitude. Na África, por exemplo, "está emergindo uma nova onda de aceitação", com testes de campo de bananas, feijão de corda e sorgo geneticamente modificados em curso em diversos países. Mesmo na Europa, maior polo de resistência, 136 mil hectares de milho resistente a insetos foram plantados no ano passado, uma alta de 17% ante a área total de 2015.
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Brasil lidera avanço global de transgênicosO Brasil foi no ano passado o principal motor do crescimento mundial das safras geneticamente modificadas. A área sob cultivo no país com esse tipo de semente se expandiu em 11%, para 49 milhões de hectares, área total atrás apenas da dos EUA (73 milhões). Em 2016, porém, o aumento da área dos Estados Unidos foi de apenas 3%. No mundo, a alta foi de 3%, para 185 milhões de hectares, segundo o Isaaa, rede global de centros de pesquisa sem fins lucrativos que promove a biotecnologia agrícola. De uma expansão mundial de 5,4 milhões de hectares, 4,9 milhões foram no Brasil. O estudo de um ano atrás mostrava um pequeno declínio na área plantada, o primeiro desde que as safras geneticamente modificadas começaram a ser comercializadas, 20 anos atrás. TERRITÓRIO PLANTADO POR PAÍS - Em milhões de hectares Paul Teng, presidente do Isaaa e professor da Universidade Tecnológica Nanyang, em Cingapura, atribuiu o crescimento da área cultivada a fatores diversos em partes diferentes do planeta, como o clima favorável e a recuperação nos preços de commodities. "Mas a principal força propulsora é que os agricultores apreciam os efeitos das safras biotecnológicas em termos de avanço na produtividade e na lucratividade, bem como para os esforços de conservação", afirmou Teng. As vendas de sementes geneticamente modificadas também cresceram em 3% ante 2015, segundo a Cropnosis, uma empresa de pesquisa. O mercado de sementes geneticamente modificadas movimentou US$ 15,8 bilhões, o equivalente a 35% do movimento total de vendas de sementes comerciais. NOVA ONDA Os dois principais "traços" conferidos pela engenharia genética, até agora, são a tolerância a herbicidas, o que permite que os agricultores empreguem um spray contra ervas daninhas sem prejudicar as safras, e a resistência a insetos, que impede que pestes devorem as plantas. Mas a chegada de novas sementes geneticamente modificadas deve promover uma nova onda de expansão, disse o professor Teng. "Com a aprovação comercial e o plantio de novas variedades de batatas e maçãs biotecnológicas, os consumidores começarão a desfrutar dos benefícios diretos da tecnologia, com produtos que têm menor probabilidade de danos ou apodrecimento, o que por sua vez pode reduzir substancialmente o desperdício de comida e os gastos com compras de alimentos". CULTURAS NO BRASIL - Maiores safras genetica- mente modificadas do país, em milhões de hectares plantados Ainda que grupos de defesa do consumidor e grupos ambientais de todo o planeta continuem a resistir às safras genericamente modificadas, o Isaaa, que apoia resolutamente o uso da biotecnologia, detecta sinais de mudança de atitude. Na África, por exemplo, "está emergindo uma nova onda de aceitação", com testes de campo de bananas, feijão de corda e sorgo geneticamente modificados em curso em diversos países. Mesmo na Europa, maior polo de resistência, 136 mil hectares de milho resistente a insetos foram plantados no ano passado, uma alta de 17% ante a área total de 2015.
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Cultura do estupro
SÃO PAULO - Causou celeuma a pesquisa Datafolha que apurou que 30% dos brasileiros concordam com a frase "A mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada". A leitura mais ou menos unânime foi a de que quase um terço da população pensa que uma mulher que veste trajes sumários e sofre violência sexual é de certa forma culpada por isso. Não estou seguro de que essa seja a melhor hermenêutica. O que mais chama a atenção no detalhamento da pesquisa, feita por encomenda do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é que a proporção de homens e mulheres que concordaram com a frase é idêntica. Assim, a menos que imaginemos que a tal da cultura do estupro seja abraçada com igual entusiasmo pelos dois gêneros, o que parece biologicamente implausível, devemos procurar outra explicação. Minha hipótese é que a frase não é tão unívoca quanto se supõe. Suspeito que ao menos uma parte dos entrevistados a tenha interpretado mais como juízo probabilístico do que ético: uma mulher que se veste de forma provocante teria mais chance de ser estuprada, sem que esteja embutida aí uma condenação moral da vítima. Se não for assim, nos deparamos com o desafio, a meu ver mais difícil, de providenciar uma explicação para o fato de não haver menos mulheres do que homens sugerindo que a vítima "merece" ser estuprada. Estaríamos aqui lidando com uma cultura do estupro sem as digitais do machismo, o que é improvável. O ponto central, me parece, é que, embora o mundo ainda seja um lugar violento e distante da equidade de gênero, ele está se tornando cada vez mais feminista. A pesquisa traz alguns indícios disso, ao mostrar, por exemplo, que a concordância com a polêmica frase diminui conforme aumentam o grau de instrução e a juventude do entrevistado. Basicamente, ir à escola serve para alguma coisa -nem que seja melhorar a capacidade de interpretar frases.
colunas
Cultura do estuproSÃO PAULO - Causou celeuma a pesquisa Datafolha que apurou que 30% dos brasileiros concordam com a frase "A mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada". A leitura mais ou menos unânime foi a de que quase um terço da população pensa que uma mulher que veste trajes sumários e sofre violência sexual é de certa forma culpada por isso. Não estou seguro de que essa seja a melhor hermenêutica. O que mais chama a atenção no detalhamento da pesquisa, feita por encomenda do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é que a proporção de homens e mulheres que concordaram com a frase é idêntica. Assim, a menos que imaginemos que a tal da cultura do estupro seja abraçada com igual entusiasmo pelos dois gêneros, o que parece biologicamente implausível, devemos procurar outra explicação. Minha hipótese é que a frase não é tão unívoca quanto se supõe. Suspeito que ao menos uma parte dos entrevistados a tenha interpretado mais como juízo probabilístico do que ético: uma mulher que se veste de forma provocante teria mais chance de ser estuprada, sem que esteja embutida aí uma condenação moral da vítima. Se não for assim, nos deparamos com o desafio, a meu ver mais difícil, de providenciar uma explicação para o fato de não haver menos mulheres do que homens sugerindo que a vítima "merece" ser estuprada. Estaríamos aqui lidando com uma cultura do estupro sem as digitais do machismo, o que é improvável. O ponto central, me parece, é que, embora o mundo ainda seja um lugar violento e distante da equidade de gênero, ele está se tornando cada vez mais feminista. A pesquisa traz alguns indícios disso, ao mostrar, por exemplo, que a concordância com a polêmica frase diminui conforme aumentam o grau de instrução e a juventude do entrevistado. Basicamente, ir à escola serve para alguma coisa -nem que seja melhorar a capacidade de interpretar frases.
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Oferta de hotéis 'pet friendly' cresce; veja 20 destinos que aceitam animais
Biscoitos de recepção no check-in. Kit de boas-vindas. Piscina exclusiva. Playground e equipamentos de stand-up paddle. Os mimos, dignos de hóspedes VIP, são, na verdade, oferecidos a pets em hospedagens pelo Brasil. Se no país há mais famílias com cachorros do que com filhos –segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)–, não é de se estranhar que um número cada vez maior de hotéis permita que os donos levem seus animais em viagens. Não só em hotéis-fazenda ou pousadas no campo. A última iniciativa partiu da rede francesa Accor, que em julho ampliou para as unidades ibis budget, bandeira urbana e mais econômica, a permissão para hospedar cachorros de até 15 kg. "Percebemos que mais pessoas queriam se hospedar com seus cães e também que os outros hóspedes não se incomodavam com a presença dos bichos. Os pets são hoje membros da família, e é natural que eles viajem com seus donos", diz Franck Pruvost, diretor de operações dos hotéis ibis na América do Sul. Mas há regras. O bicho precisa estar com a carteira de vacinação em dia e não pode circular por áreas comuns como o bar e o restaurante. Segundo dados do site Turismo 4 Patas, especializado no segmento "pet friendly", a oferta desse tipo de estabelecimento cresceu 35% nos últimos cinco anos. Reflexo de uma mudança do mercado. "No começo, poucos lugares acomodavam bichos, e os que liberavam a entrada não queriam divulgar, por medo de afugentar hóspedes que não quisessem animais por perto", diz a fundadora do portal, Larissa Rios. Hoje, alguns locais chegam a permitir cães, mas vetam crianças –caso do Unique Garden, em Mairiporã (SP), que só hospeda jovens com mais de 14 anos. CUIDADOS Para pegar a estrada com o animal, vale prepará-lo com algumas semanas de antecedência –habituando-o à caixa de transporte e a ficar sozinho por períodos mais longos, por exemplo. "Gatos podem sentir muito a mudança de ambiente e parar de comer no hotel; então, é preciso estimular o apetite deles uns 15 dias antes da viagem", recomenda o zootecnista Alexandre Rossi. * HOTÉIS QUE ACEITAM ANIMAIS IBIS PORTO ALEGRE ONDE Porto Alegre (RS) ANIMAIS ACEITOS cães de até 15 kg, com carteira de vacinação. Não podem ficar sozinhos no quarto TAXA POR ANIMAL R$ 50 DIÁRIA a partir de R$ 159 (casal; com café da manhã pago à parte) MAIS ibis.com - LA LUNA RESIDENCIAL ONDE Bombinhas (SC) ANIMAIS ACEITOS gatos e cães de pequeno porte; na baixa temporada, aceita os de médio porte. Podem passear e brincar nos jardins do hotel TAXA POR ANIMAL não cobra DIÁRIA a partir de R$ 250 (casal) MAIS lalunabombinhas.com - VILLAGE PRAIA DO ROSA ONDE Praia do Rosa (SC) ANIMAIS ACEITOS cães e gatos até 15 kg. Em áreas comuns, o pet so pode ser transportado no colo TAXA POR ANIMAL R$ 25. Taxa de higienização: R$ 100 QUANTO a partir de R$ 329,70 (casal) MAIS villagerosa.com.br - CALDAS DE IMPERATRIZ ONDE Santo Amaro da Imperatriz (SC) ANIMAIS ACEITOS cachorros de pequeno porte. Hóspedes com pets devem ficar em apartamentos separados, distantes 20 metros da área central TAXA POR ANIMAL não cobra QUANTO a partir de R$ 730 (casal) MAIS plazahoteis.com.br - UNIQUE GARDEN ONDE Mairiporã (SP) ANIMAIS ACEITOS cães de todos os portes e bichos que possam ser conduzidos em coleira, a partir de seis meses. É preciso apresentar carteira de vacinação. Os animais recebem kit de boas-vindas com bebedouro, comedouro e cama TAXA POR ANIMAL R$ 200 DIÁRIA a partir de R$ 1.900 (casal) MAIS uniquegarden.com.br - ENCANTO DA BOCAINA ONDE São José do Barreiro (SP) ANIMAIS ACEITOS gatos, pássaros e cães de todos os portes, com carteira de vacinação atualizada e mais de dez meses. Não recebem raças como pitbull, rottweiler, mastim-napolitano, pastor-alemão, fila e obermann. Ao se hospedar, recebem biscoitos naturais e itens de higiene TAXA POR ANIMAL R$ 50 DIÁRIA a partir de R$ 420 (casal) MAIS encantodabocania.com.br - SÍTIO RODA D'ÁGUA ONDE Brotas (SP) ANIMAIS ACEITOS cães de todos os portes -menos os de guarda. O pet deve portar coleira antiparasitas. Podem acompanhar os donos no café da manhã, à beira da piscina e na churrasqueira TAXA POR ANIMAL 10% da diária DIÁRIA a partir de R$ 220 (casal) MAIS sitiorodadagua.com.br - CAMPO DOS SONHOS ONDE Socorro (SP) ANIMAIS ACEITOS todos –até porcos já ficaram hospedados. Há chalés com canis acoplados. TAXA POR ANIMAL não cobra QUANTO a partir de R$ 380 (casal) MAIS campodossonhos.com.br - RANCHO DAS FRAMBOESAS ONDE Visconde de Mauá (RJ) ANIMAIS ACEITOS cães de qualquer porte –outros animais são avaliados caso a caso. O animal pode ficar solto em qualquer ambiente TAXA POR ANIMAL R$ 34 QUANTO a partir de R$ 380 (casal) MAIS ranchodasframboesas.com.br - POUSADA TRÊS VALES ONDE Petrópolis (RJ) ANIMAIS ACEITOS todos. Recebem kit com toalha e biscoito e podem acompanhar os donos no lago TAXA POR ANIMAL R$ 20 (porte pequeno), R$ 30 (porte médio) e R$ 50 (porte grande) DIÁRIA a partir de R$ 300 (casal) MAIS 3vales.com.br - POUSADA LE DEAUVILLE ONDE Búzios (RJ) ANIMAIS ACEITOS cães de todos os portes. Podem circular no deque e no jardim, com coleira TAXA POR ANIMAL não cobra DIÁRIA a partir de R$ 350 (casal) MAIS buzios-explorer.com/ledeauville - CABEÇA DE BOI ONDE Monte Verde (MG) ANIMAIS ACEITOS cães de porte médio e pequeno, com carteira de vacinação. Podem participar de trilhas e acompanhar os donos no city tour TAXA POR ANIMAL R$ 20 DIÁRIA a partir de R$ 306 (casal) MAIS hcboi.com.br - RADISSON ONDE Aracaju (SE) ANIMAIS ACEITOS bichos de pequeno porte. Eles só podem andar no colo ou em caixas e não podem entrar no restaurante TAXA POR ANIMAL R$ 50 QUANTO a partir de R$ 282 (casal) MAIS atlanticahotels.com.br - VILLA BAHIA ONDE Salvador (BA) ANIMAIS ACEITOS cães de porte pequeno, gatos, chinchilas, coelhos e hamsters. Precisam se hospedar com os donos em quartos com terraços privativos TAXA POR ANIMAL não cobra DIÁRIA a partir de R$ 530 (casal) MAIS lavillabahia.com - POUSADA TAIPU DE FORA ONDE Barra Grande (BA) ANIMAIS ACEITOS cachorros de pequeno porte, gatos, coelhos e pássaros. Cães podem andar soltos, até no restaurante TAXA POR ANIMAL não cobra QUANTO a partir de R$ 380 (casal) MAIS taipudefora.com.br - OASIS BOUTIQUE HOTEL SPA ONDE Gravatá (PE) ANIMAIS ACEITOS gatos e cães de porte pequeno e médio, que podem circular por todos os ambientes. Para outros bichos, deve-se consultar o hotel TAXA POR ANIMAL não cobra DIÁRIA a partir de R$ 418 (casal) MAIS spaoasis.com.br - CAPITÃO THOMAZ ONDE Jericoacoara (CE) ANIMAIS ACEITOS cães de porte pequeno. Não podem ficar sozinhos nos apartamentos TAXA POR ANIMAL não cobra DIÁRIA a partir de R$ 185 (casal) MAIS capitaothomaz.com.br - SERRA PARK ONDE Rio Quente (GO) ANIMAIS ACEITOS cães de pequeno porte e gatos. Nas áreas comuns, devem estar no colo dos donos TAXA POR ANIMAL não cobra DIÁRIA a partir de R$ 204 (casal) MAIS serraparkhotel.com.br - POUSADA CHAMAMÉ ONDE Bonito (MS) ANIMAIS ACEITOS de até 3,5 kg; não podem entrar no refeitório TAXA POR ANIMAL R$ 35 DIÁRIA a partir de R$ 247 (casal) MAIS pousadachamame.com.br - RONCO DO BUGIO ONDE Piedade (SP) ANIMAIS ACEITOS cães de todos os portes. Recebem kit com cobertor, toalha e pote para ração TAXA POR ANIMAL R$ 40 QUANTO a partir de R$ 625 (casal) MAIS roncodobugio.com.br
turismo
Oferta de hotéis 'pet friendly' cresce; veja 20 destinos que aceitam animaisBiscoitos de recepção no check-in. Kit de boas-vindas. Piscina exclusiva. Playground e equipamentos de stand-up paddle. Os mimos, dignos de hóspedes VIP, são, na verdade, oferecidos a pets em hospedagens pelo Brasil. Se no país há mais famílias com cachorros do que com filhos –segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)–, não é de se estranhar que um número cada vez maior de hotéis permita que os donos levem seus animais em viagens. Não só em hotéis-fazenda ou pousadas no campo. A última iniciativa partiu da rede francesa Accor, que em julho ampliou para as unidades ibis budget, bandeira urbana e mais econômica, a permissão para hospedar cachorros de até 15 kg. "Percebemos que mais pessoas queriam se hospedar com seus cães e também que os outros hóspedes não se incomodavam com a presença dos bichos. Os pets são hoje membros da família, e é natural que eles viajem com seus donos", diz Franck Pruvost, diretor de operações dos hotéis ibis na América do Sul. Mas há regras. O bicho precisa estar com a carteira de vacinação em dia e não pode circular por áreas comuns como o bar e o restaurante. Segundo dados do site Turismo 4 Patas, especializado no segmento "pet friendly", a oferta desse tipo de estabelecimento cresceu 35% nos últimos cinco anos. Reflexo de uma mudança do mercado. "No começo, poucos lugares acomodavam bichos, e os que liberavam a entrada não queriam divulgar, por medo de afugentar hóspedes que não quisessem animais por perto", diz a fundadora do portal, Larissa Rios. Hoje, alguns locais chegam a permitir cães, mas vetam crianças –caso do Unique Garden, em Mairiporã (SP), que só hospeda jovens com mais de 14 anos. CUIDADOS Para pegar a estrada com o animal, vale prepará-lo com algumas semanas de antecedência –habituando-o à caixa de transporte e a ficar sozinho por períodos mais longos, por exemplo. "Gatos podem sentir muito a mudança de ambiente e parar de comer no hotel; então, é preciso estimular o apetite deles uns 15 dias antes da viagem", recomenda o zootecnista Alexandre Rossi. * HOTÉIS QUE ACEITAM ANIMAIS IBIS PORTO ALEGRE ONDE Porto Alegre (RS) ANIMAIS ACEITOS cães de até 15 kg, com carteira de vacinação. Não podem ficar sozinhos no quarto TAXA POR ANIMAL R$ 50 DIÁRIA a partir de R$ 159 (casal; com café da manhã pago à parte) MAIS ibis.com - LA LUNA RESIDENCIAL ONDE Bombinhas (SC) ANIMAIS ACEITOS gatos e cães de pequeno porte; na baixa temporada, aceita os de médio porte. Podem passear e brincar nos jardins do hotel TAXA POR ANIMAL não cobra DIÁRIA a partir de R$ 250 (casal) MAIS lalunabombinhas.com - VILLAGE PRAIA DO ROSA ONDE Praia do Rosa (SC) ANIMAIS ACEITOS cães e gatos até 15 kg. Em áreas comuns, o pet so pode ser transportado no colo TAXA POR ANIMAL R$ 25. Taxa de higienização: R$ 100 QUANTO a partir de R$ 329,70 (casal) MAIS villagerosa.com.br - CALDAS DE IMPERATRIZ ONDE Santo Amaro da Imperatriz (SC) ANIMAIS ACEITOS cachorros de pequeno porte. Hóspedes com pets devem ficar em apartamentos separados, distantes 20 metros da área central TAXA POR ANIMAL não cobra QUANTO a partir de R$ 730 (casal) MAIS plazahoteis.com.br - UNIQUE GARDEN ONDE Mairiporã (SP) ANIMAIS ACEITOS cães de todos os portes e bichos que possam ser conduzidos em coleira, a partir de seis meses. É preciso apresentar carteira de vacinação. Os animais recebem kit de boas-vindas com bebedouro, comedouro e cama TAXA POR ANIMAL R$ 200 DIÁRIA a partir de R$ 1.900 (casal) MAIS uniquegarden.com.br - ENCANTO DA BOCAINA ONDE São José do Barreiro (SP) ANIMAIS ACEITOS gatos, pássaros e cães de todos os portes, com carteira de vacinação atualizada e mais de dez meses. Não recebem raças como pitbull, rottweiler, mastim-napolitano, pastor-alemão, fila e obermann. Ao se hospedar, recebem biscoitos naturais e itens de higiene TAXA POR ANIMAL R$ 50 DIÁRIA a partir de R$ 420 (casal) MAIS encantodabocania.com.br - SÍTIO RODA D'ÁGUA ONDE Brotas (SP) ANIMAIS ACEITOS cães de todos os portes -menos os de guarda. O pet deve portar coleira antiparasitas. Podem acompanhar os donos no café da manhã, à beira da piscina e na churrasqueira TAXA POR ANIMAL 10% da diária DIÁRIA a partir de R$ 220 (casal) MAIS sitiorodadagua.com.br - CAMPO DOS SONHOS ONDE Socorro (SP) ANIMAIS ACEITOS todos –até porcos já ficaram hospedados. Há chalés com canis acoplados. TAXA POR ANIMAL não cobra QUANTO a partir de R$ 380 (casal) MAIS campodossonhos.com.br - RANCHO DAS FRAMBOESAS ONDE Visconde de Mauá (RJ) ANIMAIS ACEITOS cães de qualquer porte –outros animais são avaliados caso a caso. O animal pode ficar solto em qualquer ambiente TAXA POR ANIMAL R$ 34 QUANTO a partir de R$ 380 (casal) MAIS ranchodasframboesas.com.br - POUSADA TRÊS VALES ONDE Petrópolis (RJ) ANIMAIS ACEITOS todos. Recebem kit com toalha e biscoito e podem acompanhar os donos no lago TAXA POR ANIMAL R$ 20 (porte pequeno), R$ 30 (porte médio) e R$ 50 (porte grande) DIÁRIA a partir de R$ 300 (casal) MAIS 3vales.com.br - POUSADA LE DEAUVILLE ONDE Búzios (RJ) ANIMAIS ACEITOS cães de todos os portes. Podem circular no deque e no jardim, com coleira TAXA POR ANIMAL não cobra DIÁRIA a partir de R$ 350 (casal) MAIS buzios-explorer.com/ledeauville - CABEÇA DE BOI ONDE Monte Verde (MG) ANIMAIS ACEITOS cães de porte médio e pequeno, com carteira de vacinação. Podem participar de trilhas e acompanhar os donos no city tour TAXA POR ANIMAL R$ 20 DIÁRIA a partir de R$ 306 (casal) MAIS hcboi.com.br - RADISSON ONDE Aracaju (SE) ANIMAIS ACEITOS bichos de pequeno porte. Eles só podem andar no colo ou em caixas e não podem entrar no restaurante TAXA POR ANIMAL R$ 50 QUANTO a partir de R$ 282 (casal) MAIS atlanticahotels.com.br - VILLA BAHIA ONDE Salvador (BA) ANIMAIS ACEITOS cães de porte pequeno, gatos, chinchilas, coelhos e hamsters. Precisam se hospedar com os donos em quartos com terraços privativos TAXA POR ANIMAL não cobra DIÁRIA a partir de R$ 530 (casal) MAIS lavillabahia.com - POUSADA TAIPU DE FORA ONDE Barra Grande (BA) ANIMAIS ACEITOS cachorros de pequeno porte, gatos, coelhos e pássaros. Cães podem andar soltos, até no restaurante TAXA POR ANIMAL não cobra QUANTO a partir de R$ 380 (casal) MAIS taipudefora.com.br - OASIS BOUTIQUE HOTEL SPA ONDE Gravatá (PE) ANIMAIS ACEITOS gatos e cães de porte pequeno e médio, que podem circular por todos os ambientes. Para outros bichos, deve-se consultar o hotel TAXA POR ANIMAL não cobra DIÁRIA a partir de R$ 418 (casal) MAIS spaoasis.com.br - CAPITÃO THOMAZ ONDE Jericoacoara (CE) ANIMAIS ACEITOS cães de porte pequeno. Não podem ficar sozinhos nos apartamentos TAXA POR ANIMAL não cobra DIÁRIA a partir de R$ 185 (casal) MAIS capitaothomaz.com.br - SERRA PARK ONDE Rio Quente (GO) ANIMAIS ACEITOS cães de pequeno porte e gatos. Nas áreas comuns, devem estar no colo dos donos TAXA POR ANIMAL não cobra DIÁRIA a partir de R$ 204 (casal) MAIS serraparkhotel.com.br - POUSADA CHAMAMÉ ONDE Bonito (MS) ANIMAIS ACEITOS de até 3,5 kg; não podem entrar no refeitório TAXA POR ANIMAL R$ 35 DIÁRIA a partir de R$ 247 (casal) MAIS pousadachamame.com.br - RONCO DO BUGIO ONDE Piedade (SP) ANIMAIS ACEITOS cães de todos os portes. Recebem kit com cobertor, toalha e pote para ração TAXA POR ANIMAL R$ 40 QUANTO a partir de R$ 625 (casal) MAIS roncodobugio.com.br
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Airbnb cria quarto com vista para a vila do Chaves
Passar a noite vendo episódios de "Chaves" em um cinema ao ar livre, comendo churros, e depois dormir em uma casa com vista para o pátio da vila do serelepe garoto mexicano –mas com móveis modernos no lugar do sofá puído e improvisado com tijolos do seu Madruga. É a proposta da unidade mexicana do site de aluguel de casas por temporada Airbnb, que lançou nesta sexta-feira (6) uma promoção que dará uma noite no lugar. Os hóspedes –o ganhador da promoção e dois acompanhantes– serão recebidos por Roberto Gómez Fernández, filho de Roberto Gómez Bolaños, o criador e intérprete do Chaves. O "anfitrião" deve fazer um tour contando histórias do pai, falecido em novembro passado, e mostrando objetos históricos da série transmitida no Brasil pelo SBT. Entre as preciosidades, a máquina de escrever de Bolaños e o barril usado nas gravações. Depois do passeio e do jantar com cinema, os hóspedes poderão dormir na casa vizinha à vila, equipada com duas camas, sala de TV de tela plana e um escritório com máquina de escrever e frigobar. Na página da promoção, as "regras da casa" são temáticas: segundo elas, só se pode brincar no pátio de bola, bilboquê, ioiô e equilibrando um cabo de vassoura no pé; travessuras só são permitidas "sem querer querendo"; há que ter muita paciência; aos sábados, todos tomarão banho; pela manhã os hóspedes poderão tomar uma xícara de café, "sem incômodo"; e não se deve usar o barril do Chaves como lata de lixo. Para participar da promoção é preciso morar no México e responder por que merece dormir no lugar (veja no vídeo abaixo). ESTRATÉGIA O Airbnb tem feito promoções semelhantes em diversos lugares do mundo. No Brasil, já ofereceu uma estadia de uma noite no Maracanã, no Rio, em dia de jogo Flamengo x Fluminense. Em Paris, nas catacumbas. Vila do Chaves no Airbnb
turismo
Airbnb cria quarto com vista para a vila do ChavesPassar a noite vendo episódios de "Chaves" em um cinema ao ar livre, comendo churros, e depois dormir em uma casa com vista para o pátio da vila do serelepe garoto mexicano –mas com móveis modernos no lugar do sofá puído e improvisado com tijolos do seu Madruga. É a proposta da unidade mexicana do site de aluguel de casas por temporada Airbnb, que lançou nesta sexta-feira (6) uma promoção que dará uma noite no lugar. Os hóspedes –o ganhador da promoção e dois acompanhantes– serão recebidos por Roberto Gómez Fernández, filho de Roberto Gómez Bolaños, o criador e intérprete do Chaves. O "anfitrião" deve fazer um tour contando histórias do pai, falecido em novembro passado, e mostrando objetos históricos da série transmitida no Brasil pelo SBT. Entre as preciosidades, a máquina de escrever de Bolaños e o barril usado nas gravações. Depois do passeio e do jantar com cinema, os hóspedes poderão dormir na casa vizinha à vila, equipada com duas camas, sala de TV de tela plana e um escritório com máquina de escrever e frigobar. Na página da promoção, as "regras da casa" são temáticas: segundo elas, só se pode brincar no pátio de bola, bilboquê, ioiô e equilibrando um cabo de vassoura no pé; travessuras só são permitidas "sem querer querendo"; há que ter muita paciência; aos sábados, todos tomarão banho; pela manhã os hóspedes poderão tomar uma xícara de café, "sem incômodo"; e não se deve usar o barril do Chaves como lata de lixo. Para participar da promoção é preciso morar no México e responder por que merece dormir no lugar (veja no vídeo abaixo). ESTRATÉGIA O Airbnb tem feito promoções semelhantes em diversos lugares do mundo. No Brasil, já ofereceu uma estadia de uma noite no Maracanã, no Rio, em dia de jogo Flamengo x Fluminense. Em Paris, nas catacumbas. Vila do Chaves no Airbnb
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'The Pickle Index' é livro-aplicativo feito para confundir os leitores
Em uma sociedade distópica, um diretor de circo é preso pelo governo totalitário e a trupe parte em seu auxílio. Nas buscas, Flora Bialy, uma das circenses, faz um diário secreto usando um aplicativo para celulares cujo uso é obrigatório para os cidadãos. Apresentado dessa forma, "The Pickle Index" (o índex do picles) poderia ser um livro comum, com uma trama (de insurreição contra um governo) que segue a onda do best-seller "Jogos Vorazes". Mas seu formato, ao menos, é inusitado. Trata-se de um livro-aplicativo, criado pelo britânico Russell Quinn e pelo americano Eli Horowitz, que mistura uma espécie de game com a leitura. "A ideia surgiu no meio do debate sobre as novas tecnologias", conta Horowitz à Folha. "Nós queríamos fazer uma história que pudesse ser contada nos dois formatos e que realmente os utilizasse como parte do enredo." O livro foi lançado em três versões: brochura (um tomo), capa dura (dividido em dois volumes) e o aplicativo. No app, o leitor é transformado em membro daquela sociedade. Como se fosse um morador, recebe notificações diárias do local fictício. O "índice", que leva aos capítulos da trama, é ainda um compartilhador de receitas –como "picles fermentados"–, e o usuário recebe uma nota do governo baseada na quantidade que compartilha (por e-mail, redes sociais etc). "É como se fosse um dispositivo de propaganda, para manter a moral do povo", explica Quinn. "Mas Flora percebe que ninguém lê, só compartilham automaticamente e decide usá-lo como diário." Estranhou? É exatamente esse o objetivo dos autores. "É uma experiência de imersão total", diz Horowitz. Assim, a história dura dez dias no mundo ficcional e é contada no mesmo intervalo de tempo no mundo real, por meio dos boletins diários e das "receitas" de Flora. Não há instruções, o que torna "Pickle" bastante confuso para usuários de primeira viagem. "É uma questão de quebra de expectativa: com o livro, faz parte da diversão ler e descobrir o que está acontecendo só no meio do caminho", diz Quinn, responsável pela programação do app. "Já um aplicativo é uma ferramenta, então normalmente você não espera ter que descobrir nada nele." Menos imersiva, a versão capa dura também é feita para confundir a princípio. Segundo Quinn, os textos são "95% iguais". Separados em dois volumes, contam a história pela versão oficial e de Flora, fazendo o leitor pular de um livro ao outro. MERCADO Livros em aplicativo de celular não são exatamente novidade: em 2010, uma versão de "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, fez estourar o formato nos EUA. No ano seguinte, "On The Road", de Jack Kerouac, também foi parar em celulares e tablets. Há inúmeros livros transformados em aplicativo, com mapas, vídeos e outros penduricalhos. No entanto, ainda são poucos os feitos especificamente para esse formato, como "The Pickle Index". "Os leitores estão muito mais ávidos por um novo formato que o mercado", afirma Horowitz, que, antes de se juntar a Quinn e criar o selo Sudden Oak, trabalhava editando livros (em papel) na McSweeney, editora independente de São Francisco. "O mercado sempre quer conservar as coisas como estão –e ninguém sabe como fazer dinheiro com isso ainda." Um dos poucos exemplos de aplicativos do tipo lançado antes de "Pickle" é um trabalho da dupla. "The Silent History", de 2012, a primeira incursão dos dois ao mundo digital. "Aprendemos muito de lá para cá", diz Horowitz. "Em 'Pickle', por exemplo, queríamos que a história tivesse um motivo interno para ser em porções, o que não acontecia no 'Silent History'." E, afinal, por que escolher picles como alimento central de um aplicativo de receitas? "Ele pode ser feito a partir de quase qualquer alimento, e você só faz conserva quando sabe que aquilo vai ficar em falta. É uma forma de mostrar a situação precária daquela sociedade", explica o editor. "Além disso, eu adoro picles", ri. THE PICKLE INDEX AUTORES Eli Horowitz e Russell Quinn EDITORA Sudden Oak QUANTO US$ 4,99 (na Apple Store); US$24 (capa dura) e US$ 9 (brochura)
ilustrada
'The Pickle Index' é livro-aplicativo feito para confundir os leitoresEm uma sociedade distópica, um diretor de circo é preso pelo governo totalitário e a trupe parte em seu auxílio. Nas buscas, Flora Bialy, uma das circenses, faz um diário secreto usando um aplicativo para celulares cujo uso é obrigatório para os cidadãos. Apresentado dessa forma, "The Pickle Index" (o índex do picles) poderia ser um livro comum, com uma trama (de insurreição contra um governo) que segue a onda do best-seller "Jogos Vorazes". Mas seu formato, ao menos, é inusitado. Trata-se de um livro-aplicativo, criado pelo britânico Russell Quinn e pelo americano Eli Horowitz, que mistura uma espécie de game com a leitura. "A ideia surgiu no meio do debate sobre as novas tecnologias", conta Horowitz à Folha. "Nós queríamos fazer uma história que pudesse ser contada nos dois formatos e que realmente os utilizasse como parte do enredo." O livro foi lançado em três versões: brochura (um tomo), capa dura (dividido em dois volumes) e o aplicativo. No app, o leitor é transformado em membro daquela sociedade. Como se fosse um morador, recebe notificações diárias do local fictício. O "índice", que leva aos capítulos da trama, é ainda um compartilhador de receitas –como "picles fermentados"–, e o usuário recebe uma nota do governo baseada na quantidade que compartilha (por e-mail, redes sociais etc). "É como se fosse um dispositivo de propaganda, para manter a moral do povo", explica Quinn. "Mas Flora percebe que ninguém lê, só compartilham automaticamente e decide usá-lo como diário." Estranhou? É exatamente esse o objetivo dos autores. "É uma experiência de imersão total", diz Horowitz. Assim, a história dura dez dias no mundo ficcional e é contada no mesmo intervalo de tempo no mundo real, por meio dos boletins diários e das "receitas" de Flora. Não há instruções, o que torna "Pickle" bastante confuso para usuários de primeira viagem. "É uma questão de quebra de expectativa: com o livro, faz parte da diversão ler e descobrir o que está acontecendo só no meio do caminho", diz Quinn, responsável pela programação do app. "Já um aplicativo é uma ferramenta, então normalmente você não espera ter que descobrir nada nele." Menos imersiva, a versão capa dura também é feita para confundir a princípio. Segundo Quinn, os textos são "95% iguais". Separados em dois volumes, contam a história pela versão oficial e de Flora, fazendo o leitor pular de um livro ao outro. MERCADO Livros em aplicativo de celular não são exatamente novidade: em 2010, uma versão de "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, fez estourar o formato nos EUA. No ano seguinte, "On The Road", de Jack Kerouac, também foi parar em celulares e tablets. Há inúmeros livros transformados em aplicativo, com mapas, vídeos e outros penduricalhos. No entanto, ainda são poucos os feitos especificamente para esse formato, como "The Pickle Index". "Os leitores estão muito mais ávidos por um novo formato que o mercado", afirma Horowitz, que, antes de se juntar a Quinn e criar o selo Sudden Oak, trabalhava editando livros (em papel) na McSweeney, editora independente de São Francisco. "O mercado sempre quer conservar as coisas como estão –e ninguém sabe como fazer dinheiro com isso ainda." Um dos poucos exemplos de aplicativos do tipo lançado antes de "Pickle" é um trabalho da dupla. "The Silent History", de 2012, a primeira incursão dos dois ao mundo digital. "Aprendemos muito de lá para cá", diz Horowitz. "Em 'Pickle', por exemplo, queríamos que a história tivesse um motivo interno para ser em porções, o que não acontecia no 'Silent History'." E, afinal, por que escolher picles como alimento central de um aplicativo de receitas? "Ele pode ser feito a partir de quase qualquer alimento, e você só faz conserva quando sabe que aquilo vai ficar em falta. É uma forma de mostrar a situação precária daquela sociedade", explica o editor. "Além disso, eu adoro picles", ri. THE PICKLE INDEX AUTORES Eli Horowitz e Russell Quinn EDITORA Sudden Oak QUANTO US$ 4,99 (na Apple Store); US$24 (capa dura) e US$ 9 (brochura)
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Fotos de Araquém Alcântara estão no Álbum de Viagem desta semana
O fotógrafo catarinense Araquém Alcântara, um dos precursores da fotografia de natureza no Brasil, percorreu cerca de 25 mil quilômetros pelo país para fazer os cliques que estão na mostra "Veredas", na galeria de Babel, na zona oeste de São Paulo. Ele passou por Ceará, Paraíba e Piauí, entre outros Estados. No Tocantins pela terceira vez, fez fotos das dunas do Jalapão. "Lá ainda é um local selvagem, tem cerrado, duna, cachoeira, nascentes e buritizais maravilhosos", diz ele. "Além dos negros quilombolas, exímios na arte de trabalhar com o capim dourado." As fotos que estão na mostra foram feitas ao longo de três anos. "A fotografia está muito banalizada", afirma. "Fazem tudo rapidamente e vai embora." Para ele, "é função do fotógrafo lutar pela defesa da natureza". "Veredas", de Araquém Alcântara onde galeria de Babel (alameda Lorena, 1.257, casa 2, Jardim Paulista) quando de terça a sexta, das 14h às 19h; sábado, das 11h às 17h; até 31 de janeiro Confira outras edições do Álbum de Viagem: Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Nordeste, por Ricardo Borges Paris, por Antonello Veneri Animais selvagens, por Mario Haberfeld Nova York, por Daniel Marenco Califórnia, por Edilson Dantas Peru, por Fabiano Silva Ilha de Marajó, por Zé Carlos Barretta Acre, por Eduardo Anizelli Utah, por Cristiano Xavier Serra da Canastra, por Felipe Martí Cânion do Xingó, por Ailton Cruz Fernando de Noronha, por Adriano Vizoni Patagônia, por André Dib
turismo
Fotos de Araquém Alcântara estão no Álbum de Viagem desta semanaO fotógrafo catarinense Araquém Alcântara, um dos precursores da fotografia de natureza no Brasil, percorreu cerca de 25 mil quilômetros pelo país para fazer os cliques que estão na mostra "Veredas", na galeria de Babel, na zona oeste de São Paulo. Ele passou por Ceará, Paraíba e Piauí, entre outros Estados. No Tocantins pela terceira vez, fez fotos das dunas do Jalapão. "Lá ainda é um local selvagem, tem cerrado, duna, cachoeira, nascentes e buritizais maravilhosos", diz ele. "Além dos negros quilombolas, exímios na arte de trabalhar com o capim dourado." As fotos que estão na mostra foram feitas ao longo de três anos. "A fotografia está muito banalizada", afirma. "Fazem tudo rapidamente e vai embora." Para ele, "é função do fotógrafo lutar pela defesa da natureza". "Veredas", de Araquém Alcântara onde galeria de Babel (alameda Lorena, 1.257, casa 2, Jardim Paulista) quando de terça a sexta, das 14h às 19h; sábado, das 11h às 17h; até 31 de janeiro Confira outras edições do Álbum de Viagem: Andes, por Gustavo Epifanio Belém, por Francisco Cepeda Cotidiano baiano, por Akira Cravo Nordeste, por Ricardo Borges Paris, por Antonello Veneri Animais selvagens, por Mario Haberfeld Nova York, por Daniel Marenco Califórnia, por Edilson Dantas Peru, por Fabiano Silva Ilha de Marajó, por Zé Carlos Barretta Acre, por Eduardo Anizelli Utah, por Cristiano Xavier Serra da Canastra, por Felipe Martí Cânion do Xingó, por Ailton Cruz Fernando de Noronha, por Adriano Vizoni Patagônia, por André Dib
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'Não adianta elevar impostos', diz Skaf em evento com ministro da Fazenda
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, abriu os discursos em encontro no Palácio do Planalto de um grupo com cerca de 200 empresários e líderes de entidades empresariais com o presidente interino, Michel Temer, pedindo que o governo não aumente impostos. A fala foi direcionada diretamente ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, presente no evento. "Se o governo precisa de arrecadação, ministro Meirelles, a solução é o crescimento", disse o presidente da entidade. Ele afirmou que o governo deve fazer como "as empresas e as donas de casa" que encontram soluções para reduzir suas despesas quando é necessário. "A carga tributária é muito grande. Não adianta pensar em aumentar impostos. É necessário que os impostos não sejam aumentados", reiterou Skaf, aplaudido pelos presentes. Meirelles vem dizendo que a prioridade do governo é reduzir gastos e fazer reformas estruturais, mas não descarta a criação de impostos. Skaf usou recursos da Fiesp para fazer uma campanha contra o aumento de impostos propostos pela presidente afastada Dilma Rousseff. O presidente da Fiesp dirigiu-se ao presidente para dizer que não veio fazer "pedidos" e que os empresários estão dispostos a trabalhar "sábados, domingos e feriados" para que o país volte a crescer. Mas ele fez cinco pedidos ao governo para que o país possa voltar a crescer: não aumentar de impostos, aumento do crédito, redução de juros, concessões de infraestrutura e crédito para exportação. Skaf também afirmou que é necessário que a crise política caminhe por "trilhos" diferentes da economia para que os problemas da política não atrapalhem o crescimento do país. "Espero que a crise política fique de um lado e a economia caminhe de outro", disse Skaf.
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'Não adianta elevar impostos', diz Skaf em evento com ministro da FazendaO presidente da Fiesp, Paulo Skaf, abriu os discursos em encontro no Palácio do Planalto de um grupo com cerca de 200 empresários e líderes de entidades empresariais com o presidente interino, Michel Temer, pedindo que o governo não aumente impostos. A fala foi direcionada diretamente ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, presente no evento. "Se o governo precisa de arrecadação, ministro Meirelles, a solução é o crescimento", disse o presidente da entidade. Ele afirmou que o governo deve fazer como "as empresas e as donas de casa" que encontram soluções para reduzir suas despesas quando é necessário. "A carga tributária é muito grande. Não adianta pensar em aumentar impostos. É necessário que os impostos não sejam aumentados", reiterou Skaf, aplaudido pelos presentes. Meirelles vem dizendo que a prioridade do governo é reduzir gastos e fazer reformas estruturais, mas não descarta a criação de impostos. Skaf usou recursos da Fiesp para fazer uma campanha contra o aumento de impostos propostos pela presidente afastada Dilma Rousseff. O presidente da Fiesp dirigiu-se ao presidente para dizer que não veio fazer "pedidos" e que os empresários estão dispostos a trabalhar "sábados, domingos e feriados" para que o país volte a crescer. Mas ele fez cinco pedidos ao governo para que o país possa voltar a crescer: não aumentar de impostos, aumento do crédito, redução de juros, concessões de infraestrutura e crédito para exportação. Skaf também afirmou que é necessário que a crise política caminhe por "trilhos" diferentes da economia para que os problemas da política não atrapalhem o crescimento do país. "Espero que a crise política fique de um lado e a economia caminhe de outro", disse Skaf.
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Primeiro voo do avião da Disney tem selfies e pilotos fantasiados de Mickey
O primeiro voo do Boeing 767-300 da TAM caracterizado com personagens da Disney estampados na fuselagem trouxe algumas "surpresas" aos 177 passageiros que nele embarcaram, em Brasília, rumo a Orlando (EUA), na manhã da última terça-feira (23). A boa notícia é que uma delas não foi ter o Pateta como piloto –os já experientes comandante Arnaldo Cecconi, 47, e o copiloto Sérgio Negri, 41, levaram a aeronave ao destino. Mas os viajantes com passagens compradas para aquele avião, com capacidade para 221 pessoas, foram presenteados com brindes –tiaras na forma das orelhas do Mickey e da Minnie– e recebidos, do check-in à poltrona, por funcionários da companhia aérea caracterizados com luvas e adereços de personagens do estúdio americano. Inclusive os condutores, que posaram para fotos antes da decolagem. "Foi uma brincadeira, porque ninguém mais pode entrar na cabine para tirar foto durante a viagem. Depois tiramos tudo", conta Cecconi, que contabiliza experiência de 15 mil horas de voo. "Achei excelente", avaliou a aeromoça Amanda Selbach, 35, que trabalha como comissária de bordo há 16 anos. Era ela quem (ainda vestindo as características mãos brancas do rato preto) sugeria que as inúmeras selfies tiradas durante a viagem fossem postadas com hashtags (espécie de etiquetas virtuais que agregam tópicos e facilitam a busca por conteúdos relativos) promocionais. Lançado em evento realizado no aeroporto da capital federal na segunda (22), que contou com show de fumaça, papel picado e uma atriz interpretando a fada Sininho, o "Avião dos Sonhos" –como está sendo chamado pela TAM– passa a integrar a rota que a companhia oferece para Orlando, onde estão os principais parques e hotéis da Disney, com 11 voos diretos a partir de São Paulo e três de Brasília. "[Com essa iniciativa] não esperamos incremento nas vendas do voo em si. O que deve trazer impacto positivo são as ações que estamos lançando", afirmou Marcelo Dezem, diretor-executivo da TAM Viagens. Entre elas estão promoções como a que dará noite e ingressos extras na compra de um pacote completo. O diretor reconhece que 2015 foi um ano "mais difícil" em razão da alta do dólar, o que chegou a derrubar em 40% a procura por viagens para destinos na Europa e em 15% para os Estados Unidos. "Com exceção da procura pela Disney, que teve pouca queda." "O brasileiro está entre as 'top 5' nacionalidades que visitam nossos parques", afirma Flavia Light, diretora de vendas da Disney na América Latina. A aeronave ainda carrega a logomarca da TAM –o processo de adoção do nome Latam, após fusão da empresa com a chilena LAN, será gradual, (como anunciado em agosto de 2015. Registre-se: os próximos voos da aeronave decorada com as imagens de Mickey, Minnie, Pateta e Donald devem ser normais. O jornalista viajou a convite da Disney
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Primeiro voo do avião da Disney tem selfies e pilotos fantasiados de MickeyO primeiro voo do Boeing 767-300 da TAM caracterizado com personagens da Disney estampados na fuselagem trouxe algumas "surpresas" aos 177 passageiros que nele embarcaram, em Brasília, rumo a Orlando (EUA), na manhã da última terça-feira (23). A boa notícia é que uma delas não foi ter o Pateta como piloto –os já experientes comandante Arnaldo Cecconi, 47, e o copiloto Sérgio Negri, 41, levaram a aeronave ao destino. Mas os viajantes com passagens compradas para aquele avião, com capacidade para 221 pessoas, foram presenteados com brindes –tiaras na forma das orelhas do Mickey e da Minnie– e recebidos, do check-in à poltrona, por funcionários da companhia aérea caracterizados com luvas e adereços de personagens do estúdio americano. Inclusive os condutores, que posaram para fotos antes da decolagem. "Foi uma brincadeira, porque ninguém mais pode entrar na cabine para tirar foto durante a viagem. Depois tiramos tudo", conta Cecconi, que contabiliza experiência de 15 mil horas de voo. "Achei excelente", avaliou a aeromoça Amanda Selbach, 35, que trabalha como comissária de bordo há 16 anos. Era ela quem (ainda vestindo as características mãos brancas do rato preto) sugeria que as inúmeras selfies tiradas durante a viagem fossem postadas com hashtags (espécie de etiquetas virtuais que agregam tópicos e facilitam a busca por conteúdos relativos) promocionais. Lançado em evento realizado no aeroporto da capital federal na segunda (22), que contou com show de fumaça, papel picado e uma atriz interpretando a fada Sininho, o "Avião dos Sonhos" –como está sendo chamado pela TAM– passa a integrar a rota que a companhia oferece para Orlando, onde estão os principais parques e hotéis da Disney, com 11 voos diretos a partir de São Paulo e três de Brasília. "[Com essa iniciativa] não esperamos incremento nas vendas do voo em si. O que deve trazer impacto positivo são as ações que estamos lançando", afirmou Marcelo Dezem, diretor-executivo da TAM Viagens. Entre elas estão promoções como a que dará noite e ingressos extras na compra de um pacote completo. O diretor reconhece que 2015 foi um ano "mais difícil" em razão da alta do dólar, o que chegou a derrubar em 40% a procura por viagens para destinos na Europa e em 15% para os Estados Unidos. "Com exceção da procura pela Disney, que teve pouca queda." "O brasileiro está entre as 'top 5' nacionalidades que visitam nossos parques", afirma Flavia Light, diretora de vendas da Disney na América Latina. A aeronave ainda carrega a logomarca da TAM –o processo de adoção do nome Latam, após fusão da empresa com a chilena LAN, será gradual, (como anunciado em agosto de 2015. Registre-se: os próximos voos da aeronave decorada com as imagens de Mickey, Minnie, Pateta e Donald devem ser normais. O jornalista viajou a convite da Disney
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Arqueóloga tenta preservar vestígios dos primeiros homens das Américas
Uma luta travada pela preservação de relíquias da pré-história do Brasil pode, enfim, estar caminhando para um final feliz graças aos esforços de uma arqueóloga de 83 anos. Dona de uma história que se confunde com o do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, Niède Guidon batalha há quase 40 anos para manter intactos os mais importantes registros da saga dos primeiros homens a pisarem no atual território nacional, há mais de 20 mil anos. No fim de fevereiro, o juiz federal Pablo Baldivieso determinou provisoriamente que a União, Ibama e Iphan (instituto responsável pelo patrimônio histórico) repassem R$ 4,49 milhões para a manutenção e conservação do parque, e deu um prazo de um ano para que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração, elabore um plano de manejo. Para o magistrado, houve omissão dos órgãos em relação ao espaço. Segundo o Iphan, que diz ter o menor orçamento das três entidades, a decisão não estipula o valor que deve ser pago por cada uma e ignora o fato de que a petição inicial, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Piauí, pede que o dinheiro saia da Câmara de Compensação Ambiental federal. O órgão vai recorrer. Se as medidas realmente forem tomadas –a sentença prevê uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento–, será possível vencer o atual momento crítico vivido pelo espaço, avalia Niède, para logo alertar que esse dinheiro, sozinho, não é o suficiente: "Não sei por quanto tempo aguentaríamos", diz ela em conversa com a BBC Brasil. "Precisamos de uma verba regular de R$ 400 mil por mês para manter o parque." HISTÓRIAS ENTRELAÇADAS A luta por mais recursos para manter o parque e enfim conseguir transformar a isolada e empobrecida região do município de São Raimundo Nonato em um polo turístico soma-se às dezenas de outras que a arqueóloga tem assumido praticamente sozinha nas últimas quatro décadas. "Eu vim morar no sertão para não deixar essa riqueza se perder e poder ajudar a tirar essas pessoas da miséria", disse, 11 anos atrás, ao receber o prêmio Prince Claus, da Holanda, quando previu: "Minha luta está longe do fim". Niède Guidon nasceu em Jaú, no interior de São Paulo. Integrante de uma família de classe média alta de ascendência francesa, formou-se em História Natural pela USP e, aos 28 anos, foi estudar arqueologia na Universidade de Paris-Sorbonne, onde fez doutorado. Ela chegou ao retornar para o Brasil mas, por causa de sua militância política, voltou à França após o golpe militar de 1964. Lá, criou uma sólida carreira como arqueóloga. Sua história começou a se confundir com a do sertão piauiense no início da década de 1970, quando Niède deu início, acompanhada por um grupo de colegas franceses e brasileiros, a uma série de expedições arqueológicas a São Raimundo Nonato. Acabou se encantando profundamente com os tesouros naturais e culturais que encontrou. Foi por iniciativa dela que, em 1978, o governo brasileiro criou o Parque Nacional da Serra da Capivara. E também foi por meio da paulista que as descobertas no sítio arqueológico do Piauí ganharam destaque internacional, em 1986, ao serem publicadas na prestigiada revista científica britânica Nature. O estudo provocou controvérsia ao sustentar o achado de artefatos humanos de mais de 30 mil anos. Até então, a data mais aceita para o início da presença do homem nas Américas era bem mais recente. Mas, a despeito dessa polêmica, a arqueóloga conseguiu estabelecer que a área havia sido ocupada por paleoíndios e caçadores-coletores antes do que se imaginava. Cedida pelo governo francês, Niède se mudou definitivamente para São Raimundo Nonato em 1991 para administrar o parque, que acabara de ser declarado Patrimônio Cultural da Unesco. De lá para cá, fez centenas de descobertas e criou o Museu do Homem Americano. Ela também apoiou diversas iniciativas para a criação de centros comunitários e foi uma das vozes mais ativas na tentativa de transformar a região em polo turístico, com a construção de hotéis e um aeroporto internacional para viabilizar não só o parque, mas as comunidades carentes locais. "A região tem tudo para atrair milhares de turistas, menos um aeroporto e um hotel", diz ela. "Hoje, recebemos apenas de 25 mil a 30 mil pessoas por ano. É muito pouco." De Petrolina, onde há um aeroporto com ligação para Brasília, Recife e São Paulo, são 350 quilômetros de carro até São Raimundo Nonato. Quando chove, a estrada fica muito ruim, tornando a viagem ainda mais longa. "A maioria dos turistas estrangeiros que se interessa por esse tipo de atração é de pessoas mais idosas, o que torna tudo ainda mais complicado", explica a arqueóloga. Um aeroporto local, previsto para ser inaugurado em 1997, só foi aberto no ano passado, mas ainda funciona de forma inconstante. UM TESOURO AMEAÇADO Com uma área total de 130 mil hectares, a Serra da Capivara abriga mais de 900 sítios arqueológicos, 500 deles com pinturas rupestres. Trata-se de um verdadeiro museu a céu aberto. São mais de 30 mil pinturas que revelam o cotidiano daqueles que podem ser considerados os primeiros brasileiros. As imagens mostram cenas de caça, de dança e de diferentes animais, entre tantos outros símbolos ainda não inteiramente decifrados. "Essas pinturas foram feitas por homens pré-históricos que viveram aqui durante milênios. Algumas delas são datadas de 28 mil anos", afirma Niède, ao explicar a importância da preservação do patrimônio. "São representações do cotidiano dessas pessoas, embora muitas coisas não saibamos explicar. Em todo caso, é a maior concentração de pinturas rupestres das Américas. E isso tudo em meio a paisagens maravilhosas." Já foram descobertos esqueletos humanos datados em 10 mil anos e fósseis de animais há muito tempo extintos, como tigres-de-dentes-de-sabre, preguiças-gigantes e mastodontes, além de cerâmicas e artefatos de uso cotidiano de nossos antepassados. Por conta das descobertas feitas ali, foi possível traçar novas rotas para a ocupação humana das Américas. Mas, a despeito de tamanha riqueza, o parque vive em graves dificuldades financeiras. Desde o ano passado, conta a arqueóloga, o espaço não vem recebendo os repasses. Só no último mês, teve de demitir mais 27 funcionários. Das 240 pessoas que um dia trabalhavam ali, apenas 40 permanecem. "Para se ter uma ideia, em todo o entorno do parque existem 28 guaritas, uma a cada dez quilômetros", explica a arqueóloga. "Hoje, apenas seis estão funcionando. Com as guaritas vazias, houve invasões e depredações. Portas e janelas (das sedes) foram arrombadas; janelas, vasos sanitários, fogões foram arrancados." O parque tinha quatro carros e quatro equipes que circulavam para fazer a manutenção –tirar árvores derrubadas do caminho, limpar as estradas. Hoje há apenas um veículo e quatro homens para executar o mesmo trabalho. Para piorar, falta dinheiro até para o combustível. Sempre que pode, a própria Niède percorre o terreno na camionete, munida de facões e machados, para ajudar os poucos funcionários na tarefa. Ela abre trilhas obstruídas, afasta intrusos e verifica pessoalmente o estado das pinturas. Por causa de sua luta, a arqueóloga já recebeu ameaças de morte, sobretudo por parte de caçadores que insistem em invadir o perímetro do parque. PERSISTÊNCIA A preservação das pinturas rupestres é um desafio à parte em meio à grave crise financeira. Enquanto na gruta francesa de Lascaux, famosa por suas pinturas rupestres de quase 20 mil anos atrás, uma réplica foi feita a 200 metros das originais para que o fluxo de visitantes não danificasse os desenhos, na Serra da Capivara as inscrições pré-históricas estão entregues a sua própria sorte. "Tínhamos uma equipe de cerca de 15 pessoas dedicadas somente à manutenção dos sítios", explica Niède. "Os cupins e as abelhas muitas vezes fazem suas casas nas áreas das pinturas, então é preciso sempre limpar. A chuva também traz problemas, infiltrações. Tudo isso era cuidado regularmente por essa equipe, mas ela também teve que ser desmantelada por falta de verbas. Não tem mais nem um carro para isso", lamenta. Embora surpreenda a muitos, a dedicação de uma vida inteira à Serra da Capivara, em meio a tantos desafios, é fácil de explicar –pelo menos para ela. "Eu sou uma arqueóloga", diz, com seu jeito pragmático. "Conheço sítios no mundo inteiro. Sei muito bem a importância do que temos aqui."
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Arqueóloga tenta preservar vestígios dos primeiros homens das AméricasUma luta travada pela preservação de relíquias da pré-história do Brasil pode, enfim, estar caminhando para um final feliz graças aos esforços de uma arqueóloga de 83 anos. Dona de uma história que se confunde com o do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, Niède Guidon batalha há quase 40 anos para manter intactos os mais importantes registros da saga dos primeiros homens a pisarem no atual território nacional, há mais de 20 mil anos. No fim de fevereiro, o juiz federal Pablo Baldivieso determinou provisoriamente que a União, Ibama e Iphan (instituto responsável pelo patrimônio histórico) repassem R$ 4,49 milhões para a manutenção e conservação do parque, e deu um prazo de um ano para que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração, elabore um plano de manejo. Para o magistrado, houve omissão dos órgãos em relação ao espaço. Segundo o Iphan, que diz ter o menor orçamento das três entidades, a decisão não estipula o valor que deve ser pago por cada uma e ignora o fato de que a petição inicial, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Piauí, pede que o dinheiro saia da Câmara de Compensação Ambiental federal. O órgão vai recorrer. Se as medidas realmente forem tomadas –a sentença prevê uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento–, será possível vencer o atual momento crítico vivido pelo espaço, avalia Niède, para logo alertar que esse dinheiro, sozinho, não é o suficiente: "Não sei por quanto tempo aguentaríamos", diz ela em conversa com a BBC Brasil. "Precisamos de uma verba regular de R$ 400 mil por mês para manter o parque." HISTÓRIAS ENTRELAÇADAS A luta por mais recursos para manter o parque e enfim conseguir transformar a isolada e empobrecida região do município de São Raimundo Nonato em um polo turístico soma-se às dezenas de outras que a arqueóloga tem assumido praticamente sozinha nas últimas quatro décadas. "Eu vim morar no sertão para não deixar essa riqueza se perder e poder ajudar a tirar essas pessoas da miséria", disse, 11 anos atrás, ao receber o prêmio Prince Claus, da Holanda, quando previu: "Minha luta está longe do fim". Niède Guidon nasceu em Jaú, no interior de São Paulo. Integrante de uma família de classe média alta de ascendência francesa, formou-se em História Natural pela USP e, aos 28 anos, foi estudar arqueologia na Universidade de Paris-Sorbonne, onde fez doutorado. Ela chegou ao retornar para o Brasil mas, por causa de sua militância política, voltou à França após o golpe militar de 1964. Lá, criou uma sólida carreira como arqueóloga. Sua história começou a se confundir com a do sertão piauiense no início da década de 1970, quando Niède deu início, acompanhada por um grupo de colegas franceses e brasileiros, a uma série de expedições arqueológicas a São Raimundo Nonato. Acabou se encantando profundamente com os tesouros naturais e culturais que encontrou. Foi por iniciativa dela que, em 1978, o governo brasileiro criou o Parque Nacional da Serra da Capivara. E também foi por meio da paulista que as descobertas no sítio arqueológico do Piauí ganharam destaque internacional, em 1986, ao serem publicadas na prestigiada revista científica britânica Nature. O estudo provocou controvérsia ao sustentar o achado de artefatos humanos de mais de 30 mil anos. Até então, a data mais aceita para o início da presença do homem nas Américas era bem mais recente. Mas, a despeito dessa polêmica, a arqueóloga conseguiu estabelecer que a área havia sido ocupada por paleoíndios e caçadores-coletores antes do que se imaginava. Cedida pelo governo francês, Niède se mudou definitivamente para São Raimundo Nonato em 1991 para administrar o parque, que acabara de ser declarado Patrimônio Cultural da Unesco. De lá para cá, fez centenas de descobertas e criou o Museu do Homem Americano. Ela também apoiou diversas iniciativas para a criação de centros comunitários e foi uma das vozes mais ativas na tentativa de transformar a região em polo turístico, com a construção de hotéis e um aeroporto internacional para viabilizar não só o parque, mas as comunidades carentes locais. "A região tem tudo para atrair milhares de turistas, menos um aeroporto e um hotel", diz ela. "Hoje, recebemos apenas de 25 mil a 30 mil pessoas por ano. É muito pouco." De Petrolina, onde há um aeroporto com ligação para Brasília, Recife e São Paulo, são 350 quilômetros de carro até São Raimundo Nonato. Quando chove, a estrada fica muito ruim, tornando a viagem ainda mais longa. "A maioria dos turistas estrangeiros que se interessa por esse tipo de atração é de pessoas mais idosas, o que torna tudo ainda mais complicado", explica a arqueóloga. Um aeroporto local, previsto para ser inaugurado em 1997, só foi aberto no ano passado, mas ainda funciona de forma inconstante. UM TESOURO AMEAÇADO Com uma área total de 130 mil hectares, a Serra da Capivara abriga mais de 900 sítios arqueológicos, 500 deles com pinturas rupestres. Trata-se de um verdadeiro museu a céu aberto. São mais de 30 mil pinturas que revelam o cotidiano daqueles que podem ser considerados os primeiros brasileiros. As imagens mostram cenas de caça, de dança e de diferentes animais, entre tantos outros símbolos ainda não inteiramente decifrados. "Essas pinturas foram feitas por homens pré-históricos que viveram aqui durante milênios. Algumas delas são datadas de 28 mil anos", afirma Niède, ao explicar a importância da preservação do patrimônio. "São representações do cotidiano dessas pessoas, embora muitas coisas não saibamos explicar. Em todo caso, é a maior concentração de pinturas rupestres das Américas. E isso tudo em meio a paisagens maravilhosas." Já foram descobertos esqueletos humanos datados em 10 mil anos e fósseis de animais há muito tempo extintos, como tigres-de-dentes-de-sabre, preguiças-gigantes e mastodontes, além de cerâmicas e artefatos de uso cotidiano de nossos antepassados. Por conta das descobertas feitas ali, foi possível traçar novas rotas para a ocupação humana das Américas. Mas, a despeito de tamanha riqueza, o parque vive em graves dificuldades financeiras. Desde o ano passado, conta a arqueóloga, o espaço não vem recebendo os repasses. Só no último mês, teve de demitir mais 27 funcionários. Das 240 pessoas que um dia trabalhavam ali, apenas 40 permanecem. "Para se ter uma ideia, em todo o entorno do parque existem 28 guaritas, uma a cada dez quilômetros", explica a arqueóloga. "Hoje, apenas seis estão funcionando. Com as guaritas vazias, houve invasões e depredações. Portas e janelas (das sedes) foram arrombadas; janelas, vasos sanitários, fogões foram arrancados." O parque tinha quatro carros e quatro equipes que circulavam para fazer a manutenção –tirar árvores derrubadas do caminho, limpar as estradas. Hoje há apenas um veículo e quatro homens para executar o mesmo trabalho. Para piorar, falta dinheiro até para o combustível. Sempre que pode, a própria Niède percorre o terreno na camionete, munida de facões e machados, para ajudar os poucos funcionários na tarefa. Ela abre trilhas obstruídas, afasta intrusos e verifica pessoalmente o estado das pinturas. Por causa de sua luta, a arqueóloga já recebeu ameaças de morte, sobretudo por parte de caçadores que insistem em invadir o perímetro do parque. PERSISTÊNCIA A preservação das pinturas rupestres é um desafio à parte em meio à grave crise financeira. Enquanto na gruta francesa de Lascaux, famosa por suas pinturas rupestres de quase 20 mil anos atrás, uma réplica foi feita a 200 metros das originais para que o fluxo de visitantes não danificasse os desenhos, na Serra da Capivara as inscrições pré-históricas estão entregues a sua própria sorte. "Tínhamos uma equipe de cerca de 15 pessoas dedicadas somente à manutenção dos sítios", explica Niède. "Os cupins e as abelhas muitas vezes fazem suas casas nas áreas das pinturas, então é preciso sempre limpar. A chuva também traz problemas, infiltrações. Tudo isso era cuidado regularmente por essa equipe, mas ela também teve que ser desmantelada por falta de verbas. Não tem mais nem um carro para isso", lamenta. Embora surpreenda a muitos, a dedicação de uma vida inteira à Serra da Capivara, em meio a tantos desafios, é fácil de explicar –pelo menos para ela. "Eu sou uma arqueóloga", diz, com seu jeito pragmático. "Conheço sítios no mundo inteiro. Sei muito bem a importância do que temos aqui."
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Quinta tem estreia de 'Gabriela, um Musical' e protesto na USP
DE SÃO PAULO São Paulo, 9 de junho de 2016. Quinta-feira. Bom dia para você que já está ficando sem blusas limpas para vestir porque o frio não deixa as roupas que você lavou secarem! Veja o que você precisa saber para tocar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE * Cravo e canela | O espetáculo "Gabriela, um Musical", estreia temporada no Teatro Cetip (Perdizes). Dirigida por João Falcão ("A Máquina") e tendo Daniela Blois no papel principal, a peça segue em cartaz até o dia 7 de agosto. Manos e minas | O quarteto de rap paulistano Racionais MC's faz show na casa de shows e balada Brook's, na zona sul da cidade. Lar, doce lar | Em ação promovida pelo Museu da Casa Brasileira, às 10h30 a artista Helena Kuasne fará desenhos representando as casas de visitantes interessados a partir de descrição afetivas ou fotos fornecidas pelos participantes. A atividade é gratuita e não exige inscrição. * PARA TER ASSUNTO "Falhamos" | Em comunicado enviado na segunda-feira (6) para todos os funcionários da empresa, a Odebrecht fez uma autocrítica sobre a conduta adotada pelo grupo baiano. Na carta assinada pelo diretor-presidente da holding Odebrecht S.A. Newton de Souza, o executivo diz que a empresa falhou. Metamorfose | Na tentativa de ampliar seu eleitorado, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) diz que abriu mão de posições polêmicas como a defesa da pena capital. "A Constituição não permite pena de morte, prisão perpétua nem trabalho forçado", declarou. O mesmo argumento é usado ao comentar o direito ao aborto em caso de estupro. "Não vou discutir, já é lei. Se alguém apresentar projeto para revogar, é outra história." Futebol | Com três gols de Philippe Coutinho, a seleção brasileira goleou o Haiti por 7 a 1 na noite desta quarta-feira, em Orlando (EUA), pela segunda rodada do Grupo B da Copa América Centenário. * A POLÍTICA DO DIA A DIA USP | Funcionários e estudantes da USP anunciaram que devem trancar as entradas da Cidade Universitária, no Butantã, a partir das 5h, em apoio à greve que pede reajuste de salários. De outro lado, alunos contrários à atitude se mobilizam para encerrar a paralisação. Feminismo | O Centro Cultural Banco do Brasil recebe o primeiro debate do ciclo "Diálogos Sobre o Feminino", que tem início às 18h30. Neste encontro inicial, que tem participação de Heloisa Buarque de Holanda, será discutida a presença e representação da mulher na arte brasileira, e reúne artistas e pensadoras de diferentes gerações e escolas. Senhas gratuitas serão distribuídas com antecedência de uma hora. O evento segue até domingo (12). * É MELHOR SE PREVENIR Tempo | Prepare-se: o dia vai ser frio outra vez, ainda que com céu claro. A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 16ºC. A mínima, de 7ºC. * SEUS AMIGOS VÃO FALAR DISSO Reviravolta | A prisão do agente da Polícia Federal Newton Ishii, conhecido como "japonês da federal", foi motivo de piadas pela internet. Uma delas é a montagem acima, que mostra Ishii sendo detido por ele próprio.
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Quinta tem estreia de 'Gabriela, um Musical' e protesto na USPDE SÃO PAULO São Paulo, 9 de junho de 2016. Quinta-feira. Bom dia para você que já está ficando sem blusas limpas para vestir porque o frio não deixa as roupas que você lavou secarem! Veja o que você precisa saber para tocar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE * Cravo e canela | O espetáculo "Gabriela, um Musical", estreia temporada no Teatro Cetip (Perdizes). Dirigida por João Falcão ("A Máquina") e tendo Daniela Blois no papel principal, a peça segue em cartaz até o dia 7 de agosto. Manos e minas | O quarteto de rap paulistano Racionais MC's faz show na casa de shows e balada Brook's, na zona sul da cidade. Lar, doce lar | Em ação promovida pelo Museu da Casa Brasileira, às 10h30 a artista Helena Kuasne fará desenhos representando as casas de visitantes interessados a partir de descrição afetivas ou fotos fornecidas pelos participantes. A atividade é gratuita e não exige inscrição. * PARA TER ASSUNTO "Falhamos" | Em comunicado enviado na segunda-feira (6) para todos os funcionários da empresa, a Odebrecht fez uma autocrítica sobre a conduta adotada pelo grupo baiano. Na carta assinada pelo diretor-presidente da holding Odebrecht S.A. Newton de Souza, o executivo diz que a empresa falhou. Metamorfose | Na tentativa de ampliar seu eleitorado, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) diz que abriu mão de posições polêmicas como a defesa da pena capital. "A Constituição não permite pena de morte, prisão perpétua nem trabalho forçado", declarou. O mesmo argumento é usado ao comentar o direito ao aborto em caso de estupro. "Não vou discutir, já é lei. Se alguém apresentar projeto para revogar, é outra história." Futebol | Com três gols de Philippe Coutinho, a seleção brasileira goleou o Haiti por 7 a 1 na noite desta quarta-feira, em Orlando (EUA), pela segunda rodada do Grupo B da Copa América Centenário. * A POLÍTICA DO DIA A DIA USP | Funcionários e estudantes da USP anunciaram que devem trancar as entradas da Cidade Universitária, no Butantã, a partir das 5h, em apoio à greve que pede reajuste de salários. De outro lado, alunos contrários à atitude se mobilizam para encerrar a paralisação. Feminismo | O Centro Cultural Banco do Brasil recebe o primeiro debate do ciclo "Diálogos Sobre o Feminino", que tem início às 18h30. Neste encontro inicial, que tem participação de Heloisa Buarque de Holanda, será discutida a presença e representação da mulher na arte brasileira, e reúne artistas e pensadoras de diferentes gerações e escolas. Senhas gratuitas serão distribuídas com antecedência de uma hora. O evento segue até domingo (12). * É MELHOR SE PREVENIR Tempo | Prepare-se: o dia vai ser frio outra vez, ainda que com céu claro. A temperatura máxima prevista pelo Inmet é de 16ºC. A mínima, de 7ºC. * SEUS AMIGOS VÃO FALAR DISSO Reviravolta | A prisão do agente da Polícia Federal Newton Ishii, conhecido como "japonês da federal", foi motivo de piadas pela internet. Uma delas é a montagem acima, que mostra Ishii sendo detido por ele próprio.
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Petrobras diz que continua negociando contrato de nafta com Braskem
Apesar da pressão do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, a Petrobras informou na noite desta terça (15) que permanece em negociação com a Braskem para a definição de um novo contrato de nafta petroquímica. Em nota oficial, a companhia informa que o fornecimento não será interrompido enquanto durarem as negociações. O quinto aditivo do contrato anterior venceu nesta terça. Na semana passada, Braga disse esperar que a Petrobras cumprisse acordo com o governo e assinasse novo contrato até o dia 15. A Folha apurou, porém, que, embora tenham chegado a acordo com relação à fórmula de preços, Petrobras e Braskem ainda negociavam um gatilho para dar desconto aos preços em caso de disparada do petróleo. As duas empresas acordaram que o novo contrato manterá um preço equivalente a 101% da cotação ARA (Amsterdã, Roterdã e Antuérpia), referência no mercado europeu. Os termos foram discutidos nesta terça em reunião de diretoria da estatal, que é sócia da Braskem, mas não houve definição. A nafta é usada como insumo na produção de plásticos.
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Petrobras diz que continua negociando contrato de nafta com BraskemApesar da pressão do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, a Petrobras informou na noite desta terça (15) que permanece em negociação com a Braskem para a definição de um novo contrato de nafta petroquímica. Em nota oficial, a companhia informa que o fornecimento não será interrompido enquanto durarem as negociações. O quinto aditivo do contrato anterior venceu nesta terça. Na semana passada, Braga disse esperar que a Petrobras cumprisse acordo com o governo e assinasse novo contrato até o dia 15. A Folha apurou, porém, que, embora tenham chegado a acordo com relação à fórmula de preços, Petrobras e Braskem ainda negociavam um gatilho para dar desconto aos preços em caso de disparada do petróleo. As duas empresas acordaram que o novo contrato manterá um preço equivalente a 101% da cotação ARA (Amsterdã, Roterdã e Antuérpia), referência no mercado europeu. Os termos foram discutidos nesta terça em reunião de diretoria da estatal, que é sócia da Braskem, mas não houve definição. A nafta é usada como insumo na produção de plásticos.
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Novak Djokovic contrata Andre Agassi como seu novo treinador
O tenista atual número 2 do mundo, Novak Djokovic, anunciou neste domingo (21) o americano Andre Agassi como seu novo treinador para a disputa em Roland Garros. O sérvio revelou a contratação durante coletiva de imprensa em Roma, após perder para o jovem Alexander Zverev por dois sets (6-4 e 6-3) e ver seu adversário conquistar o Masters 1000. "Falei com o Andre há algumas semanas no telefone e decidimos nos juntar em Paris. Respeito muito o Andre como pessoa e jogador. Ele já passou por tudo o que passo hoje", declarou. As especulações em torno de qual seria seu novo técnico começaram com o anúncio de Djokovic, no início do mês, do fim da parceria com toda sua comissão técnica. Seu ex-treinador é Marian Vajda, também da Sérvia. Agassi é vencedor de oito Grand Slams, apesar de não ter experiência como técnico do circuito. O americano foi número 1 do mundo por 30 semanas em toda a sua carreira, encerrada em 2006.
esporte
Novak Djokovic contrata Andre Agassi como seu novo treinadorO tenista atual número 2 do mundo, Novak Djokovic, anunciou neste domingo (21) o americano Andre Agassi como seu novo treinador para a disputa em Roland Garros. O sérvio revelou a contratação durante coletiva de imprensa em Roma, após perder para o jovem Alexander Zverev por dois sets (6-4 e 6-3) e ver seu adversário conquistar o Masters 1000. "Falei com o Andre há algumas semanas no telefone e decidimos nos juntar em Paris. Respeito muito o Andre como pessoa e jogador. Ele já passou por tudo o que passo hoje", declarou. As especulações em torno de qual seria seu novo técnico começaram com o anúncio de Djokovic, no início do mês, do fim da parceria com toda sua comissão técnica. Seu ex-treinador é Marian Vajda, também da Sérvia. Agassi é vencedor de oito Grand Slams, apesar de não ter experiência como técnico do circuito. O americano foi número 1 do mundo por 30 semanas em toda a sua carreira, encerrada em 2006.
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Sem glúten, com sabor
No mundo gastronômico moderno não faltam inimigos aos prazeres do sabor. Um dos principais alvos é o famigerado glúten. Você, caro leitor, provavelmente conhece alguém que cortou da dieta essa substância quase satânica, já que está presente em tudo que é gostoso. E não são só os celíacos. Muitas vezes essa é uma escolha em busca de uma alimentação mais saudável. Hoje em dia hipermercados têm prateleiras inteiras com produtos sem glúten. Mas como a cerveja não é um item, digamos, de primeira necessidade, ainda carece de opções. Movido pela curiosidade ou para agradar uma amiga querida (celíaca), fui atrás das cervejas desprovidas de glúten. A mais fácil de se encontrar por aqui vem da Espanha: a Daura, uma lager da Estrella Damm. Melhor que ela é a versão pale ale da canadense Glutenberg -também vendida nas opções blond ale e india pale ale. No entanto, a principal novidade do setor vem do Brasil, de Passo Fundo (RS) para ser mais exato. A cervejaria Lake Side, única no país inteiramente dedicada ao movimento "glúten free", recriou a boa american pale ale da Way. Difícil perceber a diferença da original, com glúten, para o rótulo da Lake Side, sem. Não é o único título da cervejaria gaúcha, que já produz uma lager e uma malzbier -menos imponentes. Curioso e inventivo, o simpático proprietário da Lake Side, Paulo Veit, percebeu a profunda carência no setor para lançar um projeto mais ousado que não para na parceria com a paranaense Way. A ideia é recriar em suas instalações rótulos de sucesso de outras cervejarias brasileiras. Excelente notícia para celíacos e simpatizantes. DAURA Essa lager da espanhola Estrella Dumm tem coloração dourada e boa formação de espuma. Refrescante, acompanha bem pratos leves TEOR ALCOÓLICO 5,4% QUANTO R$ 19,80 (330 ml) ONDE Casa Santa Luzia; tel. (11) 3897-5000 LAKE SIDE WAY APA A versão da Lake Side para a american pale ale da Way tem agradável amargor e espuma persistente TEOR ALCOÓLICO 5,2% QUANTO preço indefinido ONDE St. Marche (a partir da 2ª quinzena de novembro); marche.com.br Bis Após o fim do Rock in Rio quem aterrissou por aqui foi a Bohemian Rhapsody, cerveja oficial do Queen. Estilo pilsen, foi lançada para celebrar os 40 anos da música que batiza o rótulo GLOSSÁRIO Maltagem processo que determina diferentes tipos de malte; na cerveja sem glúten são usadas enzimas para quebrar a proteína de glúten presente no grão do malte
colunas
Sem glúten, com saborNo mundo gastronômico moderno não faltam inimigos aos prazeres do sabor. Um dos principais alvos é o famigerado glúten. Você, caro leitor, provavelmente conhece alguém que cortou da dieta essa substância quase satânica, já que está presente em tudo que é gostoso. E não são só os celíacos. Muitas vezes essa é uma escolha em busca de uma alimentação mais saudável. Hoje em dia hipermercados têm prateleiras inteiras com produtos sem glúten. Mas como a cerveja não é um item, digamos, de primeira necessidade, ainda carece de opções. Movido pela curiosidade ou para agradar uma amiga querida (celíaca), fui atrás das cervejas desprovidas de glúten. A mais fácil de se encontrar por aqui vem da Espanha: a Daura, uma lager da Estrella Damm. Melhor que ela é a versão pale ale da canadense Glutenberg -também vendida nas opções blond ale e india pale ale. No entanto, a principal novidade do setor vem do Brasil, de Passo Fundo (RS) para ser mais exato. A cervejaria Lake Side, única no país inteiramente dedicada ao movimento "glúten free", recriou a boa american pale ale da Way. Difícil perceber a diferença da original, com glúten, para o rótulo da Lake Side, sem. Não é o único título da cervejaria gaúcha, que já produz uma lager e uma malzbier -menos imponentes. Curioso e inventivo, o simpático proprietário da Lake Side, Paulo Veit, percebeu a profunda carência no setor para lançar um projeto mais ousado que não para na parceria com a paranaense Way. A ideia é recriar em suas instalações rótulos de sucesso de outras cervejarias brasileiras. Excelente notícia para celíacos e simpatizantes. DAURA Essa lager da espanhola Estrella Dumm tem coloração dourada e boa formação de espuma. Refrescante, acompanha bem pratos leves TEOR ALCOÓLICO 5,4% QUANTO R$ 19,80 (330 ml) ONDE Casa Santa Luzia; tel. (11) 3897-5000 LAKE SIDE WAY APA A versão da Lake Side para a american pale ale da Way tem agradável amargor e espuma persistente TEOR ALCOÓLICO 5,2% QUANTO preço indefinido ONDE St. Marche (a partir da 2ª quinzena de novembro); marche.com.br Bis Após o fim do Rock in Rio quem aterrissou por aqui foi a Bohemian Rhapsody, cerveja oficial do Queen. Estilo pilsen, foi lançada para celebrar os 40 anos da música que batiza o rótulo GLOSSÁRIO Maltagem processo que determina diferentes tipos de malte; na cerveja sem glúten são usadas enzimas para quebrar a proteína de glúten presente no grão do malte
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Governo cedeu demais na reforma da Previdência? NÃO
NA DIREÇÃO CORRETA A situação da Previdência no Brasil é insustentável. O deficit é elevado sob qualquer métrica. Mas esse é um problema menor quando comparado à rápida mudança demográfica que o país enfrentará nos próximos anos. Entre hoje e 2050, teremos uma população acima de 65 anos três vezes maior, para um número de contribuintes que continuará próximo ao atual. Ou seja, se nada for feito, a despesa triplicará para uma mesma receita. Nesse cenário, a reforma da Previdência deve conter mudanças que reduzam a despesa e elevem a receita. A introdução de uma idade mínima contribui nessas duas frentes. A modificação na fórmula de cálculo também será benéfica, assim como a proposta de igualdade entre homens e mulheres. Adicionalmente, a reforma propôs igualar as condições de acesso entre as aposentadorias rurais e urbanas, além de tentar cobrar algum tipo de contribuição para o trabalhador rural. Por último, buscou-se acabar com os regimes especiais de aposentadoria, igualando as normas para todos os brasileiros. Dessa forma, a proposta inicial de reforma atacava diversos pontos para tentar reduzir as distorções que tornam o sistema insustentável. Somos um dos poucos países do mundo sem idade mínima de aposentadoria. O valor pago pela Previdência Social é muito maior do que o existente em outras nações. Outro problema: diversos regimes especiais permitem que a idade de aposentadoria por tempo de contribuição seja baixa no país. Vários pontos contidos na proposta original para corrigir essas distorções, no entanto, foram modificados recentemente. As mudanças não igualam homens e mulheres, mantêm diferenças entre os regimes urbano e rural e preservam alguns regimes especiais, como o de professores e policiais. Ou seja, a reforma que faria com que nosso sistema passasse a conter regras universais de acesso, a serem cumpridas por todos, perdeu esse aspecto importantíssimo. Continuaremos tendo brasileiros com mais direitos do que outros. Logo, o governo cedeu demais? Acho que não. Ceder demais seria não introduzir, mais uma vez, a idade mínima no país. Dificilmente a reforma seria aprovada em sua integralidade. Em nosso país, privilégios previamente concedidos (ou conseguidos?) para determinados grupos são sempre vistos como direitos inalienáveis. Esses grupos beneficiados, obviamente, iriam se organizar para tentar manter pelo menos alguma parte de suas regalias. A introdução de uma idade mínima, ainda que menor do que a inicialmente proposta para as mulheres, é uma vitória importante. Hoje o grupo que majoritariamente se aposenta mais cedo se localiza nas faixas de renda mais elevadas. Os mais pobres se aposentam por idade devido à elevada informalidade. O tabu da introdução da idade mínima em nosso sistema terá caído, caso a reforma seja aprovada. Teremos outras reformas no futuro, e os novos presidentes terão que fazer ajustes adicionais na Previdência ao longo do tempo. A reforma é só o começo, aquém do necessário, mas na direção correta. Diria que é um bom começo. FERNANDO DE HOLLANDA BARBOSA FILHO, doutor em economia pela New York University (EUA), é pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Governo cedeu demais na reforma da Previdência? NÃONA DIREÇÃO CORRETA A situação da Previdência no Brasil é insustentável. O deficit é elevado sob qualquer métrica. Mas esse é um problema menor quando comparado à rápida mudança demográfica que o país enfrentará nos próximos anos. Entre hoje e 2050, teremos uma população acima de 65 anos três vezes maior, para um número de contribuintes que continuará próximo ao atual. Ou seja, se nada for feito, a despesa triplicará para uma mesma receita. Nesse cenário, a reforma da Previdência deve conter mudanças que reduzam a despesa e elevem a receita. A introdução de uma idade mínima contribui nessas duas frentes. A modificação na fórmula de cálculo também será benéfica, assim como a proposta de igualdade entre homens e mulheres. Adicionalmente, a reforma propôs igualar as condições de acesso entre as aposentadorias rurais e urbanas, além de tentar cobrar algum tipo de contribuição para o trabalhador rural. Por último, buscou-se acabar com os regimes especiais de aposentadoria, igualando as normas para todos os brasileiros. Dessa forma, a proposta inicial de reforma atacava diversos pontos para tentar reduzir as distorções que tornam o sistema insustentável. Somos um dos poucos países do mundo sem idade mínima de aposentadoria. O valor pago pela Previdência Social é muito maior do que o existente em outras nações. Outro problema: diversos regimes especiais permitem que a idade de aposentadoria por tempo de contribuição seja baixa no país. Vários pontos contidos na proposta original para corrigir essas distorções, no entanto, foram modificados recentemente. As mudanças não igualam homens e mulheres, mantêm diferenças entre os regimes urbano e rural e preservam alguns regimes especiais, como o de professores e policiais. Ou seja, a reforma que faria com que nosso sistema passasse a conter regras universais de acesso, a serem cumpridas por todos, perdeu esse aspecto importantíssimo. Continuaremos tendo brasileiros com mais direitos do que outros. Logo, o governo cedeu demais? Acho que não. Ceder demais seria não introduzir, mais uma vez, a idade mínima no país. Dificilmente a reforma seria aprovada em sua integralidade. Em nosso país, privilégios previamente concedidos (ou conseguidos?) para determinados grupos são sempre vistos como direitos inalienáveis. Esses grupos beneficiados, obviamente, iriam se organizar para tentar manter pelo menos alguma parte de suas regalias. A introdução de uma idade mínima, ainda que menor do que a inicialmente proposta para as mulheres, é uma vitória importante. Hoje o grupo que majoritariamente se aposenta mais cedo se localiza nas faixas de renda mais elevadas. Os mais pobres se aposentam por idade devido à elevada informalidade. O tabu da introdução da idade mínima em nosso sistema terá caído, caso a reforma seja aprovada. Teremos outras reformas no futuro, e os novos presidentes terão que fazer ajustes adicionais na Previdência ao longo do tempo. A reforma é só o começo, aquém do necessário, mas na direção correta. Diria que é um bom começo. FERNANDO DE HOLLANDA BARBOSA FILHO, doutor em economia pela New York University (EUA), é pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br
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Empresária cita o Uber como benéfico para evolução da livre concorrência
Utilizei ontem pela primeira vez o serviço do aplicativo Uber e fui muito bem atendida. O veículo chegou em minha residência em três minutos e eu pude sair sem carteira, sem lenço e sem documento para ir caminhar no Parque Villa Lobos –ainda ganhei balinhas e água.Tenho um restaurante e uma lanchonete e vejo proliferar os food trucks. Poderia reclamar que são uma concorrência desleal porque não pagam imposto nem aluguel como eu, mas, em vez disso, preferi melhorar ainda mais meus negócios, oferecendo um diferencial de atendimento e preço. Que venham mais Ubers para a evolução real e irrestrita da livre concorrência! * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Empresária cita o Uber como benéfico para evolução da livre concorrênciaUtilizei ontem pela primeira vez o serviço do aplicativo Uber e fui muito bem atendida. O veículo chegou em minha residência em três minutos e eu pude sair sem carteira, sem lenço e sem documento para ir caminhar no Parque Villa Lobos –ainda ganhei balinhas e água.Tenho um restaurante e uma lanchonete e vejo proliferar os food trucks. Poderia reclamar que são uma concorrência desleal porque não pagam imposto nem aluguel como eu, mas, em vez disso, preferi melhorar ainda mais meus negócios, oferecendo um diferencial de atendimento e preço. Que venham mais Ubers para a evolução real e irrestrita da livre concorrência! * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Veja o cartum de Odyr da edição deste domingo
ODYR, 48, é quadrinista. Ilustrou o poema "Honey Boo", de Matilde Campilho (honeyboocomics.wordpress.com).
ilustrissima
Veja o cartum de Odyr da edição deste domingoODYR, 48, é quadrinista. Ilustrou o poema "Honey Boo", de Matilde Campilho (honeyboocomics.wordpress.com).
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Luxemburgo critica Flamengo e diz que clube vetou ida para o São Paulo
O técnico Vanderlei Luxemburgo afirmou que ficou surpreso com sua demissão do Flamengo. A decisão foi tomada após uma reunião entre a diretoria do clube na noite de segunda-feira. O treinador também confirmou que recebeu uma proposta do São Paulo após a saída de Muricy Ramalho e do Inter após o término do Campeonato Brasileiro. "Tive uma proposta oficial do São Paulo há 20 dias e o presidente do Flamengo me disse que eu era fundamental para o clube. Isso me causa uma surpresa muito grande. O presidente do clube [Eduardo Carvalho Bandeira de Mello] falou que eu era uma peça fundamental para o projeto, talvez, eu era fundamental por 20 dias", disse Luxemburgo nesta terça-feira (26), no Rio de Janeiro. Na entrevista, o treinador criticou o comportamento do grupo gestor de futebol do clube. "Tive dificuldade com a diretoria na relação de proposta profissional. O Flamengo trabalha com um grupo de gestor. O grupo de gestão não sabe absolutamente nada de futebol. Eles não têm experiência com o futebol". Editoria de Arte/Folhapress Luxemburgo fez questão de elogiar o elenco que tinha em mãos. Na opinião do treinador, o grupo flamenguista é composto por bons jogadores, mas é necessária a contratação de dois atletas de referência. "É um grupo bom, mas são coadjuvantes. Precisamos de dois jogadores de referência para que esses bons jogadores possam acompanhar. Precisa de alguém que carrega a onda para eles". Ele ainda citou que ligou mais de dez vezes para ajudar na contratação do atacante Robinho, do Santos. SÃO PAULO Vanderlei Luxemburgo afirmou que está livre no mercado e ouviria uma proposta do São Paulo. O clube do Morumbi chegou a procurar o treinador no início de abril. "Estou no mercado para ouvir e avaliar. O São Paulo tem o melhor elenco do Brasil. Um convite do São Paulo é para envaidecer qualquer pessoa. O clube tem seis jogadores de alto nível", disse.
esporte
Luxemburgo critica Flamengo e diz que clube vetou ida para o São PauloO técnico Vanderlei Luxemburgo afirmou que ficou surpreso com sua demissão do Flamengo. A decisão foi tomada após uma reunião entre a diretoria do clube na noite de segunda-feira. O treinador também confirmou que recebeu uma proposta do São Paulo após a saída de Muricy Ramalho e do Inter após o término do Campeonato Brasileiro. "Tive uma proposta oficial do São Paulo há 20 dias e o presidente do Flamengo me disse que eu era fundamental para o clube. Isso me causa uma surpresa muito grande. O presidente do clube [Eduardo Carvalho Bandeira de Mello] falou que eu era uma peça fundamental para o projeto, talvez, eu era fundamental por 20 dias", disse Luxemburgo nesta terça-feira (26), no Rio de Janeiro. Na entrevista, o treinador criticou o comportamento do grupo gestor de futebol do clube. "Tive dificuldade com a diretoria na relação de proposta profissional. O Flamengo trabalha com um grupo de gestor. O grupo de gestão não sabe absolutamente nada de futebol. Eles não têm experiência com o futebol". Editoria de Arte/Folhapress Luxemburgo fez questão de elogiar o elenco que tinha em mãos. Na opinião do treinador, o grupo flamenguista é composto por bons jogadores, mas é necessária a contratação de dois atletas de referência. "É um grupo bom, mas são coadjuvantes. Precisamos de dois jogadores de referência para que esses bons jogadores possam acompanhar. Precisa de alguém que carrega a onda para eles". Ele ainda citou que ligou mais de dez vezes para ajudar na contratação do atacante Robinho, do Santos. SÃO PAULO Vanderlei Luxemburgo afirmou que está livre no mercado e ouviria uma proposta do São Paulo. O clube do Morumbi chegou a procurar o treinador no início de abril. "Estou no mercado para ouvir e avaliar. O São Paulo tem o melhor elenco do Brasil. Um convite do São Paulo é para envaidecer qualquer pessoa. O clube tem seis jogadores de alto nível", disse.
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Nos países que visitou, Trump deixou políticas controversas em seu rastro
Donald Trump pode estar lutando para conseguir fazer as coisas em casa, mas em outras partes do mundo ele se mostra um provocador de mudanças. O presidente americano fez duas visitas a outros países que ele mesmo escolheu nos primeiros seis meses de sua Presidência, ao Oriente Médio e à Polônia. Ambas tiveram rápidas e importantes consequências, levando seus anfitriões a acreditar que tinham o apoio dos EUA para medidas que antes haviam hesitado em tomar. O chanceler dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, confirmou nesta semana que a viagem "muito, muito bem sucedida" de Trump ao Golfo em maio ajudou a desencadear a decisão de seu país –juntamente com a Arábia Saudita, o Egito e Bahrein– de lançar um ataque econômico e político contra o Qatar. A medida tomada em 5 de junho de cortar os laços diplomáticos, comerciais e de transporte com o Qatar, fechando sua única fronteira por terra, veio pouco mais de duas semanas depois da partida de Trump da região. O presidente apoiou a decisão em um tuíte, dizendo que os líderes árabes com quem ele havia se reunido "apontaram para o Qatar" quando lhes disse que o financiamento de ideologias radicais tinha de parar. A Polônia esperou só uma semana depois da visita de Trump, em 6 de julho, para aprovar leis que dão aos políticos maior controle do Judiciário, transferindo ao Parlamento o direito de nomear o órgão que promove os juízes. O governo também propôs encerrar os mandatos dos atuais juízes da Suprema Corte e deixar o Ministério da Justiça decidir quem continuará e quem será substituído. Os legisladores do partido governante disseram ter encontrado um aliado no presidente americano, que retratou a Polônia como um país modelo na Europa. "Em ambos os casos, o que vimos foi uma tentativa de manipular Trump, de tirar vantagem de sua falta de conhecimento e de infraestrutura em política externa", disse Thomas Wright, diretor do Centro para EUA e Europa no Instituto Brookings, um grupo de pensadores em Washington. Trump ainda não impôs suas prioridades em política externa para antigos problemas globais, muitos dos quais também derrotaram seus antecessores. O programa de testes de mísseis da Coreia do Norte, por exemplo, foi acelerado desde que Trump assumiu o cargo. A questão israelense-palestina não parece mais próxima da solução. A guerra civil na Síria entra com força em seu sétimo ano. Para muitos aliados, a maior preocupação era que o novo governo, com seu slogan "América primeiro", destruísse a ordem econômica e de segurança liberal construída sob os auspícios dos EUA depois da Segunda Guerra. Trump retirou seu país do Acordo de Paris de 2015, mas nenhum outro o seguiu. Entretanto, crescem as evidências de um concreto, embora imprevisível, efeito Trump. Alguns países da Otan (aliança militar ocidental) estão acelerando os planos para cumprir a meta de gastos de defesa da aliança –incentivados por Trump, mas também mirando à frente, em uma era pós-americana. O novo presidente também pode ter contribuído para uma queda no apoio a colegas populistas na Europa, que receberam fortes empurrões com sua eleição no ano passado, mas viram suas perspectivas eleitorais recuarem novamente desde que ele assumiu o cargo. Na Polônia, as autoridades não atribuíram à visita de Trump sua aposta em reforçar o controle do Judiciário, mas há pouca dúvida de que foram encorajadas por seu apoio e o reforço nas pesquisas de opinião que ele produziu. Parando em Varsóvia a caminho da cúpula do G20 em Hamburgo, Trump fez um discurso de política externa afirmando que a civilização ocidental, definida pela fé e a cultura, estava em perigo. Ele destacou a Polônia, o tema de uma investigação sem precedentes pela UE por supostamente abusar do Estado de direito, como um farol da liberdade. "Ele deveria ter dito: 'Somos seus amigos, mas precisamos que vocês sustentem as instituições democráticas como a imprensa livre'", disse Wright. "Em vez disso, ele disse: 'Eu também detesto a imprensa'." O partido no governo aproveitou os comentários de Trump e até adotou um de seus termos preferidos. Os adversários políticos vêm disseminando uma falsa imagem da Polônia como um país totalitário, disse Dominik Tarczynski, um legislador do Partido Lei e Justiça. "Lenta, mas certamente, estamos conseguindo convencer muitos países de que estamos lidando com notícias falsas aqui, algo de que o presidente Trump falou durante sua visita." Resta ver se as iniciativas que Trump catalisou na Polônia e no Golfo funcionarão como planejado. Na Polônia, as reformas judiciais estão se mostrando controversas em meio a advertências de que podem danificar a jovem democracia do país e afastar os investidores estrangeiros. O governo recuou em alguns elementos de suas propostas legislativas na terça-feira (18), embora o partido governante tenha tentado apressar a aprovação das medidas. Na quarta-feira (19), a Comissão Europeia disse que está considerando a possibilidade de impor sanções punitivas. A Polônia recebeu cerca de US$ 285 bilhões em ajuda da UE, quase dois terços de seu PIB atual, desde sua entrada no grupo em 2004. Os legisladores se reuniram novamente na quarta-feira, depois de um debate acalorado que teve tapas e passou da meia-noite. Legisladores da oposição apresentaram mais de mil emendas na tentativa de retardar a aprovação da lei, enquanto manifestantes diante do Parlamento cantavam: "Liberdade, igualdade, democracia". Os países do Golfo que comandam o isolamento do Qatar têm mais a fazer para alcançar seus objetivos. Tendo apresentado um ultimato com 13 exigências supostamente não negociáveis, os Emirados Árabes Unidos e seus aliados deixaram o prazo expirar. Então reduziram a lista a seis exigências. Mesmo estas são apenas um ponto de partida para negociações, disse Gargash na segunda (17). Enquanto isso, o Qatar –que abriga uma importante base militar americana– reforçou os laços com o Irã e a Turquia e ao mesmo tempo manobra para sobreviver ao embargo, potencialmente realinhando a região de uma maneira que não agradaria a seus vizinhos árabes ou aos EUA. Apesar dos tuítes de Trump em apoio à campanha saudita-emirática, o resto de seu governo se recusou a assumir lados. O secretário de Estado, Rex Tillerson, buscou ativamente ser um mediador. Duas semanas após o início da disputa, o Departamento de Estado disse que estava "confuso" com a falha dos aliados do Golfo em sustentar com provas suas alegações contra o Qatar, e questionou se a disputa era realmente sobre terrorismo. Esse tipo de ambiguidade já provocou problemas, disse Wright, o analista do Brookings. Ele disse que sinais dúbios dos EUA contribuíram para o surgimento de guerras na península Corana em 1950 e no golfo Pérsico quatro décadas depois –duas regiões que continuam no topo da lista de lugares problemáticos no mundo na era Trump. Traduzido por LUIZ ROBERTO MENDES GONÇALVES
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Nos países que visitou, Trump deixou políticas controversas em seu rastroDonald Trump pode estar lutando para conseguir fazer as coisas em casa, mas em outras partes do mundo ele se mostra um provocador de mudanças. O presidente americano fez duas visitas a outros países que ele mesmo escolheu nos primeiros seis meses de sua Presidência, ao Oriente Médio e à Polônia. Ambas tiveram rápidas e importantes consequências, levando seus anfitriões a acreditar que tinham o apoio dos EUA para medidas que antes haviam hesitado em tomar. O chanceler dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, confirmou nesta semana que a viagem "muito, muito bem sucedida" de Trump ao Golfo em maio ajudou a desencadear a decisão de seu país –juntamente com a Arábia Saudita, o Egito e Bahrein– de lançar um ataque econômico e político contra o Qatar. A medida tomada em 5 de junho de cortar os laços diplomáticos, comerciais e de transporte com o Qatar, fechando sua única fronteira por terra, veio pouco mais de duas semanas depois da partida de Trump da região. O presidente apoiou a decisão em um tuíte, dizendo que os líderes árabes com quem ele havia se reunido "apontaram para o Qatar" quando lhes disse que o financiamento de ideologias radicais tinha de parar. A Polônia esperou só uma semana depois da visita de Trump, em 6 de julho, para aprovar leis que dão aos políticos maior controle do Judiciário, transferindo ao Parlamento o direito de nomear o órgão que promove os juízes. O governo também propôs encerrar os mandatos dos atuais juízes da Suprema Corte e deixar o Ministério da Justiça decidir quem continuará e quem será substituído. Os legisladores do partido governante disseram ter encontrado um aliado no presidente americano, que retratou a Polônia como um país modelo na Europa. "Em ambos os casos, o que vimos foi uma tentativa de manipular Trump, de tirar vantagem de sua falta de conhecimento e de infraestrutura em política externa", disse Thomas Wright, diretor do Centro para EUA e Europa no Instituto Brookings, um grupo de pensadores em Washington. Trump ainda não impôs suas prioridades em política externa para antigos problemas globais, muitos dos quais também derrotaram seus antecessores. O programa de testes de mísseis da Coreia do Norte, por exemplo, foi acelerado desde que Trump assumiu o cargo. A questão israelense-palestina não parece mais próxima da solução. A guerra civil na Síria entra com força em seu sétimo ano. Para muitos aliados, a maior preocupação era que o novo governo, com seu slogan "América primeiro", destruísse a ordem econômica e de segurança liberal construída sob os auspícios dos EUA depois da Segunda Guerra. Trump retirou seu país do Acordo de Paris de 2015, mas nenhum outro o seguiu. Entretanto, crescem as evidências de um concreto, embora imprevisível, efeito Trump. Alguns países da Otan (aliança militar ocidental) estão acelerando os planos para cumprir a meta de gastos de defesa da aliança –incentivados por Trump, mas também mirando à frente, em uma era pós-americana. O novo presidente também pode ter contribuído para uma queda no apoio a colegas populistas na Europa, que receberam fortes empurrões com sua eleição no ano passado, mas viram suas perspectivas eleitorais recuarem novamente desde que ele assumiu o cargo. Na Polônia, as autoridades não atribuíram à visita de Trump sua aposta em reforçar o controle do Judiciário, mas há pouca dúvida de que foram encorajadas por seu apoio e o reforço nas pesquisas de opinião que ele produziu. Parando em Varsóvia a caminho da cúpula do G20 em Hamburgo, Trump fez um discurso de política externa afirmando que a civilização ocidental, definida pela fé e a cultura, estava em perigo. Ele destacou a Polônia, o tema de uma investigação sem precedentes pela UE por supostamente abusar do Estado de direito, como um farol da liberdade. "Ele deveria ter dito: 'Somos seus amigos, mas precisamos que vocês sustentem as instituições democráticas como a imprensa livre'", disse Wright. "Em vez disso, ele disse: 'Eu também detesto a imprensa'." O partido no governo aproveitou os comentários de Trump e até adotou um de seus termos preferidos. Os adversários políticos vêm disseminando uma falsa imagem da Polônia como um país totalitário, disse Dominik Tarczynski, um legislador do Partido Lei e Justiça. "Lenta, mas certamente, estamos conseguindo convencer muitos países de que estamos lidando com notícias falsas aqui, algo de que o presidente Trump falou durante sua visita." Resta ver se as iniciativas que Trump catalisou na Polônia e no Golfo funcionarão como planejado. Na Polônia, as reformas judiciais estão se mostrando controversas em meio a advertências de que podem danificar a jovem democracia do país e afastar os investidores estrangeiros. O governo recuou em alguns elementos de suas propostas legislativas na terça-feira (18), embora o partido governante tenha tentado apressar a aprovação das medidas. Na quarta-feira (19), a Comissão Europeia disse que está considerando a possibilidade de impor sanções punitivas. A Polônia recebeu cerca de US$ 285 bilhões em ajuda da UE, quase dois terços de seu PIB atual, desde sua entrada no grupo em 2004. Os legisladores se reuniram novamente na quarta-feira, depois de um debate acalorado que teve tapas e passou da meia-noite. Legisladores da oposição apresentaram mais de mil emendas na tentativa de retardar a aprovação da lei, enquanto manifestantes diante do Parlamento cantavam: "Liberdade, igualdade, democracia". Os países do Golfo que comandam o isolamento do Qatar têm mais a fazer para alcançar seus objetivos. Tendo apresentado um ultimato com 13 exigências supostamente não negociáveis, os Emirados Árabes Unidos e seus aliados deixaram o prazo expirar. Então reduziram a lista a seis exigências. Mesmo estas são apenas um ponto de partida para negociações, disse Gargash na segunda (17). Enquanto isso, o Qatar –que abriga uma importante base militar americana– reforçou os laços com o Irã e a Turquia e ao mesmo tempo manobra para sobreviver ao embargo, potencialmente realinhando a região de uma maneira que não agradaria a seus vizinhos árabes ou aos EUA. Apesar dos tuítes de Trump em apoio à campanha saudita-emirática, o resto de seu governo se recusou a assumir lados. O secretário de Estado, Rex Tillerson, buscou ativamente ser um mediador. Duas semanas após o início da disputa, o Departamento de Estado disse que estava "confuso" com a falha dos aliados do Golfo em sustentar com provas suas alegações contra o Qatar, e questionou se a disputa era realmente sobre terrorismo. Esse tipo de ambiguidade já provocou problemas, disse Wright, o analista do Brookings. Ele disse que sinais dúbios dos EUA contribuíram para o surgimento de guerras na península Corana em 1950 e no golfo Pérsico quatro décadas depois –duas regiões que continuam no topo da lista de lugares problemáticos no mundo na era Trump. Traduzido por LUIZ ROBERTO MENDES GONÇALVES
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Com trégua no frio, segunda tem início do Fronteiras do Pensamento
Nesta segunda (9), tem início o ciclo de debates Fronteiras do Pensamento com a conferência do escritor peruano Mario Vargas Llosa. O tema deste ano, "A Grande Virada", pautará os debates que acontecem até novembro, sempre no Teatro Cetip, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. * TEMPO Paulistanos devem ter uma trégua do friozinho nesta segunda (9), com máxima de 27ºC e mínima de 18ºC. A previsão é de pancadas de chuva à tarde, segundo o Climatempo. * AGENDA CULTURAL Show | Que tal já programar a agenda de shows para a semana? Nesta segunda (9), a banda Meneio se apresenta no Sesc Consolação. Até domingo, se apresentam ainda Ava Rocha, Luneta Mágica e Karla da Silva. Sesc Consolação - teatro Anchieta - r. Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, região central, tel. 3234-3000. 280 lugares. 19h. 60 min. Livre. Retirar ingr. uma hora antes. GRÁTIS
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Com trégua no frio, segunda tem início do Fronteiras do PensamentoNesta segunda (9), tem início o ciclo de debates Fronteiras do Pensamento com a conferência do escritor peruano Mario Vargas Llosa. O tema deste ano, "A Grande Virada", pautará os debates que acontecem até novembro, sempre no Teatro Cetip, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. * TEMPO Paulistanos devem ter uma trégua do friozinho nesta segunda (9), com máxima de 27ºC e mínima de 18ºC. A previsão é de pancadas de chuva à tarde, segundo o Climatempo. * AGENDA CULTURAL Show | Que tal já programar a agenda de shows para a semana? Nesta segunda (9), a banda Meneio se apresenta no Sesc Consolação. Até domingo, se apresentam ainda Ava Rocha, Luneta Mágica e Karla da Silva. Sesc Consolação - teatro Anchieta - r. Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, região central, tel. 3234-3000. 280 lugares. 19h. 60 min. Livre. Retirar ingr. uma hora antes. GRÁTIS
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Vídeo explica a condenação de Lula e o que pode acontecer com o petista
O juiz Sergio Moro condenou, nesta quarta-feira (12), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão, ligada a vantagens indevidas que teriam sido recebidas por Lula da empreiteira OAS, se refere ao caso do tríplex de Guarujá (SP). A sentença determinou nove anos e seis meses de prisão para Lula –é a primeira vez que um presidente ou ex-presidente da República é condenado no país–, mas o petista não deve ir para a cadeia imediatamente. O caso pode atrapalhar as pretensões eleitorais do ex-presidente, que lidera as pesquisas de intenção de voto para 2018. Neste vídeo da série "Sua Política", produzida pela TV Folha, a repórter Angela Boldrini, da sucursal de Brasília da Folha, detalha a condenação de Lula e explica o que pode acontecer ao ex-presidente.
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Vídeo explica a condenação de Lula e o que pode acontecer com o petistaO juiz Sergio Moro condenou, nesta quarta-feira (12), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão, ligada a vantagens indevidas que teriam sido recebidas por Lula da empreiteira OAS, se refere ao caso do tríplex de Guarujá (SP). A sentença determinou nove anos e seis meses de prisão para Lula –é a primeira vez que um presidente ou ex-presidente da República é condenado no país–, mas o petista não deve ir para a cadeia imediatamente. O caso pode atrapalhar as pretensões eleitorais do ex-presidente, que lidera as pesquisas de intenção de voto para 2018. Neste vídeo da série "Sua Política", produzida pela TV Folha, a repórter Angela Boldrini, da sucursal de Brasília da Folha, detalha a condenação de Lula e explica o que pode acontecer ao ex-presidente.
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Escola sem Partido impõe papéis sociais, diz professor; movimento discorda
Ao definir que a escola não pode tratar de temas como ideologia de gênero, o movimento Escola sem Partido parte de uma sociedade em que homem e mulher tem papéis pré-definidos. A opinião é do professor de administração pública da FGV-SP Marco Antonio Teixeira. O sociólogo Thiago Cortês, membro do Movimento Escola sem Partido, discorda. Os dois especialistas participaram nessa sexta-feira (5) do Fla-Flu, programa do TV Folha que traz opiniões divergentes sobre um mesmo tema, mediado pela jornalista Sabine Righetti. O programa debateu o movimento Escola sem Partido, que pretende incluir na legislação brasileira de educação nove artigos que tratam da missão da escola e dos deveres dos professores. O projeto define, por exemplo, que os professores devem ser "neutros" na escola e cria canais de reclamação para alunos. Para Teixeira, a abordagem negativa da ideologia de gênero no projeto revela uma visão de sociedade "por trás do projeto". Cortês, de outro lado, afirma que a proposta é deixar debates morais –como sexualidade e gênero– apenas com as famílias. A proposta tem causado polêmica. Na quarta-feira (3), um debate sobre o tema na Folha teve gritos e trocas de ofensas entre apoiadores do projeto e aqueles que são contra a ideia.
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Escola sem Partido impõe papéis sociais, diz professor; movimento discordaAo definir que a escola não pode tratar de temas como ideologia de gênero, o movimento Escola sem Partido parte de uma sociedade em que homem e mulher tem papéis pré-definidos. A opinião é do professor de administração pública da FGV-SP Marco Antonio Teixeira. O sociólogo Thiago Cortês, membro do Movimento Escola sem Partido, discorda. Os dois especialistas participaram nessa sexta-feira (5) do Fla-Flu, programa do TV Folha que traz opiniões divergentes sobre um mesmo tema, mediado pela jornalista Sabine Righetti. O programa debateu o movimento Escola sem Partido, que pretende incluir na legislação brasileira de educação nove artigos que tratam da missão da escola e dos deveres dos professores. O projeto define, por exemplo, que os professores devem ser "neutros" na escola e cria canais de reclamação para alunos. Para Teixeira, a abordagem negativa da ideologia de gênero no projeto revela uma visão de sociedade "por trás do projeto". Cortês, de outro lado, afirma que a proposta é deixar debates morais –como sexualidade e gênero– apenas com as famílias. A proposta tem causado polêmica. Na quarta-feira (3), um debate sobre o tema na Folha teve gritos e trocas de ofensas entre apoiadores do projeto e aqueles que são contra a ideia.
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Demanda por etanol dispara; preço vai depender da capacidade das usinas
Este ano começa com um cenário bem diferente do registrado no ano passado para o setor sucroenergético. Em 2014, a demanda estava fraca no primeiro semestre, o que obrigou a Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) a adotar uma campanha de apoio às vendas. Deu resultado, e as vendas começaram a aquecer a partir de outubro. E continuam nesse ritmo até agora. É o que deve mostrar a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) quando divulgar os dados de consumo deste mês. Os números das usinas já apontam para esse aquecimento. Saíram da porta da indústria 729 milhões litros de etanol hidratado apenas na primeira quinzena do mês, 51% mais do que em igual período do ano passado. Um dos pontos favoráveis ao crescimento da demanda desde o final do ano passado foi que, mesmo com o mercado aquecido, não faltou álcool. Os estoques estavam elevados e garantiram não só o volume adequado mas preço favorável para o consumidor. O bom deste ano para o setor é que a demanda continua intensa, mas a oferta de etanol também terá de ser contínua. Qualquer problema na oferta de álcool no segundo semestre fará com que o ponto de equilíbrio entre demanda e oferta passe a ser os preços. Ou seja, os preços vão subir até o ponto em que o consumidor esteja disposto à utilização do álcool. Um retorno dele à gasolina, nos patamares dos de há um ano, vai ser complicado para as usinas, que, enfim, estão conseguindo um ritmo maior de produção. Esse cenário, porém, não deverá ocorrer. Há cana para moer, e São Paulo será o fiel da balança nesse setor. A região centro-sul moeu 12% mais cana neste início de safra em relação a 2014. Mas São Paulo não participou dessa evolução. Ao contrário, teve retração de 27% na moagem do período. Esse aumento veio basicamente dos demais Estados que compõem a região, que tiveram crescimento de 78%. A safra paulista está atrasada, e a produtividade da cana é baixa. Mas, a partir do início de maio, as usinas paulistas vão manter um ritmo mais intenso de produção, e com cana em melhores condições. A grande dúvida para o mercado, portanto, continua sendo a mesma dos últimos anos. O clima vai ajudar? * Pé no freio As empresas de consultorias e de projetos agrícolas estão de braços cruzados. As incertezas da economia e a própria queda das cotações das commodities frearam os projetos que estavam em andamento ou saindo da gaveta. Preocupante Essa paralisação coloca em xeque o avanço tecnológico da agropecuária brasileira. Todos os novos projetos contemplam esse aspecto. Produtividade O pé no freio em novos projetos deixa, também, de trazer mais produtividade para as culturas do país. Diante dos atuais aumentos de custos, resta aos produtores brasileiros elevar a produtividade. A dança do tomate O produto volta à pauta da inflação. Neste mês, a alta dos preços no atacado foi 41%, segundo pesquisa do IGP-M, da FGV. Compensa A alta do tomate foi compensada, em parte, por batata e feijão, que caíram 16% e 9%, respectivamente, neste mês, aponta o índice da FGV.
colunas
Demanda por etanol dispara; preço vai depender da capacidade das usinasEste ano começa com um cenário bem diferente do registrado no ano passado para o setor sucroenergético. Em 2014, a demanda estava fraca no primeiro semestre, o que obrigou a Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) a adotar uma campanha de apoio às vendas. Deu resultado, e as vendas começaram a aquecer a partir de outubro. E continuam nesse ritmo até agora. É o que deve mostrar a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) quando divulgar os dados de consumo deste mês. Os números das usinas já apontam para esse aquecimento. Saíram da porta da indústria 729 milhões litros de etanol hidratado apenas na primeira quinzena do mês, 51% mais do que em igual período do ano passado. Um dos pontos favoráveis ao crescimento da demanda desde o final do ano passado foi que, mesmo com o mercado aquecido, não faltou álcool. Os estoques estavam elevados e garantiram não só o volume adequado mas preço favorável para o consumidor. O bom deste ano para o setor é que a demanda continua intensa, mas a oferta de etanol também terá de ser contínua. Qualquer problema na oferta de álcool no segundo semestre fará com que o ponto de equilíbrio entre demanda e oferta passe a ser os preços. Ou seja, os preços vão subir até o ponto em que o consumidor esteja disposto à utilização do álcool. Um retorno dele à gasolina, nos patamares dos de há um ano, vai ser complicado para as usinas, que, enfim, estão conseguindo um ritmo maior de produção. Esse cenário, porém, não deverá ocorrer. Há cana para moer, e São Paulo será o fiel da balança nesse setor. A região centro-sul moeu 12% mais cana neste início de safra em relação a 2014. Mas São Paulo não participou dessa evolução. Ao contrário, teve retração de 27% na moagem do período. Esse aumento veio basicamente dos demais Estados que compõem a região, que tiveram crescimento de 78%. A safra paulista está atrasada, e a produtividade da cana é baixa. Mas, a partir do início de maio, as usinas paulistas vão manter um ritmo mais intenso de produção, e com cana em melhores condições. A grande dúvida para o mercado, portanto, continua sendo a mesma dos últimos anos. O clima vai ajudar? * Pé no freio As empresas de consultorias e de projetos agrícolas estão de braços cruzados. As incertezas da economia e a própria queda das cotações das commodities frearam os projetos que estavam em andamento ou saindo da gaveta. Preocupante Essa paralisação coloca em xeque o avanço tecnológico da agropecuária brasileira. Todos os novos projetos contemplam esse aspecto. Produtividade O pé no freio em novos projetos deixa, também, de trazer mais produtividade para as culturas do país. Diante dos atuais aumentos de custos, resta aos produtores brasileiros elevar a produtividade. A dança do tomate O produto volta à pauta da inflação. Neste mês, a alta dos preços no atacado foi 41%, segundo pesquisa do IGP-M, da FGV. Compensa A alta do tomate foi compensada, em parte, por batata e feijão, que caíram 16% e 9%, respectivamente, neste mês, aponta o índice da FGV.
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Produtor da franquia 'Battlefield' dá dicas de como desenvolver jogos
"Para quem você está fazendo isso?" Para Daniel Matros, produtor da franquia "Battlefield", distribuída pela EA (Electronic Arts), essa é a pergunta mais importante na hora de desenvolver um game. Em palestra nesta quinta-feira (28) na Campus Party, acampamento de tecnologia que acontece em São Paulo até domingo (31), Daniel deu dicas e conselhos sobre criação de jogos. Para ele é preciso fazer perguntas a cada passo da construção do game –"Por que eu quero esse muro aqui? ou "Quem eu sou depois de jogar esse game?"– e não se assustar diante da complexidade do processo. No caso de games para celular, é preciso construir uma lógica sólida."Crie algo em que as pessoas vão entender rapidamente o que estão fazendo", sugeriu. Entre as dicas, houve espaço até para um "mea culpa" em relação ao "Battlefield 3". "Nós cometemos o erro de criar um mundo muito complicado, no qual os jogadores não usavam itens que passamos vários meses construindo", disse. No caso do "Battlefield 4", shooter carro-chefe da EA, o lançamento do game foi acompanhado de críticas por conta de uma série de problemas. Jogadores relataram terem sido expulsos de servidores, sem poderem reconectar. Um bug que fazia com que personagens morressem com um único tiro foi solucionado, mas outros persistiram. Para Matros, é importante definir prioridades para fazer um bom jogo. "Foque no que é básico no seu game e sempre pergunte: 'Por que estamos fazendo isso?'." E acrescenta: não gaste nem tempo nem dinheiro com coisas desnecessárias. "Eu não posso falar demais sobre o desenvolvimento dos games, porque a indústria tem muitos segredos. Mas, basicamente, nós nos perguntamos essas coisas todos os dias", resumiu.
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Produtor da franquia 'Battlefield' dá dicas de como desenvolver jogos"Para quem você está fazendo isso?" Para Daniel Matros, produtor da franquia "Battlefield", distribuída pela EA (Electronic Arts), essa é a pergunta mais importante na hora de desenvolver um game. Em palestra nesta quinta-feira (28) na Campus Party, acampamento de tecnologia que acontece em São Paulo até domingo (31), Daniel deu dicas e conselhos sobre criação de jogos. Para ele é preciso fazer perguntas a cada passo da construção do game –"Por que eu quero esse muro aqui? ou "Quem eu sou depois de jogar esse game?"– e não se assustar diante da complexidade do processo. No caso de games para celular, é preciso construir uma lógica sólida."Crie algo em que as pessoas vão entender rapidamente o que estão fazendo", sugeriu. Entre as dicas, houve espaço até para um "mea culpa" em relação ao "Battlefield 3". "Nós cometemos o erro de criar um mundo muito complicado, no qual os jogadores não usavam itens que passamos vários meses construindo", disse. No caso do "Battlefield 4", shooter carro-chefe da EA, o lançamento do game foi acompanhado de críticas por conta de uma série de problemas. Jogadores relataram terem sido expulsos de servidores, sem poderem reconectar. Um bug que fazia com que personagens morressem com um único tiro foi solucionado, mas outros persistiram. Para Matros, é importante definir prioridades para fazer um bom jogo. "Foque no que é básico no seu game e sempre pergunte: 'Por que estamos fazendo isso?'." E acrescenta: não gaste nem tempo nem dinheiro com coisas desnecessárias. "Eu não posso falar demais sobre o desenvolvimento dos games, porque a indústria tem muitos segredos. Mas, basicamente, nós nos perguntamos essas coisas todos os dias", resumiu.
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Senado convoca ministro e estatais para explicar declarações contra Dilma
A Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou requerimento para que o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, explique declarações de estatais federais de que o governo não tomou providências em ano eleitoral para evitar problemas no sistema elétrico que estão gerando um prejuízo estimado em R$ 20 bilhões para as usinas hidrelétricas. O convite foi proposto pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), mesmo partido do ministro Braga que também é senador. Também foram convidados os presidentes das estatais Eletrobras, José da Costa; Eletronorte, Tito Cardoso de Oliveira Neto; e Furnas, Flávio Decat de Moura. Conforme a Folha antecipou, essas estatais federais apresentaram documentos numa audiência pública da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) sobre uma Medida Provisória para resolver o problema em que responsabilizam políticas do governo Dilma pela crise do sistema. Elas não aceitam a solução apresentada pelo Ministério de Minas e Energia, que quer que as hidrelétricas assumam um risco maior no futuro quando forem proibidas de gerar energia para poupar água. Em troca, terão o contrato de concessão prorrogado para compensar o prejuízo já existente. Nas críticas, a Eletronorte diz que o governo não tomou medidas necessárias em 2014 por ser período eleitoral: "(...) a despeito da situação excepcional de crise hidrológica por que passa o país, especialmente no ano de 2014 (em pleno período eleitoral), não foram implementadas, pelo governo, as medidas extraordinárias indispensáveis à manutenção do equilíbrio financeiro do contrato celebrado entre as partes." Indignado, o senador disse que o governo precisa apresentar explicações sobre os problemas que agora foram expostos por entes do próprio Estado. "O setor elétrico atravessa uma crise estrutural e as suas causas estão sendo expostas pelas próprias estatais do setor, controladas pela União. O Senado deve trazer de maneira inadiável os dirigentes dessas empresas para esclarecer a sociedade sobre os fatos", disse Ferraço. ELETRONORTE O documento da Eletronorte, além de citar que as medidas não foram tomadas por ser período eleitoral, apresenta trechos de uma decisão do TCU de 2014 que já apontava responsabilidade do governo na crise do setor e que, na época, foi criticado pelo Ministério de Minas e Energia. A contribuição à audiência, que não tem a assinatura de nenhum funcionário da estatal, defende que o governo não tomou as providências apontadas pelo órgão, algumas 12 anos antes do problema, como refazer os cálculos sobre déficits de geração de energia e que nem mesmo o ONS (Operador Nacional do Sistema), responsável por dizer quanto cada usina tem que gerar de energia, tem confiança em seus próprios sistemas. "O TCU, inclusive, já recomendou expressamente ao MME [Ministério de Minas e Energia]/EPE [Empresa de Planejamento Energético] que sejam adotadas as principais medidas estruturais que impactam os modelos matemáticos utilizados no planejamento e operação do sistema elétrico, tais como: reavaliação do custo do déficit e das garantias físicas das UHEs, bem como a realização de estudos para repotenciação e ampliação da capacidade instalada de usinas", diz a Eletronorte que se colocou contra a solução do governo para o setor.
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Senado convoca ministro e estatais para explicar declarações contra DilmaA Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou requerimento para que o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, explique declarações de estatais federais de que o governo não tomou providências em ano eleitoral para evitar problemas no sistema elétrico que estão gerando um prejuízo estimado em R$ 20 bilhões para as usinas hidrelétricas. O convite foi proposto pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), mesmo partido do ministro Braga que também é senador. Também foram convidados os presidentes das estatais Eletrobras, José da Costa; Eletronorte, Tito Cardoso de Oliveira Neto; e Furnas, Flávio Decat de Moura. Conforme a Folha antecipou, essas estatais federais apresentaram documentos numa audiência pública da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) sobre uma Medida Provisória para resolver o problema em que responsabilizam políticas do governo Dilma pela crise do sistema. Elas não aceitam a solução apresentada pelo Ministério de Minas e Energia, que quer que as hidrelétricas assumam um risco maior no futuro quando forem proibidas de gerar energia para poupar água. Em troca, terão o contrato de concessão prorrogado para compensar o prejuízo já existente. Nas críticas, a Eletronorte diz que o governo não tomou medidas necessárias em 2014 por ser período eleitoral: "(...) a despeito da situação excepcional de crise hidrológica por que passa o país, especialmente no ano de 2014 (em pleno período eleitoral), não foram implementadas, pelo governo, as medidas extraordinárias indispensáveis à manutenção do equilíbrio financeiro do contrato celebrado entre as partes." Indignado, o senador disse que o governo precisa apresentar explicações sobre os problemas que agora foram expostos por entes do próprio Estado. "O setor elétrico atravessa uma crise estrutural e as suas causas estão sendo expostas pelas próprias estatais do setor, controladas pela União. O Senado deve trazer de maneira inadiável os dirigentes dessas empresas para esclarecer a sociedade sobre os fatos", disse Ferraço. ELETRONORTE O documento da Eletronorte, além de citar que as medidas não foram tomadas por ser período eleitoral, apresenta trechos de uma decisão do TCU de 2014 que já apontava responsabilidade do governo na crise do setor e que, na época, foi criticado pelo Ministério de Minas e Energia. A contribuição à audiência, que não tem a assinatura de nenhum funcionário da estatal, defende que o governo não tomou as providências apontadas pelo órgão, algumas 12 anos antes do problema, como refazer os cálculos sobre déficits de geração de energia e que nem mesmo o ONS (Operador Nacional do Sistema), responsável por dizer quanto cada usina tem que gerar de energia, tem confiança em seus próprios sistemas. "O TCU, inclusive, já recomendou expressamente ao MME [Ministério de Minas e Energia]/EPE [Empresa de Planejamento Energético] que sejam adotadas as principais medidas estruturais que impactam os modelos matemáticos utilizados no planejamento e operação do sistema elétrico, tais como: reavaliação do custo do déficit e das garantias físicas das UHEs, bem como a realização de estudos para repotenciação e ampliação da capacidade instalada de usinas", diz a Eletronorte que se colocou contra a solução do governo para o setor.
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Cursos e oficinas infantis para exercitar o corpo e a mente durante as férias
GABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO Ficar sem fazer nada nas férias é bom. Mas chega uma hora que cansa, ainda mais no meio de janeiro. Pensando no tempo livre que as crianças acumulam nessa época, o "Guia" selecionou cursos e oficinas nos quais elas podem brincar e aprender ao mesmo tempo. As atividades foram divididas por temas: tecnologia, culinária, circo e outras opções como música e teatro -algumas gratuitas e outras pagas (de R$ 50 a R$ 2.690). As atrações de tecnologia possibilitam que a criançada tenha noções básicas sobre programação, crie games, aplicativos e até brinquedos sofisticados. Na Casa das Ideias, os cursos têm duração de uma semana, enquanto na DragonByte as aulas têm uma hora e meia ou três horas. Outra opção é o MundoMaker, que, na última semana de janeiro, recebe monitores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) para auxiliar a garotada em seus projetos. Tem criança na cozinha também. Os que acompanharam as provas do "MasterChef Jr." e se empolgaram com os pequenos no reality de culinária -que foi ao ar no fim do ano passado- poderão colocar a mão na massa em aulas que ensinam desde pizzas e picolés até pratos mais elaborados como espaguete de abobrinha, pão de beterraba e sorvete de frutas. No total, são 12 atividades até o fim do mês. Outro programa é mergulhar no universo circense e se divertir em trapézios, tecidos, camas elásticas e pernas de pau. Escolha a atividade que mais combina com o seu pequeno aprendiz -antes que as férias acabem. Em aulas de tecnologia, crianças constroem games e apps Oficinas de culinária ensinam pequenos a fazer de sorvete a espaguete Malabarismos e acrobacias também são opções de atividades durante as férias Pré-adolescentes praticam inglês em acampamento imersivo
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Cursos e oficinas infantis para exercitar o corpo e a mente durante as fériasGABRIELA VALDANHA DE SÃO PAULO Ficar sem fazer nada nas férias é bom. Mas chega uma hora que cansa, ainda mais no meio de janeiro. Pensando no tempo livre que as crianças acumulam nessa época, o "Guia" selecionou cursos e oficinas nos quais elas podem brincar e aprender ao mesmo tempo. As atividades foram divididas por temas: tecnologia, culinária, circo e outras opções como música e teatro -algumas gratuitas e outras pagas (de R$ 50 a R$ 2.690). As atrações de tecnologia possibilitam que a criançada tenha noções básicas sobre programação, crie games, aplicativos e até brinquedos sofisticados. Na Casa das Ideias, os cursos têm duração de uma semana, enquanto na DragonByte as aulas têm uma hora e meia ou três horas. Outra opção é o MundoMaker, que, na última semana de janeiro, recebe monitores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) para auxiliar a garotada em seus projetos. Tem criança na cozinha também. Os que acompanharam as provas do "MasterChef Jr." e se empolgaram com os pequenos no reality de culinária -que foi ao ar no fim do ano passado- poderão colocar a mão na massa em aulas que ensinam desde pizzas e picolés até pratos mais elaborados como espaguete de abobrinha, pão de beterraba e sorvete de frutas. No total, são 12 atividades até o fim do mês. Outro programa é mergulhar no universo circense e se divertir em trapézios, tecidos, camas elásticas e pernas de pau. Escolha a atividade que mais combina com o seu pequeno aprendiz -antes que as férias acabem. Em aulas de tecnologia, crianças constroem games e apps Oficinas de culinária ensinam pequenos a fazer de sorvete a espaguete Malabarismos e acrobacias também são opções de atividades durante as férias Pré-adolescentes praticam inglês em acampamento imersivo
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Novos prédios em São José dos Campos abrigam funcionários da indústria
OLIVIA FREITAS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Com um dos mais modernos polos tecnológicos do Brasil, São José dos Campos, a 97 quilômetros de São Paulo, tem despertado o interesse das construtoras e não para de crescer para o alto. O número de novos empreendimentos lançados no município disparou nos últimos três anos. Enquanto 2013 trouxe 208 novas unidades, 2015 fechou com 1.556, segundo levantamento da consultoria imobiliária Geoimovel. As vendas acompanharam os lançamentos nesse período. Em 2013, 187 apartamentos foram vendidos e 1.051 em 2015. Das novas unidades, 72% têm dois quartos. Não é à toa. Localizada em uma região estratégica próxima a São Paulo, Rio de Janeiro e com facilidade de saída para Minas Gerais, São José dos Campos reúne algumas das maiores indústrias do país, além de alguns dos principais centros de pesquisas tecnológicas e universidades. "O maior perfil do comprador é de trabalhadores da indústria local, como Ambev e Monsanto", diz Saulo Pedro Braga Ferreira, sócio da imobiliária Ferreirinha Imóveis, que atua há 22 anos no local. O preço atrativo dos imóveis é outro facilitador para a migração ao município. O valor médio do metro quadrado, R$ 4.119, é um dos mais em conta das grandes cidades do interior, de acordo com o levantamento da Geoimovel. "Tivemos esse boom imobiliário por conta da nova lei de zoneamento de 2010", explica Frederico Marcondes César, vice-presidente do interior e diretor regional do Secovi (sindicato do setor) na região metropolitana do Vale do Paraíba. "Agora é o momento para comprar, os preços estão achatados". NEGÓCIO DA CHINA A Flaguma Participações, que entregou o Tons do Parque em setembro passado, sente o "efeito tecnológico" de atuar na cidade. "Temos clientes de São Paulo à China, que compraram pelo site", conta Deives Leal Domingues, gerente comercial da Flaguma. Das 64 unidades do empreendimento, ainda há seis disponíveis à venda, de 65 m², com dois dormitórios e uma suíte, a partir de R$ 4.300 o m². No condomínio há salão de festas e jogos, spa, brinquedoteca, sauna, academia e espaço gourmet. As multinacionais e os centros de alta tecnologia dão um viés internacional à cidade, conta Eduardo Nardelli, professor de arquitetura e urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "Por ser um polo tecnológico, tem um alto nível de formação; em geral, são professores doutores, pesquisadores e com um bom poder aquisitivo", afirma o professor. A cidade atrai ainda pessoas do próprio Vale do Paraíba, interessados em morar ou em investir, diz Renata Pasqua, gerente de marketing da Ditolvo Construtora. "E o preço do m² ainda é baixo." Próximo ao Shopping Center Vale, a construtora Ditolvo ergueu o Choice Vale, empreendimento com imóveis de 33 m² a 52 m², vendidos a partir de R$ 200 mil. No condomínio, o morador tem bicicletário, lavandeira, piscina, churrasqueira com espaço gourmet e academia. Já a RDC Construtora e Incorporadora investe no Jardim Aquarius, "o Moema de São José dos Campos". O bairro, bastante verticalizado, tem sido muito procurado por quem é de outras cidades, diz Daniel Drummond, diretor comercial da empresa. Com duas torres e apartamentos de dois e três dormitórios, com 78 m² e 99 m², a RDC lançou o Enjoy, há um ano e meio. Com duas vagas na garagem, é um dos únicos empreendimentos do país com uma academia assinada pela Reebok. O preço médio do m² é de R$ 4.890.
sobretudo
Novos prédios em São José dos Campos abrigam funcionários da indústria OLIVIA FREITAS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Com um dos mais modernos polos tecnológicos do Brasil, São José dos Campos, a 97 quilômetros de São Paulo, tem despertado o interesse das construtoras e não para de crescer para o alto. O número de novos empreendimentos lançados no município disparou nos últimos três anos. Enquanto 2013 trouxe 208 novas unidades, 2015 fechou com 1.556, segundo levantamento da consultoria imobiliária Geoimovel. As vendas acompanharam os lançamentos nesse período. Em 2013, 187 apartamentos foram vendidos e 1.051 em 2015. Das novas unidades, 72% têm dois quartos. Não é à toa. Localizada em uma região estratégica próxima a São Paulo, Rio de Janeiro e com facilidade de saída para Minas Gerais, São José dos Campos reúne algumas das maiores indústrias do país, além de alguns dos principais centros de pesquisas tecnológicas e universidades. "O maior perfil do comprador é de trabalhadores da indústria local, como Ambev e Monsanto", diz Saulo Pedro Braga Ferreira, sócio da imobiliária Ferreirinha Imóveis, que atua há 22 anos no local. O preço atrativo dos imóveis é outro facilitador para a migração ao município. O valor médio do metro quadrado, R$ 4.119, é um dos mais em conta das grandes cidades do interior, de acordo com o levantamento da Geoimovel. "Tivemos esse boom imobiliário por conta da nova lei de zoneamento de 2010", explica Frederico Marcondes César, vice-presidente do interior e diretor regional do Secovi (sindicato do setor) na região metropolitana do Vale do Paraíba. "Agora é o momento para comprar, os preços estão achatados". NEGÓCIO DA CHINA A Flaguma Participações, que entregou o Tons do Parque em setembro passado, sente o "efeito tecnológico" de atuar na cidade. "Temos clientes de São Paulo à China, que compraram pelo site", conta Deives Leal Domingues, gerente comercial da Flaguma. Das 64 unidades do empreendimento, ainda há seis disponíveis à venda, de 65 m², com dois dormitórios e uma suíte, a partir de R$ 4.300 o m². No condomínio há salão de festas e jogos, spa, brinquedoteca, sauna, academia e espaço gourmet. As multinacionais e os centros de alta tecnologia dão um viés internacional à cidade, conta Eduardo Nardelli, professor de arquitetura e urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. "Por ser um polo tecnológico, tem um alto nível de formação; em geral, são professores doutores, pesquisadores e com um bom poder aquisitivo", afirma o professor. A cidade atrai ainda pessoas do próprio Vale do Paraíba, interessados em morar ou em investir, diz Renata Pasqua, gerente de marketing da Ditolvo Construtora. "E o preço do m² ainda é baixo." Próximo ao Shopping Center Vale, a construtora Ditolvo ergueu o Choice Vale, empreendimento com imóveis de 33 m² a 52 m², vendidos a partir de R$ 200 mil. No condomínio, o morador tem bicicletário, lavandeira, piscina, churrasqueira com espaço gourmet e academia. Já a RDC Construtora e Incorporadora investe no Jardim Aquarius, "o Moema de São José dos Campos". O bairro, bastante verticalizado, tem sido muito procurado por quem é de outras cidades, diz Daniel Drummond, diretor comercial da empresa. Com duas torres e apartamentos de dois e três dormitórios, com 78 m² e 99 m², a RDC lançou o Enjoy, há um ano e meio. Com duas vagas na garagem, é um dos únicos empreendimentos do país com uma academia assinada pela Reebok. O preço médio do m² é de R$ 4.890.
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Alckmin terá de excluir aposentado de gasto mínimo com educação, diz TCE
O Estado de São Paulo, sob o comando do governador Geraldo Alckmin (PSDB), terá de retirar, a partir do orçamento de 2018, valores pagos a aposentados que constam no cálculo de gasto mínimo constitucional com educação. A medida aparece em forma de "ressalva" na análise das contas do Estado de 2016, votada na manhã desta quarta-feira (21) pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). As contas do governador foram aprovadas pelo órgão, apesar dessa e de outras "ressalvas", alertas e recomendações. No cálculo apresentado pelo TCE, os pagamentos com aposentados computados como se fossem investimentos em educação alcançaram R$ 6,5 bilhões no ano passado. São valores, que na prática, não vão para a sala de aula –por isso devem sair do volume declarado como educação, segundo o TCE. A Constituição paulista exige que 30% das receitas sejam investidos na manutenção e desenvolvimento do ensino. Só levando em conta as aposentadorias, porém, é que o governo alcança o índice. O governo Alckmin diz que gastou 31% das receitas com educação em 2016. O percentual cai para 25% ao descontar o gasto com aposentados. Na análise do TCE, o entendimento foi de que o Estado respeita a vinculação exigida pela Constituição Federal, que é de um mínimo de 25%. Os conselheiros acompanharam o voto do relator, conselheiro Roque Citadini. Reportagem da Folha publicada no início do mês havia adiantado o entendimento de não mais aceitar a manobra, sob a exigência de respeitar o mínimo federal de 25%, e não o que descreve a Constituição estadual. O governo de São Paulo tem lançado mão da manobra há vários anos. Essas operações representaram, só nos últimos três, mais de R$ 13 bilhões de recursos declarados como educação, mas desviados para pagamento de aposentados. O volume representa quase metade do orçamento anual da Secretaria de Educação. Nem todo gasto, mesmo que no âmbito da secretaria de Educação, pode ser considerado como de "Manutenção e Desenvolvimento da Educação". Ações de assistência estudantil e até merenda, por exemplo, não entram na conta porque não têm relação direta com o ensino. - O que diz a lei A Constituição paulista exige que ao menos 30% das receitas do Estado sejam aplicadas em educação Medida Para alcançar os 30%, o governo inclui aposentadorias ligadas à educação como "manutenção e desenvolvimento" do setor O que diz o governo Uma outra lei permite a medida, e o TCE tem aprovado as contas. Porém o tribunal decidiu nesta quarta (21) que a partir de 2018 os aposentados devem ser retirados da conta - Interpretações da legislação dão margem à manobra. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), de 1996, descreve o que é "manutenção e desenvolvimento" da educação. Não inclui os aposentados, embora seja omissa em citar a exclusão. Manuais de prestação de contas do MEC são claros em excluir inativos. Atos do Conselho Estadual de São Paulo vão na mesma linha. A mesma manobra já foi questionada em outros Estados. O governo pode incluir os recursos do ensino superior, mas a etapa definida como prioridade do Estado é o ensino médio. Ao excluir o orçamento das universidades estaduais, a educação básica recebe 19% da receita total: R$ 21 bilhões. CONTAS O próprio relatório do TCE indicou dificuldades da rede estadual de educação, como existência de lotação de salas em número expressivo de escolas e carência de acessibilidade nas unidades, por exemplo. Falhas na operacionalização e gastos com merenda escolar também constam nos relatórios de fiscalização. RAIO-X DA EDUCAÇÃO ESTADUAL (2016) - Alunos, em milhões Outra ressalva nas contas foi com relação ao sistema Detecta, programa que visa integrar os bancos de dados da polícia com imagens de câmeras para identificar atitudes suspeitas em tempo real. O TCE concluiu que o programa não pode ser considerado um software inteligente, não opera com todas as funcionalidades previstas em contrato e, até este momento, "não produziu os resultados esperados nas atividades de planejamento, prevenção e investigação policial". Anunciado por Alckmin em 2014, o Detecta foi comprado pelo governo por R$ 9,7 milhões -pagos à Microsoft, detentora de uma tecnologia importada de Nova York. OUTRO LADO A secretaria de Planejamento de Alckmin argumentou que as contas do governo foram aprovadas pelo Tribunal, "o que comprova seu compromisso em aplicar da melhor forma os recursos públicos ao cidadão paulista". As questões apontadas serão respondidas e eventuais contribuições serão acolhidas. Com relação à inclusão dos inativos no percentual mínimo em educação, o governo informa que "as providências com relação ao orçamento de 2018 serão tomadas conforme a orientação do TCE". A pasta da educação também informou que as questões apontadas pelo tribunal "serão sanadas e eventuais contribuições que permitam o aperfeiçoamento dos programas serão acolhidas". De acordo com o governo, que a formação de classes é feita de acordo com a quantidade de alunos e, uma vez constatada a necessidade de mais atendimentos, mais classes podem ser abertas ao longo do ano letivo, "impossibilitando que haja um excesso de alunos por sala". Sobre acessibilidade, a Pasta afirma que firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público. E negou que haja falha na distribuição de alimentos. "Todas as unidades precisam seguir o cardápio elaborado por nutricionistas do Departamento de Alimentação e Assistência ao Aluno (DAAA), adequados às necessidades diárias de nutrientes da faixa etária dos alunos." Sobre o Detecta, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirma que todas as funcionalidades previstas no sistemas estão em funcionamento. "A efetividade do sistema no combate à criminalidade pode ser comprovada em números: desde sua criação, em 2014, até 10 de junho deste ano, o sistema foi o responsável pela prisão em flagrante de 5.128 pessoas em todo o Estado, 3.596 veículos foram interceptados e 306 armas foram apreendidas. O sistema já conta com 3.384 câmeras, entre leitores digitais de placas e câmeras de videomonitoramento."
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Alckmin terá de excluir aposentado de gasto mínimo com educação, diz TCEO Estado de São Paulo, sob o comando do governador Geraldo Alckmin (PSDB), terá de retirar, a partir do orçamento de 2018, valores pagos a aposentados que constam no cálculo de gasto mínimo constitucional com educação. A medida aparece em forma de "ressalva" na análise das contas do Estado de 2016, votada na manhã desta quarta-feira (21) pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). As contas do governador foram aprovadas pelo órgão, apesar dessa e de outras "ressalvas", alertas e recomendações. No cálculo apresentado pelo TCE, os pagamentos com aposentados computados como se fossem investimentos em educação alcançaram R$ 6,5 bilhões no ano passado. São valores, que na prática, não vão para a sala de aula –por isso devem sair do volume declarado como educação, segundo o TCE. A Constituição paulista exige que 30% das receitas sejam investidos na manutenção e desenvolvimento do ensino. Só levando em conta as aposentadorias, porém, é que o governo alcança o índice. O governo Alckmin diz que gastou 31% das receitas com educação em 2016. O percentual cai para 25% ao descontar o gasto com aposentados. Na análise do TCE, o entendimento foi de que o Estado respeita a vinculação exigida pela Constituição Federal, que é de um mínimo de 25%. Os conselheiros acompanharam o voto do relator, conselheiro Roque Citadini. Reportagem da Folha publicada no início do mês havia adiantado o entendimento de não mais aceitar a manobra, sob a exigência de respeitar o mínimo federal de 25%, e não o que descreve a Constituição estadual. O governo de São Paulo tem lançado mão da manobra há vários anos. Essas operações representaram, só nos últimos três, mais de R$ 13 bilhões de recursos declarados como educação, mas desviados para pagamento de aposentados. O volume representa quase metade do orçamento anual da Secretaria de Educação. Nem todo gasto, mesmo que no âmbito da secretaria de Educação, pode ser considerado como de "Manutenção e Desenvolvimento da Educação". Ações de assistência estudantil e até merenda, por exemplo, não entram na conta porque não têm relação direta com o ensino. - O que diz a lei A Constituição paulista exige que ao menos 30% das receitas do Estado sejam aplicadas em educação Medida Para alcançar os 30%, o governo inclui aposentadorias ligadas à educação como "manutenção e desenvolvimento" do setor O que diz o governo Uma outra lei permite a medida, e o TCE tem aprovado as contas. Porém o tribunal decidiu nesta quarta (21) que a partir de 2018 os aposentados devem ser retirados da conta - Interpretações da legislação dão margem à manobra. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), de 1996, descreve o que é "manutenção e desenvolvimento" da educação. Não inclui os aposentados, embora seja omissa em citar a exclusão. Manuais de prestação de contas do MEC são claros em excluir inativos. Atos do Conselho Estadual de São Paulo vão na mesma linha. A mesma manobra já foi questionada em outros Estados. O governo pode incluir os recursos do ensino superior, mas a etapa definida como prioridade do Estado é o ensino médio. Ao excluir o orçamento das universidades estaduais, a educação básica recebe 19% da receita total: R$ 21 bilhões. CONTAS O próprio relatório do TCE indicou dificuldades da rede estadual de educação, como existência de lotação de salas em número expressivo de escolas e carência de acessibilidade nas unidades, por exemplo. Falhas na operacionalização e gastos com merenda escolar também constam nos relatórios de fiscalização. RAIO-X DA EDUCAÇÃO ESTADUAL (2016) - Alunos, em milhões Outra ressalva nas contas foi com relação ao sistema Detecta, programa que visa integrar os bancos de dados da polícia com imagens de câmeras para identificar atitudes suspeitas em tempo real. O TCE concluiu que o programa não pode ser considerado um software inteligente, não opera com todas as funcionalidades previstas em contrato e, até este momento, "não produziu os resultados esperados nas atividades de planejamento, prevenção e investigação policial". Anunciado por Alckmin em 2014, o Detecta foi comprado pelo governo por R$ 9,7 milhões -pagos à Microsoft, detentora de uma tecnologia importada de Nova York. OUTRO LADO A secretaria de Planejamento de Alckmin argumentou que as contas do governo foram aprovadas pelo Tribunal, "o que comprova seu compromisso em aplicar da melhor forma os recursos públicos ao cidadão paulista". As questões apontadas serão respondidas e eventuais contribuições serão acolhidas. Com relação à inclusão dos inativos no percentual mínimo em educação, o governo informa que "as providências com relação ao orçamento de 2018 serão tomadas conforme a orientação do TCE". A pasta da educação também informou que as questões apontadas pelo tribunal "serão sanadas e eventuais contribuições que permitam o aperfeiçoamento dos programas serão acolhidas". De acordo com o governo, que a formação de classes é feita de acordo com a quantidade de alunos e, uma vez constatada a necessidade de mais atendimentos, mais classes podem ser abertas ao longo do ano letivo, "impossibilitando que haja um excesso de alunos por sala". Sobre acessibilidade, a Pasta afirma que firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público. E negou que haja falha na distribuição de alimentos. "Todas as unidades precisam seguir o cardápio elaborado por nutricionistas do Departamento de Alimentação e Assistência ao Aluno (DAAA), adequados às necessidades diárias de nutrientes da faixa etária dos alunos." Sobre o Detecta, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirma que todas as funcionalidades previstas no sistemas estão em funcionamento. "A efetividade do sistema no combate à criminalidade pode ser comprovada em números: desde sua criação, em 2014, até 10 de junho deste ano, o sistema foi o responsável pela prisão em flagrante de 5.128 pessoas em todo o Estado, 3.596 veículos foram interceptados e 306 armas foram apreendidas. O sistema já conta com 3.384 câmeras, entre leitores digitais de placas e câmeras de videomonitoramento."
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Após troca de ministros, Dilma chega à cúpula do Mercosul sem Venezuela
Era pouco mais de 10h em Assunção quando a presidente Dilma Rousseff chegou à cúpula do Mercosul. "Está feliz com a saída de Levy?", perguntou a repórter brasileira a presidente, logo na entrada. Até então sorridente, Dilma virou o rosto. O assunto parece não agradar a presidente. Outro tema que parece ter o dissabor de Dilma é a divergência com os sócios sobre a Venezuela. Argentina e Paraguai defendem uma posição mais crítica do bloco sobre a prisão de políticos opositores no país governado por Nicolás Maduro e pressionaram pela inclusão do tema na declaração conjunta dos presidentes. O venezuelano cancelou a participação na cúpula noite deste domingo (20). Alegou problemas domésticos, mas em Assunção sua ausência – inusual nas cúpulas Mercosul – foi interpretada como uma reação a inciativa dos sócios. Por esforço dos presidentes da Argentina Mauricio Macri e do Paraguai Horácio Cartes, o Mercosul aprovou a criação de uma comissão de monitoramento dos direitos humanos no bloco, um fórum que acompanharia a situação do país. Mas não conseguiram convencer Maduro a aderir ao protocolo de Assunção, de compromisso com os direitos humanos, o que permitiria que o país pudesse sofrer sanções, como a suspensão do Mercosul. O assunto expôs a divergência dos sócios sobre o tema, uma vez que o Brasil resiste em aprovar sanções contra a Venezuela. Dilma participa da cúpula do Mercosul, ao lado dos presidentes Horácio Cartes (Paraguai), Mauricio Macri (Argentina), Tabaré Vázquez (Uruguai) e Evo Morales (Bolívia).
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Após troca de ministros, Dilma chega à cúpula do Mercosul sem VenezuelaEra pouco mais de 10h em Assunção quando a presidente Dilma Rousseff chegou à cúpula do Mercosul. "Está feliz com a saída de Levy?", perguntou a repórter brasileira a presidente, logo na entrada. Até então sorridente, Dilma virou o rosto. O assunto parece não agradar a presidente. Outro tema que parece ter o dissabor de Dilma é a divergência com os sócios sobre a Venezuela. Argentina e Paraguai defendem uma posição mais crítica do bloco sobre a prisão de políticos opositores no país governado por Nicolás Maduro e pressionaram pela inclusão do tema na declaração conjunta dos presidentes. O venezuelano cancelou a participação na cúpula noite deste domingo (20). Alegou problemas domésticos, mas em Assunção sua ausência – inusual nas cúpulas Mercosul – foi interpretada como uma reação a inciativa dos sócios. Por esforço dos presidentes da Argentina Mauricio Macri e do Paraguai Horácio Cartes, o Mercosul aprovou a criação de uma comissão de monitoramento dos direitos humanos no bloco, um fórum que acompanharia a situação do país. Mas não conseguiram convencer Maduro a aderir ao protocolo de Assunção, de compromisso com os direitos humanos, o que permitiria que o país pudesse sofrer sanções, como a suspensão do Mercosul. O assunto expôs a divergência dos sócios sobre o tema, uma vez que o Brasil resiste em aprovar sanções contra a Venezuela. Dilma participa da cúpula do Mercosul, ao lado dos presidentes Horácio Cartes (Paraguai), Mauricio Macri (Argentina), Tabaré Vázquez (Uruguai) e Evo Morales (Bolívia).
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Rival do Bitcoin ganha a atenção da Microsoft e da IBM
No momento em que o bitcoin enfrenta dificuldades, por causa de divisões internas, uma moeda virtual rival –conhecida como Ethereum– teve uma disparada de valor, com alta de 1.000% nos três últimos meses. Mas, além do pico de preços, o Ethereum também está atraindo a atenção dos gigantes das finanças e tecnologia, como o JPMorgan Chase, a Microsoft e a IBM, que vêm descrevendo a moeda como uma espécie de bitcoin 2.0. A ascensão da moeda virtual nova foi ajudada por uma batalha dentro da comunidade do bitcoin, sobre como o software básico da moeda deveria ser desenvolvido. As disputas tornaram mais lentas as transações com bitcoins e levaram algumas pessoas a buscar moedas virtuais alternativas a fim de levar adiante os seus negócios. Como o bitcoin, o sistema do Ethereum se baseia em um registro permanente, conhecido como blockchain, no qual todas as transações são publicamente anotadas. A promessa do sistema é permitir a troca de dinheiro e ativos com mais rapidez e a custo mais baixo do que seria possível se a transação envolvesse uma longa cadeia de intermediários. Mas o Ethereum também conquistou fãs com sua promessa de fazer muito mais que o bitcoin. Além da moeda virtual, o software oferece uma maneira de criar mercados on-line e transações programadas conhecidas como contratos inteligentes. O sistema é complicado o bastante para que mesmo as pessoas que o conhecem bem encontrem dificuldade para descrevê-lo em termos cotidianos. Mas um aplicativo que está em desenvolvimento permitiria que agricultores vendessem seu produto diretamente aos consumidores e recebessem pagamento destes diretamente. Esse trabalho está em estágio inicial. A primeira versão plenamente pública do software Ethereum foi lançada recentemente, e o sistema pode enfrentar alguns dos mesmos problemas técnicos e legais que macularam o bitcoin. Muitos dos proponentes do bitcoin dizem que o Ethereum enfrentará mais problemas de segurança do que o rival, por causa da maior complexidade do software. Até agora, o Ethereum passou por muito menos testes e ainda menos ataques que o bitcoin. O design inovador do Ethereum também pode atrair intenso escrutínio das autoridades, dada a possibilidade de contratos fraudulentos, como os esquemas de pirâmide, que podem ser inscritos diretamente no sistema. Mas as capacidades sofisticadas do sistema também o tornaram fascinante para alguns executivos de grandes empresas americanas. A IBM anunciou em 2015 que estava experimentando o Ethereum como forma de controlar objetos no mundo real, na chamada internet das coisas. A Microsoft vem trabalhando em diversos projetos que tornam mais fácil usar o Ethereum em seu sistema de computação em nuvem, o Azure. "O Ethereum é uma plataforma com a qual você pode resolver problemas de muitos setores por meio de uma solução muito elegante –a mais elegante que vimos até hoje", disse Marley Gray, diretor de desenvolvimento de negócios e de estratégia na Microsoft.
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Rival do Bitcoin ganha a atenção da Microsoft e da IBMNo momento em que o bitcoin enfrenta dificuldades, por causa de divisões internas, uma moeda virtual rival –conhecida como Ethereum– teve uma disparada de valor, com alta de 1.000% nos três últimos meses. Mas, além do pico de preços, o Ethereum também está atraindo a atenção dos gigantes das finanças e tecnologia, como o JPMorgan Chase, a Microsoft e a IBM, que vêm descrevendo a moeda como uma espécie de bitcoin 2.0. A ascensão da moeda virtual nova foi ajudada por uma batalha dentro da comunidade do bitcoin, sobre como o software básico da moeda deveria ser desenvolvido. As disputas tornaram mais lentas as transações com bitcoins e levaram algumas pessoas a buscar moedas virtuais alternativas a fim de levar adiante os seus negócios. Como o bitcoin, o sistema do Ethereum se baseia em um registro permanente, conhecido como blockchain, no qual todas as transações são publicamente anotadas. A promessa do sistema é permitir a troca de dinheiro e ativos com mais rapidez e a custo mais baixo do que seria possível se a transação envolvesse uma longa cadeia de intermediários. Mas o Ethereum também conquistou fãs com sua promessa de fazer muito mais que o bitcoin. Além da moeda virtual, o software oferece uma maneira de criar mercados on-line e transações programadas conhecidas como contratos inteligentes. O sistema é complicado o bastante para que mesmo as pessoas que o conhecem bem encontrem dificuldade para descrevê-lo em termos cotidianos. Mas um aplicativo que está em desenvolvimento permitiria que agricultores vendessem seu produto diretamente aos consumidores e recebessem pagamento destes diretamente. Esse trabalho está em estágio inicial. A primeira versão plenamente pública do software Ethereum foi lançada recentemente, e o sistema pode enfrentar alguns dos mesmos problemas técnicos e legais que macularam o bitcoin. Muitos dos proponentes do bitcoin dizem que o Ethereum enfrentará mais problemas de segurança do que o rival, por causa da maior complexidade do software. Até agora, o Ethereum passou por muito menos testes e ainda menos ataques que o bitcoin. O design inovador do Ethereum também pode atrair intenso escrutínio das autoridades, dada a possibilidade de contratos fraudulentos, como os esquemas de pirâmide, que podem ser inscritos diretamente no sistema. Mas as capacidades sofisticadas do sistema também o tornaram fascinante para alguns executivos de grandes empresas americanas. A IBM anunciou em 2015 que estava experimentando o Ethereum como forma de controlar objetos no mundo real, na chamada internet das coisas. A Microsoft vem trabalhando em diversos projetos que tornam mais fácil usar o Ethereum em seu sistema de computação em nuvem, o Azure. "O Ethereum é uma plataforma com a qual você pode resolver problemas de muitos setores por meio de uma solução muito elegante –a mais elegante que vimos até hoje", disse Marley Gray, diretor de desenvolvimento de negócios e de estratégia na Microsoft.
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O enigma do petróleo
A renitente tendência de queda dos preços do petróleo tem levado volatilidade às Bolsas de Valores e desconcerto aos analistas do setor. Em paralelo, põe em xeque o incipiente esforço para combater o aquecimento global. Dois meses após o Acordo de Paris, pelo qual 195 países concordaram em cortar gases do efeito estufa emitidos por combustíveis fósseis, a cotação do barril voltou a cair para US$ 30, um recuo de mais de 70% em um ano e meio. A queda veio após relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) predizer que a commodity não se revalorizará em 2016. Há muitos motivos para isso, a começar pelo desacordo entre países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre reduzir a produção para elevar os preços. Com cotação baixa e excesso de oferta, estimula-se o consumo. Nos EUA, por exemplo, o cidadão se vê impelido a manter a preferência por camionetes com alto consumo de gasolina ou diesel, pois lhe sai mais barato que investir nos ainda caros veículos elétricos. É o oposto do que se acordou em Paris. No intuito de mitigar a mudança do clima, os preços do petróleo deveriam subir, e não cair. E não se trata somente de superoferta, mas também de uma demanda que tarda em reagir. De um lado, a China refreou seu crescimento, e mesmo o índice de aumento relativamente modesto do PIB (6,9%) em 2015 começa a ser posto em dúvida. De outro, países emergentes do porte da Rússia e do Brasil enfrentam graves crises econômicas e estagnação. Na Europa e na América do Norte, o estímulo à demanda vindo dos preços baixos acaba parcialmente anulado por padrões cada vez mais exigentes de eficiência dos motores. Mas é inegável que o petróleo barato quebra as pernas de fontes alternativas. O Brasil deu o exemplo mais gritante dessa falha de política pública. Ao manter a gasolina artificialmente barata para conter a inflação, o governo Dilma Rousseff (PT) esfrangalhou o setor alcooleiro. O Acordo de Paris enfeixou todas as boas intenções do mundo no que tange à mudança do clima. Omitiu-se, porém, no tocante a fazer os preços de combustíveis fósseis refletirem seu custo ambiental, por exemplo com impostos sobre o carbono emitido. Barack Obama pretende criar nos EUA uma taxa de US$ 10 por barril de petróleo para financiar projetos de transporte limpo e sustentável, mas o Congresso de seu próprio país -para não falar do restante do mundo- parece pouco inclinado a dar esse passo. editoriais@grupofolha.com.br
opiniao
O enigma do petróleoA renitente tendência de queda dos preços do petróleo tem levado volatilidade às Bolsas de Valores e desconcerto aos analistas do setor. Em paralelo, põe em xeque o incipiente esforço para combater o aquecimento global. Dois meses após o Acordo de Paris, pelo qual 195 países concordaram em cortar gases do efeito estufa emitidos por combustíveis fósseis, a cotação do barril voltou a cair para US$ 30, um recuo de mais de 70% em um ano e meio. A queda veio após relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) predizer que a commodity não se revalorizará em 2016. Há muitos motivos para isso, a começar pelo desacordo entre países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre reduzir a produção para elevar os preços. Com cotação baixa e excesso de oferta, estimula-se o consumo. Nos EUA, por exemplo, o cidadão se vê impelido a manter a preferência por camionetes com alto consumo de gasolina ou diesel, pois lhe sai mais barato que investir nos ainda caros veículos elétricos. É o oposto do que se acordou em Paris. No intuito de mitigar a mudança do clima, os preços do petróleo deveriam subir, e não cair. E não se trata somente de superoferta, mas também de uma demanda que tarda em reagir. De um lado, a China refreou seu crescimento, e mesmo o índice de aumento relativamente modesto do PIB (6,9%) em 2015 começa a ser posto em dúvida. De outro, países emergentes do porte da Rússia e do Brasil enfrentam graves crises econômicas e estagnação. Na Europa e na América do Norte, o estímulo à demanda vindo dos preços baixos acaba parcialmente anulado por padrões cada vez mais exigentes de eficiência dos motores. Mas é inegável que o petróleo barato quebra as pernas de fontes alternativas. O Brasil deu o exemplo mais gritante dessa falha de política pública. Ao manter a gasolina artificialmente barata para conter a inflação, o governo Dilma Rousseff (PT) esfrangalhou o setor alcooleiro. O Acordo de Paris enfeixou todas as boas intenções do mundo no que tange à mudança do clima. Omitiu-se, porém, no tocante a fazer os preços de combustíveis fósseis refletirem seu custo ambiental, por exemplo com impostos sobre o carbono emitido. Barack Obama pretende criar nos EUA uma taxa de US$ 10 por barril de petróleo para financiar projetos de transporte limpo e sustentável, mas o Congresso de seu próprio país -para não falar do restante do mundo- parece pouco inclinado a dar esse passo. editoriais@grupofolha.com.br
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Em meio a polêmica, presidente do São Paulo recontrata sócio de vice
Em meio a questionamentos levantados no Conselho, o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, decidiu recontratar o advogado Carlos Eduardo Ambiel. Especialista em direito desportivo, Ambiel é sócio do escritório AMVO ao lado do vice-presidente de comunicação e marketing do São Paulo, José Francisco Manssur. Entre os vários clientes do AMVO, como Palmeiras, Botafogo-SP, EA Sports e a Liga Nacional de Basquete, o escritório atende também o empresário Eduardo Uram. O agente representa um leque importante de jogadores, alguns deles colocados no time tricolor nos últimos anos, como Cícero, Cortez, João Filipe, Juan, Maicon, Bruno, Welliton, Aloísio e Roger Carvalho. E é aí, justamente, que está a polêmica levantada por um conselheiro, em requerimento enviado ao órgão em dezembro. O presidente do Conselho, Marcelo Pupo, recebeu o pedido e encaminhou para a comissão de auditoria do clube. O documento questiona uma possível relação entre o escritório e Uram em negociações envolvendo o São Paulo, de conflito de interesse. O caso está em análise. Também em dezembro, o ex-presidente Carlos Miguel Aidar, que renunciou em 13 de outubro de 2015, em meio a acusações de corrupção, deu uma entrevista ao jornal "Diário de S.Paulo" na qual acusou o São Paulo de pagar R$ 9,5 milhões ao Tombense, clube mineiro que o cartola chamou de "barriga de aluguel" do empresário, nos últimos três meses da gestão de Juvenal Juvêncio, em 2014. A reportagem obteve a informação da recontratação de Ambiel no início de janeiro, mas dirigentes do Morumbi tentaram negar. À Folha, duas pessoas confirmaram que o advogado participou ativamente da contratação do técnico Edgardo Bauza, mas o diretor executivo de futebol, Gustavo Vieira de Oliveira, negou –ele também já foi sócio do escritório e é citado no requerimento que chegou ao Conselho; deixou a sociedade quando foi pela primeira vez contratado para trabalhar no time tricolor, ainda na gestão de Juvenal Juvêncio. Manssur adotou o mesmo discurso e disse que não havia nenhuma relação de Ambiel nas negociações do treinador argentino e, no máximo, poderia ter havido consultas informais de Alexandre Pássaro, advogado interno, ao seu sócio. A recontratação só veio a ser confirmada por Leco, em entrevista à Folha, na segunda-feira (18). "O Ambiel presta serviços para o São Paulo. Ele é terceirizado. Alguns trabalhos que se adequam à especialidade dele, eu passo para ele", afirmou o presidente. Perguntado se foi o caso da contratação de Bauza, Leco confirmou que "sim". Em conversa com a reportagem, Ambiel também confirmou que "está voltando" ao clube, embora ainda não tenha sido remunerado por nenhum serviço prestado –será quando assinar o contrato. Sobre o conflito de interesses, o advogado explicou que não atuará em casos que envolvam algum de seus clientes e o São Paulo, qualquer um que seja, ética presente em qualquer situação da área. Além disso, o contrato entre Ambiel e o clube será de pessoa física e não pelo escritório.
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Em meio a polêmica, presidente do São Paulo recontrata sócio de viceEm meio a questionamentos levantados no Conselho, o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, decidiu recontratar o advogado Carlos Eduardo Ambiel. Especialista em direito desportivo, Ambiel é sócio do escritório AMVO ao lado do vice-presidente de comunicação e marketing do São Paulo, José Francisco Manssur. Entre os vários clientes do AMVO, como Palmeiras, Botafogo-SP, EA Sports e a Liga Nacional de Basquete, o escritório atende também o empresário Eduardo Uram. O agente representa um leque importante de jogadores, alguns deles colocados no time tricolor nos últimos anos, como Cícero, Cortez, João Filipe, Juan, Maicon, Bruno, Welliton, Aloísio e Roger Carvalho. E é aí, justamente, que está a polêmica levantada por um conselheiro, em requerimento enviado ao órgão em dezembro. O presidente do Conselho, Marcelo Pupo, recebeu o pedido e encaminhou para a comissão de auditoria do clube. O documento questiona uma possível relação entre o escritório e Uram em negociações envolvendo o São Paulo, de conflito de interesse. O caso está em análise. Também em dezembro, o ex-presidente Carlos Miguel Aidar, que renunciou em 13 de outubro de 2015, em meio a acusações de corrupção, deu uma entrevista ao jornal "Diário de S.Paulo" na qual acusou o São Paulo de pagar R$ 9,5 milhões ao Tombense, clube mineiro que o cartola chamou de "barriga de aluguel" do empresário, nos últimos três meses da gestão de Juvenal Juvêncio, em 2014. A reportagem obteve a informação da recontratação de Ambiel no início de janeiro, mas dirigentes do Morumbi tentaram negar. À Folha, duas pessoas confirmaram que o advogado participou ativamente da contratação do técnico Edgardo Bauza, mas o diretor executivo de futebol, Gustavo Vieira de Oliveira, negou –ele também já foi sócio do escritório e é citado no requerimento que chegou ao Conselho; deixou a sociedade quando foi pela primeira vez contratado para trabalhar no time tricolor, ainda na gestão de Juvenal Juvêncio. Manssur adotou o mesmo discurso e disse que não havia nenhuma relação de Ambiel nas negociações do treinador argentino e, no máximo, poderia ter havido consultas informais de Alexandre Pássaro, advogado interno, ao seu sócio. A recontratação só veio a ser confirmada por Leco, em entrevista à Folha, na segunda-feira (18). "O Ambiel presta serviços para o São Paulo. Ele é terceirizado. Alguns trabalhos que se adequam à especialidade dele, eu passo para ele", afirmou o presidente. Perguntado se foi o caso da contratação de Bauza, Leco confirmou que "sim". Em conversa com a reportagem, Ambiel também confirmou que "está voltando" ao clube, embora ainda não tenha sido remunerado por nenhum serviço prestado –será quando assinar o contrato. Sobre o conflito de interesses, o advogado explicou que não atuará em casos que envolvam algum de seus clientes e o São Paulo, qualquer um que seja, ética presente em qualquer situação da área. Além disso, o contrato entre Ambiel e o clube será de pessoa física e não pelo escritório.
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Oposição racha após nota em que pediu renúncia de Cunha
O posicionamento público dos líderes da oposição na Câmara cobrando o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara abriu uma crise entre os partidos que defendem o impeachment de Dilma Rousseff. A iniciativa rachou a frente da oposição e se tornou alvo de críticas diversas. O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, dirigente do Solidariedade, disse aos colegas que a nota jogou "Cunha nos braços do governo". O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) ouviu de um colega do PT a mesma provocação. O pedido de afastamento de Cunha também levantou questionamentos no DEM. "No meu partido também tivemos interpretações divergentes, mas temos que conviver com o debate interno", disse o líder do DEM, Mendonça Filho. Segundo ele, a oposição não pode servir para "blindar Cunha". No PSDB a divergência sobre o modo como o líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), lidou com o episódio se tornou pública. Dizem que ele foi inabilidoso e que acabou por "minar" a confiança que Cunha tinha na oposição. "No PSDB, Carlão é o Cristo", comentou um colega do tucano. Sampaio defendeu a elaboração da nota em que a oposição pediu que Cunha deixasse o cargo. Agora, está apanhando tanto dos que preferiam que os partidos que trabalham pelo impeachment poupassem o peemedebista, como dos que pediam uma ação mais "incisiva" das oposições em defesa da ética. Um exemplo do impasse foi a declaração dada pelo líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) nesta quarta. Segundo ele, Para Cunha Lima, o partido na Câmara "pecou por lentidão" ao, mesmo após divulgar nota em que pedia o afastamento do peemedebista, não ter desembarcado definitivamente do núcleo de apoio a Cunha. "Era para ter reagido mais rapidamente mas ainda há tempo", disse o senador tucano. "O PSDB da Câmara está errando", completou. A fala foi uma referência às cobranças de que o PSDB defenda formalmente a abertura de um processo por quebra de decoro contra Cunha. Procurado pela Folha, Sampaio disse que não entraria em polêmica com Cunha Lima, mas defendeu sua posição. "Quando havia apenas a suspeita, disse que era preciso dar o benefício da dúvida. Mas a evolução dos fatos mostrou que, o melhor, é que Cunha se afaste. Minha conduta foi consciente, jurídica e política", afirmou. Ele disse, no entanto, que sua bancada não será "linha auxiliar do PSOL", partido que protagoniza a coleta de assinaturas pela abertura de processo contra Cunha no Conselho de Ética. "O PSOL é linha auxiliar do PT. Fiz uma aposta com eles: assinem o pedido de impeachment, que eu assino o pedido contra Cunha", finalizou. ABRAÇO DE AFOGADOS Diante do impasse na sigla, Cunha Lima disse que procuraria o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, para pedir que ele convoque ainda esta semana uma reunião da Executiva Nacional para fechar posição. "Não pode nem ficar na liderança da Câmara e nem na liderança do Senado. A executiva precisa se reunir para deliberar sobre isso", afirmou. "O que não pode é uma ética seletiva. Se nós queremos ética, ela tem que ser para tudo e para todos", concluiu Cunha Lima. A Folha apurou que, a aliados, Aécio tem defendido que o partido mantenha a posição firmada na nota que defende a saída de Cunha da chefia da Câmara. O argumento do senador é de que os tucanos apresentaram ali o "seu limite" e que agora não podem se tornar "reféns" de um "leilão de apoio a Cunha". Por isso, pessoas próximas a ele começam a ponderar que, um "acordão" de Cunha com o governo pode dar sobrevida a Dilma, mas não trava a evolução da operação Lava Jato nem minimiza a deterioração da economia, fatores que Aécio julga determinantes para o desfecho do governo. Esse núcleo do partido acredita que há chance de, no fim, o acerto entre Cunha e o governo, de tornar "um abraço de afogados".
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Oposição racha após nota em que pediu renúncia de CunhaO posicionamento público dos líderes da oposição na Câmara cobrando o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara abriu uma crise entre os partidos que defendem o impeachment de Dilma Rousseff. A iniciativa rachou a frente da oposição e se tornou alvo de críticas diversas. O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, dirigente do Solidariedade, disse aos colegas que a nota jogou "Cunha nos braços do governo". O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) ouviu de um colega do PT a mesma provocação. O pedido de afastamento de Cunha também levantou questionamentos no DEM. "No meu partido também tivemos interpretações divergentes, mas temos que conviver com o debate interno", disse o líder do DEM, Mendonça Filho. Segundo ele, a oposição não pode servir para "blindar Cunha". No PSDB a divergência sobre o modo como o líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), lidou com o episódio se tornou pública. Dizem que ele foi inabilidoso e que acabou por "minar" a confiança que Cunha tinha na oposição. "No PSDB, Carlão é o Cristo", comentou um colega do tucano. Sampaio defendeu a elaboração da nota em que a oposição pediu que Cunha deixasse o cargo. Agora, está apanhando tanto dos que preferiam que os partidos que trabalham pelo impeachment poupassem o peemedebista, como dos que pediam uma ação mais "incisiva" das oposições em defesa da ética. Um exemplo do impasse foi a declaração dada pelo líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) nesta quarta. Segundo ele, Para Cunha Lima, o partido na Câmara "pecou por lentidão" ao, mesmo após divulgar nota em que pedia o afastamento do peemedebista, não ter desembarcado definitivamente do núcleo de apoio a Cunha. "Era para ter reagido mais rapidamente mas ainda há tempo", disse o senador tucano. "O PSDB da Câmara está errando", completou. A fala foi uma referência às cobranças de que o PSDB defenda formalmente a abertura de um processo por quebra de decoro contra Cunha. Procurado pela Folha, Sampaio disse que não entraria em polêmica com Cunha Lima, mas defendeu sua posição. "Quando havia apenas a suspeita, disse que era preciso dar o benefício da dúvida. Mas a evolução dos fatos mostrou que, o melhor, é que Cunha se afaste. Minha conduta foi consciente, jurídica e política", afirmou. Ele disse, no entanto, que sua bancada não será "linha auxiliar do PSOL", partido que protagoniza a coleta de assinaturas pela abertura de processo contra Cunha no Conselho de Ética. "O PSOL é linha auxiliar do PT. Fiz uma aposta com eles: assinem o pedido de impeachment, que eu assino o pedido contra Cunha", finalizou. ABRAÇO DE AFOGADOS Diante do impasse na sigla, Cunha Lima disse que procuraria o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, para pedir que ele convoque ainda esta semana uma reunião da Executiva Nacional para fechar posição. "Não pode nem ficar na liderança da Câmara e nem na liderança do Senado. A executiva precisa se reunir para deliberar sobre isso", afirmou. "O que não pode é uma ética seletiva. Se nós queremos ética, ela tem que ser para tudo e para todos", concluiu Cunha Lima. A Folha apurou que, a aliados, Aécio tem defendido que o partido mantenha a posição firmada na nota que defende a saída de Cunha da chefia da Câmara. O argumento do senador é de que os tucanos apresentaram ali o "seu limite" e que agora não podem se tornar "reféns" de um "leilão de apoio a Cunha". Por isso, pessoas próximas a ele começam a ponderar que, um "acordão" de Cunha com o governo pode dar sobrevida a Dilma, mas não trava a evolução da operação Lava Jato nem minimiza a deterioração da economia, fatores que Aécio julga determinantes para o desfecho do governo. Esse núcleo do partido acredita que há chance de, no fim, o acerto entre Cunha e o governo, de tornar "um abraço de afogados".
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Amigos reciclam uniformes em negócio que gera renda e dignidade
"Isso faz a gente se sentir humano de novo, valorizado. Se tivesse 100% de Jonas, o Brasil não estaria nesse caos. E, nas ruas, ninguém iria morrer por causa do frio." A frase, do morador de rua Roberto Carlos Conceição, 38, com São Paulo registrando 9ºC e sensação térmica de 6ºC, às 23h, sob a marquise do Pacaembu, mostra como a criatividade do gestor ambiental Jonas Lessa, 25, e do biólogo Lucas Corvacho, 28, é capaz de transformar a vida de alguém. Conceição perdeu um amigo na onda de frio do mês de junho na capital paulista, que vitimou pelo menos quatro pessoas. E estava feliz por ter recebido naquela noite uma manta impermeável –foram 1.440 distribuídas em parceria com a Entrega por SP–, que pode durar até dois meses. Conheça a Retalhar "Antes, a gente ganhava o cobertor 'Tony Ramos', que nos deixava cheio de pelo, não durava uma semana e, se molhava, não prestava mais." A ideia da nova manta, produzida por costureiras de cooperativas a partir de retalhos de uniformes e material impermeável descartado, surgiu de uma das parcerias que Lessa e Corvacho firmaram desde o final de 2013, quando criaram juntos a Retalhar. PARCERIA NO CARNAVAL Os dois empreendedores se conheceram na infância, jogando taco na praia de Paúba, em São Sebastião (SP). E viram a amizade se fortalecer em 2012, quando encamparam duas missões. A primeira delas era salvar o Carnaval no litoral. A segunda consistia em resolver um grande problema na empresa de confecções do pai de Corvacho, a Lutha Uniformes. "Tinha um grupo que tocava no Carnaval de Paúba, mas, quando o líder saiu, ninguém se motivou a continuar. A gente se uniu mesmo, mobilizamos a comunidade e organizamos tudo. Foi um baita aprendizado", diz Lessa. A parceria do samba deu tão certo que foi levada à empresa de confecção. Lá, Corvacho, que estava de volta ao país após dois anos atuando como pesquisador na Austrália, já tinha implantado sucessivas melhorias, como horta, composteira, reaproveitamento de água, reciclagem e biblioteca. Ele, entretanto, buscava solução para o descarte correto do resíduo têxtil gerado pela Lutha, que chegava a 500 kg por mês. "Era um problemão, porque o volume era muito acima do lixo doméstico. Tínhamos dificuldade, o coletor não queria pegar", diz o empresário Oswaldo Corvacho Filho, pai de Corvacho. Foi quando o biólogo decidiu consultar Lessa: "Você tem algum amigo interessado em trabalhar com gestão ambiental empresarial?". À época, Lessa trazia na bagagem influências de sustentabilidade do pai -o jornalista Savio de Tarso- e a experiência como voluntário na ONG Teto, além de cursar gestão ambiental na USP Leste. E, quando respondeu ao amigo, oferecendo-se de imediato para o trabalho, formou-se o primeiro fio da Retalhar. "A percepção de que tínhamos um negócio se deu quando, numa rede social, uma pessoa da Latam buscava o que a gente oferecia", diz Corvacho. Ele explica que, naquele momento, foi possível perceber que a questão dos resíduos têxteis ia além da Lutha. "A aplicação da lei não era efetiva, pois, como nós, muitos tinham dificuldade em fazer o descarte correto. E pensamos que isso poderia envolver outras pessoas e agregar muito mais." NA MEDIDA DA LEI Assim, ao mesmo tempo em que os dois amigos erguiam o Carnaval no litoral e mergulhavam no conceito de logística reversa e na lei 12.305, de 2010, que define a Política Nacional de Resíduos Sólidos e exige o descarte adequado de materiais (incluindo o têxtil), o samba da Retalhar começou a dar pé. Na primeira ação, Corvacho e Lessa colocaram-se como ferramenta necessária para que grandes empresas cumprissem a lei, evitando a incineração ou o aterramento de uniformes descartados. Depois, passaram a criar a cadeia de produção reversa, para dar nova vida a essas peças de roupa que seriam jogadas fora. "Pensamos, primeiro, em fazer sacolas de pano. Estava naquele momento de proibição da sacola plástica", explica Corvacho. Mas, após contato com incubadoras, aceleradoras e negócios sociais, a ideia transcendeu. E a associação com costureiras e o conhecimento de como desfibrar os uniformes deram novos horizontes a Retalhar, com a produção de brindes, mantas acústicas e cobertores. A união com 33 costureiras de Brasilândia, Campo Limpo, Barueri, Jardim Educandário e São Bernardo do Campo também atendeu a um anseio de Corvacho e Lessa. Além de uma solução ambiental para o descarte dos uniformes, eles planejaram empoderar e melhorar a condição social da cadeia envolvida no trabalho da Retalhar. "Quando a gente conheceu o Lucas e a Retalhar, compreendeu o que era logística reversa. Isso mudou nossa vida. Transformamos os retalhos e também a nós", diz Djenane Martins, 43, que trabalha com outras três costureiras na Charlotte Arte em Costura, no ABC paulista. "Passamos a ser reconhecidas, fomos chamadas para eventos e já conseguimos até tirar um salário mínimo", diz. Além de ajudar as costureiras a precificarem seus produtos e conduzi-las para palestras em clientes, Lessa e Corvacho firmaram outras parcerias, como a com o Pimp My Carroça, que atua com catadores de material reciclável. "Muitos nos menosprezam, como se fôssemos invisíveis. Esse uniforme [da Retalhar] torna a gente visível, em especial à noite, protege e evita que eu pegue bactéria. Lavo e uso de novo, diferente de roupa nova, que na rua não dura uma semana", diz Gabriel Felipe Ortega Cazuza dos Santos, que atua na zona oeste de São Paulo. Ele é um dos 440 catadores de material reciclado impactados pela Retalhar e vê paralelo entre sua atuação e a da empresa. "Os nossos trabalhos se parecem, pois pegamos o que ia para o lixo e ajudamos a dar vida nova." MENOS CARBONO Seja ao reaproveitar os uniformes, com segurança às marcas, seja ao transformá-los, a Retalhar já conseguiu evitar que cerca de 15,7 toneladas de tecido fossem aterradas e incineradas. Isso representa economia na emissão de 231,2 toneladas de carbono equivalente -que corresponde ao replantio de cerca de 200 mil mudas de árvores- e quase 118 m³ de volume de aterro poupado. Além de ter gerado renda de R$ 85 mil aos parceiros. Enquanto cresce -hoje são seis funcionários- e atrai gigantes de seus setores, como a FedEx (que replicará a reciclagem de uniformes fora do país), Leroy Merlin e concessionárias de rodovias, a Retalhar sabe que tem muito a fazer para que a cadeia têxtil trate os resíduos. Só regiões como Bom Retiro, Brás e 25 de Março, na capital paulista, produzem 20 toneladas de resíduos têxteis por dia, que acabam em aterros. Esse cenário, inclusive, inspirou o nome Retalhar, que surgiu da chance de trabalhar o retalho e, ao mesmo tempo, retaliar essa situação. O enorme desafio, porém, não intimida Corvacho e Lessa. Certos de que seguirão juntos, eles vislumbram até novos planos, como o de atrair a alta moda com os retalhos. Agora, independentemente do que os dois venham a criar ou transformar, Conceição, o morador de rua, é assertivo: "Eu sei que, qualquer coisa que eles façam, vai ser boa. Se não for para a gente, vai ser para outras pessoas".
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Amigos reciclam uniformes em negócio que gera renda e dignidade"Isso faz a gente se sentir humano de novo, valorizado. Se tivesse 100% de Jonas, o Brasil não estaria nesse caos. E, nas ruas, ninguém iria morrer por causa do frio." A frase, do morador de rua Roberto Carlos Conceição, 38, com São Paulo registrando 9ºC e sensação térmica de 6ºC, às 23h, sob a marquise do Pacaembu, mostra como a criatividade do gestor ambiental Jonas Lessa, 25, e do biólogo Lucas Corvacho, 28, é capaz de transformar a vida de alguém. Conceição perdeu um amigo na onda de frio do mês de junho na capital paulista, que vitimou pelo menos quatro pessoas. E estava feliz por ter recebido naquela noite uma manta impermeável –foram 1.440 distribuídas em parceria com a Entrega por SP–, que pode durar até dois meses. Conheça a Retalhar "Antes, a gente ganhava o cobertor 'Tony Ramos', que nos deixava cheio de pelo, não durava uma semana e, se molhava, não prestava mais." A ideia da nova manta, produzida por costureiras de cooperativas a partir de retalhos de uniformes e material impermeável descartado, surgiu de uma das parcerias que Lessa e Corvacho firmaram desde o final de 2013, quando criaram juntos a Retalhar. PARCERIA NO CARNAVAL Os dois empreendedores se conheceram na infância, jogando taco na praia de Paúba, em São Sebastião (SP). E viram a amizade se fortalecer em 2012, quando encamparam duas missões. A primeira delas era salvar o Carnaval no litoral. A segunda consistia em resolver um grande problema na empresa de confecções do pai de Corvacho, a Lutha Uniformes. "Tinha um grupo que tocava no Carnaval de Paúba, mas, quando o líder saiu, ninguém se motivou a continuar. A gente se uniu mesmo, mobilizamos a comunidade e organizamos tudo. Foi um baita aprendizado", diz Lessa. A parceria do samba deu tão certo que foi levada à empresa de confecção. Lá, Corvacho, que estava de volta ao país após dois anos atuando como pesquisador na Austrália, já tinha implantado sucessivas melhorias, como horta, composteira, reaproveitamento de água, reciclagem e biblioteca. Ele, entretanto, buscava solução para o descarte correto do resíduo têxtil gerado pela Lutha, que chegava a 500 kg por mês. "Era um problemão, porque o volume era muito acima do lixo doméstico. Tínhamos dificuldade, o coletor não queria pegar", diz o empresário Oswaldo Corvacho Filho, pai de Corvacho. Foi quando o biólogo decidiu consultar Lessa: "Você tem algum amigo interessado em trabalhar com gestão ambiental empresarial?". À época, Lessa trazia na bagagem influências de sustentabilidade do pai -o jornalista Savio de Tarso- e a experiência como voluntário na ONG Teto, além de cursar gestão ambiental na USP Leste. E, quando respondeu ao amigo, oferecendo-se de imediato para o trabalho, formou-se o primeiro fio da Retalhar. "A percepção de que tínhamos um negócio se deu quando, numa rede social, uma pessoa da Latam buscava o que a gente oferecia", diz Corvacho. Ele explica que, naquele momento, foi possível perceber que a questão dos resíduos têxteis ia além da Lutha. "A aplicação da lei não era efetiva, pois, como nós, muitos tinham dificuldade em fazer o descarte correto. E pensamos que isso poderia envolver outras pessoas e agregar muito mais." NA MEDIDA DA LEI Assim, ao mesmo tempo em que os dois amigos erguiam o Carnaval no litoral e mergulhavam no conceito de logística reversa e na lei 12.305, de 2010, que define a Política Nacional de Resíduos Sólidos e exige o descarte adequado de materiais (incluindo o têxtil), o samba da Retalhar começou a dar pé. Na primeira ação, Corvacho e Lessa colocaram-se como ferramenta necessária para que grandes empresas cumprissem a lei, evitando a incineração ou o aterramento de uniformes descartados. Depois, passaram a criar a cadeia de produção reversa, para dar nova vida a essas peças de roupa que seriam jogadas fora. "Pensamos, primeiro, em fazer sacolas de pano. Estava naquele momento de proibição da sacola plástica", explica Corvacho. Mas, após contato com incubadoras, aceleradoras e negócios sociais, a ideia transcendeu. E a associação com costureiras e o conhecimento de como desfibrar os uniformes deram novos horizontes a Retalhar, com a produção de brindes, mantas acústicas e cobertores. A união com 33 costureiras de Brasilândia, Campo Limpo, Barueri, Jardim Educandário e São Bernardo do Campo também atendeu a um anseio de Corvacho e Lessa. Além de uma solução ambiental para o descarte dos uniformes, eles planejaram empoderar e melhorar a condição social da cadeia envolvida no trabalho da Retalhar. "Quando a gente conheceu o Lucas e a Retalhar, compreendeu o que era logística reversa. Isso mudou nossa vida. Transformamos os retalhos e também a nós", diz Djenane Martins, 43, que trabalha com outras três costureiras na Charlotte Arte em Costura, no ABC paulista. "Passamos a ser reconhecidas, fomos chamadas para eventos e já conseguimos até tirar um salário mínimo", diz. Além de ajudar as costureiras a precificarem seus produtos e conduzi-las para palestras em clientes, Lessa e Corvacho firmaram outras parcerias, como a com o Pimp My Carroça, que atua com catadores de material reciclável. "Muitos nos menosprezam, como se fôssemos invisíveis. Esse uniforme [da Retalhar] torna a gente visível, em especial à noite, protege e evita que eu pegue bactéria. Lavo e uso de novo, diferente de roupa nova, que na rua não dura uma semana", diz Gabriel Felipe Ortega Cazuza dos Santos, que atua na zona oeste de São Paulo. Ele é um dos 440 catadores de material reciclado impactados pela Retalhar e vê paralelo entre sua atuação e a da empresa. "Os nossos trabalhos se parecem, pois pegamos o que ia para o lixo e ajudamos a dar vida nova." MENOS CARBONO Seja ao reaproveitar os uniformes, com segurança às marcas, seja ao transformá-los, a Retalhar já conseguiu evitar que cerca de 15,7 toneladas de tecido fossem aterradas e incineradas. Isso representa economia na emissão de 231,2 toneladas de carbono equivalente -que corresponde ao replantio de cerca de 200 mil mudas de árvores- e quase 118 m³ de volume de aterro poupado. Além de ter gerado renda de R$ 85 mil aos parceiros. Enquanto cresce -hoje são seis funcionários- e atrai gigantes de seus setores, como a FedEx (que replicará a reciclagem de uniformes fora do país), Leroy Merlin e concessionárias de rodovias, a Retalhar sabe que tem muito a fazer para que a cadeia têxtil trate os resíduos. Só regiões como Bom Retiro, Brás e 25 de Março, na capital paulista, produzem 20 toneladas de resíduos têxteis por dia, que acabam em aterros. Esse cenário, inclusive, inspirou o nome Retalhar, que surgiu da chance de trabalhar o retalho e, ao mesmo tempo, retaliar essa situação. O enorme desafio, porém, não intimida Corvacho e Lessa. Certos de que seguirão juntos, eles vislumbram até novos planos, como o de atrair a alta moda com os retalhos. Agora, independentemente do que os dois venham a criar ou transformar, Conceição, o morador de rua, é assertivo: "Eu sei que, qualquer coisa que eles façam, vai ser boa. Se não for para a gente, vai ser para outras pessoas".
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Assista ao trailer da quinta temporada da série 'Game of Thrones'
Ao som da música "Heroes", de David Bowie, o novo trailer divulgado da quinta temporada da série "Game of Thrones" foi exibido nesta quinta (29) pela primeira vez em Imax, na "Game of Thrones Experience" e acabou sendo vazado para o Youtube. No vídeo, feito por um espectador, desfilam personagens já conhecidos da série, como Arya, Tyrion, Varys e Danaerys. "Não há justiça neste mundo, a menos que nós a façamos", diz Littlefinger a Sansa (que, aliás, será Jean Grey no próximo "X-Men"). A quinta temporada de "Game of Thrones" está prevista para estrear em setembro de 2015. GOT
ilustrada
Assista ao trailer da quinta temporada da série 'Game of Thrones'Ao som da música "Heroes", de David Bowie, o novo trailer divulgado da quinta temporada da série "Game of Thrones" foi exibido nesta quinta (29) pela primeira vez em Imax, na "Game of Thrones Experience" e acabou sendo vazado para o Youtube. No vídeo, feito por um espectador, desfilam personagens já conhecidos da série, como Arya, Tyrion, Varys e Danaerys. "Não há justiça neste mundo, a menos que nós a façamos", diz Littlefinger a Sansa (que, aliás, será Jean Grey no próximo "X-Men"). A quinta temporada de "Game of Thrones" está prevista para estrear em setembro de 2015. GOT
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Eletronuclear negocia contrato de montagem de usina nuclear Angra 3
A Eletronuclear, subsidiária de energia nuclear da Eletrobras, negocia com as empreiteiras UTC e EBE (Empresa Brasileira de Engenharia) uma solução para os pagamentos em atraso do contrato de montagem de equipamentos da usina nuclear Angra 3. As duas empresas continuaram no consórcio chamado Angramon após outras cinco empreiteiras terem desistido do contrato, alegando atrasos no pagamento: Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Techint. Investigadas pela Operação Lava Jato, essas cinco empreiteiras desistiram do contrato alegando pagamentos atrasados em 135 dias. Somente o contrato de montagem da usina nuclear prevê gastos de R$ 2,9 bilhões. "O consórcio tem uma clásula de solidariedade. Se alguns saírem, os que permanecem precisam seguir com a obra. Então, existe a negociação com a Eletronuclear", disse o diretor financeiro da Eletrobras, Armando Casado. Segundo o diretor, o que estaria em negociação seria uma dívida de cerca de R$ 80 milhões referentes aos pagamentos atrasados em menos de 90 dias. Um prazo, portanto, menor do que o alegado pelas empresas que deixaram o consórcio. Sobre as empresas que anunciaram a desistência da obra, Casado disse que a saída está sendo negociada e que o contrato não chegou a ser suspenso, como anunciado. "A simples manifestação da saída não é suficiente. É preciso uma negociação", disse, sem dar detalhes. Um dos problemas enfrentados na construção da usina é a liberação de recursos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Segundo fontes, o banco liberou R$ 2,5 bilhões de um financiamento aprovado de R$ 6,146 bilhão. Casado disse que o contrato com o BNDES exige garantias de 15% do valor financiado. Com problemas financeiros, a empresa teve dificuldades de oferecer as garantias e os valores acabaram represados. A questão estaria sendo negociada com o banco. Apesar dos problemas, as obras de construção civil de Angra 3 —como a torre do gerador nuclear e os prédios administrativos— continuam em curso. Por isso, a previsão de inauguração da usina em dezembro de 2018 foi mantido. LAVA JATO A Eletrobras contratou o escritório de advocacia internacional Hogan Lovells para investigar se houve corrupção em seus projetos. Essas investigações ainda estão em curso na usina nuclear de Angra 3, segundo o diretor. As empresas contratadas para a montagem de Angra 3 são investigados por suspeitas de pagamento de terem pago R$ 4,7 milhões ao almirante Othon Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear (2007 a 2014). Ele nega. As supostas propinas teriam sido pagas para que a Eletronuclear não colocasse obstáculos para a união de dois consórcios que venceram a licitação, segundo Ricardo Pessoa, presidente afastado da UTC, que fez um acordo de delação após ter sido preso pela Polícia Federal. PRIVATIZAÇÃO A Eletrobras segue com sua intenção de vender o controle da distribuidora de energia de Goiás, a Celg D, até novembro deste ano, disse Casado, que participou nesta quinta-feira (20) de um encontro com investidores na Apimec, no Centro do Rio. Depois da Celg D, a estatal vai estudar a venda de outras distribuidoras do grupo. A Eletrobras tem participação majoritária em distribuidoras de Alagoas, Piauí, Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima.
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Eletronuclear negocia contrato de montagem de usina nuclear Angra 3A Eletronuclear, subsidiária de energia nuclear da Eletrobras, negocia com as empreiteiras UTC e EBE (Empresa Brasileira de Engenharia) uma solução para os pagamentos em atraso do contrato de montagem de equipamentos da usina nuclear Angra 3. As duas empresas continuaram no consórcio chamado Angramon após outras cinco empreiteiras terem desistido do contrato, alegando atrasos no pagamento: Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Techint. Investigadas pela Operação Lava Jato, essas cinco empreiteiras desistiram do contrato alegando pagamentos atrasados em 135 dias. Somente o contrato de montagem da usina nuclear prevê gastos de R$ 2,9 bilhões. "O consórcio tem uma clásula de solidariedade. Se alguns saírem, os que permanecem precisam seguir com a obra. Então, existe a negociação com a Eletronuclear", disse o diretor financeiro da Eletrobras, Armando Casado. Segundo o diretor, o que estaria em negociação seria uma dívida de cerca de R$ 80 milhões referentes aos pagamentos atrasados em menos de 90 dias. Um prazo, portanto, menor do que o alegado pelas empresas que deixaram o consórcio. Sobre as empresas que anunciaram a desistência da obra, Casado disse que a saída está sendo negociada e que o contrato não chegou a ser suspenso, como anunciado. "A simples manifestação da saída não é suficiente. É preciso uma negociação", disse, sem dar detalhes. Um dos problemas enfrentados na construção da usina é a liberação de recursos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Segundo fontes, o banco liberou R$ 2,5 bilhões de um financiamento aprovado de R$ 6,146 bilhão. Casado disse que o contrato com o BNDES exige garantias de 15% do valor financiado. Com problemas financeiros, a empresa teve dificuldades de oferecer as garantias e os valores acabaram represados. A questão estaria sendo negociada com o banco. Apesar dos problemas, as obras de construção civil de Angra 3 —como a torre do gerador nuclear e os prédios administrativos— continuam em curso. Por isso, a previsão de inauguração da usina em dezembro de 2018 foi mantido. LAVA JATO A Eletrobras contratou o escritório de advocacia internacional Hogan Lovells para investigar se houve corrupção em seus projetos. Essas investigações ainda estão em curso na usina nuclear de Angra 3, segundo o diretor. As empresas contratadas para a montagem de Angra 3 são investigados por suspeitas de pagamento de terem pago R$ 4,7 milhões ao almirante Othon Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear (2007 a 2014). Ele nega. As supostas propinas teriam sido pagas para que a Eletronuclear não colocasse obstáculos para a união de dois consórcios que venceram a licitação, segundo Ricardo Pessoa, presidente afastado da UTC, que fez um acordo de delação após ter sido preso pela Polícia Federal. PRIVATIZAÇÃO A Eletrobras segue com sua intenção de vender o controle da distribuidora de energia de Goiás, a Celg D, até novembro deste ano, disse Casado, que participou nesta quinta-feira (20) de um encontro com investidores na Apimec, no Centro do Rio. Depois da Celg D, a estatal vai estudar a venda de outras distribuidoras do grupo. A Eletrobras tem participação majoritária em distribuidoras de Alagoas, Piauí, Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima.
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Sexta tem bloqueio em via da Liberdade e estreia no teatro
BRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 2 de setembro de 2016. Sexta-feira. Bom dia para você que conseguiu terminar aquela série na qual estava atrasado sem tomar nenhum spoiler! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Feito à mão | O Museu da Casa Brasileira recebe a 3ª edição do Mercado Manual, cujo objetivo é valorizar e divulgar o trabalho de novos artesãos e incentivar o empreendedorismo e a criatividade. O evento ganha ares de festival com apresentações musicais, atrações infantis, oficinas e gastronomia nesta sexta e no sábado (27), das 10h às 20h. A entrada é gratuita. Novidade | Estreia a peça "As Duas Mortes de Roger Casement", encenada pela Cia. Ludens no teatro Aliança Francesa, no centro. Dividido em dois atos, o espetáculo retrata a vida do cônsul e revolucionário irlandês Roger Casement (1864-1916), precursor na luta pelos direitos humanos. Ingressos custam R$ 50. Saiba mais aqui. * PARA TER ASSUNTO Vetado | O governo do Estado de São Paulo anunciou na quinta (1º) que manifestações na avenida Paulista no domingo (4) estão proibidas. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirmou, em nota, que o motivo é a "passagem da tocha paraolímpica, que integra a cerimônia oficial dos Jogos Paraolímpicos Rio 2016". Dianteira | Partidos que formam a base aliada do governo Michel Temer (PDMB) lideram a arrecadação de verba para as eleições municipais, de acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Atingido pelo impeachment de Dilma Rousseff e a Lava Jato, o PT estava na dianteira em 2012 e agora é sétimo. Terrorismo | O grupo preso em julho pela Polícia Federal sob suspeita de planejar ataques terroristas no Brasil cogitou utilizar armas químicas nos Jogos Olímpicos Rio-2016. O plano, discutido por e-mails e aplicativo de mensagens, era contaminar uma estação de abastecimento de água. Os presos faziam apologia à facção radical Estado Islâmico. Vítima em manifestação | O protesto contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), realizado na região central de São Paulo na noite de quarta (31), deixou pelo menos sete feridos, entre eles a universitária Deborah Fabri, 19, que teve o olho esquerdo perfurado. Venezuela | Numa das maiores demonstrações de força dos últimos anos, a oposição venezuelana levou centenas de milhares às ruas de Caracas na quinta (1º) para exigir a realização do referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro ainda este ano. Briga de tarifas | A estratégia do Uber de incentivar corridas compartilhadas de média distância na cidade de São Paulo pelo preço promocional de R$ 6, similar ao da integração ônibus, metrô e trens, acendeu um alerta em empresários do transporte coletivo. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | Das 9h às 15h, a Câmara Municipal de São Paulo realiza audiência pública da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Recreação e da Secretaria Municipal de coordenação das Subprefeituras. Veja mais aqui. Estado | A Assembleia Legislativa de São Paulo realiza sessão para homenagear "personalidades que colaboraram para o crescimento do esporte no Brasil", das 18h às 23h. Às 20h a casa promove solenidade para celebrar aniversário de 16 anos da Associação dos Destaques das Escolas de Samba do Estado de SP. Confira a programação aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A previsão é de temperatura máxima de 22ºC, segundo o Inmet. A mínima é de 14ºC. O céu deve ficar nublado e pode haver chuvisco. Zona oeste | A av. General Asdrúbal da Cunha, no Jardim Arpoador, será interditada entre as ruas Carmélia Morano e General José Luiz Pereira de Vasconcelos das 16h desta sexta (2/9) até as 22h de domingo para a realização do evento "6º Círio de Nazaré em São Paulo". O evento será realizado das 9h às 22h do sábado (3) e do domingo (4). Zona leste | A av. Sapopemba será interditada entre as ruas Francisca Marinho e Milton da Cruz, no sentido bairro, das 23h às 5h de sábado. O bloqueio se dá devido à continuidade das obras da linha 15 do monotrilho do metrô. Centro | A rua Galvão Bueno segue interditada entre as ruas São Joaquim e Fagundes até as 22h desta sexta para a realização de obras na galeria de águas pluviais. A rua Sergipe, em Higienópolis, está interditada para o trânsito de veículos na altura da rua Ceará. O bloqueio se dá em razão de obras da futura estação Angélica/Mackenzie da linha 6-laranja do metrô e deve durar aproximadamente três anos. Zona sul | A rua Pedro de Toledo também fica interditada entre as ruas Domingos de Morais e Tenente Gomes Ribeiro para a continuação de obras da linha 5-lilás do metrô. O bloqueio segue até fevereiro de 2018. A rua José Guerra fica fechada entre as ruas da Paz e Alexandre Dumas até 30 de outubro para obras de extensão na av. Dr. Chucri Zaidan. + ERRAMOS: O conteúdo desta página foi alterado para refletir o abaixo
saopaulo
Sexta tem bloqueio em via da Liberdade e estreia no teatroBRUNO B. SORAGGI DE SÃO PAULO São Paulo, 2 de setembro de 2016. Sexta-feira. Bom dia para você que conseguiu terminar aquela série na qual estava atrasado sem tomar nenhum spoiler! Veja o que você precisa saber para tocar e aproveitar o seu dia: * PARA CURTIR A CIDADE Feito à mão | O Museu da Casa Brasileira recebe a 3ª edição do Mercado Manual, cujo objetivo é valorizar e divulgar o trabalho de novos artesãos e incentivar o empreendedorismo e a criatividade. O evento ganha ares de festival com apresentações musicais, atrações infantis, oficinas e gastronomia nesta sexta e no sábado (27), das 10h às 20h. A entrada é gratuita. Novidade | Estreia a peça "As Duas Mortes de Roger Casement", encenada pela Cia. Ludens no teatro Aliança Francesa, no centro. Dividido em dois atos, o espetáculo retrata a vida do cônsul e revolucionário irlandês Roger Casement (1864-1916), precursor na luta pelos direitos humanos. Ingressos custam R$ 50. Saiba mais aqui. * PARA TER ASSUNTO Vetado | O governo do Estado de São Paulo anunciou na quinta (1º) que manifestações na avenida Paulista no domingo (4) estão proibidas. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirmou, em nota, que o motivo é a "passagem da tocha paraolímpica, que integra a cerimônia oficial dos Jogos Paraolímpicos Rio 2016". Dianteira | Partidos que formam a base aliada do governo Michel Temer (PDMB) lideram a arrecadação de verba para as eleições municipais, de acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Atingido pelo impeachment de Dilma Rousseff e a Lava Jato, o PT estava na dianteira em 2012 e agora é sétimo. Terrorismo | O grupo preso em julho pela Polícia Federal sob suspeita de planejar ataques terroristas no Brasil cogitou utilizar armas químicas nos Jogos Olímpicos Rio-2016. O plano, discutido por e-mails e aplicativo de mensagens, era contaminar uma estação de abastecimento de água. Os presos faziam apologia à facção radical Estado Islâmico. Vítima em manifestação | O protesto contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), realizado na região central de São Paulo na noite de quarta (31), deixou pelo menos sete feridos, entre eles a universitária Deborah Fabri, 19, que teve o olho esquerdo perfurado. Venezuela | Numa das maiores demonstrações de força dos últimos anos, a oposição venezuelana levou centenas de milhares às ruas de Caracas na quinta (1º) para exigir a realização do referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro ainda este ano. Briga de tarifas | A estratégia do Uber de incentivar corridas compartilhadas de média distância na cidade de São Paulo pelo preço promocional de R$ 6, similar ao da integração ônibus, metrô e trens, acendeu um alerta em empresários do transporte coletivo. * A POLÍTICA DO DIA A DIA Cidade | Das 9h às 15h, a Câmara Municipal de São Paulo realiza audiência pública da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Recreação e da Secretaria Municipal de coordenação das Subprefeituras. Veja mais aqui. Estado | A Assembleia Legislativa de São Paulo realiza sessão para homenagear "personalidades que colaboraram para o crescimento do esporte no Brasil", das 18h às 23h. Às 20h a casa promove solenidade para celebrar aniversário de 16 anos da Associação dos Destaques das Escolas de Samba do Estado de SP. Confira a programação aqui. * É MELHOR SE PREVENIR... Tempo | A previsão é de temperatura máxima de 22ºC, segundo o Inmet. A mínima é de 14ºC. O céu deve ficar nublado e pode haver chuvisco. Zona oeste | A av. General Asdrúbal da Cunha, no Jardim Arpoador, será interditada entre as ruas Carmélia Morano e General José Luiz Pereira de Vasconcelos das 16h desta sexta (2/9) até as 22h de domingo para a realização do evento "6º Círio de Nazaré em São Paulo". O evento será realizado das 9h às 22h do sábado (3) e do domingo (4). Zona leste | A av. Sapopemba será interditada entre as ruas Francisca Marinho e Milton da Cruz, no sentido bairro, das 23h às 5h de sábado. O bloqueio se dá devido à continuidade das obras da linha 15 do monotrilho do metrô. Centro | A rua Galvão Bueno segue interditada entre as ruas São Joaquim e Fagundes até as 22h desta sexta para a realização de obras na galeria de águas pluviais. A rua Sergipe, em Higienópolis, está interditada para o trânsito de veículos na altura da rua Ceará. O bloqueio se dá em razão de obras da futura estação Angélica/Mackenzie da linha 6-laranja do metrô e deve durar aproximadamente três anos. Zona sul | A rua Pedro de Toledo também fica interditada entre as ruas Domingos de Morais e Tenente Gomes Ribeiro para a continuação de obras da linha 5-lilás do metrô. O bloqueio segue até fevereiro de 2018. A rua José Guerra fica fechada entre as ruas da Paz e Alexandre Dumas até 30 de outubro para obras de extensão na av. Dr. Chucri Zaidan. + ERRAMOS: O conteúdo desta página foi alterado para refletir o abaixo
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Por que o tempo parece passar mais devagar no auge da paixão - ou durante momentos traumáticos?
"Tive um acidente de carro e vi tudo acontecer em câmera lenta. Vi o espelho retrovisor cair, a expressão no rosto do outro motorista e o capô sendo esmagado." Relatos como esse são comuns durante palestras do neurocientista e escritor americano David Eagleman. Pesquisador da Universidade Stanford, na Califórnia, ele é autor de livros como "Incógnito - As Vidas Secretas do Cérebro", publicado no Brasil pela editora Rocco. Aos que lhe falam do efeito "câmera lenta" descrito acima, o neurocientista tende a fazer a seguinte pergunta: "Essa pessoa que estava sentada perto de você, gritando o grito soou assim? 'Nãããããããão!' (Com voz mais grave, distorcida, como quando tocamos uma gravação em rotação mais lenta.) Se você não ouviu o grito dessa forma, então não estava vendo tudo em câmera lenta", diz Eagleman. Em entrevista à BBC, o neurocientista falou de seus experimentos sobre o tempo e do que eles revelaram. E ofereceu dicas para quem quer reverter aquela sensação que temos, ao ficarmos mais velhos, de que o tempo voa depressa demais. * ALICE "Meu interesse pelo tempo e pela passagem do tempo surgiu porque, quando eu tinha oito anos, caí do telhado de uma casa que estava sendo construída", conta Eagleman. "Pisei na borda do telhado, ou no que eu pensava ser a borda. Mas, na verdade, era papel que estava pendurado ali e então caí. A queda pareceu durar um longo tempo." "Primeiro eu pensei: será que consigo me agarrar ao telhado, será que consigo virar meu corpo, será que tem espaço e tempo para eu me agarrar ao telhado? Finalmente, percebi que não dava tempo e me vi caindo na direção do piso de tijolos, olhando para baixo." "Pensei no livro 'Alice no País das Maravilhas', e em como devia ter sido parecido para ela, quando ela caiu no buraco do coelho. Finalmente, caí no chão e perdi a consciência", conta o cientista. Anos mais tarde, quando cursava o ensino médio, Eagleman estudou física e pôde calcular quanto tempo de fato durou sua queda. "Descobri que levou apenas uma fração de segundo, oito décimos de um segundo. Fiquei realmente surpreso, não conseguia entender como tanto tempo parecia ter passado durante a aquela queda." David Eagleman cresceu, estudou neurociência e, hoje, dedica grande parte de suas pesquisas à nossa percepção do tempo. Uma pista importante, ele diz, é que essas distorções na percepção do tempo parecem acontecer quando pessoas vivem situações extremas, momentos marcantes, que podem mudar o curso de suas vidas. "Conversei com centenas de pessoas ao longo dos anos, pessoas que viveram acidentes de carro ou tiroteios. E –sempre me dizem que o episódio vivido– pareceu levar um longo tempo." EXPERIMENTO Eagleman explica que queria investigar o seguinte: a sensação de "câmera lenta" acontece porque o tempo está mesmo passando mais lentamente ou porque você está formando mais memórias durante o episódio? Para saber a resposta, o cientista levou sua equipe para um parque de diversões. Seu objetivo era encontrar um brinquedo tão assustador que fosse capaz de produzir, em participantes de experimentos, uma distorção na percepção do tempo. A atividade selecionada chama-se "SCAD Diving", um tipo de mergulho no ar. Participantes sobem de elevador ao topo de uma torre com cerca de 45 metros de altura. Lá, são acoplados, por meio de um gancho, a uma corda, e ficam pendurados no ar. Depois de alguns segundos, a pessoa é solta no ar, caindo de costas, em queda livre, durante três segundos, até parar em uma rede instalada embaixo. Quando chega à rede, a pessoa está caindo a uma velocidade de 112 km/h. "Você cai de costas, é simplesmente apavorante", diz Eagleman. "Eu mesmo fiz (o mergulho) três vezes, para testar sua segurança, e senti o mesmo terror todas as vezes." Para saber se os voluntários estavam mesmo percebendo o tempo em câmera lenta durante a queda, Eagleman usou dois métodos. Primeiro, colocou no pulso dos participantes um monitor que piscava com informações de formas diferentes e em velocidades diferentes. O objetivo era saber com que rapidez a pessoa estava vendo o mundo. "Se você está vendo o mundo em câmera lenta, como (o personagem) Neo (no filme) Matrix, então você vai ser capaz de ler os números sem dificuldade. Se você está vendo em velocidade normal, então não vai conseguer ler as imagens no aparelho porque elas estão passando rápido demais." Eagleman pediu também que os voluntários calculassem, aproximadamente, quanto tempo a queda havia durado. "Estavam no chão e calcularam, com um cronômetro na mão, quanto tempo sentiam que sua queda havia levado. Também pedi que observassem a queda de outras pessoas e tentassem calcular sua duração." Eagleman conta o que descobriu: * CONCLUSÕES "Quando as pessoas tentavam calcular a duração de sua própria queda, havia uma distorção. Elas sentiam que a queda havia durado muito mais do que as quedas de outros participantes." Eagleman confessa sua decepção ao analisar os relatos sobre o que os participantes tinham conseguido ler nos monitores de pulso durante suas quedas. "Fizemos muitas análises sobre isso e eu esperava que a resposta fosse sim, mas não foi. As pessoas não estavam vendo em câmera lenta, não conseguiam ler mais rapidamente do que liam quando fizemos testes de controle, no solo." Em vez disso, o que acontece é que, durante uma queda, ou um evento que coloca nossa vida em risco, uma certa área do cérebro entra em ação, explica o cientista: a amígdala. Essas pequenas estruturas em forma de amêndoa (são duas, situadas no interior do cérebro, na região temporal, dos dois lados da cabeça) são fundamentais para a autopreservação. Identificam o perigo, gerando medo e ansiedade e colocando o animal em situação de alerta, pronto para fugir ou lutar. "(A amígdala) é, basicamente, um sistema secundário de memória que forma outra camada de memórias. Então, você está formando uma quantidade tal de memória que, quando você resgata toda aquela informação, tem a impressão de que aquele episódio demorou muito tempo", diz Eagleman. "Tudo não passa de um truque da memória. Nossa noção de tempo está vinculada à nossa memória." * DICA E para quem se pergunta por que o tempo costuma passar cada vez mais rápido à medida que envelhecemos, David Eagleman tem uma explicação –e um conselho. "Quando nos lembramos de um verão lá atrás, na nossa infância, parece ter durado muito, muito tempo. Por quê? Porque tudo era novo e você estava tendo todo tipo de experiências, aprendendo novas coisas. Quando fica mais velho, já aprendeu as regras do mundo, os padrões. Isso é importante para você funcionar no mundo, mas por outro lado, você deixa de formar memória nova. Então, aos 60 anos, você olha para o verão que passou e pensa, 'nossa, desapareceu tão rápido'. Porque aquele verão foi igual a qualquer outro verão", diz o cientista. "Não posso te ensinar a viver mais tempo mas, sim, como pensar que você viveu mais tempo", diz. "Busque novidade na sua vida." "Mesmo quando você tem 60 anos, pode ir passar um fim de semana incrível e quando volta ao trabalho na segunda você pensa, 'nossa, o fim de semana foi longo!' Isso parece estar ligado ao fator novidade. Ou seja, seu cérebro está registrando essas memórias, está dizendo, 'isso é importante, é algo novo, vou anotar'." Isso ocorre, diz, "porque (o evento) é nobre. Não apenas experiências traumáticas, mas também nos apaixonarmos, estarmos em um relacionamento novo, começarmos um novo trabalho." "Sempre aconselho às pessoas: se você usa relógio, tire-o. Ou coloque-o no outro braço. Escove seu dente com a outra mão. Dirija para casa por um caminho diferente quando sair do trabalho. Preste mais atenção ao mundo. Isso força seu cérebro a trabalhar mais. Parece meio excêntrico, mas de outra forma, é muito fácil você ficar automatizado."
equilibrioesaude
Por que o tempo parece passar mais devagar no auge da paixão - ou durante momentos traumáticos?"Tive um acidente de carro e vi tudo acontecer em câmera lenta. Vi o espelho retrovisor cair, a expressão no rosto do outro motorista e o capô sendo esmagado." Relatos como esse são comuns durante palestras do neurocientista e escritor americano David Eagleman. Pesquisador da Universidade Stanford, na Califórnia, ele é autor de livros como "Incógnito - As Vidas Secretas do Cérebro", publicado no Brasil pela editora Rocco. Aos que lhe falam do efeito "câmera lenta" descrito acima, o neurocientista tende a fazer a seguinte pergunta: "Essa pessoa que estava sentada perto de você, gritando o grito soou assim? 'Nãããããããão!' (Com voz mais grave, distorcida, como quando tocamos uma gravação em rotação mais lenta.) Se você não ouviu o grito dessa forma, então não estava vendo tudo em câmera lenta", diz Eagleman. Em entrevista à BBC, o neurocientista falou de seus experimentos sobre o tempo e do que eles revelaram. E ofereceu dicas para quem quer reverter aquela sensação que temos, ao ficarmos mais velhos, de que o tempo voa depressa demais. * ALICE "Meu interesse pelo tempo e pela passagem do tempo surgiu porque, quando eu tinha oito anos, caí do telhado de uma casa que estava sendo construída", conta Eagleman. "Pisei na borda do telhado, ou no que eu pensava ser a borda. Mas, na verdade, era papel que estava pendurado ali e então caí. A queda pareceu durar um longo tempo." "Primeiro eu pensei: será que consigo me agarrar ao telhado, será que consigo virar meu corpo, será que tem espaço e tempo para eu me agarrar ao telhado? Finalmente, percebi que não dava tempo e me vi caindo na direção do piso de tijolos, olhando para baixo." "Pensei no livro 'Alice no País das Maravilhas', e em como devia ter sido parecido para ela, quando ela caiu no buraco do coelho. Finalmente, caí no chão e perdi a consciência", conta o cientista. Anos mais tarde, quando cursava o ensino médio, Eagleman estudou física e pôde calcular quanto tempo de fato durou sua queda. "Descobri que levou apenas uma fração de segundo, oito décimos de um segundo. Fiquei realmente surpreso, não conseguia entender como tanto tempo parecia ter passado durante a aquela queda." David Eagleman cresceu, estudou neurociência e, hoje, dedica grande parte de suas pesquisas à nossa percepção do tempo. Uma pista importante, ele diz, é que essas distorções na percepção do tempo parecem acontecer quando pessoas vivem situações extremas, momentos marcantes, que podem mudar o curso de suas vidas. "Conversei com centenas de pessoas ao longo dos anos, pessoas que viveram acidentes de carro ou tiroteios. E –sempre me dizem que o episódio vivido– pareceu levar um longo tempo." EXPERIMENTO Eagleman explica que queria investigar o seguinte: a sensação de "câmera lenta" acontece porque o tempo está mesmo passando mais lentamente ou porque você está formando mais memórias durante o episódio? Para saber a resposta, o cientista levou sua equipe para um parque de diversões. Seu objetivo era encontrar um brinquedo tão assustador que fosse capaz de produzir, em participantes de experimentos, uma distorção na percepção do tempo. A atividade selecionada chama-se "SCAD Diving", um tipo de mergulho no ar. Participantes sobem de elevador ao topo de uma torre com cerca de 45 metros de altura. Lá, são acoplados, por meio de um gancho, a uma corda, e ficam pendurados no ar. Depois de alguns segundos, a pessoa é solta no ar, caindo de costas, em queda livre, durante três segundos, até parar em uma rede instalada embaixo. Quando chega à rede, a pessoa está caindo a uma velocidade de 112 km/h. "Você cai de costas, é simplesmente apavorante", diz Eagleman. "Eu mesmo fiz (o mergulho) três vezes, para testar sua segurança, e senti o mesmo terror todas as vezes." Para saber se os voluntários estavam mesmo percebendo o tempo em câmera lenta durante a queda, Eagleman usou dois métodos. Primeiro, colocou no pulso dos participantes um monitor que piscava com informações de formas diferentes e em velocidades diferentes. O objetivo era saber com que rapidez a pessoa estava vendo o mundo. "Se você está vendo o mundo em câmera lenta, como (o personagem) Neo (no filme) Matrix, então você vai ser capaz de ler os números sem dificuldade. Se você está vendo em velocidade normal, então não vai conseguer ler as imagens no aparelho porque elas estão passando rápido demais." Eagleman pediu também que os voluntários calculassem, aproximadamente, quanto tempo a queda havia durado. "Estavam no chão e calcularam, com um cronômetro na mão, quanto tempo sentiam que sua queda havia levado. Também pedi que observassem a queda de outras pessoas e tentassem calcular sua duração." Eagleman conta o que descobriu: * CONCLUSÕES "Quando as pessoas tentavam calcular a duração de sua própria queda, havia uma distorção. Elas sentiam que a queda havia durado muito mais do que as quedas de outros participantes." Eagleman confessa sua decepção ao analisar os relatos sobre o que os participantes tinham conseguido ler nos monitores de pulso durante suas quedas. "Fizemos muitas análises sobre isso e eu esperava que a resposta fosse sim, mas não foi. As pessoas não estavam vendo em câmera lenta, não conseguiam ler mais rapidamente do que liam quando fizemos testes de controle, no solo." Em vez disso, o que acontece é que, durante uma queda, ou um evento que coloca nossa vida em risco, uma certa área do cérebro entra em ação, explica o cientista: a amígdala. Essas pequenas estruturas em forma de amêndoa (são duas, situadas no interior do cérebro, na região temporal, dos dois lados da cabeça) são fundamentais para a autopreservação. Identificam o perigo, gerando medo e ansiedade e colocando o animal em situação de alerta, pronto para fugir ou lutar. "(A amígdala) é, basicamente, um sistema secundário de memória que forma outra camada de memórias. Então, você está formando uma quantidade tal de memória que, quando você resgata toda aquela informação, tem a impressão de que aquele episódio demorou muito tempo", diz Eagleman. "Tudo não passa de um truque da memória. Nossa noção de tempo está vinculada à nossa memória." * DICA E para quem se pergunta por que o tempo costuma passar cada vez mais rápido à medida que envelhecemos, David Eagleman tem uma explicação –e um conselho. "Quando nos lembramos de um verão lá atrás, na nossa infância, parece ter durado muito, muito tempo. Por quê? Porque tudo era novo e você estava tendo todo tipo de experiências, aprendendo novas coisas. Quando fica mais velho, já aprendeu as regras do mundo, os padrões. Isso é importante para você funcionar no mundo, mas por outro lado, você deixa de formar memória nova. Então, aos 60 anos, você olha para o verão que passou e pensa, 'nossa, desapareceu tão rápido'. Porque aquele verão foi igual a qualquer outro verão", diz o cientista. "Não posso te ensinar a viver mais tempo mas, sim, como pensar que você viveu mais tempo", diz. "Busque novidade na sua vida." "Mesmo quando você tem 60 anos, pode ir passar um fim de semana incrível e quando volta ao trabalho na segunda você pensa, 'nossa, o fim de semana foi longo!' Isso parece estar ligado ao fator novidade. Ou seja, seu cérebro está registrando essas memórias, está dizendo, 'isso é importante, é algo novo, vou anotar'." Isso ocorre, diz, "porque (o evento) é nobre. Não apenas experiências traumáticas, mas também nos apaixonarmos, estarmos em um relacionamento novo, começarmos um novo trabalho." "Sempre aconselho às pessoas: se você usa relógio, tire-o. Ou coloque-o no outro braço. Escove seu dente com a outra mão. Dirija para casa por um caminho diferente quando sair do trabalho. Preste mais atenção ao mundo. Isso força seu cérebro a trabalhar mais. Parece meio excêntrico, mas de outra forma, é muito fácil você ficar automatizado."
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Além do Central Park: conheça outros cinco parques de NY
Quando o assunto é parques em Nova York, todo mundo logo imagina o Central Park, o mais famoso espaço verde da cidade. Mas ele não é o único. Segundo o NYC Parks, órgão que responde por parques e playgrounds da metrópole, há 1.700 desses espaços espalhados por diferentes bairros –o mais famoso, por exemplo, é apenas o quinto colocado em tamanho; o primeiro é o Pelham Bay Park, no Bronx, com 11 quilômetros quadrados, cerca de cinco vezes o tamanho do parque Ibirapuera, em São Paulo. Confira cinco espaços verdes menos badalados que valem a visita. Todos têm entrada gratuita. BROOKLYN BRIDGE PARK Localizado em uma região descolada chamada Dumbo, embaixo da ponte do Brooklyn, o parque oferece bela vista de Manhattan. Tem várias opções para praticar esportes, como uma pista para patinação, e bons lugares para comer ONDE metrô Clark St. (trens 2 e 3); brooklynbridgepark.org * PELHAM BAY PARK O maior de Nova York, tem 11 quilômetros quadrados –três vezes o tamanho do Central Park. Entre suas atrações estão campos de golfe, futebol americano e beisebol, pistas de atletismo e 20 km de costa, parte deles com praias. Localizado no Bronx, conta com diversidade de plantas e animais, como águias ONDE metrô Pelham Bay Park (trem 6); pelhambaypark.org * THE HIGH LINE Uma linha elevada de trem que foi transformada em parque linear no sudoeste de Manhattan. É mantido pela associação Amigos do High Line, fundada quando o local estava ameaçado de demolição. Sua ideia é semelhante a uma das propostas para a transformação do Minhocão, elevado na cidade de São Paulo, em um parque na capital ONDE metrô 23 st (trens C, E) * FLUSHING MEADOWS CORONA PARK Abriga o complexo de quadras de tênis que recebe o campeonato US Open, um dos quatro principais torneios da modalidade no mundo. Dentro do parque fica o estádio do time de beisebol New York Mets. É o quarto maior parque da cidade, fica no Queens e tem também campo para prática de críquete ONDE metrô Mets-Willets Point (trem 7) * PROSPECT PARK Inaugurado em 1895, após ficar em construção por 30 anos. Foi idealizado pelos mesmos arquitetos e paisagistas responsáveis pelo Central Park. Dentro há um pequeno zoológico (ingresso a US$ 8). Ao lado, ficam o Museu do Brooklyn (US$ 16) e um jardim botânico famoso por suas cerejeiras (US$ 12) ONDE metrôs Prospect Park (trens B, Q, S), Eastern Parkway (2, 3), Fort Hamilton (F, G); prospectpark.org
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Além do Central Park: conheça outros cinco parques de NYQuando o assunto é parques em Nova York, todo mundo logo imagina o Central Park, o mais famoso espaço verde da cidade. Mas ele não é o único. Segundo o NYC Parks, órgão que responde por parques e playgrounds da metrópole, há 1.700 desses espaços espalhados por diferentes bairros –o mais famoso, por exemplo, é apenas o quinto colocado em tamanho; o primeiro é o Pelham Bay Park, no Bronx, com 11 quilômetros quadrados, cerca de cinco vezes o tamanho do parque Ibirapuera, em São Paulo. Confira cinco espaços verdes menos badalados que valem a visita. Todos têm entrada gratuita. BROOKLYN BRIDGE PARK Localizado em uma região descolada chamada Dumbo, embaixo da ponte do Brooklyn, o parque oferece bela vista de Manhattan. Tem várias opções para praticar esportes, como uma pista para patinação, e bons lugares para comer ONDE metrô Clark St. (trens 2 e 3); brooklynbridgepark.org * PELHAM BAY PARK O maior de Nova York, tem 11 quilômetros quadrados –três vezes o tamanho do Central Park. Entre suas atrações estão campos de golfe, futebol americano e beisebol, pistas de atletismo e 20 km de costa, parte deles com praias. Localizado no Bronx, conta com diversidade de plantas e animais, como águias ONDE metrô Pelham Bay Park (trem 6); pelhambaypark.org * THE HIGH LINE Uma linha elevada de trem que foi transformada em parque linear no sudoeste de Manhattan. É mantido pela associação Amigos do High Line, fundada quando o local estava ameaçado de demolição. Sua ideia é semelhante a uma das propostas para a transformação do Minhocão, elevado na cidade de São Paulo, em um parque na capital ONDE metrô 23 st (trens C, E) * FLUSHING MEADOWS CORONA PARK Abriga o complexo de quadras de tênis que recebe o campeonato US Open, um dos quatro principais torneios da modalidade no mundo. Dentro do parque fica o estádio do time de beisebol New York Mets. É o quarto maior parque da cidade, fica no Queens e tem também campo para prática de críquete ONDE metrô Mets-Willets Point (trem 7) * PROSPECT PARK Inaugurado em 1895, após ficar em construção por 30 anos. Foi idealizado pelos mesmos arquitetos e paisagistas responsáveis pelo Central Park. Dentro há um pequeno zoológico (ingresso a US$ 8). Ao lado, ficam o Museu do Brooklyn (US$ 16) e um jardim botânico famoso por suas cerejeiras (US$ 12) ONDE metrôs Prospect Park (trens B, Q, S), Eastern Parkway (2, 3), Fort Hamilton (F, G); prospectpark.org
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Autoridades palestinas pedem novos protestos mesmo com recuo de Israel
Apesar do recuo israelense e da retirada dos detectores de metais dos acessos da Cidade Velha de Jerusalém, autoridades palestinas afirmaram nesta terça-feira (25) que os protestos no terceiro lugar santo do islã continuarão. Nesta semana, a região foi palco de conflitos após Israel adotar novas medidas de segurança em decorrência de um ataque que matou dois policiais israelenses. Além dos detectores de metais, o governo instalou novas câmeras de segurança para coibir os atos de violência. As medidas irritaram os palestinos, que acusam Israel de tentar expandir seu controle sobre a região. Ao menos cinco palestinos e três israelenses morreram após o acirramento das tensões. Mesmo com a retirada dos detectores, o primeiro-ministro palestino, Rami Hamdallah, não vê perspectiva de paz. Ele exige um retorno aos procedimentos que estavam em vigor antes do ataque aos policiais israelenses. "Rejeitamos todos os obstáculos que restrinjam a liberdade de culto e exigimos a volta da situação em que as coisas estavam antes de 14 de julho", disse Hamdallah. O Waqf (órgão religioso responsável por administrar propriedades, mesquitas e escolas) disse que os fiéis vão continuar com boicote e orar do lado de fora da mesquita Al-Aqsa, localizada na Cidade Velha. "Não entrarei na Al Aqsa até que a situação volte a ser como antes [...] sem câmeras de vigilância, sem registros e sem detectores de metal ", disse o fiel Widad Ali Nasser. APELO Mais cedo, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu aos muçulmanos do mundo inteiro que "visitem" e "protejam" Jerusalém. "Gostaria de lançar um apelo aos muçulmanos do mundo inteiro: façam uma visita a Jerusalém e à mesquita de Al-Aqsa", disse Erdogan. "Venham todos juntos proteger Jerusalém." "Sob o pretexto de lutar contra o terrorismo, trata-se de uma tentativa de roubar a mesquita Al-Aqsa dos muçulmanos", afirmou o presidente turco. Ele terminou nesta segunda sua viagem por países do Golfo para aliviar a crise diplomática entre o Qatar e países árabes. O presidente turco visitou a Arábia Saudita e o Kuait, além do Qatar. "Acredito que nossa visita e nossos contatos [na região] foram um passo importante para reconstruir a estabilidade e a confiança mútua", disse Erdogan. Em junho, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito romperam as relações diplomáticas com o Qatar, acusando o país de apoiar o terrorismo. O Qatar nega apoiar terroristas e afirma que o boicote é uma tentativa de cercear a sua independência de sua política externa. O governo turco, que mantém relações estreitas com o Qatar, tem se esforçado nos últimos anos para aprofundar os vínculos também com a monarquia saudita.
mundo
Autoridades palestinas pedem novos protestos mesmo com recuo de IsraelApesar do recuo israelense e da retirada dos detectores de metais dos acessos da Cidade Velha de Jerusalém, autoridades palestinas afirmaram nesta terça-feira (25) que os protestos no terceiro lugar santo do islã continuarão. Nesta semana, a região foi palco de conflitos após Israel adotar novas medidas de segurança em decorrência de um ataque que matou dois policiais israelenses. Além dos detectores de metais, o governo instalou novas câmeras de segurança para coibir os atos de violência. As medidas irritaram os palestinos, que acusam Israel de tentar expandir seu controle sobre a região. Ao menos cinco palestinos e três israelenses morreram após o acirramento das tensões. Mesmo com a retirada dos detectores, o primeiro-ministro palestino, Rami Hamdallah, não vê perspectiva de paz. Ele exige um retorno aos procedimentos que estavam em vigor antes do ataque aos policiais israelenses. "Rejeitamos todos os obstáculos que restrinjam a liberdade de culto e exigimos a volta da situação em que as coisas estavam antes de 14 de julho", disse Hamdallah. O Waqf (órgão religioso responsável por administrar propriedades, mesquitas e escolas) disse que os fiéis vão continuar com boicote e orar do lado de fora da mesquita Al-Aqsa, localizada na Cidade Velha. "Não entrarei na Al Aqsa até que a situação volte a ser como antes [...] sem câmeras de vigilância, sem registros e sem detectores de metal ", disse o fiel Widad Ali Nasser. APELO Mais cedo, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu aos muçulmanos do mundo inteiro que "visitem" e "protejam" Jerusalém. "Gostaria de lançar um apelo aos muçulmanos do mundo inteiro: façam uma visita a Jerusalém e à mesquita de Al-Aqsa", disse Erdogan. "Venham todos juntos proteger Jerusalém." "Sob o pretexto de lutar contra o terrorismo, trata-se de uma tentativa de roubar a mesquita Al-Aqsa dos muçulmanos", afirmou o presidente turco. Ele terminou nesta segunda sua viagem por países do Golfo para aliviar a crise diplomática entre o Qatar e países árabes. O presidente turco visitou a Arábia Saudita e o Kuait, além do Qatar. "Acredito que nossa visita e nossos contatos [na região] foram um passo importante para reconstruir a estabilidade e a confiança mútua", disse Erdogan. Em junho, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito romperam as relações diplomáticas com o Qatar, acusando o país de apoiar o terrorismo. O Qatar nega apoiar terroristas e afirma que o boicote é uma tentativa de cercear a sua independência de sua política externa. O governo turco, que mantém relações estreitas com o Qatar, tem se esforçado nos últimos anos para aprofundar os vínculos também com a monarquia saudita.
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Ódio político deve acabar, diz leitora
Acabou o governo Dilma e o ódio politico também terá que acabar. Lutamos por um Brasil passado a limpo, então vamos dar continuidade a isso. Temer, com certeza, tem mais experiência política e administrativa que Dilma. Vamos torcer para que o país avance. CREUSA COLAÇO MONTE ALEGRE (São Paulo, SP) * Não poderia ser mais exata e direta a observação do ministro Gilmar Mendes: "Se alguém depende de intervenção judicial para se manter no cargo, não tem mais condições de estar no cargo". Simples assim. LUCIANO HARARY (São Paulo, SP) * A admissão do processo de impeachment contra a presidente, sem que tenha havido dolo em sua conduta, foi golpe. Golpe parlamentar. Pouco mais de 342 deputados jogaram no lixo 54 milhões de votos populares. A maior parte nem sabia direito o conteúdo jurídico do que estava votando. TALES CASTELO BRANCO (São Paulo, SP) * É chegado o momento de a presidente dirigir-se aos seus 54 milhões de eleitores e anunciar que renuncia porque seu governo se tornou inviável diante da oposição sistemática e irracional da Câmara. Eles a compreenderão. AFRANIO BORGES DE FREITAS (Ribeirão Preto, SP) * Admiro Maria Rita Kehl e concordo plenamente com várias considerações suas sobre a presidente Dilma ("Querida presidente Dilma", Tendências/Debates, 18/4). Votei em Dilma em 2010, mas é preciso reconhecer que ela demonstrou total incompetência para governar. Os milhões de desempregados estão torcendo para o impeachment se concretizar. MARCOS LEITE DE SOUZA (Carapicuiba, SP) * Sobre a votação na Câmara: a mobilização popular espontânea produz efeitos e não pode ser subestimada; a quantidade de bobagens ditas pelos deputados é enorme; o poder de Eduardo Cunha é assustador. Outra coisa: acreditava no bom senso de José Eduardo Cardozo, mas sua atitude como chefe da AGU ficou ridícula. ANDRÉ COUTINHO (Campinas, SP) * Pondé nos alerta para a eventual presença de "novas Dilmas" ao lado de nossas filhas nas escolas "esquerdistas". Estaria mais preocupado com a presença de "pequenos Hitlers" na Folha e no meio de nós. ALVARO PUNTONI (São Paulo, SP) * A aprovação na Câmara foi considerada uma grande e importante conquista por muitas pessoas, porém isso foi apenas o primeiro passo para o bem maior. Muitos acreditam que Dilma seja o único problema do Brasil. Não veem que são poucos os políticos que estão legitimamente tentando melhorar o país. ANNA BEATRIZ FERRONATO PIMENTEL, estudante (Curitiba, PR) * Enquanto na Europa são considerados crimes alguns tipos de referência ao nazismo/fascismo, aqui no Brasil, em plena Câmara dos Deputados, Bolsonaro prestou uma homenagem ao general Ustra, em uma cínica apologia da ditadura militar. Com isso, trouxe à tona um tempo em que a nossa Constituição foi violada, assim como os direitos mais elementares de todos os cidadãos. Os militares lançaram mão do mesmo discurso que escutamos durante a votação: Deus, pátria e família. ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG) * Nossos deputados se traem por meio de suas próprias palavras. A grande maioria votou pela família, pai, mãe, esposa, filhos e até netos... Isso nos leva a crer que estão na Câmara por interesses próprios, e não pelo povo brasileiro. Lamentável. STELLA MARIA DE AGUIAR BESSI, psicóloga (São Paulo, SP) * Se algum jornal internacional conseguir traduzir todas as asneiras ditas pelos nobres deputados quando apenas deveriam dizer sim ou não, morreremos de vergonha perante o mundo. Tomara que não consigam. JOSUÉ LUIZ HENTZ (São João da Boa Vista, SP) * Eu sempre afirmei que os políticos representavam a si próprios. Os deputados deram como justificativa a segurança e conforto dos seus familiares. Ninguém lembrou que eles foram eleitos para representar o povo. Fiquei abismada com a falta de cultura e educação dos nossos deputados. SATIKO MOTOIE SIMMIO (São Paulo, SP) * Se o resultado foi bom para a maioria, o processo foi absolutamente vergonhoso. Penso que, como acontece em todas as outras profissões, o político deveria estudar. E muito! ARALYS BORGES DE FREITAS (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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Ódio político deve acabar, diz leitoraAcabou o governo Dilma e o ódio politico também terá que acabar. Lutamos por um Brasil passado a limpo, então vamos dar continuidade a isso. Temer, com certeza, tem mais experiência política e administrativa que Dilma. Vamos torcer para que o país avance. CREUSA COLAÇO MONTE ALEGRE (São Paulo, SP) * Não poderia ser mais exata e direta a observação do ministro Gilmar Mendes: "Se alguém depende de intervenção judicial para se manter no cargo, não tem mais condições de estar no cargo". Simples assim. LUCIANO HARARY (São Paulo, SP) * A admissão do processo de impeachment contra a presidente, sem que tenha havido dolo em sua conduta, foi golpe. Golpe parlamentar. Pouco mais de 342 deputados jogaram no lixo 54 milhões de votos populares. A maior parte nem sabia direito o conteúdo jurídico do que estava votando. TALES CASTELO BRANCO (São Paulo, SP) * É chegado o momento de a presidente dirigir-se aos seus 54 milhões de eleitores e anunciar que renuncia porque seu governo se tornou inviável diante da oposição sistemática e irracional da Câmara. Eles a compreenderão. AFRANIO BORGES DE FREITAS (Ribeirão Preto, SP) * Admiro Maria Rita Kehl e concordo plenamente com várias considerações suas sobre a presidente Dilma ("Querida presidente Dilma", Tendências/Debates, 18/4). Votei em Dilma em 2010, mas é preciso reconhecer que ela demonstrou total incompetência para governar. Os milhões de desempregados estão torcendo para o impeachment se concretizar. MARCOS LEITE DE SOUZA (Carapicuiba, SP) * Sobre a votação na Câmara: a mobilização popular espontânea produz efeitos e não pode ser subestimada; a quantidade de bobagens ditas pelos deputados é enorme; o poder de Eduardo Cunha é assustador. Outra coisa: acreditava no bom senso de José Eduardo Cardozo, mas sua atitude como chefe da AGU ficou ridícula. ANDRÉ COUTINHO (Campinas, SP) * Pondé nos alerta para a eventual presença de "novas Dilmas" ao lado de nossas filhas nas escolas "esquerdistas". Estaria mais preocupado com a presença de "pequenos Hitlers" na Folha e no meio de nós. ALVARO PUNTONI (São Paulo, SP) * A aprovação na Câmara foi considerada uma grande e importante conquista por muitas pessoas, porém isso foi apenas o primeiro passo para o bem maior. Muitos acreditam que Dilma seja o único problema do Brasil. Não veem que são poucos os políticos que estão legitimamente tentando melhorar o país. ANNA BEATRIZ FERRONATO PIMENTEL, estudante (Curitiba, PR) * Enquanto na Europa são considerados crimes alguns tipos de referência ao nazismo/fascismo, aqui no Brasil, em plena Câmara dos Deputados, Bolsonaro prestou uma homenagem ao general Ustra, em uma cínica apologia da ditadura militar. Com isso, trouxe à tona um tempo em que a nossa Constituição foi violada, assim como os direitos mais elementares de todos os cidadãos. Os militares lançaram mão do mesmo discurso que escutamos durante a votação: Deus, pátria e família. ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG) * Nossos deputados se traem por meio de suas próprias palavras. A grande maioria votou pela família, pai, mãe, esposa, filhos e até netos... Isso nos leva a crer que estão na Câmara por interesses próprios, e não pelo povo brasileiro. Lamentável. STELLA MARIA DE AGUIAR BESSI, psicóloga (São Paulo, SP) * Se algum jornal internacional conseguir traduzir todas as asneiras ditas pelos nobres deputados quando apenas deveriam dizer sim ou não, morreremos de vergonha perante o mundo. Tomara que não consigam. JOSUÉ LUIZ HENTZ (São João da Boa Vista, SP) * Eu sempre afirmei que os políticos representavam a si próprios. Os deputados deram como justificativa a segurança e conforto dos seus familiares. Ninguém lembrou que eles foram eleitos para representar o povo. Fiquei abismada com a falta de cultura e educação dos nossos deputados. SATIKO MOTOIE SIMMIO (São Paulo, SP) * Se o resultado foi bom para a maioria, o processo foi absolutamente vergonhoso. Penso que, como acontece em todas as outras profissões, o político deveria estudar. E muito! ARALYS BORGES DE FREITAS (São Paulo, SP) * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@grupofolha.com.br
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O príncipe e os súditos
BRASÍLIA - Herdeiro da maior empreiteira do país, o executivo Marcelo Odebrecht é conhecido pelo apelido de príncipe. Nesta terça, ele deixou a prisão para ser cortejado por um diligente grupo de súditos: os deputados da CPI da Petrobras. O depoimento se transformou em uma ação entre amigos. Os inquisidores pareciam concorrer para ver quem elogiava mais o empresário, que responde a ação penal por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. "Senhor Marcelo, é a primeira vez que tenho a oportunidade de estar pessoalmente no mesmo ambiente que o senhor", desmanchou-se Altineu Côrtes (PR-RJ). Depois, ele disse conhecer empregados da Odebrecht que sentem "profundo orgulho" do patrão. Só faltou pedir autógrafo. Valmir Prascidelli (PT-SP) formulou uma pergunta curiosa ao investigado. "O sr. acha adequada e correta a sua prisão, considerando que sempre se colocou à disposição da Justiça?" Odebrecht retribuiu, sensibilizado: "Agradeço muito as perguntas que o sr. está fazendo, porque elas seriam as minhas respostas". Delegado Waldir (PSDB-GO), que na véspera chamara José Dirceu de "ladrão", parecia outra pessoa. "Parabéns, eu também me orgulho muito do meu pai", disse, quando o empreiteiro citou o patriarca Emilio. Outro tucano, Bruno Covas (PSDB-SP), se mostrou compreensivo quando o réu se recusou a responder perguntas: "Não precisa pedir desculpas, até porque é um direito seu". É elogiável que os deputados façam perguntas em tom educado. Mas o excesso de mesuras ficou constrangedor até para os padrões da CPI, que tem se empenhado em proteger réus e perseguir delatores da Lava Jato. No fim, Carlos Andrade (PHS-RR) quis saber se o executivo continua a defender o financiamento privado de campanhas. Em 2014, o grupo Odebrecht doou R$ 918 mil a deputados da CPI. "Sou a favor, sempre fui", respondeu o príncipe encarcerado. Os súditos pareceram respirar aliviados.
colunas
O príncipe e os súditosBRASÍLIA - Herdeiro da maior empreiteira do país, o executivo Marcelo Odebrecht é conhecido pelo apelido de príncipe. Nesta terça, ele deixou a prisão para ser cortejado por um diligente grupo de súditos: os deputados da CPI da Petrobras. O depoimento se transformou em uma ação entre amigos. Os inquisidores pareciam concorrer para ver quem elogiava mais o empresário, que responde a ação penal por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. "Senhor Marcelo, é a primeira vez que tenho a oportunidade de estar pessoalmente no mesmo ambiente que o senhor", desmanchou-se Altineu Côrtes (PR-RJ). Depois, ele disse conhecer empregados da Odebrecht que sentem "profundo orgulho" do patrão. Só faltou pedir autógrafo. Valmir Prascidelli (PT-SP) formulou uma pergunta curiosa ao investigado. "O sr. acha adequada e correta a sua prisão, considerando que sempre se colocou à disposição da Justiça?" Odebrecht retribuiu, sensibilizado: "Agradeço muito as perguntas que o sr. está fazendo, porque elas seriam as minhas respostas". Delegado Waldir (PSDB-GO), que na véspera chamara José Dirceu de "ladrão", parecia outra pessoa. "Parabéns, eu também me orgulho muito do meu pai", disse, quando o empreiteiro citou o patriarca Emilio. Outro tucano, Bruno Covas (PSDB-SP), se mostrou compreensivo quando o réu se recusou a responder perguntas: "Não precisa pedir desculpas, até porque é um direito seu". É elogiável que os deputados façam perguntas em tom educado. Mas o excesso de mesuras ficou constrangedor até para os padrões da CPI, que tem se empenhado em proteger réus e perseguir delatores da Lava Jato. No fim, Carlos Andrade (PHS-RR) quis saber se o executivo continua a defender o financiamento privado de campanhas. Em 2014, o grupo Odebrecht doou R$ 918 mil a deputados da CPI. "Sou a favor, sempre fui", respondeu o príncipe encarcerado. Os súditos pareceram respirar aliviados.
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Leitor critica Chico César que atacou ruralistas por gastarem muita água
O "engajado" cantor Chico César ataca os ruralistas por gastarem "um quatrilhão de litros de água" (Chico César se divide entre o amor e o engajamento em novo álbum). Mas, em sua casa, em São Paulo, há piscina. E seus dois cachorrões consomem muita ração animal, oriunda da produção agropecuária. Seus dois cachorrões consomem mais proteína animal do que 20 índios da Paraíba. Tempo contraditório. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Leitor critica Chico César que atacou ruralistas por gastarem muita águaO "engajado" cantor Chico César ataca os ruralistas por gastarem "um quatrilhão de litros de água" (Chico César se divide entre o amor e o engajamento em novo álbum). Mas, em sua casa, em São Paulo, há piscina. E seus dois cachorrões consomem muita ração animal, oriunda da produção agropecuária. Seus dois cachorrões consomem mais proteína animal do que 20 índios da Paraíba. Tempo contraditório. * * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Importados ganham espaço na produção da indústria
Com o câmbio mais estável e atrativo e o aumento da fabricação de bens duráveis, as importações de insumos tiveram neste ano a maior participação na produção industrial brasileira para um primeiro trimestre desde 2005. De janeiro a março, a indústria usou em sua produção 14% a mais de bens intermediários comprados de outros países ante mesmo período de 2016, segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). A expansão na importação é reflexo, em parte, do desempenho da produção de bens duráveis, como automóveis e eletrônicos, que cresceu 8,7% de janeiro a abril deste ano, aumentando a demanda por esses insumos. Sinaliza também que a maior estabilidade do dólar em relação ao real vem levando a indústria a apostar mais nos importados para suprir sua demanda. No primeiro semestre de 2016, em meio ao cenário político conturbado que culminou no impeachment de Dilma Rousseff, a forte valorização do dólar e a própria turbulência econômica inibiram compras de outros países. TEM IMPORTADO NA INDÚSTRIA - Insumos importados têm maior participação no 1º trimestre desde 2005<br><br><b>Índice de tendência de participação dos importados</b> "De meados do ano passado para cá houve uma certa estabilização do câmbio em um patamar que não é proibitivo às importações, de R$ 3, R$ 3,30. E o fato de ter previsibilidade também ajuda bastante", diz Fernando Ribeiro, pesquisador do Ipea. Para Rafael Cagnin, economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), esse aumento de participação tem a ver com a recuperação da produção de segmentos em que o uso de importados de maior valor agregado é alto. Outro fator, na avaliação do economista do Iedi, é o bom momento da produção agrícola, que eleva a importação, por exemplo, de defensivos agrícolas e fertilizantes. O cálculo da fatia dos importados na indústria é feito dividindo-se a quantidade de produtos comprados de outros países pelo chamado consumo aparente da indústria, que exclui as exportações para medir melhor o impacto na atividade econômica dentro do país. RECUPERAÇÃO LENTA Se por um lado a alta do peso desse tipo de importado na produção é positiva, pois indica recuperação de parte da indústria, por outro a avaliação é que acaba deixando a reação da economia como um todo um pouco mais lenta. "A integração com outros países é um processo bom para os países. Mas em períodos de recuperação, quanto mais elos internos da cadeia favorecerem um ao outro, mais rapidamente a recuperação acontece", afirma Cagnin. "Quando isso não ocorre, há um escape do dinamismo da economia."
mercado
Importados ganham espaço na produção da indústriaCom o câmbio mais estável e atrativo e o aumento da fabricação de bens duráveis, as importações de insumos tiveram neste ano a maior participação na produção industrial brasileira para um primeiro trimestre desde 2005. De janeiro a março, a indústria usou em sua produção 14% a mais de bens intermediários comprados de outros países ante mesmo período de 2016, segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). A expansão na importação é reflexo, em parte, do desempenho da produção de bens duráveis, como automóveis e eletrônicos, que cresceu 8,7% de janeiro a abril deste ano, aumentando a demanda por esses insumos. Sinaliza também que a maior estabilidade do dólar em relação ao real vem levando a indústria a apostar mais nos importados para suprir sua demanda. No primeiro semestre de 2016, em meio ao cenário político conturbado que culminou no impeachment de Dilma Rousseff, a forte valorização do dólar e a própria turbulência econômica inibiram compras de outros países. TEM IMPORTADO NA INDÚSTRIA - Insumos importados têm maior participação no 1º trimestre desde 2005<br><br><b>Índice de tendência de participação dos importados</b> "De meados do ano passado para cá houve uma certa estabilização do câmbio em um patamar que não é proibitivo às importações, de R$ 3, R$ 3,30. E o fato de ter previsibilidade também ajuda bastante", diz Fernando Ribeiro, pesquisador do Ipea. Para Rafael Cagnin, economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), esse aumento de participação tem a ver com a recuperação da produção de segmentos em que o uso de importados de maior valor agregado é alto. Outro fator, na avaliação do economista do Iedi, é o bom momento da produção agrícola, que eleva a importação, por exemplo, de defensivos agrícolas e fertilizantes. O cálculo da fatia dos importados na indústria é feito dividindo-se a quantidade de produtos comprados de outros países pelo chamado consumo aparente da indústria, que exclui as exportações para medir melhor o impacto na atividade econômica dentro do país. RECUPERAÇÃO LENTA Se por um lado a alta do peso desse tipo de importado na produção é positiva, pois indica recuperação de parte da indústria, por outro a avaliação é que acaba deixando a reação da economia como um todo um pouco mais lenta. "A integração com outros países é um processo bom para os países. Mas em períodos de recuperação, quanto mais elos internos da cadeia favorecerem um ao outro, mais rapidamente a recuperação acontece", afirma Cagnin. "Quando isso não ocorre, há um escape do dinamismo da economia."
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Escolas de SP aproveitam Jogos e levam o espírito olímpico para as aulas
Os Jogos Olímpicos do Rio vão centralizar as atenções do país a partir de sexta-feira (5), dia da abertura. Como o calendário de aulas será mantido em São Paulo, muitas escolas vão aproveitar o potencial interdisciplinar do evento para levar a Olimpíada para dentro da sala de aula. Além de ampliar a atenção aos esportes, os Jogos impulsionam abordagens sobre história, geografia, física e até culinária. "Sempre que há um grande evento buscamos trazer para dentro da escola", explica a educadora Adriana Cury, diretora da Escola Santi, no Paraíso, zona sul. Com os Jogos no Brasil, a unidade investiu em atividades da educação infantil ao ensino fundamental. A partir da volta às aulas, nesta segunda (1º), os alunos do 1º ano vão criar e alimentar um mural com notícias e informações sobre as competições. "No 5º ano, as turmas estão fazendo um estudo de ciências sociais sobre os impactos dos Jogos no Rio e nas cidades que já receberam edições", diz Cury. "São muitas atividades interdisciplinares". Os pequenos, de até 5 anos, têm conhecido os esportes por meio das brincadeiras nas aulas e no recreio. As escolas têm trabalhado a Olimpíada desde o começo do ano. A rede estadual de São Paulo, que também volta às aulas segunda, realizou uma formação com professores de educação física e coordenadores sobre os valores olímpicos e paraolímpicos. Na rede municipal paulistana, houve competições nos CEUs (Centros Educacionais Unificados). Até 26 de agosto, alunos poderão participar do programa, realizado no estádio do Pacaembu, em que vivenciam um circuito com modalidades como vôlei, rúgbi e taekwondo. POSSIBILIDADES A maioria das competições começa no sábado, 6, e segue até o dia 21. Participam mais de 10 mil atletas, de 206 países, em 42 modalidades. O Colégio Graphein, em Perdizes (zona oeste), vai realizar votações entre os alunos para decidir quais competições passarão no telão da escola, no auditório. A escola preparou um "clima olímpico" para a volta às aulas, com mural de medalhas e bambolês lembrando os anéis olímpicos. A coordenadora pedagógica, Camila D'Amico, explica que o projeto envolve todas as disciplinas. "Com os Jogos, consigo trabalhar história, geografia, química, matemática, além de valores como competir, ganhar e perder", diz ela, ressaltando que as paraolimpíadas terão a mesma atenção na escola. "Também aproveitamos a mitologia grega para trabalhar com os adolescentes as emoções pelas características dos deuses gregos", diz. Em matemática, os alunos farão passeios ciclísticos para analisar a quantidade de pedaladas necessárias para percorrer determinados trajetos, por exemplo. Em geografia, os Jogos facilitam os estudos de mapas. O espírito de celebração à união dos povos aparece também na comida. "Todas as salas terão culinária de diferentes países", diz ela. Mesmo sem valer medalha, o colégio Stance Dual, na Bela Vista (centro), terá torneios de várias modalidades, como natação e handebol. "Os alunos vão simular a escolha dos países, a ideia é manter a ligação com que estará acontecendo no Rio", diz o coordenador da educação física, Claudio Fernandes. Um mural no Colégio Equipe, de Higienópolis (centro), será abastecido com a história e detalhes de esportes menos populares, como tiro com arco. "Primeiro colocamos as descrições dos esportes, sem os nomes, para depois completarmos", diz o professor Francisco Tognonato. Só haverá transmissão de jogos na escola em casos específicos, como em disputas de medalhas nas quais atletas do Brasil tenham chances. "Mas vamos lançar um blog para os alunos atualizarem." D'Amico, do Graphein, lembra que a experiência da Copa do Mundo foi parecida. "Tudo foi legal até os 7 a 1", brinca. "Tomara que agora acabe diferente."
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Escolas de SP aproveitam Jogos e levam o espírito olímpico para as aulasOs Jogos Olímpicos do Rio vão centralizar as atenções do país a partir de sexta-feira (5), dia da abertura. Como o calendário de aulas será mantido em São Paulo, muitas escolas vão aproveitar o potencial interdisciplinar do evento para levar a Olimpíada para dentro da sala de aula. Além de ampliar a atenção aos esportes, os Jogos impulsionam abordagens sobre história, geografia, física e até culinária. "Sempre que há um grande evento buscamos trazer para dentro da escola", explica a educadora Adriana Cury, diretora da Escola Santi, no Paraíso, zona sul. Com os Jogos no Brasil, a unidade investiu em atividades da educação infantil ao ensino fundamental. A partir da volta às aulas, nesta segunda (1º), os alunos do 1º ano vão criar e alimentar um mural com notícias e informações sobre as competições. "No 5º ano, as turmas estão fazendo um estudo de ciências sociais sobre os impactos dos Jogos no Rio e nas cidades que já receberam edições", diz Cury. "São muitas atividades interdisciplinares". Os pequenos, de até 5 anos, têm conhecido os esportes por meio das brincadeiras nas aulas e no recreio. As escolas têm trabalhado a Olimpíada desde o começo do ano. A rede estadual de São Paulo, que também volta às aulas segunda, realizou uma formação com professores de educação física e coordenadores sobre os valores olímpicos e paraolímpicos. Na rede municipal paulistana, houve competições nos CEUs (Centros Educacionais Unificados). Até 26 de agosto, alunos poderão participar do programa, realizado no estádio do Pacaembu, em que vivenciam um circuito com modalidades como vôlei, rúgbi e taekwondo. POSSIBILIDADES A maioria das competições começa no sábado, 6, e segue até o dia 21. Participam mais de 10 mil atletas, de 206 países, em 42 modalidades. O Colégio Graphein, em Perdizes (zona oeste), vai realizar votações entre os alunos para decidir quais competições passarão no telão da escola, no auditório. A escola preparou um "clima olímpico" para a volta às aulas, com mural de medalhas e bambolês lembrando os anéis olímpicos. A coordenadora pedagógica, Camila D'Amico, explica que o projeto envolve todas as disciplinas. "Com os Jogos, consigo trabalhar história, geografia, química, matemática, além de valores como competir, ganhar e perder", diz ela, ressaltando que as paraolimpíadas terão a mesma atenção na escola. "Também aproveitamos a mitologia grega para trabalhar com os adolescentes as emoções pelas características dos deuses gregos", diz. Em matemática, os alunos farão passeios ciclísticos para analisar a quantidade de pedaladas necessárias para percorrer determinados trajetos, por exemplo. Em geografia, os Jogos facilitam os estudos de mapas. O espírito de celebração à união dos povos aparece também na comida. "Todas as salas terão culinária de diferentes países", diz ela. Mesmo sem valer medalha, o colégio Stance Dual, na Bela Vista (centro), terá torneios de várias modalidades, como natação e handebol. "Os alunos vão simular a escolha dos países, a ideia é manter a ligação com que estará acontecendo no Rio", diz o coordenador da educação física, Claudio Fernandes. Um mural no Colégio Equipe, de Higienópolis (centro), será abastecido com a história e detalhes de esportes menos populares, como tiro com arco. "Primeiro colocamos as descrições dos esportes, sem os nomes, para depois completarmos", diz o professor Francisco Tognonato. Só haverá transmissão de jogos na escola em casos específicos, como em disputas de medalhas nas quais atletas do Brasil tenham chances. "Mas vamos lançar um blog para os alunos atualizarem." D'Amico, do Graphein, lembra que a experiência da Copa do Mundo foi parecida. "Tudo foi legal até os 7 a 1", brinca. "Tomara que agora acabe diferente."
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'Pílula do câncer' fez de médico e paciente 'adversários', diz oncologista
A última mesa do primeiro dia do Fórum O Futuro do Combate ao Câncer, realizado pela Folha, abordou um dos temas mais polêmicos dos últimos tempos quando se fala de câncer: as pílulas de fosfoetanolamina da USP.As alegadas "pílulas anti-câncer" tiveram sua produção e distribuição aprovadas pelo Senado Federal na semana passada, mesmo obtendo resultados desfavoráveis nos primeiros testes clínicos, e agora seguem para sanção da presidente Dilma.A mesa contou com a presença de Gilberto Lopes, diretor científico do Grupo Oncoclínicas e professor associado da Faculdade Johns Hopkins, nos EUA; Mauricio Tuffani, editor-chefe da revista "Scientific American Brasil" e blogueiro da Folha; e Helano Carioca Freitas, coordenador de pesquisa clínica do A.C. Camargo Cancer Center.Saiba mais em http://folha.com/no1755197
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'Pílula do câncer' fez de médico e paciente 'adversários', diz oncologistaA última mesa do primeiro dia do Fórum O Futuro do Combate ao Câncer, realizado pela Folha, abordou um dos temas mais polêmicos dos últimos tempos quando se fala de câncer: as pílulas de fosfoetanolamina da USP.As alegadas "pílulas anti-câncer" tiveram sua produção e distribuição aprovadas pelo Senado Federal na semana passada, mesmo obtendo resultados desfavoráveis nos primeiros testes clínicos, e agora seguem para sanção da presidente Dilma.A mesa contou com a presença de Gilberto Lopes, diretor científico do Grupo Oncoclínicas e professor associado da Faculdade Johns Hopkins, nos EUA; Mauricio Tuffani, editor-chefe da revista "Scientific American Brasil" e blogueiro da Folha; e Helano Carioca Freitas, coordenador de pesquisa clínica do A.C. Camargo Cancer Center.Saiba mais em http://folha.com/no1755197
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Vencedores destacam visibilidade e credibilidade após prêmio em 2016
Após vencerem a 12ª edição do Prêmio Empreendedor Social, realizado nesta segunda-feira (7), no Teatro Porto Seguro, em São Paulo, quatro líderes mais inovadores do Brasil em três categorias da premiação planejam aumentar impacto e projetar suas iniciativas nacional e internacionalmente. A maior chancela socioambiental da América Latina selecionou e premiou Carlos Pereira, 38, fundador da Livox, como Empreendedor Social de 2016; de Nina Valentini, 29, do Instituto Arredondar, como Empreendedora Social de Futuro; e Lucas Corvacho, 28, e Jonas Lessa, 25, criadores do Retalhar, que tiveram 24,9% dos votos dos internautas na categoria Escolha do Leitor. "Vou continuar trabalhando, fazendo a minha parte para impactar ainda mais pessoas, principalmente as que são usuárias da Livox", afirma Pereira, que se diz surpreso com a vitória "devido à qualidade dos outras iniciativas" com as quais disputava na categoria principal, a Morada da Floresta, criada por Cláudio Spínola, e a Magnameg, fundada por Tatsuo Suzuki. "Me sinto honrado de ter sido escolhido pela Folha", disse o empreendedor do ano, que vislumbra o ganho de visibilidade após a ampla divulgação promovida pelo jornal. Pereira e demais premiados e finalistas passam a integrar a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais. Como Empreendedor Social do ano, ele recebe entre os benefícios cursos, capacitações e será avaliado para entrar na Rede Schwab de Empreendedores Sociais, após ser avaliado pela fundação coirmã do Fórum Econômico Mundial. "A Rede Schwab é muito grande e o prêmio é bastante prestigioso", diz. "Eu o vejo como investigativo, o pessoal vai fundo mesmo, procura saber se é verdade o que está acontecendo para poder concedê-lo." Pereira foi escolhido por ter se tornado empreendedor social, após criar o Livox, aplicativo que permite a comunicação de pessoas com deficiências ou doenças que afetem a fala. A tecnologia brasileira foi desenvolvida para que ele pudesse se comunicar com a filha, Clara, 9, que tem paralisia cerebral devido a um erro no parto. A consagração de Pereira, assim como de Valentini, veio das decisões e notas de um júri composto por nove especialistas em suas respectivas áreas. Eles avaliaram detalhados relatórios preparados por um time de jornalistas da Folha e consultores que foram a campo coletar informações e impressões sobre o trabalho dos sete finalistas do ano, nas duas categorias, além de realizar entrevistas com suas famílias, equipes de trabalho, parceiros, amigos, patrocinadores e beneficiários. Os vencedores foram escolhidos por Hilde Schwab, presidente do conselho da Fundação Schwab para Empreendedores Sociais; Elie Horn, fundador e presidente do conselho da Cyrela, incorporadora e construtora; Maria Cristina Frias, colunista de "Mercado" na Folha; e Alexandra Loras, ex-consulesa da França e ativista do empoderamento da mulher negra. Também integram o júri Ana Paula Vescovi, secretária do Tesouro Nacional; Cláudio Sassaki e Eduardo Bontempo, cofundadores da Geekie e vencedores do prêmio em 2014; Ana Lucia Villela, presidente do Instituto Alana; e Ricardo Siqueira, diretor-executivo de relações institucionais da Fundação Dom Cabral. O editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, frisa o trabalho dos nove jurados deste ano na escolha dos ganhadores. "Os seis concorrentes são muito interessantes. Se eu fosse jurado, teria dificuldade de escolher os dois vencedores." Dávila também destaca a emoção presente durante toda a cerimônia. "O empreendedor social do ano é um caso muito importante e o discurso que ele fez foi muito emocionante e o mesmo o da empreendedora de futuro". Há 12 anos, a Folha é parceira da Fundação Schwab, coirmã do Fórum Econômico Mundial, e juntas já reconheceram 14 líderes inovadores no país. Karen Demavivas, chefe para as Américas da fundação suíça, que esteve presente na cerimônia em nome de Hilde Schwab, destaca a importância de reconhecer projetos de inclusão e líderes sociais que estão contribuindo para o desenvolvimento da sociedade e da economia em um momento de desafio econômico para o Brasil. "O espírito empreendedor se torna mais importante do que nunca para restaurar a fé na sociedade civil, no mercado, no engajamento cívico e sobretudo no compromisso com a responsabilidade e a transparência", afirma Demavivas. FUTURO E ESCOLHA DO LEITOR Aos 29 anos, Valentini se tornou a empreendedora social mais inovadora do Brasil com até 35 anos. O Instituto Arredondar, uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), que permite e incentiva microdoações no país, a levou à conquista em 2016. "Esse processo de avaliação muito longo tem um valor grande para quem está na área por ser reconhecido não só publicamente, mas também por especialistas que avaliam seu processo e veem que a organização está sólida", afirma a administradora. "A Folha divulgar as causas e projetos é fundamental. Essa visibilidade é muito importante para alavancar a iniciativa", diz Valentini, que pretende expandir horizontes internacionalmente se aproximando, por meio do prêmio, do Global Shapers, outra comunidade ligada ao Fórum Econômico Mundial. Valentini disputou a categoria de Futuro com Michael Kapps, cofundador da Tá.Na.Hora saúde digital, e a dupla Lessa e Corvacho. Os dois amigos que criaram a Retalhar contam que acionaram uma rede que inclui parceiros e familiares para votar no projeto de reciclagem de uniformes profissionais na categoria Escolha do Leitor. Eles receberam 24,9% dos votos na enquete popular, que tem o patrocínio exclusivo da Fundação Banco do Brasil. No total, mais de 150 mil internautas se engajaram no votação. Agora, a dupla pretende ampliar o impacto do negócio social e atingir outras grandes empresas após a vitória. "Esperamos que as grandes empresas nos procure para associar suas marcas à nossa, com a solução que temos para o resíduo têxtil e mostrar como podemos transformar problemas em oportunidades compartilhadas", afirma Lessa. Corvacho diz que esse objetivo pode ser alcançado por meio do potencial de divulgação da Folha. "Vai fazer com que nossas ideias alcancem mais gente". O Prêmio Empreendedor Social tem patrocínio de Coca-Cola, Vivo, IEL, uma iniciativa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), e da Fundação Banco do Brasil. Conta com a LATAM como transportadora oficial e o apoio da Porto Seguro. UOL, ESPM e Fundação Dom Cabral são parceiros estratégicos.
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Vencedores destacam visibilidade e credibilidade após prêmio em 2016Após vencerem a 12ª edição do Prêmio Empreendedor Social, realizado nesta segunda-feira (7), no Teatro Porto Seguro, em São Paulo, quatro líderes mais inovadores do Brasil em três categorias da premiação planejam aumentar impacto e projetar suas iniciativas nacional e internacionalmente. A maior chancela socioambiental da América Latina selecionou e premiou Carlos Pereira, 38, fundador da Livox, como Empreendedor Social de 2016; de Nina Valentini, 29, do Instituto Arredondar, como Empreendedora Social de Futuro; e Lucas Corvacho, 28, e Jonas Lessa, 25, criadores do Retalhar, que tiveram 24,9% dos votos dos internautas na categoria Escolha do Leitor. "Vou continuar trabalhando, fazendo a minha parte para impactar ainda mais pessoas, principalmente as que são usuárias da Livox", afirma Pereira, que se diz surpreso com a vitória "devido à qualidade dos outras iniciativas" com as quais disputava na categoria principal, a Morada da Floresta, criada por Cláudio Spínola, e a Magnameg, fundada por Tatsuo Suzuki. "Me sinto honrado de ter sido escolhido pela Folha", disse o empreendedor do ano, que vislumbra o ganho de visibilidade após a ampla divulgação promovida pelo jornal. Pereira e demais premiados e finalistas passam a integrar a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais. Como Empreendedor Social do ano, ele recebe entre os benefícios cursos, capacitações e será avaliado para entrar na Rede Schwab de Empreendedores Sociais, após ser avaliado pela fundação coirmã do Fórum Econômico Mundial. "A Rede Schwab é muito grande e o prêmio é bastante prestigioso", diz. "Eu o vejo como investigativo, o pessoal vai fundo mesmo, procura saber se é verdade o que está acontecendo para poder concedê-lo." Pereira foi escolhido por ter se tornado empreendedor social, após criar o Livox, aplicativo que permite a comunicação de pessoas com deficiências ou doenças que afetem a fala. A tecnologia brasileira foi desenvolvida para que ele pudesse se comunicar com a filha, Clara, 9, que tem paralisia cerebral devido a um erro no parto. A consagração de Pereira, assim como de Valentini, veio das decisões e notas de um júri composto por nove especialistas em suas respectivas áreas. Eles avaliaram detalhados relatórios preparados por um time de jornalistas da Folha e consultores que foram a campo coletar informações e impressões sobre o trabalho dos sete finalistas do ano, nas duas categorias, além de realizar entrevistas com suas famílias, equipes de trabalho, parceiros, amigos, patrocinadores e beneficiários. Os vencedores foram escolhidos por Hilde Schwab, presidente do conselho da Fundação Schwab para Empreendedores Sociais; Elie Horn, fundador e presidente do conselho da Cyrela, incorporadora e construtora; Maria Cristina Frias, colunista de "Mercado" na Folha; e Alexandra Loras, ex-consulesa da França e ativista do empoderamento da mulher negra. Também integram o júri Ana Paula Vescovi, secretária do Tesouro Nacional; Cláudio Sassaki e Eduardo Bontempo, cofundadores da Geekie e vencedores do prêmio em 2014; Ana Lucia Villela, presidente do Instituto Alana; e Ricardo Siqueira, diretor-executivo de relações institucionais da Fundação Dom Cabral. O editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, frisa o trabalho dos nove jurados deste ano na escolha dos ganhadores. "Os seis concorrentes são muito interessantes. Se eu fosse jurado, teria dificuldade de escolher os dois vencedores." Dávila também destaca a emoção presente durante toda a cerimônia. "O empreendedor social do ano é um caso muito importante e o discurso que ele fez foi muito emocionante e o mesmo o da empreendedora de futuro". Há 12 anos, a Folha é parceira da Fundação Schwab, coirmã do Fórum Econômico Mundial, e juntas já reconheceram 14 líderes inovadores no país. Karen Demavivas, chefe para as Américas da fundação suíça, que esteve presente na cerimônia em nome de Hilde Schwab, destaca a importância de reconhecer projetos de inclusão e líderes sociais que estão contribuindo para o desenvolvimento da sociedade e da economia em um momento de desafio econômico para o Brasil. "O espírito empreendedor se torna mais importante do que nunca para restaurar a fé na sociedade civil, no mercado, no engajamento cívico e sobretudo no compromisso com a responsabilidade e a transparência", afirma Demavivas. FUTURO E ESCOLHA DO LEITOR Aos 29 anos, Valentini se tornou a empreendedora social mais inovadora do Brasil com até 35 anos. O Instituto Arredondar, uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), que permite e incentiva microdoações no país, a levou à conquista em 2016. "Esse processo de avaliação muito longo tem um valor grande para quem está na área por ser reconhecido não só publicamente, mas também por especialistas que avaliam seu processo e veem que a organização está sólida", afirma a administradora. "A Folha divulgar as causas e projetos é fundamental. Essa visibilidade é muito importante para alavancar a iniciativa", diz Valentini, que pretende expandir horizontes internacionalmente se aproximando, por meio do prêmio, do Global Shapers, outra comunidade ligada ao Fórum Econômico Mundial. Valentini disputou a categoria de Futuro com Michael Kapps, cofundador da Tá.Na.Hora saúde digital, e a dupla Lessa e Corvacho. Os dois amigos que criaram a Retalhar contam que acionaram uma rede que inclui parceiros e familiares para votar no projeto de reciclagem de uniformes profissionais na categoria Escolha do Leitor. Eles receberam 24,9% dos votos na enquete popular, que tem o patrocínio exclusivo da Fundação Banco do Brasil. No total, mais de 150 mil internautas se engajaram no votação. Agora, a dupla pretende ampliar o impacto do negócio social e atingir outras grandes empresas após a vitória. "Esperamos que as grandes empresas nos procure para associar suas marcas à nossa, com a solução que temos para o resíduo têxtil e mostrar como podemos transformar problemas em oportunidades compartilhadas", afirma Lessa. Corvacho diz que esse objetivo pode ser alcançado por meio do potencial de divulgação da Folha. "Vai fazer com que nossas ideias alcancem mais gente". O Prêmio Empreendedor Social tem patrocínio de Coca-Cola, Vivo, IEL, uma iniciativa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), e da Fundação Banco do Brasil. Conta com a LATAM como transportadora oficial e o apoio da Porto Seguro. UOL, ESPM e Fundação Dom Cabral são parceiros estratégicos.
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San Francisco testa tinta que 'devolve' xixi feito em muros
Quem tem o hábito de urinar em público em San Francisco que se cuide: autoridades estão testando, em muros de áreas mais "problemáticas", uma nova tinta repelente que joga o líquido de volta. Segundo um porta-voz da agência de obras públicas da cidade, qualquer um que tentar urinar contra uma parede tratada com a nova tinta poderá ser atingido pelo líquido. Ultra Ever Dry O diretor da agência municipal americana teve ideia ao visitar um conhecido bairro de casas noturnas na Alemanha. A comunidade de St. Pauli, em Hamburgo, está usando a tinta há algum tempo para lidar com o problema causado pelo fluxo de milhões de turistas que visitam o bairro a cada ano. Em março, eles já haviam dito à BBC que a tinta parecia estar funcionando e o problema finalmente estava recebendo a atenção merecida. A tinta, chamada Ultra-Ever Dry, cria uma barreira de ar em frente à superfície que "repele completamente quase qualquer líquido", segundo os fabricantes. NOVE MUROS Ainda na fase de testes, as autoridades de San Francisco já pintaram nove muros em áreas perto de bares e em bairros com grande concentração de moradores sem-teto. Placas colocadas nas paredes, em inglês, chinês e espanhol, trazem as frases: "Segure!... Tente se aliviar em um local apropriado". "A ideia é que eles pensem duas vezes antes de urinar em público", disse Rachel Gordon, porta-voz do Departamento de Obras Públicas de San Francisco. "Recebemos muitas, muitas ligações de pessoas que queriam [a aplicação da tinta] na rua ou no prédio onde moram", acrescentou Rachel. A porta-voz disse que o custo da nova pintura nos muros é mais baixo do que o gasto com equipes de limpeza nas ruas mais atingidas pelo problema. Além disso, a prefeitura de San Francisco também planejou a instalação de mais banheiros públicos.
bbc
San Francisco testa tinta que 'devolve' xixi feito em murosQuem tem o hábito de urinar em público em San Francisco que se cuide: autoridades estão testando, em muros de áreas mais "problemáticas", uma nova tinta repelente que joga o líquido de volta. Segundo um porta-voz da agência de obras públicas da cidade, qualquer um que tentar urinar contra uma parede tratada com a nova tinta poderá ser atingido pelo líquido. Ultra Ever Dry O diretor da agência municipal americana teve ideia ao visitar um conhecido bairro de casas noturnas na Alemanha. A comunidade de St. Pauli, em Hamburgo, está usando a tinta há algum tempo para lidar com o problema causado pelo fluxo de milhões de turistas que visitam o bairro a cada ano. Em março, eles já haviam dito à BBC que a tinta parecia estar funcionando e o problema finalmente estava recebendo a atenção merecida. A tinta, chamada Ultra-Ever Dry, cria uma barreira de ar em frente à superfície que "repele completamente quase qualquer líquido", segundo os fabricantes. NOVE MUROS Ainda na fase de testes, as autoridades de San Francisco já pintaram nove muros em áreas perto de bares e em bairros com grande concentração de moradores sem-teto. Placas colocadas nas paredes, em inglês, chinês e espanhol, trazem as frases: "Segure!... Tente se aliviar em um local apropriado". "A ideia é que eles pensem duas vezes antes de urinar em público", disse Rachel Gordon, porta-voz do Departamento de Obras Públicas de San Francisco. "Recebemos muitas, muitas ligações de pessoas que queriam [a aplicação da tinta] na rua ou no prédio onde moram", acrescentou Rachel. A porta-voz disse que o custo da nova pintura nos muros é mais baixo do que o gasto com equipes de limpeza nas ruas mais atingidas pelo problema. Além disso, a prefeitura de San Francisco também planejou a instalação de mais banheiros públicos.
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Agência vê ajuste lento no mercado de petróleo após meses de excedente
Os mercados de petróleo começaram a apertar no segundo semestre deste ano, mas em ritmo lento, já que o crescimento da demanda global tem recuado e a oferta de fora da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) tem subido, informou nesta quinta-feira (11) a AIE (Agência Internacional de Energia). A entidade, em seu relatório mensal, projetou saudável queda nos estoques globais de petróleo nos próximos meses, o que ajudaria a amenizar o excedente que persiste desde 2014, na esteira do aumento da oferta da Opep e de países de fora do grupo. O excesso de oferta ajudou as cotações do Brent a caírem de US$ 115 em junho de 2014 para US$ 27 em janeiro deste ano. "A queda do petróleo... colocou o 'excedente' de volta ao noticiário, embora nossos balanços mostrem essencialmente que não haverá excesso de oferta no segundo semestre deste ano. Além disso, nosso balanço de petróleo indica robusta queda nos estoques no terceiro trimestre após prolongada série ininterrupta de altas", informou a agência. A agência estimou que o crescimento da demanda global será de 1,4 milhão de barris por dia em 2016, caindo para 1,2 milhão de barris por dia em 2017. A previsão para 2017 foi corte de 100 mil barris por dia ante o relatório do mês passado. A entidade projetou ainda queda na produção de países de fora da Opep de 900 mil barris por dia neste ano, e alta no bombeamento de 300 mil barris por dia no ano que vem.
mercado
Agência vê ajuste lento no mercado de petróleo após meses de excedenteOs mercados de petróleo começaram a apertar no segundo semestre deste ano, mas em ritmo lento, já que o crescimento da demanda global tem recuado e a oferta de fora da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) tem subido, informou nesta quinta-feira (11) a AIE (Agência Internacional de Energia). A entidade, em seu relatório mensal, projetou saudável queda nos estoques globais de petróleo nos próximos meses, o que ajudaria a amenizar o excedente que persiste desde 2014, na esteira do aumento da oferta da Opep e de países de fora do grupo. O excesso de oferta ajudou as cotações do Brent a caírem de US$ 115 em junho de 2014 para US$ 27 em janeiro deste ano. "A queda do petróleo... colocou o 'excedente' de volta ao noticiário, embora nossos balanços mostrem essencialmente que não haverá excesso de oferta no segundo semestre deste ano. Além disso, nosso balanço de petróleo indica robusta queda nos estoques no terceiro trimestre após prolongada série ininterrupta de altas", informou a agência. A agência estimou que o crescimento da demanda global será de 1,4 milhão de barris por dia em 2016, caindo para 1,2 milhão de barris por dia em 2017. A previsão para 2017 foi corte de 100 mil barris por dia ante o relatório do mês passado. A entidade projetou ainda queda na produção de países de fora da Opep de 900 mil barris por dia neste ano, e alta no bombeamento de 300 mil barris por dia no ano que vem.
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Drama negro era 'bem pior' nos anos 90, diz KL Jay, DJ dos Racionais MC's
ONTEM Racionais MC's representava... A voz. O drama do negro era... Bem pior. Eu ouvia... Funk, rap e R&B. O rap nacional era... Uma criança engatinhando. Da ponte pra cá tinha... Uma história a ser contada. Eu sonhava em... Ter uma BMW. Eu tocava para... Espalhar alegria. O hip-hop me ensinou a... Sair da Matrix. Eu me inspirava em... Malcom X. Polícia significava... Perigo. HOJE Racionais MC's representa... A voz. O drama do negro é... Menos pior. Eu ouço... Funk, rap, R&B, jazz e eletrônico. O rap nacional é... Um jovem que aprendeu a andar. Da ponte pra cá tem... Força. Eu sonho com... Um mundo melhor. Eu toco para... Curar as pessoas. O hip-hop me ensina a... A ser um divergente. Eu me inspiro em... Malcom X, Buda, Mandela, Jay Z etc. Polícia significa... O braço armado do Estado.
serafina
Drama negro era 'bem pior' nos anos 90, diz KL Jay, DJ dos Racionais MC'sONTEM Racionais MC's representava... A voz. O drama do negro era... Bem pior. Eu ouvia... Funk, rap e R&B. O rap nacional era... Uma criança engatinhando. Da ponte pra cá tinha... Uma história a ser contada. Eu sonhava em... Ter uma BMW. Eu tocava para... Espalhar alegria. O hip-hop me ensinou a... Sair da Matrix. Eu me inspirava em... Malcom X. Polícia significava... Perigo. HOJE Racionais MC's representa... A voz. O drama do negro é... Menos pior. Eu ouço... Funk, rap, R&B, jazz e eletrônico. O rap nacional é... Um jovem que aprendeu a andar. Da ponte pra cá tem... Força. Eu sonho com... Um mundo melhor. Eu toco para... Curar as pessoas. O hip-hop me ensina a... A ser um divergente. Eu me inspiro em... Malcom X, Buda, Mandela, Jay Z etc. Polícia significa... O braço armado do Estado.
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Pichações revelam aumento da intolerância religiosa no Rio
RIO DE JANEIRO - Multiplicam-se em ruas do Rio pichações com a frase: "Bíblia sim. Constituição não". Elas têm origem em um grupo de evangélicos liderados por um pastor que chegou a ser preso, sob a acusação de crime de intolerância religiosa. Passou menos de um mês na cadeia. Criou então o dia do pastor perseguido, em que protesta contra o que acredita ter sido um atentado à liberdade de expressão. O pastor volta e meia lidera manifestações públicas, que reúnem não mais do que 50 pessoas. Na mais recente, havia faixas contra o islamismo, a umbanda e o candomblé. O Corão é definido pelo pastor como "guia de estupros e assassinatos". Afirma que pais de santo são homossexuais. Dessa pregação radical saiu um grupo que invadiu e depredou um centro espírita no Catete. O pastor conclama seus seguidores a ignorarem a Constituição e seguirem a Bíblia. "Meu Deus não compactua com político. No Congresso Nacional, Jesus nunca entrou. Jesus me disse: onde entra a política, eu saio". O pastor se remunera vendendo álbuns nos quais transforma o ideário tosco em versos. O que impressiona é que a maioria dos seguidores de tal pastor é formada por jovens. Muitos têm menos de 20 anos e se orgulham de ir às ruas com camisas pretas e dizeres religiosos radicais. Ignoram citações bíblicas pacíficas: "Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum dos seus caminhos." (Provérbios 3:31). Identificam-se com as de tom agressivo: "A desgraça matará os ímpios; os que odeiam o justo serão condenados. (Salmos 34:21)". Grupos assim têm se multiplicado em áreas carentes do Rio. Alguns se aliaram a traficantes, "soldados da fé" a constranger adeptos de religiões de matriz africana. A intolerância se alimenta da ignorância e cultiva a raiz do ódio e do fanatismo. E alguém ainda ganha dinheiro com isso.
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Pichações revelam aumento da intolerância religiosa no RioRIO DE JANEIRO - Multiplicam-se em ruas do Rio pichações com a frase: "Bíblia sim. Constituição não". Elas têm origem em um grupo de evangélicos liderados por um pastor que chegou a ser preso, sob a acusação de crime de intolerância religiosa. Passou menos de um mês na cadeia. Criou então o dia do pastor perseguido, em que protesta contra o que acredita ter sido um atentado à liberdade de expressão. O pastor volta e meia lidera manifestações públicas, que reúnem não mais do que 50 pessoas. Na mais recente, havia faixas contra o islamismo, a umbanda e o candomblé. O Corão é definido pelo pastor como "guia de estupros e assassinatos". Afirma que pais de santo são homossexuais. Dessa pregação radical saiu um grupo que invadiu e depredou um centro espírita no Catete. O pastor conclama seus seguidores a ignorarem a Constituição e seguirem a Bíblia. "Meu Deus não compactua com político. No Congresso Nacional, Jesus nunca entrou. Jesus me disse: onde entra a política, eu saio". O pastor se remunera vendendo álbuns nos quais transforma o ideário tosco em versos. O que impressiona é que a maioria dos seguidores de tal pastor é formada por jovens. Muitos têm menos de 20 anos e se orgulham de ir às ruas com camisas pretas e dizeres religiosos radicais. Ignoram citações bíblicas pacíficas: "Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum dos seus caminhos." (Provérbios 3:31). Identificam-se com as de tom agressivo: "A desgraça matará os ímpios; os que odeiam o justo serão condenados. (Salmos 34:21)". Grupos assim têm se multiplicado em áreas carentes do Rio. Alguns se aliaram a traficantes, "soldados da fé" a constranger adeptos de religiões de matriz africana. A intolerância se alimenta da ignorância e cultiva a raiz do ódio e do fanatismo. E alguém ainda ganha dinheiro com isso.
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Enquanto curdos se defendem, palestinos atacam civis, diz leitor
Enquanto os pashmerga, milicianos curdos, defendem com seu sangue e coragem o mundo livre dos terroristas do Estado Islâmico ("Folha acompanha Exército curdo, que tenta evitar avanço do Estado Islâmico") sem apoio financeiro ou militar de nenhum país, os palestinos atacam civis israelenses e contam com apoio político mundial. Os curdos merecem um país. Os palestinos já o têm: a Jordânia. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Enquanto curdos se defendem, palestinos atacam civis, diz leitorEnquanto os pashmerga, milicianos curdos, defendem com seu sangue e coragem o mundo livre dos terroristas do Estado Islâmico ("Folha acompanha Exército curdo, que tenta evitar avanço do Estado Islâmico") sem apoio financeiro ou militar de nenhum país, os palestinos atacam civis israelenses e contam com apoio político mundial. Os curdos merecem um país. Os palestinos já o têm: a Jordânia. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Fotógrafo joga o flash sobre a faceta kitsch da indústria do turismo
Viajar num cruzeiro de luxo é tão gostoso quanto cafona. Cafonice essa que se manifesta em canudos de cores berrantes ou em jantares de traje "esporte fino" que dão direito a um retrato com o capitão do navio. Nessas viagens, todos parecem horrivelmente felizes em boias coloridas e cadeiras de praia, enquanto o som da aula de lambaeróbica toca em agressivos decibéis. É sobre essa faceta kitsch da indústria do turismo que o britânico Martin Parr se debruça há mais de três décadas, despejando ácido sulfúrico sobre corpos que buscam bronzeados à la Trump. Quase sempre com um flash estourado –o que dá o tom irônico de sua produção–, a fotografia de Parr, 64, registra hábitos e símbolos do consumismo, o que fez ele se tornar a principal referência na fotografia contemporânea sobre o tema. A visão corrosiva do artista sobre o mercado, porém, não começou nos cruzeiros ou nas piscinas artificiais japonesas, mas no balneário britânico de New Brighton. Ali, substituiu o suposto clima de diversão das pobres famílias inglesas que visitavam aquelas praias por um retrato melancólico do lugar: cheio de sujeira, de concreto e de bebês berrando. As imagens geraram o celebrado fotolivro "Last Resort", e desde então a praia é o seu melhor personagem. Foi na areia que ele fotografou aulas coletivas de ioga, sungas estampadas com a bandeira americana, costas peludas e variados estilos de bronzeado, sempre valorizando as cores berrantes de toalhas e biquínis. Parr, no entanto, não se limitou ao litoral. Registrou turistas que todos os dias "empurram" a torre de Pisa para fazer a irresistível recordação clichê, assim como fez imagens de viajantes em frente às pirâmides do Egito. Fotografou também comidas, roupas e suvenires em close, destacando sinais do cotidiano que muitas vezes passam despercebidos. A abordagem sarcástica do também presidente da agência Magnum já gerou críticas de quem o vê como alguém grosseiro, que observa os retratados de cima para baixo. Por baixo da piada superficial, entretanto, revela-se um observador atento do que nos rodeia.
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Fotógrafo joga o flash sobre a faceta kitsch da indústria do turismoViajar num cruzeiro de luxo é tão gostoso quanto cafona. Cafonice essa que se manifesta em canudos de cores berrantes ou em jantares de traje "esporte fino" que dão direito a um retrato com o capitão do navio. Nessas viagens, todos parecem horrivelmente felizes em boias coloridas e cadeiras de praia, enquanto o som da aula de lambaeróbica toca em agressivos decibéis. É sobre essa faceta kitsch da indústria do turismo que o britânico Martin Parr se debruça há mais de três décadas, despejando ácido sulfúrico sobre corpos que buscam bronzeados à la Trump. Quase sempre com um flash estourado –o que dá o tom irônico de sua produção–, a fotografia de Parr, 64, registra hábitos e símbolos do consumismo, o que fez ele se tornar a principal referência na fotografia contemporânea sobre o tema. A visão corrosiva do artista sobre o mercado, porém, não começou nos cruzeiros ou nas piscinas artificiais japonesas, mas no balneário britânico de New Brighton. Ali, substituiu o suposto clima de diversão das pobres famílias inglesas que visitavam aquelas praias por um retrato melancólico do lugar: cheio de sujeira, de concreto e de bebês berrando. As imagens geraram o celebrado fotolivro "Last Resort", e desde então a praia é o seu melhor personagem. Foi na areia que ele fotografou aulas coletivas de ioga, sungas estampadas com a bandeira americana, costas peludas e variados estilos de bronzeado, sempre valorizando as cores berrantes de toalhas e biquínis. Parr, no entanto, não se limitou ao litoral. Registrou turistas que todos os dias "empurram" a torre de Pisa para fazer a irresistível recordação clichê, assim como fez imagens de viajantes em frente às pirâmides do Egito. Fotografou também comidas, roupas e suvenires em close, destacando sinais do cotidiano que muitas vezes passam despercebidos. A abordagem sarcástica do também presidente da agência Magnum já gerou críticas de quem o vê como alguém grosseiro, que observa os retratados de cima para baixo. Por baixo da piada superficial, entretanto, revela-se um observador atento do que nos rodeia.
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Livro retrata vida de cães abandonados de forma distante da realidade
São muito bem vindos trabalhos que conscientizem crianças –e pais!– sobre os animais: o respeito que lhes é devido por lei, preferir adotar abandonados a comprar, protegê-los etc. Louváveis as iniciativas nesse sentido, e o livro de Sílvia Corrêa está entre elas. Ele descreve o trajeto de um cão de rua recolhido pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), onde é mantido até ser adotado. Um texto na contracapa diz: "Não vou tornar as coisas mais fáceis para você [leitor], porque elas não foram nada fáceis para mim..." Mas no livro esses episódios me pareceram muito atenuados. As ilustrações belíssimas de Cárcamo também retratam os canis/abrigos de forma distante da realidade. Os CCZs evoluíram, mas estão longe do que o livro transmite. Voluntárias trabalham duro para tornar a vida dos animais menos triste até serem adotados –o que nem sempre acontece. Pit bulls, velhinhos, deficientes e mesmo vira-latas muitas vezes morrem sem conhecer o amor de um dono. Repito: livros como esse são louváveis, só creio que o real sofrimento dos animais deva ser mais nitidamente retratado, mesmo que impressione. Não fará mal à criança saber disso. Talvez lhe custe lágrimas, mas ganhará consciência e compaixão em relação aos "anjos de quatro patas". "A CAMINHO DE CASA" AUTORA Sílvia Corrêa EDITORA Edições de Janeiro PREÇO R$ 34,90 INDICAÇÃO a partir de 4 anos LANÇAMENTO domingo (12), a partir das 14h, em evento de adoção na av. Presidente Castello Branco, 1.795, São Paulo
folhinha
Livro retrata vida de cães abandonados de forma distante da realidadeSão muito bem vindos trabalhos que conscientizem crianças –e pais!– sobre os animais: o respeito que lhes é devido por lei, preferir adotar abandonados a comprar, protegê-los etc. Louváveis as iniciativas nesse sentido, e o livro de Sílvia Corrêa está entre elas. Ele descreve o trajeto de um cão de rua recolhido pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), onde é mantido até ser adotado. Um texto na contracapa diz: "Não vou tornar as coisas mais fáceis para você [leitor], porque elas não foram nada fáceis para mim..." Mas no livro esses episódios me pareceram muito atenuados. As ilustrações belíssimas de Cárcamo também retratam os canis/abrigos de forma distante da realidade. Os CCZs evoluíram, mas estão longe do que o livro transmite. Voluntárias trabalham duro para tornar a vida dos animais menos triste até serem adotados –o que nem sempre acontece. Pit bulls, velhinhos, deficientes e mesmo vira-latas muitas vezes morrem sem conhecer o amor de um dono. Repito: livros como esse são louváveis, só creio que o real sofrimento dos animais deva ser mais nitidamente retratado, mesmo que impressione. Não fará mal à criança saber disso. Talvez lhe custe lágrimas, mas ganhará consciência e compaixão em relação aos "anjos de quatro patas". "A CAMINHO DE CASA" AUTORA Sílvia Corrêa EDITORA Edições de Janeiro PREÇO R$ 34,90 INDICAÇÃO a partir de 4 anos LANÇAMENTO domingo (12), a partir das 14h, em evento de adoção na av. Presidente Castello Branco, 1.795, São Paulo
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Editorial: Torneio de ingenuidade
O discurso transformou-se num mantra. Com variações e ajustes de ocasião, foi repetido desde 2007, quando a Fifa escolheu o Brasil para organizar a Copa do Mundo de 2014, até os últimos minutos do segundo tempo, por assim dizer. Coube a Ricardo Teixeira, à época presidente da Confederação Brasileira de Futebol –entidade que dirigiu de 1989 a 2012–, o privilégio de enunciá-lo na cerimônia que confirmou o país-sede do Mundial. "O modelo proposto para a Copa no Brasil prevê a prioridade para os investimentos privados na construção e na reforma dos estádios, deixando os recursos públicos para a modernização da infraestrutura", declarou o cartola. Então membro do Comitê Executivo da Fifa, Teixeira decerto influenciou um relatório que, naquela ocasião, o órgão máximo do futebol elaborou. Com pequenas modificações, o texto reproduzia as palavras utilizadas pelo dirigente brasileiro, acrescentando que "só eventualmente [seriam usadas] as PPPs [parceiras público-privadas]". Sem nenhum esforço nem surpresa, o tempo se encarregou de revelar o quanto aquelas considerações continham de cinismo e patifaria –pois ninguém há de imaginar que a CBF e a Fifa estivessem sendo simplesmente ingênuas. O balanço final apresentado pelo governo federal mostra que a iniciativa privada respondeu por meros 17% do total gasto com os estádios da Copa. Dos R$ 8,4 bilhões desembolsados para erguer ou reformar as arenas, R$ 7 bilhões vieram dos cofres públicos e R$ 1,4 bilhão saiu de bolsos particulares. E isso sem contar que boa parte desses recursos está sendo financiada com generosas taxas de juros subsidiadas pelo governo. Há, de todo modo, dois aspectos que chamam a atenção: dos 12 estádios do Mundial, os que custaram mais caro são aqueles que tiveram maior aporte direto do governo local; a arena Mané Garrincha (Brasília), inteiramente paga com verbas públicas, foi, por larga vantagem, a mais dispendiosa. Decerto não se trata de coincidência. Trata-se, isto sim, de mais uma demonstração de descalabro administrativo e pouco caso com o dinheiro do contribuinte. Se as contas da Copa já estão fechadas, é hora de vigiar a Olimpíada do Rio. A ser realizado em 2016, o evento tem orçamento próximo de R$ 40 bilhões e, a crer no discurso oficial, será igualmente repartido entre poder público e iniciativa privada. Acredite quem quiser.
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Editorial: Torneio de ingenuidadeO discurso transformou-se num mantra. Com variações e ajustes de ocasião, foi repetido desde 2007, quando a Fifa escolheu o Brasil para organizar a Copa do Mundo de 2014, até os últimos minutos do segundo tempo, por assim dizer. Coube a Ricardo Teixeira, à época presidente da Confederação Brasileira de Futebol –entidade que dirigiu de 1989 a 2012–, o privilégio de enunciá-lo na cerimônia que confirmou o país-sede do Mundial. "O modelo proposto para a Copa no Brasil prevê a prioridade para os investimentos privados na construção e na reforma dos estádios, deixando os recursos públicos para a modernização da infraestrutura", declarou o cartola. Então membro do Comitê Executivo da Fifa, Teixeira decerto influenciou um relatório que, naquela ocasião, o órgão máximo do futebol elaborou. Com pequenas modificações, o texto reproduzia as palavras utilizadas pelo dirigente brasileiro, acrescentando que "só eventualmente [seriam usadas] as PPPs [parceiras público-privadas]". Sem nenhum esforço nem surpresa, o tempo se encarregou de revelar o quanto aquelas considerações continham de cinismo e patifaria –pois ninguém há de imaginar que a CBF e a Fifa estivessem sendo simplesmente ingênuas. O balanço final apresentado pelo governo federal mostra que a iniciativa privada respondeu por meros 17% do total gasto com os estádios da Copa. Dos R$ 8,4 bilhões desembolsados para erguer ou reformar as arenas, R$ 7 bilhões vieram dos cofres públicos e R$ 1,4 bilhão saiu de bolsos particulares. E isso sem contar que boa parte desses recursos está sendo financiada com generosas taxas de juros subsidiadas pelo governo. Há, de todo modo, dois aspectos que chamam a atenção: dos 12 estádios do Mundial, os que custaram mais caro são aqueles que tiveram maior aporte direto do governo local; a arena Mané Garrincha (Brasília), inteiramente paga com verbas públicas, foi, por larga vantagem, a mais dispendiosa. Decerto não se trata de coincidência. Trata-se, isto sim, de mais uma demonstração de descalabro administrativo e pouco caso com o dinheiro do contribuinte. Se as contas da Copa já estão fechadas, é hora de vigiar a Olimpíada do Rio. A ser realizado em 2016, o evento tem orçamento próximo de R$ 40 bilhões e, a crer no discurso oficial, será igualmente repartido entre poder público e iniciativa privada. Acredite quem quiser.
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De férias da TV, Alexandre Nero faz show, filme e peça de teatro em SP
FABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO Alexandre Nero já foi comendador e líder de facção desde que subiu ao palco pela última vez com seu show de música, em 2013. Agora, com dois protagonistas de novela na bagagem ["Império" e "A Regra do Jogo", da Globo], ele volta para soltar a voz em "Bricabraque", que terá duas sessões no Teatro Porto Seguro, em 11 e 12/4 [esse último esgotado]. "Eu não tinha tempo pra nada", conta o ator e músico, que emendou três trabalhos na televisão e diz só agora ter vida de novo. "Vou fazer o show pra matar a saudade, pegar no violão." Com oito álbuns e três discos solo gravados, Nero vai mostrar um repertório baseado em seu CD "Vendo Amor - Em Suas Mais Variadas Formas, Tamanhos e Posições" (2011), que tem faixas autorais e algumas regravações. Mas dá para esperar alguma surpresa. "Acho que vou tocar uma música que fiz pro Noá", conta, referindo-se ao seu filho de três meses com Karen Brusttolin. "É bem bonitinha. Daí eu mostro meu lado fofo antes de começar os palavrões e as bizarrices." Com interpretações enérgicas, Nero vai cantar e tocar instrumentos como viola, violão, cavaquinho e uquelele —com Fabio Cardoso no piano e Valderval Filho na percussão. Na telona Em maio o artista começa a filmar um longa sobre o pianista e maestro João Carlos Martins. Escalado como protagonista, ele diz que ainda não sabe muitos detalhes da produção, mas está animado para contar na telona essa história de superação. "A gente está falando de um cara que é meio um super-herói, que vai se reinventando." Apontado como um dos maiores intérpretes de Bach do mundo, Martins acabou perdendo os movimentos das mãos após uma série de acidentes. As filmagens vão até junho em São Paulo, Uruguai e Nova York, com direção de Mauro Lima. No palco Para completar, o musical "O Grande Sucesso", que estreia em 12 de agosto no Teatro Vivo, vai dar fim a um período de nove anos longe dos palcos paulistanos -a última vez foi com "Os Leões", trabalho que o levou a ser chamado para a TV Globo. A peça, segundo Nero, é uma brincadeira com a busca obsessiva pela fama. "A gente vive num mundo onde só vale o sucesso, mas para conseguir sucesso você precisa de muitos fracassos." Ele vai dividir o palco com outros oito atores/músicos de Curitiba, sua cidade natal, sob a direção de Diego Fortes. A história é sobre uma banda do interior que faz de tudo para virar celebridade, mas os detalhes vão ganhar forma mesmo só depois dos ensaios. Sobre a nomeação "musical", o artista explica que o termo pode remeter às peças suntuosas da Broadway, mas que o espetáculo não vai ter extravagância nenhuma. "Inclusive, é uma peça antiápice, provavelmente ela termine pra baixo, super depressiva", brinca. A temporada vai até outubro. E após essa maratona? Ele já está pré-escalado para uma novela, em 2017. Show no Teatro Porto Seguro. Al. Br. de Piracicaba, 740, Campos Elíseos, tel. 3226-7300. 11 e 12/4. 21h. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 80 a R$ 150. Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br.
saopaulo
De férias da TV, Alexandre Nero faz show, filme e peça de teatro em SPFABIANA SERAGUSA DE SÃO PAULO Alexandre Nero já foi comendador e líder de facção desde que subiu ao palco pela última vez com seu show de música, em 2013. Agora, com dois protagonistas de novela na bagagem ["Império" e "A Regra do Jogo", da Globo], ele volta para soltar a voz em "Bricabraque", que terá duas sessões no Teatro Porto Seguro, em 11 e 12/4 [esse último esgotado]. "Eu não tinha tempo pra nada", conta o ator e músico, que emendou três trabalhos na televisão e diz só agora ter vida de novo. "Vou fazer o show pra matar a saudade, pegar no violão." Com oito álbuns e três discos solo gravados, Nero vai mostrar um repertório baseado em seu CD "Vendo Amor - Em Suas Mais Variadas Formas, Tamanhos e Posições" (2011), que tem faixas autorais e algumas regravações. Mas dá para esperar alguma surpresa. "Acho que vou tocar uma música que fiz pro Noá", conta, referindo-se ao seu filho de três meses com Karen Brusttolin. "É bem bonitinha. Daí eu mostro meu lado fofo antes de começar os palavrões e as bizarrices." Com interpretações enérgicas, Nero vai cantar e tocar instrumentos como viola, violão, cavaquinho e uquelele —com Fabio Cardoso no piano e Valderval Filho na percussão. Na telona Em maio o artista começa a filmar um longa sobre o pianista e maestro João Carlos Martins. Escalado como protagonista, ele diz que ainda não sabe muitos detalhes da produção, mas está animado para contar na telona essa história de superação. "A gente está falando de um cara que é meio um super-herói, que vai se reinventando." Apontado como um dos maiores intérpretes de Bach do mundo, Martins acabou perdendo os movimentos das mãos após uma série de acidentes. As filmagens vão até junho em São Paulo, Uruguai e Nova York, com direção de Mauro Lima. No palco Para completar, o musical "O Grande Sucesso", que estreia em 12 de agosto no Teatro Vivo, vai dar fim a um período de nove anos longe dos palcos paulistanos -a última vez foi com "Os Leões", trabalho que o levou a ser chamado para a TV Globo. A peça, segundo Nero, é uma brincadeira com a busca obsessiva pela fama. "A gente vive num mundo onde só vale o sucesso, mas para conseguir sucesso você precisa de muitos fracassos." Ele vai dividir o palco com outros oito atores/músicos de Curitiba, sua cidade natal, sob a direção de Diego Fortes. A história é sobre uma banda do interior que faz de tudo para virar celebridade, mas os detalhes vão ganhar forma mesmo só depois dos ensaios. Sobre a nomeação "musical", o artista explica que o termo pode remeter às peças suntuosas da Broadway, mas que o espetáculo não vai ter extravagância nenhuma. "Inclusive, é uma peça antiápice, provavelmente ela termine pra baixo, super depressiva", brinca. A temporada vai até outubro. E após essa maratona? Ele já está pré-escalado para uma novela, em 2017. Show no Teatro Porto Seguro. Al. Br. de Piracicaba, 740, Campos Elíseos, tel. 3226-7300. 11 e 12/4. 21h. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 80 a R$ 150. Ingr. p/ 4003-1212 ou ingressorapido.com.br.
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Confira 10 pacotes de cruzeiros para as férias de julho
PRISCILA CAMAZANO DE SÃO PAULO Do México ao Mediterrâneo vejam dicas de cruzeiros para curtir a maior temporada de transatlânticos que cruzam os EUA, o Caribe e a Europa, no mês de julho. ALASCA Dono de uma das mais remotas paisagens do planeta, o Alasca conta com fiordes e cidadezinhas litorâneas com montanhas geladas como pano de fundo. Passa ainda por Vancouver. São 7 noites em cabine interna dupla e refeições. Celebrity Cruises (celebritycruises.com.br ), tel. 0800 892 0206. Saída 15/07 a partir de R$ 2.989 BARCELONA Fruto da criatividade de arquitetos como Gaudí e Domènech i Montaner, autores de ícones como a Casa Milá e o Palau de La Música Catalana, respectivamente. A orla surpreende com praias e múltiplas opções culturais. Sete noites em cabine interna dupla com refeições. Passa pela Itália e pela França. CVC (cvc.com.br ), tel. 3003-9282. Saída 04/07 a partir de R$ 3.459 CARIBE Ilhas e ilhotas de areia branca e mar azul, o Caribe é um dos destinos favoritos dos brasileiros e, sem dúvida, um dos melhores lugares para quem curte praia. Essa viagem parte de Orlando (EUA). Ao todo, são 7 noites em cabine interna dupla com refeições. Royal Caribbean (royalcaribbean.com.br ), tel. 0800 892 0206. Saída 10/07 a partir de R$ 3.835 CARIBE OESTE Ruínas, praias de águas cristalinas e azul turquesa, florestas tropicais e até cachoeiras. Eis algumas amostras do que poderão ser vistas por quem embarcar nesse cruzeiro. O navio parte de Miami (EUA) e segue por Honduras e México. Norwegian Cruise Line (ncl.com.br ), tel. 3253-7203. Saída 10/07 a partir de R$ 3.838 COPENHAGUE Reis, rainhas, princesas, contos de fada e castelos reais. Em Copenhague, conheça a troca de guarda e mergulhe na história da família real dinamarquesa. Segue pela Escandinávia e Rússia. São 11 noites em cabine interna dupla com refeições. Discover Cruises (discovercruises.com.br ), tel. (21) 3410-1062. Saída 06/07 a partir de US$ 2.353 EUA E MÉXICO Parte de Orlando, segue por Haiti, Jamaica e México. Sete noites em cabine externa e pensão completa. Dreamlines Cruzeiros (dreamlines.com.br ), tel. 0800 740 7407. Saída 03/07 a partir de R$ 16.008,64 ITÁLIA São cerca de 3.000 anos de história e monumentos milenares. O navio sai de Gênova e passa por Marselha, Palma de Maiorca, Ibiza, Olbia e Livorno. Inclui sete noites em cabine interna com refeições. MSC Cruzeiros (msccruzeiros.com.br ), tel. 4003-1058. Saída 09/07 a partir de R$ 2.090,01 ITÁLIA E FRANÇA Uma viagem, dois países incríveis para ficar na história. O cruzeiro parte de Civitavecchia (Roma). São sete noites em cabine dupla com refeições. Be Happy Viagens (behappyviagens.com.br ), tel. 5041-1243. Saída 16/07 a partir de US$ 4.799 MEDITERRÂNEO Parte de Barcelona (Espanha) e passa pela Sardenha, Nápoles, Civitavecchia, Livorno e Toulon. São 7 noites em cabine interna dupla com refeições. Pullmantur (pullmantur.com.br ), tel. 0800 892 0206. Saída 02/07 a partir de R$ 1.867 VENEZA Uma das cidades mais lindas do mundo, ela serve de inspiração tanto para turistas solteiros, quanto para casados e apaixonados. Cortada por canais, possui mais de 400 pontes. São cerca de 120 ilhotas que fazem de Veneza um destino único em todo o mundo. Passa pela Croácia e Montenegro. São 7 noites em cabine interna dupla e refeições. Costa Cruzeiros (costacruzeiros.com.br ), tel. 2123-3655. Saída 08/07 a partir de R$ 3.428 PERU O cruzeiro passa pela Amazônia Peruana​ e navega pelo rio Amazonas, na Reserva Pacaya Samiria. São 4 noites em cabine dupla e pensão completa com bebidas. Teresa Perez Tours (teresaperez.com.br ), tel. 3799-4000. Saída 05/07 a partir de US$ ​4.440
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Confira 10 pacotes de cruzeiros para as férias de julhoPRISCILA CAMAZANO DE SÃO PAULO Do México ao Mediterrâneo vejam dicas de cruzeiros para curtir a maior temporada de transatlânticos que cruzam os EUA, o Caribe e a Europa, no mês de julho. ALASCA Dono de uma das mais remotas paisagens do planeta, o Alasca conta com fiordes e cidadezinhas litorâneas com montanhas geladas como pano de fundo. Passa ainda por Vancouver. São 7 noites em cabine interna dupla e refeições. Celebrity Cruises (celebritycruises.com.br ), tel. 0800 892 0206. Saída 15/07 a partir de R$ 2.989 BARCELONA Fruto da criatividade de arquitetos como Gaudí e Domènech i Montaner, autores de ícones como a Casa Milá e o Palau de La Música Catalana, respectivamente. A orla surpreende com praias e múltiplas opções culturais. Sete noites em cabine interna dupla com refeições. Passa pela Itália e pela França. CVC (cvc.com.br ), tel. 3003-9282. Saída 04/07 a partir de R$ 3.459 CARIBE Ilhas e ilhotas de areia branca e mar azul, o Caribe é um dos destinos favoritos dos brasileiros e, sem dúvida, um dos melhores lugares para quem curte praia. Essa viagem parte de Orlando (EUA). Ao todo, são 7 noites em cabine interna dupla com refeições. Royal Caribbean (royalcaribbean.com.br ), tel. 0800 892 0206. Saída 10/07 a partir de R$ 3.835 CARIBE OESTE Ruínas, praias de águas cristalinas e azul turquesa, florestas tropicais e até cachoeiras. Eis algumas amostras do que poderão ser vistas por quem embarcar nesse cruzeiro. O navio parte de Miami (EUA) e segue por Honduras e México. Norwegian Cruise Line (ncl.com.br ), tel. 3253-7203. Saída 10/07 a partir de R$ 3.838 COPENHAGUE Reis, rainhas, princesas, contos de fada e castelos reais. Em Copenhague, conheça a troca de guarda e mergulhe na história da família real dinamarquesa. Segue pela Escandinávia e Rússia. São 11 noites em cabine interna dupla com refeições. Discover Cruises (discovercruises.com.br ), tel. (21) 3410-1062. Saída 06/07 a partir de US$ 2.353 EUA E MÉXICO Parte de Orlando, segue por Haiti, Jamaica e México. Sete noites em cabine externa e pensão completa. Dreamlines Cruzeiros (dreamlines.com.br ), tel. 0800 740 7407. Saída 03/07 a partir de R$ 16.008,64 ITÁLIA São cerca de 3.000 anos de história e monumentos milenares. O navio sai de Gênova e passa por Marselha, Palma de Maiorca, Ibiza, Olbia e Livorno. Inclui sete noites em cabine interna com refeições. MSC Cruzeiros (msccruzeiros.com.br ), tel. 4003-1058. Saída 09/07 a partir de R$ 2.090,01 ITÁLIA E FRANÇA Uma viagem, dois países incríveis para ficar na história. O cruzeiro parte de Civitavecchia (Roma). São sete noites em cabine dupla com refeições. Be Happy Viagens (behappyviagens.com.br ), tel. 5041-1243. Saída 16/07 a partir de US$ 4.799 MEDITERRÂNEO Parte de Barcelona (Espanha) e passa pela Sardenha, Nápoles, Civitavecchia, Livorno e Toulon. São 7 noites em cabine interna dupla com refeições. Pullmantur (pullmantur.com.br ), tel. 0800 892 0206. Saída 02/07 a partir de R$ 1.867 VENEZA Uma das cidades mais lindas do mundo, ela serve de inspiração tanto para turistas solteiros, quanto para casados e apaixonados. Cortada por canais, possui mais de 400 pontes. São cerca de 120 ilhotas que fazem de Veneza um destino único em todo o mundo. Passa pela Croácia e Montenegro. São 7 noites em cabine interna dupla e refeições. Costa Cruzeiros (costacruzeiros.com.br ), tel. 2123-3655. Saída 08/07 a partir de R$ 3.428 PERU O cruzeiro passa pela Amazônia Peruana​ e navega pelo rio Amazonas, na Reserva Pacaya Samiria. São 4 noites em cabine dupla e pensão completa com bebidas. Teresa Perez Tours (teresaperez.com.br ), tel. 3799-4000. Saída 05/07 a partir de US$ ​4.440
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WhatsApp vai parar de funcionar em celular antigo e recebe notificação
O WhatsApp recebeu uma notificação da associação de defesa do consumidor Proteste às vésperas da data anunciada pela empresa para suspensão do serviço em aparelhos antigos. Em fevereiro de 2016, o WhatsApp anunciou que deixaria de dar suporte a dispositivos com as seguintes plataformas: >> BlackBerry OS e BlackBerry 10 >> Nokia S40 >> Nokia Symbian S60 >> Android 2.1 e Android 2.2 >> Windows Phone 7 >> iPhone 3GS/iOS 6 O prazo dado era até o fim de 2016, mas a empresa controlada pelo Facebook estendeu o limite para os sistemas operacionais BlackBerry OS, BlackBerry 10, Nokia s40 e Symbian S60 até o dia 30 de junho deste ano. De acordo com a Proteste, trata-se de um desrespeito ao consumidor, especialmente para quem escolhe utilizar um aparelho mais antigo com acesso ao serviço de telefonia provido por todas as operadoras no país. Segundo a entidade, a decisão fere o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor no inciso 9º, que diz: "recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais." Em nota, o diretor de Relações Institucionais da Proteste, Henrique Lian, explica que uma vez que o aparelho funciona normalmente, a atualização é um direito do consumidor. O WhatsApp afirma que foi um decisão difícil de ser feita, mas que estão pensando no futuro e vão concentrar os esforços nas plataformas de celular que a maioria das pessoas utilizam. "Por mais que esses aparelhos celulares tenham feito uma importante parte em nossa história, eles não possuem a capacidade requerida para que possamos expandir os recursos de nosso aplicativo no futuro", diz empresa em seu blog. O aplicativo de mensagem instantânea conta com cerca de 1,2 bilhão de usuários no mundo. No Brasil, a marca de 120 milhões já foi batida. A empresa não se manifestou em relação à notificação da Proteste.
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WhatsApp vai parar de funcionar em celular antigo e recebe notificaçãoO WhatsApp recebeu uma notificação da associação de defesa do consumidor Proteste às vésperas da data anunciada pela empresa para suspensão do serviço em aparelhos antigos. Em fevereiro de 2016, o WhatsApp anunciou que deixaria de dar suporte a dispositivos com as seguintes plataformas: >> BlackBerry OS e BlackBerry 10 >> Nokia S40 >> Nokia Symbian S60 >> Android 2.1 e Android 2.2 >> Windows Phone 7 >> iPhone 3GS/iOS 6 O prazo dado era até o fim de 2016, mas a empresa controlada pelo Facebook estendeu o limite para os sistemas operacionais BlackBerry OS, BlackBerry 10, Nokia s40 e Symbian S60 até o dia 30 de junho deste ano. De acordo com a Proteste, trata-se de um desrespeito ao consumidor, especialmente para quem escolhe utilizar um aparelho mais antigo com acesso ao serviço de telefonia provido por todas as operadoras no país. Segundo a entidade, a decisão fere o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor no inciso 9º, que diz: "recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais." Em nota, o diretor de Relações Institucionais da Proteste, Henrique Lian, explica que uma vez que o aparelho funciona normalmente, a atualização é um direito do consumidor. O WhatsApp afirma que foi um decisão difícil de ser feita, mas que estão pensando no futuro e vão concentrar os esforços nas plataformas de celular que a maioria das pessoas utilizam. "Por mais que esses aparelhos celulares tenham feito uma importante parte em nossa história, eles não possuem a capacidade requerida para que possamos expandir os recursos de nosso aplicativo no futuro", diz empresa em seu blog. O aplicativo de mensagem instantânea conta com cerca de 1,2 bilhão de usuários no mundo. No Brasil, a marca de 120 milhões já foi batida. A empresa não se manifestou em relação à notificação da Proteste.
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Jovem, moro na periferia e quero estudar
Tenho 21 anos. Nasci e cresci no Grajaú, na zona sul da capital, considerado um dos piores lugares para se viver em São Paulo. Sempre vi as histórias do meu bairro, amigos e lugares que frequento sendo contadas de maneira preconceituosa, cheia de estereótipos. Isso foi despertando em mim a vontade de contar o que acontece de verdade nas periferias. Nessa época, o jornalismo não era ainda uma realidade. Como a maioria dos jovens desta cidade, minha educação fundamental foi toda na rede pública. Comecei em uma escola no Jardim Campinas, no Grajaú. Estudei em quatro escolas no total. Na terceira, fiquei até arrumar meu primeiro emprego, de office-boy. Com o trabalho, fui obrigado a morar com a minha avó, e me transferi novamente de escola, para uma mais próxima. Eu levava uma hora da empresa para escola, e mais uma hora da escola para casa. Esse primeiro ano foi difícil. Acabei sendo reprovado e tive de repetir o segundo ano do ensino médio. Além de chegar cansado na escola à noite, nada me motivava ali. Mesmo chegando ao fim do ensino médio, nas escolas da periferia ninguém nos fala sobre a importância de ingressarmos em uma universidade. E eu queria ser jornalista. Tudo na escola era burocrático. Eles proibiam a entrada de alunos que não conseguiam chegar no início da primeira aula. Via e ouvia professores sem entusiasmo de nos formar, apesar de não faltar energia para eles participarem das partidas de truco com os alunos. Quando terminei o ensino médio, fiquei um ano sem estudar. Depois decidi ir atrás do meu sonho de ser jornalista. Entrei no site do MEC e fui olhando as faculdades com curso nota 5 que eu poderia pagar. Achei a FAPSP (Faculdade do Povo), que tinha nota 4. Quando entrei na faculdade, em 2014, tive de reorganizar minha vida. Enquanto procurava um emprego mais perto dali, comecei a atrasar as mensalidades. Só quando comecei a estagiar na faculdade, ganhando a bolsa integral e o auxílio de um salário mínimo, minha vida se estabilizou. Na quinta-feira (17/12), cheguei na faculdade para trabalhar e o clima estava tenso. Por volta das 11h, recebemos a notícia de que todos os professores foram demitidos. Às 14h, o diretor-geral, Éber Cocareli, chamou funcionários, estagiários e aprendizes para informar que todos também seriam demitidos e que a faculdade seria fechada, pois, segundo sua mantenedora, que pertence à Igreja Internacional da Graça de Deus, a instituição não se mantinha financeiramente. Dois dias antes, na terça (15/12), eu havia levado minha primeira "cacetada da educação" de um cassetete da polícia, enquanto cobria manifestação de estudantes secundaristas que tinham como pauta o não fechamento de escolas. Mesmo afirmando ser estudante de jornalismo, que escrevia a história para o meu blog, fui atingido na cabeça e levei cinco pontos. Saí do Hospital das Clínicas na madrugada de quarta (16/12). No dia seguinte, na quinta, levei mais duas "cacetadas": o fim do meu estágio e o fechamento do meu curso. Nós, alunos, organizamos reuniões para pedir respostas sobre nossos futuros. Seremos "remanejados", dizem, mas provavelmente eu não terei as mesmas condições, pois só era bolsista integral por estagiar na faculdade. Assim, sem nenhuma perspectiva, e com tudo indicando que o sonho de me formar jornalista será interrompido, espero o início de 2016. KAÍQUE DALAPOLA, 21, é estudante, autor do blog Fala, Kaique (falakaique.com) e correspondente do Grajaú da Agência Mural de Jornalismo das Periferias (agenciamural.com.br) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Jovem, moro na periferia e quero estudarTenho 21 anos. Nasci e cresci no Grajaú, na zona sul da capital, considerado um dos piores lugares para se viver em São Paulo. Sempre vi as histórias do meu bairro, amigos e lugares que frequento sendo contadas de maneira preconceituosa, cheia de estereótipos. Isso foi despertando em mim a vontade de contar o que acontece de verdade nas periferias. Nessa época, o jornalismo não era ainda uma realidade. Como a maioria dos jovens desta cidade, minha educação fundamental foi toda na rede pública. Comecei em uma escola no Jardim Campinas, no Grajaú. Estudei em quatro escolas no total. Na terceira, fiquei até arrumar meu primeiro emprego, de office-boy. Com o trabalho, fui obrigado a morar com a minha avó, e me transferi novamente de escola, para uma mais próxima. Eu levava uma hora da empresa para escola, e mais uma hora da escola para casa. Esse primeiro ano foi difícil. Acabei sendo reprovado e tive de repetir o segundo ano do ensino médio. Além de chegar cansado na escola à noite, nada me motivava ali. Mesmo chegando ao fim do ensino médio, nas escolas da periferia ninguém nos fala sobre a importância de ingressarmos em uma universidade. E eu queria ser jornalista. Tudo na escola era burocrático. Eles proibiam a entrada de alunos que não conseguiam chegar no início da primeira aula. Via e ouvia professores sem entusiasmo de nos formar, apesar de não faltar energia para eles participarem das partidas de truco com os alunos. Quando terminei o ensino médio, fiquei um ano sem estudar. Depois decidi ir atrás do meu sonho de ser jornalista. Entrei no site do MEC e fui olhando as faculdades com curso nota 5 que eu poderia pagar. Achei a FAPSP (Faculdade do Povo), que tinha nota 4. Quando entrei na faculdade, em 2014, tive de reorganizar minha vida. Enquanto procurava um emprego mais perto dali, comecei a atrasar as mensalidades. Só quando comecei a estagiar na faculdade, ganhando a bolsa integral e o auxílio de um salário mínimo, minha vida se estabilizou. Na quinta-feira (17/12), cheguei na faculdade para trabalhar e o clima estava tenso. Por volta das 11h, recebemos a notícia de que todos os professores foram demitidos. Às 14h, o diretor-geral, Éber Cocareli, chamou funcionários, estagiários e aprendizes para informar que todos também seriam demitidos e que a faculdade seria fechada, pois, segundo sua mantenedora, que pertence à Igreja Internacional da Graça de Deus, a instituição não se mantinha financeiramente. Dois dias antes, na terça (15/12), eu havia levado minha primeira "cacetada da educação" de um cassetete da polícia, enquanto cobria manifestação de estudantes secundaristas que tinham como pauta o não fechamento de escolas. Mesmo afirmando ser estudante de jornalismo, que escrevia a história para o meu blog, fui atingido na cabeça e levei cinco pontos. Saí do Hospital das Clínicas na madrugada de quarta (16/12). No dia seguinte, na quinta, levei mais duas "cacetadas": o fim do meu estágio e o fechamento do meu curso. Nós, alunos, organizamos reuniões para pedir respostas sobre nossos futuros. Seremos "remanejados", dizem, mas provavelmente eu não terei as mesmas condições, pois só era bolsista integral por estagiar na faculdade. Assim, sem nenhuma perspectiva, e com tudo indicando que o sonho de me formar jornalista será interrompido, espero o início de 2016. KAÍQUE DALAPOLA, 21, é estudante, autor do blog Fala, Kaique (falakaique.com) e correspondente do Grajaú da Agência Mural de Jornalismo das Periferias (agenciamural.com.br) * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Vídeo mostra estudante em hotel com assessores de Feliciano
A estudante de jornalismo Patrícia de Oliveira Souza Lelis, 22, disse nesta segunda-feira (8), em entrevista coletiva à imprensa no Senado, que o presidente nacional do PSC (Partido Social Cristão), Pastor Everaldo (RJ), ofereceu dinheiro para que ela não fizesse denúncias contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), um dos principais nomes do partido.Imagens obtidas pela Folha mostram a estudante e o assessor do PRB Emerson Biazon se encontrando com o chefe de gabinete de Feliciano na Câmara, Talma Bauer, 64, em um hotel no centro de São Paulo na semana passada. Nas imagens, feitas pela câmera de segurança do hotel e datadas de quinta-feira, Lélis entra no saguão com Biazon. Logo em seguida, entra Bauer, que a abraça.A data é a mesma em que Bauer teria supostamente entregado o dinheiro a Biazon em sua garagem.No vídeo também é possível ver, em outro momento, Lélis conversando com Bauer e cochichando com Emerson em um sofá do saguão do hotel, de onde se levanta, gesticulando, e sai de cena. Os dois homens permanecem sentados no sofá, conversando, para depois saírem também, um de cada vez. No final, ela é vista saindo do hotel com Emerson, Bauer e um terceiro homem, não identificado.
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Vídeo mostra estudante em hotel com assessores de FelicianoA estudante de jornalismo Patrícia de Oliveira Souza Lelis, 22, disse nesta segunda-feira (8), em entrevista coletiva à imprensa no Senado, que o presidente nacional do PSC (Partido Social Cristão), Pastor Everaldo (RJ), ofereceu dinheiro para que ela não fizesse denúncias contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), um dos principais nomes do partido.Imagens obtidas pela Folha mostram a estudante e o assessor do PRB Emerson Biazon se encontrando com o chefe de gabinete de Feliciano na Câmara, Talma Bauer, 64, em um hotel no centro de São Paulo na semana passada. Nas imagens, feitas pela câmera de segurança do hotel e datadas de quinta-feira, Lélis entra no saguão com Biazon. Logo em seguida, entra Bauer, que a abraça.A data é a mesma em que Bauer teria supostamente entregado o dinheiro a Biazon em sua garagem.No vídeo também é possível ver, em outro momento, Lélis conversando com Bauer e cochichando com Emerson em um sofá do saguão do hotel, de onde se levanta, gesticulando, e sai de cena. Os dois homens permanecem sentados no sofá, conversando, para depois saírem também, um de cada vez. No final, ela é vista saindo do hotel com Emerson, Bauer e um terceiro homem, não identificado.
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Cientistas varrem céu para tentar entender energia escura
Depois da provável detecção de ondas gravitacionais, anunciadas no último mês de fevereiro, a física pode ter ficado um pouco mais completa. Por outro lado, uma estranha energia, que constitui quase 70% do Universo –e que tem por característica "anular" a gravidade– ainda permanece quase totalmente desconhecida. O nome é energia escura e não é possível detectá-la diretamente – ela não se manifesta na forma de partículas ou luz, pelo menos não da forma como conhecemos. Conhecê-la, pois, é o objetivo da pesquisadora Flávia Sobreira, do Instituto de Física Teórica da Unesp e de muitos outros cientistas no mundo. Com tanta abundância no Cosmo, ela não poderia "não fazer nada". A ideia foi batizada e ganhou força em 1998, quando foi descoberto que o Universo está se expandindo de forma acelerada. A medição histórica viu que uma supernova (explosão de uma estrela moribunda), estava mais distante do que se imaginava. Especialmente em física, contra dados, não há argumentos. A teoria que explica o Universo tinha que ser atualizada. Foi um baque para a teoria do "Big Crunch" –até então se pensava que o Universo, em um dado momento, por causa da gravidade, "implodiria". Alguns insights sobre a natureza dessa energia bizarra: 1) Ela seria uma propriedade do espaço vazio (que não seria tão vazio assim); 2) Ela poderia ser composta de partículas "virtuais", que surgiriam e desapareceriam muito rapidamente; 3) Uma energia dinâmica que permeia todo o Universo, mas que, por acaso, tem um efeito oposto ao da energia "convencional" e que, por acaso, tem um efeito oposto à gravitação. Pode parecer um tanto frustrante não saber praticamente nada sobre o assunto, mas ao mesmo tempo, essa é uma das fronteiras do conhecimento que o esforço humano busca conquistar. Energia escura SIRENE Para um observador parado, o som de uma sirene de ambulância muda conforme a fonte sonora se aproxima ou se afasta dele. A analogia vale para a observação da luz de estrelas no céu. Quando uma estrela se aproxima, o comprimento de onda da luz fica menor, puxando para o azul. Quando ela se afasta, tende a ficar vermelho. Foi uma supernova mais vermelha que o esperado que os cientistas viram em 1998. A descoberta rendeu o Prêmio Nobel de Física de 2011. Uma das ideias até agora para tentar tirar uma casquinha informativa da energia escura foi varrer o céu em busca de galáxias, e tentar medir a distância entre elas. Esse é o tema de pesquisa de Flávia. Junto com outros colaboradores, ela busca "criar formas probabilísticas e estatísticas para explorar simultaneamente várias imagens observadas e criar mapas de galáxias cada vez maiores e mais precisos". A energia escura afeta a maneira com que as galáxias são distribuídas no Universo. "Vistas de longe, galáxias são agrupadas em filamentos que se cruzam e se conectam rodeados por grandes vazios. O tamanho desses filamentos e o vazio entre eles são influenciados pela energia escura", explica Flávia. O projeto ao qual Flávia está filiada é o DES, Dark Energy Survey (busca de energia escura, em tradução livre). Que vai estudar um oitavo do céu. A meta é que daqui a dois anos, para quando está previsto o fim da varredura, haja um mapeamento de 300 milhões de galáxias, 30 mil aglomerados de galáxias, e 2.000 supernovas. Para isso, os físicos e astrônomos dispõem de uma supercâmera de 570 megapixels acoplada a um telescópio de 4 metros de diâmetro localizado no Chile. "A análise de dados do DES certamente irá trazer contribuições que irão mudar a maneira como interpretamos o Universo. Esperamos encontrar dicas de como projetar futuros experimentos para melhorar nossa compreensão sobre as leis da física", afirma Flávia. Apesar da semelhança no nome, o conceito de energia escura e de matéria escura são bem diferentes. A matéria escura ocupa vazios e exerce gravidade –o que é observável, por exemplo quando ela altera a trajetória da luz. Ela, que ocupa 27% do Universo, porém, também está longe de ser totalmente compreendida pela ciência.
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Cientistas varrem céu para tentar entender energia escuraDepois da provável detecção de ondas gravitacionais, anunciadas no último mês de fevereiro, a física pode ter ficado um pouco mais completa. Por outro lado, uma estranha energia, que constitui quase 70% do Universo –e que tem por característica "anular" a gravidade– ainda permanece quase totalmente desconhecida. O nome é energia escura e não é possível detectá-la diretamente – ela não se manifesta na forma de partículas ou luz, pelo menos não da forma como conhecemos. Conhecê-la, pois, é o objetivo da pesquisadora Flávia Sobreira, do Instituto de Física Teórica da Unesp e de muitos outros cientistas no mundo. Com tanta abundância no Cosmo, ela não poderia "não fazer nada". A ideia foi batizada e ganhou força em 1998, quando foi descoberto que o Universo está se expandindo de forma acelerada. A medição histórica viu que uma supernova (explosão de uma estrela moribunda), estava mais distante do que se imaginava. Especialmente em física, contra dados, não há argumentos. A teoria que explica o Universo tinha que ser atualizada. Foi um baque para a teoria do "Big Crunch" –até então se pensava que o Universo, em um dado momento, por causa da gravidade, "implodiria". Alguns insights sobre a natureza dessa energia bizarra: 1) Ela seria uma propriedade do espaço vazio (que não seria tão vazio assim); 2) Ela poderia ser composta de partículas "virtuais", que surgiriam e desapareceriam muito rapidamente; 3) Uma energia dinâmica que permeia todo o Universo, mas que, por acaso, tem um efeito oposto ao da energia "convencional" e que, por acaso, tem um efeito oposto à gravitação. Pode parecer um tanto frustrante não saber praticamente nada sobre o assunto, mas ao mesmo tempo, essa é uma das fronteiras do conhecimento que o esforço humano busca conquistar. Energia escura SIRENE Para um observador parado, o som de uma sirene de ambulância muda conforme a fonte sonora se aproxima ou se afasta dele. A analogia vale para a observação da luz de estrelas no céu. Quando uma estrela se aproxima, o comprimento de onda da luz fica menor, puxando para o azul. Quando ela se afasta, tende a ficar vermelho. Foi uma supernova mais vermelha que o esperado que os cientistas viram em 1998. A descoberta rendeu o Prêmio Nobel de Física de 2011. Uma das ideias até agora para tentar tirar uma casquinha informativa da energia escura foi varrer o céu em busca de galáxias, e tentar medir a distância entre elas. Esse é o tema de pesquisa de Flávia. Junto com outros colaboradores, ela busca "criar formas probabilísticas e estatísticas para explorar simultaneamente várias imagens observadas e criar mapas de galáxias cada vez maiores e mais precisos". A energia escura afeta a maneira com que as galáxias são distribuídas no Universo. "Vistas de longe, galáxias são agrupadas em filamentos que se cruzam e se conectam rodeados por grandes vazios. O tamanho desses filamentos e o vazio entre eles são influenciados pela energia escura", explica Flávia. O projeto ao qual Flávia está filiada é o DES, Dark Energy Survey (busca de energia escura, em tradução livre). Que vai estudar um oitavo do céu. A meta é que daqui a dois anos, para quando está previsto o fim da varredura, haja um mapeamento de 300 milhões de galáxias, 30 mil aglomerados de galáxias, e 2.000 supernovas. Para isso, os físicos e astrônomos dispõem de uma supercâmera de 570 megapixels acoplada a um telescópio de 4 metros de diâmetro localizado no Chile. "A análise de dados do DES certamente irá trazer contribuições que irão mudar a maneira como interpretamos o Universo. Esperamos encontrar dicas de como projetar futuros experimentos para melhorar nossa compreensão sobre as leis da física", afirma Flávia. Apesar da semelhança no nome, o conceito de energia escura e de matéria escura são bem diferentes. A matéria escura ocupa vazios e exerce gravidade –o que é observável, por exemplo quando ela altera a trajetória da luz. Ela, que ocupa 27% do Universo, porém, também está longe de ser totalmente compreendida pela ciência.
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O grande pacto
O Brasil perdeu a primeira grande oportunidade de discutir e de firmar um pacto federativo, por ocasião dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, em 1988. Como pensava o saudoso Tancredo Neves, a Constituição a ser definida deveria consubstanciar o grande acordo entre brasileiros, suprapartidário, supraideológico em vista do interesse geral, que regeria e determinaria o futuro da pátria. Lamentavelmente, durante os 20 meses de trabalho da Assembleia Constituinte, a participação popular não teve a intensidade e a receptividade que se esperava. Os diversos segmentos da sociedade não puderam ou não quiseram participar e influenciar na decisão dos grandes temas constitucionais. O regimento interno da Assembleia Constituinte assim não permitiu. As propostas populares transformadas em emendas constitucionais não tiveram ressonância na Constituinte. Lembro-me, como então presidente da Comissão de Assuntos Legislativos da Confederação Nacional da Indústria, que o presidente da Fiesp/Ciesp, Mario Amato, sustentou em plenário a emenda popular defendendo a liberdade de empreender, com a presença de 30 dos 559 deputados constituintes. Eu mesmo fui convidado e participei na fase das subcomissões e de audiências públicas. Relatei temas importantes, sem questionamentos. Não se debateu. Não se discutiu. Não se aprofundaram os temas. Perdeu-se a oportunidade de criar um novo pacto federativo. Outro momento para realização desse acordo nacional ocorreu no final da década de 1980. Empresários, trabalhadores e governo acenaram para um entendimento nacional, trazendo para debates segmentos representativos da sociedade brasileira. O pacto, para alcançar o seu objetivo de entendimento nacional, não poderá ser apenas econômico; também deverá abordar necessariamente os campos político, social e institucional. Esse movimento começou a gerar os primeiros resultados: governabilidade do país, evitar a hiperinflação e sensibilizar camadas significativas da sociedade. Porém, não foi adiante, como se esperava. A classe política ficou apenas nas intenções. Não alargou o seu âmbito nem compreendeu os seus aspectos político-social. Os projetos de emendas constitucionais e leis complementares e ordinárias não foram debatidos e muito menos implementados. No momento em que o Brasil atravessa grave crise político-social e institucional-econômica, é preciso ressuscitar a ideia do pacto federativo com a efetiva participação de todos os brasileiros. O saudoso deputado Ulysses Guimarães, no introito da Constituição cidadã de 1988, afirmou que a "Constituição durará com a democracia e só com a democracia sobrevivem, para o povo, a dignidade, a liberdade e a Justiça". O pacto tem significativa importância para a sustentação do Estado democrático de Direito, pois por meio do entendimento nacional se aperfeiçoará o sinergismo entre os diversos setores da sociedade. O povo brasileiro julgará os que tentam sabotá-lo por ação ou omissão. RUY MARTINS ALTENFELDER SILVA, 76, é presidente da Academia Paulista de Letras Jurídicas e presidente emérito do CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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O grande pactoO Brasil perdeu a primeira grande oportunidade de discutir e de firmar um pacto federativo, por ocasião dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, em 1988. Como pensava o saudoso Tancredo Neves, a Constituição a ser definida deveria consubstanciar o grande acordo entre brasileiros, suprapartidário, supraideológico em vista do interesse geral, que regeria e determinaria o futuro da pátria. Lamentavelmente, durante os 20 meses de trabalho da Assembleia Constituinte, a participação popular não teve a intensidade e a receptividade que se esperava. Os diversos segmentos da sociedade não puderam ou não quiseram participar e influenciar na decisão dos grandes temas constitucionais. O regimento interno da Assembleia Constituinte assim não permitiu. As propostas populares transformadas em emendas constitucionais não tiveram ressonância na Constituinte. Lembro-me, como então presidente da Comissão de Assuntos Legislativos da Confederação Nacional da Indústria, que o presidente da Fiesp/Ciesp, Mario Amato, sustentou em plenário a emenda popular defendendo a liberdade de empreender, com a presença de 30 dos 559 deputados constituintes. Eu mesmo fui convidado e participei na fase das subcomissões e de audiências públicas. Relatei temas importantes, sem questionamentos. Não se debateu. Não se discutiu. Não se aprofundaram os temas. Perdeu-se a oportunidade de criar um novo pacto federativo. Outro momento para realização desse acordo nacional ocorreu no final da década de 1980. Empresários, trabalhadores e governo acenaram para um entendimento nacional, trazendo para debates segmentos representativos da sociedade brasileira. O pacto, para alcançar o seu objetivo de entendimento nacional, não poderá ser apenas econômico; também deverá abordar necessariamente os campos político, social e institucional. Esse movimento começou a gerar os primeiros resultados: governabilidade do país, evitar a hiperinflação e sensibilizar camadas significativas da sociedade. Porém, não foi adiante, como se esperava. A classe política ficou apenas nas intenções. Não alargou o seu âmbito nem compreendeu os seus aspectos político-social. Os projetos de emendas constitucionais e leis complementares e ordinárias não foram debatidos e muito menos implementados. No momento em que o Brasil atravessa grave crise político-social e institucional-econômica, é preciso ressuscitar a ideia do pacto federativo com a efetiva participação de todos os brasileiros. O saudoso deputado Ulysses Guimarães, no introito da Constituição cidadã de 1988, afirmou que a "Constituição durará com a democracia e só com a democracia sobrevivem, para o povo, a dignidade, a liberdade e a Justiça". O pacto tem significativa importância para a sustentação do Estado democrático de Direito, pois por meio do entendimento nacional se aperfeiçoará o sinergismo entre os diversos setores da sociedade. O povo brasileiro julgará os que tentam sabotá-lo por ação ou omissão. RUY MARTINS ALTENFELDER SILVA, 76, é presidente da Academia Paulista de Letras Jurídicas e presidente emérito do CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola * PARTICIPAÇÃO Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@uol.com.br. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
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Delegado diz que acusado de agredir corintiano não deve seguir preso
A polícia do Paraná espera encontrar até o final desta semana mais cinco agressores do corintiano Jonathan José Gomes Souza, 29. Ele foi espancado antes do jogo entre Coritiba e Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro no último domingo (18). Rodrigo de Oliveira Araújo, 24, se apresentou ao delegado Clóvis Galvão, da Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe) nesta segunda (19). Ele prestou depoimento e foi liberado em seguida. Pouco antes, João Carlos de Paula, 24, havia sido encaminhado a presídio em Curitiba. O delegado não quis revelar o local. Eles serão indiciados por tentativa de homicídio. João Carlos é primário. Galvão não crê que ele ficará detido por muito tempo. "A gente sabe como são as coisas. Isso [o tempo de prisão] o juiz vai determinar. Mas ele não tem antecedentes e isso é determinante", disse o delegado. Segundo a polícia, os dois são integrantes da Império Alviverde, torcida organizada do Coritiba. A confusão aconteceu quando ônibus dos corintianos sofreu emboscada na região do estádio Couto Pereira. De acordo com Galvão, João Carlos confessou a participação no crime, embora o advogado Renato Freitas considere que qualquer declaração de seu cliente não tem valor no processo, já que foi feita sem a presença de um representante legal. O delegado chegou a divulgar a morte de Jonathan, mas ele recebia atendimento médico e teve alta do hospital alta horas depois. Galvão alegou também que os corintianos buscaram conflitos na região do Couto Pereira, antes da partida. "Ele [o advogado] pode falar o que quiser. É o direito de espernear. Há vídeos, há fotografias, ele foi reconhecido pela roupa, pelo calçado... Mas isso vai ficar claro no decorrer das investigações", completou. Galvão solicitou à polícia de São Paulo que encontre e receba o depoimento de Jonathan. Após ser atendido no hospital, ele deixou Curitiba. Veja vídeo O delegado não revela se os outros cinco procurados também são integrantes da Império Alviverde. Em mensagens de Whatsapp, torcedores do Corinthians disseram que os ônibus das organizadas estavam quase vazios, já que a polícia havia determinado que todos descessem para serem escoltados, a pé, até o estádio. Além de Jonathan, cinco corintianos receberam atendimento médico. Quatro foram encaminhados ao Hospital Universitário Cajuru. Três acabaram liberados no começo da noite de domingo e o último, que ficou em observação, recebeu alta na manhã desta segunda. Todos tinham ferimentos superficiais, de acordo com a assessoria de imprensa do hospital, que não divulga a identidade dos pacientes. O único que permanece internado é Luciano Romano. Com fratura exposta na perna, ele passou por cirurgia no Hospital Universitário Evangélico de Curitiba.
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Delegado diz que acusado de agredir corintiano não deve seguir presoA polícia do Paraná espera encontrar até o final desta semana mais cinco agressores do corintiano Jonathan José Gomes Souza, 29. Ele foi espancado antes do jogo entre Coritiba e Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro no último domingo (18). Rodrigo de Oliveira Araújo, 24, se apresentou ao delegado Clóvis Galvão, da Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe) nesta segunda (19). Ele prestou depoimento e foi liberado em seguida. Pouco antes, João Carlos de Paula, 24, havia sido encaminhado a presídio em Curitiba. O delegado não quis revelar o local. Eles serão indiciados por tentativa de homicídio. João Carlos é primário. Galvão não crê que ele ficará detido por muito tempo. "A gente sabe como são as coisas. Isso [o tempo de prisão] o juiz vai determinar. Mas ele não tem antecedentes e isso é determinante", disse o delegado. Segundo a polícia, os dois são integrantes da Império Alviverde, torcida organizada do Coritiba. A confusão aconteceu quando ônibus dos corintianos sofreu emboscada na região do estádio Couto Pereira. De acordo com Galvão, João Carlos confessou a participação no crime, embora o advogado Renato Freitas considere que qualquer declaração de seu cliente não tem valor no processo, já que foi feita sem a presença de um representante legal. O delegado chegou a divulgar a morte de Jonathan, mas ele recebia atendimento médico e teve alta do hospital alta horas depois. Galvão alegou também que os corintianos buscaram conflitos na região do Couto Pereira, antes da partida. "Ele [o advogado] pode falar o que quiser. É o direito de espernear. Há vídeos, há fotografias, ele foi reconhecido pela roupa, pelo calçado... Mas isso vai ficar claro no decorrer das investigações", completou. Galvão solicitou à polícia de São Paulo que encontre e receba o depoimento de Jonathan. Após ser atendido no hospital, ele deixou Curitiba. Veja vídeo O delegado não revela se os outros cinco procurados também são integrantes da Império Alviverde. Em mensagens de Whatsapp, torcedores do Corinthians disseram que os ônibus das organizadas estavam quase vazios, já que a polícia havia determinado que todos descessem para serem escoltados, a pé, até o estádio. Além de Jonathan, cinco corintianos receberam atendimento médico. Quatro foram encaminhados ao Hospital Universitário Cajuru. Três acabaram liberados no começo da noite de domingo e o último, que ficou em observação, recebeu alta na manhã desta segunda. Todos tinham ferimentos superficiais, de acordo com a assessoria de imprensa do hospital, que não divulga a identidade dos pacientes. O único que permanece internado é Luciano Romano. Com fratura exposta na perna, ele passou por cirurgia no Hospital Universitário Evangélico de Curitiba.
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Crise leva formalidade a escritórios coletivos
Os escritórios compartilhados, conhecidos como coworkings, que costumam abrigar em ambiente descontraído novos empreendedores e profissionais autônomos de áreas ligadas à comunicação, estão se tornando lugar para trabalhar de jaleco ou terno e gravata também. Novos escritórios compartilhados estão se especializando em atender advogados, profissionais de saúde, chefs de cozinha, arquitetos e artistas. No modelo, a empresa responsável pelo imóvel aluga horas de trabalho em espaços divididos entre vários profissionais. Em geral, os coworkings oferecem uma mesa de trabalho em sala dividida entre vários profissionais e estrutura básica, que inclui itens como acesso à internet, recepção, água, luz e limpeza. Já nos coworkings especializados, além do design pensado para atender profissionais de uma mesma área, também é possível encontrar itens úteis para seu público, como serviço de correspondentes jurídicos para buscar e levar processos ao fórum —no caso do coworking para advogados— ou ferramentas para confecção de maquetes, no dos arquitetos. Os coworkings são opções para profissionais que querem reduzir suas despesas, o que tem se tornado mais necessário na crise, diz Daniel Palácio, gerente do Sebrae-SP. A redução de custos ocorre devido à divisão do aluguel e das despesas do escritório entre vários profissionais. Um desses espaços especializados, o Legal Space, em Belo Horizonte, tornou-se, em março, o escritório da advogada Aline Barbosa Pinto, 36. Ela diz que, após ser desligada do escritório de advocacia em que trabalhou por oito anos, decidiu atuar por conta própria. O menor custo a fez se interessar pelo modelo compartilhado. Hoje ela paga R$ 790 mensais em pacote de 12 horas por dia no coworking, que tem 28 estações de trabalho. Se fosse montar seu próprio escritório, gastaria R$ 5.000, estima. Segundo a advogada, seu plano inicial era deixar o coworking para se instalar em um espaço próprio em 2016, mas a ideia deve ser adiada: "Contratar um espaço significa pagar aluguel, pagar por serviço de secretaria, limpeza, ter problema com cabeamento, com ar-condicionado. São questões que tomam tempo do autônomo". Gustavo Miranda, sócio da empresa BuscaSala, que tem um site buscador de espaços de coworking pela internet, diz que a diversificação trará mais adeptos ao modelo compartilhado, especialmente em áreas que exigem mais formalidade: "Algumas pessoas ficam receosas de o cliente olhá-las com outros olhos se souber que elas trabalham em um coworking. Esses espaços especializados dão uma cara mais séria, um ar mais formal, em vez de ter um pessoal trabalhando de bermuda." O escritório compartilhado costuma ser boa opção para quem está começando e ainda precisa formar sua clientela, diz Palácio, do Sebrae-SP. AGULHA Mas não é apenas de iniciantes que a ideia pode chamar a atenção. A acupunturista Flavia Parente, 43, com 15 anos de atuação na área, também fez contas para se decidir por um espaço compartilhado especializado em profissionais de saúde, no caso o Medical Place, em São Paulo. O espaço permite locar salas com maca por horas avulsas, dias ou períodos maiores. Parente diz que, antes de se decidir pelo coworking, havia feito pesquisas para alugar uma sala e viu que gastaria R$ 3.000 mensais. No coworking, onde está há um mês, gasta R$ 1.800. "Para muitos, esse tipo de sala é uma forma de começar a trabalhar. Para mim, não, tenho bastante cliente, então vim por ter encontrado uma boa oportunidade aqui." - Advogados O Legal Space, de Belo Horizonte, aproveitou a proximidade com o fórum para se especializar no atendimento a advogados; oferece 28 vagas e serviço de correspondente jurídico Arquitetos A Incubadora de Arquitetura, iniciada em março em Porto Alegre, tem seis espaços para profissionais alugar; oferece material específico para trabalho, como amostra de tintas e materiais como granito Artistas Criada por proprietário de oficina de mosaicos em março, o General Jardim, em São Paulo, possui oficina em seu subsolo com ferramentas para artistas plásticos, designers e arquitetos Chefs A House of Food, em SP, permite locar cozinha industrial por a partir de R$ 500 por dia Dentistas A clínica Querido Odontologia disponibiliza seus espaços ociosos no modelo de coworking, em que é possível alugar salas pelo período da manhã ou da tarde Médicos A Medical Place, de São Paulo, permite a médicos e demais profissionais da área de saúde alugar salas por a partir de R$ 30 Pais e mães A Casa de Viver, em São Paulo, oferece sala de brinquedos e serviço de cuidador para que crianças possam acompanhar os pais nos dias de trabalho
mercado
Crise leva formalidade a escritórios coletivosOs escritórios compartilhados, conhecidos como coworkings, que costumam abrigar em ambiente descontraído novos empreendedores e profissionais autônomos de áreas ligadas à comunicação, estão se tornando lugar para trabalhar de jaleco ou terno e gravata também. Novos escritórios compartilhados estão se especializando em atender advogados, profissionais de saúde, chefs de cozinha, arquitetos e artistas. No modelo, a empresa responsável pelo imóvel aluga horas de trabalho em espaços divididos entre vários profissionais. Em geral, os coworkings oferecem uma mesa de trabalho em sala dividida entre vários profissionais e estrutura básica, que inclui itens como acesso à internet, recepção, água, luz e limpeza. Já nos coworkings especializados, além do design pensado para atender profissionais de uma mesma área, também é possível encontrar itens úteis para seu público, como serviço de correspondentes jurídicos para buscar e levar processos ao fórum —no caso do coworking para advogados— ou ferramentas para confecção de maquetes, no dos arquitetos. Os coworkings são opções para profissionais que querem reduzir suas despesas, o que tem se tornado mais necessário na crise, diz Daniel Palácio, gerente do Sebrae-SP. A redução de custos ocorre devido à divisão do aluguel e das despesas do escritório entre vários profissionais. Um desses espaços especializados, o Legal Space, em Belo Horizonte, tornou-se, em março, o escritório da advogada Aline Barbosa Pinto, 36. Ela diz que, após ser desligada do escritório de advocacia em que trabalhou por oito anos, decidiu atuar por conta própria. O menor custo a fez se interessar pelo modelo compartilhado. Hoje ela paga R$ 790 mensais em pacote de 12 horas por dia no coworking, que tem 28 estações de trabalho. Se fosse montar seu próprio escritório, gastaria R$ 5.000, estima. Segundo a advogada, seu plano inicial era deixar o coworking para se instalar em um espaço próprio em 2016, mas a ideia deve ser adiada: "Contratar um espaço significa pagar aluguel, pagar por serviço de secretaria, limpeza, ter problema com cabeamento, com ar-condicionado. São questões que tomam tempo do autônomo". Gustavo Miranda, sócio da empresa BuscaSala, que tem um site buscador de espaços de coworking pela internet, diz que a diversificação trará mais adeptos ao modelo compartilhado, especialmente em áreas que exigem mais formalidade: "Algumas pessoas ficam receosas de o cliente olhá-las com outros olhos se souber que elas trabalham em um coworking. Esses espaços especializados dão uma cara mais séria, um ar mais formal, em vez de ter um pessoal trabalhando de bermuda." O escritório compartilhado costuma ser boa opção para quem está começando e ainda precisa formar sua clientela, diz Palácio, do Sebrae-SP. AGULHA Mas não é apenas de iniciantes que a ideia pode chamar a atenção. A acupunturista Flavia Parente, 43, com 15 anos de atuação na área, também fez contas para se decidir por um espaço compartilhado especializado em profissionais de saúde, no caso o Medical Place, em São Paulo. O espaço permite locar salas com maca por horas avulsas, dias ou períodos maiores. Parente diz que, antes de se decidir pelo coworking, havia feito pesquisas para alugar uma sala e viu que gastaria R$ 3.000 mensais. No coworking, onde está há um mês, gasta R$ 1.800. "Para muitos, esse tipo de sala é uma forma de começar a trabalhar. Para mim, não, tenho bastante cliente, então vim por ter encontrado uma boa oportunidade aqui." - Advogados O Legal Space, de Belo Horizonte, aproveitou a proximidade com o fórum para se especializar no atendimento a advogados; oferece 28 vagas e serviço de correspondente jurídico Arquitetos A Incubadora de Arquitetura, iniciada em março em Porto Alegre, tem seis espaços para profissionais alugar; oferece material específico para trabalho, como amostra de tintas e materiais como granito Artistas Criada por proprietário de oficina de mosaicos em março, o General Jardim, em São Paulo, possui oficina em seu subsolo com ferramentas para artistas plásticos, designers e arquitetos Chefs A House of Food, em SP, permite locar cozinha industrial por a partir de R$ 500 por dia Dentistas A clínica Querido Odontologia disponibiliza seus espaços ociosos no modelo de coworking, em que é possível alugar salas pelo período da manhã ou da tarde Médicos A Medical Place, de São Paulo, permite a médicos e demais profissionais da área de saúde alugar salas por a partir de R$ 30 Pais e mães A Casa de Viver, em São Paulo, oferece sala de brinquedos e serviço de cuidador para que crianças possam acompanhar os pais nos dias de trabalho
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Unifesp reduz atendimento, coloca alunos na limpeza e atrasa conta de luz
O aposentado José Trevisan, 80, chegou há seis anos no setor de oftalmologia do Hospital São Paulo (HSP) quase sem enxergar. Em Santa Bárbara d'Oeste, no interior paulista, onde ele vive com as três filhas, não havia tratamento para o seu caso. Foi operado, mas continua retornando todo mês ao hospital da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), porque desenvolveu um glaucoma e está em fase de observação após a cirurgia mais recente. E ele tem sorte, já que o hospital reduziu o número de cirurgias oftalmológicas realizadas neste ano. O HSP, hospital universitário da Unifesp, atende oftalmologia de alta complexidade e realiza cirurgias avançadas, como implantes e transplantes de córnea. Com a redução de recursos causada pelos cortes orçamentários do MEC (Ministério da Educação) no início deste ano, somada às greves de funcionários e médicos residentes no primeiro semestre, o hospital passou a selecionar quem vai atender. Os pacientes foram categorizados por nível de risco e só é operado quem tem mais chance de se recuperar. "A gente precisa escolher entre um paciente que tem uma chance de 10% de ficar bom, e um que tem 70% de chance", diz Paulo Schor, chefe de oftalmologia tanto do hospital como da Unifesp. Desde o início do ano, o Ministério do Planejamento fez vários bloqueios ao orçamento de R$ 139 bilhões autorizados para o MEC. O maior corte ocorreu em maio, R$ 9,4 bilhões. No mês seguinte, o MEC anunciou redução de 47% do orçamento das universidades federais. Na Unifesp, o corte de R$ 25 milhões foi concentrado na verba para investimentos, projetos e obras. O efeito desse corte chegou ao setor de oftalmologia da universidade, que decidiu reduzir em 40% as vagas de residência médica e em 30%, as de especialização para 2016. A projeção do departamento é que isto reduza em 30% o número de cirurgias. Esse é o único departamento da área no país a receber conceito 7, a nota máxima da avaliação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Sua estrutura conta com cinco centros de pesquisa acadêmica, 35 setores de pesquisa clínica e 84 pós-graduandos. Os centros de estudos de oftalmologia ficam no edifício de pesquisa, que possui mais de 30 laboratórios da área da saúde da Unifesp. O novo contrato de limpeza, feito em julho com a empresa Multiservice, não inclui a higienização de vidrarias e equipamentos específicos de laboratório. Desde então, os estudantes é que estão responsáveis por higienizar os materiais de uso diário. Como a limpeza das salas e esterilização de utensílios deve ser cuidadosa, os alunos acabam perdendo tempo de trabalho em suas pesquisas, explica Schor. Segundo o chefe de oftalmologia, os gastos em alguns setores são reduzidos para preservar outros mais importantes. No departamento, a prioridade é manter o nível de qualidade de quem permanece nos projetos, mesmo que para isso seja necessário reduzir a oferta de vagas e o uso de insumos. "Corta-se a mão para não perder o braço inteiro", diz Schor. Na pós-graduação, os cortes e atrasos reduziram o ritmo de projetos, interromperam a importação de equipamentos e adiaram o início de pesquisas. "Se não houver novos aportes, seremos obrigados a parar projetos", afirma a Unifesp, por meio de sua assessoria de imprensa. Outras consequências podem ocorrer a médio e longo prazo, como redução da formação de mestres e doutores, distanciamento das tecnologias de ponta, tornar a carreira de cientista pouco atrativa e evasão de estudantes para o exterior. Segundo Schor, a conta de luz da Unifesp ficou atrasada quatro meses neste ano. Uma parcela foi paga em outubro com a verba de outras atividades. "Se cortar a energia deste prédio [edifício de pesquisa] por um ou dois dias, pesquisas de décadas serão perdidas", diz. De acordo com a Unifesp, o fluxo orçamentário e financeiro inconstante do governo federal ocasionou instabilidade no pagamento de algumas despesas. É o que acontece no Centro Avançado de Superfície Ocular (Caso), onde o freezer armazena experimentos de dez anos a -80° C. Para que este e outros equipamentos funcionem corretamente, a temperatura da sala deve ser mantida em 20° C, mas o ar-condicionado está quebrado, deixando o ambiente a 25°C. "Já chegou a 30°. O laboratório superaquece e reduz a vida útil dos equipamentos", diz Priscila Cristovam, 36, aluna de pós-doutorado. De acordo com o professor José Álvaro Pereira Gomes, diretor do centro, o conserto de equipamentos está mais demorado neste ano. No Caso, são estudadas alternativas para reconstrução da superfície ocular, além de análise de amostras dos pacientes do HSP. "Ciência é uma evolução constante. Se houver essa tendência de queda do investimento, a gente vai retroceder com certeza", diz Gomes. Ainda segundo Schor, o HSP recebe doações, que são recebidas pela universidade e direcionadas ao hospital. Os congressos e cursos para profissionais especializados complementam a verba do departamento de oftalmologia. Existe também a possibilidade de utilizar fontes alternativas de financiamento, como a realização de testes de pesquisas clínicas para empresas e financiamento coletivo. "O hospital e o centro de pesquisas estão em um momento muito preocupante, porque demoraram décadas para serem montados, e tememos que leve apenas anos para serem desmontados". Em nota, o MEC afirma que, para se adequar ao ajuste, priorizou as despesas de custeio das universidades, e que foram preservados integralmente os limites de gastos em 2015 com hospitais universitários, assistência estudantil e residência médica. O Projeto de Lei Orçamentária para 2016, que definirá a verba do ministério, está em tramitação no Congresso Nacional. GIULIANE GAVA e RENAN LOPES fizeram o 1º Programa de Treinamento em Fotojornalismo e Vídeo da Folha, patrocinado por Friboi, Odebrecht e Philip Morris Brasil.
treinamento
Unifesp reduz atendimento, coloca alunos na limpeza e atrasa conta de luzO aposentado José Trevisan, 80, chegou há seis anos no setor de oftalmologia do Hospital São Paulo (HSP) quase sem enxergar. Em Santa Bárbara d'Oeste, no interior paulista, onde ele vive com as três filhas, não havia tratamento para o seu caso. Foi operado, mas continua retornando todo mês ao hospital da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), porque desenvolveu um glaucoma e está em fase de observação após a cirurgia mais recente. E ele tem sorte, já que o hospital reduziu o número de cirurgias oftalmológicas realizadas neste ano. O HSP, hospital universitário da Unifesp, atende oftalmologia de alta complexidade e realiza cirurgias avançadas, como implantes e transplantes de córnea. Com a redução de recursos causada pelos cortes orçamentários do MEC (Ministério da Educação) no início deste ano, somada às greves de funcionários e médicos residentes no primeiro semestre, o hospital passou a selecionar quem vai atender. Os pacientes foram categorizados por nível de risco e só é operado quem tem mais chance de se recuperar. "A gente precisa escolher entre um paciente que tem uma chance de 10% de ficar bom, e um que tem 70% de chance", diz Paulo Schor, chefe de oftalmologia tanto do hospital como da Unifesp. Desde o início do ano, o Ministério do Planejamento fez vários bloqueios ao orçamento de R$ 139 bilhões autorizados para o MEC. O maior corte ocorreu em maio, R$ 9,4 bilhões. No mês seguinte, o MEC anunciou redução de 47% do orçamento das universidades federais. Na Unifesp, o corte de R$ 25 milhões foi concentrado na verba para investimentos, projetos e obras. O efeito desse corte chegou ao setor de oftalmologia da universidade, que decidiu reduzir em 40% as vagas de residência médica e em 30%, as de especialização para 2016. A projeção do departamento é que isto reduza em 30% o número de cirurgias. Esse é o único departamento da área no país a receber conceito 7, a nota máxima da avaliação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Sua estrutura conta com cinco centros de pesquisa acadêmica, 35 setores de pesquisa clínica e 84 pós-graduandos. Os centros de estudos de oftalmologia ficam no edifício de pesquisa, que possui mais de 30 laboratórios da área da saúde da Unifesp. O novo contrato de limpeza, feito em julho com a empresa Multiservice, não inclui a higienização de vidrarias e equipamentos específicos de laboratório. Desde então, os estudantes é que estão responsáveis por higienizar os materiais de uso diário. Como a limpeza das salas e esterilização de utensílios deve ser cuidadosa, os alunos acabam perdendo tempo de trabalho em suas pesquisas, explica Schor. Segundo o chefe de oftalmologia, os gastos em alguns setores são reduzidos para preservar outros mais importantes. No departamento, a prioridade é manter o nível de qualidade de quem permanece nos projetos, mesmo que para isso seja necessário reduzir a oferta de vagas e o uso de insumos. "Corta-se a mão para não perder o braço inteiro", diz Schor. Na pós-graduação, os cortes e atrasos reduziram o ritmo de projetos, interromperam a importação de equipamentos e adiaram o início de pesquisas. "Se não houver novos aportes, seremos obrigados a parar projetos", afirma a Unifesp, por meio de sua assessoria de imprensa. Outras consequências podem ocorrer a médio e longo prazo, como redução da formação de mestres e doutores, distanciamento das tecnologias de ponta, tornar a carreira de cientista pouco atrativa e evasão de estudantes para o exterior. Segundo Schor, a conta de luz da Unifesp ficou atrasada quatro meses neste ano. Uma parcela foi paga em outubro com a verba de outras atividades. "Se cortar a energia deste prédio [edifício de pesquisa] por um ou dois dias, pesquisas de décadas serão perdidas", diz. De acordo com a Unifesp, o fluxo orçamentário e financeiro inconstante do governo federal ocasionou instabilidade no pagamento de algumas despesas. É o que acontece no Centro Avançado de Superfície Ocular (Caso), onde o freezer armazena experimentos de dez anos a -80° C. Para que este e outros equipamentos funcionem corretamente, a temperatura da sala deve ser mantida em 20° C, mas o ar-condicionado está quebrado, deixando o ambiente a 25°C. "Já chegou a 30°. O laboratório superaquece e reduz a vida útil dos equipamentos", diz Priscila Cristovam, 36, aluna de pós-doutorado. De acordo com o professor José Álvaro Pereira Gomes, diretor do centro, o conserto de equipamentos está mais demorado neste ano. No Caso, são estudadas alternativas para reconstrução da superfície ocular, além de análise de amostras dos pacientes do HSP. "Ciência é uma evolução constante. Se houver essa tendência de queda do investimento, a gente vai retroceder com certeza", diz Gomes. Ainda segundo Schor, o HSP recebe doações, que são recebidas pela universidade e direcionadas ao hospital. Os congressos e cursos para profissionais especializados complementam a verba do departamento de oftalmologia. Existe também a possibilidade de utilizar fontes alternativas de financiamento, como a realização de testes de pesquisas clínicas para empresas e financiamento coletivo. "O hospital e o centro de pesquisas estão em um momento muito preocupante, porque demoraram décadas para serem montados, e tememos que leve apenas anos para serem desmontados". Em nota, o MEC afirma que, para se adequar ao ajuste, priorizou as despesas de custeio das universidades, e que foram preservados integralmente os limites de gastos em 2015 com hospitais universitários, assistência estudantil e residência médica. O Projeto de Lei Orçamentária para 2016, que definirá a verba do ministério, está em tramitação no Congresso Nacional. GIULIANE GAVA e RENAN LOPES fizeram o 1º Programa de Treinamento em Fotojornalismo e Vídeo da Folha, patrocinado por Friboi, Odebrecht e Philip Morris Brasil.
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Ashley Madison continua adicionando usuários mesmo após vazamento
Centenas de milhares de pessoas se inscreveram no site de infidelidade Ashley Madison na última semana, disse a controladora Avid Life Media nesta segunda-feira (31), mesmo após hackers terem vazado dados de milhões de usuários. A companhia também negou relatos segundo os quais o site tinha poucas mulheres como usuárias, dizendo que os dados internos divulgados pelos hackers foram incorretamente analisados. "Recentes reportagens da imprensa que previam o fim iminente do Ashley Madison são enormemente exageradas", disse a companhia em comunicado. "Apesar de ter nossos negócios e clientes atacados, nós estamos crescendo." No dia 18 de agosto, hackers que se disseram insatisfeitos com as práticas comerciais da Avid Life vazaram dados dos clientes da Ashley Madison. Um segundo vazamento divulgou dados de milhares de e-mails e outros documentos da companhia. A Reuters não verificou de forma independente a autenticidade dos dados, e-mails ou documentos. Na semana passada, o blog de tecnologia Gizmodo publicou uma análise dos dados que teve ampla repercussão. Segundo o estudo, milhares dos usuários com dados vazados tinham e-mails que terminavam com ashleymadison.com e poucas, cerca de 1.500, usuárias mulheres checaram suas mensagens no site. A Avid Life disse nesta segunda-feira que o site concluiu erroneamente que o número de usuários ativos mulheres no Ashley Madison poderia ser calculado com base nos dados vazados. "Apenas na última semana, as mulheres enviaram mais de 2,8 milhões de mensagens por nossa plataforma", disse a Avid Life, completando que 87,6 mil mulheres também se cadastraram no site na semana passada.
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Ashley Madison continua adicionando usuários mesmo após vazamentoCentenas de milhares de pessoas se inscreveram no site de infidelidade Ashley Madison na última semana, disse a controladora Avid Life Media nesta segunda-feira (31), mesmo após hackers terem vazado dados de milhões de usuários. A companhia também negou relatos segundo os quais o site tinha poucas mulheres como usuárias, dizendo que os dados internos divulgados pelos hackers foram incorretamente analisados. "Recentes reportagens da imprensa que previam o fim iminente do Ashley Madison são enormemente exageradas", disse a companhia em comunicado. "Apesar de ter nossos negócios e clientes atacados, nós estamos crescendo." No dia 18 de agosto, hackers que se disseram insatisfeitos com as práticas comerciais da Avid Life vazaram dados dos clientes da Ashley Madison. Um segundo vazamento divulgou dados de milhares de e-mails e outros documentos da companhia. A Reuters não verificou de forma independente a autenticidade dos dados, e-mails ou documentos. Na semana passada, o blog de tecnologia Gizmodo publicou uma análise dos dados que teve ampla repercussão. Segundo o estudo, milhares dos usuários com dados vazados tinham e-mails que terminavam com ashleymadison.com e poucas, cerca de 1.500, usuárias mulheres checaram suas mensagens no site. A Avid Life disse nesta segunda-feira que o site concluiu erroneamente que o número de usuários ativos mulheres no Ashley Madison poderia ser calculado com base nos dados vazados. "Apenas na última semana, as mulheres enviaram mais de 2,8 milhões de mensagens por nossa plataforma", disse a Avid Life, completando que 87,6 mil mulheres também se cadastraram no site na semana passada.
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Índice de atividade do BC completa 11 meses de queda em janeiro
A economia brasileira registrou 11 meses seguidos de retração em janeiro de 2016, de acordo com o indicador de atividade do Banco Central, o IBC-Br, divulgado nesta segunda-feira (14). No primeiro mês deste ano, a queda foi de 0,61% em relação a dezembro. Na comparação com o mesmo período de 2015, o recuo foi de 8,12%. Nos 12 meses encerrados em janeiro, a economia encolheu 4,48%. O indicador do BC serve como referência para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. Entre os dados que influenciam seu cálculo estão as pesquisas mensais da indústria e do comércio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A produção da indústria brasileira começou 2016 com alta de 0,4% frente a dezembro, mas o setor produziu 13,8% a menos na comparação ao mesmo mês do ano passado. As venda do varejo caíram 1,5%, a maior queda para o mês desde 2005, em relação ao dezembro, e tiveram queda de 10,3% na comparação anual. O IBC-Br também tem alguma influência sobre as projeções do mercado financeiro para o PIB (Produto Interno Bruto), embora não possa ser considerado como uma prévia desse indicador, que é divulgado trimestralmente e tem outra metodologia de cálculo.
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Índice de atividade do BC completa 11 meses de queda em janeiroA economia brasileira registrou 11 meses seguidos de retração em janeiro de 2016, de acordo com o indicador de atividade do Banco Central, o IBC-Br, divulgado nesta segunda-feira (14). No primeiro mês deste ano, a queda foi de 0,61% em relação a dezembro. Na comparação com o mesmo período de 2015, o recuo foi de 8,12%. Nos 12 meses encerrados em janeiro, a economia encolheu 4,48%. O indicador do BC serve como referência para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. Entre os dados que influenciam seu cálculo estão as pesquisas mensais da indústria e do comércio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A produção da indústria brasileira começou 2016 com alta de 0,4% frente a dezembro, mas o setor produziu 13,8% a menos na comparação ao mesmo mês do ano passado. As venda do varejo caíram 1,5%, a maior queda para o mês desde 2005, em relação ao dezembro, e tiveram queda de 10,3% na comparação anual. O IBC-Br também tem alguma influência sobre as projeções do mercado financeiro para o PIB (Produto Interno Bruto), embora não possa ser considerado como uma prévia desse indicador, que é divulgado trimestralmente e tem outra metodologia de cálculo.
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Cientistas desenvolvem droga que bronzeia a pele sem risco de câncer
Cientistas desenvolveram uma droga que imita a luz do Sol para bronzear a pele, sem os riscos associados à exposição aos raios ultravioleta. A substância estimulou a produção de melanina, que confere pigmentação ao corpo, em experimentos com pedaços de pele e em camundongos. Os testes revelam que até pessoas de pele mais clara, que normalmente se queimam mais facilmente no Sol, podem ser beneficiadas com a droga. Uma equipe do Hospital Geral de Massachusetts, responsável pela pesquisa, espera que a descoberta possa prevenir o câncer de pele e até reduzir a aparência envelhecida que pode resultar do excesso de exposição ao Sol. BRONZEADO POTENTE Os raios ultravioleta deixam a pele bronzeada ao causar-lhe danos. Isso deflagra uma cadeia de reações químicas na pele que provoca a produção de melanina –o protetor solar natural do corpo. A nova droga é esfregada na pele para impedir o dano e, assim, estimular a produção do pigmento sem a influência da radiação. David Fisher, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, disse que a droga tem "um potente efeito bronzeador". "Pelo microscópio, podemos ver a melanina de verdade, ativando a produção do pigmento sem a influência dos raios ultravioleta", diz. A droga tem um resultado diferente do obtido com o spray de bronzeamento, que "pinta" a pele sem proteção da melanina. Também difere das camas de bronzeamento, que expõem a pele à luz ultravioleta, e das pílulas que supostamente elevam a produção do pigmento, mas também demandam exposição solar. A equipe, contudo, diz que o foco da pesquisa não é produzir um novo cosmético. Fisher diz que a falta de progresso no combate ao câncer de pele –o tipo mais comum de câncer– foi "uma frustração muito significativa" que motivou a investigação. "Nosso verdadeiro objetivo é desenvolver uma estratégia inovadora para proteger a pele da radiação UV e câncer", diz. "O pigmento escuro [da pele] é associado a um risco mais baixo de todas as formas de câncer de pele –isso seria incrível", acrescenta. Os experimentos, detalhados na revista científica "Cell Reports", mostraram que a melanina produzida pela droga foi capaz de bloquear raios ultravioleta nocivos. Em última análise, os cientistas querem combinar a droga com protetor solar para aumentar a proteção contra a radiação. Fisher diz que é "absolutamente" necessário usar protetor solar, mas há o problema da falta de bronzeamento com o uso. USO COMERCIAL A droga ainda não está pronta para o uso comercial. Embora até agora os resultados tenham sido promissores, os pesquisadores querem fazer mais testes de segurança. Matthew Gass, da Associação Britânica de Dermatologistas, disse que o estudo traz "uma abordagem única" para prevenir o câncer de pele. "São necessárias mais pesquisas antes de podermos ver essa tecnologia sendo usada por humanos. No entanto, certamente é uma proposta interessante", diz. "As taxas de câncer de pele no Reino Unido estão disparando. Qualquer pesquisa que possa prevenir as pessoas de desenvolver câncer de pele é bem-vinda", acrescenta. No Brasil, apesar de não ser o mais letal, o câncer de pele também é o mais frequente, correspondendo a 30% de todos os tumores. Em 2013, morreram mais de mil pessoas vítimas da doença. A droga também pode reduzir a aparência envelhecida, resultado do excesso de exposição ao sol. "Muitas pessoas dizem que o óbvio e mais contundente sinal de envelhecimento é a aparência da pele", diz Fisher. "Trata-se de algo quase que impossível de ser combatido com remédios, mas podemos usá-la para deixar a pele com uma aparência mais saudável por mais tempo", conclui.
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Cientistas desenvolvem droga que bronzeia a pele sem risco de câncerCientistas desenvolveram uma droga que imita a luz do Sol para bronzear a pele, sem os riscos associados à exposição aos raios ultravioleta. A substância estimulou a produção de melanina, que confere pigmentação ao corpo, em experimentos com pedaços de pele e em camundongos. Os testes revelam que até pessoas de pele mais clara, que normalmente se queimam mais facilmente no Sol, podem ser beneficiadas com a droga. Uma equipe do Hospital Geral de Massachusetts, responsável pela pesquisa, espera que a descoberta possa prevenir o câncer de pele e até reduzir a aparência envelhecida que pode resultar do excesso de exposição ao Sol. BRONZEADO POTENTE Os raios ultravioleta deixam a pele bronzeada ao causar-lhe danos. Isso deflagra uma cadeia de reações químicas na pele que provoca a produção de melanina –o protetor solar natural do corpo. A nova droga é esfregada na pele para impedir o dano e, assim, estimular a produção do pigmento sem a influência da radiação. David Fisher, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, disse que a droga tem "um potente efeito bronzeador". "Pelo microscópio, podemos ver a melanina de verdade, ativando a produção do pigmento sem a influência dos raios ultravioleta", diz. A droga tem um resultado diferente do obtido com o spray de bronzeamento, que "pinta" a pele sem proteção da melanina. Também difere das camas de bronzeamento, que expõem a pele à luz ultravioleta, e das pílulas que supostamente elevam a produção do pigmento, mas também demandam exposição solar. A equipe, contudo, diz que o foco da pesquisa não é produzir um novo cosmético. Fisher diz que a falta de progresso no combate ao câncer de pele –o tipo mais comum de câncer– foi "uma frustração muito significativa" que motivou a investigação. "Nosso verdadeiro objetivo é desenvolver uma estratégia inovadora para proteger a pele da radiação UV e câncer", diz. "O pigmento escuro [da pele] é associado a um risco mais baixo de todas as formas de câncer de pele –isso seria incrível", acrescenta. Os experimentos, detalhados na revista científica "Cell Reports", mostraram que a melanina produzida pela droga foi capaz de bloquear raios ultravioleta nocivos. Em última análise, os cientistas querem combinar a droga com protetor solar para aumentar a proteção contra a radiação. Fisher diz que é "absolutamente" necessário usar protetor solar, mas há o problema da falta de bronzeamento com o uso. USO COMERCIAL A droga ainda não está pronta para o uso comercial. Embora até agora os resultados tenham sido promissores, os pesquisadores querem fazer mais testes de segurança. Matthew Gass, da Associação Britânica de Dermatologistas, disse que o estudo traz "uma abordagem única" para prevenir o câncer de pele. "São necessárias mais pesquisas antes de podermos ver essa tecnologia sendo usada por humanos. No entanto, certamente é uma proposta interessante", diz. "As taxas de câncer de pele no Reino Unido estão disparando. Qualquer pesquisa que possa prevenir as pessoas de desenvolver câncer de pele é bem-vinda", acrescenta. No Brasil, apesar de não ser o mais letal, o câncer de pele também é o mais frequente, correspondendo a 30% de todos os tumores. Em 2013, morreram mais de mil pessoas vítimas da doença. A droga também pode reduzir a aparência envelhecida, resultado do excesso de exposição ao sol. "Muitas pessoas dizem que o óbvio e mais contundente sinal de envelhecimento é a aparência da pele", diz Fisher. "Trata-se de algo quase que impossível de ser combatido com remédios, mas podemos usá-la para deixar a pele com uma aparência mais saudável por mais tempo", conclui.
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Metade dos alunos do 9º ano já experimentou álcool, aponta IBGE
Mesmo sendo menores de idade, 55,5% dos estudantes do último ano do ensino fundamental já experimentaram bebidas alcoólicas. Desse total, 21,4% já tiveram episódio de embriaguez na vida. Os números são da PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) divulgada nesta sexta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Realizado em 2015 com apoio dos ministérios da Saúde e da Educação, o estudo analisou pouco mais de 102 mil questionários de estudantes brasileiros de escolas públicas e privadas na faixa etária de 13 a 15 anos. Outro destaque do levantamento diz respeito à alimentação saudável desses alunos. Para o IBGE, o resultado indica um fator preocupante. Dos entrevistados, 41,6% tinham o costume de consumir as chamadas guloseimas (balas, confeitos, doces, chocolates, sorvetes e outros) cinco dias ou mais em uma semana normal. O maior percentual foi registrado no Estado de São Paulo (47,7%), que superou a média nacional. Por outro lado, Piauí apresentou o menor índice, com 31,2%. Além disso, 62,3% dos participantes não comiam legumes e 67,3% não consumiam frutas frescas frequentemente durante a semana. Ao mesmo tempo, 13,7% costumavam comer salgados fritos, 31,3% salgadinhos "de pacote" e 26,7% beber refrigerantes semanalmente (igual ou superior a cinco dias). O resultado acende um alerta. Segundo o relatório, a ausência de uma normativa nacional para regular a venda desses tipos de alimento dentro das escolas pode comprometer a promoção de hábitos alimentares saudáveis para os estudantes.
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Metade dos alunos do 9º ano já experimentou álcool, aponta IBGEMesmo sendo menores de idade, 55,5% dos estudantes do último ano do ensino fundamental já experimentaram bebidas alcoólicas. Desse total, 21,4% já tiveram episódio de embriaguez na vida. Os números são da PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) divulgada nesta sexta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Realizado em 2015 com apoio dos ministérios da Saúde e da Educação, o estudo analisou pouco mais de 102 mil questionários de estudantes brasileiros de escolas públicas e privadas na faixa etária de 13 a 15 anos. Outro destaque do levantamento diz respeito à alimentação saudável desses alunos. Para o IBGE, o resultado indica um fator preocupante. Dos entrevistados, 41,6% tinham o costume de consumir as chamadas guloseimas (balas, confeitos, doces, chocolates, sorvetes e outros) cinco dias ou mais em uma semana normal. O maior percentual foi registrado no Estado de São Paulo (47,7%), que superou a média nacional. Por outro lado, Piauí apresentou o menor índice, com 31,2%. Além disso, 62,3% dos participantes não comiam legumes e 67,3% não consumiam frutas frescas frequentemente durante a semana. Ao mesmo tempo, 13,7% costumavam comer salgados fritos, 31,3% salgadinhos "de pacote" e 26,7% beber refrigerantes semanalmente (igual ou superior a cinco dias). O resultado acende um alerta. Segundo o relatório, a ausência de uma normativa nacional para regular a venda desses tipos de alimento dentro das escolas pode comprometer a promoção de hábitos alimentares saudáveis para os estudantes.
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Asiático Satay fecha as portas em SP e culpa crise e custos altos
O restaurante de cozinha asiática Satay, aberto no final de 2013 nos Jardins, em São Paulo, serviu suas últimas refeições na semana passada. Nesta quinta-feira (10), o grupo que controlava o restaurante anunciou, em um comunicado enviado à imprensa, seu fechamento. Aberta com inspiração chinesa e uma dupla de chefs "importados" –um chinês e um malasiano–, a casa recentemente havia aberto o cardápio a influências tailandesas e vietnamitas, depois de o chef Mauricio Santi, especializado na culinária do Sudeste asiático, ter prestado consultoria e assumido a cozinha, em junho. Segundo os proprietários, a aposta não rendeu os frutos esperados. "Os clientes mais fiéis sentiram falta dos pratos chineses", disse à Folha Luigi Cardoso Alves, sócio do estabelecimento. Santi deixou a casa depois de cerca de três meses. A esse cenário de movimento mais fraco se somaram custos em elevação. "Trabalhávamos com chefs de fora e usávamos muitos produtos importados; a alta do dólar complicou muito isso", diz Alves. Segundo ele, o ponto deve receber, até o começo do ano que vem, um outro restaurante do grupo –que controla também casas como a Brasserie des Arts. O empresário não quis antecipar a data exata de abertura ou a especialidade do novo estabelecimento.
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Asiático Satay fecha as portas em SP e culpa crise e custos altosO restaurante de cozinha asiática Satay, aberto no final de 2013 nos Jardins, em São Paulo, serviu suas últimas refeições na semana passada. Nesta quinta-feira (10), o grupo que controlava o restaurante anunciou, em um comunicado enviado à imprensa, seu fechamento. Aberta com inspiração chinesa e uma dupla de chefs "importados" –um chinês e um malasiano–, a casa recentemente havia aberto o cardápio a influências tailandesas e vietnamitas, depois de o chef Mauricio Santi, especializado na culinária do Sudeste asiático, ter prestado consultoria e assumido a cozinha, em junho. Segundo os proprietários, a aposta não rendeu os frutos esperados. "Os clientes mais fiéis sentiram falta dos pratos chineses", disse à Folha Luigi Cardoso Alves, sócio do estabelecimento. Santi deixou a casa depois de cerca de três meses. A esse cenário de movimento mais fraco se somaram custos em elevação. "Trabalhávamos com chefs de fora e usávamos muitos produtos importados; a alta do dólar complicou muito isso", diz Alves. Segundo ele, o ponto deve receber, até o começo do ano que vem, um outro restaurante do grupo –que controla também casas como a Brasserie des Arts. O empresário não quis antecipar a data exata de abertura ou a especialidade do novo estabelecimento.
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A esperança é de que Tite faça a seleção jogar coletivamente
Recentemente, me chamaram de filósofo do acaso. Gostei, com ressalvas. Na vida, especialmente no futebol, pela multiplicidade de possibilidades, o acaso tem muita importância. Ele costuma estar presente, mas sem avisar quando e onde vai aparecer. Apesar de não se mostrar, o acaso é tão presente, claro e objetivo quanto a mais precisa informação dada por um computador. Por outro lado, sei que sem organização, planejamento e conhecimento, que vai muito além da informação, nada é possível. As duas visões são complementares, não se excluem. Divago, levito, mas com os pés no chão. Muitas pessoas confundem o posicionamento tático, uma evolução da seleção olímpica e dos times brasileiros, principalmente depois da Copa de 2014, com conceitos, filosofia de jogo, aproximação para fazer triangulações, trocar passes, ter o domínio da partida e da bola e outros detalhes, características do Corinthians sob o comando de Tite. Predomina ainda em nosso futebol o excesso de bolas aéreas, longas, a pressa para chegar ao gol e as inúmeras tentativas individuais, mesmo fora de hora. Minha esperança é que Tite, aos poucos e até a Copa de 2018, faça a seleção jogar como o Corinthians de sua época, porém, com muito mais qualidade e eficiência, por ter jogadores melhores. Pela convocação e pelas entrevistas, imagino que Tite vai adotar a formação tática que usava no Corinthians, com quatro defensores, um volante (Casemiro), um meio-campista de cada lado que marque e avance (Paulinho e Renato Augusto), dois jogadores pelas pontas (um mais atacante, como Neymar, e outro mais armador, como Willian), além de um centroavante (Gabigol ou Gabriel Jesus). Paulinho, Renato Augusto e Casemiro formariam um trio forte fisicamente, ótimo na marcação e nas jogadas aéreas defensivas e ofensivas. Dos três, dois atuam na China, o que causa muita estranheza. Com esse meio-campo ou com qualquer outro, falta, há décadas, um craque nesse setor, que brilhe de uma área à outra. Esse tipo de armador não desapareceu por acaso. Outra possibilidade tática é repetir a formação olímpica, com dois volantes (Casemiro e Renato Augusto), um jogador de cada lado (Willian e Philippe Coutinho) e Neymar livre, no centro das jogadas, formando dupla com outro atacante. Sairia Paulinho e entraria Philippe Coutinho. Messi é mais completo e superior a Neymar, mas penso que a seleção brasileira depende mais de Neymar que a argentina de Messi. Isso ocorre porque Messi joga no Barcelona e na seleção da mesma maneira, enquanto Neymar, no time brasileiro e na época de Santos, tenta driblar, dezenas de vezes, vários adversários e fazer o gol. Isso pode ser bom ou ruim. Talvez, uma divagação, a Argentina fosse campeã do mundo e/ou da Copa América se Messi fosse mais fominha, menos solidário e acreditasse que ele é muito melhor que sua seleção. Ele tentaria driblar mais e decidir as partidas sozinho. Futebol é coletivo, mas há exceções. Nelson Rodrigues, em seu delicioso exagero, dizia que a maior virtude de Pelé era a imodéstia absoluta, a de ter certeza que ele era muito superior a todos. Talvez falte isso a Messi, por ser mais contido, dentro e fora de campo. Mesmo assim, é o melhor jogador do mundo. Cristiano Ronaldo é o melhor do ano.
colunas
A esperança é de que Tite faça a seleção jogar coletivamenteRecentemente, me chamaram de filósofo do acaso. Gostei, com ressalvas. Na vida, especialmente no futebol, pela multiplicidade de possibilidades, o acaso tem muita importância. Ele costuma estar presente, mas sem avisar quando e onde vai aparecer. Apesar de não se mostrar, o acaso é tão presente, claro e objetivo quanto a mais precisa informação dada por um computador. Por outro lado, sei que sem organização, planejamento e conhecimento, que vai muito além da informação, nada é possível. As duas visões são complementares, não se excluem. Divago, levito, mas com os pés no chão. Muitas pessoas confundem o posicionamento tático, uma evolução da seleção olímpica e dos times brasileiros, principalmente depois da Copa de 2014, com conceitos, filosofia de jogo, aproximação para fazer triangulações, trocar passes, ter o domínio da partida e da bola e outros detalhes, características do Corinthians sob o comando de Tite. Predomina ainda em nosso futebol o excesso de bolas aéreas, longas, a pressa para chegar ao gol e as inúmeras tentativas individuais, mesmo fora de hora. Minha esperança é que Tite, aos poucos e até a Copa de 2018, faça a seleção jogar como o Corinthians de sua época, porém, com muito mais qualidade e eficiência, por ter jogadores melhores. Pela convocação e pelas entrevistas, imagino que Tite vai adotar a formação tática que usava no Corinthians, com quatro defensores, um volante (Casemiro), um meio-campista de cada lado que marque e avance (Paulinho e Renato Augusto), dois jogadores pelas pontas (um mais atacante, como Neymar, e outro mais armador, como Willian), além de um centroavante (Gabigol ou Gabriel Jesus). Paulinho, Renato Augusto e Casemiro formariam um trio forte fisicamente, ótimo na marcação e nas jogadas aéreas defensivas e ofensivas. Dos três, dois atuam na China, o que causa muita estranheza. Com esse meio-campo ou com qualquer outro, falta, há décadas, um craque nesse setor, que brilhe de uma área à outra. Esse tipo de armador não desapareceu por acaso. Outra possibilidade tática é repetir a formação olímpica, com dois volantes (Casemiro e Renato Augusto), um jogador de cada lado (Willian e Philippe Coutinho) e Neymar livre, no centro das jogadas, formando dupla com outro atacante. Sairia Paulinho e entraria Philippe Coutinho. Messi é mais completo e superior a Neymar, mas penso que a seleção brasileira depende mais de Neymar que a argentina de Messi. Isso ocorre porque Messi joga no Barcelona e na seleção da mesma maneira, enquanto Neymar, no time brasileiro e na época de Santos, tenta driblar, dezenas de vezes, vários adversários e fazer o gol. Isso pode ser bom ou ruim. Talvez, uma divagação, a Argentina fosse campeã do mundo e/ou da Copa América se Messi fosse mais fominha, menos solidário e acreditasse que ele é muito melhor que sua seleção. Ele tentaria driblar mais e decidir as partidas sozinho. Futebol é coletivo, mas há exceções. Nelson Rodrigues, em seu delicioso exagero, dizia que a maior virtude de Pelé era a imodéstia absoluta, a de ter certeza que ele era muito superior a todos. Talvez falte isso a Messi, por ser mais contido, dentro e fora de campo. Mesmo assim, é o melhor jogador do mundo. Cristiano Ronaldo é o melhor do ano.
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Com duração imprevisível, Lava Jato já tem 37 fases e 364 investigados só no STF
O juiz Sergio Moro, principal figura da Lava Jato, afirmou neste mês que o fim da operação é 'imprevisível'. Veja o balanço das investigações, iniciadas em março de 2014 e que tiveram sua fase mais recente na última quinta-feira (17). 2014 Lava Jato (março) 2ª fase (março) 3ª fase (abril) 4ª fase (junho) 5ª fase (julho) 6ª fase (agosto) Juízo Final (novembro) 2015 8ª fase (janeiro) My Way (fevereiro) Que País É Esse (março) A Origem (abril) 12ª fase (abril) 13ª fase (maio) Erga Omnes (junho) Conexão Mônaco (julho) Radioatividade (julho) Pixuleco (agosto) Pixuleco 2 (agosto) Nessun Dorma (setembro) Corrosão (novembro) Passe Livre (novembro) Prisão Delcídio (novembro) 2016 Triplo X (janeiro) Acarajé (fevereiro) Aletheia (março) Polimento (março) Xepa (março) Carbono 14 (abril) Vitória de Pirro (abril) Repescagem (maio) Vício (maio) Abismo (julho) Caça-Fantasmas (julho) Resta Um (agosto) Arquivo X (setembro) Omertà (setembro) Prisão Cunha (outubro) Dragão (novembro) Calicute (novembro) R$ 3,1 bilhões alvo de recuperação, sendo R$ 568,7 milhões já repatriados 70 acordos de delação 41 acordos de delação homologados pelo Supremo Tribunal Federal 364 investigados no Supremo Tribunal Federal 299 denunciados (49 no Supremo Tribunal Federal e 250 na Justiça Federal do Paraná) 159 réus (2 no Supremo Tribunal Federal e 157 na Justiça Federal do Paraná) 82 condenados pela Justiça Federal do Paraná e 0 pelo Supremo Tribunal Federal Marcio Adriano Anselmo Delegado, deu início à Lava Jato com investigação de doleiros, em 2013 Igor Romário de Paula Coordenador da Lava Jato, é chefe da delegacia de combate ao crime organizado Filipe Pace Comanda os inquéritos sobre os ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci Érika Marena Delegada, também deu início à Operação Lava Jato e é especialista em crime financeiro Deltan Dallagnol Especialista em lavagem de dinheiro. É coordenador da força-tarefa da Lava Jato Roberto Pozzobon Professor de direito, também faz parte da força-tarefa da Lava Jato no MPF do Paraná Carlos Fernando Lima Um dos principais membros da força-tarefa, atuou no caso Banestado Rodrigo Janot Responsável pelas denúncias de políticos, foi criticado por congressistas alvos da operação Sergio Moro Juiz federal no PR, é especialista em crimes financeiros, atuou no caso do Banestado Vallisney Oliveira Juiz federal no DF, é responsável por uma ação contra Lula, e pelas operações Zelotes e Métis Teori Zavascki Ministro do STF, é o relator da Lava Jato na corte. Julga quem tem foro privilegiado 29.jul Justiça Federal do DF aceita denúncia contra o ex-presidente e mais seis por tentativa de obstruir a Lava Jato. Ele teria participado de trama para comprar a delação de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras 20.set Justiça Federal do PR aceita denúncia contra o ex-presidente sob acusação de lavagem de dinheiro e corrupção no caso do tríplex de Guarujá. Foi apontado como beneficiário de R$ 3,7 milhões de propina da OAS O que mais há contra ele É réu, desde outubro, sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa por favorecer a Odebrecht. Também é investigado por reformas em sítio em Atibaia (SP) e em piscina no Palácio da Alvorada. O ex-presidente nega todas as acusações contra ele 13.out Juiz Sergio Moro aceita denúncia contra o ex-deputado, sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Cunha é acusado de receber R$ 5 milhões do esquema da Petrobras em contas na Suíça 19.out É preso por ordem de Moro. Para o juiz, a liberdade de Cunha era um risco ao andamento da investigação, além de haver chance de fuga O que mais há contra ele É réu sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, pois teria recebido US$ 5 milhões em propina por navios-sonda. É alvo de cinco inquéritos, sobre desvios em fundo da Caixa, abuso de poder na Câmara, além de propinas em Furnas, de obras do Porto Maravilha e por aprovação de emenda favorável ao BTG Pactual. Cunha nega as acusações 27.set STF acolhe denúncia de maio contra a senadora Gleisi Hoffmann e o marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo. A campanha de Gleisi em 2010 teria recebido R$ 1 milhão do esquema da Petrobras O que mais há contra eles O casal também é investigado por um suposto esquema no Ministério do Planejamento, em que uma empresa de crédito consignado superfaturava seus serviços, pagando propina ao ex-ministro, que chegou a ser preso. O casal nega as suspeitas 3.nov Juiz Sergio Moro aceita denúncia de outubro contra o ex-ministro, que se torna réu sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é suspeito de coordenar a propina paga pela Odebrecht ao PT (R$ 128 milhões entre 2006 e 2013), incluindo US$ 10 milhões pagos ao publicitário João Santana O que mais há contra ele Palocci teria ficado com R$ 6 milhões do esquema para si. Em troca, teria atuado para beneficiar a Odebrecht com lei para benefícios fiscais, licitação da Petrobras e aumento de crédito do BNDES. A defesa nega 15.ago STF determina abertura de inquérito para investigar a então presidente afastada. A suspeita é que ela tenha tentado atrapalhar a Lava Jato. São alvos ainda Lula e os ex-ministros José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante O que mais há contra ela Há ainda suspeita de que Andrade Gutierrez e OAS teriam pago despesas da campanha de 2010 via caixa dois. Além disso, Odebrecht teria pago ao marqueteiro de Dilma, João Santana, durante a campanha de 2014. Dilma nega todas as suspeitas contra ela 7.ago Folha revela que a Odebrecht irá afirmar em delação que pagou R$ 23 milhões via caixa dois para a campanha de Serra à Presidência em 2010. Ainda segundo a delação, o valor foi pago por meio de uma conta na Suíça. Serra nega ter recebido dinheiro de caixa dois 6.ago De acordo com delação da Odebrecht, o presidente teria pedido apoio financeiro ao PMDB, e a empresa teria repassado R$ 10 milhões em dinheiro vivo a integrantes do partido em 2014. A operação foi contabilizada no departamento de propina da empresa O que mais há contra ele Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, diz que Temer negociou com ele R$ 1,5 milhão em propina para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de SP em 2012. Em mensagem a Eduardo Cunha, Léo Pinheiro, da OAS, menciona pagamento de R$ 5 milhões a Temer. Ele nega envolvimento 22.set Ex-ministro é preso acusado de pedir ao empresário Eike Batista o repasse de R$ 5 milhões para pagar dívidas de campanha do PT, em novembro de 2012. Ele teria recebido R$ 50 milhões da Odebrecht para repassar ao PT O que mais há contra ele É investigado por outra operação da PF, a Zelotes, na qual é suspeito de ter indicado um conselheiro para um órgão da Receita que, por sua vez, beneficiou uma empresa da qual teria recebido propina. A defesa nega as acusações 17.nov Ex-governador do Rio é preso sob acusação de ter recebido R$ 224 milhões em propina por obras no Estado como a reforma do Maracanã, o denominado PAC Favelas e o Arco Metropolitano. Segundo as investigações, Cabral recebia mesadas da Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia O que mais há contra ele A Odebrecht também afirmou que Cabral cobrava propina por obras e seu nome aparece em planilhas da empresa apreendidas pela Polícia Federal. A mulher do ex-governador recebeu um anel de R$ 800 mil de Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, que é investigado na Operação Saqueador e chegou a ser preso em junho. Cabral diz que nunca pediu benefício financeiro próprio Alberto Youssef, doleiro Em outubro, um dos primeiros delatores começou a prestar seus depoimentos. Ele deu uma explicação geral do esquema de propinas na Petrobras, mencionando dirigentes, empreiteiras e políticos como José Dirceu (PT) e Eduardo Cunha (PMDB) Multa de R$ 1,89 milhão e imóveis Ricardo Pessoa, dono da UTC Em junho, disse que pagou propina a quase 20 políticos, inclusive por meio de doações eleitorais. Na lista estão a campanha de Dilma (PT) em 2014, Lula (PT), Fernando Haddad (PT), José Dirceu (PT), Aloizio Mercadante (PT) e Edison Lobão (PMDB) Multa de R$ 51 milhões Julio Camargo, lobista Delação homologada em 2014, teve o principal conteúdo divulgado em julho do ano seguinte, sobre Eduardo Cunha (PMDB). Camargo disse que Cunha recebeu propina de US$ 5 milhões por um contrato de navios-sonda. Também afirmou ter pago propina ao PT e ao PMDB e implicou José Dirceu (PT) Multa de R$ 40 milhões Delcídio do Amaral, ex-senador (ex-PT-MS) Em março, ele disparou contra diversos políticos. Acusou Dilma Rousseff (PT) e José Eduardo Cardozo (PT) de agirem para liberar empreiteiros presos. Disse ainda que Lula (PT) tentou silenciar o ex-diretor Nestor Cerveró, que Michel Temer (PMDB) tinha influência na Petrobras e que Aécio Neves (PSDB) recebeu propina em Furnas Multa de R$ 1,5 milhão Andrade Gutierrez Em abril, soube-se que executivos afirmaram que a empresa doou a Dilma Rousseff (PT) com dinheiro desviado e pagou despesas da campanha via caixa dois. Também disseram ter pago propina em obras dos estádios da Copa, das usinas de Belo Monte e Angra 3 e na ferrovia Norte-Sul Multa de R$ 1 bilhão (valor acertado em acordo de leniência) Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro Em junho, soube-se que ele afirmou ter pago propina a mais de 25 políticos, por meio de doações eleitorais ou dinheiro vivo, incluindo Renan Calheiros (PMDB), Aécio Neves (PSDB) e Gabriel Chalita (PDT), sendo que, neste último caso, o repasse foi negociado por Michel Temer (PMDB) Multa de R$ 75 milhões Odebrecht Megadelação, com cerca de 70 funcionários envolvidos, deve mencionar pagamentos para o presidente Michel Temer (PMDB), o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e o secretário Moreira Franco (PMDB), além do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Também deve delatar pagamento de R$ 23 milhões via caixa dois na Suíça para a campanha de José Serra (PSDB) em 2010 e pagamentos no exterior para João Santana, marqueteiro de Dilma Rousseff (PT) em 2014. Segundo os delatores, os ex-ministros Guido Mantega (PT) e Antonio Palocci (PT) receberam R$ 50 e R$ 6 milhões em propina. Planilhas da empresa indicam pagamento de propinas a mais de 300 políticos Eduardo Cunha Logo após sua prisão, em outubro, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contratou o escritório do advogado Marlus Arns, especialista em delação, para integrar sua defesa. Arns já defende a mulher de Cunha, Cláudia Cruz, que responde por corrupção. A prisão de Cunha aprofundou o temor de uma delação em Brasília. Um dos primeiros alvos de Cunha, especula-se, seria Moreira Franco (PMDB), secretário e aliado do presidente Michel Temer Duda Mendonça Após saber que seria citado em delação da Odebrecht, o marqueteiro Duda Mendonça passou a negociar a sua própria. Afirmou que recebeu da empreiteira, via caixa dois, parte do pagamento pela campanha de Paulo Skaf (PMDB) de 2014 Ricardo Pessoa Dono da UTC Engenharia e da Constran. Condenado a 8 anos e 2 meses. Multa de R$ 51 milhões (valor acertado em delação premiada) Sérgio Cunha Mendes Ex-vice-presidente da Mendes Junior; Condenado a 19 anos e 4 meses. Multa de R$ 1,41 milhão Augusto Ribeiro de Mendonça Neto Ex-sócio da Setal. Condenado a 16 anos e 8 meses. Multa de R$ 10 milhões (valor acertado em delação premiada) Gerson de Mello Almada Um dos donos da Engevix. Condenado a 34 anos e 6 meses em duas condenações. Multa de R$ 1,74 milhão Dalton dos Santos Avancini Ex-presidente da Camargo Corrêa, Condenado a 15 anos e 10 meses. Multa de R$ 5 milhões (valor acertado em delação premiada) Léo Pinheiro Ex-presidente e sócio da OAS. Condenado a 16 anos e 4 meses. Multa de R$ 2 milhões Dario de Queiroz Galvão Filho Diretor-presidente do Grupo Galvão. Condenado a 13 anos e 2 meses. Multa de R$ 500 mil Marcelo Bahia Odebrecht Ex-presidente do Grupo Odebrecht. Condenado a 19 anos e 4 meses. Multa de R$ 1,13 milhão Jorge Zelada Ex-diretor da área Internacional da Petrobras. Condenado a 12 anos e 2 meses. Multa de R$ 1,3 milhão Nestor Cerveró Ex-diretor da área Internacional da Petrobras. Condenado a 23 anos e 11 meses em três condenações. Multa de R$ 18 milhões (valor acertado em delação premiada) Paulo Roberto Costa Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Condenado a 74 anos 6 meses e 10 dias em sete condenações. Multa de R$ 74 milhões (valor acertado em delação premiada) Renato Duque Ex-diretor de Serviços da Petrobras. Condenado a 50 anos e 8 meses e 10 dias em três condenações. Multa de R$ 3 milhões Alberto Youssef Doleiro. Condenado a 78 anos e 11 meses e 10 dias em seis condenações. Multa de R$ 1,89 milhão e imóveis Fernando Soares (Baiano) Lobista. Condenado a 22 anos e 1 mês e 10 dias em duas condenações. Multa de R$ 13,5 milhões e imóvel José Dirceu Ex-ministro (PT). Condenado a 20 anos e 10 meses. Multa de R$ 1,73 milhão João Vaccari Neto Ex-tesoureiro do PT. Condenado a 31 anos em três condenações. Multa de R$ 1,25 milhão Prisão de Guido Mantega Ao cumprir um pedido de prisão contra o ex-ministro, a Polícia Federal o encontrou no hospital Albert Einstein, onde sua mulher estava prestes a ser operada. As circunstâncias da prisão foram duramente questionadas por petistas. No mesmo dia, o juiz Sergio Moro revogou a prisão. A Polícia Federal afirmou que a coincidência com a cirurgia foi infeliz Powerpoint de Lula Procuradores da República no Paraná foram criticados por anunciar uma denúncia contra Lula com transmissão pela TV, e, segundo a defesa, sem apresentar provas. Na apresentação, um dos procuradores afirmou não ter "prova cabal" do caso. O símbolo do episódio foi o Powerpoint que colocava Lula ao centro do esquema e virou piada na internet JD não é Dirceu Em planilha da Odebrecht que indica repasses de propina supostamente ordenados pelo ex-ministro Antonio Palocci ao PT, a sigla JD fora identificada pela Polícia Federal como referência ao ex-ministro José Dirceu. Na verdade, JD era uma sigla para Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete de Palocci. A Polícia Federal reconheceu o erro Guarujá é aqui Promotores do Ministério Público de São Paulo que pediram a prisão de Lula em março por suspeitas em relação ao tríplex em Guarujá (SP) reclamaram quando o caso foi transferido para o juiz Sergio Moro, da Justiça Federal no Paraná. Parte da investigação sobre a Bancoop e a OAS, no entanto, ainda permanece no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Delação de Léo Pinheiro Em meio a crise entre juízes e promotores, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciou o rompimento da negociação da delação de Léo Pinheiro, da OAS. O motivo seria o vazamento da informação de que o ministro do STF Dias Toffoli fora citado. A delação citaria Lula (PT), Dilma Rousseff (PT), Eduardo Cunha (PMDB), Renan Calheiros (PMDB) e Aécio Neves (PSDB) Saúde de Bumlai Após passar cinco meses em prisão domiciliar devido à sua saúde, o pecuarista José Carlos Bumlai voltou à prisão em setembro. Ele tratava um câncer na bexiga, além de passar por cirurgia cardíaca. A defesa havia pedido prorrogação da prisão domiciliar para melhor recuperação, mas o juiz Sergio Moro afirmou que a saúde de Bumlai está estabilizada
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Com duração imprevisível, Lava Jato já tem 37 fases e 364 investigados só no STFO juiz Sergio Moro, principal figura da Lava Jato, afirmou neste mês que o fim da operação é 'imprevisível'. Veja o balanço das investigações, iniciadas em março de 2014 e que tiveram sua fase mais recente na última quinta-feira (17). 2014 Lava Jato (março) 2ª fase (março) 3ª fase (abril) 4ª fase (junho) 5ª fase (julho) 6ª fase (agosto) Juízo Final (novembro) 2015 8ª fase (janeiro) My Way (fevereiro) Que País É Esse (março) A Origem (abril) 12ª fase (abril) 13ª fase (maio) Erga Omnes (junho) Conexão Mônaco (julho) Radioatividade (julho) Pixuleco (agosto) Pixuleco 2 (agosto) Nessun Dorma (setembro) Corrosão (novembro) Passe Livre (novembro) Prisão Delcídio (novembro) 2016 Triplo X (janeiro) Acarajé (fevereiro) Aletheia (março) Polimento (março) Xepa (março) Carbono 14 (abril) Vitória de Pirro (abril) Repescagem (maio) Vício (maio) Abismo (julho) Caça-Fantasmas (julho) Resta Um (agosto) Arquivo X (setembro) Omertà (setembro) Prisão Cunha (outubro) Dragão (novembro) Calicute (novembro) R$ 3,1 bilhões alvo de recuperação, sendo R$ 568,7 milhões já repatriados 70 acordos de delação 41 acordos de delação homologados pelo Supremo Tribunal Federal 364 investigados no Supremo Tribunal Federal 299 denunciados (49 no Supremo Tribunal Federal e 250 na Justiça Federal do Paraná) 159 réus (2 no Supremo Tribunal Federal e 157 na Justiça Federal do Paraná) 82 condenados pela Justiça Federal do Paraná e 0 pelo Supremo Tribunal Federal Marcio Adriano Anselmo Delegado, deu início à Lava Jato com investigação de doleiros, em 2013 Igor Romário de Paula Coordenador da Lava Jato, é chefe da delegacia de combate ao crime organizado Filipe Pace Comanda os inquéritos sobre os ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci Érika Marena Delegada, também deu início à Operação Lava Jato e é especialista em crime financeiro Deltan Dallagnol Especialista em lavagem de dinheiro. É coordenador da força-tarefa da Lava Jato Roberto Pozzobon Professor de direito, também faz parte da força-tarefa da Lava Jato no MPF do Paraná Carlos Fernando Lima Um dos principais membros da força-tarefa, atuou no caso Banestado Rodrigo Janot Responsável pelas denúncias de políticos, foi criticado por congressistas alvos da operação Sergio Moro Juiz federal no PR, é especialista em crimes financeiros, atuou no caso do Banestado Vallisney Oliveira Juiz federal no DF, é responsável por uma ação contra Lula, e pelas operações Zelotes e Métis Teori Zavascki Ministro do STF, é o relator da Lava Jato na corte. Julga quem tem foro privilegiado 29.jul Justiça Federal do DF aceita denúncia contra o ex-presidente e mais seis por tentativa de obstruir a Lava Jato. Ele teria participado de trama para comprar a delação de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras 20.set Justiça Federal do PR aceita denúncia contra o ex-presidente sob acusação de lavagem de dinheiro e corrupção no caso do tríplex de Guarujá. Foi apontado como beneficiário de R$ 3,7 milhões de propina da OAS O que mais há contra ele É réu, desde outubro, sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa por favorecer a Odebrecht. Também é investigado por reformas em sítio em Atibaia (SP) e em piscina no Palácio da Alvorada. O ex-presidente nega todas as acusações contra ele 13.out Juiz Sergio Moro aceita denúncia contra o ex-deputado, sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Cunha é acusado de receber R$ 5 milhões do esquema da Petrobras em contas na Suíça 19.out É preso por ordem de Moro. Para o juiz, a liberdade de Cunha era um risco ao andamento da investigação, além de haver chance de fuga O que mais há contra ele É réu sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, pois teria recebido US$ 5 milhões em propina por navios-sonda. É alvo de cinco inquéritos, sobre desvios em fundo da Caixa, abuso de poder na Câmara, além de propinas em Furnas, de obras do Porto Maravilha e por aprovação de emenda favorável ao BTG Pactual. Cunha nega as acusações 27.set STF acolhe denúncia de maio contra a senadora Gleisi Hoffmann e o marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo. A campanha de Gleisi em 2010 teria recebido R$ 1 milhão do esquema da Petrobras O que mais há contra eles O casal também é investigado por um suposto esquema no Ministério do Planejamento, em que uma empresa de crédito consignado superfaturava seus serviços, pagando propina ao ex-ministro, que chegou a ser preso. O casal nega as suspeitas 3.nov Juiz Sergio Moro aceita denúncia de outubro contra o ex-ministro, que se torna réu sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é suspeito de coordenar a propina paga pela Odebrecht ao PT (R$ 128 milhões entre 2006 e 2013), incluindo US$ 10 milhões pagos ao publicitário João Santana O que mais há contra ele Palocci teria ficado com R$ 6 milhões do esquema para si. Em troca, teria atuado para beneficiar a Odebrecht com lei para benefícios fiscais, licitação da Petrobras e aumento de crédito do BNDES. A defesa nega 15.ago STF determina abertura de inquérito para investigar a então presidente afastada. A suspeita é que ela tenha tentado atrapalhar a Lava Jato. São alvos ainda Lula e os ex-ministros José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante O que mais há contra ela Há ainda suspeita de que Andrade Gutierrez e OAS teriam pago despesas da campanha de 2010 via caixa dois. Além disso, Odebrecht teria pago ao marqueteiro de Dilma, João Santana, durante a campanha de 2014. Dilma nega todas as suspeitas contra ela 7.ago Folha revela que a Odebrecht irá afirmar em delação que pagou R$ 23 milhões via caixa dois para a campanha de Serra à Presidência em 2010. Ainda segundo a delação, o valor foi pago por meio de uma conta na Suíça. Serra nega ter recebido dinheiro de caixa dois 6.ago De acordo com delação da Odebrecht, o presidente teria pedido apoio financeiro ao PMDB, e a empresa teria repassado R$ 10 milhões em dinheiro vivo a integrantes do partido em 2014. A operação foi contabilizada no departamento de propina da empresa O que mais há contra ele Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, diz que Temer negociou com ele R$ 1,5 milhão em propina para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de SP em 2012. Em mensagem a Eduardo Cunha, Léo Pinheiro, da OAS, menciona pagamento de R$ 5 milhões a Temer. Ele nega envolvimento 22.set Ex-ministro é preso acusado de pedir ao empresário Eike Batista o repasse de R$ 5 milhões para pagar dívidas de campanha do PT, em novembro de 2012. Ele teria recebido R$ 50 milhões da Odebrecht para repassar ao PT O que mais há contra ele É investigado por outra operação da PF, a Zelotes, na qual é suspeito de ter indicado um conselheiro para um órgão da Receita que, por sua vez, beneficiou uma empresa da qual teria recebido propina. A defesa nega as acusações 17.nov Ex-governador do Rio é preso sob acusação de ter recebido R$ 224 milhões em propina por obras no Estado como a reforma do Maracanã, o denominado PAC Favelas e o Arco Metropolitano. Segundo as investigações, Cabral recebia mesadas da Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia O que mais há contra ele A Odebrecht também afirmou que Cabral cobrava propina por obras e seu nome aparece em planilhas da empresa apreendidas pela Polícia Federal. A mulher do ex-governador recebeu um anel de R$ 800 mil de Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, que é investigado na Operação Saqueador e chegou a ser preso em junho. Cabral diz que nunca pediu benefício financeiro próprio Alberto Youssef, doleiro Em outubro, um dos primeiros delatores começou a prestar seus depoimentos. Ele deu uma explicação geral do esquema de propinas na Petrobras, mencionando dirigentes, empreiteiras e políticos como José Dirceu (PT) e Eduardo Cunha (PMDB) Multa de R$ 1,89 milhão e imóveis Ricardo Pessoa, dono da UTC Em junho, disse que pagou propina a quase 20 políticos, inclusive por meio de doações eleitorais. Na lista estão a campanha de Dilma (PT) em 2014, Lula (PT), Fernando Haddad (PT), José Dirceu (PT), Aloizio Mercadante (PT) e Edison Lobão (PMDB) Multa de R$ 51 milhões Julio Camargo, lobista Delação homologada em 2014, teve o principal conteúdo divulgado em julho do ano seguinte, sobre Eduardo Cunha (PMDB). Camargo disse que Cunha recebeu propina de US$ 5 milhões por um contrato de navios-sonda. Também afirmou ter pago propina ao PT e ao PMDB e implicou José Dirceu (PT) Multa de R$ 40 milhões Delcídio do Amaral, ex-senador (ex-PT-MS) Em março, ele disparou contra diversos políticos. Acusou Dilma Rousseff (PT) e José Eduardo Cardozo (PT) de agirem para liberar empreiteiros presos. Disse ainda que Lula (PT) tentou silenciar o ex-diretor Nestor Cerveró, que Michel Temer (PMDB) tinha influência na Petrobras e que Aécio Neves (PSDB) recebeu propina em Furnas Multa de R$ 1,5 milhão Andrade Gutierrez Em abril, soube-se que executivos afirmaram que a empresa doou a Dilma Rousseff (PT) com dinheiro desviado e pagou despesas da campanha via caixa dois. Também disseram ter pago propina em obras dos estádios da Copa, das usinas de Belo Monte e Angra 3 e na ferrovia Norte-Sul Multa de R$ 1 bilhão (valor acertado em acordo de leniência) Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro Em junho, soube-se que ele afirmou ter pago propina a mais de 25 políticos, por meio de doações eleitorais ou dinheiro vivo, incluindo Renan Calheiros (PMDB), Aécio Neves (PSDB) e Gabriel Chalita (PDT), sendo que, neste último caso, o repasse foi negociado por Michel Temer (PMDB) Multa de R$ 75 milhões Odebrecht Megadelação, com cerca de 70 funcionários envolvidos, deve mencionar pagamentos para o presidente Michel Temer (PMDB), o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e o secretário Moreira Franco (PMDB), além do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Também deve delatar pagamento de R$ 23 milhões via caixa dois na Suíça para a campanha de José Serra (PSDB) em 2010 e pagamentos no exterior para João Santana, marqueteiro de Dilma Rousseff (PT) em 2014. Segundo os delatores, os ex-ministros Guido Mantega (PT) e Antonio Palocci (PT) receberam R$ 50 e R$ 6 milhões em propina. Planilhas da empresa indicam pagamento de propinas a mais de 300 políticos Eduardo Cunha Logo após sua prisão, em outubro, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contratou o escritório do advogado Marlus Arns, especialista em delação, para integrar sua defesa. Arns já defende a mulher de Cunha, Cláudia Cruz, que responde por corrupção. A prisão de Cunha aprofundou o temor de uma delação em Brasília. Um dos primeiros alvos de Cunha, especula-se, seria Moreira Franco (PMDB), secretário e aliado do presidente Michel Temer Duda Mendonça Após saber que seria citado em delação da Odebrecht, o marqueteiro Duda Mendonça passou a negociar a sua própria. Afirmou que recebeu da empreiteira, via caixa dois, parte do pagamento pela campanha de Paulo Skaf (PMDB) de 2014 Ricardo Pessoa Dono da UTC Engenharia e da Constran. Condenado a 8 anos e 2 meses. Multa de R$ 51 milhões (valor acertado em delação premiada) Sérgio Cunha Mendes Ex-vice-presidente da Mendes Junior; Condenado a 19 anos e 4 meses. Multa de R$ 1,41 milhão Augusto Ribeiro de Mendonça Neto Ex-sócio da Setal. Condenado a 16 anos e 8 meses. Multa de R$ 10 milhões (valor acertado em delação premiada) Gerson de Mello Almada Um dos donos da Engevix. Condenado a 34 anos e 6 meses em duas condenações. Multa de R$ 1,74 milhão Dalton dos Santos Avancini Ex-presidente da Camargo Corrêa, Condenado a 15 anos e 10 meses. Multa de R$ 5 milhões (valor acertado em delação premiada) Léo Pinheiro Ex-presidente e sócio da OAS. Condenado a 16 anos e 4 meses. Multa de R$ 2 milhões Dario de Queiroz Galvão Filho Diretor-presidente do Grupo Galvão. Condenado a 13 anos e 2 meses. Multa de R$ 500 mil Marcelo Bahia Odebrecht Ex-presidente do Grupo Odebrecht. Condenado a 19 anos e 4 meses. Multa de R$ 1,13 milhão Jorge Zelada Ex-diretor da área Internacional da Petrobras. Condenado a 12 anos e 2 meses. Multa de R$ 1,3 milhão Nestor Cerveró Ex-diretor da área Internacional da Petrobras. Condenado a 23 anos e 11 meses em três condenações. Multa de R$ 18 milhões (valor acertado em delação premiada) Paulo Roberto Costa Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Condenado a 74 anos 6 meses e 10 dias em sete condenações. Multa de R$ 74 milhões (valor acertado em delação premiada) Renato Duque Ex-diretor de Serviços da Petrobras. Condenado a 50 anos e 8 meses e 10 dias em três condenações. Multa de R$ 3 milhões Alberto Youssef Doleiro. Condenado a 78 anos e 11 meses e 10 dias em seis condenações. Multa de R$ 1,89 milhão e imóveis Fernando Soares (Baiano) Lobista. Condenado a 22 anos e 1 mês e 10 dias em duas condenações. Multa de R$ 13,5 milhões e imóvel José Dirceu Ex-ministro (PT). Condenado a 20 anos e 10 meses. Multa de R$ 1,73 milhão João Vaccari Neto Ex-tesoureiro do PT. Condenado a 31 anos em três condenações. Multa de R$ 1,25 milhão Prisão de Guido Mantega Ao cumprir um pedido de prisão contra o ex-ministro, a Polícia Federal o encontrou no hospital Albert Einstein, onde sua mulher estava prestes a ser operada. As circunstâncias da prisão foram duramente questionadas por petistas. No mesmo dia, o juiz Sergio Moro revogou a prisão. A Polícia Federal afirmou que a coincidência com a cirurgia foi infeliz Powerpoint de Lula Procuradores da República no Paraná foram criticados por anunciar uma denúncia contra Lula com transmissão pela TV, e, segundo a defesa, sem apresentar provas. Na apresentação, um dos procuradores afirmou não ter "prova cabal" do caso. O símbolo do episódio foi o Powerpoint que colocava Lula ao centro do esquema e virou piada na internet JD não é Dirceu Em planilha da Odebrecht que indica repasses de propina supostamente ordenados pelo ex-ministro Antonio Palocci ao PT, a sigla JD fora identificada pela Polícia Federal como referência ao ex-ministro José Dirceu. Na verdade, JD era uma sigla para Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete de Palocci. A Polícia Federal reconheceu o erro Guarujá é aqui Promotores do Ministério Público de São Paulo que pediram a prisão de Lula em março por suspeitas em relação ao tríplex em Guarujá (SP) reclamaram quando o caso foi transferido para o juiz Sergio Moro, da Justiça Federal no Paraná. Parte da investigação sobre a Bancoop e a OAS, no entanto, ainda permanece no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Delação de Léo Pinheiro Em meio a crise entre juízes e promotores, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciou o rompimento da negociação da delação de Léo Pinheiro, da OAS. O motivo seria o vazamento da informação de que o ministro do STF Dias Toffoli fora citado. A delação citaria Lula (PT), Dilma Rousseff (PT), Eduardo Cunha (PMDB), Renan Calheiros (PMDB) e Aécio Neves (PSDB) Saúde de Bumlai Após passar cinco meses em prisão domiciliar devido à sua saúde, o pecuarista José Carlos Bumlai voltou à prisão em setembro. Ele tratava um câncer na bexiga, além de passar por cirurgia cardíaca. A defesa havia pedido prorrogação da prisão domiciliar para melhor recuperação, mas o juiz Sergio Moro afirmou que a saúde de Bumlai está estabilizada
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Sob controle privado, estação São Bento terá espaço gastronômico e feiras artesanais
RAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Até o fim do ano, a estação São Bento, na linha 1-azul do metrô, deverá ter novas lojas, restaurantes e área para feiras. Um consórcio formado pelas empresas Ita Shopping e Scopus assumiu a administração do local em abril e planeja uma ampla reforma. O projeto prevê dois restaurantes, quatro opções de fast-food, área para food trucks e cerca de 20 lojas, entre pontos de comércio e de serviços. "A São Bento recebe muita gente que passa por ali para ir a outros lugares, como a rua 25 de Março. Queremos que ela vire um destino, especialmente para turistas", planeja Carlos Eduardo Cabanas, gerente de implantação. O grupo planeja aumentar a circulação de pessoas por lá aos fins de semana. "Queremos trazer produtores artesanais, como de queijos e de moda, para venderem seus produtos em quiosques de aparência moderna, em feiras aos fins de semana", diz o arquiteto Jaime Mestieri. "Não vamos buscar um cara que faça em quantidade e não faça bem-feito. Queremos um hambúrguer artesanal, que seja referência. Um cachorro-quente de primeira qualidade. Vamos buscar isso para essas quatro operações de fast-food. Um lugar bacana, uma coisa diferenciada", diz Valter Mesa, um dos representantes do consórcio. O termo prevê a concessão por dez anos e repassa às empresas a responsabilidade por toda a estação, o que inclui gastos de manutenção como limpeza e energia. Com isso, o Metrô espera economizar R$ 80 mil por mês. O contrato também prevê investimento mínimo de R$ 3 milhões para reformar a estrutura da estação, como encanamentos, fiação e itens de segurança. A expectativa do consórcio é inaugurar as primeiras lojas e restaurantes até novembro, para aproveitar o período de compras do Natal.
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Sob controle privado, estação São Bento terá espaço gastronômico e feiras artesanaisRAFAEL BALAGO DE SÃO PAULO Até o fim do ano, a estação São Bento, na linha 1-azul do metrô, deverá ter novas lojas, restaurantes e área para feiras. Um consórcio formado pelas empresas Ita Shopping e Scopus assumiu a administração do local em abril e planeja uma ampla reforma. O projeto prevê dois restaurantes, quatro opções de fast-food, área para food trucks e cerca de 20 lojas, entre pontos de comércio e de serviços. "A São Bento recebe muita gente que passa por ali para ir a outros lugares, como a rua 25 de Março. Queremos que ela vire um destino, especialmente para turistas", planeja Carlos Eduardo Cabanas, gerente de implantação. O grupo planeja aumentar a circulação de pessoas por lá aos fins de semana. "Queremos trazer produtores artesanais, como de queijos e de moda, para venderem seus produtos em quiosques de aparência moderna, em feiras aos fins de semana", diz o arquiteto Jaime Mestieri. "Não vamos buscar um cara que faça em quantidade e não faça bem-feito. Queremos um hambúrguer artesanal, que seja referência. Um cachorro-quente de primeira qualidade. Vamos buscar isso para essas quatro operações de fast-food. Um lugar bacana, uma coisa diferenciada", diz Valter Mesa, um dos representantes do consórcio. O termo prevê a concessão por dez anos e repassa às empresas a responsabilidade por toda a estação, o que inclui gastos de manutenção como limpeza e energia. Com isso, o Metrô espera economizar R$ 80 mil por mês. O contrato também prevê investimento mínimo de R$ 3 milhões para reformar a estrutura da estação, como encanamentos, fiação e itens de segurança. A expectativa do consórcio é inaugurar as primeiras lojas e restaurantes até novembro, para aproveitar o período de compras do Natal.
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Aly Muritiba, de 'Para Minha Amada Morta', destoa dos cineastas do país
A trajetória de Aly Muritiba pode ser vista como um exemplo de como o perfil dos realizadores de cinema no país tem se transformado. Nascido na Bahia e radicado no Paraná, Muritiba não tem origem economicamente privilegaiada nem veio do eixo Rio-São Paulo –porém, dirigiu filmes que o colocaram no mapa internacional. "Para Minha Amada Morta", sua estreia em longa de ficção, saiu premiado do Festival de Montreal e do de Brasília. Antes, seu curta "Pátio" (2013) foi selecionado para a Semana da Crítica de Cannes, e o mais recente, "Tarântula", dirigido com Marja Calafange, esteve na mostra Horizontes do Festival de Veneza. Muritiba nasceu em Mairi, interior da Bahia, de onde saiu aos 17 anos. Da Bahia, foi para São Paulo, onde foi acolhido na casa de uma tia, na periferia de Perus, e começou a trabalhar na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. A trajetória singular de Aly Muritiba pode ser vista como um exemplo, entre tantos, de como o perfil dos realizadores de cinema no país tem se transformado. Nascido na Bahia e radicado no Paraná, Muritiba não tem origem privilegiada economicamente nem saiu do eixo Rio-São Paulo - e, no entanto, dirigiu filmes que o colocaram no mapa internacional. "Para Minha Amada Morta", sua estreia em longa de ficção, saiu premiado do Festival de Montreal e do Festival de Brasília, em setembro passado. Antes, seu curta "Pátio" (2013) foi selecionado para a Semana da Crítica de Cannes, e o mais recente, "Tarântula", dirigido em parceria com Marja Calafange, esteve na mostra Orizzonti do Festival de Veneza. Aly Muritiba nasceu em Mairi, interior da Bahia, de onde saiu aos 17 anos. "Mairi é uma cidade muito pequena. Quando você termina o ensino médio, não tem muitas opções a não ser seguir a profissão do pai. Meu pai era caminhoneiro, eu não queria ser caminhoneiro", conta o cineasta, que conversou com a Folha durante o Festival de Brasília. Da Bahia ele foi para São Paulo, onde foi acolhido na casa de uma tia, na periferia de Perus, e começou a trabalhar na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Passou no vestibular da USP para História e, na universidade, conheceu sua mulher, que o levou para Curitiba. Lá, teve dificuldades de conseguir emprego. "Um historiador não tem muitas opções, e Curitiba é uma cidade bem preconceituosa com nordestino", conta. Muritiba prestou dois concursos públicos: um para o Corpo de Bombeiros e outro para agente penitenciário. Passou nos dois. Começou a trabalhar como bombeiro, mas o salário era muito baixo. Quando o sistema penitenciário o chamou, o salário era três vezes maior. "Precisava da grana e fui trabalhar lá". Foi um choque, claro. "Imagina um cara de formação humanista, que tomou bala de borracha nas greves estudantis, de repente se ver do outro lado. Essa experiência prisional foi determinante para mim. A escala do agente penitenciário é maluca, você passa um terço da vida preso, também se sente atrás das grades", lembra. "Pensava: estou preso, preciso dar um jeito de sair". Foi quando tomou conhecimento de uma brecha no sistema: o agente que fizer um curso superior é liberado pelo tempo do curso, sem desconto no salário. "Procurei então cursos superiores vespertinos, e o único nessas condições, em Curitiba, era cinema". Desde que entrou no curso, em 2007, sua vida se transformou. Conheceu Antônio Junior e a Marisa Merlo, que se tornaram seus sócios na Grafo Audiovisual, hoje uma produtora estabelecida. "Decidimos que seria uma produtora com sede e horário de trabalho, que permitisse a gente fazer o que quisesse, mas de alguma maneira se sustentasse. Demorou três anos até que a produtora engrenasse e eu pudesse deixar o emprego de agente penitenciário. A experiência na prisão é a fonte de inspiração do curta "Pátio" e do documentário "A Gente", e o personagem principal de "Para Minha Amada Morta" é um fotógrafo que trabalha como perito. "Nossa memória é traidora. Hoje olho para os meus tempos como agente penitenciário com certo saudosismo. Há algum mecanismo de defesa no nosso cérebro que dispara esse sentimento. Mas a verdade é que eu passei a ter uma visão muito mais complexa das coisas depois de passar por essa experiência. Lá fiz amigos que visito até hoje". PARA MINHA AMADA MORTA DIREÇÃO Aly Muritiba PRODUÇÃO Brasil, 2015, 16 anos QUANDO segunda (2), às 19h, Espaço Itaú - Frei Caneca 2; quarta (4), às 14h, Cinearte 1
ilustrada
Aly Muritiba, de 'Para Minha Amada Morta', destoa dos cineastas do paísA trajetória de Aly Muritiba pode ser vista como um exemplo de como o perfil dos realizadores de cinema no país tem se transformado. Nascido na Bahia e radicado no Paraná, Muritiba não tem origem economicamente privilegaiada nem veio do eixo Rio-São Paulo –porém, dirigiu filmes que o colocaram no mapa internacional. "Para Minha Amada Morta", sua estreia em longa de ficção, saiu premiado do Festival de Montreal e do de Brasília. Antes, seu curta "Pátio" (2013) foi selecionado para a Semana da Crítica de Cannes, e o mais recente, "Tarântula", dirigido com Marja Calafange, esteve na mostra Horizontes do Festival de Veneza. Muritiba nasceu em Mairi, interior da Bahia, de onde saiu aos 17 anos. Da Bahia, foi para São Paulo, onde foi acolhido na casa de uma tia, na periferia de Perus, e começou a trabalhar na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. A trajetória singular de Aly Muritiba pode ser vista como um exemplo, entre tantos, de como o perfil dos realizadores de cinema no país tem se transformado. Nascido na Bahia e radicado no Paraná, Muritiba não tem origem privilegiada economicamente nem saiu do eixo Rio-São Paulo - e, no entanto, dirigiu filmes que o colocaram no mapa internacional. "Para Minha Amada Morta", sua estreia em longa de ficção, saiu premiado do Festival de Montreal e do Festival de Brasília, em setembro passado. Antes, seu curta "Pátio" (2013) foi selecionado para a Semana da Crítica de Cannes, e o mais recente, "Tarântula", dirigido em parceria com Marja Calafange, esteve na mostra Orizzonti do Festival de Veneza. Aly Muritiba nasceu em Mairi, interior da Bahia, de onde saiu aos 17 anos. "Mairi é uma cidade muito pequena. Quando você termina o ensino médio, não tem muitas opções a não ser seguir a profissão do pai. Meu pai era caminhoneiro, eu não queria ser caminhoneiro", conta o cineasta, que conversou com a Folha durante o Festival de Brasília. Da Bahia ele foi para São Paulo, onde foi acolhido na casa de uma tia, na periferia de Perus, e começou a trabalhar na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Passou no vestibular da USP para História e, na universidade, conheceu sua mulher, que o levou para Curitiba. Lá, teve dificuldades de conseguir emprego. "Um historiador não tem muitas opções, e Curitiba é uma cidade bem preconceituosa com nordestino", conta. Muritiba prestou dois concursos públicos: um para o Corpo de Bombeiros e outro para agente penitenciário. Passou nos dois. Começou a trabalhar como bombeiro, mas o salário era muito baixo. Quando o sistema penitenciário o chamou, o salário era três vezes maior. "Precisava da grana e fui trabalhar lá". Foi um choque, claro. "Imagina um cara de formação humanista, que tomou bala de borracha nas greves estudantis, de repente se ver do outro lado. Essa experiência prisional foi determinante para mim. A escala do agente penitenciário é maluca, você passa um terço da vida preso, também se sente atrás das grades", lembra. "Pensava: estou preso, preciso dar um jeito de sair". Foi quando tomou conhecimento de uma brecha no sistema: o agente que fizer um curso superior é liberado pelo tempo do curso, sem desconto no salário. "Procurei então cursos superiores vespertinos, e o único nessas condições, em Curitiba, era cinema". Desde que entrou no curso, em 2007, sua vida se transformou. Conheceu Antônio Junior e a Marisa Merlo, que se tornaram seus sócios na Grafo Audiovisual, hoje uma produtora estabelecida. "Decidimos que seria uma produtora com sede e horário de trabalho, que permitisse a gente fazer o que quisesse, mas de alguma maneira se sustentasse. Demorou três anos até que a produtora engrenasse e eu pudesse deixar o emprego de agente penitenciário. A experiência na prisão é a fonte de inspiração do curta "Pátio" e do documentário "A Gente", e o personagem principal de "Para Minha Amada Morta" é um fotógrafo que trabalha como perito. "Nossa memória é traidora. Hoje olho para os meus tempos como agente penitenciário com certo saudosismo. Há algum mecanismo de defesa no nosso cérebro que dispara esse sentimento. Mas a verdade é que eu passei a ter uma visão muito mais complexa das coisas depois de passar por essa experiência. Lá fiz amigos que visito até hoje". PARA MINHA AMADA MORTA DIREÇÃO Aly Muritiba PRODUÇÃO Brasil, 2015, 16 anos QUANDO segunda (2), às 19h, Espaço Itaú - Frei Caneca 2; quarta (4), às 14h, Cinearte 1
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É questão de tempo para Neymar ganhar a Bola de Ouro, afirma Kaká
Eleito o melhor jogador do mundo em 2007, o meia Kaká disse que é só uma questão de tempo para que o atacante Neymar ganhe a Bola de Ouro. O jogador do Barcelona está na final do prêmio que será concedido ao melhor jogador do mundo de 2015 ao lado dos atacantes Messi, também do Barça, e Cristiano Ronaldo, do Real Madrid. O vencedor será conhecido no dia 11 de janeiro, durante cerimônia em Zurique, na Suíça, sede da Fifa. "Neymar vem subindo e ganhando espaço a cada ano. O que mais tem sobressaído dele é o crescimento. Ele cresceu muito desde que foi para a Europa. Amadureceu muito. Ele entendeu algumas coisas no sentido de jogar sem bola, uma posição tática melhor e escolher melhor as jogadas", disse Kaká em entrevista para a Fifa. "Esse amadurecimento é o que vem ajudando e, agora, é questão de tempo para ver o Neymar no primeiro lugar [da Bola de Ouro]", afirmou o meia do Orlando City, dos Estados Unidos. Apesar de ver o atacante bem cotado para vencer o prêmio, Kaká diz que o fato de o Brasil ter ficado ausente da final da Bola Ouro de 2008 a 2014 é motivo de preocupação. "É difícil apontar uma razão para isso, mas deve servir de alerta para o futebol brasileiro. E, verdade seja dita, não é fácil construir um vencedor da Bola de Ouro", afirmou. Cinco brasileiros já ganharam o troféu de melhor jogador do mundo: Romário (1994), Ronaldo (1996, 1997 e 2002), Rivaldo (1999), Ronaldinho (2004 e 2005), além de Kaká (2007).
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É questão de tempo para Neymar ganhar a Bola de Ouro, afirma KakáEleito o melhor jogador do mundo em 2007, o meia Kaká disse que é só uma questão de tempo para que o atacante Neymar ganhe a Bola de Ouro. O jogador do Barcelona está na final do prêmio que será concedido ao melhor jogador do mundo de 2015 ao lado dos atacantes Messi, também do Barça, e Cristiano Ronaldo, do Real Madrid. O vencedor será conhecido no dia 11 de janeiro, durante cerimônia em Zurique, na Suíça, sede da Fifa. "Neymar vem subindo e ganhando espaço a cada ano. O que mais tem sobressaído dele é o crescimento. Ele cresceu muito desde que foi para a Europa. Amadureceu muito. Ele entendeu algumas coisas no sentido de jogar sem bola, uma posição tática melhor e escolher melhor as jogadas", disse Kaká em entrevista para a Fifa. "Esse amadurecimento é o que vem ajudando e, agora, é questão de tempo para ver o Neymar no primeiro lugar [da Bola de Ouro]", afirmou o meia do Orlando City, dos Estados Unidos. Apesar de ver o atacante bem cotado para vencer o prêmio, Kaká diz que o fato de o Brasil ter ficado ausente da final da Bola Ouro de 2008 a 2014 é motivo de preocupação. "É difícil apontar uma razão para isso, mas deve servir de alerta para o futebol brasileiro. E, verdade seja dita, não é fácil construir um vencedor da Bola de Ouro", afirmou. Cinco brasileiros já ganharam o troféu de melhor jogador do mundo: Romário (1994), Ronaldo (1996, 1997 e 2002), Rivaldo (1999), Ronaldinho (2004 e 2005), além de Kaká (2007).
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'É problema dele, não meu', diz Janot sobre Lula virar ministro
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quarta-feira (16), em Paris, que a possibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva virar ministro no governo Dilma Rousseff não lhe diz respeito. "Isso é um problema dele, não meu", afirmou. A fala ocorreu antes do anúncio da ida de Lula para a Casa Civil. Como ministro –a decisão foi tomada nesta manhã–, Lula ganha foro privilegiado e passa a ser investigado apenas no Supremo Tribunal Federal. A Lava Jato apura se empreiteiras -entre elas a OAS- e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram o petista por meio do apartamento e de um sítio em Atibaia (SP). O ex-­presidente nega as acusações. Nesta terça (15), também foi divulgada a delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) no âmbito da Lava Jato, com acusações contra o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a presidente Dilma Rousseff e seu vice, Michel Temer, Lula e parlamentares como Aécio Neves (PSDB-MG) e Renan Calheiros (PMDB-AL), entre outros. Eles negam irregularidades. Janot afirmou que o Ministério Público Federal está analisando as denúncias contra políticos feitas pelo senador e que, se houver indícios de ilegalidades, serão abertas investigações, sem privilégios nem tratamento diferenciado. "Nós temos o material, que o MP está examinando, e será como deve ser", afirmou Janot. "Se houver indício, a gente vai abrir investigação, independente de quem seja. Isso é uma República. Ninguém tem privilégio e ninguém tem tratamento diferenciado", disse. O procurador-geral da República está em Paris para um fórum internacional promovido pela OCDE contra a corrupção. Janot afirmou ainda que os participantes do encontro estão muito curiosos sobre o Brasil e são muito solidários com as investigações da Lava Jato. "O do Brasil, é um caso fora da curva, com certeza", diz. "Aqui se trata de um viés diferente da corrupção, que é a corrupção transnacional, mas essa investigação nossa acaba se refletindo também neste tema", disse. Segundo Janot, é difícil estimar o numero de empresas brasileiras que são acusadas de suborno no exterior e estimar se aumentou a quantidade de companhias do país investigadas no interior. "Não e possível dizer que aumentou, porque partimos do zero." REPATRIAÇÃO DE VALORES Janot ainda participa, nesta quinta, (17), de reunião na Suíça para discutir repatriação de valores advindos de corrupção no âmbito da Operação Lava Jato. Uma equipe de procuradores brasileiros também estará presente. "Mas não vamos tratar só de repatriação. Haverá outros assuntos importantes. Estamos trabalhando com a Europa para montar a primeira equipe conjunta de investigação. As negociações entre o MP suíço e o brasileiro já estão bem avançadas, provavelmente a Itália também virá", disse. Segundo ele, a investigação transnacional terá possíveis reflexos nas investigações de empresas brasileiras no exterior no âmbito da Lava Jato, mas não restritos a essa operação. "Se temos essa equipe conjunta, se circulamos diretamente a informação entre um MP e outro, conseguimos maior velocidade nas investigações", disse. "O primeiro grupo que criamos foi com a Argentina, para investigar a violação de direitos humanos. Também criaremos uma parceria com a Itália." O brasileiro integra um grupo de trabalho que discute nesta quarta, a partir das 14h, a cooperação internacional na prevenção da corrupção transnacional, do qual participam também Michael Lauber, procurador-geral da Suíça, Gerd Billen, secretário de Estado do Ministério Federal da Justiça e Proteção dos Consumidores da Alemanha, Agus Rahardjo, comissário-geral do Comitê pela Erradicação da Corrupção da Indonésia, e Anca Jurma, procurador e chefe da Direção Nacional Anticorrupção da Romênia.
poder
'É problema dele, não meu', diz Janot sobre Lula virar ministroO procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quarta-feira (16), em Paris, que a possibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva virar ministro no governo Dilma Rousseff não lhe diz respeito. "Isso é um problema dele, não meu", afirmou. A fala ocorreu antes do anúncio da ida de Lula para a Casa Civil. Como ministro –a decisão foi tomada nesta manhã–, Lula ganha foro privilegiado e passa a ser investigado apenas no Supremo Tribunal Federal. A Lava Jato apura se empreiteiras -entre elas a OAS- e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram o petista por meio do apartamento e de um sítio em Atibaia (SP). O ex-­presidente nega as acusações. Nesta terça (15), também foi divulgada a delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) no âmbito da Lava Jato, com acusações contra o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a presidente Dilma Rousseff e seu vice, Michel Temer, Lula e parlamentares como Aécio Neves (PSDB-MG) e Renan Calheiros (PMDB-AL), entre outros. Eles negam irregularidades. Janot afirmou que o Ministério Público Federal está analisando as denúncias contra políticos feitas pelo senador e que, se houver indícios de ilegalidades, serão abertas investigações, sem privilégios nem tratamento diferenciado. "Nós temos o material, que o MP está examinando, e será como deve ser", afirmou Janot. "Se houver indício, a gente vai abrir investigação, independente de quem seja. Isso é uma República. Ninguém tem privilégio e ninguém tem tratamento diferenciado", disse. O procurador-geral da República está em Paris para um fórum internacional promovido pela OCDE contra a corrupção. Janot afirmou ainda que os participantes do encontro estão muito curiosos sobre o Brasil e são muito solidários com as investigações da Lava Jato. "O do Brasil, é um caso fora da curva, com certeza", diz. "Aqui se trata de um viés diferente da corrupção, que é a corrupção transnacional, mas essa investigação nossa acaba se refletindo também neste tema", disse. Segundo Janot, é difícil estimar o numero de empresas brasileiras que são acusadas de suborno no exterior e estimar se aumentou a quantidade de companhias do país investigadas no interior. "Não e possível dizer que aumentou, porque partimos do zero." REPATRIAÇÃO DE VALORES Janot ainda participa, nesta quinta, (17), de reunião na Suíça para discutir repatriação de valores advindos de corrupção no âmbito da Operação Lava Jato. Uma equipe de procuradores brasileiros também estará presente. "Mas não vamos tratar só de repatriação. Haverá outros assuntos importantes. Estamos trabalhando com a Europa para montar a primeira equipe conjunta de investigação. As negociações entre o MP suíço e o brasileiro já estão bem avançadas, provavelmente a Itália também virá", disse. Segundo ele, a investigação transnacional terá possíveis reflexos nas investigações de empresas brasileiras no exterior no âmbito da Lava Jato, mas não restritos a essa operação. "Se temos essa equipe conjunta, se circulamos diretamente a informação entre um MP e outro, conseguimos maior velocidade nas investigações", disse. "O primeiro grupo que criamos foi com a Argentina, para investigar a violação de direitos humanos. Também criaremos uma parceria com a Itália." O brasileiro integra um grupo de trabalho que discute nesta quarta, a partir das 14h, a cooperação internacional na prevenção da corrupção transnacional, do qual participam também Michael Lauber, procurador-geral da Suíça, Gerd Billen, secretário de Estado do Ministério Federal da Justiça e Proteção dos Consumidores da Alemanha, Agus Rahardjo, comissário-geral do Comitê pela Erradicação da Corrupção da Indonésia, e Anca Jurma, procurador e chefe da Direção Nacional Anticorrupção da Romênia.
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Morre o pesquisador da cozinha caipira João Rural
Morreu nesta terça-feira (23) o culinarista e escritor João Evangelista de Faria. João Rural, como era conhecido, estava internado em um hospital de São José dos Campos, no interior paulista, e teve um infarto. O pesquisador se debruçou sobre a cultura caipira e a cozinha do Vale do Paraíba, sua região natal, por mais de 30 anos. Já durante a infância em Paraibuna começou a relação dele com a comida, produzindo laticínios, ajudando na cozinha de casa e vendendo produtos da roça. Defensor do fogão a lenha, das panelas pretas e antigas e da comida servida quente, João Rural morreu aos 64 anos. Em livros, no site TV Chão Caipira e no blog Picuá de Prosa reuniu receitas e fez registros da cultura caipira.
comida
Morre o pesquisador da cozinha caipira João RuralMorreu nesta terça-feira (23) o culinarista e escritor João Evangelista de Faria. João Rural, como era conhecido, estava internado em um hospital de São José dos Campos, no interior paulista, e teve um infarto. O pesquisador se debruçou sobre a cultura caipira e a cozinha do Vale do Paraíba, sua região natal, por mais de 30 anos. Já durante a infância em Paraibuna começou a relação dele com a comida, produzindo laticínios, ajudando na cozinha de casa e vendendo produtos da roça. Defensor do fogão a lenha, das panelas pretas e antigas e da comida servida quente, João Rural morreu aos 64 anos. Em livros, no site TV Chão Caipira e no blog Picuá de Prosa reuniu receitas e fez registros da cultura caipira.
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Governo de SP comenta resposta a carta sobre reportagem suspensa
Lamentamos insistir, mas não pode restar dúvida sobre fatos incontroversos. Na edição de terça-feira (21/7), o governo de São Paulo repudiou veementemente a censura prévia (Painel do Leitor). Em resposta inusitada, o jornalista Reynaldo Turollo Jr. não só colocou em dúvida a posição do governo, mas também insinuou que somos coniventes com censura prévia, o que não é verdade. O repórter não leu o ofício enviado pela Fundação Casa ao Judiciário. O documento não defende censura em nenhuma de suas 19 linhas e 201 palavras. A Fundação Casa alertou a juíza, isso sim, para a gravidade do vazamento de dados sigilosos. É só ler o ofício. Ele é público. O fato, incontestável, é que o repórter quis induzir leitores a erro. RESPOSTA DO JORNALISTA REYNALDO TUROLLO JR. - Não há insinuações. A Folha não teve acesso ao ofício citado, já que a mesma juíza que suspendeu a reportagem determinou o sigilo dos documentos referentes ao caso, entre os quais esse. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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Governo de SP comenta resposta a carta sobre reportagem suspensaLamentamos insistir, mas não pode restar dúvida sobre fatos incontroversos. Na edição de terça-feira (21/7), o governo de São Paulo repudiou veementemente a censura prévia (Painel do Leitor). Em resposta inusitada, o jornalista Reynaldo Turollo Jr. não só colocou em dúvida a posição do governo, mas também insinuou que somos coniventes com censura prévia, o que não é verdade. O repórter não leu o ofício enviado pela Fundação Casa ao Judiciário. O documento não defende censura em nenhuma de suas 19 linhas e 201 palavras. A Fundação Casa alertou a juíza, isso sim, para a gravidade do vazamento de dados sigilosos. É só ler o ofício. Ele é público. O fato, incontestável, é que o repórter quis induzir leitores a erro. RESPOSTA DO JORNALISTA REYNALDO TUROLLO JR. - Não há insinuações. A Folha não teve acesso ao ofício citado, já que a mesma juíza que suspendeu a reportagem determinou o sigilo dos documentos referentes ao caso, entre os quais esse. * PARTICIPAÇÃO Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br
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PF apreende carros de luxo de lobista acusado de pagar marqueteiro do PT
Carros de luxo, obras de arte, relógios da marca Rolex e passeios de barco na baía de Angra dos Reis, no sul fluminense. Símbolos de ostentação que fizeram o engenheiro polonês Zwi Skornicki, 66, e seu filho Bruno, 37, ficarem conhecidos pelo alto poder aquisitivo que possuem. Lobista, Skornicki é acusado de fazer depósitos em contas do publicitário João Santana no exterior. O engenheiro foi preso nesta segunda (22) pela Polícia Federal, em sua casa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O filho Bruno e a atual mulher do engenheiro, Eloisa, prestaram depoimento na PF carioca. Pai e filho são sócios na empresa de consultoria petroleira Eagle do Brasil –que, segundo as investigações da Lava Jato, recebeu depósitos e pagou propina a servidores da Petrobras, entre eles o ex-gerente Pedro Barusco. A Eagle funciona desde 1996, mas Skornicki já atuava no mercado desde meados dos anos 1970. Foi diretor-superintendente da OPL (Odebrecht Perfuração Limitada) e, posteriormente, sócio de um ex-presidente da Petrobrás, Alfeu Valença, em outra empresa de consultoria. De acordo com amigos, desde a década de 1980, após uma temporada na Índia, enviado pela Odebrecht, Skornicki está no Brasil. Não aparentava, segundo contam, ter dinheiro, mas "gostava de realizar festas". Skornicki nunca escondeu que atuava junto à diretoria da Petrobras. O ex-gerente da companhia Pedro Barusco declarou, em sua delação premiada, que esta atuação acontecia desde o governo de Fernando Henrique Cardoso. O lobista defendeu por anos os interesses do estaleiro coreano Keppel Fels. Suas relações com a empresa asiática vêm do fim dos anos 1980. Na década seguinte, foi responsável pelo momento da virada da Fels no Brasil, ao convencer executivos da empresa a disputar a licitação para duas sondas da Petrobras, P-18 e P-19 –o grupo acabou ganhando a primeira. Pai de três filhos, o polonês passou a levar uma vida mais reservada após o início da operação Lava Jato. A partir de 2014 reduziu as viagens ao exterior, comuns antes da investigação. O gosto pela ostentação já havia dado ao menos um susto no engenheiro, segundo relato de amigos: em novembro de 2014, Skornicki e Bruno foram assaltados por um grupo de motoqueiros especializados em roubos de Rolex, quando chegavam à churrascaria Barra Brasa. Diferentemente do pai, Bruno manteve sua rotina e os passeios em iates nos fins de semana. É surfista e gosta de malhar diariamente, com uma personal trainer que mantém há oito anos. Em fevereiro do ano passado, Zwi Skornicki foi conduzido para prestar depoimento na sede da PF, no Rio. Na ocasião, negou participar de corrupção na Petrobras e não declarou suas contas no exterior nem as quatro offshores encontradas na investigação da Lava Jato. LAVA JATINHO Na busca e apreensão realizadas na época, os policiais levaram 48 obras de arte de sua casa –35 delas foram expostas no museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (PR). Entre elas, quadros de Salvador Dalí, Vik Muniz, Romero Britto e Cícero Dias. Enquanto arrumavam as obras no caminhão para a viagem até o Paraná, os funcionários da empresa de mudança não perceberam que o gato do engenheiro se misturou às peças, sendo encontrado apenas na chegada a Curitiba. No Paraná, ganhou o nome de Lava Jatinho. Nesta segunda (22), em um imóvel de Skornicki, os policiais federais encontraram e apreenderam uma lancha e uma coleção de carros: Alfa Romeo Spider vermelho, Chevrolet Bel Air 1955 "hot rod" (azul metálico), Mercedes-Benz 280 SL Pagoda 1963-1971 (verde escuro), Chevrolet Corvette conversível 1966 (prateado), Mercedes SL R107 1972-1989 (preto) e um Porsche 911 Targa 1978 (branco).
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PF apreende carros de luxo de lobista acusado de pagar marqueteiro do PTCarros de luxo, obras de arte, relógios da marca Rolex e passeios de barco na baía de Angra dos Reis, no sul fluminense. Símbolos de ostentação que fizeram o engenheiro polonês Zwi Skornicki, 66, e seu filho Bruno, 37, ficarem conhecidos pelo alto poder aquisitivo que possuem. Lobista, Skornicki é acusado de fazer depósitos em contas do publicitário João Santana no exterior. O engenheiro foi preso nesta segunda (22) pela Polícia Federal, em sua casa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O filho Bruno e a atual mulher do engenheiro, Eloisa, prestaram depoimento na PF carioca. Pai e filho são sócios na empresa de consultoria petroleira Eagle do Brasil –que, segundo as investigações da Lava Jato, recebeu depósitos e pagou propina a servidores da Petrobras, entre eles o ex-gerente Pedro Barusco. A Eagle funciona desde 1996, mas Skornicki já atuava no mercado desde meados dos anos 1970. Foi diretor-superintendente da OPL (Odebrecht Perfuração Limitada) e, posteriormente, sócio de um ex-presidente da Petrobrás, Alfeu Valença, em outra empresa de consultoria. De acordo com amigos, desde a década de 1980, após uma temporada na Índia, enviado pela Odebrecht, Skornicki está no Brasil. Não aparentava, segundo contam, ter dinheiro, mas "gostava de realizar festas". Skornicki nunca escondeu que atuava junto à diretoria da Petrobras. O ex-gerente da companhia Pedro Barusco declarou, em sua delação premiada, que esta atuação acontecia desde o governo de Fernando Henrique Cardoso. O lobista defendeu por anos os interesses do estaleiro coreano Keppel Fels. Suas relações com a empresa asiática vêm do fim dos anos 1980. Na década seguinte, foi responsável pelo momento da virada da Fels no Brasil, ao convencer executivos da empresa a disputar a licitação para duas sondas da Petrobras, P-18 e P-19 –o grupo acabou ganhando a primeira. Pai de três filhos, o polonês passou a levar uma vida mais reservada após o início da operação Lava Jato. A partir de 2014 reduziu as viagens ao exterior, comuns antes da investigação. O gosto pela ostentação já havia dado ao menos um susto no engenheiro, segundo relato de amigos: em novembro de 2014, Skornicki e Bruno foram assaltados por um grupo de motoqueiros especializados em roubos de Rolex, quando chegavam à churrascaria Barra Brasa. Diferentemente do pai, Bruno manteve sua rotina e os passeios em iates nos fins de semana. É surfista e gosta de malhar diariamente, com uma personal trainer que mantém há oito anos. Em fevereiro do ano passado, Zwi Skornicki foi conduzido para prestar depoimento na sede da PF, no Rio. Na ocasião, negou participar de corrupção na Petrobras e não declarou suas contas no exterior nem as quatro offshores encontradas na investigação da Lava Jato. LAVA JATINHO Na busca e apreensão realizadas na época, os policiais levaram 48 obras de arte de sua casa –35 delas foram expostas no museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (PR). Entre elas, quadros de Salvador Dalí, Vik Muniz, Romero Britto e Cícero Dias. Enquanto arrumavam as obras no caminhão para a viagem até o Paraná, os funcionários da empresa de mudança não perceberam que o gato do engenheiro se misturou às peças, sendo encontrado apenas na chegada a Curitiba. No Paraná, ganhou o nome de Lava Jatinho. Nesta segunda (22), em um imóvel de Skornicki, os policiais federais encontraram e apreenderam uma lancha e uma coleção de carros: Alfa Romeo Spider vermelho, Chevrolet Bel Air 1955 "hot rod" (azul metálico), Mercedes-Benz 280 SL Pagoda 1963-1971 (verde escuro), Chevrolet Corvette conversível 1966 (prateado), Mercedes SL R107 1972-1989 (preto) e um Porsche 911 Targa 1978 (branco).
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Morte possível para os idiotas
SÃO PAULO - "Vai ter morte." E vai mesmo, mas não (esperamos!) essa da ameaça feita por um táxi-sindicalista a motoristas de serviço on-line de carro particular. O fim será o de patrimônios desnecessariamente desperdiçados. O lisboeta em férias na Índia, por exemplo, já aluga a casa, de outra forma fechada, ao suíço que vai a Portugal. Em breve, minha tia Irma também emprestará seu Fusca vermelho a quem leva crianças a escolas rurais todas as terças e quintas, dias em que o carro não sai da garagem. A principal morte, porém, será a do desperdício de tempo. Hoje não ficamos mais na chuva à espera de um taxista que dormindo espera, ali no ponto da quadra ao lado. Amanhã não esperaremos mais clientes ou fornecedores, e quem só pode trabalhar duas noites por semana encontrará quem precisa contratar justamente nesse período. Toda uma "reserva de capital" (móveis, imóveis, inteligência e trabalho) ainda inacessível será finalmente organizada e ficará eficientemente produtiva –para dar lucro, mas também para melhorar a vida. A passagem é tortuosa e dolorida porque a chamada "economia do compartilhamento" propicia mercados improvisados, desregulados, informais. Evitam custos e tributos e por isso ameaçam a estrutura antiga, que lutará para enquadrá-los, até que a mudança cultural se imponha. Quem sabe elimine também o desperdício dos poderes legítimos e possa então trazer o fim dos idiotas, no sentido grego da palavra (na língua grega não há tradução perfeita para "privacidade"; o mais perto disso, conta o escritor Nick Papandreou, é "idiotes", o "cidadão privado", no estado bruto e egoísta em que nasce). A palavra descreve quem se recusa a tomar parte na vida pública –o que inclui, como se vê, muitos políticos. Em uma nova "política do compartilhamento", necessidades, vontades e ação estariam enfim aproximadas, organizadas, otimizadas. Para tirar do mapa esses idiotas. ana.estela@grupofolha.com.br
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Morte possível para os idiotasSÃO PAULO - "Vai ter morte." E vai mesmo, mas não (esperamos!) essa da ameaça feita por um táxi-sindicalista a motoristas de serviço on-line de carro particular. O fim será o de patrimônios desnecessariamente desperdiçados. O lisboeta em férias na Índia, por exemplo, já aluga a casa, de outra forma fechada, ao suíço que vai a Portugal. Em breve, minha tia Irma também emprestará seu Fusca vermelho a quem leva crianças a escolas rurais todas as terças e quintas, dias em que o carro não sai da garagem. A principal morte, porém, será a do desperdício de tempo. Hoje não ficamos mais na chuva à espera de um taxista que dormindo espera, ali no ponto da quadra ao lado. Amanhã não esperaremos mais clientes ou fornecedores, e quem só pode trabalhar duas noites por semana encontrará quem precisa contratar justamente nesse período. Toda uma "reserva de capital" (móveis, imóveis, inteligência e trabalho) ainda inacessível será finalmente organizada e ficará eficientemente produtiva –para dar lucro, mas também para melhorar a vida. A passagem é tortuosa e dolorida porque a chamada "economia do compartilhamento" propicia mercados improvisados, desregulados, informais. Evitam custos e tributos e por isso ameaçam a estrutura antiga, que lutará para enquadrá-los, até que a mudança cultural se imponha. Quem sabe elimine também o desperdício dos poderes legítimos e possa então trazer o fim dos idiotas, no sentido grego da palavra (na língua grega não há tradução perfeita para "privacidade"; o mais perto disso, conta o escritor Nick Papandreou, é "idiotes", o "cidadão privado", no estado bruto e egoísta em que nasce). A palavra descreve quem se recusa a tomar parte na vida pública –o que inclui, como se vê, muitos políticos. Em uma nova "política do compartilhamento", necessidades, vontades e ação estariam enfim aproximadas, organizadas, otimizadas. Para tirar do mapa esses idiotas. ana.estela@grupofolha.com.br
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Mais de um milhão de migrantes chegaram à Europa por mar em 2015
Mais de um milhão de migrantes chegaram à Europa via mar neste ano, informou nesta quarta-feira (30) o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), que classificou a cifra como sem precedentes. Segundo a contagem da organização em conjunto com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 1.000.573 migrantes viajaram ao continente em lanchas e barcos e 3.735 morreram durante a travessia. UM MILHÃO PELO MAR - Número de migrantes que chegaram à Europa pelo Mediterrâneo em 2015 bate novo recorde Na semana passada, a OIM divulgou que um total de 1.005.504 migrantes haviam chegado ao continente por mar e por terra neste ano. "Sabemos que a migração é inevitável, é necessária e é desejável. Mas não é o suficiente contar o número daqueles que chegam, pois quase 4.000 pessoas neste ano estão desaparecidas ou se afogaram. Nós também precisamos agir. A migração deve ser legal e segura para todos, tanto para os próprios migrantes como para os países que se tornarão seu novo lar", afirmou William Lacy Swing, diretor-geral da OIM, no relatório divulgado pelo Acnur. A organização cita como principais causas desse fluxo perseguição, conflito e pobreza que atingem seus países de origem. "O número de pessoas deslocadas pela guerra e conflitos armados é o mais alto já visto na Europa Ocidental e Central desde a década de 1990, quando vários conflitos eclodiram na antiga Iugoslávia", afirma o Acnur. Principais países de origem (2015, em %) - Os migrantes da Síria, país em guerra civil desde 2011, são os mais numerosos, com 49% do total. São seguidos dos afegãos (21%) e iraquianos (8%). A lista continua com Eritreia, Paquistão, Nigéria, Somália, Sudão, Gâmbia e Mali. Juntos, os dez países representam a origem de 84% desses viajantes. A organização afirma ainda que a maioria desses migrantes, 844.176, desembarcou na Grécia, outros 152.700, na Itália e 105, em Malta. O levantamento indica também que 58% dos migrantes são homens, 17% mulheres e 25% crianças. Principais países de entrada, em % - O alto comissário da ONU para refugiados, António Guterres, comentou a reação dos europeus ao recente fluxo de imigrantes. "À medida que os sentimentos xenofóbicos crescem em algumas áreas, é importante reconhecer as contribuições positivas que refugiados e migrantes fazem às sociedades em que vivem e também aos valores europeus fundamentais: protegendo vidas, defendendo os direitos humanos e promovendo a tolerância e a diversidade."
mundo
Mais de um milhão de migrantes chegaram à Europa por mar em 2015Mais de um milhão de migrantes chegaram à Europa via mar neste ano, informou nesta quarta-feira (30) o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), que classificou a cifra como sem precedentes. Segundo a contagem da organização em conjunto com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 1.000.573 migrantes viajaram ao continente em lanchas e barcos e 3.735 morreram durante a travessia. UM MILHÃO PELO MAR - Número de migrantes que chegaram à Europa pelo Mediterrâneo em 2015 bate novo recorde Na semana passada, a OIM divulgou que um total de 1.005.504 migrantes haviam chegado ao continente por mar e por terra neste ano. "Sabemos que a migração é inevitável, é necessária e é desejável. Mas não é o suficiente contar o número daqueles que chegam, pois quase 4.000 pessoas neste ano estão desaparecidas ou se afogaram. Nós também precisamos agir. A migração deve ser legal e segura para todos, tanto para os próprios migrantes como para os países que se tornarão seu novo lar", afirmou William Lacy Swing, diretor-geral da OIM, no relatório divulgado pelo Acnur. A organização cita como principais causas desse fluxo perseguição, conflito e pobreza que atingem seus países de origem. "O número de pessoas deslocadas pela guerra e conflitos armados é o mais alto já visto na Europa Ocidental e Central desde a década de 1990, quando vários conflitos eclodiram na antiga Iugoslávia", afirma o Acnur. Principais países de origem (2015, em %) - Os migrantes da Síria, país em guerra civil desde 2011, são os mais numerosos, com 49% do total. São seguidos dos afegãos (21%) e iraquianos (8%). A lista continua com Eritreia, Paquistão, Nigéria, Somália, Sudão, Gâmbia e Mali. Juntos, os dez países representam a origem de 84% desses viajantes. A organização afirma ainda que a maioria desses migrantes, 844.176, desembarcou na Grécia, outros 152.700, na Itália e 105, em Malta. O levantamento indica também que 58% dos migrantes são homens, 17% mulheres e 25% crianças. Principais países de entrada, em % - O alto comissário da ONU para refugiados, António Guterres, comentou a reação dos europeus ao recente fluxo de imigrantes. "À medida que os sentimentos xenofóbicos crescem em algumas áreas, é importante reconhecer as contribuições positivas que refugiados e migrantes fazem às sociedades em que vivem e também aos valores europeus fundamentais: protegendo vidas, defendendo os direitos humanos e promovendo a tolerância e a diversidade."
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Inflação deve passar de 10% com alta no preço de alimentos e energia
Pela primeira vez em 12 anos, a inflação oficial, medida pelo IPCA, deve chegar a dois dígitos no acumulado em 12 meses. Economistas consultados pela Folha preveem que a alta dos preços dos alimentos e da energia vão colocar o índice pouco acima de 10% em novembro. A última vez que isso ocorreu foi em novembro de 2003, quando chegou a 11,02%. Naquele ano, o país enfrentava uma crise gerada pela incerteza do mercado financeiro sobre o primeiro governo do PT. Em outubro, a inflação oficial do país foi de 9,93% em 12 meses. Metade dessa alta veio do custo de se morar (com alta da energia elétrica e taxa de água e esgoto) e de comer (com alta dos alimentos). Inflação - Variação do IPCA, em % Pelos cálculos da LCA Consultores, a inflação mensal deve até desacelerar de outubro (0,82%) para novembro (0,66%). Mas isso será insuficiente para impedir que em 12 meses o índice acumule uma alta de 10,09%. Outras consultorias e bancos também apostam em inflação em dois dígitos no mês que vem, como o Credit Suisse (10,1%), RC Consultores (10,1%), Itaú (10%), MB Associados (10%) e Gradual Investimentos (10,03%). Segundo a LCA, a energia elétrica residencial deve subiu 2,13% este mês, acelerando em relação aos 0,87% de outubro. O motivo é o reajuste de 16% na tarifa de energia da concessionária Light, no Rio. "A inflação deve fechar o ano acima de 10% se o o governo aumentar o preço da CIDE dos combustíveis de R$ 0,10 para R$ 0,40. E nós acreditamos que isso deve ocorrer", disse Fabio Romão, economista da LCA. Segundo Romão, o CIDE seria elevada no início de dezembro para compensar a dificuldade de recriar a CPMF, o imposto provisório considerado pelo governo como uma "ponte" do ajuste fiscal do país. Marcel Caparoz, da RC Consultores, diz que novembro e dezembro são meses em que historicamente ocorre aceleração dos preços, como nas passagens aéreas, o que deve se repetir neste ano. Inflação - Por grupos, segundo o IPCA no mês de outubro.2015, em % "Os combustíveis podem continuar sendo pressionados no mês pelo álcool", disse Caparoz, que prevê a inflação em 0,67% em novembro, acumulando 10,1% em 12 meses. Para André Perfeito, economista da Gradual Investimentos, o índice de inflação deve chegar a 10,03% em novembro. O índice deve permanecer nesse patamar até o fim do ano, apesar do menor impacto dos combustíveis. Em relatório, o banco de investimentos Credit Suisse destaca que a alimentação em casa vai continuar pesando sobre o índice. A inflação desse grupo de produtos responde por 16% do IPCA e avançou 10,2% em 12 meses até outubro.
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Inflação deve passar de 10% com alta no preço de alimentos e energiaPela primeira vez em 12 anos, a inflação oficial, medida pelo IPCA, deve chegar a dois dígitos no acumulado em 12 meses. Economistas consultados pela Folha preveem que a alta dos preços dos alimentos e da energia vão colocar o índice pouco acima de 10% em novembro. A última vez que isso ocorreu foi em novembro de 2003, quando chegou a 11,02%. Naquele ano, o país enfrentava uma crise gerada pela incerteza do mercado financeiro sobre o primeiro governo do PT. Em outubro, a inflação oficial do país foi de 9,93% em 12 meses. Metade dessa alta veio do custo de se morar (com alta da energia elétrica e taxa de água e esgoto) e de comer (com alta dos alimentos). Inflação - Variação do IPCA, em % Pelos cálculos da LCA Consultores, a inflação mensal deve até desacelerar de outubro (0,82%) para novembro (0,66%). Mas isso será insuficiente para impedir que em 12 meses o índice acumule uma alta de 10,09%. Outras consultorias e bancos também apostam em inflação em dois dígitos no mês que vem, como o Credit Suisse (10,1%), RC Consultores (10,1%), Itaú (10%), MB Associados (10%) e Gradual Investimentos (10,03%). Segundo a LCA, a energia elétrica residencial deve subiu 2,13% este mês, acelerando em relação aos 0,87% de outubro. O motivo é o reajuste de 16% na tarifa de energia da concessionária Light, no Rio. "A inflação deve fechar o ano acima de 10% se o o governo aumentar o preço da CIDE dos combustíveis de R$ 0,10 para R$ 0,40. E nós acreditamos que isso deve ocorrer", disse Fabio Romão, economista da LCA. Segundo Romão, o CIDE seria elevada no início de dezembro para compensar a dificuldade de recriar a CPMF, o imposto provisório considerado pelo governo como uma "ponte" do ajuste fiscal do país. Marcel Caparoz, da RC Consultores, diz que novembro e dezembro são meses em que historicamente ocorre aceleração dos preços, como nas passagens aéreas, o que deve se repetir neste ano. Inflação - Por grupos, segundo o IPCA no mês de outubro.2015, em % "Os combustíveis podem continuar sendo pressionados no mês pelo álcool", disse Caparoz, que prevê a inflação em 0,67% em novembro, acumulando 10,1% em 12 meses. Para André Perfeito, economista da Gradual Investimentos, o índice de inflação deve chegar a 10,03% em novembro. O índice deve permanecer nesse patamar até o fim do ano, apesar do menor impacto dos combustíveis. Em relatório, o banco de investimentos Credit Suisse destaca que a alimentação em casa vai continuar pesando sobre o índice. A inflação desse grupo de produtos responde por 16% do IPCA e avançou 10,2% em 12 meses até outubro.
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